Download PDF
ads:
AVALIAÇÃO DE MODELOS EMPÍRICOS
PARA ESTIMATIVA DAS PERDAS DE ÁGUA
POR EVAPORAÇÃO E ARRASTE EM
SISTEMAS DE ASPERSÃO CONVENCIONAL
SAMUEL BESKOW
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
SAMUEL BESKOW
AVALIAÇÃO DE MODELOS EMPÍRICOS PARA ESTIMATIVA DAS
PERDAS DE ÁGUA POR EVAPORAÇÃO E ARRASTE EM SISTEMAS
DE ASPERSÃO CONVENCIONAL
Dissertação apresentada à Universidade Federal de
Lavras como parte das exigências do Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, área de
concentração em Irrigação e Drenagem, para a
obtenção do título de “Mestre”.
Orientadores:
Dr. Alberto Colombo (Orientador)
Dr. Geraldo Magela Pereira (Co-orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2006
ads:
Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Beskow, Samuel
Avaliação de modelos empíricos para estimativa das perdas de água por
evaporação e arraste na aspersão convencional / Samuel Beskow. -- Lavras :
UFLA, 2006.
94 p. : il.
Orientador: Alberto Colombo.
Dissertação (Mestrado) - UFLA.
Bibliografia.
1. Irrigação por aspersão. 2. Perdas de água. 3. Simulação. I. Universidade
Federal de Lavras. II. Título.
CDD-631.587
À minha esposa, Daniele, pelo amor e compreensão.
Aos meus pais, Gílson e Maria, pela educação e ensinamentos recebidos.
Aos meus irmãos, Michel e Raquel, e aos meus avós, Zilda, Ernesto (in
memoriam), Lili e Udo (in memoriam), pelo incentivo e amizade.
Aos meus sobrinhos, Pedro Henrique, João Antônio e Valentina, pela inspiração
e carinho.
OFEREÇO
À professora e amiga Angela Pinto Maestrini que, com sua dedicação e
profissionalismo ao ramo da Hidráulica, estimulou-me a trabalhar nesta área.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Lavras, por intermédio do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Agrícola, pela oportunidade de realização do curso.
À Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de estudos.
Aos Professores Alberto Colombo e Geraldo Magela Pereira, pelos
ensinamentos e pela valiosa orientação.
Aos professores do Departamento de Engenharia da Universidade
Federal de Lavras, pelos ensinamentos.
Aos Professores Angela Pinto Maestrini e Alfredo Luís Mendes d’Ávila,
da Universidade Federal de Pelotas, pelo incentivo.
A todos os meus parentes e amigos, pelo estímulo e apoio.
À Empresa AGROPOLO Implementos Agrícola LTDA de Diadema, SP,
na pessoa de Pedro Garcia, por disponibilizar os aspersores para os ensaios
técnicos.
À Professora Myriane Stella Scalco, do Departamento de Agricultura,
pelo empréstimo das tubulações.
Aos estagiários Raitanni e Liamara, da Universidade Federal de Pelotas
e aos estagiários José Henrique, Célio e Elaine, da Universidade Federal de
Lavras, pela valiosa ajuda durante os testes de campo.
Aos funcionários “Nenê” e José Luís, do Laboratório de Hidráulica da
UFLA, pela importante colaboração.
Aos colegas de mestrado, em especial Moisés, Gustavo e Débora, pela
amizade, pela ajuda nos testes de campo e pelo agradável convívio.
Aos inesquecíveis amigos da turma de graduação, Fábio, Fabrício e
Volnei, pela amizade e incentivo
BIOGRAFIA
SAMUEL BESKOW, filho de Gílson Beskow e Maria de Lourdes
Casarin Beskow, nasceu em Pelotas, RS, em 31 de julho de 1982.
Em fevereiro de 2000 concluiu o segundo grau no Conjunto Agrotécnico
Visconde da Graça (CAVG), em Pelotas, RS.
Em março de 2000 iniciou o Curso de Engenharia Agrícola na
Universidade Federal de Pelotas, em Pelotas, RS. Durante a graduação foi
bolsista do Programa Especial de Treinamento (PET), participando de projetos
de pesquisa, extensão e ensino ligados à área de Engenharia Agrícola. Também
participou de estágios extracurriculares na área de irrigação na Universidade
Federal de Lavras, em Lavras, MG e nas empresas Hidrosistemas, situada em
Maringá, PR e JIMA Ltda., localizada em Jales, SP. Graduou-se Engenheiro
Agrícola em março de 2005.
Em março de 2005, iniciou o Mestrado em Engenharia Agrícola na
Universidade Federal de Lavras, em Lavras, MG, área de concentração em
Irrigação e Drenagem, concluindo-o em julho de 2006
SUMÁRIO
Página
RESUMO ................................................................................................i
ABSTRACT ......................................................................................... iii
INTRODUÇÃO..................................... Erro! Indicador não definido.
2 REFERENCIAL TEÓRICO............... Erro! Indicador não definido.
2.1 Irrigação por aspersão convencional..... Erro! Indicador não definido.
2.2 Perdas de água por evaporação e arrasteErro! Indicador não definido.
2.3 Estimativa das perdas por evaporação e arraste na aspersão.......... Erro!
Indicador não definido.
2.4 Modelos para estimativa de perdas de água por evaporação e arraste na
aspersão....................................................... Erro! Indicador não definido.
2.4.1 Modelo de Trimmer (1987) ........................ Erro! Indicador não definido.
2.4.2 Modelo de Yazar (1984)............................. Erro! Indicador não definido.
2.4.3 Modelo de Tarjuelo et al. (2000) ................ Erro! Indicador não definido.
2.4.4 Modelo de Seginer et al. (1991).................. Erro! Indicador não definido.
2.4.5 Modelo de Playán et al. (2005)................... Erro! Indicador não definido.
3 MATERIAL E MÉTODOS................ Erro! Indicador não definido.
3.1 Aspersores ensaiados ............................ Erro! Indicador não definido.
3.2 Estação agrometeorológica ................... Erro! Indicador não definido.
3.3 Testes com um único aspersor .............. Erro! Indicador não definido.
3.3.1 Quantificação das perdas de água por evaporação e arraste................ Erro!
Indicador não definido.
3.4 Testes com laterais de aspersores.......... Erro! Indicador não definido.
3.4.1 Quantificação das perdas de água por evaporação e arraste................ Erro!
Indicador não definido.
3.5 Simulação das perdas de água por evaporação e arraste................ Erro!
Indicador não definido.
3.6 Aplicativos computacionais .................. Erro! Indicador não definido.
3.7 Modelagem dos valores de perdas de água por evaporação e arraste
..................................................................... Erro! Indicador não definido.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......Erro! Indicador não definido.
4.1 Perdas de água por evaporação e arrasteErro! Indicador não definido.
4.1.1 Aspersor NY-7 ER (4,6 mm x 4,0 mm)...... Erro! Indicador não definido.
4.1.2 Aspersor NY-12 (3,5 mm).......................... Erro! Indicador não definido.
4.1.3 Aspersor Naan-12 (3,0 mm) ....................... Erro! Indicador não definido.
4.1.4 Aspersor NY-25 (2,8 mm x 2,5 mm).......... Erro! Indicador não definido.
4.2 Simulação das perdas de água por evaporação e arraste................ Erro!
Indicador não definido.
4.2.1 Modelo de Trimmer (1987) ........................ Erro! Indicador não definido.
4.2.2 Modelo de Yazar (1984)............................. Erro! Indicador não definido.
4.2.3 Modelo de Tarjuelo et al. (2000) ................ Erro! Indicador não definido.
4.2.4 Modelo de Seginer et al. (1991).................. Erro! Indicador não definido.
4.2.5 Modelo de Playán et al. (2005)................... Erro! Indicador não definido.
4.3 Modelagem dos valores de perdas de água por evaporação e arraste
..................................................................... Erro! Indicador não definido.
5 CONCLUSÕES.................................. Erro! Indicador não definido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..Erro! Indicador não definido.
ANEXOS............................................... Erro! Indicador não definido.
i
RESUMO
BESKOW, Samuel. Avaliação de modelos empíricos para estimativa das
perdas de água por evaporação e arraste na aspersão convencional. 2006.
94p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola/Irrigação e Drenagem)
Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
1
Os objetivos deste trabalho foram: (i) determinar as perdas de água por
evaporação e arraste durante ensaios de campo com um único aspersor e também
com laterais de aspersores, sob diferentes condições climáticas, com diferentes
modelos de aspersores operando a diferentes pressões; (ii) comparar os valores
observados de perdas de água por evaporação e arraste com os valores previstos
por cinco modelos empíricos; (iii) identificar características do aspersor (ângulo
do jato, diâmetro de bocal e pressão de operação) que podem ser usadas para
identificar aqueles modelos empíricos que fornecem aproximação adequada das
perdas observadas; (iv) analisar a necessidade de ajustar parâmetros dos modelos
específicos a fim de apresentar melhores predições do que as obtidas pelos
modelos empíricos selecionados. Quatro diferentes modelos de aspersores,
representando diferentes combinações de diâmetro de bocal e ângulo de jato,
foram usados: 1 - Agropolo NY-7 ER (4,6 mm x 4 mm e ); 2- Agropolo NY-
12 (3,5 mm e 12º); 3 - Naan (3,0 mm e 12º), e 4 - Agropolo NY-25 (2,8 mm x
2,5 mm e 25º). Valores observados e estimados de perdas de água por
evaporação e arraste foram computadas com o auxílio de dois aplicativos
computacionais, escritos em Object Pascal (ambiente gráfico Delphi 6.0), um
para a determinação das perdas de água por evaporação e arraste durante testes
de campo e o outro, para determinação das perdas de água por evaporação e
arraste segundo os cinco diferentes modelos empíricos considerados. Testes de
campo mostraram que as perdas observadas em ensaios com um único aspersor
(valores médios de 8,5, 36,5, 40,3 e 39,8% para, respectivamente, aspersor 1, 2,
3 e 4) foram maiores do que as perdas observadas em ensaios com laterais de
aspersores (valores médios de 4,7, 13,6, 20,2 e 18,9% para, respectivamente,
aspersor 1, 2, 3 e 4). Os valores observados e os previstos não apresentaram boa
correlação. Algumas exceções a esta tendência geral foram observadas. Para o
aspersor 1, os modelos empíricos de Trimmer (1987) e Yazar (1984) foram
capazes de aproximar as perdas observadas durante os testes com laterais de
aspersores, enquanto os modelos de Tarjuelo et al. (2000) e Playán et al. (2005)
foram capazes de aproximar as perdas obtidas em testes com um único aspersor.
Para o aspersor 2, o modelo de Playán et al. (2005) foi capaz de aproximar as
1
Comitê Orientador: Alberto Colombo – UFLA (Orientador) e Geraldo Magela Pereira
– UFLA (Co-orientador)
ii
perdas observadas durante testes com laterais de aspersores, equanto o modelo
de Seginer et al. (1991) conseguiu aproximar bem as perdas observadas durante
os testes com um único aspersor. O modelo de Seginer et al. (1991) representou
bem também as perdas observadas durante os testes com laterais de aspersores
quando da utilização do aspersor 3. Para cada um dos quatro modelos de
aspersores testados, foram desenvolvidos dois modelos específicos, um para
representar as perdas obtidas em testes com um único aspersor e outro para
representar as perdas obtidas em testes com laterais de aspersores. Um processo
de regressão múltipla foi usado para gerar as equações para cada condição
específica. A seleção dos melhores modelos empíricos para a estimativa das
perdas de água por evaporação e arraste em irrigação por aspersão, deve
considerar o modelo do aspersor (ângulo do jato, diâmetro de bocal e pressão de
operação) e a condição operacional (operação de um aspersor ou laterais de
aspersores).
iii
ABSTRACT
BESKOW, Samuel. Evaluation of empirical models for estimating
evaporation and wind drift losses in conventional sprinkler systems. 2006.
94p. Dissertation (Master of Science in Agricultural Engineering, Irrigation and
Drainage) – Federal University of Lavras, Lavras, Minas Gerais, Brasil.
2
The objectives of this work were: (i) to determine evaporation and drift
losses during single-sprinkler and block irrigation outdoor tests held at
different climatic conditions, with different sprinkler models operating at
different pressures; (ii) to compare observed values of evaporation and
wind drift losses with values predicted by five different empirical models;
(iii) to identify sprinkler characteristics (jet angle, nozzle size and
operational pressure) that may be used to identify those empirical models
that provide adequate approximation of the observed losses; (iv) to
analyze the need to fit parameters of specific models in order to perform
better predictions than the ones provided by the selected empirical
models. Four different sprinkler models, representing different
combinations of nozzle size and jet angles, were used: 1 - Agropolo NY-7
ER (4.6 x 4 mm and ); 2- Agropolo NY-12 (3.5 mm and 12º); 3 - Naan
(3.0 mm and 12º), and 4 - Agropolo NY-25 (2.8 mm x 2.5 mm and 25º).
Observed and estimated values of evaporation and wind drift losses were
computed with the help of two softwares, written in Object Pascal (Delphi
6.0 graphic environment), one for the computation of evaporation and
drift losses during outdoor tests and other for computation of evaporation
and drift losses according to the five different empirical models
considered. Field trials showed that losses observed at single tests
(average values of 8.5, 36.5, 40.3, and 39.8% for, respectively, sprinkler
1, 2, 3, and 4) are greater than the ones observed on block irrigation tests
(average values of 4.7, 13.6, 20.2, and 18.9% for, respectively, sprinkler
models 1, 2 , 3, and 4). There is no good correlation between observed
and predicted values. Some exceptions to this general trend were
observed. For the sprinkler 1, Trimmer (1987) and Yazar (1984)
empirical models were able to approximate losses observed during block
irrigation tests, while Tarjuelo et al. (2000) and Playán et al. (2005)
models were able to approximate losses observed during single sprinkler
tests. For the sprinkler 2, Playán et al. (2005) model was able to
2
Guidance Committee: Alberto Colombo UFLA (Major Professor) and Geraldo
Magela Pereira – UFLA.
iv
approximate losses observed during block irrigation tests, while Seginer
et al. (1991) model was able to approximate losses observed during single
sprinkler tests. Seginer et al. (1991) model was also able to approximate
losses observed during block irrigation tests held with the sprinkler 3. For
each one of the four sprinkler models tested, it was developed two
specific models, one for single-sprinkler and other for block-irrigation. A
multiple regression technique was used to develop equations for each
specific condition. Selection of the best empirical models for estimating
drift and evaporation losses under set sprinkler systems must consider
sprinkler model (jet angle, nozzle size and pressure) and operational
condition (single sprinkler or block operation).
1
INTRODUÇÃO
A escassez cada vez maior de água certamente será um grande desafio
tanto para agricultores quanto para pesquisadores, em busca do desenvolvimento
de novos conceitos e estratégias para reduzir o consumo de água e energia, e,
como conseqüência, aumentando a eficiência de utilização de tal recurso natural.
A irrigação por aspersão é uma prática cultural que tem sido utilizada
em grande escala na agricultura irrigada brasileira, porém necessita de recursos
limitados como água e energia, os quais estão cada vez mais escassos e de custo
elevado. Como conseqüência, haverá a necessidade do uso mais eficiente dos
recursos naturais (neste caso, a água) a serem utilizados em irrigação.
As perdas de água por evaporação e arraste pelo vento, além de
prejudicarem a uniformidade de distribuição de água dos sistemas de irrigação
por aspersão, também influenciam diretamente a eficiência de aplicação de água.
Hoje em dia, muitos profissionais ligados à área de irrigação estão,
frequentemente, projetando e manejando sistemas de irrigação por aspersão,
considerando que o sistema vai operar sem que ocorram perdas ou que estas
serão mínimas. Ou seja, não se está conferindo a devida importância a aspectos
de grande valia, como, por exemplo, a escolha ideal de um aspersor
(combinação entre diâmetro de bocal, inclinação do jato e pressão de operação)
e fatores ambientais adversos (principalmente o vento), resultando, muitas vezes,
em sistemas operando em condições propícias a uma má distribuição de água e a
grandes perdas por evaporação e arraste pelo vento.
Testes de campo para a avaliação das perdas de água por evaporação e
arraste pelo vento são demorados e necessitam de vários equipamentos
específicos e de mão-de-obra especializada. No entanto, existem alguns modelos
empíricos que relacionam a perda de água por evaporação e arraste com algumas
variáveis climatológicas, do aspersor e operacionais. Porém, estes modelos
2
foram desenvolvidos, na sua maioria, em condições específicas de países como
Espanha, Estados Unidos e Israel, e também com aspersores equipados com um
determinado diâmetro de bocal, ângulo de inclinação do jato e operando a uma
pressão específica.
A desvantagem de modelos empíricos é que eles têm validade (ou seja,
tem aplicação aceitável) apenas para condições semelhantes às quais eles foram
desenvolvidos, como por exemplo, diâmetro de bocal, ângulo de inclinação do
jato, pressão de operação e variabilidade de parâmetros ambientais (temperatura
e umidade relativa do ar e velocidade do vento). Em contrapartida, tais modelos
apresentam a vantagem de requererem um número reduzido de parâmetros para
simulação das perdas, eliminando a necessidade do conhecimento da
distribuição do tamanho de gotas de um dado aspersor, que é um parâmetro de
difícil obtenção.
É possível, então, notar a importância de uma estimativa confiável de
perda total de água, não para determinar a eficiência de aplicação da água,
mas também para possibilitar o planejamento (horário de irrigação, escolha do
aspersor, etc.) da irrigação, a fim de otimizar a utilização de um recurso tão
precioso como a água.
Diante do exposto, este trabalho teve os seguintes objetivos:
quantificar as perdas de água por evaporação e arraste, durante ensaios de
campo, tanto utilizando um único aspersor como também laterais de aspersores,
de diferentes modelos, operados em diferentes condições climáticas e
operacionais;
comparar os resultados obtidos mediante testes de campo com os resultados
previstos por cinco modelos empíricos;
apresentar características do aspersor (ângulo do jato, diâmetro do bocal e
pressão de operação) capazes de identificar aqueles modelos empíricos que
fornecem aproximação adequada das perdas observadas em ensaios de campo;
3
ajustar os modelos ou desenvolver outros modelos, com o intuito de adaptá-
los às condições locais.
4
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Irrigação por aspersão convencional
Segundo Telles (1998), a irrigação por aspersão diz respeito a um
método em que, sob uma dada pressão, um jato de água é aspergido de forma
uniforme sobre a superfície do solo; o fracionamento do jato ocorre por meio de
um emissor (aspersor, spray, etc.) em gotas de pequeno tamanho.
Durante a irrigação por aspersão, um jato de água é emitido a uma alta
velocidade no ar e a fricção entre ele e o ar causa a sua divisão em gotas de
água, as quais caem sobre a superfície de forma semelhante à da chuva
(Smajstrla & Zazueta, 2003).
Estimativas para o ano de 1999 indicam que o método de irrigação por
aspersão é o segundo mais utilizado no Brasil, em termos de área irrigada
(contabilizando-se a área irrigada por todos os sistemas que compõem o método
de irrigação por aspersão, ele supera 1 milhão de hectares irrigados), perdendo
apenas para a irrigação por superfície (Christofidis, 2001).
Entre os diferentes sistemas de irrigação por aspersão, cada um com suas
vantagens e desvantagens, entre os mais utilizados, destacam-se os sistemas de
aspersão convencional, aos quais somam-se os sistemas portátil, semiportátil e
fixo (Marouelli et al., 2001).
Keller & Bliesner (1990) relatam que a aspersão convencional teve seu
uso na agricultura no início do século passado e somente a partir de 1930 é que
começou a ser utilizada em larga escala na agricultura. Os mesmos autores
atribuem esse fato à redução de custos nos sistemas de irrigação por aspersão
devido ao uso de aspersores de impacto e tubos com engate rápido.
De acordo com Pereira (2003), denomina-se de aspersão convencional o
conjunto básico de irrigação por aspersão formado por, pelo menos: sistema de
captação e bombeamento, tubulação de recalque ou principal, tubulação lateral e
5
aspersores. O mesmo autor salienta, ainda, que a classificação em portátil,
semiportátil e fixo se dá em virtude da movimentação ou não, total ou parcial, de
seus componentes e que a principal aplicação, no Brasil, deste sistema ocorre na
irrigação de hortaliças, parques e jardins e gramados de campos esportivos.
Marouelli et al. (2001) afirmam que os sistemas de irrigação por
aspersão são os mais utilizados no cultivo de hortaliças, em virtude da melhor
adaptação às diferentes condições de solo, topografia e características
agronômicas da maioria das hortaliças, chegando a representar mais de 90% da
área total de hortaliças irrigadas no Brasil.
Kincaid et al. (1996) e Kincaid (1996) citam que a variedade de
aspersores disponíveis no mercado tem aumentado muito nos últimos anos e que
existem aspersores de impacto com um ou dois bocais disponibilizados em
diversos tipos, os quais influenciam diretamente nos tamanhos de gotas e perfis
de distribuição de água. De acordo com von Bernuth (1988), os fabricantes m
se preocupado em oferecer uma variedade de aspersores (no que diz respeito a
ângulos de trajetória), mas salienta que consideração deve ser dada à distribuição
do tamanho de gotas e velocidade do vento antes de escolher qual ângulo usar.
Existem vários tamanhos de aspersores disponíveis no comércio,
entretanto, os mais utilizados para irrigação por aspersão convencional são os do
tipo rotativo, com movimentação pelo impacto do braço oscilante e compostos
de um ou dois bocais, trabalhando com pressão entre 20 a 40 m.c.a e
possibilitando um raio de alcance entre 12 e 36 m (Bernardo et al., 2005).
Conforme von Bernuth (1988), os fabricantes oferecem uma variedade
de aspersores, dimensionados para amenizar os efeitos do vento. No que diz
respeito ao ângulo de inclinação do bocal, encontram-se disponíveis, no
mercado, ângulos variando entre e 27º. O mesmo autor comenta que,
obviamente, existe um mercado para aspersores de pequeno e médio tamanho,
com ângulos pequenos o suficiente para reduzir o efeito do vento e grandes o
6
suficiente para manter diâmetro de cobertura e uniformidade tolerável de
distribuição de água.
2.2 Perdas de água por evaporação e arraste
Muitos esforços são freqüentemente realizados na avaliação de sistemas
de irrigação pelo tratamento com problemas de uniformidade, porém, perdas de
água também reduzem a eficiência do sistema e, freqüentemente, projetistas
assumem que os sistemas serão perfeitamente manejados e as perdas serão
mínimas, mas isso raramente acontece (Keller & Bliesner, 1990). Os mesmos
autores dizem que a irrigação em excesso seja, talvez, a maior causa de perdas
em um sistema de irrigação, mas que outras fontes de perdas associadas com
irrigação por aspersão são: evaporação das gotas e superfícies úmidas de solo,
arraste pelo vento, vazamentos e sistema de drenagem. Relatam, ainda, que,
diante de condições normais, as perdas por arraste e evaporação variam entre 5%
e 10%, entretanto, sob condições severas, estas perdas podem ser
consideravelmente maiores.
Smajstrla & Zazueta (2003) explicam que a perda de água por
evaporação diz respeito à água que evapora das gotas pulverizadas pelo ar e a
perda por arraste ocorre quando o vento carrega as gotas da área irrigada. Estes
pesquisadores dizem que as gotas arrastadas pelo vento podem evaporar
enquanto estão sendo transportadas ou também cair em local fora da área
irrigada, mas que, em ambos os casos, a água é perdida, visto que a mesma não
fica disponível para as plantas que estão sendo irrigadas.
Tarjuelo (1999) cita que as perdas de água por evaporação e arraste, na
irrigação por aspersão, dependem, principalmente, dos seguintes fatores:
umidade relativa do ar, temperatura do ar e da água, altura do aspersor, tamanho
de gotas e velocidade do vento.
7
De acordo com Smajstrla & Zazueta (2003), durante a operação de um
sistema de irrigação por aspersão, a água evapora do jato pulverizado através do
ar e o valor correspondente de evaporação depende de três fatores, a saber:
1) demanda climática: a demanda do clima é uma medida da energia disponível
para evaporação e a capacidade do ar em armazenar e transmitir vapor de água.
O processo de evaporação requer 580 calorias de energia para converter 1 grama
de água no estado líquido para a forma de vapor e esta energia deve estar
disponível no ambiente circundante ao aspersor. A energia está facilmente
disponível nos meses de verão, por ocorrerem altas temperaturas do ar e altos
níveis de radiação solar. Comparando-se a umidade relativa do ar com a
evaporação, pode-se afirmar que esta ocorrerá mais rapidamente quando o ar
estiver seco do que quando úmido. Em relação ao vento, este aumenta a
intensidade de evaporação pelo transporte do vapor de água para longe da
superfície de evaporação e pelo transporte de ar mais seco de áreas circundantes
para substituir o ar úmido e frio acima da área irrigada;
2) tempo disponível para a evaporação ocorrer: o tempo disponível para que
ocorra a evaporação é o curto intervalo de tempo que começa quando um jato de
água sai do bocal e termina quando o jato cai sobre o solo ou superfície
cultivada;
3) área das gotas de água: em função do fato da evaporação ocorrer da
superfície de gotas de água, a superfície total das mesmas afeta muito o valor
das perdas por evaporação. Para um volume unitário de água, a superfície dobra
com o decréscimo, pela metade, do diâmetro da gota. Por este motivo, a
intensidade de evaporação aumenta com o decréscimo do tamanho da gota, se
outros fatores permanecerem constantes.
A perda por arraste é, por definição, um resultado somente do vento e
não necessariamente correlaciona-se bem com a evaporação, enquanto a perda
8
por evaporação é apenas parcialmente afetada pelo vento (Seginer & Kostrinsky,
1975).
A distribuição do tamanho de gotas é de extrema importância, quando
analisada do ponto de vista de perdas de água, visto que gotas pequenas são mais
susceptíveis ao arraste pelo vento, distorcendo o perfil de aplicação do aspersor
(Kohl, 1974; Tarjuelo et al., 1999). De acordo com Playán et al. (2005), gotas
maiores são mais resistentes ao arraste e apresentam menor área por unidade de
massa. Como conseqüência, elas são menos afetadas pelas perdas de água por
evaporação e arraste pelo vento.
Conforme Faci et al. (2001) e Playán et al. (2005), a altura do aspersor
tem influência direta sobre as perdas de água por evaporação e arraste na
irrigação por aspersão, visto que, com o aumento da altura do aspersor, ocorre
um prolongamento do tempo em que as gotas emitidas ficam expostas ao
ambiente. Assim, ficam mais susceptíveis à evaporação e ao arraste pelo vento.
Entretanto, em trabalho experimental realizado por Tarjuelo et al. (2000), estes
pesquisadores concluíram que a diferença de altura usada nos tubos de subida
(0,6 m e 2 m) não influenciou nas perdas de água por evaporação e arraste.
2.3 Estimativa das perdas por evaporação e arraste na aspersão
Seginer et al. (1991) mostraram que duas maneiras de estimar perdas
por evaporação e arraste, que são fisicamente e estatisticamente, e que,
essencialmente, levam a mesma formulação. Segundo os mesmos autores, a
aproximação física de tais perdas de água é baseada na equação de transferência,
relatando a taxa de evaporação para uma diferença específica de umidade (ou
pressão de vapor) entre as gotas de água e o ar circundante. Na aproximação
estatística (Frost & Schwalen, 1955; Tarjuelo et al., 2000; Yazar, 1984),
medições em volume de perdas por evaporação e arraste são relacionadas com
variáveis ambientais e operacionais.
9
Conforme Kohl et al. (1987), podem ser utilizados métodos de campo,
analíticos e de laboratório, a fim de se determinar as perdas de água por
evaporação e arraste na irrigação por aspersão. Estas perdas obtidas
experimentalmente no campo variam de 2% a 40%, com muitos valores dentro
do intervalo 10%-20% (Kincaid, 1996; Kincaid et al., 1996; Kohl et al., 1987;
Yazar, 1984), enquanto os valores analíticos e de laboratório mostram valores
entre 0,5% e 2% (Kohl et al., 1987). Para os mesmos autores, esta grande
diferença entre os valores das perdas de água por evaporação e arraste para os
diferentes métodos se deve, em parte, às diferenças de precisão entre as técnicas
experimentais.
Kohl et al. (1987) mostraram que os problemas associados a
equipamentos de coleta de água (coletores) e erros experimentais comuns no
processo de medição têm promovido a idéia de que as perdas são muito
importantes, do ponto de vista quantitativo. Entretanto, para estes autores, na
teoria, a transferência de energia para as gotas durante o trajeto não é suficiente
para evaporar mais do que 1%-2% da água aspergida. Porém, Ortega et al.
(2000) discutem o fato de que, no trabalho de Kohl et al. (1987), foram usados
bocais grandes (6,4 mm) trabalhando a uma baixa pressão (100 kPa), por
conseqüência, gerando baixas proporções de gotas pequenas.
Muitos pesquisadores têm considerado as perdas devido a evaporação e
arraste como uma única perda, utilizando o termo “spray losses”, isso devido às
dificuldades encontradas com as técnicas necessárias de medição para separar
tais perdas (Kincaid & Longley, 1989).
A estimativa das perdas de água por evaporação e arraste pelo vento foi
realizada, segundo Azevedo et al. (1999), Dylla & Shull (1983), Edling (1985),
Montero et al. (2000) e Tarjuelo et al. (2000), considerando como igual a
diferença entre o volume de água emitido por aspersores e o volume de água
10
armazenado por coletores posicionados eqüidistantes dentro de uma malha de
tamanho conhecido.
Seginer et al. (1991) sugerem eliminar (usando algum agente que
impossibilite) a evaporação que ocorre no coletor durante a leitura dos dados,
corrigindo, por exemplo, com base na evaporação medida em coletores
periféricos.
Tarjuelo et al. (2000) a fim de determinar, em campo, as perdas de água
por evaporação ocorridas nos coletores durante o teste e a leitura dos volumes
coletados, utilizaram alguns coletores situados fora da área de teste com um
volume médio aproximado esperado de ser coletado pelos coletores.
O diâmetro do coletor para armazenar água durante os experimentos de
irrigação é considerado um parâmetro importante por muitos autores. Frizzone
& Dourado Neto (2003) recomendam o uso de coletores com área de captação
de 50 cm² resultando um diâmetro mínimo de 8 cm. Entretanto, em pesquisa
desenvolvida por Playán et al. (2005), tais pesquisadores concluíram que um
coletor com diâmetro menor que o mínimo recomendado poderia ser utilizado,
levando a uma adequada medição de perdas de água por evaporação e arraste,
desde que a velocidade do vento seja menor que 4,0 – 4,5 m/s.
Quanto maior a diferença entre a área da abertura do coletor e a
superfície (da malha) a qual este representa, menor é a precisão na estimativa
das perdas de água por evaporação e arraste (Tarjuelo et al., 2000).
Seginer et al. (1991) comentam que a técnica habitual de medição de
perdas de água, baseada em coletores, pode estar sujeita a um relevante erro de
medição, podendo acontecer o mesmo com a evaporação nos coletores durante o
experimento.
Pereira (1995), utilizando a teoria da trajetória balística, desenvolveu um
modelo computacional para determinar as perdas de água por evaporação
durante o trajeto das gotas d’água, concluindo que quanto menor o diâmetro da
11
gota, maior é a percentagem de perda de água por evaporação; que as perdas de
água por evaporação, simuladas para as condições atmosféricas dos testes,
variaram de 0,02% a 0,35% do volume de água aplicado; que as perdas de água
por evaporação foram praticamente desprezíveis quando comparadas com as
perdas por arraste pelo vento e que a perda máxima de água por evaporação,
simulada para condição atmosférica extrema (temperatura do ar igual a 40ºC e
umidade relativa igual a 10%), foi de apenas 1,08% do volume de água aplicado.
Kraus (1966), realizando testes com uma linha de aspersores (bocal com
diâmetro de 4,4 mm), em Davis, Estados Unidos, constatou perdas de água por
evaporação e arraste variando entre 3,4% e 17%. Nesse mesmo trabalho, o autor
encontrou uma relação linear entre as perdas de água obtidas experimentalmente
e aquelas calculadas pelo nomograma de Frost & Schwalen, levando-o a
concluir que a perda total de água varia principalmente com as seguintes
variáveis: déficit de pressão de vapor, diâmetro do bocal, pressão de operação e
velocidade do vento.
Dechmi et al. (2003) concluíram, mediante testes realizados na Espanha,
que a variabilidade da velocidade e da direção do vento durante o horário de
irrigação afeta o ajuste dos dados de campo.
Faci et al. (2001) concluíram, pelas avaliações de campo com aspersores
do tipo spray a uma pressão constante, que somente as variáveis diâmetro de
bocal, velocidade do vento e temperatura do ar provaram ter efeito sobre as
perdas por evaporação e arraste.
Em trabalho realizado por Dechmi et al. (2003), utilizando um aspersor
com bocais de 4,4 mm (principal) e 2,4 mm (auxiliar), ângulo de inclinação do
jato igual a 25º e operando a uma pressão de 300 kPa, estes autores encontraram
perdas de água por evaporação e arraste entre 6% e 40% (valor médio de 20%),
em condições de velocidade de vento entre 0,6 ms
-1
e 6,5 ms
-1
.
12
Tarjuelo et al. (2000) obtiveram perdas de água por evaporação e arraste
variando entre 0,55% e 42,25% para irrigação com um único aspersor, de 0,95%
a 29,41% para irrigação com laterais de aspersores e de 7,9% a 20,6% para um
sistema já instalado em condições de campo.
Ortega et al. (2000) relatam que as perdas por evaporação e arraste são
maiores em sistemas com um único aspersor, quando comparados a sistemas
com linhas laterais de aspersores. Estes autores justificam essa afirmação,
argumentando que, no caso da irrigação com linhas laterais, vários aspersores
funcionam simultaneamente, ocasionando um microclima diferente daquele
gerado pelo sistema com somente um aspersor.
Utilizando sistemas fixos e móveis de irrigação por aspersão, com
aspersores equipados com bocais de 4,4 mm (principal) e 2,4 mm (auxiliar)
operando a uma pressão média de 380 kPa, Playán et al. (2005) obtiveram
perdas de água por evaporação e arraste entre 1,6% e 27,6% para sistemas fixos,
com valor médio de 12,1%, e de 1,2% a 14,7% para sistemas móveis de
irrigação por aspersão, com valor médio de 6,6%.
2.4 Modelos para estimativa de perdas de água por evaporação e arraste na
aspersão
Conforme Carrión et al. (2001), modelos aplicados à simulação de
irrigação, os quais permitem prever a distribuição de água de um sistema de
irrigação sob condições reais de trabalho, têm sido desenvolvidos com o objetivo
de evitar laboriosos testes de campo, projetar e melhorar sistemas de irrigação.
Os modelos matemáticos servem como uma alternativa para fornecer um
meio de superar muitos erros decorrentes de medições na avaliação de perdas de
água na aspersão durante a irrigação (Thompson et al., 1993).
Modelos matemáticos que relatam a influência das variáveis do sistema
de irrigação e meteorológicas sobre as perdas por evaporação e arraste pelo
vento encontram-se na Tabela 1 (Playán et al., 2005). Nessa mesma Tabela, as
13
variáveis consideradas são: diâmetro do bocal (D), diâmetro da gota (Dg), altura
de instalação do bocal (h), pressão de serviço do aspersor (P
S
), velocidade do
vento (U), temperatura do ar (T), umidade relativa do ar (UR), déficit da pressão
de vapor (e), radiação solar (R) e evapotranspiração (ETo).
TABELA 1 Modelos para estimativa de perdas de água por evaporação e
arraste pelo vento, na irrigação por aspersão e suas respectivas
variáveis envolvidas.
D Dg h Ps U T UR
e
R ETo
Frost & Schwalen (1955) - + + + - +
Seginer (1971) + + - +
Hermsmeier (1973) + + + -
Yazar (1984) + + + +
Edling (1985) - + +
Trimmer (1987) - + + +
Keller & Bliesner (1990) - + + +
Faci & Bercero (1991) +
Tarjuelo (1995) - + + -
Silva & James (1998) - + + -
Montero (1999) - + + +
Tarjuelo et al. (2000) - - + + + +
Faci et al. (2001) + +
Playán et al. (2004) +
Variáveis
Autores
FONTE: Playán et al. (2005).
Na Tabela 1, a simbologia utilizada diz respeito a que variáveis cada
autor considera mais ou menos influenciar nas perdas de água por evaporação e
arraste.
Kohl et al. (1987) fizeram uma revisão relacionando alguns modelos que
estimam as perdas por evaporação e arraste na aspersão com a variação obtida
acerca dos valores das respectivas perdas. Entre esses modelos podem-se citar:
14
Frost & Schwalen (1955) encontraram valores entre 3%-45% e Yazar (1984)
chegou a valores entre 2%-31%.
Faci et al. (2001) realizaram testes de campo com aspersores do tipo
spray e compararam com valores simulados pelos modelos de Keller & Bliesner
(1990), Montero et al. (1997) e Trimmer (1987). Os mesmos autores concluíram
que os três modelos subestimaram os valores obtidos de perdas de água por
evaporação e arraste, não sendo indicados para utilizar na situação específica do
trabalho desenvolvido e que o modelo de Montero et al. (1997) foi o que
apresentou melhores resultados, quando comparado aos outros dois modelos.
Em experimento realizado em Zaragoza, na Espanha, Playán et al.
(2005) compararam os resultados de perdas de água obtidos diretamente em
avaliações de campo com o resultado gerado por oito equações disponíveis na
literatura, para a estimativa de tais perdas. Os mesmos autores concluíram que o
ajuste das equações com os dados de campo foi desanimador, relatando, ainda,
que as equações tendem a gerar melhores resultados (ou seja, perdas menores)
em comparação com o que realmente acontece no sistema de irrigação. Como as
equações disponíveis na literatura não representaram com sucesso os dados
obtidos, Playán et al. (2005) desenvolveram um conjunto de 29 equações para
estimar as perdas de água por evaporação e arraste, tendo a maioria delas
somente a variável vento como variável independente.
Dechmi et al. (2003), realizando testes de campo em Zaragoza, Espanha,
obtiveram relações entre as perdas de água por evaporação e arraste e a
velocidade do vento, tendo os modelos de melhor ajuste sido o linear e o
potencial.
2.4.1 Modelo de Trimmer (1987)
Frost & Schwalen (1955), mediante mais de 700 testes em diferentes
condições climáticas do Arizona (Estados Unidos), desenvolveram um
15
nomograma para estimar as perdas de água por evaporação e arraste em sistemas
de irrigação por aspersão.
Smajstrla & Zazueta (2003) citam que o nomograma de Frost e
Schwalen, como é conhecido, proporciona ao usuário estimar a percentagem de
perdas de água por evaporação e arraste durante a irrigação por aspersão como
função de características do aspersor, pressão de operação e fatores
climatológicos, sendo usado largamente para este propósito. Os autores relatam
que tal nomograma utiliza três fatores climáticos: temperatura do ar, umidade
relativa do ar e velocidade do vento.
O nomograma de Frost & Schwalen não é adaptado para o uso em
computadores. Assim, Trimmer (1987) desenvolveu uma equação, baseado no
nomograma, para calcular as perdas por evaporação e arraste em sistemas de
irrigação por aspersão. Pela Equação 1 é possível estimar tais perdas de água. O
referido autor recomenda o uso da Equação 2 para calcular o déficit de pressão
de vapor, a qual relaciona a pressão de saturação do vapor com a temperatura e
umidade relativa do ar do ambiente em que o aspersor está situado.
EA = [1,98D
-0,72
+0,22(e)
0,63
+3,6 x 10
-4
P
s
1,16
+0,14U
0,7
]
4,2
(1)
em que:
EA = perda de água por evaporação e arraste (%);
D = diâmetro do bocal (mm);
e = déficit de pressão de vapor (kPa);
P
s
= pressão de serviço do aspersor (kPa);
U = velocidade média do vento (ms
-1
).
=
+
100
1exp61,0
3,237
27,17
UR
e
T
T
(2)
16
em que:
T = temperatura do ar (ºC);
UR = umidade relativa do ar (%).
2.4.2 Modelo de Yazar (1984)
Yazar (1984), realizando testes com laterais de aspersores, obteve
algumas expressões para a estimativa das perdas de água por evaporação e outra
equação somente para perdas de água por arraste, em sistemas de irrigação por
aspersão. Para o desenvolvimento destas equações, este pesquisador realizou
testes no campo, utilizando aspersores com dois diâmetros de bocais (5,2 mm e
5,6 mm), espaçados de 6 m e operados nas pressões de 207, 276 e 310 kPa.
A Equação 3 relaciona as perdas por evaporação com todas as variáveis
usadas pelo autor. Na Equação 4 é omitido o fator temperatura do ar. A Equação
5 foi desenvolvida desconsiderando a influência da pressão de operação. Para a
Equação 6, foram considerados apenas a velocidade do vento e o déficit de
pressão de vapor. A Equação 7 considera somente a relação das perdas por
evaporação com a velocidade do vento e a Equação 8 relaciona a perda por
evaporação apenas com o ficit de pressão de vapor. A equação 9 diz respeito
somente às perdas de água por arraste, na irrigação por aspersão.
E = 0,003 exp
(0,20 U)
(10e)
0,59
T
0,23
P
s
0,76
(3)
E = 0,007 exp
(0,20 U)
(10e)
0,66
P
s
0,73
(4)
(
)
(
)
37,081,0
18,0
10exp978,0
= TeE
U
(5)
(
)
(
)
70,0
18,0
10exp389,0 eE
U
=
(6)
17
(
)
U
E
29,0
exp68,1=
(7)
(
)
(
)
eE = 10exp60,1
07,0
(8)
A = 0,27 U
2,15
(9)
em que:
E = perda de água por evaporação (%);
A = perda de água por arraste do vento (%);
2.4.3 Modelo de Tarjuelo et al. (2000)
Tarjuelo et al. (2000), realizando testes com laterais de aspersores,
obtiveram algumas expressões para a estimativa das perdas de água por
evaporação e arraste, em sistemas de irrigação por aspersão.
Para o desenvolvimento de equações, estes pesquisadores realizaram
testes diretamente no campo, utilizando aspersores (instalados a 2 m de altura
em relação ao nível do solo) com dois bocais (4,4 mm x 2,4 mm) com inclinação
do jato de 23º, operado nas pressões no intervalo de 250 e 476 kPa. A equação a
seguir, desenvolvida por Tarjuelo et al. (2000) mediante avaliações realizadas
em cobertura integral, relacionam as perdas de água por evaporação e arraste
com a pressão, déficit de pressão de vapor e a velocidade média do vento.
EA = 0,007P
s
+ 7,38e
0,5
+ 0,844U (10)
De acordo com Ortega et al. (2004), este modelo tem sido usado, pois
ele proporciona uma boa estimativa das perdas por evaporação e arraste,
expressa como a porcentagem de água emitida por aspersores de impacto de
18
tamanho médio, sob as condições semi-áridas e com sistemas fixos de irrigação
por aspersão.
Ortega et al. (2000), Tarjuelo (1999) e Tarjuelo et al. (2000) propõem
um modelo geral para estimar perdas de água por evaporação e arraste mediante
testes com um único aspersor e com laterais de aspersores operando à pressão
constante (Equação 11) e outro modelo (Equação 12) para a estimativa de perdas
de água por meio de avaliações de campo (de um único modelo de aspersor)
com cobertura integral do sistema (com várias pressões de operação). A seguir
são mostrados os dois modelos.
(
)
( ) ( ) ( ) ( )
ijkijkijkijiijk
ecUebASPBOCASPaEA +++++=
5,0
(11)
em que:
EA
ijk
= perdas por evaporação e arraste (%) para cada configuração de
bocal e aspersor;
a, b e c = parâmetros de ajuste;
i = tipo de aspersor (i = 1, 2, 3, ..., n);
j(i) = tipo de bocal;
k = índice que denota as repetições da mesma configuração bocal e
aspersor;
e
k(ij)
= erro experimental.
ecUebaPEA
S
+++=
5,0
(12)
2.4.4 Modelo de Seginer et al. (1991)
Este modelo foi desenvolvido por tais pesquisadores, foi nas condições
climáticas de Israel, utilizando um aspersor com bocal de 3,5 mm e operado a
300 kPa.
19
A fim de facilitar comparações com este estudo, os pesquisadores
recalcularam a regressão de Yazar (1984), usando como variável independente a
depressão de bulbo úmido em vez do déficit de pressão de vapor.
Seginer et al. (1991) comentam que a diferença experimental entre os
dois trabalhos é que Yazar (1984) utilizou no experimento dele muitos
aspersores operando simultaneamente. Entretanto, é importante frisar que
também houve uma diferença entre os diâmetros de bocais e as pressões de
operação utilizados nos dois trabalhos. Enquanto Yazar (1984) utilizou bocais de
5,2 mm e 5,6 mm, operando às pressões de 207, 276 e 310 kPa, Seginer et al.
(1991) utilizaram aspersores com diâmetro de bocal de 3,5 mm operando a 300
kPa. A equação resultante para o cálculo de perdas de água por evaporação é:
( )
58,0
213,0
exp87,0
w
U
a
e
TT
Q
Q
E ==
(13)
em que:
Q
e
= intensidade de evaporação (m³s
-1
);
Q
a
= vazão do aspersor (m³s
-1
);
T
w
= temperatura de bulbo úmido (ºC).
A fim de estimar conjuntamente as perdas de água por evaporação e
arraste, Seginer et al. (1991) obtiveram, sob condições semi-áridas, em testes
com um único aspersor sob condições de campo, a seguinte relação:
(
)
( )
69,0
075,0
exp22,3
w
U
a
de
TT
Q
QQ
EA =
+
=
(14)
em que:
Q
d
= intensidade de perdas por arraste (m³s
-1
);
20
É possível observar que estes autores usaram a depressão de bulbo
úmido (T T
w
) em vez do déficit de pressão de vapor. Para calcular a depressão
de bulbo úmido, pode-se utilizar a Equação 15, apresentada por Campbell
(1995), a qual expressa o ficit de pressão de vapor como uma função da
depressão de bulbo úmido.
(
)
(
)
atmww
PTTTe += 00115,0100066,0
(15)
em que:
P
atm
= pressão atmosférica (kPa).
O déficit de pressão de vapor pode ser calculado de acordo com a
Equação 2. Dessa forma, resulta em uma equação de segundo grau, relacionando
T (esta variável é conhecida) e T
w
, a qual pode ser facilmente resolvida,
obtendo-se o valor de temperatura de bulbo úmido. Assim, pode-se utilizar as
equações 13 e 14, propostas por Seginer et al. (1991).
2.4.5 Modelo de Playán et al. (2005)
Playán et al. (2005), em ensaios de campo com aspersores (instalados a
2 m de altura em relação ao nível do solo) equipados com bocais de 4,4 mm
(principal) e 2,4 mm (auxiliar), operando à pressão de 380 kPa, obtiveram 29
equações distintas para a estimativa de perdas de água por evaporação e arraste.
Algumas das equações foram desenvolvidas para o período do dia, outras para o
período da noite e algumas para ambos os períodos.
A Equação 16 é uma equação geral para a estimativa das perdas de água
por evaporação e arraste, a qual envolve os parâmetros umidade relativa do ar e
velocidade do vento.
232
1029,2214,03,20 URxUEA
+=
(16)
21
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Aspersores ensaiados
O experimento foi conduzido durante os meses de março e abril de
2006, em área gramada próximo ao Laboratório de Hidráulica da Universidade
Federal de Lavras, localizado na cidade de Lavras, Minas Gerais, com latitude
de 21º14’43” Sul e altitude de 918 m.
Para a realização dos testes e posterior quantificação das perdas de água
por evaporação e arraste, foram utilizados aspersores (Figura 1) das marcas
Agropolo e Naan, equipados com bocais de diferentes diâmetros (2,8 mm x 2,5
mm; 3,0 mm; 3,5 mm e 4,6 mm x 4,0 mm) e ângulos de inclinação do jato (7º;
12º e 25º), operando com pressão entre 196 kPa e 343 kPa (Tabela 2).
FIGURA 1 – Alguns aspersores utilizados nos testes de campo
TABELA 2 Combinações utilizadas nos testes de campo entre diâmetro de
bocal, ângulo de inclinação do jato, modelo de aspersor e pressão
de serviço.
196 245 294 343
4,6x4,0 7 NY X X X
3,5 12 NY X X X
3,0 12 Naan X X X
2,8x2,5 25 NY X X
Diâm. do bocal (mm) Modelo
Pressão (kPa)
Incl. do jato (º)
22
A vazão do aspersor, para cada teste (conforme Tabela 2), foi obtida
pelo processo direto (método gravimétrico), fixando-se um dado tempo no
cronômetro e pesando-se o volume obtido neste intervalo, em três repetições.
3.2 Estação agrometeorológica
Para o monitoramento de variáveis meteorológicas de interesse para o
presente estudo, utilizou-se uma estação automática modelo Vantage Pro2
(Figura 2), localizada a uma distância de 20 m da área de testes de irrigação. Tal
estação registrava as seguintes variáveis meteorológicas: (a) temperatura e
umidade relativa do ar a 2 m acima do vel do solo e (b) velocidade e direção
do vento a 2 m de altura acima do nível do solo. Os dados destas variáveis foram
registrados de forma manual a cada cinco minutos, durante 60 minutos.
23
FIGURA 2 – Estação agrometeorológica automática utilizada
Os instrumentos (componentes da estação) utilizados no experimento, a
fim de monitorar as condições ambientais, foram:
(a) anemômetro com precisão de ± 5% e intervalo de medição de 0 a 68
ms
-1
, para mensurar a velocidade do vento, e biruta para indicar a direção do
vento (com intervalo de medição de 0º a 360º e precisão de ± 7º);
(b) termômetro com precisão de 0,5ºC e intervalo de medição de -40ºC a
+65ºC para medir a temperatura do ar;
24
(c) higrômetro com precisão de 3% e intervalo de medição de 0% a
100% para mensurar a umidade relativa do ar.
3.3 Testes com um único aspersor
Neste tipo de ensaio, o aspersor foi posicionado no centro de uma malha
de coletores composta por 12 linhas e 12 colunas, totalizando 144 coletores
(Figura 3). O espaçamento utilizado entre coletores foi de 2 m. Para a condução
da água da estação de recalque até o aspersor, utilizou-se tubulação de PVC com
diâmetro igual a 50 mm. A altura do tubo de subida era tal que propiciava uma
altura de 0,75 m do bocal do aspersor em relação à abertura dos coletores e a
altura do aspersor era de 1,25 m.
FIGURA 3 Desenho esquemático da disposição dos coletores, aspersor e
estação agrometeorológica, para o teste com um único aspersor.
25
Para o armazenamento de água proveniente dos aspersores durante os
testes, foram utilizados coletores (Figura 4). Latas de óleo (de cozinha) pintadas
na cor branca foram utilizadas como coletores, tendo um formado cilíndrico. O
diâmetro interno do coletor era de 83,5 mm e altura igual a 190 mm. A parte
superior do coletor estava localizada a 500 mm acima da superfície do solo.
FIGURA 4 – Teste com um único aspersor
A fim de monitorar a pressão na entrada do bocal do aspersor, durante
todo o teste de irrigação, fez-se uso de um manômetro de Bourdon, graduado de
0 kgfcm
-2
a 8,0 kgfcm
-2
, com intervalos de 0,05 kgfcm
-2
. Com o objetivo de
aumentar ou diminuir a pressão de operação do aspersor, foi instalada uma
válvula de gaveta na derivação da linha lateral para o tubo de subida do aspersor.
26
A duração de cada avaliação realizada, por este tipo de teste (com um
único aspersor), foi de 60 minutos. O volume armazenado dentro de cada coletor
era medido volumetricamente (por uma proveta graduada) imediatamente após o
término da irrigação e esses valores eram registrados em uma planilha
apropriada (Figura 5). O tempo de medição foi entre 20 e 30 minutos. Durante o
período de irrigação, a cada cinco minutos, eram registrados, por meio de uma
estação agrometeorológica automática, os dados de temperatura do ar, umidade
relativa do ar, velocidade e direção do vento.
FIGURA 5 Medição dos volumes de água contidos em cada coletor, após o
término da irrigação
A fim de estimar a evaporação nos coletores, durante a leitura dos
volumes, foram dispostos 5 coletores como referência (Figura 6), posicionados
27
20 m distante da área de testes. Estes coletores continham volumes conhecidos
(semelhantes aos esperados de coletar). Os volumes eram medidos novamente
após o término da leitura dos dados. Em cada coletor, o volume de água coletado
foi corrigido a partir da evaporação ocorrida durante o processo de leitura. O
volume de água de cada coletor foi aumentado em um valor igual a 50% da
evaporação ocorrida durante o processo de leitura dos dados, estimada por meio
dos coletores de referência, conforme recomendação de Tarjuelo et al. (2000).
FIGURA 6 Coletores de referência para estimar a evaporação durante o
processo de leitura dos dados
28
3.3.1 Quantificação das perdas de água por evaporação e arraste
As perdas observadas por evaporação e arraste foram determinadas, para
cada avaliação, como sendo igual à diferença entre o volume total aplicado pelo
aspersor durante o período de irrigação e o volume total registrado nos coletores.
As perdas por evaporação da água contida dentro dos coletores, durante o tempo
de medição, foram consideradas e, portanto, acrescentadas a cada volume
registrado nos coletores. Para os testes com um único aspersor, depois de
corrigido o volume, foi realizado a sobreposição para o espaçamento de 12 m x
12 m, de cada malha de dados, com o intuito de possibilitar o cálculo das perdas
totais de água. As perdas por evaporação e arraste (EA) foram computadas
utilizando-se a seguinte equação:
100
4
36
1
tQ
ZtQ
EA
a
i
i
ia
=
=
=
(17)
em que:
t = duração da irrigação (s);
Z
i
= lâmina armazenada no coletor
i
(m).
O mero 4 na Equação 17 significa que cada coletor representa uma
área de 4 m².
3.4 Testes com laterais de aspersores
Nestes testes, os aspersores foram dispostos em duas linhas laterais de
PVC (diâmetro de 50 mm), com dois aspersores por linha (Figura 7). O
espaçamento utilizado foi de 12 m x 12 m. Os coletores foram dispostos de
maneira a formarem quadrados de 2 m de lado. Cada teste tinha a duração de 50
29
minutos e o processo de leitura dos volumes de água levava em torno de 10
minutos.
Para controlar a pressão no sistema durante o período de irrigação,
foram utilizadas duas tomadas de pressão. Uma tomada de pressão estava
localizada entre uma válvula de gaveta e o primeiro aspersor, e a outra estava
localizada no tubo de subida do último aspersor. Utilizou-se um manômetro de
Bourdon, graduado de 0 kgfcm
-2
a 8,0 kgfcm
-2
, com intervalos de 0,05 kgfcm
-2
,
para estabelecer a pressão no início do teste e verificar a pressão durante os 50
minutos de irrigação.
A operação, a obtenção dos dados climatológicos e a correção da
evaporação dos coletores durante a leitura dos dados foram realizadas da mesma
maneira que no teste com um único aspersor.
FIGURA 7 Desenho esquemático da disposição dos coletores, aspersores e
estação agrometeorológica, para o teste com linhas laterais de
aspersores.
30
3.4.1 Quantificação das perdas de água por evaporação e arraste
As perdas observadas por evaporação e arraste foram determinadas, para
cada avaliação, como sendo igual à diferença entre o volume total aplicado pelo
aspersor durante o período de irrigação e o volume total registrado nos coletores.
As perdas por evaporação da água contida dentro dos coletores, durante a
irrigação e o tempo de medição, foram consideradas e, portanto, acrescentadas a
cada volume registrado nos coletores. Para estes testes com vários aspersores
funcionando simultanemanete (no espaçamento 12 m x 12 m), não foi necessário
realizar a sobreposição dos perfis. As perdas por evaporação e arraste (EA)
foram computadas usando a Equação 17.
3.5 Simulação das perdas de água por evaporação e arraste
Diferentes equações empíricas foram usadas neste trabalho para simular
as perdas de água por evaporação e arraste ocorridas durantes as avaliações
(utilizando as mesmas variáveis operacionais e ambientais do teste em questão),
com o intuito de comparar com os valores obtidos experimentalmente. Os
modelos utilizados para comparação foram os de Playán et al. (2005), Seginer et
al. (1991), Tarjuelo et al. (2000), Trimmer (1987) e Yazar (1984),.
3.6 Aplicativos computacionais
Com o objetivo de facilitar e acelerar o processo de cálculo, foram
elaborados dois aplicativos computacionais, ambos escritos em Object Pascal
usando o compilador Borland Delphi 6.0 (ambiente Windows). Estes dois
aplicativos podem facilmente ser instalados em qualquer computador, mediante
o disco de instalação (arquivo SETUP.EXE).
O primeiro aplicativo (Figura 8) foi escrito com o intuito de tornar mais
rápido o processo de determinação das perdas de água por evaporação e arraste,
ocorridas durante os testes de campo. Para a determinação das perdas é
31
necessário que o usuário informe o tempo de teste, a vazão do aspersor, o
diâmetro e o espaçamento dos coletores e informar o caminho do arquivo ou
malha de dados (formato *.xml) de volumes (ml) coletados. Com isso, a rotina
computacional calcula as perdas (em termos percentuais) de água por
evaporação e arraste.
Uma grande vantagem do programa computacional representado pela
tela mostrada na Figura 8 é a possibilidade de armazenamento e edição da malha
de dados em arquivo específico. Isso proporciona ao usuário editar, salvar e abrir
uma determinada malha de dados de volumes coletados a qualquer momento,
otimizando o uso de tal aplicativo.
FIGURA 8 Tela principal do aplicativo para cálculo de perdas de água por
evaporação e arraste, ocorridas em testes de campo.
O segundo aplicativo foi desenvolvido com o objetivo de simular as
perdas de água por evaporação e arraste ocorridas segundo os diferentes
modelos empíricos utilizados.
32
O formulário de entrada de dados para a simulação com o modelo de
Trimmer (1987), no qual devem ser inseridas informações a respeito da
temperatura do ar, umidade relativa do ar, velocidade do vento, altura de
medição e condições operacionais (pressão de operação e diâmetro de bocal do
aspersor), encontra-se na Figura 9. De posse desses dados, o programa simula as
perdas de água (em percentagem) possíveis de ocorrer segundo tal modelo.
FIGURA 9 – Formulário de entrada de dados para simulação de perdas de
evaporação e arraste, de acordo com o modelo de Trimmer (1987).
A interface gráfica para a entrada de dados do modelo de Yazar (1984) é
exibida na Figura 10, sendo necessário informar velocidade média do vento e
altura de medição, temperatura do ar, umidade relativa do ar, pressão de
operação, além de escolher qual equação utilizar (conforme Equações 3, 4, 5, 6,
7 e 8). Assim, o aplicativo computacional tem a capacidade de simular o valor
de perda de água por evaporação e arraste na situação ambiental e operacional
específica.
33
FIGURA 10 Formulário de entrada de dados para simulação de perdas de
evaporação e arraste, de acordo com o modelo de Yazar (1984).
Na Figura 11 podem-se observar os dados exigidos pelo modelo de
Seginer et al. (1991) para a realização da simulação de perdas de água.
34
FIGURA 11 Formulário de entrada de dados para simulação de perdas de
evaporação e arraste, de acordo com o modelo de Seginer et al.
(1991).
O uso destes aplicativos é bastante simples, visto que foram
desenvolvidos em linguagem que proporciona interface gráfica amigável em
ambiente Windows. O usuário pode, a qualquer momento, editar, inserir e
apagar dados específicos em cada formulário, facilitando e viabilizando o uso
destes programas computacionais.
3.7 Modelagem dos valores de perdas de água por evaporação e arraste
Com o intuito de modelar os dados obtidos mediante ensaios de campo,
utilizou-se o modelo geral para estimativa das perdas de água por evaporação e
arraste recomendado por Ortega et al. (2000), Tarjuelo (1999) e Tarjuelo et al.
(2000), conforme a Equação 12. Para o ajuste dos parâmetros presentes na
Equação 12, fez-se uso do programa computacional SAS, realizando-se o
processo de regressão múltipla.
35
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Perdas de água por evaporação e arraste
A seguir são apresentados os resultados de perdas de água por
evaporação e arraste referentes aos ensaios de campo com um único aspersor e
também com laterais de aspersores, sob diferentes condições operacionais e
ambientais.
Os valores das variáveis quantitativas consideradas no processo e
registradas durante os testes com um único aspersor estão demonstrados, de
forma resumida, na Tabela 3.
TABELA 3 – Análise descritiva das variáveis
EA (%) T (ºC) UR (%)
e
(kPa)
U (m/s)
Número de observações 123 123 123 123 123
Mínimo 1,11 15,00 47,08 0,1231 0,00
Máximo 55,72 31,00 92,77 2,2712 3,20
Intervalo 54,61 16,00 45,69 2,1481 3,20
Média aritmética 30,12 25,16 66,91 1,1285 1,14
Desvio padrão 16,53 3,17 11,15 0,52 0,69
Curtose -1,33 0,97 -0,62 -0,69 -0,21
CV (%) 54,88 12,61 16,66 45,76 60,43
Nos ensaios com laterais de aspersores, os aspersores estavam espaçados
de 12 m x 12 m. Os valores das variáveis quantitativas consideradas no processo
e registradas durante os testes com linhas laterais de aspersores são mostrados de
forma resumida na Tabela 4.
36
TABELA 4 – Análise descritiva das variáveis
EA (%) T (ºC) UR (%)
e (kPa)
U (m/s)
Número de observações 68 68 68 68 68
Mínimo 0,03 16,36 41,27 0,3142 0,15
Máximo 33,30 29,00 83,18 2,1549 3,08
Intervalo 33,27 12,64 41,91 1,8407 2,93
Média aritmética 14,23 23,78 65,50 1,0769 1,33
Desvio padrão 8,56 3,26 10,94 0,50 0,66
Curtose -0,47 -0,69 -0,79 -0,89 0,23
CV (%) 60,18 13,73 16,70 46,20 49,29
Com o auxílio das Tabelas 3 e 4 é possível observar a grande
variabilidade encontrada nas variáveis ambientais (temperatura do ar, umidade
relativa do ar, velocidade do vento e déficit de pressão de vapor) durante a
realização dos testes, possibilitando analisar a influência de cada uma delas
variáveis sobre o valor de perda de água por evaporação e arraste. No entanto, as
perdas de água por evaporação e arraste são afetadas por um grande número de
fatores (distribuição do tamanho de gotas, condições climáticas, pressão de
operação, diâmetro dos bocais, etc.), resultando em uma difícil análise com uma
única variável isoladamente.
4.1.1 Aspersor NY-7 ER (4,6 mm x 4,0 mm)
Na Figura 12 observa-se que as perdas de água apresentam certa
tendência em aumentar com o acréscimo na temperatura do ar e déficit de
pressão de vapor, e em aumentar com o decréscimo da umidade relativa do ar,
isso para as três pressões utilizadas. quando se observa a relação entre a
velocidade do vento e as perdas, para o mesmo aspersor, é difícil definir uma
relação exata. Pela mesma Figura, pode-se confirmar a dificuldade em relacionar
as perdas de água por evaporação e arraste com uma variável climatológica de
37
forma isolada, em virtude de depender de um conjunto de variáveis, conforme
destacam Tarjuelo et al. (2000).
As perdas de água por evaporação e arraste obtidas em ensaios de campo
com um único aspersor (Figura 12a), utilizando o modelo NY-7 ER, variaram
entre 2,33% e 23,91%, com valor médio de 8,46%. nos testes com laterais de
aspersores do mesmo modelo (Figura 12b), as perdas de água por evaporação e
arraste variaram entre 0,03% e 11,11%, com valor médio de 4,69%. Pôde-se
observar a diferença de valores obtidos entre os dois tipos de ensaios, os quais,
nos ensaios com laterais de aspersores, ficaram bem abaixo dos obtidos pelos de
testes com um único aspersor. A mesma situação ocorreu em trabalho
semelhante desenvolvido por Ortega et al. (2000), justificando que, no caso de
ensaios com linhas laterais de aspersores, vários aspersores funcionam
simultaneamente, propiciando um microclima diferente daquele gerado pelo
sistema com um único aspersor e, por isso, as perdas de água por evaporação e
arraste são menores.
Um aspecto interessante a ser notado na Figura 12a é o pequeno valor de
perda de água obtido (no máximo igual a 4,59%), para qualquer uma das
pressões usadas, na ausência de vento durante o ensaio. No caso dos testes com
laterais de aspersores (Figura 12b), também foram observados baixos valores de
perdas de água por evaporação e arraste, mesmo sempre havendo a presença de
vento. Isso se deve à relação entre a pressão de operação e o diâmetro de bocal
que, neste caso, gera gotas não muito pulverizadas, apresentando menor área por
unidade de massa e, assim, são menos afetadas pela evaporação do ar, conforme
afirmam Playán et al. (2005) e Smajstrla & Zazueta (2003). Também se deve,
em parte, ao pequeno ângulo de inclinação (7º) do jato, o qual faz com que as
gotas levem pouco tempo até atingirem o solo, reduzindo as perdas de água tanto
por evaporação quanto por arraste pelo vento.
38
As perdas de água por evaporação (quando da inexistência de vento),
observadas em testes realizados com tal aspersor (Figura 12a) operado a
diferentes pressões, aumentaram diretamente com o acréscimo da pressão de
operação do aspersor (maior pulverização das gotas). Foi possível realizar esta
análise em virtude da inexistência de vento e das outras condições ambientais
(temperatura e umidade relativa do ar) serem bastante semelhantes.
39
T (ºC)
15 20 25 30 35
EA (%)
0
5
10
15
20
25
245 kPa
294 kPa
343 kPa
T (ºC)
15 20 25 30 35
EA (%)
0
5
10
15
20
25
UR (%)
40 50 60 70 80 90 100
EA (%)
0
5
10
15
20
25
UR (%)
40 50 60 70 80 90 100
EA (%)
0
5
10
15
20
25
U (ms
-1
)
0 1 2 3 4
EA (%)
0
5
10
15
20
25
U (ms
-1
)
0 1 2 3 4
EA (%)
0
5
10
15
20
25
Déficit de pressão de vapor (kPa)
0 1 2 3
EA (%)
0
5
10
15
20
25
Déficit de pressão de vapor (kPa)
0 1 2 3
EA (%)
0
5
10
15
20
25
(a)
(b)
(b)
(b)
(b)
(a)
(a)
(a)
FIGURA 12
Influência de variáveis climatológicas sobre as perdas de água por
evaporação e arraste, para os testes realizados com (a) um único
aspersor NY-7 ER e (b) laterais do aspersor NY-7 ER, operado a
diferentes pressões.
40
4.1.2 Aspersor NY-12 (3,5 mm)
Na Figura 13 pode-se fazer a mesma análise que foi feita para a Figura
12. As perdas, de maneira geral, aumentaram com o acréscimo da temperatura
do ar e déficit de pressão de vapor, e aumentaram com o decréscimo da umidade
relativa do ar. Quanto à velocidade do vento, não se pode afirmar se as perdas
aumentaram ou diminuíram com o acréscimo da velocidade do vento. Isso pode
ser atribuído ao fato de que a velocidade do vento, durante os ensaios,
apresentou uma grande variabilidade em comparação com outras variáveis
ambientais, tornando, muitas vezes, impróprio o uso de um valor médio,
concordando com a análise de Dechmi et al. (2003). Entretanto, torna-se inviável
realizar a análise das perdas de água com uma variável ambiental de forma
individualizada, em virtude do valor das perdas de água por evaporação e arraste
dependerem de um grande número de fatores, concordando com o obtido por
Tarjuelo et al. (2000).
As perdas de água por evaporação e arraste, obtidas em ensaios de
campo com um único aspersor (Figura 13a) utilizando o aspersor NY-12,
tiveram grande amplitude, variando entre 4,69% e 52,87%, com valor médio de
36,54%, e na inexistência de vento, as perdas tiveram valor mínimo de 4,69% e
máximo igual a 23,10%. Já nos testes de campo com laterais do mesmo aspersor
(Figura 13b), as perdas de água por evaporação e arraste variaram entre 4,65% e
33,30%, com valor médio de 13,55%. Pôde-se observar a diferença de valores
obtidos entre os dois tipos de ensaios, tendo, naqueles com laterais de
aspersores, os valores ficado bem abaixo dos obtidos por meio de testes com um
único aspersor. A mesma situação ocorreu em trabalho semelhante desenvolvido
por Ortega et al. (2000), justificando que, no caso de ensaios com linhas laterais
de aspersores, vários aspersores funcionam simultaneamente, propiciando um
microclima diferente ao gerado pelo sistema com um único aspersor e, por isso,
as perdas de água por evaporação e arraste são menores.
41
T (ºC)
15 20 25 30 35
EA (%)
0
15
30
45
60
196 kPa
245 kPa
294 kPa
T (ºC)
15 20 25 30 35
EA (%)
0
15
30
45
60
UR (%)
40 50 60 70 80 90 100
EA (%)
0
15
30
45
60
UR (%)
40 50 60 70 80 90 100
EA (%)
0
15
30
45
60
U (ms
-1
)
0 1 2 3 4
EA (%)
0
15
30
45
60
U (ms
-1
)
0 1 2 3 4
EA (%)
0
15
30
45
60
Déficit de pressão de vapor (kPa)
0 1 2 3
EA (%)
0
15
30
45
60
Déficit de pressão de vapor (kPa)
0 1 2 3
EA (%)
0
15
30
45
60
(a)
(b)
(b)
(b)
(b)
(a)
(a)
(a)
FIGURA 13
Influência de variáveis climatológicas sobre as perdas de água por
evaporação e arraste, para os testes realizados com (a) um único
aspersor NY-12 e (b) laterais do aspersor NY-12, operado a
diferentes pressões.
42
Os valores consideráveis obtidos, tanto em testes com um único aspersor
como também com laterais de aspersores, mostram a grande susceptibilidade
deste aspersor às perdas de água por evaporação e arraste, quando da ocorrência
de temperaturas e velocidades de vento mais elevadas e menores valores de
umidade relativa do ar. Este fato se deve à relação entre a pressão de operação e
o diâmetro de bocal que, neste caso, gera gotas bastante pulverizadas,
apresentando maior área por unidade de massa e maior susceptibilidade ao vento
e, consequentemente, sendo mais afetadas pela evaporação do ar e arraste,
conforme afirmam Playán et al. (2005) e Smajstrla & Zazueta (2003). Também
se deve, em parte, ao maior ângulo de inclinação do jato (12º), o qual faz com
que as gotas levem mais tempo até atingir o solo, aumentando as perdas de água,
tanto por evaporação quanto por arraste pelo vento.
4.1.3 Aspersor Naan-12 (3,0 mm)
Na Figura 14 pode-se fazer a mesma análise que foi feita para as Figuras
12 e 13. As perdas, no geral, aumentaram com o acréscimo da temperatura do ar,
déficit de pressão de vapor e velocidade do vento, e aumentaram com o
decréscimo de umidade relativa do ar. Porém, os valores de perdas de água não
apresentam uma tendência fixa em aumentar com o acréscimo da temperatura do
ar, velocidade do vento e déficit de pressão de vapor, e com o decréscimo da
umidade relativa do ar. Com isso, verifica-se a inviabilidade de se analisar a
relação das perdas de água com uma variável ambiental de forma
individualizada, em virtude do valor das perdas de água por evaporação e arraste
dependerem de um grande número de fatores, concordando com o obtido por
Tarjuelo et al. (2000), e também por causa dos dados observados.
As perdas de água por evaporação e arraste obtidas em ensaios de campo
com um único aspersor (Figura 14a), utilizando o modelo Naan-12, tiveram
grande amplitude, variando entre 7,95% e 55,72%, com valor médio de 40,34%.
43
Com a inexistência de vento durante o ensaio, apresentaram valores de perda no
intervalo de 7,95% e 27,74%. em ensaios de campo com laterais do mesmo
aspersor (Figura 14b), as perdas de água por evaporação e arraste variaram entre
9,16% e 32,78%, com valor médio de 20,15%. Pôde-se observar a diferença de
valores obtidos entre os dois tipos de ensaios, tendo, naqueles com laterais de
aspersores, ficado bem abaixo dos obtidos pelos de testes com um único
aspersor, em razão do aspecto já discutido anteriormente.
Estes valores de perdas são considerados altos, mostrando a grande
susceptibilidade deste aspersor às perdas de água por evaporação e arraste,
quando da ocorrência de temperaturas e velocidades de vento mais elevadas e
menores valores de umidade relativa do ar. Isto se deve à relação entre a pressão
de operação e o diâmetro de bocal que, neste caso, gera gotas mais pulverizadas
que as geradas pelos aspersores anteriores, apresentando maior área por unidade
de massa e maior susceptibilidade ao vento e, consequentemente, sendo mais
afetadas pela evaporação do ar e arraste, conforme afirmam Playán et al. (2005)
e Smajstrla & Zazueta (2003).
É possível notar, pelas Figuras 13 e 14, que as perdas obtidas para o
aspersor Naan-12 (bocal de 3,0 mm e ângulo de inclinação de 12º) foram
sensivelmente superiores às obtidas com o aspersor NY-12 (bocal de 3,5 mm e
ângulo de inclinação de 12º). Neste caso, os dois aspersores apresentam a
mesma inclinação do bocal, portanto, as únicas diferenças são o diâmetro do
bocal e o fabricante. Como o bocal de 3,0 mm é o menor entre os dois, acarreta
(para uma mesma pressão) em um maior grau de pulverização do jato de água e,
por conseqüência, em maior perda de água por evaporação e arraste.
44
T (ºC)
15 20 25 30 35
EA (%)
0
15
30
45
60
245 kPa
294 kPa
343 kPa
T (ºC)
15 20 25 30 35
EA (%)
0
15
30
45
60
UR (%)
40 50 60 70 80 90 100
EA (%)
0
15
30
45
60
UR (%)
40 50 60 70 80 90 100
EA (%)
0
15
30
45
60
U (ms
-1
)
0 1 2 3 4
EA (%)
0
15
30
45
60
U (ms
-1
)
0 1 2 3 4
EA (%)
0
15
30
45
60
Déficit de pressão de vapor (kPa)
0 1 2 3
EA (%)
0
15
30
45
60
Déficit de pressão de vapor (kPa)
0 1 2 3
EA (%)
0
15
30
45
60
(a)
(b)
(b)
(b)
(b)
(a)
(a)
(a)
FIGURA 14
Influência de variáveis climatológicas sobre as perdas de água por
evaporação e arraste, para os testes realizados com (a) um único
aspersor Naan-12 e (b) laterais do aspersor Naan-12, operado a
diferentes pressões.
45
4.1.4 Aspersor NY-25 (2,8 mm x 2,5 mm)
Constata-se que os valores de perdas de água não apresentam uma
tendência fixa em aumentar com o acréscimo da temperatura do ar, velocidade
do vento e ficit de pressão de vapor e com o decréscimo da umidade relativa
do ar. Portanto, pode-se dizer que é inviável analisar a relação das perdas de
água com uma variável ambiental de forma individualizada, em virtude do valor
das perdas de água por evaporação e arraste dependerem de um grande número
de fatores, concordando com o obtido por Tarjuelo et al. (2000) e também por
causa dos dados observados (Figura 15).
Durante os ensaios de campo com um único aspersor (Figura 15a),
utilizando-se o aspersor NY-25, observaram-se perdas de água por evaporação e
arraste variando entre 1,11% e 51,38%, com valor médio de 39,78%; com a
inexistência de vento durante os ensaios, verificaram-se perdas de água variando
de 1,11% a 19,13%. Já nos ensaios de campo com laterais do mesmo aspersor
(Figura 15b), as perdas de água por evaporação e arraste variaram entre 10,41%
e 33,23%, com valor médio de 18,94%. Pôde-se observar a diferença de valores
obtidos entre os dois tipos de ensaios, tendo, nos ensaios com laterais de
aspersores, ficado bem abaixo dos obtidos pelos testes com um único aspersor,
em razão do aspecto já discutido anteriormente.
46
T (ºC)
15 20 25 30 35
EA (%)
0
15
30
45
60
196 kPa
245 kPa
T (ºC)
15 20 25 30 35
EA (%)
0
15
30
45
60
UR (%)
40 50 60 70 80 90 100
EA (%)
0
15
30
45
60
UR (%)
40 50 60 70 80 90 100
EA (%)
0
15
30
45
60
U (ms
-1
)
0 1 2 3 4
EA (%)
0
15
30
45
60
U (ms
-1
)
0 1 2 3 4
EA (%)
0
15
30
45
60
Déficit de pressão de vapor (kPa)
0 1 2 3
EA (%)
0
15
30
45
60
Déficit de pressão de vapor (kPa)
0 1 2 3
EA (%)
0
15
30
45
60
(a)
(b)
(b)
(b)
(b)
(a)
(a)
(a)
FIGURA 15
Influência de variáveis climatológicas sobre as perdas de água por
evaporação e arraste, para os testes realizados com (a) um único
aspersor NY-25 e (b) laterais do aspersor NY-25, operado a
diferentes pressões.
47
Os valores obtidos para o modelo NY-25, tanto para testes com um
único aspersor como também com laterais destes aspersores, mostram a grande
susceptibilidade às perdas de água por evaporação e arraste, quando da
ocorrência de temperaturas e velocidades de vento mais elevadas e menores
valores de umidade relativa do ar. Isso se deve à relação entre a pressão de
operação e o diâmetro de bocal que, neste caso, geram gotas mais pulverizadas
que as geradas pelos aspersores anteriores, apresentando maior área por unidade
de massa e maior susceptibilidade ao vento e, consequentemente, sendo mais
afetadas pela evaporação do ar e arraste, conforme afirmam Playán et al. (2005)
e Smajstrla & Zazueta (2003). Também se deve, em parte, ao elevado ângulo de
inclinação do jato, o qual faz com que as gotas levem mais tempo até atingirem
o solo, aumentando perdas de água tanto por evaporação quanto por arraste pelo
vento.
Comparando-se as perdas mostradas nas Figuras 12, 13, 14 e 15, é
visível que aquelas obtidas para o aspersor NY-7 ER (4,6 mm x 4,0 mm e
ângulo de inclinação de ) foram sensivelmente menores que as obtidas com os
demais aspersores. Este fato pode ser justificado por dois motivos: a diferença
entre o diâmetro de bocal e o ângulo de inclinação do jato. Comparando-se uma
mesma pressão, o bocal de 4,6 mm x 4,0 mm produz gotas menos pulverizadas
que o bocal dos outros aspersores utilizados, as quais são mais resistentes ao
arraste e apresentam menor área por unidade de massa. Como conseqüência, elas
são menos afetadas pelas perdas de água por evaporação e arraste pelo vento,
concordando com Playán et al. (2005). Quanto à variável ângulo de inclinação
do jato, o de faz com que o jato de água fique menos tempo exposto ao vento
e assim menos susceptível às perdas por evaporação e arraste.
Pode-se constatar, pelas Figuras 12, 13, 14 e 15, que as perdas obtidas
para o aspersor NY-25 (bocais de 2,8 mm x 2,5 mm e ângulo de inclinação de
25º) foram sensivelmente maiores que as obtidas para os três modelos anteriores
48
citados de aspersor, mesmo não ocorrendo situações (ambientais) tão propícias
às perdas e nem utilizando pressões maiores que 245 kPa. Pode-se justificar o
fato por dois motivos: (a) menor diâmetro de bocais (2,8 mm x 2,5 mm),
acarretando (para uma mesma pressão) em um maior grau de pulverização do
jato de água e, por conseqüência, em maior perda de água por evaporação e
arraste e (b) maior ângulo de inclinação (25º), propiciando um maior tempo de
trajeto das gotas, favorecendo à evaporação e arraste.
4.2 Simulação das perdas de água por evaporação e arraste
Diferentes equações empíricas foram usadas neste trabalho, com o
objetivo de simular as perdas de água por evaporação e arraste ocorridas durante
as avaliações de campo. Os valores obtidos por estes modelos foram comparados
com os dados obtidos experimentalmente, a fim de avaliar a capacidade de
previsão de tais modelos empíricos. Os modelos usados para comparação foram
Playán et al. (2005), Seginer et al. (1991), Tarjuelo et al. (2000), Trimmer
(1987) e Yazar (1984).
4.2.1 Modelo de Trimmer (1987)
O modelo de Trimmer (1987) foi desenvolvido a partir da análise
quantitativa do nomograma de Frost & Schwalen (1955) e leva em consideração
alguns fatores ambientais (temperatura do ar, umidade relativa do ar, déficit de
pressão de vapor e velocidade do vento), diâmetro de bocal e pressão de
operação. O nomograma foi embasado em resultados obtidos por testes de
campo com um único aspersor e também com lateral composta de dois
aspersores, utilizando diâmetros distintos de bocais operando a diferentes
pressões e condições ambientais.
Analisando-se a Figura 16, pode-se perceber que, apenas para o aspersor
NY-7 ER (4,6 mm x 4,0 mm e inclinação de ), operando em laterais de
49
aspersores (Figura 16 b), o modelo de Trimmer (1987) apresentou alguma
adequação. Para os demais aspersores, ou seja, aqueles com bocais menores e
ângulos maiores de inclinação, o modelo o apresentou nenhuma adequação.
Em trabalho realizado por Faci & Bercero (1991) e Playán et al. (2005), estes
autores também encontraram perdas superiores ao estimado por tal modelo, ou
seja, o modelo tende a subestimar os valores de perdas de água por evaporação e
arraste pelo vento.
A Figura 16 comprova que o modelo de Trimmer (1987) não reproduz
resultados satisfatórios no tocante às perdas de água por evaporação e arraste
prováveis de ocorrer durante o evento de irrigação, se utilizar as configurações
de diâmetro de bocal, inclinação do jato e pressão de operação citados neste
trabalho.
50
Observado (%)
0 5 10 15 20 25
Estimado (%)
0
5
10
15
20
25
Observado (%)
0 5 10 15
Estimado (%)
0
5
10
15
Observado (%)
0 15 30 45 60
Estimado (%)
0
15
30
45
60
Observado (%)
0 10 20 30 40
Estimado (%)
0
10
20
30
40
Observado (%)
0 15 30 45 60
Estimado (%)
0
15
30
45
60
Observado (%)
0 10 20 30 40
Estimado (%)
0
10
20
30
40
Observado (%)
0 15 30 45 60
Estimado (%)
0
15
30
45
60
Observado (%)
0 10 20 30 40
Estimado (%)
0
10
20
30
40
(a)
(b)
(d)
(h)
(f)
(c)
(e)
(g)
FIGURA 16
Valores de perdas de água observados versus estimados pelo
modelo de Trimmer (1987) utilizando, respectivamente, um
único aspersor e laterais do aspersor (a, b) NY-7 ER, (c, d) NY-
12, (e, f) Naan-12 e (g, h) NY-25.
51
Os pesquisadores Frost & Schwalen (1955) comentam que utilizaram
bocais nos diâmetros de 12,7 mm, 4,8 mm e 4,8 mm x 3,2 mm, operando a
pressões que variavam entre 20 psi (138 kPa) e 80 psi (551 kPa), porém, não
comentam nada a respeito do ângulo de inclinação do jato dos aspersores
utilizados. Isso quer dizer que se o projetista usar a equação proposta por
Trimmer (1897) com o intuito de estimar as perdas de água por evaporação e
arraste possíveis de ocorrer quando da utilização de dois aspersores com o
mesmo diâmetro de bocal, porém, com ângulos de inclinação do jato diferentes,
vai obter o mesmo valor de perda, o que é uma inverdade. Quanto maior o
ângulo de inclinação do jato, maior é a perda de água por evaporação e arraste
pelo vento, pois, de acordo com Faci et al. (2001) e Playán et al. (2005),
as gotas
ficam mais tempo expostas ao ambiente.
Outro aspecto importante a ser considerado na análise deste modelo é
que o mesmo é apresentado como um modelo geral, sendo recomendada sua
utilização para diferentes diâmetros de bocais, pressões de operação e condições
ambientais. No entanto, vale frizar que os dados obtidos de perdas foram para as
condições ambientais médias do Arizona, as quais são bem diferentes das
condições ambientais do Brasil, o que acaba dificultando a importação deste
modelo para as condições brasileiras. Apesar de ter sido realizado um número
considerável de testes (700), este não é um número grande comparado à
diversidade de combinações possíveis de ocorrer entre configurações de
aspersores e condições ambientais, o que, na realidade, inviabiliza a utilização
de um modelo geral para estimativa de perdas de água na irrigação por aspersão.
Parece claro que o modelo de Trimmer (1987) foi desenvolvido para
bocais maiores do que os usados neste trabalho e, assim sendo, não se
recomenda a utilização deste modelo para este caso específico. Em um modelo
empírico, como é o caso deste, é importante que seja especificado o intervalo
52
das variáveis independentes em que o estudo foi realizado, para que o usuário
possa saber se é conveniente ou não utilizar tal modelo para a situação desejada.
4.2.2 Modelo de Yazar (1984)
As simulações com este modelo foram feitas para todos os testes
realizados em campo, com as diferentes configurações de aspersores e condições
ambientais e operacionais.
Observando-se a Figura 17, pode-se dizer que o modelo de Yazar (1984)
apresentou alguma adequação com os dados obtidos com a utilização do
aspersor NY-7 ER (bocais de 4,6 mm x 4,0 mm e inclinação de ) em testes
com laterais de aspersores (Figura 17 b). Isso pode ser atribuído ao fato deste
pesquisador ter realizado testes com vários aspersores (funcionando
simultaneamente) equipados com bocais de tamanho médio (5,2 mm e 5,6 mm),
operando às pressões de 207 kPa, 276 kPa e 310 kPa, bastante semelhante ao
bocal e intervalo de pressão citado e utilizado neste trabalho. Entretanto, os
bocais utilizados pelo pesquisador apresentavam inclinação de 23º, diferente do
utilizado neste trabalho.
quando se utilizou o modelo de Yazar (1984) para simular perdas na
aplicação dos demais aspersores (de bocais menores), o modelo não retratou
nada bem as perdas obtidas em campo, comprovando que o modelo não
representa bem os valores de perdas para configurações entre diâmetro de bocal
e pressão diferentes das quais foi desenvolvido.
53
Observado (%)
0 5 10 15 20 25
Estimado (%)
0
5
10
15
20
25
Observado (%)
0 5 10 15
Estimado (%)
0
5
10
15
Observado (%)
0 15 30 45 60
Estimado (%)
0
15
30
45
60
Observado (%)
0 10 20 30 40
Estimado (%)
0
10
20
30
40
Observado (%)
0 15 30 45 60
Estimado (%)
0
15
30
45
60
Observado (%)
0 10 20 30 40
Estimado (%)
0
10
20
30
40
Observado (%)
0 15 30 45 60
Estimado (%)
0
15
30
45
60
Observado (%)
0 10 20 30 40
Estimado (%)
0
10
20
30
40
(a)
(b)
(d)
(h)
(f)
(c)
(e)
(g)
FIGURA 17
Valores de perdas de água observados versus estimados pelo
modelo de Yazar (1984) utilizando, respectivamente, um único
aspersor e laterais do aspersor (a, b) NY-7 ER, (c, d) NY-12, (e,
f) Naan-12 e (g, h) NY-25.
54
No caso do modelo proposto por Yazar (1984), já estão especificadas as
limitações do mesmo, como diâmetro e inclinação de bocal e pressão de
operação para qual o modelo tem validade. Neste trabalho, utilizou-se tal
modelo apenas para avaliar se seriam muito grandes as diferenças entre os
valores de perdas obtidos em campo com o uso de bocais (diâmetro e inclinação)
diferentes e os valores gerados a partir do modelo.
O trabalho de Yazar (1984) se diferencia um pouco dos demais
encontrados na literatura, pois, as perdas de água por evaporação são separadas
das perdas por arraste pelo vento. Ele utilizou a relação entre a condutividade
elétrica da água coletada em pluviômetros e da água da fonte para estimar as
perdas de água por evaporação. para estimar as perdas por arraste, o mesmo
autor fez uso da técnica do óxido de magnésio, enquanto este trabalho utilizou a
técnica rotineira descrita por Azevedo et al. (1999), Dylla & Shull (1983),
Edling (1985), Montero et al. (2000) e Tarjuelo et al. (2000), para determinar as
perdas por evaporação em conjunto com as perdas por arraste pelo vento.
Portanto, é de se esperar que os resultados sejam diferentes, tanto por diferenças
na configuração dos aspersores e layout dos sistemas como também por
diferenças nas técnicas de medição.
4.2.3 Modelo de Tarjuelo et al. (2000)
Pode-se observar, pelas Figuras 18 (a) e 18 (b), pouca adequação do
modelo de Tarjuelo et al. (2000) aos dados obtidos em ensaios de campo, para o
aspersor NY-7 ER (4,6 mm x 4,0 mm e inclinação de ). Esta configuração de
aspersor (em relação às referidas neste trabalho) foi a mais semelhante àquela
usada por tais pesquisadores, os quais utilizaram laterais de aspersores com
bocais de 4,4 mm x 2,4 mm e inclinação de 23º, operando a pressões no
intervalo de 250 kPa a 476 kPa. O modelo gerou perdas maiores do que
realmente ocorreu durante os ensaios de campo, visto que o diâmetro do bocal
55
utilizado para gerar o modelo era menor e a inclinação maior do que o bocal
usado nos ensaios. Ainda é possível notar, na Figura 18 (a), que os resultados
simulados pelo modelo se aproximaram mais dos resultados de campo obtidos
com um único aspersor. Isso ocorreu porque o ensaio com um único aspersor
resulta em perdas maiores quando comparado a vários aspersores funcionando
simultaneamente, conforme relatam Ortega et al. (2000).
Analisando-se a Figura 18, pode-se concluir que o modelo de Tarjuelo et
al. (2000) não representou de forma adequada as perdas de água por evaporação
e arraste ocorridas durante os testes experimentais.
Analisando-se as Figuras 18 (c), 18 (d), 18 (e), 18 (f), 18 (g) e 18 (h),
pode-se perceber que os valores simulados pelo modelo de Tarjuelo et al. (2000)
foram bem menores, quando comparados aos observados em ensaios de campo.
Neste caso, houve uma grande diferença entre a configuração dos aspersores
utilizados no modelo e os citados nestas Figuras, justificando a relevante
diferença entre os valores encontrados.
É possível observar, pelas Figuras 18 (g) e 18 (h), que as perdas
observadas em avaliações de campo foram maiores do que as simuladas pelo
modelo de Tarjuelo et al. (2000), tanto em ensaios com um único aspersor, como
também com vários aspersores funcionando simultaneamente. Uma semelhança
significante entre o aspersor utilizado no modelo e o citado nesta Figura é o
ângulo de inclinação do bocal, porém, existe uma diferença entre os diâmetros
de bocais.
Playán et al. (2005), ao simularem perdas de água por evaporação e
arraste, utilizando o modelo de Tarjuelo et al. (2000), encontraram alguma
adequação entre o modelo e os dados obtidos. Entretanto, os aspersores
utilizados nos ensaios de campo de Playán et al. (2005) foram idênticos aos
usados para originar o modelo e, mesmo assim, não obtiveram um ajuste
satisfatório.
56
Observado (%)
0 5 10 15 20 25
Estimado (%)
0
5
10
15
20
25
Observado (%)
0 5 10 15
Estimado (%)
0
5
10
15
Observado (%)
0 15 30 45 60
Estimado (%)
0
15
30
45
60
Observado (%)
0 10 20 30 40
Estimado (%)
0
10
20
30
40
Observado (%)
0 15 30 45 60
Estimado (%)
0
15
30
45
60
Observado (%)
0 10 20 30 40
Estimado (%)
0
10
20
30
40
Observado (%)
0 15 30 45 60
Estimado (%)
0
15
30
45
60
Observado (%)
0 10 20 30 40
Estimado (%)
0
10
20
30
40
(a)
(b)
(d)
(h)
(f)
(c)
(e)
(g)
FIGURA 18
Valores de perdas de água observados versus estimados pelo
modelo de Tarjuelo et al. (2000) utilizando, respectivamente,
um único aspersor e laterais do aspersor (a, b) NY-7 ER, (c, d)
NY-12, (e, f) Naan-12 e (g, h) NY-25.
57
4.2.4 Modelo de Seginer et al. (1991)
Na Figuras 19 (a) e 19 (b) percebe-se que as perdas simuladas pelo
modelo de Seginer et al. (1991) foram excessivamente superiores às obtidas em
campo, tanto para o sistema operando com um único aspersor NY-7 ER como
também com vários aspersores operando simultaneamente. Pode-se dizer que foi
em virtude dos pesquisadores terem utilizado um aspersor com bocal de
diâmetro bastante inferior ao citado nestas duas figuras, resultando em perdas de
valores mais expressivos.
A Figura 19 (a) mostra alguma adequação entre os dados obtidos e
simulados, visto que Seginer et al. (1991) utilizaram um aspersor com bocal de
diâmetro idêntico em ensaios de campo com um único aspersor operando, porém
para condições climáticas diferentes. Apesar da semelhança entre as
configurações de aspersores utilizados nos dois trabalhos, o modelo não gerou
resultados satisfatórios para as condições locais, devido às diferenças climáticas
(temperatura do ar, umidade relativa do ar e velocidade do vento) ocorridas
durante os ensaios.
Pela análise da Figura 19, percebe-se pouca ou nenhuma adequação
entre os dados obtidos e os simulados pelo modelo de Seginer et al. (1991). O
modelo foi desenvolvido com testes de um único aspersor funcionando
isoladamente, portanto, analisando-se as Figuras 19 (e) e 19 (g), pode-se notar
que os valores obtidos em ensaios foram um pouco superiores aos simulados
pelo modelo, sendo possível atribuir esta diferença nos valores de perdas à
diferença entre os diâmetros de bocais utilizados nos dois trabalhos. Trata-se de
um modelo bastante específico, portanto, deve-se tomar cuidado na sua
aplicação, pois ele pode gerar resultados bem diferentes da realidade.
58
Observado (%)
0 10 20 30 40 50
Estimado (%)
0
10
20
30
40
50
Observado (%)
0 10 20 30 40 50
Estimado (%)
0
10
20
30
40
50
Observado (%)
0 15 30 45 60
Estimado (%)
0
15
30
45
60
Observado (%)
0 10 20 30 40 50
Estimado (%)
0
10
20
30
40
50
Observado (%)
0 15 30 45 60
Estimado (%)
0
15
30
45
60
Observado (%)
0 10 20 30 40 50
Estimado (%)
0
10
20
30
40
50
Observado (%)
0 15 30 45 60
Estimado (%)
0
15
30
45
60
Observado (%)
0 10 20 30 40 50
Estimado (%)
0
10
20
30
40
50
(a)
(b)
(d)
(h)
(f)
(c)
(e)
(g)
FIGURA 19
Valores de perdas de água observados versus estimados pelo
modelo de Seginer et al. (1991) utilizando, respectivamente, um
único aspersor e laterais do aspersor (a, b) NY-7 ER, (c, d) NY-
12, (e, f) Naan-12 e (g, h) NY-25.
59
Embora os aspersores utilizados neste trabalho tenham características
um pouco diferentes dos usados no trabalho de Seginer et al. (1991), foram
efetuadas as simulações com o intuito de averiguar a sensibilidade e a possível
aplicação do modelo.
4.2.5 Modelo de Playán et al. (2005)
Na Figura 20 (a) observa-se alguma adequação entre os valores obtidos
para testes com um único aspersor e os estimados pelo modelo geral proposto
por Playán et al. (2005). Entretanto, estes pesquisadores realizaram ensaios com
laterais de aspersores equipados com bocais de 4,4 mm x 2,4 mm. Já quando se
faz a comparação entre os dados apresentados na Figura 20 (b), constata-se que
os valores estimados são um pouco superiores aos observados em campo para
testes com laterais de aspersores.
Nas Figuras 20 (c), 20 (d), 20 (e), 20 (f), 20 (g) e 20 (h) pode-se notar
pouca ou nenhuma adequação entre os dados obtidos e os estimados pelo
modelo de Playán et al. (2005), em virtude da diferença existente entre os
aspersores utilizados. Realmente nota-se que o diâmetro de bocal é um fator de
grande importância na avaliação de perdas de água por evaporação e arraste na
irrigação por aspersão, de forma a inviabilizar um modelo como este para
situações diferentes das quais ele foi desenvolvido.
60
Observado (%)
0 5 10 15 20 25
Estimado (%)
0
5
10
15
20
25
Observado (%)
0 5 10 15 20 25
Estimado (%)
0
5
10
15
20
25
Observado (%)
0 15 30 45 60
Estimado (%)
0
15
30
45
60
Observado (%)
0 5 10 15 20 25 30 35
Estimado (%)
0
5
10
15
20
25
30
35
Observado (%)
0 15 30 45 60
Estimado (%)
0
15
30
45
60
Observado (%)
0 5 10 15 20 25 30 35
Estimado (%)
0
5
10
15
20
25
30
35
Observado (%)
0 15 30 45 60
Estimado (%)
0
15
30
45
60
Observado (%)
0 5 10 15 20 25 30 35
Estimado (%)
0
5
10
15
20
25
30
35
(a)
(b)
(d)
(h)
(f)
(c)
(e)
(g)
FIGURA 20
Valores de perdas de água observados versus estimados pelo
modelo de Playán et al. (2005) utilizando, respectivamente, um
único aspersor e laterais do aspersor (a, b) NY-7 ER, (c, d) NY-
12, (e, f) Naan-12 e (g, h) NY-25.
61
4.3 Modelagem dos valores de perdas de água por evaporação e arraste
Os modelos de Playán et al. (2005), Seginer et al. (1991), Tarjuelo et al.
(2000), Trimmer (1987) e Yazar (1984) não representaram, de forma adequada,
as perdas obtidas em avaliações de campo, para nenhum aspersor. Portanto,
houve a necessidade de gerar modelos específicos para cada aspersor, levando-
se em consideração variáveis ambientais (temperatura do ar, umidade relativa do
ar, déficit de pressão do vapor e velocidade do vento), variáveis relacionadas ao
aspersor (diâmetro e inclinação do bocal) e variável operacional (pressão de
operação).
A seguir, são apresentados os modelos gerados a partir dos valores
obtidos de perdas de água por evaporação e arraste, para testes com um único
aspersor e também para testes com laterais de aspersores.
Na Equação 18 é apresentado o modelo gerado a partir de testes com um
único aspersor e na equação 19 a partir de testes com laterais de aspersores, para
estimativa de perdas de água por evaporação e arraste, na utilização de um
aspersor NY-7 ER (bocais de 4,6 mm x 4,0 mm e inclinação do jato igual a )
operando em pressões entre 245 kPa e 343 kPa.
UePEA
S
1252,02781,700259,0
5,0
++=
(18)
UePEA
S
7499,32768,40177,0
5,0
++=
(19)
As Figuras 21, 24, 27 e 30 representam a dispersão dos valores obtidos
de perdas de água versus os valores estimados pelo modelo, mostradas com o
objetivo de confirmar a hipótese de linearidade anteriormente assumida com o
uso das variáveis explicativas para as perdas de água e, também, para verificar a
precisão do ajuste.
62
Nas Figuras 21 (a) e 21 (c), podem-se visualizar os valores simulados de
perdas versus os valores medidos, para o aspersor NY-7 ER, podendo-se dizer
que os dois modelos apresentaram ajuste aceitável, visto que os pontos estão
situados ao redor da linha 1:1. Além disso, observando-se as Figuras 21 (b) e 21
(d), é possível notar que os resíduos obtidos nos ajustes dos modelos estão
localizados ao redor de zero, indicando que os modelos mostraram ajustes
satisfatórios.
Valores previstos (%)
0 5 10 15 20 25
EA (%)
0
5
10
15
20
25
Valores previstos (%)
0 5 10 15 20 25
EA (%)
-20
-10
0
10
20
Valores previstos (%)
0 3 6 9 12 15
EA (%)
0
3
6
9
12
15
Valores previstos (%)
0 3 6 9 12 15
EA (%)
-5
-3
-1
1
3
5
(a)
(b)
(d)
(c)
FIGURA 21
Perdas obtidas versus valores previstos e resíduos versus valores
previstos, para testes com um único aspersor (a, b) e com laterais
de aspersores (c, d), na utilização do aspersor NY-7 ER.
Nas Figuras 22 e 23 é possível verificar a variação das perdas de água
por evaporação e arraste, em função do déficit de pressão de vapor, velocidade
do vento e pressão de operação, de acordo com os dois modelos gerados para o
aspersor NY-7 ER (Equação 18 e Equação 19).
63
Déficit de pressão de vapor (kPa)
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
Velocidade do vento (ms
-1
)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
11109876543
245 kPa
294 kPa 343 kPa
FIGURA 22 Perdas obtidas por simulação, para testes com um único aspersor
na utilização do aspersor NY-7, operando nas pressões de 245 Pa,
294 kPa e 343 kPa.
64
Déficit de pressão de vapor (kPa)
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
Velocidade do vento (ms
-1
)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
13
11
9
7
5
3
1
245 kPa
294 kPa 343 kPa
FIGURA 23 Perdas obtidas por simulação, para testes com um laterais de
aspersores, na utilização do aspersor NY-7, operando nas pressões
de 245 Pa, 294 kPa e 343 kPa.
65
A equação 20 representa o modelo gerado a partir de testes com um
único aspersor e a equação 21 a partir de testes com laterais de aspersores, para
estimativa de perdas de água por evaporação e arraste, na utilização do aspersor
NY-12 (bocal de 3,5 mm e inclinação igual a 12º) operando nas pressões de 196
kPa, 245 kPa e 294 kPa.
UePEA
S
4335,35454,2800862,0
5,0
++=
(20)
UePEA
S
4850,52976,130304,0
5,0
++=
(21)
Na Figura 24 observa-se a dispersão dos valores obtidos de perdas de
água versus os valores estimados pelos modelos gerados para o aspersor NY-12
(Equação 20 e Equação 21), mostradas com o objetivo de confirmar a hipótese
de linearidade anteriormente assumida com o uso das variáveis explicativas para
as perdas de água e também para verificar a precisão do ajuste.
Analisando-se as Figuras 24 (a) e 24 (c), se pode ver os valores
simulados de perdas versus os valores medidos, para o aspersor NY-12, sendo
possível dizer que os dois modelos apresentaram um bom ajuste, visto que os
pontos estão situados ao redor da linha 1:1, sem haver uma grande dispersão.
Além disso, observando-se as Figuras 24 (b) e 24 (d), é possível notar que os
resíduos obtidos nos ajustes dos modelos estão localizados ao redor de zero,
indicando que os modelos mostraram ajustes satisfatórios.
66
Valores previstos (%)
0 15 30 45 60
EA (%)
0
15
30
45
60
Valores previstos (%)
0 15 30 45 60
EA (%)
-20
-10
0
10
20
Valores previstos (%)
0 10 20 30 40
EA (%)
0
10
20
30
40
Valores previstos (%)
0 10 20 30 40
EA (%)
-10
-5
0
5
10
(a)
(b)
(d)
(c)
FIGURA 24
Perdas obtidas versus valores previstos e resíduos versus valores
previstos, para testes com um único aspersor (a, b) e com laterais
de aspersores (c, d), na utilização do aspersor NY-12.
As Figuras 25 e 26 possibilitam verificar a variação das perdas de água
por evaporação e arraste, em função do déficit de pressão de vapor, velocidade
do vento e pressão de operação, de acordo com os dois modelos gerados para o
aspersor NY-12 (Equação 20 e Equação 21).
67
Déficit de pressão de vapor (kPa)
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
Velocidade do vento (ms
-1
)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
55
50
45
4035
30
252015
10
196 kPa
245 kPa
294 kPa
FIGURA 25 Perdas obtidas por simulação, para testes com um único aspersor,
na utilização do aspersor NY-12, operando nas pressões de 196
Pa, 245 kPa e 294 kPa.
68
Déficit de pressão de vapor (kPa)
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
Velocidade do vento (ms
-1
)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
30
25
20
15
10
5
196 kPa
245 kPa
294 kPa
FIGURA 26 Perdas obtidas por simulação, para testes com laterais de
aspersores, na utilização do aspersor NY-12, operando nas
pressões de 196 Pa, 245 kPa e 294 kPa.
69
As equações 22 e 23 representam, respectivamente, os modelos gerados
a partir de testes com um único aspersor e testes com laterais de aspersores, para
estimativa de perdas de água por evaporação e arraste, na utilização de um
aspersor Naan-12 (bocal de 3,0 mm e inclinação igual a 12º), operando nas
pressões de 245 kPa, 294 kPa e 343 kPa.
UePEA
S
1730,10100,200315,0
5,0
++=
(22)
UePEA
S
4907,23716,1700294,0
5,0
++=
(23)
A Figura 27 exibe a dispersão dos valores obtidos de perdas de água
versus os valores estimados pelos modelos gerados para o aspersor Naan-12
(Equação 22 e Equação 23), mostradas com o objetivo de confirmar a hipótese
de linearidade anteriormente assumida com o uso das variáveis explicativas para
as perdas de água e também para verificar a precisão do ajuste.
Observando-se as Figuras 27 (a) e 27 (c) é possível visualizar os valores
simulados de perdas versus os valores medidos, para o aspersor Naan-12,
podendo-se dizer que os modelos (Equação 22 e Equação 23) apresentaram
ajuste satisfatórios, visto que os pontos estão situados ao redor da linha 1:1, sem
haver uma grande dispersão. Além disso, analisando-se as Figuras 27 (b) e 27
(d) é possível notar que os resíduos obtidos nos ajustes dos modelos estão
localizados ao redor de zero, indicando que os modelos mostraram ajustes
satisfatórios.
70
Valores previstos (%)
0 15 30 45 60
EA (%)
0
15
30
45
60
Valores previstos (%)
0 15 30 45 60
EA (%)
-20
-10
0
10
20
Valores previstos (%)
0 10 20 30 40
EA (%)
0
10
20
30
40
Valores previstos (%)
0 10 20 30 40
EA (%)
-15
-10
-5
0
5
10
15
(a)
(b)
(d)
(c)
FIGURA 27
Perdas obtidas versus valores previstos e resíduos versus valores
previstos, para testes com um único aspersor (a, b) e com laterais
de aspersores (c, d), na utilização do aspersor Naan-12.
As Figuras 28 e 29 possibilitam verificar a variação das perdas de água
por evaporação e arraste em função do déficit de pressão de vapor, velocidade
do vento e pressão de operação, de acordo com os dois modelos gerados para o
aspersor Naan-12 (Equação 22 e Equação 23).
71
Déficit de pressão de vapor (kPa)
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
Velocidade do vento (ms
-1
)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
60
50
40
30
20
245 kPa
294 kPa 343 kPa
FIGURA 28 Perdas obtidas por simulação, para testes com um único aspersor,
na utilização do aspersor Naan-12, operando nas pressões de 245
kPa, 294 kPa e 343 kPa.
72
Déficit de pressão de vapor (kPa)
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
Velocidade do vento (ms
-1
)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
30
25
20
15
10
5
245 kPa 294 kPa
343 kPa
FIGURA 29 Perdas obtidas por simulação, para testes com laterais de
aspersores, na utilização do aspersor Naan-12, operando nas
pressões de 245 Pa, 294 kPa e 343 kPa.
73
As Equações 24 e 25 representam, respectivamente, os modelos gerados
a partir de testes com um único aspersor e testes com laterais de aspersores, para
estimativa de perdas de água por evaporação e arraste, na utilização de um
aspersor NY-25 (bocais de 2,8 mm x 2,5 mm e inclinação igual a 25º), operando
nas pressões de 196 kPa e 245 kPa.
UePEA
S
4216,110251,340395,0
5,0
++=
(24)
UePEA
S
9137,62193,50286,0
5,0
++=
(25)
As Figuras 30 (a) e 30 (c) permitem a visualização dos valores
simulados de perdas versus os valores medidos, para o aspersor NY-25,
podendo-se dizer que os modelos (Equação 24 e Equação 25) apresentaram um
bom ajuste, visto que os pontos estão situados ao redor da linha 1:1, sem haver
uma grande dispersão. Além disso, observando-se as Figuras 30 (b) e 30 (d) é
possível notar que os resíduos obtidos nos ajustes dos modelos estão localizados
ao redor de zero, indicando que os modelos mostraram ajustes satisfatórios,
sendo recomendada sua utilização.
74
Valores previstos (%)
0 15 30 45 60
EA (%)
0
15
30
45
60
Valores previstos (%)
0 15 30 45 60
EA (%)
-10
-5
0
5
10
Valores previstos (%)
0 10 20 30 40
EA (%)
0
10
20
30
40
Valores previstos (%)
0 10 20 30 40
EA (%)
-10
-5
0
5
10
(a)
(b)
(d)
(c)
FIGURA 30
Perdas obtidas versus valores previstos e resíduos versus valores
previstos, para testes com um único aspersor (a, b) e com laterais
de aspersores (c, d), na utilização do aspersor NY-25.
As Figuras 31 e 32 possibilitam verificar a variação das perdas de água
por evaporação e arraste em função do déficit de pressão de vapor, velocidade
do vento e pressão de operação, de acordo com os dois modelos gerados para o
aspersor NY-25 (Equação 24 e Equação 25).
75
Déficit de pressão de vapor (kPa)
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
Velocidade do vento (ms
-1
)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
70
60
50
40
30
20
10
196 kPa
245 kPa
FIGURA 31 Perdas obtidas por simulação, para testes com um único aspersor,
na utilização do aspersor NY-25, operando nas pressões de 196 Pa
e 245 kPa.
76
Déficit de pressão de vapor (kPa)
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
Velocidade do vento (ms
-1
)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
35
30
25
20
15
10
196 kPa
245 kPa
FIGURA 32 Perdas obtidas por simulação, para testes com laterais de
aspersores, na utilização do aspersor NY-25, operando nas
pressões de 196 Pa e 245 kPa.
77
5 CONCLUSÕES
Com base nos testes de campo para a determinação das perdas de água
por evaporação e arraste, nas simulações e modelagens realizadas, foi possível
concluir que:
a) as perdas apresentaram grande relação com o déficit de pressão de vapor do ar
e com a velocidade do vento, sendo mais influenciadas pelo diâmetro do bocal
do que pela pressão de operação;
b) nos testes de campo com um único aspersor as perdas de água por evaporação
e arraste foram bastante superiores às perdas obtidas com laterais de aspersores
funcionando simultaneamente;
c) os modelos usados para simular as perdas de água por evaporação e arraste
apresentaram, em geral, pouca ou nenhuma adequação aos resultados obtidos em
testes de campo. As exceções foram os modelos de Trimmer (1987) e Yazar
(1984), quando utilizados para simular perdas de água na utilização de laterais
de aspersores Agropolo equipado com bocais de 4,6 mm x 4,0 mm, dos modelo
de Tarjuelo et al. (2000) e Playán et al. (2005), quando utilizados para simular
perdas de água para testes com um único aspersor Agropolo (bocais de 4,6 mm x
4,0 mm), do modelo de Seginer et al. (1991), quando aplicado a testes com um
único aspersor Agropolo (bocal de 3,5 mm) e a laterais de aspersores Naan
(bocal de 3,0 mm), e do modelo de Playán et al. (2005), quando aplicado a testes
com laterais de aspersores Agropolo (bocal de 3,5 mm);
d) é necessária muita atenção na adoção de um dado modelo empírico para
estimativa de perdas de água por evaporação e arraste na irrigação por aspersão
convencional, analisando-se as limitações de cada modelo, como, por exemplo,
diâmetro de bocal, pressão de operação e ângulo de inclinação do jato utilizados
para gerar tal modelo;
78
e) os modelos específicos gerados para cada aspersor, tanto a partir de testes
com um único aspersor como também de laterais de aspersores, representaram
de forma adequada os dados de campo, comprovando e indicando a utilização de
todos os modelos gerados.
79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, H. J.; BERNARDO, S.; RAMOS, M. M.; SEDIYAMA, G. C.;
CECON, P. R. Influência de elementos do clima no desperdício de energia em
um sistema de irrigação por aspersão de alta pressão.
Revista Brasileira de
Engenharia Agrícola e Ambiental,
Campina Grande, v. 3, n. 3, p. 336-341,
set./dez. 1999.
BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C.
Manual de irrigação.
7. ed. Viçosa: Ed. UFV, 2005. 611 p.
CAMPBELL SCIENTIFIC.
CR10X measurement and control module:
instruction manual. Leicester, UK: Campbell Scientific, 1995.
CARRIÓN, P.; TARJUELO, J. M.; MONTERO, J. SIRIAS: a simulation model
for sprinkler irrigation. Part I: Description of model.
Irrigation Science,
New
York, v. 20, n. 2, p. 73-84, June 2001.
CHRISTOFIDIS, D. Os recursos hídricos e a prática da irrigação no Brasil e no
mundo.
Revista ITEM (Irrigação & Tecnologia Moderna).
São Paulo, SP:
2001. n.49, p. 8-13.
DECHMI, F.; PLAYÁN, E.; CAVERO, J.; FACI, J. M.; MARTINEZ-COB, A.
Wind effects on solid set sprinkler irrigation depth and yield of maize (
Zea
mays
).
Irrigation Science,
New York, v. v. 22, n. 2, p. 67-77, Sept. 2003.
DYLLA, A. S.; SHULL, H. Estimating losses from a rotating-boom sprinkler.
Transactions of the American Society of Agricultural Engineers,
St. Joseph,
v. 26, n. 1, p. 123-125, Jan./Feb. 1983.
EDLING, R. J. Kinetic Energy, evaporation and wind drift of droplets from low
pressure irrigation nozzles.
Transactions of the American Society of
Agricultural Engineers,
St. Joseph, v. 28, n. 5, p. 1543-1550, Sept./Oct. 1985.
FACI, J. M.; BERCERO, A. Efecto del viento em la uniformidad y em las
perdidas por evaporación y arraste en riego por aspersión.
Investigation
Agraria: Produccion y Proteccion Vegetable,
Madrid,
v. 6, n. 2, p. 171-180,
1991.
80
FACI, J. M.; SALVADOR, R.; PLAYÁN, E.; SOURELL, H. Comparison of
fixed and rotating spray plate sprinklers.
Journal of Irrigation and Drainage
Engineering,
Reston, v. 127, n. 4, p. 224-233, July/Aug. 1991.
FRIZZONE, J. A.; DOURADO NETO, D. Avaliação de sistemas de irrigação.
In: MIRANDA, J. H.; PIRES, R. C. M.
Irrigação.
Piracicaba: FUNEP, 2003. v.
2, 703 p.
FROST, K. R.; SCHWALEN, H. C. Sprinkler evaporation losses.
Agricultural
Engineering,
St. Joseph, v. 36, n. 8, p. 526-528, Aug. 1955.
KELLER, J.; BLIESNER, R. D.
Sprinkle and trickle irrigation.
New York:
AnaviBook/Van Nostrand Reinhold, 1990. 652 p.
KINCAID, D. C. Spraydrop kinetic energy from irrigation sprinklers.
Transactions of the American Society of Agricultural Engineers,
St. Joseph,
v. 39, n. 3, p. 847-853, May/June 1996.
KINCAID, D. C.; LONGLEY, T. S. A water droplet evaporation and
temperature model.
Transactions of the American Society of Agricultural
Engineers,
St. Joseph, v. 32, n. 2, p. 457-463, Mar./Apr. 1989.
KINCAID, D. C.; SOLOMON, K. H.; OLIPHANT, J. C. Drop size distributions
for irrigation sprinklers.
Transactions of the American Society of
Agricultural Engineers,
St. Joseph, v. 39, n. 3, p. 839-845, May/June 1996.
KOHL, K. D.; KOHL, R. A.; DeBoer, D. W. Measurement of low pressure
sprinkler evaporation loss.
Transactions of the American Society of
Agricultural Engineers,
St. Joseph, v. 30, n. 4, p. 1071-1074, July/Aug. 1987.
KOHL, R. A. Drop size distribution from medium-sized agricultural sprinklers.
Transactions of the American Society of Agricultural Engineers,
St. Joseph,
v. 17, n. 4, p. 690-693, July/Aug. 1974.
KRAUS, J. H. Application efficiency of sprinkler irrigation and its effects on
microclimate.
Transactions of the American Society of Agricultural
Engineers,
St. Joseph, n. 4, p. 642-645, July/Aug. 1966.
MAROUELLI, W. A.; SILVA, W. L. C.; SILVA, H. R.
Irrigação por aspersão
em hortaliças.
Brasília: Embrapa Informação Tecnológica; Embrapa Hortaliças,
2001. 111 p.
81
MONTERO, J.; ORTEGA, J. F.; TARJUELO, J. M.; HONRUBIA, F. T.
Análisis de lás perdidas por evaporación y arraste en el riego por aspersión. In:
CONGRESSO NACIONAL DE RIEGOS, 15., 1997, Madrid.
Proceedings...
Madrid: Asociación Española de Riegos y Drenajes, 1997. p. 144-152.
MONTERO, J.; TARJUELO, J. M.; ORTEGA, J. F. Heterogeneity analysis of
the irrigation in fields with médium size sprinklers.
Agricultural Engineering
Internacional, the CIGR Ejournal,
v. 2, p. 1-11, Mar. 2000.Disponível em:
<http://cigr-ejournal.tamu.edu>. Acesso em: 28 jun. 2006.
ORTEGA, J. F.; TARJUELO, J. M.; MONTERO, J.; DE JUAN, J. A. Discharge
efficiency in sprinkling irrigation: analysis of the evaporation and drift losses in
semi-arid áreas.
Agricultural Engineering International, the CIGR Ejournal,
v. 2, p. 1-21, Mar. 2000. Disponível em: <http://cigr-ejournal.tamu.edu>. Acesso
em: 28 jun. 2006.
ORTEGA, J. F.; TARJUELO, J. M.; DE JUAN, J. A.; CARRIÓN, P.
Uniformity distribution and its economic effect on irrigation management in
semiarid zones.
Journal of Irrigation and Drainage Engineering,
Reston, v.
130, n. 4, p. 257-268, July/Aug. 2004.
PEREIRA, G. M.
Simulação das perdas de água por evaporação e da
uniformidade de distribuição na irrigação por aspersão.
1995. 125 p. Tese
(Doutorado) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG.
PEREIRA, G. M. Aspersão Convencional. In: MIRANDA, J. H.; PIRES, R. C.
M.
Irrigação.
Piracicaba: FUNEP, 2003. v. 2, 703 p.
PLAYÁN, E.; SALVADOR, R.; FACI, J. M.; ZAPATA, N.; MARTÍNEZ-COB,
A.; SÁNCHEZ, I. Day and night Wind drift and evaporation losses in sprinkler
solid-sets and moving laterals.
Agricultural Water Management,
Amsterdam,
v. 76, n. 3, p. 139-159, Aug. 2005.
SEGINER, I.; KANTZ, D.; NIR, D. The distortion by wind of the distribution
patterns of single sprinklers.
Agricultural Water Management,
Amsterdam, v.
19, n. 4, p. 341-359, May 1991.
SEGINER, I.; KOSTRINSKY, M. Wind, sprinkler patterns, and system design.
Journal of the Irrigation and Drainage Division,
Reston, v. 101, n. 3, p. 251-
264, Sept. 1975.
82
SMAJSTRLA, A. G.; ZAZUETA, F. S. Evaporation loss during sprinkler
irrigation.
Agricultural and Biological Engineering Department
, Florida,
2003. 8 p.
TARJUELO, J. M.
El riego por aspersión y su tecnologia.
2. ed. Madri:
Ediciones Mundi-Prensa, 1999. 565 p.
TARJUELO, J. M.; MONTERO, J.; HONRUBIA, F. T.; ORTIZ, J. J.;
ORTEGA, J. F. Analysis of uniformity of sprinkle irrigation in a semi-arid area.
Agricultural Water Management,
Amsterdam, v. 40, n. 2/3, p. 315-331, May
1999.
TARJUELO, J. M.; ORTEGA, J. F.; MONTERO, J.; JUAN, J. A. Modelling
evaporation and drift losses in irrigation with medium size impact sprinklers
under semi-arid conditions.
Agricultural Water Management,
Amsterdam, v.
43, n. 3, p. 263-284, Apr. 2000.
TELLES, D. A. Irrigação. In: AZEVEDO NETTO, J. M.; FERNANDEZ, M. F.;
ARUAÚJO, R.; ITO, A. E.
Manual de hidráulica.
8. ed. São Paulo: Edgard
Blucher, 1998. 669 p.
THOMPSON, A. L.; GILLEY, J. R.; NORMAN, J. M. A sprinkler water droplet
evaporation and plant canopy model: I. Model Development.
Transactions of
the American Society of Agricultural Engineers,
St. Joseph, v. 36, n. 3, p.
735-741, May/June 1993.
TRIMMER, W. L. Sprinkler evaporation loss equation.
Journal of Irrigation
and Drainage Engineering,
New York, v. 113, n. 4, p. 616-620, Nov. 1987.
VON BERNUTH, R. D. Effect of trajectory angle on performance of sprinklers
in wind.
Journal of Irrigation and Drainage Engineering,
New York, v. 114,
n. 4, p. 579-587, Nov. 1988.
YAZAR, A. Evaporation and drift losses from sprinkler irrigation systems under
various operating condition.
Agricultural Water Management,
Amsterdam, v.
8, n. 4, p. 439-449, 1984.
83
ANEXOS
Página
TABELA 1 Perdas de água por evaporação e arraste (EA) em testes de campo
com um único aspersor NY-7 ER, em função de P
S
(pressão de serviço), T
(temperatura do ar), UR (umidade relativa do ar), U (velocidade do vento) e
e
(déficit de pressão de
vapor)................................................................................843
TABELA 2 Perdas de água por evaporação e arraste (EA) em testes de campo
com um único aspersor NY-12, em função de P
S
(pressão de serviço), T
(temperatura do ar), UR (umidade relativa do ar), U (velocidade do vento) e
e
(déficit de pressão de vapor)................................................................................85
TABELA 3 Perdas de água por evaporação e arraste (EA) em testes de campo
com um único aspersor Naan-12, em função de P
S
(pressão de serviço), T
(temperatura do ar), UR (umidade relativa do ar), U (velocidade do vento) e
e
(déficit de pressão de vapor)................................................................................87
TABELA 4 Perdas de água por evaporação e arraste (EA) em testes de campo
com um único aspersor NY-25, em função de P
S
(pressão de serviço), T
(temperatura do ar), UR (umidade relativa do ar), U (velocidade do vento) e
e
(déficit de pressão de vapor)................................................................................89
TABELA 5 Perdas de água por evaporação e arraste (EA) em testes de campo
com laterais de aspersores NY-7 ER, em função de P
S
(pressão de serviço), T
(temperatura do ar), UR (umidade relativa do ar), U (velocidade do vento) e
e
(déficit de pressão de vapor)................................................................................90
TABELA 6 Perdas de água por evaporação e arraste (EA) em testes de campo
com laterais de aspersores NY-12, em função de P
S
(pressão de serviço), T
(temperatura do ar), UR (umidade relativa do ar), U (velocidade do vento) e
e
(déficit de pressão de vapor)................................................................................91
TABELA 7 Perdas de água por evaporação e arraste (EA) em testes de campo
com laterais de aspersores Naan-12, em função de P
S
(pressão de serviço), T
(temperatura do ar), UR (umidade relativa do ar), U (velocidade do vento) e
e
(déficit de pressão de vapor)................................................................................92
TABELA 8 Perdas de água por evaporação e arraste (EA) em testes de campo
com laterais de aspersores NY-25, em função de P
S
(pressão de serviço), T
(temperatura do ar), UR (umidade relativa do ar), U (velocidade do vento) e
e
(déficit de pressão de vapor)................................................................................93
84
TABELA 1 Perdas de água por evaporação e arraste (EA) em testes de campo
com um único aspersor NY-7 ER, em função de P
S
(pressão de
serviço), T (temperatura do ar), UR (umidade relativa do ar), U
(velocidade do vento) e
e (déficit de pressão de vapor).
Bocais Ps T UR U
e
EA
(mm) (kPa) (ºC) (%) (m/s) (kPa) (%)
4,6x4,0 7 245 24,54 78,31 0,62 0,6676 6,54
4,6x4,0 7 245 29,54 54,46 0,38 1,8794 17,42
4,6x4,0 7 245 26,69 65,38 1,38 1,2105 12,50
4,6x4,0 7 245 25,15 65,69 1,85 1,0952 14,22
4,6x4,0 7 245 24,77 73,77 1,75 0,8185 7,19
4,6x4,0 7 245 22,15 83,00 0,67 0,4530 8,74
4,6x4,0 7 245 28,85 52,15 1,25 1,8977 8,67
4,6x4,0 7 245 26,38 64,69 1,02 1,2123 7,02
4,6x4,0 7 245 16,00 90,85 0,03 0,1662 2,33
4,6x4,0 7 294 27,23 68,15 0,68 1,1495 11,92
4,6x4,0 7 294 31,00 49,38 0,65 2,2712 20,82
4,6x4,0 7 294 29,77 47,46 1,22 2,1972 9,58
4,6x4,0 7 294 23,69 78,38 0,57 0,6324 5,87
4,6x4,0 7 294 27,00 59,08 1,05 1,4570 10,50
4,6x4,0 7 294 24,69 70,77 0,98 0,9078 8,41
4,6x4,0 7 294 22,38 83,23 0,85 0,4532 6,56
4,6x4,0 7 294 27,00 58,62 1,43 1,4734 11,20
4,6x4,0 7 294 27,46 65,15 2,23 1,2748 8,79
4,6x4,0 7 294 28,38 60,08 3,20 1,5406 9,38
4,6x4,0 7 294 23,00 72,62 2,02 0,7682 3,13
4,6x4,0 7 294 16,69 91,08 0,00 0,1693 3,48
4,6x4,0 7 343 23,15 85,69 0,60 0,4052 8,10
4,6x4,0 7 343 23,31 77,00 2,31 0,6575 23,91
4,6x4,0 7 343 28,31 60,69 1,30 1,5109 8,07
4,6x4,0 7 343 23,92 72,54 1,88 0,8144 4,15
4,6x4,0 7 343 25,77 65,85 0,00 1,1309 4,59
4,6x4,0 7 343 27,77 57,77 1,35 1,5729 6,17
4,6x4,0 7 343 28,85 50,46 1,36 1,9647 6,33
4,6x4,0 7 343 29,00 50,77 1,23 1,9694 4,21
Inclin. (º)
85
...continua...
TABELA 1, Cont.
Bocais Ps T UR U
e
EA
(mm) (kPa) (ºC) (%) (m/s) (kPa) (%)
4,6x4,0 7 343 25,77 71,85 2,02 0,9322 5,35
4,6x4,0 7 343 29,54 56,23 2,23 1,8064 6,83
4,6x4,0 7 343 21,85 75,85 1,95 0,6319 4,79
4,6x4,0 7 343 20,08 71,46 1,89 0,6698 5,12
4,6x4,0 7 343 17,85 88,62 0,06 0,2324 5,62
Inclin. (º)
86
TABELA 2 Perdas de água por evaporação e arraste (EA) em testes de campo
com um único aspersor NY-12, em função de P
S
(pressão de
serviço), T (temperatura do ar), UR (umidade relativa do ar), U
(velocidade do vento) e e (déficit de pressão de vapor).
87
Bocal Ps T UR U
e
EA
(mm) (kPa) (ºC) (%) (m/s) (kPa) (%)
3,5 12 196 22,85 79,31 0,13 0,5753 31,78
3,5 12 196 24,62 73,08 0,58 0,8326 43,40
3,5 12 196 29,38 58,85 2,92 1,6827 48,56
3,5 12 196 25,00 64,92 2,45 1,1098 39,78
3,5 12 196 25,15 64,15 0,85 1,1443 40,96
3,5 12 196 26,92 61,31 0,94 1,3712 33,91
3,5 12 196 23,08 80,00 0,23 0,5639 32,98
3,5 12 196 27,46 62,69 1,37 1,3648 41,36
3,5 12 196 25,46 68,77 1,00 1,0154 38,23
3,5 12 196 23,31 78,15 1,02 0,6246 37,18
3,5 12 196 26,31 56,54 2,20 1,4859 41,35
3,5 12 196 21,46 75,92 1,09 0,6152 35,61
3,5 12 196 28,08 58,08 1,29 1,5899 39,99
3,5 12 196 23,62 69,54 0,00 0,8872 23,10
3,5 12 245 30,00 53,85 0,47 1,9556 39,73
3,5 12 245 25,23 69,69 0,62 0,9721 28,91
3,5 12 245 22,23 81,46 0,62 0,4964 30,40
3,5 12 245 27,23 60,69 0,82 1,4187 42,91
3,5 12 245 29,46 55,77 1,12 1,8170 47,08
3,5 12 245 26,54 56,54 1,33 1,5062 41,20
3,5 12 245 26,46 58,92 1,17 1,4170 31,30
3,5 12 245 27,23 61,69 1,46 1,3826 45,59
3,5 12 245 21,62 86,23 0,42 0,3553 22,21
3,5 12 245 25,46 64,23 0,62 1,1630 29,96
3,5 12 245 25,00 70,85 1,55 0,9222 33,98
3,5 12 245 30,00 48,92 1,19 2,1645 46,00
3,5 12 245 26,00 57,00 2,17 1,4435 35,95
3,5 12 245 23,46 70,69 2,08 0,8455 30,21
3,5 12 245 28,69 55,62 1,02 1,7438 34,71
Inclin. (º)
...continua...
TABELA 2, Cont.
88
Bocal Ps T UR U
e
EA
(mm) (kPa) (ºC) (%) (m/s) (kPa) (%)
3,5 12 245 20,77 81,69 0,00 0,4484 4,69
3,5 12 294 25,38 74,54 1,40 0,8239 35,37
3,5 12 294 29,62 53,69 0,85 1,9200 47,89
3,5 12 294 26,31 62,69 0,68 1,2756 31,65
3,5 12 294 26,92 61,00 1,00 1,3822 45,02
3,5 12 294 28,62 54,31 0,99 1,7880 47,57
3,5 12 294 30,31 49,54 2,01 2,1766 52,87
3,5 12 294 21,31 84,15 0,78 0,4012 28,72
3,5 12 294 25,69 58,15 1,78 1,3794 45,43
3,5 12 294 27,00 57,23 2,13 1,5229 39,40
3,5 12 294 26,27 66,18 0,68 1,1536 31,49
3,5 12 294 26,08 62,46 1,34 1,2662 44,55
3,5 12 294 26,08 69,23 1,64 1,0379 34,97
3,5 12 294 27,15 58,77 1,36 1,4810 44,16
3,5 12 294 15,00 92,77 0,00 0,1231 5,54
Inclin. (º)
TABELA 3 Perdas de água por evaporação e arraste (EA) em testes de campo
com um único aspersor Naan-12, em função de P
S
(pressão de
89
serviço), T (temperatura do ar), UR (umidade relativa do ar), U
(velocidade do vento) e e (déficit de pressão de vapor).
Bocal Ps T UR U
e
EA
(mm) (kPa) (ºC) (%) (m/s) (kPa) (%)
3,0 12 245 27,91 65,36 0,00 1,3008 29,18
3,0 12 245 27,77 61,77 0,58 1,4240 38,51
3,0 12 245 27,46 60,46 0,62 1,4463 36,57
3,0 12 245 24,54 64,46 1,40 1,0939 55,72
3,0 12 245 22,15 80,62 1,46 0,5164 45,80
3,0 12 245 24,77 68,92 0,78 0,9699 37,50
3,0 12 245 25,46 64,77 1,68 1,1455 49,84
3,0 12 245 26,54 65,62 1,15 1,1915 30,67
3,0 12 245 26,92 54,23 1,29 1,6221 45,80
3,0 12 245 21,00 87,54 0,23 0,3095 36,29
3,0 12 245 26,38 60,54 1,46 1,3547 48,09
3,0 12 245 25,85 61,00 2,05 1,2977 51,47
3,0 12 245 22,15 72,69 0,00 0,7277 27,74
3,0 12 294 24,38 83,46 0,45 0,5042 34,33
3,0 12 294 28,31 56,46 1,13 1,6735 48,16
3,0 12 294 26,00 59,69 1,10 1,3532 43,82
3,0 12 294 24,54 72,46 1,68 0,8477 51,04
3,0 12 294 23,08 74,23 1,06 0,7265 33,09
3,0 12 294 22,92 80,62 1,36 0,5411 43,66
3,0 12 294 24,38 66,38 2,15 1,0250 47,46
3,0 12 294 25,38 61,85 1,08 1,2345 43,03
3,0 12 294 28,00 47,08 0,87 1,9977 47,30
3,0 12 294 18,08 85,62 0,00 0,2979 9,60
3,0 12 343 27,15 71,38 0,29 1,0281 40,30
3,0 12 343 26,00 61,23 1,02 1,3015 44,15
3,0 12 343 25,92 66,69 1,29 1,1130 47,37
3,0 12 343 22,00 79,54 0,92 0,5402 39,36
3,0 12 343 26,00 65,62 1,16 1,1541 45,15
3,0 12 343 29,33 50,69 0,92 2,0105 43,38
Inclin. (º)
...continua...
TABELA 3, Cont.
90
Bocal Ps T UR U
e
EA
(mm) (kPa) (ºC) (%) (m/s) (kPa) (%)
3,0 12 343 28,15 54,38 2,02 1,7372 46,70
3,0 12 343 22,00 75,23 1,12 0,6540 38,16
3,0 12 343 26,38 55,85 2,40 1,5158 50,15
3,0 12 343 24,31 74,00 0,61 0,7893 34,34
3,0 12 343 16,85 88,38 0,00 0,2227 7,95
Inclin. (º)
TABELA 4 Perdas de água por evaporação e arraste (EA) em testes de campo
com um único aspersor NY-25, em função de P
S
(pressão de
91
serviço), T (temperatura do ar), UR (umidade relativa do ar), U
(velocidade do vento) e e (déficit de pressão de vapor).
Bocais Ps T UR U
e
EA
(mm) (kPa) (ºC) (%) (m/s) (kPa) (%)
2,8x2,5 25 196 24,92 66,38 2,15 1,0586 48,74
2,8x2,5 25 196 21,38 77,23 1,71 0,5790 44,66
2,8x2,5 25 196 26,31 59,62 0,75 1,3806 44,10
2,8x2,5 25 196 22,38 64,08 1,60 0,9706 45,25
2,8x2,5 25 196 25,38 52,85 1,77 1,5257 51,36
2,8x2,5 25 196 17,23 89,46 0,00 0,2070 1,11
2,8x2,5 25 245 26,00 63,23 1,67 1,2344 43,95
2,8x2,5 25 245 24,00 67,54 1,46 0,9673 43,89
2,8x2,5 25 245 23,62 59,23 1,65 1,1875 44,06
2,8x2,5 25 245 26,54 47,38 1,32 1,8237 51,38
2,8x2,5 25 245 21,38 77,69 0,00 0,5672 19,13
Inclin. (º)
TABELA 5 Perdas de água por evaporação e arraste (EA) em testes de campo
com laterais de aspersores NY-7 ER, em função de P
S
(pressão de
92
serviço), T (temperatura do ar), UR (umidade relativa do ar), U
(velocidade do vento) e e (déficit de pressão de vapor).
Bocais Ps T UR U
e
EA
(mm) (kPa) (ºC) (%) (m/s) (kPa) (%)
4,6x4,0 7 245 23,00 79,64 1,12 0,5713 3,09
4,6x4,0 7 245 29,00 52,18 2,85 1,9130 11,11
4,6x4,0 7 245 27,45 54,91 2,17 1,6484 10,14
4,6x4,0 7 245 24,91 71,00 1,09 0,9125 5,80
4,6x4,0 7 245 20,00 68,55 0,92 0,7344 0,03
4,6x4,0 7 245 18,18 78,00 1,01 0,4586 1,32
4,6x4,0 7 294 25,55 68,45 1,77 1,0313 7,75
4,6x4,0 7 294 28,64 51,64 2,43 1,8947 10,20
4,6x4,0 7 294 21,45 83,18 0,93 0,4295 5,07
4,6x4,0 7 294 20,18 67,73 1,85 0,7620 4,68
4,6x4,0 7 294 17,00 82,00 1,16 0,3483 2,17
4,6x4,0 7 294 24,27 49,27 0,96 1,5364 3,35
4,6x4,0 7 294 25,82 41,27 1,25 1,9507 7,72
4,6x4,0 7 343 23,00 75,36 0,96 0,6913 0,48
4,6x4,0 7 343 26,45 62,82 1,34 1,2817 0,38
4,6x4,0 7 343 23,64 52,36 1,23 1,3893 1,88
4,6x4,0 7 343 25,82 45,27 1,13 1,8178 4,53
Inclin. (º)
TABELA 6 Perdas de água por evaporação e arraste (EA) em testes de campo
com laterais de aspersores NY-12, em função de P
S
(pressão de
93
serviço), T (temperatura do ar), UR (umidade relativa do ar), U
(velocidade do vento) e e (déficit de pressão de vapor).
Bocal Ps T UR U
e
EA
(mm) (kPa) (ºC) (%) (m/s) (kPa) (%)
3,5 12 196 25,73 65,91 1,25 1,1263 19,85
3,5 12 196 25,00 67,18 1,27 1,0383 15,91
3,5 12 196 28,00 55,91 2,30 1,6644 21,75
3,5 12 196 27,36 61,09 2,50 1,4150 33,30
3,5 12 196 19,64 73,18 1,09 0,6125 12,08
3,5 12 196 21,73 67,91 0,92 0,8335 7,34
3,5 12 196 24,36 54,55 1,33 1,3840 18,00
3,5 12 245 25,64 66,73 1,41 1,0933 14,75
3,5 12 245 21,09 82,91 0,15 0,4268 7,42
3,5 12 245 24,09 69,27 0,71 0,9207 4,76
3,5 12 245 19,00 75,18 1,77 0,5447 7,83
3,5 12 245 22,82 62,73 1,49 1,0344 11,53
3,5 12 245 25,18 50,36 1,87 1,5873 14,33
3,5 12 294 28,00 56,55 3,07 1,6402 20,61
3,5 12 294 27,36 57,55 1,13 1,5437 15,24
3,5 12 294 22,73 74,64 0,55 0,7000 5,23
3,5 12 294 24,27 67,82 0,36 0,9746 4,65
3,5 12 294 25,36 65,64 0,67 1,1106 6,58
3,5 12 294 20,00 71,64 1,36 0,6623 16,21
Inclin. (º)
TABELA 7 Perdas de água por evaporação e arraste (EA) em testes de campo
com laterais de aspersores Naan-12, em função de P
S
(pressão de
94
serviço), T (temperatura do ar), UR (umidade relativa do ar), U
(velocidade do vento) e e (déficit de pressão de vapor).
Bocais Ps T UR U
e
EA
(mm) (kPa) (ºC) (%) (m/s) (kPa) (%)
3,0 12 245 22,82 73,18 0,88 0,7444 25,99
3,0 12 245 21,82 80,36 0,51 0,5129 27,55
3,0 12 245 26,91 61,64 2,11 1,3587 29,22
3,0 12 245 27,82 52,91 3,08 1,7591 32,78
3,0 12 245 20,09 68,36 2,02 0,7430 23,18
3,0 12 245 20,00 67,64 1,53 0,7557 20,19
3,0 12 245 23,09 55,64 1,04 1,2514 19,39
3,0 12 294 23,64 69,00 0,66 0,9040 14,44
3,0 12 294 23,36 74,27 0,55 0,7378 16,29
3,0 12 294 27,82 57,64 2,15 1,5824 30,85
3,0 12 294 27,36 59,64 0,87 1,4677 17,03
3,0 12 294 19,27 71,73 1,78 0,6309 16,68
3,0 12 294 20,55 72,09 1,81 0,6743 9,16
3,0 12 343 24,00 66,18 0,35 1,0078 13,32
3,0 12 343 24,09 70,18 1,69 0,8935 20,79
3,0 12 343 28,00 54,73 2,26 1,7089 17,51
3,0 12 343 25,27 66,27 1,23 1,0844 12,31
3,0 12 343 18,00 77,36 0,84 0,4667 20,70
3,0 12 343 20,27 72,00 1,91 0,6649 14,73
3,0 12 343 21,91 61,18 1,29 1,0194 20,93
Inclin. (º)
TABELA 8 Perdas de água por evaporação e arraste (EA) em testes de campo
com laterais de aspersores NY-25, em função de P
S
(pressão de
95
serviço), T (temperatura do ar), UR (umidade relativa do ar), U
(velocidade do vento) e e (déficit de pressão de vapor).
Bocais Ps T UR U
e
EA
(mm) (kPa) (ºC) (%) (m/s) (kPa) (%)
2,8x2,5 25 196 25,55 64,64 1,45 1,1558 19,17
2,8x2,5 25 196 23,00 79,45 1,16 0,5766 10,41
2,8x2,5 25 196 28,82 48,27 1,20 2,0480 24,22
2,8x2,5 25 196 28,64 47,36 0,76 2,0624 17,91
2,8x2,5 25 196 16,36 83,09 1,13 0,3142 15,56
2,8x2,5 25 245 25,00 68,45 0,95 0,9981 11,70
2,8x2,5 25 245 22,00 83,18 0,44 0,4441 13,75
2,8x2,5 25 245 22,36 80,27 0,64 0,5325 21,64
2,8x2,5 25 245 26,18 62,09 2,35 1,2863 33,23
2,8x2,5 25 245 28,64 45,00 0,96 2,1549 20,84
2,8x2,5 25 245 25,00 48,73 0,80 1,6220 20,92
2,8x2,5 25 245 17,36 80,82 0,95 0,3797 17,93
Inclin. (º)
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo