Resumo
O tratamento usual das leishmanioses consiste na administração de
antimoniais pentavalentes, como o antimoniato de meglumina, porém o
mecanismo de ação destes fármacos não é bem elucidado. Além disso, são
fármacos tóxicos e de difícil administração. Com isso, novos esquemas
terapêuticos têm sido aplicados, dentre estes o uso da azitromicina, que
possui fácil administração e distribuição no organismo. Entretanto, não se
sabe onde este fármaco influencia no metabolismo de Leishmania spp.
Este trabalho tem por objetivo avaliar a eficácia de grupos tratados com
azitromicina e antimoniato de meglumina e a ação destes fármacos sobre
consumo e excreção de ácidos orgânicos no parasito, sob tensões normal e
baixa de oxigênio. A azitromicina se mostrou eficaz na redução no número
de parasitos durante a curva de crescimento, entretanto o antimoniato de
meglumina apresentou uma redução na quantidade de promastigotas no
meio em menor tempo. Com relação à excreção e consumo de ácidos
orgânicos, foram detectados piruvato, citrato, succinato, fumarato, malato,
lactato e propionato. Sob a ação da azitromicina, piruvato, citrato, lactato
e propionato foram os ácidos orgânicos consumidos, provavelmente por
utilização de via metabólica que pode ser ativada em situações de hipóxia.
Sob a ação dos dois fármacos, o succinato e o fumarato foram excretados,
sugerindo a ação da enzima NADH-fumarato redutase, presente em
Leishmania spp e ausente no hospedeiro mamífero. Desta forma, esta
enzima é um importante alvo de ação de drogas.
Palavras-chave: Leishmania amazonensis, promastigotas, azitromicia,
antimoniato de meglumina, ácidos orgânicos.
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