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COMPLEXOS ENZIMÁTICOS EM RAÇÕES
FARELADAS PARA FRANGOS DE CORTE
JULIO CESAR CARRERA DE CARVALHO
2006
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JULIO CESAR CARRERA DE CARVALHO
COMPLEXOS ENZIMÁTICOS EM RAÇÕES FARELADAS PARA
FRANGOS DE CORTE
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras como exigências do
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia,
área de concentração em Nutrição de
Monogástricos, para a obtenção do título de
Mestre.
Orientador:
Prof. Dr.Antonio Gilberto Bertechini
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2006
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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Carvalho, Julio César Carrera de
Complexos enzimáticos em rações para frangos de corte / Julio César
Carrera de Carvalho. -- Lavras : UFLA, 2006.
64 p. : il.
Orientador: Antonio Gilberto Bertechini.
Dissertação (Mestrado) – UFLA.
Bibliografia.
1. Frango de corte. 2. Complexo enzimático. 3. Característica intestinal. 4.
Energia metabolizável. 5. Desempenho. I. Universidade Federal de Lavras. II.
Título.
CDD-636.513
JULIO CESAR CARRERA DE CARVALHO
COMPLEXOS ENZIMÁTICOS EM RAÇÕES FARELADAS PARA
FRANGOS DE CORTE
Dissertação apresentada à Universidade Federal de
Lavras como parte das exigências do Programa de
Pós-Graduação em Zootecnia, área de concentração
em Nutrição de Monogástricos, para a obtenção do
título de Mestre.
Aprovada em 20 de Março de 2006
Prof. Dr. Paulo Borges Rodrigues UFLA
Prof. Dr. Edison José Fassani UNIFENAS
Prof. Dra. Renata Apocalypse Nogueira Pereira UFLA
Prof. Dr. Antonio Gilberto Bertechini
(Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
A Deus, pela sorte da VIDA
A meus pais, pela confiança, incentivo, amor e EXEMPLO
A minhas irmãs, Ana Laura, Fernanda e Thais, pelo AMOR.
OFEREÇO
A meus pais, pela PACIÊNCIA
Às irmãs, pelo INCENTIVO,
Aos familiares, pela COMPREENSÃO E APOIO,
Aos grandes amigos, pelos grandes MOMENTOS,
A Renata, pela MATURIDADE, INCENTIVO E COMPANHERISMO.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Lavras e ao Departamento de
Zootecnia, pela oportunidade de realização deste trabalho.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico – CNPq, pela concessão da bolsa de estudos.
A Com. e Ind. DSM Ltda., pelo financiamento, auxílio e material
para a realização do experimento.
Ao Prof. Antonio Gilberto Bertechini, pela orientação, apoio,
ensinamentos e amizade.
Aos professores Édison José Fassani, Paulo Borges Rodrigues e
Renata Apocalypse Nogueira Pereira, pelo auxílio e cooperação.
Aos funcionários Carlos Henrique, Pedro Adão, Keila Cristina,
Luís Carlos, Gilberto, Suelba Souza, José Virgílio e, em especial, a
Márcio dos Santos Nogueira, pela grande amizade e apoio.
Aos grandes colegas, Everton, Janine, Erikinha, Flávio, Geovana,
Renata e Jorge , pelo auxílio nas atividades e amizade.
Aos grandes companheiros Reinaldo, Henrique, Gislene, Livya,
Jerônimo, Adriano, Camila, Antonio, Ana, Eduardo, Renatinha, Vitor,
Fabrício, pelos momentos de amizade.
Aos colegas de pós-graduação e integrantes do Núcleo de Estudos
em Ciência e Tecnologias Avícolas (NECTA), pelo agradável convívio.
A todos os amigos que muito nos apoiaram nesta caminhada.
BIOGRAFIA
Julio César Carrera de Carvalho, filho de Antonio César Carneiro
de Carvalho e Denilce Aparecida Carreira de Carvalho, nasceu em 6 de abril de
1981, na cidade de São João da Boa Vista, SP.
Graduou-se em Zootecnia pela Universidade Federal de Lavras
(UFLA) em janeiro de 2004.
Em março de 2005, ingressou no mestrado em Zootecnia, área de
concentração Nutrição de Monogástricos, na Universidade Federal de Lavras
(UFLA), obtendo o título de Mestre em 20 de março de 2006.
SUMÁRIO
RESUMO..........................................................................................................
i
ABSTRACT......................................................................................................
iv
CAPÍTULO I....................................................................................................
1
1 INTRODUÇÃO GERAL................................................................................ 2
2 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 3
2.1 Digestão dos carboidratos............................................................................ 3
2.2 Polissacarídeos não amídicos...................................................................... 5
2.3 Enzimas na alimentação animal................................................................... 7
2.4 Utilização de complexos enzimáticos- efeito em dietas avícolas................ 8
2.5 Morfologia intestinal de frangos de corte.................................................... 13
3. Referências bibliográficas ............................................................................ 15
CAPÍTULO II – EFEITO DO USO DE COMPLEXOS ENZIMÁTICOS
SOBRE O DESEMPENHO, CARACTERÍSTICAS INTESTINAIS E
INCREMENTO DE ENERGIA DE RAÇÕES PARA FRANGOS DE CORTE
19
1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 20
2 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................... 21
2.1 Localização e época de realização............................................................... 21
2.2 Aves, instalações e manejo.......................................................................... 21
2.3 Tratamentos, delineamento experimental e análise estatística.................... 22
2.4 Variáveis analisadas................................................................................... 26
2.5 Características de carcaça............................................................................ 30
3. Ensaio de metabolismo ................................................................................. 30
3.1 Aves, instalações, manejo, delineamento e análises estatísticas................. 30
4. Resultados e discussão................................................................................... 34
4.1 Desempenho de 1 a 7 dias de idade das aves............................................... 34
4.2 Desempenho de 1 a 21 dias de idade das aves............................................. 36
4.3 Desempenho de 1 a 42 dias de idade das aves............................................. 40
4.4 Viscosidade intestinal................................................................................. 46
4.5 Avaliação das características de carcaça..................................................... 48
4.6 Morfologia intestinal das aves aos 42 dias de idade.................................... 50
4.7 Ensaio de metabolismo................................................................................ 53
5. Conclusões..................................................................................................... 57
6. Referências bibliográficas............................................................................ 58
Anexo ............................................................................................................. 61
i
RESUMO
CARVALHO, Julio César Carrera de. Complexos enzimáticos em rações
fareladas para frangos de corte. 2006. 64p. Dissertação (Mestrado em
Zootecnia) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG¹
Dois experimentos foram conduzidos no Departamento de Zootecnia da UFLA,
para avaliar o efeito da suplementação de complexos enzimáticos, sobre o
desempenho, incremento de energia metabolizável e características intestinais de
frangos de corte de ambos os sexos. As dietas utilizadas foram: uma dieta
controle positivo, à base de milho e farelo de soja com farinha de carne e ossos,
sem enzima; uma dieta controle negativo formulada com 3% menos de energia
metabolizável; dieta três, controle negativo mais 0,05% do complexo A (
600U/g de xilanase, 8000U/g de amilase e 800U/g de protease); dietas quatro e
cinco, controle negativo mais 0,03% e 0,04% do complexo B ( 200 kNU/g de α-
amilase e 350 FBG/g de β-glucanase), respectivamente e dieta seis, controle
negativo mais mistura de 0,04% do complexo B + 0,01% da enzima C (1000
FXU/g de xilanase). Foi adotado um programa alimentar com 4 fases, sendo
distribuídas em ração pré-inicial (1 a 7 dias), inicial (8 a 21 dias), crescimento
(22 a 35 dias) e final (36 a 42 dias). No experimento II, foram utilizadas as
rações experimentais da fase de crescimento anterior para a determinação da
energia metabolizável aparente corrigida e coeficientes de digestibilidade
aparente da matéria seca e proteína bruta das dietas. No período de 1 a 7 dias de
idade das aves, não foram observadas diferenças significativas no desempenho
(P>0,05), independentemente do sexo. De 1 a 21 dias, houve diferença
significativa (P<0,05) , para o consumo de ração com relação a sexos tendo os
machos consumido mais que as fêmeas. As dietas quatro, cinco e seis resultaram
em melhores ganhos de peso somente para machos P(<0,05). Os melhores
resultados de conversão alimentar foram com o uso dos complexos enzimáticos
(P<0,05), sendo que os machos responderam melhor do que as fêmeas. No
período total, os machos e fêmeas que receberam o controle positivo
consumiram menos ração (P<0,05) que as demais dietas. As dietas quatro e
cinco proporcionaram os melhores resultados de ganho de peso para os machos
(P<0,05). Quanto à conversão alimentar, foi observada interação significativa
(P<0,05) sexo e dieta, onde os machos apresentaram as melhores conversões
com o uso das dietas quatro e cinco (P<0,05). As fêmeas que receberam o
controle positivo e dieta seis apresentaram melhores (P<0,05) conversões
alimentares. Quanto a viscosidade intestinal, houve interação significativa
(P=0,056) sexo e dieta. Para os machos que receberam as dietas três e seis,
____________________
Comitê Orientador: Antonio Gilberto Bertechini – UFLA (Orientador); Paulo
Borges Rodrigues – UFLA; Édson José Fassani - UNIFENAS.
ii
houve redução na viscosidade intestinal da digesta (P<0,01). O mesmo efeito foi
observado com as fêmeas que receberam a dieta seis (P<0,01), em relação aos
demais tratamentos. Não foram observadas diferenças significativas (P>0,05) de
efeitos dos tratamentos para rendimentos de carcaça, de peito, de gordura
abdominal, altura de vilosidade, profundidade de cripta e relação vilo:cripta. No
ensaio II, não foram observadas diferenças (P>0,05) para os coeficientes de
digestibilidade aparente da matéria seca e proteína bruta. Os valores de EMAn
apresentaram diferenças significativas (P<0,05), sendo que os complexos
enzimáticos referentes aos tratamentos cinco e seis melhoraram a energia
metabolizável das dietas. Conclui-se que o uso dos complexos enzimáticos
foram efetivos em recuperar o desempenho das aves com uso das dietas com 3%
a menos de energia metabolizável e, somente os complexos enzimáticos
referentes às dietas cinco e seis aumentaram significativamente a EMAn das
rações.
iii
ABSTRACT
CARVALHO, Julio César Carrera de. Enzymatic complexes in mashes for
broiler chickens. 2006. 64p. Dissertation (Master Program in Animal Science)-
Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG
1
.
Two experiments were conducted in the Department of Animal Science of the
UFLA to evaluate the effect of the supplementation of enzymatic complexes on
the performance, increment of metabolizable energy and intestinal
characteristics of broiler chickens of both sexes. The diets used were: a
positive control diet based on corn and soybean meal with meat and bone meal
without an enzyme; a negative control diet formulated with 3% minus of
metabolizable energy; diet three, negative control more 0.05% of complex A
(600U/g of xylanase, 8000U/g of amylase and 800U/g of protease); diet four
and five, negative control plus 0.03% and 0.04% of complex B (200 kNU/g of
amylase and 350 FBG/g of glucanase), respectively and diet six, negative
control plus mixture of 0.04% of complex B + 0.01% of enzyme C (1000
FXU/g of xylanase). An feeding program with 4 phases was adopted, its being
distributed in pre-initial ration (1 to 7 days), initial (8 to 21 days), growth (22 to
35 days) and final (36 to 42 days). In experiment II, the experimental rations of
the previous growth phase for the determination of corrected apparent
metabolizable energy and coefficients of apparent digestibility of dry matter
and crude protein of the diets were utilized. In the period of 1 to 7 days of the
birds’ age, no significant differences were found in performance (P>0.05),
regardless of sex. From 1 to 21 days, significant difference occurred (P<0.05)
for ration consumption in relation to sexes, the males having consumed more
than the females. Diets four, five and six resulted into better weight gains only
for males P(<0.05). The better results of feed conversion were from the use of
the enzymatic complexes (P<0.05), the males responding better than the
females (P<0.05). In the total period, the males and the females which were
given the positive control, consumed less ration than the other diets (P<0.05).
Diets four and five provided the best results of weight gain to the males
(P<0.05). As regards feed conversion, significant sex and diet interaction was
observed (P<0.05), where the males presented the best conversions from the use
of diets four and five (P<0.05). The females that were given the positive
control and diet six presented better (P<0.05) feed conversions. As to intestinal
viscosity, there was significant sex and diet interaction (P=0.056). For the
____________________
Guidance committee: Antônio Gilberto Bertechini - UFLA (Adviser); Edison
José Fassani - UNIFENAS; Paulo Borges Rodrigues-UFLA
iv
males which were given diets three and six, there was a reduction in the
intestinal viscosity of digesta (P<0.01). The same effect was observed in the
females that were given diet six (P<0.01) in relation to the other treatments. No
significant differences were observed (P>0.05) of effect of the treatments for
the yields of carcass, breast, abdominal fat, villus height, crypta depth and villus
:crypta ratio. In trial II, no differences were found (P>0.05) for the apparent
digestibility coefficients of dry matter and crude protein. The values of EMAn
presented significant differences (P<0.05), the enzymatic complexes concerning
treatments five and six improved metabolizable energy. It follows that the use
of the enzymatic complexes were effective in recovering the birds’ performance
through the use of the diets with 3% minus of metabolizable energy and only
the enzymatic complexes concerning diets five and six increased significantly
the EMAn of the rations.
1
CAPÍTULO I
2
1 INTRODUÇÃO
A tecnologia atual da produção de frangos de corte é resultado da
integração de melhoramento genético, nutrição, sanidade e manejo das aves. No
que se refere à nutrição, a formulação de uma ração balanceada e econômica que
atenda às exigências nutricionais das aves, nas diferentes fases de criação, é
fundamental para o sucesso da produção.
O milho e o farelo de soja são os alimentos básicos das rações e entram
na formulação de todas as fases de criação, por serem ricos em energia e em
aminoácidos essenciais. Porém, sabe-se que, na composição destes dois
alimentos, existem compostos que apresentam baixa digestibilidade,
denominados polissacarídeos não-amídicos (PNAs). O farelo de soja e o milho
apresentam 30,2% e 8,0 % de PNAs, respectivamente (Schutte et al., 1990), com
digestibilidade praticamente nula, pois as aves não apresentam enzimas
específicas para a sua digestão.
Pesquisas têm mostrado que a adição de amilase em dietas à base de
milho e farelo de soja também oferece um grande potencial para melhorar a
digestibilidade das rações e, conseqüentemente, o desempenho das aves.
As enzimas produzidas pela biotecnologia apresentam bom potencial
para serem utilizadas nas dietas avícolas para auxiliar a digestão e o
aproveitamento dos PNAs, hidrolisando-os e promovendo melhorias na
eficiência das rações.
Sendo assim, o presente trabalho foi conduzido para verificar os efeitos
de alguns complexos enzimáticos em rações fareladas para frangos de corte,
sobre o desempenho, o incremento de energia das rações e as características
intestinais e de carcaça.
3
2 REVISÃO LITERATURA
2.1 Digestão dos carboidratos
Segundo Sklan (2001), logo após a eclosão ocorrem intensas mudanças
no intestino delgado das aves. Este órgão cresce muito mais rapidamente do que
o corpo todo, atingindo o máximo em 6 a 8 dias em frangos. Já outros órgãos do
trato digestivo, como a moela e o pâncreas, mostram crescimento mais lento. O
crescimento do intestino se verifica tanto na presença quanto na ausência de
alimento; no entanto, na ausência de alimento seu crescimento é mais lento. O
segmento do intestino delgado que apresenta o maior crescimento inicialmente é
o duodeno. Logo após a eclosão, as aves possuem baixa capacidade para
aproveitar alimentos de baixa digestibilidade, o que decorre do incompleto
desenvolvimento do seu trato digestivo.
Os monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos são os principais
carboidratos presentes na ração de frangos de corte.
O amido é o polissacarídeo mais importante, do ponto de vista
nutricional. A sua digestão é realizada por amilase, que catalisa a sua hidrólise,
resultando em maltose e dextrina. A dextrina é uma molécula semelhante ao
amido, porém, menor.
Os dissacarídeos podem ser produtos da hidrólise do amido ou
provenientes diretamente da ração, como, por exemplo, a sacarose e a maltose,
que são hidrolisadas por enzimas específicas presentes na mucosa intestinal.
Estas carboidrases são produzidas por células da mucosa intestinal que se
localizam na borda em escova dos microvilos.
Os monossacarídeos mais importantes são a glicose e a frutrose, que são
absorvidos sob esta forma sem sofrer digestão.
4
Em aves, segundo Rostagno (1994), não ocorre amilase salivar devido à
ausência de células “serosas”. Assim, a digestão do amido se inicia no duodeno
e se completa no intestino delgado, quando as amilases pancreáticas que
representam de 5% a 30% do suco pancreático, atacam os remanescentes da
molécula de amido, convertendo-o a maltose e glicose. A sacarose e a maltose
são hidrolisadas, na mucosa do intestino, a glicose e frutose e, então, são
absorvidas.
Em condições normais, a absorção de monossacarídeos é quase
completa e ocorre no intestino delgado por mecanismos de difusão simples,
dependendo do grau de concentração e por absorção ativa, que envolve um
transportador e requer a presença do íon sódio e gasto de energia.
A digestibilidade do amido é bastante alta em animais não ruminantes,
cerca de 95%, segundo Gracia et al. (2003), embora outros autores sugiram
valores bem menores, 85% (Soto-Salanova et al., 1996). Ela pode ser afetada
pela idade da ave. Segundo Mahagna et al. (1995), há diminuição com a idade
de 96,7% aos 7 dias para 93,7% aos 21 dias.
Segundo Penz Jr. (1998), as variações de digestibilidade dos
carboidratos devem-se às diferenças entre as variedades, às condições de cultivo
da planta, às formas diferentes de estrutura espacial dos polímeros de amido,
sendo a amilopectina mais fácil de ser digerida que a amilose. O milho
apresenta, em média, 28% de amilose e 72% de amilopectina.
5
2.2 Polissacarídeos não amídicos (PNAs)
Os polissacarídeos não amídicos (PNAs) são macromoléculas de
polímeros de açúcares simples (monossacarídeos) resistentes à hidrólise no trato
gastrintestinal de animais monogástricos, devido ao tipo de ligações das
unidades de açúcar ( IUPAC, 2005).
Os polissacarídeos não amídicos solúveis (arabinoxilanos, D-xilanos, β-
glucanos, D-mananos, galactomananos, xiloglucanos, raminogalacturonas
substâncias pécticas, etc.) presentes nas dietas não são digeridos pelas enzimas
endógenas das aves e interferem na utilização dos nutrientes pela formação de
gel influindo na viscosidade da digesta (Torres, 2003).
A maior parte dos carboidratos dos grãos de cereais ocorre na forma de
amido, que é de fácil digestão pelas aves. Outros carboidratos ocorrem sob
formas variadas nos cereais e farelos protéicos. Dentre esses, os principais são os
polissacarídeos, como celulose, hemicelulose, pentosanas e oligossacarídeos,
como a estaquiose e a rafinose, que são de baixa digestibilidade para aves. Dessa
maneira, pouco contribuem para o fornecimento total de energia para as aves,
podendo alguns provocar efeitos adversos na digestão quando em concentrações
altas. Os β-glucanos, presentes em grãos como a cevada podem servir de
exemplo, pois, além de terem baixa digestibilidade, aumentam a viscosidade do
bolo alimentar, prejudicando o uso de outros nutrientes (Macari, 2002).
O amido dos cereais está normalmente localizado dentro do endosperma
e das células que o compõem. A parede dessas células é composta de uma
complexa formação de carboidratos solúveis e insolúveis. A maior parte desses
carboidratos é representada por fração de hemicelulose, integrada basicamente
de pentosanas solúveis e também de uma parcela de β-glucanos. O teor de
pentosanas e β·-glucanos dos grãos cereais é muito variável.
6
A principal enzima que desdobra o amido é a α-amilase pancreática.
Esta enzima tem especificidade de ação sobre as ligações glicosídicas do tipo α
1,4.
As pentosanas e os β-glucanos no intestino aumentam a viscosidade da
digesta, afetando o valor nutricional dos cereais, seja por falta de enzimas
endógenas para sua digestão ou, mesmo, criando barreiras de ação das enzimas
digestivas (Bedford & Morgan 1996).
Chesson (2001) cita alguns mecanismos que podem teoricamente
aumentar a viscosidade da digesta pela ingestão de PNAs, como: a conexão
cruzada e oxidativa e irreversível formação de gel, as interações covalentes entre
regiões adjacentes de polímeros de arabinoxilanos livres de unidades
ramificadas e o alto peso molecular destes polissacarídeos, arabinoxilanos
altamente ramificados libertos do endosperma e camada de aleurona.
A formação de gel pode ocorrer quando da interação de moléculas de
polissacarídeos e em função desta capacidade de interação com água. A
capacidade de provocar viscosidade é maior nos polissacarídeos solúveis em
água se comparados aos insolúveis. Exemplo de polissacarídeos insolúveis são a
xilose e os xilanos (Bedford, 2000).
De modo geral, a viscosidade da digesta reduz o contato entre os
nutrientes e as secreções digestivas, a difusão e o transporte da digesta, das
enzimas endógenas e dos sais biliares e dos movimentos peristálticos, além de
aumentar o tempo de retenção da digesta, favorecendo a proliferação de
bactérias no trato gastrintestinal (Bedford, 2000).
Com exceção dos aminoácidos sintéticos, que são considerados como
substâncias totalmente absorvidas pelo trato digestório dos animais, os demais
ingredientes não são totalmente digeridos e absorvidos, e as diferenças podem
ocorrer, mesmo entre diferentes amostras de um mesmo ingrediente. Estas
diferenças podem ser devido ao conteúdo de fibra, de substâncias
7
antinutricionais, como antitripsinas e lectinas, de polissacarídeos não amídicos e
de ácido fítico; bem como ao tratamento térmico dado ao ingrediente ou à
presença de um nutriente em forma menos digestível (amilose x amilopectina),
segundo Bedford & Morgan (1996).
2.3 Enzimas na alimentação animal
As enzimas são proteínas altamente especializadas, com eficiência
catalítica extraordinária e um alto grau de especificidade por seus substratos.
Como catalisadoras de processos biológicos, classificam-se com base nas
reações que catalisam. Algumas são proteínas simples, outras são proteínas
conjugadas e contêm grupos prostéticos constituídos por íons metálicos, por
coenzimas ou por ambos (Lehninger, 1995).
Além da atividade catalítica, as enzimas podem ser caracterizadas por
propriedades físicas e químicas, tais como solubilidade, mobilidade
eletroforética, número de cadeias polipeptídicas, coeficiente de sedimentação,
massa molecular, composição de aminoácidos, seqüência peptídica, estrutura
secundária, ternária e, eventualmente, quaternária.
Segundo Tejedor (2000), na prática, somente um pequeno número de
enzimas conhecidas pode ser utilizado em alimentação animal. As principais
limitações são disponibilidade, custos e estabilidade operacional.
A estrutura molecular das enzimas é bastante frágil e pode ser
desnaturada pelo calor, pelos ácidos, pelas vitaminas, pelos minerais, pelos
metais pesados e por outros agentes oxidantes, a maioria usualmente encontrada
no premix (Graham & Inboor, 1991).
Por essa razão, existe a preocupação de que as enzimas utilizadas na
alimentação animal possam manter nível de atividade suficiente para se obter
resposta significativa (Classen et al., 1993).
8
2.3.1 Obtenção das enzimas
A maioria das enzimas industriais é produzida por microrganismos, sob
condições de processamento muito bem controladas.
Segundo Broz et al. (1994), as enzimas microbianas utilizadas na
alimentação animal podem ser produzidas industrialmente por laboratórios
especializados, por meio de culturas aeróbicas, sendo derivadas da fermentação
fúngica, bacteriana e de leveduras.
As indústrias produtoras de enzimas comercializam enzimas específicas
ou complexos enzimáticos para serem adicionados a matérias-primas ou para
serem suplementados nas dietas, buscando melhorar o valor nutritivo.
2.4 Utilização de complexos enzimáticos – efeito em dietas avícolas
A literatura sobre o uso de enzimas não é abundante, mas, as pesquisas
realizadas, de maneira geral, dão resultados positivos. A especificidade das
enzimas requer conhecimento da composição dos nutrientes não normalmente
digestíveis por enzimas exógenas ou digeridas com baixa eficiência.
As fontes de proteína vegetal são também substratos para as enzimas por
conterem, na estrutura da parede celular, substâncias pécticas com carboidratos
não digeríveis ou parcialmente digeríveis, como a rafinose e a estaquiose,
representando fonte de energia perdida ou parcialmente utilizada (Cowan, 1990).
Apesar do milho e do farelo de soja se complementarem em nutrientes,
resultando no melhor desempenho das aves, existem alguns componentes destes
ingredientes que podem ser utilizados pelas aves, com o auxílio de enzimas
exógenas.
De maneira geral, a ação dessas enzimas sobre a digestibilidade de
nutrientes e as características fisiológicas do trato digestório tem sido avaliada
em várias pesquisas.
9
O uso de enzimas é sugerido, inclusive, para cereais que resultam em
baixa viscosidade intestinal e o milho e o farelo de soja incluem-se neste
contexto (Soto-Salanova, 1996).
Todavia, verifica-se que, apesar do milho apresentar baixo teor de PNAs
(8%), o conteúdo do farelo de soja é significativo (30,2%). Estes polissacarídeos
são os principais determinantes da viscosidade intestinal da digesta, conforme
várias pesquisas (Beldford, 2000; Torres, 2003).
O conceito de adição de enzimas microbianas a alimentos destinados aos
animais é bem conhecido e, ao longo de várias décadas, muitos experimentos
têm sido desenvolvidos com o objetivo de aumentar a digestibilidade e a
utilização dos nutrientes (Grahm & Inborr, 1991). Algumas enzimas utilizadas
em alimentos para aves e seus possíveis efeitos encontram-se na Tabela 2.
TABELA 2. Um resumo das enzimas usadas em alimentos avícolas
Enzima Substrato Efeito
Xilanases Arabinoxilanas Redução da viscosidade da digesta intestinal
Glucanases Betaglucanas Redução da viscosidade da digesta intestinal
Diminuição de ovos sujos
Pectinases Pectinas Redução da viscosidade da digesta intestinal
Celulases Celulose Aumento da digestibilidade da matéria seca
Proteases Proteínas Suplementação de enzimas endógenas
Maior digestibilidade dos nutrientes
Amilases Amido Suplementação de enzimas endógenas
Maior digestibilidade dos nutrientes
Fitases Ácido fitico Aumento na utilização do fósforo vegetal.
Remoção do fósforo fítico
Adaptado de Cleophas et al. (1995)
10
O fato de as enzimas serem muito específicas na sua reação catalítica
determina que os produtos que contenham só uma enzima sejam insuficientes
para produzir máximo benefício como suplemento em dietas avícolas. Isso
sugere que misturas de enzimas ou complexos enzimáticos sejam mais efetivos,
pois, atuam sobre uma série de polissacarídeos da parede celular dos grãos,
levando ao melhor aproveitamento da dieta. Esses complexos seriam mais
efetivos em frangos jovens (1 a 15 dias de idade) por estes ainda não
apresentarem um desenvolvimento completo do sistema enzimático (Vanbelle,
1992).
Torres et al. (2001), trabalhando com complexo enzimático contendo
amilase, protease e xilanase em dieta à base de milho e farelo de soja,
constataram melhora no desempenho dos frangos de corte com o aumento do
ganho de peso, no fator de produção e na melhoria da conversão alimentar.
Mendes et al. (1981) adicionaram níveis crescentes de um complexo
enzimático à base de amilase, protease e celulase em rações à base de milho e
farelos de soja e de trigo na fase de crescimento e final, variando os teores de
fibra bruta (3,38% e 4,47%, 3,68% e 4,25%). Os autores verificaram que a
inclusão de 0,015% do complexo multienzimático melhorou o ganho de peso e
a conversão alimentar de frangos, aos 35 dias de idade.
Figueiredo et al. (1998), comparando rações à base de milho e três tipos
de sojas processadas em frangos de corte, com e sem adição de complexo
enzimático contendo, amilase, protease e xilanase, verificaram uma melhora
significativa no ganho de peso e na conversão alimentar. Por outro lado, a adição
de enzimas nas dietas iniciais de frangos à base de milho e farelo de soja
aumentou o ganho de peso, mas não melhorou a conversão alimentar
(Charlton,1996).
Fischer et al. (2002) avaliaram o efeito da inclusão de um complexo
enzimático à base de proteases, amilases e celulases no desempenho de frangos
11
de corte alimentados com dietas à base de milho e farelo de soja. Os autores
verificaram diferença estatística na conversão alimentar, na fase de 1 a 28 dias,
não observando, contudo, diferenças no ganho de peso e no consumo de ração
nesta fase. O mesmo não ocorreu no período de 28 a 42 dias, no qual não
foram observadas diferenças no consumo de ração e conversão alimentar, mas,
houve diferença estatística no ganho de peso. O mesmo autor superestimou os
níveis energético, protéico e aminoacídico do farelo de soja em 5% e não
verificou diferença estatística no desempenho das aves em relação às
alimentadas com as dietas normais.
Pack & Bedford (1997) suplementaram dietas à base de milho e farelo
de soja com complexo enzimático (amilase, protease e xilanase) para frangos de
corte e verificaram aumento significativo no ganho de peso e melhora na
conversão alimentar na idade ao abate. Foi avaliada também a suplementação
deste complexo enzimático em dietas com redução de 4% na energia
metabolizável, proteína, metionina e lisina. Com a redução dos níveis
nutricionais da dieta, houve redução do desempenho, sendo o mesmo recuperado
com a suplementação enzimática.
Tejedor et al. (2000), em experimento com pintos de corte, avaliaram o
efeito da adição de um complexo enzimático contendo protease, amilase,
celulase e fitase sobre os coeficientes de digestibilidade ileal aparente da matéria
seca, proteína bruta, energia bruta, fósforo e cálcio e os valores de energia
digestível aparente das rações. Os autores observaram interação entre a adição
de enzimas e os níveis de cálcio (Ca) e fósforo (P). Houve melhora na
digestibilidade ileal da matéria seca no nível normal de Ca e P, enquanto o
efeito na energia bruta ocorreu nos dois níveis de Ca e P avaliados. Já a adição
do complexo enzimático com fitase melhorou a digestibilidade ileal da matéria
seca, indiferentemente do nível de cálcio e a da energia bruta somente nas rações
com baixos níveis de Ca e P.
12
Mathlouthi et al. (2002) avaliaram o efeito da adição de xilanase e β-
glucanase sobre o desempenho, digestibilidade dos nutrientes, condições físico-
químicas do intestino e da microbiota cecal de frangos de corte alimentados com
dietas à base de milho, farelo de arroz e cevada. Observaram melhor
digestibilidade dos nutrientes e da energia metabolizável aparente.
Rodrigues et al. (2003) observaram melhoria na digestibilidade ileal da
proteína bruta, amido e energia ileal digestível pela suplementação enzimática
de amilase, xilanase e protease, em dietas à base de milho e farelo de soja para
frangos de corte.
Wu et al. (2004) avaliaram o efeito da suplementação enzimática (fitase
e glucanase) em dietas à base de milho, sorgo e cevada, em frangos de corte de 1
a 28 dias de idade. Os autores verificaram maior energia metabolizável e melhor
digestibilidade ileal da proteína e amido da ração quando estas enzimas estavam
presentes.
Juanpere et al. (2005), trabalhando com glicosidases em dietas à base de
milho e farelo de soja, verificaram melhoria na digestibilidade dos nutrientes. Os
coeficientes de digestibilidade da matéria seca, lipídeos e amido aumentaram
1,54%; 6,58% e 1,03%, respectivamente.
Noy & Sklan (1995) obtiveram dados que revelam a baixa
digestibilidade ileal do amido e da gordura, em pintos de corte alimentados com
milho e farelo de soja. A inclusão de complexo enzimático, neste caso, pode
contribuir para melhorar a digestibilidade do amido e o rendimento econômico.
Yuste et al. (1991), trabalhando com uma variedade de ingredientes,
observaram que a digestibilidade do amido é menor em frangos até os 21 dias de
idade que em adultos, indicando que o trato gastrintestinal de aves aos 21 dias de
idade não é totalmente desenvolvido e capaz de digerir amido.
13
Contudo, Mahagna et al. (1995), trabalhando com dietas à base de milho
e farelo de soja com frangos de corte, observaram diminuição na digestibilidade
fecal do amido de 96,7%, aos 7 dias para 93,7%, aos 21 dias de idade das aves.
Zanela et al. (1999) relataram que a digestibilidade fecal do amido aos
37 dias de idade das aves aumenta de 91,2% para 93% e 98,2% para 98,5% em
dietas à base de milho e farelo de soja, quanto suplementadas com amilase,
protease e xilanase. Os mesmos autores encontraram aumento da EM ileal da
dieta de 3.076 para 3.153 kcal/kg, com a suplementação enzimática.
Gracia et al. (2003) relataram melhoras na digestibilidade do amido com
o uso de amilase, melhorando a digestibilidade da matéria seca, energia
metabolizável aparente corrigida e energia total da dieta. Citaram também que a
digestibilidade do amido aumenta com a idade das aves.
A maioria dos trabalhos mostra correlação da resposta da inclusão de
enzimas com a idade das aves.
2.5 Morfologia intestinal de frangos de corte
As características morfológicas intestinais, como altura de vilosidade e
profundidade de cripta, são relacionadas com o processo de absorção de
nutrientes pelos animais, sendo estes importantes meios de determinar a área de
absorção intestinal.
Ritz et al. (1995) reportaram que a suplementação com amilase
aumentou o comprimento de vilos no jejuno e no íleo, em perus com três
semanas de idade alimentados com dietas à base de milho e farelo de soja.
O aumento da área de superfície, seguido por um aumento no
comprimento dos vilos, força um aumento na absorção e melhora na
digestibilidade de nutrientes (Caspary, 1992).
Onderci et al. (2006), trabalhando com a inclusão de organismos
produtores de amilase em dietas de frangos de corte, à base de milho e farelo de
14
soja, observaram aumento significativo na largura dos vilos e profundidade e
largura das criptas, promovendo aumento na área de superfície de absorção.
Souza (2005), trabalhando com suplementação enzimática em dietas à
base de milho e farelo de soja, observou aumento na altura das vilosidades
intestinais, favorecendo a melhoria na absorção dos nutrientes pelas aves. O
mesmo autor observou diminuição na profundidade de cripta, o que implica na
redução na demanda de energia e proteína necessárias à renovação de tecido,
aumentando a eficiência das aves. Os resultados corroboram com Mathoulthi et
al. (2002) e Wu et al. (2004) que encontraram valores de altura de vilosidade
(1200µm) e profundidade de cripta (300 a 350 µm).
Os conhecimentos existentes até então sobre o uso de enzimas ainda não
definiram, a contento, os efeitos sobre a valoração real da energia desses
ingredientes, bem como os efeitos associativos das diversas enzimas. De
maneira geral, verifica-se pelas pesquisas já realizadas que existem efeitos
positivos sobre o desempenho das aves com o uso das enzimas.
15
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19
CAPÍTULO II
EFEITO DO USO DE COMPLEXOS ENZIMÁTICOS SOBRE
O DESEMPENHO, CARACTERÍSTICAS INTESTINAIS E
INCREMENTO DE ENERGIA DE RAÇÕES PARA
FRANGOS DE CORTE
20
1 INTRODUÇÃO
Os alimentos de origem vegetal constituem mais de 90% das dietas de
frangos de corte, entre eles os mais utilizados são o milho e o farelo de soja
constituindo a base da alimentação das aves. Contudo, esses alimentos
apresentam constituintes que são indigeríveis pelas aves e, entre eles, os
polissacarídeos não amídicos (PNAs) são de grande importância, pois
representam 8% e 30,2 % do alimento, respectivamente (Shutte et al., 1990).
A presença de PNAs determina o aumento da viscosidade da digesta, no
trato gastrintestinal, resultando em reduções na digestão e absorção de
aminoácidos, carboidratos, minerais e outros nutrientes, com conseqüente queda
de produtividade.
Zanella & Sakomura (1999) mostraram que a digestibilidade e o
desempenho das aves foram melhorados pela adição de complexos enzimáticos
(amilase, protease, xilanase) em dietas à base de milho e farelo de soja.
Marsmann et al. (1997) também observaram que a adição de enzimas, como
proteases e carboidrases, juntas ou separadas, em dietas à base de milho e farelo
de soja, melhoraram a digestibilidade das proteínas e dos PNAs.
O presente trabalho foi conduzido para avaliar o efeito da adição de
complexos enzimáticos sobre o desempenho, características intestinas e
incremento da energia metabolizável, em rações fareladas à base de milho e
farelo de soja, para frangos de corte de 1 a 42 dias de idade.
21
2 MATERIAL E MÉTODOS
Foram realizados dois ensaios com frangos de corte. No primeiro,
denominado experimento I, avaliaram-se o desempenho e características
intestinais dos frangos de corte de 1 aos 42 dias de idade, que receberam
complexo enzimático em rações fareladas.
No segundo, denominado experimento II, determinou-se, em um ensaio
de metabolismo, a energia metabolizável aparente corrigida pelo nitrogênio
retido (EMAn) e os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca e da
proteína bruta das dietas.
2.1 Localização e época de realização
Os ensaios foram conduzidos no Setor de Avicultura do Departamento
de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras, no período de março a abril de
2005.
O município de Lavras localiza-se na região sul do estado de Minas
Gerais, a uma altitude de 910 metros, tendo como coordenadas geográficas 21
o
14’ de latitude Sul e 45
o
de longitude Oeste de Greenwich.
2.2 Aves, instalações e manejo.
2.2.1 Ensaio de desempenho
Para o ensaio de desempenho, foram utilizados 1.440 pintos de um dia
Cobb-500 (ambos os sexo), distribuídos em 48 boxes, no sistema cama, 24
parcelas de cada sexo, contendo 30 aves cada. Cada parcela experimental (3m²)
foi dotada de aquecimento com o uso de lâmpadas incandescentes de 150 W,
comedouro tubular e bebedouro pendular individuais.
22
As temperaturas e as umidades relativas máximas e mínimas do galpão
foram registradas durante todo o período experimental por meio de um
termoigrômetro localizado no centro do galpão (Tabela 1).
TABELA 1. Temperatura e umidade registrada durante o ensaio.
2.3 Tratamentos, delineamento experimental e análise estatística.
Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado
(DIC), em um esquema fatorial 6 x 2, com seis dietas e dois sexos, com 4
repetições cada, perfazendo um total de 48 parcelas. As dietas foram fornecidas
para os machos e para as fêmeas, num no total de 12 tratamentos. As dietas
experimentais utilizadas foram: uma ração controle, à base de milho e farelo de
soja com farinha de carne e ossos, sem enzima (controle positivo); uma ração
controle formulada com 3% menos energia metabolizável do indicado para cada
fase, com a redução de óleo das rações na proporção necessária (controle
negativo) e quatro rações suplementadas com enzimas, conforme esquema
abaixo:
Temperatura (ºC) Umidade (%)
Semanas mínima máxima mínima máxima
1 29 37 50 72
2 27 37 49 71
3 18 36 46 65
4 17 37 44 73
5 16 37 43 71
6 16 37 43 70
23
Dieta 1 – controle positivo
Dieta 2 – controle negativo (T1 – 3% de EM) – redução 3% da EM.
Dieta 3 – controle negativo + complexo enzimático A (0,5 kg/t)
Dieta 4 – controle negativo + complexo enzimático B (0,3kg/t)
Dieta 5 – controle negativo + complexo enzimático B (0,4 kg/t)
Dieta 6 – controle negativo + complexo enzimático B (0,4 kg/t) + enzima C
(0,1kg/t)
Os complexos enzimáticos apresentam as seguintes composições:
complexo enzimático A ( 600U/g de xilanase, 8.000U/g de amilase e 800U/g de
protease), complexo enzimático B ( 200 kNU/g de α-amilase e 350 FBG/g de β-
glucanase), enzima C (1.000 FXU/g de xilanase).
A dosagem de enzima utilizada foi calculada com base nos dados
fornecidos pelos fabricantes das mesmas, considerando-se condições práticas de
utilização em campo no Brasil.
Foi adotado um programa alimentar com quatro fases, sendo distribuídas
nas formas de ração pré-inicial (1 a 7 dias), inicial (8 a 21 dias), crescimento
(22 a 35 dias) e final (36 a 42 dias). As composições dos ingredientes estão
apresentadas na Tabela 2. As rações experimentais foram à base de milho e
farelo de soja e formuladas de acordo com as recomendações práticas da ave
Cobb 500 e estão apresentadas na Tabela 3. A redução da energia foi realizada
com a redução de óleo das rações e inclusão de caulim.
24
TABELA 2. Composição percentual analisada dos ingredientes das rações¹.
Ingredientes Matéria
seca
Proteína
bruta
Cálcio Energia
metabolizável²
Milho 89,00 8,5 0,028 3381
Farelo de soja 90,02 45,4 0,320 2256
Farinha de carne e
ossos
89,05 46,3 10,900 2445
Óleo 99,60 ------ ------- 8790
Calcário calcítico ----- ------ 38,2 -------
¹Análises realizadas no Laboratório de Pesquisa Animal da UFLA.
² Rostagno et al. 2005
25
TABELA 3. Composição percentual das rações (controle positivo) segundo a
fase de criação¹
FASES (dias)
INGREDIENTES
1 – 7 8 –21 22 – 35 36 – 42
Milho 60,954 61,454 62,390 64,973
Farelo soja 30,611 28,884 26,975 24,548
Far. de carne ossos 45 5,882 5,760 5,299 4,829
Calcário calcítico 0,478 0,395 0,415 0,441
Sal 0,350 0,351 0,410 0,418
Anticoccidiano²
0,050 0,050 0,050 0,050
Promotor crescimento³ 0,025 0,025 0,025 0,025
Supl. vitaminas
4
0,100 0,100 0,100 0,100
Supl. mineral
5
0,050 0,050 0,050 0,050
Enzima –teste
6
0,100 0,100 0,100 0,100
DL- metionina 98% 0,220 0,232 0,211 0,186
L-lisina HCl 99% 0,183 0,207 0,209 0,202
Óleo de soja 1,000 2,390 3,766 4,077
TOTAL 100,000 100,000 100,000 100,000
Composição nutricional calculada
Energia metabolizável, kcal/kg 2950 3050 3150 3200
Proteína bruta, % 21,8 21,0 20,0 18,9
Metionina, % 0,554 0,550 0,520 0,438
Metionina + cistina, % 0,910 0,890 0,843 0,792
Lisina, % 1,260 1,250 1,190 1,113
Cálcio, % 0,950 0,900 0,850 0,800
Fósforo disponível, % 0,460 0,450 0,420 0,390
Sódio, % 0,180 0,180 0,200 0,200
¹ Exigência de acordo com recomendações práticas para ave Cobb 500
2
Programa para o anticoccidiano: pré-inicial e inicial – lasalocida -90 ppm , crescimento e final - salinomicina 66 ppm;
3
Promotor de crescimento – pré-inicial e inicial – avilamicina – 10 ppm, crescimento – avilamicina – 7 ppm e final – avilamicina 5 ppm.;
4
Rovimix aves inicial (Roche) - Níveis de garantia, por kg do produto: vitamina A - 12.000.000 UI; vitamina D3- 2.500.000 UI; vitamina E -
30.000 UI; vitamina B1 - 2 g; vitamina B6 - 3 g; pantotenato de cálcio - 10 g; biotina - 0,07 g; vitamina k3 - 3 g; ácido fólico - 1 g; ácido nicotínico
- 35 g; bacitracina de zinco - 10 g; cloreto de colina - 100 g; vitamina B12 - 15.000 mcg; selênio - 0,12 g; BHT - 5 g;
5
Roligomix aves (Roche) - Níveis de garantia, por kg do produto: manganês - 160 g; ferro - 100 g; zinco 100 g; cobre - 20 g; cobalto - 2 g; iodo - 2
g.
6
Complexo enzimático mais caulim qsp.
26
Os resultados foram submetidos a análises de variância utilizando o
pacote computacional SISVAR (Sistemas para Análises de Variância), segundo
Ferreira (2000).
O modelo estatístico que descreve as observações foi:
Y
ijk
= µ + T
i
+ S
j
+ TS
ij
+ E
ijk
Y
ijk
= observação referente à dieta i do sexo j na repetição k, com i= 1,....,6;
j= 1,2; k= 1,..., 4;
µ
= constante associada às observações
T
i
= efeito da dieta i, com i=1,...,6;
S
j
= efeito do sexo j, com j=1,2;
TS
ij
= é o efeito da interação da i-ésima dieta com o j-ésimo sexo;
E
ijk
= é o erro experimental normalmente distribuído com média zero e
variância
2
σ
.
2.4 Variáveis analisadas
2.4.1 Desempenho
Foram realizadas pesagens das aves e das sobras de rações para
avaliação do desempenho por meio do consumo de ração, ganho de peso e
conversão alimentar, de acordo com as fases de criação (1 a 7, 8 a 21, 22 a 35 e
36 a 42 dias de idade das aves) e do período total (1 a 42 dias de idade). As
mesmas foram mantidas em jejum de 4 horas para a realização das pesagens,
voltando à alimentação normal ao final do manejo.
Aos 42 dias de idade, foram separadas quatro aves de cada parcela,
sendo uma para coleta de amostra intestinal (altura de vilosidade e profundidade
de criptas), uma para coleta de conteúdo do lúmen intestinal (viscosidade) e duas
para característica de carcaça.
27
As rações experimentais foram preparadas a cada fase da criação e
estocadas em local fresco e arejado. A ração e a água foram fornecidas à vontade
durante todo o período. As aves receberam luz natural mais artificial durante
24horas/dia.
Os resultados de consumo de ração, ganho de peso e conversão
alimentar foram submetidos á análises de variância, utilizando-se o pacote
computacional SISVAR (Sistemas para Análises de Variância), segundo Ferreira
(2000). Os tratamentos foram comparados pelo teste Scott-Knott, a 5% de
probabilidade.
2.4.2 Análises fisiológicas
As análises fisiológicas foram a altura de vilosidades (AV),
profundidade de criptas (PC), relação vilo:cripta (R:V/C) e viscosidade do
conteúdo intestinal, avaliadas aos 42 dias de idade da ave. O abate foi por
deslocamento cervical sem sangria, com jejum de seis horas (exceto para a
análise de viscosidade).
2.4.2.1 Análise de altura de vilosidade e profundidade de cripta
Foi abatida uma ave por parcela experimental por deslocamento
cervical. Após a morte, foi feita uma incisão na região ventro-caudal para a
retirada do intestino, a mesma de onde foram coletados segmentos de
aproximadamente três centímetros cada, das regiões cranial, média e caudal do
duodeno. Foram lavados com água destilada e acondicionados em frascos
devidamente identificados contendo Bouin (150ml de solução concentrada de
ácido pícrico, 50ml de formol comercial 40% e 10ml de ácido acético glacial)
para a fixação do material. Após 24 horas, o material foi lavado e conservado em
álcool 70% até a confecção das lâminas.
28
A confecção das lâminas para análise morfométrica foi realizada no
Laboratório de Patologia do Departamento de Veterinária da Universidade
Federal de Lavras. Na primeira etapa, cortaram-se três milímetros de cada
amostra coletados e inseridos em “cassetes”.
Na segunda etapa, as amostras foram deixadas em solução de álcool
etílico 70%, 80%, 90%, 100% e 100% (absoluto), pelo período de 1 hora cada.
Após esses procedimentos, as amostras foram colocadas em xilol 80%, 90% e
100%, respectivamente, por 1 hora cada.
Na terceira etapa, as amostras foram submergidas em três soluções
parafina histológica fundida em estufa entre 56ºC e 58°C, por uma hora cada. Os
tecidos impregnados foram colocados em forma de metal em temperatura
ambiente e adicionada parafina líquida, para a confecção dos blocos.
Na quarta etapa, os blocos de parafina contendo as amostras foram
cortados em aparelho micrótomo (ANCAP 78), sendo realizada secções com
5µm de espessura e transferidos para as lâminas. Essas foram colocadas em
estufa a 60°C por um dia para secar e derreter a parafina.
Na quinta etapa, procedeu-se à coloração. As amostras foram colocadas
em uma solução de xilol por 40 minutos. Posteriormente, foram mergulhadas em
solução decrescente de álcool a 100%, 90%, 80% e 70%, de forma rápida,
permanecendo depois em água corrente por mais 15 minutos. Em seguida, foram
coradas pela solução de hematoxilina por um minuto, lavadas em água corrente
e colocadas, em seguida, em solução de eosina por 40 segundos e lavadas em
água corrente para retirar o excesso de eosina.
Após essa etapa, iniciou-se a desidratação, na seguinte seqüência de
soluções com concentração crescente de álcool: 70%, 80%, 90% e duas de
álcool etílico absoluto 100% por 30 segundos cada e por mais duas de xilol por 1
minuto cada. As lâminas foram, então, montadas com uma gota de bálsamo do
Canadá sobre o corte e, por final, foi acrescentada a lamínula.
29
As análises micrométricas dos cortes histológicos foram realizadas no
Laboratório de Citologia do Departamento de Biologia da Universidade Federal
de Lavras, utilizando-se o microscópio óptico com aumento de 32 vezes.
Foram selecionadas e medidas 10 criptas e 10 vilosidades em diferentes
regiões do corte (utilizou-se apenas o corte da região mediana do duodeno,
jejuno e íleo), sendo a unidade adotada em micrômetro (µm). As medidas de
altura de vilosidades (AV) foram adotadas a partir da base superior da cripta até
o ápice da vilosidade e as medidas de profundidade de criptas (PC) foram
tomadas entre as vilosidades da base inferior até a base superior da cripta. A
relação vilo:cripta foi adquirida da relação entre as duas variáveis, perfazendo
2.880 leituras.
2.4.2.2 Metodologia de análise de viscosidade
A viscosidade da digesta foi determinada realizando-se a coleta do
conteúdo do lúmen intestinal presente no fim do duodeno ao divertículo de
Meckel’s. Logo após a coleta, aproximadamente 1,5 g do conteúdo fresco foi
centrifugado a 3.000 rpm, por 5 minutos e, em seguida, extraído o conteúdo
sobrenadante e acondicionado em “ependorff” e mantido em caixa térmica (5ºC)
para a determinação da viscosidade (Shoulten, 2002).
A determinação da viscosidade da digesta foi realizada no Laboratório
de Nutrição Animal (LANA) da Faculdade de Ciências Animal e Veterinárias da
Universidade Estadual Paulista (UNESP), em Jaboticabal, SP, por meio de um
viscosímetro digital da marca Brookfield DV –III e haste CP-40, utilizando-se
0,5 ml do sobrenadante do conteúdo coletado, que foi deixado em banho-maria
até atingir 25°C. A medida da viscosidade é dada em centipoise (cPs), que é
correspondente a 1/100 dina/segundo/cm².
Os resultados de AV, PC, relação V: C e viscosidade intestinal foram
submetidos á análises de variância, utilizando-se o pacote computacional
30
SISVAR (Sistemas para Análises de Variância), segundo Ferreira (2000). Os
tratamentos foram comparados pelo teste Scott-Knott, a 5% de probabilidade.
2.5 Características de Carcaça
Ao término do experimento, foram selecionadas duas aves de cada
unidade experimental, de forma a representar o peso médio da unidade, as quais
foram abatidas após jejum de 6 horas, para fins de avaliação do rendimento de
carcaça, peito e gordura abdominal. O rendimento de carcaça foi calculado em
relação à carcaça eviscerada sem cabeça, pescoço, pé e sem visceras
comestíveis, no momento do abate e os rendimentos de peito e gordura
abdominal foram calculados em relação ao peso da carcaça eviscerada com pés,
cabeça e sem visceras comestíveis. Após o abate das aves, as carcaças foram
mantidas em baldes com gelo por uma hora, após esse período foram realizadas
as pesagens.
Os resultados de rendimento de carcaça, peito, gordura abdominal foram
submetidos á análises de variância, utilizando-se o pacote computacional
SISVAR (Sistemas para Análises de Variância), segundo Ferreira (2000). Os
tratamentos foram comparados pelo teste Scott-Knott, a 5% de probabilidade.
3 Ensaio de metabolismo
3.1 Aves, instalações, manejo, delineamento e análises estatísticas
Para o ensaio de metabolismo, foram utilizados 300 pintos de um dia da
linhagem Cobb, 500 machos criados em um aviário sobre piso com cama de
cepilho de madeira (maravalha) até os 21 dias de idade, quando foram
transferidos e distribuídos em 30 gaiolas de arame galvanizado, tipo recria,
medindo 0,50m x 0,40m x 0,75m, equipadas com bebedouro automático, tipo
nipple e comedouro do tipo calha, em densidade de 10 aves por gaiola. O local
foi dotado de aquecimento com o uso de lâmpadas incandescentes de 150 W.
31
Os tratamentos foram iguais aos descritos anteriormente para o ensaio de
desempenho (item 2.3). As aves foram criadas sob as mesmas condições do
ensaio de desempenho até os 21 dias de idade, utilizando o mesmo programa
alimentar do tratamento um (controle positivo).
Água e ração foram fornecidas à vontade durante todo o período
experimental, sendo os comedouros supridos de ração três vezes ao dia, para
evitar desperdício.
Foi utilizado o método tradicional de coleta total de excretas, no qual as
aves foram mantidas nas gaiolas durante sete dias. Foram quatro dias de
adaptação às gaiolas e às dietas experimentais e três dias de coleta de excretas. O
período de três dias é considerado suficiente e confiável, segundo Rodrigues et
al. (2005).
Sob as gaiolas foram instaladas bandejas de alumínio previamente
revestidas com plástico para evitar perdas de excretas. Para identificar as
excretas provenientes das dietas em avaliação, foi adicionado 1% de óxido
férrico nas rações, no primeiro e no último dia de coleta. Dessa forma, na
primeira coleta, as excretas não marcadas foram desprezadas e, na última coleta
do período experimental, as excretas marcadas também foram descartadas. As
excretas foram coletadas duas vezes ao dia, no início da manhã e no final da
tarde.
As excretas foram acondicionadas em sacos plásticos, identificados por
repetição e congeladas em freezer (-4ºC). No final do período experimental
determinaram-se a quantidade de ração consumida, bem como a quantidade total
de excretas produzidas. Após o descongelamento em temperatura ambiente, as
excretas foram homogeneizadas por repetição, sendo retirada uma amostra (500
gramas) que foi seca em estufa de ventilação forçada a 55ºC, por 72 horas, a fim
de se proceder a pré-secagem, para a determinação da amostra seca ao ar. A
seguir, as amostras foram moídas em moinho tipo faca, com peneira de 1 mm e
32
encaminhadas ao Laboratório de Pesquisa Animal do Departamento de
Zootecnia da UFLA, junto com as amostras das dietas experimentais, para a
determinação da matéria seca, energia bruta e nitrogênio, conforme técnicas
descritas por Silva (1990). A energia bruta foi determinada por meio da bomba
calorimétrica adiabática (Parr, 1261).
Com base nos resultados laboratoriais obtidos, foram calculados os
valores de energia metabolizável aparente (EMA) e aparente corrigida (EMAn),
apresentados em kcal/kg de MS das dietas, utilizando-se as equações propostas
por Matterson et al. (1965) e ajustados para a retenção de nitrogênio de acordo
com as fórmulas, e os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca
(CDAMS) e da proteína bruta (CDAPB), de acordo com as fórmulas abaixo
EMA = rnergia bruta ingerida – rnergia bruta rxcretada
. matéria seca ingerida
EMAn = energia bruta ingerida – (energia bruta excretada + 8,22* BN)
. matéria seca ingerida
CDAMS(%) = matéria seca ingerida (g) – matéria seca excretada (g)
x 100
matéria seca ingerida (g)
CDAPB(%) = proteína bruta ingerida (g) – proteína bruta excretada (g)
x 100
proteína bruta ingerida (g)
33
Os resultados de EMAn, CDAMS e CDAPB foram submetidos a
análises de variância utilizando o pacote computacional Sistemas para Análises
de Variância (SISVAR), segundo Ferreira (2000), sendo os tratamentos
comparados pelo teste Scott-Knott, a 5% de probabilidade.
34
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Desempenho de 1 a 7 dias de idade das aves
Os resultados de consumo de ração, ganho de peso e conversão
alimentar, estão apresentados nas Tabelas 4, correspondendo ao período de 1 a 7
dias.
TABELA 4. Desempenho, de 1 a 7 dias de idade, de frangos de corte de ambos
os sexos, alimentados com rações fareladas suplementadas com complexos
enzimáticos.
¹ Dietas, 1 (controle positivo, nível de energia calculado segundo recomendações práticas da Cobb 500); 2
(controle negativo, redução de 3 % da energia metabolizável do controle positivo); 3 (controle negativo +
0,05% do complexo enzimático A – 600U/g de xilanase, 8000U/g de amilase, 800U/g de protease); 4 (controle
negativo + 0,03% do complexo enzimático B – 200kNU/g de amilase e 350 FBG/g de glucanase); 5 (controle
negativo + 0,04% do complexo enzimático B); 6 (Controle negativo + 0,04% do complexo enzimático B +
enzima C – 1000U/g de xilanase).
Dietas¹ Consumo de
ração, gramas
Ganho de peso,
gramas
Conversão
alimentar
M F
Média
M F
Média
M F
Média
1
150 152 151 131 135 133 1,14 1,12 1,13
2
158 156 157 136 133 134 1,16 1,17 1,17
3
157 155 156 136 135 135 1,16 1,14 1,15
4
163 156 160 142 136 139 1,15 1,14 1,15
5
151 163 157 135 139 137 1,12 1,17 1,15
6
155 152 154 135 133 134 1,15 1,14 1,15
Médias
156 156 156 136 135 135 1,15 1,15 1,15
CV, % 4,17 4,00 3,38
35
Observa-se que não houve diferenças significativas (P>0,05) nos
resultados de consumo, ganho de peso e conversão alimentar das aves, com a
utilização dos complexos enzimáticos. Nesta fase, não existe efeito do nível de
energia nas medidas de desempenho dos pintos, devido à imaturidade do seu
trato digestório e o consumo de ração que, nesta fase, pode estar relacionado à
capacidade de digestão da dieta, de modo que este consumo não exceda a
capacidade digestiva (Noy & Sklan, 1995). Também não foram observadas
diferenças entre sexos (P>0,05), quanto às medidas de desempenho avaliadas e à
interação das dietas com os sexos. Este fato demonstra que, nesta fase, as
diferenças entre os machos e as fêmeas ainda não interferem no
desenvolvimento dos pintos.
Ebert et al. (2000) encontraram resultados semelhantes em um
experimento com frangos de corte, testando níveis energéticos, com ou sem
adição de complexo enzimático contendo amilase, protease e celulase,
concluindo que seus efeitos são pequenos e perceptíveis apenas em ambiente de
estresse térmico. Contudo, os autores notaram pequena melhora na conversão
alimentar das aves submetidas ao tratamento com enzimas na primeira semana.
Mahagna et al. (1995) relataram a depressão de 4% no consumo de
ração de 1 a 7 dias de idade em dietas à base de sorgo e farelo de soja
suplementadas com amilase e protease.
Chotinsky et al. (2001), citados por Longo (2005), relataram que a
capacidade de digestão de carboidratos, como o amido, é observada logo após a
eclosão. A amilase pancreática é encontrada em aves já no 18º dia de incubação,
com sua máxima atividade específica ocorrendo quatro dias após a eclosão. A
atividade especifica das enzimas maltose e sacarase aumenta rapidamente entre
19 e 21 dias de incubação, enquanto que após a eclosão, a atividade dessas
enzimas continua a aumentar até o abate das aves.
36
4.2 Desempenho de 1 a 21 dias de idade das aves
Os resultados de consumo de ração, ganho de peso e conversão
alimentar de frangos de corte, no período de 1 a 21 dias de idade, estão
apresentados na Tabelas 5.
38
o foi observada interação significativa (P>0,05) entre as dietas e
sexos e nem efeito significativo (P>0,05) das dietas sobre o consumo de ração.
Houve diferença significativa (P<0,05) somente em relação a sexo. Tendo os
machos consumido mais ração que as fêmeas. Mesmo com a redução do nível de
energia metabolizável (EM) do controle negativo (redução de 3%), as aves não
diferiram o seu nível de consumo de ração nesta fase.
Estes resultados estão de acordo com Yu & Chung (2004) que,
trabalhando com dietas à base de milho e farelo de soja e com a inclusão de
complexos enzimáticos contendo amilase, xilanase e β-glucanse, constataram
que não houve diferenças no consumo de ração entre os tratamentos com
inclusão de enzimas e os tratamentos com mesmo nível energético e 3% acima.
No entanto, diferem dos de Ritz et al. (1995), que observaram aumento de 4%
no consumo de ração aos 21 dias de idade, em rações à base de milho e farelo de
soja suplementadas com complexos enzimáticos contendo, predominantemente,
amilase.
Hadorn & Wiedmer (2001), trabalhando com frangos de ambos os sexos
com dietas à base de centeio, trigo e cevada, não encontraram diferenças no
consumo de ração, com ou sem a suplementação enzimática de celulase,
glucanase e xilanase, nem interação sexo tratamento, mas encontraram diferença
para o sexo, independente da inclusão de enzimas, relatando que os machos
consumiram mais ração.
Os resultados obtidos de ganho de peso dos frangos de corte no período
de 1 a 21 dias de idade encontram-se na Tabela 5. Os resultados de ganho de
peso indicaram interação significativa (P<0,05) entre as dietas e sexo. Verifica-
se que o uso dos complexos enzimáticos e a redução da energia na ração
(controle negativo) não influenciaram o ganho de peso das fêmeas. Por outro
lado, para os machos, os melhores ganhos de peso foram observados com o uso
de amilase e β-glucanase nos níveis de 0,03% e 0,04% e pela combinação de
39
amilase, β-glucanase mais xilanase nos níveis de 0,04% e 0,01%, que
apresentaram ganho de peso semelhante (892, 894 e 873 gramas). Um fato
interessante foi que o uso de amilase e β-glucanase na ração com menor EM
(controle negativo) proporcionou melhor ganho de peso do que a testemunha
(controle positivo) e o uso de amilase, protease e xilanase obteve resultados
semelhantes ao controle negativo e menor que as demais enzimas. Estes
resultados sugerem outros benefícios além da energia com o uso de amilase e β-
glucanase.
Estabelecendo-se uma comparação entre os sexos, para cada dieta,
constata-se que, o ganho de peso para as aves que consumiram as rações do
controle negativo, foram semelhantes (P>0,05). Este fato indica que, para esta
fase, a redução de 3% na EM foi suficiente para afetar o ganho de peso das aves
e o fato de, machos e fêmeas, terem, obtidos ganhos de peso semelhantes, pode
ser explicado pelo mesmo nível de consumo de ração, tendo as exigências
nutricionais das fêmeas sido, possivelmente, atendidas e a dos machos sido
insuficiente para atender à sua necessidade nutricional. Por outro lado,
comparando-se o ganho de peso das demais dietas, observa-se (P<0,05) que os
machos apresentaram melhores ganhos de peso que as fêmeas. Isso pode ser
devido ao maior consumo das rações e maior desenvolvimento que as fêmeas.
Yu & Chung (2004) observaram que frangos de corte recebendo rações
com o uso de protease, amilase e xilanase obtiveram ganho de peso igual ao
controle negativo (menos 3% EM), mas, quando suplementados com amilase e
glucanase, e amilase, glucanase e xilanase, o aumento no ganho de peso das aves
não diferenciou-se do controle positivo. Contudo, o uso destas enzimas foi capaz
de elevar o nível energético das rações em, pelo menos, 3%.
Hadorn & Wiedmer (2001) relataram diferenças de ganho de peso entre
os sexos e, independente da inclusão de celulase, glucanase e xilanase, os
machos obtiveram maiores ganhos que as fêmeas. Quanto à utilização dessas
40
enzimas, estes autores relatam um aumento no ganho de peso em comparação
com as dietas sem enzimas e que as fêmeas suplementadas com enzimas
obtiveram ganhos inferiores aos machos sem suplementação enzimática.
Os resultados de conversão alimentar dos frangos de corte, no período
de 1 a 21 dias de idade estão apresentados na Tabela 5, não tendo havido
interação significativa (P>0,05) entre as dietas estudadas e o sexo. Por outro
lado, os dados indicaram melhor conversão alimentar com o uso dos complexos
enzimáticos, amilase, protease e xilanase, amilase e β-glucanase e amilase, β-
glucanase e xilanase, resultando nos melhores dados. A redução da EM da ração
piorou (P<0,05) a conversão alimentar nesta fase; os machos obtiveram melhor
conversão alimentar que as fêmeas (P<0,05), devido ao melhor ganho de peso
dos machos.
Resultados contrários foram encontrados por Yu & Chung (2004) que
também não encontraram diferenças na conversão alimentar para os machos até
21 dias de idade, quanto a utilização de complexos enzimáticos contendo
amilase, xilanase, β-glucanase e protease quando comparados a dietas referência
de redução ou não de 3% da EM.
Na fase de 1 a 21 dias de idade das aves, a utilização de enzimas
melhorou o ganho de peso e a conversão alimentar das aves, não influenciando o
consumo de ração. Os complexos enzimáticos contendo amilase, β-glucanase e
amilase, β-glucanase e xilanase obtiveram os melhores resultados de ganho de
peso para machos e, para as fêmeas, a inclusão de enzimas não influenciou as
variáveis analisadas, sendo sempre inferiores às dos machos.
4.3 Desempenho de 1 a 42 dias de idade das aves
Os resultados referentes ao desempenho de frangos de corte no período
de 1 a 42 dias de idade estão apresentados na Tabela 6.
42
Para a variável consumo de ração, houve interação significativa
(P<0,05) entre as dietas e o sexo. Os machos apresentaram consumo de ração
semelhante (P>0,05) para todas as dietas nas quais se usou a ração do controle
negativo ( redução de 3% de EM), tendo a dieta controle positivo resultado em
menor consumo de ração (P<0,05), em relação as demais dietas. Este dado
indica que o uso dos complexos enzimáticos, independentemente do nível, não
conseguiu sensibilizar metabolicamente os machos no sentido da equalização do
consumo de energia diária. Indica também que os benefícios observados nas
outras medidas de desempenho foram devido não somente à recomposição
calórica teórica da ração. Já para as fêmeas, os maiores consumos de ração
(P<0,05) foram observados para as dietas controle negativo e o uso dos
complexos enzimáticos sobre o controle negativo, com exceção para as dietas
controle positivo e para dieta contendo amilase, β-glucanase e xilanase, que
apresentou consumo de ração semelhante e inferior às demais dietas. Este fato
indica que as fêmeas são mais sensíveis ao uso de xilanase, já que foi a única
diferença em relação à dieta 5, que continha somente amilase e β-glucanase.
Esses resultados corroboram com Hadorn & Wiedmer (2001) que,
trabalhando com aves machos e fêmeas, recebendo dietas à base de trigo, cevada
e centeio com e sem a inclusão de complexo enzimático contendo células,
glucanase e xilanase, observaram que os machos consumiram mais que as
fêmeas, independente da inclusão do complexo enzimático. Ainda, não
encontraram diferença no consumo de ração para os sexos, com ou sem a
inclusão do complexo enzimático.
Yu & Chung (2004) observaram diferenças no consumo de ração entre
o controle negativo (menos 3% EM) que consumiu mais ração que os demais
tratamentos. Estes resultados são semelhantes aos encontrados no ensaio,
considerando as fêmeas que receberam o tratamento contendo amilase, β-
43
glucanase e xilanase, e contrariando o observado nos demais resultados, em que
o consumo foi menor para o controle positivo.
Para o ganho de peso, no período de 1 a 42 dias de idade, também foi
observada interação significativa (P<0,05) com relação às dietas e ao sexo. Os
machos se comportaram diferentemente (P<0,05) das fêmeas, com relação a
ganho de peso na fase total, independentemente das dietas estudadas.
Os complexos enzimáticos foram eficientes em melhorar o ganho de
peso das aves (P<0,05). Este fato pode ser observado pelo ganho de peso da
dieta controle positivo ser inferior em relação a todas as dietas que utilizaram os
complexos enzimáticos, sendo o pior ganho de peso para o controle negativo.
Os melhores ganhos de peso observados para machos foram para o uso de
amilase e β-glucanase, independentemente do nível, sendo estes superiores ao
controle positivo (P<0,05), indicando efeitos extras no desempenho das aves,
além da própria energia. A utilização de amilase, β-glucanase e xilanase, e
amilase, xilanase e protease foi eficiente em melhorar o ganho de peso, sendo
superior ao controle positivo (P<0,05) e inferior à utilização do complexo
amilase e β-glucanase.
O ganho de peso dos machos, com o uso do complexo enzimático
amilase, β-glucanase, foi superior (P<0,05) às dietas que utilizaram o complexo
enzimático amilase, xilanase e protease e o complexo enzimático amilase, β-
glucanase e xilanase. Isso indica que a dieta com amilase e β-glucanase foi
eficientemente melhor que as demais enzimas, independente do nível de uso,
demonstrando que a associação com a xilanase prejudica o ganho de peso das
aves. No caso das fêmeas, não foram observadas diferenças estatísticas (P>0,05)
entre as dietas estudadas, indicando serem elas menos exigentes
nutricionalmente em relação aos machos. Talvez, em situação de formulação
específica para fêmeas, se possam averiguar os efeitos das enzimas para esta
44
medida. Foi observada diferença significativa entre os sexos (P<0,05), quanto ao
ganho de peso, tendo os machos sempre sido superiores às fêmeas.
Hadorn & Wiedmer (2001) constataram que a utilização do complexo
enzimático contendo celulase, glucanase e xilanase resultou numa melhora final
do ganho de peso em 2,4%, e que os machos obtiveram um ganho de peso
16,4% maior que as fêmeas. Foram observados valores similares de ganho de
peso para machos e fêmeas, confirmando os dados deste experimento, no qual
encontrou-se uma melhora de 7,16% na média do ganho de peso final e uma
diferença de 15% no ganho de peso entre os sexos. Mas, com a inclusão do
complexo enzimático, o ganho de peso não diferenciou apenas para as fêmeas;
nos machos que receberam complexo enzimático, o ganho de peso foi superior
até a dieta que utilizou o nível de energia recomendado para a linhagem.
Estes dados concordam com os de Yu & Chung (2004), que não
obtiveram diferenças no ganho de peso das aves aos 39 dias de idade, entre os
tratamentos controle e a inclusão de amilase mais glucanase, amilase mais
glucanase e xilanase, e glucanase mais xilanase, nas rações.
Quanto à conversão alimentar no período de 1 a 42 dias de idade (Tabela
6), também foi observada interação significativa (P<0,05) entre as dietas e o
sexo.
Os machos apresentaram as melhores conversões alimentares com o uso
do complexo amilase e β-glucanase; o uso de 0,03% seria indicado para este
sexo, tendo apresentado valor de 1,69. O uso do complexo amilase, protease e
xilanase e do complexo amilase, β-glucanase e xilanase foi superior (P<0,05) ao
controle negativo e igual ao controle positivo, indicando que a redução da EM
foi recuperada com o uso destes complexos enzimáticos.
A redução da EM da dieta (controle negativo) afetou
significativamente (P<0,05) a conversão alimentar dos machos, indicando maior
sensibilidade do que as fêmeas, para variações do conteúdo de EM das dietas.
45
As fêmeas apresentaram melhor (P<0,05) conversão alimentar para as dietas
controle positivo e a que utilizou o complexo amilase, β-glucanase e xilanase,
frente às demais. Este fato indica que a combinação de xilanase no complexo
amilase e β-glucanase é interessante para as fêmeas. O controle negativo e o uso
dos complexos enzimáticos amilase, protease e xilanase, e amilase e β-glucanase
resultaram em conversão alimentar semelhante, e inferior ao controle positivo.
Este fato indica que, para as fêmeas, não houve uma recuperação eficiente da
EM das dietas com o uso destas enzimas, não sendo recomendado seu uso para
este caso.
Corroboram com estes resultados, Yu & Chung (2004), que observaram
melhora na conversão alimentar das aves com a inclusão de complexos
enzimáticos contendo: amilase, glucanase, o complexo amilase, glucanase e
xilanase, e glucanase mais xilanase nas rações, quando comparados à ração com
menos 3% de EM.
Hadorn & Wiedmer (2001) observaram melhora de 2,3% na conversão
alimentar com a inclusão de enzimas e que os machos apresentaram conversão
alimentar 3,2% inferior à das fêmeas.
Estes dados estão de acordo com o presente experimento, no qual as
conversões alimentares dos machos foram 4,9% inferiores à das fêmeas e
observou-se uma melhora na conversão alimentar dos machos com a inclusão
dos complexos enzimáticos amilase, protease e xilanase, amilase e β-glucanase,
e amilase, β-glucanase e xilanase, de 8,4%, 11,0% e 8,9%, respectivamente,
quando comparados ao controle negativo.
46
4.4 Viscosidade intestinal
Os valores médios da viscosidade da digesta intestinal das aves aos 42
dias de idade são apresentados na Tabela 7.
TABELA
. 7 Viscosidade (cPs/ml) intestinal de frangos de corte alimentados
com rações fareladas, suplementadas com complexos enzimáticos, aos 42 dias
de idade.
Sexo *
Dietas**
Machos Fêmea
Média
1
2,12 Aa 2,03 Aa 2,08
2
2,42 Ab 2,30 Ab 2,36
3
1,98 Aa 2,39 Bb 2,19
4
2,22 Ab 2,33 Ab 2,28
5
2,37 Ab 2,55 Ab 2,46
6
1,98 Aa 2,21 Aa 2,10
Média
2,18 2,30
CV, % 7,20
¹ Dietas, 1 (controle positivo, nível de energia calculado segundo recomendações práticas da Cobb 500); 2 (
controle negativo, redução de 3% da energia metabolizável do controle positivo); 3 (controle negativo + 0,05%
do complexo enzimático A – 600U/g de xilanase, 8000U/g de amilase, 800U/g de protease); 4 (controle
negativo + 0,03% do complexo enzimático B – 200kNU/g de amilase e 350 FBG/g de glucanase); 5 (controle
negativo + 0,04% do complexo enzimático B); 6 (Controle negativo + 0,04% do complexo enzimático B +
enzima C – 1000U/g de xilanase).
*Médias seguidas de mesmas letras maiúscula, na linha, não diferem estatisticamente, pelo teste F, a 1% de
significância.
**Médias seguidas de mesmas letras minúscula, na coluna, não diferem estatisticamente, pelo teste Scott-
Knott, a 1% de significância.
Houve interação significativa (P=0,056) entre as dietas e sexo. Para os
machos, houve diferença significativa (P<0,01) entre as dietas, tendo a dieta
controle positivo (energia metabolizável recomendada pelo manual da linhagem)
e as dietas que incluíram amilase, protease e xilanase, e amilase, β-glucanase e
xilanase, resultado em menor valor de viscosidade intestinal, quando
comparadas com as demais dietas. A xilanase tem a capacidade de quebrar e
47
degradar os arabinoxilanos, que provocam, por meio de sua estrutura de
formação, a formação de um gel no lúmem intestinal, aumentando a viscosidade
da digesta. Daí a importância da xilanase na degradação desse polissacarídeo,
diminuindo a formação de gel que levará ao não aumento da viscosidade
intestinal da digesta, consequentemente promovendo uma melhor ação das
enzimas endógenas na degradação e melhorando a absorção de nutrientes.
Contudo, estudos mostram que, mesmo sendo absorvidos, os xilanos não são
totalmente aproveitados pelo organismo animal, sendo que seu aproveitamento
metabólico fica em 20%.
Para as fêmeas, houve diferença significativa (P<0,01) entre as dietas
estudadas, tendo o controle positivo e o uso do complexo enzimático (0,04% de
amilase, β-glucanase e 0,01% xilanase) resultado em menores valores de
viscosidade intestinal comparados às demais dietas. Isso indica que a utilização
de amilase e β-glucanase associada à xilanase foi eficiente em diminuir a
viscosidade intestinal das aves aos 42 dias de idade. Apenas para a dieta
contendo 0,05% de amilase, protease e xilanase houve diferença significativa
(P<0,01) entre os sexos, visto que os machos apresentaram menor viscosidade
intestinal que as fêmeas. Para as demais dietas, não houve diferenças,
significativa (P>0,05) entre os sexos. Essa diferença apenas para o complexo
enzimático contendo 0,05% de amilase, protease e xilanase pode ter ocorrido
pela produção de muco entre os sexos ou por fatores não avaliados neste ensaio.
Zanella (1998) também encontrou valores médios de 2,5 centipoieses
(cPs), trabalhando com rações à base de milho e farelo de soja, mas, não
encontrou diferença na viscosidade com o uso de complexo enzimático contendo
amilase, protease e xilanase, na digesta das aves, aos 23 dias de idade.
Estes resultados concordam com Cowienson & Adeola (2005) que
verificaram um aumento de 119% da viscosidade in vitro (4,2 vs 8,9 cPs) em
relação ao não uso de enzimas nas rações. O mesmo autor relatou que o uso de
48
xylanase em dietas de alta viscosidade melhorou o desempenho e reduziu a
viscosidade duodenal e ileal da digesta e, conseqüentemente, melhorou o uso
dos nutrientes.
Portanto, conclui-se que a importância de redução na viscosidade
intestinal da digesta está relacionada com a utilização dos nutrientes, como
relatam Adeola & Bedford (2004). Estes autores trabalhando com patos,
observaram que a redução no desempenho de patos alimentados com alimentos
de alta viscosidade é deve-se ao aumento da viscosidade duodenal da digesta e à
subseqüente diminuição do uso dos nutrientes.
A importância de suplementação enzimáticas desde o primeiro dia de
idade, relatada por Hadorn & Wiedmer (2001), é essencial para a redução na
viscosidade da digesta jejunal (2,17 vs 2,68 cPs) levando a um melhor
aproveitamento dos nutrientes desde os primeiros dias de vida e melhorando o
desempenho das aves.
Portanto, para os machos, a diminuição da viscosidade intestinal foi
influenciada (P<0,05) diretamente pela dietas que continham xilanase nos
complexos enzimáticos, não havendo efeito (P>0,05) dos outros complexos
enzimáticos na viscosidade aos 42 dias de idade das aves.
4.5 Avaliação das características de carcaça
Os resultados das avaliações das características de carcaça, rendimento
de carcaça (%), peito (%) e teor de gordura abdominal (%), estão apresentados
na Tabela 8.
50
As dietas não influenciaram (P>0,05) as características de carcaça
estudadas, bem como o rendimento de carcaça, peito e o teor de gordura
abdominal. Conclui-se que o diferencial energético das dietas com redução de
3% de energia metabolizável (EM), que foram utilizados os complexos
enzimáticos, foi eficiente e não foi suficiente para interferir no rendimento de
carcaça, peito e gordura abdominal das aves criadas até os 42 dias de idade.
Devido ao controle negativo (redução de 3% na energia metabolizável da dieta)
não ter se diferenciado (P>0,05) do controle positivo, conclui-se que o
diferencial de 3% de EM não é suficiente para interferir no rendimento de
carcaça, peito e teor de gordura abdominal.
Bedford (1998), Zanella (1998), Figueiredo et al. (1998) e Torres (1999)
encontraram os mesmos resultados deste trabalho, se verifica que o rendimento
de carcaça (%) não foi influenciado pelas dietas estudadas. Quanto à gordura
abdominal, Torres (1999) encontrou valores semelhante aos encontrados por
Costa et al. (1998), quando verificaram que o maior nível de enzima obtido com
a ração controle, tanto para machos como para fêmeas, diferiram entre si, o que
foi diferente dos encontrados neste trabalho.
4.6 Morfometria intestinal das aves aos 42 dias de idade
As avaliações de altura de vilosidade, profundidade de cripta e relação
vilo:cripta estão apresentadas na Tabela 9.
51
TABELA 9. Altura de vilosidade (µm), profundidade de cripta (µm) e relação
vilo:cripta no duodeno de frangos de corte de ambos os sexos, alimentados com
rações fareladas suplementadas com complexos enzimáticos aos 42 dias de
idade.
Dietas¹
Altura de
vilosidade (µm)
Profundidade de
cripta (µm)
Relação
vilo:cripta
M F
Média
M F
Média
M F
Média
1
1226 1177 1201 295 279 287 4,2 4,3 4,2
2
1131 1188 1160 318 314 316 3,6 3,8 3,7
3
1105 1073 1089 279 298 268 4,8 3,7 4,2
4
1220 1204 1212 266 274 270 4,8 4,4 4,6
5
1181 1191 1186 273 278 275 4,3 4,3 4,3
6
1227 1131 1179 268 278 272 4,6 4,3 4,4
Médias
1182 1161 283 286 4,4 4,1
CV, %
13,09 13,27 19,26
¹ Dietas, 1 (controle positivo, nível de energia calculado segundo recomendações práticas da Cobb 500); 2 (
controle negativo, redução de 3% da energia metabolizável do controle positivo); 3 (controle negativo + 0,05%
do complexo enzimático A – 600U/g de xilanase, 8000U/g de amilase, 800U/g de protease); 4 (controle
negativo + 0,03% do complexo enzimático B – 200kNU/g de amilase e 350 FBG/g de glucanase); 5 (controle
negativo + 0,04% do complexo enzimático B); 6 (Controle negativo + 0,04% do complexo enzimático B +
enzima C – 1000U/g de xilanase).
Não houve diferenças significativas (P>0,05) para as avaliações de
altura de vilosidade, profundidade de cripta e relação vilo:cripta. Isso pode ser
explicado pelo fato de as enzimas não terem efeito sobre a parede intestinal na
fase final de criação, mais especificamente nas vilosidades, uma vez que este
efeito é sobre o conteúdo do lúmem intestinal, agindo mais especificamente
sobre a digesta presente no lúmem, não tendo efeito sobre os enterócitos na
parede do intestino.
Além do desenvolvimento das vilosidades, vários fatores podem
contribuir para o aumento da densidade do intestino delgado com o passar da
idade, como a quantidade de muco depositada, que pode ser influenciada pela
52
composição da dieta; o estímulo para o desenvolvimento, influenciado pelo
tempo de jejum inicial e pela disponibilidade de substrato para digestão e
absorção e, ainda, as características da dieta fornecida, cuja abrasividade afeta o
turnover celular da membrana. A ingestão de alimento, bem como as
propriedades químicas dos nutrientes presentes no lúmem intestinal, é
considerada um estímulo ao desenvolvimento da mucosa intestinal (Maiorka,
2001).
Os efeitos dos complexos enzimáticos são poucos perceptíveis na
morfometria do trato digestório, pelo fato de sua ação ocorrer no conteúdo
intestinal, agindo na degradação principalmente dos polissacarídeos não
amídicos, promovendo uma maior dispersão do bolo alimentar, reduzindo a
viscosidade do mesmo e sua abrasividade, auxiliando a ação das enzimas
endógenas, contribuindo para uma melhor degradação e absorção dos nutrientes
A utilização dos complexos enzimáticos não afetou a altura das
vilosidades, profundidade de cripta e a relação vilo:cripta do duodeno das aves,
aos 42 dias de idade.
53
4.7 Ensaio de metabolismo
Os resultados do coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca
(CDAMS) e proteína bruta (CDAPB) do ensaio de metabolismo estão
apresentados na Tabela 10.
TABELA 10. Valores de coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca
(CDAMS) e da proteína bruta (CDAPB), determinados com pintos em
crescimento (24 a 26 dias de idade), alimentados com dietas fareladas
suplementadas com complexos enzimáticos.
Dietas¹ CDAMS
%
CDAPB
%
1
77,6 70,6
2
77,2 69,9
3
77,4 70,8
4
77,4 70,1
5
78,4 69,2
6
78,0 68,1
Média
77,6 69,8
CV %
1,28 2,75
¹ Dietas, 1 (controle positivo, nível de energia calculado segundo recomendações práticas da Cobb 500); 2 (
controle negativo, redução de 3% da energia metabolizável do controle positivo); 3 (controle negativo + 0,05%
do complexo enzimático A – 600U/g de xilanase, 8000U/g de amilase, 800U/g de protease); 4 (controle
negativo + 0,03% do complexo enzimático B – 200kNU/g de amilase e 350 FBG/g de glucanase); 5 (controle
negativo + 0,04% do complexo enzimático B); 6 (Controle negativo + 0,04% do complexo enzimático B +
enzima C – 1000U/g de xilanase).
Verifica-se que não houve diferença (P>0,05) nos coeficientes de
digestibilidade aparente da matéria seca e da proteína bruta. Esses resultados
estão de acordo com resultados encontrados na literatura quanto aos controle
positivo e negativo, destacando-se valores entre 75% á 80%. Em relação à
utilização dos complexos enzimáticos, esperava-se encontrar resultados
satisfatórios, mas, alguns autores, como Zanella et al. (1999), relataram que,
54
quando utiliza-se enzimas em dietas para frangos de corte, os efeitos nos
coeficientes de digestibilidade são melhor percebidos quando se realiza coleta
ileal da digesta, pelo fato do seco interferir digestibilidade da digesta.
Os valores de energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de
nitrogênio (EMAn) na matéria seca (MS) e na matéria natural (MN) das dietas
experimentais, e o incremento de energia (IE) estão apresentados na Tabela 11.
TABELA 11. Energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de
nitrogênio (EMAn) expressos na matéria seca (MS) e sua respectiva matéria
seca, de dietas fareladas valoradas em energia pela utilização de complexos
enzimáticos, determinados com pintos em crescimento (24 a 26 dias de idade).
Dietas¹ MS
%
EMAn*
(kcal/kg de MS)
Diferença²
%
1
87,88 3575 ± 98 b _
2
86,79 3528 ± 14 b 0
3
88,15 3544 ± 27 b 2,01
4
87,71 3564 ± 46 b 2,06
5
88,01 3631 ± 60 a 4,36
6
88,15 3595 ± 56 a 3,48
Média 87,78 3573
CV %
1,21
¹ Dietas, 1 (controle positivo, nível de energia calculado de energia metabolizável de 3150 kcal/kg, idem fase
de 21 a 35 dias de idade das aves); 2 (controle negativo, redução de 3% da energia metabolizável do controle
positivo); 3 ( controle negativo + 0,05% do complexo enzimático A – 600U/g de xilanase, 8000U/g de amilase,
800U/g de protease); 4 (controle negativo + 0,03% do complexo enzimático B – 200kNU/g de amilase e 350
FBG/g de glucanase); 5 (controle negativo + 0,04% do complexo enzimático B); 6 (Controle negativo + 0,04%
do complexo enzimático B + enzima C – 1000U/g de xilanase).
² incremento de energia metabolizável, calculado com base na dieta controle negativo (2).
*Médias seguidas de mesmas letras minúscula, na coluna, não diferem estatisticamente, pelo teste Scott-Knott ,
a 5% de significância.
55
Foi observada diferença significativa (P<0,05) das dietas 5 e 6 que
contêm 0,04% do complexo (amilase e β-glucanase) e 0,04% do complexo
(amilase e β-glucanase) mais 0,01% de xilanase, respectivamente, em relação às
demais dietas, e sobre o controle positivo. Isso indica que elas fornecem energia
além dos 3% estipulados para o ensaio. A inclusão dos demais complexos
enzimáticos não diferenciou (P>0,05) dos controles negativo e positivo. Em
geral, a inclusão dos complexos enzimáticos foi eficiente em melhorar a EMAn
das dietas. A inclusão dos complexos 0,05% de amilase, protease e xilanase;
0,03% de amilase e β-glucanase; 0,04% de amilase e β-glucanase; e 0,04% de
amilase e β-glucanase mais 0,01% de xilanase incrementou em 2,01%; 2,06%;
4,36% e 3,48 % da EMAn das dietas.
Gracia et al. (2003), trabalhando com dietas à base de milho e farelo de
soja, com a inclusão de amilase, observaram que a suplementação melhorou a
digestibilidade do amido e a EMAn, melhorando o ganho de peso das aves.
Yu & Chung (2004), trabalhando com dietas à base de milho e farelo de
soja com utilização de amilase, 0,04% de amilase, β-glucanase e xilanase,
relataram que o milho possui diferenças na digestibilidade do amido e é o maior
contribuinte para a variabilidade na EMAn em diferentes porções. Segundo estes
mesmos autores, sempre que a adequada suplementação da amilase, juntamente
com enzimas que degradam polissacarídeos não amídicos, promove o
crescimento numérico na obtenção de resposta de desempenho, atrelada à maior
digestibilidade dos nutrientes compensando a redução de 3% na EMAn da dieta,
melhora o desempenho, independente do clima.
Krocher et al. (2003) relataram que a combinação de pectinase, protease
e amilase melhorou significativamente a EMAn da dietas à base de milho e
farelo de soja, com baixa energia e proteína.
Marsmam et al. (1997) observaram que a adição de amilase, xilanase e
protease resultou em melhora significativa no ganho de peso e conversão
56
alimentar, resultado do aumento da digestibilidade ileal da proteína, amido e
extrato etéreo.
Zanella e Sakomura (1999), trabalhando com adição de 0,1% de
amilase, protease e xilanase na dieta a base de milho e farelo de soja, soja
extrusada e soja tostada, relataram melhoria significativa da digestibilidade da
proteína (2,9%), amido (1,8%) e do extrato etéreo (1,6%)
A utilização dos complexos enzimáticos não influenciou o CDMS e
CDPB das dietas no período estudado. Porém, a utilização dos complexos
enzimáticos estudados foi eficiente em melhorar a EMAn das dietas, tendo a
utilização dos complexos enzimáticos (0,04% de amilase e β-glucanase) e
(0,04% de amilase e β-glucanase mais 0,01% de xilanase) resultado em maior
disponibilização da energia da dieta.
57
5
CONCLUSÕES
A eficiência de ação dos complexos enzimáticos depende da idade e do
sexo da ave.
Na fase inicial (1 a 21 dias de idade), a inclusão de 0,03% e 0,04% do
complexo enzimático (amilase e β-glucanase) e a combinação 0,04% do
complexo enzimático (amilase e β-glucanase) mais 0,01% de xilanase resultaram
em melhores ganhos de peso em machos.
Na fase total de 1 a 42 dias de idade das aves, a utilização do complexo
enzimático amilase e β-glucanase foi a que resultou em melhores resultados para
os machos; o para as fêmeas, apenas o complexo amilase e β-glucanase mais
xilanase.
O uso dos complexos enzimáticos foi eficiente em elevar a EMAn da
dietas, em 2,01%; 2,0%; 4,36% e 3,48%, com o uso dos complexos enzimáticos
0,05% de amilase, protease e xilanase; 0,03% de amilase e β-glucanase; 0,04%
de amilase e β-glucanase, e 0,04% de amilase e β-glucanase mais 0,01% de
xilanase, respectivamente, podendo valorar as matrizes milho e farelo de soja
das planilhas de formulação quanto à utilização destas enzimas.
O uso dos complexos enzimáticos foram efetivos para recuperar o
desempenho das aves com uso das dietas com 3% a menos de energia
metabolizável, não ocasionando efeitos sobre as características de carcaça e a
morfologia intestinal analisadas.
As dietas que resultaram em diminuição da viscosidade intestinal
continham xilanase nos complexos enzimáticos.
58
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Jaboticabal, SP.
ZANELLA,I.; SAKOMURA, N.K. Effect of enzyme supplementation of broiler
diets based on corn and soybeans. Poultry Science, Champaign, v.78, n.4,
p.561-568, Apr. 1999.
61
ANEXO
pag
TABELA 1A. Quadrados médios da análise de variância para o consumo de ração,
ganho de peso e conversão alimentar, de 1 a 21 dias de idade, do
experimento 1........................................................................................62
TABELA 2A. Quadrados médios da análise de variância para o consumo de ração,
ganho de peso e conversão alimentar, de 1 a 42 dias de idade, do
experimento1..........................................................................................62
TABELA 3A. Quadrados médios da análise de variância para o rendimento de carcaça,
rendimento de peito e gordura abdominal de frangos, aos 42 dias de
idade, do experimento 1.........................................................................63
TABELA 4A. Quadrados médios da análise de variância para a viscosidade da digesta
ileal de frangos, aos 42 dias de idade, do experimento 1.......................63
TABELA 5A. Quadrados médios da análise de variância para a altura de vilosidade,
profundidade de cripta e relação vilo:cripta da parte mediana do duodeno
de frangos, aos 42 dias de idade, do experimento 1................................64
TABELA 6A. Quadrados médios da análise de variância para energia metabolizável
aparente corrigida (EMAn) e coeficiente de digestibilidade aparente de
matéria seca (CDAMS) e da proteína burta (CDAPB)determinados com
pintos em crescimento ( 24 a 26 dias de idade) do experimento 2.........64
62
TABELA 1A. Quadrados médios da análise de variância para o consumo de ração,
ganho de peso e conversão alimentar, de 1 a 21 dias de idade, do experimento 1.
**(P<0,01), *(P<0,05), ns – não significativo
TABELA 2A. Quadrados médios da análise de variância para o consumo de ração,
ganho de peso e conversão alimentar, de 1 a 42 dias de idade, do experimento 1.
**(P<0,01), *(P<0,05), ns – não significativo
CAUSAS DE
VARIAÇÃO
GL CONSUMO
DE RAÇÃO
GANHO DE
PESO
CONVERSÃO
ALIMENTAR
DIETA 5 1144,520 ns 600,0833 * 0,003554 *
SEXO 1 37800,187 ** 34884,0833 ** 0,00512 *
DIETA x SEXO 5 2961,687 ns 1930,633** 0,000784 ns
ERRO 36 1239,743 216,500 0,001253
CV(%) 3,02 1,75 2,55
CAUSAS DE
VARIAÇÃO
GL CONSUMO
DE RAÇÃO
GANHO DE
PESO
CONVERSÃO
ALIMENTAR
DIETA 5 59147,75 ** 45031,92 ** 0,019618 **
SEXO 1 2049306,75 ** 1574338,52 ** 0,093633 **
DIETA x SEXO 5 8636,50 * 37226,92 ** 0,011963 **
ERRO 36 2798,444 1249,743 0,000629
CV(%) 1,14 1,36 1,40
63
TABELA 3A. Quadrados médios da análise de variância para o rendimento de carcaça,
rendimento de peito e gordura abdominal de frangos, aos 42 dias de idade, do
experimento 1.
**(P<0,01), *(P<0,05), ns – não significativo
TABELA 4A. Quadrados médios da análise de variância para a viscosidade da digesta
ileal de frangos, aos 42 dias de idade, do experimento 1.
**(P<0,01), *(P<0,06), ns – não significativo
CAUSAS DE
VARIAÇÃO
GL RENDIMENTO
DE CARCAÇA
RENDIMENTO
DE PEITO
GORDURA
ABDOMINAL
DIETA 5 1,743883 ns 4,683333 ns 0,150000 ns
SEXO 1 1,856533 ns 10,08333 ns 1,61333 ns
DIETA x SEXO 5 2,357248 ns 1,883333 ns 0,248333 ns
ERRO 36 1,486433 2,861111 0,263194
CV(%) 1,67 5,45 24,43
CAUSAS DE VARIAÇÃO GL Viscosidade da digesta ileal
DIETA 5 0,161112 **
SEXO 1 0,176419 *
DIETA x SEXO 5 0,103529 *
ERRO 36 0,026028
CV(%) 7,20
64
TABELA 5A. Quadrados médios da análise de variância para a altura de vilosidade,
profundidade de cripta e relação vilo:cripta da parte mediana do duodeno de frangos,
aos 42 dias de idade, do experimento 1.
**(P<0,01), *(P<0,06), ns – não significativo
TABELA 6A. Quadrados médios da análise de variância para energia metabolizável
aparente corrigida (EMAn) e coeficiente de digestibilidade aparente de matéria seca
(CDAMS) e proteína brutra (CDAPB) determinados com pintos em crescimento ( 24 a
26 dias de idade) do experimento 1
**(P<0,01), *(P<0,05), ns – não significativo
CAUSAS DE
VARIAÇÃO
GL ALTURA DE
VILOSIDADE
PROFUNDIDADE
DE CRIPTA
RELAÇÃO
VILO/CRIPTA
DIETA 5 15592,135482 ns 2657,061377 ns 0,744805 ns
SEXO 1 5223,552769 ns 1225,8376 ns 0,924075 ns
DIETA x SEXO 5 5497,195879 ns 1332,0113 ns 0,484140 ns
ERRO 36 23521,497583 1395,734 0,667786
CV(%) 13,09 13,27 19,26
CAUSAS DE
VARIAÇÃO
GL CDAMS CDAPB EMAn
DIETA 5 1,013333 ns 4,934667 ns 5979,653333 *
ERRO 24 0,983333 3,697223 1426,816667
CV(%) 1,28 2,75 1,13
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