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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CENTRO TECNOLÓGICO - CIENTÍFICO
MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
LETÍCIA MATTOS TAVARES VALENTE DOS REIS
CENÁRIOS LOGÍSTICOS PARA A INDÚSTRIA DE ÓLEO E GÁS NO BRASIL
NITERÓI
2006
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LETÍCIA MATTOS TAVARES VALENTE DOS REIS
CENÁRIOS LOGÍSTICOS PARA A INDÚSTRIA DE ÓLEO E GÁS NO BRASIL
Orientador: Prof. Dr ANNIBAL PARRACHO SANT’ANNA
NITERÓI
2006
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal Fluminense, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre. Área de Concentração: Sistemas,
Apoio a Decisão e Logística.
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LETÍCIA MATTOS TAVARES VALENTE DOS REIS
CENÁRIOS LOGÍSTICOS PARA A INDÚSTRIA DE ÓLEO E GÁS NO BRASIL
Aprovada em março de 2006.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Annibal Parracho Sant’Anna – Orientador
UFF
Prof. Dr. Helder Gomes Costa
UFF
Prof. Dr. Carlos Francisco Simões Gomes
IBMEC – RJ & UVA
NITERÓI
2006
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal Fluminense, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre. Área de Concentração: Sistemas,
Apoio a Decisão e Logística.
RESUMO
Este trabalho é sobre cenários logísticos para a indústria de oleo e gás no Brasil. Parte-
se da metodologia de cenários da escola americana (Global Business Network) e também da
escola francesa (La prospective) para traçar os cenários de como se encontra essa indústria
atualmente até como estará no ano de 2015. Ao final do trabalho chega-se a duas
possibilidades para o petróleo e quatro para o gás natural devido a esta indústria ser mais
incipiente. São elas: Continuidade ou Crescimento para o petróleo e Integração Nacional,
Integração Regionalizada, Integração Regionalizada com consumo de GNL ou ainda Morte da
Indústria para o gás natural. O capítulo 1 introduz o leitor ao tema e mostra como o trabalho
se desenvolverá. O capítulo 2 trata da metodologia aplicada. O capítulo 3 mostra o cenário
atual. O capítulo 4 destaca as variáveis e atores a serem considerados. O capítulo 5 traça os
cenários e o capítulo 6, é a conclusão do trabalho.
Palavras-chave: Cenários, logística, óleo, gás natural, Brasil
ABSTRACT
This study is about logistics` scenarios for the oil and gas industry in Brazil. It is based
on the American (Global Business Network) and French (La Prospective) schools and aims to
develop the scenarios from nowadays to 2015. At the end of the study there are two possible
scenarios to the oil Industry and four to the natural gas, as it is still growing. They are:
Continuity or Growth for Oil and National Integration, Regionalized Integration,
Regionalized Integration with LNG consumption or Shrink of the Industry for natural gas.
Chapter 1 introduces the reader to the subject and shows how the study will be developed.
Chapter 2 is about the applied methodology. Chapter 3 shows the scenarios today. Chapter 4
gives emphasis to the variables and actors to be considered. Chapter 5 builds the scenarios
and Chapter 6 is the conclusion.
Key-words: Scenarios, logistics, oil, natural gas, Brazil
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................
2 METODOLOGIA .........................................................................................................
2.1 CIÊNCIA E CENÁRIOS .............................................................................................
2.2 TIPOLOGIA DE CENÁRIOS .....................................................................................
2.3 DIRETRIZES METODOLÓGICAS ...........................................................................
2.4 SCHWARTZ E WACK – GLOBAL BUSINESS NETWORK (GBN) ……...….......
2.5 GODET – LA PROSPECTIVE .....................................................................................
2.6 CENÁRIOS NACIONAIS ...........................................................................................
2.7 TÉCNICAS QUALITATIVAS ....................................................................................
2.8 TÉCNICAS QUANTITATIVAS .................................................................................
3 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ...................................................................................
3.1 ASPECTOS GERAIS ..................................................................................................
3.1.1 Logística ....................................................................................................................
3.1.2 O contexto Mundial e as Américas do Sul e Central ................................................
3.1.2.1 Petróleo ..................................................................................................................
3.1.2.2 Gás Natural ............................................................................................................
3.1.3 O Brasil .....................................................................................................................
3.2 ASPECTOS ESPECÍFICOS ........................................................................................
3.2.1 O problema do Transporte de Petróleo e Gás no Brasil ............................................
3.2.1.1 As Variáveis de Decisão para o Problema de Transporte ......................................
3.2.2 Petróleo .....................................................................................................................
3.2.3 Gás Natural ...............................................................................................................
3.2.3.1 Combustível Industrial, Comercial e Residencial ..................................................
3.2.3.2 Geração de Energia Elétrica ...................................................................................
3.2.3.3 Gás Natural Veicular ..............................................................................................
3.2.3.4 Outros Usos (recuperação secundária, matéria-prima da petroquímica, etc.) ........
4 ESTRATÉGIAS DE APROXIMAÇÃO DOS CENÁRIOS: VARIÁVEIS E
ATORES ........................................................................................................................
4.1 ESTRATÉGIA DE APROXIMAÇÃO ........................................................................
4.2 ANÁLISE ESTRUTURAL: MATRIZES VARIÁVEL/VARIÁVEL E
ATOR/VARIÁVEL PARA O PETRÓLEO ................................................................
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4.3 ANÁLISE ESTRUTURAL: MATRIZES VARIÁVEL/VARIÁVEL E
ATOR/VARIÁVEL PARA O GÁS NATURAL .........................................................
4.4 INVESTIGAÇÃO MORFOLÓGICA: PETRÓLEO ...................................................
4.5 INVESTIGAÇÃO MORFOLÓGICA: GÁS NATURAL ...........................................
5 CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS ................................................................................
5.1 PETRÓLEO .................................................................................................................
5.1.1 Cenário I – Continuidade ..........................................................................................
5.1.2 Cenário II – Crescimento ..........................................................................................
5.2 GÁS NATURAL ..........................................................................................................
5.2.1 Cenário I – Integração Nacional ...............................................................................
5.2.2 Cenário II – Integração Regionalizada ......................................................................
5.2.3 Cenário III – Integração Regionalizada com consumo de GNL (Gás Natural
Liquefeito)
.................................................................................................................
5.2.4 Cenário IV – Morte da Industria
...............................................................................
6 CONCLUSÃO ...............................................................................................................
6.1 CENÁRIOS IDENTIFICADOS ..................................................................................
6.2 CONCLUSÃO SOBRE CENÁRIOS ..........................................................................
6.3 LIMITAÇÕES DESSE ESTUDO ...............................................................................
6.4 SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS .............................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................
ANEXOS ............................................................................................................................
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1 INTRODUÇÃO
Os estudos de cenários se fazem necessários porque o futuro é incerto e se quer
identificar os possíveis espaços de evolução da realidade. Com o objetivo de identificar os
espaços para a evolução do cenário atual até 2015 para a logística do óleo e gás no Brasil, foi
desenvolvida esta pesquisa.
A motivação para o tema se deve às recorrentes citações em jornais e seminários da
área de que o Brasil estaria próximo a um “Apagão Logístico”. Advém daí o interesse da
pesquisa para saber se o setor de óleo e gás estaria nessa mesma linha ou não e quais são as
possibilidades dessa indústria no decorrer dos próximos anos.
A dissertação está organizada da seguinte forma:
Capítulo 1- Introdução => breve explanação do que se pretende na dissertação e de
como ela será desenvolvida.
Capítulo 2 – Metodologia => principais aspectos teóricos das teorias de cenários
atuais. Passando por suas principais “escolas” – La prospective e Global Business Network – e
técnicas.
Capítulo 3 – Definição do problema => envolve aspectos gerais como conceito de
logística, o contexto mundial e a situação do Brasil, além de aspectos específicos da indústria
de óleo e gás.
Capítulo 4 – Estratégias de aproximação dos cenários: Variáveis e Atores =>
definem-se as principais variáveis e atores a influenciar/determinar os cenários futuros para
óleo e gás. Ao mesmo tempo, se testa a consistência entre a combinação das variáveis, uma
vez que lhe são atribuídos valores.
9
Capítulo 5 – Construção de Cenários => são construídos seis cenários para 2015: dois
para o óleo, uma vez que esta é uma indústria mais madura e quatro para o gás natural, por
estar em um estágio anterior no ciclo de vida.
Capítulo 6 – Conclusão para petróleo e gás natural => é debatida a possibilidade de
ocorrência de cada cenários, assim como apresentadas possíveis linhas de pesquisa na área
não abordadas por esta dissertação.
Dessa forma espera-se contribuir para evolução não só do setor de óleo e gás no
Brasil, apresentando perspectivas futuras, como também vislumbrar necessidades logísticas
para propiciar um maior desenvolvimento da indústria, contribuindo para o crescimento
nacional – uma vez que para o crescimento do Produto Interno Bruto é necessário ter energia
disponível nas suas diferentes formas.
2 METODOLOGIA
Figura 2.1 - Fonte: Godet, 1982
Os estudos de Cenários se fazem necessários à medida que aumentam as incertezas – e
estas implicam em ameaças (riscos) ou oportunidades - , já que eles permitem maior análise e
reflexão sobre as perspectivas da realidade em que se vive e diante da qual se planeja. Apesar
dos estudos não eliminarem a incerteza, nem ser possível prever exatamente o futuro, a
metodologia serve para identificar os espaços possíveis de evolução da realidade.
O futuro é uma preocupação constante dos seres humanos desde a antiguidade e,
atualmente, os estudos de cenários procuram não só antever os eventos, mas também
influenciar eventos futuros. São nossos referenciais teóricos, a Escola Francesa Prospectiva de
Godet e os estudos da Global Business Network (GBN), cujo principal expoente é Schwartz -
o qual realiza estudos de cenários também para a Shell.
Para ambos, os estudos de cenários não se baseiam, nem na idéia do determinismo,
onde o futuro seria prefixado por Deus, nem no indeterminismo, no qual o futuro ainda está
11
indefinido porque cabe a Deus determiná-lo, sendo possível que Ele mude sua própria escolha
conforme Sua vontade.
Na escola francesa prospectiva, “o processo de planejamento não teria nenhum sentido
se a natureza e a sociedade tivessem histórias futuras predefinidas, retirando qualquer espaço
de liberdade para decidir o próprio futuro” (GODET, 1997).
Na verdade, quando se pensa em cenários, parte-se do princípio que o futuro não é um
fenômeno aleatório e arbitrário, entretanto também não é uma trajetória definida por
antecipação. O futuro faz parte de um sistema complexo e não-linear, onde existe algum
padrão de organização que existe mesmo em sistemas complexos, caóticos.
Dessa forma , “para os estudos de cenários é necessário considerar a inevitabilidade de
lidar e de aceitar a incerteza, tentando, portanto, apenas limitar seus espaços de possibilidade”
(BUARQUE, 2003, p. 17).
Como sistema complexo, pode-se dizer que existem nele presentes mecanismos de
retroalimentação que implicam na auto-organização e na mudança. Os mecanismos de
retroalimentação podem ser positivos ou negativos. No primeiro caso, acontece uma reação
em cadeia, gerando mudança; já no segundo, acontece a regulação, gerando o equilíbrio.
Nos sistemas complexos a mudança e a continuidade convivem. Como mesmo nos
sistemas caóticos é possível encontrar padrões de mudança, devemos procurá-los ao
estabelecer cenários sem “subestimar as forças de inércia” (GODET, 1997).
É necessário ao formular cenários, saber que não basta projetar tendências do passado,
supondo que a estabilidade é permanente; nem supor que as instabilidades também perduram
sempre. Na verdade o futuro é uma mistura de estabilidade e extrapolação do presente com
instabilidades e descontinuidades ocasionais.
Como estudo prospectivo, os cenários procuram descrever futuros alternativos para
apoio a decisão. Eles não procuram eliminar a incerteza, nem prever o que vai acontecer,
apenas tentam sistematizar as diversas possibilidades de futuro.
Segundo Schwartz (2000):
The end result is not an accurate picture of tomorrow, but better decisions about the
future.
O resultado não é uma figura certa do amanhã, mas melhores decisões acerca do
futuro.
12
2.1 CIÊNCIA E CENÁRIOS
O método de cenários tem vários instrumentos, técnicas de organização e
sistematização. Entretanto a formulação de cenários demanda também se trabalhar com
eventos imponderáveis e utilizar hipóteses sobre comportamentos futuros. Para tal é
necessário sensibilidade e percepção, por isso Schwartz em seu livro coloca a atividade de se
formular cenários, como “a arte da previsão” (SCHWARTZ, 2000).
Ao longo das últimas décadas, têm sido desenvolvidos vários recursos analíticos para
elaboração de cenários que auxiliam na sua estruturação. Entretanto deve-se ficar atento para
que tais metodologias não sejam utilizadas de forma a engessar o pensamento, não permitindo
a visualização de tendências ainda não evidentes.
“Cenários são configurações de imagens de futuro condicionadas e fundamentadas em
jogos coerentes de hipóteses sobre os prováveis comportamentos das variáveis determinantes
do objeto de planejamento” (GODET, 1985). Cabe ressaltar que é necessária a coerência
entre as hipóteses.
Elaborar cenários é como contar uma estória, observando-se o passado, passando pela
situação presente e se imaginando o movimento do mundo ou de um determinado
setor/empresa chegando a uma alternativa de futuro plausível.
2.2 TIPOLOGIA DE CENÁRIOS
Quando se formula cenários é importante caracterizar se estes são desejados ou se os
cenários são exploratórios. Os cenários exploratórios são essencialmente técnicos e procuram
excluir os desejos dos formuladores no desenho do futuro. Os cenários desejados devem se
aproximar das aspirações do decisor em relação ao futuro – vale ressaltar que para ser
considerado cenário, mais do que uma simples aspiração, é necessário que o caminho traçado
seja plausível e viável.
13
Figura 2.2
Figura 2.3
14
Figura 2.4
Nas figuras anteriores, pode-se observar que a figura 2.2 traça um caminho do presente
até um futuro desejado, sendo, portanto, do tipo normativo. Já a 2.3 e a 2.4 mostram cenários
do tipo extrapolativo. Destes, um lida com o futuro livre de surpresas e o outro trata de
variações desse futuro.
A razão de ser deste trabalho é que “os cenários funcionam como estímulo para que a
sociedade reflita sobre a realidade e suas possibilidades, de modo que a contribuição central
deles reside na preparação do espírito das equipes que participam da reflexão” (GODET,
1997).
A próxima figura reflete os tipos de cenários em que se irá trabalhar nesta dissertação:
referencial e alternativo. Procurar-se-á ser isento de qualquer aspiração, para trabalhar o
caminho mais provável (cenário referencial) a partir da extrapolação de tendências e análise
dos experts da área, que podem com mais facilidade perceber sinais de descontinuidade. Em
outra seção serão discutidas as técnicas para se coletar essas informações e se identificar
padrões.
15
Figura 2.5
2.3 DIRETRIZES METODOLÓGICAS
Segundo Buarque (2003, p. 29), existem sete pontos para guiar um estudo de cenários.
São eles:
1. Evitar o impressionismo e imediatismo;
2. Recusar consensos;
3. Ampliar e confrontar informações;
4. Explorar a intuição;
5. Aceitar o impensável;
6. Reforçar a diversidade de visões;
7. Ressaltar a análise quantitativa.
Além disso, existem dois processos analíticos de se aproximar dos cenários: o método
indutivo e o dedutivo. No primeiro, para se formular cenários, se junta um conjunto de
informações para, daí chegar a um quadro geral, enquanto no segundo se parte do geral para o
particular.
Buarque (2003, p. 31) propõe ainda que sejam feitas algumas perguntas antes de se
começar a formular cenários:
16
Que fatores estão amadurecendo na realidade atual que indicam uma tendência de
futuro?
Quais os fatores mais relevantes e os de desempenho futuro mais incerto?
Que hipóteses parecem plausíveis para a definição de eventuais e prováveis
comportamentos futuros dessas incertezas centrais?
Como podem ser combinadas as diferentes hipóteses para as diversas incertezas
consideradas relevantes?
Que combinações de hipóteses podem ser consideradas coerentes para a formação
de um jogo coerente de hipóteses?
Figura 2.6 - Fonte: Buarque, 2003
Em primeiro lugar deve se tentar descobrir variáveis determinantes que geram
tendências para depois separá-las. É importante notar que na figura para gerar cenários é
necessário perceber elementos constantes, mudanças já pré-determinadas e mudanças incertas.
2.4 SCHWARTZ E WACK – GLOBAL BUSINESS NETWORK (GBN)
Schwartz e Wack sugerem pensar cenários de forma diferente, conforme artigo
“Scenarios: The search for foresight”. Eles recomendam que se forme um grupo
diversificado incluindo tomadores de decisão da indústria, pessoas operando na periferia da
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organização (funcionalmente ou geograficamente), pessoas de conhecimento amplo das
diferentes funções e operações, outsiders; e, depois tomar os seguintes passos:
I) Estabelecer a questão principal: segundo Schwartz e Wack, a maneira de se
começar a estudar o cenário é considerar qual a principal decisão, com a qual a
empresa/setor se defronta. A partir daí deve-se procurar como os diferentes
cenários externos poderiam impactar na empresa/setor de forma individual.
II) Estabelecer as principais influências locais: quais são os fatores, a nível local,
micro, que têm importância para a decisão fundamental da empresa/setor.
III) Estabelecer as principais influências globais: quais são os fatores macros, com
base na tecnologia, política, meio-ambiente, sociedade e economia que poderiam
afetar drasticamente a empresa/setor.
IV) Classificar as influências de acordo com o grau de importância: nesta etapa é
importante detectar quais influências são chaves e quais influenciam de forma
mais amena. Nesta etapa é importante estipular qual o grau de importância de
cada fator (scenario driver).
V) Escolher cenários: A etapa anterior dá as bases para a escolha dos cenários mais
plausíveis, de acordo com o grau de importância das variáveis a serem levadas
em consideração.
VI) Adicionar Detalhes: esse passo consiste em criar uma narrativa coerente e
detalhada que incorpore as diferentes incertezas
VII) Revisar Resultados: nessa etapa deve ser possível ainda indicar qual era a
decisão fundamental levantada no primeiro passo.
Escolher sinais de alerta: após criar os cenários, pode ser útil escolher sinais de alerta
que indiquem, na eminência da mudança, qual seria o novo cenário mais aplicável
Dessa forma ter-se-ia um cenário detalhado baseado nas diferentes visões da indústria
e do mercado. Para eles ainda pode-se dizer que se têm bons cenários quando estes são ao
mesmo tempo plausíveis e surpreendentes.
Outros aspectos que normalmente surgem e podem ajudar na consolidação de cenários
detalhados são: os ganhadores e os perdedores; o desafio e a resposta; a evolução natural;
boas e más notícias; ciclos; possibilidades infinitas; gerações; e, transição perpétua.
Wack (1985) diz ainda que:
18
“If you wanted to see the future you could not go to conventional sources of
information. Everyone else would know them as well and thus you would have no unique
advantage. Scenario builders need peripheral, not tunnel vision.”
Se você quer ver o futuro, não pode ir a fontes convencionais de informação. Dessa
forma, todos os demais saberiam o mesmo e não haveria vantagem única. Formuladores de
Cenários precisam de visão periférica, não visão de túnel.
2.5 GODET – LA PROSPECTIVE
Já a escola francesa La prospective coloca que: “La prospective não é previsão nem
futurologia, mas um modo de pensar a favor da ação e contra o fatalismo”. Ela envolve olhar
longe no futuro de maneira ampla e ao mesmo tempo detalhada. Ela envolve risco, porque
tem que se mudar e se adaptar em função do previsto. Além disso, ela é também um tanto na
precisão, mas no processo de envolvimento que leva a tomadas de decisões que não
aconteceriam sem o estudo de cenários.
Quanto mais incerto e complexo o futuro se torna, mais importante é o estudo de
cenários para auxiliar as pessoas a não apenas antecipá-lo, mas, principalmente, provocá-lo.
Um cenário, segundo Godet é uma descrição de uma situação futura e de um curso de
eventos, que permite que alguém mova da situação original para a situação futura. Ele
distingue ainda dois tipos de cenários: um exploratório, no qual padrões passados são
extrapolados em um futuro provável, e um conjunto antecipatório de cenários, que incorpora
as diferentes visões de futuro. E, propõe os seguintes passos encadeados a fim de se obter um
estudo de cenários:
I) Análise do sistema.
II) Revisar o passado.
III) Definir as estratégias de aproximação.
IV) Adicionar detalhes.
Ele acrescenta ainda que existem dados demais e ainda assim eles nunca estão
completos. Daí advém a infinita possibilidade de formulação de diferentes cenários.
Godet diz ainda que como o futuro é uma construção social, os atores sociais devem
ocupar uma posição central na construção de cenários. É interessante lembrar que um cenário
19
futuro é um quadro onde existem atores dominantes, por isso, se deve envolver os diversos
atores quando da formulação dos cenários para identificar quais os possíveis de predominar
no futuro.
2.6 CENÁRIOS NACIONAIS
Segundo Buarque (2003, p. 45) para se obter um cenário nacional podemos partir do
método indutivo, juntando as várias regiões:
Figura 2.7 - Fonte: Buarque, 2003.
Ou, pode-se utilizar o método dedutivo – partindo de um cenário mundial, desdobrar
para cenários nacionais:
Figura 2.8 - Fonte: Buarque, 2003.
20
2.7 TÉCNICAS QUALITATIVAS
Entrevista Estruturada:
É uma forma simples de levantamento e de identificação da visão dos técnicos e
dos especialistas. Por meio dela se organiza um conjunto de percepções e
interpretações sobre as probabilidades de eventos. Ao empregar roteiros abertos ou
questionários mais estruturados, a entrevista permite captar múltiplas percepções.
(BUARQUE, 2003, p 57).
Ela pode ser bem utilizada quando há conhecimento de quais pessoas têm a percepção
mais apurada.
Brainstorming:
Na técnica de brainstorming, reúne-se um grupo e pede-se que todas as pessoas dêem
suas impressões quanto ao tema. No caso de formulação de cenários, esse pode ser um bom
começo na identificação das variáveis e atores envolvidos. A técnica tem como características
suspensão do julgamento e princípio da quantidade.
O brainstorming é uma técnica de estruturação do livre pensar de um determinado
grupo que visa a construir conjuntamente as percepções de especialistas sobre as
tendências das incertezas críticas por meio da troca de impressões e do confronto de
pensamento. (...) O mérito maior do brainstorming reside no fato de os especialistas
poderem manifestar livremente sua percepção e, ao mesmo tempo, dialogarem e
construírem diretamente as convergências. (BUARQUE, 2003, p. 57).
Técnica Delphi:
A técnica Delphi é um método de determinar consenso entre os especialistas quanto a
acontecimentos futuros. Consiste em criar um questionário e obter resposta dos especialistas
que vão sendo utilizadas na obtenção de consensos e na formulação de novas perguntas e
assim por diante.
O produto final é uma “média” das opiniões dos experts sobre a probabilidade de
ocorrência de certos eventos e da época dessa ocorrência. O método tem como características:
comunicação por escrito, anonimato, interação com retro-alimentação controlada e resposta
estatística do grupo.
21
“A técnica é um mecanismo de consulta a especialistas por meio do qual se
estrutura uma reflexão sobre as hipóteses plausíveis para o futuro das incertezas,
procurando captar e confrontar a percepção diferenciada sobre a probabilidade de
determinados eventos.” (BUARQUE, 2003, p. 57)
Análise Estrutural:
Como se tem uma infinidade de informações disponíveis a respeito do ambiente das
empresas/setores é necessário cuidado para não cair em dispersão de natureza teórica. Para
que não se corra esse risco Godet (1995) sugere a ferramenta chamada análise estrutural.
A análise estrutural consiste da identificação das variáveis que expressam
sinteticamente a realidade e, em seguida, analisa as relações de causalidade entre elas. Por
meio da utilização de uma matriz quadrada é possível dar pesos de acordo com a influência
delas e com as relações de causalidade para classificar as variáveis em: explicativas, de
ligação, autônomas e de resultado.
Figura 2.9
22
Figura 2.10
Godet (1985) coloca ainda a questão dos atores que influenciam as variáveis e também
sugere como forma de sistematização uma matriz que envolve as variáveis e os mais diversos
atores que podem influenciá-las:
Figura 2.11
Além de observar a natureza das variáveis e os atores capazes de influenciá-las é
necessário também contar com as incertezas/impactos relacionados com elas. Se a variável
23
for, por exemplo, de alta influência e baixa dependência, ela é do tipo explicativa. Dessa
forma, quanto maior o impacto e menor a incerteza, mais importante ela se torna para o
modelo mental de construção de cenários.
Figura 2.12
Investigação Morfológica:
A partir das demais técnicas qualitativas descritas anteriormente torna-se possível
formular hipóteses acerca das incertezas críticas. Para estruturar as diferentes hipóteses Godet
desenvolveu a investigação morfológica, que, na verdade, é a combinação das hipóteses.
Considerando duas hipóteses (representada pelo número) para três incertezas críticas
(representada pela letra) temos a seguinte rede:
24
Figura 2.13
Após se traçar a rede morfológica, cabe a quem formula cenários identificar
inconsistências entre as hipóteses para cada combinação. Somente depois de fazer isso, pode-
se considerar alternativas plausíveis para o futuro.
Avaliação dos Atores Sociais
Para definir um cenário como sustentável, é necessário ver quem são os atores
envolvidos e como eles se posicionariam perante as alternativas de cenários plausíveis,
identificadas com base nas combinações da rede morfológica. Na matriz de sustentação deve-
se atribuir pesos de acordo com as posturas dos atores: (+2) para patrocínio, (+1) para apoio,
(0) para neutralidade, (-1) para oposição e (-2) para rejeição.
25
Figura 2.14
Pode ser útil ainda como ferramenta de formulação de cenários a matriz de estratégia
dos atores. Ela serve para ligar os meios de um ator aos seus objetivos e traçar as ações de
cada ator sobre os demais. Dessa forma permite observar convergências e alianças, assim
como divergências e conflitos.
Figura 2.15
2.8 TÉCNICAS QUANTITATIVAS
Modelos de Previsão e Econométricos:
O que do ponto de vista mais aplicado chama-se modelos de previsão, de um ponto de
vista mais teórico se chama Econometria. O que caracteriza estes modelos, matematicamente,
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é o emprego de ferramentas estatísticas. Como definição para Econometria, segundo a
Sociedade Brasileira de Econometria, tem-se: Econometria é a ciência que lida com a
determinação, por métodos estatísticos, das leis quantitativas concretas que ocorrem na vida
econômica. A Econometria tenta estabelecer as relações que existem entre as grandezas
quantitativa e concretamente na situação econômica dada.
Os problemas de econometria são resolvidos por meio de pesquisas e métodos
estatísticos. A estatística provê, portanto, o econometrista com o material factual, que lhe
permite determinar as leis quantitativas que ligam as grandezas em estudo. O esquema das
pesquisas econométricas num dado problema pode permanecer o mesmo, porém os números
referentes às grandezas estudadas em condições históricas diversas são naturalmente
diferentes.
Quando os dados disponíveis tomam, por exemplo, a forma de uma seqüência de
observações datadas pode-se chamá-las de séries temporais. Estas consistem de observações
feitas a intervalos regulares de tempo da variável a ser prevista: por exemplo, os dados podem
ser as vendas anuais de um determinado produto há dez anos, há nove anos, oito anos, e assim
por diante. Quando assim acontece pode-se desenvolver modelos de previsão através de séries
temporais. As séries temporais levam em consideração fatores como a tendência, os fatores
sazonais e cíclicos, e ainda, flutuações residuais.
Métodos de previsão de séries temporais mais freqüentemente aplicados são média
móvel – onde se supõe que a observação seguinte é uma média das anteriores – ou ainda,
ponderação exponencial – que é uma média móvel onde as observações mais recentes
recebem maior peso.
Simulação:
A simulação como técnica de pesquisa operacional corresponde à utilização de
experimentos numéricos com modelos lógico – matemáticos. Estes experimentos envolvem
geralmente grande volume de cálculos repetitivos, fazendo uso intensivo de recursos
computacionais.
Segundo Saliby (1989), a simulação é uma abordagem de estudo que vem sendo cada
vez mais utilizada nas mais variadas áreas do conhecimento. Dois fatores contribuem para
isso: a crescente complexidade dos problemas com os quais nos defrontamos e a maior
disponibilidade de recursos computacionais.
27
Classificação da Simulação
Toda a simulação é feita a partir da construção de um modelo, definido por um
conjunto de relações lógico-matemáticas descritas com o auxílio de softwares. Dependendo
do tipo de modelo, a simulação pode ser classificada em: Determinística ou Probabilística;
Estática ou Dinâmica; e Discreta ou Continua.
Uma simulação é determinística quando todas as variáveis do modelo são
determinísticas. É usada como alternativa a modelos analíticos para problemas de grande
complexidade, nos quais existe um grande número de variáveis ou de relações. Uma
simulação probabilística baseia-se em uma descrição mais próxima e complexa da realidade,
envolvendo a utilização de variáveis aleatórias. Esta teve sua origem como extensão do
Método de Monte Carlo, proposto por von Neumann e Ulam durante a segunda guerra
mundial.
Nas simulações estáticas, o tempo não é uma variável relevante. Nas simulações
dinâmicas, são estudados sistemas que se alteram ao longo do tempo.
Numa simulação discreta, a passagem do tempo é feita aos pedaços, entre um evento e
outro. Supõe-se que o estado do sistema não se altera ao longo do intervalo compreendido
entre dois eventos consecutivos. Já em uma simulação continua, a passagem do tempo é vista
como se fosse realmente continua, sendo útil no estudo de equações diferenciais.
Utilização e Limitações da Simulação
Dentre as principais razões do grande uso e popularidade da simulação estão:
possibilidade de se criar modelos mais realistas e aderentes, modelagem evolutiva e facilidade
no aperfeiçoamento de modelos, análises what-if e facilidade de comunicação (como
exemplo, tem-se a simulação com recursos visuais).
Já como limitações e dificuldades da simulação, existem: dificuldade de modelagem,
dificuldade de programação computacional, altos tempos de processamento, baixa precisão de
resultados e necessidade de validação dos modelos.
3 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
3.1 ASPECTOS GERAIS
3.1.1 Logística
Segundo o Council of Supply Chain Management Professionals (2006): “Logística é a
parte do processo da cadeia de suprimento que planeja, implementa e controla o eficiente e
efetivo fluxo e estocagem de bens, serviços e informações relacionadas, do ponto de origem
ao ponto de consumo, visando atender aos requisitos dos consumidores.”
Ela está intrinsecamente ligada à sociedade, pois existem no mundo regiões produtoras
e regiões consumidoras e é a logística que vai traduzir esse fluxo de bens, serviços e
informações de forma a equilibrar superávits e déficits de produção.
A importância da logística está ligada a como ela influencia a sociedade. Segundo
Lambert e Stock, “Poucas áreas de estudo têm impacto tão significativo no padrão de vida da
sociedade como a Logística. Quase todas as esferas de atividade humana são afetadas, direta
ou indiretamente, pelo processo logístico.”
A logística é também cada vez mais importante para as empresas, pois cada vez mais a
competição não se dá entre empresas e sim entre cadeias logísticas. Segundo Ken Sharma VP
I2 Technologies, “Estamos nos movendo em direção a um mundo em que a competição não se
dá mais entre companhias, mas entre cadeias logísticas.” E no caso do petróleo a competição
se dá não só entre empresas mas também entre países, o que justificaria o estudo da cadeia de
suprimento do petróleo entre países e no país como um todo, de forma a maximizar a riqueza
do país.
29
Neste trabalho está se estudando a logística do petróleo e gás. No mundo existem
regiões tipicamente produtoras de petróleo, como o Oriente Médio, e zonas tipicamente
consumidoras, como os Estados Unidos. São esses fluxos que serão analisados na próxima
seção. Em um primeiro momento de forma macro, ou seja, fluxo de petróleo no mundo -
quanto ao gás, pela dificuldade de transporte e armazenagem entre continentes somente
analisaremos fluxos internos ao Brasil na seção correspondente ao país.
Depois disso virá a situação da América Latina, como região superavitária em petróleo
– principalmente devido à quase auto-suficiência brasileira e à condição da Venezuela. E por
último, mas não menos importante, virá a área onde nos ateremos mais: o Brasil. Dando
ênfase ao fluxo ótimo de petróleo e gás entre as regiões.
3.1.2 O contexto Mundial e as Américas do Sul e Central
3.1.2.1 Petróleo
O mundo tinha, ao final de 2004, 1.189 bilhões de barris em reservas provadas de
petróleo, sendo 890 bilhões de barris pertencentes à OPEP e somente 299 bilhões pertencentes
a países que não fazem parte da OPEP. A produção mundial é de aproximadamente 80.260
mil barris/dia. A capacidade de refino mundial é de 84.592 mil barris/dia.
As principais regiões produtoras em geral são aquelas com maiores reservas, como
acontece no caso do Oriente Médio e Europa. As exceções são: América do Norte que produz
mais, mesmo tendo reservas relativamente menores e América do Sul que produz menos,
mesmo tendo reservas relativamente maiores. A produção dos países pertencentes a OPEP
soma 41,0% (32.927 mbpd) da produção mundial, enquanto que os não-OPEP contam com
59,0% (47.333 mbpd).
Tabela 3.1 - Produção por Região em mbpd – Fonte: British Petroleum
Região
Produção em
mbpd
% do
Total
America do Norte 14150 17,3%
America do Sul e Central 6764 8,8%
Europa e Eurásia 17583 22,0%
Oriente Médio 24571 30,7%
Africa 9264 11,4%
Ásia Pacífica 7928 9,8%
TOTAL MUNDO 80260 100,0%
30
Figura 3.1 - Reservas Provadas por Região em 1000 mbpd – Fonte: British Petroleum
A relação reserva/produção – coeficiente R/P - no mundo encontra-se por volta de 40
anos, distribuídas nas regiões conforme se segue:
Figura 3.2 - Relação Reserva / Produção Região em Anos – Fonte: British Petroleum
31
Depois de definir as regiões produtoras, para se ter um fluxo logístico é necessário
observar as regiões consumidoras. O maior consumidor é a América do Norte, seguida pela
Ásia e Europa. Pela tabela de consumo, começa-se a perceber que consumo de
energia/petróleo está intrinsecamente ligado a desenvolvimento, ou mais especificamente, ao
Produto Interno Bruto das Regiões.
Tabela 3.2 - Consumo por Região em mbpd – Fonte: British Petroleum
A principal região exportadora mundial é o Oriente Médio responsável por 46%
seguido pela ex-URSS. As principais regiões importadoras são a Europa seguida dos EUA
que juntos totalizam 54,4% das importações. As Américas do Sul e Central são responsáveis
por 5,75% das exportações mundiais. Na tabela 2.3, observam-se os principais movimentos
comerciais no mundo em 2004.
em mbpd
Importação Exportação
EUA 10038 38
Canada 933 1612
Mexico - 2001
América do Sul e Central 757 2137
Europa 10170 913
Ex-União Soviética 6 5093
Oriente Médio 184 17099
Norte da Africa 174 2319
Oeste da Africa 54 3939
Leste e Sul da África 509 230
Ásia Austral 471 156
China 2457 114
Japão 4184 -
Outros Asia Pacifica 7212 975
Não Identificado - 521
TOTAL MUNDO 37149 37149
Tabela 3.3 - Fonte: British Petroleum
Região
Consumo em
mbpd
% do
Total
America do Norte 24619 29,8%
Ásia Pacífica 23446 28,9%
Europa e Eurásia 20017 25,4%
Oriente Médio 5289 6,7%
America do Sul e Central 4739 5,9%
Africa 2647 3,3%
TOTAL MUNDO 80757 100,0%
32
Os macro-fluxos logísticos – fluxos entre regiões do mundo – de petróleo estão
ilustrados na figura 2.3:
Figura 3.3 - Principais Fluxos Mundiais de Petróleo em Milhões de toneladas/ano – Fonte: British
Petroleum
3.1.2.2 Gás Natural
O mundo tinha, ao final de 2004, 179,53 trilhões de metros cúbicos em reservas
provadas de gás, sendo 64,02 trilhões de metros cúbicos pertencentes à ex-URSS. A produção
mundial é de aproximadamente 2.692 bilhões de metros cúbicos.
As principais regiões produtoras são:
Tabela 3.4 – Produção por Região em bilhão de metro cúbico – Fonte: British Petroleum
Região
Bilhão de
M3
% do
Total
America do Norte 762,8 28,3%
Ásia Pacífica 129,1 4,8%
Europa e Eurásia 1051,5 39,1%
Oriente Médio 279,9 10,4%
America do Sul e Central 145,1 5,4%
Africa 323,2 12,0%
TOTAL MUNDO 2691,6 100,0%
33
Figura 3.4 - Reservas Provadas por Região em 1000 trilhão de metro cúbico – Fonte: British
Petroleum
A relação reserva/produção – coeficiente R/P – no mundo encontra-se por volta de 65
anos, distribuídas nas regiões conforme se segue:
Figura 3.5 - Relação Reserva/Produção Região em Anos – Fonte: British Petroleum
34
Uma vez que já se tratou das regiões produtoras para se ter um fluxo logístico é
necessário observar as regiões consumidoras. Cabe lembrar que a logística do gás é muito
específica, uma vez que seu transporte ou é na forma liquefeita ou é via duto – na primeira
forma há um encarecimento do gás e na segunda só permite o fluxo entre regiões próximas.
O maior consumidor é a Europa e Eurásia, vindo o gás principalmente da região da ex-
URSS. Pela tabela de consumo, começa-se a perceber que consumo de energia/gás está
intrinsecamente ligado a desenvolvimento, ou mais especificamente, ao Produto Interno Bruto
das Regiões.
Tabela 3.5 - Consumo por Região em bilhão de metro cúbico – Fonte: British Petroleum
Os macro-fluxos logísticos – fluxos entre regiões do mundo – de gás natural estão
ilustrados na figura 3.6:
Figura 3.6 - Principais Fluxos Mundiais de Gás Natural em Bilhões de metros cúbicos/ano – Fonte:
British Petroleum
Região
America do Norte 784,3 29,2%
Ásia Pacífica 117,9 4,4%
Europa e Eurásia 1108,5 41,2%
Oriente Médio 242,2 9,0%
America do Sul e Central 68,6 2,6%
Africa 367,7 13,7%
TOTAL MUNDO 2689,3 100,0%
35
3.1.3 O Brasil
O país no contexto mundial em 2004 possui poucas reservas de petróleo – apenas
0,9% (11,2 bilhões de barris) das reservas de óleo mundial encontram-se no país. Já quanto à
produção, o Brasil é responsável por 2,0 % (1.542 mil barris/dia) da produção mundial e
consome 2,7% (1830 mil barris/dia) da produção de petróleo, havendo a necessidade
atualmente de importação.
Entretanto pelos planos estratégicos da Petrobras estima-se que em 2006 o Brasil terá
a auto-suficiência em petróleo, ou seja a produção ultrapassará o consumo.
Quanto ao gás natural, o Brasil tem também poucas reservas – somente 0,2% (0,33
trilhão de metros cúbicos) das reservas de gás estão no país. O Brasil produz atualmente 11,1
bilhões de metros cúbicos, correspondendo a 0,4% da produção mundial. Em relação ao
consumo o Brasil é responsável por 0,7% do consumo mundial (18,9 bilhões de metros
cúbicos). Como, o consumo é maior que a produção, o Brasil importa gás Natural, da Bolívia
(7,11 bilhões de metros cúbicos) e da Argentina (0,51 bilhões de metros cúbicos).
O Brasil de 1993 a 2004 teve um crescimento real no Produto Interno Bruto (PIB) de
34%, tendo passado de R$ 1,316 bilhões para R$ 1,767 bi. Isto se reflete substancialmente no
consumo energético.
PIB x Consumo Energético Nacional
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
1
9
7
0
197
1
1
9
7
2
1
9
7
3
1974
1
9
7
5
1
9
7
6
1977
1
9
7
8
1979
1
9
8
0
1981
1982
1
9
8
3
1984
1
9
8
5
198
6
1
9
8
7
1
9
8
8
1989
19
9
0
1
9
9
1
19
9
2
1
9
9
3
1994
1
9
9
5
1
9
9
6
1997
1
9
9
8
1999
2
0
0
0
200
1
2002
2
0
0
3
2004
TEP
0
200.000.000
400.000.000
600.000.000
800.000.000
1.000.000.000
1.200.000.000
1.400.000.000
1.600.000.000
1.800.000.000
2.000.000.000
mil R$
CONSUMO de ENERGIA em TEP PIB em R$
Figura 3.7 - Fonte: IpeaData e BEN 2004
36
Quanto maior o crescimento, mais energia é necessária para sustentá-lo. Fazendo-se a
regressão que correlaciona o PIB com consumo obtemos um grande grau de explicação, onde
o R
2
é de 77% e as estatísticas t descartam a hipótese dos coeficientes serem nulos. No anexo
1, há os dados utilizados para a regressão, assim como seus resultados.
Outro aspecto interessante a ser observado é o consumo final por fonte de combustível
e sua modificação ao longo dos anos.
Figura 3.8 - Fonte: BEN 2005
O petróleo foi se tornando cada vez mais importante, assim como o gás. O
combustível que mais perdeu espaço entre 1970 e 2004 foi a lenha.
Dessa forma, como este trabalho trata da logística do petróleo e do gás, deve-se pensar
nas perspectivas de crescimento na demanda destes combustíveis, para observarmos em um
momento subseqüente onde há oferta e quais os fluxos envolvidos para casar oferta e
demanda de petróleo e gás natural.
3.2 ASPECTOS ESPECÍFICOS
3.2.1 O problema do Transporte de Petróleo e Gás no Brasil
Apresentaremos primeiro nesta seção, os Problemas de Fluxo de Rede para Logística
do petróleo e Gás no Brasil.
CONSUM O FINAL DE ENERGIA (%)
9
17
11
3
12
7
0
6
5
16
3
6
48
12
0
4
12
28
0
10
20
30
40
50
60
1970 2004
DIESEL
ÓLEO COM B.
GASOLINA
G. NATURAL
ELETRIC.
CARVÃO M IN.
LENHA E C.V.
ÁLCOOL
OUTRAS
37
A figura 3.10 ilustra um número de características comuns a todos os problemas de
fluxo de rede ou grafos. Todos estes problemas podem ser representados como uma coleção
de nós conectados por arcos. Os grandes círculos na figura 3.10 são chamados de nós na
terminologia dos problemas de fluxo de rede, e as linhas ligando estes nós são conhecidas
como arcos. Os arcos na rede indicam os caminhos válidos, rotas ou conexões entre os nós
nos problemas de fluxo de rede. Quando as linhas conectando os nós são flechas indicando a
direção, os arcos conectando os nós são chamados arcos direcionais. Na figura apresentada
(3.10) , cada arco está representado por um número, que vai indicar a distância.
A noção de nós de suprimento (ou nós de envio - fonte) e nós de demanda (ou de
recebimento - sumidouro) é outro elemento comum dos problemas de fluxo de rede mostrados
na figura 3.10. A região Sul, por exemplo, pode ser considerada um nó de demanda pois nele
há uma demanda por receber petróleo de outros nós.
A demanda ou suprimento em cada nó na rede é indicado por um número positivo ou
negativo, próximo a cada nó. Números positivos representam uma demanda naquele nó, e
números negativos representam um suprimento disponível naquele nó. Por exemplo, um valor
de +2038 mil m
3
próximo ao nó da região Sul indica que a quantidade de petróleo precisa
aumentar em 2038 m
3
. Uma determinada instalação na cadeia pode ter tanto um suprimento
como uma demanda, porém não ambos.
3.2.1.1 As Variáveis de Decisão para o Problema de Transporte
O objetivo no modelo de fluxo de rede é determinar quantos itens ou qual quantidade
deve ser movida através de cada um dos arcos. No nosso caso, o Brasil se fosse, uma única
empresa, teria que determinar o método menos custoso de transporte de petróleo e derivado ao
longo dos vários arcos mostrados na figura 3.10 para distribuir para onde petróleo e derivados
são demandados. Com isso, cada um dos arcos no modelo de fluxo de rede representa uma
variável de decisão. Determinar o fluxo ótimo para cada arco é o equivalente a determinar o
valor ótimo para a correspondente variável de decisão.
É costumeiro usar números para identificar cada um dos nós no problema de fluxo de
rede. No nosso caso:
1=Norte (N)
2=Nordeste (NE)
3=Sudeste (SE)
38
4=Sul (S)
5=Centro-Oeste (CO)
Para cada arco no modelo de fluxo de rede, é necessário definir uma variável de
decisão como:
X
12
= Volume transportado da Região Norte para Nordeste
Figura 3.9 - Fonte: IBGE.com e Elaboração da autora
Figura 3.10 – Fonte: Elaboração da autora
39
d1 = 2285 Km d2 = 1600 Km
d3 = 845 Km d4 = 1130 Km
d5 = 1500 Km d6 = 2840 Km
d7= 1905 Km d8 = 2430 Km
d9 = 1025 Km d10 = 2410 Km
Modal Custo (R$/Km.m
3
)
Cabotagem 0,01
Duto 0,02
Ferrovia 0,05
Rodovia 0,10
Tabela 3.6 - Custos por Modal – Fonte: Petrobras
1
3.2.2 Petróleo
O petróleo atualmente é consumido nas refinarias para gerarem derivados. Ele sai das
regiões produtoras e deverá ser alocado às refinarias de acordo com a sua necessidade de
consumo. Para simplificação do trabalho, foram agrupadas por região as refinarias e os
centros produtores. E o fluxo de petróleo entre regiões é que será determinado através da
resolução de um problema de rede. Cabe ressaltar aqui que não estaremos prevendo diferença
na qualidade de petróleo para determinar a alocação.
A capacidade máxima de cada refinaria é:
1
Esses custos variam de período para período de acordo com o custo de navios ou mesmo das tarifas de dutos e
ferrovias ou ainda dos custos de combustíveis envolvidos. O importante para o problema de Programação Linear
é determinar o mais barato e a ordem de custos além das capacidades envolvidas para que possa ser determinada
a preferência para utilizar um meio de transporte ou outro.
40
Capacidade de refino (m
3
/dia de operação) Refinarias
(Unidade da Federação)
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Total 292.840 295.890 300.500 309.500 309.500 310.200 320.550 320.550
IPIRANGA (RS)
2.000
2.000
2.000
2.000
2.000
2.700
2.700
2.700
LUBNOR (CE)
950
1.000
1.000
1.000
1.000
1.000
1.000
1.000
MANGUINHOS (RJ)
1.590
1.590
2.200
2.200
2.200
2.200
2.200
2.200
RECAP(SP)
7.000
7.000
7.000
8.500
8.500
8.500
8.500
8.500
REDUC (RJ)
36.000
36.000
36.000
38.500
38.500
38.500
38.500
38.500
REFAP (RS)
30.000
30.000
30.000
30.000
30.000
30.000
30.000
30.000
REGAP (MG)
24.000
24.000
24.000
24.000
24.000
24.000
24.000
24.000
REMAN (AM)
2.300
2.300
2.300
7.300
7.300
7.300
7.300
7.300
REPAR (PR)
27.000
30.000
30.000
30.000
30.000
30.000
30.000
30.000
REPLAN (SP)
52.000
52.000
56.000
56.000
56.000
56.000
58.000
58.000
REVAP (SP)
36.000
36.000
36.000
36.000
36.000
36.000
40.000
40.000
RLAM (BA)
3
47.000
47.000
47.000
47.000
47.000
47.000
51.350
51.350
RPBC (SP)
27.000
27.000
27.000
27.000
27.000
27.000
27.000
27.000
Total
2
(m
3
/dia-
calendário)
278.198 281.096 285.475 294.025 294.025 294.690 304.523 304.523
Fator de Utilização
3
(%) 78,1 83,3 86,1 85,9 89,0 86,7 83,4 89,0
Tabela 3.7 - Fonte: ANP – Anuário Estatístico 2005
A seguir – tabela 3.8 – temos um quadro com a produção por região e a demanda
efetiva pela localização das refinarias no ano de 2004. Percebemos logo que a região centro-
oeste não possui nem demanda – não há refinaria instalada –, nem produção de petróleo. A
região sudeste é superavitária em petróleo (produção > demanda) e as demais deficitárias.
Através de programação linear vai-se alocar o petróleo do sudeste a cada região, assim como
prever importações, uma vez que a demanda ainda é maior que a produção.
Tabela 3.8 - Produção e Demanda de Petróleo por Região em mil barris Fonte ANP – Anuário
Estatístico 2005
Produção Demanda Importação Total
N 15.541 16.598 0
NE 67.034 82.104 5.998
CO 0 0
SE 455.349 320.857 103.695
S 2.793 51.881 49.818
Total (mil bbl) 540.717 471.440 159.510
41
Quanto ao modal de transporte utilizado para petróleo, pode-se dizer que existe um
único que é a cabotagem - diferentemente do que ocorre para derivados, conforme iremos
perceber mais adiante.
Figura 3.11 - Dutos e Terminais para Petróleo e Derivados – Fonte: Transpetro.com
Cabe ressaltar que por não existir cabotagem da ou para a região centro-oeste foi
considerado um custo extremamente alto para forçar outro caminho como solução. A matriz
de custos de cabotagem para petróleo é:
N NE CO SE S
N
0,00 3,63 1000,00 3,86 4,52
NE
3,63 0,00 1000,00 2,54 3,83
CO
1000,00 1000,00 0,00 1000,00 1000,00
SE
3,86 2,54 1000,00 0,00 1,34
S
4,52 3,83 1000,00 1,34 0,00
Tabela 3.9 - Custos de Cabotagem entre Regiões em R$ / Km.barril – Fonte: Elaboração da Autora
42
Resolvendo o problema de alocação dos petróleos nas refinarias nacionais, obtém-se
que o fluxo ótimo – fluxo em que se tem o menor custo para o país – atual é representado pela
seguinte matriz solução:
N NE CO SE S DEMANDA
N 15541 0 0 1058 0 16598
NE 0 67034 0 15070 0 82104
CO 0 0 0 0 0 0
SE 0 0 0 390134 0 390134
S 0 0 0 49088 2793 51881
PRODUÇÄO 15541 67034 0 455349 2793
Tabela 3.10 - Resultado da Otimização
E, uma vez que a demanda das regiões é demanda da refinaria menos importação, tem-
se que sobrava em 2004 para exportação um total de aproximadamente 70.000 mil barris/ano
– saindo essa exportação principalmente da região Sudeste que é a mais superavitária. O que é
razoavelmente consistente com o que ocorre atualmente: a exportação de Marlim da região
Sudeste (Bacia de Campos).
3.2.3 Gás Natural
A oferta de gás natural depende principalmente de três fatores: produção ou
importação do gás, infra-estrutura de transporte e infra-estrutura de processamento. Todos os
fatores podem ser limitadores e dependem de altos investimentos iniciais. No Brasil, o gargalo
para o gás acontece, em algumas regiões, na demanda, em outras, na infra-estrutura de
transporte. A capacidade de processamento de gás também é menor do que a nossa
necessidade. Esses tópicos serão mais bem detalhados a seguir.
Observando-se a produção brasileira de 1994 a 2004, percebe-se que ela praticamente
dobrou em 10 anos - a produção nacional no ano de 2004 foi de 16.971 milhões de m
3
contra
7.712 milhões de m
3
em 1994.
43
Figura 3.12 - Produção de Gás Natural Total por Região (Gráfico Empilhado) – Fonte: ANP – Anuário
Estatístico 2005
A produção apresentada anteriormente foi a produção brasileira total. Para esse estudo,
todavia, será também interessante se observar, não apenas o que se seria capaz de oferecer ao
consumo, mas o que efetivamente foi disponibilizado. O valor disponibilizado é dado pelo gás
seco que sai das Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs). E não se aproxima da
produção total, pois dessa produção tem de ser excluído o gás reinjetado, queimado e
consumido na exploração e produção, além dos líquidos (GLP e C5+) gerados nas UPGNs.
44
GAS NATURAL - REINJEÇÃO -QUIEMA - PERDA - CONSUMO PRÓPRIO
-
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Figura 3.13 - Produção Total de Gás Natural descontadas as perdas – Fonte: ANP – Anuário
Estatístico 2005
Figura 3.14 - Produção Total de Gás Natural Seco por Região – Fonte: ANP – Anuário
Estatístico 2005
45
Quanto à importação de gás natural, pode-se dizer que de 1994 até 2004 o volume
importado tendeu ao crescimento. Em 2004 a importação foi de 7.620 milhões de m
3
. O país
que mais exporta para o Brasil é a Bolívia através do Gasoduto Brasil-Bolívia, que será
apresentado posteriormente junto com toda malha de dutos brasileiros.
Figura 3.15 - Importação Total de Gás Natural Seco por Região – Fonte: ANP – Anuário
Estatístico 2005
A malha de escoamento do gás no Brasil, ainda é pequena quando comparada com
outros países e o crescimento dessa malha como poderemos ver no capítulo que apresenta os
cenários propriamente é que vai determinar o maior/menor crescimento ou até mesmo a morte
da indústria. A infra-estrutura de transporte para o gás natural é fundamental para o
desenvolvimento dessa indústria. Ainda que não existam dutos inter-regiões quanto maior
pulverização, maior oferta e maior demanda será possível. Apesar da malha atual podemos
observar a intenção das indústrias em desenvolver uma rede de dutos significativa, no mapa
abaixo pode-se observar que a quantidade de gasodutos em estudo e em construção tem
aumentado.
46
Figura 3.16 - Rede de Gasodutos – Fonte: GasEnergia.com (2004) (no Anexo 4: Mapa em
tamanho Ampliado)
Para escoamento do Gás Natural Importado e Nacional (16.971 milhões de m
3
em
2004) existem construídos no Brasil 5.688,9 Km, sendo 2.593 Km do GasBol em território
brasileiro e 615 Km do Gasoduto Uruguaiana – Porto Alegre.
Apesar do crescimento da malha de gasodutos nos últimos anos (Anexo 3), muito do
gás produzido ainda não é disponibilizado pelas redes de transporte, sendo parcialmente
queimado ou reinjetado. A integração entre regiões do Brasil ainda é pequena, somente
existindo gasodutos entre as regiões: Centro-Oeste/Sul, Centro-Oeste/Sudeste e Sul-Sudeste.
O que mostra que as regiões Norte e Nordeste não conseguem receber o gás importado. Elas
podem se utilizar apenas do gás produzido na própria região.
A infra-estrutura de processamento nacional é de 16.863 milhões de m
3
, o que atende
aos 9.671 milhões m
3
da produção de 2004.
47
A demanda de gás natural total é, na verdade, a soma das demandas de cada uso. Os
principais usos são: combustíveis industriais, comerciais e residenciais; geração de energia
elétrica; recuperação secundária de petróleo em campos petrolíferos; GNV; e, matéria-prima
da petroquímica.
Simplificadamente, a estrutura da Indústria do gás no Brasil é como segue,
apresentando do lado da oferta, o produtor e o importador, e, do lado da demanda, os diversos
usos:
Figura 3.17 - Estrutura da Indústria de GN – Fonte: Gasnet.com, 2001
3.2.3.1 Combustível Industrial, Comercial e Residencial
As empresas responsáveis por entregar gás natural com a finalidade de combustível
industrial, residencial e comercial são as distribuidoras No Brasil existem 18 distribuidoras
espalhadas pelas 5 regiões. Elas se distribuem no Brasil de acordo com o seguinte mapa:
Residencial,
Comercial e
Industrial
Importado
r
Transportadora
Distribuidoras
Produtor
Termelétricas
Transporte
48
Figura 3.18 - Distribuidoras de GN – Fonte: GasNet.com, 2001
Conforme já explicado anteriormente, todo o gás natural é consumido basicamente de
três formas: combustível industrial, residencial e comercial; termelétricas e GNV. Na tabela
abaixo, percebe-se a distribuição do gás natural de acordo com seus usos:
Tabela 3.11 - Elaborado pela Autora
3.2.3.2 Geração de Energia Elétrica
A geração de energia elétrica com o gás, conforme se sabe, acontece por intermédio
das usinas termelétricas. Entretanto, é bom ressaltar que embora a eficiência das termelétricas
2004
% do
Total
Produção
9671 75%
Total
16971
GNV
2152 13%
Termelétrica
3504 21%
Total de Combustível
Industrial, Residencial
e Comercial
11315 67%
Total
16971 100%
49
seja baixa, é possível aproveitar a energia que não pode ser transformada em energia elétrica,
sob a forma de energia térmica para aquecimento de caldeiras, etc.
A seguir encontra-se um mapa e uma tabela com a potência de cada termelétrica. A
relação média entre potência da termelétrica e consumo de gás é de 11 MMm
3
/d para 1500
MW.
Figura 3.19 - Termelétricas – Fonte: GasNet
Tabela 3.12 - Termelétricas – Fonte: GasNet
Nome Região
Capacidade
(MW)
Nome Região
Capacidade
(MW)
Nome Região
Capacidade
(MW)
William Erjona CO 194 Termo Pantanal CO 70 CCBS SE 200
Três Lagoas CO 350 Termo Açu NE 394 DSG Paulínea SE 492
Termo Cuiabá CO 530 Coteminas NE 100 DSG Mugiguaçu SE 985
Camaçari NE 360 Termo Rio SE 1040
Fafen NE 134 Santa Cruz SE 400
Termo Ceará NE 270
Termo Fortaleza NE 343
Termo Bahia NE 450
Termo Pernambuco NE 500
Termo Canoas S 500
Araucária S 469
Ibirité SE 720
Macaé Merchant SE 970
Norte Fluminense SE 780
Juiz de Fora SE 143
Eletrobolt SE 380
Nova Piratininga SE 880
AES Uruguaiana SE 640
OPERANDO EM CONSTRUÇÃO EM ESTUDO
50
3.2.3.3 Gás Natural Veicular
A demanda por gás natural veicular tem crescido muito no Brasil, estando situada a
maior frota de veículos e rede de abastecimento do país nas cidades de Recife, Rio de Janeiro
e São Paulo.
Ao todo, existiam em 2005 no Brasil 1130 postos de GNV (300 pertencentes à
Petrobras). Desse total, 45% estão no estado do Rio de Janeiro, 19% no estado de São Paulo e
11% na Bahia.
A frota brasileira de veículos a gás natural já tem significância internacional. Ela é
uma das maiores do mundo junto com a da Argentina e a da Itália.
A evolução da conversão de carros acumulada pode ser bem aproximada por uma
exponencial, conforme se observa abaixo:
Figura 3.20 - Fonte:IBP
3.2.3.4 Outros Usos (recuperação secundária, matéria-prima da petroquímica, etc.)
Os demais usos possíveis não serão contabilizados, uma vez que no caso da
recuperação secundária, não há necessidade de distribuição, nem de tratamento do gás; e, no
da petroquímica os volumes não serem da mesma ordem de grandeza para serem
significativos quando adicionados ao uso do gás sob forma de combustível.
4 ESTRATÉGIAS DE APROXIMAÇÃO DOS CENÁRIOS: VARIÁVEIS E ATORES
Segundo o ressaltado no capítulo 2, na parte de metodologia quando se refere a Godet,
a formulação de cenários envolve basicamente quatro etapas: Análise do sistema, Revisar o
passado, Definir as estratégias de aproximação e Adicionar detalhes. Análise do sistema e
revisão do passado já foram feitos no capítulo 3, trataremos neste capítulo do terceiro item
que é a definição de estratégias de aproximação. A adição de detalhes fica para o quinto
capítulo que são os cenários propriamente e a adição de detalhes, incluindo a análise de
sustentabilidade destes.
4.1 ESTRATÉGIA DE APROXIMAÇÃO
Como estratégia de aproximação vai-se levantar as principais variáveis a serem
consideradas através da matriz de análise estrutural variável/variável para se definir o grau de
motricidade (influenciação) e dependência. Com isso, vai-se: extrapolar o futuro de acordo
com as variáveis mais representativas ou colocar a variação excessiva para composição de um
cenário alternativo. Além disso, será feita a matriz de análise estrutural variável/ator. Para
gerarmos as hipóteses e combinação destas, através da matriz de investigação morfológica.
Schwartz e Wack colocam (conforme citado no capítulo 1), assim como Godet, que é
importante estipular quais são as variáveis. Para os dois primeiros a estratégia de aproximação
consiste de:
A) Estabelecer as principais influências locais: quais são os fatores, a nível local,
micro, que têm importância para a decisão fundamental da empresa/setor.
52
B) Estabelecer as principais influências globais: quais são os fatores macros, com
base na tecnologia, política, meio-ambiente, sociedade e economia que poderiam
afetar drasticamente a empresa/setor.
C) Classificar as influências de acordo com o grau de importância: nesta etapa é
importante detectar quais influências são chaves e quais influenciam de forma
mais amena. Nesta etapa é importante estipular qual o grau de importância de cada
fator (scenario driver).
4.2 ANÁLISE ESTRUTURAL: MATRIZES VARIÁVEL/VARIÁVEL E
ATOR/VARIÁVEL PARA O PETRÓLEO
A fim de definirmos quais as variáveis importantes para composição dos cenários
logísticos para óleo e gás no Brasil foram feitas diversas entrevistas com pessoas da indústria
(Transpetro e Petrobras – abrangendo as áreas do Abastecimento e Cenpes) ao longo de 2005;
assim como consultas aos principais periódicos, tais como Petroleum Economist, Oil & Gas
Journal, etc; e, participação no programa de capacitação em análise prospectiva do
downstream promovido pela Petrobras em parceria com a Macroplan.
Assim, o preço foi sempre citado como sendo composto pelas demais variáveis, pois
ele reúne intrinsecamente, quando não é regulamentado, informações como o equilíbrio entre
oferta e demanda, além da oferta ser muito influenciada pela infra-estrutura logística que
também acaba gerando demanda e a influenciando. A forma de ler a matriz é sempre do tipo:
A quantidade ofertada influencia a quantidade demandada?
De certa forma sim, caso se tenha oferta alta, a quantidade demandada pode ser maior
devido ao próprio conhecimento extenso do produto e seus usos. Também poder-se-ia pensar
que esta influencia o preço que por sua vez influencia a quantidade demandada, entretanto
aqui só foram consideradas iterações diretas. O efeito do preço ser influenciado pela
quantidade ofertada está no item relacionado ao preço e não no relacionado à demanda.
A quantidade ofertada influencia o preço?
Sem dúvida para todos, quanto maior o preço maior a quantidade de ofertantes e
consequentemente de oferta. Uma vez que o bem é elástico quanto a oferta, embora precise de
prazos altos para seu aumento – uma vez que para sua produção é necessário construção de
53
plataformas e etc. Entretanto no longo prazo, como estamos lidando aqui, pode-se considerar
o bem elástico.
A quantidade ofertada influencia a Infra-estrutura logística?
A quantidade ofertada não costuma na opinião dos especialistas influenciar a logística.
O que ocorre normalmente é o inverso: A Infra-estrutura logística influenciar a oferta.
A quantidade ofertada influencia os impostos?
A quantidade ofertada não costuma na opinião dos especialistas influenciar os
impostos. O que ocorre normalmente é o inverso: Os impostos influenciarem a oferta.
A quantidade demandada influencia a quantidade ofertada?
Em grande parte sim. Se não houver, no mínimo, expectativa de demanda, não haverá
investimento para se ofertar.
A quantidade demandada influencia o preço?
Sem dúvida para todos quanto maior o preço menor quantidade de demanda e, o
inverso também funciona, quanto menor o preço maior quantidade de demanda. Uma vez que
o bem é elástico e existem substitutos.
A quantidade demandada influencia a infra-estrutura logística?
De alguma forma os especialistas chegaram a conclusão de que se a demanda é
ascendente, isto influenciaria a infra-estrutura e vice-versa. Exemplo: se a demanda cresce por
todo lado o número de navios deverá crescer também ou encarecerá por ser um limitante da
oferta.
A quantidade demandada influencia os impostos?
A quantidade demandada não costuma na opinião dos especialistas influenciar os
impostos.
O preço influencia a quantidade ofertada?
Para todos, praticamente, sim com grande intensidade, pois é ele que viabiliza, ou não,
investimentos.
54
O preço influencia a quantidade demandada?
Para todos, praticamente, sim com grande intensidade, pois é ele que faz o consumidor
escolher entre um bem ou seu substituto.
O preço influencia a infra-estrutura logística?
Embora influencie menos que a demanda ou oferta, viabiliza ou não investimentos
nesse tipo de infra-estrutura.
O preço influencia os impostos?
Ainda que com menos intensidade, se o preço com mais impostos não inviabilizar a
compra do produto como foi o caso da CIDE é bem possível do governo com base nos preços
aumentar ou diminuir – embora nunca observado no país – impostos.
A infra-estrutura logística influencia a quantidade ofertada?
Sim, sem infra-estrutura de transporte não há oferta.
A infra-estrutura logística influencia a quantidade demandada?
Sim, se o produto não alcançar a região, não haverá nem mesmo conhecimento da
necessidade e de seu uso
A infra-estrutura logística influencia o preço?
Muito, em lugares de difícil acesso, o preço dos produtos costuma ser maior.
A infra-estrutura logística influencia os impostos?
A infra-estrutura logística não costuma na opinião dos especialistas influenciar os
impostos. O que ocorre normalmente é o inverso: Os impostos influenciarem a infra-estrutura.
Os impostos influenciam a quantidade ofertada?
Sim, se os impostos forem muito altos podem inviabilizar investimentos necessários
para que haja oferta.
Os impostos influenciam a quantidade demandada?
Não, influenciam via preço, mas então estará contabilizado em outra pergunta.
55
Os impostos influenciam o preço?
Muito. Pois os impostos incidentes na oferta ou na infra-estrutura logística tendem a
ser repassados ao preço, embora nem sempre seja possível em sua totalidade.
Os impostos influenciam a infra-estrutura logística?
Em parte sim, a maioria dos impostos incidem sobre a produção, entretanto existem
também aqueles sobre serviços, ou transportes, que influenciam tal variável.
Com isso obtivemos a seguinte matriz de análise estrutural variável/variável para o
petróleo:
Variável/Vari
ável
Qtde
Ofertada
Qtde
Demandada Preço
Infra-estrutura
Logística Impostos
Grau de Influência
(Motricidade)
Grau de
Influência
(Motricidade)
%
Qtde Ofertada 2 5 1 1 9 45%
Qtde
Demandada 4
5 3 1 13 65%
Preço 5 5 4 3 17 85%
Infra-estrutura
Logística 4 4 5
1 14 70%
Impostos 4 1 5 3 13 65%
Grau de
Dependência
17 12 20 11 6
Grau de
Dependência
% 85% 60% 100% 55% 30%
Conforme se pode observar pela matriz de análise estrutural na última coluna, o preço
influencia todas as demais variáveis consideradas, seguida infra-estrutura logística e pela
quantidade ofertada e quantidade demandada que também influenciam bastante as demais.
Por outro lado o preço depende de tudo – observando a última linha – seguido pela
quantidade ofertada que também é bastante dependente. A partir dessa matriz percebemos que
na opinião dos especialistas, as variáveis escolhidas são bastante interdependentes.
As variáveis foram escolhidas de acordo com as diversas entrevistas, seminário e
consulta a periódicos. As mais citadas com relação ao fluxo logístico foram incluídas na
56
matriz. E, por sua vez, consegue-se, conforme a teoria de que se montar um cenário é como
contar uma estória com hipóteses coerentes (SCHWARTZ, 2000), montar um cenário.
Por exemplo, a quantidade ofertada e a quantidade demandada são influenciadas muito
pelos preços. A infra-estrutura logística influencia o preço e a quantidade demandada. O preço
depende de todos os fatores, seguido pela quantidade ofertada. Tudo isso indica que pela
iteração das variáveis conseguir-se-á montar um cenário mais à frente no trabalho.
Abaixo temos o gráfico construído a partir da matriz de análise estrutural indicando
que a quantidade ofertada é motriz, influenciando todas as demais. O preço, a quantidade
demandada e a infra-estrutura logística são de ligação, ou seja, influenciam e dependem das
demais. Enquanto que os impostos são mais resultado das demais, embora influenciem
também um pouco.
Preço
Quantidade
Ofertada
Quantidade
Demandada
Infra-estrutura-
logística
Impostos
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Grau de Dependência
Grau de Motricidade
A logística, não apenas no caso do petróleo, depende da quantidade ofertada e
demandada em cada região. Para, a partir disso, se definir o fluxo logístico. Entretanto como
podemos perceber pela matriz, as duas principais variáveis para se definir o fluxo (quantidade
ofertada e demandada em cada região) são influenciadas pelo preço, infra-estrutura logística e
impostos. Dessa forma, teremos também de lidar com essas variáveis.
Outra variável, não tão ressaltada nas entrevistas, mas que se revelou importante ao
longo do estudo é o Produto Interno Bruto (PIB), quanto maior for este, maior a necessidade
de consumo de energia e, por conseguinte, petróleo e gás. Entretanto esta não foi colocada na
matriz devido à demanda de petróleo nas refinarias não depender do PIB – o que depende
deste é o consumo final de derivados. O transporte de petróleo para a região acontece
normalmente em função da capacidade de processamento das refinarias da região.
57
A matriz desenhada acima segue a metodologia de Análise Estrutural de Godet. Vai-se
ainda neste capítulo utilizar a metodologia de Schwartz e Wack.
Segundo Schwartz e Wack, as variáveis são selecionadas pelas influências que elas
exercem local e globalmente e a seguir se estrutura o grau de influência de cada uma delas no
cenário.
Localmente, considera-se que todas as variáveis da matriz variável-variável de Godet
influenciam o cenário, ou seja, a quantidade ofertada e demandada, o preço, os impostos e a
infra-estrutura logística locais afetam o cenário logístico brasileiro para óleo e gás.
Entretanto este também é afetado pelo cenário global destas mesmas variáveis. As
quantidades ofertadas e demandadas, os preços, os impostos e a infra-estrutura no que diz
respeito a mundo também afetam o cenário logístico brasileiro para óleo e gás.
A ordem de influência é a mesma determinada pela matriz. O preço e os impostos
primeiramente. Seguidos pela infra-estrutura logística. E, por fim, quantidade ofertada e
demandada.
Naturalmente o impacto dessas variáveis internamente é maior que o do cenário
global. Ou seja, se o preço do petróleo for mais alto internamente vai-se querer vender
localmente. Todavia, é interessante perceber que caso isso ocorra outros no mundo também
vão querer vender no mercado local.
O mercado tem a tendência a se regular, no sentido de que os fluxos ocorrem para as
regiões que compram mais caro do lado da oferta e que vendem mais barato do lado da
demanda. Logo, em um cenário ideal de longo prazo as variáveis internas tendem a assumir o
mesmo valor que no mercado global – embora no curto prazo, não se possa dizer o mesmo.
Como nesta dissertação está-se trabalhando com cenários de longo prazo, até 2015,
vai-se considerar que o mercado interno segue tendências mundiais no que se refere a preços
de petróleo e gás.
Com base também em entrevistas e periódicos, obtivemos a matriz variável/ator que se
encontra a seguir:
58
Variável/Ator
Qtde
Ofertada
Qtde
Demandada
Preço
Infra-
estrutura
Logística
Impostos
Poder de
Influenciação
dos atores
Poder de
Influenciação
dos atores %
ANP/Governo 3 3 3 3 5 17 68%
Petrobras 4 3 4 4 1 16 64%
Empresas
Internacionais
de petróleo 3 1 4 2 1 11 44%
Empresas de
Transporte
2 1 1 4 1 9 36%
Essa matriz mostra o quanto cada ator influencia cada variável em uma escala de 1 a 5,
onde 5 é o máximo de influência e 1 o mínimo. Dessa forma, tem-se que no cômputo geral,
quem mais influencia as variáveis para formação de um cenário logístico para Petróleo e Gás
no Brasil é o governo através da Agência Nacional de Petróleo. Em segundo lugar, encontra-
se a Petrobras que por ter sido monopolista no passado, ainda detém grande parte do mercado
de Petróleo e Gás no Brasil. Em terceiro lugar encontram-se os players globais que
influenciando o cenário mundial, influenciam também o nacional, além da possibilidade
destas empresas virem a atuar mais fortemente no mercado brasileiro. Por último, a
influenciar as variáveis estão as empresas de transporte, que facilitam ou dificultam –
barateiam ou encarecem – os fluxos de produtos.
4.3 ANÁLISE ESTRUTURAL: MATRIZES VARIÁVEL/VARIÁVEL E
ATOR/VARIÁVEL PARA O GÁS NATURAL
Já para o gás a matriz de análise estrutural variável/variável é um pouco diferente,
conforme se pode observar a seguir:
59
Variável/Vari
ável
Qtde
Ofertada
Qtde
Demandada
Preço
Infra-
estrutura
Logística Impostos PIB
Grau de
Influência
(Motricidade)
Grau de
Influência
(Motricidade)
%
Qtde Ofertada 2 5 1 1 3 12 48%
Qtde
Demandada 4
5 3 1 5 18 72%
Preço 5 5 5 3 3 21 84%
Infra-estrutura
Logística
5 5 5
1 3 19 76%
Impostos 4 1 5 3 3 16 64%
PIB 4 5 3 1 1 14 56%
Grau de
Dependência 22 18 23 13 7 17
Grau de
Dependência
% 88% 72% 92% 52% 28%
68
%
As perguntas a serem feitas nessa matriz, seguem a mesma lógica da anterior – para o
petróleo. Entretanto aqui se introduziu uma variável a mais: o PIB, por conta da demanda ser
mais pulverizada e ser mais difícil a exportação de tal produto caso ocorra a sobra, ou
margens desfavoráveis no mercado interno.
Conforme se pode observar a infra-estrutura logística influencia mais no caso do gás
natural. Vale observar que todas as variáveis são bastante impactadas pelo preço, seguidas
pela infra-estrutura logística e quantidade demandada.
O PIB não entrou no caso do petróleo, pois a demanda nas refinarias independe do
PIB regional, uma vez que ela produz – se as margens de refino forem atrativas, o que no
longo prazo tem de ser para viabilizar a atividade – de acordo com sua capacidade de refino.
Entretanto no caso do gás não se pode deixar de fora o PIB como variável que influencia as
demais, em especial a quantidade demandada – conforme observado no capítulo dois o
consumo de energia está intrinsecamente ligado a economia, esta traduzida neste trabalho pelo
PIB.
Outras características a serem observadas na matriz variável/variável é que todas as
variáveis dependem do preço intensamente, seguido pela quantidade ofertada e quantidade
demandada. A infra-estrutura logística é pouco dependente das demais variáveis, enquanto
que influencia bastante nestas.
60
O caso do petróleo no Brasil é bastante diferente do gás embora a origem deste tipo de
energia seja a mesma. Já destacamos duas questões que mostram um pouco a diferença: uma é
a infra-estrutura logística, que é mais específica para o gás – não se pode colocar em um navio
comum na sua forma de consumo e transportar para qualquer lugar – a segunda diferença já
citada é a influência do PIB. Este afeta também a oferta de outros derivados de petróleo, mas
não ele em sua forma bruta – antes do refino.
Outro aspecto a ser levado em consideração que é diferente no caso do gás e do
petróleo, é que no caso do petróleo, o consumo acontece em grandes quantidades, comprado
pelas refinarias. Já o gás pode ser comprado também por grandes consumidores como
termelétricas e indústrias, mas em geral seu uso é muito mais pulverizado atingindo também
consumidores residenciais e de automóveis.
Dessa forma, uma nova refinaria impacta muito mais a logística do petróleo, que uma
nova residência para o gás natural, para fazer uma comparação extrema, ou até mesmo que
uma nova termelétrica ou indústria.
Abaixo se tem o gráfico caracterizando as variáveis para o caso do gás natural. Pode-
se perceber neste gráfico mais uma diferença entre o petróleo e o gás: no caso do gás as
variáveis são mais intrinsecamente ligadas, dependendo e influenciando mais.
PIB
Impostos
Infra-estrutura-
logística
Quantidade
Demandada
Quantidade
Ofertada
Preço
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Grau de Dependência
Grau de Motricidade
Fez-se anteriormente a análise estrutural de Godet, mas não se quer perder de vista
também os itens considerados importantes por Schwartz e Wack. O primeiro passo para eles
seria observar as variáveis de influência local, o que já foi feito também pela análise com a
metodologia de Godet de forma ainda mais detalhada pois as classificamos de acordo com o
61
grau de influência e dependência. Em segundo lugar deveríamos observar as variáveis
globais, que no caso do gás, não afetam muito o cenário interno ao Brasil.
O que se pode considerar relevante globalmente que influencia o cenário brasileiro é o
preço, a infra-estrutura logística, os impostos e a quantidade ofertada nos países vizinhos, de
onde apesar da dificuldade de transporte ainda é possível trazer gás. Outra possibilidade
global para a integração dos fluxos de gás mundiais conforme se dá com o petróleo é a
descoberta de tecnologias que transformem a troca de gás entre áreas distantes mais viável
economicamente.
Além disso, o cenário global econômico pode e costuma ter influência grande sobre o
cenário brasileiro o que pode ajudar a aumentar ou diminuir o PIB (aquecer ou desaquecer a
economia) e conseqüentemente refletir no consumo de energia/gás natural.
O terceiro passo seria elencar por ordem de importância as variáveis. Isto de certa
forma já foi feito na matriz variável/variável, quando se coloca o grau de influência de cada
variável.
Outro aspecto que deve ser levado em consideração para o gás natural e que não é
exatamente igual no caso do petróleo é a matriz de análise estrutural variável/ator:
Variável/Ator
Qtde
Ofertada
Qtde
Demandada Preço
Infra-
estrutura
Logística Impostos
Poder de
Influenciação
dos atores
ANP/Governo 3 3 3 3 5 68%
Petrobras 4 1 4 4 1 56%
Empresas de
Transporte
5 1 2 5 1 56%
Empresas
Internacionais
de petróleo 1 1 2 1 1 24%
No caso do petróleo, as empresas internacionais têm maior influência principalmente
no preço e na quantidade ofertada. No caso do gás, elas também podem vir a ser mais
importantes do que são hoje, mas para tal elas teriam que de alguma forma investir em ativos
no país – elas não conseguem simplesmente vender seu produto no mercado interno, se a
logística deste traz dificuldades.
62
Para o gás natural, o que se tem, então como atores influenciando o cenário são por
ordem de possibilidade de atuação: ANP/Governo; Petrobras; Empresas de transporte; e,
empresas internacionais de petróleo.
As empresas de transporte, no caso atual, que constroem ou detêm os gasodutos são
bastante importantes. Investimentos nesta área são imprescindíveis para desenvolvimento do
mercado de gás natural no Brasil, o qual ainda é recente – década de 90 – e está em expansão.
As distribuidoras de gás também estão enquadradas nesta categoria.
A ANP/Governo são essenciais para esta indústria pela regulamentação que está
colocada para o setor e estes são os únicos que podem alterá-la inviabilizando ou promovendo
um setor/produto.
A Petrobras tem investido muito no produto gás natural nos últimos anos o que faz
com que ela se posicione como um importante player, tanto como produtora de gás, como
importadora e até mesmo investidora em gasodutos interestaduais.
Além desses começa a surgir como importante player também os governos dos países
dos quais o Brasil importa. Uma crise na Bolívia conforme se tem observado em 2005/2006
afeta diretamente o suprimento de Gás Natural atualmente no Brasil.
4.4 INVESTIGAÇÃO MORFOLÓGICA: PETRÓLEO
A partir desse ponto do trabalho começar-se-á a investigação morfológica descrita no
capítulo 1. Esta consiste da combinação de hipóteses sobre as diferentes variáveis
primeiramente para o petróleo e depois para o gás natural também. Assim teremos a
configuração de possíveis cenários.
A seguir temos todas as combinações possíveis das variáveis podendo assumir três
valores: baixo, médio e alto.
Qtde
Ofertada
Qtde
Demandada Preço
Infra-
estrutura
Logística Impostos
alto alto alto alto alto
alto alto alto alto médio
alto alto alto alto baixo
alto alto alto médio alto
alto alto alto médio médio
alto alto alto médio baixo
alto alto alto baixo alto
alto alto alto baixo médio
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baixo baixo baixo alto alto
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baixo baixo baixo médio alto
baixo baixo baixo médio médio
baixo baixo baixo médio baixo
baixo baixo baixo baixo alto
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baixo baixo baixo baixo baixo
As células em vermelho indicam inconsistência entre as variáveis. Por exemplo, se o
preço for alto, a oferta não poderá assumir valores baixos, uma vez que com esses preços, os
players que ofertam o produto, vão querer vender mais.
O mesmo ocorre para a demanda, se esta for alta, o preço não poderá ser baixo, pois se
o fosse faltaria produto. Ou seja, de acordo com as inter-relações entre as variáveis foi-se
eliminando as hipóteses não plausíveis, tendo restado apenas as 4 hipóteses em verde.
Outro exemplo, é que se a infra-estrutura logística for baixa, a oferta não terá como ser
alta. Ou ainda, se os impostos forem altos, não haverá possibilidade dos preços serem baixos.
Dessa forma foi-se fazendo o que chamamos de investigação morfológica.
As hipóteses plausíveis são:
Erro! Vínculo não válido.
Pois, pelo equilíbrio de mercado, o preço não pode ser alto, senão a oferta aumenta e o
preço cai. O preço não pode ser baixo, senão a demanda aumenta e o preço também. Os
impostos não podem ser altos sem que os preços o sejam. A infra-estrutura logística não pode
ser baixa, senão a oferta também teria de ser.
4.5 INVESTIGAÇÃO MORFOLÓGICA: GÁS NATURAL
Para o Gás Natural tudo que acontece com o petróleo também se aplica, entretanto
conta-se ainda com mais uma variável: o PIB, devido a demanda ser mais pulverizada e
dependente do consumidor final.
67
PIB
Qtde
Ofertada
Qtde
Demandada Preço
Infra-
estrutura
Logística Impostos
alto alto alto alto alto alto
alto alto alto alto alto médio
alto alto alto alto alto baixo
alto alto alto alto médio alto
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alto alto baixo médio médio baixo
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baixo baixo médio médio médio baixo
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baixo baixo baixo médio médio alto
baixo baixo baixo médio médio médio
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baixo baixo baixo médio médio baixo
baixo baixo baixo médio baixo alto
baixo baixo baixo médio baixo médio
baixo baixo baixo médio baixo baixo
baixo baixo baixo baixo alto alto
baixo baixo baixo baixo alto médio
baixo baixo baixo baixo alto baixo
baixo baixo baixo baixo médio alto
baixo baixo baixo baixo médio médio
baixo baixo baixo baixo médio baixo
baixo baixo baixo baixo baixo alto
baixo baixo baixo baixo baixo médio
baixo baixo baixo baixo baixo baixo
Apesar do imenso número de combinações somente poucas não são inconsistentes,
elas se encontram abaixo:
PIB
Qtde
Ofertada
Qtde
Demandada
Preço
Infra-
estrutura
Logística
Impostos
médio médio médio médio alto médio
médio médio médio médio alto baixo
médio médio médio médio médio médio
médio médio médio médio médio baixo
O PIB alto ou baixo não é compatível com uma demanda mediana. O PIB influencia
diretamente a demanda.
No próximo capítulo iremos compor os cenários propriamente com base nas matrizes
de análise estrutural e também com base na investigação morfológica – combinações
possíveis das variáveis.
5 CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS
Este capítulo tratará da construção propriamente dita de cenários logísticos para a
indústria de óleo e gás no Brasil, a qual é o objetivo desse trabalho.
Para a indústria do petróleo, que já é mais estabelecida que a de gás no Brasil
contaremos com menor número de cenários (dois), enquanto que para o gás por ser uma
indústria mais incipiente que depende do novo marco regulatório, de mais investimentos em
produção e infra-estrutura consideraremos maior número de cenários possíveis (quatro).
Os cenários são: Continuidade ou Crescimento para o petróleo e Integração Nacional,
Integração Regionalizada, Integração Regionalizada com consumo de GNL ou Morte da
Indústria para o gás natural.
No capítulo anterior vimos as relações de algumas das variáveis mais prováveis de
impactar cenários de óleo e gás. No capítulo atual utilizaremos os resultados do capítulo
anterior, mas sem perder de vista a complexidade de se trabalhar cenários, ou seja, não
limitaremos o estudo a apenas as variáveis mais citadas.
No capítulo anterior eliminamos muitas hipóteses na investigação morfológica por não
serem plausíveis os resultados das combinações. Como exemplo, tem-se um preço alto e uma
oferta alta. Esta opção foi eliminada, considerando que se esse cenário fosse possível não
estaria no equilíbrio. Não se tratando portanto de uma questão estrutural para ser levada
adiante e prolongada até 2015. Essa questão poderia existir, mas seria conjuntural uma vez
que o sistema não estaria no equilíbrio.
79
5.1 PETRÓLEO
5.1.1 Cenário I - Continuidade
A logística se dará principalmente retirando-se petróleo da região sudeste e levando
para as demais regiões via navio e exportando o excedente, conforme se pode observar pelas
variáveis que desenvolveremos a seguir. Cabe lembrar que as variáveis consideradas muito
impactantes no capítulo anterior foram: quantidade ofertada, quantidade demandada, preço,
infra-estrutura logística e impostos.
OFERTA:
Do lado da oferta, as recentes descobertas têm apontado para a região sudeste como
fonte da maior produção mesmo em 2015. Apesar dos atuais poços da Bacia de Campos até a
época já estarem no fim da sua vida útil, estima-se que podem vir a ocorrer novas descobertas
nessa região, além das recentes descobertas anunciadas na bacia de Santos e no Espírito
Santo. Todas essas regiões onde se vislumbra a maior probabilidade de produção nos anos por
vir incluindo 2015, deverão contar no mínimo como parceria com a participação da Petrobras
– uma vez que esta é detentora da expertise de exploração e produção em águas profundas.
Até 2015 muitas outras empresas deverão também se voltar para o mar em outras regiões do
mundo, mas essa discussão não é o foco deste trabalho.
Além da expertise, outro aspecto que nos leva a crer que a Petrobras estará em muitos
dos campos produtores de 2015 é o resultado das últimas rodadas de licitação da ANP e sua
posição atual no mercado brasileiro.
A oferta somente da Petrobras em termos de produção de petróleo deverá ser em 2010
de 2.300.000 barris por dia de acordo com o planejamento estratégico da empresa 2004-2015.
Para 2015 não foram divulgados os valores, mas na linha de investimentos crescentes que
percebemos na companhia, tudo indica que a produção deverá ser ainda maior.
A oferta das demais companhias que produzirão no Brasil ou será vendida para as
refinarias do Brasil, a maioria via Petrobras, ou será exportada. Como a Petrobras estará
produzindo mais do que o suficiente para abastecer suas refinarias, a hipótese de exportação é
a mais plausível para as demais companhias.
80
DEMANDA:
Do lado da demanda, o parque de refino no Cenário I permanecerá como atualmente
com a diferença apenas nas unidades de conversão e tratamento para adequar a qualidade.
Quanto à capacidade, não haverá aumento, de tal forma que o parque de refino brasileiro
contaria com uma capacidade de aproximadamente 325.000 M
3
/dia ou 2.043 mbpd. Como as
refinarias não conseguem permanecer no patamar de 100% de utilização por muito tempo,
consideraremos 92%, então o máximo da capacidade é de 1.880 mbpd. Na tabela abaixo
temos a capacidade por região, considerando como máximo de utilização 92%.
M
3
/dia mbpd
N
6.716
42
NE
46.966
295
CO
SE
187.266
1.178
S
57.684
363
Total
298.632
1.878
PREÇO:
O preço do petróleo segundo preceitos econômicos deverá ser o resultado do
equilíbrio entre oferta e demanda. Entretanto quando tratamos de oferta e demanda para o
Cenário I, consideramos apenas o Brasil e o preço não é resultado apenas desse mercado e sim
do mercado mundial.
O preço do petróleo não é, entretanto, o parâmetro que deveria estar sendo usado para
determinar a demanda nas refinarias. Esta é muito mais dependente da margem, ou seja da
diferença entre preço de derivados e preço do óleo que do preço do óleo propriamente.
Considera-se no Cenário I para 2015 que as margens serão atrativas, caso contrário a
atividade de refino no mundo estaria comprometida. Ou seja, de forma conjuntural, por um
curto espaço de tempo, pode ser que as margens não sejam atrativas, mas no longo prazo hão
de ser para não inviabilizar uma etapa da cadeia do óleo fundamental. O óleo cru sem o
81
refino, não tem valor por si só. Ele tem valor pelos diferentes usos que lhe são dados e para
isso se requer o refino.
INFRA-ESTRUTURA LOGÍSTICA:
Não consideramos o aumento da rede de dutos entre regiões, pois o planejamento
estratégico da Petrobras / Transpetro 2004-2015 não prevê ampliação na rede, exceto dentro
das próprias regiões, como na região metropolitana de São Paulo por exemplo.
Dessa forma considera-se que o transporte de petróleo entre regiões se dará
principalmente na forma de cabotagem (navios). Para isso, está previsto somente pela
Petrobras 17 navios petroleiros.
IMPOSTOS:
Para composição do cenário foi considerado que não haverá aumento ou queda brusca
nos impostos. Considerou-se a continuação do modelo atual de regulamentação da indústria,
com leilões, direito de exploração limitado a um número de anos, direito de produção e
royalties nos patamares atuais em função do preço do petróleo.
5.1.2 Cenário II – Crescimento
Em um cenário de crescimento do país, acontecerá também a necessidade de energia e,
portanto, de derivados de petróleo, que por sua vez se traduz na construção de refinarias e na
demanda de petróleo. Outra demanda de petróleo é como matéria-prima para a indústria
petroquímica a qual se acredita que também vá crescer neste cenário até mesmo como
conseqüência do crescimento/ maior consumo. Neste cenário as variáveis (quantidade
ofertada, quantidade demandada, preço, infra-estrutura logística e impostos) se comportariam
da seguinte forma:
OFERTA:
Do lado da oferta, o cenário parecerá com o anterior (continuidade) com as recentes
descobertas apontando para a região sudeste como fonte da maior produção mesmo em 2015.
82
Apesar dos atuais poços da Bacia de Campos até a época já estarem no fim da sua vida útil,
estima-se que podem vir novas descobertas nessa região, além das recentes descobertas
anunciadas na bacia de Santos e no Espírito Santo.
Isso não significa, entretanto, que a quantidade produzida seja a mesma nos dois
cenários. É provável que, em um cenário de crescimento, o país ou as empresas do país
captem mais recursos no mercado, permitindo maior investimento e, conseqüentemente,
maior produção – o que permitirá maior exportação. O que se quer dizer quando se coloca que
o cenário se parecerá com o anterior, diz respeito à principal região produtora (Sudeste) e que
em ambos os cenários o Brasil é exportador líquido de petróleo.
Como no cenário anterior, um ator extremamente importante do lado da oferta
continuará sendo a Petrobras. Além da expertise, outro aspecto que nos leva a crer que ela
estará em muitos dos campos produtores de 2015 é o resultado das últimas rodadas de
licitação da ANP e sua posição atual no mercado brasileiro.
Além de que em um cenário de crescimento é bem provável que entrem atores
externos, que por sua vez remeterão o petróleo para as regiões em que esses atores já
possuem atuação em refino ou venderão para refinarias brasileiras, caso isso também seja
vantajoso para elas.
DEMANDA:
Do lado da demanda, o parque de refino no Cenário II deverá ser ampliado pela
necessidade de derivados para abastecer o mercado, assim como pela necessidade de insumos
para a indústria petroquímica. Neste cenário haveria modificações no parque de refino
brasileiro tanto com objetivo de adequar a qualidade e o perfil de produção com o perfil de
vendas, quanto para aumentar a capacidade. Dessa forma, se a demanda em 2003 de derivados
foi de 1.700 mbpd e o PIB crescer 3% ao ano, a demanda de derivados deverá crescer menos
que o PIB pela utilização cada vez maior do gás natural e de fontes alternativas de energia,
logo adotando um valor de 2% (o plano estratégico da Petrobras 2004-2015 considera um
crescimento na demanda de derivados de 2,4% aa com o PIB brasileiro de 4% aa), teremos
uma demanda média de derivados por volta de 2150 mbpd.
Na tabela abaixo temos a capacidade por região, considerando como máximo de
utilização 92%, somados ao atual perfil, a nova refinaria anunciada para ser em Pernambuco
(NE) (200 mbpd) e a Unidade de Petroquímicos Básicos (SE) (150 mbpd). Isto resulta em
83
uma demanda máxima por petróleo no país de 2200 mbpd, próximos ao 2150 mbpd da
demanda efetivamente esperada em um cenário de crescimento.
mbpd
N
42
NE
295 + 184
CO
SE
1.178 + 138
S
363
Total
1.878 + 322
PREÇO:
O preço do petróleo segundo preceitos econômicos deverá ser o resultado do
equilíbrio entre oferta e demanda. Entretanto quando tratamos de oferta e demanda para o
Cenário, consideramos apenas o Brasil e o preço não é resultado apenas desse mercado e sim
do mercado mundial.
Como analisado no cenário I, o preço do petróleo não é, entretanto, o parâmetro que
deveria estar sendo usado para determinar a demanda nas refinarias. Esta é muito mais
dependente da margem, ou seja da diferença entre preço de derivados e preço do óleo que do
preço do óleo propriamente.
Considera-se no Cenário II, assim como no cenário I, para 2015 que as margens serão
atrativas, caso contrário a atividade de refino no mundo estaria comprometida. Ou seja, de
forma conjuntural, por um curto espaço de tempo, pode ser que as margens não sejam
atrativas, mas no longo prazo hão de ser para não inviabilizar uma etapa da cadeia do óleo
fundamental. O óleo cru sem o refino, não tem valor por si só. Ele tem valor pelos diferentes
usos que lhe são dados e para isso se requer o refino.
84
INFRA-ESTRUTURA LOGÍSTICA:
Não consideramos o aumento da rede de dutos entre regiões, pois o planejamento
estratégico da Petrobras / Transpetro 2004-2015 não prevê ampliação na rede, exceto dentro
das próprias regiões, como na região metropolitana de São Paulo por exemplo.
Dessa forma considera-se que o transporte de petróleo entre regiões se dará
principalmente na forma de cabotagem (navios).
IMPOSTOS:
Para composição do cenário foi considerado que não haverá aumento ou queda brusca
nos impostos. Considerou-se a continuação do modelo atual de regulamentação da indústria,
com leilões, direito de exploração limitado a um número de anos, direito de produção e
royalties nos patamares atuais em função do preço do petróleo.
5.2 GÁS NATURAL
5.2.1 Cenário I – Integração Nacional
Em um cenário de integração nacional, a matriz energética brasileira poderá se
deslocar no sentido de cada vez mais utilizar gás natural, que é um combustível mais limpo.
Tal combustível tem utilidade tanto como combustível como insumo petroquímico.
Neste cenário se pressupõe a instalação de uma rede de dutos para se conseguir ter a
integração nacional em relação a este produto. As variáveis nesse cenário (PIB, quantidade
ofertada, quantidade demandada, preço, infra-estrutura logística e impostos) se comportariam
da seguinte forma:
PIB:
O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro crescerá, alavancando a demanda e
justificando uma maior oferta de gás natural. O PIB apesar de concentrado mais nas regiões
sul e sudeste, terá crescimento proporcionalmente maior nas demais regiões (centro-oeste,
85
norte e nordeste) justificando também a integração da rede de dutos, uma vez que a
necessidade de consumo estará espalhada por todas as regiões.
OFERTA:
Do lado da oferta, o cenário aponta para os campos da bacia de Santos e da Bolívia
como principais regiões produtoras de gás natural. Isso não significa, entretanto, que não
haverá outras regiões produtoras, entretanto estas se caracterizarão como de maior peso.
Um ator extremamente importante do lado da oferta continuará sendo a Petrobras.
Além da expertise, outro aspecto que nos leva a crer que ela estará em muitos dos campos
produtores de 2015 é o resultado das últimas rodadas de licitação da ANP e sua posição atual
no mercado brasileiro.
Logo, do lado da oferta as regiões brasileiras de onde sairá a maior parte do gás
natural será o sudeste devido a Santos e o Centro-Oeste pela fronteira com a Bolívia,
fornecendo gás para as demais regiões.
DEMANDA:
O mercado de gás natural previsto no planejamento estratégico 2004-2015 para o
Brasil em 2010 é de 77,6 milhões de m
3
por dia, isso porque prevê em crescimento de 14,2%
ao ano, entre 2010-2015 não se tem o valor estimado pela empresa, entretanto acredita-se que
continuara crescendo juntamente com o PIB, porem a taxas menores.
PREÇO:
O preço do gás dependerá em grande parte da regulação que será implantada para o
setor. Entretanto em um cenário de integração nacional, acredita-se que ele ajudará a
promover essa integração, sendo tal que possibilite o crescimento da malha de dutos – ou seja,
pague o investidor – mas que seja igual ou mais barato em poder calorífero que os seus
substitutos.
86
INFRA-ESTRUTURA LOGÍSTICA:
A infra-estrutura logística nesse cenário deverá se desenvolver bastante, acontecendo
diversos projetos que estão em estudo. O mais importante deles para acontecer a integração é
o GASENE, ou seja o gasoduto que interliga as regiões sudeste e nordeste. O sul , sudeste e
centro-oeste já estão razoavelmente interligados. A região mais deficitária atualmente é o
nordeste – com tal gasoduto que levará gás da região sudeste ou mesmo da Bolívia para a
região nordeste aconteceria a integração nacional do ponto de vista energético/gás natural.
IMPOSTOS:
A regulação/imposto deverá ser favorável ao desenvolvimento da indústria, caso
contrário não acontecerá o cenário de integração nacional, uma vez que este requer
investimentos pesados.
5.2.2 Cenário II – Integração Regionalizada
Em um cenário de integração regionalizada, a matriz energética brasileira poderá se
deslocar no sentido de cada vez mais utilizar s natural, que é um combustível mais limpo
Tal combustível tem utilidade tanto como combustível como insumo petroquímico. Entretanto
esse deslocamento da matriz será mais lento, só desenvolvendo a indústria nas regiões onde
há oferta próxima por produção de campos.
Neste cenário se pressupõe a instalação de uma rede de dutos dentro das regiões para
se conseguir ter a integração regionalizada em relação a este produto. As variáveis nesse
cenário (PIB, quantidade ofertada, quantidade demandada, preço, infra-estrutura logística e
impostos) se comportariam da seguinte forma:
PIB:
O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro crescerá, alavancando a demanda e
justificando uma maior oferta de gás natural. O PIB, entretanto, concentrado mais nas regiões
sul e sudeste, não justificaria os investimentos para integração da rede de dutos. Dessa forma,
as regiões de maior PIB, mais poluídas pela industrialização, teriam acesso ao gás natural,
87
combustível mais limpo, enquanto que regiões com menor desenvolvimento continuariam
preteridas por conta da menor capacidade de consumo.
OFERTA:
Do lado da oferta, o cenário aponta para os campos da bacia de Santos e da Bolívia
como principais regiões produtoras de gás natural. Isso não significa, entretanto, que não
haverá outras regiões produtoras, entretanto estas se caracterizarão como de maior peso.
Um ator extremamente importante do lado da oferta continuará sendo a Petrobras.
Além da expertise, outro aspecto que nos leva a crer que ela estará em muitos dos campos
produtores de 2015 é o resultado das últimas rodadas de licitação da ANP e sua posição atual
no mercado brasileiro.
Logo, do lado da oferta as regiões brasileiras de onde sairá a maior parte do gás
natural será o sudeste devido a Santos e o Centro-Oeste pela fronteira com a Bolívia,
fornecendo gás para sul, sudeste e centro-oeste. As regiões norte e nordeste só teriam avanço
na oferta de gás, caso acontecessem descobertas em regiões próximas.
A oferta nesse cenário seria segmentada, onde há produção, há oferta. Onde não há
produção devido aos investimentos restritos, não haveria oferta.
DEMANDA:
A demanda estaria concentrada nas áreas de maior PIB (regiões sul, sudeste e centro-
oeste). A demanda potencial em áreas de menor PIB, caso viessem a acontecer, teriam de ser
atendidas por outros tipos de combustíveis, como óleo combustível, ou até mesmo
diesel/gasolina.
PREÇO:
O preço do gás dependerá em grande parte da regulação que será implantada para o
setor. Entretanto em um cenário de integração regionalizada, deve-se acreditar que ele não
será diferente do atual – incapaz de promover maior integração, não possibilitando o
crescimento da malha de dutos, ou seja, não paga o investidor.
88
INFRA-ESTRUTURA LOGÍSTICA:
A infra-estrutura logística nesse cenário deverá permanecer como está, não
acontecendo diversos projetos que estão em estudo. A região mais deficitária atualmente é o
nordeste – e continuaria sendo, neste cenário, a não ser que ocorressem novas descobertas na
região. A infra-estrutura logística deverá se desenvolver intra-regionalmente.
IMPOSTOS:
A regulação/imposto deverá ser favorável à indústria, embora nesse cenário, os
impostos pudessem ser maiores que no caso anterior, uma vez que a integração regionalizada
já está de certa forma consolidada.
Os impostos, entretanto, não poderiam, para acontecer este cenário, inviabilizar a
indústria.
5.2.3 Cenário III – Integração Regionalizada com consumo de GNL (Gás Natural
Liquefeito)
Em um cenário de integração regionalizada, a matriz energética brasileira poderá se
deslocar no sentido de cada vez mais utilizar s natural, que é um combustível mais limpo
Tal combustível tem utilidade tanto como combustível como insumo petroquímico. Entretanto
esse deslocamento da matriz, nos cenários de integração regionalizada, será mais lento, só
desenvolvendo a indústria nas regiões onde há oferta próxima por produção de campos ou por
plantas de regaseificação.
Neste cenário se pressupõe a instalação de uma rede de dutos dentro das regiões para
se conseguir ter a integração regionalizada em relação a este produto, além de planta de
regaseificação para aproveitamento do gás natural importado internamente à região.
As variáveis nesse cenário (PIB, quantidade ofertada, quantidade demandada, preço,
infra-estrutura logística e impostos) se comportariam da seguinte forma:
PIB:
O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro crescerá, alavancando a demanda e
justificando uma maior oferta de gás natural. O PIB, entretanto, concentrado mais nas regiões
89
sul e sudeste, não justificaria os investimentos para integração da rede de dutos. Dessa forma,
as regiões de maior PIB, mais poluídas pela industrialização e mais próximas das regiões
produtoras, teriam acesso ao gás natural, combustível mais limpo, enquanto que regiões com
menor desenvolvimento como o nordeste atualmente também teriam acesso ao gás natural,
entretanto como nesta região há carência de campos produtores de gás natural suficientes para
atender a demanda, o acesso dessas regiões seria via importação e regaseificação do gás
importado.
OFERTA:
Do lado da oferta, o cenário aponta para os campos da bacia de Santos e da Bolívia
como principais regiões produtoras de gás natural. Isso não significa, entretanto, que não
haverá outras regiões produtoras, entretanto estas se caracterizarão como de maior peso.
Um ator extremamente importante do lado da oferta continuará sendo a Petrobras.
Além da expertise, outro aspecto que nos leva a crer que ela estará em muitos dos campos
produtores de 2015 é o resultado das últimas rodadas de licitação da ANP e sua posição atual
no mercado brasileiro.
Logo, do lado da oferta as regiões brasileiras de onde sairá a maior parte do gás
natural será o sudeste devido a Santos e o Centro-Oeste pela fronteira com a Bolívia,
fornecendo gás para sul, sudeste e centro-oeste. As regiões norte e nordeste terão avanço na
oferta de gás, com a instalação de planta (s) de regaseificação de Gás Natural Liquefeito.
A oferta nesse cenário seria segmentada, onde há produção/planta, há oferta. Onde não
há produção/planta devido, não haverá oferta. As regiões não estariam integradas por uma
rede de dutos.
DEMANDA:
A demanda estaria concentrada nas áreas de maior PIB (regiões sul, sudeste e centro-
oeste). A demanda potencial em áreas de menor PIB, caso viessem a acontecer, teriam de ser
atendidas por gás natural liquefeito importado ou por outros tipos de combustíveis, como óleo
combustível, ou até mesmo diesel/gasolina.
90
PREÇO:
O preço do gás dependerá em grande parte da regulação que será implantada para o
setor. Entretanto em um cenário de integração regionalizada com GNL, acredita-se que ele
será diferente do atual – promovendo acesso ao gás por quase todo país, uma vez que
remuneraria o investidor.
INFRA-ESTRUTURA LOGÍSTICA:
A infra-estrutura logística nesse cenário deverá permanecer como está, não
acontecendo diversos projetos que estão em estudo. A região mais deficitária atualmente é o
nordeste que teria acesso nesse cenário ao gás via GNL. A infra-estrutura logística deverá se
desenvolver intra-regionalmente.
IMPOSTOS:
A regulação/imposto deverá ser favorável ao desenvolvimento da indústria, caso
contrário não acontecerá o cenário de integração regionalizada com GNL, uma vez que este
requer investimentos ainda inexistentes em planta de regaseificação.
5.2.4 Cenário IV – Morte da Indústria
Esse cenário parte do pressuposto de que a indústria será inviabilizada, quer seja pela
regulação do setor, quer seja pela falta de desenvolvimento nacional e necessidade de
consumo energético.
PIB:
O PIB nesse cenário deverá ser tal que não haja aumento da demanda pelo
combustível, uma vez que não haveria investimentos para térmicas e conversão de indústrias,
carros e residências para gás natural.
91
Ou ainda, o PIB cresceria, entretanto devido a regulação do setor o preço do Gás
Natural seria tão caro que não compensaria investimentos para térmicas e conversão de
indústrias, carros e residências para gás natural.
OFERTA:
A oferta seria declinante conforme os campos existentes fossem deixando de produzir,
uma vez que mesmo que houvessem novas descobertas para se colocar em produção e
manter/aumentar a rede de dutos requer investimentos.
DEMANDA:
A demanda deixaria aos poucos de existir devido ao alto custo do combustível por
conta da regulação, sendo substituído por outras alternativas.
PREÇO:
O preço do gás dependerá em grande parte da regulação que será implantada para o
setor. Entretanto em um cenário de morte da indústria, acredita-se que ele será alto para o
consumidor e baixo para o investidor. A diferença fica na regulação do setor.
INFRA-ESTRUTURA LOGÍSTICA:
A infra-estrutura logística nesse cenário deverá permanecer como está, não
acontecendo diversos projetos que estão em estudo pela falta de retorno do investimento uma
vez que o preço apesar de alto, por conta dos impostos, são baixos para justificar os
investimentos.
IMPOSTOS:
A regulação/imposto será desfavorável a indústria, sendo nesse cenário, os impostos
tão altos que inviabilizam a indústria.
6 CONCLUSÃO
Ao longo deste trabalho, através da metodologia de estudos de cenários e partindo do
cenário atual de logística de óleo e gás no Brasil chegou-se aos seis cenários perfeitamente
possíveis de acontecer – dois para petróleo, uma vez que este produto está na etapa de
maturidade no ciclo de vida e quatro para o gás, já que este produto está em crescimento e no
início de seu ciclo de vida.
Neste capítulo encontra-se um resumo dos cenários identificados e a conclusão, além
de sugestões para futuros estudos.
6.1 CENÁRIOS IDENTIFICADOS
Para melhor análise dos cenários foram consideradas principalmente as variáveis
listadas a seguir: PIB, Oferta, Demanda, Preço, Infra-estrutura Logística e Impostos. Estas
assumiram diferentes valores de acordo com os cenários.
Os cenários foram assim denominados, e sucintamente descritos:
- Continuidade para petróleo: a logística se dará principalmente retirando-se
petróleo da região sudeste e levando para as demais regiões via navio e exportando o
excedente. Não haverá crescimento significativo na demanda.
- Crescimento para petróleo: em um cenário de crescimento do país, acontecerá
também a necessidade de energia e, portanto, de derivados de petróleo, que por sua vez se
traduz na demanda deste. A logística se dará da mesma forma descrita no cenário anterior,
com mudanças, entretanto, nas quantidades exportadas e transportadas para as demais regiões
(sai da região sudeste, principalmente).
93
- Integração Nacional para o gás natural: neste cenário se pressupõe a instalação de
uma rede de dutos para se conseguir ter a integração nacional em relação a este produto.
Haverá um deslocamento na matriz energética brasileira e tanto demanda quanto oferta
deverão crescer significativamente.
- Integração Regionalizada para o gás natural: em um cenário como este se
pressupõe a instalação de uma rede de dutos dentro das regiões para se conseguir ter a
integração regionalizada em relação a este produto. O deslocamento na matriz energética
ocorrerá, porém de forma mais lenta. E a oferta dentro das regiões depende da produção de
gás em áreas próximas.
- Integração Regionalizada com consumo de GNL para o gás natural: Neste
cenário se pressupõe a instalação de uma rede de dutos dentro das regiões para se conseguir
ter a integração regionalizada em relação a este produto, além de planta de regaseificação para
aproveitamento do gás natural importado internamente à região. O deslocamento na matriz
energética ocorrerá, porém de forma mais lenta.
- Morte da Indústria para o gás natural: esse cenário parte do pressuposto de que a
indústria será inviabilizada, quer seja pela regulação do setor, quer seja pela falta de
desenvolvimento nacional e necessidade de consumo energético.
6.2 CONCLUSÃO SOBRE CENÁRIOS
A indústria do petróleo e gás no Brasil deverá continuar a se desenvolver. Embora
qualquer um dos cenários tenha condições de acontecer, acredita-se que os mais prováveis de
acontecer são para o Petróleo o de Crescimento e para o Gás Natural a Integração Nacional.
Otimistas, tais cenários apostam no crescimento do PIB, oferta, demanda e infra-
estrutura logística. O que nos leva a crer nesses cenários são as constantes manifestações dos
principais players do mercado – ANP e Petrobras - no sentido de promovê-los (isto é apostar e
investir em tal aposta de crescimento do PIB e demanda. Por conta dos players fica o outro
lado da equação: Regulação, Oferta e Infra-estrutura).
94
6.3 LIMITAÇÕES DESSE ESTUDO
Como ressaltado no capítulo 2 – Metodologia – esse tipo de estudo de aproximação do
futuro envolve uma grande parcela de sensibilidade e percepção – por isso Schwatz chama a
sua principal obra de ‘A arte da previsão’. É nessa perspectiva que, dado os especialistas
consultados, os forums visitados e as publicações consultadas, chegou-se a estes cenários.
Caso se tivesse consultado outras fontes, talvez o resultado fosse outro.
Por exemplo, no caso dos cenários para petróleo, optamos por considerar crescimento
ou continuidade, e não considerar retração. Isto se deve a opinião dos especialistas de que, se
a margem internacional por positiva, acontecerá refino independentemente da demanda no
mercado interno, logo a demanda por petróleo não cairia, exceto se as margens fossem
negativas, mas nesse caso a indústria internacionalmente estaria comprometida. Esse fato só
poderia vir a ocorrer caso existisse uma fonte de energia mais barata que comprimisse o preço
do petróleo, o que não parece viável surgir em um prazo de 10 anos como está sendo
analisado.
6.4 SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS
Como possibilidade para um futuro estudo, pode-se desenvolver o estudo também para
os derivados, complementando bem o estudo atual. No mínimo para o diesel e gasolina,
principais energéticos derivados do petróleo utilizados atualmente, é perfeitamente possível
desenvolver tal estudo, embora a demanda se dê de forma mais pulverizada que o petróleo, o
que pode aumentar a complexidade do estudo.
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Regionais – Textos para Discussão 939 – IPEA, Brasília, 2003.
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______. De L’anticipation à l’action - Manuel de Prospective et de Stratégie. Dunod, Paris,
1997.
______. Manual de Prospectiva Estratégica, Lisboa, 1995.
______. Prospective et Planification Stratégique. Economica. Paris, 1985.
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MAKRIDAKIS, S & WHEELWRIGHT, S. Forecasting Methods for Management. 2nd
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PORTO, Claudio et al. Quatro Cenários para o Brasil 2005-2007 – Ed. Garamond, 2005.
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SCHWARTZ, Peter. A Arte da Previsão - Planejando o futuro em um mundo de incertezas.
Ed. Best Seller. São Paulo, 2000.
______. Cenários – as surpresas inevitáveis. Ed. Campus, 2003.
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TOLMASQUIM. A matriz energética brasileira – ed UFRJ, 2002.
WACK, P. Scenarios, uncharted waters ahead. Harvard Business Review, 1985.
OUTRAS PUBLICAÇÕES:
Annual Energy Outlook 2006 with projections to 2030, Energy Information.
Administration (EIA), 2006.
Statistical Review of World Energy 2005, British Petroleum, 2005.
World Energy Outlook – Middle East and West Africa Insights, International Energy.
Agency, 2005.
Scenarios: the search for foresight, The Antidote, Issue 22 – CSBS, 1999.
WEB-SITES:
www.anp.gov.br
www.bp.com
www.cscmp.org/Website/AboutCSCMP/Definitions/Definitions.asp
www.eia.doe.gov
www.gaseenergia.com.br
www.gasnet.com
www.gbn.com
www.iea.org
www.macroplan.com.br
www.petrobras.com.br
www.sbe.org.br
www.transpetro.com.br
//i2.com/assets/pdf/WPR_scv_ovrvw_WPR7331.pdf
ANEXOS
ANEXO 1:
Correlação do PIB (Fonte: IPEA) pelo Consumo Nacional (Fonte: MME – BEN 2005):
CONSUMO
de
ENERGIA
em TEP PIB em R$
1970 31.794 466.841.877
1971 31.545 519.795.387
1972 31.760 581.860.765
1973 31.619 663.139.277
1974 31.325 717.211.247
1975 30.318 754.267.035
1976 30.316 831.633.182
1977 30.677 872.668.692
1978 29.969 916.039.433
1979 30.189 977.959.669
1980 30.807 1.067.931.959
1981 31.413 1.022.544.850
1982 31.775 1.031.031.973
1983 34.090 1.000.822.736
1984 35.826 1.054.867.164
1985 36.569 1.137.674.236
1986 35.514 1.222.886.036
1987 38.284 1.266.053.913
1988 36.116 1.265.294.281
1989 34.327 1.305.277.580
1990 32.482 1.248.498.005
1991 33.488 1.261.376.066
1992 33.597 1.254.519.480
1993 33.023 1.316.301.631
1994 35.394 1.393.343.165
1995 34.729 1.452.195.093
1996 36.420 1.490.803.001
1997 39.004 1.539.567.168
1998 39.689 1.541.598.106
1999 41.202 1.553.706.956
2000 39.964 1.621.448.580
2001 43.441 1.642.689.556
2002 48.400 1.674.393.465
2003 52.627 1.683.518.152
2004 55.822 1.766.621.034
Correlação = 77%
98
Regression Statistics
Multiple R 77%
R Square 59%
Adjusted R Square 58%
Standard Error 4021,237808
Observations 35
ANOV
A
df SS MS F ignificance
F
Regression 1 7,82E+08 7,82E+08 48,4 5,97E-08
Residual 33 5,34E+08 16170354
Total 34 1,32E+09
Coefficients
t
andard Er
ro
t Stat P-value
L
ower 95%Upper 95%
L
ower 95,0
%
U
pper 95,0
%
Intercept 20031,2123 2368,8 8,456271 9,03043E-10 15211,85 24850,57 15211,85 24850,57
X Variable 1 1,34356E-05 1,93E-06 6,955585 5,97221E-08 9,51E-06 1,74E-05 9,51E-06 1,74E-05
99
ANEXO 2:
PIB Regional / PIB Brasileiro (Fonte: IPEA)
PIB regional - 1970
CO
4%
N
2%
NE
12%
S
17%
SE
65%
PIB regional - 2000
CO
7%
N
5%
NE
13%
S
18%
SE
57%
PIB regional - 1997
CO
6%
N
4%
NE
13%
S
18%
SE
59%
PIB regional - 1985
CO
5%
N
4%
NE
14%
S
17%
SE
60%
100
ANEXO 3:
Gasodutos no Brasil (Fonte: GasNet.com)
Malha RJ-MG-SP
1. Cabiúnas-REDUC
O gasoduto Cabiúnas-REDUC iniciou suas atividades em 1982 com o objetivo de
transportar o gás natural da Bacia de Campos para abastecer o Estado do Rio de Janeiro. O
trecho completo, com 183 km de extensão, começa em Cabiúnas, no município de Macaé, e
segue até Duque de Caxias. Operando na capacidade máxima, pode movimentar até
1.551.250.000 m³ por ano.
2. REDUC-REGAP
Também conhecido como GASBEL, o gasoduto REDUC-REGAP entrou em operação
em 1996, para transportar o gás natural proveniente da Bacia de Campos e processado na
Refinaria de Duque de Caxias até o Estado de Minas Gerais. Passando pelos municípios
mineiros de Juiz de Fora e Betim, o trecho completo possui ao todo 357 km e está apto a
transportar até 712.477.956m³ por ano.
3. REDUC-ESVOL
O gasoduto REDUC-ESVOL, conhecido também como GASVOL, foi implementado
para conduzir o gás natural de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, ao gasoduto GASPAL
(interliga Volta Redonda a São Paulo) e aos municípios de Japerí, Piraí e Volta Redonda.
Operando desde 1986, a extensão completa do duto é de 95,2km, sendo capaz de transportar
até 1.538.477.628m³ por ano.
4. ESVOL-SÃO PAULO
O gasoduto ESVOL-São Paulo entrou em atividade em 1988 para levar o gás natural
da Bacia de Campos a diversas localidades situadas no trajeto entre Volta Redonda e
Capuava, em São Paulo. O trecho completo possui 325,7km de extensão, possuindo pontos de
entrega nos municípios de Barra Mansa, Resende, Lorena, Pindamonhangaba, Taubaté, São
José dos Campos Guararema, Suzano, Cruzeiro, e Capuava. Operando com capacidade
máxima, o duto pode transportar até 1.538.477.628m³ por ano.
101
5. ESVOL-TEVOL
Com apenas 5,5km de extensão, o gasoduto ESVOL-TEVOL entrou em operação em
1986 com a finalidade de transportar o gás natural do GASVOL ao mercado de Volta
Redonda, no Rio de Janeiro, até São Paulo. Operando com capacidade máxima, o trecho pode
transportar até 1.538.477.628m³ por ano.
6. RPBC-Capuava
O gasoduto RPBC-Capuava é o responsável pelo transporte de gás natural proveniente
de Merluza, na Bacia de Santos, entre as cidades paulistas de Cubatão e Capuava. Operando
desde 1993, o trecho de 37km de extensão possui uma capacidade de 350.400.000m³ por ano.
7. RPBC-Comgás
O gasoduto RPBC-Comgás começou suas atividades em 1993 com o objetivo de
transportar o gás natural até o ponto de entrega da Comgás, na Baixada Santista. O trecho
possui 1,5km de extensão e pode fornecer até 565.600.000m³ por ano.
Malha Espírito Santo
1. Lagoa Parda-Vitória
Concluído em 1984, o gasoduto Lagoa Parda-Aracruz é o responsável pelo transporte
de gás natural desde Lagoa Parda até os municípios capixabas de Aracruz, Serra e Vitória. O
trecho completo, com 100km, está apto a conduzir até 365.000.000m³ por ano.
2. Serra-Viana
Também conhecido como GASVIT, o gasoduto Serra-Viana opera desde 1997 para
suprir os pontos de entrega dos municípios capixabas de Cariacica e Viana. Com 46km de
extensão, o trecho pode transportar até 240.680.000m³ por ano.
Malha SE - BA (Nordeste Meridional)
1. Atalaia-Catu
Conhecido também como GASEB, o gasoduto Atalaia-Catu foi implementado, em
1974, com a finalidade de transportar o gás natural de Aracaju, no Sergipe, até os municípios
102
baianos de Estância, Esplanada, Araçás e Pojuca. O trecho completo tem 230km de extensão e
pode conduzir até 402.461.404m³ por ano.
2. Santiago-Camaçari 14''
Implementado em 1975, o gasoduto Santiago-Camaçari 14'' transporta o gás natural de
Santiago a Camaçari, beneficiando também o município de Mata de São João. O trecho possui
32km de extensão e pode conduzir até 365.008.000m³ por ano.
3. Santiado-Camaçari 18''
Com 32km de extensão, o gasoduto Santiago-Camaçari 18'' é o responsável pelo
transporte do gás natural de Santiago, em Pojuca, até Camaçari. Em atividade desde 1992, o
trecho está apto a conduzir até 657.000.000m³ por ano.
4. Candeias-Camaçari
O gasoduto Candeias-Camaçari foi implementado em 1981 com o objetivo de
conduzir o gás natural de Candeias e Lamarão até os municípios de São Sebastião do Passé e
Camaçari. O trecho completo possui 37km e pode transportar até 365.000.000m³ por ano.
5. Aratu-Camaçari
Em operação desde 1970, o gasoduto Aratu-Camaçari é o mais antigo do Brasil. É
utilizado para transportar o gás natural do município de Simões Filho até Camaçari. O trecho,
com 20km, está apto a transportar até 255.500.000m³ por ano.
Malha CE-RN-PB-PE-AL (Nordeste Setentrional)
1. Guamaré-Pecem
Com 383km de extensão, o gasoduto Guamaré-Pecem é o responsável pelo transporte
de gás natural desde Guamaré, no Rio Grande do Norte, até os municípios cearenses de
Icapuí, Horizonte, Maracanaú, e futuramente a São Gonçalo do Amarante. O trecho pode
conduzir até 292.000.000m³ por ano.
2. Guamaré-Cabo
Conhecido também como Nordestão, o gasoduto Guamaré-Cabo começou suas
atividades em 1986 com a finalidade de transportar o gás natural processado em Guamaré aos
103
estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, com pontos de entrega em 11
municípios. Com 424km de extensão, o maior gasoduto da região Nordeste pode conduzir até
313.900.000m³ por dia.
3. Alagoas-Pernambuco
Também denominado GASALP e com 204km de extensão, o gasoduto Alagoas-
Pernambuco tem o objetivo de transportar o gás natural do município de Pilar até Cabo.
Gasoduto Bolívia-Brasil
O gasoduto Bolívia-Brasil foi um importante passo para o campo industrial brasileiro,
gerando um aumento considerável de oferta de gás natural no país. Operado pela
Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S/A - TBG, este gasoduto tem 2593 km de
extensão em território nacional e 557 km na Bolívia, e custo total aproximado de US$ 2
bilhões. A rede de dutos atravessa os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul e beneficia indiretamente Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O empreendimento foi construído em duas etapas. O Trecho Norte foi inaugurado em
9/02/1999 e entrou em operação em 1/06/1999. Este trecho começa no Rio Grande, na
Bolívia, chega ao Brasil pela cidade de Corumbá (Mato Grosso) e se estende até Campinas,
em São Paulo. O Trecho Sul foi concluído em 31/03/2000, ligando São Paulo até Canoas, no
Rio Grande do Sul.
O traçado do gasoduto foi amplamente estudado, inclusive por meio de satélites, e
segundo as orientações do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima), do Ibama, zelando
rigorosamente pela preservação do meio ambiente. Sua construção exigiu avançadas técnicas
de engenharia, possibilitando a passagem sob rios, fazendas e estradas, totalizando a travessia
de 135 municípios brasileiros. Além disso, a Petrobras investiu R$ 30 milhões em programas
de compensação ambiental e se preocupou com a preservação dos 617 sítios arqueológicos
encontrados.
Em 1998, a participação do gás natural na economia brasileira era de apenas 3%. Mas
o objetivo final é aumentar o uso do combustível para 10%, em 2005, e 12%, em 2010. A
meta é que o gasoduto Bolívia-Brasil esteja operando com capacidade máxima, em 2007,
gerando diariamente 30 milhões de m³, metade da necessidade nacional. O resultado
possibilitará a implantação de novas usinas termelétricas em diversas localidades. Somente o
104
Estado de São Paulo deverá absorver metade da capacidade total do gasoduto. O contrato com
a Bolívia é de 20 anos, renovável.
Instituições Participantes do Financiamento.
A construção do gasoduto Bolívia-Brasil demandou recursos da ordem de US$ 2
bilhões, oriundo das seguintes fontes:
Aporte de Acionistas - US$ 310 milhões
Venda antecipada de serviços (frete) - US$ 302 milhões
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)/FINAME -
US$ 245 milhões
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - US$ 240 milhões
Emissão de Bonds com garantia do Banco Mundial - US$ 180 milhões
Agências de Fomento a Exportação - US$ 159 milhões
Banco Mundial (Bird) - empréstimo - US$ 130 milhões
Corporación Andina de Fomentos (CAF) - US$ 80 milhões
Banco Europeu de Investimento (BEI) - US$ 60 milhões
Gasoduto Uruguaiana-Porto Alegre
O Gasoduto Uruguaiana-Porto Alegre foi criado pela TSB para fornecer gás natural ao
Estado do Rio Grande do Sul, que importa 70% do seu consumo de eletricidade, e interligar
as principais bacias gasíferas do Brasil, da Argentina e da Bolívia. O empreendimento exigirá
investimentos na ordem de US$ 350 milhões e, com capacidade máxima, poderá transportar
15 milhões de m³/dia.
Com 615 km de extensão, o empreendimento beneficia 23 municípios dentro da sua
área de influência e irá garantir o fornecimento de um combustível econômico e com baixa
emissão de poluentes nas regiões Sul e Sudeste do país.
A iniciativa foi idealizada em duas etapas. A primeira já foi concluída em 01/06/2000,
com a construção de dois trechos. O primeiro liga a fronteira Argentina/Brasil até o "city
gate" de Uruguaiana, abastecendo uma usina termelétrica com capacidade de produção
aproximada de 600MW. O segundo interliga o município de Canoas até o Pólo Petroquímico
de Triunfo, garantindo o fornecimento de gás natural ao pólo industrial, onde se inclui a
Companhia Petroquímica do sul - Copesul. A última etapa será a interligação desses dois
trechos, tendo 565 km de extensão e abastecerá Porto Alegre com o gás natural Argentino.
105
ANEXO 4:
Mapa de Gasodutos Ampliado (Fonte: GasEnergia.com)
106
ANEXO 5:
Conversão de Veículos para GNV (Fonte: IBP):
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
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