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MARCOS RAEDER FILHO
CARACTERIZAÇÃO DO CIMENTO ALUMINOSO E SUA APLICAÇÃO EM
CONCRETOS DE ALTA RESISTÊNCIA (CAR)
Dissertação apresentada ao corpo docente do
Programa de Pós-Graduação em Construção Civil
da Universidade Federal do Paraná, como parte
dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre
em Construção Civil.
Orientador: Prof. Dr. Vladimir Antonio Paulon
CURITIBA
2005
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TERMO DE APROVAÇÃO
MARCOS RAEDER FILHO
CARACTERIZAÇÃO DO CIMENTO ALUMINOSO E SUA APLICAÇÃO EM
CONCRETOS DE ALTA RESISTÊNCIA (CAR)
Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no
Programa de Pós-Graduação em Construção Civil da Universidade Federal do Paraná,
pela seguinte banca examinadora:
Orientador: Prof. Dr. Vladimir Antonio Paulon
Departamento de Construção Civil, UNICAMP
Co-orientador: Prof. MSc. José Marques Filho
Departamento de Construção Civil, UFPR
Prof. Dr. André Luiz Bortolacci Geyer
Universidade Federal de Goiás
Prof. Dr. Marcos Antonio Marino
Departamento de Construção Civil, UFPR
MSc. Patrícia Hommerding Pedrozo
Instituto de Tecnologia, LACTEC
Curitiba, 30 de junho de 2005
ii
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Ao Único Deus
Aos meus pais, Marcos e Regina
Aos meus irmãos, David e Laylah
Ao meu grande amigo Paulon
iii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço àquele que, embora detenha em suas mãos todo o
conhecimento, toda a sabedoria e os mais diversos mistérios da ciência, com imenso amor
e misericórdia se faz presente a cada dia nas coisas mais simples da vida. Ao meu Deus
toda a honra.
Agradeço ao meu amigo Vladimir Antonio Paulon não só pela orientação
extremamente competente desde a graduação, além da crescente amizade e interesse
demonstrados durante todo esse período, mas pelo exemplo de vida, tornando-se um
referencial na minha busca constante pelo sucesso acadêmico e profissional.
Ao meu co-orientador José Marques Filho, agradeço por sua amizade, excelente
orientação, disponibilidade mesmo nos momentos adversos e, acima de tudo, pelo
incentivo freqüente durante o decorrer de todo esse trabalho.
Com muito amor e carinho, aos meus pais e irmãos, que mesmo distantes, têm me
sustentado e apoiado em todos os sentidos.
À Patrícia Pedrozo, por ter sido minha orientadora e amiga em diversos momentos
no transcorrer dessa dissertação, se dispondo a ensinar e discutir o trabalho de maneira
enriquecedora, além de proporcionar todos os recursos necessários para a aquisição de
materiais e desenvolvimento do programa experimental.
Ao Sandro Mendes, pela amizade criada e por sua infinita disposição em me
orientar e auxiliar na execução dos ensaios experimentais, além de me incentivar e ajudar
muito na realização das análises estatísticas.
Agradeço à Lafarge Aluminates pela doação dos materiais necessários à realização
da pesquisa, à Vânia Dantas pelo atendimento prestativo em todas as horas, e em especial
ao Engenheiro Leandro Sampaio, por ter se tornado um verdadeiro amigo durante esse
período, e pelo incansável empenho e vontade demonstrados em informar, orientar e
discutir resultados referentes ao material analisado.
iv
À Professora Denise Dal Molin e todo o pessoal do NORIE, que de maneira muito
gentil se dispuseram e contribuíram significativamente nas análises e conclusões finais.
Ao Professor Paulo Chamecki e ao Instituto de Tecnologia para o
Desenvolvimento (LACTEC) por possibilitarem a execução dos ensaios de laboratório, e
de quaisquer outros recursos disponíveis no Laboratório de Materiais e Estruturas
(LAME).
Aos meus amigos e colegas de trabalho, Betina, Regiane, Waleska, Altair e Tiago,
pelos momentos que passamos durante o transcorrer de todo esse trabalho. Agradeço a
vocês pela grande amizade, carinho e ajuda incondicional que demonstraram, pelo
incentivo nas horas mais difíceis, sem os quais nada disso teria sido realizado, e sem os
quais nada disso tem valor.
Aos meus amigos do Laboratório de Materiais e Estruturas, Alan, Anísio, Amauri,
Edmílton, Eustáquio, Fabiano, Marcelo e Zorzi, por todo o apoio no desenvolvimento dos
ensaios de laboratório.
Ao Prof. José Manoel e todo o pessoal do Laboratório de Minerais e Rochas
(LAMIR), Ana Lúcia, Luciane e Rodrigo, pela colaboração com a análise petrográfica e
caracterização química dos materiais.
Agradeço muito ao meu tio Welinton, por investir no meu conhecimento e
formação durante toda a vida, além de ter sido o primeiro contato, exemplo e motivo de
meu interesse pelo estudo da engenharia.
Aos meus tios Rui e Nata, ao meu primo e grande amigo Gustavo, e à minha avó
Glória, agradeço pelo sustento, amizade, e amor, além do exemplo de determinação.
Agradeço à minha família em Curitiba, a família Carreiro, Tia Valdete, Tia
Valdinéia, Tio Moacir, Gustavo, Bruno, Filipe e Hugo, e a todos aqueles que por ela
passaram, pelo carinho e imenso amor. Aos meus amigos e irmãos, Marcos Liebich, Eder
Costa, Rodrigo Amato e Viviane Benítez pela grande amizade que formamos, e pela
companhia em diversos momentos. A todos vocês, agradeço por fazerem parte da minha
vida.
v
“[...] todas as coisas começam nele,
e nele encontram seu propósito.”
Deus não joga dados – Albert Einstein
vi
SUMÁRIO
RESUMO...........................................................................................................................xii
ABSTRACT .................................................................................................................... xiii
1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................1
1. 1 Considerações Iniciais............................................................................................................. 1
1. 2 Relevância e Justificativa ........................................................................................................ 3
1. 3 Objetivos.................................................................................................................................. 6
1. 4 Método..................................................................................................................................... 7
1. 5 Limitações ............................................................................................................................... 7
1. 6 Estrutura do trabalho ............................................................................................................... 8
2 CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA (CAR)........................................................9
2. 1 Definição ................................................................................................................................. 9
2. 2 Histórico e Aplicações........................................................................................................... 11
2. 3 Utilizações ............................................................................................................................. 12
2. 4 Estrutura do Concreto............................................................................................................ 16
2. 4. 1 Agregados.............................................................................................................................17
2. 4. 2 Pasta de Cimento Hidratada...............................................................................................17
2. 4. 2. 1 Porosidade .......................................................................................................................20
2. 4. 2. 2 Diminuição do tamanho dos grãos dos produtos da hidratação ......................................23
2. 4. 2. 3 Heterogeneidades ............................................................................................................23
2. 4. 3 Zona de Transição................................................................................................................24
2. 4. 4 Seleção dos Materiais...........................................................................................................26
2. 4. 4. 1 Cimento ...........................................................................................................................27
2. 4. 4. 2 Agregados........................................................................................................................29
2. 4. 4. 2. 1. Agregado Graúdo................................................................................................30
2. 4. 4. 2. 2. Agregado Miúdo..................................................................................................32
2. 4. 4. 3 Água ................................................................................................................................32
2. 4. 4. 4 Adições Minerais.............................................................................................................32
2. 4. 4. 5 Aditivos Superplastificantes............................................................................................36
2. 4. 5 Propriedades do Concreto...................................................................................................39
2. 4. 5. 1 Propriedades do Concreto de Alta Resistência no Estado Fresco ...................................39
2. 4. 5. 2 Propriedades do Concreto de Alta Resistência no Estado Endurecido............................42
2. 4. 5. 2. 1 Resistência à compressão.....................................................................................43
2. 4. 5. 2. 2 Resistência à tração..............................................................................................45
3 CIMENTOS ALUMINOSOS EM CAR.....................................................................47
3. 1 Introdução.............................................................................................................................. 47
3. 2 Hidratação e Resistência........................................................................................................ 49
3. 3 Resistência a Ataques Químicos ........................................................................................... 59
3. 4 Propriedades Refratárias........................................................................................................ 63
3. 5 Resistência à abrasão e impacto ............................................................................................ 66
3. 6 Trabalhabilidade do Concreto de Cimentos Aluminosos...................................................... 67
vii
3. 7 Durabilidade .......................................................................................................................... 69
3. 8 Outras Aplicações.................................................................................................................. 72
4 PROGRAMA EXPERIMENTAL ..............................................................................75
4. 1 Planejamento dos Ensaios ..................................................................................................... 76
4. 1. 1 Ensaios Mecânicos ...............................................................................................................76
4. 1. 2 Ensaios da Microestrutura..................................................................................................80
4. 2 Caracterização dos Materiais................................................................................................. 81
4. 2. 1 Cimento.................................................................................................................................81
4. 2. 2 Sílica Ativa............................................................................................................................83
4. 2. 3 Agregados.............................................................................................................................85
4. 2. 4 Água .......................................................................................................................................89
4. 2. 5 Aditivos..................................................................................................................................89
4. 3 Proporcionamento dos Materiais........................................................................................... 91
4. 3. 1 Produção e preparo dos corpos de prova............................................................................93
4. 3. 2 Cura e armazenamento ........................................................................................................94
4. 4 Metodologia para execução dos ensaios................................................................................. 95
4. 4. 1 Ensaios Mecânicos ................................................................................................................95
4. 4. 2 Ensaios de Microestrutura...................................................................................................97
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS..................................................................................98
5. 1 Considerações Iniciais............................................................................................................ 98
5. 2 Compatibilidade entre Cimento e Aditivos ............................................................................ 99
5. 3 Resistência à Compressão Axial ........................................................................................ 108
5. 3. 1 Efeito dos fatores relação água/aglomerante, teor de adição e idade na resistência à
compressão .....................................................................................................................................113
5. 3. 2 Efeito das adições de sílica ativa em função da relação água/aglomerante ..................118
5. 4 Resistência à Tração por Compressão Diametral................................................................ 119
5. 5 Análise da Microestrutura do Concreto............................................................................... 122
6 CONCLUSÃO..............................................................................................................127
6. 1 Considerações Iniciais......................................................................................................... 127
6. 1. 1 Com relação à Compatibilidade entre cimento, aditivos e sílica ativa..........................128
6. 1. 2 Com relação à Resistência à Compressão........................................................................129
6. 1. 3 Com relação à Resistência à Tração por Compressão Diametral .................................130
6. 2 Sugestões para futuros trabalhos ......................................................................................... 131
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................132
ANEXO A........................................................................................................................143
ANEXO B........................................................................................................................147
ANEXO C........................................................................................................................152
ANEXO D........................................................................................................................155
viii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 2. 1 – INFLUÊNCIA DA RELAÇÃO A/C E IDADE SOBRE RESISTÊNCIA E
PERMEABILIDADE...................................................................................................................................21
FIGURA 3. 1 – COMPOSIÇÃO DO CIMENTO ALUMINOSO EM COMPARAÇÃO AO CIMENTO
PORTLAND ................................................................................................................................................48
FIGURA 3. 2 – TEMPO DE PEGA PARA MISTURAS CONTENDO CIMENTO PORTLAND E
CIMENTO ALUMINOSO ..........................................................................................................................51
FIGURA 3. 3 – ESTRUTURA DO ALUMINATO MONOCALCICO (CA)............................................51
FIGURA 3. 4 – MICROGRAFIA DOS CRISTAIS PSEUDOHEXAGONAIS DO CA............................52
FIGURA 3. 5 – MICROGRAFIA DAS FASE HEXAGONAL E CÙBICA..............................................53
FIGURA 3. 6 – ESCOAMENTO DO AR ATRAVÉS DO CONCRETO..................................................55
FIGURA 3. 7 – DESENVOLVIMENTO DA RESISTÊNCIA PARA CONCRETOS DE CIMENTOS
ALUMINOSOS............................................................................................................................................56
FIGURA 4. 1 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PROJETO FATORIAL FRACIONADO ..............78
FIGURA 4. 2 – DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO CIMENTO ALUMINOSO......................82
FIGURA 4. 3 – MICROGRAFIA DA SÍLICA ATIVA .............................................................................84
FIGURA 4. 4 – DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DA SÍLICA ATIVA.......................................85
FIGURA 4. 5 – DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO AGREGADO MIÚDO............................86
FIGURA 4. 6 – DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO AGREGADO GRAÚDO ........................88
FIGURA 4. 7 – DIFRATOGRAMA DE RAIOS-X DO AGREGADO GRAÚDO ...................................88
FIGURA 5. 1 – ÁREA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE HIDRATAÇÃO (A/C = 0,23) .........................100
FIGURA 5. 2 – ÁREA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE HIDRATAÇÃO (A/C = 0,23) .........................101
FIGURA 5. 3 – ÁREA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE HIDRATAÇÃO (A/C = 0,23) .........................101
FIGURA 5. 4 – ÁREA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE HIDRATAÇÃO (A/C = 0,23) .........................101
FIGURA 5. 5 – ÁREA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE HIDRATAÇÃO (A/C = 0,37) .........................102
FIGURA 5. 6 – ÁREA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE HIDRATAÇÃO (A/C = 0,37) .........................102
FIGURA 5. 7 – ÁREA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE HIDRATAÇÃO (A/C = 0,37) .........................102
FIGURA 5. 8 – ÁREA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE HIDRATAÇÃO (A/C = 0,37) .........................103
FIGURA 5. 9 – TEMPO DE ESCOAMENTO EM FUNÇÃO DO TEOR DE ADITIVO A...................104
FIGURA 5. 10 – TEMPO DE ESCOAMENTO EM FUNÇÃO DO TEOR DE ADITIVO B.................105
FIGURA 5. 11 – PONTO DE SATURAÇÃO DO ADITIVO A – A/AGL 0,35......................................106
FIGURA 5. 11 – PONTO DE SATURAÇÃO DO ADITIVO A – A/AGL 0,25......................................107
FIGURA 5. 12 – EFEITO DA INTERAÇÃO ENTRE FATORES ANALISADOS NA RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO DE CONCRETO COM A/AGL 0,23 .............................................................................113
FIGURA 5. 13 – EFEITO DA INTERAÇÃO ENTRE FATORES NA RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO DE CONCRETO COM A/AGL 0,25 .............................................................................114
ix
FIGURA 5. 14 – EFEITO DA INTERAÇÃO ENTRE FATORES ANALISADOS NA RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO DE CONCRETO COM A/AGL 0,28 .............................................................................114
FIGURA 5. 15 – EFEITO DA INTERAÇÃO ENTRE FATORES ANALISADOS NA RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO DE CONCRETO COM A/AGL 0,32 .............................................................................114
FIGURA 5. 16 – EFEITO DA INTERAÇÃO ENTRE FATORES ANALISADOS NA RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO DE CONCRETO COM A/AGL 0,37 .............................................................................115
FIGURA 5. 17 – LEI DE COMPORTAMENTO GERAL DO EFEITO ISOLADO DA RELAÇÃO
ÁGUA/AGLOMERANTE SOBRE A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO. ............................................115
FIGURA 5. 18 – LEI DE COMPORTAMENTO GERAL DO EFEITO ISOLADO DA IDADE SOBRE
A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO.......................................................................................................116
FIGURA 5. 19 – LEI DE COMPORTAMENTO GERAL DO EFEITO ISOLADO DO TEOR DE
ADIÇÃO SOBRE A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO.........................................................................116
FIGURA 5. 20 – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO EM FUNÇÃO DA INTERAÇÃO ENTRE O TEOR
DE ADIÇÃO E A RELAÇÃO ÁGUA/AGLOMERANTE.......................................................................118
FIGURA 5. 21 – EQUIPAMENTO UTILIZADO PARA ENSAIO DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR
COMPRESSÃO DIAMETRAL.................................................................................................................121
FIGURA 5. 22 – MICROGRAFIA DE CONCRETO COM RELAÇÃO A/AGL 0,23 SEM ADIÇÃO DE
SÍLICA ATIVA – (a) AUMENTO DE 100x (b) AUMENTO DE 150x...................................................123
FIGURA 5. 23 – MICROGRAFIA DE CONCRETO (PORO) COM RELAÇÃO A/AGL 0,23 SEM
ADIÇÃO DE SÍLICA ATIVA – AUMENTO DE 3000x .........................................................................123
FIGURA 5. 25 – MICROGRAFIA DE CONCRETO COM RELAÇÃO A/AGL 0,28 e 10% DE ADIÇÃO
DE SÍLICA ATIVA – (a) AUMENTO DE 3000x (b) AUMENTO DE 1500x.........................................124
FIGURA 5. 27 – MICROGRAFIA DE CONCRETO COM RELAÇÃO A/AGL 0,28 E 10% DE
ADIÇÃO DE SÌLICA ATIVA – (a) AUMENTO DE 1500x (b) AUMENTO DE 100x ..........................124
FIGURA 1. C – IMAGEM MICROGRÁFICA EM LUZ POLARIZADA..............................................154
FIGURA 1. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,23; TEOR DE SÍLICA 0%).........156
FIGURA 2. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,23; TEOR DE SÍLICA 0%).........156
FIGURA 3. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,28; TEOR DE SÍLICA 10%).......157
FIGURA 4. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,28; TEOR DE SÍLICA 10%).......157
FIGURA 5. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,28; TEOR DE SÍLICA 10%).......158
FIGURA 6. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,28; TEOR DE SÍLICA 10%).......158
FIGURA 7. D – EDS - CONCRETO (A/AGL 0,28; TEOR DE SÍLICA 10%) .......................................159
FIGURA 8. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,28; TEOR DE SÍLICA 10%).......159
FIGURA 9. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,28; TEOR DE SÍLICA 10%).......160
FIGURA 12. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,32; TEOR DE SÍLICA 15%).....160
FIGURA 13. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,37; TEOR DE SÍLICA 0%).......161
FIGURA 14. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,37; TEOR DE SÍLICA 20%).....161
x
LISTA DE QUADROS E TABELAS
TABELA 2. 1 – CONSUMO DE MATERIAIS - EXECUÇÂO DE PAVIMENTO DE CONCRETO.....13
TABELA 4. 1 – PLANEJAMENTO DOS ENSAIOS – PROJETO FATORIAL CRUZADO ..................79
TABELA 4. 2 – ALEATORIZAÇÃO DA ORDEM DE EXECUÇÃO DOS TRAÇOS............................80
TABELA 4. 3 – CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS DO CIMENTO ALUMINOSO...........................81
TABELA 4. 4 – CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO CIMENTO ALUMINOSO ...................................81
TABELA 4. 5 – CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DO CIMENTO ALUMINOSO...............................82
TABELA 4. 6 – CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA SÍLICA ATIVA ....................................................83
TABELA 4. 7 – CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DA SÍLICA ATIVA ...............................................83
TABELA 4. 8 – GRANULOMETRIA DO AGREGADO MIÚDO...........................................................85
TABELA 4. 9 – CARACTERIZAÇÃO DO AGREGADO MIÚDO .........................................................85
TABELA 4. 10 – GRANULOMETRIA DO AGREGADO GRAÚDO .....................................................86
TABELA 4. 11 – CARACTERIZAÇÃO DO AGREGADO GRAÚDO....................................................87
TABELA 4. 12 – CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DO AGREGADO GRAÚDO ...............................87
TABELA 4. 13 – CARACTERÍZAÇÃO CRISTALOGRÁFICA DO AGREGADO GRAÚDO..............88
TABELA 4. 14 – CARACTERÍSTICAS DOS ADITIVOS SUPERPLASTIFICANTES .........................90
TABELA 4. 15 – TRAÇOS DE CONCRETO EM MASSA ......................................................................92
TABELA 5. 1 – MÉDIA, DESVIO PADRÃO E COEFICIENTE DE VARIAÇÃO – RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO .........................................................................................................................................108
TABELA 5. 2 – MÉDIA, DESVIO PADRÃO E COEFICIENTE DE VARIAÇÃO – RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO .........................................................................................................................................109
TABELA 5. 3 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA (ANOVA) – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO...........111
TABELA 5. 4 – PARÂMETROS ESTIMADOS PARA AS VARIÁVEIS DE CONTROLE.................111
TABELA 5. 5 – VALORES OBTIDOS - RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO ..........112
TABELA 5. 6 – VALORES PREVISTOS - RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO ......112
TABELA 5. 7 – MÉDIA, DESVIO PADRÃO E COEFICIENTE DE VARIAÇÃO – RESISTÊNCIA À
TRAÇÃO POR COMPRESSÃO DIAMETRAL.......................................................................................119
TABELA 5. 8 – MÉDIA, DESVIO PADRÃO E COEFICIENTE DE VARIAÇÃO – RESISTÊNCIA À
TRAÇÃO POR COMPRESSÃO DIAMETRAL.......................................................................................120
QUADRO 1. A – TRAÇOS DE CONCRETO CARACTERÌSTICAS DA PRODUÇÃO E CONSUMO
DE MATERIAIS POR M
3
DE CONCRETO – 1ª REPETIÇÃO...............................................................144
QUADRO 2. A – TRAÇOS DE CONCRETO – 1ª REPETIÇÃO............................................................144
QUADRO 3. A – TRAÇOS DE CONCRETO – 1ª REPETIÇÃO............................................................145
QUADRO 4. A – TRAÇOS DE CONCRETO – 2ª REPETIÇÃO............................................................145
QUADRO 5. A – TRAÇOS DE CONCRETO – 2ª REPETIÇÃO............................................................146
QUADRO 6. A – TRAÇOS DE CONCRETO – 2ª REPETIÇÃO............................................................146
QUADRO 1. B – ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL (MPa).............................148
QUADRO 2. B – ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL (MPa).............................149
QUADRO 3. B – ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR COMPRESSÃO DIAMETRAL
(MPa)..........................................................................................................................................................150
QUADRO 4. B –ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR COMPRESSÃO DIAMETRAL
(MPa)..........................................................................................................................................................151
QUADRO 1. C – MINERALOGIA DA ROCHA ....................................................................................153
xi
RESUMO
A disseminação de princípios relacionados à ciência dos materiais proporcionou
um desenvolvimento tecnológico significativo do concreto nas últimas décadas. O
desempenho mecânico, além da durabilidade são algumas das propriedades que mais
evoluíram nesse período, resultando num produto com características singulares,
denominado concreto de alta resistência (CAR). A utilização desse material é interessante
ao permitir a redução de deformações, permeabilidade, seções de peças estruturais,
custos, além de proporcionar maior velocidade de execução de obras, construção de vãos
maiores em elementos estruturais, entre diversas outras características.
A busca por um produto cada vez mais adequado em relação ao constante
progresso da engenharia de materiais tem direcionado alguns estudos relacionados à
utilização dos cimentos aluminosos como constituintes do concreto. O cimento aluminoso
foi inicialmente desenvolvido na França, cujo objetivo era aumentar a durabilidade de
estruturas de concreto sujeitas ao ataque por sulfatos. Contudo, devido a algumas
propriedades distintas em relação ao cimento Portland, como alta resistência inicial,
resistência à abrasão, desenvolvimento da resistência sob condições de baixa temperatura,
propriedades refratárias, entre outras, estenderam sua aplicação a diversas áreas da
construção. Entretanto, no Brasil não há um número razoável de estudos ou pesquisas
publicadas relacionados à utilização do cimento aluminoso em aplicações estruturais ou
quaisquer outras áreas da construção civil.
Sendo assim, esse trabalho tem como objetivo principal a contribuição ao estudo
do comportamento mecânico do concreto de alta resistência contendo cimentos
aluminosos, mais especificamente, alguns dos fatores que influenciam a resistência à
compressão e resistência à tração, como a adição de sílica ativa, relação água/aglomerante
e o grau de hidratação. Para uma melhor compreensão do comportamento mecânico do
concreto realiza-se uma investigação em sua microestrutura. Além disso, através de
ensaios de compatibilidade, são analisados os efeitos de alguns dos principais aditivos
superplastificantes comumente utilizados na produção de concreto de alta resistência com
cimento Portland na reologia de misturas contendo cimentos aluminosos.
xii
ABSTRACT
The dissemination of some principles related to the science of materials provided
significant technological development of the concrete in the last past years. The
mechanical performance, beyond the durability of such material, is some of the properties
that had more evolved in this period, resulting in a product with singular characteristics,
called High-Strength Concrete. The use of this material is interesting when allowing the
reduction of deformations, permeability, sections of structural members, costs, besides
providing a greater execution speed, and diverse other characteristics.
The search for a better product related to the constant progress of the engineering
of materials has directed studies related to the use of calcium-aluminate cements as
constituents of concrete. The calcium-aluminate cement was originally developed in
France, whose objective was to provide improve durability of concrete in sulphate bearing
environments. However, due some unique properties comparing to Portland cements, as
high initial resistance, abrasion resistance, rapid hardening under very cold climatic
conditions, refractory properties, among others, extended the range of application to many
other areas around the world. However, in Brazil there are not a reasonable number of
studies or research published relating the use of the calcium-aluminate cements in
structural applications or any other areas of civil engineering.
Therefore, this work has as main objective the contribution to study the mechanical
behavior of high-strength concrete using calcium-aluminate cements, more specifically,
some of the factors that can influence the compressive strength and tensile splitting
strength, as the use of silica fume, water/binder relation and age. For a better
understanding of the mechanical behavior of concrete, a research on its microstructure is
performed. Moreover, through compatibility assays, the effect of some of main
superplasticizers admixtures frequently used to produce high-strength concretes using
Portland cement are analyzed on the rheology of mixtures containing calcium-aluminate
cements.
xiii
1 INTRODUÇÃO
1. 1 Considerações Iniciais
O desenvolvimento tecnológico aliado à evolução do conhecimento humano impõe
aos materiais estruturais a necessidade de uma superação constante no seu desempenho
mecânico e durabilidade. Segundo MEHTA (1999), a aplicação dos princípios da Ciência
dos Materiais à tecnologia de produção do concreto oferece a expectativa de um produto
consideravelmente superior em relação à resistência, elasticidade e tenacidade, quando
comparável ao disponível atualmente.
A maioria dos projetistas cerca de cinqüenta anos atrás estava satisfeita com
projetos estruturais baseados em concretos com resistência à compressão limitada em
20 MPa devido principalmente ao conhecimento da época e, portanto, economia e
segurança proporcionadas. Além disso, acreditava-se que a aplicação do concreto estaria
restrita principalmente às estruturas horizontais, fundações, pisos ou como elementos de
proteção contra o fogo. (AÏTCIN, 2000).
Entretanto, com o intuito de atender às necessidades do setor de construção de
edifícios com grande altura no final dos anos 60, o concreto de alta resistência
(40 a 50 MPa) passou a ser utilizado comercialmente em quantidades significativas na
maioria das estruturas (FREEDMAN, 1971). Com a evolução dos aditivos redutores de
água, concretos com resistência à compressão acima de 60 MPa já eram produzidos
comercialmente (MEHTA, 1999; PHELAN, 1998).
Segundo diversos autores (AÏTCIN e NEVILLE, 1993; DAL MOLIN, 1995;
HELENE e HARTMANN, 2003), o concreto de alta resistência foi inicialmente
desenvolvido para ser utilizado como elemento estrutural em pontes e edifícios com
grandes alturas. Em tais edifícios o aumento da capacidade de carregamento permite a
execução de pilares e vigas de menores dimensões, resultando em maior área útil aos
pavimentos, principalmente nos andares inferiores sobrecarregados, reduzindo a carga
1
permanente da estrutura e a carga nas fundações. Dessa forma, além da viabilidade
técnica, as estruturas mais esbeltas geram aumento da área rentável. Como elemento
estrutural em pontes, a aplicação do concreto de alta resistência gera um aumento
significativo na relação entre resistência à compressão e peso, volume e custo. Além
disso, segundo CARPENTER (apud DAL MOLIN, 1995), através da utilização desse
material é possível obter maior módulo de deformação, propriedade interessante quando
deflexões controlam o projeto; maior resistência à tração, principal parâmetro de controle
no projeto de elementos estruturais de concreto protendido; e execução de vãos maiores.
Outras vantagens da utilização de concreto de alta resistência são:
baixa permeabilidade, porosidade e, consequentemente, maior durabilidade aos
ambientes agressivos sujeitos à ação da erosão, abrasão e ataques químicos;
redução de deformações instantâneas devido ao maior módulo de deformação;
redução de deformações a longo prazo e fluência;
material disponível;
vantagens econômicas, ecológicas e energéticas, quando são utilizados resíduos
industriais como adição ao concreto;
redução de reações de expansão quando utilizadas determinadas adições minerais.
Além disso, a utilização do concreto de alta resistência na construção permite
maior velocidade de execução das obras, o que resulta em aumento do fluxo de caixa.
Esse aumento é de extrema importância em uma era de altas taxas de juros.
Atualmente, a aplicação do concreto de alta resistência está estendida a diversos
tipos de estruturas, e não somente a edifícios altos e pontes. As principais aplicações são:
plataformas marítimas (ALAEJOS e CÁNOVAS, 1992; AÏTCIN, 2000; MEHTA e
MONTEIRO, 1994), pavimentos rodoviários (MOORE, 1999; BALBO, 1999), reatores
nucleares (DE LARRARD et al., 1990), túneis submarinos (ALAEJOS e CÁNOVAS,
1992), reparos e recuperação de estruturas (CHORINSKY, 1999), pré-moldados
(SCRIVENER, 2001), entre outros.
2
1. 2 Relevância e Justificativa
O constante desenvolvimento mundial requer que os materiais de construção e,
dessa forma, o concreto, sejam cada vez mais aproveitados e aperfeiçoados para
acompanhar tal progresso . Uma forma de buscar um produto melhor e mais adequado é a
utilização dos cimentos aluminosos como constituintes do concreto. De acordo com
NEVILLE (1998) o cimento aluminoso possui diversas propriedades singulares quando
comparado ao cimento Portland, como altas resistências iniciais, desenvolvimento da
resistência mesmo sob condições de baixas temperaturas, e durabilidade superior ao
ataque por sulfatos.
O cimento aluminoso foi desenvolvido na França no começo do século XX como
uma alternativa ao problema de ataque das estruturas de concreto por águas sulfatadas. A
comercialização desse material cresceu durante a Primeira Guerra Mundial, levando ao
uso substancial em estruturas de concreto expostas ao mar e fundações em solos com alto
teor de sulfatos. Contudo, a alta reatividade e versatilidade dos cimentos aluminosos
permitiram o emprego desse material em diversas outras aplicações.
Algumas dessas aplicações são as escavações de túneis, construção de minas na
África do Sul, Canadá e Austrália, entre outras, graças à alta taxa de evolução da
resistência. Em outros países, principalmente no Reino Unido, os danos causados pela
Segunda Guerra originaram um crescimento acelerado na construção civil da época. Os
processos de cura a vapor para concreto pré-moldado de cimento Portland não tinham
sido bem desenvolvidos e, conseqüentemente, o rápido endurecimento do concreto de
cimento aluminoso proporcionou sua utilização em diversas estruturas pré-moldadas e
protendidas. Além dessas aplicações, a alta taxa de evolução de calor durante a hidratação
estendeu a utilização do cimento aluminoso a concretagens em clima frio, levando a
várias aplicações no Ártico (SCRIVENER, 2001).
Em alguns países como a África do Sul, onde alguns efluentes são extremamente
agressivos devido a fatores hidráulicos ou descargas industriais com baixo pH, canais de
3
concreto com cimentos aluminosos estão sendo produzidos. A escolha desse material dá-
se pelo fato de apresentar uma alta capacidade de neutralização ácida, resistindo melhor
ao ataque sulfúrico biológico que canais produzidos com cimento Portland.
(ALEXANDER e FOURIE, 2001; GOYNS, 2001).
Além disso, segundo SCRIVENER (2001) a alta resistência à abrasão e impacto
devido à natureza da zona de transição entre a pasta e agregado permitiu a utilização do
concreto contendo cimentos aluminosos em estruturas hidráulicas sujeitas ao desgaste,
como vertedouros, comportas deslizantes e linhas de túneis de limpeza na França, Suécia,
Peru, entre diversos outros países.
As propriedades mecânicas, comportamento durante a cura e calor inicial das
misturas de cimentos aluminosos são características singulares decisivas em aplicações
refratárias (NORTON-BERRY; GHANBARI AHARI; LEE, 2001). O concreto de
cimento Portland exposto a altas temperaturas, de acordo com MEHTA e MONTEIRO
(1994), forma óxido de cálcio livre através da decomposição do hidróxido de cálcio, o que
causa a deterioração do concreto aquecido ao ser exposto à umidade ou à água.
Entretanto, o cimento aluminoso não produz hidróxido de cálcio durante a hidratação.
NEVILLE (1997) comenta que até cerca de 500°C, os concretos de cimento aluminoso
perdem resistência em proporção maior do que aqueles contendo cimento Portland; a
partir desse valor até 800°C, os dois são comparáveis, mas acima de cerca de 1000°C, o
cimento aluminoso tem um desempenho consideravelmente melhor.
A despeito das diversas aplicações para o concreto de cimentos aluminosos, alguns
acontecimentos envolvendo a utilização desse material geraram um clima de incerteza
quanto à sua utilização. Dessa forma, mudanças nas normas foram feitas para prevenir
efetivamente o uso desse material em aplicações estruturais (ANDIÓN; GARCÉS;
CASES, 2001).
O processo de degradação identificado e mais conhecido que sofrem os cimentos
aluminosos é o chamado de conversão dos hidratos hexagonais de aluminato de cálcio
para a forma cúbica. Esta conversão é usualmente seguida de uma perda de resistência.
4
Segundo diversos autores (ANDIÓN e GARCÉS, 2001; SCRIVENER, 2001), o
conhecimento insuficiente, a falta de entendimento sobre a química e comportamento
cristalográfico a longo prazo desse tipo de cimento e, principalmente, a falta de prática de
regras adequadas à utilização, além da atenção a parâmetros como relação água/cimento e
conteúdo de cimento, que são importantes para o concreto de cimento Portland e se
tornam críticos quando o cimento aluminoso é utilizado, levaram a casualidades fatais
envolvendo a utilização desses materiais.
Tais acontecimentos ilustram a importância do conhecimento sobre o
comportamento dos concretos contendo cimentos aluminosos a idades mais avançadas.
Com este fim, um estudo foi desenvolvido pela Concrete Society no Reino Unido
readmitindo a utilização dos cimentos aluminosos na construção civil. Suas descobertas
foram publicadas em 1997, e suas conclusões reafirmaram que qualquer projeto estrutural
deve ser baseado na resistência após o processo de conversão, e alguns parâmetros
relacionados ao consumo de cimento e relação água/cimento devem ser observados.
Após quase um século de experiência, as aplicações dos cimentos aluminosos são
cada vez mais diversas. O custo desse material significa que não é um substituto para o
cimento Portland em aplicações onde este último apresente desempenho favorável.
Todavia, onde seu custo seja justificado por suas propriedades distintas, isto estenderá o
campo de aplicações de materiais cimentícios em geral (SCRIVENER, 2001).
Segundo SCRIVENER et al. (1999), uma visão mais abrangente das propriedades
do concreto e dos materiais cimentícios indicará ambientes alternativos onde o concreto
poderá competir com outros tipos de materiais na busca de um produto que proporcione
altos níveis de desempenho. No Brasil não há um número razoável de pesquisas e estudos
publicados que criem uma diretriz segura para a produção e emprego dos cimentos
aluminosos em aplicações estruturais. Conforme observa DAL MOLIN (1995), não
devem ser importadas soluções sem a perfeita adaptação à realidade brasileira. Sendo
assim, impõe-se que sejam desenvolvidas pesquisas relacionadas à aplicação dos
cimentos aluminosos utilizando materiais e técnicas nacionais.
5
1. 3 Objetivos
O objetivo principal desse estudo consiste na análise do cimento aluminoso quanto
à sua aplicação em concretos de alta resistência para elementos estruturais.
Serão realizados ensaios laboratoriais para determinar algumas propriedades
básicas do material, a saber: resistência à compressão axial e resistência à tração por
compressão diametral. Através da realização de ensaios verificar-se-á a influência da
idade, relação água/aglomerante e teor de sílica ativa em tais propriedades.
Além disso, ao considerar as aplicações do cimento aluminoso em concreto é
necessário discutir características principais de trabalhabilidade desse material. Segundo
SCRIVENER (2001), os tipos clássicos de superplastificantes utilizados em misturas
contendo cimento Portland (lignossulfatos e polinaftalenos sulfonados) têm somente um
efeito modesto quando aplicados conjuntamente com cimentos aluminosos. Porém,
efeitos melhores na trabalhabilidade e reologia do concreto podem ser esperados ao serem
utilizados aditivos superplastificantes à base de policarboxilatos. Ainda de acordo com o
referido autor, a compatibilidade entre uma reologia adequada e tempo de pega normal
pode ser atingida através de teores adequados de tais aditivos, além do ajuste do tempo de
adição e tempo de mistura.
Não há literatura disponível no país que discuta a compatibilidade entre cimentos
aluminosos e aditivos. Portanto, tem-se como objetivo secundário analisar os efeitos de
alguns dos principais aditivos superplastificantes comumente utilizados em concreto de
cimento Portland na reologia de misturas contendo cimentos aluminosos. Tais efeitos
serão observados através da realização de ensaios de compatibilidade entre cimentos
aluminosos e aditivos. Outro objetivo é fornecer parâmetros para o melhor entendimento
em relação ao comportamento mecânico de concretos contendo cimentos aluminosos e,
dessa forma, contribuir para sua utilização com maior segurança e discernimento.
6
1. 4 Método
Tendo sido escolhido o tema da pesquisa, ou seja, o estudo dos cimentos
aluminosos e sua aplicação em concretos de alta resistência, como forma de abordagem
optou-se primeiramente pela análise de compatibilidade entre cimentos aluminosos e
aditivos e adições comumente empregadas na produção de concretos de alta resistência
com cimento Portland. Definido o aditivo que apresentou melhor desempenho, foram
investigados os efeitos das adições, grau de hidratação, e relação água/aglomerante nas
propriedades das misturas de concreto com cimentos aluminosos.
O programa experimental foi desenvolvido com base em um projeto de
experimento. Após a coleta de dados, os mesmos foram submetidos à análise estatística,
sendo em seguida interpretados e discutidos conforme será apresentado no decorrer desse
estudo.
1. 5 Limitações
As propriedades mecânicas dos concretos estão relacionadas a diversas fontes de
variabilidade. As principais são: relação água/aglomerante, tipo e teor de adição, tipos e
teores de aditivos, grau de hidratação, tipo e consumo de cimento, tipo e dimensão
máxima característica do agregado graúdo, módulo de finura do agregado miúdo, entre
muitos outros.
DAL MOLIN (1995) comenta que à medida em que o número de variáveis a serem
analisadas em um programa experimental aumenta, o número de combinações cresce
muito rapidamente, inviabilizando sua execução. Tendo em vista os diversos fatores que
influenciam as propriedades do concreto e a incapacidade de abordá-los simultaneamente
em um único programa experimental, além da limitação de recursos e tempo, fez-se
necessário estabelecer limites ao programa desenvolvido. Sendo assim, foram analisados
apenas alguns dos fatores que influenciam as propriedades mecânicas do concreto. Os
7
fatores escolhidos foram: relação água/aglomerante, idade de hidratação e teor de sílica
ativa.
1. 6 Estrutura do trabalho
A estrutura do trabalho é composta por seis capítulos, conforme descrito a seguir.
O Capítulo 1 apresenta o assunto no qual se insere o tema desse estudo, a
relevância do mesmo, além dos objetivos a serem atingidos. Também estão descritos o
método e as limitações do trabalho em questão.
Em seguida, nos capítulos 2 e 3, a revisão bibliográfica é apresentada. No Capítulo
2 estão abordados aspectos relacionados ao concreto de alta resistência. Partindo-se da
definição, histórico e aplicações desse material, são descritas as características de cada um
de seus materiais constituintes, além das propriedades do concreto de alta resistência no
estado fresco e endurecido. Já o Capítulo 3 discorre sobre a utilização dos cimentos
aluminosos em concretos desde o início de seu desenvolvimento no começo do século XX
até as mais diversas aplicações da era atual. Neste capítulo são descritas algumas de suas
propriedades singulares como reações de hidratação, desenvolvimento da resistência,
resistência aos ataques químicos, abrasão e impacto, trabalhabilidade, propriedades
refratárias, além de durabilidade dos concretos de cimentos aluminosos.
No Capítulo 4 o programa experimental é discutido, onde são apresentadas todas as
etapas relacionadas aos ensaios, desde a caracterização dos materiais utilizados, variáveis
adotadas, planejamento, procedimentos, bem como as justificativas para as decisões
tomadas.
A apresentação dos resultados obtidos através dos ensaios mecânicos e de
microestrutura, além da análise estatística e discussão de tais resultados, é apresentada no
Capítulo 5. Nesse capítulo os argumentos são embasados na revisão bibliográfica, com
considerações sobre os resultados fundamentados em análise estatística. O Capítulo 6 é
constituído das conclusões finais do trabalho e sugestões para pesquisas futuras.
8
2 CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA (CAR)
2. 1 Definição
O Comitê 363 do ACI (1991, 1998) define como Concreto de Alta Resistência
aquele cuja resistência à compressão aos 28 dias é superior a 41 MPa (6000 psi). Todavia,
o comitê reconhece que a definição para esta classe varia de acordo com as regiões. Em
alguns locais, concretos com resistência à compressão igual a 62 MPa (9000 psi) são
produzidos comercialmente, logo, é considerado de alta resistência o concreto que
apresente resistência à compressão na faixa entre 83 e 103 MPa (12000 a 15000 psi). Já
em locais onde o limite máximo de resistência à compressão de concreto comercializado
se situa por volta de 34 MPa (5000 psi), concretos de 62 MPa podem ser considerados de
alta resistência. NAWY (1996) comenta que o conceito de concreto de alta resistência é
relativo, pois uma resistência considerada normal ou convencional para uns, pode ser
definida como alta para outros.
De acordo com SHAH (1981), quando utilizados agregados normais, são
considerados concretos de alta resistência aqueles cuja resistência à compressão é maior
que 41 MPa. O autor justifica tal definição utilizando os seguintes argumentos:
1) A produção de concreto com resistência superior a 41 MPa requer maior rigor
no controle de qualidade e na seleção e dosagem dos materiais constituintes
(cimento, aditivos plastificantes e superplastificantes, adições minerais, tipo e
tamanho dos agregados). Dessa forma, distingue-se este tipo de concreto,
denominando-o de alta resistência.
2) Estudos experimentais apresentam diversas diferenças na microestrutura e
propriedades de concretos com resistência superior a cerca de 41 MPa, quando
comparados a concretos de resistência inferior a esse limite. Portanto, faz-se
9
necessária a diferenciação dessa classe, visto que as normas utilizadas para o
dimensionamento de estruturas deverão ser ajustadas e adequadas para
aplicação em concretos de alta resistência.
AÏTCIN (2000) define concreto de alta resistência ou concreto de alto
desempenho, essencialmente o concreto com relação água/aglomerante abaixo de 0,4. O
autor sugere este valor como o limite entre concretos convencionais e concretos de alta
resistência devido ao fato de ser muito difícil produzir concreto com boa trabalhabilidade
e lançamento adequado utilizando tal relação e materiais convencionais sem a utilização
de aditivos superfluidificantes. Além disso, este valor está próximo do sugerido por
POWERS (apud AÏTCIN, 2000) para assegurar completa hidratação do cimento Portland,
e concretos com tal relação começam a apresentar retração autógena. Contudo, a
diferença de valores de relação água/aglomerante não se apresenta somente na alteração
da resistência à compressão, mas também na diferença em sua microestrutura e
desempenho em todos os sentidos (NEVILLE, 2000).
AÏTCIN (2000) ainda sugere uma divisão para concretos com resistência superior a
50 MPa, dividindo a faixa de alta resistência em cinco classes correspondentes a
incrementos de 25 MPa. A classe I representa concretos com resistência à compressão
entre 50 e 75 MPa, a classe II é composta por concretos com resistência à compressão
entre 75 e 100 MPa, a classe III entre 100 e 125 MPa, já a classe IV entre 125 e 150 MPa
e a classe V para concretos com resistência superior a 150 MPa.
Entretanto, após a publicação com definições do concreto de alta resistência pelo
Comitê 363 do ACI (1991, 1998), diversos estudos foram realizados e publicados, e o
conhecimento sobre este material se desenvolveu. Tal desenvolvimento, assim como a
publicação do Código Modelo do CEB (1991), da norma norueguesa (NS 3473, 1992) e
normas francesas (BAEL e BPEL, apud PLISKIN, 1992), proporcionou a publicação em
1992 pela ABNT da norma NBR 8953. Esta norma classifica os concretos em Classes I e
10
II. A primeira classe considera concretos com resistência até 50 MPa, e a segunda classe
compreende concretos com resistência superior a 50 MPa. Dessa forma, tal valor pode ser
considerado como o limite entre concreto convencional e concreto de alta resistência no
Brasil.
A despeito das diversas definições para concretos de alta resistência, será adotada a
definição colocada pela NBR 8953 (1992), que estabelece concretos de alta resistência
aqueles cuja resistência à compressão é igual ou superior a 50 MPa
.
2. 2 Histórico e Aplicações
O espírito pioneiro de um pequeno grupo de projetistas e produtores de concreto
permitiu o “lançamento” do concreto de alta resistência na metade dos anos 60. Durante
essa época grande parte dos projetistas estava satisfeita em projetar estruturas baseadas
em concretos com resistência à compressão entre 15 e 20 MPa, devido ao conhecimento,
economia e segurança proporcionados. Além disso, a aplicação do concreto estava restrita
à execução de estruturas horizontais, fundações, pisos e elementos de proteção contra o
fogo (AÏTCIN, 2000).
Entretanto, no começo dos anos 60, na região de Chicago, concretos de alta
resistência (40 a 50 MPa) começaram a ser utilizados comercialmente em quantidades
significativas na maioria das estruturas (FREEDMAN, 1971). Contudo, o avanço da
resistência à compressão de concretos utilizados nas altas edificações parou por volta dos
60 MPa, devido às limitações técnicas dos aditivos redutores de água da época (BLICK,
PETERSEN e WINTER, 1974).
O advento dos aditivos superfluidificantes no final dos anos 60, início dos anos 70,
permitiu a quebra no limite da resistência, e concretos com resistência à compressão
acima de 60 MPa passaram a ser produzidos comercialmente (MEHTA, 1999; PHELAN,
1998).
11
AÏTCIN (2000) comenta que os constantes avanços na tecnologia do concreto
continuam a surpreender a comunidade relacionada a tal material através dos resultados
apresentados a cada ano. BACHE (1981) apresentou um estudo onde foi produzido
micro-concreto com relação água/aglomerante igual a 0,16. Nesse trabalho foi utilizado
agregado bauxita, alta dosagem de superplastificante e um cimento ultrafino, além de
procedimentos de cura específicos. Foram atingidos valores de resistência à compressão
iguais a 280 MPa. Os resultados do estudo foram obtidos em laboratório, com materiais e
técnicas específicas, contudo, mostram que os avanços em tecnologia do concreto são
constantes na busca de um melhor aperfeiçoamento de suas propriedades. Segundo
AÏTCIN e MEHTA (1993), concretos com resistência na faixa de 90 até 120 MPa estão
sendo produzidos comercialmente com técnicas rotineiras que já fazem parte do campo da
construção de edifícios altos e pontes.
2. 3 Utilizações
As principais aplicações do concreto de alta resistência na construção civil
encontram campo na execução de edifícios de grande altura e pontes (AÏTCIN e
NEVILLE, 1993; DAL MOLIN, 1995; HELENE e HARTMANN, 2003). Isto ocorre em
função das diversas vantagens que este material oferece em relação a outros materiais
estruturais, como o aço, ou mesmo concreto convencional (WEBB, 1993; MEHTA,
1999). Um exemplo é relatado por MORENO (1998), onde estudos comprovaram que o
aumento de 3,1 vezes no preço resulta em acréscimo de 4,7 vezes na capacidade de
carregamento em edifícios de pavimentos múltiplos.
O aumento da capacidade de carregamento permite a execução de pilares e vigas
de menores dimensões, gerando maior área útil para os pavimentos, principalmente nos
andares inferiores e sobrecarregados, reduzindo a carga permanente da estrutura e
fundações (DAL MOLIN, 1995). Além da viabilidade técnica, as estruturas mais esbeltas
geram aumento da área rentável. Outras vantagens já mencionadas da utilização de
12
concreto de alta resistência em estruturas são a baixa permeabilidade e porosidade
proporcionadas e, consequentemente, maior durabilidade a ambientes agressivos, a
redução das deformações instantâneas e deformações a longo prazo, a disponibilidade de
matéria prima, além de vantagens econômicas, ecológicas e energéticas e redução de
reações expansivas, quando são utilizados resíduos industriais em sua produção.
A utilização do concreto de alta resistência na construção de edifícios permite
maior velocidade de execução de obras, resultando num aumento do fluxo de caixa, o que
tem significativa importância em uma era cercada por altas taxas de juros. Sua aplicação
em indústrias de concreto pré-fabricado e protendido também proporciona maior
velocidade de execução e rápida troca de moldes. Logo, o concreto de alta resistência gera
maior produtividade, além de menor perda de produtos durante o manuseio e transporte.
Quanto à durabilidade, o concreto de alta resistência encontrou aplicação em ambientes
extremamente agressivos graças à baixa permeabilidade (MEHTA e MONTEIRO, 1994).
DAL MOLIN e WOLF (1990) desenvolveram um estudo sobre a viabilidade da
utilização de concretos de alta resistência em edifícios altos no Brasil. Tal estudo foi
realizado em um edifício com 15 pavimentos, comparando a execução com concreto
convencional (fck = 21 MPa) e concreto de alta resistência (fck = 60 MPa). Os resultados
estão apresentados na Tabela 2. 1. Observa-se que o consumo de materiais é muito menor
para o concreto de alta resistência. Sendo assim, os autores realizaram avaliações de custo
para os materiais e mão-de-obra e concluíram que houve redução de 12% no custo final
da estrutura de concreto de alta resistência em relação ao convencional.
TABELA 2. 1 – CONSUMO DE MATERIAIS - EXECUÇÂO DE PAVIMENTO DE CONCRETO
CONCRETO (m
3
) ARMADURA (kg) FÔRMAS (m
2
)
fck 21 fck 60 % fck 21 fck 60 % fck 21 fck 60 %
PILARES 13,2 6,8 -49 2981 1192 -60 137 93 -32
VIGAS 14,9 12,1 -19 1623 1623 - 180 149 -17
LAJES 27,0 26,1 -3 994 994 - 281 281 -
TOTAL 55,1 45,0 -18 5598 3809 -32 598 523 -12
FONTE: DAL MOLIN e WOLF (1990)
13
Outro exemplo recente da aplicação do concreto de alta resistência em edifícios de
grande altura é a construção das Torres Petronas em Kuala Lumpur, na Malásia
(GARZÓN, 2004). Atualmente tais torres detêm o título de edifício mais alto do mundo,
ao atingir 451,9 metros de altura, com área igual a 213.750 m
2
, cada uma. A resistência à
compressão do concreto utilizado atingiu valores acima dos 80 MPa aos 56 dias de
hidratação, e tal material mostrou ser o mais adequado à execução dos pilares e núcleo da
estrutura pois permitiu uma redução considerável das deflexões laterais, atenuando as
oscilações devido ao vento com maior eficiência ao ser comparado a uma estrutura
correspondente utilizando o aço como elemento estrutural.
Além da aplicação do concreto de alta resistência em edifícios, a utilização em
pontes está cada vez mais comum, proporcionando maior resistência à compressão por
unidade de peso, volume e custo; maior módulo de deformação, característica
fundamental quando deflexões controlam o projeto; maior resistência à tração, principal
parâmetro de controle em elementos estruturais de concreto protendido; além da execução
de vãos com maiores dimensões (CARPENTER apud DAL MOLIN, 1995).
Entretanto, esse material não encontra campo apenas na execução de edifícios ou
pontes. Sua aplicação está estendida a diversos tipos de estruturas, como por exemplo:
plataformas marítimas (ALAEJOS e CÁNOVAS, 1992; AÏTCIN, 2000; ROSIGNOLO e
AGNESINI, 2002), pavimentos rodoviários (MOORE, 1999; BALBO, 1999), reatores
nucleares (DE LARRARD et al, 1990), túneis submarinos (ALAEJOS e CÁNOVAS,
1992), reparos e recuperação de estruturas (CHORINSKY, 1990), pré-moldados
(AMARAL FILHO, 1988; ROSSIGNOLO, 2004; ROSSIGNOLO et al., 2003).
AÏTCIN (2000) apresenta algumas das características e importância da utilização
de concreto de alta resistência para o proprietário, o projetista, o empreiteiro, o produtor e
o ambiente.
14
1) Para o proprietário: O objetivo principal do proprietário é o maior retorno possível do
investimento durante o tempo de vida do empreendimento. Na maioria dos casos os
materiais estruturais são de pouco interesse para o proprietário, contanto que satisfaçam
os requisitos funcionais a um preço aceitável. Enquanto os proprietários se preocupam
com o acabamento, os materiais estruturais são deixados em segundo plano.
Todavia, a decisão do proprietário pode influenciar significativamente a escolha
final do material estrutural. Aumentando a resistência à compressão de 60 a 75 MPa na
plataforma marítima TROLL, que foi projetada para uma profundidade de água de 300
metros, foi possível obter redução de aproximadamente 5000 m
3
de concreto e economia
de US$ 77 milhões. Dentro do mercado de competividade da indústria de construção entre
o aço, concreto convencional e concreto de alta resistência, as soluções obtidas pela
utilização do concreto de alta resistência prevalecem quando oferecem ao proprietário o
melhor retorno do investimento sob tais circunstâncias.
2) Para o projetista: A escolha de um projetista para o material estrutural utilizado pode
ser influenciada por diversos parâmetros, como por exemplo: requisitos funcionais do
proprietário, requisitos estéticos do arquiteto, normas de construção, entre outros.
Entretanto, a escolha final é normalmente baseada na percepção técnica e econômica do
mercado de construção no qual o empreendimento está inserido (SMITH e RAD, 1989).
Portanto, a alternativa para a utilização do concreto de alta resistência não é só devido ao
desempenho mecânico, mas pode ser especificado um elevado módulo de elasticidade,
alta durabilidade, ou uma combinação de tais fatores.
Em 1960, a utilização de concreto de alta resistência no edifício Water Tower
Place em Chicago resultou em menor peso próprio e maior área útil para aluguéis nos
pavimentos inferiores. Já a escolha de concreto de alta resistência para Two Union Square
em Seattle foi baseada em maior módulo de elasticidade do que resistência, embora tais
propriedades estejam relacionadas o objetivo foi uma maior resistência ao vento. Já a
execução de diversas plataformas marítimas foi realizada utilizando esse material por
apresentar maior durabilidade ao ambiente agressivo (MEHTA e MONTEIRO, 1994).
15
3) Para o empreiteiro: A redução do custo pode influenciar o proprietário na escolha do
material e mão de obra. Ao proporcionar a construção de elementos estruturais mais
esbeltos, a utilização do concreto de alta resistência permite uma diminuição do custo e
redução do tempo de execução de fôrmas, além do tempo de concretagem.
4) Para o produtor: A utilização de concreto como material estrutural abrange os diversos
centros urbanos e não requer técnicas agressivas de marketing, pois suas características e
propriedades são conhecidas. A competição no mercado da construção é quase
exclusivamente baseada no preço unitário, ao invés de qualidade do material. Logo, a
utilização de concreto de alta resistência resulta em maior velocidade de execução,
aumento de área útil e, conseqüentemente, maior velocidade de retorno do investimento.
5) Para o ambiente: A utilização do concreto de alta resistência requer maior consumo de
energia em comparação ao concreto convencional. Entretanto, os recentes
desenvolvimentos nessa área têm levado a um material mais ecológico quando seus
componentes são utilizados em seu máximo potencial na produção de um material com
um ciclo de vida maior. Sendo assim, sua produção resulta em menores danos ao meio
ambiente.
2. 4 Estrutura do Concreto
O conhecimento da estrutura e das propriedades de cada material presente na
constituição do concreto, assim como das relações estrutura-propriedade, constitui a
essência da moderna ciência dos materiais. O progresso no campo dos materiais resultou
principalmente a partir do reconhecimento de que as propriedades de um material têm
origem em sua estrutura interna e, portanto, podem ser modificadas através de alterações
adequadas em tal estrutura. Sendo assim, o conhecimento da estrutura e propriedades dos
constituintes da mistura, além da interação entre os constituintes, é de extrema
importância quando se pretende elevar a resistência do concreto (MEHTA e MONTEIRO,
1994; DAL MOLIN, 1995).
16
Quanto ao concreto, suas propriedades mecânicas estão relacionadas às
propriedades da zona de transição, que representa a região interfacial entre as partículas
de agregado graúdo e a pasta (PAULON, 1991).
2. 4. 1 Agregados
A produção de concreto convencional não requer a seleção de agregados
particularmente resistentes, desde que sejam cumpridas as normas e exigências de
desempenho estabelecidas nas mesmas. Todavia, caso as outras fases da mistura sejam
mais resistentes, o agregado, principalmente o graúdo, será o elo fraco da estrutura. Dessa
forma, tanto a litologia quanto a granulometria dos agregados pode influenciar a
resistência final do concreto (AÏTCIN e NEVILLE, 1993; AÏTCIN, 2000).
Logo, com o incremento da resistência do concreto, através da otimização da pasta
de cimento e zona de transição, o agregado passa a ter uma influência maior na limitação
da resistência à compressão (AÏTCIN e MEHTA, 1990; GONÇALVES et al., 1994,
GIACCIO et al., 1992). Os agregados também exercem influência significativa em outras
propriedades, como o módulo de deformação, a estabilidade dimensional e a massa
específica do concreto (MEHTA e MONTEIRO, 1994).
2. 4. 2 Pasta de Cimento Hidratada
Segundo AÏTCIN (2000), a pasta de cimento hidratada pode ser considerada como
um material cristalino de uma única fase, onde os princípios fundamentais que governam
o comportamento dos materiais frágeis, como a cerâmica, podem ser aplicados de forma
conveniente para controlar a microestrutura e suas propriedades no concreto.
A composição química do cimento Portland é formada basicamente por quatro
componentes principais:
17
Silicato tricálcico (C
3
S)
Silicato dicálcico (C
2
S)
Aluminato tricálcico (C
3
A)
Ferroaluminato tetracálcico (C
4
AF)
Quando o cimento é disperso na água, as reações químicas dão origem aos
primeiros cristais aciculares de sulfoaluminato de cálcio hidratado, denominados de
etringita. Em seguida ocorre a formação de cristais prismáticos de cálcio e pequenos
cristais fibrilares de silicatos de cálcio hidratado preenchem os vazios antes ocupados por
água e partículas de cimento em dissolução. Posteriormente, a proporção de alumina-
sulfato pode determinar a formação do monossulfato hidratado através da decomposição
da etringita (NEVILLE, 1997).
A resistência da pasta de cimento hidratado é influenciada pelo teor de C
3
S e C
2
S,
quando ocorre a formação do C-S-H, que representa na opinião de MEHTA e
MONTEIRO (1994), 50 a 60% do volume de sólidos de uma pasta de cimento Portland
completamente hidratada. Tal resistência é determinada pelas forças de atração de Van
der Waals, onde o grau de ação aderente depende da extensão e natureza das superfícies
envolvidas.
Os cristais de hidróxido de cálcio representam 20 a 25% do volume de sólidos na
pasta de cimento hidratada e pouco contribuem para a resistência mecânica da mesma,
pois possuem área específica consideravelmente menor que o C-S-H. Além disso, o
aumento da quantidade de cristais de hidróxido de cálcio na pasta diminui a durabilidade
do concreto aos ataques químicos de soluções ácidas, por apresentarem maior
solubilidade em relação ao C-S-H (MEHTA e MONTEIRO, 1994). De acordo com
PETRUCCI (1980), os cristais de hidróxido de cálcio são extremamente instáveis
quimicamente e podem se dissolver na água absorvida da umidade presente no ar.
Já os sulfoaluminatos de cálcio ocupam de 15 a 20% do volume de sólidos da pasta
endurecida, e pouco contribuem para as resistências finais. Além disso, a presença do
18
monossulfato hidratado torna o concreto vulnerável ao ataque por sulfatos, e a expansão
devida à formação de sulfoaluminato de cálcio a partir do C
3
A pode ocasionar a
desagregação da pasta endurecida (NEVILLE, 1997).
Alguns grãos de clínquer não hidratado também podem estar presentes na mistura,
o que dependerá da distribuição do tamanho das partículas de cimento anidro e do grau de
hidratação. O C
4
AF presente é o composto de menor contribuição para a resistência da
pasta de cimento hidratada (DAL MOLIN, 1995).
Segundo DAL MOLIN (1995), o incremento da resistência da pasta de cimento
pode ser obtido através de:
a) Aumento das proporções de silicato de cálcio na composição do cimento,
principalmente do C
3
S, que gera menor quantidade de hidróxido de cálcio –
Ca(OH)
2
;
2C
3
S + 6H Æ C
3
S
2
H
3
+ 3Ca(OH)
2
2C
2
S + 4H Æ C
3
S
2
H
3
+ Ca(OH)
2
b) Diminuição da concentração de Ca(OH)
2
através da adição de material pozolânico,
que o transforma em C-S-H adicional;
c) Redução do espaço disponível para o crescimento dos cristais, que desenvolvem
maiores forças de Van der Waals com o aumento da área específica. Ou seja,
redução da proporção de água em relação às partículas de cimento anidro (redução
da relação água/cimento);
d) Redução das proporções de C
3
A e C
4
AF, o que não é possível devido a fatores
econômicos.
19
A resistência da pasta de cimento hidratada não é influenciada somente por sua
composição química. A resistência de vazios, poros e falhas têm uma considerável
influência em suas propriedades (NEVILLE, 1997). Segundo NEVILLE e BROOKS
(1987), a resistência da pasta depende principalmente da estrutura física dos produtos de
hidratação e de suas proporções volumétricas. Estudos de MEHTA e AÏTCIN (1990b)
confirmam as conclusões apresentadas por NEVILLE e BROOKS (1987) ao relacionar a
resistência da pasta hidratada e sua porosidade, além de apresentar as influências geradas
pelo tamanho dos grãos e a heterogeneidade do sistema.
Portanto, a melhoria da resistência das pastas de cimento hidratado requer análise
nos três níveis a seguir (NIELSEN, 1993):
2. 4. 2. 1 Porosidade
A hidratação dos compostos de silicatos anidros dá origem a diferentes produtos
hidratados que preencherão o espaço originalmente ocupado pela água. Durante esse
processo os espaços não preenchidos pelos componentes sólidos da pasta entre as
partículas de cimento são denominados de vazios e poros capilares.
Para NEVILLE (1997), os produtos da hidratação ocupam mais do que o dobro do
volume da fase sólida inicial (cimento), e o volume do sistema capilar é reduzido com a
evolução da hidratação. Sendo assim, a taxa da velocidade de hidratação do cimento não é
significativa, contudo o tipo de cimento influenciará o grau de hidratação. Estudos de
GLASSER (1992) apresentam pastas maduras de cimento formando um sistema
interligado de capilares, principais responsáveis pela permeabilidade da pasta de cimento.
Entretanto, a concentração de sólidos aumenta com o grau de hidratação e,
conseqüentemente, os capilares podem ser bloqueados pelo gel e segmentados. A
ausência de continuidade é devido a uma relação água/cimento adequada e um período de
cura úmida suficientemente longo.
20
Por se cristalizarem fora, no espaço preenchido pela água que envolve as
partículas, os produtos iniciais de hidratação são denominados “produtos externos”. Já os
produtos das reações do estado sólido, formados dentro dos limites originais das
partículas de cimento em hidratação, são chamados de “produtos internos”, e são mais
compactos e cristalinos. A resistência da pasta é derivada principalmente das forças de
atração de Van der Waals, portanto, quanto mais compactos e menos cristalinos forem os
produtos da hidratação, maior será a resistência (MEHTA e MONTEIRO, 1994).
O caminho de ruptura em uma pasta é através dos produtos externos e não dos
internos. Logo, é de extrema importância para o incremento da resistência da pasta uma
microestrutura similar à dos produtos internos, eliminando os externos (AÏTCIN, 2000).
DAL MOLIN (1995) relata a dificuldade em quantificar a porosidade da pasta de
cimento endurecida, sendo necessário utilizar a relação água/cimento como parâmetro
prático para a estimativa do volume total de vazios e poros capilares e, portanto, da
resistência da pasta. A Figura 2. 1 apresenta a influência da relação água/cimento e da
idade na porosidade e resistência à compressão das pastas, evidenciando a eficiência do
aumento da resistência através da redução da relação água/cimento.
FIGURA 2. 1 – INFLUÊNCIA DA RELAÇÃO A/C E IDADE SOBRE RESISTÊNCIA E PERMEABILIDADE
(MEHTA e MONTEIRO,1994)
21
Além dos vazios capilares, podem existir poros de ar e poros de gel, ou ainda
espaço interlamelar no C-S-H. Este último apresenta tamanho muito pequeno para poder
influenciar significativamente a resistência e permeabilidade da pasta, todavia, seus
efeitos podem ser notados na retração por secagem e fluência. Já os poros de ar
apresentam forma geralmente esférica e podem ser gerados por aditivos incorporadores de
ar, ou o ar pode ser aprisionado na pasta durante o processo de mistura. Estes poros
apresentam dimensões muito maiores que os vazios capilares e podem reduzir a
resistência ao aumentar a permeabilidade da pasta (MEHTA e MONTEIRO, 1994). A
concentração de tensões e ruptura subseqüente sob ação de cargas começa nos poros
capilares de maiores dimensões e nas microfissuras presentes (AÏTCIN, 2000).
A porosidade da fase do cimento hidratado é afetada principalmente pelas
seguintes variáveis: relação do volume de água disponível, do volume da fase do silicato
não hidratado e da quantidade de ar incorporado na mistura. Com base em tais
parâmetros, FERÉT (apud AÏTCIN, 2000) desenvolveu a seguinte expressão:
2
'
++
=
awc
c
kf
c
Onde:
f
c
’ = resistência à compressão da pasta de cimento;
w, c, a = volume de água, cimento e ar, respectivamente;
k = constante relacionada ao tipo de cimento.
Na pasta de cimento hidratada o volume do ar incorporado é usualmente inferior a
1 ou 2% do volume total, portanto, tal parcela pode ser desconsiderada, e a expressão
escrita da seguinte forma:
2
1
1
'
+
=
c
w
kf
c
22
É possível observar que a relação água/cimento deve ser reduzida quando se
pretende elevar a resistência da mistura. A redução dessa relação permite uma
aproximação maior das partículas de cimento. Conseqüentemente, diminui-se a
porosidade capilar e os espaços livres para o desenvolvimento de produtos externos. Em
pastas com baixa relação água/cimento, a água menos disponível torna-se saturada
rapidamente por íons responsáveis pela formação de produtos externos. Nesse caso há
uma aproximação das partículas de cimento, portanto, tais produtos têm uma distância
menor a cobrir para o desenvolvimento de ligações iniciais entre as partículas de cimento.
Além disso, o movimento da umidade torna-se lento, favorecendo a formação de produtos
internos durante a hidratação.
Conclui-se que a redução efetiva da porosidade de uma pasta de cimento requer,
tanto quanto possível, redução da quantidade de ar incorporado e da relação água/cimento
o suficiente para permitir o manuseio adequado do concreto durante as operações de
transporte e lançamento (AÏTCIN, 2000).
2. 4. 2. 2 Diminuição do tamanho dos grãos dos produtos da hidratação
A redução da relação água/cimento favorece a formação de produtos internos
caracterizados por uma textura fina. As pastas com relação água/cimento reduzida não
contêm grandes pilhas de plaquetas hexagonais de óxido de cálcio, ou longas agulhas de
etringita, ou ainda longos filamentos de C-S-H, característicos de misturas com elevada
relação água/cimento (AÏTCIN, 2000).
2. 4. 2. 3 Heterogeneidades
As heterogeneidades microestruturais, de acordo com AÏTCIN (2000), em
materiais multifase como o concreto, originarão perda de resistência. Portanto, é
fundamental uma consolidação adequada do sistema.
23
2. 4. 3 Zona de Transição
A zona de transição, não obstante constituída dos mesmos elementos que a pasta de
cimento, apresenta microestrutura que difere da matriz da pasta (SHAH, LI e LANGE,
1992). É caracterizada por uma pasta mais porosa com proporção elevada de cristais de
hidróxido de cálcio e ruptura mais heterogênea em relação à matriz. Para PAULON
(1991) a espessura da zona de transição é diretamente proporcional ao tamanho do
agregado graúdo, e é influenciada pelo tamanho e forma das partículas de agregado
miúdo. No concreto convencional, a espessura média está entre 0,05 a 0,1 mm, e é
formada por poros de dimensões elevadas e grandes cristais dos produtos de hidratação,
responsáveis pelas heterogeneidades estruturais que afetam a resistência do concreto
(NEVILLE, 1997). MONTEIRO (1985) ainda afirma que tais diferenças estruturais
decorrem dos efeitos de superfície produzidos pelo agregado, criando um filme de água
que impede a distribuição homogênea da mesma no concreto fresco, formando locais com
relação água/cimento mais elevada. A água que se acumula próxima ao agregado facilita a
difusão dos íons e reduz as restrições geométricas da pasta de cimento, aumentando o
espaço disponível para o desenvolvimento dos cristais. (PAULON, 1991).
As significativas diferenças microestruturais entre a pasta de cimento hidratada na
zona de transição e na massa da pasta são de elevada importância na determinação das
características de resistência do concreto através da teoria do elo mais fraco de Wei Bull.
Essa teoria sugere que quando o concreto é submetido a uma determinada tensão, as
fissuras se iniciam na zona de transição. A formação das fissuras está relacionada a
diversos fatores, como a distribuição granulométrica e o tamanho do agregado, teor de
cimento, relação água/cimento, entre outros. No concreto convencional, as tensões de
tração induzidas pelas deformações na retração térmica e na secagem são elevadas o
suficiente para causar o microfissuramento na zona de transição. Finalmente, a resistência
à ruptura do elemento sob carga é controlada pela propagação e reunião de uma parte do
sistema de microfissuras na pasta de cimento hidratada (AÏTCIN, 2000).
24
Conforme já discutido, a causa da adesão entre produtos de hidratação e partículas
de agregado são as forças de atração de Van der Waals. Logo, a resistência é dependente
do volume e das dimensões dos vazios presentes, que são maiores na zona de transição
quando comparados à matriz de argamassa, mesmo em concretos de baixa relação
água/cimento (MEHTA e MONTEIRO, 1994).
Aliada à elevada porosidade e número de cristais orientados de hidróxido de cálcio,
a zona de transição é considerada a parte mais fraca do material granular coesivo que
constitui o concreto endurecido, o que foi provado por diversos pesquisadores
(MONTEIRO, 1985; JENNINGS, 1988a; PAULON, 1991). Os cristais de hidróxido de
cálcio de elevadas dimensões possuem menor capacidade de adesão, devido à sua menor
superfície específica e conseqüentemente menos força de atração de Van der Waals e,
além disso, servem como pontos de clivagem preferencial devido à estrutura orientada.
DAL MOLIN (1995) comparou a microestrutura de um concreto convencional e
um concreto de alta resistência e concluiu que a zona de transição no concreto de alta
resistência tem estrutura densa, onde as partículas de C-S-H estão intimamente próximas.
Também é possível observar a presença de poucos poros capilares, além de pouca
presença de hidróxido de cálcio. Já a zona de transição do concreto convencional
apresenta um grande número de cristais de hidróxido de cálcio orientados, com planos de
clivagem definidos, assim como uma porosidade elevada. Dessa forma, a interface é
enfraquecida a tal ponto que se torna o elo fraco e fator limitante da resistência do
material.
Conclui-se, dessa forma, que o aumento da resistência pode ser realizado através
de mudanças nas características da zona de transição. Isto pode ser realizado através da
dosagem adequada dos materiais, de forma a reduzir a quantidade de água retida pelos
agregados paralela à redução de suas partículas, redução da relação água/cimento. Além
disso, deve ser realizado um adensamento adequado que diminua ou evite a exsudação, e
a utilização de aditivos e adições ao concreto que contribuam para o proporcionamento
ideal de materiais à mistura (AÏTCIN, 2000).
25
2. 4. 4 Seleção dos Materiais
A escolha dos materiais a serem utilizados na produção de concretos de alta
resistência requer um cuidado distinto para cada um de seus constituintes. O desempenho
e a qualidade de cada material são cruciais ao elevar-se a resistência. Entretanto, alguns
desses exercem maior influência sobre os aspectos econômicos do concreto de alta
resistência (AÏTCIN, 2000). Tais constituintes determinam a competitividade do concreto
de alta resistência frente a outros materiais estruturais como o aço, ou mesmo o concreto
convencional.
A dificuldade para seleção dos materiais utilizados na produção de concretos de
alta resistência repousa no fato de existirem diversas variações de composição e
propriedades dos cimentos e agregados. Outro motivo para MEHTA e AÏTCIN (1990b) é
a inexistência de uma diretriz para os tipos de cimento e agregado mais adequados ao uso
em concretos de alta resistência. Não bastassem as variações de materiais, diversos
aditivos e adições são simultaneamente empregados na produção do concreto de alta
resistência, não existindo regras simples para a escolha dos materiais mais adequados.
AÏTCIN (2000) define a seleção dos materiais e a otimização do concreto de alta
resistência como “mais uma arte do que uma ciência”. Isto demonstra a complexidade
desse processo. De qualquer forma, algumas propriedades e características dos
constituintes, de maneira geral, afetam beneficamente o comportamento das misturas e
permitem a otimização das propriedades mecânicas do concreto endurecido. Serão
apresentadas a seguir algumas considerações em relação aos materiais utilizados na
produção de concreto de alta resistência.
A seleção dos materiais tem dois objetivos fundamentais: o máximo rendimento de
todos os componentes da mistura para alcançar a maior resistência ao menor custo e
consistência adequada através de materiais que demandem o menor consumo de água
possível.
26
2. 4. 4. 1 Cimento
De acordo com HOWARD e LEATHAM (1989), não há critério científico para
especificação do cimento mais adequado na produção de concreto de alta resistência. O
melhor cimento será aquele que apresentar menor variabilidade em termos de resistência à
compressão, segundo o comitê 363 do ACI (1991).
Para MEHTA e AÏTCIN (1990a), a produção de concreto de alta resistência pode
ser realizada utilizando qualquer tipo de cimento. Embora seja preferível o uso de
materiais com elevados teores de C
3
S e C
2
S em sua composição.
GJORV (1992) ressalta a importância da necessidade de água e trabalhabilidade da
mistura, onde os parâmetros de controle são a granulometria do cimento e a proporção de
C
3
A.
Segundo AÏTCIN (2000), é possível produzir concretos com resistência à
compressão axial até 50 MPa com quaisquer tipos de cimento, entretanto, muitos deles
não podem ser utilizados à medida em que a resistência é aumentada. O fato é que a
primeira escolha a ser realizada quando se pretende produzir concreto de alta resistência é
a do cimento, mesmo quando outros materiais cimentícios suplementares forem
utilizados. Isto porque o desempenho do cimento, em termos de reologia e resistência,
torna-se um item cada vez mais crítico, proporcional ao aumento da resistência à
compressão.
A revisão das propriedades relevantes dos materiais constituintes do concreto de
alta resistência permite observar que a fase silicato representa um papel fundamental no
desenvolvimento da resistência. Já a fase intersticial influencia as características
reológicas dos traços com relação água/aglomerante muito baixa. Sendo assim, o
desempenho final do cimento na produção do concreto de alta resistência será
determinado através da maneira pela qual o comportamento reológico e o
desenvolvimento da resistência podem ser simultaneamente otimizados (AÏTCIN, 2000).
27
Sendo a reologia de um determinado cimento influenciada pelo controle de C
3
A
através da formação de etringita, quanto mais cúbico for o C
3
A desse cimento, mais fácil
será controlá-la (VERNET e NOWORYTA apud AÏTCIN, 2000). O objetivo de obter-se
um clínquer com o C
3
A cúbico resulta que a maioria dos álcalis deve ser combinada na
forma de sulfatos de álcalis na zona de clinquerização, tornando o grau de sulfatação de
um clínquer parâmetro fundamental no controle da reologia de um determinado cimento a
ser utilizado na produção de concreto de alta resistência.
De qualquer forma, na opinião de MEHTA e AÏTCIN (1990b), quanto menor o
teor de C
3
A do cimento, maior o controle da reologia do material. Portanto, para a
produção de concreto de alta resistência deve ser utilizado um cimento com o menor teor
possível de C
3
A, além de conter certa quantidade de sulfatos solúveis, não apenas a
quantidade adequada de SO
3
, com o objetivo de controlar rápida e eficientemente a
formação da etringita. Em relação à resistência, esse material deve ser finamente moído e
conter uma quantidade adequada de C
3
S.
Quanto à compatibilidade entre cimento e aditivos incorporados ao sistema, é
importante considerar-se a compatibilidade química, influenciada pelas composições
químicas do cimento e do aditivo. Em geral, quanto maior a finura do cimento, menor
será a eficiência do aditivo devido à diminuição da concentração específica das moléculas
adsorvidas na superfície dos grãos de cimento (BUCHER, 1988).
A composição química do cimento influenciará o comportamento da mistura em
relação à consistência inicial e a perda de abatimento com o tempo. COLLEPARDI
(1984) atribui as diferenças de comportamento ao conteúdo de C
3
A, gesso e álcalis, assim
como à forma do sulfato de cálcio utilizado como regulador de pega do cimento. Segundo
o autor, quanto maior o conteúdo de álcalis, maior a velocidade das reações e,
conseqüentemente, maior a perda de resistência. Da mesma forma, a presença de
superplastificante acelera as reações entre o C
3
A e o gesso. Cimentos contendo maior
quantidade de aluminato tricálcico C
3
A, perdem mais rapidamente a consistência inicial
na presença de superplastificantes (ACI 212, 2001).
28
O consumo de cimento no concreto influencia a taxa de perda de abatimento com o
tempo, que é menor quanto mais elevado for o consumo (MAILVAGANAM, 1979). A
consistência inicial também é influenciada pelo consumo de cimento. ALAEJOS e
CÁNOVAS (1992) comentam que em casos onde a produção de concretos requer
utilização de relações água/cimento muito baixas e a água de amassamento é insuficiente
para permitir que se atinja a trabalhabilidade desejada, pode ser necessário aumentar o
consumo de cimento além do ideal, para assim elevar-se o teor água e manter-se a mesma
relação água/cimento. Entretanto, além dos problemas econômicos, pois o custo da
estrutura aumenta, a elevação do consumo de cimento pode gerar fissuração, causada pela
retração do concreto e elevada liberação de calor durante a hidratação do cimento.
Durante a hidratação, o cimento libera grande quantidade de calor, influenciando a
pega e o endurecimento do concreto. O calor de hidratação depende da sua composição
química, cimentos com elevado teor de C
2
S apresentam baixa liberação de calor e
conseqüente endurecimento lento (MEHTA e MONTEIRO, 1994).
Quanto à finura do cimento, a dimensão das partículas determina a velocidade da
reação de hidratação. Segundo NAWA et al. (1991), quanto maior a superfície específica
das partículas, mais fase silicato entrará em contato com a água e mais reativo será o
cimento, desenvolvendo C-S-H com maior velocidade na superfície das fases silicato.
2. 4. 4. 2 Agregados
As propriedades do concreto são influenciadas enormemente pela qualidade dos
agregados utilizados em sua produção, visto que aproximadamente ¾ do volume de
concreto, de acordo com GJORV (1994), é ocupado pelos agregados. A seleção desses
materiais deve ser cuidadosamente realizada, pois com o aumento da resistência à
compressão projetada a qualidade dos agregados será o fator limitante para obtenção de
trabalhabilidade e alta resistência. Sendo assim, a ruptura será iniciada sob uma alta
tensão, sendo a fase esqueleto granular o elo fraco da corrente na mistura (AÏTCIN e
NEVILLE, 1993).
29
2. 4. 4. 2. 1. Agregado Graúdo
a) Dimensão Máxima Característica (DMC): A dimensão máxima característica dos
agregados graúdos utilizados na produção de concretos de alta resistência é cercada por
diversas controvérsias. De acordo com GJORV (1992), a DMC mais adequada para a
produção de concreto de alta resistência é a faixa entre 10 a 14 mm, assim como para
ALAEJOS e CÀNOVAS (1992). Entretanto, outros pesquisadores apontam como limite
máximo utilizado com sucesso, valores iguais a 19 mm (MEHTA e MONTEIRO, 1994;
ACI 363, 1991) ou até 25 mm (ACI 363, 1991; FIP/CEB, 1990). Já DE LARRARD e
BELLOC (1992) apresentaram resultados experimentais com concretos de alta resistência
produzidos utilizando agregados de DMC igual a 20 mm e resistência à compressão de até
122 MPa.
De qualquer forma, é recomendável a utilização de agregados com menor DMC
para a produção de um concreto de alta resistência. Pois, segundo JENNINGS (1988a), o
processo de diminuição da dimensão dos agregados pode gerar falhas microestruturais,
com probabilidade maior de remanescerem em agregados de maiores dimensões. Além
disso, a maior área superficial de contato pasta/agregado gera maior superfície de
aderência do agregado à pasta. Finalmente, quanto menor a dimensão do agregado, menor
será sua superfície capaz de reter água durante a exsudação do concreto fresco,
diminuindo a espessura da zona de transição e, conseqüentemente, aumentando a
resistência do concreto (PAULON, 1991; AÏTCIN, 2000).
b) Granulometria: Segundo DAL MOLIN (1995), a distribuição granulométrica altera a
demanda de água da mistura, e conseqüentemente, a trabalhabilidade do concreto. Para a
produção de concretos de alta resistência, um dos parâmetros mais importantes é a baixa
relação água/aglomerante. Logo, a necessidade de água solicitada pela mistura deve ser a
menor possível.
De acordo com ALVES (2000), agregados de granulometria contínua, com
ausência de deficiência ou excesso de qualquer fração do agregado, geram um
empacotamento mais adequado dos grãos, podendo alterar as frações volumétricas do
30
agregado, diminuindo-se a quantidade de pasta necessária e o consumo de cimento. A
fração volumétrica está relacionada ao módulo de deformação do concreto.
c) Propriedades elásticas: Ao contrário dos concretos convencionais, os concretos de alta
resistência podem apresentar um comportamento de um material compósito com uma
transferência demasiadamente eficiente de tensões entre os agregados e a pasta
(BAALBAKI et al., 1991). Nesses casos, a zona de transição é tão forte que as
propriedades elásticas do agregado assumem um papel extremamente importante no
desempenho mecânico do concreto de alta resistência.
Um método de avaliação do potencial de utilização do agregado em concreto de
alta resistência baseado nas propriedades elásticas dos materiais foi desenvolvido por
AÏTCIN e MEHTA (1990), e consiste na análise da forma da curva de histerese durante o
ensaio do módulo de deformação do concreto. Neste ensaio, curvas largas de histerese
indicam fragilidade na zona de transição ou nas partículas de agregado; curvas estreitas e
deformações residuais nulas ou quase nulas são indicações de agregados resistentes e sem
defeitos internos com possibilidade de formar zonas de transição mais fortes.
d) Resistência: Conforme já discutido, no concreto de alta resistência a pasta de cimento
hidratada e a zona de transição podem ser tão resistentes que, caso os agregados não
sejam suficientemente resistentes, tornar-se-ão o fator limitante da capacidade resistente
de todo o sistema.
e) Forma e textura superficial: A aderência entre o agregado e a pasta de cimento exerce
influência significativa na resistência do concreto. Portanto, a forma e a textura superficial
são parâmetros relevantes no comportamento mecânico da mistura.
Segundo JENNINGS (1988a), agregados angulares como a pedra britada,
proporcionam resistências mais elevadas que partículas arredondadas e lisas. Todavia, de
acordo com o comitê 363 do ACI (1991), agregados angulares podem aumentar o
consumo de água da mistura e reduzir a trabalhabilidade, caso a angulosidade seja muito
acentuada. Já as partículas lamelares devem ser evitadas, pois são frágeis e, além disso,
são ásperas e produzem misturas que requerem maiores teores de água e aditivos.
31
2. 4. 4. 2. 2. Agregado Miúdo
A produção de concreto de alta resistência requer uma quantidade de água muito
baixa devido à sua influência sobre a resistência. É necessária uma seleção adequada dos
agregados miúdos, pois tais materiais estão diretamente relacionados ao consumo de água
na mistura (AÏTCIN, 2000).
Os agregados miúdos utilizados devem estar livres de impurezas orgânicas, argila
ou outros materiais deletérios e não apresentar quantidade excessiva de finos (NAWY,
1996). A quantidade de partículas finas em concreto de alta resistência é normalmente
alta devido ao alto teor de cimento e materiais cimentícios, portanto, não existe a
necessidade da utilização de uma areia fina do ponto de vista da trabalhabilidade e
segregação. Além disso, a utilização de uma areia mais grossa é recomendada (módulo de
finura maior) ao possuir menor superfície específica e gerar um pequeno decréscimo na
quantidade de água da mistura necessária para atingir determinada trabalhabilidade
(AÏTCIN, 2000; PETERMAN e CARRASQUILLO, 1986; HOWARD e LEATHAM
1989; ACI 363, 1991; GJORV, 1992; entre outros).
2. 4. 4. 3 Água
Segundo NEVILLE (2000), a água não é apenas um líquido usado na produção de
concreto, porém envolve todo o desempenho desse material. Para a produção de concreto
de alta resistência os requisitos de qualidade estabelecidos para a água são os mesmos
exigidos na produção de concreto convencional.
2. 4. 4. 4 Adições Minerais
As adições minerais são, em sua grande parte, provenientes de subprodutos
industriais que podem formar uma grande variedade de sistemas cimentícios. O emprego
no concreto é apoiado no fato de propiciarem aumento da resistência e durabilidade ao
influenciar a porosidade e permeabilidade do sistema, além de diminuição do consumo de
energia e conseqüente conservação dos recursos naturais (PHELAN, 2000).
32
A resistência do concreto nas primeiras idades pode ser aumentada devido a uma
pequena aceleração na hidratação do cimento Portland gerada pelas adições minerais. Já o
ganho de resistência nas idades finais é devido principalmente à reação pozolânica que
resulta em refinamento dos poros e substituição do hidróxido de cálcio por um
constituinte mais forte, o silicato de cálcio hidratado (MEHTA e MONTEIRO, 1994).
De acordo com DAL MOLIN (1995), as adições pozolânicas são mais efetivas no
aumento da resistência, pois, além do efeito químico, atuam fisicamente densificando a
matriz e a zona de transição. O emprego deste material pode aumentar o custo da mistura,
portanto o seu uso deve ser baseado em argumentos além dos econômicos (AÏTCIN e
NEVILLE, 1993). Os principais materiais cimentícios utilizados na produção de concreto
de alta resistência são: a sílica ativa, a cinza volante, a escória de alto-forno e as argilas
calcinadas (metacaulim). Suas vantagens e principais características serão descritas a
seguir:
a) Sílica ativa: A utilização da sílica ativa gera efeitos benéficos na microestrutura e nas
propriedades mecânicas do concreto devido ao efeito químico causado pelas reações
pozolânicas produzidas e o efeito físico, chamado de efeito fíler, ocasionado pela finura
elevada do material. Este material é um subproduto da fabricação do silício metálico, das
ligas de ferro-silício, dentre outras ligas de silício (AÏTCIN, 2000).
O efeito químico (pozolânico) é gerado pelas reações químicas entre a sílica e os
cristais de hidróxido de cálcio formados durante a reação de hidratação do cimento. Tais
cristais ao reagirem com a sílica ativa formam silicatos de cálcio hidratados, contribuindo
para o aumento da resistência consideravelmente (ALVES, 2000).
Já o efeito fíler consiste no preenchimento dos vazios entre as partículas de
agregado e produtos de hidratação do cimento pelas minúsculas partículas de sílica ativa,
que poderiam ser preenchidos por água ou mesmo pelo ar. O tamanho reduzido de tais
partículas diminui a exsudação interna e superficial da mistura, gerando zonas de
transição com porosidade reduzida em comparação a concretos sem adições (AÏTCIN,
2000).
33
Devido à elevada superfície específica, a sílica ativa apresenta enorme capacidade
de absorção e, conseqüentemente, maior demanda de água no concreto. NAWY (1996)
comenta que para teores de adição de 16% em relação ao peso de cimento, o aumento da
demanda de água pode chegar a 40%. Portanto, é indispensável a utilização de aditivos
redutores de água.
O teor de sílica ativa comumente utilizado na produção de concreto paira entre 5 a
10% do peso do cimento, proporcionando incrementos de até 30% na resistência do
mesmo. De acordo com ALAEJOS e CÁNOVAS (1992), o teor pode ser estendido para
15 a 20%, aumentando ainda mais os valores da resistência, assim como o custo do
produto final. Todavia, AÏTCIN (2000) discorda ao comentar que os ganhos de resistência
não são muito significativos para valores acima dos 10% sobre a massa de cimento. Além
do custo da sílica adicional, deverá ser empregado um teor maior de aditivo
superplastificante para dispersá-la, portanto o retorno em termos de $/MPa é cada vez
menor e menos atrativo.
b) Cinza volante: Este material é constituído pela cinza obtida através da precipitação
mecânica ou eletrostática dos gases de exaustão durante a combustão do carvão
pulverizado (NEVILLE, 1997). Segundo AÏTCIN (2000), existem diversos tipos de
cinzas volantes, entretanto, a ASTM as classifica em duas categorias relacionadas à sua
composição química: Classe F (baixo teor de cálcio) e Classe C (alto teor de cálcio).
A utilização da cinza volante na produção do concreto é justificada pela ação
pozolânica, porém, com efeitos menores aos da sílica ativa. O seu efeito pozolânico gera
aumento da resistência do concreto em idades mais avançadas (AÏTCIN e NEVILLE,
1993). De acordo com ALAEJOS e CÁNOVAS (1992), o teor ideal de utilização desse
material está entre 15 a 25% em relação ao peso de cimento. Todavia, dosagens tão baixas
como 10% e tão altas como 30% também são registradas (MEHTA e AÏTCIN, 1990;
MALHOTRA, 2002). Os referidos autores concluem que quanto mais alta for a
resistência pretendida, mais baixa será a dosagem, pois este material não é tão reativo
como a sílica ativa em traços de alta resistência.
34
c) Escória de alto-forno: O subproduto da manufatura do ferro-gusa em alto-forno
constitui essa adição mineral. Atualmente, a utilização da escória de alto-forno está
limitada à produção de concretos de até 125 MPa, juntamente com a adição de sílica
ativa. Espera-se que seu uso se estenda a concretos com resistências superiores através do
desenvolvimento de novas pesquisas (AÏTCIN, 2000).
A escória de alto-forno possui um caráter mineralógico e reatividade semelhante à
cinza volante com alto teor de cálcio. Quando comparada à cinza volante de baixo teor de
cálcio, que normalmente não apresenta contribuição para a resistência até cerca de quatro
semanas de hidratação, a contribuição da escória de alto-forno e da cinza volante de alto
teor de cálcio é notada já aos 7 dias de hidratação (MEHTA e MONTEIRO, 1994).
Em relação ao teor utilizado, a literatura apresenta aplicações que variam de 15 a
30% e que são influenciadas pelas condições climáticas (AÏTCIN, 2000).
d) Argilas Calcinadas: A utilização da argila calcinada em concreto, de acordo com
BARATA (1998), diminui a exsudação, pois as partículas finas desse material, assim
como a sílica ativa, proporcionam um empacotamento mais adequado dos grãos,
reduzindo dessa forma os canais ascendentes de água. Já a resistência do concreto
apresenta comportamentos distintos, influenciados pelas características físicas e
composição mineral do tipo de material empregado. Segundo o referido autor, quando a
adição for extremamente fina e constituída basicamente por caulinita termicamente
ativada, a taxa de desenvolvimento da resistência nas primeiras idades é alta, o que resulta
em uma elevada liberação de calor. Sendo assim, esse material está associado à produção
de concretos de alta resistência inicial e alto desempenho, e os teores comumente
utilizados variam entre 10 a 20%. Porém, se o material apresentar teor elevado de fases
pozolanicamente inertes como o quartzo e a mica, e granulometria não tão fina, as reações
pozolânicas serão mais lentas e, consequentemente, a taxa de liberação de calor e o
desenvolvimento da resistência serão mais baixas. Devido a tais características esses
materiais são geralmente aplicados em estruturas de concreto-massa.
35
2. 4. 4. 5 Aditivos Superplastificantes
A justificativa para o uso dos aditivos na produção de concreto está no fato do que
esse material tem como função principal a mudança das propriedades do concreto,
tornando-o mais adequado ao manuseio, gerando economia e reduzindo o gasto
energético (NAWY, 1996). A utilização desse material engloba três diferentes propósitos:
Aumentar a trabalhabilidade sem mudar qualquer componente da mistura;
Reduzir a demanda de água, diminuindo dessa forma a relação água/cimento e
aumentando a resistência e durabilidade da mistura;
Reduzir o consumo de água e cimento e, por conseguinte, o calor de hidratação
responsável pela formação de fissuras, retração e tensões térmicas.
Os aditivos superplastificantes foram inicialmente classificados em quatro
categorias distintas, em função de sua composição química (CEMENT AND
CONCRETE ASSOCIATION, 1978; MALHOTRA, 1984; RIXON e MAILVAGANAM,
1986):
condensados de formaldeído melanina sulfonados (SMF);
condensados de formaldeído naftaleno sulfonados (SNF);
lignossulfatos modificados (MLS);
copolímeros.
Entretanto, atualmente existe uma nova categoria constituída pelos
superplastificantes à base de policarboxilatos. Em sua maioria, os estudos sobre aditivos
superplastificantes estiveram voltados aos produtos à base de melanina sulfonada ou
naftaleno sulfonado (RAMACHANDRAN, 1983; COLLEPARDI, 1994; HEWLET e
RIXON, 1992; apud DAL MOLIN, 1995). Para BUCHER (1988) este fato justifica-se
pelo desempenho de tais materiais, que se caracterizam por possuírem grande eficiência
como redutores de água, além de mínimas ações secundárias ou efeitos colaterais
indesejáveis.
36
COLLEPARDI et al. (1999) define o desenvolvimento dos aditivos
superplastificantes como um dos principais passos ns produção e desenvolvimento de
concretos de alta resistência, pois esses materiais atuam no concreto dispersando as
partículas de cimento que tendem a flocular quando em contato com a água de
amassamento. Na opinião de DAL MOLIN (1995), a obtenção de concreto de alta
resistência está vinculada à utilização de aditivos superplastificantes, pois para aumentar a
resistência de um determinado concreto é possível reduzir-se a relação água/cimento das
seguintes formas:
a) redução da quantidade de água de amassamento, que pode gerar perda de
trabalhabilidade e, conseqüentemente, dificuldades com manuseio (lançamento e
adensamento) e queda no desempenho mecânico;
b) aumento do consumo de cimento, que resulta em custo maior, excesso de finos e maior
calor de hidratação liberado, gerando maiores retrações, fissuras, fluência, entre outros;
c) utilização de aditivos redutores de água, que podem proporcionar incrementos na
resistência quando os teores forem determinados adequadamente.
O desempenho dos aditivos é função de diversas variáveis, como sua natureza e
quantidade empregada, composição e superfície específica do cimento, natureza e
proporcionamento dos agregados, compatibilidade entre materiais e adições, relação
água/cimento, condições de cura, entre diversos outros (MAILVAGANAM, 1999).
Quando utilizados em concreto de alta resistência, vários aspectos dos aditivos
superplastificantes devem ser considerados com relação aos efeitos gerados sobre a
mistura em estado fresco ou endurecido. No estado fresco, os principais aspectos que
podem ser influenciados são:
a) Consistência: os aditivos superplastificantes alteram a consistência do concreto ao
reduzir o consumo de água da mistura. Deve ser tomado cuidado devido à taxa
relativamente alta de perda de consistência e trabalhabilidade com o tempo, efeito
relacionado à formação de sulfoaluminato de cálcio hidratado, ou etringita, que precipita
37
incorporando um grande volume de água livre, resultando na reversão da consistência
original. Alguns dos fatores que influenciam este fenômeno são: tipo de aditivo e
cimento, dosagem, temperatura, umidade, consistência inicial do concreto, momento de
colocação do aditivo na mistura, procedimentos de mistura, compatibilidade com outros
aditivos presentes no sistema, entre outros (MAILVAGANAM, 1979; 1999).
b) Exsudação e segregação: RAMACHANDRAN e MALHOTRA (1984) afirmam que a
utilização de aditivo superplastificante como redutor de água em concretos de alta
resistência inibe a ocorrência de segregação ou exsudação. Entretanto, para
YAMAMOTO e KOBAYASHI (1986), quando o tempo de início de pega do concreto é
retardado devido a baixas temperaturas ou altas dosagens de aditivos retardadores de
pega, pode haver aumento considerável na água exsudada.
Para o concreto no estado endurecido não há mudança significativa na morfologia
das pastas de cimento hidratado com superplastificante, embora se saiba que ocorra a
formação de uma estrutura mais densa através da presença de partículas menores de
cimento hidratado conforme já discutido (RAMACHANDRAN e MALHOTRA, 1984).
A redução do consumo de água provocada pela utilização do superplastificante
proporciona melhoria das propriedades mecânicas e da durabilidade do concreto devido à
diminuição da porosidade. Segundo HEWLETT e RIXOM (1977), reduzindo-se o teor de
água em 25 a 35% é possível obter aumento de 50 a 75% da resistência à compressão para
idade de um dia de hidratação. Tal efeito dos superplastificantes na resistência das
primeiras idades é comprovado em diversos outros trabalhos (GIAMUSSO, 1988; ACI
212, 2001; AÏTCIN, 2000) que justificam a melhoria das propriedades mecânicas nas
primeiras idades ao fato do superplastificante aumentar a área de contato entre a água e as
partículas de cimento.
Em relação a concretos de referência, a fissuração e fluência de concretos com
superplastificantes não apresentam diferenças (RAMACHANDRAN e MALHOTRA,
1984). Segundo estudos de diversos autores, a adição do superplastificante, quando
mantida a mesma relação água/cimento, não altera a retração, permeabilidade, resistência
38
aos ataques químicos, resistência mecânica ou módulo de deformação (PERENCHIO,
1979; MALHOTRA e MALANKA, 1979; MALHOTRA, 1989; YAMAMOTO e
KOBAYASHI, 1986; entre outros).
De acordo com DAL MOLIN (1995), as diversas opiniões relacionadas à
influência dos superplastificantes nas propriedades do concreto endurecido ocorrem,
dentre outras razões, devido às diferentes características dos materiais (aditivo, cimento,
adições), dosagens e metodologias dos experimentos e ensaios.
O teor de aditivo superplastificante comumente utilizado varia de 0,8 a 2,0% de
sólidos sob a massa de material cimentante, sendo a parte sólida do aditivo em torno de
30 a 40% geralmente (MEHTA e AÏTCIN, 1990b).
2. 4. 5 Propriedades do Concreto
2. 4. 5. 1 Propriedades do Concreto de Alta Resistência no Estado Fresco
As propriedades do concreto de alta resistência no estado fresco devem ser
controladas, segundo AÏTCIN (2000), devido a duas razões principais. Primeiramente, o
concreto de alta resistência, assim como o convencional, deve ser lançado facilmente.
Portanto a primeira razão está relacionada à trabalhabilidade da mistura. A segunda razão
correlaciona as propriedades do concreto endurecido ao controle no estado fresco, ou seja,
o controle enquanto fresco resultará num concreto endurecido com propriedades
controladas.
Enquanto fresco, os principais problemas que podem surgir são: perda de
abatimento, retardamento de pega, que atrasará o desenvolvimento da resistência, e
segregação elevada da mistura. Tais problemas ocorrem por diversos fatores que podem
ser drasticamente reduzidos quando algumas propriedades forem controladas, como a
massa específica, o abatimento, a trabalhabilidade e o teor de ar incorporado (ALVES,
2000).
39
a) Massa específica: corresponde à massa de uma unidade de volume do concreto fresco
adensado de acordo com a normalização brasileira, considerando o volume de ar
aprisionado ou incorporado (NBR NM 47/2002).
Em relação ao concreto usual, a massa específica do concreto de alta resistência é
um pouco maior, quando utilizados os mesmos materiais. Para o concreto de alta
resistência esses valores estão entre 2400 kg/m
3
para traços com ar incorporado e
2500 kg/m
3
para traços sem ar incorporado, e a obtenção desses valores através de ensaios
elimina a necessidade de medições freqüentes do teor de ar, que tomam mais tempo, pois
quando tais valores permanecem constantes o teor de ar também é constante. Dessa
forma, a medida da massa específica, quando utilizada em conjunto com outros ensaios de
determinação das propriedades do concreto, permite a confirmação de modificações no
concreto fresco e a obtenção de um diagnóstico rápido do problema (AÏTCIN, 2000).
b) Trabalhabilidade: definida pela ASTM C125 (1993) como a propriedade que determina
o esforço necessário para a manipulação de uma quantidade determinada de concreto no
estado fresco com perda mínima de homogeneidade. A trabalhabilidade é composta por
dois fatores principais: a fluidez (facilidade de mobilidade) e a coesão (resistência à
exsudação e segregação).
O esforço necessário para o lançamento do concreto, de acordo com MEHTA e
MONTEIRO (1994), é determinado principalmente pelo esforço para o início e
manutenção do fluxo, dependendo assim das características reológicas do cimento e do
atrito entre as partículas do agregado e entre o concreto e a fôrma. Já o esforço necessário
ao adensamento é influenciado pela facilidade de eliminação dos vazios sem perda de
trabalhabilidade, que é um índice simultâneo de capacidade de retenção da água (oposto
de exsudação) e retenção do agregado graúdo na massa de concreto fresco (oposto de
segregação).
Diversos são os fatores que afetam a trabalhabilidade do concreto fresco, contudo,
podem ser agrupados em duas categorias principais: fatores relacionados ao esqueleto dos
agregados, e fatores relacionados ao comportamento da pasta de cimento hidratada.
40
Os principais fatores relacionados ao esqueleto dos agregados que afetam a
trabalhabilidade são a quantidade total de agregado na mistura, as proporções relativas
entre agregado graúdo e miúdo, assim como a respectiva granulometria e a forma das
partículas.
A relação água/cimento é um dos principais fatores que determinam o
comportamento reológico da pasta de cimento, principalmente no concreto convencional.
Quando a relação água/cimento é alta, as partículas de cimento e material cimentício estão
afastadas, logo, suas interações durante a hidratação não afetam a trabalhabilidade
significativamente. À medida que essa distância é reduzida, com a redução da relação
água/cimento, a água, antes o fator principal na reologia da pasta de cimento, não
desempenha mais o papel chave (NEVILLE, 2000). Nesse caso, o cimento e as partículas
cimentícias interagem fisicamente (AÏTCIN, JOLICOEUR e MACGREGOR, 1994;
HUYNTH, 1996). Dessa forma, o superplastificante irá interagir com as partículas de
cimento em hidratação, criando um sistema mais complexo de parâmetros que
influenciam a reologia e trabalhabilidade do concreto de alta resistência. Segundo
TAGNIT-HAMOU e AÏTCIN (1993), o teor de sulfato do cimento e a sua velocidade de
dissolução são muito importantes e influenciam a trabalhabilidade em concretos de alta
resistência.
De acordo com MEHTA e MONTEIRO (1994), em condições normais, o volume
dos produtos de hidratação é pequeno durante a primeira meia hora após a adição da água
ao cimento, e a perda de abatimento é mínima. Após esse período inicial o concreto
começa a perder abatimento a uma taxa que é função da hidratação, temperatura,
composição do cimento e aditivos presentes.
A utilização dos aditivos superplastificantes no concreto de alta resistência resulta
em diversos problemas de incompatibilidade, que são acentuados na medida em que se
diminui a relação água/cimento à procura de resistências cada vez mais altas (AÏTCIN e
NEVILLE, 1993). Algumas vezes tais aditivos são descartados não por criarem
41
dificuldades em atingir a resistência pré-estipulada, mas por gerarem problemas de
elevada perda de abatimento com o tempo (MAILVAGANAM, 1999).
AÏTCIN (2000) ainda comenta que do ponto de vista prático podem ser
adicionados materiais cimentícios suplementares em substituição à parte do cimento, ou
alguma incorporação de ar, que poderá contribuir para a trabalhabilidade, mesmo que
resulte em perda de resistência. Segundo o autor, foi possível produzir um concreto com
resistência à compressão aos 91 dias igual a 100 MPa e teor de ar incorporado de 4,5%.
Portanto, futuramente, a incorporação de ar deverá ser utilizada freqüentemente para
melhoria da trabalhabilidade em misturas com relação água/cimento muito baixa.
c) ar incorporado: o teor de ar incorporado pode influenciar a resistência do concreto ao
determinar sua porosidade. Em concretos de alta resistência sem ar incorporado não é
essencial determinar freqüentemente o teor de ar incorporado, mas é recomendável que
seja feita a medição conjunta com a verificação da massa unitária de tempos em tempos
(AÏTCIN, 2000).
Concretos de alta resistência geralmente apresentam teores entre 1 a 3% de ar
aprisionado, valores que aumentam à medida em que a relação água/cimento é reduzida.
Dessa forma, quando a resistência é a propriedade principal estipulada para o concreto de
alta resistência sem ar incorporado, deve-se manter a quantidade de ar aprisionado tão
baixa quanto possível para evitar qualquer perda dessa propriedade. Já em concretos de
alta resistência com ar incorporado é possível obter teores na faixa de 4 a 5 % de ar,
melhorando consideravelmente a trabalhabilidade da mistura, seu lançamento,
adensamento e acabamento. Nesses casos, quando a resistência não é um ponto crítico, a
redução da mesma é compensada pela melhoria da trabalhabilidade (AÏTCIN, 2000).
2. 4. 5. 2 Propriedades do Concreto de Alta Resistência no Estado Endurecido
Diversas são as propriedades mecânicas do concreto influenciadas pelo aumento da
resistência, contudo serão discutidas apenas aquelas relacionadas ao programa
experimental do estudo em questão.
42
2. 4. 5. 2. 1 Resistência à compressão
A resistência à compressão é a principal propriedade mecânica do concreto, pois
além de estar relacionada à estrutura interna do material, proporcionando uma estimativa
do desempenho do concreto, indica de forma indireta sua durabilidade (DAL MOLIN,
1995). Esta propriedade aumenta de forma inversamente proporcional à relação
água/cimento, entretanto, a diferença em relação ao concreto convencional está no fato de
que esta lei é valida até ser atingida a resistência de ruptura do agregado graúdo. Nesse
caso, quando esse material não é resistente o suficiente, em comparação à resistência da
pasta de cimento hidratado, torna-se o elo fraco da estrutura, e a resistência à compressão
do concreto não aumentará significativamente com a diminuição da relação água/cimento
(AÏTCIN, 2000). Tal redução pode ser realizada diminuindo-se o consumo de água
através da utilização de aditivo superplastificante, ou ainda aumentando o consumo de
aglomerantes, possibilitando controle sobre a resistência inicial de determinado concreto
de alta resistência quando se projeta a sua composição (ROUGERON e AÏTCIN, 1994).
Segundo DAL MOLIN (1995), um aspecto importante na tecnologia do concreto é
a evolução da resistência com a idade. AÏTCIN (2000) comenta que duas a três horas
adicionais de cura a 20°C podem fazer uma grande diferença na resistência à compressão
inicial do concreto de alta resistência. Para CARRASQUILLO (1981), a velocidade de
evolução da resistência em concretos sem adições minerais é maior em concretos de alta
resistência nas primeiras idades.
A velocidade maior da taxa de desenvolvimento da resistência em concretos de alta
resistência é atribuída, na opinião de DE LARRARD e MALIER (1992) à proximidade
inicial das partículas de cimento do concreto fresco devido à baixa relação água/cimento
da mistura. O comitê 363 do ACI justifica esse comportamento ao calor de hidratação
gerado devido ao elevado consumo de cimento na produção de concretos de alta
resistência.
43
Uma equação para previsão da resistência do concreto de alta resistência (acima de
50 MPa), até os 28 dias de idade, é apresentada nas normas francesas BAEL e BPEL
(apud FOURÉ e TRINH, 1988) e transcrita a seguir:
28
95,040,1
ccj
f
j
j
f
+
=
Onde:
j = idade, em dias;
f
cj
= resistência à compressão, em MPa, aos j dias de idade;
f
c28
= resistência à compressão, em MPa, aos 28 dias de idade.
As condições de cura também podem gerar variações na resistência à compressão
do concreto. MALHOTRA et al. (1990) constatou que a resistência à compressão de
concretos com 182 e 365 dias submetidos à cura úmida, era maior que para os mesmos
traços submetidos à cura ao ar, e que tal diferença diminui ao adicionar-se sílica ativa.
Foi constatado por DE LARRARD (apud AÏTCIN, 2000) um pequeno decréscimo
da resistência em corpos de prova de concretos com sílica ativa após um longo período de
cura ao ar. Tal perda de resistência é mencionada na literatura como “regressão da
resistência”, e ocorre ocasionalmente quando o concreto é exposto a condições severas de
secagem ao ar. Portanto, os autores apontam para a necessidade de cura inicial adequada
em água para o concreto de alta resistência, e quando se fizer necessário, revestimento dos
elementos estruturais com película impermeável ou pintura. Tais medidas podem inibir a
retração por secagem e a formação de tensões de tração.
Os resultados obtidos para concretos de alta resistência submetidos a ensaios de
resistência à compressão axial também podem ser influenciados pela capacidade
resistente do material utilizado para capeamento. A resistência não será prejudicada
quando materiais adequados forem utilizados e possibilitarem uma distribuição de tensões
uniforme em toda a seção transversal dos corpos de prova.
44
2. 4. 5. 2. 2 Resistência à tração
Os valores para a resistência à tração do concreto podem ser obtidos através de três
diferentes ensaios: tração por compressão diametral, tração na flexão e tração direta, cujos
resultados são influenciados pelo tamanho e forma dos corpos de prova (DAL MOLIN,
1995). A taxa de crescimento para a resistência à tração é alta nas primeiras idades em
relação ao concreto convencional. Contudo, segundo DE LARRARD e MALIER (1992),
o valor máximo da resistência à tração é atingido por volta dos 14 dias de hidratação.
A resistência à tração do concreto é usualmente determinada indiretamente através
de relações entre módulo de ruptura e resistência à tração por compressão diametral.
Porém, em concretos de alta resistência tais propriedades podem variar dentro de um
vasto intervalo para os mesmos valores da resistência à compressão (AÏTCIN, 2000).
Logo, existem diversas equações empíricas que relacionam resistência à tração e
resistência à compressão. Em sua grande maioria, são expressas da seguinte forma:
f
tj
= a + bf
cj
n
Onde:
f
tj
= resistência à tração, em MPa, aos j dias de idade;
f
cj
= resistência à compressão, em MPa, aos j dias de idade;
n = coeficiente que varia de 0,5 a 1,0;
a,b = coeficientes que variam com os materiais, e nível de resistência considerado.
A norma brasileira NBR 6118 (2003) relaciona resistência à tração e resistência à
compressão da seguinte forma:
3/2
,
3,0
ckmtk
ff =
mctctk
ff
,inf,
7,0=
mctctk
ff
,sup,
3,1
=
Observa-se que o quociente da relação entre a resistência à tração e compressão
diminui à medida em que a resistência à compressão aumenta (ACI 363, 1991; FIB/CEB,
1990). Todavia, tais valores não representam a realidade em concretos de alta resistência
45
Embora não esteja relacionado ao programa experimental em questão, em relação
ao módulo de deformação do concreto, é fundamental ao projetista o conhecimento de tal
propriedade para o cálculo das deformações dos diferentes elementos estruturais do
sistema. A determinação direta do módulo de deformação é obtida através da
determinação simultânea da carga aplicada e da deformação axial gerada por essa carga,
tornando esse processo experimental complexo. Dessa forma, os valores são usualmente
determinados utilizando abordagens teóricas ou empíricas. As relações empíricas
correlacionam o módulo de deformação com a resistência à compressão (DAL MOLIN,
1995).
A abordagem teórica é baseada em modelos que representam o comportamento
elástico do concreto (ILLSTON, DINWOODIE e SMITH, 1987). Já a abordagem
empírica associa o módulo de deformação à resistência à compressão. Entretanto, a
despeito das diversas equações para a obtenção do módulo de deformação, tais equações
têm validade comprovada para o concreto convencional apenas. Ao elevar-se a resistência
para valores acima de 50 MPa, as equações mostram-se inadequadas, superestimando os
valores calculados do módulo de deformação (CARRASQUILLO et al., 1981; ACI 363,
1991).
46
3 CIMENTOS ALUMINOSOS EM CAR
3. 1 Introdução
Com o crescente desenvolvimento mundial, o concreto deverá ser cada vez mais
aproveitado e aperfeiçoado para acompanhar tal progresso. Uma forma de buscar um
produto melhor e mais adequado é a utilização dos cimentos aluminosos como
constituintes do concreto. O cimento aluminoso possui diversas propriedades singulares
quando comparado ao cimento Portland, como altas resistências nas primeiras idades,
endurecimento mesmo sob condições de baixas temperaturas, e durabilidade superior ao
ataque por sulfato (NEVILLE, 1998). Além disso, devido à sua versatilidade, o cimento
aluminoso pode ser utilizado como a única fase hidráulica no concreto, ou ainda
constituindo uma mistura de materiais cimentícios (SCRIVENER, 2001).
O cimento aluminoso foi desenvolvido na França no começo do século XX como
uma alternativa ao problema de ataque de estruturas de concreto por águas sulfatadas. A
sua comercialização teve sucesso após a patente de Bied em 1908, e durante o auge da
primeira guerra mundial, o que levou ao uso substancial desse material em estruturas de
concreto maciço exposto ao mar e fundações em solos com alto teor de sulfatos, relata
SCRIVENER (2001).
A resistência requerida para estas aplicações era muito modesta (por volta dos 10 a
20 MPa) e ocasionalmente alguns problemas ocorriam, entretanto, grande parte dos
problemas sérios estava relacionada à perda de água necessária para a hidratação devido
às altas temperaturas atingidas (por volta dos 100ºC no concreto) e uma estrutura porosa
altamente conectada. A maioria dos problemas era identificada antes da solicitação e uso
das estruturas (SCRIVENER, 2001).
De acordo com as definições da ASTM C219, o cimento de aluminato de cálcio, ou
cimento aluminoso, é o produto obtido da moagem do clínquer de aluminato de cálcio. O
47
clínquer é um produto parcialmente ou completamente fundido, consistindo de aluminatos
de cálcio hidráulicos. Dessa forma, ao contrário do cimento Portland, onde o C
3
S e o C
2
S
são os principais compostos cimentantes, no cimento aluminoso o aluminato monocálcico
(abreviado como CA) é o principal constituinte cimentante, com C
12
A
7
, C
2
AS, 2C
2
S e F
SS
como constituintes menores.
Este material contém grande quantidade de alumina, cerca de 40% de alumina e
cal, 15% de óxidos férrico e ferroso e 5% de sílica. Além disso, podem estar presentes
pequenas proporções de TiO
2
, MgO e álcalis (NEVILLE, 1997). As matérias primas são
geralmente o calcário e a bauxita. Tipicamente, comentam MEHTA e MONTEIRO
(1994), a análise química do cimento aluminoso corresponde a aproximadamente 40% de
Al
2
O
3
e alguns cimentos contêm teores ainda maiores de alumina (50 a 80%); por isso o
cimento é também denominado cimento com alto teor de alumina ou high alumina cement
(HAC).
Através do diagrama ternário do sistema CaO-SiO
2
-Al
2
O
3
(Figura 3. 1), observa-se
que o cimento aluminoso ocupa uma escala muito diferente e mais abrangente que o
cimento Portland. Contudo, é constituído principalmente por uma fase de aluminato de
cálcio (aluminato monocálcico CaAl
2
O
4
) como constituinte reativo (SCRIVENER, 2001).
FIGURA 3. 1 – COMPOSIÇÃO DO CIMENTO ALUMINOSO EM COMPARAÇÃO AO CIMENTO
PORTLAND (SCRIVENER, 2001)
48
Existem várias tentativas para classificação dos diferentes tipos de cimentos
aluminosos, mas essencialmente há dois grandes grupos.
O primeiro grupo contém teor de Al
2
O
3
aproximadamente entre 35 a 50%, e
consiste de aluminatos de cálcio relativamente impuros, que também contém silício e
ferro, conduzindo à presença de segundas fases como o C
4
AF s.s. e C
2
AS. O segundo
grupo inclui cimentos brancos contendo teor de alumina acima de 80%, onde há
relativamente maior pureza e produtos refratários. Embora esses últimos sejam
produzidos pela sinterização a altas temperaturas, não são realmente produtos em
equilíbrio, contendo reações intermediárias, fases secundárias, e algumas vezes até fases
deliberadamente incorporadas, como o α-Al
2
O
3
, adicionado após a queima. Entretanto, a
fase que domina o comportamento da hidratação desses diversos materiais é o aluminato
monocálcico, CaAl
2
O
4
. Essa é a fase predominante presente em todos os tipos de
cimentos que fazem parte desses dois grupos (MOHAMED e SHARP, 2001).
3. 2 Hidratação e Resistência
As propriedades do cimento aluminoso são dependentes das características de
hidratação do cimento e da microestrutura da pasta endurecida, assim como no cimento
Portland (TAHER; CHANDLER; ANDERSON, 1996).
Uma característica do cimento aluminoso é a elevada taxa de ganho da resistência
nas primeiras idades, principalmente devido à reatividade do composto CA (GU;
BEAUDOIN; QUINN; MYERS, 1997).
De acordo com NEVILLE (1997), a resistência do concreto contendo cimentos
aluminosos em 24 horas de hidratação pode superar valores de resistência aos sete dias
para concretos contendo cimento Portland comum. Além disso, cerca de 80% da
resistência final é atingida em 24 horas de hidratação. O aumento da resistência ocorre
devido à rapidez de hidratação, que resulta em um desprendimento elevado de calor de
hidratação. A taxa de liberação de calor do cimento aluminoso recentemente hidratado
49
pode ser tão elevada quanto 9 cal/g por hora, valor aproximadamente três vezes maior do
que a taxa para cimentos Portland de alta resistência inicial.
NEVILLE (1997) comenta que concretos contendo cimento aluminoso e agregado
de clínquer de cimento aluminoso com relação água/cimento igual a 0,5 podem atingir
resistências de aproximadamente 100 MPa em 24 horas e 120 MPa em 28 dias, a
temperaturas moderadas. Esses valores de resistência são atingidos graças às propriedades
cimentantes do agregado. Já em condições de cura abaixo de zero, a taxa de ganho de
resistência também é maior do que em concretos contendo cimento Portland,
conseqüentemente, o material é bastante interessante para aplicações em climas frios.
Todavia, apesar da alta resistência inicial desenvolvida, o endurecimento rápido
não é acompanhado por uma pega rápida. O cimento aluminoso tem pega lenta, porém o
fim de pega segue o início de pega com um intervalo de tempo muito menor em
comparação ao cimento Portland (NEVILLE, 1997).
Em relação a misturas contendo cimento Portland conjuntamente com cimento
aluminoso, pode ocorrer pega instantânea devido à reação entre a cal do cimento Portland
e o aluminato de cálcio presente no cimento aluminoso. Alem disso, o gesso do cimento
Portland também pode reagir com os aluminatos de cálcio hidratados. Tais misturas
formam a base de muitas argamassas e outros sistemas de reparos quando é necessária
pega rápida, como em casos de vazamentos, ou serviços executados entre intervalos de
marés, contudo a resistência final é muito baixa (NEVILLE, 1997). Segundo
SCRIVENER (2001), a taxa de desenvolvimento da resistência pode ser aumentada
através da utilização de aditivos ou adição de sulfato de cálcio.
Na Figura 3. 2 são mostrados os dados típicos para o tempo de pega, entretanto
tais valores variam em função do tipo de cimento analisado. Para valores baixos de teor
de cimento Portland, a pega acelerada ocorre devido à formação de C
4
A hidratado pela
adição de cal do cimento Portland ou aluminato de cálcio do cimento aluminoso. Já
quando o teor de cimento aluminoso é baixo, o gesso do cimento Portland reagirá com os
50
aluminatos de cálcio hidratados e, como conseqüência, o cimento Portland, quando a pega
não for retardada, exibirá pega instantânea.
FIGURA 3. 2 – TEMPO DE PEGA PARA MISTURAS CONTENDO CIMENTO PORTLAND E CIMENTO
ALUMINOSO (NEVILLE, 1997)
O CA, principal componente no cimento aluminoso, usualmente totaliza 50 a 60%
em massa. Sua estrutura típica está apresentada na Figura 3. 3, e uma micrografia dos
cristais de CA como ocorrem em uma fase de aglutinação é apresentada na Figura 3. 4.
FIGURA 3. 3 – ESTRUTURA DO ALUMINATO MONOCALCICO (CA), MOSTRANDO OS ATOMOS DE Ca
E O AlO
4
TETRAÉDRICO (PÖLLMANN, 2001).
51
FIGURA 3. 4 – MICROGRAFIA DOS CRISTAIS PSEUDOHEXAGONAIS DO CA (PÖLLMANN, 2001).
A hidratação do CA, que tem maior velocidade de endurecimento, resulta na
formação de CAH
10
, pequena quantidade de C
2
AH
8
e gel de alumina (Al
2
O
3
aquoso). A
composição dos produtos de hidratação mostra uma dependência tempo-temperatura; o
produto de hidratação de baixa temperatura (CAH
10
) é termodinamicamente instável,
especialmente em condições quente e úmida de armazenamento nas quais se forma um
componente mais estável, C
3
AH
6
. Portanto, em um armazenamento prolongado, as fases
hexagonais do CAH
10
e C
2
AH
8
tendem a se transformar em fases cúbicas de C
3
AH
6
(SCRIVENER; CABIRON; LETOURNEX, 1999).
Essa transformação é denominada conversão do cimento aluminoso e, devido ao
fato do sistema cristalino do primeiro composto ser pseudo-hexagonal, e do segundo,
cúbico, refere-se à conversão como uma mudança da forma hexagonal para a cúbica
(NEVILLE, 1997).
Segundo ANDIÓN et al. (2001), a resistência do concreto é determinada pela
forma física das fases constituintes do material, onde a conversão é puramente
relacionada a uma reação química que inicia tais mudanças físicas. Em particular,
pequenos cristais formados imediatamente após a conversão são menos prováveis para
iniciar a propagação de fissuras do que cristais maiores que podem se formar em seguida,
devido à recristalização. O tamanho dos cristais em um dado momento no tempo é
52
obviamente relacionado de forma direta ao grau de porosidade. Na figura 3. 5 é possível
observar, respectivamente, as fases hexagonal e cúbica mencionadas.
FIGURA 3. 5 – MICROGRAFIA DAS FASE HEXAGONAL E CÙBICA (ANDIÓN et al., 2001)
De acordo com NEVILLE (1997), quando o cimento aluminoso é submetido a
altas temperaturas somente pode existir a forma cúbica de aluminato de cálcio hidratado.
Já à temperatura ambiente, as duas formas podem estar presentes, no entanto os cristais
hexagonais se converterão lentamente para a forma cúbica de forma espontânea. A reação
de conversão para o CAH
10
é apresentada a seguir:
3CAH
10
Æ C
3
AH
6
+ 2AH
3
+ 18H
A razão para a lenta formação das fases estáveis é a sua alta simetria (cúbica) e
complexa estrutura cristalina.
SCRIVENER (2001) comenta que a temperaturas baixas, em torno de 27ºC, o
primeiro hidrato a se formar é o CAH
10
:
CA + 10H Æ CAH
10
Para altas temperaturas predomina a formação de C
2
AH
8
e, como a relação C/A
desta fase é mais alta do que de CA, hidrato de alumina também se forma:
53
2CA + 11H Æ C
2
AH
8
+ AH
3
A reação de CAH
10
para C
2
AH
8
e hidrato de alumina, também ocorre como parte
do processo de conversão e libera água:
2CAH
10
Æ C
2
AH
8
+ AH
3
+ 9H
As fases estáveis C
3
AH
6
e AH
3
se formarão eventualmente a altas temperaturas:
3CA + 12H Æ C
3
AH
6
+ 2AH
3
Novamente, a quantidade de água reagindo com cada mole de CA é menor e isso
significa que a conversão do C
2
AH
8
(e CAH
10
) para C
3
AH
6
e AH
3
libera água:
3 C
2
AH
8
Æ 2C
3
AH
6
+ AH
3
+ 9H
Finalmente:
3CAH
10
Æ C
3
AH
6
+ 2AH
3
+ 18H
A conversão somente ocorrerá na presença de água, concluiu NEVILLE (1997),
pois se incidem re-dissoluções e precipitações, e o grau de conversão pode ser avaliado
pela relação entre a fração de compostos cúbicos e as frações totais dos compostos
cúbicos e hexagonais, em porcentagem, conforme apresentado a seguir:
100
CAH de massa AHC de massa
AHC de massa
1063
63
x
+
Caso a determinação da massa dos compostos não seja realizada em condições
livres da presença de CO
2
há risco de decomposição do C
3
AH
6
em AH
3
. Dessa forma, o
grau de conversão será obtido em função desse último componente, com diferença não
54
significativa entre os resultados obtidos (NEVILLE, 1997). O grau de conversão será, em
porcentagem, igual a:
100
CAH de massa AH de massa
AH de massa
103
3
x
+
O principal interesse no conhecimento e estudo da conversão reside no fato desta
reação ocasionar perda de resistência no concreto de cimento aluminoso. Tal perda de
resistência pode ser explicada devido à densificação dos compostos hidratados dos
aluminatos. Os valores de densidade típicos para o CAH
10
e C
3
AH
6
são, respectivamente,
1,72 e 2,53 g/cm
3
. Portanto, considerando que as dimensões totais dos corpos são
constantes (como por exemplo a pasta de cimento depois da pega), a conversão, com a
concomitante liberação de água, resulta em aumento da porosidade da pasta (NEVILLE,
1997). Este fenômeno pode ser ilustrado pela medida da permeabilidade ao ar do concreto
de cimento aluminoso convertido comparado ao não convertido, mostrado na Figura 3. 6.
FIGURA 3. 6 – ESCOAMENTO DO AR ATRAVÉS DO CONCRETO: (a) CONCRETO DE CIMENTO
ALUMINOSO NÃO CONVERTIDO; (b) CONCRETO DE CIMENTO ALUMINOSO CONVERTIDO; (c)
CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND (NEVILLE, 1997).
Durante o processo de hidratação, a pasta de cimento aluminoso pode apresentar
mais de 50% de redução no volume de sólidos, aumentando a porosidade e, dessa forma,
causando redução na resistência. Uma porosidade de 5% pode reduzir em mais de 30% a
55
resistência, e uma redução de 50% é causada por uma porosidade da ordem de 8%. Tal
valor pode ser atingido no processo de conversão e hidratação do cimento aluminoso
mediante condições específicas (NEVILLE, 1997). A diminuição da resistência do
concreto pode ser influenciada pela temperatura, relação água/cimento e teor de cimento
(MEHTA e MONTEIRO, 1994). Segundo NEVILLE (1997), a resistência do concreto de
cimento aluminoso convertido é mais sensível a variações da relação água/cimento do que
antes da conversão, e a perda de resistência é menor em condições de baixa umidade.
Entretanto, durante a conversão, a água liberada na hidratação pode reagir com
cimento remanescente que não reagiu para formar futuros hidratos, que ao preencher
espaços, diminuirão a porosidade e aumentarão a resistência. Além disso, para misturas
com baixa relação água/cimento (abaixo de 0,4), a resistência irá diminuir para um
mínimo antes de aumentar, o que pode ser observado na Figura 3. 7. Para altas relações
água/cimento (acima de 0,7) grãos de cimentos anidros insuficientes permanecem depois
da reação inicial (para hidratos metaestáveis), mas mesmo neste caso o decréscimo de
resistência estabiliza a um mínimo. Quando há altas temperaturas durante a hidratação
inicial (o que é comum devido à evolução substancial do calor) os hidratos estáveis se
formam rapidamente e o concreto já está “convertido” quando entra em solicitação. Neste
caso não há subseqüente redução da resistência (SCRIVENER, 2001).
FIGURA 3. 7 – DESENVOLVIMENTO DA RESISTÊNCIA PARA CONCRETOS DE CIMENTOS
ALUMINOSOS (SCRIVENER, 2001).
56
Sendo a conversão uma característica inevitável da hidratação do cimento
aluminoso, é importante em termos práticos para a utilização de concretos de cimento
aluminosos, a capacidade de predeterminar seu impacto na resistência. A determinação
atual é imergir o concreto em água a 38ºC imediatamente após a moldagem e testar a
resistência após cinco dias. Entretanto, devido à rápida hidratação do cimento aluminoso,
o calor gerado durante o endurecimento (antes da utilização) da massa de concreto pode
levar a temperaturas internas bem acima dos 38ºC. Sob essas condições, a relevância da
cura isotérmica a 38ºC é questionável. A reação de conversão depende de dois parâmetros
principais: temperatura e disponibilidade de água (FRYDA et al., 2001).
A comparação do efeito da conversão das propriedades mecânicas dos materiais de
cimentos aluminosos foi estudada por LAMOUR et al. (2001). Destes estudos pode-se
inferir que as propriedades elásticas, resistência à propagação de fissuras e ductilidade são
menos afetadas pela conversão do que a resistência à compressão e à tração. Além disso
concluiu-se que as amostras de argamassa são mais afetadas do que as de concreto, muito
provavelmente por conterem maior quantidade de cimento.
Segundo LAMOUR et al. (2001) o módulo de elasticidade não é afetado pela
conversão porque esta propriedade reflete uma rigidez média do agregado e da matriz, e a
rigidez dos agregados permanece a mesma depois da conversão. O valor do módulo de
elasticidade após a conversão é aproximadamente o que se esperaria da relação da
resistência à compressão quando ambas as equações do ACI e do código CEB são
utilizadas. Para concretos de cimento Portland foi descoberto empiricamente que a relação
entre a resistência à tração e resistência à compressão segue a relação:
ft = 0.3 (f’c)
2/3
O cálculo desta quantidade pelos autores resultou em valores próximos à unidade
para amostras convertidas e não convertidas. O coeficiente de Poisson é ligeiramente mais
57
baixo nas amostras convertidas, devido ao aumento do conteúdo de vácuo. Entretanto,
muitos estudos mostram que esta relação é largamente estável até fissuras maiores se
formarem (LAMOUR et al., 2001).
Desde o final dos anos 70 muitos esforços foram tomados para descobrir como
evitar a conversão. Estudos extensivos foram realizados com adições minerais (sílica,
escória, argilas calcinadas) e adição de calcários finos. Tais materiais modificam as
reações de hidratação, levando à formação de C
2
ASH
8
e C
3
A.Cc.Hx. Estas fases são
estáveis dentro de certos intervalos de temperatura e dentro de tais intervalos não se
transformarão em C
3
AH
6
. De qualquer forma, se o concreto está sujeito a temperaturas
acima de 50ºC, o C
3
AH
6
poderá se formar. Por outro lado se a temperatura de hidratação é
inicialmente baixa, a conversão do CAH
10
para C
3
AH
6
pode ainda ocorrer em longo
prazo. Conseqüentemente é errado pensar em termos de prevenção global da conversão.
Não obstante estas misturas podem ter propriedades interessantes a curto e longo prazo,
em relação ao desenvolvimento da resistência e durabilidade, é importante que existam
métodos que relacionem sua resistência a altas idades em situações de utilização (FRYDA
et al., 2001).
Ainda em relação ao uso estrutural do concreto de cimento aluminoso, mesmo
quando este apresente resistência adequada, devido ao aumento da porosidade provocada
pela conversão o material estará mais vulnerável ao ataque químico em ambientes
agressivos. A água que percola no concreto pode conter hidróxidos de sódio ou potássio,
que irão acelerar a reação de conversão e provocar a decomposição dos produtos da
hidratação. Na presença de CO
2
são formados carbonato de cálcio e o hidróxido alcalino
se regenerará atacando novamente a pasta hidratada. As reações estão apresentadas a
seguir:
KCO
3
+ CaO.Al
2
O
3
.aq Æ CaCO
3
+ K
2
O.Al
2
O
3
CO
2
+ K
2
O.Al
2
O
3
+ aq Æ K
2
CO
3
+ Al
2
O
3
.3H
2
O
Como os álcalis são apenas um portador, a reação global pode ser escrita da
seguinte forma:
CO
2
+ CaO.Al
2
O
3
.aq Æ CaCO
3
+ Al
2
O
3
.3H
2
O
58
Dessa forma, observa-se que o cimento aluminoso sofre carbonatação, porém de
maneira distinta do cimento Portland.
Em relação à cura, HOLTERHOFF JR. (2001) comenta que a temperatura ótima
para concretos de cimentos aluminosos é aproximadamente 22ºC. Se o concreto for
curado acima de 30ºC, poderá ocorrer decréscimo da resistência. Segundo o referido
autor, um concreto que desenvolve 48 MPa de resistência depois de 24 horas, se curado
apropriadamente pode apenas desenvolver metade ou ainda valores menores quando
curado a temperaturas acima de 30ºC. A cura fria pode conduzir a concretos que
apresentem boas resistências iniciais, mas lentamente mais baixas nos meses e anos a
seguir.
Os efeitos da temperatura, umidade, tipo de agregados e idade na resistência à
compressão de concretos de cimentos aluminosos têm sido objeto de estudo por mais de
40 anos. Entretanto, segundo FRYDA et al. (2001), do ponto de vista do projeto, a
resistência à compressão não é parâmetro suficiente para caracterização do concreto de
cimento aluminoso e suas aplicações atuais. Outros parâmetros mecânicos como
propriedades elásticas, dureza, ductilidade ou resistência à tração, são necessários para
caracterizar o desempenho mecânico desse material. Em termos de durabilidade, o
controle da fissuração é a chave para garantir um bom desempenho em ambientes
agressivos.
3. 3 Resistência a Ataques Químicos
Uma das características que distinguem o cimento aluminoso dos cimentos
Portland é que não há formação de hidróxido de cálcio como produto de hidratação.
Dessa forma, concretos contendo tal tipo de cimento apresentam excelente resistência aos
ambientes ácidos (ácidos diluídos, pH de 4,0 a 6,0), água do mar e águas sulfatadas
(SCRIVENER; CABIRON; LETOURNEX, 1999).
59
Segundo NEVILLE (1997), o cimento aluminoso resiste à ação do CO
2
dissolvido
em água, mas não é ácido-resistente. Pode suportar soluções ácidas diluídas, como em
efluentes industriais, contudo, não resiste à ação de soluções contendo ácidos clorídricos,
fluorídricos ou nítricos. O cimento aluminoso também é atacado pelos álcalis cáusticos
mesmo em soluções diluídas.
De fato, o cimento aluminoso foi desenvolvido inicialmente na França para resistir
à ação dos sulfatos em estruturas de concreto, e é muito satisfatório sob esse aspecto. Esta
resistência é alcançada, de acordo com NEVILLE (1998), devido não só à ausência de
Ca(OH)
2
no cimento aluminoso hidratado como também à influência protetora do gel de
alumina relativamente inerte formado durante a hidratação.
A utilização do cimento aluminoso em redes de esgotos sujeitas à ação dos sulfatos
data antes de 1950, segundo estudos de SCRIVENER (2001), com muitos exemplos de
bom desempenho na Austrália, Malásia, África do Sul e Egito.
As redes de esgoto, principalmente em regiões de climas quentes podem sofrer
corrosão bacteriológica. Sob certas condições, o ácido sulfúrico é produzido nas
canalizações pela bactéria “thiobacillus”, atacando a pasta de cimento e quaisquer
agregados solúveis em ácidos, como a dolomita e o calcário. Em seguida ocorre a
corrosão da armadura, resultando no colapso da estrutura. Tal ataque é mais severo no
nível de superfície das águas servidas, onde os produtos de corrosão são continuamente
removidos pelo fluxo através dos canais (ALEXANDER e FOURIE, 2001).
Estudos de DUNSTER e HOLTON (2001) mostram que estruturas maciças de
concreto com cimento aluminoso freqüentemente exibem um efeito de “superfície de
densificação”, o que contribui significativamente para o desempenho geral em condições
agressivas de solos com sulfatos e condições marinhas.
Segundo ALEXANDER e FOURIE (2001), canais de concreto produzidos com
cimentos aluminosos resistem ao ataque sulfúrico biológico melhor que canais produzidos
com cimento Portland. Os autores sugerem que uma das razões para que o cimento
aluminoso tenha um desempenho maior em ambientes ácidos é porque esse material tem
60
uma alta capacidade de neutralização ácida em comparação com o cimento Portland.
Sendo assim, na presença de cimento aluminoso, a atividade da bactéria é reduzida, além
da presença de hidrato de alumina, que bloqueia os poros e reduz o grau de degradação.
Em países como a África do Sul, onde grande parte da população está sujeita ao
saneamento inadequado, além da crescente urbanização e dos recursos limitados, tem sido
desenvolvido um novo conceito para a fabricação de canais de esgotos de concreto.
Nesses locais, onde alguns efluentes são extremamente agressivos devido a fatores
hidráulicos ou descargas industriais com baixo pH, o uso de um material de revestimento
inerte pode ser a única alternativa viável. Este revestimento é formado por uma camada
de sacrifício contendo cimento aluminoso e agregado dolomítico, e cobre um canal
convencional de concreto de cimento Portland. No substrato de cimento aluminoso,
menos ácido é produzido pela bactéria e, dessa forma, o pH é mais alto, resultando em
menor potencial para corrosão (GOYNS, 2001).
Já em relação à carbonatação, há um consenso geral de que o cimento portland
comum é mais resistente do que os cimentos aluminosos, do ponto de vista dos diferentes
efeitos de suas fases hidratadas e conteúdo de álcalis dos cimentos (GAZTAÑAGA;
GOÑI; GUERRERO, 2001).
Entretanto, alguns estudos comparativos têm sido realizados para amostras
equivalentes de cimento Portland e cimentos aluminosos. SNOLCZYC (apud AÏTCIN,
2000) apontou que o material residual não carbonatado é independente do tipo de cimento
e da relação água/cimento, atingindo valores por volta de 25 a 30% do total de CaO
contido no cimento. GAZTAÑAGA et al. (apud AÏTCIN, 2000) estudou a influência do
conteúdo de álcalis na carbonatação de dois tipos de cimento Portland e de pastas de
cimento aluminoso (relação água/cimento igual a 0,4). A carbonatação foi realizada
depois da cura por 28 dias, em exposição natural à atmosfera laboratorial (40 a 50% UR)
por 800 dias. Os resultados mostraram que a pasta de cimento aluminoso carbonatada
apresentou a mais baixa taxa, 31% do CaO residual não carbonatado contra 37 e 43% para
o cimento Portland com alto e baixo conteúdo de álcalis, respectivamente.
61
Dessa forma, a visão tradicional que o concreto de cimento aluminoso é mais
vulnerável que o concreto de cimento Portland quanto à corrosão da armadura pela
carbonatação não é mais apoiada pela experiência de campo acumulada ou análises
teóricas (GAZTAÑAGA; GOÑI; GUERRERO, 2001).
Conforme mencionado, o processo de degradação identificado e mais conhecido
que sofrem os cimentos aluminosos é o chamado de conversão dos hidratos hexagonais de
aluminato de cálcio para a forma cúbica. Em adição a esse processo, o concreto de
cimento aluminoso pode sofrer carbonatação devido à reação com o CO
2
atmosférico e a
transformação de fase denominada “hidrólise alcalina” ocorre conduzindo à destruição
completa do concreto (DUNSTER e HOLTON, 2001).
ANDRADE et al. (2001) relata a ocorrência de alguns casos de degradação de
estruturas de concreto contendo cimentos aluminosos registrados na Espanha há muitos
anos, embora a preocupação social só tenha ocorrido em 1990 quando uma edificação
entrou em colapso causando uma fatalidade. Principalmente nas regiões da Espanha
Mediterrânea, há mais de um milhão de “flats” construídos com cimentos aluminosos
antes de 1975. Após o acidente em 1990, um programa detalhado de inspeção e reparo foi
realizado pelas autoridades locais, minimizando o risco de futuras falhas. Paralelo a este
programa, a pesquisa tecnológica se desenvolveu nesse país, cujo tema principal foram os
mecanismos de degradação dos materiais produzidos com cimento aluminoso.
Segundo os autores, enquanto a carbonatação dos cimentos Portland usualmente
leva à despassivação do aço da armadura e conseqüente corrosão, em concretos de
cimentos aluminosos esta circunstância nem sempre acontece e o aço pode manter-se
passivo. Este comportamento está associado ao pH da solução e ao conteúdo de álcalis do
cimento. Além disso, considerando o conteúdo de álcalis, devido ao uso de agregados de
granito ou feldspato das regiões mediterrâneas, alguns desses concretos podem conter
grandes quantidades de álcalis do que aqueles simplesmente liberados pelo cimento,
resultando em casos de hidrólise alcalina.
62
Além disso, de acordo com ANDRADE et al. (2001) a alcalinidade da solução
porosa de argamassas de cimentos aluminosos medidas através do indicador de
fenolftaleína é função do grau de saturação de água dos poros. Assim ele torna-se alcalino
em condições úmidas, e neutro quando seco. Este efeito não foi verificado em materiais
produzidos com cimento Portland. Os diferentes regimes de carbonatação empregados
conduziram à formação de diferentes fases cristalinas que evoluem diferentemente
quando submetidas a ciclos de molhagem e secagem. Esta divergência confirma a
complexidade e diversidade dos processos que podem se desenvolver durante a
carbonatação das pastas de cimento aluminoso.
O comportamento das fases de alumínio hidratado formadas dos cimentos
aluminosos pode conduzir a diferentes fases finais estáveis que dependem principalmente
dos seguintes fatores:
pH da solução aquosa de poros;
temperatura;
grau de saturação dos poros;
concentração ou pressão parcial do CO
2
na atmosfera.
Apesar das diversas propriedades apresentadas, a aplicação do cimento aluminoso
na maioria dos países se restringe à execução de revestimentos refratários moldados em
fornos de alta temperatura (MEHTA e MONTEIRO, 1994).
3. 4 Propriedades Refratárias
O uso de cimento Portland para concreto exposto a altas temperaturas está limitado
a aproximadamente 500°C, porque a altas temperaturas o óxido de cálcio livre, formado
na decomposição do hidróxido de cálcio, causaria a deterioração do concreto aquecido ao
ser exposto à umidade ou à água (MEHTA e MONTEIRO, 1994).
63
O cimento aluminoso, além de não produzir nenhum hidróxido de cálcio na
hidratação, endurece rapidamente sob temperaturas normais de cura. Até cerca de 500°C
os concretos de cimento aluminoso apresentam redução na resistência em proporção
maior do que aqueles contendo cimento Portland; a partir desse valor até 800°C, os dois
são comparáveis, mas acima de cerca de 1000°C, o cimento aluminoso tem um
desempenho significativamente maior (NEVILLE, 1997).
Segundo estudos de NEVILLE (1997) em concretos contendo cimentos
aluminosos e diferentes agregados submetidos a intervalos de temperatura até 1100°C, a
resistência mínima varia entre 5% e 26% do valor original. Porém, quando utilizados
determinados agregados, entre 700 e 1000°C ocorre aumento na resistência devido a uma
força de coesão, denominada pega cerâmica. Tal força surge devido a reações sólidas
entre o cimento e o agregado miúdo, e aumenta em função da temperatura e com a
evolução das reações no material.
Devido a tal força, concretos de cimentos aluminosos resistem a temperaturas
elevadas, suportando temperaturas iguais a 1350ºC, quando utilizado agregado britado de
tijolos refratários. Com a adição de alguns agregados especiais, como alumina fundida ou
carborundum, temperaturas de 1600°C podem ser atingidas. Já concretos preparados com
cimento especial de aluminato de cálcio branco e agregados de alumina fundida, podem
resistir a temperaturas de 1800°C durantes períodos prolongados (NEVILLE, 1997).
Propriedades mecânicas, comportamento durante a cura e calor inicial das misturas
de cimentos aluminosos são características decisivas em aplicações refratárias. O primeiro
aquecimento após a cura conduz a mudanças irreversíveis, em particular a conversão e
decomposição dos hidratos. Tais mudanças são geralmente acompanhadas por uma perda
de resistência. A resistência é recuperada, entretanto, quando a temperatura torna-se alta o
suficiente para permitir a sinterização. As propriedades de alta temperatura dos cimentos
aluminosos dependem de numerosos parâmetros como a composição química, tamanho
das partículas, homogeneidade e porosidade (NORTON-BERRY; GHANBARI AHARI;
LEE, 2001).
64
Segundo NEVILLE (1997), concretos refratários de cimentos aluminosos têm uma
boa resistência ao ataque por ácidos, como por exemplo os ácidos presentes em gases
resultantes de combustão, sendo, de fato, a resistência química aumentada pela queima
até 900 a 1000°C. Tais concretos podem ser levados à temperatura de serviço tão logo
tenham endurecido, não necessitando de aquecimento prévio. Enquanto os revestimentos
com tijolos refratários se dilatam com o calor e necessitam de juntas de dilatação,
concretos de cimentos aluminosos podem ser executados monoliticamente, ou com juntas
de topo a cada um ou dois metros nas formas e dimensões pretendidas. A perda de água
no primeiro aquecimento resulta numa contração aproximadamente igual à dilatação
térmica durante o aquecimento, de modo que as variações dimensionais resultantes são
muito pequenas, dependendo do tipo de agregado. Além disso é possível a execução de
revestimentos refratários com jateamento de argamassa de cimento aluminoso.
Refratários são materiais que mantêm o desempenho quando submetidos a altas
temperaturas e são utilizados em processos de fabricação de metais, vidro, cimento, entre
outros. Tradicionalmente, quase todos os refratários têm a forma de tijolos, que são
colocados um a um, manualmente. Este processo tem um alto custo em relação à mão de
obra e tempo de execução. Em revestimentos monolíticos, as propriedades cimentantes do
aluminato de cálcio são utilizadas para produzir um concreto que desenvolva a resistência
mesmo quando sujeito a uma temperatura ambiente. Durante o primeiro aquecimento, a
água combinada com os hidratos se evapora e novas fases anidros se formam, o que
proporciona alta resistência à temperatura graças à pega cerâmica já mencionada. Devido
à diversidade das condições de serviço (temperatura, abrasão, ataque químico, etc.) há
uma grande variedade de concretos refratários, o que indica o grande poder de adaptação
dos cimentos aluminosos. Sendo assim, sistemas formados por concreto de cimentos
aluminosos são utilizados em quase todas as aplicações refratárias, como em instalações
para fabricação de aço e ferro, instalações petroquímicas, instalações de refino não ferroso
e fundição, além de industrias de fabricação de cimento Portland e outros minerais
(TOUZO; BELL; SCRIVENER; PARR, 2001).
65
Não há um consenso mundial na temperatura mínima que um material pode
suportar para ser qualificado como refratário, mas a norma francesa AFNOR NF B 40-
001 considera que o cone pirométrico equivalente deve ser ao menos 1500ºC. Na
fabricação do aço, cimento, e vidro, as temperaturas variam entre 1300°C a 1900ºC
(BOCH; MASSE; LEQUEX, 2001).
3. 5 Resistência à abrasão e impacto
O concreto de cimento aluminoso foi utilizado na construção de minas
primeiramente na África do Sul, cerca de 25 anos atrás, apresentando excelente
desempenho até tais minas serem fechadas no ano de 2000. Foram obtidas resistências de
77 MPa aos sete dias de hidratação e esse valores chegaram a 90 MPa aos 28 dias de
hidratação. Desde então a aplicação foi estendida a outras áreas de mineração no Canadá
e Austrália (SCRIVENER, 2001).
Testes recentes mostraram que a resistência ao impacto e à abrasão não são
propriedades diretamente proporcionais à resistência à compressão. SCRIVENER (2001)
relata que a excelente resistência à abrasão, mesmo quando presente baixa resistência à
compressão, foi confirmada por estudos de comparação entre concreto convencional e de
alta resistência contendo cimentos aluminosos e concreto de alta resistência utilizando
cimento Portland. Para resistências comparáveis (130 MPa) o concreto de alta resistência
produzido com cimento aluminoso apresentou resistência à abrasão duas vezes maior que
o concreto de cimento Portland. Já o concreto convencional apresentou praticamente a
mesma resistência à abrasão que o de mais alta resistência.
Segundo SCRIVENER (2001) a alta resistência à abrasão e impacto do concreto de
cimentos aluminosos ocorre devido à natureza da zona de transição entre a pasta e o
agregado. Normalmente a dificuldade de acomodação dos grãos de cimento contra a
superfície de agregado leva a uma alta porosidade na zona de transição. Por conseqüência
da alta mobilidade dos íons, durante a hidratação inicial, esta porosidade pode ser
66
preenchida por produtos de hidratação. Tal propriedade dos concretos de cimentos
aluminosos tem levado à sua utilização em estruturas hidráulicas sujeitas ao desgaste,
como vertedouros, comportas deslizantes e linhas de túneis de limpeza na França, Suécia,
Peru, entre outros países.
3. 6 Trabalhabilidade do Concreto de Cimentos Aluminosos
Ao considerar as aplicações do cimento aluminoso em concreto é necessário
discutir as características principais da trabalhabilidade desse material. De acordo com
SCRIVENER (2001) caso a mineralogia do cimento não seja adequadamente controlada
durante o processo de fabricação, poderá ocorrer um rápido enrijecimento e conseqüente
perda de trabalhabilidade no concreto. De qualquer forma, para equivalentes relações
água/cimento, concretos produzidos com boa qualidade de cimentos aluminosos têm
características de plasticidade comparáveis aos produzidos com cimento Portland.
Entretanto, existem dois pontos importantes que diferenciam a reologia do concreto de
cimento aluminoso do concreto de cimento Portland:
1) Os concretos de cimentos aluminosos tendem a ser mais tixotrópicos, parecendo
ser mais rígidos antes de serem vibrados, mas rapidamente fluidificados durante a
vibração;
2) Os tipos clássicos de superplastificantes para cimento Portland (lignossulfatos e
polinaftalenos sulfonados) têm somente um efeito modesto nos concretos de cimentos
aluminosos.
Conseqüentemente, para relações água/cimento inferiores a 0,4 é recomendável
maior consumo de cimento (acima de 400 kg/m
3
) de forma a garantir um bom lançamento
e resistência adequada. Uma “nova geração” de superplastificantes (chamados de PCP’s –
poly carboxylate polyox – policarboxilatos) está sendo desenvolvida para melhoria da
67
reologia do concreto de cimento aluminoso. Todavia, se usados incorretamente, esses
aditivos podem retardar significativamente o tempo de pega da mistura. De qualquer
forma, a compatibilidade entre uma reologia adequada e tempo de pega normal pode ser
atingida, mesmo usando policarboxilatos em combinação com outras adições ou
ajustando o tempo de adição do aditivo no processo de mistura, além do tempo de mistura
(SCRIVENER, 2001).
A hidratação do cimento aluminoso, segundo CHATERJEE (2001), é dependente
da dissolução e precipitação. Sendo assim, a taxa de dissolução dos íons Ca
2+
e Al
3+
, junto
com os íons H
+
e OH
-
(pH), influenciam a hidratação e o endurecimento. De acordo com
o referido autor a utilização de aditivos químicos para controlar a taxa e seqüência da
reação de hidratação é extremamente importante.
Esses aditivos modificam as propriedades de argamassas e concretos baseados em
cimentos aluminosos tipicamente alterando a precipitação dos hidratos. Na literatura
estudos das variações em concentrações iônicas que ocorrem durante a hidratação de
sistemas de cimentos aluminosos com aditivos têm proporcionado informação a respeito
da forma com que algumas adições afetam a hidratação (COX; SHARP, 2001).
Além dos policarboxilatos, devido à finura das partículas do cimento aluminoso,
outros aditivos são freqüentemente recomendados para dispersão, retardamento e
aceleração:
Fosfatos, como sódio tripolifosfato e sódio hexametafosfato, oxicarbolatos como o
ácido cítrico, além de gluconato de sódio, entre outros, como dispersantes;
Boratos, silicofluoretos, citrato de sódio trissódico, além de outros tipos, como
retardadores de pega;
Sais de Lítio, hidróxido de cálcio, aluminatos, entre outros, como aceleradores de
pega, especialmente em ambientes sujeitos a baixas temperaturas.
Outro aditivo redutor de água mais eficiente tem sido estudado para misturas de
cimentos aluminosos, segundo COLLEPARDI et al. (2001). Este aditivo químico é um
68
éster acrílico copolímero (CAE – Copolymer Acrylic Ester) que demonstrou ser muito
mais eficiente que os aditivos de naftaleno ou melanina, freqüentemente utilizados para
misturas de cimento Portland.
As adições podem interferir na hidratação do cimento de diversas formas, e podem
ter efeitos dramáticos nas propriedades de produtos baseados em cimentos, com sério
potencial prático e conseqüências financeiras. A ação dos aceleradores e retardadores para
os cimentos aluminosos tem sido considerada com respeito à dissolução dos cimentos
anidros, e os processos de nucleação e precipitação para os produtos de hidratação
principais, C
2
AH
8
, CAH
10
, e C
3
AH
6
e AH
3
. A maior parte deste trabalho tem focado a
ação do Lítio, que é um excelente acelerador e capaz de causar pega instantânea, além do
Citrato, que é um grande retardador (AMATHIEU; BIER; SCRIVENER, 2001).
3. 7 Durabilidade
Conforme mencionado, um número considerável de falhas e defeitos foram
detectados na última década, muito dos quais relacionados à utilização dos cimentos
aluminosos, mostrando a necessidade de investigação das mudanças nas propriedades e
comportamento desse material (ANDIÓN et al., 2001).
Alguns colapsos devido a perdas graduais de resistência associadas ao concreto
contendo cimentos aluminosos ajudaram na limitação do uso deste cimento em aplicações
estruturais (DING; FU; BEAUDOIN, 1997).
Todavia, as evidentes vantagens dos cimentos aluminosos, especialmente o
desenvolvimento inicial da resistência, além dos danos causados pela Segunda Guerra
originaram um crescimento acelerado da construção civil durante essa época. Os
processos de cura a vapor para concreto pré-moldado de cimento Portland não tinham
sido bem desenvolvidos. Dessa forma, o rápido endurecimento proporcionou o uso do
concreto de cimento aluminoso em diversas estruturas de concretos pré-moldados e
protendidos em muitos países, principalmente no Reino Unido (SCRIVENER, 2001).
69
Entretanto, segundo ANDIÓN et al. (2001), o conhecimento insuficiente da
química e do comportamento cristalográfico a longo prazo desse tipo de cimento e
conseqüente falta de prática de regras adequadas à utilização, levaram a casualidades
fatais na segunda metade dos anos 70 no Reino Unido, Alemanha, França, Espanha, entre
outros países. Entre os principais erros na utilização do cimento aluminoso estava a
aplicação das mesmas práticas de construção utilizadas para o cimento Portland. Além
desses, a falta de atenção adequada a parâmetros como relação água/cimento e conteúdo
de cimento, que são importantes para o concreto de cimento Portland e se tornam críticos
para concretos de cimentos aluminosos.
Sabendo dos problemas ocasionados pelas altas relações água/cimento, decidiu-se
manter o limite máximo de 0,4. Já o limite mínimo para consumo de cimento foi
estabelecido em 400 kg/m
3
. Porém, a baixa relação água/cimento implicava em
dificuldades para o lançamento e trabalhabilidade e, dessa forma, nem sempre tal limite
era respeitado, gerando então maior porosidade. Conseqüentemente, em 1973 e 1974 três
construções entraram em colapso. Em dois casos as maiores falhas foram identificadas
como erros de projeto, e a perda de resistência gerada pela conversão foi indicada como
uma causa de possível contribuição. De fato, em uma das construções, as vigas originais
foram utilizadas na reconstrução. No terceiro caso um ataque por sulfato foi identificado
como a maior causa de degradação, facilitada pela alta porosidade do concreto devido à
utilização de uma relação água/cimento alta (SCRIVENER, 2001).
Em seguida, comenta SCRIVNER (2001), foram realizadas inspeções em todas as
edificações semelhantes com vigas em concreto de cimento aluminoso. Das 1022 (mil e
vinte e duas) edificações inspecionadas, 38 (trinta e oito) foram identificadas com
problemas de perda de protensão, e destas, apenas uma tinha sido causada por perda de
resistência devido à conversão do cimento aluminoso. Segundo o referido autor, estima-se
que haja de 30.000 (trinta mil) a 50.000 (cinqüenta mil) edificações contendo cimentos
aluminosos no Reino Unido e todas continuam a apresentar desempenho satisfatório.
Entretanto, como nas vigas de concreto de cimento Portland da mesma idade, a
70
carbonatação em muitos casos já atingiu a profundidade da armadura. Todavia, a
condição interna de muitas é tal que apresentam umidade relativamente baixa e riscos
insignificantes de corrosão do aço.
A durabilidade do aço e do concreto governa a permanência da vida útil da
estrutura. Dessa forma, esforços de pesquisa em corrosões a longo prazo do aço em
estruturas de concreto em relação à durabilidade geral têm sido concentrados em concreto
ou argamassas com cimento Portland. Pouca informação sobre objetivos similares para
concreto de cimento aluminoso aparece na literatura técnica especializada. Conforme já
discutido, a composição química e o comportamento de concretos de cimentos
aluminosos diferem substancialmente do concreto de cimento Portland convencional.
Portanto, é necessário estudar a durabilidade específica das estruturas de cimentos
aluminosos não somente do ponto de vista do efeito da idade, parâmetros ambientais e
penetração de agentes agressivos no concreto, mas também em relação às conseqüências
da alteração do concreto ao ataque da corrosão da armadura (ANDIÓN et al., 2001).
ANDIÓN et al. (2001) concluíram que as armaduras não se tornam mais corroídas
devido à carbonatação do cobrimento de concreto de cimento aluminoso, além disso, em
alguns casos a carbonatação parece inibir a corrosão do aço. E os resultados de seus
estudos mostram que, quando comparados a argamassas de cimento Portland, uma
quantidade maior de produtos de corrosão é necessária para fissurar argamassas de
cimentos aluminosos. Isto se aplica para ambas as condições: convertidos e não
convertidos.
Os acontecimentos relatados geraram um clima de incerteza quanto ao concreto de
cimento aluminoso, e mudanças nas normas foram feitas para prevenir efetivamente a
utilização desse material em aplicações estruturais. Tais acontecimentos ilustram a
importância do bom entendimento do comportamento destes materiais a idades mais
avançadas. Com este fim, um estudo foi desenvolvido pela Concrete Society, no Reino
Unido, readmitindo a utilização do cimento aluminoso na construção. Suas descobertas
foram publicadas em 1997, e suas conclusões reafirmaram que qualquer projeto deve ser
71
baseado na resistência após o processo de conversão. Além disso, deve ser respeitado o
limite para relação água/cimento e consumo de cimento.
3. 8 Outras Aplicações
As interações químicas entre os cimentos aluminosos e polímeros são responsáveis
por materiais de características únicas de processo, comportamento mecânico e
durabilidade. De acordo com TOUZO et al. (2001), a alta reatividade dos cimentos
aluminosos permite que este material seja empregado em diversas aplicações. Esta
possibilidade foi provada pela inovação de cimentos MDF (Macro Defect Free) de alta
resistência à flexão, nos anos 80. Embora muitos cimentos hidráulicos possam ser
utilizados na fabricação dos cimentos MDF, o cimento aluminoso tem atraído a atenção
devido às propriedades mecânicas superiores, atingindo resistências à flexão de 150 a
200 MPa. Resistências tão altas quanto 230 a 330 MPa foram atingidas
subseqüentemente.
Quanto ao rápido endurecimento do concreto de cimento aluminoso, esta
propriedade proporciona algumas aplicações especiais. Entre as quais está a utilização em
um método de pré-escavação. Neste processo um arco de túnel de concreto temporário é
estabilizado antes da escavação do furo do túnel. A vantagem deste método é a
diminuição do risco de desabamento, proporcionando segurança e melhores condições de
trabalho, além de uma alta produtividade. Além disso, as qualidades de endurecimento
rápido observadas a temperaturas normais têm valores particulares em condições de clima
muito frio. Tais valores são influenciados pela alta taxa de evolução do calor durante a
hidratação, mesmo a temperaturas por volta de 0ºC. O concreto de cimento aluminoso
pode desenvolver resistência de 20 a 30 MPa ou mais em 16 horas. Isto tem levado a
diversas aplicações no Ártico, como injeção em cabos de tirantes e outros trabalhos gerais
de concretagem. Além disso, a boa tolerância ao choque permite o uso desse material em
instalações de gás (SCRIVENER, 2001).
72
As propriedades refratárias do cimento aluminoso são de extrema importância na
concepção das Fire Training Facilities (FTFs), que são edificações especiais, paredes, ou
pavimentos de superfície plana projetados para resistir à deterioração quando expostos ao
calor e contato direto com o fogo. As estruturas são preparadas para utilização com vários
materiais inflamáveis, como madeira, mobília, óleos e pinturas, ou até mesmo gasolina.
Os materiais são queimados com o propósito de treinar novos recrutas pelo Corpo de
Bombeiros. A estrutura é planejada para resistir aos materiais inflamáveis, simulando um
incêndio convencional. Dessa forma, o cimento aluminoso é o material normalmente
escolhido como aglomerante para tal aplicação, pois suporta satisfatoriamente as
condições de serviço requeridas (HOLTERHOFF JR., 2001).
Outro recente uso dos cimentos aluminosos é como precursor da formação de
etringita. Os cimentos aluminosos são virtualmente livres de sulfato e a necessidade de
sulfato para a formação de etringita é atingida pela aglutinação de partículas de cimento
com anidrita ou gipsita, ou ambos. Produtos baseados em etringita têm um vasto campo
de aplicação. Formulações contendo água próximo do mínimo requerido asseguram
plasticidade e são largamente utilizados em pavimentos, sistemas de reparo, além, de
suporte do teto para minas (SATO; PUSHPALAL; MAEDA, 2001).
A produção de etringita, segundo SCRIVENER (2001), pode também ser
controlada para compensar a retração e evitar fissuração. Além disso, a etringita pode
combinar água livre, sendo 47% do peso da fórmula da etringita devido à água
combinada, que é 50% maior do que a combinada no C-S-H. Isto significa que mesmo
com alta relação água/cimento (0,5 a 0,7), a água adicionada na mistura é combinada em
hidratos e a quantidade de água livre cai rapidamente.
A etringita está associada a problemas de durabilidade, através do fenômeno de
ataque externo por sulfatos e a expansão que ocorre muito ocasionalmente em concretos
de cimento Portland sujeitos a temperaturas elevadas (acima de 70ºC) durante a cura. Em
ambos os casos a degradação resulta da formação de etringita dentro de uma massa sólida
sobre condições particulares de concentração de solução e distribuição de poros (a
73
recristalização de etringita secundária em poros e vazios, que ocorre em quase todos os
concretos de cimento Portland expostos à umidade não é prejudicial). Providenciando
todo o sulfato de cálcio reagente durante o período inicial de reação, nenhuma expansão
prejudicial irá ocorrer, comenta SCRIVENER (2001). Além disso, materiais contendo
grandes quantidades de etringita, segundo o referido autor, podem apresentar um
decréscimo na resistência devido à liberação de água. Em sistemas altamente porosos com
etringita como quase o único hidrato, a queda na resistência será grande.
Segundo COLLEPARDI et al. (2001), misturas de cimentos reforçados com fibras
são caracterizadas por ter uma relação água/cimento muito baixa, presença de adições,
superplastificantes e agregados finos, sendo utilizados na produção de argamassas de alto
desempenho (alta resistência e alta energia de fratura). Tais misturas são conhecidas como
“Reactive Powder Concretes” (RPC) e são interessantes para aplicações práticas em áreas
não usuais relacionadas à edificação e engenharia civil. Estas novas áreas incluem:
Engenharia Química (utilização do RPC para compartimentos impermeáveis de
gases ou líquidos utilizados em instalações químicas);
Engenharia Ambiental (construção de sistemas impermeáveis para eliminação ou
contato com produtos nucleares);
Engenharia Mecânica (produção de moldes resistentes ao impacto ou abrasão
utilizados na fabricação de peças automotivas metálicas ou poliméricas).
Acima de todas as vantagens dos cimentos aluminosos está a flexibilidade de
utilização com uma variedade de outros tipos de cimentos, minerais e aditivos, de forma a
obter materiais com propriedades distintas. Após quase um século de experiência, as
aplicações dos cimentos aluminosos são cada vez mais diversas. O custo desse material
significa que não é um substituto para o cimento Portland em aplicações onde este último
obtenha desempenho favorável. Ao contrário, onde seu custo seja justificado por suas
propriedades especiais isto estenderá o campo de aplicações de materiais cimentícios em
geral (SCRIVENER, 2001).
74
4 PROGRAMA EXPERIMENTAL
O método científico utilizado nesse trabalho é o Método Experimental. Este
método conduzirá os procedimentos sistemáticos para a descrição e explicação do estudo.
O método experimental, segundo GOODE e HATT (1981), desempenha a função de
descobrir conexões causais e atingir a demonstrabilidade e, dessa forma, comprovar os
princípios tecnológicos ou científicos. De acordo com FACHIN (2003), o método
experimental é a análise de dados que conduzam a respostas para hipóteses em relações
de causa e efeito, logo, demonstrou ser o mais adequado ao estudo em questão.
A experimentação é o processo de observação que se dá em um meio
especialmente criado para estudar os objetos da pesquisa. Permite isolar as variáveis
independentes e dependentes, as quais podem ser estudadas num meio-ambiente
controlado. As respostas são obtidas em situações onde se pode manipular o
comportamento de forma direta, precisa e sistemática, sendo possível isolar variáveis,
como no caso de experimentos em laboratório (CERVO, 2002).
O Programa Experimental foi desenvolvido com o objetivo de caracterizar o
comportamento mecânico do concreto de alta resistência contendo cimentos aluminosos
através da análise dos efeitos dos fatores controláveis estabelecidos em suas propriedades.
Com o intuito de obter parâmetros de caracterização mecânica do concreto de alta
resistência, para representação adequada do fenômeno em estudo, foram definidas as
seguintes variáveis de resposta:
Resistência à Compressão
Resistência à Tração por Compressão Diametral
As propriedades de um material têm origem na sua estrutura interna. Dessa forma,
para auxiliar na compreensão e estudo da microestrutura do concreto e seus materiais
constituintes, foi realizada análise microestrutural através de microscopia óptica, análise
de fases por difração de raios-X e fluorescência de raios-X, além de análise petrográfica.
75
4. 1 Planejamento dos Ensaios
4. 1. 1 Ensaios Mecânicos
Diversos são os fatores que influenciam as propriedades de um determinado
material, como o concreto, e seus efeitos são interligados. O aumento do número de
fatores controláveis implica em maior número de ensaios, e conseqüentemente, maiores
custos e dificuldades na realização do planejamento experimental. Portanto, os seguintes
fatores controláveis foram definidos para o estudo em questão:
a) Relação água/aglomerante: 0,23 ; 0,25 ; 0,28 ; 0,32 ; 0,37. É sabido que a resistência
do concreto é função inversa da relação água/cimento. Com o intuito de observar tal
efeito da relação água/aglomerante na resistência à compressão e resistência à tração por
compressão diametral, tal faixa de valores foi estabelecida.
b) Idade: 3, 7, 28 e 63 dias. Tais valores foram escolhidos por serem idades comumente
utilizadas em estudos de caracterização mecânica do concreto.
c) Adições (Sílica Ativa): 0%, 5%, 10%, 15% e 20%. De acordo com DAL MOLIN
(1995), os teores usuais para utilização de sílica ativa em concretos de alta resistência
abrangem a faixa de 8 a 15%. Segundo KULAKOWSKI (2002), os teores ótimos usuais
comumente utilizados em concreto se situam por volta de 10% em relação ao peso de
cimento. O intervalo de 0 a 20% de adição foi estabelecido para melhor representar a
influência desse material nas propriedades dos concretos de alta resistência com cimentos
aluminosos. Os valores expressos foram adotados a fim de obter valores de referência
(0%) e valores extremos de adição (20%). Os níveis intermediários foram estabelecidos
por eqüidistância dos extremos e do valor central.
76
Após a definição dos fatores controláveis, o tamanho ótimo da amostra foi
estabelecido, e verificada a normalidade de distribuição. Segundo DAL MOLIN (1995),
03 (três) exemplares para cada ensaio realizado fornecem resultados com confiabilidade
para concretos de alta resistência. De acordo com NANNI (apud DAL MOLIN, 1995),
esse valor pode ser determinado através da equação apresentada a seguir. Todavia, devido
ao alto custo do material, limitações de recursos, além da opção pela realização de duas
repetições, foram adotados 02 (dois) exemplares.
2
22
2
Er
CVz
n
α
=
Onde:
Er – erro relativo admitido da estimativa, fixado em 10%;
CV – coeficiente de variação da amostra;
z
α
/2
– valor tabelado igual a 1,96 para um nível
α
= 5% de significância.
Diante do elevado número de corpos de prova necessários para os ensaios de
caracterização, optou-se pelo emprego de uma estratégia de fracionamento de projeto,
descrita por MONTGOMERY (1986).
Segundo RIBEIRO e CATEN (2001a), a utilização do Projeto Fatorial Cruzado
permite, com maior eficiência, analisar os efeitos de um ou mais fatores controláveis,
além dos efeitos das interações entre tais fatores. Este método permite a tomada de
observações em determinados pontos do espaço amostral, com conseqüente obtenção das
informações mais relevantes ao estudo. Além disso, a utilização do Projeto de
Experimentos permite a quantificação e minimização dos efeitos de fatores não
controláveis (erros experimentais), e a redução da quantidade de ensaios necessários
(RIBEIRO; CATEN, 2001b)
77
O método de fracionamento, de acordo com MONTGOMERY (1986), é baseado
em observações (ensaios) de determinados pontos do espaço amostral. Sendo assim, são
obtidas informações relevantes através de um número menor de ensaios, ao passo que o
comportamento das variáveis controláveis é mantido. O referido autor define tal método
utilizado no estudo como Projeto Fatorial Fracionado somado a pontos axiais e centrais.
Tais pontos, quando balanceados de forma adequada, permitem a avaliação dos efeitos
produzidos nas variáveis de resposta através da mudança de nível dos fatores
controláveis.
Na Figura 4. 1 cada ponto formando o cubo e a estrela identifica uma betonada,
que por sua vez representa uma distinta mistura de concreto correspondente a uma
determinada combinação de fatores controláveis (relação água/aglomerante x teor de
adição). Dessa forma, o método de fracionamento proposto por MONTGOMERY (1986)
e adotado para o estudo em questão, permitiu a redução do número de corpos de prova de
400 para 144.
FIGURA 4. 1 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PROJETO FATORIAL FRACIONADO
A Tabela 4. 1 apresenta o planejamento dos ensaios, realizados com duas
repetições de acordo com o mencionado anteriormente. Os espaços marcados com “XX
referem-se às misturas efetivamente executadas. Já os espaços em branco referem-se às
que não foram executadas, entretanto, determinadas através de um modelo matemático. O
comportamento dos resultados foi analisado através de análise estatística utilizando
Regressão Múltipla Não Linear.
78
TABELA 4. 1 – PLANEJAMENTO DOS ENSAIOS – PROJETO FATORIAL CRUZADO
RELAÇÃO ÁGUA/AGLOMERANTE
TEOR DE
ADIÇÃO (%)
0.23 0.25 0.28 0.32 0.37
0
yy xx yy
5
xx xx
10
xx xx xx
15
xx xx
20
yy xx yy
Observa-se na Tabela 4. 1 que, a princípio, as misturas formadas pela combinação
das extremidades não seriam executadas (“YY”). Dessa forma, não seria possível
identificar de maneira adequada as interações entre a relação água/aglomerante e o teor de
adição no modelo matemático desenvolvido. Através da execução de tais misturas é
possível comparar de maneira mais adequada o valor observado com o previsto em
modelo.
A aleatorização para a execução dos traços é de significativa importância ao
minimizar os efeitos de variáveis como umidade relativa e temperatura que, embora
interfiram nos resultados, não podem ser controladas. A execução das misturas foi
realizada de acordo com a forma da Figura 4. 1, sendo primeiramente executados os
traços correspondentes aos pontos do cubo e em seguida aos pontos da estrela.
Finalmente, foram executados os traços que correspondem aos espaços marcados com
“YY”. A matriz experimental, com a ordem de execução dos traços está apresentada na
Tabela 4. 2.
79
TABELA 4. 2 – ALEATORIZAÇÃO DA ORDEM DE EXECUÇÃO DOS TRAÇOS
FIGURA TRAÇOS DATA MOLDAGEM
32SA15(1); 25SA5(1); 08/04/2005
CUBO
25SA15(1); 32SA15(1) 11/04/2005
23SA10(1); 28SA20(1); 11/04/2005
ESTRELA
28SA0(1); 28SA10(1); 37SA10(1) 12/04/2005
25SA5(2); 32SA15(2) 12/04/2005
CUBO
25SA15(2); 32SA5(2) 13/04/2005
37SA10(2) 13/04/2005
ESTRELA
23SA10(2); 28SA20(2); 28SA0(2); 28SA10(2) 18/04/2005
37SA20(1) 18/04/2005
23SA0(1); 23SA20(1); 37SA0(1); 37SA20(2) 19/04/2005
EXTREMIDADES
23SA0(2); 37SA0(2); 23SA20(2) 26/04/2005
Em relação à nomenclatura utilizada para os traços produzidos, os dois primeiros
números referem-se à relação água/aglomerante, os dois últimos ao teor de adição de
sílica ativa utilizado. Já o número ente parênteses representa o número da repetição.
Sendo assim, como exemplo, o traço 25SA15(1) refere-se à mistura com relação
água/aglomerante igual a 0,25, adição de 15% de sílica ativa, e é correspondente aos
traços executados durante a primeira repetição.
4. 1. 2 Ensaios de Microestrutura
Conforme já discutido, as propriedades de um material têm origem na sua estrutura
interna. Com o objetivo de orientar e verificar de maneira extremamente simplificada o
comportamento da microestrutura dos concretos de cimentos aluminosos e relacioná-lo ao
comportamento mecânico, foram realizados algumas análises através de microscopia
eletrônica de varredura (MEV) por elétrons secundários.
80
4. 2 Caracterização dos Materiais
4. 2. 1 Cimento
O cimento utilizado nesse estudo foi o Fondu Lafarge, produto classificado como
CAC 40, conforme descreve a norma NBR 13847 (1997), e cujas características
mecânicas e físicas estão descritas nas tabelas a seguir.
TABELA 4. 3 – CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS DO CIMENTO ALUMINOSO
CARACTERÍSTICA VALORES OBTIDOS (MPa)
Resistência à Compressão – 6 horas 47,0
Resistência à Compressão – 24 horas 67.0
FONTE: Dados fornecidos pelo fabricante
TABELA 4. 4 – CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO CIMENTO ALUMINOSO
CARACTERÍSTICA VALORES OBTIDOS
* Resíduo na peneira ABNT 170 (%) 2,3
Resíduo na peneira ABNT 200 (%) 3,0
Resíduo na peneira ABNT 325 (%) 13,0
* Fluidez a 15 min (%) 80
Área Específica BET (m
2
/kg) 322,3
* Tempo de Início de Pega (min) 156
Massa Específica (g/cm
3
) 3,19
FONTE: Análise realizada no Laboratório de Materiais e Estruturas – LAME/LACTEC
NOTA: * Dados fornecidos pelo fabricante
A caracterização química do cimento está apresentada na Tabela 4. 5 e foi
determinada por espectroscopia de fluorescência de raios-X realizada no Laboratório de
Minerais e Rochas (LAMIR), da Universidade Federal do Paraná. A superfície específica
foi obtida através de análise por adsorção de nitrogênio Já a distribuição granulométrica
do cimento foi determinada através do granulômetro à Laser no Departamento de
Química do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (LACTEC), e está
81
apresentada na Figura 4. 2, onde as abscissas correspondem ao tamanho médio das
partículas (em µm), e as ordenadas referem-se à porcentagem de material.
TABELA 4. 5 – CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DO CIMENTO ALUMINOSO
CARACTERÍSTICA VALORES OBTIDOS (%) ERRO ABSOLUTO
Perda ao Fogo 0,56 -
Al
2
O
3
44,09 0,2
CaO 34,56 0,1
Fe
2
O
3
11,71 0,07
SiO
2
6,75 0,09
TiO
2
1,96 0,03
Sr 0,23 0,003
P
2
O
5
0,13 0,009
Na << -
Mg << -
S << -
K << -
Mn << -
NOTA: << Abaixo do Limite de Detecção.
FIGURA 4. 2 – DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO CIMENTO ALUMINOSO
82
4. 2. 2 Sílica Ativa
A sílica ativa empregada é um material do tipo não densificado, cujas
características físicas e químicas encontram-se descritas nas Tabelas 4. 6 e 4. 7.
TABELA 4. 6 – CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA SÍLICA ATIVA
CARACTERÍSTICA VALORES OBTIDOS
Massa Específica (g/cm
3
) 2,07
Superfície Específica (m
2
/kg) 20000
Diâmetro equivalente a 10% de massa acumulada (µm) 4,42
Diâmetro equivalente a 90% de massa acumulada (µm) 20,80
Diâmetro Médio das Partículas (µm) 12,40
FONTE: Análise realizada no Laboratório de Materiais e Estruturas – LAME/LACTEC
TABELA 4. 7 – CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DA SÍLICA ATIVA
COMPOSIÇÃO TEOR OBTIDO (%)
Perda ao Fogo 3,35
SiO
2
93,54
Al
2
O
3
0,07<LL
Fe
2
O
3
0,05<LL
CaO 0,01<LL
K
2
O 0,80<LL
Na
2
O 0,12<LL
MgO 0,53
MnO 0,02
TiO
2
0,04
P
2
O
5
0,09
FONTE: Análise por espectroscopia de fluorescência de raios-X, realizada no Laboratório de Minerais e Rochas –
LAMIR/UFPR
Assim como para o cimento aluminoso caracterização química da sílica ativa foi
determinada por espectroscopia de fluorescência de raios-X realizada no Laboratório de
83
Minerais e Rochas (LAMIR), da Universidade Federal do Paraná. A superfície específica
foi obtida através de análise por adsorção de nitrogênio
A Figura 4. 3 apresenta micrografias de microscopia eletrônica de varredura por
elétrons secundários obtidas para a sílica ativa.
(a) (b)
FIGURA 4. 3 – MICROGRAFIA DA SÍLICA ATIVA - (a) AUMENTO DE 1.500x (b) AUMENTO DE 8.000x
A distribuição granulométrica da sílica ativa foi determinada através do
granulômetro à Laser no Departamento de Química do Instituto de Tecnologia para o
Desenvolvimento (LACTEC), e está apresentada na Figura 4. 4.
84
FIGURA 4. 4 – DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DA SÍLICA ATIVA
4. 2. 3 Agregados
O agregado miúdo empregado é de origem quartzosa e suas características
encontram-se nas Tabelas 4. 8 e 4. 9. A distribuição granulométrica do material está
apresentada na Figura 4. 5.
TABELA 4. 8 – GRANULOMETRIA DO AGREGADO MIÚDO (NBR NM 248/2003)
ABERTURA DA PENEIRA (mm) % MÉDIA RETIDA % MÉDIA ACUMULADA
4,8
2,52 2,52
2,4
12,75 15,27
1,2
16,21 31,48
0,6
14,42 45,90
0,3
17,08 62,98
0,15
23,68 86,67
< 0,15
13,30 100,00
FONTE: Análise realizada no Laboratório de Materiais e Estruturas – LAME/LACTEC
TABELA 4. 9 – CARACTERIZAÇÃO DO AGREGADO MIÚDO
CARACTERÍSTICA RESULTADOS MÉTODO DE ENSAIO
LIMITES
NBR 7211/83
Dimensão Máxima Característica (mm) 4,8 NBR NM 248/2003 -
Módulo de Finura 2,45 NBR NM 248/2003 -
Graduação (Zona) 3 NBR NM 248/2003 3 (média)
Massa Específica SSS (g/cm
3
) 2,63 NBR 9776/87 -
Massa Específica Seca (g/cm
3
) 2,61 NBR 9776/87 -
Massa Unitária Solta (g/cm
3
) 1,51 NBR 7251/82 -
Absorção (%) 0,42 NBR 9777/87 -
Material Pulverulento (%) 2,48 NBR 7219/87 0,5 a 3,0 %
FONTE: Análise realizada no Laboratório de Materiais e Estruturas – LAME/LACTEC
85
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
76
64
50
38
3
2
25
19
12,5
9,5
6,
3
4,
8
2,
4
1
,
2
0,
6
0,
3
0,15
<
0
.1
5
Abertura Peneira (mm)
(%) Passante Acumulada
FIGURA 4. 5 – DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO AGREGADO MIÚDO
Quanto ao agregado graúdo, este material foi selecionado dentre os disponíveis no
mercado local, sendo derivado de uma rocha ígnea classificada como um álcali feldspato
riolito. No anexo C é descrita a análise petrográfica do agregado graúdo. A Tabela 4. 10
apresenta a composição granulométrica do agregado graúdo, sua distribuição
granulométrica é apresentada na Figura 4. 6, e o difratograma de raios-X na Figura 4. 7.
Já nas tabelas 4. 11, 4. 12 e 4. 13 encontram-se as características físicas, químicas, e
caracterização cristalográfica desse material, respectivamente.
TABELA 4. 10 – GRANULOMETRIA DO AGREGADO GRAÚDO (NBR NM 248/2003)
ABERTURA DA PENEIRA (mm) % MÉDIA RETIDA % MÉDIA ACUMULADA
25,0
- -
19,0
2,48 2,48
12,5
47,66 50,14
9,5
34,68 84,82
6,3
14,07 98,88
4,8
0,77 99,65
< 4,8
0,09 99,75
FONTE: Análise realizada no Laboratório de Materiais e Estruturas – LAME/LACTEC
86
TABELA 4. 11CARACTERIZAÇÃO DO AGREGADO GRAÚDO
CARACTERÍSTICA RESULTADOS
MÉTODO DE
ENSAIO
LIMITES
NBR 7211/83
Dimensão Máxima Característica (mm) 19,00 NBR NM 248/2003 -
Módulo de Finura 6,58 NBR NM 248/2003 -
Absorção (%) 0,26 NBR 9937/87 -
Massa Específica SSS (g/cm
3
) 2,61 NBR 9937/87 -
Massa Específica Seca (g/cm
3
) 2,60 NBR 9937/87 -
Massa Unitária Solta (g/cm
3
) 1,35 NBR 7251/82 -
Massa Unitária Compactada (g/cm
3
) 1,47 NBR 7810/83 -
Material Pulverulento (%) 0,40 NBR 7219/87 3,0 %
Abrasão Los Angeles (%)
Índice de Forma
11
2,45
NBR NM 51/2001
NBR 7809/82
50 %
-
FONTE: Análise realizada no Laboratório de Materiais e Estruturas – LAME/LACTEC
TABELA 4. 12 – CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DO AGREGADO GRAÚDO
COMPOSIÇÃO TEOR OBTIDO (%)
Perda ao Fogo 0,85
SiO
2
74,25
Al
2
O
3
12,56
Fe
2
O
3
1,96
CaO 0,33
K
2
O 5,02
Na
2
O 5,03
MgO 0,07
MnO 0,03
TiO
2
0,09
P
2
O
5
0,01
FONTE: Análise por espectroscopia de fluorescência de raios X, realizada no Laboratório de Minerais e
Rochas – LAMIR/UFPR
87
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
76
64
5
0
38
32
25
19
12,5
9
,5
6,3
4,8
2,4
1
,2
0,6
0
,3
0,1
5
< 0.15
Abertura Peneira (mm)
(%) Passante Acumulada
FIGURA 4. 6 – DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO AGREGADO GRAÚDO
Position [°2Theta]
10 20 30 40 50 60
Counts
0
100
400
900
16505A.CAF
FIGURA 4. 7 – DIFRATOGRAMA DE RAIOS-X DO AGREGADO GRAÚDO
TABELA 4. 13 CARACTERÍZAÇÃO CRISTALOGRÁFICA DO AGREGADO GRAÚDO
MINERAL FÓRMULA QUÍMICA
Quartzo SiO
2
Ortoclásio K(Al,Fe)Si
2
O
8
Albita NaAlSi
3
O
8
Sericita (K
0.727
Na
0.170
Ca
0.011
)(Al
0.933
Fe
0.016
Mg
0.011
)
2
(Si
0.782
Al
0.221
Ti
0.005
)
4
O
10
(OH)
2
Caolinita Al
4
(OH)
8
(Si
4
O
10
)
Aegirina NaFe +3Si
2
O
6
88
4. 2. 4 Água
A água utilizada na produção do concreto foi proveniente da rede pública de
abastecimento.
4. 2. 5 Aditivos
De acordo com SCRIVENER (2001), conforme mencionado no item 3.6, concretos
produzidos com cimentos aluminosos tendem a ser mais tixotrópicos e, dessa forma,
parecem ter maior rigidez antes do adensamento da mistura. Entretanto, tais materiais têm
características de plasticidade e trabalhabilidade comparáveis a concretos produzidos com
cimento Portland. O autor comenta que os tipos clássicos de superplastificantes utilizados
para concretos de cimento Portland (lignossulfatos e polinaftalenos sulfonados) não
apresentam efeitos significativos em misturas de cimento aluminoso. Já os chamados
aditivos superplastificantes de terceira geração (policarboxilatos) proporcionam melhores
resultados, porém seu desempenho é influenciado por diversos fatores como tempo de
mistura, momento da adição do aditivo no processo de mistura, teor de aditivo, entre
outros, podendo reduzir significativamente o tempo de pega do concreto correspondente.
Devido aos diversos fatores que influenciam o comportamento de um aditivo
redutor de água, faz-se necessária a realização de estudos prévios para verificação da
compatibilidade entre esses materiais, o cimento aluminoso e a sílica ativa. Entretanto,
segundo AÏTCIN (2000), algumas combinações podem produzir ótimos resultados em
pastas e não apresentarem bom desempenho quando aplicadas em concreto devido às
diferentes condições de mistura.
A despeito dos diversos tipos de aditivos mencionados no item 3.6, foram
selecionados cinco tipos distintos de aditivos superplastificantes comumente utilizados na
produção de concretos de alta resistência contendo cimento Portland para análise de
compatibilidade com cimentos aluminosos. Dentre tais aditivos, três são compostos à base
de policarboxilatos e os outros dois compostos à base de polinaftalenos sulfonados.
89
De acordo com AÏTCIN (2000) são usualmente utilizados dois métodos de análise
da compatibilidade e avaliação dos aditivos quanto ao seu poder fluidificante e alterações
de fluidez de pastas de cimento com o tempo, a saber o método do cone de “mini slump”
ou miniabatimento, desenvolvido por KANTRO (1980), e o método do funil de Marsh
(NBR 7682/83). Segundo o referido autor, o método de miniabatimento requer uma
quantidade menor de material, entretanto, a pasta é avaliada em comportamento estático.
Já através do método do funil de Marsh a pasta é analisada em condições dinâmicas.
AÏTCIN (2000) comenta que o uso simultâneo de ambos os métodos é interessante
ao permitir a análise de diferentes parâmetros reológicos predominantes em cada um
deles. Sendo assim, primeiramente foi realizado o ensaio de miniabatimento utilizando os
cinco aditivos superplastificantes, cujas características estão apresentadas na Tabela 4. 14.
TABELA 4. 14 – CARACTERÍSTICAS DOS ADITIVOS SUPERPLASTIFICANTES
ADITIVO-COMPOSIÇÃO TEOR DE SÓLIDOS (%) MASSA ESPECÍFICA (g/cm
3
)
A - Policarboxilato 32,0 1,08
B - Policarboxilato 30,0 1,09
C - Policarboxilato 30,0 1,05
D – Polinafaleno Sulfonado 38,0 1,20
E – Polinafaleno Sulfonado 42,0 1,20
FONTE: Dados fornecidos pelos respectivos fabricantes
Para o ensaio de miniabatimento foram determinadas duas relações água/cimento -
0,23 e 0,37 – referentes aos limites da faixa de valores estabelecidos para a produção das
misturas de concreto, além de quatro teores diferentes de aditivo (em % de sólidos) iguais
a 0,1 ; 0,2 ; 0,3 e 0,4 (em relação ao peso de cimento). A partir dos resultados obtidos no
ensaio de miniabatimento foram selecionados os dois aditivos que apresentaram melhor
desempenho (A e B) para análise através do método do funil de Marsh.
Segundo AÏTCIN (2000), o ensaio do funil de Marsh é realizado com relação
água/cimento ou água/aglomerante igual a 0,35. Entretanto, outros valores podem ser
tomados com o objetivo de analisar o material sob condições similares às da pasta do
90
concreto de alta resistência. Para o estudo em questão optou-se pela utilização de duas
relações água/aglomerante iguais a 0,25 e 0,35., além de dois teores de adição em relação
ao peso de cimento iguais a 0 e 10%.
Finalmente, concluiu-se que o aditivo A, a base de policarboxilatos, com teor de
sólidos igual a 32% e massa específica 1,08 g/cm
3
, apresentou melhor desempenho, sendo
então selecionado para a execução das misturas de concreto.
4. 3 Proporcionamento dos Materiais
A obtenção das funções e conseqüente proporcionamento dos materiais
constituintes do concreto foi realizada com base no método proposto por AÏTCIN (2000).
ALVES (2000) ao analisar diversos procedimentos de dosagem para concretos de alta
resistência concluiu que tal método apresenta consumo de cimento inferior quando
comparado a outros métodos de dosagem. Estudos de MENDES (2002) concluem que
esse método apresenta o segundo menor consumo de cimento ao ser comparado com
outros métodos para a produção de concreto de alta resistência, além de considerar
características específicas dos agregados no cálculo da quantidade de materiais, como por
exemplo a forma do agregado graúdo para estimativa da demanda desse material por m
3
de concreto.
De acordo com AÏTCIN (2000), uma dificuldade na dosagem de concretos de alta
resistência é a determinação do teor de água a ser utilizado para obtenção da
trabalhabilidade adequada. A trabalhabilidade é influenciada por diversos fatores, como
quantidade de água inicial na mistura, tipo e reatividade do cimento, teor de aditivo e
adições, além da compatibilidade entre cimentos e aditivos. O autor sugere uma
abordagem simplificada, na qual o teor de água da mistura é relacionado ao ponto de
saturação do aditivo superplastificante presente no sistema. Para o estudo em questão
optou-se por uma adequação do método proposto por AÏTCIN (2000). Conforme
mencionado em 3.7, na produção de concretos contendo cimentos aluminosos o limite
91
para relação água/cimento deve ser respeitado (abaixo de 0,4), além do consumo mínimo
de cimento (400 kg/m
3
). Caso fossem adotados os valores sugeridos pelo referido autor,
não seria possível atender ao consumo mínimo de cimento estabelecido, portanto, as
misturas foram realizadas com teores de água variando entre 140 e 145 kg/m
3
. Além
disso, na determinação dos traços foi considerada a parcela de água presente no aditivo
como constituinte na água total da mistura e, consequentemente, manteve-se fixa a
relação água/aglomerante previamente estabelecida. Os traços obtidos, em massa,
encontram-se na Tabela 4. 15, e estão detalhados no ANEXO A.
TABELA 4. 15 – TRAÇOS DE CONCRETO EM MASSA
Traço a/agl
Teor
Sílica
(%)
Cimento
Agregado
Miúdo
Agregado
Graúdo
Abatimento
(mm)
Ar
(%)
Massa
Específica
(kg/m
3
)
23SA0 (1)
23SA0 (2)
0,23
0,23
0
0
1,00
1,00
2,00
2,00
1,59
1,59
200
210
1,0
1,0
2464,5
2483,6
23SA10 (1)
23SA10 (2)
0,23
0,23
10
10
1,00
1,00
1,82
1,85
1,26
1,25
255
265
0,4
0,3
2491,8
2493,8
23SA20 (1)
23SA20 (2)
0,23
0,23
20
20
1,00
1,00
2,50
2,52
1,90
1,90
250
245
1,1
0,4
2421,2
2468,3
25SA5 (1)
25SA5 (2)
0,25
0,25
5
5
1,00
1,00
1,88
1,89
1,45
1,39
220
230
1,0
1,0
2487,3
2484,8
25SA15 (1)
25SA15 (2)
0,25
0,25
15
15
1,00
1,00
2,10
2,10
1,52
1,52
250
255
0,3
0,4
2531,2
2493,7
28SA0 (1)
28SA0 (2)
0,28
0,28
0
0
1,00
1,00
2,01
2,00
1,60
1,60
220
220
1,3
0,9
2464,5
2477,2
28SA10 (1)
28SA10 (2)
0,28
0,28
10
10
1,00
1,00
2,22
2,22
1,80
1,75
225
250
0,6
0,7
2485,3
2477,2
28SA20 (1)
28SA20 (2)
0,28
0,28
20
20
1,00
1,00
2,50
2,50
1,92
1,91
235
265
0,3
0,4
2473,6
2461,9
32SA5 (1)
32SA5 (2)
0,32
0,32
5
5
1,00
1,00
2,32
2,32
1,91
1,91
220
230
0,4
0,5
2497,1
2456,8
32SA15 (1)
32SA15 (2)
0,32
0,32
15
15
1,00
1,00
2,58
2,60
2,15
2,08
220
230
1,0
1,1
2477,1
2459,4
37SA0 (1)
37SA0 (2)
0,37
0,37
0
0
1,00
1,00
2,00
2,00
1,60
1,59
220
230
1,0
1,0
2459,4
2484,9
37SA10 (1)
37SA10 (2)
0,37
0,37
10
10
1,00
1,00
2,84
2,83
2,45
2,49
220
210
1,1
1,0
2459,4
2477,2
37SA20 (1)
37SA20 (2)
0,37
0,37
20
20
1,00
1,00
2,41
2,41
1,77
1,83
265
230
0,5
1,3
2426,3
2436,5
92
4. 3. 1 Produção e preparo dos corpos de prova
Através dos ensaios de funil de Marsh foram obtidos os pontos de saturação do
aditivo para as pastas com relações água/aglomerante iguais a 0,25 e 0,35. AÏTCIN
(2000) define como ponto de saturação de um aditivo aquele a partir do qual qualquer
aumento na dosagem de superplastificante não produz efeito na reologia da pasta.
Segundo o referido autor, a dosagem de superplastificante correspondente a esse ponto é
chamada de dosagem de saturação. Para o estudo em questão devido à falta de
conhecimento do comportamento das misturas de concreto contendo cimentos
aluminosos, não foi estabelecido o abatimento do tronco de cone para controle da
trabalhabilidade, entretanto, optou-se pela dosagem de saturação na produção de todas as
misturas de concreto. Para os traços de concreto com relações água/aglomerante iguais a
0,23; 0,25 e 0,28 foi tomado o valor obtido através do ensaio de funil de Marsh com
relação água/aglomerante igual a 0,25. Já para os traços de concreto com relações iguais a
0,32 e 0,37, foi utilizado o valor obtido para relação água/aglomerante igual a 0,35. A
produção do concreto seguiu os critérios de aleatorização expostos no item 4.1.
A execução das misturas foi realizada em betoneira de eixo inclinado, após
imprimação da mesma com material equivalente a 10% do traço de concreto
correspondente. Após alguns estudos prévios de dosagem foi estabelecida a seguinte
ordem de colocação dos materiais na betoneira:
100% do agregado graúdo;
30% de água;
Mistura por 1 minuto;
100% de cimento, 70% de água e aditivo;
Mistura por 9 minutos;
100% de agregado miúdo e 100% da sílica ativa;
Mistura por 10 minutos.
93
Transcorrido o período de mistura, para análise das características do concreto
fresco, foram realizados os seguintes ensaios,cujos resultados estão apresentados no
ANEXO A:
Abatimento do tronco de cone (NBR NM 67, 1998);
Determinação do teor de ar incorporado (NBR NM 47, 2002);
Determinação da massa específica no estado fresco (NBR 9833, 1987).
Conforme observado por outros pesquisadores (AGUADO e OLIVEIRA apud
LOPES, 1999; MENDES, 2002), o tempo de mistura para o concreto de alta resistência é
superior ao tempo de mistura de concretos convencionais. Devido ao comportamento
tixotrópico esse material requer maior energia de amassamento.
Foram moldados corpos de prova cilíndricos (10 cm x 20 cm) para os ensaios de
resistência à compressão axial e tração por compressão diametral, seguindo os critérios
estabelecidos pela NBR 5738 (2003). O processo de adensamento adotado foi o
mecânico, através do vibrador de imersão, com agulha de 25 mm.
4. 3. 2 Cura e armazenamento
Os corpos de prova foram cobertos com filme de PVC após a moldagem, com o
intuito de evitar a perda de água superficial, e foram mantidos em ambiente de laboratório
durante as primeiras 24 horas de hidratação. Após esse período foram armazenados em
câmara úmida com umidade relativa de aproximadamente 95% e temperatura de 22 ± 2ºC
até a data de ensaio.
94
4. 4 Metodologia para execução dos ensaios
4. 4. 1 Ensaios Mecânicos
Os ensaios de resistência à compressão foram realizados segundo as orientações
contidas na norma técnica NBR 5739 (1994). A execução dos ensaios para determinação
da resistência à tração por compressão diametral seguiu as prescrições estabelecidas na
norma NBR 7222 (1994).
Conforme já mencionado, os resultados obtidos para concretos de alta resistência
submetidos a ensaios de resistência à compressão axial podem ser influenciados pela
capacidade resistente do material utilizado para capeamento, todavia tais valores não são
prejudicados quando um material adequado é utilizado. Este material é ideal quando
possui resistência e propriedades semelhantes ao concreto, pois dessa forma não há
tendência ao fendimento, sendo possível obter uma distribuição de tensões uniforme em
toda a seção transversal do corpo de prova. Segundo BICKLEY et al. (apud AÏTCIN,
2000), é fundamental que os ensaios com concreto de alta resistência sejam executados
adequadamente e ofereçam segurança quanto aos resultados obtidos, caso contrário, a
especificação desse material é desnecessária.
A influência do material de capeamento é muito maior em concretos de alta
resistência, onde existe maior influência do coeficiente de Poisson do material utilizado.
Estudos de NEVILLE (1997) comprovam que para concretos com resistência igual a
48 MPa, o capeamento de alta resistência resulta em valores 7 a 11% mais altos do que
com capeamentos mais fracos, e em concretos com resistência igual a 69 MPa, tais
valores podem chegar a 17%.
Segundo PETERMAN e CARRASQUILLO (1986), o capeamento deve ser feito
com compostos de resistência mais alta, pois os convencionais de enxofre não suportam
resistências superiores a 70 MPa. Em concreto convencional esses compostos apresentam
95
resistência suficiente para assegurar com que a ruptura ocorra primeiramente no concreto,
quando submetido ao ensaio de resistência à compressão.
Atualmente, estão sendo utilizados compostos de capeamento com resistência à
compressão na faixa de 60 a 70 MPa. Tais valores ainda são considerados baixos quando
comparados aos obtidos para resistência à compressão de concretos de alta resistência.
Todavia, são obtidos em condições de ensaio que diferem significativamente das
condições reais de trabalho dos compostos de capeamento, com 2 a 3 mm de espessura
(NEVILLE, 1997). Neste caso, o composto de capeamento é comprimido em um estado
confinado, e segundo LESSARD e AÏTCIN (1992), materiais nessa situação exibem
resistência à compressão aparente muito maior do que os não confinados. Dessa forma, os
compostos de capeamento de alta resistência podem ser utilizados em ensaios para
concreto de alta resistência com resistência à compressão superior a 70 MPa.
Quando a Resistência à Compressão ou Módulo de Deformação do material de
capeamento forem menores que os do concreto, as cargas aplicadas através do
capeamento não serão transmitidas uniformemente, gerando grande variabilidade nos
resultados. Para evitar tais dispersões nos resultados, diversas soluções alternativas têm
sido apresentadas como soluções viáveis: anel metálico preenchido com um disco de
poliuretano ou neoprene (CARRASQUILLO e CARRASQUILLO, 1988); planificação
dos topos com serra (FIP/CEB, 1990); utilização de calços como berço, sistema de
capeamento confinado, proposto por JONHSON e MIRZA (1995) e MIRZA e JONHSON
(1996); método da Caixa de Areia (BOULAY e DE LARRARD, 1993; BOULAY, 1996);
entre outros.
Os corpos de prova utilizados nos ensaios de caracterização mecânica nesse
trabalho inicialmente deveriam ter seus topos planificados com serra, entretanto, durante a
fase de estudos de dosagem foi observado alto desvio padrão para os ensaios mecânicos.
Sendo assim, optou-se pelo capeamento com fina camada de enxofre após a planificação
dos topos, reduzindo, dessa forma, a dispersão dos resultados.
96
4. 4. 2 Ensaios de Microestrutura
Segundo SARKAR (1992), as técnicas de caracterização que podem ser usadas
para o estudo da microestrutura são divididas em dois grandes grupos, a saber:
Técnicas de observação direta por microscopia óptica ou microscopia eletrônica;
Técnicas de interpretação indireta, que incluem a porosimetria de mercúrio, análise
por difração de raios-X e métodos térmicos.
Com o objetivo de verificar simplificadamente o comportamento das fases
(agregado, matriz e zona de transição) do concreto de alta resistência com cimentos
aluminosos e distintos teores de adição e relação água/aglomerante foi realizada análise
através de microscopia eletrônica de varredura (MEV) por elétrons secundários. No
preparo das amostras foram utilizados os corpos de prova submetidos aos ensaios
mecânicos. Tais amostras foram preparadas com o uso de acetona e fina película de ouro,
visando uma qualidade adequada da imagem. Os ensaios de microestrutura foram
realizados no Núcleo Orientado para Inovação da Edificação (NORIE) da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul.
97
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS
5. 1 Considerações Iniciais
O conjunto de métodos científicos para a coleta, organização, análise e
apresentação de dados, além da obtenção de conclusões válidas que dêem suporte à
tomada de decisões baseadas em tais análises, constitui a disciplina Estatística. Os
conceitos estatísticos são fundamentais ao planejamento, execução e análise de um
programa experimental.
Segundo RIBEIRO e CATEN (2001), o uso de um projeto de experimentos
baseado em conceitos estatísticos proporciona a estruturação dos ensaios, na qual os
objetivos preestabelecidos pelo pesquisador são atingidos de maneira eficiente. Além
disso, esse método pode contribuir em outros aspectos, como:
redução do tempo de coleta de dados;
redução do custo de coleta de dados;
organização e consolidação dos dados;
agilidade no processamento dos dados;
maior quantidade de informações extraídas dos dados;
precisão na análise dos dados;
apresentação adequada dos resultados.
Serão analisados nesse trabalho os ensaios de resistência à compressão e
resistência à tração por compressão diametral, anteriormente descritos no Capítulo 4. Para
cada ensaio é realizada uma análise estatística de todos os traços produzidos. O objetivo
para o emprego de análises estatísticas no tratamento de dados é verificar o efeito dos
diferentes teores de adição, relação água/aglomerante e idade nas propriedades do
concreto, e se tais diferenças encontradas são significativas para cada propriedade
analisada. Como ferramenta para a análise estatística foi empregada regressão múltipla
98
não linear, cujos resultados foram apresentados através de análises de variância
(ANOVA), modelos matemáticos e gráficos das curvas dos modelos obtidos.
A análise de variância, de acordo com RIBEIRO e CATEN (2001), verifica a
significância entre as médias dos grupos através da relação de variabilidade das médias
entre os diversos grupos e da variabilidade das observações dentro dos mesmos. Segundo
os autores, a hipótese de nulidade é a de que as médias são todas iguais. Todas as
hipóteses para o estudo em questão foram testadas com um nível de confiança de 95%, ou
seja, existem apenas 5% de probabilidade de erro.
5. 2 Compatibilidade entre Cimento e Aditivos
A análise da compatibilidade entre o cimento aluminoso, os aditivos
superplastificantes e a sílica ativa é de extrema importância, pois são diversos os fatores
que influenciam o comportamento desses materiais. Nesse trabalho foram utilizados dois
métodos de verificação da compatibilidade, o método do cone de miniabatimento
(KANTRO, 1980) e o método do funil de Marsh (NBR 7682/83), conforme discutido no
item 4.2. Segundo AÏTCIN (2000), o uso simultâneo de ambos os métodos permite a
análise de diferentes parâmetros reológicos predominantes em cada um deles.
O critério para verificação da compatibilidade entre cimento e aditivos do método
do cone de miniabatimento é baseado na perda de abatimento em função do tempo de
hidratação da pasta. Misturas que são caracterizadas por uma alta taxa de perda de
abatimento em função do tempo são ditas incompatíveis ou têm menor eficiência. Além
disso, é possível comparar o desempenho de diferentes aditivos ao analisar-se a área de
espalhamento da pasta de cimento em função do tempo de hidratação.
O ensaio de miniabatimento foi realizado utilizando os cinco aditivos
superplastificantes, cujas características estão apresentadas na Tabela 4. 14. Para esse
ensaio foram utilizadas duas relações água/cimento (0,23 e 0,37), que representam os
extremos da faixa de valores estabelecidos para a produção das misturas de concreto.
99
Dessa forma, optou-se por não utilizar adição de sílica ativa na realização desse ensaio.
Além disso, foram estabelecidos para análise quatro teores diferentes de aditivo (em % de
sólidos) iguais a 0,1; 0,2; 0,3 e 0,4, todos em relação ao peso de cimento.
Os aditivos D e E (polinaftalenos sulfonados) mostraram ser incompatíveis com o
cimento aluminoso ou de menor eficiência em relação aos outros tipos, dentro da faixa de
teores analisados. Para tais materiais, ao serem realizados os ensaios utilizando as duas
relações água/cimento e os quatro teores estabelecidos, não houve espalhamento da pasta
de cimento.
Quando utilizados os aditivos A, B e C (policarboxilatos), houve espalhamento da
pasta, a qual apresentou, em geral, perda reduzida de abatimento em função do tempo. Tal
efeito pode ser observado nas figuras apresentadas a seguir.
Ensaio de Miniabatimento (Kantro) -Teor de aditivo 0,1%
0
50
100
150
200
250
300
10 30 60 90
Tempo de Hidratação (min)
Área de Espalhamento (cm
2
)
Aditivo A Aditivo B Aditivo C
FIGURA 5. 1 – ÁREA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE HIDRATAÇÃO (A/C = 0,23)
100
Ensaio de Miniabatmento (Kantro) - Teor de aditivo 0,2%
0
50
100
150
200
250
300
10 30 60 90
Tempo de Hidratação (min)
Área de Espalhamento (cm
2
)
Aditivo A Aditivo B Aditivo C
FIGURA 5. 2 – ÁREA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE HIDRATAÇÃO (A/C = 0,23)
Ensaio de Miniabatimento (Kantro) - Teor de aditivo 0,3%
0
50
100
150
200
250
300
10 30 60 90
Tempo de Hidratação (min)
Área de Espalhamento (cm
2
)
Aditivo A Aditivo B Aditivo C
FIGURA 5. 3 – ÁREA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE HIDRATAÇÃO (A/C = 0,23)
Ensaio de Miniabatimento (Kantro) - Teor de aditivo 0,4%
0
50
100
150
200
250
300
10 30 60 90
Tempo de Hidratação (min)
Área de Espalhamento (cm2)
Aditivo A Aditivo B Aditivo C
FIGURA 5. 4 – ÁREA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE HIDRATAÇÃO (A/C = 0,23)
101
Ensaio de Miniabatimento (Kantro) -Teor de aditivo 0,1%
0
50
100
150
200
250
300
350
400
10 30 60 90
Tempo de Hidratação (min)
Área de Espalhamento (cm
2
)
Aditivo A Aditivo B Aditivo C
FIGURA 5. 5 – ÁREA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE HIDRATAÇÃO (A/C = 0,37)
Ensaio de Miniabatmento (Kantro) - Teor de aditivo 0,2%
0
50
100
150
200
250
300
350
400
10 30 60 90
Tempo de Hidratação (min)
Área de Espalhamento (cm
2
)
Aditivo A Aditivo B Aditivo C
FIGURA 5. 6 – ÁREA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE HIDRATAÇÃO (A/C = 0,37)
Ensaio de Miniabatimento (Kantro) - Teor de aditivo 0,3%
0
50
100
150
200
250
300
350
400
10 30 60 90
Tempo de Hidratação (min)
Área de Espalhamento (cm
2
)
Aditivo A Aditivo B Aditivo C
FIGURA 5. 7 – ÁREA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE HIDRATAÇÃO (A/C = 0,37)
102
Ensaio de Miniabatimento (Kantro) - Teor de aditivo 0,4%
0
50
100
150
200
250
300
350
400
10 30 60 90
Tempo de Hidratação (min)
Área de Espalhamento (cm
2
)
Aditivo A Aditivo B Aditivo C
FIGURA 5. 8 – ÁREA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE HIDRATAÇÃO (A/C = 0,37)
A partir dos resultados obtidos é possível observar que os aditivos A e B
apresentaram melhor desempenho em relação ao aditivo C, proporcionando maior área de
espalhamento em função do tempo de hidratação. Portanto, foram selecionados para
análise através do método do funil de Marsh.
AÏTCIN (2000) recomenda a realização do ensaio de fluidez através do funil de
Marsh utilizando relação água/cimento ou água/aglomerante igual a 0,35. Entretanto,
outros valores podem ser tomados, quando se deseja analisar os materiais sob condições
similares às da pasta correspondente às misturas de concreto. Nesse trabalho foram
utilizadas duas relações água/aglomerante iguais a 0,25 e 0,35. O objetivo inicial da
análise através do método do funil de Marsh foi a escolha do aditivo que apresentasse o
melhor desempenho e que, dessa forma, viria a ser utilizado na produção das misturas de
concreto. Sendo assim, primeiramente foram realizados os ensaios com relação
água/aglomerante igual a 0,35 e teores de sílica ativa iguais a 0 e 10%. Como na produção
de concreto seriam utilizados cinco valores distintos para relação água/aglomerante, além
de cinco teores de adição de sílica ativa, optou-se por fixar este último em 10%, ou seja, o
valor central da matriz de planejamento dos ensaios, além da pasta de referência, sem
adição de sílica ativa. Os resultados obtidos estão apresentados nas Figuras 5. 9 e 5. 10.
103
Ensaio de Marsh (adição = 0% e a/agl = 0,35)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0,0 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
Teor de aditivo A (% de sólidos)
Tempo de Escoamento (s)
5 min 30 min 60 min
Ensaio de Marsh (adição = 10% e a/agl = 0,35)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35
Teor de Aditivo A (% de sólidos)
Tempo de Escoamento (s)
5 min 30 min 60 min
FIGURA 5. 9 – TEMPO DE ESCOAMENTO EM FUNÇÃO DO TEOR DE ADITIVO A
104
Ensaio de Marsh (adição = 0% e a/agl = 0,35)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0,0 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
Teor de aditivo B (% de sólidos)
Tempo de Escoamento (s)
5 min 30 min 60 min
Ensaio de Marsh (adição = 10% e a/agl = 0,35)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35
Teor de Aditivo B (% de sólidos)
Tempo de Escoamento (s)
5 min 30 min 60 min
FIGURA 5. 10 – TEMPO DE ESCOAMENTO EM FUNÇÃO DO TEOR DE ADITIVO B
105
Através das curvas obtidas observa-se que o aditivo A apresentou um desempenho
melhor em relação ao aditivo B, quando comparado o tempo de escoamento em função do
teor de material. Sendo assim, o aditivo A foi escolhido para a produção das misturas de
concreto.
O ponto de saturação é caracterizado pela mudança de inclinação das linhas que
compõem os gráficos apresentados, ou seja, a interseção entre tais linhas O segundo
objetivo da realização dos ensaios de fluidez através do método do funil de Marsh é a
determinação do ponto de saturação do aditivo, ou seja, o ponto a partir do qual qualquer
aumento na dosagem de superplastificante não produz efeito na reologia da pasta. Foram
obtidos dois pontos de saturação para o aditivo superplastificante do tipo A, um para
relação água/aglomerante igual a 0,35 (0,20% em teor de sólidos totais) e o outro para
relação água/aglomerante 0,25 (0,25% em teor de sólidos totais), ambos com 10% de
adição de sílica ativa., como é possível observar nas Figuras 5. 11 e 5. 12.
Ensaio de Marsh (adição = 10% e a/agl = 0,35)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35
Teor de Aditivo A (% de sólidos)
Tempo de Escoamento (s)
5 min 30 min 60 min
FIGURA 5. 11 – PONTO DE SATURAÇÃO DO ADITIVO A – RELAÇÃO A/AGL IGUAL A 0,35
106
Ensaio de Marsh (adição = 10% e a/agl = 0,25)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35
Teor de Aditivo A (% de sólidos)
Tempo de Escoamento (s)
5 min 30 min 60 min
FIGURA 5. 11 – PONTO DE SATURAÇÃO DO ADITIVO A – RELAÇÃO A/AGL IGUAL A 0,25
A realização de ensaios de fluidez através do método do funil de Marsh para todos
os teores de adição e relações água/aglomerante adotados seria o ideal. Todavia, para essa
pesquisa limitou-se tal abordagem devido ao custo dos materiais, além do tempo
disponível. Dessa forma, para a produção das misturas de concreto com relações
água/aglomerante iguais a 0,23, 0,25 e 0,28, foi utilizado o valor obtido para o ponto de
saturação através dos ensaios realizados com relação água/aglomerante igual a 0,25. Já
para os traços de concreto com relações iguais a 0,32 e 0,37, o valor tomado foi o obtido
para os ensaios realizados com relação água/aglomerante igual a 0,35. Ambos com adição
de 10% de sílica ativa em relação ao peso de cimento.
107
5. 3 Resistência à Compressão Axial
As Tabelas 5. 1 e 5. 2 a seguir apresentam os valores obtidos nos ensaios de
resistência à compressão axial. Cada valor corresponde à média de quatro corpos de prova
provenientes de duas misturas realizadas em dias diferentes. Nessa tabela também
constam o desvio padrão e o coeficiente de variação. No ANEXO B podem ser
encontrados os valores individuais dos corpos de prova submetidos ao ensaio de
resistência à compressão axial.
TABELA 5. 1 – MÉDIA, DESVIO PADRÃO E COEFICIENTE DE VARIAÇÃO – RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO
IDADE
TRAÇO
3 DIAS 7 DIAS 28 DIAS 63 DIAS
Média = 48,9 Média = 62,1 Média = 60,5 Média = 67,1
Desvio Padrão = 7,69 Desvio Padrão = 2,39 Desvio Padrão = 7,51 Desvio Padrão = 7,03
23SA0
CV (%) = 15,71 CV (%) = 3,84 CV (%) = 12,41 CV (%) = 10,48
Média = 62,5 Média = 65,1 Média = 68,1 Média = 82,5
Desvio Padrão = 5,88 Desvio Padrão = 8,20 Desvio Padrão = 10,42 Desvio Padrão = 3,27
23SA10
CV (%) = 9,41 CV (%) = 12,60 CV (%) = 15,30 CV (%) = 3,96
Média = 57,1 Média = 61,3 Média = 65,4 Média = 70,3
Desvio Padrão = 2,17 Desvio Padrão = 3,60 Desvio Padrão = 5,67 Desvio Padrão = 0,52
23SA20
CV (%) = 3,80 CV (%) = 5,87 CV (%) = 8,68 CV (%) = 0,74
Média = 61,6 Média = 63,6 Média = 69,5 Média = 74,0
Desvio Padrão = 2,65 Desvio Padrão = 6,63 Desvio Padrão = 1,14 Desvio Padrão = 3,45
25SA5
CV (%) = 4,30 CV (%) = 10,43 CV (%) = 1,64 CV (%) = 4,65
Média = 59,9 Média = 65,0 Média = 65,6 Média = 78,0
Desvio Padrão = 6,73 Desvio Padrão = 3,18 Desvio Padrão = 6,95 Desvio Padrão = 2,74
25SA15
CV (%) = 11,25 CV (%) = 4,89 CV (%) = 10,59 CV (%) = 3,52
Média = 54,1 Média = 62,8 Média = 59,8 Média = 62,2
Desvio Padrão = 1,79 Desvio Padrão = 8,38 Desvio Padrão = 5,35 Desvio Padrão = 5,41
28SA0
CV (%) = 3,31 CV (%) = 13,35 CV (%) = 8,95 CV (%) = 8,70
Média = 61,4 Média = 66,0 Média = 66,0 Média = 77,7
Desvio Padrão = 8,52 Desvio Padrão = 14,51 Desvio Padrão = 13,62 Desvio Padrão = 7,60
28SA10
CV (%) = 13,90 CV (%) = 21,97 CV (%) = 20,65 CV (%) = 9,78
108
TABELA 5. 2 – MÉDIA, DESVIO PADRÃO E COEFICIENTE DE VARIAÇÃO – RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO
IDADE
TRAÇO
3 DIAS 7 DIAS 28 DIAS 63 DIAS
Média = 54,5 Média = 58,1 Média = 71,0 Média = 71,6
Desvio Padrão = 6,15 Desvio Padrão = 6,65 Desvio Padrão = 12,05 Desvio Padrão = 11,85
28SA20
CV (%) = 11,28 CV (%) = 11,45 CV (%) = 16,97 CV (%) = 16,55
Média = 53,4 Média = 60,3 Média = 59,4 Média = 66,0
Desvio Padrão = 4,25 Desvio Padrão = 5,71 Desvio Padrão = 4,36 Desvio Padrão = 6,23
32SA5
CV (%) = 7,96 CV (%) = 9,46 CV (%) = 7,33 CV (%) = 9,44
Média = 56,9 Média = 60,8 Média = 64,4 Média = 73,4
Desvio Padrão = 4,88 Desvio Padrão = 4,33 Desvio Padrão = 7,58 Desvio Padrão = 6,44
32SA15
CV (%) = 8,57 CV (%) = 7,13 CV (%) = 11,78 CV (%) = 8,78
Média = 52,5 Média = 55,6 Média = 66,5 Média = 70,9
Desvio Padrão = 2,85 Desvio Padrão = 7,31 Desvio Padrão = 2,90 Desvio Padrão = 7,66
37SA0
CV (%) = 5,44 CV (%) = 13,15 CV (%) = 4,36 CV (%) = 10,81
Média = 30,2 Média = 53,5 Média = 52,6 Média = 59,15
Desvio Padrão = 3,69 Desvio Padrão = 2,82 Desvio Padrão = 4,55 Desvio Padrão = 5,62
37SA10
CV (%) = 12,22 CV (%) = 5,28 CV (%) = 8,66 CV (%) = 9,50
Média = 56,0 Média = 60,2 Média = 65,8 Média = 71,8
Desvio Padrão = 4,51 Desvio Padrão = 5,59 Desvio Padrão = 8,76 Desvio Padrão = 4,55
37SA20
CV (%) = 8,06 CV (%) = 9,28 CV (%) = 13,31 CV (%) = 6,33
É possível observar a influência dos fatores controláveis (relação
água/aglomerante, teor de adição e idade de hidratação) na resistência à compressão dos
concretos produzidos. Os dados obtidos experimentalmente foram analisados através de
regressão múltipla não linear e, dessa forma, a significância de cada parâmetro foi
avaliada utilizando a distribuição t, eliminando-se as variáveis que pouco contribuíam
para a estimativa da resistência à compressão. Todavia, devido à variabilidade dos dados
obtidos, o modelo encontrado para representar o comportamento da resistência à
compressão dos concretos com cimentos aluminosos resultou em r
2
não superior a 66,7%,
ou seja, nesse caso mais de 30% da variabilidade dos valores previstos não seria
representada pelo modelo proposto. Sendo assim, optou-se pela utilização do conceito de
Resistência Potencial, onde são adotados os dois maiores valores dos quatro ensaios
realizados. Entretanto, foi observado que alguns resultados obtidos para os traços com
relação água/aglomerante igual a 0,28 apresentavam uma distorção do comportamento
109
geral do concreto em comparação com as outras misturas. Tal distorção ocorreu
provavelmente devido a falhas no capeamento, excentricidade no ensaio de ruptura, além
de troca de pessoal na execução dos ensaios. Portanto, na determinação do modelo
matemático todos os traços com tal relação não foram utilizados. O modelo final proposto
para o comportamento da resistência à compressão do concreto é apresentado a seguir:
() ()
18.02.12
33
1.08.0
3.03
05.0
1.16
2.31.1
311
)(
.10.07652,1041,108095,29
.4543,42
0017,23.10.00011,5
4364,99
acid
ad
ac
acad
ad
id
idad
ac
fc
+
+
+
++
+
=
Onde:
fc = resistência à compressão (MPa);
ac = relação água/aglomerante;
ad = teor de adição de sílica ativa (%);
id = idade de hidratação (dias).
O coeficiente de determinação para esse modelo resultou em r
2
igual a 90,65% e,
dessa forma, apenas 9,35% da variabilidade dos valores previstos em modelo não é
representada pelo mesmo. A Tabela 5. 3 apresenta a Análise de Variância (ANOVA) do
modelo de regressão para a resistência à compressão do concreto. As variáveis de
controle, ou fatores analisados, ao resultarem em valores de p abaixo de 0,01 indicam que
tais fatores são estatisticamente significativos a um nível de confiança superior a 99%. Na
Tabela 5. 4, observa-se que todos os fatores apresentam nível de confiança superior a
99,6%
110
TABELA 5. 3 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA (ANOVA) – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
FONTE GDL SQ MQ
TESTE F SIGNIFICÂNCIA - p
MODELO
6 3910,37 651,729 103,39 0,0000
RESÍDUOS
64 403,447 6,30386
TOTAL CORRIGIDO
70 4313,82
NOTA: GDL – grau de liberdade; SQ – soma quadrada; MQ – média quadrada
TABELA 5. 4 PARÂMETROS ESTIMADOS PARA AS VARIÁVEIS DE CONTROLE
FONTE ESTIMATIVA ERRO PADRÃO
TESTE t
p
1/ac
0.1
108,041 15,6235 6,9153 0,0000
1/id
1.1
-23,0017 3,05286 -7,53446 0,0000
ad
0.05
42,4543 11,5585 3,67298 0,0005
1/(ad
3
+ac
0.3
)
0.8
29,095 9,53539 3,05126 0,0033
ac
3
/(ad
1.1
+id
3.2
)
6
-5,00011.10
11
6,37854.10
10
-7,83897 0,0000
ad
3
/(id
2
+ac
1.2
)
0.18
-1,07652.10
-3
2,103.10
-4
-5,11895 0,0000
constante
-99,4364 16,0224 -6,20668 0,0000
Nota: ac – relação água/aglomerante; id – grau de hidratação; ad – teor de adição de sílica ativa
Na Tabela 5. 5 estão dispostos os valores obtidos experimentalmente, já na Tabela
5. 6 os previstos pelo modelo ajustado para resistência à compressão do concreto. Nota-se
a distorção entre os valores para alguns dos traços com relação água/aglomerante igual a
0,28, evidenciando a variabilidade discutida anteriormente e a decisão em relação à não
utilização de tais traços na determinação do modelo matemático.
111
TABELA 5. 5 – VALORES OBTIDOS - RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO
RELAÇÃO ÁGUA/AGLOMERANTE
0.23 0.25 0.28 0.32 0.37
TEOR
(%)
3d 7d 28d 63d 3d 7d 28d 63d 3d 7d 28d 63d 3d 7d 28d 63d 3d 7d 28d 63d
0
55,2 64,9 63,9 69,7
53,7 63,2 68,9 75,8
56,8 74,4 65,1 65,3
53,6 62,6 63,0 64,9
33,2 57,4 59,3 67,5
32,6 52,9 51,2 57,1
5
64,5 67,3 70,4 73,8
63,2 70,7 70,5 71,8
58,0 67,2 64,7 74,5
55,6 62,0 60,0 65,1
10
63,5 71,2 70,4 80,8
70,5 68,5 62,0 81,1
72,4 79,9 78,3 85,0
62,8 77,3 77,1 83,4
56,3 63,8 70,0 82,1
52,9 59,3 66,6 69,3
15
64,8 68,2 74,6 81,5
64,1 67,2 66,7 78,5
62,9 66,3 72,9 81,1
58,9 61,7 68,2 76,3
20
58,6 65,9 70,6 71,0
58,1 62,2 69,6 70,4
53,8 63,0 76,5 86,8
63,0 62,8 83,9 75,0
58,6 66,7 78,1 76,8
58,1 61,8 64,1 72,8
TABELA 5. 6 – VALORES PREVISTOS - RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO
RELAÇÃO ÁGUA/AGLOMERANTE
0.23 0.25 0.28 0.32 0.37
TEOR
(%)
3d 7d 28d 63d 3d 7d 28d 63d 3d 7d 28d 63d 3d 7d 28d 63d 3d 7d 28d 63d
0
56,0 64,4 66,5 66,9 48,3 60,1 62,2 62,5 32,5 54,1 56,2 56,6
5
62,3 68,5 70,7 71,0 57,0 65,5 67,6 68,0
10
65,2 70,2 72,5 73,0 62,3 67,8 70,1 70,5 57,5 64,4 66,7 67,2
15
63,7 68,8 71,6 72,3 60,3 65,8 68,6 69,2
20
62,3 68,1 71,9 72,9 59,7 65,6 69,4 70,4 56,1 62,3 66,0 67,1
A partir da Análise de Variância (Tabela 5. 3) conclui-se que os todos os fatores
analisados influenciam a resistência à compressão do concreto e, da mesma forma, as
interações: teor de adição (ad) x relação água aglomerante (ac), relação água/aglomerante
(ac) x teor de adição (ad) x idade (id).
112
5. 3. 1 Efeito dos fatores relação água/aglomerante, teor de adição e idade na
resistência à compressão
A interação entre os fatores relação água/aglomerante (ac), teor de adição (ad) e
idade (id) na resistência à compressão identificada na análise de variância (Tabela 5. 3) é
evidenciada nas Figuras 5. 12 a 5. 16. Em tais figuras, a influência da adição de sílica
ativa pode ser notada já nas primeiras idades quando comparadas misturas com adição e
misturas sem adição desse material. Verifica-se em geral que quanto maior a relação
água/aglomerante, mais eficaz é a utilização de sílica ativa para aumento da resistência à
compressão. Além disso, é possível observar que a taxa de crescimento da resistência em
função do grau de hidratação é influenciada pela variação da relação água/aglomerante.
Para concretos com relação água/aglomerante mais alta o crescimento ocorre de forma
mais lenta nas primeiras idades.
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
372863
Idade (dias)
Resistência à Compressão (MPa)
0% 5% 10% 15% 20%
FIGURA 5. 12 – EFEITO DA INTERAÇÃO ENTRE FATORES ANALISADOS NA RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO DE CONCRETO COM A/AGL 0,23
113
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
3 7 28 63
Idade (dias)
Resistência à Compressão (MPa)
0% 5% 10% 15% 20%
FIGURA 5. 13 – EFEITO DA INTERAÇÃO ENTRE FATORES NA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE
CONCRETO COM A/AGL 0,25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
3 7 28 63
Idade (dias)
Resistência à Compressão (MPa)
0% 5% 10% 15% 20%
FIGURA 5. 14 – EFEITO DA INTERAÇÃO ENTRE FATORES ANALISADOS NA RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO DE CONCRETO COM A/AGL 0,28
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
3 7 28 63
Idade (dias)
Resistência à Compressão (MPa)
0% 5% 10% 15% 20%
FIGURA 5. 15 – EFEITO DA INTERAÇÃO ENTRE FATORES ANALISADOS NA RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO DE CONCRETO COM A/AGL 0,32
114
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
3 7 28 63
Idade (dias)
Resistência à Compressão (MPa)
0% 5% 10% 15% 20%
FIGURA 5. 16 – EFEITO DA INTERAÇÃO ENTRE FATORES ANALISADOS NA RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO DE CONCRETO COM A/AGL 0,37
Nas Figuras 5. 17, 5. 18 e 5. 19 são apresentadas as leis de comportamento geral da
resistência à compressão dos concretos produzidos, onde estão isolados os efeitos da
relação água/aglomerante, teor de adição e idade.
40
45
50
55
60
65
70
0,23 0,25 0,28 0,32 0,37
Relação água/aglomerante
Resistência à Compressão (MPa)
FIGURA 5. 17 – LEI DE COMPORTAMENTO GERAL DO EFEITO ISOLADO DA RELAÇÃO
ÁGUA/AGLOMERANTE SOBRE A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO.
115
40
45
50
55
60
65
70
372863
Idade (dias)
Resistência à Compressão (MPa)
FIGURA 5. 18 – LEI DE COMPORTAMENTO GERAL DO EFEITO ISOLADO DA IDADE SOBRE A
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO.
50
55
60
65
70
0 5 10 15 20
Teor de adição (%)
Resistência à Compressão (MPa)
FIGURA 5. 19 – LEI DE COMPORTAMENTO GERAL DO EFEITO ISOLADO DO TEOR DE ADIÇÃO
SOBRE A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
Conforme esperado, observa-se na Figura 5. 17 que, quanto menor a relação
água/aglomerante, maior é a resistência à compressão, principalmente em função da
redução da porosidade da matriz cimentante e redução da zona de transição entre pasta e
agregado. Tais efeitos foram observados por diversos outros pesquisadores (DAL
116
MOLIN, 1995; KULAKOWSKI, 2002; MENDES, 2002). Já a Figura 5. 18 permite a
observação do crescimento da resistência à compressão em função do grau de hidratação.
Foi discutido no item 3. 3 que ao hidratar-se, o cimento aluminoso não produz
hidróxido de cálcio e, portanto, o único efeito da adição de sílica ativa em misturas
contendo cimentos aluminosos é o efeito físico de refinamento dos poros, ou seja,
preenchimento de vazios entre partículas de agregado e produtos de hidratação. Segundo
GONÇALVES (2000), a utilização de fíler como adição tem efeito benéfico até cerca de
10% em relação ao peso de cimento. Quando utilizados teores acima desse valor, pode ser
observada diminuição da resistência à compressão. Tal tendência de comportamento é
notada na Figura 5. 19, onde concretos com teores de sílica ativa iguais a 10% tem
resistência superior a concretos com teores inferiores (0 e 5%). Acima desse valor (15 e
20%) ocorre diminuição do desempenho menico em relação a misturas com 10% de
adição. Além disso, é possível observar na Figura 5. 19 que há um aumento considerável
na resistência para concretos com teor igual a 5% de sílica ativa quando comparados aos
concretos de referência, sem adição desse material. Conforme mencionado, concretos
com teores iguais a 10% apresentam o melhor desempenho mecânico, entretanto, não há
uma diferença significativa em relação às misturas com 5% de adição.
117
5. 3. 2 Efeito das adições de sílica ativa em função da relação água/aglomerante
A análise de variância (Tabela 5. 3) indica que o efeito da interação entre o teor de
adição de sílica ativa e a relação água/aglomerante é significativo. Tal interação pode ser
vista na Figura 5. 20. O aumento da resistência à compressão em concretos com 10% de
sílica ativa quando comparados aos valores obtidos para concretos sem adição varia entre
10,7% para misturas com relação água/aglomerante igual a 0,23 e 32% para misturas com
relação água/aglomerante igual a 0,37. Dessa forma, quanto maior a relação
água/aglomerante maior é o efeito da adição de sílica ativa (para teor igual a 10%) na
resistência à compressão dos concretos de cimentos aluminosos. Além disso, através dos
resultados obtidos observa-se que quanto maior a relação água/aglomerante menor é a
perda de resistência quando utilizados teores acima de 10% de adição de sílica ativa.
Todavia, tal diferença não é significativa, variando de 2,1% para concretos com relação
água/aglomerante igual a 0,23 a 1,7% para concretos com relação água/aglomerante igual
a 0,37.
40
45
50
55
60
65
70
75
0 5 10 15 20
Teor de adição (%)
Resistência à Compressão (MPa)
0,23
0,25
0,28
0,32
0,37
FIGURA 5. 20 – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO EM FUNÇÃO DA INTERAÇÃO ENTRE O TEOR DE
ADIÇÃO E A RELAÇÃO ÁGUA/AGLOMERANTE.
118
5. 4 Resistência à Tração por Compressão Diametral
As Tabelas 5. 7 e 5. 8 a seguir apresentam os valores obtidos nos ensaios de
resistência à tração por compressão diametral, onde cada calor corresponde à média de
quatro corpos de prova provenientes de duas misturas realizadas em dias diferentes, além
do desvio padrão e coeficiente de variação. Os valores individuais dos corpos de prova
submetidos ao ensaio de resistência à tração por compressão diametral estão apresentados
no ANEXO B.
TABELA 5. 7 – MÉDIA, DESVIO PADRÃO E COEFICIENTE DE VARIAÇÃO – RESISTÊNCIA À TRAÇÃO
POR COMPRESSÃO DIAMETRAL
IDADE
TRAÇO
3 DIAS 7 DIAS 28 DIAS 63 DIAS
Média = 4,4 Média = 4,2 Média =4,1 Média = 3,9
Desvio Padrão = 0,53 Desvio Padrão = 0,61 Desvio Padrão = 0,49 Desvio Padrão = 0,42
23SA0
CV (%) = 12,15 CV (%) = 14,73 CV (%) = 12,01 CV (%) = 10,62
Média = 4,4 Média = 4,2 Média = 3,9 Média = 3,3
Desvio Padrão = 0,58 Desvio Padrão = 0,72 Desvio Padrão = 0,37 Desvio Padrão = 0,12
23SA10
CV (%) = 13,04 CV (%) = 16,97 CV (%) = 9,33 CV (%) = 3,48
Média = 4,6 Média = 3,9 Média = 4,0 Média = 4,7
Desvio Padrão = 0,69 Desvio Padrão = 0,61 Desvio Padrão = 0,85 Desvio Padrão = 0,04
23SA20
CV (%) = 15,09 CV (%) = 15,49 CV (%) = 20,96 CV (%) = 0,83
Média = 0,6 Média = 4,4 Média = 4,1 Média = 3,8
Desvio Padrão = 0,04 Desvio Padrão = 0,67 Desvio Padrão = 0,70 Desvio Padrão = 0,67
25SA5
CV (%) = 15,09 CV (%) = 15,28 CV (%) = 17,26 CV (%) = 17,77
Média = 3,1 Média = 4,6 Média = 3,7 Média = 4,7
Desvio Padrão = 1,35 Desvio Padrão = 0,13 Desvio Padrão = 0,92 Desvio Padrão = 0,13
25SA15
CV (%) = 43,93 CV (%) = 2,82 CV (%) = 24,97 CV (%) = 2,78
Média = 4,1 Média = 3,5 Média = 3,6 Média = 4,2
Desvio Padrão = 0,20 Desvio Padrão = 0,51 Desvio Padrão = 0,37 Desvio Padrão = 0,43
28SA0
CV (%) = 4,74 CV (%) = 14,43 CV (%) = 10,46 CV (%) = 10,12
Média = 2,4 Média = 4,3 Média = 3,7 Média = 4,1
Desvio Padrão = 0,43 Desvio Padrão = 0,82 Desvio Padrão = 0,49 Desvio Padrão = 0,32
28SA10
CV (%) = 17,78 CV (%) = 19,14 CV (%) = 13,21 CV (%) = 7,70
119
TABELA 5. 8 – MÉDIA, DESVIO PADRÃO E COEFICIENTE DE VARIAÇÃO – RESISTÊNCIA À TRAÇÃO
POR COMPRESSÃO DIAMETRAL
IDADE
TRAÇO
3 DIAS 7 DIAS 28 DIAS 63 DIAS
Média = 4,9 Média = 4,4 Média = 4,1 Média = 4,3
Desvio Padrão = 0,17 Desvio Padrão = 0,78 Desvio Padrão = 0,38 Desvio Padrão = 0,13
28SA20
CV (%) = 3,51 CV (%) = 17,94 CV (%) = 9,28 CV (%) = 3,08
Média = 3,1 Média = 3,3 Média = 3,5 Média = 4,3
Desvio Padrão = 0,27 Desvio Padrão = 0,94 Desvio Padrão = 0,26 Desvio Padrão = 0,17
32SA5
CV (%) = 9,01 CV (%) = 22,61 CV (%) = 7,45 CV (%) = 3,99
Média = 1,4 Média = 3,7 Média = 4,0 Média = 3,9
Desvio Padrão = 0,19 Desvio Padrão = 0,81 Desvio Padrão = 0,64 Desvio Padrão = 0,59
32SA15
CV (%) = 13,14 CV (%) = 21,54 CV (%) = 16,27 CV (%) = 15,02
Média = 4,1 Média = 3,7 Média = 4,3 Média = 3,8
Desvio Padrão = 0,55 Desvio Padrão = 0,72 Desvio Padrão = 0,31 Desvio Padrão = 0,52
37SA0
CV (%) = 13,51 CV (%) = 19,74 CV (%) = 7,23 CV (%) = 13,73
Média = 3,1 Média = 3,5 Média = 4,4 Média = 4,2
Desvio Padrão = 0,16 Desvio Padrão = 0,51 Desvio Padrão = 0,56 Desvio Padrão = 0,62
37SA10
CV (%) = 5,18 CV (%) = 14,69 CV (%) = 12,78 CV (%) = 14,75
Média = 4,2 Média = 4,4 Média = 4,5 Média = 4,3
Desvio Padrão = 0,56 Desvio Padrão = 0,68 Desvio Padrão = 0,35 Desvio Padrão = 0,08
37SA20
CV (%) = 13,28 CV (%) = 15,40 CV (%) = 7,61 CV (%) = 1,77
Ao serem analisados os valores obtidos experimentalmente observa-se que as
diversas misturas têm seu comportamento regido por características próprias, não sendo
clara a lei que determina o desempenho desses materiais quando solicitados à esforços de
tração. Através da análise de regressão múltipla não linear não foi possível estabelecer um
modelo que representasse o comportamento da resistência à tração por compressão
diametral com r
2
superior a 60 %. Dessa forma, aproximadamente 40% da variabilidade
dos valores previstos não seria representada pelo modelo proposto. Provavelmente
problemas na execução do ensaio devido às características do equipamento causaram tal
dispersão nos resultados. O equipamento utilizado foi adaptado para execução dos ensaios
de tração por compressão diametral. Nesse equipamento há uma placa ligada a uma rótula
como é possível observar na Figura 5. 21. A placa não é fixa podendo girar com o
movimento da rótula. Dessa forma, qualquer problema de excentricidade do corpo de
120
prova em relação ao eixo da placa não permite que os esforços sejam aplicados
corretamente e, por conseguinte, os resultados obtidos não representam as características
mecânicas do material. Como conseqüência de tal dispersão verificada nos resultados
obtidos para esse ensaio não foi possível definir uma lei de comportamento geral da
resistência à tração por compressão diametral para concretos de cimentos aluminosos.
Todavia, embora não possam ser analisados estatisticamente, os valores obtidos estão
compatíveis com os resultados apresentados em diversos estudos que analisaram tal
propriedade em concretos de alta resistência (DAL MOLIN, 1995; MENDES, 2002).
FIGURA 5. 21 – EQUIPAMENTO UTILIZADO PARA ENSAIO DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR
COMPRESSÃO DIAMETRAL
121
5. 5 Análise da Microestrutura do Concreto
Diversos autores (PAULON, 1991; MEHTA e MONTEIRO, 1994; DAL MOLIN,
1995; LAMOUR et al., 2001) concluíram que as propriedades do concreto no estado
endurecido são influenciadas pelo proporcionamento dos materiais, assim como por suas
características microestruturais, como tipo, quantidade e distribuição de sólidos e vazios.
Sendo assim, com o objetivo de entender melhor o comportamento de concretos
contendo cimentos aluminosos a sua estrutura interna foi analisada através de microscopia
eletrônica de varredura (MEV) por elétrons secundários. Tal técnica de análise permite a
observação da estrutura interna do concreto, fornecendo informações significativas
relacionadas à distribuição mineralógica, presença de vazios, fissuras ou produtos de
reação. Todavia, deve ser ressaltado que não sendo objetivo desse estudo a análise
microestrutural, apenas uma abordagem simplificada com efeito ilustrativo será descrita
no presente item.
Nas Figura 5. 22 a 5. 38 são apresentadas algumas micrografias obtidas para
concretos com 28 dias de hidratação. É possível observar a matriz da pasta, a zona de
transição entre pasta e agregado, alguns poros presentes, além da sílica ativa e alguns
produtos de reação. O ANEXO D contém as principais micrografias, além de análise
utilizando espectrômetro de energia dispersiva (EDS) para os concretos analisados.
A partir das micrografias obtidas, nota-se que tanto a matriz da pasta de cimento
como a zona de transição para os diversos traços analisados apresentam baixa porosidade
e não há presença significativa de fissuras. A estrutura parece densa e homogênea,
entretanto, com o aumento da relação água/aglomerante, há um ligeiro aumento na
fissuração e porosidade. Tal aumento não é tão significativo, pois, conforme os resultados
obtidos para as propriedades mecânicas analisadas, não há aumento tão pronunciado na
resistência ao variar-se a relação água/aglomerante e teor de adição de sílica ativa nas
misturas.
122
(a) (b)
FIGURA 5. 22 – MICROGRAFIA DE CONCRETO COM RELAÇÃO A/AGL 0,23 SEM ADIÇÃO DE SÍLICA
ATIVA – (a) AUMENTO DE 100x (b) AUMENTO DE 150x
FIGURA 5. 23 – MICROGRAFIA DE CONCRETO (PORO) COM RELAÇÃO A/AGL 0,23 SEM ADIÇÃO DE
SÍLICA ATIVA – AUMENTO DE 3000x
(a) (b)
FIGURA 5. 24 – MICROGRAFIA DE CONCRETO (PORO) COM RELAÇÃO A/AGL 0,28 e 10% DE ADIÇÃO
DE SÍLICA ATIVA – (a) AUMENTO DE 100x (b) AUMENTO DE 500x
123
(a) (b)
FIGURA 5. 25 – MICROGRAFIA DE CONCRETO COM RELAÇÃO A/AGL 0,28 e 10% DE ADIÇÃO DE
SÍLICA ATIVA – (a) AUMENTO DE 3000x (b) AUMENTO DE 1500x
(a) (b)
FIGURA 5. 26– MICROGRAFIA DE CONCRETO COM RELAÇÃO A/AGL 0,28 E 10% DE ADIÇÃO DE
SÌLICA ATIVA – (a) AUMENTO DE 1000x (b) AUMENTO DE 500x
(a) (b)
FIGURA 5. 27 – MICROGRAFIA DE CONCRETO COM RELAÇÃO A/AGL 0,28 E 10% DE ADIÇÃO DE
SÌLICA ATIVA – (a) AUMENTO DE 1500x (b) AUMENTO DE 100x
124
(a) (b)
FIGURA 5. 28 – MICROGRAFIA DE CONCRETO COM RELAÇÃO A/AGL 0,32 E 15% DE ADIÇÃO DE
SÍLICA ATIVA – (a) AUMENTO DE 500x (b) AUMENTO DE 1500x
(a) (b)
FIGURA 5. 29 – MICROGRAFIA DE CONCRETO COM RELAÇÃO A/AGL 0,37 E 20% DE ADIÇÂO DE
SÍLICA ATIVA – (a) AUMENTO DE 1500x (b) AUMENTO DE 3000x
FIGURA 5. 30 – MICROGRAFIA DE CONCRETO COM RELAÇÃO A/AGL 0,37 E 20% DE ADIÇÃO DE
SÌLICA ATIVA – (a) AUMENTO DE 500x (b) AUMENTO DE 1500x
125
Em concretos de cimento Portland a adição de sílica ativa proporciona uma
melhoria significativa em sua microestrutura e desempenho mecânico devido às reações
pozolânicas entre a sílica e os cristais de hidróxido de cálcio formados durante o processo
de hidratação do cimento. Como já foi comentado, a adição de sílica ativa em misturas
contendo cimentos aluminosos é interessante para o preenchimento de vazios e poros
capilares, ou ainda os espaços entre agregados e produtos de hidratação, densificando a
matriz e zona de transição e, portanto, reduzindo dessa forma a porosidade e
permeabilidade do sistema.
Ao analisar-se os concretos produzidos não foi observada presença de cristais de
hidróxido de cálcio, como esperado. Portanto, embora a resistência mecânica do concreto
tenha sido modificada com a adição de sílica ativa, não foi observada diferença
significativa na estrutura da matriz.
126
6 CONCLUSÃO
6. 1 Considerações Iniciais
O objetivo principal desse estudo foi caracterizar o cimento aluminoso quanto a
algumas propriedades básicas como resistência à compressão e resistência à tração
(resistência à tração por compressão diametral) e, dessa forma, analisar a possibilidade da
aplicação desse material em concretos de alta resistência para elementos estruturais.
Através dos ensaios realizados foi possível verificar a influência da relação
água/aglomerante, teor de adição de sílica ativa e grau de hidratação na resistência em
concretos contendo cimentos aluminosos.
Além da análise das propriedades mecânicas, foram realizados ensaios de análise
da compatibilidade entre o cimento aluminoso, a sílica ativa e alguns aditivos
superplastificantes usualmente aplicados na produção de concretos de alta resistência com
cimento Portland.
Conforme já discutido, no Brasil não há um número satisfatório de material
publicado ou literatura técnica especializada que discuta a compatibilidade entre os
cimentos aluminosos e aditivos superplastificantes, ou mesmo o comportamento do
cimento aluminoso em concreto estrutural. Portanto, tendo como base o comportamento
mecânico dos concretos produzidos, outro objetivo desse estudo foi estabelecer um
modelo de estimativa das propriedades mecânicas desses materiais, além de fornecer
parâmetros que contribuam para a utilização adequada e segura de concretos de cimentos
aluminosos .
A seguir serão apresentadas algumas conclusões obtidas de acordo com o
programa experimental desenvolvido, e são referentes aos concretos produzidos com
qualidades específicas de materiais dentro das faixas de valores estabelecidos para a
quantidade e consumo de tais materiais, além das técnicas de execução. Para transpor os
127
índices encontrados nas análises obtidas, ou mesmo confirmar e complementar os
resultados obtidos, é necessário a execução de novos estudos.
6. 1. 1 Com relação à Compatibilidade entre cimento, aditivos e sílica ativa
- A análise dos aditivos superplastificantes através do ensaio de miniabatimento concluiu
que os aditivos D e E (polinaftalenos sulfonados) são incompatíveis com o cimento
aluminoso ou apresentam menor eficiência em relação aos outros tipos estudados
(policarboxilatos), dentro da faixa de teores analisados. Já os aditivos superplastificantes à
base de policarboxilatos analisados A, B e C são compatíveis com os cimentos
aluminosos pois proporcionaram espalhamento da pasta e perda reduzida de abatimento
em função do tempo. Através de tal análise foi possível observar que os aditivos A, B
apresentaram desempenho superior em relação ao aditivo C ao proporcionar uma área
maior de espalhamento da pasta em função do tempo de hidratação.
- Com base nos resultados obtidos nos ensaios de Marsh para as duas relações
água/cimento utilizadas (0,25 e 0,35), dois teores de adição (0 e 10%) e diversos teores de
aditivo, observou-se que o aditivo A apresentou melhor desempenho em relação ao
aditivo B, quando comparado o tempo de escoamento em função do teor de material,
sendo escolhido para a produção das misturas de concreto.
- Através da análise de fluidez utilizando o método do funil de Marsh foi possível
determinar o ponto de saturação do aditivo, característica fundamental na determinação
do traço através do método de dosagem proposto por AÏTCIN (2000). Foram obtidos dois
pontos de saturação para o aditivo superplastificante do tipo A, um para relação
água/aglomerante igual a 0,35 (0,20% em teor de sólidos totais) e o outro para relação
água/aglomerante 0,25 (0,25% em teor de sólidos totais), ambos com 10% de adição de
sílica ativa.
128
6. 1. 2 Com relação à Resistência à Compressão
- A relação água/aglomerante e o grau de hidratação foram as variáveis de controle que
mais influenciaram a resistência à compressão do concreto contendo cimentos
aluminosos.
- O comportamento da resistência à compressão do concreto em relação aos fatores
analisados (relação água/aglomerante, teor de adição e idade de hidratação) é significativo
para a resistência à compressão.
- A taxa de crescimento da resistência é função da relação água/aglomerante, ou seja,
quanto menor a relação água/aglomerante, maior é a resistência à compressão. Além
disso, é possível observar que a taxa de crescimento da resistência em função do grau de
hidratação é influenciada pela variação da relação água/aglomerante. Para concretos com
relação água/aglomerante mais alta o crescimento ocorre de forma mais lenta nas
primeiras idades.
- A utilização de sílica ativa não apresenta efeitos tão pronunciados como em concretos de
cimento Portland, porém é possível observar que ao aumentar-se a relação
água/aglomerante, mais eficaz é a utilização da sílica ativa para aumento da resistência à
compressão. Entretanto, poderiam ser utilizados outros finos com menor custo na
produção de concretos contendo cimentos aluminosos.
- Em relação ao teor de adição, nota-se um ligeiro aumento até cerca de 10%. Acima
desse valor a resistência tende a diminuir. Tal fato está em consonância com a bibliografia
pois, devido às características das reações de hidratação do cimento aluminoso, a adição
tem apenas o efeito físico (fíler) de preenchimento de poros e vazios capilares.
- O efeito da adição de sílica ativa na resistência quanto utilizado um teor igual a 10% é
proporcional ao aumento da relação água/aglomerante. Da mesma forma, quando teores
iguais a 20% são utilizados, a perda de resistência é menor ao aumentar-se a relação
água/aglomerante.
129
- A análise estatística dos dados obtidos para os ensaios de resistência à compressão foi
realizada através de regressão múltipla não linear resultando em um modelo matemático
de previsão da resistência com r
2
acima de 90%. O modelo obtido foi:
() ()
18.02.12
33
1.08.0
3.03
05.0
1.16
2.31.1
311
)(
.10.07652,1041,108095,29
.4543,42
0017,23.10.00011,5
4364,99
acid
ad
ac
acad
ad
id
idad
ac
fc
+
+
+
++
+
=
Onde:
fc = resistência à compressão (MPa);
ac = relação água/aglomerante;
ad = teor de adição de sílica ativa (%);
id = idade de hidratação (dias).
6. 1. 3 Com relação à Resistência à Tração por Compressão Diametral
- Através dos resultados obtidos nos ensaios de resistência à compressão diametral
observa-se que essa propriedade é influenciada pela relação água/aglomerante, teor de
adição e grau de hidratação do concreto. Entretanto, devido às variabilidades já discutidas
no item 5. 4 não foi possível estabelecer um modelo que definisse de maneira clara e
eficiente o comportamento do concreto em função da alteração das variáveis de controle
analisadas.
130
6. 2 Sugestões para futuros trabalhos
A falta de estudos publicados sobre a utilização de concretos contendo cimentos
aluminosos no Brasil possibilita o desenvolvimento de inúmeros trabalhos relacionados à
comparação de desempenho e custo entre esse material e concretos contendo cimento
Portland. Algumas sugestões para pesquisa e futuros trabalhos serão apresentados a
seguir:
Determinação de métodos específicos de dosagem para concretos com cimentos
aluminosos;
Estudos relacionados a outras propriedades mecânicas de concretos com cimentos
aluminosos como: módulo de elasticidade, coeficiente de Poisson, resistência à
tração, determinação da relação entre resistência à tração e resistência à
compressão, além de análise de tais propriedades mecânicas nas primeiras horas de
hidratação de concretos contendo cimentos aluminosos.
Investigações de resistividade elétrica em concretos produzidos com cimentos
aluminosos, além de outros estudos relacionados à durabilidade como:
permeabilidade aos íons cloreto, porosidade, carbonatação;
Análise do processo de conversão dos cimentos aluminosos, e influência desse
processo na resistência do concreto a idades mais avançadas e diferentes condições
de cura;
Análise microestrutural de concretos e argamassas produzidos com cimentos
aluminosos, além de estudos sobre a evolução das reações de hidratação da pasta
de cimento com e sem adições de sílica ativa por meio de difração de raios-X.
131
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142
ANEXO A
143
QUADRO 1. A – TRAÇOS DE CONCRETO CARACTERÌSTICAS DA PRODUÇÃO E CONSUMO DE
MATERIAIS POR M
3
DE CONCRETO – 1ª REPETIÇÃO
TRAÇO 23SA0 23SA10 23SA20 25SA5 25SA15
Água (kg)
130,7 123,8 130,7 118,8 135
Cimento (kg)
500 548 400 589 510
Sílica Ativa (kg)
0 61 100 31 90
Relação a/agl
0,23 0,23 0,23 0,25 0,25
Ag. Miúdo (kg)
797 688 760 672 658
Ag. Graúdo (kg)
1001 999 1001 998 999
Aditivo (%)
0,780 0,780 0,780 0,780 0,780
Abatimento (mm)
200 255 250 220 250
Ar Incorporado (%)
1,0 0,4 1,1 1,0 0,3
Massa Específica (kg/m
3
)
2464,5 2491,8 2421,2 2487,3 2531,2
Teor de Argamassa (%)
56 56 56 56 56
Umidade Relativa (%)
57 71 59 66 72
Temperatura Ambiente (ºC)
21,5 20,7 21,3 20,8 20,2
Temperatura Mistura (ºC)
23,3 23,3 24,1 23,1 22,8
QUADRO 2. A – TRAÇOS DE CONCRETO CARACTERÌSTICAS DA PRODUÇÃO E CONSUMO DE
MATERIAIS POR M
3
DE CONCRETO – 1ª REPETIÇÃO
TRAÇO 28SA0 28SA10 28SA20 32SA5 32SA15
Água (kg)
122,7 116,9 124,7 131,8 106,1
Cimento (kg)
500 499 400 431 386
Sílica Ativa (kg)
0 55 100 23 68
Relação a/agl
0,28 0,28 0,28 0,32 0,32
Ag. Miúdo (kg)
802 723 768 823 832
Ag. Graúdo (kg)
1004 998 999 999 998
Aditivo (%)
0,780 0,780 0,780 0,635 0,635
Abatimento (mm)
220 225 235 220 220
Ar Incorporado (%)
1,3 0,6 0,3 0,4 1,0
Massa Específica (kg/m
3
)
2464,5 2485,3 2473,6 2497,1 2477,1
Teor de Argamassa (%)
56 56 56 56 56
Umidade Relativa (%)
55 72 61 69 66
Temperatura Ambiente (ºC)
21,3 20,7 20,7 20,8 20,8
Temperatura Mistura (ºC)
22,2 22,0 22,4 23,0 22,1
144
QUADRO 3. A – TRAÇOS DE CONCRETO CARACTERÌSTICAS DA PRODUÇÃO E CONSUMO DE
MATERIAIS POR M
3
DE CONCRETO – 1ª REPETIÇÃO
TRAÇO 37SA0 37SA10 37SA20
Água (kg)
132,2 124,9 137
Cimento (kg)
500 341 414
Sílica Ativa (kg)
0 38 104
Relação a/agl
0,37 0,37 0,37
Ag. Miúdo (kg)
799 890 733
Ag. Graúdo (kg)
999 1004 999
Aditivo (%)
0,635 0,635 0,635
Abatimento (mm)
220 220 265
Ar Incorporado (%)
1,0 1,1 0,5
Massa Específica (kg/m
3
)
2459,4 2459,4 2426,3
Teor de Argamassa (%)
57 56 56
Umidade Relativa (%)
56 58 65
Temperatura Ambiente (ºC)
21,7 20,9 21,2
Temperatura Mistura (ºC)
23,6 22,5 23,7
QUADRO 4. A – TRAÇOS DE CONCRETO CARACTERÌSTICAS DA PRODUÇÃO E CONSUMO DE
MATERIAIS POR M
3
DE CONCRETO – 2ª REPETIÇÃO
TRAÇO 23SA0 23SA10 23SA20 25SA5 25SA15
Água (kg)
132,7 128,8 130,7 121,7 123,7
Cimento (kg)
500 548 400 532 476
Sílica Ativa (kg)
0 61 100 28 84
Relação a/agl
0,23 0,23 0,23 0,25 0,25
Ag. Miúdo (kg)
796 683 760 741 722
Ag. Graúdo (kg)
1000 999 1001 1004 1000
Aditivo (%)
0,780 0,780 0,780 0,780 0,780
Abatimento (mm)
210 265 245 220 250
Ar Incorporado (%)
1,0 0,3 0,4 1,0 0,4
Massa Específica (kg/m
3
)
2483,6 2493,8 2468,3 2484,8 2493,7
Teor de Argamassa (%)
56 56 56 56 56
Umidade Relativa (%)
63 76 59 57 69
Temperatura Ambiente (ºC)
18,7 22,1 21,3 21,5 22,0
Temperatura Mistura (ºC)
20,0 23,7 24,1 21,4 23,4
145
QUADRO 5. A – TRAÇOS DE CONCRETO CARACTERÌSTICAS DA PRODUÇÃO E CONSUMO DE
MATERIAIS POR M
3
DE CONCRETO – 2ª REPETIÇÃO
TRAÇO 28SA0 28SA10 28SA20 32SA5 32SA15
Água (kg)
130,7 123,7 130,7 130,8 130,1
Cimento (kg)
500 450 400 431 386
Sílica Ativa (kg)
0 50 100 23 68
Relação a/agl
0,28 0,28 0,28 0,32 0,32
Ag. Miúdo (kg)
799 789 762 623 802
Ag. Graúdo (kg)
999 1000 999 1000 1004
Aditivo (%)
0,780 0,780 0,780 0,635 0,635
Abatimento (mm)
220 250 265 230 230
Ar Incorporado (%)
0,9 0,7 0,4 0,5 1,1
Massa Específica (kg/m
3
)
2477,2 2477,2 2461,9 2456,8 2459,4
Teor de Argamassa (%)
56 56 56 56 56
Umidade Relativa (%)
67 68 66 65 56
Temperatura Ambiente (ºC)
21,3 22,8 21,3 21,5 20,5
Temperatura Mistura (ºC)
23,9 22,4 23,9 23,2 22,3
QUADRO 6. A – TRAÇOS DE CONCRETO CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO E CONSUMO DE
MATERIAIS POR M
3
DE CONCRETO – 2ª REPETIÇÃO
TRAÇO 37SA0 37SA10 37SA20
Água (kg)
134,2 130,7 137,0
Cimento (kg)
500 353 414
Sílica Ativa (kg)
0 39 104
Relação a/agl
0,37 0,37 0,37
Ag. Miúdo (kg)
796 880 759
Ag. Graúdo (kg)
1000 1000 999
Aditivo (%)
0,635 0,635 0,635
Abatimento (mm)
230 210 230
Ar Incorporado (%)
1,0 1,0 1,3
Massa Específica (kg/m
3
)
2484,9 2477,2 2436,5
Teor de Argamassa (%)
56 56 56
Umidade Relativa (%)
63 68 57
Temperatura Ambiente (ºC)
18,9 21,3 21,3
Temperatura Mistura (ºC)
20,6 22,8 24,3
146
ANEXO B
147
QUADRO 1. B – ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL (MPa)
IDADE
TRAÇO
3 DIAS 7 DIAS 28 DIAS 63 DIAS
48,6 38,2 60,0 60,2 57,7 63,9 62,0 60,8
55,2 53,7 64,9 63,2 51,6 63,9 69,7 75,8
Média = 48,9 Média = 62,1 Média = 60,5 Média = 67,1
Desvio Padrão = 7,69 Desvio Padrão = 2,39 Desvio Padrão = 7,51 Desvio Padrão = 7,03
23SA0
CV (%) = 15,71 CV (%) = 3,84 CV (%) = 12,41 CV (%) = 10,48
58,4 57,8 71,2 68,5 70,4 81,7 80,7 81,1
63,5 70,5 67,7 53,0 62,0 58,2 80,8 87,4
Média = 62,5 Média = 65,1 Média = 68,1 Média = 82,5
Desvio Padrão = 5,88 Desvio Padrão = 8,20 Desvio Padrão = 10,42 Desvio Padrão = 3,27
23SA10
CV (%) = 9,41 CV (%) = 12,60 CV (%) = 15,30 CV (%) = 3,96
53,9 57,9 65,9 62,2 58,9 69,6 70,4 71,0
58,6 58,1 57,9 59,0 62,3 70,6 69,9 69,9
Média = 57,1 Média = 61,3 Média = 65,4 Média = 70,3
Desvio Padrão = 2,17 Desvio Padrão = 3,60 Desvio Padrão = 5,67 Desvio Padrão = 0,52
23SA20
CV (%) = 3,80 CV (%) = 5,87 CV (%) = 8,68 CV (%) = 0,74
58,8 64,5 70,7 56,1 68,7 70,4 71,8 73,8
60,1 63,2 67,3 60,2 70,5 68,3 79,0 71,6
Média = 61,6 Média = 63,6 Média = 69,5 Média = 74,0
Desvio Padrão = 2,65 Desvio Padrão = 6,63 Desvio Padrão = 1,14 Desvio Padrão = 3,45
25SA5
CV (%) = 4,30 CV (%) = 10,43 CV (%) = 1,64 CV (%) = 4,65
60,3 50,2 67,2 62,0 62,8 74,6 76,7 75,1
64,8 64,1 62,5 68,2 66,7 58,2 81,5 78,5
Média = 59,9 Média = 65,0 Média = 65,6 Média = 78,0
Desvio Padrão = 6,73 Desvio Padrão = 3,18 Desvio Padrão = 6,95 Desvio Padrão = 2,74
25SA15
CV (%) = 11,25 CV (%) = 4,89 CV (%) = 10,59 CV (%) = 3,52
52,9 53,3 59,3 62,6 63,0 53,2 64,9 54,1
53,6 56,8 54,8 74,4 57,8 65,1 65,3 64,5
Média = 54,1 Média = 62,8 Média = 59,8 Média = 62,2
Desvio Padrão = 1,79 Desvio Padrão = 8,38 Desvio Padrão = 5,35 Desvio Padrão = 5,41
28SA0
CV (%) = 3,31 CV (%) = 13,35 CV (%) = 8,95 CV (%) = 8,70
62,8 72,4 79,8 77,3 78,3 77,1 85,0 83,4
57,9 52,3 54,1 52,9 55,5 52,9 73,0 69,6
Média = 61,4 Média = 66,0 Média = 66,0 Média = 77,7
Desvio Padrão = 8,52 Desvio Padrão = 14,51 Desvio Padrão = 13,62 Desvio Padrão = 7,60
28SA10
CV (%) = 13,90 CV (%) = 21,97 CV (%) = 20,65 CV (%) = 9,78
148
QUADRO 2. B – ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL (MPa)
IDADE
TRAÇO
3 DIAS 7 DIAS 28 DIAS 63 DIAS
53,8 48,3 63,0 48,8 76,5 83,9 86,8 75,0
53,0 63,0 62,8 57,8 67,7 55,9 60,6 64,0
Média = 54,5 Média = 58,1 Média = 71,0 Média = 71,6
Desvio Padrão = 6,15 Desvio Padrão = 6,65 Desvio Padrão = 12,05 Desvio Padrão = 11,85
28SA20
CV (%) = 11,28 CV (%) = 11,45 CV (%) = 16,97 CV (%) = 16,55
55,6 58,0 67,2 62,0 64,7 60,0 59,5 65,1
51,6 48,4 58,4 53,7 58,8 54,1 74,5 64,9
Média = 53,4 Média = 60,3 Média = 59,4 Média = 66,0
Desvio Padrão = 4,25 Desvio Padrão = 5,71 Desvio Padrão = 4,36 Desvio Padrão = 6,23
32SA5
CV (%) = 7,96 CV (%) = 9,46 CV (%) = 7,33 CV (%) = 9,44
53,3 62,9 56,2 58,8 72,9 68,2 81,1 76,3
52,6 58,9 61,7 66,3 60,3 56,1 67,5 68,7
Média = 56,9 Média = 60,8 Média = 64,4 Média = 73,4
Desvio Padrão = 4,88 Desvio Padrão = 4,33 Desvio Padrão = 7,58 Desvio Padrão = 6,44
32SA15
CV (%) = 8,57 CV (%) = 7,13 CV (%) = 11,78 CV (%) = 8,78
33,2 29,9 57,4 52,8 51,2 59,3 57,1 55,3
32,6 25,1 50,7 52,9 50,1 49,6 56,7 67,5
Média = 30,2 Média = 53,5 Média = 52,6 Média = 59,15
Desvio Padrão = 3,69 Desvio Padrão = 2,82 Desvio Padrão = 4,55 Desvio Padrão = 5,62
37SA0
CV (%) = 12,22 CV (%) = 5,28 CV (%) = 8,66 CV (%) = 9,50
50,9 49,8 47,7 51,5 66,6 62,9 69,3 65,3
52,9 56,3 63,8 59,3 66,5 70,0 82,1 66,8
Média = 52,5 Média = 55,6 Média = 66,5 Média = 70,9
Desvio Padrão = 2,85 Desvio Padrão = 7,31 Desvio Padrão = 2,90 Desvio Padrão = 7,66
37SA10
CV (%) = 5,44 CV (%) = 13,15 CV (%) = 4,36 CV (%) = 10,81
58,6 57,9 59,1 61,8 64,1 63,8 65,8 72,8
49,2 58,1 66,7 53,3 78,1 57,3 76,8 71,8
Média = 56,0 Média = 60,2 Média = 65,8 Média = 71,8
Desvio Padrão = 4,51 Desvio Padrão = 5,59 Desvio Padrão = 8,76 Desvio Padrão = 4,55
37SA20
CV (%) = 8,06 CV (%) = 9,28 CV (%) = 13,31 CV (%) = 6,33
149
QUADRO 3. B – ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR COMPRESSÃO DIAMETRAL (MPa)
IDADE
TRAÇO
3 DIAS 7 DIAS 28 DIAS 63 DIAS
4,2 3,8 3,7 3,6 4,1 3,9 3,4 3,8
4,4 5,1 4,9 4,5 4,7 3,6 4,4 4,0
Média = 4,4 Média = 4,2 Média =4,1 Média = 3,9
Desvio Padrão = 0,53 Desvio Padrão = 0,61 Desvio Padrão = 0,49 Desvio Padrão = 0,42
23SA0
CV (%) = 12,15 CV (%) = 14,73 CV (%) = 12,01 CV (%) = 10,62
3,7 4,2 3,7 5,1 3,6 4,4 3,2 3,4
4,8 5,0 3,6 4,6 3,8 3,9 3,3 3,4
Média = 4,4 Média = 4,2 Média = 3,9 Média = 3,3
Desvio Padrão = 0,58 Desvio Padrão = 0,72 Desvio Padrão = 0,37 Desvio Padrão = 0,12
23SA10
CV (%) = 13,04 CV (%) = 16,97 CV (%) = 9,33 CV (%) = 3,48
3,8 4,6 3,8 3,8 4,5 4,7 4,7 4,7
5,5 4,6 4,7 3,3 2,8 4,1 4,7 4,8
Média = 4,6 Média = 3,9 Média = 4,0 Média = 4,7
Desvio Padrão = 0,69 Desvio Padrão = 0,61 Desvio Padrão = 0,85 Desvio Padrão = 0,04
23SA20
CV (%) = 15,09 CV (%) = 15,49 CV (%) = 20,96 CV (%) = 0,83
0,6 0,5 5,4 3,9 3,5 3,8 4,1 2,9
0,6 0,6 4,0 4,3 5,1 3,9 3,7 4,4
Média = 0,6 Média = 4,4 Média = 4,1 Média = 3,8
Desvio Padrão = 0,04 Desvio Padrão = 0,67 Desvio Padrão = 0,70 Desvio Padrão = 0,67
25SA5
CV (%) = 15,09 CV (%) = 15,28 CV (%) = 17,26 CV (%) = 17,77
3,9 2,9 4,6 4,4 3,8 3,2 4,5 4,7
1,3 4,3 4,7 4,7 5,0 2,9 4,8 4,6
Média = 3,1 Média = 4,6 Média = 3,7 Média = 4,7
Desvio Padrão = 1,35 Desvio Padrão = 0,13 Desvio Padrão = 0,92 Desvio Padrão = 0,13
25SA15
CV (%) = 43,93 CV (%) = 2,82 CV (%) = 24,97 CV (%) = 2,78
4,1 3,9 3,9 3,2 3,9 3,1 3,6 4,5
4,4 4,2 4,0 3,0 3,8 3,5 4,6 4,3
Média = 4,1 Média = 3,5 Média = 3,6 Média = 4,2
Desvio Padrão = 0,20 Desvio Padrão = 0,51 Desvio Padrão = 0,37 Desvio Padrão = 0,43
28SA0
CV (%) = 4,74 CV (%) = 14,43 CV (%) = 10,46 CV (%) = 10,12
2,2 2,0 4,8 5,2 3,2 4,3 4,0 4,5
2,6 2,9 3,4 3,9 3,5 3,9 4,3 3,7
Média = 2,4 Média = 4,3 Média = 3,7 Média = 4,1
Desvio Padrão = 0,43 Desvio Padrão = 0,82 Desvio Padrão = 0,49 Desvio Padrão = 0,32
28SA10
CV (%) = 17,78 CV (%) = 19,14 CV (%) = 13,21 CV (%) = 7,70
150
QUADRO 4. B –ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR COMPRESSÃO DIAMETRAL (MPa)
IDADE
TRAÇO
3 DIAS 7 DIAS 28 DIAS 63 DIAS
4,7 4,1 5,3 3,9 4,2 4,7 4,1 4,3
4,8 5,0 3,6 4,6 3,8 3,9 4,4 4,3
Média = 4,9 Média = 4,4 Média = 4,1 Média = 4,3
Desvio Padrão = 0,17 Desvio Padrão = 0,78 Desvio Padrão = 0,38 Desvio Padrão = 0,13
28SA20
CV (%) = 3,51 CV (%) = 17,94 CV (%) = 9,28 CV (%) = 3,08
3,2 3,4 2,3 3,2 3,4 3,2 4,1 4,5
2,7 3,0 4,0 3,6 3,6 3,8 4,2 4,3
Média = 3,1 Média = 3,3 Média = 3,5 Média = 4,3
Desvio Padrão = 0,27 Desvio Padrão = 0,94 Desvio Padrão = 0,26 Desvio Padrão = 0,17
32SA5
CV (%) = 9,01 CV (%) = 22,61 CV (%) = 7,45 CV (%) = 3,99
1,6 1,2 3,4 2,8 4,7 4,1 4,2 3,2
1,4 1,5 4,7 4,1 3,9 3,1 4,6 3,8
Média = 1,4 Média = 3,7 Média = 4,0 Média = 3,9
Desvio Padrão = 0,19 Desvio Padrão = 0,81 Desvio Padrão = 0,64 Desvio Padrão = 0,59
32SA15
CV (%) = 13,14 CV (%) = 21,54 CV (%) = 16,27 CV (%) = 15,02
3,4 3,8 4,0 2,6 3,9 4,3 3,6 3,5
4,6 4,5 3,9 4,2 4,5 4,6 3,5 4,6
Média = 4,1 Média = 3,7 Média = 4,3 Média = 3,8
Desvio Padrão = 0,55 Desvio Padrão = 0,72 Desvio Padrão = 0,31 Desvio Padrão = 0,52
37SA0
CV (%) = 13,51 CV (%) = 19,74 CV (%) = 7,23 CV (%) = 13,73
3,0 3,3 3,2 4,2 5,2 4,4 4,1 4,1
3,1 2,9 3,1 3,4 3,9 4,0 5,0 3,5
Média = 3,1 Média = 3,5 Média = 4,4 Média = 4,2
Desvio Padrão = 0,16 Desvio Padrão = 0,51 Desvio Padrão = 0,56 Desvio Padrão = 0,62
37SA10
CV (%) = 5,18 CV (%) = 14,69 CV (%) = 12,78 CV (%) = 14,75
3,6 3,9 4,7 3,8 4,4 4,2 4,4 4,3
4,7 4,7 3,9 5,2 4,8 4,9 4,2 4,4
Média = 4,2 Média = 4,4 Média = 4,5 Média = 4,3
Desvio Padrão = 0,56 Desvio Padrão = 0,68 Desvio Padrão = 0,35 Desvio Padrão = 0,08
37SA20
CV (%) = 13,28 CV (%) = 15,40 CV (%) = 7,61 CV (%) = 1,77
151
ANEXO C
152
ANÁLISE PETROGRÁFICA DA ROCHA
A análise petrográfica foi realizada no Laboratório de Minerais e Rochas (LAMIR)
da Universidade Federal do Paraná, cujos resultados serão apresentados a seguir.
1. Mineralogia
QUADRO 1. C – MINERALOGIA DA ROCHA
MINERAL COMPOSIÇÃO DA ROCHA (%)
Feldspato Potássico (Ortoclásio) 55
Quartzo 45
Clinopiroxênio (Egirina) traço
Opacos
traço
Argilominerais
traço
Clorita
traço
2. Características Microscópicas
Rocha de coloração cinza, matriz afanítica (minerais de granulação muito fina)
com fenocristal de feldspato potássico (0,1 a 0,2 cm) e quartzo (0,1 cm). A matriz é
constituída principalmente por feldspato potássico e quartzo, além de clinopiroxênio,
opacos, argilominerais e clorita.
O feldspato potássico ocorre como fenocristal de hábito retangular (15%) e
constituinte principal da matriz de granulação fina (40%). Esse material é Euédrico a
subédrico, pouco fraturado. Alguns cristais estão parcialmente e/ou totalmente alterados
para argilominerais.
O quartzo ocorre como fenocristal (15%), sendo o constituinte principal da matriz
de granulação fina (30%). Material Anédrico a subédrico, e pouco fraturado.
Já o clinopiroxênio tem granulação fina, subédrica a anédrica. Encontra-se
parcialmente e/ou totalmente cloritizado.
Os minerais opacos têm granulação fina a média, anédricos a subédricos, e estão
presentes na matriz da rocha. Os argilominerais têm granulação muito fina e são
provenientes da alteração hidrotermal do feldspato potássico.
A Clorita tem granulação fina e constitui o mineral de alteração hidrotermal do
clinopiroxênio.
153
3. Características Macroscópicas
Rocha de textura Fanerítica Inequigranular Porfirítica, com estrutura Isótropa e/ou
maciça caracterizada pela falta de orientação dos minerais constituintes da rocha. Não há
presença de estado microfissural. O grau de alteração é considerado médio, com
argilização do feldspato potássico e cloritização do clinopiroxênio.
As imagens obtidas estão apresentadas na Figura 1. C a seguir:
(a) (b)
FIGURA 1. C – IMAGEM MICROGRÁFICA EM LUZ POLARIZADA – (a) MATRIZ DE GRANULAÇÃO
FINA CONSTITUÍDA PRINCIPALMENTE POR QUARTZO E FELDSPATO POTÁSSICO (b) DETALHE DE
UM FENOCRISTAL RETANGULAR DE FELDSPATO POTÁSSICO EM MEIO A MATRIZ QUARTZO-
FELDSPÁTICA DE GRANULAÇÃO FINA.
154
ANEXO D
155
FIGURA 1. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,23; TEOR DE SÍLICA 0%)
FIGURA 2. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,23; TEOR DE SÍLICA 0%)
156
FIGURA 3. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,28; TEOR DE SÍLICA 10%)
FIGURA 4. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,28; TEOR DE SÍLICA 10%)
157
FIGURA 5. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,28; TEOR DE SÍLICA 10%)
FIGURA 6. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,28; TEOR DE SÍLICA 10%)
158
FIGURA 7. D – EDS - CONCRETO (A/AGL 0,28; TEOR DE SÍLICA 10%)
FIGURA 8. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,28; TEOR DE SÍLICA 10%)
159
FIGURA 9. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,28; TEOR DE SÍLICA 10%)
FIGURA 12. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,32; TEOR DE SÍLICA 15%)
160
FIGURA 13. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,37; TEOR DE SÍLICA 0%)
FIGURA 14. D – MICROGRAFIA E EDS - CONCRETO (A/AGL 0,37; TEOR DE SÍLICA 20%)
161
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