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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
COMPORTAMENTO DE MISTURAS SOLO-CIMENTO-FIBRA
SOB COMPRESSÃO CONFINADA COM MEDIÇÃO DE TENSÃO
LATERAL
Ana Paula Silva dos Santos
Dissertação de Mestrado
Porto Alegre
Setembro 2004
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ii
Esta dissertação de mestrado foi julgada adequada para obtenção do título de MESTRE EM
ENGENHARIA e aprovada em sua forma final pelos professores orientadores e pelo Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
___________________________________
Prof. Nilo Cesar Consoli
Orientador
___________________________________
Prof ª. Karla Salvagni Heineck
Orientadora
___________________________________
Prof. Américo Campos Filho
Coordenador do PPGEC
BANCA EXAMINADORA
Prof ª. Anna Laura Lopes da Silva Nunes
Titulação: PhD Université du Montreal – Canadá
Prof. Antônio Thomé
Titulação: Doutor em Engenharia Civil pelo PPGEC/UFRGS
Prof. Ignacio Iturrioz
Doutor em Engenharia Civil pelo PPGEC/UFRGS
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iii
Aos meus pais
Paulo e Lana
iv
AGRADECIMENTOS
Muitas pessoas contribuíram para que este trabalho pudesse ser realizado tão
rapidamente. Agradeço imensamente a todas estas pessoas.
Em especial agradeço aos meus orientadores, Nilo e Karla, pela confiança que
depositaram em mim, pela atenção, dedicação e empenho com que me orientaram, pela
amizade e por todos os ensinamentos que me passaram.
Aos professores da área de Geotecnia, do Curso de Pós-Graduação em Engenharia
Civil da UFRGS, pelos ensinamentos e pela boa vontade em esclarecer toda e qualquer
dúvida.
A professora Anna Laura pelas tantas conversas amigas que me ajudaram muito,
alguém com quem sempre posso contar. Anninha, muito obrigada!
Agradeço também ao professor Ruy Menezes, um segundo pai, por ter me apresentado
à iniciação científica, pelas orientações e por sempre ter acreditado em mim e apoiado as
minhas decisões.
Ao João Diniz, um laboratorista espetacular, sempre pronto para ajudar em qualquer
situação com interesse e boa vontade, agradeço pelo auxílio incansável e sempre de boa
vontade na resolução de todos os “pepinos” que apareceram durante a construção do
equipamento.
Ao Ivan, do LAPAV, pela amizade e ajuda que está sempre disposto a prestar.
Ao Jair, quem me ensinou o que sei sobre laboratório, por sempre me ajudar quando
precisei.
À Raquel e à Bernadete, pelo carinho com que sempre me receberam e pelas conversas
animadas durante o “cafezinho”.
À Elódia, Carmem e Liliane pela ajuda na solução dos problemas burocráticos.
Aos meus colegas e amigos de Pós-graduação, Aline, Viviane, Diego, Felipe, Fábio,
Alberto, pela solidariedade nas horas difíceis de estudos para as disciplinas, Caberlon,
Alexandre, Daniel pelo auxílio e “galhos quebrados”.
v
Aos meus queridos bolsistas, Lucas e Graciela, pela grande ajuda na realização dos
ensaios e pela atenção e responsabilidade que demonstraram ter com a execução dos mesmos.
De forma muito especial agradeço ao amigo e mestre Fernando Mántaras, a quem
devo todos os conhecimentos computacionais e elétricos que precisei adquirir para a
realização deste trabalho, pela dedicação e empenho. Com certeza, sem a sua ajuda essa
dissertação não estaria sendo concluída neste espaço de tempo. Não tenho palavras para
agradecer tamanha contribuição. Agradeço também ao Diego Nacci, que deu pequenas
grandes contribuições para a realização deste projeto, por estar sempre disposto a ajudar.
Agradeço ao CNPq pelo apoio financeiro, sem o qual eu não teria concretizado este
projeto.
Ao João, meu maninho de coração, à Carol, minha amiga do coração, à Aline, minha
prima amada e ao amigão Diego Foppa, agradeço pela amizade, incentivo e apoio incansáveis
e pela compreensão da minha total falta de tempo nos últimos meses. Agradeço também a um
amigo distante mas a quem devo muito, Pedro.
Ao meu namorado, agradeço pela compreensão, pelo carinho e pela paciência.
Agradecimento mais que especial tenho a dar aos meus pais, pelo amor, carinho,
compreensão, confiança e por sempre terem me incentivado e apoiado em todas as decisões
que tomei na vida. Essa conquista é dedicada a vocês. Obrigado mano e mana por torcerem
por mim. Amo muito vocês.
Obrigada também aos meus amados tios, Alcir e Ieda, meus segundos pais, com quem
sempre posso contar em qualquer situação. Sem nenhuma sombra de dúvidas esta conquista
tem muito de vocês.
Aos meus avós, José e Maria, que sempre foram exemplos de força, coragem,
determinação e carinho, aos meus avós, Marino e Doralina, que infelizmente não estão mais
aqui, mas tenho certeza que me auxiliaram de onde estão e a todos os familiares que mesmo
de longe, tenho certeza que torceram muito por mim.
Por fim, agradeço à Deus pela oportunidade de estar aqui, compartilhando a vida,
ensinamentos e aprendendo...
Ana Paula Silva dos Santos
vi
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS....................................................................................................... viii
LISTA DE TABELAS...................................................................................................... xiii
LISTA DE SÍMBOLOS................................................................................................... xiv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................... xv
RESUMO........................................................................................................................... xvi
ABSTRACT...................................................................................................................... xvii
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ p.01
1.1 Problema de Pesquisa.......................................................................................................
p.01
1.2.Objetivos ........................................................................................................................
p.03
1.3.Organização da Dissertação.............................................................................................
p.04
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................... p.05
2.1 Considerações Gerais....................................................................................................... p.05
2.2 Solos Estruturados............................................................................................................ p.06
2.2.1. Solos Cimentados........................................................................................................... p.07
2.2.1.1.Solos Cimentados Artificialmente........................................................................................
p.08
2.3 Comportamento Mecânico dos Solos Cimentados..........................................................
p 08
2.3.1 Aspectos Gerais............................................................................................................... p 08
2.3.2 Compressão Confinada – Tensão Lateral – Ko............................................................ p 10
2.3.3 Cura sob Tensão.............................................................................................................. p 15
2.4 Solos Reforçados.............................................................................................................. p 19
2.4.1 Reforço com Fibras......................................................................................................... p 20
2.4.1.1 Tipos de fibras empregadas como reforço............................................................................
p 22
2.4.2 Comportamento dos Solos Reforçados com Fibras..................................................... p 26
2.4.2.1 Fatores que influenciam o comportamento dos solos reforçados com fibras....................... p 26
2.4.2.2 Mudanças no comportamento dos solos reforçados com fibras............................................ p 29
2.5 Equipamentos para Medição de Tensão Lateral.............................................................. p 37
2.5.1 Equipamentos com Medição de Tensão Lateral em Compressão Confinada........... p 37
3. MATERIAIS E METODOLOGIA............................................................................. p 40
3.1. Materiais Utilizados........................................................................................................ p 40
3.1.1. Areia................................................................................................................................ p 40
3.1.2. Fibras............................................................................................................................... p 41
3.1.3. Cimento........................................................................................................................... p 42
vii
3.2. Preparação dos Corpos de Prova..................................................................................... p 43
3.3. Projeto e Construção do Equipamento de Compressão Confinada com Medição de
Tensão Lateral..........................................................................................................................
p 43
3.3.1 Projeto do Sistema de Medição da Tensão Lateral...................................................... p 45
3.3.2 Construção da Célula de Medição de Tensões Laterais.............................................. p 50
3.3.3 Calibrações...................................................................................................................... p 54
3.4. Ensaios de Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral............................. p 58
3.4.1 Ensaios com Cura sob Tensão........................................................................................ p 59
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................... p 61
4.1. Ensaios de Validação do Equipamento........................................................................... p 61
4.2. Ensaios de Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral............................. p 67
4.2.1 Influência da Inclusão de Fibras e do Comprimento das Fibras................................ p 67
4.2.1.1 Trajetória de Tensões (p x q)................................................................................................ p 67
4.2.1.2 Tensão Lateral....................................................................................................................... p 68
4.2.1.3 Curvas Tensão – Deformação............................................................................................... p 69
4.2.1.4 Valores de Ko........................................................................................................................ p 70
4.2.2 Influência da Adição de Cimento e do Teor de Cimento............................................. p 72
4.2.2.1 Trajetória de Tensões (p x q)................................................................................................ p 72
4.2.2.2 Tensão Lateral....................................................................................................................... p 73
4.2.2.3 Curvas Tensão – Deformação............................................................................................... p 75
4.2.2.4 Valores de Ko........................................................................................................................ p 76
4.2.3 Influência da Tensão e Índice de Vazios de Cura........................................................ p 78
4.2.3.1 Trajetória de Tensões (p x q)................................................................................................ p 78
4.2.3.2 Tensão Lateral....................................................................................................................... p 79
4.2.3.3 Curvas Tensão – Deformação............................................................................................... p 80
4.2.3.4 Valores de Ko........................................................................................................................ p 82
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS......................... p 84
5.1. Conclusões...................................................................................................................... p 84
5.2. Sugestões para Trabalhos Futuros................................................................................... p 86
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... p 87
ANEXO A - RESULTADOS DOS ENSAIOS DE COMPRESSÃO CONFINADA
COM MEDIÇÃO DE TENSÃO LATERAL NA ÍNTEGRA
p 100
viii
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 2
Figura 2.1: Relações entre Ko e tensão vertical para densidade relativa ID = 50% (Zhu
et al., 1995)..................................................................................................... p.11
Figura 2.2: Efeito da densidade relativa (ID) para teor de cimento CC = 2,0% (Zhu et
al., 1995)......................................................................................................... p.12
Figura 2.3: Efeito do tempo de cura para a areia Ottawa Nº 3, ID = 50%, CC = 2,0%
(Zhu et al., 1995)............................................................................................ p.13
Figura 2.4: Variação da tensão lateral residual com o teor de cimento CC e a tensão de
pré-consolidação PC para a areia Ottawa Nº 3, ID = 50% (Zhu et al.,
1995)............................................................................................................... p.14
Figura 2.5: Relação entre Ko e OCR para areia Ottawa Nº 3 (ID = 50%) para os teores
de cimento CC = 0 e 2,0% e para as tensões de pré-consolidação PC = 200,
400, 800 e 1200 kPa (Zhu et al., 1995).......................................................... p.15
Figura 2.6: Efeito da tensão de pré-consolidação (PC) na relação entre Ko e CC para
areia Ottawa Nº 3, ID = 50% (Zhu et al., 1995).............................................
p.15
Figura 2.7: Tensão lateral em areias cimentadas (Zhu et al., 1995)................................. p.16
Figura 2.8: Efeito da tensão de pré-consolidação (PC) na tensão lateral (Zhu et al.,
1995)............................................................................................................... p.17
Figura 2.9: Efeito do teor de cimento (CC) na relação entre Ko e OCR (Zhu et al.,
1995) .............................................................................................................. p.17
Figura 2.10: Disposição fibra-fissura idealizada (Taylor, 1994) ....................................... p.22
Figura 2.11: Seção do anel com medição de tensão lateral (Ofer, 1981)........................... p.38
Figura 2.12: Seção do anel com medição de tensão lateral (Zhu, 1993)............................ p.38
CAPÍTULO 3
Figura 3.1: Curva granulométrica da areia de Osório....................................................... p.41
Figura 3.2: Equipamento de compressão confinada com medição de tensão lateral........ p.45
Figura 3.3: Malha do modelo proposto para simulação do ensaio................................... p.47
Figura 3.4: Parâmetros do Aço Inox V630....................................................................... p.47
Figura 3.5: Modelo proposto para simulação do ensaio................................................... p.48
Figura 3.6: Dimensões do anel de paredes fina (mm)...................................................... p.48
ix
Figura 3.7: Fluxograma do processo utilizado para o projeto e construção do
equipamento...................................................................................................
p.49
Figura 3.8: Deformações radiais do anel para tensão de 3000 kPa obtidas da simulação
numérica......................................................................................................... p.50
Figura 3.9: Malha deformada para tensão de 3000 kPa.................................................... p.51
Figura 3.10 Modelo para medição das deformações radiais do anel (Ponte de
Wheatstone).................................................................................................... p.51
Figura 3.11 Ilustração do anel modificado para medição de tensão lateral com o
esquema de extensômetros elétricos montado................................................ p.52
Figura 3.12 Circuito de amplificação da célula de medição de tensão lateral................... p.54
Figura 3.13 Curva de calibração da célula de medição de tensão lateral.......................... p.55
Figura 3.14 Modelo proposto para simulação da(a) calibração e (b) ensaio..................... p.56
Figura 3.15 Comparação dos dados obtidos na calibração com os previstos pelo
ANSYS........................................................................................................... p.57
Figura 3.16 Comparação dos dados obtidos pelo ANSYS na situação de calibração e
de ensaio......................................................................................................... p.57
Figura 3.17 Variação dos deslocamentos com o tempo para os carregamentos de 500 e
2000 kPa......................................................................................................... p.59
CAPÍTULO 4
Figura 4.1: Trajetória de tensões durante compressão confinada cíclica (Lambe e
Whitman, 1979).............................................................................................. p.62
Figura 4.2: Tensão Lateral durante compressão confinada da areia de Minnesota, e
o
=
0,62, Dr = 0,34 (Lambe e Whitman, 1979).................................................... p.62
Figura 4.3 Curva p x q para a areia seca nas densidades relativas de 30% e 77%.......... p.63
Figura 4.4: Curva Tensão Vertical x Tensão Lateral para a areia seca nas densidades
relativas de 30% e 77%.................................................................................. p.63
Figura 4.5: Trajetória de Tensões (p x q) para a areia com Dr = 50% e teor de umidade
de 10%............................................................................................................ p.64
Figura 4.6: Curva Tensão Vertical x Tensão Lateral para a areia com Dr = 50% e teor
de umidade de 10%........................................................................................ p.65
Figura 4.7: Curva Tensão Vertical x Deformação Vertical para a areia com Dr = 50%
e teor de umidade de 10%.............................................................................. p.65
x
Figura 4.8: Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia com Dr = 50% e teor
de umidade de 10%........................................................................................
p.66
Figura 4.9: Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia compactada e areia reforçada
com fibras de 6 e 12mm de comprimento...................................................... p.67
Figura 4.10: Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia
compactada e areia reforçada com fibras de 6 e 12mm de comprimento...... p.68
Figura 4.11: Comportamento Tensão - Deformação para a areia compactada e areia
reforçada com fibras de 6 e 12mm de comprimento...................................... p.69
Figura 4.12: Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia
reforçada com fibras de 6 e 12mm de comprimento: (a) escala normal; (b)
ampliação para Ko entre 0 e 1........................................................................
p.71
Figura 4.13: Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia compactada e areia cimentada
com 1%, 3% e 7% de cimento........................................................................
p.72
Figura 4.14: Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia
compactada e areia cimentada com 1%, 3% e 7% de cimento....................... p.73
Figura 4.15: Variação da Tensão Lateral Residual com o Teor de Cimento...................... p.74
Figura 4.16: Comportamento Tensão - Deformação para a areia compactada e areia
cimentada com 1%, 3% e 7% de cimento...................................................... p.76
Figura 4.17: Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia
cimentada com 1%, 3% e 7% de cimento: (a) escala normal; (b) ampliação
para Ko entre 0 e 1......................................................................................... p.77
Figura 4.18: Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia compactada e areia cimentada
com 3% de cimento, curada sob 0kPa, 500kPa e 0 kPa anteriormente
levada até 500 kPa.......................................................................................... p.78
Figura 4.19: Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia
compactada e areia cimentada com 3% de cimento, curada sob 0kPa,
500kPa e 0 kPa anteriormente levada até 500 kPa......................................... p.79
Figura 4.20: Comportamento Tensão - Deformação para a areia compactada e areia
cimentada com 3% de cimento, curada sob 0kPa, 500kPa e 0 kPa
anteriormente levada até 500 kPa................................................................... p.81
Figura 4.21: Comportamento Tensão - Deformação com a remoção das deformações
devidas ao pré-tensionamento para a areia compactada e areia cimentada
com 3% de cimento, curada sob 0 kPa, 500 kPa e 0 kPa anteriormente
levada até 500 kPa.......................................................................................... p.81
xi
Figura 4.22: Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia
cimentada com 3% de cimento, curada sob 0kPa, 500kPa e 0 kPa
anteriormente levada até 500 kPa: (a) escala normal; (b) ampliação para
Ko entre 0 e 1................................................................................................. p.83
ANEXO A
Figura A.1: Trajetória de Tensões (p x q) para a areia ensaio 1...................................... p.101
Figura A.2: Curva Tensão Vertical x Tensão Lateral para a areia ensaio 1.................... p.101
Figura A.3 Curva Tensão Vertical x Deformação Vertical para a areia ensaio 1.......... p.102
Figura A.4: Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia ensaio 1...................... p.102
Figura A.5: Trajetória de Tensões (p x q) para a areia ensaio 2...................................... p.103
Figura A.6: Curva Tensão Vertical x Tensão Lateral para a areia ensaio 2.................... p.103
Figura A.7: Curva Tensão Vertical x Deformação Vertical para a areia ensaio 2.......... p.104
Figura A.8: Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia ensaio 2...................... p.104
Figura A.9: Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia compactada e areia reforçada
com fibras de 6mm de comprimento............................................................ p.105
Figura A.10: Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia
compactada e areia reforçada com fibras de 6mm de comprimento............ p.105
Figura A.11: Comportamento Tensão - Deformação para a areia compactada e areia
reforçada com fibras de 6mm de comprimento........................................... p.106
Figura A.12: Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia
reforçada com fibras de 6 mm de comprimento.......................................... p.107
Figura A.13 Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia compactada e areia reforçada
com fibras de 12mm de comprimento.......................................................... p.108
Figura A.14: Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia
compactada e areia reforçada com fibras de 12mm de comprimento.......... p.108
Figura A.15: Comportamento Tensão - Deformação para a areia compactada e areia
reforçada com fibras de 12mm de comprimento......................................... p.109
Figura A.16: Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia
reforçada com fibras de 12 mm de comprimento........................................ p.110
Figura A.17: Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia com 1% de cimento................. p.111
Figura A.18: Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia com 1%
cimento......................................................................................................... p.111
xii
Figura A.19: Comportamento Tensão - Deformação para a areia com 1% de
cimento.........................................................................................................
p.112
Figura A.20: Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia com 1% de
cimento......................................................................................................... p.113
Figura A.21: Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia com 3% de
cimento......................................................................................................... p.114
Figura A.22: Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia com 3%
cimento......................................................................................................... p.114
Figura A.23 Comportamento Tensão - Deformação para a areia com 3% de cimento.... p.115
Figura A.24: Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia com 3% de cimento... p.116
Figura A.25: Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia com 7% de cimento................. p.117
Figura A.26: Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia com 7%
cimento......................................................................................................... p.117
Figura A.27: Comportamento Tensão - Deformação para a areia com 7% de cimento.... p.118
Figura A.28: Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia com 7% de cimento... p.119
Figura A.29: Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia com 3% de cimento curada
sob 0kPa anteriormente levada até 500 kPa................................................. p.120
Figura A.30: Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia
compactada e areia cimentada com 3% de cimento curada sob 0kPa
anteriormente levada até 500 kPa................................................................ p.120
Figura A.31: Comportamento Tensão - Deformação para a areia compactada e areia
cimentada com 3% de cimento curada sob 0kPa anteriormente levada até
500 kPa......................................................................................................... p.121
Figura A.32: Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia
cimentada com 3% de cimento curada sob 0kPa anteriormente levada até
500 kPa......................................................................................................... p.122
Figura A.33 Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia com 3% de cimento curada
sob 500 kPa.................................................................................................. p.123
Figura A.34: Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia
compactada e areia cimentada com 3% de cimento curada sob 500 kPa.... p.123
Figura A.35: Comportamento Tensão - Deformação para a areia compactada e areia
cimentada com 3% de cimento curada sob 500 kPa.................................... p.124
Figura A.36: Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia
cimentada com 3% de cimento curada sob 500kPa..................................... p.125
xiii
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 3
Tabela 3.1: Índices físicos da areia de Osório................................................................ p.41
Tabela 3.2: Propriedades do cimento CP-V (ARI)......................................................... p.42
Tabela 3.3: Sensibilidade dos Componentes................................................................... p.44
CAPÍTULO 4
Tabela 4.1: Módulos de Compressão Confinada (D) a 1% de deformação para as
amostras com 0, 1, 3 e 7% de cimento......................................................... p 75
Tabela 4.2: Módulos de Compressão Confinada (D) a 1% de deformação das
Amostras...................................................................................................... p 80
xiv
LISTA DE SÍMBOLOS
C
c
: Coeficiente de curvatura
C
u
: Coeficiente de uniformidade
d: Diâmetro da fibra
D: Módulo de compressão confinada
D
10
: Diâmetro efetivo das partículas
D
50
: Diâmetro médio das partículas
Dr: Densidade relativa
E: Módulo de elasticidade
e
max
: Índice de vazios máximo
e
min
: Índice de vazios mínimo
e
o
: Índice de vazios inicial
F
a
: Resistência de atrito mobilizada ao longo da fibra
F
t
: Resistência à tração da fibra
Ko: Coeficiente de empuxo lateral no repouso
K
SG
: Fator de resistência dos extensômetros elétricos
l: Comprimento da fibra
OCR: Razão de pré-adensamento
p: Tensão média
q: Tensão desvio
R: Resistência elétrica
TC: Tensões na cimentação
V
alimentação
: Voltagem de alimentação
V
saída
: Voltagem de saída
ε: Deformação
ν: Coeficiente de Poison
σ: Tensão
xv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ASTM: American Society for Testing and Materials
NBR: Norma Brasileira
UFRGS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
TEC: Teoria do Estado Crítico
xvi
RESUMO
O coeficiente de empuxo lateral no repouso (Ko), que representa a relação entre a
tensão lateral (σ
h
’) e a tensão vertical (σ
v
’) efetivas em condições de deformação lateral nula
(σ
h
’/σ
v
’), tem sido de interesse dos engenheiros geotécnicos há muitos anos pelo seu
importante papel na reconstrução da história de tensões dos depósitos de solos e por ele ser
um parâmetro essencial no projeto e análise de muitos problemas geotécnicos.
Nesta dissertação desenvolve-se um equipamento de compressão confinada com
medição de tensão lateral e avalia-se o comportamento, sobre a trajetória de tensões Ko, de
um solo e de misturas de solo-fibra e solo-cimento, considerando a influência da adição de
fibras de diferentes comprimentos e de cimento em variadas quantidades ao solo estudado
bem como o efeito da tensão de cura e índice de vazios de cura na trajetória de tensões Ko, na
tensão lateral, nas deformações verticais e nos valores de Ko. O solo utilizado no estudo é
uma areia fina de granulometria uniforme extraída de uma jazida localizada no município de
Osório – RS. O trabalho de pesquisa realizado com esses solos tem seu enfoque dividido em
duas partes principais: (1) projeto, construção, validação e calibração do equipamento; (2)
ensaios de compressão confinada com medição de tensão lateral em amostras de solo-
cimento-fibra com dois comprimentos de fibras (6mm e 12 mm), três teores de cimento (1%,
3% e 7%) e em três diferentes condições de cura (cura sob tensão vertical de 0 kPa, cura sob
tensão vertical de 0 kPa com índice de vazios modificado pela aplicação anterior à cura de
uma tensão vertical de 500 kPa e cura sob tensão vertical de 500 kPa). Os níveis de tensões
aplicados neste trabalho chegam a 3000 kPa. Os resultados mostram que o equipamento de
compressão confinada com medição de tensões laterais funciona satisfatoriamente,
apresentando dados coerentes e confiáveis. A inclusão de fibras, bem como o aumento do
comprimento das mesmas, diminui os valores de tensão lateral e de Ko em relação ao material
sem reforço. A presença de cimento reduz a tensão lateral e gera uma tensão lateral residual, a
qual aumenta com o teor de cimento. Da mesma forma, um acréscimo na rigidez ocorre com o
aumento da quantidade de cimento. O efeito da cimentação diminui os valores de Ko e os
tornam não mais constantes no carregamento. A alteração das condições de cura não causa
mudanças significativas no que diz respeito às tensões, mas a rigidez inicial é aumentada com
a mudança do índice de vazios e da tensão de cura dos materiais cimentados, sendo o
acréscimo maior para a segunda.
xvii
ABSTRACT
The coefficient of earth pressure at rest (Ko), which represents the relationship
between lateral effective stress (σ
h
’) and vertical effective stress (σ
v
’) at the condition of no
lateral deformation, has been of great interest to geotechnical engineers from a long period
due to the its importance in establishing the stress history of soils, as well as due to its
essentiality in the design and analysis of most geotechnical problems.
Confined compression equipment with lateral stress measurement was developed
during this work, in order to study the behaviour of a soil and mixtures of soil –fiber and soil-
cement under Ko conditions. The influence of fiber length, percentage of cement, curing
stress and void ratio during curing on lateral stresses, vertical strains and Ko values was
evaluated. The soil used was an uniform fine sand sampled from the region of Osorio – RS.
The research was divided in two main stages: (1) design, construction, calibration and
validation of the equipment; (2) confined compression tests with lateral stresses
measurements in soil, soil-fiber and soil-cement samples with two different fiber lengths (6
mm and 12 mm), three cement contents (1%, 3% e 7%) and three different curing conditions
(curing under 0 kPa of vertical stress, curing under 0 kPa of vertical stress with void ratio
modified by the application of a vertical stress of 500 kPa and curing under a vertical stress of
500 kPa). The highest vertical stress used in this work was 3000 kPa. The results show that
the confined compression equipment with lateral stress measurements has a satisfactory
performance, presenting reliable and consistent data. The fiber inclusion, as well as the
increase of fiber length decreases the lateral stress and Ko, when compared with the material
with no reinforcement. The cement inclusion reduces the lateral stress and generates a
residual lateral stress, which rises with cement content. The stiffness increases with the
cement content. The cementation effect decreases Ko and turns it a non-constant value during
loading. Curing conditions do not causes significant stress changes, but the initial stiffness is
raised because of the changes in void ratio and curing stress of the cemented materials.
CAPÍTULO 1
1. INTRODUÇÃO
1.1. Problema de Pesquisa
O coeficiente de empuxo lateral em condições de deformação lateral nula, Ko, tem
sido de interesse dos engenheiros geotécnicos há muitos anos pelo seu papel na reconstrução
da história geotécnica dos depósitos de solos e por ele ser um parâmetro essencial no projeto e
análise de muitos problemas convencionais. O número de simulações que requer o
conhecimento do Ko tem aumentado, especialmente durante as últimas décadas, como
resultado do desenvolvimento de novos tipos de estruturas e situações onde há necessidade de
um rigor e de um cuidado muito maiores nas suas análises. O coeficiente de empuxo ao
repouso pode ser medido em laboratório tanto em células triaxiais como em anéis
oedométricos modificados, sendo que a medida deste parâmetro em células triaxiais é bastante
complicada.
Não existe, até o presente momento, nenhum estudo sobre o comportamento de novos
materiais geotécnicos contendo fibras sob compressão confinada com medição de tensão
lateral que venha a contribuir para a compreensão dos mecanismos envolvidos na resposta
destes compósitos.
O desenvolvimento de novos materiais geotécnicos, em especial compósitos de solo-
fibras geossintéticas, tem sido tema de pesquisas recentes em todo o mundo, com especial
ênfase no PPGEC/UFRGS (e.g.: Ulbrich, 1997; Consoli et al., 1997, 1998, 1999, 2002, 2003
a e b, 2004; Feuerharmel, Montardo, 1999; 2000; Specht, 2000; Casagrande, 2001; Montardo
et al., 2001; Homem, 2002; Heineck, 2002; Casagrande e Consoli, 2002; Casagrande et al.,
2002; Vendruscolo, 2003; Donato, 2003 e Donato et al., 2004). Apesar disto, a ênfase tem
sido o estudo do comportamento mecânico de misturas de solo-fibra e de solo-cimento-fibra,
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
2
através de ensaios de laboratório (ensaios triaxiais convencionais) e ensaios de campo
(ensaios de placa sobre camadas de solo-fibra e de solo-cimento-fibra).
Outros materiais que ainda não foram tão extensivamente estudados são os
estruturados, pois geralmente a sua resistência e deformabilidade fornecem uma adequada
resposta às obras civis. No entanto, devido ao aumento de obras civis nesses materiais durante
as últimas décadas, passou-se a procurar um modelo de comportamento adequado para tais
solos de modo a não só evitar problemas geotécnicos pela utilização de um modelo não
apropriado para obras de estabilização de taludes, fundações, escavações de túneis, etc., mas a
fornecer soluções otimizadas e com maior grau de certeza em segurança.
Um solo estruturado pode ter sido formado a partir de um agente cimentante (solo
estruturado cimentado), como em solos residuais, ou por outros fatores como forças
interpartículas ou processos de tixotropia. Podendo, nos dois últimos casos, não estar
cimentado.
A dificuldade de obtenção de amostras indeformadas que não sofram perturbação no
processo de amostragem impulsionou o desenvolvimento da técnica que vem sendo bastante
adotada para estudo de materiais estruturados cimentados: a utilização de solos compactados
artificialmente estruturados através da adição de um agente cimentante com o intuito de
simular solos naturais em laboratório. Tal técnica possibilita compreender qualitativamente o
comportamento dos solos naturalmente estruturados sem ter a perturbação da amostragem. A
utilização de amostras artificiais vem obtendo certo sucesso no entendimento do
comportamento de solos naturalmente estruturados por cimentação, apesar das dificuldades,
incertezas ou até impossibilidade de simulação de certas condições naturais na formação dos
solos, tais como lixiviação, intemperismo, precipitação de agente cimentante, etc., e dentre
elas, as tensões geostáticas atuantes antes e durante a cimentação. No PPGEC/UFRGS os
solos artificialmente cimentados têm sido objetos de estudos constantes (e. g.: Bressani, 1990;
Prietto, 1996; Prietto el al., 1997; Consoli et al., 1998; Rotta et al., 1998; Consoli et al., 2000;
Rotta, 2000; Consoli et al., 2001; Schnaid et al., 2001; Rotta et al., 2001-a, 2001-b; Rotta et
al., 2003).
De fato, a matriz cimentante encontrada em muitos depósitos naturais foi formada sob
tensões geostáticas, como pode ser observado em algumas areias cimentadas pela precipitação
de material calcário em meio marinho. Entretanto, raros trabalhos na área estudaram o
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
3
comportamento de amostras artificialmente cimentadas curadas sob tensão simulando esta
situação.
A cimentação sob diferentes tensões pode significar a cimentação sob diferentes
índices de vazios. E é justamente isso que ocorre ao longo do perfil de um depósito natural
cimentado: o índice de vazios existente durante a cimentação varia com a profundidade como
resultado das tensões geostáticas atuantes e da história de tensões sofrida pelo depósito
durante o seu tempo geológico.
O trabalho desta dissertação utiliza amostras artificialmente cimentadas para a
compreensão do comportamento sob trajetória Ko de solos naturais, considerando a
cimentação sob tensão e a história de tensões pré e pós-cimentação.
O desenvolvimento de um equipamento de compressão confinada com medição de
tensão lateral de pressões da ordem de 3000 kPa que possibilite o estudo do comportamento
destes materiais compósitos constituídos a partir da utilização de um solo arenoso, cimento e
fibras em trajetória de tensões Ko é, portanto, o objetivo central desta dissertação de
mestrado.
1.2. Objetivos
O presente trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de um equipamento de
compressão confinada com medição de tensões laterais para o estudo do comportamento de
um solo e misturas de solo-fibra e solo-cimento sob condições Ko e a avaliação do
desenvolvimento das tensões horizontais e dos valores de Ko frente a esta situação.
Dessa forma, constituem objetivos específicos deste estudo:
- Projetar, construir, calibrar e validar o equipamento de compressão confinada com
medição de tensões laterais;
- Realizar ensaios de compressão confinada com medição de tensões laterais em amostras
de solo, solo-fibra e solo-cimento para avaliar a influência da adição de fibras de
diferentes comprimentos e de cimento em variadas quantidades ao solo estudado e o efeito
da tensão de cura e índice de vazios de cura na trajetória de tensões Ko, na tensão lateral,
nas deformações verticais e nos valores de Ko.
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
4
1.3. Organização da Dissertação
Este trabalho é apresentado em cinco Capítulos descritos a seguir.
O Capítulo 1 apresenta o problema de pesquisa e a importância do desenvolvimento de
um equipamento de compressão confinada com medição de tensão lateral para o estudo das
misturas solo-cimento-fibra sob condição Ko. São apresentados também o objetivo geral e os
objetivos específicos da pesquisa.
No Capítulo 2 é apresentada uma revisão bibliográfica sobre o tema deste trabalho,
priorizando-se aspectos dos solos estruturados, solos reforçados e equipamentos para medição
de tensão lateral.
O Capítulo 3 refere-se aos materiais estudados e à metodologia empregada, onde são
descritos os procedimentos adotados na preparação das amostras, no projeto, construção e
calibração do equipamento e nos ensaios de laboratório.
No Capítulo 4 são apresentados e analisados os resultados obtidos nos ensaios de
validação do equipamento e nos ensaios de compressão confinada com medição de tensão
lateral realizados nas amostras de solo-cimento-fibra. A influência da adição de fibras de
diferentes comprimentos e de cimento em variadas quantidades ao solo estudado e o efeito da
tensão e índice de vazios de cura na trajetória de tensões Ko, na tensão lateral, nas
deformações verticais e nos valores de Ko são comentados.
No Capítulo 5 são estabelecidas as conclusões obtidas neste trabalho e feitas sugestões
para futuras pesquisas.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
5
CAPÍTULO 2
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Considerações Gerais
Neste capítulo será apresentada uma revisão da literatura sobre os vários aspectos
envolvidos no estudo do comportamento de solos artificialmente cimentados e solos
reforçados com fibras, procurando dar prioridade à compressão confinada e aos solos
granulares, mais precisamente às areias.
Dentro desse contexto, será apresentada inicialmente uma revisão sobre solos
estruturados destacando os solos cimentados, dando ênfase aos solos artificialmente
cimentados, bem como seu comportamento mecânico.
Estudos sobre os solos reforçados, destacando os solos reforçados com fibras, os tipos
de fibras tradicionalmente utilizados como reforço na engenharia civil, suas características e
seus mecanismos de reforço, além dos aspectos gerais do comportamento destes materiais
serão apresentados na seqüência.
Finalmente, serão abordadas as generalidades sobre a forma de medição de tensão
lateral sob condição de deformação radial nula utilizados até hoje, assim como as técnicas
desenvolvidas para obtenção da tensão lateral no repouso em equipamentos de compressão
confinada.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
6
2.2. Solos Estruturados
Solo estruturado é todo material que possui algum tipo de cimentação ou vínculo entre
as suas partículas que lhe confira um comportamento de deformabilidade, resistência e
porosidade superior ao do seu estado desestruturado (Leroueil e Vaughan, 1990) e cuja
cimentação possa ser removida por tensão ou remoldagem. Esta estrutura é associada a todos
os aspectos do comportamento mecânico apresentado por um solo que não podem ser
explicados pela mecânica de solos clássica (incluindo a TEC), que considera somente a
influência do índice de vazios inicial e a sua modificação pela história de tensões (Vaughan,
1985; Vaughan et al., 1988). A abordagem clássica não considera a cimentação entre os grãos
e o seu arranjo como um parâmetro importante na determinação do comportamento mecânico
do solo.
Recentemente, as características de deformabilidade e resistência ao cisalhamento de
solos estruturados naturais foram reconhecidas como sendo devidas em grande parte ao
arranjo e/ou cimentação dos grãos. O efeito da estrutura tem sido observado numa grande
gama de solos naturais e em rochas brandas tanto de origem sedimentar quanto residual, bem
como em solos artificialmente cimentados.
Leroueil e Vaughan (1990) apresentam várias origens para a formação da estrutura em
um solo natural, entre elas estão a solução e deposição de sílica nos contatos entre as
partículas de areia, a deposição de carbonatos, hidróxidos e matéria orgânica em solução, a
recristalização de minerais durante o intemperismo, a modificação da camada de água
adsorvida e as forças eletromagnéticas de atração interpartículas em argilas. Segundo Barton,
(1993) em areias, a estrutura pode se originar também do intertravamento dos grãos com o
passar do tempo.
Um solo estruturado pode ter sido formado a partir de um agente cimentante, como em
solos residuais (Vargas, 1953; Vaughan, 1985), ou por outros fatores como forças
interpartículas (Clayton e Serratrice, 1997) ou processos de tixotropia (Kavvadas e
Anagnostopoulos, 1998). Sendo que, nos dois últimos, pode não estar cimentado. Desta
forma, cabe salientar que nem todo solo estruturado é um solo cimentado.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
7
2.2.1. Solos Cimentados
Os solos estruturados cimentados podem ser natural (solos residuais, materiais
sedimentares cimentados) ou artificialmente cimentados (com adição de cal, cinza ou
cimento). Estes materiais constituem uma área de conhecimento situada, de um modo geral,
entre a mecânica de rochas e mecânica dos solos, e que utiliza conceitos intrínsecos às duas
(Yoshinaka e Yamabe, 1981; Tatsuoka et al., 1999).
O efeito da estrutura tem sido investigado por muitos autores. Parte dos trabalhos
constantes na literatura são baseados em ensaios de laboratório de amostras indeformadas
extraídas em campo (Leroueil e Vaughan, 1990; Airey e Fahey, 1991; Clayton et al., 1992;
Kavvadas et al., 1993; Lagioia e Nova, 1995; Cuccovillo e Coop, 1997; Consoli et al., 1998
Cuccovillo e Coop, 1999). Esta técnica apresenta alguns problemas, como, por exemplo, a
desestruturação da amostra causada pela sua perturbação no processo de amostragem (Clayton
et al., 1992). Stokoe e Santamarina (2000) observaram a perda de rigidez causada pela
perturbação dos contatos entre partículas e quebra da cimentação resultantes do processo de
amostragem em areias naturais. Coop e Willson (2003) obtiveram rigidez menor que a
esperada em testes triaxiais realizados em amostras de arenito, oriundas de uma reserva
petrolífera, devida à quebra da cimentação resultante do descarregamento das tensões de
campo na retirada da amostra, situada a vários quilômetros de profundidade. Fernandez e
Santamarina (2001) constataram, experimentalmente, que uma areia cimentada sob pressão
pode ter suas ligações entre partículas quebradas por descarregamento.
Uma grande variabilidade do grau de cimentação e da natureza das partículas pode
ocorrer, no local da amostragem, dependendo da origem geológica do solo a ser retirado. Fato
este que gera outro problema associado às amostras indeformadas. Visando solucionar estes
problemas, a utilização de amostras artificialmente cimentadas (com a adição de cimento
Portland ou cal) tem sido uma alternativa amplamente adotada para o estudo do efeito da
cimentação (Clough et al., 1981; Coop e Atkinson, 1993; Cuccovillo e Coop, 1993; Huang e
Airey, 1993; Zhu et al., 1995; Prietto, 1996; Huang e Airey, 1998; Consoli et al., 2000 e 2001;
Schnaid et al., 2001; Rotta et al., 2003; Rotta et al.,2004). Com isto, solos naturais podem ser
simulados em laboratório e o seu comportamento compreendido qualitativamente sem
problemas quanto à variabilidade das amostras ou a perturbação da amostragem.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
8
2.2.1.1.Solos Cimentados Artificialmente
A utilização de materiais artificialmente cimentados, que normalmente resultam da
aplicação conjunta da estabilização físico-química (adição de agente cimentante) e da
estabilização mecânica (compactação), tem por objetivo a melhora das propriedades
mecânicas relacionadas com a resistência, a deformabilidade, a permeabilidade e a
durabilidade do solo para o uso na solução de problemas geotécnicos de diversas naturezas.
Tais materiais têm larga aplicação em pavimentação na execução de base para pavimentos,
bem como em contenção de maciços, na execução de fundações superficiais sobre solos
moles, na prevenção de liquefação em areias, etc.
Os tipos de agentes cimentantes normalmente adicionados ao solo são a cal e o
cimento Portland, dependendo da composição química do solo. Os mecanismos de
estabilização com estes agentes estão muito bem detalhados por Núñez (1991). No presente
trabalho, será dada ênfase a materiais estabilizados com cimento, mais precisamente areias
cimentadas.
2.3 Comportamento Mecânico dos Solos Cimentados
2.3.1 Aspectos Gerais
Como já mencionado anteriormente, a descrição do comportamento mecânico dos
solos estruturados precisa levar em consideração o efeito da estrutura, e não somente o do
índice de vazios e da sua modificação com a história de tensões, como na Mecânica dos Solos
Clássica (Leroueil e Vaughan, 1990; Vaughan, 1997). Segundo estes autores, a densidade e a
resistência das ligações entre partículas são os parâmetros mais influentes no comportamento
dos solos estruturados. A natureza e a quantidade de agente cimentante, a tensão de
confinamento, a distribuição granulométrica e forma dos grãos também são dados como
parâmetros importantes por Clough et al. (1981). Outros fatores relevantes são a história de
tensões e deformações, a formação geológica, a orientação do solo em relação às tensões
principais (Gens e Nova, 1993), o grau de saturação (O’Rourke e Crespo, 1988) e a
composição mineralógica (Bressani, 1990).
Clough et al. (1981) e Chang e Woods (1992) estudaram o comportamento mecânico
de areias cimentadas sob carregamento estático e concluíram que as areias cimentadas com
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
9
considerável porcentagem de finos e bem graduadas são mais resistentes do que aquelas com
poucos finos e mal graduadas. Verificaram também que, para um mesmo teor de cimento, o
efeito da cimentação é menor em areias fofas do que em areias densas e que a resistência de
pico aumenta com o grau de cimentação, enquanto a deformação necessária para mobilizá-la
diminui.
Segundo Rotta et al. (2001), quanto menor a densidade da amostra durante a formação
de sua estrutura cimentante mais significativa é a contribuição da cimentação na resistência.
Ismail et al. (2002) estudaram a influência do tipo de cimento sobre a resistência ao
cisalhamento de um solo calcário cimentado e concluíram que as amostras cisalhadas com
cimento Portland apresentam maior resistência à compressão triaxial do que as amostras
cimentadas com gesso e calcita, embora os diferentes teores utilizados dos três agentes
cimentantes tenham sido determinados de forma que resultassem na mesma resistência à
compressão simples a partir de um estudo paramétrico que estabeleceu a relação entre a
resistência à compressão simples e a porcentagem de cimento.
Yoshinaka e Yamabe (1981) descrevem um comportamento na deformação típico de
materiais cimentados. Na faixa de tensões onde o material apresenta comportamento frágil, as
deformações volumétricas podem ser separadas em dois estágios: primeiramente ocorre uma
compressão inicial até um ponto próximo à ruptura e, posteriormente ocorre um
comportamento expansivo, cuja taxa de dilatância decresce gradualmente à medida que o
cisalhamento progride, tendendo a um estado último onde não há variação volumétrica. Para
Clough et al. (1981), quanto maior for o teor de cimento, maior será a variação volumétrica
para as deformações axiais iniciais.
A rigidez do solo cimentado é aumentada pela adição de cimento de acordo com
Clough et al. (1981), Leroueil e Vaughan (1990), Hight e Jardine (1993), Cuccovillo e Coop
(1997), Vaughan (1997) e Prietto et al. (1997). A queda na rigidez normalizada com a tensão
de confinamento de um solo artificialmente cimentado com diferentes composições, graus de
cimentação e índice de vazios foi mostrada por Bressani (1990). Este comportamento não é
comum para solos não cimentados. Segundo Clough et al. (1981) e Gens e Nova (1993), a
rigidez inicial pode diminuir quando as tensões de confinamento são altas, ocorrendo uma
transição de um comportamento dilatante e frágil para um comportamento compressível e
dúctil com o aumento da tensão de confinamento.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
10
Segundo Chang e Woods (1992), o módulo de cisalhamento das areias cimentadas
cresce com o incremento da cimentação, sendo que o gradiente desta variação não é
constante.
Clough et al. (1981) observaram um aumento na resistência à tração com o grau de
cimentação.
2.3.2 Compressão Confinada – Tensão Lateral - Ko
Ensaios oedométricos em solos sedimentares cimentados realizados por Kavvadas et
al. (1993) apresentaram comportamento semelhante ao de solos argilosos pré-adensados,
porém com uma pressão de pré-consolidação relacionada à estrutura do material e não à
história de tensões.
Apesar de, nas últimas décadas, muitos trabalhos terem sido desenvolvidos no sentido
de estudar a tensão lateral em areias não cimentadas (Brooker e Ireland, 1965; Andrawes e El-
Sohby, 1973; Fukagawa e Ohta, 1988), pouca informação sobre areia cimentada tem sido
obtida.
Para materiais não cimentados o Coeficiente de Empuxo Lateral no Repouso (Ko) sob
deformação lateral zero é definido como sendo a relação entre a tensão horizontal efetiva (σ'
h
)
e a tensão vertical efetiva (σ'
v
):
Ko = σ'
h
/σ'
v
Segundo Mayne e Kulhawy (1982), o valor de Ko geralmente mantém-se constante
durante o carregamento e aumenta durante o descarregamento com o OCR. Este
comportamento foi observado por Zhu (1993) para duas areias, Ottawa Nº 3 (D
50
= 0,54mm,
Cu = 1,24 e grãos arredondados) e marinha (D
50
= 0,33mm, Cu = 1,70 e grãos angulares).
Zhu (1993) e Zhu et al. (1995) estudaram o desenvolvimento de tensões laterais em
amostras das duas areias citadas acima, nos estados não cimentado e artificialmente
cimentado, através de ensaios oedométricos com medição de tensão lateral. Os autores
avaliaram o efeito do teor de cimento, da tensão vertical, do tipo de areia, da densidade da
areia, do período de cura e da história de tensões na tensão lateral. Os resultados encontrados
pelos autores foram os seguintes:
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
11
Sobre o teor de cimento e o tipo de areia: em ambas areias a tensão lateral diminuiu
significativamente com o aumento do teor de cimento. A cimentação foi mais efetiva na areia
marinha que na Ottawa Nº 3. A diferença na distribuição granulométrica e na angularidade
das partículas foram apontadas pelos autores como possíveis fatores responsáveis por este
comportamento, visto que a areia marinha conseguiria uma cimentação mais forte, devida à
maior área de contato resultante dos seus grãos menores e com melhor distribuição
granulométrica, e um maior intertravamento entre as partículas proporcionado por seus grãos
angulares.
Sobre a tensão vertical: a relação entre a tensão lateral e a tensão vertical foi não-linear
para o estado cimentado, como mostra a Figura 2.1. O efeito da tensão vertical sobre o Ko nas
areias cimentadas mostrou-se dependente do teor de cimento. No intervalo de tensões
verticais aplicadas, a tensão lateral ao repouso e o Ko das areias com teores de cimento acima
de 2% foram menos influenciados pela tensão vertical, enquanto nas areias cimentadas com
teores de cimento menores que 2% a influência da tensão vertical foi maior, especialmente a
baixas tensões. Quanto maior a tensão vertical, maior foi o aumento de Ko. Para as areias com
baixos teores de cimento, a deformação que levou a quebra da cimentação foi atingida a
tensões menores que nas com altos teores de cimento.
Figura 2.1 – Relações entre Ko e tensão vertical para densidade relativa I
D
= 50% (Zhu et al., 1995)
Areia Ottawa
Coeficiente Ko
Tensão Vertical (kPa)
Areia Ottawa
Coeficiente Ko
Tensão Vertical (kPa)
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
12
Sobre a densidade da areia: a tensão lateral no repouso e o valor de Ko diminuíram
com o aumento da densidade relativa (I
D
), como mostra a Figura 2.2. Segundo os autores, este
comportamento se deve ao fato da porcentagem de vazios preenchidos com cimento ser maior
quanto mais densa a areia, quando o teor de cimento é o mesmo.
Figura 2.2 – Efeito da densidade relativa (I
D
) para teor de cimento CC = 2,0% (Zhu et al., 1995)
Sobre o período de cura: o valor de Ko durante o carregamento diminuiu com o
período de cura, o que indica que a cimentação nas areias tornou-se mais forte com o tempo.
Isto é bem ilustrado na Figura 2.3.
Areia Ottawa
Coeficiente Ko
Tensão Vertical (kPa)
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
13
Figura 2.3 – Efeito do tempo de cura para a areia Ottawa Nº 3, I
D
= 50%, CC = 2,0% (Zhu et al., 1995)
Sobre a história de tensão: a tensão lateral no repouso em areias cimentadas aumentou
com a tensão vertical no carregamento e diminuiu no descarregamento. As areias cimentadas,
após a retirada da carga vertical, apresentaram uma tensão lateral residual que aumentou com
a tensão de pré-consolidação em todos os níveis de cimentação. Para uma tensão de pré-
consolidação constante, constatou-se um teor de cimento crítico onde a tensão residual atingiu
um valor máximo, sendo que abaixo deste a tensão residual cresceu e acima deste a tensão
residual decresceu, como mostrado na Figura 2.4. A relação entre Ko e OCR para areias
cimentadas não foi única como nas areias não cimentadas, e foi dependente da tensão de pré-
consolidação (P
C
– máxima tensão vertical aplicada) e da porcentagem de cimento, como se
pôde ver nas Figuras 2.5 e 2.6. O valor de Ko no descarregamento aumentou com OCR e,
para um mesmo teor de cimento, aumentou com a tensão de pré-consolidação.
Tensão Vertical
(
kPa
)
Coeficiente Ko
Tempo de Cura, TC (dias)
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
14
Figura 2.4 – Variação da tensão lateral residual com o teor de cimento CC e a tensão de pré-consolidação
P
C
para a areia Ottawa Nº 3, I
D
= 50% (Zhu et al., 1995)
Figura 2.5 – Relação entre Ko e OCR para areia Ottawa Nº 3 (I
D
= 50%) para os teores de cimento CC = 0
e 2,0% e para as tensões de pré-consolidação P
C
= 200, 400, 800 e 1200 kPa (Zhu et al., 1995)
Tensão Lateral Residual (kPa)
Teor de cimento, CC (%)
Coeficiente Ko
OCR
Coeficiente Ko
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
15
Figura 2.6 – Efeito da tensão de pré-consolidação (P
C
) na relação entre Ko e CC para areia Ottawa Nº 3,
I
D
= 50% (Zhu et al., 1995)
2.3.3 Cura sob Tensão
Com intuito de compreender o comportamento natural de depósitos de solos
submetidos a tensões geostáticas durante a formação da cimentação entre as partículas, como
areias cimentadas encontradas em áreas litorâneas e costeiras formadas pela precipitação de
calcita num ambiente marinho (Clough et al., 1981; Murff, 1987), areias recentemente
depositadas ou densificadas nas quais a cimentação pode se desenvolver por envelhecimento
(Mitchell e Solymar, 1984; Mitchell, 1986), ou arenitos de reservas petrolíferas cimentados
com sílica e clorita a grandes profundidades (Coop e Willson, 2003), o efeito da cimentação
sob tensão começou a ser estudado na última década.
Zhu et al. (1995), que avaliaram os valores de Ko obtidos em ensaios de compressão
confinada utilizando amostras curadas com e sem a aplicação de tensões verticais, foi um dos
primeiros trabalhos publicados nesse sentido. Os resultados encontrados pelos autores foram:
Ko no descarregamento
Teor de cimento (%)
Ko no descarregamento
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
16
Sobre a tensão lateral: a tensão lateral ao repouso em areias cimentadas apresentou um
comportamento diferente do encontrado para areias não cimentadas. Durante o
descarregamento a tensão lateral aumentou com o teor de cimento, o que indicou que a
cimentação formada durante a cura sob tensão conseguiu manter a tensão lateral a um nível
mais alto quando a tensão vertical foi retirada. Este comportamento é apresentado na Figura
2.7. Esta figura mostra também a existência de uma tensão lateral residual que aumentou com
a porcentagem de cimento. A tensão residual também aumentou com a tensão de pré-
consolidação, como mostrado na Figura 2.8.
Figura 2.7 –Tensão lateral em areias cimentadas (Zhu et al., 1995)
Tensão Lateral (kPa)
Tensão Vertical (kPa)
Carre
g
amento Descarre
g
amento
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
17
Figura 2.8 –Efeito da tensão de pré-consolidação (P
C
) na tensão lateral (Zhu et al., 1995)
Sobre Ko: o valor de Ko aumentou tanto com OCR quanto com o teor de cimento,
sendo que este aumento se tornou maior com o OCR à medida que o teor de cimento foi
elevado. A Figura 2.9 evidencia este comportamento.
Figura 2.9 –Efeito do teor de cimento (CC) na relação entre Ko e OCR (Zhu et al., 1995)
Coeficiente Ko
OCR
Tensão Lateral
(
kPa
)
Tensão Vertical (kPa)
Carre
g
amento Descarre
g
amento
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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18
Barbosa-Cruz e Tatsuoka (1999), que realizaram ensaios triaxiais em areias
artificialmente cimentadas com diferentes estados de tensões na cura, observaram que a
modificação das tensões atuantes após o período de cura sob pressão atmosférica não causou
uma influência significativa no comportamento tensão-deformação das amostras. Isto se deve
ao fato das amostras terem sido curadas inicialmente sob pressão atmosférica por 14 a 28 dias
e só posteriormente carregadas com uma tensão confinante de 200 kPa e tensões desvios entre
0 e 950 kN/m
2
continuando a cura sob estas tensões por mais 7 a 10 dias.
Rotta et al. (1998), Consoli et al. (2000) e Rotta (2000) também avaliaram a
importância da consideração das tensões e do índice de vazios de cura no estudo do
comportamento mecânico de solos cimentados. Segundo Rotta (2000) e Consoli et al. (2000)
há uma queda na rigidez para as amostras curadas de forma não confinada em relação às
curadas sob tensão, causada, principalmente, pela mudança no índice de vazios de cura das
amostras e pela destruição, devida à aplicação da tensão confinante, de parte da estrutura
cimentada das amostras curadas sob pressão atmosférica.
Rotta (2000) verificou que a contribuição relativa da cimentação na resistência do solo
foi tanto maior quanto maior o índice de vazios de cura. A tensão de pré-consolidação
equivalente não depende da tensão de cura nem do estado de tensões da amostra
(normalmente ou pré-adensada), sendo função somente do índice de vazios de cura e do teor
de cimento. A tensão de pré-adensamento equivalente aumenta com a redução do índice de
vazios de cura e/ou com o acréscimo do teor de cimento. Observou também que o aumento
das tensões confinantes relacionado ou não à diminuição do índice de vazios de cura provoca
um aumento de rigidez e resistência de pico das amostras. Enquanto o aumento das tensões
confinantes relacionado ou não ao aumento do índice de vazios de cura torna o material mais
compressível.
Rotta et al. (2001), cujos resultados foram reavaliados por Rotta et al. (2003),
realizaram ensaios de compressão isotrópica para simular, em laboratório, a formação da
matriz cimentante em elementos de solo situados a diferentes profundidades em um depósito
fictício de solo natural com valor de Ko = 1. Para tal, as amostras de solo foram cimentadas
sob várias tensões confinantes e diferentes índices de vazios.
A gama de tensões confinantes de cura e a variedade de teores de cimento investigadas
por Rotta et al. (2003) permitiram avaliar a interação entre os efeitos das tensões de cura,
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
19
índice de vazios e teor de cimento no comportamento do solo cimentado. Estes autores
observaram que a tensão de plastificação é uma função do índice de vazios inicial e do grau
de cimentação e que o efeito da cimentação é maior para índices de vazios maiores. Por outro
lado, não foi observada a convergência para o estado desestruturado, para tensões efetivas
médias de até 6MPa, entre os estados cimentado e não cimentado.
2.4 Solos Reforçados
O reforço de solos é uma técnica desenvolvida para melhorar as propriedades
mecânicas dos solos através da inserção de materiais que possuam resistência à tração
elevada, aumentando a resistência e diminuindo a compressibilidade dos solos. Esta técnica é
conhecida e empregada há mais de 3000 anos. Hastes de bambu e junco eram utilizadas no
reforço de tijolos de barro e solos, para auxiliar na construção de diversas obras de terra na
Antigüidade. Palha também foi utilizada no reforço de tijolos argilosos (Illston, 1994). Os
Ziggurats como o Agar Quf, na Mesopotâmia (1400 A.C) e partes da Muralha da China foram
construídos empregando-se mantas de raízes. Segundo Palmeira (1995), ainda hoje, no Peru,
existem estradas de solo reforçado com lã de lhama construídas pelos Incas. A aplicações de
mantas de folhas e galhos sobre camadas de solos moles antes da construção de aterros no
interior do Brasil e em outros países são também conhecidas. A utilização de mantas de
algodão como reforço de pavimentos pelo Departamento de Estradas da Carolina do Sul
(EUA), em 1926, talvez seja o que mais se aproximaria dos geossintéticos aplicados nos dias
de hoje (Palmeira, 1995).
A maioria dos reforços utilizados hoje em dia são de origem polimérica. No último
século, com o crescimento da indústria de petróleo, o desenvolvimento de polímeros como
plásticos, fibras, borrachas e adesivos ganhou força (Illston, 1994). Grandes avanços
tecnológicos na área dos materiais plásticos, como o kevlar, com densidade menor que a
unidade e com resistência à tração que supera cinco vezes a do aço, surgiram das necessidades
das indústrias aeronáutica e automobilística.
No Brasil, o uso de geossintéticos iniciou com obras de drenagem, filtração e reforço
de solos na década de 70 e vêm crescendo lentamente quando comparado aos países do
primeiro mundo. No entanto, para Palmeira (1995) o desenvolvimento da pesquisa sobre
geossintéticos tem contribuído muito para a utilização destes materiais em geotecnia.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
20
Geossintético é todo material sintético empregado em obras geotécnicas com variadas
finalidades. Palmeira (1995) define os tipos de geossintéticos disponíveis como: geotêxteis,
geogrelhas, geomalhas, geomembranas, tiras, fibras e geocompostos. Os geotêxteis são os
mais tradicionalmente conhecidos, sendo compostos de fibras têxteis ordenadas ou dispostas
aleatoriamente (tecido e não-tecido), sendo utilizados como elementos de reforço, separação,
drenagem, filtração e proteção. As geogrelhas caracterizam-se pela combinação de membros
transversais e longitudinais em formato de grelha. As geomalhas são estruturas planas com
elevado volume de vazios para utilização como meio drenante ou reforço. As geomembranas
se constituem de elementos de baixíssima permeabilidade para utilização como barreiras
impermeáveis em barragens, reservatórios, canais, depósitos de lixo e rejeitos industriais. O
geocomposto foi um termo criado para agrupar os materiais resultantes da combinação dos
geossintéticos apresentados acima. Tiras plásticas são elementos utilizados como reforço em
que uma dimensão é muito maior que as demais. O fibrosolo consiste na mistura de solo e
fibras sintéticas que pode ser aplicado a pavimentos (Specht, 2000; Homem, 2002), aterros
sobre solos moles, estabilidade de taludes (Zornberg, 2002), além de outras aplicações como
em liners de cobertura de aterros sanitários (Heineck, 2002) e em fundações superficiais
(Casagrande et al., 2002).
2.4.1 Reforço com Fibras
O desenvolvimento de novos materiais geotécnicos compósitos de solo-fibra, tem sido
abordado em muitas pesquisas recentes (Ulbrich, 1997; Consoli et al., 1997, 1998, 1999,
2002, 2003 a e b, 2004; Montardo, 1999; Feuerharmel, 2000; Specht, 2000; Casagrande,
2001; Montardo et al., 2001; Homem, 2002; Heineck, 2002; Casagrande e Consoli, 2002;
Casagrande et al., 2002; Vendruscolo, 2003; Donato et al., 2002; Donato, 2003 e Donato et
al., 2004). Tais pesquisas têm enfatizado o comportamento mecânico de misturas de solo-fibra
e de solo-cimento-fibra, através de ensaios de laboratório (ensaios triaxiais convencionais) e
ensaios de campo (ensaios de placa sobre camadas de solo-fibra e de solo-cimento-fibra),
buscando a compreensão dos mecanismos envolvidos nesta técnica de melhoramento de
solos, sabendo-se que a capacidade de carga dos solos pode ser aumentada pelas fibras que
atuam controlando a propagação de fissuras e distribuindo melhor as tensões.
Há um consenso no sentido de que o maior potencial dos materiais reforçados com
fibras está no estado pós-fissuração, onde as fibras contribuem de forma mais efetiva na
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
21
resistência do material aumentando a capacidade de absorção de energia. Segundo Hannant
(1994), elas mantêm as interfaces das fissuras juntas, e isto beneficia as propriedades
mecânicas do estado pós-fissuração, aumentando a ductilidade, uma vez que, ao serem
contornadas pelas fissuras, contribuem para o aumento da resistência, da deformação na
ruptura e da tenacidade. Isto ocorre porque a deformação necessária para causar fissuras na
matriz cimentada é muito inferior à elongação das fibras. Taylor (1994) acredita que para
haver um acréscimo de resistência pré-fissuração do compósito é necessária a utilização de
uma fibra mais rígida que a matriz, bem como a aderência do reforço com a matriz deve ser
tal que impeça movimentos relativos entre as duas partes. Para ele, as fibras não impedem a
formação de fissuras, mas são capazes de aumentar a resistência à tração pelo controle da
propagação das fissuras.
Para Hannant (1994), a razão para que os estudos se concentrem geralmente no
comportamento pós-fissuração do compósito é o fato da elongação de ruptura das fibras ser de
duas a três ordens de grandeza superior às deformações da matriz de solo a qual, portanto,
deve fissurar antes da resistência das fibras ser mobilizada. O autor afirma também que o
módulo de elasticidade do compósito solo-fibra não deve ser muito diferente do módulo da
matriz, visto que o módulo de elasticidade da fibra é cerca de cinco vezes menor que o da
matriz.
Johnston (1994) define que a ação das fibras no compósito tende primeiro a reforçá-lo
sobre todos os modos de carregamento que induzem tensões de tração (tração indireta, flexão
e cisalhamento), melhorando, conseqüentemente, a ductilidade e a tenacidade da matriz com
características frágeis.
Taylor (1994) apresenta os principais parâmetros relacionados com o desempenho dos
materiais compósitos cimentados como sendo: teor de fibras, módulo de elasticidade das
fibras, aderência entre fibras e matriz, resistência das fibras e comprimento das fibras. O autor
mostra também o equacionamento do equilíbrio de forças idealizado no momento em que a
fibra é solicitada no compósito (Figura 2.10).
a
F
2
l
dπ
t
F
4
2
πd
=
[
]
1.2
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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22
a
2F
t
F
d
l
=
[
]
2.2
Figura 2.10 – Disposição fibra-fissura idealizada (Taylor, 1994)
A relação l/d (comprimento/diâmetro da fibra) ou fator de forma é proporcional ao
quociente entre a resistência à tração da fibra
(
)
t
F e a resistência de aderência entre a fibra e a
matriz
()
a
F
. Se a fibra tem uma alta resistência à tração, como por exemplo, o aço, a
resistência de aderência deverá ser alta para impedir o arrancamento antes que a resistência à
tração seja totalmente mobilizada, ou então, fibras de alta relação l/d deverão ser utilizadas.
2.4.1.1 Tipos de fibras empregadas como reforço
Sabe-se que as características das fibras utilizadas em reforço de materiais de
construção, como o gesso, argamassas, concretos e solos coesivos e granulares, estão
intimamente ligadas ao material do qual são compostas e ao seu processo de fabricação. É de
conhecimento geral, também, que estas propriedades físicas, químicas e mecânicas afetam o
comportamento do material compósito, sendo de fundamental importância a compreensão da
interação matriz-reforço, bem como da contribuição de cada um no comportamento do
compósito para a definição do tipo de fibra a ser utilizado de acordo com o resultado
desejado.
Resistência à tração, Ft
l/2
Resistência de
adencia, Fa
d
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
23
As fibras geralmente utilizadas para soluções geotécnicas como elemento de reforço
são as vegetais, as poliméricas, as minerais e as de aço. As considerações feitas por
Vendruscolo (2003) sobre estas fibras estão listadas abaixo:
Fibras Vegetais
O reforço de materiais com fibras vegetais é conhecido há milênios. Dentre as fibras
vegetais comumente utilizadas podemos citar as fibras de coco, juta, bambu, piaçava, malva,
linho, cana-de-açúcar, sisal e celulose (Hannant, 1994).
O principal problema da utilização destas fibras é a possibilidade de serem degradadas
pela ação de fungos e microorganismos. Segundo Teodoro (1999), a exposição das fibras
vegetais em ambientes alcalinos (como cimento Portland comum) causa uma rápida
degradação das fibras, e precisa ser melhor estudada.
Fibras de Aço
As fibras de aço conduziram a um número considerável de pesquisas como método de
melhoria das propriedades mecânicas de materiais de construção. As fibras de aço utilizadas
na construção civil apresentam fator de forma na faixa de 30 a 50, comprimento variando de
0,1 a 7,62 cm e diâmetro entre 0,13 e 0,9 mm. A ruptura do compósito é normalmente
associada ao arrancamento da fibra e não à ruptura.
A resistência à tração é da ordem de 1100 MPa e o módulo de elasticidade de 200
GPa. Este tipo de fibra tem uma grande variedade de formatos para aumentar a resistência ao
arrancamento.
Dependendo do meio a que estão inseridas, podem apresentar problemas de corrosão.
Uma técnica utilizada para minimizar tal problema é o banho de níquel (Taylor, 1994).
Fibras Poliméricas
As fibras plásticas são obtidas dos polímeros que, conforme sua estrutura química,
originam um tipo específico de fibra. A utilização desse tipo de fibra em reforço de materiais
de construção é uma técnica recente. Dentre os diversos produtos obtidos destacam-se os
seguintes: polipropileno, poliamida (nylon), polietileno e poliéster.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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24
a) Fibras de Polipropileno
As fibras de polipropileno são constituídas de um material polimérico que possue
grande flexibilidade e tenacidade. O módulo de elasticidade é menor do que qualquer outra
fibra comumente utilizada, da ordem de 8 GPa. A resistência à tração é de aproximadamente
400 MPa. São resistentes a uma variedade de produtos químicos e aos álcalis, porém, são
sensíveis à radiação ultravioleta. No entanto, quando no compósito, esta preocupação é
irrelevante segundo John (1987), citado por Palmeira (1995).
b) Fibras de Poliéster
As fibras de poliéster são mais densas, mais rígidas e mais resistentes do que as fibras
de polipropileno. Elas podem ser usadas para as mesmas aplicações que as de polipropileno,
porém, a melhoria no desempenho deve justificar o seu maior custo (Taylor, 1994). Um dos
poliésteres mais conhecido é o polietileno tereftalato (PET), utilizado como material de
constituição de garrafas plásticas descartáveis. Como essas garrafas depois de utilizadas
acabam se transformando em resíduos, sua reutilização na forma de fibras poderia reduzir a
relação custo/benefício desse material como reforço de solos. Além disso, contribuiria para
minimizar o problema ambiental.
c) Fibras de Polietileno
As fibras de polietileno têm um módulo de elasticidade baixo, são fracamente aderidas
à matriz cimentada e são altamente resistentes aos álcalis. Sua durabilidade é alta, mas
apresentam maiores deformações de fluência quando comparadas com as fibras de
polipropileno. Entretanto, polietileno de alta densidade tem sido desenvolvido para aumentar
o módulo e a aderência com a matriz. As fibras de polietileno são encontradas
comercialmente na forma de monofilamentos picados ou malhas contínuas.
d) Fibras de Poliamida
As fibras de poliamida receberam o nome comercial de Kevlar. Há a fibra Kevlar 29,
com resistência mecânica da ordem de 3000 MPa e módulo de elasticidade intermediário de
aproximadamente 64 GPa, e também, a fibra Kevlar 49, com alto módulo de elasticidade (300
GPa) e a mesma resistência mecânica.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
25
Fibras Minerais
As fibras minerais são classificadas em fibras de vidro, carbono e amianto.
a) Fibras de Vidro
As fibras de vidro são geralmente manufaturadas na forma de “cachos”, ou seja, fios
compostos de centenas de filamentos individuais. O diâmetro dos filamentos individuais
depende das propriedades do vidro, do tamanho do furo por onde são extrusados e da
velocidade de extrusão, mas geralmente são da ordem de 10 µm (Taylor, 1994). As fibras de
vidro produzidas a partir do vidro tipo E, cerca de 99%, são atacadas pelos álcalis presentes
nos materiais baseados em cimento Portland. Uma fibra especial resistente aos álcalis,
denominada comercialmente de “Cem-Fil”, está sendo desenvolvida para o uso em pastas
cimentadas.
b) Fibras de Carbono
São baseados na leveza e na resistência das ligações entre os átomos de carbono. As
fibras de carbono têm de 5 µm a 10 µm de diâmetro e são formadas por agrupamentos
contendo até 20 mil filamentos (Higgins, 1994).
As fibras de carbono podem ser divididas em duas categorias: fibras de alta resistência
(resistência à tração de aproximadamente 2400 MPa e módulo de elasticidade de 240 GPa) e
fibras de alto módulo (resistência à tração de 2100 MPa e módulo de 420 GPa). A resistência
da ligação da fibra com a matriz deve ser relativamente alta, caso contrário, não ocorrerá a
máxima mobilização da resistência da fibra, ou seja, as fibras serão arrancadas sob cargas
menores.
c) Fibras de Amianto
As fibras de amianto apresentam uma resistência à tração média de 1000 MPa. O
módulo de elasticidade é de aproximadamente 160 GPa. O diâmetro é muito pequeno,
aproximadamente 1 µm. Este pode ser um dos fatores que explica a excelente aderência das
fibras com a matriz cimentada.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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26
Alguns países têm mobilizado esforços para coibir o uso de amianto na construção
civil devido aos danos provocados à saúde. Outro problema relacionado a este produto é o seu
comportamento frágil e a sua baixa resistência ao impacto.
2.4.2 Comportamento dos Solos Reforçados com Fibras
2.4.2.1 Fatores que influenciam o comportamento dos solos reforçados com fibras
De acordo com Vendruscolo (2003) os fatores que afetam o comportamento do
compósito solo-fibra são muito complexos. São inúmeras as combinações de variáveis que
alteram de forma significativa os mecanismos de interação. Para uma dada combinação de
variáveis, o resultado obtido pode ser o desejado para uma dada aplicação do compósito,
porém, pode não ser para outra.
Consoli et al. (2004), após vários ensaios feitos para avaliar a influência de vários
tipos de fibra numa areia artificialmente cimentada, concluíram que não é possível estabelecer
regras gerais para os compósitos fibrosos sem antes estabelecer as propriedades de cada
componente do compósito, e confirmaram que a influência da fibra nas propriedades
mecânicas do compósito depende fundamentalmente das propriedades mecânicas das fibras e
da matriz.
As características de resistência e deformabilidade do elemento de reforço têm uma
influência fundamental no comportamento tensão x deformação do solo reforçado. McGown
et al. (1978) propuseram a divisão de reforço de solos em extensíveis e não-extensíveis. O
elemento de reforço extensível tem deformação de ruptura maior que a máxima deformação
de tração no solo sem reforço. Sua principal função é de aumentar a ductilidade e diminuir a
perda de resistência pós-pico, além do acréscimo de resistência mecânica. Já o elemento de
reforço não-extensível tem deformação de ruptura menor que a máxima deformação de tração
no solo sem reforço, confere ganho de resistência mecânica, porém, rupturas catastróficas
podem ocorrer se o reforço romper.
Vendruscolo (2003), em uma compilação de informações, afirmou que o
melhoramento das propriedades dos solos reforçados com fibras depende dos parâmetros das
fibras (comprimento, teor, resistência à tração, módulo de elasticidade, rugosidade e
orientação do reforço), dos parâmetros do solo (grau de cimentação, forma e distribuição
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
27
granulométrica das partículas), da tensão de confinamento e do modo de carregamento. O
autor apresentou um resumo das conclusões obtidas por diversos pesquisadores a respeito da
influência dos principais fatores mencionados acima no comportamento de solos reforçados.
Mencionou, inclusive que alguns aspectos apresentaram resultados antagônicos, dependendo
diretamente do tipo de fibra utilizada. Este resumo é apresentado a seguir.
a) Teor de fibra:
quanto maior o teor de fibra, maior é o acréscimo de resistência mecânica, até um
certo limite, a partir do qual este efeito não é mais observado (Gray e Ohashi, 1983; Gray e
Al-Refeai, 1986; McGown et al.,1988; Maher e Ho, 1994; Ulbrich, 1997; Specht, 2000;
Santoni et al., 2001);
o aumento do teor de fibra provoca aumento do índice de fragilidade e da capacidade
de absorção de energia de deformação (Maher e Ho, 1993; Vendruscolo, 2003);
a inclusão de fibras diminui o índice de fragilidade e aumenta a capacidade de
absorção de energia (Gray e Ohashi, 1983; Ulbrich, 1997; Montardo et al., 2001).
b) Comprimento da fibra:
quanto maior o comprimento da fibra maior é o ganho de resistência mecânica, até
um limite assintótico (Gray e Ohashi, 1983; Ulbrich, 1997; Santoni et al.; 2001; Heineck,
2002);
o aumento do comprimento da fibra provoca redução do índice de fragilidade e
aumento da capacidade de absorção de energia (Crockford et al., 1993; Ulbrich, 1997;
Montardo et al., 2001);
o aumento do comprimento provoca diminuição da resistência de pico e aumento da
capacidade de absorção de energia (Maher e Ho, 1994).
c) Orientação das fibras:
os elementos de reforço devem estar posicionados na direção das deformações de
tração do solo (McGown et al., 1978; Fatani et al., 1991; Morel e Gourc, 1997);
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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28
fibras distribuídas aleatoriamente mantém a resistência isotrópica, não sendo
observados planos potenciais de fragilidade (Gray e Al-Refeai, 1986; Gray e Maher, 1989).
d) Rugosidade:
as fibras devem estar bem aderidas à matriz do compósito para que a sua resistência
à tração seja mobilizada (Taylor, 1994).
e) Módulo de elasticidade da fibra:
fibras com módulo baixo comportam-se como reforços idealmente extensíveis (Gray
e Ohashi, 1983; Specht, 2000);
fibras com módulo baixo não contribuem para o aumento da resistência mecânica
(Montardo, 1999; Specht, 2000);
quanto maior for o módulo do reforço mais facilmente as fibras poderão ser
arrancadas (Shewbridge e Sitar,1990);
Montardo et al. (2001) observaram que fibras relativamente rígidas (vidro e PET)
exercem efeito mais pronunciado na resistência de ruptura, ao passo que fibras relativamente
flexíveis (polipropileno) exercem efeito mais pronunciado no modo de ruptura e no
comportamento último. Considerações semelhantes também foram feitas por Consoli et al.
(2003 a) quando avaliaram os efeitos da inclusão de fibras distribuídas aleatoriamente e da
adição de cimento sobre a resistência e a deformabilidade de um compósito solo-cimento-
fibra.
f) Tensão confinante:
foi verificada uma tensão de confinamento crítica onde, abaixo desta, os elementos
de reforço são arrancados (Gray e Ohashi, 1983; Morel e Gourc, 1997; Teodoro, 1999;
Kaniraj e Havanagi, 2001; Heineck, 2002). A tensão confinante crítica é sensível a alguns
parâmetros do compósito solo-fibra como fator de forma das fibras (l/d), coeficiente de
uniformidade e forma das partículas do solo (Gray e Maher, 1989).
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
29
g) Modo de carregamento:
o número de ciclos necessários para causar ruptura em solos cimentados aumenta
com a inclusão das fibras (Maher e Ho, 1993; Crockford et al., 1993; Specht, 2000).
2.4.2.2 Mudanças no comportamento dos solos reforçados com fibras
A adição de fibras ao solo agrega mudanças relacionadas principalmente à resistência,
rigidez inicial e variação volumétrica. A seguir são descritas algumas alterações relatadas por
vários autores a respeito de mudanças que ocorrem no comportamento mecânico dos solos
reforçados com fibras.
Resistência de pico
Gray e Ohashi (1983) e Gray e Al-Refeai (1986) constataram um aumento da
resistência de forma linear com o aumento da quantidade de reforço, ao contrário de Jewell e
Wroth (1987), Shewbridge e Sitar (1989) e Teodoro (1999), que observaram um aumento não
linear. Diferentemente, estudos experimentais realizados por Casagrande (2001) e Casagrande
e Consoli (2002), em areia siltosa reforçada com fibras de polipropileno, mostraram um
crescimento constante da resistência com a deformação axial, caracterizando um
comportamento elasto-plástico de enrijecimento. Segundo os autores, as fibras passaram a
contribuir de forma mais significativa para o acréscimo da resistência a partir de 2,5% de
deformação axial. Para Heineck (2002), a taxa de deformação onde as fibras passam a
contribuir de forma mais significativa para o acréscimo de resistência ao cisalhamento
depende do tipo de matriz.
O aumento do ângulo de atrito e do intercepto coesivo com a adição e o aumento do
teor de fibras também foi relatado por Hoare (1979), Gray e Ohashi (1983), Bueno et al.
(1996), Nataraj et al. (1996), Stauffer e Holtz (1996) e Vendruscolo (2003). Porém, Teodoro
(1999) e Casagrande (2001) observaram para uma areia siltosa reforçada o aumento da
parcela coesiva sem alterações significativas no ângulo de atrito.
Montardo (1999) e Consoli et al. (2003 a) constataram o aumento do ângulo de atrito
tanto para uma areia uniforme cimentada como não cimentada reforçada com vários tipos de
fibra. Acréscimos da coesão somente foram verificados para a areia não cimentada reforçada
com fibras. Specht et al. (2002) observaram que para uma areia siltosa cimentada reforçada
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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30
com fibras extensíveis não houve alteração dos parâmetros de resistência. Por outro lado,
considerando fibras inextensíveis, houve um leve aumento da coesão e do ângulo de atrito
para as fibras mais rígidas. A alteração dos parâmetros de resistência depende das
características do reforço.
Consoli et al. (2004) observaram um aumento na resistência devido ao aumento do
ângulo de atrito, uma vez que o intercepto coesivo da matriz cimentada diminuiu com a
adição de fibras, no caso de fibras de poliéster e de vidro. Para o caso das fibras de
polipropileno, foi observada uma redução na resistência de pico.
Outro ponto comum em termos de resistência observado por vários autores ao
estudarem um solo granular reforçado foi a bi-linearidade das envoltórias de resistência (Gray
e Ohashi, 1983; Gray e Al-Refeai, 1986; Maher e Gray, 1990; Stauffer e Holtz, 1996; Morel e
Gourc, 1997; Kaniraj e Havanagi, 2001; Heineck, 2002).
Gray e Al-Refeai (1986) observaram ainda que quanto menor for a rugosidade ou
aderência da interface solo-fibra, maior é a tensão de confinamento crítica. Fibras mais
rugosas tendem a ser mais efetivas no aumento da resistência.
Maher e Gray (1990) realizaram estudos sobre o diâmetro das partículas, utilizando
duas composições de bolas de vidro em lugar do solo, ambas composições com
granulometrias uniformes, porém diferentes diâmetros médios (D
50
) das partículas. Mostraram
que o aumento do tamanho das partículas não altera a tensão de confinamento crítica, mas
diminui a contribuição das fibras para a resistência.
Com relação a granulometria do solo, Stauffer e Holtz (1996) realizaram vários
ensaios triaxiais em duas areias reforçadas com distribuições granulométricas distintas, uma
bem graduada e uma uniforme, porém com mesmo diâmetro médio (D
50
) dos grãos do solo.
Os autores observaram com a adição de fibras um aumento maior de resistência na areia bem
graduada. Gray e Maher (1989) apontaram a forma das partículas como um fator que também
influencia na resistência do solo reforçado com fibras, sendo que as partículas de solo mais
arredondadas prejudicam a eficiência do reforço.
Ranjan e Charan (1996) observaram que a curva tensão x deformação de um areia fina
reforçada exibia tendências a crescimento mesmo a deformações axiais da ordem de 20%,
comportamento análogo ao observado por Ardersland e Kattak (1979) para um solo argiloso.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
31
Teodoro (1999) observou um aumento da resistência com o aumento do comprimento
das fibras (comprimento máximo igual a 30 mm) de uma areia siltosa reforçada com fibras de
polipropileno. Já para um solo argiloso, o máximo de resistência foi alcançado para um
comprimento de 15 mm.
Consoli et al. (1999), estudando o comportamento de materiais cimentados,
observaram que quanto maior é a quantidade de cimento adicionada ao solo, menos
pronunciado é o acréscimo de resistência causado pela adição das fibras.
Resistência pós-pico
Praticamente todos os trabalhos que analisaram o comportamento de solos reforçados
em termos da resistência pós-pico concluíram que a adição de fibras reduz a queda da
resistência (Gray e Ohashi, 1983; Gray e Al-Refeai, 1986; Fatani et al., 1991; Ranjan e
Charan, 1996; Staufer e Holtz, 1996; Consoli et al., 1997, 1999, 2003 a; Casagrande, 2001;
Heineck, 2002; Vendruscolo, 2003).
Rigidez inicial
Maher e Ho (1994) e Nataraj et al. (1996) relataram aumento no módulo de
deformação, tanto maior quanto maior o teor de fibras. Contrariamente, Ulbrich (1997),
Consoli et al. (1999) e Casagrande (2001) obtiveram redução do módulo com a inclusão de
fibras.
Montardo (1999) observou uma queda bastante acentuada da rigidez inicial de uma
areia cimentada reforçada com fibras de polipropileno. No entanto, as fibras de polietileno
tereftalato e de vidro não causaram alteração alguma no módulo. Vendruscolo (2003) também
observou uma queda na rigidez inicial para um solo artificialmente cimentado reforçado com
fibras.
Michalowski e Cermák (2003) observaram que a adição de uma fibra sintética em um
solo arenoso causou uma queda da rigidez inicial. Por outro lado, a adição de fibras de aço
aumentou a rigidez inicial.
Consoli et al. (2004) encontraram, tanto para matriz cimentada como para a matriz não
cimentada, uma pequena influência na rigidez inicial causada pela adição de fibras de
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
32
poliéster e de vidro, mas uma grande redução da rigidez inicial causada pela adição fibras de
polipropileno.
O efeito do reforço fibroso na rigidez inicial do compósito depende das características
do mesmo. Segundo Feuerharmel (2000), a intensidade das alterações no módulo de
elasticidade depende também do tipo e das características de cada solo. Estudos realizados
pelo autor em argila e areia siltosa reforçada com fibras de polipropileno indicaram grande
redução do módulo, enquanto que, os resultados de ensaios realizados em areia reforçada
mostraram pequenas alterações no módulo. Entretanto, considerando misturas cimentadas
reforçadas com fibras, as reduções do módulo foram bastante acentuadas para os três solos
analisados.
Variação volumétrica
A adição de fibras aumenta as deformações volumétricas de compressão na ruptura,
segundo relatos de Stauffer e Holtz (1996), sendo este aumento mais pronunciado para uma
areia mal graduada do que para uma areia bem graduada, ambas com mesmo diâmetro médio
(D
50
).
O aumento da compressibilidade do solo com a inclusão de fibras também foi
observado por Bueno et al. (1996). Segundo Shewbridge e Sitar (1989), a deformação
volumétrica aumenta com o acréscimo da quantidade de reforço, porém, de forma não linear,
similar ao observado por Nataraj et al. (1996).
Outros aspectos
Gray e Maher (1989) analisaram a influência de diversos parâmetros das fibras e dos
solos sobre o comportamento tensão-deformação das misturas e salientaram que a distribuição
das fibras de forma aleatória tem a vantagem da manutenção da resistência isotrópica e da
ausência de planos de fraqueza, que podem ser desenvolvidos em sistemas de reforço
orientado. Os autores verificaram a existência de uma tensão de confinamento crítica, que
reduz com o aumento da relação l/d e torna mais efetiva a contribuição da fibra no aumento da
resistência ao cisalhamento. No entanto, este crescimento com o aumento do teor de fibras é
observado só até um certo limite.
Ranjan e Charan (1996) estudaram a influência das características das fibras (teor,
relação l/d, superfície de fricção) e das propriedades dos solos na resistência ao cisalhamento,
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
33
realizando uma série de ensaios de compressão triaxial em solos granulares reforçados com
fibras naturais e sintéticas distribuídas aleatoriamente. Baseados nos resultados obtidos, os
autores constataram a existência de uma tensão confinante crítica que reduz com o aumento
da relação l/d. As fibras serão suscetíveis ao arrancamento somente em um intervalo pequeno
de tensão de confinamento. Comportamento que já havia sido relatado por Gray e Maher
(1989).
McGown et al. (1988), estudando a influência da adição de malhas de polipropileno na
resistência de um solo granular, verificaram um aumento considerável da resistência do solo
reforçado obtida em ensaios triaxiais e ensaios de placa em escala reduzida. Observaram
também que os parâmetros de resistência e de deformabilidade foram alterados pelo
intertravamento entre o solo e o reforço, principalmente para maiores teores de reforço.
Maher e Gray (1990) concluíram que o aumento da resistência é função das
propriedades da areia (graduação, tamanho e forma das partículas) e da fibra (teor, relação l/d
e módulo). A resistência diminui com o aumento do tamanho médio e da esfericidade das
partículas de areia; aumenta com o coeficiente de uniformidade da areia, o teor de fibras, o
módulo das fibras e a relação l/d.
Gray e Ohashi (1983) apresentaram um modelo teórico para prever o comportamento
de uma areia reforçada com fibras baseados em ensaios de cisalhamento direto executados
com a areia, no estado fofo e denso, reforçada com fibras naturais, sintéticas e metálicas. Os
resultados mostraram que a adição da fibra aumentou a resistência ao cisalhamento de pico e
reduziu a queda pós-pico. Foi possível observar, também neste caso, a existência de uma
tensão de confinamento crítica onde, abaixo desta, as fibras são arrancadas e, acima desta, as
fibras são alongadas. As fibras com módulo baixo comportaram-se como extensíveis, ou seja,
não romperam durante o ensaio. O aumento do comprimento das fibras resultou num aumento
da resistência, porém, esse aumento é verificado até um certo limite, a partir do qual, este
efeito não é mais observado. A orientação das fibras com relação à superfície de cisalhamento
também é considerada no modelo. Fibras orientadas a 60° da superfície de ruptura são mais
efetivas para o aumento da resistência ao cisalhamento.
Os resultados dos ensaios obtidos por Li e Mitchell (1988) mostraram que o reforço
em formato de malha (fibras poliméricas) e o com ancoragens (fibras metálicas) apresentaram
os melhores resultados, dobrando a resistência ao cisalhamento de uma areia fracamente
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
34
cimentada (3% de cimento) em relação à sem reforço. De maneira geral, todos os reforços
aumentaram a ductilidade do material, permitindo uma maior absorção de energia.
Silva et al. (1995) realizaram ensaios de compactação, compressão não-confinada e
ensaios de placa para verificar a influência da inclusão de fibras em um solo argiloso e outro
arenoso. Nenhuma mudança significativa foi verificada nos parâmetros de compactação
quando da adição de fibras. Independentemente do teor e do comprimento da fibra, a
resistência à compressão do solo argiloso reforçado foi sempre superior ao do solo sem
reforço. Por outro lado, o solo arenoso é sensível às variações de comprimento e teor de fibra.
Um aumento da capacidade de suporte dos solos foi verificado com a adição das fibras através
dos ensaios de placa.
Nataraj et al. (1996) apresentaram os resultados de uma série de ensaios de laboratório
em um solo arenoso e outro argiloso reforçados com fibras de polipropileno distribuídas
aleatoriamente. Com a adição de fibras não houve alterações significativas nos parâmetros de
compactação do solo. Porém, houve um aumento da resistência ao cisalhamento das areias,
sendo o aumento mais pronunciado para maiores teores de fibras. Independentemente do solo
estudado, foi observado que a inclusão das fibras aumentou a resistência à compressão não-
confinada. Tanto o solo arenoso quanto o argiloso apresentaram valores de CBR maiores com
a inclusão das fibras.
Specht (2000) avaliou os efeitos da adição de fibras poliméricas de diferentes
propriedades mecânicas, uma em forma de filamentos e outra fibrilada (formada por pequenos
filamentos unidos), sobre a resistência e a deformabilidade de um solo residual artificialmente
cimentado sob carregamento estático e dinâmico. O autor concluiu que as fibras extensíveis
(em forma de filamentos) foram mais efetivas na melhoria das características pós-ruptura do
compósito, aumentando de forma expressiva a tenacidade, a ductilidade e a resistência à
fadiga. Entretanto, as fibras de caráter inextensíveis (fibriladas) foram mais efetivas na
redução da deformabilidade e no aumento de resistência de pico. Estruturas de pavimento
semi-rígido foram dimensionadas onde se observou uma significativa redução na espessura da
camada cimentada quando da utilização de reforços fibrosos em forma de filamentos.
Maher e Ho (1994) estudaram as propriedades mecânicas e hidráulicas de um
compósito caulinita-fibra através de ensaios de compressão não-confinada, compressão
diametral, flexão e condutividade hidráulica. Foram utilizadas fibras de polipropileno, vidro e
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
35
celulose. Observou-se que a inclusão aleatória das fibras aumentou significativamente a
resistência e a ductilidade do compósito, sendo este aumento mais pronunciado para baixos
teores de umidade. Para o mesmo teor de reforço, fibras mais curtas são mais numerosas
dentro da matriz e existe uma maior possibilidade de elas estarem presentes na superfície de
ruptura contribuindo para o aumento da resistência. Porém, após a ruptura, as fibras mais
curtas são arrancadas mais facilmente, o que denota a importância de fibras mais longas
quando se deseja melhorar a ductilidade e a capacidade de absorção de energia.
Feuerharmel (2000) avaliou a influência do tipo de solo no padrão de comportamento
de solos reforçados, com e sem cimentação artificial, por meio de ensaios triaxiais executados
em três tipos de solo (argila, areia e areia siltosa) reforçados com fibras de polipropileno.
Dentre as conclusões do trabalho estão: a adição de fibras de polipropileno provocou a
redução do módulo de deformação inicial do solo, sendo que a intensidade das alterações
depende do tipo e das características de cada solo, ou seja, os solos com menor rigidez foram
os mais afetados; quanto à resistência ao cisalhamento, o comportamento dos solos não
cimentados reforçados pode ser dividido em três etapas, uma inicial onde o comportamento é
controlado basicamente pela matriz do solo, uma etapa intermediária, na qual o
comportamento do material compósito é comandado conjuntamente pela matriz e pelos
elementos de reforço, e uma etapa final, onde o comportamento do material é comandado
exclusivamente pelas fibras.
Heineck (2002) analisou o comportamento hidráulico e mecânico de amostras
compactadas de solo, cinza, areia e caulim com adição de fibras de polipropileno de 24 mm
de comprimento e bentonita. Heineck e Consoli (2002) executaram ensaios de ring shear
nestes materiais e observaram que a influência da fibra ainda é visível mesmo após grandes
deslocamentos, da ordem de 260 mm. Em uma análise conjunta com ensaios de condutividade
hidráulica, indicaram a utilização do material compósito (caulim e fibras) como liners de
cobertura ou de fundo, até mesmo em casos de resíduos perigosos.
Shewbridge e Sitar (1989) avaliaram o mecanismo de desenvolvimento da zona de
cisalhamento de um solo granular reforçado com vários tipos de fibras através de ensaios
realizados em equipamento de cisalhamento direto cujas dimensões eram maiores que as
convencionais. Para o solo reforçado, a zona de cisalhamento era mais larga e aumentava com
a concentração, rigidez e aderência entre o solo e o reforço.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
36
Maher e Ho (1993) estudaram o comportamento de uma areia artificialmente
cimentada reforçada com fibras de vidro distribuídas aleatoriamente em ensaios triaxiais
executados sob carregamento estático e cíclico. Analisaram também a resistência à tração do
material cimentado reforçado pelo método brasileiro (ensaio de determinação da resistência à
tração por compressão diametral). A presença de fibras aumentou significativamente a
resistência de pico da areia cimentada. O aumento do comprimento e do teor de fibras
aumentou a resistência a baixas tensões de confinamento, o índice de fragilidade, a
capacidade de absorção de energia, o intercepto coesivo, o ângulo de atrito interno e a
resistência à tração da areia cimentada. Porém, houve uma redução da resistência com o
acréscimo da tensão de confinamento. Com a adição das fibras também houve um aumento do
número de ciclos e da magnitude das deformações necessárias para causar a ruptura da areia
cimentada.
Freitag (1986) estudou os efeitos da inclusão de fibras na resistência à compressão
simples de um solo residual de calcário compactado. Três fibras sintéticas diferentes foram
utilizadas: uma de nylon (descartada no início dos trabalhos por dificuldades de mistura), uma
de polipropileno (com 0,20 mm de diâmetro) e outra também de polipropileno chamada
Fibermesh (0,10 mm de diâmetro). O comprimento das fibras era 20 mm e o teor foi de 1%
em volume. Os resultados indicaram aumento da resistência à compressão não-confinada,
principalmente para teores de umidade próximos à ótima e no ramo úmido da curva de
compactação e que a ruptura do solo reforçado ocorre a uma deformação bem superior a do
solo não reforçado.
Teodoro (1999) executou painéis de solo argiloso reforçado com fibras de
polipropileno para estudar o padrão de fissuramento deste material quando submetido à
variações de temperatura. O autor observou que a fibra não evitou o fissuramento, porém,
reduziu significativamente a dimensão das trincas.
É importante salientar que nenhuma informação sobre o comportamento de solos
reforçados com fibras sob compressão confinada está presente na literatura. O presente
trabalho vem acrescentar mais este aspecto ao conhecimento dos mecanismos envolvidos
nestes materiais compósitos.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
37
2.5 Equipamentos para Medição de Tensão Lateral
Segundo Ofer (1981), a tensão lateral de um solo pode ser medida em laboratório tanto
em um equipamento triaxial como em um anel oedométrico modificado. A medição de tensão
lateral em equipamentos triaxiais foi introduzida por Bishop e Eldin (1953). Tal técnica
permite que a deformação lateral da amostra de solo seja mantida em zero através do ajuste
constante da pressão dentro da célula. Campanella e Vaid (1972), Andrawes e El-Sohby
(1973), Boyce e Brown (1976), El Ruwayih (1976), Kochi e Tatsuoka (1984), Feda (1984),
Lo e Chu (1991), Tsuchida e Kikuchi (1991) desenvolveram equipamentos semelhantes.
2.5.1 Equipamentos com Medição de Tensão Lateral em Compressão
Confinada
Segundo Zhu (1993), os anéis oedométricos modificados para medir tensão lateral em
solos podem ser divididos em duas categorias: anéis oedométricos de paredes finas e anéis
oedométricos de paredes grossas. Os de parede fina foram utilizados por Brooker e Ireland
(1965), Calhoun e Triandafilidis (1969), Edil e Dhowian (1981) e Ofer (1981). Esta técnica
utiliza strain gauges colados na parede do anel para medir a tensão lateral causada pela
pequena deformação da fina parede do anel. Anéis de paredes grossas foram utilizados por
Abdelhamid e Krizek (1976) e Thomann e Hryciw (1990). Nestes casos, pequenos orifícios
horizontais eram feitos à meia altura das paredes do anel por onde pistões eram usados para
medir a tensão lateral dos solos sob deformação lateral zero.
O anel desenvolvido por Ofer (1981) é ilustrado na Figura 2.11. Este anel possui strain
gauges colados à meia altura da parede fina e uma câmara de ar formada entre o anel de
parede fina e o anel que envolve este primeiro. Este anel invólucro é vedado acima e abaixo
por o-rings. A saída dos fios elétricos e a entrada de ar são possibilitadas por orifícios no topo
do anel.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
38
Figura 2.11 – Seção do anel com medição de tensão lateral (Ofer, 1981)
O anel apresentado por Zhu (1993) e Zhu et al. (1995), esquematicamente mostrado na
Figura 2.12, possui uma parede de 1,5mm determinada de forma que a mesma fosse fina o
suficiente para ter uma certa deformação e espessa o bastante para satisfazer a condição Ko.
Dois strain gauges ativos são colados horizontalmente, distanciados 180º um do outro, à meia
altura da parede fina para a medição da deformação radial do anel induzida pela tensão lateral
do solo. Dois strain gauges compensadores de temperatura são colados na parte inferior da
célula de carga onde nenhuma deformação ocorre durante o ensaio. Estes quatro strain gauges
estão conectados formando um circuito do tipo ponte completa de Wheatstone. A
compensação da temperatura foi considerada importante pelos autores para a obtenção de
resultados estáveis e corretos.
Figura 2.12 – Seção do anel com medição de tensão lateral (Zhu, 1993)
Carregamento
Top Cap
Anel
Strain Gauges
Anel de
Revestimento
Amostra
LEGENDA:
1 - anel de parede fina
2 - anel invólucro
3 - strain gauges
4 - fios elétricos
5 - entrada de ar
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
39
Acredita-se que tensão lateral em condições Ko reais possam ser medidas tanto em
células triaxiais quanto em anéis oedométricos de paredes grossas. No entanto, seus sistemas
de medidas e procedimentos de ensaio para o ajuste da deformação lateral zero são
complicados (Zhu, 1993). Para anéis de paredes finas, tanto os sistemas de medidas quanto os
procedimentos de ensaios são simples. No entanto, a pequena deformação necessária para a
medição da tensão lateral e pode alterar os resultados dos ensaios.
Ofer (1981) realizou ensaios com e sem deformações laterais. Confirmou que em reais
condições Ko, onde nenhuma deformação lateral foi permitida, os valores de Ko foram
consideravelmente maiores que os obtidos para os ensaios onde mesmo uma pequena
deformação lateral foi permitida (deformações laterais máximas de 10
-4
). Segundo Zhu
(1993), estas deformações têm um efeito insignificante na medida da tensão lateral do solo. A
explicação para esta contradição pode estar na espessura de parede utilizada pelos dois
autores, já que a de Ofer (1981) possuía 0,8mm e a de Zhu (1993) apresentava 1,5mm. Talvez
a espessura utilizada por Ofer (1981) não tenha sido suficiente para validar uma situação de
carregamento sob condições Ko, permitindo deformações maiores que a de Zhu (1993), da
ordem de 10
-5
.
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METODOLOGIA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
40
CAPÍTULO 3
3. MATERIAIS E METODOLOGIA
Neste capítulo serão apresentados os materiais utilizados e os métodos de preparação
das amostras, bem como os procedimentos adotados durante a realização do programa
experimental. O programa experimental inclui o desenvolvimento de um equipamento de
compressão confinada com medição de tensão lateral e a execução de ensaios neste
equipamento.
A metodologia a ser empregada para a execução deste trabalho é essencialmente
experimental, consistindo de uma primeira etapa, relativa ao projeto e construção do
equipamento para ensaios de compressão confinada com medição de tensão lateral e de uma
segunda etapa, relativa à execução de ensaios de compressão confinada com medição de
tensão lateral, em trajetórias de carregamento e descarregamento, em amostras de solo e de
misturas de solo-cimento e solo-fibras.
3.1. Materiais Utilizados
3.1.1. Areia
O solo a ser utilizado foi extraído de uma jazida localizada no município de Osório –
RS. Trata-se de uma areia fina, limpa e de granulometria uniforme (NBR 6502/95; ASTM D
2487/93). A análise mineralógica desta areia, realizada por Spinelli (1999), indica a presença
de 99% de quartzo, sendo o restante composto de glauconita, ilenita, turmalina e magnetita.
Não foi observada a presença de matéria orgânica.
Este material teve sua curva granulométrica e índices físicos determinados no
Laboratório de Mecânica dos Solos da Universidade de Passo Fundo, conforme apresentado
na Figura 3.1 e na Tabela 3.1.
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METOLOGIA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
41
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro dos Grãos (mm)
Porcentagem Retida (%)
Figura 3.1: Curva granulométrica da areia de Osório
Tabela 3.1 - Índices físicos da areia de Osório
Índices físicos Areia de Osório
Massa específica real dos grãos 26,2 kN/m
3
Coeficiente de uniformidade, C
u
2,1
Coeficiente de curvatura, C
c
1,0
Diâmetro efetivo, D
10
0,09 mm
Diâmetro médio, D
50
0,16 mm
Índice de vazios mínimo, e
min
0,6
Índice de vazios máximo, e
max
0,9
3.1.2. Fibras
As fibras utilizadas como elemento de reforço foram fibras poliméricas de
polipropileno, que estão disponíveis no mercado em forma de pequenos filamentos. Estas
fibras foram escolhidas por apresentarem características uniformes e bem definidas, por serem
inertes quimicamente e por estarem disponíveis em grande quantidade no comércio, o que
possibilita a sua aplicação em ensaios com grandes dimensões ou extrapolação de resultados
para projetos de engenharia.
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METODOLOGIA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
42
Foram utilizadas fibras de polipropileno fabricadas pela Fitesa Fibras e Filamentos
S/A. De acordo com as especificações fornecidas pelo próprio fabricante, esta fibra possui
uma resistência à tração de 120 MPa, densidade relativa de 0,91 e um alongamento na ruptura
de 80%. O termo utilizado na indústria têxtil para designar a espessura dos filamentos é o
título, sendo que a unidade do título é o dtex, que representa a relação entre o peso e o
comprimento do filamento (1 dtex=1g/10000m). O título, o teor e os comprimentos das fibras
utilizadas foram adotados de acordo com pesquisas já realizadas com estes materiais
buscando a possibilidade de utilização desses resultados em comparações com os obtidos
neste trabalho. As fibras utilizadas nesta pesquisa têm título de 3,3 dtex, que correspondem ao
diâmetro de 21µm. O teor utilizado foi de 0,5% do peso de material seco e os comprimentos
foram de 6 e 12 mm.
3.1.3. Cimento
O cimento que foi utilizado nesta pesquisa é do tipo CP-V Cimento Portland de Alta
Resistência Inicial (ARI). Este cimento é um tipo particular do cimento Portland comum que
possui uma dosagem diferente de calcário e argila na produção do clínquer, bem como uma
moagem mais fina do cimento. Isto propicia a ele, ao reagir com a água, que adquira elevadas
resistências com maior velocidade. Fato este que determinou o seu emprego. Suas
características são mostradas na Tabela 3.2 a seguir. Os teores de cimento utilizados foram de
1%, 3% e 7% do peso de material seco, para que fosse possível o estudo de materiais
fracamente, mediamente e fortemente cimentados.
Tabela 3.2: Propriedades do cimento CP-V (ARI)
Finura Tempo de pega Resistência à compressão
Massa específica
(kg/m
3
)
Início
(min)
Fim
(min)
1 dia
(MPa)
3 dias
(MPa)
7 dias
(MPa)
28 dias
(MPa)
Média 3,11 195 296 23,5 39,2 45,2 53,3
Mínimo 3,11 165 258 22,1 37,8 41,6 51,4
Máximo 3,11 218 365 25,2 41,8 47,2 53,6
Desvio padrão 0,00 14 27 0,9 0,9 1,2 1,3
Fonte: Camargo Corrêa Industrial S. A (1998)
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METOLOGIA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
43
3.2. Preparação dos Corpos de Prova
A preparação dos corpos de prova em laboratório foi realizada em três fases: mistura,
moldagem e cura, nos casos de misturas com cimento e em duas fases: mistura e moldagem,
nos casos de misturas sem cimento. A mistura dos componentes foi realizada em recipiente
apropriado na seguinte seqüência: solo, cimento (quando presente), água e fibra (quando
presente). Esta seqüência foi considerada a mais indicada, pois no caso das amostras
cimentadas, permite que o cimento seja misturado com o solo seco garantindo melhor
homogeneização da matriz. No caso das amostras reforçadas, esta técnica evita a segregação
das fibras que ocorre se a matriz está seca. A mistura foi realizada manualmente até ser
atingida a homogeneização, verificada de forma visual.
A quantidade de fibra e de cimento adicionada à mistura foi determinada em relação
ao peso de solo seco. O peso de água foi calculado em relação ao peso total do material seco
(solo e cimento ou fibra). Todos os materiais foram pesados com resolução de 0,01 g.
Os corpos de prova foram moldados na densidade relativa de 50% e com um teor de
umidade de 10%. Estes valores foram adotados pelo fato de já terem sido utilizados em
estudos anteriores com estes materiais, submetidos a outros tipos de ensaios, no intuito de
possibilitar uma futura comparação entre os resultados já obtidos e os resultados deste
trabalho. A compactação da mistura foi do tipo estática. A moldagem das amostras foi feita
diretamente no anel de paredes finas, com 75 mm de diâmetro e 38 mm de altura. Os corpos
de prova foram moldados em três camadas de mesma altura sobre uma pedra porosa e um
papel filtro colocados no fundo do anel.
No caso dos corpos de prova com cimento, após a moldagem, os mesmos foram
mantidos dentro do anel por 24 horas para que a cura fosse permitida.
3.3. Projeto e Construção do Equipamento de Compressão Confinada
com Medição de Tensão Lateral
Neste trabalho foi desenvolvida uma célula de medição de tensões laterais a partir do
principio mecânico proposto por Ofer (1981). Zhu (1993) e Zhu et al. (1995) apresentam um
modelo simplificado daquele original, sublinhando a importância do nível de deformações
radiais atingidas pela parede do anel que respeitem a condição Ko. Nesta pesquisa foi possível
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METODOLOGIA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
44
uma otimização do projeto apresentado por Zhu (1993), sem comprometimento da precisão, a
partir de um estudo paramétrico prévio na fase de desenvolvimento empregando o Método de
Elementos Finitos.
Para a montagem deste equipamento de medição de tensão lateral foram adaptados
alguns componentes como uma prensa com capacidade de 50 kN, uma célula de carga com
capacidade de 60 kN, medidores de deformação vertical do tipo régua resistiva,
extensômetros elétricos e o sistema de aquisição de dados já disponíveis no
ENVIRONGEO/UFRGS. A célula de medição de tensão lateral foi projetada e construída no
desenvolvimento deste trabalho.
Desta forma, o equipamento é constituído de uma prensa com capacidade de 50 kN,
uma célula de carga com capacidade de 60 kN, uma célula de carga para medição de tensão
lateral com capacidade de 3000 kPa, um medidor de deslocamentos verticais do tipo régua
resistiva com curso de 25,9 mm, três sistemas de alimentação (um de 5 Volts e dois de 10
Volts), um sistema de aquisição de dados com dois módulos do tipo data logger capazes de
ler tensões de 0 a 50 mV e um microcomputador. A sensibilidade dos componentes
determinada através do sistema completo está especificada na Tabela 3.3.
Tabela 3.3: Sensibilidade dos Componentes
Componentes Sensibilidade
Célula de carga 3,43 kN
Célula de medição de tensão lateral
0,50 kPa
Medidor de deslocamentos
0,004 mm
Data loggers
0,01 mV
A carga vertical foi aplicada em uma prensa e controlada manualmente através das
leituras feitas por uma célula de carga colocada abaixo do anel. As tensões aplicadas
chegaram a 3000 kPa. As deformações verticais foram obtidas de um medidor de
deslocamentos do tipo régua resistiva preso à haste fixa central da prensa sobre a célula de
medição de tensão lateral. Todos os componentes foram ligados à data loggers conectados a
um computador, o que permitiu que a aquisição de dados fosse automatizada. O programa
computacional utilizado para a aquisição dos dados foi o Field Chart, disponibilizado pela
própria empresa onde foram adquiridos os data loggers.
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METOLOGIA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
45
Uma ilustração do equipamento é apresentada na Figura 3.2.
Figura 3.2: Equipamento de compressão confinada com medição de tensão lateral
3.3.1 Projeto do Sistema de medição da tensão lateral
Condicionantes associadas à capacidade do sistema de aquisição de dados, à
necessidade de manter as deformações laterais compatíveis com a condição Ko e à localização
dos extensômetros elétricos em regiões cujo campo de deformações fosse apropriado,
motivaram a tomada de decisão sobre o emprego de Métodos de Elementos Finitos para o
projeto mecânico da célula de medição de tensões laterais. Analisando o modelo de anel
construído por Zhu (1993), mostrado na Figura 2.12, e a forma como foi calibrado, notou-se
uma diferença entre o estado de tensões presente na condição de calibração e na de ensaio, o
que tornava necessária a determinação de uma constante de relação entre a condição de
CÉLULA DE
MEDIÇÃO DE
TENSÃO
LATERAL
MEDIDOR DE
DESLOCAMENTOS VERTICAIS
PRENSA DE
APLICAÇÃO DE
CARGA VERTICAL
ALIMENTAÇÕES E SAÍDAS
PARA O DATA LOGGER
DATA LOGGER
CÉLULA DE
CARGA
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METODOLOGIA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
46
calibração e a de ensaio. Fato este que reforçou a opção do emprego de Métodos de
Elementos Finitos no desenvolvimento deste trabalho.
Tendo em vista todas estas condicionantes, o programa de elementos finitos ANSYS,
que é amplamente utilizado para projetos de componentes mecânicos, foi visto como sendo o
mais apropriado para esta finalidade. A versão Test Drive 5.4 do ANSYS foi utilizada por ser
gratuita.
Os aspectos levados em conta para o projeto são relacionados abaixo:
a) Aço Inox com coeficiente de dilatação compatível com tipo de extensômetro
elétrico a ser utilizado. Esta constitui uma questão crítica no que diz respeito à qualidade do
de funcionamento da célula de carga (estabilidade das leituras de zero frente a variações de
temperatura ambiente);
b) Magnitude das deformações alcançadas na parede do anel considerando Ko = 1
resultantes das pressões verticais a serem empregadas (3000 kPa). Isto está relacionado à
necessidade de manter a célula de carga trabalhando dentro do regime elástico (ausência de
deformações plásticas);
c) Garantia de deformações nulas nas extremidades do anel.
Para o modelo de elementos finitos foi empregado um modelo axissimétrico,
utilizando um malha com 182 elementos do tipo PLANE82 (ANSYS/ED
TM
5.4, 1998),
mostrada na Figura 3.3. Este elemento é definido por oito nós tendo dois graus de liberdade
em cada nó: translações nas direções x e y dos nós, pode ser utilizado como elemento plano
ou axissimétrico e possui capacidade de plasticidade, creep, inchamento, tensão de
enrijecimento, grandes deslocamentos e grandes deformações. O tipo de análise realizada foi
não linear.
O modelo elástico perfeitamente plástico com a superfície de plastificação de Tresca
foi utilizado nas simulações da célula. Os parâmetros do modelo constitutivo do material
utilizado (Aço Inox V630) aparecem na Figura 3.4.
O modelo utilizado para as simulações é apresentado na Figura 3.5.
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METOLOGIA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
47
Figura 3.3: Malha do modelo proposto para simulação do ensaio
Figura 3.4: Parâmetros do Aço Inox V630
E = 220.000.000 kN/
2
ε
σ
1
ν
= 0,3
300.000 kN/
m
2
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METODOLOGIA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
48
Figura 3.5: Modelo proposto para simulação do ensaio
A partir dos resultados das simulações para diferentes dimensões conseguiu-se
compatibilizar as condicionantes de projeto no modelo mostradas na Figura 3.6.
Figura 3.6: Dimensões do anel de paredes fina (mm)
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METOLOGIA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
49
O processo utilizado para o projeto e construção do equipamento está esquematizado
no fluxograma da Figura 3.7.
Figura 3.7: Fluxograma do processo utilizado para o projeto e construção do equipamento
SIMULAÇÃO NUMÉRICA
ELEMENTOS FINITOS
(ANSYS)
AUSÊNCIA DE
DFORMAÇÕES
PLÁSTICAS?
N
ÃO
ANÁLISE DAS
DEFORMAÇÕES RADIAIS
DA CÉLULA
GARANTE A
SITUAÇÃO Ko?
ESTIMATIVA DE V
saída
COMPATÍVEL COM O
SISTEMA DE AQUISIÇÃO
DE DADOS?
SIM
N
ÃO SIM
NÃO
SIM
DETERMINAÇÃO DA
CONSTANTE DE
RELAÇÃO
CONSTRUÇÃO DA
CÉLULA
MONTAGEM DA PONTE
DE WHEATSTONE
PROJETO DE
AMPLIFICAÇÃO
DIMENSÕES PROPOSTAS
PARA A CÉLULA
REPROJETAR
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METODOLOGIA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
50
3.3.2 Construção da Célula de Medição de Tensões Laterais
A tensão lateral do solo induz uma deformação radial na parede do anel. Através da
medição desta deformação, a tensão lateral do solo pode ser determinada. Para esta medição
foram colados extensômetros elétricos na parede externa do anel. Os extensômetros elétricos
utilizados foram os da marca Kiowa, modelo KFC–10-C1-11, com resistência de 119,8±0,2
ohms e fator de resistência (K
SG
) de 2,12±1%.
A espessura da parede do anel de 1mm foi determinada de forma que a mesma fosse
fina o suficiente para ter uma certa deformação e espessa o bastante para satisfazer a condição
Ko no intervalo de tensões a ser trabalhado. As deformações encontradas nas simulações para
esta espessura de parede na máxima tensão aplicada, considerando Ko = 1, foram da ordem de
10
-4
como exemplifica a Figura 3.8. No entanto, os valores obtidos nos ensaios foram da
ordem de 10
-5
a 10
-4
, não passando de 1,8 x10
-4
. Estes valores são extremamente pequenos
quando comparado com as deformações usuais em solos e significativamente menor que os
valores necessários para as tensões laterais atingirem o estado ativo (Edil e Dhowian, 1981).
No capítulo 4 serão apresentados exemplos dos níveis de tensão lateral atingidos, que
corroboram a premissa acima. A Figura 3.9 mostra a malha nesta mesma situação.
Figura 3.8: Deformações radiais do anel para tensão de 3000 kPa obtidas da simulação numérica
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METOLOGIA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
51
Figura 3.9: Malha deformada para tensão de 3000 kPa
O modelo de funcionamento na configuração de ponte completa de Wheatstone
adotado neste trabalho foi o mesmo que o adotado por Zhu (1993).
O circuito do tipo ponte completa de Wheatstone, ilustrado na Figura 3.10, é formado
por dois extensômetros elétricos ativos, que medem a deformação radial do anel, os quais
foram colados horizontalmente distanciados 180º um do outro à meia altura da parede fina do
anel conectados a outros dois extensômetros elétricos passivos, com a função de
compensadores de temperatura, os quais foram colados na parte inferior do anel onde
nenhuma deformação ocorre durante o ensaio.
Figura 3.10 Modelo para medição das deformações radiais do anel (Ponte de Wheatstone)
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METODOLOGIA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
52
Esta forma de circuito se torna importante por dois motivos básicos: a precisão na
medição da tensão lateral é aumentada pela soma das medidas feitas por cada extensômetro
elétrico ativo; as mudanças de temperatura nos extensômetros elétricos devido a fatores
ambientes ou à passagem de corrente elétrica pelos mesmos podem ser compensadas. A
compensação da temperatura é importante para obtenção de resultados estáveis e corretos.
Uma ilustração do anel com o sistema de extensômetros elétricos montado é mostrada
na Figura 3.11.
Figura 3.11: Ilustração do anel modificado para medição de tensão lateral com o esquema de
extensômetros elétricos montado
É importante salientar o cuidado que foi tomado na colagem dos extensômetros
elétricos, uma vez que a eficiência de seu funcionamento depende, entre outros fatores, do
contato entre os extensômetros elétricos e a superfície que está sendo ensaiada (Perry e
Lissner, 1961). De modo que a superfície foi lixada, limpa com uma solução ácida,
neutralizada e só então se procedeu à colagem com adesivo epóxi bi-componente KBR-610 da
Excel, seguindo as instruções do fabricante em relação a tempo e temperatura de cura.
A célula de medição de tensão lateral desenvolvida foi alimentada com uma fonte
simétrica de 5 V para minimizar o efeito do ruído.
EXTENSÔMETRO
ELÉTRICO
COMPENSADOR
DE
TEMPERATURA
EXTENSÔMETRO
ELÉTRICO
ATIVO
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METOLOGIA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
53
A equação 1 expressa a voltagem de saída da ponte em função dos dados de
alimentação, características dos extensômetros elétricos e das deformações decorrentes do
carregamento.
(
)
()
()
×++
×++
×+
=
εε
ε
SG
KRR
R
SG
KRR
SG
KR
entaçãoa
V
saída
V
1
3
4
4
1
12
1
1
lim
(1)
Onde: R
1
, R
2
, R
3
e R
4
são as resistências dos extensômetros elétricos indicados na
Figura 3.4; K
SG
é o fator de resistência dos extensômetros elétricos; V
alimentação
é a tensão com
a qual a ponte é alimentada;
ε
é a média das deformações radiais simuladas na parede do anel;
V
saída
é a leitura fornecida pelo circuito.
A formulação (1), correspondente à configuração de ponte com dois extensômetros
elétricos ativos e dois passivos (Ponte Completa de Wheatstone), permite calcular a
magnitude das tensões elétricas de saída do circuito. Os valores de R, K e V
alimentação
,
constituem as constantes e as deformações ε são as variáveis do problema.
Nesta etapa do projeto, estas deformações foram obtidas a partir de simulações
numéricas feitas pelo ANSYS e empregadas no modelo de ponte mencionado anteriormente
(Equação 1) para que fosse possível prever a resposta elétrica da célula (V
saída
) antes da sua
construção.
Analisando estas informações sobre as saídas do circuito obtidas numericamente e o
curso de leitura do data logger, concluiu-se que seria adequado amplificar este sinal para que
fosse aproveitada da melhor forma possível o sistema de aquisição de dados a fim de obter-se
maior precisão nas leituras. O circuito de amplificação está esquematizado na Figura 3.12. A
taxa de amplificação utilizada foi de 26 vezes.
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METODOLOGIA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
54
Figura 3.12: Circuito de amplificação da célula de medição de tensão lateral
3.3.3 Calibrações
A célula de carga foi calibrada utilizando-se anilhas de pesos conhecidos. Sua curva de
calibração foi perfeitamente linear, não apresentando histerese e com um R
2
de 0,9999.
A célula de medição de tensão lateral foi calibrada com água, com a utilização de um
equipamento do tipo Budenberg aferido. Para esta calibração foi projetada uma tampa
devidamente vedada, a qual possibilitou a aplicação das tensões conhecidas na água que
preenchia totalmente o interior do anel. A curva de calibração obtida é apresentada na Figura
3.13.
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METOLOGIA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
55
y = 1275,5x
R
2
= 0,9999
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4
Saída da Célula de Medição de Tensão Lateral (mV)
Pressão (kPa)
Calibração
Figura 3.13: Curva de calibração da célula de medição de tensão lateral
Como a situação de calibração não é a mesma de ensaio (Figura 3.14), pois na
calibração existe uma tensão exercida na tampa que é transmitida para as paredes do anel que
não existe na situação de ensaio, foi necessário criar um modelo para simular esta situação.
Da comparação dos dados obtidos na calibração com os resultados da simulação da calibração
no ANSYS, conclui-se a extrema importância da necessidade de estabelecer uma relação entre
os valores lidos do ensaio e a calibração disponível. Para isto, foi plotado um gráfico com os
valores obtidos da calibração e os previstos pelo ANSYS, apresentado na Figura 3.15. Apesar
de não ser necessária, a análise feita foi não linear. Uma forma mais simples seria utilizar uma
análise linear elástica.
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METODOLOGIA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
56
Figura 3.14: Modelo proposto para simulação da(a) calibração e (b) ensaio
A Figura 3.15 evidencia uma coincidência perfeita entre os valores, fato este que
permitiu a determinação da relação entre as deformações radiais do anel obtidas das
simulações dos ensaios com as obtidas na calibração. A análise dos dados mostrou que as
deformações da parede do anel obtidas na situação de ensaio são 1,17 vezes maiores que as
obtidas na situação de calibração como mostra a Figura 3.16. Sendo possível, através da
aplicação desta relação, corrigir as tensões laterais dos ensaios obtidas através da constante de
calibração. Esta correção se faz necessária por que a tensão, por exemplo “y”, obtida através
da aplicação da constante de calibração na leitura feita “x”, é na realidade maior que a tensão
real “z” (Figura 3.16).
(
a
)
(
b
)
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METOLOGIA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
57
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0,0E+00 4,0E-05 8,0E-05 1,2E-04 1,6E-04 2,0E-04 2,4E-04 2,8E-04
Deformação Lateral da Célula de Medição de Tensão Lateral (
ε
)
Pressão (kPa)
Calibração
Simulação da calibração (ANSYS)
Figura 3.15: Comparação dos dados obtidos na calibração com os previstos pelo ANSYS
y = 6760418,3x
y = 5780346,8x
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0,0E+00 4,0E-05 8,0E-05 1,2E-04 1,6E-04 2,0E-04 2,4E-04 2,8E-04
Deformação Lateral da Célula de Medição de Tensão Lateral (
ε
)
Pressão (kPa)
Calibração
Simulação do Ensaio Ko (ANSYS)
Figura 3.16: Comparação dos dados obtidos pelo ANSYS na situação de calibração e de ensaio
y
x
z
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METODOLOGIA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
58
Uma vez concluído o processo de montagem continuou-se com a validação do
equipamento mediante ensaios na areia de Osório, cujas propriedades foram apresentadas
anteriormente. O Capítulo 4 apresenta os resultados dos ensaios de validação.
3.4. Ensaios de Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
Os ensaios de compressão confinada com medição de tensão lateral foram executados
em amostras de areia, areia com 0,5% de fibras com dtex 3,3 de 6 e 12mm de comprimento, e
em areia com cimento nos teores de 1%, 3% e 7%. Todos os corpos de prova tinham umidade
de 10% e densidade relativa de 50%. Nas amostras de areia com cimento, o tempo de cura foi
de 24 horas e as tensões de cura foram de 0 e 500kPa.
Os ensaios de compressão confinada com medição de tensão lateral seguiram os
procedimentos básicos descritos abaixo.
Após a amostra ter sido devidamente moldada dentro do anel, coloca-se sobre ela o
papel filtro, a pedra porosa e o top cap. Durante o posicionamento da pedra porosa e do top
cap é preciso ter muito cuidado para que fiquem devidamente centralizados de forma a evitar
o atrito entre os mesmos e a parede do anel.
Em seguida, o anel é colocado na prensa sobre a célula de carga, ambos
cuidadosamente centralizados. A seguir é posicionado o medidor de deslocamento vertical e,
então, são ligados o anel, a célula de carga e o medidor de deslocamentos às suas respectivas
fontes de alimentação.
Por fim, programa-se o aplicativo Field Logger para iniciar a aquisição dos dados. A
aquisição foi feita com intervalo de tempo de 1 segundo.
A tensão atingida no ensaio é de 3000kPa, sendo aplicada em nove estágios: 25 kPa,
50 kPa, 100 kPa, 200 kPa, 500 kPa, 1000 kPa, 1500 kPa, 2000 kPa e 3000 kPa, tanto no
carregamento como no descarregamento. O tempo de permanência em cada estágio foi de 15
minutos no carregamento e 5 minutos no descarregamento. Estes tempos foram definidos a
partir de um ensaio prévio em uma amostra no maior índice de vazios do material, onde se
avaliou a evolução dos deslocamentos verticais com o tempo, para alguns estágios de carga,
no material a ser estudado. Foi possível concluir que praticamente a totalidade dos
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METOLOGIA
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
59
deslocamentos é atingida em até 15 minutos, para as cargas analisadas, como exemplificado
no gráfico da Figura 3.17.
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00
Tempo (min)
Deslocamentos (mm)
500 kPa
2000 kPa
Figura 3.17: Variação dos deslocamentos com o tempo para os carregamentos de 500 e 2000 kPa
Após a amostra ser carregada até 3000 kPa e descarregada a 0 kPa, a aquisição de
dados é cessada e o ensaio terminado.
3.4.1 Ensaios com Cura sob Tensão
Para os ensaios das amostras cimentadas procedeu-se da seguinte forma:
Amostras curadas sob tensão vertical 0 kPa: após a amostra ter sido devidamente
moldada dentro do anel, coloca-se sobre ela o papel filtro, a pedra porosa e o top cap com os
mesmos cuidados mencionados anteriormente. Em seguida, o anel é colocado na prensa sobre
a célula de carga. A seguir é posicionado o medidor de deslocamento vertical e, então,
permanece por 24 horas em cura. Após 24 horas, programa-se o aplicativo Field Logger para
iniciar a aquisição dos dados. Iniciado o ensaio, a amostra é carregada até 3000 kPa e
posteriormente descarregada da mesma forma como foi descrita a cima.
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E METODOLOGIA
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
60
Amostras curadas sob tensão vertical 500 kPa: após a amostra ter sido devidamente
moldada dentro do anel, coloca-se sobre ela o papel filtro, a pedra porosa e o top cap com os
mesmos cuidados mencionados anteriormente. Em seguida, o anel é colocado na prensa sobre
a célula de carga. A seguir é posicionado o medidor de deslocamento vertical. Programa-se o
aplicativo Field Logger para iniciar a aquisição dos dados e, então, aplica-se a pressão de 500
kPa. O monitoramento desta pressão é feito durante o período de cura (24 horas). Iniciado o
ensaio, a amostra é descarregada a 0 kPa, carregada até 3000 kPa e descarregada novamente,
nos mesmos estágios de carga descritos a cima.
Amostras carregadas até 500 kPa e curadas sob tensão vertical 0 kPa: após a amostra
ter sido devidamente moldada dentro do anel, coloca-se sobre ela o papel filtro, a pedra
porosa e o top cap com os mesmos cuidados mencionados anteriormente. Em seguida, o anel
é colocado na prensa sobre a célula de carga. A seguir é posicionado o medidor de
deslocamento vertical. Programa-se o aplicativo Field Logger para iniciar a aquisição dos
dados e, então, aplica-se a pressão de 500 kPa por um período de 30 minutos e então
descarrega-se a 0 kPa, onde permanece durante o período de cura (24 horas). Iniciado o
ensaio, a amostra é carregada até 3000 kPa e descarregada a 0 kPa, nos mesmos estágios de
carga descritos acima.
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
61
CAPÍTULO 4
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Este capítulo apresenta a análise e discussão dos resultados experimentais
simplificados obtidos nesta dissertação, os quais consideram somente as últimas leituras de
cada estágio de carga. Os resultados obtidos na íntegra estão apresentados no Anexo A.
Inicialmente são apresentados os ensaios de validação do equipamento desenvolvido neste
trabalho, seguidos dos ensaios feitos em areia para averiguar a repetibilidade dos resultados.
Na seqüência, é avaliada a influência da adição de fibras de diferentes comprimentos e de
cimento em variadas quantidades ao solo estudado na trajetória de tensões Ko, na tensão
lateral, nas deformações verticais e nos valores de Ko. Ao final do capítulo, é apresentado um
estudo do efeito da tensão e índice de vazios de cura no comportamento do solo cimentado em
ensaios de compressão confinada com medição de tensão lateral.
4.1. Ensaios de Validação do Equipamento
Os ensaios realizados para validação do equipamento construído durante este trabalho
buscaram uma semelhança na forma das curvas p x q e Tensão Vertical x Tensão Lateral
obtidas (Figuras 4.3 e 4.4) com as apresentadas por Lambe e Whitman (1979) nas Figuras 4.1
e 4.2. Os ensaios foram executados em duas amostras de areia seca, em duas densidades
relativas quaisquer, determinadas posteriormente como sendo de 30% e de 77%, para que
fosse possível avaliar a coerência dos dados. Foram avaliadas as trajetórias de carregamento e
descarregamento, sendo aplicadas tensões verticais da ordem de 4700 kPa. Estes resultados
são mostrados nas Figuras 4.3 e 4.4.
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
62
Figura 4.1 – Trajetória de tensões durante compressão confinada cíclica (Lambe e Whitman, 1979)
Figura 4.2 – Tensão Lateral durante compressão confinada da areia de Minnesota, e
o
= 0,62, Dr = 0,34
(Lambe e Whitman, 1979)
Linha Ko para carregamento inicial
Tensão Vertical (MN/m
2
)
Tensão Lateral (MN/m
2
)
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
63
-200
0
200
400
600
800
1000
1200
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
p (kPa)
q (kPa)
Areia Dr = 30%
Areia Dr = 77%
Figura 4.3 – Curva p x q para a areia seca nas densidades relativas de 30% e 77%
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000
Tensão Vertical (kPa)
Tensão Lateral (kPa)
Areia Dr = 30%
Areia Dr = 77%
Figura 4.4 – Curva Tensão Vertical x Tensão Lateral para a areia seca nas densidades relativas de 30% e
77%
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
64
A partir destes resultados foi possível verificar que a célula de medição de tensão
lateral estava funcionando bem, uma vez que as formas das curvas p x q e Tensão Vertical x
Tensão Lateral estão de acordo com as apresentadas por Lambe e Whitman (1979). Em
relação às densidades, os resultados mostraram-se coerentes, uma vez que a areia de maior
densidade apresentou menores tensões laterais que a areia de menor densidade, o que era
esperado.
Quanto à repetibilidade dos resultados, dois ensaios foram feitos na areia com
densidade relativa de 50% e teor de umidade de 10%, valores adotados e justificados no
Capítulo 3. O nível de tensões atingido nos ensaios foi de 3000 kPa. Os ensaios forneceram os
resultados apresentados nas Figuras 4.5 a 4.8.
-200
0
200
400
600
800
1000
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
p (kPa)
q (kPa)
Areia ensaio 1
Areia ensaio 2
Figura 4.5 – Trajetória de Tensões (p x q) para a areia com Dr = 50% e teor de umidade de 10%
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
65
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Tensão Lateral (kPa)
Areia ensaio 1
Areia ensaio 2
Figura 4.6 – Curva Tensão Vertical x Tensão Lateral para a areia com Dr = 50% e teor de umidade de
10%
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Deformação Vertical (%)
Areia ensaio 1
Areia ensaio 2
Figura 4.7 – Curva Tensão Vertical x Deformação Vertical para a areia com Dr = 50% e teor de umidade
de 10%
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
66
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Ko
Areia ensaio 1
Areia ensaio 2
Figura 4.8 – Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia com Dr = 50% e teor de umidade de 10%
As figuras 4.5 a 4.8 evidenciam a boa confiabilidade dos resultados fornecidos pelo
equipamento de compressão confinada com medição de tensão lateral desenvolvido nesta
pesquisa. Principalmente no que diz respeito à medição das tensões. A medição das
deformações verticais apresentou uma variabilidade um pouco maior, mas ainda pode ser
considerada aceitável. Acredita-se que esta dispersão relativa às medidas das deformações
verticais seja devido, provavelmente, à problemas com a régua resistiva, uma vez que os
resultados referentes às medidas das tensões não apresentaram esta variabilidade.
Acredita-se que a diferença apresentada nos valores de Ko para os carregamentos
iniciais seja devida à influência da sucção presente na amostra, já que se sabe que o valor de
Ko é constante para areias. Durante o carregamento a presença de sucção causaria uma
redução nos valores da tensão horizontal resultando em valores menores de Ko. Sendo assim,
acredita-se que a sucção existente deve ser baixa e constante, uma vez que sua influência teria
sido notada somente nos carregamentos até aproximadamente100 kPa. Não houve a
possibilidade de realizar medidas de sucção nas amostras ensaiadas nem ensaios para
estimativa destes valores.
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
67
4.2. Ensaios de Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
Neste item serão apresentados os resultados dos ensaios de compressão confinada com
medição de tensão lateral em trajetórias de carregamento e descarregamento realizados sobre
amostras de solo, solo reforçado com fibras de polipropileno e solo artificialmente cimentado.
O estudo abrange aspectos relacionados com a influência da variação dos comprimentos das
fibras, dos teores de cimento e da tensão e índice de vazios de cura.
4.2.1 Influência da Inclusão de Fibras e do Comprimento das Fibras
Foram realizados ensaios em amostras de solo compactado com densidade relativa de
50% e teor de umidade de 10% e do mesmo reforçado com 0,5% de fibras de 6 e 12 mm de
comprimento.
4.2.1.1 Trajetória de Tensões (p x q)
A Figura 4.9 apresenta as trajetórias de tensões seguidas nos ensaios de compressão
confinada com medição de tensão lateral para o solo compactado e para o solo reforçado com
fibras de 6 e 12 mm de comprimento, respectivamente.
-200
0
200
400
600
800
1000
1200
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
p (kPa)
q (kPa)
Areia sem fibras
Areia-fibras 6mm
Areia-fibras 12mm
Figura 4.9 – Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia compactada e areia reforçada com fibras de 6 e
12mm de comprimento
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
68
Nota-se que a inclusão de fibras aumenta os valores de q e diminui os valores de p.
Observa-se também que a influência da presença das fibras torna-se cada vez mais
significativa com o aumento das tensões.
A variação do comprimento das fibras também tem efeito sobre a trajetória de tensões,
sendo maior a influência quanto maior o comprimento.
4.2.1.2 Tensão Lateral
A Figura 4.10 apresenta a variação da tensão lateral com a tensão vertical nos ensaios
de compressão confinada com medição de tensão lateral para o solo compactado e para o solo
reforçado com fibras de 6 e 12 mm de comprimento, respectivamente.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Tensão Lateral (kPa)
Areia sem fibras
Areia-fibras 6mm
Areia-fibras 12mm
Figura 4.10 – Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia
reforçada com fibras de 6 e 12mm de comprimento
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
69
Observa-se uma diminuição da tensão lateral com a inclusão de fibras. Novamente,
fica evidente da análise das curvas apresentadas acima que a influência da presença das fibras
tornar-se cada vez mais significativa com o aumento das tensões verticais.
A variação do comprimento das fibras também tem efeito sobre a tensão lateral, sendo
que a tensão lateral diminui com o aumento comprimento das fibras. As reduções na tensão
lateral foram de 5,3% para a areia reforçada com fibras de 6mm e de 11% para a areia
reforçada com fibras de 12mm em relação aos valores obtidos para a areia sem reforço para a
máxima tensão atingida nos ensaios.
4.2.1.3 Curva Tensão Vertical – Deformação Vertical
O comportamento tensão-deformação do solo compactado e do solo reforçado com
fibras de 6 e 12 mm de comprimento nos ensaios de compressão confinada com medição de
tensão lateral é mostrado na Figura 4.11.
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Deformação Vertical (%)
Areia sem fibras
Areia-fibras 6mm
Areia-fibras 12mm
Figura 4.11 – Comportamento Tensão - Deformação para a areia compactada e areia reforçada com
fibras de 6 e 12mm de comprimento
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
70
Nesta Figura pode-se observar que a inclusão de fibras modifica o comportamento
tensão-deformação no carregamento principalmente nas tensões iniciais e praticamente
mantém a forma da curva da areia sem fibras no descarregamento, onde a fibra não mais
atuaria.
O grande aumento inicial das deformações do solo reforçado com fibras em relação ao
não reforçado se deve provavelmente à expansão que ocorre nos materiais com fibras
provocada pelo relaxamento após terem sido submetidos a grandes tensões durante o processo
de moldagem, conforme relatado por Vendruscolo (2003). Desta forma, o que se mediu como
sendo uma deformação de compressão seria na verdade uma recuperação da expansão do
material. Sendo assim, provavelmente as fibras não tenham sido mobilizadas com o nível de
tensão aplicado neste trabalho. Segundo Heineck (2002), para a areia de Osório sob
compressão isotrópica, as fibras precisam de tensões maiores que aproximadamente 5000 kPa
para começarem a agir.
4.2.1.4 Valores de Ko
A Figura 4.12 (a) e (b) apresenta a variação de Ko com a tensão vertical, no
carregamento e descarregamento, nos ensaios de compressão confinada com medição de
tensão lateral para o solo compactado e para o solo reforçado com fibras de 6 e 12 mm de
comprimento, respectivamente.
Observa-se uma diminuição nos valores de Ko com a inclusão de fibras para todos os
níveis de tensão, tanto no carregamento quanto no descarregamento. Nota-se,
desconsiderando-se as leituras iniciais, que o valor de Ko se mantém praticamente constante
no carregamento e cresce no descarregamento, sendo aproximadamente de 0,43 para a areia
sem reforço, de 0,40 para areia reforçada com fibras de 6mm e de 0,37 para a areia reforçada
com fibras de 12mm no carregamento.
Os valores de Ko diminuem com o aumento do comprimento das fibras. Os valores no
carregamento apresentaram uma redução média de 7% para a areia reforçada com fibras de
6mm e de 14% para a areia reforçada com fibras de 12mm em relação a areia sem reforço.
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
71
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Ko
Areia sem fibras
Areia-fibras 6mm
Areia-fibras 12mm
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Ko
Areia sem fibras
Areia-fibras 6mm
Areia-fibras 12mm
Figura 4.12 – Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia reforçada com
fibras de 6 e 12mm de comprimento: (a) escala normal; (b) ampliação para Ko entre 0 e 1
(
a
)
(
b
)
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
72
4.2.2 Influência da Adição de Cimento e do Teor de Cimento
Foram realizados ensaios em amostras de solo compactado com densidade relativa de
50% e teor de umidade de 10% e do mesmo cimentado com 1%, 3% e 7% de cimento. As
amostras foram deixadas curar por 24 horas.
4.2.2.1 Trajetória de Tensões (p x q)
Na Figura 4.13 estão apresentadas as trajetórias de tensões seguidas nos ensaios de
compressão confinada com medição de tensão lateral para o solo compactado e para o solo
cimentado com 1%, 3% e 7% de cimento.
É possível observar que a adição de cimento muda a trajetória de tensões em relação
ao solo não cimentado para todos os níveis de cimentação estudados no carregamento. No
descarregamento a mudança torna-se mais significativa à medida que o teor de cimento
aumenta.
-200
0
200
400
600
800
1000
1200
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
p (kPa)
q (kPa)
Areia-0% cimento
Areia-1% cimento
Areia-3% cimento
Areia-7% cimento
Figura 4.13 – Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia compactada e areia cimentada com 1%, 3% e
7% de cimento
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
73
Percebe-se que a relação p x q das amostras cimentadas no carregamento apresenta um
formato ligeiramente curvo (não linear), diferentemente da areia não cimentada que apresenta
uma trajetória reta (linear). Observa-se, ainda, que a trajetória da amostra cimentada a 1%,
coincide com a trajetória da areia não cimentada no último estágio de carregamento. Isto não
é observado para as amostras com 3% e 7% de cimento, mas não significa que não possa
acontecer para tensões mais altas que as aplicadas neste estudo.
Outro aspecto relevante é o que diz respeito ao ponto final do descarregamento. As
amostras cimentadas não voltam à origem como a não cimentada, sendo que a distância deste
ponto à origem cresce com o aumento da cimentação.
4.2.2.2 Tensão Lateral
A variação da tensão lateral com a tensão vertical durante o ensaio de compressão
confinada com medição de tensão lateral é mostrada na Figura 4.14 para as amostras de areia
compactada e areia cimentada com 1%, 3% e 7% de cimento.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Tensão Lateral (kPa)
Areia-0% cimento
Areia-1% cimento
Areia-3% cimento
Areia-7% cimento
Figura 4.14 – Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia
cimentada com 1%, 3% e 7% de cimento
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
74
De modo geral, há uma redução na tensão lateral, durante o carregamento, devida à
inclusão de cimento, com exceção da amostra de areia com 1% de cimento que no último
ponto da curva de carregamento apresenta praticamente o mesmo valor da tensão lateral que a
areia não cimentada. Os valores das reduções na tensão lateral foram de 14,7% para a areia
com 3% de cimento e de 18,9% para a areia com 7% de cimento em relação aos valores
obtidos para a areia não cimentada para a máxima tensão atingida nos ensaios.
A relação entre a tensão lateral e a vertical é constante (linear) para a areia durante o
carregamento e não linear no descarregamento, voltando à origem. O mesmo não ocorre
quando há presença de cimentação, onde esta relação apresenta um formato ligeiramente
curvo no carregamento e no descarregamento, mostrando uma não linearidade, e há a
presença de tensão lateral residual. Este mesmo comportamento não linear no carregamento
foi relatado por Zhu (1993) e Zhu et al. (1995) e é resultado da quebra da cimentação entre as
partículas do solo. A tensão lateral residual presente nas amostras cimentadas aumenta com a
quantidade de cimento, como mostra mais claramente a Figura 4.15. Os valores para as
tensões laterais residuais encontrados foram de 0 kPa para a areia com 0% de cimento, 67 kPa
para a areia com 1% de cimento, 140 kPa para a areia com 3% de cimento e 300 kPa para a
areia com 7% de cimento.
0
50
100
150
200
250
300
350
012345678
Teor de Cimento (%)
Tensão Lateral Residual (kPa)
Figura 4.15 – Variação da Tensão Lateral Residual com o Teor de Cimento
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
75
4.2.2.3 Curva Tensão Vertical – Deformação Vertical
O comportamento tensão-deformação dos ensaios de compressão confinada com
medição de tensão lateral sobre amostras de areia compactada e da mesma cimentada a teores
de 1, 3 e 7% de cimento é apresentado na Figura 4.16.
Esta figura mostra que embora haja um aumento significativo da rigidez para as
amostras com 3% e 7% de cimento, para a areia cimentada a 1% não houve praticamente
nenhuma alteração no comportamento tensão-deformação em relação à areia não cimentada.
Os módulos de compressão confinada (D) das amostras para 1% de deformação foram
calculados a partir da Figura 4.16. Os valores encontrados são mostrados na Tabela 4.1.
Tabela 4.1 – Módulos de Compressão Confinada (D) a 1% de deformação para as amostras com 0, 1, 3 e
7% de cimento
Amostra D
Areia-0% cimento 10000 kPa
Areia-1% cimento
12000 kPa
Areia-3% cimento
36000 kPa
Areia-7% cimento
60000 kPa
Para as amostras com 3% e 7% de cimento, a redução das deformações em relação aos
valores obtidos para 0% de cimento assume uma parcela cada vez maior com o aumento do
teor de cimento. A partir de 1500 kPa, no carregamento, a parcela de redução passa a ser
constante de 0,58% para a areia com 3% de cimento e de 1,00% para a areia com 7% de
cimento em relação a areia não cimentada.
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
76
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Deformação Vertical (%)
Areia-0% cimento
Areia-1% cimento
Areia-3% cimento
Areia-7% cimento
Figura 4.16 – Comportamento Tensão - Deformação para a areia compactada e areia cimentada com 1%,
3% e 7% de cimento
4.2.2.4 Valores de Ko
A variação de Ko com a tensão vertical durante as fases de carregamento e
descarregamento dos ensaios de compressão confinada com medição de tensão lateral nas
amostras de areia compactada e areia cimentada com 1%, 3% e 7% de cimento é mostrada nas
Figuras 4.17 (a) e (b).
Não levando em consideração os resultados iniciais, pode ser observado que os valores
de Ko diminuem com a inclusão de cimento e não se apresentam constantes como para o
material não cimentado. No descarregamento os valores de Ko aumentam para todas as
amostras. Este comportamento também foi observado por Zhu (1993) e Zhu et al. (1995).
Nota-se, mais uma vez, a tendência na amostra de 1% de cimento de alcançar o valor
referente ao do material não cimentado ao final do carregamento.
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
77
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Ko
Areia-0% cimento
Areia-1% cimento
Areia-3% cimento
Areia-7% cimento
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Ko
Areia-0% cimento
Areia-1% cimento
Areia-3% cimento
Areia-7% cimento
Figura 4.17 – Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia cimentada com 1%,
3% e 7% de cimento: (a) escala normal; (b) ampliação para Ko entre 0 e 1
(
a
)
(
b
)
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
78
4.2.3 Influência da Tensão e do Índice de Vazios de Cura
Foram realizados ensaios em amostras de solo compactado com densidade relativa de
50% e teor de umidade de 10% e do mesmo cimentado com 3% de cimento. As amostras
cimentadas foram deixadas curar por 24 horas em três situações diferentes representadas nos
gráficos pela sigla TC=X-Y-Z, onde TC significa tensões na cimentação, X é a tensão inicial,
Y é a tensão de pré-tensionamento e Z é a tensão de cura: a primeira foi curada sob tensão
vertical de 0 kPa, esta condição é representada nos gráficos pela sigla TC=0-0-0; a segunda
foi levada a uma tensão vertical de 500 kPa e depois deixada curar a 0 kPa, nos gráficos esta
condição é representada pela sigla TC=0-500-0; e a última foi curada a uma tensão de 500
kPa e é representada pela sigla TC=0-500-500.
4.2.3.1 Trajetória de Tensões (p x q)
Na Figura 4.18 estão apresentadas as trajetórias de tensões seguidas nos ensaios de
compressão confinada com medição de tensão lateral para o solo compactado e para o solo
cimentado com 3% de cimento nas diferentes condições de cura mencionadas acima.
-200
0
200
400
600
800
1000
1200
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
p (kPa)
q (kPa)
Areia-0% cimento
Areia-3% cimento TC=0-0-0
Areia-3% cimento TC=0-500-0
Areia-3% cimento TC=0-500-500
Figura 4.18 – Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia compactada e areia cimentada com 3% de
cimento, curada sob 0kPa, 500kPa e 0 kPa anteriormente levada até 500 kPa
Ponto de Pré
tensionamento = 500 kPa
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
79
Pode-se observar que a alteração das condições de cura não apresentou mudanças
significativas na trajetória de tensões do material cimentado curado sob 0 kPa e manteve as
diferenças em relação ao material não cimentado.
4.2.3.2 Tensão Lateral
A variação da tensão lateral com a tensão vertical durante o ensaio de compressão
confinada com medição de tensão lateral é mostrada na Figura 4.19 para as amostras de areia
compactada e areia cimentada com 3% de cimento nas diferentes condições de cura
mencionadas anteriormente.
Em termos da variação da tensão lateral com a tensão vertical novamente não foi
observada nenhuma modificação significativa nas curvas dos materiais cimentados curados
sob deferentes condições, sendo que as curvas são muito parecidas e apresentam tensões
laterais residuais com valores também muito próximos.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Tensão Lateral (kPa)
Areia-0% cimento
Areia-3% cimento TC=0-0-0
Areia-3% cimento TC=0-500-0
Areia-3% cimento TC=0-500-500
Figura 4.19 – Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia
cimentada com 3% de cimento, curada sob 0kPa, 500kPa e 0 kPa anteriormente levada até 500 kPa
Ponto de Pré
tensionamento = 500 kPa
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
80
4.2.3.3 Curva Tensão Vertical– Deformação Vertical
O comportamento tensão-deformação dos ensaios de compressão confinada com
medição de tensão lateral sobre amostras de areia compactada e da mesma cimentada com 3%
de cimento nas diferentes condições de cura mencionadas anteriormente é apresentado nas
Figuras 4.20 e 4.21.
A Figura 4.20 mostra a evolução das deformações durante todo o ensaio, podendo-se
observar a deformação vertical causada pela aplicação da tensão de 500 kPa na amostra
Areia-3% cimento TC=0-500-0. O índice de vazios desta amostra passou de 0,75 para 0,72
após a aplicação desta tensão.
Os módulos de compressão confinada (D) das amostras para 1% de deformação foram
calculados a partir da Figura 4.21, onde foram removidas as deformações devidas ao pré-
tensionamento para as amostras Areia-3% cimento TC=0-500-0 e Areia-3% cimento TC=0-
500-500 correspondentes a 1,5% e 1,9%. Os valores encontrados são mostrados na Tabela
4.2.
Tabela 4.2 – Módulos de Compressão Confinada (D) a 1% de deformação das Amostras
Amostra D
Areia-0% cimento 10000 kPa
Areia-3% cimento TC=0-0-0
36000 kPa
Areia-3% cimento TC=0-500-0
150000 kPa
Areia-3% cimento TC=0-500-500
215000 kPa
Através da comparação dos módulos de compressão confinada (D) dos materiais foi
possível comprovar o aumento da rigidez inicial tanto com a adição de cimento quanto com a
mudança do índice de vazios e da tensão de cura dos materiais. Sendo que a mudança no
índice de vazios inicial de 0,75 para 0,72 conferiu um considerável aumento na rigidez inicial
do material, mas a aplicação de uma tensão de cura de 500 kPa permitiu um ganho ainda
maior de rigidez inicial.
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
81
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Deformação Vertical (%)
Areia-0% cimento
Areia-3% cimento TC=0-0-0
Areia-3% cimento TC=0-500-0
Areia-3% cimento TC=0-500-500
Figura 4.20 – Comportamento Tensão - Deformação para a areia compactada e areia cimentada com 3%
de cimento, curada sob 0kPa, 500kPa e 0 kPa anteriormente levada até 500 kPa
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Deformação Vertical (%)
Areia-0% cimento
Areia-3% cimento TC=0-0-0
Areia-3% cimento TC=0-500-0
Areia-3% cimento TC=0-500-500
Figura 4.21 – Comportamento Tensão - Deformação com a remoção das deformações devidas ao pré-
tensionamento para a areia compactada e areia cimentada com 3% de cimento, curada sob 0 kPa, 500 kPa
e 0 kPa anteriormente levada até 500 kPa
Ponto de Pré
tensionamento = 500 kPa
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
82
4.2.3.4 Valores de Ko
A variação de Ko com a tensão vertical durante as fases de carregamento e
descarregamento dos ensaios de compressão confinada com medição de tensão lateral nas
amostras de areia compactada e areia cimentada com 3% de cimento nas diferentes condições
de cura mencionadas anteriormente é mostrada nas Figuras 4.22 (a) e (b).
A presença de cimento, bem como a alteração das condições de cura das amostras
causaram uma redução dos valores de Ko no carregamento em relação aos obtidos para o
material não cimentado.
Nota-se que embora os valores de Ko do material cimentado se apresentem diferentes
nos carregamentos iniciais devido às diferentes condições de cura, estes tendem aos mesmos
valores, tanto após 500 kPa no carregamento quanto no descarregamento.
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
83
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Ko
Areia-0% cimento
Areia-3% cimento TC=0-0-0
Areia-3% cimento TC=0-500-0
Areia-3% cimento TC=0-500-500
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Ko
Areia-0% cimento
Areia-3% cimento TC=0-0-0
Areia-3% cimento TC=0-500-0
Areia-3% cimento TC=0-500-500
Figura 4.22 – Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia cimentada com 3%
de cimento, curada sob 0kPa, 500kPa e 0 kPa anteriormente levada até 500 kPa: (a) escala normal; (b)
ampliação para Ko entre 0 e 1
(
b
)
Ponto de Pré
tensionamento = 500 kPa
Ponto de Pré
tensionamento = 500 kPa
(
a
)
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
84
CAPÍTULO 5
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS
A partir dos ensaios realizados nesta pesquisa em misturas solo-fibra e solo-cimento e
das análises dos resultados fornecidos pelos mesmos, algumas considerações mais relevantes
foram estabelecidas. Algumas delas já foram, de alguma forma, citadas no decorrer do
trabalho. Neste capítulo serão apresentadas estas conclusões, bem como algumas sugestões
para a continuidade da pesquisa.
5.1. Conclusões
Os resultados obtidos nesta pesquisa permitem afirmar que o equipamento de
compressão confinada com medição de tensão lateral desenvolvido funciona
satisfatoriamente, apresentando dados coerentes e confiáveis.
A inclusão de fibras aumenta os valores de q e diminui os valores de p em relação ao
material não reforçado e sua influência torna-se cada vez mais significativa com o aumento
das tensões. A variação do comprimento das fibras também tem efeito sobre a trajetória de
tensões, sendo maior a influência quanto maior o comprimento.
A tensão lateral diminui com a inclusão de fibras, sendo esta redução cada vez mais
significativa com o aumento das tensões verticais e com o aumento do comprimento das
fibras.
A presença de fibras modifica o comportamento tensão-deformação no carregamento
principalmente nas tensões iniciais e praticamente mantém a mesma forma da curva da areia
sem fibras no descarregamento.
Os valores de Ko diminuem com a inclusão de fibras e com o aumento do
comprimento das mesmas para todos os níveis de tensão tanto no carregamento quanto no
CAPÍTULO 5 – CONCLUSOES E SUGESTOES PARA FUTURAS PESQUISAS
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
85
descarregamento, mantendo-se praticamente constantes no carregamento e crescendo no
descarregamento.
A adição de cimento muda a trajetória de tensões no carregamento em relação ao solo
não cimentado para todos os níveis de cimentação estudados. No descarregamento a mudança
torna-se mais significativa à medida que o teor de cimento aumenta. As amostras cimentadas
não voltam à origem como a não cimentada, sendo que a distância deste ponto à origem
cresce com o aumento da cimentação. A trajetória das amostras cimentadas no carregamento é
não linear, diferente da areia não cimentada que apresenta uma trajetória linear.
De modo geral, há uma redução na tensão lateral, durante o carregamento, devida à
inclusão de cimento. A relação entre a tensão lateral e a vertical é constante (linear) para a
areia durante o carregamento e não linear no descarregamento, voltando à origem. O mesmo
não ocorre quando há presença de cimentação, onde a não linearidade apresenta-se no
carregamento e no descarregamento e há a presença de tensões laterais residuais nas amostras
cimentadas, as quais aumentam com a quantidade de cimento.
Houve um aumento significativo da rigidez para as amostras com 3% e 7% de cimento
e praticamente nenhuma alteração no comportamento tensão-deformação da areia cimentada a
1% em relação à areia não cimentada. A redução das deformações assume uma parcela cada
vez maior com o aumento da tensão vertical (para tensões até aproximadamente 500 kPa) e
com o aumento do teor de cimento, tanto no carregamento quanto no descarregamento.
O valores de Ko diminuem com a inclusão de cimento e não apresentam-se constantes
como para o material não cimentado. No descarregamento os valores de Ko aumentam.
A alteração das condições de cura não causou mudanças significativas em relação a
trajetória de tensões do material cimentado curado sob 0 kPa, nem em relação aos valores de
tensões laterais e tensões laterais residuais.
A rigidez inicial foi aumentada tanto com a adição de cimento quanto com a mudança
do índice de vazios e da tensão de cura dos materiais, sendo que a mudança no índice de
vazios inicial conferiu um aumento na rigidez inicial do material menor que o causado pela
tensão de cura de 500 kPa.
A presença de cimento bem como a alteração das condições de cura das amostras
causaram uma redução dos valores de Ko no carregamento em relação aos obtidos para o
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
86
material não cimentado, sendo que nos materiais cimentados tendem aos mesmos valores,
tanto ao final do carregamento quanto no descarregamento.
5.2. Sugestões para Trabalhos Futuros
As seguintes sugestões são feitas para os estudos futuros:
a) Verificar o efeito da influência da variação da porcentagem de fibras no comportamento
sob compressão confinada com medição de tensão lateral;
b) Avaliar a influência do tipo de fibra;
c) Avaliar a influência da densidade relativa no comportamento do solo reforçado e
cimentado;
d) Estudar o efeito de diferentes tensões de cura;
e) Estudar a influência da variação do índice de vazios de cura;
f) Estudar o comportamento destes materiais sob compressão confinada com medição de
tensão lateral para um nível de tensões maiores;
g) Estudar o comportamento destes materiais sob altas pressões para outras trajetórias de
tensões como compressão isotrópica.
CAPÍTULO 6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
87
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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100
ANEXO A – RESULTADOS DOS ENSAIOS DE
COMPRESSÃO CONFINADA COM MEDIÇÃO DE TENSÃO
LATERAL NA ÍNTEGRA
ANEXO A
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
101
-200
0
200
400
600
800
1000
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
p (kPa)
q (kPa)
Figura A.1 – Trajetória de Tensões (p x q) para a areia ensaio 1
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Tensão Horizontal (kPa)
Figura A.2 – Curva Tensão Vertical x Tensão Lateral para a areia ensaio 1
ANEXO A
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
102
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Deformação Vertical (%)
Figura A.3 – Curva Tensão Vertical x Deformação Vertical para a areia ensaio 1
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Ko
Figura A.4 – Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia ensaio 1
ANEXO A
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
103
-200
0
200
400
600
800
1000
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
p (kPa)
q (kPa)
Figura A.5 – Trajetória de Tensões (p x q) para a areia ensaio 2
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Tensão Horizontal (kPa)
Figura A.6 – Curva Tensão Vertical x Tensão Lateral para a areia ensaio
2
ANEXO A
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
104
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Deformação Vertical (%)
Figura A.7 – Curva Tensão Vertical x Deformação Vertical para a areia ensaio 2
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Ko
Figura A.8 – Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia ensaio 2
ANEXO A
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
105
-200
0
200
400
600
800
1000
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
p (kPa)
q (kPa)
Figura A.9 – Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia compactada e areia reforçada com fibras de 6mm
de comprimento
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Tensão Lateral (kPa)
Figura A.10 – Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia
reforçada com fibras de 6mm de comprimento
ANEXO A
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
106
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Deformação Vertical (%)
Figura A.11 – Comportamento Tensão - Deformação para a areia compactada e areia reforçada com
fibras de 6mm de comprimento
ANEXO A
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
107
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Ko
Figura A.12 – Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia reforçada com
fibras de 6 mm de comprimento
ANEXO A
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
108
-200
0
200
400
600
800
1000
1200
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
p (kPa)
q (kPa)
Figura A.13 – Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia compactada e areia reforçada com fibras de
12mm de comprimento
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Tensão Lateral (kPa)
Figura A.14 – Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia
reforçada com fibras de 12mm de comprimento
ANEXO A
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
109
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Deformação Vertical (%)
Figura A.15 – Comportamento Tensão - Deformação para a areia compactada e areia reforçada com
fibras de 12mm de comprimento
ANEXO A
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
110
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Ko
Figura A.16 – Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia reforçada com
fibras de 12 mm de comprimento
ANEXO A
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
111
-200
0
200
400
600
800
1000
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
p (kPa)
q (kPa)
Figura A.17 – Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia com 1% de cimento
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Tensão Lateral (kPa)
Figura A.18 – Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia com 1% cimento
ANEXO A
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
112
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Deformação Vertical (%)
Figura A.19 – Comportamento Tensão - Deformação para a areia com 1% de cimento
ANEXO A
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
113
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
7,00
7,50
8,00
8,50
9,00
9,50
10,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Ko
Figura A.20 – Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia com 1% de cimento
ANEXO A
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
114
-200
0
200
400
600
800
1000
1200
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
p (kPa)
q (kPa)
Figura A.21 – Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia com 3% de cimento
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Tensão Lateral (kPa)
Figura A.22 – Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia com 3% cimento
ANEXO A
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
115
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Deformação Vertical (%)
Figura A.23 – Comportamento Tensão - Deformação para a areia com 3% de cimento
ANEXO A
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
116
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
7,00
7,50
8,00
8,50
9,00
9,50
10,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Ko
Figura A.24 – Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia com 3% de cimento
ANEXO A
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
117
-200
0
200
400
600
800
1000
1200
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
p (kPa)
q (kPa)
Figura A.25 – Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia com 7% de cimento
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Tensão Lateral (kPa)
Figura A.26 – Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia com 7% cimento
ANEXO A
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
118
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Deformação Vertical (%)
Figura A.27 – Comportamento Tensão - Deformação para a areia com 7% de cimento
ANEXO A
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
119
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
7,00
7,50
8,00
8,50
9,00
9,50
10,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Ko
Figura A.28 – Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia com 7% de cimento
ANEXO A
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
120
-200
0
200
400
600
800
1000
1200
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
p (kPa)
q (kPa)
Figura A.29 – Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia com 3% de cimento curada sob 0kPa
anteriormente levada até 500 kPa
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Tensão Lateral (kPa)
Figura A.30 – Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia
cimentada com 3% de cimento curada sob 0kPa anteriormente levada até 500 kPa
Ponto de Pré
tencionamento = 500 kPa
Ponto de Pré
tencionamento = 500 kPa
ANEXO A
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
121
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Deformação Vertical (%)
Figura A.31 – Comportamento Tensão - Deformação para a areia compactada e areia cimentada com 3%
de cimento curada sob 0kPa anteriormente levada até 500 kPa
Ponto de Pré
tencionamento = 500 kPa
ANEXO A
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
122
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
7,00
7,50
8,00
8,50
9,00
9,50
10,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Ko
Figura A.32 – Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia cimentada com 3%
de cimento curada sob 0kPa anteriormente levada até 500 kPa
Ponto de Pré
tencionamento = 500 kPa
ANEXO A
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
123
-200
0
200
400
600
800
1000
1200
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
p (kPa)
q (kPa)
Figura A.33 – Trajetórias de Tensões (p x q) para a areia com 3% de cimento curada sob 500 kPa
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Tensão Lateral (kPa)
Figura A.34 – Variação da Tensão Lateral com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia
cimentada com 3% de cimento curada sob 500 kPa
Ponto de Pré
tencionamento = 500 kPa
Ponto de Pré
tencionamento = 500 kPa
ANEXO A
Ana Paula Silva dos Santos – Dissertação de Mestrado PPGEC/UFRGS
124
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Deformação Vertical (%)
Figura A.35 – Comportamento Tensão - Deformação para a areia compactada e areia cimentada com 3%
de cimento curada sob 500 kPa
Ponto de Pré
tencionamento = 500 kPa
ANEXO A
Comportamento de Misturas Solo-Cimento-Fibra sob Compressão Confinada com Medição de Tensão Lateral
125
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
7,00
7,50
8,00
8,50
9,00
9,50
10,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 3000 3200
Tensão Vertical (kPa)
Ko
Figura A.36 – Variação de Ko com a Tensão Vertical para a areia compactada e areia cimentada com 3%
de cimento curada sob 500kPa
Ponto de Pré
tencionamento = 500 kPa
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