Download PDF
ads:
AVALIA
ÇÃ
O DO DESAJUSTE VERTICAL E DA
ESPESSURA DE PELÍCULA DE INFRA
-
ESTRUTURAS
DE TRÊS SISTEMAS CERÂ
MICOS
Rodrigo Trentin Alves de Lima
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia de Bauru, da Universidade de São
Paulo, como parte dos re
quisitos para obtenção
do título de Mestre em Odontologia,
área de
Reabilita
çã
o Oral
BAURU
2005
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
AVALIA
ÇÃ
O DO DESAJUSTE VERTICAL E DA
ESPESSURA DE PELÍCULA DE INFRA
-
ESTRUTURAS
DE TRÊS SISTEMAS CERÂ
MICOS
Rodrigo Trentin Alves de Lima
Dissert
ação apresentada à Faculdade de
Odontologia de Bauru, da Universidade de São
Paulo, como parte dos requisitos para obtenção
do título de Mestre em Odontologia,
área de
Reabilita
çã
o Oral
Orientador: Prof. Dr. Gerson Bonfante
BAURU
2005
ads:
RODRIGO TRENTI
N ALVES DE LIMA
03 de dezembro de 1976
Campo Grande
MS
1995
-
1998
1999
-
2000
2000
-
2002
2001
-
2002
2003
-
2005
Associaç
õ
es
Nascimento
Curso de
graduação em
Odontologia
Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul
– C
ampo Grande
-
MS
Curso de Aperfeiçoamento em
Periodontia
-
Prótese
Associação
Brasileira de Odontologia
Seção MS
Campo Grande
-
MS
Curso de Especialização em Prótese
Dent
á
ria
Sociedade de Promoção
Social do Fissurado Labio
-
palatal
PROFIS
Bauru
- SP
Curso de Aperfeiçoamento em
Implantodontia
Instituto de Ensino
Odontológico
IEO
Bauru
- SP
Mestrado em Odontologia, área de
Reabilitação Oral, pela Faculdade de
Odontologia de Bauru
Universidade
de São Paulo
Associação Brasileira de Odont
ologia
Seção MS
Sociedade Brasileira de Pesquisa
Odontol
ó
gica
DEDICATÓRIA
AOS MEUS PAIS,
ARY SILVIO E CLARA AMANDA
Dedico a vocês a realização deste sonho. Serei eternamente grato pelo amor,
aten
çã
o e dedica
çã
o que
vocês
sempre me deram.
D
e
vocês
ganhei os presentes mais importantes que um filho poderia receber:
exemplos de dignidade e de vida. Cultivaram em mim os valores que
transformaram
uma criança em um adulto responsável e consciente.
Deram para mim a perspectiva de um futuro digno, p
roporcionando
-
me in
ú
meras
oportunidades de estudo.
Sacrificaram seus sonhos em favor dos meus, deixaram de ter para
vocês
para
oferecer para mim. Não existe uma forma material que eu possa retribuir seu empenho
e dedica
çã
o. Quero estar ao lado de
vocês
por
muitos anos para agradecer e
recompens
á-
los pelos seus esfor
ç
os.
Pai e mãe, do fundo do meu cora
çã
o, obrigado por
vocês
serem assim,
especiais.
Amo
vocês
.
Aos meus avós maternos,
Antônio
e
Alice
, com que passei muitos anos de
minha vida. De
vocês
pud
e ter sempre um colo amigo, uma
compreensão
quase
paternal e uma dedica
çã
o inigualável. Com
vocês
exercitei o amor e a compaixã
o.
Obrigado por serem t
ã
o queridos comigo.
A minha querida irmã
Carla
, símbolo de personalidade e exemplo de
sinceridade. Obrigado por me compreender quando parecia ser impossível assim fazer.
Deculpe
-
me quando compreender foi imposs
í
vel. Te amo muito.
A minha querida
Samara
, com quem aprendi a ver o mundo por uma nova
perspectiva, com quem me identifiquei em inúmeros aspectos e aprendi a aceitar outros
o diferentes.
Obrigado pelo carinho, toler
ân
cia, paciê
ncia,
compreensão
e grande simpatia.
Obrigado pelas palavras de conforto e incentivo.
Sorrimos e choramos tantas vezes... Disso tudo, para mim, ficou a certeza de
que você
é unica. Te amo demais.
AGRADECIMENTOS
Ao
Prof. Dr. Gerson Bonfante, por ter guiado meus passos acadêmicos e ter
sido sempre sincero e honesto em suas palavras. Espero poder retribuir os votos de
confian
ç
a at
é
aqui depositados com trabalho, dedica
çã
o
e amizade.
Obrigado por acreditar em minha capacidade.
Meu eterno reconhecimento e gratidão pelo exemplo de homem que sempre
buscou ser.
Ao
Prof. Dr. Luiz Fernando Pegoraro, que pela dedica
çã
o à docência tornou-
se um exemplo a ser seguido pela trans
miss
ã
o de sua experi
ê
ncia.
Ao
Prof. Accácio Lins do Valle, pela amizade e conhecimento que sempre me
dispensou e por acreditar em minha capacidade.
Aos amigos de mestrado
Estevam
,
Jonas
,
Filipe
,
Mika
,
Thania
,
Lucas
,
via,
É
rico
,
Paty
,
Valdey
,
Katia
e
Ma
riana
. Sempre os considerei uma familia.
Aos
professores do curso de mestrado pelos conhecimentos transmitidos e
pela amizada cultivada.
Aos amigos do doutorado Eduardo Ayub
,
Antonio Ricardo
,
Rafael
,
Marinele
,
Jefferson
,
Luiz Gustavo
,
Renato
,
Osvaldo
,
Ma
rli
,
Ana
,
Leylha
,
Paulo
e
Paulinho
Fukashi
.
Aos professores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Antonio Joã
o
da Silveira Terra
,
Dalva Terra
,
Margareth Coutinho
,
Jos
é Carlos Mendonça
,
Paulo
Zárate Pereira
,
Marcelo Arruda
,
Julio Cesar Leite da Sil
va,
Jos
é Luis Figueiredo e
Eliseu Insauralde. Amigos que sempre me apoiaram em Campo Grande e
incentivaram a galgar a vida acad
ê
mica.
Àqueles que me permitiram a pesquisa:
Ao
Prof. José Roberto Pereira Lauris, pela imprescindível ajuda na aná
lise
esta
stica.
Ao
Prof. Dr. José Gilmar Batista, pelo apoio e confec
çã
o das infra-
estruturas
met
á
licas.
Ao
L
aboratório Freitas
, pela confec
çã
o das infra
-
estruturas In
-
Ceram Zirconia.
À
Nobel Biocare
, pela confecção das infra
-
estruturas Procera AllZircon.
Ao
Sr. Ronaldo
da
Labordental
, pela doa
çã
o dos materiais de moldagem.
À
Neodent
, pela
gravação à laser
no troquel
-
padr
ã
o met
á
lico.
Ao
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnoló
gico
CNPq
, pelo fomento da bolsa de estudo durante o curso.
SU
MÁRIO
LISTA DE FIGURAS
............................................................................................xi
LISTA DE TABELAS
.......................................................................
.........
............xii
RESUMO
...................
.......................................................
.....
.............................xiiv
1.
INTRODUÇÃO
..................................................................................................1
2.
REVISÃO
DE LITERATURA
.........................
....................................................6
3.
PROPOSIÇÃO
............................
..
..........
................
.......
..................................56
4. MATERIAL E MÉTODOS
..............................................................
..
..
....
..........58
4.1
-
O
btenção do troquel
-
padrão
.......................................................................
62
4.2
-
O
btenção dos troquéis de gesso
................................................................
64
4.3
-
M
arcações no troquel
-
padrã
o
......................................................
......
.........
66
4.4
- C
onfecção das infra
-
estruturas
...............................................
....
................
66
4.4.1
-
Infra
-
estruturas metálicas para coroa metalo
-
cerâmica.....
.......
...
67
4.4.2
-
Infra
-
estruturas cerâmicas do sistema in
-
ceram zirconia............
69
4.4.3
-
Infra
-
estruturas cerâmicas do sistema procera allzircon.............
72
4.5
-
Adaptação das infra
-
estruturas
.............................................................
.....
74
4.6
-
Avaliação do desajuste vertical e da espessura de película
......................
76
4.6.1
-
Avaliação do desajuste vertical
...................................................
76
4.6.2
-
Captura da película de cimento
-
análogo
....................
.................
78
4.6.3
-
Demarcação dos pontos de leitura
..............................................
80
4
.6.4
- Mensuração da espessura de película de cimento-análogo em
microscópio comparador
...........................................................
..
81
4.7
-
A
nálise estatística
.......................................................................................
81
5. RESULTADOS................................................................................................82
5.1
-
A
daptação das infr
a-
estruturas
...................................................................
83
5.2
- D
esajuste vertical
.....................................................................
..
.................
84
5.3
-
E
spessura de película
................................
.................
....
............................
86
5.4
-
A
nálise estatístíca
.........................................
...
...........................................
90
6.
DISCUSSÃO
.............................................................................
......................99
7.
C
ONCLUS
Õ
ES
.............................................................................................126
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS.
.................................................
...
....
.........128
ABSTRACT
.................
............................................................................
........
............
140
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 4.1 ilustração das características do preparo em vista proximal (a) e vestibular (b) e
troquel
-
padrão metálico fundido
(c)..............................................................................................
63
FIGURA 4.2 a) base e troquel-padrão fixados à base de resina acrílica vermelha; b) pinos na
base
e orifícios na plataforma
do paralelômetro modificado
........................................................
63
FIGURA 4.3 a) paralelômetro modificado; b) moldeira encaixada à base de resina acrílica;
c)
carga estática sobre a moldeira
............................................
........................................................
65
FIGURA 4.4 i.e.s. assentadas sobre o troquel-padrão metálico: a) i.e. do grupo MC; b) i.e. do
grupo IZ; c) i.e. do grupo PZ
........................................................................
.................................
75
FIGURA 4.5 i.e. do grupo PZ assentada sobre o troquel-padrão metálico sob carga
estática
..................................................................................................................................
........
77
FIGURA 4.6 a) película de elastômero no interior da i.e.; b) silicone de consistência média
sendo injetado no interior da i.e. para captura da película
...........................................................
78
FIGURA 4.7 – bloco de silicona seccionado ao meio no sentido vestíbulo-
lingual
contendo a
película
de
elastômero
em seu interior
.........................................................................................
79
FIGURA 4.8
ilustração dos pontos de leitura da espessura de pelí
cula
...................................
80
FIGURA 5.1 ilustração das regiões correspondentes a região axio-cervical (I), axio-oclusal (II),
porção superior das cúspides (III) e porção inferior
do sulco mesio
-
distal (IV)............................
88
FIGUR
A 5.2 representação gráfica da média de espessura dos grupos MC, IZ e PZ por
ponto
.............................................................................................................................................
94
FIGURA 5.3 representação gráfica da correlação entre espessura de película e desajuste
vertical segundo o coeficiente de correlação de Pearson (r=
-
0,26; p= 0,173)
............................
98
FIGURA 6.1 representação da espessura média típica encontrada para os grupos MC (a), I
Z
(b) e PZ (c)
..................................................................................................................................
115
FIGURA 6.2
exemplos de assentamento oblíquo dos grupos MC (a), IZ (b) e PZ (c)
............
123
LISTA DE T
ABELAS
TABELA 5.1
Média das variações verticais (
m) para as faces vestibular (V), lingual (L), mesial
(M) e distal (D) das i.es. metálicas para metalo
-
cerâmica.
...............................................
83
TABELA 5.2
Média das variações verticai
s (
m) para as faces vestibular (V), lingual (L), mesial
(M) e distal (D) das i.es. cerâmica
s do sistema In
-
Ceram Zirconia...................................
84
TABELA 5.3 Média dos desajustes verticais ( m) para as faces vestibular (V), lingual (L),
mesi
al (M) e distal (D), após a simulação da cimentação das i.es. metálicas para metalo-
cerâmica.......................................................................................................................................
85
TABELA 5.4 Média dos desajustes verticais ( m) para as faces vestibular (V), lingual (L),
mesial (M) e distal (D), após a simulação da cimentação das i.es. cerâmicas do sistema In-
Ceram Zirconia.
.....................................................................................
.......................................
85
TABELA 5.5 Média dos desajustes verticais ( m) para as faces vestibular (V), lingual (L),
mesial (M) e distal (D), após a simulação da cimentação das i.es. cerâmicas do sistema Procera
AllZircon..................
......................................................................................................................
86
TABELA 5.6 Médias de espessura de película ( m) nos diferentes pontos das i.es. metálicas
para metalo
-
cerâmica.
......................
............................................................................................
87
TABELA 5.7 Médias de espessura de película ( m) nos diferentes pontos das i.es. cerâmica
s
do sistema In
-
Ceram Zirconia.......................................................................................................
87
TABELA 5.8 Médias de espessura de película ( m) nos diferentes pontos das i.es. cerâmicas
do sistema Procera AllZircon.
......................................................................
.................................
88
TABELA 5.9 Médias de espessura de película ( m) nas regiões I, II, III e IV das i.es. metálicas
para metalo
-
cerâmica.
.....................................................................................................
.............
89
TABELA 5.10 Médias de espessura de película ( m) nas regiões I, II, III e IV das i.es.
cerâmica
s do sistema In
-
Ceram Zirconia.....................................................................................
89
TABELA 5.11 Médias de espessura de película ( m) nas regiões I, II, III e IV das i.es.
cerâmicas do sistema Procera AllZircon.
......................................................................................
90
TABELA 5.12
Desajuste vertical médio por face ( m) e
respectiv
o desvio
-
padrão (dp)...........
91
TABELA 5.13
Teste de Tukey comparando desajuste vertical por grupo (
m).........................
91
TABELA 5.14
Teste de Tukey comparando desajuste vertical por face (
m).
..........................
92
TABELA 5.15 Resumo descritivo da espessura de película ( m) por ponto, nas i.es. metálicas
para metalo
-
cerâmica.
..................................................................................................................
92
TABELA 5.16 – Resumo descritivo da espessura de película ( m) por ponto, nas i.es. cerâmicas
do sistema In
-
Ceram Zirconia.
......................................................................................................
93
TABELA 5.17 Resumo descritivo da espessura de película ( m) por ponto, em i.es. cerâmicas
do sistema Procera AllZircon.
.......................................................................................................
93
TABELA 5.18 Espessura média de película para cada grupo e entre os grupos para cada
região (
m) e re
spectivo desvio
-
padrão (dp).
...............................................................................
95
TABELA 5.19
Teste de Tukey comparando grupos, considerando as regiões I, II, III e IV.
......
95
TABELA 5.20
Teste de Tukey comparando regiões,
considerando os grupos MC, IZ e PZ.
....
96
TABELA 5.21 – Espessura média de película para cada grupo e entre os grupos ( m) e
respectivo desvio
-
padrão (dp).
.....................................................................................................
97
TABELA 5.22 Teste de Tukey comparando espessura média de película entre os grupos
(
m)..............................................................................................................................................
97
RESUMO
O desenvolvimento de novos sistemas cerâmicos propicia a possibilidade de
escolha do tipo de restauração que se deseje utilizar. Entretanto, os benefícios advindos
deste progresso devem ser avaliados frente à possibilidade de comportamento clínico
insatisfató
rio. Este trabalho se propõe a avaliar infra-estruturas cerâmicas quanto à
influência do ajuste interno na adaptação, o desajuste vertical após a simulação da
cimentação, a espessura de película nas superfícies axiais e oclusal e a ocorrência de
assentamen
to oblíquo. Um troquel-padrão metálico com preparo para coroa total em
pré
-molar superior foi confeccionado e trinta troquéis de gesso foram obtidos e dividos
em três grupos de dez espécimes cada. Sobre os troquéis de gesso foram
confeccionadas infra-
estru
turas metálicas para o grupo MC, infra-estruturas cerâmicas
In
-Ceram Zirconia, para o grupo IZ, e Procera AllZircon, para o grupo PZ. As infra-
estruturas tiveram sua posição, em relação ao troquel-padrão, mensurada durante
ajuste interno e simulação da cimentação com silicone de consistência fluida (cimento-
análogo). A película de cimento-análogo abaixo das infra-estruturas foi seccionada no
sentido vestíbulo-lingual e mensurada nas paredes axiais e oclusal. A análise dos
resultados demonstrou que: 1) o ajuste interno das infra-estruturas metalo-cerâmicas e
In
-Ceram Zirconia resultou em redução do desajuste vertical; 2) o desajuste vertical das
infra
-estruturas Procera AllZircon foi estatisticamente diferente das infra-
estruturas
metalo
-cerâmicas e In-
Ceram
Zirconia; 3) a espessura de película das infra-
estruturas
Procera AllZircon foi significantemente maior que das infra-estruturas metalo-
cerâmicas
e In
-
Ceram Zirconia; 4) todas as infra
-
estruturas apresentaram assentamento oblíquo.
Palavras
-
chave
: sistemas cerâmicos, desajuste vertical, espessura de película,
cimentação.
1. INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
Desde a introdução da coroa de porcelana feldspática por Land, em 1886, tem
existido esforço contínuo no aperfeiçoamento das coroas cerâmicas
. Novos sistemas de
infra
-estruturas (i.es.) cerâmicas são constantemente introduzidos no mercado,
modificando os conceitos de restaurações totalmente cerâmicas. Estes sistemas foram
desenvolvidos para atender requisitos estéticos. Coroas assim produzidas permitiriam a
passagem de luz através da restauração, diferindo-se, assim, daquelas que possuem
i.es. metálicas (GIORDANO II
30
, 2000). Entretanto, os benefícios advindos deste
progresso devem ser avaliados frente à possibilidade de desajuste e comportament
o
clínico insatisfatório (HOLMES et al.
38
, 1989).
Desenvolvido por Mikaël Sadoun em 1985 e disponível no mercado desde 1989, o
sistema In-Ceram produz i.es. cerâmicas de alta densidade infiltradas por vidro. Este
sistema consiste em dois estágios de produção. Primeiramente, a massa cerâmica é
aplicada sobre um troquel refratário, por uma técnica descrita como slip casting, e
sinterizada. Em seguida, esta sofre infiltração por vidro liquefeito. De acordo com o
fabricante, o material estaria indicado para i.es. de coroas unitárias e próteses parciais
fixas de até 3 elementos (PRÖBSTER; DIEHL
69
, 1992). Mais recentemente, o sistema
In
-Ceram Zirconia, que apresenta a adição de 33% de óxido de zircônio acrescido ao
óxido de alumínio, foi apresentado como uma variação mais resistente do sistema In-
Ceram (GIORDANO II
30
, 2000).
O Sistema Procera é baseado na tecnologia CAD/CAM
Computer
-
Aided
Design/Computer
-Assisted Machining para produção industrial de i.es. cerâmicas.
Inicialmente desenvolvido para criar i.es. de titânio, é capaz de criar restaurações a
partir de óxido de alumínio e óxido de zircônio.
O Sistema CAD utiliza um escandidor de
troquel e um computador o qual irá converter as informações digitalizadas em pontos
tridimensionais. Uma unidade de produção, por meio de um programa de computador
(CAM), controla a confecção da infra-estrutura (i.e.) com cerâmica sinterizada sob alta
pressão (ANDERSSON; ODÉN
3
, 1993).
Propriedades ópticas, biocompatibilidade e resistência flexural fazem das
cerâmicas com óxido de zircônio, para BLATZ
8
(2004), uma possível alternativa às
restaurações metalo-cerâmicas. Estas cerâmicas são atualmente utilizadas em i.es.
para coroas unitárias e próteses parciais fixas, intermediários de implantes e pinos intra
-
canal. A utilização do óxido de zircônio vem sendo proposta como adição ao óxido de
alumínio ou substituição do mesmo. Isto se justificaria pela melhora das propriedades
mecânicas do óxido de zircônio (CHONG et al.
15
, 2002).
O espaço interno, compreendido entre as paredes do preparo e a superfície
interna da coroa é denominado espaço pré
-
cimentação. O espaço tomado pelo cimento,
após a cimentação, forma a linha de película do cimento, que difere e é geralmente
maior do que o espaço pré-cimentação. O sucesso clínico das próteses fixas é
extremamente dependente do procedimento da cimentação. Os cimentos são utilizados
para auxiliar na retenção das coroas, atuar como barreira contra infiltração bacteriana e
ocupar as falhas internas e marginais das restaurações (WILSON
95
, 1992). A u
tilização
dos cimentos confronta-se sempre com a dificuldade de escoamento, quando a película
deveria idealmente desaparecer da margem da coroa completamente assentada, tendo
o excesso sido eliminado pela abertura marginal. Desde muito tempo credita-se à
dificuldade de escoamento do cimento como o principal fator que impede o
assentamento completo de uma coroa (J RGENSEN
42
, 1960a, J
RGENSEN
43
, 1960b,
J RGENSEN; PETERSEN
45
, 1963, FUSAYAMA et al.
28
, 1963, BASSETT
6
, 1966 e
GRAJOWER; LEWINSTEIN; ZELTSER
32
, 1985
).
A espessura da película de cimento está relacionada a fatores ligados às
propriedades dos cimentos, características do preparo dental e técnica de cimentação
(WHITE; YU
92
, 1992b e WHITE; YU; KIPNIS
93
, 1992). Quanto menor o espaço pré-
cimentação, maior a influência destes fatores. Entretanto, quanto maior este espaço,
maior a influência de forças incidentes sobre a película de cimento, atuando diretamente
sobre a resistência desta. Ela idealmente deveria ser um espaço uniforme que não
comprometesse a rete
nção e a forma de resistência da coroa. Entretanto, vários autores
observaram grande diferença na espessura de película dentre diversos sistemas de
coroas (NEIVA et al.
58
, 1998, MAY et al.
55
, 1998 e AYUB
5
, 2002), bem como, a
existência de espaço não uniforme abaixo de uma mesma coroa (J
RGENSEN
42
,
1960a, McLEAN; von FRAUNHOFER
57
, 1971, DIMASHKIEH; DAVIES; von
FRAUNHOFER
22
, 1974, SHEARER; GOUGH; SETCHELL
78
, 1996 e BOENING et al.
9
,
2000). A espessura da linha de cimento abaixo de uma coroa pode influenciar se
u
prognóstico clínico (de la MACORRA; PRADÍES
53
, 2002). J RGENSEN; ESBENSEN
44
(1968) observaram que a resistência do cimento diminui 33% quando sua espessura
aumentou de 20
m para 120
m.
A espessura de película torna-se um fator de grande importância para as i.es.
cerâmicas e os diferentes processos de produção são influenciados por diferentes
fatores, fazendo com que o espaço entre sua superfície interna e o troquel seja maior
do que o recomendável
(NEIVA et al.
58
, 1998, MAY et al.
55
, 1998 e AYUB
5
, 2002)
.
Nos recentes anos, novos agentes de cimentação têm sido introduzidos no
mercado odontológico com o apelo de possuírem melhor performance clínica que os
materiais existentes. Quanto à formação de película, DIAZ-ARNOLD; VARGAS;
HASELTON
21
(1999) esclareceram que a maioria dos cimentos disponíveis atualmente
é capaz de formar adequada espessura compatível com o assentamento de coroas
totais. Entretanto WHITE; YU
92
(1992b) e ROSENSTIEL; LAND; CRISPIN
74
(1998)
haviam ressaltado que diferentes cimentos podem necessitar de diferentes espaços
pré
-cimentação. A maioria dos trabalhos a respeito de espessura de linha de cimento
está relacionada a restaurações metálicas fundidas, sendo que pouco se sabe sobre a
película sob coroas totalmente cerâmicas, sendo que a relação entre a taxa de
insucesso de coroas e a espessura da linha de cimento ainda não foi estabelecida por
estudos clínicos (WU; WILSON
100
, 1994).
Conhecer a espessura da película de cimento desses sistemas ceramo-
cerâmicos, através de uma técnica não destrutiva como a do cimento-
an
á
logo
(McLEAN; von FRAUNHOFER
57
, 1971), pode contribuir significativamente para o
acompanhamento clínico em longo prazo de coroas assim construídas, levando à
sugestão de um agente cimentante específico que evite ou minimize insucessos como
fraturas e descimentação.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2. REVISÃO DE LITERATURA
A literatura odontológica o traz consenso na nomenclatura acerca de termos
como desajuste, discrepância, abertura, adaptação e desadaptação.
Os termos contidos
na Revisão de Literatura deste trabalho expressam a tradução das palavras dos
autores. Entretanto, nas demais partes do trabalho, decidiu-se denominar
adaptação
o
ato de ajustar a superfície interna das i.es., para que estas apresentassem o menor
desajuste possível sobre o troquel. Da mesma forma, denominou
-
se
desajuste vertical
a
variação adquirida pelas i.es. durante a cimentação.
Em 1907, TAGGART
84
apresentou a técnica de fundição por “cera perdida” para
a confecção de inlays metálicas fundidas em ouro. Apresentou, naquela data, os
princípios básicos e os passos operatórios da técnica, que inclusive propunha a
moldagem da cavidade, com cera fluida, diretamente na cavidade oral do paciente.
Em 1928, HOLLENBACK
37
propôs a padronização de alguns passos da técnica
de fundição por “cera perdida” descrita em 1907. Sugeriu princípios para o preparo da
cavidade, confecção do padrão de cera, inclusão em revestimento, eliminação da cera,
aquecimento do molde, fundição da liga e acabamento e ciment
ação da peça.
J
RGENSEN
42
, em 1960a, estudou em laboratório os fatores que poderiam
afetar a espessura da linha de cimento em coroas totais. Para isso, com o auxílio de um
torno, simulou preparos dentais em espécimes cilíndricos de plástico. Sobre eles, f
oram
construídas coroas de bronze. O experimento teve como variáveis a pressão de
cimentação, a duração da pressão de cimentação, a viscosidade da mistura, grau de
convergência oclusal e perfuração oclusal da coroa. Antes da cimentação, as coroas
eram colocadas em posição sobre os preparos e a distância entre o bordo da
restauração e o bordo do término cervical era medida. Após a cimentação, esta
dimensão era novamente tomada. A partir dos resultados encontrados, o autor
considerou que um aumento da pressão de cimentação deveria reduzir a espessura da
linha de cimento consideravelmente, e que um aumento além de 5 Kg, seria de relativa
insignificância. Considerou, também, que prolongar a pressão por mais que um minuto,
parece ser sem efeito. Ainda comentou, quanto à viscosidade, que quanto maior a
relação pó/líquido, maior é a dificuldade de assentamento das coroas. Por fim,
acrescentou que o grau de inclinação dos preparos é de grande significância quando a
coroa não apresenta perfuração oclusal.
Ainda no ano de 1960b, J RGENSEN
43
estudou a estrutura do cimento de
fosfato de zinco. Segundo ele, mesmo quando bem misturado, o cimento, se observado
sob microscópio, apresentava pequenos grumos de suspensos no líquido. Alguns
destes grumos podiam medir aproximadamente 100 m. Porém, a maioria deles media
entre 20 m e 50 m. O tamanho e o número de grumos eram independentes de marca
comercial ou intensidade de espatulação. A observação ao microscópio demonstrava,
na maioria dos casos, que a periferia dos grumos apresentava falta de pó,
predominando uma solução de ácido fosfórico. A explicação para este acontecimento
seria que as partículas de do grumo atuariam como filtrantes da solução em seu
interior, durante sua compressão. Desta forma, o líquido filtrado de dentro do grumo,
espalharia a mistura do cimento que se encontra ao redor dele. Este processo de
filtragem, segundo o autor, poderia levar à injúria pulpar, deficiência na retenção da
restauração e inflamação periodontal, por retenção de placa no bordo da
coroa. Relatou
que o grau de filtragem dependeria de alguns fatores como: pressão de cimentação,
período de pressão de cimentação, viscosidade do cimento, grau de convergência do
preparo, alívio interno na coroa, perfurações na coroa e sulcos de escape pa
ra o agente
de cimentação, rugosidade do preparo e forma do término cervical.
Em 1961, FUSAYAMA; IWAMOTO
27
avaliaram a relação entre espessura de
película e a resistência ao cisalhamento do cimento fosfato de zinco. Placas metálicas
foram cimentadas sobre blocos planos de esmalte, dentina e latão e, em seguida,
tracionadas. A resistência máxima ao cisalhamento foi obtida com 38 µm de espessura
para os espécimes de dentina, 31 µm para os espécimes de esmalte e 24 µm, para os
de latão.
FUSAYAMA et al.
28
(1963) avaliaram a espessura da película de cimento de
fosfato de zinco sob coroas totais e restaurações parciais metálicas fundidas. Dentes
humanos, que receberam em condições laboratoriais estas restaurações, foram
incluídos em resina acrílica e seccionados no sentido mesio-distal. A linha de cimento
foi medida com microscópio comparador e os seguintes resultados médios foram
encontrados para as coroas totais: 91 a 182 m sob a superfície oclusal, 15 a 112
m
nas paredes axiais e 94 a 170 m no término cervical. As restaurações parciais
apresentaram os seguintes valores médios: 31 a 111 m sob a superfície oclusal, 30 a
60
m nas paredes axiais e 18 a 84
m no término cervical.
Também em 1963, J RGENSEN; PETERSEN
45
demonstraram que os cimentos
podem comprometer de forma significativa o assentamento de coroas ditas de “ajuste
preciso”, afirmando que quanto menores as partículas do cimento, melhor
assentamento este pode permitir. Comentaram, ainda, que quanto ao tamanho das
partículas, nenhum dos cimentos existentes até aquela data poderia ser considerado
como ideal.
Em 1966, BASSETT
6
descreveu procedimentos que garantiriam o assentamento
adequado de coroas totais. Seus aconselhamentos incluíram alívio interno das coroas e
canal de escape para o cimento, além de um ligeiro sobre-contorno marginal para
garantir o selamento após o desajuste vertical produzido pela cimentação. A perfuração
do canal de escape deveria, ainda, ser selada por um pino fundido em ouro.
Estudando,
in vitro, restaurações tipo inlay fundidas em liga áurica,
CHRISTENSEN
16
(1966) avaliou a capacidade de dez experientes cirurgiões-
dentistas
em determinar a adaptação marginal destas restaurações com sonda exploradora e
radiografias periapicais, em áreas acessíveis e inacessíveis visualmente. Além d
isso,
mensurou o desajuste marginal das áreas consideradas clinicamente aceitáveis por
estes operadores. Os resultados mostraram que margens acessíveis somente por
sonda exploradora e imagens radiográficas foram consideradas satisfatórias com
aberturas de até 119 m. Por outro lado, margens com acesso visual e por percepção
tátil com sonda exploradora foram consideradas insatisfatórias com aberturas a partir de
26
m. Houve um alto grau de variação nos escores indicados pelos cirurgiões-
dentistas para as áreas acessíveis somente por sonda exploradora. Através de uma
fórmula de regressão linear, foi determinado que o desajuste marginal aceitável, em
áreas com acesso visual, seria de 39 m. Para o autor, os operadores designados para
este estudo não foram capa
zes de determinar de forma correta e consistente a abertura
marginal de áreas acessíveis somente por sonda exploradora e imagens radiográficas.
Para avaliar a relação entre espessura de linha de cimento de fosfato de zinco e
retenção de coroas totais, J
RG
ENSEN; ESBENSEN
44
(1968) cimentaram espécimes
de cobre torneados com aspectos similares a coroas e preparos dentais. A espessura
de cimento no interior dos espécimes foi determinada pela diferença na altura destes
antes e após sua cimentação. Após os testes de tração, os autores observaram
moderada influência sobre a retenção das coroas, quanto à variação na espessura da
película do cimento de fosfato de zinco. Houve diferença estatística apenas entre os
espécimes com espessura de película de 20
m e 140
m.
Avaliando próteses fixas que necessitaram de reparo ou troca, SCHWARTZ et
al.
76
(1970) observaram que 36,8% destas falhavam por incidência de cárie após 11,1
anos de instalação. Esta avaliação foi realizada em todas as coroas e próteses parciais
fixas diagnosticadas como insatisfatórias na clínica odontológica da University of
Missouri. A descimentação das mesmas ocorria em 12,1% após 6,8 anos e margens
defeituosas, que facilitavam a incidência de cárie e doença periodontal, estavam
presentes em 11,3 % de
las após 9,7 anos.
Em 1971, CHRISTENSEN
17
discutiu alguns dos progressos da época nos
tratamentos odontológicos com restaurações fundidas em ouro. Estas, para ele, serviam
para muitos propósitos que outros materiais restauradores não serviam até então. O
t
exto traz comentários acerca de procedimentos laboratoriais e clínicos.
Ainda em 1971, McLEAN; von FRAUNHOFER
57
avaliaram clinicamente a
espessura da película de cimento abaixo de coroas totais e inlays. Sobre preparos
dentais foram confeccionadas inlays e coroas totais metálicas em ouro, coroas metalo-
cerâmicas e coroas de porcelana aluminizada. Cada restauração, após ser provada
clinicamente e ajustada se necessário, tinha sua cimentação simulada com o poliéter
Impregum
. Passado o tempo de polimerização do material borrachóide, as
restaurações eram removidas do interior da coroa ou do preparo dental com uma resina
denominada Scutan
(ESPE, Germany). O conjunto elastômero/resina era, então,
embebido em mais resina Scutan
e seccionado no sentido mesio-
dist
al com um disco
montado em peça-
de
-mão. Em seguida, os espécimes foram examinados sob um
microscópio óptico. As medidas médias encontradas para a parede axial e parede
oclusal, respectivamente, para inlays MOD foram 105,3
m
71,9 e 142,0
m
94,6,
para
inlays classe II foram 49,5
m
28,1 e 99,5
m
73,1, para coroas metalo-
cerâmicas foram 75,4
m
38,0 e 138,6
m
61,9, e para as coroas de porcelana
aluminizada foram 92,9
m
53,1 e 112,3
m
66,4. Aplicando o teste T de Student,
os autores não encontraram diferenças estatisticamente significantes na espessura da
película de cimento em nenhuma restauração incluída neste estudo.
DIMASHKIEH; DAVIES; von FRAUNHOFER
22
, em 1974, investigaram a
espessura da película de cimento sob coroas totais, confeccionadas sobre troquéis de
acrílico com ângulo de convergência de 2 , 5
e 10 . As coroas foram formadas por
eletrodeposição de cobre e metade delas recebeu um sulco de escape para o cimento.
O interior das coroas foi totalmente preenchido por cimento de fosfato de zinco e, em
seguida, foram cimentadas sobre seus respectivos troquéis. Os conjuntos cimentados
foram seccionados de forma paralela ao seu longo eixo. A espessura de película foi
mensurada nos ângulos ocluso
-
axiais e nos terços médio e gengival das
paredes axiais.
Quanto ao diferente ângulo de convergência dos espécimes, observou-se que houve
diferença estatística significante apenas entre aqueles com 2
e 10 , sendo que quanto
menor o ângulo, maior a espessura de película encontrada. As coroas com sulco de
escape apresentaram menor espessura de película.
A especificação n.8 da AMERICAN NATIONAL STANDARDS/AMERICAN
DENTAL ASSOCIATION
2
, revisada em 1978, traz as exigências para o cimento de
fosfato de zinco tipo I (de partículas finas; indicado para cimentação de restaurações e
outros usos) e II (de partículas médias; recomendado para outros usos que não
cimentação de restaurações). Quanto à película do cimento, esta diz que quando o
cimento tipo I é colocado entre duas placas de vidro com área de 2 cm
2
, sob 15 Kg de
carga, deve produzir espessura máxima de 25 m. Quanto a resistência compressiva, o
mesmo cimento deve, após 24 horas de presa, resistir à carga mínima de 765,3 Kg/cm
2
.
EAMES et al.
23
, em 1978, avaliaram, em laboratório, algumas maneiras de
otimizar o assentamento de coroas totais e inlays. Neste experimento, as seguintes
variáveis foram estudadas: grau de convergência das paredes do preparo, diferentes
tipos de cimentos, perfurações oclusais, alívio interno das coroas com água-régia e
alívio
dos troquéis com espaçadores. Um total de 185 coroas totais e 40 inlays foram
confeccionadas. No estudo com as coroas totais: 1) o grau de convergência dos
preparos foi examinado com inclinações de 10
e 20
graus; 2) os cimentos utilizados
foram: cimento
de fosfato de zinco, cimento de policarboxilato, cimento de silicofosfato e
cimento resinoso. As forças aplicadas durante a cimentação foram: 7 Kg por 8 minutos,
10 Kg por 60 segundos, 20 Kg por 45 segundos e 27 Kg por 15 segundos; 3) algumas
coroas receberam ataque ácido com água-régia em sua superfície interna, outras foram
confeccionadas com uso de espaçadores nos respectivos troquéis e outras ainda,
receberam perfurações na superfície oclusal para escoamento do cimento. Dez
espécimes controle para cada condição experimental permaneceram sem cimentação.
No estudo com as inlays, restaurações classe II foram confeccionadas com e sem alívio
do troquel e cimentadas apenas com cimento de fosfato de zinco. Alguns espécimes
deste grupo também permaneceram sem cimentação. Os espécimes não cimentados
eram mantidos em posição por grampos em forma de “C” e aprisionados em resina
acrílica para serem seccionados. Bem como estes, os espécimes cimentados também
foram seccionados. O assentamento das restaurações era medido em seis pontos
aleatórios na superfície oclusal com um microscópio óptico. Os autores encontraram
que, para as coroas totais sem alívio ou condicionamento interno, mantidas nos dentes
preparados com pressão manual, existia um espaço oclusal entre a superfície interna
das coroas e o preparo igual a 215 m, quando o ângulo de convergência era de 10
.
Quando este ângulo era de 20
, o espaço encontrado era de 99
m. Nas coroas em que
o condicionamento foi utilizado, o espaço era em torno de 50 m, para as coroas de
convergência 10
e 20 , mantidas em posição por pressão manual. Nesta mesma
situação, quando utilizada pressão de 15 Kg, o espaço reduziu para aproximadamente
20
m. Nos preparos com grau de convergência de 20
em coroas aliviadas
internamente, os c
imentos de fosfato de zinco e de policarboxilato produziram desajuste
vertical de 33 m e 17 m, respectivamente. Em coroas não aliviadas, com preparos de
mesma inclinação, ambos proporcionaram desajuste vertical de 112 m. Para os
autores, o alívio do troquel foi considerado o mais efetivo método de otimização do
assentamento de coroas ou inlays, proporcionando, inclusive, aumento na retenção das
restaurações em 25%.
Para avaliar a pressão intracoronal durante a cimentação de coroas totais,
HOARD et al.
35
(1978) criaram um troquel experimental em latão com o formato de um
preparo em molar. O interior do troquel continha elementos indicadores de pressão nas
pontas de cúspides, centro da superfície oclusal e paredes axiais. Cinco coroas de liga
de ouro foram confeccionadas a partir deste troquel. Três tipos de cimentos foram
usados durante o experimento: fosfato de zinco, policarboxilato e óxido de zinco e
eugenol. Durante as repetidas cimentações, as coroas foram mantidas sob carga de 5
Kg. Os autores puderam observar que durante as cimentações houve um rápido
aumento da pressão seguido de um rápido decréscimo. Para todos os cimentos
testados o pico da pressão foi alcançado dentro de aproximadamente 2 segundos.
Desta forma, os baixos valores residuais de pressão indicaram, segundo os autores,
que o papel da pressão hidrostática poderia ter uma ação limitada na oposição ao
assentamento das coroas. Os valores de pressão foram maiores para o cimento de
fosfato de zinco e menores para o cimento de óxido de zinco e eugenol. O cimento de
policarboxilato produziu valores intermediários.
Também em 1978, HEMBREE; GEORGE; HEMBREE
34
avaliaram a espessura
de película de diversos cimentos, quando utilizados sob coroas de acrílico com e sem
canal de escape. Testaram os cimentos de fosfato de zinco, silicofosfato de zinco,
carboxilato, óxido de zinco e eugenol e resinoso. Ao serem cimentadas, as coroas
tinham seu interior preenchido pelo cimento, antes de serem aposicionadas sobre os
respectivos troquéis. Em seguida, o conjunto era seccionado. As coroas com canal de
escape apresentaram menor espessura de película para a maioria dos cimentos. Para
aqueles em que esta situação não ocorreu, não houve diferença estaticamente
significante entre as situações com ou sem canal de escape
.
Para melhor compreender as características dos cimentos de fosfato de zinco,
WINDELER
98
(1979) testou os efeitos sobre a espessura da película do cimento, com o
aumento do volume da parte sólida e com a mistura dos componentes abaixo da
temperatura ambiente. Um decréscimo na espessura da película aconteceu com a
redução na temperatura da mistura e proporção pó-líquido padrão. Um aumento no
volume da parte sólida do cimento, com redução na temperatura da mistura, levaram a
uma espessura de cimento menor ai
nda.
Em 1981, ISHIKIRIAMA et al.
40
investigaram a influência do volume de cimento
colocado no interior das coroas totais, o uso de vibração, perfuração oclusal e ataque
ácido no interior das mesmas durante sua cimentação. Dez coroas de liga de ouro tipo
II
I foram confeccionadas a partir de padrões de cera construídos diretamente sobre um
troquel metálico que representava um dente primeiro molar preparado. Representando
as variáveis do estudo, metade das coroas teve seu interior preenchido totalmente por
cim
ento fosfato de zinco e outra metade teve o mesmo cimento pincelado em suas
paredes internas; aplicação de vibração com um condensador de amálgama por 10
segundos em apenas metade dos espécimes; as coroas apresentavam perfuração
oclusal, ataque ácido com á
gua
-régia por cinco minutos em suas paredes internas, a
combinação dos dois, ou nenhum deles. A mensuração do desajuste foi feita através de
um indicador que media a posição vertical das coroas antes e após sua cimentação sob
carga estática de 9 kg. A maior discrepância foi identificada quando o interior das
coroas foi completamente preenchido pelo cimento. Tanto vibração, quanto perfuração
oclusal e ataque ácido com água-régia produziram melhora semelhante e positiva no
assentamento das coroas.
No ano de 1982, ARAKELIAN
4
relatou uma maneira bastante prática de ajuste
interno de coroas. Ele propôs que a simulação da cimentação das i.es., com o auxílio de
um material elástico de moldagem (silicone) em seu interior, seria de sobremaneira
eficiente, no mapeamento tridimensional do espaço interno de uma coroa cimentada.
Comentou, ainda, que outras técnicas não seriam capazes de demonstrar da mesma
maneira nítida e simples o ajuste interno de uma coroa.
Ainda em 1982, DEDMON
19
avaliou a concordância intra e inter-
examinadores
na identificação de desajustes marginais não-visíveis. A avaliação contou com seis
experientes indivíduos que, com uma sonda exploradora e os olhos vendados,
avaliaram uma fresta horizontal em um dispositivo metálico preparado para o estudo.
A
fresta tinha suas projeções horizontal e vertical aumentadas gradualmente e cada
examinador apontava quando aquela discrepância era considerada inaceitável, como
abertura marginal de uma coroa. Cada examinador repetiu a avaliação dez vezes. A
média encontrada para o grupo quanto a abertura vertical foi de 114 m e quanto a
abertura horizontal, de 93
m. Os autores completaram que os indivíduos tiveram ampla
divergência de resultados inter e intra
-
examinadores.
RISSIN; WETREICH
72
(1983) sugerem a utilização de silicone de baixa
viscosidade (Xantopren) como evidenciador de contatos internos no ajuste clínico de
coroas totais. Segundo eles, a coroa deveria ser levada sobre o dente, com o material
colocado em seu interior, simulando sua cimentação. Após o tempo de presa do
material, remover-
se
-ia a coroa do seu lugar de assentamento e seu interior seria
inspecionado. As áreas que apresentassem descontinuidade ou espessura muito
reduzida do material evidenciador deveriam ser ajustadas. O procedimento poderia ser
repetido até o completo assentamento da coroa sobre o dente.
Para estudar o assentamento de coroas totais durante sua cimentação,
PASCOE
62
(1983) construiu duas réplicas bi-dimensionais de preparos dentais e
respectivas coroas e as cimentou com cimento de fosfato de zinco. Uma das réplicas
tinha o término cervical em ombro e a outra, em ombro biselado. A partir destas
simulações, ele observou assentamento simétrico das coroas, com o término cervical
em ombro promovendo melhores resultados quando comparado
ao ombro biselado.
GRAJOWER; LEWINSTEIN
31
, ainda em 1983, avaliaram matematicamente o
efeito compensatório da expansão dos revestimentos para fundição e o espaço de alívio
no ajuste de coroas fundidas com diferentes preparos dentais. Eles demonstraram que
uma adaptação adequada, somente pode ser obtida quando houver espaço suficiente
para a película de cimento. Porém, materiais de revestimento com expansão
descontrolada levariam, invariavelmente, a desajuste inaceitável das coroas. Desta
forma, eles consideraram necessário o cálculo específico de expansão do revestimento
para cada tipo de restauração e respectiva liga metálica.
FRANSSON;
ILO; GJEITANGER
26
, em 1985, propuseram-se a estudar,
in vitro
e
in vivo, o espaço interno de coroas metalo-cerâmicas após a simulação de sua
cimentação. Esta simulação, no presente estudo, foi feita tanto sobre o troquel que deu
origem à coroa, quanto sobre o dente que recebeu a restauração, utilizando um
elastômero de consistência leve (silicone de condensação). Foram selec
ionadas
aleatoriamente em duas escolas de odontologia da Alemanha, cinqüenta e cinco coroas
metalo
-cerâmicas feitas de ligas áureas (38 em Gotemburgo e 17 em Oslo). Após a
simulação das cimentações e o elastômero ter finalizado sua reação de presa, as
coro
as eram removidas de seu local de assentamento e a película de silicone era
removida do troquel (com o auxílio de resina epóxica) ou do interior da coroa (com a
ajuda de uma massa de silicone pesada). Em seguida, o conjunto era seccionado no
sentido vestíb
ulo
-
lingual com o auxílio de um disco de diamante, quando usada a resina
epóxi, ou com uma lâmina de bisturi, no conjunto de silicone. As medições foram feitas
sob um microscópio óptico, em áreas correspondentes às margens cervicais e paredes
axiais das fa
ces vestibular e lingual e no ponto médio da face oclusal/incisal das coroas.
Os autores encontraram uma discrepância de 20 % a mais na espessura de linha de
cimento para a cimentação sobre os dentes, em relação à cimentação sobre os
troquéis. Encontraram, também, uma espessura média abaixo de 100 m nas paredes
axiais e abaixo de 150 m nas margens. Puderam observar, inclusive, que as coroas
oriundas da escola de Oslo, eram significantemente mais desajustadas que as coroas
da escola de Gotemburgo.
Com o ob
jetivo de investigar a elevação de coroas totais durante sua cimentação
e a espessura mínima de cimento produzida neste ato, GRAJOWER; LEWINSTEIN;
ZELTSER
32
(1985) utilizaram coroas metálicas fundidas em liga básica, construídas a
partir de treze molares e pré-molares humanos preparados para este fim. A altura dos
conjuntos de coroa e dente preparado, mantidos sob carga de 10 Kg, foi medida antes e
após a cimentação destes com cimento de fosfato de zinco. Em seguida, os espécimes
cimentados foram seccionados e a espessura mínima do cimento foi mensurada sob
microscópio com 100 vezes de aumento. As cimentações resultaram em elevação
média das coroas em 54 m (-
8
m a 113 m). A espessura mínima do cimento
encontrada foi de 4,7 m. As variações encontradas na espessura de cimento para as
paredes axiais foram atribuídas principalmente a rugosidades da superfície interna das
coroas e ao assentamento oblíquo das mesmas.
Em 1986, SCHWARTZ
77
apresentou uma revisão da literatura a respeito dos
métodos e técnicas para se melhorar a adaptação de restaurações fundidas. Revisou
considerações acerca dos preparos dentais, da película de cimento sob as coroas, dos
materiais dentários na confecção das coroas e dos métodos para otimizar a adaptação
e o assentamento das restaur
ações.
Através de uma simulação em computador, KAY; JABLONSKY; DOGON
49
(1986) desenvolveram uma abordagem teórica que demonstrava os fundamentos das
influências sobre a adaptação e a cimentação de coroas. Os resultados demonstraram:
1) que diferentes tipos de términos cervicais levavam a diferentes graus de
assentamento das coroas; 2) que quanto maior a pressão aplicada durante a
cimentação, melhor o assentamento; 3) e que a incorporação de espaço entre as
coroas e as paredes axiais e oclusal dos preparos levava ao melhor assentamento e
adaptação marginal delas.
Sob a hipótese de que o escoamento dos cimentos seja influenciado pelo
desenho das superfícies pelo qual eles escoam, ILO; EVJE
60
(1986) testaram a
espessura de película de seis diferentes cimentos quando comprimidos entre
superfícies planas e quando entre um dente e uma coroa. Os cimentos testados foram:
cimento de fosfato de zinco (De Trey Zinc), cimento de policarboxilato (Durelon e
Ceramco) e cimento de ionômero de vidro (Fuji I, Aqua Cem e Ketac
Cem). Estes foram
colocados, sob carga, entre duas placas de vidro (modelo 1) e no interior de um sistema
de coroa e análogo de resina acrílica (modelo 2). Os resultados demonstraram
diferenças estatísticas na espessura de película quando os diferentes modelos foram
aplicados, sendo observada menor espessura sob o modelo 2. Os autores propuseram,
ainda, uma explicação baseada em conceitos reológicos para a diferença nos
resultados obtidos.
BOLOURI; MARKER; SARAMPOTE
10
(1987) avaliaram a possibilidade do
todo de aplicação de cimento influenciar na espessura de sua película, no interior
das coroas totais. Utilizaram vinte coroas fundidas em liga áurica, cimentadas sobre
seus respectivos troquéis de gesso, sob carga de 11,35 kg, com cimento de
policarboxilat
o. As coroas foram confeccionadas sem alívio nos troquéis e não sofreram
qualquer ajuste interno após sua fundição. Duas situações de aplicação do cimento
foram testadas. Em uma delas, o cimento foi aplicado com uma espátula na superfície
interna das coroas. Em outra, a aplicação foi feita com um pequeno pincel sobre as
paredes dos troquéis. Os espécimes foram seccionados em seu longo eixo e a
espessura da linha de cimento, sob a superfície oclusal, foi mensurada. Naquelas
coroas em que o cimento foi aplicado com a espátula, a película de cimento tinha, em
média, 1.900 m. Para aquelas cuja aplicação se fez com pincel sobre os troquéis, a
média foi de 400 m, mostrando a superioridade desta técnica sobre a outra para o
cimento de policarboxilato.
Utilizando
dois diferentes desenhos de estudo, IIZUKA et al.
39
(1987) avaliaram
a relação entre a espessura de película e a retenção dos cimentos de fosfato de zinco,
policarboxilato e ionômero de vidro. Duas marcas comerciais de cada um dos cimentos
foram testadas entre placas de vidro e em pares de troquéis e coroas com e sem sulco
de escape para o cimento. Os resultados apontaram que as coroas cimentadas com
sulco de escape produziram menor espessura de película, independentemente do
cimento, seguidas do modelo com placas de vidro. As coroas cimentadas sem sulco de
escape produziram a maior espessura de película dentre as situações testadas,
também independentemente do cimento. Observou-se que quanto menor a espessura
de película produzida pelos modelos, maior a ret
enção dos mesmos frente à tração.
Ainda em 1987, MARKER et al.
54
avaliaram o efeito dos espaçadores de troquel
e da textura superficial dos preparos na retenção e adaptação de coroas totais. Eles
puderam observar que coroas confeccionadas sobre troqueis aliviados, após a
cimentação, assentavam-se melhor e possuíam maior retenção, do que aquelas não
aliviadas. Moderada rugosidade superficial sobre os preparos também melhorava a
retenção das coroas.
Quanto ao assentamento incompleto de coroas após sua cimentação, em 1988,
PILO et al.
65
apresentaram uma revisão da literatura pertinente ao assunto até aquele
momento. Foram abordados assuntos como espessura da linha de cimento, teorias que
explicariam o assentamento incompleto, discrepâncias marginais, técnicas d
e
cimentação e alívio interno.
ROSENSTIEL; GEGAUFF
73
(1988) propuseram-se a avaliar em laboratório a
influência da carga dinâmica, durante a cimentação, no assentamento de coroas totais.
Dois molares extraídos mantidos em água foram preparados em um torno com as
mesmas dimensões. Estes foram moldados com silicone de adição, e os troquéis
produzidos foram aliviados com espaçador Tru-
Fit
. Coroas totais metálicas foram
construídas e ajustadas. Após isto, os troquéis foram embebidos em resina,
seccionados e a espessura do espaçador, medida sob microscópio óptico em oito
pontos. Quatro pontos eqüidistantes foram feitos próximo à região cervical das coroas e
outros quatro, feitos nos dentes, em locais correspondentes aos primeiros. Cada coroa
foi assentada sem cimento e a distância entre os pares de pontos foi medida, também,
sob microscópio óptico. As coroas eram cimentadas com fosfato de zinco. Inicialmente
assentadas com ligeira rotação axial e mantidas sob pressão digital. Em seguida,
ambos os dentes receberam carga de 49 N de forma dinâmica e estática, sob um
bastão de laranjeira apoiado sobre a superfície oclusal das coroas. Quando
representavam o grupo de força dinâmica, o bastão de laranjeira era movimentado
horizontal e verticalmente, por 30 segundos. Quando representavam o grupo de força
estática, o bastão permaneceu imóvel. Os espécimes permaneciam imersos em água
por 24 horas e os pares de pontos eram medidos novamente. Após isto, eram levados à
máquina de testes servo-hidráulica que separava as coroas de seus dentes. O cimento
era removido dos dentes preparados e das coroas. Os espécimes eram, então, limpos e
novamente medidos e recimentados. Um total de 20 cimentações foi realizado.
Subseqüentemente, o espaço entre as coroas e os dentes preparados foi medido pela
técnica do cimento-análogo. A simulação da cimentação de cada coroa foi feita com
silicone de adição. Em seguida, a película de material formada abaixo das coroas, era
seccionada e levada ao microscópio óptico para medição. A discrepância vertic
al média,
quando aplicada força estática foi igual a 203 m e quando aplicada força dinâmica, -
14
m. A força de retenção média foi de 168 N para a carga estática e 143, para a
dinâmica, sendo considerada pelos autores, como estatisticamente insignificante. A
espessura média do espaçador foi igual a 55
m e 66
m para o dente A e para o dente
B, respectivamente. Da mesma forma, a espessura média da linha de cimento foi igual
a 92 m para o dente A e 82 m para o dente B. Os autores concluíram que as coroas
parecem assentar
-
se melhor quando uma força dinâmica de 49 N é aplicada sobre elas.
Atribuíram o fato da força estática ter produzido discrepância de mais de 200 m ao
íntimo contato entre superfícies da coroa e do preparo.
Observando a dificuldade encontrada na mensuração das margens de coroas,
HOLMES et al.
38
(1989) sugeriram uma padronização na terminologia adotada para
classificar o desajuste marginal. Sugeriram que a combinação angular da abertura
marginal e a sobre-extensão ou sub-extensão da margem da coroa seja chamada de
discrepância marginal absoluta. De outra maneira, esta também poderia ser definida
como a combinação angular da discrepância marginal vertical com a discrepância
marginal horizontal. Para eles, a discrepância marginal absoluta representaria sempre a
maior medida de erro da margem, representando o desajuste total daquele ponto.
Também em 1989, ABBATE; TJAN; FOX
1
avaliaram em laboratório a adaptação
marginal de quatro sistemas de coroas (metalo-cerâmica convencional, metalo-
cerâmica com bordo vestibular em cerâmica, coroas Cerestore e Dicor) após sua
cimentação. Utilizaram dez (troquéis) preparos para cada grupo, obtidos a partir de 2
tipos de troquéis-padrão (um para as coroas metalo-cerâmicas e outro para as coroas
puras de cerâmicas). As coroas, obtidas pelas técnicas de cada sistema, foram
cimentadas com cimento de fosfato de zinco sobre seus respectivos troquéis. Em
seguida, foram incluídos em anéis que continham resina epóxi e seccionados no sentido
vestíbulo
-lingual em 3 partes, por meio de 2 cortes. Estes foram feitos a
aproximadamente 1 mm do centro de cada uma das faces vestibular e lingual da coroa.
As medições foram feitas com um microscópio com micrômetro digital, acoplado a um
sistema de vídeo que projetava as imagens na tela de um televisor de alta definição.
Não foram encontrados resultados estatisticamente significantes na adaptação marginal
das coroas estudadas. As coroas Cerestore apresentaram o menor desajuste médio
(44,1
m), enquanto as coroas Dicor apresentaram o maior desajuste médio (65,3
m).
As coroas metalocerâmica com bordo vestibular em cerâmica apresentaram desajuste
de 57,0
m e as coroas metalocerâmicas convencionais, 60,6
m.
Em um trabalho laboratorial, KELLY; DAVIS; CAMPBELL
50
(1989), mostraram um
método
não
-destrutivo de mapeamento do desajuste interno de coroas de ouro tipo III.
Para isso, propuseram que a espessura do material que simula a cimentação (silicone
de condensação de consistência fluida), como cimento-análogo, poderia ser
determinada pela medição da intensidade de luz que o transpusesse. Para demonstrar
a proposição, realizaram três experimentos: no primeiro deles (experimento 1),
amostras de silicone de condensação de consistência fluida, com espessuras
previamente medidas por um micrômetro, foram medidas fotometricamente com um
equipamento óptico capaz de medir a intensidade de luz que transpõe materiais
coloridos. No segundo experimento (experimento 2), dez coroas de ouro tipo III foram
produzidas sobre troquéis de resina epóxi. A superfície interna das coroas foi jateada
com óxido de alumínio e sua cimentação foi simulada sobre os troquéis de resina,
utilizando o mesmo material análogo ao cimento descrito acima. As coroas foram
removidas dos troquéis e a película de silicone, que em todas as
coroas permaneceu no
interior da peça, teve sua espessura medida em um ponto aleatório pelo equipamento
óptico fotométrico. O ponto de leitura foi marcado em todas as peças e, então, a
película foi seccionada e levada ao microscópio óptico. No terceiro ex
perimento
(experimento 3), a espessura de película de cimento-análogo, abaixo de 7 coroas, foi
fotometricamente obtida em 45 pontos por coroa. As mesmas coroas foram cimentadas
com cimento de fosfato de zinco sobre seus troquéis e, em seguida, seccionadas. A
linha de cimento foi medida em um microscópio óptico em 10 pontos, que buscavam
semelhança em seu posicionamento com as medições fotométricas. O experimento 1
demonstrou que existe relação entre a espessura de película e a capacidade de
transposição da luz através do silicone, ou seja, a capacidade da luz atravessar a
película colorida de silicone diminui na mesma proporção que a espessura aumenta. O
experimento 2 mostrou que ao avaliar a espessura de cimento
-
análogo sob as coroas, a
relação entre a capacidade de medição do equipamento fotométrico e as medidas do
micrômetro do microscópio óptico mantém a mesma razão do experimento 1. O terceiro
experimento também demonstrou relação entre as medidas fotométricas do cimento-
análogo e a espessura do cimento de fosfato de zinco. Os autores concluíram que as
medições fotométricas pareciam ser uma técnica válida de mapeamento tridimensional
da adaptação de coroas.
Com o objetivo de melhorar o assentamento e selamento marginal de coroas
totais, DAVIS; KELLY; CAMP
BELL
18
(1989) avaliaram um material elastomérico fluido
de moldagem (Xantopren) como ferramenta de ajuste interno. Dezoito coroas foram
confeccionadas a partir de troquéis de resina acrílica e divididas em dois grupos.
Apenas um dos grupos (grupo experimental) recebeu ajuste interno com Xantopren. As
áreas em que ocorria contato muito próximo entre as paredes internas das coroas e as
respectivas áreas dos troquéis eram ajustadas. Todas as coroas tiveram o selamento
marginal mensurado em oito pontos pré-
defi
nidos em suas margens, através de um
microscópio óptico. As coroas do grupo experimental tiveram o selamento marginal
mensurado antes e após o uso do Xantopren; as coroas restantes (grupo controle)
foram mensuradas da mesma forma, sem o elastômero em seu interior. Para avaliar se
o mesmo material elastomérico poderia ser utilizado como material adequado para
simulação de cimentação, suas propriedades de escoamento e linha de cimento foram
comparadas às do cimento de fosfato de zinco. Para isso, simulou-se a cimentação das
coroas do grupo controle com o material elastomérico e o selamento marginal foi
mensurado. Para as coroas do grupo experimental, valores semelhantes foram
extraídos daqueles obtidos após o ajuste interno das mesmas. Após isto realizado,
tod
as as coroas foram cimentadas com cimento de fosfato de zinco, tendo seu
selamento marginal medido. Estas foram seccionadas e a linha de cimento medida em
dez pontos nas superfícies oclusal e axiais, bem como na margem cervical. Os
resultados apontaram melhora em média de 91 m no selamento marginal das coroas
do grupo experimental. Os valores de selamento marginal obtidos com Xantopren foram
semelhantes àqueles obtidos com o cimento de fosfato de zinco. Os autores ainda
relataram que a espessura de películ
a sob as coroas não foi uniforme.
Ao avaliar a influência do número de camadas de espaçador Tru
-
Fit sobre o grau
de assentamento e retenção de coroas totais, GEGAUFF; ROSENSTIEL
29
(1989)
encontraram valores negativos de assentamento destas após sua cimentação. Porém,
não houve diferença estatística significante para o assentamento quando utilizadas de 1
a 6 camadas do espaçador. Apenas aquelas confeccionadas sem o uso do mesmo
apresentaram retenção estatisticamente superior às demais.
No mesmo ano de 1989,
SORENSEN
79
descreveu o processo de formação de
placa bacteriana e resposta gengival ao redor de restaurações protéticas. Para ele seria
necessária a presença de uma superfície dental o mais lisa possível em contato com o
tecido gengival. Quando a integridade desta lisura superficial fosse quebrada por, por
exemplo, um imperfeito selamento marginal de uma coroa, resultaria em um rápido
acúmulo de placa bacteriana. Uma vez as bactérias tendo conseguido um nicho na
margem gengival e sendo a higiene oral insatisfatória, a proliferação da placa ocorreria,
induzindo à inflamação gengival. Esta desadaptação cervical possibilitaria ao cimento
ocupar este espaço. Sua superfície rugosa favorece ainda mais a colonização
bacteriana. Quanto maior a discrepância marginal, mais pronunciada seria a reação
gengival. O autor finalizou dizendo que os seguintes fatores interferem no acúmulo de
placa na interface dente/restauração: rugosidade superficial, ajuste marginal e contorno.
Em 1990, SORENSEN
80
apresentou um método para medição da adaptação
marginal de coroas totais. As coroas utilizadas para o experimento foram cimentadas
sobre troquéis metálicos, sob força de 6 libras, e seccionadas no sentido vestíbulo-
lingual e mesio-distal. Em seguida, os espécimes foram fotografados com 120 X de
aumento. De maneira padronizada no estudo, os pontos e angulações que
representavam desajuste marginal das coroas em relação ao término dos preparos
foram medidos com escalas milimetradas transparentes. De forma independente, três
observadores
fizeram as medições das discrepâncias horizontal e vertical das margens.
A variação entre os observadores foi, segundo o autor, de 10
m.
Para estudar a deformação das coroas durante a cimentação, WILSON et al.
94
(1990) utilizaram aferidores de pressão posicionados circunferencialmente na margem
cervical de dez coroas de liga de ouro tipo III. As coroas foram fundidas a partir de
padrões de cera construídos diretamente sobre um troquel padrão metálico. Cinco delas
tinham a espessura de suas paredes axiais de 0,3 mm e as outras cinco, 1 mm. Elas
foram cimentadas sobre o mesmo troquel metálico com cimento de fosfato de zinco e
silicone fluido (com diferentes viscosidades), sob carga de 53 N. Os resultados
mostraram que quanto maior a viscosidade dos fluidos, maior a deformação e maior o
tempo de assentamento das coroas. Mostraram também, que quanto mais finas as
coroas, maior a deformação. As coroas mais espessas (1mm) assentaram mais
vagarosamente (73% mais tempo) que as mais finas (0,3mm).
WEAVER; JOHNSON; BALES
88
(1991) compararam a adaptação marginal de
dois tipos de cerâmicas fusíveis (Cerestore e Dicor) e de coroas metalo-
cerâmicas,
antes e após sua cimentação. Vinte incisivos centrais superiores preparados com
término cervical em ombro de 90
o
deram origem a dez coroas Cerestore e dez coroas
Dicor. Outros dez incisivos centrais superiores, preparados com término cervical em
ombro biselado, deram origem a dez coroas metalo-cerâmicas utilizando liga de ouro.
Todas as coroas foram assentadas sobre seus respectivos dentes preparados e a
adaptação marginal mensurada nas faces vestibular, lingual, distal e mesial. Estas
foram, então, cimentadas com cimento de fosfato de zinco; as coroas cerâmicas sob
peso de 8 Kg e as coroas metalo-cerâmicas, sob 25 Kg. Mais uma vez a adaptação
marginal foi mensurada nos mesmos pontos de referências utilizados anteriormente.
Antes da cimentação, as coroas Cerestore e metalo-cerâmicas apresentavam abertura
marginal de 21,6 m e 30,5 m, respectivamente. As coroas Dicor apresentava
m
abertura marginal igual a 44,4 m. Após a cimentação, os valores foram iguais a 31,7
m para coroas Cerestore, 57 m para coroas Dicor e 58,8 m para coroas metalo-
cerâmicas. Em seguida, todas as coroas foram seccionadas no sentido vestíbulo-
lingual. A espessura da linha de cimento foi medida e os valores encontrados foram: 25
m para as coroas metalo
-
cerâmicas, 37
m para coroas Cerestore e 61
m para coroas
Dicor. Os autores também concluíram que a adaptação marginal não foi melhorada nos
preparos biselad
os e com força de assentamento acentuada.
Através de um estudo retrospectivo, FELTON et al.
24
(1991) demonstraram a
relação quantitativa entre adaptação marginal de coroas totais e a saúde do tecido
periodontal. Quarenta e duas coroas metálicas fundidas, em função por 8,6 anos em
média (de 4 a 18,5 anos) e com margens localizadas subgengivalmente, foram
avaliadas. Para a avaliação, a margem vestibular de cada uma das coroas foi moldada
com silicone de adição, dando origem a troquéis de gesso. Estes foram metalizados e a
discrepância marginal entre coroa e dente foi avaliada sob microscópio de varredura.
Índices periodontais (inflamação e volume de fluido gengival e profundidade de
sondagem) e restauradores (percepção tátil com sonda exploradora) foram levant
ados
clinicamente para a face vestibular de todas as coroas. Os resultados demonstraram
uma alta significância entre inflamação gengival e discrepância marginal e entre volume
de fluido gengival e discrepância marginal; quanto maior o desajuste marginal, maior a
inflamação e maior o volume de fluido gengival. Nenhuma correlação significante foi
observada entre discrepância marginal e profundidade de sondagem.
Com o objetivo de determinar a efetividade do evidenciador de contatos internos
à base de silicone GC Fit-Checker no ajuste marginal de coroas totais, WHITE;
SORENSEN; KANG
90
(1991) utilizaram 42 coroas metálicas fundidas em liga básica,
construídas a partir de pré-molares humanos preparados para este fim. A coroas foram
posicionadas sobre seus respectivos dentes, recebendo carga de 5 Kg. Estas tiveram
sua abertura marginal em relação ao término do preparo mensurada em um ponto para
as faces vestibular, lingual, mesial e distal. Em seguida, as coroas foram removidas dos
dentes, ajustadas com o evidenciador à base de silicone e a abertura marginal foi mais
uma vez mensurada da mesma forma. A média da abertura marginal antes do ajuste foi
igual a 92 m e após o ajuste, 55 m. Portanto, houve redução média na abertura
marginal de 37
m (39%), sendo os result
ados estatisticamente significantes.
Ao cimentar as extremidades de cilindros fundidos em liga de níquel
-
cromo, com
um cimento resinoso (Panavia Opaque), DIAZ-ARNOLD; WILLIAMS; AQUILINO
20
(1991) buscavam observar a relação entre a espessura de cimento dos espécimes e a
resistência à tração dos mesmos. As espessuras de película testadas foram de 20
m,
50
m, 80 m, 110 m, 140 m e 200 m. Após terem passados por termociclagem, os
espécimes foram tracionados. Observou-se que aqueles com película igual a 80
m
apresentaram os maiores valores de resistência à tração, sendo os únicos com
diferença estatística significante em relação aos demais.
Ainda em 1991, TROENDLE; TROENDLE; CAVAZOS
86
avaliaram a espessura
de película produzida por 4 diferentes agentes reveladores de contato interno: cera
reveladora Kerr, Ney Spray, GC Check Fit e silicone de adição fluida (Extrude). O
experimento foi realizado de acordo com a especificação n.8 da AMERICAN NATIONAL
STANDARDS/AMERICAN DENTAL ASSOCIATION. A película produzida pelo material
Ney Spray teve espessura média de 17 m. Os demais materiais produziram película
com, em média, 3
m de espessura.
Em 1992, PRÖBSTER; DIEHL
69
apresentaram o sistema In-Ceram que combina
os processos de sinterização e infiltração por vidro para se obter uma i.e. cerâmica.
Partículas de óxido de alumínio são sinterizadas, formando uma estrutura porosa que
será infiltrada por vidro fundido. A combinação destes dois processos ao material,
segundo os autores, suas excelentes propriedades. O processo de sinterização
acontece praticamente sem contração, provendo boa adaptação marginal, enquanto
que a infiltração pelo vidro não deixa porosidades, resultando em alta resistência. O
artigo descreveu os procedimentos técnicos e clínicos do sistema, além de discutir
indicação, resistência flexural e integridade marginal de suas i.es.
No intuito de estudar a influência das terminações cervicais no assentamento de
coroas totais, BYRNE
11
(1992) investigou o espaço axial de coroas assentadas sobre os
preparo
s dentais. Três preparos dentais idênticos para metalo-cerâmica foram
realizados em incisivos centrais com diferentes términos cervicais vestibulares (ombro,
ombro
-biselado e chanfrado). Os preparos foram moldados e deram origem a 45
troquéis de resina epóxica (15 para cada tipo de término cervical). Cada um destes foi
moldado novamente, dando origem a 45 troquéis de gesso. Quinze coroas foram
produzidas para cada tipo de término cervical, onde 5 foram assentadas sobre seu
troquéis de gesso, 5 foram assentadas sobre os troquéis de resina epóxica e outras 5,
cimentadas com cimento de fosfato de zinco sobre os respectivos troquéis de resina
epóxica. Cada um dos espécimes foi seccionado no sentido vestíbulo-lingual no centro
das coroas. Considerando as três sit
uações de aposição das coroas sobre os troquéis e
os três diferentes términos cervicais vestibulares, o desajuste marginal vestibular variou
entre 12 m e 24 m, o desajuste marginal lingual variou entre 6 m e 22,8 m e o
desajuste axial, entre 38,2 m e
62,6
m. Análise estatística demonstrou não haver
diferenças significantes entre os diferentes tipos de terminações cervicais estudadas.
WILSON
95
(1992) mostrou estratégias e considerações sobre o assentamento
de coroas totais durante a cimentação. Estas tinham como objetivo, auxiliar o
escoamento do cimento do interior das coroas, levando ao menor desajuste possível
após o procedimento. O texto traz técnicas que incluem canal de escape, alívio no
troquel e controle do volume e localização do cimento a ser colocado no interior das
restaurações. O comportamento das coroas durante a cimentação e as respectivas
conseqüências foram discutidos.
Em 1992a, WHITE; YU
91
compararam a espessura de película de vinte novos
cimentos de acordo com a especificação n.8 da AMERICAN NATIONAL
STANDARDS/AMERICAN DENTAL ASSOCIATION. Cada um dos materiais foi
manipulado de acordo com as instruções dos fabricantes. Nove destes produziram
espessura de película menores que 25 m, incluindo cimentos de fosfato de zinco,
policarboxilato
e ionômero de vidro. Outros cinco cimentos produziram espessura entre
25
m e 40 m, incluindo cimentos de fosfato de zinco, ionômero de vidro, resinoso e
ionômero de vidro modificado por resina. Os demais produziram espessura de película
que variava de 4
1,7
m a 106,7
m.
Ainda em 1992b, WHITE; YU
92
também investigaram o efeito da interação físico
-
química da superfície dentinária sobre a espessura dos cimentos de fosfato de zinco,
policarboxilato, ionômero de vidro e resinoso. O experimento foi realizado de acordo
com a especificação n.8 da AMERICAN NATIONAL STANDARDS/AMERICAN DENTAL
ASSOCIATION. Para a situação controle, os agentes de cimentação foram colocados
entre duas placas de vidro. Para a situação teste, foram colocados entre uma superfície
dentiná
ria plana e uma placa de vidro. Os cimentos de fosfato de zinco e ionômero de
vidro demonstraram um significante decréscimo na espessura de película quando
mensurada em contato com dentina, em relação à mensura entre as placas de vidro. O
cimento de policarboxilato e o cimento resinoso não demonstraram diferença estatística
significante, para a espessura de película, entre as situações testadas.
Para examinar o efeito da força de assentamento sobre a espessura de película
dos cimentos de fosfato de zinco, policarboxilato, ionômero de vidro e resinoso, WHITE;
YU; KIPNIS
93
(1992) utilizaram metodologia semelhante à da especificação n.8 da
AMERICAN NATIONAL STANDARDS/AMERICAN DENTAL ASSOCIATION. A
aplicação da força de assentamento variou, sobre o modelo experimental, com cargas
de 1, 3, 5, 9, 15 e 23 Kg. Em geral, para todos os cimentos, quanto maior a força
aplicada, menor a espessura de película. Esta relação manteve-se verdadeira para
todos os valores de carga testados. O material menos sensível à carga foi o cimento de
ionômero de vidro.
O efeito da espessura da linha de cimento e da superfície do substrato sobre a
retenção de coroas totais foi estudado por JUNTAVEE; MILLSTEIN
46
, em 1992.
Cilindros de amálgama e de resina composta foram cimentados a retentores circulares
de o. O espaço destinado ao cimento, entre eles, foi padronizado em 50 m, 100
m
e 150
m. Os materiais utilizados foram cimento de fosfato de zinco, cimento resinoso e
cimento de ionômero de vidro. Os valores mais altos de retenção foram obtidos para os
espécimes de resina composta, utilizando cimento resinoso e com espaço para o
cimento de 50 m. Os valores mais baixos foram obtidos para os espécimes de resina
composta, utilizando cimento de ionômero de vidro, com espaço de 150
m. Em ger
al, o
acréscimo na espessura do cimento reduziu a capacidade retentiva para todos os
cimentos e superfície de substrato testados. Não houve diferença estatística significante
na retenção para os espécimes com espaço para o cimento de 50 m e 100
m;
entret
anto, houve diferença estatística significante para os espécimes com espaço de
150
m em relação aos demais.
QUALTROUGH; PIDDOCK
70
(1992) revisaram os métodos de avaliação de
adaptação interna e marginal de coroas, considerando os problemas associados a
me
nsurações
in vivo
e
in vitro. Técnicas como uso de sonda exploradora na margem
cervical, seccionamento de dentes ou plicas, microscópio de varredura e materiais
elastoméricos foram discutidos ao longo da revisão. Os autores concluíram que devido
à variedade dos métodos existentes, a comparação direta entre os dados de diferentes
investigadores é com freqüência impossível. Isso se daria pelo grande número de
variáveis experimentais e o pequeno número de trabalhos que fez comparações entre
técnicas e revelou resultados conflitantes que indicaram a dificuldade de interpretar os
dados oriundos de diferentes métodos de avaliação.
ANDERSSON; ODÉN
3
, em 1993, descreveram o sistema Procera AllCeram
capaz de produzir i.es. cerâmicas pelo sistema CAD/CAM. Este sistema representava
uma modificação no processo já existente de confecção de coroas metálicas. A
descrição traz dados técnicos sobre a forma de preparo do dente, o sistema de
obtenção da imagem do preparo assistido pelo computador e a confecção das coroas.
Tamb
ém apresentaram resultados de pesquisas envolvendo o sistema, a respeito da
resistência das coroas, estabilidade de cor, desgaste e precisão de ajuste e cimentação
delas. Apresentaram, ainda, evidências de biocompatibilidade do sistema Procera.
WHITE; KIPN
IS
89
(1993) determinaram o efeito do ajuste interno de coroas totais
utilizando silicone como evidenciador de contatos internos e verificaram, também, a
influência de cinco diferentes agentes de cimentação sobre o assentamento de coroas
fundidas. Em laboratório, trinta e cinco pré-molares foram preparados para coroa total
com o auxílio de um artefato que possibilitava padronização dos preparos. Os dentes
foram moldados e seus respectivos troquéis de gesso foram encerados. As coroas
foram fundidas em liga não-nobre, adaptadas a seus respectivos troquéis e receberam
marcações de referência no centro de suas faces vestibular, lingual, mesial e distal.
Cada coroa foi colocada sobre seu respectivo dente preparado e recebeu 49 N de
carga. A adaptação marginal destas coroas, previamente ao ajuste interno, foi medida
por um microscópio sob 500 X de aumento, tendo as marcações em suas faces como
referência. Então, o ajuste interno procedeu-se com silicone como evidenciador de
contatos. As áreas em que o metal era mostrado através do silicone eram ajustadas
com brocas esféricas. Este procedimento foi conduzido duas vezes. Em seguida, a
adaptação marginal foi novamente mensurada como descrita acima. Isto feito, as
coroas foram aleatoriamente cimentadas, sob carga de 49 N, com um dos seguintes
cimentos: cimento de ionômero de vidro (Ketac-Cem), cimento de policarboxilato
(Durelon), cimento de fosfato de zinco (Flecks zinc phosphate), cimento resinoso de
micro
-partículas com BISGMA (Thin Film Cement and Tenure) e cimento resinoso de
micro
-partículas com BISGMA e éster fosfato (Panavia EX). Após isto, a adaptação
marginal foi mais uma vez mensurada. Com a análise dos resultados observou
-
se que o
assentamento melhorou após o ajuste interno e, então, piorou após a cimentação. O
s
melhores resultados de adaptação marginal, após a cimentação, foram obtidos nas
coroas cimentadas com cimento de fosfato de zinco (57,27 m), cimento de ionômero
de vidro (57,54 m) e cimento de ionômero de vidro (67,38 m). Não houve diferença
estatisti
camente significante entre estes grupos. As coroas cimentadas com os cimentos
Panavia EX (203,21 m) e Thin Film Cement and Tenure (160,41 m) apresentaram os
piores resultados de adaptação marginal.
Em 1993, SYU et al.
83
investigaram a influência de diferentes tipos de términos
cervicais na adaptação marginal de coroas totais fundidas. Os términos cervicais
avaliados foram: ombro, ombro biselado e chanfrado. Dez coroas foram produzidas
para cada tipo de término. O espaço axial e marginal destinado para o cimento foi
medido com as coroas assentadas diretamente sobre seus respectivos troquéis de
gesso, sem cimentação. Os resultados indicaram que os diferentes términos cervicais
avaliados não influenciaram a adaptação marginal das coroas, já que todos produzir
am
discrepâncias menores que 10 m. Todas as coroas exibiram, também, espaço axial
entre 15
m e 33
m.
Através de avaliações in vivo e in vitro, KARLSSON
47
(1993) estudou a
adaptação interna de coroas Procera de titânio por meio de cimentação-análoga. Doz
e
coroas (8 pré-molares, 3 incisivos e 1 canino) foram confeccionadas para o estudo.
Nenhuma delas foi ajustada internamente antes da aplicação da cerâmica de
recobrimento ou previamente à simulação da cimentação. Esta foi realizada com
silicone fluido como cimento-análogo sobre os respectivos troquéis de gesso e dentes
preparados. As linhas de cimento-análogo foram capturadas do interior das coroas com
o auxílio de silicone denso. Estes espécimes de material borrachóide foram
seccionados nos sentidos vestí
bulo
-lingual e mesio-distal e observados em um
microscópio com magnificação de 50 vezes. As mensurações foram feitas no término
cervical, metade da parede axial e incisal ou oclusal dos espécimes. Os valores médios
encontrados para a simulação sobre os tro
quéis de gesso foram, nas secções vestíbulo
-
lingual e mesio-distal respectivamente, 61 m e 58 m para o término cervical, 92 m e
82
m para a metade da parede axial e 115 m e 107 para a incisal ou oclusal. Os
valores médios correspondentes para a simulação sobre os dentes preparados foram,
nas secções vestíbulo-lingual e mesio-distal respectivamente, 70 m e 73 m para o
término cervical, 127
m e 93
m para a metade da parede axial e 161
m e 177 para a
incisal ou oclusal. Houve significante diferença estatística entre os valores encontrados
sobre os troquéis de gesso para as medições axiais e incisais/oclusais, quando
comparados com os valores encontrados sobre os dentes preparados, para ambos os
sentidos de secções. Um amplo coeficiente de variação (58% a 70 %) foi encontrado,
independentemente da localização da medição.
Em 1993, KAWAI; ISENBERG; LEINFELDER
48
estudaram a taxa de desgaste
dos cimentos resinosos com variação do tamanho de suas partículas e da área de
exposição ao desgaste. Para isso, dentes molares receberam preparos cavitários
quadrados em sua superfície oclusal e restaurações tipo inlay foram produzidas para
cada um deles. Estas restaurações possuíam discrepância horizontal em sua interface
com o dente que variava de 50 a 400 m e foram, então, cimentadas com cimentos de
partículas híbridas (Cerec cement e Cerec experimental) ou de micro-partículas (Dual
cement). A interface de cimento foi mantida sob atrito de cerdas metálicas com carga de
75 N por 400.000 ciclos e, em seguida, avaliada por microscopia de varredura e
perfilometria. Sob estas condições, o cimento micro-particulado exibiu três a quatro
vezes mais resistência ao desgaste do que os cimentos de partículas híbridas. Os
autores salientaram que reduzir a dimensão de interface dente/restauração é um fato de
suma importância clínica, tendo em vista que mesmo as discrepâncias de 50 m foram
suscetíveis ao desgaste.
Ao avaliar a influência do tipo de cimento na discrepância marginal de coroas
telescópicas, KERN; SCHALLER; STRUB
51
(1993) valeram-se de réplicas metalizadas
das margens destas coroas, observadas sob microscopia de varredura. As réplicas
foram obtidas a partir de moldagens das margens, antes e após a cimentação com
cimento de fosfato de zinco ou cimento de ionômero de vidro. A discrepância marginal
média foi de 30
m antes da cimentação. Esta aumentou em média, após a cimentação,
para 86 m nas coroas cimentadas com cimento de fosfato de zinco e para 47
m
naquelas cimentadas com cimento de ionômero de vidro.
PRÖBSTER
67
, ainda em 1993, avaliou o comportamento clínico de 76 coroas de
In
-Ceram com, em média, 35 meses de instalação. Sessenta e uma delas eram coroas
unitárias e 15 eram coroas integrantes de próteses parciais fixas. Os critérios avaliados
foram: presença de trincas nas coroas, fratura da porcelana de recobrimento, fratura da
i.e. e incidência de cárie. Durante o período de acompanhamento, uma prótese parcial
fixa apresentou-se fraturada, outra foi removida por comprometimento periodontal dos
pilares e uma coroa unitária apresentou incidência de lesão de cárie. Para o autor as
coroas In-Ceram puderam ser consideradas adequadas para dentes anteriores e
posteriores.
Também em 1993, GREY; PIDDOCK; WILSON
33
avaliaram o ajuste interno de
coroas puras de cerâmica aluminizada (Vita N core), metalo-cerâmicas e In-
Ceram
Alumina. Para isso, simularam a cimentação destas coroas, sobre troquéis de latão que
lhes deram origem, com o evidenciador de contatos internos à base de silicone GC Fit-
Checker. A avaliação deu-se da seguinte forma: o conjunto de coroa e troquel metálico
fora pesado por uma balança eletrônica antes e após a simulação; a diferença das
medidas revelava o peso do material borrachóide, que tinha sua área calculada. O valor
médio encontrado para as coroas de Vita N core foi de 154 m (
37 m), para as
coroas In-Ceram Alumina, de 123 m (
30 m) e para as coroas metalo-cerâmicas, de
95
m (
23
m).
STRUTZ et al.
81
(1994) investigaram a interação físico-química das superfícies
metálicas, sobre a espessura dos cimentos de fosfato de zinco, policarboxilato,
ionômero de vidro, resinoso e ionômero de vidro modificado por resina. Fazendo parte
dos grupos experimentais, estes cimentos foram colocados entre um disco de vidro e
um disco de liga metálica, recebendo 15 kg de carga. As ligas testadas foram: liga de
ouro tipo III, liga com alto volume de paládio e liga sica. Como controle, os mesmos
agentes de cimentação foram testados de acordo com a especificação n.8 da
AMERICAN NATIONAL STANDARDS/AMERICAN DENTAL ASSOCIATION. O tipo de
cimento e a superfície do substrato tiveram significante efeito sobre a espessura da
película. Entretanto, o tipo de cimento teve maior significância e magnitude que a
superfície do substrato. Embora a liga com alto volume de paládio tenha prom
ovido
espessura de película significantemente menor que as demais superfícies, a diferença
entre elas foi pequena. O cimento de ionômero de vidro produziu a mais fina película
dentre todos os outros cimentos (13,5
m).
Em 1994, SCHERRER et al.
75
determinaram a resistência à fratura de placas de
vidro cerâmico, cimentadas sobre blocos de resina composta, em função da espessura
da película de dois tipos de cimentos. Cento e trinta placas cerâmicas foram divididas
em dois grupos iguais, que receberam cimentação com cimento de fosfato de zinco ou
cimento resinoso (Dicor MGC). O primeiro dos agentes de cimentação foi testado com
espessuras de película de 33 m e 128 m. O segundo, com espessuras de 26 m, 78
m, 130 m, 192
m e 297 m. Os resultados mostraram qu
e para o cimento de fosfato
de zinco, a resistência à fratura das placas, para as espessura de película de 33 m e
128
m, o foi estatisticamente significante. Para o cimento resinoso, houve uma leve
diferença estatística significante apenas entre os espécimes de espessura de cimento
com 26
m e 297
m.
PERA et al.
63
(1994) avaliaram in vitro a discrepância marginal do sistema In-
Ceram com três diferentes terminações cervicais de preparo dental e examinaram a
estabilidade dimensional do sistema durante as queimas da porcelana de recobrimento.
Os términos cervicais avaliados foram: chanfrado, ombro em 50
O
e ombro em 90
O
. Nove
coroas foram confeccionadas para cada terminação sendo 3 em incisivos centrais, 3 em
caninos e 3 em primeiros pré-molares. As coroas foram cimentadas sobre seus
respectivos dentes preparados com cimento de ionômero de vidro, sob pressão manual.
A discrepância marginal média antes e após a cimentação, respectivamente, para a
terminação em chanfrado foi de 9,44 m e 21,67 m, para a terminação em ombro em
50
O
foi de 7,5 m e 23,75 m e para a terminação em ombro em 90
O
foi de 13,61 m e
27,5
m. A estabilidade dimensional das i.es. foi mantida durante as queimas da
porcelana de recobrimento, independentemente do tipo de terminação cervical
avaliada.
WILSON
96
(1994) investigou o efeito sobre o assentamento de coroas artificiais
com o aumento progressivo do espaço para a película de cimento. Para o estudo, foram
confeccionados 6 troquéis metálicos que, quando aposicionados sob uma mesma
coroa
, apresentavam espaço interno para o agente de cimentação que variava de 0
m
a 50 m, em intervalos de 10 m. Sob carga de 25 N, a discrepância marginal entre as
coroas e o término do preparo dos troquéis, antes da cimentação, foi medida e tomada
como zero (medida inicial). A discrepância no assentamento das coroas, após
cimentação com cimento de fosfato de zinco, sob carga de 25 N, variou de 368
m
(0
m de espaço interno) a 29 m (50 m de espaço interno). O autor concluiu que a
existência de espaço axial facilita o escoamento do cimento a a margem da
restauração, enquanto acomoda a camada mais fina possível deste.
Também no ano de 1994, WU; WILSON
100
investigaram o volume de espaço
necessário para o adequado assentamento de coroas cimentadas com cimento
resinoso. Oito troquéis de aço foram confeccionados em um torno mecânico. Uma coroa
de latão foi torneada de forma que se adaptasse sem espaço interno algum em relação
a um dos troquéis (0
m). Os demais troquéis tinham redução axial e oclusal em relação
ao primeiro da seguinte forma: 10 m, 20 m, 30 m, 40 m, 50 m, 60 m e 80
m,
respectivamente. Os troquéis foram assentados sobre a coroa com 25 N de carga. Os
agentes de cimentação utilizados foram o cimento de fosfato de zinco (servindo como
comparaçã
o) e dois tipos de cimentos resinosos (Panavia EX e C & B Metabond). A
discrepância vertical de assentamento (DVA) foi medida por diferença de voltagem em
um aparato específico. O cimento de fosfato de fosfato de zinco produziu DVA para os
espécimes com 0 m, 20 m, 40 m e 80 m de espaço para o cimento de,
respectivamente, 364 m, 168 m, 46 m e 31 m. O cimento Panavia EX, para as
mesmas variações de espaço interno, produziu DVA respectivamente de 134 m, 31
m, 22 m e 23 m. O cimento C & B Metabond produziu DVA intermediária entre os
dois outros cimentos. Os autores concluíram que volumes aumentados de espaço
interno resultam em decréscimo na DVA dos cimentos estudados.
McINTYRE et al.
56
(1994) estudaram a relação entre espessura de cimento de
policar
boxilato e resistência ao cisalhamento e à tração. Para isso, utilizaram dentes
molares, com superfície oclusal desgastada perpendicular ao seu longo eixo, até a
exposição da dentina, deixando-a plana. Sobre ela cimentaram discos fundidos em liga
áurica. A espessura do cimento foi controlada e variava entre 10 m e 150 m. Os
resultados mostraram um aumento tanto na resistência ao cisalhamento quanto na
resistência à tração, com o aumento na espessura de cimento de policarboxilato. A
resistência ao cisalhamento foi maior que à tração. Quando os espécimes testados
foram observados sob microscopia, observou-se um maior mero de micro-
porosidades naqueles com espessura de película de cimento inferior a 50 m do que
em espécimes com espessura superior a esta.
Em 1995, PERSSON; ANDERSSON; BERGMAN
64
avaliaram a precisão do
dispositivo de leitura do escandidor do sistema Procera. A avaliação foi feita
comparando
-se as dimensões obtidas a partir da leitura de um bloco retangular de
metal pré-fabricado pelo dispositivo de leitura do sistema, com as dimensões
conhecidas do objeto. Os resultados demonstraram alta precisão para o dispositivo de
leitura.
No ano de 1996, PRÖBSTER
68
conduziu um estudo clínico longitudinal por 56
meses, de 95 coroas do sistema In-Ceram alumina. Elas foram construídas a partir de
preparos dentais em 18 pacientes e cimentadas com cimento de fosfato de zinco
(dentes posteriores) e com cimento de ionômero de vidro (dentes anteriores). Os
pacientes eram chamados para exame clínico ao menos uma vez ao ano e os critérios
avaliados no exame eram: presença de trincas nas coroas, fratura da porcelana de
recobrimento, fratura da i.e., infiltração nas margens, cáries e desgaste oclusal ou
abrasão. A cobertura de uma das coroa posterior apresentou fratura e quatro coroas
apresentaram cárie em suas margens. As demais restaurações não apresentaram
qualquer sinal, dentre os apontados nos requisitos acima descritos, fazendo com que os
autores concluíssem que o sistema In-Ceram alumina estaria indicado para d
entes
anteriores e posteriores.
O efeito de duas diferentes configurações marginais (chanfrado em 120
O
e
ombro em 90
O
) na linha de cimento de i.es. In-Ceram e o efeito da adição de porcelana
de recobrimento sobre estas i.es. foram estudados por SHEARER; G
OUGH;
SETCHELL
78
, em 1996. Um incisivo central superior foi preparado para coroa total. Dois
troquéis
-padrão metálicos em liga de níquel-cromo foram confeccionados a partir
daquele incisivo central, cada um com uma das configurações marginais estudadas.
Ca
da troquel-padrão deu origem a 10 troquéis de prata fabricados por eletrodeposição.
Cinco i.es. de In-Ceram foram feitas para cada troquel-padrão. Outras dez i.es. do
mesmo sistema foram feitas para cada troquel de prata. Todas elas receberam a adição
de porcelana de recobrimento. As coroas fabricadas sobre os troquéis de prata foram
cimentadas sobre os mesmos com cimento de ionômero de vidro e o conjunto
seccionado no sentido vestíbulo-lingual. Simulou-se a cimentação das coroas sobre os
troquéis
-padrão com um elastômero à base de polivinil siloxana. A simulação foi feita
antes e após a aplicação da porcelana de recobrimento. Metade dos espécimes de
cimento
-
análogo foi seccionada no sentido vestíbulo
-
lingual e a outra metade, no mesio
-
distal, com espessuras medidas sob magnificação de 20 vezes. As mensurações foram
feitas no término cervical, metade da parede axial e incisal de cada coroa ou espécime
de cimento-análogo. Foram encontrados valores médios de linha de cimento mais altos
para os espécimes de cime
nto
-
análogo (28,6
m para ombro e 13,4
m para chanfrado)
do que para as coroas cimentadas sobre os troquéis de prata (8,3 m para ombro e 9,8
m para chanfrado). Não houve diferença estatística significante entre os valores de
linha de cimento-análogo para as secções vestíbulo-lingual e mesio-distal, nem para os
valores encontrados antes e após a aplicação da porcelana de recobrimento, nem
mesmo para as diferentes configurações marginais estudadas. O valor médio da linha
de cimento das coroas avaliadas foi igual a 60,9 m e uma espessura média de 15
m
foi encontrada próxima às margens.
Em 1996, TAN; IBBETSON
85
propuseram-se investigar a relação entre a
discrepância vertical de assentamento de coroas totais e o volume de agente de
cimentação utilizado. Por eletrodeposição, uma coroa de cobre foi confeccionada sobre
um troquel-padrão metálico em forma de um dente molar, que havia sido previamente
coberto por quatro camadas de espaçador. Três volumes experimentais de cimento de
fosfato de zinco foram utilizados neste estudo. O interior da coroa foi completamente
preenchido pelo cimento, metade preenchido, ou o cimento foi apenas pincelado nas
paredes internas da mesma. Durante as seqüentes cimentações experimentais da
mesma coroa, que foi repetidamente utilizada, ambas cargas estática e dinâmica foram
aplicadas. A carga estática foi mantida por um peso de 5 Kg e a carga dinâmica
induzida por um condensador de amálgama. A discrepância vertical foi medida por um
multímetro digital que obtinha a posição vertical da coroa antes e após o experimento.
Os resultados obtidos nas situações em que o cimento ocupava metade do volume
interno da coroa ou pincelado em suas paredes internas foram, respectivamente, 53,2%
e 69,6% melhores do que quando preenchia todo o interior da coroa. Os autores
atribuíram estes achados a um dos seguintes fatores: o cimento ficaria retido sobre a
superfície oclusal do troquel-padrão à medida que as vias de escape pelas paredes
axiais se fechavam; um aumento na pressão hidrostática resultaria em filtragem do
cimento ao longo dos estreitos espaços entre troquel-padrão e coroa, diminuindo o
escape do mesmo ou grandes volumes demorariam mais tempo para escoar, sofrendo
maior influência do aumento de sua viscosidade com o passar do tempo.
Ainda em 1996, WILSON
97
avaliou a influência dos canais de escape e da carga
de cimentação em coroas totais, sobre o assentamento das mesmas. Uma coroa
fundida em liga áurica foi cimentada repetidamente sobre um troquel-padrão metálico.
Esta possuía uma perfuração no centro de sua superfície oclusal, que podia ser
obliterada quando desejado. Dois diferentes cimentos (fosfato de zinco e ionômero de
vidro) foram utilizados nas cimentações, que ocorreram sob 2,5 N, 12,5 N e 25 N de
força. As cimentações com 2,5 N de força produziram elevações médias nas coroas de
696
m a 953 m. Sob 12,5 N e 25 N, o cimento de fosfato de zinco produziu,
respectivamente, espessura de 193 m e 84 m nas coroas sem canal de escape e de
84
m e 19
m naquelas com canal. O cimento de ionômero
de vidro produziu, sob 12,5
N e 25 N, respectivamente, espessura de 45 m e 15 m nas coroas sem canal de
escape e de 17
m e 11
m naquelas com canal.
SULAIMAN et al.
82
(1997) compararam a discrepância marginal de três sistemas
cerâmicos (Procera AllCeram, In-Ceram e IPS Empress) após a confecção das i.es.,
após a aplicação da porcelana de recobrimento e após o glazeamento. Dez coroas de
cada sistema foram confeccionadas e a discrepância marginal avaliada com estas
assentadas sem agente de cimentação, sobre um mesmo troquel-padrão metálico, sob
1,36 Kg de força. As medições foram feitas em um microscópio digital com
magnificação de 225 vezes nos 3 estágios descritos acima. Os resultados apontaram
não haver diferença estatística significante entre os três estágios de confecção das
coroas, independente do sistema avaliado. A discrepância marginal para o grupo In-
Ceram foi de 160,66 m, para o grupo Procera, de 82,88 m e para o sistema IPS
Empress, de 62,77
m.
CARTER; WILSON
12
, também em 1997, fizeram uma revisão da literatura a
respeito dos espaçadores de troquéis e seus efeitos sobre o assentamento e a retenção
de coroas totais. Eles encontraram que os espaçadores trazem uma série de benefícios
ao assentamento das coroas. Encontraram, também, alguns trabalhos que apontaram
a tendência destes materiais em formar uma camada irregular de espaço, produzindo
fundições com variação no espaço interno para o cimento. Quanto ao efeito sobre a
retenção das coroas, encontraram alguns conflitos nos resultados pesquisad
os.
Relataram não terem encontrado protocolos confiáveis de comparação entre os estudos
avaliados, sugerindo mais pesquisas sobre a relação entre retenção e os espaçadores.
Ao avaliar a influência da espessura de cimento na resistência à tração de
cimentos
resinosos, CHANA et al.
14
(1997) utilizaram superfícies planas de níquel-
cromo interpostas por duas diferentes marcas comerciais de cimento (Panavia Ex e
Panavia 21). A espessura de cimento entre as superfícies foi controlada e tinha os
seguintes valores: 20 m, 50 m, 100 m, 150 m, 210 m, 250 m e 310 m. Os
espécimes foram tracionados por uma máquina de ensaios universal e os resultados
indicaram que à medida que a espessura de cimento aumentava, a resistência do
cimento diminuía. O cimento Panavia 21 teve significantemente maior resistência à
tração que o cimento Panavia Ex, para todas as espessuras de cimento testadas.
Através de um estudo laboratorial, MAY et al.
55
(1998), propuseram
-
se a mensurar
a abertura marginal e a precisão na adaptação de coroas totais confeccionadas pelo
sistema Procera AllCeram. Cinco coroas totais de pré-molares e molares foram
confeccionadas a partir de troqueis de gesso. Simulou-se a cimentação destas coroas
sobre seus respectivos troqueis, utilizando-se silicone de adição de consistência fluida.
Através de laservideografia, o espaço ocupado pelo material que simulou a cimentação
foi medido nas margens, paredes axiais, pontas de cúspides e centro da face oclusal. A
abertura marginal encontrada para os pré-molares e molares, respectivamente, foi de
56
m
21 m e de 63
m
13 m. A média do desajuste interno das coroas,
representando segundo os autores, sua precisão na adaptação, foi igual a 52
m
19
m para os pré-
molares e 63
m
20
m para os molares. Os autores concl
uíram que o
sistema Procera AllCeram produziu coroas para pré-molares e molares com adaptação
marginal e ajuste interno clinicamente aceitáveis.
Ainda em 1998, NEIVA et al.
58
compararam a resistência à fratura e a espessura
de linha de cimento de três sistemas cerâmicos: IPS Empress, In-Ceram e Procera
AllCeram. Para determinar a resistência à fratura, utilizaram 30 troquéis de resina com
módulo de elasticidade semelhante ao da dentina, obtidos a partir de um troquel padrão.
Foram confeccionadas dez coroas para cada sistema, que foram cimentadas sobre
seus respectivos troquéis com cimento resinoso Panavia 21. Em seguida, submetidas à
pressão axial sobre a superfície oclusal, com o auxílio de uma máquina universal de
testes Instron. Para determinar a espessura da linha de cimento sob as coroas, apenas
um espécime de cada sistema foi levado ao microscópio óptico. As áreas avaliadas
foram: margem, parede axial (a 2 mm de distância da margem), ponta de cúspide
vestibular, centro da superfície oclusal e ponta de cúspide lingual. Os resultados não
mostraram diferenças estatisticamente significantes de resistência à fratura entre os três
sistemas pesquisados, quando cimentados com cimento resinoso Panavia 21. O
sistema IPS Empress apresentou a maior média de resistência à fratura (222,45 Kg),
enquanto o sistema Procera AllCeram, a menor (194,20 Kg). O sistema In-
Ceram
apresentou a média intermediária dentre os três grupos: 218,80 Kg. Quanto à
espessura da linha de cimento, o sistema Procera AllCeram foi o que demonstrou os
maiores valores, especialmente na margem (225
m) e na parede axial (105
m).
Através de um estudo retrospectivo, PILO; CARDASH
66
(1998) mensuraram a
espessura da película de cimento abaixo de coroas totais em função durante longo
período, em dentes
extraídos por razões periodontais. Todas as coroas estudadas eram
metálicas com cobertura cerâmica ou de resina, haviam sido cimentadas com cimento
de fosfato de zinco e estiveram em função por ao menos 10 anos. Nenhuma delas
apresentava recidiva de cárie em suas margens ou fazia parte de próteses parciais
fixas. Noventa e sete dentes (48 dentes anteriores, 22 pré-molares e 27 molares) com
suas coroas aposicionadas foram incluídos em poliéster transparente e seccionados
duas vezes no sentido vestíbulo-
ling
ual. Cada uma das secções situava-
se
aproximadamente a 0,75 mm de cada um dos lados do centro dos dentes. A espessura
da linha de cimento foi medida em locais predeterminados nas paredes axiais e
oclusal/incisal: nos pontos respectivos a um terço e dois terços da altura das paredes
axiais lingual e vestibular; e no ponto mais alto da extremidade incisal, nos dentes
anteriores, ou no ponto mais alto das cúspides vestibular e lingual e sulco central nos
molares e pré-molares. A média da espessura encontrada para as paredes axiais foi de
116
m (vestibular) e 109 m (lingual). Para a superfície oclusal/incisal a espessura foi
de 302 m. Os autores ressaltaram que pela falta de padronização do preparo dos
dentes, técnica de cimentação e volume de alívio interno das coroas, estes dados
encontrados deveriam ser observados com cautela.
O Comitê Ad Hoc para Pesquisa em Prótese Fixa da Academia Americana de
Prótese fixa foi encarregado de disseminar o conhecimento específico da especialidade,
através de revisões anuais da literatura. Em 1998, ROSENSTIEL; LAND; CRISPIN
74
revisaram, a pedido do Comitê, os agentes de cimentação para restaurações indiretas.
As propriedades biológicas e mecânicas dos cimentos disponíveis até aquele momento
foram descritas e discutidas. Um g
uia para seleção dos agentes de cimentação também
foi apresentado.
WISKOTT; BELSER; SCHERRER
99
, em 1999, através de um trabalho
laboratorial, estudaram o efeito da espessura da linha de cimento e da textura da
superfície interna de coroas totais, na resistência a forças cíclicas laterais. Coroas
metálicas torneadas foram cimentadas sobre troqueis, também torneados, com cimento
de óxido de zinco eugenol, cimento de fosfato de zinco, cimento de ionômero de vidro e
cimento resinoso. Estas coroas foram fabricadas com espaço interno pré
-
definido em 20
m, 50 m, 100 m, 200 m e 500 m. Três diferentes graus de textura interna foram
testados: polido com lixa de granulação 4.000, texturizado com lixa de granulação 1.000
e jateado com óxido de alumínio. Os resultados mostraram que a resistência à carga
lateral aumentou com o decréscimo na espessura da linha de cimento e aumento na
irregularidade da textura superficial das coroas.
Ainda em 1999, BESCHNIDT; STRUB
7
avaliaram a discrepância marginal de
cinco diferentes sistemas de coroas cerâmicas antes e após sua cimentação e após
testes de fadiga por carga cíclica e termo-ciclagem. Estas coroas foram cimentadas de
forma adesiva sobre dentes naturais. Os resultados foram comparados com dados
obtidos em situações semelhantes em coroas metalo-cerâmicas “colar-less” cimentadas
com cimento de fosfato de zinco. Sessenta incisivos superiores foram preparados para
coroa total, moldados e obtidos os respectivos troquéis de gesso. Estes foram divididos
em seis grupos de 10 espécimes: metalo-cerâmica “colar-less” (MC), In-
Ceram
convencional (IC), Empress com pigmentação extrínseca (EP), Empress com cobertura
por estratifacação (EE), Celay com matriz feldspática (CF) e Celay com matriz In
-
Ceram
(CI). As coroas foram confeccionadas e réplicas de resina epóxica, confeccionadas a
partir de cópias com silicone de adição, foram obtidas em cada uma dos seguintes
momentos: mantidas sobre os respectivos dentes preparados antes da cimentação,
cimentadas sobre os respectivos dentes e após os testes de termo-ciclagem e fadiga
cíclica. A discrepância marginal das réplicas foi analisada sob aumento de 400 vezes e
um programa de computador efetuou de 2500 a 3000 medições ao redor de cada
espécime. Os valores médios antes e após a cimentação foram, respectivamente, para
MC, 64
m e 87
m, para IC, 60
m e 82
m, para EP, 47
m e 63
m, para EE, 62
m
e 76 m, para CF, 99 m e 117 m e para CI, 78 m e 91 m. Houve um aumento
estatisticamente significante na discrepância marginal causada pela cimentação em
todos os grupos. A ciclagem térmica e a carga cíclica não afetaram a discrepância
marginal. Antes da cimentação não havia diferença estatística significante entre os
grupos de coroas cerâmicas e o grupo MC. Após a cimentação, o grupo EP apresentou
di
screpância marginal estatisticamente menor e o grupo CF, estatisticamente maior,
quando comparados ao grupo MC. O experimento demonstrou que a discrepância
marginal obtida após a cimentação adesiva pode não diferir daquela obtida após
cimentação convencion
al.
DIAZ
-ARNOLD; VARGAS; HASELTON
21
, em 1999, discorreram sobre os
cimentos utilizados a aquela data para cimentação de restaurações protéticas.
Abordaram a composição e as características dos cimentos de fosfato de zinco,
policarboxilato, ionômero de vi
dro, resinoso e ionômero de vidro modificado por resina.
GIORDANO II
30
, em 2000, descreveu alguns sistemas cerâmicos para confecção
de coroas totais, destacando as propriedades físicas do sistema In-Ceram, baseado na
técnica de aplicação sobre o troquel (slip casting), com subseqüente infiltração pelo
vidro. Segundo ele, as i.es. fabricadas com alumina, apresentariam resistência flexural
entre 450 Mpa e 600 Mpa, sendo indicadas em elementos isolados anteriores e
posteriores e próteses parciais fixas anteriores de 3 elementos. O sistema In-
Ceram
Spinell diferiria do primeiro pela alta transluscência e menor resistência flexural (350
Mpa), sendo indicado para inlays e onlays. Ainda segundo o autor, um terceiro sistema,
o In-Ceram Zirconia, apresentaria resistência flexural acima de 750 Mpa. Devido à sua
baixa transluscidez, estaria indicado para coroas em dentes posteriores. A
recomendação para o desgaste das paredes dos preparos, de acordo com o autor, seria
de 1,5 mm a 2,0 mm nas paredes axiais e oclusais.
Em
2000, BOENING et al.
9
avaliaram clinicamente o espaço interno oclusal e
marginal de 80 coroas Procera AllCeram, em dentes anteriores e posteriores, através
da cimentação simulada com elastômero (silicone de adição). Após a simulação da
cimentação, a pelíc
ula de elastômero era removida do interior da coroa com o auxílio de
um silicone de consistência pesada. Desta mesma forma, era mantida estabilizada e o
bloco de material elastomérico era seccionado nos sentidos vestíbulo-lingual e mesio-
distal. Sob um microscópio óptico, seis medições marginais (duas na face vestibular,
duas na face lingual e uma em cada proximal) e duas medições oclusais foram feitas
para os dentes anteriores. Os dentes posteriores tiveram oito medições marginais (duas
em cada face axial)
e quatro oclusais. Quando existia mais de um ponto de medição em
uma mesma face, estes se encontravam a 2 mm de distância entre eles. Como
resultados, os autores obtiveram que a média dos valores médios de desajuste marginal
estava entre 80 m e 95 m nos dentes anteriores e entre 90 m e 145 m nos
posteriores. A média dos valores extremos de desajuste marginal era de 80 m a 180
m e de 115
m a 245
m para os dentes anteriores e posteriores, respectivamente.
USHIWATA et al.
87
(2000) avaliaram a técnica de ajuste interno coroas fundidas
em liga básica com evidenciador de contatos Arti-Spot. Coroas fundidas com e sem
alívio interno tiveram melhora significativa em seu assentamento (52,2%), sobre seus
respectivos troquéis de gesso, após ajuste interno.
Em
2001, ÖDMAN; ANDERSSON
59
apresentaram os resultados de um estudo
prospectivo multicêntrico de acompanhamento de coroas Procera AllCeram. Oitenta e
sete coroas instaladas por doze profissionais em cinqüenta pacientes, entre os anos
1989 e 1995, foram acompanhadas clinicamente por 5 a 10,5 anos. Setenta e nove
destas coroas foram cimentadas com cimento de fosfato de zinco e oito com cimento de
ionômero de vidro. A avaliação da integridade marginal e da estética seguiu o sistema
de avaliação qualitativa da Associação Odontológica da Califórnia. Na avaliação da
integridade marginal, 92% das coroas foram consideradas excelentes ou aceitáveis e
duas superfícies cariadas foram registradas. Onze coroas se soltaram e segundo os
autores isso teria acontecido por erro na forma do preparo. Foi também evidenciado
uma maior freqüência de sangramento à sondagem em dentes com coroas Procera
AllCeram (39%) do que em dentes naturais adjacentes (27%).
AYUB
5
(2002) avaliou o espaço interno de i.es. para coroas metalo-
cerâmicas
e
cerâmicas dos sistemas Empress 2, In-Ceram Alumina e Procera AllCeram. Para isso,
mensurou a espessura de película de um elastômero fluido (Xantopren), obtida pela
técnica do cimento-análogo, sob i.es. confeccionadas sobre um preparo de dente pré-
molar.
A análise dos resultados mostrou que houve grande variabilidade da espessura
de película nas diferentes regiões medidas das i.es. Observou, ainda, que as i.es.
Procera AllCeram apresentaram película estatisticamente significante maior do que as
demais, alé
m de observar evidências de assentamento oblíquo na maioria das i.es.
Para comparar a resistência flexural entre os sistemas In-Ceram Zirconia e In-
Ceram Alumina, CHONG et al.
15
, em 2002, fabricaram dez i.es. de cada sistema, de
acordo com as recomendações do fabricante. Outras dez i.es. para faceta laminada,
com aplicação de porcelana de cobertura (Vitadur ) também foram confeccionadas
para os dois sistemas. Uma máquina de carga foi utilizada para o teste de resistência
flexural de três pontos. A resistência do sistema In-Ceram Zirconia (513 Mpa e 64 Mpa,
para i.es. de coroas e facetas laminadas, respectivamente) foi significativamente maior
que a encontrada para o sistema In-Ceram Alumina (362 Mpa e 47 Mpa, para i.es. de
coroas e facetas laminadas, respectivamente). Os autores acreditaram que as
propriedades de resistência e dureza do zircônio tiveram influência positiva nas
propriedades do In
-
Ceram Zirconia.
KEYS
52
(2002) apresentou uma técnica de verificação de ajuste interno de
coroas totalmente cerâmicas. Sugeriu que um evidenciador de superfície em forma de
pasta sem pigmentos e de fácil remoção, fosse acrescido de um spray de substância
para verificação de contatos oclusais. A sugestão se faria válida pela facilidade de
verificação de áreas de contato interno pelo alto contraste com a coroa, presa rápida e
facilidade de remoção. Sugeriu que a superfície interna da coroa seja seca por jato de
ar e partes iguais das pastas fossem manipuladas, juntamente com um leve jato de
aerossol verificador de contatos oclusais. A mistura deveria ser aplicada à superfície
interna da coroa e levada em posição sobre o dente. Após sua presa, a coroa deveria
ser removida e o ajuste verificado.
Em 2002, de la MACORRA; PRADÍES
53
revisaram a literatura para avaliar os
requis
itos funcionais dos cimentos disponíveis no mercado até aquele ano. Discutiram a
respeito de aspectos como película de cimento, selamento da margem das
restaurações, desgaste, adesão e solubilidade. Puderam concluir que não existia um
cimento que pudesse s
er considerado “ideal” até aquele momento.
Através de análise por elemento finito, FISCHER; WEBER; MARX
25
(2003)
predisseram a probabilidade de falha e a capacidade de carga de próteses parciais fixas
cerâmicas em dentes posteriores dos sistemas Empress, Empress 2, In-Ceram Alumina
e In-Ceram Zirconia. Na simulação não foi considerada a película de cimento abaixo
das coroas. Quando considerado um correto desenho das i.es., a probabilidade de falha
do sistema In-Ceram Zirconia foi perto de 0, para um período de 10 anos; o menor
dentre os avaliados.
Em 2003, OLSSON et al.
61
avaliaram os resultados de 18 próteses parciais fixas
In
-Ceram Alumina de 2 ou 3 elementos instaladas nas regiões posteriores e anterior,
cimentadas com cimento de fosfato de zinco. Estas estiveram em função por, em
média, 76 meses. Durante o período de observação, três destas próteses instaladas na
região posterior fraturaram em função. Uma outra prótese descimentou após 73 meses.
Os autores apontaram o sistema In-Ceram Alumina como uma alternativa viável para
próteses parciais fixas.
BLATZ
8
(2004) discorreu sobre cimentação convencional e adesiva de coroas de
óxido de zircônio. Comentou sobre a possibilidade de cimentação destas coroas com
cimentos de fosfato de zinco e ionômero de vidro. Porém, sinalizou a preferência de
alguns pesquisadores em indicar cimentação adesiva para as mesmas, justificando a
opção pelo aumento da retenção e da resistência das coroas, bem como diminuição da
infiltração marginal.
QUINTAS; OLIVEIRA; BOTTINO
71
(2004) avaliaram o efeito de diferentes
desenhos de término cervical, sistemas cerâmicos e agentes de cimentação, no
desajuste cervical após a cimentação de i.es. cerâmicas. Dois troquéis de aço foram
torneados com dimensões semelhantes a um preparo para coroa total em um molar
inferior. Um deles com terminação cervical em chanfrado e o outro, em ombro
arredondado. Ambos os troquéis foram moldados, dando origem a 180 troquéis de
gesso (noventa de cada término cervical). Sobre estes, foram construídas i.es. dos
sis
temas Empress 2, In-Ceram Alumina e Procera AllCeram (trinta i.es. de cada
sistema, para cada tipo de término cervical). As coroas foram cimentadas sobre o
mesmo troquel de aço com os cimentos de fosfato de zinco, ionômero de vidro e
resinoso. Esta gama de
variáveis deu origem a 18 grupos experimentais. A mensuração
do desajuste vertical em apenas uma das faces deu
-
se pela diferença entre dois pontos,
um na coroa e outro no troquel de aço, antes e após a cimentação. Os resultados
mostraram que o tipo de agente de cimentação não foi significante quando considerado
isoladamente. O tipo de término cervical também não foi significante para a grande
maioria dos grupos. Entretanto, as i.es. do sistema Procera AllCeram apresentaram os
menores valores médios de desajuste vertical após cimentação (19 m), quando
comparadas àquelas dos sistemas Empress 2 (42
m) e In
-
Ceram Alumina (60
m).
Ainda em 2004, CHAN et al.
13
avaliaram o desajuste vertical decorrente da
cimentação com fosfato de zinco e a retenção de coroas to
tais. Quarenta e seis troquéis
metálicos, com grau de convergência que variava de 0
o
a 70
o
, receberam coroas
metálicas com sulco de escape oclusal. O desajuste vertical foi mensurado através de
marcações coincidentes, uma na coroa e outra no troquel, em duas de suas faces,
distantes em 180
o
. A distância entre os pontos foi mensurada antes e após a
cimentação das coroas. A diferença entre as medidas inicial e final representou a
variação de desajuste vertical decorrente da cimentação. Isto feito, as coroas f
oram
tracionadas por uma máquina de ensaios universal com velocidade de 0,5 mm/min.
Frente às mensurações, pôde ser observado o assentamento oblíquo das coroas. Os
resultados mostraram que quanto maior o grau de convergência, maior foi o desajuste
vertical
das coroas. A análise de correlação de Pearson revelou que a partir de 12
o
de
convergência das paredes, existiu um decréscimo correspondente na retenção.
3. PROPOSIÇÃO
3. PROPOSIÇÃO
Através da constituição de 3 grupos, sendo:
Grupo MC:
infra
-
estruturas metálicas para coroas metalo
-
cerâmicas;
Grupo IZ: infra
-
estruturas de zircônio do sistema In
-
Ceram Zirconia;
Grupo PZ: infra
-
estruturas de zircônio do sistema Procera AllZirkon.
Propõe
-se, através da simulação da cimentação pela técnica do cimento-
análogo, avaliar:
I. a influência do ajuste interno na adaptação;
II. o desajuste vertical após a simulação da cimentação;
III. a espessura de película nas superfícies axiais e oclusal;
IV. a ocorrência de assentamento oblíquo.
4. MATERIAL E MÉTODOS
4. MATERIAL E MÉTODOS
Para a realização deste trabalho trinta troquéis de gesso especial foram obtidos
a partir de um troquel
-
padrão fundido em liga de Ni
-
Cr, reproduzido a partir de um dente
natural pré-molar superior preparado para coroa total. As i.e.s metálicas e cerâmicas
foram confeccionadas e submetidas à análise da espessura de película em diferentes
locais, por meio da técnica cimento-análogo, utilizando para isso um material
elastomérico fluido. O desajuste vertical, produzido pela simulação da cimentação, foi
mensurado em pontos demarcados nas faces externas das i.es. e troquel-padrão. Para
possibilitar o desenvolvimento dessa metodologia, utilizaram
-
se os seguintes materiais:
1)
Acrílico autopolimerizante JET (pó e líquido) C
lássico, São Paulo
SP.
2)
Acrílico autopolimerizante DURALAY (pó e líquido) Reliance Dental Mfg Co.
Worth, IL
– USA.
3)
Antibolhas PADRON KOTA
Kota Ind. Com. Ltda , São Paulo
-SP.
4)
Pontas diamantadas esférica 1014 e cilíndrica de extremidade arredondada
n
° 2218
KG Sorensen, São Paulo
-SP.
5)
Brocas carbide esféricas n° 2
KG Sorensen , São Paulo
-SP.
6)
Borrachas abrasivas De Deco Dental
-
São Paulo
-SP.
7)
Caneta Permanent Marker
Staedtler, Germany.
8)
Carbono líquido spray Arti-Spot Red BAUSCH Dental Co. of América, San
Francisco, CA, USA.
9)
Cera para fundição Rainbow opaca
Ceras Rainbow Ltda, Porto Ferreira
-SP.
10)
Delineador DFL
-
São Paulo
-
SP
11)
Discos de carborundum Dentorium n. 221, Nova York
- USA.
12)
Forno elétrico EDG
São Carlos
-SP.
13)
Gesso tipo IV Durone
Dentspl
y Ind. e com. Ltda, Petrópolis
-
RJ.
14)
Gotejador de cera
SS White artigos dentários S/A, Rio de Janeiro
-
RJ.
15)
Inclusor a vácuo Whip
-
Mix, Louisville, C.i. Model B, USA.
16)
Jato de óxido de alumínio Trijato
Labor Dental, São Paulo
-SP.
17)
Lâmina de bisturi no. 15 Fea
ther
-
Japão.
18)
Liga de Ni
-
Cr
-
VeraBond II
-
AlbaDent, Cordelia, CA, USA.
19)
Lupa de 4 x Lactona Corporation
USA.
20)
Microscópio comparador Mitutoyo Modelo 5050, Código 176-811A Mfg. Co Ltda.
-
Japan.
21)
Pedras de óxido de alumínio SHOFU Dental, Alemanha.
22)
Poliéte
r
-
Impregum F Regular
-
ESPE Dental, Alemanha.
23)
Revestimento Micro Fine 1700
Talladium do Brasil, Curitiba
-
PR.
24)
Silicone de condensação massa densa
Zetaplus, Zhermack SpA
Itália.
25)
Silicone de Adição
-
Elite Mono Viscosidade Média, Zhermack SpA
Itália.
26)
Silicone de condensação fluido Xantopren VL Plus, Heraeus Kulzer Co.–
Alemanha.
27)
Sonda exploradora nº 5 EXD5 Hu
-
Friedy Chicago USA.
28)
Transferidor plástico
Waleu PT, São Paulo
-SP.
29)
Turbina de alta rotação Kavo Roll Air
Kavo do Brasil, Joinvile
-
PR.
30)
Vaselin
a sólida
Ind.
Farmacêutica Rioquímica Ltda, São José do Rio Preto
-SP.
4.1
-
OBTENÇÃO DO TROQUEL
-
PADRÃO
Um pré-molar natural superior foi preparado para coroa total pela técnica da
silhueta (
JANSON et al.
41
, 1986)
, apresentando as seguintes caracterís
ticas:
a)
Ângulo de convergência aproximadamente de 10
º
.
b)
Término cervical nítido em chanfrado, com redução circunferencial de 1,2
mm, localizado próximo à união cemento
-
esmalte.
c)
Redução oclusal de 2,0 mm.
d)
Altura face vestibular de 5,0 mm e face lingual de 4,5
mm.
e)
Arredondamento dos ângulos internos.
Para o preparo, foram utilizadas pontas diamantadas esférica e cilíndrica de
extremidade arredondada, além de broca multi-laminada cilíndrica de extremidade
arredondada.
O dente assim preparado foi duplicado utilizando-se a massa densa do silicone
de condensação; o molde foi preenchido com cera liquefeita com o auxílio de um
gotejador, obtendo-se uma réplica que foi incluída e fundida em liga de Ni-Cr, pela
técnica da cera perdida (figura 4.1). Após o acabamento superficial com pedras de
óxido de alumínio e polimento com borrachas abrasivas, este troquel-padrão metálico
foi fixado em uma base de resina acrílica. Com o auxílio de um delineador, o troquel-
padrão foi posicionado verticalmente no centro de uma moldura retangular de acrílico,
com 15 mm de lado e 20 mm de altura. Em seguida, a moldura foi preenchida com
resina acrílica incolor ativada quimicamente, mantendo o término cervical do preparo
cerca de 5 mm distante da borda superior da base.
FIGURA 4.1
ilust
ração das características do preparo em vista proximal (a) e vestibular (b) e
troquel
-
padrão metálico fundido (c)
A base e o troquel-padrão, por sua vez, foram fixados a uma outra base de
resina acrílica Duralay, com o auxílio de um delineador e um transf
eridor. Na sua porção
inferior, essa base de resina Duralay apresentava dois pinos que se encaixavam em
dois orifícios preparados na plataforma de um paralelômetro modificado para esse
experimento, e que possibilitava o posicionamento do troquel-
padrão/bas
e de resina
Duralay sempre na mesma posição (figura 4.2).
FIGURA 4.2
a) base e troquel
-
padrão fixados à base de resina acrílica vermelha; b) pinos na
base e orifícios na plataforma do paralelômetro modificado
4.2
-
OBTENÇÃO DOS TROQUÉIS DE GESSO
A haste vertical do paralelômetro também foi modificada de tal forma que
possibilitasse carga estática uniforme durante a tomada da impressão (figura 4.3a).
Na extremidade inferior da haste vertical posicionou-se um mandril de peça de
mão o qual mantinha contato com as moldeiras individuais de resina acrílica,
possibilitando uniformidade de espessura do material de moldagem. As moldeiras, que
se encaixavam à base de resina acrílica incolor, foram confeccionadas com alívio
interno de 0,5 mm, em relação à superfí
cie externa do troquel
-
padrão (figura 4.3b).
Na extremidade superior da haste vertical confeccionou-se e fixou-se por
rosqueamento, um dispositivo para a determinação da carga estática, constituído de
aço inoxidável, de tal forma que o conjunto (dispositivo para carga, haste vertical e
mandril) perfizesse 2 kg.
O material de moldagem utilizado foi o poliéter Impregum, manipulando em
porções iguais de acordo com as instruções do fabricante. A moldeira individual foi
antecipadamente pincelada com uma camada de adesivo próprio e seca com jatos de
ar. O material espatulado foi levado ao interior da moldeira individual. Realizou-se o
assentamento sobre o troquel-padrão por meio de pressão digital e, em seguida, a
carga estática foi mantida pelos dispositivos fixa
dos na haste vertical (figura 4.3c).
FIGURA 4.3
a) paralelômetro modificado; b) moldeira encaixada à base de resina acrílica;
c) carga estática sobre a moldeira
Decorrido o tempo de polimerização do poliéter (8 minutos), a carga estática foi
removida e a moldeira individual separada do troquel-metálico. O molde foi vazado com
gesso tipo IV, utilizando-se a proporção água/pó recomendada pelo fabricante. Após a
cristalização do gesso (aproximadamente 60 minutos), os troquéis foram removidos e
avaliado
s na sua reprodução.
Foram confeccionadas dez moldeiras individuais, sendo que cada uma delas foi
utilizada três vezes na mesma seqüência descrita acima. Durante esta etapa, quando
alguma área insatisfatória estivesse presente no molde ou troquel de gesso, os
procedimentos eram repetidos até que estes fossem julgados satisfatórios. Ao todo,
foram obtidos 30 troquéis de gesso.
4.3
-
MARCAÇÕES NO TROQUEL
-
PADRÃO
Para avaliar a variação vertical das i.es. após o ajuste interno e o desajuste
vertical após a simulação da cimentação, o troquel-padrão recebeu uma marcação a
laser no centro de cada uma das faces vestibular, lingual, mesial e distal. Estas
marcações tinham a forma circunferencial, com cerca de 200 m de diâmetro, e
situavam
-
se aproximadamente a 2
mm do término do preparo.
4.4
-
CONFECÇÃO DAS INFRA
-
ESTRUTURAS
Os trinta troquéis de gesso foram aleatoriamente divididos em três grupos de
dez, numerados de 1 a 30, e encaminhados a laboratórios comerciais credenciados e
familiarizados com a produção d
e i.es. metálicas e cerâmicas, constituindo:
a)
Grupo MC
i.es. metálicas para coroa metalo
-
cerâmica.
b)
Grupo IZ
i.es. cerâmica do sistema In
-
Ceram Zirconia.
c)
Grupo PZ
i.es. cerâmica do sistema Procera AllZircon.
4.4.1
- INFRA-ESTRUTURAS MELICAS PARA COROA METALO-
CERÂMIC
A
4.4.1.1
- Obtenção dos padrões de cera
Os padrões de cera das coroas totais foram obtidos por técnica indireta,
utilizando
-se cera para fundição e isolamento dos troquéis com duas camadas de
isolante próprio.
A cera foi liquefeita sobre a chama de uma lâmpada a álcool e aplicada no
troquel por meio de instrumento PKT 2, envolvendo toda sua região e formando um
fino casquete. Após escultura e acabamento, realizados com o instrumento PKT 4, o
padrão de cera foi removido do troquel e
inspecionado, principalmente, para se avaliar a
uniformidade da cera nas superfícies internas. A seguir, este foi novamente posicionado
sobre o troquel e realizou
-
se o selamento marginal com o auxílio de uma lupa de 4 x.
4.4.1.2
-
Inclusão e fundição
Fix
ou
-se dois padrões com cera a um pino de cera formador de conduto de
alimentação para fundição, em 45° em relação à face oclusal, na região linguo-
oclusal
do padrão. Em seguida o padrão foi removido do troquel e fixado com cera liquefeita à
base formadora
de cadinho. Aplicou
-
se um agente redutor da tensão superficial em todo
o padrão e fixou-se, na base formadora de cadinho, um anel de borracha para inclusão
do revestimento.
Para inclusão utilizou-se o revestimento Termocast, na proporção água/pó de 18
ml para 100g, com manipulação e inclusão à vácuo em aparelho próprio, usando-
se
pressão de 15 libras e 60 segundos de tempo de espatulação. Após a inclusão, o
conjunto foi levado para uma câmara com pressão constante de 2 Bar. Passados 20
minutos, o anel de borracha e a base foram removidos do revestimento, permitindo sua
expansão livre.
Decorridos cerca de 45 minutos da inclusão, o anel de revestimento foi colocado
em forno elétrico com a entrada do cadinho voltada para baixo. Procedia-se ao ciclo de
aquecimen
to com elevação lenta da temperatura até 350°C, mantendo-a por 1 hora.
Invertia
-se o anel e se elevava a temperatura do forno até 850°C, mantendo-a por 60
minutos. O cadinho para fundição também recebia o mesmo ciclo de aquecimento do
anel e, após armar-
se
a centrífuga, era posicionado em seu braço. O cadinho recebia a
liga Danceramaloy, em quantidade suficiente para se proceder à fundição, realizada
com maçarico gás-oxigênio, a 50 psi. Após a fusão da liga, o anel era retirado do forno
e adaptado ao braço da centrífuga, que era imediatamente acionada. A seguir o anel
era removido do braço da centrífuga e aguardava-se o resfriamento completo para se
proceder a desinclusão.
O revestimento foi removido por meio de lavagem com água corrente e escova,
após o que se aplicava jato de óxido de alumínio 50µm, por cerca de 5 segundos para
complementar a limpeza do padrão fundido. Os condutos de alimentação foram
seccionados com discos de carborundum.
A superfície interna da i.e. foi submetida a um exame minucioso com lupa (de
4x) para possibilitar detecção de irregularidades que, quando presentes, eram
removidas com brocas carbide esféricas n° 2 em baixa rotação.
A adaptação de cada uma das i.es. metálicas foi avaliada sobre os troquéis que
lhes deram origem. Aquelas que não apresentavam assentamento adequado sobre seu
troquel, tinham seu interior ajustado com brocas carbide esféricas 2 em baixa
rotação, nos pontos evidenciados pelo carbono líquido spray Arti-Spot Red. O ajust
e
prosseguiu até que cada uma das coroas se assentasse, com o menor desajuste
possível, sobre seu troquel.
4.4.2
- INFRA-ESTRUTURAS CERÂMICAS DO SISTEMA IN-
CERAM
ZIRCONIA
Após a chegada dos troquéis ao laboratório, prosseguiu-se com a aplicação de
uma camada do verniz espaçador do sistema, que ficou 1 mm aquém da margem do
preparo. Os troquéis foram duplicados com silicone de adição e os moldes vazados com
o gesso também específico do sistema. De acordo com especificação do fabricante,
após duas horas, os troquéis de trabalho foram removidos dos moldes e as bases
recortadas a seco, propiciando uma superfície plana. As margens dos preparos foram
delimitadas com grafite e os troquéis pincelados com uma fina camada de selador.
Nesse instante, o conjunto esta
va pronto para receber a mistura In
-
Ceram Zirconia.
4.4.2.1
-
Preparação da mistura
Em um frasco de vidro apropriado verteu-se uma ampola de líquido e uma gota
de aditivo. O frasco com os dois líquidos foi levado a um aparelho de ultra-
som,
Vitasonic II,
para uma completa homogeneização.
Sobre um vibrador, adicionou-se lentamente 38 g do em pequenas porções,
com a ajuda de uma espátula de vidro. Interrompe-se a mistura três vezes para colocar
o frasco de vidro por dois minutos no aparelho de ultra
-
som.
Finalizada a adição do pó, colocou-se o frasco de vidro por sete minutos
novamente no aparelho de ultra-som. A suspensão deverá ser agitada até que se
obtenha uma consistência regular e homogênea.
Em seguida, submeteu-se a mistura ao vácuo por um minuto. A aplicação da
mistura In-Ceram Zirconia sobre os troquéis foi feita com um pincel de pêlo sintético
4.
Com uma lâmina de bisturi nova, procedeu-se a escultura da restauração.
Depois da escultura terminada, foi aplicada uma fina camada de estabilizante e
prosseguiu
-
se com a sinterização.
4.4.2.2
- Cocção de sinterização no forno Vita Inceramat
-
Aquecimento gradual: 6 horas a 150°C.
-
Aumento gradual de temperatura: 2 horas para atingir 1120°C.
-
Manutenção a 1120°C por 2 horas.
-
Resfriamento até 400°C com o fo
rno fechado.
-
Abre
-
se a porta do forno para resfriar até a temperatura ambiente.
Após a cocção, a i.e. é facilmente separada do troquel, em função da contração
deste, que ocorre durante o processo de sinterização. Pequenas correções da
superfície externa deverão ser feitas nesse momento, com pontas diamantadas de
granulação fina em baixa rotação. Pequenas trincas poderão ser detectadas com o
auxílio do líquido (azul) para este fim que acompanha o sistema. Se estas estiverem
presentes, faz
-
se necessária a con
fecção de nova i.e.
A seguir, a mistura de pó de vidro e água destilada foi aplicada generosamente à
superfície externa das i.es. com um pincel. A i.e. foi, então, colocada sobre uma lâmina
de platina para a cocção de infiltração.
4.4.2.3
-
Cocção de infi
ltração no forno Vita Inceramat
-
Aquecimento: 50 minutos para atingir 1140°C
-
Manutenção a 1.140 ° C por 2 horas e trinta minutos.
-
Resfriamento até 400°C com o forno fechado.
-
Abre
-
se a porta do forno para resfriar até a temperatura ambiente.
Após a infiltração, o vidro excedente deverá ser eliminado com o auxílio de
pontas diamantadas de granulação grossa. A seguir, a i.e. foi jateada com óxido de
alumínio de 50
m para eliminar os restos de vidro e ser novamente levada ao forno por
10 minutos a 960°C. Um segundo jateamento com óxido de alumínio de 50 mm foi
efetuado para eliminar o vidro que eventualmente possa ter fluído.
Cada uma das i.es. foi ajustada pelo técnico em prótese dentária sobre os
respectivos troquéis originais. Como evidenciador de contatos internos, este utilizou
batom para maquiagem, pincelado no interior das peças. Os ajustes foram feitos com
pontas diamantadas esféricas em motor elétrico.
4.4.3
-
INFRA
-
ESTRUTURAS CERÂMICAS DO SISTEMA PROCERA
ALLZIRCON
O Sistema Procera é baseado na tecnologia CAD/CAM
Computer
-
Aided
Design/Computer
-Assisted Machining para produção industrial de coroas, facetas,
intermediários ou próteses parciais fixas. As i.es. cerâmicas para Procera foram
escaneadas em laboratório comercial e fabricada por Procera Sandvik em Estocolmo
(Suécia).
O Sistema CAD utiliza um escandidor de troquel e um computador o qual irá
converter as informações digitalizadas obtidas pelo escandidor em pontos
tridimensionais. Esses pontos reproduzem os contornos do preparo dentário na tela do
computador. Após o processamento desses dados é possível por meio de um programa
(software) específico, trabalhar sobre este preparo definindo suas margens,
estabelecendo uma espessura uniforme da i.e. e tipo de colar cervical. Estas
informações são enviadas “via internet” para uma unidade de produção que, sem a
presença do modelo, por meio de um programa de computador (CAM) controla a
confecção da i.e. desejada, de acordo com as informações recebidas numa composição
tridimensional.
4.4.3.1
-
Obtençã
o da imagem do troquel
Inicialmente o troquel foi preparado para facilitar a leitura pelo escandidor das
dimensões do preparo. O troquel foi verticalmente posicionado no escandidor,
centralizado em relação ao feixe de laser do equipamento e a ponta de safi
ra
posicionada abaixo do término cervical e, enquanto girava lentamente sobre seu próprio
eixo, a ponta de safira com uma pressão de 20 g para manter contato com a superfície
do troquel, realizava as leituras ao redor dos 360° da sua circunferência. A cada 360
o
a
ponta de safira se desloca superiormente 200 µm, até o completo mapeamento do
preparo onde em média obtem-se 50.000 pontos digitalizados. A imagem obtida é
visualizada na tela do computador e verificada na sua precisão e continuidade.
4.4.3.2
-
En
vio dos dados
Os dados do preparo e o desenho e espessura desejados da i.e. foram
transferidos para a unidade de produção na Suécia.. Estabeleceu-se em 0,6 mm a
espessura da i.e. a ser fabricada e selecionou-se o ângulo do perfil de emergência
desejado em
20°. O espaço para o agente cimentante foi automaticamente estabelecido
por meio do programa do computador, esperando-se espessura uniforme de
aproximadamente 50µm, de acordo com o próprio fabricante.
4.4.3.3
-
Confecção das infra
-
estruturas
Na unidade de
produção, são confeccionado dois troquéis, um em resina e outro
fresado a partir de um bloco de refratário. Este último tem suas dimensões acrescidas
de aproximadamente 20%, em relação às características encaminhadas, para
compensar a contração da estrutura cerâmica. Óxidos de zircônio e alumina altamente
puros (99,9%) são compactados e secos contra esse troquel a uma pressão de 2
toneladas. A forma externa da i.e. é obtida por usinagem por meio de outro computador
que comanda o contorno externo e a espessura determinada para a futura i.e.
Finalmente, esta é sinterizada à temperatura de 1550
o
C, durante uma hora. As i.es.
passaram por um controle de qualidade e sua adaptação foi avaliada por meio do
troquel de resina.
Em seguida, as i.es. foram encaminhadas por correio para o laboratório que
gerou as informações digitais.
4.5
-
ADAPTAÇÃO DAS INFRA
-
ESTRUTURAS
Após a obtenção das 30 i.es., estas receberam uma marcação com caneta
permanente no centro de cada uma das faces em alinhamento com as marcações a
laser do troquel-padrão. Estas marcações tinham a forma circunferencial e situavam-
se
aproximadamente a 1 mm das margens cervicais das i.es. Em seguida, elas foram
avaliadas quanto ao seu assentamento sobre o troquel-padrão metálico por meio de
sonda exploradora 5 e lupa (figura 4.4). Nenhuma das i.es. teve suas margens
ajustadas durante a avaliação. As i.es. dos grupos MC e IZ necessitaram de ajuste de
sua superfície interna, pois existia íntimo contato entre as paredes das i.es. e do
preparo dental, impedindo seu completo assentamento. Seguindo a metodologia
descrita por DAVIS; KELLY; CAMPBELL
18
(1989), WHITE; SORENSEN; KANG
90
(1991)
e WHITE; KIPNIS
89
(1993), isto pôde ser detectado utilizando-se um elastômero de
consistência fluida como evidenciador de contatos internos. O material era espatulado
de acordo com as instruções do fabricante, levado ao interior das i.es. com um pincel e,
em seguida, assentadas sob pressão digital sobre o troquel-padrão. Após a presa do
material (10 minutos), o interior das i.es. era avaliado e as áreas que mostrassem
contato com o troquel metálico, por transparência do elastômero, foram ajustadas com
pontas esféricas diamantadas em alta rotação, sob refrigeração. Este procedimento
repetiu
-se até que fosse conseguida uma adaptação clinicamente aceitável das i.es. do
grupo MC e IZ. A avaliação da película do elastômero revelou que nenhuma das i.es. do
grupo PZ necessitaria de ajuste de sua superfície interna.
FIGURA 4.4
i.e.s. assentadas sobre o troquel
-
padrão metálico: a
) i.e. do grupo MC;
b) i.e. do grupo IZ; c) i.e. do grupo PZ
Previamente ao ajuste interno, as i.es. foram posicionadas sobre o troquel-
padrão e mantidas em posição por um grampo confeccionado em fio ortodôntico 1,2
mm. Desta maneira, o conjunto era levado para um microscópio Mitutoyo TM modelo
5050, código 176-811A, com aumento de 150 vezes (ocular de 15x e objetiva de 10x)
cabeçotes micrométricos (código 164-162), mostrador digital embutido e precisão de
1µm. Ali, a distância vertical entre o limite c
ervical do ponto circunferencial presente nas
i.es. e o limite coronal do ponto presente no troquel-padrão foi mensurada três vezes
por face.
Depois que as i.es. foram ajustadas, estas foram posicionadas da mesma forma
sobre o troquel-padrão e o conjunto levado novamente ao microscópio para a
mensuração da variação vertical decorrente do ajuste interno. Esta distância foi aferida
da mesma forma descrita anteriormente. A diferença entre a medida inicial e a medida
final representou a variação vertical decorrente da adaptação das i.es.
4.6
- AVALIAÇÃO DO DESAJUSTE VERTICAL E DA ESPESSURA DE
PELÍCULA
4.6.1
AVALIAÇÃO DO DESAJUSTE VERTICAL
Novamente, as i.es. foram posicionadas sobre o troquel-padrão e mantidas em
posição pelo grampo confeccionado em fio ortodôntico. Em seguida, foram levadas ao
microscópio e a distância vertical entre os pontos foi mais uma vez mensurada da
mesma forma. Estes valores foram adotados como os valores iniciais para a avaliação
do desajuste vertical decorrente da simulação da c
imentação das i.es.
A simulação da cimentação foi realizada por meio da técnica denominada
cimento
-análogo, originalmente descrita por McLEAN; von FRAUNHOFER
57
, em 1971.
Selecionou
-se, como material para a simulação da cimentação, um silicone de
condensaçã
o com consistência fluida. Este foi escolhido por permitir melhor contraste
com o silicone de adição com consistência média, utilizado para a inclusão da película
de cimento
-
análogo.
A escolha de um silicone de consistência fluida também se deu por conta d
e
alguns fatores de similaridade com os cimentos de fosfato de zinco e de ionômero de
vidro, como tempo de trabalho e tempo de presa, manipulação e escoamento, conforme
recomendado por McLEAN; von FRAUNHOFER
57
(1971), DAVIS; KELLY; CAMPBELL
18
(1989) e MAY
et al.
55
(1998).
Comprimentos iguais de silicone fluido e pasta catalisadora foram dosados e
manipulados em um bloco de papel. A mistura obtida foi pincelada em uma fina camada
na superfície interna das i.es., que foram levadas ao troquel-padrão e assentadas sob
pressão digital. Em seguida, o conjunto foi levado ao paralelômetro modificado e
recebeu carga estática de 2 kg, mantida por 10 minutos (figura 4.5).
FIGURA 4.5
i.e. do grupo PZ assentada sobre o troquel
-
padrão metálico sob carga estática
Após
a completa polimerização do elastômero (10 minutos), os excessos foram
removidos com auxílio de uma lâmina de bisturi 15, e o conjunto foi levado mais uma
vez ao microscópio e foram obtidos os valores finais do desajuste vertical. A diferença
entre a medida inicial e a medida final representou a variação de desajuste vertical
decorrente da cimentação das i.es.
4.6.2
-
CAPTURA DA PELÍCULA DE CIMENTO
-
ANÁLOGO
As i.es. foram removidas do troquel-padrão e, geralmente, a película de
elastômero permanecia em seu interior (figura 4.6a). Para conseguir sua remoção sem
danos, injetou-se silicone de adição com consistência média com pontas de auto-
mistura e dispositivo próprio (figura 4.6b), até que este preenchesse totalmente a
porção interna da i.e. Demarcou-se a face vestibular do conjunto, bem como o
posicionamento espacial da película identificando o centro da mesma, no sentido
vestíbulo
-
lingual.
FIGURA 4.6
a) película de elastômero no interior da i.e.; b) silicone de consistência média
sendo injetado n
o interior da i.e. para captura da película
Decorrido o tempo de polimerizão do material, retirou-se o conjunto do interior da
i.e., observando-se a pecula de silicone fluido (azul) aderida ao silicone de consistência
média (amarela). Posicionou
-
se, e
m uma segunda fase, este conjunto no centro de um caixa
acrílica transparente com 2 cm de altura x 1,5 mm de largura x 1,5 mm de profundidade,
contendo uma ranhura que permitia identificão do centro do dente, no sentido vestíbulo-
lingual. A caixa acrílica, depois de posicionado o conjunto, foi preenchida com o mesmo
silicone de consistência dia, obtendo-se uma peça única após sua polimerização,
contendo, no seu interior, a pecula de elasmero fluido. Tendo como orientão a face
vestibular e o centro do dente, realizou-se um corte único com uma mina de barbear no
sentido vesbulo-lingual, dividindo o bloco em dois lados: hemiface A e hemiface B (figura
4.7)
.
FIGURA 4.7
bloco de silicona seccionado ao meio
no sentido vestíbulo
-
lingual
contendo
a
película de elastômero em seu interior
Quando a película permaneceu no troquel padrão, procedeu-se de forma
semelhante, exceto que a incorporação deu
-
se pela superfície externa.
4.6.3
-
DEMARCAÇÃO DOS PONTOS DE LEITURA
Para cada hemiface foram selecionados sete pontos a serem analisados no
microscópio comparador, correspondentes as seguintes regiões (figura 4.8):
a)
Porção cervical da parede vestíbulo
-
axial.
b)
Porção intermediária da parede vestíbulo
-
axial.
c)
Porção superior da cúspide vestibular.
d)
Porção
inferior do sulco mesio
-
distal.
e)
Porção superior da cúspide lingual.
f)
Porção intermediária da parede línguo
-
axial.
g)
Porção cervical da parede línguo
-
axial.
FIGURA 4.8
ilustração dos pontos de leitura da espessura de película
4.6.4
- MENSURAÇÃO DA ESPESSURA DE PELÍCULA DE CIMENTO-
ANÁLOGO EM MICROSCÓPIO COMPARADOR
Para a análise da espessura de película, utilizou-se o mesmo microscópio
comparador. Ambas as hemiface do espécime de silicone, de cada corpo de prova,
foram levadas ao microscópio, ajustando-
se
a leitura sempre na linha vertical do
retículo. Cada leitura foi realizada três vezes, obtendo-se a média para cada ponto
correspondente às sete regiões pré-determinadas. Foram realizadas 21 leituras para
cada hemiface e um total de 1.260 para todos os gr
upos no experimento.
Os dados da análise do desajuste vertical e da espessura de película foram
anotados para formação de tabelas e posterior análise estatística.
4.7
-
ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os resultados obtidos foram submetidos a testes estatísticos de Análise
de Variância, teste de Tukey e coeficiente de correlação de Pearson. Em todos
os testes foi adotado nível de significância de 5% (p<0,05).
5. RESULTADOS
5.
RESULTADOS
5.1
-
ADAPTAÇÃO DAS INFRA
-
ESTRUTURAS
As i.es. dos grupos MC e IZ sofreram ajuste de sua superfície interna para
otimizar seu assentamento. Nenhuma das i.es. do grupo PZ necessitou de ajuste
interno.
Os valores médios das variações verticais, obtidas após o ajuste interno das i.es.
metálicas para metalo-cerâmica (grupo MC) e i.es. cerâmicas do sistema In-
Ceram
Zirconia (grupo IZ), foram agrupados na tabela 5.1 e 5.2, respectivamente.
Os valores expressos com sinal negativo demonstram o desajuste negativo da
i.e. (aproximação entre margem da i.e. e término cervical do preparo) e os valores
positivos demonstram o desajuste positivo (distanciamento entre margem da i.e. e
término cervical do preparo).
TABELA 5.1 Média das variações verticais ( m) para as faces vestibular (V), lingual
(L), mesial (M) e distal (D) das i.
es. metálicas para metalo
-
cerâmica.
GRUPO MC
corpo de
prova
V L M D
MÉDIA
01
-
63
-
26
-
37
-
33
-39,7
02
-
48
-
32
-
58
-
50
-47,0
03
-
45
-
13
-
17
-
18
-23,2
04
-
17
-
58
-
23
-9
-26,7
05
-
115
-
363
-
209
-
205
-
223,0
06
-
89
-
21
-
24
-
60
-48,5
07
-
117
-4 -
11
-
49
-45,2
08
-9 -6 -4 -
13
-
8,0
09
-
84
-
12
-
99
-
53
-62,0
10
-
35
-
34
-
38
-
17
-31,0
MÉDIA
-62,2 -56,9 -52,0 -50,7
-55,4
TABELA 5.2 Média das variações verticais ( m) para as faces vestibular (V), lingual
(L), mesial (M) e distal (D) das i.es. cerâmicas do
sistema In
-
Ceram Zirconia.
GRUPO IZ
corpo de
prova
V L M D
MÉDIA
11
-6 -
22
-
16
-5
-
12
12
-6 -
28
-
10
-1
-
11
13
-
23
-
14
-
10
2
-
11
14
-1 -2 1 0
-1
15
-9 -4 -5 -9
-7
16
-
14
-
29
-
41
-9
-
23
17
-
61
-7 -
41
-
19
-
32
18
-
24
-
11
-8 -6
-
12
19
-
37
-
12
-
23
-
18
-
23
20
-
44
-
12
-
75
-
13
-
36
MÉDIA
-
23
-
14
-
23
-8
-
17
5.2
-
DESAJUSTE VERTICAL
Os valores médios dos desajustes verticais, obtidos após a simulação da
cimentação das i.es. metálicas para metalo-cerâmica (grupo MC) foram agrupados na
tabela 5.3. Da mesma forma, os valores médios dos desajustes verticais das i.es.
cerâmicas dos sistemas In-Ceram Zirconia (grupo IZ) e Procera AllZircon (grupo PZ)
estão representadas nas tabelas 5.4 e 5.5, respectivamente.
TABELA 5.3 Média dos desajustes verticais ( m) para as faces vestibular (V), lingual
(L), mesial (M) e distal (D), após a simulação da cimentação das i.es. metálicas para
metalo
-
cerâmica.
GRUPO MC
corpo de
prova
V L M D
MÉDIA
01
-
34
-
19
24
-
29
-
15
02
18
59
3 -
22
15
03
23
-
14
-
13
16
3
04
-
14
32
-
18
-
18
-5
05
-
30
-
17
-
47
-
11
-
26
06
-
14
-6 -
16
-
13
-
12
07
-3 -
21
-
20
-
21
-
16
08
-
14
75
13
47
30
09
-
16
6
16
-8
-1
10
-
54
18
-
31
4
-
16
MÉDIA
-
14
11
-9 -6 -4
TABELA 5.4 Média dos desajustes verticais ( m) para as faces vestibular (V), l
ingual
(L), mesial (M) e distal (D), após a simulação da cimentação das i.es. cerâmicas do
sistema In
-
Ceram Zirconia.
GRUPO IZ
corpo de
prova
V L M D
MÉDIA
11
17
16
-5 -
12
4
12
-
41
36
9 -8
-1
13
30
14
-7 -
15
6
14
-
18
21
4 1
2
15
-7
21
20
15
12
16
-6
13
44
16
17
17
-
17
10
31
12
9
18
-7 3
19
10
6
19
-
21
3 -2 -7
-7
20
-7 -6
34
8
7
MÉDIA
-8
13
15
2 6
TABELA 5.5 Média dos desajustes verticais ( m) para as faces vestibular (V), lingual
(L), mesial (M) e distal (D), após a simulação da cimentação das i.es. cerâmicas do
sistema Procera AllZircon.
GRUPO PZ
corpo de
prova
V L M D
MÉDIA
21
-
58
62
2 -3
1
22
-
92
41
68
-
61
-
11
23
-
39
-
46
-
55
-
14
-
39
24
-
64
58
-7
10
-1
25
-
40
14
-
20
0
-
12
26
-
94
27
-
29
-
10
-
27
27
-
34
21
-
31
3
-
10
28
-8 7 -
58
-4
-
16
29
-
45
-
53
-
26
-
29
-
38
30
-
38
3 -
79
90
-6
MÉDIA
-
51
13
-
24
-2 -
16
5.3
-
ESPESSURA DE PELÍCULA
As médias da espessura de película de elastômero, nos diferentes pontos das
i.es. metálicas para metalo-cerâmica (grupo MC) foram agrupadas na tabela 5.6. Da
mesma forma, as dias da espessura de película para as i.es. cerâmicas dos
sistemas In-Ceram Zirconia (grupo IZ) e Procera AllZircon (grupo PZ) estão
representadas nas tabelas 5.7 e 5.8, respectivamente.
TABELA 5.6 Médias de espessura de película ( m) nos diferentes pontos das i.es.
metálicas para metalo
-
cerâmica.
GRUPO MC
corpo de
prova
A B C D E F G
01
60
17
80
117
45
20
132
02
68
12
44
53
41
11
87
03
61
14
37
68
42
10
73
04
122
26
83
78
37
11
118
05
100
43
48
87
60
34
99
06
20
17
31
89
98
13
37
07
74
9
46
59
66
12
73
08
25
18
77
131
100
16
77
09
50
14
35
23
16
13
108
10
62
7
63
88
84
13
97
MÉDIA
64
18
54
79
59
15
90
TABELA 5.7 Médias de espessura de película ( m) nos diferentes pontos das i.es.
cerâmicas do siste
ma In
-
Ceram Zirconia.
GRUPO IZ
corpo de
prova
A B C D E F G
11
59
56
81
79
40
96
63
12
61
139
92
58
58
25
48
13
84
45
35
61
45
55
44
14
69
56
28
80
60
69
70
15
106
61
64
86
68
54
38
16
161
46
105
49
22
63
109
17
120
54
53
61
57
82
96
18
152
65
29
37
20
124
141
19
123
67
67
116
60
113
80
20
60
43
43
107
63
33
74
MÉDIA
100
63
60
73
49
71
76
TABELA 5.8 Médias de espessura de película ( m) nos diferentes pontos das i.es.
cerâmicas do sistema Procera AllZircon.
GRUPO PZ
corpo de
prova
A B C D E F G
21
96
103
23
117
59
43
57
22
128
143
30
118
93
18
35
23
29
38
189
99
49
122
119
24
115
147
44
101
73
19
10
25
103
76
74
95
46
20
52
26
71
52
77
102
84
67
47
27
54
13
46
95
46
78
73
28
14
23
32
76
138
307
126
29
90
109
85
115
94
35
28
30
65
139
122
186
158
55
54
MÉDIA
77
84
72
110
84
76
60
Para melhor análise da espessura de película, os pontos analisados foram
agrupados, segundo a figura 5.1, em regiões na seguinte ordem: região I média dos
pontos A e G, região II média dos pontos B e F, região III média dos pontos C e E e
região IV ponto D. Desta forma, este agrupamento gerou as tabelas 5.9 (grupo MC),
5.10 (grupo IZ) e 5.11 (grupo PZ), apresentadas a seguir.
FIGURA 5.1
ilustração das regiões correspondentes a região axi
o-
cervical (I), axio
-
oclusal (II),
porção superior das cúspides (III) e porção inferior do sulco mesio
-
distal (IV)
TABELA 5.9 Médias de espessura de película ( m) nas regiões I, II, III e IV das i.es.
metálicas para metalo
-
cerâmica.
GRUPO MC
I
II
III
IV
01
96
19
63
117
02
78
12
43
68
03
67
12
40
68
04
120
19
60
78
05
100
39
54
87
06
29
15
65
89
07
74
11
56
59
08
51
17
89
131
09
79
14
26
23
10
80
10
74
88
MÉDIA
77
17
57
81
TABELA 5.10 Médias de espessura de película ( m) nas regiões I, II, III e IV das i.es.
cerâmicas do sistema In
-
Ceram Zirconia.
GRUPO IZ
I
II
III
IV
11
61
76
61
79
12
55
82
75
58
13
64
50
40
61
14
70
63
44
80
15
72
58
66
86
16
135
55
64
49
17
108
68
55
61
18
147
95
25
37
19
102
90
64
116
20
67
59
53
107
MÉDIA
88
70
55
73
TABELA 5.11 Médias de espessura de película ( m) nas regiões I, II, III e IV das i.es.
cerâmicas do sistema Procera AllZircon.
GRUPO P
-
i.e. Procera AllZircon
I
II
III
IV
21
77
73
41
117
22
82
81
62
118
23
74
80
119
99
24
63
83
59
101
25
78
48
60
95
26
59
60
81
102
27
64
46
46
95
28
70
165
85
76
29
59
72
90
115
30
60
97
140
186
MÉDIA
69
81
78
110
5.4
-
ANÁLISE ESTATÍSTÍCA
5.4.1
-
desajuste vertical
A tabela 5.12 traz a média de desajuste vertical por face, após a simulação da
cimentação das i.es., e respectivo desvio
-
padrão, para cada grupo.
Para o desajuste vertical, quando utilizada Análise de Variância a 2 critérios
(grupo de coroa e face medida), houve diferença estatisticamente significante entre os
grup
os (F=6,48; p= 0,005) e entre as faces medidas (F=9,05; p<0,001). Porém, não
houve interação (F= 2,12; p= 0,0592), ou seja, independentemente do grupo observado,
ocorreu diferença estatística significante entre as faces. Da mesma forma,
independentemente da face observada, ocorreu diferença estatística significante entre
os grupos.
TABELA 5.12
Desajuste vertical médio por face (
m) e respectivo desvio
-
padrão (dp).
GRUPO
V L M D
MÉDIA
NÚMERO DE
ESPÉCIMES
MC
-
14 (23)
11 (34)
-
9 (22)
-
6 (23)
-
4 (26)
10
IZ
-
8 (20)
13 (12)
15 (18)
2 (12)
6 (16)
10
PZ
-
51 (27)
13 (39)
-
24 (40)
-
2 (38)
-
16 (36)
10
MÉDIA
-
24 (30)
13 (30)
-
6 (32)
-
2 (26)
30
Utilizando o teste de Tukey para a média do desajuste vertical após a
cimentação: a) por grupo, observou-se que o grupo PZ foi diferente estatisticamente do
grupo IZ e o grupo MC semelhante ao grupo IZ e ao grupo PZ; b) por face, observou-
se
que a face vestibular foi diferente das faces distal e lingual e semelhante à face mesial,
não havendo diferença estatística significante entre as faces lingual, mesial e distal.
(tabelas 5.13 e 5.14).
TABELA 5.13
Teste de Tukey comparando desajuste vertical por grupo (
m).
GRUPO
MÉDIA
MC
-4
ab
IZ
6
b
PZ
-
16
a
OBS: médias assinaladas com a mesma letra não possuem diferença est
atística entre si
TABELA 5.14
Teste de Tukey comparando desajuste vertical por face (
m).
FACE
MÉDIA
V
-
24
a
L
13
b
M
-6
ab
D
-2
b
OBS: médias assinaladas com a mesma letra não possuem diferença estatística entre si
5.4.2
-
espessura de películ
a
As tabelas 5.6, 5.7 e 5.8 foram submetidas à análise estatística, gerando
inicialmente, um resumo descritivo com média de espessura, valores mínimo e máximo
e desvio-padrão por ponto (tabelas 5.15, 5.16 e 5.17, respectivamente para os grupos
MC, IZ e PZ), bem como sua representação gráfica (figura 5.2). Isto torna visível a
grande variabilidade na espessura de película encontrada por ponto, entre as i.es. Por
exemplo, na tabela 5.17, no ponto F, foi possível encontrar espessura igual a 18 m e a
307
m,
demonstrando uma amplitude de 289
m.
TABELA 5.15 Resumo descritivo da espessura de película ( m) por ponto, nas i.es.
metálicas para metalo
-
cerâmica.
PONTO
MÉDIA
MÍNIMO
MÁXIMO
DESVIO
-
PADRÃO
A
64
20
122
31
B
18
7
43
10
C
54
31
83
20
D
79
23
131
31
E
59
16
100
28
F
15
10
34
7
G
90
37
132
27
TABELA 5.16 Resumo descritivo da espessura de película ( m) por ponto, nas i.es.
cerâmicas do sistema In
-
Ceram Zirconia.
PONTO
MÉDIA
MÍNIMO
MÁXIMO
DESVIO
-
PADRÃO
A
100
59
161
100
B
63
43
139
63
C
60
28
1
05
60
D
73
37
116
73
E
49
20
68
49
F
71
25
124
71
G
76
38
141
76
TABELA 5.17 Resumo descritivo da espessura de película ( m) por ponto, em i.es.
cerâmicas do sistema Procera AllZircon.
PONTO
MÉDIA
MÍNIMO
MÁXIMO
DESVIO
-
PADRÃO
A
77
14
128
37
B
84
13
147
51
C
72
23
189
51
D
110
76
186
29
E
84
46
158
39
F
76
18
307
87
G
60
10
126
37
0
20
40
60
80
100
120
A B C D E F G
Grupo MC
Grupo IZ
Grupo PZ
FIGURA 5.2
representação gráfica da média de espessura dos grupos MC, IZ e PZ por ponto
A tabela 5.18 traz a espessura média de película para cada grupo e entre os
grupos para as regiões I, II, III e IV (agrupamento segundo figura 5.1) e o respectivo
desvio
-
padrão (dp).
Para espessura de película, quando utilizada Análise de Variância a 2 critérios
(grupo de coroa e região de medição), houve diferença estatisticamente significante
entre os grupos (F=9,57; p<0,001) e entre as regiões medidas (F=11,53; p<0,001).
Houve, também, interação entre grupos e região de medição (F=6,66; p<0,001), ou
seja, a diferença estatisticamente significante ocorreu em diferentes localizações da
película e diferentes tipos de coroas. Necessariamente, não houve diferenças entre os
grupos em todas as regiões mensuradas, bem como, nem todas as regiões foram
diferentes em todos os grupos.
TABELA 5.18 Espessura média de película para cada grupo e entre os grupos para
cada região (
m) e respectivo desvio
-
padrão (dp).
REGIÃO
GRUPO
I
II
III
IV
MC
77 (25)
17 (8)
57 (18)
81 (30)
IZ
88 (33)
70 (15)
55 (15)
73 (25)
PZ
69 (9)
81 (34)
78 (32)
110 (29)
média do
s
grupos
78 (25)
56 (35)
63 (24)
88 (32)
Utilizando o teste de Tukey para comparar os grupos, levando em consideração
as regiões de medição, observou-se que, para a região I, não houve diferença
estatística significante na espessura de película entre os grupos. Para a região II, o
grupo MC apresentou estatisticamente menor espessura de película que os grupos IZ e
PZ, que apresentaram valores semelhantes entre si. Para a região III, também não
houve diferença significante na espessura de película entre os
grupos. Para a região IV,
o grupo IZ apresentou estatisticamente menor espessura de película que o grupo PZ;
entretanto, o grupo MC foi semelhante ao grupo IZ e ao grupo PZ (tabela 5.19).
TABELA 5.19 Teste de Tukey comparando grupos, considerando as regiões I, II, III e
IV.
GRUPO
Região I
Região II
Região III
Região IV
MC
77
a
17
a
57
a
81
a/b
IZ
88
a
70
b
55
a
73
a
PZ
69
a
81
b
78
a
110
b
OBS: médias assinaladas com a mesma letra não possuem diferença estatística entre si para a
mesma região
Quan
do o teste de Tukey foi utilizado para comparação entre as regiões de
medição, levando em consideração os grupos, observou-se que para o grupo MC, a
região II produziu espessura de película estatisticamente significante menor que as
demais regiões; entre as regiões I, III e IV, não houve diferença estatística significante.
Para o grupo IZ, a região III apresentou espessura significantemente menor que a
região I; entre as regiões I, II e IV, não houve diferença estatística significante, bem
como não houve diferença significante entre as regiões II, III e IV. Para o grupo PZ, a
região I e a região III mostraram espessura de película significantemente menor que a
região IV; porém, entre as regiões I, II e III, não houve diferença estatística significante,
bem c
omo não houve diferença significante entre as regiões II e IV (tabela 5.20).
TABELA 5.20 Teste de Tukey comparando regiões, considerando os grupos MC, IZ e
PZ.
REGIÃO
Grupo MC
Grupo IZ
Grupo PZ
I
77
a
88
a
69
a
II
17
b
70
a/b
81
a/b
III
57
a
55
b
78
a
IV
81
a
73
a/b
110
b
OBS: médias assinaladas com a mesma letra não possuem diferença estatística entre si para o
mesmo grupo
A tabela 5.21 mostra a espessura média de película de cada grupo e entre os
grupos e o respectivo desvio-padrão. Estes valores foram obtidos pela média das
regiões I, II, III e IV para cada grupo.
TABELA 5.21 Espessura média de película para cada grupo e entre os grupos ( m) e
respectivo desvio
-
padrão (dp).
GRUPO
MÉDIA (dp)
NÚMERO DE ESPÉCIMES
MC
58 (13)
10
IZ
71 (10)
10
PZ
84 (17)
10
média entre
os grupos
71 (17)
30
Ponderando a espessura média de película de cada grupo, a análise de
variância a 1 critério demonstrou diferença estatística entre os grupos (F=9,57;
p<0,001). O teste de Tukey apontou a espessura de película do grupo MC, como
estatisticamente menor do que aquela do grupo PZ; entretanto, o grupo MC apresentou
espessura semelhante ao grupo IZ e o grupo IZ apresentou película semelhante ao
grupo PZ (tabela 5.22).
TABELA 5.22 Teste de Tukey comparando espessura média de película entre os
grupos (
m).
GRUPO
MÉDIA
MC
58
a
IZ
71
a/b
PZ
84
b
OBS: médias assinaladas com a mesma letra não possuem diferença estatística entre si
Para se verificar a correlação entre espessura de película e desajuste vertical foi
utilizado o coeficiente de correlação de Pearson, obtendo
-
se r=
-
0,26; p= 0,173, sendo o
resultado estatisticamente não significante (figura 5.3).
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
20
30
40
20
40
60
80
100
120
140
FIGURA 5.3
representação gráfica da correlação entre espessura de pelíc
ula e desajuste
vertical segundo o coeficiente de correlação de Pearson (r=
-
0,26; p= 0,173)
6. DISCUSSÃO
6. DISCUSSÃO
O processo de fundição por cera perdida, introduzido por TAGGART
84
, em 1907,
certamente foi um dos maiores passos para o avanço das técnicas odontológicas. Este
processo é apontado, até hoje, como o grande responsável pela produção de
restaurações de ajuste preciso, que estejam de acordo com a concepção atual de
fisiologia, função, mecânica e estética.
Durante as últimas décadas, o uso de ligas básicas, em substituição às ligas de
ouro, ganhou grande espaço, impulsionado, principalmente, pela vantagem financeira
trazida pela substituição. A consagração das restaurações metálicas indiretas,
conseguida através dos anos, fundame
nta
-se nos resultados clínicos favoráveis
relatados na literatura e evidenciado por clínicos em todo o mundo. Desta forma, é
inevitável que qualquer sistema inovador que venha a ser apresentado como substituto
do metal, deva ser comparado a este padrão.
Co
ncomitantemente, o desenvolvimento de novos sistemas cerâmicos com
reforço de alumina e zircônio impulsionou o mercado dos fabricantes de materiais
odontológicos, alimentando o desejo daqueles profissionais ávidos em utilizar
restaurações indiretas sem a p
resença de metal.
A adaptação de uma coroa, tradicionalmente, refere-se ao espaço existente
entre sua superfície interna e o dente preparado, embora seja a adaptação alcançada
após sua cimentação, o mais relevante fator para a longevidade da restauração
(H
OLLENBACK
37
, 1928). HOLMES
38
(1989) acreditava que a adaptação de uma coroa
pudesse ser mais bem definida em termos de “desajuste” mensurado em diversos
pontos entre a superfície interna daquela e o dente preparado. O crescente interesse
por restaurações indiretas cerâmicas trouxe à tona a necessidade de se identificar
fatores significantes ao sucesso clínico dos materiais e, idealmente, informação
suficiente para predizer seu comportamento ao longo do tempo. Entretanto, informações
objetivas a respeito do ajuste de uma coroa não são fáceis de serem obtidas. A
problemática de se mensurar a adaptação tridimensional de restaurações indiretas
ainda não está resolvida na prática (QUALTROUGH; PIDDOCK
70
, 1992).
As técnicas de obtenção das i.es. deste trabalho são
consideravelmente
influenciadas pelos fenômenos de contração e expansão de cada um dos materiais
utilizados nestes processos. Características intrínsecas dos materiais de moldagem,
produtos à base de gesso e revestimento, plásticos, ceras, massas cerâmicas e ligas
metálicas fazem com que, geralmente, as i.es. obtidas por estas técnicas, não se
adaptem precisamente aos preparos dentais que as deram origem. Estas distorções
nas i.es. fazem com que exista um espaço interno o uniforme que influenciaria sua
co
mpleta adaptação. FUSAYAMA et al.
28
(1963) observaram que mesmo sem cimento,
as restaurações metálicas fundidas o se assentavam completamente, devido às
numerosas variáveis associadas ao processo de fundição. Além disso, este espaço
interno não uniforme, ainda levaria a um inapropriado fluxo de escoamento durante a
cimentação, com conseqüente desajuste marginal, oclusal e proximal da restauração.
(DAVIS; KELLY; CAMPBELL
18
, 1989). O íntimo contato entre as paredes das i.es. e do
preparo dental pode ser desfavorável à retenção das coroas e favorecer o processo de
filtragem do agente de cimentação, como descrito por J
RGENSEN
42,43
, em 1960a e
1960b. Quanto mais justo for o contato entre a coroa e o dente, mais difícil é o
escoamento do cimento entre as paredes do preparo e da restauração (SCHWARTZ
77
,
1986).
O conceito de que uma ‘boa fundição deveria adaptar-se de forma justa ao
preparo tem sido questionado alguns anos por autores que não encontraram
correlação significativa entre retenção das coroas antes e após a cimentação
(GRAJOWER; LEWINSTEIN
31
, 1983, SCHWARTZ
77
, 1986 e MARKER et al.
54
, 1987). A
retenção antes da cimentação pode ser devida a discrepâncias na superfície interna da
coroa, como bolhas, nódulos ou elevada rugosidade superficial.
As i.es. utilizadas neste trabalho não receberam adição de porcelana de
recobrimento e isso, segundo PERA et al.
63
(1994) e SHEARER; GOUGH; SETCHELL
78
(1996), não influenciaria os resultados obtidos nas diversas avaliações experimentais da
pesquisa.
Este trabalho avaliou a influência do ajuste interno de i.es. adaptadas sobre um
troquel
-padrão metálico. Um silicone de consistência fluida foi utilizado como agente
revelador de contatos internos, como proposto por ARAKELIAN
4
(1982), RISSIN;
WETREICH
72
(1983), DAVIS; KELLY; CAMPBELL
18
(1989), WHITE; SORENSEN;
KANG
90
(1991), TROENDLE; TROENDLE; CAVAZOS
86
(1991) WHITE; KIPNIS
89
(1993)
e KEYS
52
(2002). Quando colocado no interior da i.e. e assentada sobre o preparo
dental, o material forma uma réplica tridimensional do espaço interno da restauração.
Áreas que revelem de forma direta ou por transparência a superfície interna das i.es.
devem ser ajustadas, até que se forme uma película uniforme de silicone sob as
mesmas. Uma vantagem de se utilizar um elastômero como ferramenta de ajuste
interno é o fato do operador poder fazer avaliação visual e qualitativa da adaptação
geral da coroa. As observações de DAVIS; KELLY; CAMPBELL
18
(1989) indicaram
espessura de película de cimento mais uniforme para coroas ajustadas internamente,
do que para coroas que não sofreram qualquer ajuste.
Outro motivo para o silicone fluido ter sido utilizado como revelador de contatos
internos, é o fato de que este mesmo material foi usado como cimento-análogo na
avaliação da espessura de película das i.es. Desta forma, o ajuste interno propiciou
espaço suficiente para a acomodação deste material. Se o ajuste fosse realizado
através de outro agente evidenciador de contatos, talvez o espaço criado pelo ajuste
não fosse compatível com a espessura de película do cimento-análogo. Logo, a análise
do espaço interno das i.es. poderia sofrer ainda mais influência da dinâmica dos fluidos,
durante a cimentação.
Os resultados obtidos na adaptação das i.es. demonstraram a efetividade deste
procedimento. Os grupos ajustados (MC e IZ) tiveram redução média de 55,4 m e
17
m, respectivamente, após a adaptação de seus corpos de prova sobre o troquel-
padrão (tabelas 5.1 e 5.2). Estes resultados são semelhantes aos encontrados por
USHIWATA et al.
87
(2000), que observaram melhora na adaptação de i.es. metálicas
fundidas em liga de níquel-cromo, em 51,5 m, sobre troquéis de gesso. Da mesma
forma, DAVIS; KELLY; CAMPBELL
18
(1989) também observaram melhora na adaptação
de coroas de ouro em 61 m. Estes valores superaram outros resultados encontrados
na literatura. WHITE; SORENSEN; KANG
90
(1991) e WHITE; KIPNIS
89
(1993)
encontraram redução média no desajuste marginal de 37
m e 10
m, respectivamente,
para coroas fundidas em liga básica.
Embora todas as i.es. se apresentassem adequadamente adaptadas nos
troquéis de gesso, todos os espécimes dos grupos MC e IZ receberam de uma a três
seqüências de ajuste interno (da maneira descrita na seção Material e Métodos deste
trabalho), com exceção do corpo de prova mero 5 do grupo MC que necessitou ser
ajustado 6 vezes. Isto resultou no maior valor médio de adaptação das i.es. (223
m
-
tabela 5.1). Entretanto, isto não fez com que este espécime tivesse um comportamento
diferente dos demais na avaliação do desajuste vertical e da espessura de película,
como pode ser observado nas tabelas 5.3 e 5.6. A avaliação da película do silicone
fluido revelou que nenhuma das i.es. do grupo PZ necessitaria de ajuste de sua
superfície interna.
HOBKIRK
36
(1977) afirmou que o desgaste interno das i.es. deveria ser evitado,
pois os procedimentos de abrasão afetariam a textura superficial e, conseqüentemente,
a resistência do material.
Este experimento utilizou um único troquel-padrão metálico com dimensões
semelhantes às de um dente natural, limite cervical bem definido e superfície polida e
regular. Como em situações clínicas os preparos dentais tendem a ser mais irregulares,
talvez os resultados do ajuste interno assim obtidos possam ser maiores do que
aqueles conseguidos neste estudo.
A literatura odontológica acerca dos sistemas cerâmicos parece considerar
desajustes marginais na ordem de 100 a 200 m como aceitáveis (SULAIMAN et al.
82
,
1997, NEIVA et al.
58
, 1998, BOENING et al.
9
, 2000 e ÖDMAN; ANDERSSON
59
, 2001).
Entretanto, aqueles autores que discorreram sobre i.es. metálicas relataram que o
desajuste tolerável seria de 25 a 50 m (J
RGENSEN
42
, 1960a, FUSAYAMA;
IWAMOTO
27
, 1961 e CHRISTENSEN
17
, 1971). Ou ainda não existe um consenso a
respeito do limite aceitável de desajuste ou existe uma complacência quanto ao
desajuste de coroas totalmente cerâmicas, frente às limitações inerentes de seus
sistemas.
Desde muito tempo credita-se à dificuldade de escoamento do cimento como o
principal fator que impede o assentamento completo de uma coroa total, já que à
medida que a coroa se assenta, a área marginal de escape para o cimento diminui,
dificultando o escoamento pelo estreitamento do caminho de saída. Muitos estudos se
propuseram a solucionar este inconveniente, avaliando pressão de cimentação
(J
RGENSEN
42
, 1960ª e ISHIKIRIAMA et al.
40
, 1981), duração da pressão de
cimentação (J
RGENSEN
42
, 1960a), proporção pó/líquido (J RGENSEN
42
, 1960a e
WINDELER
98
, 1979), geometria do preparo (FUSAYAMA et al.
28
, 1963, KAY;
JABLONSKI; DOGON
49
, 1986, BYRNE
11
, 1992 e SYU et al.
83
, 1993), tipo de cimento
(EAMES et al.
23
, 1978 e HEMBREE; GEORGE; HEMBREE
34
, 1978), volume do cimento
colocado (ISHIKIRIAMA et al.
40
, 1981 e TAN; IBBETSON
85
, 1996), perfuração na coroa
para escoamento do cimento (J
RGENSEN
42
, 1960a, BASSET
6
, 1966, HEMBRE
E;
GEORGE; HEMBREE
34
, 1978 e ISHIKIRIAMA et al.
40
, 1981), uso de espaçadores de
troquéis (EAMES et al.
23
, 1978 e WILSON
96
, 1994) e alívio interno da superfície das
coroas com tratamentos químico e mecânico (HOLLENBACK
37
, 1928 e BASSET
6
,
1966).
Este trabalho avaliou a influência da cimentação sobre o desajuste vertical das
i.es., que foram cimentadas sob pressão digital, como sugerido por DAVIS; KELLY;
CAMPBELL
18
(1989) e mantidas em posição sob 2 Kg de carga. A cimentação foi assim
realizada para aproximar o procedimento laboratorial da situação clínica, além de que
as i.es. correriam risco de fratura se submetidas à carga maior (WEAVER; JOHNSON;
BALES
88
, 1991, MAY et al.
55
, 1998 e QUINTAS; OLIVEIRA; BOTTINO
71
, 2004).
WILSON et al.
94
(1990) sugeriram que coroas totalmente cerâmicas fossem cimentadas
sob baixa carga de assentamento (por volta de 0,3 a 1 Kg), com cimentos de baixa
viscosidade e afirmaram que cargas exageradas poderiam aumentar a transmissão de
pressão em direção à polpa, aumentando a possibilid
ade de injúria.
A simulação da cimentação sempre resultou em desajuste. As coroas
assumiram uma posição espacial, em relação ao troquel-padrão, distinta daquela que
tinham na ausência do cimento-análogo, fazendo crer que a presença do agente de
cimentação
é capaz de produzir variação vertical na posição das coroas. As i.es. do
grupo IZ desajustaram, em média, 6 m (tabela 5.4), enquanto as dos grupos MC e PZ
sobre
-
assentaram
-
se
-
4
m e -
16
m, respectivamente (tabelas 5.3 e 5.5). O teste de
Tukey (tabela 5.13) demonstrou que o grupo PZ foi diferente estatisticamente do grupo
IZ e o grupo MC semelhante ao grupo IZ e ao grupo PZ. Inúmeros autores
(J
RGENSEN
42
, 1960a, FUSAYAMA et al.
28
, 1963, BASSET
6
, 1966, BOLOURI;
MARKER; SARAMPOTE
10
, 1987, ROSENSTIEL; GEGAUFF
73
, 1988, GEGAUFF;
ROSENSTIEL
29
, 1989, KERN; SCHALLER; STRUB
51
, 1993, WHITE; KIPNIS
89
, 1993,
TAN; IBBETSON
85
, 1996, BESCHNIDT; STRUB
7
, 1999 e QUINTAS; OLIVEIRA;
BOTTINO
71
, 2004) observaram
desajuste vertical após a cimentação de coroas totais.
A conseqüência da abertura marginal, causada pelo desajuste vertical após a
cimentação, é o aumento da área de cimento exposto na margem. O papel da retenção
de placa bacteriana na etiologia da cárie e inflamação gengival foi estabelecido de
forma bastante clara (
SCHWARTZ
76
, 1970, SORENSEN
79
, 1989 e FELTON et al.
24
,
1991). Minimizando o grau de desajuste marginal, a superfície de cimento exposta ao
meio oral também diminuirá, reduzindo a taxa de dissolução do cimento nos fluidos
orais (KAWAI; ISENBERG; LEINFELDER
48
, 1993). Tanto quando o cimento é
dissolvido, quanto durante a remoção de seu excesso, um hiato é criado na margem da
restauração, sendo nicho de retenção bacteriana. Quando este desajuste encontra-
se
acima da gengiva marginal livre, a principal preocupação é a recidiva de cárie. Quando
se localiza sub-gengival, inflamação gengival e lesões de cárie podem ocorrer
(SORENSEN
80
, 1990).
O efeito do desajuste marginal sobre a doença periodontal foi examinado por
FELTON et al.
24
, 1991. Ele pôde concluir que as desajustes marginais teriam maior
efeito sobre a inflamação periodontal do que a localização do término cervical
propriamente dita.
A existência de doença periodontal iatrogênica ao redor de coroas cerâmicas
também está bem documentada (SORENSEN
79
, 1989). ÖDMAN; ANDERSSON
59
(2001) observaram uma maior freqüência de sangramento à sondagem em dentes com
coroas Procera AllCeram (39%) do que em dentes naturais adjacentes (27%). A
fidelidade marginal de vários sistemas de coroas não é apenas uma preocupação
acadêm
ica, mas de grande preocupação clínica, afetando a saúde e a estética do
paciente.
McLEAN; von FRAUNHOFER
57
(1971) mensuraram in vivo a espessura de
película de coroas e demonstraram que o desajuste marginal variava de 10 m a 160
m. Também citaram o sucesso clínico, com 5 anos de acompanhamento, de mais de
mil coroas com desajuste marginal da mesma ordem, sendo que, para eles, desajustes
menores que 80 m seriam impossíveis de se detectar com uma sonda exploradora.
Em 1999, BESCHNIDT; STRUB
7
demonstraram, in vitro, que a ciclagem térmica e a
carga cíclica não afetaram o desajuste marginal de coroas totais.
HOLLENBACK
37
(1928) e SCHWARTZ
77
(1986) consideraram a adaptação
marginal um fator primário e de valor extremamente significante na prevenção de cáries
secundárias, além de um importante indicador da qualidade de uma coroa. Entretanto,
em 1988, PILO et al.
65
citaram terem encontrado pequena correlação clínica entre
desajuste marginal e perda de cimento. Eles exemplificaram que coroas cimentadas por
8 a 15 anos, sobre dentes que tiveram de ser extraídos, apresentavam desajustes
marginais grosseiros e nenhuma perda de cimento. Por outro lado, outras coroas com
ajuste marginal considerado adequado exibiam significante degradação da linha de
cimento, demonstrando que a integridade marginal pode não ser a única responsável
pela perda do agente de cimentação.
CHRISTENSEN
16
(1966) observou que 10 experientes operadores não foram
capazes de determinar, de forma correta e consistente, o desajuste marginal de áreas
acessíveis exclusivamente por sonda exploradora e imagens radiográficas. Algumas
destas foram consideradas satisfatórias com desajuste de até 119 m. Entretanto,
outras, onde o acesso visual e a percepção tátil com sonda exploradora eram possíveis,
foram co
nsideradas insatisfatórias com desajuste de 26
m. DEDMON
19
(1982) também
encontrou ampla divergência de resultados inter e intra-examinadores, quando
experientes profissionais avaliaram desajustes marginais horizontais e verticais. A
média encontrada para desajustes verticais considerados inaceitáveis foi de 114 m e
de 93
m, para as horizontais.
QUINTAS; OLIVEIRA; BOTTINO
71
(2004) cimentaram, sobre o mesmo troquel
metálico, i.es. Procera AllCeram, InCeram Alumina e Empress 2 com os cimentos de
fosfato de zinco, ionômero de vidro e resinoso. Os resultados mostraram que o tipo de
agente de cimentação não foi significante quando considerado isoladamente.
Entretanto, as i.es. do sistema Procera AllCeram apresentaram os menores valores
médios de desajuste vertical após cimentação (19 m), quando comparadas àquelas
dos sistemas Empress 2 (42
m) e In
-
Ceram Alumina (60
m).
Os resultados de CHAN et al.
13
(2004) mostraram que quanto maior o grau de
convergência das paredes do preparo, maior seria o desajuste vertical das coroas,
sendo que a partir de 12
o
de convergência, observou
-
se um decréscimo
correspondente
na retenção de coroas totais.
Para ROSENSTIEL; LAND; CRISPIN
74
(1998) diferentes cimentos podem
necessitar de diferentes espaços pré-cimentação. Estes afirmaram que a desajuste
vertical da coroa, resultante da cimentação, existe em função da viscosidade do
cimento. Tem sido demonstrado que cimentos resinosos resultam em significantemente
maior incidência de desajuste vertical, presumidamente pela sua alta vis
cosidade
(WHITE; YU; KIPNIS
93
, 1992 e WHITE; KIPNIS
89
, 1993). Entretanto, ainda não existem
evidências claras de que um tipo de cimento possa promover melhor assentamento de
coroas em relação aos demais.
Não se pode esquecer que os agentes de união à dentina também têm uma
espessura mensurável que pode atingir até 50 m nas paredes gengivais, axiais e
oclusal. Entretanto, alguns agentes de união podem produzir espessura além de 200
m nos ângulos axio
-
gengivais (de la MACORRA; PRADIES
53
, 2002).
EAMES et al.
23
(1978) notaram que houve diferença significante no
assentamento de coroas, na ausência de cimento, quando a força de assentamento
variou de pressão digital a força de mordida, com um efeito rebote entre 75 m e 150
m após a remoção da força de mordida.
O efeito rebote, para WILSON et al.
94
(1990) e
WILSON
95
(1992), não ocorre se a força for mantida sobre a coroa até que o cimento
termine sua presa, implicando que haja um estresse residual no interior da mesma.
Parece, ainda, não estar claro que efeitos este estresse residual teria sobre a estrutura
do cimento e da coroa. HOARD et al.
35
(1978) montaram três medidores de pressão no
interior de um troquel metálico e avaliaram o comportamento da interface
troquel/cimento. Eles observaram que a máxima pressão intracoronal mensurada
acontecia após 2 segundos e reduzia até aproximadamente zero, após 1 minuto.
Observaram também, que os cimentos menos viscosos produziram menor pressão
durante o assentamento sobre o troquel, além de menor pressão residual. Desta fo
rma,
concluíram que a pressão hidráulica intracoronal pode ter um papel limitado no
assentamento das coroas. HOARD et al.
35
(1978) ainda sugeriram que o processo de
filtragem postulado por J
RGENSEN
43
(1960b), resultando no acúmulo de partículas de
cimento
em várias regiões da superfície interna das coroas, seria o responsável pelo
aumento na espessura de película do cimento.
Foi demonstrado que um melhor assentamento das coroas pode ocorrer com o
escoamento do cimento, durante a cimentação, através da área marginal ou perfuração
oclusal. A existência de uma perfuração constitui-se, para as coroas cerâmicas, como
um ponto de enfraquecimento da estrutura (WILSON
97
, 1996) e o reparo da perfuração
torna
-se, também, um fator de complicação do procedimento de cimentação
(WILSON
95
, 1992). Técnicas como o pincelamento do cimento no interior das coroas
(ISHIKIRIAMA et al.
40
, 1981 e TAN; IBBETSON
85
, 1996) foram propostas para permitir
melhor assentamento das restaurações. A colocação de apropriado volume de cimento,
p
ara WILSON
95
(1992), diminui a necessidade de canais oclusais de escape.
Este trabalho observou também que, para todas as i.es., o desajuste vertical não
foi simétrico entre as faces. A interposição da película de silicone proporcionou a
inclinação dos corpos de prova em relação ao troquel-padrão. Com freqüência, a
inclinação fez com que estes apresentassem desajuste negativo (aproximação entre
margem da i.e. e término cervical do preparo) em pelo menos uma das faces e
desajuste positivo (distanciamento entre margem da i.e. e término cervical do preparo)
nas demais. Nenhum corpo de prova apresentou apenas desajuste positivo. Em cinco
deles (3 do grupo MC e 2 do grupo PZ), observou-se desajuste negativo em todas as
faces. Entretanto, o assentamento foi assimétrico entre elas. Estes acontecimentos
caracterizaram o assentamento oblíquo das i.es.
ROSENSTIEL; GEGAUFF
73
(1988) explicaram o assentamento oblíquo
descrevendo que a orientação das i.es. muda como resultado da imperfeita orientação
da força de assentamento e do escape não uniforme do cimento. J
RGENSEN
42
(1960a) afirmou que o fenômeno parecia ser uma inevitável conseqüência das
condições hidrodinâmicas existentes quando duas superfícies cônicas, com líquido
interposto entre elas, aproximavam-se. Ainda acrescentou que a inclinação do
assentamento tendia a ser menos pronunciada quanto mais fina fosse a película de
cimento. Além disso, diferentes métodos de aplicação de força de assentamento podem
produzir diferentes proporções de assentamento oblíquo. PILO;
CARDASH
66
(1998)
ainda acrescentaram que o cimento agiria com agente lubrificante, permitindo ligeiros
movimentos da coroa durante o assentamento, seguindo o direcionamento da força
aplicada.
O assentamento oblíquo permite exposição de maior área de cimento em um
determinado ponto da coroa. O exato significado clínico do assentamento oblíquo ainda
não é conhecido, embora seja bastante racional concluir que ele não é desejável. Cabe
ao clínico minimizar sua ocorrência controlando o espaço interno das coroas, bem como
a cnica de cimentação. Coroas cimentadas com elevado assentamento oblíquo terão
margens significantemente mais abertas do que outras. Estes grandes desajustes
marginais podem estar mais propensos à falha no cimento e subseqüente incidência de
cárie ou inflamação gengival. Como a espessura da película do cimento também se
torna bastante variável, algumas áreas deste sofrerão maior estresse quando sob
tensão (EAMES et al.
23
, 1978)
Os resultados deste trabalho mostraram uma tendência de desajuste p
ositivo
para a face lingual e desajuste negativo para as faces vestibular, mesial e distal das
i.es. (tabelas 5.12 e 5.14). A ocorrência poderia ser justificada pelo direcionamento não-
axial das forças de cimentação, despretensiosamente induzido pela pressão digital do
operador.
A ocorrência de assentamento oblíquo também foi relatada por WHITE; KIPNIS
89
(1993). Para eles, o valor relativo de assentamento oblíquo de um espécime é
dependente do número de pontos medidos ao redor deste e 3 pontos seriam o míni
mo
necessário para descrever um plano de inclinação. Desta forma, parece não ter sido
correta a mensuração de QUINTAS; OLIVEIRA; BOTTINO
71
(2004) e de CHAN et al.
13
(2004) que avaliaram o fenômeno observando, respectivamente, em uma e duas das
faces das co
roas sobre um troquel metálico.
Entretanto, de forma oposta ao encontrado, PASCOE
62
(1983) ao avaliar um
modelo bidimensional coroa/troquel, o observou evidências de assentamento
assimétrico das coroas.
PILO; CARDASH
66
(1998) sugeriram que esforços para minimizar o
assentamento oblíquo deveriam centrar-se na diminuição do desajuste interno das
coroas e na confecção de sulcos axiais que orientassem a inserção das mesmas.
Quanto à ocorrência de sobre-assentamento dos corpos de prova deste estudo,
é importan
te considerar que este fenômeno foi relatado em coroas metálicas com média
de 14 m (ROSENSTIEL; GEGAUFF
73
, 1988) e 18,5 m (GEGAUFF; ROSENSTIEL
29
,
1989). GRAJOWER; LEWINSTEIN; ZELTSER
32
(1985) e WILSON et al.
94
(1990)
observaram o sobre-assentamento em alguns corpos de prova, mesmo quando a carga
de assentamento inicial era igual à carga de cimentação.
GEGAUFF; ROSENSTIEL
29
(1989) hipotetizaram que o sobre-
assentamento
pode ocorrer quando: 1) após a remoção da carga, sendo possível que o cimento-
análogo com reação de presa completa, possa ter impedido o rebote das i.es., estas
tenham sido mantidas em uma posição ligeiramente além da posição inicial; 2) tenha
havido ligeira abrasão ou deformação das i.es. durante a cimentação; 3) o fenômeno
pode não ter ocorrido realmente, sendo o método de mensuração utilizado
insuficientemente preciso. WILSON et al.
94
(1990) ainda explicaram que o fenômeno
talvez pode ser conseqüência de certa propriedade lubrificante dos cimentos.
A maioria dos trabalhos a respeito de espessura de linha de cimento está
relacionada a restaurações metálicas fundidas, sendo que pouco se sabe sobre a
película sob coroas totalmente cerâmicas. Trabalhos de avaliação a respeito de i.es. de
sistemas cerâmicos são de curto prazo, ainda não podendo ser considerados bem
sucedidos e confiáveis (PRÖBSTER
68
, 1996, BOENING et al.
9
, 2000 e ÖDMAN;
ANDERSSON
59
, 2001).
A espessura da película de cimento é um fenômeno complexo que, para
ILO;
EVJE
60
(1986), inclui fatores como a reologia dos cimentos e o tamanho de suas
partículas, a força aplicada durante a cimentação e a geometria e o aspecto superficial
do preparo dental.
Muitos estudos acerca de ajuste de coroas adotaram o bem sucedido método
não
-destrutivo descrito por McLEAN; von FRAUNHOFER
57
, em 1971, que utiliza um
material elastomérico como agente simulador de cimentação, que possui tempo de
trabalho, escoamento e tempo de presa semelhantes aos do cimento de fosfato de
zinco, sendo capaz de produzir uma película de 22 m, muito próxima do valor
esperado
para o fosfato de zinco (20 m). Desta forma, foi teorizado que o cimento-
análogo agiria como um modelo adequado de pesquisa. Entretanto, a técnica proposta
exige o seccionamento da película do elastômero para a mensuração de sua espessura
e, conseqüentemente, a avaliação fica limitada ao plano de secção. Apesar disso,
SHEARER; GOUGH; SETCHELL
78
(1996), ao avaliar espessura de película sob i.es. do
sistema In
-
Ceram, observaram que o plano de secção (vestíbulo
-
lingual ou mesio
-
distal)
não resultava em difere
nça significantemente na avaliação.
A espessura de película de silicone fluido obtida por DAVIS; KELLY;
CAMPBELL
18
(1989) ao assentar coroas metálicas sobre seus respectivos troquéis de
resina epóxica, foi estatisticamente semelhante àquela obtida quando estas foram
cimentadas com cimento de fosfato de zinco sobre os mesmos troquéis. Resultados
semelhantes também foram observados por KELLY; DAVIS; CAMPBELL
50
(1989),
quando avaliaram a película de silicone por técnica de reflexão relativa óptica. Isto, mais
uma vez, demonstra que o silicone fluido pode ser usado como ferramenta apropriada
para a simulação da cimentação das i.es.
A espessura de película média encontrada nas paredes axiais (média das
regiões I e II) para grupo MC (47
m
tabela 5.9) está de acordo com as dimensões
recomendadas pelos autores anteriormente citados. Entretanto, os resultados para os
grupos IZ (79
m
tabela 5.10) e PZ (75
m
tabela 5.11) foram superiores, o que
pode significar redução da capacidade retentiva, caso o cimento utilizado abaixo destas
seja o fosfato de zinco. Apesar disso, estudando espessura de película em coroas de
pré
-molares, mantidas em função por pelo menos 10 anos, PILO; CARDASH
66
(1998)
encontraram valor médio de 79 m nas paredes axiais, enquanto KARLSSON
47
(1993)
e MAY et al.
55
(1998) encontraram, in vitro, espessura média de 110 m e 69
m,
respectivamente, para as mesmas paredes. A figura 6.1 exemplifica a espessura
média
típica encontrada para cada um dos grupos.
FIGURA 6.1
representação da espessur
a média típica encontrada para
os grupos MC (a), IZ (b) e PZ (c)
FRANSSON;
ILO; GJEITANGER
26
(1985) observaram que a espessura média
da linha de cimento, abaixo de coroas fundidas em liga áurea, ao longo das paredes
axiais, encontrava
-
se acima de 100
m.
AYUB
5
(2002) encontrou para i.es. metálicas espessura de película nas paredes
axiais (41 m) semelhante à encontrada neste trabalho (47 m); na superfície oclusal
encontrou maior valor (128 m) do que aqui encontrado (69
m
média das regiões III
e IV tabela 5.9). Para as i.es. do sistema In-Ceram Alumina, encontrou valores nas
paredes axiais de 54 m e de 137 m na superfície oclusal, enquanto os valores
encontrados neste trabalho para as i.es. de In
-
Ceram Zirconia foram de 79
m e 64
m,
respectivamen
te (tabela 5.10). Para as i.es. do sistema Procera, encontrou valores de
110
m e 190 m, enquanto os encontrados aqui para as i.es. de Procera AllZircon
foram de 75 m e 94 m (tabela 5.11) para as superfícies axiais e oclusal,
respectivamente. MAY et al.
55
(1998) observaram linha de película na superfície oclusal
de 42 m para o sistema Procera AllCeram e BOENING et al.
9
(2000) encontraram 181
m na mesma superfície.
NEIVA et al.
58
(1998) observaram que os sistemas Procera AllCeram e In
-
Ceram
Alumina demonstram valor semelhante de linha de cimento na superfície oclusal (140
m e 145 m, respectivamente), entretanto, nas paredes axiais o valor foi maior para o
sistema Procera (105
m) do que para o sistema In
-
Ceram (45
m).
Os numerosos métodos existentes para avaliar a precisão do ajuste ainda
provêem informações limitadas. A comparação direta dos dados de diferentes estudos
é, geralmente, muito difícil. O grande mero de variáveis experimentais como
diferentes materiais avaliados, diferentes agentes de cimentação e diferentes técnicas
de mensuração, torna complexo o cruzamento de dados disponíveis sobre o assunto.
Um melhor assentamento das coroas com adequado espaço para o cimento
pode ser atribuído ao decréscimo na força hidrostática sobre a película de cimento, a
melhora no escoamento e a redução na retenção friccional (CARTER; WILSON
12
,
1997). J RGENSEN
43
(1960b) postulou que a natureza de duas fases (partículas e
líquido) do cimento de fosfato de zinco pode ter significante efeito no assentamento das
coroas, mostrando que as partículas no cimento agregavam-se em grumos de até 100
m de diâmetro. Ele considerou que os grumos mais viscosos interfeririam
significantemente no assentamento das coroas, além de que estes, quando espremidos
entre as paredes, agiriam como um filtro para o componente líquido do cimento.
Entretanto, GRAJOWER; LEWINSTEIN; ZELTSER
32
, em 1985, demonstraram que a
espessura de película pode ser menor que o tamanho destes agregados de partículas.
Estes encontraram, abaixo de coroas cime
ntadas sobre troquéis com cimento de fosfato
de zinco, espessura mínima de película igual a 4 m. Da mesma forma, foi possível
encontrar neste trabalho espessura de 7 m de película sob a i.e. 10 do grupo MC
(tabela 5.6).
ILO; EVJE
60
(1986) encontraram que a película de cimento obtida em uma
situação coroa-troquel com perfuração oclusal foi menor do que aquela encontrada
usando placas de vidro, conforme o teste da ADA. Nesta situação, eles consideraram
que o primeiro modelo de cimentação envolvia a aplicação de maior força de
compressão sobre o cimento que o modelo da ADA. Para eles, as forças que promovem
o escoamento do cimento atuam de forma diferente sobre o fluido em cada um dos
modelos. O componente de força paralelo à direção de escoamento é maior no modelo
coroa
-troquel do que entre as duas placas de vidro. Resultados semelhantes também
foram encontrados por J RGENSEN; PETERSEN
45
(1963), HEMBREE; GEORGE;
HEMBREE
34
(1978) e WINDELER
98
(1979).
Desde 1963, J RGENSEN; PETERSEN
45
acreditavam que as espec
ificações
n.8 da ADA estariam mais relacionadas à viscosidade do cimento do que à sua
espessura de película. Esta afirmação foi ainda sustentada por J
RGENSEN;
ESBENSEN
44
(1968), WINDELER
98
(1979) e ILO; EVJE
60
(1986). Para de la
MACORRA; PRADÍES
53
(2002), esta especificação deveria ser revista, pois novos
materiais de prótese têm diferentes necessidades e aplicações, além de que a maioria
dos materiais adesivos incorpora características que são diferentes às dos cimentos de
ação friccional.
A espessura de
película está relacionada à dimensão e à inclinação das paredes
do preparo, tipo de cimento e artifícios que auxiliem seu escoamento. Outros fatores
como tamanho e o formato das partículas, relação pó/líquido, temperatura da mistura,
pressão de cimentação e o substrato contra o qual o cimento é testado influenciam
diretamente sobre o assentamento de uma coroa (WHITE; YU
92
, 1992b e WHITE; YU;
KIPNIS
93
, 1992). Sob superfícies metálicas ou dentina, a espessura de película tende a
ser significante menor do que quando sob superfícies de vidro (WHITE; YU
91
, 1992a e
STRUTZ et al.
81
, 1994). J
RGENSEN
42
(1960a) observou que um aumento da pressão
de cimentação reduzia a espessura da linha de cimento consideravelmente, porém, um
aumento além de 5 Kg, seria de relativa insignificância. Considerou, também, que
prolongar a pressão por mais que um minuto, seria sem efeito.
STRUTZ et al.
81
(1994) encontraram que diferentes tipos de cimentos e o
substrato contra o qual os cimentos foram testados tiveram significante efeito sobre a
espessura de película. Entretanto, o efeito causado pelo tipo de cimento teve maior
significância e magnitude que o substrato do experimento. A relação entre a taxa de
insucesso de coroas e a espessura da linha de cimento ainda não foi estabelecida por
estudos clínicos (WU; WILSON
100
, 1994).
A linha de cimento idealmente deveria ser um espaço uniforme para não
comprometer a retenção e a forma de resistência de uma coroa. Isto é de grande
importância para as i.es. cerâmicas, que estas são mais frágeis do que as i.es.
metálicas. A espessura da linha de cimento abaixo de uma coroa pode influenciar seu
prognóstico clínico (MAY et al.
55
, 1998 e ROSENSTIEL; LAND; CRISPIN
74
, 1998). Pode
também influenciar a retenção das mesmas. Perda de retenção é tida p
ara SCHWARTZ
et al.
76
(1970) como a segunda maior causa de falhas em coroas totais. Em 1968,
J RGENSEN; ESBENSEN
44
encontraram que a resistência do cimento diminui
aproximadamente em um terço quando sua espessura aumenta de 20
m para 120
m.
JUNTAVEE; MIL
LSTEIN
46
(1992) observaram que 150 m de espaço para o cimento
promoveu significantemente menos retenção que espessuras de 50 m e 100 m. Por
sua vez, EAMES et al.
23
(1978) encontraram que coroas confeccionadas com
espaçadores de troquel apresentavam 25% mais retenção do que aquelas
confeccionadas sem alívio; o volume de alívio sugerido está entre 20 m e 40 m. Para
eles, o alívio de áreas internas de estresse seria uma explicação para seus achados.
Entretanto, quanto ao uso de espaçadores de troquéis GEGAUFF; ROSENSTIEL
29
(1989) encontraram que esta prática não melhorava o assentamento de coroas
cimentadas com carga dinâmica. Da mesma forma, CARTER; WILSON
12
(1997)
levantaram trabalhos que advertiram sobre o uso dos espaçadores, os quais tenderiam
à formação de uma camada irregular de espaço, produzindo coroas fundidas com
variações não intencionais no espaço interno para o cimento.
Forças oblíquas que incidam sobre a coroa submetem a linha de cimento a
esforços de cisalhamento. Películas de cimento muito delgadas falham por força de
cisalhamento, sendo que a resistência ao cisalhamento é seis vezes maior que a
resistência à tração (SCHWARTZ
77
, 1986). Por outro lado, películas espessas falham
por força de tração (IIZUKA et al.
39
, 1987). McINTYRE et al.
56
(1
994) demonstraram que
películas menores que 50 m exibiram menor resistência ao cisalhamento do que
películas de espessura superior. Dados similares foram publicados por ILO; EVJE
60
(1986), justificando que o fato estaria ligado à estrutura da película de cimento e as
imperfeições contidas no interior desta.
Avaliando superfícies metálicas planas cimentadas com cimentos resinosos,
CHANA et al.
14
(1997) concluíram que quando a espessura de película aumentava, a
resistência à tração diminuía. De forma semelhante, WISKOTT; BELSER;
SCHERRER
99
(1999) também observaram que a resistência à carga lateral de
cisalhamento diminuía à medida que a espessura da linha de cimento aumentava,
independentemente do tipo de cimento utilizado. Para explicar este fenômeno, os
au
tores citaram a teoria das falhas de Griffith, que diz: 1) todos os materiais contêm
defeitos aleatoriamente distribuídos em seu interior; 2) sob carga, cada um destes
defeitos é capaz de dar início à propagação de trincas; 3) quanto maior o volume de
mate
rial, mais numerosos são os defeitos e maior a probabilidade de iniciação de
trincas. CHANA et al.
14
(1997) creditaram seus resultados à presença de maior número
de bolhas nas linhas mais espessas de cimento. Desta forma, talvez possa ser
explicada a reduz
ida resistência de camadas espessas de cimento.
DIAZ
-ARNOLD; WILLIAMS; AQUILINO
20
(1991) encontraram que quanto maior
a espessura da película do cimento resinoso, maiores as bolhas presentes em seu
interior. Demonstraram, também, que a adequada resistência destes cimentos deu-
se
sob 80 m de espessura. SCHERRER et al.
75
(1994) afirmaram que uma estrutura
cerâmica estaria sujeita à fratura apenas a partir de 300 m de espessura de cimentos
resinosos, em avaliação laboratorial conduzida sobre placas cerâmicas quadradas,
cimentadas sobre blocos de resina.
BLATZ
8
(2004) comentou sobre a possibilidade de cimentação de coroas
totalmente cerâmicas com cimentos de fosfato de zinco e ionômero de vidro. Porém,
sinalizou a preferência de alguns pesquisadores em indicar cimentação adesiva para as
mesmas, justificando a opção pelo aumento da retenção e da resistência das coroas. A
película média encontrada para as i.es. cerâmicas deste trabalho mostra
compatibilidade com a espessura produzida pelos cimentos resinosos (WHITE; YU
92
,
1992b).
Cada tipo de cimento pode produzir uma determinada espessura de película,
fazendo com que se necessite de diferentes espaços pré-cimentação, dependendo do
cimento, para assegurar o devido assentamento das coroas (WHITE; YU
92
, 1992b).
Tem
sido demonstrado que os cimentos resinosos promovem espessura de película
menos uniforme e maior desajuste decorrente da cimentação do que outros tipos de
cimentos
(WHITE; YU
92
, 1992b e WHITE; KIPNIS
89
, 1993). Isto presumidamente
ocorreria devido a maior viscosidade dos cimentos resinosos (ROSENSTIEL; LAND;
CRISPIN
74
, 1998). A maioria dos cimentos resinosos contém de 50 a 70 % de sílica e a
alta concentração deste componente de carga aumenta a viscosidade do material,
reduzindo seu escoamento e aumentando a espessura de
película
(DIAZ
-
ARNOLD;
VARGAS; HASELTON
21
, 1999). Dentre os cimentos resinosos avaliados por
WHITE;
YU
92
(1992b) todos apresentaram película entre 40 e 107 µm.
ROSENSTIEL; LAND; CRISPIN
74
(1998) indicaram para a
cimentação
de coroas
c
erâmic
as
os cimentos de ionômero de vidro, fosfato de zinco e resinoso, contra-
indicando o uso dos cimentos ionoméricos modificados por resina. Porém de la
MACORRA; PRADÍES
53
(2002) comentaram não mais haver qualquer tipo de contra-
indica
çã
o para os cimentos de ionômero de vidro modificados por resina na
cimentação
de coroas totalmente c
erâmic
as.
A observação das tabelas 5.6, 5.7 e 5.8 faz perceber a grande variação na
espessura de película abaixo de todos os espécimes. Faz perceber, também, a não
uniforme distribuição dos valores em cada ponto de medida. As tabelas 5.15, 5.16 e
5.17 mostram a grande variação e os altos valores de desvio-padrão para a espessura
de película, especialmente para os grupos IZ e PZ. Achados semelhantes também
foram relatados por GRAJOWER; LEWINSTEIN; ZELTSER
32
(1985), KARLSSON
47
(1993) e AYUB
5
(2002).
Considerando a espessura média de película de cada grupo, a análise de
variância a 1 critério demonstrou diferença estatística entre os grupos. O teste de Tukey
(tabela 5.22) apontou a espessura de película do grupo PZ, como estatisticamente
maior do que aquela do grupo MC; entretanto, o grupo MC apresentou espessura
semelhante ao grupo IZ.
A ocorrência de interação estatística entre as i.es. demonstra que apesar de ter
existido diferença estatística entre os grupos e entre as regiões medidas, esta ocorreu
em diferentes localizações da película e em diferentes tipos de coroas.
Necessariamente, não houve diferenças entre os grupos em todas as regiões
mensuradas, bem como nem todas as regiões foram diferentes em todos os grupos.
Este achado também está de acordo com os resultados de AYUB
5
(2002).
A observação das tabelas 5.3, 5.4 e 5.5 faz perceber que houve diferença nos
valores de assentamento oblíquo entre os grupos avaliados. A variação dos
valores
médios de desajuste para as i.es. do grupo PZ foi maior do que a observada para o
grupo MC. A análise do comportamento das faces das i.es. do grupo MC, quanto ao
desajuste, detecta variação de -14 a 11 m para as faces vestibular/lingual e -9 a -
6
m
para as faces mesial/distal, respectivamente. Para o grupo PZ houve, respectivamente,
uma variação de -51 a 13 m para as faces vestibular/lingual e -24 a -
2
m para as
faces mesial/distal. Levando em consideração a espessura média de película dos
grupo
s avaliados (tabela 5.21) observa-se que ocorreu maior inclinação das i.es. com
maior espessura de película. A figura 6.2 mostra exemplos de assentamento oblíquo
para cada um dos grupos.
FIGURA 6.2
exemplos de assentamento oblíquo dos grupos MC (a), I
Z (b) e PZ (c)
Para se verificar a correlação entre espessura de película e desajuste vertical foi
utilizado o coeficiente de correlação de Pearson, obtendo
-
se r=
-
0,26; p= 0,173, sendo o
resultado estatisticamente não significante. Desta forma, do ponto de vista matemático,
não se podem extrapolar os resultados obtidos, frente ao número de espécimes aqui
utilizados, de maneira generalizada. Entretanto, os resultados mostram uma tendência
de fraca correlação negativa (r= -0,26), com moderado alinhamento entre os pontos de
correlação (figura 5.3).
O grupo PZ apresentou o maior valor médio de espessura de película (84
m
tabela 5.21) e o menor valor médio de desajuste vertical (-
16
m
tabela 5.5) dentre os
três grupos. Os grupos MC e IZ foram estatisticamente semelhantes entre si para
espessura de película e desajuste vertical. Desta forma, observa-se que o grupo com
maior espessura de película desajustou-se estatisticamente menos do que os demais
grupos com menor espessura. Isto demonstra a tendência de que coroas com menor
retenção friccional resultam em maior espaço interno e maior espessura de película e,
por sua vez, sob menor influência da pressão hidrostática e das propriedades reológicas
dos cimentos, desajustam-se menos durante a cimentação, gerando inclusive sobre-
assentamento.
Talvez, para esta relação apresentar-se mais clara fosse necessário haver maior
diferença de espessura de película entre os grupos. Entretanto, a variação de
espessura entre os valores extremos foi de apenas 26 m. Os altos valores de desvio-
padrão, tanto para desajuste vertical quanto para espessura de película, sugerem que
outros fatores, além daqueles relacionados às técnicas de confecção das i.es., podem
ter influenciado os resultados obtidos. Possivelmente, estes fatores estariam ligados à
técnica de cimentação e às propriedades hidrodinâmicas do cimento
-
análogo.
Apesar de diversos trabalhos mostrarem o sucesso clínico e qualidade marginal
dos sistemas In-Ceram (PRÖBSTER
67
, 1993, PRÖBSTER
68
, 1996, BESCHNIDT;
STRUB
7
, 1999 e OLSSON et al.
61
, 2003) e Procera (SULAIMAN et al.
82
, 1997 e
ÖDMAN; ANDERSSON
59
, 2001), ainda não existem estudos clínicos controlados sobre
i.es. de óxido de zircônio que demonstrem sucesso em longo prazo, apesar de que
previsões revelaram taxas de suces
so favoráveis (FISCHER; WEBER; MARX
25
, 2003).
O que se pôde perceber é que, mesmo sendo o processo de produção das i.es.
do sistema Procera AllZircon (grupo PZ) automatizado, este não foi capaz de produzir
espaço interno médio menor que as i.es. metálicas (grupo MC), confeccionadas em
laboratório e sujeitas às habilidades manuais de um técnico em prótese. Uma possível
explicação pode estar relacionada ao processo de fabricação do troquel refratário do
sistema Procera AllZircon. A possibilidade de erro no cálculo do sistema CAD/CAM ao
fabricar o troquel refratário com 15 a 20% de aumento (ANDERSSON; ODÉN
3
, 1993)
pode ter influenciado na fidelidade da superfície interna da i.e. em relação ao troquel
original.
Apesar de PERSSON; ANDERSSON; BERGMAN
64
(1995) terem encontrado
alta precisão para o dispositivo de leitura do sistema Procera, é importante lembrar que
este é bastante sensível às irregularidades do preparo. A ponta de safira do leitor do
escandidor possui 2,5 mm de diâmetro e, teoricamente, não conseguiria localizar
irregularidades ou sulcos com raio menor que 1,25 mm.
Outras avaliações, além dos propósitos deste trabalho, serão necessárias para
determinar a real influência do processo de fabricação e do dispositivo de leitura sobre o
espaço interno das
i.es. do sistema Procera AllZircon.
7. CONCLUSÕES
7. CONCLUSÕES
A partir dos resultados pôde
-
se concluir que:
1.
O ajuste interno das infra-estruturas metalo-cerâmicas e In-Ceram Zirconia
resultou em redução do desajuste vertical;
2.
O desajuste vertical das infra-estruturas Procera AllZircon foi estatisticamente
diferente das infra
-
estruturas metalo
-
cerâmicas e In
-
Ceram Zirconia;
3.
A espessura de película das infra-estruturas Procera AllZircon foi
significantemente maior que das infra-estruturas me
talo
-cerâmicas e In-
Ceram
Zirconia;
4.
Todas as infra
-
estruturas apresentaram assentamento oblíquo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
ABBATE, M.F.; TJAN, A.H.; FOX, W.M.
Comparison of the marginal fit of
various ce
ramic crown systems.
J Prosthet Dent
, v.61, n.5, p.527
-
31,
May 1989.
2.
AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE / AMERICAN DENTAL
ASSOCIATION. Specification n.8 for Zinc Phosphate Cements
. J Am
Dent Assoc
, v.96, n.3, p.432
-
7, Mar. 1978.
3.
ANDERSSON, M.; ODÉN
, A.
A new all
-
ceramic crown. A dense
-
sintered,
high
-
purity alumina coping with porcelain.
Acta Odontol Scand, v.51,
n.1, p.59
-
64, Feb. 1993
4.
ARAKELIAN, A.Jr.
A technique for seating castings.
J Prosthet Dent
, v.48,
n.3, p.357, Sept. 1982.
5.
AYUB, E.A.
Avaliação da espessura de película de infra
-
estruturas de
quatro sistemas cerâmicos
. Bauru, 2002. 130p. Dissertação
(mestrado)
Universidade do Sagrado Coração.
6.
BASSETT, R.W. Solving the problems of cementing the full veneer cast gold
crown.
J Prosthe
t Dent
, v.16, n.4, p.740
-
7, Jul.
-
Aug. 1966.
7.
BESCHNIDT, S.M.; STRUB, J.R.
Evaluation of the marginal accuracy of
different all
-
ceramic crown systems after simulation in the artificial mouth.
J Oral Rehabil
, v.26, n.7, p.582
-
93, July 1999.
*Normas recomendadas para uso no âmbito da Universidade de São Paulo, com base no documento
“Referências Bibliográficas: exemplos”, emanadas do Conselho Supervisor do Sistema Integrado de
Bibliotecas da USP, em reunião de 20 de setembro de 1990.
8.
BLATZ, M.B.
Cementati
on of zirconium
-
oxide ceramic restorations.
Pract
Proced Aesthet Dent
, v.16, n.1, p.14, Jan.
-
Feb. 2004.
9.
BOENING, K.W. et al.
Clinical fit of Procera AllCeram crowns.
J Prosthet
Dent
, v.84, n.4, p.419
-
24, Oct. 2000.
10.
BOLOURI, A.; MARKER, V.A.; SARAMPOTE
, R.V.
Technique
-
related
variation of cement
-
film thickness under full crowns.
Gen Dent
, v.35, n.1,
p.26
-
8, Jan.
-
Feb. 1987.
11.
BYRNE, G.
Influence of finish
-
line form on crown cementation.
Int J
Prosthodont
, v.5, n.2, p.137
-
44, Mar.
-
Apr. 1992.
12.
CARTER, S
.M.; WILSON, P.R.
The effects of die
-
spacing on post
-
cementation crown elevation and retention.
Aust Dent J
, v.42, n.3,
p.192
-
8, June 1997.
13.
CHAN, D.C. et al.
Effect of preparation convergence on retention and
seating discrepancy of complete veneer crow
ns.
J Oral Rehabil
, v.31,
n.10, p.1007
-
13, Oct. 2004.
14.
CHANA, H.S. et al.
The influence of cement thickness on the tensile strength
of two resin cements.
Int J Prosthodont
, v.10, n.4, p.340
-
4, July
-
Aug.
1997.
15.
CHONG, K.H. et al.
Flexural strength of In
-
Ceram alumina and In
-
Ceram
zirconia core materials
.
Int J Prosthodont
, v.15, n.2, p.183
-
8, Mar.
-
Apr.
2002.
16.
CHRISTENSEN, G.J.
Marginal fit of gold inlay castings.
J Prosthet Dent
,
v.16, n.2, p.297
-
305, Mar.
-
Apr. 1966.
17.
CHRISTENSEN, G.J. Clinical and re
search advancements in cast
-
gold
restorations.
J Prosthet Dent
, v.25, n.1, p.62
-
8, Jan. 1971.
18.
DAVIS, S.H.; KELLY, J.R.; CAMPBELL, S.D.
Use of an elastomeric material
to improve the occlusal seat and marginal seal of cast restorations.
J
Prosthet Dent
,
v.62, n.3, p.288
-
91, Sept. 1989.
19.
DEDMON, H.W.
Disparity in expert opinions on size of acceptable margin
openings.
Oper Dent
, v.7, n.3, p.97
-
101, Summer 1982.
20.
DIAZ
-
ARNOLD, A.M.; WILLIAMS, V.D.; AQUILINO, S.A.
The effect of film
thickness on the tensile
bond strength of a prosthodontic adhesive.
J
Prosthet Dent
, v.66, n.5, p.614
-
8, Nov. 1991.
21.
DIAZ
-
ARNOLD, A.M.; VARGAS, M.A.; HASELTON, D.R.
Current status of
luting agents for fixed prosthodontics.
J Prosthet Dent
, v.81, n.2, p.135
-
41, Feb. 1999.
22.
DIMA
SHKIEH, M.R.; DAVIES, E.H. ; von FRAUNHOFER, J.A.
Measurement
of the cement film thickness beneath full crown restorations.
Br Dent J
,
v.137, n.7, p.281
-
4, Oct. 1974.
23.
EAMES, W.B. et al.
Techniques to improve the seating of castings.
J Am
Dent Assoc
, v
.96, n.3, p.432
-
7, Mar. 1978.
24.
FELTON, D.A. et al.
Effect of in vivo crown margin discrepancies on
periodontal health.
J Prosthet Dent
, v.65, n.3, p.357
-
64, Mar. 1991.
25.
FISCHER, H.; WEBER, M.; MARX, R.
Lifetime prediction of all
-
ceramic
bridges by compu
tational methods.
J Dent Res
, v.82, n.3, p.238
-
42, Mar.
2003.
26.
FRANSSON, B.;
ILO, G.; GJEITANGER, R.
The fit of metal
-
ceramic
crowns, a clinical study.
Dent Mater
, v.1, n.5, p.197
-
9, Oct. 1985.
27.
FUSAYAMA, T.; IWAMOTO, T. Optimum cement film thickness
for maximum
shear resistence between teeth and restorations.
Bull Tokyo Med Dent
Univ
, v.8, n.1, p.147
-
64, June 1961.
28.
FUSAYAMA, T. et al.
Cement thickness between cast restorations and
preparation walls.
J Prosthet Dent
, v.13, n.2, p.354
-
64, Mar.
-
Apr.
1963.
29.
GEGAUFF, A.G.; ROSENSTIEL, S.F.
Reassessment of die
-
spacer with
dynamic loading during cementation.
J Prosthet Dent
, v.61, n.6, p.655
-
8, June 1989.
30.
GIORDANO II, R.
A comparison of all
-
ceramic restorative systems: Part 2.
Gen Dent
, v.48, n.1, p.
38
-
45, Jan.
-
Feb. 2000.
31.
GRAJOWER, R.; LEWINSTEIN, I.
A mathematical treatise on the fit of crown
castings.
J Prosthet Dent
, v.49, n.5, p.663
-
74, May 1983.
32.
GRAJOWER, R.; LEWINSTEIN, I.; ZELTSER, C.
The effective minimum
cement thickness of zinc phosphat
e cement for luted non
-
precious
crowns.
J Oral Rehabil
, v.12, n.3, p.235
-
45, May 1985.
33.
GREY, N.J.; PIDDOCK, V.; WILSON, M.A.
In vitro comparison of
conventional crowns and a new all
-
ceramic system.
J Dent
, v.21, n.1,
p.47
-
51, Feb. 1993.
34.
HEMBREE, J.H.J
r.; GEORGE, T.A.; HEMBREE, M.E.
Film thickness of
cements beneath complete crowns.
J Prosthet Dent
, v.39, n.5, p.533
-
5,
May. 1978.
35.
HOARD, R.J. et al.
Intracoronal pressure during crown cementation.
J
Prosthet Dent
, v.40, n.5, p.520
-
5, Nov. 1978.
36.
HOBKI
RK
, J.A.
Grinding technique, surface texture and strength of vitreous
carbon and high purity alumina
.
J Dent
, v.5, n.3, p.219
-
26, Sept. 1977.
37.
HOLLENBACK, G.M. A practical contribution to the standardization of
casting technic.
J Am Dent Assoc
, v.15, n.
10, p.1917
-
28, Oct. 1928.
38.
HOLMES, J.R. et al.
Considerations in measurement of marginal fit.
J
Prosthet Dent
, v.62, n.4, p.405
-
8, Oct. 1989.
39.
IIZUKA, H. et al. Forces fracturing cements at die interfaces and their
dependence on film thickness.
Dent Mat
er
, v.3, n.4, p.187
-
93, Aug. 1987.
40.
ISHIKIRIAMA, A. et al.
Influence of some factors on the fit of cemented
crowns.
J Prosthet Dent, v.45, n.4, p.400
-
4, Apr. 1981.
41.
JANSON, W.A. et al. Preparo de dentes com finalidade protética
:
técnica
da silhueta. Fa
culdade de Odontologia de Bauru, Bauru
São Paulo,
1986.
42.
J
RGENSEN, K.D. Factors affecting the film thickness of zinc phosphate
cements.
Acta Odontol Scand
, v.18, p. 479
-
90, 1960a.
43.
J
RGENSEN, K.D. Structure of the film of zinc phosphate cements.
Act
a
Odontol Scand
, v.18, p.491
-
501, 1960b.
44.
J
RGENSEN, K.D.; ESBENSEN, A.L.
The relationship between the film
thickness of zinc phosphate cement and the retention of veneer crowns.
Acta Odontol Scand
, v.26, n.3, p.169
-
75, Aug. 1968.
45.
J
RGENSEN, K.D.; PETER
SEN, G.F. The grain size of zinc phosphate
cements.
Acta Odontol Scand
, v.21, p.255
-
70, 1963.
46.
JUNTAVEE, N.; MILLSTEIN, P.L.
Effect of surface roughness and cement
space on crown retention.
J Prosthet Dent
, v.68, n.3, p.482
-
6, Sept.
1992.
47.
KARLSSON, S.
The fit of Procera titanium crowns. An in vitro and clinical
study. Acta Odontol Scand
, v.51, n.3, p.129
-
34, June 1993.
48.
KAWAI, K.; ISENBERG, B.P.; LEINFELDER, K.F.
Effect of gap dimension
on composite resin cement wear.
Quintessence Int
, v.25, n.1, p
.53
-
8,
Jan. 1994.
49.
KAY, G.W.; JABLONSKI, D.A.; DOGON, I.L.
Factors affecting the seating
and fit of complete crowns: a computer simulation study.
J Prosthet
Dent
, v.55, n.1, p.13
-
8, Jan. 1986.
50.
KELLY, J.R.; DAVIS, S.H.; CAMPBELL, S.D.
Nondestructive, three
-
dimensional internal fit mapping of fixed prostheses.
J Prosthet Dent
,
v.61, n.3, p.368
-
73, Mar. 1989.
51.
KERN, M.; SCHALLER, H.G.; STRUB, J.R.
Marginal fit of restorations before
and after cementation in vivo.
Int J Prosthodont
, v.6, n.6, p.585
-
91,
N
ov.
-
Dec. 1993.
52.
KEYS, L.G. An alternate method of verifying the seating of all
-
ceramic
restorations.
J Prosthet Dent
, v., n., p.411, Apr. 2002.
53.
de la MACORRA, J.C.; PRADIES, G.
Conventional and adhesive luting
cements.
Clin Oral Investig
, v.6, n.4, p.1
98
-
204, Dec. 2002.
54.
MARKER, V.A. et al.
Factors affecting the retention and fit of gold castings.
J Prosthet Dent
, v.57, n.4, p.425
-
30, Apr. 1987.
55.
MAY, K.B. et al. Precision of fit: the Procera AllCeram crown.
J Prosthet
Dent
, v.80, n.4, p.394
-
404, Oc
t. 1998.
56.
McINTYRE, F.M. et al.
The effect of film thickness on the bond strength of
polycarboxylate cement.
Int J Prosthodont
, v.7, n.5, p.461
-
7, Sept.
-
Oct.
1994.
57.
McLEAN, J.W.; von FRAUNHOFER, J.A.
The estimation of cement film
thickness by an in vivo
technique.
Br Dent J
, v.131, n.3, p.107
-
11, Aug.
1971.
58.
NEIVA, G. et al.
Resistance to fracture of three all
-
ceramic systems.
J
Esthet Dent
, v.10, n.2, p.60
-
6, 1998.
59.
ÖDMAN, P.; ANDERSSON, B.
Procera AllCeram crowns followed for 5 to
10.5 years: a pro
spective clinical study.
Int J Prosthodont
, v.14, n.6,
p.504
-
9, Nov.
-
Dec. 2001.
60.
ILO, G.; EVJE, D.M.
Film thickness of dental luting cements.
Dent Mater
,
v.2, n.2, p.85
-
9, Apr. 1986.
61.
OLSSON, K.G. et al.
A long
-
term retrospective and clinical follow
-u
p study of
In
-
Ceram Alumina FPDs.
Int J Prosthodont
, v.16, n.2, p.150
-
6, Mar.
-
Apr. 2003.
62.
PASCOE, D.F.
An evaluation of the marginal adaptation of extracoronal
restorations during cementation.
J Prosthet Dent
, v.49, n.5, p.657
-
62,
May 1983.
63.
PERA, P. et
al.
In vitro marginal adaptation of alumina porcelain ceramic
crowns.
J Prosthet Dent, v.72, n.6, p.585
-
90, Dec. 1994.
64.
PERSSON, M.; ANDERSSON, M.; BERGMAN, B.
The accuracy of a high
-
precision digitizer for CAD/CAM of crowns. J Prosthet Dent
, v.74, n.3,
p.223
-
9, Sept. 1995.
65.
PILO, R. et al.
Incomplete seating of cemented crowns: a literature review.
J
Prosthet Dent
, v.59, n.4, p.429
-
33, Apr. 1988.
66.
PILO, R.; CARDASH, H.S.
In vivo retrospective study of cement thickness
under crowns.
J Prosthet Dent
,
v.79, n.6, p.621
-
5, June 1998.
67.
PRÖBSTER, L.
Survival rate of In
-
Ceram restorations.
Int J Prosthodont
,
v.6, n.3, p.259
-
63, May
-
June 1993.
68.
PRÖBSTER, L.
Four year clinical study of glass
-
infiltrated, sintered alumina
crowns.
J Oral Rehabil
, v.23, n.3,
p.147
-
51, Mar. 1996.
69.
PRÖBSTER, L.; DIEHL, J.
Slip
-
casting alumina ceramics for crown and
bridge restorations.
Quintessence Int
, v.23, n.1, p.25
-
31, Jan. 1992.
70.
QUALTROUGH, A.J.; PIDDOCK, V.
Fitting accuracy of indirect restorations:
a review of methods
of assessment.
Eur J Prosthodont Restor Dent
,
v.1, n.2, p.57
-
61, Dec. 1992.
71.
QUINTAS, A.F.; OLIVEIRA, F.; BOTTINO, M.A.
Vertical marginal
discrepancy of ceramic copings with different ceramic materials, finish
lines, and luting agents: an in vitro evalu
ation.
J Prosthet Dent
, v.92,
n.3, p.250
-
7, Sept. 2004.
72.
RISSIN, L.; WETREICH, G.
Utilization of elastomeric materials to evaluate
the accuracy of cast restorations prior to cementation.
J Prosthet Dent
,
v.49, n.4, p.585
-
6, Apr. 1983.
73.
ROSENSTIEL, S.F.;
GEGAUFF, A.G.
Improving the cementation of
complete cast crowns: a comparison of static and dynamic seating
methods.
J Am Dent Assoc, v.117, n.7, p.845
-
8, Dec. 1988.
74.
ROSENSTIEL, S.F.; LAND, M.F.; CRISPIN, B.J.
Dental luting agents: A
review of the current literature.
J Prosthet Dent
, v.80, n.3, p.280
-
301,
Sept. 1998.
75.
SCHERRER, S.S. et al.
Effect of cement film thickness on the fracture
resistance of a machinable glass
-
ceramic.
Dent Mater
, v.10, n.3, p.172
-
7,
May 1994.
76.
SCHWARTZ, N.L. et al. Unserv
iceable crowns and fixed partial dentures:
life
-
span and causes for loss of serviceability.
J Am Dent Assoc
, v.81,
n.6, p.1395
-
1401, Dec. 1970.
77.
SCHWARTZ, I.S. A review of methods and techniques to improve the fit of
cast restorations.
J Prosthet Dent
,
v.56, n.3, p.79
-
83, Sept. 1986.
78.
SHEARER, B.; GOUGH, M.B.; SETCHELL, D.J. Influence of marginal
configuration and porcelain addition on the fit of In
-
Ceram crowns.
Biomater
, v.17, n.19, p.1891
-
5, Oct. 1996.
79.
SORENSEN, J.A.
A rationale for comparison of
plaque
-
retaining properties
of crown systems.
J
Prosthet Dent
, v.62, n.3, p.264
-
9, Sept. 1989.
80.
SORENSEN, J.A.
A standardized method for determination of crown margin
fidelity.
J Prosthet Dent
, v.64, n.1, p.18
-
24, July 1990.
81.
STRUTZ, J.M. et al.
Luting c
ement
-
metal surface physicochemical
interactions on film thickness.
J Prosthet Dent
, v.72, n.2, p.128
-
32, Aug.
1994.
82.
SULAIMAN, F. et al.
A comparison of the marginal fit of In
-
Ceram, IPS
Empress, and Procera crowns.
Int J Prosthodont
, v.10, n.5, p.478
-
84,
Sept.
-
Oct. 1997.
83.
SYU, J.Z. et al.
Influence of finish
-
line geometry on the fit of crowns.
Int J
Prosthodont
, v.6, n.1, p.25
-
30, Jan.
-
Feb. 1993.
84.
TAGGART, W.H. A new and accurate method of making gold inlays.
Dental
Cosmos
, v.49, n.11, p.1117
-
21, N
ov. 1907.
85.
TAN, K.; IBBETSON, R.
The effect of cement volume on crown seating. Int
J Prosthodont
, v.9, n.5, p.445
-
51, Sept.
-
Oct. 1996.
86.
TROENDLE, G.R. ; TROENDLE, K.B. ; CAVAZOS, E.Jr. Film thickness of
four disclosing media. J Prosthet Dent
, v.65, n.6
, p.856
-
7, June 1991.
87.
USHIWATA, O. et al.
Marginal fit of nickel
-
chromium copings before and
after internal adjustments with duplicated stone dies and disclosing agent.
J Prosthet Dent
, v.83, n.6, p.634
-
43, June 2000.
88.
WEAVER, J.D.; JOHNSON, G.H.; BALES
, D.J.
Marginal adaptation of
castable ceramic crowns.
J Prosthet Dent
, v.66, n.6, p.747
-
53, Dec.
1991.
89.
WHITE, S.N.; KIPNIS, V.
The three
-
dimensional effects of adjustment and
cementation on crown seating.
Int J Prosthodont
, v.6, n.3, p.248
-
54,
May
-
June 1993.
90.
WHITE, S.N.; SORENSEN, J.A.; KANG, S.K.
Improved marginal seating of
cast restorations using a silicone disclosing medium.
Int J Prosthodont
,
v.4, n.4, p.323
-
6, July
-
Aug. 1991.
91.
WHITE, S.N.; YU, Z.
Film thickness of new adhesive luting agents.
J
Prosthet Dent
, v.67, n.6, p.782
-
5, June 1992a.
92.
WHITE, S.N.; YU, Z.
The effect of adhesive luting agent
-
dentinal surface
interactions on film thickness.
J Prosthet Dent
, v.68, n.1, p.49
-
52, July
1992b.
93.
WHITE, S.N.; YU, Z.; KIPNIS, V.
Effect of seat
ing force on film thickness of
new adhesive luting agents.
J Prosthet Dent
, v.68, n.3, p.476
-
81, Sept.
1992.
94.
WILSON, P.R. et al.
Deformation of crowns during cementation.
J Prosthet
Dent
, v.64, n.5, p.601
-
9, Nov. 1990.
95.
WILSON, P.R. Crown behavior dur
ing cementation.
J Dent
, v.20, n.3,
p.156
-
62, June 1992.
96.
WILSON, P.R. Effect of increasing cement space on cementation of artificial
crowns.
J Prosthet Dent, v.71, n.6, p.560
-
4, June 1994.
97.
WILSON, P.R. Low force cementation.
J Dent
, v.24, n.4, p.269
-
73, July.
1996.
98.
WINDELER, A.S.
Powder enrichment effects on film thickness of zinc
phosphate cement.
J Prosthet Dent, v.42, n.3, p.299
-
303, Sept. 1979.
99.
WISKOTT, H.W.; BELSER, U.C.; SCHERRER, S.S.
The effect of film
thickness and surface texture on th
e resistance of cemented extracoronal
restorations to lateral fatigue loading.
Int J Prosthodont
, v.12, n.3,
p.255
-
62, May
-
June 1999.
100.
WU, J.C.; WILSON, P.R. Optimal cement space for resin luting cement.
Int J Prosthodont
, v.7, n.3, p.209
-
15, May
-
June 1
994.
ABSTRACT
EVALUATION OF VERTICAL MISFIT AND FILM THICKNESS OF
THREE
CERAMIC SYSTEMS COPINGS
The development of new ceramic systems creates the possibility of choice above
the type of restoration one could mean to choose. Thus, benefits from this
progress must
be appraised on the possibility of unsatisfactory clinical behavior. This work intends to
evaluate ceramic copings to the influence of internal adjustment on adaptation, vertical
misfit after cementation, film thickness of axial and occlusal surfaces and occurrence of
oblique seating. A metallic superior premolar analogue with full crown preparation was
yield and thirty casts
were
obtained and divided into three groups of ten specimens
each. Metal copings were yield for group MC and ceramics
copings of In
-
Ceram Zirconia
and Procera AllZircon were yield for group IZ and group PZ, respectively. The copings
had their position, in relation to the metallic analogue, measured during adjustment and
cementation with light body silicon. Cement film, below the copings, was sectioned and
measured at the axial and occlusal surfaces. The analysis of the results demonstrated
that: 1) internal adjustment of metal and In-Ceram Zirconia copings reduced the vertical
misfit; 2) vertical misfit after cementation of Procera AllZircon copings was statistically
different from metal and In-Ceram Zirconia copings; 3) film thickness of Procera
AllZircon copings was significantly greater than metal and In-Ceram Zirconia copings; 4)
all copings presented oblique seating.
Key
-
words
: ceramic systems, vertical misfit, f
ilm thickness, cementation.
This document was created with Win2PDF available at http://www.win2pdf.com.
The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.
This page will not be added after purchasing Win2PDF.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo