28
empresarial, que, por ter como prioridade o crescimento econômico,
habitualmente, concentra renda e reproduz assim, padrões sócio-
econômicos geradores de miséria (DOLABELA, 2003, p.17).
Um outro conceito de empreendedorismo é o criado por Barreto (1998), que
considera o empreendedorismo como uma habilidade de criar e construir algo a partir de
muito pouco ou do quase nada. Não é uma característica de personalidade, embora seja
algo distinto, tanto nos indivíduos como nas instituições empreendedoras. O
empreendedorismo é tido como um comportamento ou um processo para iniciar e
desenvolver um negócio ou um conjunto de atividades com resultados positivos;
portanto, é a criação de valor através do desenvolvimento de uma organização.
Já para Dolabela (2003) empreender significa modificar a realidade para dela obter
a auto–realização e oferecer valores positivos para a coletividade. O autor ainda afirma
que
[...] empreender é um processo essencialmente humano, em toda a
carga que isso representa: ações dominadas por emoção, desejos,
sonhos, valores, ousadia de enfrentar as incertezas e construir a partir
da ambigüidade e no indefinido, consciência da inevitabilidade do
erro em caminhos não percorridos, rebeldia e inconformismo, crença
na capacidade de mudar o mundo, indignação diante de iniqüidades
sociais. Empreender é principalmente, um processo de construção do
futuro. (DOLABELA 2003, p.29).
Pode-se compreender, portanto, empreendedorismo como sendo um processo no
qual ocorre a manifestação da vontade de alguém, na busca de respostas para o
desenvolvimento de habilidades que conduzam ao alcance de seus objetivos.
Novos empreendimentos surgem devido à existência de pessoas empreendedoras
que através de suas ações inovam e geram riquezas. O empreendedor é o agente do
processo de “destruição criativa” que, de acordo com Schumpeter (1982, p.112):
É o impulso fundamental que aciona e mantém em marcha o motor
capitalista constante e que cria novos produtos, novos mercados e,
implacavelmente, sobrepõe-se aos antigos métodos, menos eficientes
e mais caros, revolucionando sempre a estrutura econômica e
destruindo sem cessar, a antiga e, continuamente, criando uma nova.
Para Shapero e Skol (apud OLIVEIRA; GUIMARÃES, 2003) “empreendedor é
alguém que toma a iniciativa de reunir recursos de uma maneira nova ou para
reorganizar recursos de maneira a gerar uma organização, relativamente independente,
cujo sucesso é incerto”.
Para Drucker (1987), os empreendedores constituem a minoria dentro das