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COADJUVANTES DE HIGIENE BUCAL NA
ALIMENTAÇÃO DE CÃES
ALESSANDRA COSTA PAIVA
2004
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ALESSANDRA COSTA PAIVA
COADJUVANTES DE HIGIENE BUCAL NA ALIMENTAÇÃO DE
CÃES
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras, como parte das exigências
do Programa de Pós-graduação em Zootecnia,
área de concentração em Nutrição de
Monogástricos, para a obtenção do título de
“Mestre”.
Orientadora
Prof
a
Flávia Maria de Oliveira Borges Saad
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2004
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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Paiva, Alessandra Costa
Coadjuvantes de higiene bucal na alimentação de cães / Alessandra
Costa Paiva. -- Lavras: UFLA, 2004.
67 p. : il.
Orientadora: Flávia Maria de Oliveira Borges Saad.
Dissertação (Mestrado) – UFLA.
Bibliografia.
1. Coadjuvantes. 2. Placa bacteriana. 3. Higiene. 4. Alimentação. 5.
Cão. I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.
CDD - 636.70893
ALESSANDRA COSTA PAIVA
COADJUVANTES DE HIGIENE BUCAL NA ALIMENTAÇÃO DE
CÃES
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras, como parte das exigências
do Programa de Pós-graduação em Zootecnia,
área de concentração em Nutrição de
Monogástricos, para a obtenção do título de
“Mestre”.
APROVADA em 18 de outubro de 2004.
Prof. Walter Motta Ferreira - EV/UFMG
Prof. Carlos Artur Lopes Leite - DMV/ UFLA
Prof. Raimundo Vicente de Sousa - DMV/ UFLA
Prof. Paulo Borges Rodrigues - DZO/ UFLA
Prof
a
Flávia Maria de Oliveira Borges Saad
UFLA
(Orientadora)
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL

Renato Russo
Aos meus pais, irmã, noivo e a todos os meus amigos, simplesmente por
existirem.
Sem vocês eu nada seria.

Willian Sheakespear
Ao Carlos pelo amor, carinho, compreensão e por me apoiar também nesta fase,
A minha avó, que sempre me ensinou a amar e respeitar os animais, e que
infelizmente não pode estar aqui entre nós para ver realizado o nosso sonho.
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Lavras, por me receber pela terceira vez e por
me ajudar a atingir meus objetivos.
À minha orientadora Flávia Maria de Oliveira Borges, por me acolher
em um dos momentos mais decisivos da minha vida profissional. Orientar deve
até ser fácil, o difícil é ser mestre, no sentido real da palavra e amigo nos
momentos certos, exigindo e compreendendo.
À Total Alimentos S.A. pelo apoio incondicional, sem o qual a
realização deste trabalho não seria possível.
Ao Professor Dr. Carlos Artur Lopes Leite, pela co-orientação, pela
amizade espontânea e por me ajudar imensamente no desenvolvimento de todo
este trabalho.
Ao Professor Raimundo Vicente de Sousa pela amizade, apoio e
sugestões que enriqueceram este trabalho.
Ao Professor Dr. Elias Tadeu Fialho, coordenador de pós-graduação,
pelo apoio, compreensão e incentivo
A todos os professores dos Departamentos de Zootecnia e Medicina
Veterinária pela formação acadêmica, apoio e confiança.
Aos ajudantes e colaboradores Anderson, Derli, Eutáquio e Carlos pelo
grande auxílio e dedicação durante a condução do experimento.
A todos os colegas de pós-graduação pelos bons momentos vividos
durante este período, em especial a Roberta, Renata, Valdir, Ezequiel, Márcio,
Ellen, Elisangela, Simony e Vanessa.
A todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a realização
deste trabalho.
E a DEUS, que sempre esteve do meu lado, fazendo dos anseios
realidades na minha vida.
BIOGRAFIA
ALESSANDRA COSTA PAIVA, filha de Leônidas João Salles Paiva e
Silvia Lúcia Costa Paiva, nasceu em Varginha, MG.
Em julho de 1992 ingressou na Universidade Federal de Lavras, onde,
em junho de 1997, obteve o título de Zootecnista.
Iniciou, em julho de 1998, o curso de Medicina Veterinária na
Universidade Federal de Minas Gerais, concluindo-o em 2002.
Em fevereiro de 2003 iniciou o curso de Pós-graduação em Zootecnia na
mesma Universidade, estabelecendo os seus estudos na área de Nutrição de
Monogástricos, com concentração em Nutrição de Cães e Gatos.
Em outubro de 2004 submeteu-se à defesa de Dissertação para obtenção
do título de Mestre.
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS.........................................................................................i
LISTA DE FIGURAS....................................................................................... iii
RESUMO............................................................................................................iv
ABSTRACT.........................................................................................................v
1 INTRODUÇÃO................................................................................................1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................3
2.1 Relação ser humano x cães x odontologia veterinária....................................3
2.2 Anatomia dental..............................................................................................4
2.3 Doença periodontal.........................................................................................6
2.3.1 Definição......................................................................................................6
2.3.2 Placa bacteriana ...........................................................................................7
2.3.2.1 Microbiota associada à placa bacteriana...................................................9
2.3.3 Etiologia, patogenia e sinais clínicos.........................................................10
2.3.4 Fatores predisponentes...............................................................................13
2.4 Coadjuvantes.................................................................................................15
2.4.1 Alimentação x mastigação.........................................................................15
2.4.2 Higiene bucal x Coadjuvantes ...................................................................16
2.4.3 Fosfatos......................................................................................................18
3 MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................21
3.1 Local e duração dos trabalhos.......................................................................21
3.2 Instalações.....................................................................................................21
3.3 Animais utilizados ........................................................................................21
3.4 Dietas experimentais.....................................................................................22
3.5 Alimentação dos animais..............................................................................26
3.6 Metodologia experimental............................................................................26
3.6.1 Preparação..................................................................................................27
3.6.2 Ambulatório veterinário.............................................................................27
3.6.3 Protocolo Anestésico .................................................................................28
3.6.4 Extração de Cálculo Dentário....................................................................29
3.6.5 Medição da placa bacteriana......................................................................31
3.7 Parâmetros avaliados ....................................................................................33
3.7.1 Avaliação da superfície..............................................................................33
3.7.2 Avaliação da espessura..............................................................................33
3.7.3 Dentes avaliados ........................................................................................33
3.8 Metodologia de cálculos...............................................................................34
3.8.1 Parâmetros analisados................................................................................35
3.9 Análises estatísticas ......................................................................................35
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................36
4.1 Cobertura, espessura e cobertura x espessura das placas bacterianas nos
dentes maxilares...........................................................................................36
4.2 Cobertura, espessura e cobertura x espessura da placa bacteriana nos
dentes mandibulares.....................................................................................40
4.7 Sulco gengival e pH......................................................................................43
4.8 Relação custo-benefício................................................................................45
6 CONCLUSÃO................................................................................................47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................48
ANEXO..............................................................................................................53
i
LISTA DE TABELAS
TABELA 1.
Níveis de garantia e composição básica da ração seca
fornecida. .................................................................................
24
TABELA 2.
Níveis de garantia e composição básica dos coadjuvantes
fornecidos. ...............................................................................
25
TABELA 3.
Índices médios relativos à medição da cobertura da placa
bacteriana em dentes maxilares em cães submetidos a
diferentes tratamentos. .............................................................
37
TABELA 4.
Índices médios relativos à medição da espessura da placa
bacteriana em dentes maxilares em cães submetidos a
diferentes tratamentos. .............................................................
37
TABELA 5.
Índices méd
ios relativos à medição da cobertura x espessura
da placa bacteriana em dentes maxilares em cães submetidos
a diferentes tratamentos. ..........................................................
38
TABELA 6.
Índices médios relativos à medição da cobertu
ra da placa
bacteriana em dentes mandibulares em cães submetidos a
diferentes tratamentos. .............................................................
41
TABELA 7.
Índices médios relativos à medição da espessura da placa
bacteriana em dentes mandibu
lares em cães submetidos a
diferentes tratamentos. .............................................................
41
TABELA 8.
Índices médios relativos à medição da cobertura x espessura
da placa bacteriana em dentes mandibulares em cães
submetidos a diferentes tratamentos. .......................................
42
TABELA 9.
Índices médios relativos à medição do sulco gengival em
dentes maxilares em cães submetidos a diferentes
tratamentos. .............................................................................
43
ii
TABELA 10.
Índices médios relativos à medição do sulco gengival em
dentes mandibulares em cães submetidos a diferentes
tratamentos. .............................................................................
43
TABELA 11.
Valores
médios relativos à medição do pH da boca de cães
submetidos a diferentes tratamentos. .......................................
44
TABELA 12.
Valores médios relativos aos custos de extração de cálculos
dentário, tratamento periodontal e uso de
coadjuvantes em
seis meses. ...............................................................................
46
iii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1.
Descrição anatômica do dente
. ........................................................
6
FIGURA 2.
Animais utilizados no experimento. ...........................................
22
FIGURA 3.
Dietas experimentais. .................................................................
23
FIGURA 4.
Ambulatório. ..............................................................................
28
FIGURA 5.
Animal sedado. ...........................................................................
29
FIGURA 6.
Procedimento de extração de cálculo. ........................................
30
FIGURA 7.
Antes da extração de cálculo dentário. .......................................
32
FIGURA 8.
Depois da extração de cálculo dentário. .....................................
32
FIGURA 9.
Medição da placa bacteriana (uso corantes). ..............................
32
iv
RESUMO
PAIVA, Alessandra Costa. Coadjuvantes de higiene bucal na alimentação de
cães. 2004. 67 p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) Universidade Federal
de Lavras, Lavras - MG.
1
Embora a odontologia veterinária seja uma especialização relativamente nova, a
doença dentária é um dos problemas mais comuns que afetam animais de
companhia. Dentre as afecções que acometem a cavidade bucal a mais
prevalente é a doença periodontal, cujo fator determinante é a placa bacteriana.
A partir da década de 1990 foram lançados produtos que recebem em sua
formulação minerais inibidores da formação da placa dentária. Reconhecendo a
importância e os benefícios da saúde bucal dos cães e a dificuldade de controle
da higiene dentária, o objetivo deste experimento foi avaliar a utilização
coadjuvantes na alimentação de cães visando a diminuição da formação do
cálculo dentário. O experimento foi realizado nas dependências da Total
Alimentos. Foram utilizados 16 cães da raça Foxhound Americano. A
metodologia utilizada foi a medição da ocorrência do cálculo dentário com sete
dias de adaptação e vinte e um dias de fornecimento de cada tratamento. Os
tratamentos foram: 1- Controle; 2- Coadjuvante 1 com ação mecânica; 3-
Coadjuvante 2 c/ tripolifosfato de sódio e 4- Coadjuvante 3 c/ hexametafosfato
de sódio.Os animais foram submetidos a uma remoção de cálculo dentário sob
anestesia geral e, após 21 dias de tratamento, foram sedados e foi realizada a
medição da placa bacteriana formada através do uso de marcadores (corantes-
fucsina). Com base nos resultados obtidos pode-se concluir que os biscoitos
somente com ação mecânica não se mostraram efetivos em retardar o
aparecimento da placa bacteriana, não sendo recomendados como forma de
prevenção. Por sua vez, os coadjuvantes bucais contendo polifosfatos, quer sob a
forma de tripolifosfato ou hexametafosto de sódio, apresentaram uma ação
efetiva e significativa na diminuição da formação do cálculo dentário, sendo
recomendados como uma forma alternativa à escovação.
1
Comitê de Orientação: Prof
a
Flávia Maria de Oliveira Borges Saad UFLA
(orientadora), Prof. Carlos Artur Lopes Leite UFLA, Prof. Raimundo Vicente de
Souza - UFLA, Prof. Paulo Borges Rodrigues – UFLA.
v
ABSTRACT
PAIVA, Alessandra Costa. Coadjuvants of buccal hygiene in dog feeding.
2004. 67p. Dissertation (Master in Animal Science) - Federal University of
Lavras - Lavras, Minas Gerais, Brazil.
1
Although, veterinary dentistry is a relatively new specialization, the dental
disease is one of the most common problems affecting pets. Among the
affections attacking the buccal cavity the most prevalent is the periodontal
disease, whose determinant factor is the bacterial plate. From the 1990, products
which have received in their formulation minerals inhibiting the formation of the
dental plate. Recognizing the importance and benefits of the buccal health of
dogs and the difficulty of controlling the dental hygiene, the objective of this
experiment was to evaluate the utilization of coadjuvants in the feeding of dogs
aiming at the decrease of the formation of dental scale. The experiment was
accomplished in the outbuildings of Total Alimentos S. A. Sixteen (16) dogs of
the American Foxhound breed were employed. The methodology employed was
the measurement of the occurrence of the dental calculus with seven days’
adaptation and twenty one days’ furnishing of each treatment. The treatments
were : 1 - Control; 2 - Coadjuvant 1 with a mechanical action; 3 - Coadjuvant 2
with sodium tripolyphosphate and Coadjuvant 3 with sodium
hexamethaphosphate. The animals were submitted to the removal of dental scale
under general anesthesia and after 21 days they were sedated and the
measurement of the bacterial plate formed through the use of markers (dyes-
fuchsine) was performed. On the basis of the results obtained, one can conclude
that biscuits only with a mechanical action did not prove effective in delaying
the appearance of the bacterial plate, they not being recommended as a way of
prevention. In turn, the buccal coadjuvants containing polyphosphates, whether
as tripolyphosphate whether as sodium hexamethaphosphate showed an action
both effective and significant in the decrease of the formation of dental calculus,
they being recommended as form alternative to brushing.
1
Guidance Committee: Prof.(a) Flávia Maria de Oliveira Borges Saad UFLA (Adviser),
Prof. Carlos Artur Lopes Leite UFLA, Prof. Raimundo Vicente de Souza - UFLA e Prof.
Paulo Borges Rodrigues – UFLA.
1
1 INTRODUÇÃO
Os animais de companhia, representados principalmente pelos es e
gatos, estão milhares de anos inseridos na sociedade humana. Atualmente
estes animais estão em grande destaque, pois o ser humano busca, na relação
com estes animais, aliviar uma parcela do estresse causado pela vida urbana
(Borges et al., 2003). O trato correto destes animais reveste-se de grande
interesse para os proprietários e para os profissionais que trabalham com eles
(Case et al., 1998).
Embora a odontologia veterinária seja uma especialização relativamente
nova, o acúmulo da placa bacteriana (e conseqüentemente a doença dentária) é
um dos problemas mais comuns que afeta animais de companhia, sendo
reconhecido por mais de 70 anos.
Talbot (1899), citado por Lepine (2003), relatou que a doença
periodontal afeta 75% dos caninos entre quatro e oito anos de idade. Esta
incidência foi subseqüentemente confirmada em uma análise recente,
identificando 53 a 95% de caninos com idade acima de um ano como portadores
de algum grau de periodontite.
Com o desenvolvimento científico e tecnológico ocorrido durante as
últimas décadas, a medicina veterinária aprofundou-se no estudo de grande
número de enfermidades, incluindo as orais ou com manifestações bucais. Essa
especialização é denominada “odontologia veterinária”. A importância da
odontologia veterinária se baseia principalmente no comprometimento primário
da capacidade de alimentação dos animais, que repercute diretamente no estado
geral, no ganho de peso e em várias doenças que podem ocorrer paralelamente à
doença periodontal, tanto nas espécies que visam produção como nos animais de
estimação, que ganham crescente importância em nossa sociedade.
2
Dentre as afecções que acometem a cavidade oral, a mais prevalente é a
doença periodontal. O fator determinante é a placa bacteriana que se acumula
sobre os dentes e tecidos adjacentes. Um dos meios de prevenção é a utilização
de produtos físicos e químicos que diminuem a calcificação da placa bacteriana,
a qual uma vez formada, apenas poderá ser removida por meio de profilaxia
veterinária.
Reconhecendo a importância e os benefícios da saúde bucal dos cães e a
dificuldade de controle da higiene dentária, o objetivo deste experimento foi
avaliar o efeito do uso de coadjuvantes de higiene bucal na diminuição da
ocorrência de cálculo dentário, avaliar o efeito do uso do polifosfatos de sódio
(tripolifosfato de sódio e hexametafosfato de sódio) na diminuição da ocorrência
de cálculo dentário e correlacionar pH salivar e profundidade do sulco gengival
com o grau de ocorrência de cálculo dentário.
3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Relação ser humano x cães x odontologia veterinária
A relação entre o ser humano e os animais de estimação vem sendo
estabelecida séculos. Os primeiros indícios de convívio entre o ser humano e
os caninos datam de aproximadamente 12 mil anos atrás (Lange, 2002). Em
princípio, o cão aproximou-se do ser humano em busca de refúgio, proteção,
companhia e alimento fácil em épocas de escassez. Já o ser humano utilizava-o
como guarda de rebanho e defesa contra agressões de outros animais selvagens.
Mesmo que alguns cães ainda desempenhem esses papéis, a razão primária pela
qual, atualmente, muitas pessoas da nossa sociedade têm animais, é a
companhia. Nos últimos anos, o estudo científico das interações ser humano-
animal tem revelado que tais relações são componentes muito fortes e
duradouros na vida de muitos proprietários de animais de estimação. Também
foi demonstrado que ter animais de companhia proporciona inúmeros benefícios
fisiológicos e psicológicos (Case et al., 1998).
Assim, uma grande preocupação dos proprietários é proporcionar aos
animais de estimação a melhor condição sanitária e nutrição possíveis. Os
avanços alcançados na medicina veterinária deram lugar a programas de
vacinação, assim como procedimentos médicos que contribuem para prolongar a
vida dos animais domésticos. Além disso, o progresso no campo da nutrição
gerou um conhecimento maior da dietética canina, além do desenvolvimento de
dietas equilibradas para animais, as quais contribuem para manter a saúde e
facilitam a prevenção de doenças crônicas (Case et al., 1998).
No passado as afecções dentárias em cães freqüentemente passavam
despercebidas e eram ignoradas ou tratadas de forma incorreta (Hyde & Floyd,
1997).
4
As primeiras descrições sobre alterações dentais em animais surgiram há
mais de cem anos. Os primeiros relatos de Girard (1834) e de Simonds (1854),
citados por Harvey & Emily (1993), consistiam em descrições detalhadas sobre
alterações dentais em eqüinos, de acordo com a idade do animal. Uma notável
contribuição para a literatura odontológica em caninos ocorreu somente em
1929, quando Mellanby publicou uma série de estudos sobre o efeito das
mudanças alimentares no desenvolvimento da dentição e doenças dentais
(Harvey & Emily, 1993).
Na década de 1980 surgiu um interesse mundial pela odontologia
veterinária. Além disso, apenas centros isolados e clínicas nos EUA e Europa
realizavam a odontologia veterinária de relativo padrão (Geocities, 2003).
A doença periodontal atinge as quatro estruturas do periodonto: gengiva,
ligamento periodontal, cemento e osso alveolar. O fator determinante,
etiológico, é a placa bacteriana, que se acumula sobre os tecidos bucais e dentes,
podendo levar à cárie ou causar inflamação sobre a gengiva (Gioso, 2003).
2.2 Anatomia dental
O dente é constituído de coroa e raiz. A coroa é revestida de esmalte,
uma substância branca, calcificada, muito resistente, e a raiz, por cemento, um
tecido amarelo, menos brilhante e macio. A parte do dente entre a raiz e a coroa
denomina-se colo. A dentina forma a maior parte da substância do dente e
contém uma pequena cavidade central que abriga a polpa tissular conjuntiva. A
polpa continua através de um canal da raiz do dente, imergindo com o tecido
conjuntivo na profundidade do alvéolo dental. A Figura 1 representa o esquema
simplificado da anatomia do dente (Dyce et al., 1990).
5
Cada dente possui uma coroa relativamente curta e um bloco bem
marcado. A face oclusal é destituída de infundíbulos. A parte da coroa próxima
às raízes forma o cíngulo (Ellenport, 1986). O osso alveolar é basicamente
trabecular, circundado por uma camada delgada de osso cortical (Pope, 1996).
O ligamento periodontal, formado por fibras de tecido conjuntivo denso
(colágeno), une o dente, através do cemento, ao osso alveolar (Gioso, 2003).
A gengiva se compõe de um epitélio pavimentoso estratificado
ceratinizado resistente e pode ser dividida nas porções fixa e marginal, sendo
que a primeira está firmemente aderida ao periósteo subjacente e a segunda é
pouco espessa e circunda o dente coronalmente (Pope, 1996). A gengiva adere-
se ao dente por meio do epitélio juncional e o fundo do sulco gengival (entre o
dente e a gengiva) é formado pela região mais coronal deste epitélio (Gioso,
2003).
A gengiva fixa é a parte da mucosa oral que recobre os processos
alveolares da mandíbula e circunda o colo dos dentes. Este componente do
periodonto é a primeira linha de defesa contra a periodontopatia, protegendo o
osso subjacente e os tecidos de suporte (Emily, 1996).
A largura da gengiva fixa é um importante parâmetro clínico, sendo
definida como a distância entre a junção mucogengival e a proteção na
superfície externa do fundo do sulco gengival ou da bolsa periodontal. Esta
ligação deve ser firme, elástica e colada ao periósteo subjacente ao osso alveolar.
O aspecto da gengiva presa se estende para a mucosa alveolar relativamente
solta e móvel, sendo demarcada pela junção mucogengival (Emily, 1996).
6
FIGURA 1 - Descrição anatômica do dente (Fonte: Cavalcante et al. (2002).
2.3 Doença periodontal
2.3.1 Definição
Segundo Lindhe et al. (1975), a doença periodontal no ser humano pode
ser considerada como uma rie de alterações com manifestações clínicas
similares que afetam os tecidos de suporte do dente. Os maiores sinais clínicos
de doença periodontal são hiperemia gengival, sangramento e/ou redução de
resistência dos tecidos periodontais à exploração com instrumental.
A doença periodontal foi descrita posteriormente como sendo uma
enfermidade inflamatória de origem microbiana que envolve a gengiva, a
mucosa alveolar, o ligamento periodontal e o cemento (Suzuki, 1988),
constituindo uma importante causa da perda dental em es adultos (Page &
Schroeder, 1982).
7
Mais recentemente, Dillon (1984), Penmam & Harvey (1993), Harvey &
Emily (1993) e Gioso (2003) descreveram doenças periodontais nos animais,
como aquelas que acometem o tecido de suporte do dente e o periodonto,
incluindo tecido gengival, cemento, ligamento periodontal e osso alveolar, ou
seja, as gengivites e as periodontites.
Muitos proprietários se preocupam com a possibilidade de seus cães
terem cáries. O que a maioria deles não sabe é que os cães raramente apresentam
esta doença, tão comum no ser humano. O problema dentário mais comum dos
animais domésticos de companhia é a periodontopatia, uma doença que acomete
o sistema de sustentação do dente (Youle, 2003); uma das causas é o fato de a
saliva do canino ser muito menos ácida que a do ser humano: o pH da saliva do
canino é de aproximadamente 9, enquanto, no ser humano, o pH da saliva está
normalmente compreendido entre 6,5 e 7,5. Este pH elevado irá prevenir a
formação de cáries nos cães, mas favorecerá a precipitação de fosfatos de cálcio
e, logo, a formação de cálculo (Pibot, 2003).
2.3.2 Placa bacteriana
A doença periodontal é geralmente causada pelo acúmulo de placa
bacteriana. A placa bacteriana ou placa dental é composta de bactérias em uma
matriz de glicoproteínas salivares e polissacarídeos extracelulares; a matriz
encontra-se firmemente aderida à superfície de um dente.
Segundo sua localização (abaixo ou acima da gengiva marginal), é
denominada placa subgengival ou supragengival, respectivamente. A descrição é
necessária, pois a microbiota residente em cada placa é diferente e está associada
com distintas doenças periodontais (Marsh & Martin, 1986).
8
A placa dental deve ser diferenciada dos depósitos ou acúmulos que
ocorrem sobre a superfície do dente. Dentre esses existem a matéria alba, que
consiste em um acúmulo de bactérias que, ao contrário da placa dental, é
facilmente removido com um jato de água. Outro acúmulo é a película, uma fina
camada orgânica depositada sobre o dente, constituindo-se em uma placa
bacteriana calcificada, podendo ser supra ou subgengival. Tanto a placa quanto a
película e o cálculo podem apresentar diversas colorações, variáveis segundos a
dieta, tanto nos seres humanos como nos animais (Goldman & Cohen, 1983;
Dillon, 1984).
Goldman & Cohen (1983) classificaram as placas dentais microbianas
em coronária, gengival e subgengival, de acordo com sua localização. Placas
coronárias referem-se àqueles agregados microbianos encontrados sobre as
superfícies do dente, mas não em contato com a gengiva; placas gengivais
referem-se aos depósitos em contato com a gengiva marginal e placas
subgengivais referem-se àqueles agregados localizados dentro do sulco gengival
ou das bolsas periodontais. Segundo estes autores, a placa compreenderia uma
mistura de bactérias e saliva, acumulada no esmalte. Durante a mastigação de
alimentos consistentes como cartilagem (ex: traquéia bovina), vegetais duros e
grandes pedaços de carnes (ex: coração e diafragma) e pela escovação, a placa é
constantemente removida da superfície. Alimentos tendem a grudar nos dentes,
exacerbando a acúmulo de placa. Esta rapidamente começa a mineralizar e a
formar cálculos, que novamente estimulam a formação de placa. Cálculos são
formados a partir de minerais da saliva depositados na placa existente na
superfície do dente. O dente canino é mais acometido pelo acúmulo de cálculo,
seguidos pelo , e pré-molares e os incisivos. O cálculo supragengival
apresenta coloração marron-amarelada, enquanto o cálculo subgengival pode
variar de marrom escuro a preto, como resultado de hemorragia subgengival.
9
2.3.2.1 Microbiota associada à placa bacteriana
Normalmente, todo animal contém em sua boca uma flora bacteriana
(Youle, 2003). Segundo Lepine (2003), qualquer dente limpo, quando exposto à
saliva, imediatamente desenvolve uma camada de glicoproteína chamada de
película e a adição de partículas de alimento, células epiteliais desprendidas e
mucina salivar a esta película ajudam a formar a placa dentária, freqüentemente
denominada de biofilme e constituída principalmente de bactérias Gram-
positivas aeróbicas. Com a maturação da placa dentária, sua composição altera-
se, fenômeno responsável pelo desenvolvimento da doença periodontal.
Tem sido sugerido que os microrganismos presentes na placa dos seres
humanos e dos animais, responsáveis pela reação inflamatória, não invadem os
tecidos, mas elaboram substâncias que participam direta ou indiretamente da
destruição dos mesmos (Page & Schroeder, 1982).
As bactérias predominantes na placa bacteriana existente nos sulcos
gengivais são aeróbicas e Gram-positivas. A inflamação instalada e a contínua
proliferação bacteriana, podem acarretar retração ou hiperplasia gengival,
formando assim cavidades gengivais, favorecendo ainda mais o acúmulo de
bactérias e, portanto, agravando o processo (Harvey & Emily, 1993).
Com a evolução do processo ocorre degeneração do periodonto,
conjuntamente com a modificação da flora bacteriana, passando a ser anaeróbia
e, geralmente, Gram-negativa. Dependendo do grau de degeneração, pode ser
instalada uma doença periodontal (Gioso, 1994; Penman & Harley, 1993),
podendo-se chegar à perda dental (Harvey & Emily, 1993; Watson, 1994).
Harvey & Emily (1993) preconizaram que a retirada das placas e a
extração dos dentes são reconhecidamente a principal maneira de tratamento das
doenças periodontais em muitos hospitais veterinários. Entretanto, Reed (1988)
e Sarkiala & Harvey (1993) ressaltam que a retirada das placas é apenas uma
10
parte do tratamento das periodontites, não se podendo esquecer da
antibioticoterapia concomitante. A eficácia de antibióticos como amoxilina,
tetraciclina, clindamicina, metronidazol e vancomicina vem sendo pesquisada,
tendo como objetivo melhores resultados no tratamento da periodontite (Reed,
1988; Sarkiala et al., 1993b; Sarkialla & Harvey, 1993).
2.3.3 Etiologia, patogenia e sinais clínicos
De modo geral, pode-se afirmar que as causas das doenças periodontais
nos animais o muitas. As mais freqüentes são os fatores de origem bacteriana:
citotoxinas, enzimas, mecanismos imunupatológicos e a combinação destes.
Fatores locais como lesões iatrogênicas, depósitos de placa bacteriana, lesões
traumáticas, químicas e excesso de força aplicada durante a oclusão também
podem ser incriminados. Neoplasias e alterações de oclusão também contribuem
para o quadro (Barker et al., 1993)
A placa dentária começa a se depositar sobre a superfície do esmalte dos
dentes 24 a 48 horas após a remoção do rtaro e polimento dos dentes. A placa
é formada por alguns milhões de bactérias, entremeadas por uma matriz
orgânica, que constituem um depósito amarelado aderente à superfície dos
dentes e de fácil visualização. O cálculo se forma pela calcificação da placa
dentária. As primeiras formações aparecem após cerca de 15 dias (Pibot, 2003).
A placa contém centenas de espécies de bactérias, sendo algumas dezenas
passíveis de causar lesões. Se ocorrer desequilíbrio entre o hospedeiro e parasita
(a placa), ou se esta última acumula-se continuamente (falta de
remoção/escovação), principalmente no sulco gengival (entre dente e gengiva),
cria-se um ambiente favorável à proliferação e ação de determinadas bactérias
(Gioso, 1994). O meio periodontal evolui de uma flora principalmente
constituída por bactérias aeróbicas Gram-positivas para uma flora constituída
11
majoritariamente por bactérias anaeróbicas Gram-negativas mais móveis
(Harvey & Emily, 1993; Bichard & Sherding, 1998).
A placa dentária é um material mole, mas o movimento da língua, da
água potável ou da saliva não pode removê-la. Ela pode, entretanto, ser
removida por abrasão física, como ocorre durante a escovação dos dentes ou a
mastigação. A placa o removida pode finalmente se transformar em cálculo
dentário (tártaro). A formação de cálculo a partir da placa ocorre quando sais
minerais contidos na saliva, como carbonato de cálcio e fosfato de cálcio, se
precipitam e são depositados na placa. A deposição do cálcio tipicamente ocorre
dentre e entre restos bacterianos presentes na placa. O cálculo dentário é um
depósito duro que está intimamente aderido ao dente e pode ser encontrado tanto
acima da linha da gengiva, em direção coronária (supragengival), quanto abaixo,
em direção apical (subgengival). Uma vez formado, o cálculo somente pode ser
adequadamente removido mediante uma profilaxia dentária profissional (retirada
do cálculo por ultra-som com polimento em baixa rotação), como citado por
Lepine (2003).
Essa placa, que se tornou espessa e começou a sofrer precipitação de
sais, formando o cálculo dental, recebe o nome popular de "tártaro". A nova
microbiota passa a lesar a gengiva, levando a sua inflamação: edema, eritema e
sangramento. Instala-se um quadro de gengivite, que, se não eliminado pela
supressão da placa subgengival por escovação diária, progredirá para perda de
tecidos mais profundos, atingindo o osso alveolar, o ligamento periodontal e o
cemento. O quadro passa a ser de periodontite. A doença periodontal engloba a
gengivite e a periodontite (Gioso, 1994).
Os sinais clínicos da doença periodontal nos animais variam, podendo
ser brandos ou graves. Entre os sinais mais comuns estão a mobilidade dental,
retração gengival, hemorragias gengivais moderadas, bolsas periodontais,
12
corrimento nasal e fistulas oronasais. Entre os sinais menos comuns estão
hemorragias graves do sulco gengival, fraturas patológicas, úlceras de contato,
migração intranasal de dentes e osteomielite (Barker et al., 1993).
Os sinais mais comuns associados à doença periodontal são (Gioso,
1994; Lepine, 2003; Bertold, 2003):
Mau hálito (halitose);
Cálculo dentário;
Inflamação e sangramento gengival;
Anorexia e conseqüente emagrecimento (caquexia);
Salivação excessiva (Ptialismo);
Dificuldade de mastigar e triturar os alimentos;
Mobilidade e migração dos dentes;
Perda de osso alveolar e conseqüente retração gengival;
Alterações comportamentais.
O sinal mais comum da periodontite é a halitose. A fermentação causada
pelas bactérias pode, juntamente ou não com a presença de pus, causar um odor
muito forte e desagradável que será logo notado pelo proprietário. Dependendo
do estágio da doença, o animal poderá sentir dor e, com isso, deixar de se
alimentar, brincar, roer seus ossos e tornar-se apático em um canto da casa
(Youle, 2003).
O maior perigo das periodontopatias não é a perda dos dentes ou o
desenvolvimento de infecções locais. As bactérias que se encontram na boca do
animal não se restringem a esta região, mas alcançam a corrente sangüínea e
através dela são levadas para todos os órgãos do animal, podendo determinar
13
infecções graves como glomerulonefrite, endocardite, artrite, meningite e
discoespondilite (Gioso, 1994; Bertold, 2003).
Os órgãos mais afetados são coração, rins e gado, além das
articulações. Se o animal apresentar uma lesão prévia em algum destes locais, a
probabilidade de instalação das bactérias junto a eles é muito grande. Estas
bactérias causam pequenas inflamações nos capilares das vísceras que, com o
passar do tempo, geram uma grave inflamação (Youle, 2003).
Hamlim (1990), quando abordou doenças pulmonares e cardiovasculares
em caninos idosos, referiu-se ao fato de que bactérias comumente observadas
nas doenças periodontais, presentes na maioria dos animais senis, podem ser as
principais causadoras destas lesões. Apesar de este fato ainda não ter sido
provado experimentalmente, acredita-se que a incidência e gravidade destas
doenças é maior nos caninos idosos com problemas periodontais do que nos
demais com periodonto saudável.
2.3.4 Fatores predisponentes
A doença periodontal é o diagnóstico clínico mais comum em animais de
companhia (Lepine, 2003). A placa dentária, responsável pelo desenvolvimento
da doença periodontal, mineraliza-se progressivamente, podendo-se observar
depósitos de tártaro a partir dos oito a nove meses de idade, sendo que 80% dos
caninos com mais de cinco anos apresentam periodontopatia moderada à grave,
que se caracteriza pela lise óssea. Todos os indivíduos podem ser acometidos
pela doença periodontal (Harvey & Emily, 1993).
Segundo Lepine (2003), o risco pode aumentar com a idade e com a
diminuição do tamanho do animal. Cães de raças pequenas são acometidos mais
precocemente e de uma forma mais grave, especialmente em incisivos e faces
14
internas dos dentes. Normalmente, as faces externas dos dentes (vestibulares)
são mais gravemente atingidas do que as faces internas (palatinas ou linguais) e
os dentes maxilares são mais acometidos do que os mandibulares.
Embora todos os animais possam ser atingidos pela doença periodontal,
nem todos são acometidos em grau semelhante, independentemente dos fatores
predisponentes. Por exemplo, alguns indivíduos não evoluem, ou fazem-no
tardiamente, da gengivite para periodontite, enquanto outros apresentam
periodontite precoce e grave. Os fatores individuais ou genéticos relacionados
com o sistema imunitário têm uma intervenção importante. O mau
funcionamento do sistema imunológico pode permitir um desenvolvimento mais
rápido da doença periodontal (deficiência imunológica inata ou adquirida,
insuficiência renal, diabetes melito, insuficiência hepática). A persistência dos
dentes de leite e a implantação dentária criam zonas de retenção para os
detritos e para a placa dentária. A ausência de dentes numa arcada depois de
uma extração favorece o desenvolvimento de placa dentária nos dentes opostos
devido à ausência de atividade mastigatória. A ausência de uma atividade
mastigatória normal nos carnívoros domésticos tem um papel positivo no
desenvolvimento da doença periodontal. Com efeito, trabalhos realizados com
diferentes produtos que estimulam a mastigação (alimentos secos, ossos naturais
e artificiais, lamelas de colágeno) demonstraram que a sua utilização regular
limita a acumulação de placa dentária e/ou tártaro (Harvey & Emily, 1993;
Gioso, 1994).
Penmam & Harvey (1993) também descrevem como fatores
predisponentes nos animais a retenção de dentes decíduos, que favorecem o
acúmulo de alimentos e debris entre este e o seu permanente correspondente; a
má-oclusão, que leva o dente a atingir a gengiva, podendo levar à periodontite; e
a dieta pastosa, que pode aumentar a retenção de placa no dente, levando à
gengivite e à doença periodontal. Biscoitos e alimentos duros limpariam certa
15
quantidade de placa da superfície do dente. O ato de mastigar carnes e vegetais
duros também contribui para a limpeza de placa da superfície do dente e o
fortalecimento dos ligamentos periodontais.
Uma vez formado, o cálculo somente poderá ser removido mediante
procedimentos de remoção mecânica e um polimento completo, sob anestesia
geral.
2.4 Coadjuvantes
2.4.1 Alimentação x mastigação
O cálculo dentário, por ser extremamente duro devido ao seu índice
mineral (alta concentração de cálcio e fósforo na saliva que se aderem à placa),
geralmente não pode ser removido quando o animal se alimenta de produtos de
consistência dura (Animal Health Care, 2004).
O animal selvagem utiliza seus dentes para agarrar e matar suas presas
(canino), soltar os fragmentos de carne (incisivos), fracionar e triturar o alimento
(molares). O atrito repetido entre o alimento duro e os dentes permite a limpeza
das superfícies dentárias (Pibot, 2003). Portanto, a dieta natural dos carnívoros
selvagens tem um efeito antiplaca devido, principalmente, à consistência dos
alimentos ingeridos e à utilização de todos os dentes. Mas, com a domesticação
desses animais, e na tentativa de melhorar a sua alimentação, muitas vezes os
alimentos oferecidos favorecem o acúmulo de placa. Outros estudos têm
mostrado que o formato do alimento é muito mais importante no controle da
placa e da inflamação gengival do que o conteúdo nutricional da dieta em cães
(Lage et al., 1990; Watson, 1994).
Regra geral, tanto os cães como os gatos alimentados com dietas moles e
aderentes apresentam um acúmulo crescente de placa bacteriana e,
16
conseqüentemente, um quadro de gengivite e/ou periodontite mais grave do que
quando a sua dieta consiste em alimentos duros e fibrosos. A vantagem de uma
alimentação dura e fibrosa se torna real no caso de se tratar de um alimento
em pedaços volumosos que favoreça a utilização dos dentes, e uma atividade
mastigatória normal nos carnívoros domésticos também é importante para a
diminuição da formação de lculo dentário (Pennam & Harvey,1993; MÊS...,
2004).
Segundo Animal Health Care (2004), estudos demonstraram que animais
alimentados com uma dieta regular seca, quando comparado, com dieta enlatada
(úmida), sofreram redução da formação do cálculo dentário. Entretanto, o que
não é compreendido completamente é se este efeito é devido à ação abrasiva
suave da ração seca ou ao alimento enlatado aderir mais facilmente ao tecido da
placa bacteriana.
2.4.2 Higiene bucal x Coadjuvantes
É consenso no meio veterinário que a melhor estratégia para a saúde
bucal é a prevenção. A prevenção é menos dispendiosa para os clientes e mais
segura para o animal. A profilaxia dentária profissional (remoção de cálculo e
polimento), combinada com um cuidado diligente em casa, é a chave para dentes
e gengivas saudáveis (Youle, 2003). Uma vez que a doença dentária tenha
progredido além de uma ligeira gengivite, tempos de anestesia mais longos e
procedimentos mais avançados são necessários, aumentando o custo para o
cliente, o estresse e o risco para o animal (Lepine, 2003). Segundo Gioso (1994),
um novo acúmulo de cálculo normalmente ocorre entre três a seis meses após a
limpeza do cálculo dentário. Após o tratamento periodontal, esse novo acúmulo
ocorre de seis a 24 meses se não forem tomadas medidas preventivas, por isto, a
única maneira de se evitar o acúmulo de nova placa é a escovação, provada
17
cientificamente como eficaz se efetuada três vezes por semana, com sessões o
mais duradouras possíveis. Entretanto, os animais de estimação precisam ser
condicionados a tais procedimentos, exigindo paciência e persistência dos
proprietários. Em conseqüência, a maioria dos proprietários opta por utilizar
“snacks” ou tiras de couros, com o objetivo de diminuir a formação do lculo
(Animal Health Care, 2004).
Durante os últimos anos houve uma acentuada expansão da oferta de
produtos destinados a facilitar os cuidados dentários domésticos para os
proprietários e a serem mais toleráveis para os animais de estimação (Gioso,
2003). A pasta dental facilita a remoção da placa, mas com a escovação eficiente
pode-se obter os mesmos resultados sem a pasta. Existem produtos que ajudam a
controlar a placa, como enzimas de glicose oxidase e lactoperoxidase, que
possuem atividade antimicrobiana e têm sido incorporadas à pasta dental para
animais de estimação. A clorexidina e o ascorbato de zinco estão também
disponíveis na forma de géis e enxágües tópico (Lepine, 2003).
O competitivo mercado atual dispõe de um amplo leque de alimentos,
“snacks”, biscoitos e complementos nutricionais para caninos. Estes produtos
apresentam uma grande diversidade em relação à sua composição em nutrientes,
disponibilidade, digestibilidade e sabor, bem como em sua forma física, aroma e
textura (Case et al., 1998). O uso de coadjuvantes alimentares "anti-cálculos"
pode ser auxiliar na prevenção da doença periodontal (Gioso, 1994). A estratégia
padrão destes produtos para evitar o cálculo envolve o emprego de raspagem
mecânica para limpar os dentes. Isso foi basicamente alcançado modificando-se
a textura e o tamanho do grânulo da ração, o que apenas atinge os dentes
utilizados para mastigar durante o ato da mastigação. Uma nova abordagem
utiliza fontes minerais nutricionais para proporcionar benefícios dentários
(Lepine, 2003).
18
2.4.3 Fosfatos
Certos minerais, quando adicionados aos alimentos (“snacks”, biscoitos
ou até mesmo rações comerciais), podem diminuir ou retardar a formação do
cálculo. Um exemplo destes minerais são os cristais de polifosfatos, que ajudam
a prevenir a mineralização da placa em cálculo, formando uma barreira física na
superfície da primeira. Os polifosfatos podem proporcionar benefícios para toda
a cavidade bucal ao serem liberados da ração durante a mastigação e levados
para toda a região bucal. Eles proporcionam benefícios a superfícies não
envolvidas na mastigação e também naquelas de contato (como as gengivas),
além de oferecerem um benefício dentário prolongado, uma vez que os
polifosfatos permanecem dentro da placa aque o organismo os absorva como
nutrientes fosforosos. Os cães alimentados com ração revestida de polifosfatos
desenvolveram 55% menos cálculo do que animais alimentados com uma ração
não revestida (Lepine, 2003).
O hexametafosfato de sódio é um sequestrante que forma complexos
solúveis com uma variedade de produtos. Quando adicionado aos alimentos, e
com o ato da mastigação, ele é incorporado na placa dentária e forma complexos
solúveis com cálcio, os quais, então, se difundem na saliva, prevenindo, assim, a
formação de cálculo. A incorporação deste componente à ração ou “snacks” não
apresenta nenhum risco à saúde do animal. O hexametafosfato de sódio é
convertido a ortofosfato por meio de ácidos presentes no estômago, sendo então
metabolicamente assimilado de forma semelhante a outros fosfatos dietéticos
(Stookey et al., 1996).
Várias pesquisas realizadas com caninos demonstraram que o uso de
hexametafosfato de sódio acrescido a rações secas proporcionou uma redução de
cálculo que variou de 50% a 80% (Stookey et al., 1995; Animal Health Care,
2004) e, quando acrescido a “snacks” de lanche, tiveram redução de 46%
19
(Stookey et al., 1995). Um efeito preventivo similar foi mostrado também nos
gatos. Outros estudos mostraram que a mastigação regular de tiras de couro cru
ou “snacks” resultou em uma redução modesta da formação do cálculo dentário,
porém quando estes foram revestido de hexametafosfato de sódio, outra vez os
resultados mostraram uma redução significativa do cálculo (Animal..., 2004).
Stookey e colaboradores, em 1995, realizaram um experimento
utilizando quantidades equivalentes de pirofosfato de sódio e hexametafosfato
de sódio em biscoitos do tipo lanche para caninos, resultando em reduções na
formação de cálculo de 30,1% e 62,8%, respectivamente, concluindo que o
hexametafosfato de sódio é significativamente mais efetivo. Esta diferença é
provavelmente devida aos mecanismos diferentes de ação e às diferenças na
composição de cálculo em caninos quando comparados aos seres humanos. O
cálculo humano é predominantemente composto de fosfato de cálcio e o
pirofosfato solúvel que foi desenvolvido para uso em pasta de dente para seres
humanos atua como um inibidor no crescimento cristalino, o que interfere com a
precipitação de fosfato de cálcio. Em cães a porção inorgânica do cálculo é
predominantemente carbonato de cálcio, com uma pequena quantidade de
fosfato de cálcio. Considera-se que esta diferença em composição, refletindo as
concentrações altas de cálcio e carbonato, o pH alto e a baixa concentração
presente de fosfato na saliva de caninos, seja responsável pela habilidade do
hexametafosfato de sódio em isolar cálcio, formando complexos solúveis que
são digeridos subseqüentemente, explicando a maior efetividade desta
combinação na redução e formação de cálculo em caninos.
Younes (2004) citou que um estudo publicado pelo Dr. H. Liu, de Ohio,
EUA, na revista Journal of Clinical Dentistry, avaliou a eficácia de um novo tipo
de pasta contendo hexametafosfato de sódio, uma substância para limpeza de
dentes com propriedades antiplaca e anticárie. Neste estudo comparou-se o
efeito dessa substância com duas pastas de dentes com flúor rotineiramente
20
utilizadas pela população em geral. Após seis meses de uso, o grupo que recebeu
o hexametafosfato apresentou uma quantidade significativamente inferior de
placas nos dentes em relação aos outros dois grupos, sem efeitos colaterais mais
importantes. A capacidade de remover mancha nos dentes, tornando-os mais
brancos, foi também superior. Os pesquisadores consideraram esse novo agente
um avanço importante na prevenção de doenças dentárias.
A prevenção e a remoção de manchas extrínsecas das superfícies do
dente podem ser realizadas pelo processo mecânico (abrasivos) ou pela ação
química (quelação ou oxidação). Resultados obtidos através de estudos
demonstraram que as pastas dentais que continham o hexametafosfato de sódio
em sua concentração mostraram ser significativamente superiores quimicamente
em impedir o aparecimento de manchas extrínsecas. O hexametafosfato de
sódio, um quelato químico, remove as manchas por ablação da película e impede
a aquisição das manchas, aderindo às superfícies do dente. Fornece também o
benefício adicional do controle do cálculo dentário (Suszcynsky-Meister et al.,
2004).
21
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local e duração dos trabalhos
O experimento foi realizado na cidade de Três Corações, localizada no
sul de Minas Gerais, região sudeste do Brasil, com as seguintes coordenadas
geográficas: latitude 21º42´00´´S e longitude 45º15´30´´W.Gr. A umidade
relativa média do ar é de 76,6%. A cidade possui clima mesotérmico e seu ponto
culminante possui cerca de 1.200m de altitude (Aondefica, 2004).
O período de execução foi de 33 dias, compreendendo uma fase de
adaptação dos animais (12 dias) e uma fase experimental (21 dias), entre 28 de
julho e 29 de agosto de 2003.
3.2 Instalações
Foram utilizadas as instalações da estação experimental da empresa
Total Alimentos S.A. Cada animal foi acondicionado em canil individual com
área média de 3,5 m
2
, com piso de cimento liso e com solário.
Os comedouros utilizados foram bacias de alumínio fixadas na porta dos
canis a uma altura média de 30cm do solo. Os bebedouros utilizados foram do
tipo “nipple”, fixados na parede do fundo do canil a uma altura média de 50cm.
3.3 Animais utilizados
Utilizaram-se 16 cães da raça Foxhound Americano (Figura 2), de
ambos os sexos, não castrados, com idade média de cinco anos e peso médio de
35 +/- 1,65 quilos. Os cães apresentaram-se saudáveis à avaliação clínica. Na
22
estação experimental, todos os animais são desverminados quatro vezes ao ano e
vacinados contra raiva e demais doenças (adenovírose-2, cinomose,
coronavirose, hepatite, leptospiroses, parainfluenza, parvovirose) anualmente.
FIGURA 2 – Animais utilizados no experimento.
Os animais foram distribuídos inteiramente ao acaso em quatro
tratamentos com quatro repetições.
3.4 Dietas experimentais
Os tratamentos oferecidos foram: no tratamento 1 não foi oferecido
nenhum coadjuvante (controle); no tratamento 2 foi oferecido coadjuvante
apenas com ação mecânica (coadjuvante 1); no tratamento 3 foi oferecido um
coadjuvante que continha, em sua formulação, tripolifosfato de dio
23
(coadjuvante 2); e no tratamento 4 foi fornecido um coadjuvante que continha
hexametafosfato de sódio na sua fórmula (coadjuvante 3) (Figura 3). Todos os
coadjuvantes foram utilizados nas quantidades recomendadas pelo fabricante, de
acordo com o peso médio do animal.
O objetivo do experimento foi avaliar os coadjuvantes, por isso a ração
seca utilizada foi a mesma para todos os experimentos.
FIGURA 3 – Coadjuvantes experimentais: 3, 2 e 4 respectivamente
Os níveis de garantia e a composição básica das rações e dos
coadjuvantes utilizados no experimento encontram-se nas Tabelas 1 e 2
24
TABELA 1 – Níveis de garantia e composição básica da ração seca fornecida
Níveis de garantia Porcentagem (%)
Umidade 12,0 (max)
Proteína bruta 21,0 (mín)
Extrato etéreo 8,0 (mín)
Matéria fibrosa 5,0 (max)
Matéria mineral 9,0 (max)
Cálcio 1,6 (max)
Fósforo 1,0 (mín)
Composição Básica
Farelo de glúten de milho-60, farelo de soja, farinha de carne, farinha de
vísceras, fosfato bicálcico, semente de linhaça, levedura seca de cana-de-açúcar,
milho integral moído, quirela de arroz, carnes. Cloreto de sódio (sal comum),
gordura animal estabilizada, premix mineral vitamínico e extrato de alho.
25
TABELA 2 Níveis de garantia e composição básica dos coadjuvantes
fornecidos
Níveis de
garantia
Coadjuvante 1
(%)
Coadjuvante 2
(%)
Coadjuvante 3
(%)
Umidade 10,0(max) 18,0 (max) 24,0 (max)
Proteína bruta 10,0 (min) 10,0 (min) 19,0 (min)
Extrato etéreo 5,5 (mín) 2,0 (min) 7,0 (min)
Matéria fibrosa 4,0(max) 4,0 (max) 1,0 (max)
Matéria mineral 7,0 (max) 8,0 (max) 8,0 (max)
Cálcio 1,5 (max) 2,5 (max) 2,8 (max)
Fósforo 0,1 (mín) 0,1 (min) 0,8 (min)
Composição básica
Coadjuvante 1: Farinha de carne, milho integral moído, arroz integral, farinha
de carne de frango, leite integral em pó, corante, gordura animal estabilizada,
óleo vegetal, cloreto de sódio, carbonato de cálcio, vitaminas A, B1 ,B2, B3, B5,
B6,B12, D3, E, ácido fólico, iodato de cálcio, colina, sulfato de cobre.
Coadjuvante 2: Arroz, farinha de arroz, farelo de trigo, caseinato de sódio, óleo
vegetal, cloreto de sódio (sal comum), sorbato de potásio, tripolifosfato de sódio,
vitaminas A, E, D3, B1, B2, B6, B12, ácido pantotênico, niacina, ácido fólico,
iodato de cálcio, carbonato de cálcio, colina, sulfato de cobre.
Coadjuvante 3: Milho integral moído, quirera de arroz, carne bovina, farinha de
carne, farelo de soja, farelo de glúten de milho-60, gordura animal estabilizada,
levedura seca de cervejaria, cloreto de sódio, fosfato bicálcico, semente de
linhaça, premix vitamínico e mineral, hexametafosfato de sódio, óleo de menta,
óleo de eucalipto, celulose em pó, propilenoglicol, ácido fólico, ácido linolênico,
ácido pantotênico, antioxidante, colina, cobre, iodo, potássio, vitaminas A, B1,
B2, B6, B12, D3, E, H, K, PP, zinco e niacina
26
3.5 Alimentação dos animais
No dia 28 de julho de 2003 iniciou-se o período de adaptação dos
animais aos tratamentos e coadjuvantes experimentais. A ração foi oferecida
uma vez ao dia, por volta da 12:30hs (procedimento padrão para todos os
animais da estação experimental). Os coadjuvantes foram oferecidos após duas
horas da ração seca.
A quantidade de ração foi controlada e calculada de acordo com as
necessidades energéticas de cada animal, determinadas por meio da equação de
predição de Heusner (1982) citada no NRC (1985), acrescida de 10%.
Equação de Heusner:
Requisitos de EM p/ manutenção = Kcal de energia metabolizável = 139 PV
0,67
Em que:
EM: energia metabolizável;
Kcal: quilocalorias;
PV: peso vivo.
O período total de adaptação à dieta foi de sete dias. Além das dietas
experimentais, os cães receberam água fresca à vontade.
3.6 Metodologia experimental
Após o período de adaptação à dieta foi realizada extração de cálculo
dentário no dia anterior ao início do experimento. O experimento teve uma
27
duração de 21 dias e, ao final, foi realizada a medição do acúmulo da placa
bacteriana formada.
3.6.1 Preparação
Os animais escolhidos para o experimento nunca foram submetidos a
nenhum tipo de procedimento odontológico. Todos eles foram submetidos a um
exame clínico geral para detectar algum problema que pudesse interferir com o
experimento (incluindo o exame da cavidade bucal) e sujeitos a um jejum sólido
de 24 horas e hídrico de 12 horas;
3.6.2 Ambulatório veterinário
Os animais devidamente preparados foram encaminhados ao
ambulatório veterinário. Esta sala foi construída para tal procedimento (Figura
4) e equipada com aparelhagem, para alguma eventual emergência durante os
procedimentos, como ambú, estimulante cardiorrespiratório, estetoscópio e
material para infusão venosa, bem como toda a aparelhagem necessária para a
remoção do cálculo dentário: aparelho de ultra-som com jato de bicarbonato,
equipo odontoveterinário com canetas de alta e baixa rotação, curetas, extratores
e abre-boca.
28
FIGURA 4 - Ambulatório utilizado nos procedimentos
3.6.3 Protocolo Anestésico
Os animais foram submetidos ao seguinte protocolo anestésico:
Medicações pré-anestésicas (MPA):
Sulfato de atropina por via subcutânea (SC) (0,044mg/kg);
Xilazina por via intramuscular (IM)(1mg/kg).
Medicação anestésica:
Tiopental sódico por via intravenosa (IV) (12,5mg/kg)
29
3.6.4 Extração de Cálculo Dentário
Devidamente anestesiados (Figuras 5 e 6), os animais foram submetidos
à extração do cálculo dentário não sem antes realizar as medidas do pH bucal,
com o auxílio de fita indicadora de pH em contato com a saliva do animal, e do
sulco gengival de cada dente individualmente, por meio de sonda periodontal
graduada introduzida delicadamente no sulco gengival paralelamente ao dente,
até a sua profundidade máxima, junto à aderência da gengiva ao dente.
FIGURA 5 - Animal anestesiado
30
FIGURA 6 - Procedimento de extração de cálculo
A remoção do cálculo dentário foi realizada seguindo sempre a mesma
metodologia (Figura 7). Os cálculos que se encontravam acima da linha da
gengiva (cálculo supragengival) foram removidos com o auxílio do aparelho de
ultra-som por ser este o procedimento mais rápido, tendo o cuidado de não
permanecer por mais de 20 segundos sobre cada dente, para evitar lesões do
complexo polpa-dentina. Posteriormente procedeu-se a uma limpeza mais
detalhada com as curetas e extratores de tártaro.
O cálculo subgengival (sob a gengiva) é o de maior importância, pois é o
responsável por desencadear todo o processo periodontal. Para remoção deste
cálculo foram utilizadas curetas de Gracey n
os
12 e 13, tomando-se o cuidado de
não causar injúrias à gengiva.
Após a extração do cálculo (Figura 8) foi aplicado um jato de
bicarbonato de sódio e realizado polimento da superfície dentária, usando pasta
31
profilática com taça de borracha em baixa rotação, com cuidado de não produzir
calor excessivo que pode provocar necrose pulpar.
Ao final da remoção foi feita uma lavagem com clorexidina a 0,12%.
Durante todo o procedimento e até a recuperação total, todos os parâmetros
vitais dos animais foram monitorados.
Foi instituída antibioticoterapia pós-remoção do cálculo por quatro dias,
para o qual foi utilizado Stomorgyl
®
(75.000UI/kg de espiramicina e 12,5mg/kg
de metronidazol).
3.6.5 Medição da placa bacteriana
Após 21 dias da extração e remoção do cálculo dentário, os animais
foram submetidos novamente ao mesmo protocolo anestésico e foi realizada a
medição da placa bacteriana formada.
A visualização da placa bacteriana foi feita por meio de uso de fucsina,
um corante líquido de cor rosa aplicado sobre cada superfície do dente a ser
medido. Após 30 segundos, o excesso do produto foi retirado com água para a
realização da leitura.
Por meio de odontogramas e fotos, foi avaliada a quantidade de placa
formada (Figura 9).
32
FIGURA 7 - Antes de extração do cálculo
FIGURA 8 - Depois da extração de cálculo dentário
FIGURA 9 - Medição da placa bacteriana (uso do corante)
33
3.7 Parâmetros avaliados
3.7.1 Avaliação da superfície
A
avaliação da superfície do dente coberta com a placa bacteriana foi
medida de acordo com os seguintes índices:
0 = nenhuma placa observável;
1 = placa que cobre menos que 10% da superfície do dente;
2 = entre 10% e 33% de cobertura da superfície do dente;
3 = entre 33% e 66% de cobertura da superfície do dente;
4 = mais de 66% de cobertura da superfície do dente.
3.7.2 Avaliação da espessura
A espessura do depósito de placa bacteriana de cada dente foi avaliada
de acordo com os seguintes índices:
1 = grau leve de acometimento;
2 = grau moderado de acometimento;
3 = grau acentuado de acometimento.
3.7.3 Dentes avaliados
Foram avaliadas clinicamente para a presença da placa bacteriana as
superfícies vestibulares dos seguintes dentes unilaterais (hemiarcada direita):
Maxilar: C, P2, P3, P4, M1;
Mandibular: C, P2, P3, P4, M1.
34
Em que:
C: dente canino;
P2: segundo dente pré-molar;
P3: terceiro dente pré-molar;
P4: quarto dente pré-molar;
M1: primeiro molar.
Técnica modificada de Stookey (1996).
3.8 Metodologia de cálculos
A contagem numérica para cada tratamento foi obtida pela somatória dos
índices de cobertura da placa bacteriana de cada dente das repetições e o total
divido pelo número de repetições, obtendo para cada dente de cada tratamento,
um único valor. O mesmo procedimento foi feito para a espessura, osulco
dentário e o pH.
Equação utilizada no cálculo da placa bacteriana formada:
Somatório (índices de cada dente)
QPB =
4
QPB= quantidade de placa bacteriana.
35
3.8.1 Parâmetros analisados
Foram analisados:
QPB por dente por tratamento;
pH;
Profundidade do sulco gengival.
3.9 Análises estatísticas
As variáveis experimentais foram analisadas segundo o pacote “SISVAR
for Windows” versão 4.6 (Furtado, 2003); a verificação de diferença
significativa entre as variáveis, pelo teste F; e a classificação das médias, pelo
teste de Scott-Knott.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado
(DIC) com quatro tratamentos (t) e quatro repetições (r), sendo utilizados 16
animais.
Y
ij
= µ + t
i
+ e
i j
,
em que:
Y
ij
= valor observado referente à repetição j dos tratamentos i;
µ = constante associada a todas observações;
t
i
= efeito do tratamento i, com i = 1,2,3,4;
e
i j
= erro experimental associado a cada observação Y
i j
com j = 1,2,3,4;
Cada repetição (parcela) experimental foi constituída de um animal.
36
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Cobertura, espessura e cobertura x espessura das placas bacterianas nos
dentes maxilares
Nas Tabelas 3, 4 e 5 estão descritos os índices médios da medição da
cobertura, espessura e cobertura x espessura da placa bacteriana maxilar,
respectivamente. Os índices médios de cobertura da placa bacteriana não
apresentaram diferença significativa (P>0,05) entre os tratamentos para nenhum
dente pelo teste F. Os resultados da medição da espessura o apresentaram
diferença significativa entre os tratamentos para os dentes canino (P=0,3), pré-
molar 2 (P=0,09) e molar (P=0,38); porém, para os dentes pré-molar 3 (P=0,00)
e pré-molar 4 (P=0,001) verificou-se diferença significativa entre os tratamentos.
Os tratamentos que 3 e 4, que usaram coadjuvantes com tripolifosfato de sódio e
hexametafosfato de sódio, respectivamente, foram iguais entre si (P>0,05) mas
superiores estatisticamente (P<0,05) aos tratamentos 1 e 2, que foram os que não
utilizaram nenhum coadjuvante e os que usaram coadjuvante apenas de ação
mecânica, respectivamente, os quais, por sua vez, não apresentaram diferenças
estatísticas entre si. Comportamento idêntico foi observado também para
cobertura x espessura, para as quais os tratamentos que utilizaram os
coadjuvantes 2 (com tripolifosfato de sódio) e o coadjuvante 3 (com
hexametafosfato de dio) foram superiores estatisticamente (P=0,01) aos
tratamentos controle e ao que utilizou o coadjuvante 1 (apenas de ação
mecânica)
37
TABELA 3 - Índices médios relativos à medição de cobertura da placa
bacteriana dos dentes maxilares em cães submetidos a
diferentes tratamentos.
Tratamentos Canino Pré-molar 2 Pré-molar 3 Pré-molar 4 Molar
1 0,75 2,75 3,00 4,00 3,50
2 0,25 2,75 3,50 4,00 4,00
3 0,25 2,00 2,50 3,75 3,50
4 0,75 2,50 3,25 4,00 3,75
CV 100 63,77 30,91 6,35 17,06
Médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste de Scott-Knott
(P<0,05).
TABELA 4 - Índices médios relativos à medição da espessura da placa
bacteriana dos dentes maxilares em cães submetidos a
diferentes tratamentos.
Tratamentos Canino Pré-molar 2 Pré-molar 3 Pré-molar 4 Molar
1 1,00 1,00 2,00 b 3,00 b 2,25
2 0,50 1,50 2,00 b 2,75 b 2,50
3 0,25 1,00 1,00 a 2,00 a 1,75
4 1,25 0,75 1,00 a 2,00 a 2,00
CV 112,22 35,94 0,17 10,26 28,82
Médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste de Scott-Knott
(P<0,05).
38
TABELA 5 - Índices médios relativos à medição da cobertura x espessura da
placa bacteriana dos dentes maxilares em cães submetidos a
diferentes tratamentos.
Tratamentos Cobertura x espessura
1
5,95 b
2
6,65 b
3
3,70 a
4
4,50 a
CV 15,76
Médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste de
Scott-Knott (P<0,05).
As diferenças significativas encontradas nos dentes pré-molar 3, pré-
molar 4 e para a cobertura x espessura, com superioridade para os tratamentos
com tripolifosfato de sódio e hexametafosfato de sódio, permitem inferir que os
coadjuvantes destes tratamentos, além da atividade mecânica na mastigação,
apresentam também atividade química dos fosfatos de sódio, o que
provavelmente foi responsável pela sua melhor eficiência, como proposto por
Lepine (2002), que afirmou que os cristais de polifosfatos ajudam a prevenir a
mineralização da placa em cálculo, formando uma barreira física na superfície
da mesma. Aliados a estes efeitos, os polifosfatos também podem proporcionar
benefícios para toda a boca ao serem liberados dos coadjuvantes durante a
mastigação e levados para toda a cavidade bucal.
O baixo desempenho do coadjuvante que apresenta apenas ação
mecânica (tratamento 2) se deve, provavelmente, ao fato de que este agiu nos
dentes onde houve contato (e se houve este contato). A abrasão mecânica
proveniente de rações duras e produtos de mastigação como os biscoitos e
39
“snacks” somente promoverá atrito nos pontos em que o alimento entra
efetivamente em contato com a superfície do dente. Os dados encontrados neste
experimento confirmam que resultados uniformes com coadjuvantes de ação
mecânica não serão obtidos em todos os dentes e podem particularmente não
trazer benefícios para animais com má-oclusão. Além disso, a ão abrasiva
física pode ocorrer apenas enquanto o animal está efetivamente mastigando o
produto. Não qualquer efeito continuado sobre o dente quando o produto é
deglutido, entre as refeições e entre as etapas de mastigação. A eficácia também
será diminuída em es que tendem a deglutir com pouca ou nenhuma ação de
mastigação (Lepine, 2002). Stookey et al. (1996) afirmam que o
hexametafosfato de sódio reduz a formação do cálculo dentário, isolando o
cálcio ou formando complexo com o mesmo dentro da placa bacteriana.
Complexado ao cálcio, o hexametafosfato de sódio difunde-se junto à saliva.
A maior freqüência de formação de tártaro ocorre nos dentes pré-molares
4 superiores (conhecido vulgarmente como “carniceiro”) e nos dentes vizinhos,
pois próximos a eles desembocam os ductos das glândulas parótida e zigomática
(Gioso, 2003). Isto justificaria o fato de os dentes pré-molar 3 e 4 apresentarem
significância.
Experimentos realizados por Stookey et al. (1996) demonstraram que a
utilização do hexametafosfato de sódio reduziu em 62,8% a formação do cálculo
dentário quando comparado com a utilização de biscoitos convencionais, o que
vem a confirmar os resultados obtidos neste trabalho. A conclusão mais
importante dos estudos realizados até o momento é de que os biscoitos
convencionais não possuem efeito benéfico significativo na limpeza dos dentes
de caninos.
40
4.2 Cobertura, espessura e cobertura x espessura da placa bacteriana nos
dentes mandibulares
Os índices médios de medição da cobertura, espessura e cobertura x
espessura mandibular da placa bacteriana encontram-se nas Tabelas 6, 7 e 8,
respectivamente. Não ocorreu diferença significativa (P>0,05) entre os
tratamentos aplicados para nenhum dente pelo teste F quando avaliada a
cobertura mandibular da placa bacteriana. Os resultados da medição da
espessura da placa bacteriana também não apresentaram diferença significativa
(P>0,05) entre os tratamentos para nenhum dos dentes avaliados.
Para a presença da placa bacteriana dos dentes da arcada inferior
(mandíbula) os tratamentos 3 e 4, que utilizaram coadjuvantes com tripolifosfato
de sódio e hexametafosfato de sódio, respectivamente, mostraram-se superiores
(P= 0,01) aos tratamentos 1 e 2 (controle e com uso de coadjuvante de ação
mecânica respectivamente) quando analisado o parâmetro cobertura x espessura.
Para as variáveis individualmente não foram observadas diferenças significativas
(P>0,05).
41
TABELA 6 - Índices médios relativos à medição da cobertura da placa
bacteriana dos dentes mandibulares em cães submetidos a
diferentes tratamentos.
Tratamento Canino Pré-molar 2 Pré-molar 3 Pré-molar 4 Molar
1
2,25 3,50 3,75 3,50 4,00
2
1,00 3,50 4,00 4,00 3,75
3
0,50 3,25 2,75 3,25 4,00
4
1,50 3,75 4,00 2,50 3,50
CV 72,11 19,34 21,81 25,78 14,66
Médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste de
Scott-Knott (P<0,05).
TABELA 7 - Índices médios relativos à medição da espessura da placa
bacteriana dos dentes mandibulares em cães submetidos a
diferentes tratamentos.
Tratamentos Canino Pré-molar 2
Pré-molar 3
Pré-molar 4
Molar
1
1,00 1,50 1,75 2,00 2,75
2
1,00 1,25 1,75 1,75 2,75
3
0,50 1,00 1,25 1,50 2,50
4
1,75 1,00 1,25 1,50 2,25
CV 52,61 32,16 33,33 37,28 20,31
Médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste de
Scott-Knott (P<0,05).
42
TABELA 8 - Índices médios relativos à medição da cobertura x espessura da
placa bacteriana dos dentes mandibulares em cães submetidos a
diferentes tratamentos.
Tratamentos Cobertura x espessura
1
6,45 b
2
6,10 b
3
4,50 a
4
4,70 a
CV 18,75
Médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste de
Scott-Knott (P<0,05).
Não ocorreu diferença significativa (P>0,05) entre os tratamentos
aplicados para nenhum dente pelo teste F, quando avaliado a cobertura
mandibular da placa bacteriana. Os resultados da medição da espessura da placa
bacteriana também não apresentaram diferença significativa (P>0,05) entre os
tratamentos para nenhum dos dentes avaliados.
Para a presença da placa bacteriana dos dentes da arcada inferior
(mandíbula), os tratamentos 3 e 4, que utilizaram coadjuvantes com
tripolifosfato de sódio e hexametafosfato de sódio, respectivamente mostraram-
se superiores (P= 0,01) aos tratamentos 1 e 2 (controle e com uso de coadjuvante
de ação mecânica respectivamente) quando analisado o parâmetro cobertura x
espessura. Para as variáveis individualmente não foram observadas diferenças
significativas (P>0,05).
43
4.7 Sulco gengival e pH
Nas Tabelas 9, 10 e 11 encontram-se os índices médios do sulco
gengival maxilar, sulco gengival mandibular e pH, respectivamente. As medidas
dos sulcos gengival e pH não apresentaram diferença significativa entre os
tratamentos para nenhum dente (P>0,05) pelo teste F.
TABELA 9 - Índices médios relativos à medição de sulco gengival dos dentes
maxilares em cães submetidos a diferentes tratamentos
Tratamentos Canino
Pré-molar 2
Pré-molar 3
Pré-molar 4
Molar
1
2,50 1,75 1,75 1,50 1,50
2
2,00 1,75 1,50 1,75 1,50
3
2,50 1,25 1,25 1,50 1,00
4
2,50 1,50 1,50 1,75 1,25
CV 27,18 56,19 36,00 41,66 47,94
Médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste de
Scott-Knott (P<0,05).
TABELA 10 - Índices médios relativos à medição do sulco gengival dos dentes
mandibulares em cães submetidos a diferentes tratamentos
Tratamentos
Canino Pré-molar 2
Pré-molar 3 Pré-molar 4
Molar
1
2,75 1,00 1,00 1,00 1,25
2
2,50 1,00 1,00 1,00 1,00
3
2,25 1,25 1,00 1,00 1,25
4
2,50 1,00 1,00 1,00 1,25
CV 27,08 23,53 0,00 0,00 36,46
Médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste de
Scott-Knott (P<0,05).
44
TABELA 11 - Valores médios relativos à medição de pH da boca de es
submetidos a diferentes tratamentos
Tratamentos pH
1
8,5
2
8,5
3
8,0
4
8,0
CV 4,95
Médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste de
Scott-Knott (P<0,05).
A medição da profundidade do sulco gengival e dos valores de pH não
apresentou significância estatística (P>0,05), ou seja, não houve diferença entre
os tratamentos.
A extensão da lesão periodontal pode ser medida pela utilização da
sonda periodontal milimetrada. Neste experimento foram encontrados valores
médios do sulco gengival em torno de 1,0 a 2,0mm para todos os dentes
analizados, com exceção do canino, que apresentou uma média de 2,5 mm. A
profundidade normal nos caninos está em torno de 1 a 2mm. Valores acima
deste parâmetro implicam em periodontite, com formação de bolsa. É comum o
aparecimento de bolsas com 5 a 7mm, ás vezes, em casos mais graves (Gioso,
2003). Em relação ao pH bucal, não houve variação significativa nos valores
médios encontrados, com dados médios variando de 8,0 a 8,5. A literatura
atribui a formação do cálculo dentário em caninos aos altos valores encontrados
no pH bucal. A saliva do canino é menos ácida que a do ser humano. O pH da
saliva daquele animal é de aproximadamente 9, como demonstrado nos dados
deste trabalho, enquanto na espécie humana o pH da saliva está normalmente
45
compreendido entre 6,5 e 7,5. Este pH elevado irá prevenir a formação de cáries
nos caninos, mas favorecerá a precipitação de fosfatos de cálcio, com possível
formação de tártaro (Pibot, 2003).
Não foi observada nenhuma formação de rie nos animais trabalhados,
porém houve presença de cálculo dentário em todos os cães, em diferentes
extensões.
4.8 Relação custo-benefício
Em relação aos custos podemos afirmar que, de acordo com os valores
apresentados na Tabela 12, é mais oneroso para o proprietário e mais estressante
e arriscado para animal ser submetido à extração de cálculo dentário que utilizar
os coadjuvantes como forma de prevenção e retardo da formação.
Segundo Pibot (2003), a placa bacteriana começa a se depositar sobre a
superfície dos dentes 24 a 48 horas após a remoção do cálculo dentário e a
calcificação ocorre após cerca de 15 dias. Um novo acúmulo do cálculo ocorrerá
normalmente entre três a seis meses (Gioso, 2003).
Seria imprudente submeter o animal a limpezas trimestrais ou até
semestrais tendo em vista o risco cirúrgico e o comprometimento sistêmico
pelos fármacos utilizados nestes procedimentos. O proprietário deve então ser
informado sobre a evolução da doença periodontal e das maneiras de prevenção.
As escovações dentais de no mínimo três vezes por semana são eficazes, porém
nem todo animal é tolerante e nem todo proprietário tem disponibilidade para tal
procedimento. Produtos lançados no mercado a partir da década de 1990, que
possuem em sua formulação substâncias capazes de inibir a formação da placa
bacteriana, são de grande utilidade na prevenção do acúmulo da placa e cálculo.
46
Tais produtos são mais acessíveis financeiramente quando comparados à
remoção do cálculo dentário.
TABELA 12 - Valores médios relativos aos custos de extração de cálculo
dentário, tratamento periodontal e uso de coadjuvantes em seis
meses (em reais).
Peso do
animal
Custo extração
cálculo dentário
a
Custo tratamento
periodontal
b
Custo prevenção
c
(uso de
coadjuvantes diário)
1-10 kg 150,00 300,00 72,00
10 - 20 kg 200,00 400,00 108,00
Mais de 20 kg 250,00 500,00 144,00
a - normalmente feito a cada 6 meses (valor referência tabela da Associação de médicos
Veterinários de Varginha e Região do Sul de Minas).
b - realizados em casos mais avançados (doença periodontal) (valor referência tabela da
Associação de médicos Veterinários de Varginha e Região do Sul de Minas e Gioso, 2003).
c - custo semestral (valor médio referência dos Pet Shops de Varginha - MG).
OBS: Pesquisa de custo realizada no segundo semestre de 2003.
47
6 CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos neste trabalho, no qual foi observada
uma notória superioridade dos tratamentos que utilizaram coadjuvantes com
tripolifosfato de sódio (tratamento 3) e com hexametafosfato de sódio
(tratamento 4) sobre os tratamentos controle (tratamento1) e o que utilizou
coadjuvante apenas com ação mecânica (tratamento 2), pode-se concluir que os
biscoitos somente com ação mecânica não se mostraram efetivos em retardar o
aparecimento da placa bacteriana, não sendo recomendados como forma de
prevenção das mesmas. Por sua vez, os coadjuvantes bucais contendo
polifosfatos, quer sob a forma de tripolifosfato ou hexametafosto de sódio,
apresentaram uma ação efetiva e significativa na diminuição da formação do
cálculo dentário, sendo recomendados como uma forma alternativa à escovação.
48
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Manole, 1996. Cap. 30, p. 220-224
REED, J. A. A Review of the exoerimental use of anti microbial agents in the
treatment of periodontites and gingivitis in the dog. Canadian Veterinary
Journal, Ottawa, v. 29, n. 8, p. 705-708, Aug. 1988.
SARKIALA, E. M. et al. The efficacy of tinidazole in naturally occuring
periodontitis in dogs: bacteriological and clinical results. Veterinary
Microbiology, Amsterdam, v. 36, n. 3/4, p. 273-288, Sept. 1993.
SARKIALA, E. M.; HARVEY,C. Systemic Antimicrobials in the Treatment of
Periodontitis in dogs. Seminare Veterinary Sugery small animal, Shaunburgh,
v. 8, n. 3, p. 197-203, 1993.
STOOKEY, G. K.; WARRING, J. M.; MILLER L. L. Sodium
hexametaphosphate reduces calculus formation in dogs. American Journal
Veterinary Research, Shaunburg, v. 56, n.
7, p. 913-918, July 1995.
STOOKEY, G. K.; WARRING, J. M.; MILLER L. L.; KATZ, B. K.
Hexametaphosphate- coated Snacks Biscuits Significantly reduces calculus
formation in dogs. Journal Veterinary Dental, Alexandria, v. 13, n. 1, p. 27-
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SUZUKI, J. B. Diagnosis and classification of the Periodontal disease. Dental
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SUSZCYNSKY-MEISTER, E. M.; MAHONY, L. A.; BAIG, A. A.; BAKER,
R. A.; KOZAK, K. M.; WHITE, D. J. Comparative prevention of dental stain
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<www.dentalcare.com/soap/journals>. Acesso em: 02 maio 2004.
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52
YOUNES, R. N. Higiene bucal e dentes brancos. Disponível em:
<http://cartacapital.terra.com. br/site/antigo/174/saude.htm>. Acesso em: 02
maio 2004.
YOULE, G. Periodontopatias ou doença causada pelo tártaro em cães.
Disponível em: http//mazuripurinamill.com/dentaguard.htm>. Acesso em: 10
mar. 2003.
53
ANEXO
ANEXO A
Pág.
TABELA 1A -
Análise de Variância ........................................................
56
TABELA 2A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
cobertura maxilar dos dentes C (canino) ..........................
56
TABELAS 3A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
cobertura maxilar dos dentes P2 (pré-molar 2) ................
56
TABELAS 4A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
cobertura maxilar dos dentes P3 (pré-molar 3) ................
57
TABELAS 5A -
Análise de variância e coeficiente de v
ariação para
cobertura maxilar dos dentes P4 (pré-molar 4) ................
57
TABELAS 6A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
cobertura maxilar dos dentes M (molar) ..........................
57
TABELAS 7A -
Análise de variâ
ncia e coeficiente de variação para
espessura maxilar dos dentes C (canino) ..........................
58
TABELAS 8A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
espessura maxilar dos dentes P2 (pré-molar 2) ................
58
TABELAS 9A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
espessura maxilar dos dentes P3 (pré-molar 3) ................
58
TABELAS 10A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
espessura maxilar dos dentes P4 (pré-molar 4) ................
59
TABELAS 11A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
espessura maxilar dos dentes M (molar) ..........................
59
54
TABELAS 12A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
espessura maxilar dos dentes ESP X
COB (espessura x
cobertura) ..........................................................................
59
TABELAS 13A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
cobertura mandibular dos dentes C (canino) ....................
60
TABELAS 14A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
cobertura mandibular dos dentes P2 (pré-molar 2) ..........
60
TABELAS 15A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
cobertura mandibular dos dentes P3 (pré- molar 3) .........
60
TABELAS 16A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
cobertura mandibular dos dentes P4 (pré-molar 4) ..........
61
TABELAS 17A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
cobertura mandibular dos dentes M (molar) ....................
61
TABELAS 18A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
espessura mandibular dos dentes C (canino) ....................
61
TABELAS 19A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
espessura mandibular dos dentes P2 (pré-molar 2) ..........
62
TABELAS 20A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
espessura mandibular dos dentes P3 (pré-molar 3) ..........
62
TABELAS 21A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
espessura mandibular dos dentes P4 (pré-molar 4) ..........
62
TABELAS 22A -
Análise de variância e coeficiente de variação para
espessura mandibular dos dentes M (molar) ....................
63
TABELAS 23A -
Análise de variância e coeficiente de va
riação para
espessura mandibular dos dentes
ESP X COB (espessura
x cobertura) .......................................................................
63
55
TABELAS 24A -
Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
maxilar dos dentes C (canino) ..........................................
63
TABELAS 25A -
Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
maxilar dos dentes P2 (pré- molar 2) ...............................
64
TABELAS 26A -
Análise de variância e coeficiente d
e variação de sulcos
maxilar dos dentes P3 (pré-molar 3) ................................
64
TABELAS 27A -
Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
maxilar dos dentes P4 (pré-molar 4) ................................
64
TABELAS 28A -
Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
maxilar dos dentes M (molar) ...........................................
65
TABELA 29A -
Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
mandibular dos dentes C (canino) ....................................
65
TABELA 30A -
Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
mandibular dos dentes P2 (pré-molar 2) ..........................
65
TABELA 31A -
Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
mandibular dos dentes P3 (pré-molar 3) ..........................
66
TABELA 32A -
Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
mandibular dos dentes P4 (pré- molar 4) .........................
66
TABELA 33A -
Análise de variância
e coeficiente de variação de sulcos
mandibular dos dentes M (molar) .....................................
66
TABELAS 34A -
Análise de variância e coeficiente de variação de pH dos
dentes C, P2, P3, P4 e M respectivamente .......................
67
56
TABELA 1A - Análise de Variância
Fontes de Variação Graus de Liberdade
Tratamento (t – 1) 3
Resíduo t (r – 1) 12
Total (rt – 1) 15
TABELAS 2A - Análise de variância e coeficiente de variação para cobertura
maxilar dos dentes C (canino)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 1,000000 0,333333 1,333 0,3095
Resíduo 12 3,000000 0,250000
Total 15 4,000000
CV (%) 100,0
TABELAS 3A - Análise de variância e coeficiente de variação para cobertura
maxilar dos dentes P2 (pré-molar 2)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 1,50000 0,500000 0,197 0,8967
Resíduo 12 30,50000 2,541667
Total 15 32,00000
CV (%) 63,77
57
TABELAS 4A - Análise de variância e coeficiente de variação para cobertura
maxilar dos dentes P3 (pré-molar 3)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 2,187500 0,729167 0,814 0,5105
Resíduo 12 10,750000 0,895833
Total 15 12,937500
CV (%) 30,91
TABELAS 5A - Análise de variância e coeficiente de variação para cobertura
maxilar dos dentes P4 (pré-molar 4)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 0,187500 0,062500 1,000 0,4262
Resíduo 12 0,750000 0,062500
Total 15 0,937500
CV (%) 6,35
TABELAS 6A - Análise de variância e coeficiente de variação para cobertura
maxilar dos dentes M (molar)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 0,687500 0,229167 0,579 0,6399
Resíduo 12 4,750000 0,395833
Total 15 5,437500
CV (%) 17,06
58
TABELAS 7A - Análise de variância e coeficiente de variação para espessura
maxilar dos dentes C (canino)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 2,50000 0,833333 1,176 0,3595
Resíduo 12 8,50000 0,708333
Total 15 11,00000
CV (%) 112,22
TABELAS 8A - Análise de variância e coeficiente de variação para espessura
maxilar dos dentes P2 (pré-molar 2)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 1,187500 0,395833 2,714 0,0915
Resíduo 12 1,750000 0,145833
Total 15 2,937500
CV (%) 35,94
TABELAS 9A - Análise de variância e coeficiente de variação para espessura
maxilar dos dentes P3 (pré-molar 3)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 4,009018 1,336339 211697,304
0,000000
Resíduo 12 0,000076 0,00006
Total 15 4,009093
CV (%) 0,17
59
TABELAS 10A - Análise de variância e coeficiente de variação para espessura
maxilar dos dentes P4 (pré-molar 4)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 3,187500 1,062500 17,000 0,00001
Resíduo 12 0,750000 0,062500
Total 15 3,937500
CV (%) 10,26
TABELAS 11A - Análise de variância e coeficiente de variação para espessura
maxilar dos dentes M (molar)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 1,250000 0,416667 1,111 0,3828
Resíduo 12 4,500000 0,375000
Total 15 5,750000
CV (%) 28,82
TABELAS 12A - Análise de variância e coeficiente de variação para espessura
maxilar dos dentes ESP X COB (espessura x cobertura)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 540,50000 180,16667 10,730 0,0010
Resíduo 12 201,50000 16,79166
Total 15 742,00000
CV (%) 15,67
60
TABELAS 13A - Análise de variância e coeficiente de variação para cobertura
mandibular dos dentes C (canino)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 6,687500 2,229167 2,488 0,1102
Resíduo 12 10,750000 0,895833
Total 15 17,437500
CV (%) 72,11
TABELAS 14A - Análise de variância e coeficiente de variação para cobertura
mandibular dos dentes P2 (pré-molar 2)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 0,5000000 0,166667 0,364 0,7805
Resíduo 12 5,5000000 0,458333
Total 15 6,000000
CV (%) 19,34
TABELAS 15A - Análise de variância e coeficiente de variação para cobertura
mandibular dos dentes P3 (pré- molar 3)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 4,250000 1,416667 2,267 0,1330
Resíduo 12 7,500000 0,625000
Total 15 11,750000
CV (%) 21,81
61
TABELAS 16A - Análise de variância e coeficiente de variação para cobertura
mandibular dos dentes P4 (pré-molar 4)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 4,687500 1,562500 2,143 0,1480
Resíduo 12 8,750000 0,729167
Total 15 13,437500
CV (%) 25,78
TABELAS 17A - Análise de variância e coeficiente de variação para cobertura
mandibular dos dentes M (molar)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 0,687500 0,229167 0,733 0,5519
Resíduo 12 3,750000 0,312500
Total 15 4,437500
CV (%) 14,66
TABELAS 18A - Análise de variância e coeficiente de variação para espessura
mandibular dos dentes C (canino)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 3,187500 1,062500 3,400 0,0535
Resíduo 12 3,750000 0,312500
Total 15 6,937500
CV (%) 52,61
62
TABELAS 19A - Análise de variância e coeficiente de variação para espessura
mandibular dos dentes P2 (pré-molar 2)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 0,687500 0,229167 1,571 0,2476
Resíduo 12 1,750000 0,145833
Total 15 2,437500
CV (%) 32,16
TABELAS 20A - Análise de variância e coeficiente de variação para espessura
mandibular dos dentes P3 (pré-molar 3)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 1,000000 0,333333 0,333 0,3095
Resíduo 12 3,000000 0,250000
Total 15 4,000000
CV (%) 33,33
TABELAS 21A - Análise de variância e coeficiente de variação para espessura
mandibular dos dentes P4 (pré-molar 4)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 0,687500 0,229167 0,579 0,6399
Resíduo 12 4,750000 0,395833
Total 15 5,437500
CV (%) 37,28
63
TABELAS 22A - Análise de variância e coeficiente de variação para espessura
mandibular dos dentes M (molar)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 0,687500 0,229167 0,846 0,4948
Resíduo 12 3,250000 0,270833
Total 15 3,937500
CV (%) 20,31
TABELAS 23A - Análise de variância e coeficiente de variação para espessura
mandibular dos dentes ESP X COB (espessura x cobertura)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 288,687500
96,229167 3,704 0,0427
Resíduo 12 311,750000
25,979167
Total 15 600,437500
CV (%) 18,75
TABELAS 24A - Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
maxilar dos dentes C (canino)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 0,75000 0,250000 0,600 0,6272
Resíduo 12 5,00000 0,416667
Total 15 5,75000
CV (%) 27,18
64
TABELAS 25A - Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
maxilar dos dentes P2 (pré- molar 2)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 0,687500 0,229167 0,297 0,8267
Resíduo 12 9,250000 0,770833
Total 15 9,937500
CV (%) 56,19
TABELAS 26A - Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
maxilar dos dentes P3 (pré-molar 3)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 0,500000 0,166667 0,571 0,6445
Resíduo 12 3,500000 0,291667
Total 15 4,000000
CV (%) 36,00
TABELAS 27A - Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
maxilar dos dentes P4 (pré-molar 4)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 0,250000 0,083333 0,182 0,9067
Resíduo 12 5,500000 0,458333
Total 15 5,750000
CV (%) 41,66
65
TABELAS 28A - Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
maxilar dos dentes M (molar)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 0,687500 0,229167 0,579 0,6399
Resíduo 12 4,750000 0,395833
Total 15 5,437500
CV (%) 47,94
TABELA 29A - Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
mandibular dos dentes C (canino)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 0,500000 0,166667 0,364 0,7805
Resíduo 12 5,500000 0,458333
Total 15 6,00000
CV (%) 27,08
TABELA 30A - Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
mandibular dos dentes P2 (pré-molar 2)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 0,187500 0,062500 1,000 0,4262
Resíduo 12 0,750000 0,062500
Total 15 0,937500
CV (%) 23,53
66
TABELA 31A - Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
mandibular dos dentes P3 (pré-molar 3)
FV GL
SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 1,97500 E -0009 6,25000 E-0010 1,000 0,4262
Resíduo 12 7,50000 E- 0009 6,25000 E- 0,010
Total 15 0,000000
CV (%) 0,00
TABELA 32A - Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
mandibular dos dentes P4 (pré- molar 4)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 1,87499 E- 0,011 6,24999 E- 0,012
1,000 0,4262
Resíduo 12 7,49999 E- 0,011 6,24999 E- 0012
Total 15 0,00000
CV (%) 0,00
TABELA 33A - Análise de variância e coeficiente de variação de sulcos
mandibular dos dentes M (molar)
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 0,187500 0,062500 0,333 0,8015
Resíduo 12 2,250000 0,187500
Total 15 2,437500
CV (%) 36,56
67
TABELAS 34A - Análise de variância e coeficiente de variação de pH dos
dentes C, P2, P3, P4 e M respectivamente
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
Tratamentos 3 1,00000 0,333333 2,000 0,1678
Resíduo 12 2,00000 0,166667
Total 15 3,00000
CV (%) 4,95
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