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A
LTERAÇÕES
H
ISTOLÓGICAS DA
G
LÂNDULA
S
UBLINGUAL
H
UMANA COM A
I
DADE
.
E
STUDO
M
ORFOMÉTRICO
Carla Ruffeil Moreira
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia de Bauru, da Universidade de
São Paulo, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Mestre em
Odontologia, área de Estomatologia.
(Edição Revisada)
B
AURU
2005
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A
LTERAÇÕES
H
ISTOLÓGICAS DA
G
LÂNDULA
S
UBLINGUAL
H
UMANA COM A
I
DADE
.
E
STUDO
M
ORFOMÉTRICO
Carla Ruffeil Moreira
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia de Bauru, da Universidade de São
Paulo, como parte dos requisitos para obtenção
do título de Mestre em Odontologia, área de
Estomatologia.
Orientador: Prof. Dr. José Humberto Damante
(Edição Revisada)
B
AURU
2005
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Moreira, Carla Ruffeil
M813a Alterações histológicas da glândula sublingual humana com a
idade. Estudo morfométrico /Carla Ruffeil Moreira – Bauru, 2005.
74p; il.; 30cm
Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Odontologia de Bauru. USP.
Orientador: Prof. Dr. José Humberto Damante
A
utorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a
reprodução total ou parcial desta dissertação, por processos fotocopiadores
e/ou meios eletrônicos.
Assinatura do autor: ______________________________
Data: ___/ ___/ 2005.
Comitê de Ética em Pesquisa da FOB
No. do Protocolo: 606/03
Data: 18 de março de 2003.
ii
CARLA RUFFEIL MOREIRA
10 de janeiro de 1979
Belém – PA
Nascimento
Filiação Carlos Guilherme Lavor Moreira
Maria da Conceição Ruffeil Moreira
1997-2002 Curso de Odontologia – Faculdade de
Odontologia da Universidade Federal do Pará
1998-2001 Programa de Iniciação Científica – PIPES –
UFPA
2003-2005 Curso de Pós-Graduação em nível de
Mestrado – Faculdade de Odontologia de
Bauru – USP
Associações ABO – Associação Brasileira de Odontologia
IADR – Internacional Association for Dental
Research
SBPqO – Sociedade Brasileira de Pesquisa
Odontológica
SOBE – Sociedade Brasileira de
Estomatologia
iii
Aos meus pais,
irmão e família.
iv
Ao Prof. Dr. José Humberto Damante
Além do profissionalismo admirável, o caráter e a humildade fazem com que
sua orientação não se limite a trabalhos científicos. Pela dedicação peculiar,
entrega e sensibilidade, que o tornam esse ser humano,
MINHA SINCERA GRATIDÃO
Ao Prof. Dr. Rumio Taga
O incentivo e a solicitude fizeram com que, através de colocações precisas e
oportunas, sua orientação se tornasse um privilégio.
MEU AGRADECIMENTO ESPECIAL
v
AGRADECIMENTOS
À Faculdade de Odontologia de Bauru, na pessoa de sua diretora, Profa.
Dra. Maria Fidela de Lima Navarro.
À Comissão de Pós-graduação, na pessoa de seu coordenador, Prof. Dr.
José Carlos Pereira.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP,
pelo investimento através da bolsa de mestrado (02/11883-6).
Aos professores e funcionários do Departamento de Estomatologia
(Disciplinas de Radiologia, Estomatologia e Cirurgia), Profa. Dra. Ana Lúcia
Álvares Capelozza, Prof. Dr. Eduardo Sant’Ana, Profa. Dra. Izabel Regina
Fischer Rubira-Bullen, Prof. Dr. Júlio de Araújo Gurgel, Prof. Dr. Luiz
Eduardo Montenegro Chinellato, Prof. Dr. Osny Ferreira Júnior, Prof. Dr.
Paulo Perri, Camila Medina, David Almeida, Fernanda Cavalari, Josieli
Farinha, José Messias, Marília Gião, Roberto Sales, Walderez Alves.
Aos professores e funcionários do Departamento de Ciências Biológicas
(Disciplina de Histologia), Prof. Dr. Antônio Carlos Marconi Stipp, Prof. Dr.
Gerson Francisco de Assis, Daniele Ceolin, Aldivina da Silva, Tânia Cestari,
Beonildes Terezinha Ruiz.
Aos professores e funcionários do Departamento de Estomatologia
(Disciplina de Patologia), Prof. Dr. Alberto Consolaro, Prof. Dr. Antônio
Taveira, Profa. Dra. Denise Oliveira, Profa. Dra. Vanessa Lara, Maria
Cristina Felipe, Fátima Silveira, Valdir João Afonso.
Aos amigos do curso de Pós-graduação (mestrado), Etiene Munhoz, Ligia
Schmitd, Marcelo Zanda, Márcia Malmström e Renato Yaedú.
Aos colegas do curso de Pós-graduação (doutorado), Cássia Rubira, Cláudio
Xavier, Eduardo Gonçales, Fernando Giglio, Flávio Amado e Luís Fernando
Sant’Ana.
À Profa. Dra. Luciana Reis de Azevedo.
Ao Prof. Dr. José Roberto Lauris.
Aos funcionários do Serviço de Verificação de óbitos da Capital (SVOC).
vi
Aos profissionais do Setor de Cirurgia Buco-maxilo-facial do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
A todos os demais funcionários da Faculdade de Odontologia de Bauru.
Às professoras da Universidade Federal do Pará, Profa. Dra. Cecy Martins
Silva e Profa. Dra. Regina Feio Barroso, pela orientação durante a iniciação
científica.
Aos professores da Universidade Federal do Pará, Prof. Armando Ferreira,
Prof. Érick Pedreira, Prof. Dr. Fabrício Tuji, Profa. Flávia Pontes, Prof. Hélder
Pontes e Prof. Dr. João Pinheiro, pelo incentivo constante.
Às amigas Ana Raquel Benetti, Graziella Danin, Ligia Schmitd e Tatiane
Mota, pela convivência diária.
Aos amigos que, apesar de distância, se fazem presentes... Bruna Aquino
Ilana Levy, Karla Lobato, Kleber Vieira, Mariella Braga, Nathália Cunha,
Rodrigo Matoso, Rodrigo Salim e Tatiana Athayde.
Aos amigos Adilson Furuse, Alex Pozzobon, Augusto Bodanezi, Ana Carolina
Leão, Angélica Hannas, Luciana Marocchio, Patrícia Andrade e a todos que,
direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.
vii
SUMÁRIO
L
ISTA DE
F
IGURAS
...................................................................................... x
L
ISTA DE
T
ABELAS
...................................................................................... xii
R
ESUMO
.................................................................................................... xiv
1 I
NTRODUÇÃO
........................................................................................... 1
2 R
EVISÃO DA
L
ITERATURA
.......................................................................... 4
2.1 Trabalhos específicos........................................................................ 5
2.2 Efeitos do envelhecimento nas glândulas salivares.......................... 6
3 P
ROPOSIÇÃO
........................................................................................... 13
4 M
ATERIAL E
M
ÉTODOS
............................................................................. 15
4.1 Material............................................................................................... 16
4.1.1 Obtenção das glândulas sublinguais humanas............................... 16
4.2 Métodos.............................................................................................. 18
4.2.1 Procedimentos histológicos............................................................. 18
4.2.2 Análise morfométrica....................................................................... 19
4.2.2.1 Avaliação da densidade da glândula sublingual.......................... 19
4.2.2.2 Determinação da retração provocada pelo processamento
histológicos...............................................................................................
19
4.2.2.3 Estimativa do volume glandular processado................................ 20
4.2.2.4 Sistema-teste utilizado nas avaliações morfométricas................. 20
4.2.2.5 Casualização dos campos microscópicos.................................... 21
4.2.2.6 Determinação da densidade de volume (Vvi) de cada
componente glandular..............................................................................
22
4.2.2.7 Determinação do coeficiente de variação da média.................... 24
4.2.2.8 Determinação do volume absoluto de cada estrutura.................. 24
4.2.3 Critérios adotados nas quantificações............................................ 24
4.2.4 Análise estatística........................................................................... 32
5 R
ESULTADOS
........................................................................................... 33
5.1 Densidade de volume......................................................................... 34
5.1.1 Densidade de volume de ácinos..................................................... 34
5.1.2 Densidade de volume de ductos..................................................... 35
5.1.3 Densidade de volume de estroma................................................... 37
5.1.4 Densidade de volume de tecido adiposo........................................ 38
5.1.5 Densidade de volume de septos..................................................... 39
5.1.6 Densidade de volume de parênquima e de estroma total............... 40
5.2 Comparação da densidade de volume entre gêneros....................... 41
5.3 Coeficiente de variação (Erro)............................................................ 42
5.4 Volume glandular e volume absoluto por componente...................... 43
5.4.1 Relação parênquima/estroma e ácinos/ductos.............................. 45
6 D
ISCUSSÃO
............................................................................................. 47
6.1 Da metodologia.................................................................................. 48
6.1.1 Da casualização dos campos microscópicos.................................. 48
6.1.2 Dos critérios adotados nas quantificações...................................... 49
6.2 Dos resultados................................................................................... 50
6.2.1 Da densidade de volume................................................................. 50
6.2.1.1 Densidade de volume de ácinos.................................................. 50
6.2.1.2 Densidade de volume de ductos.................................................. 51
6.2.1.3 Densidade de volume de estroma................................................ 52
6.2.1.4 Densidade de volume de tecido adiposo..................................... 53
6.2.1.5 Densidade de volume de septos.................................................. 53
6.2.1.6 Densidade de volume de parênquima e de estroma total............ 54
6.2.2 Da comparação entre gêneros........................................................ 54
6.2.3 Do coeficiente de variação (Erro).................................................... 55
6.2.4 Dos volumes glandular e absoluto por componente....................... 56
6.2.4.1 Da relação parênquima/estroma e ácinos/ductos....................... 58
7 C
ONCLUSÕES
.......................................................................................... 59
A
NEXOS
..................................................................................................... 61
R
EFERÊNCIAS
B
IBLIOGRÁFICAS
................................................................... 67
A
BSTRACT
.................................................................................................. 73
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Esquema mostrando as secções transversais da glândula
sublingual durante a macroscopia............................................................
18
FIGURA 2 – Retículo de integração II Zeiss............................................ 21
FIGURA 3 – Esquema de casualização sistemática que representa um
corte de glândula sublingual. Os quadrados preenchidos representam
os campos a serem contados..................................................................
22
FIGURA 4 – Determinação da densidade de volume de cada estrutura
pela contagem de pontos. Esquema ilustrativo........................................
23
FIGURA 5 – Ácinos mucosos da glândula sublingual. Mulher de 47
anos. (H.E.; aumento 550X).....................................................................
25
FIGURA 6 – Ducto excretor interlobular (*) da glândula sublingual.
Mulher de 39 anos. (H.E.; aumento 550X)...............................................
26
FIGURA 7 – Estruturas ductiformes e tecido conjuntivo (setas) em
sublingual atrófica. Homem de 70 anos. (H.E.; aumento 550X)..............
26
FIGURA 8 – Células do sangue e vasos (setas) em glândula
sublingual. Mulher de 39 anos. (H.E.; aumento 550X).............................
27
FIGURA 9 – Infiltrado inflamatório (*) em glândula sublingual. Mulher
de 73 anos. (H.E.; aumento 550X)...........................................................
27
FIGURA 10 – Epitélio do soalho bucal e tecido conjuntivo subjacente.
Mulher de 59 anos. (H.E.; aumento 550X)...............................................
28
FIGURA 11 – Interface entre glândula sublingual (*) e glândula
submandibular (). Homem de 40 anos. (H.E.; aumento 128X)..............
28
FIGURA 12 – Espaço vazio (*) em glândula subingual. Mulher de 59
anos. (H.E.; aumento 550X).....................................................................
29
FIGURA 13 – Células adiposas (setas) entre ácinos da glândula
sublingual. Homem de 30 anos. (H.E.; aumento 550X)...........................
29
FIGURA 14 – Substituição por tecido adiposo (setas) e tecido
conjuntivo (*). Homem de 85 anos. (H.E.; aumento 550X)......................
30
FIGURA 15 – Septo interlobular (*) em glândula sublingual. Homem de
11 anos. (H.E.; aumento 550X)................................................................
30
x
FIGURA 16 – Cápsula da glândula sublingual (*). Homem de 11 anos.
(H.E.; aumento 550X)...............................................................................
31
FIGURA 17 – Autólise acinar (*) em glândula sublingual. Homem de 70
anos. (H.E.; aumento 550X).....................................................................
31
FIGURA 18 – Valores médios da densidade de volume dos
componentes glandulares nos três grupos estudados.............................
34
FIGURA 19 – Distribuição da densidade de volume de ácinos dos
indivíduos segundo a idade......................................................................
35
FIGURA 20 – Distribuição da densidade de volume de ductos dos
indivíduos segundo a idade......................................................................
36
FIGURA 21– Distribuição da densidade de volume de estroma dos
indivíduos segundo a idade......................................................................
37
FIGURA 22– Distribuição da densidade de volume de tecido adiposo
dos indivíduos segundo a idade...............................................................
38
FIGURA 23 – Distribuição da densidade de volume de septos dos
indivíduos segundo a idade......................................................................
39
FIGURA 24 – Valores médios da densidade de volume de parênquima
e de estroma total nos três grupos estudados.........................................
40
FIGURA 25 – Distribuição da densidade de volume de parênquima dos
indivíduos segundo a idade......................................................................
41
FIGURA 26 – Distribuição da densidade de volume de estroma total
dos indivíduos segundo a idade...............................................................
41
FIGURA 27 – Valores médios da densidade de volume dos vários
componentes glandulares nos gêneros masculino e feminino.................
42
FIGURA 28 – Distribuição do volume glandular dos indivíduos segundo
a idade......................................................................................................
43
FIGURA 29 – Distribuição da relação parênquima/estroma dos
indivíduos segundo a idade......................................................................
45
FIGURA 30 – Distribuição da relação ácinos/ductos dos indivíduos
segundo a idade.......................................................................................
45
xi
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Distribuição dos indivíduos da amostra segundo a idade e
o gênero...................................................................................................
17
TABELA 2 – Média da densidade de volume de ácinos nos três grupos
estudados.................................................................................................
35
TABELA 3 – Diferenças percentuais entre as médias da densidade de
volume de ácinos dos três grupos estudados..........................................
35
TABELA 4 – Média da densidade de volume de ductos nos três grupos
estudados.................................................................................................
36
TABELA 5 – Diferenças percentuais entre as médias da densidade de
volume de ductos dos três grupos estudados..........................................
36
TABELA 6 – Média da densidade de volume de estroma nos três
grupos estudados.....................................................................................
37
TABELA 7 – Diferenças percentuais entre as médias da densidade de
volume de estroma dos três grupos estudados.......................................
37
TABELA 8 – Média da densidade de volume de tecido adiposo nos três
grupos estudados.....................................................................................
38
TABELA 9 – Diferenças percentuais entre as médias da densidade de
volume de tecido adiposo dos três grupos estudados.............................
38
TABELA 10 – Média da densidade de volume de septos nos três
grupos estudados.....................................................................................
39
TABELA 11 – Diferenças percentuais entre as médias da densidade de
volume de septos dos três grupos estudados..........................................
39
TABELA 12 – Média da densidade de volume de parênquima e de
estroma total nos três grupos estudados.................................................
40
TABELA 13 – Média da densidade de volume dos vários componentes
glandulares nos gêneros masculino e feminino.......................................
42
TABELA 14 – Coeficiente de variação médio dos componentes
glandulares nos três grupos estudados...................................................
43
TABELA 15 – Volume glandular médio (cm
3
) nos três grupos
estudados.................................................................................................
44
xii
TABELA 16 – Volume glandular médio (cm
3
) nos gêneros masculino e
feminino....................................................................................................
44
TABELA 17 – Volume absoluto médio (V
T
), em cm
3
, dos vários
componentes glandulares nos três grupos estudados.............................
44
TABELA 18 – Média da relação parênquima/estroma nos três grupos
estudados.................................................................................................
45
TABELA 19 – Média da relação ácinos/ductos nos três grupos
estudados.................................................................................................
46
TABELA 20 – Volume glandular médio (cm
3
) nos três grupos
estudados considerando o grupo I com 15 indivíduos.............................
57
xiii
Resumo
___________________________ ___Resumo
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar as modificações morfológicas
quantitativas em glândulas sublinguais humanas relacionando-as com a idade
cronológica e o gênero. Noventa glândulas sublinguais direitas de cadáveres
humanos foram distribuídas por gênero e grupo etário para a análise
morfométrica dos vários componentes glandulares e do volume glandular. Os
indivíduos de idades variando entre 7 meses e 92 anos foram divididos nos
grupos I (0-30 anos, n=25), II (31-60 anos, n=30) e III (61-92 anos, n=35). As
contagens foram realizadas em microscópio óptico, usando objetiva 40x e
ocular Kpl 8x contendo um retículo de integração constituído por 100 pontos
simetricamente distribuídos. A densidade de volume de ácinos, ductos,
estroma, tecido adiposo e septos foi avaliada em 51 campos histológicos por
glândula, selecionados por amostragem sistemática. A análise dos resultados
mostrou diminuição de 56,35% na densidade de volume de ácinos (p< 0,0001)
e 35% na de septos (p< 0,0001) e, paralelamente, a ocorrência de aumento de
59,79%, 517,82% e 738,36% na densidade de volume de ductos (p= 0,0275),
estroma (p< 0,0001) e tecido adiposo (p< 0,0001), respectivamente. O volume
glandular diminuiu, em média, 33,73% (p= 0,0005). Não houve diferença
estatisticamente significante entre gêneros (p> 0,05). Ocorreu a diminuição do
parênquima e o aumento do estroma com o envelhecimento.
xi
Introdução
Introdução
2
1 INTRODUÇÃO
A glândula sublingual é a menor das três glândulas salivares maiores
e está situada sob a mucosa que reveste o soalho da boca. Algumas
condições sistêmicas podem estar associadas com tumefações não
neoplásicas de glândulas salivares maiores, como: diabete melito,
alcoolismo, amiloidose, sarcoidose, Síndrome de Sjögren, mixoedema,
bulimia; má nutrição (FULOP
12
, 1989; CAWSON; BINNIE; EVESON
5
, 1995;
NEVILLE et al.
18
, 1995; TAGAWA et al.
29
, 1996); drogas (BOSCH et al.
2
,
1986; TAGAWA et al.
29
, 1996). Fatores locais como sialoadenites,
sialolitíases, sialoses e lesão linfoepitelial benigna também podem ocasioná-
las (CAWSON; BINNIE; EVESON
5
, 1995; NEVILLE et al.
18
, 1995).
Alguns pacientes desdentados parciais ou totais podem apresentar
tumefações não neoplásicas relacionadas às glândulas sublinguais que
dificultam a adaptação de próteses, às vezes necessitando tratamento
cirúrgico (CAMPOS
3
, 1996; DAMANTE et al.
7
, 1999; IWAKI FILHO
13
, 1999).
Poucos estudos vem sendo realizados com o objetivo de esclarecer a
etiologia de tais tumefações. Na literatura, há quem as classifique como
variações normais, resultantes apenas da reabsorção do rebordo alveolar
(CASTRO
4
, 1995). Entretanto, já foram descritas como hiperplasia das
glândulas sublinguais (CAMPOS
3
, 1996).
A observação clínica destas alterações somada à falta de informação
sobre a conduta e o tratamento dos pacientes levou a um estudo clínico e
microscópico in vivo (DAMANTE et al.
7
, 1999; IWAKI FILHO
13
, 1999). Atrofia
acinar, aumento de estruturas ductiformes e substituição do parênquima por
fibrose e tecido adiposo foram os principais aspectos microscópicos
observados. A etiologia do quadro ficou a esclarecer, sendo o
envelhecimento um dos possíveis fatores mencionados e discutidos. A
ausência de estudos anteriores e, até mesmo, de padrões de normalidade
da glândula sublingual humana, limitaram as conclusões.
Em 2003, um estudo morfológico descritivo em diferentes faixas
etárias objetivando reconhecer as alterações histológicas ao longo dos anos
Introdução
3
foi realizado em glândulas sublinguais de cadáveres humanos. Foi estimado
o envelhecimento glandular como um processo que se inicia pela atrofia de
ácinos seguido do aumento do número de ductos e/ou estruturas
ductiformes que resulta na substituição do parênquima por tecidos adiposo
e/ou fibroso (AZEVEDO
1
, 2003).
O problema clínico das tumefações não neoplásicas do soalho bucal
de desdentados não pôde ser explicado (CAMPOS
3
, 1996; DAMANTE et
al.
7
, 1999; IWAKI FILHO
13
, 1999; AZEVEDO
1
, 2003). Permaneceu a dúvida
se o processo de substituição redundaria no aumento do volume glandular.
Este trabalho, envolvendo morfometria do parênquima e do estroma de
glândulas sublinguais humanas em relação com a idade, é uma continuidade
dos estudos acima referidos. Tem como objetivo quantificar as alterações
morfológicas ao longo da vida e suas possíveis relações com os gêneros
masculino e feminino.
Revisão de Literatura
_____________________________ Revisão de Literatura
5
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Trabalhos específicos
Em 1996, em estudo inédito, CAMPOS
3
descreveu tumefações
assintomáticas do soalho bucal em alguns pacientes desdentados. Ele as
considerou entidade patológica, denominando-as de “hiperplasia das
glândulas sublinguais”. Foram relatados 12 casos de pacientes de ambos os
gêneros, entre 26 e 67 anos de idade. Os indivíduos apresentavam
tumefações sublinguais uni ou bilaterais, assintomáticas, que protruíam do
soalho da boca, eram macias à palpação e recobertas por mucosa normal. O
tempo de evolução era desconhecido. Fatores locais foram descartados
como possíveis causas. Todas as hiperplasias estavam associadas com
perda total ou parcial de dentes posteriores inferiores. Desta forma, o autor
sugeriu que a perda dos dentes teria contribuição no surgimento das
hiperplasias, já que não conseguiu relacioná-las com nenhuma outra causa
mais específica.
Em 1999, IWAKI FILHO
13
analisou clinica e microscopicamente as
tumefações do soalho de boca em desdentados parciais ou totais, propondo
estabelecer a epidemiologia das tumefações do soalho, considerando idade
cronológica, gênero, raça e lado de ocorrência. Foram obtidas vinte e quatro
peças contendo glândulas sublinguais de dezenove pacientes (15 do gênero
feminino e 4 do masculino, com idade variando de 48 a 74 anos) no período
entre 1985 e 1999. O tratamento cirúrgico teve razões protéticas ou
parafuncionais. Apesar do aspecto clínico alterado, seis glândulas foram
consideradas histologicamente normais. Nas 18 glândulas restantes, entre
outras, foram observadas as seguintes alterações: atrofia acinar, aumento
no número de ductos e/ou estruturas ductiformes e, fibrose intersticial. As
tumefações ocorreram principalmente em mulheres após a quarta década de
vida, sempre associadas com ausência de dentes posteriores inferiores. O
autor especulou sobre a etiologia, que julgou multifatorial com ênfase no
processo de envelhecimento das glândulas sublinguais. Finalmente, pelas
características clínicas e microscópicas das tumefações do soalho bucal em
_____________________________ Revisão de Literatura
6
desdentados, o autor sugeriu que elas fossem reconhecidas como entidade
nosológica.
Em 2003, AZEVEDO
1
realizou um estudo microscópico morfológico
descritivo ressaltando os efeitos do envelhecimento nas glândulas salivares
sublinguais humanas, relacionando-os com o gênero e com a idade. Cento e
oitenta e seis glândulas sublinguais humanas foram obtidas por meio de
necropsias junto ao Serviço de Verificação de Óbitos da Capital, na
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Critérios de exclusão
envolveram quaisquer condições patológicas em vida que pudessem
influenciar a histologia glandular “post mortem” (SCOTT
22
, 1977a). Os
indivíduos foram distribuídos em três grupos etários: I (0-30 anos); II (31-60
anos) e III (61-90 anos). O material foi analisado microscopicamente e os
achados histológicos foram: 1) atrofia acinar, 2) ductos e/ou estruturas
ductiformes, 3) infiltrado mononuclear, 4) substituição do parênquima por
tecido fibroso e/ou adiposo, 5) oncocitose e 6) vasos sangüíneos congestos.
O envelhecimento da glândula sublingual foi considerado marcante, tendo
início com a atrofia acinar, seguido do aumento do número de ductos e/ou
estruturas ductiformes, resultando na substituição do parênquima por tecidos
adiposo e/ou fibroso. Outras observações incluíram a mudança do infiltrado
mononuclear de focal para difuso e o aumento da oncocitose e de vasos
sangüíneos congestos com a idade. Não houve diferenças estatisticamente
significantes entre gêneros.
2.2 Efeitos do envelhecimento nas glândulas salivares
Alguns estudos têm objetivado esclarecer qualitativa e
quantitativamente os efeitos do envelhecimento nas glândulas salivares.
Porém, no que concerne ao estudo de glândulas salivares sublinguais
humanas, a literatura é escassa e o conhecimento acumulado sobre as
alterações das glândulas salivares com a idade decorre de alguns estudos
post mortem em humanos e outros estudos em animais. Tais estudos
envolveram, principalmente, parótidas, submandibulares, glândulas labiais e
palatinas.
_____________________________ Revisão de Literatura
7
Em 1973, WATERHOUSE et al.
32
fizeram o primeiro estudo
quantitativo avaliando a substituição do parênquima por tecido adiposo e
tecido conjuntivo, em glândulas submandibulares humanas. Uma
modificação do método morfométrico de contagem de pontos de
CHALKLEY
6
(1943) para determinar o volume relativo de constituintes
teciduais foi aplicada às glândulas submandibulares de 42 indivíduos (6 em
cada década de vida entre 5 e 84 anos) de uma série de 211 necropsias,
consecutivas. Uma redução gradual significativa do volume ocupado pelo
parênquima glandular foi observada com a idade, devido a sua substituição
por tecido conjuntivo e adiposo. Neste estudo, o maior volume ocupado pelo
parênquima glandular foi de 76%, (na faixa etária de 5-14 anos) e o menor,
30% (na faixa etária 75-84 anos). Houve perda de até 25% do volume de
células secretoras entre a infância e a velhice. Os resultados evidenciaram
que a diminuição das células do parênquima estava relacionada com
alterações do envelhecimento.
Em 1975, SCOTT
21
estudou as diferenças entre o volume da glândula
submandibular humana com relação à idade, gênero e lado. Cento e
cinqüenta e três glândulas submandibulares foram obtidas por necropsias de
indivíduos entre 16 e 95 anos e os seus volumes avaliados por
deslocamento de líquido de baixa densidade. O autor relatou grande
variação do volume glandular, não só entre indivíduos como também entre
os lados direito e esquerdo. Houve diferença estatisticamente significante
entre os gêneros, sendo as glândulas masculinas mais volumosas. Em
mulheres idosas, foi observada diminuição estatisticamente significante do
volume glandular.
Em 1977a, SCOTT
22
realizou um estudo histológico quantitativo sobre
as mudanças causadas pelo envelhecimento em glândulas submandibulares
humanas. Uma glândula submandibular de cada uma das 96 necropsias foi
utilizada e o total foi distribuído por gênero e idade entre 16-95 anos, em 3
grupos: 16-35 anos (jovem), 36-75 anos (meia-idade) e 76-95 anos (idoso).
As seguintes condições clínicas constituíram-se em critérios de exclusão da
amostra: obesidade, caquexia, história recente de administração de drogas
_____________________________ Revisão de Literatura
8
citotóxicas ou radioterapia à região de cabeça e pescoço, diagnóstico de
leucemia, linfoma, doenças do colágeno, Síndrome de Sjögren,
mucoviscidose, diabete melito, cirrose hepática e autólise severa. O autor
observou que, durante oito décadas, os ácinos perderam em média 40% de
volume em relação ao grupo jovem. Em contrapartida, o volume de ductos
sofreu um crescimento gradual em torno de 30% com o aumento da idade.
Houve substituição contínua do parênquima por tecido fibroso e tecido
adiposo e o aumento de volume dos vasos foi relacionado com o aumento
da prevalência de doenças vasculares degenerativas que acompanham o
envelhecimento.
Em 1980, SCOTT
24
realizou um estudo histológico qualitativo e
quantitativo em glândulas salivares labiais humanas. Os espécimes, obtidos
em 70 necropsias, foram distribuídos em 3 grupos etários: 18-40 anos, 41-65
anos e 66-90 anos. Os critérios de exclusão da amostra e o processamento
do material obtido foram os mesmos de trabalhos anteriores (SCOTT
22
,
1977a; SCOTT
23
, 1977b). A análise morfométrica da densidade de volume
de ácinos, ductos, tecido adiposo e outros tecidos foi realizada com objetiva
de 100X e retículo com 25 pontos. Houve grande variação na histologia dos
diferentes espécimes. Os efeitos do envelhecimento em glândulas labiais
foram semelhantes àqueles encontrados em glândulas submandibulares.
Assim, atrofia acinar, dilatação ductal, hiperplasia ductal e fibrose
aumentaram com a idade. Ocorreu uma redução progressiva na proporção
de volume glandular ocupada pelos ácinos, com correspondente aumento na
proporção de ductos e tecido fibroso. Não foi observada diferença
estatisticamente significante entre os gêneros.
Em 1984, DRUMMOND; CHISHOLM
11
fizeram um estudo qualitativo
e quantitativo do envelhecimento nas glândulas salivares labiais. Trinta e
seis glândulas labiais de cadáveres entre 25 e 80 anos, de ambos os
gêneros, foram analizadas microscopicamente. Ácinos, ductos, tecido
conjuntivo, tecido vascular e outros tecidos foram os componentes
quantificados, sendo utilizado o total de 2000 pontos por glândula. Houve
_____________________________ Revisão de Literatura
9
diminuição na densidade de volume de ácinos, e aumento na densidade de
volume dos ductos e do tecido conjuntivo.
Em 1986, SCOTT; BODNER; BAUM
26
estudaram os efeitos do
envelhecimento em glândulas submandibulares e sublinguais de ratos. Dois
grupos de 12 ratos machos, com idades de 6 e 24 meses foram sacrificados,
e tiveram uma glândula submandibular removida e separada da glândula
sublingual. O método estereológico adotado foi o da volumetria relativa de
contagem de pontos à semelhança de estudos anteriores com humanos
(SCOTT
22
, 1977a). Um ponto por campo, em um total de 800 campos para
glândula submandibular e 700 campos para glândula sublingual, foi contado
sobre ácinos, ductos (intercalares, estriados e excretores) e tecido vascular
ou conjuntivo. Na glândula submandibular também foram avaliados os
ductos granulosos. Houve diminuição na densidade de volume dos ácinos,
aumento dos ductos e do tecido conjuntivo nas submandibulares. Não houve
alterações volumétricas nas estruturas das sublinguais. Os autores
sustentaram que o envelhecimento biológico não ocorre de forma simultânea
em todas as glândulas salivares.
No mesmo ano, SASHIMA
20
realizou um estudo morfométrico e
ultraestrutural dos efeitos do envelhecimento em glândulas submandibulares
de rato. Para o estudo morfométrico, grupos de quatro ratos foram divididos
por idade: 2, 4, 6, 12 e 22 meses. As duas glândulas submandibulares de
cada animal foram removidas, pesadas, fixadas, incluídas em parafina e
cortadas com 4 µm. Dois cortes de cada glândula foram examinadas
morfometricamente pelo método de contagem de pontos num aumento de
100X. A análise morfométrica revelou que os ductos se desenvolviam entre
2 e 6 meses, alcançando o pico nos 6 meses. Dos 6 aos 22 meses estes
ductos pareciam diminuir gradualmente. Não houve diferenças
estatisticamente significantes entre os grupos no volume relativo dos ácinos,
apesar deste ter sido maior em ratos adultos jovens (2 e 4 meses).
Também em 1986, KOMESU et al.
14
estudaram as alterações
morfológicas resultantes do envelhecimento nas glândulas submandibulares
de ratos. Foram utilizados 40 ratos machos divididos igualmente em 4
_____________________________ Revisão de Literatura
10
grupos etários de 3, 6, 12 e 24 meses. As glândulas foram processadas,
cortadas com 7 µm e coradas em hematoxilina-eosina. Diminuição do
parênquima, aumento aparente de ductos e atrofia acinar foram eventos
relatados. Os autores concluíram que o envelhecimento parecia provocar a
atrofia do parênquima por meio de isquemia vascular, resultando no
aumento da fibrose estromal. A alteração nos níveis dos hormônios
responsáveis pela manutenção estrutural e funcional das glândulas salivares
também estaria relacionada ao envelhecimento.
Ainda em 1986, DE WILDE et al.
10
realizaram um estudo
morfométrico das alterações histológicas com o envelhecimento em
glândulas labiais humanas. Sessenta e oito indivíduos voluntários foram
divididos em 7 grupos etários, de 10 a 79 anos. Os componentes
glandulares quantificados foram ácinos, tecido fibroso, ductos intralobulares,
vasos, foco linfocítico (acima de 50 linfócitos ou histiócitos), foco escore
(número de focos linfocíticos por 4 mm
2
de tecido) e infiltrado
linfoplasmocitário difuso. A análise morfométrica foi realizada no computador
e em microscópio óptico com diferentes objetivas e retículos. Atrofia acinar,
fibrose, hiperplasia e dilatação ductal foram achados comuns com a idade.
MINTZ; MOORADIAN
17
, em 1987, removeram as glândulas
sublinguais de ratos Fisher 344 com 3,5; 12; 18 e 24 meses de idade. A
análise morfométrica foi realizada no aumento de 200X com retículo de 42
pontos, sendo, no mínimo, 2000 pontos contados por glândula. Ácinos,
tecido conjuntivo intralobular, tecido conjuntivo extralobular, vasos
sangüíneos, ductos excretores, estriados e intercalares foram os
componentes aferidos. As densidades de volume acinar, de tecido conjuntivo
e vascular permaneceram estáveis com a idade. A fração de volume
ocupada pelos ductos aumentou, o mesmo ocorrendo com o aparecimento
de metaplasia escamosa do epitélio ductal, focos de infiltrado linfocítico
periductais e infiltração linfocítica periductal difusa.
KOMESU et al.
15
, em 1987, continuando o estudo anterior, realizaram
um estudo morfométrico dos ácinos das glândulas submandibulares de ratos
empregando a técnica morfométrica de CHALKLEY
6
(1943). Cinco pontos-
_____________________________ Revisão de Literatura
11
padrões e uma objetiva de 100X foram utilizados na contagem de 500
pontos por glândula. Ocorreu a diminuição do parênquima associada ao
aumento de componentes estromais com a idade. Oncócitos, atrofia acinar,
diminuição de volume e polimorfismo nuclear foram eventos observados.
Em 1987, SCOTT; FLOWER; BURNS
27
realizaram um estudo
quantitativo das alterações histológicas do envelhecimento em glândulas
parótidas. Lóbulos superficiais de glândulas parótidas de 63 necropsias de
indivíduos de ambos os gêneros foram distribuídos em 4 grupos etários de
17 a 90 anos. A análise estereológica dos componentes teciduais da
glândula parótida foi realizada através do mesmo método utilizado em
trabalho anteriormente citado (SCOTT
22
, 1977a). O estudo quantitativo
encontrou uma redução de aproximadamente 32% do tecido acinar entre a
idade adulta e a velhice. Esta perda se aproximou da obtida em estudos
anteriores em glândulas submandibulares (37%) (SCOTT
22
, 1977a), mas era
um tanto menor do que a obtida em glândulas labiais (45%) (SCOTT
24
,
1980). O volume proporcional do componente ductal permaneceu estável
nos quatro grupos etários. As médias dos tecidos vascular e adiposo
variaram de 4,7 a 6,1% e de 18,9 a 27,2%, respectivamente, do grupo mais
jovem ao mais velho. Os autores observaram que as alterações do
envelhecimento se assemelhavam àquelas encontradas nas outras
glândulas salivares, mas ao contrário do que ocorria com estas, tais
alterações não pareciam ser acompanhadas por deteriorações funcionais,
sugerindo maior capacidade secretora dos ácinos ou maior reserva de
secreção na parótida em relação às outras glândulas.
Em 1989, KOMESU et al.
16
também em seqüência ao estudo das
alterações morfológicas resultantes do envelhecimento na glândula
submandibular de rato (KOMESU et al.
14
, 1986), apresentaram um estudo
morfométrico dos ductos. A técnica morfométrica de CHALKLEY
6
(1943),
com a mesma metodologia do estudo anterior (KOMESU et al.
15
, 1987), foi
empregada. Aumento aparente na proporção dos ductos e núcleos com
menor volume ou polimórficos, foram observados. Ocorreu diminuição na
altura das células dos ductos granulosos nos animais de idade avançada.
_____________________________ Revisão de Literatura
12
Em 2000, VERED et al.
31
realizaram um estudo histomorfométrico das
alterações do envelhecimento em glândulas salivares labiais humanas em
120 glândulas obtidas através de necropsias. As amostras foram divididas
em jovens (menores de 30 anos), adultos (30 a 60 anos) e idosos (maiores
de 60 anos). O método estereológico foi baseado na contagem de pontos
com aumento de 250X e retículo de 1,5 X 1,5 cm
2
. Ácinos, ductos, tecido
conjuntivo, vasos sangüíneos e linfáticos, infiltrado inflamatório e tecido
adiposo foram os componentes quantificados. Foi observada notória
diminuição na densidade de volume das células acinosas seromucosas (em
torno de 49,3%) acompanhada por uma menor diminuição na densidade de
volume das células acinosas mucosas (28,5%). De acordo com os autores,
este fato pôde explicar a diminuição na secreção das glândulas salivares
labiais com a idade. Alterações nos ductos não foram estatisticamente
significantes. Dos componentes do estroma, a densidade de volume de
tecido adiposo foi o que mostrou maior crescimento, seguido pelo infiltrado
inflamatório.
Também em 2000, DAYAN et al.
9
estudaram histomorfometricamente
o envelhecimento em glândulas palatinas humanas com a mesma
metodologia utilizada no trabalho acima citado. Houve diminuição na
densidade de volume acinar e aumento na de ductos e de componentes
estromais. Os autores concluíram que essas alterações na histologia
glandular podem estar relacionadas com as mudanças funcionais
decorrentes do envelhecimento.
Como pode ser percebido, não é rica em números a literatura
relacionada às transformações das glândulas salivares com a idade. Em
seres humanos, os estudos são poucos e a glândula sublingual quase não é
contemplada. A despeito das diferenças nas metodologias utilizadas nas
investigações, percebe-se, de forma geral, que o componente acinar tende a
diminuir com a idade, havendo uma substituição por tecido fibroso e/ou
adiposo.
Proposição
Proposição
14
3 PROPOSIÇÃO
Devido à inexistência de trabalhos direcionados a quantificar as
alterações histológicas na glândula sublingual humana com a idade,
propomo-nos a determinar:
1. A densidade de volume de ácinos, ductos, estroma, tecido adiposo e
septos;
2. O volume absoluto da glândula e de cada componente glandular
avaliado;
3. A relação parênquima/estroma e ácinos/ductos;
4. Relacionar os dados obtidos, com a idade cronológica e o gênero.
A partir destes dados, pretendemos caracterizar quantitativamente as
modificações histológicas que ocorrem na glândula sublingual durante o
envelhecimento.
Material e Métodos
Material e Métodos 16
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Material
4.1.1 Obtenção das glândulas sublinguais humanas
De 294 glândulas sublinguais humanas, removidas de 147 cadáveres
do Serviço de Verificação de Óbitos da Capital (SVOC)
*
, 90 glândulas do
lado direito foram utilizadas no presente estudo. Elas foram agrupadas
segundo o gênero e a idade cronológica dos indivíduos (Tabela 1). As
idades variaram de 7 meses a 92 anos.
Para a seleção dos 90 indivíduos foram excluídos dos 147 da amostra
global aqueles casos onde a causa do óbito ou a doença de base
envolvesse: linfoma, leucemia, mucoviscidose, doenças reumáticas,
Síndrome de Sjögren, obesidade, caquexia, diabete melito, cirrose alcoólica
e doenças do colágeno. Também foram fatores de exclusão: história de
radioterapia de cabeça e pescoço, uso de terapia esteróide ou citotóxica nos
3 últimos meses de vida, autólise macroscópica e padrões histológicos de
autólise incompatíveis com a delimitação dos ácinos.
*
Pertence à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Cadáveres de mortes naturais são encaminhados ao
serviço por hospitais da capital, (estado de São Paulo – Brasil) conveniados com o SUS. As famílias assinam um termo de
consentimento padrão autorizando projetos desta natureza.
Material e Métodos 17
TABELA 1 – Distribuição dos indivíduos da amostra segundo a idade e o
gênero
Gênero
Masculino Feminino
Idade em anos
N N
Total
0-10 5 4 9
11-20 4 2 6
21-30 5 5 10
31-40 4 6 10
41-50 5 4 9
51-60 6 5 11
61-70 7 6 13
71-80 7 5 12
81-92 5 5 10
48 42 90
Material e Métodos
18
4.2 Métodos
4.2.1 Procedimentos histológicos
O processamento do material foi realizado no laboratório de Histologia
da Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. A massa glandular foi
determinada, após a fixação da peça, em uma balança de precisão Mettler
Toledo AT261 Delta Rang com sensibilidade de 0,01mg. Na macroscopia,
cada glândula foi seccionada em fatias de 5 mm de espessura,
independente do tamanho. As porções anterior e posterior da glândula foram
desprezadas. Apenas três fatias estratificadas a intervalos regulares foram
processadas, independentemente do tamanho da glândula (Figura 1).
Glândula Sublingual
5mm cada fatia
FATIAS UTILIZADAS
Porção
desprezada
Porção
desprezada
FIGURA 1 – Esquema mostrando as secções transversais da glândula
sublingual durante a macroscopia
As fatias de cada glândula foram lavadas em água corrente durante
24 horas e, em seguida, mantidas em álcool 70% por mais 24 horas. No dia
subseqüente, o material foi submetido a procedimentos estandardizados de
desidratação em álcool etílico, clarificação em xilol e embebição em Histosec
– Merck (parafina + resina plástica). Cortes alternados de 5 µm de
________ Material e Métodos
19
espessura de cada fatia glandular foram obtidos em micrótomo Jung-Leitz
Multicut e corados pela técnica da hematoxilina – eosina (H.E.).
4.2.2 Análise morfométrica
*
4.2.2.1 Avaliação da densidade da glândula sublingual
A densidade (d) da glândula sublingual humana foi calculada a partir
de sete glândulas em uma balança Mettler Toledo AT261 Delta Rang,
contendo conjunto de acessórios Mettler AT/AG e PG/PG-S/PR. A
determinação da densidade glandular foi baseada no Princípio de
Archimedes, onde a densidade de um corpo (d) = (m/v).d
água
; onde: m =
massa da glândula, v = volume de água deslocado, e d
água
=densidade da
água a temperatura de 21
o
C.
Para todas as idades foi utilizada a mesma densidade, igual a
1,03g/cm
3
, correspondente a média aritmética das densidades das sete
glândulas utilizadas.
4.2.2.2 Determinação da retração provocada pelo processamento histológico
A retração provocada pelo processamento histológico foi determinada
a partir de sete glândulas sublinguais previamente fixadas em formol a 10%.
As glândulas foram cortadas em fatias e uma fatia de cada foi lavada em
água por 24 horas.
As fatias das glândulas foram colocadas sobre um papel de filtro,
posicionadas sobre uma placa de cera rosa n
o
7, e levadas até o congelador
por 10 minutos. Após um leve enrijecimento dos tecidos, foram recortadas
com uma lâmina de barbear nova, dando um perfil retangular. Cada
fragmento foi levado a um estereomicroscópio Bausch & Lomb, com lente
objetiva 0,63x e ocular micrométrica Olympus de 10x, tipo Ramsden, com
filamento deslocável. As dimensões do comprimento e largura foram obtidas
e convertidas para µm.
*
O Estudo morfométrico foi orientado pelo Prof. Dr. Rumio Taga, do Departamento de Ciências Biológicas da FOB-USP, com
experiência comprovada em vasta linha de investigação em animais. As medições foram realizadas pela candidata.
________ Material e Métodos
20
Em seguida, cada fragmento recebeu os procedimentos histológicos
padronizados, chegando até a inclusão em parafina. Nesta fase, o fragmento
em bloco foi levado novamente até o estereomicroscópico onde foram
determinadas as novas dimensões da superfície.
Foi calculada a média aritmética dos valores obtidos antes e após o
processamento para achar um lado médio, ou seja, transformar um
retângulo em um quadrado. Esse valor foi elevado à terceira potência e o
volume do fragmento da glândula foi obtido inicialmente (Si) e após o
processamento até bloco (Sp), já que é considerada desprezível a retração
do material entre a fase de bloco e a coloração.
O fator de retração (Fr) foi estimado a partir da relação: Fr = Sp
3
/Si
3
para cada fragmento. Para todas as idades foi utilizado o mesmo valor do
fator de retração, igual a 0,878, correspondente a média aritmética de todos
os fatores de retração obtidos.
4.2.2.3 Estimativa do volume glandular processado
Para a determinação do volume total de cada componente glandular
(Vt) é necessário conhecer o volume do órgão após todas as fases do
processamento histológico.
O volume glandular processado (Vglandular) foi calculado através da
massa (m) da glândula, da densidade (d) do órgão e do percentual de
retração provocado pelo processamento histológico (Fr), pela seguinte
relação:
Vglandular = m/d.Fr
4.2.2.4 Sistema-teste utilizado nas avaliações morfométricas
Para avaliação da densidade de volume (Vvi) de cada componente
glandular (i) foi utilizado um microscópio Olympus com objetiva de 40x e
ocular Kpl 8x Zeiss contendo um retículo de integração II Zeiss, constituído
por 10 linhas paralelas e 100 pontos simetricamente distribuídos dentro de
uma área quadrada (Figura 2).
Com a objetiva de 40x as dimensões do sistema-teste valem:
________ Material e Métodos
21
a) cada lado do quadrado = 335µm;
b) área do sistema-teste: 112.225µm
2
;
c) comprimento de cada linha = 305µm;
d) comprimento total das linhas = 3050µm;
e) distância entre as linhas = 30µm;
f) número de pontos de cada linha = 10;
g) número total de pontos = 100.
FIGURA 2 – Retículo de integração II Zeiss
4.2.2.5 Casualização dos campos microscópicos
De cada fatia foram obtidas 1 ou 2 lâminas histológicas contendo 3
cortes alternados. De cada glândula, três cortes foram selecionados para a
quantificação por amostragem sistemática (WEIBEL
33
, 1969). Os 51 campos
histológicos selecionados por glândula foram igualmente divididos e
distribuídos entre os três cortes.
Na amostragem sistemática, os campos histológicos são escolhidos a
intervalos regulares em cada corte histológico, de tal maneira a ter uma
amostra representativa de toda área do corte (TAGA; SESSO; PARDINI
28
,
1998). Como as glândulas variavam muito de tamanho entre si, foi
________ Material e Métodos
22
necessária, primeiramente, a realização de um mapeamento dos cortes
selecionados para a determinação do número total de campos por glândula.
Na casualização sistemática o sistema-teste é colocado sobre o corte
histológico em intervalos regulares, selecionando os campos histológicos
para as quantificações (Figura 3).
FIGURA 3 – Esquema de casualização sistemática que representa um corte
de glândula sublingual. Os quadrados preenchidos representam os campos
a serem contados
4.2.2.6 Determinação da densidade de volume (Vvi) de cada componente
glandular
A densidade de volume (Vvi) ou fração de volume glandular ocupada
por uma determinada estrutura (i) foi avaliada pela técnica de volumetria
relativa de contagem de pontos (WEIBEL
33
,1969).
Este método é baseado em princípios básicos onde a fração de
volume ocupada por uma estrutura (i) é proporcional à fração de área
ocupada por perfis do mesmo objeto, sendo: Vvi = A
A
i. A fração de área
pode ser determinada colocando-se sobre a amostra um retículo de pontos
________ Material e Métodos
23
arranjados regularmente e contando o número de pontos que caiam sobre a
estrutura interessada, ou seja: A
A
i = P
P
i.
Assim, a densidade de volume foi determinada com a utilização do
retículo de integração II Zeiss colocado em uma ocular Kpl 8x, em um
microscópio Olympus com uma objetiva de 40x. Nos campos histológicos
casualizados por espécime, foram anotados o número de pontos sobre uma
estrutura glandular em estudo (Pi) e o número total de pontos sobre a
glândula (Pt) (Figura 4). A densidade de volume de cada componente
glandular foi calculada pela seguinte relação:
Vvi = Pi/Pt
FIGURA 4 – Determinação da densidade de volume de cada estrutura pela
contagem de pontos. Esquema ilustrativo
A densidade de volume (Vvi) é expressa como porcentagem ou como
uma fração de 1.
As médias dos grupos etários para cada compartimento foram
confrontadas entre si para calcular a redução ou aumento dos eventos
aferidos (SCOTT
25
, 1986).
________ Material e Métodos
24
4.2.2.7 Determinação do coeficiente de variação da média
O coeficiente de variação da média (“erro”) associado à avaliação da
densidade de volume (Vvi) foi determinado pela aplicação da relação:
e =
1-Ppi
Pt.Ppi
onde,
e = “erro” (coeficiente da variação da média da proporção);
Ppi = fração de volume ocupada pela estrutura na glândula;
Pt = número total de pontos sobre a glândula (PARDINI
19
, 1985).
4.2.2.8 Determinação do volume absoluto de cada estrutura
Conhecendo-se o volume glandular processado (Vglandular), o
volume de cada componente (Vt) foi calculado pela fórmula:
Vt = Vvi x Vglandular
Desta forma, obtivemos o volume absoluto de cada estrutura da
glândula em cm
3
. A partir destes valores, determinamos as relações:
parênquima (ácinos + ductos)/estroma e ácinos/ductos.
4.2.3 Critérios adotados nas quantificações
A análise morfométrica foi realizada de acordo com os seguintes
critérios:
a) ácinos: a contagem englobou os ácinos mucosos (Figura 5), serosos e
mistos em uma só variável;
b) ductos: não houve distinção entre os intra e interlobulares (Figura 6). As
estruturas semelhantes aos ductos ou ductiformes (Figura 7) foram
enquadradas neste item. Quando da existência de qualquer vestígio de
célula acinar, eram contadas como ácinos, ainda que atróficos;
c) estroma: incluiu tecido conjuntivo (Figuras 7 e 14), células e vasos
sangüíneos (Figura 8) e infiltrado inflamatório (Figura 9);
d) mucosa: grande parte dos cortes trazia uma faixa de mucosa bucal como
referência (Figura 10). Estes campos foram quantificados separadamente
para posterior exclusão do peso glandular. Em alguns casos, observou-se
________ Material e Métodos
25
parte da glândula submandibular (Figura 11) que também foi contada como
mucosa com o mesmo objetivo;
e) artefatos: os pontos que caíam no vazio (Figura 12);
f) tecido adiposo: o tecido adiposo (Figura 13) foi quantificado
separadamente em virtude da substituição do parênquima por gordura
(Figura 14) ser um achado freqüente;
g) septos: septos intralobulares, interlobulares (Figura 15) e a cápsula da
glândula (Figura 16) estão agrupados neste item;
h) autólise acinar: o fenômeno se repetiu em diferentes faixas etárias
apagando-se os limites entre as células, mas mantendo-se o contorno do
ácino. Assim, o ácino com autólise (Figura 17) foi contado como “ácino” para
que o verdadeiro volume ocupado pelos ácinos fosse aferido.
FIGURA 5 – Ácinos mucosos da glândula sublingual. Mulher de 47 anos.
(H.E.; aumento 550X)
________ Material e Métodos
26
*
FIGURA 6 – Ducto excretor interlobular (*) da glândula sublingual. Mulher de
39 anos. (H.E.; aumento 550X)
FIGURA 7 – Estruturas ductiformes e tecido conjuntivo (setas) em sublingual
atrófica. Homem de 70 anos. (H.E.; aumento 550X)
________ Material e Métodos
27
FIGURA 8 – Células do sangue e vasos (setas) em glândula sublingual.
Mulher de 39 anos. (H.E.; aumento 550X)
*
FIGURA 9 – Infiltrado inflamatório (*) em glândula sublingual. Mulher de 73
anos. (H.E.; aumento 550X)
________ Material e Métodos
28
FIGURA 10 – Epitélio do soalho bucal e tecido conjuntivo subjacente. Mulher
de 59 anos. (H.E.; aumento 550X)
*
FIGURA 11 – Interface entre glândula sublingual (*) e glândula
submandibular (). Homem de 40 anos. (H.E.; aumento 128X)
________ Material e Métodos
29
*
FIGURA 12 – Espaço vazio (*) em glândula sublingual. Mulher de 59 anos.
(H.E.; aumento 550X)
FIGURA 13 – Células adiposas (setas) entre ácinos da glândula sublingual.
Homem de 30 anos. (H.E.; aumento 550X)
________ Material e Métodos
30
*
*
FIGURA 14 – Substituição por tecido adiposo (setas) e tecido conjuntivo (*).
Homem de 85 anos. (H.E.; aumento 550X)
*
FIGURA 15 – Septo interlobular (*) em glândula sublingual. Homem de 11
anos. (H.E.; aumento 550X)
________ Material e Métodos
31
*
FIGURA 16 – Cápsula da glândula sublingual (*). Homem de 11 anos. (H.E.;
aumento 550X)
*
*
*
FIGURA 17 – Autólise acinar (*) em glândula sublingual. Homem de 70 anos.
(H.E.; aumento 550X)
________ Material e Métodos
32
4.2.4 Análise estatística
Para a análise estatística, as glândulas dos 90 indivíduos foram
divididas em três grupos segundo a idade: grupo I, de 0 a 30 anos (n= 25),
grupo II, de 31 a 60 anos (n= 30), e grupo III, de 61 a 92 anos (n= 35).
Os valores de densidade de volume obtidos para os três grupos foram
submetidos à análise de variância (ANOVA) ou ao teste de Kruskal-Wallis,
seguidos pelos testes de Student-Newman-Keuls ou de Dunn.
Para a densidade de volume, os testes estatísticos foram realizados
após a transformação arco-seno dos dados originais. A razão desta
transformação é que a densidade de volume é expressa em percentagem,
podendo não ter distribuição normal, o que impediria o confronto por testes
estatísticos que pressupõem normalidade das variáveis.
A comparação entre os gêneros foi feita através do teste T-Student ou
do teste de Mann-Whitney.
O volume absoluto e as relações parênquima/estroma e ácino/ductos
também foram submetidas à análise de variância (ANOVA) ou ao teste de
Kruskal-Wallis, seguidos pelos testes de Student-Newman-Keuls ou de
Dunn.
Em todos os testes estatísticos foi adotado nível de significância de
5%. O programa utilizado para as análises foi o software SigmaStat versão
1.0 (Jadel Corporation).
Resultados
__________________ Resultados
34
5 RESULTADOS
5.1 Densidade de volume
A densidade de volume de ácinos, ductos, estroma, tecido adiposo e
septos com a idade, está apresentada através dos seus valores médios na
Figura 18.
0
20
40
60
80
100
Densidade de volume (%
)
Ácinos Ductos Estroma T Adiposo Septos
Componentes glandulares
Grupo I
Grupo II
Grupo III
FIGURA 18 – Valores médios da densidade de volume dos componentes
glandulares nos três grupos estudados
Visando melhor compreensão e descrição dos dados nos três grupos
etários, a apresentação dos resultados será feita separadamente, para cada
componente glandular aferido.
5.1.1 Densidade de volume de ácinos
A distribuição da densidade de volume de ácinos dos 90 indivíduos
estudados segundo a idade, encontra-se expressa na Figura 19. Na Tabela
2 estão apresentados as médias, erros padrão das médias e desvios padrão
de cada grupo etário. A Tabela 3 mostra as diferenças entre os grupos e os
respectivos indicativos dos valores das probabilidades estatísticas (p) a 5%.
__________________ Resultados
35
0
20
40
60
80
100
020406080100
Idade em anos
Densidade de volume (%
)
Grupo I
Grupo II
Grupo III
FIGURA 19 – Distribuição da densidade de volume de ácinos dos indivíduos
segundo a idade
TABELA 2 – Média da densidade de volume de ácinos nos três grupos
estudados
G
RUPO
I
(%) G
RUPO
II
(%) G
RUPO
III
(%)
M
ÉDIA
77,76 64,69 33,94
EPM 1,696 2,147 3,498
DP 8,480 11,758 20,694
Teste de Kruskal-Wallis (H= 54,195; p< 0,0001)
EPM: erro padrão da média; DP: desvio padrão
TABELA 3 – Diferenças percentuais entre as médias da densidade de
volume de ácinos dos três grupos estudados
G
RUPOS DE
E
STUDO
D
ENSIDADE DE
V
OLUME DE
Á
CINOS
(%)
P
G
RUPO
I X G
RUPO
II -
16,80
p< 0,05
*
G
RUPO
II X G
RUPO
III -
47,54
p< 0,05
*
G
RUPO
I X G
RUPO
III -
56,35
p< 0,05
*
Teste de Dunn; *Significante estatisticamente
5.1.2 Densidade de volume de ductos
A distribuição da densidade de volume de ductos dos 90 indivíduos
estudados, segundo a idade, está expressa na Figura 20. As médias, erros
padrão das médias e desvios padrão de cada grupo etário estão
__________________ Resultados
36
apresentadas na Tabela 4 e as diferenças estatísticas observadas
encontram-se na Tabela 5.
0
5
10
15
020406080100
Idade em anos
Densidade de volume (%
)
Grupo I
Grupo II
Grupo III
FIGURA 20 – Distribuição da densidade de volume de ductos dos indivíduos
segundo a idade
TABELA 4 – Média da densidade de volume de ductos nos três grupos
estudados
G
RUPO
I
(%) G
RUPO
II
(%) G
RUPO
III
(%)
M
ÉDIA
3,37 4,75 5,39
EPM 0,355 0,472 0,518
DP 1,777 2,585 3,062
Análise de Variância (F= 3,745; p= 0,0275)
EPM: erro padrão da média; DP: desvio padrão
TABELA 5 – Diferenças percentuais entre as médias da densidade de
volume de ductos dos três grupos estudados
G
RUPOS DE
E
STUDO
D
ENSIDADE DE
V
OLUME DE
D
UCTOS
(%)
P
G
RUPO
I X G
RUPO
II 40,98
p> 0,05
NS
G
RUPO
II X G
RUPO
III 13,35
p> 0,05
NS
G
RUPO
I X G
RUPO
III 59,79
p< 0,05
*
Teste de Student-Newman-Keuls; *Significante estatisticamente; NS: não significante
estatisticamente
__________________ Resultados
37
5.1.3 Densidade de volume de estroma
A distribuição da densidade de volume de estroma dos 90 indivíduos
estudados, segundo a idade, está expressa na Figura 21. Na Tabela 6 estão
apresentados as médias, erros padrão das médias e desvios padrão de cada
grupo etário. A Tabela 7 mostra as diferenças estatísticas observadas entre
os grupos.
0
20
40
60
80
020406080100
Idade em anos
Densidade de volume (%
)
Grupo I
Grupo II
Grupo III
FIGURA 21– Distribuição da densidade de volume de estroma dos
indivíduos segundo a idade
TABELA 6 – Média da densidade de volume de estroma nos três grupos
estudados
G
RUPO
I
(%) G
RUPO
II
(%) G
RUPO
III
(%)
M
ÉDIA
5,02 14,31 30,98
EPM 0,829 1,490 2,615
DP 4,143 8,163 15,472
Teste de Kruskal-Wallis (H= 57,192; p< 0,0001)
EPM: erro padrão da média; DP: desvio padrão
TABELA 7 – Diferenças percentuais entre as médias da densidade de
volume de estroma dos três grupos estudados
G
RUPOS DE
E
STUDO
D
ENSIDADE DE
V
OLUME DE
E
STROMA
(%)
P
G
RUPO
I X G
RUPO
II 185,33
p< 0,05
*
G
RUPO
II X G
RUPO
III 116,53
p< 0,05
*
G
RUPO
I X G
RUPO
III 517,82
p< 0,05
*
Teste de Dunn; *Significante estatisticamente
__________________ Resultados
38
5.1.4 Densidade de volume de tecido adiposo
A distribuição da densidade de volume de tecido adiposo dos 90
indivíduos estudados, segundo a idade, está expressa na Figura 22. Na
Tabela 8 estão apresentados as médias, erros padrão das médias e desvios
padrão de cada grupo etário. A Tabela 9 mostra as diferenças estatísticas
observadas entre os grupos.
0
20
40
60
80
020406080100
Idade em anos
Densidade de volume (%
)
Grupo I
Grupo II
Grupo III
FIGURA 22– Distribuição da densidade de volume de tecido adiposo dos
indivíduos segundo a idade
TABELA 8 – Média da densidade de volume de tecido adiposo nos três
grupos estudados
G
RUPO
I
(%) G
RUPO
II
(%) G
RUPO
III
(%)
M
ÉDIA
2,67 5,76 22,42
EPM 0,842 1,317 3,409
DP 4,209 7,214 20,170
Teste de Kruskal-Wallis (H= 31,955; p< 0,0001)
EPM: erro padrão da média; DP: desvio padrão
TABELA 9 – Diferenças percentuais entre as médias da densidade de
volume de tecido adiposo dos três grupos estudados
G
RUPOS DE
E
STUDO
D
ENSIDADE DE
V
OLUME DE
T
A
DIPOSO
(%)
P
G
RUPO
I X G
RUPO
II 115,30
p> 0,05
NS
G
RUPO
II X G
RUPO
III 289,40
p< 0,05
*
G
RUPO
I X G
RUPO
III 738,36
p< 0,05
*
Teste de Dunn; *Significante estatisticamente; NS: não significante estatisticamente
__________________ Resultados
39
5.1.5 Densidade de volume de septos
A distribuição da densidade de volume dos septos dos 90 indivíduos
estudados, segundo a idade, está expressa na Figura 23. Na Tabela 10
estão apresentados as médias, erros padrão das médias e desvios padrão
de cada grupo etário. A Tabela 11 mostra as diferenças estatísticas
observadas entre os grupos.
0
5
10
15
20
25
020406080100
Idade em anos
Densidade de volume (%
)
Grupo I
Grupo II
Grupo III
FIGURA 23 – Distribuição da densidade de volume de septos dos indivíduos
segundo a idade
TABELA 10 – Média da densidade de volume de septos nos três grupos
estudados
G
RUPO
I
(%) G
RUPO
II
(%) G
RUPO
III
(%)
M
ÉDIA
11,18 10,49 7,27
EPM 0,855 0,569 0,721
DP 4,274 3,116 4,263
Análise de Variância (F= 10,616; p< 0,0001)
EPM: erro padrão da média; DP: desvio padrão
TABELA 11 – Diferenças percentuais entre as médias da densidade de
volume de septos dos três grupos estudados
G
RUPOS DE
E
STUDO
D
ENSIDADE DE
V
OLUME DE
S
EPTOS
(%)
P
G
RUPO
I X G
RUPO
II -6,24
p> 0,05
NS
G
RUPO
II X G
RUPO
III -30,67
p< 0,05
*
G
RUPO
I X G
RUPO
III -35,00
p< 0,05
*
__________________ Resultados
40
Teste de Student-Newman-Keuls; *Significante estatisticamente; NS: não significante
estatisticamente
5.1.6 Densidade de volume de parênquima e de estroma total
A densidade de volume de parênquima (ácinos e ductos) e de
estroma total (estroma, tecido adiposo e septos) com a idade, está
apresentada através dos seus valores médios na Figura 24. Na Tabela 12
estão apresentados as médias, erros padrão das médias e desvios padrão
de cada grupo etário.
0
20
40
60
80
100
Densidade de volume (%
)
Parênquima Estroma
Componentes glandulares
Grupo I
Grupo II
Grupo III
FIGURA 24 – Valores médios da densidade de volume de parênquima e de
estroma total nos três grupos estudados
TABELA 12 – Média da densidade de volume de parênquima e de estroma
total nos três grupos estudados
G
RUPO
I G
RUPO
II G
RUPO
III
C
OMPONENTES
G
LANDULARES
MD
EPM
DP
MD
EPM
DP
MD
EPM
DP
P
ARÊNQUIMA
81,13 1,625 8,126 69,44 1,996 10,934 39,32 3,543 20,962
E
STROMA
18,87 1,625 8,126 30,55 1,996 10,934 60,8 3,543 20,962
Teste de Kruskal-Wallis (H= 54,851; p< 0,0001)
MD: média; EPM: erro padrão da média; DP: desvio padrão
A distribuição da densidade de volume de parênquima e de estroma
total dos 90 indivíduos estudados, segundo a idade, está expressa nas
Figuras 25 e 26, respectivamente.
__________________ Resultados
41
0
20
40
60
80
100
020406080100
Idade em anos
Densidade de volume (%
)
Grupo I
Grupo II
Grupo III
FIGURA 25 – Distribuição da densidade de volume de parênquima dos
indivíduos segundo a idade
0
20
40
60
80
100
020406080100
Idade em anos
Densidade de volume (%
)
Grupo I
Grupo II
Grupo III
FIGURA 26 – Distribuição da densidade de volume de estroma total dos
indivíduos segundo a idade
5.2 Comparação da densidade de volume entre gêneros
A Figura 27 mostra os valores médios da densidade de volume de
ácinos, ductos, estroma, tecido adiposo e septos nos gêneros masculino e
feminino. Na Tabela 13 estão apresentados as médias, erros padrão das
médias e desvios padrão de cada gênero.
__________________ Resultados
42
0
20
40
60
80
100
Densidade de volume (%
)
Ácinos Ductos Estroma T Adiposo Septos
Componentes glandulares
Masculino
Feminino
FIGURA 27 – Valores médios da densidade de volume dos vários
componentes glandulares nos gêneros masculino e feminino
TABELA 13 – Média da densidade de volume dos vários componentes
glandulares nos gêneros masculino e feminino
M
ASCULINO
(%) F
EMININO
(%) C
OMPONENTES
G
LANDULARES
MD
EPM
DP
MD
EPM
DP
P
Á
CINOS
57,80 2,999 20,775 54,72 4,238 27,463 (MW) p= 0,8938
NS
D
UCTOS
4,97 0,384 2,662 4,21 0,419 2,716 (MW) p= 0,1006
NS
E
STROMA
16,58 1,872 12,968 20,08 2,729 17,686 (TT) p= 0,3510
NS
T
A
DIPOSO
10,28 1,915 13,268 12,64 2,900 18,792 (MW) p= 0,9420
NS
S
EPTOS
10,38 0,638 4,417 8,34 0,591 3,830 (TT) p= 0,0166
*
MW: Teste de Mann-Whitney; TT: Teste T-Student; *Significante estatisticamente; NS: não
significante estatisticamente
MD: média; EPM: erro padrão da média; DP: desvio padrão
5.3 Coeficiente de variação (Erro)
O coeficiente de variação ou “erro” associado à volumetria de
contagem de pontos de cada componente glandular está expresso na
Tabela 14.
__________________ Resultados
43
TABELA 14 – Coeficiente de variação médio dos componentes glandulares
nos três grupos estudados
C
OMPONENTES
G
LANDULARES
G
RUPO
I G
RUPO
II G
RUPO
III
Á
CINOS
0,75 1,05 2,50
D
UCTOS
8,33 6,99 7,36
E
STROMA
7,21 3,96 2,34
T
A
DIPOSO
22,89 10,87 4,82
S
EPTOS
4,14 4,24 5,85
5.4 Volume glandular e volume absoluto por componente
A Figura 28 mostra o volume glandular dos indivíduos distribuídos
segundo a idade e a Tabela 15 os valores médios de cada grupo. A Tabela
16 mostra os valores médios do volume glandular nos gêneros masculino e
feminino. Na Tabela 17 estão apresentados os valores médios do volume
absoluto dos vários componentes morfológicos calculados para cada grupo
etário.
0
1
2
3
4
5
020406080100
Idade em anos
Volume glandular (cm³)
Grupo I
Grupo II
Grupo III
FIGURA 28 – Distribuição do volume glandular dos indivíduos segundo a
idade
__________________ Resultados
44
TABELA 15 – Volume glandular médio (cm
3
) nos três grupos estudados
G
RUPO
I G
RUPO
II G
RUPO
III
M
ÉDIA
1,82 2,04 1,65
EPM 0,206 0,138 0,130
DP 1,033 0,761 0,773
Teste de Kruskal-Wallis (H= 4,2873; p= 0,1172)
EPM: erro padrão da média; DP: desvio padrão
TABELA 16 – Volume glandular médio (cm
3
) nos gêneros masculino e
feminino
M
ASCULINO
F
EMININO
M
ÉDIA
1,95 1,69
EPM 0,126 0,127
DP 0,876 0,824
Teste de Mann-Whitney (p= 0,0933)
EPM: erro padrão da média; DP: desvio padrão
TABELA 17 – Volume absoluto médio (V
T
), em cm
3
, dos vários componentes
glandulares nos três grupos estudados
V
T
Á
CINOS
V
T
D
UCTOS
V
T
E
STROMA
V
T
T
A
DIPOSO
V
T
S
EPTOS
G
RUPO
I
M
ÉDIA
1,42 0,05 0,10 0,06 0,19
EPM
0,165 0,006 0,025 0,023 0,022
DP
0,826 0,028 0,127 0,113 0,112
G
RUPO
II
M
ÉDIA
1,33 0,09 0,29 0,12 0,21
EPM
0,102 0,010 0,043 0,028 0,017
DP
0,557 0,054 0,235 0,152 0,092
G
RUPO
III
M
ÉDIA
0,65 0,09 0,46 0,32 0,12
EPM
0,102 0,012 0,038 0,047 0,016
DP
0,605 0,068 0,224 0,278 0,092
EPM: erro padrão da média; DP: desvio padrão
__________________ Resultados
45
5.4.1 Relação parênquima/estroma e ácinos/ductos
As Figuras 29 e 30 expressam, respectivamente, a distribuição das
relações parênquima/estroma e ácinos/ductos dos indivíduos segundo a
idade. Os valores médios dessas relações nos três grupos estudados
encontram-se, respectivamente, nas Tabelas 18 e 19.
0
10
20
30
40
50
60
020406080100
Idade em anos
P/E
Grupo I
Grupo II
Grupo III
FIGURA 29 – Distribuição da relação parênquima/estroma dos indivíduos
segundo a idade
0
20
40
60
80
100
120
020406080100
Idade em anos
A/D
Grupo I
Grupo II
Grupo III
FIGURA 30 – Distribuição da relação ácinos/ductos dos indivíduos segundo
a idade
TABELA 18 – Média da relação parênquima/estroma nos três grupos
estudados
G
RUPO
I G
RUPO
II G
RUPO
III
M
ÉDIA
25,51 8,01 2,34
EPM 3,179 1,473 0,324
DP 15,893 8,069 1,919
Teste de Kruskal-Wallis (H= 60,118; p< 0,0001)
__________________ Resultados
46
EPM: erro padrão da média; DP: desvio padrão
TABELA 19 – Média da relação ácinos/ductos nos três grupos estudados
G
RUPO
I
A
G
RUPO
II
A
G
RUPO
III
B
M
ÉDIA
31,16 18,85 10,23
EPM 4,220 2,247 2,227
DP 21,101 12,309 13,177
Teste de Kruskal-Wallis (H= 33,548; p< 0,0001*)
*
grupos com a mesma letra não possuem diferença estatisticamente significante entre si
EPM: erro padrão da média; DP: desvio padrão
Discussão
___________________ Discussão
48
6 DISCUSSÃO
6.1 Da metodologia
6.1.1 Da casualização dos campos microscópicos
No presente trabalho utilizamos, para as quantificações morfométricas
ao microscópio, a casualização dos campos histológicos por amostragem
sistemática (WEIBEL
33
, 1969). Nesse sistema de amostragem, os 51
campos histológicos usados nas quantificações foram distribuídos de forma
homogênea entre os três cortes, de cada glândula, para representar o todo.
Isto porque a metodologia adotada na macroscopia produziu um corte
central que era sempre maior que o anterior e o posterior. Como, em certos
casos, havia uma diferença muito grande de tamanho entre as glândulas, foi
necessário primeiramente mapear os cortes selecionados e obter o número
total de campos de cada um. Desta forma, à partir do total de campos
histológicos representativos de cada glândula foi possível distribuir os 51
campos pré-estabelecidos para as contagens, proporcionalmente, à área
total dos cortes, ou seja, o intervalo regular entre os campos contados foi
maior ou menor para cada glândula dependendo do tamanho dos seus
cortes.
Por ser extremamente trabalhoso, o mapeamento dos cortes
histológicos foi feito em 30 indivíduos. Nos 60 indivíduos restantes, o
intervalo entre os campos usados nas contagens foi estabelecido mediante
comparação visual entre os tamanhos dos cortes por sobreposição das
lâminas.
O número total de campos por indivíduo (51) foi pré-estabelecido a
partir de um estudo piloto onde, numa mesma glândula escolhida
aleatoriamente, as contagens foram realizadas duas vezes, na primeira vez
em 51 campos e na segunda em 237 campos, sendo a última equivalente a
10% do total dos campos. O confronto dos resultados obtidos nas duas
contagens mostrou diferenças estatisticamente desprezíveis. Deste modo,
___________________ Discussão
49
os 51 campos (5100 pontos) mostraram-se suficientes para a quantificação
dos fenômenos estudados. Vale destacar que esses cuidados tomados na
aplicação dessa metodologia foram maiores devido a variação individual
observada em humanos. Em animais, a uniformidade de tamanho das peças
permite excelente aferição quantitativa com um número de campos
significativamente menor (PARDINI
19
, 1985).
Convém ressaltar que, poucos detalhes de metodologia empregada
são apresentados nos estudos morfométricos em glândulas salivares
humanas (WATERHOUSE et al.
32
, 1973; SCOTT
22
, 1977a; SCOTT
24
, 1980;
DRUMMOND; CHISHOLM
11
, 1984; SCOTT; FLOWER; BURNS
27
, 1987;
DAYAN et al.
9
, 2000; VERED et al.
31
, 2000). Apesar de utilizarem a mesma
metodologia de volumetria relativa de contagem de pontos aqui utilizada, há
variações no tipo de retículo empregado e no número de pontos contados.
Assim, nosso estudo piloto, levado a efeito após a calibração do observador,
garantiu a segurança do método para retratar os fenômenos pesquisados.
6.1.2 Dos critérios adotados nas quantificações
No processo de atrofia em glândulas salivares, os ácinos podem se
assemelhar a ductos (SCOTT
23
, 1977b), sendo chamados de estruturas
ductiformes. Nessa situação, a diferenciação entre ácinos e ductos se torna
inviável. Quando frente a casos semelhantes, contamos como ducto as
estruturas que não possuíam nenhuma célula acinosa. Em outras palavras,
mesmo que uma porção do ácino já tivesse assumido aparência de ducto,
mas, estivesse ainda presente alguma célula acinosa, o ponto era contado
como ácino.
A oncocitose, já descrita como um achado histológico que surge com
o envelhecimento (DRUMMOND; CHISHOLM
11
, 1984; SCOTT; FLOWER;
BURNS
27
, 1987; AZEVEDO
1
, 2003), não foi aferida separadamente. Como a
detecção de oncócitos ocorreu apenas em situações eventuais, a estrutura
era marcada como ácino quando a célula sob o ponto estava num ácino. Era
marcada como ducto quando fizesse parte de um ducto.
___________________ Discussão
50
A aferição do estroma, separadamente em septos, tecido conjuntivo e
tecido adiposo, foi feita para que o fenômeno de substituição do parênquima
por estroma com a idade fosse melhor discriminado. Entretanto, em alguns
campos histológicos, principalmente em indivíduos de idade avançada onde
havia substituição parênquima-estromal marcante, sentimos dificuldade na
diferenciação entre septo e tecido conjuntivo. Por essa razão, além dos
resultados isolados, a soma dos valores de estroma, tecido adiposo e
septos, chamados aqui de estroma total, também foram apresentados
(Figuras 24 e 26).
6.2 Dos resultados
6.2.1 Da densidade de volume
As descrições morfológicas das alterações de glândulas sublinguais
humanas com a idade (AZEVEDO
1
, 2003), foram confirmadas na presente
investigação através da análise morfométrica. Assim, a diminuição de ácinos
e o aumento de ductos e/ou estruturas ductiformes, tecido conjuntivo e
tecido adiposo ficou claramente demonstrada pelos valores médios da
densidade de volume dos referidos componentes, nos grupos etários
estudados (Figura 18).
Seguindo a forma de apresentação dos resultados, a discussão será
realizada por componente glandular aferido. Procuramos comparar os
nossos resultados com os obtidos morfometricamente nas outras glândulas
salivares humanas, relacionando os dados e demonstrando o efeito
sistêmico do envelhecimento.
6.2.1.1 Densidade de volume de ácinos
A diminuição da densidade de volume de ácinos foi nítida com o
avançar da idade (Figura 19). Houve diferença estatisticamente significante
entre os grupos (H= 54,195; p< 0,0001 - Tabela 2). Embora todas as
diferenças entre grupos sejam estatisticamente significantes, destaca-se a
marcante diminuição de 56,35% entre os grupos I e III (Tabela 3).
___________________ Discussão
51
Salientamos que a perda do componente acinar com a idade, nas
glândulas salivares humanas, tem sido relatada por vários pesquisadores
(WATERHOUSE et al.
32
, 1973; SCOTT
22
, 1977a; SCOTT
24
, 1980;
DRUMMOND; CHISHOLM
11
, 1984; SCOTT; FLOWER; BURNS
27
, 1987;
DAYAN et al.
9
, 2000; VERED et al.
31
, 2000; TAKAHASHI et al.
30
, 2002;
AZEVEDO
1
, 2003), sendo em torno de 32% na parótida (SCOTT; FLOWER;
BURNS
27
, 1987), 37% na submandibular (SCOTT
22
, 1977a), 28,5% a 49,3%
nas labiais (SCOTT
24
, 1980; DRUMMOND; CHISHOLM
11
, 1984; VERED et
al.
31
, 2000) e 48% nas palatinas (DAYAN et al.
9
, 2000). Nossos resultados
mostram que o fenômeno se repete em glândulas sublinguais, indo ao
encontro das demais pesquisas, o que representa inexoravelmente o
envelhecimento do parênquima glandular.
6.2.1.2 Densidade de volume de ductos
Com a idade, observou-se o aumento da densidade de volume de
ductos (Figura 20). Este crescimento é evidente na comparação entre as
médias (F= 3,745; p= 0,0275 - Tabela 4). Porém, apenas entre os grupos I e
III a diferença observada entre as médias (59,79%) foi estatisticamente
significante (Tabela 5).
O aumento de ductos com a idade já foi descrito anteriormente
(SCOTT
22
, 1977a; SCOTT
24
, 1980; DRUMMOND; CHISHOLM
11
, 1984;
SCOTT; FLOWER; BURNS
27
, 1987; DAYAN et al.
9
, 2000; VERED et al.
31
,
2000; TAKAHASHI et al.
30
, 2002; AZEVEDO
1
, 2003), sendo em torno de
2,9% na parótida (SCOTT; FLOWER; BURNS
27
, 1987), 26% na
submandibular (SCOTT
22
, 1977a), 21,15% a 111% nas labiais (SCOTT
24
,
1980; DRUMMOND; CHISHOLM
11
, 1984; VERED et al.
31
, 2000) e 177% nas
palatinas (DAYAN et al.
9
, 2000). Nossos resultados vão ao encontro dos
resultados acima. Parece que o fenômeno representa o processo final da
atrofia de um ácino (SCOTT
23
, 1977b; SCOTT; FLOWER; BURNS
27
, 1987)
e, por não garantir que sejam verdadeiros ductos, os autores preferem
denominá-los estruturas ductifomes.
___________________ Discussão
52
6.2.1.3 Densidade de volume de estroma
O estroma sofreu um aumento marcante com o passar dos anos,
como pode ser notado na Figura 21. Houve diferença estatisticamente
significante entre os grupos (H= 57,192; p< 0,0001 - Tabela 6). O percentual
de aumento da densidade de volume de estroma entre os grupos demonstra,
claramente, o quanto que a porção ocupada por este componente cresceu
com a idade (Tabela 7).
O aumento do estroma com o envelhecimento é um fenômeno
conhecido nas glândulas salivares humanas (WATERHOUSE et al.
32
, 1973;
SCOTT
22
, 1977a; SCOTT
24
, 1980; DRUMMOND; CHISHOLM
11
, 1984;
SCOTT; FLOWER; BURNS
27
, 1987; DAYAN et al.
9
, 2000; VERED et al.
31
,
2000; TAKAHASHI et al.
30
, 2002; AZEVEDO
1
, 2003). A comparação de
resultados fica limitada por diferenças nos critérios utilizados para quantificar
este componente. Assim, SCOTT; FLOWER; BURNS
27
(1987), verificaram
que, na parótida, o tecido vascular, representado por vasos sangüíneos e
linfáticos, aumentou 29,8%, e os outros componentes agrupando tecido
conjuntivo, nervos e infiltrado inflamatório, sofreram um acréscimo de 26,6%.
Utilizando os mesmos critérios na submandibular, SCOTT
22
(1977a),
observou um aumento de 59,64% no tecido vascular com a idade. Nas
glândulas labiais, os vasos sangüíneos e linfáticos aumentaram de 8,57%
(DRUMMOND; CHISHOLM
11
, 1984) a 138% (VERED et al.
31
, 2000) e o
tecido conjuntivo de 49,32% (DRUMMOND; CHISHOLM
11
, 1984) a 60%
(VERED et al.
31
, 2000). Nas glândulas palatinas, os acréscimos foram de
54,5% e 511,9%, respectivamente, para vasos sangüíneos e linfáticos, e
infiltrado inflamatório; a diminuição de 16,5% no tecido conjuntivo foi
atribuída à substituição por tecido adiposo (DAYAN et al.
9
, 2000).
No presente trabalho, nós não individualizamos componentes
estromais como os autores acima. Em alguns trabalhos (SCOTT
22
, 1977a;
DRUMMOND; CHISHOLM
11
, 1984; SCOTT; FLOWER; BURNS
27
, 1987;
DAYAN et al.
9
, 2000; VERED et al.
31
, 2000), a contagem de vasos
sangüíneos e linfáticos foi realizada separadamente do estroma. Como a
freqüência destas estruturas era baixa, o erro no grau de precisão do
___________________ Discussão
53
método de aferição seria muito alto. Apesar de individualizarmos os septos,
o tecido conjuntivo intralobular e o tecido adiposo, contamos os vasos,
nervos e células inflamatórias sob os pontos do retículo de integração da
ocular do microscópio como estroma. O objetivo foi ter uma visão mais
completa do componente estromal. Assim mesmo, nossos resultados se
assemelharam aos da literatura.
6.2.1.4 Densidade de volume de tecido adiposo
O tecido adiposo foi outro componente morfológico que sofreu
crescimento considerável com o avançar da idade, como está demonstrado
na distribuição da densidade de volume da amostra na Figura 22. Houve
diferenças estatisticamente significantes entre os grupos (H= 31,955; p<
0,0001 - Tabela 8). O crescimento de 738,36% no componente adiposo
entre os grupos I e III foi maior dentre todos os outros observados nos vários
compartimentos glandulares (Tabela 9).
Outros estudos já haviam mostrado o notável crescimento do tecido
adiposo em glândulas salivares humanas com o avanço da idade. Assim,
aumentos de 44%, 252,4%, 2768% e 130%, foram observados,
respectivamente, nas glândulas parótidas (SCOTT; FLOWER; BURNS
27
,
1987), submandibulares (SCOTT
22
, 1977a), labiais (VERED et al.
31
, 2000) e
palatinas (DAYAN et al.
9
, 2000). No trabalho morfológico de AZEVEDO
1
(2003), a correlação do aumento do tecido adiposo com a idade foi alta e
significante, representando o segundo componente mais importante do
processo de substituição parenquimatosa.
6.2.1.5 Densidade de volume de septos
A densidade de volume de septos apresentou um declínio com a
idade (Figura 23). Esta diminuição foi notada entre as médias (F= 10,616; p<
0,0001 - Tabela 10). Embora a diminuição na densidade de volume dos
septos tenha sido de 30,67% e 35% entre os grupos II e III e, grupos I e III,
respectivamente, diferenças estas estatisticamente significantes (Tabela 11),
___________________ Discussão
54
a distribuição gráfica desta variável na Figura 23 não nos mostra claramente
essas diferenças.
Acreditamos que este declínio é devido à diminuição dos lóbulos e a
sua substituição por tecido conjuntivo e tecido adiposo. Salientamos que
estes tecidos de substituição preenchiam os lóbulos das glândulas, às
vezes, sem respeitar os limites dos septos, englobando-os e unificando os
lóbulos. Delimitar os septos no meio do tecido conjuntivo de substituição em
indivíduos mais velhos foi uma tarefa muito difícil.
6.2.1.6 Densidade de volume de parênquima e de estroma total
Com o objetivo de melhor destacar as transformações com a idade e
facilitar a comparação com dados de outros pesquisadores, juntamos os
valores obtidos para os ácinos e ductos como parênquima, e os valores de
septos, tecido conjuntivo e tecido adiposo como estroma total.
Observando as Figuras 24, 25 e 26 e os dados da Tabela 12 percebe-
se claramente que a densidade de volume de parênquima diminuiu com a
idade, com diferenças estatisticamente significantes entre os três grupos
estudados (H= 54,851; p< 0,0001), e que a densidade de volume de estroma
aumentou entre os grupos também com diferenças significantes entre eles
(H= 54,851; p< 0,0001).
Salienta-se que, a diminuição de parênquima e o aumento de
estroma, com a idade, já estão bem estabelecidas na literatura
(WATERHOUSE et al.
32
, 1973; SCOTT
22
, 1977a; SCOTT
24
, 1980;
DRUMMOND; CHISHOLM
11
, 1984; SCOTT; FLOWER; BURNS
27
, 1987;
DAYAN et al.
9
, 2000; VERED et al.
31
, 2000; TAKAHASHI et al.
30
, 2002;
AZEVEDO
1
, 2003). Nossos dados mostram que, nas sublinguais, o
fenômeno de substituição com a idade não é diferente das demais glândulas
salivares. A distribuição das variáveis “parênquima e estroma total” nas
Figuras 25 e 26 destacam melhor a substituição se comparado às figuras
onde os componentes foram vistos individualmente (Figuras 19, 20, 21, 22 e
23). A densidade de volume de ductos não influenciou a distribuição da
densidade de volume de ácinos (Figuras 19, 20 e 25).
___________________ Discussão
55
6.2.2 Da comparação entre gêneros
Os valores médios da densidade de volume dos componentes
glandulares foram próximos nos dois gêneros (Figura 27 e Tabela 13). Desta
forma, não houve diferenças estatisticamente significantes nos vários
compartimentos morfológicos: ácinos (p= 0,8938), ductos (p= 0,1006),
estroma (p= 0,3510) e tecido adiposo (p= 0,9420). O único componente a
exibir diferença estatisticamente significante entre os gêneros masculino e
feminino foi o dos septos (p= 0,0166). Este achado não tem nenhuma
justificativa clínica, destoa do conjunto e pareceu-nos puramente casual.
A inexistência de diferenças entre gêneros já havia sido constatada
em outros estudos (SCOTT
22
, 1977a; SCOTT
24
, 1980; AZEVEDO
1
, 2003).
Destaca-se, neste contexto, o trabalho de AZEVEDO
1
(2003), que já
apontava morfologicamente a semelhança nos eventos de envelhecimento
em glândulas sublinguais de homens e mulheres.
No entanto, SCOTT; FLOWER; BURNS
27
(1987) encontraram
diferença estatisticamente significante entre gêneros, quanto ao tecido
fibrovascular, em glândulas parótidas de indivíduos jovens. Os autores não
justificaram esta diferença, apenas ressaltaram que valores igualmente
maiores em homens mais velhos não foram estatisticamente significantes.
Neste estudo, também foi observada semelhança entre os resultados na
densidade de volume de ácinos e ductos.
6.2.3 Do coeficiente de variação (Erro)
O grau de precisão do método de aferição das densidades de volume
dos diferentes compartimentos glandulares é avaliado através do cálculo do
coeficiente de variação. Os valores mínimo e máximo encontrados entre as
médias dos componentes foram de 0,75 para os ácinos e 22,89 para o
tecido adiposo, respectivamente, tendo ocorrido no grupo I (Tabela 14).
No grupo I (0-30 anos), onde o número de ácinos é elevado, a
variação na aferição deste componente foi a mais baixa. Raciocínio inverso
pode ser aplicado ao tecido adiposo, observado ocasionalmente neste
___________________ Discussão
56
grupo, o que explica um “erro” maior. Todavia, valores até 25 são
considerados aceitáveis pela literatura internacional
+
.
6.2.4 Dos volumes glandular e absoluto por componente
A análise da Figura 28 mostra que o volume absoluto glandular
aumentou a partir dos primeiros anos de vida, estabilizando no grupo II e
sofrendo um pequeno declínio no grupo III. Porém, as diferenças observadas
não foram estatisticamente significantes entre os três grupos (H= 4,2873; p=
0,1172 – Tabela 15) e nem entre os gêneros masculino e feminino (p=
0,0933 – Tabela 16).
SCOTT
21
(1975), estudando indivíduos entre 16 e 95 anos, observou
glândulas submandibulares masculinas maiores quando comparadas às
femininas, mesmo com a grande variação entre os indivíduos e lados do
mesmo indivíduo. Apenas nas mulheres observou redução estatisticamente
significante do volume glandular com a idade.
A amostra estudada neste trabalho foi composta por indivíduos a
partir de 7 meses de idade. Dos 25 indivíduos do grupo I, 10 tinham idades
inferiores a 16 anos e, portanto, estavam em fase de crescimento com
volumes mutáveis, ainda não estáveis. Tomando os 16 anos como
parâmetro, decidimos desprezar os dez indivíduos abaixo desta idade e
refazer os cálculos com os 15 restantes que estavam acima daquela idade.
Houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos (H= 15,033;
p= 0,0005 – Tabela 20). O volume glandular diminuiu 33,73% entre os
grupos I (média= 2,49 cm
3
) e III (média= 1,65 cm
3
) (p< 0,05). Este dado é
reforçado pela impressão transmitida por aqueles que participaram das
necropsias. Segundo eles
*
, as glândulas dos idosos tinham volume menor no
ato da remoção. Nossos resultados permitem-nos, por outro lado, afirmar
que a substituição por estroma com a idade é inferior ao volume do
parênquima mais jovem.
+
Comunicação pessoal – Prof. Dr. Rumio Taga.
*
DAMANTE, J.H. – Professor titular do departamento de Estomatologia – FOB-USP. Orientador da
linha de pesquisa. AZEVEDO, L.R. Doutoranda em Estomatologia – FOB-USP de 2000 a 2003.
(AZEVEDO
1
, 2003).
___________________ Discussão
57
TABELA 20 – Volume glandular médio (cm
3
) nos três grupos estudados
considerando o grupo I com 15 indivíduos
G
RUPO
I G
RUPO
II G
RUPO
III
M
ÉDIA
2,49 2,04 1,65
EPM 0,186 0,139 0,131
DP 0,719 0,762 0,774
Teste de Kruskal-Wallis (H= 15,033; p= 0,0005)
EPM: erro padrão da média; DP: desvio padrão
A atrofia generalizada dos órgãos com a idade é um fenômeno
conhecido. Como explicar as tumefações do soalho bucal associadas
às glândulas sublinguais, em desdentados, se o volume diminui com a
idade e os portadores de tumefação têm idade mais avançada
(DAMANTE et al.
7
, 1999; IWAKI FILHO
13
, 1999)?
A influência da altura de inserção do músculo milo-hióideo nos
pacientes com tumefações do soalho bucal já foi destacada como uma das
hipóteses (IWAKI FILHO
13
, 1999). É possível que, realmente, não haja
aumento de volume da glândula em si, mas sim uma elevação de todo o
soalho bucal empurrando a glândula para cima do rebordo alveolar e
criando, assim, uma falsa impressão clínica de tumefação.
Analisando a Tabela 17, observamos que as pequenas alterações no
volume glandular parecem estar compensadas entre os volumes absolutos
dos componentes glandulares. Enquanto a média do volume dos ácinos
diminui com a idade, ocorre o oposto com o estroma e o tecido adiposo.
Embora os valores não sejam absolutamente iguais, a tendência
evidenciada pela diminuição de parênquima e aumento de estroma e tecido
adiposo é inequívoca. Não se pode, contudo, afirmar que a substituição
aumenta o volume do órgão. Ao contrário, os tecidos conjuntivo e adiposo
ocupam menos espaço que aquele liberado pela atrofia acinar. Os tecidos
conjuntivo e adiposo não se somam ao parênquima glandular.
___________________ Discussão
58
6.2.4.1 Das relações parênquima/estroma e ácinos/ductos
As relações parênquima/estroma e ácinos/ductos foram calculadas a
partir dos dados do volume dos componentes. Ambas relações sofreram
decréscimo com o avanço da idade (Figuras 29 e 30). Houve diferenças
estatisticamente significantes entre os três grupos na relação
parênquima/estroma (H= 60,118; p< 0,0001 – Tabela 18). Já na relação
ácinos/ductos, houve diferenças significantes entre os grupos I e III e, II e III
(H= 33,548; p< 0,0001 – Tabela 19). A relação parênquima/estroma mostra
mais claramente as modificações que ocorrem nas glândulas sublinguais
com o envelhecimento, ou seja, atrofia e desaparecimento dos ácinos e a
sua substituição por estroma sem diminuição significativa no volume
glandular. Por outro lado, a diminuição na relação ácinos/ductos, mostra que
a atrofia observada no parênquima glandular ocorre por diminuição
principalmente no volume e no número de ácinos e que os ductos são mais
resistentes.
Os achados desta investigação demonstram que as alterações
decorrentes do envelhecimento na glândula sublingual humana parecem
ocorrer de forma similar àquelas observadas em estudos anteriores, nas
glândulas parótidas (SCOTT; FLOWER; BURNS
27
, 1987), submandibulares
(WATERHOUSE et al.
32
, 1973; SCOTT
22
, 1977a), labiais (SCOTT
24
, 1980;
VERED et al.
31
, 2000) e palatinas (DAYAN et al.
9
, 2000) humanas. Os
resultados também comprovam, quantitativamente, por outro lado, as
mesmas alterações com a idade, observadas no trabalho morfológico de
AZEVEDO
1
(2003) e DAMANTE et al.
8
(2004).
Conclusões
__________________ Conclusões
60
7 CONCLUSÕES
A partir dos resultados obtidos em glândulas sublinguais humanas,
podemos concluir que:
5. ocorre a diminuição do parênquima e o aumento do estroma com o
envelhecimento (p< 0,0001);
6. há diminuição na densidade de volume de ácinos (p< 0,0001) e
aumento de ductos (p= 0,0275), estroma (p= 0,0275) e tecido adiposo
(p< 0,0001) com a idade;
7. o volume absoluto glandular não se modifica significantemente com a
idade entre 0 e 92 anos (p= 0,1172), mas diminui entre 16 e 92 anos
(p= 0,0005);
8. as relações volumétricas entre as várias estruturas glandulares e
entre o parênquima e o estroma sofrem modificações significativas
com o envelhecimento (p< 0,05);
9. não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre
os gêneros masculino e feminino quanto a densidade de volume de
ácinos (p= 0,8938), ductos (p= 0,1006), estroma (p= 0,3510) e tecido
adiposo (p= 0,9420).
Anexos
Anexos 62
ANEXOS
V
ALORES
O
BTIDOS PARA
D
ENSIDADE DE
V
OLUME
(D
ADOS
O
RIGINAIS SEM TRANSFORMAÇÃO
)
G
RUPO
I
G
LÂNDULA
Á
CINOS
D
UCTOS
E
STROMA
T.
A
DIPOSO
S
EPTOS
1 65,76% 1,46% 9,71% 0,30% 22,77%
2 77,10% 4,41% 3,34% 0,55% 14,59%
3 71,06% 3,43% 4,66% 14,26% 6,59%
4 68,97% 4,66% 1,43% 13,88% 11,06%
5 58,24% 2,92% 21,37% 4,77% 12,70%
6 78,33% 1,78% 8,73% 0,63% 10,52%
7 65,29% 2,71% 7,20% 10,20% 14,59%
8 77,34% 4,48% 6,57% 0,33% 11,27%
9 72,46% 2,02% 4,06% 4,39% 17,07%
10 63,68% 8,41% 6,53% 0,08% 21,31%
11 82,64% 3,64% 3,23% 0,18% 10,31%
12 86,51% 2,32% 4,20% 0,83% 6,14%
13 83,06% 5,85% 1,74% 0,25% 9,09%
14 86,11% 3,52% 1,72% 0,05% 8,60%
15 79,25% 5,37% 2,30% 0,02% 13,06%
16 82,86% 3,84% 4,29% 0,76% 8,26%
17 81,81% 3,57% 3,55% 0,13% 10,93%
18 82,62% 2,00% 5,74% 0,76% 8,89%
19 77,90% 1,77% 8,31% 2,97% 9,06%
20 87,09% 2,84% 1,71% 0,45% 7,91%
21 77,36% 2,45% 4,38% 6,16% 9,65%
22 89,48% 1,16% 2,71% 0,00% 6,65%
23 85,57% 2,48% 2,41% 0,24% 9,31%
24 74,20% 6,31% 3,71% 3,10% 12,69%
25 89,22% 0,87% 1,77% 1,57% 6,58%
G
RUPO
II
G
LÂNDULA
Á
CINOS
D
UCTOS
E
STROMA
T.
A
DIPOSO
S
EPTOS
1 63,09% 5,39% 12,44% 12,27% 6,80%
2 51,26% 10,04% 22,93% 0,35% 15,42%
3 62,62% 4,41% 12,06% 9,60% 11,32%
4 65,84% 3,13% 11,28% 0,58% 19,17%
5 64,35% 7,35% 10,57% 3,31% 14,41%
6 68,55% 5,52% 12,97% 1,70% 11,25%
NBR 10719 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
Anexos 63
7 60,01% 4,93% 19,16% 2,90% 13,01%
8 60,75% 11,73% 13,87% 4,90% 8,75%
9 46,34% 7,18% 38,39% 0,00% 8,10%
10 67,86% 5,25% 7,42% 6,74% 12,72%
11 71,07% 2,39% 14,35% 2,25% 9,95%
12 71,96% 3,81% 11,44% 2,84% 9,96%
13 55,64% 6,99% 20,60% 6,23% 10,54%
14 50,97% 3,00% 25,07% 11,80% 9,16%
15 48,99% 2,38% 32,24% 5,22% 11,17%
16 78,44% 4,52% 5,56% 1,77% 9,71%
17 62,68% 2,76% 13,30% 8,61% 12,65%
18 67,09% 3,30% 16,35% 6,79% 6,47%
19 39,04% 4,48% 12,22% 33,96% 10,30%
20 72,82% 7,87% 4,47% 0,48% 14,35%
21 79,46% 2,38% 8,01% 1,63% 8,53%
22 53,35% 6,22% 25,72% 10,58% 4,14%
23 82,34% 1,54% 8,01% 0,45% 7,65%
24 77,20% 1,92% 4,37% 2,90% 13,62%
25 69,29% 2,08% 17,10% 3,61% 7,93%
26 74,34% 1,85% 8,65% 4,95% 10,20%
27 65,23% 8,34% 13,07% 3,37% 9,99%
28 46,92% 6,20% 11,96% 22,39% 12,53%
29 87,47% 2,80% 2,05% 0,53% 7,15%
30 75,86% 2,78% 13,67% 0,05% 7,65%
G
RUPO
III
G
LÂNDULA
Á
CINOS
D
UCTOS
E
STROMA
T.
A
DIPOSO
S
EPTOS
1 28,18% 1,72% 64,22% 1,50% 4,38%
2 23,81% 10,67% 58,05% 0,55% 6,93%
3 13,17% 9,01% 24,17% 47,60% 6,05%
4 50,79% 6,39% 17,81% 19,60% 5,41%
5 62,79% 5,83% 20,23% 2,16% 9,00%
6 16,44% 8,67% 59,42% 11,41% 4,06%
7 33,00% 7,00% 35,16% 9,88% 14,96%
8 64,38% 7,47% 18,34% 0,83% 8,98%
9 35,05% 7,36% 34,84% 16,85% 5,90%
10 38,54% 10,04% 30,38% 3,60% 17,45%
11 40,27% 8,24% 31,04% 4,74% 15,70%
12 20,71% 7,55% 31,93% 31,02% 8,79%
13 21,51% 0,29% 41,71% 34,16% 2,32%
14 68,97% 3,28% 17,81% 2,20% 7,75%
15 12,01% 5,07% 54,68% 20,69% 7,55%
16 11,46% 2,71% 55,93% 29,90% 0,00%
Anexos 64
17 52,11% 5,39% 20,52% 17,33% 4,64%
18 30,88% 3,75% 22,25% 33,82% 9,30%
19 33,53% 5,97% 51,34% 1,57% 7,59%
20 9,12% 1,05% 60,43% 26,96% 2,44%
21 5,03% 0,67% 21,60% 67,79% 4,91%
22 16,74% 2,76% 27,30% 46,12% 7,08%
23 69,16% 2,68% 21,74% 1,82% 4,59%
24 4,40% 5,71% 20,90% 68,45% 0,52%
25 67,11% 4,00% 10,14% 7,64% 11,10%
26 25,85% 9,39% 35,79% 12,48% 16,48%
27 46,13% 10,68% 23,26% 12,53% 7,40%
28 16,17% 5,69% 26,34% 48,39% 3,41%
29 67,48% 2,90% 13,06% 5,17% 11,39%
30 4,66% 1,60% 28,00% 64,27% 1,47%
31 56,02% 1,95% 25,20% 6,62% 10,22%
32 22,49% 10,26% 32,11% 27,73% 7,42%
33 32,21% 5,95% 14,16% 42,59% 5,10%
34 29,54% 3,02% 26,66% 34,44% 6,33%
35 58,09% 3,76% 7,95% 22,37% 7,82%
C
ÁLCULO DO
E
RRO
G
RUPO
I
G
LÂNDULA
Á
CINOS
D
UCTOS
E
STROMA
T.
A
DIPOSO
S
EPTOS
1 1,01 11,51 4,27 25,33 2,58
2 0,76 6,52 7,53 18,76 3,39
3 0,89 7,43 6,34 3,43 5,27
4 0,94 6,34 11,62 3,49 3,97
5 1,19 8,07 2,69 6,26 3,67
6 0,74 10,39 4,53 17,56 4,08
7 1,02 8,38 5,03 4,15 3,39
8 0,76 6,46 5,28 24,35 3,93
9 0,86 9,75 6,81 6,53 3,09
10 1,06 4,62 5,30 51,10 2,69
11 0,64 7,21 7,66 32,90 4,13
12 0,55 9,09 6,69 15,30 5,47
13 0,63 5,62 10,51 28,21 4,43
14 0,56 7,33 10,57 65,27 4,56
15 0,72 5,88 9,13 94,59 3,61
16 0,64 7,01 6,62 15,97 4,67
17 0,66 7,28 7,30 38,59 4,00
18 0,64 9,81 5,68 16,04 4,48
19 0,75 10,44 4,65 8,01 4,44
Anexos 65
20 0,54 8,19 10,61 20,72 4,78
21 0,76 8,83 6,54 5,47 4,28
22 0,48 12,92 8,39 - 5,25
23 0,58 8,79 8,91 28,36 4,37
24 0,83 5,40 7,13 7,83 3,67
25 0,49 14,99 10,43 11,09 5,28
G
RUPO
II
G
LÂNDULA
Á
CINOS
D
UCTOS
E
STROMA
T.
A
DIPOSO
S
EPTOS
1 1,07 5,87 3,71 3,74 5,18
2 1,37 4,19 2,57 23,64 3,28
3 1,08 6,52 3,78 4,30 3,92
4 1,01 7,80 3,93 18,29 2,88
5 1,04 4,97 4,07 7,57 3,41
6 0,95 5,79 3,63 10,66 3,93
7 1,14 6,15 2,88 8,11 3,62
8 1,13 3,84 3,49 6,17 4,52
9 1,51 5,03 1,77 - 4,72
10 0,96 5,95 4,95 5,21 3,67
11 0,89 8,95 3,42 9,23 4,21
12 0,87 7,03 3,90 8,20 4,21
13 1,25 5,11 2,75 5,43 4,08
14 1,37 7,96 2,42 3,83 4,41
15 1,43 8,97 2,03 5,97 3,95
16 0,73 6,43 5,77 10,44 4,27
17 1,08 8,31 3,57 4,56 3,68
18 0,98 7,58 3,17 5,19 5,32
19 1,75 6,47 3,75 1,95 4,13
20 0,86 4,79 6,47 20,17 3,42
21 0,71 8,97 4,75 10,89 4,59
22 1,31 5,44 2,38 4,07 6,74
23 0,65 11,18 4,74 20,74 4,87
24 0,76 10,02 6,55 8,11 3,53
25 0,93 9,61 3,08 7,23 4,77
26 0,82 10,20 4,55 6,13 4,15
27 1,02 4,64 3,61 7,49 4,20
28 1,49 5,45 3,80 2,61 3,70
29 0,53 8,25 9,68 19,27 5,05
30 0,79 8,29 3,52 65,90 4,87
Anexos 66
G
RUPO
III
G
LÂNDULA
Á
CINOS
D
UCTOS
E
STROMA
T.
A
DIPOSO
S
EPTOS
1 2,24 10,58 1,05 11,34 6,54
2 2,51 4,05 1,19 18,91 5,13
3 3,60 4,45 2,48 1,47 5,52
4 1,38 5,36 3,01 2,84 5,85
5 1,08 5,63 2,78 9,43 4,45
6 3,16 4,54 1,16 3,90 6,80
7 2,00 5,10 1,90 4,23 3,34
8 1,04 4,93 2,96 15,27 4,46
9 1,91 4,97 1,92 3,11 5,59
10 1,77 4,19 2,12 7,25 3,05
11 1,71 4,67 2,09 6,28 3,24
12 2,74 4,90 2,04 2,09 4,51
13 2,67 25,83 1,66 1,94 9,09
14 0,94 7,61 3,01 9,34 4,83
15 3,79 6,06 1,27 2,74 4,90
16 3,89 8,38 1,24 2,14 -
17 1,34 5,87 2,76 3,06 6,35
18 2,09 7,09 2,62 1,96 4,37
19 1,97 5,56 1,36 11,09 4,89
20 4,42 13,59 1,13 2,30 8,85
21 6,08 17,08 2,67 0,97 6,16
22 3,12 8,32 2,29 1,51 5,07
23 0,94 8,43 2,66 10,29 6,38
24 6,52 5,69 2,72 0,95 19,30
25 0,98 6,86 4,17 4,87 3,96
26 2,37 4,35 1,88 3,71 3,15
27 1,51 4,05 2,54 3,70 4,95
28 3,19 5,70 2,34 1,45 7,46
29 0,97 8,10 3,61 5,99 3,91
30 6,33 10,99 2,25 1,04 11,46
31 1,24 9,94 2,41 5,26 4,15
32 2,60 4,14 2,04 2,26 4,95
33 2,03 5,57 3,45 1,63 6,04
34 2,16 7,94 2,32 1,93 5,38
35 1,19 7,08 4,76 2,61 4,81
Referências Bibliográficas
Referências Bibliográficas
68
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Abstract
_______________________Abstract
74
ABSTRACT
A
GE
-
RELATED CHANGES IN HUMAN SUBLINGUAL GLAND
.
A
QUANTITATIVE STUDY
The aim of this study was to evaluate quantitative morphological age-
and gender-related changes in human sublingual glands. Ninety right human
sublingual glands from necropsies were distributed by gender and age
groups for morphometric analysis of the glandular components and volume.
Individuals with ages ranging from 7 months to 92 years were divided into
Groups I (0-30 years), II (31-60 years) and III (61-92 years). The
quantifications were realized under light microscopy at x40 using a Kpl ocular
x8 with a graticule constituted by 100 symmetrical points. The proportional
volume of acini, ducts, stroma, adipose tissue and septa were counted on
fifty one histological fields for each gland, selected by systematic sampling.
The proportional volume of acini was reduced by 56.35% (p< 0.0001) and by
35% in the septa (p< 0.0001), being replaced partly by an increase of
59.79%, 517.82% and 738.36% in the proportional volume of ducts (p=
0.0275), stroma (p< 0.0001) and adipose tissue (p< 0.0001), respectively.
The glandular volume decreased, on average, 33.73% (p= 0.0005). No
significant difference was observed between genders (p> 0.05). The
decrease of parenchyma is accompanied by an increase of stroma with
aging.
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