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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CURSO DE PÓS
-
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
LISSANDRO WILHELM
ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DO SISTEMA DE
INFORMAÇÕES PARA A LOGÍSTICA DE SUPRIMENTO: OS
CASOS DA INTELBRAS E DA MACEDO
FLORIA
NÓPOLIS
2005
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Lissandro Wilhelm
ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DO SISTEMA DE
INFORMAÇÕES PARA A LOGÍSTICA DE SUPRIMENTO: OS
CASOS DA INTELBRAS E DA MACEDO
Dissertação apresentada como requisito parcial à
obtenção do grau de Mestre em Administraçã
o.
Universidade Federal de Santa Catarina. Curso
de Pós-Graduação em Administração. Área de
concentração em Políticas e Gestão Institucional.
Orientador: Rolf Hermann Erdmann, Dr.
FLORIANÓPOLIS
2005
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Lissandro Wilhelm
ANÁLISE DA ADEQ
UAÇÃO DO SISTEMA DE
INFORMAÇÕES PARA A LOGÍSTICA DE SUPRIMENTO: OS
CASOS DA INTELBRAS E DA MACEDO
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do Grau de Mestre em
Administração na área de concentração em Políticas e Gestão Institucional do Curso de Pós-
Graduação em Administração da Universidade Federal de Santa Catarina e aprovada, em sua
forma final, em 15 de fevereiro de 2005.
_____________________________
Prof. Dr. Nilson José Reinert
Coordenador do Curso
Apresentada à Comissão Exami
nadora composta pelos professores:
________________________________
Prof. Dr. Rolf Hermann Erdmann
Universidade Federal de Santa Catarina
__________________________________
Prof. Dr. Antonio Cezar Bornia
Universidade Federal de Santa Catarina
______
__________________________
Prof. Dr. André Andrade Longaray
Universidade Federal de Rio Grande
Dedico este trabalho aos meus pais
que sempre me apoiaram nos estudos e
aos amigos que tornam a vida mais feliz
.
AGRADECIMENTOS
Agradecer também é compartilhar. Gostaria de poder expressar em palavras toda a
minha gratidão a todos aqueles que de alguma forma contribuíram com esse trabalho e aos
amigos de convivência em todo esse período. Os meus mais sinceros agra
decimentos:
A Deus, pela vida maravilhosa, cheia de amigos e pessoas iluminadas que
acompanham meu caminho. Pelos momentos de felicidade e alegria, embora as vezes não
consiga percebê
-
los.
Aos meus pais, Maria Judite e Elemar, pelo convívio e aprendizado nesta vida e pelo
apoio e incentivo constante aos estudos.
Aos meus irmãos, Liaisson e Lisea, companheiros de jornada e aprendizado.
Aos amigos Cristiane, Sheila, Sérgio, Elton e Maristela, Sônia, Simone, Rafaela,
Joanílson, Lucimar, Cleiton, sendo nossa am
izade mais forte que o tempo e a distância.
A Cristiane Oliveira pelas longas horas de conversas e amizade sincera. Você é uma
pessoa especial.
Aos membros do Núcleo de Pesquisa e Estudos em Custos para a Gestão Empresarial
(NUPEC) e a professora Ilse, que
iniciou minha orientação.
Aos membros do núcleo de Marketing, Ana Cláudia, Eduardo e Maurício pelas horas
de convívio e ajuda dispensada.
Aos amigos Gustavo e Nilo do INPEAU e aos colegas Antônio Roberto, Karina, Fany,
Maria José, Ivana.
Aos membros do NIEPC, pela convivência, discussões e apoio que foram muito
importantes na realização deste trabalho. Enfatizo meus agradecimentos a Flávia, Marco
Gamarra, Kamile, Daiane, Guillermo, Fernando, Daniela, com quem passei mais tempo junto.
Ao professor Rolf Hermann Erdmann pela orientação, dedicação e amizade no tempo
que convivemos juntos.
Aos professores do CPGA, com os quais aprendi bastante durante as disciplinas e
durante esses dois anos de convívio.
Ao professor Aloísio Nelmo Klein, pela amizade e ajuda se
mpre que necessário.
A professora Bernadete, com quem eu tive a oportunidade de realizar o estágio
docência, aprendendo muito neste período.
Aos funcionários do Curso de Pós-
Graduação em Administração
CPGA, em especial
a Graziela, Fernanda, Ivo, Graça e
Albertina.
Aos colegas das disciplinas cursadas neste período de mestrado. Todos vocês foram
muito importantes e contribuíram de alguma forma para minha vida.
Aos colegas dos trabalhos nas disciplinas, Fernanda e Nelson (in memorian), embora
com todas nos
sas diferenças posso dizer que éramos uma ótima equipe.
Aos companheiros de república, Fernando e Guillaume com quem convivi nos meus
primeiros meses aqui em Florianópolis. Ao amigo Marcus Val Springer pelas conversas de
logística e pela convivência. Ao amigo Ricardo Machado, pela ajuda, pelas corridas de Kart,
filmes, pelos momentos de alegria e pelo convívio sincero.
Aos membros da banca pela gentileza em aceitarem meu convite e pelas valiosas
contribuições que fizeram ao trabalho.
A CAPES, pelo apoio fin
anceiro.
A empresa Intelbrás, pela viabilização deste estudo e em especial ao Maciel, Wudson
e Valdirene.
A empresa Macedo, pela viabilização deste estudo e em especial ao Bruno Guimarães
e ao Jorge Garcia.
Meus agradecimentos ao Marco Aurélio, Mere e André pelos momentos que passamos
juntos, pelas festas, pela ajuda, enfim pela amizade sincera de vocês. Vou esquecer muita
coisa desses dois anos de mestrado, mas os momentos que serão lembrados com mais
facilidade posteriormente, serão os momentos que passam
os juntos.
Gostaria de agradecer a Jociane pela amizade verdadeira, pela troca de idéias, auxílio e
contribuição para meu desenvolvimento principalmente na parte espiritual.
Um agradecimento especial a Fernanda Salvador Alves. Você foi uma amiga valiosa
com quem eu pude contar em todos os momentos do mestrado. As conversas que tivemos, os
trabalhos e momentos que passamos juntos, as trocas de idéias, o auxílio que você dispensou
em momentos que eu precisava são algumas das coisas que nunca esquecerei. Você é uma
pessoa especial e neste momento não tenho palavras para agradecer.
Gostaria de agradecer a Ana Valéria, esta alma iluminada que entrou em minha vida.
Ter tido a chance de conviver com você foi para mim uma benção. Sua alegria, positivismo, a
ajuda que prestou mostrando-me coisas que eu precisava ver foram de muita valia. Você é
uma pessoa muito especial para mim.
A todos aqueles que me ajudaram e contribuíram para o meu crescimento.
Citar nomes pode fazer com que alguém importante seja esquecido. Portanto, aos que
eu não tenha lembrado e que fazem parte da minha vida, meu muito obrigado.
A todos vocês, os meus mais sinceros agradecimentos.
Creio que o prometido é sagrado, que a palavra de um homem deve vale
r
tanto quanto suas obrigações; que o seu caráter
e não sua riqueza,
seu poder ou sua posição
é o supremo índice do seu valor.
John D. Rockeffeller Jr.
RESUMO
WILHELM, Lissandro. Análise da adequação do sistema de informações para a logística de
suprimento
: os casos da Intelbras e da Macedo. 2005. 129 f. Dissertação (Mestrado em
Administração)
- Curso de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 2005.
Este trabalho aborda os temas sistemas de informações e a logística de suprimento. Na
atualidade, os sistemas de informações logísticas assumem grande importância, especialmente
no que se refere à melhoria do nível de serviço ao cliente e na redução dos custos logísticos
totais. O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de examinar a adequação do
sistema de informações para a logística de suprimento nas empresas Intelbras e Macedo.
Como contextualização da pesquisa, realizou-se uma breve revisão teórica sobre a abordagem
sistêmica nas organizações, sistemas de informações, logística de suprimento e finalmente,
sistemas de informações para a logística de suprimento. Neste sentido, o delineamento que
caracteriza a presente pesquisa é um estudo exploratório, tendo como procedimento o estudo
multicasos
. A abordagem metodológica é qualitativa, sendo que, para a coleta de dados, foram
utilizadas entrevistas semi-estruturadas com a posterior utilização da técnica de análise de
conteúdo para avaliação dos dados. Observou-se em ambos os casos pesquisados,
rias
semelhanças dos sistemas de informações logísticas das empresas. Os resultados obtidos
permitem concluir que o sistema de informações da logística de suprimento é adequado para
as empresas.
Palavras
-chave: Logística de suprimento; sistemas de informação; sistema de informações
logísticas.
ABSTRACT
WILHELM, Lissandro.
An analysis of the adequacy of information systems for the supplying
logistics
: the cases of Intelbras and Macedo.
2005.
129 f. Dissertação (Mestrado em
Administração)
- Curso de Pós-
Grad
uação em Administração, Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 2005.
The present work deals with the topics information systems and the supplying logistics.
Nowadays the logistics information systems are very important, mainly in what concerns the
improvement of the services rendered to the client and the reduction of the total logistics
costs. This work had as its aim to verify the adequacy of the information systems for the
supplying logistics in the Intelbras and Macedo organizations. In order to situate the research
in its context, a theorical review was undertaken, dealing with the systemic approach to
organizations, information systems, supplying strategies and, finally, information systems for
supplying strategies. The present research is characterized as an exploratory study, with the
adoption of the multicase procedure. The methodological approach was qualitative and the
data collection was achieved through semi-structured interviews whose responses were then
analysed. Many similarities were noticed in the logistics information systems of both
enterprises. The results achieved led us to conclude that the information systems for the
supplying logistics adopted by the two enterprises are adequate for them.
Key
-
words: Supplying logist
ics; information systems; logistics information systems.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Integração da logística
................................
...............................................................
29
Figura 2
: Evolução da logística
................................
................................................................
33
Figura 3: Escopo da Logística Empresarial
................................
................................
..............34
Figura 4: Atividades de um ciclo de suprimento.
................................
................................
.....44
Figura 5: Componentes do sistema de informações.
................................................................
49
Figura 6: Ampliação dos papéis atribuídos aos sistemas de informações
................................
53
Figura 7: Sistemas de apoio às operações e sistema de apoio gerencial................................
...54
Figura 8: Visão integrada do papel dos sistemas de informações
................................
............55
Figura 9: Estrutura básica de um sistema de informações logísticas.................................
.......59
Figura 10: Funcionalidades da informação.................................
................................
..............60
Figura 11: Roteiro de trabalho com alguns pontos principais.
................................
.................68
Figura 12: Sistema de informações da empresa Intelbras contendo as áreas principais.
..........84
Figura 13: Sistema de informações da empresa Macedo contendo as áreas principais.
...........96
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Fases da logística
................................
................................
................................
.....31
Quadro 2: Tipos de sistemas de informações e decisões relacionadas
................................
.....56
Quadro 3: Etapas pa
ra a implementação de um sistema de informações
................................
.
66
Quadro 4: Aspectos de análise das atividades logísticas de suprimento
................................
..71
Quadro 5
: Sistema de informações e as atividades da logística de suprimento........................
91
Quadro 6: Sistema de informações e as atividades da logística de suprimento
......................
102
Quadro 7: Comparação de aspectos entre as empresas Intelbras e Macedo
...........................
106
LISTA DE ABREVIATURA
S
SIL
Sistema de Informações Logísticas
SIG
Sistema de Informações Gerenciais
TGS
Teoria Gera
l dos Sistemas
CLM
Council of Logistics Management
SI
Sistema de Informações
SIO
Sistema de Informações Operacionais
SIE
Sistema de Informações Estratégicas
LIS
Logistics Information Systems
LITS
Logistics Information and Telecommunications Sys
tems
SCM
Supply Chain Management
ERP
Enterprise Resource Planning
MRP
Material Requirements Plan
BI
Business Intelligence
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
................................
................................................................
....................
16
1.1 T
EMA E
P
ROBLEMA DA
P
ESQUISA
................................................................
....................
17
1.2 O
BJETIVOS DA
P
ESQUISA
................................
................................................................
.
20
1.3 J
USTIFICATIVA
T
EÓRICA E
P
RÁTIC
A
................................
................................
.................20
1.4 O
RGANIZAÇÃO DO TRABAL
HO
................................................................
.........................
21
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
................................................................
...........................
23
2.1 A
BORDAGEM SISTÊMICA NAS
ORGANIZAÇÕES
................................................................
.
23
2.1.1 Significado de sistema
................................
................................
.............................
24
2.1.2 Sistemas empresariais
................................
................................
..............................
26
2.2 S
ISTEMAS LOGÍSTICOS E
M EMPRESAS
................................
................................
...............27
2.2.1 Evolução da logística
................................
...............................................................
30
2.2.2 Atividades da logística
................................
................................
.............................
34
2.2.3 Sistema logístico de suprimento
................................
................................
..............38
2.2.3.1 Definição de logística de suprimento
................................................................
42
2.2.3.2 Elementos da logística de suprimento
................................
..............................
43
2.2.3.3 Função do sistema logístico de suprimento
................................
......................
46
2.3
S
ISTEMA
S DE INFORMAÇÃO
................................
................................
..............................
47
2.3.1 Definição de sistemas de informações
................................
................................
.....48
2.3.2 Diferença entre dado e Informação
................................
................................
..........50
2.3.3 Tipos de sistemas de informações
................................
................................
...........52
2.4
S
ISTEMAS DE INFORMAÇÕ
ES EM
L
OGÍSTICA
................................
................................
.....56
2.4.1 Ní
veis de informações logísticas
................................
................................
.............60
2.4.2 Finalidades dos sistemas de informações logísticas
................................
................62
2.4.3 Princípios inerentes aos sistema
s de informações logísticas
................................
...63
2.4.4 Sistema de informações logísticas e telecomunicações
................................
...........64
2.4.5 Implantação de sistemas de inform
ações logísticas
................................
.................65
2.5 S
ÍNTESE TEÓRICA
................................................................
................................
.............68
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
................................
................................
.....73
3.1 P
ERGUNTAS DE
P
ESQUISA
................................
................................................................
73
3.2 D
EFINIÇÕES
C
ONSTITUTIVA E
O
PERACIONAL DE
T
ERMOS
................................
...............74
3.2.1 Definição constitutiva de termos
................................
................................
.............74
3.2.2 Definição operacional de termos
................................
................................
.............76
14
3.3 D
ELINEAMENTO DA
P
ESQUISA
................................................................
.........................
77
3.4 O
BJETO
, E
LEMENTO E
C
ATEGORIA DE
A
NÁLISE
................................
..............................
79
3.5 C
OLETA DE
D
ADOS
................................
................................
................................
..........79
3.6 A
NÁLISE DE
D
ADOS
................................
................................
................................
.........80
3.7 L
IMITAÇÕES DA
P
ESQUISA
................................
...............................................................
81
4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
................................
................................
.........82
4.1 I
NTELBRAS
................................
................................................................
.......................
82
4.1.1 Histórico da Intelbras
................................
...............................................................
82
4.1.2 Estrutura Básica do Sistema de Informações da Intelbras................................
.......84
4.1.3 Descrição da logística de suprimento da Intelbras
................................
...................85
4.1.3.1 Descrição da logística de suprimento
...............................................................
85
4.1.3.2 Apoio do sis
tema de informações
................................
................................
.....86
4.1.3.3 Sistema produtivo na empresa
................................
................................
..........87
4.1.3.4 Quantidade de compra e problemas que ocorrem com o suprimento
...............87
4.1.3.5 Seleção de fornecedores e compartilhamento de informações
.........................
88
4.1.3.6 Negociação de compra, características e avaliação d
os fornecedores
..............88
4.1.3.7 Ordens de compra e redução de estoques................................
.........................
89
4.1.3.8 Transporte e recebimento
................................
................................
..................90
4.1.3.9 Apoio do sistema de informações nas atividades logísticas
.............................
90
4.1.4 Descrição do sistema de informações da Intelbras
................................
..................91
4.1.4.1 Relatórios gerados e problemas do SIL
................................
............................
92
4.1.4.2 Informações utilizadas para a tomada de decisão
................................
.............92
4.1.4.3 Sistema de informações logísticas
................................
................................
....93
4.2 M
ACEDO
................................
................................................................
..........................
94
4.2.1 Histórico da Macedo
................................
................................................................
94
4.2.2 Estrutura básica do sistema de informações da Macedo
................................
..........96
4.2.3 Descrição da logística de suprimento da Macedo
................................
....................
97
4.2.3.1 Descrição da logística de suprimento
...............................................................
97
4.2.3.2 Apoio do Sistema de informações
................................
................................
....98
4.2.3.3 Sistema produtivo na em
presa
................................
................................
..........98
4.2.3.4 Quantidade de compra e problemas que ocorrem com o suprimento
...............99
4.2.3.5 Seleção de fornecedores e compartilhamento
de informações
.........................
99
4.2.3.6 Negociação de compra, características e avaliação dos fornecedores
............100
4.2.3.7 Ordens de compra e redução
de estoques
................................
.......................
101
15
4.2.3.8 Transporte e recebimento
................................
................................
................101
4.2.3.9 Apoio do sistema de informações nas atividades logísticas
...........................
102
4.2.4 Descrição do sistema de informações da Macedo
................................
.................103
4.2.4.1 Relatórios gerados e problemas do SIL
................................
..........................
103
4.2.4.2 Informações utilizadas para a tomada de decisão
................................
...........104
4.2.4.3 Sistema de informações logísticas
................................
................................
..104
4.3 C
OMPARAÇÃO DOS DADOS
DAS DUAS EMPRESAS PE
SQUISADAS
................................
.....106
4.4 C
OMPARAÇÃO ENTRE O SI
STEMA NA PRÁTICA E A
LITERATURA
................................
.....108
5 CONCLUSÕ
ES E RECOMENDAÇÕES
................................
................................
........112
5.1 C
ONCLUSÕES
................................................................
................................
.................112
5.2 R
ECOMENDAÇÕES
................................................................
................................
..........115
5.2.1
Recomendações para as empresas
................................
................................
.........115
5.2.2 Recomendações para novos estudos
................................
................................
......116
5.2.3 Recomendações para estudos relacionados indireta
mente ao trabalho
.................117
REFERÊNCIAS
................................
................................................................
....................
118
APÊNDICE
................................
................................
................................
............................
122
ANEXOS
................................
................................
................................................................
127
1 INTRODUÇÃO
As organizações estão inseridas em um ambiente no qual as mudanças ocorrem de
forma cada vez mais rápida. A revolução industrial, ocorrida no final do século XVIII, deu
fim à era agrícola, onde 98% da população obtinha seu sustento através da agricultura. A
partir deste momento as mudanças foram cada vez mais constantes, desencadeando a era da
informação ou era do conhecimento, mas que se parece mais com a era da complexidade.
Revoluções tecnológicas ocorrem a todo momento, as quais aliadas a avanços em
todas as outras áreas do conhecimento, constituem o ambiente altamente dinâmico em que as
empresas estão inseridas. Com a globalização e a conseqüente abertura dos mercados
mundiais, a concorrência entre as empresas se acirrou, exigindo um maior grau de
flexibilidade e adaptação por parte das empresas.
A globalização é uma realidade e as empresas precisam adequar-se. Os competidores
globais estão adaptados à competição e são capazes de atuar em qualquer lugar ou região.
Essa realidade tem exigido das empresas muitas mudanças para sobreviverem e continuarem
competindo. Novos conhecimentos, habilidades, melhoria de processos e atividades são
necessários para a manutenção da satisfação dos clientes.
Uma das formas das empresas se manterem no mercado é utilizar a logística como
fonte de vantagem competitiva. O gerenciamento integrado das atividades logísticas
proporciona eficiência, beneficiando as empresas com melhorias de qualidade, redução de
custos e melhor nível de serviço aos clientes. A logística também pode aumentar a
competitividade das empresas, por meio do aumento do volume de exportações,
proporcionando desenvolvimento local e benefícios ao comércio exterior.
Não são somente as empresas que se beneficiam com a logística. O governo é um dos
grandes interessados, uma vez que o fortalecimento da infra-estrutura logística pode
proporcionar aumento de vendas ao exterior, trazendo divisas ao país, melhorando a balança
17
comercial e a economia em geral.
A atuação em um mercado global afeta de muitas formas a logística. Possíveis novos
fornecedores e clientes podem mudar a configuração de atuação da empresa. Questões como a
aquisição de suprimentos afeta os prazos de entrega, os
lead
-
times
e a confiabilidade de
entrega. O planejamento logístico torna-se então fundamental para a manutenção da empresa
no mercado global.
Assim como a logística, os sistemas de informações balizam a competitividade da
empresa. Pedidos de clientes, quantidade de material em estoque, cotação de fretes, previsão
de vendas, dentre outros são informações que devem ser administradas com o objetivo de
proporcionar o melhor nível de serviço ao cliente e o menor custo logístico. A informação é
um recurso estratégico que deve ser utilizado pelas empresas para obtenção de vantagem
competitiva.
A integração de informações entre as diferentes atividades pode trazer maior agilidade
e rapidez, otimizando o desempenho logístico. Em tempo hábil, a informação proporciona um
melhor acompanhamento do desempenho dessas atividades. Desta maneira, percebe-se que a
logística e os sistemas de informações são necessários para disponibilizar aos clientes o
produto requerido no local e na data desejados com maior rapidez, menor custo e maior
retorno para a empresa.
Na seqüência, evidencia-se o tema e o problema que deram origem ao estudo. Em
seguida, são abordados os objetivos geral e específicos pretendidos e a justificativa teórica e
prática. Por último, apresenta
-
se a organização do trabalho.
1.1 T
EMA E
P
ROBLEMA DA
P
ESQUISA
O ambiente global está passando por muitas transformações: a globalização, a
18
unificação dos mercados em blocos econômicos e o surgimento da Internet desencadearam
mudanças no modo de operar e gerir os negócios das empresas. Assim, essas mudanças
afetam diretamente as organizações, que, para sobreviverem, necessitam acompanhar a
evolução imposta pelo ambiente.
Segundo Daft (1999), para se entender uma organização por inteiro, é preciso vê-
la
como um sistema. Essa organização, sistêmica e dependente do ambiente, recebe entradas
(inputs) do ambiente, processa-as e devolve-as ao ambiente na forma de produtos (bens ou
serviços).
Sendo um sistema, a empresa é composta de diversos sub-sistemas que atuam
conjuntamente para o atingimento de seus objetivos. A composição do sistema empresa e seus
sub
-sistemas não é algo rígido e geralmente varia de acordo com o setor de atuação e outros
fatores, pois cada empresa é singular. Dentre esses sub-sistemas, estão os sistemas de
informações e a logística, que ajudam as empresas no gerenciamento dessa complexidade.
Conforme Ballou (1993), o sistema de informações logísticas (SIL) é um sub-sistema do
sistema de informações gerenciais (SIG), que provê as informações necessárias à
administração logística.
Segundo Bowersox e Closs (
2001), a logística tem como objetivo tornar disponíveis os
bens e serviços no local onde são necessários e no momento em que são desejados. Para a
implementação do objetivo da logística são necessárias informações para o planejamento,
coordenação, execução e controle de todas as atividades logísticas.
De acordo com Lambert (1998), os sistemas de informações logísticas contribuem
para a administração apropriada do fluxo de materiais para a empresa e dentro da empresa.
Neste contexto, Dornier et al. (2000) enfatizam que muitas empresas falham ao não
reconhecer a importância das atividades que devem ocorrer entre os pontos e momentos de
produção (suprimento) e pontos e momentos de compra de produtos (demanda). Essas são
19
atividades de operações e logística que a
fetam a eficiência e eficácia de
marketing
e produção,
além de afetar a natureza e os momentos dos fluxos de caixa e a lucratividade da empresa.
Segundo Bowersox e Closs (2001), para uma empresa ser eficaz em um ambiente
competitivo, ela deve usar uma abordagem integrada para incorporar clientes e fornecedores.
Essa integração pode proporcionar menores custos, maior qualidade, e até a obtenção de
diferenciais em relação a outras empresas. Neste sentido, o uso de sistemas de informações é
de vital importância para o gerenciamento das atividades da logística e para a sua otimização,
podendo ser fonte de vantagem competitiva para a empresa.
Para Graeml (2000), o baixo custo das transações de coordenação impulsionam a
integração eletrônica entre fornecedores, empresas e clientes e quem estiver atento as
tecnologias de transferências de informações dispõe de um diferencial que em breve será
apenas mais uma condição para se manter no mercado.
Nazário (1999) enfatiza que a transferência e o gerenciamento eletrônico
de
informações proporcionam oportunidades de redução dos custos logísticos através da sua
melhor coordenação. Permite também o aperfeiçoamento do serviço baseando-
se
principalmente na melhoria da oferta de informações aos clientes.
De acordo com Nazário (1999), os sistemas de informações logísticas funcionam
como elos que ligam as atividades logísticas em um processo integrado, que serve para medir,
controlar e gerenciar as operações logísticas.
Para Gattorna (2000 apud NETO, 2003), um melhor conhecimento da rentabilidade
dos clientes, dos custos dos mecanismos logísticos, junto a melhores sistemas de informações,
faz com que a empresa tenha controle do verdadeiro custo dos serviços prestados a cada um
os seus clientes.
Neste contexto, segundo Kaibara (1998), o sucesso das operações do sistema logístico
depende bastante de uma estruturação adequada das informações que o suportam. Na
20
consecução dos objetivos logísticos de toda a organização, os sistemas de informações
assumem grande importância, especialmente no que se refere à melhoria do nível de serviço
ao cliente e na redução dos custos logísticos totais.
Diante do exposto, a pesquisa procura responder a seguinte questão-problema: o
sistema de informações é adequado à logística de suprimento nas empresas pe
squisadas?
1.2 O
BJETIVOS DA
P
ESQUISA
O objetivo geral do estudo consiste em verificar o processo de adequação do sistema
de informações logísticas em empresas, por meio da aplicação de estudo de caso.
Como objetivos específicos deste trabalho, tem
-
se:
De
screver o sistema de informações da logística de suprimento nas empresas
pesquisadas.
Examinar as diferenças entre o sistema de informações logístico verificados
in
loco
em relação ao que é postulado na literatura.
1.3 J
USTIFICATIVA
T
EÓRICA E
P
RÁTICA
As
mudanças sociais, econômicas e tecnológicas que vêm ocorrendo nos últimos
tempos têm trazido alterações nos ambientes interno e externo das empresas.
A grande importância dada aos sistemas de informações nas empresas, por
perpassarem todas as suas áreas; e as divergências na literatura a respeito da abrangência,
alcance e até mesmo sobre o entendimento de logística, colocam esses assuntos como temas
em franco desenvolvimento.
Neste sentido, um estudo sobre sistemas de informações logísticos e a logística d
e
21
suprimento pode contribuir teoricamente à investigação, à prática das organizações e à
sociedade em geral, trazendo novos conhecimentos sobre o tema. O atual desenvolvimento
deste tema e a limitação de estudos sobre o assunto proporcionam a este trabalho uma
originalidade, podendo o mesmo vir a preencher possíveis lacunas existentes.
No que
se
refere à contribuição prática, o estudo buscará proporcionar subsídios para
os gestores das empresas que serão analisadas, bem como à outras empresas, com o
forneci
mento de informações sobre sistemas de informações logísticos relacionados ao
processo de suprimento físico.
Este trabalho também vem somar-se aos demais trabalhos no NIEPC (Núcleo
Interdisciplinar de Estudos em Gestão da Produção e Custos) realizados na área de logística e
sistemas de informações.
Uma vez que os gastos com logística e sistemas de informações são consideráveis,
melhorias
que venham contribuir para a obtenção de vantagem competitiva, aumento da
qualidade, redução de custos, dentre outros, é
de grande importância prática para as empresas.
1.4 O
RGANIZAÇÃO DO TRABAL
HO
O presente trabalho está organizado em cinco capítulos. Neste primeiro capítulo,
apresentou
-se, além da organização do trabalho, o tema da pesquisa e os objetivos (geral e
especí
ficos) que se pretende atingir. Salientou-se ainda a importância teórica e prática do
estudo, justificando
-
o.
No capítulo 2, realizou-se a revisão da literatura, fundamentando teoricamente o
trabalho. Num primeiro momento desta etapa, efetuou-se uma breve descrição da abordagem
sistêmica, mostrando sua importância para as empresas, organizações e indivíduos. Após,
aborda
-se o sistema logístico nas empresas, apresentando as atividades e a evolução da
22
logística até os dias atuais. Na seqüência, é feita uma incursão teórica acerca de sistemas de
informações, características e atributos principais. Finalmente faz-se uma revisão sobre os
sistemas de informações logísticos.
No capítulo 3 apresenta-se a metodologia da pesquisa para a consecução do trabalho.
Contemp
lam
-se as perguntas de pesquisa, que servem de balizamento ao seu
desenvolvimento, a definição constitutiva e operacional de termos e o delineamento da
pesquisa, especificando o tipo de estudo. Também neste capítulo, evidencia-se a forma de
coleta de dados, como estes foram trabalhados e analisados e, finalizando são descritas
considerações sobre a limitação do estudo realizado.
No capítulo 4, realiza-se a descrição e análise dos dados. Apresentam-se as empresas,
descreve
-se a logística de suprimento, aspectos do sistema de informações, análise de
diferenças entre a prática e a literatura e, comparação do sistema entre as duas empresas
pesquisadas.
Finalmente, no capítulo 5, são apresentadas as conclusões do trabalho, além de
recomendações para as empresas, para futuros trabalhos relacionados com o assunto abordado
nesta dissertação e para pesquisas relacionadas indiretamente a esse trabalho.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 A
BORDAGEM SISTÊMICA N
AS ORGANIZAÇÕES
A abordagem sistêmica é derivada da Teoria Geral dos Sistemas (TGS), cuja autoria é
atribuída a Ludwig von Bertalanffy, que apresentou a TGS pela primeira vez em 1937, em um
seminário de filosofia de Charles Morris na universidade de Chicago. Mas, as bases ou
postulados principais da teoria só foram a
presentados mais tarde, em 1945.
De acordo com Capra (1996), Alexander Bogdanov desenvolveu uma teoria sistêmica
20 a 30 anos antes de Bertalanffy. Esta teoria, denominada tectologia, tinha como objetivo
esclarecer e generalizar os princípios de organização de todas as estruturas vivas e não vivas e
formular uma ciência universal da organização, pelo reconhecimento que os sistemas vivos
são sistemas abertos. Bogdanov (apud CAPRA 1996, p.56) explica que:
a tectologia deve esclarecer os modos de organização que se percebe existir na
natureza e na atividade humana; em seguida, deve generalizar e sistematizar esses
modos; posteriormente, deverá explicá
-
los, isto é, propor esquemas abstratos de suas
tendências e leis.
(...) a tectologia lida com experiências organizacionais não deste ou daquele campo
especializado, mas de todos esses campos conjuntamente. Em outras palavras, a
tectologia abrange os assuntos de todas as outras ciências.
A Teoria Geral dos Sistemas, segundo Bertalanffy (1973), é útil por ser capaz de
fornecer modelos a serem usados em diferentes campos e transferidos de uns para outros.
Bertalanffy (1973, p.61) define como objeto da Teoria Geral dos Sistemas a “formulação de
princípios válidos para os
sistemas
em geral, qualquer que seja a natureza dos elementos que
os compõem e as relações ou
forças
existentes entre eles”. O autor (1973, p.61) também
define a Teoria Geral dos Sistemas “como uma ciência geral da
totalidade
, que até agora era
considerada um conceito vago, nebuloso e semimetafísico”.
Boulding (1964, apud
SKYTTNER
2001), formulou cinco postulados que devem ser
observados como ponto de partida para o desenvolvimento de uma moderna Teoria Geral de
24
Sistemas: 1) ordem, regularidade e método são preferíveis à sua falta; 2) ordem no mundo
em
pírico cria um mundo bom, interessante e atrativo para a teoria de sistemas; 3) há ordem na
ordem do mundo externo ou empírico (ordem para o segundo nível), uma lei sobre leis; 4)
estabelecer ordem, quantificação e matematização são ajudas altamente valiosas; 5) a procura
pela ordem e lei envolve necessariamente a busca para aquelas realidades que incorporam
essas distintas leis e ordem, suas referências empíricas.
De acordo com esta teoria, o mundo seria analisado a partir da interdependência
existente entre todos os fenômenos. Desta maneira, por se admitir que a soma das partes é
sempre maior que o todo, o inter-relacionamento formado com a reunião das partes
possibilitaria resultados que não seriam possíveis estando as partes separadas. Oliveira (1999,
p.
23) argumenta que a Teoria Geral dos Sistemas, usando um enfoque moderno procura
desenvolver:
uma técnica para lidar com a amplitude das empresas;
uma visão interativa do todo, a qual não permite a análise em separado das
partes, em virtude das intrincadas relações das partes entre si e o todo, as quais
não podem ser tratadas fora do contexto do todo; e
o estudo das relações entre os elementos componentes em preferência ao estudo
dos elementos em si, destacando-se o processo e as possibilidades de transiçã
o,
especificados em função dos seus arranjos estruturais e da sua dinâmica.
Após essa introdução sobre a abordagem sistêmica, onde se analisou sua evolução e
suas principais características, abordar-
se
o significado de sistema contemplando aqui sua
defi
nição e constituição.
2.1.1 Significado de sistema
Para Capra (1997), os sistemas, compostos por organismos vivos, sociedades e
ecossistemas, são estruturas de múltiplos níveis, divididos em subsistemas, que por sua vez
são, cada um deles, um “todo” em relação a suas partes, e uma “parte” relativamente a
25
“todos” maiores. Assim, devido às complexas interações entre as partes e porque o objetivo
ou propósito somente pode estar imanente no todo, Skyttner (2001) afirma que um sistema
não pode ser entendido pe
la análise de cada uma das suas partes.
Neste sentido, Oliveira (1999) e O’Brian (2003) definem sistema como a reunião de
partes ou componentes interdependentes, que interagem entre si formando um todo e que
trabalham por um objetivo comum, a partir de insumos e dentro de um processo organizado
de transformação. Esse sistema possui três fases ou componentes, que são:
a)
Entrada: envolve a captação e a reunião de elementos que entram no sistema
para serem processados. Por exemplo, matérias
-
primas, energia, dad
os e esforço
humano devem ser organizados para processamento.
b)
Processamento: envolve processos de transformação que convertem insumo
(entrada) em produto (saída). Entre os exemplos se encontram um processo
industrial, o processo da respiração humana ou cál
culos matemáticos.
c)
Saída: envolve a transferência de elementos produzidos por um processo de
transformação até o seu destino final. Esta etapa determina quais serão as
entradas do sistema. Como exemplo, tem-se: produtos acabados, serviços
humanos e informações gerenciais devem ser transmitidos a seus usuários.
(
O’BRIAN,
2003, p.17)
Os sistemas podem ser classificados em sistemas abertos e sistemas fechados.
Bertalanffy (1973) diz que sistemas fechados são aqueles considerados como estando isolados
de seu ambiente. Percebe-se que pela interdependência existente entre os sistemas, são poucos
aqueles que podem ser considerados completamente isolados ou fechados. No que concerne
aos sistemas abertos, Bio (1985, p.18) diz que:
sistema aberto pode ser compreendido como um conjunto de partes em constante
interação (o que ressalta um dos aspectos fundamentais da idéia de sistemas: a
interdependência das partes), constituindo um todo orientado para determinados fins
e em permanente relação de interdependência com o ambiente externo (ou seja,
influenciado e sendo influenciado pelo ambiente externo).
Em relação à integração do sistema com o ambiente, Bertalanffy (1973, p.64)
argumenta que em qualquer sistema fechado, o estado final é inequivocamente determinado
pelas
condições iniciais, sendo que o mesmo não acontece nos sistemas abertos, onde o estado
26
final pode ser alcançado partindo de diferentes condições iniciais e por diferentes maneiras. É
isto que se chama eqüifinalidade.
2.1.2 Sistemas empresariais
Em um ambiente com freqüentes mudanças e inovações, competidores mais
capacitados, avanços tecnológicos, etc de acordo com Walton (1994, p.24) “para ser efetiva
uma organização deve ser administrada como um sistema aberto, adaptando sua visão
estratégica como resp
osta aos sucessos e falhas de desempenho e aos fatores ambientais”.
A abordagem sistêmica concebe as organizações como sistemas abertos, que realizam
trocas com o ambiente. Além das trocas entre as partes componentes de uma empresa e seu
ambiente, uma característica fundamental é o inter-relacionamento entre as partes que
compõem a organização, de forma a proporcionar um desempenho melhor do que se as partes
estivessem separadas.
Assim, Oliveira (1999) argumenta que a Teoria Geral dos Sistemas procura
desen
volver: um modo de trabalhar com a amplitude das empresas, uma visão do conjunto das
partes que formam a empresa, as quais não podem ser tratadas fora do contexto do todo e um
estudo das relações entre os elementos componentes, destacando-se o processo e a
s
possibilidades de transição.
A atenção em relação às pressões externas passou a ser o ponto central a medida que
as organizações começaram a ser vistas como sistemas dinâmicos de resolução de problemas,
aprimorando
-se os conceitos referentes a como elas mudam e como essas mudanças podem
ser influenciadas e administradas. (
SCHEIN
, apud AGRASSO NETO e ABREU, 2000).
Um ambiente repleto de informações, como o atual, ocasiona para as empresas um
elevado grau de incerteza. O excesso de informações pode resultar em lentidão para a tomada
27
de decisões. Novas tecnologias surgem a todo momento e forçam as empresas a se adaptarem.
Tudo isso evidencia que o ambiente externo influencia mudanças nas organizações, talvez
mais do que a própria organização.
Segundo Rezende e Abreu (2000, p.33), a composição moderna dos sistemas
empresariais ultrapassa a simples convenção de entrada, processamento e saída. Pois, como se
percebe, as organizações influenciam e são decisivamente influenciadas pelo ambiente, em
todos os seus aspectos organizacionais e em todas as fases do ciclo de vida de uma
organização. Os outros componentes em que divide
-
se o sistema são:
a)
Objetivos do sistema: objetos do tema, alvos, essências ou desígnios que se
pretende atingir.
b)
Ambiente do sistema: local onde se executa suas funções, considerando tanto o
meio ambiente interno como o externo, físico e lógico.
c)
Recursos do sistema: meios necessários para que o sistema cumpra suas funções,
infra
-
estrutura logística e de tecnologia.
d)
Componentes humanos do sistema: pessoas responsáveis pelo acionamento e
utilização dos produtos.
e)
Funções do sistema: atividades que o sistema propõe fazer, atendendo a
execução de seus requisitos funcionais e à geração dos produtos necessários.
f)
Procedimentos do sistema: atividades que antecedem e sucedem, ou ainda,
paralelas à função principal do sistema, porém necessárias à preparação para
funcionamento e remessa do produto.
g)
Gestão do sistema: compreende a administração, análise dos produtos,
retroalimentação, controles e avaliações de qualidade e atendimento aos
requisitos funcionais.
2.2 S
ISTEMAS LOGÍSTICOS E
M EMPRESAS
O sistema logístico nas empresas busca administrar os negócios de forma integrada,
otimizando os recursos disponíveis, visando o ganho global no processo. Com o advento da
internet, associado com a competição global o ambiente de negócios mudou bastante, visto
que os clientes podem usar a internet para comprar e comparar preços e estão sempre exigindo
melhores serviços.
Nesse novo ambiente a logística ganha importância, pois de acordo com Ching (2001,
p.25) “a logística exerce a função de responder por toda movimentação de materiais, dentro
28
do ambiente interno e externo da empresa, iniciando pela chegada da matéria-prima até a
entrega do produto final ao cliente”.
Abord
ando
-se de outra forma poder-
se
-ia dizer que a logística é responsável pelo
fornecimento de mercadorias e serviços aos clientes de acordo com suas necessidades. Neste
sentido, sua missão é “dispor a mercadoria ou o serviço certo, no lugar certo, no tempo c
erto e
nas condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece maior contribuição à empresa”
(BALLOU, 2001, p.21).
De acordo com o Council of Logistics Management -
CLM
(www.clm1.org) logística
é a parcela do processo da cadeia de suprimentos que planeja, implanta e controla o fluxo
eficiente e eficaz de matérias-primas, estoque em processo, produtos acabados e informações
relacionadas, desde seu ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender
aos requisitos dos clientes.
Mesmo que na sua origem, a logística tenha enfatizado o fluxo de materiais, sua
evolução engloba também o fluxo de informações. Assim, Dornier et al. (2000) conceituam
logística como a gestão de fluxos entre funções de negócios. Neste sentido, a logística
empresarial estuda como prover o melhor nível de serviço aos clientes e consumidores,
levando
-se em consideração todas as atividades responsáveis pelo fluxo de materiais, desde o
ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como os fluxos de
info
rmações, responsáveis pelo suporte as atividades logísticas e a sua gestão.
Segundo Harrison e van Hoek (2003, p.26), a logística é a tarefa responsável por
fornecer:
Fluxo de materiais, no que se refere a bens físicos partindo dos fornecedores,
passando pelos centros de distribuição e chegando às lojas.
Fluxos de informações, no que se refere a dados sobre a demanda, partindo dos
consumidores e voltando à área de compras e aos fornecedores, de modo que o
fluxo de materiais possa ser controlado com precisã
o.
29
Neste contexto, Bowersox e Closs (2001) esclarecem que, para as empresas terem
sucesso, é necessário a integração desses dois fluxos. As informações recebidas dos clientes
ajudariam nas vendas, previsões e pedidos ativando a compra de suprimentos para
transformação e logo após a transferência com valor agregado de produtos para os clientes.
A integração logística pode ser melhor observada na figura 1:
Fornecedores
Clientes
Fluxo de materiais
Fluxo de informações
Distribuição
Física
Apoio à
Manufatura
Suprimento
Figura 1: Integração da logística
Fonte: Bowersox e Closs (2001, p.44)
Na figura 1, observa-se os fluxos de materiais e de informações, componentes
importantes na logística, pois criam um vínculo entre os clientes e os fornecedores. Os
clientes fornecem informações que são utilizadas para previsões de venda da empresa e esta
através da ligação com os fornecedores adquire os materiais necessários para a produção dos
produtos.
Lambert (1998) enfatiza que o conceito base da administração integrada da logística é
a análise do custo total, sendo esse o somatório dos custos de transporte, armazenagem,
inventário, processamento de pedidos e sistemas de informação para o atingimento de um
nível desejado de serviço ao cliente. Assim, pelo alto custo da manutenção de materiais, está-
se dando maior importância ao fluxo de informações, pois o mesmo minimiza a quantidade de
estoques necessária para a empresa.
Para Dornier et al (2000, p.47), a informação tem importância especial em relação a
gestão do fluxo. Essa proeminência da informação na gestão do fluxo ocorre pela
30
complexidade cada vez maior dos fluxos físicos, pela maior abrangência das operações e pela
demanda crescente por reações rápidas e tempo de entrega curtos.
Dornier et al (2000, p.583), ressaltam ainda que “o fluxo de informações está
tornando
-se uma ferramenta de gestão logística cada vez mais importante”. De acordo com os
autores, a complexidade óbvia dos sistemas de gestão de fluxo atuais coloca pesadas
demandas por sistemas de informação, que podem contribuir para redução de custos;
otimização de recursos físicos alocados em toda a cadeia de suprimentos; acompanhamento
do desempenho operacional; e fornecimento de ferramentas para a tomada de decisão.
2.2.1 Evolução da logística
Considerando que a função de organizar o fluxo de materiais do ponto de origem até o
ponto de consumo existe há muitos anos, também é antiga a origem da logística. Mas, o termo
“logística” começou a ser largamente utilizado recentemente.
De acordo com a enciclopédia Encarta o termo
logística
tem sua origem no vocábulo
francês
logistique
, sendo que atualmente comporta três significados: a) o planejamento e
organização do movimento de tropas, seus equipamentos, e suprimentos; b) o planejamento e
implementação de tarefa complexa; e c) o planejamento e controle do fluxo de produtos e
materiais através de
uma organização ou processo de manufatura.
Segundo Rios (apud
GOMES E RIBEIRO
, 2004) a logística é “uma atividade que teve
origem na área militar, quando grandes exércitos se deslocavam a grandes distâncias para
combater e conquistar terras e riquezas”. Desde então, os empresários chamaram a atenção
para alguns fatos importantes em uma cadeia produtiva, tais como o fornecedor dos insumos,
a qualidade no processo produtivo e a entrega do produto ao cliente, não dentro das
especificações acordadas como ta
mbém, e principalmente, na data estipulada.
31
Wood e Zuffo (1998) apresentam a evolução da logística dividida em cinco fases
mostradas no quadro 1:
Fase zero
Primeira fase
Segunda fase
Terceira fase
Quarta fase
Perspectiva
dominante
administração
de mater
iais
administração
de materiais
+
distribuição
logística
integrada
supply chain
management
supply chain
management
+
efficient
consumer
response
Quadro 1: Fases da logística
Fonte: Adaptado de Wood e Zuffo (1998)
Na fase zero, havia uma preocupação apenas com a administração de materiais. Na
seqüência evolutiva, passou-se a englobar também a distribuição. Nesta segunda fase,
contempla
-se o conceito de logística integrada, que é a visão sistêmica de todas as atividades
que fazem parte da logística com o objetivo de obter vantagens através do gerenciamento que
considere a visão do inter
-
relacionamento e interdependência dessas atividades.
Na terceira fase, ocorre um engano ao se utilizar a expressão cadeia de suprimento
s
como sinônimo ou seqüência da evolução da logística. Isso porque, embora os termos
logística
e gerenciamento da cadeia de suprimento possam ser utilizados
intercambiavelmente, a logística é, na realidade, um subconjunto do gerenciamento da cadeia
de suprimento (HARRISON e VAN HOEK, 2003).
A
definição do Council of Logistics Management -
CLM
(www.clm1.org)
para cadeia
de suprimento diz que a cadeia de suprimento inclui os planos e o gerenciamento de todas as
atividades envolvidas com fontes e aquisição, conversão, e todas as atividades gerenci
adas
pela logística. De modo importante, a cadeia de suprimento também inclui coordenação e
colaboração com os parceiros do canal, os quais podem ser fornecedores, intermediários,
32
varejistas, e consumidores. Em essência, a cadeia de suprimento integra o gerenciamento do
suprimento e da demanda entre e através das companhias.
A noção básica de Supply Chain Management, segundo Bowersox e Closs (2001), é
baseada na crença de que o comportamento cooperativo irá reduzir o risco e aprimorar
consideravelmente a eficiência de todo processo logístico. Para alcançar um alto grau de
cooperação é necessário que os principais participantes da cadeia de suprimentos
compartilhem informações, ou seja, o canal deve ser visto como uma rede de empresas
independentes, que agem em sintonia, de forma a criar valor para o usuário final pela
distribuição de produtos.
Diante do exposto, pode-se perceber que a logística é parte da cadeia de suprimento,
sendo a cadeia de suprimento mais ampla e envolvendo a parceria de várias empresas
atuantes
em um determinado ramo de negócios com o objetivo de conjuntamente obterem melhoria
dos produtos, redução de custos, etc.
Uma visão da evolução da logística que se mantêm vinculada ao seu conceito e
atividades é apresentada na figura 2:
33
Figura 2
: Evolução da logística
Fonte: Ching (2001, p.21)
Até 1950, a logística permaneceu em estado latente com muitas das suas atividades
estando sob responsabilidade de diferentes áreas. Após, houve uma decolagem da teoria e da
prática da logística com sua transformação em uma disciplina e com o surgimento de conceito
de custo total, um importante argumento para o reagrupamento lógico das atividades nas
empresas, além de ajudar e justificar a reorganização das atividades de distribuição (CHING,
2001).
Na década de 80, houve a integração das atividades logísticas em duas áreas
principais: administração de materiais e distribuição física. na década de 90, ocorreu a
integração total, auxiliada por fatores como a criação de blocos econômicos, uso de tecnologia
da
informação e globalização.
Após a apresentação da origem e evolução da logística, abordar-
se
as atividades da
logística, enfatizando suas características, classificação, dentre outros aspectos.
34
2.2.2 Atividades da logística
Sendo a logística responsável pelos fluxos de materiais e informações, discorre-
se
sobre quais as atividades que a compõem. Segundo Dias (1996, p.12) “a logística compõe-
se
de dois subsistemas de atividades: administração de materiais e distribuição física, cada qual
envolvendo o co
ntrole da movimentação e a coordenação demanda
-
suprimento”.
Ballou (1993) segue a mesma linha de entendimento, pensando a logística empresarial
como a composição das duas áreas: administração de materiais e distribuição física. A figura
3 representa essa c
omposição, demonstrando o escopo da logística.
Figura 3: Escopo da Logística Empresarial
Fonte: Ballou (1993, p.35)
Nesta figura verifica-se que a logística está dividida em duas áreas principais:
distribuição física e administração de materiais (suprimento físico). A logística moderna
integra as duas áreas com o objetivo de melhorar a coordenação das atividades e diminuir o
custo administrativo.
De acordo com Bowersox e Closs (2001, p.46), a distribuição física é composta pelas
35
atividades relacionadas
com o fornecimento de serviço ao cliente:
estas atividades incluem recebimento e processamento de pedidos, posicionamento
de estoques, armazenagem e manuseio e transporte dentro de um canal de
distribuição. Incluem a responsabilidade pela coordenação com o planejamento de
marketing em áreas como formação de preços, apoio promocional, níveis de serviço
ao cliente, padrões de entrega, manuseio de mercadoria devolvida e apoio ao ciclo
de vida. O principal objetivo da distribuição física é ajudar na geração de receita,
prestando níveis estrategicamente desejados de serviço ao cliente, ao menor custo
total.
A administração de materiais (suprimento físico), que é um dos focos deste trabalho e
será abordada de forma mais aprofundada em tópico específico posterior
mente.
De acordo com Ching (2001), as atividades da logística poderiam ser classificadas em
primárias (atividades principais no cumprimento da função logística) e secundárias (apóiam às
atividades primárias).
Dias (1996, p.12), por sua vez, inclui as seguintes atividades como atividades
logísticas:
compras; programação de entregas para a fábrica; transportes; controle de estoque de
matérias
-primas; controle de estoques de componentes; armazenagem de matérias-
primas; armazenagem de componentes; previsão das necessidades de materiais;
controle de estoque nos centros de distribuição; processamento de pedidos de
clientes; administração dos centros de distribuição; planejamento dos centros de
distribuição; e, planejamento de atendimento aos clientes.
Desta forma, Ballou (1993) e Ching (2001), classificam como atividades primárias da
logística: os transportes, a gestão de estoques e o processamento de pedidos. Segundo Ballou
(1993, p.24), essas atividades “são consideradas primárias por que ou elas contribuem com a
maior parcela do custo total da logística ou elas são essenciais para a coordenação e o
cumprimento da tarefa logística”.
Conforme Ching (2001), o transporte refere-se as várias formas de se movimentar os
produtos. Neste sentido, as alternativas de transporte são os modos rodoviário, ferroviário,
aeroviário e marítimo (DIAS (1996); CHING (2001); BALLOU (1993); BOWERSOX E
CLOSS (2001); CHOPRA E MEINDL (2003)).
36
Para Ballou (1993), como nenhuma empresa pode operar sem providenciar a
movimentação de suas mat
érias
-primas ou de seus produtos acabados de alguma forma e
como essa atividade envolve a decisão de qual será o método de transporte, os roteiros e a
utilização da capacidade dos veículos, a mesma tem caráter essencial entre as atividades
logísticas.
As necessidades de transportes podem ser atendidas de três maneiras básicas, s
egundo
Bowersox e Closs (2001): operações com uma frota exclusiva de veículos; realização de
contratos com empresas de transportes; e contratação dos serviços de várias transportado
ras
que oferecem serviços diversos de transporte de cargas individuais.
Neste contexto, Dias (1996), argumenta que a função dos transportes é otimizar o
conjunto de três itens: custos, prazos e qualidade. De acordo com Bowersox e Closs (2001),
ainda outros fatores a serem considerados e que afetam a economia de transporte. São eles:
distância, volume, densidade, facilidade de acondicionamento, facilidade de manuseio,
responsabilidade e mercado.
A segunda atividade primária é a manutenção ou gestão de estoques, que, segundo
Ballou (1993) e, Ching (2001), é a disponibilização de um nível mínimo de estoques para agir
como “amortecedor” entre a oferta e a demanda.
Para Bowersox e Closs (2001 p.254), “as empresas devem estabelecer e implementar
políticas de estoques com base em considerações de natureza estratégica e isto requer o
desenvolvimento de todo um processo gerencial”. Isso seria realizado através de políticas
como o controle de estoques, responsável pela definição da freqüência segundo a qual os
nívei
s de estoque são examinados e comparados com parâmetros de ressuprimento, ou seja,
quando e quanto pedir.
Em relação à terceira atividade logística primária, Ballou (1993) diz que os custos
os
de processamento de pedidos tendem a ser pequenos em comparação
aos custos de transportes
37
ou de manutenção de estoques. Entretanto, o processamento de pedidos é uma atividade
logística primária devido a sua importância, pois é um elemento crítico em termos de tempo
necessário para levar bens e serviços aos clientes.
O
processo de administração de pedidos, segundo Bertaglia (2003, p.185),
tem como objetivo o planejamento e o gerenciamento de vendas, como também a
administração de portfólio de clientes, adicionando-os, mantendo-os ou reduzindo-
os em função do desempenho destes mesmos, buscando efetivas parcerias que
possam gerar condições propícias para ambas as empresas.
Para Ballou (1993) e Ching (2001), uma série de outras atividades secundárias ou
adicionais que servem de apoio às atividades primárias, entre elas: armazenagem; manuseio
de materiais; embalagem de proteção; obtenção; programação de produtos; manutenção de
informação. Ballou (1993), define as atividades adicionais da seguinte forma:
Armazenagem: refere-se à administração do espaço necessário para ma
nter
estoques. Envolve problemas como localização, dimensionamento de área,
arranjo físico, recuperação de estoque, projeto de docas ou baias de atracação e
configuração de armazém.
Manuseio de materiais: está associada com a armazenagem e também apóia a
manutenção de estoques. É uma atividade que diz respeito à movimentação do
produto no local de estocagem
por exemplo, a transferência de mercadorias do
ponto de recebimento no depósito até o local de armazenagem e deste até o
ponto de despacho. São problemas importantes: seleção do equipamento de
movimentação, procedimentos para formação de pedidos e balanceamento da
carga de trabalho.
Embalagem de proteção: um dos objetivos da logística é movimentar bens sem
danificá
-los além do economicamente razoável. Bom projeto de embalagem do
produto auxilia a garantir a movimentação sem quebras. Além disso, dimensões
adequadas de empacotamento encorajam manuseio e armazenagem eficientes.
Obtenção: é a atividade que deixa o produto disponível para o sistema logístico.
Trata da seleção das fontes de suprimento, das quantidades a serem adquiridas,
da programação das compras e da forma pela qual o produto é comprado. É
importante para a logística, pois decisões de compra têm dimensões geográficas
e temporais que afetam os custos logísticos. A obtenção não deve ser
confundida com a função de compras. Compras inclui muitos dos detalhes de
procedimento (por exemplo, negociação de preço e avaliação de vendedores),
que não são especificamente relacionados com a tarefa logística; daí o uso do
termo obtenção como substituto.
Programação do produto: enquanto a obtenção trata do suprimento (fluxo de
entrada) de firmas de manufatura, a programação de produto lida com a
distribuição (fluxo de saída). Refere-
se primeiramente às quantid
ades agregadas
que devem ser produzidas e quando e onde devem ser fabricadas. Não diz
respeito à programação detalhada da produção, executada diariamente pelos
programadores de produção.
Manutenção de informação: nenhuma função logística dentro de uma firm
a
poderia operar eficientemente sem as necessárias informações de custo e
38
desempenho. Tais informações são essenciais para correto planejamento e
controle logístico. Manter uma base de dados com informações importantes
por exemplo, localização dos clientes, volume de vendas, padrões de entregas e
níveis dos estoques apóia a administração eficiente e efetiva das atividades
primárias e de apoio.
Devido a sua importância para este trabalho, aborda-se a administração de materiais
(suprimento físico) de for
ma mais detalhada.
2.2.3 Sistema logístico de suprimento
Conforme Dornier et al (2000, p.85), “o sistema logístico pode ser dividido em dois
segmentos: logística de entrada e de saída”. A logística de entrada é responsável pelo
fornecimento de todos os m
ateriais e componentes necessários para a fabricação dos produtos;
a logística de saída trabalha com a forma como os produtos manufaturados movem-se a partir
da montagem final, por meio da distribuição e armazenagem até a mão dos consumidores.
Desta forma, pode-se entender a logística de entrada como logística de suprimentos,
(ou administração de estoques), trabalhando com a entrada de materiais, componentes, etc que
uma empresa ou instituição mantém, seja para vender ou para fornecer como insumos para o
pr
ocesso de produção.
Segundo Lambert (1998), os objetivos específicos da administração de materiais estão
relacionados com o atingimento de um nível aceitável de lucratividade e/ou retorno sobre o
investimento e de permanecer competitivo em um mercado caracterizado pelo aumento da
concorrência.
Generalizando, Fernandes (1984) define os estoques como uma certa quantidade de
itens mantidos em disponibilidade constantes e permanentemente renovados, para produzir
lucros (provenientes das vendas) ou serviços (por permitir a continuidade do processo
produtivo das empresas).
39
De acordo com Lambert (1998, p. 450), é preciso compreender o papel da
administração de materiais (suprimento físico) na empresa. Segundo o autor, “sem eficiência
e eficácia na administração do fluxo de materiais recebidos, o processo de fabricação não
pode produzir produtos a preço desejado e em tempo hábil para distribuição aos clientes da
empresa”.
Para dar seqüência ao processo produtivo, Dias (1993) diz que é a função compras que
tem por finalidade suprir as necessidades de materiais ou serviços, planejá-
las
quantitativamente e satisfazê-las no momento certo e na quantidade certa. Compras é,
portanto, uma operação da área de materiais, muito importante entre as quais compõem o
processo de sup
rimento.
Lambert (1998) argumenta que, embora o termo compras e suprimentos muitas vezes
sejam utilizados intercambiavelmente, eles são diferentes em escopo. Compras, em geral,
refere
-se à atual compra de materiais e aquelas atividades associadas ao processo de compra,
enquanto que suprimentos é mais amplo em escopo e inclui compras, tráfego, armazenagem e
recebimento de materiais.
Conforme Pozo (2002), a área de compras é uma atividade de apoio fundamental ao
processo produtivo, suprindo-o com todas as necessidades de materiais. Além disso, compras
também é um excelente e substancial sistema de redução de custos de uma empresa, por meio
de negociações de preços, na busca de materiais alternativos e de incessante desenvolvimento
de novos fornecedores.
Entre
os problemas na área de suprimentos, estão a qualidade dos materiais, os
prazos de entrega incorretos, as especificações erradas, etc. Todos esses problemas dificultam
o processo operacional, atrasando a produção, elevando custos e deixando os clientes
insatisfeitos.
Além dos problemas citados, de acordo com Novaes e Alvarenga (1994), também
40
ocorrem, no processo de suprimento, problemas como a diversificação da aquisição de
matéria
-prima. Dornier et al (2000) dizem que a falta de qualificação dos fornecedores pode
trazer caos no processo de planejamento da cadeia de suprimentos. Mas mesmo assim, muitas
vezes não é conveniente para a indústria se abastecer a partir de um único fornecedor, por
motivos estratégicos. A partir daí surgem questões como: quantas devem ser as fontes
fornecedoras? Qual a distância xima a partir da qual deixa de ser interessante transportar
matéria
-prima? Qual a quantidade ideal de cada fornecedor? Torna-se então impossível para
muitas empresas o princípio de fornecimento e produç
ão
just in time
.
Muitos problemas seriam evitados com a integração dos processos da empresa com os
de seus fornecedores. Para Ching (2001), esta integração possibilitaria reduzir os tempos de
fornecimento de materiais, receber produtos de melhor qualidade, reduzir os estoques na
empresa e nos fornecedores, planejar de forma precisa a produção tendo os produtos
disponíveis sempre que necessário.
Autores como Harrison e van Hoek (2003) enfatizam o alinhamento e integração de
processos para permitir o fluxo de produtos e informações rápido e preciso. Mas, para isso, os
relacionamentos entre as organizações formadoras deste alinhamento devem ser fortes. Caso
contrário, elas nunca se tornarão líderes nos mercados em que atuam.
Neste contexto, a parceria pode ser definida “como um relacionamento comercial sob
medida, com base em confiança mútua, abertura, riscos e recompensas compartilhados, que
proporciona vantagem competitiva estratégica, resultando em um desempenho melhor do que
seria possível individualmente” (
VANTINE CONSULTORIA apud CHING, 2001, p.99).
Segundo Harrison e van Hoek (2003), essa parceria ou colaboração permite que os
parceiros comerciais trabalhem juntos para compreender melhor a demanda futura e para
colocar seus planos em prática a fim de satisfazer a lucratividade dessa demanda. Assim, os
parceiros comerciais colaboram com o planejamento de novos produtos, previsão da
41
demanda, planejamento do reabastecimento e trabalham de perto para alinhar os planos de
suas organizações.
Muitas vezes as parcerias não trazem os resultados esperados, pois é necessário uma
mudança de mentalidade e uma abordagem que proporcione desenvolvimento ao fornecedor.
Conforme Harrison e van Hoek (2003, p.306):
o desenvolvimento do fornecedor consiste em qualquer esforço de uma empresa
compradora com um fornecedor no sentido de aumentar seu desempenho ou
capacidades e de atender às necessidades de suprimento de curto prazo ou de longo
prazo da empresa compradora. Infelizmente, a tentação dos compradores de obter
uma vantagem de curto prazo ainda existe no desenvolvimento do fornecedor em
detrimento das parcerias de longo prazo.
Outra questão que afeta a logística de suprimentos é o modo como o sistema produtivo
opera: se ele é puxado ou empurrado.
De acordo com Simchi-
Levi
et al. (2003), nos sistemas empurrados, as decisões de
produção são baseadas em previsões de longo prazo. Geralmente, o fabricante utiliza os
pedidos recebidos dos depósitos do varejista para prever a demanda do cliente. Neste sistema,
leva
-se muito tempo para se reagir às mudanças de mercado, o que pode levar à incapacidade
de atender a mudanças nos padrões da demanda e obsolescência dos estoques à medida que a
demanda de determinado produto desaparece.
Nos sistemas puxados, a produção é acionada pelos clientes e, portanto, encontra-
se
associada à demanda real do mercado, ao invés de ser definida a partir de previsões. Este
sistema de produção utiliza mecanismos rápidos de comunicação para transferir informações
sobre a demanda do cliente para instalações d
e manufatura (
SIMCHI
-
LEVI
et al., 2003).
Após a introdução ao sistema logístico de suprimento, abordar-
se
a definição de
logística de suprimento.
42
2.2.3.1 Definição de logística de suprimento
No início do desenvolvimento conceitual da logística empresarial, segundo Ballou
(1993), o lugar do fluxo de suprimentos no escopo da disciplina não era claro, sendo
recentemente integrado à logística. Esta relativa negligência em relação ao suprimento
aconteceu possivelmente devido a dois motivos: primeiramente, os custos da movimentação
de suprimentos das firmas tendem a ser menores do que os custos de distribuição; e o segundo
motivo é que determinar o local do suprimento dentro das atividades logísticas não é tarefa
simples.
Ching (2001) cita outras razões para o pouco interesse das atividades logísticas de
suprimento, entre elas o desconhecimento sobre quanto representa o suprimento no custo total
da empresa; pouco controle sobre a movimentação física no fornecimento e até a crença de
que o poder de negociação
pende mais para o lado do vendedor (no caso, o fornecedor).
Embora em alguns casos possa haver pouco interesse pelo suprimento, segundo Ching
(2001, p.93), “não se deve subestimar a importância estratégica de suprimentos. Embora seja
o primeiro passo na cadeia de logística, ele é a maior distância até o consumidor, a mais
afetada pelas variações do mercado e o mais difícil de sincronizar com a demanda dos
consumidores”.
Neste contexto, problemas com materiais disponíveis para o processo produtivo, além
de
outros fatores, afetarão a disponibilidade de produtos ao consumidor. Para Lambert (1998),
“as decisões boas ou más, tomadas na seção de administração de materiais do processo
logístico, terão um efeito direto sobre o nível de serviço ao cliente, a habilidade da empresa
para competir com outras companhias e o nível de vendas e lucros atingidos no mercado”.
De acordo com Ballou (1993), os benefícios obtidos com um bom gerenciamento da
aquisição de suprimentos podem ser impressionantes. Em geral, uma empresa gasta de 40 a
43
60% de sua receita com vendas na compra de materiais. Neste contexto, mesmo pequenas
reduções no custo de materiais adquiridos, conseguidas tanto por desconto no preço como por
maior eficiência na sua movimentação, podem ocasionar grandes efe
itos na rentabilidade.
Neste sentido, suprimento é a fonte de todas as matérias-primas, embalagens,
componentes e outros insumos para preencher as necessidades de produção ou venda (CHING
2001).
Conforme Pozo (2002, p. 24), suprimento é a atividade que:
proporciona ao produto ficar disponível, no momento exato, para ser utilizado pelo
sistema logístico. É o procedimento de avaliação e da seleção das fontes de
fornecimento, da definição das quantidades a serem adquiridas, da programação das
compras e da for
ma pela qual o produto é comprado. É uma área importantíssima de
apoio logístico e, também um setor de obtenção de enormes reduções de custos da
organização.
a logística de suprimento, de acordo com Bowersox e Closs (2001, p.46), pode ser
entendida com
o sendo:
as atividades relacionadas com a obtenção de produtos e materiais de fornecedores
externos. Incluem execução do planejamento de recursos, localização de fontes de
suprimento, negociação, colocação de pedidos, transporte de saída, recebimento e
in
speção, armazenagem e manuseio e garantia de qualidade. Incluem a
responsabilidade pela coordenação com fornecedores em áreas como programação,
continuidade de suprimento,
hedging
e investigação, assim como pesquisas que
levem a novas fontes ou programas de suprimento. O principal objetivo do
suprimento é dar apoio à produção ou à revenda, proporcionando compras em tempo
hábil, ao menor custo total.
Após a conceituação de logística de suprimento abordar-
se
quais os elementos
constitutivos da logística de
suprimento.
2.2.3.2 Elementos da logística de suprimento
A logística de suprimento é o conjunto de atividades que visa facilitar o fluxo
ordenado de materiais, componentes ou estoques de produtos acabados para um complexo de
44
produção ou de distribuição. Fazem parte destas atividades: (1) a seleção de fontes de
suprimento; (2) a colocação de pedidos e expedição; (3) o transporte; e (4) o recebimento
(
BOWERSOX E CLOSS,
2001).
Neste contexto, Ballou (1993) também divide a logística de suprimento em atividad
es,
entretanto a divisão é menor que a anterior, possuindo somente três atividades principais que
são:
(1) inicialização e transmissão das ordens (pedidos) de compras, (2) transporte dos
carregamentos até o local da fábrica e (3) manutenção dos estoques na
planta.
Segundo Ballou (1993), além dessas atividades principais, existem outras, descritas
anteriormente, e que servem de apoio ao ciclo primário de administração de materiais
(suprimento físico). São elas: obtenção, embalagem de proteção, armazenagem, manuseio de
materiais e manutenção de informações.
A figura 4 apresenta as atividades de um ciclo de suprimento:
Seleção de fontes
de suprimento
Recebimento
Colocação e
expedição de pedidos
Transporte
Fornecedor
Figura 4: Atividades de um ciclo de suprimento.
Fonte: Bowersox e Closs (2001, p.59)
Quando a empresa necessita realizar o suprimento ou ressuprimento de matérias-
primas, componentes, etc ela seleciona dentre os fornecedores disponíveis quais atenderão seu
pedido. Após a seleção dos fornecedores, é efetuado e expedição do pedido. O fornecedor
recebe o pedido com a quantidade e data de entrega e providencia a produção ou entrega
imediata caso mantenha estoques de produtos acabados. Após essa operação, é realizado o
transporte do material, geralmente a cargo do fornecedor, até o local designado no pedido. Por
fim, a e
mpresa recebe o suprimento encomendado.
45
Pode
-se efetuar uma avaliação do fornecedor para controle do cumprimento de prazos
de entrega, custos, qualidade, etc com o objetivo de se estreitar relações ou buscar outras
fontes de fornecimento caso os fornecedo
res atuais estejam deixando a desejar.
Em relação às atividades principais da logística de suprimento, a seleção de
fornecedores segundo Ballou (1993), influencia significativamente a eficiência do fluxo de
bens. Sua escolha depende do preço, qualidade, continuidade de fornecimento e localização.
Neste sentido, a localização tem grande importância por que representa o ponto de partida
geográfico a partir do qual os bens devem ser entregues. A distância entre as fontes de
suprimento e o comprador influencia o tempo necessário para se conseguir os materiais, além
de afetar a confiabilidade dos prazos de entrega.
Para Ballou (1993), a colocação de pedidos também afeta a eficiência da logística.
Como é o documento necessário para o início do fluxo de produtos, ele deve especificar as
quantidades e possivelmente as instruções de entrega. Uma coordenação falha entre os
processos de compra e de movimentação de produtos pode levar a custos logísticos
desnecessários.
No que diz respeito ao transporte cujo algumas características já foram abordadas, este
representa as variações de tempo necessário para se executar uma movimentação específica,
sendo que o custo varia de acordo com a velocidade de movimentação. Quanto mais rápido,
normalmente mais alto é o preço do frete. Porém, quanto mais rápido o serviço de transporte,
mais curto será o intervalo de tempo durante o qual o estoque ficará em trânsito e
indisponível. Deste modo, para a seleção do modal de transporte mais indicado é necessário
realizar uma avaliação para se ter um meio-termo entre a velocidade e o custo do serviço
(BOWERSOX e CLOSS, 2001).
De modo resumido, pode-se dizer que são as necessidades de produção que iniciam as
ordens de compra, que, por sua vez, acionam as entregas de suprimentos. Após essa
46
introd
ução aos elementos principais da logística de suprimento, aborda-se a função do sistema
logístico de suprimento.
2.2.3.3 Função do sistema logístico de suprimento
Uma boa administração de materiais pode ser melhor apreciada quando os bens
necessários não estão disponíveis no instante correto para atender às necessidades de
produção ou operação. (BALLOU, 1993).
Conforme
Bowersox e Closs (2001), as decisões que envolvem estoques tem alto
impacto e são de grande risco. A falta de estoque pode comprometer vendas e provocar
declínio na satisfação dos clientes. Em relação a produção, a falta de matérias-primas e
componentes pode fazer com que a linha de produção pare, aumentando os custos e a
possibilidade da falta de produtos acabados.
A função da logística de suprimento pode ser analisada de acordo com o tipo de
empresa. Segundo Bowersox e Closs (2001), no varejo e no atacado, a função de suprimento
envolve a manutenção de um fluxo contínuo de produtos. Em outras empresas, o suprimento
deve dar apoio as necessidades de produção sendo responsável pela entrada das quantidades
de componentes e materiais que são necessários.
Para Ballou (1993), a motivação da administração de materiais (suprimento físico) é
satisfazer às necessidades dos sistemas de operação, tais como uma linha de produção na
manufatura ou um processo operacional de um banco, hospital, etc. Essas necessidades
provêm da demanda dos clientes e são convertidas nos programas e planos de produção ou
operação.
Um ciclo de suprimento é descrito por Ballou
(1993, p.59), da seguinte forma:
As necessidades da linha de produção ou do sistema de operações são convertidas
em ordens de compra. Um comprador seleciona fornecedores que atingem requisitos
de preço, entrega e qualidade exigidos. Tipicamente, uma ordem de compra é
47
preparada e enviada à firma fornecedora. Importantes informações logísticas, como
quantidade a ser embarcada, destino de entrega e data requerida para entrega
constam da ordem de compra. Em seguida, o fornecedor processa e prepara a ordem
para
a remessa. A entrega é arranjada pelo fornecedor ou pela firma compradora,
conforme os acordos de preço. Se o transporte é incluído no preço, geralmente o
próprio fornecedor realiza sua contratação. Se não, em geral o comprador trata do
transporte. Após a recepção do carregamento, este é submetido à inspeção de
qualidade e colocado no estoque até ser necessário para operações. Este é o ciclo de
suprimento usual.
Geralmente é a produção que inicia o fluxo de suprimento. Conforme Ballou (1993),
existem duas maneiras de providenciar o suprimento para a produção: (1) suprimento para
produção e (2) suprimento para estoque.
O suprimento para estoque funciona como uma garantia de disponibilidade de
materiais para as necessidades de produção. Entretanto, para ser mantido economicamente em
estoque, de acordo com Ballou (1993, p.67), deve seguir as seguintes características:
(1) ser comprado em quantidades maiores ou iguais a um lote mínimo,
(2) a tabela de preços do fornecedor deve ter descontos por volume,
(3) se
r de valor relativamente baixo,
(4) ser econômico compra
-
lo juntamente com outros itens,
(5) pode ser usado numa larga variedade de modelos ou produtos,
(6) ter tabelas de fretes ou requisitos de manuseio que facilitem a compra de grandes
lotes ou
(7)
ter alto grau de incerteza na entrega ou na continuidade de suprimento.
A segunda maneira de providenciar suprimento, suprimento para a produção,
representa a forma na qual os materiais vão sendo adquiridos conforme a necessidade. Manter
em estoque todos os materiais pode ser ineficiente. Em geral, são compradas pequenas
quantidades comparadas com os volumes daqueles comprados para estoques e precisam de
maior atenção por parte da administração, como melhor comunicação ou pedidos mais
rápidos. (BALLOU, 199
3).
2.3
S
ISTEMAS DE INFORMAÇÃ
O
A informação se tornou essencial para o gerenciamento dos negócios hoje em dia.
48
Segundo McGee e Prusak (1994, p.3), “numa economia de informação, a concorrência entre
as organizações baseia-se em sua capacidade de adquirir, tratar, interpretar e utilizar a
informação de forma eficaz”. Assim, deduz-se que as organizações que utilizarem a
informação de forma estratégica conseguirão uma vantagem competitiva frente aos seus
concorrentes.
A informação é considerada um recurso de suma importância para as empresas.
Segundo McGee e Prusak (1994), em uma economia baseada na informação, ela torna-
se cada
vez mais a base para a competição. Neste sentido, os executivos devem identificar claramente
o papel que a informação irá desempenhar
na estratégia competitiva da empresa.
De acordo com Rezende e Abreu (2000), a importância da informação nas empresas
como um recurso estratégico pode ser compreendido devido a mudanças no ambiente
contemporâneo, tais como a globalização, a transformação da economia industrial em uma
economia da informação e a conseqüente transformação das organizações em sua estrutura,
divisão do trabalho e formas de coordenação do mesmo.
O gerenciamento da informação é, atualmente, assunto da maior relevância. Essa
função
é considerada como uma das responsáveis pelo sucesso das organizações, seja em
termos de sobrevivência ou no estabelecimento de maior competitividade. (BEUREN, 1998).
Neste sentido, Daft (1999, p.219) diz que “as informações são o fluido vital das
organiz
ações por que são elas que alimentam as decisões sobre aspectos como estrutura,
tecnologia e inovação e porque são a bóia de salvamento para fornecedores e clientes”.
2.3.1 Definição de sistemas de informações
Laudon e Laudon (1999, p.4) definem sistemas de informações (SI) como “um
conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar,
49
processar, armazenar e distribuir informações com a finalidade de facilitar o planejamento, o
controle, a coordenação, a análise e o proces
so decisório em empresas e outras organizações”.
Segundo Beuren (1998, p.38) “sistema de informações consubstancia-se no conjunto
de elementos (humanos, tecnológicos, materiais e financeiros) que viabiliza a captação de
dados, seu processamento e a geração
e divulgação de informações”.
Stair (1998), segue uma linha de pensamento similar definindo um sistema de
informações como uma série de elementos ou componentes inter-relacionados que coletam
(entrada), manipulam e armazenam (processo) disseminam (saída) os dados e informações,
fornecendo ainda um mecanismo de feedback.
Não se pode entender ou usar sistemas de informações em empresas de forma eficiente
sem o conhecimento de sua composição. Um sistema de informações faz parte da empresa e é
composto de: tecnologia, organizações e pessoas. A figura 5 mostra os componentes de um
sistema de informações.
Figura 5: Componentes do sistema de informações.
Fonte: Laudon e Laudon (1999, p.5)
O sistema de informações de acordo com Laudon e Laudon (1999), existe par
a
responder as necessidades organizacionais, incluindo os problemas que são apresentados pelo
Ambiente Externo
Organização
Tecnologia
Pessoas
Sistema de
Informações
50
ambiente externo criados por tendências políticas, demográficas, econômicas e sociais.
Os sistemas de informações se desenvolvem em uma empresa segundo duas
dimen
sões: os componentes da empresa e seu nível de decisão. Polloni (2000, p.30), explica
que:
os componentes da empresa correspondem aos diversos setores que executam as
diferentes funções necessárias ao funcionamento da empresa, como por exemplo:
setores de pesquisa, produção, marketing, finanças e pessoal. Os veis de decisão
obedecem à hierarquia existente na empresa e o conhecidos como nível
estratégico, tático e operacional.
De acordo com Rezende e Abreu (2000, p.63), os sistemas de informações “têm
como
objetivo auxiliar os processos de tomada de decisões na empresa”. Se os sistemas de
informações não atenderem esse objetivo, segundo os autores, sua existência não será
significativa para a empresa.
Os sistemas de informações têm sido utilizados em um novo papel, que é a aplicação
em problemas que se relacionam com a vantagem competitiva de uma empresa. Para Laudon
e Laudon (1999, p.42), “esses sistemas são considerados sistemas de informação estratégicos
porque se concentram em resolver problemas relacionados com a prosperidade da empresa a
longo prazo e sua sobrevivência”.
Para um melhor entendimento sobre informação, far-
se
-á uma diferenciação entre
dado e informação.
2.3.2 Diferença entre dado e Informação
A respeito do termo informação, Cardoso (1996), afirma que esse termo, cujo uso
remonta à Antigüidade, têm sua origem na palavra latina
informare
: dar forma. No entanto, ao
longo da história, sofreu tantas modificações em sua acepção, que na atualidade seu sentido
está carregado de ambigüidade, confundido muitas vezes com comunicação, outras tantas com
51
dado, em menor intensidade com instrução e mais recentemente com conhecimento.
Para esclarecer as ambigüidades na definição do termo informação, é necessário fazer
uma diferenciação entre dados, informação e conhecimento. De acordo com Laudon e Laudon
(1999, p.10), “é a mente humana que forma aos dados para criar uma “informação” e um
conhecimento significativo”.
No intuito de caracterizar dados e informação, Deutsch (apud
ANGELONI
2002,
p.XVI) ex
plica que:
os Dados referem-se a elementos descritivos de um evento e são desprovidos de
qualquer tratamento lógico ou contextualização. A informação, cuja origem
etimológica é o vocábulo latino informatio, que designa a ação de informare - dar
forma, mo
ldar
- correspondente a uma representação mental do mundo empírico. A
construção de uma informação envolve atividade como coleta, classificação e
aglutinação dos dados. Ao contrário dos dados, a informação não possui sentido
imanente, próprio, sendo sempre produto de relações sistemáticas entre fatos. A
informação está inserida em uma rede de relações que lhe confere sentido e,
portanto, utilidade. Em outras palavras, a informação pode ser entendida como um
conjunto de dados selecionados e agrupados segundo um critério lógico para a
consecução de um determinado objetivo.
Segundo Setzer (1999), “dado é uma seqüência de símbolos quantificados ou
quantificáveis”. Nesta definição, um dado é necessariamente uma entidade matemática e,
desta forma, puramente
sintá
tica
. Isto significa que os dados podem ser totalmente descritos
através de representações formais, estruturais. a Informação é uma abstração informal (isto
é, não pode ser formalizada através de uma teoria lógica ou matemática), que representa algo
sig
nificativo para alguém através de textos, imagens, sons ou animação.
Setzer (1999) ressalta que conhecimento é uma abstração interior, pessoal, de alguma
coisa que foi experimentada por alguém. Nesse sentido, o conhecimento não pode ser descrito
inteiramen
te
- de outro modo seria apenas dado (se descrito formalmente e não tivesse
significado) ou informação (se descrito informalmente e tivesse significado). Também não
depende apenas de uma interpretação pessoal, como a informação, pois requer uma vivência
do
objeto do conhecimento.
52
Callaos e Callaos (2002) argumentam que dado e informação são os dois lados de uma
mesma moeda: dado é o lado objetivo da informação, e a informação é o lado subjetivo do
dado. No âmbito organizacional, Oliveira (1999), cita que a informação tem o propósito de
capacitar as empresas a alcançar os seus objetivos pelo uso eficiente de seus recursos.
2.3.3 Tipos de sistemas de informações
Não se encontra na literatura confluência entre os autores a respeito dos tipos ou
classificação
de sistemas de informações. Segundo Bio (1985), os sistemas de informações
podem ser classificados em categorias de acordo com seus propósitos fundamentais em dois
grupos principais: os sistemas de apoio às operações e os sistemas de apoio à gestão.
Bio (1985, p.34) diz que os sistemas de apoio às operações “são tipicamente sistemas
processadores de transações, ou seja, redes de procedimentos rotineiros que servem para o
processamento de transações recorrentes”. Alguns exemplos de processamento de transaçõe
s
são: folha de pagamento, processamento de pedidos, compras, contas a receber, contas a
pagar.
Quanto aos sistemas de apoio à gestão, Bio (1985), diz que esses sistemas existem
especificamente para auxiliar os processos decisórios. Alguns exemplos de sistemas de apoio
à gestão são previsão de vendas, análise financeira, orçamento.
Segundo O’Brian (2003, p.26), “existem muitos tipos de sistemas de informações no
mundo real. Todos eles utilizam recursos de
hardware
,
software
, rede e pessoas para
transformar
os recursos de dados em produtos de informação”. Ressalta que, os papéis
atribuídos aos sistemas de informações têm sido significativamente ampliados com o passar
dos anos. Isso pode ser melhor visualizado na figura 6.
53
Os Papéis em Expansão dos Sistemas de Informações nos Negócios e na Administração
A Participação em Expansão dos Usuários Finais e Gerentes nos Sistemas de Informações
Empresa e Conecção em Rede Global: os anos de 1990 a 2000
Sistemas de informação interconectados
Para o usuário final, a empresa e a computação, comunicações e
colaboração interorganizacionias, incluindo operações e
administração globais na Internet, intranets, extranets e outras
redes empresariais e mundiais.
Apoio Estratégico e ao Usuário Final: os anos de 1980 a 1990
Sistemas de computação do usuário final
Apoio direto a computação para a produtividade do usuário final e
colaboração de grupos de trabalho
Sistemas de Informação Executiva (EIS)
Informações críticas para a alta administração
Sistemas especialistas
Conselho especializado baseado no conhecimento para os
usuários finais
Sistemas de informação estratégica
Produtos e serviços estratégicos para vantagem competitiva
Apoio à Decisão: os anos de 1970 a 1980
Sistemas de apoio à decisão
Apoio interativo e
ad hoc
ao processo de tomada de decisão
gerencial
Relatórios Administrativos: os anos de 1960 a 1970
Sistemas de informação gerencial
Relatórios administrativos de informações pré-estipuladas para
apoiar a tomada de decisão
Processamento de Dados: os anos de 1950 a 1960
Sistemas de processamento eletrônico de dados
Processamento de transações, manutenção de registros e
aplicações contábeis tradicionais.
Figura 6
: Ampliação dos papéis atribuídos aos sistemas de informações
Fonte: O’Brian (2003, p.27).
Para O’Brian (2003, p.28), “em termos conceituais, os sistemas de informação podem
ser classificados de maneiras diferentes”. Divide-os em sistemas de apoio às operações e
sistema de apoio gerencial. Esta divisão está representada na figura 7.
54
Figura 7: Sistemas de apoio às operações e sistema de apoio gerencial
Fonte: O’Brian (2003, p.28).
Segundo O’Brian (2003), existem outras categorias de sistemas de informações que
fornecem classificações mais amplas. Cita exemplos de sistemas de informações entre os
quais estão os sistemas especialistas, os sistemas de gerenciamento de conhecimento, os
sistemas de informações empresariais, os sistemas de informação estratégica e os sistemas de
informações interfuncionais.
Laudon e Laudon (1999), ao classificarem os sistemas de informações, fazem primeiro
uma hierarquização da empresa em níveis organizacionais. Com base nessa hierarquização,
Laudon e Laudon (1999) classificam os sistemas de acordo com o problema que eles
resolvem. Para os problemas da gerência sênior são utilizados os sistemas de nível estratégico.
Problemas da área da gerência intermediária envolvem geralmente o desenvolvimento de
sistemas táticos. Sistemas de conhecimento são usados em aplicações que servem ao grupo de
trabalho do conhecimento na resolução desta classe de problemas. Por fim, os sistemas
operacionais são utilizados para resolver problemas relacionados à operação, serviço e
produção. Essa divisão
pode ser melhor observada na figura 8.
Sistemas de
Informação
Gerencial
Sistemas de
Apoio à
Decisão
Sistemas de
Informação
Executiva
Sistemas de
apoio
Gerancial
Sistemas de
informações
Sistemas de
Processamento
de Transações
Sistemas de
Controle de
Processos
Sistemas de
Colaborativos
Sistemas de
apoio às
Operações
Apoio às
Operações
Relatórios
Padronizados
para os Gerentes
Apoio Interativo
à Decisão
Informação
Elaborada
Especificamente
para Executivos
Controle de
Processos
Industriais
Processamento
de Transações
Apoio à Tomada
de Decisão
Gerencial
Colaboração
entre Equipes e
Grupos de
Trabalho
55
Problema
Organizacional
Estratégico
Tático
Conhecimento
Operações
Nível
Organizacional
Gerência Sênior
Gerência Média
ou Intermediária
Trabalhadores do
Conhecimento
Funcionários da
Produção e
Serviços
Produção
Finanças/
Contabilidade
Vendas/
Marketing
Recursos
Humanos
Figura 8: Visão integrada do papel dos sistemas de informações
Fonte: Laudon e Laudon (1999, p.27).
Oliveira (1999), Rezende e Abreu (2000), seguem uma hierarquização com um nível a
meno
s do que Laudon e Laudon. Os níveis de informação e de decisão empresarial obedecem
a hierarquia padrão existente na maioria das empresas, ou seja, a divisão de níveis estratégico,
tático e operacional.
Neste contexto, Rezende e Abreu (2000) dividem os sistemas de informões em
sistemas de informões operacionais (SIO), sistemas de informações gerenciais (SIG), e
sistemas de informações estratégicos (SIE). Em relação a cada grupo, são apresentados no
quadro abaixo alguns pormenores no tocante às decisões
relacionadas a cada grupo.
Tipos de Sistemas
Decisões relacionadas
planejamento e controle da produção: a quantidade produzida
faturamento: o item da venda, o preço, a data de faturamento, o valor do
item
contas a pagar e a receber: o valor do título, a data de vencimento
estoque: o código do material, o tipo de material
Sistemas de
Informações
Operacionais (SIO)
folha de pagamento: o salário, o provento, o nome do funcionário
56
contabilidade fiscal: o valor do lançamento, a natureza
planejamento e controle da produção: total da quantidade produzida
faturamento: valor do faturamento do dia, valor acumulado do mês
contas a pagar e receber: títulos a pagar em dia, número de
inadimplentes
estoque:
relação do estoque mínimo com o estoque real
folha de pagamento: percentual dos salários em relação ao faturamento
Sistem
as de
Informações
Gerenciais (SIG)
contabilidade fiscal: total de impostos a recolher, etc
quantidade produzida com pedidos
em negociação
valor do faturamento com contas a pagar
planejamento de compras com quantidade de estoque
folha de pagamento, encargos sociais, impostos com fluxo de caixa
relacionamento bancário e órgãos governamentais
linhas de produção e tecnologia versus satisfação do cliente e
funcionários
custos em relação ao retorno, com orçamento e análise financeira
prioridades de pagamento de juros ou desconto a clientes
Sistemas de
Informações
Estratégicos (SIE)
concorrência, mercado global e perspectivas, etc
Quadro 2: Tipos de sistemas de
informações e decisões relacionadas
Fonte: Elaborado com base em Rezende (1999)
O quadro 2 apresentou algumas operações dos sistemas de informações estratégico,
gerencial e operacional. O sistema de informações operacional é responsável pelas operações
e transações rotineiras que acontecem no dia-a-dia das empresas. O sistema de informações
gerenciais é responsável por dados sintetizados das operações e que servirão para a tomada de
decisão do corpo gestor. Por fim, os sistemas de informações estratégicas trabalham com os
grupos de dados das operações operacionais e transações gerenciais, utilizando-os como
informações estratégicas.
2.4
S
ISTEMAS DE INFORMAÇÕ
ES EM
L
OGÍSTICA
Com o advento da globalização, os sistemas de informações logísticas se tornaram
essenciais para a competitividade das empresas, uma vez que a atuação em mercados globais
redefiniu o ambiente logístico das empresas.
Dornier et al. (2000, p.583), afirmam que “o fluxo físico de informações está
57
tornando
-se uma ferramenta de gestão logística cada vez mais importante”. Isso se deve à
complexidade dos sistemas de gestão na atualidade, que demandam cada vez mais
informações.
A informação, conforme Dornier et al. (2000), é um recurso deflacionário que está
substituindo o material físico, que por sua vez tornou-se um recurso inflacionário. Por muitos
anos a gestão logística tem investido em processamento de dados, recursos de
telecomunicações e sistemas de informações, com o objetivo de gerir melhor os fluxos físicos.
Informações precisas e em tempo hábil são, atualmente, cruciais para a eficácia do
projeto de sistemas logísticos, de acordo com Bowersox e Closs (2001, p. 176), por três
razões básicas:
em primeiro lugar, os clientes consideram informações sobre
status
de pedido,
disponibilidade de produto, programação de entrega e faturamento são fatores
essenciais do serviço ao cliente.
Em segundo lugar, o objetivo central de redução de estoques em toda a cadeia de
suprimento tem levado os executivos a considerar que a informação pode ser um
inst
rumento eficaz na redução de estoque e da necessidade de recursos humanos.
Especialmente, o planejamento de necessidades que utiliza informações mais
recentes pode proporcionar reduções de estoque à medida que minimiza as
incertezas da demanda.
Em terceir
o lugar, a informação aumenta a flexibilidade para decidir como, quando e
onde os recursos podem ser utilizados para que se obtenha vantagem estratégica.
Ballou (1993, p.278) ressalta que “o desempenho do planejamento e controle gerencial
depende da quantidade, forma e precisão das informações disponíveis”. Anos atrás, as
empresas arquivavam, classificavam, recuperavam e manipulavam os dados manualmente.
Hoje, sistemas de informações baseados em
hardware
e
software
de última geração tornaram
esses processo
s mais rápidos e confiáveis.
Conforme Lambert (1998, p. 543) “um sistema de informações computadorizado deve
ser capaz de: 1) recuperação de dados, 2) processamento de dados, 3) análise de dados e 4)
geração de relatórios”.
A recuperação de dados é a capacidade de chamar dados como taxas de fretes, custo
58
padrão de armazenagem ou a situação atual do pedido do cliente. Os dados geralmente estão
em sua forma bruta; os registros computadorizados permitem um acesso conveniente e rápido
à informação. (LAMBERT, 1
998)
Segundo Lambert (1998, p. 544) “o processamento de dados é a capacidade de
transformar dados em uma forma mais útil, através de uma conversão direta e relativamente
simples”.
Na análise de dados, uma série de modelos matemáticos e estatísticos são ut
ilizados
para apoiar as decisões gerenciais, incluindo programação linear e modelos de simulação,
proporcionando assim informações à diretoria para a tomada de decisão estratégica e
operacional. (LAMBERT, 1998)
Por fim, um sistema de informações de logística pode gerar relatórios de desempenho
de pedidos, relatórios de administração de estoques; relatórios de desempenho de expedição;
relatórios de avarias; relatórios de administração de transportes; relatórios de configuração de
sistemas, que podem conter os resultados de análise de dados de modelos matemáticos e
estatísticos e relatórios de custos logísticos. (LAMBERT 1998)
Neste contexto, de acordo com Lambert (1998, p. 456):
o gerente de materiais necessita acesso direto ao sistema de informação para
adm
inistrar apropriadamente o fluxo de materiais para a empresa e dentro da
empresa. Dentre os tipos de informação de que o gerente de materiais necessita
incluem
-se a previsão da demanda para produção, nomes e características de
fornecedores, dados sobre pre
ço, níveis de estoque, cronograma de produção, roteiro
e cronograma de transporte, e vários outros fatores fatos financeiros e de marketing.
Segundo Pozo (2002), uma base de dados bem estruturados, com informações
importantes sobre os clientes, sobre os volumes de vendas, sobre os padrões de entregas,
sobre os níveis de estoque e das disponibilidades físicas e financeiras servirão para apoiar
uma administração eficiente e eficaz das atividades primárias do sistema logístico.
Todo sistema de informações procura captar, armazenar, processar e disseminar as
59
informações que servirão para a tomada de decisão nas organizações. As características
básicas de um sistema de informações logísticas são apresentadas na figura 9.
Dados de
clientes
BASE DE DADOS
Arquivos de
computadores
Registro da
empresa
Informações
publicadas
Dados
Gerenciais
Registro de
Manuais
ENTRADAS
Análise de
dados
Recuperação
de dados
Processamento
de dados
Análise de
dados
Recuperação
de dados
Processamento
de dados
SISTEMA DE COMPUTADOR
E BASE DE DADOS
SAÍDAS
Resultados de
análise
Relatórios de
ação
Documentos
preparados:
pedidos de
compra,
manifestos, etc
Figura 9: Es
trutura básica de um sistema de informações logísticas.
Fonte: Ballou (1993)
A estrutura básica de um sistema de informações logísticas representada na figura 9
possui como entrada do sistema os dados de clientes, registro da empresa, informações
publicad
as e dados gerenciais. Essas informações são armazenados em um banco de dados
para posterior análise, recuperação e processamento, que suportarão a administração logística
e o processo de tomada de decisões.
O sistema de informações provê as informações logísticas necessárias para uma boa
administração possibilitando a operação eficiente das atividades logísticas na organização. Na
seqüência serão apresentados os níveis de informações logísticas.
60
2.4.1 Níveis de informações logísticas
Para Bowersox e Closs (2001, p. 176), “os sistemas de informações logísticas são a
interligação das atividades logísticas para criar um processo integrado. A integração baseia-
se
em quatro níveis de funcionalidade: sistemas transacionais, controle gerencial, análise de
decisã
o e planejamento estratégico”. Para uma melhor visualização, na figura 10 são
apresentadas as informações em cada nível de funcionalidade dos sistemas.
Formulação
de alianças
estratégicas
Desenvolvimento e
aperfeiçoamento de
capacitações e oportunidades
Análise do serviço ao cliente
focada e baseada no lucro
Programação e roteamento de veículos
Gerenciamento e níveis de estoque
Configuração de redes/instalações
Integração vertical
versus
terceirização
Mensuração Financeira
Custo
Gerenciamento de Ativos
Mensuração do serviço ao cliente
Mensuração da produtividade
Mensuração da qualidade
Entrada de pedidos
Alocação de estoque
Separação de pedidos
Expedição
Formação de preços e emissão de faturas
Pesquisa entre os clientes
SI para o nível de
planejamento
estratégico
SI transacional
SI para o nível de
controle gerencial
SI para o nível de
análise de decisão
Figura 10: Funcionalidades da informação.
Fonte: Adaptado de Bowersox e Cl
oss (2000, p.177)
O nível mais baixo, na figura, representa o sistema transacional que é responsável por
atividades como entrada de pedidos, alocação de estoque, expedição, separação de pedidos,
pesquisa entre os clientes, etc.
61
O sistema transacional tem seu início com a entrada de um pedido no sistema de
informações, sucedendo-se posteriormente com as demais atividades transacionais. Uma
solicitação que os clientes prezam é a capacidade do sistema de informações disponibilizar
informações sobre o
status
d
o pedido em qualquer parte do tempo.
O nível do controle gerencial é responsável principalmente por avaliações de
desempenho, através de atividades como, mensuração financeira, custo, mensuração de ativos,
mensuração do serviço, mensuração da produtividade, mensuração da qualidade. Serve,
portanto, para avaliar o uso dos recursos e o serviço prestado, fazendo comparações com o
desempenho passado.
No nível de análise de decisão são fornecidas informações para decisões táticas e
estratégicas. As análises se concentram na avaliação de futuras alternativas de decisão. Para
isso, o sistema de informações logísticas deve ser flexível, a fim de possibilitar uma ampla
gama de alternativas para a tomada de decisão.
Finalmente, o nível do planejamento estratégico é responsável por decisões de longo
prazo, que estão diretamente ligadas à estratégia logística da empresa. Devem fornecer
informações como análise do serviço ao cliente focada e baseada no lucro, desenvolvimento e
aperfeiçoamento de capacitações e oportunidades, formulação de alianças estratégicas, com o
objetivo de desenvolver e aperfeiçoar a estratégia logística em uso pela empresa.
Ballou (1993) também divide as informações logísticas em quatro níveis, descritos a
seguir:
Nível 1 (operacional) refere-
se
as transações e consultas. Fica responsável
pelas informações sobre andamentos de pedidos, verificação de estoques,
cotação de frete entre outras. Essas interações ocorrem constantemente e por
isso a velocidade da informação é de suma importância.
Nível 2 envolve o uso de informações pelos supervisores de primeira linha,
que são responsáveis por controlar a utilização de espaço, estoques,
produtividade da mão-
de
-obra e pedidos. São necessárias informações na forma
de relatórios para se realizar o planejam
ento, decisão e controle operacionais.
62
Nível 3
– responsável pelo planejamento e controle táticos, tais como problemas
de reavaliação dos pontos de reposição de inventário, seleção de
transportadoras, arranjo físico, planejamento de espaço e transporte.
vel 4 é o nível do planejamento estratégico, ou seja, planejamento a longo
prazo, que engloba a definição das metas, políticas e objetivos que irão
influenciar em toda a estrutura logística, como a distribuição e o suprimento.
Nesse nível o fluxo de informações raramente é crítico e as consultas por
informações podem ser realizadas mais esporadicamente.
Em relação aos níveis de informações logísticas apresentados, verifica-se que o nível
mais baixo (operacional ou transacional) é o que tem as atividades
mais estruturadas, podendo
sofrer grande automação. Os sistemas de informações logísticas possibilitarão vantagem
competitiva nos níveis onde as atividades são menos estruturadas e não passíveis de
automação, uma vez que a automação é copiada e acaba fazendo parte de todas as empresas
do setor em pouco tempo.
2.4.2 Finalidades dos sistemas de informações logísticas
Segundo Dornier et al. (2000, p. 584), as informações capturadas pelo Sistema de
Informações Logísticas (LIS) satisfazem aos objetivos de monitoração logística e podem ser
usadas para: a) prever, antecipar e planejar; b) garantir que as operações possam ser rastreadas
no tempo e que produtos possam ser localizados; e c) controlar e relatar as operações
completadas.
Os sistemas de informações logísticas empregados pela empresa, de acordo com Bardi
et al (1994), determinam a eficiência e competitividade dela no mercado e afetam a
capacidade de otimizar os custos e o nível de serviço. Os gestores requerem informações de
acordo com as dimensões regional e temporal das matérias-primas e produtos acabados da
empresa. Esse conhecimento permite a otimização da movimentação e estocagem de
produtos, assim como a satisfação da demanda dos clientes. Adicionalmente, uma vantagem
competitiva é obtida no mercado pelas empresas que geram melhor serviço logístico com
63
custos mais baixos.
Em relação ao sistema de informações logísticas e as atividades de suprimento, Pozo
(2002, p.151) analisa o envolvimento das atividades de suprimento e de apoio com o sistema
logíst
ico e seu fluxo de informações. Estas atividades estão descritas a seguir.
Solicitação de compras: é o documento que contém as informações sobre o que
comprar, sua quantidade, prazo de entrega, local de entrega, fornecedores
aprovados, últimos preços e es
pecificações técnicas.
Coleta de preços: a cotação de compras é o documento de registro da pesquisa de
preços que fazemos em função de ter recebido a solicitação de compra dos
fornecedores que temos aprovado para este material em específico. Nele anotamos
os dados recebidos dos fornecedores, tais como preço, prazo de entrega, condições
de pagamento, descontos e especificação do material ou produto.
Análise de preços: tendo em mãos a coleta de preços encerrada, passamos a analisar
os dados nela contido e faremos um comparativo entre os fornecedores, avaliando
todos os fatores que influenciam o conjunto da proposta de cada proponente. Aqui
são levados em consideração todos os dados na convergência do melhor valor
agregado para a empresa e é tomada a decisão de quais fornecedores irá ou irão
fornecer, estabelecendo
-
se todas as condições necessárias à empresa.
Pedido de compras: o pedido de compras é o contrato formal entre a empresa e o
fornecedor classificado, e deverá representar todas as condições estabelecidas nas
negociações pré-pedido após a análise de preços e que deverá fazer parte integrante
do pedido. É imperioso que o fornecedor esteja ciente de todas as cláusulas e
especificações constantes nas normas e procedimentos legais da empresa e da
legislaçã
o vigente. Portanto, no pedido deverá constar: preço unitário e total,
condições de fornecimento, prazo de entrega, condições de pagamento,
especificações técnicas do fornecimento, embalagens, transporte e reajuste, caso
haja. Os pedidos de compras devem ser sempre entregues mediante protocolo, para
registro e avaliação.
Acompanhamento do pedido: o acompanhamento do pedido, também conhecido
como follow-up, é o procedimento para manter sob controle todos os pedidos em
carteira, em que uma pessoa especialmen
te designada para essa função faz um relato
completo da vida inteira do pedido, até o momento em que ele é liberado para o
processo de nossa empresa. Sua essência e sua finalidade são de evitar atrasos, ou
problemas para o cliente na entrega do pedido, eli
minando
-
se assim desperdícios em
nossas atividades empresariais e, principalmente, problemas com nossos clientes, e
prejudicar a imagem da organização.
2.4.3 Princípios inerentes aos sistemas de informações logísticas
Bowersox e Closs (2001) entendem que os sistemas de informações logísticas devem
incorporar seis princípios, que são os seguintes: disponibilidade, precisão, atualização em
tempo hábil, SIL baseado em exceções, flexibilidade e formato adequado para atender às
necessidades de informações e apoiar adequadamente o planejamento e as operações da
empresa.
64
A disponibilidade está relacionada com a possibilidade de informações logísticas
estarem disponíveis em tempo hábil e com consistência. A precisão refere-se ao grau de
conformidade com que as informações são geradas. Atualizações em tempo hábil devem
ocorrer para proporcionar um retorno rápido para fins de tomada de decisão. Um sistema de
informações baseado em exceções é necessário para apontar os problemas e oportunidades. A
flexibilidade permite ao sistema se ajustar melhor às necessidades dos usuários e clientes. Por
fim, o formato adequado refere-se à apresentação das informações que devem ser
apresentadas com a melhor estrutura e ordenação.
2.4.4 Sistema de informações logísticas e telecomu
nicações
É possível, com a ajuda de novas tecnologias de informação, reformular as
funcionalidades do LIS para uma visão de logística global. (
DORNIER
et al. 2000).
Neste
sentido, Dornier et al. (2000, p.585), citam que o LITS - logistics information and
telecommunications systems ou sistema de informações logísticas e telecomunicações “é a
peça central do sistema de informações logísticas para as operações globais”. As
telecomunicações servem para disseminar informações logísticas ao longo de vários locai
s
geográficos, diferentes funções e diversos setores.
As principais questões envolvidas na definição de um LITS são as seguintes:
Contribuir para a redução de custos na gestão do ciclo de fluxos de materiais. O
LITS cuida de todos os passos de processamento necessários para um eficiente
fluxo de produtos dentro das restrições de nível de serviço e custos (formulários
de preparação de pedidos, papéis de entrega, notas de entrega, recibos de
entrega etc).
Otimizar os recursos físicos alocados em toda a cadeia de suprimentos. Dessa
forma, o LITS forma o banco de dados necessário e implementa as ferramentas
de suporte à decisão para gerenciar recursos e usa
-
los com a máxima eficiência.
Acompanhar o desempenho operacional. O LITS fornece informações de
retorno úteis para o controle de desempenho logístico e também para
indicadores logísticos.
Fornecer ferramentas de tomada de decisão para a gerência.
65
O objetivo do LITS é o mesmo do LIS, ou seja, redução de custos, otimização de
recursos físicos, acompanhamento do desempenho operacional, etc com a diferença de ser
voltado para uma visão de logística global.
2.4.5 Implantação de sistemas de informações logísticas
A implantação do LIS, para Bardi et al. (1994), é motivada por um número de
objetivos, entre os quais: a otimização do serviço logístico, otimização de custos e a
integração de informações.
O nível de serviço está relacionado com a qualidade que as empresas precisam
proporcionar neste quesito para poderem competir em uma economia globalizada. No tocante
à otimização de custos, é necessária a análise de todos os componentes que fazem parte e
influenciam o alcance do nível de serviço que se quer proporcionar. Finalmente, a integração
de informações é necessária pois, permite a obtenção de várias fontes que i
ntegradas
possibilitam melhor suporte para decisões.
Bardi et al. (1994) são enfáticos ao argumentar que o suporte da alta gestão é crítico
para o desenvolvimento, implementação e uso do LIS. Sem o suporte, o amplo potencial do
LIS para implementação de ef
iciências e vantagem competitiva não se materializará.
Para a implantação de um sistema de informações logísticas pode-se utilizar o modelo
de sete etapas de Erdmann (1998, p. 129) que segundo o autor segue um procedimento
sistemático, com levantamento de informações onde são levadas em consideração as
aspirações dos vários envolvidos; delineamento do sistema; e se for o caso escolha de um
software
auxiliar. As sete etapas do modelo são apresentadas no quadro 3:
1
Diagnóstico da situação
2
Processo decisó
rio
66
3
Definição e a descrição dos subsistemas
4
Avaliação dos subsistemas e sua descrição detalhada
5
Concepção do sistema ou união dos subsistemas
6
Adequação de um software ao modelo concebido
7
Orientação para a implantação
Quadro 3: Etapas para a
implementação de um sistema de informações
Fonte: Adaptado de Erdmann (1998)
As etapas apresentadas no quadro 3 são descritas textualmente a seguir.
Diagnóstico da situação
A primeira etapa busca analisar qual é o desenho atual do sistema, ou seja, em
que
estado se encontra levando-se em conta sua estrutura e a análise do ambiente externo e da
tecnologia. Segundo Erdmann (1998), finaliza-se esta etapa apontando os problemas
existentes e sinalizando possíveis soluções.
Processo decisório
Na etapa do processo decisório precisam ser definidos quais são os objetivos que se
pretendem alcançar. É necessário visão estratégica e apoio da alta administração para o
desenvolvimento e implantação do modelo.
Definição e descrição dos subsistemas
Para a definição dos subsistemas exigidos nesta etapa de acordo com Peres (2002) é
necessário partir dos objetivos, sendo os subsistemas as partes que deverão fazer frente a essa
67
demanda. É o início da construção do sistema, desde os seus elementos componentes até a
defini
ção de entradas, processos e saídas do sistema.
Avaliação dos subsistemas e sua descrição detalhada
Neste etapa conforme Erdmann (1998), realiza-se uma avaliação pelos grupos
diretamente e indiretamente envolvidos, onde se questionam as entradas, saídas
e
funcionamento proposto. Por fim, descreve-se o sistema, ou seja, a junção de todos os
subsistemas no sistema maior.
Concepção do sistema ou união dos subsistemas
A concepção do sistema é baseada na visão sistêmica que integra os subsistemas em
uma visão do todo com todas as suas interligações. Nesta etapa segundo Erdmann (1998), é o
momento em que se deve decidir pela busca ou não, de auxílio em processamento eletrônico
de dados.
Adequação de um software ao modelo concebido
Nesta etapa analisa-se a necessidade ou não de um software. Nos extremos dessa
situação pode-se encontrar deste a compra de pacotes de
software
prontos até a inexistência
de nenhum sistema informatizado.
68
Orientação para a implantação
A implantação depende principalmente da participação das pessoas envolvidas.
Conforme Erdmann (1998), o processo de preparação para a mudança deve ser detalhado de
tal maneira que envolva reuniões preparatórias e um estudo prévio de medidas para adaptação
do novo sistema à realidade existente, de for
ma que este se torne confiável.
2.5 S
ÍNTESE TEÓRICA
O objetivo deste trabalho é analisar a adequação do sistema de informações para a
logística de suprimentos nas empresas pesquisadas. Para tanto, depois da revisão literária
optou
-
se por seguir um roteir
o contendo os principais pontos contidos na figura 11.
Logística
Distribuição
Física
Seleção de
fornecedores
Suprimentos
Recebimento
Ordens de
compra
Transporte
Figura 11: Roteiro de trabalho com alguns pontos principais.
A figura 11 apresenta a logística, dividida em duas áreas: suprimentos e distribuição
física. Neste trabalho, pesquisou-se a logística de suprimento, que foi dividida em quatro
atividades principais: seleção de fornecedores, ordens de compra, transporte e recebimento.
69
Para definição de logística, utilizou-se o conceito dos autores Harrison e van Hoek
(2003, p.26)
, que entendem a logística como a tarefa responsável por fornecer:
Fluxo de materiais, no que se refere a bens físicos partindo dos
fornecedores, passando pelos centros de distribuição e chegando às lojas.
Fluxos de informações, no que se refere a dados sobre a demanda,
partindo dos consumidores e voltando à área de compras e aos
fornecedores, de modo que o fluxo de materiais possa ser controlado
com precisão.
Além do fluxo de materiais, abordou-se como o sistema de informações apóia a
logística de suprimento. De acordo com Dornier et al (2000), o fluxo de informações está se
tornando uma ferramenta de gestão logística cada vez mais importante. A complexidade óbvia
dos sistemas de gestão de fluxo atuais coloca pesadas demandas por sistemas de informação,
que podem contribuir para redução de custos; otimização de recursos físicos alocados em toda
a cadeia de suprimentos; acompanhamento do desempenho operacional; e fornecimento de
ferramentas para a tomada de decisão.
Conforme a divisão apresentada na figura 11, segundo Dornier et al (2000, p.85), “o
sistema logístico pode ser dividido em dois segmentos: logística de entrada e de saída”. A
logística de entrada é responsável pelo fornecimento de todos os materiais e componentes
necessários para a fabricação dos produtos; a logística de saída trabalha com a forma como os
produtos manufaturados movem-se a partir da montagem final, por meio da distribuição e
armazenagem até a mão dos consumidores.
Desta forma, pode-se entender a logística de entrada como logística de suprimentos,
(ou administração de estoques), trabalhando com a entrada de materiais, componentes, etc que
uma empresa ou instituição mantém, seja para vender ou para fornecer como insumos para o
processo de produção.
Neste sentido, suprimento é a fonte de todas as matérias-primas, embalagens,
componentes e outros insumos para preencher as necessidades de produção ou venda. CHING
70
(2001).
A logística de suprimento é o conjunto de atividades que visa facilitar o fluxo
ordenado de materiais, componentes ou estoques de produtos acabados para um complexo de
produção ou de distribuição. Fazem parte destas atividades as seguintes: (1)seleção de fontes
de suprimento; (2)colocação de pedidos e expedição; (3)transporte; e (4)recebimento.
BOWERSOX E CLOSS
(2001).
Em
relação às atividades principais da logística de suprimento, a seleção de
fornecedores segundo Ballou (1993), influencia significativamente a eficiência do fluxo de
bens. Sua escolha depende do preço, qualidade, continuidade de fornecimento e localização.
Para Ballou (1993), a colocação de pedidos também afeta a eficiência da logística.
Como é o documento necessário para o início do fluxo de produtos, ele deve especificar as
quantidades e possivelmente as instruções de entrega. Uma coordenação falha entre os
processos de compra e de movimentação de produtos pode levar a custos logísticos
desnecessários.
Em relação ao transporte, este representa as variações de tempo necessário para se
executar uma movimentação específica, sendo que o custo varia de acordo com a velocidade
de movimentação. Quanto mais rápido, normalmente mais alto é o preço do frete. Segundo
Dias (1996), a função dos transportes é otimizar o conjunto de três itens: custos, prazos e
qualidade. Para Bowersox e Closs (2001), ainda outros fatores a serem considerados e que
afetam a economia de transporte. São eles: distância, volume, densidade, facilidade de
acondicionamento, facilidade de manuseio, responsabilidade e mercado.
Após a realização do transporte do material até o local designado no pedido, é
recebido pela empresa o suprimento encomendado.
O quadro 4 apresenta resumidamente os aspectos ou informações importantes das
atividades da logística de suprimento.
71
Atividades logísticas de suprimento
Informações e/ou conceitos importantes
Sel
eção de fornecedores
Sua escolha depende do preço, qualidade,
continuidade de fornecimento e localização.
Ordens de compra
Deve especificar as quantidades e possivelmente
as instruções de entrega.
Transporte
Fatores a serem considerados: custos, prazos e
qualidade. Outros fatores que podem ser
considerados: distância, volume, densidade,
facilidade de acondicionamento, facilidade de
manuseio, responsabilidade e mercado.
Recebimento
Realização de inspeção de qualidade e quantidade
encomendada.
Quadro 4: A
spectos de análise das atividades logísticas de suprimento
De acordo com o quadro 4 a seleção de fornecedores depende do preço, qualidade,
continuidade de fornecimento e localização. As ordens de compra devem especificar as
quantidades e possivelmente as instruções de entrega. Em relação ao transporte devem ser
levados em conta fatores como custos, prazos e qualidade. Por fim, no recebimento pode ser
realizada uma inspeção de qualidade e verificação quanto a conformidade da quantidade
encomendada.
Para comparação do ciclo de suprimento das empresas foi utilizada a apresentação de
um ciclo de suprimento descrito por Ballou (1993, p.59), da seguinte forma:
as necessidades da linha de produção ou do sistema de operações são
convertidas em ordens de compra. Um comprador seleciona fornecedores
que atingem requisitos de preço, entrega e qualidade exigidos. Tipicamente,
uma ordem de compra é preparada e enviada à firma fornecedora.
Importantes informações logísticas, como quantidade a ser embarcada,
destino de entrega e data requerida para entrega constam da ordem de
compra. Em seguida, o fornecedor processa e prepara a ordem para a
remessa. A entrega é arranjada pelo fornecedor ou pela firma compradora,
conforme os acordos de preço. Se o transporte é incluído no p
reço,
geralmente o próprio fornecedor realiza sua contratação. Se não, em geral o
comprador trata do transporte. Após a recepção do carregamento, este é
submetido à inspeção de qualidade e colocado no estoque até ser necessário
para operações. Este é o cic
lo de suprimento usual.
72
Finalmente, analisou-se o sistema de informações da logística de suprimento e suas
atividades principais. Para a compreensão de um sistema de informações, é necessário o
entendimento das suas dimensões. Um sistema de informações faz parte da empresa e é
composto de: tecnologia, organizações e pessoas. O sistema de informações de acordo com
Laudon e Laudon (1999), existe para responder as necessidades organizacionais, incluindo os
problemas que são apresentados pelo ambiente externo criados por tendências políticas,
demográficas, econômicas e sociais.
Conforme Lambert (1998, p. 543) “um sistema de informações computadorizado deve
ser capaz de: 1)recuperação de dados, 2)processamento de dados, 3)análise de dados e 4)
geração de relatórios”. Segundo Lambert (1998, p. 544) “o processamento de dados é a
capacidade de transformar dados em uma forma mais útil, através de uma conversão direta e
relativamente simples”.
Por fim, um sistema de informações de logística pode gerar relatórios de d
esempenho
de pedidos, relatórios de administração de estoques; relatórios de desempenho de expedição;
relatórios de avarias; relatórios de administração de transportes; relatórios de configuração de
sistemas, que podem conter os resultados de análise de dados de modelos matemáticos e
estatísticos e relatórios de custos logísticos. (LAMBERT 1998)
Segundo Pozo (2002) uma base de dados bem estruturados, com informações
importantes sobre os clientes, sobre os volumes de vendas, sobre os padrões de entregas,
sob
re os níveis de estoque e das disponibilidades físicas e financeiras servirão para apoiar
uma administração eficiente e eficaz das atividades primárias do sistema logístico.
Todo sistema de informações procura captar, armazenar, processar e disseminar as
informações que servirão para a tomada de decisão nas organizações. Neste contexto, buscou-
se analisar quais as informações mais importantes para a logística de suprimento e sua
administração eficaz e eficiente.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
S
egundo Barr
os e Lehfeld (1986, p.1),
metodologia consiste em estudar e avaliar os vários métodos disponíveis,
identificando suas limitações ou não a nível das implicações de suas utilizações. A
metodologia, num nível aplicado, examina e avalia as técnicas de pesquisa bem
como a geração ou verificação de novos métodos que conduzem a captação e
processamento de informação com vistas à resolução de problemas de investigação.
No que se refere ao método, Ferrari (1982, p.24) diz que “é o procedimento racional
arbitrário
de como atingir determinados resultados. Emprega-se em qualquer domínio para
alcançar determinado fim ou fins”. Método é a forma de proceder ao longo de um caminho.
Para tanto, apresenta-se a metodologia da pesquisa utilizada para a realização do
estudo.
Primeiramente,
são
apresentados a especificação do problema e as perguntas de
pesquisa. Na seqüência, evidencia-se o delineamento da pesquisa, a coleta de dados, a análise
de dados, bem como as limitações da pesquisa.
3.1 P
ERGUNTAS DE
P
ESQUISA
O estudo t
em
como
referência as seguintes perguntas de pesquisa:
a) como é o sistema de informações da logística de suprimento nas empresas
pesquisadas?
b) quais são as características recomendadas como necessárias na teoria para que o
sistema de informações apóie
a logística de suprimento?
c) quais são as diferenças entre o sistema de informações logístico verificados in loco
em relação ao que é postulado na literatura?
d) quais são as diferenças do sistema de informações logístico nas duas empresas
pesquisadas.
74
3
.2 D
EFINIÇÕES
C
ONSTITUTIVA E
O
PERACIONAL DE
T
ERMOS
De acordo com Lakatos e Marconi (1985), o objetivo da definição dos termos e
variáveis é torná-los claros e compreensivos, a fim de não deixar alguma margem de erro no
momento de interpretação dos element
os.
Segundo Kerlinger (1980), a definição constitutiva é aquela que se encontra, por
exemplo, em dicionários. Para Triviños (1994), a definição operacional tem por finalidade
traduzir em conteúdo prático as variáveis teóricas.
3.2.1 Definição constitutiv
a de termos
Para que a compreensão dos termos usados não se torne ambígua ou duvidosa, alguns
conceitos necessitam de esclarecimento. Lakatos e Marconi (1991, p.161) afirmam que “o
pesquisador não está precisamente interessado nas palavras em si, mas nos conceitos que elas
indicam, nos aspectos da realidade empírica que elas mostram”.
Logística
De acordo com o Council of Logistics Management (www.clm1.org), logística é a
parcela do processo da cadeia de suprimentos que planeja, implanta e controla o flux
o
eficiente e eficaz de matérias-primas, estoque em processo, produtos acabados e informações
relacionadas, desde seu ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender
aos requisitos dos clientes.
75
Cadeia de Suprimentos
De acordo com o Council of Logistics Management (www.clm1.org), cadeia de
suprimentos (
Supply
Chain Management) é a integração dos diversos processos de negócios e
organizações, desde o usuário final até os fornecedores originais, que proporcionam os
produtos, serviços e i
nformações que agregam valor para o cliente.
Processos
Para Hammer (1997, p.89), “um processo é um grupo de tarefas relacionadas que,
juntas, geram um resultado que tem valor para o cliente. As tarefas são partes do trabalho que
as pessoas executam, mas, em si não criam valor, nem os indivíduos que as realizam. os
processos como um todo, todas as tarefas reunidas podem criar valor”.
Sistemas
De acordo com Oliveira (1999, p.23), “sistema é um conjunto de partes interagentes e
interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e
efetuam determinada função”.
Sistemas de informações
Laudon e Laudon (1999, p.4) definem sistemas de informações como “um conjunto de
componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar,
76
armazenar e distribuir informações com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a
coordenação, a análise e o processo decisório em empresas e outras organizações”.
Sistemas de informações logísticas
Para Bowersox e Closs (2001, p. 176), “os sistemas de informações logísticas são a
interligação das atividades logísticas para criar um processo integrado”.
3.2.2 Definição operacional de termos
Segundo Kerlinger (1980, p.46), “numa
definição
operacional é atribuído significado a
um constructo ou variável especificando as atividades ou operações necessárias para medi-
lo
ou manipula-lo. Desta forma, além do significado, esta definição auxilia, com exemplos, na
compreensão do conceito”.
Logística
A logística aqui tem o mesmo significado de administração de materiais, sendo
responsável pelos fluxos de informações e materiais, desde o ponto de origem até o ponto de
consumo.
Cadeia de suprimentos
A cadeia de suprimentos é formada pela união de empresas de um mesmo setor a fim
de obterem vantagens de custos, qualidade, etc através da integração de todos os processos,
compartilhamento de informações, e alinhamento logístico.
77
Processos
Processo é a seqüência ou ordenação específica de atividades com um começo, um
fim, e
in
puts
e
outputs
claramente definidos, ou seja, uma maneira pela qual se realiza uma
operação, segundo determinadas normas; método, técnica.
Sistemas
Averiguar o conjunto de partes interagentes e interdependentes que formam um todo
unitário com determinado
objetivo ou função.
Sistemas de informações
Conjunto de
elementos
que interagem para coletar, armazenar, processar e disseminar
dados e informações na empresa.
Sistema de informações logísticas
É o sistema que providencia as informações necessárias p
ara a administração logística.
3.3 D
ELINEAMENTO DA
P
ESQUISA
Segundo Kerlinger (1980, p.94) “a palavra delineamento
focaliza
a maneira pela qual
um problema de pesquisa é concebido e colocado em uma estrutura que se torna um guia para
a experimentação, co
leta de dados e análise”.
78
De acordo com Raupp e Beuren (2003), o delineamento da pesquisa implica a escolha
de um plano para conduzir a investigação, mas da seleção de caminhos decorrem algumas
limitações, sendo que da maneira como um problema é concebido e estruturado, para ser
investigado, afetará os resultados da pesquisa, inclusive poderão ser alcançadas respostas
diferentes.
No tocante à tipologia de pesquisa relacionada aos objetivos, esta se caracteriza como
pesquisa exploratória.
Conforme Gil (1995, p.44), “as pesquisas exploratórias têm como
principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, com vistas à
formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”.
Em relação aos procedimentos d
o
estudo
, que são a maneira pela qual se conduz o
estudo e se obtém os dados, o presente estudo caracteriza-se como sendo um estudo de caso.
Para Bruyne, Herman e Schoutheete (1977, p.224) “o estudo de caso reúne informações tão
numerosas e tão detalhadas quanto possível com vistas a apreender a totalidade de uma
situação”.
Na concepção de Godoy (1995, p.26) “o estudo de caso tem se tornado a estratégia
preferida quando os pesquisadores procuram responder às questões “como” e “por que” certos
fenômenos ocorrem”. Segundo a autora o estudo de caso também é empregado quando
pouca possibilidade de controle sobre os eventos observados e quando o foco de interesse é
sobre fenômenos atuais, que poderão ser analisados dentro de algum contexto de vida real.
Res
salta ainda que o estudo de caso se caracteriza como um tipo de pesquisa cujo objeto é
uma unidade que se analisa profundamente.
Na perspectiva de tipologia
relacionada
à abordagem do problema, adotou-se a
pesquisa qualitativa. Neste sentido, Richardson (1989) diz que o método qualitativo justifica-
se, sobretudo, por ser uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno social.
De acordo com Godoy (1995), a pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados
79
descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pesquisador
com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos
sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo. Richardson (1989) afirma que as
investigações que se voltam para uma análise qualitativa têm como objeto situações
complexas ou estritamente particulares.
Desta forma, o estudo caracteriza-se como sendo exploratório, com abordagem
qualitativa, realizado através de estudo de caso, com corte transversal.
3.4 O
B
JETO
, E
LEMENTO E
C
ATEGORIA DE
A
NÁLISE
O presente trabalho tem como objeto de estudo as empresas Intelbras e Macedo do
estado de Santa Catarina. A escolha das empresas foi feita levando-se em consideração o
tamanho das empresas, sua proximidade geográfica e pelo fato de ambas as empresas
possuírem sistema de informações logístico que foi o objeto de estudo deste trabalho.
O elemento de análise é o processo de logística de suprimento físico das empresas
pesquisadas e, finalmente, a categoria de análise do tr
abalho é os sistemas de informações.
3.5 C
OLETA DE
D
ADOS
Os dados podem ser coletados de fontes primárias, que é a que trabalha com
informações que não receberam tratamento analítico e de fontes secundárias.
Quanto à coleta de dados de fontes primárias,
utilizou
-se a entrevista semi-
estruturada.
Conforme Triviños (1994, p.146), pode
-
se entender como entrevista semi
-
estruturada:
aquela que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses,
que interessam a pesquisa, e que, em seguida, oferecem amplo campo de
interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que se recebem
as respostas do informante. Desta maneira, o informante, seguindo espontaneamente
80
a linha de seu pensamento e de suas experiências dentro do foco principal colocado
pelo investigador, começa a participar na elaboração do conteúdo da pesquisa.
Para Minayo (1994), a entrevista é a mais usual das técnicas de coleta de dados, onde
obtém
-se informações através da fala dos sujeitos. Mas não é uma conversa despretensiosa e
neutra, mas uma coleta de dados que determina a realidade de indivíduos ou da coletividade.
Pode ser vista como uma conversa a dois com propósitos bem definidos.
Em se tratando das fontes secundárias, estas foram coletadas em documentos e
registros das empresas, tais como: formulários, fichários, relatórios, catálogos, etc.
3.6 A
NÁLISE DE
D
ADOS
Para Minayo (1994) pode-se apontar três finalidades para a etapa de análise de dados:
estabelecer uma compreensão dos dados coletados, confirmar ou não os pressupostos da
pesquisa e/ou responder às questões formuladas, e ampliar o conhecimento sobre o assunto
pesquisado, articulando
-
o ao contexto do qual faz parte.
No que diz respeito à análise de dados, Gil (1995) salienta que o objetivo é organiz
ar
os dados de forma que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema de investigação.
Diante do exposto e de acordo com os dados que serão coletados para esta pesquisa, é
necessário um tratamento qualitativo, sendo utilizado as técnicas de análise de conteúdo para
os dados de fontes primárias e análise documental para os dados de fontes secundárias.
Segundo Bardin apud Triviños (1994, p.160) análise de conteúdo é:
um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando, por procedimentos
sist
emáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, obter indicadores
quantitativos ou não, que permitam inferência de conhecimentos relativos às
condições de produção/recepção (variáveis inferidas) das mensagens.
Neste trabalho utilizou-se a técnica de análise de conteúdo chamada análise categorial
81
que segundo Bardin (1979) se baseia na decodificação de um texto em diversos elementos, os
quais são classificados e formam agrupamentos analógicos. Entre as possibilidades de
categorização, a mais utilizada, mais rápida e eficaz, sempre que se aplique a conteúdos
diretos (manifestos) e simples, é a análise por temas ou análise temática. Consiste em isolar
temas de um texto e extrair as partes utilizáveis, de acordo com o problema pesquisado, para
permi
tir a sua comparação com outros textos escolhidos da mesma maneira.
Por sua vez, a técnica de pesquisa documental, de acordo com Selltiz (1987), é
baseada no registro de arquivos, geralmente estatísticos e representa uma oportunidade para
observar os efeit
os e o curso de eventos do mundo real.
3.7 L
IMITAÇÕES DA
P
ESQUISA
Segundo Marconi e Lakatos (1990, p.27), a pesquisa pode ser limitada:
em relação ao assunto, selecionando um tópico; à extensão, porque nem sempre se
pode abranger todo o âmbito onde o fato se desenrola; à uma série de fatores, meios
humanos, econômicos e de exigüidade de prazo, que podem restringir o seu campo
de ação.
Esta pesquisa busca realizar um estudo de caso que em sua essência procura estudar
um ou poucos objetos profundamente e está desta maneira limitada a não poder fazer
generalizações dos resultados, visto que, o estudo se restringe as empresas industriais
analisadas.
Mesmo tendo limitações, os objetivos da pesquisa não são afetados no que tange seu
atingimento ou consecução, sendo que a pesquisa busca contribuir para a obtenção de
conhecimentos novos ou adicionais em relação ao tema proposto.
4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos através da aplicação de
entrevistas nas empresas pesquisadas. Considerando os objetivos deste trabalho, a descrição e
análise dos dados serão apresentadas em quatro seções.
Na primeira seção será apresentado a descrição e análise dos dados da empresa
Intelbras. Na segunda seção será apresentado a descrição e análise dos dados da empresa
Macedo. Na terceira seção realiza-se uma comparação entre os dados das duas empresas
pesquisadas. Por fim, apresenta
-
se uma comparação entre os sistemas na prática e a literatura.
4.1 I
NTELBRAS
Neste tópico será abordado o histórico da empresa Intelbras; a estrutura básica do
sistema de informações; a descrição da logística de suprimento da empresa, onde constará as
principais atividades da logística de suprimento além de outros aspectos importantes.
Finalmente, também serão realizadas algumas considerações sobre o sistema de informações
da empresa.
4.1.1 Histórico da Intelbras
A Intelbras iniciou suas atividades em 1976 como a primeira empresa brasileira a atuar
no mercado de telecomunicações. Tem capital 100% nacional e tecnologia própria. Em 1987,
a Intelbras lançou uma central tipo PABX com tecnologia nacional. Em 1990 a Intelbras
direcionou sua atuação para a iniciativa privada, focando os mercados de telefones
convencionais e centrais PABX de pequeno porte (low end). Em 1992, a empresa implantou
uma nova filosofia administrativa: o Programa de Qualidade e Gestão Participativa,
83
objetivando maior produtividade e competitividade no mercado. Ainda, dentro do programa
de qualidade, em 1996 abriram-se novos mercados. A certificação ISO 9001 atesta o Sistema
de Qualidade Intelbras iniciando o processo de exportação.
Hoje, a Intelbras, consolida sua liderança no mercado. Estrategicamente, a empresa
passa por um processo de reestruturação, dividindo-se em duas unidades de ne
gócio
independentes
- Telefones e Centrais telefônicas, dando mais objetividade e aproximando a
empresa ao cliente.
De acordo com o
site
http://www.intelbras.com.br/consumidor/perfil.htm, a Intelbras é
empresa líder na América Latina na Fabricação de Centrais e Aparelhos Telefônicos; a
Intelbras é sinônimo de Qualidade e Avanço Tecnológico. Busca a evolução contínua dos
seus sistemas para oferecer as melhores soluções de comunicação aos seus consumidores. A
empresa tem como missão “prover soluções em telefonia para atender necessidades e
aumentar conveniência na comunicação interpessoal de voz e dados, superando expectativas
nos diversos segmentos de mercado”.
A empresa tem seu parque fabril localizado em Santa Catarina, sediada em São José e
dispõe de escritórios nas principais cidades do Brasil.
Em 2001 a Intelbras foi classificada no guia Exame das 100 melhores empresas para
se trabalhar. Segundo a Revista Exame (2001) - As 100 Melhores Empresas Para Você
Trabalhar, a Intelbras é uma exceção entre as empresas do Guia. Lá, as mulheres são maioria
absoluta. São elas que atuam na linha de produção. Fazem as centrais e os aparelhos
telefônicos, produtos da companhia. A Intelbras é também uma exceção na região. Oferece
alguns do melhores salários e benefícios. Sem falar na preocupação permanente com o
ambiente de trabalho, ponto forte da organização. O programa Espinha de Peixe é outro
exemplo. Trata-se de um quadro instalado ao lado do jornal mural, no pátio da empresa, em
que os funcionários podem deixar registradas suas reclamões sem se identificar. Cabe ao
84
pessoal de RH, então, tentar resolver os problemas ali apresentados. Mas na maioria dos casos
os conflitos são tratados diretamente com os líderes, porque as pessoas têm liberdade para
isso.
4.1.2 Estrut
ura Básica do Sistema de Informações da Intelbras
Para um entendimento adequado da descrição e análise dos dados, apresenta-se uma
contextualização dos sistemas de informações da empresa de uma maneira geral para logo
após, delimitar o campo de atuação da
pesquisa.
O sistema de informações interliga todas as áreas da empresa, sendo importante para a
tomada de decisões. O sistema de informações da Intelbras, de forma ampla, pode ser melhor
visualizado através da figura 12. Esse sistema de informações fornece os relatórios
necessários a alta direção, e também, as informações para as gerências de baixo nível.
Sistema de
Informações
Administrativo/
Financeiro
Industrial
Comercial
Exportação
Figura 12: Sistema de informações da empresa Intelbras contendo as áreas principais.
De acordo com a figura 12, observa-
se
que a empresa possui quatro áreas principais
que são: Administrativo/financeiro, Industrial, Exportação e Comercial. O sistema de
85
informações interliga todas essas áreas servindo de apoio à administração eficiente e eficaz da
empresa.
O presente trabalho se concentrou na análise das informações mais importantes do
sistema de informações para a logística de suprimento. A logística está localizada como um
departamento dentro da área Industrial, que está dividida em quatro áreas: Logística,
Produção, P&D e Qu
alidade.
4.1.3 Descrição da logística de suprimento da Intelbras
Nesta seção, apresenta-se a descrição da logística de suprimento da empresa, além de
apoio do sistema de informações, sistema produtivo da empresa, quantidades de compra e
problemas que ocorrem com o suprimento, seleção de fornecedores e compartilhamento de
informações, negociação de compra, características e avaliação dos fornecedores, ordens de
compra e redução de estoque e finalmente as informações utilizadas pela empresa nas
atividades d
a logística de suprimento.
4.1.3.1 Descrição da logística de suprimento
A Intelbras possui quatro grandes áreas dentro da empresa que são a área comercial,
exportação, administrativa/financeira e industrial. A logística é um grande departamento que
está
ligado diretamente com a diretoria industrial.
A empresa tem implantado um sistema de gestão ERP (Enterprise Resource Planning
)
que integra todas as áreas da empresa. O ERP, de acordo com Souza e Zwicker (2000 apud
Damasceno e Carvalho, 2004) são: “pacotes de software de negócios que permitem a uma
companhia automatizar e integrar a maioria de seus processos de negócio, compartilhar
86
práticas e dados comuns através de toda a empresa e produzir e acessar informações em
tempo real”.
O ciclo de suprimento da em
presa funciona da seguinte maneira:
(Supervisor da Logística)
existe uma equipe que faz global source, sendo responsável pelo desenvolvimento
dos fornecedores. A partir do momento que é desenvolvido um fornecedor; é
cadastrado no sistema na condição comer
cial e
lead
-
time
. Esses dados ficam no ERP
com número de volume de produção abastecido na área de planejamento através de
interação com
marketing
, administração de vendas; Após, é gerado o cálculo do
MRP, gerado a ordem de compra cotada em função da parametrização anterior.
Acontece a colocação do pedido, a realização de
follow
-
up
e o recebimento do
material. (Supervisor da Logística)
De acordo com Arnold (1999), o MRP (Material Requirements Plan) é um plano para
a fabricação e compra de componentes utilizados no programa mestre de produção. Mostra as
quantidades necessárias e quando a produção pretende utilizá
-
las. O controle das atividades de
compras e de produção se utiliza do MRP para decidir pela compra ou fabricação de itens
específicos.
Assim, o sistema de informações permite registrar todos os fatos ocorridos desde o
cadastramento da ordem de compra até o momento em que os materiais estarão disponíveis
para consumo, resultando na redução de estoque e dos custos de operacionalização.
4.1.3.2 Apoio
do sistema de informações
O sistema de informações apóia o ciclo de suprimentos em todas as etapas, desde a
identificação das necessidades até suporte a
follow
-
up
com os fornecedores. As informações
necessárias para uma administração de materiais eficiente vão desde detalhes como previsão
de vendas apuradas, confiabilidade de tempo de entrega de fornecedores, acuracidade de
saldos, tempos de fabricação, dentre outras.
87
4.1.3.3 Sistema produtivo na empresa
O sistema é misto. Uma parte é puxada sendo utilizado o
Kanban
e a outra parte é
empurrada por ordens de produção.
O volume aproximado de produção é de 300.000 terminais telefônicos sem fio e 6.000
centrais telefônicas, sendo a produção contínua para alguns produtos e em células para outros.
Quanto ao horizonte de programação a empresa possui vários: ao nível de planejamento
estratégico, o planejamento de capacidades varia de seis meses a um ano. Em relação a
programação de materiais, o horizonte de tempo é de seis meses mais ou menos. E, a
programação fi
nda de produção é detalhada e diária.
4.1.3.4 Quantidade de compra e problemas que ocorrem com o suprimento
Segundo o supervisor de logística, para a definição da quantidade ideal a comprar de
cada fornecedor a empresa utiliza a classificação ABC, classificação por valor, uma
classificação XYZ por criticidade do item, por pontos de qualidade e ainda por confiabilidade
de entrega do fornecedor. Em função disso é definido a quantidade de segurança para cada
item e o modelo de abastecimento, definindo aqui se os itens serão adquiridos por período
fixo semanal, quinzenal, mensal. Isso provê os dados para o ERP e, em função disso é gerado
uma política de estoques e as compras.
Quanto aos problemas que ocorrem com o suprimento, a previsão de itens importados
é um deles, pois a empresa adquire muito. De acordo com o supervisor da logística, duas
partes do volume é importada; dependendo assim de
lead
-
times
altos pois, a empresa mantém
política de desenvolvimento e adquire diretamente do fabricante. Então, o poder de barganha
perante uma Philips, Samsung é pequeno. Em algumas situações ocorre balanceamento de
88
estoques, pois em certas circunstâncias é necessária a manutenção de estoques mais altos e,
em outras, a empresa depende muito de previsão para aquisição. (Supe
rvisor da logística)
4.1.3.5 Seleção de fornecedores e compartilhamento de informações
Para a seleção dos fornecedores a empresa trabalha com global source, fazendo
prospecção na Ásia, América Latina e Estados Unidos. Conforme o supervisor da logística d
a
Intelbras:
a empresa compra a maior parte dos materiais no exterior, por isso tem uma equipe
de desenvolvimento que fica fazendo essa análise e global source de fornecedores.
Uma parte de engenharia de classificação de fornecedores também entra para faz
er a
análise de confiabilidade dos processos dos fornecedores e ver se eles têm condições
de manter a operação.
Em relação ao compartilhamento de informações com fornecedores, de acordo com o
supervisor da logística, “alguns têm a possibilidade de saber quanto a empresa tem alocado na
sua carteira de estoque dos itens que são consumidos”. Quando é feito um contrato de
fornecimento, é passado para o fornecedor um fluxo de consumo para um determinado
período de tempo onde ele terá tantas peças alocadas para a empresa. Em alguns casos, os
fornecedores participam de times de projetos, de desenvolvimento de uma solução conjunta,
dentre outros, mas não se compartilha informações comerciais. A empresa possui
compartilhamento de informações de parte do material de expediente, mas da matéria-
prima
não.
4.1.3.6 Negociação de compra, características e avaliação dos fornecedores
Ao se realizar uma negociação de compra tudo é analisado com base em planilhas de
custo, em questão financeira, em confiabilidade de entrega. Além de ser examinado, em
89
alguns casos é clausula de contrato.
No que diz respeito a quantidade de fornecedores, de acordo com o supervisor da
logística:
se for comparar a empresa com uma metal mecânica, com uma montadora, pode-
se
dizer que a empresa tem muitos fornecedores. Se fizer uma comparação com uma
indústria eletroeletrônica similar a nossa empresa a quantidade é pequena. A
rotatividade dos fornecedores é pequena, praticamente inexistente.
Para a avaliação dos fornecedores em relação ao cumprimento de prazos de entrega,
qualidade, custo, a empresa tem vários setores que cuidam desses itens. A engenharia de
qualidade tem uma avaliação de qualidade do item; a logística avalia a condição de entrega e;
a negociação é condição comercial.
4.1.3.7 Orde
ns de compra e redução de estoques
As ordens de compras são críticas: se tiver atraso, as áreas produtiva e comercial serão
afetadas provocando prejuízos. A política de abastecimento que a empresa utiliza para a
matéria
-prima é o período fixo, via MRP. É gerado o ponto de reposição e a ordem de compra
de acordo com MRP (Supervisor da logística).
Na atividade de colocação e expedição de pedidos também é utilizado sistema de
informações. “Não tem como operar sem um sistema de informações logísticas; sem um
M
RP, não tem” (Supervisor da logística).
Segundo o supervisor da logística para a redução de estoques são utilizadas todas as
informações logísticas possíveis desde a parte da mobilização de materiais do fornecedor, da
parte de qualidade e da rotatividade do item. Tudo isso é utilizado para modelar e definir o
nível de estoque.
90
4.1.3.8 Transporte e recebimento
Quanto ao transporte, toda parte de importação passa por diferentes etapas que vão
desde a colocação de pedidos, métodos de transportes, embarque, nacionalização. Tudo isso é
acompanhado pelo sistema. A empresa sabe se o item está atrasado no embarque, se o item
está em nacionalização; quanto tempo o item está esperando liberação da receita federal. Esse
processo alimenta o sistema e as pessoas que
trabalham ali.
Em relação ao recebimento ele é integrado. Quando a empresa recebe um material, o
MRP checa se pedido, condição comercial e se houver alguma divergência, esse
recebimento é bloqueado. Todas as atividades funcionam
on
-
line
.
4.1.3.9 Apoio
do sistema de informações nas atividades logísticas
O quadro 5 apresenta as principais atividades logísticas e como o sistema de
informações apóia essas atividades na Intelbras.
Atividades da logística de suprimento
Apoio do Sistema de Informações
Seleç
ão de fornecedores
Na atividade de seleção de fontes de suprimento a
empresa faz global source, para saber quais os diferentes
mercados em que se pode adquirir os itens. Para isso, o
sistema de informações permite classificar fornecedores,
analisar a confiabilidade dos processos do fornecedor
para ver se ele tem condições de manter o fornecimento;
realizar análise de indicadores. São levados em
consideração aspectos como planilhas de custo,
confiabilidade de entrega, questão financeira, etc.
Ordens de comp
ra
Na atividade de colocação e expedição de pedidos
também é utilizado sistema de informações. “Não tem
como operar sem um sistema de informações logísticas;
sem um MRP, não tem” (Supervisor da logística).
91
Quando e quanto comprar é realizado através do MRP
que gera um ponto de reposição e a ordem de compra.
Transporte
Quanto ao transporte, toda parte de importação passa por
diferentes etapas que vão desde a colocação de pedidos,
métodos de transportes, embarque, nacionalização. Tudo
isso é acompanhado pelo sistema. A empresa sabe se o
item está atrasado no embarque, se o item está em
nacionalização; quanto tempo o item está esperando
liberação da receita federal.
Recebimento
Em relação ao recebimento ele é integrado. Quando a
empresa recebe um material, o MRP checa se pedido,
condição comercial e se houver alguma divergência, esse
recebimento é bloqueado. Todas as atividades funcionam
on
-
line
.
Quadro 5: Sistema de informações e as atividades da logística de suprimento
Como pode ser observado através do quadro 5, o sistema de informações apóia todas
as atividades principais da logística de suprimento. Na seleção de fornecedores são utilizados
indicadores para classificação dos fornecedores. O sistema de informações calcula através de
modelos estatísticos e/ou matemáticos (ponto de reposição, média de consumo, mínimos
quadrados) e gera as ordens de compra. Em relação ao transporte, o sistema de informações
acompanha em todas as etapas até a chegada a empresa. Por fim, no recebimento, o sistema
checa se
há pedido, condição comercial para depois receber e realizar o pagamento.
4.1.4 Descrição do sistema de informações da Intelbras
Nesta seção, apresentam-se alguns aspectos do sistema de informações logísticas da
empresa. São destacados os relatórios gerados e problemas do SIL, as informações utilizadas
para tomada de decisão e feitas algumas considerações sobra a implementação do SIL na
Intelbras.
92
4.1.4.1 Relatórios gerados e problemas do SIL
Dentre os relatórios que podem ser gerados estão: itens com entrega atrasada, itens
com excesso de estoques em relação a política, itens com divergência de condição comercial,
histórico de defeitos, número de entradas dos itens, média de preços etc. “É um grande banco
de dados que você extrai a configuração que voc
ê quer” (Supervisor da logística).
Em relação aos problemas do SIL o supervisor de logística diz que o sistema é um
pouco engessado. Não se tem muita margem para mudar características do padrão dele, mas
da forma como se opera o sistema hoje em dia não tem
grandes problemas.
4.1.4.2 Informações utilizadas para a tomada de decisão
Para a tomada de decisão são geradas ordens críticas que avaliam se cresceu o
mix
de
produção, e se vai ser possível atendê-lo ou não. O sistema de informações indica quais os
it
ens que estão fora do
lead
-
time
de compra, os excessos de estoque etc. O sistema também
gera uma programação informando quais os itens que estão fora da política de estoques,
dentre outros.
No nível estratégico, são gerados relatórios sobre decisões de investimento em
capacidade relacionadas ao crescimento de volume de produção. No nível tático são
realizadas a identificação de excessos, a identificação de divergências; e, no nível operacional
tudo funciona via sistema de informações, sendo por exemplo, a parte de colocação de
pedidos praticamente automática.
93
4.1.4.3 Sistema de informações logísticas
De acordo com o supervisor da logística a expectativa em relação ao sistema de
informações é alta, pois é a ferramenta de trabalho de todos. O único problema no momento é
que um ERP padrão não tem um data warehouse implantado. Isso é uma limitação que os
novos sistemas com base no BI (Business Intelligence) tem. “No nosso caso hoje é um
problema, que uma solução desse tipo é muito cara e a gente ainda não decidiu implantar”.
(Supervisor da logística).
A empresa implantou software de gestão ERP da Datasul, sendo que a implementação
durou de 1 a 2 anos. A empresa utiliza uma solução da Datasul, o Magnus I, e está
convertendo para o EMS da Datasul. A plataforma de desenvolvimento desse programa é o
Progress
.
Dentre os módulos do ERP que estão interligados com o Sistema de informações
logísticas estão o de materiais, financeiro, produção, marketing, administração de vendas,
planejamento (o módulo principal do ERP)
, transporte e importação.
Em relação a implantação do sistema de informações, a Datasul fez análise dos
processos da Intelbrás antes da implementação do software. Conforme o supervisor da
logística:
os pacotes da Datasul são soluções que valem de 2 a 3 milhões de reais. Quando
você faz a solução do porte de um EMS da Datasul, um SAP R3, um JD Edwards,
um Baan, o investimento é muito grande; então, o que no nosso caso estamos
adquirindo é a consultoria de processos e treinamento que o próprio pacote os tem
.
Você pode ver que a análise de processos é feita. Os implantantes de ERP1 são
todos uma equipe de analista de negócios e a primeira etapa que eles fazem é ver
como está operando a empresa pra depois fazer a implementação do pacote. O
problema é que alguns desses pacotes são um pouquinho engessados. Se teu
processo é muito redondo, quando vou implantar o ERP tem poucas divergências,
mas em alguns casos eu tenho que me adaptar para trabalhar da forma como o ERP
trabalha.
A empresa continua dando assessoria depois da implementação, pois faz parte de
94
contratos de manutenção e de serviço. Atualmente está em fase de migração para o novo
sistema EMS da Datasul.
4.2 M
ACEDO
Neste tópico será abordado o histórico da empresa Macedo; a estrutura básica do
sistema de informações; a descrição da logística de suprimento da empresa, onde constará as
principais atividades da logística de suprimento além de outros aspectos importantes.
Finalmente, também serão realizadas algumas considerações sobre o sistema de informaçõe
s
da empresa.
4.2.1 Histórico da Macedo
A Macedo inicia suas atividades em 13 de julho de 1973 sob o nome de Frios Macedo
Ltda. A empresa tinha sete funcionários que abatiam 300 frangos por dia.
Em 1974 o Grupo Koerich se associou a Frios Macedo. Surgiu então a Macedo
Koerich S/A, sendo que em 1975 ganhou uma nova unidade com capacidade para abater três
mil frangos por dia.
Em 1976 teve início a verticalização da produção com a construção das primeiras
granjas próprias de frangos de corte.
Alguns dados hi
stóricos da Macedo a partir da década de 80:
1980
- Começaram as construções da Fábrica de Rações e da Central de Distribuição
do Norte do Estado.
1982
- Construção do Incubatório com capacidade para produzir até 420.000
pintos/mês. Neste ano também a Macedo ampliou a produção e passou a abater 1.500 frangos
95
por hora.
1992
- Construção da Central de Distribuição do Sul do Estado. A unidade veio para
aprimorar o atendimento aos clientes desta região. Ainda neste ano, a empresa instalou uma
granja de matrizes
em Bom Retiro.
1993
- Teve início o Programa de Qualidade Total Macedo, o QTM. Este programa
visa melhorar ainda mais a qualidade dos produtos, seus custos, seu atendimento, a satisfação
dos seus clientes e colaboradores e o bem estar de todos que se rela
cionam com a Empresa.
1994
- Começou a construção da unidade de compra e armazenamento de grãos, na
cidade de Guarapuava, no Paraná, com capacidade de estocagem de 30 mil toneladas. Neste
ano, também foram construídas duas novas centrais de distribuição: Norte do Estado, que
substituiu a filial de vendas de Joinville e do Planalto Serrano.
1995
- A Macedo criou o projeto de Integração Avícola. Com isso, passou a terceirizar
parte da produção de frangos de corte.
1998
- A Macedo conquistou o certificado internacional ISO 9001 e o HACCP -
Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, tornando-se o primeiro frigorífico da
América Latina a conquistar o HACCP.
1999
- A empresa implantou o projeto Estuda Macedo com o objetivo de garantir
ensino fundamental e d
e primeiro grau para seus colaboradores.
2000
- A Macedo começou a exportar. O primeiro negócio com o exterior foi fechado
com a Espanha. A empresa passou a abater 64 mil aves por dia.
2001
- O presidente e fundador da Macedo , José Ferreira de Macedo, começou a
passar parte da administração da empresa para a segunda geração da família. Jóster Macedo,
filho do empresário, assumiu a função de superintendente, passando a comandar os negócios
do dia-a-dia. José Macedo e a esposa Ester, permaneceram na presidência e vice-
presidência
respectivamente, participando de decisões estratégicas.
96
2002
- A Macedo iniciou um grande processo de expansão, motivada pelo bom
desempenho no mercado externo. O objetivo, até 2006, é dobrar a produção, passando a
abater 144 mil ave
s por dia.
4.2.2 Estrutura básica do sistema de informações da Macedo
Para um entendimento adequado da descrição e análise dos dados, apresenta-se uma
contextualização dos sistemas de informações da empresa de uma maneira geral para logo
após, delimitar o campo de atuação da pesquisa. A figura 13 apresenta o sistema de
informações, de forma ampla, da empresa Macedo interligando todas as áreas.
Sistema de
Informações
Produção
Industrial
Comercial
Corporativa
Logística
Figura 13: Sistema de informações da empresa Macedo contendo as áreas principais.
De acordo com a figura 13, observa-se que a empresa possui cinco áreas principais
que são: Corporativa, Industrial, Produção, Comercial e Logística. O sistema de informações
interliga todas essas áreas servindo de apoio a administração eficiente e eficaz d
a empresa.
O presente trabalho se concentrou na análise das informações mais importantes do
sistema de informações para a logística de suprimento. A logística é considerada uma das
áreas principais da empresa, sendo uma das sub
-
áreas logísticas a de suprim
entos.
97
4.2.3 Descrição da logística de suprimento da Macedo
Nesta seção, apresenta-se a descrição da logística de suprimento da empresa, além de
apoio do sistema de informações, sistema produtivo da empresa, quantidades de compra e
problemas que ocorrem com o suprimento, seleção de fornecedores e compartilhamento de
informações, negociação de compra, características e avaliação dos fornecedores, ordens de
compra e redução de estoque e finalmente as informações utilizadas pela empresa nas
atividades da log
ística de suprimento.
4.2.3.1 Descrição da logística de suprimento
A Macedo é uma grande empresa do ramo de agronegócios do estado de Santa
Catarina. Dentre as áreas que compõem o organograma da empresa, uma delas é a área de
logística, sendo que a mesma
está subordinada diretamente a superintendência.
A empresa implantou um sistema de gestão ERP, que está interligado com todas as
áreas da empresa. O ciclo de suprimentos da empresa é descrito pelo diretor de planejamento
e logística da seguinte maneira:
no ERP existe um módulo de suprimentos. Então toda parte de suprimentos,
compras e reposição de estoque, compra de equipamento, etc, etc passa por este
módulo de suprimento. Esse módulo possui toda parte de suprimento de estoques,
controle de reposição, estoque mínimo, toda parte de histórico de compras, as
compras do último período, etc. De a gente extrai todos os dados para montar as
informações de consumo, levantamento de preços, etc. nós processamos também
os pedidos de compra; as solicitações tanto de almoxarifado como de materiais
diversos. Então, as coisas estão incluídas nesse módulo de software, isso tudo é
processado eletronicamente, se tira então os mapas de coleta, se entra em contato
com os fornecedores, se faz toda a parte de coleta de preços e cotação, depois nós
temos a fase de aprovação e a fase de pedido, controle de frete até a fase de
pagamento incluindo contas a pagar que também faz parte desse ERP. Então a gente
tem tudo dentro desse grande módulo, do nosso ERP que é chamado módulo de
suprimentos.
98
4.2.3.2 Apoio do Sistema de informações
O suprimento trabalha inteiramente dentro do módulo industrial do módulo de
suprimento do nosso ERP, sendo a parte operacional praticamente toda automatizada.
Para que o sistema de informações funcione adequadamente e se tenha uma
administração de materiais eficiente é necessário segundo o diretor de logística ter um
software
que suporte a carga de volume de informações. Ter a descrição dos materiais que
vão ser comprados ou estocados muito bem definidos com os usuários. Portanto, requer muita
conversação entre as partes. Toda informação de dados históricos, de levantamento de
consumo, de acompanhamento de preços, de ponto de pedido, saídas por centro de custo,
impacto no custo, enfim as mais dive
rsas informações.
4.2.3.3 Sistema produtivo na empresa
A empresa possui um volume aproximado de produção de 3.500 toneladas por s. A
linha de produção é mista, sendo uma parte contínua e outra por célula. Conforme o diretor de
logística, quando se fala em sistema produtivo na Macedo, não se pode esquecer que a
empresa atua dentro de toda uma cadeia de produção. A empresa tem as matrizes que colocam
os ovos; esses ovos são incubados no incubatório e depois de vinte e um dias nascem os
pintinhos que são destinados/enviados para as granjas. Depois de 45 a 47 dias, vão para o
frigorífico, onde começa o processo industrial. Em paralelo, ainda a parte de suprimento,
de compra de grãos para alimentar esses frangos nas granjas com ração. O horizonte de
progra
mação na empresa é de 12 meses.
99
4.2.3.4 Quantidade de compra e problemas que ocorrem com o suprimento
Para a definição da quantidade a comprar são utilizados os todos de estoque
mínimo, ponto de pedido, a própria programação do
Mix
, mas não existe uma forma fixa para
todos os produtos. Depende do fornecedor, depende do tipo de material, se existe mercado
local ou é importado. Enfim, é uma análise mais pontual do que uma regra geral.
O principal problema que ocorre com o suprimento na opinião do diretor de logística é
de comunicação. Segundo ele:
tem
-se um ano, que é quebrado em doze meses e, além disso, nós temos os fluxos
semanais na produção. Normalmente, o suprimento tem que conviver com essas
alterações de planejamento. Então, como nós trabalhamos m
uito afinados com a área
comercial, colocando no mercado aquilo que está sendo acessado, que está sendo
demandado; o
mix
planejado pode sofrer alguma turbulência e, o suprimento tem
que estar muito bem linkado nesse processo para garantir o ressuprimento.
4.2.3.5 Seleção de fornecedores e compartilhamento de informações
Para a seleção de fornecedores a empresa segue rigorosamente o que estabelece a
norma ISO 9001 que ela possui desde 98. Todos os fornecedores têm que ser homologados; a
empresa possui critérios de homologação e desqualificação dos fornecedores. De acordo com
o diretor de logística os fornecedores “têm que estar cumprindo os pré-requisitos mínimos pra
fornecer pra Macedo e, se não cumprirem podem ser desqualificados como alguns foram
ante
s”. A certificação, de acordo com o diretor da logística,
passa pela qualidade, pela nossa visita in loco, pela checagem/teste dos produtos em
linha, como por exemplo, no caso de embalagem onde os fornecedores têm que
apresentar e atualizar sempre os laudos de toxidade do material, laudos de migração
de tinta da camada externa para a camada interna que não pode acontecer de forma
nenhuma. Normalmente a empresa exige que estes testes sejam feitos no instituto
Adolfo Lutz pela credibilidade.
100
Toda a seleção dos fornecedores passa pela manutenção da qualidade do produto que a
empresa está comprando porque isso vai ser agregado ao produto final.
A empresa não repassa informações aos fornecedores, como por exemplo, nível de
estoques. As únicas informações que são compartilhadas são informações dos produtos que
são trabalhados com consignação. Hoje, este é o máximo de informação que é repassada aos
fornecedores (Diretor de logística).
4.2.3.6 Negociação de compra, características e avaliação dos fornecedores
Par
a a realização de negociação com os fornecedores não existe regra geral. Para os
fornecedores nos quais se adquire produtos de menor valor, é realizada a negociação compra a
compra. Quanto aos fornecedores mais estratégicos, como, por exemplo, de embalagens de
papelão, é realizada uma negociação mais ampla, com validade para 3 meses, 6 meses, 8
meses, 9 meses dependendo de cada caso.
A empresa possui muitos fornecedores, aproximadamente 500, mas não tem grande
rotatividade. Em geral eles são fixos. Para que os fornecedores cumpram prazos de entrega,
qualidade, custo, são definidos alguns critérios de avaliação; por exemplo: pontualidade,
negociação, erros, quantidade exata que foi solicitada, enfim, tudo isso é pontuado a cada
entrega. A cada entrega o sistema pontua isso e no final se tem o
ranking
. Então, tem-se o
ranking
dos fornecedores de embalagens, o
ranking
dos fornecedores de papelão, os
rankings
dos fornecedores de condimentos, os
rankings
dos fornecedores de material elétrico,
ferragens, equipamentos, etc. Os fornecedores recebem o
feedback
de como foi o desempenho
deles sempre no trimestre passado. Embora essa avaliação possa ser feita diariamente, ela é
fechada e enviada e eles a cada trimestre.
101
4.2.3.7 Ordens de compra e redução de estoques
As
ordens de compra afetam a eficiência logística, pois elas vão indicar o tempo de
suprimento e a eficiência geral do processo. De acordo com o diretor da logística, se as ordens
de compra não forem bem colocadas, dentro da especificação desejada com o fornecedor que
apresenta a melhor relação custo beneficio, que não tenha passado por ela a negociação do
prazo de entrega perfeita, ela irá comprometer e diminuir seu suprimento. A ordem de compra
é quase o final do processo todo de negociação e,
link
da área de suprimento com a área de
produção.
Para a realização das compras, de acordo com o diretor de logística são utilizados
alguns parâmetros, sendo os mais utilizados o estoque nimo, ponto de pedido, ponto de
ressuprimento, curva ABC, criticidade, XYZ. Com essas informações e parâmetros busca-
se
constantemente a redução de estoques. Como exemplo, a empresa tem como meta a redução
em 20% do volume estocado para 2005. Segundo o diretor de logística, a empresa quer
utilizar mais as informações, transformar dados em informações e gerir estoque de uma forma
que se reduza o custo do material estocado; ou, não o custo do material estocado, mas o valor
que é retirado do fluxo de caixa para ser colocado no estoque.
4.2.3.8 Transporte e recebimento
A empresa utiliza as mais variadas informações nas suas atividades da logística de
suprimento de acordo com a dinâmica do mercado. Segundo o diretor de logística as
informações variam de acordo com o mercado:
a gente está entrando no mercado onde nós temos concorrentes, temos fornecedores
e, nós temos por outro lado que entender como é a tendência dos consumidores, por
exemplo, na compra de embalagem, qual é a tendência atual do mercado de novos
102
produtos, novas alternativas de embalagens, enfim eu diria que aqui é a própria
dinâmica do negócio, estar envolvido dentro negócio onde a gente atua.
Na atividade de transporte, entra-se em contato com os fornecedores para a coleta de
informações sobre a melhor alternativa de fornecimento, preços e cotações. no
recebimento, é realizada a conferência e
check
-
list
dos itens para logo após, liberar a nota
fiscal para pagamento.
4.2.3.9 Apoio do sistema de informações nas atividades logísticas
O quadro 6 apresenta as principais atividades logísticas e como o sistema de
informações
apóia essas atividades na Macedo.
Atividades da logística de suprimento
Apoio do Sistema de Informações
Seleção de fornecedores
Na atividade de seleção de fontes de suprimento a
empresa utiliza a norma ISO 9001 como principal
elemento de avaliação dos fornecedores. Além disso, é
utilizado um
ranking
de pontuação que avalia a
pontualidade na entrega, qualidade, quantidade exata.
Ordens de compra
Na atividade de colocação e expedição de pedidos são
utilizados métodos de cálculo para saber a quantidade a
ped
ir. É utilizado estoque mínimo, ponto de pedido,
programação do
Mix
. Depende do produto.
Transporte
Entra
-se em contato com os fornecedores para a coleta de
informações sobre a melhor alternativa de fornecimento,
preços e cotações. Após isso, tem-se a fase de aprovação
do pedido.
Recebimento
Realizado com a conferência,
check
-
list
do material para
após liberar a nota fiscal para o pagamento/contas a
pagar.Em relação ao recebimento ele é integrado.
Quadro 6: Sistema de informações e as atividades da logí
stica de suprimento
103
Através da observação do quadro 6, pode-se perceber que o sistema de informações
apóia todas as atividades principais da logística de suprimento. Na seleção de fornecedores
são utilizados indicadores para a classificação quanto a pontualidade de entrega, qualidade,
quantidade exata. O sistema de informações utiliza alguns métodos de cálculos para saber a
quantidade a pedir e gera as ordens de compra. Em relação ao transporte, o sistema de
informações avalia a melhor alternativa de fornecimento, preços e cotações para posterior
aprovação do pedido. Por fim, no recebimento, a realização de um
check
-
list
do material
para posteriormente realizar o pagamento.
4.2.4 Descrição do sistema de informações da Macedo
Nesta seção, apresentam-
se
alguns aspectos do sistema de informações logísticas da
empresa. São destacados os relatórios gerados e problemas do SIL, as informações utilizadas
para tomada de decisão e feitas algumas considerações sobra a implementação do SIL na
Macedo.
4.2.4.1 Relat
órios gerados e problemas do SIL
O sistema de informações logísticas pode gerar os mais diversos e variados relatórios.
De acordo com o diretor de logística, em termos de relatórios:
a gente tem quase tudo que precisa, desde
ranking
de fornecedores, curva ABC,
criticidade, consumo médio, evolução do consumo, enfim a gente tem uma boa dose
de dados. Nem todos eles ainda viraram informação, existindo alguns que
precisariam virar informação.
Em relação a problemas no sistema de informações logísticas, o diretor de logística
enfatiza que apesar de ter os módulos de suprimento, de logística industrial, produção de
104
frangos, contas a pagar, exportação, dentre outros, o sistema está carente de atualização. Para
tanto, já foi iniciado um projeto que termina em abril do ano que vem, em que se está fazendo
uma atualização do ERP, transformando e fazendo com que ele converse melhor com
Windows, Word, Excel. Hoje, existem alguns relatórios que podem ser impressos, sendo
que, a empresa quer trabalhar mais a parte de importação e exportação com Windows e Excel
principalmente.
A função do ERP é processar informação. “Extrair essa informação e como
transformar esses dados em informação é muito mais BI (Business Inteligence)”. Isso vai ser
possível através desta atualização do ERP, pois hoje o sistema é um pouco engessado.
(Diretor de Logística).
4.2.4.2 Informações utilizadas para a tomada de decisão
Segundo o diretor de logística as informações mais importantes para a tomada de
decisão variam de acordo com a própria dinâmica do negócio, como a coisa está evoluindo no
mercado, como está o mercado. Segundo o diretor:
para citar um exemplo, nós temos um produto que tem um custo alto que é a
embalagem. A embalagem plástica é derivada do petróleo; então, se no mercado está
subindo logo mais a frente vai ter reflexo aqui. O que fazer? Vamos estocar mais,
estocar menos? Vamos negociar com os fornecedores, vamos antecipar, vamos
aguardar a posição deles. Então, vai ter guerra no Iraque, vai ter guerra na Síria, vai
ter guerra n
o Irã, enfim, tudo isso tem impacto grande no negócio. Eu acho que tudo
que atrai contato com estratégia passa pelo acompanhamento do mercado.
4.2.4.3 Sistema de informações logísticas
Em relação a necessidade do sistema de informações logística, esta é considerada alta
e a atualização do sistema também, pois todas as pessoas trabalham utilizando o sistema de
informações para a realização de suas atividades.
105
De acordo com o Diretor de Logística, uma das dificuldades atuais na nossa versão
atual do ERP é operacionalizar o MRP. “Hoje, os controles de reposição com base no
Mix
,
estão todos sendo acompanhados em paralelo; o software não está funcionando como deveria
funcionar, mas com a atualização que está sendo feita até abril do ano que vem é para tudo
esta
r funcionando”.
A arquitetura utilizada pelo sistema ERP é o
Progress
. A implementação do sistema
ERP durou de 1 a 2 anos. A sua utilização começou em 1998, com o sistema sendo
implantado por uma empresa de consultoria.
Dentre os módulos do ERP que estão interligados com o Sistema de informações
logísticas, estão o módulo de materiais, financeiro, produção, marketing. Na área de produção
se inclui a armazenagem de grãos, compra de grãos, produção de ração, produção de frangos,
produção de matriz, produção de pintos, toda parte de produção. Na parte financeira tem-
se
contas a pagar, contas a receber, etc. Tem toda a parte de suprimento, a parte industrial e a
parte comercial que engloba toda a empresa.
Para a implantação do sistema de informações foi feita uma análise prévia pela
empresa responsável pelo
software
, que veio fazer um diagnóstico da situação atual e
implantou. Segundo o diretor de logística:
esse ERP é específico para uma indústria de agronegócios como o nosso, ele tem
uma aderência muito grande
com o negócio. Então toda parte de produção, de ração,
parte de produção de ovos, produção de pintos, produção de frangos, tudo isso o
ERP contempla. Muita coisa que era feita em planilhas migrou para esses módulos.
Algumas módulos já existiam na empresa,
por exemplo, o financeiro, contas a pagar,
suprimento, enfim e o que não era mais papel, muita coisa estava no software,
teve que sair de um software e migrar para o outro. Obviamente isso dava alguns
problemas, de adaptação, de conceito, de resistência, enfim o que é normal em toda
implementação como esta; com o tempo migra 100% e as pessoas se adaptam.
Por fim, a empresa que implantou o software ERP presta consultoria/assessoria até
hoje. Atualmente, o software está passando por uma atualização para acréscimo de módulos e
melhor funcionamento do sistema atual.
106
4.3 C
OMPARAÇÃO DOS DADOS
DAS DUAS EMPRESAS PE
SQUISADAS
Nesta seção, realiza-se uma comparação dos principais aspectos pesquisados, logística
de suprimento e sistema de informações para verificar o grau de diferença existente entre as
empresas pesquisadas.
INTELBRAS
MACEDO
Setores ou departamentos que
o sistema de informações da
logística abrange
Todas as áreas.
Interliga toda organização
Quantidade ideal de compra
de cada fornecedor /
Parâm
etros utilizados para o
ressuprimento
Calculada através de
classificação ABC, por valor,
classificação XYZ, por
criticidade, qualidade e
confiabilidade de entrega.
Calculada através de
classificação ABC,
classificação XYZ, por
criticidade, estoque mínimo,
ponto de pedido.
Como é realizada a seleção de
fornecedores?
Através de
global source
e
classificação dos fornecedores
Levando
-
se em consideração
a norma ISO 9001.
Características dos
fornecedores
Pequena quantidade e pouca
rotatividade.
Muitos fornecedo
res e pouca
rotatividade.
Compartilhamento de
informações
Pouco compartilhamento.
Alguns fornecedores sabem
quantas peças eles têm
alocado na carteira de
estoques da empresa.
Pouco compartilhamento.
Somente alguns produtos que
são trabalhados em
consignaç
ão.
Tipos de relatórios gerados
nas atividades logísticas de
suprimento
Todos relatórios que se
precisa. Itens com entrega
atrasada, itens com excesso de
estoque, histórico de defeitos,
média de preços, etc.
Todos os necessários, desde
ranking
de forneced
ores,
curva ABC, criticidade,
evolução do consumo,
consumo médio, etc.
Informação que o SI não gera
e seria necessária
O sistema não tem
data
warehouse
.
Dificuldade de
operacionalizar o MRP.
Arquitetura do Sistema de
Informações Logísticas
ERP (Magnus i
Datasul)
ERP
Plataforma onde roda o
software
Progress
Progress
Implantação de ERP
Sim
Sim
Prazo de implementação
De 1 a 2 anos
De 1 a 2 anos
Quadro 7: Comparação de aspectos entre as empresas Intelbras e Macedo
De acordo com o quadro 7, observa-se que há grande semelhança entre as duas
empresas. O sistema de informações logísticas está interligado com todas as áreas na Intelbras
107
e interliga toda organização na Macedo.
Em relação aos parâmetros de ressuprimento são utilizados a classificação ABC,
clas
sificação por valor, classificação XYZ, por criticidade, qualidade e confiabilidade de
entrega na empresa Intelbras enquanto que na Macedo são utilizados classificação ABC,
classificação XYZ, por criticidade, estoque mínimo, ponto de pedido.
A seleção de fornecedores é realizada através de global source e classificação na
Intelbras e na Macedo é levado em conta principalmente a norma ISO 9001 para a seleção dos
fornecedores. Em ambas as empresas a rotatividade dos fornecedores é baixa.
No que diz respeito ao compartilhamento de informações, na Intelbras existe pouco
compartilhamento, somente alguns fornecedores sabem quantas peças eles têm alocadas na
carteira de estoque da empresa. Na Macedo, o compartilhamento de informações também é
baixo, existindo somen
te para os produtos em consignação.
Em relação aos relatórios gerados para as atividades logísticas de suprimento, a
Intelbras dispõe de todos relatórios que se precisa, sendo alguns exemplos, itens com entrega
atrasada, itens com excesso de estoque, histórico de defeitos, dia de preços. Na Macedo o
sistema proporciona todos os relatórios necessários, desde
ranking
de fornecedores, curva
ABC, criticidade, evolução do consumo, consumo médio.
Foram apontadas algumas dificuldades, sendo que na Intelbras o sistema não tem
data
warehouse
, enquanto na Macedo está ocorrendo dificuldades de se operacionalizar o MRP.
Quanto ao sistema de informações ambas empresas implantaram o
software
de gestão
ERP, rodando na mesma plataforma, o
Progress
. O tempo necessário para a implantação foi o
mesmo, ou seja, de 1 a 2 anos.
108
4.4 C
OMPARAÇÃO ENTRE O SI
STEMA NA PRÁTICA E A
LITERATURA
Nesta seção é realizada uma comparação entre os pontos divergentes e convergentes
com a literatura preconizada de sistema de informações e log
ística de suprimento.
Para Dornier et al (2000), o fluxo de informações está se tornando uma ferramenta de
gestão logística cada vez mais importante. A complexidade óbvia dos sistemas de gestão de
fluxo atuais coloca pesadas demandas por sistemas de inform
ação.
Essa constatação pode ser confirmada em ambas as empresas que investem bastante
em sistemas de informações, estando agora atualizando seus sistemas para o acréscimo do
módulo de BI (Business Inteligence). O sistema de informações logísticas está inte
rligado
com todas as áreas da organização e ambas as empresas estão fazendo atualização dos seus
sistemas de informações.
Para Bowersox e Closs (2001 p.254), “as empresas devem estabelecer e implementar
políticas de estoques com base em considerações de natureza estratégica e isto requer o
desenvolvimento de todo um processo gerencial”. Ambas as empresas trabalham com
informações geradas pelo sistema de informações estratégicas para um melhor gerenciamento
das suas operações.
De acordo com Lambert (1998, p. 450), é preciso compreender o papel da
administração de materiais (suprimento físico) na empresa. Segundo o autor, “sem eficiência
e eficácia na administração do fluxo de materiais recebidos, o processo de fabricação não
pode produzir produtos a preço desejado e em tempo hábil para distribuição aos clientes da
empresa”. Este conceito está presente nas empresas, ambas demonstraram que qualquer
problema com colocação de pedido, atraso de entrega, dentre outros afeta criticamente a
produção e suas operações.
O suprimento não está livre de problemas. Materiais sem a qualidade necessária,
109
prazos de entrega incorretos, especificações erradas, etc ocasionam dificuldades ao processo
operacional muitas vezes atrasando a produção, elevando custos e deixando os clien
tes
insatisfeitos. Para que isso não ocorra existem
rankings
para a classificação de fornecedores
em ambas as empresas, que avaliam a qualidade, prazo de entrega, erros, dentre outros sempre
buscando atuar com os melhores fornecedores e minimizar os proble
mas.
Os autores Harrison e van Hoek (2003), enfatizam o alinhamento e integração de
processos para permitir o rápido e preciso fluxo de produtos e informações. Os
relacionamentos entre as duas organizações que o formam têm de ser os mais fortes possíveis.
Se as empresas evitarem o compartilhamento de informações e risco, segundo os autores, elas
nunca se tornarão líderes nos mercados em que atuam.
A parte de compartilhamento de informações com os fornecedores deixou bastante a
desejar em ambas as empresas. A troca de informações ocorre somente em alguns casos onde
as informações não têm grande importância.
As atividades da logística de suprimento nas empresas seguem o que preconizam os
autores Bowersox e Closs (2001, p. 59) que dividem as atividades de um ciclo de suprimentos
em: (1)seleção de fontes de suprimento; (2)colocação de pedidos e expedição; (3)transporte; e
(4)recebimento.
Quando as empresas necessitam realizar o ressuprimento de matérias-
primas,
componentes etc, elas selecionam dentre os fornecedores disponíveis quais atenderão seu
pedido, através de classificações e
rankings
atualizados periodicamente. Após a seleção dos
fornecedores, é efetuada a expedição do pedido. O fornecedor recebe o pedido com a
quantidade e data de entrega e providencia a entrega dos materiais. Após essa operação, é
realizado o transporte do material, geralmente a cargo do fornecedor, até o local designado no
pedido. Por fim, as empresas recebem o suprimento encomendado.
As duas empresas realizam avaliações dos fornecedores para controle do cumprimento
110
de prazos de entrega, custos, qualidade, etc com o objetivo de se estreitar relações ou buscar
outras fontes de fornecimento caso os fornecedores atuais estejam deixando a desejar.
O ciclo de suprimento descrito por Ballou (1993, p.59), apresentado na revisão da
literatura desta dissertação descreveu quase na sua totalidade o que acontece na prática das
empresas. Um fato interessante a ressaltar é que na empresa Intelbras, a área de marketing é a
responsável pela realização de um estudo de mercado que vai determinar a quantidade a ser
produzida enquanto que na Macedo a área da logística é responsável mais direta pela previsão
de estoques.
O sistema de informações de acordo com Laudon e Laudon (1999), existe para
responder as necessidades organizacionais, incluindo os problemas que são apresentados pelo
ambiente externo criados por tendências políticas, demográficas, econômicas e sociais. Em
relação a isto, ambas empresas investem grandes quantias em sistemas de informações
passa
ndo atualmente por atualizações dos seus sistemas, com o propósito de auxiliar de forma
mais eficiente os processos de tomada de decisão.
Na literatura foram apresentados sistemas de informações classificados em
estratégicos, táticos e operacionais. Outra classificação apresentada foi a de sistema de
informação para apoio a gerência e para apoio as operações. Em geral, os sistemas nas
empresas pesquisadas não têm uma classificação rígida quanto a sua tipologia. O sistema
consegue fornecer todas as informações necessárias para o apoio a decisão e apoio às
operações, sendo seu papel cada vez mais ampliado.
Informações precisas e em tempo hábil são, atualmente, cruciais para a eficácia do
projeto de sistemas logísticos, de acordo com Bowersox e Closs (2001). Isto é corroborado
pelas empresas pesquisadas que utilizam o sistema como um instrumento eficiente na redução
de estoques, para acompanhamento
on
-
line
de pedidos, geração dos mais variados relatórios e
decisões estratégicas.
111
Conforme Lambert (1998, p. 543) “um sistema de informações computadorizado deve
ser capaz de: 1)recuperação de dados, 2)processamento de dados, 3)análise de dados e 4)
geração de relatórios”. Ambas as empresas estão atualizando seus sistemas para utilizarem o
Business Intelligence. No restante, o sistema funciona de maneira adequada, servindo para
apoiar uma administração eficiente e eficaz das atividades primárias do sistema logístico. A
estrutura básica de um sistema de informações logísticas segue o modelo apresentado por
Ballou (1993)
na revisão da literatura.
Por fim, verificou-se que os aspectos preconizados pela literatura estiveram presentes
em praticamente todos os itens analisados e em ambas as empresas. Um dos únicos itens,
preconizados na literatura e que não esteve presente na prática, foi o compartilhamento de
informações que, segundo alguns autores contribui para as empresas se tornarem líderes de
mercado.
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Este capítulo apresenta as conclusões e recomendações. As conclusões deste trabalho
foram realizadas levando-se em consideração os dados obtidos nas empresas pesquisadas e
confrontados com os objetivos do estudo. Por fim, as recomendações apresentam sugestões
para outras investigações sobre o tema.
5.1 C
ONCLUSÕES
Os processos organizacionais, administrativos e as áreas estratégicas das empresas
variam conforme o ramo de atuação, o produto fabricado, os objetivos organizacionais, o que
torna cada organização singular em relação às outras, ainda que sejam do mesmo ramo e
setor.
Com base na revisão literária realizada, descreveu-se a logística de suprimentos como
o conjunto de atividades que visa facilitar o fluxo ordenado de materiais, componentes ou
estoques de produtos acabados para um complexo de produção ou distribuição. Ballou (1993)
divide as atividades da logística de suprimento em três atividades principais que são: 1)
iniciação e transmissão das ordens (pedidos) de compras, 2) transporte dos carregamentos até
o local da fábrica e 3) manutenção dos estoques na planta. Outra divisão apresentada foi a dos
autores Bowersox e Closs (2001), que dividem essas atividades em: (1) a seleção de fontes de
suprimento; (2) a colocação de pedidos e expedição; (3) transporte; e (4) o recebimento.
Na análise de dados descreveu-se a logística de suprimento das empresas pesquisadas,
no qual ambas empresas apresentaram divisões das atividades da logística de suprimento de
forma similar a apresentada por Bowersox e Closs. Deste modo, cumpriu-se com o primeiro
objetivo do trabalho que objetivava descrever a logíst
ica de suprimento das empresas.
No segundo objetivo específico, buscou-se comparar o que preconiza a literatura com
113
a prática das empresas na logística de suprimento. Neste sentido, observaram-se quais foram
os pontos divergentes e convergentes com a literatura preconizada de sistemas de informações
e logística de suprimento, permitindo concluir sobre o alinhamento entre a prática das
empresas e a revisão da literatura realizada neste trabalho.
Os sistemas de informações estão se tornando uma ferramenta de gestão logística cada
vez mais importante. Essa constatação pode ser confirmada em ambas as empresas que
investem bastante em sistemas de informações, estando agora atualizando seus sistemas para
o acréscimo do módulo de BI (
Business Inteligence
).
O sistema de informações logísticas está interligado com todas as áreas da organização
e ambas as empresas estão fazendo atualização dos seus sistemas de informações para o
acréscimo de módulos ou ajustes em partes onde o sistema é considerado um pouco
engessado.
Na Intelbras, foi relatada a ausência de Data warehouse que é um processo
analítico para a exploração de grandes quantidades de dados. Na Macedo será implantado o
móculo de BI (Business Inteligence) que segundo o diretor de logística permitirá extrair dad
os
e transformá
-
los em informações.
Nos últimos anos houve um grande acréscimo de
softwares
que prometem ser uma
mina de ouro para as empresas. Alguns
softwares
chegam a ser a versão antiga de um sistema
onde somente foram acrescentadas algumas funções a mais. O termo BI, assim como outros,
são cada vez mais utilizados pelas empresas, mas pela quantidade enorme de definições que
possuem percebe
-
se que ainda são pouco compreendidos.
A literatura enfatiza que as empresas devem estabelecer e implementar políticas de
estoques com base em considerações de natureza estratégica. Neste contexto, ambas as
empresas trabalham com informações geradas pelo sistema de informações estratégicas para
um melhor gerenciamento das suas operações.
A eficiência e a eficácia também são fatores importantes na administração do fluxo de
114
materiais. Este conceito está presente nas empresas; ambas demonstraram que qualquer
problema com colocação de pedido, atraso de entrega, dentre outros afeta criticamente a
produção e suas operações.
E
nfatizou
-se o alinhamento e a integração de processos para permitir o rápido e
preciso fluxo de produtos e informações. A parte de compartilhamento de informações com os
fornecedores deixou bastante a desejar em ambas as empresas. A troca de informações ocorre
somente em alguns casos onde as informações não têm grande importância.
As atividades da logística de suprimento nas empresas seguem o que preconizam os
autores Bowersox e Closs (2001, p. 59) que dividem as atividades de um ciclo de suprimentos
em: (1) seleção de fontes de suprimento; (2) colocação de pedidos e expedição; (3) transporte;
e (4) recebimento.
O ciclo de suprimento descrito por Ballou (1993, p.59), apresentado na revisão da
literatura desta dissertação descreveu quase na sua totalidade o que acontece na prática das
empresas.
Informações precisas e em tempo hábil são, atualmente, cruciais para a eficácia do
projeto de sistemas logísticos. Este fato é corroborado pelas empresas pesquisadas que
utilizam o sistema como um instrumento eficiente na redução de estoques, para
acompanhamento
on
-
line
de pedidos, geração dos mais variados relatórios e decisões
estratégicas.
Por fim, verificou-se que os aspectos preconizados pela literatura estiveram presentes
em praticamente todos os itens analisados e em ambas as empresas. Um dos únicos itens,
preconizados na literatura e que não esteve presente na prática, foi o compartilhamento de
informações que, segundo alguns autores contribui para as empresas se tornarem líderes de
mercado.
Quanto ao objetivo geral do trabalho, que objetivou verificar a adequação do sistema
115
de informações para a logística de suprimento, considerou-se plenamente adequado, uma vez
que, as empresas consideram o sistema imprescindível e este não apresentou grandes
diferenças com o que
a literatura preconiza.
5.2 R
ECOMENDAÇÕES
As recomendações deste trabalho estão divididas em três partes. Na primeira parte,
apresentam
-se as recomendações para as empresas pesquisadas. Na segunda parte, faz-
se
recomendações para novos trabalhos e por último, apresentam-se recomendações relativas a
trabalhos em áreas relacionadas indiretamente a esse trabalho.
5.2.1 Recomendações para as empresas
Como recomendações para as empresas pesquisadas apresenta
-
se o seguinte:
Um maior compartilhamento de informações com os fornecedores e parceiros da
empresa. Vários autores enfatizaram a importância do compartilhamento de informações para
a criação de parcerias que proporcionem vantagens competitivas. As empresas deixaram
muito a desejar neste item, uma vez que praticamente todas as informações são consideradas
sigilosas.
O alinhamento e integração de processos, para a criação de cadeias de suprimentos
também poderia ser implantado pelas empresas para permitir o rápido e preciso fluxo de
produtos e informações. Os relacionamentos entre as duas organizações que o formam têm de
ser os mais fortes possíveis. De acordo com Harrison e van Hoek (2003), se as empresas
evitarem o compartilhamento de informações e risco, elas nunca se tornarão líderes nos
mercados em que
atuam.
116
Em relação aos demais aspectos do sistema de informações logísticas, estes se
apresentam adequados às necessidades das empresas, não tendo considerações a serem feitas.
5.2.2 Recomendações para novos estudos
A pesquisa realizada nesta dissertação, embora restrita as duas empresas pesquisadas,
poderá contribuir com outros estudos na área de sistemas de informações para a logística.
Neste sentido, recomenda
-
se para a realização de futuras pesquisas:
aplicar o estudo em outras organizações, como por exemplo, empresas de pequeno
porte. O investimento em sistemas de informação muitas vezes é oneroso demais para a
realização deste investimento nestas empresas. Neste sentido, poderia-se pesquisar a
adequação dos Sistemas de Informações Logísticas utilizad
os por estas empresas.
desenvolver estudos dos benefícios que as organizações podem obter com a
utilização de soluções de problemas através de Sistemas de Informações Logísticas.
realizar pesquisar com empresas de outros setores, por exemplo, de serviços,
buscando analisar se os empresários que administram essas empresas consideram as mesmas
informações que os empresários de empresas de outros setores, na administração das
atividades da empresa.
avaliar o custo-benefício dos sistemas de informações logísticas. A aplicação de
sistemas de informações é cada vez maior, mas muitas vezes não se tem idéia sobre se o
retorno do investimento compensa.
realizar estudo sobre a viabilidade e benefícios de se implantar uma cadeia de
suprimentos (
Supply Chain Management
)
, na área de atuação da empresa.
117
5.2.3 Recomendações para estudos relacionados indiretamente ao trabalho
Julga
-se relevante o estudo em áreas não relacionadas diretamente, mas que causem
influência nos sistemas de informações da logística. Neste contexto, podem ser realizadas
pesquisas que versem sobre:
verificar qual é o impacto da implantação dos sistemas de informações na cultura
das empresas, visto que, com a utilização dos sistemas de informação, a automatização do
nível operacional é cada vez maior.
a realização de um estudo com horizonte de tempo mais amplo seria interessante
para a análise da flexibilidade frente as mudanças de mercado e verificação dos possíveis
impactos nas organizações.
realizar um novo estudo, buscando identificar quais são as informações mais
estratégicas no gerenciamento das empresas, objetivando a identificação das informações que
possam garantir algum tipo de vantagem competitiva às empresas, uma vez que os sistemas de
informações estão automatizando a parte operacional das empresas; sendo essa automatização
facilmente copiável.
analisar o impacto que os sistemas de informações provocam nas empresas,
levando
-
se em consideração aspectos culturais e poder nas organizações.
realizar estudos onde se analisa o apoio recebido da alta administração na
implantação de sistemas de informações.
O presente trabalho analisou a adequação do sistema de informações para a logística
de suprimento na empresa Intelbras e na Macedo. Os objetivos foram alcançados e as
recomendações aqui listadas servem para futuros trabalhos que agregarão mais conhecimento
sobre esse assunto.
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:
RAE
Revista de
administração de empresas.
v.38 nº.3
-
julho
-
setembro
1998
.
APÊNDICE
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO SÓCIO
-
ECONÔMICO
CURSO DE PÓS
-
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
Florianópolis, 27 de setembro de 2004.
Para:
Prezado (a) Senhor (a):
Sou aluno do mestrado em Administração da Universidade Federal de Santa Catarina e
venho por meio deste solicitar a vossa colaboração no fornecimento de dados para a
realização de uma das etapas da minha dissertação intitulada: Análise do sistema de
informações para a logística de suprimento.
Esse trabalho conta com a orientação do professor Rolf Hermann Erdmann, professor
do curso de Pós-Graduação em Administração e do departamento de Administração da
Universidade Federal
de Santa Catarina.
A entrevista planejada objetiva coletar dados que servirão para analisar o sistema de
informações da logística de suprimento e sua participação faz parte desse processo de forma
decisiva e estratégica.
Colocamo
-nos a disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessário
através dos telefones: (48) 232
-
8960 e 331
-
7082 ou através do e
-
Sendo assim, agradeço antecipadamente a vossa colaboração e participação no referido
estudo e manifesto meus sinceros
agradecimentos.
Atenciosamente,
Lissandro
Wilhelm
Mestrando
em
Administração
Roteiro de Entrevista
Sua empresa possui sistema de informações logísticas de suprimento?
A qual setor/ departamento a logística está subordinada?
Que setores ou departamentos da empresa, o sistema de informações da logística de
suprimento abrange?
Descreva o ciclo de suprimento da empresa.
De que forma o sistema de informações apóia o ciclo de suprimentos?
Quais informações são necessárias para uma administração de m
ateriais eficiente?
Como o sistema produtivo opera puxado ou empurrado) e de que forma isso afeta a prática
de suprimento?
Quanto a produção:
Volume aproximado de produção: ___________
A linha de produção é contínua?
Horizonte
de programação: ________
___
Quais os principais problemas que ocorrem com o suprimento (materiais) e com a logística de
suprimento (atividades necessárias ao ressuprimento)?
Como é calculada a quantidade ideal de compra de cada fornecedor?
Que tipo de informação (nível de esto
que, etc) é compartilhada com os fornecedores?
Como é realizada a seleção de fornecedores?
Como é realizada a negociação de compra com os fornecedores?
125
Características dos fornecedores:
( )poucos
( )muitos
( )fixos
( )variam muito
Que tipo de avaliação é feita para que os fornecedores cumpram prazos de entrega, qualidade,
custo, etc em relação ao suprimento?
De que forma as ordens de compra afetam a eficiência logística?
Com base em que parâmetro é realizada a decisão de quando e quanto comp
rar?
As informações logísticas são utilizadas para redução de estoques? De que forma?
Quais informações são necessárias e utilizadas pela empresa nas seguintes atividades da
logística de suprimento?
Seleção de fontes de suprimento:
Colocação e expedição
de pedidos:
Transporte:
Recebimento:
Quais os problemas atuais no SIL?
Que tipos de relatórios podem ser ou são gerados nas atividades da logística de suprimento?
Quais as informações mais importantes geradas pelo sistema de informações para a tomada de
decisão?
Que tipos de decisões o sistema logístico de suprimento permite tomar nos seguintes níveis
organizacionais (operacional, tático, estratégico)?
Quais as expectativas/necessidades em relação ao SIL:
Alta
Média
Baixa
Das pessoas
Do sistema
Da empresa
Que tipo de informação que o Sistema de Informações não gera e seria necessária?
126
Que arquitetura (plataforma de
software
) dá embasamento ao SIL?
A empresa implantou
software
de gestão (ERP)?
Como foi procedida a implementação do ERP?
( )Empresa proprietária de software
( )Empresa de consultoria
( )Pela própria empresa
Qual foi o prazo de implementação do sistema como um todo?
( )menos de um ano
( )entre 1 e 2 anos
( )entre 2 e 3 anos
( )mais de 3 anos
Que módulos do ERP
conformam o SIL de sua empresa?
( )materiais
( )financeiro
( )produção
( )recursos humanos
( )marketing
( )outros. Quais? _________________
ANEXOS
128
Organograma da Intelbras
Secretária Presidência
Secretária Executiva
Diretor Exportação
Diretor Comercial
Diretor Industrial Diretor Adm/Financeiro
Diretor
Superintendente
PRESIDENTE
129
Organograma
da Macedo
Macedo Koerich SA
Vice-Presidência
Guarapuava
Dir. Grãos
Qualidade
Limpeza Escrit.
Secretaria
Recepção
Assessoria
Custos
Financeira
Contab
Informática
RH
Corporativa
Assessoria
Marketing Exportação
Consultoria
CDFL
CDSE
CDNE
CDPS
Vendas
Comercial
Higienização
Garantia Qualid.
Abate
Embalagem
Cortes
Prod.Ind. 2 Turno
Abate
Embalagem
Cortes
Prod. Ind. 1 Turno
Sala Máquinas
Preventiva
Corretiva
Obras
Manutenção
Lavanderia
Limpeza Ext.
ETA
ETE
Farinha e Óleos
Manutenção
Industrial
Ger.Albardão
Ger. Matrizes
Ger. Frangos
Expansão
Nutrição
Produção
Suprimentos
Prod.Processos
Assessoria
Expedição
Apanha
PCP
Logística
Superintendência
Presidência
Dr. Macedo
Macedo Koerich SA
Vice-Presidência
Guarapuava
Dir. Grãos
Qualidade
Limpeza Escrit.
Secretaria
Recepção
Assessoria
Custos
Financeira
Contab
Informática
RH
Corporativa
Assessoria
Marketing Exportação
Consultoria
CDFL
CDSE
CDNE
CDPS
Vendas
Comercial
Higienização
Garantia Qualid.
Abate
Embalagem
Cortes
Prod.Ind. 2 Turno
Abate
Embalagem
Cortes
Prod. Ind. 1 Turno
Macedo Koerich SA
Vice-Presidência
Guarapuava
Dir. Grãos
Qualidade
Limpeza Escrit.
Secretaria
Recepção
Assessoria
Custos
Financeira
Contab
Informática
RH
Corporativa
Assessoria
Marketing Exportação
Consultoria
CDFL
CDSE
CDNE
CDPS
Vendas
Comercial
Higienização
Garantia Qualid.
Abate
Embalagem
Cortes
Prod.Ind. 2 Turno
Abate
Embalagem
Cortes
Prod. Ind. 1 Turno
Sala Máquinas
Preventiva
Corretiva
Obras
Manutenção
Lavanderia
Limpeza Ext.
ETA
ETE
Farinha e Óleos
Manutenção
Industrial
Ger.Albardão
Ger. Matrizes
Ger. Frangos
Expansão
Nutrição
Produção
Suprimentos
Prod.Processos
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Apanha
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