Download PDF
ads:
1
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INSTITUTO DE FÍSICA
ESTUDOS DE PROPRIEDADES MAGNÉTICAS DE FLUIDOS E
NANOCOMPÓSITOS MAGNÉTICOS BIOCOMPATÍVEIS
TESE
DE
DOUTORADO
LUCIENE BATISTA DA SILVEIRA
Brasília, setembro de 2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INSTITUTO DE FÍSICA
ESTUDOS DE PROPRIEDADES MAGNÉTICAS DE FLUIDOS E
NANOCOMPÓSITOS MAGNÉTICOS BIOCOMPATÍVEIS
Tese apresentada ao Instituto de Física da Universidade de Brasília como parte dos
requisitos para a obtenção do título de Doutor em Física
LUCIENE BATISTA DA SILVEIRA
Orientador: Profº. Dr. PAULO CÉSAR DE MORAIS
Brasília, setembro de 2006.
ads:
3
4
De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando;
A certeza de que é preciso continuar;
A certeza de que seremos interrompidos antes de
continuar.
Portanto, devemos fazer:
Da interrupção, um novo caminho;
Da queda, um passo novo de dançar;
Do medo, uma escada;
Do sonho, uma ponte;
Da procura, um encontro.
Fernando Pessoa
5
Aos meus pais Antônio e Carmelinda,
Aos meus irmãos Cleonice e Francisco,
e ao Judes.
6
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao professor Paulo César de Morais pela orientação e discussão no decorrer deste
trabalho.
Agradeço a Emília Lima, Patrícia Sartoratto, Bruno Lacava, Antônio Cláudio Tedesco e
Juliana Marchetti pelas amostras cedidas.
Agradeço ao professor Fernando Pelegrini, pelas medidas realizadas no Laboratório de
Ressonância Magnética do instituto de Física da Universidade Federal de Goiás.
Agradeço aos professores Dr. Aderbal Carlos de Oliveira e Dr. Vijayendra Kumar Garg,
pelas medidas realizadas no Laboratório de Ciência dos Materiais.
Agradeço à Profª Emília pelas medidas de raios-X (IQ-UFG).
Agradeço ao Profº Ricardo Bentes de Azevedo e ao Luciano Paulino da Silva que ambos
contribuíram para que as medidas de Microscopia Eletrônica fossem realizadas (IB-UnB).
Agradeço aos professores da pós-graduação pelas informações através dos cursos
realizados.
Agradeço ao Judes Gonçalves dos Santos, por ser um companheiro, amigo, compreensivo
em momentos muito difíceis que passei na realização deste, além disso, o apoio na realização deste
trabalho.
Agradeço aos meus pais, irmãos e Cubi por tudo. Adelina (avó) e Dezideria (tia) pelo
carinho. Nara (cunhada) pela amizade, e aos familiares que de certa forma contribuíram.
Agradeço aos amigos Ana Rita Pereira e Anselmo Fortunato Ruiz Rodriguez, pelo
apoio e incentivo na realização deste trabalho.
7
Agradeço a amiga Alessandra Ferreira Albernaz Vilela, pelo incentivo na realização deste
trabalho.
Aos colegas da pós-graduação pela amizade e cooperação.
Agradeço ao Noé Fernandes, pela amizade e fornecimento do Nitrogênio Líquido.
Agradeço ao Instituto de Física pelo apoio institucional; à Regina Célia, Genilson e Maria
pelo apoio na secretaria e ao Severino Bezerra pelo apoio na copiadora.
8
ÍNDICE
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
RESUMO iii
ABSTRACT iv
LISTA DE FIGURAS v
LISTA DE TABELAS xix
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS xxi
CAPÍTULO-1 INTRODUÇÃO 1
1.1 HISTÓRICO 1
1.2 TIPOS DE FLUIDOS MAGNÉTICOS 4
1.3 NANOPARTÍCULAS 7
1.4 SÍNTESE 11
1.5 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 13
1.6 SUPERPARAMAGNETISMO 14
1.7 APLICAÇÕES 19
1.8 MATERIAIS INVESTIGADOS 21
CAPÍTULO-2 PREPARAÇÃO DOS MATERIAIS E CARACTERIZAÇÃO BÁSICA 23
2.1 INTRODUÇÃO 23
2.2 TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO 25
2.2.1 Difração de Raios – X 25
2.2.2 Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET) 29
2.2.3 Espectroscopia Mössbauer 33
2.2.4 Espectroscopia Fotoacústica 40
CAPÍTULO-3 SUSCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA DINÂMICA 47
3.1 INTRODUÇÃO 47
i
9
3.2 CONCEITOS 49
3.3 SUSCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA EM FLUIDOS MAGNÉTICOS 50
3.4 ASPECTOS EXPERIMENTAIS DA SUSCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA
DINÂMICA 52
3.5 MEDIDAS DE SUSCEPTIBILIDADE DINÂMICA 53
3.5.1 Susceptibilidade magnética dinâmica de nanocompósitos contendo
nanopartículas de ferrita de cobalto dispersas em matriz de PLA 54
3.5.2 Susceptibilidade magnética dinâmia de FMI de Ferrita de Cobalto 60
3.5.3 Susceptibilidade magnética dinâmica de nanocompósitos contendo
nanopartículas de maghemita dispersas em matriz de BSA. 73
CAPÍTULO- 4 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 83
4.1 INTRODUÇÃO
4.2 ASPECTOS EXPERIMENTAIS DE RESSONÂNCIA 87
4.3 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DE FLUIDOS E NANOCOMPÓSITOS
MAGNÉTICOS BIOCOMPATÍVEIS 92
4.4 MEDIDAS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 94
4.4.1 Fluidos Magnéticos Biocompatíveis 94
4.4.2 Nanocompósitos Magnéticos Biocompatíveis 96
CONCLUSÃO 128
PERSPECTIVAS 131
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS 132
ANEXO: TRABALHOS PUBLICADOS 142
83
ii
10
RESUMO
Nessa tese foram investigadas as propriedades magnéticas e fotoacústicas de nanopartículas
de maghemita dispersas em microesfera de BSA (bovine serum albumine), nanopartículas de ferrita
de cobalto dispersas em microesfera de PLA (polylactic acid), nanopartículas de ferrita de cobalto
peptizadas na forma de fluido magnético iônico e nanopartículas de magnetita coberta com dextrana
e DMSA (dimercaptosuccinic acid) e peptizadas na forma de fluido magnético biocompatível.
Foram realizadas medidas de microscopia eletrônica de transmissão (MET) e medidas de
difração de raios-X para obtenção das micrografias, difratogramas, diâmetros médios e polidispersão
das nanopartículas investigadas. Medidas Mössbauer permitiram a caracterização da fase magnética
dos nanocompósitos (maghemita em BSA e ferrita de cobalto em PLA). Medidas de fotoacústica
foram realizadas e analisadas em termos de três bandas (L, S e C). Medidas de susceptibilidade
dinâmica foram realizadas na faixa de freqüência de 2 a 80 MHz, em temperatura ambiente e de
nitrogênio líquido. Finalmente, a técnica de ressonância magnética foi empregada na investigação
das propriedades magnéticas das amostras. As medidas de ressonância magnética foram realizadas
em um espectrômetro comercial Bruker ESP-300 operando em banda-X (9,6 GHz), permitindo a
investigação das amostras em função da temperatura (100 a 300K) e concentração das
nanopartículas. As dependências do campo de ressonância e largura de linha de ressonância com a
temperatura foram analisadas usando a aproximação proposta por Morais e colaboradores [98, 110,
112].
11
ABSTRACT
In this thesis the magnetic and photoacoustic properties of maghemite nanoparticles dispersed
in BSA (bovine serum albumine) microsphere, cobalt ferrite nanoparticles dispersed in PLA
(polylactic acid) microsphere, cobalt ferrite nanoparticles peptized as ionic magnetic fluid and
magnetite nanoparticles surface-coated with dextran and DMSA (dimercaptosuccinic acid) and
peptized as biocompatible magnetic fluids were investigated.
Transmission electron microscopy and X-ray diffraction measurements were performed in
order to obtain the micrographs, diffractograms, average diameter and polydispersity of the
investigated nanoparticles. Mössbauer measurements allowed characterization of the nanocomposites
magnetic phase (maghemite in BSA and cobalt ferrite in PLA). Photoacoustic measurements were
performed and analyzed in terms of three bands (L, S, and C). Dynamic susceptibility measurements
were performed in the frequency range of 2 to 80 MHz, at room temperature and liquid nitrogen
temperature. Finally, the magnetic resonance technique was employed in the investigation of the
magnetic properties of the samples. Magnetic resonance measurements were carried out in a
commercial Bruker ESP-300 spectrometer operating in the X-band (9.6 GHz), allowing investigation
of the samples as a function of the temperature (100 to 300K) and nanoparticle concentration. The
temperature dependence of both resonance field and resonance linewidth were analyzed within the
approximation proposed by Morais and coworkers [98, 110, 112].
iv
12
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 - Fluido magnético surfactado: as partículas não se aglomeram devido a barreira
mecânica formada pelas moléculas do surfactante.
Figura 1.2 - Fluido magnético iônico: as partículas não se aglomeram devido à repulsão
eletrostática entre elas.
Figura 1.3 - Fluido magnético híbrido em meio iônico.
Figura 1.4 - Esquema ilustrativo entre duas partículas de um fluido magnético: δ é a
espessura da cobertura de proteção (camada iônica e/ou molecular), L é a distância entre as
superfícies das partículas e Z é a distância centro-a-centro.
Figura 1.5 - Ilustração do comportamento da energia em função da distância de separação
entre as partículas de um fluido magnético. E
R
é a energia repulsiva (eixo vertical +). E
a
é a
energia atrativa (eixo vertical - ). E
V
é a energia de Van Der Waals. E
D
é a energia dipolar e
d é a distância de separação (eixo horizontal). E
T
é a energia térmica.
Figura 1.6 - Esquema de preparação de fluido magnético surfactado e iônico [23].
Figura 1.7 - Estrutura da ferrita do tipo espinélio.
Figura 1.8 - Magnetização (M) versus campo magnético aplicado (H) representando o
comportamento de substâncias paramagnéticas, superparamagnéticas e ferromagnéticas.
Onde
µ
B
= 9,27x10
-24
J/T.
Figura 1.9 - Variação do campo coercivo (Hc) com o diâmetro (D) da partícula. Esta
representação ilustra as regiões onde a partícula possui monodomínio (D < D
max
) ou
multidomínio (D > D
max
). Na região em que D < D
c
a partícula possui comportamento
superparamagnético [35].
5
6
7
8
11
12
13
15
16
v
13
Figura 1.10 - Representação (esquema) da barreira de energia
max min
E
EE
=−
, a ser
superada pelo momento magnético de uma nanopartícula quando submetida a um campo
magnético (Equação 1.10).
Figura 1.11 - Representação do poço de potencial assimétrico
E. Devido à aplicação de
um campo externo (H) a barreira sofre uma deformação (
δE) [39].
Figura 2.1 Difratograma de raios-X das nanopartículas de ferrita de cobalto (FMS).
Figura 2.2 - Difratograma de raios-X das nanopartículas de ferrita de cobalto (FMI).
Figura 2.3 - Difratograma de raios-X das nanopartículas de maghemita (FMI).
Figura 2.4 - Difratograma de raios-X das nanopartículas de magnetita-DMSA.
Figura 2.5 - Difratograma de raios-X das nanopartículas de magnetita-dextrana.
Figura 2.6 - (a) Imagem de microscopia eletrônica de transmissão (MET) das
nanopartículas de Ferrita de cobalto (FM iônico). (b) Histograma da polidispersão das
nanopartículas obtido por MET. O melhor ajuste é representado pela linha contínua. O
ajuste foi encontrado pela distribuição lognormal dada pela equação (2.2).
Figura 2.7 - (a) Imagem de microscopia eletrônica de transmissão (MET) das
nanopartículas de magnetita (FM-dextrana). (b) Histograma da polidispersão das
nanopartículas de magnetita (FM-dextrana) obtido por MET. O melhor ajuste é
representado pela linha contínua. O ajuste foi encontrado pela equação (2.2) [66].
Figura 2.8 - (a) Imagem de microscopia eletrônica de transmissão (MET) das
nanopartículas de magnetita (FM-DMSA). (b) Histograma da polidispersão das
nanopartículas de magnetita (FM-DMSA) obtido por microscopia eletrônica transmissão
(MET). O melhor ajuste é representado pela linha contínua. O ajuste foi encontrado pela
distribuição lognormal dada pela equação (2.2) [66].
17
17
26
26
27
28
30
31
31
27
vi
14
Figura 2.9 (a) Imagem de microscopia eletrônica de transmissão (MET) das nanopartículas
de maghemita. (b) Histograma da polidispersão das nanopartículas de maghemita obtido
por microscopia eletrônica transmissão (MET). O melhor ajuste é representado pela linha
contínua. O ajuste foi encontrado pela distribuição lognormal dada pela equação (2.2).
Figura 2.10 - Diagrama em blocos de um espectrômetro Mössbauer.
Figura 2.11 - Espectrômetro Mössbauer (IF-UnB).
Figura 2.12 Espectro Mössbauer à temperatura ambiente da ferrita de cobalto em matriz de
PLA.
Figura 2.13 - Espectro Mössbauer à temperatura de nitrogênio líquido da ferrita de cobalto
em matriz de PLA.
Figura 2.14 - Espectro Mössbauer à temperatura ambiente (300 K) do nanocompósito
maghemita em matriz de BSA produzido a partir de FM iônico usando amostra com
concentração de 2,28x10
17
partículas/cm
3
(resumo aceito - ISMANAM2006).
Figura 2.15 - Espectro Mössbauer à temperatura de nitrogênio líquido (77 K) do
nanocompósito maghemita em matriz de BSA produzido a partir de FM iônico usando
amostra com concentração de 2,28x10
17
partículas/cm
3
(resumo aceito - ISMANAM2006).
Figura 2.16 - Montagem experimental utilizada para obtenção dos espectros de
fotoacústica.
Figura 2.17 - Espectro de fotoacústica de FM-dextrana e FM-DMSA [84].
Figura 2.18 - Espectro de fotoacústica de nanopartículas de maghemita dispersa em
microesferas de BSA (resumo aceito - ISMANAM2006).
32
37
37
39
39
42
44
43
36
35
vii
15
Figura 2.19 - Espectro de fotoacústica de três amostras de ferrita de cobalto (CoFe
2
O
4
): S1,
S2 e S3 [85].
Figura 3.1 - Diagrama em blocos representando o equipamento para medidas de
susceptibilidade dinâmica.
Figura 3.2 - Detalhe do porta-amostras confeccionado em teflon.
Figura 3.3 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da
freqüência, em diferentes campos externos, para nanocompósito à base de nanopartículas
magnéticas de ferrita de cobalto dispersas em uma matriz de PLA, à temperatura ambiente
(300K) e concentração de 3,0x10
16
partículas/cm
3
.
Figura 3.4 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da
freqüência, em diferentes campos externos, nanocompósito à base de nanopartículas
magnéticas de ferrita de cobalto dispersas em uma matriz de PLA, à temperatura de
nitrogênio líquido (77K) e concentração de 3,0x10
16
partículas/cm
3
.
Figura 3.5 – Componente imaginária da susceptibilidade dinâmica (77 e 300 K), em
campos de 0 e 300 gauss, para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas
magnéticas de ferrita de cobalto dispersas em matriz de ácido polilático (PLA).
Figura 3.6 - Dependência do pico de susceptibilidade com o campo (linha mais intensa),
para 77 e 300 K, para nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de ferrita de
cobalto dispersas em microesferas de ácido polilático. A linha sólida representa o ajuste
conforme modelo representado pela equação (3.17) [93].
Figura 3.7 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da
freqüência, em diferentes campos externos, para FMI à base de nanopartículas magnéticas
de ferrita de cobalto, à temperatura ambiente (300K) e na concentração de 1,63x10
16
partículas/cm
3
.
45
52
53
56
57
58
58
61
viii
16
Figura 3.8 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da
freqüência, em diferentes campos externos, para FMI à base de nanopartículas magnéticas
de ferrita de cobalto, à temperatura de nitrogênio líquido (77K) e na concentração de
1,63x10
16
partículas/cm
3
.
Figura 3.9 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da
freqüência, em diferentes campos externos, para FMI à base de nanopartículas magnéticas
de ferrita de cobalto à temperatura ambiente (300K) e na concentração de 8,15x10
15
partículas/cm
3
.
Figura 3.10 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da
freqüência, em diferentes campos externos, para FMI à base de nanopartículas magnéticas
de ferrita de cobalto, à temperatura de nitrogênio líquido (77K) e na concentração de
8,15x10
15
partículas/cm
3
.
Figura 3.11 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da
freqüência, em diferentes campos externos, para FMI à base de nanopartículas magnéticas
de ferrita de cobalto à temperatura ambiente (300K) e na concentração de 3,26x10
15
partículas/cm
3
.
Figura 3.12 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da
freqüência, em diferentes campos externos, para FMI à base de nanopartículas magnéticas
de ferrita de cobalto, à temperatura de nitrogênio líquido (77K) e na concentração de
3,26x10
15
partículas/cm
3
.
Figura 3.13 - Representação da freqüência de pico (P1 freqüência mais baixa) em função
do campo aplicado. Dados obtidos das curvas da componente imaginária da
susceptibilidade (
χ) de FMI à base de nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto à
62
63
64
65
66
ix
17
temperatura ambiente (300K), para três diluições de partículas. A linha sólida representa o
melhor ajuste, conforme modelo representado pela equação (3.17).
Figura 3.14 - Representação da freqüência de pico (P2 freqüência mais alta) em função do
campo aplicado. Dados obtidos das curvas da componente imaginária da susceptibilidade
(
χ) de FMI à base de nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto à temperatura
ambiente (300K), para três diluições de partículas. A linha sólida representa o melhor
ajuste, conforme modelo representado pela equação (3.17).
Figura 3.15 - Representação da freqüência de pico (P1 freqüência mais baixa) em função
do campo aplicado. Dados obtidos das curvas da componente imaginária da
susceptibilidade (
χ) de FMI à base de nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto à
temperatura de nitrogênio líquido (77K), para três diluições de partículas. A linha sólida
representa o melhor ajuste, conforme modelo representado pela equação (3.17).
Figura 3.16 - Representação da freqüência de pico (P2 freqüência mais alta) em função do
campo aplicado. Dados obtidos das curvas da componente imaginária da susceptibilidade
(
χ) de FMI à base de nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto à temperatura de
nitrogênio líquido (77K), para três diluições de partículas. A linha sólida representa o
melhor ajuste, conforme modelo representado pela equação (3.17).
Figura 3.17- Energia de anisotropia magnetocristalina (
E) em função da concentração
para FMI à base de nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto na temperatura
ambiente (300 K) e na temperatura do nitrogênio líquido (77 K).
Figura 3.18 - Interação entre o momento magnético da nanopartícula e o campo aplicado
(
δ
E) em função da concentração para FMI à base de nanopartículas magnéticas de ferrita
de cobalto à temperatura ambiente (300 K) e à temperatura do nitrogênio líquido (77 K).
67
67
68
68
70
71
x
18
Figura 3.19- Energia de anisotropia magnetocristalina (
E) em função da concentração
para FMI à base de nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto, à temperatura ambiente
(300 K) e à temperatura do nitrogênio líquido (77 K).
Figura 3.20 - Interação entre o momento magnético da nanopartícula e o campo aplicado
(
δ
E) em função da concentração para FMI à base de nanopartículas magnéticas de ferrita
de cobalto a temperatura ambiente (300 K) e à temperatura do nitrogênio líquido (77 K).
Figura 3.21 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da
freqüência, em diferentes campos externos, para a amostra de nanocompósito à base de
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersa em matriz de BSA, à temperatura
ambiente (300K) e na concentração de 2,28x10
17
partículas/cm
3
.
Figura 3.22 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da
freqüência, em diferentes campos externos, para a amostra de nanocompósito à base
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, à temperatura
ambiente (300K) e na concentração de 1,14x10
17
partículas/cm
3
.
Figura 3.23 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da
freqüência, em diferentes campos externos, para a amostra de nanocompósito à base de
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, à temperatura
ambiente (300K) e na concentração de 4,56x10
16
partículas/cm
3
.
Figura 3.24 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da
freqüência, em diferentes campos externos, para a amostra de nanocompósito à base de
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, à temperatura
ambiente (300K) e na concentração de 2,28x10
16
partículas/cm
3
.
Figura 3.25 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da
freqüência, em diferentes campos externos, para a amostra de nanocompósito à base de
72
72
74
75
76
77
xi
19
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, à temperatura
ambiente (300K) e na concentração de 1,14x10
16
partículas/cm
3
.
Figura 3.26 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da
freqüência, em um campo externo de 150 gauss, para a amostra de nanocompósito à base
de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, à temperatura
ambiente (300K) e para as concentrações indicadas na figura.
Figura 3.27 - Representação da freqüência de pico em função do campo aplicado. Dados
obtidos das curvas da componente imaginária da susceptibilidade (
χ”) de nanocompósito à
base de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, à
temperatura ambiente (300K) e para as cinco concentrações indicadas. A linha sólida
representa o melhor ajuste conforme modelo representado pela equação (3.17).
Figura 3.28- Energia de anisotropia magnetocristalina (
E) em função da concentração
para nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em
matriz de BSA, à temperatura ambiente (300 K).
Figura 3.29 - Interação entre o momento magnético da nanopartícula e o campo aplicado
(
δ
E) em função da concentração para nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas
de maghemita dispersas em matriz de BSA, à temperatura ambiente (300 K).
Figura 4.1 - Representação do momento magnético (µ) de um sítio, precessando em torno
do campo magnético (H) quando submetido ao campo alternado (H
a
).
Figura 4.2 - Quebra de degenerescência de um estado (S=1/2), pelo efeito Zeeman, em dois
estados E
+
e E
-
.
Figura 4.3 - Diagrama em blocos do Espectrômetro Bruker ESP-300.
Figura 4.4 - Foto do Laboratório de Ressonância Magnética.
78
79
79
81
81
84
85
88
90
xii
20
Figura 4.5 - Curva de absorção de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA. A concentração é de 2,28x10
17
partículas/cm
3
,
temperatura de 300 K e campo central de 3.312 gauss.
Figura 4.6 - Primeira derivada da curva de absorção de nanocompósito à base de
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA. A concentração é de
2,28x10
17
partículas/cm
3
, temperatura de 300 K, largura de linha (H) de 856 gauss, campo
de ressonância (Hr) de 3.312 gauss, fator-g igual a 2,035.
Figura 4.7 - Segunda derivada da curva de absorção do espectro característico do
nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de
BSA. Concentração de 2,28x10
17
partículas/cm
3
, à temperatura de 300 K.
Figura 4.8 - Espectros típicos de ressonância magnética do fluido magnético FM-dextrana
nas diluições 1:2 e 1:100 [108].
Figura 4.9 - Espectros típicos de ressonância magnética do fluido magnético FM-DMSA
nas diluições 1:2 e 1:100 [109].
Figura 4.10 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas
magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 2,28x10
17
partículas/cm
3
, em várias temperaturas.
Figura 4.11 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas
magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 1,14x10
17
partículas/cm
3
, em várias temperaturas.
Figura 4.12 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas
magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 4,56x10
16
partículas/cm
3
, em várias temperaturas.
91
91
92
95
95
97
98
99
xiii
21
Figura 4.13 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas
magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 2,28x10
16
partículas/cm
3
, em várias temperaturas.
Figura 4.14 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas
magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 1,14 x10
16
partículas/cm
3
, em várias temperaturas.
Figura 4.15 - Espectros característicos de nanocompósito à base de nanopartículas
magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, nas concentrações indicadas e à
temperatura de 300 K.
Figura 4.16 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas
magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 2,28x10
17
partículas/cm
3
e em função da temperatura.
Figura 4.17 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas
magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 1,14x10
17
partículas/cm
3
e em função da temperatura.
Figura 4.18 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas
magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 4,56x10
16
partículas/cm
3
e em função da temperatura.
Figura 4.19 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas
magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 2,28x10
16
partículas/cm
3
e em função da temperatura.
Figura 4.20 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas
magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 1,14x10
16
partículas/cm
3
e em função da temperatura.
100
101
102
102
103
103
104
104
xiv
22
Figura 4.21 - Campo de ressonância (Hr) do fluido magnético FM-dextrana em função da
temperatura (T).
Figura 4.22 - Campo de ressonância (Hr) do fluido magnético FM-DMSA em função da
temperatura (T).
Figura 4.23 - Campo de ressonância do nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas
de maghemita dispersas em matriz de BSA em função da temperatura.
Figura 4.24 - Dependência da largura de linha (
Hr) com o inverso da temperatura (T) para
o fluido magnético FM-dextrana.
Figura 4.25 - Dependência da largura de linha (Hr) com o inverso da temperatura (T) para
o fluido magnético
FM-DMSA.
Figura 4.26 - Largura de linha de ressonância do nanocompósito à base de nanopartículas
magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA em função do inverso da
temperatura.
Figura 4.27 - Área normalizada em função da temperatura, para concentrações 1:1, 1:2,
1:10 e 1:100 da amostra de fluido magnético à base de magnetita coberta com dextrana
(FM-dextrana).
Figura 4.28 - Área normalizada em função da temperatura, para concentrações 1:1, 1:2,
1:10 e 1:100 da amostra de fluido magnético à base de magnetita coberta com DMSA (FM-
DMSA).
Na figura 4.29 – Área normalizada em função da temperatura, para concentrações 1:1, 1:2
1:5, 1:10 e 1:20 da amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA.
105
105
106
107
107
108
108
109
109
xv
23
Figura 4.30 - Dependência da largura de linha (
Hr) com a temperatura (T) para o fluido
magnético
FM-dextrana. Dados ajustados pela equação (4.16) [108].
Figura 4.31 - Dependência da largura de linha (
Hr) com a temperatura (T) para o fluido
magnético
FM-DMSA. Dados ajustados pela equação (4.16) [109].
Figura 4.32 - Largura de linha de ressonância em função da temperatura, para as
concentrações 1:1, 1:2, 1:5, 1:10 e 1:20, para a amostra de nanocompósito à base de
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA. A linha sólida
representa o melhor ajuste (resumo aceito – Thin Films 2006).
Figura 4.33 - Energia de anisotropia magnetocristalina (
E) em função da concentração
para nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em
matriz de BSA.
Figura 4.34 - Campo de ressonância (Hr) do fluido magnético FM-dextrana em função da
temperatura (T). Dados ajustados pela equação (4.18) [108].
Figura 4.35 - Campo de ressonância (Hr) do fluido magnético FM-DMSA em função da
temperatura (T). Dados ajustados pela equação (4.18) [109].
Figura 4.36 - Campo de ressonância em função de temperatura, para as concentrações 1:1,
1:2, 1:5, 1:10 e 1:20, para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas
de maghemita dispersas em matriz de BSA. Dados ajustados pela equação (4.18) (resumo
aceito – Thin Films 2006).
Figura 4.37 - Campo de ressonância em função da fração volumétrica, para concentrações
1:1, 1:2, 1:10 e 1:100 nas temperaturas de 100 K, 150 K, 200 K, 250 K e 300 K, para a
amostra de fluido magnético à base de magnetita coberta com dextrana.
116
117
117
121
111
112
114
115
xvi
24
Figura 4.38 - Campo de ressonância em função da fração volumétrica, para medidas
realizadas à temperatura ambiente (300 K) para a amostra de fluido magnético à base de
magnetita coberta com dextrana.
Figura 4.39 - Campo de ressonância em função da fração volumétrica, para concentrações
1:1, 1:2, 1:10 e 1:100 nas temperaturas de 100 K,150 K, 200 K, 250 K e 300 K, para a
amostra de fluido magnético à base de nanopartículas magnéticas de magnetita cobertas
com DMSA.
Figura 4.40 - Campo de ressonância em função da fração volumétrica, para medidas
realizadas a temperatura ambiente (300 K) para a amostra de fluido magnético à base de
nanopartículas magnéticas de magnetita coberta com DMSA.
Figura 4.41 - Campo de ressonância em função da fração volumétrica para concentrações
de 1:1, 1:2, 1:5, 1:10 e 1:20 nas temperaturas de 100 K, 150 K, 200 K, 250 K e 300 K, para
a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas
em matriz de BSA.
Figura 4.42 - Área normalizada em função da fração volumétrica, para concentrações 1:1,
1:2, 1:10 e 1:100 nas temperaturas de 100 K, 150 K, 200 K, 250 K e 300 K, para a amostra
de fluido magnético à base de nanopartículas magnéticas de magnetita cobertas com
dextrana.
Figura 4.43 - Área normalizada em função da fração volumétrica, para medidas realizadas a
temperatura ambiente (300 K) com a amostra de fluido magnético à base de nanopartículas
magnéticas de magnetita cobertas com dextrana.
Figura 4.44 - Área normalizada em função da fração volumétrica, para concentrações 1:1,
1:2, 1:10 e 1:100, nas temperaturas de 100 K,150 K, 200 K, 250 K e 300 K, para a amostra
de fluido magnético à base de nanopartículas magnéticas de magnetita cobertas com
DMSA.
121
122
122
123
124
125
125
xvii
25
Figura 4.45 - Área normalizada em função da fração volumétrica, para medidas realizadas a
temperatura ambiente (300 K) com a amostra de fluido magnético à base de nanopartículas
magnéticas de magnetita cobertas com DMSA.
Figura 4.46 - Área normalizada em função da fração volumétrica, para concentrações 1:1,
1:2, 1:5, 1:10 e 1:20, nas temperaturas de 100 K,150 K, 200 K, 250 K e 300 K, para a
amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em
matriz de BSA.
126
126
xviii
26
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.1 - Tipos de estruturas da ferrita com as suas respectivas fórmulas.
Tabela 1.2 – Amostras investigadas com as respectivas técnicas de caracterização.
Tabela 2.1 - Diâmetros médios das nanopartículas. Dados de difração de raios-X.
Tabela 2.2 – Posição dos picos de difratograma de raios-X comparados com a ficha padrão
ASTM.
Tabela 2.3 – Diâmetros médios das nanopartículas. Dados de microscopia eletrônica de
transmissão (MET).
Tabela 2.4 - Parâmetros Mössbauer do nanocompósito magnético biocompatível (ferrita de
cobalto em matriz de PLA). T = temperatura; IS = deslocamento isomérico relativo ao
α-
Fe; QS = desdobramento quadrupolar;
Γ = largura de linha média; B = campo hiperfino;
A(%) = área relativa do espectro.
Tabela 2.5 - Parâmetros Mössbauer do nanocompósito magnético biocompatível
(maghemita em matriz de BSA). T = temperatura; IS = deslocamento isomérico relativo ao
α-Fe; QS = desdobramento quadrupolar; Γ = largura de linha média; B = campo hiperfino;
A(%) = área relativa do espectro.
Tabela 3.1 – Parâmetros da amostra de nanopartículas de ferrita de cobalto dispersas em
microesferas de ácido polilático.
Tabela 3.2 - Parâmetros da amostra de nanopartículas de ferrita de cobalto dispersas em
microesferas de ácido polilático.
Tabela 3.3 - Parâmetros A,
E e δE para as amostras de FMI de ferrita de cobalto.
28
28
14
22
32
38
40
59
60
69
xix
27
Tabela 3.4 - Parâmetros A,
E e
δ
E para as amostras de nanocompósitos à base de
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA.
Tabela 4.1 - Anisotropia efetiva e diâmetro médio para determinadas concentrações das
amostras de FM-dextrana e FM-DMSA.
Tabela 4.2 - Anisotropia efetiva (K
eff
), diâmetro médio (<D>), número de centros
magnéticos por partícula (n), distância média entre partículas adjacentes (r) e energia de
anisotropia magnetocristalina (E) para determinadas concentrações das amostras de CM-
BSA.
Tabela 4.3 - Parâmetros obtidos do ajuste dos dados das amostras de FM-dextrana (figura
3.34), FM-DMSA (figura 3.35) e NCM-BSA (figura 3.36), segundo a equação (4.18).
Tabela 4.4 - Valores de frações volumétricas para as amostras de FM-dextrana e FM-
DMSA utilizando a equação (4.19).
Tabela 4.5 - Valores de frações volumétricas para as amostras de NCM-BSA utilizando a
equação 4.19.
80
113
114
118
119
120
xx
28
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
B – campo hiperfino
BSA – albumina de soro bovino
<D> - diâmetro médio
DMSA – ácido 2,3 dimercaptossuccinico
EF – espectroscopia fotoacústica
EM – Espectroscopia Mössbauer
eV – elétron-volt
f – freqüência
FM – Fluido magnético
FMI – Fluido magnético iônico
f
p
– freqüência de pico
H
A
– campo de anisotropia
Hc – Campo coercivo
H
D
– campo de desmagnetização
Hr – campo de ressonância
IS – deslocamento isomérico
K
B
– anisotropia do bulk
K
eff
– anisotropia efetiva
Ks
anisotropia de superficie
M - Magnetização
MET – microscopia eletrônica de transmissão
NCM – nanocompósito magnético
n – número de centros magnéticos por partícula
PLA – ácido polilático
P(D) – distribuição lognormal
QS – desdrobamento quadrupolar
r – distância média entre partículas adjacentes
RM – ressonância magnética
SDM – susceptilidade magnética dinâmica
xxi
29
T – Temperatura
u. a. – unidade arbitrária
E – energia de anisotropia magnetocristalina
H – Largura de linha
δE – energia de interação dos momentos magnéticos e o campo aplicado
β - magneton de Bohr
γ - razão giromagnética
Γ - largura de linha média
φ - fração volumétrica
χ` - componente real da susceptibilidade magnética
χ”- componente imaginária da susceptibilidade magnética
σ - desvio padrão
µ - permeabilidade magnética
CoFe
2
O
4
– ferrita de cobalto
Fe
3
O
4
– magnetita
-Fe
2
O
3
– maghemita
xxii
30
CAPÍTULO - 1
INTRODUÇÃO
Neste capítulo faremos uma breve introdução sobre histórico dos fluidos magnéticos e
nanocompósitos discutindo sua síntese e sua estabilidade a partir das interações sobre as
nanopartículas. Citaremos algumas aplicações de fluidos magnéticos e nanocompósitos. Faremos
uma introdução dos materiais utilizados.
1.1 - HISTÓRICO
Fluidos Magnéticos
O estudo de fluidos magnéticos (FM) tem crescido constantemente com o avanço das
pesquisas básicas, assim como com os crescentes investimentos em aplicações tecnológicas.
Podemos identificar diversos tipos de fluidos magnéticos, como iônicos, surfactados ou híbridos,
que são estabilizados sob a ação de várias forças de interação. Esses fluidos podem ser preparados
de forma que sejam biocompatíveis, para diversos usos em sistemas biológicos. Com os constantes
aperfeiçoamentos, tanto nas técnicas de produção, quanto na caracterização e uso dessas partículas,
nota-se que a área de ferrofluidos é um campo em expansão no desenvolvimento científico e
tecnológico da Nanociência.
Para se obter um fluido magnético homogêneo e estável é necessário controlar as diferentes
interações que atuam entre as partículas e as interações das mesmas com as moléculas do fluido
carreador. A estabilidade da suspensão é o resultado de um equilíbrio sutil entre as interações
partícula-partícula e as interações das partículas com as moléculas do solvente. O processo pelo qual
as pequenas partículas magnéticas são produzidas leva a uma distribuição em tamanhos, que é um
fator importante na determinação das propriedades do sistema. Para que uma dispersão coloidal
permaneça estável é essencial que as partículas magnéticas sejam quimicamente estáveis e
suficientemente pequenas de modo que o movimento Browniano possa se opor à tendência de
precipitação ou aglomeração das nanopartículas. O grande desafio de se produzir os fluidos
magnéticos está em alcançar a ultra-estabilidade. O processo de preparação é composto basicamente
de duas fases: a primeira é a produção das nanopartículas magnéticas e a segunda é a peptização em
1
31
suspensão coloidal estável. As primeiras tentativas de se produzir fluidos magnéticos por dispersão
de partículas magnéticas em um líquido carreador datam de 1779 [1]. Entretanto, as suspensões não
permaneciam estáveis além de algumas horas. No início dos anos 30 [2], produziu-se um colóide
para estudos de domínios magnéticos que consistia de uma suspensão de magnetita (Fe
3
O
4
) em
água, contendo partículas com diâmetros da ordem de 1mm. Suspensões contendo nanopartículas
(20 nm) foram primeiramente preparadas em 1938 [3]. Vinte anos depois os colóides magnéticos se
aproximavam bastante dos fluidos magnéticos atuais [4], mas era necessário criar uma ultra-
estabilidade e separar as partículas maiores (usando processos de ultracentrifugação). Nos anos 40,
líquidos contendo partículas ferromagnéticas com tamanhos da ordem de micrômetros foram usados
como fluidos para embreagens. Nesses fluidos, as partículas moviam-se na presença de um gradiente
de campo. Com o tempo, ocorria uma ligação permanente entre as partículas quando se
aglomeravam. Esta é uma característica não observada nos fluidos magnéticos atuais que continuam
a apresentar características líquidas mesmo quando submetidos a valores elevados de gradientes de
campo magnético.
Os primeiros fluidos magnéticos ultra-estáveis foram obtidos em 1965 [5]. Estes fluidos
eram semelhantes aos utilizados atualmente e consistiam de partículas finas de ferritas dispersas em
um líquido carreador não magnético (querosene). Para evitar a aglomeração as partículas eram
recobertas com ácido oléico, uma substância que atuava como agente dispersante. Estes fluidos eram
usados para controlar o fluxo de combustíveis na ausência de gravidade. Entre 1965 e 1969,
começou-se a produzir fluidos magnéticos em querosene, água, fluorocarbono e ésteres [6].
Importante notar que tais fluidos magnéticos foram produzidos pela suspensão de partículas de
ferrita, usando-se processos de moagem, sendo a aglomeração evitada pelo uso de uma cadeia
polimérica atuando como agente dispersante.
Na década de 70, iniciaram-se pesquisas no sentido de se preparar fluidos magnéticos a partir
de nanopartículas ferrimagnéticas sintetizadas quimicamente, tornando o processo mais rápido,
barato e versátil. Em 1973, Khalafalla e Reimers propuseram um método químico de produção de
fluidos magnéticos surfactados à base de magnetita (Fe
3
O
4
) [7]. No final da década de 70, Massart
propôs um novo método de preparação de fluidos magnéticos iônicos por síntese química [8]. A
síntese química era baseada no fato de que nanopartículas podiam ser dispersas em um solvente
polar, sem a necessidade de surfactante, produzindo os chamados fluidos magnéticos iônicos. No
entanto, houve um problema de estabilidade devido à oxidação, isto é, a magnetita sintética
2
32
transformava-se em maghemita (-Fe
2
O
3
). Em 1987, Cabuil et al. [9] forçaram a oxidação da
magnetita em maghemita, produzindo fluidos magnéticos iônicos estáveis. No final da década de 80,
Tourinho et. al. [10] aplicou o método de Massart na síntese de novos fluidos magnéticos iônicos à
base de ferritas de manganês e de cobalto. Desta forma, nas últimas décadas têm-se desenvolvido
mais as técnicas de produção [11] e caracterização [12] de FM, acompanhadas pelo o surgimento de
novas aplicações [13].
Nanocompósitos
Um nanocompósito magnético pode ser formado a partir de uma ou mais fases orgânicas. A
possibilidade de se combinar propriedades de compostos inorgânicos em um único material é um
desafio antigo. O conceito de materiais híbridos orgânico/inorgânico emergiu muito recentemente,
com pesquisas em materiais mais sofisticados. O estudo de nanocompósitos orgânico/inorgânico
expandiu este campo de investigações [14].
Os sistemas de nanopartículas vêm suscitando crescente interesse científico e tecnológico
[15], principalmente devido às grandes perspectivas de aplicações em sistemas computacionais,
sejam na gravação, leitura ou armazenamento de informações.
Os sistemas magnéticos nanoscópicos apresentam uma grande variedade de propriedades
físicas interessantes e formam um único conjunto para estudar diversos problemas em física do
estado sólido, como o superparamagnetismo [16,17], a cinética de nucleação e o crescimento de
grãos [18], e o comportamento de vidro de spin [19,20]. Devido à complexidade inerente da
nanoestrutura, é extremamente difícil modelar a resposta à excitação externa. Por isso, apesar dos
nanocompósitos virem sendo intensamente estudados nos últimos 50 anos, eles apresentam diversas
características que permanecem incompreendidas. Além do interesse puramente acadêmico, com o
crescente desenvolvimento da indústria de gravação magnética, aumenta cada vez mais o interesse
pelo estudo de sistemas constituídos por compósitos magnéticos nanocristalinos, pois o “bit” de
informação em um disco rígido já está atingindo o limite superparamagnético, ou seja, o limite no
qual a energia térmica é da ordem da energia de anisotropia magnética [21]. Sendo assim, entender o
comportamento de um sistema de partículas magnéticas torna-se um desafio intelectual, mas que
pode vir a ter implicações práticas muito importantes.
3
33
Compósitos contendo nanopartículas em matriz polimérica têm múltiplas aplicações
tecnológicas, dentre elas as biomédicas e de despoluição ambiental.
1.2 - TIPOS DE FLUIDOS MAGNÉTICOS
Fluidos magnéticos ou ferrofluidos são suspensões coloidais formadas por unidades
primárias – monodomínios magnéticos dispersos em um líquido carreador. As partículas com
diâmetro da ordem de nanômetros são formadas por diferentes tipos de ferritas cúbicas que
apresentam a expressão geral M
+2
Fe
2
O
4
, onde M
2+
é o metal que pode ser, por exemplo, Co, Mn,
Zn, Fe (Fe
3
O
4
– magnetita), ou então por maghemita (-Fe
2
O
3
).
Dependendo da forma utilizada para se obter a estabilidade dos FM’s, estes podem ser
classificados como surfactados, iônicos ou híbridos.
Surfactado
O termo surfactado vem do inglês surfactant, proveniente das palavras Surface Active
Agente – Agente Ativo de Superfície [22]. Nos fluidos magnéticos surfactados, a superfície da
nanopartícula é recoberta por uma camada molecular (da ordem de 1 a 3 nm de espessura),
apresentando uma terminação polar do tipo – carboxila, hidroxila ou amina [23]. A região polar é
hidrofílica, voltada para a nanopartícula, ficando a parte hidrofóbica (apolar) voltada para o
solvente, conforme se observa na figura 1.1. Neste caso, deve-se ter um líquido dispersante apolar,
como hidrocarbonetos. Essa cadeia que adere à superfície da nanopartícula forma uma barreira
mecânica contra aglomeração e proporciona a estabilidade da suspensão [24].
Para que o fluido seja de base aquosa, deve-se obter uma estrutura que torne a parte mais
externa da cobertura da nanopartícula polar. Isto pode ser conseguido com a adição de mais uma
camada surfactante, na qual a parte apolar da nova camada se liga à apolar da partícula recoberta,
formando, desta forma, uma dupla camada com uma terminação polar solúvel em água. Estes
fluidos são chamados de surfactantes com dupla camada, e são utilizados em aplicações médicas,
sendo normalmente injetados na corrente sanguínea, que tem mais de 90% de água em sua
composição.
4
34
Figura 1.1 - Fluido magnético surfactado: as partículas não se aglomeram devido a barreira mecânica formada
pelas moléculas do surfactante.
Iônico
Nos fluidos magnéticos iônicos (FMI) à base de ferritas magnéticas, a densidade superficial
de carga elétrica é estabelecida a partir de um equilíbrio do tipo ácido-base. O solvente é tipicamente
água e a nanopartícula é carregada com uma densidade superficial de carga, conforme o esquema da
figura 1.2. A estabilidade está associada à repulsão eletrostática. Neste caso, a densidade de carga
superficial e a força iônica do meio devem ser precisamente controladas de modo que a repulsão
compense a atração magnética dipolar que favorece a precipitação das nanopartícula. Nos FMI em
meio aquoso com pH baixo, surge uma densidade de cargas positivas devido à transferência de
prótons do meio para a superfície da nanopartícula. Analogamente, uma densidade de cargas
negativas na superfície da nanopartícula é obtida para solução com valores de pH altos, que resulta
da transferência de prótons da superfície da nanopartícula para o meio aquoso, deixando, pois,
átomos de oxigênio carregados negativamente na superfície da nanopartícula, conforme o esquema
da figura 1.2.
5
35
Figura 1.2 - Fluido magnético iônico: as partículas não se aglomeram devido à repulsão eletrostática entre
elas.
Híbridos
Atualmente, já estão sendo sintetizados fluidos magnéticos estabilizados por meio de uma
estrutura ao mesmo tempo iônica e surfactada. Estes fluidos são denominados híbridos (figura 1.3).
Observa-se que as moléculas são quimiosorvidas (agregadas) na superfície das nanopartículas ao
mesmo tempo em que grupos ionizáveis da mesma ficam em contato com o solvente.
A utilização de lipossomas, que constam de um compartimento formado por duas camadas
de fosfolipídeos, tem tido um aumento relevante na área biomédica. Quando se introduz partículas
magnéticas nos lipossomas obtém-se os magnetolipossomas (MLs), que têm sido muito estudados
recentemente [25] e utilizados em aplicações biomédicas.
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
--
-
-
--
-
-
-
-
-
-
-
-
-
--
--
--
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
+
+
++
+
+
+
+
+
+
+
++
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
-
-
-
-
-
-
-
-
--
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
+
6
36
Figura 1.3 - Fluido magnético híbrido em meio iônico.
1.3 - NANOPARTÍCULAS
Uma característica fundamental das suspensões coloidais é a tendência natural de
aglomeração das nanopartículas. Para se obter a estabilidade, deve-se minimizar a possibilidade de
aglomeração. As partículas devem ser pequenas o suficiente para que não haja precipitação,
permitindo que o movimento browniano atue como agente dispersante.
São várias as interações em um fluido magnético, podendo ser intrínsecas, como a interação
dipolar magnética ou de Van der Waals, ou extrínsecas, como a temperatura e o campo
gravitacional. Para uma dada condição, considerando-se apenas as interações intrínsecas, deve haver
um equilíbrio entre as forças repulsivas (repulsão estérica ou eletrostática) e as atrativas (dipolar
magnética ou de Van der Waals), para que não haja aglomeração entre as nanopartículas magnéticas.
Para fluidos surfactados, a interação estérica tem papel fundamental na estabilidade coloidal,
e para fluidos iônicos, a interação eletrostática exerce o mesmo papel. Os parâmetros apresentados
na figura 1.4 que mostra duas nanopartículas magnéticas recobertas com uma camada de proteção
são de fundamental importância para o cálculo das interações que influenciam na estabilidade do
FM.
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
7
37
Figura 1.4 – Esquema ilustrativo entre duas partículas de um fluido magnético: δ é a espessura da cobertura
de proteção (camada iônica e/ou molecular), L é a distância entre as superfícies das partículas e Z é a
distância centro-a-centro.
Energia Gravitacional
A influência da energia gravitacional nas partículas é determinada primordialmente pelo
tamanho destas e é melhor expressa por meio de sua densidade. A expressão para a energia
gravitacional é [26]:
E
g
=
∆ρ
VgL, (1.1)
onde
∆ρ
é a diferença de densidade entre a nanopartícula e o líquido dispersante, g é a aceleração da
gravidade e
L a elevação no campo gravitacional, isto é, a altura em que o objeto em estudo se
encontra. A interação gravitacional é uma das responsáveis pela precipitação ou não das
nanopartículas magnéticas no líquido carreador.
A força de agitação térmica atua no sentido de se opor à energia gravitacional, mantendo,
então, um equilíbrio isotrópico na solução.
Energia Térmica
A energia de agitação térmica é da por:
E
T
= kT, (1.2)
onde
k = 1,38 x 10
-23
N.m.K
-1
é a constante de Boltzmann, e T é a temperatura.
D
L
δ
Z
8
38
Energia Dipolar Magnética
A interação entre dois dipolos magnéticos pode ser atrativa ou repulsiva, fator determinado
pela sua orientação. A energia de interação é dada por
(
)
(
)
=
5
21
3
21
0
..
3
.
4
1
r
rmrm
r
mm
E
D
r
r
r
r
r
r
πµ
, (1.3)
onde
µ
0
é a permeabilidade magnética do vácuo,
m
r
é o momento de dipolo magnético, e
r
r
é a
distância entre os núcleos das nanopartículas [27]. E neste caso,
6
3
0
DM
m
r
r
πµ
=
, (1.4)
onde
M
r
é a magnetização espontânea e D é o diâmetro da nanopartícula.
Energia de Van der Waals
As forças de Van der Waals surgem espontaneamente por causa da flutuação da energia
dipolo-dipolo elétrico. As interações atrativas são do tipo 1/
r
6
que compõem a força de Van der
Waals; o termo de Keesom que surge da interação de dois dipolos permanentes; o termo de Debye,
no qual um dipolo permanente de uma molécula induzirá o de outra; e por fim, as interações de
London, que surgem da interação entre dipolos induzidos. A expressão para a força de Van der
Waals é, segundo Rosensweig [26]:
++
=
2
2
22
4
ln
2
4
2
6
x
x
xx
A
E
V
, (1.5)
onde A = 10
-19
N.m é a constante de Hamaker e x = 2L/D + 2, sendo L a distância superfície-
superfície, de acordo com figura 1.4 [26].
9
39
O coeficiente de Hamaker depende das propriedades dielétricas das partículas no meio, e
pode ser descrito como [28]:
(
)
()
3
2
22
2
22
2
216
3
4
3
sp
spc
sp
sp
nn
nnhv
kTA
+
+
=
εε
εε
, (1.6)
onde
ε
p
,
ε
s
, h,
ν
c
, n
p
e n
s
são, respectivamente, a constante dielétrica da partícula, a constante
dielétrica do solvente, a constante de Planck, a freqüência característica de adsorção, o índice de
refração da partícula e o índice de refração do solvente. Para materiais como a magnetita, o valor de
A é da ordem de 10
-19
N.m.
Energia Estérica
Para prevenir a aglomeração das nanopartículas, existe um mecanismo de repulsão que
utiliza as longas cadeias moleculares adsorvidas na sua superfície, as quais se agregam, formando
uma barreira e realizando um trabalho mecânico de repulsão, tal como uma mola em contato com
uma parede. A densidade superficial de energia é dada por:
()
kT
t
s
x
t
t
s
DE
E
+
=
222
ln22
2
ξπ
, (1.7)
onde a densidade superficial de moléculas adsorvidas na superfície da nanopartícula é descrita pelo
parâmetro
ξ
(a quantidade de moléculas adsorvidas), com t = 2
δ
/D. Valores típicos do parâmetro
ξ
estão entre 10
15
a 10
18
ligantes/m
2
[26]. O parâmetro s representa a separação entre as coberturas das
nanopartículas e
δ
é a espessura da cobertura de proteção (camada iônica e/ou molecular).
Energia Eletrostática
A repulsão eletrostática é descrita por:
()
λ
ε
πρ
/exp
4
42
z
z
D
E
EL
=
, (1.8)
10
40
onde
λ
= (2x10
3
Ne
2
V/
ε
kT)
-1/2
, N é o número de Avogrado, e a carga elementar, k a constante de
Boltzman e T é a temperatura. Esta energia representa a repulsão eletrostática entre duas esferas
idênticas, com densidade superficial de carga
ρ
, em um solvente iônico de constante dielétrica
ε
e
força iônica
=
i
ii
Zn
2
κ
[29], em que n
i
é a concentração de íons de carga Z
i
dispersos no solvente.
As equações acima permitem obter os parâmetros que determinam a estabilidade do fluido
magnético [26].
Figura 1.5 – Ilustração do comportamento da energia em função da distância de separação entre as partículas
de um fluido magnético. E
R
é a energia repulsiva (eixo vertical +). E
a
é a energia atrativa (eixo vertical - ). E
V
é a energia de Van Der Waals. E
D
é a energia dipolar e d é a distância de separação (eixo horizontal). E
T
é a
energia térmica.
Na figura 1.5 está representado o comportamento dos termos de energia que atuam na
estabilidade do fluido magnético.
1.4 - SÍNTESE
A figura 1.6 mostra o fluxograma típico usado na produção de fluido magnético por
condensação química [30,31]. O processo inicia-se com a dissolução de íons metálicos em meio
aquoso, em proporções adequadas. Em seguida, sob condições otimizadas de agitação e temperatura
o meio aquoso é alcalinizado por adição de uma base, resultando na formação de um precipitado que
0
E
R
E
a
d
E
V
E
D
E
T
11
41
contém as nanopartículas magnéticas. O próximo passo consiste na peptização do precipitado. Neste
ponto duas rotas distintas podem ser seguidas, dando origem ao fluido magnético surfactado ou
iônico.
No caso do fluido magnético surfactado, o processo de “flushing” é utilizado para extrair as
nanopartículas do precipitado por tratamento deste com uma mistura contendo o agente estabilizante
e o solvente. Em seguida, a fase magnética (em solvente apolar) é separada magneticamente da fase
aquosa que contém os resíduos da co-precipitação alcalina. Finalmente, são executadas as etapas de
filtragem seguida do controle da concentração de nanopartículas por adição ou remoção do solvente.
No caso do fluido magnético iônico o processo de peptização é obtido tratando-se
primeiramente o precipitado com um agente estabilizador da superfície da nanopartícula. Em
seguida, é realizada a separação magnética e posterior solubilização em base (Ex: tretrametil
amônia) ou ácido (perclórico) adequado, seguido de adição de água. A ultra-centrifugação pode ser
utilizada após o processo de peptização e dissolução no solvente, com a finalidade de remover
partículas maiores.
Estes dois tipos de fluidos magnéticos foram utilizados neste trabalho.
Figura 1.6 - Esquema de preparação de fluido magnético surfactado e iônico [23].
Base concentrada
M
2+
/M
3+
Surfactados
Mistura Água
Condensação
Peptização
Iônicos
Estabilização
Separação
Dispersão
Concentração
“Flushing”
Separação
Filtragem
Concentração
12
42
1.5 - PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
Ferritas
O método de síntese por co-precipitação química produz ferritas com estrutura cristalina do
tipo espinélio (figura 1.7). Essas ferritas são, de modo geral, substâncias ferrimagnéticas. Ou seja,
possuem magnetização espontânea resultado da interação entre duas sub-redes ordenadas de forma
ferromagnética [32].
Figura 1.7 - Estrutura da ferrita do tipo espinélio.
Esta estrutura apresenta como características:- empacotamento cúbico (fcc) de 32 íons de
oxigênio. Isto é, cada célula unitária contém 8 moléculas do tipo M
2+
Fe
3+
2
O
4,
onde M representa um
metal divalente. Essa estrutura apresenta 64 sítios tetraédricos e 32 sítios octaédricos, dos quais
apenas 8 tetraédricos e 16 octaédricos são preenchidos. De acordo com a ocupação dos sítios a
estrutura pode ser classificada como espinélio direto (metal divalente nos sítios tetraédricos e Fe
3+
nos octaédricos), inverso (nos sítios tetraédricos apenas Fe
3+
e nos octaédricos o metal divalente e o
Fe
3+
) ou misto (ambos os sítios com proporções variadas dos metais relacionados) [33].
Uma fórmula geral para descrever estes sistemas pode ser dada por:
13
43
(
)
(
)
411
OBABA
o
ii
T
ii
(1.9)
onde i é o parâmetro de inversão e representa a fração de cátions tipo A que ocupam os sítios
octaédricos enquanto os designados pela letra B ocupam os sítios octaédricos.
Tabela 1.1 - Tipos de estruturas da ferrita com as suas respectivas fórmulas.
Tipo i Fórmula
Normal
0 (A)
T
(B)
O
O
4
Inversa
1 (B)
T
(A)
O
O
4
Magnetita e Maghemita
Magnetita e maghemita são similares em propriedades físicas e estrutura cristalina (tabela
1.1). Ambas exibem ferrimagnetismo, porém a maghemita tem menor magnetização de saturação
comparada à magnetita. A diferença em sua resposta magnética é devido à interação entre subredes.
A maghemita é estruturalmente composta somente de íons de Fe
3+
. Na estrutura cristalina metade
dos íons de Fe
3+
estão em sítios tetraédricos e a outra metade em sítios octaédricos. A magnetita
apresenta íons Fe
2+
e Fe
3+
numa
razão molar de 1:2, onde metade dos íons Fe
3+
está em sítios
tetraédricos e a outra metade está em sítios octaédricos. Por outro lado, na magnetita os íons Fe
2+
estão em sítios octaédricos. A nanopartícula de magnetita é uma ferrita com estrutura cúbica do tipo
espinélio inverso. Apesar das partículas apresentarem caráter ferrimagnético, o fluido magnético tem
comportamento superparamagnético. A ausência de histerese na curva de magnetização e o campo
coercivo nulo são características de materiais superparamagnéticos [34,35].
1.6 - SUPERPARAMAGNETISMO
Pequenas partículas magnéticas quando na escala nanométrica e submetidas ao campo
magnético, respondem de forma particular. Esta particularidade é devido ao momento magnético
total (
3
B
10
µ
µ
) que está entre o paramagnético (
B
10
µ
µ
) e o ferromagnético (
4
B
10
µ
µ
), onde
µ
B
é o magneton de Bohr (figura 1.8).
14
44
Figura 1.8 – Magnetização (M) versus campo magnético aplicado (H) representando o comportamento de
substâncias paramagnéticas, superparamagnéticas e ferromagnéticas. Onde
µ
B
= 9,27x10
-24
J/T.
Esse comportamento foi observado por Elmore numa suspensão coloidal de partículas de
Fe
3
O
4
[36]. O nome “superparamagnético” foi sugerido por Bean e Livingston [37]. Materiais com
características semelhantes foram objeto de estudos por Néel [38]. Outros pesquisadores deram suas
contribuições à elucidação de materiais com comportamento superparamagnético. Conforme
observações experimentais, os materiais superparamagnéticos possuem comportamento semelhante
ao paramagnético.
O comportamento superparamagnético de nanopartículas também refere às partículas com
um diâmetro crítico D
c
, assim como existe um diâmetro máximo D
m
que caracteriza a transição
entre um monodomínio e um multidomínio magnético. Então, partículas magnéticas com diâmetro
D
< D
c
, possuem comportamento superparamagnético (figura 1.9). Este raciocínio induz a definir
um volume crítico
V
c
, dependente da temperatura T e da anisotropia K, observando que a uma dada
temperatura, se o tempo de relaxação dos momentos magnéticos for menor que o tempo necessário
para realizar a medida, a partícula é superparamagnética. Caso contrário a partícula é dita bloqueada.
H
M
0
Parama
g
netismo
Ferroma
g
netismo
Su
p
er
p
arama
g
netismo
10
µ
B
10
3
µ
B
10
4
µ
B
15
45
Assim, para uma partícula uniaxial (de formato aleatório) o volume crítico é
25
c
kT
V
K
= e a
temperatura de bloqueio (T
B
) depende da barreira de energia
E
KV
= , sendo
B
25
c
K
V
T
k
=
[35].
Figura 1.9 – Variação do campo coercivo (Hc) com o diâmetro (D) da partícula. Esta representação ilustra as
regiões onde a partícula possui monodomínio (D < D
max
) ou multidomínio (D > D
max
). Na região em que D <
D
c
a partícula possui comportamento superparamagnético [35].
Barreira de Energia e Coercividade Reduzida
Assumindo que um conjunto de partículas uniaxiais está com seus eixos de fácil
magnetização na direção do eixo Z, inicialmente ocorre uma saturação na magnetização espontânea
(
e
M
) no sentido de +Z. Se um campo
H
for aplicado (se não houver campo aplicado o potencial é
simétrico e os momentos terão a configuração paralela ou antiparalela em relação ao sentido do
campo magnético, figura 1.10) no sentido de –Z, e se cada partícula estiver com a orientação do
momento magnético fazendo um ângulo
θ
com +Z, a energia total por partícula será então (figura
1.11),
2
(cos)
e
E V Ksen HM
θ
θ
=+
· (1.10)
Diâmetro (D)
0
Dc
D
max
Hc
Monodomínio
Multidomínio
I
nstáve
l
E
stáve
l
Superparamagnético
16
46
A dependência de
E
com o campo
H
faz surgir uma barreira de energia de reversão. Essa
barreira de energia é a diferença entre o máximo e um mínimo dos valores de
, portanto,
2
1
2
e
HM
EKV
K

∆=


. (1.11)
Figura 1.10 – Representação (esquema) da barreira de energia
max min
E
EE
=−
, a ser superada pelo
momento magnético de uma nanopartícula quando submetida a um campo magnético (Equação 1.10).
E
δ
E
Figura 1.11 - Representação do poço de potencial assimétrico E. Devido à aplicação de um campo externo
(H) a barreira sofre uma deformação (δE) [39].
180
0
A
ngulo
K
V
Z
17
47
Conseqüentemente se o sistema for submetido a um campo magnético externo, a barreira de
energia (figura 1.11) reduzirá na proporção um número
n de kT ativada termicamente. Neste ponto,
a coercividade intrínseca
ci
H
aparece para partículas com diâmetro D
> D
c
, podendo ser escrita
como [35]:
1/2
2
1
ci
e
KnkT
H
MKV

=−


, (1.12)
e a coercividade reduzida
h
ci
é dada por:
3/2
3/2
,0 B
11
ci c
ci
ci
HD T
h
HD T


== =




, (1.13)
onde
ci
H
(Equação 1.12) refere-se então a sistemas de partículas com multidomínios magnéticos
(estáveis) na transição para monodomínios magnéticos. Já
h
ci
(equação 1.13)
relaciona parâmetros
ligados a sistemas instáveis que caracterizam o comportamento superparamagnético do conjunto de
partículas [35]. A coercividade desaparece em condições de superparamagnetismo, havendo um
ponto limite em termos da temperatura, diâmetro e tempo de relaxação das nanopartículas.
O fluido magnético, de modo geral, possui comportamento superparamagnético dentro das
condições observadas, através das técnicas de caracterização, em termos do diâmetro crítico
D
c
e da
temperatura de bloqueio
T
B
. Considerando as características excepcionais dos fluidos magnéticos,
nas últimas décadas houve um grande avanço nas aplicações tecnológicas, em particular na indústria
em biomedicina. Especificamente, neste trabalho, será abordado o fluido magnético com
características para aplicações em meio biológico (biocompatíveis).
18
48
1.7 - APLICAÇÕES
1.7.1 – Fluidos Magnéticos
O interesse tecnológico pelo fluido magnético iniciou-se em 1965, quando se identificou o
problema do fluxo de combustível em veículos espaciais da NASA na ausência da gravidade. Outros
exemplos de aplicações são:
-
Selos rotativos para sistemas a vácuo ou discos rígidos.
-
Auto-falantes [40].
-
Tintas magnéticas (código de barras).
-
Acelerômetros e amortecedores magnéticos.
- Separação de óleo e água através de meios magnéticos, onde processos de extração de
petróleo e de controle de desastres ecológicos podem ser beneficiados [41].
- Dispositivos ópticos como moduladores e chaves ópticas que controlam a passagem de
luz em função de campo magnético aplicado por um filme de fluido magnético [42].
1.7.2 - Fluidos Magnéticos Biocompatíveis
A importância de um material biologicamente compatível, com fortes propriedades
magnéticas, é bastante atraente, devido a possibilidades de monitoramento, vetorização e
distribuição por tecidos e órgãos de animais e humanos. Com estas características o fluido
magnético biocompatível pode ser controlado por diversas técnicas, sugerindo a possibilidade de
aplicações na biologia e biomedicina.
Algumas aplicações, distribuídas em duas categorias (
diagnósticos e terapia, e em
biotecnologia
), têm sido executadas com fluidos magnéticos aquosos compostos de nanopartículas
magnéticas cobertas com moléculas que os apresentem como biocompatíveis [43].
Diagnósticos e Terapia
- Agente de contraste para imagem por ressonância magnética [44], com nomes comerciais
como Combidex (óxidos-dextrana) e Feridex (óxidos-dextrana) [45] estão disponíveis no
mercado.
19
49
-
Nanopartículas de ferritas recobertas com dextrana ligadas à imunoglobulina e ao
anticorpo anti-streptocinase para formar o microesferóide de ferrita-dextrana. Este
veículo foi incubado com hemoglobina humana [46], com o objetivo de avaliar a
possibilidade de desenvolver drogas para diagnóstico e terapia via corrente sangüínea.
-
Hipertermia como uma técnica promissora na terapia do câncer [47].
-
magnetolipossomas para magnetohipertermia em células tumorais in vitro e in vivo
(camundongos), usando campo de radiofreqüência de 118 kHz e na presença de um
campo magnético de 384 G (30,6 kA/m) [47].
- Nanopartículas de magnetita, cobertas com ácido dodecanóico e poliálcool etoxilato, e
introduzidas via intravenosa em animais, objetivando futura aplicação como possível
droga anticâncer [48].
-
Magnetotermocitólise (aquecimento localizado dos tumores) na terapia do câncer [49].
Biotecnológicas
-
Separação e purificação de células [50].
-
Sondas (labels) magnéticas [45].
-
Imobilização de enzimas [51,52], anticorpos [53] e oligonucleotídeos [54].
- Colóides aquosos de nanopartículas superparamagnéticas (maghemita) ligadas
covalentemente com lectinas e enzimas, para o estudo
in vitro [55,56].
- Separação imunomagnética de microorganismos patogênicos em microbiologia clínica
[45].
-
Biofluidos no crescimento de plantas in vivo e in vitro [57,58].
1.7.3 - Nanocompósitos Magnéticos
Nanocompósitos poliméricos baseados em Nylon-6 e EPDM. Os materiais apresentam
características de dissipadores de eletricidade estática e blindagem contra interferência
eletromagnética na faixa de 8 a 12 MHz.
20
50
Nanocompósitos poliméricos – materiais nanoestruturados fabricados com borracha natural,
outros tipos de látex e argilas, com propriedades mecânicas e de barreira a gases muito superiores às
de materiais convencionais.
1.7.4 – Nanocompósitos Magnéticos Biocompatíveis
Compósitos poliméricos nanoestruturados como os associados nas aplicações de carreadores
com agentes fotossensibilizantes magnéticos nanoestruturados no tratamento do câncer, na
magnetohemodiálise e em despoluição ambiental [59]. Para emprego na área biomédica, os
nanocompósitos e os fluidos magnéticos biocompatíveis devem atravessar a barreira endotelial e se
acumular especificamente nas células-alvo, sem dano às células normais. Estas características
podem ser atingidas por meio do recobrimento das partículas com um material biologicamente ativo,
do controle de seus parâmetros físicos, tais como o tamanho da partícula, a susceptibilidade
magnética da solução e o conhecimento do seu comportamento no organismo.
1.8
- MATERIAIS INVESTIGADOS
Investigou-se fluido magnético iônico à base de nanopartículas magnéticas de ferrita de
cobalto. A investigação de fluidos e nanocompósitos magnéticos biocompatíveis é um dos objetivos
deste trabalho. Os fluidos magnéticos biocompatíveis usados são aquosos, à base de magnetita
(Fe
3
O
4
) e recobertos com dextrana ou DMSA (ácido meso-2,3-dimercaptosuccínico) [60], já os
nanocompósitos usados são à base de nopartículas magnéticas de ferrita de cobalto dispersas em
matriz de PLA e de maghemita dispersa em matriz de BSA. A proposta de utilizar fluidos e
nanocompósitos magnéticos biocompatíveis é interessante devido à possibilidade de aplicação em
diagnóstico e tratamento de tecidos tumorais.
Considerando os materiais utilizados, pretendemos analisar o comportamento da
susceptibilidade magnética (parte real e imaginária), focalizando os processos de relaxação. Medidas
de ressonância magnética serão realizadas levando em consideração a influência das interações entre
as nanopartículas. Técnicas auxiliares de caracterização, a exemplo da espectroscopia Mössbauer,
21
51
espectroscopia fotoacústica, difração de raios-x e microscopia eletrônica de transmissão serão
utilizadas neste trabalho. A tabela 1.2 apresenta as amostras investigadas com as respectivas técnicas
de caracterização.
Tabela 1.2 – Amostras investigadas com as respectivas técnicas de caracterização.
Amostras Raios-X MET EM EF SMD RM
FMI de ferrita de cobalto X X X X
FM de magnetita-dextrana X X X X
FM de magnetita-DMSA X X X X
NCM de ferrita de cobalto-PLA X X X X X
NCM de maghemita-BSA X X X X X X
Em resumo apresentamos uma breve introdução sobre histórico dos fluidos magnéticos e
nanocompósitos discutindo sua síntese e sua estabilidade a partir das interações sobre as
nanopartículas. Foram citadas algumas aplicações de fluidos e nanocompósitos magnéticos.
Apresentamos uma introdução dos materiais utilizados com as respectivas técnicas de carecterização
(tabela 1.2).
22
52
CAPÍTULO - 2
PREPARAÇÃO DOS MATERIAIS E CARACTERIZAÇÃO BÁSICA
Neste capítulo faremos uma breve introdução da preparação de fluidos e nanocompósitos
magnéticos. Utilizaremos técnicas de caracterização básica (difração de raios-X, MET, EM e EF)
para investigação das amostras.
2.1 INTRODUÇÃO
Preparação do Fluido Magnético
O fluido magnético surfactado de ferrita de cobalto foi preparado sob orientação da Profª. Dra.
Emília Lima (IQ-UFG). O fluido magnético iônico de ferrita de cobalto foi preparado sob orientação
da Profª. Dra. Patrícia Sartoratto (IQ-UFG). Os fluidos magnéticos surfactados de magnetita
cobertos com dextrana e DMSA (ácido dimercaptosuccínico) foram produzidos pela Magnetic
Fluids (Berlin) e o fluido magnético iônico de maghemita foi preparado por Bruno Laçava (IQ-
UnB).
Preparação das nanoparticulas magnéticas de ferrita de cobalto: dissolveu-se 13,52 g FeCl
3
,
7,28 g de Co(NO
3
)
2
e 30 g de NaOH em 250 ml de água. Misturou-se as soluções de Fe
3+
e Co
2+
em
um béquer de 2 L e adicionou-se HNO
3
, antes de aquecer. Aqueceu-se as duas soluções (sais e base)
separadamente a uma temperatura de aproximadamente 96
0
C. Adicionou-se lentamente a solução
de NaOH com a ajuda de um funil de adição sobre a solução contendo sais de Fe
3+
e Co
2+
em
ebulição, deixando a mistura sob agitação por aproximadamente 15 min. Após o término da
agitação, retirou-se o sobrenadante e centrifugou-se por aproximadamente 3 min. Em seguida,
retirou-se o sobrenadante e lavou-se o precipitado com água destilada para centrifugar novamente.
Repetiu-se a centrifugação e a lavagem por mais quatro vezes, obtendo assim finalmente a borra
para a preparação do fluido magnético (surfactado e iônico).
23
53
Fluido magnético surfactado: adicionou-se à borra aproximadamente 1,4 L de água. Em
seguida, adicionou-se hidróxido de amônia até pH igual a 8. Caso o pH esteja acima de 8,
adicionou-se ácido clorídrico. Colocou-se 200 mL de ácido oléico agitando constantemente. Após
total aglutinação retirou-se toda a água com o funil de separação e lavou-se com álcool etílico 3
vezes. Em seguida, a borra pode ser peptizada no solvente adequado (diclorometano).
Fluido magnético iônico: fez-se a passivação da superfície das nanopartículas utilizou-se
0,0099 mol de nitrato férrico. O sólido, ferrita de cobalto (0,0396 mol), e o nitrato férrico foram
misturados em um béquer contendo 25 ml de água deionizada sob agitação constante e aquecimento
a 90 ºC durante 30 min. Após este período, ajustou-se o pH para 7 adiciou-se uma solução de
hidróxido de sódio, o que resultou na coagulação das nanopartículas. O sólido obtido foi lavado e
centrifugado 3 vezes com água e 1 vez com acetona até pH neutro. Após esses procedimentos, a
ferrita de cobalto foi peptizada com ácido perclórico 0,25 mol/L, resultando em uma suspensão
coloidal estável de ferrita de cobalto.
Fluido magnético surfactado de magnetita: As nanopartículas foram preparadas por
coprecipitação química dos íons de Fe²
+
e Fe³
+
em um meio alcalino. Após a precipitação as
nanopartículas foram cobertas com dois agentes moleculares, isto é, dextrana e DMSA, para
produzir amostras de fluido magnético biocompatível estável em salinidade e pH fisiológicos [60].
Preparação do Nanocompósito
Os nanocompósitos usados neste trabalho foram preparados pelos Profs. Dr. Antônio Cláudio
Tedesco e Dra. Juliana Marchetti (FFCLRP - USP).
Na preparação do nanocompósito de ferrita de cobalto (CoFe
2
O
4
) em matriz de PLA (ácido
polilático), utilizou-se a técnica de evaporação do solvente [61]. As nanopartículas magnéticas
foram incorporadas em um modelo polimérico pela mistura de ácido polilático com fluido
magnético surfactado de ferrita de cobalto.
Na preparação do nanocompósito de maghemita em matriz de BSA seguiam-se os mesmo
procedimentos já utilizados para a obtenção do nanocompósito de ferrita de cobalto em matriz de
PLA.
24
54
2.2 - TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO
Convencionamos designar por caracterização básica das amostras aquela realizada por uma
ou mais de quatro técnicas, a saber, difração de raios-X, microscopia eletrônica de transmissão
(MET), espectroscopia Mössbauer e espectroscopia fotoacústica. A caracterização básica dos fluidos
magnéticos utilizando MET tem por finalidade avaliar a morfologia das nanopartículas: o diâmetro
médio e a polidispersão em diâmetro. Através das medidas de raios-X é possível avaliar a estrutura
cristalina da nanopartícula e estimar o diâmetro médio.
2.2.1 – Difração de Raios – X
A difração de raios-X do material magnético (na forma de pó), removido antes da etapa de
peptização, é utilizada para confirmar a estrutura cristalina e para estimar o tamanho médio das
nanopartículas magnéticas. A partir do difratograma os picos de difração são comparados com
valores da ficha padrão (ASTM) para identificar a estrutura cristalina da nanopartícula. A estimativa
do diâmetro médio
D das nanopartículas pode ser obtida pela determinação da largura à meia altura
da reflexão mais intensa, usando a relação de Scherrer
θ
λ
cos
9,0
B
D
= , (2.1)
onde
λ é o comprimento de onda do raio-X, θ ângulo de difração e
22
padrãoamostra
BBB = o valor
corrigido de largura de linha à meia altura (em relação a uma amostra padrão) [62,63].
As figuras 2.1 a 2.5 apresentam difratogramas de raios-X das nanopartículas investigadas
neste trabalho. Utilizando a equação (2.1) foi possível estimar o diâmetro médio
D destas
nanopartículas cujos valores estão indicados na tabela 2.1. Os picos correspondentes às reflexões
(220), (311) e (400), obtidos experimentalmente, apresentam pequenos desvios (posição e
intensidade relativa) em relação aos valores ASTM (ver tabela 2.2).
25
55
10 20 30 40 50 60 70 80
CoFe
2
O
4
(ác. oleico)
(400)
(220)
(511)
(440)
Intensidade (u. a.)
2 θ (graus)
(311)
Figura 2.1 - Difratograma de raios-X das nanopartículas de ferrita de cobalto (FMS).
Figura 2.2 - Difratograma de raios-X das nanopartículas de ferrita de cobalto (FMI).
10 20 30 40 50 60 70 80
Intensidade
2 θ (graus)
(
220
)
(
311
)
(
511
)
(440)
)
(
400
CoFe
2
O
4
(iônico)
26
56
10 20 30 40 50 60 70 80
(311)
(220)
(400)
(511)
Intensidade (u. a.)
2 θ (graus)
γ -Fe
2
O
3
(iônico)
(440)
Figura 2.3 - Difratograma de raios-X das nanopartículas de maghemita (FMI).
20 40 60 80
(440)
(511)
(400)
(311)
(220)
Intensidade (u. a. )
2 θ (graus)
Fe
3
O
4
- D M SA
Figura 2.4 - Difratograma de raios-X das nanopartículas de magnetita-DMSA.
27
57
20 40 60 80
(440)
(511)
(400)
(311)
(220)
Fe
3
O
4
- dextrana
Intensidade (u. a.)
2 θ (graus)
Figura 2.5 - Difratograma de raios-X das nanopartículas de magnetita-dextrana.
Tabela 2.1 - Diâmetros médios das nanopartículas. Dados de difração de raios-X.
Amostra <D> (nm)
CoFe
2
O
4
(surfactada) 12,3
CoFe
2
O
4
(iônico) 13,0
Maghemita 8,4
Magnetita-DMSA 7,3
Magnetita-dextrana 4,9
Tabela 2.2 – Posição dos picos de difratograma de raios-X comparados com a ficha padrão ASTM.
Amostra ASTM
Intensidade
2
θ
hkl Intensidade
2
θ
Magnetita
34 30,240 220 30 30,095
28
58
dextrana
100 35,563 311 100 35,422
18 43,239 400 20 43,052
Magnetita
35 30,280 220 30 30,095
DMSA
100 35,639 311 100 35,422
26 43,108 400 20 43,052
44 30,278 220 30 30,122
Maghemita
100 35,719 311 100 35,455
24 43,322 400 20 43,099
Ferrita de
25 30,208 220 26 30,084
cobalto
100 35,685 311 100 35,437
22 43,323 400 24 43,058
2.2.2 -
Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET)
A técnica de microscopia eletrônica de transmissão utiliza um feixe de elétrons produzidos
pelo aquecimento de um filamento de tungstênio e acelerados por uma diferença de potencial de 60
a 300 kV, entre catodo e anodo. O comprimento de onda dos elétrons é da ordem de 0,01 nm. Lentes
magnéticas direcionam e aumentam consideravelmente o poder de resolução. Essa resolução pode
chegar a 500000 vezes, com possibilidade de observar estruturas com dimensões próximas a 0,1nm.
A limitação do microscópio eletrônico para sistemas coloidais reside na necessidade de acomodar a
amostra em presença de alto vácuo. As amostras devem ser previamente secas, antes de serem
analisadas. Esse tratamento pode levar a uma representação alterada da amostra em observação [64].
Medidas de MET representam um método de determinação morfológica, de modo que na
caracterização de fluido magnético observa-se uma polidispersão no diâmetro das nanopartículas, na
maioria dos casos com forma aproximadamente esférica. A polidispersão do diâmetro
D das
nanopartículas é obtida através de uma função do tipo lognormal descrita em função de um desvio
padrão
σ, dada por [65]:
=
2
0
2
0
2
ln
exp
2
1
)(
σ
πσ
D
D
D
DP . (2.2)
29
59
O diâmetro mais provável D e o diâmetro médio <D
0
> são dados por:
(
)
2
0
exp
σ
= DD
, (2.3)
e
>=<
2
exp
2
0
σ
DD
. (2.4)
As medidas de microscopia foram realizadas para partículas de ferrita de cobalto, maghemita
e magnetita. Foram feitas diluições das amostras de fluidos magnéticos (1:100 e 1:1000). As
amostras foram colocadas sobre telas recobertas por Formvar. Após secarem por duas horas as telas
foram levadas para análise em um microscópio eletrônico JEOL 100 CXII. As fotomicrografias
estão apresentadas nas figuras 2.6a, 2.7a e 2.8a. Os diâmetros das nanopartículas magnéticas (n =
500) foram obtidos utilizando-se o programa ImagnePro 4.0. A distribuição de nanopartículas foi
obtida usando-se a equação 2.2. Conforme histograma das figuras 2.6b, 2.7b, 2.8b e 2.9 os
parâmetros das nanopartículas estão relacionados na tabela 2.3.
Erro!
(a)
(b)
Figura 2.6 - (a) Imagem de microscopia eletrônica de transmissão (MET) das nanopartículas de ferrita de
cobalto (FM iônico). (b) Histograma da polidispersão das nanopartículas obtido por MET. O melhor ajuste é
representado pela linha contínua. O ajuste foi encontrado pela distribuição lognormal dada pela equação
(2.2).
15 nm
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
0
10
20
30
40
50
60
70
CoFe
2
O
4
Número de Partículas
Diâmetro (nm)
<D>
Méd.
= 7,7 nm
σ = 0,2
dados
modelo
30
60
(a) (b)
Figura 2.7 – (a) Imagem de microscopia eletrônica de transmissão (MET) das nanopartículas de magnetita
(FM-dextrana). (b) Histograma da polidispersão das nanopartículas de magnetita (FM-dextrana) obtido por
MET. O melhor ajuste é representado pela linha contínua. O ajuste foi encontrado pela equação (2.2) [66].
(a)
(b)
Figura 2.8 – (a) Imagem de microscopia eletrônica de transmissão (MET) das nanopartículas de magnetita
(FM-DMSA). (b) Histograma da polidispersão das nanopartículas de magnetita (FM-DMSA) obtido por
microscopia eletrônica transmissão (MET). O melhor ajuste é representado pela linha contínua. O ajuste foi
encontrado pela distribuição lognormal dada pela equação (2.2) [66].
15 nm
012345678
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Diâmetro (nm)
σ = 0,3
dados
modelo
Fe
3
O
4
- dextrana
<D>
MET
=3,1 nm
Número de Partículas
15 nm
012345678910111213
0
20
40
60
80
100
120
Fe
3
O
4
- DMSA
σ = 0,2
dados
modelo
<D>
MET
=5,6 nm
Número de Partículas
Diâmetro (nm)
31
61
(a) (b)
Figura 2.9- (a) Imagem de microscopia eletrônica de transmissão (MET) das nanopartículas de maghemita.
(b) Histograma da polidispersão das nanopartículas de maghemita obtido por microscopia eletrônica
transmissão (MET). O melhor ajuste é representado pela linha contínua. O ajuste foi encontrado pela
distribuição lognormal dada pela equação (2.2).
Tabela 2.3 – Diâmetros médios das nanopartículas. Dados de microscopia eletrônica de transmissão
(MET).
Amostra <D> (nm)
CoFe
2
O
4
(surfctada) 4,6 0,3
CoFe
2
O
4
(iônico) 7,7 0,2
Maghemita 7,6 0,2
FM-dextrana 3,1 0,3
FM-DMSA 5,6 0,2
100 nm
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
0
10
20
30
40
50
60
70
Número de Partículas
dados
modelo
Diâmetro (nm)
γ−Fe
2
O
3
<D>
TEM
=7,6 nm
σ = 0,2
32
62
2.2.3 - Espectroscopia Mössbauer
A emissão de raios-γ por um núcleo excitado e a posterior absorção por outro núcleo do
mesmo tipo, sem recuo de nenhum dos átomos, é a base do efeito Mössbauer [67]. O núcleo precisa
estar incorporado a uma matriz sólida, que absorva o momento de recuo, para que o efeito possa
acontecer. A emissão (ou absorção) sem recuo não ocorre em líquidos ou gases.
A quantidade de energia de um fóton emitido ou absorvido depende da posição dos níveis de
energia nuclear. Esses níveis são alterados pelas interações do núcleo com elétrons e íons que o
cercam. A espectroscopia Mössbauer (EM) é usada para medir essas alterações de posições de níveis
de energia e daí deduzirem informações sobre as vizinhanças dos núcleos dos átomos na rede.
As alterações dos níveis de energia do núcleo atômico provocado pela vizinhança decorrem
das interações do núcleo com campos elétricos e magnéticos, o que provoca modificações no
espectro Mössbauer. Estas interações são: a interação monopolar elétrica, a interação quadrupolar
elétrica e a interação dipolar magnética.
A
interação monopolar elétrica é causada pela interação coulombiana da carga elétrica
nuclear com os elétrons que têm uma probabilidade finita de se localizar na região do núcleo. Esta
interação dá origem a um deslocamento de espectro Mössbauer chamado de desvio isomérico
(isomer shift). O movimento térmico do núcleo emissor e/ou absorvedor é um outro efeito que dá
origem a um desvio isomérico. Este efeito é conhecido como deslocamento Doppler de segunda
ordem.
A
interação quadrupolar elétrica é relacionada à quebra de degenerescência dos níveis
nucleares com spin maior que ½. Quando o núcleo tem simetria esférica (spin 0 ou ½) o momento
quadrupolar é igual a zero. Quando é maior que ½ existe uma distribuição não uniforme de carga no
núcleo, gerando um momento de quadrupolo diferente de zero. A interação quadrupolar elétrica
provoca um desdobramento dos níveis de energia nuclear.
A
interação dipolar magnética ou efeito Zeeman é conseqüência da interação entre o
momento magnético do núcleo e o campo magnético presente nele, decorrente de diversas fontes
(campo aplicado, campo desmagnetizante, campo de Lorentz, campo dipolar devido às partículas
vizinhas e campo hiperfino). Provoca um desdobramento hiperfino do espectro em certo número de
linhas, dependendo do spin nuclear.
33
63
A literatura apresenta diversos trabalhos que relacionam o campo magnético hiperfino com o
número de primeiros vizinhos. Stearns [68] publicou um trabalho pioneiro do uso da EM para
relacionar o campo hiperfino e o deslocamento isomérico com o número de primeiros vizinhos do
Fe nas ligas FeSi com várias estequiometrias. Huffman e Fisher [69] usaram a EM para mostrar a
variação do momento magnético e campo efetivo em função do número de primeiros vizinhos do
átomo de Fe nas ligas Fe-Al. Satula et al. [70] determinaram o campo magnético hiperfino, o
deslocamento isomérico e o momento magnético como função do número de vizinhos do átomo de
Fe na liga Fe
3-x
Cr
x
Al.
O momento magnético do núcleo precessiona em torno de um campo magnético efetivo (H)
com a freqüência de Larmor. Para que o núcleo interaja com o campo é preciso que seu spin nuclear
efetue pelo menos uma precessão completa durante o tempo de vida do nível excitado [71]. Nas
partículas pequenas a energia magnética é da mesma ordem de grandeza da energia térmica, mesmo
abaixo da temperatura ambiente. Sendo assim, o vetor magnetização flutua com uma freqüência que
depende fortemente da temperatura T e do volume V da nanopartícula. O tempo de relaxação
magnética, para nanopartículas, é dado por [71]:
=
kT
KV
exp
0
ττ
, (2.5)
onde
s
9
0
10
τ
e K é a constante de anisotropia magnetocristalina.
A percepção do comportamento magnético das nanopartículas depende do tempo de medida
da técnica experimental com relação ao tempo de relaxação. Na espectroscopia Mössbauer de
57
Fe, o
tempo de medida, é da ordem de 10
-8
– 10
-9
s. Este tempo é aproximadamente igual ao período de
Larmor que é o tempo de precessão do momento magnético do núcleo no campo magnético
hiperfino. Sendo assim, para
τ
m
<<
τ
observa-se um espectro magnético (seis linhas) e para
τ
m
>>
τ
observa-se um espectro paramagnético (com uma ou duas linhas). No intervalo intermediário,
τ
m
τ
, tem-se um espectro com linhas alargadas [72]. Linhas alargadas de absorção aparecem, também,
quando a amostra apresenta diferentes números de primeiros vizinhos de Fe na estrutura, ou quando
estes vizinhos estão posicionados de maneira desordenada. Tem-se, então, uma distribuição de
campos hiperfinos no espectro Mössbauer.
A aplicabilidade do efeito Mössbauer reside no fato de que o núcleo Mössbauer pode ser
utilizado como uma sonda sensível à influência da vizinhança. Esta capacidade é devida à existência
da interação magnética entre o momento de dipolo magnético do núcleo e o spin dos elétrons
34
64
circunvizinhos, à interação elétrica entre o núcleo e campos eletrostáticos originados das cargas
elétricas que o circundam e à interação entre os elétrons-s e a distribuição de carga nuclear.
Através da espectroscopia Mössbauer obtém informações sobre os íons de ferro: o estado de
valência, a distribuição dos íons na estrutura cristalina e o valor do campo magnético interno.
O espectrômetro Mössbauer é constituído dos seguintes componentes:
a) Fonte para emissão de raios gama (emissor)
b) Transdutor de velocidade
c) Detector de raios gama
d) Sistema para armazenamento de dados da transmissão do feixe de raios-.
Na figura 2.10 apresentamos o diagrama em blocos para o sistema de medidas Mössbauer.
Figura 2.10 - Diagrama em blocos de um espectrômetro Mössbauer.
Amplificador da
onda
Monitor
PC
amplificador
de re
g
resso
Gerador
de onda
detector
Pré -
am
p
lificador
Fonte
Absorvedor
Transdutor
Sistema de
aquisição de
dados
Saída
35
65
Para a realização deste trabalho foi utilizado um transdutor WEISS, de fabricação alemã,
operando em modo de aceleração constante, onde o gerador de função comanda tanto o movimento
da fonte como o avanço de canais. Os dados são coletados em um computador. Na figura 2.11
podemos observar o equipamento Mössbauer que usamos para fazer as medidas à temperatura
ambiente. Para fazer as medidas na temperatura do nitrogênio líquido, utilizou-se um criostato
Oxford acoplado a um controlador de temperatura. Como fonte de radiação foi utilizada uma fonte
de Co
57
de 50 mCi em matriz de Ródio.
Figura 2.11 - Espectrômetro Mössbauer (IF-UnB).
A figura 2.12 apresenta o espectro Mössbauer da amostra de ferrita de cobalto dispersa em
matriz de PLA, na temperatura ambiente. O espectro Mössbauer foi ajustado com um doubleto e um
sexteto Mössbauer usando o programa de ajuste Mosswinn. A figura 2.13 apresenta o espectro
Mössbauer na temperatura de nitrogênio líquido. Os valores de campo interno, deslocamento
isomérico e desdobramento quadrupolar são típicos para a ferrita de cobalto [73]. A tabela 2.4
apresenta os parâmetros obtidos dos espectros Mössbauer para as amostras de ferrita de cobalto em
matriz de PLA (ácido polilático). O campo interno aumenta com a diminuição da temperatura, sendo
típico de partículas superparamagnéticas. O dubleto que surge no espectro Mössbauer indica que as
nanopartículas de ferrita de cobalto estão na fase superparamagnética.
36
66
Figura 2.12 - Espectro Mössbauer à temperatura ambiente da ferrita de cobalto em matriz de PLA.
-12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12
8,40
8,41
8,42
8,43
8,44
Dados Experimentais
ajuste para 1 sexteto e 1 doubleto
Doubleto
Sexteto
Absorção ( x 10
6
)
Velocidade (mm/s)
NL
Figura 2.13 - Espectro Mössbauer à temperatura de nitrogênio líquido da ferrita de cobalto em matriz de
PLA.
-12-10-8-6-4-2024681012
1,53
1,54
1,55
1,56
1,57
1,58
1,59
TA
Absorção (x10
6
)
Velocidade (mm/s)
Dados Experimentais
Ajuste: 2 Sextetos
1 Doubleto
1º Sexteto
2º Sexteto
Doubleto
37
67
Tabela 2.4 - Parâmetros Mössbauer do nanocompósito magnético biocompatível (ferrita de cobalto
em matriz de PLA). T = temperatura; IS = deslocamento isomérico relativo ao α-Fe; QS =
desdobramento quadrupolar; Γ = largura de linha média; B = campo hiperfino; A(%) = área relativa
do espectro.
Amostra T(K) Sítio IS mm/s) QS(mm/s)
Γ (mm/s)
B(K Oe) A (%)
300 1 sexteto 0,13 0,50 467 9,5
NCM 300 2 sexteto 0,16 1,72 428 41,7
CoFe
2
O
4
- 300 1 dubleto 0,16 0,72 0,50 48,8
PLA 77 1 dubleto 0,56 0,80 0,82 24,7
77 1 sexteto 0,47 1,18 510 75,3
300 1 sexteto 424
77 1 sexteto 489
CoFe
2
O
4
a
300 1 dubleto 0,32 0,70
77 1 dubleto 0,47 0,71
a
referência [73].
Resultados de espectroscopia Mössbauer – Amostra de maghemita em matriz de BSA
Investigou-se nanopartículas de maghemita em matriz de BSA na concentração de 1:1
(2,28x10
17
partículas/cm
3
). As figuras 2.14 e 2.15 apresentam resultados obtidos por espectroscopia
Mössbauer. A figura 2.14 apresenta o espectro Mössbauer na temperatura ambiente com
concentração de 2,28x10
17
partículas/cm
3
, onde se observa um sexteto e um dubleto com campo
magnético interno correspondente ao sítio (A) Fe
3+
. A figura 2.15 apresenta o espectro Mössbauer na
temperatura de nitrogênio líquido com concentração de 2,28x10
17
partículas/cm
3
; observa-se um
sexteto tendo íons de ferro nos sítios tetraédrico (A) e octraédrico (B), respectivamente. Pode-se
observar pelos espectros das figuras 2.14 e 2.15 que com a diminuição da temperatura evidencia-se a
fase superparamagnética à temperatura ambiente.
Os espectros Mössbauer foram ajustados usando o programa de ajuste Mosswinn. Os valores
de campo hiperfino, deslocamento isomérico, desdobramento quadrupolar, largura de linha dos
resultados experimentais e os valores encontrados na literatura para o Bulk γ-Fe
2
O
3
estão indicados
38
68
na tabela 2.5. Observa-se que os valores experimentais e os encontrados na literatura [74,75]
são
comparáveis evidenciando a estrutura da maghemita.
-10-8-6-4-2 0 2 4 6 810
0,166
0,168
0,170
0,172
0,174
TA
Absorção (x10
6
)
Velocidade (mm/s)
Dados Experimentais
Ajuste de 1 Sexteto e 1 Doubleto
Sexteto
Doubleto
Figura 2.14 - Espectro Mössbauer à temperatura ambiente (300 K) do nanocompósito maghemita em matriz
de BSA produzido a partir de FM iônico usando amostra com concentração de 2,28x10
17
partículas/cm
3
(resumo aceito - ISMANAM2006).
-12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12
0,352
0,354
0,356
0,358
0,360
NL
Dados Experimentais
Ajuste para 2 Sextetos
1º Sexteto
2º Sexteto
Absorção (x10
6
)
Velocidade (mm/s)
Figura 2.15 - Espectro Mössbauer à temperatura de nitrogênio líquido (77 K) do nanocompósito maghemita
em matriz de BSA produzido a partir de FM iônico usando amostra com concentração de 2,28x10
17
partículas/cm
3
(resumo aceito - ISMANAM2006).
39
69
Tabela 2.5 - Parâmetros Mössbauer do nanocompósito magnético biocompatível (maghemita em
matriz de BSA). T = temperatura; IS = deslocamento isomérico relativo ao α-Fe; QS =
desdobramento quadrupolar; Γ = largura de linha média; B = campo hiperfino; A(%) = área relativa
do espectro.
Amostra T(K) Sítio IS mm/s) QS(mm/s)
Γ (mm/s)
B (K Oe) A (%)
300 1 singleto 0,333 3,082 396 78,1
NCM γ-Fe
2
O
3
-
1 dubleto 0,341 0,715 0,963 21,9
BSA 77 1 sexteto 0,451 0,703 498 40,5
1 sexteto 0,403 - 0,069 1,467 462 59,5
Bulk γ-Fe
2
O
3
298 0,35
a
0 496
b
a
referência [74] e
b
referência [75].
2.2.4 - Espectroscopia Fotoacústica
Foi Alexandre Ghram Bell [76], por volta de 1880, o primeiro a observar que um feixe de luz
interrompido periodicamente ao incidir sob um sólido colocado no interior de uma célula fechada
produzia um som audível. Esse fenômeno foi chamado de “Efeito Fotoacústico”. Nesta época Lord
Rayleigh [76], Mercadier [76] e Preece [76] trabalharam no sentido de dar hipóteses explicativas
para o efeito fotoacústico.
Cinqüenta anos mais tarde o efeito fotoacústico renasceu na Rússia, quando Viengerov [76]
desenvolveu o chamado “espectrofone” para analisar misturas de concentrações gasosas. Com o
advento do laser na produção de radiação coerente monocromática e a partir do desenvolvimento de
microfones sensíveis, o efeito fotoacústico começou a ser aplicado.
Em 1971 Kreuzer [77] utilizou o método fototérmico também chamado fotoacústico para
detectar traços poluentes em gases. No entanto, a aplicação em sólidos só aconteceu a partir de 1973
quando Parker [78] mostrou que as vibrações mecânicas produzidas na amostra são desprezíveis
quando comparadas com o efeito térmico.
40
70
Rosencwaig e Gersho [79] desenvolveram um modelo teórico unidimensional para explicar o
efeito fototérmico em sólidos, assumindo que o sinal acústico é gerado apenas pelo fluxo de calor da
amostra para o gás com o qual está em contato. Desde então o efeito fotoacústico tem sido a base de
uma técnica de estudo de propriedades térmicas, elásticas, estudo de reações químicas, processos
radiativos e não radiativos, cálculo de eficiência quântica, ressonância magnética, estudos de
superfície, camadas e microscopia. Sua aplicabilidade se estende a materiais biológicos, orgânicos e
inorgânicos.
A técnica consiste em focalizar sob a célula fotoacústica uma radiação modulada em
intensidade. Se algum fóton incidente é absorvido pela amostra, ocorrerá uma excitação de seus
níveis de energia e uma subseqüente deexcitação, com a geração de calor através do mecanismo de
transferência de energia. O calor gerado então se difundirá até a superfície da amostra de maneira
periódica e será conduzido para o gás, que irá se contrair e se expandir periodicamente com o calor,
produzindo assim ondas de pressão transmitidas até o microfone. O efeito pode envolver vários
processos como, por exemplo, processos fluorescentes, fotoquímicos e fotoelétricos.
Microscopicamente, quando a radiação interage com as moléculas do material, a excitação
ocorre nas seguintes regiões: raios-X (camada K, L), visível, ultravioleta, infravermelho próximo
(elétrons de valência), infravermelho (níveis vibracionais), infravermelho longínquo e microondas
(níveis vibracionais). O efeito fotoacústico corresponde à parte da energia absorvida que não é
transmitida.
Algumas vantagens da espectroscopia fotoacústica são:
- Permite obter espectros para qualquer tipo de material sólido, semi-sólido, seja este
cristalino, pó ou amorfo.
- Somente a luz absorvida é convertida em som.
- Necessita apenas alguns miligramas de amostra, não sendo necessário submetê-la a nenhum
tratamento.
- Possibilita obter o espectro de amostras opticamente opacas.
- Possibilita estudar as propriedades ópticas e térmicas dos materiais.
- Obtém a informação tanto pela intensidade quanto pela fase do sinal.
41
71
- Aplica-se a uma larga faixa do espectro eletromagnético (visível, UV, IV, raios-X,
microondas) sem a necessidade de trocar o detector.
A montagem experimental utilizada para a obtenção dos espectros de absorção fotoacústica
está esquematizada na figura 2.19. Na espectroscopia fotoacústica a amostra a ser analisada é
colocada no interior de uma célula fechada de volume constante a pressão atmosférica. No caso de
gases e líquidos todo o volume da célula será preenchido. No caso de sólidos a amostra preenche
apenas parte da célula, sendo o restante do volume preenchido com gás não absorvedor como o ar.
Na montagem utilizada neste trabalho a fonte de luz consiste de uma lâmpada de arco de xenônio de
150 watts. A luz gerada pela lâmpada passa por um modulador (chopper). Uma fotocélula no
“chopper” fornece ao amplificador lock-in o sinal de referência de modulação em relação ao qual é
estabelecida a fase do sinal. A luz é então difratada pela rede de difração de 1200 linhas em um
monocromador de varredura (modelo 1680 Spex), onde uma faixa de comprimentos de onda é
selecionada (250 a 1000 nm), apresentando uma resolução de 1 nm. Os espectros são obtidos
automaticamente através de um microcomputador que controla toda instrumentação. Os espectros
fotoacústicos foram obtidos para o comprimento de onda variando de 0,3 a 1,0 µm.
Figura 2.16 - Montagem experimental utilizada para obtenção dos espectros de fotoacústica.
42
72
Resultados Experimentais
Foram investigadas amostras de FMB-dextrana, FMB-DMSA, nanocompósito à base de
nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto em matriz de PLA e nanocompósito à base de
nanopartículas magnéticas de maghemita em matriz de BSA. As amostras investigadas têm sinais
fotoacústicos observados nos comprimentos de onda variando de 0,3 a 1 µm como apresentados nas
figuras 2.17, 2.18 e 2.19.
Figura 2.17 - Espectro de fotoacústica de FM-dextrana e FM-DMSA [84].
A figura 2.17 mostra os espectros de absorção de fotoacústica dos fluidos FM-dextrana e
FM-DMSA, nas concentrações 4,8x10
17
e 4,9x10
17
partículas/cm
3
, respectivamente. Observam-se
três bandas distintas, banda C, banda S e banda L. A banda C representa a absorção óptica da
nanopartícula, ligada ao efeito do confinamento quântico de carga e descarga nos semicondutores,
conforme “gap” de energia. A banda S mostra a interação da camada de cobertura com a superfície
metálica da nanopartícula e a intensidade do sinal fotoacústico indica o grau do “grafting
(densidade superficial de moléculas adsorvidas na superfície da nanopartícula) da cobertura. Já a
banda L indica a estabilidade da camada de cobertura através de seus grupos moleculares.
No caso do sinal fotoacústico das amostras de FM-dextrana e FM-DMSA, a banda C tem seu
pico em torno de 0,38 µm para o gap de energia sendo mais intenso para FM-DMSA. A banda S tem
pico em torno 0,5 µm e tem maior “grafting” para FM-dextrana por apresentar menor sinal devido as
0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
2,0
2,4
Fe
3
O
4
+ DMSA
Fe
3
O
4
+ Dextrana
Intensidade (u. a.)
Comprimento de Onda (µm)
banda L
banda S
banda C
43
73
transições d-d nos grupos moleculares hidroxilas. Já a banda L mostra maior estabilidade da camada
para FM-DMSA por ter menor intensidade, com pico em torno de 0,74 µm, devido aos grupos
moleculares carboxílicos.
Figura 2.18 - Espectro de fotoacústica de nanopartículas de maghemita dispersa em microesferas de BSA
(resumo aceito - ISMANAM2006).
A figura 2.18 mostra os espectros de absorção de fotoacústica do nanocompósito à base de
nanopartículas magnéticas de maghemita em matriz de BSA com as concentrações de 1:1 (2,28x10
17
partículas/cm
3
), 1:2 (1,14x10
17
partículas/cm
3
), 1:5 (4,56x10
16
partículas/cm
3
), 1:10 (2,28x10
16
partículas/cm
3
) e 1:20 (1,14x10
16
partículas/cm
3
). Observam-se três bandas distintas, banda C, banda
S e banda L.
O sinal fotoacústico da amostra de maghemita dispersa em matriz de BSA, a banda C tem
seu pico em torno de 0,36 µm para o gap de energia, apresentando sendo a mesma intensidade
independentemente da concentração. A banda S tem pico em torno 0,48 µm, observa-se que o
“grafting” aumenta com a diluição da amostra e tem maior “grafting” para a concentração de 1:20
(1,14x10
16
partícula/cm
3
) por apresentar menor sinal. A banda L mostra maior estabilidade da
camada para a concentração de 1:20 (1,14x10
16
partículas/cm
3
) por ter menor intensidade com pico
em torno de 0,76 µm. Observa-se que aumenta a estabilidade da camada com a diluição da amostra.
0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
Maguemita + BSA
1:20
1:10
1:2
1:5
Intensidade (a. u.)
Comprimento de onda (µm)
1:1
banda L
banda C
banda S
44
74
Figura 2.19 - Espectro de fotoacústica de três amostras de ferritas de cobalto (CoFe
2
O
4
): S1, S2 e S3 [85].
A figura 2.19 mostra os espectros de absorção fotoacústica das amostras S1, S2 e S3. A S1
foi obtida por precipitação de nanopartículas de ferrita de cobalto com um fluido magnético iônico
estabilizado com pH3, conforme processo descrito em [86]); a amostra S2, contendo nanopartículas
de ferrita de cobalto dispersas em matriz de PLA, e foi preparada por técnica de evaporação do
solvente [87] e da amostra S3 foi preparada por nanopartículas de ferrita de cobalto aquecida até 120
°C, por várias horas, removendo a água. Observara-se três bandas distintas, banda C, banda S e
banda L.
No caso do sinal fotoacústico das amostras S1, S2 e S3, a banda C tem seu pico em torno de
0,37 µm, apresentando uma banda larga para a amostra S1 e S2 e sendo continua na amostra S3,
apresentando o gap de energia mais intenso para amostra S3, embora sem pico definido. A banda S
tem pico em torno 0,5 µm, observando-se o maior “grafting” para a amostra S1 por apresentar
menor sinal. A banda L mostra maior estabilidade da camada para a amostra S1 por apresentar
menor intensidade com o pico em torno de 0,73 µm. A amostra S3 apresentou absorção contínua
também nas regiões da banda S e da banda L.
Neste capítulo descrevemos a preparação dos fluidos e nanocompósitos magnéticos
investigados. As medidas de difração de raios-X confirmam a fase cristalina e estima o diâmetro
45
75
meio das amostras investigadas. As medidas de microscopia eletrônica de transmissão nos fornecem
informações sobre a morfologia, diâmetro médio e a dispersão em diâmetro das nanopartículas.
Observou-se discrepância nos valores encontrados para os diâmetros médios, pois utilizou-se
amostras distintas. Sendo a técnica de MET a mais confiável, pois mede o diâmetro físico das
nanopartículas. As medidas de EM confirmam a fase magnética do nanocompósito à base de
nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto dispersa em matriz de PLA e nanocompósito à base
de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersa em matriz de BSA. As medidas EF foram
analisadas em termos da intensidade do sinal evidenciando as bandas C, banda S e banda L tanto
para os fluidos e nanocompósitos magnéticos.
46
76
CAPÍULO - 3
SUSCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA DINÂMICA
Neste capítulo analisaremos as curvas da componente imaginária da susceptibilidade
magnética dinâmica em termos da freqüência para investigar o comportamento da freqüência de
pico em função do campo para obter informações das energias (anisotropia magnetocristalina e
interação entre os momento magnético da partícula e o campo externo aplicado) e analisa-las em
função da concentração, para as amostras de nanocompósitos à base de nanopartículas magnéticas
de ferrita de cobalto dispersas em matriz de PLA, FMI à base de nanopartículas magnéticas de
ferrita de cobalto e nanocompósitos à base de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em
matriz de BSA.
3.1 - INTRODUÇÃO
A investigação das propriedades magnéticas dos materiais é uma etapa indispensável para a
sua completa caracterização. Além disso, o estudo sistemático da resposta magnética de uma
amostra permite investigar suas características básicas, sejam elas intrínsecas ou decorrentes do
processamento físico-químico durante as diferentes etapas de sua preparação. Também é de grande
utilidade prática quantificar a resposta magnética de um material, de modo que se possa avaliar seu
potencial para eventuais aplicações. Dentre as propriedades magnéticas mensuráveis destacam-se a
magnetização (M) e a suscetibilidade magnética (χ).
Os fenômenos magnéticos podem ser expressos por duas grandezas: o vetor indução
magnética
B
r
e o vetor intensidade de campo magnético
H
r
. Enquanto
H
r
está relacionado com a
corrente que cria o campo (corrente de condução),
B
r
depende tanto da corrente de condução quanto
da magnetização do meio, ou seja, das correntes de Ampère. Assim, a indução magnética (
B
r
) é a
resposta a um campo magnético externo (
H
r
) aplicado a um material magnético.
47
77
O comportamento dos materiais magnéticos em um campo magnético externo é determinado
pela origem dos dipolos magnéticos e pela natureza da interação entre eles. Os dipolos magnéticos
têm origem no momento angular orbital (
L
r
) e no momento de spin dos elétrons (
S
r
) nos íons ou
átomos que formam a matéria. Portanto, é dependente da distribuição eletrônica dos átomos e
moléculas. A grandeza macroscópica que representa o estado magnético de um material é a
magnetização por unidade de volume, de modo que a resposta da matéria a um campo magnético
aplicado (
H
r
) é caracterizada pelo comportamento da magnetização (
M
r
) e da susceptibilidade
magnética (
χ). A susceptibilidade será linear para meios homogêneos e isotrópicos, caso contrário
será um tensor não diagonal.
A susceptibilidade magnética (
χ) mede o grau de resposta dos momentos magnéticos de um
material na presença de um campo magnético. Esta grandeza física relaciona a dispersão e absorção
de energia dos momentos magnéticos no material quando submetido a campos magnéticos.
Podemos classificar as diversas fases magnéticas de acordo com a origem microscópica de
sua magnetização e suas interações internas. Os principais tipos de fases magnéticas, conforme a
susceptibilidade, é a diamagnética se a susceptibilidade for negativa e da ordem de 10
-5
,
paramagnética se a susceptibilidade for positiva com valores variando entre 10
-5
e 10
-3
e
ferromagnética ou ferrimagnética se a susceptibilidade for maior que 10
-3
. Portanto, a caracterização
de materiais pode ser feita pela susceptibilidade magnética (
χ), sendo uma das mais importantes
grandezas físicas que podemos determinar experimentalmente. Em particular, sua determinação
pode revelar características tais como a ocorrência de transições de fase, ou a existência de estados
com ordenamento magnético, com ou sem magnetização resultante.
A caracterização de fluidos magnéticos através da técnica de susceptibilidade magnética tem
sido utilizada por vários pesquisadores devido à grande quantidade de informações que é possível
obter dos resultados. Podemos ter informação sobre o comportamento da relaxação (Browniano e
Néel), da freqüência de absorção de energia, do diâmetro da nanopartícula e do diâmetro
hidrodinâmico. No caso dos fluidos magnéticos biocompatíveis a freqüência de pico da parte
imaginária corresponde à freqüência que pode ser utilizada para aplicações em magnetotermocitólise
e hipertermia.
48
78
3.2 - CONCEITOS
A partir da discussão feita na seção anterior a intensidade de campo magnético, a indução
magnética e a magnetização estão relacionados por
B = µ
o
(H + M), (3.1)
onde
B = µ
o
H e M = χH, de modo que a combinação destas equações permite escrever a relação µ
=
µ
o
(1 + χ). A última relação mostra que a permeabilidade magnética (µ) é um tensor juntamente com
a susceptibilidade magnética (
χ) se o meio for anisotrópico. Estas grandezas são escalares para
meios isotrópicos ou lineares. Portanto, a permeabilidade magnética pode ser expressa de forma
mais adequada como uma dependência do campo magnético:
()
H
B
H
=
µ
. (3.2)
De forma semelhante a susceptibilidade magnética pode ser escrita como:
()
H
M
H
=
χ
. (3.3)
Considerando o caso de um campo magnético DC (
H
o
) e um campo alternado AC (h)
sobreposto ao DC, descrito por [84]:
tcohHtH
ω
00
)(
+
=
, (3.4)
a magnetização pode, então, ser representada por:
)cos()(
00
φ
ω
+
=
tmMtM
(3.5)
49
79
ou
)sensencos(cos)(
00
φ
ω
φ
ω
ttmMtM
+
+
=
, (3.6)
onde
M
0
é o valor da magnetização para um campo DC (H
0
) e
φ
representa o atraso de
M
r
em
relação a
H
r
. Tais equações estão escritas na forma escalar pois os campos H
0
e h são considerados
paralelos. É conveniente usar a notação complexa, tal que:
tj
ehth
ω
=
0
)(
, (3.7)
e
he
h
m
MM
j
φ
+=
0
0
0
. (3.8)
Considerando a equação (3.8), a susceptibilidade magnética diferencial é escrita como:
φ
χ
j
e
h
m
h
M
H
M
=
=
=
0
0
. (3.9)
Conseqüentemente, a susceptibilidade complexa é dada pela equação (3.10), mostrando que
a teoria desenvolvida por Debye para avaliar uma dispersão dielétrica anômala de fluido dipolar
também pode ser usada para avaliar fluidos magnéticos:
)´´(j)(´)(
ω
χ
ω
χ
ω
χ
=
. (3.10)
A parte real
)(´
ω
χ
representa a dispersão de energia no sistema e a parte imaginária
)´´(
ω
χ
é proporcional à absorção de energia magnética.
3.3 - SUSCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA EM FLUIDOS MAGNÉTICOS
A susceptibilidade em fluidos magnéticos retrata a resposta ao campo magnético com
respeito à dispersão e absorção de energia. Geralmente, a susceptibilidade diminui à medida que
decresce o tamanho da partícula, o mesmo ocorrendo com a magnetização do sistema [85].
50
80
Considerando um fluido magnético com uma polidispersão em tamanho de nanopartículas
submetido ao campo magnético
H, a energia do sistema resultará da população de momentos
magnéticos alinhados com o campo e contrários ao campo magnético. Ao retirarmos o campo
magnético o momento magnético da nanopartícula terá basicamente dois mecanismos de relaxação:
a relaxação Browniana e a relaxação de Néel. Tais processos de relaxação dependem da relação
entre a energia térmica e a energia de anisotropia, com dois casos limites:
(1)
KV/K
B
T >> 1: Neste caso, temos a possibilidade de relaxação Browniana (rotação
extrínseca), pois o momento magnético da partícula está bloqueado na direção do eixo de fácil
magnetização. A relaxação ocorre devido à rotação das nanopartículas. O tempo de relaxação tem
origem hidrodinâmica sendo dado por [86]:
kT
V
H
B
η
τ
3
=
, (3.11)
onde
V
H
é o volume hidrodinâmico da partícula, η a viscosidade do líquido carreador, k é a constante
de Boltzmann e
T a temperatura absoluta. No caso onde o fluido magnético é congelado este
mecanismo desaparece.
(2)
KV/kT <<1: Neste caso, temos a possibilidade de relaxação Néel (rotação intrínseca). O
momento magnético não está preso ao eixo de fácil magnetização e, portanto, gira em relação ao
mesmo, sendo dependente de parâmetros tais como volume (
V), constante de anisotropia magnética
(
K) e temperatura (T). A energia térmica pode ser suficientemente grande para induzir flutuações da
magnetização da partícula dentro de um tempo
τ
N
, tempo de relaxação de Néel, dado por [38]:
=
kT
KV
N
exp
0
ττ
, (3.12)
onde τ
0
é uma constante com valor típico de 10
-9
segundos para nanopartículas isoladas.
Em geral, ambos os mecanismos contribuem para a relaxação, com um tempo de relaxação
efetivo dado por [38]:
BN
BN
eff
ττ
ττ
τ
+
= . (3.13)
51
81
O processo de relaxação é determinado pelo menor tempo característico. Se τ
N
>> τ
B
, então
τ
eff
= τ
B
. Se τ
N
<< τ
B
, então τ
eff
= τ
N
. O valor crítico do volume da partícula ocorre quando τ
B
= τ
N
. Os
tempos de relaxação (τ
N
, τ
B
) podem ser obtidos a partir do máximo da componente imaginária da
susceptibilidade magnética [χ(
ω
)] do fluido magnético [87].
3.4 - ASPECTOS EXPERIMENTAIS DA SUSCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA DINÂMICA
O aparato experimental utilizado está esquematizado no diagrama em blocos da figura 3.1.
Utilizamos um eletromagneto de 9 polegadas, fabricado pela Newport Instruments, refrigerado a
água e alimentado por uma fonte de corrente Tectrol, modelo TCA 75 A/ 40 V. O oscilador
ROBISON [88,89] opera na faixa de 2 a 80 MHz. Outros acessórios incluídos na montagem são:
osciloscópio modelo HP 551 234; frequencímetro modelo HP 5679; gaussímetro modelo Oxford O-
3367; voltímetro modelo HP P – 789 235 e motor de passo V – 37.
As medidas de susceptibilidade dinâmica realizadas no Laboratório de Ciências dos
Materiais, do Instituto de Física da Universidade de Brasília, foram elaboradas com haste de 60 cm e
fio de cobre de 0,20 mm.
Figura 3.1 – Diagrama em blocos representando o equipamento para medidas de susceptibilidade dinâmica.
Porta-amostras
Osciloscópio
Frequencímetro
Oscilador Robison
A
S
N
Gaussímetro
Eletromagneto
Bobina
Sistema de aquisição
de dados
Multímetro
52
82
Porta-amostras
0,6 cm
2,5 cm
0,35 cm
Figura 3.2 – Detalhe do porta-amostras confeccionado em teflon
.
O porta-amostras foi confeccionada em teflon (ver figura 3.2). O motivo desta escolha é que
esse material tem comportamento diamagnético, não alterando mensuravelmente a indutância da
bobina. Outro cuidado tomado com o porta-amostras foi com a espessura de sua parede. Essa deve
ser muito fina, para que o fator de preenchimento seja próximo do máximo. A bobina usada nos
experimentos foi confeccionada para ter um fator de preenchimento de ζ = 0,65.
3.5 – MEDIDAS DE SUSCEPTIBILIDADE DINÂMICA
As medidas de susceptibilidade magnética dinâmica são usadas para obtenção de curvas de
absorção e dispersão [90]. Os valores experimentais das componentes real (χ′) e imaginária (χ′′) da
susceptibilidade são obtidos, respectivamente a partir de [90]:
0
0
2´
f
ff
ξ
χ
=
(3.14)
e
ξ
χ
0
´´
VV
= , (3.15)
53
83
onde f
0
é a freqüência obtida com o porta-amostras vazio, f é a freqüência com o porta-amostras
cheio, ξ é o fator de preenchimento da bobina (ξ < 1), VV
0
é a diferença de potencial pico-a-pico
medida no osciloscópio. A susceptibilidade magnética é dada por:
)´´(i)(´)(
ω
χ
ω
χ
ω
χ
=
. (3.16)
As medidas foram realizadas usando o sistema descrito na seção 3.4. A componente real da
susceptibilidade dinâmica (χ′) foi obtida fixando o campo externo, com o porta-amostras vazio.
Quando a amostra é introduzida no porta-amostras, há uma variação no fluxo magnético dentro da
bobina, acarretando numa variação da freqüência do oscilador devido à variação ocorrida em sua
indutância, que será proporcional a χ′ [eq. (3.14)]. Nessa operação pode-se medir também a variação
na intensidade (pico-a-pico) do sinal do oscilador e obter, assim, a grandeza χ′′ [eq. (3.15)]. Isto foi
realizado tanto em temperatura ambiente (300 K) como em nitrogênio líquido (77 K), para as
amostras de compósitos de CoFe
2
O
4
–PLA e FMI-CoFe
2
O
4
. As medidas a baixas temperaturas
permitem observar o comportamento da curva de susceptibilidade magnética na ausência de um
possível movimento mecânico das partículas. Para as amostras do compósito magnético, contendo
nanopartículas de maghemita dispersas em microesferas de albumina (BSA), foram realizadas
somente medidas à temperatura ambiente (300 K).
As medidas foram realizadas sob campos de 0, 150, 300, 450, 600, 750, 900, 1000, 2000,
3000 e 4000 gauss. Vários testes na faixa de freqüência de 2 a 80 MHz foram necessários para a
obtenção da faixa de freqüência de trabalho ( ~ 10 a 40 MHz).
3.5.1 – Susceptibilidade magnética dinâmica de nanocompósitos contendo nanopartículas de
ferrita de cobalto dispersas em matriz de PLA
A figura 3.3 apresenta resultados obtidos com amostras de nanopartículas de ferrita de
cobalto dispersas em microesferas de ácido polilático (PLA), à temperatura de 300 K, enquanto a
figura 3.4 mostra as medidas para 77 K.
Nas figuras 3.3 e 3.4 as curvas de susceptibilidade magnética (componente imaginária)
apresentam dois picos relevantes, próximos de 22 e 34 MHz. O primeiro pico, em torno de 22 MHz,
apresenta uma absorção mais intensa enquanto o segundo pico apresenta uma absorção menos
54
84
intensa, para todas as curvas obtidas. No entanto, para a temperatura de 300 K, observamos um pico
intermediário próximo de 30 MHz. Este pico intermediário praticamente desaparece na temperatura
de 77 K (ver figura 3.4). Este mesmo comportamento pode ser observado em amostras de fluido
magnético biocompatível contendo nanopartículas de magnetita com cobertura de dextrana (FM-
dextrana) [91] e nanopartículas de magnetita dispersas em copolímero de estireno-divinilbenzeno
sulfonado e mesoporoso [92].
Podemos observar na figura 3.5 que a freqüência de pico desloca ligeiramente com o
aumento do campo externo, tanto na temperatura ambiente quanto na temperatura de nitrogênio
líquido.
55
85
10 15 20 25 30 35 40
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 G
4000 G
900 G
1000 G
2000 G
3000 G
150 G
300 G
450 G
600 G
750 G
CoFe
2
O
4
- PLA (300 K)
χ´´ (u. a.)
f (MHz)
Figura 3.3 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da freqüência, em
diferentes campos externos, para
nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de ferrita de
cobalto dispersas em uma matriz de PLA, à temperatura ambiente (300K) e concentração de 3,0x10
16
partículas/cm
3
.
56
86
10 15 20 25 30 35 40 45
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
CoFe
2
O
4
-PLA (77K)
4000G
3000G
2000G
1000G
900G
750G
600G
450G
300G
150G
0G
χ´´ (u. a)
f (MHz)
Figura 3.4 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da freqüência, em
diferentes campos externos,
nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto
dispersas em uma matriz de PLA, à temperatura de nitrogênio líquido (77K) e concentração de 3,0x10
16
partículas/cm
3
.
57
87
Figura 3.5 – Componente imaginária da susceptibilidade dinâmica (77 e 300 K), em campos de 0 e 300 gauss,
para a amostra de
nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto dispersas em
matriz de ácido polilático (PLA).
Figura 3.6 - Dependência do pico de susceptibilidade com o campo (linha mais intensa), para 77 e 300 K,
para
nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto dispersas em microesferas
de ácido polilático. A linha sólida representa o ajuste conforme modelo representado pela equação (3.17)
[93].
01234
22,3
22,4
22,5
22,6
f
p
(MHz)
H (kgauss)
dados (300 K)
dados (77 K)
modelo
12 16 20 24 28 32 36
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
77 K
300 K
300 gauss
300 gauss
0 gauss
0 gauss
χ'' (unid. arb.)
f (MHz)
58
88
O comportamento da posição do pico de absorção para a linha mais intensa (em torno de 22
MHz), em função do campo DC aplicado, está representado na figura 3.6. A linha sólida na figura
3.6 apresenta o melhor ajuste dos dados experimentais usando a expressão [94]
F
p
(H)=Aexp(-KV/kT)tanh(
δ
E/2kT)P(V)dV, (3.17)
onde A é uma constante, KV (
E) é a energia de anisotropia magnetocristalina,
δ
E representa a
interação entre o momento magnético da nanopartícula e o campo aplicado e P(V) é a distribuição
lognormal.
A tabela 3.1 mostra os resultados dos ajustes dos dados apresentados na figura 3.6, obtidos
usando a equação (3.17). Observe que ocorrem variações no diâmetro e na constante de anisotropia
magnética, tanto para o nanocompósito a 300 K quanto para o nanocompósito a 77 K.
A medida do diâmetro obtido por MET (4,6 nm com desvio de 0,3 nm) é próxima dos
valores obtidos por susceptibilidade dinâmica (ver tabela 3.1). Observa-se que a anisotropia
magnetocristalina decresce com a diminuição da temperatura (tabela 3.1). Os valores à temperatura
ambiente concordam com os valores para anisotropia das nanopartículas de ferrita de cobalto
encontrados na literatura (4,2x10
5
J/m³) [35].
A tabela 3.2 apresenta os parâmetros A (constante),
E (energia de anisotropia
magnetocristalina) e
δ
E (interação entre o momento magnético da nanopartícula e o campo
aplicado) obtidos dos ajustes da figura 3.6, usando o modelo representado pela equação (3.17). O
parâmetro A é apenas um fator de escala. Observa-se que o parâmetro
E >
δ
E está de acordo com a
teoria descrita na seção 1.6.
Tabela 3.1 – Parâmetros da amostra de nanopartículas de ferrita de cobalto dispersas em
microesferas de ácido polilático.
Temperatura K
eff
(x10
5
J/m
3
) <D> (nm)
σ
(nm)
K
eff
(x10
5
J/m
3
) [35]
300 K 3,4 3,9 0,30 4,2
77 K 1,1 3,0 0,33 -
59
89
Tabela 3.2 - Parâmetros da amostra de nanopartículas de ferrita de cobalto dispersas em
microesferas de ácido polilático.
Temperatura
(K)
Concentração
(partícula/cm
3
)
A (MHz)
δ
E (eV)
E (eV)
300 3,0x10
16
2,10 ± 0,01 0,576 ± 0,001 1,164 ± 0,001
77 3,0x10
16
1,68 ± 0,01 0,575 ± 0,001 1,164 ± 0,001
3.5.2 – Susceptibilidade magnética dinâmica de FMI de ferrita de cobalto
Foram realizadas medidas da susceptibilidade magnética dinâmica de amostras de fluido
magnético iônico (FMI) à base de nanopartículas de ferrita de cobalto para três concentrações 1:1
(1,63x10
16
partículas/cm
3
), 1:2 (8,15x10
15
partículas/cm
3
) e 1:5 (3,26x10
15
partículas/cm
3
). As
figuras 3.7, 3.9 e 3.11 apresentam resultados obtidos à temperatura de 300 K. As figuras 3.8, 3.10 e
3.12 apresentam as mesmas medidas para 77 K.
Nas figuras de 3.7 a 3.12, as curvas de susceptibilidade magnética (componente imaginária)
apresentam dois picos próximos de 22 e 34 MHz. O primeiro pico apresenta uma absorção mais
intensa que o segundo pico, para todas as curvas obtidas. Observamos que os picos diminuem para
as medidas na temperatura de 77 K. Este mesmo comportamento foi observado em amostras de
fluido magnético biocompatível contendo nanopartículas de magnetita cobertas por ácido 2,3-
dimercaptosuccínico (FM-DMSA) [91].
60
90
10 15 20 25 30 35 40
0,0
0,2
0,4
0,6
4000 G
3000 G
2000 G
1000 G
900 G
750 G
600 G
450 G
300 G
0 G
150 G
CoFe
2
O
4
(1:1) - 300 K
χ'' (u. a.)
f (MHz)
Figura 3.7 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da freqüência, em
diferentes campos externos, para FMI à base de
nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto, à
temperatura ambiente (300K) e na concentração de 1,63x10
16
partículas/cm
3
.
61
91
10 15 20 25 30 35 40
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
450 G
300 G
150 G
4000 G
3000 G
2000 G
1000 G
900 G
750 G
600 G
0 G
CoFe
2
O
4
(1:1) - 77K
χ´´ (u. a.)
f(MHz)
Figura 3.8 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da freqüência, em
diferentes campos externos, para FMI à base de
nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto, à
temperatura de nitrogênio líquido (77K) e na concentração de 1,63x10
16
partículas/cm
3
.
62
92
10 15 20 25 30 35 40
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0 G
4000 G
3000 G
2000 G
900 G
750 G
600 G
450 G
300 G
150 G
1000 G
CoFe
2
O
4
(1:2) - 300 K
χ´´ (u.a.)
f (MHz)
Figura 3.9 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da freqüência, em
diferentes campos externos, para FMI à base de
nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto à
temperatura ambiente (300K) e na concentração de 8,15x10
15
partículas/cm
3
.
63
93
10 15 20 25 30 35 40 45
0,0
0,2
0,4
0,6
150 G
0 G
3000 G
2000 G
1000 G
900 G
750 G
600 G
450 G
300 G
4000 G
CoFe
2
O
4
(1:2) - 77 K
χ´´ (u. a.)
f (MHz)
Figura 3.10 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da freqüência, em
diferentes campos externos, para FMI à base de
nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto, à
temperatura de nitrogênio líquido (77K) e na concentração de 8,15x10
15
partículas/cm
3
.
64
94
10 15 20 25 30 35 40
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
4000 G
3000 G
2000 G
1000 G
900 G
750 G
600 G
450 G
300 G
150 G
0 G
CoFe
2
O
4
(1:5) - 300K
χ'' (u. a.)
f (MHz)
Figura 3.11 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da freqüência, em
diferentes campos externos, para FMI à base de
nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto à
temperatura ambiente (300K) e na concentração de 3,26x10
15
partículas/cm
3
.
65
95
10 15 20 25 30 35 40
0,0
0,3
0,6
0,9
1,2
1,5
1,8
300 G
2000 G
1000 G
900 G
0 G
3000 G
150 G
450 G
600 G
750 G
4000 G
CoFe
2
O
4
(1:5) - 77 K
χ'' (u. a.)
f (MHz)
Figura 3.12 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da freqüência, em
diferentes campos externos, para FMI à base de
nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto, à
temperatura de nitrogênio líquido (77K) e na concentração de 3,26x10
15
partículas/cm
3
.
66
96
A dependência da posição dos picos de absorção com a aplicação do campo externo DC,
para diferentes diluições, está representada nas figuras 3.13 a 3.16.
01234
22,0
22,1
22,2
22,3
22,4
22,5
22,6
Ferrita de cobalto (300 K)
f
P
(MHz)
H
P
(kgauss)
1:1
1:2
1:5
modelo
Figura 3.13 - Representação da freqüência de pico (P1 freqüência mais baixa) em função do campo aplicado.
Dados obtidos das curvas da componente imaginária da susceptibilidade (χ) de FMI à base de
nanopartículas magnéticas de
ferrita de cobalto à temperatura ambiente (300K), para três diluições de
partículas. A linha sólida representa o melhor ajuste, conforme modelo representado pela equação (3.17).
01234
34,0
34,2
34,4
34,6
34,8
35,0
35,2
35,4
Ferrita de cobalto (300 K)
f
P
(MHz)
H
P
(kgauss)
1:1
1:2
1:5
modelo
Figura 3.14 - Representação da freqüência de pico (P2 freqüência mais alta) em função do campo aplicado.
Dados obtidos das curvas da componente imaginária da susceptibilidade (χ) de FMI à base de
nanopartículas magnéticas de
ferrita de cobalto à temperatura ambiente (300K), para três diluições de
partículas. A linha sólida representa o melhor ajuste, conforme modelo representado pela equação (3.17).
67
97
01234
21,7
21,8
21,9
22,0
22,1
22,2
22,3
22,4
22,5
22,6
22,7
Ferrita de cobalto (77 K)
f
P
(MHz)
H (kgauss)
1:1
1:2
1:5
modelo
Figura 3.15 - Representação da freqüência de pico (P1 freqüência mais baixa) em função do campo aplicado.
Dados obtidos das curvas da componente imaginária da susceptibilidade (χ) de FMI à base de
nanopartículas magnéticas de
ferrita de cobalto à temperatura de nitrogênio líquido (77K), para três
diluições de partículas. A linha sólida representa o melhor ajuste, conforme modelo representado pela
equação (3.17).
01234
33,6
33,8
34,0
34,2
34,4
34,6
34,8
35,0
35,2
Ferrita de cobalto (77 K)
f
P
(MHz)
H (kgauss)
1:1
1:2
1:3
modelo
Figura 3.16 - Representação da freqüência de pico (P2 freqüência mais alta) em função do campo aplicado.
Dados obtidos das curvas da componente imaginária da susceptibilidade (χ) de FMI à base de
nanopartículas magnéticas de
ferrita de cobalto à temperatura de nitrogênio líquido (77K), para três
diluições de partículas. A linha sólida representa o melhor ajuste, conforme modelo representado pela
equação (3.17).
68
98
A tabela 3.3 apresenta os parâmetros A (constante),
E (energia de anisotropia
magnetocristalina) e
δ
E (interação entre o momento magnético da nanopartícula e o campo
aplicado) obtidos do ajustes das figuras 3.13 a 3.16, usando o modelo representado pela equação
(3.17). Pode-se verificar pelos dados obtidos que
E >
δ
E está de acordo com a teoria descrita na
seção 1.6.
Tabela 3.3 - Parâmetros A,
E e
δ
E para as amostras de FMI de ferrita de cobalto.
Temperatura
(K)
Pico Diluição Concentração
(partícula/cm
3
)
A (MHz)
δ
E (eV)
E (eV)
1:1 1,63x10
16
1,672 ± 0,05 0,569 ± 0,001 1,158 ± 0,017
P1 1:2 8,15x10
15
1,671 ± 0,06 0,568 ± 0,001 1,159 ± 0,017
300 1:5 3,26x10
15
1,121 ± 0,040 0,568 ± 0,001 1,163 ± 0,010
1:1 1,63x10
16
2,709 ± 0,030 0,769 ± 0,001 1,778 ± 0,012
P2 1:2 8,15x10
15
3,309 ± 0,030 0,878 ± 0,001 1,798 ± 0,002
1:5 3,26x10
15
4,229 ± 0,080 0,886 ± 0,006 1,765 ± 0,003
1:1 1,63x10
16
1,413 ± 0,050 0,559 ± 0,001 1,160 ± 0,0019
P1 1:2 8,15x10
15
1,405 ± 0,050 0,557 ± 0,001 1,163 ± 0,0008
77 1:5 3,26x10
15
2,711 ± 0,070 0,561 ± 0,002 1,166 ± 0,0008
1:1 1,63x10
16
0,504 ± 0,001 0,874 ± 0,001 1,809 ± 0,0013
P2 1:2 8,15x10
15
0,938 ± 0,001 0,873 ± 0,001 1,797 ± 0,0011
1:5 3,26x10
15
2,995 ± 0,001 0,873 ± 0,001 1,771 ± 0,0005
69
99
No caso do fluido magnético iônico de ferrita de cobalto, os dados mostrados na tabela 3.3
para o P1, tanto para temperatura ambiente (300 K) como para a temperatura do nitrogênio líquido
(77 K), revelam que a anisotropia magnetocristalina diminui com o aumento da concentração. Esta
tendência está representada na figura 3.17. Além disso, pode-se observar pelos dados da tabela 3.3
que houve um aumento da energia de anisotropia magnetocristalina com a diminuição da
temperatura. Já os valores da energia de interação entre o momento magnético da nanopartícula e o
campo externo aplicado (
δ
E) permanecem praticamente independente da concentração, tanto para
temperatura ambiente como para nitrogênio líquido. Este resultado sugere que a interação do
momento magnético com o campo aplicado não se altera com a concentração de partículas na
amostra do FMI. Verifica-se também que
δ
E diminui sistematicamente com a diminuição da
temperatura, conforme apresentado na figura 3.18. Estes resultados podem estar associados com a
interação partícula-partícula.
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
1,156
1,158
1,160
1,162
1,164
1,166
1,168
CoFe
2
O
4
(pico 1)
E (eV)
Partículas (x10
16
cm
-3
)
300 K
77 K
Figura 3.17- Energia de anisotropia magnetocristalina (
E) em função da concentração para FMI à base de
nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto na temperatura ambiente (300 K) e na temperatura do
nitrogênio líquido (77 K).
70
100
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
0,552
0,556
0,560
0,564
0,568
0,572
CoFe
2
O
4
(pico 1)
δE (eV)
Partículas(x10
16
cm
-3
)
300 K
77 K
Figura 3.18 - Interação entre o momento magnético da nanopartícula e o campo aplicado (
δ
E) em função da
concentração para FMI
à base de nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto à temperatura ambiente
(300 K) e à temperatura do nitrogênio líquido (77 K).
A figura 3.19 apresenta a energia de anisotropia magnetocristalina (
E) em função da
concentração, obtida a partir do ajuste dos dados para o pico 2 (freqüência mais alta). Observa-se
que para a temperatura de nitrogênio líquido a energia
E cresce com a concentração. Entretanto, na
temperatura ambiente verifica-se um crescimento de
E até a concentração de 8,15x10
15
partículas/cm
3
, com subseqüente decréscimo.
A figura 3.20 apresenta
δ
E em função da concentração. Os valores de
δ
E permanecem
constantes à temperatura de nitrogênio líquido, enquanto que à temperatura ambiente observa-se
uma diminuição de
δ
E com a concentração, com uma variação de 0,117 eV para o intervalo
investigado.
Nos resultados apresentados nas figuras 3.17 a 3.20 observa-se que a energia de
anisotropia magnetocristalina é maior que a interação entre o momento magnético da nanopartícula
e o campo aplicado. Estes resultados estão de acordo com a teoria descrita na seção 1.6, sendo que
as variações observadas em relação à temperatura podem estar associadas à interação partícula-
partícula.
71
101
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
1,75
1,76
1,77
1,78
1,79
1,80
1,81
1,82
CoFe
2
O
4
(pico 2)
E (eV)
Partículas(x10
16
cm
-3
)
300 K
77 K
Figura 3.19- Energia de anisotropia magnetocristalina (
E) em função da concentração para FMI à base de
nanopartículas magnéticas de
ferrita de cobalto, à temperatura ambiente (300 K) e à temperatura do
nitrogênio líquido (77 K).
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
0,76
0,80
0,84
0,88
0,92
CoFe
2
O
4
(pico 2)
δE (eV)
Partículas(x10
16
cm
-3
)
300 K
77 K
Figura 3.20 - Interação entre o momento magnético da nanopartícula e o campo aplicado (
δ
E) em função da
concentração para FMI
à base de nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto a temperatura ambiente
(300 K) e à temperatura do nitrogênio líquido (77 K).
72
102
3.5.3 – Susceptibilidade magnética dinâmica de nanocompósitos contendo nanopartículas de
maghemita dispersas em matriz de BSA
Foram realizadas medidas susceptibilidade magnética dinâmica de amostras de
nanocompósito magnético biocompatível contendo nanopartículas de maghemita dispersas em
albumina (BSA), para cinco concentrações: 1:1 (2,28x10
17
partículas/cm
3
), 1:2 (1,14x10
17
partículas/cm
3
), 1:5 (4,56x10
16
partículas/cm
3
), 1:10 (2,28x10
16
partículas/cm
3
) e 1:20 (1,14x10
16
partículas/cm
3
). As figuras 3.21 a 3.25 apresentam resultados obtidos para temperatura ambiente
(300 K), variando o campo externo de 0 a 4000 gauss.
Nas figuras de 3.21 a 3.25 as curvas de susceptibilidade magnética (componente imaginária)
apresentam apenas um pico próximo de 21 MHz. A figura 3.26 apresenta o comportamento da
componente imaginária da susceptibilidade em função da freqüência, para um campo externo fixo
de 150 gauss, à temperatura ambiente (300K), para as cinco concentrações (1:1, 1:2, 1:5, 1:10 e
1:20).
A tabela 3.4 apresenta os parâmetros A (constante),
E (energia de anisotropia
magnetocristalina) e
δ
E (interação entre o momento magnético da nanopartícula e o campo
aplicado) obtidos do ajuste da figura 3.27, usando o modelo representado pela equação (3.17). Pode-
se verificar pelos dados obtidos que
E >
δ
E, de acordo com a teoria descrita na seção 1.6. Além
disso, observa-se que o parâmetro
E aumenta discretamente com a diluição. Verificamos que a
freqüência de pico aumenta rapidamente até um campo de 1000 gauss. Entre 1000 e 4000 gauss a
freqüência de pico se torna praticamente constante, sendo este o comportamento observado em todas
as amostras investigadas neste trabalho. Este comportamento está descrito na literatura, para as
amostras de FMB-dextrana [91], FMB-DMSA [91] e nanopartículas de magnetita dispersas em
copolímero de estireno-divinilbenzeno sulfonado e mesoporoso [92].
73
103
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
3000 G
2000 G
1000 G
900 G
750 G
600 G
450 G
300 G
150 G
0 G
4000 G
γ-Fe
2
O
3
- BSA (1:1)
300 K
χ
" (u. a.)
f (MHz)
Figura 3.21 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da freqüência, em
diferentes campos externos, para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersa em matriz de BSA, à temperatura ambiente (300K) e na concentração de 2,28x10
17
partículas/cm
3
.
74
104
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
0 G
4000 G
3000 G
2000 G
1000 G
900 G
750 G
600 G
450 G
300 G
150 G
γ-Fe
2
O
3
- BSA (1:2)
300 K
χ
" (u. a.)
f (MHz)
Figura 3.22 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da freqüência, em
diferentes campos externos, para a amostra de nanocompósito à base nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA, à temperatura ambiente (300K) e na concentração de 1,14x10
17
partículas/cm
3
.
75
105
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
3000 G
2000 G
1000 G
900 G
750 G
600 G
450 G
300 G
150 G
0 G
4000 G
γ-Fe
2
O
3
- BSA (1:5)
300 K
χ
" (u. a.)
f (MHz)
Figura 3.23 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da freqüência, em
diferentes campos externos, para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA, à temperatura ambiente (300K) e na concentração de 4,56x10
16
partículas/cm
3
.
76
106
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
γ-Fe
2
O
3
- BSA (1:10)
300 K
0 G
150 G
4000 G
3000 G
2000 G
1000 G
900 G
750 G
600 G
450 G
300 G
χ
" (u. a.)
f (MHz)
Figura 3.24 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da freqüência, em
diferentes campos externos, para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA, à temperatura ambiente (300K) e na concentração de 2,28x10
16
partículas/cm
3
.
77
107
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
3000 G
2000 G
1000 G
900 G
750 G
600 G
450 G
300 G
150 G
0 G
4000 G
γ-Fe
2
O
3
- BSA (1:20)
300 K
χ
" (u.a.)
f (MHz)
Figura 3.25 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da freqüência, em
diferentes campos externos, para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA, à temperatura ambiente (300K) e na concentração de 1,14x10
16
partículas/cm
3
.
78
108
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
χ
" x f (várias concentrações - 150 gauss) - BSA
1:20
1:10
1:5
1:2
1:1
χ
" (u. a.)
f (MHz)
Figura 3.26 - Curvas da componente imaginária da susceptibilidade dinâmica em função da freqüência, em
um campo externo de 150 gauss, para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA, à temperatura ambiente (300K) e para as concentrações indicadas na
figura.
01234
21,1
21,2
21,3
21,4
21,5
21,6
21,7
21,8
γ-Fe
2
O
3
- BSA
f
P
(MHz)
H (kgauss)
1:1
1:2
1:5
1:10
1:20
modelo
Figura 3.27 - Representação da freqüência de pico em função do campo aplicado. Dados obtidos das curvas
da componente imaginária da susceptibilidade (χ”) de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA, à temperatura ambiente (300K) e para as cinco concentrações
indicadas. A linha sólida representa o melhor ajuste conforme modelo representado pela equação (3.17).
79
109
Tabela 3.4 - Parâmetros A,
E e
δ
E para as amostras de nanocompósitos à base de nanopartículas
magnéticas
de maghemita dispersas em matriz de BSA.
Temperatura
(K)
Diluição Concentração
(partícula/cm
3
)
A (MHz)
δ
E (eV)
E (eV)
1:1 2,28x10
17
1,101 ± 0,01 0,510 ± 0,001 1,115 ± 0,002
1:2 1,14x10
17
2,691 ± 0,09 0,549 ± 0,001 1,117 ± 0,002
300 1:5 4,56x10
16
1,380 ± 0,05 0,547 ± 0,001 1,119 ± 0,000
1:10 2,28x10
16
3,630 ± 0,01 0,694 ± 0,001 1,121 ± 0,001
1:20 1,14x10
16
1,870 ± 0,03 0,552 ± 0,001 1,122 ± 0,002
A figura 3.28 apresenta a energia de anisotropia magnetocristalina em função da
concentração,
para nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em
matriz de BSA, à temperatura ambiente. Observa-se que a energia decresce com a concentração de
nanopartículas, à temperatura ambiente.
A figura 3.29 apresenta a energia de interação entre o momento magnético da nanopartícula e
o campo aplicado, em função da concentração. Observa-se uma diminuição de
δ
E, com uma
variação de 0,184 eV.
Nos resultados apresentados nas figuras 3.28 e 3.29 verifica-se que a energia de anisotropia
magnetocristalina é maior que a interação entre o momento magnético da nanopartícula e o campo
aplicado. Este resultado está de acordo com a teoria descrita na seção 1.6.
80
110
0 5 10 15 20 25
1,114
1,116
1,118
1,120
1,122
1,124
1,126
γ-Fe
2
O
4
- BSA 300 K
E (eV)
Particulas(x10
16
cm
-3
)
Figura 3.28- Energia de anisotropia magnetocristalina (
E) em função da concentração para
nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, à
temperatura ambiente (300 K).
0 5 10 15 20 25
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
γ-Fe
2
O
3
- BSA 300K
δE (eV)
Partículas(x10
16
cm
-3
)
Figura 3.29 - Interação entre o momento magnético da nanopartícula e o campo aplicado (
δ
E) em função da
concentração para nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de
BSA, à temperatura ambiente (300 K).
81
111
Em resumo, as curvas da componente imaginária em função da freqüência e a campo fixo
apresentam três picos na temperatura ambiente para nanocompósito à base de nanopartículas
magnéticas de ferrita de cobalto dispersas em matriz de PLA, dois picos para o FMI à base de
nanopartículas magnética de ferrita de cobalto e um pico para nanocompósito à base de
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA. Os picos sofrem pequenos
deslocamentos para freqüências mais elevadas com o aumento do campo magnético fixo. As
medidas em temperatura ambiente mostram que a freqüência de pico em função do campo
magnético segue o modelo proposto por Rodriguez [95]. As curvas de absorção na temperatura de
nitrogênio líquido mostram uma redução nos picos.
A analise da dependência de freqüência de pico
com o campo aplicado permite determinar os valores de energia de anisotropia magnetocristalina e a
energia de interação dos momentos magnéticos das nanopartículas e o campo aplicado. Diferenças
observadas na análise de cada pico em termos da energia em função da concentração podem estar
associadas as interações partícula-partícula.
82
112
CAPÍTULO - 4
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
Neste capítulo consideramos os principais aspectos experimentais da técnica de ressonância
magnética, descrevendo os parâmetros medidos e os resultados experimentais para fluidos
magnéticos biocompatíveis (FM-dextrana e FM-DMSA) e nanocompósito biocompatível à base de
nanopartículas magnéticas de magnetita dispersas em matriz de BSA.
4.1 - INTRODUÇÃO
Ressonância magnética é um fenômeno observado em sistemas que possuem momento
magnético eletrônico ou nuclear. O momento magnético total do sítio precessa em torno da direção
do campo magnético estático aplicado. O sistema de spins, eletrônico ou nuclear, absorve
ressonantemente energia de microondas ou radiofreqüência, respectivamente, quando a freqüência
for idêntica à freqüência de precessão do sistema de spins. Pode-se imaginar que o vetor que
representa o spin total do sistema seja quantizado, com níveis de energia separados pelo efeito
Zeeman. A regra de seleção (
1
±
=
s
m
) permite transições apenas entre níveis adjacentes.
O fenômeno da ressonância magnética é característico de sistemas com spins acoplados que
tendem a se alinhar paralelamente. Este fenômeno pode ser descrito tanto pela visão semiclássica do
movimento natural de um spin num campo magnético (figura 4.1), quanto pela teoria quântica das
transições de spins entre dois estados de energia. Pela abordagem semiclássica, para um sítio com
momento magnético
µ
r
submetido a um campo magnético
H
r
, o torque sobre o momento magnético
é dado por:
µ
τ
r
r
=
x
,H
r
(4.1)
83
113
Figura 4.1 - Representação do momento magnético (
µ) de um sítio, precessando em torno do campo
magnético (H) quando submetido ao campo alternado (H
a
).
onde o momento magnético pode estar associado ao momento angular e à constante giromagnética:
.L
r
r
γµ
=
(4.2)
Assim, o torque deve ser representado por:
L
r
γτ
= x
H
r
(4.3)
Portanto, a equação de movimento em termos da magnetização é:
H
dt
Md
i
r
r
(
γ
=
x
,)
i
M
r
(4.4)
cuja solução é a precessão de Larmor
ef
H
γ
ω
=
, (4.5)
onde
ω
é a freqüência de ressonância e H
ef
é o campo efetivo.
Se o sistema magnético for submetido a um campo alternado (
it
a
H
he
ω
=
), perpendicular ao
campo externo (
H
r
) (ver figura 4.1), observa-se um aumento na precessão angular devido à
componente do torque decorrente da interação entre o campo alternado e o momento magnético.
Este fenômeno sugere meios para separar os efeitos correspondentes a momentos diferentes.
H
H
a
= he
i
ω
t
µ
84
114
A energia de interação entre o momento magnético (
µ
r
) do sítio e o campo magnético
externo (
H
r
) é expressa pelo termo Zeeman:
,.SHgH
Zeeman
r
r
β
=
(4.6)
onde g é o fator-g de Landé,
β
é o magneton de Bohr e
S
r
o momento magnético do sítio.
Condição de Ressonância
Em uma experiência de ressonância paramagnética eletrônica (RPE) ou ressonância
ferromagnética mede-se, basicamente, a absorção de micro-ondas pelos centros paramagnéticos ou
ferromagnéticos presentes na amostra, em função da intensidade do campo magnético aplicado. Isto
ocorre porque a energia de micro-ondas (h) causa transições entre os níveis de energia do sistema
de spins da amostra.
Por razões técnicas, como dimensões de guias de ondas e cavidades ressonantes, durante a
experiência a freqüência de micro-ondas é mantida constante e a condição de ressonância é obtida
variando-se a intensidade do campo magnético estático aplicado. A posição da linha de ressonância
no espectro indica então o valor do campo magnético aplicado para o qual a absorção de energia
pela amostra é máxima.
Uma transição entre dois níveis de energia do sistema de spins é induzida pela perturbação
dependente do tempo, em forma do campo magnético oscilante de micro-ondas. Em um sistema de
dois níveis a diferença de energia entre dois estados distintos está esquematizada na figura 4.2.
H = 0 H0
E
+
E
E
-
Figura 4.2 - Quebra de degenerescência de um estado (S=1/2), pelo efeito Zeeman, em dois estados E
+
e E
-
.
85
115
A absorção ressonante de energia ocorrerá quando a energia h dos fótons associados
for igual à diferença de energia entre dois níveis de energia, isto é, quando:
hν = E = gβH
ef
, (4.7)
onde h é a constante de Planck, ν é a freqüência de micro-ondas, E é a diferença de energia entre
os dois níveis, β é o magneton de Bohr, g é o fator-g e H
ef
é o campo magnético efetivo. Além dos
campos externos aplicados (campo estático e campo de micro-ondas), o campo efetivo (H
ef
) contém
também os campos locais intrínsecos da amostra.
Há, portanto, duas maneiras de atingir a condição de ressonância: manter o campo H fixo e
variar a freqüência
ν
ou manter a freqüência
ν
fixa e variar o campo H. A segunda condição é a
mais utilizada experimentalmente e foi usada neste trabalho. No caso de ressonância nuclear
trabalha-se na região de radiofreqüências (MHz), excitando os spins nucleares, enquanto que para
ressonância paramagnética ou ferromagnética a faixa de freqüência é a de microondas (GHz),
excitando os spins eletrônicos.
A Hamiltoniana do sistema estudado é em geral a combinação de um conjunto de
contribuições [95]:
EI AC SO ZE SS IH ZN QP
H
HH HHHHH H=+ ++++++
, (4.8)
onde cada contribuição à Hamiltoniana difere na ordem de grandeza da energia:
EI
H
é a energia
eletrônica de um íon livre (1,2 - 12,4 eV);
A
C
H
é a energia de anisotropia cristalina (0,1 - 1,2 eV);
SO
H
é a interação spin-órbita (1,2x10
-3
- 0,1 eV);
Z
E
H
é a interação Zeeman eletrônica (0 - 1,2x10
-4
eV);
SS
H
é a interação spin-spin (0 -1,2x10
-4
eV);
IH
H
é a interação hiperfina (0 - 1,2x10
-6
eV);
Z
N
H
é a interação Zeeman Nuclear (0 - 1,2x10
-7
eV) e
QP
H
é a interação quadrupolar (0 - 1,2x10
-6
eV).
Os termos do Hamiltoniano são considerados ou não conforme a relevância para o sistema estudado.
O fator-g, ou fator de desdobramento espectroscópico, reflete a intensidade do acoplamento
spin-órbita no sistema de spins. Seu valor depende das características da amostra estudada; numa
situação com momento angular nulo, isto é, para elétrons livres, o fator-g é igual a 2,00232. Quando
um íon está no interior de um sólido ou líquido, entretanto, o campo elétrico criado pelos vizinhos
86
116
ligantes geralmente altera o movimento orbital dos elétrons, acarretando uma variação no valor do
fator-g. As variações devido à interação spin-órbita indicam uma propriedade característica do íon
no sistema considerado. No caso mais geral, o fator-g é dado pela fórmula de Landé [96]:
(
)
(
)
(
)
()
,
12
111
1
+
+
+
+
+
+=
JJ
LLSSJJ
g (4.9)
onde J é o momento angular total, S é o momento angular de spin e L é o momento angular orbital.
4.2 - ASPECTOS EXPERIMENTAIS DA RESSONÂNCIA
Numa experiência de ressonância ferromagnética a amostra é exposta, em uma cavidade
ressonante, ao campo de microondas na presença de um campo magnético estático. Superposto ao
campo estático externo aplica-se um campo magnético de modulação de 100 kHz. A condição de
ressonância é usualmente satisfeita mantendo-se a freqüência de microondas constante e variando-se
a intensidade do campo magnético estático sobre a amostra. Durante o experimento mede-se
basicamente a absorção de microondas pelos centros magnéticos presentes na amostra em função do
campo magnético aplicado. O valor do campo magnético para o qual a absorção da energia é
máxima é o campo de ressonância (Hr). O campo de ressonância define a posição da linha no
espectro de ressonância.
As mudanças observadas no espectro de ressonância refletem a absorção de energia por um
sistema contendo sítios magnéticos, devido à variação da temperatura da amostra, orientação da
amostra em relação ao campo magnético externo aplicado (variação angular), concentração e
natureza dos sítios (centros) magnéticos presentes na amostra. O espectro de ressonância é analisado
através da forma da linha, intensidade da linha, posição da linha (campo de ressonância), largura da
linha e multiplicidade da linha. A área sob a curva de absorção de energia (figura 4.5) é proporcional
à concentração de centros magnéticos na amostra.
As medidas realizadas neste trabalho foram obtidos usando um espectrômetro BRUKER
ESP-300 do Laboratório de Ressonância Magnética, do Instituto de Física da Universidade Federal
de Goiás. Os espectros foram obtidos usando uma fonte de microondas (Klystron) operando na faixa
de freqüência de 9 a 10 GHz (banda-X). O espectrômetro possui um sistema de fluxo de nitrogênio
que permite variar a temperatura da amostra de 77 K a 800 K.
87
117
A figura 4.3 apresenta o diagrama de blocos do espectrômetro de ressonância magnética
constituído de um eletromagneto, uma fonte de radiação de micro-ondas e um sistema de detecção
da absorção de radiação pela amostra.
Figura 4.3 - Diagrama em blocos do Espectrômetro Bruker ESP-300.
Amplificador e
detector sensível
a fase
Sistema de
modulação do
cam
p
o ma
g
nético
Cavidade
Sistema de aquisição
e re
g
istro de dados
Klystron
Fonte de
potência do
eletroma
g
neto
Atenuador
Frequencímetr
Controlador de
micro-ondas
Isolador
Circulado
r
D
e
t
ec
t
or
Eletromagneto
SISTEMA DE
MICRO-ONDAS
Guia de ondas
SISTEMA DO CAMPO
MAGNÉTICO
SISTEMA DE
DADOS
88
118
Sistema de Campo Magnético
O sistema de campo magnético é constituído por um eletromagneto que produz o campo
magnético aplicado H uniforme sobre a cavidade ressonante, na qual está colocada a amostra, e por
um sistema de varredura que permite uma variação linear do campo, medido e controlado por uma
ponta Hall. O eletromagneto do espectrômetro Bruker ESP-300 gera campos de até 20.000 Oe. A
orientação da amostra em relação ao campo estático pode ser controlada com um goniômetro ou
simplesmente com a rotação do eletromagneto. A temperatura da amostra pode ser controlada com o
sistema de fluxo de nitrogênio.
O campo magnético oscilante de micro-ondas, aplicado perpendicularmente ao campo estático,
H, interage com o material ferromagnético induzindo o movimento de precessão dos spins,
implicando em absorção de energia. Como a freqüência de precessão varia com o aumento do
campo magnético externo, observa-se uma forte absorção de energia do campo de micro-ondas para
o campo que faz a freqüência angular de precessão coincidir com a freqüência angular da radiação
aplicada (condição de ressonância).
Sistema de Micro-Ondas
O sistema de micro-ondas é constituído por uma válvula geradora de micro-ondas (Klystron ),
um circulador que separa a energia emitida pela Klystron da energia refletida pela cavidade
ressonante, um cristal retificador ou diodo, um circuito de controle automático de freqüência
(circuito AFC) e um atenuador que ajusta o nível da potência de micro-ondas incidente na amostra.
A transmissão do feixe de micro-ondas é feita por guias de ondas que conduzem o fluxo de micro-
ondas para a cavidade ressonante. Na cavidade ressonante a energia de micro-ondas é armazenada
em ondas estacionárias, de tal forma que sobre a amostra o campo elétrico de micro-ondas é mínimo
e o campo magnético é máximo. O espectrômetro Bruker ESP-300 utilizado pode operar com pontes
de micro-ondas de 9,6 (banda-X) e 34,0 (Banda-Q) GHz. Medidas de freqüência de micro-ondas
foram feitas com um freqüencímetro HP-5350B (banda-X), e valores típicos de potência de micro-
ondas usados foram 2,0 mW e 5,0 mW.
89
119
Sistema de Modulação e Detecção
O sistema de modulação e detecção modula o sinal de absorção com freqüência de até
100 Khz, detecta o sinal em fase para melhorar a relação sinal/ruído, e converte-o em sinal DC
(primeira e segunda derivadas do sinal de absorção) que é enviado a um sistema de registro e
análise/manipulação. Valores típicos de intensidade e freqüência de campos de modulação usados
foram 5,0 Oe e 100 KHz, respectivamente. Convém ressaltar que o uso de freqüências elevadas de
modulação é compatível com o reduzido volume de material ferromagnético das amostras
investigadas (áreas da ordem de 4,0 mm² e espessuras da ordem de 500 nm). No espectrômetro
Bruker ESP-300, as bobinas são acopladas às próprias cavidades ressonantes (Banda-X). Além do
campo estático a amostra é submetida, portanto, a dois campos oscilantes, o de micro-ondas e o de
modulação. A figura 4.4 mostra foto do Laboratório de Ressonância Magnética (IF-UFG) com
detalhe do equipamento utilizado.
Figura 4.4 - Foto do Laboratório de Ressonância Magnética.
A figura 4.5 ilustra a linha de absorção e a figura 4.6 a primeira derivada da curva de
absorção para um espectro típico. Para a apresentação do espectro obtemos a primeira derivada da
absorção, pois a amplitude do sinal detectado, que tem a mesma freqüência da modulação, é
aproximadamente proporcional à inclinação da tangente à linha de absorção no ponto central do
intervalo de oscilação do campo. Os parâmetros diretamente relacionados com o espectro são o
campo de ressonância Hr, a largura de linha H e a intensidade do sinal, dada pela área sob a curva,
90
120
ou aproximadamente I = y
max
.(H)², conforme mostrado na figura 4.6. Esses parâmetros podem
então ser estudados em função de características ou tratamentos específicos da amostra, em função
de variação de temperatura da amostra, em função da orientação do campo aplicado em relação aos
eixos de simetria da amostra, ou mesmo em função da potência de micro-ondas, ou da amplitude e
freqüência do campo de modulação. A figura 4.7 apresenta a segunda derivada do espectro que
observa-se, é aproximadamente simétrico. Essa simetria revela que há somente uma linha na
formação do espectro.
0246
0
2
4
6
8
BSA 1:1 (300 K)
Curva de absorção (u. a.)
Hr (kgauss)
Figura 4.5 - Curva de absorção de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de maghemita
dispersas em matriz de BSA. A concentração é de 2,28x10
17
partículas/cm
3
, temperatura de 300 K e campo
central de 3.312 gauss.
Figura 4.6 - Primeira derivada da curva de absorção de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas
de maghemita dispersas em matriz de BSA. A concentração é de 2,28x10
17
partículas/cm
3
, temperatura de
300 K, largura de linha (H) de 856 gauss, campo de ressonância (Hr) de 3.312 gauss, fator-g igual a 2,035.
0246
-8
-4
0
4
8
BSA 1:1 (300 K)
1ª Derivada da curva de absorção (u. a.)
Hr (kgauss)
2
y
max
Hr
H
91
121
0246
-1
0
1
BSA 1:1 (300 K)
2ª derivada da curva de absorção (u. a.)
Hr (kgauss)
Figura 4.7 - Segunda derivada da curva de absorção do espectro característico do nanocompósito à base de
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA. Concentração de 2,28x10
17
partículas/cm
3
, à temperatura de 300 K.
Precisão das Medidas
Valores de campo de ressonância e largura de linha foram medidos com precisão de 0,1 gauss.
A leitura do ângulo, no caso da variação angular do campo magnético externo, possui um erro
inferior a 0,5
0
. No caso da freqüência de micro-ondas, verificam-se variações da ordem de ± 1 KHz
durante a aquisição de um espectro. O sistema de fluxo de nitrogênio permite medir a temperatura
da amostra com precisão de ± 0,1 K.
4.3 - RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DE FLUIDOS E NANOCOMPÓSITOS MAGNÉTICOS
BIOCOMPATÍVEIS
A técnica de ressonância magnética tem sido usada com sucesso no estudo e na investigação
de diferentes aspectos dos fluidos e nanocompósitos magnéticos biocompatíveis. Os primeiros
trabalhos de sistemas magnéticos nanoparticulados foram realizados usando ressonância magnética
para nanopartículas imersas em uma matriz não magnética [97,98]. Efeitos de carga e descarga
magnética nas superfícies das partículas [99] e da relaxação Browniana [100] também tem sido
investigados.
92
122
Os primeiros trabalhos em fluidos magnéticos usando ressonância magnética foram feitos
por Sharma e Waldner em 1977 [101] em fluidos magnéticos surfactados à base de nonopartículas
de magnetita. Os espectros obtidos mostraram um sinal alargado, atribuído por eles às partículas
grandes no estado ferrimagnético e um sinal superposto, bem mais estreito, associado às partículas
menores no estado superparamagnético.
Tronconi e colaboradores, em 1993 [102], apresentaram um trabalho de ressonância
magnética em fluidos magnéticos iônicos à base de ferrita de manganês, os quais também foram
estudados por Morais e colaboradores [99]. Tronconi e colaboradores [102] investigaram a variação
da largura de linha do espectro de ressonância em função da distância centro-a-centro das
nanopartículas, mostrando que a variação da distância era resultado da diluição de uma amostra
concentrada. O modelo proposto por Morais e colaboradores [98] foi usado para explicar os
resultados experimentais em fluidos magnéticos iônicos [102]. O modelo considera os centros
magnéticos (nanopartículas de ferrita) arranjados numa rede tipo corpo centrado (BCC), dispersos
em uma matriz não-magnética e possuindo spin eletrônico efetivo S >> 1. Consideram-se somente
as interações Zeeman e interação dipolar. Foi utilizado o método dos momentos de Van Vleck
(1948), que considera a interação dipolar como a principal fonte de alargamento da linha de
ressonância.
Os fluidos magnéticos biocompatíveis também têm sido estudados por ressonância
magnética. Um dos primeiros trabalhos foi realizado por Da Silva e colaboradores 1997 [103]. Neste
trabalho, analisaram-se as alterações das propriedades magnéticas das partículas conforme a
introdução de moléculas biocompatíveis complexadas na superfície das nanopartículas magnéticas.
Fluido magnético à base de nanopartículas de magnetita cobertas com dextrana foi estudado [104],
quanto à sua biodisposição no sangue de camundongos Swiss após administração endovenosa. Em
outro trabalho similar a ressonância magnética foi usada para analisar a cinética de
disposição/absorção das nanopartíiculas no sangue, no fígado e no baço de camundongos [105]. A
biodistribuição de fluido magnético à base de nanopartículas de magnetita cobertas com DMSA foi
estudada [106] no baço, cérebro, coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim e também sangue de
camundongos Swiss. Amostras de tecido de cada órgão foram coletadas e analisadas por ressonância
magnética, revelando uma meia vida de permanência no sangue aproximadamente 5 minutos e
grande concentração de nanopartículas no pulmão.
93
123
4.4 - MEDIDAS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
As medidas de ressonância magnética dos fluidos e nanocompósitos magnéticos
biocompatíveis deste trabalho foram realizadas no laboratório de Ressonância Magnética do
Instituto de Física da Universidade Federal de Goiás.
4.4.1 - Fluidos Magnéticos Biocompatíveis
Nas medidas de ressonância foram investigadas a variação da largura de linha e do campo de
ressonância em função da temperatura e da concentração das nanopartículas magnéticas.
Foram realizadas medidas em banda-X (~9,421 GHz) com amostras de fluido magnético à
base de magnetita coberta com dextrana para as concentrações de 4,8×10
16
, 2,4×10
16
, 9,6×10
15
,
4,8×10
15
e 4,8×10
14
partículas/cm³ e coberta com DMSA nas concentrações de 4,9×10
16
, 2,4×10
16
,
9,8×10
15
, 4,9×10
15
e 4,9×10
14
partículas/cm³.
Durante as medidas devem-se tomar alguns cuidados, tais como: quantidade de amostra, pois
o volume pode alterar sensivelmente as medidas, e potência de micro-ondas, uma vez que potências
altas podem levar à saturação do sinal de ressonância [107]. As figuras 4.8 e 4.9 mostram alguns
espectros típicos de ressonância magnética (primeira derivada da curva de absorção) das amostras de
fluido magnético surfactado à base de magnetita-dextrana e magnetita-DMSA, respectivamente,
para temperaturas variando entre 100 K e 240 K e concentrações 1:2 e 1:100. A varredura foi
realizada sempre no mesmo intervalo de campo magnético (49 a 6.950 gauss) e a quantidade de
amostra utilizada para as medidas dos dois materiais foi de 5 µL. Os espectros obtidos para os
fluidos são razoavelmente descritos por uma única linha de ressonância, que fornece uma medida
direta do campo de ressonância (Hr), da largura de linha pico a pico (H) e da intensidade do sinal.
Podemos observar destes resultados que o campo de ressonância aumenta com a temperatura e
apresenta o mesmo comportamento para todas as concentrações. Verifica-se também um aumento
significativo do campo de ressonância da amostra mais diluída (1:100) em relação à amostra mais
concentrada (1:2). Estes resultados concordam com os dados relatados na literatura [24].
94
124
Figura 4.8 - Espectros típicos de ressonância magnética do fluido magnético FM-dextrana nas diluições 1:2 e
1:100 [108].
Figura 4.9 - Espectros típicos de ressonância magnética do fluido magnético FM-DMSA nas diluições 1:2 e
1:100 [109].
01234567
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
2,4x10
16
cm
-3
100 K
120 K
120 K
100 K
240 K
240 K
4,8x10
14
cm
-3
Intensidade (u. a.)
H (kgauss)
01234567
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
4,9X10
14
cm
-3
2,4X10
16
cm
-3
240 K
100 K
120 K
100 K
120 K
240 K
Intensidade (u. a.)
H (kgauss)
95
125
4.4.2 - Nanocompósitos Magnéticos Biocompatíveis
Nas medidas de ressonância do nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA foram investigadas a variação da largura de linha e campo
de ressonância em função da temperatura e da concentração das nanopartículas magnéticas usadas
na preparação dos nanocompósitos.
Foram realizadas medidas em banda-X (~9,421 GHz), em nanocompósitos à base
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, para as concentrações de
2,28×10
17
; 1,14×10
17
; 4,56×10
16
; 2,28×10
16
e 1,14×10
16
partículas/cm³.
As figuras 4.10, 4.11, 4.12, 4.13 e 4.14 apresentam espectros típicos de ressonância
magnética (primeira derivada da curva de absorção) das amostras de nanocompósitos à base
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, para temperaturas variando
entre 100 K e 300 K. A varredura foi realizada sempre no mesmo intervalo de campo magnético (49
a 6.500 gauss) e a temperatura variando de 10 em 10 K.
Os espectros obtidos para os
nanocompósitos são razoavelmente descritos por uma única linha de ressonância, que fornece uma
medida direta do campo de ressonância (Hr), largura de linha pico-a-pico(H) e intensidade do
sinal. Podemos observar destes resultados que o campo de ressonância aumenta com a temperatura e
apresenta o mesmo comportamento para todas as concentrações. As medidas realizadas com os
nanocompósitos são comparáveis com as medidas dos fluidos magnéticos (FM-dextrana e FM-
DMSA), desprezando a parte de descongelamento do fluido.
Na figura 4.15 verifica-se que o campo de ressonância apresenta pouca variação com a
concentração de nanopartículas imersas na matriz hospedeira, à temperatura ambiente. As figuras
4.16 a 4.20 apresentam, cada uma, três espectros de ressonância nas temperaturas de 100, 200 e 300
K. Podemos observar a variação do campo de ressonância com a temperatura. Na figura 4.20
observamos no espectro à temperatura ambiente (300 K) o surgimento de uma segunda linha, na
região central da linha dominante, que não foi investigada. Estes espectros foram obtidos a um
campo de modulação com freqüência de 100 kHz e potência de microondas de 2 mW.
96
126
01234567
-6
-3
0
3
6
220 K
100 K
140 K
130 K
120 K
110 K
200 K
190 K
180 K
170 K
300 K
290 K
280 K
270 K
260 K
250 K
240 K
230 K
210 K
160 K
150 K
1:1 (Maghemita-BSA)
Intensidade (u.a.)
H (kgauss)
Figura 4.10 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 2,28x10
17
partículas/cm
3
, em várias
temperaturas
.
97
127
01234567
-2
-1
0
1
2
120 K
110 K
150 K
140 K
130 K
180 K
170 K
160 K
220 K
210 K
200 K
190 K
300 K
290 K
280 K
270 K
260 K
250 K
240 K
230 K
1:2 (Maghemita-BSA)
Intensidade (u. a.)
H (kgauss)
Figura 4.11 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 1,14x10
17
partículas/cm
3
, em várias
temperaturas.
98
128
01234567
-2
-1
0
1
2
110 K
300 K
220 K
120 K
130 K
140 K
150 K
160 K
170 K
180 K
190 K
200 K
210 K
240 K
250 K
260 K
270 K
280 K
290 K
100 K
1:5 (Maghemita-BSA)
Intensidade (u. a.)
H (kgauss)
Figura 4.12 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 4,56x10
16
partículas/cm
3
, em várias
temperaturas.
99
129
01234567
-3
-2
-1
0
1
2
1:10 (Maghemita-BSA)
290 K
260 K
270 K
280 K
230 K
240 K
250 K
300 K
110 K
120 K
130 K
140 K
150 K
160 K
170 K
180 K
190 K
200 K
210 K
220 K
100 K
Intensidade (u. a.)
H (kgauss)
Figura 4.13 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 2,28x10
16
partículas/cm
3
, em várias
temperaturas.
100
130
01234567
-2
-1
0
1
2
110 K
100 K
150 K
140 K
130 K
120 K
210 K
200 K
220 K
190 K
180 K
170 K
160 K
300 K
290 K
280 K
270 K
260 K
250 K
240 K
230 K
1:20 (Maghemita-BSA)
Intensidade (u. a.)
H (kgauss)
Figura 4.14 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 1,14 x10
16
partículas/cm
3
, em várias
temperaturas.
101
131
02468
-2
-1
0
1
2
3
1,14x10
17
cm
-3
4,56x10
16
cm
-3
2,28x10
16
cm
-3
1,14x10
16
cm
-3
Intensidade X Hr (Maghemita-BSA 300 K)
2,28x10
17
cm
-3
Intensidade (u. a.)
H (kgauss)
Figura 4.15 - Espectros característicos de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de maghemita
dispersas em matriz de BSA, nas concentrações indicadas e à temperatura de 300 K.
02468
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
Intensidade X Hr (Maghemita-BSA 1:1)
200 K
300 K
100 K
Intensidade (u. a.)
H (kgauss)
Figura 4.16 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 2,28x10
17
partículas/cm
3
e em função da
temperatura.
102
132
02468
-1
0
1
Intensidade X Hr (Maghemita-BSA 1:2)
200 K
300 K
100 K
Intensidade (u. a.)
H (kgauss)
Figura 4.17 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 1,14x10
17
partículas/cm
3
e em função da
temperatura.
02468
-4
0
4
8
Intensidade X Hr (Maghemita-BSA 1:5)
300 K
200 K
100 K
Intensidade (u. a.)
H (kgauss)
Figura 4.18 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 4,56x10
16
partículas/cm
3
e em função da
temperatura.
103
133
02468
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
Intensidade X Hr (Maghemita-BSA 1:10)
300 K
200 K
100 K
Intensidade (u. a.)
Hr (kgauss)
Figura 4.19 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 2,28x10
16
partículas/cm
3
e em função da
temperatura.
02468
-4
0
4
Intensidade X Hr (Maghemita-BSA 1:20)
200 K
300 K
100 K
Intensidade (u. a.)
Hr (kgauss)
Figura 4.20 - Espectros obtidos para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA, na concentração de 1,14x10
16
partículas/cm
3
e em função da
temperatura.
As figuras 4.21 a 4.23 mostram os resultados do campo de ressonância magnética em função
da temperatura para fluidos (FM-dextrana e FM-DMSA) e nanocompósitos à base nanopartículas
104
134
magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA. Verificamos que, em todas as amostras, o
campo de ressonância aumentou com a temperatura.
Figura 4.21 - Campo de ressonância (Hr) do fluido magnético FM-dextrana em função da temperatura (T).
Figura 4.22 - Campo de ressonância (Hr) do fluido magnético FM-DMSA em função da temperatura (T).
100 150 200 250
2,62,6
2,7
2,82,8
2,9
3,03,0
FM-DMSA
4,9 x 10
14
cm
-3
2,4 x 10
16
cm
-3
Hr (kgauss)
Temperatura (K)
100 150 200 250 300
2,90
2,95
3,00
3,05
3,10
3,15
3,20
FM-dextrana
4,8x10
14
cm
-3
2,4x10
16
cm
-3
Hr (kgauss)
Temperatura (K)
105
135
100 150 200 250 300
3,1
3,2
3,3
3,4
Maghemita-BSA
Hr (kgauss)
Temperatura (K)
2,28x10
17
cm
-3
1,14x10
17
cm
-3
4,56x10
16
cm
-3
2,28x10
16
cm
-3
1,14x10
16
cm
-3
Figura 4.23 - Campo de ressonância do nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de maghemita
dispersas em matriz de BSA em função da temperatura.
Os dados obtidos (figura 4.24 a 4.26) mostram o comportamento da largura de linha de
ressonância em função da temperatura. Podemos verificar que a largura de linha aumenta com o
aumento do inverso da temperatura.
As figuras 4.27 a 4.29 mostram que a área sob a curva de absorção, associada a cada
concentração, decresce com a temperatura. Como a área é um indicativo de número de sítios
magnéticos ressonantes presentes na amostra, os dados indicam que o número de sítios magnéticos
decresce com o aumento da temperatura. Entretanto, a área sob a curva de absorção varia com a
concentração de partículas, de modo que os efeitos observados com a variação da temperatura
revelam propriedades intrínsecas da amostra.
106
136
Figura 4.24 -
Dependência da largura de linha (Hr) com o inverso da temperatura (T) para o fluido
magnético FM-dextrana.
Figura 4.25 - Dependência da largura de linha (Hr) com o inverso da temperatura (T) para o fluido
magnético FM-DMSA.
34567891011
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
FM-DMSA
4,9 x 10
14
cm
-3
2,4 x 10
16
cm
-3
Hr (kgauss)
1000/T (K
-1
)
34567891011
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
FM-dextrana
4,8x10
14
cm
-3
2,4x10
16
cm
-3
Hr (kgauss)
1000/T (K
-1
)
107
137
46810
0,8
1,0
1,2
1,4
Maghemita-BSA
Hr (kgauss)
1000/T (K
-1
)
2,28x10
17
cm
-3
1,14x10
17
cm
-3
4,56x10
16
cm
-3
2,28x10
16
cm
-3
1,14x10
16
cm
-3
Figura 4.26 - Largura de linha de ressonância do nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em matriz de BSA em função do inverso da temperatura.
100 150 200 250 300 350 400
0,0
0,3
0,6
0,9
1,2
Área X Temperatura (FM-Dextrana)
Área Normalizada
Temperatura (K)
4,8x10
16
cm
-3
2,4x10
16
cm
-3
4,8x10
15
cm
-3
4,8x10
14
cm
-3
Figura 4.27 - Área normalizada em função da temperatura, para concentrações 1:1, 1:2, 1:10 e 1:100 da
amostra de fluido magnético à base de magnetita coberta com dextrana (FM-dextrana).
108
138
Figura 4.28 - Área normalizada em função da temperatura, para concentrações 1:1, 1:2, 1:10 e 1:100 da
amostra de fluido magnético à base de magnetita coberta com DMSA (FM-DMSA).
Na figura 4.29 – Área normalizada em função da temperatura, para concentrações 1:1, 1:2 1:5, 1:10 e 1:20 da
amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA.
100 150 200 250 300 350 400
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
Área X Temperatura (Maghemita-BSA)
Área Normalizada
Temperatura (K)
2,28x10
17
cm
-3
1,14x10
17
cm
-3
4,56x10
16
cm
-3
2,28x10
16
cm
-3
1,14x10
16
cm
-3
100 150 200 250 300 350 400
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
Área X Temperatura (FM-DMSA)
Área Normalizada
Temperatura (K)
4,9x10
16
cm
-3
2,45x10
16
cm
-3
4,9x10
15
cm
-3
4,9x10
14
cm
-3
109
139
Análise dos resultados de largura de linha em função da temperatura
O comportamento da largura de linha em função da temperatura tem sido avaliado na
literatura com ênfase nos termos que contribuem para a barreira de energia de anisotropia
E. O
modelo utilizado por Morais e colaboradores [99,110] tem sido aplicado na análise dos resultados de
ressonância em fluidos magnéticos iônicos [110], fluidos magnéticos surfactados [111],
nanocompósitos magnéticos [112] e fluidos magnéticos biocompatíveis [113].
O modelo considera que a nanopartícula magnética é aproximadamente esférica, imersa em
uma matriz dielétrica, estável, com vários termos contribuindo para a energia
E. Consideram-se a
interação do momento magnético das partículas com o campo magnético externo, o termo de energia
magnetocristalina das partículas e a interação dipolar magnética entre as partículas da amostra.
Utilizando o método de Van Vleck [114] é possível escrever a equação para a largura de linha de
ressonância em função da temperatura [108]:
=
kT
E
r
A
Hr
2
tanh
3
, (4.15)
onde A=5g
β
Sn e
E=(B + C/r
3
+ D/r + E/r
6
) [100]. No termo de energia
E temos B=(KV
+
γµ
H)/2kT, C=(δµ
2
/2kT), D=(
θσ
2
/2kT) e E=(
ε
/2kT). O termo B é formado pela energia de
anisotropia magnetocristalina (KV) e a energia magnética (
γµ
H). O termo C refere-se à interação
dipolar magnética, o termo D à interação culombiana e o termo E à interação dipolar elétrica. Aqui
σ
é a densidade superficial de carga. As constantes de acoplamento são
γ
,
δ
,
θ
e
ε
.
Conforme a equação 4.15 a variação da largura de linha de ressonância depende da
temperatura (T) e da distância média (r) entre partículas adjacentes. No caso de fluidos magnéticos
biocompatíveis, constituídos de nanopartículas dispersas em meio aquoso estável, os termos D
(interação Coulombiana) e E (interação dipolar elétrica) podem ser omitidos. Assim, a equação 4.15
pode ser reescrita como [108]:
GtFHr
tanh
=
, (4.16)
110
140
onde
3
5
g
Sn
F
r
µ
β
= ;
1000
t
T
= e
2
3
3
2.10
KV H
r
G
k
δ
µ
γµ

++


= . Segundo Pereira [115], os termos F e G
incluem a dependência da variação da largura de linha efetiva com a concentração de partículas. O
parâmetro F está associado à distância de separação entre as partículas (r), que varia com a
concentração de partículas. O parâmetro G está relacionado com a barreira de energia
E, onde
estão incluídos os termos da energia magnetocristalina, interação Zeeman e interações dipolares
magnéticas. O termo associado ao movimento Browniano foi desprezado por se tratar de medidas a
baixas temperaturas.
Os dados das figuras 4.24, 4.25 e 4.26 foram ajustados pela equação 4.16 como representado
nas figuras 4.30, 4.31 e 4.32.
Figura 4.30 -
Dependência da largura de linha (Hr) com a temperatura (T) para o fluido magnético FM-
dextrana. Dados ajustados pela equação (4.16) [108].
34567891011
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
FM-dextrana
4,8x10
14
cm
-3
2,4x10
16
cm
-3
modelo
Hr (kgauss)
1000/T (K
-1
)
111
141
Figura 4.31 - Dependência da largura de linha (Hr) com a temperatura (T) para o fluido magnético FM-
DMSA. Dados ajustados pela equação (4.16) [109].
O alargamento da linha de ressonância magnética depende da temperatura e da barreira de
energia (E) através da qual o momento magnético da partícula sofre relaxação. A relaxação que
ocorre associada à nanopartícula é do tipo Néel, que é termicamente assistida e relacionada com a
energia de anisotropia magnetocristalina (E = K
eff
V). Entretanto, para amostras relativamente
concentradas, há ainda a interação dipolo-dipolo entre partículas adjacentes (µ²/r³) e, na presença de
um campo magnético externo, há a interação entre o momento magnético da partícula e o campo
externo (µH
ext
). Ainda, para medidas a baixas temperaturas ou a temperaturas onde o fluido
magnético está congelado, a contribuição para a barreira de energia não está relacionada com o
termo Browniano. Portanto, a barreira de energia pode ser escrita como E = K
eff
V + µH
ext
+ δµ²/R³,
onde é um coeficiente de acoplamento [91].
Com os valores dos parâmetros obtidos a partir dos ajustes da largura de linha vs 1000/T,
para as amostras de fluido magnético surfactado de magnetita recoberta com dextrana e DMSA
segundo a equação (4.16) e considerando a anisotropia magnetocristalina efetiva da magnetita (K
eff
= 1,9x10
5
erg/cm³), estima-se o diâmetro médio das nanopartículas em 10,6 nm (1:2) e 9,4 nm
34567891011
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
FM-DMSA
4,9 x 10
14
cm
-3
2,4 x 10
16
cm
-3
_ modelo
Hr (kgauss)
1000/T (K
-1
)
112
142
(1:100) para FM-dextrana e 9,4 nm (1:2), 9,3 nm (1:100) para FM-DMSA. Tomando a razão dos
diâmetros (1:2/1:100) encontramos 1,17 (diâmetro 1:2 é maior 17%) para FM-dextrana e 1,05
(diâmetro 1:2 é maior 5%) para FM-DMSA. Estes resultados indicam aglomeração de partículas nas
amostras mais concentradas. Esta informação é extremamente importante na análise do espectro de
ressonância obtido de tecido biológico após injeção de fluidos magnéticos biocompatíveis em
animais. Na tabela 4.1 estão os resultados obtidos para anisotropia efetiva e diâmetro das
nanopartículas nos fluidos magnéticos investigados (FM-dextrana e FM-DMSA).
Tabela 4.1 - Anisotropia efetiva e diâmetro médio para determinadas concentrações das amostras de
FM-dextrana e FM-DMSA.
Amostra Concentração
(partículas/cm
3
)
K
eff
(x10
5
erg/cm
3
)
<D> (nm)
FM de 4,8x10
14
2,09 9,4
magnetita- dextrana 2,4x10
16
1,62 10,6
FM de 4,9x10
14
1,16 9,3
magnetita - DMSA 2,4x10
16
1,20 9,4
Com os valores dos parâmetros obtidos a partir dos ajustes da largura de linha vs 1000/T,
para as amostras de nanocompósito magnético de maghemita dispersa em matriz de BSA segundo a
equação (4.16) e considerando a anisotropia magnetocristalina efetiva da maghemita (K
eff
=
8,13x10
5
erg/cm³), estima-se o diâmetro médio das nanopartículas. A diferença percentual do
diâmetro médio entre a concentração 1:1 e 1:20 é de 26%. Comparando estes resultados com os
obtidos por raios-X e MET eles estão em dimensões comparáveis. Estes resultados indicam
aglomeração de partícula nas amostras mais concentradas. Esta informação é extremamente
importante na análise do espectro de ressonância obtido de tecido biológico após injeção de
nanocompósitos magnéticos biocompatíveis em animais. Na tabela 4.2 estão os resultados obtidos
para anisotropia efetiva (K
eff
), diâmetro médio(<D>), número de centros magnéticos por partícula
(n), distância média entre partículas adjacentes (r) e energia de anisotropia magnetocristalina (E)
das nanopartículas do nanocompósito magnético de maghemita dispersa em matriz de BSA.
Observa-se que o número de centros magnéticos aumenta com a diluição da amostra e este
comportamento é oposto ao encontrado em fluidos magnéticos (diminuem com a diluição). Verifica-
se que a barreira de energia aumenta com a diminuição da concentração, e que a quantidade de
113
143
centros magnéticos da matriz influenciou a diminuição da anisotropia. Este comportamento pode ser
observado na figura 4.33.
34567891011
0,8
1,0
1,2
1,4
Largura de Linha X 1000/T (Maghemita-BSA)
H (kgauss)
1000/T (K
-1
)
2,28x10
17
cm
-3
1,14x10
17
cm
-3
4,56x10
16
cm
-3
2,28x10
16
cm
-3
1,14x10
16
cm
-3
modelo
Figura 4.32 - Largura de linha de ressonância em função da temperatura, para as concentrações 1:1, 1:2, 1:5,
1:10 e 1:20, para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas
em matriz de BSA. A linha sólida representa o melhor ajuste (resumo aceito – Thin Films 2006).
Tabela 4.2 - Anisotropia efetiva (K
eff
), diâmetro médio (<D>), número de centros magnéticos por
partícula (n), distância média entre partículas adjacentes (r) e energia de anisotropia
magnetocristalina (E) para determinadas concentrações das amostras de CM-BSA.
Amostra Concentração
(partícula/cm
3
)
K
eff
(x10
5
erg/cm
3
)
<D> (nm)
n r (x10
-7
m) E (eV)
2,28x10
17
4,3 5,59 3.120 4,3 0,246
CM de 1,14x10
17
4,0 5,63 3.461 4,7 0,233
Maghemita - 4,56x10
16
3,7 6,40 3.945 5,4 0,317
BSA 2,28x10
16
3,4 7,00 4.322 5,9 0,382
1,14x10
16
3,3 7,60 4.647 6,4 0,474
114
144
0 5 10 15 20 25
0,2
0,3
0,4
0,5
γ-Fe
2
O
4
- BSA
E (eV)
Partículas(x10
16
cm
-3
)
Figura 4.33 - Energia de anisotropia magnetocristalina (
E) em função da concentração para
nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA.
Análise dos dados de ressonância em função da temperatura
As medidas do campo de ressonância em função da temperatura são analisados pela seguinte
expressão [112,113]
=
ADR
HHH
γ
ω
, ( 4.17)
onde
ω
é a freqüência angular de ressonância,
γ
é a razão giromagnética, H
D
é o campo de
desmagnetização e H
A
(= 2K
eff
/M
s
) é o campo de anisotropia. A anisotropia efetiva K
eff
é escrita
como a soma de K
B
(anisotropia do bulk) mais Ks (anisotropia de superfície) que são as
componentes da anisotropia magnetocristalina da nanopartícula (K
eff
= K
B
+ K
S
). A componente
superficial é dada por K
S
= (6/D)k
S
, onde D é o diâmetro da nanopartícula e k
S
é a anisotropia de
superfície. Em geral, K
eff
e M
S
(magnetização de saturação) são dependentes da temperatura.
115
145
Na literatura [91] discutem-se duas regiões distintas para o comportamento do campo de
ressonância de fluidos magnéticos em função da temperatura; uma região abaixo da temperatura de
descongelamento e outra região acima dessa temperatura. As medidas do campo de ressonância em
função da temperatura realizadas no compósito (Maghemita-BSA), entre 100 e 300 K, mostram
ausência de descontinuidade com o aumento da temperatura. A anisotropia efetiva pode ser
representada por uma relação empírica dada por K
eff
= K
0
+ k
eff
T, onde K
0
é uma constante e o
coeficiente k
eff
está relacionado com a variação de temperatura, expresso em erg/cm
3
K. Portanto,
para os dados obtidos nesse trabalho, na faixa de temperatura de 100 a 300 K, o campo de
ressonância é dado pela relação empírica [91]:
T
M
k
M
M
K
H
S
ef
S
S
R
R
2
3
4
2
0
+
=
π
γ
ω
. (4.18)
Temos que, H
R
= B +AT, onde A = 2k
eff
/M
S
e B = (
ω
/
γ
- 2K
0
/M
S
H
D
). Os valores de A e B são
obtidos dos ajustes dos dados das figuras 4.34 a 4.36.
Figura 4.34 - Campo de ressonância (Hr) do fluido magnético FM-dextrana em função da temperatura (T).
Dados ajustados pela equação (4.18) [108].
100 150 200 250 300
2,90
2,95
3,00
3,05
3,10
3,15
3,20
FM-dextrana
4,8x10
14
cm
-3
2,4x10
16
cm
-3
modelo
Hr (kgauss)
Temperatura (K)
116
146
Figura 4.35 - Campo de ressonância (Hr) do fluido magnético FM-DMSA em função da temperatura (T).
Dados ajustados pela equação (4.18) [109].
50 100 150 200 250 300 350
3,1
3,2
3,3
3,4
Hr x T (Maghemita-BSA)
Hr (Kgauss)
Temperatura (K)
2,28x10
17
cm
-3
1,14x10
17
cm
-3
4,56x10
16
cm
-3
2,28x10
16
cm
-3
1,14x10
16
cm
-3
modelo
Figura 4.36 - Campo de ressonância em função de temperatura, para as concentrações 1:1, 1:2, 1:5, 1:10 e
1:20, para a amostra de nanocompósito à base de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em
matriz de BSA. Dados ajustados pela equação (4.18) (resumo aceito – Thin Films 2006).
100 150 200 250
2,62,6
2,7
2,82,8
2,9
3,03,0
FM-DMSA
4,9 x 10
14
cm
-3
2,4 x 10
16
cm
-3
___ modelo
Hr (kgauss)
Temperatura (K)
117
147
Tabela 4.3 - Parâmetros obtidos do ajuste dos dados das amostras de FM-dextrana (figura 3.34),
FM-DMSA (figura 3.35) e NCM-BSA (figura 3.36), segundo a equação (4.18).
Amostra Concentração
(partícula/cm
3
)
A (Gauss/K) B (gauss)
FM de 2,4x10
16
0,953 ± 0,04 2.952 ± 6
Magnetita-dextrana 4,8x10
14
1,112 ± 0,03 2.930 ± 4
FM de 2,45x10
16
1,154 ± 0,05 2.650 ± 7
Magnetita-DMSA 4,9x10
14
1,103 ± 0,03 2.740 ± 4
2,28x10
17
0,793 ± 0,06 3.086 ±13
1,14x10
17
0,855 ± 0,03 3.095 ± 7
NCM de 4,56x10
16
0,881 ± 0,07 3.227 ± 14
Maghemita-BSA 2,28x10
16
0,894 ± 0,03 3.091 ± 5
1,14x10
16
0,898 ± 0,03 3.091 ± 7
A tabela 4.3 apresenta os parâmetros A e B para a amostra de FMB-dextrana, FM-DMSA e
nanocompósitos à base nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, nas
concentrações indicadas, conforme o ajuste dos dados representados nas figuras 4.34 a 4.36. Com a
diminuição da concentração o parâmetro A cresce, sugerindo que o valor da anisotropia de
superfície da nanopartícula aumenta com a concentração. Observa-se que o parâmetro A está
associado ao diâmetro da nanopartícula, à constante de anisotropia de superfície (k
S
) e à
magnetização de saturação (M
S
). Já o parâmetro B está associado a razão entre a freqüência de
ressonância (
ω
) e a razão giromagnética (
γ
), o campo de desmagnetização (H
D
) e o campo de
anisotropia (H
A
).
Análise do campo de ressonância em função da fração volumétrica
Para estudar o comportamento do campo de ressonância em função da concentração,
utilizamos amostras de FM-dextrana, FM-DMSA e nanocompósitos à base nanopartículas
118
148
magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA. O cálculo da fração volumétrica (
φ
) é obtido
usando a equação:
dDDPDN )(
6
3
=
π
φ
, (4.19)
onde P(D) é a lei de distribuição dada pela equação 2.2, utilizando o diâmetro médio de partículas e
polidispersão obtidos pela MET. A tabela (4.4) mostra a concentração e a fração volumétrica para as
amostras de FM-dextrana e FM-DMSA. A tabela 4.5 mostra a concentração e a fração volumétrica
para nanocompósitos à base nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA
Tabela 4.4 - Valores de frações volumétricas para as amostras de FM-dextrana e FM-DMSA
utilizando a equação (4.19).
FM - dextrana FM - DMSA
Diluição Concentação
(partícula/cm
3
)
Fração
Volumétrica (φ)
Concentação
(partícula/cm
3
)
Fração
Volumétrica (φ)
1:1 4,80x10
16
2,5000 4,90x10
16
2,6500
3:4 3,60x10
16
1,8700 3,67x10
16
1,9900
1:2 2,40x10
16
1,2500 2,45x10
16
1,3500
1:4 1,20x10
16
0,6250 1,22x10
16
0,6600
1:5 9,60x10
15
0,5000 9,80x10
15
0,5300
1:6 8,00x10
15
0,4160 8,17x10
15
0,4400
1:8 6,00x10
15
0,3120 6,12x10
15
0,3300
1:10 4,80x10
15
0,2500 4,90x10
15
0,2600
1:15 3,20x10
15
0,1660 3,27x10
15
0,1770
1:20 2,40x10
15
0,1250 2,45x10
15
0,1300
1:30 1,60x10
15
0,0830 1,63x10
15
0,0880
1:60 8,00x10
14
0,0420 8,17x10
14
0,0440
1:100 4,80x10
14
0,0250 4,90x10
14
0,0260
1:150 3,20x10
14
0,0170 3,27x10
14
0,0177
1:200 2,40x10
14
0,0120 2,45x10
14
0,0133
1:300 1,60x10
14
0,0080 1,63x10
14
0,0088
1:600 8,00x10
13
0,0040 8,17x10
13
0,0044
1:1000 4,80x10
13
0,0025 4,90x10
13
0,0026
1:1500 3,20x10
13
0,0017 3,27x10
13
0,0018
1:2000 2,40x10
13
0,0012 2,45x10
13
0,0013
119
149
Tabela 4.5 - Valores de frações volumétricas para as amostras de NCM-BSA utilizando a equação
4.19.
NCM - BSA
Diluão Concentração (partículas/cm
3
)
Fração Volumétrica (φ)
1:1 2,28x10
17
0,370
1:2 1,14x10
17
0,180
1:5 4,56x10
16
0,070
1:10 2,28x10
16
0,037
1:20 1,14x10
16
0,018
As figuras 4.37 e 4.39 mostram o campo de ressonância em função da fração volumétrica
para FM-dextrana, para concentrações 4,8x10
16
, 2,4x10
16
, 4,8x10
15
e 4,8x10
14
partículas/cm
3
e FM-
DMSA para as concentrações de
4,9x10
16
,
2,5x10
16
, 4,9x10
15
e 4,9x10
14
partículas/cm
3
,
para as
temperaturas de 100 K, 150 K, 200 K, 250 K e 300 K. Podemos observar que o campo de
ressonância aumenta com o aumento de temperatura, salvo pela faixa de descontinuidade para o
fluido (~ 270 K) onde verificamos o comportamento inverso para ambas as amostras.
As figuras 4.38 e 4.40 apresentam o campo de ressonância em função da fração volumétrica
para FM-dextrana e FM-DMSA, para medidas realizadas a temperatura ambiente (300 K). Observe
que ambas as amostras apresentam o mesmo comportamento. O campo de ressonância decresce
rapidamente até a fração volumétrica de 8,00x10
15
partículas/cm
3
para o FM-dextrana e 8,17x10
15
partículas/cm
3
para o FM-DMSA. Após estas concentrações o campo de ressonância cresce com
uma taxa menor.
A figura 4.41 mostra o campo de ressonância em função da fração volumétrica para o
nanocompósitos à base nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, para
as concentrações 2,28x10
17
, 1,14x10
17
, 4,56x10
16
, 2,28x10
16
e 1,14x10
16
partículas/cm
3
, e
temperaturas de 100 K,150 K, 200 K, 250 K e 300 K. Podemos observar que o campo de
ressonância aumenta com o aumento da temperatura, e com a identificação da presença de um
máximo na concentração em torno de 4,56x10
16
partículas/cm
3
.
120
150
0,00,51,01,52,02,53,03,5
2,9
3,0
3,1
3,2
Hr X φ (FM-Dextrana)
Hr (kgauss)
φ
100 K
150 K
200 K
250 K
300 K
Figura 4.37 - Campo de ressonância em função da fração volumétrica, para concentrações 1:1, 1:2, 1:10 e
1:100 nas temperaturas de 100 K, 150 K, 200 K, 250 K e 300 K, para a amostra de fluido magnético à base de
magnetita coberta com dextrana.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
3,08
3,12
3,16
3,20
Hr X φ (FM-Dextrana 300K)
Hr (kgauss)
φ
Figura 4.38 - Campo de ressonância em função da fração volumétrica, para medidas realizadas à temperatura
ambiente (300 K) para a amostra de fluido magnético à base de magnetita coberta com dextrana.
121
151
0,00,51,01,52,02,53,03,54,0
2,7
2,8
2,9
3,0
3,1
3,2
Hr X φ (FM-DMSA)
Hr (kgauss)
φ
100 K
150 K
200 K
250 K
300 K
Figura 4.39 - Campo de ressonância em função da fração volumétrica, para concentrações 1:1, 1:2, 1:10 e
1:100 nas temperaturas de 100 K,150 K, 200 K, 250 K e 300 K, para a amostra de fluido magnético à base de
nanopartículas magnéticas de magnetita cobertas com DMSA.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
3,08
3,12
3,16
3,20
3,24
Hr X φ (FM-DMSA 300 K)
Hr (kgauss)
φ
Figura 4.40 - Campo de ressonância em função da fração volumétrica, para medidas realizadas a temperatura
ambiente (300 K) para a amostra de fluido magnético à base de nanopartículas magnéticas de magnetita
coberta com DMSA.
122
152
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
3,0
3,1
3,2
3,3
3,4
Hr X φ (Maghemita-BSA)
Hr (kgauss)
φ
100 K
150 K
200 K
250 K
300 K
Figura 4.41 - Campo de ressonância em função da fração volumétrica para concentrações de 1:1, 1:2, 1:5,
1:10 e 1:20 nas temperaturas de 100 K, 150 K, 200 K, 250 K e 300 K, para a amostra de nanocompósito à
base de nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA.
Análise da área normalizada em função da fração volumétrica
As figuras 4.42 e 4.44 mostram, respectivamente, a área normalizada em função da fração
volumétrica para FM-dextrana, para concentrações 4,8x10
16
, 2,4x10
16
, 4,8x10
15
e 4,8x10
14
partículas/cm
3
e FM-DMSA para as concentrações de 4,9x10
16
, 2,5x10
16
, 4,9x10
15
e 4,9x10
14
partículas/cm
3
.
Para as temperaturas de 100 K,150 K, 200 K, 250 K e 300 K, podemos observar o
decréscimo da área com a diluição das amostras. Além disso, a área diminui com o aumento da
temperatura.
As figuras 4.43 e 4.45 apresentam, respectivamente, a área normalizada em função da fração
volumétrica para FM-dextrana e FM-DMSA, para medidas realizadas a temperatura ambiente (300
K). Verificamos em ambas as amostras o mesmo comportamento. A área normalizada cresce
rapidamente até a concentração de 9,6x10
15
partículas/cm
3
para o FM-dextrana e 9,8x10
15
partículas/cm
3
para o FM-DMSA. Após estas concentrações, cresce com uma taxa menor. O
123
153
comportamento crescente da área normalizada com a concentração pode estar associado à presença
de aglomerados. Para concentrações correspondentes a valores menores da fração volumétrica, a
população de aglomerados se reduz mais rapidamente com a diluição.
A figura 4.46 mostra a área normalizada em função da fração volumétrica para o
nanocompósitos à base nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, para
as concentrações 2,28x10
17
, 1,14x10
17
, 4,56x10
16
, 2,28x10
16
e 1,14x10
16
partículas/cm
3
, nas
temperaturas de 100 K,150 K, 200 K, 250 K e 300 K. Observa-se um decréscimo da área com a
diluição das amostras. Pode-se observar que a área normalizada permanece praticamente constante
em relação a variação com a temperatura diferenciando assim do fluido magnético (FM-dextrana e
FM-DMSA).
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
Área X φ (FM-dextrana)
Área Normalizada
φ
100 K
150 K
200 K
250 K
300 K
Figura 4.42 - Área normalizada em função da fração volumétrica, para concentrações 1:1, 1:2, 1:10 e 1:100
nas temperaturas de 100 K, 150 K, 200 K, 250 K e 300 K, para a amostra de fluido magnético à base de
nanopartículas magnéticas de magnetita cobertas com dextrana.
124
154
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
Área X φ (FM-dextrana) 300K
Área Normalizada
φ
Figura 4.43 - Área normalizada em função da fração volumétrica, para medidas realizadas a temperatura
ambiente (300 K) com a amostra de fluido magnético à base de nanopartículas magnéticas de magnetita
cobertas com dextrana.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
Área X φ (FM-DMSA)
Área Normalizada
φ
100 K
150 K
200 K
250 K
300 K
Figura 4.44 - Área normalizada em função da fração volumétrica, para concentrações 1:1, 1:2, 1:10 e 1:100,
nas temperaturas de 100 K,150 K, 200 K, 250 K e 300 K, para a amostra de fluido magnético à base de
nanopartículas magnéticas de magnetita cobertas com DMSA.
125
155
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
Área X φ (FM-DMSA) 300 K
Área Normalizada
φ
Figura 4.45 - Área normalizada em função da fração volumétrica, para medidas realizadas a temperatura
ambiente (300 K) com a amostra de fluido magnético à base de nanopartículas magnéticas de magnetita
cobertas com DMSA.
02468101214
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
Área X φ (Maghemita-BSA)
Área Normalizada
φ
100 K
150 K
200 K
250 K
300 K
Figura 4.46 - Área normalizada em função da fração volumétrica, para concentrações 1:1, 1:2, 1:5, 1:10 e
1:20, nas temperaturas de 100 K,150 K, 200 K, 250 K e 300 K, para a amostra de nanocompósito à base de
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA.
126
156
Os resultados das medidas de ressonância magnética para as amostras de FM-dextrana, FM-DMSA e
NCM-BSA evidenciam que:
1) os espectros dos fluidos magnéticos e nanocompósito analisados, à temperatura variando de 100
a 300 K, são compostos de uma única linha;
2) o comportamento do campo de ressonância com a temperatura é crescente para as
amostras investigada, exceto na faixa de 250 e 300 K para os FM onde observa-se uma
descontinuidade devido ao descongelamento;
3)
A largura de linha ressonante diminui com o aumento da temperatura;
4)
A área normalizada em função da temperatura decresce com o aumento da temperatura
podendo estar relacionado com a redução dos centros magnéticos;
5)
A análise das amostras variando a temperatura verificou-se que o campo de ressonância
em função da fração volumétrica aumenta com o aumento da temperatura exceto para os
FM na temperatura ambiente, estando relacionados com o descongelamento das
amostras. Medidas variando a concentração a temperatura ambiente verificou-se que o
campo de ressonância diminui com a concentração.
127
157
CONCLUSÕES
Difração de Raios-X
Os dados de difração de raios-X confirmaram a presença de nanopartículas de ferrita de
cobalto, maghemita e magnetita nas amostras investigadas.
Os diâmetros médios encontrados pela difração de raios-X foram: magnetita-dextrana 4,9
nm; magnetita-DMSA 7,3 nm; maghemita (FMI) 8,4 nm; CoFe
2
O
4
(FMI) 13 nm e CoFe
2
O
4
(FMS)
12,3 nm.
As medidas de difração de raios-X permitiram observar que as estruturas cristalinas das
nanopartículas estudadas são comparáveis com os valores da ficha padrão da ASTM.
Microscopia Eletrônica de Transmissão
Os diâmetros médios e as dispersões em diâmetros obtidos pela MET foram: magnetita-
dextrana (3,1 ± 0,26) nm; magnetita-DMSA (5,6 ± 0,22) nm; maghemita (FMI) (7,6 ± 0,22) nm e
CoFe
2
O
4
(FMI) (7,65 ± 0,19) nm.
A técnica de MET é a mais confiável para medir o diâmetro médio da partícula, pois mede o
diâmetro físico enquanto a difração de raios-X determina o diâmetro médio estrutural das
nanopartículas.
Espectroscopia Mössbauer
As medidas Mössbauer confirmaram a presença de nanopartículas de ferrita de cobalto e
maghemita.
Para as medidas de nanocompósito à base de
nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto
dispersas em matriz de PLA
, observa-se as fases superparamagnéticas (dubleto) e fases
ferrimagnéticas (sexteto), tanto na temperatura ambiente quanto em nitrogênio líquido. Estas fases
são determinadas por diferentes configurações de primeiros vizinhos do Fe e pela razão KV/kT. Isto
é característico de estrutura de ferrita de cobalto.
128
158
Para as medidas de nanocompósito à base de maghemita dispersa em matriz de BSA
observou-se para concentração 1:1 um sexteto e um dubleto na temperatura ambiente e um sexteto
para as medidas em nitrogênio líquido. Ou seja, com a diminuição da temperatura evidenciou-se a
presença da fase superparamagnética na temperatura ambiente.
Espectroscopia Fotoacústica
Nas amostras investigadas observou-se sinais fotoacústicos nos comprimentos de onda
variando de 0,3 a 1 µm. Identificaram-se três bandas distintas, banda C, banda S e banda L. Na
banda C as amostras de FM-DMSA e nanocompósito à base de
nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em microesferas de BSA apresentaram um pico mais intenso em torno de 0,37
µm. Na banda S observou-se pico intenso em torno de 0,5 µm e maior “grafting” para as amostras de
FM-dextrana, nanocompósito à base de
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em
microesferas de
BSA (1:20) e S1 por apresentarem menor sinal. Já a banda L mostra maior
estabilidade da camada para FM-DMSA, nanocompósito à base de
nanopartículas magnéticas de
maghemita dispersas em microesferas de BSA
(1:20) e S1 por apresentarem menor intensidade com pico
em torno de 0,74 µm, 0,76 µm e 0,73 µm, respectivamente.
Verifica-se que a amostra S3 apresenta características semicondutoras absorvendo
continuamente na região da banda S e banda L devido ao processo de aquecimento a que foi
submetida.
Suceptibilidade Magnética Dinâmica
As medidas de suceptibilidade magnética dinâmica da amostra nanocompósitos à base
nanopartículas magnéticas de ferrita de cobalto dispersas em matriz de PLA o apresentaram três
picos à temperatura ambiente e a presença de dois picos à temperatura de nitrogênio líquido.
O pico mais intenso, ocorrendo em freqüências menores, sofre deslocamento para
freqüências maiores com o aumento do campo magnético, apresentando saturação em torno de 750
gauss.
O segundo pico (menos intenso), ocorrendo em freqüências intermediárias, desloca para
freqüências menores com o aumento do campo magnético.
129
159
O terceiro pico, com intensidade intermediária e ocorrendo em freqüências maiores não
apresenta comportamento bem definido.
O comportamento da freqüência do pico mais intenso em função do campo magnético
aplicado das amostras investigadas pode ser explicado pelo modelo proposto por Rodriguez e
colaboradores [95], permitindo avaliar o comportamento das nanopartículas em termos do diâmetro,
da magnetização de saturação, da anisotropia magnetocristalina e da barreira de energia.
As medidas de susceptibilidade magnética dinâmica da amostra de nanocompósitos à base
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA, para as concentrações (1:1,
1:2, 1:5, 1:10 e 1:20), apresentaram apenas um pico intenso para freqüência em torno de 21 MHz.
Ressonância Magnética
Os espectros de ressonância para os fluidos FM-dextrana e FM-DMSA e nanocompósito
magnético à base de nanopartículas magnéticas de maghemita imersas em microesferas de BSA,
mostraram comportamento similares com a variação de concentração e de temperatura (100 a 300
K), sendo constituídos de uma única linha.
O campo de ressonância para os fluidos FM-dextrana, FM-DMSA e nanocompósitos à base
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA aumenta com o aumento da
temperatura entre 100 K e 300 K.
A largura de linha de ressonância para os fluidos FM-dextrana, FM-DMSA e nanocompósito
de nanocompósitos à base nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA
reduz com o aumento da temperatura entre 100 K e 300 K.
Observa-se para as amostras de FM-dextrana, FM-DMSA e nanocompósitos à base
nanopartículas magnéticas de maghemita dispersas em matriz de BSA um decréscimo da área com a
diluição das amostras.
Observa-se que a área normalizada para nanocompósitos à base nanopartículas magnéticas
de maghemita dispersas em matriz de BSA permanece praticamente constante em relação à variação
com a temperatura, diferenciando assim dos fluidos magnéticos (FM-dextrana e FM-DMSA).
130
160
PERSPECTIVAS
Utilizar as técnicas empregadas nesse trabalho para estudar outros fluidos magnéticos e
nanocompósitos magnéticos biocompatíveis.
Analisar medidas de susceptibilidade magnética em função do tempo de envelhecimento das
amostras de fluidos e nanocompósitos magnéticos biocompatíveis na presença de campo magnético
ou não, para verificar a estabilidade do material.
Analisar medidas de ressonância magnética em função do tempo de envelhecimento das
amostras de fluidos e nanocompósitos magnéticas biocompatíveis, para verificar a estabilidade do
material.
Investigar o comportamento da freqüência de pico em função da concentração de partículas e
conseqüentemente calcular as barreiras de energias.
Investigar amostras biocompatíveis em outras temperaturas (variando de 4,2 a 300 K)
utilizando espectroscopia Mössbauer.
Criar modelo para explicar o comportamento da área sob os espectros de ressonância em
função da temperatura e concentração de partículas.
Criar modelo para explicar o comportamento do campo de ressonância em função da
concentração de partículas.
Criar modelo para explicar o comportamento de E e δE em função da concentração de
partículas.
Investigar a natureza do sinal de ressonância magnética na região g = 2 aparente na estrutura
de alguns espectros (Fig. 4.12 a 4.15).
Investigar material coletado após aplicação biológica.
131
161
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] CHARLES, S. W. and POPPLEWELL, J., WOHFARTH, E. P. (Ed.), Ferromagnetic materials,
North-Holland Publishing company; Amsterdan, 2, 512 (1982).
[2] BITTER, F., Phys. Rev.,
4, 507 (1932).
[3] ELMORE, W. C., Phys. Rev.,
54, 309 (1938).
[4] CRAIK, D. J., GRIFFITHS, P. M.; Britian Journal of Applied Physics,
9, 276 (1958).
[5] PAPELL, S. S., U. S. Patent 3 215 572, (1965).
[6] ROSENSWEING, R. E., US Patent 3 700 595 (1969).
[7] KALAFALLA, S. E., REIMERS, G. W., US Patent 3 764 540 (1973).
[8] MASSART, R., U.S. Patent 4 329 241, (1982).
[9] CABUIL, V., Thèsis, Université Pierre et Marie Curie, França, (1987).
[10] TOURINHO, F. A.; Thèsis, Université Pierre et Marie Curie, Paris, França (1988).
[11] SONG, Q., ZHANG, A. J., J. Am. Chem. Soc.
126, 6164 (2004).
[12] MORAIS, P. C., DA SILVA, S. W., SOLER, M. A. G., SOUSA, M. H., TOURINHO, R. A.,
J.
Magn. Magn. Mater,
201, 105 (1999).
[13] PANKHURST, Q. A., CONNOLLY, J., JONES, S. K., DOBSON, J., J. Phys. D: Appl. Phys.,
36, R167 (2003).
132
162
[14] GEHR, R. J., FISCHER, G. L., BOYD, R. W., SIPE, J. E., Phys. Rev. A
53, 2792 (1996).
[15] BERKOWITZ, A. E., LAHUT, J. S., JACOB, I. S., LEVINSON, L. M., FORESTER, D. W.,
Phys. Rev. Lett.
34, 594 (1975).
[16] MORUP, S., TRONC, E., Phys. Rev. Lett.
72, 3278 (1994).
[17] CHIEN, C. L., NATO ASI Series B, Plenum Press, New York,
259, 4772 (1991).
[18] LOPEZ, F. J., HELMONT, R., GARCIA-PALACIOS J. L., J. Magn. Magn. Mater.
187, 221
(1998).
[19] DORMANN, J. L., CHERKAOUI, R., SPINU, L., NOGUÉS, M., LUCARI, F., D’ORAZIO,
F., FIORANI, D., GARCIA, D., TRONC, E., JOLIVET, J. P., J. Magn. Magn. Mater.
187,
L139 (1998).
[20] CHILDRESS, J. R., CHIEN, C. L., Phys. Rev. B
43, 8089 (1991).
[21] KNOBEL, M., Ciência Hoje
27, 32 (2000).
[22] HUNTER, R. J., Introduction to Modern Colloid Science,
Oxord University Press, New York,
(1994).
[23] MORAIS, P. C., III Escola Brasileira de Magnetismo Jorge André Swieca, RS, (2001).
[24] PEREIRA, A. R., Tese de doutorado IF-UnB (2000).
[25] SOLER, M. A. G., DA SILVA, S. W., MELO, T. F. O., DE CUYPER, M., MORAIS, P. C., J.
Magn. Magn. Mat.,
252, 415 (2002).
[26] ROSENSWEIG, R. E., Ferrohydrodynamics, Cambrigde Univ. Press, New York (1985).
133
163
[27] BERKOSVKI, B., Magnetic Fluids and Applications Handbook
– Begell house – (1996).
[28] ISRAELACHVILI, J.,
Intermolecular and Surface Forces, Academic Press, London (1992).
[29] BOCKRIS, J. O. M., KHAN, S. U. M., Plenum Press, New York (1993).
[30] GUNTHER, D., BUSKE, N., DE Patent 4 325 386 (1993).
[31] MORAIS, P. C., GARG, V. K., OLIVEIRA, A. C., SILVA, L. P., AZEVEDO, R. B., SILVA,
A. M. L., LIMA, E. C. D., J. Magn. Magn. Mater.
225, 37 (2001).
[32] Mc CURRIE, R. A., Ferromagnetic Materials, Academic Press, Cambridge (1994).
[33] CHIKAZUMI, S., Physics of Magnetism,
Willey, New York (1964).
[34] BEAN, C. P., J. Appl. Phys. 26, 1381 (1955).
[35] CULLITY, B. D., Introduction to Magnetic Material,
Addison – Wesley Publishing Company,
Estados Unidos (1972).
[36] ELMORE, W. C., Phys. Rev.
54, 309 (1938).
[37] BEAN, C. P., LIVINGSTON, J. D., J. Appl. Phys.
30, 120S (1955).
[38] NÉEL, L., Comp. Rend., 228, 664 (1949); Ann. Geophys.,
5, 99 (1949).
[39] MORAIS, P. C., LARA, M. C. F. L., NETO, K. S., Phi. Mag. Lett.
55, 181 (1984).
[40] LIQUIDS RESEARCH LIMITED.
Suppliers of magnetic fluids to research and industry.
Disponível em, http://liquidsrearch.co.uk/products/ferro.asp>. Acesso (2004).
134
164
[41] CUNHA, F. R., SOBRAL, Y. D.,
Physica A, 343, 36 (2004).
[42] YANG, S. Y., CHILE, J. J., HORNG, H. E., HONG, C. Y., YANG, H. C., Appl. Phys. Lett.
84,
5204 (2004).
[43] SAFARIKOVA, M., SAFARIK. I., Monastshefte Fur Chemie,
133, 737 (2002).
[44] COROIU, I., J. Magn. Magn. Mater.
201, 449 (1999).
[45] SAFARIKOVA, M., SAFARIK, I., Monastshefte Fur Chemie,
133, 737 (2002).
[46] AUTENSHLYUS, A. I., BRUSENTSOV, N. A., LOCKSHIN, A., J. Magn. Magn. Mater.
122,
360 (1987).
[47] SHINKAI, M., YANASE, M., SUZUKI, M., HONDA, H., WAKABAYASHI, JUN Y.,
KOBAYASHI, T., J. Magn. Magn. Mater.
194, 176 (1999).
[48] FREITAS, M. L. L., SILVA, L. P., AZEVEDO, R. B., GARCIA, V. A. P., GRISOLIA, C. K.,
LUCCI, C. M., MORAIS, P. C., DA SILVA, M. F., BUSKE, N., CURI, R., LACAVA, Z. G.
M., J. Magn. Magn. Mater.
252, 396 (2002).
[49] GORDON, R. T., HINES, J. R., GORDON, D., Med. Hypotheses
5, 83 (1979).
[50] FAHLVEK, A. K., KLAVENESS, J., STARK, D. D., J. Magn. Reson. Imagning
3, 187 (1993).
[51] KONERACKA,M., KOPCANSKY, P., ANTALIK, M., TIMKO, M., RAMCHAND, C. N.,
LOBO, D., MEHTA, R. V., UPADHYAY, R. V., J. Magn. Magn. Mater.
201, 431 (1999).
[52] MATSUNAGA, T., KAMIYA, S., Appl. Microb. Biotech.
26, 238 (1987).
135
165
[53] MATSUNAGA, T., KAWASAKI, M., YU, X., SUJIMURA, N., NAKAMURA, N., Anal.
Chem.
68, 3551 (1996).
[54] NAKAMURA, N., BURGUES, J. G., YAGIUDA, K., KUDO, S., SAKAGUCHI, T.,
MATSUNAGA, T., Anal. Chem.
68, 3551 (1996).
[55] SESTIER, C., DA SILVA, M. F., SABOLOVIC, D., ROGER, J., PONS, N. J.,
Electrophoresis,
19, 1220 (1998).
[56] HALBREICH, A., ROGER, J., PONS, J. N., GELDWERTH, D., DA SILVA, M. F.,
ROUDIER, M., BACRI, J. C., SESTIER, C., FERTIL, B., SABOLOVIC, D., AMRI, A.,
in; Häfeli U, Schütt W, Teller J, Sborowski M, (eds) Scientific and Clinical Applications of
Magnetic Carriers. Plenum, New York London, 399 (1997).
[57] SALA, F., J. Magn. Magn. Mater.
201, 442 (1999).
[58] BUTNARU, G., TERTEAC, D., POTENCZ, I., J. Mag. Magn. Mater.
201, 435 (1984).
[59] REDE NACIONAL DE NANOBIOTECNOLOGIA. Linha de pesquisa. Disponível em
http://www.nanobiotec.iqm.unicamp.br/. Acesso (2006).
[60] BUSKE, N., SONNTAG, H., GOTZE, T., Colloids and Surfaces,
12, 195 (1984).
[61] JULIENNE, M. C. V., ALONSO, M. J., AMOZA, J. L. G., BENOIT, J. P., Drug Development
Industrial Pharmacy,
18, 1063 (1992).
[62] CULLITY, B. D., Elements of X-Ray Diffraction, Addson-Wesley, London, 284 (1978).
[63] WARREN, B. E., X-Ray Diffraction, Dover Publications, New York (1990).
136
166
[64] HUNTER, R. J., Foundations of Colloid Science, Oxford Science Publications, Oxford 1,
(1986).
[65] MORAIS, P. C., LACAVA, B. M., BAKUZIS, A. F., LACAVA, L. M., AZEVEDO, R. B.,
SILVA, L. P., LACAVA, Z. G. M., BUSKE, N., NUNES, W. C., NOVAK, M. A., J.
Magn. Magn. Mater.
226, 1899 (2001).
[66] SANTOS, J. G., SILVEIRA, L. B., OLIVEIRA, A. C., MORAIS, P. C., IEEE Trans. Magn.,
40, 3030 (2004).
[67] MÖSSBAUER, R. L., Hiperfine Interations,
126, 1 (2000).
[68] STEARNS, M. B., Phys. Rev.,
129, 1136 (1963).
[69] HUFFMAN, G. P., J. Appl. Phys.,
38, 735 (1967).
[70] SATULA, D. et al., JMMM,
151, 211 (1995).
[71] RECHENBERG, H., Introdução à Espectroscopia Mössbauer, Notas de Curso, IFUSP (1995).
[72] MORUP, S., Hyperfine Interactions,
60, 959 (1990).
[73] MORAIS, P. C, GARG, V. K., OLIVEIRA, A. C., SILVA, L. P., AZEVEDO, R. B., SILVA,
A. M. L., LIMA, E. C. D., J. Magn. Magn. Mater.
225, 37 (2001).
[74] MORUP, S., TOPSOE, H., J. Appl. Phys.
11, 63 (1976).
[75] KELLY, H. V., FOLEN, V. J., HASS, M., SCHREINER, W. N., BEARD, G. B., Phys. Rev.
122, 1447 (1961).
137
167
[76] LIMA, G. A. R., Dissertação de Mestrado IF- Universidade Estadual de Campinas (1987).
[77] KREUZER, L. B., J. Appl. Phys.
42, 2934 (1971).
[78] PARKER, J. G., Appl. Opt.
12, 2974 (1973).
[79] ROSENCWAIG, A., GERSHO, A., J. Appl. Phys.
47, 64 (1976).
[80] SANTOS, J. G., SILVEIRA, L. B., OLIVEIRA, A. C., MORAIS, P. C., J. Phys. IV France
125,
27 (2005).
[81] MORAIS, P. C., SILVEIRA, L. B., SANTOS, J. G., OLIVEIRA, A. C. TRONCONI, A. L.,
SANTOS, R. L., LIMA, E. C. D., MARCHETTI, J. M., TEDESCO, A. C., IEEE Trans.
Magn.,
41, 10 (2005).
[82] CHIANG, Y. M., BIRNIE III, D., KINGERY, W. D., Physical Ceramics: Principles for
Ceramic Science and Engineering (John Wiley, New York, 101 (1997).
[83] JULIENNE, M. C., ALONSO, M. J., AMAZONA, J. L. G., BENOIT, J. P., Drug Dev. Ind.
Pharm.,
18, 1063 (1992).
[84] MORRISH, A. H., The Physical Principles of Magnetism, Jonh Wiley & Sons, Inc, New York,
U. S. A., (1965).
[85] KITTEL, C., Introdução à Física do Estado Sólido, Guanabara Dois Rio de Janeiro, (1978).
[86] FRANKEL, J., The Kinetic Theory of liquids, Dover, New York (1955).
[87] FANNIN, P. C., CHARLES, S. W.; J. Appl. Phys.,
22, 187 (1989).
[88] ROBINSON, F. N. H., J. Phys. E: Sci. Instrum.
15, 814 (1982)
138
168
[89] ROBINSON, F. N. H., J. Phys. E: Sci. Instrum.
20, 502 (1987)
[90] RODRIGUEZ, A. F. R., OLIVEIRA, A. C., MORAIS, P. C., J. Appl. Phys.,
93, 10 (2003).
[91] SANTOS, J. G., Tese de doutorado – IF-UnB (2004).
[92] RODRIGUEZ, A. F. R., Tese de doutorado – IF-UnB (2003).
[93] SILVEIRA,L. B., SANTOS, J. G., OLIVEIRA, A. C., TEDESCO, A. C., MARCHETTI, J. M.,
LIMA, E. C. D., MORAIS, P. C., ., J. Magn. Magn. Mater.
272, e1195 (2004)
[94] RODRIGUEZ, A. F. R., OLIVEIRA, A. C., MORAIS, P. C., RABELO, D., LIMA, E. C. D., J.
Appl. Phys., 93, 6963 (2003).
[95] NEUBACHER, H., LOHMANN, W., Biophysics. Edited by Walter Hoppe; Walfgang
Lohmann; Hubert Markl and Hubert Ziegier. Springer – Verlag Berlin Heidelberg 2
nd
Edition, 179 (1982).
[96] EISBERG, R., RESNICK, R., Física quântica de átomos, moléculas, sólidos, núcleos e
partículas,
Campus – Rio de Janeiro (1994).
[97] DORMANN, J. L., GIBART, P., SURAN, G., AND SELLA, C., Physica B & C.
86, 1431
(1977).
[98] MORAIS, P. C., LARA, M. C. F. L., NETO, K. S., Phi. Mag. Lett.
55, 181 (1987).
[99] MORAIS, P. C., TOURINHO, F. A., GONÇALVES, G. R. R., TRONCONI, A. L., J. Magn.
Magn. Mater.
149, 19 (1995).
[100] MORAIS, P. C., TRONCONI, A. L., TOURINHO, F. A., PELEGRINI, F., Solid State
Commun.
101, 693 (1997).
139
169
[101] SHARMA, V, K., AND WALDNER, F., J. Appl. Phys.
48, 4298 (1977).
[102] TRONCONI, A. L., MORAIS, P. C., PELEGRINI, F., AND TOURINHO F. A., J. Magn.
Magn. Mater.
122, 90 (1993).
[103] DA SILVA, M.F., GENDRON, F., BACRI, J. C., ROGER, J., PONS, J. N., ROBINEAU, M.,
SABOLOVIC, D., HALDREICH, A., Scientific and Clinical Applications of Magnetic
Carriers. Plenum, New York, 171 (1997).
[104] LACAVA, M. L., LACAVA, G. M., DA SILVA, M. F., SILVA, O., CHAVES, S. B.,
AZEVEDO, R. B., PELEGRINI, F., GANSAU, C., BUSKE, N., SABOLOVIC, D.,
MORAIS P. C., Biophys. J.
80, 2483 (2001).
[105] LACAVA, L. M., LACAVA, Z. G. M., AZEVEDO, R. B., SILVA, O., CHAVES, S. B.,
PELEGRINI, F., GANSAU, C., BUSKE, N., DA SILVA, M. F., MORAIS, P.C., J. Magn.
Magn. Mater.
252, 367 (2002).
[106] CHAVES, S. B., LACAVA, M. L., LACAVA, Z. G. M., SILVA, O., PELEGRINI, F.,
BUSKE, N., GANSAU, C., MORAIS P. C., IEEE Trans. Magn. 38, (2002).
[107] WERTZ, J. E., BOLTON, J. R., Eletron spin resonance, Chapman and Hall, New York
(1986).
[108] SILVEIRA, L. B., SANTOS, J. G., PELEGRINI, F., GANSAU, C., BUSKE, N., MORAIS, P.
C., IEEE Trans. Magn.,
39, 2642 (2003).
[109] SANTOS J. G., SILVEIRA, L. B., GANSAU, C., BUSKE, N., MORAIS, P. C., J. Magn.
Magn. Mater,
272, 2330 (2004).
[110] MORAIS, P. C., LARA, M. C. F. L., TRONCONI, A. L., TOURINHO, F. A., PERREIRA, A.
R., PELEGRINI, F., J. Appl. Phys.
79, 7931 (1996).
140
170
[111] HRIANCA, I., MALAESCU, I., CLAICI, F., MARIN, C. N., J. Magn. Magn. Mater.
201, 126
(1999).
[112] MORAIS, P. C., LIMA, E. C. D., RABELO, D., REIS, A. C., PELEGRINI, F.,
IEEE Trans. Magn.
36, 3038 (2000).
[113] LACAVA, B.M., AZEVEDO, R. B., SILVA, L. P., LACAVA, Z. G. M., SKEFF NETO, K.,
BUSKE, N., BAKUZIS, A.F., MORAIS, P.C., Appl. Phys. Lett.
77, 1876 (2000).
[114] VAN VLECK J. H., Phys. Rev.
74, 1168 (1948).
[115] PEREIRA, A. R., Dissertação de Mestrado – IF-UFG (1995).
141
171
ANEXO
TRABALHOS PUBLICADOS
142
3382 IEEE TRANSACTIONS ON MAGNETICS, VOL. 41, NO. 10, OCTOBER 2005
Use of the Photoacoustic Spectroscopy for Surface
Characterization of Nanometer-Sized
Cobalt-Ferrite Particles
P. C. Morais , Member, IEEE, L. B. Silveira
, J. G. Santos
, A. C. Oliveira
, A. L. Tronconi
, R. L. Santos
,
E. C. D. Lima
, J. M. Marchetti
, and A. C. Tedesco
Universidade de Brasília, Instituto de Física, Brasília-DF 70919-970, Brazil
Universidade Federal de Goiás, Instituto de Química, Goiânia-GO 74001-970, Brazil
Departamento de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP 14040-903, Brazil
FFCLRP-USP, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP 14040-903, Brazil
Photoacoustic spectroscopy was used in the investigation of cobalt ferrite nanosized particles (about 5 nm in diameter) surface-un-
coated or surface-coated with different species. The surface-coated nanoparticles display well defined photoacoustic features in the
wavelength region typical of d–d transitions of the transition element ions. Removal of the surface-coating layer by thermal treatment
strongly quenches the photoacoustic feature, probably due to the randomization of the surface metal-ion site symmetry.
Index Terms—Magnetic fluid, nanocomposite, nanosized particle, photoacoustic spectroscopy.
I. INTRODUCTION
T
HE wide range of applications of ferrite-based magnetic
nanoparticles, as for instance in providing the solid
magnetic phase for production of magnetic fluids [1], magne-
toliposomes [2], and magnetic nanocomposites [3], requires
more detailed investigation of their properties. In particular,
the properties related to the magnetic nanoparticles surface,
including the surface coating layer and the interaction of it
with the surrounding medium, have attracted much attention
in recent years. Though photoacoustic spectroscopy (PAS) has
been used as a material characterization technique for over
three decades [4], PAS has been only recently used in the
investigation of magnetic nanoparticles peptized as magnetic
fluids [5]–[7]. Despite the simplicity of the photoacoustic
spectroscopy the experimental data taken from the magnetic
fluid samples had revealed important details concerning the
core nanoparticle properties, the surface nanoparticle structure,
and the nanoparticle coating layer characteristics [5]–[7]. The
photoacoustic features observed have been described in terms
of three distinct bands, namely L, S, and C [5]. Band-L, around
0.7
m, has been associated to the nanoparticle surface coating
layer. Therefore, band-L can be used to probe the chemical
group the molecular coating species use to bind at the nanopar-
ticle surface, indicating the surface grafting coefficient of the
coating species [7]. Band-S, typically around 0.5
m, is related
to the modified metal-polyoxy-hydroxy surface layer built
up at the nanoparticle surface during the chemical synthesis,
which is particularly enriched by hydroxyl groups. In case of
metal oxide-based nanoparticles band-S can be quantitatively
used to obtain the surface grafting coefficient associated to the
surface-stabilizing polyoxy-hidroxy layer [7]. Finally, band-C,
observed in the low-wavelength side of the spectra (0.3 to
Digital Object Identifier 10.1109/TMAG.2005.855208
0.4 m), is discussed in terms of the core size-dependence of
the optical absorption [6]. Here, shifts in the band-C wave-
length position are associated to the quantum confinement
effect whereas multiplicity in the photoacoustic feature may
indicate the energy level structure inside the quantum dot
structure [6]. In addition, the wavelength dependence of the
photoacoustic (PA) signal in the band-C region may indicate
the dimensionality of the nanosized structure [8]. In the present
study we report on the photoacoustic spectra of cobalt-ferrite
nanoparticles with core sizes around 5 nm in average diameter,
surface-uncoated and surface-coated with different molec-
ular species. Different from previous studies focused on the
investigation of the PAS features of magnetic fluid samples
[6]–[9] this study reports on a comparative PAS investigation
of a magnetic fluid sample (S1), a nanocomposite sample (S2)
prepared using the magnetic fluid sample (S1) dispersed in a
biodegradable polymeric template, and a nanopowder sample
(S3) obtained by heating up the magnetic fluid sample (S1) at
120
C. Therefore, the present study extends the interpretation
of the PAS features observed in nanosized particles far beyond
the studies already performed on magnetic fluids.
II. S
AMPLE PREPARATION
The cobalt-ferrite nanoparticles, with average diameter
around 5 nm in diameter, were synthesized by chemical
co-precipitation of aqueous iron(III) and cobalt(II) in alkaline
medium, as described in the literature [9]. The as precipitated
nanoparticle was used to produce three distinct materials
(samples S1, S2, and S3). Sample S1 was obtained by the
peptization of the as produced CoFe
O nanoparticles as an
ionic magnetic fluid stabilized at pH3, following the procedure
described elsewhere [9]. Sample S2 contains the CoFe
O
nanoparticle dispersed in biodegradable submicrometer-sized
polylactic acid (PLA) spheres, the latter prepared by the sol-
vent evaporation technique [10]. The magnetic nanoparticle
was incorporated into the PLA-based spheres by mixing D,
0018-9464/$20.00 © 2005 IEEE
MORAIS et al.: USE OF THE PHOTOACOUSTIC SPECTROSCOPY FOR SURFACE CHARACTERIZATION 3383
Fig. 1. PA spectra of the three CoFe O samples: S1, S2, and S3.
L-lactide with the cobalt ferrite-based magnetic uid, before
the polymerization process took place. Sample S3 was the as
produced cobalt ferrite nanoparticle heated at 120
C, for sev-
eral hours, in order to remove surface water and thus quenching
the photoacoustic band-S features. Preliminary characterization
of the as produced nanoparticle was performed by X-ray mea-
surements, which provide information concerning the phase
obtained and the average particle size. In addition, the particle
size distribution prole was obtained from the transmission
electron microscopy micrographs, by tting the particle size
histogram using a log-normal distribution function as described
in the literature [11].
III. E
XPERIMENTAL DATA AND ANALYSIS
Following the standard experimental setup [12] samples S1,
S2, and S3 were enclosed in a sealed, high-performance photoa-
coustic cell at atmospheric pressure, coupled to a sensitive mi-
crophone. The light from a 150 W Xe lamp was dispersed by a
0.22-m double monochromator (Spex model 1680) and used as
the variable wavelength light source. The light was chopped at
a frequency of a few hertz, to improve the signal-to-noise ratio.
For the three samples investigated, several photoacoustic fea-
tures were observed in the wavelength range of 0.3 to 1
m, as
shown in Fig. 1.
The rst interesting aspect related to Fig. 1 is the PA signal
difference in the band-L region. Sample S1 shows a strong PA
signal in the typical band-L region, i.e., around 0.73
m. Sample
S2, however, shows a relatively weak band-L structure, appar-
ently split into two sub-bands; a rst broad component centered
around 0.73
m and a sharper component centered around 0.83
m. The similarity between Sample S1 and Sample S2, as far as
the chemical group linking at the nanoparticles surface is con-
cerned, is the presence of the hydroxyl in both cases. Therefore,
the hydroxyl group is more likely to be related to the PA signal
around 0.73
m. Regarding Sample S2, the PA signal observed
around 0.83
m is more likely to be related to the carboxyl
group from the PLA coating. This clearly indicates a chemical
interaction (nanoparticle surface site coordination) between the
nanoparticle surface and the chemical functional groups of the
polymeric template. Sample S3, however, shows no visible pho-
toacoustic feature in the band-L region. This is explained by the
heating process, at 120
C for several hours, Sample S3 was
submitted to. We found similar observations in the band-S re-
gion concerning the intensity of the PA signal of samples S1,
S2, and S3 (see Fig. 1). In other words, the PA structures, typ-
ical of band-S and band-L, are completely ruled out from the
PA spectrum of Sample S3. Again, this is explained by the re-
moval of the molecular species linked to the nanoparticles sur-
face after the heating treatment performed to produce Sample
S3. The band-C, however, corresponding to the optical absorp-
tion of the semiconductor magnetic nanoparticle (quantum dot)
and well characterized in all three samples investigated, shows
a systematic broadening as one goes from Sample S1 through
Sample S3. Note that ne structures in band-C have been dis-
cussed in terms of energy levels in the quantum-conned struc-
ture [6].
In addition to the description of bands L and S, respectively in
terms of the nanoparticle molecular coating layer and the modi-
ed metalpolyoxyhydroxy surface layer [5][7], absorption
in these two wavelength regions is typical of dd transitions
of transition element ions. Therefore, the photoacoustic band-L
feature is expected to probe modications of the nanoparticle
surface molecular layer and/or changes of the metal ion sym-
metry. With this picture in mind the data shown in Fig. 1 is easily
understandable. Changes on the band-L prole from Sample S1
to Sample S2 may reect not only the molecular coating layer
change but also the metal ion symmetry change. Splitting of
the band-L in Sample S2 may be due to a metal ion symmetry
change or else due to the binding of the PLA polar functional
groups (hydroxyl and carboxyl) to different surface metal ions
(Fe
and/or Co ). Except for the intensity, the band-S ob-
served in samples S1 and S2 is quite similar. The intensity re-
duction of band-S in Sample S2 with respect to Sample S1 is
due to the reduction of the hydroxyl-group surface grafting. The
PLA surface binding occurs by partially replacing the hydroxyl-
groups from the nanoparticle surface. Furthermore, removal of
most of the attached chemical species from the nanoparticle
surface of Sample S3, due to the thermal treatment, explains
the quenching of the PA signal related to bands L and S. The
strong (at) background observed in the PA spectrum of Sample
S3, from about 0.5 to 1.0
m, could be due to a mixture of
several Fe
-related and Co -related surface species [13]. Fi-
nally, the optical absorption band-edge (band-C) associated to
the nanometer-sized CoFe
O particles in all three samples in-
vestigated fall in the expected range. A broadening of the ab-
sorption band-edge, however, is more pronounced in the thermal
treated nanoparticles (Sample S3). Note that, for wavelengths in
the band-C region, the PA signal rises more abruptly in Sample
S1 and Sample S2 as compared to Sample S3. Recently, such
a PA signal versus wavelength change has been discussed in
terms of a transition from a zero-dimensional (0D) like struc-
ture to a three-dimensional (3-D) like one. This is because the
PA signal scales with the density of states near the semicon-
ductor band-edge [8]. The energy dependence of the 0D-den-
sity of states is a peak-like function whereas the 3-D-density
of states is a square root-like function [14]. Usually, the 0D-like
structure changes to a 3-D-like one as the particle size increases.
Here, we understand the data shown in Fig. 1 by arguing that
the effective crystalline particle size increases as a result of the
3384 IEEE TRANSACTIONS ON MAGNETICS, VOL. 41, NO. 10, OCTOBER 2005
heating treatment. This is because upon the heating treatment
the core crystalline size expands due to the crystallization of
the amorphous nanoparticle surface layer. Therefore, Sample
S3 may have an effective crystalline size bigger than the typ-
ical size of the optically excited electronhole pair, as discussed
elsewhere [8].
IV. C
ONCLUSION
In conclusion, this study shows that photoacoustic spec-
troscopy has been successfully used to investigate cobalt ferrite
nanoparticles whose surface is terminated with different molec-
ular species. Our ndings show that the photoacoustic signal
can be used to investigate changes on the optical absorption
in wavelengths typical of dd transitions of transition element
ions and the inuence of changing the surface molecular
coating species. This observation shows that photoacoustic
spectroscopy can be used to monitor the interaction between
nanosized materials and host templates they are dispersed into.
The nanoparticle thermal treatment we employed here strongly
quenched the PA signal in the range of the dd transitions,
probably due to a severe randomization process of the surface
metal-ion site symmetry. Finally, the wavelength dependence of
the PA signal indicates that the thermal treatment may expands
the effective crystalline core size of the nanoparticles, as long
as one assumes that near the band-edge the density of states
scales with the PA signal.
A
CKNOWLEDGMENT
This work was supported in part by the Brazilian agencies
CNPq, FINEP, and FINATEC.
R
EFERENCES
[1] T. Goetze, C. Gansau, N. Buske, M. Roeder, P. Gornert, and M. Bahr,
Biocompatible core/shell nanoparticles, J. Magn. Magn. Mater., vol.
152, pp. 399402, 2002.
[2] M. De Cuyper, M. Hodenius, Z. G. M. Lacava, R. B. Azevedo, M. F.
Da Silva, P. C. Morais, and M. H. A. Santana, Attachment of water-
soluble proteins to the surface of (magnetizable) phospholipid colloids
via NeutrAvidin-derivated phospholipids,J. Colloid Interface Sci., vol.
245, pp. 274280, 2002.
[3] D. Rabelo, V. J. Silva, E. F. C. Alcântara, L. C. Faria, G. A. V. Mar-
tins, V. K. Garg, A. C. Oliveira, and P. C. Morais, Fe
and Fe
adsorption on 2-vinylpyridine-divinylbenzene copolymers and acryloni-
trile-methylmethacrylate-divinylbenzene terpolymers, J. Appl. Polym.
Sci., vol. 89, pp. 39053912, 2003.
[4] A. Rosencwaig, Photoacoustic spectroscopy of biological materials,
Science, vol. 181, pp. 657658, 1973.
[5] A. C. Oliveira, A. L. Tronconi, N. Buske, and P. C. Morais, Photoa-
coustic spectroscopy of magnetic uids, J. Magn. Magn. Mater., vol.
252, pp. 5658, 2002.
[6] P. C. Morais, A. C. Oliveira, A. L. Tronconi, C. Gansau, T. Goetze,
and N. Buske, Photoacoustic spectroscopy: A promising technique
to investigate magnetic uids, IEEE Trans. Magn., vol. 39, no. 4, pp.
26542656, Jul. 2003.
[7] A. L. Tronconi, A. C. Oliveira, E. C. D. Lima, and P. C. Morais,
Photoa-
coustic spectroscopy of cobalt ferrite-based magnetic uids,J. Magn.
Magn. Mater., vol. 272276, pp. 23352336, 2004.
[8] P. C. Morais, A. C. Oliveira, A. L. Tronconi, R. L. Santos, and E. C.
D. Lima, Investigation of the size-effect in cobalt-ferrite nanoparticles
using photoacoustic spectroscopy, J. Phys. IV, vol. 125, pp. 505508,
2005, to be published.
[9] P. C. Morais, V. K. Garg, A. C. Oliveira, L. P. Silva, R. B. Azevedo,
A. M. L. Silva, and E. C. D. Lima, Synthesis and characterization of
size-controlled cobalt ferrite-based ionic ferrouids, J. Magn. Magn.
Mater., vol. 225, pp. 3740, 2001.
[10] M. C. Julienne, M. J. Alonso, J. L. G. Amoza, and J. P. Benoit, Prepa-
ration of poly (D, L-lactide glycolide) nanoparticles of controlled par-
ticle-size distribution-application of experimental-designs, Drug Dev.
Ind. Pharm., vol. 18, pp. 10631077, 1992.
[11] B. Payet, D. Vincent, L. Delaunay, and G. Noyel, Inuence of particle
size distribution on the initial susceptibility of magnetic uids in the
brown relaxation range,J. Magn. Magn. Mater., vol. 186, pp. 168174,
1998.
[12] A. Rosencwaig and A. Gersho, Photoacoustic effect with solidsThe-
oretical treatment,Science, vol. 190, pp. 556557, 1975.
[13] Y. S. Chung, H. Lee, H. D. Jeong, Y. K. Kim, H. G. Lee, H. S. Kim, and S.
Kim, Enhanced catalytic activity of air-calcined uorination catalyst,
J. Catal., vol. 175, pp. 220225, 1998.
[14] Y. Arakawa and H. Sakaki, Multidimensional quantum well laser and
temperature-dependence of its threshold current,Appl. Phys. Lett., vol.
40, pp. 939941, 1982.
Manuscript received January 31, 2005.
Journal of Magnetism and Magnetic Materials 289 (2005) 174176
Magnetic investigation of zero-field-cooled dextran-coated
magnetite-based magnetic fluid
P.C. Morais
a,Ã
, J.G. Santos
a
, L.B. Silveira
a
, W.C. Nunes
b
,
J.P. Sinnecker
b
, M.A. Novak
b
a
Universidade de Brası
´
lia, Instituto de
´
sica,
´
sica Aplicada, C.P. 004455, Campus Universitario, Brası
´
lia-DF 70919 970, Brazil
b
Universidade Federal doRio de Janeiro, Instituto de
´
sica, 21945-970, Rio de Janeiro-RJ, Brazil
Available online 7 December 2004
Abstract
In this study, we investigate the temperature dependence of the zero-field-cooled magnetization of a quasi-
monodisperse dextran-coated magnetite-based magnetic fluid. The well-defined maximum in the magnetization versus
temperature curve and its downshift with the applied external field is explained by a simple model considering thermally
activated dynamics of the nanoparticles magnetic moment and the temperature dependence of the saturation
magnetization.
r 2004 Elsevier B.V. All rights reserved.
PACS: 75.50.Mm; 75.60.Ej; 75.50.Tt
Keywords: Magnetic fluid; Magnetization; Fine-particle system
The magnetic behavior of field-cooled and zero-field-
cooled (ZFC) magnetic fluids (MFs) has attracted the
attention of the scientific community for over a decade
[1–12]. Though most of the experimental data available
in the literature are related to magnetization measure-
ments of systems consisting of magnetic nanoparticles
uniformly dispersed in a carrier liquid [1–8], magnetic
resonance investigations [9–12] have also made con-
tributions to clarify fundamental aspects. In order to
perform magnetic investigations, the MF sample is
cooled down to a frozen state at low temperatures under
applied-field or zero-field condition. The most promi-
nent aspect of the experimental data is the onset of a
well-defined maximum in the magnetization (M) versus
temperature (T) curve of ZFC MF samples [1–8].
According to Luo et al. [1] the ZFC peak temperature
depends essentially upon both the nanoparticle concen-
tration and the steady magnetic field applied during the
magnetization measurements. The ZFC peak tempera-
ture shifts to higher temperatures as the nanoparticle
concentration increases. Furthermore, the ZFC peak
temperature shifts to lower temperatures as the applied
field increases above about 100 Oe. For applied fields
below about 100 Oe, however, the peak temperature
shifts to higher temperatures. In addition to the above-
described observations, related to frozen MF samples,
there are similar magnetization versus temperature data
(ZFC peak in the M Â T curve) reported for magnetic
nanoparticle-based systems, either as powder samples
[13,14] or supported in a solid template [15–17]. The
physical picture commonly used to describe this
ARTICLE IN PRESS
www.elsevier.com/locate/jmmm
0304-8853/$ - see front matter r 2004 Elsevier B.V. All rights reserved.
doi:10.1016/j.jmmm.2004.11.051
Ã
Corresponding author. Tel.: +55 61 273 6655;
fax: +55 61 272 3151.
E-mail address: [email protected] (P.C. Morais).
behavior takes into account the particle–particle inter-
action, including the anisotropy effect within a mean-
field description [16]. Nevertheless, alternative ap-
proaches, which do not require particle–particle inter-
action, have been used to explain the ZFC peak in MF
samples [3,6,8]. Within the single-particle approximation
used by Morais et al. [8] a well-defined maximum in the
M Â T curve is mainly due to the temperature depen-
dence of the reorientation of the magnetic moment
associated to the magnetic nanoparticle plus the
temperature dependence of the saturation magnetiza-
tion. In this work, we use this simple model to describe
the ZFC magnetization curves of a water-based MF
sample containing magnetite nanoparticles surface-
coated with dextran. The MF sample used in this study
was synthesized according to the standard procedure
described in the literature [18]. Transmission electron
microscopy micrographs were used to determine the size
distribution of the obtained nanoparticles. The size
distribution function has the usual log-normal shape
with mean particle diameter of 3.170.1 nm and dia-
meter dispersion of 0.2670.01. The MF sample used in
the experiments contained about 5 Â 10
16
particle/cm
3
.
The magnetization measurements were performed using
a commercial Quantum Design PPMS model 6000
extraction magnetometer. Symbols in Fig. 1 show the
temperature dependence of the ZFC magnetization
under three different applied fields (200, 500 and
1000 Oe). The M Â T curves were obtained by cooling
the MF sample from room temperature down to 2 K
under zero external fields. Then, a steady magnetic field
(200, 500 and 1000 Oe) was applied to the sample and
the magnetization measurements were performed while
the temperature was increased to 250 K, using the same
constant temperature sweep rate.
The model used to fit the experimental data shown in
Fig. 1 has been successfully applied to explain the ZFC
magnetization curves of ionic MFs [8]. In contrast to the
ionic MFs, however, the M Â T curves presented here
show broader peaks. In spite of this peculiarity, we
succeeded in using the same model to fit the data
presented in this study. The model starts with the
calculation of the magnetization of an ensemble of N
uniformly dispersed, randomly oriented and identical
magnetic nanoparticles bearing the same magnetic
moment (m) in a frozen carrier fluid. Due to the very
narrow particle size distribution function (diameter
dispersion equals to 0.26) the nanoparticle polydisper-
sity was not included in the calculation. Within this
picture, magnetic moment reversal occurs by thermal
activation and particle–particle interaction was ne-
glected. The frozen ensemble was then submitted to an
external steady field of 200, 500 and 1000 Oe, and the
angular distribution of the magnetic moment of the
particles with respect to both the external field (H) and
the easy axis (e.a.) direction was taken into account in
the calculation of the magnetization:
MðTÞ¼
X
i
m
i
cos ðy
i
À f
i
Þ;
where m
i
is the magnetic moment associated to the ith
nanoparticle. y
i
and f
i
are the angles between the
external field (H) and the magnetic moment (m
i
) and the
e.a. direction, respectively. Assuming a monodisperse
nanoparticle distribution with all particles bearing a
magnetic moment m, the magnetization reads:
MðTÞ¼Nm/ cos ðy À fÞS;
where /Smeans statistical average. In order to calculate
/cos(yf)S we start writing the free energy (E)ofa
nanoparticle in terms of both the anisotropy and the
Zeeman component as E(y,f) ¼ KV sin
2
fÀmH co-
s(yf), where K and V are the magnetic anisotropy
and the nanoparticle volume, respectively. From the free
energy minimum condition the relationship between y
and f reads:
y ¼ f þ arcsin KV =mH
ÀÁ
sinð2fÞ
ÂÃ
:
The /cos(yf)S term is calculated by
/ cosðy À fÞS ¼
R
cosðy À fÞ sin f expðÀE=kTÞ df
R
sin f expðÀE=kTÞ df
:
Finally, the sample magnetization (M
S
¼ Nm)is
expressed as M
S
¼ M
0
ð12T=T
0
Þ
b
[19].
Solid lines in Fig. 1 represent the best curve fitting of
the M Â T data according to the model described above.
Values of important parameters, as for instance the ratio
A ¼ m
0
H=k; T
0
; and b obtained from the fitting
procedure are shown in Table 1. The first aspect
concerning the fitted values is the expected linear
ARTICLE IN PRESS
Fig. 1. Temperature dependence of the ZFC magnetization of
MF samples (symbols) under different external field values
(200, 500 and 1000 Oe). The solid lines represent the best fit to
the model described in this study.
P.C. Morais et al. / Journal of Magnetism and Magnetic Materials 289 (2005) 174–176 175
dependence of the parameter A with the applied field
(H). The obtained angular coefficient of A versus H was
(7079) K/kOe. The second interesting aspect related to
the values reported in Table 1 is the linear dependence of
T
0
with H. We found for the angular coefficient of T
0
versus H the value of (268.970.9) K/kOe, whereas the
value found for the intercept constant was
(330.970.6) K. Finally, it is interesting to point out
that the fitted exponent b was close to the usual
1
3
value
for fields below 1 kOe. At 1 kOe, however, b shifted to a
value higher than the
1
3
mark.
In conclusion, the temperature dependence of the
ZFC magnetization of dextran-coated magnetite-based
MF samples has been investigated in this study. Neither
particle–particle interaction (low particle concentration)
nor the particle size polydispersity profile, the latter
typical of MF samples, is included in the model used to
explain the experimental data. The model does include
the thermal fluctuation of the nanoparticle magnetic
moment (small particle sizes and/or low effective
anisotropy values), the interaction between the magnetic
moment and the applied external field, and the
temperature dependence of the sample magnetization
through a well-know expression. The good fitting of the
data using the model presented here indicates that
dipolar interaction among neighboring nanoparticles
may play a marginal role in determining the most
relevant aspects of the experimental data, i.e. the
maximum in the M Â T curve and the field dependence
of this maximum.
The authors acknowledge the financial support of the
Brazilian agencies CNPq, FINEP, FINATEC, and
Instituto de Nanocieˆ ncias/MCT.
References
[1] W. Luo, S.R. Nagel, T.F. Rosenbaum, R.E. Rosensweig,
Phys. Rev. Lett. 67 (1991) 2721.
[2] J. Tejada, X.X. Zhang, L1. Balcells, J. Appl. Phys. 73
(1993) 6709.
[3] C. Johansson, M. Hanson, P.V. Hendriksen, S. Morup,
J. Magn. Magn. Mater. 122 (1993) 125.
[4] B. Jeyadevan, K. Nakatsuka, J. Magn. Magn. Mater. 149
(1995) 60.
[5] J. Tejada, R.F. Ziolo, X.X. Zhang, Chem. Mater. 8 (1996)
1784.
[6] M.F. Hansen, F. Bodker, S. Morup, C. Djurberg,
P. Svedlindh, J. Magn. Magn. Mater. 177–181 (1998) 928.
[7] D. Eberbeck, H. Ahlers, J. Magn. Magn. Mater. 192
(1999) 148.
[8] P.C. Morais, C.B. Teixeira, K. Skeff Neto, R.B. Azevedo,
Z.G.M. Lacava, L.M. Lacava, Solid State Commun. 114
(2000) 59.
[9] J.F. Saenger, K. Skeff Neto, P.C. Morais, M.H. Sousa,
F.A. Tourinho, J. Magn. Res. 134 (1998) 180.
[10] A.F. Bakuzis, P.C. Morais, F. Pelegrini, J. Appl. Phys. 85
(1999) 7480.
[11] L.B. Silveira, J.G. Santos, F. Pelegrini, C. Gansau,
N. Buske, P.C. Morais, IEEE Trans. Magn. 39 (2003) 2642.
[12] R.V. Upadhyay, K. Parekh, R.V. Mehta, Phys. Rev. B 68
(2003) 224434.
[13] M. Yokoyama, E. Ohta, T. Sato, T. Sato, J. Magn. Magn.
Mater. 183 (1998) 173.
[14] B. Martinez, X. Obradors, Ll. Balcells, A. Rouanet,
C. Monty, Phys. Rev. Lett. 80 (1998) 181.
[15] R. Sappey, E. Vincent, N. Hadacek, F. Chaput,
J.P. Boilot, D. Zins, Phys. Rev. B 56 (1997) 14551.
[16] C. Papusoi Jr., J. Magn. Magn. Mater. 195 (1999) 708.
[17] E. del Barco, J. Asenjo, X.X. Zhang, R. Pieczynski,
A. Julia, J. Tejada, R.F. Ziolo, Chem. Mater. 13 (2001) 1487.
[18] T. Goetze, C. Gansau, N. Buske, M. Roeder, P. Gornert,
M. Bahr, J. Magn. Magn. Mater. 152 (2002) 399.
[19] P.C. Morais, K. Skeff Neto, J. Appl. Phys. 58 (1985) 4336.
ARTICLE IN PRESS
Table 1
Parameters obtained from the fit of the M Â T data according
to the model described in this work
H (Oe) A (K) T
0
(K) b
200 12572 36574 0.3170.01
500 13971 46573 0.3170.01
1000 18071 60071 0.3770.01
P.C. Morais et al. / Journal of Magnetism and Magnetic Materials 289 (2005) 174–176176
Journal of Magnetism and Magnetic Materials 272–276 (2004) 23282329
Susceptibility investigation of the nanoparticle coating-layer
effect on the particle interaction in biocompatible
magnetic fluids
P.C. Morais
a,
*, J.G. Santos
a
, L.B. Silveira
a
, C. Gansau
b
, N. Buske
b
,
W.C. Nunes
c
, J.P. Sinnecker
c
a
Instituto de F
!
ısica, Universidade de Bras
!
ılia, N
!
ucleo de F
!
ısica Aplicada, Bras
!
ılia-DF 70919-970, Brazil
b
Berlin Heart AG,Wiesenweg 10, Berlin D-12247, Germany
c
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de F
!
ısica, Rio de Janeiro-RJ 21941-972, Brazil
Abstract
AC susceptibility was used to investigate the effect of the surface-coating layer in two biocompatible, magnetite-
based, magnetic fluid samples. Dextran and dimercaptosuccinic acid (DMSA) were the surface coating species. The
temperature and frequency dependence of the peak susceptibility was discussed using the Vogel–Fulcher relation, from
which the typical energy barrier (temperature correction) values of 1340720 K (7073 K) and 1230730 K (8675K)
were obtained for the dextran- and DMSA-coated nanoparticles, respectively.
r 2003 Elsevier B.V. All rights reserved.
PACS: 75.50.Mm; 75.30.Cr
Keywords: Biocompatible magnetic fluids; Susceptibility; Relaxation; Particle interaction
Magnetite nanoparticles, surface-coated with dextran
or dimercaptosuccinic acid (DMSA), have been success-
fully used to produce biocompatible magnetic fluids
(BMF’s) [1]. Evidence of distinct particle–particle
interaction due to differences in the surface-coating
layer has been supported by magnetic resonance (MR)
measurements [2]. In this study, the temperature and the
frequency dependence of the AC susceptibility were used
to investigate particle–particle interaction in dextran-
and DMSA-coated magnetite nanoparticles dispersed as
BMF’s. The observed results suggest one dominant
relaxation mechanism at intermediate temperatures
(between 150 and 200 K) that can be explained by a
Vogel–Fulcher law [3].
The two BMF samples used in this study are based on
Fe
3
O
4
nanoparticles (about 9 nm in average diameter)
obtained by standard coprecipitation of Fe
2+
and Fe
3+
aqueous ions in alkaline medium, following the surface-
coating step [4]. The AC susceptibility measurements
were performed using a Quantum Design PPMS model
6000 operating with AC amplitudes of 2 Oe. The MF
samples containing 5 Â 10
16
particle/cm
3
(about 2%
volume fraction) were frozen from room temperature
down to 2 K, under zero external DC field. The AC
susceptibility was measured in a frequency range of
10 Hz–10kHz, while heating the sample from 2 K up to
room temperature at zero DC applied field.
Fig. 1 shows a typical temperature (and frequency)
dependence of the imaginary (w
00
) component of the AC
susceptibility of the dextran-coated BMF sample. The
DMSA-coated BMF sample shows similar results. One
main peak can be observed in the AC susceptibility
curves (real and imaginary components) in the two BMF
samples, indicating a single, intermediate-temperature
(between 150 and 200 K), relaxation process. Similar
susceptibility peaks have been reported at lower
temperatures [3] as well as at higher temperatures [5].
In both samples the AC susceptibility peak positions
ARTICLE IN PRESS
*Corresponding author. Tel.: +55-61-2736655; fax: +55-61-
2723151.
E-mail address: [email protected] (P.C. Morais).
0304-8853/$ - see front matter r 2003 Elsevier B.V. All rights reserved.
doi:10.1016/j.jmmm.2003.12.473
depend upon the AC measuring frequency, as shown in
Fig. 1. Attempts to describe the AC susceptibility peak
data using an Arrhenius plot resulted in values of t
0
(about 3 Â 10
À14
and 1 Â 10
À14
s for dextran- and
DMSA-coated samples, respectively) which are orders
of magnitude off the characteristic 10
À9
s value for
isolated nanoparticles. Therefore, based on the assump-
tion of a cooperative-like particle interaction [3],as
indicated by recent MR measurements [2], the analysis
of the AC susceptibility measurements has been carried
out using the Vogel–Fulcher equation, i.e., T lnðt=t
0
Þ¼
KV=k þ T
0
lnðt=t
0
Þ; where t
0
is the characteristic
relaxation time, T
0
is a temperature-correction related
to the interaction between the nanoparticles, KV is the
magnetocrystalline energy barrier, T is the absolute
temperature, and k is the Boltzmann constant.
Fig. 2 is the plot of T lnðt=t
0
Þ versus lnðt=t
0
Þ; from
which KV/k as well as T
0
can be obtained. Open and
solid symbols in Fig. 2 are the experimental data
whereas the solid lines represent the best fit of the data
using t
0
¼ 10
À9
s and the Vogel–Fulcher equation. The
fitted values we found for both parameters KV/k
(1340720 K for dextran- and 1230730 K for DMSA-
coated) and T
0
(7073 K for dextran- and 8675 K for
DMSA-coated) indicate that DMSA-coated nanoparti-
cles do interact more strongly than the dextran-coated
ones, in agreement with the analysis of the magnetic
resonance data of the two samples [2]. The stronger
interaction observed in the DMSA-coated MF sample,
probably driven by the interaction between the surface-
coating layers (van der Waals plus hydrogen bonding),
might help shine some light in the huge biological
difference reported for the two investigated samples
[1,6]. DMSA-coated magnetite nanoparticles, intra-
venously injected in mice, are quickly and preferentially
retained in the lung [1] whereas the dextran-coated
magnetite nanoparticles, once intravenously injected in
mice, are slowly retained in the liver and spleen [6].
In summary, this work provides very useful informa-
tion regarding the use of the AC susceptibility measure-
ments for BMF characterization. We found that, once
dispersed as stable magnetic colloids at particle con-
centrations typically used in the biological tests
(5 Â 10
16
particle/cm
3
), DMSA-coated magnetite nano-
particles do interact more strongly than dextran-coated
magnetite nanoparticles. This is a result that is in good
agreement with the magnetic resonance investigation
performed with the same MF samples.
Acknowledgements
The authors acknowledge the financial support of the
Brazilian agencies CAPES, CNPq, and FINATEC.
References
[1] S.B. Chaves, L.M. Lacava, Z.G.M. Lacava, O. Silva,
F. Pelegrini, N. Buske, C. Gansau, P.C. Morais, R.B.
Azevedo, IEEE Trans. Magn. 38 (2002) 3231.
[2] J.G. Santos, N. Buske, C. Gansau, P.C. Morais, Eur. Cells
Mater. 3 (S2) (2002) 196.
[3] S. Taketomi, Phys. Rev. E 57 (1998) 3073.
[4] T. Goetze, C. Gansau, N. Buske, M. Roeder, P. G
.
ornert,
M. Bahr, J. Magn. Magn. Mater. 252 (2002) 399.
[5] M.I. Shliomis, A.F. Pshenichnikov, K.I. Morozov, I.Yu.
Shurubor, J. Magn. Magn. Mater. 85 (1990) 40.
[6] L.M. Lacava, Z.G.M. Lacava, R.B. Azevedo, S.B. Chaves,
V.A.P. Garcia, O. Silva, F. Pelegrini, N. Buske, C. Gansau,
M.F. Da Silva, P.C. Morais, J. Magn. Magn. Mater. 252
(2002) 367.
ARTICLE IN PRESS
Fig. 1. Typical imaginary part of the AC susceptibility related
to the dextran-coated magnetite-based BMF sample.
Fig. 2. Vogel–Fulcher plot for the AC susceptibility peak
measured in the dextran-coated BMF sample (open circle) and
in the DMSA-coated BMF sample (full circle). The solid lines
are the best fit of the data according to the Vogel–Fulcher
equation.
P.C. Morais et al. / Journal of Magnetism and Magnetic Materials 272–276 (2004) 23282329 2329
Journal of Magnetism and Magnetic Materials 272–276 (2004) 23302331
Magnetite-based biocompatible magnetic fluid: temperature
and concentration investigation using magnetic resonance
J.G. Santos
a,
*, L.B. Silveira
a
, C. Gansau
b
, N. Buske
b
, P.C. Morais
a,1
a
N
!
ucleo de F
!
ısica Aplicada, Instituto de F
!
ısica, Universidade de Bras
!
ılia, Bras
!
ılia-DF 70919-970, Brazil
b
Berlin Heart AG, Wiesenweg 10, Berlin D-12247, Germany
Abstract
In this study magnetic resonance was used to investigate biocompatible magnetic fluids based on dimercaptosuccini
acid-coated magnetite nanoparticles. Samples with different nanoparticle concentrations (4:8 Â 10
14
and
2:4 Â 10
16
particle=cm
3
) were investigated from 100 to 300 K: The temperature dependence of the resonance linewidth
and resonance field revealed average particle diameter very much close to the value obtained from the transmission
electron microscopy data.
r 2003 Elsevier B.V. All rights reserved.
PACS: 75.50.Mm; 76.50.+g
Keywords: Biocompatible magnetic fluid; DMSA-coated magnetite nanoparticle; Magnetic resonance; Particle agglomeration
Magnetic resonance (MR) has been successfully used
to investigate different aspects of magnetic fluids (MFs)
[1]. Investigation of the resonance line structure has
provided important information regarding formation
and disruption of agglomerates in MF samples [2].In
particular, investigation of nanoparticle agglomeration,
probed by MR experiments, is extremely important for
the understanding of the biological processes involving
in vivo [3] as well as in vitro [4] studies. In this study, a
biocompatible magnetic fluid (BMF) sample based on
magnetite nanoparticles, surface-coated with dimercap-
tosuccinic acid (DMSA) [5], was investigated using
X-band MR measurements. The resonance line
width broadening (DH
R
) and the resonance field (H
R
)
were investigated as a function of temperature (T),
in the temperature range of 100–300 K; at nanoparticle
concentrations (sample A at 4:8 Â 10
14
particle=cm
3
and sample B at 2:4 Â 10
16
particle=cm
3
) that falls
within the range observed in the biological tests
(10
14
–10
16
particle=cm
3
).
The temperature dependence of the resonance line
width broadening (DH
R
) follows the typical behavior of
magnetic nanoparticles dispersed in a non-magnetic
matrix [6], i.e., D H
RB
¼ DH
R0
tanhðDE=2kTÞ; where
DE ¼ K
EFF
V ¼ðp=6ÞK
EFF
D
3
: K
EFF
is the effective
magnetocrystalline anisotropy density, D is the nano-
particle diameter, k is the Boltzmann constant, and T is
the absolute temperature. The description of DH
R0
¼
5gbSnd
À3
includes the g-factor (g), the Bohr magneton
(b), the spin associated with each magnetic center inside
the nanoparticle (S), the number of magnetic centers per
particle (n), and the particle–particle distance (d). Solid
lines in Fig. 1 represent the best curve fitting according
to DH
RB
ðD; TÞ¼DH
R0
tanhðDE=2kTÞ averaged out by
the lognormal particle-diameter distribution function
PðDÞ¼A exp½Àln
2
ðD=D
m
Þ=2s
2
], with the pre-factor
described by A ¼ expðÀ2s
2
Þ=D
m
sð2pÞ
1=2
: The average
particle diameters obtained from the fitting of the DH
RB
data are 9.5 and 9:2 nm for samples A and B,
respectively. These values can be compared with the
particle diameter (9:4 nm) obtained from transmission
electron microscopy (TEM) data.
ARTICLE IN PRESS
*Corresponding author.
E-mail addresses: judes@fis.unb.br (J.G. Santos),
[email protected] (P.C. Morais).
1
Also correspond to. Tel.: +55-61-2736655; fax: +55-61-
2723151
0304-8853/$ - see front matter r 2003 Elsevier B.V. All rights reserved.
doi:10.1016/j.jmmm.2003.12.1213
To explain the temperature dependence of the
resonance field (see Fig. 2), the resonance frequency is
written as o
R
¼ gH
EFF
; where g is the gyromagnetic
ratio and H
EFF
is the effective magnetic field described
in terms of the external sweeping field (H
E
), the
demagnetizing field (H
D
), and the anisotropy field
(H
A
). At the resonance condition H
E
matches H
R
¼
o
R=g
À H
D
À H
A
: The temperature dependence of H
R
is
mainly associated to H
A
¼ 2K
EFF
=M
S
; where M
S
is the
saturation magnetization. In magnetic nanoparticles the
effective anisotropy energy density has both bulk (K
B
)
and surface (K
S
) components, i.e., K
EFF
¼ K
B
þ K
S
: The
surface component is K
S
¼ð6=DÞk
S
; where D is the
nanoparticle diameter and k
S
is the surface anisotropy
[7]. However, considering that our data were taken far
below the Curie point for bulk magnetite (850 K), M
S
could be taken as approximately flat (470 G) in the
temperature range of our experiment. Therefore, the
temperature dependence of the anisotropy field would
follow mainly the temperature dependence of K
EFF
: In
other words, K
EFF
¼ K
0
þ k
EFF
T; where K
0
is a
constant and k
EFF
is a size-dependent coefficient.
Straight lines in Fig. 2 represent the best fit of the data
using the empirical relation H
R
ðD; TÞ¼b þða=DÞT
averaged out by PðDÞ; using the TEM data ðD
m
¼
9:4 nm and s ¼ 0:33). Note that a=D ¼ 2k
EFF
=M
S
is the
slope and b ¼ðo
R
=g À 2K
0
=M
S
À H
D
Þ is the intercept
constant. Comparing the empirical relation K
EFF
¼
K
0
þ k
EFF
T with K
EFF
¼ K
B
þ K
S
one identifies K
0
with
K
B
and k
EFF
T with (6=DÞk
S
: From the fitted values of
a ¼ 12:870:1 and 13:570:1Gnm=K for samples A and
B, respectively, the particle diameter ratio (A over B) is
1:0570:01: Therefore, from the H
R
versus T data, the
average particle diameter in sample-A is about 571%
larger than the average particle diameter in sample B.
In conclusion, the temperature dependence of the
resonance line width and resonance field was investi-
gated in BMF samples containing 4:8 Â 10
14
and 2:4 Â
10
16
particle=cm
3
: The larger average particle diameter
(571%), obtained from the fitting of the temperature
dependence of the resonance field, indicate that particle
agglomeration occurs in the case of sample A. This
information is extremely important in the analysis of the
magnetic resonance spectra obtained from biological
tissues after injection of biocompatible magnetic fluids
in animals [8], once the resonance field scales with
nanoparticle agglomeration and injection in animals is
performed after dilution of the BMF sample.
The authors acknowledge the financial support of the
Brazilian agencies CNPq and FINATEC.
References
[1] P.C. Morais, M.C.F.L. Lara, A.L. Tronconi, F.A. Tour-
inho, A.R. Pereira, F. Pelegrini, J. Appl. Phys. 79 (1996)
7931.
[2] G.R.R. Gon@alves, A.R. Pereira, A.F. Bakuzis, K. Skeff
Neto, F. Pelegrini, P.C. Morais, J. Magn. Magn. Mater.
226–230 (2001) 1896.
[3] L.M. Lacava, Z.G.M. Lacava, M.F. Da Silva, O. Silva,
S.B. Chaves, R.B. Azevedo, F. Pelegrini, C. Gansau,
N. Buske, D. Sabolovic, P.C. Morais, Biophys. J. 80
(2001) 2483.
[4] C. Wilhelm, F. Gazeau, J.C. Bacri, Eur. Biophys. J. 31
(2002) 118.
[5] T. Goetze, C. Gansau, N. Buske, M. Roeder, P. G
.
ornert,
M. Bahr, J. Magn. Magn. Mater. 252 (2002) 399.
[6] P.C. Morais, M.C.L. Lara, K. Skeff Neto, Philos.
Mag. Lett. 55 (1987) 181.
[7] F. Bodker, S. Morup, S. Linderoth, Phys. Rev. Lett. 72
(1994) 282.
[8] S.B. Chaves, L.M. Lacava, Z.G.M. Lacava, O. Silva,
F. Pelegrini, N. Buske, C. Gansau, P.C. Morais,
R.B. Azevedo, IEEE Trans. Magn. 38 (2002) 3231.
ARTICLE IN PRESS
Fig. 1. Temperature dependence of the resonance line width of
samples A (K) and B(). Symbols represent the experimental
data, whereas the solid lines represent the best curve fitting
according to
R
DH
RB
ðD; T ÞPðDÞ dD:
Fig. 2. Temperature dependence of the resonance field of
samples A (K) and B (). Symbols represent the experimental
data, whereas the solid lines represent the best curve fitting
according to
R
H
R
ðD; TÞPðDÞ dD:
J.G. Santos et al. / Journal of Magnetism and Magnetic Materials 272–276 (2004) 23302331 2331
Journal of Magnetism and Magnetic Materials 272–276 (2004) e1195e1196
Susceptibility of cobalt ferrite nanoparticles dispersed in
polylactic acid microspheres
L.B. Silveira
a
, J.G. Santos
a
, A.C. Oliveira
a
, A.C. Tedesco
b
, J.M. Marchetti
c
,
E.C.D. Lima
d
, P.C. Morais
a,
*
a
Universidade de Bras
!
ılia, Instituto de F
!
ısica, N
!
ucleo de F
!
ısica Aplicada, Bras
!
ılia-DF 70919-970, Brazil
b
Universidade de S *ao Paulo, FFCLRP-USP, Ribeir *ao Preto-SP 14040-901, Brazil
c
Universidade de S *ao Paulo, Departamento de Ci
#
encias Farmac
#
euticas, Ribeir *ao Preto-SP 14040-903, Brazil
d
Universidade Federal de Goi
!
as, Instituto de Qu
!
ımica, Goi
#
ania-GO 74001-970, Brazil
Abstract
In this study dynamic susceptibility (DS) was used to investigate cobalt ferrite (CoFe
2
O
4
) nanoparticles dispersed in
polylactic-based microsized spheres. The peak position of the imaginary component of the DS curve was analyzed as a
function of the polarizing external field, using a picture of an asymmetric double-well potential for the relaxation of the
magnetization associated to the magnetic nanoparticle.
r 2004 Elsevier B.V. All rights reserved.
PACS: 75.30.Cr; 81.05.Qk
Keywords: Dynamic susceptibility; Cobalt ferrite nanoparticle; Polylactic template
Micrometer and sub-micrometer-sized polylactic acid
(PLA) sphere is one of the most successful biodegrad-
able polymer template used for biomedical purposes.
Applications span from controlled delivery system of
insulin [1] to support for nerve cells [2]. Introduction of
magnetic nanoparticles into PLA-based templates, in a
controllable way, opens up new perspectives for the
development of magnetic biodegradable drug-carrier
systems. For instance, it is possible to use both DC-fields
to concentrate the magnetic composite in a specific site
and AC-fields to increase the local temperature a few
degrees centigrade. Therefore, as far as the efficiency of
these physical processes is concerned, susceptibility
characterization is extremely important. This study
reports on dynamical susceptibility (DS) investigation
of a composite system consisting of cobalt ferrite
nanoparticles dispersed in micrometer-sized PLA
spheres. The field ðHÞ dependence of the peak frequency
ðf
p
Þ of the imaginary component ðw
00
Þ of the DS curve is
described using the picture of a superparamagnetic
particle in an asymmetrical double-well potential [3].
Preparation of the PLA-based composite containing
cobalt ferrite (CoFe
2
O
4
) nanoparticles was carried out
using the solvent evaporation technique [4]. The
magnetic nanoparticles were incorporated in the poly-
meric template by mixing d,l-lactide with oleic acid-
coated cobalt ferrite-based magnetic fluid. The scanning
electron microscopy (SEM) analysis of the composite
sample revealed non-aggregated spherical objects with
0.99 mm of average diameter.
The DS measurements were performed using a
Robinson oscillator [5] operating in the megahertz
region (10–30 MHz). The DS data (real and imaginary
components) were taken at different external fields (0–
4 kG). Fig. 1 shows typical DS imaginary components of
the composite sample at 77 K (0 and 300 G) and 300 K (0
and 300 G). The imaginary component of the DS curve
was curve fitted for one peak in the frequency range of
our investigation. Regarding the field dependence of the
DS peak position symbols in Fig. 2 represent the
frequency peak shift (Df
P
) obtained at 77 K () and
300 K (), respectively.
ARTICLE IN PRESS
*Corresponding author. Tel.: +55-61-2736655; fax: +55-61-
2723151.
E-mail address: luciene@fis.unb.br (P.C. Morais).
0304-8853/$ - see front matter r 2004 Elsevier B.V. All rights reserved.
doi:10.1016/j.jmmm.2003.12.435
The DS associated to the nanoparticle system follows
the Debye form, wðoÞ¼w
0
ð1 À iotÞ
À1
; with the typical
N
!
eel relaxation time, t ¼ t
0
expðn=kTÞ: However, appli-
cation of an external field sets in an asymmetrical
double-well potential, within which the relaxation time
is described through t ¼ t
0
expðn=kTÞ sechðE=2kT Þ;
where n and E are the barrier energy height and
the asymmetry parameter, respectively. Therefore,
the imaginary component of the susceptibility curve
peaks at frequencies given by f ðV; EÞ¼
f
0
expðÀn=kTÞ coshðE=2kT Þ: Whereas n describes the
magnetocrystalline anisotropy (KV), E is due to the
interaction between the nanoparticle magnetic moment
(m) and the applied field (H), i.e., E ¼ mH. Regarding
the polydispersity in particle volume ðVÞ; the barrier
height ðn Þ and the asymmetry parameter ðEÞ need to be
described using distribution functions. The lognormal
distribution function, PðVÞ; has been widely used to
describe size polydispersity [6], whereas a non-flat
distribution function, GðEÞ¼sech
3
ðE=2kT Þ; has been
recently introduced to describe the asymmetry
parameter [7]. Then, the field dependence of the
peak frequency is described by f
p
ðHÞ¼
R
A expðÀKV=k tanhðE=2kTPðVÞ dV : Solid lines in
Fig. 2 represent the best fit of the data using the
expression for f
p
ðHÞ: Particle size distribution para-
meters (3.9 nm for the average diameter and 0.33 the
standard deviation) obtained from the fitting of the DS
data are in very good agreement with data obtained
from the transmission electron microscopy (4.6 nm for
the average diameter and 0.30 the standard deviation).
Likewise, the anisotropy values we found from the DS
analysis were 1.1 Â 10
5
and 3.4 Â 10
5
J/m
3
, at 77 and
300 K, respectively. The room-temperature value is in
good agreement with the value reported for the
anisotropy of cobalt ferrite nanoparticles (4.2 Â 10
5
J/
m
3
) [8]. Note that the functional dependence of G(E)is
very much close to the Boltzmann distribution. The
width of G(E) at half-height is about 0.4 and 0.1 kG at
300 and 77 K, respectively.
In summary, the cobalt ferrite PLA-based composite
sample was investigated using DS measurements. The
field dependence of the susceptibility peak allows
estimation of the particle size polydispersity profile
(3.9 nm for the average diameter and 0.33 the standard
deviation) and magnetocrystalline anisotropy (1.1 Â 10
5
and 3.4 Â 10
5
J/m
3
at 77 and 300 K, respectively).
Indeed, the field dependence of the peak susceptibility
has been successfully described via a N
!
eel-like relaxation
mechanism of the magnetization in an asymmetric
double-well potential.
Acknowledgements
The authors acknowledge the financial support of the
Brazilian agencies CNPq, FAPESP, and FINATEC.
References
[1] J. Slager, A.J. Domb, Biomaterials 23 (2002) 4389.
[2] H. Tsuji, et al., Nucl. Instrum. Methods B 191 (2002) 815.
[3] P.C. Morais, et al., J. Appl. Phys. 55 (1984) 3744.
[4] M.C. Julienne, et al., Drug Dev. Ind. Pharm. 18 (1992)
1063.
[5] F.N.H. Robinson, J. Phys. E: Sci. Instrum. 20 (1987) 502.
[6] B.M. Lacava, et al., Appl. Phys. Lett. 77 (2000) 1876.
[7] A.F.R. Rodriguez, et al., J. Magn. Magn. Mater. 252 (2002)
77.
[8] R.E. Vandenberghe, et al., J. Magn. Magn. Mater. 15–18
(1980) 1117.
ARTICLE IN PRESS
Fig. 1. Typical imaginary component of the susceptibility (77
and 300 K) at different polarizing fields.
Fig. 2. Field dependence of the DS peak shift at 77 and 300 K.
L.B. Silveira et al. / Journal of Magnetism and Magnetic Materials 272–276 (2004) e1195e1196e1196
Dynamic susceptibility investigation of biocompatible magnetic fluids:
The surface coating effect
P. C. Morais,
a͒
J. G. Santos, L. B. Silveira, and A. C. Oliveira
Universidade de Brasília, Instituto de Física, Núcleo de Física Aplicada, 70919-970, Brasília-Distrito
Federal, Brazil
͑Presented on 9 November 2004; published online 17 May 2005͒
In this study room-temperature dynamic susceptibility measurements were used to investigate
magnetite nanoparticles surface-coated with dextran and dimercaptosuccinic acid, both dispersed as
biocompatible magnetic fluids. Multicomponent susceptibility curves were associated with the
presence of monomers and dimers in the sample. Transmission electron microscopy data have been
used to support the analysis carried out with the susceptibility data. The field dependence of the peak
position of the imaginary component of the dynamical susceptibility was analyzed within the picture
of an asymmetric double-well potential for the relaxation of the magnetic moment associated with
the magnetite nanoparticle. The nanoparticle size dependence of the susceptibility peak position was
taken into account in the data analysis. Nanoparticle-size parameters obtained from the analysis of
the susceptibility data of the two samples ͑3.7 and 6.1 nm͒ are in very good agreement with the
values obtained from the fitting of the electron microscopy data ͑3.1 and 5.6 nm͒2005 American
Institute of Physics. ͓DOI: 10.1063/1.1853152͔
In recent years the design and synthesis of biocompatible
magnetic fluids have attracted intense interest, with special
emphasis on their applications in biomedicine.
1
Biocompat-
ible magnetic fluids ͑BMFs͒ are especially designed material
structures consisting of a core magnetic nanoparticle surface-
coated with biocompatible molecules and dispersed in physi-
ological medium as an ultrastable colloid.
2
The core nano-
particle is usually a metal-oxide, especially cubic ferrites,
which is conveniently synthesized using chemical coprecipi-
tation reactions.
3
The present study reports on the magnetic
investigation of dimercaptosuccinic acid ͑DMSA͒ and
dextran-coated magnetite nanoparticles peptized as BMFs.
Dynamical susceptibility ͑DS͒ measurements were used to
draw conclusions regarding the response of the surface-
coated magnetite nanoparticles upon the application of a
radio-frequency field superimposed to a steady magnetic
field. Here, special emphasis is on the field ͑H͒ dependence
of the peak frequency ͑f
p
͒, due to their influence on the
magnetohyperthermia therapy.
4–6
Magnetohyperthermia is
realized upon the application of external, low amplitude, ac
magnetic field to the target tissue, which is previously la-
beled with magnetic nanoparticles. The efficiency of the on-
site heat dissipation, due to the interaction of the ac field
with the magnetic moment, is maximized at the peak fre-
quency ͑f
p
͒. The present study describes how an external
steady field ͑H͒ modulates the system’s magnetic response.
Discussion of the DS data of both samples will be focused on
the features observed in the imaginary component of the sus-
ceptibility curves. The parameters obtained from the fitting
of the field dependence of the peak frequency will be com-
pared with the standard magnetite parameters and the size
dispersity obtained from the transmission electron micros-
copy ͑TEM͒ data.
The two biocompatible magnetic fluids used in this study
͑based on dextran- and DMSA-coated magnetite͒ contained
about 5ϫ 10
16
particle/cm
3
. After precipitation in alkaline
medium, fresh magnetite nanoparticles were surface-coated
to produce stable BMF samples at physiological condition
͑pH7 and 0.9% sodium chloride͒. Typical BMF sample
preparation routine can be found in Ref. 7.
The TEM micrographs were obtained using a Jeol-1011
system whereas the DS measurements were performed using
a home-made Robinson oscillator operating in the megahertz
region ͑1040 MHz͒. Susceptibility measurements ͑real and
imaginary components͒ were recorded at room temperature
under different external steady fields ͑0–4 kG͒. Figure 1
shows typical imaginary components of the DS of both
samples ͑dextran and DMSA coated͒ recorded at H
=0.6 kG. At room temperature and in the frequency range of
our investigation, the susceptibility imaginary component of
DMSA-coated and dextran-coated BMFs were curve fitted
using two and three gaussian-shaped curves ͑fitting not
shown͒, respectively.
Regarding the field dependence of the DS peak positions
͑see Fig. 1͒, the symbols in Fig. 2 represent the data ͑peak
frequency versus applied steady magnetic field͒ obtained
from the dextran-coated sample ͑circles͒ and from the
DMSA-coated sample ͑squares͒. The f
p
vs H data shown in
Fig. 2 correspond to the lowest-frequency susceptibility peak
͑left-hand-side feature͒. The vertical error bars in Fig. 2 are
on the order of the symbol ͑circles and squares͒ sizes.
The particle size histograms, obtained from the TEM
micrographs, are shown in Fig. 3 for the dextran- ͑left panel͒
and for the DMSA-coated sample ͑right panel͒. The solid
lines in Fig. 3 represent the best curve fitting of the experi-
mental data using the log-normal distribution function.
8
a͒
Author to whom correspondence should be addressed; FAX: ͑ϩ55͒ 61-
2723151/61-2736655; electronic mail: [email protected]
JOURNAL OF APPLIED PHYSICS 97, 10Q911 ͑2005͒
0021-8979/2005/97͑10͒/10Q911/3/$22.50 © 2005 American Institute of Physics97, 10Q911-1
Downloaded 29 Jul 2005 to 200.137.221.99. Redistribution subject to AIP license or copyright, see http://jap.aip.org/jap/copyright.jsp
The first aspect regarding the room-temperature suscep-
tibility data shown in Fig. 1 is the multipeak structure related
to both BMF samples. The same BMF samples have been
frozen down to 77 K, under zero-field condition, in order to
perform the DS measurements. The low-temperature suscep-
tibility data of the zero-field-frozen BMF samples allowed
identification of only one peak in the imaginary component
of the susceptibility curves. This single peak ͑imaginary
component of the susceptibility curve͒ observed in both
BMF samples at 77 K is more likely related to the lowest-
frequency susceptibility peak ͑left-hand-side feature͒ ob-
served at room temperature. We argue that at room tempera-
ture and under zero external field most of the magnetic units
in suspension in the magnetic fluid samples are composed of
isolated nanoparticles. By freezing the samples under zero-
field condition the isolated nanoparticles will be trapped in
the solid matrix. However, application of an external field,
even weak fields, induces particle-particle coupling in
nanoparticle-based arrays. In support of this picture, mono-
mers and dimers have been identified through static magnetic
birefringence measurements
9–11
and magnetic-resonance
experiments.
12
Furthermore, two types of dimer structures
have been identified, namely, coherent and fanning, being the
fanning configuration more likely than the coherent one.
9,10
Fanning and coherent modes represent the lowest energy
configurations of a dimer structure; the fanning showing
lower total energy ͑Zeeman plus magnetostatic͒ than the co-
herent one.
9
It has been observed that the magnetic perme-
ability of the fanning configuration peaks at higher fields
than the coherent configuration.
11
Therefore, based on the
birefringence and resonance experiments, the structures ob-
served in the right-hand side ͑higher-frequency values͒ of the
susceptibility curves shown in Fig. 1 can be associated with
dimers. Indeed, concerning the peaks observed in Fig. 1, the
highest-frequency peak ͑more intense than the middle-
frequency peak͒ is likely related to the fanning configuration
whereas the middle-frequency peak is likely related to the
coherent configuration.
The dynamical susceptibility associated with the nano-
particle system follows the usual Debye form,
͑
͒=
0
͑1
i
͒
−1
, with the Néel relaxation described by
=
0
exp͑
/kT͒, where
0
is the relaxation time of the nano-
particle’s magnetic moment ͑typically 10
−9
s͒ and
=KV ͑K
is the magnetocrystalline anisotropy and V the nanoparticle
volume͒. However, particle-particle interaction as well as ap-
plication of an external field deforms the symmetrical
double-well potential. Under the asymmetrical double-well
potential the relaxation of the magnetic moment is described
by
=
0
exp͑
/kT͒sech͑E/2kT͒, where
and E are the en-
ergy barrier height and the asymmetry parameter, respec-
tively. Therefore, in our experiments, the imaginary compo-
nent of the susceptibility curve peaks at frequencies given by
f͑V,E͒ = f
0
exp͑
/kT͒cosh͑E/2kT͒. Whereas
describes
the magnetocrystalline anisotropy ͑KV͒, E is due to the in-
teraction between the nanoparticle magnetic moment ͑m͒ and
the applied field ͑H͒. Note that we are not including particle-
particle interaction in our model picture, due to the average
particle-particle distance ͑about 30 nm͒ compared to the
typical particle diameter ͑3.1 and 5.6 nm͒. Regarding the
polydispersity in particle volume ͑V͒, the energy barrier
height ͑
͒ and the asymmetry parameter ͑E͒ need to be de-
scribed using distribution functions. The log-normal distribu-
tion function, P͑V͒, has been widely used to describe size
polydispersity,
8
whereas a flat distribution function, G͑E͒,
has been used to describe the asymmetry parameter.
13
Then,
the field dependence of the peak frequency ͑f
p
͒ reads
f
P
͑H͒ =
͵͵
f͑V,E͒P͑V͒G͑E͒dEdV. ͑1͒
FIG. 1. Typical room-temperature imaginary component of the susceptibil-
ity of the dextran-coated sample ͑circles͒ and the DMSA-coated sample
͑squares͒, under an external steady field of 0.6 kG.
FIG. 2. Field dependence of the dynamical susceptibility peak taken from
the imaginary component and associated with the dextran-coated sample
͑circles͒ and the DMSA-coated sample ͑squares͒. The solid lines represent
the best fit using Eq. ͑2͒.
FIG. 3. Particle size histograms of the dextran-coated sample ͑left panel͒
and the DMSA-coated sample ͑right panel͒. The solid lines represent the
best curve fitting of the data using the log-normal distribution function.
10Q911-2 Morais
et al.
J. Appl. Phys. 97, 10Q911 ͑2005͒
Downloaded 29 Jul 2005 to 200.137.221.99. Redistribution subject to AIP license or copyright, see http://jap.aip.org/jap/copyright.jsp
The nonflat distribution function G͑E͒ =sech
͑E/2kT͒,
with
=3, however, has been introduced as an excellent al-
ternative for fitting the field dependence of the DS peak
frequency.
14
Using the nonflat description Eq. ͑1͒ is reduced
to
f
P
͑H͒ =
͵
A exp͑KV/kT͒tanh͑E/2kT͒P͑V͒dV. ͑2͒
The solid lines in Fig. 2 represent the best fit of the
experimental data according to Eq. ͑2͒. In contrast, the use of
a flat G͑E͒ function replaces, in Eq. ͑2͒, the asymptotic
tanh͑E/2kT͒ by the divergent sinh͑E/2kT͒, not accounting
for the saturation behavior observed in Fig. 2. At this point
two aspects of the nonflat distribution function, G͑E͒, should
be emphasized. First, from the mathematical point of view
Eq. ͑2͒ is exactly obtained from Eq. ͑1͒, as long as G͑E͒
=sech
3
͑E/2kT͒. Second, from the physical point of view the
nonflat distribution function, G͑E͒, deviates very little from
the Boltzmann distribution function. In other words, the
good agreement between the data and the model proposed in
the present study, which uses the nonflat distribution func-
tion, indicates that the asymmetry parameter ͑E͒ may follow
a classical distribution function. Though empirical, the
present approach represents a step forward as compared to
the use of a flat distribution function.
The parameters obtained from the fitting of the DS data
͑solid lines in Fig. 2͒ are in excellent agreement with the data
provided by the TEM micrographs. The log-normal fit shown
in Fig. 3 for the dextran-coated ͑DMSA-coated͒ sample
gives 3.1±0.3 nm ͑5.6±0.2 nm͒ and 0.26±0.02 ͑0.22±0.01͒
for the mean particle diameter and diameter dispersion, re-
spectively. The particle polydispersity parameters obtained
from the fitting of the TEM data were used as initial values
͑guess values͒ in the fitting procedure ͑least-squares fit͒ of
the DS data using Eq. ͑2͒. The fitting of the DS data ͑solid
lines͒ shown in Fig. 2 was performed with 3.7±0.5 nm
͑6.1±0.5 nm͒ and 0.27±0.04 ͑0.25±0.03͒ for the mean par-
ticle diameter and diameter dispersion of the dextran-coated
͑DMSA-coated͒ sample, respectively. Furthermore, the aver-
age anisotropy values we found from the DS analysis of the
dextran-coated and DMSA-coated samples were ͑1.2±0.4͒
ϫ10
4
and ͑1.6±0.3͒ϫ 10
4
J/m
3
, respectively. Considering
the uncertainties, the anisotropy values we found are in ex-
cellent agreement with the value reported for the anisotropy
of bulk magnetite ͑1.9ϫ 10
4
J/m
3
͒.
15
Finally, the average
magnetization obtained from the DS analysis of both
samples was 110±8 emu/g. Though upshifted from the satu-
ration magnetization value reported in the literature
16
͑84 emu/g for magnetite͒ the fitted value still falls in the
expected range. The observed difference in saturation mag-
netization, i.e., the value reported in the literature versus the
value found from the susceptibility data may indicate the
presence of a nonmagnetic surface layer in the magnetite
nanoparticles. Similar investigation, namely, the field depen-
dence of the imaginary peak susceptibility, has been reported
in the literature with no model picture supporting quantita-
tive explanation for the data.
17
Note that measurements
available from the literature present data recorded in the
range of 0 to about 1 kG. In such a low-end side of magnetic
fields a linear dependence of the peak frequency shift has
been observed,
17
similar to the data reported in this study.
In conclusion, magnetite-based biocompatible magnetic
fluid samples were investigated using room-temperature dy-
namical susceptibility measurements. The multipeak compo-
nent observed in the susceptibility curves can be explained in
terms of the presence of monomers and dimers ͑fanning and
coherent͒ in the magnetic fluid samples; the dimers induced
by a weak magnetic field due to the Robinson oscillator su-
perimposed to the external steady field. We found, in addi-
tion, that the fanning configuration of the dimer is more
likely to occur than the coherent one, indicating that the
DMSA-coated magnetite nanoparticles built up essentially
the fanning dimer whereas the dextran-coated magnetite
nanoparticles form both fanning and coherent dimers. Con-
sidering the uncertainty related to the polydispersity param-
eters obtained from both dynamical susceptibility and trans-
mission electron microscopy data, the present investigation
highlights the capability of the susceptibility measurements
in assessing the mean size and size dispersion of magnetic
nanoparticles in magnetic fluid samples. In addition, the field
dependence of the main susceptibility peak allows estimation
of the saturation magnetization ͑110±8 emu/g͒ and magne-
tocrystalline anisotropy ͑1.2±0.4ϫ 10
4
and 1.6±0.3
ϫ10
4
J/m
3
͒ values associated with molecular-coated mag-
netite nanoparticles. Indeed, the field dependence of the main
susceptibility peak has been described via a relaxation pic-
ture of the magnetic moment of an isolated nanoparticle in
an asymmetric double-well potential.
ACKNOWLEDGMENTS
This work was supported by the Brazilian agencies
CNPq, FINEP, and FINATEC.
1
C. C. Berry and A. S. G. Curtis, J. Phys. D 36, R198 ͑2003͒.
2
T. Goetze, C. Gansau, N. Buske, M. Roeder, P. Gornert, and M. Bahr, J.
Magn. Magn. Mater. 252, 399 ͑2002͒.
3
P. C. Morais, V. K. Garg, A. C. Oliveira, L. P. Silva, R. B. Azevedo, A. M.
L. Silva, and E. C. D. Lima, J. Magn. Magn. Mater. 225,37͑2001͒.
4
A. Jordan et al., Int. J. Hyperthermia 13, 587 ͑1997͒.
5
C. W. Jung, J. M. Rogers, and E. V. Groman, J. Magn. Magn. Mater. 194,
210 ͑1999͒.
6
M. H. A. Guedes et al., J. Magn. Magn. Mater. 272–276,2406͑2004͒.
7
Y. S. Kang, S. Risbud, J. F. Rabolt, and P. Stroeve, Chem. Mater. 8, 2209
͑1996͒.
8
B. M. Lacava, R. B. Azevedo, L. P. Silva, Z. G. M. Lacava, K. Skeff Neto,
N. Buske, A. F. Bakuzis, and P. C. Morais, Appl. Phys. Lett. 77, 1876
͑2000͒.
9
A. F. Bakuzis, M. F. da Silva, P. C. Morais, L. S. F. Olavo, and K. Skeff
Neto, J. Appl. Phys. 87, 2497 ͑2000͒.
10
K. Skeff Neto, A. F. Bakuzis, P. C. Morais, A. R. Pereira, R. B. Azevedo,
L. M. Lacava, and Z. G. M. Lacava, J. Appl. Phys. 89, 3362 ͑2001͒.
11
P. C. Morais, K. Skeff Neto, A. F. Bakuzis, M. F. da Silva, and N. Buske,
IEEE Trans. Magn. 38, 3228 ͑2002͒.
12
P. C. Morais, G. R. R. Gonçalves, A. F. Bakuzis, K. Skeff Neto, and F.
Pelegrini, J. Magn. Magn. Mater. 225,84͑2001͒.
13
P. C. Morais, A. L. Tronconi, and K. Skeff Neto, J. Appl. Phys. 55,3744
͑1984͒.
14
A. F. R. Rodriguez, A. C. Oliveira, P. C. Morais, D. Rabelo, and E. C. D.
Lima, J. Appl. Phys. 93,6963͑2003͒.
15
K. P. Belov, Phys. Usp. 36,380͑1993͒.
16
R. C. O’Handley, Modern Magnetic Materials: Principles and Applica-
tions ͑Wiley, New York, 2000͒, p. 125.
17
P. C. Fannin, S. W. Charles, and T. Relihan, J. Magn. Magn. Mater. 162,
319 ͑1996͒.
10Q911-3 Morais
et al.
J. Appl. Phys. 97, 10Q911 ͑2005͒
Downloaded 29 Jul 2005 to 200.137.221.99. Redistribution subject to AIP license or copyright, see http://jap.aip.org/jap/copyright.jsp
2642 IEEE TRANSACTIONS ON MAGNETICS, VOL. 39, NO. 5, SEPTEMBER 2003
Magnetic Resonance Study of Zero-Field-Frozen
Magnetite-Based Biocompatible Magnetic Fluid
L. B. Silveira, J. G. Santos, F. Pelegrini, C. Gansau, N. Buske, and P. C. Morais, Member, IEEE
Abstract—In this paper, magnetic resonance was used to in-
vestigate biocompatible magnetic fluid samples based on dextran-
coated magnetite nanoparticles (9.4-nm average diameter). Sam-
plescontainingdifferentparticleconcentration (4.8
10 and 2.4
10 particle/cm ) were investigated in the temperature range
of 100–300 K. Analysis of the temperature dependence of the reso-
nance linewidth (
) revealed larger average particle diameter
(about 13% larger)in the concentrated sample, indicating particle
agglomeration. Larger particle diameter (about 17% larger) was
also revealed from the analysis of the temperature dependence of
the resonance field (
).
Index Terms—Biocompatible magnetic fluid, Dextran-coated
magnetite nanoparticle, magnetic fluid, magnetic resonance (MR).
I. INTRODUCTION
O
VER the last decade, magnetic resonance (MR) has
emerged as a powerful experimental technique to in-
vestigate different aspects of magnetic fluids (MFs) [1]–[6].
Aqueous- [1] and hydrocarbon-based [2] MFs have been sys-
tematically studied using X-band experiments. More recently,
however, the technique is attracting increasing interest as an
analytical tool for monitoring in vivo [3] as well as in vitro
[4] experiments using biocompatible magnetic nanostructures.
Clearance of magnetic nanoparticles from the blood stream
[5] and biodistribution of magnetic nanoparticles in different
organs [6], after intravenous administration of biocompatible
magnetic fluids (BMFs) in animals, are recent examples of
the potentialities of the MR measurements. Despite the effort
already devotedin developingMR asa key tool in theinvestiga-
tion of nanosized magnetic materials, intentionally introduced
in animals, much work still needs to be done to improve the
understanding of the signature of different biological processes
from the MR spectra. One example is the huge accumulation
of DMSA-coated magnetite nanoparticles in the mice’s lungs
during in vivo biological tests [3]. In order to contribute to
bridge this gap, a dextran-coated,magnetite-based BMF sample
was systematically investigated as a function of temperature
and particle concentration (diluted and concentrated samples),
using a commercial Brucker ESP300 spectrometer tuned
around 9.418 GHz.
Manuscript received December 30, 2002. This work was supported in part by
the Brazilian agencies CNPq and FINATEC.
L.B.Silveira,J. G.Santos,andP. C.MoraisarewithUniversidadedeBrasília,
Instituto de Física, Núcleo de Física Aplicada, 70919-970 Brasília-DF, Brazil
F. Pelegrini is with Universidade Federal de Goiás, Instituto de Física,
74001-970 Goiânia-GO, Brazil.
C.Gansauand N.Buskeare withBerlinHeart AG,D-12247 Berlin, Germany.
Digital Object Identifier 10.1109/TMAG.2003.815539
Fig. 1. Typical MR spectra recorded from samples A and B, at different
temperatures.
II. EXPERIMENTAL DATA AND DISCUSSION
The magnetic fluid sample preparation followed the standard
procedure described in the literature [7], [8]. Briefly, 9.4-nm di-
ameter (average value from transmission electron microscopy)
magnetite (Fe
O ) nanoparticles were first synthesized through
chemical co-precipitation of Fe
and Fe ions in alkaline
aqueous medium, then surface-coated with dextran and finally
suspended in aqueous solution as stable BMF samples at pH7
and salinity of 0.9% NaCl. MR spectra were recorded in the
temperature range of 100–300 K for samples containing 4.8
10 (sample A) and 2.4 10 (sample B) particle/cm . Note
that the typical nanoparticle concentration used in the in vivo bi-
ological studies runs from 10
to 10 particle/cm . In order to
perform the MR experiment, the MF samples were cooled down
to 100 K, under zero applied fields. The temperature was then
increased from 100 to 300 K while recording the MR spectra.
Fig. 1 shows typical MR spectra of both samples, at different
temperatures. Note that the spectra in Fig. 1 represent the first
derivative of the resonance absorption curve. All the resonance
spectra were curve fitted using one single Gaussian-shapedline,
though a slight asymmetry has been observed in the second
derivative of the resonance absorption curve. The temperature
dependenceof boththe resonance linewidth(
andtheres-
onancefield(
)were measured.Thedata showninFigs.2 and
3 were obtained from the two MF samples investigated (sam-
ples A and B). At this point we should observe the systematic
increasing of the resonance linewidth as the particle concentra-
tion increases, in the whole range of temperature (see Fig. 2).
In contrast, the resonance field (
) is much less sensitive to
0018-9464/03$17.00 © 2003 IEEE
SILVEIRA et al.: MAGNETIC RESONANCE STUDY OF ZERO-FIELD-FROZEN MFs 2643
Fig. 2. Temperature dependence of the resonance linewidth of samples A ( )
and B (
). Symbols represent experimental data whereas solid and dashed lines
are the best curve fitting according to (1).
the particle concentration (see Fig. 3), though a slight resonance
fielddownshiftis observedat higher temperatures as theparticle
concentration increases.
The temperature dependence of the resonance linewidth
follows the typical behavior of magnetic nanoparticles
dispersed in a nonmagnetic template (see points in Fig. 2).
Within this picture, the resonance linewidth broadening has
been described by [9]
(1)
where
and is the Boltzmann constant.
The description of
in (1) includes the
g-factor
, the Bohr magneton ), the spin associated with
each magnetic center inside the nanoparticle
, the number
of magnetic centers per particle
, and the particle-particle
distance
. Solid and dashed lines in Fig. 2 represent the
best curve fitting according to (1). From the fitted values of
(0.30 K for sample A and 0.43 K for sample
B) and considering the effective magnetocrystalline anisotropy
density of bulk magnetite
erg/cm , the
average particle diameter estimated from the MR data are 9.4
10.6 nm for samples A and B, respectively. These values can
be compared with the particle diameter (9.4 nm) obtained from
the transmission electron microscopy (TEM) data. The value
obtained from MR using sample A (9.4 nm) matches the value
obtained from TEM. However, the value obtained using sample
B (10.6 nm) is about 13% larger than the value obtained from
the TEM data (9.4 nm). As will be evident from the analysis
of the
versus data (see Fig. 3), particle agglomeration,
due to higher particle concentration in sample B (2.4
10
cm , may account for the increase in the average diameter
as obtained from the MR data.
To explain the temperature dependence of the resonance field
(see points in Fig. 3), the resonance frequency
, i.e., the
Larmor precession frequency of the nanoparticle magnetic mo-
ment in the presence of an effective magnetic field
is
written as
, where is the gyromagnetic ratio.
The effective magnetic field may be well described as a result
of three main components, namely, the external sweeping field
, the demagnetizing field , and the anisotropy field
Fig. 3. Temperature dependence of the resonance field of samples A ( ) and
B(
). Symbols represent experimental data whereas solid and dashed lines are
the best curve fitting according to (2).
. At the resonance condition matches the resonance
field
. The resonance field is given by [10]
(2)
The temperature dependence of the resonance field in (2) is
mainly associated to the last term on the right-hand side
,
through its dependence upon the effective magnetocrystalline
anisotropy density
. The anisotropy field in spherical
magnetite nanoparticles is given by
, where
is the saturation magnetization. In magnetic nanoparticles
the effective anisotropy energy density has both bulk
and
surface
components, i.e., . The sur-
face component is related to the surface-to-volume ratio
, where is the nanoparticle diameter and is the
surfaceanisotropy [11]. In general,
and are both tem-
perature dependent. However, considering that our data were
taken far below the Curie point for bulk magnetite (850 K),
could be taken as approximately flat (470 Gauss). There-
fore, the temperature dependence of the anisotropy field would
followmainly the temperature dependence of the effective mag-
netic anisotropy. Similar to previous results[12],points in Fig. 3
show a linear relationship between
and . In other words,
the effective magnetic anisotropy would be empirically repre-
sented by
. is a constant and is
a size-dependent coefficient, expressed in units of erg/cm
K.
Straight lines in Fig. 3 represent the best fit of the data using the
empirical relation
, where is
the slope and
the intercept con-
stant. Comparing the empirical relation
with one identifies with and
with . At this point we argue that is directly pro-
portional to
. From the fitted values of
(1.11 Gauss/K for sample A and 0.95 Gauss/K for sample B) the
particle diameter ratio(sample B over sample A)is 1.17. There-
fore, from the
versus data, the average particle diameter
in sample B is about 17% larger than the average particle diam-
eter in sample A. The fitted values of the intercept constant
(2832 8 Gauss for sample A and 2858 6 Gauss for sample
B), however, are the same for both samples within the experi-
mental error.
2644 IEEE TRANSACTIONS ON MAGNETICS, VOL. 39, NO. 5, SEPTEMBER 2003
III. CONCLUSION
The temperature dependence of the resonance linewidth and
resonance field was investigated in biocompatible magnetic
fluid samples containing different particle concentrations (4.8
10 and 2.4 10 particle/cm ). The resonance data fit
nicely with the picture of dispersed magnetite nanoparticles in
a nonmagnetic matrix, as described in [9]. The average particle
diameter, obtained from the fitting of the data, indicate that
particle agglomeration occurs in the case of the concentrated
sample. In contrast, the average particle diameter obtained
from the fit of the diluted sample is in excellent agreement with
the particle diameter obtained from the transmission electron
microscopy data. Finally, it was observed that the resonance
linewidth is more sensitive to particle concentration changes
than the resonance field. This information is extremely impor-
tant in the analysis of MR spectra obtained from biological
tissues after injection of biocompatible magnetic fluids in
animals, once linewidth broadening scales with nanoparticle
agglomeration.
R
EFERENCES
[1] A. L. Tronconi, P. C. Morais, F. Pelegrini, and F. A. Tourinho, “Electron
paramagnetic resonance study of ionic water-based manganese ferrite
ferrofluids,” J. Magn. Magn. Mater., vol. 122, pp. 90–92, 1993.
[2] P. C. Morais, G. R. R. Gonçalves, K. Skeff Neto, F. Pelegrini, and N.
Buske, “Study of particle-particle interaction in magnetic fluids using
magnetic resonance,” IEEE Trans. Magn., vol. 38, pp. 3225–3227, Sept.
2002.
[3] S. B. Chaves, L. M. Lacava, Z. G. M. Lacava, O. Silva, F. Pelegrini, N.
Buske, C. Gansau, P. C. Morais, and R. B. Azevedo, “Light microscopy
and magnetic resonance characterization of a DMSA-coated magnetic
fluid in mice,” IEEE Trans. Magn., vol. 38, pp. 3231–3233, Sept. 2002.
[4] C. Wilhelm, F. Gazeau, and J. C. Bacri, “Magnetophoresis and ferro-
magnetic resonance of magnetically labeled cells,” Eur. Biophys. J., vol.
31, pp. 118–125, 2002.
[5] L. M. Lacava, Z. G. M. Lacava, M. F. Da Silva, O. Silva, S. B. Chaves,
R. B. Azevedo, F. Pelegrini, C. Gansau, N. Buske, D. Sabolovic, and P.
C. Morais, “Magnetic resonance of a dextran-coated magnetic fluid in-
travenously administered in mice,” Biophys. J., vol. 80, pp. 2483–2486,
2001.
[6] L. M. Lacava, Z. G. M. Lacava, R. B. Azevedo, S. B. Chaves, V. A.
P. Garcia, O. Silva, F. Pelegrini, N. Buske, C. Gansau, M. F. Da Silva,
and P. C. Morais, “Use of magnetic resonance to study biodistribution
of dextran-coated magnetic fluid intravenously administered in mice,”
J. Magn. Magn. Mater., vol. 252, pp. 367–369, 2002.
[7] T. Goetze, C. Gansau, N. Buske, M. Roeder, P. Görnert, and M. Bahr,
“Biocompatible magnetic core/shell nanoparticles,” J. Magn. Magn.
Mater., vol. 252, pp. 399–402, 2002.
[8] C. Gansau, N. Buske, C. Gross, and W. Weitschies, “Novel biocompat-
ible magnetic fluids,” Eur. Cells Mater., vol. 3, pp. 158–159, 2002.
[9] P. C.Morais, M. C. L. Lara, and K. SkeffNeto, “Electronspinresonance
insuperparamagneticparticles dispersedina nonmagneticmatrix,”Phil.
Mag. Lett., vol. 55, pp. 181–183, 1987.
[10] P. C. Morais, E. C. D. Lima, D. Rabelo, A. C. Reis, and F. Pelegrini,
“Magnetic resonance of magnetite nanoparticles dispersed in meso-
porous copolymer matriz,” IEEE Trans. Magn., vol. 36, pp. 3038–3040,
Sept. 2000.
[11] F. Bodker, S. Morup, and S. Linderoth, “Surface effects in metallic iron
nanoparticles,” Phys. Rev. Lett., vol. 72, pp. 282–285, 1994.
[12] G. R. R. Gonçalves, A. R. Pereira, A. F. Bakuzis, K. Skeff Neto, F. Pele-
grini, and P. C. Morais, “Magnetic resonance of zinc- and copper-ferrite
ionic magnetic fluids: Temperature effects,” J.Magn. Magn. Mater., vol.
226–230, pp. 1896–1898, 2001.
3030 IEEE TRANSACTIONS ON MAGNETICS, VOL. 40, NO. 4, JULY 2004
Dynamic Susceptibility Investigation of
Magnetite-Based Biocompatible Magnetic Fluids
J. G. Santos, L. B. Silveira, A. C. Oliveira, and P. C. Morais, Member, IEEE
Abstract—In this study, dynamic susceptibility was used to in-
vestigate magnetite nanoparticles surface-coated with dextran and
dimercaptosuccinic acid and dispersed as biocompatible magnetic
fluids. Transmission electron microscopy data have been used to
support the analysis carried out with the susceptibility data. The
field dependence of the peak position of the imaginary component
of the dynamical susceptibility was analyzed within the picture of
an asymmetric double well potential for the relaxation of the mag-
netic moment associated to the magnetite nanoparticle. The size-
dependence of the magnetic susceptibility was taken into acoount
in the data analysis. Nanoparticle-size parameters obtained from
the analysis of the susceptibility data of the two samples (3.7 and
6.1 nm) are in very good agreement with the values obtained from
the fitting of the electron microscopy data (3.1 and 5.6 nm).
Index Terms—Biocompatible magnetic fliud, dynamic suscepti-
bility, magnetite nanoparticle.
I. INTRODUCTION
I
N RECENT years, the design and synthesis of sur-
face-coated biocompatible magnetic nanoparticles have
attracted intense interest, with special emphasis on their
applications in biomedicine [1]. Among others, magnetic
metal-oxide nanoparticles have been conveniently synthesized
using chemical coprecipitation reactions either in aqueous so-
lution [2] or in polymeric template [3]. Magnetic nanoparticles,
surface-coated with molecular layers or dispersed in polymeric
templates, have been successfully used in a wide variety of
technologies, as for instance in cell sorting devices [4]. This
paper reports on magnetic investigation of dimercaptosuccinic
acid (DMSA) and dextran-coated magnetite-based biocompat-
ible magnetic fluids (BMFs) using dynamical susceptibility
(DS) measurements. Here, special emphasis is on the field
dependence of the peak frequency , due to their influence
on the magnetohyperthermia therapy [5]. Discussion of the DS
data of both samples will be focused on the parameters obtained
from the fitting of the field dependence of the peak frequency
in comparison with the standard magnetite parameters and
the size dispersity obtained from the transmission electron
microscopy (TEM) data.
II. E
XPERIMENTAL DATA AND
DISCUSSION
The two biocompatible magnetic fluids used in this study are
based on magnetite nanoparticles surface-coated with dextran
Manuscript received October 14, 2003. This work was supported in part by
the Brazilian agencies CNPq, FINEP/CTPETRO, and FINATEC.
The authors are with the University of Brasília, Institute of Physics,
Applied Physics, 70919-970 Brasília-DF, Brazil (e-mail: [email protected].br;
Digital Object Identifier 10.1109/TMAG.2004.829309
Fig. 1. Imaginary components of the susceptibility of (left panel) the
dextran-coated sample and (right panel) the DMSA-coated sample.
and DMSA. The samples used in our experiments contain about
5
10 particles/cm . After precipitation in alkaline medium,
magnetite nanoparticles were surface-coated to produce stable
BMF samples at physiological pH and salinity. Typical sample
preparation routine can be found in [6].
The TEM micrographs were recorded using a Jeol-1011
system whereas the DS measurements were performed using
a home-made Robinson oscillator operating in the megahertz
region (10–30 MHz). The samples were frozen in the absence
of external field and the temperature was lowered down to 77
K. The zero-field-frozen procedure was realized in order to
avoid, as much as possible, particle aggregation. Susceptibility
data (real and imaginary components) were taken at different
external fields (0–4 kG). Fig. 1 shows typical imaginary
components of the DS of both samples (dextran-coated and
DMSA-coated) recorded at different steady fields (0, 0.5,
and 1 kG). The imaginary component of the DS curve was
curve fitted for one peak in the frequency range of our in-
vestigation. Regarding the field dependence of the DS peak
position full symbols in Fig. 2 represent the data obtained
from the dextran-coated sample (solid circle) and from the
DMSA-coated sample (solid square), respectively. The particle
size histograms, obtained from the TEM micrographs, are
shown in Fig. 3 for the dextran-coated sample (left panel) and
for the DMSA-coated sample (right panel). Solid lines in Fig. 3
represent the best curve fitting of the experimental data using
the lognormal distribution function [7].
The dynamical susceptibility associated to the nanoparticle
system follows the usual Debye form,
,
with the Néel relaxation,
, where is
the typical relaxation time of the nanoparticle’s magnetic
moment, of the order of 10
s. However, application of
0018-9464/04$20.00 © 2004 IEEE
SANTOS et al.: DYNAMIC SUSCEPTIBILITY INVESTIGATION OF MAGNETITE-BASED BIOCOMPATIBLE MAGNETIC FLUIDS 3031
Fig. 2. Field dependence of the dynamical susceptibility peak taken from the
imaginary component associated to the dextran-coated sample (solid circle) and
the DMSA-coated sample (solid square). Solid lines represent the best fit using
(2).
Fig. 3. Particle size histograms of the dextran-coated sample (left panel) and
the DMSA-coated sample (right panel). Solid lines represent the best curve
fitting of the data using the lognormal distribution function.
an external field deforms the symmetrical double well po-
tential. Particle aggregation is also expected to deform the
symmetrical double well potential. Under the asymmetrical
double well potential the relaxation of the magnetic moment is
described by
, where and
are the energy barrier height and the asymmetry parameter,
respectively. Therefore, in our experiments, the imaginary
component of the susceptibility curve peaks at frequencies
given by
. Whereas
describes the magnetocrystalline anisotropy is due
to the interaction between the nanoparticle magnetic moment
and the applied field . Regarding the polydispersity
in particle volume
, the energy barrier height and the
asymmetry parameter
need to be described using distribu-
tion functions. The lognormal distribution function
has
been widely used to describe size polydispersity [7], while a
flat distribution function,
, has been used to describe the
asymmetry parameter [8]. Then, the field dependence of the
peak frequency
reads
(1)
The nonflat distribution
, with
, however, has been proved to be an excellent choice for fitting
the field-dependence of the DS peak frequency [9]. Using the
nonflat description (1) is reduced to
(2)
Solid lines in Fig. 2 represent the best fit of the experimental
data according to (2). In contrast, the use of a flat
func-
tion replaces, in (2), the asymptotic
by the diver-
gent
, not accounting for the saturation behavior
observed in Fig. 2. At this point, two aspects of the nonflat dis-
tribution function,
, should be emphasized. First, from the
mathematical point of view (2) is exactly obtained from (1), as
long as
. Second, from the physical
point of view the nonflat distribution function,
, deviates
very little from the Boltzmann distribution function, under the
condition of our experiments. In other words, the good agree-
ment between the data and the model proposed in the present
study, which uses the nonflat distribution function, indicates that
the asymmetry parameter
may follow a classical distribu-
tion function. Though empirical, the present approach repre-
sents a step forward as compared to the use of a flat distribution
function.
Parameters obtained from the fitting of the DS data (solid
lines in Fig. 2) are in excellent agreement with data provided
by the TEM micrographs. The lognormal fit shown in Fig. 3
for the dextran-coated (DMSA-coated) sample gives 3.1
0.3
nm (5.6
0.2 nm) and 0.26 0.02 0.22 0.01 for the mean
particle diameter and diameter dispersion, respectively. The par-
ticle polydispersity parameters obtained from the fitting of the
TEM data were used as initial values (guess values) in the fitting
procedure (least squares fit) of the DS data using (2). The fit-
ting of the DS data (solid lines) shown in Fig. 2 were performed
with 3.7
0.5 nm (6.1 0.5 nm) and 0.27 0.04 0.25 0.03
for the mean particle diameter and diameter dispersion of the
dextran-coated (DMSA-coated) sample, respectively. Further,
the average anisotropy value we found from the DS analysis
of the dextran-coated and DMSA-coated samples were
1.2
0.4 10 and 1.6 0.3 10 J/m , respectively. Consid-
ering the uncertainties, the anisotropy values we found are in
excellent agreement with the value reported for the anisotropy
of bulk magnetite (1.9
10 J/m ) [10]. Finally, the average
magnetization obtained from the DS analysis of both samples
was 110
8 emu/g. Though upshifted from the saturation mag-
netization value reported in the literature (84 emu/g for mag-
netite nanoparticles), the fitted value still fall in the expected
range. The observed difference in saturation magnetization, i.e.,
the value reported in the literature versus the value found from
the susceptibility data may indicate the presence of a nonmag-
netic surface layer in the magnetite nanoparticles. Note that sim-
ilar investigation, namely, the field-dependence of the imaginary
peak susceptibility, has been reported in the literature with no
model picture supporting quantitative explanation for the data
[11]. Interesting to note that measurements available from the
literature present data recorded in the range of 0 to about 1 kG.
In such a low-end side of magnetic fields a linear dependence of
the peak frequency shift has been observed [11], similar to the
data reported in this study. More detailed investigations of such
3032 IEEE TRANSACTIONS ON MAGNETICS, VOL. 40, NO. 4, JULY 2004
magnetic structures, using different magnetic nanoparticles im-
mersed in polymeric templates as well as dispersed as magnetic
fluids having different molecular-coating layers, are presently
in progress and will be the published in the near future.
III. C
ONCLUSION
Magnetite-based biocompatible magnetic fluid samples,
zero-field-frozen at 77 K, were investigated using dynamical
susceptibility measurements. Considering the uncertainty
related to the polydispersity parameters obtained from both
dynamical susceptibility and transmission electron microscopy
data, the present investigation highlights the capability of the
susceptibility measurements in assessing the mean size and
size dispersion of magnetic nanoparticles in magnetic fluid
samples. In addition, the field dependence of the susceptibility
peak allows estimation of the saturation magnetization (110
8
emu/g) and magnetocrystalline anisotropy (1.2
0.4 10 and
1.6
0.3 10 J/m ) values associated to magnetite nanoparti-
cles. Indeed, the field dependence of the peak susceptibility has
been described via a relaxation picture of the magnetic moment
in an asymmetric double-well potential.
R
EFERENCES
[1] C. C. Berry and A. S. G. Curtis, Functionalization of magnetic nanopar-
ticles for applications in biomedicine,J. Phys. D, Appl. Phys., vol. 36,
pp. R198R206, 2003.
[2] P. C. Morais, V. K. Garg, A. C. Oliveira, L. P. Silva, R. B. Azevedo,
A. M. L. Silva, and E. C. D. Lima, Synthesis and characterization of
size-controlled cobalt-ferrite-based ionic ferrofluids, J. Magn. Magn.
Mater., vol. 225, pp. 3740, 2001.
[3] D. Rabelo, E. C. D. Lima, A. C. Reis, W. C. Nunes, M. A. Novak, V.
K. Garg, A. C. Oliveira, and P. C. Morais, Preparation of magnetite
nanoparticles in mesoporous copolymer template, Nano. Lett., vol. 1,
pp. 105108, 2001.
[4] L. R. Moore, M. Zborowki, L. Sun, and J. J. Chalmers, Lymphocyte
fractionation using immunomagnetic colloid and a dipole magnet flow
cell sorter,J. Biochem. Biophys. Meth., vol. 37, pp. 1133, 1998.
[5] A. Jordan, R. Scholz, P. Wust, H. Fahling, J. Krause, W. Wlodarczyk, B.
Sander, T. Vogl, and R. Felix, Effects of magnetic fluid hyperthermia
(MFH) on C3H mammary carcinoma in vivo, Int. J. Hyperthemia, vol.
13, pp. 587605, 1997.
[6] T. Goetze, C. Gansau, N. Buske, M. Roeder, P. Gornert, and M. Bahr,
Biocompatible core/shell nanoparticles, J. Magn. Magn. Mater., vol.
252, pp. 399402, 2002.
[7] B. Payet, D. Vincent, L. Delaunay, and G. Noyel, Influence of particle
size distribution on the initial susceptibility of magnetic fluids in the
Brown relaxation range, J. Magn. Magn. Mater., vol. 186, pp. 168174,
1998.
[8] P. C. Morais, A. L. Tronconi, and K. S. Neto, Electron paramagnetic
resonance linewidth of superparamagnetic particles, J. Appl. Phys., vol.
55, pp. 37443746, 1984.
[9] A. F. R. Rodriguez, A. C. Oliveira, P. C. Morais, D. Rabelo, and E. C.
D. Lima, Study of magnetic susceptibility of magnetite nanoparticles,
J. Appl. Phys., vol. 93, pp. 69636965, 2003.
[10] K. P. Belov, Electronic processes in magnetite (magnetite mysteries),
Sov. Phys. Usp., vol. 36, pp. 380388, 1993.
[11] P. C. Fannin, S. W. Charles, and T. Relihan, A study of the effect of an
external magnetic field on the resonant frequency of magnetic fluids,
J. Magn. Magn. Mater., vol. 162, pp. 319326, 1996.
J. Phys. IV France 125 (2005) 27-30
Ó EDP Sciences, Les Ulis
DOI: 10.1051/jp4:2005125007
Use of the photoacoustic spectroscopy in the investigation
of biocompatible magnetic fluids
J.G. Santos, L.B. Silveira, A.C. Oliveira and P.C. Morais
Universidade de Brasília, Instituto de Física, Núcleo de Física Aplicada, 70919-970,
Brasília-DF, Brazil
Abstract. In this study photoacoustic (PA) spectroscopy was used to investigate biocompatible magnetic
fluids (BMFs). The observed spectral features, in the 0.3 to 1.0 mm wavelength region, are discussed in
terms of three distinct bands (L, S, and C). Band-L, in the spectral range of 0.65 to 0.86 mm, is related to
the characteristic coating layer of the magnetic nanoparticle. Band-S, occurring around 0.50 mm, is
related to the metal-polyoxy-hydroxy surface layer built up at the surface during the nanoparticle
synthesis. Band-C (0.36 to 0.43 mm) is associated to the optical absorption of the semiconductor
magnetic nanoparticle. Features in band-L and band-S are discussed in terms of surface grafting
coefficient of the dextran and DMSA surface-coating agents. Distinct Fe
3
O
4
nanoparticles (average
diameters of 3.1 and 5.6 nm) are used as core materials and display the nanoparticle size effect.
1. INTRODUCTION
In recent years the design and synthesis of biocompatible magnetic fluids (BMFs) has attracted
intense interest, with special emphasis on their applications in cell sorting, contrast agents for
magnetic resonance imaging, and diagnosis and cancer therapy, among others [1]. In this study we
report on the room-temperature investigation of dextran and DMSA-coated (Dimercaptosuccinic
acid-coated) magnetite-based BMFs using Photoacustic Spectroscopy (PAS). Our investigation of the
two BMF samples using PAS is supported by transmission electron microscopy (TEM) data. Several
techniques, such as magnetic resonance [2,3] and Raman spectroscopy [4,5] have been recently used
in the investigation of the magnetic fluid properties. However, the increasing range of applications of
BMFs requires more detailed investigation of their properties, especially those related to the
molecular surface layer around the magnetic nanoparticle. PAS is a well-established, surface-based
experimental technique [6], with a wide range of applications in material science. Nevertheless, only
recently PAS has been used in the investigation of MF samples [7,8]. The features in the
photoacoustic (PA) spectra of the two BMF samples deposited as thin liquid films on top of inert
substrates will be used to draw conclusion about the suspend magnetic nanoparticles and the
corresponding surface coating layer.
2. EXPERIMENTAL DATA
Similarly to the standard procedure described in the literature [9] two preparations containing
dextran-coated and DMSA-coated Fe
3
O
4
nanoparticles, with mean diameter values (core sizes) of 3.1
and 5.6 nm, respectively, were used to produce stable BMF samples. The particle size histograms of
the magnetite nanoparticles used to produce the two BMF samples were obtained from the TEM
micrographs recorded from a Jeol-1011 system. The BMF samples, containing about 5×10
16
particle/cm
3
, were stabilized around pH7 and salinity of 0.9% NaCl. The PA spectra were recorded
JOURNAL DE PHYSIQUE IV
28
from the two BMF samples prepared as a thin film on top of a polished quartz substrate. Following
the standard experimental setup the BMF samples were enclosed in a sealed, high-performance, PA
cell at atmospheric pressure, coupled to a sensitive microphone. The light from a 150 watts Xe lamp
was dispersed by a 0.22 m double monochromator (Spex model 1680) and used as the variable
wavelength light source. The light was chopped at a frequency of a few hertz, to improve the signal-
to-noise ratio. For the two samples investigated, several PA features were observed in the wavelength
range of 0.3 to 1 mm, as shown in Fig. 1.
Figure 1. Photoacoustic spectra of the two BMF samples (dextran-coated and DMSA-coated) based on Fe
3
O
4
nanoparticles, in the 0.3-1.0 mm range.
3. DISCUSSION
The particle size data, obtained from TEM, were fitted using the lognormal distribution function, as
described in the literature [10]. The fitted average diameter of the magnetite nanoparticles for the
dextran-coated and DMSA-coated BMF samples were 3.1 ± 0.3 nm and 5.6 ± 0.2 nm, respectively.
As previously discussed [7,8] the data shown in Fig. 1 can be analyzed in terms of three distinct
bands (band-C, band-S, and band-L), in the wavelength range of our investigation (0.3 to 1.0 mm). An
intense band (band-C) was observed in the range of 0.36 to 0.43 mm in the two BMF samples. A less
intense structure (band-S) was observed around 0.50 mm, which is about the same intensity for both
BMF samples. Finally, in the 0.65 to 0.86 mm region a complex structure (band-L), very much similar
in the two BMF samples investigated (dextran-coated and DMSA-coated), was observed.
Differences and similarities of the features occurring in bands L, S, and C will be discussed
as follows. Except for the relative intensities band-L shows about the same features in all surface-
coated magnetite-based MF samples we have investigated so far, including samples coated with
organic molecules as different as oleic acid, citric acid, and oleoylsarcosine (data not shown). We
argue that such similarities have to do with the common functional group (carboxyl-group) used to
bind the organic-based molecules at the nanoparticle surface. Therefore, band-L is related to the
characteristics of the BMF stabilizing coating layer. Differences observed in the band-L, as far as the
PA signal intensity is concerned, has been interpreted as differences in the surface grafting coefficient
associated to the particular molecular coating agent used. Analysis of the PA spectra in Fig. 1 shows
that the band-L features around 0.74 mm are more intense (peak-to-valley ratio) in the DMSA-based
13
th
ICPPP
29
BMF sample containing 5.6 nm Fe
3
O
4
nanoparticles than in the dextran-coated BMF sample
containing 3.1 nm Fe
3
O
4
nanoparticles. This finding indicates that the DMSA-coating process was
more efficient for the 5.6 nm nanoparticles than the dextran-coating was for the 3.1 nm nanoparticles.
Band-S, on the other hand, has been related to the metal-poly-oxy-hydroxy surface layer built up at
the ferrite-based nanoparticle surface, which is particularly enriched by hydroxyl groups [11]. The
strong peak around 0.5 mm, observed in ionic MF samples [12], indicates the expected high surface
hydroxyl group grafting coefficient. The lower surface-grafting coefficient associated to hydroxyl
groups in surface-coated MF samples are in very good agreement with the relative reduction of the
PA signal intensity of the main feature in band-S. In particular, the absence of the main PA peak
around 0.5 mm in the oleoylsarcosine-coated magnetite-based MF sample indicates the relative
highest grafting coefficient of oleoylsarcosine in comparison to other surface-coated MF samples
(data not shown). In support to the relative intensities observed in the band-L region, analysis of the
PA spectra in Fig. 1 revel the corresponding reduction of the band-S signal (relative intensities) of the
DMSA-coated BMF sample in comparison to the dextran-coated BMF sample. As it should be
expected, the grafting coefficient associated to the coating layer (band-L) increases as the grafting
coefficient associated to the hydroxyl-related layer (band-S) reduces. At this point it is important to
mention that the features observed in both band-L and band-S are more likely related to d-d
transitions between T
1g
A
2g
(band-S) and T
2g
A
2g
(band-L) levels.
Whereas band-L and band-S have been respectively ascribed to the stabilizing coating layer
and the nanoparticle surface layer, band-C is related to the absorption of the incident light by the core
nanoparticle. At this point we should mention that the PA signal scales with the optical absorption
coefficient and, under low optical excitation intensities, the PA signal scales linearly with the optical
absorption coefficient. Further, the optical absorption edge of most bulk ferrite-based crystals is in the
range of 0.3 to 0.4 mm [13]. At this point it is important to mention that a semiconductor quantum dot
model has been successfully used to explain the charge-discharge mechanism as well as the stability
of aqueous colloids based on ferrite nanoparticles [14]. Therefore, the main feature of band-C in the
PA spectra shown in Fig. 1, particularly the sharp drop of the PA signal at decreasing wavelength, is
a signature of the optical processes near the semiconductor absorption edge. It should be observed
from Fig. 1 that band-C peaks at wavelength slightly shorter for the dextran-coated BMF sample than
for the DMSA-coated BMF sample. Such result reflects the slightly higher energy absorption edge for
the dextran-coated Fe
3
O
4
nanoparticles. Such energy upshift of band-C in the dextran-coated BMF
sample in comparison with the DMSA-coated BMF sample can be explained by the increasing of the
effective band-gap due to the stronger quantum confinement in the dextran-coated magnetite
nanoparticles, as a result of the smaller particle size (3.1 nm diameter).
4. CONCLUSION
In conclusion, the photoacoustic (PA) spectroscopy has been successfully used to investigate dextran-
coated and DMSA-coated magnetite-based biocompatible magnetic fluid samples containing
nanoparticles with distinct core sizes (3.1 nm and 5.6 nm in diameter). The photoacoustic spectra
were used to draw conclusions about the degree of the molecular surface-coating using dextran or
DMSA. The PA signal intensity in the band-L region reveals that the 5.6 nm magnetite nanoparticles
is more effectively coated with DMSA molecules than the 3.1 nm magnetite nanoparticles is surface-
coated with dextran. The PA signal in the band-S region supports the efficiency of the magnetite
surface-coating with DMSA. Finally, the difference in the photoacoustic signal observed in the band-
C region indicates the stronger quantum confinement effect in the 3.1 nm nanoparticles compared to
the 5.6 nm nanoparticles.
Acknowledgments
The authors acknowledge the Brazilian agencies FINATEC and CNPq for the financial support.
JOURNAL DE PHYSIQUE IV
30
References
[1] Berry C.C. and Curtis A.S.G., J. Phys. D: Appl. Phys. 36 (2003) R198-R206.
[2] Tronconi A.L., Morais P.C., Pelegrini F. and Tourinho F.A., J. Magn. Magn. Mater. 122 (1993)
90-92.
[3] Parekh K., Upadhyay R.V., Mehta R.V. and Srinivas D., J. Appl. Phys. 88 (2000) 2799-2804.
[4] Morais P.C., da Silva S.W., Soler M.A.G., Sousa M.H. and Tourinho F.A., J. Magn. Magn. Mater.
201 (1999) 105-109.
[5] Weber J.E., Goni A.R., Pusiol D.J., Thomsen C., Phys. Rev. E 66 (2002) 021407.
[6] Rosencwaig A. and Gersho A., J. Appl. Phys. 47 (1976) 64-69.
[7] Oliveira A.C., Tronconi A.L., Buske N. and Morais P.C., J. Magn. Magn. Mater. 252 (2002) 56-
58.
[8] Tronconi A.L., Oliveira A.C., Lima E.C.D. and Morais P.C., J. Magn. Magn. Mater. 272-276
(2004) 2335-2336.
[9] Goetze T., Gansau C., Buske N., Roeder M., Görnert P. and Bahr M., J. Magn. Magn. Mater. 252
(2002) 399-402.
[10] Lacava B.M., Azevedo R.B., Silva L.P., Lacava Z.G.M., Skeff Neto K., Buske N., Bakuzis A.F.
and Morais P.C., Appl. Phys. Lett. 77 (2000) 1876-1878.
[11] Morais P.C., da Silva S.W., Soler M.A.G. and Buske N., Biomol. Eng. 17 (2001) 41-49.
[12] Morais P.C., Tronconi A.L. and Oliveira A.C., Eur. Cells and Mater. 3 (S2) (2002) 19-21.
[13] Chiang Y.-M., Birnie III D. and Kingery W.D., Physical Ceramics: Principles for Ceramic
Science and Engineering (John Wiley, New York, 1997) pp. 101-184.
[14] Fanyao Q. and Morais P.C., J. Phys. Chem. B 104 (2000) 5232-5236.
The effect of the particle concentration in biocompatible magnetic fluids: A dynamical susceptibility
investigation
P.C. Morais*, J.G. Santos, L.B. Silveira, A.C. Oliveira
Universidade de Brasília, Instituto de Física, Núcleo de Física Aplicada, 70919-970, Brasília-DF, Brazil
Abstract
Room-temperature measurements of the susceptibility imaginary component of magnetic nanoparticles in
biocompatible magnetic fluids have been carried out in this study. We investigated the susceptibility peak
position of surface-coated magnetic nanoparticles as a function of the particle concentration in the range
of 10
14
to 10
16
particle/cm
3
. Magnetite nanoparticles were surface-coated with dextran and
dimercaptosuccinic acid before peptization as biocompatible magnetic fluids. Analyzes of the
susceptibility imaginary curves, in the limit of zero external fields, include both the particle size
polydispersity profile and particle-particle interaction.
Keywords: biocompatible magnetic fluids, magnetic measurements, dynamical susceptibility
*Corresponding author: Fax/Phone: (+55) 61-2723151/(+55) 61-2736655, E-mail: pcm[email protected]
(P.C.
Morais)
1
1. Introduction
In recent years the design and synthesis of biocompatible magnetic fluids has attracted intense
interest, with special emphasis on their applications in biomedicine [1,2]. This study reports on magnetic
investigation of dextran-coated and dimercaptosuccinic acid (DMSA)-coated magnetite-based
biocompatible magnetic fluids using initial dynamical susceptibility (DS) measurements. Here, special
emphasis is devoted to the concentration dependence of the susceptibility peak frequency (imaginary
component), in the limit of zero external fields. The susceptibility peak frequency behaviour is a key
aspect for magnetohyperthermia with application in cancer therapy [3].
2. Experimental results and discussion
The biocompatible magnetic fluid (BMF) samples were prepared according to the standard
procedure described in the literature [4]. The stock samples were diluted to produce five diluted samples
with particle concentration in the range of 10
14
to 10
16
particle/cm
3
. The transmission electron microscopy
(TEM) micrographs of the surface-coated magnetite nanoparticles samples were recorded using a Jeol-
1010 system. The particle size histograms obtained from the TEM data were curve-fitted using the
lognormal distribution function. The average particle diameter (diameter dispersion) obtained from the
TEM data were 3.1 nm (0.26) and 5.6 nm (0.22) for the dextran-coated and DMSA-coated magnetite
nanoparticles, respectively.
The room-temperature DS measurements (real and imaginary components), in the limit of zero
external fields (initial susceptibility), were carried out using a home-made Robinson oscillator operating
in the megahertz region (14 to 38 MHz). Such experimental setup has been successfully used to
investigate magnetic nanoparticles dispersed in polymeric-based composites [5,6]. The description of the
imaginary component (
χ
’’
) of the zero-field DS curve is based on the model discussed by El-Hilo et al.
[7]. The model allows one to include the particle-particle interaction via the effect of the particle
concentration upon the imaginary susceptibility component. Shortly, the initial susceptibility curve
description is provided by:
++=
0
3
0
)(),()(),()(),(" dVVfVTgCdVVfTgBdVVVfTgA
b
b
V
V
ωωωχ
, (1)
2
with g(ω,T ) = ωτ
0
exp(βKV)/[1+ωτ
0
exp(βKV)]. A, B and C are parameters obtained from the fitting of the
frequency-dependence of the zero-field DS curves. The first two integral in Eq. (1) account for non-
interacting nanoparticles as follows. The first integral describes the contribution due to the
superparamagnetic particles whereas the second integral accounts for the blocked nanoparticles. The third
integral on the right-hand side of Eq. (1) represents the contribution to the initial susceptibility due to
dipolar interaction. The particle volume polydispersity profile of the samples is accounted for by the
lognormal distribution function f(V) whereas g(
ω
,T) describes the Debye approximation with β = 1/kT.
The relaxation of the nanoparticle magnetic moment for uniaxial anisotropy is given by [5]:
(
kTEff = exp
0
)
, (2)
where E = KV + αµ
2
c is the height of the energy barrier. The first term in E describes the effective
anisotropy energy whereas the second term in E describes the dipolar interaction energy. The dipolar
coupling constant, particle magnetic moment, and particle concentration are described by α, µ = M
S
V, and
c, respectively.
Figs. 1 and 2 show the imaginary components (zero-field data) of the susceptibility (DS) of
dextran- and DMSA-coated magnetite nanoparticles dispersed as MF samples, respectively. The
nanoparticle concentration for both samples was varied in the range of 10
14
to 10
16
particle/cm
3
. Note
from Figs. 1 and 2 the presence of three well-defined DS peaks around 22 MHz, 31 MHz, and 35 MHz
named P1, P2, and P3, respectively. In addition, note that all the DS peaks show a tendency to shift to
higher frequencies upon dilution (top to bottom) of the MF sample.
Symbols in Figs. 3, 4, and 5 represent the DS peak positions P1, P2, and P3 as a function of the
nanoparticle concentration, respectively. Using Eq. (1) the peak positions were obtained by fitting the
three structures observed in the imaginary components of the DS susceptibility curves shown in Figs. 1
and 2.
Solid lines in Figs. 3, 4, and 5 represent the best fit of the data according to Eq. (2). Note from
Figs. 3 through 5 that the data related to the dextran-coated () nanoparticles are always running below
the data related to the DMSA-coated () nanoparticles. According to Eq. (2) this finding indicates a
3
difference in the effective anisotropy energy (KV) between the two samples. As the average particle
diameter of magnetite surface-coated with dextran (3.1 nm) is smaller than the average particle diameter
of the DMSA-coated magnetite (5.6 nm) the effective anisotropy constants of the two samples are quite
different. From the fitting of our data we found the values of 4.6×10
5
J/m
3
and 7.8×10
4
J/m
3
for the
effective anisotropy constant of the dextran-coated and DMSA-coated magnetite nanoparticles. Such
difference in the effective anisotropy values could be due to both the difference in the surface-coating
species and different contributions due to surface anisotropy. The anisotropy constant of bulk magnetite is
about 1.9×10
4
J/m
3
[9].
3. Conclusion
In summary, dynamic susceptibility measurements were used to investigate magnetite-based
biocompatible magnetic fluid samples. Two distinct surface-coating molecular species were used to
produce the magnetic fluid samples, namely dextran and dimercaptosuccinic acid. Three well-resolved
peaks were identified in the susceptibility imaginary curves. The peak positions were investigated as a
function of the particle concentration in the range of 10
14
to 10
16
particle/cm
3
. The susceptibility
imaginary component analyzes took into account the superparamagnetic particles, the blocked particles,
particle-particle interaction, and the particle size polydispersity profile. Our investigation shows a huge
difference between the effective anisotropy constants of the two samples. We found the values of 4.6×10
5
J/m
3
and 7.8×10
4
J/m
3
for the effective anisotropy constant of the dextran-coated and DMSA-coated
magnetite nanoparticles, respectively. These values are different from one another and from the bulk
value (1.9×10
4
J/m
3
). Such difference in the effective anisotropy values could be due to both the
difference in the surface-coating species and different contributions due to surface anisotropy.
Acknowledgments
This work was partially supported by the Brazilian agencies FINATEC and CNPq.
4
References
[1] C.C. Berry, A.S.G. Curtis, J. Phys. D: Appl. Phys. 36 (2003) R198-R206
[2] M.H.A. Guedes, M.E.A. Guedes, P.C. Morais, M.F. da Silva, T.S. Santos, J.P. Alves Jr., C.E. Bertelli,
R.B. Azevedo, Z.G.M. Lacava, J. Magn. Magn. Mater. 272-276 (2004) 2406-2407.
[3] M.H.A. Guedes, N. Sadeghiani, D.L.G. Peixoto, J.P. Coelho, L.S. Barbosa, R.B. Azevedo, S.
Kückelhaus, M.F. Da Silva, P.C. Morais, Z.G.M. Lacava, J. Magn. Magn. Mater. 293 (2005) 283-286.
[4] T. Goetze, C. Gansau, N. Buske, M. Roeder, P. Gornert, M. Bahr, J. Magn. Magn. Mater. 152 (2002)
399-402.
[5] A.F.R. Rodriguez, A.C. Oliveira, P.C. Morais, D. Rabelo, E.C.D. Lima, J. Appl. Phys. 93 (2003)
6963-6965.
[6] L.B. Silveira, J.G. Santos, A.C. Oliveira, A.C. Tedesco, J.M. Marchetti, E.C.D. Lima, P.C. Morais, J.
Magn. Magn. Mater. 272-276 (2004) 1195-1196.
[7] M. El-Hilo, K. O`Grady, R.W. Chantrell, J. Magn. Magn. Mater. 114 (1992) 295-306.
[8] L. Néel, C.R. Acad. Sci. 228 (1949) 664-666.
[9] B. Payet, D. Vincent, L. Delaunay, G. Noyel, J. Magn. Magn. Mater. 186 (1998) 168-174.
5
Figure captions
Fig. 1. Zero-field imaginary components of the dynamical susceptibility. Curves labelled a, b, c, d, and e
correspond to the dextran-coated MF samples containing 4.8×10
16
; 2.4×10
16
; 9.6×10
15
, 4.8×10
15
, and
4.8×10
14
particle/cm
3
, respectively.
Fig. 2. Zero-field imaginary components of the dynamical susceptibility. Curves labelled a, b, c, d, and e
correspond to the DMSA-coated MF samples containing 4.9×10
16
; 2.4×10
16
; 9.6×10
15
, 4.9×10
15
, and
4.9×10
14
particle/cm
3
, respectively.
Fig. 3. Peak frequency (P1) versus nanoparticle concentration. Symbols represent the best fitted values of
the P1 peak position for the dextran-coated () and DMSA-coated () samples. Solid lines represent the
best fitting of the data using Eq. (2).
Fig. 4. Peak frequency (P2) versus nanoparticle concentration. Symbols represent the best fitted values of
the P2 peak position for the dextran-coated () and DMSA-coated () samples. Solid lines represent the
best fitting of the data using Eq. (2).
Fig. 5. Peak frequency (P3) versus nanoparticle concentration. Symbols represent the best fitted values of
the P3 peak position for the dextran-coated () and DMSA-coated () samples. Solid lines represent the
best fitting of the data using Eq. (2).
6
Fig. 1.
7
Fig. 2.
8
Fig. 3.
9
Fig. 4.
10
Fig. 5.
11
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo