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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM
ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA
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“AVALIANDO O COMPORTAMENTO DO
GESTOR ESPECIALISTA EM AÇÕES SOB A
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Rio de Janeiro, 02 de junho de 2006
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“AVALIANDO O COMPORTAMENTO DO GESTOR ESPECIALISTA EM AÇÕES
SOB A ÓTICA DE BEHAVIORAL FINANCE”
ALEXANDRE ULM DE FREITAS
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado
Profissionalizante em Economia como
requisito parcial para obtenção do Grau de
Mestre em Economia.
Área de Concentração: Finanças
ORIENTADOR: JOSÉ SANTIAGO FAJARDO BARBACHAN
Rio de Janeiro, 02 de junho de 2006.
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“AVALIANDO O COMPORTAMENTO DO GESTOR ESPECIALISTA EM AÇÕES
SOB A ÓTICA DE BEHAVIORAL FINANCE”
ALEXANDRE ULM DE FREITAS
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado
Profissionalizante em Economia como
requisito parcial para obtenção do Grau de
Mestre em Economia.
Área de Concentração: Finanças
Avaliação:
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________________________
Professor Dr. JOSÉ SANTIAGO FAJARDO BARBACHAN (Orientador)
Instituição: Ibmec
_____________________________________________________
Professor Dr. OSMANI GUILLEN
Instituição: Ibmec
_____________________________________________________
Professor Dr. CARLOS EUGENIO ELLERY LUSTOSA DA COSTA
Instituição: Fundação Getúlio Vargas - RJ
Rio de Janeiro, 02 de junho de 2006.
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F862
Freitas, Alexandre Ulm de.
Avaliando o comportamento de gestor especialista em
ações sob a ótica de behavioral finance / Alexandre Ulm de
Freitas - Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec. 2006.
Dissertação de Mestrado Profissionalizante
apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Economia
das Faculdades Ibmec, como requisito parcial necessário
para a obtenção do título de Mestre em Economia.
Área de concentração: Finanças e Controladoria.
1. Finanças. 2. Finanças comportamentais. 3. Ações
(finanças)
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais Alfredo, eternamente presente, e Gloria, a melhor
mãe que um filho pode ter.
vi
AGRADECIMENTO
Agradeço a paciência, compreensão e carinho da minha noiva e futura esposa Roberta, pessoa
que me ensinou a amar.
Ao meu tio Alfredo, com quem eu posso contar sempre.
À minha querida Vovó Bem-Querer, com sua experiência e sabedoria de vida.
À Deus, Pai de todos.
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EPÍGRAFE
“O investidor inteligente aprende a
comprar o medo e o pânico e a
vender a ganância e a euforia.”
Jim Rogers
viii
RESUMO
Um dos princípios básicos na teoria de finanças é o que se refere a análise do retorno esperado de
um ativo frente ao seu risco.
Em um mercado eficiente, que é aquele em que cada ativo reflete todas as informações
disponíveis no momento, o investidor racional estima o valor justo de um ativo descontando os
fluxos de caixa futuros gerados pelo mesmo, a uma taxa de desconto que justifique seu risco.
Contudo, diversos estudos apontam a existência de casos onde ativos de alto valor
fundamentalista não obtiveram performance atrativa, ainda que com o passar do tempo
verificasse que os fundamentos estavam corretos.
Behavioral finance mostra os aspectos psicológicos dos investidores que surgem quando eles
formam suas crenças e preferências. A teoria moderna de carteiras destaca a importância das
preferências do investidor em particular a impaciência e aversão ao risco que influenciam na
decisão por carteiras ótimas.
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Com isso em mente, esta dissertação se propõe a analisar um grupo de gestores de carteiras de
ações e como eles formam suas preferências. Para isto será elaborado um questionário que será
enviado aos maiores gestores de fundos de ações brasileiros.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
2 PSICOLOGIA POR TRÁS DA DECISÃO DE INVESTIMENTO ............................ 4
2.1 FORMAÇÃO DE EXPECTATIVAS (BELIEFS) ................................................................................ 4
2.1.1 Excesso de Confiança (Overconfidence) .............................................................................................. 5
2.1.2 Otimismo (Optimism and Wishful Thinking) ........................................................................................ 6
2.1.3 Representatividade (Representativeness) .............................................................................................. 6
2.1.4 Perseverança da Crença (Belief Perseverance) ..................................................................................... 7
2.1.5 Ancorando (Anchoring) ........................................................................................................................ 8
2.1.6 Viés de Disponibilidade (Availability Biases) ...................................................................................... 8
2.2 PREFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 8
2.2.1 Prospec Theory ..................................................................................................................................... 9
2.2.1.1 Função Valor ................................................................................................................................... 10
2.2.1.2 Função de Probabilidade Ponderada ................................................................................................ 10
2.2.2 Problemas de Modelagem e Contabilidade Mental ............................................................................. 11
2.2.3 Visões de Curto e Longo Prazo ........................................................................................................... 12
2.3 CONSEQUÊNCIAS DAS DECISÕES ...................................................................................................... 13
2.3.1 Arrependimento por Omissão e Ação .................................................................................................. 13
2.4 APLICAÇÕES DE BEHAVIORAL FINANCE A INVESTIDORES DE MERCADO ........................ 14
2.4.1 Diversificação Insuficiente ................................................................................................................. 14
2.4.2 Excesso de Negociações ..................................................................................................................... 15
2.4.3 O Preço de Compra como Preço de Referência e a Decisão de Vender ............................................. 16
2.4.4 A Decisão de Comprar ........................................................................................................................ 17
3 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA ....................................................................................... 18
3.1 A INDÚSTRIA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO NO BRASIL ....................................................... 18
xi
3.2 ESCOLHA DE FUNDOS E AGREGAÇÃO POR INSTITUIÇÃO ....................................................... 20
3.3 REPRESENTATIVIDADE DA AMOSTRA COM BASE NO PERFIL DOS INVESTIDORES NA
BOVESPA .................................................................................................................................................... 24
4 ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO ...................................................................... 26
4.1 IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL DOS GESTORES ............................................................................... 26
4.2 RETORNO ABSOLUTO COM BASE NO PERFIL DE GESTÃO ...................................................... 27
4.3 AVERSÃO AO RISCO ............................................................................................................................... 27
4.4 FERRAMENTAS UTILIZADAS NO PROCESSO DECISÓRIO ......................................................... 28
4.5 EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL E IDADE .......................................................................................... 29
5 RESULTADOS OBTIDOS ............................................................................................ 30
5.1 RELAÇÃO ENTRE O PERFIL DOS GESTORES (PERGUNTA 1) E O RETORNO ABSOLUTO
COM BASE NO PERFIL DE GESTÃO (PERGUNTA 2)..................................................................................... 32
5.2 RELAÇÃO ENTRE O PERFIL DOS GESTORES (PERGUNTA 1) E A PREFERÊNCIA POR
RISCO OU RETORNO NA TOMADA DE DECISÃO (PERGUNTA 3) ............................................................ 33
5.3 RELAÇÃO ENTRE O PERFIL DOS GESTORES (PERGUNTA 1) E A EXPECTATIVA DE
RETORNO NO LONGO PRAZO (PERGUNTA 4) .............................................................................................. 34
5.4 RELAÇÃO ENTRE O PERFIL DOS GESTORES (PERGUNTA 1) E A PREFERÊNCIA POR
CARTEIRAS COM RELAÇÃO RISCO X RETORNO DIFERENTE (PERGUNTA 6) .................................. 35
5.5 RELAÇÃO ENTRE IDADE (PERGUNTA 8) E EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL (PERGUNTA 7)
....................................................................................................................................................................................... 36
5.6 RELAÇÃO ENTRE EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL (PERGUNTA 7) E O COMPORTAMENTO
DO GESTOR AO LONGO DO TEMPO (PERGUNTA 9) ................................................................................... 37
5.7 ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS E METODOLOGIAS DE ANÁLISE NA
FORMAÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTO (PERGUNTA 5) ............................................. 38
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 43
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO ......................................................... 44
1
1 INTRODUÇÃO
A teoria moderna de finanças tem como hipótese central a eficiência de mercado. Um mercado
eficiente é aquele em que o preço de cada ativo reflete todas as informações disponíveis no
momento.
Três pilares sustentam a teoria de eficiência de mercado: em primeiro lugar, os investidores são
considerados “racionais”, ou seja, estimam que o valor de um ativo equivale ao somatório de seus
fluxos de caixa gerados futuro, trazidos a valor presente por uma taxa que traduza o risco deste
ativo. Desta forma, mudanças nas expectativas que sustentam as premissas utilizadas na projeção
serão instantaneamente incorporadas na nova precificação do ativo. Segundo, caso existam
investidores não racionais, as transações realizadas por eles são aleatórias e se cancelam entre si.
Em terceiro lugar, a influência nos preços dos ativos gerada por investidores irracionais será
eliminada por arbitragem de agentes racionais.
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Contudo, DeBont and Thaler publicaram em 1985 um artigo que lançou a hipótese de
Overraction nos preços dos ativos. Desta forma, começou a haver um questionamento conceitual
da eficiência de mercado resultando na hipótese de que parte dos agentes não são racionais.
Bonomo, Torres e Fernandes (2002) também evidenciam ineficiência para o mercado de ações
brasileiro.
Surge, então, uma nova abordagem para estudos relacionados ao comportamento de investidores
em mercados financeiro. Esta nova abordagem recebeu o nome de Behavioral Finance e tem
como característica principal contrapor o paradigma tradicional de que todos os investidores são
racionais. De uma forma geral, a teoria da nova tese é a de que alguns dos fenômenos financeiros
podem ser melhor entendidos utilizando a hipótese de que alguns agentes não são completamente
racionais.
Fama (1970), argumenta que caso existissem investidores irracionais, os investidores racionais
evitariam distorções nos preços dos ativos por um processo chamado de arbitragem. Contudo, os
pesquisadores de behavioral realizaram diversos estudos teóricos mostrando que, em mercados
onde investidores racionais e irracionais interagem, podem existir significativos impactos nos
preços dos ativos, devido aos Limites à Arbitragem.
Limites à arbitragem é o primeiro dos dois pilares que sustentam a teoria de behavioral finance.
Devido a esses limites à arbitragem, agentes racionais não tem incentivos a ajustar por completo
o preços dos ativos que forem distorcidos por investidores irracionais, fazendo com que eles não
retornem ao seu valor teoricamente justo.
3
O segundo pilar teve como origem a necessidade de se entender como o agente irracional tomava
suas decisões de investimento, tendo em vista que suas transações financeiras afetavam os preços
dos ativos por mais tempo do que se pensava. Assim, pesquisadores utilizaram teorias de
psicologia comportamental, que transformaram-se, então, no segundo pilar da teoria de
behavioral finance.
4
2 PSICOLOGIA POR TRÁS DA DECISÃO DE INVESTIMENTO
Neste capítulo daremos ênfase aos desvios de comportamento característicos de investidores.
Economistas buscaram evidências, em estudos copilados por psicólogos, de padrões sistemáticos
que surgem quando pessoas formam suas crenças e suas preferências. A compreensão destes
desvios será fundamental para a análise de como os gestores de carteiras de ações formam suas
preferências.
Ressaltamos que este capítulo teve como base o paper A Survey of Behavioral Financede
Barberis e Thales.
2.1 FORMAÇÃO DE EXPECTATIVAS (BELIEFS)
A grande maioria das decisões de investimento são realizadas em um ambiente de incerteza e
complexidade. Desta forma, por maior que seja a racionalidade de um agente, ele irá apoiar
parcela de sua decisão na sua intuição.
5
A observação empírica mostrou que existem vieses e ilusões cognitivas, explicadas pelo uso
sistemático da intuição nas decisões, que afetam as decisões de investimento, fazendo com que
investidores assumam riscos desconhecidos e experimentem resultados não previstos em seus
modelos financeiros.
2.1.1 Excesso de Confiança (Overconfidence)
Fortes evidências mostram que as pessoas tem excesso de confiança em suas decisões
financeiras, ou seja, superestimam sua habilidade de prever eventos de mercado.
Overconfidence ocorre por duas causas principais: primeiro, o intervalo de confiança que as
pessoas dão para suas estimativas quantitativas - intervalo máximo e mínimo que cotação das
ações da Petrobrás deverá estar daqui a um mês - é geralmente muito estreito. Segundo Alpert e
Raiffa (1982), dado um intervalo de confiança de uma estimativa definido em 98%, as pessoas
acertam somente em 60% das vezes este intervalo. Segundo, investidores são mal calibrados
quando estimam probabilidades: de acordo com Fischhoff, Sloviv e Lechtenstein (1977), eventos
nos quais investidores acham que vão acontecer com certeza, ocorrem em torno de 80% das
vezes e eventos que eles acham impossíveis de acontecer ocorrem 20% das vezes.
Excesso de Confiança também pode originar-se de outras duas características das pessoas: viés de
auto atribuição e viés de percepção tardia. O viés de auto atribuição refere-se a pessoas que
tendem a atribuir toda ação acertada aos seus próprios talentos e toda ação errada a falta de sorte,
sem reconhecer a inaptidão quando necessário. Fazendo isso diversas vezes levará pessoas a sua
volta a concluir, de forma errada, de que este investidor é de fato talentoso. Já o viés de
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percepção tardia refere-se a tendência de os investidores acreditarem, depois de um evento ter
ocorrido, que eles anteciparam aquele evento. Dessa forma, se os investidores pensam que
previram o passado de forma correta, pensam que podem prever o futuro melhor do que
realmente podem.
2.1.2 Otimismo (Optimism and Wishful Thinking)
A maioria das pessoas é otimista em relação a suas crenças (Weinstein, 1980). A aceitação como
fato real de algo que, na realidade, não está acontecendo - característica do investidor otimista -
combinado com o excesso de confiança faz com que investidores superestimem seus
conhecimentos e subestimem os riscos de determinado investimento.
2.1.3 Representatividade (Representativeness)
Os investidores usam a similaridade ou representatividade como proxy para o pensamento
probabilístico. Segue-se o exemplo da descrição de Pedro:
“Pedro é bem tímido e reservado, útil, porém com pouco interesse no mundo real. Uma alma
mansa e ordenada, ele tem necessidade por ordem e estrutura, e paixão pelo detalhe.”
Com base nesta descrição, ao questionarmos pessoas sobre a probabilidade de Pedro ser um
fazendeiro, vendedor, piloto de aviões, bibliotecário ou médico; ou quão similar Pedro é de um
fazendeiro, vendedor, piloto de aviões, bibliotecário ou médico, o ranking que estas pessoas
darão para a probabilidade e para a similitude será quase o mesmo.
7
Contudo, a similitude as vezes é um prognóstico muito pobre da verdadeira probabilidade, pois a
probabilidade segue regra da conjunção enquanto a similitude não segue.
A representatividade leva os investidores a um outro viés denominado de “Lei dos Pequenos
Números”. As pessoas esperam que uma sequência de eventos gerada por um processo aleatório
refletirá as características essenciais do processo, mesmo que esta sequência seja curta. Por
exemplo: se uma moeda é justa, as pessoas esperam que após sair três caras seguidas sairá coroa
na próxima jogada.
A negligência em relação ao tamanho da amostra significa que, nos casos em que investidores
não sabem inicialmente qual o processo que gerou os dados, eles irão inferir baseados,
precocemente, nos poucos dados disponíveis.
2.1.4 Perseverança da Crença (Belief Perseverance)
Existe vasta evidência de que uma vez que o investidor formou sua opinião sobre determinado
assunto, dificilmente irá mudar de opinião, ainda que novas informações estejam disponíveis.
Como exemplo, trazendo para o contexto desta dissertação, a perseverança da crença diz que caso
um investidor acredite inicialmente na hipótese de eficiência de mercado, continuará embasando
suas decisões por mais algum tempo, ainda que apareçam evidências que digam o contrário.
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2.1.5 Ancorando (Anchoring)
De acordo com Kahneman e Tversky (1974) investidores partem de algum valor inicial,
possivelmente arbitrário, quando formam suas crenças e expectativas, e, a partir de então, este
valor é ajustado. Evidências apontam que este ajuste é normalmente insuficiente, sinalizando que
os investidores “ancoram” demasiadamente suas expectativas.
2.1.6 Viés de Disponibilidade (Availability Biases)
Quando uma pessoa julga a probabilidade de ocorrência de um evento para decidir sobre um
investimento, provavelmente irá buscar em sua memória informações importantes relacionadas
àquele evento. Muito embora este procedimento seja perfeitamente normal e corriqueiro, estudos
de Kahneman e Tversky (1974) mostram que é inevitável a ocorrência de viés de estimativa pois
nem toda memória está igualmente disponível. Eventos mais recentes ou mais acentuados e
marcantes tendem a distorcem estas estimativas.
2.2 PREFERÊNCIAS
No item anterior apresentamos algumas evidências de como os investidores formam suas
expectativas, discutindo alguns vieses de comportamento que podem resultar em erros de
avaliação e, por consequência, resultados diferentes do previsto.
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Discutiremos, agora, evidências sobre como um investidor usa informações probabilísticas em
seu processo decisório e como combinam valores esperados e respectivas probabilidades de
ocorrência tomando como base suas preferências.
2.2.1 Prospec Theory
Uma das grandes dificuldade dos cientistas sociais é encontrar modelos que capturem, com a
maior fidelidade possível, a atitude dos investidores frente a apostas arriscadas. Kahneman e
Tversky (1979) criaram um modelo descritivo que tinha exatamente este objetivo, denominado de
Teoria Prospec (Prospec Theory). Ressaltamos que este modelo não é normativo e nem
prescritivo.
A idéia principal por trás da Teoria Prospec é de que os agentes se preocupam com variações e
não com níveis de utilidade. Além disso, utilizam uma função valor ponderada para pensar nas
decisões arriscadas.
Desta forma, sendo π(p) o peso subjetivo de um evento com probabilidade objetiva p e v(x) o
valor de uma variação de magnitude x, e supondo um jogo arriscado com 60% de probabilidade
de uma pessoa ganhar R$ 10 e com 40% de perder R$ 10, segundo a Teoria Prospec este jogo
terá um valor de:
π(0,6) v(10) + π(0,4) v(-10)
Apenas a título de comparação, a teoria de utilidade esperada apresentaria o seguinte valor para o
mesmo jogo:
0,6u(w+10) + 0,4u(w-10)
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2.2.1.1 Função Valor
Experimentos realizados por Kahneman e Tversky evidenciaram algumas características em
relação a função valor v(x):
a) toma como argumentos as variações;
b) é côncova no domínio dos ganhos - por conta da aversão ao risco;
c) é convexa no domínio das perdas - por conta da propensão ao risco;
d) os dois ramos da função são descritos por uma relação matemática, o que implica em
um resultado de quase-proporcionalidade de atitudes a risco.
Desta forma, a função valor v(x) é representada graficamente da seguinte forma:
Valor
Perdas Ganhos
Gráfico 1 - Função Valor
Fonte: Autor
2.2.1.2 Função de Probabilidade Ponderada
Da mesma forma que a função valor, experimentos realizados por Kahneman e Tversky
evidenciaram algumas propriedades em relação a função de probabilidade ponderada π(p):
a) é uma função crescente;
11
b) π(0) = 0;
c) π(p)>p para p perto de 0;
d) π(p) cruza p perto de 0,4;
e) π(p)<p para p perto de 1;
f) π(1) = 1.
Desta forma, a função de probabilidade ponderada π(p) é representada graficamente da seguinte
forma:
π(p) peso subjetivo
de um evento
probabilidade objetiva p
Gráfico 2 - Função de Probabilidade Ponderada
Fonte: Autor
2.2.2 Problemas de Modelagem e Contabilidade Mental
Diversas evidências apontam que investidores mudam suas preferências de acordo com as
palavras utilizadas na formulação de um problema. Racionalmente, supondo que todos os dados
relevantes sejam apresentados no enunciado de um problema, as palavras utilizadas em sua
formulação não deveriam influenciar no resultado da preferência do investidor.
12
A forma como um problema é colocada ao tomador de decisão é chamada de modelagem.
Perceba a diferença na seguinte situação: um investidor compra uma ação e vende no dia seguinte
com ganho de R$ 1.000,00. No mesmo dia, e com os mesmos recursos, compra uma outra ação,
vendendo também no dia seguinte com prejuízo de R$ 300,00. Este investidor vai encarar o
resultado como uma perda de R$ 300,00 ou como uma redução de seu ganho anterior de R$
1.000,00. Reescrevendo em função da utilidade, a utilidade da segunda perda é v(-300) ou
v(700)-v(1000)?
Thaler (1999) denominou de Contabilidade Mental o processo sobre o qual as pessoas formulam
problemas para elas mesmas.
Pessoas criam contas virtuais em suas mentes e atribuem gastos, poupança e riscos de forma
diferente para cada uma dessas contas, muito embora os recursos sejam todos de uma mesma
pessoa. Isso pode gerar ineficiência sob a ótica da racionalidade, a medida que pessoas tenham,
por exemplo, uma poupança para custear a faculdade dos filhos e, simultaneamente, empréstimos
para a compra de um carro, tendo em vista que os juros dos empréstimos é maior do que a
remuneração da poupança.
2.2.3 Visões de Curto e Longo Prazo
Comprometimento psicológico é fundamental para investidores que decidam aplicar parte de seus
recursos financeiros em ativos arriscados e mantê-los por algum tempo. A quantidade de tempo
necessária pode variar de pessoa para pessoa.
13
Estudos realizados por Benartzi e Thaler (1995) apontam que a impaciência dos investidores em
relação ao tempo de maturação do investimento é função de sua experiência no mercado e isto
pode determinar suas preferências por risco. Partindo da premissa que os investidores têm miopia
e são avessos ao risco, e utilizando observações de retorno de títulos de renda fixa e ações para
derivar o horizonte de investimento no qual os investidores estariam indiferentes entre as duas
opções de investimento, eles descobriram que este prazo seria de um ano. A principal conclusão
dos estudos é de que, supondo investidores com o mesmo grau de aversão a riscos, o investidor
de longo prazo estaria disposto a aceitar riscos que um investidor de curto prazo iria rejeitar.
2.3 CONSEQUÊNCIAS DAS DECISÕES
A decisão de investir ou não em um ativo gera, inevitavelmente, consequências emocionais ao
longo do tempo. Ninguém gosta de perder, mas arrependimento faz as pessoas potencializarem os
sentimentos das perdas.
2.3.1 Arrependimento por Omissão e Ação
Suponha que um investidor que se arrependa de uma atitude que ele deixou de tomar, deixando
assim de ganhar R$ 10.000,00. Suponha, agora, um outro investidor que tenha tomado uma
decisão de investimento e tenha perdido R$ 10.000,00 nesta operação. Provavelmente o
investidor que perdeu estará mais chateado do que aquele que deixou de ganhar, apesar de os dois
terem tido a mesma perda em termos econômicos. O primeiro investidor sofre arrependimento
por omissão e o segundo de arrependimento por ação.
14
Algumas conclusões podem ser observadas no estudo não publicado de Kahneman e Thaler: a
maioria dos indivíduos se arrependeu de decisões tomadas e a minoria que se arrependeu por
omissão, tinha uma proporção alta de seus investimentos em ações. A conclusão é que
investidores que se arrependem por oportunidades perdidas tendem a assumir riscos maiores do
que aqueles que se arrependem de atitudes tomadas que deram errado.
2.4 APLICAÇÕES DE BEHAVIORAL FINANCE A INVESTIDORES DE MERCADO
Behavioral finance tem ajudado a explicar com certo sucesso o comportamento característico de
alguns grupos de investidores de mercado. Discutiremos algumas dessas evidências baseado em
pesquisas realizadas com investidores e utilizando as idéias de behavioral apresentadas
anteriormente.
2.4.1 Diversificação Insuficiente
Evidências sugerem que investidores diversificam suas carteiras com uma quantidade de ativos
muito menor do que é recomendado pelos modelos de escolha de carteiras ótimas.
Características como ambiguidade e familiaridade podem ajudar a explicar de forma simples
problemas de diversificação insuficiente. Investidores podem acreditar que empresas localizadas
próximas geograficamente são mais familiares do que outras e até mesmo empresas nas quais
eles trabalham são mais seguras do que as concorrentes. Desta forma, as pessoas se sentem mais
confortáveis em concentrar seus investimentos nestas empresas, o que torna o portifólio desses
agentes ineficientes sob o ponto de vista de diversificação.
15
2.4.2 Excesso de Negociações
Um dos prognósticos mais evidentes dos modelos racionais de investimento diz que o número de
transações deve ser pequeno. Contudo, em contraste com este prognóstico, o volume de negócios
nas bolsas de valores mundiais é expressivamente alto. Ademais, estudos sugerem que
investidores individuais e investidores institucionais negociam mais do que seria justificável,
tomando como base a racionalidade.
Barber e Odean (2000) examinaram as negociações de clientes de corretoras observadas em uma
amostra significativa de operações entre 1991 e 1996. Eles descobriram que o retorno médio da
amostra analisada, após os custos de transação, era menor do que os índices de referência de
mercado. Em outras palavras, esses investidores teriam melhor resultado se tivessem negociado
menos. O fraco desempenho na amostra analisada é causado em grande parte pelo custo de
transação.
A principal explicação do excesso de negociação, baseado na teoria de behavioral finance, está
relacionada com o excesso de confiança: as pessoas acreditam que têm informação suficiente que
justifique a negociação, ao passo que a informação é pouco relevante para justificar qualquer
transação. Esta hipótese está totalmente relacionada com o fato de que uma pessoa tem excesso
de confiança em suas ações irá negociar mais suas ações, e por consequência dos custos de
transação, apresentará resultados insatisfatórios. De forma consistente, Barber e Odean (2002 a)
mostram que, na amostra analisada, investidores que negociam mais são aqueles que m os
menores retornos em suas carteiras.
16
2.4.3 O Preço de Compra como Preço de Referência e a Decisão de Vender
Diversos estudos mostram que os investidores relutam a vender suas ações a preços que resultem
em perdas em relação ao preço de compra, um fenômeno chamado de disposition effectpor
Shefrin e Statman (1985).
Suponha que dois investidores detenham a mesma ação comprada a preços diferentes: o
investidor 1 comprou a ação por R$ 10 enquanto o investidor 2 comprou por R$ 20. O preço
desta ação estava sendo cotado a R$ 16 no fechamento do pregão de ontem e hoje está caindo
para R$ 15. Ao analisarmos racionalmente este fato percebemos que a perda, de ontem para hoje,
de ambos investidores é a mesma, ou seja, R$ 1 por ação.
Contudo, a maioria das pessoas tende a concordar que o investidor 2 estaria mais chateado do que
o investidor 1. Intuitivamente, o investidor 1 tratará esta perda como uma redução dos ganhos
obtidos com aquele investimento enquanto o investidor 2 tratará esta mesma perda como um
aumento de sua perda. Não é fácil explicar este tipo de comportamento de acordo com a
racionalidade.
Dois argumento de behavioral foram sugeridos para explicar o motivo pelo qual isso ocorre:
primeiro, os investidores podem acreditar, de forma irracional, na hipótese de reversão para a
média. Segundo, baseado na Teoria Prospec, é de que a função valor é mais inclinada para perdas
do que para ganhos, conforme apresentado no gráfico 1, fazendo com que a diferença de R$ 1 no
preço da ação seja mais significativa para o investidor 2 do que para o investidor 1, no exemplo
dado anteriormente.
17
Sendo assim, podemos concluir que o preço de compra de um ativo deverá influenciar o preço
que este ativo será vendido no futuro.
2.4.4 A Decisão de Comprar
Com a mesma base de dados descrita nos itens anteriores Barber e Odean (2002 b) testaram a
idéia de que, para investidores individuais, a decisão de comprar uma ação é realizada com mais
atenção e critério do que a de vender. Pessoas criam carteiras com ações “alvo” utilizando-se de
diversos critérios subjetivos como: ações com volumes de negociação acima de uma determinada
média, retornos muito altos ou baixos, e ações com potencial para novos anúncios positivos
relacionados a empresa. Eles descobriram que, independente do critério utilizado, os investidores
estarão mais propensos a comprar estas ações do que de vendê-las.
18
3 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA
Abordaremos neste capítulo as etapas realizadas para a escolha das instituições as quais enviamos
o questionário de avaliação. Para tal, apresentaremos um breve perfil da indústria de fundos de
investimento no Brasil e discutiremos os critérios utilizados para a seleção dos fundos que se
enquadram no perfil desejado para a realização da pesquisa. Por fim, discutiremos a relevância da
amostra selecionada em comparação ao perfil dos investidores que realizaram transações na
Bolsa de Valores de São Paulo.
3.1 A INDÚSTRIA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO NO BRASIL
Tomando como base a posição de final de agosto de 2005, obtida junto a Associação Nacional
dos Bancos de Investimento (ANBID), os fundos de investimentos brasileiros totalizavam
depósitos de R$ 671,8 bilhões, de acordo com a tabela:
19
Tabela 1 - Indústria de Fundos de Investimento no Brasil
Fonte: ANBID e Jornal Valor
Elaboração: Autor
(1) O patrimônio líquido de cada categoria exclui os FAC, evitando assim dupla contagem.
Podemos observar que os fundos de investimento em ações correspondem a 6,4% do patrimônio
total e totalizavam naquela data R$ 43,3 bilhões.
Como esta dissertação se propõe a analisar um grupo de gestores de carteiras especialistas em
ações e suas preferências, tomamos como ponto de partida para a elaboração da amostra o
patrimônio dos fundos de investimento em ões abertos, ou seja, os quais encontram-se
disponíveis para novos aportes de recursos.
Esta escolha deve-se ao fato de este tipo de fundo ser, geralmente, mais ativo na gestão da
carteira em relação aos fundos fechados. De forma geral, fundos de investimento em ações
fechados são veículos de investimento de grandes investidores para a compra da participação
relevante em empresas de capital aberto. Estes fundos caracterizam-se pela baixa diversificação
da carteira e pouca rotatividade dos ativos que o compõem.
Categorias (ANBID)
Patrimônio
R$ Bilhões
(1)
Participação
no Total
Curto Prazo 21,9 3,3%
Referenciado DI 144,2 21,5%
Renda Fixa 271,7 40,4%
Multimercado 121,6 18,1%
Câmbio 2,5 0,4%
Dívida Externa 2,1 0,3%
Ações 43,3 6,4%
Privatização 9,1 1,4%
Previdência 48,0 7,1%
FIDC 7,4 1,1%
Total 671,8 100,0%
20
Existem também fundos fechados que encerraram novas captações devido ao tamanho do fundo
(os quais não são necessariamente passivos), ao regulamento do fundo (período de investimento
específico).
Os fundos de investimento em ações abertos totalizavam R$ 21 bilhões no final de agosto de
2005.
Cabe ressaltar que existem outras categorias de fundos onde é permitida a participação de ações
na composição de seus patrimônios. Contudo, acreditamos que ao escolher os fundos cuja
especialidade de seus gestores seja o mercado de ações estaremos melhorando a qualidade das
respostas obtidas em nossa pesquisa.
3.2 ESCOLHA DE FUNDOS E AGREGAÇÃO POR INSTITUIÇÃO
Levantamos junto a ANBID as características de todos os fundos de investimento em ações
abertos existentes no mercado brasileiro. Desta forma, passamos a utilizar a base de dados da
ANBID, com informações referentes ao dia 16 setembro de 2005.
Utilizando esta base de dados, a soma do patrimônio líquido de todos os fundos totalizava R$
22,3 bilhões naquela data, sendo distribuído por 440 fundos de investimento.
A partir deste ponto, também com a intenção de focar a pesquisa em gestores especialistas em
ações, realizamos mais alguns ajustes que serão descritos a seguir:
21
a) Exclusão dos fundos denominados “passivos”: fundos de investimento em ações passivos são
aqueles cujo mandato de gestão consiste em replicar um determinado índice de mercado, por
exemplo o Ibovespa ou o IBX, perseguindo assim a mesma rentabilidade e risco destes
índices. Existem técnicas elaboradas para este tipo de gestão, contudo as especificidades de
cada uma das empresa que irão compor este fundo pouco importa para seus gestores. Por este
motivo, avaliar o perfil de comportamento do gestor desse tipo de fundo não seria relevante
para esta dissertação.
Ao realizarmos esta exclusão a soma do patrimônio líquido dos fundos passou para R$ 20,9
bilhões, e a quantidade de fundos foi reduzida para 398.
b) Exclusão dos fundos denominados “exclusivos”: fundos de investimento em ações exclusivos
são aqueles cujo regulamento do fundo prevê quais investidores estão habilitados a realizar
aplicações. Ele difere de um fundo tradicional, onde um investidor possa aplicar seus recursos,
desde que atenda a alguns requisitos (principalmente o volume mínimo de aporte).
De forma geral, os quotistas destes fundos são grandes investidores, que m poder de
interferir na gestão dos mesmos através de restrições definidas no regulamento ou através de
uma gestão compartilhada. Entenda-se como gestão compartilhada a influência de um grande
investidor nas decisões tomadas pelo gestor do fundo que apenas administradores de
recursos estão legalmente habilitados a gerir fundos de investimento.
Desta forma, retirando os fundos exclusivos da amostra, estaremos trabalhando com
instituições nas quais o patrimônio dos fundos é gerido sem influências de seus quotistas.
22
As instituições financeiras e a soma do patrimônio líquido dos fundos geridos por instituição,
após todos os filtros descritos anteriormente, estão apresentados na tabela abaixo:
continua na próxima página
Instituição Financeira
Patrimônio
Líquido
R$ Milhões
Participação
no Total
Patrimônio
Líquido
Acumulado
R$ Milhões
Participação
Acumulada
no Total
1 ITAU 2.120,8 15,8% 2.120,8 15,8%
2 OPPORTUNITY 1.658,6 12,3% 3.779,3 28,1%
3 BRADESCO 1.120,1 8,3% 4.899,4 36,4%
4 BANKBOSTON 891,9 6,6% 5.791,4 43,0%
5 BB 765,3 5,7% 6.556,6 48,7%
6 HSBC 728,3 5,4% 7.284,9 54,2%
7 SAFRA 575,9 4,3% 7.860,8 58,4%
8 DYNAMO 538,3 4,0% 8.399,1 62,4%
9 UNIBANCO 524,1 3,9% 8.923,3 66,3%
10 ABN AMRO 384,5 2,9% 9.307,7 69,2%
11 CITIBANK 331,0 2,5% 9.638,7 71,6%
12 TARPON 330,9 2,5% 9.969,6 74,1%
13 SANTANDER 278,5 2,1% 10.248,0 76,2%
14 INVESTIDOR PROFISSIONAL 273,7 2,0% 10.521,8 78,2%
15 FATOR 244,4 1,8% 10.766,2 80,0%
16 POLO 219,0 1,6% 10.985,1 81,7%
17 HEDGING GRIFFO 210,7 1,6% 11.195,8 83,2%
18 SKOPOS 206,2 1,5% 11.402,0 84,8%
19 PORTO SEGURO 198,8 1,5% 11.600,9 86,2%
20 SCHRODER 188,5 1,4% 11.789,3 87,6%
21 FAMA 160,5 1,2% 11.949,9 88,8%
22 TEMPO 118,5 0,9% 12.068,4 89,7%
23 BBM 103,8 0,8% 12.172,2 90,5%
24 SUDAMERIS 103,7 0,8% 12.275,9 91,3%
25 GAS 102,3 0,8% 12.378,2 92,0%
26 ARX 100,6 0,7% 12.478,8 92,8%
27 MELLON 98,1 0,7% 12.576,9 93,5%
28 CSFB 91,7 0,7% 12.668,5 94,2%
29 ALFA 63,8 0,5% 12.732,4 94,6%
30 BANRISUL 60,6 0,5% 12.793,0 95,1%
31 SUL AMERICA 59,2 0,4% 12.852,2 95,5%
32 GERACAO 56,4 0,4% 12.908,6 96,0%
33 ECONOTECH 52,5 0,4% 12.961,1 96,3%
34 MAXIMA ASSET 51,3 0,4% 13.012,4 96,7%
35 PACTUAL 45,8 0,3% 13.058,2 97,1%
36 CEF 38,1 0,3% 13.096,3 97,3%
37 GWI 35,3 0,3% 13.131,5 97,6%
38 MERCATTO 32,5 0,2% 13.164,1 97,9%
39 PAVARINI 27,7 0,2% 13.191,7 98,1%
40 CREDIT LYONNAIS 26,8 0,2% 13.218,6 98,3%
23
continuação da tabela 2
Tabela 2 - Instituições Analisadas
Elaboração: Autor
Como podemos observar, a amostra final ficou com um patrimônio líquido acumulado de R$
13,5 bilhões distribuídos por 77 gestores e 308 fundos.
Instituição Financeira
Patrimônio
Líquido
R$ Milhões
Participação
no Total
Patrimônio
Líquido
Acumulado
R$ Milhões
Participação
Acumulada
no Total
41 TATICA 20,5 0,2% 13.239,0 98,4%
42 BNP 20,3 0,2% 13.259,4 98,6%
43 ICATU HARTFORD 16,3 0,1% 13.275,7 98,7%
44 RIO BRAVO 14,2 0,1% 13.289,9 98,8%
45 FIDUCIA 11,7 0,1% 13.301,6 98,9%
46 VOTORANTIM 11,4 0,1% 13.313,0 99,0%
47 COMERCIAL 10,8 0,1% 13.323,9 99,0%
48 PILLA 10,8 0,1% 13.334,7 99,1%
49 BRESSER 10,3 0,1% 13.345,0 99,2%
50 PRIME 8,8 0,1% 13.353,8 99,3%
51 MAGLIANO 8,4 0,1% 13.362,2 99,3%
52 PROSPER 7,5 0,1% 13.369,7 99,4%
53 PAM 7,1 0,1% 13.376,8 99,4%
54 CONCORDIA 6,9 0,1% 13.383,7 99,5%
55 AAA 6,7 0,0% 13.390,4 99,5%
56 BRB 6,4 0,0% 13.396,8 99,6%
57 BOREAL 6,4 0,0% 13.403,2 99,6%
58 FOCUS 5,8 0,0% 13.408,9 99,7%
59 MERCANTIL 5,2 0,0% 13.414,2 99,7%
60 BESC 4,8 0,0% 13.418,9 99,7%
61 ATRIUM 3,7 0,0% 13.422,6 99,8%
62 QUESTUS 3,6 0,0% 13.426,2 99,8%
63 GLOBALVEST 3,3 0,0% 13.429,5 99,8%
64 ELITE 3,1 0,0% 13.432,6 99,8%
65 BOUTIQUE DE INVEST. 3,0 0,0% 13.435,6 99,9%
66 SLW 2,7 0,0% 13.438,3 99,9%
67 MODAL 2,7 0,0% 13.441,0 99,9%
68 FIBRA 2,2 0,0% 13.443,2 99,9%
69 NORDESTE 1,9 0,0% 13.445,1 99,9%
70 TITULO 1,8 0,0% 13.446,9 100,0%
71 BES 1,5 0,0% 13.448,4 100,0%
72 SOCOPA 1,4 0,0% 13.449,8 100,0%
73 BANESTES 1,4 0,0% 13.451,2 100,0%
74 QUEST 0,6 0,0% 13.451,9 100,0%
75 WESTLB 0,5 0,0% 13.452,4 100,0%
76 SANTA FE 0,4 0,0% 13.452,8 100,0%
77 SCHAHIN 0,2 0,0% 13.453,0 100,0%
24
Para definirmos quais gestores seriam contatados para responder o questionário, e devido a
dificuldade em acessar todos os gestores da amostra, utilizamos como linha de corte 80% do
patrimônio líquido acumulado, o que resultou na seleção das 15 maiores instituições.
3.3 REPRESENTATIVIDADE DA AMOSTRA COM BASE NO PERFIL DOS
INVESTIDORES NA BOVESPA
A Bovespa, Bolsa de Valores de São Paulo, divulga diariamente o volume negociado subdivido
por tipos de investidores. Realizamos uma pesquisa junto a Bolsa para verificarmos a
participação dos fundos de ações no volume negociado em 2005. A tabela que segue apresenta o
resumo dos resultados encontrados:
Tabela 3 - Participação dos Investidores na Bovespa
Fonte: Bovespa
Elaboração: Autor
(1) somatório do volume de compra com o venda
Tipos de Investidores
Volume 2005
Mercado à Vista
R$ milhões (1)
Média Diária
Mercado à Vista
R$ milhões (1)
Participação
no Total
Pessoas Físicas
Investidores Individuais 139.830,3 557,1 20,9%
Clubes de Investimento 14.449,0 57,6 2,2%
Total 154.279,3 614,7 23,1%
Institucionais
Companhias Seguradoras 1.425,7 5,7 0,2%
Fundos de Pensão e de Seguridade 20.651,2 82,3 3,1%
Fundos Mútuos 163.641,2 652,0 24,5%
Total 185.718,1 739,9 27,8%
Investidores Estrangeiros 242.851,9 967,5 36,4%
Empresas Públicas e Privadas 10.255,1 40,9 1,5%
Instituições Financeiras
Banco Com. e Múltiplos, Soc. Finanaceiras. 45.466,4 181,1 6,8%
Bancos de Investimentos., DTVM e Corretoras 28.469,4 113,4 4,3%
Total 73.935,8 294,6 11,1%
Outros 979,8 3,9 0,1%
Total Geral 668.020,0 2.661,4 100,0%
25
Podemos perceber 3 grandes grupos de investidores na Bovespa: investidores individuais, fundos
mútuos e investidores estrangeiros com 20,9%, 24,5% e 36,4% respectivamente. Destacamos que
os fundos de investimento em ações estão incluídos no grupo fundos tuos, contudo, não foi
possível verificar a participação destes nesta classe.
Ainda assim, mesmo que de forma intuitiva, podemos concluir que os gestores de fundos de
investimento em ações têm papel importante na formação de preços dos ativos de mercado.
26
4 ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
Neste capítulo iremos apresentar as perguntas que fazem parte do questionário e discutir o
propósito de cada uma delas. De forma geral, estaremos buscando identificar as preferências e o
nível de aversão ao risco dos gestores.
4.1 IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL DOS GESTORES
Pergunta 1 - Como você classifica o perfil predominante dos fundos sob sua gestão?
( ) Indexado Ativo
( ) Orientado a Valor
( ) Outro (Favor Especificar _______________)
Esta pergunta tem como objetivo definir o perfil dos gestores. Esta segregação será útil para
compararmos a aversão ao risco dos dois perfis previamente selecionados: gestores de fundos
orientados a valor, normalmente sem um índice de referência, devem ser mais propensos ao risco
do que os gestores de fundos indexados ativos. Quando a referência de um gestor é buscar ativos
de valor intrínseco elevado, provavelmente estes ativos também vão apresentar maior risco.
27
4.2 RETORNO ABSOLUTO COM BASE NO PERFIL DE GESTÃO
Pergunta 2 - Com base em sua experiência, fundos cuja gestão é orientada a valor devem
apresentar que tipo de performance em relação a fundos indexados ativos?
( ) Muito superior (maior do que 5% ao ano)
( ) Superior (entre 2% e 5% ao ano)
( ) Próxima (entre 2% e menos 2% ao ano)
( ) Inferior (entre menos 2% e menos 5% ao ano)
( ) Muito inferior (menor do que 5% ao ano)
Diversos estudos quantitativos mostram evidências de que o retorno de fundos cuja gestão é
orientada a valor é significativamente maior do que o retorno de fundos indexados ativos ao
longo do tempo. Com base nesta hipótese, esta pergunta, tem dois objetivos: o primeiro é
verificar se os gestores profissionais crêem nesta hipótese; o segundo é verificar a propensão a
risco do gestor, sem perguntá-lo diretamente sobre seu perfil de risco.
4.3 AVERSÃO AO RISCO
Conforme mencionado anteriormente, gestores de fundos orientados a valor devem buscar ativos
de valor intrínseco elevado para compor suas carteiras, enquanto gestores de fundos indexados
ativos devem escolher ativos que busquem rentabilizar suas carteiras respeitando o risco
agregado do fundo.
Criamos três perguntas com o intuito de verificar se isso ocorre de fato quando os gestores
formam suas crenças no processo decisório. Elas tem por objetivo avaliar a aversão ao risco
frente ao retorno esperado de um investimento. A Pergunta 3 é realizada de forma direta. Na
Pergunta 4 incorporamos a variável tempo, para verificarmos a atitude do gestor em um ambiente
28
de investimento de longo prazo. Por fim, a Pergunta 6 prevê uma relação de risco frente ao
retorno esperado desfavorável em uma das opções, porém com um retorno absoluto maior.
Pergunta 3 - Ao tomar uma decisão de investimento, o que vem primeiro em sua mente?
( ) Risco e possibilidade de perda
( ) Retorno esperado
Pergunta 4 - Supondo riscos compatíveis com os retornos esperados, em qual carteira de
ativos você investiria caso sua aplicação pudesse ser resgatada somente após 5 anos?
( ) expectativa de retorno pouco acima da média de mercado
( ) expectativa de retorno bem acima da média de mercado
Pergunta 6 - Supondo o risco (medido pelo desvio padrão) e o retorno esperado de duas
carteiras de ações, em qual delas você investiria se tivesse que escolher apenas uma?
Retorno
Esperado (%)
Risco
Esperado(%)
( ) Carteira 1 2 1
( ) Carteira 2 10 6
4.4 FERRAMENTAS UTILIZADAS NO PROCESSO DECISÓRIO
Pergunta 5 - Favor atribuir o grau de importância no processo decisório para escolha dos
ativos que compõem os fundos sob sua gestão, utilizando os números de 1 (pouco
importante) a 10 (muito importante). Favor não ordenar.
( ) cenário macroeconômico
( ) dividend yield (retorno percentual do dividendo de um determinado ano frente ao valor
de mercado da empresa)
( ) expectativa de crescimento na geração de caixa
( ) expectativa de resultados em relação ao projetado pelo mercado
( ) free cash flow yield (retorno percentual do fluxo de caixa de um determinado ano frente
ao valor de mercado da empresa)
( ) governança corporativa
( ) liquidez em bolsa
( ) métodos quantitativos
( ) notícias pontuais específicas da empresa ou do setor
( ) potencial de valorização por DCF (DFC -Discounted Cash Flow ou Fluxo de Caixa
Descontado)
( ) potencial de valorização por múltiplos
( ) situação técnica / gráfica
29
Esta pergunta visa identificar a importância, na formulação de uma estratégia de investimento, de
diversas ferramentas e metodologias de análise.
4.5 EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL E IDADE
Buscaremos verificar se a idade ou a experiência do gestor interfere na maneira em que ele forma
suas crenças e preferências. Além disso, perguntamos de forma direta se o gestor acredita que a
experiência adquirida mudou seu comportamento ao longo do tempo (Pergunta 9).
Pergunta 7 - Há quanto tempo exerce a atividade de gestão de recursos?
Pergunta 8 - Faixa etária?
Pergunta 9 - Há 5 anos atrás, você acredita que suas respostas seriam as mesmas?
( ) Sim
( ) Não
30
5 RESULTADOS OBTIDOS
O questionário foi enviado no dia 27 de abril de 2006 aos gestores identificados no Capítulo 3.
Finalizamos o prazo de devolução no dia 26 de maio com 13 dos 15 questionários respondidos,
representado 73,1% do patrimônio líquido acumulado a amostra de fundos analisada.
Neste capítulo, analisaremos os resultados obtidos e buscaremos identificar correlações entre os
diferentes perfis de gestão e a aversão ao risco dos gestores. Nas análises estatísticas, estaremos
realizando regressões com 11 graus de liberdade, pois:
t = n - k
onde, t = graus de liberdade, n = 13 questionários respondidos e k = 2 parâmetros a estimar.
Dessa forma, t(0,01 , 11) = -2,7181 desvios padrão e t(0,05 , 11) = -1,7959 desvio padrão.
Apresentamos a seguir o quadro com o resumo das respostas recebidas:
31
Quadro 1 - Resumo das Respostas dos Questionários
Elaboração: Autor
Indexado Ativo X X X X X X X
Orientado a Valor X X X X X X
Muito superior (maior do que 5% ao ano) X X X X X
Superior (entre 2% e 5% ao ano) X X X X X X X X
Risco e possibilidade de perda X X
Retorno esperado X X X X X X X X X X X
expectativa de retorno pouco acima da média de mercado X X X
expectativa de retorno bem acima da média de mercado X X X X X X X X X X
Carteira 1 (retorno esperado = 2 e risco esperado = 1) X X X X X
Carteira 1 (retorno esperado = 10 e risco esperado = 6) X X X X X X X X
Menos de 5 anos X X X X X X
Entre 6 e 10 anos X X X
Entre 11 e 20 anos X X X
Mais de 21 anos X
Menos de 30 anos X X X X X
Entre 31 e 40 anos X X X X
Entre 41 e 50 anos X X X
Mais de 50 anos X
Sim X X X X X X X
Não X X X X X X
governança corporativa 5 9 4 8 9 8 8 9 10 10 10 10 2
potencial de valorização por DCF 10 5 5 10 10 10 9 8 7 8 10 5 2
expectativa de crescimento na geração de caixa 9 3 8 8 7 9 6 8 8 9 10 5 2
cenário macroeconômico 2 2 10 9 10 4 8 4 10 8 10 10 2
expectativa de resultados em relação ao projetado pelo mercado 7 4 3 6 10 6 7 7 5 7 10 10 6
potencial de valorização por múltiplos 4 6 7 9 10 6 8 6 5 5 10 5 2
dividend yield 8 8 7 6 7 6 2 3 5 7 10 5 6
free cash flow yield 6 7 1 8 10 9 3 7 8 7 1 5 6
liquidez em bolsa 3 1 3 5 7 5 7 4 7 7 10 5 8
notícias pontuais específicas da empresa ou do setor 1 10 5 6 9 4 8 4 6 4 1 10 4
situação técnica / gráfica 1 1 7 1 7 4 4 2 8 4 1 1 8
métodos quantitativos 1 1 3 1 6 1 1 3 1 6 1 5 8
Pergunta 5 -Favor atribuir o grau de importância no processo decisório para escolha dos ativos que compõem os fundos sob sua
gestão, utilizando os números de 1 (pouco importante) a 10 (muito importante). Favor não ordenar.
Pergunta 1 - Como você classifica o perfil predominante dos fundos sob sua gestão?
Pergunta 2 - Com base em sua experiência, fundos cuja gestão é orientada a valor devem apresentar que tipo de performance em
relação a fundos indexados ativos?
Pergunta 3 - Ao tomar uma decisão de investimento, o que vem primeiro em sua mente?
Pergunta 6 - Supondo o risco (medido pelo desvio padrão) e o retorno esperado de duas carteiras de ações, em qual delas você
investiria se tivesse que escolher apenas uma?
Pergunta 7 - Há quanto tempo exerce a atividade de gestão de recursos?
Pergunta 8 - Faixa etária?
Pergunta 9 - Há 5 anos atrás, você acredita que suas respostas seriam as mesmas?
Pergunta 4 - Supondo riscos compatíveis com os retornos esperados, em qual carteira de ativos você investiria caso sua aplicação
pudesse ser resgatada somente após 5 anos?
32
5.1 RELAÇÃO ENTRE O PERFIL DOS GESTORES (PERGUNTA 1) E O RETORNO
ABSOLUTO COM BASE NO PERFIL DE GESTÃO (PERGUNTA 2)
Ao estimarmos esta equação percebemos que podemos rejeitar a hipótese de o coeficiente da
variável independente ser igual a zero, ou seja, podemos explicar estatisticamente a relação entre
as variáveis.
Regressão 1
Elaboração: Autor
Conforme mencionado anteriormente, diversos estudos mostram evidências de que o retorno de
fundos cuja gestão é orientada a valor é significativamente maior do que o retorno de fundos
indexados ativos. Percebemos que os gestores de fundos orientados a valor acreditam que o
retorno dos fundos geridos por eles mesmos serão significativamente superior aos fundos
indexados ativos, enquanto os gestores de fundos indexados acreditam que os fundos de valor
sejam apenas superior.
Atribuímos este resultado a dois fatores: primeiro, os gestores podem ter sido influenciados a
responderem em benefício de sua especialidade; segundo, os gestores de fundos orientados a
LS // Dependent Variable is PERFIL
Date: 05/29/06 Time: 18:58
Sample: 1 13
Included observations: 13
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
RETVALXIND -0.550000 0.260681 -2.109.859 0.0586
C 0.800000 0.204495 3.912.077 0.0024
R-squared 0.288095 Mean dependent var 0.461538
Adjusted R-squared 0.223377 S.D. dependent var 0.518875
S.E. of regression 0.457265 Akaike info criterion -1.424.348
Sum squared resid 2.300.000 Schwarz criterion -1.337.433
Log likelihood -7.187.939 F-statistic 4.451.505
Durbin-Watson stat 1.835.870 Prob(F-statistic) 0.058591
33
valor revelam-se mais propensos ao risco do que gestores de fundos indexados ativos, tendo em
vista a crença daqueles por retornos maiores.
5.2 RELAÇÃO ENTRE O PERFIL DOS GESTORES (PERGUNTA 1) E A PREFERÊNCIA
POR RISCO OU RETORNO NA TOMADA DE DECISÃO (PERGUNTA 3)
Ao estimarmos esta equação percebemos que não podemos rejeitar a hipótese de o coeficiente da
variável independente ser igual a zero, ou seja, não podemos explicar estatisticamente a relação
entre as variáveis.
Regressão 2
Elaboração: Autor
Esta pergunta tinha como objetivo verificar a aversão ao risco do gestor quando perguntado de
forma direta, e se a aversão ao risco seria diferente entre os diferentes perfis de gestão.
Observamos que a grande maioria dos gestores (11 em 13) pensa primeiro em retorno esperado
do que no risco esperado ao tomar uma decisão de investimento.
A principal função do gestor de ações é buscar rentabilidade diferenciada e existem profissionais
especialistas em controle de risco dos investimentos. É intuitivo que o retorno esperado é função
LS // Dependent Variable is PERFIL
Date: 05/29/06 Time: 19:00
Sample: 1 13
Included observations: 13
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
RISXRETM -0.045455 0.416372 -0.109168 0.9150
C 0.500000 0.383007 1.305.460 0.2184
R-squared 0.001082 Mean dependent var 0.461538
Adjusted R-squared -0.089728 S.D. dependent var 0.518875
S.E. of regression 0.541653 Akaike info criterion -1.085.620
Sum squared resid 3.227.273 Schwarz criterion -0.998704
Log likelihood -9.389.673 F-statistic 0.011918
Durbin-Watson stat 2.143.406 Prob(F-statistic) 0.915035
34
do risco que está associado ao investimento, mas acreditamos que o resultado desta regressão
deve-se ao fato de o gestor de ações profissional ter em mente que sua função é buscar
rentabilidade. Desta forma, não foi possível determinar a aversão ao risco e nem se a aversão ao
risco seria diferente entre os diferentes perfis de gestão, com base nesta pergunta.
5.3 RELAÇÃO ENTRE O PERFIL DOS GESTORES (PERGUNTA 1) E A
EXPECTATIVA DE RETORNO NO LONGO PRAZO (PERGUNTA 4)
Ao estimarmos esta equação percebemos que podemos rejeitar a hipótese de o coeficiente da
variável independente ser igual a zero, ou seja, podemos explicar estatisticamente a relação entre
as variáveis.
Regressão 3
Elaboração: Autor
A Pergunta 4 tinha como objetivo verificar a aversão ao risco do gestor em uma situação de
investimento de longo prazo e se a aversão ao risco seria diferente entre os diferentes perfis de
gestão.
LS // Dependent Variable is PERFIL
Date: 05/29/06 Time: 19:02
Sample: 1 13
Included observations: 13
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
RETLP 0.600000 0.307482 1.951.331 0.0769
C 2.96E-16 0.269680 1.10E-15 10.000
R-squared 0.257143 Mean dependent var 0.461538
Adjusted R-squared 0.189610 S.D. dependent var 0.518875
S.E. of regression 0.467099 Akaike info criterion -1.381.788
Sum squared resid 2.400.000 Schwarz criterion -1.294.873
Log likelihood -7.464.576 F-statistic 3.807.692
Durbin-Watson stat 1.166.667 Prob(F-statistic) 0.076943
35
Verificamos nas respostas obtidas que todos os gestores de fundos orientados a valor m
preferência por investimentos de alto retorno e risco no longo prazo pois estão acostumados com
esse tipo de gestão. o outro grupo fica divido, mostrando maior aversão ao risco por parte dos
gestores de fundos indexados ativos.
5.4 RELAÇÃO ENTRE O PERFIL DOS GESTORES (PERGUNTA 1) E A PREFERÊNCIA
POR CARTEIRAS COM RELAÇÃO RISCO X RETORNO DIFERENTE (PERGUNTA 6)
Ao estimarmos esta equação percebemos que não podemos rejeitar a hipótese de o coeficiente da
variável independente ser igual a zero, ou seja, não podemos explicar estatisticamente a relação
entre as variáveis.
Regressão 4
Elaboração: Autor
A Pergunta 6 prevê uma relação de risco frente ao retorno esperado desfavorável em uma das
alternativas de resposta, porém com um retorno absoluto maior. Desta forma, o gestor poderia
optar por uma das carteiras: caso optasse pela carteira de maior retorno absoluto, seria uma
LS // Dependent Variable is PERFIL
Date: 05/29/06 Time: 19:07
Sample: 1 13
Included observations: 13
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
RISXRETS 0.425000 0.281130 1.511.756 0.1588
C 0.200000 0.220537 0.906879 0.3839
R-squared 0.172024 Mean dependent var 0.461538
Adjusted R-squared 0.096753 S.D. dependent var 0.518875
S.E. of regression 0.493135 Akaike info criterion -1.273.308
Sum squared resid 2.675.000 Schwarz criterion -1.186.392
Log likelihood -8.169.701 F-statistic 2.285.406
Durbin-Watson stat 2.001.168 Prob(F-statistic) 0.158780
36
indicação de que ele seria mais propenso ao risco, até mesmo porque, além de o risco absoluto ser
maior, a relação entre o risco e o retorno esperado é desfavorável.
Muito embora a regressão não tenha sido satisfatória, o resultado das respostas da Pergunta 6 -
quase unânime para a carteira de maior retorno para os gestores de fundos orientados a valor e
dividida no outro perfil de gestão - foi muito parecido com o da Pergunta 4, sinalizando, ainda
que de forma intuitiva, que os gestores de fundos orientados a valor são mais propensos ao risco
do que os gestores de fundos indexados.
5.5 RELAÇÃO ENTRE IDADE (PERGUNTA 8) E EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
(PERGUNTA 7)
Ao estimarmos esta equação percebemos que podemos rejeitar a hipótese de o coeficiente da
variável independente ser igual a zero, ou seja, podemos explicar estatisticamente a relação entre
as variáveis.
Regressão 5
Elaboração: Autor
LS // Dependent Variable is IDADE
Date: 05/29/06 Time: 19:08
Sample: 1 13
Included observations: 13
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
EXPER 0.851190 0.136197 6.249.695 0.0001
C 0.214286 0.185055 1.157.954 0.2714
R-squared 0.780258 Mean dependent var 1.000.000
Adjusted R-squared 0.760281 S.D. dependent var 1.000.000
S.E. of regression 0.489611 Akaike info criterion -1.287.651
Sum squared resid 2.636.905 Schwarz criterion -1.200.736
Log likelihood -8.076.467 F-statistic 3.905.869
Durbin-Watson stat 2.871.614 Prob(F-statistic) 0.000063
37
Podemos perceber que a experiência profissional é uma boa referência para a idade. Dessa forma
utilizaremos a experiência profissional para as análises que relacionem idade e experiência.
5.6 RELAÇÃO ENTRE EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL (PERGUNTA 7) E O
COMPORTAMENTO DO GESTOR AO LONGO DO TEMPO (PERGUNTA 9)
Ao estimarmos esta equação percebemos que podemos rejeitar a hipótese de o coeficiente da
variável independente ser igual a zero, ou seja, podemos explicar estatisticamente a relação entre
as variáveis.
Regressão 6
Elaboração: Autor
A Pergunta 9 tinha como objetivo questionar, de forma direta, se o gestor acredita que a sua
experiência mudou suas crenças e preferências ao longo do tempo.
O resultado obtido nos remete a inferir que o gestor que tem pouca experiência responderia de
forma diferente se fosse questionado no passado, provavelmente porque ainda não consolidou
suas crenças sobre sua aversão ao risco. o gestor com mais experiência definiu seu perfil de
risco, já consolidou suas crenças.
LS // Dependent Variable is EXPER
Date: 05/29/06 Time: 19:11
Sample: 1 13
Included observations: 13
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
MUDOU -1.404.762 0.429232 -3.272.731 0.0074
C 1.571.429 0.291606 5.388.877 0.0002
R-squared 0.493339 Mean dependent var 0.923077
Adjusted R-squared 0.447279 S.D. dependent var 1.037.749
S.E. of regression 0.771517 Akaike info criterion -0.378156
Sum squared resid 6.547.619 Schwarz criterion -0.291240
Log likelihood -1.398.819 F-statistic 1.071.077
Durbin-Watson stat 1.536.883 Prob(F-statistic) 0.007429
38
5.7 ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS E METODOLOGIAS DE
ANÁLISE NA FORMAÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTO (PERGUNTA 5)
A Pergunta 5 visa identificar a importância, na formação de uma estratégia de investimento, de
diversas ferramentas e metodologias de análise. Além disso, confrontar as respostas dos gestores
de fundos orientados a valor e dos gestores dos fundos indexados ativos.
Não realizamos uma análise estatística. Tomamos a média das respostas para cada uma das
ferramentas e metodologias, separadamente para o grupo de gestão orientada a valor e gestão
indexada ativa, e da média geral. Verificamos, então, a diferença entre as posições no ranking,
em busca de divergências entre os dois grupos de gestão:
Tabela 4 - Média das Notas dos Questionários e a Respectiva Ordem das Notas
Elaboração: Autor
a) Situação técnica / gráfica e métodos quantitativos: estas duas metodologias foram as únicas
onde houve unanimidade entre os gestores. O resultado mostrou que elas são as menos
importantes no processo decisório para os dois grupos analisados.
Diferença
na Posição
Nota Posição Nota
Posição
(A)
Nota
Posição
(B)
|(A)-(B)|
cenário macroeconômico 6,8 4 6,2 7 7,4 2 5
expectativa de resultados em relação ao projetado 6,8 5 6,0 8 7,4 3 5
liquidez em bolsa 5,5 9 4,0 10 6,9 6 4
potencial de valorização por DCF 7,6 2 8,3 1 7,0 4 3
expectativa de crescimento na geração de caixa 7,1 3 7,3 2 6,9 5 3
potencial de valorização por ltiplos 6,4 6 7,0 4 5,9 7 3
dividend yield 6,2 7 7,0 5 5,4 8 3
free cash flow yield 6,0 8 6,8 6 5,3 9 3
governança corporativa 7,8 1 7,2 3 8,4 1 2
notícias pontuais específicas da empresa ou do setor
5,5 10 5,8
9
5,3
10 1
situação técnica / gráfica
3,8 11 3,5
11
4,0
11 0
métodos quantitativos 2,9 12 2,2 12 3,6 12 0
Todas as
Respostas
Orientado a Valor
Indexado Ativo
Ferramentas e Metodologias
39
b) Potencial de valorização por DCF (fluxo de caixa descontado): é a metodologia mais
importante para a gestão orientada a valor, e é a mais importante para a gestão indexada.
Atribuímos este resultado ao fato de o DCF ser a base de um investimento cuja gestão é
orientada a valor, não sendo tão importante para a rentabilidade de uma carteira em um prazo
mais curto, característica de uma carteira indexada ativa.
c) Cenário macroeconômico e expectativa de resultado em relação ao projetado: esses dois
fatores foram os que apresentaram a maior divergência entre os perfis de gestão. Ambos são
mais importantes para a gestão de fundos indexados ativos. Acreditamos que essa diferença
possa ser justificada pelo fato de a gestão orientada a valor ter o foco de investimentos
voltado para o longo prazo, e desta forma, não deva dar tanta importância a mudanças
macroeconômicas, como uma apreciação cambial momentânea, ou a divulgação do resultado
trimestral de uma empresa pois essas informações não devem afetar o racional de
investimento de uma estratégia de longo prazo. Contudo, sabemos que as cotações das
empresas no mercado oscilam ao sabor destes eventos e os gestores de fundos indexados
ativos aproveitam-se desta volatilidade para buscar rentabilidade diferenciada.
d) Liquidez em bolsa: apresenta pouca importância na gestão orientada a valor, porém deve ser
considerada na gestão indexada, provavelmente porque um ativo com pouca liquidez gera
uma distorção em seu valor de mercado em relação ao seu preço justo, tendo e vista o
desconto aplicado pelo mercado a empresas com baixa liquidez. Esta característica acaba
gerando uma oportunidade para a gestão orientada a valor, enquanto a gestão indexada ativa
deve precaver-se dos resgates inesperados, mais comuns neste tipo de fundo.
40
e) Governança Corporativa: este foi o item que obteve a maior nota na média geral e no grupo
de gestores de fundos indexados ativos. Não é surpresa que um item tão importante apareça
nesse lugar de destaque: ele resume a grande maioria das características apresentadas nesta
pergunta. Uma empresa que tenha boas práticas de governança corporativa provavelmente
apresentará boa liquidez, não surpreenderá seus investidores na divulgação de resultados,
aproveitará as oportunidades do cenário macroeconômico para crescer de forma sustentada e
respeitará os acionistas minoritários.
41
6 CONCLUSÃO
Nesta dissertação foram discutidas as evidencias exploradas pela teoria de behavioral finance
num grupo de gestores de fundos de investimento em ações brasileiros. Par tal efeito foi
desenvolvido um questionário que nos permitiu encontrar diferente aversão ao risco entre os
gestores de fundos de ações orientados a valor e os de fundos indexados ativos, e como estes
gestores podem utilizar ferramentas diferentes em seus processos decisórios de investimento.
Este tipo de abordagem usando questionários para acessar o risco dos investidores é muito
comum nas instituições financeiras, principalmente para oferecer produtos específicos para
clientes com diferentes níveis de aversão ao risco, mais sua relevância e eficácia ainda é muito
discutida (Souza 2005).
Outro ponto importante é a indicação de que as crenças e preferências de gestores profissionais
pode mudar ao longo do tempo, em função de maior ou menor experiência profissional.
42
Questionários, como o que foi apresentado nesta dissertação, podem ajudar a capturar
informações sobre o comportamento dos gestores, e podem evidenciar diversas inconsistências
compatíveis com certa racionalidade limitada. Para chegarmos a conclusões mais fortes seria
necessário fazer experimentos com um grupo maior de gestores.
Embora a formalização das conclusões discutidas neste trabalho tenham sido elaboradas
utilizando ferramentas estatísticas, muitas evidencias foram exaustivamente discutidas tomando
como base a análise de tabelas que relacionavam os diferentes perfis de gestão e as respostas de
cada um dos gestores, ou seja, uma análise qualitativa. A análise destas tabelas, aliada a
experiência prática da equipe que participou direta ou indiretamente da elaboração desta
dissertação, foi determinante para validar as conclusões estatísticas encontradas.
A análise do perfil de comportamento do gestor de fundos de ações, realizada nesta dissertação,
poderá ser útil a investidores interessados em aperfeiçoar suas técnicas de gestão de recursos,
pois, com base nas evidências discutidas neste trabalho, poderá traçar suas estratégias ciente de
como uma parte dos agentes de mercado formam suas opiniões e suas posições de investimento.
43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBERIS, Nicholas & THALES Richard (2002). “A Survey of Behavioral Finance”. NBER
Working Paper Nº 9222
BONOMO, TORRES e FERNANDES (2002). “A Aleatoriedade do Passeio na Bovespa:
Testando a Eficiência do Mercado Acionário Brasileiro”. Rev. Bras. Econ., Apr./June 2002,
vol.56, no.2, p.199-247.
COVAL & SHUMWAY (2005). “Do Behavioral Biases Affect Prices?”. The Journal of Finance
Volume 60 Page 1 - February 2005
FAMA, E. (1970). “Efficient capital markets: a review of theory and empirical work”. Journal of
Finance, American Finance Association, vol. 25(2), pages 383-417, May.
HAIGH & LIST (2005). “Do Professional Traders Exhibit Myopic Loss Aversion? An
Experimental Analysis”. The Journal of Finance Volume 60 Page 523 - February 2005
SOUZA, Camila (2005). “Avaliando Questionários de Risco e o Comportamento do Investidor
Sobre a Ótica de Behavioral Finance”. FGV - Agosto 2005
44
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO
45
AVALIANDO O COMPORTAMENTO DO GESTOR ESPECIALISTA EM AÇÕES SOB
A ÓTICA DE BEHAVIORAL FINANCE
Caro Gestor,
Trabalho na Eletros (Fundação Eletrobrás) e tenho como atividades principais a análise de
empresas e gestão da carteira de renda variável. Minha “escola” sempre foi a de análise
fundamentalista, que considero a mais eficiente na gestão de uma carteira no longo prazo.
Contudo, diversas vezes me deparei com ativos de alto valor fundamentalista que não obtiveram
performance atrativa, ainda que com o passar do tempo verificasse que os fundamentos estavam
corretos.
Nesse contexto, decidi analisar este comportamento em minha dissertação de mestrado (Ibmec) e
para isso envio um questionário que tem como objetivo realizar uma pesquisa junto aos gestores
de fundos de ações ativos.
Estarei realizando esta pesquisa com base na teoria de behavioral finance, que estuda o aspecto
psicológico dos investidores quando formam suas crenças e preferências. A teoria moderna de
carteira destaca a importância das preferências do investidor em particular a impaciência e
aversão ao risco que influenciam na decisão por carteiras ótimas. Ressalto que o objetivo deste
trabalho não é de modelar o comportamento de um agente de mercado, e que não existe resposta
certa ou errada para as perguntas do questionário.
Suas respostas são confidenciais, serão analisadas em conjunto com as demais, e os resultados
serão divulgados apenas de forma consolidada.
Desde já agradeço sua colaboração e me coloco a disposição para discussão dos resultados
obtidos.
Muito obrigado,
Alexandre Ulm de Freitas
21 3806-4725
OBS: Os questionários podem ser devolvidos por e-mail para [email protected]
(preferencialmente) ou por fax para 21 2509-5111 aos cuidados de Alexandre.
46
AVALIANDO O COMPORTAMENTO DO GESTOR ESPECIALISTA EM AÇÕES SOB
A ÓTICA DE BEHAVIORAL FINANCE
1) Como você classifica o perfil predominante dos fundos sob sua gestão?
( ) Indexado Ativo
( ) Orientado a Valor
( ) Outro (Favor Especificar _______________)
2) Com base em sua experiência, fundos cuja gestão é orientada a valor devem apresentar que
tipo de performance em relação a fundos indexados ativos?
( ) Muito superior (maior do que 5% ao ano)
( ) Superior (entre 2% e 5% ao ano)
( ) Próxima (entre 2% e menos 2% ao ano)
( ) Inferior (entre menos 2% e menos 5% ao ano)
( ) Muito inferior (menor do que 5% ao ano)
3) Ao tomar uma decisão de investimento, o que vem primeiro em sua mente?
( ) Risco e possibilidade de perda
( ) Retorno esperado
4) Supondo riscos compatíveis com os retornos esperados, em qual carteira de ativos você
investiria caso sua aplicação pudesse ser resgatada somente após 5 anos?
( ) expectativa de retorno pouco acima da média de mercado
( ) expectativa de retorno bem acima da média de mercado
5) Favor atribuir o grau de importância no processo decisório para escolha dos ativos que
compõem os fundos sob sua gestão, utilizando os números de 1 (pouco importante) a 10
(muito importante). Favor não ordenar.
( ) cenário macroeconômico
( ) dividend yield
( ) expectativa de crescimento na geração de caixa
( ) expectativa de resultados em relação ao projetado pelo mercado
( ) free cash flow yield
( ) governança corporativa
( ) liquidez em bolsa
( ) métodos quantitativos
( ) notícias pontuais específicas da empresa ou do setor
( ) potencial de valorização por DCF
( ) potencial de valorização por múltiplos
( ) situação técnica / gráfica
47
6) Supondo o risco (medido pelo desvio padrão) e o retorno esperado de duas carteiras de ações,
em qual delas você investiria se tivesse que escolher apenas uma?
Retorno
Esperado (%)
Risco
Esperado(%)
( ) Carteira 1 2 1
( ) Carteira 2 10 6
7) Há quanto tempo exerce a atividade de gestão de recursos?
( ) Menos de 5 anos
( ) Entre 6 e 10 anos
( ) Entre 11 e 20 anos
( ) Mais de 21 anos
8) Faixa etária?
( ) Menos de 30 anos
( ) Entre 31 e 40 anos
( ) Entre 41 e 50 anos
( ) Mais de 50 anos
9) Há 5 anos atrás, você acredita que suas respostas seriam as mesmas?
( ) Sim
( ) Não
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