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CARACTERÍSTICAS REPRODUTIVAS
DE GALOS LEVES E SEMIPESADOS
SUBMETIDOS A DIFERENTES
FOTOPERÍODOS
MÔNICA PATRÍCIA MACIEL
2006
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MÔNICA PATRÍCIA MACIEL
CARACTERÍSTICAS REPRODUTIVAS DE GALOS LEVES E
SEMIPESADOS SUBMETIDOS A DIFERENTES FOTOPERÍODOS
Tese apresentada à Universidade Federal de Lavras
como parte das exigências do curso de Doutorado em
Zootecnia, área de concentração em Produção Animal,
para a obtenção do título de “Doutor”.
Orientador
Prof. Dr. Judas Tadeu de Barros Cotta
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2006
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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos
da
Biblioteca Central da UFLA
Maciel,
Mônica Patrícia
Características reprodutivas de galos leves e semi-pesados submetidos a
diferentes fotoperíodos
/ Mônica Patrícia Maciel.
--
Lavras
: UFLA, 2006.
126p. : il.
Orientador: Judas Tadeu de Barros Cotta
Tese (Doutorado) – UFLA.
Bibliografia.
1. Reprodução. 2. Galo. 3. Sêmen. 4. Fotoperíodo. 5. Iluminação intermitente.
I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.
CDD-636.51
MÔNICA PATRÍCIA MACIEL
CARACTERÍSTICAS REPRODUTIVAS DE GALOS
LEVES E SEMIPESADOS SUBMETIDOS A DIFERENTES
FOTOPERÍODOS
Tese apresentada à Universidade Federal de Lavras
como parte das exigências do curso de Doutorado em
Zootecnia, área de concentração em Produção Animal,
para a obtenção do título de “Doutor”.
Aprovada em 27 de janeiro de 2006
Prof. Dr. Luis David Solis Murgas UFLA
Prof. Dr. Rilke Tadeu Fonseca de Freitas UFLA
Prof. Dr. Flamarion Tenório de Albuquerque UFLA
Prof. Dr. Francisco Duque de Mesquita UFLA
Prof. Dr. Luiz Fernando Teixeira Albino UFV
Prof. Dr. Judas Tadeu de Barros Cotta
UFLA
(orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
A Deus, por sempre iluminar meu caminho,
A meus pais, Paulo e Ana, pelo amor, apoio e incentivo constante,
DEDICO.
A meus irmãos Míriam, Paulo Roberto e Márcio,
Aos meus sobrinhos, Pedro Henrique e Sabrina,
À minha querida tia Mirtes,
OFEREÇO
Não há desespero para quem pensa “estou
apenas começando”. Mesmo que esteja agora
enfrentando dificuldades, não perca a
coragem. Mesmo que tenha alcançado êxitos
e conhecimentos, saiba que ainda pode
melhorar mais. Na expressão “estou apenas
começando” está oculta a força para
melhorar muito mais ainda.
M. Taniguchi.
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Lavras e aos Departamentos de Zootecnia e
Medicina Veterinária, pelo apoio e oportunidade de realização do curso.
Ao professor Judas Tadeu de Barros Cotta, pelos ensinamentos e
orientação oferecidos durante o curso.
Ao professor Rilke Tadeu Fonseca de Freitas, pelas sugestões e auxílio
oferecidos.
Ao professor Luis David Solis Murgas, pela amizade, dedicação e
atenção prestadas a este trabalho.
Aos professores Giovanni Rabelo, Flamarion Tenório de Albuquerque e
Luiz Fernando Teixeira Albino, pelo auxílio e atenção.
A Granja Planalto, pelo fornecimento das aves utilizadas no
experimento.
Aos funcionários do Departamento de Zootecnia, Borginho, Geraldo,
Márcio, Gilberto, Keila, Pedro, Carlos, Rogéria e Meire; e funcionários do
Departamento de Medicina Veterinária, Marcos, William e Miro, pela amizade e
colaboração durante a condução do experimento.
Aos funcionários da Biblioteca Central da UFLA, pelo apoio.
Ao vigilante Francisco, pelo apoio e atenção prestados durante a
condução do experimento.
Aos amigos e acadêmicos dos cursos de Zootecnia e Medicina
Veterinária, Daniela, Givanildo, Gustavo, Celso, Andressa, Marco Aurélio,
Daniele, Elaine, Ana Luisa, Larissa e Micaela; aos colegas de pós-graduação
Ana Luísa, Valério, Lutércia, Ronan, Fernanda, Adriano, Carol, Paula, Cristina,
Laureano e Ellen, pelo valioso auxílio antes e durante a condução do
experimento.
Ao colega de pós-graduação Sidney Tavares dos Reis, pelo auxílio nas
análises estatísticas.
Aos queridos amigos Paula, Ana Luísa, Cristina, Bruno, Juliana,
Kamilla, Adriano, Reinaldo, Lutércia, Carol, Fernanda e Ellen, meu
agradecimento especial pela amizade e apoio incondicional em todos os
momentos.
A todos os companheiros do curso de pós-graduação, pelo alegre
convívio.
A todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para a realização
deste trabalho.
SUMÁRIO
Pág.
RESUMO ........................................................................................................... i
ABSTRACT........................................................................................................ iii
1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................... 3
2.1 Características reprodutivas do macho...................................................... 3
2.2 Regulação hormonal da reprodução........................................................... 9
2.3 Fatores que afetam a fertilidade do macho................................................ 10
2.4 Efeito da luz sobre a fisiologia das aves...................................................... 11
2.4.1 A percepção da luz ................................................................................... 11
2.4.2 Ritmo circadiano ......................................................................................
12
2.5 Utilização de programas de luz .................................................................. 13
2.5.1 Tipos de programas de luz........................................................................ 14
2.5.2 Efeito de programas de luz sobre o desempenho e reprodução das
aves.......................................................................................................................
16
2.5.2.1 Programas de luz para fêmeas
.........................................................
16
2.5.2.2 Programas de luz para machos............................................................. 18
3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................ 23
3.1 Localização e duração do experimento...................................................... 23
3.2 Instalações, aves e manejo .......................................................................... 23
3.3 Tratamentos ................................................................................................. 27
3.4 Parâmetros avaliados .................................................................................. 31
3.4.1 Consumo de ração .................................................................................... 31
3.4.2 Peso corporal ............................................................................................. 32
3.4.3 Parâmetros seminais ................................................................................ 32
3.4.3.1 Volume de sêmen.................................................................................... 32
3.4.3.2 Motilidade e vigor espermáticos........................................................... 32
3.4.3.3 Concentração espermática..................................................................... 33
3.4.3.4 Número de células totais (NCT)............................................................ 33
3.4.3.5 Morfologia espermática ........................................................................ 33
3.4.4 Desenvolvimento testicular, avaliações seminal e histológica............... 34
3.5 Delineamento experimental e análises estatísticas ................................... 35
3.5.1 Consumo de ração, peso corporal e parâmetros seminais..................... 35
3.5.2 Desenvolvimento testicular, avaliações seminal e histológica................ 36
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 38
4.1 GALOS LEVES............................................................................................ 38
4.1.1 Consumo de ração..................................................................................... 38
4.1.2 Peso corporal ............................................................................................. 40
4.1.3 Parâmetros seminais ................................................................................ 41
4.1.3.1 Volume de sêmen ................................................................................... 41
4.1.3.2 Concentração espermática e número de células totais (NCT)............ 44
4.1.3.3 Motilidade e vigor espermáticos............................................................ 48
4.1.3.4 Morfologia espermática......................................................................... 51
4.1.4 Parâmetros testiculares............................................................................. 55
4.1.4.1 Desenvolvimento testicular.................................................................... 57
4.1.4.2 Avaliação histológica testicular.............................................................
59
4.1.4.3 Avaliação seminal................................................................................... 63
4.2 GALOS SEMI-PESADOS........................................................................... 65
4.2.1Consumo de ração...................................................................................... 65
4.2.2 Peso corporal.............................................................................................. 66
4.2.3 Parâmetros seminais................................................................................. 67
4.2.3.1 Volume de sêmen.................................................................................... 67
4.2.3.2 Concentração espermática e número de células totais (NCT)............ 70
4.2.3.3 Motilidade espermática e vigor espermáticos...................................... 73
4.2.3.4 Morfologia espermática ........................................................................ 76
4.2.4 Parâmetros testiculares ............................................................................ 80
4.2.4.1 Desenvolvimento testicular ................................................................... 80
4.2.4.2 Avaliação histológica testicular............................................................. 83
4.2.4.3 Avaliação seminal .................................................................................. 87
5 CONCLUSÕES. ............................................................................................. 94
6 SUGESTÕES .................................................................................................. 95
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 96
8 ANEXOS.......................................................................................................... 109
ANEXO A............................................................................................................ 113
ANEXO B............................................................................................................ 124
ANEXO C............................................................................................................ 126
i
RESUMO
MACIEL, Mônica Patrícia. Características reprodutivas de galos leves e
semi-pesados submetidos a diferentes fotoperíodos. 2006. 126p. Tese
(Doutorado em Zootecnia) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
1
Com o objetivo de avaliar os efeitos de diferentes fotoperíodos
(programas de luz) sobre parâmetros reprodutivos de galos de linhagens leves e
semipesadas, foi conduzido um experimento no Departamento de Zootecnia da
Universidade Federal de Lavras. Foram utilizados 24 galos da linhagem Lohman
LSL (leve) e 24 galos da linhagem Lohman Brown (semipesada) com idade
inicial de 19 semanas, sendo os mesmos submetidos a 3 tratamentos: a)
fotoperíodo 1: contínuo; b) fotoperíodo 2: intermitente c) fotoperíodo 3: luz
natural crescente. As aves foram alojadas em galpão dividido em 3 ambientes,
de forma que a iluminação de um não interferisse na do outro. O período
experimental teve duração de 140 dias e as medidas foram tomadas aos 168,
203, 238 e 273 dias de idade dos galos. Os animais foram distribuídos num
delineamento experimental inteiramente casualizado em um esquema de
parcelas subdivididas, considerando-se as avaliações nas diferentes idades como
medidas no tempo. Para as medidas de peso corporal, consumo de ração e
parâmetros seminais, foram utilizados 8 animais de cada linhagem, por
tratamento, sendo a unidade experimental constituída de 1 animal. As variáveis
avaliadas foram: consumo de ração (g/ave/dia), peso corporal (g), produção de
sêmen (ml), motilidade (%) e vigor espermáticos (0 a 5), concentração
espermática (número de células x 10
9
), número de células espermáticas totais
(NCT- volume x concentração) e morfologia espermática (alterações de cabeça,
cauda e alterações totais). Para avaliações do desenvolvimento e histologia
testicular e do sêmen coletado no ducto deferente foram utilizados 4 animais de
cada linhagem, por tratamento, sendo a unidade experimental constituída de 1
animal. Foram avaliadas as seguintes variáveis: peso corporal, peso dos
testículos direito e esquerdo, peso testicular total, em gramas; diâmetro dos
túbulos seminíferos (DTS) e espessura do epitélio seminífero (EES), em µm
número de células dos túbulos seminíferos (células de Sertoli; espermatogônias e
espermátides arredondadas), motilidade (%), vigor (0 a 5) e concentração
espermática (número de células x 10
9
). As diferenças entre tratamentos foram
comparadas pelo teste Scott Knott (5%) e as idades submetidas à análise de
regressão. Os galos leves submetidos ao fotoperíodo contínuo apresentaram
1
Comitê orientador: Judas Tadeu de Barros Cotta – UFLA (Orientador); Luis David
Solis Murgas – UFLA; Rilke Tadeu Fonseca de Freitas – UFLA.
ii
maior consumo de ração (P<0,05), não havendo influência significativa (P>0,05)
dos fotoperíodos sobre as demais variáveis. Os galos semipesados submetidos ao
fotoperíodo natural apresentaram menor produção de sêmen, NCT, pesos
testiculares, EES e número de espermátides arredondadas. Conclui-se que os
fotoperíodos contínuo, intermitente ou natural crescente (em condições de
21
0
14’ de latitude sul) podem ser utilizados em galpões abertos para galos leves
durante o período reprodutivo, sem prejudicar os parâmetros reprodutivos. Galos
semi-pesados podem ser criados sob fotoperíodo contínuo ou intermitente,
porém, quando estes animais são submetidos apenas à luz natural crescente eles
têm os parâmetros reprodutivos prejudicados.
iii
ABSTRACT
MACIEL, Mônica Patrícia. Reproductive characteristics of ligth and semi-
heavy roosters submitted to different photoperiods. 2006. 126p. Thesis
(Doctorate in Animal Science) – Federal University of Lavras, Lavras, MG.
2
With the objective of evaluating the effects of differents photoperiods on the
reproductive parameters in roosters of light and semi-heavy strains, an
experiment was conducted in the Animal Science Department of the Federal
University of Lavras. 24 roosters of the Lohman LSL strain (light) and 24
roosters of the Lohman Brown strain (semi-heavy), aged 19 weeks were utilized,
they themselves being submitted to 3 treatments: a)Photoperiod 1: Continuous;
b) Photoperiod 2: Intermittent and c) Photoperiod 3: growing natural light. The
birds were housed in a shelter divided into 3 environments, so that the lighting
of one did not interfere upon the that of the other. The experimental period
lasted 140 days and the measures were taken at 168, 203, 238 and 273 days of
age of the roosters. The animals were allotted to a completely randomized
experimental design in a split plot scheme, taking into account the evaluations in
the different ages as measures in time. For the measures of body weight, feed
intake, seminal performance and parameters, 8 animals of each strain per
treatment were utilized, the experimental unit being made up of 1 animal. The
variables evaluated were: feed intake (g/bird/day), body weight (g), seminal
volume (ml), spermatic motility (%) and vigor (0 to 5), spermatic concentration
(number of cells x 10
9
), number of total spermatic cells (NCT- volume x
concentration) and spermatic morphology (alterations of head, tail and total
alterations). For the evaluations of the testicular development and histology and
of the semen collected in the deferent duct, 4 animals of each strain per
treatment were utilized, the experimental unit being constituted of 1 animal. The
following variables were evaluated: body weight, weights of the right and left
testes, total testicular weight in grams; diameter of the seminiferous tubules
(DTS) and thickness of the seminiferous epithelium (EES) in µm; number of
cells of the seminiferous tubules (Sertoli cells; rounded spermatogonia and
spermatids); motility (%), vigor (0 to 5) and spermatic concentration (number of
cells x 10
9
). The differences between treatments were compared by the Scott
Knott test (5%) and the ages submitted to the analysis of regression. The light
roosters submitted of continuous light showed increased ration consumption
(P<0,05), there being no significant influence (P>0.05) of the photoperiods on
the other variables. The semi-heavy roosters submitted of the natural
2
Guidance Committee: Judas Tadeu de Barros Cota – UFLA (Adviser); Luis
David Solis Murgas – UFLA; Rilke Tadeu Fonseca de Freitas.
iv
photoperiod presented decreased semen production, NCT, testicular weights,
EES and number of rounded spermatids. It follows that the photoperiods
continuous, intermittent or growing natural light (21
0
14’ de south latitude) can
be utilized in open shelters for light roosters over the reproductive period
without harming the reproductive parameters. Semi-heavy roosters can be bred
under either continuous or intermittent photoperiods, but when these animals are
submitted only to growing natural light, they have their reproductive parameters
wronged.
1
1 INTRODUÇÃO
A fertilidade das matrizes é um ponto crítico, uma vez que determina o
número de pintos produzidos por ave alojada. Neste contexto, os machos
desempenham um importante papel na fertilidade. Utilizando a proporção de 1
galo para 10 galinhas, e estas produzindo uma média de 180 ovos/ciclo (matriz
pesada), cada galo seria responsável pela fertilização de 1.800 ovos.
Considerando uma eclodibilidade de 85%, seria observada uma produção de
1.530 pintos/macho. Alterações de 1% na fertilidade poderiam provocar uma
diferença de 15 pintos/galo (Cotta, 2002a).
A eficiência reprodutiva dos machos é determinada pela carga genética e
por fatores como temperatura, umidade relativa do ar, luminosidade, manejo
alimentar e peso corporal. Para alcançar o desempenho reprodutivo máximo é
necessário o controle destes fatores e da sua influência sobre o início da
maturidade sexual, desenvolvimento testicular, espermatogênese e fertilidade.
Um dos fatores ambientais que afetam a reprodução dos galos é o
fotoperíodo. Em aves de postura já é bastante conhecida a função da luz elétrica
com o objetivo de aumentar o fotoperíodo e estimular a produção de ovos.
Entretanto, dados sobre os efeitos da luz sobre as funções reprodutivas do macho
são limitados.
Um dos programas de luz utilizados atualmente em países da Europa e
Estados Unidos é o chamado “programa de iluminação intermitente”, que
fornece combinações alternadas de luz e escuro. Ele prevê uma iluminação
fracionada descontínua e baseia-se no conceito de “dia subjetivo”, que denomina
o período durante o qual o animal permanece fisiologicamente ativo, mesmo na
escuridão. A adoção deste conceito de manejo permite uma redução na
2
utilização de iluminação artificial na produção de aves, sendo uma boa maneira
de economizar eletricidade.
No Brasil, poucos pesquisadores têm dado a devida atenção a este tema.
Muitos produtores julgam que quanto mais luz fornecida às aves melhor será o
desempenho das mesmas.
A Universidade Federal de Lavras tem sido pioneira, na América Latina,
na realização de experimentos que comparam fotoperíodos contínuos e
intermitentes em ambiente aberto para poedeiras e codornas. Nestas pesquisas
têm-se observado resultados semelhantes entre estes tipos de programas,
demonstrando a possibilidade de utilização de luz intermitente, sem prejuízo da
produtividade das aves e, ainda, com a vantagem de economia de energia
elétrica.
Os efeitos do fotoperíodo sobre o desenvolvimento testicular e a
produção de espermatozóides pelo galo precisam ser mais conhecidos, o que
permitiria uma melhor definição das condições de criação destes animais. A
conquista destes conhecimentos é facilitada na reprodução por inseminação
artificial, pois permite manter separados os machos e as fêmeas e avaliar, a todo
o momento, o desempenho reprodutivo dos mesmos.
O presente trabalho teve como objetivos avaliar os efeitos de diferentes
programas de luz sobre parâmetros reprodutivos em galos de linhagens leves e
semi-pesadas.
3
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Características reprodutivas do macho
Assim como nos mamíferos, nos machos das espécies aviárias, os
testículos têm a função dupla de produzir espermatozóides (espermatogênese) e
produzir e secretar hormônios esteróides. Os hormônios reprodutivos produzidos
pelos testículos são principalmente andrógenos, sendo a testosterona o mais
importante (Sesti & Ito, 2000).
Os testículos das aves estão localizados na cavidade abdominal, em
posição imediatamente abaixo dos rins e paralelos ao eixo da coluna vertebral
(Llobet et al., 1989). A espermatogênese é realizada a uma temperatura de
aproximadamente 41
o
C, em contraste à temperatura escrotal dos mamíferos
(24°C a 26°C). Enquanto na fêmea das aves só o ovário esquerdo é funcional,
nos machos ambos os testículos são funcionais. Os testículos das aves são
maiores, em relação ao peso corporal, do que os dos mamíferos, sendo o
esquerdo de 0,5 a 3,0 g mais pesado que o direito (Etches, 1996).
Os galos não possuem vesículas seminais, glândulas bulbouretrais nem
próstata. Estreitamente justaposto a cada testículo, há uma estrutura denominada
epidídimo. A região do epidídimo consiste em túbulos eferentes que transportam
o esperma desde o testículo até o ducto epididimário, que é visível na superfície
do epidídimo. De cada epidídimo emerge o ducto deferente, que segue em
direção posterior e termina na cloaca. Logo antes do seu término, o ducto
deferente apresenta uma dilatação que funciona como local para armazenamento
de espermatozóides, assim como todo o ducto. Cada vaso deferente penetra
numa pequena papila e ejeta o sêmen, através dela, na cloaca. O falo (órgão
copulatório rudimentar) do galo e dos machos de muitas outras aves é pequeno e
4
não funciona como órgão para penetração. O sêmen é transferido para a fêmea
pelo contato entre o falo rudimentar e a vagina evertida da fêmea (Burke, 1996).
O desenvolvimento testicular do galo é caracterizado por 3 fases. A
primeira fase é denominada pré-puberal (1 dia de idade a 10/12 semanas) e há
um grande aumento do peso dos testículos, que passam dos 3 mg, ao primeiro
dia, a 500 mg com 10/12 semanas de idade. Há intensa multiplicação das células
de Sertoli. A segunda, chamada fase puberal (12 a 22/24 semanas), caracteriza-
se pelo aparecimento dos primeiros espermatozóides nos testículos, cujo peso
aumenta muito rapidamente, de forma exponencial, até alcançar 25 a 30 g, com
22/24 semanas de idade. Finalmente, na terceira fase (adulta), o peso dos
testículos permanece basicamente o mesmo, de 24 até 39 semanas, começando,
então, a decrescer a partir das 40 semanas de idade. A produção de
espermatozóides atinge seu máximo entre 24 e 29/30 semanas de idade e, assim,
permanece até aproximadamente 40 semanas e, então, decresce na medida em
que os machos envelhecem. A queda de fertilidade com a idade é variável, de
um macho para outro, e será retardada ou acelerada por diferentes fatores
ambientais e de manejo (Adjanohoun, 1994).
Segundo Bakst & Bahr (1995), cada testículo está rodeado de tecido
conjuntivo, contendo os túbulos seminíferos e as células de Leydig, dispersas
entre os espaços tubulares. Estas células são secretoras de androgênios, sendo o
principal a testosterona. Os túbulos seminíferos de galos imaturos são alinhados
por uma camada simples de células de Sertoli e espermatogônias. Já os machos
maduros possuem túbulos de forma irregular, alinhados por um epitélio
germinativo de múltiplas camadas.
Como nos mamíferos, a espermatogênese nas aves é um processo
complexo de proliferação celular, redução haplóide do genoma celular e
diferenciação celular. As células germinativas sofrem divisões celulares e
modificações de desenvolvimento, começando na periferia e progredindo em
5
direção à luz tubular. As espermatogônias (consideradas como a primeira etapa
da espermatogênese) são células diplóides e, portanto, se dividem mitoticamente
para manter constante a população de células-tronco da espermatogênese. Estas
células dão origem aos espermatócitos, que passam pelo processo de meiose. As
células haplóides resultantes, as espermátides, sofrem uma série progressiva de
modificações estruturais e de desenvolvimento, dando origem aos
espermatozóides (espermiogênese). As células germinativas em
desenvolvimento estão intimamente associadas a grandes células de Sertoli, ou
células sustentaculares, que as envolvem durante o desenvolvimento. Estas
células proporcionam um microambiente preciso para que ocorram as
diferenciações celulares durante a espermatogênese (Garner & Hafez, 2004).
Em geral, os vários estágios da espermatogênese em espécies aviárias
são de curta duração em comparação com os mamíferos. Enquanto que o
intervalo do início da meiose até a formação completa do espermatozóide é de
aproximadamente 26 dias no rato, 29,5 dias no carneiro e 37 dias no touro,
somente 14 dias são necessários para o galo e o pato, 11 dias para a codorna e 14
dias para a galinha d’angola (Oakberg, 1956; Ortavan, 1956; Hochereau et al; de
Reviers, 1968; Marchand et al., 1977; Amir et al., 1963; Brillard, 1981, citados
por Noirault, 2005).
O número de células de Sertoli presentes nos testículos é proporcional
ao tamanho/peso dos mesmos e, por isso, a produção diária de sêmen varia com
o tamanho testicular. Existe uma correlação direta entre tamanho de testículo e
produção de sêmen. Em geral, machos produtores de frangos de corte produzem
mais sêmen que aqueles produtores de poedeiras (Etches, 1996).
Segundo Burke (1996), o sêmen é uma mistura de células espermáticas e
líquidos de transporte. Nas aves domésticas, o ejaculado característico tem alta
concentração e baixo volume (Tabela 1). A concentração do sêmen coletado
6
artificialmente é muito variável, estando as células espermáticas misturadas com
líquidos secretados a partir do aparelho fálico ingurgitado e com resíduos dos
sistemas digestivo e urinário. As contribuições desses fatores não são facilmente
controláveis e, em conseqüência disso, consideráveis variações no volume e na
composição do sêmen têm sido observadas.
A produção diária de espermatozóides parece ocorrer em ritmo
constante, da mesma forma que o volume do ejaculado. Estes parâmetros são
reduzidos quando o sêmen é coletado em maior freqüência e com o avançar da
idade (Etches, 1996).
TABELA 1 Volume de sêmen e concentração de espermatozóides para várias
espécies ou tipos de aves.
1
Tipo de reprodutor Volume do ejaculado
(ml)
Concentração espermática
(10
9
células/ml)
Média Variação Média Variação
Galo
Pesado 0,35 0,10 a 0,90 5,7 3,0 a 8,0
Leve 0,15 0,05 a 0,30 5,0 5,0 a 7,5
Médio 0,20 0,08 a 0,50 5,0 3,5 a 6,0
Peru
Pesado 0,15 0,08 a 0,30 9,0 8,0 a 13,5
Leve 0,20 0,10 a 0,30 9,5 4,0 a 8,0
Codorna - 0,005 a 0,02 - 1,5 a 2,5
Galinha D’Angola - 0,01 a0,02 - 1,5 a 2,5
1
Lake & Steward, 1978; Rouvier et al., 1984; Etches, 1994; Surai & Wishart (1996).
7
Como ocorre em outros animais, os espermatozóides da ave são
compostos por acrossoma, cabeça, peça intermediária e cauda. Porém,
diferentemente dos mamíferos, a cabeça é estreita e alongada (0,5 x 12,5µm),
com um pequeno acrossoma cobrindo a extremidade apical do núcleo. Nos galos
e perus, o comprimento total do espermatozóide é de cerca de 110 micrômetros
(µm) e o diâmetro da cauda é de cerca de 0,5µm ou ligeiramente menor, dando
ao espermatozóide uma forma filiforme (Burke, 1996).
Trabalhos sobre morfologia espermática em galos são bastante escassos
e em menor número são aqueles que relacionam esses achados a problemas
reprodutivos. As anormalidades espermáticas são incompatíveis com a boa
fertilidade, a despeito dos parâmetros físicos do sêmen. Qualquer alteração nas
características morfológicas pode comprometer a motilidade e a sobrevivência
do espermatozóide. Segundo Correa & Arceo (1995), a percentagem de defeitos
espermáticos é maior no início da vida reprodutiva dos galos (16%) e diminui ao
alcançar a maturidade sexual (11%). Variações no peso corporal alteram a
morfologia espermática, sendo mais evidente em animais com excesso de peso
(Jaenisch, 1998).
Moss et al. (1978) afirmam que todas as amostras de sêmen das
diferentes espécies animais contêm uma proporção de células anormais. Elas
podem ser classificadas em anormalidades primárias, originadas durante o
desenvolvimento dos espermatozóides no túbulo seminífero e secundárias, que
são alterações que ocorrem após a formação completa do espermatozóide,
durante sua passagem pelo epidídimo. Alkan et al. (2002) afirmam que as
alterações morfológicas encontradas em espermatozóides de galos e perus são
similares e que as mais freqüentes são aquelas relacionadas ao acrossoma e à
peça intermediária.
Lake (1971), citado por Garner & Hafez (2004), afirmam que a
proporção média de espermatozóides normais encontrada em galos é de 85% a
8
90%. Em perus, uma taxa de 80% de formas espermáticas normais garante uma
boa fertilização, enquanto que valores menores podem resultar em redução na
fertilidade em até 8% (Surai & Wishart, 1996).
A morfologia espermática pode variar entre raças ou linhagens. Sevinç
et al. (1983), citados por Alkan et al. (2002), verificaram maior número de
alterações em galos New Hampshire em comparação com galos Leghorn.
Segundo Gomes (1970), a motilidade é um dos testes utilizados para
avaliar a qualidade do sêmen e tem sido considerado um bom indicador da
viabilidade espermática geral. Porém, deve ser reconhecido como apenas um dos
fatores para a estimativa da fertilidade.
Froman & Feltman (1998), em estudo com galos selecionados para
baixa e alta motilidade espermática, observaram que estes últimos produziram
sêmen com maior capacidade fertilizante. Bowling et al. (2003), verificaram
resultado semelhante, encontrando ainda menor percentagem de anomalias
espermáticas em galos com maior motilidade espermática.
Segundo Munro (1938 a,b), a motilidade é adquirida gradativamente à
medida que os espermatozóides vão percorrendo o trato reprodutivo do macho,
especialmente após passarem pelo epidídimo. Isso foi confirmado
posteriormente por Howarth Jr. (1983), que observou que a movimentação
espermática é mínima nos testículos (19%), aumenta relativamente no epidídimo
rudimentar (49%) e atinge o máximo somente nos ductos deferentes (88%). A
motilidade do ejaculado foi próxima àquela observada nos ductos deferentes:
87%.
Assim como o volume e a concentração, a motilidade espermática é
influenciada pela idade das aves, aumentando nas primeiras semanas
reprodutivas até alcançar a maturidade sexual completa e diminuindo após um
período de pico de produção (Rosenstrauch et al., 1994; Correa & Arceo, 1995;
Celorini et al., 1997). Com relação ao vigor espermático, Celeghini et al. (2001)
9
não observaram variações expressivas nesta variável ao longo da vida
reprodutiva do galo.
Lake (1971), citado por Garner & Hafez (2004), afirma que a variação
média da motilidade espermática em galos está entre 60% e 80%.
2.2 Regulação hormonal da reprodução
As gônadas das aves produzem hormônios esteróides que atuam em todo
o organismo, afetando o desenvolvimento do sistema dos ductos reprodutivos,
apêndices de cabeça (crista e barbelas), penas, emissão de sons, composição do
sangue, absorção de nutrientes e comportamento. O esteróide testicular
predominante é a testosterona, enquanto o ovário secreta estrogênio,
progesterona e testosterona (Burke, 1996).
Os fotorreceptores hipotalâmicos convertem sinais eletromagnéticos em
uma mensagem hormonal, por meio dos seus efeitos nos neurônios
hipotalâmicos, que secretam o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH). O
GnRH é secretado no sistema portal hipotalâmico e transportado aos
gonadotrofos da hipófise. Os gonadotrofos respondem ao estímulo do GnRH,
produzindo as gonadotrofinas: hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo
estimulante (FSH), secretando-os no sistema circulatório. Nos testículos, o LH
atua sobre as células intersticiais, ou de Leydig, estimulando a produção de
andrógenos, sendo a testosterona o mais importante. O FSH atua sobre as células
de Sertoli, provavelmente estimulando o crescimento, a diferenciação e a
espermatogênese nos túbulos seminíferos (Etches, 1994; Sesti & Ito, 2000).
10
2.3 Fatores que afetam a fertilidade do macho
Alguns fatores podem afetar o desempenho reprodutivo das aves
domésticas. No caso dos machos, estes fatores podem mudar a capacidade de
fertilização destes animais.
Segundo Sesti & Ito (2000), certos aspectos do manejo do macho são
cruciais para o alcance de taxas de fertilidade e produtividade aceitáveis em lotes
de reprodutores. Não se deve assumir que determinada prática de manejo deva
ser sempre aplicada da mesma maneira para machos de diferentes linhagens.
A composição da dieta dos machos pode ter um efeito dramático e
absoluto na taxa de fertilidade. Tanto a super quanto a subalimentação causam
reduções na produção de sêmen. Existem evidências de que a taxa de produção
espermática de um macho será maximizada quando as aves ingerirem níveis de
proteína (ou de aminoácidos) menores do que aqueles necessários para as
fêmeas. Um nível dietético de 9% a 10% de proteínas já seria suficiente para
atender à sua necessidade (Sesti & Ito, 2000).
A restrição alimentar tem efeito direto na redução do peso corporal e da
carcaça, na cria e na produção. No caso de reprodutores de corte que são
selecionados pela capacidade de crescimento precoce, uma alimentação à
vontade proporciona o desenvolvimento de carcaça muito grande e conformação
fisicamente prejudicial para um bom acasalamento e uma boa fertilidade. Aves
em restrição apresentam melhor persistência do peso dos testículos na produção
do que aves alimentadas à vontade, cujas fertilidades caem rapidamente após 40
semanas de idade (Brown & McCartney, 1983;
Buckner & Savage, 1986).
Temperaturas elevadas, especialmente quando combinadas com
umidade relativa do ar elevada podem reduzir drasticamente o desempenho
reprodutivo dos machos. A temperatura ambiental ótima para uma melhor
11
espermatogênese está entre 15°C e 20°C. Na fase de cria, altas temperaturas
tendem a acelerar a maturidade sexual. Na fase de produção, a fertilidade não é
afetada por uma queda de temperatura de até 6°C ou 7°C, desde que os machos
sejam alimentados corretamente. Entretanto, abaixo de 6
o
C, observa-se
freqüentemente queda de fertilidade pela redução das atividades do macho. Por
outro lado, temperaturas acima de 30
o
C, geralmente reduzem a espermatogênese
e, conseqüentemente, a fertilidade. É observada, em épocas quentes, fertilidade
menor em 2% a 3% em relação às estações frias (Adjanohoun, 1994).
2.4 Efeitos da luz sobre a fisiologia das aves
2.4.1 A percepção da luz
A luz é percebida pelas aves graças a fotorreceptores que transformam a
energia contida nos fótons em sinais biológicos. No olho, a energia dos fótons é
transformada pelos pigmentos fotossensíveis contidos nos cones e bastonetes e
transmitida pelos neurônios até o cérebro, onde o sinal é integrado em uma
imagem. Para finalidades de reprodução, entretanto, a percepção da luz não
depende dos fotorreceptores do olho. Já foi demonstrado que fotorreceptores no
hipotálamo são os transformadores biológicos que convertem a energia dos
fótons em impulsos neurais. Estes impulsos são, então, captados pelo sistema
endócrino, que controla a função testicular e ovariana e, por conseqüência, as
múltiplas funções reprodutivas, comportamentais e as características sexuais
secundárias (Etches, 1994).
Segundo Sauveur (1996), ao contrário do que é observado nos
mamíferos, a percepção da informação luminosa nas aves é mais importante pela
via transcraniana do que pela via ocular. Este autor relatou que o escurecimento
12
do crânio de pardal com tinta preta bloqueia a resposta sexual, enquanto a
privação do globo ocular não apresenta o mesmo efeito.
2.4.2 Ritmo circadiano
Ritmo circadiano, ou biorritmo, representa o controle fisiológico das
atividades metabólicas do indivíduo por meio da luz. Nas condições de
iluminação natural, o organismo apresenta modificações fisiológicas durante o
período de 24 horas do dia (Freitas, 2003).
Para que possam reconhecer que a duração do dia (período de 24 horas)
aumentou ou diminuiu, as aves devem ser capazes de diferenciar um dia “curto”
de um dia “longo”. O dia mais curto no hemisfério sul (21 de junho), é chamado
de solstício de inverno e o mais longo (21 de dezembro), solstício de verão.
Entre o solstício de inverno e o de verão, os dias têm luminosidade crescente, o
que estimula a maturidade sexual. Ao contrário, a partir do solstício de verão, o
fotoperíodo diminui (os dias se tornam mais curtos), inibindo o ciclo reprodutivo
(Cotta, 1997).
Segundo Sesti & Ito (2000), as aves não são na realidade estimuladas
constantemente durante toda a duração do fotoperíodo, mas, sim, durante apenas
dois momentos muito importantes deste período. As aves são sensibilizadas
inicialmente, no momento em que as luzes são acesas e 11 a 15 horas mais tarde.
Este período é chamado de fase fotossensitiva e, essencialmente, vai determinar
se a ave irá perceber o dia como longo ou curto. Um dia curto não é
estimulatório, enquanto que um dia longo irá iniciar e manter um fluxo
hormonal que controla a ovulação e a espermatogênese. Portanto, se as luzes
estiverem acesas durante a fase fotossensitiva, então o estímulo luminoso será
estimulatório para a reprodução.
13
2.5 Utilização de programas de luz
A atividade reprodutiva, em muitas espécies de aves, é controlada pelos
estímulos ambientais que sincronizam as estações de reprodução com a época
ótima para a sobrevivência da prole. A duração do dia regula as estações de
reprodução de muitas espécies silvestres e domésticas e a atividade reprodutiva
aumenta nos dias mais longos e diminui nos mais curtos. Assim, a regulação
com luz artificial é muito utilizada em criações comerciais de aves, tanto para
retardar como para iniciar a atividade das gônadas (Burke, 1996).
Segundo Sesti & Ito (2000), o objetivo principal de um programa de luz
ao qual o lote é submetido é controlar e estimular a maturação sexual
(desenvolvimento do ovário, testículos e anexos) para que esta ocorra na idade
adequada. A maioria das espécies aviárias é de reprodução sazonal. O ciclo
reprodutivo é controlado por mudanças no comprimento do dia, ou seja, número
de horas de luz no período de 24 horas (fotoperíodo).
A duração do fotoperíodo, em avicultura, pode variar enormemente
(desde 2 a 3 horas até 24 horas de luz por dia). Entretanto, recomenda-se do
ponto de vista do bem-estar animal, que as aves recebam pelo menos 8 horas de
luz artificial por dia, quando em ambientes controlados. Ainda não está claro se
as 8 horas de luz ao dia devem ser contínuas ou intermitentes. De qualquer
modo, menos de 8 horas de luz poderá acarretar prejuízo ao bem-estar da ave
(Hevia & Quiles, 2003).
O programa de luz ideal seria aquele que proporcionasse a máxima
produção com o mínimo gasto de energia elétrica (Freitas, 2003).
14
Eitan & Soller (1996) afirmam que a resposta para diferentes
fotoperíodos em aves é afetada por fatores genéticos. A aplicação de
fotoperíodos insuficientes provoca um efeito prejudicial maior sobre o início da
maturidade sexual e a produção de sêmen em machos de linhagens de corte em
comparação com machos de linhagens de postura. Os efeitos são similares ao
observado em fêmeas (Eitan & Soller, 1994), indicando a presença de fatores
genéticos semelhantes em ambos os sexos.
Ao adotar-se um programa de luz, deve-se levar em consideração que as
fêmeas respondem à luz (amadurecimento folicular) 21 dias após o início do
estímulo luminoso e os machos respondem aproximadamente 5 semanas após
este estímulo. Os machos devem ter o mesmo programa de luz, ou semelhante,
utilizado pelas fêmeas para sincronizar a maturidade sexual (Boni & Paes,
1999).
2.5.1 Tipos de programas de luz
Segundo Freitas (2003), os programas de luz são divididos em hemerais
e ahemerais. Programas hemerais são compostos de períodos de 24 horas,
distribuídos em duas fases distintas denominadas de fotofase (fase clara) e
escotofase (fase escura). Quando as duas fases apresentam a mesma duração, o
período é chamado de simétrico, e, quando suas durações são diferentes, eles são
assimétricos.
Os programas hemerais são divididos em contínuos e intermitentes. O
programa contínuo oferece luz natural e artificial de forma contínua em
instalações abertas ou apenas luz artificial continuamente em ambientes
controlados.
Segundo Sesti & Ito (2000), embora seja muito comum a utilização de
iluminação contínua desde o momento do “amanhecer” artificial (luzes são
15
acesas) até o “anoitecer” artificial (luzes são apagadas), isso não é essencial.
Após o “amanhecer”, o dia pode ser interrompido por períodos de escuro.
Programas deste tipo são comumente utilizados para poedeiras leves alojadas em
galpões de ambiente controlado.
O programa de luz intermitente fornece combinações alternadas de luz e
escuridão, baseando-se na noção de dia subjetivo. Ele prevê uma iluminação
descontínua e é uma boa maneira de economizar eletricidade.
A expressão “dia subjetivo” designa o período durante o qual o animal
permanece fisiologicamente ativo, mesmo na obscuridade (Cotta, 1997). Quando
um flash de luz é dado em um certo momento da “noite”, a ave o interpreta
como o início do dia, ignorando o período escuro que se estabelece entre o flash
e o clarear natural do dia (aurora). O mesmo ocorre após o escurecer natural e o
último flash é entendido fisiologicamente como o fim do fotoperíodo. Esse
período entre o primeiro e o último flash, a ave interpreta como “dia subjetivo”.
Segundo Mongin (1980), ao serem utilizados programas que utilizam o
conceito de “dia subjetivo”, o período máximo de atividade das aves é de 15
horas e o período cotidiano de atividade não pode ser prolongado
indefinidamente. Após as 15 horas de luz, a ave se torna fotorrefratária,
podendo-se concluir que fotoperíodos curtos não atingem a fase fotossensível,
enquanto dias longos têm esta capacidade (Sauveur, 1996). Tais programas vêm
sendo utilizados, principalmente, para poedeiras. Poucos dados são disponíveis
sobre a sua aplicação em aves de reprodução.
Os programas ahemerais fornecem períodos de luz e escuro em
combinação e que podem ser maiores ou menores, mas não iguais a 24 horas.
Eles podem ser convencionais ou intermitentes, embora poucos estudos
descrevendo as características do fotoesquema ahemeral intermitente sejam
disponíveis. Estes programas só são possíveis em ambiente controlado (Etches,
1994).
16
Os programas mais utilizados na atualidade são os hemerais
assimétricos, os quais visam a economia de energia elétrica.
2.5.2 Efeito de programas de luz sobre o desempenho e reprodução das aves
Estudos sobre efeitos de programas de iluminação para aves de postura
vêm sendo realizados há vários anos por diversos autores que avaliam a
influência dos mesmos sobre as fases de crescimento, maturidade sexual e
produção de ovos. Porém, dados sobre os efeitos destes programas sobre a
função reprodutiva dos machos ainda são raros.
Na fase de crescimento, a utilização de programas de luz tem como
principal objetivo retardar a maturidade sexual das frangas, fazendo com que
elas iniciem a postura por volta de 20 semanas (aves leves) e 24 semanas (aves
pesadas) de idade. A partir daí, o objetivo é estimular a produção de ovos e
sincronizar a postura (Freitas, 2003). Nos machos, o objetivo seria semelhante,
refletindo numa espermatogênese prolongada.
2.5.2.1 Programas de luz para fêmeas
Rowland (1985) e Koelkebeck (1986), comparando o efeito de
fotoperíodos contínuos e intermitentes sobre a produção e qualidade dos ovos,
concluíram que a maior produção de ovos ocorreu com a utilização de
tratamento contínuo. Porém, Pesquisas de Midgley et al. (1988), Lewis & Perry
(1990) e Sauveur (1996), sobre fotoperiodismo e reprodução das fêmeas,
mostram que o fracionamento da duração do dia com a manutenção de uma
noite principal permite manter a produtividade sem modificar as cararacterísticas
dos ovos.
17
Lewis & Perry (1989) verificaram diminuição na deposição de gordura e
menor peso corporal em poedeiras semipesadas submetidas à iluminação
intermitente em comparação com aquelas criadas sob luz contínua, sendo estas
características mantidas durante todo o experimento (22 a 70 semanas de idade).
Não houve diferença na produção de ovos, segundo os programas luminosos.
Lewis et al. (1992), em revisão de trabalhos sobre programas intermitentes,
observaram os mesmos resultados, concluindo que estes tipos de programa
geralmente aumentam a viabilidade porque reduzem a obesidade e o estresse.
Trabalhos de Koelkebeck (1986), Lewis & Perry (1986) e Morris et al.
(1990) sobre a utilização de iluminação intermitente para poedeiras, mostram
que este tipo de programa de luz reduz o consumo de ração, quando comparados
com programas com iluminação contínua. No entanto, Lewis & Perry (1990) e
Morris & Butler (1995) não observaram diferenças no consumo das poedeiras,
concluindo que o mesmo não varia quando na utilização de programas de luz
intermitente ou contínuo.
De acordo com Etches (1996), o efeito da iluminação sobre o consumo
de ração depende da atividade locomotora da ave, que fica reduzida ao mínimo
nos períodos escuros. O gasto de energia metabólica é também reduzido, pois
diminuem os movimentos, levando a uma melhoria na eficiência alimentar nos
programas de iluminação intermitente.
Charles & Tucker (1993), trabalhando com modernos híbridos de
postura, encontraram pouca ou nenhuma diferença sobre o desempenho das aves
mantidas sob variados fotoperíodos. Estes autores sugerem que estas aves estão
tão geneticamente predispostas à postura que praticamente se apresentam
refratárias às mudanças de regime luminoso.
Em trabalho recente, Freitas (2003) submeteu poedeiras leves e
semipesadas em final de postura a três tipos de regimes luminosos: contínuo
(natural + artificial), natural crescente e intermitente (natural + 15 segundos de
18
luz). O autor concluiu que as poedeiras leves e semipesadas podem ser criadas
com programa de iluminação intermitente, sem diminuir a sua produtividade e
sem alterar as características dos ovos. Resultados semelhantes foram
observados por Gewehr (2003), em trabalho com codornas adultas criadas com
programas contínuos (artificial + natural) e intermitentes (natural + uma fotofase
30 minutos de luz ou natural + 2 fotofases de 30 minutos).
2.5.2.2 Programas de luz para machos
Bajpai (1962) estudou o efeito dos fotoperíodos contínuo e natural
crescente sobre as características do sêmen de galos adultos Rhodes Island Red.
O autor observou que os programas: somente luz natural, 16 horas de luz (L) e 8
horas de escuro (E) e 8L:16E não afetaram a concentração espermática e o pH
do sêmen. Os galos que receberam 16L:8E apresentaram maior volume de
sêmen, maior número de espermatozóides por ejaculado, maior percentagem (%)
de espermatozóides vivos e menor percentagem de espermatozóides anormais na
comparação com os demais programas. Com relação à motilidade, não foram
observadas diferenças nos espermatozóides dos galos que receberam luz natural
ou 16L:8E. As aves que receberam luz natural apresentaram menor número de
espermatozóides por ejaculado que os demais programas. As aves que
receberam 8L:16E apresentaram menor número de espermatozóides por
ejaculado em comparação com 16L:8E e menor motilidade, porcentagem de
espermatozóides vivos e maior porcentagem de espermatozóides anormais, em
comparação com todos os outros programas.
Parker & McCluskey (1963) estudaram o efeito de diferentes
fotoperíodos contínuos (1, 3, 9 ou 13 horas de luz) sobre o volume e a
capacidade fertilizante do sêmen de galos sexualmente maduros (210 dias de
idade). O volume e a capacidade fertilizante do sêmen não foram afetados pelos
19
diferentes fotoperíodos, mas, 3 horas de luz proporcionaram menor flutuação na
produção de sêmen. O peso dos testículos também não foi afetado.
Ingkasuwan & Ogasawara (1966) realizaram experimento com galos
White Leghorn e dois fotoperíodos constantes (curto= 8horas de luz ou longo=
14 horas de luz) e duas temperaturas ambientes (moderada= em torno de 23
o
C
ou alta= 32,2
o
C). Eles observaram que o fotoperíodo de 14 horas estimulou o
desenvolvimento precoce dos testículos quando comparado com o de 8 horas. O
fotoperíodo de 8 horas atrasou o início do crescimento dos testículos, mas, não
impediu que os testículos atingissem o tamanho normal aos 224 dias (32
semanas). Uma vez atingido o desenvolvimento testicular completo, o
fotoperíodo curto proporcionou uma melhor qualidade de sêmen quando
comparado ao fotoperíodo longo sob uma temperatura moderada. A mudança de
fotoperíodo após a maturidade sexual não afetou a produção de sêmen.
Reviers et al. (1973), trabalhando com galos reprodutores leves e
pesados, observaram que, durante o período pré-puberal (anterior a 12 semanas
de idade), um fotoperíodo contínuo (8L:16E, 16L:8E) não exerceu nenhum
efeito no desenvolvimento dos testículos. Entretanto, durante o período puberal
(de 12 a 24 semanas), a duração do fotoperíodo constante exerceu um grande
efeito na idade de maturação sexual. Dias curtos constantes de 8 horas
retardaram a maturidade sexual em 2 a 4 semanas, mas, evitaram uma queda
posterior no peso dos testículos, mantendo-os em torno de 16 gramas até um
período superior a 50 semanas. Por outro lado, dias constantes longos de 16
horas adiantaram a maturidade sexual, mas aceleraram a regressão de peso dos
testículos (em torno de 24 semanas) e aumentaram a queda na produção de
sêmen.
Reviers (1996) observou que uma redução na duração do dia
(fotoperíodo decrescente), a partir do primeiro dia, aumenta a duração do
período pré-puberal e retarda a maturidade sexual em galos leves. Por outro
20
lado, um aumento na duração do dia (fotoperíodo crescente) adianta a
maturidade sexual, mas resulta em menor peso testicular.
Follett & Maung (1978) desenvolveram pesquisa, durante um ano, sobre
a influência de fotoperíodos contínuos longos (12 a 20 horas de luz) e
iluminação natural sobre os níveis plasmáticos de FSH, LH e testosterona e
desenvolvimento testicular em codornas. Todos os fotoperíodos contínuos
utilizados estimularam a espermatogênese, sendo o máximo desenvolvimento
testicular observado nas aves criadas sob 14, 16 ou 20 horas de luz (L). O menor
desenvolvimento (50%) foi verificado naquelas codornas criadas sob 12L, tendo
provocado diminuição no crescimento (diâmetro) do epitélio dos túbulos
seminíferos. A secreção de LH foi similar para todos os fotoperíodos, mas foram
observados menores níveis de testosterona e FSH nos animais mantidos sob
12L:12E. Nas aves mantidas sob luz natural, houve uma nítida variação ao longo
do ano. Durante períodos de iluminação crescente, a produção hormonal se
manteve alta, com correspondente aumento do desenvolvimento testicular,
ocorrendo o oposto nos períodos decrescentes de iluminação. Resultados
semelhantes foram observados por Baraldi Artoni et al. (1999), que verificaram
uma maior proliferação celular e, conseqüentemente, maiores diâmetro e
espessura do epitélio seminífero e maiores pesos testiculares em codornas
adultas criadas em meses de iluminação crescente.
Em trabalho com galos adultos de linhagem pesada, Proudfoot (1981)
forneceu fotoperíodos constantes de 15,5; 14; 6 e 2 horas de luz (L). Os animais
que receberam fotoperíodos de 15,5 e 14L apresentaram maior motilidade
espermática. Apesar dos espermatozóides produzidos pelos galos que receberam
6L apresentarem menor motilidade, a sua capacidade fertilizante se manteve alta
(93%). O volume de sêmen produzido foi semelhante entre os galos submetidos
aos diferentes fotoperíodos. O autor concluiu que a utilização de um período
curto de 6L, comparado com períodos longos, pode ser vantajosa, não só para a
21
redução do consumo de energia elétrica, mas também para reduzir a
agressividade que ocorre quando as aves são alojadas juntas.
A influência de fotoperíodos longos e contínuos (15,5 ou 16,5 horas de
luz) sobre o desempenho reprodutivo de galos de linhagem pesada com idade de
245 a 350 dias (35 a 50 semanas) foi avaliada por Harris et al. (1984). Estes
autores observaram que o volume de sêmen e o número de espermatozóides aos
245 e 280 dias (35 e 40 semanas), foram maiores nos galos que receberam o
fotoperíodo de 16,5 horas.
Beaupré et al. (1997) não observaram diferenças na produção de sêmen
e no peso testicular de galos adultos submetidos a 24 horas de luz constante e a
13L:11E. As características histológicas dos testículos (proliferação celular)
também não foram afetadas.
Semelhante ao que ocorre com galos, Noirault et al. (2005) observaram
atraso no desenvolvimento testicular de perus submetidos a dias curtos
constantes (7L:17E), enquanto que animais sob dias longos (14L:10E) ou
crescentes apresentaram desenvolvimento precoce dos testículos. Os autores
observaram também semelhança na duração da espermatogênese destes animais
em comparação com galos e galinhas d’angola.
Com respeito aos programas que utilizam luz intermitente, poucas são as
informações na literatura sobre os seus efeitos na reprodução dos machos das
aves.
Reviers (1980) desenvolveu experimento com galos fornecendo aos
mesmos um fotoperíodo principal de 7 horas de luz e outro secundário de 1 hora,
sendo este fornecido de 10 a 20 horas após o fotoperíodo principal, destinado a
localizar o momento de maior fotossensibilidade da ave. Este autor observou que
o desenvolvimento testicular avaliado é máximo quando o fotoperíodo curto (1
hora de luz) é fornecido 11 horas depois do fotoperíodo principal (7 horas de
luz). O interesse prático essencial deste tipo de programa de iluminação é
22
permitir uma economia de energia elétrica, não iluminando os galos em um
momento “menos eficiente”.
Siopes & Wilson (1980) verificaram que o desenvolvimento testicular
máximo em codornas ocorreu de 12 a 16 horas após o fornecimento de luz (fase
fotossensitival). Na comparação de fotoperíodos contínuos e intermitentes, os
autores observaram que não existiram diferenças sobre o desenvolvimento
testicular, desde que o fornecimento de luz ocorresse dentro da fase
fotossensitival.
Siopes (1983) estudou a influência de luz intermitente sobre a economia
de energia elétrica e as características seminais de perus adultos. Os animais
foram expostos a diferentes fotoperíodos: 1)15L:9E – tratamento controle; 2)
2L:11E:4L:7E; 3) 4L:9E:4L:7E; 4)2L:11E:2L:9E. Observou-se que, embora os
perus tivessem mantido pesos corporais semelhantes, os animais que receberam
luz intermitente consumiram menos ração e produziram quantidades
equivalentes de sêmen com número de espermatozóides semelhantes durante
todo o período experimental em comparação ao tratamento controle. Foi
observada uma menor incidência de espermatozóides morfologicamente
anormais nos animais submetidos à luz intermitente, havendo uma economia de
73% de energia elétrica com a utilização dos programas intermitentes.
Em trabalho com perus sexualmente maduros, Bacon et al. (1994),
submeteram os mesmos a programas intermitentes (8 ciclos de 1L:2E) e
contínuo (14L:10E). Não foram observadas diferenças entre os programas com
relação ao peso corporal, peso testicular, produção de sêmen e secreção de LH e
testosterona.
Sauveur (1998) afirma que o galo apresenta uma fase de
fotossensibilidade máxima ao longo de 24 horas e responde conforme a noção de
“dia subjetivo”. Uma duração de 8 horas de luz por dia, dividida em dois
períodos de 4 horas espaçados de 6 a 8 horas (repartição da iluminação ou dia
23
subjetivo), é tão eficiente para o crescimento testicular quanto os fotoperíodos
contínuos (14 horas).
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização e duração do experimento
Foi conduzido um experimento com galos de linhagens leves e semi-
pesadas no Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia da Universidade
Federal de Lavras. O município de Lavras está localizado na região Sul do
estado de Minas Gerais, a uma altitude de 910 metros, tendo como coordenadas
geográficas 21
0
14’ de latitude Sul e 45
0
00’ de longitude Oeste de Greenwich. A
temperatura média anual de Lavras é de 19,4
o
C. O período experimental teve a
duração de 140 dias, estendendo-se de julho a dezembro de 2004.
3.2 Instalações, aves e manejo
As aves de 1 dia de idade foram criadas sobre piso até a idade de 12
semanas, sendo posteriormente transferidas para gaiolas. A partir das 19
semanas de idade, as aves começaram a receber os diferentes regimes
luminosos, dando início ao período experimental.
Foi utilizado um galpão com 16 m de comprimento por 8 m de largura,
contendo 192 gaiolas, medindo 0,30 m x 0,40 m x 0,40 m, dispostas em duas
filas, com dois andares por fila. Os comedouros utilizados foram do tipo calha,
de 0,25 m de largura, com protetor para evitar desperdício de ração e bebedouros
tipo “nipple”, dispostos na parte superior, dando acesso a duas gaiolas.
24
O galpão foi dividido em quatro ambientes por lonas de plástico pretas,
colocadas perpendicularmente, do chão ao teto, de forma a evitar a passagem de
luz de um ambiente para o outro. Três divisões foram utilizadas como ambientes
experimentais e a quarta como escritório. Cada ambiente experimental contou
com 48 gaiolas individuais, sendo 24 utilizadas para o alojamento dos galos de
linhagem leve e as restantes 24 destinadas aos galos de linhagem semipesada.
Para cada tratamento, foram utilizados 24 galos da linhagem Lohman
LSL (linhagem leve) e 24 galos da linhagem Lohman Brown (linhagem
semipesada) com idade inicial de 19 semanas, sendo os mesmos alojados
individualmente em cada gaiola. Para as coletas de sêmen e para os abates foram
reservados 8 e 16 galos por linhagem, respectivamente, por tratamento. Dessa
forma, foram utilizados 144 galos no experimento.
A partir da idade de 19 semanas, foi feita a estimulação diária dos galos
que seriam destinados às coletas de sêmen para que os mesmos fossem
condicionados ao procedimento na fase experimental. A estimulação foi realizada
pelo método de massagem abdominal, conforme Burrows & Quinn (1937).
No período experimental, foi fornecida uma ração formulada à base de
milho e de farelo de soja e suplementada com minerais e vitaminas. A composição
bromatológica dos ingredientes utilizados na ração e a composição centesimal e
bromatológica da ração são apresentadas nas Tabelas 2 e 3.
25
TABELA 2 Composição bromatológica dos ingredientes utilizados na ração
INGREDIENTE PB (%)
1
EM (kcal/kg)
3
Ca (%)
1
Pd (%)
2
Milho moído 8,56 3371 0,03 0,09
Farelo de soja 45,55 2266 0,33 0,19
Farelo de trigo 16,55 1888 0,12 0,30
Calcário calcítico - - 38,5 -
Fosfato bicálcico - - 24,9 18,6
1
Análises realizadas no Laboratório de Pesquisa Animal do DZO/UFLA.
2
Considerou-se 1/3 do fósforo total como disponível.
3
Dados obtidos de Rostagno et al. (2000).
26
TABELA 3 Composição centesimal e bromatológica da ração
INGREDIENTE (%)
Milho
72,30
Farelo de soja
17,43
Farelo de trigo
3,84
Calcário calcítico
1,49
Fosfato bicálcico
1,39
Sal comum
0,30
Premix vitamínico*
0,20
Premix mineral*
0,20
Inerte (caulim)
3,03
TOTAL
100,00
Energia metabolizavel (kcal/kg) 2900
Proteína bruta (%) 14,76
Cálcio (%) 1,00
Fósforo disponível (%) 0,37
*
Composição do premix (quantidades ou unidades/kg): vitamina A - 2000000 UI,
vitamina D3 - 60000 UI, vitamina E - 1000mg, vitamina K - 50mg, tiamina - 10mg,
riboflavina - 600mg, piridoxina - 60mg, vitamina B12 - 2500mcg, ácido pantotênico -
1500mg, niacina - 5000mg, colina - 70000mg, ác. fólico - 2mg, BHT - 15g, Mn - 10g,
Cu - 0,5g, Zn - 6,0g, Co - 0,05g, I - 0,1g, Fe - 6g.
A temperatura ambiente foi anotada diariamente pela manhã por meio
de termômetros de máxima e mínima localizados no interior do galpão (Anexo
B).
27
Nos ambientes experimentais que exigiam iluminação artificial foram
colocadas lâmpadas incandescentes de 40 watts, sendo as mesmas limpas
semanalmente, visando manter um fluxo luminoso constante.
Em dois dos ambientes experimentais foram instalados “timer” com o
objetivo de acender e apagar as luzes nos horários determinados. Em um destes
ambientes, acoplado ao “timer”, foi instalado um temporizador que possibilitou
desligar as luzes 15 segundos após serem acesas.
3.3 Tratamentos
Os galos foram submetidos a três diferentes fotoperíodos (programas de
luz) segundo os tratamentos:
Tratamento 1 – fotoperíodo contínuo as lâmpadas foram acesas às 4 horas
e desligadas na aurora, acesas novamente ao anoitecer e apagadas às 19 horas,
de forma a receberam um fotoperíodo contínuo de 15 horas (Figuras 1 e 2), na
soma do fotoperíodo artificial e natural (Anexo C).
Fotoperíodo contínuo
LA LUZ NATURAL LA NOITE
00h 4:00
6:32
17:26 19:00 24:00
15 horas
NOITE
28
FIGURA 1 Representação do fotoperíodo contínuo, no início do período
experimental (LA= luz artificial).
Fotoperíodo contínuo
FIGURA 2 Representação do fotoperíodo contínuo, no final do período
experimental (LA= luz artificial).
Tratamento 2 – fotoperíodo intermitente as lâmpadas foram acesas às 4
horas e apagadas 15 segundos após. Eram novamente acesas às 18 horas, 59
minutos e 45 segundos e apagadas às 19 horas. Evocando-se o conceito de “dia
subjetivo”, foi fornecido, então, um fotoperíodo intermitente de 15 horas
(Figuras 3 e 4).
LA
LUZ NATURAL
LA NOITE
0:00 4:00 5:05 18:37 19:00 24:00
15 horas
NOITE
29
Fotoperíodo intermitente
0
FIGURA 3 Representação do fotoperíodo intermitente, no início do período
experimental (LA= luz artificial, N= noite).
Fotoperíodo intermitente
FIGURA 4 Representação do fotoperíodo intermitente, no final do período
experimental (LA= luz artificial, N= noite).
LA LUZ NATURAL N
0:00
4:00
4:00:15’
17:26
24:00
15 horas
N
LA
LUZ NATURAL N
0:00
4:00
4:00:15’ 18:37 24:00
15 horas
N
5:05
N
N
6:32
18:59:45’’
18:59:45’’
19:00
LA
19:00
LA
N
30
Tratamento 3 – fotoperíodo natural somente foi fornecida iluminação
natural crescente (figuras 5 e 6), nas condições do Sudeste (Anexo C).
Fotoperíodo natural
FIGURA 5 Representação do fotoperíodo natural, no início do período
experimental.
NOITE
LUZ NATURAL
NOITE
0:00 6:32 17:26 24:00
10:54 horas
31
Fotoperíodo natural
FIGURA 6 Representação do fotoperíodo natural, no final do período
experimental.
3.4 Parâmetros avaliados
3.4.1 Consumo de ração
Foi determinado o consumo realizado pelos galos destinados à coleta de
sêmen, sendo 16 galos por tratamento, 8 de linhagem leve e 8 de linhagem
semipesada, no final da 24
a
, 29
a
, 34
a
e 39
a
semanas de idade (168, 203, 238 e
273 dias).
A ração foi pesada e distribuída para cada parcela (1 galo). A sobra dos
comedouros foi pesada e, por diferença entre a fornecida e a sobra, foi
determinado o consumo médio em gramas, por ave e por dia.
NOITE
LUZ NATURAL
NOITE
0:00 5:05 18:37 24:00
13:32 horas
32
3.4.2 Peso corporal
Na idade de 168, 203, 238 e 273 dias, os galos foram pesados para a
determinação do peso corporal, em gramas. Foram pesados aqueles animais
destinados à coleta de sêmen, sendo 16 por tratamento, 8 de cada linhagem.
3.4.3 Parâmetros seminais
3.4.3.1 Volume de sêmen
Foram realizadas coletas de sêmen de 16 galos por tratamento, sendo
8 de cada linhagem, a cada 5 semanas (168, 203, 238 e 273 dias de idade). O
volume foi medido individualmente, para cada galo, diretamente na escala da
seringa de coleta graduada de 0 a 1,5 ml com precisão de 0,1 ml. A coleta foi
feita pelo método de massagem abdominal, conforme Burrows & Quinn (1937).
3.4.3.2 Motilidade e vigor espermáticos
Para avaliação da motilidade e vigor, o sêmen recém-coletado foi
colocado sobre uma lâmina histológica recoberto com lamínula. Em seguida foi
realizada a análise em microscópio ótico, com um aumento de 40x. Todo o
material analisado foi mantido em placa aquecedora a 40
o
C. A motilidade foi
avaliada comparando-se a porcentagem (%) de espermatozóides móveis e
imóveis, anotando-se a porcentagem de espermatozóides móveis. O vigor foi
classificado de 0 a 5, sendo o escore 0 equivalente à total imobilidade
espermática e o escore 5 à movimentação intensa, vigorosa, progressiva e com
formação de ondas.
33
3.4.3.3 Concentração espermática
Foi retirada uma amostra de 10µl de sêmen para ser adicionado a 1ml de
solução de formol citrato, sendo a contagem realizada com o uso de
hemocitômetro (câmara de Newbauer) na diagonal com o resultado expresso em
número de células por mm
3
de sêmen. Para análise final, o resultado foi expresso
em número de células/ml.
3.4.3.4 Número de células espermáticas totais (NCT)
O NCT foi calculado por meio da multiplicação da concentração e
volume do ejaculado, segundo metodologia de Martin Rillo et al. (1996). O
resultado final foi expresso em número de células/ml.
3.4.3.5 Morfologia espermática
Para a avaliação das anormalidades dos espermatozóides, 1µl de sêmen
foi adicionado a 250µl de solução de formol citrato. Em seguida, no microscópio
de contraste de fase, com aumento de 1000X, realizou-se a contagem de 100
células, expressando-se as alterações morfológicas em percentagem. As
alterações avaliadas foram: alterações de cabeça, de cauda e alterações totais.
Nessas últimas, foi considerada a soma das alterações de cabeça e cauda mais
qualquer outro tipo de alteração não especificada.
34
3.4.4 Desenvolvimento testicular, avaliações seminal e histológica
A cada 5 semanas (168, 203, 238 e 273 dias de idade dos galos), foram
sacrificados 8 animais por tratamento, 4 de cada linhagem, para a verificação do
peso corporal e testicular. Foram coletadas amostras de sêmen diretamente do
ducto deferente para avaliação da motilidade (%), vigor (score 0 a 5) e
concentração espermática. Para avaliação histológica, foram retirados
fragmentos de parênquima testicular, sendo os mesmos fixados em líquido de
Bouin. Estes fragmentos foram, então, desidratados em concentrações crescentes
de álcool etílico, diafanizados em xilol e incluídos em parafina, de acordo com
metodologia de rotina. Fez-se microtomia dos blocos, obtendo-se cortes de 5µm
de espessura que foram posteriormente corados com hematoxilina-eosina, de
acordo com a técnica de Behmer et al. (1976) no Laboratório de Morfologia
Microscópica do Departamento de Medicina Veterinária da UFLA.
Na análise histológica dos testículos, para cada animal, mediram-se 10
secções transversais de túbulos seminíferos, escolhidos ao acaso, apresentando
contornos os mais circulares possíveis, considerando-se sempre seu menor
diâmetro, conforme recomendações de Berndtson & Picket (1987). As variáveis
histológicas avaliadas foram:
- diâmetro dos túbulos seminíferos;
- espessura do epitélio seminífero, desde a membrana basal até a borda
luminal;
- população de células dos túbulos seminíferos, estimada pela contagem de
núcleos de espermatogônias, de espermátides arredondadas e células de
Sertoli.
As espermatogônias e as espermátides arredondadas foram escolhidas
por serem células do primeiro e último estágio, respectivamente, da formação
dos espermatozóides. A célula de Sertoli foi escolhida por ser uma célula que
35
intervém na formação dos espermatozóides, proporcionando um ambiente
propício para seu desenvolvimento.
3.5 Delineamento experimental e análise estatística
3.5.1 Consumo de ração, peso corporal e parâmetros seminais
Para as medidas de consumo de ração, peso corporal e parâmetros
seminais, os animais foram distribuídos num delineamento experimental
inteiramente casualizado sendo utilizado um esquema de parcelas subdivididas,
considerando-se as avaliações nas diferentes idades como medidas no tempo
(subparcelas). Foram testados 3 tratamentos, cada um apresentando 8 galos de
linhagem leve e 8 galos de linhagem semipesada e 4 idades de avaliação,
utilizando-se 8 repetições por tratamento, sendo a unidade experimental
constituída de 1 animal.
Os resultados foram submetidos à análise de variância de acordo com o
modelo:
Y
ijk
= µ + F
i
+ e(a)
ji
+ I
k
+ (FI)
ik
+ e
ijk
, sendo:
Y
ijk
: observação das aves submetidas ao fotoperíodo i, na repetição j, na idade
k;
µ: média geral;
Fi
: efeito do fotoperíodo i, sendo i = 1, 2, 3;
e(a)
ij
: erro associado a cada observação da parcela;
I
k
: efeito da idade k, sendo k = 1,2,3,4;
(FI)
ik
:efeito da interação do fotoperíodo i com a idade k;
e
ijk
: erro associado a cada observação da subparcela.
36
Os dados obtidos dos galos de linhagem leve foram submetidos à
transformação para ajuste da normalidade:
- motilidade espermática: arcoseno de X/100;
- alterações de cabeça dos espermatozóides: raiz de X + 0,5;
- alterações de cauda dos espermatozóides e alterações totais: raiz de X.
Os dados obtidos dos galos de linhagem semipesada foram submetidos à
transformação para ajustar a normalidade:
- concentração espermática e número de células totais: raiz de X;
- alterações de cabeça dos espermatozóides: raiz de X + 0,5;
- alterações de cauda dos espermatozóides: raiz de X.
- alterações totais: logaritmo na base 10 de X.
As diferenças entre tratamentos foram comparadas pelo teste Scott Knott
(5%) e as idades de avaliação foram submetidas à análise de regressão,
utilizando-se o pacote computacional SISVAR, descrito por Ferreira (2000).
3.5.2 Desenvolvimento testicular, avaliações seminal e histológica
Para avaliação do desenvolvimento testicular, histologia e avaliação do
sêmen coletado no ducto deferente, os animais foram distribuídos num
delineamento experimental inteiramente casualizado, utilizando-se um esquema
de parcelas subdivididas, considerando-se as avaliações nas diferentes idades
como medidas no tempo (subparcelas). Foram testados 3 tratamentos, cada um
apresentando 16 galos de linhagem leve e 16 galos de linhagem semipesada e 4
idades, utilizando-se 4 repetições por tratamento, sendo a unidade experimental
constituída de 1 animal.
37
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância, de
acordo com o modelo:
Y
ijk
= µ + F
i
+ e(a)
ji
+ I
k
+ (FI)
ik
+ e
ijk
, sendo:
Y
ijk
: observação das aves submetidas ao fotoperíodo i, na repetição j, na idade
k;
µ: média geral;
Fi
: efeito do fotoperíodo i, sendo i = 1, 2, 3;
e(a)
ij
: erro associado a cada observação da parcela;
I
k
: efeito da idade k, sendo k = 1,2,3,4;
(FI)
ik
:efeito da interação do fotoperíodo i com a idade k;
e
ijk
: erro associado a cada observação da subparcela.
Os dados de concentração espermática dos galos de linhagem leve foram
submetidos à transformação para ajuste da normalidade. Houve transformação
dos valores encontrados para raiz de X.
As diferenças entre tratamentos foram comparadas pelo teste Scott Knott
(5%) e as idades de avaliação foram submetidas à análise de regressão,
utilizando-se o pacote computacional SISVAR, descrito por Ferreira (2000).
38
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Galos leves
4.1.1 Consumo de ração
O consumo de ração (g/ave/dia) dos galos leves (Tabela 4) foi
influenciado (P<0,05) pelos diferentes fotoperíodos. Não foi observada
diferença entre idades de avaliação e nem interação entre idades e fotoperíodos.
TABELA 4 Consumo de ração (g/ave/dia) de galos leves de acordo com o
fotoperíodo e idade
*
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273 MÉDIA
Contínuo
101,2 99,0 103,5 106,0
102,4A
Intermitente
99,0 98,6 98,2 99,8
98,9B
Natural
99,8 97,9 96,6 97,8
98,0B
MÉDIA 100,0 98,5 99,4 101,2
CV parcela 5,69%
CV subparcela 5,16%
*
Médias seguidas de letras maiúsculas na coluna diferem significativamente pelo teste
Scott-Knott (P<0,05);
CV: coeficiente de variação.
O consumo está relacionado a vários fatores, como conteúdo calórico da
ração, idade (Gonzales, 2002), temperatura (Furlan & Macari, 2002), genética
(Richards, 2003), peso corporal (Forbes, 1988) e fotoperíodo ao qual o animal
está submetido (Etches, 1996).
39
Os galos submetidos aos fotoperíodos intermitente e natural consumiram
menor quantidade de ração, quando comparados ao fotoperíodo contínuo
(P<0,05).
Siopes (1983), estudando a influência de luz intermitente sobre o
desempenho e características seminais de perus adultos, observou que os
animais que receberam luz intermitente consumiram menos ração que aqueles
submetidos ao fotoperíodo contínuo. A explicação para este comportamento não
foi conclusiva, mas segundo o autor, houve uma redução da atividade dos
animais do fotoperíodo intermitente, gerando uma menor exigência de energia
de mantença, levando a um menor consumo de ração.
Esta explicação é concordante com Etches (1996) que afirma que o
efeito do fotoperíodo sobre o consumo de ração depende da atividade
locomotora da ave, que fica reduzida ao mínimo nos períodos escuros. Com a
diminuição dos movimentos, o gasto de energia é também reduzido, fazendo
melhorar a eficiência alimentar nos fotoperíodos intermitentes.
Trabalhos de Koelkebeck (1986) e de Morris et al. (1990), os quais
submeteram poedeiras à iluminação intermitente, demonstram que houve uma
redução do consumo de ração quando comparados com aves submetidas à
iluminação contínua.
Em pesquisa recente, Freitas et al. (2005) observaram resultado
semelhante quando submeteu galinhas poedeiras leves a diferentes fotoperíodos.
As aves que receberam iluminação intermitente e natural consumiram menor
quantidade de ração, quando comparadas com aquelas que receberam
fotoperíodo constante. Porém, Lewis & Perry (1990) e Morris & Butler (1995)
não encontraram o mesmo resultado com poedeiras e concluíram que o consumo
não varia quando são utilizados alguns fotoperíodos intermitentes.
Não houve efeito das idades sobre o consumo de ração (P>0,05). Na
literatura consultada não foram encontrados dados de consumo de galos de
40
linhagem leve. Porém, poedeiras leves da mesma linhagem (Manual de Poedeira
Lohmann LSL, 2003) apresentam pequena variação no consumo de ração no
período de 168 a 280 dias (24 a 40 semanas).
Aves de postura são selecionadas para baixo requerimento de mantença
e baixo consumo alimentar (Figueiredo & Schmidt, 2005) e, por isso mesmo, em
situações nas quais o alimento é fornecido à vontade, as mesmas têm a
capacidade de regular seu consumo.
4.1.2 Peso corporal
O peso corporal dos galos (g) não foi influenciado (P>0,05) pelos
fotoperíodos e nem pelas idades (Tabela 5). Também não houve interação
significativa (P>0,05) entre as duas fontes de variação.
TABELA 5 Peso corporal(g) de galos leves de acordo com o fotoperíodo e
idade.
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273 MÉDIA
Contínuo
1809,4 1879,1 1893,3 1896,1
1869,5
Intermitente
1804,9 1874,9 1884,0 1892,1
1864,0
Natural
1806,8 1875,3 1886,5 1890,8
1864,9
MÉDIA 1807,0 1876,4 1887,9 1893,0
CV parcela 6,59%
CV subparcela 6,43%
CV: coeficiente de variação.
O peso corporal pode ser influenciado pelo consumo alimentar, genética
e idade da aves (Gonzales, 2002), bem como pelo fotoperíodo ao qual elas estão
submetidas (Campos, 2000) .
41
A semelhança observada entre as médias dos fotoperíodos indica que a
utilização de fotoperíodo intermitente, bem como a ausência de luz artificial em
períodos de luminosidade crescente (luz natural), não afeta o peso corporal das
aves.
Lewis & Perry (1989) e Lewis et al. (1992) verificaram menores pesos
corporais de poedeiras mantidas sob fotoperíodo intermitente quando
comparadas àquelas sob fotoperíodo contínuo. Em ambos os trabalhos, os
menores pesos foram conseqüência da diminuição do consumo de ração das aves
do fotoperíodo intermitente. No presente experimento, apesar das aves
submetidas ao fotoperíodo intermitente apresentarem menor consumo de ração,
o mesmo não foi suficiente para gerar um menor peso corporal.
Siopes (1983) e Bacon et al. (1994) também não observaram diferenças
entre os pesos corporais de perus adultos submetidos aos fotoperíodos contínuo
e intermitente, apesar dos animais submetidos a este último terem consumido
menor quantidade de ração.
Os galos apresentaram peso corporal semelhante (P>0,05) nas diferentes
idades de avaliação. Dados referentes a poedeiras leves da mesma linhagem
(Manual de Poedeira Lohmann LSL, 2003) mostram um aumento de peso nas
primeiras semanas de postura 140 a 210 dias (20 a 30 semanas), havendo pouca
variação até a idade de 280 dias (40
semanas).
4.1.3 Parâmetros seminais
4.1.3.1 Volume de sêmen
Os resultados para volume de sêmen (ml) produzido pelos galos leves
apresentados na Tabela 6 mostram que não foram observadas diferenças entre os
42
fotoperíodos testados, nem entre as idades de avaliação (P>0,05). Não houve
interação entre programas e idades (P>0,05).
TABELA 6 Volume de sêmen (ml), de acordo com o fotoperíodo e idade em
galos leves.
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273 MÉDIA
Contínuo
0,12 0,26 0,25 0,25
0,22
Intermitente
0,10 0,24 0,23 0,26
0,21
Natural
0,10 0,17 0,22 0,27
0,19
MÉDIA
1
0,11 0,22 0,23 0,26
CV parcela 32,93%
CV subparcela 26,94%
1
Efeito linear (P<0,05);
CV: coeficiente de variação.
Os galos apresentaram volume de sêmen semelhante,
independentemente do fotoperíodo utilizado. Pesquisas realizadas com linhagens
modernas de galinhas postura (Charles & Tucker, 1993) afirmam que estas aves
são tão geneticamente predispostas à alta produção que praticamente se
apresentam refratárias a mudanças de regime luminoso. Isso pode ter acontecido
com os animais deste experimento, já que a produção de sêmen e o crescimento
folicular e ovulação na fêmea sofrem ação hormonal semelhante. Singh et al.
(1987) observaram que o aumento no volume de sêmen de galos de linhagem
White Leghorn está associado com o aumento na produção de ovos, indicando
correlação genética positiva entre os dois caracteres.
43
Siopes (1983) e Bacon et al. (1994) não encontraram diferenças entre o
volume de sêmen de perus adultos submetidos à luz intermitente ou contínua.
Resultado semelhante foi observado neste experimento.
Em revisão sobre fotoperiodismo e reprodução das aves domésticas,
Sauveur (1996) concluiu que o fracionamento da duração do dia com a
manutenção de uma noite principal permite manter a produtividade. Esta
observação também foi verificada neste experimento, ao comparar-se a produção
de sêmen nos programas contínuo e intermitente.
Etches (1996) afirma que o estado passivo das aves durante o período
escuro, nos fotoperíodos fracionados, pode resultar em menor gasto de energia, a
qual pode ser utilizada para aumentar a produção das aves. Porém, neste
experimento, a utilização de fotoperíodo intermitente pode não ter
proporcionado menor gasto de energia, a qual pudesse ser utilizada para a maior
produção de sêmen.
Na análise das médias entre idades, o volume de sêmen apresentou
comportamento linear crescente (Figura 8). Este resultado discorda com
Adjanohoun (1994), que afirma que a produção de sêmen atinge seu máximo
entre 168 e 210 dias de idade (24 e 30 semanas) e mantém este alto nível até
aproximadamente 280 dias (40 semanas). Já Hocking (1989) e Celeghini et al.
(2001) observaram queda no volume seminal a partir dos 168 dias de idade (24
semanas) dos galos e Hocking & Bernard (1997) não encontraram variação no
volume seminal durante a vida reprodutiva de galos de 147 a 462 dias de idade
(21 a 66 semanas). Porém, estes autores utilizaram machos de linhagem pesada,
os quais podem apresentar resultados diferentes dos machos de linhagem leve,
com relação à produção seminal.
44
FIGURA 8 Volume de sêmen (ml) de galos leves nas diferentes idades (dias)
O volume de sêmen, observado nos animais deste trabalho, é similar ao
encontrado por Lake & Steward (1978), Rouvier et al. (1984) e Etches (1994),
os quais relatam uma variação entre 0,05 e 0,30ml para galos de linhagem leve.
4.1.3.2 Concentração espermática e número de células espermáticas totais
(NCT)
Não houve influência significativa (P>0,05) dos fotoperíodos, nem
interação dos mesmos com as idades, sobre a concentração espermática (número
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
168 203 238 273
Idade (dias)
Produção de sêmen (ml)
Observado Estimado
Volume de sêmen= -0,0927 +0,0013x
R
2
= 0,80
45
de células x10
9
) e o NCT (volume x concentração, x10
9
). Houve influência das
idades (P<0,05) sobre estas variáveis (Tabela 7).
TABELA 7 Concentração espermática (número de células x10
9
) e número de
células espermáticas totais (volume x concentração x10
9
), de
acordo com o fotoperíodo e idade em galos leves
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273 MÉDIA
Concentração espermática (x10
9
)
Contínuo
4,06 6,35 8,06 8,63
6,78
Intermitente
4,81 6,38 8,31 10,63
7,53
Natural
4,69 5,81 6,75 7,44
6,17
MÉDIA
1
4,52 6,18 7,71 7,90
CV parcela 31,14%
CV subparcela 29,72 %
Número de células espermáticas totais (x10
9
)
Contínuo
0,48 1,63 2,07 2,14
1,58
Intermitente
0,50 1,54 1,96 2,72
1,68
Natural
0,48 1,02 1,59 2,02
1,28
MÉDIA
1
0,49 1,40 1,89 2,30
CV parcela 49,11%
CV subparcela 44,97%
1
Efeito linear (P<0,05);
CV: coeficiente de variação.
Não houve diferença na concentração de sêmen dos galos criados sob
fotoperíodo natural ou contínuo. Concordando com este resultado, Bajpai
(1962), estudando o efeito destes dois tipos de fotoperíodos sobre as
46
características seminais de galos adultos Rhodes Island Red, também não
observou diferenças na concentração espermática. No referido experimento, os
animais que receberam 16 horas de luz contínua apresentaram maior NCT que
aqueles mantidos sob luz natural, sendo este resultado provocado pelo aumento
no volume de sêmen.
Com relação aos fotoperíodos contínuo e intermitente, não houve
diferenças na concentração espermática e no NCT. Siopes (1983) também não
observou diferenças nestas variáveis, em perus mantidos sob luz intermitente e
aqueles que receberam luz contínua.
O NCT é obtido pela multiplicação do volume e concentração
espermáticos. Como estes parâmetros sofreram variação ao longo do tempo
(comportamento linear crescente), isso refletiu na variação do NCT produzido
pelos animais (Figuras 8, 9 e 10).
Sexton et al.(1989), Correa & Arceo (1995), Cerolini et al. (1997) e
Celeghini et al. (2001) observaram aumentos progressivos na concentração do
sêmen de galos entre as idades de 168 e 280 dias (24 e 40 semanas), resultados
estes condizentes com os do presente experimento. Porém, Rosenstrauch et al.
(1994) encontraram diminuição gradativa na concentração espermática e no
NCT já a partir dos 224 dias de idade (32 semanas).
As concentrações observadas neste trabalho estão de acordo com Lake
& Steward (1978), Rouvier et al. (1984) e Etches (1994), os quais relataram uma
variação entre 5,0 e 7,5 x 10
9
células/ml de sêmen em galos de linhagem leve.
47
FIGURA 9 Concentração espermática (x10
9
) de galos leves nas diferentes idades
(dias)
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
168 203 238 273
Idade (dias)
Observado Estimado
Concentração
espermática (x10
9
)
Concentração= -2,4061 +0,0419x
R
2
= 0,99
48
FIGURA 10 Número de células totais (NCT) (x10
9
) de galos leves nas
diferentes idades (dias)
4.1.3.3 Motilidade e vigor espermáticos
Os resultados de motilidade (%) e vigor espermáticos (0 a 5) estão
apresentados nas Tabela 8 e 9, respectivamente. Observa-se que a motilidade
espermática foi semelhante (P>0,05) entre os fotoperíodos e idades. A interação
entre estas duas fontes de variação não foi significativa. O vigor espermático foi
semelhante (P>0,05) entre os fotoperíodos, mas, foi influenciado pelas idades
(P<0,05). Não houve interações significativas.
NCT (x10
9
)
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
168 203 238 273
Idade (dias)
Observado Estimado
NCT= -2,1946 +0,0168x
R
2
= 0,96
49
TABELA 8 Motilidade espermática (%), de acordo com o fotoperíodo e idade,
em galos leves
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273
MÉDIA
Contínuo
83,75 82,50 84,38 91,86 85,62
Intermitente
83,75 85,63 86,25 87,50 85,78
Natural
83,13 82,50 89,38 90,63 86,44
MÉDIA
83,54 83,54 86,67 90,00
CV parcela 10,56%
CV subparcela 16,10%
CV: coeficiente de variação.
TABELA 9 Vigor espermático (0 a 5), de acordo com o fotoperíodo e idade, em
galos leves
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273
MÉDIA
Contínuo
3,50 3,13 4,00 4,38
3,75
Intermitente
3,38 3,13 4,00 4,13
3,63
Natural
3,13 3,75 3,88 4,75
3,91
MÉDIA
1
3,33 3,33 3,96 4,42
CV parcela 18,32%
CV subparcela 21,49%
1
Efeito linear (P<0,05);
CV: coeficiente de variação.
Bajpai (1962) estudou o efeito dos fotoperíodos contínuo e natural
crescente sobre as características do sêmen de galos Rhodes Island Red. Foi
obervado que não houve diferença na motilidade dos espermatozóides dos galos
50
que receberam luz natural ou contínua. Resultado semelhante foi observado na
presente pesquisa.
A literatura consultada não faz referência aos efeitos de fotoperíodos
intermitentes sobre a motilidade e vigor espermáticos, não havendo, portanto,
como comparar os resultados obtidos.
Não houve influência da idade sobre a motilidade espermática.
Resultados diferentes foram observados por Correa & Arceo (1995), Cerolini et
al. (1997) e Celeghini et al. (2001), que observaram aumento da motilidade nas
primeiras semanas do período reprodutivo e diminuição nas últimas semanas.
Todavia, Froman & Feltmann (1998) e Holsberger et al. (1998) descreveram que
a motilidade espermática de cada galo foi mantida constante durante todo o
período reprodutivo.
Lake (1971), citado por Garner & Hafez (2004), afirma que a variação
média normal na taxa de motilidade espermática em galos se encontra entre 60%
e 80%. No entanto, as médias observadas neste experimento foram bem
superiores (acima de 83%).
Segundo Gomes (1970), a motilidade é um dos testes utilizados para
avaliar a qualidade do sêmen, podendo ser considerado um bom indicador da
viabilidade espermática geral e de sua capacidade fertilizante.
O vigor foi influenciado pela idade dos animais. Foi observado
comportamento linear crescente (P<0,05) das idades sobre o vigor espermático
(Figura 11).
51
FIGURA 11 Vigor espermático (0 a 5) de galos leves nas diferentes idades
(dias)
Diferente do resultado encontrado neste experimento, Celeghini et
al.(2001) não observaram variações expressivas no vigor espermático em galos
dos 168 a 273 dias de idade (24 a 39 semanas).
4.1.3.4 Morfologia espermática
Os dados de morfologia espermática, incluindo alterações de cabeça,
cauda e alterações espermáticas totais (%), estão apresentados na Tabela 10. Os
fotoperíodos não influenciaram (P>0,05) esses parâmetros, não havendo,
3,00
3,20
3,40
3,60
3,80
4,00
4,20
4,40
4,60
168 203 238 273
Idade (dias)
Vigor (0 a 5)
Observado Estimado
Vigor= 1,3192 +0,0111x
R
2
= 0,90
52
também, interação significativa entre programas e idades de avaliação. Houve
efeito significativo apenas das idades (P< 0,05) sobre a percentagem de
alterações espermáticas de cauda e totais.
TABELA 10 Alterações espermáticas (cabeça, cauda e alterações totais), em %,
de galos leves de acordo com o fotoperíodo e idade
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273
MÉDIA
Alterações de cabeça
Contínuo
1,88 1,13 2,25 3,88
2,29
Intermitente
2,75 2,00 3,25 1,75
2,44
Natural
1,88 1,50 2,00 4,75
2,53
MÉDIA 2,16 1,54 2,50 3,46
CV parcela 41,10%
CV subparcela 34,78%
Alterações de cauda
Contínuo
8,13 7,38 4,63 2,63
5,69
Intermitente
9,00 8,38 7,63 3,63
7,16
Natural
10,6 10,00 9,75 4,63
8,75
Média
1
9,25 8,59 7,33 3,63
CV parcela 45,61%
CV subparcela 33,18%
Alterações totais
Contínuo
10,13 8,63 7,00 7,00
8,18
Intermitente
11,88 10,38 10,88 6,50
9,91
Natural
12,63 11,50 11,75 11,75
11,9
Média
1
11,55 10,17 9,88 8,42
CV parcela 32,08%
CV subparcela 24,13%
1
Efeito linear (P<0,05);
CV: coeficiente de variação.
As alterações espermáticas podem ser influenciadas pela idade do
animal (Correa & Arceo, 1995), pelo peso corporal (Jaenisch, 1998), pela
genética (Alkan et al., 2002), pela temperatura ambiente (Saeid & Al-Soudi,
53
1975) e pelas técnicas e procedimento de coleta e conservação (Mies Filho,
1987), assim como pelo fotoperíodo ao qual a ave está sendo submetida.
Bajpai (1962) observou que galos adultos mantidos sob fotoperíodo contínuo
apresentaram sêmen com menor percentagem de espermatozóides anormais
quando comparados com aqueles sob fotoperíodo natural. Porém, esta diferença
não foi observada no presente experimento.
Também diferentemente do que foi observado neste trabalho, Siopes
(1983) verificou uma menor incidência de espermatozóides morfologicamente
anormais em perus submetidos à luz intermitente em comparação com aqueles
submetidos à luz contínua.
As percentagens de alterações de cauda e alterações totais apresentaram
comportamento linear decrescente (P<0,05), conforme é demonstrado nas
Figuras 12 e 13, diminuindo com a idade das aves.
FIGURA 12 Alterações de cauda dos espermatozóides (%) de galos leves nas
diferentes idades (dias)
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
168 203 238 273
Idade (dias)
Alterações de cauda (%)
Transformado Estimado
Alt. cauda= 5,3861 -0,0132x
R
2
= 0,84
54
FIGURA 13 Alterações totais dos espermatozóides (%) de galos leves nas
diferentes idades (dias)
Semelhante ao observado neste experimento, Correa & Arceo (1995)
observaram maior percentagem de defeitos espermáticos no início da vida
reprodutiva dos galos, ocorrendo diminuição após o alcance da maturidade
sexual.
Celeghini et al. (2001) também observaram diminuição dos defeitos
espermáticos, já a partir dos 168 dias de idade (24 semanas), de galos de
linhagem pesada. Estes autores verificaram uma percentagem de alterações
maior no início da vida reprodutiva dos animais (maiores do que 20%). No
presente experimento, a percentagem máxima observada foi em torno de 12%.
Lake (1971), citado por Garner & Hafez (2004), afirma que a
percentagem máxima de alterações totais espermáticas observadas em galos é de
15%. Em perus, até 20% de alterações totais são aceitáveis para uma boa
fertilidade.
2,60
2,70
2,80
2,90
3,00
3,10
3,20
3,30
3,40
168 203 238 273
Idade (dias)
Alterações totais (%)
Transformado Estimado
Alterações totais= 4,2761 +0,0056x
R
2
= 0,93
55
Pode-se, então, inferir, pela observação das médias de alterações
observadas neste experimento, que nenhum dos fotoperíodos utilizados exerceu
efeito efetivamente prejudicial sobre a morfologia espermática.
4.1.4 Parâmetros testiculares
4.1.4.1 Desenvolvimento testicular
As médias de peso corporal ao abate e pesos testiculares, em gramas,
estão apresentadas na Tabela 11. Nenhum dos parâmetros analisados foi
influenciado significativamente (P>0,05) pelos fotoperíodos ou pelas idades, não
havendo também interação entre estas duas fontes de variação.
Bacon et al. (1994), trabalhando com perus sexualmente adultos,
também não observaram diferenças entre fotoperíodos intermitentes e contínuos
em relação ao peso corporal e peso testicular. Siopes & Wilson (1980), não
observaram diferenças entre estes dois tipos de iluminação sobre o
desenvolvimento testicular de codornas. Sauveur (1998) também não encontrou
diferenças no desenvolvimento testicular entre galos submetidos à iluminação
intermitente e aqueles submetidos à iluminação contínua, da mesma forma que
neste experimento.
Como pode ser observado, não houve variação dos parâmetros estudados
nas diferentes idades de avaliação. Adjanohoun (1994) afirma que o peso dos
testículos aumenta muito rapidamente, de forma exponencial, até a idade de 168
dias de idade. A partir daí, o peso dos testículos permanece praticamente o
mesmo até 273 dias, começando, então, a decrescer a partir dos 274 dias de
idade. No entanto, Casanovas (2004) afirma que somente aos 210 dias ocorre o
final do desenvolvimento dos testículos e que, a partir de 274 dias, ocorre o
início de sua regressão.
56
Existe uma elevada correlação positiva entre peso corporal e peso
testicular (Etches, 1996). Como não foram encontradas diferenças significativas
entre os pesos dos animais, provavelmente isto refletiu também na não variação
dos pesos testiculares.
TABELA 11 Peso corporal, peso do testículo direito (PTD), peso do testículo
esquerdo (PTE) e peso testicular total (PTD + PTE), em gramas,
de galos leves, de acordo com o fotoperíodo e idade
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273 MÉDIA
Peso corporal
Contínuo
1740,5 1825,0 1841,0 1846,8
1813,3
Intermitente
1738,0 1807,8 1821,8 1834,0
1800,4
Natural
1739,0 1810,3 1822,3 1828,3
1800,0
MÉDIA 1739,2 1814,4 1828,4 1836,4
CV parcela 2,76%
CV subparcela 5,92%
PTD
Contínuo
12,12 12,71 12,75 12,71
12,57
Intermitente
12,00 12,60 12,58 12,58
12,44
Natural
12,08 12,57 12,55 12,48
12,42
MÉDIA 12,07 12,63 12,63 12,59
CV parcela 11,38%
CV subparcela 11,34%
PTE
Contínuo
13,35 13,51 13,47 13,40
13,43
Intermitente
13,21 13,70 13,49 13,15
13,39
Natural
13,28 13,51 13,37 13,21
13,34
MÉDIA 13,28 13,57 13,44 13,25
CV parcela 9,52%
CV subparcela 11,96%
...continua...
57
Tabela 11, Cont....
PTD + PTE
Contínuo
25,47 26,22 26,21 26,11
26,00
Intermitente
25,21 26,30 26,08 25,73
25,83
Natural
25,35 26,07 25,92 25,69
25,76
MÉDIA 25,34 26,20 26,07 25,84
CV parcela 6,43%
CV subparcela 8,93%
CV: coeficiente de variação.
4.1.4.2 Avaliação histológica testicular
Os dados de histologia testicular estão apresentados nas Tabelas 12 e 13.
O diâmetro dos túbulos seminíferos (DTS) e a espessura do epitélio
seminífero (EES), em micrômetros, não foram influenciados (P>0,05) pelos
fotoperíodos, nem pelas idades. Não houve interação entre programas e idades
sobre estas variáveis (Tabela 12).
58
TABELA 12 Diâmetro dos túbulos seminíferos (DTS) e espessura do epitélio
seminífero (EES), em µm, de galos leves, de acordo com o
fotoperíodo e idade
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273 MÉDIA
DTS (µm)
Contínuo
261,3 270,9 268,3 266,3
266,7
Intermitente
270,6 279,9 260,5 247,4
264,6
Natural
265,5 263,1 258,8 254,5
260,5
MÉDIA 265,8 271,3 262,5 256,1
CV parcela 20,65%
CV subparcela 17,58%
EES (µm)
Contínuo
89,3 98,4 88,4 86,3
90,6
Intermitente
86,8 95,2 85,1 86,3
88,4
Natural
85,3 93,9 86,8 82,1
87,0
MÉDIA 87,1 95,8 86,8 84,9
CV parcela 13,82%
CV subparcela 12,65%
CV: coeficiente de variação.
O número de células de Sertoli, de espermatogônias e de espermátides
arredondadas manteve-se estatisticamente semelhante (P>0,05),
independentemente do tipo de fotoperíodo e da idade (Tabela 13). Houve
influência da idade somente sobre o número de espermatogônias (P<0,05).
59
TABELA 13 Número de células de Sertoli, espermatogônias e espermátides
arredondadas por túbulo seminífero de galos leves, de acordo com
o fotoperíodo e a idade
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273 MÉDIA
Células de Sertoli
Contínuo
10,85 12,31 12,00 11,50
11,67
Intermitente
10,98 11,89 11,75 11,61
11,56
Natural
10,80 12,01 11,57 11,58
11,49
MÉDIA 10,88 12,07 11,77 11,56
CV parcela 15,71%
CV subparcela 11,94%
Espermatogônias
Contínuo
22,45 27,73 26,43 25,00
25,40
Intermitente
22,38 27,82 25,31 25,00
25,13
Natural
21,81 28,81 26,50 23,14
25,07
MÉDIA
1
22,21 28,12 26,08 24,38
CV parcela 14,48%
CV subparcela 15,17%
Espermátides arredondadas
Contínuo
45,50 51,01 49,00 49,20
48,68
Intermitente
45,38 49,20 51,70 49,00
48,65
Natural
44,68 48,60 47,51 47,00
47,12
MÉDIA 45,19 49,60 49,40 48,40
CV parcela 13,55%
CV subparcela 8,85%
1
Efeito quadrático (P<0,05);
CV: coeficiente de variação.
60
Segundo Etches (1996) e Baraldi Artoni et al. (1999), o peso testicular
tem relação significativa com a atividade espermatogênica (proliferação celular).
Esta atividade é determinada pelo aumento no diâmetro dos túbulos seminíferos
e na espessura do epitélio seminífero. No presente experimento, nenhum dos
tratamentos testados influenciou significativamente o número de células, o que,
provavelmente, refletiu na constância das medidas histológicas e,
conseqüentemente, nos pesos testiculares.
Quanto às idades (Figura 14), observou-se comportamento quadrático do
número de espermatogônias. Porém, apesar da idade ter influenciado o
comportamento desta variável, isso não refletiu em mudanças ao longo do tempo
nas demais variáveis (DTS, EES, espermátides e pesos testiculares).
FIGURA 14 Número de espermatogônias (SPTG) dos túbulos seminíferos de
galos leves, nas diferentes idades (dias)
21,00
22,00
23,00
24,00
25,00
26,00
27,00
28,00
29,00
168 203 238 273
Idade (dias)
SPTG (número)
Observado Estimado
N
o
de SPTG= -50,7480 +0,6977x –0,0016x
2
R
2
= 0,82
61
4.1.4.3 Avaliação seminal
Os dados de concentração espermática (número de células x 10
9
) do
sêmen coletado diretamente do ducto deferente estão apresentados na Tabela 14.
Não foi observada diferença significativa (P>0,05) entre as médias
de concentração espermática dos animais submetidos aos diferentes
fotoperíodos e nem interação entre as mesmas e a idade. Porém, houve
efeito da idade (P<0,05).
TABELA 14 Concentração espermática
1
(número de células x10
9
) de galos
leves, de acordo com o fotoperíodo e a idade
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273
MÉDIA
Contínuo
7,25 12,75 14,00 13,88 11,97
Intermitente
8,13 14,75 14,38 14,00 12,81
Natural
7,50 10,25 12,50 13,25 10,88
Média
2
7,63 12,58 13,63 13,71
CV parcela 28,13%
CV subparcela 15,72%
1
Análise do sêmen coletado diretamente do ducto deferente.
2
Efeito quadrático (P<0,05).
CV: coeficiente de variação.
O tamanho ou o peso dos testículos é indicativo da produção
espermática e a concentração de sêmen nos ductos seminíferos é indicativa da
quantidade de espermatozóides maduros estocados para ejaculação (Cecil &
Bakst, 1984). Como os fotoperíodos testados não afetaram significativamente os
parâmetros testiculares (Tabelas 11, 12 e 13), a concentração espermática no
62
ducto deferente também não foi afetada, pois, a sua variação vai depender dos
parâmetros observados anteriormente.
A concentração espermática apresentou comportamento quadrático,
aumentando nas primeiras idades de avaliação e atingindo certa estabilidade da
penúltima para a última avaliação (Figura 15).
Segundo Correa & Arceo (1995) e Celeroni et al. (1997), a concentração
espermática é influenciada pela idade das aves, aumentando nas primeiras
semanas até alcançar a maturidade sexual completa e diminuindo após um
período de pico de produção. Não foram encontrados, na literatura, dados sobre
o efeito da idade sobre a concentração espermática nos ductos deferentes, mas,
acredita-se que esta variação tenha comportamento semelhante à que ocorre com
o sêmen ejaculado.
FIGURA 15 Concentração espermática (número de células x10
9
) do sêmen
coletado no ducto deferente de galos leves, nas diferentes idades
(dias).
Concentração
espermática (x10
9
)
2,60
2,80
3,00
3,20
3,40
3,60
3,80
168 203 238 273
Idade (dias)
Transformado Estimado
Concentração= -6,3583 +0,08187x –0,0002x
2
R
2
= 0,98
63
Os dados de motilidade (%) e vigor espermáticos (0 a 5) do sêmen
coletado diretamente no ducto deferente estão apresentados na Tabela 15.
N
ão foi observada diferença significativa (P>0,05) entre os
fotoperíodos, nem interação entre os mesmos e a idade sobre a motilidade e o
vigor espermáticos. Porém, houve efeito da idade sobre estes parâmetros
(P<0,05).
TABELA 15 Motilidade (%) e vigor (0 a 5) espermáticos
*
de galos leves, de
acordo com o fotoperíodo e a idade
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273 MÉDIA
Motilidade
Contínuo
56,25 63,75 66,25 70,00
64,06
Intermitente
55,00 65,00 67,50 72,50
65,00
Natural
50,00 65,00 72,50 73,75
65,31
MÉDIA
1
53,75 64,58 68,75 72,08
CV parcela 21,73%
CV subparcela 20,61%
Vigor
Contínuo
2,50 2,50 3,00 3,25
2,81
Intermitente
2,50 3,00 2,75 2,75
2,75
Natural
2,75 3,00 3,00 3,25
3,00
MÉDIA 2,58 2,83 2,92 3,08
CV parcela 15,17 %
CV subparcela 15,17%
*
Análise do sêmen coletado diretamente no ducto deferente.
1
Efeito linear (P<0,05).
CV: coeficiente de variação.
64
A motilidade espermática apresentou comportamento linear crescente
(P<0,05), conforme Figura 16.
FIGURA 16 Motilidade espermática (%) de galos leves, nas diferentes idades
(dias)
A motilidade espermática aumenta gradativamente, na medida que os
espermatozóides progridem no trato reprodutivo do macho e, especialmente,
após passarem pelo epidídimo. A motilidade média geral observada neste
experimento (64,8%) foi menor do que aquela verificada por Howart Jr. (1983),
que encontrou 88% no sêmen coletado nos ductos deferentes de galos adultos.
50,00
55,00
60,00
65,00
70,00
75,00
168 203 238 273
Idade (dias)
Motilidade (%)
Observado Estimado
Motilidade= 27,5167 +0,1690x
R
2
= 0,92
65
4.2 Galos semipesados
4.2.1 Consumo de ração
O consumo de ração (g/ave/dia) dos galos semipesados (Tabela 16) não
foi influenciado (P>0,05) pelos diferentes fotoperíodos e idades. Não houve
interação significativa das fontes de variação.
TABELA 16 Consumo de ração (g/ave/dia) de galos semipesados, de acordo
com o fotoperíodo e idade.
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273 MÉDIA
Contínuo
109,9 110,8 112,1 112,4
111,3
Intermitente
108,2 111,5 111,7 112,2
110,9
Natural
108,5 110,6 111,4 112,0
110,6
MÉDIA 108,9 111,0 111,7 112,2
CV parcela 5,90%
CV subparcela 4,97%
CV: coeficiente de variação.
O consumo de ração das aves foi semelhante (P>0,05) nos fotoperíodos
testados. Resultado semelhante foi verificado por Freitas (2003), que não
observou diferenças no consumo de poedeiras semipesadas criadas sob luz
contínua, intermitente e natural.
Os resultados observados neste experimento contrariam a afirmação de
alguns autores de que luz intermitente reduz o consumo de ração. Numa revisão
feita por Rowland (1985), este autor concluiu que o consumo é reduzido quando
poedeiras são criadas sob luz intermitente. Siopes (1983), em pesquisa com
66
perus adultos, também verificou menor consumo dos mesmos, sob luz
intermitente.
Nas idades analisadas, o consumo foi semelhante (P>0,05). Não foram
encontrados dados de consumo de galos de linhagem semipesada na literatura
consultada. Porém, na comparação dos dados apresentados no Manual de
Poedeira Lohmann Brown (2003), observa-se pouca variação no consumo, no
período de 168 a 280 dias (24 a 40 semanas).
4.2.2 Peso corporal
Os fotoperíodos e as idades não influenciaram o peso corporal dos galos
semipesados (P>0,05). Também não houve interação significativa entre
fotoperíodos e idades (Tabela 17).
TABELA 17 Peso corporal(g) de galos semipesados, de acordo com o
fotoperíodo e a idade
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273 MÉDIA
Contínuo
2792,3 2826,8 2835,3 2880,0
2833,6
Intermitente
2755,0 2800,3 2888,8 2930,5
2843,7
Natural
2729,0 2848,3 2871,6 2848,0
2824,2
MÉDIA 2758,8 2825,1 2865,2 2886,2
CV parcela 7,66%
CV subparcela 6,77%
CV: coeficiente de variação.
Lewis & Perry (1989) e Lewis et al. (1992) afirmam que o peso corporal
de poedeiras diminui quando utiliza-se de luz intermitente. Porém, estes autores
atribuem o menor peso a um menor consumo de ração, o que não foi observado
no presente experimento.
67
Os resultados encontrados estão de acordo com os verificados por
Siopes (1983) e Bacon et al. (1994), que também não observaram diferenças
entre os pesos corporais de perus adultos submetidos aos programas contínuo e
intermitente.
Nas diferentes idades de avaliação, os galos semipesados apresentaram
peso corporal semelhante, porém, fêmeas da linhagem Lohmann Brown
apresentam pouca variação no peso corporal dos 175 aos 280 dias de idade. Não
foram encontrados, na literatura, dados sobre peso corporal de galos da linhagem
semipesada utilizada no presente experimento.
4.2.3 Parâmetros seminais
4.2.3.1 Volume de sêmen
O volume de sêmen (ml) dos galos semipesados foi influenciado
(P<0,05) pelos fotoperíodos e pelas idades (Tabela 18). Porém, não houve
interação entre estas duas fontes de variação.
TABELA 18 Volume de sêmen (ml), de acordo com o fotoperíodo e idade, em
galos semipesados
*
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273 MÉDIA
Contínuo
0,13 0,22 0,23 0,28
0,22A
Intermitente
0,13 0,19 0,27 0,27
0,21A
Natural
0,14 0,16 0,17 0,19
0,17B
MÉDIA
1
0,13 0,19 0,22 0,25
68
CV parcela 44,62%
CV subparcela 46,20%
1
Efeito linear (P<0,05);
*
Médias seguidas de letras maiúsculas na coluna diferem
significativamente pelo teste Scott-Knott (P<0,05);CV: coeficiente de variação.
O volume de sêmen foi semelhante (P>0,05) nos fotoperíodos contínuo
e intermitente e menor no fotoperíodo natural (P<0,05).
Em pesquisas com poedeiras, alguns autores observaram que o
fracionamento da duração do dia com a manutenção de uma noite principal
(iluminação intermitente) permite manter a produtividade (Midgley et al;.1988;
Lewis & Perry, 1990; Sauveur,1996). Resultado semelhante foi observado neste
experimento com relação ao volume de sêmen.
Siopes (1983) e Bacon et al. (1994) não encontraram diferenças entre o
volume de sêmen de perus adultos submetidos à luz intermitente e contínua.
Resultado semelhante foi observado neste experimento.
Os galos do experimento com fotoperíodo natural apresentaram volume
de sêmen significativamente menor (P<0,05), quando comparados àqueles do
experimento com fotoperíodos intermitente e contínuo. Este desempenho não
pôde ser justificado pelos experimentos realizados por Charles & Tucker (1993),
que observaram que híbridos de postura modernos são tão geneticamente
predispostos à alta produção que praticamente se apresentam refratários a
mudanças de regime luminoso. Porém, estes pesquisadores trabalharam somente
com poedeiras leves. Freitas (2003), que observou menor produção de ovos em
poedeiras semipesadas mantidas sob fotoperíodo natural, concluiu que a
afirmativa feita pelos autores citados talvez não possa ser aplicada às aves
semipesadas, pois a evolução genética ainda é inferior à das poedeiras leves.
Um aumento linear crescente (P<0,05) do volume de sêmen foi
observado com o aumento da idade dos galos semipesados (Figura 17).
69
FIGURA 17 Volume de sêmen (ml) de galos semipesados, nas diferentes
idades (dias)
Diferentemente do observado neste experimento, Hocking (1989) e
Celeghini et al. (2001) verificaram queda no volume seminal já após 168 dias de
idade dos galos. Já Hocking & Bernard (1997) não encontraram variação no
volume seminal de galos de 147 a 462 dias de idade (21 a 66 semanas). Brillard
& McDaniel (1985) e Rosenstrauch et al. (1994) constataram produção máxima
de sêmen de 168 a 210 dias de idade (24 a 30 semanas) e constância da mesma
até 280 dias (40 semanas). Nestas pesquisas, utilizaram-se machos de linhagem
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
0,22
0,24
0,26
0,28
168 203 238 273
Idade (dias)
Produção de sêmen (ml)
Observado Estimado
Volume de sêmen= -0,0405 +0,0011x
R
2
= 0,96
70
pesada, os quais podem apresentar comportamento diferente de machos de
linhagem semipesada, com relação à produção seminal.
O volume de sêmen observado nos animais, neste trabalho, é semelhante
ao encontrado por Lake & Steward (1978), Rouvier et al. (1984) e Etches
(1994), os quais relataram uma variação entre 0,08 e 0,50ml para galos de
linhagem semipesada.
4.2.3.2 Concentração espermática e número de células espermáticas totais
(NCT)
Os resultados da concentração espermática e NCT dos galos
semipesados estão apresentados na Tabela 19. Não houve influência (P>0,05)
dos fotoperíodos e das idades sobre a concentração e nem interação significativa
entre as duas fontes de variação. Porém, os fotoperíodos e idades influenciaram
(P<0,05) o NCT, não havendo interação entre as fontes de variação.
71
TABELA 19 Concentração espermática (número de células x10
9
) e número de
células espermáticas totais (volume x concentração, x10
9
), de
acordo com o fotoperíodo e idade em galos semipesados
*
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273
MÉDIA
Concentração espermática (x10
9
)
Contínuo
4,94 5,06 6,31 6,38
5,67
Intermitente
4,50 5,11 6,88 6,75
5,81
Natural
4,61 4,06 4,14 4,46
4,32
MÉDIA 4,68 4,74 5,78 5,86
CV parcela 32,68%
CV subparcela 26,47%
Número de células espermáticas totais (x10
9
)
Contínuo
0,62 1,15 1,46 1,93 1,29A
Intermitente
0,55 0,94 1,94 1,68 1,28A
Natural
0,71 0,65 0,75 0,88 0,75B
MÉDIA
1
0,63 0,91 1,38 1,50
CV parcela 42,38%
CV subparcela 38,64%
*
Médias seguidas de letras maiúsculas na coluna diferem significativamente pelo teste
Scott-Knott (P<0,05);
1
Efeito linear (P<0,05);
CV: coeficiente de variação.
72
Não houve diferença na concentração espermática, sob fotoperíodo
contínuo e intermitente. Siopes (1983) também não observou diferenças nesta
variável, em perus mantidos sob luz intermitente e contínua.
A concentração espermática não sofreu variação com as idades de
avaliação. Este resultado contrasta com aqueles encontrados por Correa & Arceo
(1995), Cerolini et al. (1997) e Celeghini et al. (2001), que observaram aumentos
progressivos na concentração do sêmen de galos com idades entre 168 e 280
dias (24 e 40 semanas).
O NCT é obtido pela multiplicação do volume e concentração
espermáticos. Os galos mantidos em programas contínuos e intermitentes
apresentaram valores semelhantes de NCT e maiores que os animais do
fotoperíodo natural. Este resultado se deve ao maior volume de sêmen, já que a
concentração não variou entre os animais mantidos nos diferentes programas.
Segundo Etches (1994), no momento da ejaculação, as células
espermáticas são misturadas a líquidos (fluido linfático) secretados a partir do
aparelho fálico ingurgitado. Pode-se inferir que os animais criados sob
programas contínuo e intermitente produziram maiores quantidades deste
líquido, o que acabou refletindo nos maiores resultados do NCT.
Na análise entre idades, verificou-se comportamento linear crescente do
NCT. Este perfil, provavelmente, foi provocado pelo aumento linear crescente
na produção de sêmen nas diferentes idades (Figura 18).
73
FIGURA 18 Número de células espermáticas totais (NCT), em galos
semipesados, nas diferentes idades (dias)
As concentrações observadas neste trabalho estão de acordo com Lake
& Steward (1978); Rouvier et al. (1984) e Etches (1994), os quais relataram uma
variação entre 3,5 e 6,0 x 10
9
células/ml de sêmen, em galos de linhagem
semipesada.
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
1,10
1,20
168 203 238 273
Idade (dias)
Transformado Estimado
NCT= 0,1090 +0,00039x
R
2
= 0,97
NCT (x10
9
)
74
4.2.3.3 Motilidade espermática e vigor espermáticos
Não houve influência (P>0,05) dos fotoperíodos e das idades sobre a
motilidade espermática (%). A interação entre as fontes de variação também não
foi significativa. O vigor espermático (0 a 5) foi influenciado significativamente
(P<0,05) apenas pelas idades, não havendo influência dos fotoperíodos e nem
interação entre os mesmos e as idades (Tabela 20).
TABELA 20 Motilidade (%) e vigor (0 a 5) espermáticos, de acordo com o
fotoperíodo e idade, em galos semipesados
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273 MÉDIA
Motilidade
Contínuo
73,75 78,13 80,63 80,63
78,28
Intermitente
76,88 63,75 76,88 76,25
73,44
Natural
83,75 71,25 66,25 79,38
75,16
MÉDIA 78,13 71,04 74,58 78,75
CV parcela 18,81%
CV subparcela 17,58%
Vigor
Contínuo
3,63 3,00 3,38 3,13
3,28
Intermitente
3,50 2,38 3,00 3,00
3,00
Natural
3,75 3,00 2,50 3,63
3,22
MÉDIA
1
3,63 2,79 3,00 3,25
Continua...
75
Tabela 20. Cont...
CV parcela 19,75%
CV subparcela 20,24%
1
Efeito quadrático (P<0,05).
Nas pesquisas que avaliam o efeito de fotoperíodo luminoso intermitente
em aves, a variável motilidade não foi estudada, não havendo, portanto, como
comparar os resultados obtidos.
Na avaliação dos fotoperíodos contínuo e natural sobre as características
do sêmen de galos adultos Rhodes Island Red, Bajpai (1962) não observou
diferença na motilidade dos espermatozóides dos galos que receberam luz
natural ou programas contínuos.
A motilidade é considerada um bom indicativo da qualidade do sêmen.
Como não foi observada diferença entre os fotoperíodos, pode-se afirmar que
sob luz contínua e intermitente, bem como somente luz natural, em dias de
luminosidade crescente, a qualidade não é afetada.
As idades não influenciaram a motilidade espermática dos galos.
Resultados semelhantes foram verificados por Froman & Feltmann (1998) e
Holsberger et al. (1998). Todavia, Correa & Arceo (1995) e Cerolini et al.
(1997) observaram aumento da motilidade espermática nas primeiras semanas
do período reprodutivo e diminuição nas últimas semanas.
A variação na motilidade espermática observada neste trabalho está de
acordo com Lake (1971), citado por Garner & Hafez (2004), que afirma que a
variação média na motilidade em galos se encontra entre 60% e 80%.
Na análise das idades, observou-se comportamento quadrático (P<0,05)
para o vigor espermático (Figura 19). Celeghini et al. (2001) não observaram
variações expressivas no vigor espermático em galos dos 168 a 273 dias de
76
idade (24 a 39 semanas), o que difere do resultado encontrado no presente
experimento.
FIGURA 19 Vigor espermático (0 a 5) de galos semipesados, nas diferentes
idades (dias)
4.2.3.4 Morfologia espermática
2,60
2,80
3,00
3,20
3,40
3,60
3,80
168 203 238 273
Idade (dias)
Vigor (0 a 5)
Observado Estimado
Vigor= 14,5713 –0,1040x +0,0002x
2
R
2
= 0,90
77
Os dados de morfologia espermática, incluindo alterações de cabeça,
cauda e alterações totais, estão apresentados na Tabela 21. Não houve influência
dos fotoperíodos (P>0,05) sobre nenhuma das alterações e nem interação entre
programas e idades. Houve efeito de idade (P<0,05) sobre as variáveis alterações
de cauda e alterações totais.
TABELA 21 Morfologia espermática (alterações dos espermatozóides em %) de
galos semipesados, de acordo com o fotoperíodo e a idade
Idade (dias) Média
Programa
de luz
168 203 238 273
Alterações de cabeça
Contínuo
3,75 2,00 1,88 3,88
2,88
Intermitente
1,38 1,50 2,00 4,38
2,32
Natural
4,88 4,38 5,25 6,38
5,22
Média 3,34 2,63 3,04 4,88
CV parcela 67,65 %
CV subparcela 38,08%
Alterações de cauda
Contínuo
7,00 8,88 8,38 1,25
6,38
Intermitente
8,50 7,00 6,50 2,63
6,16
Natural
6,38 7,13 6,25 5,63
6,35
Média
1
7,29 7,67 7,04 3,17
CV parcela 64,09%
CV subparcela 42,51%
78
Alterações totais
Contínuo
10,88 10,88 10,25 6,00
9,50
Intermitente
10,25 8,63 8,50 7,75
8,78
Natural
12,25 11,88 11,50 12,63
12,07
Média
2
11,13 10,46 10,08 8,79
CV parcela 60,80%
CV subparcela 28,30%
1
Efeito quadrático (P<0,05);
2
Efeito linear (P<0,05);
CV: coeficiente de variação.
Trabalhos abordando a morfologia espermática em galos são bastante
raros e em menor número são aqueles que relacionam esses achados aos
problemas reprodutivos de um plantel (Jaenisch, 1998). Qualquer alteração com
relação às características morfológicas normais pode comprometer a motilidade
e a sobrevivência do espermatozóide, sendo uma forma de desclassificação do
macho para a reprodução.
A percentagem de alterações espermáticas foi semelhante (P>0,05) nos
fotoperíodos testados. Diferentemente deste resultado, Siopes (1983) verificou
uma menor taxa de espermatozóides morfologicamente anormais em perus
submetidos à luz intermitente, em comparação com aqueles submetidos à luz
contínua.
Bajpai (1962) observou que galos adultos mantidos sob fotoperíodo
contínuo apresentaram sêmen com menor percentagem de espermatozóides
anormais, quando comparados com aqueles sob fotoperíodo natural. Porém, esta
diferença não foi observada no presente experimento.
Neste trabalho, nenhum dos fotoperíodos prejudicou a morfologia
espermática. Surai & Wishart (1996) afirmam que um limite de até 20% de
defeitos espermáticos totais é aceitável para uma boa fertilidade.
79
Na análise das idades, observou-se comportamento quadrático (P<0,05)
para a percentagem de alterações de cauda e comportamento linear decrescente
para as alterações totais (Figuras 20 e 21, respectivamente).
80
FIGURA 20 Alterações de cauda dos espermatozóides de galos semipesados,
nas diferentes idades (dias)
FIGURA 21 Alterações totais dos espermatozóides (%) de galos semipesados,
nas diferentes idades
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2,00
2,20
2,40
2,60
2,80
168 203 238 273
Idade (dias)
Alterações de cauda (%)
Transformado Estimado
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
168 203 238 273
Idade (dias)
Alterações totais (%)
Transformado Estimado
Alterações totais= 1,3049 -0,0019x
R
2
= 0,90
Alterações de cauda= -7,9429 + 0,1064x – 0,0003x
2
R
2
= 0,98
81
Os resultados encontrados são semelhantes àqueles obtidos por
Celeghini et al. (2001) que observaram diminuição dos defeitos espermáticos de
galos de linhagem pesada já a partir dos 168 dias de idade (24 semanas).
4.2.4 Parâmetros testiculares
4.2.4.1 Desenvolvimento testicular
As médias de peso corporal ao abate e pesos testiculares estão
apresentadas na Tabela 22. Não foi observado efeito dos fotoperíodos e idades e
nem interação significativa dos mesmos sobre o peso corporal (P>0,05).
Os fotoperíodos influenciaram (P<0,05) os pesos testiculares, não
havendo efeito de idades. A interação entre fotoperíodos e idades não foi
significativa.
TABELA 22 Peso corporal, peso do testículo direito (PTD), peso do testículo
esquerdo (PTE), peso testicular total (PTD + PTE), em gramas, de
galos semipesados, de acordo com o fotoperíodo e idade
*
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273 MÉDIA
Peso corporal (g)
Contínuo
2746,0 2895,5 2959,0 3009,3
2902,5
Intermitente
2775,5 2894,5 2965,0 3015,8
2912,7
Natural
2730,5 2810,7 2890,5 2930,5
2840,6
MÉDIA 2750,7 2866,9 2938,2 2985,2
...Continua...
82
Tabela 22, Cont...
CV parcela 9,79%
CV subparcela 7,98%
PTD (g)
Contínuo
15,31 15,40 16,08 16,11
15,73
A
Intermitente
16,29 16,33 16,94 16,87
16,61
A
Natural
14,01 14,07 14,21 14,15
14,11B
MÉDIA 15,20 15,27 15,74 15,71
CV parcela 14,13%
CV subparcela 12,05%
PTE (g)
Contínuo
18,57 19,02 20,18 20,26
19,51
A
Intermitente
19,41 19,90 20,01 19,97
19,82
A
Natural
17,05 17,71 17,96 17,88
17,65B
MÉDIA 18,34 18,88 19,38 19,37
CV parcela 10,05 %
CV subparcela 12,06%
PTD + PTE (g)
Contínuo
33,88 34,42 36,25 36,37
35,23A
Intermitente
34,70 36,23 36,95 36,84
36,18A
Natural
31,06 31,78 32,17 32,03
31,76B
MÉDIA 33,21 34,14 35,12 35,08
CV parcela 10,01%
CV subparcela 7,22%
*
Médias seguidas de letras maiúsculas na coluna diferem significativamente pelo teste
Scott-Knott (P<0,05);
CV: coeficiente de variação.
Não houve diferença nos pesos corporais, segundo os diferentes
programas. Apesar de, na literatura, ser encontrada uma elevada correlação
83
positiva entre o peso corporal e peso testicular (Etches, 1996), os animais que
apresentaram maiores pesos testiculares não apresentaram maiores pesos
corporais (Tabela 22).
Bacon et al. (1994), trabalhando com perus sexualmente maduros, não
observaram diferenças entre os programas intermitente e contínuo com relação
ao peso corporal. Porém, diferentemente do que foi observado neste
experimento, os autores não observaram diferenças no peso testicular entre os
animais nos dois programas.
Siopes & Wilson (1980), avaliando o desenvolvimento testicular de
codornas submetidas a fotoperíodos contínuos e intermitentes, também não
observaram diferenças entre estes dois tipos de programas. Resultado
semelhante foi verificado por Sauveur (1998), em pesquisa com galos criados
em ambos os programas.
Os galos mantidos sob luz natural apresentaram menores pesos
testiculares em relação aos mantidos nos outros programas. Apesar de vários
autores afirmarem que fotoperíodos crescentes são estimulantes para o
desenvolvimento testicular (Saeid & Al-Soudi, 1975; Follett & Maung, 1978;
Etches, 1996; Baraldi Artoni; 1999; Sesti & Ito, 2000), o período de luz
fornecido pelo fotoperíodonatural durante o período experimental (ANEXO C)
pode não ter sido suficiente para manter o desenvolvimento normal dos galos da
linhagem semipesada.
Na literatura consultada, não foram encontradas pesquisas comparando
os efeitos de fotoperíodos naturais crescentes com outros tipos de fornecimento
de luz sobre o desenvolvimento testicular de aves, não havendo, portanto, como
comparar os resultados obtidos.
Não foi observado efeito significativo (P>0,05) das idades sobre o peso
corporal e desenvolvimento testicular. Este resultado está de acordo com
Adjanohoun (1994) que afirma que, a partir de 168 dias, o peso dos testículos
84
apresenta pouca variação e que uma regressão é observada apenas a partir de,
aproximadamente, 280 dias.
4.2.4.2 Avaliação histológica testicular
Os dados de histologia testicular estão apresentados nas Tabelas 23 e 24.
A variável diâmetro do túbulo seminífero (DTS) não foi influenciada
(P<0,05) pelos fotoperíodos e nem pelas idades, não havendo também interação
entre estas duas fontes de variação.
Foi observada diferença significativa (P<0,05) entre os fotoperíodos
para a variável espessura do epitélio seminífero (EES). Esta variável, porém, não
foi influenciada pelas idades, não ocorrendo também interação entre as mesmas
e os fotoperíodos.
TABELA 23 Diâmetro dos túbulos seminíferos (DTS) e espessura do epitélio
seminífero (EES), em µm, de galos semipesados, de acordo com o
fotoperíodo e idade
*
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273 MÉDIA
DTS (µm)
Contínuo
255,0 253,8 251,8 251,0
252,9
Intermitente
263,3 266,9 263,0 258,8
263,0
Natural
246,5 254,4 253,0 252,3
251,6
MÉDIA 254,9 258,4 255,9 254,0
CV parcela 13,05%
CV subparcela 4,29%
...Continua...
85
Tabela 23, Cont.
EES (µm)
Contínuo
75,2 84,6 84,0
83,5
81,8A
Intermitente
86,2 90,2 89,2 89,0
88,7A
Natural
77,2 72,8 72,6 72,3
73,7B
MÉDIA 79,5 82,5 81,9 81,6
CV parcela 16,01%
CV subparcela 9,0%
*
Médias seguidas de letras maiúsculas na coluna diferem significativamente pelo teste
Scott-Knott (P<0,05);
CV: coeficiente de variação.
O peso testicular apresenta relação significativa com a atividade
espermatogênica (proliferação celular). Esta atividade é determinada pelo
aumento no DTS e na EES (Baraldi Artoni et al., 1999). Como os galos que
receberam fotoperíodos contínuos e intermitentes apresentaram maiores EES,
conseqüentemente, apresentaram maiores pesos testiculares (Tabela 22).
Os galos sob fotoperíodo natural apresentaram menor EES, o que,
provavelmente, gerou o menor peso testicular (Tabela 22).
As diferentes idades de avaliação não afetaram o DTS e EES, refletindo
em uma constância dos pesos testiculares com a idade.
As variáveis número de células de Sertoli (NCS) e número de
espermatogônias não foram influenciadas (P<0,05) pelos fotoperíodos e nem
pelas idades, não havendo, também, interação entre estas duas fontes de
variação.
Foi observada diferença significativa (P<0,05) entre os fotoperíodos
para a variável número de espermátides arredondadas (NEA). Esta variável,
porém, não foi influenciada pelas idades, não ocorrendo também interação entre
as mesmas e os fotoperíodos.
86
TABELA 24 Número de células de Sertoli, espermatogônias e espermátides
arredondadas por túbulo seminífero de galos semipesados, de
acordo com o fotoperíodo e idade (dias)
*
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273 MÉDIA
Células de Sertoli
Contínuo
9,38 9,46 9,38 9,21
9,36
Intermitente
9,63 9,80 9,85 9,80
9,77
Natural
9,38 9,41 9,45 9,00
9,31
MÉDIA 9,46 9,56 9,56 9,34
CV parcela 9,04%
CV subparcela 7,32%
Espermatogônias
Contínuo
20,25 22,00 21,91 21,35
21,38
Intermitente
21,43 23,81 23,33 23,23
22,95
Natural
20,25 20,61 20,40 20,15
20,35
MÉDIA 20,64 22,14 21,88 21,58
CV parcela 31,10%
CV subparcela 10,92%
Espermátides arredondadas
Contínuo
45,64 48,21 48,08 47,78
47,43A
Intermitente
47,58 49,20 49,15 48,70
48,66A
Natural
43,37 44,00 38,28 40,00
41,41B
MÉDIA 45,53 47,14 45,17 45,49
CV parcela 9,10%
CV subparcela 11,02%
*
Médias seguidas de letras maiúsculas na coluna diferem significativamente pelo teste
Scott-Knott (P<0,05);
CV: coeficiente de variação.
87
Não houve diferença no NCS de galos submetidos aos diferentes
programas. Etches (1996) afirma que o número destas células nos testículos é
proporcional ao peso dos mesmos, porém, não foi observado maior número das
mesmas nos animais que apresentaram maiores pesos testiculares (Tabela 22).
As células de Sertoli presentes no epitélio seminífero proporcionam um
microambiente favorável para que ocorram as diferenciações celulares durante a
espermatogênese. Entre outras funções, estas células são responsáveis pela
fagocitose dos corpos residuais remanescentes do processo espermatogênico,
encarregadas de remover células germinativas em degeneração (Garner & Hafez,
2004).
Segundo Reviers (1996), Baraldi Artoni et al. (1999) e Noirault et al.
(2005), a maioria das variações nos pesos testiculares de galos, codornas e perus
pode ser explicada pela variação na população de células testiculares. No
presente experimento, somente o número de espermátides sofreu influência dos
fotoperíodos, não havendo diferença nas médias obtidas nos animais sob luz
contínua e intermitente. O maior número de espermátides parece ter sido
responsável pelo conseqüente aumento na espessura do epitélio seminífero
(EES) (Tabela 23) e nos pesos testiculares (Tabela 22) dos animais mantidos sob
esses tipos de fotoperíodos.
O fotoperíodo natural promoveu menor número de espermátides que os
fotoperíodos contínuo e intermitente. Em conseqüência, a EES e os pesos
testiculares foram menores nos animais submetidos apenas à luz natural.
A população de células do epitélio seminífero não sofreu influência das
idades (P>0,05), não havendo, conseqüentemente, variações na EES e pesos
testiculares dos animais ao longo do tempo.
88
4.2.4.3 Avaliação seminal
A concentração (número de células espermáticas x10
9
), a motilidade (%)
e o vigor médios do sêmen (0 a 5) coletado diretamente do ducto deferente dos
galos estão apresentados nas Tabelas 25 e 26.
Não foi observada diferença significativa (P>0,05) entre as médias de
concentração espermática. A interação fotoperíodos e idade não foi significativa.
TABELA 25 Concentração espermática (número de células x10
9
)
*
de galos
semipesados, de acordo com o fotoperíodo e a idade.
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273
MÉDIA
Contínuo
12,88 12,75 16,63 16,00
14,57
Intermitente
13,13 13,25 16,38 16,50
14,82
Natural
12,50 12,25 13,00 14,25
13,00
MÉDIA 12,84 12,75 15,34 15,58
CV parcela 35,56 %
CV subparcela 18,03%
*
Análise realizada com o sêmen diretamente coletado do ducto deferente;
CV: coeficiente de variação.
Segundo Cecil & Bakst (1984), o peso dos testículos é indicativo da
produção espermática e a concentração de sêmen nos ductos seminíferos é
indicativo da quantidade de espermatozóides estocados para ejaculação.
A concentração espermática dos animais foi semelhante (P>0,05) nos
fotoperíodos testados. Era de se esperar que houvesse maiores médias desta
variável nos galos submetidos aos fotoperíodos contínuo e intermitente, já que
os mesmos apresentaram maiores pesos testiculares, maior espessura do epitélio
seminífero (EES) e maior número de espermátides arredondadas (NEA).
89
As espermátides arredondadas são células do último estágio da
espermatogênese e seu número pode estar diretamente relacionado com a
concentração espermática. Porém, antes de se transformarem em
espermatozóides, estas células ainda passam por um processo denominado
espermiogênese, que compreende uma série de modificações morfológicas
progressivas. Posteriormente, numa fase em que são denominadas espermátides
alongadas, as mesmas são gradualmente expelidas para dentro do lúmen do
túbulo seminífero. Garner & Hafez (2004) afirmam que o processo
espermatogênico é relativamente ineficiente e muitos espermatozóides em
potencial degeneram antes de se tornarem espermatozóides verdadeiros. Este
processo pode ter ocorrido em maior proporção nos animais sujeitos aos
fotoperíodos contínuos e intermitentes, refletindo na similaridade de
concentrações espermáticas com o fotoperíodo natural.
Não foi observada diferença significativa (P>0,05) entre os fotoperíodos
e nem interação entre os mesmos e as idades sobre a motilidade e vigor
espermáticos. Porém, as variáveis foram influenciadas pelas idades (P<0,05),
conforme Tabela 26.
90
TABELA 26 Motilidade (%) e vigor (0 a 5) espermáticos
*
em galos
semipesados, de acordo com o fotoperíodo e a idade
Idade (dias)
Fotoperíodo
168 203 238 273 MÉDIA
Motilidade
Contínuo
68,8 63,8 67,5 67,5
66,9
Intermitente
72,5 60,0 68,8 70,0
67,8
Natural
65,0 60,0 62,5 75,0
65,6
MÉDIA
1
68,8 61,3 66,3 67,9
CV parcela 11,22%
CV subparcela 9,78%
Vigor
Contínuo
3,0 2,5 3,0 3,5
3,0
Intermitente
3,0 2,0 3,0 3,5
2,9
Natural
3,3 2,0 2,5 3,5
2,8
MÉDIA
1
3,1 2,2 2,8 3,5
CV parcela 21,04%
CV subparcela 15,10%
1
Efeito quadrático (P<0,05).
*
Análise realizada com o sêmen diretamente coletado do ducto deferente;
CV: coeficiente de variação.
A motilidade e o vigor não foram afetados pelos diferentes fotoperíodos.
Nos trabalhos referentes à utilização de fotoperíodos para machos consultados, a
motilidade e o vigor espermáticos no ducto deferente não foram avaliados, não
havendo, portanto, como comparar os resultados obtidos.
A avaliação da motilidade é uma das ferramentas utilizadas para
verificar a qualidade do sêmen. Como não foi observada diferença entre os
fotoperíodos, pode-se afirmar que, utilizando-se um fotoperíodo intermitente,
91
bem como somente luz natural, em dias de luminosidade crescente, a qualidade
não é afetada. O mesmo resultado foi observado para o sêmen ejaculado (Tabela
20).
Na análise das idades observou-se comportamento quadrático (P<0,05)
para ambos, motilidade e vigor espermáticos, conforme Figuras 22 e 23,
respectivamente.
92
FIGURA 22 Motilidade espermática (%) de galos semipesados (g), nas
diferentes idades (dias)
60
62
64
66
68
70
72
74
168 203 238 273
Idade (dias)
Motilidade (%)
Observado Estimado
Motilidade= 175,8042 –1,0554x +0,00247x
2
R
2
= 0,84
93
FIGURA 23 Vigor espermático (0 a 5) de galos semipesados (g), nas diferentes
idades (dias)
As idades influenciaram a motilidade e o vigor espermáticos dos galos.
Não existem, na literatura consultada, dados sobre estas variáveis no ducto
deferente e sua relação com a idade. Alguns autores descrevem aumento da
motilidade espermática de ejaculados de galos nas primeiras semanas do período
reprodutivo e diminuição nas últimas semanas (Correa & Arceo, 1995; Cerolini
et al., 1997). Todavia, Holsberger et al. (1998) observaram estabilidade na
motilidade espermática durante todo o período reprodutivo. Celeghini et al.
(2001) não observaram variação no vigor espermático em galos, dos 168 aos 490
dias de idade.
2,0
2,2
2,4
2,6
2,8
3,0
3,2
3,4
3,6
3,8
168 203 238 273
Idade (dias)
Vigor (0 a 5)
Observado Estimado
Vigor= 15,4492 –0,1225x +0,0003x
2
R
2
= 0,92
94
Os valores médios de motilidade encontrados neste experimento foram
menores que a média encontrada por Howart Jr. (1983), que verificou um valor
de 88% na motilidade do sêmen coletado no ducto deferente de galos adultos.
95
5 CONCLUSÕES
Machos de linhagem leve, na idade de 168 a 273 dias, podem ser
mantidos sob fotoperíodo contínuo, intermitente ou natural crescente (nas
condições de 21
0
14’ de latitude Sul), sem prejuízo dos parâmetros reprodutivos.
Machos de linhagem semipesada, na idade de 168 a 273 dias, podem ser
mantidos sob fotoperíodos contínuo e intermitente, porém, ao serem submetidos
à luz natural crescente (nas condições de 21
0
14’ de latitude Sul), têm os
parâmetros reprodutivos prejudicados.
96
6 SUGESTÕES
Tendo em vista os resultados observados neste trabalho e aqueles
encontrados por Freitas (2003), sugerem-se pesquisas com fotoperíodos
contínuo, intermitente e natural crescente, fazendo-se o cruzamento de machos e
fêmeas para posterior verificação de taxas de fertilidade e eclodibilidade.
97
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108
8 ANEXOS
SUMÁRIO
TABELA Pág.
GALOS LEVES
1A
Resumo da análise de variância do consumo de ração e peso
corporal dos galos leves, por fotoperíodo e idade....................
113
2A
Resumo da análise de variância da produção de sêmen dos
galos leves, por fotoperíodo e idade…......................................
113
3A
Resumo da análise de variância da concentração
espermática e número de células totais dos galos leves, por
fotoperíodo e idade......................................................................
114
4A
Resumo da análise de variância da motilidade e vigor
espermáticos dos galos leves, por fotoperíodo e idade.............
114
5A
Resumo da análise de variância das alterações de cabeça,
alterações de cauda e alterações totais dos espermatozóides
115
109
dos galos leves, por fotoperíodo e idade................…................
6A
Resumo da análise de variância do peso corporal ao abate
dos galos leves, por fotoperíodo e idade............…....................
115
TABELA Pág.
7A
Resumo da análise de variância do peso dos testículos
direito e esquerdo e peso testicular total dos galos leves, por
fotoperíodo e idade......………....................................................
116
8A
Resumo da análise de variância do diâmetro dos túbulos
seminíferos e espessura do epitélio seminífero dos galos
leves, por fotoperíodo e idade.....................................................
116
9A
Resumo da análise de variância do número de células de
Sertoli, espermatogônias e espermátides dos galos leves, por
fotoperíodo e idade.............….....................................................
117
110
10A
Resumo da análise de variância da motilidade e vigor
espermáticos ao abate dos galos leves, por fotoperíodo e
idade.............................................................................................
117
11A
Resumo da análise de variância da concentração
espermática ao abate dos galos leves, por fotoperíodo e
idade........………….....................................................................
118
GALOS SEMIPESADOS
12A
Resumo da análise de variância do consumo de ração e peso
corporal dos galos semipesados, por programa de
iluminação e por período experimental....................................
118
13A
Resumo da análise de variância da produção de sêmen dos
galos semipesados, por programa de luz e por idade .............
119
14A
Resumo da análise de variância da concentração
espermática e número de células totais dos galos
semipesados, por programa de iluminação e idade.................
119
15A
Resumo da análise de variância da motilidade e vigor
espermáticos dos galos semipesados, por programa de
iluminação e idade.......................................................................
120
16A
Resumo da análise de variância das alterações de cabeça,
cauda e alterações totais dos espermatozóides dos galos
semipesados, por programa de iluminação e idade.................
120
111
17A
Resumo da análise de variância do peso corporal ao abate
dos galos semipesados, por programa de iluminação e
idade.............................................................................................
121
18A
Resumo da análise de variância dos pesos dos testículos
direito e esquerdo e peso testicular total dos galos
semipesados, por programa de iluminação e idade...……......
121
19A
Resumo da análise de variância do diâmetro dos túbulos
seminíferos e espessura do epitélio seminífero dos galos
semipesados, por programa de iluminação e idade.................
122
TABELA Pág.
20A
Resumo da análise de variância do número de células de
Sertoli, espermatogônias e espermátides dos galos
semipesados, por programa de iluminação e idade.................
122
21A
Resumo da análise de variância da motilidade e vigor
espermáticos ao abate dos galos semipesados, por programa
de iluminação e idade..................................………....................
123
22A
Resumo da análise de variância da concentração
espermática ao abate dos galos semipesados, por programa
de iluminação e idade..................................................................
123
1B
Temperaturas (
o
C) máximas e mínimas registradas durante
o experimento..............................................................................
124
112
1C
Iluminação natural na região Sudeste do Brasil, durante o
período experimental..................................................................
126
ANEXO A – ANÁLISES DE VARIÂNCIA
TABELA 1A Resumo da análise de variância do consumo de ração e peso
corporal dos galos leves, por fotoperíodo e por idade
Consumo de ração Peso corporal
Fonte de
variação
G.L.
Quadrado
médio
Pr>Fc
Quadrado
médio
Pr>Fc
Tratamento
(T)
2 174,2572 0,0129 280,7604 0,9816
Erro 1 21 32,2572 15124,1517
Idade (I) 3 30,6763 0,3329 38390,5556 0,0550
T*I 6 29,7870 0,3586 16,6493 1,0000
Erro 2 63 26,4918 14377,6917
113
TABELA 2A Resumo da análise de variância do volume de sêmen dos galos
leves, por fotoperíodo e por idade
Produção de sêmen
Fonte de
variação
G.L.
Quadrado médio Pr>Fc
Tratamento (T) 2 0,0068 0,2485
Erro a 21 0,0045
Idade (I) 3 0,1121 0,0000
T*I 6 0,0047 0,18229
Erro b 63 0,0030
TABELA 3A Resumo da análise de variância da concentração espermática e
número de células totais (NCT) dos galos leves, por fotoperíodo
e por idade
Concentração NCT
Fonte de
variação
G.L.
Quadrado
médio
Pr>Fc
Quadrado
médio
Pr>Fc
Tratamento
(T)
2 14,8457 0,0573
1,3801 0,1082
Erro a 21 4,5179 0,5571
Idade (I) 3 86,3593 0,0000 14,4629 0,0000
T*I 6 4,1165 0,3694 0,3437 0,6225
Erro b 63 0,4670
114
TABELA 4A Resumo da análise de variância da motilidade e vigor
espermáticos dos galos leves, por fotoperíodo e por idade
Motilidade Vigor
Fonte de
variação
G.L.
Quadrado
médio
Pr>Fc
Quadrado
médio
Pr>Fc
Tratamento
(T)
2 0,0032 0,7767
0,6354 0,2837
Erro a 21 0,0124 0,4747
Idade (I) 3 0,0724 0,0667 6,6771 0,0000
T*I 6 0,0123 0,8592 0,5104 0,5877
Erro b 63 0,0288 0,6533
TABELA 5A Resumo da análise de variância das alterações de cabeça (ACab),
cauda (ACau) e alterações totais dos espermatozóides (ATE) dos
galos leves, por fotoperíodo e por idade
ACab ACau ATE
Fonte de
variação
G.L
Q.M.
1
Pr>Fc Q.M. Pr>Fc Q.M. Pr>Fc
Tratamento (T) 2 0,0334 0,9260 2,2316 0,1968 2,2901 0,1162
Erro a 21 0,4321 1,2694 0,9585
Idade (I) 3 0,8410 0,0520 10,185 0,0000 1,6334 0,0366
T*I 6 0,5397 0,1254 0,2156 0,9236 0,3757 0,6562
Erro b 63 0,3094 0,6715 0,5423
1
Quadrado médio.
115
TABELA 6A Resumo da análise de variância do peso corporal ao abate dos
galos leves, por fotoperíodo e por idade
Peso corporal
Fonte de
variação
G.L.
Quadrado médio Pr>Fc
Tratamento (T) 2 923,8958 0,6996
Erro a 9 2484,5694
Idade (I) 3 23786,0833 0,1255
T*I 6 90,0625 1,0000
Erro b 27 11399,8657
TABELA 7A Resumo da análise de variância dos pesos dos testículos direito
(PTD) e esquerdo (PTE) e peso testicular total (PTD + PTE) dos
galos leves, por fotoperíodo e por idade
PTD PTE PTD + PTE
Fonte de
variação
G.L.
Q.M.
1
Pr>Fc Q.M. Pr>Fc Q.M. Pr>Fc
Tratamento (T) 2 0,1115 0,9466 0,0329 0,9800 0,2573 0,9119
Erro a 9 2,0181 1,6248 2,7622
Idade (I) 3 0,9006 0,7195 0,2677 0,9569 1,6922 0,8130
T*I 6 0,0084 1,0000 0,0401 1,0000 0,0555 1,0000
Erro b 27 2,0023 2,5636 5,3396
1
Quadrado médio.
116
TABELA 8A Resumo da análise de variância do diâmetro dos túbulos
seminíferos (DTS) e espessura do epitélio seminífero (EES) dos
galos leves, por fotoperíodo e por idade
DTS EES
Fonte de
variação
G.L.
Quadrado
médio
Pr>Fc
Quadrado
médio
Pr>Fc
Tratamento
(T)
2 158,8815 0,9482
50,9144 0,7209
Erro a 9 2969,5082 149,9985
Idade (I) 3 488,2061 0,8770 285,6872 0,1030
T*I 6 225,6176 0,9952 6,6558 0,9993
Erro b 27 2152,2036 125,7877
TABELA 9A Resumo da análise de variância do número de células de Sertoli
(NCS), número de esoermatogônias (SPTG) e número de
espermátides (SPTD) dos galos leves, por fotoperíodo e por idade
NCS SPTG SPTD
Fonte de
variação
G.L
Q.M.
1
Pr>Fc Q.M. Pr>Fc Q.M. Pr>Fc
Tratamento (T) 2 0,1259 0,9628 0,5186 0,9619 17,3612 0,6766
Erro a 9 3,3050 13,3093 42,5323
Idade (I) 3 3,1078 0,2059 75,6663 0,0059 50,1663 0,0612
T*I 6 0,0971 0,9994 2,6078 0,9804 4,5645 0,9544
Erro b 27 1,9078 14,6026 18,1477
1
Quadrado médio.
117
TABELA 10A Resumo da análise de variância da motilidade e vigor
espermáticos ao abate dos galos leves, por fotoperíodo e por
idade
Motilidade Vigor
Fonte de
variação
G.L.
Quadrado
médio
Pr>Fc
Quadrado
médio
Pr>Fc
Tratamento
(T)
2 6,7708 0,9666
0,2708 0,2857
Erro a 9 198,2639 0,1875
Idade (I) 3 763,1944 0,0135 0,5208 0,0604
T*I 6 32,4653 0,9794 0,1875 0,4456
Erro b 27 178,3565 0,1875
TABELA 11A Resumo da análise de variância da concentração espermática ao
abate dos galos leves, por fotoperíodo e por idade
Concentração
Fonte de
variação
G.L.
Quadrado médio Pr>Fc
Tratamento (T) 2 0,2395 0,7722
Erro a 9 0,9000
Idade (I) 3 2,5701 0,0002
T*I 6 0,0854 0,9295
Erro b 27 0,2813
118
TABELA 12A Resumo da análise de variância do consumo de ração e peso
corporal dos galos semipesados, por fotoperíodo e por idade
Consumo de ração Peso corporal
Fonte de
variação
G.L.
Quadrado
médio
Pr>Fc
Quadrado
médio
Pr>Fc
Tratamento
(T)
2 3,6614 0,9184
3014,1979 0,9383
Erro a 21 42,8249 47156,8854
Idade (I) 3 51,8462 0,1750 75497,8715 0,1156
T*I 6 2,1066 0,9986 9836,0590 0,9501
Erro b 63 30,4113 36789,0203
TABELA 13A Resumo da análise de variância do da produção de sêmen dos
galos semipesados, por fotoperíodo e por idade
Produção de sêmen
Fonte de
variação
G.L.
Quadrado médio Pr>Fc
Tratamento (T) 2 0,0272 0,0499
Erro a 21 0,0078
Idade (I) 3 0,0600 0,0003
T*I 6 0,0082 0,4472
Erro b 63 0,0084
119
TABELA 14A Resumo da análise de variância da concentração espermática e
número de células totais (NCT) dos galos semipesados, por
fotoperíodo e por idade
Concentração NCT
Fonte de
variação
G.L.
Quadrado
médio
Pr>Fc
Quadrado
médio
Pr>Fc
Tratamento
(T)
2 1,1748 0,1297
0,6009 0,0448
Erro a 21 0,5211 0,1663
Idade (I) 3 0,2712 0,5020 0,7586 0,0020
T*I 6 0,2535 0,6179 0,2224 0,1597
Erro b 63 0,3417 0,1383
TABELA 15A Resumo da análise de variância da motilidade e vigor
espermáticos dos galos semipesados, por fotoperíodo e por
idade
Motilidade Vigor
Fonte de
variação
G.L.
Quadrado
médio
Pr>Fc
Quadrado
médio
Pr>Fc
Tratamento
(T)
2 192,9688 0,4016
0,8750 0,1299
Erro a 21 202,4554 0,3883
Idade (I) 3 304,8611 0,1707 3,2049 0,0001
T*I 6 305,1215 0,1293 0,9028 0,0534
Erro b 63 176,6617 0,4082
120
TABELA 16A Resumo da análise de variância das alterações de cabeça (ACab),
cauda (ACau) e alterações totais dos espermatozóides (ATE)
dos galos semipesados, por fotoperíodo e por idade
Acab ACau ATE
Fonte de
variação
G.L
Q.M.
1
Pr>Fc Q.M. Pr>Fc Q.M. Pr>Fc
Tratamento (T) 2 2,5751 0,1989 0,3770 0,8297 0,0013 0,9955
Erro a 21 1,4749 2,0012 0,2950
Idade (I) 3 1,0856 0,0836 9,0900 0,0000 0,1904 0,0380
T*I 6 0,4596 0,4443 1,7861 0,0749 0,0408 0,6996
Erro b 63 0,4675 0,8806 0,0639
1
Quadrado médio.
TABELA 17A Resumo da análise de variância do peso corporal ao abate dos
galos semipesados, por fotoperíodo e por idade
Peso corporal
Fonte de
variação
G.L.
Quadrado médio Pr>Fc
Tratamento (T) 2 24374,9852 0,7439
Erro a 9 79707,1097
Idade (I) 3 124932,8519 0,0940
T*I 6 1019,0685 1,0000
Erro b 27 53004,0763
121
TABELA 18A Resumo da análise de variância dos pesos dos testículos direito
(PTD) e esquerdo (PTE) e peso testicular total (PTD + PTE) dos
galos semipesados, por fotoperíodo e por idade
PTD PTE PTD + PTE
Fonte de
variação
G.L
Q.M.
1
Pr>Fc Q.M. Pr>Fc Q.M. Pr>Fc
Tratamento (T) 2 21,4502 0,0435 21,9741 0,0218 86,4109 0,0131
Erro a 9 4,7356 3,6418 11,8451
Idade (I) 3 2,0389 0,6256 2,9327 0,6467 9,8534 0,2124
T*I 6 0,5193 0,9873 0,4612 0,9970 0,9288 0,9873
Erro b 27 3,4442 5,2466 6,1568
1
Quadrado médio.
TABELA 19A Resumo da análise de variância do diâmetro dos túbulos
seminíferos (DTS) e espessura do epitélio seminífero (EES)
dos galos semipesados, por fotoperíodo e por idade
DTS EES
Fonte de
variação
G.L.
Quadrado
médio
Pr>Fc
Quadrado
médio
Pr>Fc
Tratamento
(T)
2 626,2019 0,5890
896,9894 0,0304
Erro a 9 1114,8960 169,8047
Idade (I) 3 41,9231 0,7905 20,0999 0,7719
T*I 6 32,2241 0,9472 46,2049 0,5354
Erro b 27 120,3256 53,6461
122
TABELA 20A Resumo da análise de variância do número de células de Sertoli
(NCS), número de esoermatogônias (SPTG) e número de
espermátides (SPTD) dos galos semipesados, por fotoperíodo e
por idade
NCS SPTG SPTD
Fonte de
variação
G.L
Q.M.
1
Pr>Fc Q.M. Pr>Fc Q.M. Pr>Fc
Tratamento (T) 2 1,0253 0,2962 27,3044 0,5657 240,5290 0,0018
Erro a 9 0,7337 44,9631 17,3945
Idade (I) 3 0,1327 0,8423 5,1351 0,4414 3,4282 0,7757
T*I 6 0,0620 0,9916 1,0010 0,9798 14,2367 0,7598
Erro b 27 0,4807 5,5430 25,5283
TABELA 21A Resumo da análise de variância da motilidade e vigor
espermáticos ao abate dos galos semipesados, por fotoperíodo
e por idade
Motilidade Vigor
Fonte de
variação
G.L.
Quadrado
médio
Pr>Fc
Quadrado
médio
Pr>Fc
Tratamento
(T)
2 19,2708 0,7181
0,0625 0,8515
Erro a 9 56,0764 0,3819
Idade (I) 3 204,6875 0,0083 2,8542 0,0000
T*I 6 52,6042 0,3205 0,2292 0,3539
Erro b 27 42,6505 0,1968
123
TABELA 22A Resumo da análise de variância da concentração espermática ao
abate dos galos semipesados, por fotoperíodo e por idade
Concentração
Fonte de
variação
G.L.
Quadrado médio Pr>Fc
Tratamento (T) 2 0,1866 0,8978
Erro a 9 1,7098
Idade (I) 3 0,3654 0,4883
T*I 6 0,0433 0,9959
Erro b 27 0,4395
ANEXO B
TABELA 1B Temperaturas (
o
C) máximas e mínimas registradas durante o
experimento.
DATA MÁX MÍN DATA MÁX MÍN DATA MÁX MÍN
28/07 29 14 20/08 30 12 12/09 34 15
29/07 30 12 21/08 29 14 13/09 28 15
30/07 31 14 22/08 30 14 14/09 29 14
31/07 30 12 23/08 32 14 15/09 32 14
01/08 29 14 24/08 31 14 20/09 30 16
02/08 30 14 25/08 31 15 21/09 31 17
03/08 32 14 26/08 31 15 22/09 32 19
04/08 31 14 27/08 32 15 23/09 31 19
124
05/08 31 15 28/08 32 14 24/09 34 17
06/08 32 17 29/08 31 16 25/09 36 17
07/08 32 15 30/08 28 14 26/09 34 20
08/08 31 14 31/08 30 13 27/09 33 19
09/08 31 16 01/09 31 13 28/09 34 19
10/08 28 14 02/09 31 14 29/09 35 19
11/08 30 13 03/09 31 15 30/09 35 18
12/08 31 13 04/09 34 15 01/10 27 16
13/08 31 14 05/09 31 16 02/10 30 18
14/08 31 15 06/09 31 15 03/10 25 18
15/08 34 15 07/09 32 14 04/10 21 15
16/08 31 16 08/09 32 15 05/10 21 15
17/08 31 15 09/09 33 15 06/10 28 16
18/08 32 14 10/09 33 14 07/10 26 12
19/08 29 12 11/09 33 15 08/10 28 11
...Continua...
Tabela 1B, Cont.
09/10 29 11 04/11 33 19 30/11 27 19
10/10 32 15 05/11 32 18 01/12 29 18
11/10 32 18 06/11 35 19 02/12 22 17
12/10 22 19 07/11 34 20 03/12 23 17
13/10 21 19 08/11 30 16 04/12 27 18
14/10 27 18 09/11 28 19 05/12 31 19
15/10 30 19 10/11 30 17 06/12 31 19
16/10 26 21 11/11 34 18 07/12 34 20
17/10 28 19 12/11 34 22 08/12 31 19
18/10 30 21 13/11 30 17 09/12 33 19
19/10 34 21 14/11 31 16 10/12 30 20
125
20/10 27 18 15/11 26 18 11/12 27 18
21/10 27 17 16/11 30 20 12/12 28 18
22/10 22 16 17/11 24 19 13/12 27 19
23/10 27 16 18/11 24 20 14/12 29 18
24/10 27 19 19/11 28 20 15/12 32 19
25/10 31 20 20/11 30 19 16/12 31 20
26/10 31 20 21/11 31 17 17/12 20 31
27/10 27 21 22/11 28 20 - - -
28/10 30 18 23/11 30 19 - - -
29/10 29 14 24/11 31 16 - - -
30/10 22 17 25/11 32 18 - - -
31/10 31 21 26/11 35 19 - - -
01/11 30 21 27/11 33 20 - - -
02/11 29 18 28/11 35 20 - - -
03/11 32 20 29/11 26 19 - - -
ANEXO C
TABELA 1C Iluminação natural na região Sudeste do Brasil, durante o período
experimental.
1
Sudeste (Rio de Janeiro)
Dia
Nascer do sol Pôr do sol Fotoperíodo
27/07 6:32 17:26 10:54
01/08 6:27 17:31 11:04
11/08 6:21 17:35 11:14
21/08 6:14 17:39 11:25
01/09 6:04 17:43 11:39
11/09 5:54 17:46 11:52
126
21/09 5:44 17:49 12:05
01/10 5:34 17:52 12:18
11/10 5:25 17:56 12:31
21/10 5:16 18:00 12:44
01/11 5:08 18:05 12:57
11/11 5:03 18:09 12:06
21/11 5:00 17:18 13:18
01/12 4:59 18:25 13:26
11/12 5:01 18:31 13:30
21/12 5:05 18:37 13:32
1
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