Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
ELIANA RAMOS DA SILVA
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DE PACIENTES EM
UNIDADE DE INTERNAÇÃO EM CLÍNICA MÉDICA E
CLÍNICA CIRÚRGICA
JOÃO PESSOA – PB
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ELIANA RAMOS DA SILVA
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DE PACIENTES EM
UNIDADE DE INTERNAÇÃO EM CLÍNICA MÉDICA E
CLÍNICA CIRÚRGICA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Enfermagem, nível Mestrado, do
Centro de Ciências da Saúde, da Universidade
Federal da Paraíba – Campus I, vinculada à área
de concentração: Enfermagem Fundamental e à
linha de pesquisa: Processo de Cuidar em
Enfermagem, como requisito para obtenção do
grau de Mestre em Enfermagem.
ORIENTADORA: Profª. Drª. Wilma Dias de Fontes
JOÃO PESSOA - PB
2006
ads:
S548d Silva, Eliana Ramos da.
Diagnósticos de enfermagem de pacientes em unidade
de internação em clínica médica e clínica cirúrgica. /
Eliana Ramos da Silva. – João Pessoa, 2006.
105p.
Orientadora: Wilma Dias de Fontes
Dissertação (Mestrado) – UFPB/CCS
1. Diagnóstico de enfermagem. 2. Processo de
enfermagem. 3. Enfermagem.
UFPB/BC CDU: 616-083 (043)
ELIANA RAMOS DA SILVA
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DE PACIENTES EM UNIDADE
DE INTERNAÇÃO EM CLÍNICA MÉDICA E CLÍNICA CIRÚRGICA
Aprovada em: ______/_____/_____
BANCA EXAMINADORA
Profa. Dra. Wilma Dias de Fontes - Orientadora/UFPB
Profa. Dra. Maria do Carmo Andrade Duarte de Farias - Membro/UFCG
Profa. Dra. Maria Miriam Lima da Nóbrega - Membro/UFPB
Profa. Dra. Maria Júlia Guimarães Oliveira Soares - Membro/UFPB
JOÃO PESSOA - PB
2006
A meus pais, José Severino Ramos da Silva
José Severino Ramos da SilvaJosé Severino Ramos da Silva
José Severino Ramos da Silva (in memoriam), e
Maria Martins da Silva
Maria Martins da SilvaMaria Martins da Silva
Maria Martins da Silva, pessoas únicas para mim, sem
padrões, sem comparações, sem igual.
A Luiz Vilhena do Nascimento
Luiz Vilhena do NascimentoLuiz Vilhena do Nascimento
Luiz Vilhena do Nascimento, pelo afeto sempre constante
e pela compreensão nos tantos momentos que deixamos de
estar juntos durante o processo final desta dissertação.
A minhas irmãs, Erleide, Elianeta, Elianeide e Luziete
Erleide, Elianeta, Elianeide e LuzieteErleide, Elianeta, Elianeide e Luziete
Erleide, Elianeta, Elianeide e Luziete pelo
apoio e incentivo, sempre presente nos momentos difíceis.
A minhas amigas Silvana Lara e Cassandra P
Silvana Lara e Cassandra PSilvana Lara e Cassandra P
Silvana Lara e Cassandra Ponce
onceonce
once. de Leon
. de Leon. de Leon
. de Leon
que, mesmo na distância, sempre torceram pela conquista
dessa vitória.
Dedico
Agradecimento especial
A Deus, fonte de todo o saber, que sempre está
“ao meu lado” e tem me sustentado e realizado
milagres em minha vida.
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora. Profª Drª. Wilma Dias de Fontes, exemplo de dedicação a
pesquisa e pelas pertinentes recomendações, meu apreço, pelo carinho, paciência, dedicada
orientação, amizade, confiança e empenho durante todo o desenvolvimento deste estudo.
À Profª Drª. Maria Miriam Lima da Nóbrega, por iluminar os caminhos iniciais
do projeto deste estudo, com elevada sabedoria e intelectualidade, prestou valiosa
contribuição á minha formação profissional.
Ao Diretor do Hospital de Guarnição de João Pessoa, Cel. Ramon Baptista
Soares, por autorizar a minha inserção no campo de estudo.
À equipe do SAME em especial Cb Jackson, Sd Henrique, Sd Cunha, Sd Roberto
e à estagiária Alcione, pelo exemplo de dedicação ao trabalho, e pelo incentivo na realização
da coleta de dados do projeto.
Ao amigo José Antônio Ferreira, pela contribuição na análise e no
aperfeiçoamento estatístico da dissertação.
Às Enfª. Elane Teles, Enfª. Márcia Virginia e Enfª. Aline Targino, pelo apoio
“emergencial” oferecido quando mais precisei.
Às colegas do Mestrado Rosângela Vidal de Negreiro e Kenya de Lima Silva,
pelo incentivo e apoio recebidos.
Aos colegas do Mestrado, pelas descobertas cientificas que juntas fizemos e por
todos os momentos de descontração, aprendizado e crescimento em equipe, que construímos.
Aos professores do Mestrado, que enriqueceram nossas idéias e pensamentos com
a construção de conhecimentos para a continuação de uma trajetória científica em nossa
vida.
As professoras, Maria do Carmo Andrade Duarte de Farias e Júlia Guimarães
Oliveira Soares-, pela disponibilidade para participar da banca examinadora.
Aos funcionários do Programa de pós-graduação, em Enfermagem, Sra. Maria da
Penha de Sousa, Sr. Ivan Ramiro, pela disposição em ajudar-me, sempre que solicitados.
RESUMO
SILVA, Eliana Ramos da . Diagnóstico de enfermagem de pacientes internados em
unidade de clínica médica e clinica Cirúrgica. João Pessoa, 2006. 105f. Dissertação
(Mestrado em Enfermagem) Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal da
Paraíba, João Pessoa, 2006.
Trata-se de um estudo exploratório descritivo do tipo retrospectivo que objetivou
identificar os diagnósticos de enfermagem mais freqüentes em prontuários de clientes
internados em Unidade de Clinica Médica e Clinica Cirúrgica do Hospital de Guarnição
de João Pessoa-PB. Para determinação quantitativa da população, foram excluídos do
total dos prontuários aqueles que se vinculavam ao atendimento de clientes pediátricos,
adolescentes, obstétricos e psiquiátricos, é foi considerado o último registro de
enfermagem para aqueles clientes que tiveram mais de um atendimento no período. A
amostra foi calculada pela técnica da amostragem sistemática, sendo o primeiro
prontuário sorteado, e os demais retirados em uma progressão aritmética (r=5),
resultando, uma amostra composta por 200 prontuários. A coleta de dados foi
subsidiada por um formulário e ocorreu diretamente no Serviço Médico Estatístico, no
período de fevereiro a abril de 2005. O corpus de análise foi constituído por todos os
diagnósticos de enfermagem identificados. A análise dos dados baseou-se no cálculo de
distribuição da freqüência dos diagnósticos utilizando-se o programa Microsoft Access.
Foi feita a categorização dos diagnósticos de acordo com os domínios e classes da
Taxonomia II da NANDA Internacional. A análise dos dados evidenciou que a faixa
etária dos clientes atendidos no referido Hospital naquele período variou entre 18 e 91
anos, com predominância de pessoas acima de 65 anos (67%), sendo em sua maioria
(62%) do sexo masculino. Os diagnósticos de enfermagem identificados na amostra o
estudo totalizaram 523 (quinhentos e vinte e três) distribuídos em 52 afirmativas
diagnósticas. Sendo os mais freqüente: Risco de infecção (77), Dor aguda (71),
Mobilidade física prejudicada (55), Ansiedade (44), Padrão do sono perturbado (38),
Risco de volume de líquidos deficientes (26), Nutrição desequilibrada: menos do que as
necessidades corporais (25), Hipertermia (18), Risco de integridade da pele prejudicada
(14), Integridade da pele prejudicada (14) totalizando 382 (trezentos e oitenta e duas)
afirmativas de diagnósticas, correspondendo a 75% do total de diagnósticos
identificados. Quanto aos domínios e classes da Taxonomia II da NANDA internacional,
esses diagnósticos mais freqüentes envolveram os domínios: Nutrição, Atividade e
repouso, Enfrentamento/tolerância ao estresse, Segurança e proteção e, Conforto e as
classes: Hidratação, Infecção Sono e repouso, Atividade e exercício, Respostas ao
enfrentamento, Lesão física, Termoregulação e Conforto físico, dos 13 (três) domínios e
das 46 (quarenta e seis) classes apresentadas no referido Sistema de Classificação,
respectivamente. Os resultados desse estudo revelam a amplitude dos diagnósticos
com os quais os enfermeiros trabalham cotidianamente traçando ações e intervenções
que contribuem para melhoria da qualidade do cuidado prestado aos clientes.
Palavras-chave: Diagnóstico de enfermagem. Processo de enfermagem. Enfermagem.
ABSTRACT
SILVA, Eliana Ramos da. Diagnosis of nursing patients interned in unit of medical
clinic and surgical clinic. João Pessoa, 2006. 105f. Dissertation (Master's degree in
Nursing) Center of Health’s Sciences, Federal University of Paraíba, João Pessoa, 2006.
It is a descriptive exploratory study of the retrospective type that aimed at to identify the
more frequent nursing diagnoses in customers' handbooks interned in Unit of Medical
Clinic and Surgical Clinic of the Hospital of Garrison in João Pessoa-PB. For quantitative
determination of the population, were excluded from the total of the handbooks those
that were linked to the pediatric customers' attendance, adolescents, obstetric and
psychiatric, and the last nursing registration was considered for those customers that had
more than one attendance in this period. The sample was calculated by the technique of
the systematic sampling, being the first raffled handbook and the others retired in an
arithmetic progression (r=5), resulting a composed sample for 200 handbooks. The date
collection was subsidized by a form and it happened directly in the Statistical Medical
Service, in the period of February to April in 2005. The corpus analysis was constituted
by all the diagnoses of nursing identified. The analysis of the data was based on the
calculation of distribution of the frequency of the diagnoses using Microsoft Access
program. It was made the diagnoses distinguish in agreement with the domains and
classes of Taxonomia II of International NANDA. The data analysis evidenced that the
customers' age group assisted in the referred Hospital in that period varied between 18
and 91 years old, with people's predominance above 65 years old (67%), being in your
majority (62%) of the masculine sex. The nursing diagnoses identified in the sample of
the study totaled 523 (five hundred and twenty-three) distributed in 52 diagnostics
affirmatives. Being the most frequent: Infection risk (77), sharp Pain (71), prejudiced
physical Mobility (55), Anxiety (44), Pattern of the disturbed sleep (38), Risk of volume of
deficient liquids (26), unbalanced Nutrition: minus than the corporal needs (25),
Hipertermia (18), Risk of integrity in the prejudiced skin (14), Integrity of the prejudiced
skin (14) totaling 382 (three hundred and eighty two) diagnostics affirmatives,
corresponding to 75% of the total of identified diagnoses. About the domains and classes
of Taxonomia II of international NANDA, those more frequent diagnoses involved, the
domains: Nutrition, Activity and rest, Facing/tolerance to the stress, Safety and protection
and, Comfort and the classes: Hydration, Sleep and rest infection, Activity and exercise,
Reaction to the facing, physical Lesion, Regulate the temperature and physical Comfort,
of the 13 (thirteen) domains and of the 46 (forty six) classes presented in referred
System of Classification, respectively. The result in this study shows the width of the
diagnoses with which the nurses work daily tracing actions and interventions that
contribute to the improvement of the quality of the care rendered to the customers.
Key-words: Nursing diagnosis. Nursing process. Nursing.
RESUMEN
SILVA, Eliana Ramos da. Diagnostico de la Enfermería de los pacientes internados
en la unidad de clínica medica y clínica quirúrgica. João Pessoa, 2006. 105f.
Disertación (Maestro en Enfermería) - Centro de las Ciencias de la Salud, Universidad
Federal de la Paraíba, João Pessoa, 2006.
Es un estudio exploratorio descriptivo de lo tipo retrospectivo con el objetivo de la
identificación de los diagnósticos de la enfermería que son mas frecuentes en protocolos
de los clientes con la internación en la unidad de la clínica medica y clínica quirúrgica en
el hospital de la guarnición de João Pessoa-PB. Para la determinación cuantitativa de la
población, fueron quitados del total de los protocolos aquellos que estaban añadidos al
cuidado de los clientes pediátricos, adolescentes, obstétricos y psiquiátricos y fue
considerado el último registro de la enfermería para aquellos clientes que tuvieron
además de lo cuidado en el periodo. La muestra tuve el calculo pero la técnica de la
muestragen sistemática, siendo el primero protocolo por medio de sorteo Y los otros
quitados en una progresión aritmética (r=5), con los resultados de una muestra
compuesta pero 200 protocolos. La coleta fue subsidiada pero uno formulario y ocurrió
directamente el Servicio medico estadístico el periodo de febrero a abril de 2005. Los
corpus de la análisis fue constituido pro todos los diagnósticos de enfermería con
identificación. La análisis tuve como base el calculo de la distribución de la frecuencia de
los diagnósticos utilizándose el programa Microsoft Access. Fue hecha la categorización
de los diagnósticos de acuerdo con los dominios y categorías de la Taxonomia II de la
Nanda internacional. La análisis de los datos han evidenciado que la edad de los
clientes atendidos en el referido hospital en aquello periodo ha variado de 18 y 91 años,
con la predominancia de las personas arriba de los 65 años (67%) siendo en su mas
grande parte (62% de lo sexo masculino9 Los diagnósticos de la enfermería fueron
identificados en la muestra el estudio tuvieron una totalización de 523 ( quinientos y
veinte tres)con la distribución en 52 afirmaciones diagnosticas. Siendo los mas
frecuentes: riesgo de la infección (77) dolor aguda ((71), movilidad física con prejuicio
(55) ansiedad( 44), padrón del sueño con prejuicio, necesidades corporales(25) Riesgo
de la integridad de la piel con prejuicio (14).Integridad de la piel con prejuicio (14) con un
total de 382 (trescientos ochenta y dos) afirmación de los diagnósticos, con
correspondencia a 75% de lo total d los diagnósticos de la identificación. Cuanto a los
dominios y clases de la taxonomia II de la Nanda internacionales, estos diagnósticos
mas frecuentes fueron añadidos al los dominios: Nutrición, actividad y reposo,
enfrentamiento/tolerancia al lo estrese, seguridad y protección y conforto y las clases:
hidratación, infección, sueño y reposo, actividad y ejercicio. Contestación alo
enfrentamiento, leso física, termorregulación y conforto físico de los 13dominios e de las
46 (cuarenta seis) clase presentadas el referido sistema de la clasificación
respectivamente. Los resultados de lo estudio han revelado la ampliación de los
diagnósticos conillos los enfermeros trabajan en lo cotidiano haciendo acciones y
intervenciones que han contribuido para la mejoría de lo cuidado para los clientes
Palabras claves: Diagnostico de enfermería. Proceso de Enfermería. Enfermería
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 —
Taxonomia II da NANDA: Domínios, Classes e
Conceitos Diagnósticos.
39
Figura 1 —
Modelo Esquemático da definição da população e da
amostra do estudo
46
Quadro 2 —
Distribuição dos diagnósticos de enfermagem mais
freqüentes, identificados nos prontuários dos clientes
internados na Unidade de Clínica Médica e Clínica
Cirúrgica do HGuJP(n=200), segundo domínios e classes
da Taxonomia II da NANDA Internacional. João Pessoa-
PB, 2005.
53
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 — Distribuição dos diagnósticos de enfermagem,
identificados nos clientes internados na Unidade de
Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP (n=20). João
Pessoa, 2005.
51
Tabela 2 — Distribuição dos fatores de Risco para o diagnóstico de
enfermagem Risco de Volume de líquidos deficiente
presente nos prontuários de clientes internados na
Unidade de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP
(n=200), segundo a Taxonomia II da NANDA
Internacional. .João Pessoa-PB, 2005.
55
Tabela 3 — Distribuição dos fatores relacionados e características
definidoras para o diagnóstico de enfermagem Nutrição
desequilibrada: menos do que as necessidades corporais
presentes nos prontuários de clientes internados na
Unidade de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP
(n=200), Taxonomia II da NANDA Internacional. João
Pessoa-PB, 2005.
58
Tabela 4 — Distribuição dos fatores relacionados e características
definidoras para o diagnóstico de enfermagem Padrão do
sono perturbado presentes nos prontuários de clientes
internados na Unidade de Clínica Médica e Clínica
Cirúrgica do HGuJP (n=200), segundo a Taxonomia II da
NANDA Internacional João Pessoa-PB, 2005.
61
Tabela 5 — Distribuição dos fatores relacionados e características
definidoras para o diagnóstico de enfermagem Mobilidade
fisica prejudicada presentes nos prontuários de clientes
internados na Unidade de Clínica Médica e Clínica
Cirúrgica do HGuJP (n=200), segundo Taxonomia II da
NANDA Internacional. João Pessoa-PB, 2005.
63
Tabela 6 — Distribuição dos fatores relacionados e características
definidoras para o diagnóstico de enfermagem Ansiedade
presentes nos prontuários de clientes internados na
Unidade de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP
(n=200), segundo a Taxonomia II da NANDA
Internacional. João Pessoa-PB, 2005.
67
Tabela 7 — Distribuição dos fatores de risco para o diagnóstico de
enfermagem Risco de infecção presentes nos prontuários
de clientes internados na Unidade de Clínica Médica e
Clínica Cirúrgica do HGuJP (n=200), segundo a
Taxonomia II da NANDA Internacional. João Pessoa-PB,
2005.
70
Tabela 8 — Distribuição dos fatores relacionados e Características
definidoras para o diagnóstico de enfermagem Integridade
da pele prejudicada presentes nos prontuários de clientes
internados na Unidade de Clínica Médica e Clínica
Cirúrgica do HGuJP (n=200), segundo a Taxonomia II da
NANDA Internacional. João Pessoa-PB, 2005.
74
Tabela 9 — Distribuição dos fatores de risco para o diagnóstico de
enfermagem Risco de integridade da pele prejudicada
presentes nos prontuários de clientes internados na
Unidade de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP
(n=200), segundo domínios e classes da Taxonomia II da
NANDA Internacional. João Pessoa-PB, 2005.
76
Tabela 10 — Distribuição dos fatores relacionados e características
definidoras para o diagnóstico de enfermagem Hipertermia
presentes nos prontuários de clientes internados na
Unidade de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP
(n=200), segundo a Taxonomia II da NANDA
Internacional. João Pessoa-PB, 2005.
78
Tabela 11 — Distribuição dos fatores relacionados e características
definidoras para o diagnóstico de enfermagem Dor Aguda
presente nos prontuários de clientes internados na
Unidade de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP
(n=200), segundo a Taxonomia II da NANDA Internacional
.João Pessoa-PB, 2005.
81
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
14
2 OBJETIVOS
21
2.1 Geral
22
2.2 Específicos
22
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
23
3.1 Processo de Enfermagem
24
3.2 Taxonomia de Diagnóstico de Enfermagem da NANDA
34
4 CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS
43
4.1 Tipo de pesquisa
44
4.2 Local do estudo
44
4.3 População e amostra do estudo
45
4.4 Instrumento para coleta de dados
46
4.5 Procedimentos éticos
47
4.6 Análise dos dados
48
5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS
50
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
83
REFERÊNCIAS
90
APÊNDICES
Apêndice A – Termo de consentimento livre e esclarecido
Apêndice B – Autorização para a pesquisa
Apêndice C - Instrumento para coleta de dados
ANEXOS
Anexo A – Histórico de Enfermagem do HGuJP
Anexo B – Plano de Cuidados do HGuJP
Anexo C – Sistematização da Assistência de Enfermagem do HGuJP
A Enfermagem, ao longo de sua história como profissão, vem acompanhando as
mudanças ocorridas na sociedade. Isso tem exigido dos profissionais dessa área reflexões
sobre o processo de cuidar do cliente, objetivando um cuidado que expresse um fazer de
modo individualizado e metodologicamente sistematizado. Nessa busca, os enfermeiros têm
construído um corpo teórico específico da Enfermagem, cuja aplicabilidade depende do
processo de enfermagem.
Nesse contexto, IYer, Taptich e Bernocchi-Losey (1993) afirmam que Hall, em
1955, Johnson, em 1959, Orlando, em 1961, e Wiedenbach, em 1963, foram os primeiros
autores a descreverem o processo de enfermagem, composto por três fases. Em seguida,
outros autores como Yura e Walsh, 1967, descreveram um processo de quatro fases,
contendo: levantamento de dados, planejamento, implementação e avaliação. A partir da
década de 1970, foi acrescentada ao processo de enfermagem a fase diagnóstica. Isso se deu
inicialmente por Bloch em (1974), por Roy, Mundinger e Jauron, em 1975, e depois por
AspinaIl, em 1976, completando o processo de cinco fases.
No Brasil, a metodologia da assistência foi impulsionada pelos estudos de Horta,
na década de 1970, em seus trabalhos sobre o processo de enfermagem, que é centrado nas
necessidades humanas básicas e tem sido aceito pelos profissionais de enfermagem na
abordagem individualizada do cliente.
Sabe-se que o processo de enfermagem tem representado um importante
instrumento para o alcance de um cuidado sistematizado. Para Barros (1997), o cuidar de
forma sistematizada deve ser a filosofia de trabalho dos enfermeiros em todas as áreas de
atuação profissional, independente do sistema de atendimento de saúde, por conferir à
profissão um fazer científico que possibilite estabelecer padrões desse cuidado e, assim,
contribuir para a qualidade do cuidar.
Segundo Iyer, Taptich e Bernocchi-Losey (1993, p.12), profissionalmente o
processo de enfermagem demonstra, de modo concreto, o alcance da prática de enfermagem,
na medida em que possibilita testar hipóteses clínicas, contribuindo para a validação de
modelos teóricos e definição do papel para o usuário e outros profissionais de saúde.
Destaque-se que a utilização desse instrumento básico traz benefícios para o
cliente e a família, por estimular a participarem ativamente do cuidado e, para os enfermeiros,
por elevar a satisfação no trabalho, motivar o aperfeiçoamento profissional, encorajar as
inovações e criatividade na solução de problemas de cuidados de enfermagem, evitando a
repetição.
Desde o surgimento do processo de enfermagem, ele tem sido percebido como
uma necessidade premente para a melhoria da qualidade da assistência prestada ao cliente.
Historicamente, pode-se situar a preocupação com a qualidade nos serviços de saúde, desde os
tempos de Florence Nightingale (1820-1910), quando, na metade do século XIX, lançou as
bases da Enfermagem Moderna, desenvolvendo um processo de atendimento que objetivava o
máximo de qualidade do cuidado (CUNHA et al. 2003).
Contemporaneamente, a aplicação do processo de enfermagem tem sido uma
exigência legal que traz consigo a responsabilização do enfermeiro no processo de cuidar.
Nesse sentido, a lei 7.498/86 (Exercício Profissional) do Presidente da República, que
define como atividades privativas do enfermeiro a consulta de enfermagem e a prescrição da
assistência de enfermagem. Somam-se a essa Lei a exigência legal descrita na Resolução 272
do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN 2002), que dispõe sobre a sistematização da
assistência de enfermagem nas instituições de saúde nacionais e, em seu Artigo 2º, determina
a implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em todas as
instituições de saúde (públicas e privadas), com registro formal das suas fases nos prontuários
dos clientes.
Além disso, no Brasil, o Ministério da Saúde, preocupado com a qualidade da
assistência prestada nos hospitais, aproveitou sugestões de um grupo técnico que elaborou e
testou o Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar e, em seguida, aproveitou a criação da
Organização Nacional da Acreditação – ONA, em 1999. Esta, por sua vez, é uma organização
privada, sem fins lucrativos e de interesse coletivo, que tem como principais objetivos à
implantação e implementação, em nível nacional, de um processo permanente de melhoria da
qualidade da assistência à saúde, estimulando todos os serviços de saúde a atingirem padrões
mais elevados de qualidade, dentro do Processo de Acreditação (ONA, 2001).
Nesse sentido, a sistematização da assistência de enfermagem constitui um dos
requisitos indispensáveis para o processo de acreditação hospitalar, trazendo, sobretudo,
muitos benefícios para a profissão de enfermagem e para o cliente, entre os quais, pode-se
destacar a autonomia que o enfermeiro adquire, pois o processo de enfermagem provê o foco
da ciência clínica, melhora a comunicação entre os pacientes, enfermeiros e demais
profissionais, além de reduzir o tempo do internamento hospitalar do paciente.
Faz-se mister destacar que durante o processo de acreditação do Hospital de
Guarnição de João Pessoa - HGUJP, como chefe da subdivisão de enfermagem, vivenciei a
necessidade da utilização de uma abordagem científica na prestação da assistência aos
pacientes e percebi que na assistência sistematizada é possível identificarem-se fatores
determinantes do processo saúde-doença dos clientes e planejar/executar ações nos níveis de
atenção primária, secundária e terciária.
Assim, com o apoio da direção do hospital, tive oportunidade de convidar
docentes da Universidade Federal da Paraíba para conduzir o processo de implantação da
sistematização da assistência de enfermagem.
Isso ocorreu nas unidades de internação I (Clínica Médica, Clínica Cirúrgica) e
Centro Cirúrgico do HGuJP, no período de março a maio de 2003, contando com a
participação de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, cada um em seu campo de
ação. As etapas principais para a consecução desse processo envolveram: diagnóstico da
instituição, instrumentalização teórica e assessoria teórico-prática.
A instrumentalização teórica envolveu o resgate de aspectos do exame físico, do
histórico do cuidado, das teorias de enfermagem e das etapas do processo de enfermagem –
levantamento de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento da assistência,
implementação da assistência e avaliação. Essas atividades foram efetivadas através de aulas
expositivas, discussões em grupo, demonstrações práticas e simulações de casos clínicos, as
quais se desenvolveram, ora no auditório (exposições teóricas), ora numa unidade selecionada
pela coordenação de enfermagem do hospital (demonstrações práticas e simulações de casos
clínicos).
Na etapa teórico-prática buscou-se, inicialmente, aplicar os conhecimentos
necessários ao exame físico de um paciente, utilizando-se, como recurso, um manequim vivo
para todas as fases desse exame. Ainda nesta etapa, procedeu-se à construção de um
instrumento para coleta de dados (Histórico de Enfermagem) que propiciasse uma abordagem
criteriosa e ampla dos clientes internados em cada unidade. Esse instrumento foi submetido a
um teste piloto para uma melhor adequação às necessidades dos clientes e da própria
Instituição. Nessa fase a opção teórica feita pelo grupo de docentes e pela equipe de
Enfermagem do hospital foi a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Aguiar
Horta.
Construída a versão final do instrumento de coleta de dados (Anexo C), aplicou-se
junto aos pacientes da Unidade de Internação, na busca de identificarem os diagnósticos de
enfermagem, com a utilização da Taxonomia II da NANDA Internacional, bem como os
problemas colaborativos. Essa fase teve a supervisão direta da equipe executora do projeto,
tanto para a coleta de dados clínicos (objetivos, subjetivos, históricos e atuais) dos clientes,
quanto para o julgamento desses dados.
Em seguida, passou-se para a construção de um instrumento de Planejamento do
cuidado (Anexo D) que permitisse a continuidade do Processo de Enfermagem e, ao mesmo
tempo, se adequasse à gama de atividades desenvolvidas pelo enfermeiro e sua equipe. É
oportuno destacar que, visando a contribuir para a continuidade da Sistematização da
Assistência de Enfermagem, construiu-se um Procedimento Operacional Padrão - POP, para
servir de orientação aos profissionais de enfermagem da instituição que aplicam o processo de
enfermagem.
Nesse contexto, as atividades de sistematização executadas por essa equipe foram
de grande importância para o incremento da melhoria da qualidade da assistência de
enfermagem, por proporcionarem aos que fazem a equipe de enfermagem a vivência de um
cuidado crítico capaz de resgatar, tanto clientes, quanto enfermeiros, como sujeitos do
processo de cuidar-cuidado. Além disso, contribuíram para o processo de Acreditação do
HGuJP-PB por colocarem o cuidado de enfermagem em novos e positivos parâmetros de
avaliação.
Ressalte-se que, apesar das importantes contribuições decorrentes da implantação
da Sistematização da Assistência de Enfermagem, tem-se verificado, na prática, a exigência
de um tempo maior para o processo de identificação de diagnóstico por parte dos enfermeiros,
os quais estão, geralmente, sobrecarregados, tanto de tarefas vinculadas à administração
devida, tanto à carência de recursos humanos, quanto às diversas tarefas vinculadas
diretamente ao processo assistencial. Isso tem dificultado a continuidade do processo de
Sistematização da Assistência de Enfermagem. Diante disso procurou-se desenvolver uma
estratégia que contribuísse para minimizar essa problemática e direcionar as intervenções do
processo de cuidar dos clientes atendidos no hospital HGuJP-PB, na unidade de internação.
Nessa perspectiva, buscou-se averiguar: que diagnósticos de enfermagem foram
identificados nos pacientes da unidade de internação I, durante o período de Julho de 2003 a
julho de 2004 e quais as características definidoras, os fatores relacionados ou os fatores de
risco utilizados pelo enfermeiro na identificação desses diagnósticos?
Espera-se que os resultados deste estudo possam contribuir de modo efetivo, para a
continuidade do Processo de Sistematização da Assistência de Enfermagem na unidade de
saúde referida.
2.1 Geral
Identificar os diagnósticos de enfermagem mais freqüentes em
prontuários de pacientes da Unidade de Clínica Médica e Cirúrgica do
Hospital de Guarnição de João Pessoa - PB.
2.2 Específicos
Verificar com que freqüência os diagnósticos de enfermagem foram
identificados em pacientes do HGuJP-PB
Discriminar, segundo os domínios e classes da Taxonomia II da
NANDA Internacional, os dez (10) diagnósticos de enfermagem mais
freqüentes.
Discutir, à luz da literatura pertinente, os fatores relacionados ou os
fatores de risco mais representativos, identificados nos diagnósticos de
enfermagem mais freqüentes evidenciados na amostra do estudo,
segundo os domínios da Taxonomia II da NANDA Internacional.
3.1 Processo de Enfermagem
A Enfermagem é reconhecida como uma disciplina cientifica emergente,
cujo desenvolvimento dar-se-á dependendo do desenvolvimento do seu domínio ou
corpo de conhecimento (KENNEY, 1995).
A definição mais antiga, segundo Graaf et al. (1986, p.68), sobre
Enfermagem é de autoria de Florence Nightingale, em 1859, quando afirmou que
“toda mulher seria uma enfermeira em sentimento”, e que este profissional teria a
”responsabilidade pela saúde de alguém”.
Outras líderes da Enfermagem também elaboraram suas definições, entre
as quais, Virginia Henderson, em 1966, que entendia Enfermagem como:
[...] auxiliar o indivíduo, doente ou sadio, na execução daquelas atividades
que contribuem para sua saúde ou sua recuperação (ou sua morte em
paz). Que ele executaria sozinho, se tivesse a força, a vontade ou o
conhecimento necessário. E fazer isso de tal modo que o ajudasse a obter
a independência o mais rapidamente possível (SMELTZER; BARE, 1994,
p.4).
Para Horta (1979), a Enfermagem é definida como a ciência e a arte de
assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas; de torná-lo
independente dessa assistência, quando possível, pelo ensino do autocuidado; de
recuperar, manter e promover a saúde em colaboração com outros profissionais.
De acordo com a American Nurses Association, a Enfermagem, através
da publicação Nursing: A Social Policy Statement em 1980, define a Enfermagem
como “o diagnóstico e tratamento das respostas humanas a problemas de saúde
reais ou potências” (SMELTZER; BARE, 2002, p.4).
A Enfermagem demonstra a sua função própria, através do uso da ciência
e da arte, pela constituição de uma unidade entre teoria, tecnologia e interação, na
qual a sistematização da assistência de enfermagem é uma atividade unificadora da
profissão (LEOPARDI, 1999).
A ciência da Enfermagem está baseada numa estrutura teórica, e o
processo de enfermagem é o método através do qual essa estrutura é aplicada à
prática de enfermagem, possibilitando a sistematização da assistência em
enfermagem, fornecendo condições para a tomada de decisões na assistência, por
permitir uma abordagem deliberativa de solução de problemas que exige habilidades
cognitivas, técnicas e interpessoais, buscando-se a manutenção, restauração ou
promoção da saúde, voltada à satisfação das necessidades do cliente e da família
(JESUS, 2002).
De acordo com Garcia (1994, p.36), o processo de enfermagem é:
Um instrumento metodológico que auxilia o enfermeiro a identificar as
respostas da clientela aos problemas de saúde que enfrenta, e que exigem
sua intervenção profissional. Além disso, pode ser visto como o mecanismo
que tem assegurado a aplicação na prática profissional dos referenciais
teóricos (modelos, sistemas conceituais e teorias) próprios da enfermagem,
os quais guiam decisões específicas sobre o que questionar e diagnosticar,
como intervir e o que avaliar.
Segundo Iyer, Taptich e Bernocchi-Losey (1993), o processo de
enfermagem é definido em termos de três grandes dimensões: propósitos,
propriedades e organização. O propósito principal do processo de enfermagem é o
de oferecer uma estrutura na qual as necessidades individualizadas do cliente, da
família e da comunidade possam ser satisfeitas, envolvendo uma relação interativa
entre o cliente e a enfermeira, tendo como foco o cliente.
Para essas autoras as propriedades são descritas como: intencional, pelo
fato de estar voltado para uma meta; sistemático, porque envolve a utilização de
uma abordagem organizada para alcançar seu propósito; dinâmico, pelo fato de
envolver mudanças contínuas; natureza interativa, porque se baseia nas relações
recíprocas entre enfermeira e o cliente, a família e outros profissionais da saúde;
flexível, pela perspectiva de ser adaptado à atividade de enfermagem em qualquer
local ou área de especialização que lida com pessoas, grupos ou comunidades,
como também podem ser utilizados de modo seqüencial e baseado em teorias,
tendo em vista ser elaborado a partir de uma ampla base de conhecimentos que
inclui as ciências físicas, biológicas e as humanas.
Na organização do processo de Enfermagem podemos identificar 5 fases:
Levantamento de dados, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação.
A coleta de dados é a primeira fase do processo de enfermagem e
consiste no levantamento de informações visando traçar o perfil do estado de saúde
de um indivíduo, da família ou de uma comunidade.
Para Horta (1979, p.35), a primeira etapa do processo refere-se ao
histórico de enfermagem que e definido como sendo ... roteiro sistematizado para o
levantamento de dados significativos para a [o] enfermeira [o] do ser humano, que
tornam possível a identificação dos seus problemas”. Destaca-se, contudo, que
embora Horta refira-se a esta etapa como um roteiro sistematizado é através dela
que buscam-se as condições das necessidade humanas básicas que precisam de
atendimento.
Segundo Cianciarullo (2003) o levantamento de dados consiste na coleta
de dados deliberada e sistematizada, com o objetivo de delinear o perfil do estado
da saúde, das suas funções e dos comportamentos relacionados à saúde de um
cliente, da família ou de uma comunidade. Os dados são geralmente obtidos por
meio de: históricos e formulários aplicados por meio de entrevista, do exame físico,
da revisão de prontuários e da colaboração de profissionais.
Para essa autora, as informações coletadas pela enfermeira sobre um
cliente são importantes para a identificação de um diagnóstico de enfermagem e do
plano de cuidados de enfermagem subseqüente. E onde a enfermeira utiliza sua
experiência e conhecimentos para construir hipóteses diagnósticas. Nessa fase, a
participação do cliente, valoriza o significado da informação coletada.
De acordo com Moorhouse e Doenges (1994, p.19), a determinação dos
dados básicos do paciente é “fundamental para a identificação das necessidades
individuais, respostas e problemas. É baseada na história relatada, exame físico e
estudos de diagnósticos”.
As informações coletadas pelo profissional de enfermagem sobre um
paciente são vitais para a identificação de um diagnóstico de enfermagem e
elaboração do plano de cuidados de enfermagem subseqüente (IYER; TAPTICH;
BERNOCCHI-LOSEY, 1993). É nessa fase que o profissional de enfermagem utiliza
sua experiência e conhecimentos para construir hipóteses diagnósticas.
O Diagnóstico de Enfermagem é definido por Horta (1979, p.35), como
sendo a “... identificação das necessidades do ser humano que precisam de
atendimento e a determinação pela enfermeira do grau de dependência deste
atendimento, em natureza e extensão”. Nóbrega (1991), analisando esta definição,
afirma que as maiores dificuldades encontradas pelas enfermeiras na elaboração do
diagnóstico foram a identificação das necessidades afetadas e o seu grau de
dependência, acreditando ser esse um dos motivos que inviabilizou a
operacionalidade desta etapa do processo de enfermagem proposta por Horta.
Convém ressaltar que Horta (1979) registrou em seus artigos as
dificuldades que as enfermeiras iriam encontrar para estabelecer o diagnóstico de
enfermagem, apontando como causas o fato desses profissionais não terem
conhecimento dos problemas de enfermagem, das necessidades básicas alteradas,
da nomenclatura destas necessidades, da distinção entre tratamento de
enfermagem e necessidades básicas, e entre problemas de enfermagem e
necessidades básicas.
Para Carpenito (2002, p.30), o diagnóstico de enfermagem é definido
como o “estudo cuidadoso e criterioso de algo, para a determinação de sua
natureza”. De acordo com a NANDA (2005, p.30), o diagnóstico de enfermagem é “o
julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da família ou da comunidade aos
problemas de saúde/processos vitais, reais ou potenciais”.
A segunda fase do processo de enfermagem é a diagnóstica, que envolve
a análise e interpretação dos dados obtidos, visando à tomada de decisão sobre a
avaliação da situação de saúde dos pacientes e a seleção apropriada de
intervenções necessárias (MICHEL; BARROS, 2002).
Segundo Iyer, Taptich e Bernocchi-Losey (1993); Nóbrega e Gutierrez
(2000), o termo diagnóstico de enfermagem foi utilizado pela primeira vez na década
de 1950, por enfermeiras norte americanas ao planejar sua prática profissional.
Entretanto, no Brasil, o diagnóstico de Enfermagem foi introduzido por Wanda Horta,
na década de 1970.
López (2001, p.28) considera o diagnóstico “uma atividade mental pela
qual contribuição de muitos elementos de distinta natureza, incluindo
conhecimento teórico, experiência, julgamento e raciocínio”. Para o autor, raciocinar
com a finalidade diagnóstica é usar a razão para conhecer os problemas de saúde
do paciente, acreditando que a sistematização do processo diagnóstico ofereça uma
contribuição positiva para o aprendizado em raciocínio clínico.
Para Horta (1971) o diagnóstico é função da enfermeira e deve ser feito
baseado através da observação, percepção e no levantamento de problemas e
necessidades do ser humano, família e comunidade. Entretanto, isso exige percorrer
algumas etapas consideradas fundamentais, que são denominadas de processo
diagnóstico.
O processo de diagnóstico na Enfermagem envolve o reconhecimento da
existência de indícios, indicadores ou sinais de que o paciente efetivamente
apresenta, ou evidencia disposição ou potencial para apresentar, ou de que ele está
em risco de apresentar uma determinada resposta a um problema de saúde ou a um
processo vital (CARVALHO; GARCIA, 2002). Para Gordon (1987), o processo de
diagnóstico é um modo de se determinar um problema de saúde do cliente e os
fatores etiológicos, os quais estão influenciando aquele estado.
O número de passos a serem preconizados durante o processo de
diagnóstico pode variar, de acordo com o modelo que está se utilizando como
referencial. Convém ressaltar que, para Carvalho e Garcia (2002), o processo
diagnóstico envolve três etapas que são imprescindíveis e comuns a todos os
modelos conceituais utilizados como referência numa sistematização: 1) obtenção
de dados sobre o paciente e sobre a situação que está sendo vivida por ele; 2)
interpretação e agrupamento dos dados, em conformidade com as relações que
existam entre eles; 3) tomada de decisão sobre que conceito diagnóstico retrata com
mais exatidão o agrupamento dos dados.
Para Kelly (1985 apud FARIAS et al, 1990, p.50), o processo de
diagnóstico envolve três tipos de atividade: coleta de dados, análise e denominação.
Na coleta de dados, a enfermeira apreende, através do uso dos
instrumentos básicos do cuidar, dados subjetivos, objetivos, históricos e atuais.
Após essa fase, segue-se a análise das informações, na qual a enfermeira, fazendo
uso de competências, conhecimento, habilidade e ética, procede a interpretação dos
dados e, ao mesmo tempo, faz o agrupamento.
A interpretação envolve a identificação dos dados objetivos e subjetivos
importantes para as enfermeiras, pois as ajudam em seu pensamento crítico
(ALFARO-LEFEVRE, 2000). Para a autora, o agrupamento de dados relacionados é
o princípio do pensamento crítico que favorece a capacidade de obtenção de um
quadro nítido da situação de saúde.
Na denominação do agrupamento, a enfermeira determina um tulo para
o conjunto das respostas do cliente aos problemas de saúde ou aos processos
vitais. Para tal, ela faz uso de sistemas de classificação de diagnósticos de
enfermagem, a exemplo da taxonomia II da NANDA Internacional, que é o sistema
mais difundido e divulgado na realidade brasileira.
Considerando a Taxonomias II da NANDA Internacional (2005), os
diagnósticos de enfermagem podem ser classificados como: diagnóstico real,
diagnóstico de risco, diagnóstico de bem-estar e síndrome. O diagnóstico de
enfermagem real descreve respostas humanas a condições de saúde/processos
vitais que existem em um indivíduo, família ou comunidade, sendo validado pelas
características definidoras (manifestações, sinais e sintomas) que se agrupam em
padrões de sugestões ou inferências relacionadas; o diagnóstico de risco, definido
como respostas humanas a condições de saúde/processos vitais que podem
desenvolver-se em um indivíduo, a família ou comunidade vulneráveis, é sustentado
por fatores de risco que contribuem para uma vulnerabilidade aumentada; o
diagnóstico de enfermagem de bem-estar que descreve respostas humanas a níveis
de bem-estar em um indivíduo, família ou comunidade que tem potencial de
aumento ou melhora desse bem-estar e a síndrome de diagnóstico que é um
conjunto de diagnósticos de enfermagem atuais ou de risco, que se prevêem em
decorrência de um determinado evento ou situação.
Para que o diagnóstico de enfermagem seja identificado de forma
satisfatória, faz-se necessário que a enfermeira colete informações confiáveis sobre
o indivíduo, a família ou a comunidade. Essa é a fase que exige interpretação,
confirmação e inferências sobre o estado de saúde do cliente. Para Cruz (2001),
Identificar diagnósticos de enfermagem envolve a ativação de uma série de
habilidades mentais que permitem que se façam inferências sobre dados
observáveis, seja de modo lógico e ou intuitivo.
Convém ressaltar que o processo diagnóstico exige da enfermeira o
desenvolvimento do julgamento crítico, e talvez este seja o aspecto mais importante
e desafiador, porque requer da mesma a habilidade para relembrar aspectos
importantes sobre a condição do cliente e correlacionados com conhecimento
científico adquirido. Alfaro-Lefrevre (1996) denomina esse julgamento de
pensamento crítico e afirma que isso requer racionalidade, pensamento reflexivo,
intencionalidade e apresenta similaridade com os princípios da ciência e do método
cientifico.
A terceira etapa do processo de enfermagem refere-se ao planejamento.
Megginson e Mosley (1998, p.129) conceituam-no como “o processo de estabelecer
objetivos ou metas, determinando a melhor maneira de atingi-las”. O planejamento
estabelece o alicerce para as subseqüentes funções de organizar, liderar e controlar,
possuindo três etapas básicas: estabelecer um objetivo ou meta, identificar e avaliar
as condições atuais e futuras que afetem esse objetivo, e desenvolver uma
abordagem sistemática para atingir esse objetivo.
O planejamento, para Horta, refere-se ao plano assistencial e
compreende ... a determinação global da assistência de enfermagem que o ser
humano deve receber diante do diagnóstico de enfermagem estabelecido”. (HORTA,
1979, p.36).
Atualmente, o planejamento no processo de enfermagem envolve as
etapas: a priorização dos diagnósticos, definição dos resultados esperados e a
prescrição das intervenções. Essa última para Horta denomina-se também de plano
de cuidados sendo definida como “... implementação do plano assistencial pelo
roteiro diário (ou período aprazado), que coordena a ação da equipe de enfermagem
na execução dos cuidados adequados ao atendimento das necessidades básicas e
específicas do ser humano” (HORTA, 1979, p.6).
Segundo Fugita e Farah (2003, p.100), Horta conceitua planejamento
como “um processo intelectual, isto é, a determinação consciente do curso de ação,
a tomada de decisão com base em objetivos, fatos e estimativas submetida à
análise”.
No planejamento da assistência de enfermagem estão contidos os
resultados, as intervenções de enfermagem e a documentação. As intervenções de
enfermagem são estratégias específicas, criadas para ajudar o cliente a chegar aos
resultados esperados, e baseiam-se nos diagnósticos de enfermagem identificados.
Segundo Doenges e Moorhouse (1994, p.43), elas “são prescrições para
comportamentos específicos, esperados pelas enfermeiras e/ou outros membros da
equipe assistencial e têm como pretensão a individualização dos cuidados”.
A quarta fase do processo de enfermagem, a de implementação é onde
ocorre a execução das intervenções de enfermagem, que são iniciadas e
completadas, visando o alcance dos resultados esperados. Esta etapa inclui:
desempenho, assistência ou orientação sobre a realização das atividades da vida
diária; aconselhamento e educação do cliente e da família; prestação do cuidado de
enfermagem direto para o alcance das metas estabelecidas; supervisão e avaliação
do trabalho dos membros da equipe de enfermagem; registro e a troca de
informações relevantes para o cuidado de saúde continuado do cliente. Para Horta
(1979, p.36), esta etapa denomina-se “plano de cuidado”.
A última fase do processo de enfermagem, a avaliação, constitui uma
parte integral de cada fase, pois, no processo, ela é contínua e formal. Pode-se
perceber no referencial teórico de Horta, que essa fase é denominada de evolução
de enfermagem, pois ela afirma que “... pela evolução é possível avaliar a resposta
do ser humano à assistência de enfermagem implementada” (HORTA, 1979, p.36).
Ressalta-se que Horta inclui ainda o prognóstico de enfermagem como
“uma fase do processo de enfermagem, definindo-a como “... estimativa da
capacidade do ser humano em atender às suas necessidades básicas alteradas
após a implementação do plano assistencial, à luz dos dados fornecidos pela
evolução de enfermagem” (HORTA, 1979, p.36).
Atualmente, com tantos avanços no conhecimento de Enfermagem, faz-se
necessário registrar que os computadores têm sido um importante recurso utilizado
pelos profissionais dessa área que fazem uso de computadores no processo do
cuidar. Eles devem entender que, com o auxílio desse instrumento, suas ações
centralizaram-se na habilidade de alimentar o sistema computadorizado, para
identificar diagnóstico, ou mesmo, para selecionar intervenções de enfermagem.
3.2 Taxonomia de Diagnóstico de Enfermagem da NANDA Internacional
A história do desenvolvimento de sistemas de classificação em
enfermagem, segundo Farias et al. (1990), começou, na década de 1929, quando
Wilson realizou um estudo com o objetivo de separar os problemas de enfermagem
dos problemas médicos dos clientes, num esforço de isolar os aspectos particulares
da Enfermagem dos cuidados de saúde em geral. Tiveram uma maior ênfase, em
1953, quando Vera Fry identificou cinco áreas de necessidades do cliente:
necessidade de tratamento e medicação, necessidade de higiene pessoal,
necessidade ambiental, necessidade de ensino e orientação e necessidade humana
e pessoal, que considerou como domínio da Enfermagem e como foco para os
diagnósticos de enfermagem. Ainda nesse contexto, segundo essas autoras, em
1960, Fayer Abdellah desenvolveu uma lista de 21 problemas de enfermagem,
considerada um precursor do sistema de classificação para a prática e para os
objetivos terapêuticos de Enfermagem.
Em 1966, Henderson identificou a lista das 14 necessidades humanas
básicas, que compreendem os componentes ou funções da Enfermagem
(NÓBREGA; GUTIÉRREZ, 2000). Em 1973, as expoentes da Enfermagem iniciavam
um esforço formal para classificar e promover o uso da terminologia dos
diagnósticos de enfermagem, por reconhecer a importância da avaliação clínica feita
pelo enfermeiro sobre as condições de saúde do paciente (NÓBREGA; COLER,
1994).
O desenvolvimento do sistema de classificação do diagnóstico de
enfermagem teve seu ponto de partida na I Conferência do Grupo Norte Americano
para Classificação de Diagnósticos de Enfermagem, organizada por duas
professoras da Universidade de Saint Louis - EUA em 1973, com o objetivo de
identificar e classificar as condições diagnosticadas e tratadas pelas enfermeiras
(GUIMARÃES, 2000). Nessa ocasião, trinta e quatro diagnósticos foram
apresentados e validados pelos participantes, em pequenos grupos, a partir da
memória dos casos clínicos das enfermeiras participantes (FARIAS et al, 1990).
Em 1975, ocorreu a segunda conferência do referido grupo, seguida pela
terceira conferência que ocorreu em 1978. A partir dessa última, a periodicidade dos
encontros do grupo de enfermeiras envolvidas no processo de construção e
aprimoramento do sistema de classificação em enfermagem passou a ocorrer a cada
dois anos.
Nessa busca, o grupo percebeu a necessidade de no sistema de
classificação, desenvolver uma estrutura para a organização dos diagnósticos;
elaborar recomendações sobre a abstração dos níveis de diagnósticos, correlacionar
os trabalhos do grupo ao progresso do desenvolvimento das categorias
diagnósticas, além de esclarecer a relevância para a prática. Para tal, buscou-se
juntar ao grupo de enfermeiras assistenciais, na terceira e quarta conferências
(CARROLL-JOHNSON, sd, apud. FARIAS et al, 1990).
De modo concomitante aos trabalhos do grupo de teóricas, Gordon
introduziu os padrões funcionais de Saúde, os quais foram adotados pelo grupo que
após estudos e análises, sugeriu nove Padrões de Unidade do Homem, sendo essa
estrutura apresentada, em 1982, na quinta conferência. Nesse evento, foi criado o
Comitê de Taxonomia, cujo trabalho, a partir daí, foi baseado na lista de diagnósticos
e no Padrão de Unidade do Homem (FARIAS et al., 1990).
Segundo Chianca (2002), a partir de 1982, as conferências foram abertas
para toda a comunidade de Enfermagem e o grupo constituído passou a se
denominar North Americam Nursing Diagnósis Association (NANDA) e, em 1986, a
primeira Classificação de Diagnósticos de Enfermagem aprovada por esse grupo
passou a ser denominada de Taxonomia I da NANDA, desenvolvida na estrutura
Padrões de Respostas Humanas.
Em 1986, na sétima Conferência, foi aprovada a Taxonomia I da NANDA.
Nesse evento, o termo padrões de Unidade do Homem foi substituído por Padrões
de Respostas Humanas. Na construção dessa Taxonomia, os diagnósticos de
enfermagem estiveram organizados em nove Padrões de Respostas Humanas:
trocar, comunicar, relacionar, valorizar, escolher, mover, perceber, conhecer e sentir,
permanecendo organizada por 16 anos, durante os quais vários diagnósticos foram
acrescentados e outros revisados, em cada conferência bienal. Os Padrões de
Respostas Humanas fundamentaram-se na compreensão de que todas as
categorias diagnósticas são respostas humanas e que conjuntos de diagnósticos
que compartilham algumas propriedades constituem padrões.
O padrão, no contexto da classificação do diagnóstico, corresponde à
idéia de um modelo que expressa um conjunto de atributos específicos. Assim, um
padrão de Resposta Humana é uma abstração que pretende expressar, de formas
sintéticas, que determinadas manifestações humanas estão inter-relacionadas
(CRUZ, 2001, p.75).
Segundo Cianciarullo (2001) o padrão de respostas humanas regeu essa
classificação até o início do ano 2001, quando foi publicada nova estrutura de
classificação de diagnóstico de enfermagem Taxonomia II.
Entretanto, com vistas de inclusão da Taxonomia de Diagnósticos de
Enfermagem na Classificação Internacional de Doenças, em 1986, a American
Nurses Association (ANA), a North American Nursing Diagnosis Association
(NANDA) enviaram à Organização Mundial de Saúde (OMS) um esquema de
classificação de diagnóstico de enfermagem. Para tal, essa organização sugeriu
entre outros aspectos, modificações nas codificações dos diagnósticos de
enfermagem. Posteriormente, em 1989, a Taxonomia I Revisada foi publicada pela
NANDA. Ainda nesse ano, durante a Conferência do Conselho Internacional de
Enfermagem, onde ocorreu uma Conferência de Diagnóstico de Enfermagem, foram
apresentadas as modificações ocorridas na Taxonomia I revisada para inclusão na
CID-10, e primeira versão da Taxonomia II.
Essa última classificação surge, segundo Braga e Cruz (2003), a partir da
crítica da Taxonomia I Revisada onde ficou evidente a dificuldade de categorizar
alguns dos novos diagnósticos recém-aprovados. Assim, no final do processo de
revisão, a Taxonomia I que apresenta os Padrões de Respostas Humanas, passou
para a forma de Taxonomia II e a comportar domínios compostos por classes e cada
classe por conceitos diagnósticos. Sendo esta Taxonomia publicada em 2001, a qual
se caracteriza por ser multiaxial na sua forma, aumentando substancialmente a
flexibilidade da nomenclatura e permitindo a realização fácil de acréscimos e
modificações. Nessa Taxonomia sete eixos, entendidos como as dimensões das
respostas humanas que são consideradas no processo diagnóstico.
Esse desenvolvimento de sistema de classificação de Enfermagem
culmina, em 2004, com a divulgação da Taxonomia II da NANDA Internacional, que
embora mantendo a estrutura e maior parte dos conteúdos da taxonomia anterior,
foram acrescentados onze diagnósticos de bem-estar e um de risco, bem como três
diagnósticos revisados.
No Brasil, a propagação dos diagnósticos de enfermagem da NANDA teve
início em 1986, mas só em 1988, a literatura começou a evidenciar trabalhos sobre o
assunto, oriundos de pesquisas, traduções e dissertações de mestrado. Foram
formados Grupos de Interesse em Diagnósticos de Enfermagem (GIDE),
destacando-se o GIDE-PB, um dos pioneiros nesse processo (SANTANA, 2004).
A descrição estrutural dos diagnósticos de enfermagem da NANDA
Internacional (2005) varia conforme o tipo do diagnóstico e pode conter: título,
definição, características definidoras e fatores relacionados. O título diagnóstico
fornece um nome para o diagnóstico, e é uma frase concisa ou um termo que
representa um padrão de indicadores relacionados. A definição proporciona uma
descrição clara e precisa do diagnóstico, delineando seu significado e diferenciando-
o de todos os outros diagnósticos. As características definidoras são indicadores
clínicos que se agrupam como manifestantes dos diagnósticos de enfermagem. Os
fatores relacionados são condições ou circunstâncias que podem causar ou
contribuir para o desenvolvimento do diagnóstico.
Nessa Taxonomia há sete eixos, entendidos como as dimensões das
respostas humanas que são consideradas no processo diagnóstico. O eixo 1,
conceito diagnóstico, é definido como o principal elemento, ou a parte essencial e
fundamental, a raiz da declaração diagnóstica. O eixo 2, tempo, é definido como a
duração de um período ou intervalo e os valores nesse eixo incluem: agudo, crônico,
intermitente e contínuo. A unidade de cuidado, eixo 3, é definida como a população
específica para a qual um diagnóstico de enfermagem é determinado. Os valores
desse eixo são indivíduo, família, grupo e comunidade. A idade, eixo 4, é definida
como a quantidade de tempo ou intervalo durante o qual um indivíduo existiu. O
estado de saúde, eixo 5, é conceituado como: a posição ou grau na continuidade da
saúde. Esse eixo também tem como valores o bem-estar, risco ou real. O descritor
ou modificador, eixo 6, é definido como o julgamento que limita ou especifica o
significado de um diagnóstico de enfermagem. A topologia, eixo 7, consiste em
partes/regiões do corpo - todos os tecidos, órgãos, sítios anatômicos ou estruturas
(NANDA INTERNACIONAL, 2005).
A taxonomia II da NANDA Internacional tem 13 domínios, 46 classes, 93
conceitos e 167 diagnósticos de enfermagem aprovados até 2004, e cujos domínios
contêm um ou mais conceitos diagnósticos, conforme pode ser visualizado no
Quadro 1.
Quadro 1 – Taxonomia II da NANDA: Domínios, Classes e Conceitos Diagnósticos.
Domínios Classes Conceitos diagnósticos
1. Promoção da saúde 1. Consciência da saúde
2. Controle da saúde
Controle do regime terapêutico
Comportamento de busca da saúde
Manutenção da saúde
Manutenção do lar
1. Ingestão
Padrão de alimentação infantil
Deglutição
Nutrição
2. Digestão
3. Absorção
4. Metabolismo
2. Nutrição
5. Hidratação
Volume de líquidos
1. Sistema urinário
Eliminação urinária prejudicada
Retenção urinária
Incontinência urinária total
Incontinência urinária funcional
Incontinência urinária funcional de esforço
Incontinência urinária de urgência
Incontinência urinária reflexa
Risco de incontinência urinária de urgência
Disposição para eliminação urinária melhorada
2. Sistema gastrintestinal
Incontinência intestinal
Diarréia
Constipação
Risco de constipação
Constipação percebida
3. Sistema tegumentar
3. Eliminação
4. Sistema pulmonar
Troca de gases prejudicada
4. Atividade/repouso
1. Sono/repouso
Padrão de sono perturbado
Privação do sono
Disposição para sono melhorado
2. Atividade/exercício
Risco de síndrome do desuso
Mobilidade física prejudicada
Mobilidade no leito prejudicada
Mobilidade com cadeira prejudicada
Capacidade de transferência
Deambulação prejudicada
Atividades de recreação deficientes
Continuação
atividade/exercício
Perambulação
Déficit no autocuidado para vestir-se/ arrumar-se
Déficit no autocuidado para banho e higiene
Déficit no autocuidado para higiene intima
Recuperação cirúrgica retardada
3. Equilíbrio de energia
Campo de energia perturbado
Fadiga
4. Respostas
cardiovasculares/
pulmonares
Débito cardíaco diminuído
Ventilação espontânea prejudicada
Padrão respiratório ineficaz
Intolerância à atividade
Risco de intolerância à atividade
Resposta disfuncional ao desmame ventilatório
Perfusão tissular ineficaz
1. Atenção
Negligência unilateral
2. Orientação
Síndrome de interpretação ambiental prejudicada
Perambulação
3. Sensação/percepção
Percepção sensorial perturbada
4. Cognição
Conhecimento deficiente
Disposição para conhecimento aumentado
Confusão aguda
Confusão crônica
Memória prejudicada
Processos do pensamento perturbados
5. Percepção/cognição
5. Comunicação
Comunicação verbal prejudicada
Disposição para comunicação aumentada
Intolerância à atividade
1. Autoconceito
Distúrbio da identidade pessoal
Sentimento de impotência
Risco de sentimento de impotência
Desesperança
Risco de solidão
Disposição para o autoconceito melhorado
2. Auto-estima
Baixa de auto-estima crônica
Baixa de auto-estima situacional
Risco de baixa auto-estima situacional
6. Auto-percepção
3. Imagem corporal
Distúrbio na imagem corporal
1. Papéis do cuidador
Tensão do papel de cuidador
Risco de tensão do papel de cuidador
Paternidade ou maternidade prejudicada
Risco de paternidade ou maternidade prejudicada
Disposição para a paternidade / maternidade melhorada
2. Relações familiares
Processos familiares interrompidos
Disposição para processos familiares melhorados
Processos familiares disfuncionais: alcoolismo
Risco de vínculo pais/filhos prejudicado
7. Relacionamentos de
papel
3. Desempenho de papel
Amamentação eficaz
Amamentação ineficaz
Amamentação interrompida
Desempenho de papel ineficaz
Conflito de desempenho do papel de pai/mãe
Interação social prejudicada
1. Identidade sexual
2. Função sexual
Disfunção sexual
Padrões de sexualidade ineficaz
8. Sexualidade
3. Reprodução
1. Respostas pós-trauma
Síndrome do estresse por mudança
Risco de síndrome de estresse por mudança
Síndrome do trauma de estupro
Síndrome do trauma de estupro: reação silenciosa
Síndrome do trauma de estupro: reação composta
Síndrome pós-trauma
Risco de síndrome pós-trauma
2. Respostas de enfrentamento
Medo
Ansiedade
Tristeza crônica
Negação ineficaz
Sentimento de pesar antecipado
Ansiedade relacionada a morte
Sentimento de pesar disfuncional
Adaptação prejudicada
Enfrentamento ineficaz
Enfrentamento familiar incapacitado
Enfrentamento familiar comprometido
Enfrentamento defensivo
Enfrentamento comunitário ineficaz
Disposição para enfrentamento aumentado
Disposição para enfrentamento familiar aumentado
Disposição para enfrentamento comunitário aumentado
9. Enfrentamento
/tolerância ao estresse
3. Estresse neuro-
comportamental
Disreflexia autonômica
Risco de disreflexia autonômica
Comportamento infantil desorganizado
Risco de comportamento infantil desorganizado
Disposição para comportamento infantil organizado
aumentado
Capacidade adaptativa intracraniana diminuída
1. Valores
2. Crenças
Disposição para bem-estar espiritual aumentado
10. Princípios de vida
3. Congruência entre valores/
crenças/ ações
Angústia espiritual
Risco de angustia espiritual
Conflito de decisão (especificar)
Desobediência (especificar)
1. Infecção
Risco de infecção
2. Lesão física
Mucosa oral prejudicada
Risco de lesão
Risco de lesão perioperatória por posicionamento
Risco de quedas
Risco de trauma
Integridade da pele prejudicada
Risco de integridade da pele prejudicada
Integridade tissular prejudicada
Dentição prejudicada
Risco de sufocação
Risco de aspiração
Desobstrução ineficaz de vias aéreas
Risco de disfunção neurovascular periférica
Proteção ineficaz
Risco de síndrome de morte súbita na criança
11. Segurança/
proteção
3. Violência
Risco de automutilação
Automutilação
Risco de violência direcionada a outros
Risco de violência direcionado a si mesmo
Risco de suicídio
4. Riscos ambientais
Risco de envenenamento
5. Processos defensivos
Resposta alérgica ao látex
Risco de resposta alérgica ao látex
6. Termorregulação
Risco de desequilíbrio na temperatura corporal
Termorregulação ineficaz
Hipotermia
Hipertermia
1. Conforto físico
Dor aguda
Dor crônica
Náusea
2. Conforto ambiental
12. Conforto
3. Conforto social
Isolamento social
1. Crescimento
Risco de crescimento desproporcional
Insuficiência do adulto para melhorar (o seu estado de
saúde)
13. Crescimento
/desenvolvimento
2. Desenvolvimento
Atraso no crescimento e no desenvolvimento
Risco de atraso no desenvolvimento
Fonte: NORTH AMERICAN DIAGNOSIS ASSOCIATION (NANDA). Diagnósticos de enfermagem da NANDA:
definições e classificação – 2003-2004. Trad: Cristina Correia, Porto Alegre: Artmed, 2005. p.249-259.
Essa Taxonomia, por sua importância, evolução, amplitude e
reconhecimento foi adotada como referência nesse estudo.
4.1 Tipo de Pesquisa
Trata-se de um estudo descritivo exploratório, com abordagem
quantitativa, do tipo retrospectivo, objetivando identificar, utilizando a Taxonomia II
da NANDA Internacional (2003-2004), os diagnósticos de enfermagem mais
freqüentes em pacientes da Unidade de internação I do Hospital de guarnição de
João Pessoa HGuJP-PB.
4.2 Local do Estudo
O estudo foi realizado na Unidade de Clinica Médica e Clinica Cirúrgica do
HGuJP que compõe a Unidade de Internação I. O referido hospital é uma instituição
de referência para atendimento primário, secundário e terciário, na Paraíba, e tem
como finalidade a prestação de assistência à saúde da comunidade de militares das
Forças Armadas do Brasil e seus dependentes, que residem na Paraíba ou que
estejam de passagem no Estado.
O HGuJP foi projetado como um hospital de médio porte, com a
capacidade para 18 (dezoito) leitos e serviço ambulatorial. Atualmente, funciona com
Unidades de Internação I e II (maternidade), Pronto Atendimento, Unidade de
Cuidados intermediários, Centro cirúrgico e Central de Material e Esterilização.
Do ponto de vista econômico, esse hospital classifica-se como uma
instituição sem fins lucrativos e mantém-se com recursos oriundos dos seus
conveniados que pagam por procedimentos de atendimentos e internações
hospitalares.
A escolha por essa instituição como local para a pesquisa se deu por ser
a unidade de trabalho da pesquisadora, onde a mesma participou da implantação do
processo da sistematização da assistência de enfermagem e ser campo de estágio
prático para acadêmicos de enfermagem de ensino superior e médio do município
de João Pessoa-PB.
4.3 População e Amostra do Estudo
A população alvo da pesquisa foi constituída a partir dos registros de
Enfermagem contidos nos prontuários de pacientes internados na Unidade de
Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP, no período de julho de 2003 a julho de
2004. Segundo informação fornecida pelo serviço Médico e Estatística (SAME) do
hospital em estudo, houve 735 (setecentos e trinta e cinco) prontuários de usuários
atendidos nesse período.
Para determinação quantitativa da população, foram determinados
critérios de exclusão e inclusão. Assim, foram excluídos do total dos prontuários
aqueles que se vinculavam ao atendimento de clientes pediátricos, adolescentes,
obstétricos e psiquiátricos. Para efeito de inclusão, foram considerados os
prontuários que continham os registros de diagnósticos de enfermagem dos clientes.
Destaca-se, contudo, que para efeito de inclusão foi considerado o último registro de
enfermagem para aqueles clientes que tiveram mais de um atendimento no período.
A amostra do estudo foi calculada pela técnica de amostragem
sistemática. Para tal, os prontuários que compuseram a população do estudo foram
organizados numa listagem cronológica. Em seguida foi sorteado o primeiro
prontuário e, a partir deste os demais foram retirados em uma razão r=5. No final
desse processo foram totalizados 200 (duzentos) prontuários, ou seja, 50% do total
de prontuários que compuseram a população do estudo. Conforme Figura 1, a
seguir.
Figura 1 – Modelo Esquemático da definição da população e da amostra do estudo.
4.4 Instrumento para Coleta de Dados
Para a coleta de dados nos prontuários que compuseram a amostra foi
construído um instrumento (Apêndice A), contendo espaço para a transcrição literal
de todos os registros de diagnósticos de enfermagem identificados nos prontuários
dos clientes. Esse instrumento foi submetido a um teste piloto, antes da execução da
SAME
PRONTUÁRIOS
(735)
INCLUSÃO
Prontuários com Registros de
Diagnósticos de enfermagem
EXCLUSÃO
Clientes:
Obstétricos
Psiquiátricos
Pediátricos
Adolescentes
400 PRONTUÁRIOS
(População)
200 PRONTUÁRIOS
(Amostra)
R = 5
pesquisa. Para esse teste coletamos os registros de enfermagem de 10 prontuários
de clientes internados nas referidas unidades. No final desse processo foram
necessárias algumas reformulações nesse instrumento, antes da execução da
pesquisa.
A coleta de dados ocorreu diretamente no SAME do referido hospital, no
período de fevereiro a abril de 2005. Durante todo o processo de apreensão dos
dados, foram utilizadas técnicas de registros de informações, respeitando-se o seu
conteúdo original.
4.5 Procedimentos Éticos
Quanto aos aspectos éticos, o estudo baseou-se em três importantes
princípios: o da beneficência, o do respeito à dignidade e o da justiça, que devem
nortear o desenvolvimento de pesquisas envolvendo seres humanos, enfatizados na
Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996). Destaca-se
que foi necessária a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa do
Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba (Anexo A) e a
autorização da Direção do Hospital de Guarnição de João Pessoa-PB (Anexo B).
Destaca-se que, no processo de coleta e divulgação dos dados, buscou-
se respeitar os requisitos da resolução supracitada no que concerne, ao anonimato
das informações contidas nos prontuários que compuseram a amostra do estudo.
4.6 Análise dos Dados
A partir das transcrições dos dados dos prontuários que compuseram a
amostra do estudo e considerando-se os diagnósticos aprovados e constantes na
Classificação da NANDA Internacional 2003/2004 efetuou-se uma verificação
(confrontação) dos dados referentes aos registros efetivados pelas enfermeiras do
HGuJP, com a referida Taxonomia, antes de se alimentar o sistema computacional
para análise quantitativa.
Nesse processo, foram excluídos os diagnósticos reais que não
apresentavam fator relacionado e/ou características definidoras; os diagnósticos de
risco que não continham os fatores relacionados (fatores de risco), bem como os
diagnósticos identificados (reais ou de risco), cujo fator relacionado ou fator de risco,
ainda não se encontrava descrito na Taxonomia II da NANDA Internacional.
Faz-se mister destacar que alguns títulos de diagnósticos de enfermagem
descritos nos registros efetuados pelas enfermeiras do HGuJP-PB não estavam
contemplados na taxonomia utilizada nesta pesquisa, tendo sido também excluídos,
e que, antes da análise estatística, foram uniformizados alguns termos, a exemplo
de verbalização que foi considerado relato verbal”, para não interferir no
tratamento estatístico.
A partir dos dados oriundos dos registros dos prontuários dos clientes foi
construído o corpus de análise, que constou de diagnósticos de enfermagem, com
suas respectivas características definidoras e fatores relacionados e/ou fatores de
risco, bem como das variáveis: sexo e idade dos pacientes atendidos na unidade de
estudo, cuja análise exigiu a utilização da planilha do Excel for Windows.
Para o tratamento estatístico, os dados coletados foram computados e
analisados, utilizando-se o programa Microssoft Acces. A análise dos dados baseou-
se: 1) no cálculo da distribuição de freqüência das variáveis vinculadas à
caracterização da amostra, 2) no cálculo da distribuição da freqüência de
diagnósticos de enfermagem identificados, com seus respectivos fatores de risco ou
fatores relacionados com suas características definidoras. Destaque-se que, em
decorrência da variedade de diagnósticos de enfermagem identificados, houve uma
freqüência de percentual de diagnósticos muito baixa, o que dificultou a utilização de
outro modo de classificação mais expressivo estatisticamente. Assim, para a
discriminação dos diagnósticos de enfermagem mais freqüentes na amostra do
estudo, foram considerados os 10 (dez) primeiros, cuja freqüência percentual variou
entre 38,5% e 70%, correspondendo a 382 (trezentos e oitenta e duas) afirmativas
diagnósticas e, ao mesmo tempo, 73,0% do total dos títulos diagnósticos
encontrados nos prontuários que compuseram a amostra do estudo.
Para uma melhor compreensão dos dados relacionados com os
diagnósticos de enfermagem foi feita a categorização dos mesmos, de acordo com
os domínios e classes da Taxonomia II da NANDA Internacional.
Após o tratamento estatístico, os dados foram apresentados em figuras e
tabelas e discutidos à luz da literatura pertinente.
A amostra que compôs esse estudo foi constituída por 200 (duzentos)
prontuários de clientes internos na unidade Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do
HGUJP, no período de julho 2003 a julho de 2004. A análise dos registros de
enfermagem desses prontuários evidenciou que a faixa etária dos clientes atendidos
nesse período variou entre 18 e 91 anos, com predominância de pessoas acima de
65 anos (67%), sendo em sua maioria (62%) do sexo masculino.
Os diagnósticos de Enfermagem identificados nos registros dos
prontuários da amostra do estudo estão apresentados na Tabela 1, a seguir.
Tabela 1 — Distribuição dos diagnósticos de enfermagem, identificados nos prontuários dos
clientes internados na Unidade de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP
(n=200). João Pessoa-PB, 2005.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM f %
Risco de infecção 77 38,5
Dor aguda 71 35,5
Mobilidade física prejudicada 55 27,5
Ansiedade 44 22,0
Padrão do sono perturbado 38 19.0
Risco de volume de líquidos deficiente 26 13,0
Nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais 25 12,5
Hipertermia 18 9,0
Integridade da pele prejudicada 14 7,0
Risco de integridade da pele prejudicada 14 7,0
Padrão respiratório ineficaz 12 6,0
Volume de liquido deficiente 9 4,5
Débito cardíaco diminuído 9 4,5
Desobstrução ineficaz de vias aéreas 8 4,0
Náusea 7 3,5
Diarréia 7 3,5
Intolerância à atividade 6 3,0
Integridade tissular prejudicada 6 3,0
Dor crônica 6 3,0
Controle ineficaz de regime terapêutico 6 3,0
Volume excessivo de líquidos 5 2,5
Continuação da Tabela 1.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM f %
Troca de gases prejudicada 5 2,5
Constipação 5 2,5
Perfusão tissular ineficaz 4 2.0
Fadiga 4 2.0
Déficit no autocuidado para alimentação 4 2.0
Risco de desequilíbrio na temperatura corporal 3 1,5
Deglutição prejudicada 3 1,5
Conhecimento deficiente sobre a doença 3 1,5
Risco de aspiração 2 1,0
Nutrição desequilibrada: mais do que as necessidades corporais 2 1,0
Eliminação urinária prejudicada 2 1,0
Déficit no autocuidado para banho/higiene 2 1,0
Comunicação verbal prejudicada 2 1,0
Adaptação prejudicada 2 1,0
Ventilação espontânea prejudicada 1 0,5
Sentimento de pesar disfuncional 1 0,5
Risco de solidão 1 0,5
Risco de sentimento de impotência 1 0,5
Risco de quedas 1 0,5
Risco de disfunção neurovascular periférica 1 0,5
Retenção urinária 1 0,5
Processos familiares interrompidos 1 0,5
Interação social prejudicada 1 0,5
Incontinência urinária 1 0,5
Dentição prejudicada 1 0,5
Déficit no autocuidado para vestir-se arrumar-se. 1 0,5
Déficit no autocuidado para higiene ìntima 1 0,5
Deambulação prejudicada 1 0,5
Confusão crônica 1 0,5
Confusão aguda 1 0,5
Angústia espiritual 1 0,5
TOTAL 523 100,0
Média de diagnósticos de enfermagem por pacientes 2,6
Fonte: Prontuários do HGuJP-PB, 2003-2004.
Conforme Tabela 1, os diagnósticos de enfermagem identificados na
amostra do estudo totalizaram 523 (quinhentos e vinte e três), distribuídos em 52
(cinqüenta e duas) afirmativas diagnósticas. Entre os diagnósticos identificados
como os mais freqüentes destacaram-se: Risco de infecção (77), Dor aguda (71),
Mobilidade sica prejudicada (55), Ansiedade (44), Padrão do sono perturbado
(38), Risco de volume de líquidos deficiente (26), Nutrição desequilibrada: menos
do que as necessidades corporais (25), Hipertermia (18), Risco de integridade da
pele prejudicada (14) e Integridade da pele prejudicada (14), totalizando 382
(trezentos e oitenta e duas) afirmativas de diagnósticos de enfermagem,
correspondendo a 73% do total de diagnósticos identificados.
Esses 10 (dez) diagnósticos de enfermagem foram discriminados
conforme os domínios e as classes da Taxonomia II da NANDA Internacional como
descritos no Quadro 2, a seguir.
Quadro 2 Distribuição dos diagnósticos de enfermagem mais freqüentes, identificados nos
prontuários dos clientes internados na Unidade de Clínica Médica e Clínica
Cirúrgica do HGuJP (n=200), segundo domínios e classes da Taxonomia II da
NANDA Internacional. João Pessoa-PB, 2005.
DOMÍNIOS CLASSES DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
Nutrição
1.Hidratação
2.Ingestão
Risco de volume de líquidos deficiente
Nutrição desequilibrada: menos do que as
necessidades corporais
Atividade e repouso
1.Sono/repouso
2.Atividade/exercício
Padrão de sono perturbado
Mobilidade física prejudicada
Enfrentamento/
Tolerância ao
Estresse
2.Respostas de
enfrentamen
to
Ansiedade
Segurança e
proteção
1. Infecção
2.Lesão física
3.Termorregulação
Risco de infecção
Integridade da pele prejudicada
Risco de integridade da pele prejudicada
Hipertermia
Conforto
1. Conforto físico
Dor aguda
Fonte: Prontuários do HGuJP-PB, 2003-2004.
No Quadro 2, verificou-se que a distribuição dos principais diagnósticos
de enfermagem evidenciados nos registros dos prontuários que compuseram a
amostra do estudo envolveu, os domínios: Nutrição, Atividade e Repouso,
Enfrentamento/Tolerância ao Estresse, Segurança, Proteção e Conforto e as
classes: Hidratação, Infecção, Sono e Repouso, Atividade e Exercício, Respostas de
Enfrentamento, Infecção, Lesão Física, Termoregulação e Conforto Físico, dos 13
(treze) domínios e das 46 (quarenta e seis) classes apresentados pela Taxonomia II
da NANDA Internacional, respectivamente.
Estes diagnósticos encontram-se discutidos a seguir quanto a seus
fatores relacionados ou fatores de risco e suas características definidoras, quando
reais, considerando os respectivos domínios conforme seqüência apresentada no
Quadro 2.
O Domínio Nutrição envolve as atividades de ingerir, assimilar e utilizar
nutrientes para manter e reparar tecidos, produzir energia (NANDA, 2005).
No estudo, no que concerne a esse domínio, foram identificados os
diagnósticos de enfermagem Risco de volume de líquidos deficiente e Nutrição
desequilibrada: menos do que as necessidades corporais, os quais pertencem,
respectivamente às classes hidratação e ingestão da Taxonomia II da NANDA
Internacional.
DOMÍNIO NUTRIÇÃO
Risco de Volume de líquido deficiente
Para a NANDA (2005, p.232), o diagnóstico Risco de volume de líquidos
deficiente define-se como “Risco de desidratação vascular, celular ou intracelular”.
Sparks, Taylor e Dyer (2000, p.108) utilizam a denominação risco para déficit de
volume de líquido, conceituando-o como “presença de fatores de risco, que
poderiam levar à perda excessiva de líquido e eletrólitos”.
Smeltzer e Bare (2002, p.193) relatam que, na composição dos líquidos
corporais, 60% do peso de um adulto médio consiste de líquidos (água e eletrólitos),
sendo influenciado pela idade, sexo e tecido adiposo corporal. Segundo as autoras,
as pessoas jovens m percentual mais elevado de líquido corporal que pessoas
idosas; os homens possuem mais líquido corporal que as mulheres, e as pessoas
obesas possuem menos líquido que as magras, devido às células adiposas
conterem menos água.
Quanto aos fatores de risco para o diagnóstico Risco de Volume de
Líquidos Deficiente identificado nos prontuários que compuseram a amostra do
estudo, constatou-se que a maioria é descrita pela Taxonomia II da NANDA
Internacional conforme Tabela 2, a seguir.
Tabela 2 Distribuição dos Fatores de Risco para o diagnóstico de enfermagem Risco de Volume
de líquidos deficiente presente nos prontuários de clientes internados na Unidade de
Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP(n=200), segundo a Taxonomia II da
NANDA Internacional. João Pessoa-PB, 2005.
FATORES RISCO f %
Perdas excessivas por vias normais
14
54,0
Perda de liquido por vias anormais
6 23,0
Deficiência de conhecimento relacionado ao volume de líquidos
2 7,7
Fatores que influenciam as necessidades de líquidos
2 7,7
Medicação
1 3,8
Desvios que afetem o acesso à ingestão e absorção
1
3,8
TOTAL
26
100,0
Fonte: Prontuários do HGuJP-PB, 2003-2004.
Conforme dados da Tabela 2, o fator de risco mais incidente na amostra
do estudo para a determinação desse diagnóstico foi a perda excessiva por vias
normais, presente em 14 (53,8%), seguido da ocorrência de perdas excessivas por
vias anormais, apresentados em 6 (23,1%), totalizando 76,9% das 26 afirmativas de
fatores de risco referentes a esse diagnóstico. O reconhecimento destes fatores e a
compreensão de seus mecanismos fisiopatológicos contribuem para a enfermeira
planejar e intervir com ações que minimizem a possibilidade de sua ocorrência.
A Taxonomia II da NANDA Internacional (2005) evidencia também
extremo de idade e peso como fatores que contribuem para a ocorrência do referido
diagnóstico. Contudo, apesar da amostra desse estudo contemplar em sua maioria
clientes idosos, o fator idade não contribuiu para a identificação desse diagnóstico,
embora a composição dos líquidos corporais seja influenciada pela idade, como
afirmam Smeltzer e Bare (2002).
Nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais
A nutrição é processo biológico através do qual os organismos assimilam
alimentos ou nutrientes para realização das funções vitais, tais como o crescimento,
movimento, reprodução, entre outros. Constituindo um dos aspectos mais
importantes para manutenção da saúde e vida dos indivíduos (WIKIPÉDIA, 2006).
O déficit nutricional é denominado pela Taxonomia II NANDA
Internacional (2005, p.165), de Nutrição desequilibrada: menos do que as
necessidades corporais e é definido como: “ingestão insuficiente de nutrientes para
satisfazer as necessidades metabólicas”. Sparks, Taylor e Dyer (2000, p.285)
utilizam a denominação nutrição alterada como ingestão abaixo das necessidades
corporais, definindo como “alteração do padrão dietético habitual, resultando em
alteração do peso”.
Trata-se de um diagnóstico de enfermagem pertencente à classe 1,
Ingestão, da referida Taxonomia, definida como: introdução de alimento ou
nutrientes no organismo ( NANDA,2005).
Na NANDA (2005), os diagnósticos de enfermagem presentes na classe
Ingestão envolvem: Nutrição desequilibrada: mais do que as necessidades
corporais, Nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais, Risco
de nutrição desequilibrada: mais que as necessidades corporais, Padrão ineficaz de
alimentação infantil e Deglutição prejudicada. Nesse estudo, o diagnóstico Nutrição
desequilibrada: menos do que as necessidades corporais, o único dessa classe foi
identificado em 25 (12,5%) dos pacientes que compuseram a amostra.
Como fatores relacionados, a NANDA (2005, p.165) apresenta para esse
diagnóstico os aspectos: “incapacidade para ingerir ou digerir comida ou absorver
nutriente causada por fatores biológicos, psicológicos ou econômicos”. E como
características definidoras: Peso corporal 20% ou mais abaixo do ideal, tônus
muscular enfraquecido, perda de peso com ingestão adequada de comida,
membranas conjuntivas e mucosas pálidas (...), entre outras.
Nesse estudo os fatores relacionados e as características vinculadas ao
diagnóstico Nutrição desequilibra: menos do que as necessidades corporais estão
descritos na Tabela 3, a seguir.
Tabela 3 Distribuição dos fatores relacionados e características definidoras para o diagnóstico de
enfermagem Nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais
presentes nos prontuários de clientes internados na Unidade de Clínica Médica e
Clínica Cirúrgica do HGuJP (n=200), segundo a Taxonomia II da NANDA
Internacional. João Pessoa-PB, 2005.
FATORES RELACIONADOS f % CARACTERISTICAS DEFINIDORAS
Incapacidade para ingerir comida
causada por fatores biológicos
13 52,0
Membranas conjuntivas e mucosas
pálidas, Relato de ingestão inadequada
de alimento, menor que a PDR (porção
diária recomendada), falta de Interesse
por comida, peso corporal 20% abaixo
do ideal.
Incapacidade para absorver
nutriente causada por fatores
biológicos
4 16,0
Perda de peso com ingestão adequada
de comida
Incapacidade para digerir comida
causada por fatores biológicos
3 12,0
Ruídos hidroaereos intestinais
hiperativo, perda de peso com ingestão
inadequada, diarréia.
Incapacidade para ingerir e digerir
comida
3 12,0
Peso corporal 20% abaixo do ideal
Incapacidade para ingerir e
absorver nutrientes causadas por
fatores biológicos
2 8,0
Relato de ingestão inadequado de
alimento, menor que a PDR (porção
diária recomendada).
TOTAL
25 100,0
Fonte: Prontuários do HGuJP, 2003-2004.
Conforme dados da Tabela 3 acima, o fator relacionado: Incapacidade
para ingerir comida causada por fatores biológicos foi apresentado pela maioria
(52%) dos clientes com o diagnóstico de enfermagem Nutrição desequilibrada:
menos do que as necessidades corporais.
Verifica-se ainda nesta Tabela, que as características definidoras mais
expressivas que permitiram a identificação do referido diagnóstico, quando o fator
relacionado vinculou-se à incapacidade de ingerir comida causada por fatores
biológicos envolveram: Relato de ingestão inadequada, Falta de interesse para
comida e Peso corporal abaixo do ideal.
Para Smeltzer e Bare (2002), o paciente hospitalizado pode ter uma
ingesta alimentar inadequada, devido à doença ou ao distúrbio que requer
internação hospitalar. As autoras enfatizam também, que as medicações podem
interferir na nutrição, reduzindo o apetite, irritando a mucosa ou causando náusea e
vômitos. Desse modo, a ocorrência do referido diagnóstico, pode vincular-se
diretamente ao processo patológico ou ao tratamento dos clientes.
No contexto do Domínio Atividade e Repouso conforme Taxonomia II da
NANDA Internacional (2005), identificam-se os diagnósticos de enfermagem que
pertencem à classe 1 (sono / repouso) que é entendido como sono, repouso, ócio ou
inatividades, e a classe 2 (atividade/exercício) que significa mover partes do corpo
(mobilidade), realizar trabalho ou desempenhar ações com freqüência (mas não
sempre) contra resistência. Nesse domínio, foram identificados os diagnósticos de
enfermagem Padrão do Sono Perturbado e Mobilidade Física Prejudicada.
Padrão do sono perturbado
O sono é descrito por Jouvet (1999, apud VOLICH, 2000, p.123) como
“um mecanismo de regulação do organismo, respondendo pela manutenção do seu
equilíbrio físico-químico e pela recuperação da energia despendida durante a vigília”.
Para Guyton (1988), durante os períodos de vigília, fisiologicamente, muitos
impulsos elétricos percorrem o sistema nervoso, enquanto, durante o sono, um
número muito reduzido de ondas elétricas passa pelo sistema nervoso.
DOMÍNIO ATIVIDADE E REPOUSO
Para Jorge (1988), no sono as atividades sensoriais permanecem exceto,
a visão; as atividades motoras estão inibidas, os estímulos e o ambiente
permanecem sendo percebidos. Quanto às características do sono, Ganhito (2003)
declara que uma sensível diminuição das atividades marcadas por uma atividade
cerebral particular, que alternam períodos denominados REM, chamados sono
rápido ou paradoxal, e o sono NREM, chamado sono lento, profundo ou ortodoxo.
A NANDA (2005, p. 164) define o diagnóstico Padrão de sono perturbado
como um “distúrbio com tempo limitado na quantidade ou qualidade do sono
(suspensões naturais, periódicas da consciência)”. Sparks, Taylor, Dyer (2000,
p.160) declaram que o diagnóstico Distúrbio do padrão do sono é a “incapacidade de
satisfazer à necessidade individual de sono ou repouso, causada por fatores
internos como ansiedade, depressão, estresse, doença, tratamento farmacológico ou
distúrbio do biorritmo”.
Os fatores relacionados, apresentados pela NANDA (2005), para o
diagnóstico Padrão de sono perturbado incluem: fatores psicológicos (a exemplo de:
(Pesar sobre o lar, temperamento, dieta, higiene de sono inadequada, depressão
solidão, tristeza, antecipação, preocupação ao tentar dormir, entre outros),
ambientais (barulho, iluminação acessórios para o sono não familiares, temperatura,
despertar causado por outros, estimulação excessiva, restrição fisica, falta de
privacidade, interrupções para medicações, controles ou coleta de material para
exames de laboratório, parceiro de sono, odores nocivos e umidade),
paternos/maternos (padrão de dormir-acordar da mãe, interação pais-criança,
suporte emocional da mãe, febre, náusea, estase de secreção, falta de ar, posição e
refluxo gastresofágico) e fisiológicos (urgência urinária, incontinência). Alguns
desses aspectos foram encontrados na amostra do estudo, conforme apresenta a
Tabela. 4, a seguir.
Tabela 4 Distribuição dos fatores relacionados e características definidoras para o diagnóstico
de enfermagem Padrão do sono perturbado presentes nos prontuários de clientes
internados na Unidade de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP (n=200),
segundo a Taxonomia II da NANDA Internacional. João Pessoa-PB, 2005.
FATORES RELACIONADOS f % CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS
Psicológicos
Ansiedade 16 42,1
Esquema de dormir-acordar que
muda frequentemente
6 15,8
Assincronia circadiana 3 7,9
Queixas verbais de não se sentir bem
descansados, queixas verbais de
dificuldades para adormecer, Insônia de
manutenção do sono.
Ambiental
Barulho 6 15,8
Restrição física 5 13,2
Falta de controle do sono 1 2,6
Queixas verbais de não se sentir bem
descansados, queixas verbais de
dificuldades para adormecer, capacidade
diminuída nas suas funções, três ou mais
despertares durante a noite, Despertares
prolongados.
Fisiológico
Febre 1 2,6
Proporção diminuída de sono REM
TOTAL 38 100,0
Fonte: Prontuários do HGuJP. 2003-2004.
Neste estudo, os dados apresentados na Tabela 4 evidenciam a
Ansiedade 16 (42,1%), como fator relacionado mais representativo na ocorrência do
diagnóstico Padrão do Sono Perturbado, a qual pode estar vinculada ao processo
fisiopatológico doença, ao tratamento ou a questões sócio-econômicas e culturais
que envolvem os indivíduos. Nesse sentido, as autoras Smeltzer e Bare (2002, p.90)
afirmam que os fatores clínicos como: medo do desconhecido, as notícias
inesperadas sobre a própria saúde e qualquer comprometimento das funções
corporais produzem ansiedade, acarretando estresse, interferindo na recuperação
da saúde.
Algumas características definidoras, envolvidas na identificação do
diagnóstico padrão do sono perturbado, foram vinculadas a mais de um fator
relacionado, a exemplo das queixas verbais de não se sentir bem descansados e/ou
dificuldades para adormecer, as quais se vincularam aos fatores relacionados
psicológicos e ambientais.
Para Efrarim (2005), a ansiedade é o grande sintoma de características
psicológicas que mostra a intersecção entre o físico e o psíquico, uma vez que
apresenta claros sintomas físicos, como taquicardia, sudorese, tremores, tensão
muscular, aumento das secreções (urinárias e fecais), aumento da mobilidade
intestinal e cefaléia.
Mobilidade física prejudicada
A mobilidade é compreendida como a capacidade de controlar e relaxar
grupos musculares que permitam ao indivíduo mover-se no meio ambiente e
depende do funcionamento coordenado dos músculos, articulações e ossos
(BACHION, ALMEIDA; SANTANA, 2001).
Segundo Pereira (1997, p.18), a idéia de mobilidade e movimento
estava implícita no modelo conceitual de Horta, nos conceitos fundamentais (ser
humano, ambiente, saúde e enfermagem), quando a autora se refere ao uso de
energia e à interação dinâmica do corpo com o meio externo para manutenção do
estado de equilíbrio das funções vitais.
Para a NANDA (2005, p.152), o diagnóstico Mobilidade física prejudicada,
é definido como limitação de movimento físico independente e voluntário do corpo
ou extremidade”.
O diagnóstico Mobilidade física prejudicada esteve presente em 55
(27,5%) dos 200 prontuários dos clientes da amostra, estando os fatores
relacionados e as características definidoras vinculadas a esse diagnóstico estão
descritos na Tabela. 5, a seguir.
Tabela 5 Distribuição dos fatores relacionados e características definidoras para o diagnóstico
de enfermagem Mobilidade fisica prejudicada presentes nos prontuários de clientes
internados na Unidade de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP(n=200),
segundo Taxonomia II da NANDA Internacional. João Pessoa-PB, 2005.
FATORES RELACIONADOS f % CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS
Dor 16 29,0
Posição antálgica, dificuldade para virar-se,
amplitude limitada de movimento, mudanças
na marcha, capacidade limitada para
desempenhar as habilidades motoras grossas
e finas.
Prejuízos neuromusculares
12 22,0
Dificuldade para virar-se, mudanças na
marcha, capacidade limitada para
desempenhar as habilidades motoras grossas
e finas, instabilidade postural durante a
execução da atividade rotineira da vida diária e
movimentos não coordenados.
Restrições de movimento prescritas 6 11,0
Capacidade limitada para desempenhar as
habilidades motoras grossas, mudanças na
marcha e a amplitude limitada de movimento.
Desconforto e dor 6 11,0
Capacidade limitada para desempenhar
habilidades motoras grossas, dificuldades para
virar-se, e a amplitude limitada de movimento.
Prejuízos musculoesqueléticos
4 7,0
Movimentos não coordenados, Capacidade
limitada para desempenhar as habilidades
motoras grossas e finas, amplitude limitada de
movimento.
Diminuição da força, controle e
massa muscular.
4 7,0
Capacidade limitada para desempenhar as
habilidades motoras grossas, dificuldades para
virar-se.
Diminuição da força e massa
muscular
2 3,0
Capacidade limitada para desempenhar as
habilidades motoras grossas e finas.
Diminuição da força / prejuízos
neuromusculares
1 2,0
Mudanças na marcha e instabilidade postural
durante a execução de atividades rotineiras da
vida diária.
Intolerância à atividade e
metabolismo celular alterado
1 2,0
Amplitude limitada de movimento.
Perda de integridade de estruturas
ósseas e medicamentos
1 2,0
Capacidade limitada para desempenhar as
habilidades motoras grossas e amplitude
limitada de movimento.
Prejuízos sensório-perceptivos
1 2,0
Capacidade limitada para desempenhar as
habilidades motoras grossas
Resistência cardiovascular limitada 1 2,0
Amplitude limitada de movimento
TOTAL
55 100,0
Fonte: Prontuários do HGuJP, 2003-2004.
Verifica-se, na Tabela 5, que os fatores relacionados, vinculados ao
diagnóstico Mobilidade física prejudicada mais encontrados na amostra dos
prontuários dos clientes internados na unidade de Clinica Medica e Clinica Cirúrgica
foram: dor 16 (29%) e Prejuízos neuromusculares 12 (22%), totalizando 51%.
Sabe-se que toda experiência de dor interfere no funcionamento diário
normal, com prejuízo da qualidade de vida. Figueiró (2000) afirma que, caso a dor
não melhore, mesmo depois de tratada a causa aparente, poderá acarretar
depressão e dores muito intensas e constantes, resistentes ao tratamento utilizado
que podem levar a pessoa ao desespero e suicídio. Assim, os fatores relacionados
evidenciados para o diagnóstico Mobilidade Fisica Prejudicada estão respaldados na
literatura, bem como os dados do estudo, por se tratar de pacientes clínicos, que
vivenciam várias situações como: procedimentos invasivos, limitações prescritas,
fraqueza muscular, contratura nas articulações e deformidades dolorosas, como
afirmam Smeltzer e Bare (2002).
As características definidoras apresentados pela NANDA (2005)
envolvem: Instabilidade postural durante a execução de atividade rotineira da vida
diária, capacidade limitada para desempenhar as habilidades motoras grossas,
lentidão de movimentos, capacidade limitada para desempenhar as habilidades
motoras finas, movimentos não coordenados, amplitude limitada de movimento,
dificuldade para virar-se, entre outras. Nesse estudo, foi evidenciado a capacidade
limitada para desempenhar as habilidades motoras grossas e finas, seguida de
amplitude limitada de movimento como as características definidoras que mais
contribuíram para a identificação do diagnóstico de mobilidade física prejudicada.
DOMÍNIO ENFRENTAMENTO / TOLERÂNCIA AO ESTRESSE
Para a Taxonomia II da NANDA Internacional (2005, p.255) o domínio
enfrentamento e tolerância ao estresse é entendido como “lutar contra os eventos/
processos da vida”, e apresenta as classes: respostas pós-trauma, respostas de
enfrentamento e estresse neurocomportamental.
A resposta pós-trauma é definida como “reações que ocorrem após
trauma físico ou psicológico” e envolve os diagnósticos: síndrome de estresse por
mudança, risco de síndrome de estresse por mudança, síndrome do trauma de
estupro: reação silenciosa, síndrome de trauma de estupro, síndrome do trauma de
estupro: reação composta, síndrome pós-trauma, risco de síndrome pós-trauma. Na
classe 2, respostas de enfrentamento, entendida como “O processo de controlar o
estresse ambiental” e estão incluídos os diagnósticos ansiedade, tristeza crônica,
sentimento de pesar disfuncional, adaptação prejudicada, entre outros. Na classe 3,
estresse neurocomportamental, que são “respostas comportamentais que refletem a
função cerebral e nervosa” são listados os diagnósticos disreflexia autonômica, risco
de disreflexia autonômica, comportamento infantil desorganizado, disposição para
comportamento infantil organizado aumentado, capacidade adaptativa intracraniana
diminuída (NANDA, 2005, p.256).
Nesse domínio foi identificado apenas o diagnóstico de enfermagem
Ansiedade, pertencente a classe 2, sendo discutidos seus fatores relacionados e
suas características definidoras.
Ansiedade
Segundo Hofling e Kyes (1985, p. 528), “a ansiedade é um estado de
tensão e mal-estar semelhante ao medo, mas produzido pela ameaça de perda do
controle interno e não pela percepção de um perigo externo”. Para Sheehan (2000)
o nível de ansiedade de um indivíduo, em determinado momento, se refletirá em seu
comportamento.
A NANDA (2004, p.36) define Ansiedade como um “um vago e incômodo
sentimento de desconforto ou temor, acompanhado por uma resposta autonômica;
um sentimento de apreensão causado pela antecipação de perigo”. É um sinal de
alerta que chama a atenção para um perigo iminente e permite ao indivíduo tomar
medidas para lidar com a ameaça.
Para Sheehan (2000), o sistema nervoso simpático do indivíduo com
ansiedade se mostra sensível e em constante prontidão, o que provoca ação
imediata e percepção persistente de estresse, podendo levar a um estado crônico.
Para a autora, as manifestações físicas da ansiedade podem incluir palpitações,
rigidez do tórax, suor, sequidão da boca, aumento da vontade de defecar ou urinar,
dores de cabeça e tonturas e, psicologicamente, o sentimento de medo, pânico e
apreensão.
Sparks, Taylor e Dyer (2000) consideram que qualquer paciente
hospitalizado pode apresentar o diagnóstico de Ansiedade, sendo comum em
pacientes que necessitem de cirurgia, apresentem doenças que ameaçam o
autoconceito, fazem tratamentos, que utilizam aparelhos ou técnicas de alta
tecnologia, ou sofrem de doenças crônicas ou terminais recém-diagnosticados
(síndromes de imunodeficiência adquirida, tiveram infarto agudo do miocárdio,
insuficiência respiratória aguda, a síndrome da angústia respiratória do adulto, a
anemia, a insuficiência cardíaca congestiva, o hipertiroidismo, as neoplasias
malignas e embolia pulmonar).
Nesse estudo, o diagnóstico Ansiedade esteve presente em uma
freqüência de 44 (22,0%) dos 200 prontuários pesquisados, sendo a ameaça de
mudança no estado de saúde o fator relacionado apresentado de uma forma mais
expressiva, ou seja, presente em 21(47,7%) dos prontuários, conforme Tabela 6.
Tabela 6 Distribuição dos fatores relacionados e características definidoras para o diagnóstico
de enfermagem Ansiedade presentes nos prontuários de clientes internados na
Unidade de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP (n=200), segundo a
Taxonomia II da NANDA Internacional. João Pessoa-PB, 2005.
FATORES RELACIONADOS f % CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS
Ameaça de mudança no estado de
saúde
21 47,7
Comportamentais - Olhar em torno,
preocupações expressas devidas a
mudanças em eventos da vida,
dificuldades respiratórias (Simpático),
inquietação, agitação, assustado, ansioso,
insônia.
Afetivas – Irritabilidade angústia.
Fisiológicas - Tensão facial
Necessidade não satisfeita
9 20,5
Comportamentais - Inquietação, agitação
receoso, preocupação expressa devida a
mudanças em eventos da vida.
Cognitivas - Medo de conseqüência
inespecífica
Ameaça de mudança no ambiente 6 13,6
Comportamental - Sentimento de
inadequação
Crises situacionais
4 9,1
Comportamentais - Sentimento de
inadequação, Insônia, preocupações
expressas devidas a mudanças em
eventos da vida.
Ameaça de morte
2 4,5
Cognitivas - Medo de conseqüências
inespecífica.
Conflito inconsciente quanto a
valores e objetivos essenciais a
vida
1 2,3
Comportamentais - Olhar em torno,
Inquietação.
Preocupação
1 2,3
Comportamentais - Preocupação
expressa devida a mudanças em eventos
da vida
TOTAL
44 100,0
Fonte: Prontuários do HGuJP, 2003-2004
As características definidoras que subsidiaram a identificação do
diagnóstico de Ansiedade envolveram alterações comportamentais, afetivas,
fisiológicas e cognitivas. Nesse estudo, as alterações comportamentais associadas
às preocupações expressas devidas a mudanças em eventos da vida, apareceram
de uma forma mais expressiva, demonstrando a preocupação dos clientes em
relação à evolução da patologia, podendo estas serem agravadas na ausência da
família ou entes queridos.
Destaca-se, contudo, que em decorrência da magnitude das respostas
dos clientes vinculadas à ansiedade, a enfermeira dever fazer uso da comunicação
eficaz tanto para identificar o referido diagnóstico, quanto para intervir as respostas
dos clientes às intervenções de enfermagem. Orlando (1978), em seus estudos,
relata que o comportamento do paciente deve ser explorado juntamente com as
suas manifestações verbais, visto que suas emoções são manifestadas em conjunto,
e através desta análise, é possível chegar as suas causas.
O Domínio Segurança e Proteção, para NANDA (2005), significa estar
livre do perigo, lesão física ou dano no sistema imunológico, preservação contra
perdas e proteção da segurança e seguridade.
Nesse estudo, os diagnósticos identificados de enfermagem que
envolveram este domínio foram: Riscos de infecção (77), Hipertermia (18) e
integridade da pele prejudicada (14), os quais encontram-se discutidos, juntamente
DOMÍNIO SEGURANÇA E PROTEÇÃO
com seus fatores relacionados ou fatores de riscos, associados às características
definidoras, quando pertinente.
Risco de infecção
A infecção é definida por Barroso e Fernandes (2000, p.216), como
“danos decorrentes da invasão, multiplicação ou ação de produtos tóxicos de
agentes infecciosos no hospedeiro, ocorrendo interação imunológica”.
A NANDA (2005, p.131) define o diagnóstico de enfermagem Risco de
infecção como: “Estar em risco aumentado de ser invadido por organismos
patogênicos”. Conforme essa Taxonomia, o referido diagnóstico pertence à classe
Infecção que é entendida como a resposta do hospedeiro à invasão patogênica.
Quanto aos riscos de se adquirir infecção, eles o determinados pela
suscetibilidade do cliente, podendo ser inerentes a determinadas condições clínicas
responsáveis pela hospitalização. Além disso, as infecções hospitalares estão
representadas por um conjunto de patologias diversas que acometem os clientes em
regime de internação, tendo como resultado a diminuição das defesas
antiinfecciosas do cliente (locais ou sistêmicas), que permite o desenvolvimento
excessivo de sua microbiótica e a conseqüente invasão dos tecidos estéreis do seu
organismo (AGUIAR; LEITE; ILDA, 2005).
Para Potter e Perry (2002), o risco de infecção é influenciado pelo número
de profissionais que lidam diretamente com o paciente, pela quantidade e o tipo de
procedimento invasivo, a forma de assistência que é dispensada e o tipo de
hospitalização.
De acordo com a Portaria Ministerial 2.616/98, de 12 de maio de 1998,
“‘infecção hospitalar é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se
manifesta durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a
internação ou procedimentos invasivos hospitalares“ (BRASIL, 1998). Isto exige que
os profissionais de saúde de qualquer instituição, envolvidos nestes serviços,
reflitam sobre as práticas assistenciais prestadas aos clientes, haja vista que estas
infecções são uma das mais importantes complicações relacionadas com a
internação.
Barroso e Fernandes (2000) referem que as infecções podem ser
diferenciadas, de acordo com as origens dos microrganismos, em infecções
endógenas (próprias do paciente) e as infecções exógenas (fontes externas ao
paciente).
Quanto aos fatores de risco de infecção, identificados nos prontuários que
compuseram a amostra do estudo, a Tabela 7, abaixo, apresenta os mais
freqüentes.
Tabela 7 Distribuição dos fatores de risco para o diagnóstico de enfermagem Risco de infecção
presentes nos prontuários de clientes internados na Unidade de Clínica Médica e
Clínica Cirúrgica do HGuJP (n=200), segundo a Taxonomia II da NANDA
Internacional. João Pessoa-PB, 2005.
FATORES DE RISCO f %
Procedimentos invasivos 35 45,4
Defesas secundárias inadequadas 15 19,5
Defesas primárias inadequadas 10 13,0
Doença crônica 8 10,2
Procedimentos invasivos/ defesas primárias
inadequadas
4 5,1
Trauma /destruição de tecidos e exposição ambiental
aumentada
3 3,8
Agentes farmacêuticos 2 3,0
TOTAL 77 100,0
Fonte: Prontuários do HGuJP, 2003 – 2004.
Os dados apresentados na Tabela acima demonstram que o fator de risco
mais relevante do diagnóstico risco de Infecção foi procedimentos invasivos,
presente em 35 (45,4%), seguido de defesas secundárias inadequadas com 15
(19,5%), totalizando 64,9% dos fatores contribuintes para esse diagnóstico.
A Taxonomia II da NANDA Internacional (2005) discorre sobre outros
fatores de risco vinculados à infecção; entre eles, estão: conhecimento insuficiente
para evitar exposição a patógenos, destruição de tecidos e exposição ambiental
aumentada, imunossupressão e imunidade adquirida inadequada.
Em relação aos procedimentos invasivos, Ferreira, Munhoz e Yamaushi
(2000) afirmam que o risco de infecção em todo ou qualquer procedimento invasivo
está relacionado com a experiência, habilidade e utilização correta da técnica pelo
manipulador, da garantia da não contaminação do material, dos equipamentos, além
da eficácia dos antissépticos empregados. Os mesmos autores ressaltam que para
muitos procedimentos ainda não estão claros e bem definidos os fatores de risco
específicos, tornando-se difícil determinar se certas medidas preventivas, como a
antibioticoprofilaxia, devem ou não ser indicadas.
Outro fator de risco que contribui para a identificação do diagnóstico de
enfermagem Risco de infecção no estudo, refere-se a defesas secundárias
inadequadas. Segundo a NANDA (2005, p.131), vincula-se à “diminuição de
hemoglobina, leucopenia e supressão da resposta inflamatória” e que constituiu um
dos mecanismos mais freqüentes na amostra dos prontuários estudados.
Verifica-se também, na Tabela 7, a ocorrência bastante elevada dos
fatores de risco para infecção, que foram encontrados em 77 dos prontuários que
compuseram a amostra do estudo. Isto reafirma alguns dados coletados, no que
concerne à idade dos clientes, que apresentou índice acima de 65 anos, a
ocorrência de doenças crônicas, além de envolver pacientes cirúrgicos. Tais
aspectos devem ter atenção especial por parte das enfermeiras do HGuJP-PB, em
particular, para planejar medidas que minimizem os riscos de infecção.
Estudos relativos à idade e risco de infecção, feitos por Mazzano, Santana
e Fernandes (2000, p.905), confirmam a importância do diagnóstico risco para
infecção em idosos devido à alternação na imunidade humoral e celular, comuns
nestes clientes. Os mesmos autores afirmam que os idosos apresentam fatores do
próprio envelhecimento que contribuem para aumentar o risco de infecção, como:
anormalidades urológicas (hipertrofia prostática associada à infecção do trato
urinário); doença pulmonar obstrutiva crônica e insuficiência cardíaca congestiva,
proporcionando o desenvolvimento das pneumonias; diminuição do reflexo da tosse
que contribui para a aspiração; diminuição da espessura da epiderme, do tecido
celular subcutâneo e da elasticidade; acloridria gástrica, aumentando a
susceptibilidade à infecções bacterianas e parasitárias; nutrição, diminuindo a
imunidade celular; medicamentos como os estereóides, anticolinérgicos e
antibióticos que afetam a imunidade dos idosos.
Integridade da pele prejudicada
A pele é o maior sistema do corpo. Ela é constituída por três camadas:
epiderme, derme e o tecido subcutâneo; recebe oxigenação através de ampla rede
de capilares, em toda a sua extensão, possuindo estruturas especializadas, como
folículos pilosos, glândulas sudoríparas, sebáceas e receptores nervosos. Suas
funções são de proteção, sensação, equilíbrio, produção de vitamina (síntese de
vitamina D), função imune (células de Langherans, queratinócitos) e regulação de
temperatura (SMELTZER; BARE, 2002).
Desse modo, manter a integridade da pele é uma condição fundamental
para a manutenção da vida. Portanto, minimizar os riscos de alteração da
integridade da pele, ou mesmo implementar medidas que favoreçam ao seu
restabelecimento, são aspectos que devem ser priorizados pelos profissionais que
lidam cotidianamente com clientes que possuem alterações físicas e/ou orgânicas
que favoreçam à alteração na pele.
A NANDA (2005, p.134) define o diagnóstico integridade da pele
prejudicada como “Epiderme e/ou derme alteradas”. Para Sparks, Taylor e Dyer
(2000, p.241), esse diagnóstico denomina-se de “Perda da integridade da pele”.
Os fatores relacionados que contribuem para a alteração na integridade
da pele, segundo a NANDA (2005), envolvem aspectos externos (hipertermia,
hipotermia, substâncias químicas, umidade, fatores mecânicos, imobilização sica,
radiação extremos da idade, pele úmida e medicações) e internos (Alterações
metabólicas, proeminências ósseas, déficit imunológico, fatores de desenvolvimento,
sensibilidade alterada, estado nutricional, pigmentação alterada, circulação alterada,
alterações no turgor, estado dos líquidos alterado).
Segundo Carpenito (2003), vários fatores podem contribuir para a
alteração na integridade da pele, a exemplo de: patologias, como a hepatite, os
diabetes melitus, a cirrose, o câncer, a arteriosclerose, endócrinas e metabólicas.
Para Sparks, Taylor e Dyer (2000, p.241), a integridade da pele pode relacionar-se
com: úlceras de pressão, incisão ou feridas cirúrgicas e lesões traumáticas.
O diagnóstico Integridade da pele prejudica, pertence à classe 2, lesão
física que é conceituada como “dano ou ferimento corporal” (NANDA, 2005, p.257).
Nessa classe podem ser evidenciados ainda os diagnósticos: Mucosa oral
prejudicada, Risco de lesão perioperatória por posicionamento, Risco de quedas,
Risco de trauma, Integridade tissular prejudicada, Risco de sufocação, Risco de
aspiração, Desobstrução ineficaz de vias aéreas, Risco de disfunção neuromuscular
periférica, Proteção ineficaz e Risco de síndrome de morte súbita da criança.
Dos 200 prontuários que compuseram a amostra do estudo, 7(14%)
evidenciaram o diagnóstico integridade da pele prejudicada, cujos fatores
relacionados mais representativos foram a Imobilização física e as Alterações
metabólicas, ambos com a mesma freqüência (21,5%), conforme se verifica na
Tabela 8.
Tabela 8 Distribuição dos fatores relacionados e características definidoras para o diagnóstico
de enfermagem Integridade da pele prejudicada presentes nos prontuários de clientes
internados na Unidade de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP (n=200),
segundo a Taxonomia II da NANDA Internacional. João Pessoa-PB, 2005.
FATORES RELACIONADOS f % CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS
Externos
Imobilização física
3 21,5
Fatores mecânicos 1 7,1
Substâncias químicas 1 7,1
Rompimento da superfície da pele
(derme), Destruição da camada da
pele (epiderme).
Internos
Alterações metabólicas 3 21,5
Pigmentação alterada/ alteração
no tugor
2 14,3
Circulação alterada/ Alterações
metabólicas
2 14,3
Circulação alterada 1 7,1
Estado nutricional alterado 1 7,1
Rompimento da superfície da pele
(derme), Destruição da camada da
pele (epiderme).
TOTAL 14 100,0
Fonte: Prontuários do HGUJP, 2003 – 2004.
Verifica-se na Tabela 8 que as características definidoras que permitiram
a identificação do diagnóstico integridade da pele prejudicada, neste estudo,
envolveram: o rompimento da superfície da pele (epiderme) e a destruição da
camada da pele (epiderme). Neste sentido, a Taxonomia II da NANDA Internacional
(2005), apresenta também a invasão de estruturas do corpo como uma característica
que contribui para a ocorrência do referido diagnóstico, porém esta não foi
identificada nos prontuários que compuseram a amostra do estudo.
Risco de integridade da pele prejudicada
O diagnóstico de enfermagem Risco de integridade da pele prejudicada,
pertence à classe 2, Lesão Física, definida pela NANDA (2005 p.135), como: “estar
em risco da pele ser alterada de forma adversa”.
Segundo Sparks, Taylor e Dyer (2000, p.244), o diagnóstico risco para
integridade da pele prejudicada é a “existência de fatores de risco para a perda da
integridade da pele”. Para as autoras esse diagnóstico está associado à condições,
como: anemia, doença de Buerger, acidente vascular cerebral, doença renal crônica,
cirrose, doença articular degenerativa, diabetes melito, fratura do quadril,
hiperparatireoidismo, desnutrição, obesidade, doença vascular periférica, doença de
Raynaud, procedimentos cirúrgicos, entre outros.
Quanto aos riscos relacionados a este diagnóstico, a NANDA (2005)
apresenta fatores externos e internos. Entre os fatores externos estão: imobilização
física, fatores mecânicos, hipotermia ou hipertermia, umidade, substância química,
pele úmida e extremos de idade; e entre os internos, encontram-se: medicamentos,
proeminências ósseas, fatores imunológicos, sensibilidade alterada, pigmentação
alterada, alteração metabólica, circulação alterada e alteração no estado nutricional.
Destaca-se que um evento importante, vinculado à ocorrência do
diagnóstico risco de integridade da pele prejudicada, refere-se ao processo de
envelhecimento. Segundo Smeltzer e Bare (2002), nesta fase da vida, na pele,
ocorrem a diminuição da espessura epidérmica, do colágeno dérmico e da
elasticidade tissular, e, como resultado, a pele fica mais seca, com diminuição da
atividade das glândulas sebáceas e do suor. Ocorrem também, alterações
cardiovasculares, diminuição de perfusão tissular, atrofia dos músculos e
proeminências das estruturas ósseas.
Dos 200 prontuários dos clientes que compuseram a amostra do estudo, 7
(14%) evidenciaram o diagnóstico risco de integridade da pele prejudicada, cujo fator
determinante mais representativo foi a Imobilização física 10 (71,42%), conforme se
verifica na Tabela 9, a seguir.
Tabela 9 Distribuição dos fatores de risco para o diagnóstico de enfermagem Risco de
integridade da pele prejudicada presentes nos prontuários de clientes internados na
Unidade de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP (n=200), segundo
domínios e classes da Taxonomia II da NANDA Internacional. João Pessoa-PB,
2005.
FATORES RELACIONADOS f %
Externos
Imobilização física
10
71,5
Internos
Proeminências ósseas/ alterações metabólicas
Circulação alterada
Pigmentação alterada/ alteração metabólica
2
1
1
14,3
7,1
7.1
TOTAL 14 100,0
Fonte: Prontuários do HGuJP - PB, 2003- 2004.
Conforme se verifica na Tabela acima, o fator de risco mais representativo
e importante na determinação desse diagnóstico foi representado pela imobilização
física dos pacientes internados na unidade de Clínica Médica e Clinica Cirúrgica, o
que era de se esperar, pela característica das unidades onde foi desenvolvido o
presente estudo.
Smeltzer e Bare (2002, p.128) destacam a imobilização física como um
fator um fator que contribui para a ocorrência do referido diagnóstico, afirmando que:
”Os pacientes confinados no leito por longos períodos, aqueles com distúrbios de
função motora e sensorial, são susceptíveis a terem a integridade da pele
prejudicada”.
Além disso, as úlceras de pressão, complicações comuns na imobilidade
física, são a causa de grande preocupação entre médicos e enfermeiros, o que
reforça a necessidade de prevenção e correção dos fatores causais vinculados à
integridade da pele.
Hipertermia
A Hipertermia é a temperatura corporal central acima de 41°C, cujo
mecanismo regulador está localizado no sistema nervoso central, o qual é
responsável pela produção e eliminação de calor (SMELTZER; BARE, 2002).
Para a NANDA (2005, p.116.), o diagnóstico de enfermagem Hipertermia
é definido como “a temperatura corporal elevada acima dos parâmetros normais”
Este diagnóstico pertence à classe 6, termoregulação, a qual é definida pela
Taxonomia II da NANDA (2005, p.258) como “o processo fisiológico de regular calor
no corpo, com o propósito de proteger o organismo”. Os diagnósticos presentes
nessa classe correspondem ao: Risco de desequilíbrio na temperatura corporal,
Termoregulação ineficaz, Hipotermia e Hipertermia.
Neste estudo, os fatores relacionados e as características vinculadas ao
diagnóstico de Hipertermia estão descritos na Tabela 10, a seguir.
Tabela 10 Distribuição dos fatores relacionados e características definidoras para o
diagnóstico de enfermagem Hipertermia presentes nos prontuários de clientes
internados na Unidade de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP (n=200),
segundo a Taxonomia II da NANDA Internacional. João Pessoa-PB, 2005
FATORES RELACIONADOS f % CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS
Doença 14 77,8 Aumento na temperatura corporal acima dos
parâmetros normais, pele avermelhada e calor
ao toque.
Desidratação 4 22,2
Aumento na temperatura corporal acima dos
parâmetros normais.
TOTAL 18 100,0
Fonte: Prontuários do HGuJP, 2003 – 2004
Analisando-se a Tabela 10, constata-se a predominância da doença
(77,8%) como o fator relacionado ao diagnóstico de enfermagem Hipertermia mais
freqüente presente nos prontuários que compuseram a amostra do estudo. Contudo,
a NANDA (2005) inclui ainda: aumento da taxa metabólica, medicamentos,
vestimentas inadequadas, exposição a ambiente quente, incapacidade ou
diminuição da capacidade para perspirar, atividade vigorosa e desidratação.
De acordo com Sparks, Taylor e Dyer (2000, p.212), a anorexia nervosa,
diabetes, intoxicação por fármacos e disfunção gastrintestinal, incluindo (vômito,
diarréia, anorexia), exaustão térmica, estado pós-operatório são distúrbios ou
condições associados à hipertermia. Para Smeltzer e Bare (2002), quando a febre é
induzida por infecção, o termostato do hipotálamo pode ser restabelecido.
Com relação às características definidoras, para esse diagnóstico,
destacam-se: aumento de temperatura corporal acima dos parâmetros normais
apareceu em 11(78,5%), pele avermelhada e calor ao toque. Constatam-se ainda,
ataques ou convulsões, freqüência respiratória aumentada e taquicardia, como
outras características definidoras não encontradas no presente estudo, mas
descritas na NANDA (2005).
O Domínio Conforto é definido como “sensação de bem-estar ou conforto
mental, físico ou social” (NANDA, 2005, p.258). As classes presentes neste domínio
envolvem: conforto físico, conforto ambiental e o conforto social. O diagnóstico de
enfermagem mais freqüente nesse domínio, encontrado neste estudo, foi a Dor
Aguda e pertence à classe conforto físico, juntamente com os diagnósticos dor
crônica e náusea.
Dor Aguda
A palavra dor origina-se do termo dolore, sendo definida como “sensação
de sofrimento, decorrente de lesão, que é percebida através de formações nervosas
especializadas” (FERREIRA, 2000, p.245), ou como “sofrimento físico; sofrimento
moral e mágoa” (MERCURY JR., 1968, p.1136).
Na NANDA (2005), dor é um conceito diagnóstico marcado, de acordo
com sua duração, por duas categorias básicas: Dor Aguda e Dor Crônica. A dor
aguda e a dor crônica são compreendidas como uma experiência sensorial e
emocional desagradável que surge de lesão tissular real ou potencial, sendo
caracterizada por início súbito ou lento, de intensidade leve a intensa. Entretanto, a
dor aguda é caracterizada por um término antecipado ou previsível e duração de
menos de seis meses, e a dor crônica ocorre num período maior que seis meses.
DOMÍNIO CONFORTO
De acordo com Sparks, Taylor e Dyer (2000, p.165), a dor aguda é
definida como uma “sensação subjetiva de desconforto, devida às interações de
vários nervos sensoriais, geradas por estímulos físicos, químicos, biológicos ou
psicológicos”. Poter e Perry (2002, p.575) vão mais além, quando definem a dor
como uma “experiência subjetiva e altamente individualizada”, não podendo ser
medida objetivamente.
Neste estudo, o diagnóstico Dor aguda, esteve presente em 71 (35%) dos
prontuários da amostra, tendo como fatores relacionados: Agentes lesivos
biológicos, 66 (93,0%); Agentes lesivos físicos, 4 (5,6%); Agentes lesivos
bioquímicos 1 (1,4%), conforme a Tabela 11, a seguir.
Tabela 11 Distribuição dos fatores relacionados e características definidoras para o
diagnóstico de enfermagem Dor Aguda presente nos prontuários de clientes
internados na Unidade de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP (n=200),
segundo a Taxonomia II da NANDA Internacional. João Pessoa-PB, 2005.
FATORES RELACIONADOS f % CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS
Agente Lesivo Biológico 66 93,0 Relato verbal, posição antálgica para evitar a dor/
Expressão facial, comportamento de defesa,
Comportamento de defesa Expressivo
(gemendo)/ e mudança de apetite.
Agente lesivo físico 4 5,6 Posição Antálgica.
Agente lesivo Químico 1 1,4 Respostas autonômicas (alterações da pressão
sangüínea).
TOTAL 71 100,0
Fonte: Prontuários do HGuJP-PB, 2003 – 2004.
Entre os fatores relacionados para este diagnóstico, os agentes lesivos
biológicos (66) foram os mais representativos nos prontuários da amostra do estudo.
Dado esperado, haja vista a diversidade de patologias que acomete os clientes
que buscam a Unidade de Clínica Médica e Clínica cirúrgica do HGuJP-PB.
A
s características definidoras apresentadas pela NANDA (2005) para o
diagnóstico de dor aguda envolvem: relato verbal, evidência observada, posição
antálgica para evitar dor, gestos protetores, comportamento de defesa, expressão
facial, distúrbio do sono, mudança no apetite, alimentação, entre outros. Nesse
estudo, o relato verbal e a posição antálgica se apresentaram de forma mais
expressiva.
Destaca-se, contudo, que em relação à resposta à dor, os clientes podem
responder de maneiras diversificadas, uma vez que são influenciados por inúmeros
fatores, como experiências pregressas, ansiedade, idade e expectativas a respeito
do alívio da dor. Para Smeltzer e Bare (2002), esses fatores podem aumentar ou
reduzir a tolerância para a dor e afetar a maneira das respostas do indivíduo.
Nessa perspectiva, apreender as respostas dos clientes ao processo da
dor e saber analisá-las contribuem para um processo de cuidar crítico e eficaz.
Entretanto, destaca-se que cuidar de pessoas que refiram ou apresentem dor exige
um trabalho com abordagem multidisciplinar, o qual deve buscar compreender a
base fisiológica da dor, suas conseqüências fisiopsicológicas e os métodos de
tratamento mais eficazes, haja vista a sensação de dor ser experimentada por cada
pessoa de modo singular. Por isso, ela deve ser respeitada e, adequadamente,
avaliada, para poder ser tratada.
No contexto específico da Enfermagem, seus exercentes devem ter
conhecimento e habilidade para avaliar a dor e seus efeitos sobre o paciente,
implementando estratégias que aliviem, minimizem ou cessem a dor.
Diante da análise dos resultados obtidos neste estudo, pode-se concluir
que as enfermeiras, ao sistematizar a assistência de enfermagem aos clientes da
Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HGuJP-PB, identificam uma amplitude de
diagnósticos que envolvem os domínios: Nutrição, Atividade e Repouso,
Enfrentamento/Tolerância ao Estresse, Segurança, Proteção e Conforto e as
classes: Hidratação, Infecção, Sono e Repouso, Atividade e Exercício, Respostas de
Enfrentamento, Infecção, Lesão Física, Termoregulação e Conforto Físico, dos 13
(treze) domínios e das 46 (quarenta e seis) classes apresentados pela Taxonomia II
da NANDA Internacional.
Conclui-se, também, que a identificação dos principais diagnósticos de
enfermagem, na Instituição onde foi realizado este estudo, concorre para a
elaboração de possíveis Catálogos de Fenômenos de Enfermagem, que certamente
contribuirão para a continuidade da sistematização de acordo com as normas
exigidas pela Organização Nacional de Acreditação.
O estudo teve como principal objetivo identificar os diagnósticos de
enfermagem mais freqüentes em prontuários de clientes internos na Unidade de
Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do Hospital de Guarnição de João Pessoa – PB.
Metodologicamente, para a definição da população do estudo, foram
considerados critérios de exclusão os prontuários de cliente obstétricos,
psiquiátricos, pediátricos e adolescentes. Para efeito de inclusão, foram
considerados os prontuários que continham os registros de diagnósticos de
enfermagem. Entretanto, para aqueles clientes que tiveram mais de um atendimento
no período, foi considerado o último registro de enfermagem.
A amostra do estudo foi calculada pela técnica de amostragem
sistemática. Para tal os prontuários foram organizados numa listagem cronológica. E
a partir do sorteio do primeiro prontuário, os demais foram retirados em uma razão
r=5, perfazendo ao final desse processo 200 (duzentos) prontuários, ou seja, 50% do
total dos que compuseram a população do estudo.
Os dados coletados foram computados e analisados, utilizando-se o
programa Microsoft Acces, os quais revelaram que a amostra do estudo foi
composta, em sua maioria (62%), pelo sexo masculino, com a faixa etária
predominante (67%) acima de 65 anos, sendo 18 anos a idade mínima e 91 anos, a
idade máxima pesquisada.
Quanto aos diagnósticos identificados nos 200 (duzentos) prontuários
pesquisados foram encontrados 52 (cinqüenta e dois) diferentes diagnósticos de
enfermagem, distribuídos em um total de 523 (quinhentos e vinte e três) afirmativas
diagnósticas, com uma média de aproximadamente 2,6 diagnósticos por cliente.
Dentre os 52 diferentes diagnósticos de enfermagem, os 10 (dez) mais
freqüentes identificados na amostra do estudo envolveram: Risco de infecção, 77
(38,5%); Dor aguda, 71 (35,5%); Mobilidade sica prejudicada, 55 (27,5%);
Ansiedade, 44 (22,0%); Padrão do sono perturbado, 38 (19,0%); Risco de volume de
líquidos deficiente, 26 (13,0%); Nutrição desequilibrada: menos do que as
necessidades corporais, 25 (12,5%); Hipertermia, 18 (9,0%); Risco de integridade da
pele prejudicada, 14 (7,0%); Integridade da pele prejudicada, 14 (7,0%), totalizando
382 (trezentos e oitenta e duas) afirmativas diagnósticas, correspondendo a 73% do
total de diagnósticos identificados.
Esses principais diagnósticos de enfermagem foram discriminados
conforme os domínios e as classes da Taxonomia II da NANDA Internacional,
distribuídos da seguinte forma: 04 (quatro) no Domínio Segurança e Proteção:
Risco de infecção, Integridade da pele prejudicada, Risco de integridade da pele
prejudicada e Hipertermia, pertencentes às classes: Infecção, Lesão física e
Termorregulação; 02 (dois) no Domínio Atividade e Repouso: Padrão de sono
perturbado e Mobilidade sica prejudicada, envolvendo as classes: Sono/repouso e,
Atividade/exercício; 01 (um) no Domínio Conforto: Dor aguda, pertencente à classe
conforto físico; 02 (dois) no Domínio Nutrição: Risco de volume de líquidos
deficiente e Nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais,
respectivamente das classes Hidratação e Ingestão; e 01 (um) no Domínio
Enfrentamento/tolerância ao Estresse: Ansiedade pertencente à classe: Resposta
de enfrentamento.
Os fatores de riscos, os fatores relacionados e as características
definidoras descritas na Taxonomia II da NANDA Internacional foram suficientes
para fundamentar os diagnósticos de enfermagem, conforme evidenciado na
descrição a seguir.
O diagnóstico que alcançou a maior freqüência entre os sujeitos da
amostra foi o risco de infecção 77 (38,5%), cujos fatores relacionados apresentados
foram: Procedimentos invasivos, 35 (45,4%); defesas secundárias inadequadas, 15
(19,5%); defesas primárias inadequadas, 10 (13,0%); doença crônicas 8 (10,2%);
procedimentos invasivos/defesas primárias inadequadas, 4 (5,1%);
trauma/destruição de tecidos e exposição ambiental aumentada, 3 (3,8%), agentes
farmacêuticos, 2 (3,0%).
No diagnóstico Dor aguda, que teve uma freqüência de 71 (35,5%), estão
relacionados com Agentes lesivos biológicos, 66 (93,0%); agentes lesivos físicos, 4
(5,6%); agentes lesivos bioquímicos, 1 (1,4%). Sendo as características definidoras:
relato verbal, posição antálgica para evitar a dor, expressão facial, relato verbal e
comportamento de defesa, comportamento de defesa expressivo (gemendo),
mudança de apetite e Respostas autonômicas (alterações de pressão sangüínea),
as quais permitiram a identificação do referido diagnóstico.
O diagnóstico Mobilidade física prejudicada foi identificado em 55 (27,7%)
prontuários de clientes, o qual foi relacionado com a Dor 16 (29,0%); restrições de
movimento prescrito,
prejuízos neuromusculares 12 (22,0%), restrições de
movimento prescritas 6 (11,0%), desconforto e dor 6 (11,0%), prejuízos
musculoesqueléticos 4 (7%), diminuição da força, controle e massa muscular 4
(7,0%), diminuição da força e massa muscular 2 (3,0%), diminuição da
força/prejuízos neuromusculares 1 (2,0%), intolerância à atividade e metabolismo
celular alterado 1 (2,0%), perda de integridade de estruturas ósseas e medicamentos
1 (2,0%), prejuízos sensório-perceptivos 1 (2,0%) e resistência cardiovascular
limitada (2,0%). Suas características definidoras envolveram: posição antálgica,
dificuldade para virar-se, amplitude limitada de movimento, mudanças na marcha,
capacidade limitada para desempenhar as habilidades motoras grossas e finas,
instabilidade postural durante a execução da atividade rotineira da vida diária e
movimentos não coordenados.
O diagnóstico ansiedade foi encontrado em 44 (22,0%) da amostra, e
esteve relacionado com: ameaça de mudança no estado de saúde, 21 (47,7%);
necessidades não satisfeitas, 9 (20,5%); ameaça de mudança no ambiente, 6
(13,6%); crises situacionais, 4 (9,1%); ameaça de morte 2 (4,5), conflito inconsciente
quanto a valores e objetivos essenciais à vida, 1 (2,3%); e preocupação, 1 (2,3%).
As características definidoras identificadas para esse diagnóstico envolveram
alterações Comportamentais: olhar em torno, preocupações expressas devidas a
mudanças em eventos da vida, dificuldades respiratórias (Simpático), inquietação,
agitação, assustado, ansioso, insônia, receoso, sentimento de inadequação;
Afetivas: irritabilidade, angústia; Fisiológicas: tensão facial e Cognitivas: medo de
conseqüência inespecífica.
Risco de volume de líquido deficiente, presente em 26 (13,0%) dos
prontuários da amostra, teve como principais fatores de risco: Perda de líquidos por
vias normais, 14 (53,8%); perdas excessivas por vias anormais, 6 (23,1%);
deficiência de conhecimento relacionado ao volume de líquidos, 2 (7,7%); fatores
que influenciam as necessidades de líquidos, 2 (7,7%); medicação 1 (3,8%) e
desvios que afetam o acesso à ingestão e absorção 1 (3,8%).
O diagnóstico de enfermagem Nutrição desequilibrada: menos do que as
necessidades corporais, presente em 25 (12,5%); da amostra do estudo, teve como
principais fatores relacionados: Incapacidade para ingerir comida causada por
fatores biológicos, 13 (52%); incapacidade para absorver nutrientes causada por
fator biológico, 4 (16%); incapacidade para digerir comida causada por fatores
biológicos, 3 (12%); incapacidade para ingerir e digerir comida, 3 (12%).e
incapacidade para ingerir e absorver nutrientes causados por fatores biológicos 2
(8,0%). As características definidoras que permitiram a identificação do referido
diagnóstico foram:
M
embranas conjuntivas e mucosas pálidas, relato de ingestão
inadequada de alimento, menor que a PDR (porção diária recomendada), falta de
Interesse por comida, peso corporal 20% abaixo do ideal, perda de peso com
ingestão adequada de comida, ruídos hidroaéreos intestinais e diarréia.
A Hipertermia apresentou dois fatores relacionados: desidratação, 4
(22,2%) e doença,14 (78,8%). Quanto às características definidoras que
fundamentaram esse diagnóstico de enfermagem, o aumento na temperatura
corporal acima dos parâmetros normais, a pele avermelhada e o calor ao toque,
foram às únicas descritas nos prontuários que compuseram a amostra do estudo.
Quanto ao diagnóstico de Integridade da pele prejudicada, presente em
14 (7,0%) da amostra, os fatores relacionados encontrados envolveram fatores
externos como: imobilização física, 3 (21,5 %); fatores mecânicos, 1 (7,1%) e
substâncias químicas, 1 (7,1%); e fatores internos a exemplo de: alterações
metabólicas, 3 (21,5%); pigmentação alterada/alteração no tugor da pele, 2 (14,3%),
circulação alterada/alteração metabólica, 2 (14,3%), circulação alterada/ alterações
no tugor da pele 1 (7,1%). e o estado nutricional alterado, 1 (7,1%). As
características definidoras rompimento da superfície da pele (derme) e destruição da
camada da pele (epiderme) foram as únicas que propiciaram a identificação desse
diagnóstico.
O diagnóstico de enfermagem Risco de integridade da pele prejudicada
presente em 14 (7,0%) teve como principais fatores relacionados: imobilização física,
10 (71,5%); proeminências ósseas/alteração metabólica, 2 (14,3%); circulação
alterada, 1 (7,1%); pigmentação alterada/alteração metabólica 1 (7,1%).
Destaca-se que os referenciais da Dra. Wanda Aguiar Horta e o Sistema
de Classificação de Diagnósticos da NANDA Taxonomia II da NANDA
Internacional, são capazes de fundamentar a prática das enfermeiras no
atendimento aos clientes da Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do referido hospital
de modo responsável, e, ao mesmo tempo, elevar a autonomia da equipe de
enfermagem. Entretanto, a continuidade do sucesso desse trabalho que vem sendo
desenvolvido nessa instituição, depende do envolvimento institucional, da
continuidade da capacitação de todos os exercentes de enfermagem dessa
instituição, com o fim de traçar estratégias para a manutenção do processo de
sistematização.
Conclui-se que este estudo traz implicações importantes para a prática de
enfermagem no Hospital de Guarnição de João Pessoa - PB, haja vista que, a partir
da identificação dos principais diagnósticos presentes na clientela ali assistida
permitirá o desenvolvimento de protocolos assistenciais, que favorecerão para a
assistência eficaz e, portanto, de qualidade. Como também, contribuirá para a
articulação do componente teórico com o componente prático, necessários à
formação dos discentes que utilizam esta unidade de saúde para as atividades
acadêmicas.
AGUIAR, B.G; LEITE, J.L; ILDA. C.M.S. Infecções hospitalares: Questão de saúde
pública e de enfermagem. In FIGEIREDO, N.M.A. Ensinando a cuidar em saúde
pública. São Caetano do Sul, Yendis, 2005, p.371.
ALFARO-LEFEVRE, R. Aplicação do Processo de Enfermagem: um guia passo a
passo.Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
ALFARO-LEFEVRE, R. Pensamento Critico em Enfermagem: um enfoque prático.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
BACHION, M. M. et al. Estudo preliminar de validação clínica do diagnóstico de
enfermagem “mobilidade física prejudicada” em idosos institucionalizados. Revista
Eletrônica de Enfermagem [on line], Goiana, v3, n2, jul-dez. 2001 ) Disponível em:
<http://www.fen.ufg.br/revista> acesso em: 10 fev 2006.
BARROS, A.L.B.L de. A Sistematização da Assistência de Enfermagem no
Hospital São Paulo. In SEMANA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL SÃO PAULO,
1997, São Paulo, mimeografado.
BARROSO, R. A. E. et al. Conceitos, Cadeia Epidemiológica das Infecções
Hospitalares e Avaliação Custo-Benefício das Medidas de Controle. In:
FERNANDES, T. A Infecção hospitalar e suas interfaces na área de saúde São
Paulo: Atheneu, 2000. v.1,cap,10,p.216.
BRAGA,G.C; CRUZ, D.A,L,M. Taxonomia II proposta para North American Nursing
Diagnosis Association (NANDA), Revista Latino-Americana de Enfermagem,
Ribeirão Preto , v.11,n.2, p. 2- 5,mar./abr.2003
BRANDÃO, A.C.C. Sono, Ansiedade, Concentração, Relaxamento,
Moderadores, Fadiga e Fobia>;Disponível em :<virtual-anvisa.bi reme.br/ tiki-read -
_article.php?articleld=378>Acesso em 6 fev 2006
BRASIL. Ministério da Saúde.Portaria 2.616 de 12 de maio de
1998.Regulamenta as ações de controle de infecção hospitalar no país, em
substituição a Portaria MS 930/92.
BRASIL . Resolução 272/2002: dispõe sobre a sistematização da assistência de
enfermagem nas instituições de saúde brasileiras. Rio de janeiro: Conselho Federal
de Enfermagem, 2002.
BRASIL.Resolução 196/96. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas
envolvendo seres humanos. Brasília, Df: Conselhos Nacionais de Saúde, 1996.
CARPENITO, L. J. Diagnóstico de Enfermagem: aplicação à prática clinica. 8 ed.
Porto Alegre: Art Méd, 2002.
CARPENITO, L. J. Manual de Diagnóstico de Enfermagem. 9 ed. Porto Alegre: Art
Méd, 2003.
CARROLL-JOHNSON, R.M: Classification of nursing diagnosis-proceedings of the
ninth conference. In: FARIAS, J. N. L. et al. Diagnóstico de Enfermagem: uma
abordagem conceitual e prática. João Pessoa: Santa Marta, 1990.p.23
CARVALHO, E. C. de GARCIA, T. R. Processo de enfermagem: o raciocínio e
julgamento clínico no estabelecimento do diagnóstico de Enfermagem. In: FÓRUM
MINEIRO DE ENFERMAGEM, 3, 2002, Uberlândia. Anais... Uberlândia: UFU,
2002.p. 29-40.
CHIANCA, T. C. M. As classificações da prática de enfermagem: diagnóstico,
intervenções e resultados. In: FÓRUM MINEIRO DE ENFERMAGEM, 3., 2002,.
Uberlândia.Anais... Uberlândia: UFU, 2002.p.50-56.
CIANCIARULLO, T. I. Instrumentos Básicos: Como Usá-los na Enfermagem. In:
CIANCIARULLO, T. I; Instrumentos Básicos para o Cuidar: Um desafio para a
qualidade de assistência. São Paulo: Atheneu, 2003, p.3.
CIANCIARULLO, T. I; Sistema de Assistência de Enfermagem: evolução e
tendências.São Paulo : Ícone 2001.
CRUZ, D.A.L.M. A inserção do diagnóstico de enfermagem no processo assistencial.
In: CIANCIARULLO, T. I; Sistema de Assistência de Enfermagem: evolução e
tendências.São Paulo : Ícone 2001. p. 65,75.
CUNHA, A.P.et al. Serviço de Enfermagem: Um Passo Decisivo para a Qualidade.
Nursing Revista Técnica de Enfermagem, São Paulo, ano 6, n.60,p.25-30, maio
2003.
DOENGES, E. M; MOORHOUSE, F. M; Manual de Enfermagem Clínica:
diagnósticos planos de cuidados documentação. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1994.
FARIAS, J. N. L. et al. Diagnóstico de Enfermagem: uma abordagem conceitual e
prática. João Pessoa, Santa Marta, 1990.
FERREIRA, A. B. H de. Minidicionário da Língua Portuguesa. 4.ed. , Rio de
janeiro: Nova Fronteira, 2000.
FERREIRA, B.G.T.M. A, MUNHOZ, S.H.F; YAMAUSHI, N.J.J. et al Procedimentos
Invasivos. In: FERNANDES, T.A. Infecção hospitalar e suas interfaces na área de
saúde, São Paulo, Atheneu, vol II ,cap 52, p 975, 2000.
FIGUEIRÓ, J. A. A Dor.(s.l ),Publifolha. 2000.
FUGITA, R.M. I; FARAH, O. G. D. O Planejamento como instrumento básico do
Enfermeiro.In: In: CIANCIARULLO, T. I: Instrumentos Básicos para o Cuidar: Um
Desafio para Qualidade de Assistência. São Paulo: Atheneu, 2003, p. 100.
GANHITO, N. C. P. Distúrbio do Sono. 2. ed .São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.
GARCIA, T. R. Diagnóstico de Enfermagem: uma proposta para uniformização da
linguagem da enfermeira. Rev. Mineira de Enfermagem, Belo Horizonte,
v.2,n.3.p.57-67, dez. 1994.
GORDON, M . Nursing Diagnosis: process and aplication. 2. ed. St. Louis: Mosby,
1987
GRAAF, K.R. de; et al. Florence Nightingale. In: Nursing theorists and their work.
2. ed. St. Louis, Mosby Co, 1989, p. 68.
GUIMARÃES, H. C. Q. C. P. Intervenções de Enfermagem Propostas pela
Nursing Interventions Classificacion (NIC) para o Diagnóstico de Enfermagem
“excesso de volume de líquidos”. 2000. 164f. Tese (Doutorado em enfermagem)-
Escola Paulista de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo.
GUYTON, A. C. Fisiologia humana. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1988.
HOFLING, K. C.; KYES. J. J. Conceitos Básicos em Enfermagem Psiquiátrica. 4
ed.Guanabara, Rio de Janeiro, 1985.
HORTA, W. A. Processo de Enfermagem. São Paulo: E.P.U. 1979.
IYER, P. W.; TAPTICH, B. J; BERNOCCHI-LOSEY, D. Processo e Diagnóstico
em Enfermagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
JOUVET, R.M; O sono. In: VOLICH, R.M. Clínica Psicanalítica, Psicossomática:
de Hipócrates á psicanálise. São Paulo: Casa do Psicólogo, .2000,p.13
JORGE, A.L.C. O Acalanto e o Horror. Säo Paulo: Escute, 1988.
JUNIOR, M. Dicionário da Língua Portuguesa. [ L ], Lingráfica, 1968.
KELLY, M. A. Nursing Diagnosis Source Book: guidelines for clinical application.
Norwalk: Appleton-Century-Crofts, In: FARIAS, J. N. L. et al. Diagnóstico de
Enfermagem: uma abordagem conceitual e prática. João Pessoa, Santa Marta,
1990.
KENNEY, J.W. Relevance of theory-based in nursing practice. In: CRISTENSEN, P.
J. GRIFFITH-KENNEY. Nursing Process Conceptual Models. 4. ed. St. Louis,
Moslsy Co, 1995. p. 3-21.
LEOPARDI. M. T. Teorias em Enfermagem: instrumentos para a prática.
Florianópolis: NFR/UFSC, 1999.
LÓPEZ, M. Raciocínio diagnóstico In: LÓPEZ, M. O Processo Diagnóstico nas
Decisões Clínicas: ciência, arte, ética. Rio de Janeiro: Revinter, 2001, p.28-29.
MAZZANO, R.S.M; SANTANA, L.B; FERNANDES, T. A. Unidades Geriátricas,
Psiquiátricas, Asilares e Carcerárias. in:FERNANDES , T.A Infecção hospitalar e
suas interfaces na área de saúde, São Paulo: Atheneu, cap. 46, v..1, p. 905_906,
2000.
MEGGINSON, L C; MOSLEY, D. C;. Planejando as operações organizacionais.In:
MEGGINSON,L C.Administração: Conceitos e aplicação.4ª. ed. São Paulo :Harbra
ltda , 1998.cap.2 , p.129.
MICHEL, J.L.M; BARROS, A.L.B. Experiência prática do Hospital São Paulo
(UNIFESP). In: FORUM MINEIRO DE ENFERMAGEM, 3, 2002 Uberlândia.
Anais...Uberlândia: UFU, 2002.p.80.
NÓBREGA, M. M. L Diagnóstico de Enfermagem da NANDA e a Teoria das
Necessidades Humanas Básicas de Horta. 1991, Dissertação (Mestrado em
Enfermagem )- Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Paraíba,
João Pessoa.
NÓBREGA, M. M. L; COLER M. S. Adequação da teoria das necessidades humanas
básicas de horta ao sistema de classificação dos diagnósticos de enfermagem da
NANDA. Revista CCS, João Pessoa: UFPB/CCS, v.13, n. 3, p.26-92, jul/set. 1994.
NÓBREGA, M. M. L; GUTIÉRREZ, M. G. R. Sistema de classificação de
enfermagem: avanços e perspectivas.In: GARCIA, T. R; Sistema de Classificação
da Prática de Enfermagem: um trabalho coletivo. João Pessoa; Associação
Brasileira de Enfermagem, 2000.p. 19-27.
NORTH AMERICAN DIAGNOSIS ASSOCIATION (NANDA). Diagnósticos de
Enfermagem da NANDA: definições e classificação 2003-2004. , Porto Alegre:
Artmed, 2005..
ORGANIZAÇAO NACIONAL DA ACREDITAÇÃO. Manual das organizações
Prestadoras de Serviços Hospitalares-ONA, Pelotas: educart, 2001.
ORLANDO, I.J. O Relacionamento dinâmico, enfermeiro/ paciente. São
Paulo:EPU, 1978.
PEREIRA, M.A. Mobilidade Física Prejudicada. 1997, Dissertação (Mestrado em
Enfermagem) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Paraíba,
João Pessoa.
POTTER, P. A; PERRY, A.G. Grande tratado de enfermagem prática: clínica e
prática hospitalar. 3.ed. São Paulo: Santos, 2002
SANTANA, M.S. Perfil de Diagnóstico de Enfermagem em Pacientes
Prostatectomizados. 2004, Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Centro de
Ciências da Saúde, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.
SHEEHAN, Elaine. Ansiedade, Fobias e Síndrome do Pânico. São Paulo: Agora,
2000.
SMELTZER, S. C; BARE. B. G. Brunner & Suddarth Tratado de Enfermagem
médico-cirúrgica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994.
SMELTZER. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 9.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002.
SPARKS, S. M.; TAYLOR, C. M.; DYER, J. G. Diagnóstico em Enfermagem. Rio
de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2000.
JOUVET, R.M; O sono. In: VOLICH, R.M. Clínica Psicanalítica, Psicossomática:
de Hipócrates á psicanálise. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.
APÊNDICE C
Instrumento de coleta de dados
Número do prontuário: ____________________Unidade Internação:
____________________________
Sexo: _________ Idade: ______________________
Tipo de atendimento:
__________________________________________________________________________
Transcrição dos registros:
Título do Diagnóstico de
enfermagem
Fatores
relacionados
Fatores de risco
Características
definidoras
1. IDENTIFICAÇÃO
:
Nome: Idade
Gostaria de ser chamado por: Sexo:
M
F
Escolaridade
Estado civil Profissão/ocupação
Religião Procedência
Data de admissão: Enfermaria / Leito Apartamento Nº Prontuário
2. MOTIVO DA INTERNAÇÃO / QUEIXA PRINCIPAL:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
____________________________________
3. NECESSIDADES / AUTOCUIDADO:
Alimentação/ hidratação: refeições diárias [ ] ingestão de
líquidos:_____________________________________________
Restrição Alimentar:
____________________________________________________________________________________
Sono e repouso: satisfatório prejudicado insônia auxiliares do sono
Higiene: Corporal:
preservada
prejudicada . Freqüência de banho: _______, Horário:
M T
N.
Oral:
preservada
prejudicada_______________________________________________
_______
Mobilidade: deambula deambula com ajuda não deambula restrito ao leito. Movimenta-se no leito: com ajuda
s/ ajuda.
Não se
movimenta.___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___
Demanda de autocuidado: alimentação/hidratação higiene vestir-se/arrumar-se
locomoção___________________________
Interação social: comunicativo pouco comunicativo não
comunicativo.____________________________________
Suporte da família/ amigos para o cuidado:
________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___
Conhecimento sobre seu problema de saúde:
informado
pouco informado
não
informado___________________________
4. FATORES DE RISCO
tabagismo etilismo outros vícios sedentarismo banho de rio animais domésticos outros problemas
de saúde / tratamentos anteriores
__________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
_____
Alergias:________________________________________________________________________________________
_____
Doenças da
Infância:___________________________________________________________________________________
Ministério da Defesa - Exército
Brasileiro
Hospital de Guarnição de João Pessoa
SUBDIVISÃO DE ENFERMAGEM
Sistematização da Assistência de Enfermagem
ANEXO A
Antecedentes
familiares:______________________________________________________________________
_______________________
Afecção Clínica:
_______________________________________________________________________________________
5. EXAME FÍSICO E OUTRAS INFORMAÇÕES
Tax ______C P _________ bpm
R_________
ipm
PA__________
mmHg
Alt_________
cm
Peso_________ Kg
Estado nutricional: normal obeso emagrecido caquético . Outro:
______________________________________
Nível de consciência: consciente orientado desorientado. Nível de resposta
_________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_____
Pele/Fâmeros/Tecidos: íntegra hidratada ressecada sudoreica pálida cianótica lesões
__________________
_________________________________________________________________________________________________
_____
_________________________________________________________________________________________________
_____
Cabeça:
Couro Cabeludo: alopécia seborréia pediculose. Outros.
_______________________________________________
Face: cushingoide Renal Mixidematosa paralisia facial acromegálica.
Outras_______________________________
Olhos: visão normal visão turva acuidade visual diminuída cegueira exoftalmia processo
inflamatório/infeccioso
aspecto da
mucosa/outros_______________________________________________________________________________
Nariz: sem anormalidades deformidade obstrução secreção: hemorragia
_________________________________________________________________________________________________
_____
_________________________________________________________________________________________________
_____
Ouvidos: audição normal diminuída zumbido surdez processo inflamatório/infeccioso. Outros
_______________
_________________________________________________________________________________________________
_____
Boca:. cáries falhas dentárias halitose língua saburrosa prótese. Mucosa oral: íntegra
lesões.____________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
__________
Pescoço: linfonodos palpáveis tireóide aumentada ingurgitamento jugular traqueostomia mov. difícil ou
dolorosa. Outros:
_______________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_____
Tórax: atípico típico ________________________________. Expansão torácica: normal diminuída
____________
_________________________________________________________________________________________________
_____
Mamas: simétricas assimétricas presença de nódulos palpáveis
secreção____________________________________
Sistema Respiratório: eupnéico bradipnéico taquipnéico. Dispnéico: em repouso mínimos esforços
médios esforços grandes esforços uso de O
2
tosse secreção. Ausculta
pulmonar___________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_____
Atividade Cardíaca: regular irregular. Frequência/Fonese
_________________________________________________
Edema:___________________________________________________________________________________________
____
Sist. Digestivo/ Abdome: plano distendido globoso incisão/cicatriz cirúrgica sonda. dificuldade de
deglutição náuseas vômitos pirose plenitude pós-prandial Ruídos hidroaéreos: presentes ausentes. Á
palpação: flácido tenso doloroso. Hepatomegalia ascite. Eliminação intestinal
(freqüência/características):______________________
Gênito-urinário: micção espontânea incontinência retenção dispositivo p/incontinência sonda disúria
poliúria polaciúria nictúria oligúria anúria hematúria colúria prurido corrimento
lesões. Aspecto da
urina_______________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
____
Atividade sexual: não tem atividade tem atividade uso de
preservativo:_____________________________________
Ciclo menstrual: normal menopausa dismenorréia amenorréia
hipermenorréia___________________________
_________________________________________________________________________________________________
_____
Membros: Sensibilidade: preservada parestesia cãimbras. Força motora: preservada paresia plegia
limitação de movimento articular. Pulsos periféricos: palpáveis diminuídos ausentes amputação. Rede
venosa_______
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
__________
_________________________________________________________________________________________________
_____
6. IMPRESSÕES DO ENFERMEIRO:
Enfermeiro:
COREn: Data: ______/______/______
Diagnóstico Médico:dd
Principais Diagnósticos de Enfermagem:
Intervenções de Enfermagem Data/
Horário
Data/
Horário
Data /
Horário
Data/
Horário
ANEXO B
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo