Download PDF
ads:
0
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Almir Borges Franco
AVALIAÇÃO DA DIREÇÃO DE DESGASTE EM VÁRIAS
CNICAS DE PREPARO DO TERÇO CERVICAL EM
CANAIS MÉSIO-VESTIBULARES DOS PRIMEIROS
MOLARES SUPERIORES
TAUBA
2005
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
1
UNIVERSIDADE DE TAUBA
Almir Borges Franco
AVALIAÇÃO DA DIREÇÃO DE DESGASTE EM VÁRIAS
CNICAS DE PREPARO DO TERÇO CERVICAL EM
CANAIS MÉSIO-VESTIBULARES DOS PRIMEIROS
MOLARES SUPERIORES
Dissertação apresentada para obtenção do Título de
Mestre pelo Programa de Pós-graduação do Departamento
de Odontologia da Universidade de Taubaté.
Área de Concentração: Endodontia
Orientadora: Profª. Drª Sandra Márcia Habitante
TAUBA
2005
ads:
2
ALMIR BORGES FRANCO
AVALIAÇÃO DA DIREÇÃO DE DESGASTE EM VÁRIAS CNICAS DE
PREPARO DO TERÇO CERVICAL EM CANAIS MÉSIO-VESTIBULARES DOS
PRIMEIROS MOLARES SUPERIORES
Dissertação apresentada para obtenção do Título de
Mestre pelo Programa de Pós-graduação do Departamento
de Odontologia da Universidade de Taubaté.
Área de Concentração: Endodontia
Data: _________________________
Resultado: _____________
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. _____________________________________Universidade de Taubaté
Assinatura ________________________________________________________
Prof. Dr. _____________________________________ Universidade _________
Assinatura ________________________________________________________
Prof. Dr. _____________________________________ Universidade _________
Assinatura ________________________________________________________
3
Dedico este trabalho aos meus pais, Oswaldo Borges
Franco e Doroty Franco e a minha esposa Floramar
Pinheiro Franco e aos meus filhos Eduardo Franco e
Daniel Franco pelo apoio e incentivo nas horas difíceis.
4
AGRADECIMENTOS
Em especial ao amigo Henrique Ruella Torres pelo convite e total apoio durante a realizão
deste trabalho. A sua esposa Sônia Torres e filhas Thais Torres e Caroline Torres; como
também a Claudete Ribeiro e sua filha Sarah Ribeiro.
Aos amigos de mestrado, principalmente Lázaro Raimundo Coura pela sua experiência e
companheirismo.
Ao Professor Marcos Geraldo Sobreira Peixoto que teve a iniciativa dessa parceria da
UNITAU E UNIRG.
Aos Professores da UNIRG, em especial ao Wataro Nelson Ogawama e Karen Ferretto
Santos Collier que diretamente nos ajudaram na estastica e corrões respectivamente.
A Professora Sandra Márcia Habitante que com sua capacidade soube me orientar com muita
humildade.
Ao Professor José Luis Lage-Marques que muito contribuiu com seu conhecimento.
Aos Funcionários da UNIRG e UNITAU que sempre nos atenderam com atenção e carinho.
Aos meus irmãos Waldemir Franco, Iramir Franco e a Rosemir Franco que torceram muito
por esta conquista.
5
À Bibliotecária Maria Teresa Buono Vieira UNITAU, juntamente com seus auxiliares,
Lincoln Paschoal e Fabiano Monteiro, que sempre me atenderam com muita atenção.
A Professora Rosana Mansur que na reta final participou no fechamento do trabalho com sua
colaboração no resumo em Inglês.
A amiga Alda Santos (funcionária da UNITAU) que nos embaros das formatões finais,
foi de extrema importância.
As minhas cunhadas Júlia Pinheiro, Joana DArc Pinheiro e sua filha Denise Pinheiro, que
muito me apoiaram na decisão de enfrentar mais este desafio em minha vida.
De maneira especial quero agradecer a uma grande amiga, Maria Santos de Oliveira, que me
orientou nos momentos de indecisão e que sempre me deu força e que hoje já não está mais
conosco para compartilhar deste mérito, fica aqui o meu carinho e saudade. Sua filha
Marifátima Oliveira que muito me encorajou.
6
Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina!
Cora Coralina.
7
RESUMO
O preparo do canal radicular está intimamente relacionado ao preparo do seu terço cervical,
removendo as concrescências dentinárias, ampliando o diâmetro da entrada do canal e
facilitando a penetração dos instrumentos. Sabe-se que a instrumentação manual é difícil e
consome tempo, por isso novas tecnologias na endodontia estão surgindo para que haja
simplificação nos procedimentos, redução de tempo e diminuição de custos. Os instrumentos
rotatórios Gates-Glidden, Batt, ProTaper e Pré-RaCe são indicados para o preparo do terço
cervical. Assim o objetivo do estudo foi comparar a direção de desgaste das paredes mesial e
vestibular as o preparo cervical com várias técnicas, em raiz de primeiro molar superior de
dentes humanos extraídos. Para este estudo foram utilizados trinta dentes, divididos em três
grupos de dez, sendo que no grupo I foram usadas brocas Gates-Glidden nº 1, 2 e Batt nº 012;
grupo II ProTaper SX e S1 e grupo III Pré-RaCe 0.10/40 e 0.08/35. Foram eliminadas as
coroas com cortes transversais tendo como referência o assoalho da mara coronária
aproximadamente 0,5mm abaixo da junção amelo-cementária, na entrada do terço cervical
dos canais, sem atingir o assoalho. Os cortes cervicais das raízes mésio-vestibulares de cada
bloco foram digitalizados antes do preparo no softer ImageLab versão 2.3. Em seguida os
blocos foram preparados com os instrumentos rotatórios e as imagens digitalizadas
novamente. Os resultados mostraram diferença estatisticamente significante a 0,1% (Teste
Kruskal-Wallis) nas interões GI X GII mesial, GI X GIII mesial e GI X GII para vestibular.
Concluiu-se que todos instrumentos testados produziram desgastes na parede vestibular e
mesial na região cervical. Os desgastes proporcionados foram em ordem decrescente para a
parede mesial e vestibular no grupo I, seguido do grupo III e grupo II.
Palavras-chave: Preparo cervical, instrumentos rotatórios, alargadores cervicais níquel-
titânio, endodontia.
8
ABSTRACT
The root canal preparation is directly related to the preparation of its cervical third, by
removing dental debris, enlarging the diameter of the root canal orifice and enabling
instrumental penetration. Manual instrumentation is known to be both difficult and time-
wasting, therefore a new endodontic technology has been developed in order to reduce not
only surgical inconveniences, but also time and cost. The rotary instruments Gates-Glidden,
Batt, ProTaper and Pre-RaCe are indicated to the cervical third preparation. Thus, the
objective of the present study was to compare the direction of wear in mesial and buccal
walls after the cervical preparation using several techniques, in extracted human first
mandibular molar roots. The present study was conducted on 30 teeth, divided into three
groups of ten; whose the cervical thirds were prepared using the following rotary systems:
Group I - Gates-Glidden 1, 2 and Batt 012; Group II ProTaper SX and S1 and Group III Pré-
RaCe 0.10/40 and 0.08/35. The crowns were sectioned transversally having as reference ,
approximately 0.5mm below the enamel dentin junction, at the entrance of the third cervical
root canals, without reaching the bottom. The cervical cuts of the mesial buccal roots from
each block were digitalized before the preparation in softer ImageLab version 2.3.
Afterwards the blocks were prepared with the rotary instruments and images were again
digitalized.The results showed significant statistical difference of 0,1% (Kruskal-Wallis tests)
in the interactions GI X GII mesial, GI X GIII mesial and GI X GII buccal. Based on the
present result it was concluded that all instruments tested produce wear on the mesial and
buccal walls. The tear reported, was in descending level for mesial wall and buccal in Group
I, followed by Group III and II.
Keywords: Cervical preparation, rotary instruments, nickel-titanium enlargement instruments,
endodontic.
9
SUMÁRIO
Resumo 7
Abstract 8
Listas 10
1 Introdução 14
2 Revisão da Literatura 17
3 Proposição 36
4 Material e Método 37
4.1 Material 37
4.2 Método 39
5 Resultados 48
6 Discussão 55
7 Conclusões 60
Referência 61
Apêndice 66
Anexo 69
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Médias dos desgastes 48
Tabela 2 - Grupo I A1 antes (DBM-distância da borda mesial) - D1 depois (DBV- distância
da borda distal) ao nível de 5% existe diferença significativa 50
Tabela 3 - Grupo I A11 antes (DBV) - D11 depois (DBV) ao nível de 5% existe diferença
significativa 50
Tabela 4 - Grupo II A2 antes (DBM) - D2 depois (DBM) ao nível de 5% existe diferença
significativa 50
Tabela 5 - Grupo II A22 antes (DBV) - D22 depois (DBV) ao nível de 5% existe diferença
significativa 50
Tabela 6 - Grupo III A3 antes (DBM) - D3 depois (DBM) ao nível de 5%, existe diferença
significativa 50
Tabela 7 - Grupo III A33 antes (DBV) - D33 depois (DBV) ao nível de 5% existe diferença
significativa 51
Tabela 8 - Medidas antes e as o preparo das bordas mesial e vestibular com Gates-Glidden
e Batt 66
Tabela 9 - Medidas antes e as o preparo das bordas mesial e vestibular com ProTaper SX e
S1 67
Tabela 10 - Medidas antes e as o preparo das bordas mesial e vestibular Pré-RaCe
(0.10/40 e 0.08/35) 68
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Contorno da junção amelo-cementária com tinta azul 41
Figura 2 - Tubo ¾ mm de polietileno preenchido com resina acrílica 41
Figura 3 - Inclusão do dente em resina acrílica 42
Figura 4 - Eliminação da coroa com disco Cut-Off 43
Figura 5 - O espécime pronto para ser digitalizado 43
Figura 6 - Brocas Gates-Glidden e Batt 44
Figura 7 - Instrumentos rotatórios ProTaper 44
Figura 8 - Instrumentos rotatórios Pré-RaCe (0.08 / 35 - 0.10 / 40) 45
Figura 9 - Micromotor Endo-Plus VK-Driller 45
Figura 10 - Papel cartão preto de uma face. Raiz mésio-vestibular do primeiro molar superior
antes do preparo radicular (grupo I) 46
Figura 11 - Raiz mésio-vestibular do primeiro molar superior depois do preparo radicular
(Grupo I) 46
Figura 12 - Papel cartão preto de uma face do lado oposto com marcas de caneta 47
12
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Comparação das médias na direção mesial, teste Kruskal-Wallis 49
Quadro 2 - Comparação das médias na direção vestibular, teste Kruskal-Wallis 49
Quadro 3 - Comparação das médias na direção mesial e vestibular, teste Kruskal-Wallis 49
Quadro 4 - Teste de aderência à curva de normalidade 66
13
LISTA DE GFICOS
Gráfico 1 - (Box Whisker) antes (A1) e as (D1) na parede mesial; antes (A11) e as
(D11) na parede vestibular com brocas de Gates-Glidden e Batt 52
Gráfico 2 - (Box Whisker) antes (A2) e as (D2) na parede mesial; antes (A22) e as
(D22) na parede vestibular com instrumentos rotatórios ProTaper 53
Gráfico 3 - (Box Whisker) antes (A3) e as (D3) na parede mesial; antes (A33) e as
(D33) na parede vestibular com instrumentos rotatórios Pré-RaCe 53
Gráfico 4 - Comparação de desgaste antes e as entre os três grupos 54
14
1 Introdução
O êxito do tratamento endodôntico está diretamente relacionado à obediência a todas
as etapas do processo de sanificação do sistema de canais radiculares. Estas fases comem-
se de diagstico, que é essencial ao sucesso do tratamento, abertura coronária, esvaziamento,
odontometria, limpeza, modelagem, obturação e a proservação.
O preparo do canal radicular recebeu muitas denominões, cada qual definida a
partir de uma preocupação experimentada pelas fases históricas da endodontia. Entre os
diferentes termos, esta fase foi chamada de preparo mecânico, fase da instrumentação, preparo
biomecânico, preparo químico-mecânico, preparo químico-cirúrgico, limpeza e modelagem,
preparo do canal radicular (ESTRELA; FIGUEIREDO, 1999).
Na literatura, todas as fases do tratamento endodôntico têm a mesma importância,
sendo afirmado que o seu sucesso não teria bons resultados se não fossem precedidos de um
adequado acesso coronário (SCHILDER, 1974).
Ottolengui (1892) e Callahan (1894) apud Lopes et al. (1994) propunham a
utilização de brocas Gates-Glidden com o objetivo de facilitar o preparo dos canais
radiculares. SYDNEY et al. (1995) afirmaram que a broca Gates-Glidden e Batt tem sido
amplamente usadas como auxiliares durante o preparo, ampliando áreas do terço cervical e
médio, possibilitando ao instrumento atuar com mais liberdade na zona crítica apical.
O uso de instrumentos endodônticos tem como objetivo, ampliar o diâmetro do
canal, removendo todas as irregularidades das paredes dentinárias, com excisão de dentina
infectada, ou não, promovendo ao mesmo tempo forma connua, desde a porção cervical até
apical, facilitando a obturação. Os instrumentos manuais são rígidos e podem falhar na
preparação principalmente em canais com curvaturas acentuadas. Sendo assim, técnicas com
15
instrumentos rotatórios de níquel-titânio foram desenvolvidas para melhorar o preparo do
canal radicular (GLOSSON et al. 1995).
Sem dúvida alguma a despeito do alto custo, os instrumentos rotatórios encontraram
um lugar no arsenal endodôntico. E novos instrumentos são lançados no mercado para o
preparo dos terços médio e cervical. O objetivo de se usar os instrumentos nos terços médio e
cervical como as ProTaper e as Pré-RaCe é diminuir o custo, pois os instrumentos restantes
para o preparo do canal seriam os manuais. No entanto, como o taper destes instrumentos são
maiores, há necessidade de conhecer exatamente onde ocorrem os desgastes, para que não
ocorram iatrogenias que comprometam o resultado final.
Segundo Hession (1977) um alargamento prévio do orifício de entrada do canal
diminuiria a possibilidade de gerar uma pressão hidrostática e conseqüentemente extrusão
apical dos detritos. O alargamento reverso (crown-down) não impediria a extrusão, mas
seguramente irá diminuir a sua freqüência e intensidade. Relatou ainda que isto ocorre porque
o instrumento entrando justo nas paredes do canal que contém solução irrigadora vai formar
uma pressão hidrostática em direção apical, que poderá forçar o material para os tecidos
periapicais, através do forame.
O conhecimento do instrumento é importante a fim de tirar o maior proveito do
mesmo. À habilidade profissional é necessária para um bom êxito no tratamento endodôntico,
mas sabe-se que a instrumentação manual é difícil e consome muito tempo. Com os avanços
os tecnológicos na endodontia, muitos aparelhos têm sido preconizados com o objetivo
simplificar os procedimentos, reduzindo o tempo de tratamento e também diminuindo custos
sem perda de qualidade, permitindo que mais profissionais possam fazer uso desses recursos.
Os instrumentos Gates-Glidden, Batt, são indicados para o preparo do terço cervical
dos canais radiculares. E novos instrumentos ProTaper e Pré-RaCe, têm a mesma indicação.
Foi desenvolvido com alta tecnologia e lançado no mercado, para cada vez mais aprimorar o
16
preparo do canal radicular, diminuindo o tempo e a fatiga profissional, justificando novos
estudos para atestar a sua eficiência e segurança.
17
2 Revisão da Literatura
Para que o tratamento endodôntico se inicie, primeiramente é realizada a abertura
coronária e o preparo do orifício da entrada do canal radicular; em seguida a odontometria e
assim passando por outras etapas que buscam limpeza, modelagem e finalmente obturação
dos espos existentes no canal radicular. Cada uma destas fases tem uma importância
específica no resultado final do tratamento endodôntico.
Mullaney (1979) desenvolveu a técnica de instrumentação conhecida como Técnica
da Universidade de OHIO, apropriada para alargar canais radiculares curvos e atrésicos,
principalmente os vestibulares dos primeiros molares superiores, incisivos inferiores,
incisivos laterais superiores e as mesiais de molares inferiores. O alargamento se faz em toda
a extensão do canal radicular com a lima tipo K nº 25, sendo iniciado com a lima tipo K 10
que é a primeira etapa do tratamento. Em seguida usa-se broca Gates-Glidden nº 2 para
ampliar os dois terços coronários do canal, para que as limas tipo K nº 30 e 35 sejam
utilizadas até o comprimento de trabalho do canal radicular. A Gates-Glidden nº 3 é também
para ampliar o terço coronário e assim utilizar a lima tipo k nº 40 até o comprimento de
trabalho. Completa-se a instrumentação com a técnica “ step-back” a partir da lima nº 40 do
comprimento do trabalho do canal até a lima tipo K de nº 70.
Abou-Rass e Jastrab (1982) analisaram o tempo do preparo e a fadiga do operador
em cem dentes molares permanentes extraídos. Estes dentes foram divididos dentro de quatro
grupos de vinte cinco dentes cada. O grupo I foi preparado usando limas do tipo K nº 30 e 35
para os canais curvos. O grupo 2 foi preparado com lima tipo K nº 25, seguido por um
alargador de Peeso nº 1. O grupo 3 foi idêntico ao grupo II, mas substituindo Peeso pela
Gates-Glidden nº 1. No grupo IV, os canais foram preparados pelo método Giromatic. Todos
os dentes foram alargados para tamanho nº 30 e 35 nas curvas radiculares e nº 40 em raízes
18
diretas, ao nível do batente apical. Os autores concluíram que os preparos feitos com brocas
de Peeso e Gates-Glidden, associados com as limas manuais tiveram um resultado melhor
quando comparados somente com o manual. Foi constatado também um tempo menor quando
associados com instrumentos rotatórios e limas manuais.
Goerig, Michelich e Schultz (1982) dividiram o tratamento dos canais radiculares
nas seguintes etapas: acesso coronário, acesso radicular e preparo apical. O acesso coronário é
feito até atingir a câmara pulpar, indo ao encontro das entradas dos canais. O acesso radicular
se dá pelo alargamento da metade coronária dos dois terços do canal, eliminando
irregularidades dentinárias e removendo tecido pulpar. Pode ser realizadas com limas
Hedströen e brocas Gates-Glidden. A técnica denominada “step-downde acesso radicular é
utilizada antes da instrumentação do terço apical e suas vantagens são as seguintes: permite
acesso direto para a região apical; elimina interferências dentinárias nos dois terços coronários
da raiz, facilitando a instrumentação do terço apical; o tecido pulpar e os microorganismos
são removidos antes da instrumentação apical prevenindo-se assim a ocorrência de uma
inflamação periapical pós-operatória e penetrão mais profunda das soluções irrigadoras.
Porém, os autores advertem que um alargamento excessivo dos terços médio e cervical deve
ser evitado, para não causar enfraquecimento das paredes dos canais.
Leeb (1983) injetou tinta nanquim em canais radiculares com raízes curvas e com
ápice fechado e não instrumentado; em molares superiores e inferiores extraídos. Em seguida
introduziu instrumentos endodônticos até que não mais pudessem ser introduzidos em direção
apical sem pressão. Ao remover estes instrumentos notou que a tinta aderida na espiral da
lima não estava na ponta do instrumento e sim na região mais cervical, demonstrando que a
zona de menor diâmetro não estava na parte apical, mas na região do orifício da entrada dos
canais. Isto prova que nesta região existe uma interferência (concresncia) que provoca uma
curva inicial, levando o instrumento a uma deflexão e tendo como resultado defeito no
19
preparo radicular. O autor afirmou que as o alargamento do terço cervical, a lima passa a
tocar diretamente na porção apical e que o comprimento de trabalho só deve ser realizado
as o preparo coronário, pois irá sofrer menos alterões.
Fava (1984) citou algumas vantagens ao fazer o preparo do terço cervical dos canais
radiculares antes do preparo apical, que são: aumento da capacidade de limpeza e irrigação
mais efetiva pelo aumento de penetração da cânula de irrigação; manter a forma original do
canal radicular e do forame. Quanto à obturação, há uma melhor adaptação dos cones de guta-
percha e uma penetração facilitada dos espaçadores.
Um método de estudo da morfologia anatômica dos canais radiculares permitindo
comparações antes e depois do preparo radicular foram apresentados por Bramante, Berbert e
Borges (1987) onde as raízes dos dentes selecionados foram inseridas em blocos de resina
incolor quimicamente ativada. Ranhuras nas margens dos blocos foram feitas para permitir a
remontagem e em seguida foram inseridas em gesso, que funcionou como uma mufla
removível. Tomada a presa foi removida a mufla, seccionado o bloco de resina em um
micrótomo para tecido duro em três níveis: cervical, médio e apical. As secções foram
desmontadas e fotografadas antes do preparo do canal e depois foram remontadas com auxilio
da mufla seguindo-se o preparo do canal radicular, para depois serem desmontadas e
fotografadas novamente. Os diapositivos de cada secção, antes da instrumentação foram
projetados sob dez ampliões sobre uma folha de papel e o perfil da raiz e dos canais foram
delineados. Esses procedimentos foram repetidos da mesma forma anterior, mas depois de
realizar a instrumentação, na mesma folha de papel, os perfis foram sobrepostos. Para medir
as áreas dos perfis utilizou um planímetro e cada unidade de medida foi convertida para mm
2
.
Esse procedimento nos dá a área original do canal radicular, (canal anatômico), a área do
canal radicular instrumentado (canal cirúrgico) e assim as diferenças entre as áreas podem ser
comparadas.
20
Roane (1992) relatou que antes de se iniciar o acesso do canal, deve-se decidir o
mero (uma ou mais) de sessões de tratamento a serem feitas. Caso decida-se por um
tratamento de sessão única, o preparo prosseguirá até a sua conclusão. Se a opção é feita por
duas ou mais visitas, o uso da Gates-Glidden deve ser adiado, ou só parcialmente feito,
usando-se somente brocas de tamanho 2 e 3. O acesso do canal assegura a maior parte da
limpeza mecânica da região coronária de cada canal radicular. A preparação do canal pode
contaminar-se no espo de tempo entre consultas, como estaria impcito por inversão de
culturas. Estando consciente deste potencial, parece prudente que o acesso do canal ou sua
preparação seja feito imediatamente antes da obturação. Ao se fazer assim, permite-se que a
obturação proteja as superfícies limpas contra contaminação.
Estrela, Pesce e Stefhan (1992) relataram que a modelagem do canal radicular inicia-
se a partir da abertura coronária e assim obtém um acesso livre e direto à região apical.
Preconizaram uma técnica onde o preparo cervical é importante tendo como objetivo principal
diminuir a possibilidade de erros na porção apical e média do canal. Afirmaram que uma das
causas de iatrogenia é a falta de controle sobre as partes ativas do instrumento, sendo
atenuado pelo preparo cervical. Aliás, é mister realçar que os molares sofrem um progressivo
espessamento dentinário em nível de assoalho, com o passar da idade. Indicaram o uso de
alargadores manuais de números 1, 2 e 3 para a ampliação do orifício de entrada e em seguida
o emprego da broca de Batt. De posse desta, remove-se a concresncia dentinária presente
nas paredes mesiais de molares inferiores e superiores, e uma vez ampliado, inicialmente, a
entrada do canal radicular, diminui-se o risco de fratura de broca de Batt, possibilitando o uso
adequado das brocas Gates-Glidden de mero 1 e 2 para o preparo do terço cervical.
Concluíram que a técnica de preparo de cervical, como alternativa para melhor definir a forma
de canais radiculares curvos (principalmente molares), parte de observações lógicas que a
menor distância entre dois pontos é uma reta. Assim ao superar a influência da curvatura
21
apical a partir de um adequado preparo cervical, a forma final ficará padronizada e o preparo
será mais eficiente.
Bramante, Berbert e Borges (1994) avaliaram a preparação de canais radiculares
realizados pelas técnicas convencionais, telescópica e telescópica associada à broca Gates-
Glidden em cinqüenta e um pré-molares superiores rem-extraídos. Estes dentes foram
preparados com o método proposto por Bramante, Berbert e Borges (1987) com a finalidade
de se obterem cortes nos terços cervical, médio, e apical. Estes cortes foram montados em
lâmina de vidro e fotografados. Terminada a instrumentação, os cortes transversais foram
novamente fotografados. Cada fotografia pré-operatória foi projetada sobre uma folha de
papel com aumento de 10 vezes, desenhando-se o contorno anatômico da raiz e do canal. A
seguir, a fotografia pós-operatória foi projetada superpondo a imagem ao desenho do
contorno da raiz. A conformação cirúrgica do canal foi, então, traçada sobre o papel seguindo
a imagem projetada. Por meio de um planímetro trabalhando sobre os traçados desenhados do
canal, estabeleceu-se a medida de sua área antes e depois do preparo; a diferença entre elas
correspondia à área elaborada. Os autores concluíram que não constatou diferença estastica
entre as três técnicas de instrumentação nos terços cervical e apical, porém elas estavam
presentes no terço médio e a prevalência de desgaste deu-se para o lado palatino nos terços
cervical e médio, enquanto que, no terço apical, não houve prevalência de desgaste.
Isom, Marshall e Baumgartner (1995) compararam o alargamento dos canais curvos
com brocas Gates-Glidden e M-Serial Canal Openers as o movimento straight up-and-
down e na anticurvatura respectivamente. Vinte e seis dentes, primeiro e segundo molares
inferiores foram usados neste estudo. Segundo Bramante e Berbert (1974 apud Isom, Marshall
e Baumgartner, 1995), o sistema de mufla por eles introduzido foi modificado por McCANN
(1990 apud Isom, Marshall e Baumgartner, 1995), foi utilisado para a avaliação da espessura
da raiz do canal perto da furca antes e depois do uso do instrumento rotatório. Os dentes
22
foram montados na mufla com as raízes embebidas na resina. As a polimerização da resina
os dentes foram seccionados horizontalmente. O primeiro corte foi feito abaixo da furca, o
segundo 2 mm abaixo da furca e o terceiro 2 mm abaixo do segundo corte. Passou uma linha
com um instrumento pontiagudo, em cada secção mesiais dos canais e mediram a espessura
antes do alargamento. Os dentes foram remontados no sistema de mufla e as brocas Gates-
Glidden e Canal Openers foram usadas no alargamento. Quatro métodos de alargamento
foram usados em treze canais (seis vestibulares e sete linguais ou vice-versa). Os dentes
foram removidos da mufla e medidos as o alargamento e subtraído da primeira medida.
Concluíram que as brocas Gates-Glidden usadas no movimento straight up-and-down
removem estatisticamente mais dentina no nível da furca do que Canal Openers usadas no
movimento straight up-and-down ou na anticurvatura. As brocas Gates-Glidden removem
mais dentina 2 mm apical da furca no movimento anticurvatura do que outra broca ou método
testado.
Betti e Nishiyama (1998) afirmaram que o desgaste compensatório é para facilitar o
preparo biomenico, principalmente nos casos em que os canais apresentam-se curvos e ou
atresiados. O desgaste compensatório é o desgaste da projeção de dentina que existe no terço
cervical dos canais dos molares (vestibulares superiores e distais dos inferiores), visando
facilitar a penetração do instrumento e diminuindo o grau de curvatura do canal e o risco de
acidente durante a instrumentação. Aconselharam o uso da Técnica de Goerig, Michelich e
Schultz (1982), com uso de lima SET (Societe Endo Technique, Tustin - EUA) ao invés da
Hedströem, devido à sua maior capacidade de corte. As limas são utilizadas no terço cervical
com movimento de limagem anticurvatura sem pressão apical. A seguir o uso de brocas de
Batt (Maillefer) no nível do terço cervical, direcionando-a para as paredes contrárias à região
da furca. No final o uso das brocas de Gates-Glidden (Maillefer) modelando tanto o terço
cervical, como o terço médio. Os autores concluíram que a realização do desgaste
23
compensatório irá facilitar todos os passos seguintes do tratamento endodôntico; permitindo
uma instrumentação segura, diminuindo o risco de acidentes e uma irrigação suficiente pela
penetração mais profunda das cânulas; a limpeza do terço cervical é realizada previamente ao
preparo apical, diminuindo o risco de extrusão de materiais contaminados e dor s-
operatória; a obturação é facilitada pelo melhor acesso para adaptação do cone principal e
para a introdução de espaçadores e cimento durante a condensação lateral e ainda diminuindo
o tempo gasto e a fadiga do operador.
Macedo (1998) tendo em vista desenvolver um método experimental, concebeu, a
partir do uso de segmentos cilíndricos obtidos de tubos de PVC com diâmetro de ¾ de
polegada, um sistema simples que dotado de guias metálicas, que permitiu obter dados
morfológicos de espécimes dentais seccionados antes e as procedimentos de natureza
endodôntica. Afirmou que para o correto preparo químico-cirúrgico de canais radiculares
curvos é necessário que a cirurgia de acesso à câmara pulpar seja feita tomando-se alguns
cuidados. Esses cuidados envolvem o preparo da entrada do canal radicular, o qual representa
desgaste suficiente para que o preparo químico-cirúrgico possa ocorrer com mínimo risco de
seelas, tais como: desvios, degraus, falsos canais ou perfurações. Este estudo comparou os
seguintes meios de preparo da entrada de canais mésio-vestibulares de molares superiores:
brocas dos tipos Gates-Glidden, Largo e Peeso, limas preparadas e limas preparadas
associadas a brocas do tipo Gates-Glidden. Os resultados mostraram diferenças
estatisticamente significantes (ANOVA, Tukey p > 5%) entre os desgastes realizados nas
distâncias mesial, diagonal e entre as entradas dos canais vestibulares, ficando com essa
última os maiores registros. As brocas do tipo Largo e Peeso realizaram desgastes excessivos
quando comparados aos demais grupos. As brocas do tipo Gates-Glidden apresentaram bons
resultados, tanto quando de sua utilização as o uso de limas preparadas, como quando
empregadas isoladamente.
24
Pilo, Corcino e Tanse (1998) estudaram a espessura de dentina do terço cervical do
canal radicular, depois de preparados com a técnica step-back e o uso das brocas Gates-
Glidden. Doze pré-molares unirradiculares inferiores foram selecionados. Os dentes foram
envolvidos com resina de poliéster transparente em volta do nível da junção amelo-
cementária. As a polimerização, o bloco de resina foi retirado do muflo e três secções
transversais foram feitas a 1, 2 e 5 mm apicalmente da junção amelo-cementária, perfazendo
um total de 36 cortes. A largura exata de cada corte foi medida da seguinte maneira: a
distância vesbulo-lingual é a mais longa e a mésio-vestibular é a mais curta. O controle foi
medido em cada corte por um microscópico Mitutoyo Toolmekers em quatro dirões
(vestibular, lingual, mesial e distal) apartir da luz do canal. As as medidas, cada dente
fatiado foi remontado na mufla na ordem correta. Usou-se a técnica step-back e a fatia foi
desmontada da mufla e as medidas foram feitas para ser comparada com as primeiras medidas
antes da instrumentação. Este procedimento foi repetido depois de preparado o terço cervical
do canal (5 mm) com brocas Gates-Glidden nº 2 e 4 (Maillefer). Três maneiras de análise de
variância com medidas repetidas foram realizadas. A diferença de espessura de dentina
residual foi altamente significativa com o considerado instrumento (controle, K-40, GG-2,
GG-4; p< 0,0001), fatias (acima, média e abaixo; p< 0,0003), e dirões (V, L, M, e D; p <
0,001). Em cada corte a espessura do lado mesial foi similar ao do lado distal, como foi o
lado vestibular com o lado lingual. A redução de espessura de dentina em direção M-D do
primeiro corte do dente controle, em relação à terceira do dente preparado com GG-4 foi
apreciavelmente maior (35%) que na direção V-L (5%).
Segundo Estrela e Figueiredo (1999) as brocas Gates-Glidden são instrumentos
endodônticos rotatórios, empregados para o preparo do terço cervical dos canais radiculares.
São encontrados com seis diâmetros na parte ativa, número 1 (0,50mm), 2 (0,70mm), 3
(0,90mm), 4 (1,10mm), 5 (1,30mm), 6 (1,50mm), em dois comprimentos, 28 e 32mm
25
(apresentando respectivamente 15 e 19mm de corpo e 13mm de haste). O corpo é à parte da
broca que estende desde a haste até a ponta. A haste é formada por barra cilíndrica contendo
estrias que indicam o número da broca. A guia helicoidal (parte ativa cortante) e apresenta-se
em forma de chama (ou pêra) e o sentido do corte deve ser à direita e em baixa rotação. A
ponta apresenta sem corte, evitando a formação de degraus e perfurões. As brocas Gates-
Glidden têm variações de diâmetro ao longo do seu corpo, sendo que o menor diâmetro
encontra-se próximo ao raio de concordância (próximo à haste), o que permite concentrar
maior força nesta região, possibilitando assim a fratura neste local menos complicado para sua
remoção (LOPES at al. 1994). As brocas Gates-Glidden devem ser introduzidas no canal
radicular em rotação, com movimentos de penetração e remoção (vaivém), em direção apical,
evitando movimentos pendulares para que não ocorram fraturas. O canal radicular deve
sempre estar inundado de substância irrigadora, impedindo a deposição de dentina excisada e
também para evitar aquecimento. Vantagens no preparo prévio do terço cervical (ESTRELA;
FIGUEIREDO, 1999): diminuição da contaminação cervical pela maior eliminação do
conteúdo do canal; diminuição da formação de degrau, desvio apical, fratura de instrumento;
maior controle da parte ativa da lima, diminuição da tensão durante o preparo e uma ação
mais direta nas paredes do preparo; maior penetração da cânula de irrigação e
conseentemente da solução irrigadora; favorecimento do refluxo da substância química;
facilita a inserção de medicação intracanal e manobras de obturação; permite o preparo para
colocação de núcleo e favorece a remoção de obturões incompletas.
Ferreira (2001) mencionou a importância do preparo cervical do canal, somados a
inovação dos instrumentos endodônticos atuais, conduzindo para um estudo comparativo de
avaliação da espessura dentinária distal do terço cervical dos canais radiculares mesiais de 90
primeiros molares inferiores, produzida por três tipos de instrumentos acionados a motor
(broca de Gates-Glidden e dois alargadores cervicais: Orifice Shapers e Quantec Flare Series).
26
A metodologia empregada foi de Bramante, Berbert e Borges (1987), porém com algumas
modificações (idealizão de uma mesa padronizadora para cinemática dos instrumentos e a
obtenção de imagens computadorizadas). Foram usados testes estasticos específicos
(Shapiro-Wilks; Wilcoxon de Postos Sinalizados; Tukey-Kramer e t-Student [p<0,5]), com
resultados estatisticamente significativos, demonstrando espessuras dentinárias inferiores a
0,03mm, isto representa uma porcentagem de 5,0% de risco de perfuração, sendo confirmado
esse acidente em 0,27% da amostra. Destacaram-se mensurões inferiores a 0,03mm no
grupo I (GG)- 13 medidas; no grupo II (O.S.)- 12 medidas; e no grupo III (Q.F.S.)- 29
medidas. Pôde-se concluir que o canal MV (na sua superfície coronária a 2mm da furca), foi o
que apresentou maior desgaste ou menor espessura dentinária, vindo em seguida o canal ML
(na sua superfície apical a 6mm da furca). Foram constatadas as maiores espessuras
dentinárias remanescentes nos canais radiculares preparados com os instrumentos do grupo II,
não sendo estatisticamente significativo quando comparados com os instrumentos do grupo I,
entretanto, o sendo com relação aos do grupo III. Os resultados desta pesquisa permitiram ao
autor reconhecer as imeras vantagens da escolha dos instrumentos rotatórios acionados a
motor (Gates-Glidden de nº 2, apenas) e alargadores cervicais (Orifice Shapers de nº 2, apenas
e os Quantec Flare Series de l de 25/.08, apenas), para a realização do preparo cervical dos
canais radiculares mesiais de primeiros molares inferiores.
Sá (2002) avaliou a variação das áreas quando do preparo da região apical com
vários instrumentos.Constituíram-se quatro amostras, cada qual composta de 10 espécimes
(raízes mésio-vestibulares de primeiros molares superiores), para serem preparadas com
brocas Gates-Glidden - grupo I, brocas Largo-Peeso - grupo II, ProFile, .04/.06 & Orifice
Shapers - grupo III e Pow-R'TM Coronal Shapers - grupo IV. As imagens digitais obtidas
antes e as o preparo do canal radicular foram analisadas também digitalmente (estudo
morfométrico computadorizada).. Todos os instrumentos produziram desgaste de ambas as
27
paredes, mesial e distal, do canal radicular na região analisada. A análise estastica das
variões de área para o fator parede mesial não mostrou diferenças estasticamente
VLJQLILFDQWHVHQWUHRVJUXSRVH[SHULPHQWDLVSDUD.1RHQWDQWRTXDQGRGDFRPSDUDção
dos grupos experimentais para o fator parede distal verificou-se diferenças estatisticamente
VLJQLILFDQWHVHQWUHRVJUXSRV,H,,,SDUD. = 5%. Ainda, para o fator área total (paredes mesial
e distal) verificaram-se diferenças estasticamente significantes entre os grupos III e IV para
.&RQFOXLX-se que todos os instrumentos testados produzem desgaste tanto da parede
mesial como da parede distal do canal radicular e, conseentemente, da estrutura dentinária
global da região cervical do canal radicular. Por outro lado verificou-se uma tendência da
broca Gates-Glidden em promover maior desgaste da parede distal que o Sistema ProFile
.04/.06 & Orifice Shapers e do Sistema Pow-R'TM Coronal Shapers em promover maior
desgaste da estrutura total que o Sistema ProFile .04/06 & Orifice Shapers.
Souza e Reiss (2002) relataram a importância do preparo prévio dos terços cervical e
médio no tratamento de canais radiculares, objetivando uma melhoria na limpeza e
modelagem do terço apical. Foram utilizadas trinta raízes mesio-vestibulares de molares
inferiores; introduziu uma lima tipo K nº 15 até encontrar resistência e foi anotado o
comprimento atingido. A seguir foram utilizadas brocas Gates-Glidden nº 1, 2 e 3 com
abundante irrigação, direcionando-as para a zona de segurança para que fossem eliminadas as
interferências dentinárias dos terços médio e cervical. Novamente a lima tipo K nº 15 foi
introduzida no canal e anotado o comprimento alcançado por ela. Após o uso das brocas
Gates-Glidden, observou-se que dos trinta dentes analisados, vinte e nove apresentavam um
considerável alargamento dos terços cervical e médio, que permitiu que a lima penetrasse em
média 2,3 mm a mais no canal. Apenas um canal não houve aumento no comprimento de
penetração da lima. Concluíram que o alargamento dos terços cervical e médio permite o
acesso mais fácil do instrumento no terço apical (remoção das interferências dentinárias,
28
permitindo que o instrumento penetre mais livremente no canal, diminuindo a possibilidade
de fratura e deformação do mesmo) e maior penetração da agulha, melhorando a irrigação.
Busquin e Santos (2002) relataram a importância do desgaste cervical em canais
curvos, comparando a eficiência de dois instrumentos rotatórios; o nº 25 (.08 Flare files
Quantec Flare Series) e as brocas de Gates-Glidden nº 1 e 2 (Dentsplay), nas raízes mesio-
vestibular e mésio-lingual respectivamente, em molares permanentes inferiores (dentes
humanos extraídos), através de medidas em milímetros das espessuras das paredes dentinárias
antes e depois da instrumentação. Nove molares inferiores foram preparados sobre blocos de
resina em PVC envolvidas com guias metálicas. Depois do envase da resina, as guias
metálicas foram removidas e os espécimes foram cortados em uma secção transversal na
extensão coroa-ápice. A secção foi aproximadamente 1 milímetro de espessura e obtidos por
meio do micrótomo Labcut 1010. Em cada secção foi perfeitamente enumerada e a espessura
de dentina em volta da entrada do orifício foi medido por meio de um Profile Projector PJ
3000 perfilometer. À distância entre as amostras do lado convexo do canal radicular e a
distância da amostra da face externa da raiz no lado mesial e distal foram medidos. Os blocos
foram reconstruídos e as guias recolocadas e a instrumentação do canal mésio-vestibular foi
feita com lima Flare nº 25, acionado com motor elétrico com velocidade de 250 rpm. No
canal mésio-lingual, brocas nº 1 e 2 foram usadas em baixa rotação. Depois da preparação dos
canais, os blocos de resina foram separados e cada secção foi medida novamente. As
espessuras de dentina remanescentes foram comparadas e avaliadas. Os valores dos desgastes
obtidos foram comparados entre si. A análise dos resultados baseados no teste estastico não-
paramétrico de Kruskal-Wallis demonstrou não haver diferença estastica significante entre o
desgaste lateral provocado pelos instrumentos avaliados no primeiro e segundo milímetros,
enquanto que no terceiro milímetro observou-se maior desgaste realizado pelas limas Flare (p
> 0,05). Em relação ao desgaste mesial, um comportamento semelhante dos instrumentos
29
avaliados foi observado, estatisticamente não significante. As brocas Gates-Glidden
demonstraram um desvio para mesial no segundo e terceiro milímetros, detectado pela
diferença estatisticamente significante (p > 0,05) do desgaste nesta dirão. As limas Flare
não demonstraram diferença estatisticamente significante de desgaste quando se comparou a
direção mesial e lateral.
Leonardo e Leonardo (2002) relataram que o sistema ProTaper é o mais recente
lançamento da Dentsply-Maillefer. Estes instrumentos apresentam-se com secção transversal
triangular de arestas arredondadas e ângulo de corte ligeiramente negativo, assim como, num
só instrumento, são observadas várias conicidades, considerando-se uma inovação. Esta
característica facilita a instrumentação na porção apical de canais radiculares, geralmente
curvas e atrésica. Os instrumentos ProTaper dividem-se em dois grupos, sendo shaping file
para modelagem e a finishing filespara acabamento. As shaping files, apresentam
diâmentro respectivamente 0,19mm, 0,17mm e 0,20mm e são denominadas SX, S1 e S2.
Esses instrumentos são utilizados em movimento de “bicada” até atingir o CRT. A cinemática
deste movimento são aplicados aos instrumentos rotatórios de níquel-titânio, que possibilita
uma (progressão) do mesmo, em direção do ápice, de 1mm e recuo imediato (avio) de
aproximadamente de 2 a 3mm de amplitude, voltando a avançar (progredir). Esse movimento
de vaivém é denominado por JOHN T. MACSPADDEN de Pecking motion – de Peck, bicar,
dar bicadas - movimento de bicada.
Bergmans et al. (2003) avaliaram a influência progressiva (ProTaper Dentsply)
versus o desenho de corpo cônico progressivo constante (K3 Sybron-Endo) na preparação de
canais radiculares curvos, com instrumentos rotatórios de níquel-titânio. Foram selecionados
10 dentes molares inferiores extraídos (n= 10 por grupo), com a raiz mesial apresentando
curvatura. Um scanner XMCT e custom-made software foram usados para análise do canal
mesial na terceira dimensão. O escaneamento dos espécimes foram feitos antes e depois de
30
preparados. A técnica de preparo foi crown-down, com velocidade de 300 rpm para ambos
rotatórios. A fusão do volume da análise de imagem em um software foi empregado para
registrar o volume de imagem resultante de ambos procedimentos antes e depois do scanner.
A análise qualitativa foi completada com a inspeção visual e a análise quantitativa
foi permanecida em 5 níveis perpendiculares. O primeiro nível foi abaixo da furca, e mais
quatro cortes foram feitos nos mesmos intervalos. Valor para remoção de dentina linear foi
calculado nas 36 fatias. Dados foram analisados nos testes Anova, Wilcoxon e teste T. Os
autores concluíram que os instrumentos ProTaper e K3 foram capazes de preparar o canal
com características morfológicas ótimas em canais curvos. O desenho de corpo cônico
progressivo da ProTaper foi menos influenciado na curvatura radicular do terço médio, assim
providenciando uma boa preparação apical. Entretanto, observaram um deslocamento do
centro para a furca e indicaram o uso das ProTaper com cuidado.
Brandão et al. (2003) avaliaram a área do canal (AC) e a menor distância a furca
(MDF) do remanescente dentinário cervical as o uso das brocas Gates-Glidden (GG) em
seência decrescente e crescente. Vinte e quatro molares inferiores foram acessados e os
canais mesiais localizados. Os dentes foram incluidos em resina exi com 2 guias paralelas
ao longo eixo da raiz. Foi criado um sistema tipo mufla simplificado, que permitiu a
montagem e desmontagem do sistema com excelente precisão. As amostras foram
seccionadas horizontalmente a 3 mm da furca. Logo as o sistema foi desmontado para
observação das amostras em um estereoscópio (15 X). A AC inicial e a MDF inicial foram
medidas através do programa Carnoy 2.0 para Windows. As amostras foram recomendadas e
divididas em 2 grupos que obedeceram aos seguintes critérios de preparo: grupo I (canais
mésio-vestibulares): GG (nº 2, 3 e 4) crescente e grupo II (canais mésio-linguais): GG (nº 4, 3
e 2) decrescente. O sistema modelo foi novamente desmontado e os parâmetros remedidos.
Os resultados revelaram uma área final média de 0,264 ± 0,082mm
2
no grupo I é de 0,116 ±
31
0,05mm
2
no grupo II. A MDF média final foi de 0,0195± 0,0124mm no grupo I e de 0,0326±
0,0096mm no grupo II. Os dados foram tratados estatisticamente através do teste T para
amostras pareadas que revelou diferenças significantes para os grupos (p<0,1) nos 2
parâmetros analisados. Diante dos resultados obtidos pode-se concluir que a seência
decrescente foi mais segura que a seência crescente, pois proporcionou um desgaste mais
controlado na zona de risco.
Freitas et al. (2003) estudaram a avaliação da espessura de dentina remanescente
das raízes mesiais de molares inferiores submetidas à ação das brocas Gates-Glidden ou
Orifice Shaper, na zona de risco (limite entre terço cervical e médio), durante o alargamento
do segmento cervical do canal radicular. Foram selecionados aleatoriamente 11 molares
inferiores, divididos em 2 grupos: grupo 1- 6 amostras, cujos canais mésio-vestibulares foram
alargados com Gates-Glidden e os canais mésio-linguais com Orifice Shaper, e grupo 2 – 5
amostras, cujos canais mésio-vestibulares foram alargados Orifice Shaper e os canais mésio-
linguais com Gates-Glidden. As amostras foram seccionadas ao nível da zona de risco, as
terem sido incluídas em blocos de resina de poliéster, de modo a possibilitar que fossem
fotografadas antes e as o experimento, exatamente, na mesma posição e com o mesmo fator
de ampliação. Para análise das amostras utilizou-se uma lupa estereoscópica. Os resultados do
teste t Student (valor de p = 0,001) e o teste não-paramêtrico de Wilcox (valor de p = 0,004)
teve a hitese de igualdade fortemente rejeitada. Concluiu-se que existe uma diferença
significativa entre as duas técnicas e que o Orifice Shaper proporcionou menor desgaste de
espessura dentinária quando comparada a Gates-Glidden.
Zuckerman et al. (2003) avaliaram a espessura de dentina residual em raizes mesiais
em 30 dentes (humanos extraídos) molares inferiores preparados com instrumentos rotatórios
Lightspeed e Gates-Glidden. O estudo mediu a espessura de dentina residual e o diâmetro
intracanal da raiz mésio-vestibular com 1, 4 e 7mm do ápice anatômico depois da
32
instrumentação. A patência foi com lima tipo K nº 10 introduzida na raiz mésio-vestibular até
a visibilidade no forame apical. Foram feitas radiografias para determinar a curvatura e o
comprimento de trabalho. O ângulo da curvatura foi medido de acordo com o método de
SCHNEIDER e raiz com curvatura maior do que 30º foram excluída. Os dentes foram
embebidos em resina poliéster transparente, usando um pequeno cilindro (muflo). A coroa do
dente protuida no nível da junção amelo-cementária, e as raízes foram orientadas paralelas ao
longo eixo do molde e estabilizadas com cera. As a polimerização o conjunto foi
desmontado do muflo. A raiz embebida foi cortada horizontalmente em 1, 4 e 7mm com uma
lámina de 0,30mm. A espessura de dentina foi medido em cada nível na direção mesial, distal,
vestibular e lingual usando microscópio Toolmaker (Mitutoyo, Tókio, Japan). O diâmetro de
toda raiz mésio-vestibular foi determinado em cada nível em direção vesbulo-lingual e
mésio-distal. As seções foram reajuntadas no muflo e os canais mésio-vestibulares foram
preparados com instrumentos rotatórios Lightspeed. O alargamento coronário foi preparado
até 6 mm com Gates-Glidden nº 1 e 2. A preparação apical ocorreu com o instrumento
Lightspeed nº 50. A fatias foram separadas novamente e a espessura de dentina residual e o
diâmetro dos canais foram medidos. Concluiu-se que a preparação das raízes mesiais de
molares inferiores com instrumentos rotatórios Lighspeed nº 50 no terço apical e no terço
cervical com as Gates-Glidden não diminuiu a espessura de dentina residual.
Nogales et al. (2004) avaliaram o desgaste no preparo cervical com brocas Gates-
Glidden, Largo e ProTaper em 30 raízes mesiais de molares inferiores incluídas em resina
ortoftálica e seccionadas transversalmente originando cortes de 2mm de espessura. Os
espécimes foram divididos em quatro grupos: grupo I (controle) - sem preparo; grupo II -
preparo cervical com brocas Gates-Glidden nº 1, 2 e 3; grupo III - preparo cervical com
brocas de Largo nº 1, 2 e 3 e grupo IV ProTaper (SX, S1 e S2). Os cortes correspondentes ao
terço cervical de cada grupo foram digitalizados antes do preparo e posteriormente a cada
33
broca utilizada. A área desgastada foi medida com auxilio do software ImageLab e os valores
obtidos foram comparados entre si. Os resultados revelaram que o maior desgaste foi
promovido com as brocas de Largo, seguido pelas brocas de Gates-Glidden. Análise
estastica de Kruskal-Wallis demonstrou haver diferença estatisticamente significante entre
os grupos I e III e II e III. Os autores concluíram que o Sistema ProTaper preparou de maneira
mais segura o terço cervical promovendo um menor desgaste na porção interna do canal.
Segundo Schäfer e Vlassis (2004 a) relataram que dois novos desenhos de
instrumentos rotatórios de níquel-titânio com lâminas cortantes afiadas foram recentemente
introduzidos no mercado, às ProTaper (Dentsply) e os alargadores com lâminas cortantes
(RaCe; FKG). Os instrumentos ProTaper têm um desenho triangular convexo de secção
transversal, e uma ponta de segurança sem corte. A série básica dos instrumentos ProTaper é
composta de seis instrumentos, sendo três shaping files com uma seência progressiva de
conicidade (aumentando na parte coronária) e três finishing com decréscimo no perfil
pontiagudo (cônico). De acordo com o fabricante o auxiliary shaping file (SX) deve ser usado
mais na porção coronária do canal radicular e o shaping file nº 1 (S1) no primeiro terço
coronário do canal. Os instrumentos rotatórios RaCe têm um desenho secção triangular com
extremidades cortantes afiadas e uma ponta não cortante. Cinco diferentes instrumentos Pré-
RaCe (.10 taper size 40 e .08 taper size 35) e onze instrumentos RaCe foram avaliados.
Existem pequenas informões sobre estes dois instrumentos e assim realizaram-se estudos
em canais simulados em blocos de resina. Foram divididos em dois grupos para análise
comparativa. O primeiro grupo tinha 24 canais com 28º de curvatura e o segundo com 35º de
curvatura e foram preparados com a técnica de instrumentação crown-down. As imagens pré e
s-instrumentação foram gravadas e analisadas as formas completas do canal em um
programa de análise de imagem computadorizada. O material removido foi medido em 20
pontos, iniciando a 1mm do ápice. Os dados foram analisados estatisticamente usando o teste
34
Mann-Whitney ou o teste Qui-Quadrado. A média dos canais preparados com instrumentos
RaCe ficaram mais centralizados comparado com aqueles canais preparados com
instrumentos ProTaper. Entre ambos os tipos de canais, RaCe foram significativamente
melhor (p<0,001) do que o ProTaper e manteve o comprimento significativamente melhor
(p<0,05). Ambos os instrumentos prepararam rapidamente os canais curvos e foram
relativamente seguros. O instrumento RaCe respeitou a curvatura do canal original melhor do
que o instrumento ProTaper, que tendeu a transportar a direção do aspecto da curva na parte
apical dos canais.
Recentemente dois novos instrumentos rotatórios de níquel-titânio com extremidade
de cortes afiadas segundo Schäfer e Vlassis (2004 b) foram introduzidos no mercado. O
objetivo deste estudo foi investigar a capacidade de limpeza depois da preparação dos canais
curvos acentuados com instrumentos ProTaper (Dentsply) e RaCe (FKG). Um total de 48
dentes humanos extraídos, molares superiores e inferiores com coroas intactas e com
curvaturas entre 25º e 3foram selecionados em dois grupos de 24 canais cada. Os canais
foram preparados por meio da técnica de instrumentação coroa-ápice. Foram feitas
radiografias pré e s-instrumentação e a retificação do canal foi avaliada por meio de um
programa de análise de imagem. As seccionamento dos dentes longitudinalmente, a
presença de restos orgânicos e smear layer foi qualificada com base numa escala numérica de
avaliação, utilizando-se de microscopia eletrônica de varredura. Os dados foram obtidos
separadamente e analisados estasticamente pelo teste de Wilcoxon. Nos resultados obtidos,
os autores observaram que para a remoção de restos orgânicos, os instrumentos RaCe
desempenharam resultados significantemente melhores do que ProTaper (p<0,001). Já com
relação ao smear layer remanescente, os resultados foram similares entre os dois sistemas
(p>0,05). Os instrumentos RaCe também foram capazes de manter a curvatura do canal
melhor do que o ProTaper (p<0,05), mas com relão ao tempo operacional não houve
35
diferença significante entre eles (p>0,05). Os autores concluíram que os instrumentos RaCe
resultaram em uma limpeza relativamente satisfatória e mantiveram a curvatura original
significativamente melhor do que o sistema ProTaper.
Machado (2005) avaliou in vitro o desgaste da parede dentinária dos terços cervical
e médio de canais radiculares, durante o preparo químico-cirúrgico pela técnica cérvico-apical
com a utilização dos instrumentos rotatórios: brocas Gates-Glidden, brocas Largo, Profile
Orifice Shapers” e Pow-R Coronal Shapers. Para tanto, foram utilizados 56 canais mésio-
vestibulares de molares superiores com curvaturas de 30 graus, instrumentados com
substâncias químicas auxiliares - Endo-PTC e quido de Dakin com constantes renovões.
Para essa análise, foram usadas as radiografias digitais e o programa computadorizado
ImageLab. Os resultados indicaram que houve diferença estatisticamente significante de
desgaste de dentina somente entre a instrumentação com as brocas Largo e os instrumentos
Profile “Orifice Shapers. O maior desgaste foi obtido com brocas de largo, equivalente a
61%. Os instrumentos Profile “Orifice Shaperspromoveram os menores desgastes de dentina
nos terços cervical e médio dos canais radiculares, equivalentes a 32%, enquanto as brocas de
Gates-Glidden e o sistema Pow-R Coronal Shapersefetuaram um desgaste equivalente a
46%. Todos os instrumentos rotatórios promoveram aumento da área do canal em seus terços
cervicais e médios.
Percebeu-se na literatura poucos trabalhos quanto ao sentido do desgaste do terço
cervical com o uso de novos instrumentos rotatórios, daí a necessidade de estudos para saber a
direção do desgaste antes e depois do preparo do terço cervical.
36
3 Proposição
A proposição deste trabalho foi avaliar a direção de desgaste das paredes mesial e
vestibular as o preparo cervical com os instrumentos Gates-Glidden e Brocas Batt;
ProTaper e Pré-RaCe, em raiz mésio-vestibular de primeiro molar superior de dentes
humanos extraídos.
37
4 Material e Método
4.1 Material
1 - Brocas de aço inoxidável Gates-Glidden nº 1 e 2 (Maillefer-Dentsply, Baillagues, Swiss)
2 - Brocas de aço Batt nº 012 (Maillefer-Dentsply, Baillagues, Swiss)
3 - Instrumentos Rotatórios ProTaper SX file (auxiliary shaping file; taper 0.035-.19;
tamanho 19) e S1 file (shaping file nº 1; taper 0.02-.11; tamanho 17) Maillefer-Dentsply,
Baillagues, Swiss
4 - Pré-RaCe (0.10/40 e 0.08/35 - 19 mm) KFG Dentaire, Swiss
5 - Cera 7 Wilson
6 - Cera utilidade Wilson
7 - Vaselina sólida Celeste
8 - Tubo de Polietileno de diâmetro de ¾ de
polegada, espessura de 2mm
9 - Estilete de aço
10 - Papel cartão preto de uma face
11 - Caneta azul (marcador permanente Pilot)
12 - Disco de corte Cut-Off nº 43 Shelble
13 - Mandril de peça de mão super reforçado Uraby
14 - Motor de chicote Fava (Metalúrgica Fava São Paulo)
15 - Delineador Bioart
16 - Resina incolor autopolimerizável Clas-Mold Clássico
17 - Resina quida autopolimerizável Jet Clássico
18 - Lixa-dágua nº 150 3M
19 - Aparelho Scanner HP 440, resolução 600 DPI
38
20 - Espátula de cera nº 31
21 - Pote Dappen
22 - Micromotor Endo-Plus (VK-Driller Equipamentos Elétricos Ltda. São Paulo, SP).
23 - Trinta dentes humanos extraídos doados pelo Banco de Dentes do Departamento de
Odontologia da UNITAU
24 - Máquina Fotográfica Digital Coolpix F 8800 VR de 8.0 Megapixels
25 - Programa de computador ImageLab versão 2.3.
26 - Baixa rotação e contra-ângulo Dabi-Atlante
27 - Luvas de procedimento Satari
28 - Explorador reto Maillefer-Dentsply, Baillagues, Swiss
29 - Programa de Estastica Origen Pron 7.5
30 - Programa de Estastica GMC 7.2 (USP Ribeirão Preto)
39
4.2 todo
Para o desenvolvimento do estudo foram utilizados trinta dentes humanos extraídos
doados pelo Banco de Dentes do Departamento de Odontologia da UNITAU aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UNITAU) sob o n° 448/04, (ANEXO) com a raiz mésio-
vestibular hígidas as. Esses dentes podem ser de ambos os lados, de qualquer gênero, raça e
idade.
Uma vez limpos externamente por escovação, com água e sabão, os dentes foram
esterilizados em autoclave.
As raízes dos espécimes receberam uma marca de tinta cor azul em volta da junção
amelo-cementária para servir de orientação na hora do corte (Figura 1).
Os dentes foram levados para o interior de receptáculos, obtidos a partir de
segmentos de tubo de Polietileno com 20mm de altura aproximadamente. Esses receptáculos
foram isolados com vaselina sólida no seu interior e colocados com uma de suas bordas sobre
uma mesa de delineador, vedadas por cera 7 (Figura 2). Em seguida, foram preenchidos com
resina incolor autopolimerizável na consistência fluida e antes de tomar presa foram
colocados os dentes com as coroas expostas, tomadas como referência a marca da tinta azul.
Os dentes foram fixados pela coroa na ponta do delineador com cera utilidade, na posição de
alinhamento e levado ao encontro da resina fluida já incluída no receptáculo (Figura 3). O
conjunto receptáculos e dentes foram separados da mesa do delineador as a polimerização
da resina. Os blocos de resina contendo os dentes ficaram livres dos receptáculos com uma
leve pressão manual. Em seguida, cada espécime incluído foi cortado com um disco de corte
Cut-Off nº 43, colocado em um mandril de peça de mão e acionado por motor de chicote. As
coroas foram eliminadas com cortes transversais tendo como referência o assoalho da câmara
coronária aproximadamente 0,5mm abaixo da junção amelo-cementária, marcada previamente
40
com tinta azul, na entrada do terço cervical dos canais, sem atingir o assoalho (Figura 4).
As os cortes realizou-se um acabamento final com lixa-dágua nº 150 e assim a superfície
ficou lisa uniformemente (Figura 5). Os cortes cervicais das raízes mésio-vestibulares de cada
bloco foram digitalizados pelo aparelho Scanner HP 440, resolução 600 DPI, para que a
direção das medidas do desgaste antes do preparo pudessem ser analisadas no programa de
computador ImageLab versão 2.3 (Figura 10). Nos espécimes foram traçadas duas linhas
tangenciais às bordas vestibular e mesial; e uma linha de medida da borda do preparo à borda
vestibular do dente formando 90º graus com a tangência e ainda uma linha de medida da
borda do preparo à borda mesial do dente formando 90º graus com a tangência (Figura 11).
Antes e as a imagem ser digitalizada, os espécimes foram fixados (grupos de 10 dentes) em
um papel cartões pretos de uma face, que foi então recordada com estilete, formando um
contorno para os dentes, para não haver mudança de posição dos espécimes antes e as o
preparo (Figura 12).
Os espécimes foram divididos em três grupos de dez, sendo que no Grupo I
numerados de 1 a 10 foram usadas brocas Gates-Glidden nº 1, 2 e Batt nº 12 (Figura 6);
Grupo II numerados de 11 a 20 ProTaper SX, S1 e novamente a SX (Figura 7); o Grupo III
numerados de 21 a 30 Pré-RaCe (0.10/40, 0.08/35 e novamente 0.10/40 - Figura 8). As o
uso destes instrumentos rotatórios acionados pelo Micromotor Endo-Plus VK Driller com
velocidade 300 RPM e torque 2N/cm (Figura 9), os blocos de resina foram escaneados
novamente para avaliar a direção do desgaste depois do preparo cervical.
41
Figura 1 - Contorno da junção amelo-cementária com tinta azul
Figura 2
-
Tubo ¾ mm de polietileno preenchido com resina acrílica na consistência fluída
42
Figura 3 -
Inclusão do dente em resina acrílica
43
Figura 4
-
Eliminação da coroa com disco Cut-Off
Figura 5
-
O
espécime pronto para ser digitalizado
44
Figura 6
-
Brocas Gates-Glidden e Batt
Figura 7
-
Instrumentos rotatórios ProTaper
Batt 012 Gates-Glidden 1 e 2
SX S1 SX
45
Figura 8
-
Instrumentos rotatórios Pré-RaCe (0.08 / 35 - 0.10 / 40)
Figura 9
-
Micromotor Endo-Plus VK-Driller
46
Figura 10
-
Papel cartão preto de uma face. Raiz mésio-vestibular do primeiro molar superior antes do
preparo radicular (Grupo I)
Figura 11
-
Raiz mésio-vestibular do primeiro molar superior depois do preparo radicular (Grupo I)
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo