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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA
CURSO DE MESTRADO EM ECONOMIA RURAL
MIRIAN SILVA DOS SANTOS
ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE, RENTABILIDADE FINANCEIRA E TENDÊNCIAS DA
PRODUÇÃO DE FLORES NO MACIÇO DE BATURITÉ-CE
FORTALEZA
2006
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MIRIAN SILVA DOS SANTOS
ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE, RENTABILIDADE FINANCEIRA E TENDÊNCIAS DA
PRODUÇÃO DE FLORES NO MACIÇO DE BATURITÉ-CE
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-
Graduação em Economia Rural da Universidade Federal do
Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Artur Clemente da Silva.
.
FORTALEZA
2006
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S236a Santos, Mirian Silva dos
Análise da competitividade, rentabilidade financeira e tendências da
produção de flores no Maciço de Baturité-CE./Mirian Silva dos Santos.-
Fortaleza, 2006.
82 f.: il.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Artur Clemente da Silva
Dissertação (Mestrado) – Economia Rural, Departamento de
Economia Agrícola, Universidade Federal do Ceará.
1.Competitividade. 2. Rentabilidade. 3. Produção de flores. 4. I. Silva,
Luiz Artur Clemente da (orient.). II. Título.
CDD 635.9
MIRIAN SILVA DOS SANTOS
ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE, RENTABILIDADE FINANCEIRA E TENDÊNCIAS DA
PRODUÇÃO DE FLORES NO MACIÇO DE BATURITÉ-CE
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Economia Rural da
Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título Mestre.
Aprovada em ____/____/______
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Prof. Dr. Luiz Artur Clemente da Silva (Orientador)
Universidade Federal do Ceará – UFC
__________________________________________
Prof. Dr. José Newton Pires Reis
Universidade Federal do Ceará – UFC
__________________________________________
Prof
a
. Dr
a
. Suely Salgueiro Chacon
Universidade de Fortaleza - UNIFOR
“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e
tudo o que há em mim bendiga o seu
santo nome”. Sl 103.1
“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e
não te esqueças de nenhum de seus
benefícios”. Sl 103.2.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por estar comigo e por me haver dado forças para chegar até o fim.
Ao Pr. Luis Bezerra da Costa (in memoriam), por ter sido o patrocinador dos meus estudos no
2º. grau.
À minha família, pelo apoio e confiança, especialmente, aos meus pais Pr. Antônio dos Santos
Alves e Maria da Conceição Santos; e ao meu melhor amigo, Francisco de Assis, aos quais
dedico este trabalho.
Ao professor doutor Luiz Artur Clemente da Silva, pela orientação e valiosas contribuições na
elaboração deste trabalho.
Ao professor doutor José Newton Pires Reis, pelo apoio sem o qual não teria concluído o
presente estudo e à professora doutora Suely Salgueiro Chacon, por haver aceito participar da
banca e pelas contribuições para a elaboração deste ensaio.
A todos os professores do curso de Mestrado em Economia Rural-UFC, especialmente, aos
professores doutores José César Vieira Pinheiro e Rosimeyre Melo Carvalho, pela dedicação e
eficiência com que ministram o curso.
Aos funcionários da Universidade Federal do Ceará-UFC - Benedita, Dermivan, João, José
Chateaubriand, Mônica, Ricardo e Valda. Ao amigo Goulart, pelas palavras de fé durante o
curso
A todos os produtores de flores do maciço de Baturité, que contribuíram com a pesquisa, e
aos funcionários da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará –
EMATERCE, em Pacoti-CE, principalmente, a Gyslany Lima de Figueiredo, agente máster
das flores do maciço de Baturité, pela confiança e ajuda.
Aos amigos de turma - Andréia, Carlos Alberto, Etevaldo, Gisela, Heliana, João, Marta
Verônica, Nilson, Roberval, Rodrigo, Valéria, Wendell e Willy.
Aos amigos Andresson, Ivoneide e Hugo, por suas valiosas contribuições.
A todos os que contribuíram direta ou indiretamente na elaboração deste trabalho.
Que Deus a eles recompense com todas as bênçãos espirituais e materiais.
RESUMO
Neste trabalho, faz-se um estudo sobre a competitividade do setor de flores do Ceará, tendo
como objetivo principal analisar a competitividade e a rentabilidade da produção de flores do
maciço de Baturité, bem como identificar seus problemas. Para alcançar esse objetivo,
utilizou-se como base teórica o conceito de tecnologia de Dosi (1984), que corresponde ao
conjunto de conhecimento, tanto diretamente práticos quanto teóricos, know-how, métodos,
procedimentos e experiência de sucessos e fracassos e também dispositivos e equipamentos
físicos. O conceito de competitividade utilizado foi o ex-ante, ou seja, competitividade
potencial baseado no Modelo do Diamante, de Porter, o marco do qual se originam as
vantagens competitivas, e consta de cinco determinantes fundamentais: Fatores de Produção
(D1), Condições de Demanda (D2), Indústrias Correlatas e de Apoio (D3), Estrutura,
Estratégia e Rivalidade das Empresas (D4) e Papel do Governo (D5). A Nova Economia
Institucional, também denominada de Economia dos Custos de Transação, foi definida como
sendo todos os custos necessários para se colocar o mecanismo econômico e social em
funcionamento. Utilizaram-se dados primários mediante a aplicação de questionário junto a
dez produtores de flores do maciço de Baturité-CE, no primeiro semestre de 2006, e dados
secundários da internet nos sítios do Ministério do Desenvolvimento, Integração e Comércio
Exterior (MDIC) e da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (SEAGRI-
CE). A metodologia utilizada baseou-se na análise tabular descritiva e gráfica, nos cincos
determinantes do Diamante de Porter, bem como nos seus fatores, na análise da rentabilidade
financeira e na forma de governança medida pela Economia Institucional. Para o cálculo da
rentabilidade de cinco principais produtos pesquisados, foram empregados os seguintes
indicadores de desempenho financeiro: Margem Bruta (COE), Margem Bruta (COT) e Índice
de Lucratividade.Os resultados indicaram a existência de competitividade potencial e
lucratividade na floricultura do Maciço de Baturité-CE, porém foram encontradas falhas nas
Indústrias Correlatas e de Apoio (D3). Neste sentido, faz-se necessário resolver alguns
entraves na cadeia produtiva de flores.
Palavras-Chaves: Competitividade. Diamante de Porter. Rentabilidade. Flores.
ABSTRACT
The aim of this research is to make a study about competitivity in the flower sector in the state
of Ceará. The main objective is to analyze competitivity and profitability in the production of
flowers in the region of Baturité as well as to identify the problems faced there. To reach such
a goal, it was used as theoretical basis the technological concept of Dosi (1984), which
corresponds to the group of knowledge, not only practical but also theoretical, know how,
methods, procedures and experience of success and failure and also devices and physical
equipment. The concept of competitiveness which was used was the ex-ante, it means
potential competitiveness based on the Porter’s diamond model. The boundaries of which the
competitiveness advantages originate and consist are five fundamental determinants:
production factors (D1), Demand Conditions (D2), Correlate and Support Industries (D3),
Structure, Strategy and Rivalry among the companies (D4) and the Role of the Government
(D5). The new institutional economy, also denominated Transaction Cost Economy was
defined as all the necessary cost to put the social and economical mechanism to work.
Primary data were used through the application of a questionnaire with 10 (ten) producers of
flowers from the region of Baturité-CE during the first semester of 2006, and secondary data
taken, through the internet, from the Ministry of Development, Integration and Exterior
Commerce (MDIEC) and also from the Secretary of Agriculture and Cattleman from the
State of Ceará (SEAGRI-CE). The methodology which was used was based on the graphic,
tabular and descriptive analysis of financial profitability of the five determiners of the
Diamond of Porter, as well as in their factors of financial profitability and in the government
way measured by the Institutional Economy. For the calculus of profitability of the five
products which were researched they employed the following indicative of financial
performance Gross Margin (COE), Gross Margin (COT) and profitability index. The results
indicate the existence of potential profitability in floriculture in the region of Baturite-CE.
However, there were failures in the correlate as well as in the support industries (D3). As a
result we concluded that there is need to solve some problems in the flowers’ productive
chain.
Key-words: Competitivity. Diamond of Porter. Profitability. Flowers.
LISTA DE FIGURAS
Página
FIGURA 1 - Diamante nacional de competitividade.......................................................... 25
FIGURA 2 - Representação gráfica da competitividade dos fatores de produção (D1)..... 50
FIGURA 3 - Exportações de plantas vivas e produtos da floricultura do Ceará de 1996 a
07/2006 – valores (%); base: 07/2006........................................................... 51
FIGURA 4 - Destino das exportações de plantas vivas e produtos da floricultura do
Ceará de 1996 a 07/2006 - valores (%)......................................................... 52
FIGURA 5 - Exportações de plantas vivas e produtos da floricultura do Ceará de 1996 a
07/2006 – Valores (%).................................................................................. 53
FIGURA 6 - Competitividade potencial da produção de flores do maciço de Baturité(A) 58
FIGURA 7 - Competitividade potencial da produção de flores do maciço de Baturité(B) 59
FIGURA 8 - Indicadores de desempenho financeiro dos principais produtos
pesquisados.................................................................................................... 62
LISTA DE QUADROS
Página
QUADRO 1 - Características dos produtores de flores do maciço de Baturité-CE.......... 30
QUADRO 2 - Variáveis de tecnologias aplicadas na floricultura do maciço de Baturité
(D1)............................................................................................................ 34
QUADRO 3 - Variável relacionada à condição de demanda da floricultura do maciço
de Baturité (D2)......................................................................................... 34
QUADRO 4 - Variáveis relativas às indústrias correlatas e de apoio da floricultura no
maciço de Baturité (D3)............................................................................. 35
QUADRO 5 - Variáveis relativas à estrutura, estratégia e rivalidade da floricultura do
maciço de Baturité (D4)............................................................................. 35
QUADRO 6 - Variáveis relativas ao papel do governo na floricultura do maciço de
Baturité (D5).............................................................................................. 35
QUADRO 7 - Competitividade final e resultado dos determinantes................................. 36
QUADRO 8 - Matriz para análise do relacionamento entre os agentes............................ 41
QUADRO 9 - Alinhamento dos contratos......................................................................... 43
QUADRO 10 - Determinantes da competitividade potencial da floricultura do maciço de
Baturité....................................................................................................... 57
QUADRO 11 - Estrutura de governança da floricultura do maciço de Baturité................. 64
LISTA DE TABELAS
Página
TABELA 1 - Conhecimento adquirido dos produtores de flores do maciço de Baturité 44
TABELA 2 - Principais incertezas dos produtores de flores do maciço de Baturité....... 45
TABELA 3 - Condições de ocupação dos produtores de flores do maciço de Baturité.. 45
TABELA 4 - Procedência do capital da produção de flores no maciço de Baturité........ 46
TABELA 5 - Tecnologias aplicadas no cultivo das flores no maciço de Baturité (A).... 48
TABELA 6 - Tecnologias aplicadas no cultivo das flores no maciço de Baturité (B).... 49
TABELA 7 - Exportações de plantas vivas e produtos da floricultura do Ceará de
1996 a 07/2006 – valores: US$ (FOB)...................................................... 51
TABELA 8 - Competitividade das condições de demanda da floricultura no maciço de
Baturité (D2)..............................................................................................
53
TABELA 9 - Competitividade das indústrias correlatas e de apoio da floricultura no
maciço de Baturité (D3)............................................................................. 55
TABELA 10 - Competitividade da estrutura, estratégia e rivalidade das empresas da
floricultura no maciço de Baturité (D4)..................................................... 55
TABELA 11 - Competitividade do papel do governo na floricultura no maciço de
Baturité (D5).............................................................................................. 57
TABELA 12 - Custo Operacional Efetivo (COE) da floricultura do maciço de Baturité.. 60
TABELA 13 - Características da mão-de-obra empregada na floricultura do maciço de
Baturité......................................................................................................
60
TABELA 14 - Custo Operacional Total (COT) da floricultura do maciço de Baturité..... 61
TABELA 15 - Indicadores de desempenho financeiro da floricultura do maciço de
Baturité...................................................................................................... 62
SUMÁRIO
Página
.
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................
12
1.1 Considerações gerais..................................................................................................
12
1.2 O Problema e sua importância..................................................................................
15
1.3 Objetivos.....................................................................................................................
16
1.3.1 Objetivo geral............................................................................................................16
1.3.2 Objetivos específicos................................................................................................ 16
1.3.3 Hipótese...................................................................................................... .............. 16
1.3.4 Estrutura do trabalho................................................................................................. 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................
18
2.1 Aspectos conceituais de tecnologia...........................................................................
18
2.2 Aspectos conceituais de competitividade.................................................................
20
2.3 Diamante de Porter....................................................................................................
23
2.4 Economia institucional...............................................................................................
26
3 METODOLOGIA......................................................................................................
29
3.1 Área de estudo e origem dos dados...........................................................................
29
3.2 Métodos de análise.....................................................................................................
29
3.2.1 Caracterização dos produtores.................................................................................. 29
3.2.2 Competitividade potencial: diamante de Porter – determinantes e seus fatores...... 30
3.3 Análise da rentabilidade financeira .........................................................................
36
3.3.1 Caracterização dos custos de produção..................................................................... 36
3.3.2 Caracterização das receitas....................................................................................... 38
3.3.3 Indicadores de rentabilidade..................................................................................... 39
3.3.4 Indicadores de desempenho financeiro..................................................................... 40
3.4 Nova economia das instituições.................................................................................
41
3.4.1 Forma de governança................................................................................................ 42
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.............................................................................
44
4.1 Características dos produtores.................................................................................
44
4.2 Análise da competitividade potencial.......................................................................
46
4.2.1 Fatores de produção (D1).......................................................................................... 46
4.2.2 Condições de demanda (D2)..................................................................................... 50
4.2.3 Indústrias correlatas e de apoio (D3)........................................................................ 54
4.2.4 Estrutura, estratégia e rivalidade das empresas (D4)................................................ 55
4.2.5 Papel do governo (D5).............................................................................................. 56
4.3 Indicadores de rentabilidade da floricultura........................................................
59
4.3.1 Custo Operacional Efetivo (COE) da floricultura do maciço de Baturité................. 59
4.3.2 Custo Operacional Total (COT) da floricultura do maciço de Baturité.................... 60
4.3.3 Indicadores de desempenho financeiro da floricultura do maciço de Baturité......... 61
4.4 Estrutura de governança...........................................................................................
62
5 CONCLUSÃO............................................................................................................
65
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................
68
APÊNDICE.......................................................................................................................
73
1 INTRODUÇÃO
1.1 Considerações gerais
O desenvolvimento econômico de um país ou região depende, em grande parte, de
sua eficiência em termos de competitividade e de vantagem comparativa de seus setores
produtivos. A agricultura é o setor de maior tradição no comércio exterior brasileiro e o que
demonstra potencial de destaque no comércio internacional. Esse setor evidencia sua
importância como atividade econômica nacional, principalmente em termos de geração de
renda e divisas. Neste setor, está à floricultura, que inclui muitas formas de exploração e
diversidade de cultivo, tais como produção de flores de corte, produção de flores e plantas de
vaso, produção de folhagens, viveiros de produção de mudas e plantas ornamentais, produção
de bulbos, tubérculos e outras partes vegetais (rizomas, estacas, sementes) e flores secas.
Portanto, a produção de flores é uma das opções para a diversificação da atividade agrícola no
Ceará, com potencial de geração de divisas. Em algumas regiões do Estado, as condições de
clima, solo, água e mão-de-obra são favoráveis a esse tipo de atividade.
Segundo o jornal O Povo (1999), o Estado do Ceará possuía 19 hectares de flores
plantadas e as exportações somavam US$ 64 mil. Em 2002 foram 78,6 hectares e US$ 441 mil em
exportações, num crescimento de 692%. Já em 2003, 127 hectares foram plantados e as
exportações chegaram a US$ 1.088 milhões.
Segundo a Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará - SEAGRI-CE
(2005), no intervalo entre 2003 e 2004, as exportações de flores cresceram mais de 127%,
passando de US$ 1,2 milhão para US$ 2,5 milhões. Em 2005, a SEAGRI-CE estimou que a área
de plantio chegasse a mais de 170 hectares, crescendo 6,2% sobre áreas plantadas de 2004 que foi
de 160 hectares.
Grande parte da produção é administrada por grandes empresas, inclusive grupos
do Município de Holambra, do interior de São Paulo, atraídos pela localização privilegiada
mais próxima da Europa e dos EUA, e pela constante luminosidade o ano inteiro, o que
ocasiona cores mais vivas às flores (FOLHA DE SÃO PAULO, 2004).
Dentre as vantagens comparativas que o Ceará possui, podemos destacar a
proximidade com os principais países importadores (EUA e Europa) e a existência de vários
ecossistemas distintos (litoral, sertão e serras úmidas), propiciando o cultivo de grande
diversidade de espécies. Outras vantagens são a produção de flores de tamanho adaptado às
novas tendências de mercado internacional, para bosque; água e solos de excelente qualidade
e bastante acessíveis; infra-estrutura montada para receber os investimentos do setor
(rodovias, Aeroporto Internacional Pinto Martins, que ganhou câmara frigorífica inaugurada
em 08/2002 específica para rosas); mão-de-obra abundante e caracterizada pela grande
habilidade e capacidade de trabalho. Existe uma necessidade de transformar essas vantagens
comparativas em competitivas, o que é possível se forem concebidos e desenvolvidos
instrumentos e mecanismos que induzam a um maior nível de integração e cooperação entre
os produtores.
São várias as regiões produtoras do Estado, com destaque para a Região
Metropolitana de Fortaleza - RMF, com maior concentração nos plantios de plantas
ornamentais e flores tropicais (SEAGRI-CE, 2005).
O maior plantio de rosas está concentrado na região da serra da Ibiapaba (op. cit.),
também conhecida por serra Grande que pertence à região norte do Ceará. Nela se encontram
nove municípios: Viçosa do Ceará, Tianguá, Ubajara, São Benedito, Carnaubal, Guaraciaba
do Norte, Ibiapina, Ipu e Croatá.
Um exemplo da importância desta região na produção de rosas é a Reijers (lê-se
réiars) Produção de Rosas Ltda, empresa paulista que se instalou na serra da Ibiapaba há
quatro anos, localizada no sítio Lagoa Jussara, zona rural de São Benedito. Investe na
exportação para o mercado holandês deste 2002, produzindo variedades de rosas, como a
Passion (vermelhas) e Akito (brancas). Da produção total, em 2004, 20% foram destinados ao
mercado interno (São Paulo, Recife, Salvador, Belém, Teresina e São Luís) e 80% para a
Holanda. A empresa empregava, em 2004, 196 trabalhadores, moradores da própria
comunidade
.
A região do Cariri tem diversidade de culturas de flores e rosas entre pequenos
produtores, sendo responsável pelo abastecimento de todo o mercado local. Em 2004 mais
duas regiões iniciaram o plantio de flores tropicais: baixo Jaguaribe e Acaraú, com maior área
de plantio no Município de Meruoca (op. cit.).
O maciço de Baturité, depois da RMF, concentra a maioria dos produtores de
flores tropicais. Segundo Moura (2003), a região ocupa uma área de 3.822km
2
a uma distância
de 90km de Fortaleza, sendo constituída pelos Municípios de Acarape, Aracoiaba, Aratuba,
Barreiras, Baturité, Capristrano, Guaramiranga, Redenção, Mulungu, Ocara e Pacoti, cuja
agricultura baseia-se na produção de banana, mandioca, macaxeira, batata doce, verduras e
chuchu, sendo o comércio maior fonte opcional de emprego e renda.
Das atividades econômicas da região, destacam-se o turismo, a agricultura familiar,
o comércio e principalmente a produção de flores que oferta e pode oferecer mais empregos
com a finalidade de reduzir o exôdo rural tão presente na região.
A produção de flores no maciço de Baturité se desenvolve graças ao Projeto
Caminhos de Israel
1
do Governo do Estado do Ceará, cuja metodologia é trabalhar com
grupos de produtores organizados que podem produzir na mesma área ou não.
No maciço de Baturité, no período da pesquisa, foram encontrados os seguintes
grupos: Flores de Pacoti e Projeto SãoTomé de Flores. Existem mais três grupos: Florescer de
Mulungu, Flores de Barreiras e Apa da Serra de Pacoti, os quais não iniciaram ainda sua
produção, por se encontrarem em fase de formação e conscientização.
O Grupo Flores do Pacoti é formado por doze produtores organizados que
produzem produtos diferenciados em áreas separadas. O Grupo São Tomé de Flores é
constituido de seis produtoras que exploram em área comum há dois anos. Produzem mini-
crisântemos e estão expandido seu leque de produtos para plantas e ervas medicinais.
Existem outros produtores independentes na região que produzem com capital
próprio e não entraram na análise da competitividade, pois o foco principal do trabalho foi a
pequena produção.
Portanto, consideramos que estudos que possam elucidar a competitividade e
tendências desse setor, analisando sua cadeia produtiva em relação ao aspecto de produção,
beneficiamento e transporte, são relevantes para produtores de flores, no sentido de poder
identificar possíveis pontos de estrangulamento na estrutura ao longo dessa cadeia e sinalizar
possíveis soluções.
1
Consultar página 50, para maiores informações.
1.2 O Problema e sua importância
Os problemas e dificuldades enfrentados pelos produtores de flores do Estado do
Ceará são, dentre outros, a falta de uma política de teor agrícola para o setor e a dispersão das
informações nas diversas etapas da cadeia produtiva, como na pós-colheita, a inadequação dos
meios de apoio logístico; na distribuição, a falta de especialização para monitoramento e
orientação, inadequação dos meios de transporte, pois os pequenos produtores transportam
seus produtos em veículos próprios; e na comercialização, baixa demanda, concorrência com
produtos nacionais e importados, poucas ações voltadas à promoção e ao marketing, e a
logística de transporte para exportação.
A questão que suscita com maior preocupação por todos os governos em todos os
países, incluíve no Brasil, é a geração de emprego e renda. E aqueles setores que ofertam mais
emprego devem ser tomados como principais em uma economia. O setor de flores se destaca
na geração de emprego e renda, pois, segundo a SEAGRI-CE (2005), na cultura de rosas são
gerados cerca de 350 empregos diretos e para cada emprego direto na floricultura são gerados
mais 1,5 emprego indireto. Além disso, a abertura comercial traz perspectivas para o Ceará
conquistar mercados. Espera-se um incremento do seu consumo nos atuais mercados
importadores em razão das mudanças de melhor qualidade e, portanto, um crescimento
considerável na demanda mundial por flores. Portanto, a escolha desse tema decorreu,
principalmente, do potencial de expansão do setor de floricultura do maciço de Baturité, tanto
comercial quanto no volume de produção, assim como na geração de emprego e renda,
principalmente para pequenos produtores, visto que alguns tipos de flores podem ser
explorados em pequenas áreas com menores custos de produção se comparada a outras
atividades agrícolas .
A floricultura no Ceará apresentou nos últimos dez anos crescimento no volume
das exportações de flores e de produtos da floricultura, oferecendo emprego e renda no
campo. A questão é saber se esse setor é auto-sustentável e competitivo ao ponto de se manter
crescendo, ofertando emprego e renda no campo, diminuindo o êxodo rural, ou se o seu
crescimento foi um fato decorrente, em especial, da intervenção do Estado e fortalecimento de
políticas de desenvolvimento do setor agrícola. Para medir a sustentabilidade do setor, trazem-
se à discussão alguns pontos: as tecnologias utilizadas na produção apresentam-se
ecologicamente corretas? Qual a procedência do capital? É financeiramente eficiente? Como
estão organizados os pequenos produtores do maciço de Baturité? Qual é o papel do Governo
no crescimento do setor, visto que no mundo globalizado a livre comercialização não permite
a intervenção do Estado na economia? Qual é a estrutura de governança mais adequada para
os pequenos produtores de flores do maciço de Baturité? Os resultados encontram-se no
capítulo quatro.
1.3 Objetivos
Nesse item, apresentamos os objetivos, a hipótese básica e a estrutura do trabalho.
1.3.1 Objetivo geral
Analisar a produção de flores no maciço de Baturité-CE.
1.3.2 Objetivos específicos
Identificar as características dos produtores de flores do maciço de Baturité,
considerando os seguintes aspectos: conhecimento adquirido, principais incertezas, condições
de ocupação da terra e procedência do capital empregado na produção;
verificar a competitividade potencial do setor;
mensurar indicadores que permitem avaliar o desempenho financeiro dos
produtores; e
determinar a estrutura de governança do setor.
1.3.3 Hipótese
A produção de flores no maciço de Baturité-CE é financeiramente eficiente e
competitiva.
1.3.4 Estrutura do trabalho
Além desta introdução e do delineamento dos objetivos, o presente ensaio traz
outros quatro capítulos. O segundo apresenta o embasamento teórico sobre o assunto
proposto. Inicialmente, relacionam-se os fundamentos teóricos sobre tecnologia e
competitividade, destacando-se o Diamante de Porter e a Economia Institucional.
O terceiro focaliza a metodologia utilizada na elaboração do experimento.
Fazemos inicialmente uma apresentação do tipo de pesquisa e do método de análise. Em
seguida, apresentamos os determinantes e seus fatores, a análise da rentabilidade financeira da
floricultura, mostrando as variáveis de custo de produção e as receitas. Logo, após mostramos
os indicadores de rentabilidade e em seguida verificamos as variáveis utilizadas para medir a
competitividade.
O quarto segmento apresenta os resultados e discussões obtidas no estudo. Por fim,
o quinto capítulo contém as principais conclusões obtidas a partir da análise dos dados aqui
explorados.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo apresenta o embasamento teórico sobre o assunto proposto.
Inicialmente, relacionamos os principais conceitos de tecnologia e de competitividade,
mostrando ainda a base teórica do Diamante de Porter, usado para medir a competitividade
potencial do setor, e a teoria da Economia Institucional, empregada para medir os custos de
transações, definindo a estrutura de governança da produção de flores do maciço de Baturité .
2.1 Aspectos conceituais de tecnologia
Para Dosi (1984), tecnologia é o conjunto de conhecimento, tanto diretamente
prático quanto teórico, know-how, métodos, procedimentos e experiência de sucessos e
fracassos e também dispositivos e equipamentos físicos. Os dispositivos físicos corporificam
os avanços no desenvolvimento de uma tecnologia em uma determinada atividade de solução
de problemas. Ao mesmo tempo, uma parte descorporificada da tecnologia consiste de
especialização específica, experiências em tentativas e em soluções tecnológicas anteriores,
juntamente com o conhecimento e os avanços do estado da arte. Tecnologia, nesta visão,
inclui a percepção de um conjunto limitado de opções possíveis e de futuros
desenvolvimentos potencialmente factíveis.
Segundo Rosenthal (1993), as definições para o termo tecnologia são quase tão
numerosas quanto os autores que tratam deste tema. Algumas delas são bastante restritivas,
associando a tecnologia diretamente as suas expressões materiais, como Dahlman; Westphal
(1982), para quem tecnologia é um conjunto de processos físicos que transforma inputs em
outputs, juntamente com os arranjos sociais que estruturam as atividades envolvidas na
execução dessas transformações, isto é, modos organizacionais e métodos de procedimentos.
Em muitos outros casos, contudo, as definições tendem a enfatizar o aspecto do
conhecimento, aplicado ou aplicável à produção de coisas úteis, à solução de problemas ou,
ainda, em um sentido mais abrangente, a todas as formas de interação do ser humano com seu
ambiente material e social.
Para Rosenthal (op. cit.), tecnologia é essencialmente conhecimento, ou mais
especificamente, conhecimento útil, no sentido de ser aplicado às atividades humanas –
especificamente, ainda que não exclusivamente àquelas ligadas aos processos de produção,
distribuição e utilização de bens e serviços - e de contribuir para elevação quantitativa e/ou
qualitativa dos resultados de tais atividades e processos. O conhecimento tecnológico abrange,
em grande medida, conhecimentos científicos – mas inclui também importante parcela de
conhecimentos empíricos e práticos, que só podem ser adquiridos mediante próprio exercício
da atividade à qual uma tecnologia específica diz respeito. Ainda, para esse autor, fala-se em
tecnologia como sendo apenas processos de fabricação ou produção, em seu sentido mais
restrito. A importância de todos os demais processos, gerenciais e de suporte, no entanto,
englobados no funcionamento de uma empresa, tais como aquisição de insumos,
administração de recursos humanos e dos sistemas de informações, marketing, assistência e
serviços pós-vendas, especificamente, da organização e administração da empresa como um
todo, leva ao reconhecimento cada vez mais generalizado de que os conhecimentos aplicados
a todos esses processos constituem componentes essenciais da tecnologia utilizada por, ou
disponível a, qualquer empresa.
Segundo Rogers (1983), inovação tecnológica é qualquer idéia ou prática até então
desconhecida do indivíduo, que tenha por meta principal diminuir os riscos e incertezas
envolvidas em um processo. Ainda de acordo com esse autor, há cinco estádios percorridos
pela inovação tecnológica antes de ser adotada pela agricultura: o conhecimento, a convicção,
a decisão, a implantação e a confirmação. Estes estádios não precisam ser seguidos pelos
produtores. É apenas uma forma didática de descrever a seqüência, desde que o indivíduo
entre em contato com a inovação tecnológica, até sua adoção definitiva, que envolve tempo.
Já para Caldas (2000), na medida em que se produzem mais produtos, processos e
serviços, inovam-se os existentes e criam-se bases para promover a competitividade. Portanto,
a inovação envolve conexões, interações e influências de muitos e variados graus, incluindo
relacionamento entre empresas e empresas, entre empresas e centros de pesquisas e entre
empresas e governo.
Um dos principais problemas da moderna economia dos países em
desenvolvimento é a transformação da sua agricultura tradicional, pouco produtiva, em um
setor moderno da economia. Segundo Santos (1977), a elevação da produtividade é de suma
importância e pode ser resolvida mediante a geração de tecnologias. Daí a grande relevância
do papel do ambiente tecnológico no desenvolvimento das economias, constituindo em
estratégia para superar e manter posições no mercado. Isso é possível se for feito com base em
inovações tecnológicas referentes ao produto, ao processo produtivo e à gestão, ou seja, há
uma relação positiva e direta entre inovações tecnológicas e competitividade, uma vez que a
primeira possui grande influência sobre a segunda, embora seja muito difícil avaliar como as
inovações tecnológicas determinam a competitividade.
Em síntese, tem-se que estas teorias são importantes para a definição de tecnologia
como sendo o conjunto de conhecimento, métodos, procedimentos e experiência de sucessos e
fracassos e também dispositivos e equipamentos físicos utilizados na produção de flores.
2.2 Aspectos conceituais de competitividade
Segundo a Comisión Económica para América Latina e el Caribe - CEPAL
(1995), competitividade representa a habilidade de empresas, indústrias, regiões ou áreas
geográficas gerarem níveis relativamente altos de renda e emprego de fatores, em bases
sustentáveis. Para Haguenauer (1989), competitividade é definida como a capacidade de uma
empresa “formular e implementar estratégias concorrenciais que lhe permitam ampliar ou
conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado”. A competitividade
depende, assim, da adequação das estratégias das empresas em relação aos padrões
concorrenciais do mercado específico.
Segundo Ahearn (1990), não há uma teoria geral da competitividade porque este
não é termo estritamente econômico, no entanto, no conceito econômico de comércio, a
vantagem comparativa, é um elemento-chave de competitividade. Um país tem vantagem
comparativa na produção de uma commodity agrícola particular se tiver o maior retorno por
unidade de recurso fixo. As implicações comparativas são que cada país deveria produzir
aquele commodities para as quais tem oferta relativamente abundante de fatores fixos, tais
como terra e trabalho.
Segundo Possas; Carvalho (1994), na Teoria do Comércio Internacional, a idéia de
competitividade internacional está intimamente interligada ao conceito de vantagens
comparativas, sendo usadas como termos equivalentes. A noção de competitividade
internacional está, então, limitada aos preços e custos, enquanto que a Teoria do Comércio
Internacional se baseia nas seguintes hipóteses: concorrência perfeita; retornos marginais
decrescentes; preços determinados pela oferta e demanda; e igualdade das funções de
produção para cada produto.
Dessa forma, os custos e os preços poderiam ser tomados como indicadores da
competitividade, já que seriam determinados pela dotação de fatores – Modelo de Hecksher-
Olin. Segundo estes modelos, os países, geralmente, tendem a exportar produtos que utilizam
intensivamente o fator de produção que se encontram relativamente mais abundantes no País,
e importam a mercadoria que utiliza intensivamente o fator de produção menos abundante no
País. Assim um país com oferta abundante de mão-de-obra em relação ao capital produzirá,
preferencialmente, bens que utilizem em sua produção relativamente mais mão-de-obra e
também deverá exportá-los.
Segundo Kume (1998), os principais indicadores de eficiência relacionados a
preços e/ou custos de produção e à eficiência na utilização dos recursos são os seguintes:
relação câmbio/salário; taxa de câmbio real e efetiva, e variabilidade da taxa; custo unitário
relativo da mão-de-obra; participação dos salários no valor da produção; e produtividade da
mão-de-obra.
O conceito de competitividade tem como plataforma original o incremento da
eficiência, do ponto de vista econômico. Nos últimos anos, é um dos temas de maior
relevância no debate acadêmico e empresarial, inclusive nas prioridades da política
econômica, tanto nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento. As
importantes transformações das décadas de 1980 e 1990 ampliaram, em todos os centros
especializados, a noção de competitividade.
A maioria dos especialistas considera a competitividade como um fenômeno
diretamente ligado às características apresentadas por uma firma ou por um produto,
características estas relacionadas ao desempenho no mercado ou à eficiência técnica dos
processos produtivos adotados pela empresa. Segundo parecer de Coutinho; Ferraz (1994),
esse conceito é limitado, visto que estuda a competitividade de maneira estática, já que analisa
o comportamento dos indicadores no tempo passado.
Para Araújo; Campos (1994), existem duas formas de abordagem para se fazer
uma análise de competitividade: a primeira é a abordagem ex-post, que avalia a atual posição
de competitividade de determinado setor produtivo de um país a partir de sua posição nos
mercados interno e externo; a segunda é a análise ex-ante, referente à capacidade competitiva,
no longo prazo.
A literatura dispõe de uma gama de trabalhos que versam sobre o conceito de
desempenho ou competitividade revelada (ex-post). Inúmeros, também, são os indicadores
que medem tal competitividade. Para Haguenauer (1989), o principal indicador de
competitividade revelada, segundo esta óptica de entendimento, está ligado à participação de
um produto ou empresa em um determinado mercado (modelo Constant Market Share).
Segundo esta visão, o mercado está, de alguma forma, sancionando as decisões estratégicas
tomadas pelos agentes. A participação das exportações de um dado setor no mercado
internacional pertinente é um indicador adequado de competitividade internacional.
Segundo Balassa (1965), a vantagem competitiva de um determinado segmento se
revela pela maior proporção no mercado de exportação e, inversamente, a desvantagem
competitiva por ter relativamente menor participação neste mercado. Esta técnica compara a
proporção alcançada por um setor nas exportações mundiais de um particular produto com a
proporção média de exportações de todos os setores de uma economia. Portanto, se a
proporção obtida por um setor é superior à proporção média, então o setor é considerado
competitivo. Assim, quanto mais elevado o índice, maior o desempenho competitivo relativo.
Cabral (2003) utilizou o indicador Vantagem Comparativa Revelada (VCR) para analisar a
evolução da competitividade do agronegócio brasileiro da amêndoa da castanha-de-caju no
mercado internacional, de 1980 a 2001. Gasques; Conceição (2001) estimaram um conjunto
de indicadores de competitividade de comércio exterior da produção agropecuária brasileira,
no período de 1990 a 2001 dentre eles, o indicador de Vantagem Comparativa Revelada
(VCR) e de Desempenho (DES). Silva (2001) analisou vários indicadores de Posição
Relativa (POS), de Vantagens Comparativas Reveladas (VCR) e de Desempenho (DES) dos
produtos agrícolas e agroindustriais brasileiros no mercado internacional, no período de 1996
a 1998.
A principal limitação do VCR é por mensurar apenas o sucesso relativo em
exportações. Além do mais, dificulta comparações entre países com diferentes pesos na
economia mundial. A VCR também apresenta, no entanto, grandes vantagens, sendo a
principal o fato de só requerer para o seu cálculo estatística de comércio internacional,
amplamente disponível em níveis bastante elevados de desagregação; e é útil pelo fato de,
podendo ser calculado anualmente, permite a avaliação da evolução em competitividade do
setor analisado. Dentro de uma visão sistêmica, porém, a competitividade de uma dada cadeia
de produção não pode ser vista como a simples soma das competitividades individuais dos
seus agentes. Ações de coordenação devem ser consideradas na análise. Desta forma, a
segunda faceta das análises em termos de competitividade, vista sob a óptica da eficiência ou
da competitividade potencial (ex-ante), mostra-se mais adequada, pois reconhece os ganhos
potenciais de uma coordenação eficiente; ou seja, o impacto conjunto dos fatores críticos
revelados no processo de investigação teria como resultante, para um dado espaço de análise,
certa condição de eficiência competitiva.
Sob este prisma, um dos principais arcabouços teóricos emana do conhecido
Diamante de Porter, proposto por Porter, em seu livro A Vantagem Competitiva das Nações
(1999). O modelo é utilizado em vários estudos, e demonstra ser uma ferramenta eficaz para a
análise qualitativa da competitividade de um país, de uma região ou de uma indústria.
Resumindo, temos que, para análise da competitividade potencial, utilizamos a
definição do Diamante de Porter por dar ênfase à dinâmica do processo de concorrência e pelo
fato de a competitividade ser vista como característica estrutural. A eficiência competitiva é
condicionada por amplo conjunto de variáveis divididas em seis determinantes. Os detalhes
dessa proposta são descritos na próxima seção.
2.3 Diamante de Porter
Segundo Veloso (2001), o Modelo de Diamante de Porter, Fig. 1, o marco do qual
se originam as vantagens competitivas consta de quatro determinantes (atributos)
fundamentais:
I) Fatores de Produção (D1) - insumos necessários à produção, que podem ser
agrupados em várias categorias amplas: recursos humanos, quantidade, capacidade e custo de
pessoal; recursos físicos, abundância, qualidade, acessibilidade, custo da terra, água, fontes de
energia elétrica, condições climáticas, localização e tamanho geográfico; recursos de
conhecimento, estoque de conhecimento científico e técnico; infra-estrutura, tipo, qualidade e
valor de uso da infra-estrutura; recursos de capital; e custo do capital disponível para o
financiamento da indústria. A forma e as condições em que esses fatores são adquiridos pelas
empresas vão determinar, em grande parte, a competitividade da indústria.
II) Condições de Demanda (D2) – três atributos da demanda são significativos: a
composição da demanda, o tamanho da demanda e o padrão de crescimento.
III) Indústrias Correlatas e de Apoio (D3) – são as indústrias fornecedoras de
máquinas e equipamentos e é necessário que estas sejam competitivas no plano internacional.
Neste caso, apresentam vantagens, como acesso eficiente, precoce, rápido e, por vezes,
preferencial à maioria dos insumos economicamente rentáveis, e recebem maior ajuda no que
diz respeito à inovação e ao aperfeiçoamento (fornecedores competitivos ajudam as empresas
a ver novos métodos e oportunidades);
IV) Estrutura, Estratégia e Rivalidade das Empresas (D4) - é o contexto no qual as
firmas são criadas, organizadas e dirigidas, bem como a natureza da rivalidade interna.
As estratégias de crescimento são estratagemas que a empresa utiliza para se
manter e crescer no mercado onde atua. Algumas das estratégias de crescimento são
tipicamente ações que visam a alterar a estrutura dos mercados, permitindo melhor posição na
concorrência junto as suas rivais.
Dentre as várias estratégias de crescimento, podemos citar a diversificação
definida como a expansão do leque de bens ou serviços oferecidos pela empresa. A
diversificação pode ser classificada da seguinte maneira:
a) Integração Vertical - Diversificação Vertical
Trata-se da produção em etapas anteriores e/ou posteriores da cadeia produtiva. Ao
integrar-se verticalmente, uma empresa adquire maior controle da cadeia produtiva, o que lhe
permite a adoção de ações voltadas à redução de custos e de ação estratégica contra rivais, ou
ainda, de ações que visem à exploração do mercado de consumo do produto final. Há dois
motivos para uma empresa estabelecer uma integração vertical: elevação de barreiras à
entrada e o estrangulamento da oferta de insumos (ou acesso a canais de distribuição) para
rivais.
b) Diversificação Horizontal
A empresa passa a produzir bens destinados ao mesmo público-alvo, utilizando
tecnologias e recursos produtivos distintos.
c) Diversificação Concêntrica
Consiste na diversificação de negócios em que a empresa aproveita a mesma
tecnologia e/ou força de venda.
d) Diversificação de Conglomerados
É a diversificação em setores absolutamente estranhos à atuação da empresa, isto
é, tecnologias e públicos-alvos distintos, ou seja, consiste na diversificação de negócios em
que a empresa não aproveita a mesma tecnologia ou força de venda.
e) Diferenciação
É diferenciar o produto ou serviço pela empresa, adotando algo que seja diferente
de todos os outros produtos existentes no mercado. Pode ser por criação e divulgação de uma
marca, certificação do produto, tecnologia, serviços sob encomenda, atributos de qualidade e
outros. Um dos exemplos de diferenciação são os produtos orgânicos produzidos sem a
utilização de produtos químicos.
Estratégia,
Estrutura e
Rivalidade das
Empresas
(
D4
)
Condições de
Demanda (D2)
Condições de
Fatores (D1)
Indústrias
Correlatas e de
A
p
oio
(
D3
)
Figura 1 – Diamante nacional de competitividade
Fonte: Porter, 1992
Porter propõe mais dois atributos auxiliares, completando o marco da análise.
V) O Papel do Governo (D5) – a atuação do governo, via políticas, pode melhorar
ou piorar a vantagem, embora seu papel seja facilitar a obtenção da vantagem competitiva
pelas empresas; e
VI) Papel do Acaso (D6) – constitui-se, em geral, de fatores que estão fora do
alcance da empresa, como descobertas tecnológicas, guerra e fatores aleatórios fora do
controle da empresa.
Resumindo, segundo Porter (1999), existem seis determinantes para medir a
competitividade de um setor. Neste trabalho, no entanto, empregamos somente os cinco
primeiros determinantes, por consideramos o sexto como um fator aleatório e de medição
difícil.
2.4 Economia institucional
Segundo Coase (1991, citado por Costa 2002, p. 14), os custos de transação podem
ser divididos em custos de coleta de informações e custos de negociação e estabelecimento de
um contrato. Enquanto isso, para Furubotn; Richter (1997, citados por Farina, 1997, p. 54) os
custos de transação, “são todos os custos que são necessários para se colocar o mecanismo
econômico e social em funcionamento”, ou seja, não se pode confundir o custo de transação
com o custo de produção, pois o primeiro não está diretamente relacionado à produção, diz
respeito às despesas efetuadas pela firma, visando a resolver os problemas de coordenação de
suas ações, os quais surgem a partir das relações que estabelece com os demais agentes. O
segundo diz respeito aos gastos com a aquisição de matéria-prima, mão-de-obra etc
.
Cheung (1990, citado por Costa 2002, p.15), define os custos de transação como os
custos de elaboração e negociação dos contratos; de mensuração e fiscalização de direitos de
propriedade; de monitoramento de desempenho; e de organização das atividades.
O enfoque da Nova Economia Institucional, também denominada Economia dos
Custos de Transação, da forma desenvolvida por Williamson (1991), seguindo a teoria
iniciada por Coase (1991), permite uma linha de raciocínio adequada para compreender a
coordenação como um elemento-chave da competitividade. Ressalta a importância dos
aspectos institucionais da produção e critica a Teoria Econômica Neoclássica, que estuda os
modos de coordenação somente via preço. Então, o enfoque da Nova Economia Institucional
permite que os tipos das características das transações e dos contratos realizados pelas
agroindústrias sejam observados e analisados da forma a seguir delineada.
I) Especificidade dos ativos - medida em função dos seus diferentes tipos -
especificidade relacionada com local, com ativos físicos, ativos humanos, ativos dedicados, a
marca, e o tempo - de modo que, quanto maior for a especificidade, maior será o custo de
transação.
Segundo, Williamson (1991, citado por Costa 2002, p.22), identificou seis tipos de
ativos específicos, conforme a seguir.
i) Especificidade de localização que diz respeito à proximidade de firmas
pertencentes a uma mesma cadeia produtiva, o que possibilita economizar custos de
transportes e armazenagem, garantindo retornos específicos a essas unidades produtivas;
ii) especificidade de ativos físicos;
iii) especificidade de ativos humanos, ou seja, de capital humano específico a uma
determinada firma;
iii) ativos dedicados referem-se a um montante de investimentos cujo retorno
depende de uma determinada transação realizada com agente particular e, portanto, torna-se
relevante individualmente;
iv) especificidade de marca refere-se ao capital nem físico nem humano que se
materializa na marca de uma empresa Este tipo de especificidade é particularmente relevante
no mundo das franquias;
v) especificidade temporal ocorre quando o valor de uma transação depende,
sobretudo, do tempo em que ela se processa, por exemplo, na negociação de produtos
perecíveis.
II) Freqüência - medida pelo número de vezes que as transações ocorrem.
III) Risco e incerteza - são identificados por meio da presença, ou não, de
mecanismos de salvaguarda e qualificados de acordo com o tipo. Estão associados ao
reconhecimento de que as informações relevantes para elaboração dos contratos são
incompletas e assimétricas. Essa impossibilidade de previsão de eventos que possam afetar
as transações não permite que se elaborem cláusulas contratuais que redistribuam os
resultados dos impactos externos. Essa característica está ligada à racionalidade limitada dos
agentes envolvidos na transação, pois os agentes que realizam os contratos se resguardam dos
distúrbios inesperados, fazendo salvaguardas contratuais ou monitorando o cumprimento do
contrato.
IV) Arbitragem pública e privada: identificada pela existência de alguma
interferência pública ou privada nas transações ou nos contratos.
A relação mais importante a ser identificada é a determinação da Estrutura de
Governança como decorrência dos atributos das transações, condicionadas pelos elementos
institucionais, organizacionais, tecnológicos, competitivos e estratégicos. Somados aos
ambientes e às estratégias utilizadas pelos agentes, forma-se a estrutura de governança, onde a
cadeia se apóia. Portanto, a estrutura de governança é a capacidade de sobrevivência e
crescimento nos mercados, sendo resultado das estratégias competitivas adotadas pelas
empresas e seu sucesso dependerá de sua capacidade de coordenação. As estratégias e a
competitividade dependem do ambiente institucional, do locus organizacional e do situ
tecnológico.
Segundo Farina (1994), o ambiente organizacional de um sistema agroindustrial é
composto por organizações, cooperativas, sindicatos, institutos de pesquisa e políticas
setoriais e privadas. O ambiente institucional é constituído por um sistema legal, tradições e
costumes, sistema político, regulamentações, políticas macroeconômicas e governamentais.
Um sistema jurídico eficiente resulta na redução dos custos de transação. E o ambiente
tecnológico difundido entre as indústrias afeta os atributos das transações e, assim, seus
custos. A pesquisa e a assistência técnica estão embutidas na gestão tecnológica e no ensino.
A capacitação, em conjunto com a pesquisa e a extensão constituem o tripé da gestão
tecnológica.
Resumindo, as teorias apresentadas neste capítulo são importantes para o alcance
dos objetivos do trabalho, pois o sistema acerca da tecnologia serviu para a identificação das
variáveis tecnológicas; a teoria sobre competitividade potencial baseou-se no modelo de
Diamante de Porter, bem como nos seus determinantes; e o sistema da Economia Institucional
foi empregado para analisar a estrutura de governança adotada pelos produtores.
3 METODOLOGIA
Neste segmento, introduzimos a metodologia empregada no trabalho, com a
finalidade de verificar a competitividade e eficiência financeira da produção de flores do
maciço do Batirité-CE.
3.1 Área de estudo e origem dos dados
A pesquisa foi realizada na região do maciço de Baturité, Estado do Ceará-Brasil.
Os dados foram coletados no primeiro semestre de 2006 junto a dez produtores de
flores no maciço de Baturité. Para a realização da pesquisa, foram utilizadas as seguintes
técnicas de pesquisa e instrumentos de coleta de dados:
a) pesquisas bibliográficas - com o objetivo de aprofundar os conhecimentos
teóricos sobre competitividade, acerca da Teoria Econômica dos Custos e a respeito da
produção e comercialização de flores;
b) pesquisa documental - realizada para fazer um levantamento de informações e
dados estatísticos acerca do tema proposto, isto é, como forma de obtenção de dados
secundários necessários para a efetivação da pesquisa;
c) pesquisa de campo - aplicação de questionários junto aos produtores de flores.
A princípio, a pesquisa seria feita para todo o Ceará, porém a dispersão espacial e
a falta de informações iniciais impossibilitaram o desenvolvimento do trabalho. Graças à
cooperação dos produtores do maciço de Baturité, porém, a busca foi realizada.
3.2 Métodos de análise
Na análise dos dados, optamos pelos métodos de análise tabular descritiva e
análise gráfica, a partir dos determinantes de Porter e de alguns indicadores de rentabilidade.
3.2.1 Caracterização dos produtores
Este procedimento visa a identificar e descrever as principais características
pessoais, socioeconômicas e gerenciais dos produtores. As variáveis estudadas são:
conhecimento adquirido, principais incertezas, condições de ocupação da terra e procedência
do capital da produção.
Para rápida demonstração das variáveis, apresentamos o Quadro 1, que resume as
variáveis usadas na determinação das características dos produtores de flores do maciço de
Baturité-CE:
Variáveis Freqüência
Conhecimento Adquirido
Cursos
Experiência Própria e Cursos
m
2
m
Principais Incertezas
Informações de Mercado
Riscos: Perda da Produção
Informações de Mercado/Perecibilidade
Informações de Mercado/Riscos/Perecibilidade
Nenhum
m
m
m
m
m
Condições de Ocupação da Terra
Proprietário
Arredada
m
m
Procedência do Capital da Produção
Capital Próprio
Crédito Rural
m
m
QUADRO 1 – Características dos produtores de flores do maciço de Baturité-CE
Fonte: dados da pesquisa
3.2.2 Competitividade potencial: diamante de Porter – determinantes e seus fatores
O maior desafio metodológico diz respeito à mensuração da competitividade, seus
determinantes e a proposta de melhorias. Para superar esse desafio, a pesquisa associa o
Diamante de Porter com a metodologia desenvolvida por Silva; Batalha (1999). Conforme
observado por esses autores, deve ser ressaltado que, a rigor, a utilização de escalas como a
que será utilizada neste diagnóstico permite, tão-somente, o ordenamento e classificação
relativa da intensidade dos fatores analisados, não sendo totalmente apropriado o tratamento
quantitativo dos valores atribuídos. Conforme observa Singleton (1993), no entanto, é prática
ordinária nas ciências sociais a suposição de que medidas ordinais, como a aqui adotada, são
aproximações de intervalos iguais de medição. Aceitando essa premissa, podemos, então,
tratá-las quantitativamente. Exemplos de estudos que utilizam combinações quantitativas de
valores ordinais são freqüentes nas áreas de localização industrial e análises de impactos
2
m = número total de produtores que utilizam o fator X
j
.
ambientais. Metodologia semelhante foi utilizada por Silva (1998), em estudo sobre
condicionantes críticos ao desenvolvimento de pólos agroindustriais.
A primeira etapa do processo consistiu na caracterização e análise da produção de
flores do maciço de Baturité-CE. Inicialmente, procedemos a ampla identificação e análise de
estudos prévios e informações disponíveis em fonte secundária, que permitiu a elaboração das
variáveis relacionadas a cada determinante. Este documento serviu de base para a
identificação de necessidades adicionais de informação, as quais foram obtidas mediante o
emprego de entrevistas diretas com os produtores.
Este trabalho inicial permitiu que, na segunda etapa, fossem selecionados os
principais fatores críticos que afetam a eficiência da produção de flores.
Como os determinantes envolvem ampla variedade de fatores e subfatores e cada
um contribui para o efeito agregado dos determinantes, foi estabelecida uma escala variando
de “muito favorável”, quando há significativa contribuição positiva do fator, a “muito
desfavorável”, no caso da existência de entraves, ou mesmo impedimentos no alcance ou
sustentação da competitividade. Como valores intermediários, foram propostas as categorias
“favoráveis”, “neutro” e “desfavorável”. A escala é então transformada em valores que
variam progressivamente em intervalos unitários, de –2, para uma avaliação “muito
desfavorável”, a +2, para “muito favorável”. Deste modo, os resultados da avaliação foram
visualizados em tabelas e gráficos.
A escolha da escala para cada fator ou subfator foi definida mediante análise das
entrevistas com produtores e especialistas na área, cursos e palestras sobre o setor de flores,
bem como o estado da arte, da atividade.
O determinante papel do acaso diz respeito às ocorrências fortuitas e aleatórias,
não mensuráveis, que se relacionam com as circunstâncias e estão fora do controle das firmas
e do governo. Como exemplo, temos os atos de pura invenção, as guerras e catástrofes
ambientais.
COMPETITIVIDADE = + acaso
=
5
1i
Di
Sendo que:
=
5
1i
Di
= +
=
24
1j
PjEj
=
24
1j
QjFj
Onde:
Di = determinantes, i = (1, ..., 5).
Acaso = D6.
P
j
= proporção do número total de produtores que utilizam a variável X
j
. Foram consideradas
24 variáveis, portanto, j = (1, 2, 3, ..., 24).
Q
j
= proporção do número total de produtores que não utilizam a variável X
j
.
P
j
+ Q
j
= 1.
E
j
e F
j
= escalas (-2, -1, 0, +1, +2).
E
j
+ F
j
= 0, ou seja, E
j
= -F
j.
Para o cálculo do P
j
, foi utilizada uma proporção simples:
P
j
= m/n
Onde:
n = número total dos produtores pesquisados, onde n = 10.
m = número total de produtores que utilizam o fator X
j
.
z = número total de produtores que não utilizam o fator X
j
.
Portanto: m + z = n = 10
Considerando que o Ceará não tem geadas, tufões, ventos fortes, como ocorre em
outros países, e conta com uma imunidade maior às pragas, e por se tratar de uma cultura
recente, para simplificar a análise, consideramos o papel do acaso irrelevante, ou seja, acaso =
0.
Daí, matematicamente tem-se:
COMPETITIVIDADE =
=
5
1i
Di
Isso posto, a ordenação dos resultados serviu para nortear o nível de
competitividade para a produção de flores, como se segue:
-48 Sem
competitividade
0 Nível crescente de
competitividade
+48
A seguir serão introduzidas as principais variáveis, que são os fatores e subfatores
dos determinantes utilizados na análise da competitividade potencial.
I) Fatores de Produção (D1)
A definição de tecnologia, consoante empregada nesta seção, é o conjunto de
conhecimento, tanto diretamente prático quanto teórico, know-how, métodos, procedimentos e
experiência de sucessos e fracassos e também dispositivos e equipamentos físicos (DOSI,
1984).
As variáveis do nível de desenvolvimento tecnológico, referentes aos fatores
físicos e humanos foram desenvolvidas com respeito no trabalho de Lamas (2001, citado por
Oliveira Junior 2003, p. 21) e encontram-se relacionados no Quadro 2.
Variáveis Utiliza Não Utiliza
i) Tecnologias do Uso do solo
X
1
– Método de Irrigação: Gotejamento m z
X
2
– Técnica de Conservação do Solo m z
X
3
– Técnicas de Preparo do Solo: Manual m z
ii) Tecnologias de Adubação
X
4
– Análise do Solo m z
X
5
– Análise de Água m z
X
6
– Adubo Orgânico m z
iii) Tecnologias de Cuidados Fitossanitários
X
7
– Controle de Doenças e Pragas m z
X
8
– Produtos Orgânicos m z
iv) Tecnologias da Gestão
X
9
– Programas de Treinamento de Funcionários m z
X
10
– Controle de Qualidade m z
X
11
– Eficiência Gerencial da Mão-de-Obra m z
X
12
– Estudo de Mercado m z
v) Tecnologias de Colheita e Pós-Colheita
X
13
– Processo de Colheita: Manual m z
X
14
– Acondicionamento m z
vi) Escolaridade da Mão-de-Obra mais Utilizada na
Produção
X
15
– Mão-de-obra com 1
º
ou 2
º
grau m z
vii) Procedência do Capital
X
16
– Procedência do Capital: Próprio m z
QUADRO 2 – Variáveis de tecnologias aplicadas na floricultura do maciço de Baturité(D1)
Fonte: dados da pesquisa
Portanto, para análise dos fatores de produção (D1), analisamos 16 variáveis.
II) Condição de Demanda (D2)
A variável explicativa relacionada ao tamanho do mercado escolhida foi o mercado
de destino local por ser a mais usada pelos produtores, sendo apresentada no Quadro 3.
Variável Utiliza Não Utiliza
X
17
– Mercado de Destino: Local m z
QUADRO 3 - Variável relacionada à condição de demanda da floricultura do maciço de
Baturité (D2)
Fonte: dados da pesquisa
III) Indústrias Correlatas e de Apoio (D3)
As variáveis explicativas relacionadas a indústrias correlatas e de apoio escolhidas
foram duas: dispersão espacial, que retrata a localização dos fornecedores de insumos e
equipamentos. E, por último, a existência de cooperação entre fornecedores e produtores para
produção das flores no maciço de Baturité.
Variáveis Utiliza Não Utiliza
X
18
– Dispersão Espacial m z
X
19
– Cooperação entre Fornecedores e Produtores m z
QUADRO 4 - Variáveis relativas às indústrias correlatas e de apoio da floricultura do maciço
de Baturité (D3)
Fonte: dados da pesquisa
IV) Estrutura, Estratégia e Rivalidade das Empresas (D4)
As variáveis explicativas relacionadas à estrutura e estratégias das empresas são
apresentadas no Quadro 5.
Variáveis Utiliza Não Utiliza
X
20
– Estratégias de Crescimento m z
Ambiente Organizacional
X
21
– Grupo m z
X
22
– Compra e venda conjunta m z
QUADRO 5 - Variáveis relativas à estrutura, estratégia e rivalidade da floricultura do maciço
de Baturité (D4)
Fonte: dados da pesquisa
V) Papel do Governo (D5)
As variáveis explicativas relacionadas ao Papel do Governo são exibidas no
Quadro 6.
Variáveis Utiliza Não Utiliza
X
23
– Crédito Rural m z
X
24
– Assistência Técnica m z
QUADRO 6 - Variáveis relativas ao papel do governo na floricultura no maciço de Baturité
(D5)
Fonte: dados da pesquisa
Resumindo, mostramos o Quadro 7, baseado na metodologia utilizada no trabalho,
que exibe os resultados dos valores da competitividade que cada determinante pode obter a
partir do número total das variáveis escolhidas. Para a análise da competitividade, escolhemos
24 variáveis (fatores e subfatores), sendo que o determinante D1 possui 16 fatores, o D2
apresenta 1 fator, os determinantes D3 e D5 possuem 2 fatores cada um e o D4 têm 3 fatores.
Como exemplo da competitividade, podemos mecionar o D2. Se no final da
análise o resultado for –2, significa dizer que o D2 é muito desfavorável à competitividade; se
for -1 é desfavorável; se for 0 é neutro; se for +1 é apenas favorável e se for +2 é muito
favorável à competitividade.
Escala D1
16
fatores
D2
1 fator
D3
2
fatores
D4
3
fatores
D5
2
fatores
Competitividade
Final
Resultado
-2 -32 -2 -4 -6 -4 -48 Muito
desfavorável
-1 -16 -1 -2 -3 -2 -24 Desfavorável
0 0 0 0 0 0 0 Neutro
+1 +16 +1 +2 +3 +2 +24 Favorável
+2 +32 +2 +4 +6 +4 +48 Muito favorável
QUADRO 7 – Competitividade final e resultado dos determinantes
Fonte: dados da pesquisa
O próximo item apresenta a metodologia utilizada na análise da rentabilidade da
floricultura do maciço de Baturité-CE.
3.3 Análise da rentabilidade financeira
Esta análise foi feita a partir da determinação dos custos e receitas da produção de
cinco produtos pesquisados, para uma área de 200m
2
. A determinação dos custos e dos
indicadores de rentabilidade utilizados nesta pesquisa tem por base os conceitos utilizados por
Martins (1998)
3.3.1 Caracterização dos custos de produção
O custo total de produção é formado pelo custo operacional total, que inclui o
custo operacional efetivo e outros custos fixos (depreciação, manutenção, seguro, encargos
financeiros e outras despesas operacionais). Os custos usados no trabalho foram Custo
Operacional Efetivo (COE) e Custo Operacional Total (COT).
I) Custo Operacional Efetivo (COE)
Segundo Matsunaga (1976, citado por Oliveira Junior 2003, p. 34), custo
operacional é conceituado como despesas efetivamente desembolsadas pelo agricultor mais a
depreciação de máquinas e benfeitorias específicas da atividade, incorporando-se outros
componentes de custo, visando a obter o custo total de produção.
Este custo refere-se ao dispêndio efetivo (desembolso) por unidade de produção.
Ele é constituído pelo somatório das seguintes despesas:
COE = A + B + C
Onde:
A = despesas com operações - é a quantidade dos fatores de produção utilizados por unidade
de produção multiplicada por seus respectivos preços. Empregamos os seguintes itens no
cálculo deste custo: salários, encargos sociais, custos com transportes (combustível e fretes),
embalagens, energia, água, insumos, dentre outros;
B = despesas com operações realizadas por empreita, efetuadas por unidade de produto; e
C = despesas com material consumido.
II) Custo Operacional Total (COT)
O COT é aquele custo que o produtor incorre no curto prazo para produzir e para
repor a sua maquinaria e continuar produzindo. Este custo é constituído pelo seguinte
somatório:
COT = COE + E
Onde:
COE = custo operacional efetivo (R$);
E = outros custos operacionais.
Os outros custos operacionais têm a finalidade de alocar parte das despesas gerais
da empresa agrícola, a fim de se avaliar com maior precisão os custos e retornos dessa
atividade. No cálculo desses custos fixos (sistema de irrigação, sistema elétrico, estufas, e
pulverizadores), consideramos os seguintes itens:
(i) Depreciação
Corresponde ao custo necessário para repor os bens de capital quando tornados
inúteis pelo desgaste físico (depreciação física) ou quando perdem valor com o decorrer dos
anos em razão de inovações técnicas (depreciação econômica ou obsolescência). Foi
calculada pelo método linear, que consiste em dividir o custo inicial do bem pelo número de
anos de sua duração provável (HOFFMANN, 1981).
(ii) Manutenção
Foi considerado um percentual de 10% sobre o valor do capital fixo na atividade.
(iii) Encargos Financeiros
São os juros ou custo de oportunidade e foram estimados em 6% sobre o custo
fixo, no ciclo de produção.
3.3.2. Caracterização das receitas
A Receita Bruta representa o valor monetário obtido com a venda da produção. Foi
calculada de acordo com a produção de flores e com o preço de venda do produto:
RB = Q x Pv
Onde:
RB = receita bruta (R$);
Q = produção das flores;
Pv = preço de vendas das flores (R$).
3.3.3 Indicadores de rentabilidade
I) Margem Bruta em Relação ao Custo Operacional Efetivo - Margem Bruta (COE)
Mostra o percentual de recursos que sobra após o produtor pagar o custo
operacional efetivo (COE), ou seja:
Margem Bruta (COE) = ((RB – COE)/COE) x 100
II) Margem Bruta em Relação ao Custo Operacional Total - Margem Bruta (COT)
Calculada como a anterior, mas, neste caso, em relação ao custo operacional total
(COT), ou seja, mostra a proporção do lucro operacional que sobra após o produtor pagar o
custo operacional total (COT). Logo, temos:
Margem Bruta (COT) = ((RB – COT)/COT) x 100
III) Lucro Operacional (LO)
Esta medida é obtida pela diferença entre a receita bruta e o custo operacional total
(COT). Esse indicador é estimado em valores monetários e em quantidade de produto de
determinada atividade:
LO = RB - COT
Onde:
LO = lucro operacional (R$);
RB = receita bruta (R$);
COT = custo operacional total (R$).
IV) Índice de Lucratividade (IL)
Mostra a eficiência com que os recursos são utilizados. É eficiência do capital
empatado, ou seja, exibe a porcentagem de retorno do investimento na forma de lucro. Foi
obtido mediante a relação entre o lucro operacional e a receita bruta, em percentagem; ou
seja:
IL = (LO/RB) x 100
Onde:
IL = índice de lucratividade (%);
LO = lucro operacional (R$);
RB = receita bruta (R$).
3.3.4 Indicadores de desempenho financeiro
Os indicadores de desempenho financeiro que foram utilizados nesta pesquisa são
os seguintes:
Margem Bruta (COE);
Margem Bruta (COT); e
Índice de Lucratividade.
3.4 Nova economia das instituições
Para analisar o relacionamento entre os agentes, utilizamos o roteiro proposto por
Loader (1995), cuja adaptação está descrita no Quadro 8.
Pressupostos Análise e Observações das Entrevistas
Objeto da Transação Flores
Freqüência Baixa – Média – Alta
Incertezas Baixa – Média – Alta
Especificidade do Ativo Baixa – Média – Alta
Despesas Administrativas Baixa – Média – Alta
Despesas com Tecnologia de Informação Baixa – Média – Alta
Contribuição Institucional Baixa – Média – Alta
Arbitragem A ser analisada (privada/pública)
Estrutura de Governança Esperada Mercado – Contrato – Integração
Estrutura de Governança Atual A ser analisada
QUADRO 8 – Matriz para análise do relacionamento entre os agentes
Fonte: Loader (1995, citados por Longhi; Medeiros, 2003, p.82)
Segundo Longhi e Medeiros (2003), os parâmetros preconizados na Economia dos
Custos de Transação (ECT), temos que:
i) se a especificidade do ativo for alta, a estrutura de coordenação será
improvável, prevalecendo então as estruturas de completa integração vertical e/ou formas
contratuais;
ii) se o oportunismo está presente, regras no relacionamento entre os agentes
devem ser desenhadas (formas contratuais);
iii) se a racionalidade limitada está presente, justificam-se as possibilidades de
quebras contratuais, em decorrência das dificuldades de delinear um contrato com todas as
considerações ex-ante, aumentando as incertezas;
iv) se as transações são freqüentes, é provável que a relação entre os agentes
apresente algum modo regular de estrutura de governança;
v) se as despesas administrativas forem altas, médias e baixas no estabelecimento
das transações, predominarão as formas de maior, intermediária e menor integração das
transações na empresa, respectivamente;
vi) quanto menores as despesas com obtenção de informação sobre as condições
de oferta e demanda por parte dos agentes, maior é a integração vertical;
vii) quanto maior a contribuição institucional, maiores serão a orientação e o
controle sobre os segmentos do sistema de produção e comercialização;
viii) a efetiva ação dos mecanismos de arbitragem da transação contribui para a
coordenação vertical via arranjos contratuais; e
ix) se as transações têm certo grau de incerteza, há necessidade de estabelecer
relacionamentos formalizados.
Concluindo, temos que, para a análise do relacionamento entre os agentes, e,
portanto, da estrutura de governança, usamos a matriz de Loader, seguindo os parâmetros
preconizados na Economia dos Custos de Transação.
3.4.1 Forma de governança
Farina (1997, citado por Costa 2002, p.17), define estrutura de governança como o
conjunto de regras - tais como contratos entre particulares ou normas internas às organizações
- que governa determinada transação. Portanto, a estrutura de governança são mecanismos
utilizados pelos agentes econômicos para regular as transações, com o objetivo de reduzir os
custos de transação, ou seja, os custos de elaboração e negociação de contratos; de
mensuração e fiscalização de direitos de propriedade; de monitoramento do desempenho; de
organização de atividades; e de problemas de adaptação.
A proposição básica adotada por Zylberstajn (1995, citado por Costa 2002, p. 29),
“é de que cada forma de governança, isto é, mercado, integrada ou mista, deve ser suportado
por determinado tipo de contrato”. O mercado é uma organização cujo principal instrumento
de coordenação está nos preços (Lei da Oferta e da Procura). Sendo assim, para os contratos
clássicos, as estruturas regidas pelo mercado mostram-se mais adequadas, enquanto para os
contratos neoclássicos as formas híbridas de domínio são mais aconselháveis; no caso de
contratos relacionais, uma mini-sociedade com regras flexíveis e códigos internos que
permitem maior flexibilidade adaptativa é a estrutura recomendada.
Conforme pode ser observado no Quadro 9, a forma de governança eficiente
emerge da interação das características das transações com os pressupostos comportamentais;
ou seja, a racionalidade limitada e os contratos incompletos tornam impossível a elaboração
de contratos que contenham todas as possibilidades futuras. Associe-se, agora, o
comportamento oportunista e a existência de especificidade de ativos, o que implica que os
agentes podem romper os contratos para apropriar-se do valor dos ativos específicos. Por
exemplo, se tomamos como referencial a especificidade do ativo como sendo baixa e a
incerteza como baixa, segundo o Quadro 9, temos que o ideal é a empresa optar pela estrutura
de governança de mercado. Se caso a especificidade do ativo for média e a incerteza for alta,
tem-se que a estrutura de governança é o contrato ou integração vertical. Se observarmos o
extremo em que a especificidade do ativo é alta e a incerteza também a estrutura de
governança da empresa deve ser a integração vertical. Portanto, a estrutura de governança é a
estratégia que a empresa adota para crescer ou se manter competitiva no mercado em que
atua.
Incerteza
Especificidade
dos Ativos
Baixa Média Alta
Baixa Mercado Mercado Mercado
Média Contrato Contrato ou
Integração Vertical
Contrato ou
Integração Vertical
Alta Contrato Contrato ou
Integração Vertical
Integração Vertical
QUADRO 9 - Alinhamento dos contratos
Fonte: Brickley, Smiuh, Zimmerman (1997), citado por Zylbersztajn, 2000, p. 34.
Em síntese, as principais características pessoais, socioeconômicas e gerenciais
dos produtores estudadas são: conhecimento adquirido, principais incertezas, condições de
ocupação da terra e procedência do capital da produção. Para o cálculo da competitividade
potencial, aplicamos o Diamante de Porter, com cinco determinantes e vinte e quatro
variáveis. A escolha da escala para cada variável (fator ou subfator) foi definida mediante
análise das entrevistas com produtores e especialistas na área, cursos e palestras sobre o setor
de flores, bem como o estado da arte. A análise dos indicadores de rentabilidade financeira
escolhidos foram Margem Bruta (COE), Margem Bruta (COT) e o Índice de Lucratividade. A
forma de governança eficiente emerge da interação das características das transações com os
pressupostos comportamentais.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados aqui apresentados dizem respeito às variáveis utilizadas na busca de
se verificar a competitividade e a rentabilidade do setor de flores do maciço de Baturité, como
também, conforme a metodologia delineada, verificar se a hipótese básica levantada no
trabalho de que a produção de flores no maciço de Baturité-CE é financeiramente eficiente e
competitiva não pode ser negada.
4.1 Características dos produtores
A pesquisa teve como amostra dez produtores de flores do maciço de Baturité. Os
produtos estudados foram: rosas, flores tropicais, crisântemos, aster, tango, gypsophila,
folhagens (samambaia) e antúrio.
A Tab. 1 apresenta as principais características dos produtores de flores
pesquisados, no que se refere à forma de conhecimento adquirido. O conhecimento dos
produtores em relação a produção por meio de cursos oferecidos, principalmente pelo
Governo Estadual, é de 40%. Do total de produtores, 60% afirmaram que, além da
experiência própria vivida nos anos de trabalho, estão procurando melhorar seu conhecimento
nos cursos, ou seja, além do conhecimento que se aprende com os acertos e erros, eles estão
se especializando, conhecendo melhor o setor, estudando novas flores, novas tecnologias,
dentre outros.
Tabela 1 – Conhecimento adquirido dos produtores de flores do maciço de Baturité
Conhecimento Adquirido Freqüência %
Cursos 4 40,00%
Experiência Própria e Cursos 6 60,00%
Total 10 100%
Fonte: Dados da pesquisa
A Tab. 2 apresenta as características dos produtores de flores pesquisados no
maciço de Baturité, no que se refere às principais incertezas sentidas por eles. Observamos
que 10% dos produtores possuem incertezas de informações de mercado no que respeita ao
preço, quantidade ofertada e demanda do produto; 10% têm receio de que fatores adversos,
como pragas, doenças e mudanças de clima, ponham em risco a produção; 10% dos
produtores apresentam dois tipos de incertezas conjuntamente (perecibilidade do produto e
informações sobre o mercado), e 40% possuem três tipos de incertezas ao mesmo tempo
(informações de mercado, riscos e perecibilidade do produto). Um fato estranho e de certa
forma não convincente é que 30% afirmaram que não possuem qualquer tipo de incertezas.
Tabela 2 – Principais incertezas dos produtores de flores do maciço de Baturité
Principais Incertezas Freqüência %
Informações de Mercado 1 10,00%
Riscos: Perda da Produção 1 10,00%
Informações de Mercado/Perecibilidade 1 10,00%
Informações de Mercado/Riscos/Perecibilidade 4 40,00%
Nenhum 3 30,00%
Total 10 100%
Fonte: Dados da pesquisa
Resumindo, é fácil notar que o ambiente econômico, onde a produção e a
comercialização se efetivam, do ponto de vista dos produtores de flores, está repleto de
incertezas, pois 70% dos produtores possuem incertezas que poderão ser reduzidas à medida
que eles se forem especializando.
Em relação às condições de ocupação da terra, observa-se, na Tab. 3, que, do total
de produtores, 90% cultivam em terras próprias e o restante em terras arrendadas. Isto
constitui ponto positivo, pois a propriedade legal da terra reduz, de modo significante, o grau
de incerteza quanto à decisão de investimento de longo prazo na propriedade.
Tabela 3 – Condições de ocupação dos produtores de flores do maciço de Baturité
Condições de Ocupação Freqüência %
Proprietário 9 90,00%
Arrendada 1 10,00%
Total 10 100%
Fonte: Dados da pesquisa
Em relação à procedência do capital, nota-se, na Tab. 4, que, do total de produtores
pesquisados, 60% utilizam capital próprio, o que constitui ponto positivo, pois, como a
maioria dos produtores está trabalhando com recursos próprios, em parte o setor de flores do
Maciço não está endividado. Com relação ao capital de terceiros, 40% do financiamento foi
originado de instituições públicas (bancos oficiais, como Banco do Nordeste e Banco do
Brasil). Quanto à finalidade desses recursos, eles se destinaram à ampliação do negócio.
Tabela 4 – Procedência do capital da produção de flores no maciço de Baturité
Procedência do Capital Freqüência %
Capital Próprio 6 60,00%
Crédito Rural 4 40,00%
Total 10 100%
Fonte: Dados da pesquisa
Resumindo, além do conhecimento que se aprende com os acertos e erros, os
produtores estão se especializando, conhecendo melhor o setor, estudando outras flores,
tecnologias e novos mercados. O ambiente econômico está repleto de incertezas,
principalmente porque o setor de flores é bem recente e precisa de mais apoio governamental,
principalmente na comercialização. A predominância da propriedade legal da terra e do
capital constitui ponto positivo aos produtores de flores do Maciço.
4.2 Análise da competitividade potencial
Nesta seção, trazemos os resultados da pesquisa em relação aos cinco
determinantes de Porter com seus fatores e subfatores encontrados no maciço de Baturité.
Analisamos, também, a evolução das exportações de flores do Ceará. Apresentamos a análise
da rentabilidade de cinco produtos selecionados na pesquisa e mostramos a estrutura de
governança encontrada na região, fazendo comentários e dando sugestões.
4.2.1 Fatores de produção (D1)
Nesta seção, examinamos os Fatores de Produção (D1) referentes ao nível de
desenvolvimento tecnológico mais importante encontrados no maciço de Baturité,
considerando a hipótese de que as vantagens comparativas do Maciço em relação aos fatores
edafoclimáticos são favoráveis ao cultivo das flores.
Para melhor compreensão, dividimos os fatores de produção em duas seções.
Primeiro analisamos as tecnologias do uso do solo; as tecnologias de adubação; e as
tecnologias de cuidados fitossanitários; e segundo, estudamos as tecnologias da gestão;
tecnologias de colheita e pós-colheita; escolaridade da mão-de-obra com 1
º
ou 2
º
grau, por ser
a mais usada na produção; e procedência do capital empregado.
I) Tecnologias do Uso do Solo, Tecnologias de Adubação e Tecnologias de Cuidados
Fitossanitários Utilizadas na Produção de Flores no Maciço de Baturité (A)
A água foi considerada por especialistas da área como o elemento principal para o
crescimento do setor, além de ser o problema central ambiental do terceiro milênio, por conta
de sua escassez. A prática de irrigação tem por objetivo econômico alocar racionalmente os
recursos escassos, de forma a obter-se uma produção agrícola eficiente e rendosa. Portanto,
das práticas de irrigação, o gotejamento é o método mais eficiente, por economizar mais água
do que os outros métodos. Assim, independentemente do tipo de irrigação que cada flor
necessita, o estudo considerou o gotejamento como um fator muito favorável ao setor.
A Tab. 5 apresenta as tecnologias usadas na produção de flores do maciço de
Baturité-CE. Conforme se pode observar, o gotejamento é praticado por 40% dos produtores.
Das tecnologias de uso de solo utilizadas na floricultura no Maciço, apenas 2% dos produtores
fazem conservação do solo.
No mundo atual, a agricultura orgânica é conhecida como agricultura ecológica.
Segundo Ehlers (1996), seus princípios básicos são a redução do uso de produtos químicos e a
valorização biológica e vegetativa nos sistemas produtivos, que se traduzem pelo emprego de
práticas agrícolas, como adubação orgânica de origem animal ou vegetal, plantio consorciado,
rotação e controle biológico de pragas.
A estratégia de crescimento da diferenciação não foi apontada pelos produtores,
portanto, produzir flor orgânica seria uma forma de diferenciação do produto, ou seja, flor
orgânica constitui um mercado que pode ser conquistado.
Portanto, a utilização de adubos e produtos orgânicos foi considerada muito
favorável (+2) ao setor, no entanto, a produção de flores orgânicas ainda não foi possível no
Maciço, pois esse método de produção eleva os custos de produção e, portanto, os preços de
venda tornam-se maiores.
A análise de solo é essencial para a tomada de decisão do produtor no que se refere
à quantidade e ao tipo exato de adubo que deve ser aplicado ao solo, reduzindo, portanto, os
custos da produção. Para o emprego das técnicas de adubação, 100% dos produtores fazem a
análise de solo e da água, apresentando nível de competitividade muito favorável ao setor. A
utilização de adubos e produtos químicos é realizada por 50% dos produtores e as demais
variáveis (adubo orgânico, controle de doenças e o monitoramento de pragas) são utilizadas
por todos os produtores pesquisados, apresentando nível de competitividade muito favorável.
A não-conservação do solo e a utilização de produtos químicos no combate a doenças e
pragas são problemas que podem prejudicar o setor, caso não sejam tomadas medidas de
controle no uso dessas técnicas. Para que haja melhora no grau de competitividade do setor,
faz-se necessário que se intensifique o uso do método de irrigação por gotejamento, e,
principalmente, incentivar aos produtores o uso de práticas de conservação do solo, pois 80%
dos produtores declararam não empregar qualquer técnica de conservação do solo.
Tabela 5 – Tecnologias aplicadas no cultivo das flores no maciço de Baturité (A)
Variáveis
Utiliza
m
P
j
A
Escala
E
j
P
j
E
j
C
Não
Utiliza
z
Q
j
B
Escala
F
j
Q
j
F
j
D
Total
A+B
D1
C+D
i)Tecnologias do
Uso do solo
X
1
-Método de
Irrigação: Gotejamento
4
40%
2
0,80
6
60%
-2
(1,20)
100%
-0,40
X
2
–Técnica de
Conservação do Solo
2
20%
2
0,40
8
80%
-2
(1,60)
100%
-1,20
X
3
–Técnica de Preparo
do Solo: Manual
10
100%
2
2,00
0
0%
-2
-
100%
2,00
ii) Tecnologias de
Adubação
X
4
–Análise do Solo 10 100% 2 2,00 0 0% -2 - 100% 2,00
X
5
–Análise de Água 10 100% 2 2,00 0 0% -2 - 100% 2,00
X
6
–Adubo Orgânico 5 50% 2 1,00 5 50% -2 (1,00) 100% 0,00
iii)Tecnologias
de Cuidados
Fitossanitário
X
7
–Controle de
Doenças e Pragas
10
100%
2
2,00
0
0%
-2
-
100%
2,00
X
8
Produtos Orgânicos 5 50% 2 1,00 5 50% -2 (1,00) 100% 0,00
Total A
11,20 -4,80
6,40
Fonte: Dados da pesquisa
II) Tecnologias da Gestão, Tecnologias de Colheita e de Pós-Colheita, Mão-de-Obra e
Procedência do Capital Empregado nas Flores do Maciço de Baturité (B)
No que diz respeito às tecnologias da gestão, Tab. 6, o treinamento de funcionários
é realizado por 80% dos produtores e somente 20% fazem o controle de qualidade, 20% têm
eficiência gerencial, pois empregam mão-de-obra com formação superior. O fato de 80% dos
produtores não realizarem o controle de qualidade, certamente, contribuiu para a redução da
competitividade do fator controle de qualidade. Das tecnologias de colheita e pós-colheita, o
processo manual de colheita é feito por todos os produtores pesquisados e apenas 20% fazem
acondicionamento pós-colheita. Em relação à qualificação da mão-de-obra, 80% utilizam
mão-de-obra com formação de 1
º
ou 2
º
grau, refletindo no fato de que a maioria da mão-de-
obra empregada no setor de flores é não especializada, o que é bom para o município, pois a
floricultura enseja emprego para os moradores da região. O baixo nível de utilização de mão-
de-obra especializada, porém, contribui, efetivamente, para a redução do grau de
competitividade.
Tabela 6 – Tecnologias aplicadas no cultivo das flores no maciço de Baturité (B)
Variáveis
Utiliza
m
P
j
A
Escala
E
j
P
j
E
j
C
Não
Utiliza
z
Q
j
B
Escala
F
j
Q
j
F
j
D
Total
A+B
D1
C+D
iv) Tecnologias da Gestão
X
9
– Programas de
Treinamento de
Funcionários
8
80%
2
1,60
2
20%
-2
(0,40)
100%
1,20
X
10
– Controle de
Qualidade
2
20%
2
0,40
8
80%
-2
(1,60)
100%
-1,20
X
11
–Eficiência Gerencial
da Mão-de-obra
2
20%
2
0,40
8
80%
2
(1,60)
100%
-1,20
X
12
–Estudo de Mercado 10 100% 2 2,00 0 0% -2 - 100% 2,00
v) Tecnologias de
Colheita e Pós-Colheita
X
13
–Processo de Colheita
Manual
10
100%
2
2,00
0
0%
-2
-
100%
2,00
X
14
-Acondicionamento 2 20% 2 0,40 8 80% -2 (1,60) 100% -1,20
vi) Escolaridade da
Mão-de-obra mais
Utilizada na Produção
X
15
-Mão-de-obra com
1º ou 2º Grau
8
80%
2
1,60
2
20%
-2
(0,40)
100%
1,20
vii) Procedência do
Capital
X
16
– Procedência do
Capital: Próprio
6
60%
2
1,20
4
40%
-2
(0,80)
100%
0,40
Total B
9,60
-6,40
3,20
Total A
3
11,20
-4,80
6,40
Resultado D1 = (A+B)
20,80
-11,20
9,60
Fonte: Dados da pesquisa
Apesar desses problemas e segundo a metodologia apresentada no trabalho, os
fatores tecnológicos de uso dos solos, de adubação, de cuidados fitossanitários, da gestão e
colheita e pós-colheita aplicados no setor de flores demonstram um grau de competitividade
de 9,60. Como para o estado da arte o ideal é uma competitividade muito favorável de 32, as
tecnologias usadas pelos produtores de flores do Maciço estão na faixa relativamente baixa,
alcançando somente 30% (9,6) do nível ideal de competitividade. Os aspectos a serem
3
Dados da Tab. 5
melhorados a fim de aumentar a competitividade são o nível de escolaridade da mão-de-obra;
o serviço de controle de qualidade e o acondicionamento do produto.
Conforme pode ser constatado na Figura 2, as tecnologias que estão prejudicando
os produtores são: método de irrigação por gotejamento, técnica de conservação do solo,
controle de qualidade, eficiência gerencial da mão-de-obra e acondicionamento do produto.
2.00
4.2.2 Condições de demanda (D2)
Outros aspectos importantes a serem considerados são as Condições de Demanda,
o D2. Antes, porém, faz-se necessário analisar a evolução das exportações de flores do Ceará.
Com a abertura econômica dos mercados, o setor externo da economia passou a
desempenhar importante papel no sentido de melhorar a competitividade do País e o setor de
flores ocupam papel de destaque nas discussões sobre o comércio internacional, como
alternativa de geração de divisas, emprego e renda para o Brasil, em particular para o Ceará.
Portanto, torna-se importante verificar a evolução das exportações de flores do Ceará.
Conforme Tab. 7 e Fig. 3, verifica-se que as exportações de produtos da
floricultura do Ceará, de janeiro a julho de 2006, somaram US$ 591.488. Esse valor já
X1-Método de irrigação por gotejamento
X2–Técnica de conservação do solo
X3–Técnica manual de preparo do solo
X4–Análise do solo
1.00
X5–Análise de água
X6–Adubo orgânico
Escala
X7–Controle de doenças e pragas
X8–Produtos orgânicos
0.00
X9–Programas de treinamento de funcionários
1
X10–Controle de qualidade
X11–Nível de eficiência gerencial da mão-de-obra
X12 –Estudo de mercado
-1.00
X13 –Processo de colheita: manual
X14 – Acondicionamento
X15 - Mão-de-obra com 1º. ou 2º. grau
X16 - Procedência de capital: próprio
-2.00
Fatores/Subfatores
Figura 2Representação gráfica da competitividade dos fatores de produção (D1)
superou sete anos de exportações: 1996, 1997, 1998, 1999, 2001, 2002 e 2003. Este resultado
confirma, portanto, o crescimento do setor no mercado internacional.
Tabela 7 – Exportações de plantas vivas e produtos da floricultura do Ceará
de 1996 a 07/2006 – valores: US$ (FOB)
Período A B C D TOTAL Base: 07/2006
1996 - 825 - - 825 0,14%
1997 - 9.300 - 5.105 14.405 2,44%
1998 - 45.370 39 - 45.409 7,68%
1999 - 52.386 11.769 - 64.155 10,85%
2000 - 104.613 108.364 - 212.977 36,01%
2001 - - - - - 0,00%
2002 52.548 1.877 412 16 54.853 9,27%
2003 115.263 140.494 - - 255.757 43,24%
2004 315.985 957.054 - 56.407 1.329.446 224,76%
2005 797.753 795.583 800 85.442 1.679.578 283,96%
Jul/06 564.787 3.137 695 22.869 591.488 100,00%
TOTAL 1.846.336 2.110.639 122.079 169.839 4.248.893
Fonte: MDIC – Dados da pesquisa
4
EXPORTAÇÕES DE FLORES DO CEARÁ :
1996 a 07/2006
0.00%
50.00%
100.00%
150.00%
200.00%
250.00%
300.00%
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 jul/06
Período
Valores (%); Base: 07/2006
Figura 3 – Exportações de plantas vivas e produtos da floricultura do Ceará
de 1996 a 07/2006 - valores (%); base: 07/2006
4
Ministério do Desenvolvimento, Integração e Comércio Exterior (MDIC):
A = (NUM 0601.10.00) : Bulbos, tubérculos, rizomas etc. em repouso
B = (NUM 0603.10.00): Flores e seus botões, frescos, cortados p/ buquês etc.
C = (NUM 0604.91.00): Folhagem, folhas, ramos de plantas, frescos, p/ buquês etc.
D = (NUM 0604.99.00): Folhagem, folhas, ramos de plantas, secos, p/ buquês etc
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Integração e Comércio Exterior
(MDIC)
5
, considerando-se o volume total das exportações de flores de 1996 a 07/2006, os
maiores importadores de flores do Ceará, em ordem decrescente, para o grupo A foram:
Holanda, Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca e Suíça; para o grupo B: Holanda,
Alemanha, Estados Unidos, Portugal e Suriname; para o grupo C: Holanda, Alemanha, Reino
Unido, Espanha e Estados Unidos; e para o grupo D: Holanda, Estados Unidos, Bélgica,
Portugal, Suíça e Itália. Portanto, verifica-se que, em relação ao destino das exportações,
houve grande diversificação ao longo dos anos de 1996 a 07/2006. Apesar desta significativa
diversidade de importadores, novos mercados deverão ser conquistados. Conforme dados
apresentados na Fig. 4, a Holanda é o nosso principal importador, mesmo sendo o maior
produtor de flores do mundo. Portanto, a despeito de variadas, as exportações do Ceará estão
concentradas em 74% na Holanda.
74%
6%
2%
18%
Holanda
Alemanha
Estados Unidos
Outros
Figura 4 – Destino das exportações de plantas vivas e produtos da floricultura do Ceará de
1996 a 07/2006 – valores (%)
Conforme se observa na Fig. 5, 50% das exportações de flores do Ceará são de
flores frescas cortadas para buquês e 43% correspondem às exportações de bulbos, tubérculos
e rizomas em repouso.
5
Idem
43%
50%
3%
4%
A
B
C
D
Figura 5 – Exportações de plantas vivas e produtos da floricultura do Ceará de
1996 a 07/2006 – valores (%)
No maciço de Baturité, o mercado externo é muito promissor, porém foi
identificado, no período da pesquisa, somente um produtor que exportava.
Segundo dados da pesquisa, Tabela 8, todos os produtores atuam no mercado
local. Portanto, em virtude da importância desse mercado para os produtores do Maciço, a
variável escolhida para análise das condições de demanda foi o mercado local, composto do
mercado municipal e estadual. Portanto, no que se refere à escolha da escala, o mercado de
destino estadual é favorável (+1) ao setor em virtude de ser o mais usado pelos produtores,
porém deve-se conquistar mais mercados, principalmente o mercado regional, pois o mercado
nacional e internacional é constituído por empresas de grande porte, ficando, portanto, difícil
competir.
Tabela 8 - Competitividade das condições de demanda da floricultura do maciço
de Baturité (D2)
Variável
Utiliza
m
P
j
A
Escala
E
j
P
j
E
j
C
Não
Utiliza
z
Q
j
B
Escala
F
j
Q
j
F
j
D
Total
A+B
D2
C+D
X
17
–Mercado de
Destino: Local
10
100%
1
1,00
0
0%
-1
-
00%
1,00
Resultado D2 1,00 - 1,00
Fonte: Dados da pesquisa
No que se refere ao comportamento do mercado, o ambiente institucional,
especificamente o fator cultural, é predominante no setor, pois as datas comemorativas e a
sazonalidade influenciam significativamente nas vendas. Segundo os produtores, as principais
exigências do mercado são: padronização do produto, tamanho da haste igual às destinadas a
exportação, certificação orgânica, abertura da flor e qualidade com preços melhores.
Conforme resultado apresentado na Tab. 8, as Condições de Demanda
da
Floricultura do Maciço de Baturité
(D2) têm competitividade de 1,00. Neste caso, o determinante
D2 apresenta nível de competitividade favorável ao setor.
As irregularidades da produção e da demanda são sérios obstáculos à expansão da
floricultura, não só no maciço de Baturité, como também em todo o Estado do Ceará.
Resolver o entrave da irregularidade da demanda é uma questão basicamente de estratégias de
marketing
6
, não identificadas na pesquisa. Segundo Kotler (1997), marketing é relacionado ao
modo como as transações são criadas, estimuladas, facilitadas e valoradas. Portanto,
campanhas publicitárias podem ser feitas com a finalidade de passar a idéia de que comprar
flores é para todos os dias e não apenas nas datas especiais.
Em síntese, um entrave à expansão do setor é a dificuldade de escoamento da
produção, decorrente da falta de um centro de comercialização, de pontos de distribuição
acessíveis a consumidores de todas as classes sociais e a falta de estratégias de marketing.
4.2.3 Indústrias correlatas e de apoio (D3)
O terceiro determinante de Porter são as Indústrias Correlatas e de Apoio (D3), as
quais são importantes à manutenção e ao crescimento da produção de flores no Ceará, em
particular, no maciço de Baturité.
Como mostra a Tab. 9, 100% dos produtores assinalam que há dispersão espacial
dos fornecedores em geral, como, por exemplo, os fornecedores de mudas de crisântemos que
se localizam em outros estados do Brasil, principalmente em São Paulo. Com isso há um
encarecimento do preço das flores, em razão do pagamento de fretes, principalmente aéreo.
Portanto, o fornecimento de mudas continua sendo um entrave ao crescimento do setor. Não
existe cooperação entre os produtores e fornecedores. Verifica-se que estes fatores refletem no
fato de as Indústrias Correlatas e de Apoio (D3) não apresentarem competitividade,
apresentando um nível muito desfavorável ao setor.
6
Os produtores de flores optaram pelo marketing feito boca a boca.
Tabela 9 - Competitividade das indústrias correlatas e de apoio da floricultura do maciço
de Baturité (D3)
Variáveis
Utiliza
m
P
j
A
Escala
E
j
P
j
E
j
C
Não
Utiliza
z
Q
j
B
Escala
F
j
Q
j
F
j
D
Total
A+B
D3
C+D
X
18
– Dispersão Espacial 10 100% -2 (2,00) 0 0% 2 - 100% -2,00
X
19
– Cooperação entre
Fornecedores e Produtores
0
0%
2
-
10
100%
-2
(2,00)
100%
-2,00
Resultado D3
-2,00 -2,00 -4,00
Fonte: Dados da pesquisa
Em resumo, a necessidade de importar os fatores de produção desde São Paulo
aumenta significantemente os custos, tornando-se o principal fator de encarecimento do
produto e, portanto, reduzindo demasiadamente a capacidade competitiva com o Estado de
São Paulo.
4.2.4 Estrutura, estratégia e rivalidade das empresas (D4)
A Estrutura, Estratégia e Rivalidade das Empresas (D4) do setor de flores do
Maciço são apresentadas na Tab. 10.
A pesquisa mostrou que a diversificação é a principal estratégia de crescimento
realizada pelos produtores, e que 70% dos produtores possuem algum tipo de estratégia de
crescimento. O ambiente organizacional é composto pelos fatores: grupo e de compra e venda
conjunta. A pesquisa mostrou que 100% dos produtores estão se organizando e se articulando
em grupos para posteriormente formarem uma associação, e que 40% já realizam compras e
vendas conjuntamente. Isso acontece em decorrência do Projeto Caminhos de Israel, do
Governo do Ceará.
Tabela 10 - Competitividade da estrutura, estratégia e rivalidade da floricultura do
Maciço de Baturité (D4)
Variáveis
Utiliza
m
P
j
A
Escala
E
j
P
j
E
j
C
Não Utiliza
z
Q
j
B
Escala
F
j
Q
j
F
j
D
Total
A+B
D4
C+D
X
20
– Estratégias
de Crescimento
7
70%
2
1,40
3
30%
-2
(0,60)
100%
0,80
Ambiente
Organizacional
X
21
– Grupo 10 100% 2 2,00 0 0% -2 - 100% 2,00
X
22
- Compra e
Venda Conjunta
4
40%
2
0,80
6
60%
-2
(1,20)
100%
-0,40
Resultado D4
4,20 -1,80 2,40
Fonte: Dados da pesquisa
A
Estrutura, Estratégia e Rivalidade da Floricultura do Maciço de Baturité (D4) tem
competitividade de 2,40, o que representa bom grau de competitividade, visto que, para este
fator, o grau máximo de competitividade a ser alcançado seria 4.
4.2.5 Papel do governo (D5)
Segundo Costa (2003), em 2000, teve início a Gerência de Floricultura com o
Programa Pró-Flores, da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará - SEAGRI-
CE. O Governo do Ceará criou também as marcas Rosas do Ceará e Flores do Ceará para
funcionarem como selos de certificação e garantia da qualidade do produto cearense no
mercado nacional e internacional. Investiu cerca de 300 mil reais na construção de câmara
frigorífica do aeroporto Pinto Martins, as quais são utilizadas pelos exportadores de flores
sem o pagamento de qualquer taxa por estes serviços; além de promover eventos
7
ao longo do
ano, com a finalidade de propagar os produtos da floricultura, difundir a cultura do consumo e
exportação de flores e realizar negócios.
O Governo do Ceará criou o Projeto Caminhos de Israel, com a finalidade de
promover comercialmente o setor agrícola do Estado por meio do associativismo,
financiamento e da geração de emprego e renda no campo. Segundo esse Programa,
produtores organizados têm maior escala de produção, possibilidade de acesso mais amplo
aos mercados e elevado poder de barganha junto aos fornecedores e consumidores.
Em 2003, o Governo estadual criou o Programa Agente Rural, executado em
parceria com as prefeituras municipais, por meio da Empresa de Assistência Técnica e
Extensão Rural do Ceará - EMATERCE, vinculada à SEAGRI-CE. Sua finalidade é qualificar
e ampliar a abrangência da assistência técnica e extensão rural aos agricultores da base
familiar. Para cada cultura há um agente rural especializado, que oferece apoio necessário à
organização dos produtores, atuando desde a sensibilização para os benefícios da formação de
grupos de produtores até sua estruturação formal em associações, condomínios, consórcios ou
cooperativas. O setor de flores do Ceará foi beneficiado com esse programa, que é de grande
importância para o setor. Os produtores de flores do maciço de Baturité-CE são assistidos por
um agente master e um agente rural
8
.
7
Nesses eventos, são ministrados cursos e palestras sobre o assunto.
8
Os produtores, os agentes rurais e os agentes masters estão preocupados com a permanência do Programa
Caminho de Israel, em razão das eleições de 10/2006.
Os resultados apresentados na Tab.11 mostram a importância do Governo para o
setor em análise. Dos dez produtores entrevistados, 40% já se beneficiaram do crédito rural e
100% recebem assistência técnica.
Esta assistência técnica oferecida aos produtores inclui visitas aos locais de
produção, acesso ao crédito rural, oferta de cursos e capacitação dos produtores e
funcionários.
Do total de trabalhadores, 60% utilizam na sua exploração apenas capital próprio,
o que é bom sinal para o setor, pois mostra que os produtores não estão endividados, porém
verificamos na pesquisa que os pequenos produtores estão tendo dificuldades em produzir
apenas com capital próprio e estão se organizando em grupos para alcançar esse objetivo.
Portanto, a escolha da escala para a variável crédito rural baseou-se na importância do
financiamento para os produtores que não têm recursos próprios suficientes para continuar sua
atividade ou ampliá-la. Portanto, a escala escolhida foi favorável (+1) ao setor. Como estamos
verificando o papel do governo, não utilizar o crédito significa que os produtores ainda não
conseguiram ter acesso ao crédito
Tabela 11 -
Competitividade do papel do governo na floricultura do maciço de Baturité (D5)
Variáveis
Utiliza
m
P
j
A
Escala
E
j
P
j
E
j
C
Não
Utiliza
z
Q
j
B
Escala
F
j
Q
j
F
j
D
Total
A+B
D5
C+D
X
23
– Crédito Rural 4 40% 1 0,40 6 60% -1 (0,60) 100% -0,20
X
24
–Assistência
Técnica
10
100%
2
2,00
0
0%
-2
-
100%
2,00
Resultado D5 2,40 -0,60 1,80
Fonte: Dados da pesquisa
O Papel do Governo
na Floricultura do Maciço de Baturité (D5) tem competitividade
de apenas 1,08, apresentando baixo grau de competitividade.
O Quadro 10 e a Fig. 6 apresentam os cinco determinantes da competitividade,
assim como o resultado do estudo relativo à competitividade.
Determinantes Competitividade
Fatores de Produção (D1) 9,60
Condições de Demanda (D2) 1,00
Indústrias Correlatas e de Apoio (D3) -4,00
Estrutura, Estratégia e Rivalidade das Empresas (D4) 2,40
Papel do Governo (D5) 1,80
Total 10,80
QUADRO 10 Determinantes da competitividade potencial da floricultura do maciço de Baturité
Fonte: Dados da pesquisa
Segundo a teoria apontada neste trabalho, a floricultura cearense tem nível de
competitividade de 10,80; isto representa somente 22,5% do nível máximo de competitividade
(48) que poderia ser alcançado e que só não foi alcançado em razão dos entraves que estão
impedindo o crescimento da competitividade, que são num total de nove, isto é, para o D1, o
método de irrigação por gotejamento; as técnicas de conservação do solo; para o D2, o
controle de qualidade; a eficiência gerencial e o acondicionamento; para o D3, a dispersão
espacial e a cooperação entre os fornecedores e produtores; para o D4, compra e venda
conjunta; e para o D5, o crédito rural. O determinante que mais precisa ser melhorado é o D3
(indústrias correlatas e de apoio), com a redução da dispersão espacial e implantação da
cooperação entre fornecedores e produtores.
COMPETITIVIDADE POTENCIAL DA PRODUÇÃO DE FLORES
DO MACIÇO DE BATURITÉ-CE
-48.00
-24.00
0.00
24.00
48.00
1
D eterm inante
Competitividade Potencial
D1
D2
D3
D4
D5
Total
Figura 6 – Competitividade potencial da produção de flores do maciço de Baturité (A)
Conforme se observa na Fig. 7, a utilização de todas as variáveis está acima da
faixa de favorável, portanto, a não-utilização dos fatores são entraves ao crescimento da
competitividade.
COMPETITIVIDADE POTENCIAL DA PRODUÇÃO
DE FLORES DO MACIÇO DE BATURITÉ-CE
-48.00
-24.00
0.00
24.00
48.00
D1
D
2
D3
D4
D5
T
O
T
A
L
Determinantes
Competitividade Potencial
U TILIZA NÃO UTILIZA COMPETITIVIDADE
Figura 7 – Competitividade potencial da produção de flores do maciço de Baturité (B)
4.3 Indicadores de rentabilidade da floricultura
Para o cálculo dos indicadores de rentabilidade da floricultura, consideramos cinco
produtos pesquisados por apresentarem maior quantidade produzida.
4.3.1 Custo Operacional Efetivo (COE) da Floricultura do Maciço de Baturité
Conforme mostra a Tab. 12, em relação ao COE, a pesquisa constatou que rosas e
crisântemos possuem os maiores COE; tango e áster, quando plantados em área de igual
medida, possuem os mesmos COE. Os custos com insumos representam o fator mais
importante na composição dos custos de produção. Isso decorre do fator da especificidade
locacional das indústrias fornecedoras de mudas localizarem-se em São Paulo, o que encarece
substancialmente o custo das mudas.
Tabela 12 - Custo Operacional Efetivo (COE) da floricultura do maciço de Baturité
Custos/Anual Base:2006 Rosas Crisântemos Aster Tango Gypsophila
Valores: R$ Área: 200 m
2
Área: 200 m
2
Área: 200 m
2
Área: 200 m
2
Área: 200 m
2
Custo de Insumos 3.022,50 1.192,50 1.411,56 1.411,56 977,50
Custo de Transporte 2.882,88 2.320,00 240,00 240,00 320,00
Custos de Energia e Água 208,00 100,00 72,60 72,60 55,00
Custo de Mão de obra
(h/d) 1.209,00 885,00 531,00 531,00 900,00
Outros 587,60 479,00 135,60 135,60 226,00
Total 7.909,98 4.976,50 2.390,76 2.390,76 2.478,50
Fonte: Dados da pesquisa
Segundo Smoringo; Sawaya (2000, citados por Oliveira Junior 2003, p. 1), a
floricultura é uma atividade de alta rentabilidade e intensa em mão-de-obra, visto que
emprega, em média, 15 pessoas por hectare e pode trazer conseqüências positivas como a
diminuição do êxodo rural e aumento da renda no campo.
Verifica-se, na Tab. 13, que, do total da mão-de-obra no setor, 6% da mão-de-obra
têm carteira assinada, o que representa bom sinal para o setor, pois todos os trabalhadores que
têm carteira são garantidos legalmente pela constituição de todos os direitos trabalhistas, tais
como férias, 13
º
salário, PIS/COFINS, licença-maternidade, dentre outros . Em relação à
escolaridade, do total dos trabalhadores com carteira assinada, 91% possuem 1
º
ou 2
º
grau, e
9% dos trabalhadores possuem nível superior, o que mostra a existência de um bom grau de
escolaridade no setor, visto que a pesquisa não identificou trabalhadores não alfabelizados.
Tabela 13 -
Características da mão-de-obra empregada na floricultura do maciço de Baturité
Escolaridade
Com Carteira
Assinada
A
Peso
B
Sem Carteira
Assinada
C
Peso
D
Total
A+C
Peso
B+D
Nível Superior 1 9% 1 4% 2 6%
1
o
ou 2
o
Graus 10 91% 23 96% 33 94%
Total 11 100% 24 100% 35 100%
Fonte: Dados da pesquisa
4.3.2 Custo Operacional Total (COT) da floricultura do maciço de Baturité
Como mostra a Tab. 14, rosas e crisântemos possuem os maiores COT. No que diz
respeito ao custo fixo, este representa pouco peso na composição do COT. Assim, podemos
concluir que este setor é intensivo no uso de insumos e mão-de-obra, pois o montante de
capital utilizado em investimentos fixos é muito baixo, caracterizando-se, portanto, como um
setor que utiliza, relativamente, muita mão-de-obra.
Tabela 14 - Custo Operacional Total (COT) da floricultura do maciço de Baturité
Custos/Anual Base:2006 Rosas Crisântemos Áster Tango Gypsophila
Valores: R$ Área: 200 m
2
Área: 200 m
2
Área: 200 m
2
Área: 200 m
2
Área: 200 m
2
COE-Custos Variáveis 7.909,98 4.976,50 2.390,76 2.390,76 2.478,50
E-Custos Fixos 713,96 2.633,60 151,40 151,40 178,62
COT = COE + E 8.623,94 7.610,10 2.542,16 2.542,16 2.657,12
Fonte: Dados da pesquisa
4.3.3 Indicadores de desempenho financeiro da floricultura do maciço de Baturité
Nessa seção, apresentamos os resultados dos indicadores de desempenho dos cinco
principais produtos analisados no maciço de Baturité-CE.
De acordo com a Tab. 15, podemos observar que a Margem Bruta (COE) do tango
foi de 195%. Este valor significa que os produtores de tango dispõem de uma quantidade de
recursos 195% superior ao custo operacional efetivo (COE), que poderão ser utilizados para
cobrir os demais custos operacionais. Os outros produtos da floricultura do maciço de Baturité
que também apresentaram boa Margem Bruta (COE) foram a gypsophila (115%) e o aster
(106%), conforme se observa na Tab. 15.
O tango apresentou Margem Bruta (COT) de 177%, significando que, após pagar
todos os custos operacionais, existem recursos neste montante que servirão para remunerar o
capital, a terra e a capacidade empresarial do proprietário. Os outros produtos da floricultura
do maciço de Baturité que também apresentaram boa Margem Bruta (COT) foram a
gypsophila (100%) e o aster (94%), conforme se observa na Tab. 15.
O tango apresentou o melhor desempenho do índice de lucratividade (IL) - 64%.
Este valor indica que os produtores de tango dispõem de 64% da receita da atividade após o
pagamento de todos os custos operacionais. Os outros produtos da floricultura do maciço de
Baturité que também se destacaram foram a gypsophila (50%) e o aster (48%), conforme se
observa na Tab.15 e Fig. 8.
Tabela 15 - Indicadores de desempenho financeiro da floricultura do maciço do Baturité
Custos/Anual Base:2006 Rosas Crisântemos Aster Tango Gypsophila
Valores: R$ Área: 200 m
2
Área: 200 m
2
Área: 200 m
2
Área: 200 m
2
Área: 200 m
2
Receita Bruta 10.840,83 12.312,00 4.924,80 7.053,75 5.320,00
COE = Custos Variáveis 7.909,98 4.976,50 2.390,76 2.390,76 2.478,50
Lucro Operacional Efetivo 2.930,85 7.335,50 2.534,04 4.662,99 2.841,50
Margem Bruta (COE) 37% 147% 106% 195% 115%
Custo Operacional Total (COT) 8.623,94 7.610,10 2.542,16 2.542,16 2.657,12
Lucro Operacional 2.216,89 4.701,90 2.382,64 4.511,59 2.662,88
Margem Bruta (COT) 26% 62% 94% 177% 100%
IL = (LO/RB)*100 20% 38% 48% 64% 50%
Fonte: Dados da pesquisa
o, a produção de flores no maciço de Baturité-CE é economicamente
eficiente,
4.4 Estrutura de governança
Da metodologia apresentada no trabalho e segundo os dados da pesquisa,
observamo
specificidade locacional é alta no que diz respeito à localização dos
fornecedores, principalmente os fornecedores de mudas;
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
160%
180%
200%
Margem
Bruta (COE)
Margem
Bruta (COT)
IL =
(LO/RB)*100
ÍNDICES
VALOR (%)
Rosas
Crintemos
Aster
Tango
Gypsophila
Figura 8 - Indicadores de desempenho dos principais produtos pesquisados
Em resum
pois os produtos pesquisados cobriram todos os seus custos operacionais de
produção, bem como aqueles custos referentes à reposição de maquinaria, e, além disso,
possui boa rentabilidade e grande potencial a ser explorado.
s que:
I) a e
II) a especificidade do fator humano é alta, principalmente da pouca utilização da
mão-de-obra especializada;
III) a especificidade temporal é alta, pois as flores são um ativo perecível,
precisando de cuidados fitos
sanitários de pós-colheita;
bastante o setor, particularmente nas datas
comemorat
mpetitividade favorável;
formarem associações;
iferenciação dos produtos
ainda não f
sses resultados e para um melhor entendimento, apresentamos o Quadro
11, que mo ra a estrutura de governança existente na floricultura do maciço de Baturité.
pois
simplesme
IV) os riscos e as incertezas apontados pelos produtores são altos, pois 70% dos
produtores apresentaram algum tipo de incerteza;
V) arbitragem é privada;
VI) o ambiente institucional influencia
ivas;
VII) segundo a metodologia adotada, a maioria das tecnologias empregadas no
setor apresenta co
VIII) o ambiente organizacional é regular, pois os produtores ainda estão se
organizando em grupos para posteriormente
IX) em relação às estratégias de crescimento, verificamos que a integração vertical
não existe, a diversificação é alta, principalmente das espécies e a d
oi percebida pelos compradores; e
X) a freqüência das transações com vendas do produto é alta
9
, assim como as
compras de insumos.
A partir de
st
Verificamos que a estrutura dominante no setor é o mercado, isto é, não existe
contrato entre os produtores e fornecedores nem entre os produtores e compradores,
nte o preço e a quantidade dos produtos e dos insumos são determinados pela Lei
da Oferta e da Procura. Segundo a metodologia apresentada no corpo do trabalho, porém, o
ideal seria que as empresas de flores se integrassem verticalmente, contudo isso exigiria que
mais recursos financeiros fossem empregados em pesquisa e desenvolvimento na produção de
mudas e sementes. Por enquanto, apenas as grandes empresas do setor conseguiram, por
possuírem maior capital financeiro, melhor desenvolvimento tecnológico do que os pequenos
produtores de flores. Assim, nas atuais circunstâncias, resta aos pequenos produtores
continuar se organizando e se articulando em grupos, posteriormente em associação, na busca
de melhores conhecimentos, novas tecnologias e conquista de mercados. Não nos
9
Duas vezes por semana, os produtores transportam as flores para Fortaleza, geralmente em seus veículos.
esqueçamos, entretanto, de que o papel do Governo é essencial para o melhoramento do setor,
no que se refere, principalmente, à assistência técnica e à gestão do negócio.
Pressupostos Análise
Objeto da Transação Flores
Freqüência Alta
Incertezas Alta
Especificidade do Ativo Alta
Despesas Administrativas Baixa
Despesas com Tecnologia de Informação Baixa
Contribuição Institucional Alta
Arbitragem Privada
Estrutura de Governança Esperada Integra ertical ção V
Estrutura de Governança Atual Mercado
QUADRO 11 - Estrutura de governança da floricultura do maciço de
Fo
, além do conhecimento que se aprende com os acertos e erros, os
produtores de flores do maciço de Baturité estão se especializando, conhecendo melhor o
setor, estud
inanceiramente eficiente. A estrutura de governança que
poderia ser
Baturité
nte: Dados da pesquisa
Resumindo
ando novas flores e novas tecnologias. Dentre os pontos positivos encontrados na
produção de flores estão a propriedade legal da terra e a maioria dos produtores que estão
trabalhando com recursos próprios. Já os pontos negativos encontrados foram muitas
incertezas no ambiente econômico, do ponto de vista dos produtores de flores, o baixo nível
de utilização de mão-de-obra especializada, vendas concentradas no mercado local e
dispersão espacial dos fornecedores.
A análise dos dados permite não negar a hipótese de que o setor de flores do
maciço de Baturité é competitivo e f
ideal para o setor é a integração vertical.
5 CONCLUSÃO
Em relação às características dos produtores pesquisados no maciço de Baturité
observamos que eles estão se especializando, conhecendo melhor o setor, estudando novas
flores, tecnologias e mercados. O ambiente econômico está repleto de incertezas,
principalmente porque o setor de flores é bem recente e precisa de mais apoio governamental,
especialmente na comercialização. A propriedade da terra e do capital constitui ponto positivo
aos produtores de flores no maciço de Baturité.
Em relação à análise da competitividade potencial, no que se refere aos Fatores de
Produção (D1), a não-conservação do solo e a utilização de produtos químicos no combate a
doenças e pragas são problemas que podem prejudicar o setor, caso não sejam tomadas
medidas de controle no uso dessas técnicas. Notamos que a mão-de-obra mais utilizada na
produção tem escolaridade de 1
º
ou 2
º
grau, refletindo no fato de que a maioria da mão-de-
obra empregada no setor de flores é não especializada. Isso constitui fator positivo para o
município, pois a floricultura gera emprego para os moradores da região; em contrapartida o
nível de utilização de mão-de-obra especializada é muito baixo, contribuindo efetivamente
para a redução do grau de competitividade.
As Condições de Demanda (D2) em relação ao mercado de destino apresentaram
resultados favoráveis à competitividade, pois o mercado externo é muito promissor; no
entanto, todos os produtores atuam no mercado local. Em relação ao comportamento do
mercado, o ambiente institucional, especificamente o fator cultural, é predominante no setor;
pois as datas comemorativas e a sazonalidade influenciam significativamente nas vendas.
Portanto, o marketing pode ser mais bem utilizado em busca de novos mercados, isto é,
campanhas publicitárias poderão ser realizadas com a finalidade de passar a idéia de que
comprar flor é para todos os dias e não apenas nas datas especiais. Verificamos também que a
demanda é bastante exigente, o que está garantindo um produto de melhor qualidade.
Em síntese, um entrave à expansão é a dificuldade de escoamento da produção,
decorrente da falta de um centro de comercialização, de pontos de distribuição acessíveis a
consumidores de todas as classes sociais e a falta de estratégias de marketing.
No que diz respeito às Indústrias Correlatas e de Apoio (D3), há total dispersão
espacial dos fornecedores da maioria dos insumos, os quais são predominantemente
provenientes de São Paulo. Portanto, o fornecimento de mudas continua sendo um entrave ao
crescimento do setor, pois há um encarecimento do preço das flores em virtude do pagamento
de fretes, principalmente aéreo. Verifica-se que estes fatores refletem no fato de as Indústrias
Correlatas e de Apoio (D3) não apresentarem competitividade, estando no nível de muito
desfavorável ao setor.
A pesquisa mostrou que, em relação à Estrutura, Estratégia e Rivalidade da
Floricultura no maciço de Baturité (D4), a diversificação é a principal estratégia de
crescimento realizada pelos produtores. A pesquisa mostrou que 100% dos produtores estão
se organizando e se articulando em grupos para posteriormente formarem uma associação e
40% dos produtores já realizam compras e vendas conjuntamente, ou seja, o ambiente
organizacional é formado por grupos. Isso acontece graças ao Projeto Caminhos de Israel, do
Governo do Ceará.
O Papel do Governo (D5) é desenvolvido por intermédio de programas de apoio
aos produtores, que vão desde o desenvolvimento na infra-estrutura, assistência técnica até o
financiamento; além de promover eventos ao longo do ano, com a finalidade de propagar os
produtos da floricultura, difundir a cultura do consumo e exportação de flores e realizar
negócios.
A competitividade potencial medida pelo do Diamante de Porter foi positiva em
quatro determinantes; o determinante que influenciou negativamente na competitividade foi o
D3. Portanto, a análise da competitividade da floricultura evidenciou que o maciço de Baturité
apresenta forte potencial neste setor, porém alguns pontos devem ser melhorados. Neste
sentido, deve-se ter melhor definição de estratégias de políticas comerciais voltadas para as
exportações, de planejamento do setor e maior inserção no mercado internacional de flores.
Isso exige a superação de alguns obstáculos, mencionados no corpo do trabalho, no sentido de
melhorar a qualidade e a produtividade do setor. Tais fatores criam condições necessárias para
transformar nossas vantagens comparativas em competitivas e, portanto, melhorar a
competitividade das flores cearenses no mercado externo.
Os resultados da pesquisa permitem não rejeitar a hipótese de que a produção de
flores do maciço de Baturité é financeiramente eficiente e competitiva. Em relação à
eficiência financeira, os cinco principais produtos pesquisados tiveram excelentes índices de
rentabilidade, principalmente o tango, com Margem Bruta (COE) de 195%, Margem Bruta
(COT) de 177% e 64% de lucratividade .
A estrutura de governança ideal para realização da produção e comercialização das
flores para os produtores do maciço de Baturité seria a integração vertical, porém isso ainda
não é possível. Portanto, resta aos produtores continuar se articulando em grupos na busca de
melhores mercados, na venda conjunta de seus produtos e na compra conjunta de mudas e
equipamentos para reduzirem seus custos. Só assim os produtores reduzirão o seu nível de
incertezas que, segundo a pesquisa, foi de 70%, possibilitará a eles a oportunidade da
realização de cursos de capacitação, aumentando o nível de conhecimento entre os produtores
e as decisões poderão ser discutidas pela associação e técnicos do Programa Caminhos de
Israel.
Recomendamos aos produtores melhorar a qualidade por meio da padronização do
produto e diversificação cada vez mais da produção; conservar melhor o solo, usando com
maior intensidade a drenagem e as barreiras naturais para evitar ventos; contratar mão-de-obra
especializada; utilização da fertiirrigação, alta tecnologia, cujas características são: nutrientes
proporcionais à fase fenológica; uniformidade de distribuição de nutrientes; reduz as perdas
por lixiviação; evita danos às raízes por salinização; economiza mão-de-obra; evita
compactação do solo; reduz a infestação de ervas daninhas; flexibilidade de aplicação;
aumenta a absorção de nutrientes. Com relação à tecnologia fitossanitária, o controle de
doenças e pragas pode ocorrer não apenas pelo controle químico, mas principalmente por
controle físico e biológico. Recomenda-se ainda a certificação orgânica; investimento em
marketing, por meio de campanhas na mídia, para incentivar o incremento e a formação de
novos hábitos de consumo.
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237f .
APÊNDICE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Centro de Ciências Agrárias
Departamento de Economia Agrícola
Mestrado em Economia Rural
Questionário de Aplicação na Produção de Flores
DADOS DO PROPRIETÁRIO:
Nome da Empresa:___________________________________________________________________________
Endereço:__________________________________________________________________________________
Fone:______________________________________________________________________________________
E-mail:____________________________________________________________________________________
Nome do Entrevistado: _______________________________________________________________________
Função: ____________________ Há quantos anos a empresa produz flores? ____________________________
Em sua opinião o conhecimento adquirido veio através de?
a) ( ) experiência própria b) ( ) Pai p/ filho ( ) c) cursos ( ) d) outros?_______________________
Escolaridade: a) Analfabeto ( ) b) Fundamental ( ) c) Médio ( ) d) Superior ( ) Qual?_____________
Qual é o produto principal?__________________ E o secundário?____________________________________
FATORES DE PRODUÇÃO (D1):
A)
Fatores físicos
1. Ao planejar a produção de flores quais são as principais incertezas?
a) ( ) falta de informação sobre as condições de mercado no que se refere a preço, quantidade ofertada e
demanda do produto
b) ( ) perecibilidade do produto ( receio de não conseguir vender a produção em tempo oportuno )
c) ( ) tem receio de que fatores adversos como pragas, doenças, mudanças de clima ponha em risco a
produção.
d) ( ) outras incertezas. Quais?________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
2. Qual a condição de ocupação da terra:
a) Proprietário ( ) b) Posseiro/ocupante ( ) c) Arrendatário ( ) d) Outros?________________________
3. Custo de produção (preço da terra/imposto da terra): Não ( ) Sim ( ) R$________ mês/ano? ______________
4. Custo de transporte/escoamento da produção:
4.1. Transporte próprio ( ) Custo c/ combustível/manutenção: R$____________ mês/ano? _______________
4.2. Frete ( ) Custo: R$_____________ mês/ano?__________
4.3. Tarifas áreas: Não ( ) Sim ( ) R$_____________ mês/ano?__________
5. Custos de energia: R$_____________ mês/ano?__________
6. Custo de comunicação: R$_____________ mês/ano?___________
7. Tecnologias aplicadas:
7.1. Utiliza sementes : Sim ( ) Não ( )
a) Fornecedor: local ( ) nacional ( ) internacional ( ) Custo: R$___________ mês/ano:______________
b) A compra é feita: semanal ( ) mensal ( ) outras?____________________________________________
Produto:___________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
c) Existe um contrato formal (escrito): Não ( ) Sim ( ) Período de validade do contrato:_________________
d) Em caso do não cumprimento do contrato quem arca com os prejuízos?
Os produtores ( ) o fornecedor ( ) ambos ( ) outros ?_______________________________________
e) Mesmo havendo um contrato (formal ou não) preestabelecido, é possível modificar o mesmo ao longo do seu
cumprimento, visando ajustar clausulas que não contemple uma das partes?
Não ( ) Sim ( ) Como são feitos os ajustes? __________________________________________________
f) É freqüente o rompimento do contrato estabelecido? Não ( ) Sim ( ) Existe algum mecanismo visando
ressarcir a outra parte? Não ( ) Sim ( ) Qual?___________________________________________________
7.2. Mudas: Sim ( ) Não ( )
a) Fornecedor: local ( ) nacional ( ) internacional ( ) Custo: R$___________ mês/ano:______________
b) A compra é feita: semanal ( ) mensal ( ) outras?____________________________________________
Produto:___________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
c) Existe um contrato formal (escrito): Não ( ) Sim ( ) Período de validade do contrato:_________________
d) Em caso do não cumprimento do contrato quem arca com os prejuízos?
Os produtores ( ) o fornecedor ( ) ambos ( ) outros ?_______________________________________
e) Mesmo havendo um contrato (formal ou não) preestabelecido, é possível modificar o mesmo ao longo do seu
cumprimento, visando ajustar clausulas que não contemple uma das partes?
Não ( ) Sim ( ) Como são feitos os ajustes? __________________________________________________
f) É freqüente o rompimento do contrato estabelecido? Não ( ) Sim ( ) Existe algum mecanismo visando
ressarcir a outra parte? Não ( ) Sim ( ) Qual?___________________________________________________
7.3. Método de estaquia: Sim ( ) Não ( )
7.4. Divisão de tocera: Sim ( ) Não ( )
7.5. Preparo do solo: Manual ( ) Tração animal ( ) Mecanizada ( )
7.6. Utiliza alguma técnica de conservação do solo: Sim ( ) Não ( )
a) Curvas de nível ( ) b) quebra vento ( ) c) corredores/barragens de pedra ( ) d) reflorestamento ( )
8. Analise do solo: Sim ( ) Não ( ) Quem faz?__________________________
8.1. Adubação:
8.2. Esterco/material orgânico: Sim ( ) Não ( )
a) Fornecedor: local ( ) nacional ( ) internacional ( ) Custo: R$___________ mês/ano:______________
b) A compra é feita: semanal ( ) mensal ( ) outras?____________________________________________
c) Existe um contrato formal (escrito): Não ( ) Sim ( ) Período de validade do contrato:_________________
d) Em caso do não cumprimento do contrato quem arca com os prejuízos?
Os produtores ( ) o fornecedor ( ) ambos ( ) outros ?_______________________________________
e) Mesmo havendo um contrato (formal ou não) preestabelecido, é possível modificar o mesmo ao longo do seu
cumprimento, visando ajustar clausulas que não contemple uma das partes?
Não ( ) Sim ( ) Como são feitos os ajustes? __________________________________________________
f) É freqüente o rompimento do contrato estabelecido? Não ( ) Sim ( ) Existe algum mecanismo visando
ressarcir a outra parte? Não ( ) Sim ( ) Qual?___________________________________________________
8.3. Fertilizante químico: Sim ( ) Não ( )
a) Fornecedor: local ( ) nacional ( ) internacional ( ) Custo: R$___________ mês/ano:______________
b) A compra é feita: semanal ( ) mensal ( ) outras?____________________________________________
c) Existe um contrato formal (escrito): Não ( ) Sim ( ) Período de validade do contrato:_________________
d) Em caso do não cumprimento do contrato quem arca com os prejuízos?
Os produtores ( ) o fornecedor ( ) ambos ( ) outros ?_______________________________________
e) Mesmo havendo um contrato (formal ou não) preestabelecido, é possível modificar o mesmo ao longo do seu
cumprimento, visando ajustar clausulas que não contemple uma das partes?
Não ( ) Sim ( ) Como são feitos os ajustes? __________________________________________________
f) É freqüente o rompimento do contrato estabelecido? Não ( ) Sim ( ) Existe algum mecanismo visando
ressarcir a outra parte? Não ( ) Sim ( ) Qual?___________________________________________________
9. Obtenção de sementes/mudas selecionadas: Sim ( ) Não ( )
10. No plantio verifica-se:
10.1. Período de plantio: Sim ( ) Não ( )
10.2. Remoção das hastes que já florescem: Sim ( ) Não ( )
10.3. Colheita manual: Sim ( ) Não ( ) Outros:___________________________
10.4. Acondicionamento: Sim ( ) Não ( ) Onde? ___________________________
10.5. Embalagem: Sim ( ) Não ( )
a) Fornecedor: local ( ) nacional ( ) internacional ( ) Custo: R$___________ mês/ano:______________
b) A compra é feita: semanal ( ) mensal ( ) outras?____________________________________________
c) Existe um contrato formal (escrito): Não ( ) Sim ( ) Período de validade do contrato:_________________
d) Em caso do não cumprimento do contrato quem arca com os prejuízos?
Os produtores ( ) o fornecedor ( ) ambos ( ) outros ?_______________________________________
e) Mesmo havendo um contrato (formal ou não) preestabelecido, é possível modificar o mesmo ao longo do seu
cumprimento, visando ajustar clausulas que não contemple uma das partes?
Não ( ) Sim ( ) Como são feitos os ajustes? __________________________________________________
f) É freqüente o rompimento do contrato estabelecido? Não ( ) Sim ( ) Existe algum mecanismo visando
ressarcir a outra parte? Não ( ) Sim ( ) Qual?___________________________________________________
10.6. Monitoramento de pragas: Sim ( ) Não ( )
10.7. Agrotóxicos: Sim ( ) Não ( )
10.8. Utiliza cobertura morta (casca de arroz) para plantas daninhas: Sim ( ) Não ( )
a) Fornecedor: local ( ) nacional ( ) internacional ( ) Custo: R$___________ mês/ano:______________
b) A compra é feita: semanal ( ) mensal ( ) outras?____________________________________________
c) Existe um contrato formal (escrito): Não ( ) Sim ( ) Período de validade do contrato:_________________
d) Em caso do não cumprimento do contrato quem arca com os prejuízos?
Os produtores ( ) o fornecedor ( ) ambos ( ) outros ?_______________________________________
e) Mesmo havendo um contrato (formal ou não) preestabelecido, é possível modificar o mesmo ao longo do seu
cumprimento, visando ajustar clausulas que não contemple uma das partes?
Não ( ) Sim ( ) Como são feitos os ajustes? __________________________________________________
f) É freqüente o rompimento do contrato estabelecido? Não ( ) Sim ( ) Existe algum mecanismo visando
ressarcir a outra parte? Não ( ) Sim ( ) Qual?___________________________________________________
10.9. Utiliza herbicida para plantas daninhas: Sim ( ) Não ( )
a) Fornecedor: local ( ) nacional ( ) internacional ( ) Custo: R$___________ mês/ano:______________
b) A compra é feita: semanal ( ) mensal ( ) outras?____________________________________________
c) Existe um contrato formal (escrito): Não ( ) Sim ( ) Período de validade do contrato:_________________
d) Em caso do não cumprimento do contrato quem arca com os prejuízos?
Os produtores ( ) o fornecedor ( ) ambos ( ) outros ?_______________________________________
e) Mesmo havendo um contrato (formal ou não) preestabelecido, é possível modificar o mesmo ao longo do seu
cumprimento, visando ajustar clausulas que não contemple uma das partes?
Não ( ) Sim ( ) Como são feitos os ajustes? __________________________________________________
f) É freqüente o rompimento do contrato estabelecido? Não ( ) Sim ( ) Existe algum mecanismo visando
ressarcir a outra parte? Não ( ) Sim ( ) Qual?___________________________________________________
11. Irrigação: Sim ( ) Não ( )
a) Aspersão ( ) b) Gotejamento ( ) c) Micro-aspersão ( ) d) Pivô Central ( ) e) Outro?______________
11.1. Utiliza água: a) Cagece ( ) b) poço ( ) c) rio ( ) d) outros?______________________________
11.2. Custo da água: R$_______________ mês/ano__________
11.3. Máquinas/equipamentos p/ irrigação:
a) Fornecedor: local ( ) nacional ( ) internacional ( ) Custo: R$___________ mês/ano:______________
b) A compra é feita: semanal ( ) mensal ( ) outras?___________________________________________
c) Existe um contrato formal (escrito): Não ( ) Sim ( ) Período de validade do contrato:_________________
d) Em caso do não cumprimento do contrato quem arca com os prejuízos?
Os produtores ( ) o fornecedor ( ) ambos ( ) outros ?_______________________________________
e) Mesmo havendo um contrato (formal ou não) preestabelecido, é possível modificar o mesmo ao longo do seu
cumprimento, visando ajustar clausulas que não contemple uma das partes?
Não ( ) Sim ( ) Como são feitos os ajustes? __________________________________________________
f) É freqüente o rompimento do contrato estabelecido? Não ( ) Sim ( ) Existe algum mecanismo visando
ressarcir a outra parte? Não ( ) Sim ( ) Qual?___________________________________________________
B) Fatores humanos:
Custo de mão-de-obra especializada - formados: R$________________ Quantidade:______________________
Custo de mão-de-obra semi-especializada – 1º e 2° grau: R$_____________ Quantidade: __________________
Custo de mão-de-obra não especializada - analfabeto: R$______________ Quantidade: ____________________
1. Número de membros da família que trabalham no cultivo das flores?_________________________________
2. Programas de treinamento: Sim ( ) Não ( )
a) Mensal ( ) b) Semestral ( ) c) Anual ( ) d) Apenas no ato da contratação ( )
3. Quem é responsável pelo treinamento?
a) Órgãos públicos ( ) b) próprio ( ) c) privado ( ) Custo: R$ _________________
C) Fatores de capital:
4. Investimento último ano: R$_________________
5. Recebeu financiamento do governo: Não ( ) Sim ( ) Qual?___________ Valor investimento: R$______
6. Estufas: Não ( ) Sim ( ) Quantas?_____________ Valor do investimento: R$_____________________
7. Câmara frigorífica: Não ( ) Sim ( ) Quantas?_________ Valor do investimento: R$_________________
8. Propriedade do capital: a) próprio ( ) b) terceiros ( ) c) nacional ( ) d) internacional ( )
9. O proprietário possui outra atividade econômica: Não ( ) Sim ( ) Qual?__________________________
CONDIÇÕES DE DEMANDA (D2):
1. Mercado de destino: 2. local ( ) 3. Nacional ( ) 4. Internacional ( )
2. Mercado local ( Municípios ):________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
2.1. Clientes:
2.1.1. Floricultura própria:
Não ( ) Sim ( ) Quando? Semanal ( ) mensal ( ) anual ( ) Outros?_________________________
2.1.2. Varejo:
Não ( ) Sim ( ) Quando? Semanal ( ) mensal ( ) anual ( ) Outros?__________________________
a) Existe um contrato formal (escrito): Não ( ) Sim ( ) Período de validade do contrato:_________________
b) Em caso do não cumprimento do contrato quem arca com os prejuízos?
Os produtores ( ) o comprador ( ) ambos ( ) outros ?_______________________________________
c) Mesmo havendo um contrato (formal ou não) preestabelecido, é possível modificar o mesmo ao longo do seu
cumprimento, visando ajustar clausulas que não contemple uma das partes?
Não ( ) Sim ( ) Como são feitos os ajustes? __________________________________________________
d) É freqüente o rompimento do contrato estabelecido? Não ( ) Sim ( ) Existe algum mecanismo visando
ressarcir a outra parte? Não ( ) Sim ( ) Qual?___________________________________________________
2.1.3. Atacado/distribuidores:
Não ( ) Sim ( ) Quando? Semanal ( ) mensal ( ) anual ( ) Outros?___________________________
a) Existe um contrato formal (escrito): Não ( ) Sim ( ) Período de validade do contrato:_________________
b) Em caso do não cumprimento do contrato quem arca com os prejuízos?
Os produtores ( ) o comprador ( ) ambos ( ) outros ?_______________________________________
c) Mesmo havendo um contrato (formal ou não) preestabelecido, é possível modificar o mesmo ao longo do seu
cumprimento, visando ajustar clausulas que não contemple uma das partes?
Não ( ) Sim ( ) Como são feitos os ajustes? __________________________________________________
d) É freqüente o rompimento o contrato estabelecido? Não ( ) Sim ( ) Existe algum mecanismo visando
ressarcir a outra parte? Não ( ) Sim ( ) Qual?___________________________________________________
3. Mercado nacional ( Estados ):________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
3.1. Clientes:
3.1.1. Varejo:
Não ( ) Sim ( ) Quando? Semanal ( ) mensal ( ) anual ( ) Outros?___________________________
a) Existe um contrato formal (escrito): Não ( ) Sim ( ) Período de validade do contrato:_________________
b) Em caso do não cumprimento do contrato quem arca com os prejuízos?
Os produtores ( ) o comprador ( ) ambos ( ) outros ?_______________________________________
c) Mesmo havendo um contrato (formal ou não) preestabelecido, é possível modificar o mesmo ao longo do seu
cumprimento, visando ajustar clausulas que não contemple uma das partes?
Não ( ) Sim ( ) Como são feitos os ajustes? __________________________________________________
d) É freqüente o rompimento do contrato estabelecido? Não ( ) Sim ( ) Existe algum mecanismo visando
ressarcir a outra parte? Não ( ) Sim ( ) Qual?___________________________________________________
3.1.2. Atacado/distribuidores:
Não ( ) Sim ( ) Quando? Semanal ( ) mensal ( ) anual ( ) Outros?___________________________
a) Existe um contrato formal (escrito): Não ( ) Sim ( ) Período de validade do contrato:_________________
b) Em caso do não cumprimento do contrato quem arca com os prejuízos?
Os produtores ( ) o comprador ( ) ambos ( ) outros ?_______________________________________
c) Mesmo havendo um contrato (formal ou não) preestabelecido, é possível modificar o mesmo ao longo do seu
cumprimento, visando ajustar clausulas que não contemple uma das partes?
Não ( ) Sim ( ) Como são feitos os ajustes? __________________________________________________
d) É freqüente o rompimento do contrato estabelecido? Não ( ) Sim ( ) Existe algum mecanismo visando
ressarcir a outra parte? Não ( ) Sim ( ) Qual?___________________________________________________
4. Mercado externo:__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
4.1. Clientes:
4.1.1. Varejo:
Não ( ) Sim ( ) Quando? Semanal ( ) mensal ( ) anual ( ) Outros?___________________________
a) Existe um contrato formal (escrito): Não ( ) Sim ( ) Período de validade do contrato:_________________
b) Em caso do não cumprimento do contrato quem arca com os prejuízos?
Os produtores ( ) o comprador ( ) ambos ( ) outros ?_______________________________________
c) Mesmo havendo um contrato (formal ou não) preestabelecido, é possível modificar o mesmo ao longo do seu
cumprimento, visando ajustar clausulas que não contemple uma das partes?
Não ( ) Sim ( ) Como são feitos os ajustes? __________________________________________________
d) É freqüente o rompimento do contrato estabelecido? Não ( ) Sim ( ) Existe algum mecanismo visando
ressarcir a outra parte? Não ( ) Sim ( ) Qual?___________________________________________________
4.1.2. Atacado/distribuidores:
Não ( ) Sim ( ) Quando? Semanal ( ) mensal ( ) anual ( ) Outros?___________________________
a) Existe um contrato formal (escrito): Não ( ) Sim ( ) Período de validade do contrato:_________________
b) Em caso do não cumprimento do contrato quem arca com os prejuízos?
Os produtores ( ) o comprador ( ) ambos ( ) outros ?_______________________________________
c) Mesmo havendo um contrato (formal ou não) preestabelecido, é possível modificar o mesmo ao longo do seu
cumprimento, visando ajustar clausulas que não contemple uma das partes?
Não ( ) Sim ( ) Como são feitos os ajustes? __________________________________________________
d) É freqüente o rompimento do contrato estabelecido? Não ( ) Sim ( ) Existe algum mecanismo visando
ressarcir a outra parte? Não ( ) Sim ( ) Qual?___________________________________________________
5. Comportamento (evolução) do mercado (Costumes/tradição): Período que se verificam maiores vendas:
a) Dia das mães ( ) b) Dia dos namorados ( ) c) Dia de finados ( ) d) Outros: ____________________
6. Exigências do mercado:_____________________________________________________________________
INDÚSTRIAS CORRELATAS E DE APOIO (D3):
1. Nível de verticalização/participa de etapas anteriores da cadeia produtiva? Não ( ) Sim ( )
Qual? _____________________________________________________________________________________
2. Existe cooperação entre produtores e fornecedores (alianças estratégicas): Não ( ) Sim ( )
Qual?_____________________________________________________________________________________
3. Nível de integração horizontal/participa em conjunto com outras empresas no mesmo estágio da cadeia
produtiva? Não ( ) Sim ( )
Qual? _____________________________________________________________________________________
ESTRUTURA, ESTRATÉGIA E RIVALIDADE DAS EMPRESAS (D4):
1. A empresa mantém um sistema de controle de custos? Não ( ) Sim ( )
Qual? _____________________________________________________________________________________
2. As estratégias da empresa são baseadas em:
a) ( ) Custos (baixos custos) b) ( ) Diferenciação do produto c) ( ) diversificação
d) ( ) Existe uma indefinição na empresa e) ( ) integração vertical f) ( ) integração horizontal
3. Reestruturação patrimonial (fusões e aquisições)/familiar:__________________________________________
4. Tamanho médio das firmas (escala de produção): a) pequena ( ) b) média ( ) c) grande ( )
5. Gestão (planejamento, acompanhamento de mercado): Não ( ) Sim ( )
Qual? _____________________________________________________________________________________
6. Certificação (controle de qualidade): Não ( ) Sim ( )
Qual?_____________________________________________________________________________________
7. Estudos de mercado: Não ( ) Sim ( )
Qual?_____________________________________________________________________________________
8. Nível de rivalidade: a) local ( ) b) nacional ( ) c) internacional ( )
9. A empresa participa de:
a) Sindicato ( ) b) Cooperativa ( ) c) Associação ( ) d) Conselho ( ) e) Não é membro ( )
10. Compra conjunta com outros produtores de insumos/equipamentos: Não ( ) Sim ( )
11. Venda conjunta com outros produtores de produtos: Não ( ) Sim ( )
12. Tecnologia adotada: Nacional ( ) Internacional ( )
PAPEL DO GOVERNO (D5):
Em sua opinião quais os mecanismos de políticas públicas mais utilizados pelo governo de incentivo ao setor de
produção das flores CE (marque com X ):
a) Taxa de câmbio ( ) b) Incentivos fiscais ( ) c) Financiamentos ( ) d)Taxa de juros ( )
e) Quotas de importação ( ) f) Impostos de importação ( ) g) Carga tributária ( )
h) Investimento em pesquisa e desenvolvimento ( ) i) Subsídios ( ) j) Fiscalização ( )
Outros?____________________________________________________________________________________
RELAÇÃO COM OS FORNECEDORES:
1. Despesas Administrativas: R$_________________________ mês/ano:_______________________________
2. Despesas c/ tecnologia de informação: R$_________________________ mês/ano:______________________
3. Arbitragem – pessoa/órgão/entidade responsável em intermediar as negociações:
a) Privada – própria ( ) b) Pública - governo ( )
4. Despesas c/ obtenção de informação sobre os fornecedores?
Não ( ) Sim ( ) Custo : R$_____________ mês/ano:________
Tabela de Resumo 1:
Freqüência Baixa ( ) Média ( ) Alta ( )
Incerteza Baixa ( ) Média ( ) Alta ( )
Especificidade do Ativo Baixa ( ) Média ( ) Alta ( )
Oportunismo Baixa ( ) Média ( ) Alta ( )
Racionalidade Limitada Baixa ( ) Média ( ) Alta ( )
Despesas Administrativas Baixa ( ) Média ( ) Alta ( )
Despesas com Tecnologia de Informação Baixa ( ) Média ( ) Alta ( )
Contribuição Institucional Baixa ( ) Média ( ) Alta ( )
Arbitragem Privada ( ) Pública ( )
Estrutura de Governança Esperada Mercado ( ) Contrato ( ) Integração ( )
RELAÇÃO COM O MERCADO ( DEMANDA/EXPORTADORES )
1. Despesas Administrativas: R$_________________________ mês/ano:_______________________________
2. Despesas c/ tecnologia de informação: R$_________________________ mês/ano:_____________________
3. Arbitragem – pessoa/órgão/entidade responsável em intermediar as negociações:
a) Privada – própria ( ) b) Pública - governo ( )
4. Despesas c/ obtenção de informação sobre as condições demanda ?
Não ( ) Sim ( ) Custo : R$_____________ mês/ano:________
Tabela de Resumo 2:
Freqüência Baixa ( ) Média ( ) Alta ( )
Incerteza Baixa ( ) Média ( ) Alta ( )
Especificidade do Ativo Baixa ( ) Média ( ) Alta ( )
Oportunismo Baixa ( ) Média ( ) Alta ( )
Racionalidade Limitada Baixa ( ) Média ( ) Alta ( )
Despesas Administrativas Baixa ( ) Média ( ) Alta ( )
Despesas com Tecnologia de Informação Baixa ( ) Média ( ) Alta ( )
Contribuição Institucional Baixa ( ) Média ( ) Alta ( )
Arbitragem Privada ( ) Pública ( )
Estrutura de Governança Esperada Mercado ( ) Contrato ( ) Integração ( )
PRODUÇÃO:
PRODUTO
ÁREA
CULTIVADA
(Ha)
PRODUÇÃO
TOTAL
UNIDADE
PREÇO
UNITÁRIO
R$
TOTAL R$
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
TOTAL
Livros Grátis
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