Download PDF
ads:
CLÁUDIA VALÉRIA GÁVIO COURA
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA DIMENSÃO DO AGREGADO E DO CORPO-DE-
PROVA NA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL DO CONCRETO
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-graduação em Engenharia Civil da
Universidade Federal Fluminense como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Civil. Área de
concentração: Tecnologia da Construção
Orientador: Prof. FATHI AREF IBRAHIM DARWISH – Ph.D.
Co-Orientadora: Profª. MARIA TERESA GOMES BARBOSA – D.Sc.
NITERÓI
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Engenharia e Instituto de
Computação da UFF
C858 Coura, Cláudia Valéria Gávio.
Estudo da influência da dimensão do agregado e do corpo-de-
prova na resistência à compressão axial do concreto / Cláudia
Valéria Gávio Coura – Niterói,. RJ : [s.n.], 2006.
93 f.
Orientador: Fathi Aref Ibrahim Darwish e Maria Teresa Gomes
Barbosa.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade
Federal Fluminense, 2006.
1. Concreto. 2. Concreto - Tecnologia. 3. Agregado (Material
de construção). I. Título.
CDD 693.5
ads:
CLÁUDIA VALÉRIA GÁVIO COURA
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA DIMENSÃO DO AGREGADO E DO CORPO-DE-
PROVA NA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL DO CONCRETO
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-graduação em Engenharia Civil da
Universidade Federal Fluminense como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Civil. Área de
concentração: Tecnologia da Construção
Aprovada em Julho de 2006
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________
Prof. Fathi Aref Ibrahim Darwish – Ph.D – Orientador
Universidade Federal Fluminense
__________________________________________________________
Profª. Maria Teresa Gomes Barbosa – D.Sc. – Co-orientadora
Universidade Federal de Juiz de Fora
__________________________________________________________
Prof. Emil de Souza Sánchez Filho – D.Sc
Universidade Federal de Juiz de Fora
__________________________________________________________
Prof. José Alberto Barroso Castanõn – D.Sc.
Universidade Federal de Juiz de Fora
NITERÓI
2006
A Professora e Amiga Maria Teresa Gomes Barbosa
com carinho e admiração.
Aos meus pais pelo amor, carinho e amizade dedicados, que contribuíram de forma
decisiva para que esse sonho se tornasse realidade.
Aos meus irmãos que contribuíram para tornar mais amenos os períodos de
incerteza, pelo apoio emocional e pela paciência podendo, hoje, compartilhar comigo
a satisfação da conclusão deste curso.
Ao meu marido Lino, e minhas filhas Laís e Laura pelo amor, amizade e
ombro amigo com que pude e espero poder contar por todo o resto da minha vida.
Amo vocês.
AGRADECIMENTOS
A Deus.
Ao Professor Fathi Aref Ibrahim Darwish pela orientação e amizade.
Aos Professores Emil de Souza Sánchez Filho e José Alberto Barroso
Castanõn por terem aceitado o convite de fazer parte de minha banca examinadora.
A HOLCIN (Brasil) S.A. na pessoa do Sr. Anderson Silva Santos pela
atenção e fornecimento do material de estudo desta dissertação.
À PEDRA SUL Mineração Ltda pelo fornecimento de material para a
confecção dos corpos de prova.
Ao laboratorista de materiais de construção da Universidade Federal de
Juiz de Fora, Máximo Pifano por toda amizade e apoio durante a moldagem e
execução de ensaios nos corpos-de-prova.
A todos os professores que direta ou indiretamente contribuíram com
preciosas informações na área de materiais de construção e de resistência dos
materiais.
Ao amigo Professor Sérgio Kitamura pelo incentivo e pelos bons
conselhos dados em momentos difíceis da vida.
Às amigas Roberta e Thaís pelos bons momentos de amizade e
descontração vividos, e que funcionaram como uma injeção de ânimo para que a
jornada prosseguisse.
A todos que conheci, seja por uma sugestão, interesse, um gesto
amigo, que incentivaram a realização deste trabalho.
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ..................................................................................................4
SUMÁRIO....................................................................................................................5
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS..................................................7
LISTA DE ILUSTRAÇÕES..........................................................................................9
LISTA DE TABELAS .................................................................................................11
1 INTRODUÇÃO............................................................................................14
1.1 Importância da pesquisa.............................................................................14
1.2 OBJETIVO ..................................................................................................16
1.3 Método de Desenvolvimento da Pesquisa..................................................17
1.4 ESTRUTURA DA PESQUISA.....................................................................17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................19
2.1 Considerações Iniciais................................................................................19
2.2 Revisão das teorias SOBRE Efeito Escala e Efeito Tamanho....................22
2.2.1 Lei de Bazant (Size Effect Law – SEL) .......................................................22
2.2.2 Lei de Carpinteri (Multifractal Scalling Law – MFSL)...................................26
2.3 HOMOGENEIDADE DIMENSIONAL DAS LEIS FÍSICAS..........................31
2.4 DOMÍNIO DE APLICABILIDADE DAS FÓRMULAS SOBRE EFEITO DE
ESCALA ....................................................................................................................32
2.5 Mecânica da Fratura no Concreto...............................................................32
2.5.1 Considerações iniciais ................................................................................32
2.5.2 Classificação segundo o critério de desenvolvimento das fissuras.............33
2.5.2.1 Geometria positiva...................................................................................33
2.5.2.2 Geometria negativa.................................................................................34
2.5.2.3 Geometria complexa ...............................................................................34
3 ALGUNS ASPECTOS DO CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND.........35
3.1 Considerações iniciais ................................................................................35
3.2 Materiais Componentes..............................................................................35
3.2.1 Cimento Portland ........................................................................................36
3.2.2 Agregados...................................................................................................36
3.2.3 Água............................................................................................................39
3.3 Principais Propriedades Mecânicas do Concreto e os Fatores que as
Influenciam................................................................................................................41
3.3.1 Trabalhabilidade..........................................................................................41
3.3.2 Segregação.................................................................................................41
3.3.3 Resistência Mecânica.................................................................................42
3.4 FATORES QUE INFLUENCIAM A RESISTÊNCIA MECÂNICA DO
CONCRETO..............................................................................................................43
3.4.1 Influência das formas e dimensões dos corpos-de-prova...........................46
3.4.2 Velocidade e duração da carga ..................................................................47
3.4.3 A zona de transição entre a pasta de cimento e o agregado......................48
4 MATERIAIS E METODOLOGIA..................................................................50
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS......................................................................50
4.2 MATERIAIS CONSTITUINTES DO CONCRETO.......................................50
4.2.1 Cimento.......................................................................................................50
4.2.2 Agregado miúdo..........................................................................................52
4.2.3 Agregado graúdo ........................................................................................52
4.2.4 Água............................................................................................................53
4.2.5 Resumo dos materiais empregados............................................................53
4.2.6 Proporção dos materiais.............................................................................54
4.3 PROGRAMA EXPERIMENTAL ..................................................................55
4.3.1 Amostras testadas ......................................................................................55
4.3.2 Preparação dos corpos-de-prova................................................................56
4.3.3 Ensaio de resistência à compressão axial..................................................57
5 RESULTADOS E ANÁLISES......................................................................60
5.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS......................................................................60
5.2 ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL...............................60
6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS............77
6.1 ANÁLISE DO EFEITO PAREDE.................................................................78
6.2 ANÁLISE DO EFEITO ESCALA..................................................................78
6.3 ANÁLISE DO EFEITO TAMANHO..............................................................78
6.4 EXPRESSÃO PROPOSTA.........................................................................79
6.5 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS..........................................79
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................81
ANEXO A - CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS .................................................87
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
A
ABNT
a
B
CP
CPII E – 32
CV
d
d
máx
E
F
o
F
α
f
c28
f
cm
f
t
h/ d
IPT
LEFM
M
MFSL
NBR
NM
Constante física
Associação Brasileira de Normas Técnicas
Dimensão característica da falha
Constante física
Corpo-de-prova
Cimento Portland composto com escória de alto forno e resistência
à compressão mínima aos 28 dias de idade de 32 MPa.
Coeficiente de variação
Diâmetro característico do corpo de prova
Dimensão máxima característica do agregado
Módulo de elasticidade
Valor de Fisher calculado
Valor de Fisher tabelado
Resistência à compressão axial aos 28 dias de idade
Resistência à compressão média
Parâmetro de resistência (o qual pode ser a resistência à tração
direta)
Relação entre altura e a seção transversal do corpo-de-prova
Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Mecanismo de ruptura linear
Mistura
Multifractal Scalling Law
Norma Brasileira
Norma Mercosul
ppm
SEL
σ
σ
0
σ
k
σ
N
γ
λ
0
α
#
φ
máx
Partes por mil
Size Effect Law – Lei de Bazant
Tensão crítica
Termo corretivo adimensional (Lei de Bazant)
Tensão característica do material
Resistência à tração nominal
Peso específico
Constante empírica que pode ser determinada pelo adequamento
dos resultados dos testes
Termo adimensional que representa o desvio positivo, devido à
desordem, de uma resistência nominal limite f
t
Abertura da malha da peneira
Dimensão máxima característica do agregado
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1.1 – Desenho original sobre efeito tamanho estudado por Galileo;..............15
Figura 2.1 – Efeito parede.........................................................................................21
Figura 2.2 – Lei de efeito escala de Bazant ..............................................................23
Figura 2.3 - Hipótese de Bazant:
d
a
=constante.........................................................24
Figura 2.4 - Resistência à compressão de corpos-de-prova cilindros de concreto de
diversas dimensões...................................................................................................26
Figura 2.5 – Lei de Carpinteri: diagrama proporcional ..............................................27
Figura 2.6 – Diagrama da MSFL...............................................................................28
Figura 2.7 – MFSL para duas diferentes microestruturas de materiais.....................29
Figura 2.8 – SEL x MFSL: ensaio de resistência à tração na flexão em vigas de
concerto simples .......................................................................................................30
Figura 2.9 – SEL x MFSL: ensaio de resistência à tração na flexão em vigas de
concreto armado .......................................................................................................30
Figura 2.10 – SEL x MFSL: ensaio de resistência à tração na flexão em vigas de
concreto pré-fissuradas.............................................................................................31
Figura 2.11 – SEL x MFSL: ensaio de resistência à tração por compressão diametral
..................................................................................................................................31
Figura 2.12 – Efeito escala para vigas de concreto carregadas em três pontos.......33
Figura 2.13 – Comportamento da teoria da SEL para geometria negativa ...............34
Figura 3.1 – Diagrama ilustrativo das várias inter-relações.......................................38
Figura 3.2 – Relação entre resistência à compressão do concreto e o aumento do
fator água / cimento...................................................................................................40
Figura 3.3 – Interação dos fatores que influenciam a resistência do concreto..........43
Figura 3.4 – A dependência entre a resistência e a relação água / cimento.............44
Figura 3.5 – Relação entre a resistência à compressão e a idade de concretos
preparados com diversos agregados........................................................................45
Figura 3.6 – Aspecto geral da influência da relação altura / diâmetro sobre a
resistência à compressão aparente de um corpo-de-prova cilindro de concreto.......46
Figura 3.7 – Ensaio de compressão: a) deformação vertical e horizontal; b) atrito
entre os pratos da prensa e o CP..............................................................................47
Figura 3.8 – Diagrama tensão x deformação específica para ação de longa duração
..................................................................................................................................48
Figura 4.1. Dimensões dos corpos-de-prova de concreto.........................................55
Figura 4.2 – Ensaio de resistência à compressão do corpo-de-prova de 150 mm x
300 mm confeccionado com agregado de dimensão de 25 mm...............................58
Figura 4.3 – Ensaio de resistência à compressão do corpo-de-prova de 200 mm x
400 mm confeccionado com agregado de dimensão de 9,5 mm..............................59
Figura 5.1 – Corpos-de-prova de concreto com diferentes dimensões.....................63
Figura 5.2 – Superfície de ruptura do corpo-de-prova de 200 mm x 400 mm
confeccionado com brita de graduação de 9,5 mm...................................................63
Figura 5.3 – Superfície de ruptura do corpo-de-prova de 100 mm x 200 mm
confeccionado com brita de graduação de 32,0 mm.................................................64
Figura 5.4 – Resistência média à compressão (MPa) x diâmetro do CP (mm) para
brita de graduação 9,5 mm........................................................................................65
Figura 5.5 – Resistência média à compressão (MPa) x diâmetro do CP (mm) para
brita de graduação 25,0 mm......................................................................................65
Figura 5.6 – Resistência média à compressão (MPa) x diâmetro do CP (mm) para
brita de graduação 32,0 mm......................................................................................66
Figura 5.7 – Resistência média à compressão (MPa) x graduação da brita (mm) para
CP de 100 mm x 200 mm..........................................................................................66
Figura 5.8 – Resistência média à compressão (MPa) x graduação da brita (mm) para
CP de 150 mm x 300 mm..........................................................................................67
Figura 5.9 – Resistência média à compressão (MPa) x graduação da brita (mm) para
CP de 200 mm x 400 mm..........................................................................................67
Figura 5.10 - Resistência média à compressão (MPa) x diâmetro do CP (mm)........68
Figura 5.11- Resistência média à compressão (MPa) x graduação da brita (mm)....68
Figura 5.12 – Expressão da variação para brita de 9,5 mm (100 mm d 200 mm).
..................................................................................................................................71
Figura 5.13 – Expressão da variação para brita de 25 mm (100 mm d 200 mm).
..................................................................................................................................71
Figura 5.14 – Expressão da variação para brita de 32 mm (100 mm d 200 mm)72
Figura 5.15 – Expressão da variação para brita de 9,5 mm (80 mm d 300 mm).72
Figura 5.16 – Expressão da variação proposta para brita de 25,0 mm (80 mm d
300 mm)....................................................................................................................73
Figura 5.17 – Expressão da variação para brita de 32,0 mm (80 mm d 300 mm).
..................................................................................................................................73
Figura 5.18 – Comparação entre esta pesquisa x Bazant x Carpinteri para brita de
graduação de 9,5 mm. ..............................................................................................74
Figura 5.19 – Comparação entre esta pesquisa x Bazant x Carpinteri para brita de
graduação de 25 mm. ...............................................................................................75
Figura 5.20 – Comparação entre esta pesquisa x Bazant x Carpinteri para brita de
graduação de 32 mm. ...............................................................................................75
LISTA DE TABELAS
TABELA 3.1 – Tipos de cimento Portland fabricados no Brasil.................................36
TABELA 3.2 – Ensaios normalizados pela ABNT para caracterização de agregados.
..................................................................................................................................39
TABELA 3.3 – Concentrações máximas toleráveis na água de amassamento. 41
TABELA 4.1 – Composição granulométrica da areia empregada no estudo. ...........52
TABELA 4.2 – Composição granulométrica das britas empregadas na pesquisa.....53
TABELA 4.3 – Resumo dos materiais empregados na pesquisa..............................54
TABELA 4.4 – Traços dos concretos. .......................................................................54
TABELA 4.5 – Características dos corpos-de-prova ensaiados................................56
TABELA 4.6 – Número de camadas e golpes para moldagem dos corpos-de-prova.
..................................................................................................................................57
TABELA 5.1 – Resultados do ensaio de resistência à compressão em MPa
(Agregado graúdo – φ
máx
= 9,5 mm)..........................................................................61
TABELA 5.2 – Resultados do ensaio de resistência à compressão em MPa
(Agregado graúdo – φ
máx
= 25,0 mm)........................................................................62
TABELA 5.3 – Resultados do ensaio de resistência à compressão em MPa
(Agregado graúdo – φ
máx
= 32,0 mm)........................................................................62
TABELA 5.4 – Resultados obtidos na análise estatística da f
cm
para CP com
dimensões de 100 mm x 200 mm e dimensão do agregado variável – valores de F.
..................................................................................................................................69
TABELA 5.5 – Resultados obtidos na análise estatística da f
cm
para CP com
dimensões 150 mm x 300 mm e dimensão do agregado variável – valores de F.....69
TABELA 5.6 – Resultados obtidos na análise estatística da f
cm
para CP com
dimensões de 200 mm x 400 mm e dimensão do agregado variável – valores de F.
..................................................................................................................................69
TABELA 5.7 – Resultados obtidos na análise estatística da f
cm
para dimensão do
agregado de 9,5 mm e tamanho CP variável – valores de F. ...................................69
TABELA 5.8 – Resultados obtidos na análise estatística da f
cm
para dimensão do
agregado de 25,0 mm e tamanho CP variável – valores de F. .................................69
TABELA 5.9 – Resultados obtidos na análise estatística da f
cm
para dimensão do
agregado de 32,0 mm e tamanho CP variável – valores de F. .................................70
TABELA 5.10 – Resultados obtidos na análise estatística da f
cm
para dimensão do
agregado e dimensão do CP variável – valores de F................................................70
RESUMO
Esta pesquisa apresenta uma análise crítica da influência da dimensão do
corpo-de-prova e do agregado no estudo do efeito escala e do efeito tamanho, pois
diversos autores desconsideraram o seu comportamento. Esses efeitos foram
estudados pela comparação comportamental de concretos com a mesma classe de
resistência à compressão, usando-se corpos-de-prova cilíndricos de três diferentes
dimensões, porém geometricamente similares, a saber: de 100 mm x 200 mm, 150
mm x 300mm e 200 mm x 400 mm, bem como diferentes dimensões de agregado
graúdo, com diâmetros máximos característicos de 9,5 mm, 25,0 mm e 32,0 mm.
Para tanto, empregou-se o ensaio de compressão axial. Realizou-se uma análise
das diferenças existentes entre o efeito tamanho e o efeito escala, já que ambos
ocorrem, e foi proposta uma equação que avalia com mais clareza alguns
fenômenos ocorridos na pesquisa.
Palavras-chave: Efeito parede; Efeito escala; Efeito tamanho e Influência do
agregado.
ABSTRACT
This research presents a critical analysis of the influence of size specimen
test, and aggregate in the size effect study since, up to the moment, several authors
have disregarded its importance. This effect was studied for the comportment
comparison of the same concrete strenght, however similar geometrically. An
experimental program consisted of the three different sizes of concrete cylinders
were studied (diameter x height): 100 mm x 200 mm, 150 mm x 300 mm and 200 mm
x 400 mm and three different size aggregate: 9,5 mm, 25,0 mm and 32,0 mm. The
results were compared and identified the influence of the several parameters that
affect the strength of concrete. In the end proposed models for size effect.
Keywords: Size effect, Wall effect, Size scale and influence of size aggregate.
1 INTRODUÇÃO
1.1 IMPORTÂNCIA DA PESQUISA
Os estudos iniciais sobre efeito tamanho e efeito escala foram realizados por
volta de 1500 (BAZANT, 1999).
Este tema foi tratado inicialmente por Leonardo da Vinci, o qual pode ser
considerado o primeiro teórico do efeito tamanho estatístico. Da Vinci constatou que
“entre cordas de mesma espessura, a mais comprida possui menor resistência”, e
propôs que “o quão menor for uma corda, mais forte ela será”, deduzindo o princípio
da proporcionalidade inversa.
Pouco mais de um século depois, em 1638, uma abordagem mais sistemática
sobre o assunto foi feita por Galileu Galilei, no livro “Discorsi e Dimostrazioni
Matematiche Intorno a Due Nuove Scienze”, onde afirma que o efeito tamanho,
descrito por Leonardo da Vinci não poderia estar correto.
GALILEO (1638) discutiu, partindo de observações da natureza, o efeito
tamanho de um animal analisando o formato de seus ossos; comparou os
esqueletos de vertebrados pequenos e grandes observando uma transição do osso
fino para o grosso, conforme ilustrado na Figura 1.1. Os ossos crescem
desproporcionalmente em relação a dimensão linear do animal, devido à
reciprocidade do peso do animal (∼[L]
3
) e da resistência do osso (∼[L]
2
).
15
Figura 1.1 – Desenho original sobre efeito tamanho estudado por Galileo;
adaptação de BAZANT (1999).
Baseado em vários experimentos do cientista francês E. Mariotte
1
(1686, apud
BAZANT, 1999) constatou-se que “uma corda longa e outra curta sempre suportam
o mesmo peso, a menos que na corda longa haja alguma imperfeição em algum
lugar no qual haverá um rompimento mais rápido do que na corda curta”. Até
meados de 1980 generalizadamente acreditava-se que se um efeito tamanho era
observado, sua origem era estatística, descrita pela teoria de Weibull
22
(1939, apud
CARPINTERI, 2002), a qual afirma que o efeito tamanho na resistência nominal se
origina no fato de que quanto maior for à estrutura, maior é a probabilidade que em
seu volume seja encontrado um elemento do material de baixa resistência, podendo
causar a falha de toda a estrutura.
Nas estruturas de concreto as considerações sobre o efeito tamanho e efeito
escala receberam atenção apenas nos últimos anos. As evidências experimentais
apresentadas a seguir mostraram uma influência negativa das dimensões na
resistência da estrutura e na sua fragilidade. BAZANT (1984) empregou métodos
determinísticos, e não os estatísticos, utilizando a teoria da fratura iniciada por
1
MARIOTTE, E. Traité du movement dês eaux. Posthumously edited by M. de la Hire. Engl. Transl.
by J. T. Desvaguliers London, 1718. p. 249, also Mariotte’s collected works, 2
nd
edn. The Hague 1740
2
WEIBULL, W. A statical theory for the strenght of materials. Stockholm, 1939
16
Griffith, que se baseia na propagação de fissuras pré-existentes. BAZANT e SENER
(1988); empregando o ensaio de “pull-out” observaram que a tensão de aderência
tende a diminuir com o aumento das dimensões do corpo-de-prova.
Mais recentemente ELIGEHAUSEN e OZBOLT (1994) estudaram o efeito
escala para a força cortante em vigas de concreto armado, onde constataram, por
meio de resultados obtidos experimentalmente, que existe um significativo efeito
escala, ou seja, quando a dimensão aumenta, a tensão nominal devido à força
cortante diminui.
TANG et al. (1994), CARPINTERI (1994) e CARPINTERI et al. (1995),
estudaram esse fenômeno em estruturas sujeitas à flexão e a tração por
compressão diametral, sendo que CARPINTERI (1995) acrescentou os testes de
dupla punção e flexão em estrutura de concreto pré-fissurada. Nesses testes
observou-se redução da resistência nominal com o aumento das dimensões.
No trabalho de TRENDE e BÜYÜKÖZTÜRK (1998) com relação à influência
da superfície do agregado na interface de ruptura, mostrou-se que o aumento da
rugosidade da superfície do agregado conduz a um incremento na energia
necessária à ruptura, ou seja, a transição entre superfície lisa e áspera do agregado
dobra a energia de ruptura.
KIM et al. (1999) estudaram o efeito escala sobre a resistência à compressão
axial do concreto variando a dimensão de corpos-de-prova cilíndricos, onde foi
observado que ocorre uma redução da tensão nominal com o aumento da dimensão
da estrutura.
ELFAHAL et al. (2005) estudaram o efeito escala para resistência normal em
cilindros de concreto submetidos a impacto axial, e tanto nos testes experimentais
quanto nas simulações numéricas, a existência do efeito escala foi comprovada para
cilindros de concreto convencional submetidos a forças estáticas de compressão e
forças dinâmicas axiais. Verificando-se que quanto maior a dimensão do corpo-de-
prova menor é a tensão nominal.
1.2 OBJETIVO
Na determinação da resistência mecânica do concreto o efeito escala e o
efeito tamanho tem uma forte influência no comportamento mecânico desse material.
17
O objetivo deste trabalho é estudar a influência da dimensão do corpo-de-prova e a
dimensão do agregado graúdo na resistência mecânica à compressão axial, por
meio da análise em corpos-de-prova com diferentes dimensões, mas com a mesma
relação entre a altura e o diâmetro (
2
d
h
=
), variando-se também as dimensões do
agregado graúdo: 9,5 mm; 25,0 mm e 32,0 mm. Os efeitos tamanho e escala serão
investigados com as respectivas forças de ruptura dos corpos-de-prova.
1.3 MÉTODO DE DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
No desenvolvimento desta pesquisa utilizaram-se os seguintes meios: revisão
bibliográfica, que envolveu publicações nacionais e internacionais, e um programa
experimental para atingir o objetivo proposto neste trabalho.
A primeira etapa deste trabalho foi à identificação do problema a pesquisar,
definindo-se os objetivos do estudo e as possíveis variáveis a serem estudadas no
programa experimental.
Para se alcançar os objetivos propostos baseou-se inicialmente em
referências bibliográficas, compostas de publicações nacionais e internacionais,
buscando-se dessa forma esclarecer os principais conceitos descritos na
dissertação. A revisão contém um estudo sobre os efeitos escala, efeito tamanho e
efeito parede, além das principais teorias que descrevem esses fenômenos.
A etapa seguinte foi à elaboração do programa experimental, que envolveu o
estudo das características físicas dos materiais constituintes e os ensaios de
resistência à compressão axial, com o objetivo de obter resultados que permitam
avaliar o fenômeno dos efeitos escala, efeito tamanho e efeito parede, para que se
obtenha uma equação que determine a tensão média em função das dimensões do
corpo-de-prova e da dimensão máxima do agregado graúdo.
1.4 ESTRUTURA DA PESQUISA
Este trabalho está estruturado em seis capítulos, a seguir descriminados.
O capítulo 1 é a introdução onde se ressalta a importância da pesquisa e seus
objetivos.
18
Considerando-se a grande confusão existente entre o efeito tamanho, efeito
escala e efeito parede, é efetuada no capítulo 2 uma revisão bibliográfica sobre
esses efeitos, bem como a apresentação dos dois enfoques existentes sobre esse
estudo, ou seja, a Lei de Bazant (Size Effect Law – SEL) e a Lei de Carpinteri
(Multifractal Scalling Law – MFSL).
No capítulo 3 são apresentados os principais parâmetros para a obtenção do
concreto de cimento Portland, onde são feitas algumas considerações a respeito dos
materiais constituintes e das principais propriedades desse material.
O capítulo 4 discorre sobre os materiais utilizados no programa experimental,
e sobre os ensaios realizados. São descritos também os resultados dos ensaios de
caracterização dos materiais empregados nesta pesquisa.
No capítulo 5 apresentam-se os resultados obtidos nos ensaios de resistência
à compressão axial e uma análise estatística dos mesmos, bem como as principais
conclusões obtidas. Cumpre esclarecer que a análise estatística realizada foi feita
por meio da planilha eletrônica Excel. Salienta-se que nesse capítulo propõe-se uma
equação que considera a influência das dimensões dos corpos-de-prova e as
dimensões do agregado. Recomenda-se a realização de mais ensaios de modo a
confirmar os resultados obtidos.
No capítulo 6 são apresentadas as conclusões obtidas no estudo efetuado, e
são feitas sugestões para estudos futuros.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O efeito tamanho e o efeito escala de estruturas com rupturas frágeis, como
as estruturas de concreto, é um assunto que tem sido amplamente debatido pelos
principais especialistas nessa área, por ser um tema de grande importância.
O RILEM Technical Committe (2005) salienta que somente a cerca de uma
década, pensava-se que o efeito tamanho e escala na ruptura de estruturas de
concreto fossem adequadamente explicados pela teoria probabilística de Weibull.
Assim o efeito tamanho e o efeito escala foram considerados como um assunto de
estudo da estatística.
O conceito clássico de que qualquer efeito tamanho ou escala observado era
estatístico foi contestado na década de 1980. Atualmente é amplamente aceito que
o efeito tamanho e escala na resistência estrutural têm caráter determinísticos,
sendo causado principalmente por redistribuição de tensões e liberação de energia,
associados a uma propagação estável de grandes fraturas, ou à formação de
grandes zonas com fissuras distribuídas, que são típicas de materiais frágeis
particulados, tais como o concreto.
Na mecânica dos sólidos tem sido feita uma distinção entre o efeito escala
estrutural intrínseco e o efeito tamanho nominal na quantificação mecânica aparente,
no entanto, isto tem proporcionado uma grande confusão. Para evitar tal fato,
BARBOSA et al. (1998) sugerem a adoção das designações do parágrafo seguinte,
que serão usadas neste trabalho.
20
O “efeito escala” é a influência das dimensões dos corpos-de-prova sobre as
propriedades mecânicas dos materiais. Ocorre que na análise dimensional os
parâmetros que são ignorados no corpo grande (protótipo), por exercerem pequena
influência, no corpo pequeno (modelo) passam a exercer grande influência. Este é o
caso do concreto, que quando as dimensões dos grãos são pequenas em relação às
dimensões dos corpos-de-prova, a heterogeneidade do material é desconsiderada,
entretanto, num corpo-de-prova pequeno esta influência é significativa. Esse efeito
desapareceria se o diâmetro máximo do agregado variasse proporcionalmente com
a dimensão característica do corpo-de-prova, ou seja, quando se ensaia em corpos-
de-prova menores como, por exemplo, o “microconcreto”, um concreto no qual o
diâmetro máximo do agregado é reduzido na mesma proporção que a dimensão
característica dos corpos-de-prova, esse efeito é desconsiderado.
CARNEIRO (1993) salienta que a maior probabilidade de ocorrerem defeitos
ou simplesmente conseqüências da heterogeneidade de um material em corpos-de-
prova grandes, como segregação e zona de transição, pode causar efeitos de
escala, que costumam ser tratados por métodos estatísticos. Em ensaios de tração
de fios metálicos com comprimentos diferentes, os fios mais longos podem ser
menos resistentes do que os mais curtos, pela maior probabilidade de ocorrer nos
primeiros uma seção mais frágil.
Deve-se analisar com prudência os resultados dos estudos que levaram
muitos autores à conclusão errônea, e não confirmada pela experiência, de que a
resistência de um material tende para zero quando a dimensão característica do
corpo-de-prova tende para o infinito.
O “efeito tamanho” é conhecido como a influência crescente do peso próprio
sobre a capacidade relativa das estruturas de resistirem a cargas adicionais
diretamente aplicadas. Ocorre que os parâmetros são os mesmos, mas com valores
diferentes, BARBOSA et al. (1998).
Um exemplo do efeito tamanho é a teoria da “fraqueza relativa dos gigantes”
de Galileo, CARNEIRO (1993). Nessa análise os parâmetros são considerados tanto
no protótipo como no modelo, porém, não é respeitada a igualdade do número de
Galileo, representado por:
21
k
gal
N
σ
γ
l
=
(2.1)
onde
l – dimensão representativa;
σ
k
– tensão característica do material;
γ – peso específico.
No concreto a semelhança física é infringida pela diferença entre os valores
de um mesmo parâmetro, no protótipo e no modelo. O efeito tamanho é evidente,
quando se varia o diâmetro máximo característico do agregado para a mesma
dimensão de corpos-de-prova, ocorrendo variação do peso específico desse
concreto, conseqüentemente, variando o peso próprio.
O “efeito parede” segundo NEVILLE (1997) ocorre quando a dimensão
máxima do agregado é grande em relação às dimensões do molde, neste caso o
adensamento do concreto e a uniformidade de distribuição das partículas grandes
ficam prejudicadas (Figura 2.1).
Figura 2.1 – Efeito parede
(NEVILLE, 1997).
A parede do molde tem influência sobre o adensamento do concreto, pois a
quantidade de argamassa necessária para preencher o espaço entre as partículas
de agregado graúdo e a parede do molde é maior do que a necessária no interior da
massa e, portanto, maior do que a quantidade de argamassa disponível em uma
mistura bem proporcionada.
Este efeito será mais pronunciado quanto maior for à relação área/volume do
corpo-de-prova. Isto ocorre, por exemplo, quando se emprega concreto com
22
agregado de diâmetro máximo de 32 mm em corpos-de-prova cilíndricos com
dimensões de 100 mm x 200 mm.
2.2 REVISÃO DAS TEORIAS SOBRE EFEITO ESCALA E EFEITO TAMANHO
O estudo sobre efeito escala e efeito tamanho se baseia em dois aspectos: o
primeiro em resultados experimentais, e o segundo com formulações obtidas por
meio da tensão nominal e da geometria da estrutura.
BARBOSA et al. (1999) mencionam que existem duas correntes sobre este
estudo.
Uma introduzida por Carpinteri e está baseada no aspecto da multifissuração
do concreto e na homogeneidade e heterogeneidade do material, ou seja, para as
estruturas com pequenas dimensões, a dimensão do agregado graúdo será grande
em relação à da estrutura, e a heterogeneidade será máxima, logo o efeito escala
será acentuado. No caso de grandes estruturas verifica-se o comportamento
contrário.
A segunda corrente, proposta por Bazant, se baseia na transição entre o
mecanismo de ruptura linear (Linear Elastic Fracture Mechanics – LEFM) e a teoria
da plasticidade, onde se verifica que quando a dimensão característica da estrutura
é maior que a dimensão característica do agregado graúdo, o seu comportamento
será frágil, caso contrário será dúctil.
2.2.1 Lei de Bazant (Size Effect Law – SEL)
A partir do estudo desenvolvido por BAZANT (1984) sobre o efeito escala na
fratura do concreto, e das pesquisas de BAZANT e KIM (1984), BAZANT e CAO
(1986) em vigas de concreto armado de diferentes dimensões, mas
geometricamente iguais foi desenvolvida uma lei de efeito escala – SEL.
Nesses trabalhos constatou-se que a resistência à tração do concreto
diminuiu com o incremento de d / d
máx
, onde d é a dimensão característica do corpo-
de-prova, e d
máx
é o diâmetro máximo do agregado graúdo, como mostrado na
Figura 2.2, onde se tem à reta estabelecida pela LEFM – Fratura mecânica linear.
23
Figura 2.2 – Lei de efeito escala de Bazant
(BAZANT, 1988).
A equação que representa esta curva é dada por:
2
1
máx0
t
N
dλ
d
1
fB
σ
+
=
(2.2)
onde
N
σ – resistência à tração nominal;
d – dimensão característica da amostra;
f
t
– parâmetro de resistência (o qual pode ser a resistência à tração direta);
B,
0
λ – constantes empíricas que podem ser determinadas pelo adequamento
dos resultados dos ensaios de amostras geometricamente similares de várias
dimensões;
d
máx
– dimensão máxima do agregado.
Algumas discussões teóricas sobre a inadequação da Lei de efeito escala de
Bazant têm ocorrido na literatura desde então.
TANG et al. (1994) chamaram a atenção para a falta de compreensão que
surge quando se observam as hipóteses nas quais a Lei de Efeito Escala é baseada.
Bazant e seus colaboradores obtiveram sua formulação utilizando a teoria da fratura
iniciada por Griffith, e que se baseia na propagação de fissuras pré-existentes, para
24
as quais foi adotada uma dimensão de fissura, responsável pela singularidade da
tensão de escala proporcional ao corpo-de-prova (Figura 2.3). Salienta-se que
estudo semelhante e com as mesmas conclusões foi realizado por MOHAMED e
HANSEN (1999).
Figura 2.3 - Hipótese de Bazant:
d
a
=constante
(BAZANT, 1984).
Quando se aplica a Lei de Efeito Escala em corpos-de-prova não fissurados,
BARBOSA et al. (1998) comentam que a hipótese proposta fica inválida.
No caso de um material heterogêneo como o concreto, a dimensão “a”
característica da fissura, a qual é responsável pela propagação da mesma, mostra
ser independente das dimensões do corpo-de-prova. Esta discrepância da realidade
é evidenciada no comportamento anômalo da resistência na Lei de Efeito Escala de
Bazant, que parece ser governada pela fratura mecânica linear elástica. O que é
uma incorreção, pois desta maneira se concluiria que a resistência mecânica tende
para zero quando a dimensão característica do corpo-de-prova tende para o infinito
(Figura 2.2).
KIM e EO (1990) considerando a influência da variação da dimensão
característica da falha “a” propuseram, no caso de corpos-de-prova não fissurados, a
adoção do parâmetro
0
λ , a função decrescente de razão
d
a
, obtendo-se valores
maiores de
0
λ com o aumento da dimensão do corpo-de-prova, então:
25
2
1
máx
t
N
d
d
a
f
d
1
fB
σ
+
=
(2.3)
Para corpos-de-prova sem a existência de uma pré-fissura, a equação 2.3
fornece uma pequena redução da resistência ao invés da acentuada redução
prevista pela Lei de Efeito Escala. No entanto a função
d
a
f
é difícil de ser
deduzida com precisão.
Diante das inúmeras críticas apresentadas à sua fórmula, uma modificação
empírica da Lei de Efeito Escala foi proposta por BAZANT (1991), com a introdução
de um dado experimental σ
0
, obtido, por exemplo, no ensaio de tração por
compressão diametral de corpos-de-prova cilindros de concreto (ensaio brasileiro),
então:
0
2
1
máx0
t
N
σ
dλ
d
1
fB
σ +
+
=
(2.4)
onde σ
o
é o termo corretivo adimensional para adequação aos resultados de
ensaios, relativo à resistência de um corpo-de-prova infinitamente grande.
Com a aplicação da equação 2.4, um valor assintótico diferente de zero, mais
realista para resistência à tração, surge para a resistência de um corpo-de-prova
infinitamente grande. Entretanto essa modificação não foi suficiente para tornar a
fórmula aceitável.
Verifica-se que a Lei de Efeito Escala é aplicável somente até um certo
diâmetro do corpo-de-prova.
NEVILLE (1997) salienta que o efeito escala desaparece após um
determinado valor, visto que à medida que o diâmetro do corpo-de-prova aumenta
não há redução de resistência tanto à compressão como à tração por compressão
diametral. A curva da resistência se torna paralela ao eixo dos diâmetros para um
26
diâmetro de cerca de 457 mm, ou seja, cilindros com diâmetros de 457 mm, 610 mm
e 914 mm fornecem a mesma resistência (Figura 2.4).
Figura 2.4 - Resistência à compressão de corpos-de-prova cilindros de concreto de
diversas dimensões
(NEVILLE, 1997).
2.2.2 Lei de Carpinteri (Multifractal Scalling Law – MFSL)
CARPINTERI (1995) baseou-se na multifissuração do concreto, que é um
material heterogêneo, e considerou do ponto de vista físico que: “o efeito desta
heterogeneidade no comportamento mecânico do concreto torna-se
progressivamente menos importante para grandes escalas, enquanto que ele
representa a fundamental característica para pequenas escalas”.
A expressão analítica da “Multifractal Scalling Law”, ilustrada na Figura 2.5, é
apresentada a seguir:
27
Figura 2.5 – Lei de Carpinteri: diagrama proporcional
(CARPINTERI, 1994b).
2
1
N
d
B
σ
+= A
(2.5)
onde
N
σ – resistência à tração nominal;
d – dimensão característica da estrutura;
A, B – constantes físicas.
Esses parâmetros são avaliados por meio da expressão:
A
d
B
Alim
2
1
d
=
+
(2.6)
+=
+
+
2
1
0d
d
B
Alim
(2.7)
No diagrama mostrado na Figura 2.6, com os eixos x = log
d
e y = log σ
N
, a
expressão analítica torna-se:
()
+=
x
10
B
Alog
2
1
xy
(2.8)
28
Figura 2.6 – Diagrama da MSFL
(CARPINTERI, 1995).
As assíntotas no gráfico bilogarítimo apresentam peculiar significação física. A
assíntota horizontal corresponde a grandes dimensões dos corpos-de-prova (regime
homogêneo), sendo dada por:
()
AlogxH
1
=
(2.9)
A assíntota oblíqua corresponde à dimensão d tendendo para zero, e é
influenciada pela heterogeneidade do material (regime de ruptura), então:
()
Blogx
2
1
xH
2
+= (2.10)
Analisando-se a Figura 2.6 observa-se a diferença fundamental com relação à
Lei de Efeito Escala de Bazant (SEL), onde os parâmetros físicos básicos são
conceitualmente o oposto. Se a dimensão d tende para o infinito, tem-se a
resistência à tração nominal diferente de zero.
O ponto de interseção Q indicado na Figura 2.6 é a interseção das duas
assíntotas, sendo a coordenada horizontal dada por:
A
B
logX
Q
= (2.11)
que separa perfeitamente os regimes de ruptura.
No caso de materiais de granulação fina como rochas, cerâmicas, vidros e
metais, este valor será menor do que a do concreto, mudando a curva
horizontalmente para a esquerda no diagrama bilogarítimo, como mostra a Figura
29
2.7. O estudo do efeito escala deve ser investigado individualmente, caso a caso,
para cada material e para cada microestrutura.
Figura 2.7 – MFSL para duas diferentes microestruturas de materiais
(CARPINTERI, 1995).
A equação 2.4 pode ser escrita da seguinte forma:
2
1
máx
d
dα
1σ
+=
tN
f (2.12)
onde, α é o termo adimensional, que representa o desvio positivo devido a
desordem de uma resistência nominal limite f
t
, válida para uma grande infinidade de
dimensões.
Neste caso
α e f
t
representam os dois parâmetros constantes a serem
determinados, visando o melhor ajuste dos dados experimentais.
Uma comparação entre as curvas obtidas pela lei de BAZANT (SEL) e pela lei
de CARPINTERI (MFSL), referentes aos estudos efetuados para o ensaio de
resistência a tração na flexão e de tração por compressão diametral foi apresentada
por CARPINTERI (2002). As Figuras 2.8, 2.9, 2.10 e 2.11 mostram essas
discrepâncias, nas quais se verificam curvas opostas.
30
Figura 2.8 – SEL x MFSL: ensaio de resistência à tração na flexão em vigas de
concerto simples
(CARPINTERI, 2002).
Figura 2.9 – SEL x MFSL: ensaio de resistência à tração na flexão em vigas de
concreto armado
(CARPINTERI, 2002).
31
Figura 2.10 – SEL x MFSL: ensaio de resistência à tração na flexão em vigas de
concreto pré-fissuradas
(CARPINTERI, 2002).
Figura 2.11 – SEL x MFSL: ensaio de resistência à tração por compressão diametral
(CARPINTERI, 2002).
2.3 HOMOGENEIDADE DIMENSIONAL DAS LEIS FÍSICAS
CARNEIRO (1993) salienta que as seguintes condições devem ser
obedecidas:
32
a) A análise dimensional mostra que toda fórmula que pretenda exprimir o
fenômeno deve ser dimensionalmente homogênea. As leis naturais não
dependem das unidades de medida adotadas. Qualquer fórmula válida apenas
para certas unidades, por não ser dimensionalmente homogênea, deve ser
encarada como defeituosa ou incompleta.
b) Qualquer fórmula que leve à conclusão de que uma propriedade de resistência
mecânica de um material tende para zero quando a dimensão característica do
corpo-de-prova utilizado no ensaio tende para o infinito, deve ser considerada
defeituosa por ser contrária à experiência ou mesmo a simples observação.
2.4 DOMÍNIO DE APLICABILIDADE DAS FÓRMULAS SOBRE EFEITO DE
ESCALA
As fórmulas sobre efeito escala usadas na determinação da resistência
mecânica dos materiais não devem ser empregadas para avaliar os efeitos das
dimensões em grandes estruturas de concreto armado, como pontes. A avaliação da
dimensão-limite dessas estruturas deve ser baseada na teoria da fraqueza relativa
dos gigantes, devida a Galileo. As fórmulas sobre efeito escala podem ser utilizadas
para avaliar efeitos locais em elementos estruturais, como por exemplo, as mesas e
almas de vigas T ou de vigas-caixão, mas nesses casos a dimensão característica é
a espessura desses elementos, e não o vão da ponte (CARNEIRO, 1993).
2.5 MECÂNICA DA FRATURA NO CONCRETO
2.5.1 Considerações iniciais
No que se refere à mecânica da fratura para concreto, MEHTA e MONTEIRO
(1994) salientam ser um recurso muito útil para o projetista, devido ao subsídio que
fornece para os efeitos da dimensão, isto é, como as dimensões de um elemento
estrutural afetarão a sua capacidade de carga última. A mecânica da fratura é um
critério poderoso para a previsão de propagação de fissuras.
Para as estruturas de concreto NEVILLE (1997) e BAZANT (1984) afirmam
que a ruptura é precedida por dispersão gradual de microfissuras. Existem
microfissuras na interface entre o agregado graúdo e a pasta de cimento, mesmo
antes da aplicação do carregamento, provavelmente devido às diferenças inevitáveis
33
das propriedades mecânicas do agregado e da pasta de cimento, da retração e das
variações térmicas.
Enquanto as fissuras são estáveis sua presença não é prejudicial, no entanto,
se a carga for mantida, imediatamente antes da ruptura, as fissuras se tornam mais
longas e mais largas, atingindo-se o colapso da estrutura.
A Lei de Efeito Escala – SEL proposta por Bazant e seus colaboradores, só é
válida para peças onde exista uma fissura pré-determinada, o que limita sua
utilização em apenas algumas peças.
2.5.2 Classificação segundo o critério de desenvolvimento das fissuras
OZBOLT e ELIGEHAUSEN (1996) classificaram as estruturas de concreto,
segundo o critério de desenvolvimento das fissuras:
a) estrutura com geometria positiva: desenvolvimento de fissura única instável;
b) estrutura com geometria negativa: desenvolvimento de fissura única estável
(caso de fissura pré-existente);
c) estrutura com geometria complexa: desenvolvimento de múltiplas fissuras.
2.5.2.1 Geometria positiva
Quando do aparecimento de fissuras nos corpos-de-prova, essas não são
constantes, pois os corpos-de-prova não têm uma fissura pré-determinada, sendo,
portanto, impossível de prever o local de surgimento das fissuras. Este é o caso de
grandes estruturas de concreto com comportamento frágil, por exemplo, vigas de
concreto carregadas em três pontos (Figura 2.12).
Figura 2.12 – Efeito escala para vigas de concreto carregadas em três pontos
(BARBOSA et al., 1999).
34
2.5.2.2 Geometria negativa
O desenvolvimento da fissura independe das dimensões da estrutura, como
no caso de corpos-de-prova que têm uma pré-fissura e também no ensaio de “pull-
out”, bem como em vigas de concreto com pequenas dimensões.
Para estruturas com pequenas dimensões a fissura será relativamente grande
quando comparada às dimensões da estrutura, e o comportamento da estrutura na
ruptura será dúctil.
Para estruturas de grandes dimensões a dimensão da zona de ocorrência das
fissuras em relação à estrutura será próxima de zero. A força de ruptura aumenta
proporcionalmente com a dimensão da estrutura. Nesse caso a Lei de Efeito Escala
de Bazant e seus colaboradores é praticamente coincidente com os resultados
experimentais de ELIGEHAUSEN e OZBOLT (1996) como mostra a Figura 2.13.
Figura 2.13 – Comportamento da teoria da SEL para geometria negativa
(ELIGEHAUNSEN e OZBOLT, 1996).
2.5.2.3 Geometria complexa
A geometria complexa ocorre quando se tem a passagem de um mecanismo
de ruptura para outro à medida que se aumenta a força e as dimensões de um
mesmo tipo de estrutura, ou seja, para estruturas com pequenas dimensões tem-se
sempre geometria negativa, para a qual o comportamento será dúctil e a SEL é
aplicável. Para estruturas com grandes dimensões em que se tem sempre geometria
positiva, o comportamento é frágil, sendo aplicável a MSFL.
3 ALGUNS ASPECTOS DO CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND
3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O concreto de cimento Portland é o material de construção mais utilizado no
mundo, tendo um futuro extremamente promissor, pois para a maioria das
aplicações tem excelente durabilidade e propriedades mecânicas, com um baixo
custo, podendo ainda fornecer outros benefícios, tais como os ecológicos e de
economia de energia, com a incorporação de resíduos de outras indústrias.
No que se refere ao concreto ser o material mais largamente usado na
engenharia civil, MEHTA e MONTEIRO (1994) salientam algumas razões para isso.
Primeiro o concreto possui excelente resistência à água, ao contrário da madeira e
do aço comum, tornando-o um ótimo material para estruturas destinadas a controlar,
estocar e transportar água; a segunda razão para o uso tão difundido do concreto é
a facilidade de execução dos elementos estruturais, numa variedade de formas e
tamanhos; a terceira razão para a popularidade do concreto entre os engenheiros, é
que ele é normalmente o material mais barato e mais facilmente disponível no
canteiro de obras, pois os principais componentes do concreto, tais como cimento
Portland e agregados são baratos e disponíveis na maior parte do mundo.
3.2 MATERIAIS COMPONENTES
ALVES (1993) relata que o concreto é o produto da mistura de aglomerante,
agregados, água e em algumas situações aditivos, proporcionados de modo a
conferir ao concreto as propriedades pré-fixadas para o projeto.
36
3.2.1 CIMENTO PORTLAND
Os cimentos tipo Portland são obtidos por meio da calcinação a temperaturas
próximas dos 1500ºC, de uma mistura bem proporcionada de calcário, argila, gipsita,
e, eventualmente, de substâncias ricas em sílica, alumina ou ferro.
Existem diversos tipos de cimento, com uma maior ou menor exaltação das
propriedades dos seus principais componentes, e que proporcionam as mais
variadas características mecânicas, físicas e químicas.
A Tabela 3.1 lista os diversos cimentos brasileiros e as normas que os
especificam.
TABELA 3.1 – Tipos de cimento Portland fabricados no Brasil.
Designações Classes Norma ABNT
Cimento Portland comum
CP I-32
CP I-40
NBR-5732 / 1991
Cimento Portland comum (com adições)
CP I-S-32
CP I-S-40
NBR-5732 / 1991
Cimento Portland composto (com escória)
CP II-E-32
CP II-E-40
NBR-11578/1991
Cimento Portland composto (com pozolana)
CP II-Z-32
NBR-11578/1991
Cimento Portland composto (com filer)
CP II-F-32
CP II-F-40
NBR-11578/1991
Cimento Portland de alto-forno
CP III-32
CP III-40
NBR-5735 / 1991
Cimento Portland pozolânico
CP IV-32
NBR-5736 / 1991
Cimento Portland de alta resistência inicial
CP V-ARI
NBR-5733 / 1991
3.2.2 Agregados
Segundo a NBR 7225/93 “agregado é um material natural de propriedades
adequadas ao uso na construção civil, obtido por fragmentação artificial da pedra, de
dimensão nominal máxima inferior a 100 mm e de dimensão nominal mínima igual
ou superior a 0,075 mm.”.
37
Embora ocupem de 60% a 80% do volume do concreto, os agregados
freqüentemente não recebem à devida atenção, sendo considerados como simples
materiais de enchimento dispersos por entre a pasta de cimento principalmente por
razões econômicas. Contudo, MEHTA e MONTEIRO (1994) salientam uma
considerável influência que os agregados podem exercer na resistência mecânica,
estabilidade dimensional e durabilidade do concreto, além do papel fundamental na
determinação do custo e da trabalhabilidade das misturas de concreto.
Os agregados só devem ser utilizados quando isentos de substâncias nocivas
(torrões de argila, materiais contendo carbono, contaminação por sal, material
pulverulento e impurezas orgânicas), tendo grãos resistentes e de preferência
arredondados, pois a forma dos grãos facilita o adensamento do concreto.
Para a perfeita dosagem dos concretos é imprescindível o conhecimento de
certas características dos agregados, tais como a massa específica, composição
granulométrica e teor de umidade. Além disso, a porosidade, a composição
granulométrica, a forma e textura superficial dos agregados determinam as
propriedades dos concretos no estado fresco. Novamente ressalta-se que a
porosidade, a composição mineralógica do agregado afeta a sua resistência à
compressão, a dureza, o módulo de elasticidade e a sanidade, que por sua vez
influenciam várias propriedades do concreto endurecido.
MEHTA e MONTEIRO (1994) apresentam um diagrama que ilustra como a
microestrutura, condições prévias de exposição e condicionantes do processo de
fabricação do agregado determinam as suas características, e como estas afetam o
traço e as propriedades do concreto fresco e endurecido (Figura 3.1).
38
Figura 3.1 – Diagrama ilustrativo das várias inter-relações
(MEHTA e MONTEIRO, 1994).
Para melhor avaliar as características dos agregados, uma lista de ensaios
prescritos pela ABNT para determinação das várias características dos agregados,
incluindo o significado do ensaio, está apresentada na Tabela 3.2.
EXPOSIÇÃO PRÉVIA E
CONDICIONANTES DE
FABRICAÇÃO
MICROESTRUTURA
POROSIDADE / MASSA
ESPECÍFICA
COMPOSIÇÃO
MINERALÓGICA
RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO
RESISTÊNCIA À ABRASÃO
MÓDULO DE ELASTICIDADE
PROPRIEDADES DO
CONCRETO
ENDURECIDO:
LIMITE DE RESISTÊNCIA,
RESISTÊNCIA À ABRASÃO,
ESTABILIDADE DIMENSIONAL
E DURABILIDADE.
CARACTERÍSTICAS DA
PARTÍCULA:
TAMANHO, FORMA E
TEXTURA.
PROPRIEDADES
DO CONCRETO
FRESCO:
CONSISTÊNCIA,
COESÃO E MASSA
ESPECÍFICA.
DOSAGEM DO
CONCRETO
ROCHA MATRIZ
39
TABELA 3.2 – Ensaios normalizados pela ABNT para caracterização de agregados.
Característica Importância Normas da ABNT Assunto relacionado
Resistência à abrasão
e desintegração.
Índice de qualidade do
agregado; resistência ao
desgaste de pisos,
pavimentos.
NM 51 / 2000 Porcentagem máxima de
perda de massa.
Profundidade e tempo de
desgaste.
Resistência à
desintegração por
sulfatos.
Durabilidade sob ação do
intemperismo.
NBR 12695 / 1992
NBR 12696 / 1992
NBR 12697 / 1992
Perda de massa,
partículas danificadas.
Forma da partícula e
textura superficial.
Trabalhabilidade do
concreto fresco.
NBR 7809 / 1983 Porcentagem máxima de
partículas lamelares ou
alongadas.
Composição
granulométrica.
Trabalhabilidade do
concreto fresco, economia.
NBR NM 248 / 2003 Porcentagens máxima e
mínima passante em
peneiras normalizadas.
Massa unitária Cálculos de dosagem,
classificação.
NBR 7810 / 1983
NBR 7251 / 1982
Massa compactada e
massa no estado solto.
Massa específica Cálculos de dosagem NBR NM 52 / 2003
NBR NM 53 / 2002
Absorção e umidade
superficial
Controle de qualidade do
concreto
NBR 9775 / 1987
NBR NM 30 / 2001
NM 53 / 2002
NBR 9939 / 1987
Resistência à
compressão e à flexão
Aceitação do agregado
miúdo reprovado em
outros testes.
NBR 7221 / 1987 Resistência maior do que
95% da resistência obtida
com areia limpa
Terminologia e
definição dos
constituintes.
Entendimento e
comunicação inequívocos.
NBR 9935 / 2005
NBR 7225 / 1993
NM 66 / 1996
Constituintes dos
agregados
Determinação do teor de
materiais deletérios e
orgânicos
NBR NM 49 / 2001
NBR 7221 / 1987
NBR NM 46 / 2003
NM 31 / 1994
NM 44 / 1995
NBR 7389 / 1992
Porcentagem máxima
individual dos constituintes.
Resistência à
reatividade com álcalis
e variação de volume
Sanidade contra a
mudança de volume
NBR 9773 / 1987
NM 28 / 1994
NBR 7389 / 1992
NBR 10340 / 1988
Expansão máxima, teores
de sílica e dos
constituintes alcalinos.
3.2.3 Água
A água para a mistura e cura do concreto é, possivelmente, o seu
componente mais barato, mas é também um dos mais importantes como afirma
SOUZA (1998). A quantidade de água utilizada (fator água/cimento) é que determina
a resistência final do concreto (Figura 3.2).
40
Figura 3.2 – Relação entre resistência à compressão do concreto e o aumento do
fator água / cimento
(NEVILLE, 1997).
No entanto, do ponto de vista estrutural, NEVILLE (1997) ressalta a
importância da qualidade da água, pois impurezas contidas na água podem
influenciar negativamente a resistência do concreto, ou ainda causar corrosão da
armadura. Concluindo-se que a qualidade da água para mistura e cura do concreto,
deve ser criteriosamente avaliada.
Na Tabela 3.3 apresentam-se, resumidamente, as concentrações máximas
toleráveis das principais impurezas na água utilizada na produção de concreto
estrutural.
41
TABELA 3.3 – Concentrações máximas toleráveis na água de amassamento.
IMPUREZAS
CONCENTRAÇÃO
MÁXIMA TOLERÁVEL NA
ÁGUA DE
AMASSAMENTO
Carbonatos e bicarbonatos de sódio e potássio............
Cloreto de sódio..............................................................
Sulfato de sódio..............................................................
Bicarbonato de cálcio e magnésio..................................
Cloreto de cálcio.............................................................
Sais de ferro...................................................................
Iodato de sódio, fosfato de sódio, arseniato de sódio....
Sulfito de sódio...............................................................
Ácidos inorgânicos, tais como clorídrico e sulfídrico......
Hidrato de sódio..............................................................
Partículas em suspensão...............................................
Água do mar (sais).........................................................
Águas industriais (sólidos)..............................................
Águas de esgotos (matéria orgânica).............................
Açúcar.............................................................................
1.000 ppm (0,1%)
20.000 ppm (2%)
10.000 ppm (1%)
400 ppm (0,04%)
40.000 ppm (4%)
40.000 ppm (4%)
500 ppm (0,05%)
100 ppm (0,01%)
10.000 ppm (1%)
10.000 ppm (1%)
2000 ppm (0, 2%)
30.000 ppm (3%)
4.000 ppm (0,4%)
20 ppm (0,002%)
500 ppm (0,05%)
3.3 PRINCIPAIS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO E OS FATORES
QUE AS INFLUENCIAM
3.3.1 Trabalhabilidade
A trabalhabilidade é a mais importante característica do concreto fresco. De
acordo com ALVES (1993) a trabalhabilidade do concreto é definida como sendo a
facilidade ou não do concreto de ser misturado, transportado, lançado e vibrado sem
alterar a sua homogeneidade. Ela depende da mistura e das condições da obra, tais
como: forma e dimensões das formas, espaçamento das armaduras, processos de
fabricação, transporte, lançamento e adensamento.
3.3.2 Segregação
MEHTA e MONTEIRO (1994) definem segregação como sendo a separação
dos componentes do concreto fresco de tal forma que a sua distribuição não é mais
uniforme. As formas de segregação podem ser: exsudação da água, separação da
pasta e separação da argamassa. Entretanto com métodos corretos de manuseio,
42
transporte e lançamento, a possibilidade de segregação pode reduzir
consideravelmente.
Uma combinação de consistência inadequada, quantidade excessiva de
partículas do agregado graúdo, pouca quantidade de partículas finas e métodos
impróprios de lançamento e adensamento são geralmente, as causas de
segregação e exsudação no concreto.
3.3.3 Resistência Mecânica
No que se refere à resistência às solicitações em estruturas de concreto
PETRUCCI (1983) salienta que o concreto é material que resiste bem às forças de
compressão e mal às de tração. Sua resistência à tração é em média um décimo da
resistência à compressão. Em ensaios de flexão verificam-se valores de resistência
à tração próxima do dobro das resistências obtidas com o ensaio de tração simples.
Além de resistir mal às forças cortantes, devido às tensões de tração que se
verificam em planos inclinados.
Como o concreto é composto de vários materiais, cada um desses materiais
tem suas variações que influenciam os valores da resistência do concreto. Na prática
as variações são introduzidas durante a dosagem, mistura, transporte, concretagem
e cura, tais como: granulometria dos agregados, pela resistência mecânica dos
agregados, pelo tipo de cimento e pela sua quantidade em relação à água de
amassamento.
GIONGO e JACINTHO (2005) mencionam que o comportamento mecânico do
concreto também é influenciado por outros fatores, tais como: tipo de solicitação,
velocidade de carregamento, relação água/cimento, idade do concreto, forma e
dimensões dos corpos-de-prova. Existem ainda as adições e os aditivos, que
incorporados ao concreto podem melhorar o desempenho de uma propriedade
específica, como, por exemplo, aumentar à resistência à compressão. Neste é
adicionada sílica ativa na dosagem, e como o fator água / cimento tem de ser baixo,
há necessidade de se usar um plastificante.
43
3.4 FATORES QUE INFLUENCIAM A RESISTÊNCIA MECÂNICA DO CONCRETO
Muitos são os fatores que influenciam as resistências mecânicas do concreto.
Em MEHTA e MONTEIRO (1994) encontra-se um esquema ilustrativo mostrando
esses fatores (Figura 3.3).
Figura 3.3 – Interação dos fatores que influenciam a resistência do concreto
(MEHTA e MONTEIRO, 1994).
NEVILLE (1997) considera que a resistência mecânica de um concreto,
curado em água, a uma temperatura constante, é influenciada apenas por dois
fatores: a relação água / cimento e o grau de adensamento.
Quando o concreto está plenamente adensado considera-se sua resistência
como inversamente proporcional à relação água / cimento. A Figura 3.4 mostra esta
dependência.
RESISTÊNCIA DO CONCRETO
PARÂMETROS DA
AMOSTRA
DIMENSÕES
GEOMETRIA
ESTADO DE UMIDADE
RESISTÊNCIA DAS
FASES COMPONENTES
PARÂMETROS DE
CARREGAMENTO
TIPO DE TENSÃO
VELOCIDADE DE
APLICAÇÃO DE TENSÃO
POROSIDADE DA MATRIZ
FATOR ÁGUA/CIMENTO
ADITIVOS MINERAIS
GRAU DE HIDRATAÇÃO
(Temperatura, Tempo de pega e
Umidade).
CONTEÚDO DO AR
POROSIDADE DO
AGREGADO
POROSIDADE DA ZONA DE
TRANSIÇÃO
FATOR ÁGUA/CIMENTO
ADITIVOS MINERAIS
CARACTERÍSTICAS DE
EXECUÇÃO
(Distribuição granulométrica do
agregado, Tamanho máximo e
Geometria).
GRAU DE COMPACTAÇÃO
GRAU DE HIDRATAÇÃO
(Tempos de cura, temperatura e
Umidade).
INTERAÇÃO QUÍMICA
ENTRE AGREGADO E A
44
Figura 3.4 – A dependência entre a resistência e a relação água / cimento
(NEVILLE, 1997).
Para GIONGO e JACINTHO (2005) tanto a relação água/cimento quanto o
grau de hidratação do cimento determinam a porosidade da pasta de cimento
endurecido. Porém, a influência da composição do cimento sobre a porosidade da
matriz e a resistência do concreto fica limitada a baixas idades.
Na maioria dos casos a influência do agregado na resistência do concreto não
é levada em consideração. De acordo com MEHTA e MONTEIRO (1994) a
resistência do agregado normalmente não é um fator determinante na resistência do
concreto, porque à exceção dos agregados leves, a partícula do agregado é várias
vezes mais resistente que a matriz e a zona de transição, para concretos de
resistência normal.
GIONGO e JACINTHO (2005) relatam que existem outras propriedades que
influenciam a resistência do concreto: o tamanho, a forma, a textura da superfície, a
granulometria e a mineralogia.
A mudança no diâmetro máximo de um agregado graúdo com granulometria
bem graduada e de uma dada mineralogia pode ter dois efeitos opostos sobre a
resistência do concreto. Para mesmo teor de cimento e mesma consistência do
concreto, as misturas contendo partículas de agregados grandes requerem menos
45
água de amassamento do que aquelas que contêm agregados menores. Mas, ao
contrário, agregados grandes tendem a formar zonas de transição mais fracas
contendo mais microfissuras.
A rugosidade na superfície do agregado também afeta a resistência do
concreto. Segundo TRENDE e BÜYÜKÖZTÜRK (1998) a energia necessária para a
ruptura da interface agregado / argamassa aumenta proporcionalmente com o
aumento da rugosidade do agregado, ou seja, a transição entre superfície lisa e
áspera do agregado dobra a energia de ruptura.
MEHTA e MONTEIRO (1994) salientam que as diferenças na composição
mineralógica dos agregados também influenciam, por exemplo, a substituição de
agregado calcário por agregado a base de sílica conduz a um aumento substancial
na resistência do concreto. NEVILLE (1997) também afirma que não apenas a
redução do tamanho do agregado graúdo, mas também a substituição do agregado
de calcário por agregado de arenito melhora significativamente a resistência final do
concreto (Figura 3.5).
Figura 3.5 – Relação entre a resistência à compressão e a idade de concretos
preparados com diversos agregados
(NEVILLE, 1997).
46
3.4.1 Influência das formas e dimensões dos corpos-de-prova
No Brasil, o corpo-de-prova mais utilizado é o cilindro de 15 cm de diâmetro e
30 cm de altura. Em virtude das capacidades das máquinas de ensaios e devido ao
aumento das resistências dos concretos, também são usados corpos-de-prova
cilíndricos com 10 cm de diâmetro e 20 cm de altura. Note-se que em ambos os
moldes à altura é igual a duas vezes o diâmetro do cilindro.
A Figura 3.6 mostra a influência da relação altura / diâmetro do corpo-de-
prova na resistência do concreto.
Figura 3.6 – Aspecto geral da influência da relação altura / diâmetro sobre a
resistência à compressão aparente de um corpo-de-prova cilindro de concreto
(NEVILLE, 1997).
Durante a moldagem, cujo adensamento pode ser manual com haste ou por
vibração (NBR 5738/2003), a face superior do corpo-de-prova pode ficar rugosa, o
que interfere no contato com as partes da máquina de ensaio. Então é necessário
deixar a face plana, o que pode ser conseguido por retificação ou capeamento.
Entretanto, GIONGO e JACINTHO (2005) afirmam que todos esses procedimentos
interferem nos resultados.
Além disso, nos contatos entre a face superior e inferior do corpo-de-prova,
surgem forças de atrito horizontais que modificam as distribuições de tensões nas
faces, influindo nos resultados (Figura 3.7).
47
Figura 3.7 – Ensaio de compressão: a) deformação vertical e horizontal; b) atrito
entre os pratos da prensa e o CP
(GIONGO e JACINTHO, 2005).
Os resultados comparativos obtidos em ensaios de corpos-de-prova de
dimensões diferentes mostram que os de maiores dimensões, portanto, com maior
volume de concreto, apresentam resistências menores. A justificativa está no fato de
que para maiores volumes o índice de vazios é maior, e o concreto é mais
deformável, por isso apresenta resistências menores.
3.4.2 Velocidade e duração da carga
Os ensaios para determinação da resistência do concreto são feitos com
velocidade constante de aplicação da força na máquina de ensaio. Com isso o
ensaio demora poucos minutos. O resultado tem a finalidade de controlar a
resistência do concreto. Na estrutura real as ações permanentes vão atuando à
medida que a obra vai sendo construída. As ações variáveis passam a atuar quando
a obra estiver concluída.
GIONGO e JACINTHO (2005) ressaltaram que as ações permanentes são
ações de longa duração; já as ações em ensaio de corpos-de-prova de concreto são
aquelas aplicadas com velocidade semelhante a dos ensaios rápidos e mantidos
constantes sem atingirem a ruptura do corpo-de-prova. Essas ações são
desfavoráveis em relação às ações de curta duração, pois a ruptura do corpo-de-
prova, com ação mantida constante, ocorre para uma intensidade menor de força.
48
RÜSCH (1975) estudou esse fenômeno analisando os resultados obtidos para
vários tempos de duração da carga (Figura 3.8).
Figura 3.8 – Diagrama tensão x deformação específica para ação de longa duração
(RÜSCH, 1975).
Analisando-se a Figura 3.8 percebe-se, pelos resultados obtidos por RÜSCH
(1975), que ocorre uma diminuição na resistência do concreto de cerca de 20% em
relação à resistência de curto prazo.
3.4.3 A zona de transição entre a pasta de cimento e o agregado.
Nota-se que a zona de transição entre a pasta de cimento e o agregado tem
uma estrutura diferente da massa da pasta distante da superfície do agregado,
indicando que o processo de formação e cristalização de hidratos é alterado, de
alguma forma, pela presença do agregado.
BARBOSA (2000) salienta que a razão da ocorrência desse fato é que
durante a mistura as partículas de cimento seco são incapazes de se dispor
densamente junto às do agregado. O cimento hidrata e preenche os vazios iniciais,
então, a zona da interface tem uma porosidade muito maior que a pasta de cimento
localizada a uma maior distância do agregado graúdo.
A microestrutura na zona de interface apresenta-se, resumidamente, da
seguinte maneira: uma hidratação completa do cimento indicando que a relação
49
água/cimento na vizinhança mais próxima do agregado é maior, diminuindo
progressivamente à medida que essa distância cresce, outro ponto, é que na área
da interface, há a presença de cristais grandes de Ca(OH)
2
(portlandita) indicando
que a porosidade na interface é maior do que em qualquer outro ponto.
A resistência às ações mecânicas de um material qualquer é diretamente
proporcional à sua porosidade. Por conseqüência, a zona de transição, por ser mais
porosa, torna-se mais fraca que a matriz de cimento hidratado.
PAULON (2005) declara que o início e a propagação da fissuração é mais
fácil em cristais de tamanho grande do que em sistemas de cristais de pequena
dimensão e emaranhados apertados. A zona de transição contém cristais maiores e
em maior quantidade que aqueles encontrados na massa de cimento hidratado.
Além do que os cristais da zona de transição mostram uma orientação preferencial,
o que é um aspecto favorável à propagação de fissuras. Por essas razões a zona de
transição é a parte mais fraca do material granular coesivo que constitui o concreto
endurecido.
BARBOSA (2000) ressalta que a resistência da zona de transição pode
aumentar com o tempo devido a reações secundárias com pozolanas. Salientando
que esse fenômeno existe também nas partículas de agregado miúdo, criando zonas
de transição menores, mas somadas àquelas do agregado graúdo, influenciam na
extensão final do efeito da interface.
4 MATERIAIS E METODOLOGIA
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Para a obtenção de concretos com as características de desempenho
desejadas, MEHTA e MONTEIRO (1994) salientam que a primeira etapa nessa
busca é a perfeita seleção dos materiais componentes, além do conhecimento de
suas características.
A etapa seguinte para se conseguir um bom resultado é denominada de
projeto de mistura, por meio do qual é obtida a proporção ideal entre esses
componentes. Em virtude da proporção dos materiais exercer grande influência nas
propriedades dos concretos e em seu custo, o principal objetivo é obter um equilíbrio
ponderado entre trabalhabilidade, a resistência, a durabilidade e a economia.
4.2 MATERIAIS CONSTITUINTES DO CONCRETO
4.2.1 Cimento
No programa experimental utilizou-se o cimento Portland composto com
escória de alto-forno, CP II – E – 32, com resistência à compressão mínima aos 28
dias de idade de 32 MPa, fabricado pela Holcim do Brasil S.A. A escolha da marca
apresentada foi em virtude da facilidade de encontrá-la no mercado de Juiz de Fora.
A fim de caracterizar o produto empregado são apresentados a seguir os
resultados da análise física e química fornecidos pelo fabricante.
Análise Física
Finura (resíduo na peneira #325) (NBR 9202/1991) = 15,1%.
Finura (superfície específica) (NBR NM 76/1984) = 3969 cm
2
/g.
Expansibilidade à quente (NBR 11582/1991) = 0 mm.
Expansibilidade a frio (NBR 11582/1991) = 0 mm.
Tempo de pega (início e fim) (NBR NM 65/1998):
– início: 210 minutos.
– fim: 255 minutos.
Resistência à compressão (NBR 7215/1996):
1 dia = 8,4 MPa
3 dias = 21,9 MPa
7 dias = 28,5 MPa
28 dias 38,8 MPa
Análise Química
Perda ao fogo = 4,58%.
Si O
2
= 24,44%.
Resíduo insolúvel = 1,89%.
Al O
3
= 7,36%.
Fe
2
O
3
= 2,26%.
Ca O = 56,98%.
Mg O = 3,27 %.
S O
3
= 1,69%.
C O
2
= 4,08%.
K
2
O = 0,60%.
52
Sulfeto = 0,29%.
C
3
A (teórico) = 5,01%.
4.2.2 Agregado miúdo
O agregado miúdo empregado na confecção dos corpos-de-prova de concreto
de cimento Portland foi areia natural encontrada no comércio de Juiz de Fora,
proveniente do Rio do Peixe, próximo a essa cidade. A areia foi caracterizada
segundo a normalização brasileira (NBR 7211/2005), e a sua distribuição
granulométrica atende aos limites estabelecidos para a zona utilizável (Tabela 4.1).
TABELA 4.1 – Composição granulométrica da areia empregada no estudo.
PENEIRA Abertura (mm)
Total Acumulado (%)
4,8 0,95
2,4 8,25
1,2 42,90
0,6 72,55
0,3 89,15
0,15 98,30
<0,15 100,00
Diâmetro máximo
Módulo de finura
Massa específica real
Teor de material pulverulento
4,8 mm
3,12
2,67 kg/dm
3
3,0 %
4.2.3 Agregado graúdo
O agregado graúdo utilizado para a fabricação dos corpos-de-prova de
concreto de cimento Portland foi à brita gnáissica, oriunda da pedreira Pedra Sul,
localizada na cidade de Matias Barbosa, MG. Utilizou-se para os diferentes traços de
concreto, brita com as seguintes dimensões máximas características: 9,50 mm, 25,0
mm e 32,0 mm. A caracterização das britas utilizadas nesta pesquisa foi classificada
segundo a normalização brasileira (NBR 7211/2005). Os resultados dessa análise
são mostrados na Tabela 4.2.
53
TABELA 4.2 – Composição granulométrica das britas empregadas na pesquisa.
PENEIRA - Abertura
(mm)
Total Acumulado(%)
φmáx = 9,5 mm
Total Acumulado(%)
φmáx = 25,0 mm
Total Acumulado(%)
φmáx = 32,0 mm
38,0 1,28
32,0 4,38
25,0 54,90
19,0 15,10 87,34
12,5 72,63 97,94
9,5 2,21 89,90 99,34
6,3 22,70 89,90 99,34
4,8 75,78 89,90 99,34
2,4 99,36 89,90 99,34
1,2 99,36 89,90 99,34
0,6 99,36 89,90 99,34
0,3 99,36 89,90 99,34
0,15 99,36 89,90 99,34
<0,15 100,00 100,00 100,00
Diâmetro máximo
Módulo de finura
Massa específica real
Teor de material
pulverulento
9,5 mm
5,75
2,7 kg/dm
3
0,3 %
25,0 mm
6,44
2,7 kg/dm
3
0,2 %
32,0 mm
7,84
2,7 kg/dm
3
0,2 %
4.2.4 Água
A água utilizada na confecção e imersão dos corpos-de-prova de concreto de
cimento Portland é potável, e provém da empresa CESAMA, responsável pelo
abastecimento de água da cidade de Juiz de Fora, MG.
4.2.5 Resumo dos materiais empregados
A Tabela 4.3 apresenta resumidamente os materiais descritos anteriormente
nos itens 4.2.1 a 4.2.4, que foram utilizados na confecção dos corpos-de-prova de
concreto de cimento Portland.
54
TABELA 4.3 – Resumo dos materiais empregados na pesquisa.
Materiais Procedência
Água Potável – CESAMA, Juiz de Fora – MG.
Agregado
miúdo
Areia natural (zona utilizável) – Rio do Peixe, Juiz de Fora –
MG.
Agregado
graúdo
Brita de gnaisse com dimensão máxima característica de 9,5
mm, 25,0 mm e 32,0 mm – Pedreira Pedra Sul, Matias
Barbosa – MG.
Cimento CP II – E – 32, marca Holcim.
4.2.6 Proporção dos materiais
O proporcionamento do concreto foi realizado com base no método de
dosagem desenvolvido pelo IPT. A princípio foi fixado um teor de argamassa de
53%, um abatimento do tronco de cone de aproximadamente 70±10 mm (NBR NM
67/1998) e a mesma relação água / cimento. Foram feitos alguns ajustes que se
fizeram necessários.
Os traços adotados neste estudo são mostrados na Tabela 4.4.
TABELA 4.4 – Traços dos concretos.
Agregado graúdo Traço (kg) Resistência desejada
aos 28 dias
φmáx = 9,5 mm
1 : 1,94 : 2,62 : 0,53 22 MPa
φmáx = 25,0 mm
1 : 2,49 : 3,11 : 0,53 22 MPa
φmáx = 32,0 mm
1: 2,60 : 3,20 : 0,53 22 MPa
A mistura dos materiais constituintes do concreto foi feita em uma betoneira
de eixo inclinado, com capacidade de 30 litros. A ordem de colocação dos materiais
foi a seguinte:
a) mistura de todo o agregado graúdo, o cimento e a metade da quantidade da água
durante aproximadamente cinco minutos;
55
b) colocação de todo o agregado miúdo e o restante da água, misturando por mais
cinco minutos.
4.3 PROGRAMA EXPERIMENTAL
Com o objetivo de estudar o fenômeno do efeito escala e do efeito tamanho, e
formular modelo(s) aplicável(eis) à análise de estruturas de concreto,
especificamente no que se refere à interação entre a dimensão do agregado, a
resistência da superfície de contato entre duas faces (resistência da interface) e os
efeitos estruturais, é apresentado a seguir o programa experimental desenvolvido.
O efeito tamanho e efeito escala foram estudados pela comparação do
comportamento de concretos com a mesma classe de resistência à compressão,
usando-se corpos-de-prova cilíndricos de diferentes dimensões, porém,
geometricamente similares: 100 mm x 200 mm, 150 mm x 300 mm e 200 mm x 400
mm (Figura 4.1), foram usadas diferentes graduações de agregado graúdo, com
diâmetro máximo característico de 9,5 mm, 25 mm e 32 mm. Para tanto, empregou-
se o ensaio de compressão axial.
Figura 4.1. Dimensões dos corpos-de-prova de concreto.
4.3.1 Amostras testadas
Cumpre esclarecer que foram moldados quatro corpos-de-prova para cada
tipo de molde cilíndrico, e cada um deles foi avaliado para as três graduações de
agregado graúdo, sendo todos ensaiados aos 28 dias de idade.
200 mm
150 mm
100 mm
400 mm
300 mm
200 mm
56
A Tabela 4.5 mostra as dimensões do agregado graúdo, e as dimensões e o
número de corpo-de-prova, onde se verifica que foram usados 36 corpos-de-prova
cilíndricos de concreto de cimento Portland ensaiados à compressão axial.
TABELA 4.5 – Características dos corpos-de-prova ensaiados.
COMPRESSÂO AXIAL
Dimensão máxima do
agregado graúdo
Dimensão do corpo-de-
prova
Número de corpos-de-
prova
100 mm x 200 mm 4
150 mm x 300 mm 4
φmáx = 9,5 mm
200 mm x 400 mm 4
100 mm x 200 mm 4
150 mm x 300 mm 4
φmáx = 25 mm
200 mm x 400 mm 4
100 mm x 200 mm 4
150 mm x 300 mm 4
φmáx = 32 mm
200 mm x 400 mm 4
Verifica-se que as variáveis existentes no ensaio são a dimensões do CP e a
graduação do agregado graúdo. Assim, os corpos-de-prova foram identificados por
dois números: o primeiro especificando as dimensões do CP (em mm), e o segundo
a graduação do agregado graúdo (em mm).
4.3.2 Preparação dos corpos-de-prova
A etapa inicial deste ensaio consistiu na preparação das formas metálicas,
sendo que a parede e a base dos moldes foram convenientemente revestidas
internamente com uma fina camada de óleo mineral, a fim de facilitar a
desmoldagem dos corpos-de-prova.
Foi feita mistura mecânica na preparação de todos os traços, e cada traço foi
moldado de uma única vez, a fim de minimizar variações nas características dos
materiais e as condições de laboratório.
Na confecção do corpo-de-prova procedeu-se uma prévia remistura da massa
de concreto para garantir a sua uniformidade. A colocação do concreto nas formas
foi realizada manualmente, e o número de camadas e o número de golpes para
adensamento manual corresponderam ao que determina a norma brasileira NBR
57
5738/2003 (Tabela 4.6). Todas as amostras foram executadas pelo mesmo
operador.
TABELA 4.6 – Número de camadas e golpes para moldagem dos corpos-de-prova.
Dimensões do corpo-de-
prova
Número de camadas Número de golpes
100 mm x 200 mm 2 12
150 mm x 300 mm 3 25
200 mm x 400 mm 4 50
Após o adensamento dos corpos-de-prova a superfície do concreto foi
nivelada com o auxílio de uma colher de pedreiro, e em seguida cobertos na face
exposta com sacos de aniagem úmidos por um período de três dias; a seguir
efetuou-se a desmoldagem, que foi feita com todo o cuidado para não danificá-los.
Os corpos-de-prova após a desmoldagem foram armazenados dentro da
câmara úmida, com cura submersa, sendo retirados da água um dia antes do
ensaio, para que o CP seque em temperatura ambiente. O objetivo de todo esse
procedimento foi evitar a fissuração prematura do concreto.
4.3.3 Ensaio de resistência à compressão axial
A NBR 5739/1994 prescreve o método de ensaio para determinação da
resistência à compressão de corpos-de-prova de cimento Portland.
Após o tempo necessário ao processo de cura, e estabelecida à idade do
rompimento, os corpos-de-prova são rematados com enxofre, perfeitamente
perpendicular ao eixo longitudinal do corpo-de-prova cilíndrico e levado à prensa
(Figuras 4.2 e 4.3).
Para os ensaios dos corpos-de-prova de dimensões 100 mm x 200 mm e 150
mm x 300 mm, utilizou-se à máquina EMIC, elétrica com capacidade para força
máxima de 1200 kN e comprimento do cursor de 315 mm, fabricada pela
CONTENCO. Para os ensaios dos corpos-de-prova de 200 mm x 400 mm utilizou-se
à máquina PAVITEST, elétrica com capacidade para força máxima de 1200 kN e
comprimento do cursor de 1900 mm, também fabricada pela CONTENCO.
58
Os corpos-de-prova foram ensaiados aos 28 dias. A força de ensaio foi
aplicada continuamente e sem choques, com velocidade de carregamento de 0,3
MPa/s a 0,8 MPa/s, sendo a força de ruptura lida em kgf/cm
2
e transformada em
MPa.
O resultado das resistências à compressão é a média das resistências dos
corpos-de-prova ensaiados na mesma idade.
Após o término do ensaio de compressão axial realizou-se uma análise
estatística básica (planilha eletrônica Excel) para avaliar os resultados obtidos.
Figura 4.2 – Ensaio de resistência à compressão do corpo-de-prova de 150 mm x
300 mm confeccionado com agregado de dimensão de 25 mm.
59
Figura 4.3 – Ensaio de resistência à compressão do corpo-de-prova de 200 mm x
400 mm confeccionado com agregado de dimensão de 9,5 mm.
5 RESULTADOS E ANÁLISES
5.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Conforme mencionado foi elaborado um programa experimental para se
estudar o efeito tamanho, o efeito escala e o efeito parede, considerando-se a
influência da dimensão do corpo-de-prova e a dimensão do agregado graúdo na
resistência mecânica à compressão axial, por meio dos ensaios de corpos-de-prova
com diferentes dimensões, mas com a mesma relação entre altura e o diâmetro do
CP (h/d = 2). As dimensões do agregado graúdo, foram: 9,5 mm; 25,0 mm e 32,0
mm.
A seguir são apresentados os resultados obtidos nos diversos ensaios
realizados, e as análises desses resultados efetuados por meio de procedimentos
estatísticos.
5.2 ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL
No capítulo 4 foi mostrado que o ensaio de resistência à compressão axial é
empregado para se determinar a capacidade do concreto de resistir à solicitação de
compressão. Salienta-se que foram moldados quatro corpos-de-prova para cada tipo
de cilindro e para cada dimensão máxima do agregado graúdo, sendo que o ensaio
foi realizado quando o concreto atingiu a idade de 28 dias.
As Tabelas 5.1, 5.2 e 5.3 apresentam os resultados obtidos nos ensaios, onde
se encontra também o valor médio e o coeficiente de variação CV da série de
ensaios será, expressa em %. Salienta-se que os corpos-de-prova foram
identificados pela letra M de mistura, seguido de um número que está relacionado
com a sua dimensão: 10 para os corpos-de-prova cilíndricos com dimensões de 100
mm x 200 mm; 15 para os corpos-de-prova cilíndricos com dimensões de 150 mm x
61
300 mm e 20 para os corpos-de-prova cilíndricos com dimensões de 200 mm x 400
mm. A letra B, representa o agregado graúdo de brita de gnaisse, e um número que
corresponde à graduação desse agregado graúdo, sendo 0 para a dimensão
máxima do agregado igual a 9,5 mm, 1 para a dimensão máxima do agregado igual
a 25,0 mm e 2 para a dimensão máxima do agregado igual a 32,0 mm.
TABELA 5.1 – Resultados do ensaio de resistência à compressão em MPa
(Agregado graúdo – φ
máx
= 9,5 mm).
Brita – graduação = 9,5 mm
CP (100 mm x
200 mm)
f
c28
(MPa) f
c28
Média (MPa) CV(%)
M10B0 29,03
M10B0 28,01
M10B0 29,28
M10B0 31,57
29,47 5,10
CP (150 mm x
300 mm)
f
c28
(MPa) f
c28
Média (MPa) CV(%)
M15B0 25,80
M15B0 26,37
M15B0 25,69
M15B0 26,94
26,20 2,20
CP (200 mm x
400 mm)
f
c28
(MPa) f
c28
Média (MPa) CV(%)
M20B0 24,87
M20B0 25,21
M20B0 24,21
M20B0 24,72
24,75 1,68
f
c28
– resistência à compressão aos 28 dias de idade.
62
TABELA 5.2 – Resultados do ensaio de resistência à compressão em MPa
(Agregado graúdo – φ
máx
= 25,0 mm).
Brita – graduação = 25,0 mm CP (100 mm x
200 mm)
f
c28
(MPa) f
c28
Média (MPa) CV(%)
M10B1 27,25
M10B1 28,01
M10B1 26,74
M10B1 26,99
27,25 2,01
CP (150 mm x
300 mm)
f
c28
(MPa) f
c28
Média (MPa) CV(%)
M15B1 25,35
M15B1 25,01
M15B1 25,69
M15B1 25,35
25,35 1,06
CP (200 mm x
400 mm)
f
c28
(MPa) f
c28
Média (MPa) CV(%)
M20B1 23,82
M20B1 24,73
M20B1 23,98
M20B1 24,04
24,14 1,67
f
c28
– resistência à compressão aos 28 dias de idade.
TABELA 5.3 – Resultados do ensaio de resistência à compressão em MPa
(Agregado graúdo – φ
máx
= 32,0 mm).
Brita – graduação = 32,0 mm
CP (100 mm x
200 mm)
f
c28
(MPa) f
c28
Média (MPa) CV(%)
M10B2 25,47
M10B2 27,76
M10B2 26,23
M10B2 25,21
26,17 4,38
CP (150 mm x
300 mm)
f
c28
(MPa) f
c28
Média (MPa) CV(%)
M15B2 24,45
M15B2 23,65
M15B2 24,78
M15B2 23,65
24,13 2,38
CP (200 mm x
400 mm)
f
c28
(MPa) f
c28
Média (MPa) CV(%)
M20B2 23,16
M20B2 22,29
M20B2 22,88
M20B2 23,02
22,83 1,67
f
c28
– resistência à compressão aos 28 dias de idade.
63
As Figuras 5.1 a 5.3 ilustram alguns corpos-de-prova antes e após a
realização do ensaio de resistência à compressão axial.
Figura 5.1 – Corpos-de-prova de concreto com diferentes dimensões.
Figura 5.2 – Superfície de ruptura do corpo-de-prova de 200 mm x 400 mm
confeccionado com brita de graduação de 9,5 mm.
64
Figura 5.3 – Superfície de ruptura do corpo-de-prova de 100 mm x 200 mm
confeccionado com brita de graduação de 32,0 mm.
Salienta-se que o coeficiente de variação CV é uma análise estatística
preliminar, com o qual se avalia a variação dos resultados de um experimento. Esse
procedimento é empregado quando se deseja comparar a variabilidade de várias
amostras com médias diferentes, ou quando as variáveis aleatórias têm dimensões
diferentes. Em geral, o valor do CV = 25% é considerado aceitável para as amostras
ensaiadas.
Analisando-se os dados das Tabelas 5.1 a 5.3 verifica-se que todas as
amostras têm um coeficiente de variação inferior a 25%, donde se conclui que os
resultados obtidos são aceitáveis.
As Figuras 5.4 a 5.11 mostram os resultados obtidos experimentalmente.
Numa análise prévia das curvas obtidas nos gráficos de resistência média à
compressão (MPa) x dimensão do corpo-de-prova (mm) mostradas nas Figuras 5.4
a 5.6, constata-se uma tendência dos resultados em atender ao modelo de
CARPINTERI (1995), enquanto que o modelo de BAZANT (1998) fica mais
evidenciado para as curvas de resistência média à compressão (MPa) x graduação
da brita (mm), conforme ilustrado nas Figuras 5.7 a 5.9.
65
Salienta-se que as curvas mostradas nas Figuras 5.10 e 5.11 apresentam, de
maneira concisa, o mencionado anteriormente.
Resistência média x diâmetro do CP para brita
graduação 9,5 mm
y = 0,0004x
2
- 0,1654x + 42,01
R
2
= 1
24
25
26
27
28
29
30
50 100 150 200 250
Diâmetro do CP (mm)
Resistência média à
compressão (MPa)
Figura 5.4 – Resistência média à compressão (MPa) x diâmetro do CP (mm) para
brita de graduação 9,5 mm.
Resistência média x diâmetro do CP para brita
graduação 25,0 mm
y = 0,0001x
2
- 0,0725x + 33,12
R
2
= 1
23
24
25
26
27
28
50 100 150 200 250
Diâmetro do CP (mm)
Resistência média à
compressão (MPa)
Figura 5.5 – Resistência média à compressão (MPa) x diâmetro do CP (mm) para
brita de graduação 25,0 mm.
66
Resistência média x diâmetro do CP para brita
graduação 32,0 mm
y = 0,0002x
2
- 0,0783x + 32,5
R
2
= 1
22
23
24
25
26
27
50 100 150 200 250
Diâmetro do CP (mm)
Resistência média à
compressão (MPa)
Figura 5.6 – Resistência média à compressão (MPa) x diâmetro do CP (mm) para
brita de graduação 32,0 mm.
Resistência média x graduação da brita para CP
de 100 mm x 200 mm
y = -0,0005x
2
- 0,1263x + 30,714
R
2
= 1
26
27
28
29
30
0 10203040
Graduação da brita (mm)
Resistência média à
compressão (MPa)
Figura 5.7 – Resistência média à compressão (MPa) x graduação da brita (mm) para
CP de 100 mm x 200 mm.
67
Resistência média x graduação da brita para CP de
150 mm x 300 mm
y = -0,0053x
2
+ 0,1283x + 25,46
R
2
= 1
24
25
26
27
010203040
Graduação da brita (mm)
Resistência média à
compressão (MPa)
Figura 5.8 – Resistência média à compressão (MPa) x graduação da brita (mm) para
CP de 150 mm x 300 mm.
Resistência média x graduação da brita para CP de
200 mm x 400 mm
y = -0,006x
2
+ 0,1556x + 23,992
R
2
= 1
22
23
24
25
26
010203040
Graduação da brita (mm)
Resistência média à
compressão (MPa)
Figura 5.9 – Resistência média à compressão (MPa) x graduação da brita (mm) para
CP de 200 mm x 400 mm.
68
Resistência média x dimensão do CP
22
24
26
28
30
50 100 150 200 250
Dimensão do CP (mm)
Resistência média à
compressão (MPa)
Brita 9,5 mm
Brita de 25,0 mm
Brita 32,0 mm
Figura 5.10 - Resistência média à compressão (MPa) x diâmetro do CP (mm).
Observa-se que o aumento do diâmetro da brita acarreta numa diminuição da
curvatura da curva da resistência média à compressão com relação à dimensão do
corpo-de-prova.
Resistência média x graduação da brita
22
24
26
28
30
0 10203040
Graduação da brita (mm)
Resistência média à
compressão (MPa)
CP 100 mm x 200 mm
CP 150 mm x 300 mm
CP 200 mm x 400 mm
Figura 5.11- Resistência média à compressão (MPa) x graduação da brita (mm).
Analisando a curva da resistência média à compressão com relação à
dimensão da brita, constata-se que o aumento da dimensão do corpo-de-prova
acarreta num aumento da curvatura da mesma.
Para se obter uma análise mais consistente dos resultados experimentais por
meio da planilha eletrônica EXCEL, efetuou-se uma análise estatística do valor
69
médio obtido para a resistência à compressão, para verificar o efeito da influência
dos fatores: dimensão característica do corpo-de-prova d, dimensão máxima do
agregado d
máx
e entre sua interação d x d
máx
. Os resultados obtidos encontram-se
nas Tabelas 5.4 a 5.10.
TABELA 5.4 – Resultados obtidos na análise estatística da f
cm
para CP com
dimensões de 100 mm x 200 mm e dimensão do agregado variável – valores de F.
F (fator) d
F
0
158,339
F
α
4,256
TABELA 5.5 – Resultados obtidos na análise estatística da f
cm
para CP com
dimensões 150 mm x 300 mm e dimensão do agregado variável – valores de F.
F (fator) d
F
0
17,563
F
α
4,256
TABELA 5.6 – Resultados obtidos na análise estatística da f
cm
para CP com
dimensões de 200 mm x 400 mm e dimensão do agregado variável – valores de F.
F (fator) d
F
0
38,341
F
α
4,256
TABELA 5.7 – Resultados obtidos na análise estatística da f
cm
para dimensão do
agregado de 9,5 mm e tamanho CP variável – valores de F.
F (fator) d
máx
F
0
25,027
F
α
4,256
TABELA 5.8 – Resultados obtidos na análise estatística da f
cm
para dimensão do
agregado de 25,0 mm e tamanho CP variável – valores de F.
F (fator) d
máx
F
0
54,357
F
α
4,256
70
TABELA 5.9 – Resultados obtidos na análise estatística da f
cm
para dimensão do
agregado de 32,0 mm e tamanho CP variável – valores de F.
F (fator) d
máx
F
0
18,898
F
α
4,256
TABELA 5.10 – Resultados obtidos na análise estatística da f
cm
para dimensão do
agregado e dimensão do CP variável – valores de F.
F (fator)
d
d
máx
F
0
53,533 23,938
F
α
6,944
6,944
Salienta-se que o valor do fator analisado F
0
, fornecido pela análise estatística
for maior que o F
α
, o efeito do fator será significativo. Concluindo-se que as
dimensões do corpo-de-prova e dimensões do agregado têm efeito significativo
sobre a resistência à compressão axial (Tabelas 5.4 a 5.10).
Buscando-se obter uma expressão que represente os resultados para
resistência à compressão em função das dimensões do corpo-de-prova e da
dimensão do agregado, empregou-se uma regressão obtendo-se a seguinte
expressão:
f
c
= 33,448 – 0,037 d – 0,106 d
máx
(5.1)
erro = 0,544 MPa
onde
f
c
– resistência à compressão corrigida (MPa);
d – diâmetro do corpo-de-prova (mm);
d
máx
– dimensão característica do agregado (mm).
Sendo que a aplicabilidade da expressão (5.1) é para corpos-de-prova de
dimensão de 100 mm x 200 mm a 200 mm x 400 mm.
As Figuras 5.12 a 5.14 ilustram os resultados obtidos por meio da expressão
5.1. Onde se nota que com o aumento da dimensão do agregado graúdo, a um
decréscimo do termo independente, ou seja, termo constante da equação (de 32,441
a 30,056). Constata-se, portanto um deslocamento descendente da curva no gráfico.
71
Curva para a brita de dmáx - 9,5 mm
y = -0,037x + 32,441
R
2
= 1
24,00
25,00
26,00
27,00
28,00
29,00
50 100 150 200 250
Diâmetro do corpo-de-prova (mm)
Resistência à
compressão (MPa)
Figura 5.12 – Expressão da variação para brita de 9,5 mm (100 mm d 200 mm).
Curva para brita de dmáx = 25,0mm
y = -0,037x + 30,798
R
2
= 1
23,00
24,00
25,00
26,00
27,00
28,00
50 100 150 200 250
Diâmetro do corpo-de-prova (mm)
Resistência à
compressão (MPa)
Figura 5.13 – Expressão da variação para brita de 25 mm (100 mm d 200 mm).
72
Curva para brita de dmáx = 32,0mm
y = -0,037x + 30,056
R
2
= 1
22,00
23,00
24,00
25,00
26,00
27,00
50 100 150 200 250
Diâmetro do corpo-de-prova (mm)
Resistência à
compressão (MPa)
Figura 5.14 – Expressão da variação para brita de 32 mm (100 mm d 200 mm)
Na tentativa de se ilustrar melhor a abrangência da expressão proposta
efetuou-se um estudo para corpos-de-prova de 80 mm x 160 mm até 300 mm x 600
mm, cabe lembrar que a NBR 7680/1983 admite dimensões menores que 100 mm x
200 mm, para extração de testemunhos de estruturas de concreto, na prática aplica-
se dimensões iguais ou superiores a 75 mm de diâmetro, vide as Figuras 5.15 a
5.17.
Curva para a brita de dmáx - 9,5 mm
y = 3E-18x
2
- 0,037x + 32,441
R
2
= 1
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
50 100 150 200 250 300 350
Diâmetro do corpo-de-prova (mm)
Resistência à
compressão (MPa)
Figura 5.15 – Expressão da variação para brita de 9,5 mm (80 mm
d 300 mm).
73
Curva para brita de dmáx = 25,0mm
y = 7E-18x
2
- 0,037x + 30,798
R
2
= 1
15,00
20,00
25,00
30,00
50 100 150 200 250 300 350
Diâmetro do corpo-de-prova (mm)
Resistência à
compressão (MPa)
Figura 5.16 – Expressão da variação proposta para brita de 25,0 mm (80 mm d
300 mm).
Curva para brita de dmáx = 32,0mm
y = -3E-18x
2
- 0,037x + 30,056
R
2
= 1
15,00
20,00
25,00
30,00
50 100 150 200 250 300 350
Diâmetro do corpo-de-prova (mm)
Resistência à
compressão (MPa)
Figura 5.17 – Expressão da variação para brita de 32,0 mm (80 mm
d 300 mm).
Buscando uma análise mais consistente entre a expressão 5.1, o modelo de
Bazant e o modelo de Carpinteri, empregou-se a expressão 5.2 proposta por
HILSDORF (1999) que estima de maneira mais precisa a resistência à tração
indireta.
74
+=
cmo
cm
ctmoctm
f
f
1lnff
(5.2)
onde
f
ctm
– resistência média à tração axial (MPa);
f
cm
– resistência à média à compressão (MPa);
f
ctmo
– 2,12 MPa;
f
cmo
– 10 MPa.
Salienta-se que seus dados experimentais apresentaram resultados mais
precisos para os materiais nacionais, do que os prescritos por GOMES et al. (1996),
BETON KALENDER (1991), EUROCODE 2 (1993) e CEB 10 (2000).
Dentro deste contexto, empregaram-se as equações de Bazant (2.4),
Carpinteri (2.12) e a proposta (5.1) e as constantes adotadas foram: B = 2,2, λ
o
= 1 e
α
0
= 0,5, onde se obteve as Figuras 5.18 a 5.20.
Analisando essas figuras constata-se que os resultados obtidos
experimentalmente, neste estudo, se assemelham melhor aos estudos realizados
por Carpinteri (1994a, 1994b e 1995).
Pesquisa x Bazant x Carpinteri
1,15
1,65
2,15
2,65
50 100 150 200 250
Dimensão do CP (mm)
Tensão nominal de
tração (MPa)
Pesquisa
Bazant
Carpinteri
Figura 5.18 – Comparação entre esta pesquisa x Bazant x Carpinteri para brita de
graduação de 9,5 mm.
75
Pesquisa x Bazant x Carpinteri
1,60
1,80
2,00
2,20
2,40
2,60
2,80
3,00
50 100 150 200 250
Dimensão do CP (mm)
Tensão nominal de
tração (MPa)
Pesquisa
Bazant
Carpinteri
Figura 5.19 – Comparação entre esta pesquisa x Bazant x Carpinteri para brita de
graduação de 25 mm.
Pesquisa x Bazant x Carpinteri
2,00
2,20
2,40
2,60
2,80
3,00
3,20
50 100 150 200 250
Dimensão do corpo-de-prova (mm)
Tensão nomonal de
tração (MPa)
Pesquisa
Bazant
Carpinteri
Figura 5.20 – Comparação entre esta pesquisa x Bazant x Carpinteri para brita de
graduação de 32 mm.
Pelo exposto fica evidente que a contradição das leis propostas é a aparente
falha na concepção do conceito da zona de transição na interface agregado-pasta
de cimento.
LARRARD e BELLOC (1997) descrevem três efeitos oriundos do agregado
que influenciam a resistência à compressão: confinamento, aderência e a
exsudação, decorrente da dosagem do concreto que é influenciada pelos
parâmetros tais como fator a/c, idade e condições de cura.
76
BARBOSA (2000) observa que a microestrutura da pasta de cimento
hidratada na vizinhança das partículas de agregado graúdo, difere da microestrutura
do restante da pasta de cimento. A razão disso é que durante a mistura às partículas
de cimento seco são incapazes de se dispor densamente junto às do agregado.
Essa situação é semelhante a do efeito parede na superfície de peças
moldadas de concreto, mas em escala menor. Essa comprovação também foi
relatada por CHIN et al. (1997), GOBLE e COHEN (1999), CADONI et al. (2001) e
SENGUL et al. (2002).
A microestrutura na zona de interface apresenta-se, resumidamente, da
seguinte maneira: uma hidratação completa do cimento indicando que a relação
água / cimento na interface é maior do que em qualquer outro ponto, e a presença
de cristais grandes de Ca(OH)
2
indicando que a porosidade na interface é maior do
que em qualquer outro ponto, confirmando assim, o efeito parede, ou seja, o cimento
hidrata e preenche os vazios iniciais, então, a zona da interface tem uma porosidade
muito maior que a pasta de cimento localizada a uma maior distância do agregado
graúdo.
Ressalta-se que o efeito parede é mais acentuado quanto maior a relação
área / volume do corpo-de-prova. Para minimizar esse efeito, várias normas
especificam as dimensões do molde em relação à dimensão máxima do agregado.
Quando a dimensão do agregado ultrapassa o valor permitido, às vezes, recorre-se
à retirada por peneiramento das partículas maiores, sendo essa operação
denominada de peneiramento de concreto fresco.
Constatou-se, conforme já mencionado por MEHTA e MONTEIRO (1994),
que quanto maior o agregado maior será a relação água/cimento local na zona de
transição, e menor será a resistência do concreto à compressão.
6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Este estudo está limitado às características dos materiais utilizados no
programa experimental, como por exemplo: o cimento do tipo CP II – E – 32
(HOLCIM do Brasil S.A.), origem dos agregados: brita de gnaisse e areia de rio,
textura e rugosidade do agregado, bem como as dimensões dos corpos-de-prova:
100 mm x 200 mm a 200 mm x 400 mm.
Em uma análise inicial constatou-se que:
1) a energia de fratura da estrutura à compressão axial reduz com o aumento do
diâmetro do agregado graúdo;
2) as fórmulas sobre efeito escala e efeito tamanho para determinação das
propriedades de resistência mecânica dos materiais não podem ser empregadas
para avaliar esses efeitos em grandes estruturas de concreto armado, como
pontes, em virtude deles desaparecerem em corpos-de-prova de grandes
dimensões;
3) quando se utilizam corpos-de-prova maiores, torna-se sem importância a
afirmação exagerada que BAZANT (1984) e alguns pesquisadores transcrevem
até os dias atuais, ou seja, “na medida em que se aumentam as dimensões das
peças de concreto, sua resistência diminui”;
4) neste estudo todas as amostras exibiram um pronunciado efeito tamanho e
escala.
78
6.1 ANÁLISE DO EFEITO PAREDE
O efeito parede ocorre quando a dimensão máxima do agregado é grande em
relação às dimensões do molde, nesse caso, o adensamento do concreto e a
uniformidade de distribuição das partículas grandes ficam prejudicadas.
Por meio da análise dos resultados experimentais fica evidente que o efeito
parede será mais pronunciado quando se emprega concreto com agregado de
diâmetro máximo de 32 mm nos corpos-de-prova cilíndricos com dimensões de 100
mm x 200 mm, uma vez que a parede do molde irá influenciar o adensamento do
concreto, pois a quantidade de argamassa necessária para preencher o espaço
entre as partículas de agregado graúdo e a parede do molde será maior do que a
disponível no interior da massa.
6.2 ANÁLISE DO EFEITO ESCALA
Verificaram-se nos ensaios que para o mesmo diâmetro máximo do agregado,
porém com diferentes dimensões de corpo-de-prova, por exemplo, concreto
confeccionado com agregado com graduação de 25,0 mm em corpos-de-prova de
100 mm x 200 mm, 150 mm x 300 mm e 200 x 400mm, o efeito escala tornar-se-á
evidente, ou seja, os parâmetros que são ignorados no corpo-de-prova grande
(dimensão do agregado), por exercerem pequena influência, no corpo-de-prova
pequeno passam a exercer grande influência.
Quando as dimensões dos grãos do concreto são pequenas, em relação às
dimensões dos corpos-de-prova grandes (dimensão do agregado de 9,5 mm e
corpo-de-prova de dimensão de 200 mm x 400 mm), a heterogeneidade do material
é desconsiderada, entretanto, no corpo-de-prova pequeno (100 mm x 200 mm) esta
influência é significativa. Esse efeito desapareceria se o diâmetro máximo do
agregado fosse variado proporcionalmente com a dimensão característica do corpo-
de-prova.
6.3 ANÁLISE DO EFEITO TAMANHO
Observou-se que o efeito tamanho é evidente quando se varia o diâmetro
máximo característico do agregado para as mesmas dimensões de corpos-de-prova,
por exemplo, concretos confeccionados com as dimensões agregado de 9,5 mm, 25
79
mm e 32 mm moldados em corpos-de-prova de 100 mm x 200mm, pois existe uma
influência crescente do peso próprio sobre a capacidade relativa da estrutura de
resistir a cargas adicionais diretamente aplicadas, ou seja, os parâmetros são os
mesmos, mas com valores diferentes. Com isso a semelhança física é infringida pela
diferença entre os valores de um mesmo parâmetro, no protótipo e no modelo.
6.4 EXPRESSÃO PROPOSTA
Por meio da análise dos resultados experimentais oriundos do ensaio de
resistência à compressão axial, aplicou-se uma regressão obtendo-se a expressão
5.1 que determina a tensão média em função das dimensões do corpo-de-prova d e
a dimensão máxima do agregado d
máx
, tornando-se necessário verificar em estudos
futuros a reprodutividade e repetividade dos resultados em face da expressão
obtida.
Salienta-se que sua aplicabilidade é para corpos-de-prova de dimensões de
80 mm x 160 mm até 300 mm x 600 mm.
Ressalta-se que nos estudos efetuados por CARPINTERI (1995 e 2002) e
BAZANT (1984 e 1988) empregaram-se agregados de dimensões diferentes, ou
seja, no primeiro d
máx
12,7 mm e no segundo d
máx
de até 25,0 mm para estruturas
com uma pré-fissura existente.
Tal fato resultou em conclusões divergentes sobre efeito escala, uma vez que
não foi considerada a zona de transição na interface pasta–agregado que resulta
numa redução da resistência do concreto para agregados de maiores dimensões,
visto que há um incremento na quantidade de água nessa região, comprometendo a
resistência à compressão do concreto.
No que se refere ao modelo proposto, fica evidente a superioridade, baseado
nos resultados experimentais, do modelo proposto por Carpinteri.
6.5 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
1) Mantendo-se as condições do método de ensaio verificar a reprodutividade e
repetividade dos resultados face à expressão obtida para resistência à
compressão com um maior número de corpos-de-prova, e para uma maior
variação das dimensões dos CP.
80
2) Mantendo-se as condições do método de ensaio verificar a reprodutividade e
repetividade dos resultados face à expressão obtida para resistência à
compressão para diferentes tipos de agregados.
3) Efetuar o estudo dos efeitos tamanho e escala para diferentes texturas e
rugosidade do agregado analisando-se sua microestrutura com microscópio de
varredura.
4) Recomenda-se estudar os parâmetros de fratura, efeito tamanho e efeito escala
em amostras com diferentes combinações de materiais.
7 REFERÊNCIAS BIBL IOGRÁFICAS
ALVES, J. D. Manual de tecnologia do concreto. 3. ed. Goiânia: Editora da UFG,
1993.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT. Cimento Portland
Comum, NBR 5732, Rio de Janeiro, 1991.
______. NBR 5733 – Cimento Portland de alta resistência inicial, Rio de Janeiro,
1991.
______. NBR 5735 – Cimento Portland de alto-forno, Rio de Janeiro, 1991.
______. NBR 5736 – Cimento Portland pozolânico, Rio de Janeiro, 1991.
______. NBR 5738 – Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-
prova, Rio de Janeiro, 2003.
______. NBR 5739 – Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-prova
cilíndricos, Rio de Janeiro, 1994.
______. NBR 7211 – Agregados para concreto – Especificação, Rio de Janeiro,
2005.
______. NBR 7215 – Cimento Portland – Determinação da resistência à
compressão, Rio de Janeiro, 1996.
______. NBR 7221 – Agregados – Ensaio de qualidade de agregado miúdo, Rio de
Janeiro, 1987.
______. NBR 7225 – Materiais de pedra e agregados naturais, Rio de Janeiro, 1993.
______. NBR 7251 – Agregado em estado solto – Determinação da massa unitária,
Rio de Janeiro, 1982.
______. NBR 7389 – Apreciação petrográfica de materiais naturais, para utilização
como agregado em concreto, Rio de Janeiro, 1992.
______. NBR 7680 – Extração, preparo, ensaio e análise de testemunhos de
estruturas de concreto, Rio de Janeiro, 1983.
82
______. NBR 7809 – Agregado graúdo – Determinação do índice de forma pelo
método do paquímetro, Rio de Janeiro, 1983.
______. NBR 7810 – Agregado em estado compacto e seco – Determinação da
massa unitária, Rio de Janeiro, 1983.
______. NBR 9773 – Agregado – reatividade potencial de álcalis em combinações
cimento-agregado, Rio de Janeiro, 1987.
______. NBR 9775 – Agregados – Determinação da umidade superficial em
agregados miúdos por meio do frasco de chapman, Rio de Janeiro, 1987.
______. NBR 9935 – Agregados – Terminologia, Rio de Janeiro, 2005.
______. NBR 9939 – Agregados – Determinação do teor de umidade total, por
secagem, em agregado graúdo, Rio de Janeiro, 1987.
______. NBR 10340 – Agregados – Avaliação da reatividade potencial das rochas
carbonáticas com álcalis de cimento, Rio de Janeiro, 1988.
______. NBR 11578 – Cimento Portland composto, Rio de Janeiro, 1991.
______. NBR 11579 – Cimento Portland – Determinação da finura por meio da
peneira 75 micrômetros, Rio de Janeiro, 1991.
______. NBR 11582 – Cimento Portland – Determinação da expansibilidade de Lê
Chatelier, Rio de Janeiro, 1991.
______. NBR 12695 – Agregados – Verificação do comportamento mediante
ciclagem natural, Rio de Janeiro, 1992.
______. NBR 12696 – Agregados – Verificação do comportamento mediante
ciclagem artificial água-estufa, Rio de Janeiro, 1992.
______. NBR 12697 – Agregados – Avaliação do comportamento mediante a
ciclagem alterada com etilenoglicol, Rio de Janeiro, 1992.
______. NBR NM 30 – Agregado miúdo – Determinação da absorção de água, Rio
de Janeiro, 2001.
______. NBR NM 46 – Agregados – Determinação do material fino que passa
através da peneira 75 micrômetro, por lavagem, Rio de Janeiro, 2003.
______. NBR NM 49 – Agregado miúdo – Determinação de impurezas orgânicas,
Rio de Janeiro, 2001.
______. NBR NM 52 – Agregado miúdo – Determinação de massa específica e
massa específica aparente, Rio de Janeiro, 2003.
______. NBR NM 53 – Agregado graúdo – Determinação de massa específica,
massa específica aparente e absorção de água, Rio de Janeiro, 2002.
83
______. NBR NM 65 – Cimento Portland – Determinação do tempo de pega, Rio de
Janeiro, 2003.
______. NBR NM 66 – Agregados – Constituintes mineralógicos dos agregados
naturais, Rio de Janeiro, 1996.
______. NBR NM 67 – Concreto – Determinação da consistência pelo abatimento do
tronco de cone, Rio de Janeiro, 1998.
______. NBR NM 76 – Cimento Portland – Determinação da finura pelo método de
permeabilidade ao ar (Método de Blaine), Rio de Janeiro, 1998.
______. NBR NM 248 – Agregados – Determinação da composição granulométrica,
Rio de Janeiro, 2003.
______. NM 28 – Agregados – Verificação da reatividade potencial pelo método
químico, Rio de Janeiro, 1994.
______. NM 31 – Agregados – Determinação do teor de partículas leves, Rio de
Janeiro, 1994.
______. NM 44 – Agregados – Determinação do teor de argila em torrões e
materiais friáveis, Rio de Janeiro, 1995.
______. NM 51 – Agregado graúdo – Ensaio de abrasão “Los Angeles”, Rio de
Janeiro, 2000.
______. NM 53 – Agregado graúdo – Determinação de massa específica, massa
específica aparente e absorção de água, Rio de Janeiro, 2002.
______. NM 66 – Agregados – Constituintes mineralógicos dos agregados naturais,
Rio de Janeiro, 1996.
______. NM 248 – Agregados – Determinação da composição granulométrica, Rio
de Janeiro, 2003.
BAKER, G. Interface Fracture Energy and Aggregate Size Effects in Particulate
Solids. Symposium on Size-Scales in the Failure Mechanisms of Materials and
Structures; Proceedings… Politécnico de Torino. Italy. Edited by A. Carpinteri. 3-7
Oct., p.171-186, 1996.
BARBOSA, M. T. Influência do agregado no estudo do efeito escala. Engenharia:
Estudo e pesquisa. V. 3, n. 1, p.85-87, 2000.
BARBOSA, M. T.; SÁNCHEZ, E.; MARTINS, P. C. Efeito escala em peças de
concreto estrutural. Engenharia: Estudo e Pesquisa. V. 1, n. 1, p.27-41, Jan. -Jul.,
1998.
______. Uma análise crítica do efeito escala em estruturas de concreto. Engenharia:
Estudo e Pesquisa. V. 2, n. 1, p.11-22, Jan.-Jul., 1999.
84
BAZANT, Z. P. Size effects in blunt fracture: Concrete, rock, metal. Journal of
engineering mechanics, ASCE, v. 110, n. 4, p. 518-533, 1984.
______. Size effects on structural strength: a review. Archive of applied mechanics.
V. 69, p.703-725, 1999.
BAZANT, Z. P.; CAO, Z. Size effect of shear failure in prestressed concrete beams.
ACI Journal, Mar.-Apr., p. 260-268, 1986.
BAZANT, Z. P.; KAZEMI, M. T.; HASEGAWA, T. e MAZARS, J. Size effect in
brazilian split-cylinder tests: measurements and fracture analysis. ACI Journal, May.-
Jun., p.325-332, 1991.
BAZANT, Z. P.; KIM, J. Size effect in shear failure of longitudinally reinforced beams.
ACI Journal, Sep.-Oct., p.456-468, 1984.
BAZANT, Z. P.; SENER, S. Size effect in pull out tests. ACI Materials Journal, Set.-
Out., p.347-351, 1988.
BETON KALENDER, 1991, – Taschenbuch für Beton – Stahlbeton – und
Spannbetonbau sowie die verwandten Fächer. Teil II – Ernest & Sohn.
CADONI, E.; LABIBES, K.; BERRA, M.; GIANGRASSO, M.; ALBERTINI, C.
Influence of aggregate size on strain-rate tensile behavior of concrete. ACI Materials
Journal, May.-Jun., p.220-223, 2001.
CARNEIRO, F. L. Análise dimensional e teoria da semelhança e dos modelos
físicos. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1993.
CARPINTERI, A. Fractal nature of material microstructure and size effects on
apparent mechanical properties. Mechanics of Materials. N. 18, p.89-101, May,
1994a.
______. Scaling law and renormalization groups for strength and toughness of
disordered materials. Int. J. Solids Structures. Vol. 31, N. 3, p.291-302, 1994b.
CARPINTERI, A.; CHIAIA, B. Embrittlement and decrease of apparent strength in
large sized concrete structures. Sadhana, v. 27, part. 4, p.425-448, Aug. 2002.
CARPINTERI, A.; CHIAIA, B.; FERRO, G. Size effects on nominal tensile strenght of
concrete structures: Multifractality of material ligaments and dimensional transition
from order to disorder. Material and Structures. N. 28, p.311-317, 1995.
CHIN, M. S.; MANSUR, M. A.; WEE, T. H. Effects of shape, size, and casting
direction of specimens on stress-strain curves of high-strength concrete. ACI
Materials Journal, Mai.-Jun., p.209-219, 1997.
COMITÉ EURO-INTERNATIONAL DU BÉTON, 2000, Structural Concrete, Paris,
Bulletin n. 10, Aug.
85
ELFAHAL, M. M.; KRAUTHAMMER, T.; OHNO, T.; BEPPU, M.; MINDESS, S. Size
effect for normal strength concrete cylinders subjected to axial impact. International
Journal of Impact Engineering. p.461-481, 2005.
EUROCODE 2, 1993, Stahlbeton – und Spannbeton, Springer Verlag.
GALILEO, G. L. Discorsi e dimostrazioni matematiche intorno a due nuove scienze.
Enghish version by Weston, T., London, 1730.
GIONGO, J. S.; JACINTHO, A. E. P. G. A. Resistência mecânica do concreto.
Concreto: Ensino, pesquisa e realizações. 1. ed. São Paulo: Ed. G. C. Isaia,
IBRACON, 2005, Cap. 20, p.605-632.
GOBLE, C. F.; COHEN, M. Influence of aggregate surface area on mechanical
properties of mortar. ACI Materials Journal, Nov.-Dec., p. 657-662, 1999.
GOMES, P. C.; SHEHATA, L. C.; ALMEIDA, I. R. Resistência à tração e módulo de
elasticidade de concretos de alta resistência. In: INTERNATIONAL CONGRESS ON
HIGHT PERFORMED CONCRETE AND PERFORMANCE AND QUALITY OF
CONCRETE STRUCTURES., 1996, Florianópolis, p.27–38.
HILSDORF, M. Materials. Fib-bulletin 1, Structural Concrete-Textbook. 1. ed.
Stuttgart: Printed by Sprint-Druck Stuttgart, IBRACON, julho, 1999, v. 1, Cap. 3, p.21-
223.
KIM, J. K.; EO, S. H. Size effect in concrete specimens with dissimilar initial cracks.
Mag. Concr. Res. 42, p. 233-238, 1990.
KIM, J. K.; YI, S. T.; PARK, C. K.; EO, S.H. Size effect on compressive strenght of
plain and spirally reinforced concrete cylinders. ACI Structural Journal, N. 96, p. 88-
93, Jan.-Feb., 1999.
LARRARD, F.; BELLOC, A. The influence of aggregate on the compressive strenght
of normal and high-strength concrete. ACI Materials Journal, Set.-Out., p. 417-426,
1997.
MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: Estrutura, propriedades e materiais.
1. ed. São Paulo: PINI, 1994.
MOHAMED, A. R.; HANSEN, W. Micromechanical modeling of concrete response
under static loading – Part 1: Model development and validation. ACI Materials
Journal. P. 196-203, Mar.-Apr. 1999.
NEVILLE, A. M. Propriedades do concreto. (Tradução: Salvador Giammusso). 2. ed.
São Paulo: PINI, 1997.
OZBOLT, J.; ELIGEHAUSEN, R. Size effect in concrete and reinforced concrete
structures. Symposium on size-scales effects in the failure mechanisms of materials
and structures; Proceedings of the International Union of Theoretical and Applied
Machanics (IUTAM). Politecnico de Torino. Italy.Edited by A. Carpinteri 3-7 Oct, p.
290-305, 1994.
86
PAULON, V. A. A microestrutura do concreto convencional. Concreto: Ensino,
pesquisa e realizações. 1. ed. São Paulo: Ed. G.C. Isaia, IBRACON, 2005, Cap. 19,
p. 583-604.
PETRUCCI, E. G. R. Concreto de cimento Portland. 10. ed. Rio de Janeiro: Globo,
1983.
RILEM Technical Committe QFS. Size effect and scaling of quasibrittle fracture.
Disponível em: http://mech.fsv.cvut.cz/qfs/ Acesso em : 11.10.2005.
RÜSCH, H. Hormigon armado y hormigon pretensado. Barcelona: Continental, 1975.
SOUZA, V. C. M. de; RIPPER, T. Patologia recuperação e reforço de estruturas de
concreto. 1.ed. São Paulo: PINI, 1998.
SENGUL, O.; CANAN, T.; TASDEMIR, M. A. Influence of aggregate type on
mechanical behavior of normal andhogh-strength concretes. ACI Materials Journal,
Nov.-Dec., p. 528-533, 2002.
TANG, T.; SHAH, S.; OUYANG, C. Fracture mechanics and size effects of concrete
tension. Journal of Structure Engineering, v. 120, n. 8, p. 2559-2562, August, 1994.
TRENDE, U.; BÜYÜKÖZTÜRK, O. Size effects and influence of aggregate
roughness in interface fracture of concrete composites. ACI Materials journal. Jul.-
Ago., p. 331-338, 1998.
ANEXO A - CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS
88
ANÁLISE DA AREIA
89
ANÁLISE DA BRITA GRADUAÇÃO 9,5 mm
90
ANÁLISE DA BRITA GRADUAÇÃO 25,0 mm
91
ANÁLISE DA BRITA GRADUAÇÃO 32,0 mm
92
ANÁLISE DO CIMENTO
93
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo