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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
SANDRA CRISTINA DA SILVEIRA
A ASSISTÊNCIA AO PARTO NA MATERNIDADE: REPRESENTAÇÕES
SOCIAIS DE MULHERES ASSISTIDAS E PROFISSIONAIS DE SAÚDE
FLORIANÓPOLIS
2006
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SANDRA CRISTINA DA SILVEIRA
A ASSISTÊNCIA AO PARTO NA MATERNIDADE: REPRESENTAÇÕES
SOCIAIS DE MULHERES ASSISTIDAS E PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Dissertação apresentada como requisito parcial à
obtenção do grau de Mestre em Psicologia, Programa
de Pós-Graduação em Psicologia, Mestrado, Centro
de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade
Federal de Santa Catarina.
Orientador: Prof. Dr. Brígido Vizeu Camargo
Co-orientadora: Prof
a
.
Dr
a
.
Maria Aparecida Crepaldi
FLORIANÓPOLIS
2006
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Qualquer tempo
Qualquer tempo é tempo.
A hora mesma da morte
é hora de nascer.
Nenhum tempo é tempo
bastante para a ciência
de ver, rever.
Tempo, contratempo
anulam-se, mas o sonho
resta, de viver
Carlos Drummond de Andrade
Dedico este trabalho a todos (as) aqueles (as) que
acreditam no sonho de mudar a forma de nascer.
AGRADECIMENTOS
A minha mãe pelo apoio hoje e sempre.
Ao meu pai por ter me proporcionado a oportunidade de estudar e chegar até aqui.
Ao meu orientador Professor Brígido Vizeu Camargo pela seriedade e competência com
que me guiou no desenvolvimento deste trabalho.
À Professora Maria Aparecida Crepaldi por ter aceitado ser co-orientadora deste estudo
e dar sua importante contribuição.
À Cibele por ter compartilhado comigo de forma tão generosa grande parte das dúvidas,
angústias e descobertas que envolveram este trabalho.
A todas as instituições e seus profissionais que tornaram este empreendimento possível.
A todas as mulheres que concordaram em me ceder o seu precioso tempo para
contribuir nesta pesquisa.
À Liliana e Ana Paula que apenas em troca da oportunidade de aprender me
acompanharam em algumas entrevistas e assim me fizeram sentir menos sozinha no
estudo de campo, e também por terem me ajudado no árduo trabalho de transcrever
fitas.
Aos meus amigos do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas sobre Parto e Nascimento,
companheiros na luta pelo direito de dar à luz e nascer com dignidade e prazer.
Especialmente à Suzi, ao Marcos e ao Maninho pela solicitude com que atenderam
meus pedidos e pelos materiais disponibilizados.
Ao Marcelo por ter me ajudado de forma tão prestativa e amiga com as figuras e
tabelas.
Às minhas amigas queridas Daniela e Raquel, pelas horas passadas juntas, nutrição
preciosa nos intervalos do rush.
À Jaque que com sua presença doce me ajudou a manter o equilíbrio nas horas de maior
dificuldade.
Ao Alejandro, amigo querido, mestre que me ensinou que o que importa nessa vida são
as escolhas do coração.
DA SILVEIRA, Sandra Cristina. A assistência ao parto na maternidade:
Representações sociais de mulheres assistidas e profissionais de saúde.
Florianópolis, 2006, 154p. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Programa de Pós-
Graduação em Psicologia, Universidade Federal de Santa Catarina.
Orientador: Prof. Dr. Brígido Vizeu Camargo
Co-orientadora: Prof
a
.
Dr
a
Maria Aparecida Crepaldi
Defesa: 20/02/2006
RESUMO
Objetivo: investigar quais as representações sociais (RS) de mulheres assistidas e
profissionais de saúde sobre a assistência ao parto na maternidade. Método: estudo de
caráter descritivo e comparativo em que se empregou a técnica de observação indireta,
por meio de entrevistas com um roteiro semi-estruturado. Participaram do estudo 20
mulheres com experiência recente de parto e 20 profissionais de saúde com formação
universitária. Utilizou-se o software ALCESTE (Análise Lexical Contextual de
Conjuntos de Segmentos de Texto) e a análise categorial para a análise dos dados.
Resultados: entre os profissionais de saúde encontrou-se, de um lado, uma RS que
aponta para uma visão medicalizada da assistência, predominante entre os profissionais
pertencentes à categoria dos médicos e de outro lado, uma RS predominante entre a
categoria das enfermeiras obstetras, que indica uma concepção da assistência
identificada com o modelo proposto pelo Movimento pela Humanização do Parto e
Nascimento. Entre as mulheres assistidas não foram observadas RS tão claramente
definidas. Os resultados indicam que a qualidade da relação estabelecida com os
profissionais de saúde é o fator que maior influência exerce sobre a maneira como as
mulheres percebem a assistência recebida.
Palavras chaves: assistência ao parto, humanização do parto, representações sociais.
ABSTRACT
Objective: investigate women and health care professionals´ social representations (SR)
of hospital labor assistance. Method: a descriptive and comparative study carried
through indirect observation technique, by the means of interviews with a semi-
structured script. Twenty women with a recent childbirth experience and 20 graduate
health care professionals took part in the research. Data was analyzed by the ALCESTE
software (Lexical and contextual analysis of a set of text segments) and categorical
analysis. Results: among health care professionals, physicians have predominantly
presented a medicalized SR of childbirth assistance, whilst obstetrical nurses have
predominantly presented a SR of childbirth assistance identified with concept proposed
by Social Movement of Labor and Birth Humanization. Among women, the social
representation of childbirth assistance was not clearly defined. The results indicates that
the quality of relationship established with the health care professionals is the factor that
influences the most the way women perceive the childbirth assistance they received.
Key words: childbirth assistance, childbirth humanization, social representations.
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Tabela 1: Mulheres Assistidas Entrevistadas...............................................................63
Tabela 2: Profissionais de Saúde Entrevistados...........................................................64
Figura 1: Classificação Hierárquica Descendente das Respostas do Grupo
de Profissionais sobre o Tipo de Assistência Prestada ao Parto.....................................71
Tabela 3: Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente
à Classe 2........................................................................................................................72
Tabela 4: Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente
à Classe 4........................................................................................................................75
Tabela 5: Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente
à Classe 1........................................................................................................................77
Tabela 6: Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente
à Classe 3........................................................................................................................79
Figura 2: Classificação Hierárquica Descendente das Respostas do
Grupo de Profissionais sobre a Relação Profissional-Parturiente..................................82
Tabela 7: Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente
à Classe 3........................................................................................................................83
Tabela 8: Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente
à Classe 1........................................................................................................................85
Figura 3: Classificação Hierárquica Descendente das Respostas do Grupo
de Mulheres Assistidas sobre o Tipo de Assistência prestada ao Parto.........................89
Tabela 9: Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente
à Classe 4........................................................................................................................90
Tabela 10: Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente
à Classe 2........................................................................................................................92
Tabela 11: Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente
à Classe 1........................................................................................................................94
Figura 4: Classificação Hierárquica Descendente das Respostas do Grupo
de Mulheres Assistidas sobre a Relação Profissional-Parturiente.................................100
Tabela 12: Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente
à Classe 6.......................................................................................................................101
Tabela 13: Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente
à Classe 2......................................................................................................................103
Tabela 14: Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente
à Classe 4.......................................................................................................................104
Tabela 15: Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente
à Classe 5.......................................................................................................................105
Tabela 16: Utilização de algumas práticas de assistência nas Maternidades
A e B, segundo os profissionais entrevistados..............................................................107
Tabela 17: Distribuição da Freqüência de Mulheres Atendidas nas
Maternidades A e B que relataram Ter Sido Submetidas às Práticas
de Assistência Investigadas..........................................................................................110
SUMÁRIO
Introdução................................................................................................................... 13
1 Marco Teórico.............................................................................................. 17
1.1 Aspectos Psicossocioculturais do Parto......................................................... 17
1.2 O Modelo Hegemônico de Atenção ao Parto................................................ 20
1.2.1 Aspectos Históricos....................................................................................... 20
1.2.2 Características do Modelo Hegemônico de Atenção ao Parto....................... 22
1.3 O Movimento pela Humanização do Parto e Nascimento............................. 29
1.4 A Teoria das Representações Sociais............................................................ 35
1.4.1 Aspectos Históricos....................................................................................... 36
1.4.2 O Conceito de Representações Sociais.......................................................... 37
1.4.3 Dimensões e Funções das Representações Sociais........................................ 38
1.4.4 Processos de Formação das Representações Sociais..................................... 39
1.4.5 A Relação entre Ciência e Senso Comum..................................................... 40
1.4.6 Representações Sociais e Práticas Sociais..................................................... 42
2 Pesquisas Sobre a Assistência ao Parto..................................................... 44
2.1 Estudos de Representações Sociais e Assistência ao Parto........................... 44
2.2 Outros Estudos sobre a Assistência ao Parto................................................. 45
2.2.1 Estudos Estrangeiros......................................................................................46
2.2.2 Estudos Brasileiros........................................................................................ 52
2.3 Algumas Conclusões dos Estudos sobre a Assistência ao parto................... 59
3 Método.......................................................................................................... 62
3.1 Caracterização da pesquisa............................................................................ 62
3.2 Participantes...................................................................................................62
3.3 Instrumento de Coleta de Dados.................................................................... 64
3.4 Procedimentos de Coleta de Dados............................................................... 65
3.5 Análise dos Dados......................................................................................... 67
4 Análise dos Dados........................................................................................ 69
4.1 Análise do Grupo dos Profissionais de Saúde............................................... 69
4.1.1 Análise dos Resultados do Tipo de Assistência Prestada ao Parto
Segundo os Profissionais de Saúde............................................................... 69
4.1.1.1 A Assistência Humanizada (Classe 2)........................................................... 72
4.1.1.2 A Assistência Medicalizada (Classes 4 e 1).................................................. 74
4.1.1.2.1 O Papel do Médico e da Mulher no Parto (Classe 4).................................... 75
4.1.1.2.2 Importância do Espaço Físico e da Analgesia (Classe 1).............................. 78
4.1.1.3 Ingresso na Maternidade (Classe 3)............................................................... 80
4.1.2 Análise da Relação Estabelecida entre Profissionais de Saúde e
Parturientes Segundo os Profissionais.......................................................... 81
4.1.2.1 Relação com a Parturiente e Envolvimento nas Decisões
Não Emergenciais (Classe 3)......................................................................... 83
4.1.2.2 Manifestações Emocionais e Participação da Parturiente nas
Decisões do Parto na Ótica dos Profissionais................................................ 84
4.1.2.2.1 Reação dos Profissionais à Expressão de Sentimentos pela
Parturiente (Classe 1).................................................................................... 84
4.1.2.2.2 Participação da Parturiente nas Decisões Relacionadas ao Parto:
Decisões em que É Permitida e em que Não é Permitida a Participação
da Mulher (Classe 2)..................................................................................... 86
4.2 Análise do Grupo das Mulheres Assistidas................................................... 87
4.2.1 Análise dos Resultados do Tipo de Assistência Prestada ao
Parto Segundo as Mulheres Assistidas.......................................................... 88
4.2.1.1 O Parto (Classes 2 e 4).................................................................................. 90
4.2.1.1.1 Vivência do Processo de Parto (Classe 4)..................................................... 90
4.2.1.1.2 A Trajetória até a Internação, o Papel da mulher e do Profissional
no Parto (Classe 2)......................................................................................... 91
4.2.1.2 A Assistência (Classes 1 e 3)......................................................................... 94
4.2.1.2.1 Aspectos Positivos da Assistência (Classe 1)................................................ 94
4.2.1.2.2 A Assistência Ideal (Classe 3)....................................................................... 97
4.2.2 Análise da Relação Estabelecida entre Profissionais de Saúde e
Parturientes Segundo as Mulheres Assistidas............................................... 98
4.2.2.1 Expressão de Sentimentos Durante o Processo de Parto (Classe 6).............. 101
4.2.2.2 Participação nas Decisões não Emergenciais Relativas ao
Parto (Classes 2 e 4)......................................................................................102
4.2.2.2.1 Decisões em que Era Permitida a Participação das Mulheres (Classe 2)......103
4.2.2.2.2 Decisões em que Não Era Permitida a Participação das
Mulheres (Classe 4)....................................................................................... 103
4.2.2.3 Qualidade da Relação Estabelecida com os Profissionais (Classe 5)............ 105
4.3 Utilização de Algumas Práticas de Assistência nas Maternidades A e B..... 106
4.3.1 Análise do Grupo dos Profissionais de Saúde............................................... 107
4.3.2 Análise do Grupo das Mulheres Assistidas................................................... 110
4.3.3 Utilização de Algumas Práticas de Assistência nas Maternidades A e B
segundo os Profissionais de Saúde e as Mulheres Assistidas –
Uma Análise Comparativa............................................................................. 112
5 Discussão dos Resultados............................................................................ 114
5.1 A Assistência ao Parto Segundo os Profissionais de Saúde.......................... 114
5.2 A Assistência ao Parto Segundo as Mulheres Assistidas.............................. 119
5.3 Relação Profissional-Parturiente Segundo os Profissionais de Saúde...........124
5.4 Relação Profissional-Parturiente Segundo as Mulheres Assistidas............... 126
5.5 Utilização de Algumas Práticas de Assistência nas Maternidades
A e B Segundo os Profissionais de Saúde e as Mulheres Assistidas............ 128
5.6 A Assistência ao Parto Segundo os Profissionais de Saúde e as
Mulheres Assistidas – Discussão Geral.......................................................... 131
Considerações Finais.................................................................................................. 138
Referências Bibliográficas......................................................................................... 145
Anexos.......................................................................................................................... 154
13
Introdução
Nos últimos 30 anos, tem-se presenciado em muitos países uma preocupação
com a melhoria da assistência prestada ao parto. As altas taxas de cesariana e os altos
índices de mortalidade materna e perinatal, ou seja, a morte de mulheres e crianças por
causas relacionadas à gravidez e ao parto, tem levado agências de saúde a repensar a
forma como essa assistência tem sido prestada.
O Dossiê Mortalidade Materna (Rede Feminista de Saúde, 2001) apresenta uma
estimativa, segundo a qual 515 mil mulheres morrem por ano no mundo por
complicações relacionadas à gravidez, ao aborto, parto e puerpério
1
, sendo que 99%
dessas mortes ocorrem em países em desenvolvimento. Na América Latina, os dados
apresentados revelam uma variação, em 1995, de 114 a 308 mortes por 100.000
nascidos vivos, sendo que em países desenvolvidos como o Canadá, no mesmo ano, os
dados revelam uma taxa de 3,6 mortes por 100.000 nascidos vivos.
No Brasil, um estudo recente (Laurenti, Jorge & Gotlieb, 2004), revelou que, de
7.332 mortes de mulheres com idade entre 10 e 49 anos ocorridas no primeiro semestre
de 2002 nas capitais brasileiras, 239 representavam óbitos por causas maternas, o que
significa uma razão de mortalidade materna de 54,3 por 100.000 nascidos vivos no
conjunto dessas cidades. Destas, 67,1 % correspondeu a mortes obstétricas diretas, ou
seja, mortes em decorrência de causas ou estados que ocorrem somente no ciclo
gravídico puerperal.
Quanto à mortalidade perinatal
2
, os dados são mais escassos. Porém identificou-
se que, no Rio de Janeiro, sua incidência chegou a 23,66 por 1.000 nascidos vivos em
2002 (Data/SUS, 2004). Em Santa Catarina, no mesmo período, ela foi de 16,14 por
1.000 nascidos vivos (Data/SUS, 2004).
No que concerne à cesariana, a elevação das taxas de sua utilização é um
fenômeno que vêm ocorrendo em muitos países, mostrando-se mais problemática no
continente americano. No ano de 2000, o Chile era o campeão mundial na realização de
1
Puerpério: período em que as modificações locais e sistêmicas provocadas pela gravidez e parto
retornam à situação na qual se encontravam antes da gravidez. Inicia-se uma ou duas horas após a saída
da placenta, no parto, e tem seu término imprevisto, dependendo da experiência de cada mulher (MS,
2001).
2
Mortalidade perinatal: Número de óbitos fetais (a partir de 22 semanas completas de gestação ou 154
dias) acrescido dos óbitos neonatais precoces (0 a 6 dias), por mil nascimentos totais (óbitos fetais mais
nascidos vivos), em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Todos os valores referem-se à
população residente (Data/SUS, 2003).
14
cesáreas, apresentando uma taxa de 33% do total de partos ocorridos. O Brasil
apresentava, na mesma época, uma taxa não muito diferente, que se situava em 28%, o
que levou a cesariana a ser considerada como epidêmica em nosso país (Ministério da
Saúde, 2001). É importante considerar que o nível máximo tecnicamente recomendado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 15% (OMS, 1985). Em Florianópolis,
encontramos também taxas de cesárea preocupantes. Em 2001, a taxa de cesáreas em
maternidades públicas variou de 31,6 % a 37,9%. Nas maternidades particulares, esse
número é alarmante, girando em torno de 80 % no mesmo ano (Gouchert, 2003).
Em decorrência dessa assustadora realidade, um esforço mundial, com apoio
da própria Organização Mundial da Saúde (OMS), no sentido de melhorar e humanizar
a assistência ao parto. Desde 1985, a OMS tem elaborado diversos documentos que
apontam para uma mudança no atendimento ao nascimento e parto. Um deles chama-se
“Tecnologias Apropriadas para o Nascimento e Parto”, em que já se observa uma
preocupação com a necessidade de transformar profundamente a maneira como essa
assistência vinha sendo prestada até então (OMS, 1985).
Outro documento importante, “Maternidade Segura Assistência ao Parto
Normal: um Guia Prático”, publicado em 1996, também faz considerações e sugere
medidas na mesma direção. Trata-se de uma nova tendência, cerne do Movimento pela
Humanização do Parto e Nascimento (MHPN), o qual tem na Rede pela Humanização
do Parto e Nascimento (REHUNA) o seu mais conhecido representante no Brasil. O
Ministério da Saúde (MS) também tem acompanhado essa discussão e desenvolvido
estratégias no sentido de melhorar a assistência ao parto. Em 2001, foi publicado o guia
intitulado “Parto, Aborto e Puerpério Assistência Humanizada à Mulher”, que aborda
detalhadamente essa questão (MS, 2001).
Além disso, estudos que revelam a forma como é conduzida essa assistência,
ferindo diretamente os direitos de mulheres e crianças, conforme será mostrado
posteriormente, vêm a reforçar a necessidade urgente de repensar a forma de tratamento
do parto. É preciso buscar alternativas para que as mulheres possam dar à luz com
dignidade, de maneira prazerosa, e que as crianças possam nascer sem complicações
desnecessárias e encontrar uma mãe satisfeita e confirmada em suas necessidades.
A esses fatos soma-se minha experiência com grupos de gestantes na rede
municipal de saúde de Florianópolis. Nesse trabalho, tenho constatado, além da
insatisfação de muitas dessas mulheres com partos anteriores, relatos de violência
sofrida na assistência recebida, que incluem, além de humilhações, agressões físicas e
15
verbais. Nesse trabalho, tem sido possível identificar também o medo que outras
mulheres, grávidas pela primeira vez, têm quanto ao tipo de tratamento que receberão
na maternidade, sentimento este despertado pelo relato da experiência de atendimento
de outras mulheres de sua rede social. Durante este trabalho, tem sido possível observar
também o quanto essas experiências repercutem negativamente na vivência da
maternidade pelas mulheres, bem como em outros aspectos de sua vida.
Esses dados revelam, então, a necessidade de realizar estudos na área em
questão. A pesquisa desenvolvida insere-se no campo de estudos das representações
sociais (RS), aqui compreendidas segundo a definição de Moscovici (1978), como
teorias do senso comum, destinadas à interpretação e elaboração da realidade social.
Partiu-se do pressuposto de que representações sociais e práticas sociais estão em íntima
relação (Abric, 2001; Rouquette, 1998 & Wagner, 1993) e, para promover mudanças
significativas na atenção ao parto, seria importante conhecer como os sujeitos
envolvidos representam a assistência e qual a relação entre as representações
encontradas.
Esta pesquisa teve como participantes profissionais de saúde com formação
universitária que trabalham diretamente na assistência ao parto em duas maternidades
distintas, entre médicos e enfermeiras, e mulheres que tiveram uma experiência recente
de parto nessas maternidades. Este estudo tomou como base a definição de que a
assistência ao parto compreende o conjunto de cuidados e procedimentos em saúde
dispensados à mulher, ao recém-nascido e a sua família durante todo trabalho de parto,
parto e pós-parto imediato. Portanto, o problema de pesquisa que se buscou elucidar foi:
Quais as concepções de mulheres com experiência recente de parto e de profissionais
de saúde envolvidos no processo a respeito da assistência ao parto na maternidade?
Objetivo geral: investigar quais as representações sociais que mulheres assistidas e
profissionais de saúde têm sobre a assistência ao parto na maternidade.
Objetivo específico 1: identificar as representações sociais de mulheres assistidas em
duas maternidades distintas (Maternidade A e Maternidade B) quanto à assistência ao
parto na maternidade;
Objetivo específico 2: identificar as representações sociais de profissionais de saúde
que trabalham na assistência ao parto em duas maternidades distintas (Maternidade A e
Maternidade B) quanto a essa assistência;
Objetivo específico 3: comparar as representações sociais de mulheres assistidas e
profissionais de saúde sobre a assistência ao parto.
16
A apresentação deste trabalho tem a seguinte ordem: após essa introdução, segue
o Capítulo I, que compreende o marco teórico utilizado para a fundamentação da
pesquisa, dividido em quatro partes principais: a primeira parte trata dos aspectos
psicossocioculturais do parto; na segunda parte, aborda-se os aspectos históricos, bem
como algumas características do modelo hegemônico de atenção ao parto; a terceira
parte caracteriza o Movimento pela Humanização do Parto e Nascimento; na última
parte é apresentada a Teoria das Representações Sociais adotada neste estudo.
No Capítulo II é exposto um levantamento bibliográfico sobre alguns estudos
relacionados à assistência ao parto publicados no Brasil e no exterior, assim como
algumas conclusões que foi possível observar a partir de seus resultados.
No Capítulo III, referente ao método utilizado, são apresentados os critérios para
a seleção dos participantes da pesquisa, as técnicas usadas para a coleta de dados e para
a análise do material coletado.
O Capítulo IV trata da análise dos quatro corpora que compuseram a pesquisa:
“Assistência ao Parto” (um referente ao grupo de mulheres e outro referente ao grupo de
profissionais), e “Relação Profissional-Parturiente” (um referente a cada grupo). Esse
capítulo aborda, ainda, a análise sobre a utilização de algumas práticas de assistência
nas Maternidades A e B, segundo os profissionais de saúde e as mulheres assistidas, e a
análise da opinião dos profissionais da Maternidade A sobre a utilização de uma dessas
práticas, o enema
3
.
O Capítulo V apresenta a discussão dos resultados e sua articulação com o
referencial teórico utilizado, e nas Considerações Finais são expostas uma síntese da
pesquisa, algumas questões que remetem à necessidade de outros estudos e ainda
algumas sugestões para a melhoria do atendimento.
As Referências contêm todas as obras utilizadas nesta pesquisa, e o Anexo os
dois roteiros de entrevistas utilizadas no estudo, os dois modelos dos termos de
consentimento livre e esclarecido assinados pelos participantes da pesquisa, e os quatro
relatórios emitidos pelo ALCESTE (versão resumida), programa de informática que
realizou a primeira parte da análise dos dados.
3
Enema: introdução de soluções no reto e cólon, para que a atividade intestinal seja estimulada e também
para que seja provocado o esvaziamento da parte inferior do intestino (Taber, 2000).
17
1 Marco Teórico
1.1 Aspectos Psicossocioculturais do Parto
Entende-se como premissa básica para a compreensão dos eventos que cercam o
parto a indissociabilidade das dimensões biológica, psíquica, social e cultural presentes
nesse fenômeno. Isto implica admitir que, como qualquer ação humana, o parto é
também uma construção social, sujeita aos diferentes aspectos da cultura em que ele
ocorre.
De acordo com Maldonado (2000), a maneira como o parto será experienciado
pela mulher é uma questão complexa que sofre a influência de diversos fatores: história
pessoal, contexto sociocultural, nível de informação a respeito do processo de parto,
características de personalidade, a forma como o parto e o bebê são simbolizados e o
contexto assistencial.
Quanto à interferência dos aspectos culturais no processo do parto, a
Antropologia, conforme aponta Paim (1998), tem trazido contribuições fundamentais no
sentido de demonstrar que mesmo uma compreensão do que seja a natureza é feita
com base em um universo cultural. A partir dessa perspectiva, compreende-se que o
corpo, ainda que seja algo natural e individual, é moldado socialmente. A autora cita o
texto clássico de Mauss, “As Técnicas Corporais”
4
, no qual o autor demonstra o quanto
manifestações corporais não são apenas reflexo de um corpo físico, mas de fenômenos
sociais, o que se pode observar por meio da diversidade de formas que uma mesma
atividade pode tomar. A título de exemplo, cabe citar os estudos de Paciornick (1983),
na década de 1970, com grupos indígenas no interior do Paraná e Santa Catarina, que
identificaram ser costume entre as mulheres desses grupos parir na posição de cócoras,
ao passo que o costume entre as mulheres brancas é adotar a posição deitada. Esse
exemplo permite compreender o quanto questões como a posição a adotar na hora do
parto não são somente um reflexo de escolhas individuais, mas principalmente o
resultado de um processo educativo que tem início na infância.
Quanto aos aspectos sociais, não é difícil imaginar a sua influência sobre a
experiência do parto. A própria condição social da mulher vai interferir enormemente na
maneira como a vinda de uma criança será por ela representada. Ter um filho numa
4
Mauss, M.(1974). Sociologia e antropologia. São Paulo:EPU.
18
situação de vida economicamente difícil pode significar mais preocupação e angústia do
que normalmente o evento desperta.
Estudos que enfatizam a assistência (Diniz, 2001 & Videla, 1997) têm observado
que mulheres pertencentes a camadas populares da sociedade estão mais sujeitas a
humilhações e violência por parte da equipe que presta o atendimento ao parto. Com
relação ainda aos aspectos socioculturais, considera-se que o contexto assistencial é
determinante na maneira como o parto será experienciado. Conforme assinala
Maldonado (2000), “muitas vezes, o descontrole, o pânico e até alterações da
contratilidade uterina decorrem de uma assistência precária, que não protege, não acolhe
e até mesmo negligencia e maltrata a parturiente” (p.70).
Contudo, a despeito da interferência dos fatores culturais e sociais, os aspectos
psíquicos e aqueles próprios da personalidade de cada mulher conferem um tom
particular à experiência do parto. Não é objetivo aqui fazer uma ampla abordagem sobre
a psicologia do parto, mas tão somente apresentar alguns conflitos psicológicos
vivenciados nesse período e que permitirão compreender a sua influência na maneira
como o processo poderá ser experienciado.
Nas palavras de Maldonado (2000), uma tendência atual na Psicologia a
“conceber o desenvolvimento psicológico como um contínuo que se prolonga muito
além da adolescência, marcado por vários períodos de crise, que constituem verdadeiros
pontos decisivos no crescimento emocional e que em parte determinam o estado de
saúde ou doença mental” (p.22).
Neste sentido, o ciclo vital da mulher pode conter períodos críticos, como a
gravidez, com seus desdobramentos e o climatério. Mudanças metabólicas complexas,
necessidade de novas adaptações, reajustamentos interpessoais e intrapsíquicos e
mudança de identidade são alguns dos elementos citados pela autora como
característicos desses períodos.
O parto, por sua vez, é um acontecimento singular no universo feminino. Trata-
se de um momento crítico que marca o início de uma série de mudanças significativas
na vida da mulher e na rede social em que está inserida. É experienciado como uma
situação de passagem de um estado a outro, marcada por características próprias. Entre
estas, se destacam a irreversibilidade, a imprevisibilidade quanto ao processo, a
impossibilidade de controlá-lo, as transformações abruptas, como a mudança do
esquema corporal, além da separação do bebê, sua chegada e todas as outras mudanças
que seu nascimento acarretará na vida familiar (Maldonado, 2000).
19
Do ponto de vista psicológico, trata-se de um momento de grande
vulnerabilidade, uma vez que a gravidez e o parto conduzem a mulher a um estado de
regressão emocional marcado pela revivência de situações infantis, especialmente sua
relação primitiva com sua própria mãe, conforme demonstra Langer (1986). De acordo
com Soifer (1980), o significado do parto é a separação real de dois corpos antes unidos,
vivendo uma total dependência. A mulher pode sentir essa separação como a perda de
uma parte de si mesma, e tal acontecimento pode levá-la a reviver a angústia de
separação da mãe, experienciada em seu próprio nascimento.
Rosfelter (1994) destaca que, no momento do parto, pode ocorrer a lembrança
de situações extremas nas quais a mulher se sentiu abandonada. Avalia-se que tal
experiência acaba muitas vezes sendo potencializada pela rotina, ainda presente em
algumas maternidades, de não permitir a presença de um acompanhante escolhido pela
mulher no momento do parto, situação que pode levá-la a sentir-se ainda mais sozinha e
desamparada. Moraes (2001) assinala que, nesse momento, algumas mulheres lembram
de pessoas queridas que morreram, talvez pelo medo da própria morte e da morte do
bebê. De acordo com Rosfelter (1994), bloqueios psíquicos que podem ocorrer no
momento do parto podem ser tão intensos a ponto de conduzir a mulher a uma
dificuldade para reconstituir-se e reconhecer seu bebê, assim como levar a um processo
de ingresso na psicose.
Dessa forma, é possível compreender que o momento do parto é marcado por
conflitos psicológicos importantes. A maneira como esses conflitos são vivenciados
determinará o nível de satisfação da mulher em sua experiência com a maternidade.
Do ponto de vista da criança, o nascimento é a primeira experiência com o
mundo externo, em que nascem também as primeiras impressões dele. Videla (1997)
destaca o quanto o período que vai desde o início do trabalho de parto até o momento de
encontro entre a mãe e o bebê é de importância vital, e tudo que se passa dentro da
mulher e no mundo externo determinarão o tipo de vínculo inicial que se estabelecerá
entre mãe e filho.
Outros autores, como Klaus, Kennell e Klaus (2000) e Odent (2000),
reconhecem também o momento do parto como especialmente importante para a
formação do apego entre mãe e filho. Para que isso ocorra, no entanto, é necessário que
mãe e bebê estejam alertas e em condições de iniciar um contato mais profundo. Porém,
o que a experiência demonstra é que um contexto de assistência desfavorável acaba
interferindo negativamente na formação do vínculo entre mãe e filho. Muitas vezes
20
drogas são administradas dificultando que mãe e bebê permaneçam num estado de alerta
favorável ao contato, o bebê é rapidamente separado da mãe para receber as
intervenções da pediatria, cesáreas são realizadas sem indicação precisa, o que acaba
por dificultar a liberação dos movimentos da mãe para acolher seu filho.
Dessa forma, conclui-se que a experiência do parto é fortemente marcada por
fatores sociais, culturais e psicológicos. Considerar esses aspectos é de crucial
relevância para a compreensão da maneira como o parto ocorre em contextos diversos,
assim como para o entendimento das diferentes representações sociais que emergem dos
grupos envolvidos no processo.
1.2 O Modelo Hegemônico de Atenção ao Parto
1.2.1 Aspectos Históricos
Entender como a administração dos eventos que cercam o nascimento passou
das mãos das parteiras leigas para as mãos dos médicos é fundamental para a
compreensão dos valores e atitudes que subsidiam o atual modelo de assistência ao
parto.
Melo (1983), numa ampla pesquisa realizada sobre a evolução histórica da
obstetrícia, demonstra que foram as próprias mulheres que, no início da história e até
muito recentemente, assistiram a parturiente. Antes disso, o parto era um episódio
solitário do qual participavam somente a mãe e o concepto. Segundo esse autor, a
obstetrícia se originou no período neolítico (cerca de 10.000 anos a.C.) como uma
prática exclusivamente feminina e à margem da prática social da medicina. Isso se deu
no momento em que a família monogâmica começou a se esboçar sob a tutela do
patriarcado, em função do interesse masculino em transmitir os bens adquiridos a seus
filhos legítimos. Portanto, o auxílio à parturiente teve uma forte determinação
econômica, ou seja, visava garantir uma assistência à esposa do patriarca.
Conseqüentemente, se instituiu no âmbito social a obrigatoriedade da fidelidade
conjugal por parte da mulher como garantia de que gerasse filhos de um único pai. Por
isso, não era admitida a presença de outros homens no momento do parto, o que
inviabilizou o auxílio masculino à parturição
5
.
5
Parturição: ato de dar à luz uma criança (Taber, 2000).
21
Posteriormente, analisa o autor, ocorreu a profissionalização das mulheres que
auxiliavam a parturiente, processo que deu origem às primeiras parteiras, profissionais
responsáveis por todos os assuntos referentes à gravidez, parto e puerpério. Segundo o
autor, indícios históricos apontam que essas mulheres que acompanhavam e ajudavam
outras mulheres em seu parto eram multíparas
6
que tinham uma prática de assistência a
partos. O autor conclui afirmando que “a obstetrícia surgiu como um aspecto marginal
da prática médica, coerente com a própria marginalidade social da mulher” (Melo,
1983, p.153).
Durante os períodos da Antigüidade clássica greco-romana e todo o período
medieval, a prática da obstetrícia esteve sob a hegemonia das parteiras. No
Renascimento, observou-se a intervenção do Estado no exercício dessa profissão pela
necessidade de garantir o crescimento numérico da população. Era necessário exercer o
controle e a vigilância sobre a prática das parteiras, muitas vezes acusadas de matarem
os recém-natos. Assim, as parteiras foram a categoria profissional mais perseguida
nesse período devido ao seu íntimo contato com os aspectos da reprodução e da
fertilidade femininas. Surge, então, a necessidade de regulamentar a prática das
parteiras, mediante a licenciatura, ficando essa função a cargo do monarca, da Igreja e
das municipalidades (Melo, 1983).
Os novos conhecimentos anatomo-fisiológicos adquiridos a partir desse período,
investigados pelos médicos-cirurgiões e impulsionados pela monarquia absolutista,
permitiram o surgimento de novas descobertas no campo da obstetrícia. Entre elas,
destacaram-se a realização da operação cesariana na mulher com vida, o
aperfeiçoamento do fórceps e o entendimento dos mecanismos da parturição. A partir de
então, na medida em que os médicos-cirurgiões passaram a adentrar no campo de
trabalho das parteiras, observou-se uma organização desses profissionais no sentido de
exercer uma pressão para que as mulheres se afastassem da prática obstétrica ou ao
menos trabalhassem sob a sua dependência (Melo, 1983).
A partir do capitalismo industrial, a obstetrícia, que até então se encontrava à
margem do ensino médico oficial, se instituiu como especialidade, incorporada ao saber
médico. Nessa época, a medicina científica havia se estruturado, e a obstetrícia pôde se
utilizar das descobertas no campo da anestesiologia e da profilaxia das infecções
6
Multípara: mulher que procriou mais de um feto viável, estivesse ou não viva a prole por ocasião do
nascimento (Taber, 2000).
22
bacterianas. Desde então, “o conhecimento médico-científico da parturição se sobrepôs
ao saber empírico das parteiras, subjugando-as, regulamentando sua prática e, por fim,
oficializando a sua marginalidade. O exercício da tocologia tornou-se exclusividade dos
médicos” (Melo, 1983, p.155).
Conforme demonstra Spink (2003), a ascensão dos parteiros se deu na segunda
metade do século XIX. Desde então, embora em muitos países as parteiras tenham
sobrevivido, sua prática esteve subjugada ao poder médico. De acordo com a autora,
desse processo histórico resultou o fato de que o próprio parto sofreu uma redefinição:
todo parto passou a ser visto como um risco potencial, como se mãe e bebê estivessem
sujeitos a desenvolver sinais inesperados de doença. Assim, de um evento natural
pertencente ao universo feminino, o parto sofreu um processo de patologização, cujos
cuidados estariam sob a responsabilidade da prática médica. Spink (2003) compreende
essa mudança como conseqüência de aspectos como o fato de que os médicos até então
eram chamados para resolver os partos mais difíceis, o desenvolvimento de sua prática
baseada em partos hospitalares e a tendência da pesquisa científica médica em focalizar
o anormal.
1.2.2 Características do Modelo Hegemônico de Atenção ao Parto
Na atualidade, a assistência ao parto se caracteriza mais acentuadamente por
utilizar uma abordagem intervencionista. Spink (2003) analisa que esse modelo tem
suas origens no desenvolvimento progressivo de técnicas especializadas para atender os
partos difíceis, como o fórceps e a cesariana, e que aos poucos foram sendo transferidas
também para os partos sem complicações. A autora discute também que, quando os
médicos passaram a intervir nos partos normais, passou a ser uma vantagem acelerar o
trabalho de parto para aumentar a competitividade por pacientes.
Com o tempo, outras técnicas de intervenção no parto foram adotadas, como as
lavagens intestinais, a ruptura artificial das membranas e a aceleração das contrações
uterinas por meio de drogas. Spink (2003) assinala também que as intervenções também
têm sua origem nas tentativas de aliviar a dor e o sofrimento associados ao parto. Desta
forma o uso de anestésicos e analgésicos se tornou uma rotina nos partos modernos. A
autora analisa ainda que, a despeito do fato de que seu uso trouxe conforto para muitas
mulheres, eles tornaram-se também maneiras efetivas de controlar a mulher em trabalho
de parto.
23
Aos poucos as intervenções passaram a ser utilizadas também como uma
maneira de “prevenir” alguns problemas. Neste sentido, o uso rotineiro da episiotomia
7
a fim de prevenir o rasgo do períneo é o exemplo mais surpreendente, conforme discute
a autora. Até hoje esse procedimento é usado habitualmente em muitas maternidades,
apesar de não haver evidências científicas sobre as vantagens de sua utilização de forma
liberal.
Davis-Floyd e St. John (2004) compreendem a abordagem intervencionista
como um reflexo do pensamento que norteia a medicina moderna e que as autoras
denominam de “paradigma tecnocrático”, o qual está fundamentado nas idéias
mecanicistas de Descartes. Conforme demonstram as autoras, no século XVII, durante
um período de rápido crescimento econômico, a sociedade ocidental, influenciada pelas
idéias de Descartes, Bacon, Hobbes e outros pensadores, passou por profundas
modificações na sua maneira de compreender a organização do universo, até então
fundamentada no paradigma dominante na Europa, que concebia a Terra como um
organismo vivo. De acordo com essa forma de pensar, o Planeta seria imbuído de uma
“alma feminina”, que interagiria com a humanidade e toda a natureza de uma forma
vibrante e participativa.
Santos (2002), analisando as origens do modelo tecnocrático, demonstra como
esses e outros pensadores desenvolveram e disseminaram uma filosofia que assumia
uma concepção mecanicista do universo, regido por leis capazes de serem previstas pela
ciência e dominadas pela tecnologia, ou seja, o universo passou a ser compreendido
como uma máquina. Conforme analisa o autor, na filosofia de Descartes, o método que
possibilitaria a compreensão do universo consistiria em subdividir qualquer problema
em seus veis mínimos para chegar a seus componentes fundamentais e, a partir daí,
perceber suas relações.
Embora Descartes não tenha atingido seu objetivo, ou seja, formar uma
descrição racional completa de todos os fenômenos naturais em um único sistema
preciso de princípios mecânicos regidos por relações matemáticas lineares, seu método
de raciocínio e os aspectos gerais da sua teoria dos fenômenos naturais fundamentam o
pensamento científico ocidental até os dias de hoje, com repercussões diretas na
medicina e na obstetrícia em particular (Santos, 2002).
7
Episiotomia: incisão cirúrgica da vulva para evitar laceração por ocasião do parto ou para facilitar a
cirurgia vaginal (Stedman,1999).
24
Como demonstram Davis-Floyd e St. John (2004), no século XVII, a metáfora
mecanicista foi aplicada ao corpo humano e se iniciou um processo que levaria a retirar
a compreensão do corpo do âmbito da religião e da filosofia para entregá-lo à ciência.
De acordo com essa forma de pensar, aspectos como sentimento, contexto social,
crenças espirituais e personalidade não são consideradas no estudo do corpo, porquanto
desafiam a possibilidade de mensuração e manipulação. Na medicina, a influência dessa
concepção pode ser observada na dificuldade de boa parte dos profissionais da área em
compreender a relação das enfermidades com fatores culturais, sociais, psicológicos e
ambientais.
Conforme analisa Santos (2002), quando o modelo mecanicista tornou-se a base
para a compreensão do universo, a responsabilidade sobre o corpo humano, que antes
pertencia à Igreja, passou a pertencer à profissão médica. Assim, a medicina tomou o
modelo mecanicista cartesiano como sua base filosófica, o que resultou na equiparação
do corpo à máquina.
Dessa forma, o modelo biomédico hegemônico, denominado por Davis-Floyd e
St. John (2004) de “tecnocrático”, “é baseado na ciência, influenciado pela tecnologia, e
conduzido por instituições que possuem em sua filosofia fundamental valores como o
patriarcado, o tecnicismo e a supremacia da instituição sobre o indivíduo” (Santos,
2002, p. 109).
De acordo com Davis-Floyd e St. John (2004), são princípios básicos do modelo
tecnocrático: a separação entre corpo e mente; a compreensão do corpo como uma
máquina e do paciente como um objeto; o distanciamento entre o médico e o paciente; a
realização do diagnóstico e tratamento de fora para dentro; a organização hierárquica e a
padronização do cuidado; a atribuição da autoridade e da responsabilidade pelo
tratamento ao médico, não ao paciente; a supervalorização da ciência e da tecnologia;
intervenções agressivas com ênfase nos resultados a curto prazo; a compreensão da
morte como uma derrota; a organização do sistema baseado no lucro; e a intolerância a
outras modalidades de tratamento.
Alguns desses princípios exigem uma explicação mais detalhada a fim de
permitir uma melhor compreensão de alguns tópicos que serão discutidos neste trabalho
posteriormente. O princípio da organização hierárquica implica o uso de uma ideologia
de progresso tecnológico como fundamento do poder político. Conforme as autoras, no
sistema médico, essa hierarquia se faz notar de três formas principais. A primeira delas
está na subordinação do indivíduo à instituição, o que é perceptível na forma como se dá
25
a organização das rotinas hospitalares nas maternidades, de modo a atender muito mais
às conveniências médicas do que às necessidades das mulheres. A título de exemplo,
cabe citar uma pesquisa realizada recentemente nos Estados Unidos pela Maternity
Center Association (2004) com 1.583 mulheres, na qual as participantes mencionaram
uma série de restrições a que foram submetidas na assistência recebida, como a
proibição de comer, beber e de se movimentar durante o trabalho de parto, imobilidade
em conseqüência de várias intervenções, separação do bebê na primeira hora após o
parto em parto sem intercorrências (somente 40% das mulheres pesquisadas disseram
que o bebê foi colocado primeiramente em seus braços na primeira hora após o parto),
imposição de água ou suplementação alimentar para o bebê nos casos em que a mãe
desejava alimentá-lo exclusivamente ao peito (47% das mães que desejavam amamentar
exclusivamente no peito relataram que, enquanto seu bebê estava no hospital, receberam
água ou suplemento alimentar). Outra forma por meio da qual a hierarquia se faz notar é
pela colocação dos médicos como um grupo em posição social e política superior a
qualquer outro grupo de profissionais de saúde, bem como a outros profissionais que
trabalham com modalidades diferentes de cura. Isso acabou levando profissionais como
os da área da enfermagem a trabalharem dentro de um campo de ação restringido e
controlado pelos profissionais médicos. Finalmente, outra forma de hierarquia é aquela
que acontece dentro da própria medicina, em que as especialidades são supervalorizadas
em detrimento da atenção prestada pelos generalistas.
A padronização do cuidado, aqui compreendida como a determinação de regras
sob as quais outros profissionais e clientes deverão se comportar, é uma das
características da organização hierárquica. Conforme destacam as autoras, o seguimento
dessas regras toma a forma de um ritual tão incorporado pelo profissional, devido à sua
constante repetição, que acaba se tornando um reflexo impensado e raramente
questionado. Santos (2002) destaca que a adoção rotineira, em muitas maternidades
brasileiras, de procedimentos como o enema, a tricotomia
8
, a episiotomia e a
monitorização fetal contínua exemplifica essa padronização do cuidado, que muitas
vezes ocorre sem haver um questionamento acerca de sua real necessidade. Davis-Floyd
e St. John (2004) analisam a adoção dessas rotinas ritualizadas como uma forma de
demonstrar clara competência e manter o medo a distância, dando aos profissionais de
6
Tricotomia: secção ou corte de cabelos ou pêlos (Fortes, 1968).
26
saúde uma sensação maior de confiança e controle sobre situações que de maneira geral
são imprevisíveis.
Outro princípio que norteia o modelo tecnocrático da medicina moderna é aquele
que investe autoridade ao médico, às instituições e aos seus profissionais e não ao
paciente. De acordo com esse modelo, o médico é presumivelmente o perito, enquanto
que o paciente fica sem responsabilidade pelo seu próprio tratamento. Esses
profissionais são treinados para apresentar uma opção como a única resposta e recusam-
se a discutir uma alternativa que esteja fora do seu paradigma. Nesse cenário, conforme
destacam as autoras, o papel mais confortável para o paciente acaba sendo o da
abdicação de sua preferência pessoal para fazer aquilo que o médico elege como
procedimento correto. Nesse sentido Focault (1985) demonstra como o hospital, em
nossa sociedade, se constituiu historicamente como espaço de exercício do poder
médico em que o indivíduo aparece como objeto do saber e da prática médicos.
No modelo tecnocrático, observa-se também uma supervalorização da ciência e
da tecnologia. As autoras destacam o quanto os profissionais médicos tendem a
pressupor a existência de bases científicas para tudo o que fazem, o que tem se mostrado
um mito em muitas áreas da medicina. Nesse sentido, foi decisivo o papel da Medicina
Baseada em Evidências, movimento internacional que nasceu do reconhecimento de que
boa parte da prática médica não é respaldada por estudos de qualidade sobre a segurança
e a eficácia dos procedimentos utilizados, conforme aponta Diniz (2004). No caso
particular da obstetrícia, tem se observado o emprego rotineiro de numerosas
intervenções na assistência ao parto que têm sido provadas como ineficazes ou até
prejudiciais, conforme apontam as recomendações da OMS, estabelecidas com base em
estudos na área (OMS, 1996).
Grande parte da prática médica é baseada também no princípio de que se deve
curar de fora para dentro, o que tem por conseqüência o emprego de táticas agressivas
para alterar o curso da enfermidade. Conforme a investigação médica progrediu,
produziu mais tecnologias no intuito de aperfeiçoar essas ticas, sendo que grande
ênfase sempre foi dada nos resultados a curto prazo. A título de exemplo cabe citar
novamente o survey realizado nos Estados Unidos pela Maternity Center Association
(2004) e que levantou dados importantes sobre a realização de intervenções durante o
trabalho de parto e parto naquele país.
No estudo mencionado, o monitoramento fetal eletrônico foi referido por 93%
das mulheres. É importante destacar que esse procedimento é recomendado pela OMS
27
apenas nas gestações de alto risco, estando o seu uso em gestações de baixo risco
associado ao aumento no número de intervenções desnecessárias no parto (OMS, 1996).
O uso da analgesia peridural
9
para aliviar as dores no trabalho de parto foi referido por
63% das mulheres, e o uso da ocitocina
10
para tornar mais fortes as contrações e acelerar
o trabalho de parto, por 53%. Cabe ressaltar, quanto a essa última prática, que segundo
dados da OMS, os estudos na área ainda não comprovaram que o seu uso liberal traz
benefícios para mulheres e bebês (OMS, 1996). A tentativa de induzir o parto foi
referida por 44% das mulheres, e a episiotomia, por 35% delas. Segundo dados da
OMS, a porcentagem aceitável de utilização desse último procedimento situa-se em
torno de 10% (OMS, 1996). A ruptura artificial das membranas foi referida por 67% das
participantes. Quanto a esse procedimento, as recomendações da OMS são no sentido
de que deveria haver um motivo válido para interferir no momento espontâneo de
ruptura das membranas (OMS, 1996).
De acordo com Davis-Floyd e St. John (2004), os médicos, ao adotarem esse
modelo, acabam por contribuir para a disseminação e perpetuação dos princípios
básicos desse sistema tecnologizante. As autoras interpretam a estafante e longa
formação médica como um rito de passagem, por meio do qual os médicos são iniciados
para se tornarem não somente profissionais, mas também representantes dos valores e
crenças mais profundos da sociedade ocidental. Assim, afirmam as autoras: “apesar de
pretender o rigor científico, o sistema médico americano é menos baseado na ciência do
que no seu contexto cultural mais amplo”
11
(Davis-Floyd & St. John, 2004, p. 24).
De acordo com Santos (2002), a medicina de maneira geral e, em particular a
obstetrícia, se baseia o somente na ideologia da sociedade tecnocrática, mas também
na ideologia de uma sociedade patriarcal, entendida como a institucionalização da
dominação masculina sobre a mulher, a criança e a família. Assim, enquanto o modelo
tecnocrático compreende o corpo como uma máquina, a ideologia patriarcal trata de
conferir ao corpo masculino qualidade de máquina superior ao corpo feminino, mais
sujeito a falhas. Assinala o autor: “não somente o corpo masculino é aceito enquanto a
norma dentro da qual o corpo feminino deve ser entendido, mas o processo reprodutivo
9
Analgesia peridural: consiste na infusão de opióides ou anestésicos, no espaço peridural, para promoção
da analgesia sem bloqueio motor.
10
Ocitocina: droga que estimula a contração da musculatura lisa do útero por efeito indireto, aumentando
a amplitude e duração das contrações uterinas com a conseqüente dilatação e esvaecimento do cérvix
(Kolkovas, 1999)
.
11
“A pesar de sus pretenciones de rigor científico, el sistema médico norteamericano está menos baseado
em la ciencia que em su amplio contexto cultural” (tradução da autora).
28
feminino é entendido nos termos das necessidades masculinas. No modelo tecnocrático
a mulher espera o filho do homem” (Santos, 2002, p.111).
A esse respeito, Davis-Floyd e St. John (2004) salientam que, de acordo com o
modelo tecnocrático, as características anatômicas próprias do gênero feminino, tais
como o útero, ovários e seios, e processos biológicos tais como menstruação, gravidez,
parto e menopausa, devido a um desvio extremo do protótipo masculino, são
intrinsecamente sujeitos a falhas ou, no mínimo, causadores de incômodo ou
potencialmente patológicos. A própria literatura médica utiliza termos pejorativos,
como “degeneração” ou “decadência”, para descrever alguns processos inerentemente
femininos, ao passo que aos masculinos são reservados termos como “regeneração” e
“abundância”. A título de exemplo, cabe aqui citar algumas expressões encontradas no
livro “Obstetrícia”, uma das mais importantes referências na formação de obstetras no
Brasil, em alusão à gravidez: “função instável”, “intranqüila”, “frágil”, “perigosa”,
“lindeira à patologia” (Rezende, 1995).
Santos (2002) salienta que nos livros de medicina as figuras para demonstrar
processos fisiológicos são comumente de modelos masculinos, ao passo que as
disfunções são representadas por modelos femininos. Afirma o autor: “em suma, dentro
do modelo tecnocrático o corpo feminino é abordado como anormal, imprevisível e,
inerentemente, uma máquina defeituosa” (p.112).
Davis-Floyd (1994) demonstra também o quanto a obstetrícia se desenvolveu
adotando como metáfora o modelo industrial da linha de montagem, haja vista que, no
hospital, o sistema reprodutor feminino é tratado como uma máquina de nascimento, e
os técnicos especializados trabalham sujeitos a rotinas inflexíveis, cujo objetivo é
otimizar a “produção” e garantir o “controle de qualidade”. Nesse modelo, analisa a
autora, o hospital é uma fábrica tecnológica altamente sofisticada cuja principal função
é produzir um novo membro da sociedade, o bebê perfeito. A ênfase no monitoramento
constante da parturiente traz consigo uma visão subjacente de que o corpo feminino é
uma máquina inerentemente defeituosa e geralmente incapaz de produzir bebês
perfeitos sem a assistência tecnológica dos profissionais. Nesse sentido, quanto mais
aparelhada for a maternidade, quanto maior a disponibilidade de tecnologia de ponta,
melhor será o seu conceito entre os profissionais de saúde e a população de maneira
geral.
Conforme assinala Santos (2002): “o modelo tecnocrático nos mostra a gravidez,
parto e nascimento na perspectiva da sociedade industrializada, tecnológica, e sob a
29
ótica masculina. A parturiente, assim, é vista enquanto um objeto sobre o qual alguns
procedimentos e rotinas deverão ser realizados em todos os partos, como por exemplo, a
episiotomia.” (p. 113). O autor assinala ainda que, dentro dessa concepção, é o obstetra
quem “faz” o parto. Com o processo de medicalização, o parto passou a ser visto não
como uma atividade na qual a mulher está engajada, mas como um serviço a ser
prestado pela medicina. Por conseqüência, as mulheres passaram a ser vistas não como
sujeitos de um processo, mas como objetos de uma prática, ou seja, pacientes ao lado de
outros doentes.
Os profissionais, a partir dessa orientação mecanicista e reducionista que
recebem em sua formação, acabam adotando com os seres humanos os mesmos critérios
aplicados às máquinas e, assim, desconsiderando o que lhes confere características
humanas, como sua subjetividade e sua inserção em um contexto cultural e social mais
amplo.
1.3 O Movimento pela Humanização do Parto e Nascimento
Embora a atual assistência ao parto e nascimento em muitos países seja ainda
fortemente orientada pelo modelo de atendimento ao parto hospitalar/medicalizado,
cresce em muitos países uma tendência no sentido de propor mudanças a esse modelo.
Conforme aponta Diniz (2005), uma vez que o uso irracional de tecnologia demonstrou
causar mais danos à mulher e ao bebê do que benefícios, “há cerca de 25 anos inicia-se
um movimento internacional por priorizar a tecnologia apropriada, a qualidade da
interação entre parturiente e seus cuidadores e a desincorporação da tecnologia danosa.”
(p.629). Esse movimento recebeu nomes diversos em diferentes países, tendo como
base consensual as propostas da Organização Mundial de Saúde difundidas a partir de
1985. No Brasil, em geral, é chamado de Movimento pela Humanização do Parto e
Nascimento (MHPN).
Tornquist (2002) vê no MHPN o desdobramento das idéias difundidas na década
de 1950 por Dick e Lamaze, obstetras que estavam preocupados em minimizar as dores
do parto e transformá-lo em um evento mais prazeroso, por meio de técnicas
comportamentalistas. Posteriormente, conforme aponta a autora, outros obstetras, como
Fredérick Leboyer, Michel Odent e Moisés Paciornik, tendo em vista a mesma
preocupação, desenvolveram experiências concretas de preparação para o parto. Essas
experiências incorporavam novos ideais, entre os quais se destacam a compreensão do
30
parto como dimensão da sexualidade da mulher, a participação do pai no processo de
parto, a valorização do feto e do recém-nascido como sujeito dotado de individualidade,
a valorização da natureza, a crítica à medicalização da saúde, a inspiração em métodos e
técnicas não ocidentais de cuidados com o corpo e a saúde e a incorporação de outras
categorias profissionais na assistência.
Conforme demonstra Diniz (2001), a sistematização da reflexão crítica sobre o
modelo hegemônico de assistência ao parto teve início no contexto do Ano
Internacional da Criança, em 1979, quando foi criado, na Europa, um comitê regional
para estudar os limites das intervenções propostas para reduzir as taxas de morbidade
12
e de mortalidade perinatal e materna naquele continente. Esse estudo identificou, entre
outros problemas, a falta de consenso sobre os melhores procedimentos e a extrema
variabilidade de opiniões. A partir de então, vários grupos de profissionais passaram a
se organizar visando sistematizar os estudos de eficácia e segurança na assistência à
gravidez, ao parto e pós-parto.
Esse processo envolveu, além de especialistas, representantes de grupos de
mulheres e de organizações de consumidores dos serviços de saúde. Um dos seus
resultados mais importantes foi a publicação da revisão sistemática de cerca de 40.000
estudos sobre 275 práticas de assistência perinatal, que foram classificados quanto á sua
efetividade e segurança. Esse trabalho foi coordenado por obstetras e teve a colaboração
de pediatras, enfermeiras, estatísticos, epidemiologistas, cientistas sociais, parteiras etc.,
e durou quase uma década, recebendo o nome de “Iniciativa Cochrane” em homenagem
ao epidemiologista clínico britânico Archie Cochrane que teve uma forte influência no
movimento que ficou conhecido como Medicina Baseada na Evidência Científica
(MBEC). Assinala a autora:
Assim, com base nestes estudos, na metade da década de 80, a avaliação
científica das práticas de assistência vem evidenciando a efetividade e a
segurança de uma atenção ao parto com um mínimo de, se alguma,
intervenção sobre a fisiologia, e de muitos procedimentos centrados nas
necessidades das parturientes – ao invés de organizados em função das
necessidades das instituições de assistência (Diniz, 2001, p. 3).
12
Taxa de morbidade: número de casos de uma doença específica em determinado período de tempo por
unidade populacional ou de pessoas vivas (Taber, 2000).
31
Assim, além de ser tributário dessa história das vanguardas obstétricas,
conforme demonstra Tornquist (2002), o MHPN hoje tem incorporado as lições da
MBEC, concepção que critica a medicina convencional na medida em que esta se utiliza
e abusa de crenças e valores que não têm respaldo científico, mas estão, na verdade,
apoiados em concepções culturais. Nesse sentido, tem sido amplamente criticada dentro
do MHPN a utilização rotineira de práticas de assistência como o enema, a tricotomia e
a episiotomia, entre outras, por o haver base científica que as justifique, sendo essas
críticas respaldadas por recomendações técnicas da OMS (OMS, 1996).
Conforme demonstra Diniz (2005), o termo “humanizar” é utilizado atualmente
com os sentidos mais diversos, mas nas suas muitas versões, a humanização da
assistência “expressa uma mudança na compreensão do parto como experiência humana
e, para quem o assiste, uma mudança no ‘que fazer’ diante do sofrimento de outro
humano” (p. 628).
A autora, a partir de uma pesquisa realizada em duas maternidades públicas de
São Paulo identificadas com a proposta de humanização, constatou serem rios os
sentidos atribuídos à humanização do parto pelos sujeitos envolvidos na assistência e
que permitem compreender as muitas facetas dessa mudança na maneira de concebê-la:
a) humanização como legitimidade científica da medicina, ou da assistência baseada na
evidência, que consiste em defender uma prática orientada por revisões sistemáticas de
ensaios clínicos randomizados, em oposição à prática orientada pela opinião e tradição;
b) humanização como legitimidade política de reivindicação e defesa dos direitos das
mulheres (e crianças e famílias) na assistência ao nascimento. Esse sentido atribuído à
humanização implica defender uma assistência baseada nos direitos, de modo a
promover um parto seguro e não-violento e que às usuárias inclusive o direito de
conhecer os procedimentos e decidir quais deverão ser utilizados no parto sem
intercorrências. Além desse direito, as mães ainda têm o direito à integridade corporal
(não sofrer dano evitável), à condição de pessoa (o direito à escolha informada de
procedimentos), a estar livre de tratamento cruel, desumano e degradante (prevenção de
procedimentos física, emocional ou moralmente penosos), à equidade, tal como definida
pelo SUS, entre outros. Essa abordagem baseada nos direitos busca combinar direitos
sociais em geral e direitos reprodutivos sexuais em especial;
c) humanização relativa ao resultado da tecnologia adequada na saúde da população, o
que está relacionado à reivindicação de políticas públicas no sentido de uma
legitimidade epidemiológica, ou de saúde pública, visando alcançar os melhores
32
resultados com menos agravos iatrogênicos
13
maternos e perinatais. Conforme destaca a
autora, esse sentido ganha maior importância à proporção que crescem as evidências de
que o excesso de intervenção leva a um aumento da morbi-mortalidade
14
materna e
neonatal, e se preconiza uma redução das intervenções iatrogênicas como forma de
promoção da saúde;
d) humanização como legitimidade profissional e corporativa de um redimensionamento
dos papéis e poderes na assistência ao parto. Esse sentido atribuído à humanização
inclui o deslocamento da função principal, ou pelo menos exclusiva, no parto normal,
do cirurgião obstetra para a enfermeira obstetriz, o que foi legitimado pelo pagamento
desse procedimento pelo Ministério da Saúde. Segundo a autora, essa abordagem
desloca também o local privilegiado do parto do centro cirúrgico para a sala de parto ou
casa de parto;
e) humanização considerada como legitimidade financeira dos modelos de assistência,
visando à racionalidade no uso dos recursos. Essa racionalidade é apontada tanto como
desvantagem, na medida em que é vista como economia de recursos e sonegação do
cuidado apropriado para as populações carentes, quanto uma vantagem, na medida em
que é percebida como economia de recursos escassos, propiciando um maior alcance
das ações e menos gastos com procedimentos desnecessários e suas complicações;
f) humanização referida à legitimidade da participação da parturiente nas decisões sobre
sua saúde, à melhoria na relação médico-paciente ou enfermeira-paciente. Nesse sentido
atribuído à humanização é dada ênfase à importância do diálogo com a paciente, à
inclusão do pai no parto, à presença de doulas
15
, em alguma negociação nos
procedimentos de rotina, à necessidade da gentileza e da “boa educação” na relação
entre instituições e seus consumidores. Essa forma de ver a humanização inclui a defesa
da mudança arquitetônica de rios serviços particulares, de modo a promover maior
privacidade e conforto para as pacientes, com a instalação de salas do tipo “PPP”
16
(pré-
parto, parto e pós parto), entre outras inovações;
g) humanização como direito ao alívio da dor, que defende a inclusão para pacientes do
SUS no consumo de procedimentos tidos como humanitários, antes disponíveis às
13
Iatrogênico: qualquer condição mental ou física adversa induzida num paciente por efeitos de
tratamento por um médico ou cirurgião (Taber, 2000).
14
Taxa de morbidade acrescida à taxa de mortalidade (Diniz, 2004).
15
Doula: mulher que acompanha outra mulher durante o trabalho de parto, oferecendo contínuo apoio
físico e emocional antes, durante e após o parto (Klaus, Kennell & Klaus, 1993).
16
Sala PPP: salas de parto onde a mulher é internada em trabalho de parto, tem seu bebê e passa algum
tempo depois do nascimento (Diniz, 2004).
33
pacientes da rede privada, como a analgesia de parto. Para alguns médicos, parto
humanizado é sinônimo de acesso à anestesia peridural
17
, como destaca a autora.
Conforme citado anteriormente, essa nova forma de pensar a assistência tem
sido respaldada pela OMS que, desde 1985, tem elaborado diversos documentos que
apontam para uma mudança no atendimento ao parto e nascimento. Em 1996, a OMS
sistematizou todos os procedimentos meta-analisados pela iniciativa Cochrane e
classificou em quatro categorias as práticas mais comumente utilizadas no parto normal.
São elas:
A) práticas demonstradamente úteis e que devem ser estimuladas, entre as quais se
encontram o respeito ao direito da mulher à privacidade no local do parto, o respeito à
sua escolha dos seus acompanhantes durante o trabalho de parto e o parto, o
fornecimento de todas as explicações e informações que a parturiente desejar, o uso de
métodos não farmacológicos para alívio da dor (massagens e técnicas de relaxamento,
entre outros) durante o trabalho de parto, a estimulação do contato cutâneo direto
precoce entre mãe e filho e o apoio ao início da amamentação na primeira hora após o
parto, entre outras práticas;
B) práticas claramente prejudiciais ou ineficazes e que devem ser eliminadas, entre as
quais se destacam o uso rotineiro do enema, da tricotomia e da posição de litotomia
18
durante o trabalho de parto;
C) práticas em relação às quais não existem evidências suficientes para apoiar uma
recomendação clara e que devem ser utilizadas com cautela, até que mais pesquisas
esclareçam a questão. Aqui se incluem práticas como a manipulação ativa do feto no
momento do parto e o pinçamento precoce do cordão umbilical;
D) práticas freqüentemente utilizadas de modo inadequado. Entre essas práticas estão o
controle da dor por analgesia peridural, a correção da dinâmica do trabalho de parto
com a utilização da ocitocina, o parto operatório e o uso liberal ou rotineiro da
episiotomia (OMS, 1996). Tal classificação buscou tornar mais objetiva a consulta dos
profissionais a respeito de suas decisões.
No Brasil, segundo Tornquist (2002), pode-se falar de um movimento social pela
humanização do parto e do nascimento pelo menos desde o final da década de 1980,
período em que se observou a organização de algumas associações de tipo não-
17
Anestesia peridural: tipo de anestesia em que o médico introduz uma cânula na coluna vertebral e injeta
uma solução anestésica a cada período de tempo, ou mesmo continuamente (Diniz, 2004).
18
Posição de litotomia: posição em que a mulher fica deitada de costas com as nádegas na extremidade da
mesa cirúrgica, as coxas e os joelhos completamente fletidos e os pés apoiados em alças (Stedman, 1999).
34
governamental e redes de movimentos identificadas principalmente com a crítica ao
modelo medicalizado de assistência. Entre essas redes, destaca-se a Rede pela
Humanização do Parto e Nascimento (REHUNA), constituída em 1993 e com
representantes em todo o País, entre profissionais e usuários dos serviços de saúde e que
têm desenvolvido ações importantes para a implementação efetiva dessa nova proposta.
Entre essas ações, destacam-se a realização de campanhas como a que defendeu o
direito à presença do acompanhante durante o trabalho de parto e o parto e que
contribuiu para a criação de uma lei federal
19
garantindo esse direito a todas as usuárias
do SUS, além daquela que defende a abolição da realização de episiotomias de rotina,
bem como a organização de diversos eventos nacionais e internacionais.
O Ministério da Saúde também aderiu à nova proposta e, em 2000, foi
implementado o Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento. Na publicação
do manual intitulado “Parto, Aborto e Puerpério - Assistência Humanizada à Mulher”,
em 2001, é possível notar o reconhecimento da gravidez e parto como eventos sociais.
Aspectos como a consideração da individualidade da mulher na assistência, a percepção
das suas necessidades, a importância de ela assumir o comando da situação e do vínculo
com o profissional de saúde que presta o atendimento são ressaltados (MS, 2001).
Dessa forma, o MHPN representa uma oposição à medicalização do parto,
caracterizada pela exacerbação do paradigma médico que trata o parto como evento
patológico e está centrado no intervencionismo técnico. Conforme foi demonstrado,
dentro dessa nova proposta, encontra-se uma preocupação que abrange, além de
aspectos relativos à saúde pública, como a redução da taxa de cesáreas e mortalidade
materna, também uma preocupação com o bem-estar da mulher e do bebê, acentuando-
se a importância dos aspectos sociais, psicológicos e culturais envolvidos no parto.
também uma tentativa de resgatar o trabalho das parteiras e integrá-las ao Sistema de
Saúde.
Diniz (2001) aponta que essas mudanças na maneira de compreender a
assistência resultaram em um novo paradigma de atenção, segundo o qual qualquer
intervenção sobre a fisiologia do parto só deve ser feita quando se prova mais segura
e/ou efetiva do que a não-intervenção. Esse novo paradigma postula também o direito à
informação e à decisão informada nas ações de saúde, o que implica uma mudança
importante na maneira de conceber a relação médico-paciente, na medida em que supõe
que a decisão deve ser compartilhada entre os envolvidos, em vez de tomada de forma
19
Lei Federal nº 11.108, de 7 de abril de 2005.
35
unilateral pelo profissional ou pela instituição que presta a assistência. Porém, conforme
analisa a autora, no Brasil, essas e outras recomendações vêm sendo sistematicamente
desconsideradas, quando muito são conhecidas.
A despeito das contribuições inquestionáveis que a proposta da humanização
tem trazido para a melhoria da assistência ao parto no Brasil, na prática, o que se
observa é que mesmo os serviços de saúde com ela identificados apresentam lacunas
importantes na atenção. Em estudo etnográfico, realizado numa maternidade pública
identificada com o ideário da humanização, Tornquist (2003) aponta para a necessidade
de colocar em perspectiva os próprios valores e as representações que sustentam as
iniciativas humanizadoras. De acordo com a autora, se de um lado o ideário do parto
humanizado advoga os direitos das mulheres no momento do parto, de outro parece
estar desatento às diferenças socioculturais existentes entre essas mulheres e se basear
em aspectos técnicos isolados e em um modelo universalista de família e feminilidade.
Se as mulheres não são vistas como sujeitos, sujeitos estes que advêm de
culturas diferentes e que têm emoções e desejos que não são universais nem
meramente mensuráveis, as medidas humanizadoras poderiam resultar em
meros procedimentos técnicos, produzindo efeitos tão deletérios quanto o
tratamento tecnocrático que se pretende combater.” (Tornquist, 2003, p.
426).
Dessa forma, a presente pesquisa assumiu como pressuposto a idéia de que, para
transformar a assistência, há que se conhecer as representações sociais que a sustentam.
1.4 A Teoria das Representações Sociais
Conforme mencionado anteriormente, a pesquisa a ser realizada insere-se no
campo de estudos das representações sociais. Com o intuito de permitir a compreensão
dos pressupostos que fundamentam a Teoria das Representações Sociais, serão
apresentados alguns aspectos desse campo teórico que se relacionam com a investigação
em tese.
36
1.4.1 Aspectos Históricos
A teoria das Representações Sociais foi elaborada inicialmente pelo psicólogo
romeno, naturalizado na França, Serge Moscovici, a partir dos dados levantados em
estudo realizado entre 1952 e 1959 e que resultou em sua tese de doutorado. O objetivo
de sua pesquisa era compreender como uma novidade no campo do conhecimento
especializado, no caso a psicanálise, era recebida pelo público francês na década de
1950 e reconstruída no imaginário social, transformando-se em “saber prático do senso
comum” (Nóbrega, 2001).
Conforme demonstra Sá (1993), uma das preocupações de Moscovici era a
construção de uma psicologia mais socialmente orientada em oposição à perspectiva
individualista da tradição norte-americana dominante. Foi com esse intuito que
Moscovici buscou na tradição sociológica de Durkheim o conceito de Representações
Coletivas, desenvolvido pelo sociólogo francês em sua obra intitulada “As formas
elementares da vida religiosa”, publicada em 1912. Porém, na noção durkheimiana, as
representações “constituíam uma classe muito genérica de fenômenos psíquicos e
sociais, abrangendo o que designamos por ciência, ideologia mito, etc.” (Moscovici,
1978, p.42).
Conforme analisa Nóbrega (2001), o conceito de Representações Coletivas de
Durkheim continha uma “interpretação dicotômica de um social estático e impermeável
à instabilidade das mudanças individuais” (p.58). Estabelecia uma “oposição entre o
individual e o coletivo, pessoa e sociedade, estável e instável” (p.58). Estas limitações,
conforme demonstra a autora, acabaram contribuindo para que o conceito tenha sido
negligenciado pelos estudiosos durante muito tempo. Dessa forma,
essas clivagens fizeram-se obstáculos à elaboração epistemológica do
conceito de representação. Nessa lacuna teórica dos estudos de Durkheim,
abre-se, para MOSCOVICI, o campo de pesquisa propício à construção da
teoria das representações sociais. Objeto que se encontra não mais no
terreno da sociologia, mas na interseção indivisível do individual e do social,
captado pela psicossociologia deste autor (p.58).
Com a publicação de La psychanalyse, son image et son public, em 1961,
Moscovici introduziu a teoria das Representações Sociais, inaugurando um novo campo
de estudo na interpretação da realidade cotidiana da vida moderna.
37
Conforme analisa Nóbrega (2001), Moscovici reconheceu a importância da
comunicação como fenômeno presente nas relações entre os indivíduos e que permite
transformar o individual em social e vice-versa. Esse autor recusou a noção de
homogeneidade das representações sociais, considerando a interferência que sofrem de
condições sociais desiguais às quais estão sujeitos os diferentes grupos que compõem
uma sociedade. Moscovici opunha-se também à visão durkheimiana que enfatiza a idéia
de reprodução do pensamento e caracteriza as representações como processo criativo.
No entanto, seria somente a partir da década de 1970 que a teoria ganharia destaque e
suscitaria o interesse de pesquisa em diferentes áreas do conhecimento e em diversos
países.
1.4.2 O Conceito de Representações Sociais
Como conseqüência da grande difusão da Teoria das Representações Sociais no
meio científico a partir da década de 1970 e devido à complexidade do fenômeno em
questão, surgiram diferentes concepções sobre a noção de representação social. Nesse
sentido, é importante destacar que está se falando aqui de um fenômeno que envolve
processos psíquicos, sociais, cognitivos e comunicacionais, o que justifica em parte a
dificuldade em definir o conceito.
Moscovici (1978) define assim as representações sociais:
sistemas que têm uma lógica e uma linguagem particulares, uma estrutura de
implicações que assenta em valores e em conceitos. Um estilo de discurso
que lhes é próprio. Não os consideramos como ‘opiniões sobre’ ou ‘imagens
de’, mas como teorias’, ‘ciências coletivas’ sui generis, destinadas à
interpretação e elaboração do real. (p. 50).
Posteriormente, o autor afirma que o estudo das representações sociais:
focaliza-se na maneira pela qual os seres humanos tentam captar e
compreender as coisas que os circulam e resolver os ‘lugares comuns’ e
quebra-cabeças que envolvem seu nascimento, seus corpos, suas humilhações,
o céu que vêem, os humores de seu vizinho e o poder a que se submetem:
quebra-cabeças que os tem preocupado desde a tenra infância e que continuam
a preocupá-los e oferecer-lhes tópicos para a conversa (Moscovici,1981, p.
182).
Abric (1998) define as representações sociais como: “uma visão funcional do
mundo, que, por sua vez, permite ao indivíduo e ao grupo dar um sentido às suas
38
condutas e compreender a realidade através de seu próprio sistema de referências;
permitindo assim ao indivíduo se adaptar e encontrar um lugar nesta realidade” (p.28).
Jodelet (2001) elaborou o seguinte conceito de representações sociais: “é uma
forma de conhecimento, socialmente elaborada e partilhada, com um objetivo prático, e
que contribui para a construção de uma realidade comum a um conjunto social” (p.22).
Assim, tem-se que a noção de representação social é compreendida como
sistemas de interpretação, teorias não oficiais e espontâneas, saber prático de senso
comum que rege a relação do homem com o mundo, além de orientar e organizar a sua
conduta e as comunicações sociais (Jodelet, 2001& Moscovici, 1981).
1.4.3 Dimensões e Funções das Representações Sociais
Moscovici (1978) formula a hipótese de que as representações sociais possuem
três dimensões, as quais são de grande utilidade metodológica para a comparação de
grupos diferentes quanto ao seu grau de estruturação. A dimensão “informação” refere-
se à organização dos conhecimentos que um grupo possui a respeito de um objeto
social. Assim é possível, por exemplo, que em determinados grupos não exista
informação coerente a respeito de um tema e, em outro grupo, encontrem-se
informações mais consistentes sobre o mesmo tema. A dimensão “campo de
representação” remete à idéia de imagem, de modelo social, e ao conteúdo concreto das
proposições sobre um aspecto preciso do objeto das representações sociais. Por último,
a dimensão “atitude” refere-se à uma orientação global em relação ao objeto da
representação, que pode variar de favorável à desfavorável, assim como posições
intermediárias.
Moscovici (1981) atribui às representações sociais a função de tornar uma
novidade algo familiar. Percebe, assim, a sua importância como fonte de segurança
para um grupo, na medida em que representar o novo permite ao grupo manter seu
sentimento de estabilidade diante de algo estranho e desprovido de significado.
Abric (1998) reconhece quatro funções das representações sociais. São elas a
função de saber, função identitária, função de orientação e função justificadora. A
primeira função relaciona-se à necessidade dos indivíduos e grupos de explicar e
compreender a realidade. Dessa forma, o novo conhecimento pode ser integrado ao
quadro de referência preexistente. A segunda função está ligada à preservação da
imagem positiva que os grupos sociais têm de si, bem como sua especificidade na
39
inserção social. A função de orientação, por sua vez, está relacionada à determinação
das representações sociais nos comportamentos e práticas sociais. Conforme aponta o
autor, “ela define o que é lícito, tolerável ou inaceitável em um dado contexto social”
(p.30). A função justificadora, por fim, permite aos grupos justificar e explicar sua
conduta perante outros grupos. Nesse sentido, as representações sociais podem
preservar e justificar a diferenciação social, contribuindo para a discriminação e
manutenção da distância social entre diferentes grupos.
1.4.4 Processos de Formação das Representações Sociais
Conforme demonstra Moscovici (1981), são dois os processos que atuam na
gênese das representações sociais: objetificação e ancoragem.
A objetificação compreende em “descobrir o aspecto icônico de uma idéia ou ser
mal definido, isto é, fazer equivaler o conceito com a imagem” (Moscovici, 1981, p.
199). Por isso, o autor vai falar em “núcleo figurativo” das representações sociais. De
acordo com Nóbrega (2001), trata-se de materializar as abstrações, corporificar os
pensamentos, tornar físico e visível o impalpável, enfim, transformar em objeto o que é
representado” (p.73).
Moscovici (1981) vai mostrar que a objetificação permite aos grupos falar mais
facilmente sobre o conteúdo de uma representação. Fórmulas e clichês são
desenvolvidos, simplificando e unificando imagens que antes não faziam sentido. Como
exemplo, o autor cita os resultados de sua pesquisa em que constatou que, para o
público francês, um conceito psicanalítico como o de “complexo”, passa a ser um
atributo quase físico de uma pessoa, e o conceito de “aparelho psíquico” adquire
elementos concretos. Moscovici (1981) vai ainda mostrar que, com o tempo, a
diferença entre a imagem e a realidade é eliminada, ou seja, a imagem deixa de ser um
símbolo para ser tomada como uma cópia da realidade.
A ancoragem é o processo constituinte da representação social por meio do qual
o que é desconhecido é incorporado a um repertório de conhecimentos preexistentes.
Trata-se de ordenar a novidade dentro de categorias antigas, de uma rede de
significações disponíveis para interpretar o real (Nóbrega, 2001). Moscovici (1981)
demonstra que o processo de ancoragem envolve classificar e rotular. Classificar
significa impor um conjunto de regras e comportamentos a alguém, atribuir um valor
positivo ou negativo a cada coisa e dar-lhe um lugar dentro de uma ordem hierárquica.
40
Rotular relaciona-se à nomeação com uma palavra que pertença à linguagem do grupo
que o faz, significa receber uma posição segura dentro da matriz de identidade da
cultura a qual o grupo pertence. Assim, conforme demonstra o autor, o produto final
desse processo é que o não identificável passa a ter uma identidade, o que permite, por
exemplo, que um conceito científico penetre na linguagem do dia-a-dia.
1.4.5 A Relação entre Ciência e Senso Comum
Um aspecto importante, abordado pela Teoria das Representações Sociais e que
se relaciona diretamente ao problema de pesquisa deste estudo, diz respeito à relação
entre ciência e senso comum.
Moscovici considera coexistirem nas sociedades contemporâneas duas formas
diferentes de universos de pensamento: os universos consensuais e os universos
reificados. À primeira classe, Moscovici faz corresponder o mundo do senso comum e à
segunda, o mundo da ciência (Sá, 1993). Nos universos reificados
é que se produzem e circulam as ciências e o pensamento erudito em geral,
com sua objetividade, seu rigor lógico e metodológico, sua teorização
abstrata, sua compartimentalização em especialidades e sua estratificação
hierárquica. Aos universos consensuais correspondem as atividades
intelectuais da interação social e cotidiana pelas quais são produzidas as
Representações Sociais (Sá, 1993, p.28).
Bangerter (1995) propõe reexaminar a relação entre ciência e senso comum
como é concebida pela Teoria das Representações Sociais. O autor critica a oposição
que Moscovici faz entre ciência e senso comum e propõe um incremento da
complexidade na análise da comparação entre essas duas formas de conhecimento. Para
esse autor, a relação entre conhecimento comum e conhecimento restrito é relativa, na
medida em que, dentro de uma dada cultura, muitas outras subculturas. Assim, uma
subcultura ou subgrupo pode ser considerado um expert quanto a um determinado tema
em relação a outro subgrupo e, ao mesmo tempo, ser considerado um leigo em relação a
outro subgrupo sobre o mesmo tema.
Esse autor cita Flick
20
para mostrar que existe uma classificação de diferentes
categorias de conhecimento na sociedade ocidental pós-industrial, como mito, religião,
senso comum pré-científico, entre outros. Assim, Bangerter (1995) conclui que a
20
Flick, U. (1995). Alltagswissen in der sozialpsychologie. In U. Flick (Hg.), Psychologie des sozialen,
pp. 54-77, Rowohlt Verlag.
41
simples dicotomia entre ciência e senso comum é apenas uma parte de um ciclo
transformativo de conhecimento muito mais complexo. Portanto, a ciência é apenas uma
parte desse ciclo sujeita também à influência de diferentes aspectos do conhecimento
não científico.
Bangerter (1995) propõe uma designação mais realística de ciência, que a veja
como um sistema social complexo, ou um conjunto de diferentes sistemas em interação,
e não como uma estrutura homogênea. Dessa forma, o conhecimento científico não é
mais homogêneo do que outras formas de conhecimento, e um exemplo disso é a
especialização cada vez maior dos cientistas. Nesse sentido, analisa o autor, não há uma,
mas muitas ciências, sendo que cada disciplina tem subdisciplinas ou especializações,
por sua vez, com suas tradições e sua história.
Ele também defende a idéia de que existem representações sociais não somente
na interface entre ciência e público geral, mas também dentro da própria ciência.
uma distribuição desigual de competência e status nas ciências, ou seja, alguns
cientistas podem ser leigos para outros cientistas no que concerne a determinada
matéria. Portanto, dessa premissa resulta a implicação de que, ao se afirmar como
Moscovici o fez, que a função da representação social é transformar o não familiar em
familiar, será necessário deixar claro em relação a qual sistema de conhecimento está se
fazendo a afirmação. Portanto, conclui o autor, é importante ter-se em conta que a
familiaridade é sempre específica a uma determinada cultura. Por último Bangerter
(1995) vai considerar a influência da sociedade leiga na ciência, que esta não é
produzida por máquinas, mas por seres humanos.
Levando em consideração a assistência ao parto, está-se diante de dois tipos de
conhecimentos distintos: o saber das mulheres, construído a partir das interações sociais
e com base em sua própria experiência de parir, e o saber dos especialistas, aprendido
no meio científico, que sofre a influência de diferentes aspectos do conhecimento não
científico, conforme aponta Bangerter (1995). Na pesquisa em questão, procurou-se
saber como esses dois tipos de conhecimentos convivem e que tipo de relação se
estabelece entre os dois. Espera-se que o estudo desenvolvido possa trazer uma
importante contribuição a essa discussão.
42
1.4.6 Representações Sociais e Práticas Sociais
A respeito da relação entre representações sociais e práticas sociais, a literatura
aponta para idéia de que as mudanças nas práticas alteram a visão de mundo de grupos
sociais. Andrade (1998) afirma não haver discordâncias entre os especialistas de que
tais mudanças alteram progressivamente as representações sociais. Nesse sentido,
Rouquette (1998) considera as práticas como agentes de transformação das
representações.
No entanto, conforme demonstra Andrade (1998), não existe um consenso entre
os especialistas a respeito da influência ou determinação das representações sociais de
grupos sociais sobre suas respectivas práticas. Abric (2001) tem se dedicado ao estudo
experimental das representações sociais e defende a hipótese de que “os
comportamentos dos sujeitos ou dos grupos não são determinados pelas características
objetivas das situações, mas pela representação desta situação” (p.156).
O autor relata uma série de estudos que m a corroborar esta hipótese. Uma
destas pesquisas, relativa ao efeito das representações sobre o comportamento
interpessoal, demonstra que o comportamento de uma pessoa não é ditado pelo
comportamento efetivo do parceiro com o qual ela se relaciona, mas pela representação
desse parceiro. O comportamento é interpretado em função dessa representação. Assim,
conclui o autor, um mesmo comportamento efetivo pode dar lugar a reações
comportamentais completamente diferentes, segundo a significação que lhe é atribuída.
Outra pesquisa realizada por Abric (2001) demonstra que o comportamento de
um grupo, assim como seu desempenho e sua estrutura de comunicação são
determinados não pelo tipo de tarefa que ele efetua, mas pela representação dessa tarefa.
Constata-se que para uma mesma tarefa, duas representações diferentes levam o grupo a
adotar dois processos cognitivos diferentes. O autor conclui que não é a natureza do
problema proposto que é determinante no desempenho do grupo, mas sim a relação do
indivíduo com o problema, como a situação é representada por ele. Dessa forma, afirma
o autor:
Grade de interpretação e de decodificação da realidade, as representações
produzem a antecipação dos atos e dos comportamentos (seus e dos outros),
a interpretação da situação num sentido preestabelecido, graças a um sistema
de categorização coerente e estável. Inibidoras das condutas, elas permitem
sua justificação em relação às normas sociais e sua integração. O
funcionamento operatório tanto dos indivíduos quanto dos grupos é
diretamente dependente do funcionamento simbólico (Abric, 2001, p. 168).
43
Wagner (1993) vai defender a idéia de que a representação social não pode ser
considerada como explicação causal do comportamento. O autor sugere que a relação
entre representação e comportamento é uma relação de descrição. Assim, a correlação
não pode ser a de uma prova, mas apenas a de uma ilustração ou exemplo. Segundo o
autor, não é possível conceber que uma representação determine um comportamento,
pois de acordo com seu ponto de vista, representação e ação formam um complexo
inseparável. O comportamento é parte e parcela da representação e por isso não pode ser
separado conceitualmente.
Rouquette (1998), analisando a questão da relação entre representações sociais e
práticas sociais, também defende a posição de que existe uma influência das
representações sobre as práticas, mas que esta não é a de uma determinação. O autor
considera aspectos importantes nessa relação e que dizem respeito ao grau de liberdade
quanto à interpretação da realidade, assim como a questão da individualidade nas
escolhas que orientam uma ação. Assim, conclui o autor: “Essa influência das
representações sobre as práticas é, portanto, uma condição de coerção variável e não
uma determinação propriamente dita” (p.42).
A despeito das diferentes visões encontradas na literatura sobre a relação entre
representações e práticas sociais, é possível concluir que existe uma influência das
primeiras sobre as últimas. Essa relação é de extrema importância para esta pesquisa,
em que se assumiu como pressuposto a idéia de que, para promover melhorias na
assistência ao parto, seria importante conhecer como mulheres que passaram por essa
experiência e os profissionais a representam. Quais são as diferenças e semelhanças
nessas representações e como elas podem influenciar a assistência que se espera e
aquela que se presta? Acredita-se que a mudança não passa apenas por questões
técnicas, mas principalmente pela maneira de ver os diferentes aspectos que cercam o
momento do parto e, entre eles, a assistência.
44
2 Pesquisas Sobre a Assistência ao Parto
2.1 Estudos de Representações Sociais e Assistência ao Parto
Na literatura consultada, foram encontradas poucas pesquisas sobre
representação social (RS) relacionados à assistência ao parto. Observou-se que os
estudos de representação social na área de reprodução humana são escassos e têm
enfocado outros temas. Dessa forma, foram encontrados estudos a respeito de
representações maternas sobre filho internado em UTI neonatal e sobre a saúde de bebês
prematuros; RS da maternidade e paternidade entre mães com filho recém-nascido
internado em UTI neonatal e por adolescentes grávidas; RS de gravidez entre mulheres
com doenças como diabetes e hipertensão, entre meninas de rua e na Revista Capricho;
RS de adolescentes grávidas sobre gravidez na adolescência; RS da gestante sobre o
conceito e valorização da auto-estima; RS de mulheres no puerpério sobre práticas
educativas no pré-natal relacionadas à gestação, parto e maternidade. Foram
encontrados também trabalhos relacionados aos temas aborto e esterilização tubária.
Quatro foram os estudos encontrados sobre representação social relacionados à
assistência ao parto. Um estudo de Valverde e Diniz (2001) procurou compreender o
entendimento de enfermeiras que trabalhavam numa maternidade pública em Salvador e
de alunas em um curso de especialização em enfermagem obstétrica sobre a assistência
humanizada. As autoras identificaram que, para as participantes, a humanização é
representada como um procedimento que na maior parte das vezes é isolado de qualquer
atividade técnica e que sobrecarrega o seu trabalho, que estas não dispõem de tempo.
As enfermeiras expressaram também uma visão de que essa forma de atendimento se
restringe às atividades de um profissional e não requer a participação de uma equipe e
ou de políticas de saúde adequadas.
Por sua vez, um estudo de Soares e Silva (2001) buscou compreender a RS de
puérperas internadas no Alojamento Conjunto do Hospital Universitário da USP sobre
essa unidade de internação. O resultado do estudo mostrou o sentimento de medo e
submissão das mulheres em relação às rotinas institucionais e à equipe de saúde e um
misto de acomodação e resistência com relação à maneira muitas vezes impessoal como
são tratadas. Por outro lado as autoras identificaram que a disponibilidade de alguns
profissionais em interagir efetivamente com essas mulheres atuou como elementos de
resignificação das representações descritas anteriormente.
45
Outra pesquisa encontrada (Wolff & Moura, 2003) estava em fase de
desenvolvimento quando foi publicada e por isso não foi possível apresentar seus
resultados aqui. Seus objetivos foram caracterizar a assistência prestada às parturientes
na visão das usuárias e identificar suas RS acerca dessa assistência.
Dias e Deslandes (2004) procuraram analisar as representações sociais de
médicos sobre os riscos inerentes da cesariana que influenciam a sua indicação e
utilizaram técnicas de observação e entrevista para a coleta de dados. A pesquisa
identificou que as indicações feitas pelos obstetras da unidade pública investigada
sofrem influências de diversos fatores não obstétricos: a insegurança quanto a manobras
obstétricas que poderiam evitar a realização da cesariana, a fragmentação do
atendimento e o medo da responsabilização jurídica, entre outros. A percepção dos
profissionais é de que são cirurgias seguras, rápidas e sem complicações, melhores para
as mulheres, para os bebês e também para os médicos, além de que não haveria
problemas em se indicar cesarianas de forma liberal sem seguir estritamente os critérios
obstétricos. Assim: “A visão dos médicos obstetras e dos residentes é de que a cesariana
seria uma forma de ‘profilaxia das complicações’ que não saberiam manejar, de um
acompanhamento clínico que não poderiam oferecer e de evitar processos por conta dos
mal resultados” (p.114).
Os autores observaram que a fragmentação da assistência obstétrica faz com que
o médico plantonista não acompanhe o pós-operatório das pacientes por ele operadas.
Assim, não ocorre uma avaliação rotineira das complicações maternas ou fetais
decorrentes de uma cesariana realizada desnecessariamente e reitera-se a idéia de que é
mais seguro realizar este tipo de parto.
2.2 Outros Estudos sobre a Assistência ao Parto
Na literatura consultada, foi encontrada uma variedade de estudos relacionados à
maneira como ocorre a assistência em instituições especializadas em obstetrícia e à
forma como as mulheres a percebem, assim como os fatores que interferem em sua
avaliação. Contudo, entre os estudos encontrados, observaram-se objetivos diversos,
bem como a investigação de diferentes aspectos da assistência o que tornou difícil o
apontamento de conclusões gerais sobre esses aspectos.
Observou-se também que as pesquisas relativas à percepção dos profissionais de
saúde sobre a assistência ao parto parecem ser mais escassas, além de atenderem a
46
objetivos diversos. Um dos fatores responsáveis pelas diferenças encontradas na
estruturação desses estudos parece ter sido o fato de terem sido realizados em diferentes
países, com realidades distintas tanto nos aspectos referentes ao tipo de atenção prestada
quanto à cultura e condição social das mulheres investigadas.
Por esse motivo, considerou-se necessário fazer uma descrição sucinta dos
objetivos e resultados desses estudos, sendo que foram privilegiados aqueles que tinham
maior relação com os objetivos e com os resultados que se relacionam mais diretamente
com os aspectos investigados neste trabalho. Num primeiro momento, são apresentados
os trabalhos estrangeiros e depois, então, os estudos nacionais. É importante assinalar
que foram privilegiadas as pesquisas publicadas nos últimos 10 anos. Por fim, são
apresentadas algumas conclusões a partir da análise dos resultados desses trabalhos.
2.2.1 Estudos Estrangeiros
Hodnett (2002) realizou uma revisão sistemática que incluiu 137 relatórios de
pesquisas publicados entre os anos de 1965 e 2000 na língua inglesa sobre fatores que
podem influenciar a avaliação da mulher sobre sua experiência de parto, com particular
atenção aos papéis da dor e do alívio da dor nessa avaliação. A autora salienta que os
estudos sobre satisfação, em geral, têm encontrado altos níveis de satisfação quando
avaliam cuidados de saúde em geral e níveis mais baixos e mais variáveis quando
medem aspectos particulares da experiência.
O estudo concluiu que a qualidade da relação estabelecida com os cuidadores e o
apoio recebido no parto são os fatores que maior influência exercem sobre a satisfação
da mulher com a assistência recebida. A autora destaca que fatores como a experiência
de sentir dor, obter alívio da dor e ser submetida a intervenções médicas durante o parto
não exercem uma influência tão óbvia, direta e poderosa na satisfação no parto quanto
os aspectos citados anteriormente. Entre os aspectos da relação e do apoio recebido
analisados pelas pesquisas foram encontrados: o tipo de comunicação estabelecida com
os profissionais, as informações recebidas, o sentimento de ser envolvida nas decisões e
o quanto se sentiram livres para expressar sentimentos durante o parto.
Quanto aos aspectos demográficos, a autora observou que os estudos têm
encontrado pouca ou nenhuma relação entre características demográficas, como idade,
educação e status socioeconômico, status marital e aulas de preparação para o parto e
satisfação no parto. Outros trabalhos realizados posteriormente têm apontado também
47
pouca ou nenhuma relação entre características demográficas e satisfação no parto
(Green & Baston, 2003; Waldenström, 2004; Waldenström, Hildingsson, Rubertsson &
Radestad, 2004). A cultura e etnia da mulher parecem ter um papel importante na
determinação da satisfação apenas quando afetam as atitudes e os comportamentos dos
cuidadores para com ela, em particular a habilidade destes para se comunicarem com ela
e envolvê-la nas decisões que cercam o seu parto. Nos estudos analisados, a autora
observou ainda que as multíparas tendem a apresentar níveis mais altos de satisfação do
que as primíparas
21
. Green e Baston (2003) também encontraram relação entre paridade
e satisfação no parto.
Analisando a questão da quantidade de tempo ideal para proceder às pesquisas
após o parto, o estudo identificou que não evidências suficientes nas quais se basear
para concluir sobre o impacto desse fator na avaliação da satisfação no parto, pois,
segundo a autora, não tempo ótimo para a realização da pesquisa. Nas suas palavras,
essa questão vai depender dos objetivos do estudo, ponderando, contudo, que a
avaliação da satisfação no pós-parto imediato pode ser mascarada pelo que ela chama de
halo effect
22
, pelos fenômenos da negação e what is, must be best
23
.
Segundo a autora, o primeiro fenômeno é o resultado do alívio de a mulher de
ter passado pela experiência de maneira segura e ter um bebê saudável. O fenômeno da
negação, por sua vez, é o primeiro estágio de uma reação de dor quando as expectativas
quanto a uma experiência não foram satisfeitas. O último fenômeno é uma função da
consciência da mulher a respeito do seu próprio papel no processo. A autora cita como
exemplo a escolha dos provedores de cuidado e do lugar do parto.
Hodnett (2002) destaca que a relação do pesquisador com o participante da
pesquisa parece interferir mais negativamente na validação dos estudos do que o tempo
transcorrido após o parto, uma vez que os pacientes tendem a ser especialmente
relutantes em avaliar negativamente o cuidado recebido por medo de não serem aceitos
e de sofrerem represálias.
Waldenström (2004), a partir dos resultados de uma pesquisa anterior realizada
pela autora
24
, a qual havia identificado que 40% das mulheres investigadas haviam
modificado sua avaliação da experiência do parto um ano após o evento (24% delas
21
Primípara: mulher que teve um bebê de 500g (ou 20 semanas de gestação), independente de estar vivo
ou morto (Taber, 2000).
22
Efeito de alívio (tradução da autora).
23
O que é pode ser melhor (tradução da autora).
24
Waldenström, U. Women’s memory of childbirth at two months and one year after birth. Birth
2003;30:248-254.
48
haviam avaliado a experiência de forma mais negativa, e 16%, de forma mais positiva),
buscou compreender em estudo posterior os fatores que poderiam ter contribuído para
que a avaliação do parto tendesse a se tornar mais negativa com o tempo.
O estudo citado mostrou que o fator de risco mais importante foi a mulher ter
sido submetida à cesariana de emergência. Outro fator relacionado à mudança de
opinião das mulheres no sentido mais negativo foi ter experienciado uma dor pior do
que haviam imaginado; além disso, mulheres solteiras e aquelas que demonstraram
excessiva preocupação com o parto ou que apresentaram sintomas depressivos no início
da gravidez também tendem a apresentar índices de insatisfação maiores. Com relação à
assistência ao parto, esse estudo identificou que não se sentir satisfeita com os cuidados
recebidos durante o parto, sob a alegação de que a parteira responsável não estava
suficientemente atenta às suas necessidades e continuava não respondendo às suas
perguntas no acompanhamento que se seguiu dois meses após o parto, foi o fator
estatisticamente mais significativo para que a opinião das mulheres se tornasse menos
positiva com o decorrer do tempo. A autora conclui que os aspectos negativos levam
mais tempo para serem integrados à experiência e concorda com a visão de que medidas
de satisfação investigadas muito próximas ao parto tendem a ser mascaradas pelo alívio
decorrente do fato de o parto ter tido um desfecho feliz. Outros estudos também m
apontado para essa conclusão (Domingues, Santos & Leal, 2004; Teijlingen, Hundley,
Rennie, Graham & Fitzmaurice, 2003; Waldenström, Hildingsson, Rubertsson &
Radestad, 2004).
Waldenström et al. (2004), num estudo realizado na Suécia procurou investigar a
prevalência de uma experiência negativa no parto e os fatores de risco determinantes
para a sua ocorrência, identificaram, em uma amostra de 2.541 mulheres abordadas um
ano após parto, um total de 7% que se referiram a uma experiência negativa.
Em contraste com outros estudos, a pesquisa identificou que dor no parto e as
intervenções médicas estão associadas com experiências negativas. Assim, para a
mulher, ser submetida a uma cesárea de emergência e ter experimentado uma dor pior
do que o que havia imaginado foram os mais fortes determinantes de uma experiência
negativa no parto.
Os autores salientam que fatores sociodemográficos e aqueles sobre educação no
parto são menos importantes como determinantes de uma experiência negativa no parto
do que fatores como falta de apoio dos cuidadores, falta de controle e o não
49
envolvimento nas decisões relacionadas ao parto. A falta de controle é destacada como
um importante fator de risco.
O estudo identificou também que, entre as mulheres com o mesmo nível de dor,
aquelas que receberam analgesia peridural tiveram quase o dobro de risco de
experienciar o parto de maneira negativa. A pesquisa mostra que o alívio da dor não
necessariamente melhora a experiência da mulher com o parto e sugere que o apoio do
cuidador pode ser uma maneira mais efetiva de lidar com a dor no parto do que a
analgesia peridural. Os autores destacam que estudos randomizados têm demonstrado
que a analgesia peridural está associada com maior alívio da dor do que métodos não
peridurais, mas uma escassez de trabalhos demonstrando o efeito do uso daquele
método na experiência de parto.
Uma pesquisa realizada pela Maternity Center Association (2004), já citada
anteriormente, revelou também dados importantes acerca da utilização da analgesia
peridural. Embora esse tenha sido o método mais utilizado para obter o alívio da dor e
de as mulheres o terem avaliado como o mais eficaz para tal fim, entre 38% e 83%
destas não tinham certeza ou não concordavam quanto às várias afirmativas sobre os
riscos potenciais desse método.
Outros estudos estrangeiros têm revelado que a sensação de controle é um dos
mais fortes determinantes para uma experiência positiva no parto. Green e Baston,
(2003), em um estudo realizado com 1146 mulheres inglesas um mês antes e seis
semanas depois do parto, investigaram três medidas de controle durante o processo: se
sentir no controle sobre o que a equipe de saúde faz para si, se sentir no controle do
próprio comportamento e se sentir no controle durante as contrações. O estudo
identificou que a experiência de se sentir no controle sobre o que a equipe faz tem a
contribuição mais significativa para a satisfação no parto. Essa forma de controle
envolve ser hábil em conseguir conforto, sentir-se tratada com respeito e como um
indivíduo e perceber a equipe como atenciosa e delicada. Com relação à influência dos
fatores demográficos, a paridade foi a única variável associada fortemente com as três
medidas de controle, sendo que as multíparas expressaram se sentir mais no controle do
que as primíparas.
Fowles (1998), em uma pesquisa que investigou as considerações de 77
mulheres dois meses após o parto, identificou duas categorias a partir de suas respostas:
experiências positivas e frustrações. As experiências positivas estiveram relacionadas às
pessoas que as ajudaram durante o parto, entre acompanhantes de sua rede social e
50
profissionais de saúde, e ao contexto da experiência, que foi reportado pelas mulheres
como o próprio parto em si. As frustrações estiveram relacionadas à dor, a reações
negativas por parte dos cuidadores, bem como à falta de controle e de conhecimento
sobre o processo de parto. Entre esses aspectos a dor foi a que teve maior prevalência,
tendo sido mencionada por 45 mulheres, incluindo dores atuais, como aquelas
decorrentes de procedimentos como episiotomia e cesariana, e as dores que sentiram no
próprio processo de parto, como aquelas causadas pela indução ao parto. A percepção
negativa dos cuidadores foi o segundo aspecto mais citado na categoria “frustrações”
(25 mulheres), sendo que estas se referiram aos comportamentos dos profissionais
avaliados como “grosseiros”, “não cuidadosos” e “indesejáveis”.
Outra pesquisa, realizada por Campero et al., (1998) numa maternidade pública
no México e que teve por objetivo avaliar os efeitos do apoio psicológico fornecido por
uma doula durante o trabalho de parto, parto e pós-parto, trouxe contribuições
importantes no sentido de compreender como se a assistência naquele país. Foram
realizadas entrevistas em profundidade com 16 mulheres, oito que receberam
acompanhamento de uma doula e oito que não o tiveram.
As autoras identificaram que, de maneira geral, as mulheres apresentaram uma
atitude passiva em relação ao sistema hospitalar, sendo que um comportamento
submisso predominou mesmo entre as que foram acompanhadas por uma doula.
Observou-se também uma tendência entre as mulheres entrevistadas em confiar nos
médicos e percebê-los como os mais apropriados para tomar as decisões relacionadas a
elas e a seus bebês. As autoras identificaram que as mulheres, ao serem admitidas no
hospital, procuravam se adaptar o melhor que podiam às suas normas e, durante a sua
estadia, aprendiam a lógica de funcionamento da instituição, ou seja, que
comportamentos tidos como histéricos, como emitir gritos, por exemplo, despertavam
atitudes negativas nos profissionais médicos, o que elas procuravam evitar.
As autoras constataram também que as mulheres aprendiam quais
comportamentos eram aceitáveis testemunhando como outras mulheres se comportavam
e eram tratadas, pois aquelas que não incomodavam a equipe eram melhor tratadas.
Mesmo assim, quando as mulheres sem o acompanhamento de uma doula foram
questionadas especificamente sobre a maneira como foram tratadas no hospital, a
maioria afirmou que foi bem tratada e que tudo correu bem, apesar do fato de terem
reportado que quase não houve interação da equipe com elas e de que se sentiram muito
sozinhas e abandonadas. As mulheres dos dois grupos fizeram referências constantes à
51
falta de informação por parte da equipe de saúde e, apesar disso, ao serem questionadas
a respeito do assunto, elas respondiam que estava tudo bem.
Quanto às intervenções no parto, as mulheres dos dois grupos demonstraram
supor que cada procedimento deveria ser realizado por fazer parte do processo normal
de assistência ao parto. As mulheres dos dois grupos que receberam analgesia peridural
afirmaram não ter recebido explicações claras sobre o que seria feito, além de serem
informadas sobre a realização do procedimento apenas quando ele estava prestes a ser
realizado.
Um estudo de Chen, Wang e Chang (2001) analisou a percepção das mulheres
taiwanesas quanto ao seu encontro com enfermeiras obstétricas durante o processo de
parto. A investigação foi conduzida com 50 mulheres entre primíparas e multíparas, 48
horas após o parto, e identificou que 60% das mulheres se referiram somente a
comportamentos de grande ajuda por parte das enfermeiras, 38% se referiram a
comportamentos de grande ajuda e comportamentos de não ajuda e uma mulher,
somente a comportamentos de não ajuda. Entre os comportamentos de grande ajuda
mencionados pelas mulheres, os mais mencionados foram as ações da enfermagem que
facilitaram seu autocontrole, além de terem aliviado a sua dor e aumentado a sua
segurança e tranqüilidade durante o trabalho de parto. Entre os comportamentos
identificados pelas mulheres como de não ajuda, a falha em prestar informações corretas
e adequadas foi a mais citada. Outros comportamentos classificados nessa categoria
foram: falha em prover apoio emocional, conforto e no desempenho de funções
técnicas.
Estudo realizado na China por Ip, Chien, e Chan (2003), sobre as expectativas de
186 mulheres grávidas pela primeira vez em relação ao seu parto, revelou uma alta
expectativa de apoio por parte dos familiares e parteiras. As mulheres expressaram
ainda uma grande preocupação quanto à severidade da dor, sendo que a maioria delas
demonstrou preferir o parto vaginal (93%), e a utilização de exercícios respiratórios foi
mencionada como o melhor método para aliviar a dor durante o trabalho de parto.
Estudo realizado por Teijlingen et al. (2003), na Escócia, com 1.137 mulheres,
detectou que aproximadamente 80% das participantes ficaram satisfeitas com as três
fases do cuidado (pré-natal, parto e pós-parto). O estudo também teve por objetivo
analisar estudos anteriores sobre satisfação no parto e identificar fatores que podem
influenciar os altos níveis de satisfação encontrados. Os autores observaram que um
aspecto comum entre esses estudos é que todos concordam no sentido de que a
52
satisfação é um conceito multidimensional determinado por uma variedade de fatores,
tais como: a disponibilidade de suporte social, ou seja, ter um acompanhante
permanente; ter contato imediato com o bebê; participação em aulas de pré-natal; o fato
de a mulher sentir-se no controle do que acontece com ela, o que inclui ser envolvida
nas decisões do seu parto; a qualidade da relação e comunicação estabelecida com a
equipe, entre outros.
Os autores colocam em dúvida a habilidade dos surveys sobre satisfação em
detectar diferenças reais nas opiniões dos usuários, questionando como a mulher pode
expressar insatisfação com o serviço se ela não tem conhecimento de outras alternativas
de cuidado. Eles apontam também algumas razões que podem levar as mulheres a
responder positivamente a questões sobre satisfação: a relutância em criticar seus
cuidadores; o fato de que a visão dos usuários é limitada pela sua experiência e
complexas ligações entre expectativas, preferências e satisfação; uma tendência das
mulheres em dizer que preferem o cuidado que receberam; e o fato de que as
experiências e preferências das pessoas são moldadas pelo conhecimento que elas
possuem.
2.2.2 Estudos Brasileiros
A revisão da literatura permitiu constatar que há poucos estudos científicos
nacionais que investiguem a implantação de modelos de assistência, assim como a
percepção das usuárias e dos profissionais de saúde em relação a eles.
Domingues, Santos e Leal (2004) realizaram um estudo que buscou analisar os
fatores associados à satisfação das mulheres, com a assistência ao parto normal, na
Maternidade Leila Diniz, na cidade do Rio de Janeiro. Foram conduzidas entrevistas a
partir de um questionário fechado com 246 mulheres, entre multíparas e primíparas em
um período de no mínimo 24 horas após o parto. O estudo identificou que 67% das
mulheres entrevistadas avaliaram o seu parto como “bom” ou “muito bom”, e 16,7%
acharam-no “ruim” ou “muito ruim”. Os fatores associados com uma percepção
negativa do parto foram classificados em ordem de importância: o sofrimento
experienciado, a atenção da equipe, complicações do bebê e o parto demorado e/ou
difícil. Os fatores associados a uma experiência positiva foram: o parto rápido, o bom
tratamento da equipe, o pouco sofrimento e o bom estado da mãe e do bebê.
53
A pesquisa também revelou que as principais imagens citadas pelas mulheres
quando pensavam no parto durante a gravidez eram de dor/sofrimento (48%), medo
(9,4%) e outras idéias negativas (4,3%). Em apenas 33% dos casos, as mulheres
relataram idéias positivas associadas à vida e à alegria no nascimento.
O estudo verificou também que a informação recebida pelas mulheres durante a
internação sobre diversos aspectos relacionados à assistência ao trabalho de parto e o
parto se mostrou variável e, de modo geral, insuficiente. Apenas 60% das mulheres
sentiram-se suficientemente informadas sobre a evolução do trabalho de parto, e 63%,
sobre a saúde e o bem-estar do bebê. Em relação aos exames realizados (toques
vaginais, exames de sangue etc.), esse valor caiu para 34%. As informações recebidas
pelas mulheres durante a assistência ao trabalho de parto e parto apresentaram uma clara
associação com a satisfação no parto. Quanto mais completa ou suficiente a informação
foi considerada pela mulher, maior a satisfação relatada com a assistência.
A percepção da mulher em relação à equipe que prestou a assistência ao trabalho
de parto e parto também foi associada à satisfação. Mulheres que tiveram apenas
opiniões positivas sobre a equipe que prestou assistência apresentaram maior satisfação
com o parto. Duas opiniões específicas “profissionais que fornecem pouca atenção” e
“profissionais confusos” foram associadas a uma menor satisfação no parto. Entre as
mulheres que consideraram os profissionais pouco atenciosos durante a assistência, 65%
avaliaram o parto como “nem bom, nem ruim”, “ruim” ou muito ruim”. Das mulheres
que acharam os profissionais confusos, 75% avaliaram o parto como “ruim” ou “muito
ruim”. O estudo identificou também relatos de violência percebida pelas mulheres, dado
que também aparece em outros estudos (Alves, 2002; Fernandes, 2000; Hotimsky,
Rattner, Venâncio, Bógus & Miranda, 2002).
A presença do acompanhante foi um fator que contribuiu para a satisfação no
parto, sendo citado por 12,4% do total de mulheres que tiveram um acompanhante e que
avaliaram o parto como “bom” e “muito bom”. Embora esse valor tenha se mostrado
relativamente baixo, outra pesquisa realizada na mesma maternidade (Domingues,
2002) sobre a presença do acompanhante familiar durante a assistência demonstrou que
ela é altamente valorizada pelas mulheres (97% das mulheres avaliaram-na como
“boa”ou “muito boa”). A pesquisa revelou ainda que ela está associada a outros
aspectos da assistência, como maior acesso à informação, percepção mais positiva sobre
a atenção fornecida pelos profissionais e maior satisfação com o parto. Verificou-se
54
também que as mulheres sem acompanhante manifestavam sentimentos negativos em
relação ao fato de estarem sozinhas.
Os efeitos de um acompanhamento contínuo por pessoas que oferecem apoio
emocional e físico à parturiente têm sido tema de várias pesquisas na área da assistência
ao parto. Motta (2003), em um levantamento bibliográfico sobre o tema e que constituiu
parte de seu estudo, identificou na literatura 10 estudos, incluindo duas meta-análises
sobre esse aspecto da assistência, sendo que todos indicam que essa prática traz
inúmeros benefícios à mulher e ao bebê. Os resultados de dois estudos de revisão da
literatura sobre o tema, realizados recentemente, apontaram igualmente para os
benefícios do apoio contínuo à mulher durante o trabalho de parto (Brüggemann,
Parpinelli & Osis 2005; Hodnett, 2005). Os benefícios apontados por esses estudos
incluem: redução do uso de medicamentos para dor, do uso de ocitocina; menor número
de partos vaginais realizados por meio de instrumentos; menor índice de cesariana, bem
como do tempo de trabalho de parto; aumento no índice de amamentação; maior
interação da mãe com o bebê; e uma maior satisfação no parto.
Uma ampla pesquisa realizada em quatro maternidades de São Luís do
Maranhão, no período de março de 1997 a fevereiro de 1998, avaliou a assistência
prestada por essas instituições (Alves, 2002). Um dos aspectos avaliados foi a
percepção do atendimento pelas mulheres, sendo que o estudo identificou que, apesar de
elas o terem avaliado como bom, no decorrer das entrevistas foram surgindo queixas a
seu respeito. Nesse sentido, o que mais marcou no depoimento das mulheres foi o
incômodo com os toques vaginais, muitas vezes realizados sem aviso prévio e sem
explicação. A solidão no pré-parto também aparece em destaque nas entrevistas.
A mesma pesquisa, analisando a linguagem e o comportamento dos
profissionais, por meio da técnica de observação participante, constatou que a temática
predominante no atendimento foi a da violência institucional a que é submetida a
mulher. Essa violência se manifestou de três formas: de negação do atendimento, que
foi definida nesses termos por falta de pessoal ou por falta de estrutura institucional e
também pela recusa de atendimento do profissional ou negligência no desempenho de
suas funções; de inadequação de recursos materiais e humanos, como condições
inadequadas de higiene, deficiência de equipamentos e materiais e transferência de
responsabilidade dos profissionais titulares para outros não habilitados; da relação dos
profissionais com as usuárias. Quanto a esse último aspecto, observou-se que a relação é
marcada pela repetição de procedimentos cnicos, pela distância e pouca cordialidade.
55
A autora identificou também um desrespeito pela dor da parturiente, sendo observadas
situações em que, diante de manifestações de dor pela parturiente, o profissional
responsável pelo atendimento a mandava calar a boca.
Hotimsky (2001), em pesquisa realizada no ambulatório e casa de partos da
Associação Comunitária Monte Azul, em São Paulo, buscou investigar, entre outros
aspectos, o motivo que levou as mulheres a escolherem esse local para ter o seu bebê. A
pesquisa revelou que tal escolha devia-se, sobretudo, ao fato de as mulheres já terem um
relacionamento prévio com os profissionais que trabalhavam, à percepção de riscos
em relação ao parto e à possibilidade de poder contar com acompanhantes de sua
escolha no momento do parto. A autora identificou também entre as mulheres o medo
de não ter acesso a um leito no parto hospitalar e ainda de serem submetidas a uma
cesárea desnecessária.
Hotimsky et al. (2002), ao investigarem as expectativas de mulheres grávidas
usuárias do SUS acerca do parto e da assistência obstétrica, utilizando como técnica
para coleta de dados o grupo focal, observaram que, mais do que medo da dor do parto,
as mulheres temiam as reações dos profissionais de saúde às suas queixas. As autoras
identificaram que esse medo está baseado em experiências de suas gestações anteriores,
bem como de membros de suas redes de relações. São muito freqüentes as queixas das
mulheres sobre desrespeito por parte dos profissionais durante o trabalho de parto e o
parto, sendo mencionadas situações de violência física e verbal.
O estudo revela ainda que diversas estratégias individuais são empregadas pelas
mulheres na tentativa de se expor menos à brutalidade e às humilhações que marcam o
encontro clínico no processo reprodutivo. Para algumas, o silêncio é adotado como
estratégia privilegiada na tentativa de procurar se adequar aos padrões de
comportamento que julgam corresponder às expectativas dos profissionais de saúde.
As autoras concluem que, por um lado, as mulheres “temem não encontrar vagas
no momento do parto; serem negligenciadas ou desrespeitadas pelos profissionais de
saúde; não receberem explicações sobre o trabalho de parto, sobre sua saúde e de seus
conceptos; ou a perspectiva de ficarem sozinhas” (Hotimsky et al., 2002, p.1309). Por
outro lado, a gestante deseja:
obter vaga; ser respeitada, ter espaço para sua dor e vulnerabilidade, poder
gritar se o desejar; ter assistência de boa qualidade; com acesso à tecnologia
quando necessária; ser reconhecida como alguém que tem vontades, desejos
56
e necessidades e, finalmente, poder compartilhar com os profissionais os
temores, as alegrias e os prazeres da gestação e parto (p. 1310)
.
Caron e Silva (2002), numa pesquisa realizada em dois hospitais da rede do SUS
de São Paulo com 15 mulheres, procuraram avaliar como ocorria a comunicação entre
os profissionais que assistem partos de baixo risco e a mulher que vivencia o processo
de parturição. O estudo utilizou a observação e entrevista como técnicas para coleta de
dados e constatou que, entre profissionais e parturientes, prevalece a comunicação não
terapêutica. Essa categoria foi definida em termos de não saber ouvir, usar linguagem
inacessível, usar jargões e termos técnicos, ou usar frases estereotipadas que podem
denotar falta de empatia e bloquear a comunicação. Esse tipo de comunicação envolve
também o julgamento do comportamento da paciente, tirando-lhe o direito de tomar
decisões em geral, o que demonstra a não valorização do outro na relação.
Embora o estudo não tenha identificado uma diferença qualitativamente
significativa entre as atividades das enfermeiras e dos demais profissionais, observou-se
que elas foram as que mais se comunicaram terapeuticamente com as parturientes,
percebendo os seus sentimentos de medo, dor e ansiedade, o que resultou numa
assistência efetiva, adequada e menos intervencionista.
A empatia foi o elemento de comunicação que ocorreu com menor freqüência,
destacam as autoras. O estudo observou que a comunicação instituída entre os
profissionais e sua clientela evidencia, mesmo que subliminarmente, o exercício de
relações de poder. Esse tipo de relação foi observado em situações em que o
profissional se dirigia à mulher de maneira ameaçadora, cerceando-lhe a liberdade de
expressão, limitando-se a dar ordens à parturiente, sem lhe dar oportunidade de
manifestar seus sentimentos.
A pesquisa identificou também que as parturientes que não mantêm autocontrole
sobre suas ações provocam nos profissionais julgamentos e sinais de desaprovação. As
autoras observaram ainda situações de desrespeito para com a parturiente, presentes em
atitudes como aproximar-se dela e tocá-la, mesmo que instrumentalmente, sem lhe pedir
permissão ou sequer lhe dirigir a palavra, o que acarretava, em sua avaliação, um
bloqueio na comunicação.
O estudo conclui que essas interações estabelecidas pelos profissionais nesse
processo de trabalho estão longe de ser uma relação humanizada. Destaca, ainda, que
aos apelos das mulheres, expressos por meio de choro, gemidos e gritos, o atribuídos
um significado padrão de mau comportamento e incapacidade de compreensão e
57
participação da mulher no seu processo de parto. Os profissionais julgam as parturientes
de forma generalizada e exigem que estas se comportem dentro de um padrão moldado
por eles. As autoras discutem o fato de que, se o parto institucionalizado tem por
objetivo diminuir os riscos do processo para mãe e filho, ao mesmo tempo os expõe a
outros riscos, causados pelas atitudes dos profissionais, como aquelas que fazem a
parturiente se sentir desamparada nos momentos em que solicita ajuda.
Três pesquisas realizadas numa maternidade pública de Florianópolis foram
consultadas e permitem ter uma idéia da realidade encontrada nesse município. Um
desses estudos (Santos & Siebert, 2001) investigou a opinião das usuárias sobre o
atendimento recebido, por meio da realização de entrevistas abertas na maternidade. Os
aspectos avaliados mais positivamente foram a relação com a equipe, as atitudes
humanísticas, a presença do acompanhante, a familiarização prévia com a unidade e a
possibilidade de decidir a posição do parto vaginal. As atitudes humanísticas incluíram:
dar atenção, orientação, estar junto, usar terminologia compreensível, prover uma
sensação de segurança e confiança, compartilhar conhecimento e facilitar a
compreensão do cuidado prestado. As autoras concluem que a percepção da qualidade
da assistência pelas usuárias não depende somente de aspectos técnicos, mas da relação
com a equipe.
Tornquist (2004), em pesquisa realizada na mesma maternidade, identificou que
as usuárias, quando entrevistadas, avaliaram o atendimento recebido como “bom”. A
autora observou também que, no âmbito dessa maternidade, os profissionais esperam
que o momento do parto seja vivido de forma controlada e que, em geral, as mulheres
demonstram uma grande preocupação com seu desempenho em termos de controle das
emoções. O estudo constatou também que as mulheres procuram expressar sua dor
dentro de parâmetros considerados adequados, ou seja: não gritar, não entrar em
desespero, não “dar fiasco”, nem fazer escândalo, obedecer às ordens médicas e acatar
os conselhos da equipe. O enfrentamento adequado à dor supõe a evitação do escândalo
e da manifestação de descontrole, sendo esse comportamento “ideal” compartilhado
pela equipe e pelas pacientes. No entanto, aponta a autora, nem sempre as mulheres se
mantêm nos limites dessas expectativas e têm consciência disso. Assim, identificou em
entrevistas com as mulheres que elas demonstravam certo orgulho por não terem feito
escândalo, apesar da vontade de gritar.
A pesquisa de Motta (2003), por sua vez, constatou que o atendimento oferecido
pela instituição é avaliado pelas usuárias como “bom”. As mulheres entrevistadas
58
referem como aspectos positivos a atenção recebida e a paciência demonstrada pelos
profissionais. No entanto, algumas queixas também foram relatadas, como a falta de
informação quanto ao desenvolvimento do trabalho de parto, a ausência de orientação, a
falta de delicadeza dos profissionais nos exames e a subjugação da mulher, entre outros.
Gualda (1994), numa pesquisa que buscou compreender a vivência do parto
entre um grupo de mulheres residentes em favelas, identificou que essas mulheres o
caracterizam como um acontecimento natural em suas vidas, sendo que cada parto tem
características próprias e únicas para cada uma delas. A dor no parto é considerada
como um elemento natural e essencial da maternidade. Embora ela represente
sofrimento, as mulheres expressam desejo de experimentá-la e sentem-se capazes de
tolerá-la.
Paim (1998), em estudo que buscou analisar alguns significados sociais
atribuídos aos eventos biológicos da reprodução em classes populares na cidade de
Porto Alegre, identificou entre os membros desse grupo uma compreensão da dor no
parto como uma manifestação da natureza que independe da vontade da mulher e
também como parte da experiência de se tornar mãe. Para as mulheres investigadas, a
capacidade de enfrentar ou resistir à dor do parto seria um dos aspectos valorizados da
experiência de se tornar mãe, o que por sua vez lhes confere um status superior em
relação às mulheres que não possuem filhos.
Na literatura consultada, observou-se que são poucos os trabalhos que
investigam a percepção de profissionais de saúde sobre a assistência ao parto. Faúndes,
Pádua, Osis, Cecatti e Sousa (2004), em pesquisa realizada com 656 mulheres
brasileiras e 147 médicos obstetras, procuraram conhecer a preferência dessas mulheres
quanto às vias de parto e a opinião dos médicos a respeito dessa preferência.
O estudo observou haver um contraste entre o que os médicos declaram perceber
como sendo a opinião das mulheres e o que as próprias mulheres manifestaram como
suas preferências e seus respectivos motivos. Os autores destacam que, além do
equívoco quanto à via de parto preferida pelas mulheres, majoritariamente a via vaginal
e não a cesárea, como os médicos supunham, houve uma total discrepância entre os
motivos que os médicos percebiam como razão para preferir o parto cesáreo e a opinião
expressa pelas mulheres. Assim, a questão do medo do parto vaginal e da dor durante o
parto, que figurou prioritariamente na percepção dos médicos, foi raramente expressa
pelas mulheres, as quais, contrariamente ao que afirmaram os profissionais,
59
manifestaram que a dor após a cesariana é o principal motivo para preferirem o parto
vaginal.
Por sua vez, estudo realizado na Maternidade Leila Diniz, no Rio de Janeiro,
utilizando entrevistas e observação participante, avaliou os dois anos (de 1994 a 1996)
de funcionamento da referida instituição (Ratto, 2001). Os sujeitos do estudo foram 14
profissionais de saúde, entre obstetras, pediatras, enfermeiros obstetras e algumas
chefias que haviam passado por um treinamento específico objetivando mudanças de
comportamento mais favoráveis à proposta de humanização daquela maternidade. A
análise das situações vivenciadas nos dois primeiros anos evidenciou sentimentos como
“medo, insegurança, falta de experiência, falta de coragem” para lidar com uma
proposta nova, diferente da que os profissionais tinham experienciado em sua formação.
Com relação à presença do acompanhante, os profissionais afirmaram ter sido
essa a experiência mais importante da nova proposta de assistência ao parto.
Quanto ao uso indiscriminado de intervenções obstétricas, o estudo identificou
que as intervenções são percebidas pelos profissionais como necessárias e até benéficas.
Seu uso visa acelerar o trabalho de parto não nos casos com indicação precisa, mas
principalmente para diminuir o tempo em trabalho de parto e proporcionar uma alta
rotatividade do pré-parto.
Outro fator avaliado no estudo foi a possibilidade de escolha da mulher com
relação às condutas da equipe no momento do parto. Apesar de se referirem a essa
possibilidade como algo positivo, a maior parte dos profissionais se contradiz ao afirmar
que quem deve determinar essas condutas é o médico.
2.3 Algumas Conclusões dos Estudos sobre a Assistência ao Parto
Apesar das diferenças encontradas entre os estudos analisados quanto aos seus
objetivos e aspectos investigados, conforme apontado anteriormente, foi possível
perceber alguns pontos de convergência quanto aos seus resultados.
A bibliografia consultada parece apontar para uma tendência de pesquisas que
investigam a satisfação no parto, realizadas tanto na abordagem qualitativa, quanto na
abordagem quantitativa, em apresentar altos níveis de satisfação (Campero et al., 1998;
Domingues et al., 2004; Maternity Center Association, 2004; Motta, 2003; Teijlingen et
al., 2003; Tornquist, 2004; Waldenström et al., 2004). Parece haver uma tendência de as
60
mulheres avaliarem bem seus cuidadores, mesmo quando apontam descontentamento
quanto à forma como foram tratadas.
Esses estudos têm investigado também fatores que podem interferir na avaliação
da mulher sobre a assistência recebida. Os resultados parecem indicar que pesquisas
sobre satisfação realizadas no pós-parto imediato tendem a apresentar níveis mais altos
de satisfação, os quais nem sempre correspondem à realidade. Entre as razões apontadas
como justificativa para esses resultados, estão o fato de que, logo após a parturição, a
mulher se encontra sob o efeito do alívio pelo parto ter tido um desfecho feliz
(Domingues et al., 2004; Hodnett, 2002; Teijlingen et al., 2003; Waldenström et al.,
2004), e também a dificuldade que as usuárias costumam ter em criticar seus
cuidadores, principalmente enquanto ainda estão sob os seus cuidados (Hodnett, 2002;
Teijlingen et al., 2003).
As pesquisas têm apontado pouca ou nenhuma relação entre fatores
demográficos como idade, escolaridade e nível socioeconômico e satisfação no parto
(Green & Baston, 2003; Hodnett, 2002; Waldenström, 2004; Waldenström et al., 2004).
Um dos aspectos que se destacou na análise das pesquisas encontradas foi a forte
influência que a qualidade da relação com os cuidadores exerce sobre a satisfação das
mulheres no parto, aspecto encontrado tanto nos estudos estrangeiros quanto nos
brasileiros (Domingues et al. 2004; Fowles, 1998; Green et al., 2003; Hodnett, 2002;
Motta, 2003; Santos & Silbert, 2001; Waldenström, 2004; Waldenström et al. 2004).
Observou-se também que os estudos que investigam expectativas de mulheres grávidas
quanto à assistência ao parto apontam para a importância que elas atribuem à relação
com seus cuidadores quando imaginam o seu parto (Hotimsky, 2002 & Ip et al., 2003).
Quanto à questão da expressão dos sentimentos durante o parto, as pesquisas têm
apresentado resultados semelhantes, demonstrando que as equipes de saúde tendem a
esperar que as mulheres se comportem dentro de um padrão previamente determinado, o
qual envolve o controle sobre as emoções, como não gritar e o fazer escândalo. Os
estudos também demonstram que as mulheres normalmente percebem essas
expectativas e procuram se amoldar a elas, ainda que nem sempre o consigam (Campero
et al., 1998; Caron & Silva, 2002; Hotimsky, 2002; Tornquist, 2004; Valverde & Diniz,
2001).
Constatou-se, ainda, que os estudos estrangeiros apresentam resultados
controversos sobre o papel da dor na satisfação no parto, sendo que alguns destacam
esse fator como determinante na ocorrência de uma experiência negativa para a mulher
61
(Fowles,1998; Waldenström, 2004; Waldenström et al. 2004), ao passo que outros
minimizam a sua importância (Hodnett, 2002). Por outro lado, nos estudos brasileiros, o
medo da dor no parto vaginal não aparece em destaque quando se investigam as
expectativas e preferências das mulheres durante a gestação (Faúndes et al., 2004 &
Hotimsky et al., 2002). Contudo, os estudos sobre satisfação no parto na realidade
brasileira são escassos e pouco elucidativos quanto ao papel da dor na experiência das
mulheres, muito embora algumas pesquisas realizadas com classes populares tenham
apontado para a idéia de que, entre esse grupo, a dor é considerada como um elemento
natural e essencial da maternidade (Gualda, 1994; Hotimsky et al., 2002 & Paim, 1998).
Situações de desrespeito e/ou violência para com a mulher durante a assistência
ao parto têm sido um tema recorrente nos resultados dos estudos brasileiros (Alves,
2002; Hotimsky et al. 2002; Domingues et al., 2004; Caron & Silva, 2002 & Fernandes,
2000).
Com relação à visão dos profissionais sobre a assistência, conforme citado
anteriormente, os estudos sobre o tema o mais escassos e abordam aspectos
diferentes, o que torna difícil apontar conclusões quanto aos seus resultados. Porém, um
aspecto que parece ser alvo dessas pesquisas é o uso indiscriminado de intervenções
técnicas por profissionais de saúde. Os estudos realizados até o momento parecem
apontar para uma visão entre esses profissionais, principalmente os da área de medicina,
de que estas intervenções são necessárias e até benéficas, o que tem sido indicado como
um dos fatores responsáveis pelas altas taxas de cesariana no Brasil (Dias & Deslandes,
2004; Faúndes et al., 2004 & Ratto, 2001).
62
3 Método
3.1 Caracterização da Pesquisa
Trata-se a presente pesquisa de um estudo descritivo, comparativo, no qual se
empregou a técnica de observação indireta, por meio de entrevistas conduzidas a partir
de um roteiro semi-estruturado. O objetivo do emprego dessa técnica foi coletar dados
textuais a respeito da assistência ao parto como indicadores de representações sociais de
mulheres assistidas em duas maternidades públicas previamente selecionadas e
profissionais de saúde que trabalham nessas maternidades.
3.2 Participantes
Participaram da pesquisa dois grupos de 20 pessoas, totalizando 40 participantes.
O primeiro grupo foi constituído de 20 mulheres assistidas em duas maternidades
públicas de Florianópolis, sendo 10 na Maternidade A e as outras 10 na Maternidade B.
O segundo grupo foi constituído de 20 profissionais de saúde que atuam nessas mesmas
maternidades, sendo 10 da Maternidade A e 10 da Maternidade B. Ambos os grupos
foram entrevistados entre os meses de junho e agosto de 2004.
Optou-se por analisar mulheres assistidas nas duas maternidades mencionadas
pelo fato de essas instituições apresentarem modelos diferentes de assistência ao parto.
A Maternidade A segue uma forma de assistência cujas características a aproximam
mais do modelo medicalizado, no sentido de que preserva práticas hoje desaconselhadas
pela OMS (OMS, 1996) na implantação do parto humanizado nos serviços de saúde,
tais como, o uso rotineiro do enema e da tricotomia. A Maternidade B, por sua vez,
possui uma filosofia de atenção explicitamente identificada com a proposta de
humanização do parto, conforme se pode observar no Manual de Rotinas Médicas desta
Maternidade. Neste manual pode-se notar também o estabelecimento de algumas
condutas em conformidade com aquelas definidas pela OMS (OMS, 1996) na
implantação do parto humanizado nos serviços de saúde, entre elas a extinção de
práticas como a episiotomia, o enema e a tricotomia na rotina da assistência e ainda o
estímulo à posição verticalizada durante o trabalho de parto. Dessa forma, optou-se por
analisar mulheres atendidas nas duas maternidades com o intuito de identificar se havia
ou não diferença entre as representações sociais dos dois grupos de mulheres.
63
Os critérios utilizados para a seleção desse grupo de participantes foram os
seguintes: a puérpera deveria ter idade mínima de 18 anos completos, ter sido atendida
numa das maternidades investigadas pelo Sistema Único de Saúde, encontrar-se entre o
trigésimo e sexagésimo dia após o parto, ter sido aquela a sua primeira experiência de
parto. Esse último critério foi escolhido em função de ser objetivo da pesquisa obter
dados sobre as representações sociais da assistência ao parto prestada atualmente.
Acreditava-se que mulheres com experiências anteriores provavelmente se reportariam
a essas experiências ocorridas em diferentes períodos, o que não atenderia a esse
objetivo. A Tabela 1 apresenta as variáveis relacionadas ao grupo das mulheres
assistidas.
Tabela 1
Mulheres Assistidas Entrevistadas.
Idade
Estado
Civil
Escolaridade
Acompanha
mento pré-
natal
Participação
em grupo
de gestante
Acompanhante
no parto
Tipo de
parto
Maternidade
Menos
de 24
anos
Mais
de
24
anos
Solte
ira
Casa
da
Até o
ensino
médio
com
pleto
Superi
or ao
ensino
médio
com
pleto
Sim Não Sim Não Sim Não
Vagi
nal
Cesá
reo
A 5 5 2 8 8 2 10 0 4 6 6 4 7 3
B 5 5 3 7 5 5 10 0 4 6 9 1 3 7
Total 10 10 5 15 13 7 20 0 8 12 15
a
5 10 10
Nota.
a
: Entre as mulheres que contaram com acompanhante na hora do parto, 10 escolheram o companheiro, e
as outras cinco escolheram outras mulheres.
O grupo de profissionais de saúde também foi constituído de 20 sujeitos, 10 que
atuam na Maternidade A, e 10 que atuam na Maternidade B. Optou-se por fazer essa
divisão com o objetivo de verificar se, à prática desses diferentes grupos de
profissionais, correspondem representações sociais diferentes ou não.
Os critérios utilizados para a seleção desse grupo de participantes foram os
seguintes: o profissional deveria ter formação universitária, ser o responsável pela
assistência na sala de parto, médico ou enfermeiro
e estar atuando diretamente na
64
atenção ao parto. Considerando a hipótese de que o sexo dos profissionais pode
interferir em suas representações sobre a assistência ao parto, procurou-se, na medida do
possível, controlar essa variável, dividindo-se a participação de profissionais homens e
mulheres em cada maternidade.
A Tabela 2 apresenta as variáveis relacionadas ao grupo dos profissionais
entrevistados.
Tabela 2
Profissionais de Saúde Entrevistados.
Sexo Idade Profissão
Maternidade
M F
Entre
24 e 36
Entre
37 e 49
Médico
Enfer-
meira
A 4 6 7 3 10
a
0
b
B 3 7 1 9 5 5
Total 7 13 8 12 15 5
Nota
a
: Entre os médicos entrevistados na Maternidade A, cinco eram residentes em ginecologia e obstetrícia e
os demais eram médicos obstetras.
b
: Na maternidade A não foram entrevistadas enfermeiras porque nesta Maternidade essas profissionais
não são autorizadas a atender partos.
Vale mencionar que entre os profissionais que relataram ter filhos (11),
observou-se que pouco mais de três quartos tinham nascido por meio de parto cesáreo, e
pouco menos de um quarto tinham nascido por parto vaginal.
3.3 Instrumento de Coleta de Dados
Utilizou-se a técnica de entrevista conduzida a partir de um roteiro semi-
estruturado. Os dois roteiros de entrevista utilizados (Anexos A e B) tinham, na medida
do possível, uma correspondência de perguntas com o intuito de permitir a obtenção de
dados equivalentes, de modo a possibilitar, na análise, a comparação dos dois grupos
estudados. Optou-se por essa técnica por ser uma das mais indicadas para a obtenção de
65
material textual que permita ao pesquisador identificar possíveis representações sociais
acerca do fenômeno investigado. As entrevistas realizadas tiveram uma duração que
variou de 20 minutos à uma hora e meia, sendo que o tempo médio foi em torno de 40
minutos.
3.4 Procedimentos de Coleta de Dados
Num primeiro momento, obteve-se autorização das instituições envolvidas
(Maternidade A, Maternidade B e Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis) para
realizar a pesquisa e a aprovação do projeto de pesquisa no Comitê de Ética da UFSC.
Posteriormente foi realizado um estudo piloto em que foram entrevistadas duas
mulheres que atendiam aos critérios preestabelecidos, cada qual assistida em uma das
maternidades estudadas. O objetivo deste estudo preliminar foi testar o roteiro de
entrevista e aprimorar a técnica de aplicação de entrevista de pesquisa. Tais
participantes e as demais foram contatadas por telefone a partir de dados obtidos em
Unidades Locais de Saúde (ULS), localizadas em diferentes bairros de Florianópolis.
Os dados mencionados acima foram obtidos nos livros de agendamento de
consultas médicas comumente realizadas com puérperas e bebês num período de até 45
dias após o parto na ULS e foram os seguintes: nome da puérpera, maternidade em que
ocorreu o parto, data de nascimento do bebê, endereço e telefone. A partir desses dados,
foi possível realizar uma seleção prévia das mulheres que atendiam alguns dos critérios
para participar da pesquisa, conforme exposto no item 3.2.
No contato telefônico realizado com as mulheres selecionadas, a pesquisadora se
identificava e explicava os objetivos da pesquisa e verificava se estas atendiam aos
demais critérios necessários para participar do estudo. Quando se identificava que a
mulher contatada preenchia os critérios estabelecidos, esta era convidada a participar da
pesquisa. No caso de concordância, eram oferecidas à mulher as opções de realizar a
entrevista na ULS mais próxima de sua residência, ou na sua própria residência. Apenas
duas, entre as 20 mulheres que participaram da pesquisa, optaram por realizar a
entrevista na ULS. Nas demais situações, a pesquisadora, acompanhada de uma aluna
do curso de psicologia da UFSC, deslocava-se até a casa da participante para realizar a
entrevista. As entrevistas eram conduzidas de acordo com o roteiro apresentado no
Anexo A.
66
Algumas dificuldades foram encontradas para a realização dessas entrevistas,
principalmente porque as participantes, por vezes, tinham que interromper a entrevista
para atender às necessidades de seus bebês, ou realizar outras atividades relacionadas à
rotina doméstica, como atender ao telefone, por exemplo.
É importante ressaltar que se optou por abordar as mulheres no segundo mês
após o parto e fora da maternidade, devido a alguns dados encontrados na literatura, os
quais indicam que pesquisas sobre satisfação realizadas no pós-parto imediato tendem a
apresentar níveis mais altos de satisfação que nem sempre correspondem à realidade
(Domingues et al., 2004; Hodnett, 2002; Teijlingen et al., 2003 & Waldenström et al.,
2004). Os mesmos dados apontam também para uma dificuldade maior das mulheres
em criticar seus cuidadores, principalmente enquanto ainda estão sob os seus cuidados
(Hodnett, 2002 & Teijlingen et al., 2003), conforme abordado no item 2.3.
A partir dos dados obtidos no estudo piloto, identificou-se a necessidade de
realizar algumas alterações no roteiro de entrevista utilizado. Os dados coletados nessa
etapa não foram considerados na análise dos dados.
Os participantes do grupo dos profissionais de saúde, por sua vez, foram
contatados nas maternidades estudadas no período em que realizavam plantão. A
pesquisadora se deslocava até as maternidades, identificava os profissionais que
estavam de plantão naquele dia e os convidava para participar da pesquisa. Na
Maternidade A, encontrou-se uma certa dificuldade em selecionar os participantes pelo
fato de alguns profissionais não se mostrarem disponíveis para participar da pesquisa, o
que não ocorreu na Maternidade B.
Havendo concordância do profissional em participar da pesquisa, verificava-se a
possibilidade de realizar a entrevista no mesmo dia; em caso de impossibilidade, era
agendada outra data de acordo com a disponibilidade do profissional e da pesquisadora.
A grande maioria dos profissionais foi entrevistada durante sua permanência no plantão
na maternidade, em local disponível na ocasião e que e que fosse considerado mais
apropriado pelos sujeitos pesquisados. Apenas um profissional preferiu realizar a
entrevista em seu consultório particular. A entrevista foi conduzida de acordo com o
roteiro encontrado no Anexo B.
A realização da entrevista durante os plantões trouxe algumas dificuldades para
a sua condução. Por vezes, foi necessário interrompê-la para que o profissional
realizasse algum procedimento técnico por solicitação de seus colegas. A pesquisadora
procurava, na medida do possível, assegurar a privacidade do local em que era realizada
67
a entrevista. No entanto, observou-se que a maioria dos profissionais não demonstrou
preocupação quanto a realizar a entrevista em local com pouca privacidade.
A todos os participantes da pesquisa foi explicado o propósito do estudo,
revelado o tempo aproximado de duração da entrevista e garantido o caráter sigiloso do
material coletado e o acesso aos resultados, se houvesse interesse em conhecê-los. A
todos foi solicitado também que assinassem um Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Anexos C e D) e a autorização verbal para o uso do gravador. Todas as
entrevistas foram transcritas na íntegra. Nessa etapa, a pesquisadora contou com o
auxílio de duas alunas do curso de psicologia da UFSC.
3.5 Análise dos Dados
Para a análise dos dados, foi utilizado o software ALCESTE (Análise Lexical
Contextual de Conjuntos de Segmentos de Texto) e também a análise categorial. Esse
programa foi criado na França, no final da década de 1980, por Reinert (1990) e
introduzido no Brasil em 1998 (Veloz, Nascimento-Schulze & Camargo, 1999). De
acordo com Camargo (2005), as vantagens em utilizar o ALCESTE residem no fato de
o software apresentar uma classificação hierárquica descendente, permitir uma análise
lexicográfica do material textual e oferecer contextos que exemplificam as classes
encontradas pelo programa, que realiza uma análise quantitativa de dados textuais de
um certo número de entrevistas. De acordo com o autor, esse tipo de análise toma como
base as leis de distribuição dos seus respectivos vocabulários.
O ALCESTE realiza a análise a partir de um único arquivo formado por
Unidades de Contexto Inicial (UCI) que, juntas, constituem um corpus de análise. Na
presente pesquisa, cada entrevista realizada representou uma UCI. Quatro foram os
corpora de análises produzidos, dois referentes ao grupo das mulheres assistidas e
outros dois referentes aos profissionais de saúde. O material textual produzido por cada
grupo foi dividido em dois corpora por se considerar que tratavam de aspectos
diferentes relacionados ao tema em estudo. Cada corpus foi constituído pelo conjunto
de respostas de cada um dos grupos de participantes a um determinado número de
perguntas.
Num primeiro momento, o programa prepara o corpus e reconhece as UCI. Estas
sofrem, então, uma divisão em segmentos de texto de tamanho similar, as Unidades de
Contexto Elementar (UCE). Em resumo, as UCE o trechos do material textual
68
divididos de acordo com regras estabelecidas pelo programa. Nessa etapa, o programa
agrupa a ocorrência de palavras em função de suas raízes e faz o cálculo da freqüência
dessas formas reduzidas.
Posteriormente, o realizados cálculos, os quais têm por objetivo classificar as
UCE de acordo com a distribuição das formas reduzidas (palavras ou léxicos) que elas
apresentam. Utiliza-se o teste Qui-quadrado para obter classes de UCE que apresentam
vocabulário semelhante entre si e diferente das UCE de outras classes. Assim, o
programa apresenta uma classificação hierárquica descendente, que consiste nessa
divisão das UCE em classes, de acordo com o vocabulário que as compõe, de maneira
que se obtenham subcorpora com conteúdos significativamente diferentes. Numa
terceira etapa, ocorre a descrição das classes de UCE. O programa apresenta o
dendograma da Classificação Hierárquica Descendente (CHD), que mostra as relações
entre as classes. Em nível interpretativo, as classes obtidas são consideradas indicadores
de diferentes aspectos das representações sociais. Por último o programa calcula e
fornece as UCE mais características de cada classe, o que permite a contextualização do
vocabulário típico destas, sendo algumas delas utilizadas na análise para exemplificar o
seu conteúdo.
A análise categorial foi empregada em duas questões relacionadas à utilização de
algumas práticas de assistência nas maternidades investigadas (questão 6 do roteiro dos
profissionais de saúde e questão 7 do roteiro das mulheres assistidas), que pela sua
natureza, não puderam ser submetidas à analise realizada pelo ALCESTE. De acordo
com Bardin (1977), “A categorização é uma operação de classificação de elementos
constitutivos de um conjunto, por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamento
segundo o gênero (analogia), com os critérios previamente definidos” (p.117).
Na primeira parte da questão feita aos profissionais, a categoria considerada foi
o caráter rotineiro ou não das práticas de assistência; para as mulheres, as categorias
diziam respeito ao seu caso: se determinada prática foi empregada ou não, ou ainda se
ela não soube informar quais os procedimentos empregados. Na segunda parte da
questão para os profissionais de saúde, analisou-se sua opinião a respeito da
classificação do enema pela OMS como uma prática claramente prejudicial ou ineficaz.
69
4 Análise dos Dados
4.1 Análise do Grupo dos Profissionais de Saúde
O material textual produzido pelo grupo dos profissionais de saúde foi dividido
em dois corpora. O primeiro “Assistência ao Parto” refere-se principalmente às
questões relativas ao tipo de assistência prestada ao parto (aspectos positivos e
negativos da assistência), e também à concepção do que seria uma assistência ideal. O
corpus “Relação Profissional-Parturiente” refere-se ao tipo de relação que os
profissionais estabelecem com as parturientes (como se a relação, envolvimento da
mulher nas decisões não emergenciais do parto e a liberdade oferecida à mulher para
expressar seus sentimentos durante o processo do parto). Ambos os corpora foram
compostos de 20 UCI, representando 20 entrevistas com 10 profissionais de cada
maternidade. As análises das classes de cada corpus seguem uma ordem que leva em
conta o tamanho da classe, ou seja, sua importância para compreender as representações
sociais que profissionais de saúde têm sobre a assistência ao parto e ainda a relação
entre essas classes.
4.1.1 Análise dos Resultados do Tipo de Assistência Prestada ao Parto Segundo os
Profissionais de Saúde
O corpus Assistência ao Parto” foi dividido em 1.244 Unidades de Contexto
Elementar (UCE), e a dupla classificação hierárquica descendente realizada pelo
ALCESTE levou em conta 1.012 UCE, ou seja, 81,3 %, o que demonstra a estabilidade
dessa análise. Houve nesse corpus um total de 53.742 ocorrências de palavras e 4.615
formas distintas, indicando uma média de 12 ocorrências por palavras. Para a análise
que se segue, foram consideradas as palavras com freqüência igual ou superior a uma
vez e meia o valor da média, ou seja, 18 e χ
2
3,84. É importante destacar que se optou
por este valor do teste Qui-quadrado em todas as análises porque a associação entre a
palavra e a classe foi calculada através de uma tabela 2 X 2, portanto com grau de
liberdade igual a um.
A Figura 1 representa o resultado da classificação hierárquica descendente e
ilustra a relação entre as classes encontradas pelo programa. Num primeiro momento, o
70
corpus “Assistência ao Parto” foi dividido em dois subcorpora, aquele que originou as
classes 1, 4, e 2 e o que originou a classe 3. Num segundo momento, o primeiro
subcorpus foi subdividido em dois subcorpora, de um lado aquele que deu origem às
classes 1 e 4 e, de outro, aquele que originou a classe 2.
Considerando que as classes são compostas por unidades de contexto elementar
com vocabulário semelhante e agrupadas de acordo com sua semelhança, observa-se,
por um lado, uma íntima relação entre as classes 1 e 4, as quais, por sua vez,
diferenciam-se da classe 2. Embora a classe 3 ocupe uma posição de diferenciação em
relação às demais classes, ela não representa grande relevância para esta análise, uma
vez que seu conteúdo gira em torno de uma questão que, no roteiro de perguntas, tinha
como função principal apenas introduzir o assunto objeto da pesquisa.
71
Classe 1 (20,4 % UCE):
Variáveis
Importância do Espaço Físico e
da Analgesia
Maternidade: A
Categoria: médicos
Idade: 24 a 36 anos
Classe 4 (31,4 % UCE):
Variáveis
O Papel do Médico e da Mulher
no Parto
Maternidade: A
Categoria: médicos
Idade: 24 a 36 anos
Classe 2 (38,2 % UCE):
Variáveis
Maternidade: B
Categoria: enfermeiras
Idade: 37 a 49 anos
A Assistência Humanizada
Classe 3 (9,8 %
U
C
E
)
:
Ingresso na Ma
t
e
r
n
i
d
a
d
e
A Assistência Medicalizada
Classificação Hierárquica Descendente das Respostas do Grupo de Profissionais sobre o Tipo de Assistência Prestada ao PartoFigura 1
72
4.1.1.1 A Assistência Humanizada (Classe 2)
Em função do número de UCE que compõem a classe 2 (387 ou 38,2% do total),
ela foi considerada uma das mais significativas para a compreensão das representações
sociais do grupo dos profissionais de saúde. Contribuíram para essa classe as UCE
produzidas fundamentalmente por profissionais que trabalham na Maternidade B, com
predominância no exercício da função de enfermeiras e pertencentes ao sexo feminino,
com idade entre 37 e 49 anos. Porém, não se pode considerar o sexo como uma variável
determinante na compreensão da referida classe, que todos os profissionais da
categoria dos enfermeiros que foram entrevistados eram do sexo feminino, uma vez que
a Maternidade B não contava com profissionais do sexo masculino dessa categoria em
seu quadro na época em que foi realizada a pesquisa.
Como foi mencionado, essa classe é a que melhor representa os profissionais
que exercem a função de enfermeiros, por concentrar 62,4% das UCE produzidas pelas
enfermeiras. Os profissionais que trabalham na Maternidade B tiveram 56,8% das suas
UCE classificadas aqui.
Tabela 3
Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente à Classe 2.
Palavra Freqüência
χ
χχ
χ
2
Mulher 122 49,2
Assistência 73 13,3
Pessoa 67 20,2
Enfermeira 42 51,7
Profissionais 57 13,8
Acompanhante 38 6,3
Entrar 37 10,2
Obstetra 35 15,8
Atender 32 8,9
Humanização 30 34,6
Prestada 30 22
Nascimento 29 20,7
Filosofia 23 15,8
Importante 23 10,4
Sente 23 10,4
Enfermagem 22 9,3
Positivos 20 29,5
Diferente 20 11,9
Ambiente 20 4,7
Respeito 19 24,7
continua
73
Palavra Freqüência
χ
χχ
χ
2
Presença 19 17,4
Instituição 18 20,4
Permitir 18 20,4
Positivo 18 6,2
A Tabela 3 apresenta as palavras associadas significativamente à classe 2, cuja
análise revela que tais palavras expressam conteúdos relacionados ao que os
profissionais consideram como aspectos positivos da assistência prestada na
maternidade, entre os quais se destaca a presença de um acompanhante de escolha da
mulher durante sua internação. Além disso, essa classe revela outros aspectos da
assistência prestada na maternidade que os profissionais destacam ao relatarem a sua
prática, como a preocupação em prestar um atendimento de acordo com a filosofia da
maternidade que se organiza em torno da idéia de humanização, a participação da
enfermeira obstetra na assistência ao nascimento e também algumas dificuldades que
encontram na tentativa de implementar a proposta da humanização. Tais palavras são
identificadas nas UCE que representam essa classe e encontram-se destacadas em
negrito.
A gente sempre procura fazer um trabalho humanizado, e dentro da humanização, uma das
coisas que eu acho extremamente importante, que eu vejo como um aspecto positivo da
assistência que é prestada aqui é permitir a presença de um acompanhante. (Enfermeira,
Maternidade B)
Como se constata no trecho acima, para os profissionais que compõem essa
classe, o fato de a Maternidade B, desde a sua abertura em 1995, permitir a presença do
acompanhante na assistência prestada à mulher na maternidade é um aspecto positivo
muito importante desse processo.
Então o fato da gente ter introduzido a penumbra e a música, mostra para aquela mulher que
esse ambiente é dela e isso traz humanização para o local, porque você tem que decidir, ou fala,
ou ouve a música. (Enfermeira, Maternidade B)
A preocupação em prestar uma assistência que os profissionais classificam como
humanizada, conforme a filosofia da instituição, é muito característica dessa classe, haja
vista a freqüência com que a palavra “humanização” nela aparece.
Para os profissionais entrevistados, atitudes como permitir a presença do
acompanhante, incentivar a participação ativa da mulher no nascimento de seu filho,
74
conversar com a parturiente, viver com ela o processo do parto, ter uma postura não
intervencionista” no sentido de evitar a realização de procedimentos técnicos que a
ciência classifica como desnecessários ou prejudiciais, introduzir a penumbra e a música
no momento do parto e, por fim, ter sensibilidade para cuidar do outro são algumas das
características da assistência humanizada.
É muito importante ter o acompanhante. Quanto à assistência em si, é positivo que a
enfermeira obstetra também atende ao parto. (Enfermeira, Maternidade B)
Outra característica dessa classe está relacionada ao reconhecimento que as
enfermeiras obstetras têm da importância da participação de sua categoria profissional
na assistência ao parto.
Nós, enfermeiras, quando intervimos, de um modo geral, estamos seguindo uma prescrição
médica. De um modo geral, o que a gente aprende é que o cuidado é a essência da enfermagem.
(Enfermeira, Maternidade B)
A atuação dessa categoria profissional, na visão das participantes, está ligada a
uma postura profissional mais relacionada ao cuidado e menos à intervenção no
nascimento, o que elas avaliam como um aspecto positivo da assistência prestada na
Maternidade B.
A questão da humanização, da sensibilidade de cuidar do outro, muitas vezes é interpretada
como frescura ou como o pensamento de que o profissional é que quer aparecer, quando na
verdade, ele está fazendo tudo aquilo pelo outro. (Enfermeira, Maternidade B)
A palavra “profissionais” tem uma ocorrência muito significativa nesta classe e
está associada principalmente a algumas dificuldades que esses profissionais
identificam em sua prática de assistência. Essas dificuldades estão relacionadas ao fato
de que, na visão dos participantes, nem todos os profissionais que trabalham na
Maternidade B incorporaram a filosofia de atendimento, ou seja, não uma
homogeneidade na maneira de pensar como deve ser a assistência, e isso acaba tendo
uma interferência negativa no atendimento e gerando atritos dentro da equipe.
4.1.1.2 A Assistência Medicalizada (Classes 4 e 1)
De acordo com a Figura 1, a classe 4, em conjunto com a classe 1, faz parte da
ramificação que, após análise do seu conteúdo, denominou-se “A assistência
75
medicalizada”, tendo sido ambas produzidas predominantemente por profissionais que
trabalham na Maternidade A, exercem a função de médico e m idade entre 24 e 36
anos. Dessa forma, enquanto a classe 2 representa os profissionais que trabalham na
Maternidade B e a categoria das enfermeiras obstetras, as classes 4 e 1 juntas
representam os profissionais que trabalham na Maternidade A, assim como a categoria
dos médicos.
4.1.1.2.1 O Papel do Médico e da Mulher no Parto (Classe 4)
A classe 4 foi composta por 318 UCE, equivalente a 31,4% do total. A análise
dessa classe permite constatar que ela é a que, sozinha, melhor representa a Maternidade
A, que 43% das UCE produzidas pelos profissionais que trabalham são
encontradas nessa classe e o restante está distribuído entre as demais. Além disso,
também é a que melhor representa os profissionais que exercem a função de médico,
que 35,7% das UCE produzidas por estes profissionais encontra-se na classe 4.
Tabela 4
Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente à Classe 4.
Palavra Freqüência
χ
χχ
χ
2
Parto 123 8,3
Paciente 119 19,6
Bebê 98 89
Fazer 84 4
Fica
Mãe
72
50
14,6
46,6
Cesariana 47 58,1
Nasce 43 64,1
Quer 37 8,3
Dia 30 16,4
Chega 30 8,8
Dor 29 28,7
Parto normal 27 28,7
Acaba 26 12,1
Ajuda 25 23,2
Dar 24 4,4
Consegue 22 9,8
Analgesia 21 6,3
Normal 21 23,2
Indicação 19 42,2
Contrações 18 36
Orientar 18 15,9
76
A Tabela 4 apresenta as palavras/noções mais importantes dessa classe, e a
análise das UCE que a caracterizam revela a relação destas com a idéia que os
profissionais médicos têm sobre o seu papel e o da mulher no momento do parto, a
decisão pelo parto normal ou pela cesariana e sobre a dor como algo inerente ao parto.
Tais palavras são identificadas nas UCE que representam a classe 4.
Nesses casos é mais emocionante fazer o parto, você fica mais feliz, dá mais ânimo de fazer um
parto às 4h30min da manhã. aconteceu de eu fazer parto de madrugada, cansado, passar o
maior sofrimento para ficar acordado, e depois que o bebê nasceu, a mãe dizer que não queria
nem vê-lo. (Médico, Maternidade A)
Conforme evidenciado no trecho acima, o verbo “fazer” é bastante recorrente na
classe 4 (84 vezes), sendo que, entre os verbos que a compõem, este é o que tem maior
ocorrência. Além disso, aparece associado à idéia de que é o médico quem faz o parto e
não a mulher, assim como também a procedimentos que os profissionais acreditam
precisar fazer para que o parto ocorra, tais como a indução por meio do uso de
ocitócitos
25
, a episiotomia e a cesariana.
No começo, até por insegurança, tu acabas fazendo (a episiotomia), por ficar nervosa de ver a
cabeça do bebê que vem e vai e não nasce, daí tu dás a anestesia e faz, porque ajuda um pouco.
(Médica, Maternidade A)
Alguns profissionais reconhecem que alguns desses procedimentos muitas vezes
são realizados não por uma indicação técnica precisa, ou seja, com base em evidências
científicas atuais, mas por sentimentos como insegurança, nervosismo, medo e
ansiedade por parte do profissional.
Nessas horas, às vezes, a gente tem que fazer aumentar as contrações, colocar mais ocitocina,
orientar e até ser um pouco mais firme com a mãe, porque se tu falas num tom ameno, ela não
faz, mas se tu falas com firmeza para ela fazer força, sim. (Médico, Maternidade A)
O verbo “fazer” também aparece ligado a ações da parturiente, sobretudo à idéia
de “fazer força”. Também nesse caso o profissional acredita que é ele quem deve saber
a hora de fazer força e orientar a mulher usando a sua autoridade. Por sua vez, o verbo
“orientar” também teve uma recorrência importante e acompanha a idéia de que é papel
do profissional orientar a mulher em trabalho de parto.
25
Ocitócitos: conjunto de agentes que aumentam a intensidade das contrações uterinas e a sua freqüência
(Rezende, 1995).
77
Por isso, muitas vezes, a indicação para cesariana é materna, porque a gente que a mãe não
vai ajudar e não tem suporte para ter um parto normal. A gente vai obrigá-la a parir um filho
por via natural, se ela está se acabando de tanto berrar, se a gente não consegue nem fazer uma
episiotomia porque ela está se batendo na mesa? (Médica, Maternidade A)
“Parto normal” e “cesariana” são duas noções que aparecem associadas e são
recorrentes nessa classe. Os profissionais demonstram preocupação quanto a decidir se é
possível permitir que o parto evolua para “normal”, ou se será necessário indicar uma
cesariana. Entre os motivos mencionados para indicar a cesariana estão o fato de os
médicos avaliarem que a paciente não tem suporte emocional para passar pelo parto
normal, o fato de ela estar exausta após ter passado uma noite inteira na indução do
parto, o fato de que o bebê que nasce pela via vaginal já nasce respirando melhor, a falta
de paciência de alguns profissionais para esperar a evolução do parto normal, assim
como complicações no trabalho de parto.
A palavra “dor” também teve uma ocorrência significativa na classe 4 e aparece
ligada à idéia de que o parto normal é algo intrinsecamente doloroso.
Para quem está de fora parece muito simples a cesariana, parece que você abriu e puxou o bebê
ali de dentro e ele saiu. E o parto normal não, porque você a mãe gritando, a mãe
fazendo força, você na verdade só ajuda, mas a atuante é a mãe, você está ali cooperando, e
na cesariana não. (Médica, Maternidade A)
A palavra “ajuda” também é recorrente nessa classe e aparece relacionada
principalmente aos papéis desempenhados pela parturiente e pelos profissionais na hora
do parto. Aqui parece haver uma contradição no discurso considerando as falas
anteriores que, embora os profissionais acreditem que cabe a eles fazer o parto, em
alguns momentos aparece a idéia de que no parto normal cabe à mulher o papel
principal e que ao profissional cabe apenas ajudá-la.
Ela não ajuda na hora do parto e fica um parto muito difícil. A gente vai ficando muito ansioso
às vezes, porque está vendo que a mãe não está ajudando, a gente não pode ajudar muito no
final se a mãe não ajudar. (Médico, Maternidade A)
Em outros momentos, porém, reaparece a idéia de que o profissional faz o parto
e cabe à mulher ajudá-lo.
78
4.1.1.2.2 Importância do Espaço Físico e da Analgesia (classe 1)
A classe 1 foi composta por 207 UCE, o que representa 20,4% do total.
Conforme citado anteriormente, contribuíram para essa classe as UCE produzidas
principalmente por profissionais que trabalham na Maternidade A, que exercem a
função de médico e têm idade entre 24 e 36 anos.
Tabela 5
Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente à Classe 1.
Palavra Freqüência
χ
χχ
χ
2
Paciente 108 74,1
Parto 86 9,9
Ideal 53 91,6
Assistência 48 19,1
Sala 31 20
Físico 25 75,1
Negativo 25 45,2
Espaço 22 63,5
Lugar 21 15,8
Poderia 20 40,5
Fosse 20 26,6
Falta 20 33,8
Problema 20 19,8
Tivesse 19 42,4
Precisaria 19 19,9
Analgesia 19 15,5
Ganhar 18 21,3
Maior 18 5,3
A Tabela 5 apresenta as palavras mais importantes associadas à classe 1, e a
análise dessa classe revela que tais palavras estão relacionadas a como os profissionais
que a produziram pensam que seria uma assistência ideal, como eles percebem a
assistência prestada atualmente e ainda ao aspectos negativos desta assistência.
Na opinião dos profissionais que compõem essa classe, o espaço físico tem um
papel determinante na maneira de ver a assistência prestada atualmente e de pensar
como seria uma assistência ideal.
A assistência ideal seria cada paciente no seu leito, no seu quarto, no seu apartamento. Ali ela
ficaria à vontade, faria todo o trabalho de parto, com toda a assistência, como se faz hoje com
as pacientes particulares, e depois elas iriam para a sala de parto ganhar. (Médico,
Maternidade A)
79
Conforme exemplificado no trecho acima, para esses profissionais, a assistência
ideal implicaria modificações na estrutura física da maternidade de modo a proporcionar
privacidade para as parturientes, a exemplo do que é oferecido para as pacientes
particulares.
mas o ideal mesmo é que no mesmo quarto você tivesse o pré-parto e o parto, e que tudo fosse
individualizado e não uma enfermaria, ou uma sala de partos.
Outra característica da assistência ideal, na opinião desses profissionais, é que,
além de proporcionar privacidade, o espaço físico deveria ser organizado de maneira
que a mulher pudesse passar por todo o processo de parto no mesmo lugar, sem ter que
se deslocar da sala de pré-parto para a sala de parto, como ocorre atualmente nas
maternidades investigadas.
Então o que acontece às vezes, é que a sala de parto fica tão cheia que acaba criando aquele
ambiente de estresse. Se o espaço físico fosse maior, ajudaria, porque a demanda é muito
grande, então às vezes essa superlotação conturba o ambiente, e isso é o aspecto negativo da
assistência. (Médico, Maternidade A)
As palavras “espaço”, “físico” e “pequeno” guardam relação entre si, associação
recorrente nessa classe. O espaço físico reduzido para o tamanho da demanda atendida
pela Maternidade A é um aspecto da assistência bastante citado pelos profissionais da
classe 1.
Outro aspecto negativo é o pequeno número de profissionais, o que poderia ser maior, desde
que o espaço físico fosse maior, pois nós já estamos nos esbarrando aqui dentro. Se a gente quer
operar, não tem vaga, se quer ampliar o ambulatório para atender mais gente, não tem sala e nem
profissional. (Médica, Maternidade A)
De acordo com os profissionais, o espaço físico pequeno acaba acarretando
outros problemas como um ambiente conturbado, já que há uma grande concentração de
pessoas num espaço reduzido, restrições na contratação de profissionais, pois não
lugar disponível para alocá-los, bem como a impossibilidade de ampliar o atendimento.
Um aspecto negativo da assistência que é prestada aqui, é que a estrutura do governo não
possibilita dar parto sob analgesia para todas as pacientes (Médica, Maternidade A).
Outra correlação percebida nessa classe é entre as palavras “falta” e “analgesia”.
A impossibilidade de oferecer parto com analgesia peridural para todas as usuárias do
SUS é identificada de forma significativa por esses profissionais como um aspecto
negativo da assistência prestada. Além disso, na opinião da maioria dos participantes
80
que compõem essa classe, o parto com analgesia é destacado como uma característica
importante da assistência ideal. Para eles, o parto com analgesia deveria ser
proporcionado para todas as pacientes que não tivessem contra-indicação para o referido
procedimento, não sendo destacado o uso de outros recursos não farmacológicos para o
alívio da dor. Os profissionais da Maternidade A revelaram que seriam tomadas
providências para que a analgesia fosse oferecida a todas as pacientes que não
apresentarem contra-indicação para o seu uso.
4.1.1.3 Ingresso na Maternidade (Classe 3)
A classe 3 foi composta por 100 UCE, correspondendo a 9,8% do total.
Considerando o seu conteúdo, entende-se que ela tem pouca importância na
compreensão das representações sociais sobre a assistência ao parto entre os
profissionais de saúde, contribuindo apenas para caracterizar a amostra.
Tabela 6
Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente à Classe 3.
Palavra Freqüência
χ
χχ
χ
2
Trabalhar 38 15,9
Maternidade 34 42,9
Médica 29 18
Residência 28 83,9
Fiz 26 107,8
Maternidade A
Serviço
23
22
87,1
55,9
Ano 20 47,2
Estágio 19 156,4
Obstetrícia 19 63,7
A Tabela 6 apresenta as palavras mais importantes associadas à classe 3, cuja
análise indica que o seu conteúdo se refere ao caminho percorrido pelos profissionais
até chegarem a trabalhar nas maternidades investigadas.
Entre os profissionais que compõem essa classe, a forma mais comum de
ingresso em seus respectivos locais de trabalho foi ter feito estágio e fazer residência em
ginecologia e obstetrícia dentro da instituição. Além disso, o caso daqueles que
trilharam esse caminho também dentro da instituição e atualmente trabalham como
profissionais contratados. Esse é o caso dos profissionais que trabalham na Maternidade
A.
81
Porém, vale ressaltar que, como a Maternidade A é a única da cidade que
oferece residência em obstetrícia, esse dado apenas revela sua especificidade, ou seja, o
fato de propiciar a estudantes de medicina a possibilidade de seguir uma trajetória de
formação para se tornarem especialistas em ginecologia e obstetrícia dentro do mesmo
serviço e, além disso, terem a oportunidade de, após terminar a formação, serem
contratados pelo serviço que os formou.
4.1.2 Análise da Relação Estabelecida entre Profissionais de Saúde e Parturientes
Segundo os Profissionais
O corpus “Relação Profissional-Parturiente” foi dividido em 558 UCE e a dupla
classificação hierárquica descendente levou em conta 352 UCE, isto é, 63% do total.
Essa porcentagem indica uma estabilidade relativa desse tipo de classificação, ou seja,
menos de 75% das UCE foram ordenadas da mesma forma nas duas classificações
preliminares que o programa ALCESTE realiza habitualmente. Houve neste corpus um
total de 24.003 ocorrências de palavras, sendo 2.791 palavras distintas, isto é, cada
palavra teve uma ocorrência média de 9 vezes. Para a análise desse corpus foram
observadas as palavras com freqüência igual ou superior a uma vez e meia o valor da
média, ou seja, 14 e χ
2
3,84.
A Figura 2 representa o resultado da análise hierárquica descendente e ilustra a
relação entre as classes encontradas pelo programa. O corpus 2 foi dividido em dois
subcorpora: de um lado aquele que originou as classes 1 e 2 e, de outro, o que deu
origem à classe 3. Observa-se assim uma relação de proximidade entre as classes 1 e 2,
as quais, por sua vez, diferenciam-se da classe 3. É importante assinalar que, embora as
classes 2 e 3 tratem de uma mesma questão, ou seja, o envolvimento das parturientes
nas decisões não emergenciais relacionadas ao parto, existe uma diferença importante
entre elas. Como se mostrado a seguir, enquanto na classe 3 a maioria dos
profissionais percebe-se envolvendo as parturientes nas decisões não emergenciais, na
classe 2 observa-se, entre outras questões, situações da rotina dos profissionais em que
isso nem sempre ocorre, ou seja, algumas vezes são tomadas decisões em que não é
permitida a participação da mulher.
82
Classe 1 (19 % UCE):
Variáveis
:
Reação dos Profissionais à
Expressão de Sentimentos
pela Parturiente
Maternidade: A
Idade 24 a 36
Classe (70,7 % UCE):
Variáveis
3
Relação com a Parturiente e
Envolvimento nas Decisões Não
Emergenciais do Parto
Idade: 37 a 49
Maternidade: B
Classe 2 (10,2 % UCE):
Variáveis
Participação da Parturiente
nas Decisões Relacionadas
ao Parto - Decisões em que
É Permitida e em que Não É
Permitida a Participação da
Mulher
Sexo: Feminino
Manifestações Emocionais e Participação
da Parturiente nas Decisões do Parto na
Ótica dos Profissionais
Classificação Hierárquica Descendente das Respostas do Grupo de Profissionais da Saúde Sobre a Relação Profissional
-
P
a
r
t
u
r
i
e
n
t
e
Figura 2
83
4.1.2.1 Relação com a Parturiente e Envolvimento nas Decisões Não Emergenciais
(Classe 3)
Essa classe foi composta por 249 UCE, representando 70,7% do total, o que a
torna, de longe, a mais significativa do corpus “Relação Profissional-Parturiente”. Ela
representa de maneira importante a Maternidade B, uma vez que 81,4% das UCE
produzidas pelos seus profissionais são encontradas nessa classe. ainda, na classe 3,
uma predominância de UCE produzidas por profissionais com idade entre 37 e 49 anos,
considerando que 81,2% das UCE dos profissionais nessa faixa etária foram aqui
classificadas.
Tabela 7
Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente à Classe 3.
Palavra Freqüência
χ
χχ
χ
2
Relação 45 18,7
Decisões 37 6,9
Boa 33 12,6
Pessoas 32 14,5
Médico 31 5,9
Tenho 28 6,3
Costumo 23 5,8
Envolver 22 9,7
Parturiente
Importante
22
21
7,3
6,9
Emergenciais 21 6,9
Processo 18 7,8
Possível 17 5,1
Diferentes 16 6,9
Assistência 16 4,7
Relacionamento 16 4,7
Maternidade 15 6,4
A Tabela 7 apresenta as palavras significativamente associadas à classe 3, cuja
análise revela a expressão de conteúdos referentes à qualidade da relação que os
profissionais avaliam ter com as parturientes e ao envolvimento das mulheres nas
decisões não emergenciais relativas ao parto. Tais palavras o identificadas nas UCE
que representam essa classe, como será mostrado a seguir.
Eu acho que a minha relação com as parturientes sempre é boa, eu gosto. umas relações
que são mais intensas, outras menos. Eu acho que, numa relação, sempre tem a questão da
afinidade pessoal, e isso também se passa aqui dentro da maternidade. Eu acho que tem também
84
a questão da agitação interna que a gente tem aqui dentro da maternidade. (Enfermeira,
Maternidade B)
Conforme evidenciado no trecho acima, de maneira geral, os profissionais que
compõem esta classe avaliam como boa a relação com as parturientes. Houve uma
grande variedade de respostas ao que os profissionais consideram “ter uma boa
relação”, entre as quais se encontrou: ter intimidade, conversar, explicar tudo o que está
sendo feito, brincar, ter bom humor, se apresentar para a paciente, dar apoio, mostrar
que compreende o que a parturiente está passando, ser solidário, dar orientações, tratar
com respeito, acalmar a parturiente, colocar-se no seu lugar, transmitir confiança,
mostrar-se disponível, envolvê-la nas decisões, respeitar sua capacidade de
desempenhar seu papel no parto e envolver o acompanhante no processo de parto. Os
profissionais avaliam ainda que a qualidade da relação depende de alguns fatores como
afinidade pessoal, disponibilidade de tempo, as demandas do plantão e a própria
parturiente.
Na classe 3, uma predominância de profissionais que relatam ter o costume
de envolver as mulheres nas decisões não emergenciais relativas ao parto.
4.1.2.2 Manifestações Emocionais e Participação da Parturiente nas Decisões do
Parto na Ótica dos Profissionais (classes 1 e 2)
De acordo com a Figura 2, as classes 1 e 2 encontram-se na mesma ramificação.
Embora ambas tratem de aspectos da relação estabelecida entre profissionais de saúde e
parturientes, a classe 1 está mais relacionada às reações que os profissionais relataram
ter frente às manifestações emocionais da mulher em processo de parto, ao passo que a
classe 2 retrata o relato dos profissionais quanto às reações das parturientes por não
poderem escolher a via de parto. Essa classe também revela algumas decisões em que é
permitida a participação da parturiente e outras das quais ela não pode participar.
4.1.2.2.1 Reação dos Profissionais à Expressão de Sentimentos pela Parturiente
(Classe 1)
A classe 1 foi constituída por 67 UCE, representando 19% do total.
Contribuíram para essa classe as UCE produzidas principalmente por profissionais que
85
trabalham na Maternidade A (31% das suas UCE foram classificadas aqui) e com idade
entre 24 e 36 anos.
Tabela 8
Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente à Classe 1.
Palavra Freqüência
χ
χχ
χ
2
Paciente 42 6,8
Fazer 30 7
Gritar 19 56,6
Falar 19 44,3
Dor 17 36,6
Bebê 17 10,3
Ficar 17 4,7
A Tabela 8 apresenta as palavras mais importantes associadas à classe 1. A
análise dessa classe permite compreender que tais palavras estão relacionadas aos
comportamentos que os profissionais relataram adotar quando a parturiente expressa o
que está sentindo na hora do parto por meio de gritos, e também diante de outras
manifestações relacionadas à experiência de sentir dor. Essas palavras são identificadas
nas UCE que representam essa classe.
Às vezes, quando a paciente se excede, a gente tem que tentar controlar. De um modo geral,
quando a paciente está se alterando muito, a gente fala: a gente sabe que está doendo, isso aqui é
parto normal, dói, todas as pacientes vão passar por essa fase, é a fase dolorosa, mas você tem
que tentar manter o controle, tem que respirar, se ajudar e ajudar o bebê, não adianta ficar se
contorcendo.
(Médico, Maternidade A)
A palavra “gritar” é recorrente nessa classe e está associada à palavra “respirar”,
revelando que, diante desse comportamento das parturientes, a conduta mais
comumente adotada pelos profissionais dessa classe é orientá-las a respirar. A análise
das UCE que representam essa classe também demonstrou que, diante de expressões de
dor e desespero da mulher em processo de parturição, é comum os profissionais
solicitarem que ela se controle, faça força, “se ajude” e se concentre no parto.
Outros comportamentos e atitudes menos comuns, mas que foram citados são:
não impedir a parturiente de gritar, não gostar que ela grite, orientá-la, acalmá-la, falar
para ela pensar de maneira positiva e falar em tom mais sério. Os profissionais da
Maternidade B mencionaram ainda: fazer massagem, estimulá-la a tomar banho,
fornecer medicação para relaxar, tocá-la e ficar por perto.
86
Por isso a analgesia é importante, porque se fosse com analgesia, ela iria ficar deitada, sem dor.
que com a analgesia a paciente também tem que ter consciência que ela tem que ajudar, ela
tem que fazer força. (Médico, Maternidade A)
A palavra “dor” também tem ocorrência importante nessa classe e está associada
à palavra “analgesia”, indicando que o recurso da analgesia como forma de alívio da dor
é o mais mencionado por esses profissionais, ainda que a Maternidade A não dispusesse
do referido recurso para todas as mulheres no período em que foi realizado este estudo.
Porém, conforme citado anteriormente, alguns profissionais informaram nas entrevistas
que providências seriam tomadas visando disponibilizar a analgesia para todas as
pacientes que não tivessem contra-indicações para o seu uso.
4.1.2.2.2 Participação da Parturiente nas Decisões Relacionadas ao Parto: Decisões
em que É Permitida e em que não É Permitida a Participação da Mulher (Classe 2)
A classe 2 foi composta por 36 UCE, representando 10,2% do total, produzidas
principalmente por profissionais pertencentes ao sexo feminino. Houve somente duas
palavras significativamente associadas à classe 2: “vai”, que ocorreu com uma
freqüência de 18 vezes (
χ
2
= 16,9), e “cesariana”, com uma freqüência de 17 vezes (
χ
2
=
80,6). A análise do conteúdo das UCE características dessa classe indica que ela está
relacionada às possibilidades de escolha oferecidas às mulheres durante o atendimento
na maternidade, conforme relataram os profissionais.
Às vezes acontece o contrário, a gente diz que vai precisar de uma cesariana e elas choram
porque estavam querendo parto normal. De vez em quando, a gente precisa ser radical e dizer:
precisa fazer cesariana por causa disso. A mulher vai saber por que, mesmo que a princípio ela
não tenha gostado da decisão. (Médico, Maternidade B)
Na percepção dos profissionais que compõem essa classe, as parturientes
costumam se decepcionar por não poderem escolher a via de parto, que essa decisão
depende de indicações médicas precisas. Em alguns momentos, segundo esses
profissionais, a decepção ocorre porque a mulher gostaria de ter seu filho por parto
cesáreo e não havia indicação para realizá-lo e, em outros momentos, porque tinha a
expectativa de tê-lo pela via vaginal e necessitou realizar cesariana.
O acompanhante é a mãe quem escolhe. A gente também a opção de escolher a posição em
que ela quer ficar antes do parto, a gente explica que ela pode ficar na bola, que tem o cavalinho,
tem o banquinho para ela ficar acocorada, que ela pode caminhar. (Médica, Maternidade A)
87
Por outro lado, os profissionais de ambas as maternidades relataram que existem
algumas possibilidades de escolhas que as parturientes podem fazer, como usar alguns
instrumentos para mudar de posição durante o trabalho de parto e assim facilitar a
descida do bebê, como o cavalinho
26
e a bola suíça
27
, além de caminhar no período pré-
parto e escolher quem será o seu acompanhante. Além disso, a Maternidade B
possibilita à mulher optar pela sala em que ocorrerá o parto, a posição de parir e pelo
tipo de cadeira obstétrica que pode ser utilizada.
A gente explica mais ou menos, diz que vai ser feita uma lavagem para na hora que o bebê
nascer ela não ficar com vergonha, mas que se ela não quiser, não precisa. (Médica, Maternidade
A)
Na Maternidade A, de acordo com os profissionais entrevistados, algumas
práticas de assistência como a tricotomia e o enema são realizadas rotineiramente, ou
seja, não é oferecida à mulher a possibilidade de decidir se quer ou não ser submetida a
elas. No entanto, segundo esses profissionais, se a parturiente não quiser se submeter a
esses procedimentos, deverá expressar sua vontade, a qual será respeitada.
Se a paciente não quer ser colocada no soro, a gente diz a realidade, o que pode acontecer se ela
ficar muito mais tempo ali, que a dor vai ser a mesma se ela tiver um trabalho de parto
espontâneo. (Médico, Maternidade A)
Em algumas situações, a mulher expressa sua vontade, e os profissionais tentam
convencê-la de que sua escolha não é a melhor.
4.2 Análise do Grupo das Mulheres Assistidas
Assim como o material produzido pelo grupo dos profissionais, o material
textual produzido pelo grupo de mulheres foi dividido em dois corpora: “Assistência ao
Parto” e “Relação Profissional-Parturiente”. Como o roteiro de entrevista foi o mesmo
para os dois grupos, resguardadas as devidas particularidades de cada um, o conteúdo
dos corpora trata dos mesmos temas. Porém, é necessário considerar que a assistência
ao parto nas maternidades investigadas é prestada por equipes diferentes em cada fase
26
Não foi encontrado bibiliografia sobre o uso do “cavalinho”.
27
A indicação terapêutica da bola durante o trabalho de parto é para promover relaxamento através do
movimento, como aponta Carriere: “Durante as contraturas de abertura do parto, a meta dos exercícios é
vencer a tensão por meio de movimento. Isso pode ajudar a prevenir a tensão durante o parto” (Carriere,
1999, p.336).
88
do processo, ou seja, uma equipe para atender a mulher durante o pré-parto e parto e
outra para atendê-la após o parto no alojamento conjunto. Acreditava-se que indagar as
mulheres sobre seu relacionamento apenas com uma dessas equipes, poderia dificultar e
confundir as respostas das participantes e assim optou-se por questioná-las sobre a
relação com a equipe de saúde como um todo. Assim, é necessário considerar que
quando se está tratando da relação das mulheres com a equipe de saúde está se falando
de todos os profissionais que a atenderam durante sua permanência na maternidade, ao
passo que quando se investigou este aspecto entre os profissionais de saúde está se
falando especificamente dos médicos e enfermeiras obstetras que trabalham na
assistência à mulher durante o pré-parto e parto.
4.2.1 Análise dos Resultados do Tipo de Assistência Prestada ao Parto Segundo as
Mulheres Assistidas
O corpus 1 foi dividido em 806 UCE, e a dupla classificação hierárquica
descendente considerou 661 UCE, isto é, 82% do total, o que demonstra a estabilidade
dessa análise. O número de ocorrência de palavras foi equivalente a 35.624, sendo 2.881
o número de formas distintas, indicando uma média de 12 ocorrências por palavra. Para
a análise que se segue, foram consideradas as palavras com freqüência igual ou superior
a uma vez e meia o valor da média, ou seja, 18 e χ
2
3,84.
A Figura 3 representa o resultado da classificação hierárquica descendente e
ilustra a relação entre as classes encontradas pelo programa. O corpus “Assistência ao
Parto” foi dividido em dois subcorpora, aquele que originou as classes 1 e 3 e o que
originou as classes 2 e 4. Assim, observa-se, de um lado, uma relação de proximidade
entre as classes agrupadas na mesma ramificação e, por outro, uma relação de
diferenciação destas em relação àquelas agrupadas na outra ramificação.
89
Classe 1 (17,5 % UCE):
Variáveis
Aspectos Positivos da
Assistência
Estado Civil: Solteiras
Classe 2 (23 % UCE):
Variáveis
A Trajetória até a Internação,
o Papel da Mulher e do
Profissional no Parto
Acompanhante: não
Escolaridade: até o ensino
médio completo
Maternidade: A
Classe 4 (53,1 % UCE):
Variáveis
Vivência do Processo de
Parto
Acompanhante: sim
Estado Civil: casadas
Escolaridade: superior ao
ensino médio
Classe 3 (6,3 % UCE):
A Assistência Ideal
A Assistência O Parto
Classificação Hierárquica Descendente das Respostas do Grupo de Mulheres Assistidas sobre o Tipo de Assistência Prestada ao PartoFigura 3
90
4.2.1.1 O Parto (Classes 2 e 4)
As classes 2 e 4 estão agrupadas na ramificação “O Parto” e referem-se ao relato
que as mulheres fazem dos acontecimentos que cercaram o seu parto. Porém, cada uma
dessas classes retrata aspectos diferentes do relato. Enquanto a classe 2 destaca a
trajetória percorrida pelas mulheres desde a hora em que perceberam, em casa, os
primeiros sinais do trabalho de parto até o parto e os procedimentos aos quais elas
relataram ter sido submetidas na maternidade, a classe 4 ressalta a forma como as
mulheres vivenciaram o transcorrer do tempo durante sua internação, assim como o fato
de terem presenciado o processo de parto de outras mulheres também internadas. Além
disso, essas classes foram produzidas por grupos diferentes de mulheres.
4.2.1.1.1 Vivência do Processo de Parto (Classe 4)
A classe 4 foi composta por 351 UCE, o que representa 53,1% do total.
Contribuíram para essa classe as UCE produzidas fundamentalmente por mulheres com
escolaridade superior ao ensino médio completo (63,1% das UCE produzidas por este
grupo foram classificadas aqui), que tiveram acompanhante na hora do parto (56,8% do
total de UCE) e eram casadas (55,7% do total de UCE).
Tabela 9
Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente à Classe 4.
Palavra Freqüência
χ
χχ
χ
2
Bebê 154 17
Ficava 95 3,4
Disse 67 9,1
Queria 56 18,3
Nascer 54 12,1
Ganhar
Dia
44
41
9,7
5,3
Saber 38 5,3
Tempo 38 9
Lado 20 9,1
Menina 18 11,2
A Tabela 9 apresenta as palavras mais importantes associadas à classe 4, cuja
análise revela sua relação com alguns acontecimentos que cercaram o nascimento do
bebê, destacando-se a forma como as parturientes experienciaram o transcorrer do
91
tempo durante todo o processo de parto e de permanência na maternidade, assim como
passar por essa experiência assistindo a outras mulheres que viviam o mesmo processo.
Essas palavras podem ser identificadas nas UCE que caracterizam a referida classe,
conforme os exemplos apresentados a seguir.
Se eu tivesse ficado ali o dia inteiro, com aquela funcionária falando que é assim mesmo, se a
médica não tivesse vindo, se o meu marido não tivesse chamado, eu ficaria ali muito mais
tempo. (Puérpera, Maternidade A)
De maneira geral, as mulheres parecem vivenciar o tempo de espera entre o
início do trabalho de parto e o nascimento do bebê como um período demorado. O
tempo transcorrido entre a internação na maternidade e o momento da alta também é
vivenciado como um período longo e geralmente esperado com ansiedade.
A gente vai para a maternidade com a preocupação de que, se der algum problema, eles vão
forçar o parto normal até o último momento. Essa preocupação ficou na minha cabeça. A
menina que ganhou bebê ao meu lado, estava com pressão alta, mas conseguiu ganhar o bebê
pelo parto normal, ela tinha entrado um dia antes de mim e ficou bastante tempo em trabalho de
parto. (Puérpera, Maternidade B)
As palavras “menina” e “lado” são recorrentes nessa classe e estão associadas,
revelando que passar pelo processo de parir e de internação presenciando o processo de
outras mulheres na mesma situação exerce uma interferência na maneira como as
parturientes vivenciam a sua experiência na maternidade. Em muitos momentos, as
parturientes tomam a experiência das outras parturientes como referência para saber se o
que acontece com elas está dentro do esperado. Em outras situações, sentem medo de
que possa ocorrer com elas também o que aconteceu com a mulher do lado. Identificou-
se ainda a interferência, geralmente negativa, que a maneira como algumas parturientes
expressam a experiência de sentir dor tem sobre elas.
4.2.1.1.2 A Trajetória até a Internação, o Papel da mulher e do Profissional no
Parto (Classe 2)
A classe 2 foi composta por 152 UCE, o que representa 23% do total.
Contribuíram para essa classe as UCE produzidas principalmente por mulheres que não
tiveram acompanhante no parto, com escolaridade até o ensino médio completo e que
foram atendidas na Maternidade A.
92
Tabela 10
Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente à Classe 2.
Palavra Freqüência
χ
χχ
χ
2
Dilatação 47 140,3
Dor 45 40,5
Fazer 43 8,5
Senti 40 9,9
Contração 33 81,5
Cheguei 27 61,1
Fizeram 26 25,7
Casa 25 27,4
Dedo 25 87
Comecei 24 32,9
Cesariana 23 6,2
Colocaram 23 28,6
Fiquei 22 5,5
Soro 18 38
Sala 18 22,5
A Tabela 10 apresenta as palavras mais importantes associadas à classe 2. A
análise dessa classe aponta para a relação dos vocábulos acima com a trajetória
percorrida pelas mulheres desde a hora em que perceberam, em casa, os primeiros sinais
do trabalho de parto até o momento do parto na maternidade, bem como com os
procedimentos aos quais elas afirmaram ter sido submetidas no período que antecede o
parto e também com a maneira como elas percebem o seu papel e o dos profissionais de
saúde no processo.
Eu comecei a sentir umas dores bem fortes de 10 em 10 minutos; daí eu resolvi ir para a
maternidade. Eu cheguei na Maternidade A e quando eu fui atendida, eu estava com cinco
dedos de dilatação e não tinha como fazer o parto, porque a respiração do bebê estava
bastante cansada. (Puérpera, Maternidade A)
Eu ia para a maternidade e voltava. Quando eu chegava lá, eles me mandavam caminhar, mas
nada adiantava e eu voltava para casa. Quando chegou a sexta-feira, eu fui para a maternidade às
11h e me mandaram caminhar, mas eu não tinha dilatação, eu tinha bastante contração, mas
não tinha dilatação. (Puérpera, Maternidade A)
As mulheres entrevistadas associam as experiências de sentir dor e ter
contrações como sinais importantes do trabalho de parto e que as levam a procurar a
maternidade.
Quando chegou umas 4h, eu voltei na maternidade e me deram um soro para passar um pouco a
dor, mas eu não tinha dilatação ainda. Eu voltei para casa e passei o sábado inteiro com dor,
dor. Eu agüentei até umas 23h e voltei para a maternidade. Eu cheguei com três dedos de
dilatação e bastante contração, daí eles decidiram me internar. (Puérpera, Maternidade A)
93
A palavra “casa” é recorrente nessa classe e está associada ao termo “voltei”,
indicando que o momento mais adequado para procurar a maternidade parece não ser
claro para as mulheres. É comum as gestantes chegarem à instituição e, apesar de
estarem sentindo dores e contrações, não serem internadas, pois ainda não têm a
dilatação suficiente do colo de útero para que o parto aconteça. Nessas situações, a
mulher tem que retornar para casa e aguardar o momento certo de procurar a
maternidade. Muitas vezes é na própria maternidade que as mulheres recebem a
orientação sobre sinais mais precisos da proximidade da hora do parto.
Na maternidade eles fizeram de tudo para aliviar a dor, me colocaram na bola, no cavalinho,
fizeram de tudo para ser parto normal, pois a então, o bebê estava encaixado. (Puérpera,
Maternidade B)
A palavra “fazer” e a palavra “colocaram são recorrentes nessa classe e
referem-se sobretudo aos procedimentos realizados pelos profissionais, conforme os
relatos das mulheres, desde o momento que chegaram na maternidade até a hora do
parto, seja por via vaginal ou por cesariana. Dessa forma, as mulheres que compõem
essa classe relatam que na maternidade, os profissionais “fazem” o parto, assim como
manobras para aliviar a dor, a anestesia, o toque, a cesariana, entre outros
procedimentos. As mulheres assistidas também relataram que os profissionais
“colocam” o soro, bem como comprimidos na vagina para induzir o parto e a mulher
posicionada na bola suíça e no cavalinho para aliviar a dor. Portanto, percebe-se que,
mesmo nas situações nas quais a mulher tem um papel mais ativo, como o ato de parir e
de adotar medidas para o alívio da dor, elas se percebem desempenhando o papel mais
passivo, enquanto atribuem aos profissionais o papel mais ativo.
Eu fui colocada para tomar soro porque a minha bolsa não tinha estourado. Eu senti muita dor,
eu gritava bastante e como a minha bolsa não estourava, eles a estouraram. (Puérpera,
Maternidade A)
A palavra “soro” também tem uma ocorrência significativa nessa classe, ou seja,
a utilização de ocitócitos para conduzir ou induzir o parto foi bastante referida por essas
mulheres.
Eu cheguei lá na Maternidade B, fizeram o toque, mas eu estava com a mesma dilatação, só um
centímetro. Eu voltei para casa, até que começou a me dar umas dores mais próximas umas das
outras, e às 21h30, a bolsa estourou. (Puérpera, Maternidade B)
94
Os verbos “chegar”, “começar” e “ficar”, utilizados na primeira pessoa do
singular e conjugados no passado também são recorrentes nessa classe e estão mais
associados às ações em que o sujeito é a mulher. A análise das UCE revela que
“cheguei” está associado à maternidade”, enquanto “comecei” está associado a “sentir
dor”, e “fiquei” ao tempo de espera da parturiente na maternidade até ter dilatação
suficiente para parir ou para que a equipe de saúde decidisse realizar o parto cesáreo.
4.2.1.2 A Assistência (Classes 1 e 3)
As classes 1 e 3 estão agrupadas na ramificação “A Assistência”. Embora o
conteúdo de ambas as classes tratem de aspectos relativos a forma como as mulheres
percebem a assistência recebida na maternidade, a classe 1 trata principalmente dos
aspectos positivos identificados pelas participantes, ao passo que a classe 3 trata dos
aspectos que elas acreditam tornar ideal a assistência.
4.2.1.2.1 Aspectos Positivos da Assistência (Classe 1)
A classe 1 foi composta por 116 UCE, o que representa 17,5% do total.
Observa-se que essa classe tem uma relativa importância para as mulheres solteiras,
uma vez que 31,8% das UCE produzidas por elas foram classificadas aqui.
Tabela 11
Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente à Classe 1.
Palavra Freqüência
χ
χχ
χ
2
Recebi 52 228,4
Assistência 52 116,5
Maternidade B 48 25,7
Ponto 46 181
Atendimento 39 83
Maternidade A
Gostei
35
33
16,4
63,9
Negativo 27 119,6
Positivo 25 109,5
Enfermeiras 19 11,9
Teve 18 19,8
A Tabela 11 apresenta as palavras/noções mais importantes da classe 1. A
análise dessa classe revela que tais palavras estão relacionadas a como as mulheres
95
percebem a assistência recebida nas Maternidades A e B, sendo que a ênfase é dada aos
seus aspectos positivos.
Eu gostei de ter o meu bebê na Maternidade A. Quanto aos pontos que eu achei mais positivos
na assistência que eu recebi na Maternidade A, eu gostei de tudo, não tenho do que reclamar,
foi tudo bem bom, para mim, para o bebê, eles atendem bem, eu gostei. (Puérpera, Maternidade
A)
De maneira geral, as mulheres relataram ter gostado da assistência recebida em
ambas as maternidades, e a análise das UCE revela que elas identificam mais aspectos
positivos do que negativos na assistência recebida, independentemente da maternidade
em que foram atendidas.
Quanto aos pontos que eu achei mais positivos na assistência que eu recebi na Maternidade A,
eu não sei, eu acho que foi o atendimento mesmo, as pessoas foram bem atenciosas comigo.
(Puérpera, Maternidade A)
O aspecto positivo da assistência mais citado pelas mulheres de ambas as
maternidades foi a atenção recebida durante o período em que ficaram internadas. Entre
as características da assistência que as mulheres relacionam com a atenção recebida na
Maternidade A, foram encontradas: explicações fornecidas pelos médicos em linguagem
acessível e também por outros profissionais; a presença constante de um profissional
observando como a mãe e o bebê passavam; o tempo de permanência dos profissionais
de saúde ao lado da parturiente; e a ajuda oferecida pela equipe no parto, para empurrar
a barriga, por exemplo, pois a parturiente não tinha mais força. Na Maternidade B, os
aspectos relacionados com a atenção foram: o fato de haver uma equipe grande de
estagiários para acompanhar a parturiente; prontidão no atendimento quando algo era
solicitado; ajuda da equipe de enfermagem para amamentar; preocupação demonstrada
pelo profissional da enfermagem; atendimento ao bebê no alojamento conjunto; e
acompanhamento intensivo no pós-operatório.
As enfermeiras tratam a gente muito bem, eu me senti em casa, elas cuidam bem da mãe e do
bebê, elas nos tratavam super bem. Então o mais positivo da assistência que eu recebi na
Maternidade B foi o atendimento antes e depois do parto. Não houve ponto negativo na
assistência que eu recebi na Maternidade B, para mim foi tudo muito bom. (Puérpera,
Maternidade B)
Ao falarem da sua experiência na maternidade, as mulheres se referem
recorrentemente às profissionais identificadas por elas como enfermeiras, revelando que
estas ocupam um papel muito importante na maneira como as mulheres percebem a
assistência recebida nas maternidades investigadas. A palavra “enfermeiras” está
96
relacionada com o vocábulo “explicaram”, revelando que, entre as ações que essas
profissionais executam, dar explicações é a que têm maior significado para as mulheres
entrevistadas. Outros aspectos do atendimento oferecido pelas profissionais de
enfermagem e identificados pelas mulheres como positivos são: ser atenciosa, dar
explicações, tratar e cuidar bem, ser prestativa, dizer o que fazer, estar por perto
oferecendo todo o cuidado e passar constantemente para ver como elas e o bebê
estavam. Observou-se que, embora as mulheres atendidas nas duas maternidades
tenham se referido aos aspectos positivos do atendimento dessas profissionais, aquelas
atendidas na Maternidade B foram as que fizeram uma melhor avaliação do atendimento
prestado pela equipe de enfermagem. Observou-se ainda que, apesar de os aspectos
positivos do atendimento prestado pelas profissionais de enfermagem terem sido os
mais citados, houve também, no relato das mulheres, algumas críticas ao seu
atendimento, entre os quais podem ser identificados: atitude relapsa (Maternidade B);
falta de acompanhamento às pacientes no plantão noturno; atendimento grosseiro,
desrespeitoso e ruim durante o pré-parto; e atendimento grosseiro no pós-parto
(Maternidade A).
na Maternidade B era tudo certo na hora, a comida, os remédios. Para mim não houve
pontos negativos na assistência que eu recebi na Maternidade B, foi tudo bem, tudo certo, eu
não sou muito de reclamar. (Puérpera, Maternidade B)
De maneira geral, as mulheres atendidas em ambas as maternidades, em um
primeiro momento, relataram não haver aspectos negativos na assistência recebida e não
terem motivos para reclamações. Porém, uma investigação mais aprofundada das
entrevistas mostrou que, no decorrer dos relatos, as mulheres foram identificando alguns
desses aspectos mencionados anteriormente. Entre os aspectos negativos, aqueles
relativos ao atendimento prestado por alguns profissionais de saúde foram os mais
citados. Além dos mencionados, outros desses aspectos foram: o fato de não ter sido
permitido ao marido acompanhar o parto; orientações contraditórias quanto ao
aleitamento materno; atendimento grosseiro no banco de leite; falta de atenção de
alguns funcionários às solicitações da família no pré-parto; e falta de explicação sobre o
que estava ocorrendo. Esses aspectos foram apontados pelas mulheres atendidas na
Maternidade A.
Na Maternidade B, os aspectos negativos do atendimento dos profissionais
relatados por algumas mulheres foram: falta de paciência e de humanidade do médico
97
que realizou a cesariana, por ter ficado falando de futebol durante o procedimento; falta
de explicação de um pediatra sobre um problema ocorrido com o bebê; falta de
delicadeza de uma médica ao realizar o exame vaginal; o longo período de tempo que os
profissionais levaram para decidir realizar a cesariana; poucas orientações recebidas
quanto ao aleitamento materno; o fato de os profissionais terem extraviado um exame
do bebê e por isso quererem prolongar a sua internação; e falta de explicações de uma
enfermeira sobre o que estava acontecendo. Outro aspecto negativo citado pelas
mulheres assistidas na Maternidade B e que está relacionado à estrutura física da
maternidade foi o fato de haver uma quantidade grande de pessoas em cada quarto no
alojamento conjunto.
4.2.1.2.2 A Assistência Ideal (Classe 3)
A classe 3 foi composta por 42 UCE, representando apenas 6,3% do total, e não
está associada de maneira importante a variável alguma. Houve duas palavras
significativamente associadas à classe 3: “assistência”, que ocorreu com uma freqüência
de 29 vezes (χ
2
= 117,1 ), “ideal”, com uma freqüência de 28 vezes (χ
2
= 281,8). Essas
palavras estão relacionadas aos aspectos que as mulheres acreditam tornar uma
assistência ideal.
A assistência ideal, para mim, seria chegar na maternidade e eles perguntarem quais os sintomas
que a gente está sentindo, dar aquela atenção, porque naquela hora a mulher está carente e
fragilizada, então tem que dar uma atenção. (Puérpera, Maternidade A)
O tipo de relação que os profissionais estabelecem com as pacientes é o aspecto
da assistência ideal mais referido pelas mulheres entrevistadas. Embora a palavra
“atenção” não tenha tido uma ocorrência mínima para ser classificada entre as mais
significativas dessa classe, sua ocorrência (8 vezes) foi importante para compreender
que esse fator tem uma importância considerável no tipo de relação que deve ser
estabelecida com os profissionais de saúde, segundo a visão das mulheres. Outros
aspectos associados à qualidade da relação com os profissionais de saúde e que
comporiam uma assistência ideal, na opinião das mulheres entrevistadas são:
atendimento exclusivo, carinho, paciência, cuidado, explicações, orientações, amor,
diálogo, prestatividade, atendimento humanizado e serem “olhadas no olho”.
A assistência ideal é aquela em que pode entrar o acompanhante, em que as pessoas são sempre
bem queridas e não são grosseiras. (Puérpera, Maternidade B)
98
Embora a palavra “acompanhante” também não tenha tido uma ocorrência
mínima para ser classificada entre as mais significativas dessa classe, sua ocorrência (12
vezes) foi importante para compreender que, para as mulheres entrevistadas, permitir a
presença do acompanhante tem um papel importante na qualidade da assistência.
Eu acho que numa assistência ideal, a cadeira onde o acompanhante fica poderia ser mais macia,
o meu marido ficou os três dias sentado naquela cadeira e ficou todo “descadeirado”. (Puérpera,
Maternidade A)
Além de considerarem importante a entrada do acompanhante, as mulheres
expressaram que, em uma assistência ideal, deveria haver condições para que ele
permanecesse na maternidade com mais conforto e, de fato, pudesse acompanhar o
parto em todos os momentos, como por exemplo, ter roupa hospitalar em quantidade
suficiente para que ele pudesse entrar no centro obstétrico. As mulheres expressaram
também que não deveria haver restrição à presença do acompanhante no parto cesáreo,
como ocorre na Maternidade A.
4.2.2 Análise da Relação Estabelecida entre Profissionais de Saúde e Parturientes
Segundo as Mulheres Assistidas
O corpus “Relação Profissional-Parturiente” foi dividido em 371 UCE, e a dupla
classificação hierárquica descendente levou em consideração 278 UCE, ou seja, 74,9%
do total, o que demonstra haver estabilidade nessa análise. Houve nesse corpus um total
de 16.482 ocorrência de palavras e 1.934 formas distintas, revelando uma média de 9
ocorrências por palavra. Para a análise que se segue, foram consideradas as palavras
com freqüência igual ou superior a uma vez e meia o valor da média, ou seja, 14 e χ
2
3,84.
A Figura 4 representa o resultado da classificação hierárquica descendente e
ilustra a relação entre as classes encontradas pelo programa. Num primeiro momento, o
corpus 2 foi dividido em dois subcorpora: de um lado aquele que originou as classes 1 e
6, e de outro, aquele que originou as classes 2, 4, 3 e 5. No momento posterior, essa
segunda ramificação foi dividida em outros dois subcorpora, aquele que originou as
classes 2 e 4 de um lado, e o responsável pelas classes 3 e 5 de outro.
Dessa forma, observa-se uma relação de proximidade entre as classes 1 e 6, as
quais diferenciam-se das demais classes. Porém, a análise da classe 1 mostrou que ela
não é relevante para compreender as representações sociais da assistência ao parto do
grupo de mulheres, uma vez que seu conteúdo gira, principalmente, em torno do relato
99
de duas mulheres e considerá-la representaria um viés indesejável na análise.
também uma relação de semelhança entre as classes 2 e 4 e entre as classes 3 e 5,
ramificações que se diferenciam entre si. Porém, observou-se também que o conteúdo
da classe 3 está relacionado a particularidades no relato das mulheres e que não
puderam ser agrupadas em outra classe e, portanto, ela também não será considerada na
análise das representações sociais do grupo de mulheres.
100
Classificação Hierárquica Descendente das Respostas do Grupo de Mulheres Assistidas sobre a Relação Profissional-ParturienteFigura 4
101
4.2.2.1 Expressão de Sentimentos Durante o Processo de Parto (Classe 6)
Essa classe foi a que concentrou o maior número de UCE (80 UCE, ou 28,7% do
total). Contribuíram para essa classe principalmente as UCE produzidas por mulheres
com escolaridade até o ensino médio completo e que não participaram de grupo de
gestantes.
Tabela 12
Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente à Classe 6.
Palavra Freqüência
χ
χχ
χ
2
Sentindo 35 34
Parto 34 5,2
Dor 30 4,7
Hora 30 11
Fazer 30 4,5
Vontade 27 54,5
Gritar 23 57,6
Chorar 22 15,6
Mulher 16 18,4
Fiz 14 11,2
A Tabela 12 apresenta as palavras mais importantes associadas à classe 6, as
quais expressam conteúdos relacionados ao que as mulheres revelaram ter sentido
vontade de fazer na maternidade nos momentos anteriores ao parto e na hora do parto,
assim como ao quanto se sentiram livres para expressar seus sentimentos. Essas
palavras podem ser identificadas nas UCE características dessa classe, conforme os
exemplos apresentados a seguir.
Na hora da dor nem tu sabes o que tu sentes e o que dá vontade de fazer. Ao mesmo tempo que
vontade de chorar, vontade de ficar bem quieta, toda encolhida. (Puérpera, Maternidade
A)
Como se pode constatar no trecho acima, ao contarem o seu parto, a experiência
de sentir dor foi muito referida pelas mulheres entrevistadas, e a forma mais comum de
reagir à dor mencionada foi chorar. Outras formas de reagir citadas foram: ficar quieta,
ficar encolhida, dar soco na parede, gemer, morder a camisola, pedir ajuda ao
acompanhante, querer ir embora, se desesperar e pedir ajuda a Deus.
Sim, eu me senti à vontade para expressar o que eu estava sentindo na hora do parto, pois na
hora da dor, mesmo que tu queiras te controlar, tu não consegues. Se eu sentia dor, eu dizia, eu
102
gemia, chorava, ficava desesperada, ou chamava a minha mãe ou alguém que estava por perto.
(Puérpera, Maternidade B)
A maioria das mulheres entrevistadas relatou ter se sentindo à vontade na
maternidade para expressar o que estava sentindo durante o período de pré-parto e parto.
Quanto a gritar, por mais que eu tivesse vontade, eu fiquei com vergonha, eu acho tão
escandaloso, então eu me segurei nessa parte. (Puérpera, Maternidade A)
A palavra “gritar” é recorrente nessa classe e está relacionada à idéia de que,
embora algumas mulheres admitam ter sentido vontade de gritar na hora do parto, não o
fizeram. Essa palavra está associada à “escândalo”, revelando que, na concepção dessas
mulheres, “gritar” equivale a “fazer escândalo”.
A minha dor não era tão grande, de repente, a dessa mulher que gritava era bem maior e ela
sentiu vontade de gritar. Eu não precisei gritar, mas na maternidade eles criticam quem grita,
a minha avó tinha me falado isso, faz um tempo que ela teve filho, mas ela falou que a
trataram mal na maternidade porque ela gritou. (Puérpera, Maternidade B)
Algumas mulheres revelaram que em casa haviam sido advertidas por outras
pessoas da família, como mãe, tia, avó e irmãs, para não gritar na maternidade quando
sentissem dor, pois de acordo com essas familiares, nas maternidades os profissionais
criticam e tratam mal as mulheres que gritam. Outros motivos citados para não gritar
foram: o pensamento de que esse comportamento não iria resolver nada, o desejo de
esconder o que estava se passando, o medo de não receber atenção, vergonha, além do
fato de esse comportamento ser considerado horrível pelas participantes.
4.2.2.2 Participação nas Decisões não Emergenciais Relativas ao Parto
(Classes 2 e 4)
As classes 2 e 4 fazem parte da ramificação denominada “Participação nas
Decisões não Emergenciais Relativas ao Parto” e expressam conteúdos relacionados a
forma como as mulheres percebem o seu envolvimento pelos profissionais neste tipo de
decisão. Porém, essas classes diferenciam-se entre si na medida em que o conteúdo da
classe 2 está relacionado a decisões mais simples, nas quais, de acordo com os relatos,
era permitida a sua participação em ambas as maternidades investigadas. A classe 4, por
sua vez, está associada a decisões mais complexas, das quais, segundo a maioria das
mulheres, os profissionais não permitiram que participassem. Na classe 4, observa-se
também uma visível diferença entre as Maternidades A e B, uma vez que a grande
103
maioria das mulheres que relatou não ter sido envolvida nas decisões não emergenciais
do seu parto foi atendida na Maternidade A.
4.2.2.2.1 Decisões em que Era Permitida a Participação das Mulheres (Classe 2)
Essa classe foi composta por 44 UCE, o que representa 15,8% do total.
Contribuíram para sua composição principalmente as UCE produzidas por mulheres que
não tiveram acompanhante na hora do parto.
Tabela 13
Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente à Classe 2.
Palavra Freqüência
χ
χχ
χ
2
Fazer 22 11,9
Ficar 22 11
Poderia 15 9,1
Queria 15 8,6
Disse 14 6,7
A Tabela 13 apresenta as palavras mais importantes associadas à classe 2, cuja
análise revela a expressão de conteúdos relacionados a algumas possibilidades de
escolha oferecidas a elas na maternidade durante o trabalho de parto e parto, segundo
seus relatos. Essas palavras podem ser identificadas nas UCE que compõem essa classe,
como se constata nos exemplos citados a seguir.
Os profissionais da Maternidade B também me deixaram bastante à vontade para escolher se eu
queria ficar andando ou se queria ficar deitada. Eu poderia fazer o que eu quisesse dentro.
(Puérpera, Maternidade B)
Entre as possibilidades de escolha oferecidas a elas nas maternidades, conforme
relataram, e encontradas nessa classe, encontram-se: a posição para permanecer durante
o período pré-parto, ou seja, ficar sentada, deitada, em ou caminhando; tomar banho
ou não; sentar na bola suíça ou não; e usar ou não o cavalinho.
4.2.2.2.2 Decisões em que Não Era Permitida a Participação das Mulheres
(Classe 4)
A classe 4 foi composta por 36 UCE, representando 12,9 % do total. Essa classe
não está relacionada significativamente a nenhuma variável.
104
Tabela 14
Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente à Classe 4.
Palavra Freqüência
χ
χχ
χ
2
Parto 28 38,9
Decisões 24 128,6
Participei 23 152,2
Emergenciais 19 128,7
A Tabela 14 apresenta as palavras mais importantes associadas à classe 4, as
quais expressam conteúdos relacionados a como as mulheres perceberam o
envolvimento delas pelos profissionais nas decisões não emergenciais mais complexas
que dizem respeito ao parto. Essas palavras podem ser identificadas nas UCE que
caracterizam essa classe, conforme apresentado a seguir.
Quanto a participar das decisões não emergenciais sobre o meu parto, em momento algum
eles me perguntaram nada. (Puérpera, Maternidade A)
Embora tenham ocorrido relatos tanto de mulheres que se sentiram envolvidas
nas decisões o emergenciais do seu parto, quanto de mulheres que não se sentiram
envolvidas, houve uma prevalência desse último grupo entre as mulheres da classe 4.
Se eu fosse escolher o parto de cócoras, tinha duas cadeiras para eu escolher. Eles me
mostraram onde ficaria o bebê, me mostraram tudo e perguntaram qual parto que eu queria, qual
sala, qual cadeira, de tudo isso eles me deixaram participar. (Puérpera, Maternidade B)
Observou-se que a maior parte das mulheres que relatou ter sido envolvida nas
decisões foi atendida na Maternidade B. Entre as decisões citadas, estão: escolher a sala
em que o parto ocorreria, a posição de parir e o tipo de cadeira do parto de cócoras.
Eu acho que eu não participei das decisões não emergenciais sobre o meu parto. Eu sei que
existem outros tipos de parto, como parto de cócoras, e eu acho que eles deviam ter perguntado
que tipo de parto eu queria, se eu queria fazer a raspagem ou não. (Puérpera, Maternidade A)
Por outro lado, a grande maioria das mulheres que relatou não ter sido envolvida
nas decisões não emergenciais do parto foi atendida na Maternidade A, sendo que
apenas uma delas relatou ter sido envolvida nas decisões. Entre as decisões das quais
elas gostariam de ter participado estão: posição de parir, realizar ou não a episiotomia, o
enema, a tricotomia e utilizar ou não o soro com ocitócitos.
105
4.2.2.3 Qualidade da Relação Estabelecida com os Profissionais (Classe 5)
A classe 5 foi composta por 40 UCE, o que representa 14,3% do total.
Contribuíram para esta classe principalmente as mulheres com idade entre 25 e 38 anos.
Tabela 15
Distribuição da Freqüência de Palavras Associadas Significativamente à Classe 5.
Palavra Freqüência
χ
χχ
χ
2
Pessoas 23 101,3
Enfermeira 20 36,4
Convivência 19 100,4
Trabalham 16 54,8
Boa 15 74,2
A Tabela 15 apresenta as palavras mais importantes associadas à classe 5. Sua
análise revela que essas palavras estão relacionadas à maneira como as mulheres
percebem a convivência com os profissionais durante sua permanência na maternidade.
A minha convivência com as pessoas que trabalham na Maternidade A foi boa. Eu fiquei
três dias, fui na segunda-feira e saí na quarta-feira. Eles são bons, atendem bem a gente.
(Puérpera, Maternidade A)
Conforme se pode observar no exemplo acima, de maneira geral, as mulheres
atendidas em ambas as maternidades percebem a convivência que tiveram com os
profissionais como boa, devido aos seguintes fatores: não ter havido conflitos com a
equipe, o clima de diversão e brincadeira na relação com os profissionais, conversas
estabelecidas com a equipe, além de alguns comportamentos dos profissionais, como
tratá-las bem, verificar se precisavam de alguma coisa, ser paciente, dar apoio, tratar
com carinho, dar orientações sobre como cuidar do bebê e delas próprias, cuidar bem do
bebê, dar explicações, ser simpático e passar para ver como elas estavam. Outros fatores
associados a uma boa convivência foram alguns cuidados da equipe de enfermagem,
como cuidar do bebê para a mulher comer, trocar a comida quando ela não gostava,
trazer água para beber, dar atenção e ajudar a tomar banho.
A convivência com as pessoas que trabalham na Maternidade A, de maneira geral, foi boa,
tirando aquela funcionária que me deixou com a roupa de cama suja e a outra que me disse que o
máximo que poderia acontecer seria eu ganhar o bebê na cama. (Puérpera, Maternidade A)
106
Observou-se que, mesmo nas situações em que houve problemas na relação
estabelecida com alguns profissionais de saúde, as mulheres perceberam a convivência
como boa.
O tratamento das enfermeiras na Maternidade B era muito bom. Às vezes elas ficavam com o
bebê quando ele estava chorando para eu comer, elas tinham essa paciência. Às vezes, eu
reclamava que a comida não estava como eu gostava e as enfermeiras trocavam. À noite, se
faltava água para beber, as enfermeiras traziam. (Puérpera, Maternidade B)
A palavra “enfermeiras” foi recorrente nessa classe, revelando que ao falar da
convivência com o pessoal da maternidade, as profissionais da equipe de enfermagem
são as mais citadas.
Eu quase pulei na enfermeira e disse: “pelo amor de Deus, o que é isso? Tu estás enfiando a
água goela a baixo e a criança está se afogando.” Esse acontecimento foi uma exceção, entre
outras coisas assim, mas fora isso, a minha convivência com as pessoas que trabalham na
Maternidade B foi boa. (Puérpera, Maternidade B)
Embora os aspectos positivos da relação com as enfermeiras sejam os mais
citados, alguns problemas na relação com essas profissionais também aparecem nessa
classe.
4.3 Utilização de Algumas Práticas de Assistência nas Maternidades A e B
Essa análise é referente a uma questão feita aos profissionais e às mulheres
assistidas e que, pela sua natureza, não pôde ser analisada pelo programa ALCESTE.
Essa questão indagava os profissionais sobre a utilização rotineira ou não de alguns
procedimentos técnicos na sua prática de assistência, os quais são: utilização da
ocitocina para correção da dinâmica do trabalho de parto, do enema, da tricotomia e da
episiotomia.
Por sua vez, as mulheres assistidas nas duas maternidades investigadas foram
indagadas se foram ou não submetidas aos procedimentos mencionados, e as
respostas dos dois grupos foram comparadas.
Além disso, os profissionais que informavam adotar um desses procedimentos
de forma rotineira, no caso o enema, eram indagados sobre a sua opinião acerca da
classificação dessa prática pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 1996) na
categoria B (práticas claramente prejudiciais ou ineficazes e que devem ser eliminadas
na assistência ao parto normal), conforme exposto no item 1.3.
107
4.3.1 Análise do Grupo dos Profissionais de Saúde
A Tabela 14 é o resultado da análise das respostas dos profissionais sobre a
utilização das práticas de assistência acima especificadas. O critério adotado para
classificar a utilização de uma prática como “rotineira” foi o fato de todos os
profissionais terem respondido que a adotavam com todas as pacientes, ao passo que o
critério usado para classificar a utilização de uma prática como “não rotineira” foi o fato
de ao menos um profissional ter respondido que não a adotava com todas as suas
pacientes.
Tabela 16
Utilização de algumas práticas de assistência nas Maternidades A e B, segundo os
profissionais entrevistados.
Práticas de
Assistência
Maternidade A Maternidade B
Correção da dinâmica
do trabalho de parto
com ocitocina
Não Rotineira
Não rotineira
Enema
Rotineira
Não rotineira
Tricotomia
Rotineira
Não rotineira
Episiotomia
Não rotineira
Não rotineira
As respostas do grupo de profissionais da Maternidade A, conforme especificado
na Tabela 16, indicam que as práticas de assistência denominadas enema e tricotomia
fazem parte da rotina de assistência dessa instituição. Por outro lado, a utilização da
ocitocina para corrigir a dinâmica do trabalho de parto e a realização da episiotomia,
segundo o relato destes profissionais, não fazem parte da rotina e seu uso segue algumas
indicações técnicas específicas a cada caso.
Ao falar do uso da ocitocina para corrigir a dinâmica do trabalho de parto, os
profissionais da Maternidade A afirmaram adotá-lo quando se avalia que demora no
seu transcorrer, quando se quer encurtar a sua duração, quando as contrações uterinas
são irregulares e se deseja torná-las regulares, quando estas não são boas, quando a
108
paciente é internada no início do trabalho de parto e têm pouca dilatação do colo do
útero, quando as contrações uterinas não são adequadas ou insuficientes para que o
parto ocorra.
Quanto à episiotomia, houve uma variedade de situações citadas pelos
profissionais da Maternidade A nas quais esse procedimento é utilizado: em todas as
pacientes que estão tendo o primeiro filho, quando se percebe que haverá laceração do
períneo se ele não for cortado, quando o períneo “não é bom”, ou quando a paciente não
tem períneo “distensível”.
Conforme especificado na Tabela 16, segundo o relato dos profissionais da
Maternidade B, nenhuma das práticas investigadas é utilizada de forma rotineira. Ao
falar sobre elas, os profissionais mencionaram que o uso da ocitocina para corrigir a
dinâmica do trabalho de parto ocorre nas seguintes situações: contrações uterinas fracas
ou muito espaçadas e quando na sala de parto essas contrações cessam.
o enema, de acordo com esses profissionais, é utilizado quando uma
indicação técnica precisa, como os casos em que a ampola retal está excessivamente
cheia podendo dificultar a passagem do bebê, ou quando a própria paciente o solicita
explicitamente.
Quanto à tricotomia, os profissionais relataram que esse procedimento não faz
parte da rotina da Maternidade B e é utilizada nos casos em que a paciente será
submetida à cesariana (tricotomia do púbis), ou durante o parto, quando se verifica que
o tamanho dos pêlos poderá atrapalhar a sutura dos pontos. Nesses casos, é feito o corte
dos pêlos próximos ao períneo com tesoura.
Com relação à episiotomia, as situações em que ela é utilizada, segundo os
profissionais entrevistados, foram: período de parto prolongado; quando a paciente está
cansada e não consegue mais fazer força para o bebê nascer; quando a paciente tem uma
musculatura muito resistente, rígida ou tensa que dificulta a saída do bebê; quando o
períneo é muito curto; quando alterações no batimento cardíaco do bebê, nos casos
em que há sofrimento fetal; quando o bebê está muito tempo preso no canal de parto; ou
quando o bebê é muito grande.
Portanto, a análise dos dados coletados sugere que existem diferenças
importantes quanto à utilização das práticas de assistência supracitadas nas rotinas das
Maternidades A e B. Enquanto esta parece não adotar nenhuma das práticas
investigadas de forma rotineira, aquela, por sua vez, parece adotar duas dessas práticas
rotineiramente, o enema e a tricotomia.
109
Conforme já mencionado, investigou-se a opinião dos profissionais sobre a
classificação do enema pela OMS na Categoria B, a qual agrupa as práticas
consideradas claramente prejudiciais ou ineficazes que devem ser eliminadas da
assistência. Como somente os profissionais da Maternidade A referiram o uso rotineiro
deste procedimento, apenas esse grupo será considerado nesta parte da análise.
Tem momentos corretos de fazer o enema e tem momentos que não necessidade e que vai ser
até prejudicial, então eu acho que esta norma da OMS está meio abrangente...Quando a paciente
faz força para ganhar o bebê, ela evacua e contamina tudo, contamina o bebê...O enema é
ineficaz ou prejudicial quando é feito na hora errada...Eu acho que esta norma da OMS está
errada. O enema só é ineficaz quando é feito acima de 7 ou 8 cm de dilatação, abaixo disso não é
porque a paciente vai ter condições de ir no banheiro...Eu não sei por que não fazer o enema, eu
não sei o mal disso...Há muitas pacientes que fazem o enema e evacuam também. (Médico,
Maternidade A)
Conforme exemplificado no trecho acima, de maneira geral, ao serem
questionados sobre o assunto, os profissionais da Maternidade A apontaram razões que
justificariam o uso do enema. Dessa forma, o risco de contaminação da episiotomia
para a mulher ou para o próprio bebê foi mencionado cinco vezes pelos profissionais
entrevistados.
Outra razão mencionada na mesma proporção foi o conforto da mulher, na
medida em que, na opinião dos profissionais, o enema evitaria que ela ficasse
constrangida por evacuar na hora do parto e ainda que ela parasse de fazer força por
medo de evacuar.
Eu sei que trabalhos que não provam o benefício do enema, mas eu sou favorável ao seu
uso. O parto sem enema é um parto muito sujo e este já é um motivo suficiente para fazer este
procedimento. (Médica, Maternidade A)
A referência a estudos sobre o tema foi citada em quatro ocasiões, sendo que um
profissional revelou desconhecê-los, outro reconheceu que, embora não haja trabalhos
que provem o seu benefício, era favorável ao seu uso, um relatou que que não havia
estudos mostrando o seu malefício, a decisão deveria ficar a critério do médico e, por
fim, outro ainda expressou a opinião de que não um consenso na ciência sobre o seu
uso.
A opinião de que o enema só seria prejudicial ou ineficaz caso fosse realizado no
momento errado do trabalho de parto foi citada três vezes. Um profissional expressou a
opinião de que talvez não fosse tão necessário realizar o enema, e dois reconheceram
que mesmo fazendo este procedimento as mulheres às vezes evacuam na hora do parto.
110
Dois profissionais expressaram também a opinião de que realizam o enema por não
encontrar razões para não utilizá-lo.
Outros motivos citados para se recorrer a essa prática de assistência foram:
evitar a liberação de fezes na hora do parto, o costume de fazer, porque se o profissional
estivesse no lugar da paciente gostaria de ser submetido ao procedimento, por causa do
cheiro que ficaria na sala de parto se não fosse realizado o enema, porque o parto sem
enema é “muito sujo”. Além disso, um profissional expressou a opinião de que o enema
seria ineficaz por responsabilidade da mulher, caso ela fosse ao banheiro evacuar logo
após a realização do procedimento.
Dessa forma, observou-se que, apesar de haver uma orientação da OMS apoiada
em evidências científicas atuais que condena o uso rotineiro do enema, essa prática faz
parte da rotina de assistência da Maternidade A, e os profissionais que trabalham
identificam uma série de razões que justificariam essa conduta.
4.3.2 Análise do Grupo das Mulheres Assistidas
A Tabela 17 apresenta a freqüência com que as mulheres assistidas nas
Maternidades A e B foram submetidas às práticas de assistência sobre as quais os
profissionais foram indagados anteriormente, conforme os relatos destas.
Tabela 17
Distribuição da Freqüência de Mulheres Atendidas nas Maternidades A e B que
Relataram Ter Sido Submetidas às Práticas de Assistência Investigadas
Maternidade A Maternidade B
Prática
de
Assistência
Sim Não Não se
aplica
Não
soube
informar
Sim Não Não se
aplica
Não
soube
informar
Uso da
Ocitocina
para conduzir
o parto
8 0 2 0 2 3 4 1
Enema
10 0 0 0 0 10 0 0
Tricotomia
10 0 0 0 7 3 0 0
Episiotomia
6 1 3 0 0 3 7 0
111
Conforme se pode observar, com relação à utilização da ocitocina para corrigir a
dinâmica do parto, na Maternidade A, oito entre as 10 mulheres entrevistadas indicaram
o uso desse procedimento. As informações das outras duas mulheres foram incluídas na
categoria “não se aplica”, pois uma relatou ter sido submetida ao procedimento de
indução do parto por meio de soro, e outra informou que, tão logo foi internada na
maternidade, foi encaminhada para realizar o parto cesáreo. Na Maternidade B, duas
entre as 10 mulheres entrevistadas relataram o uso da ocitocina para corrigir a dinâmica
do parto, enquanto três informaram não ter sido submetidas a esse procedimento.
Quanto às informações fornecidas pelas outras cinco mulheres, quatro foram incluídas
na categoria “não se aplica” porque duas das informantes relataram ter sido submetidas
ao procedimento de indução do parto por meio de soro, ao passo que as outras duas
informaram ter sido submetidas à indução do parto por meio de comprimidos. Por fim,
as informações de uma das 10 mulheres foram incluídas na categoria “não soube
informar” por motivos óbvios.
Quanto ao enema, enquanto na Maternidade A todas as mulheres assistidas
relataram ter sido submetidas a esse procedimento, conforme se pode observar na
Tabela 17, na Maternidade B, nenhuma das 10 mulheres entrevistadas relatou o seu uso.
Com relação à tricotomia, na Maternidade A, da mesma forma, todas as mulheres
relataram ter passado por esse procedimento, enquanto na Maternidade B, segundo os
dados fornecidos pelas mulheres assistidas, o referido procedimento foi realizado de
forma parcial somente naquelas que realizaram cesariana (N = 7). Quanto à episiotomia,
na Maternidade A, seis entre as sete mulheres que tiveram partos normais mencionaram
a realização dessa prática de assistência. Na Maternidade B, nenhuma entre as três
mulheres que tiveram partos normais relatou a realização desse procedimento.
Portanto, a análise dos dados aponta mais uma vez para a existência de
diferenças consideráveis na utilização das práticas de assistência investigadas nas
Maternidades A e B. Assim, observou-se que, na Maternidade A, segundo as mulheres
entrevistadas, o enema e a tricotomia foram práticas adotadas com todas as parturientes
e, embora a utilização da ocitocina para corrigir a dinâmica do trabalho de parto e da
episiotomia não tenha sido rotineira, os dados sugerem que ela foi muito comum.
Na Maternidade B, apesar do fato de sete entre as 10 mulheres escolhidas
aleatoriamente para participar da pesquisa terem sido submetidas à cesariana, o que
prejudicou em parte a análise das referidas práticas de assistência nessa maternidade, os
dados sugerem que a sua utilização é pouco comum nessa instituição.
112
É importante destacar, no tocante à realização da cesariana na Maternidade B,
segundo dados fornecidos pela Instituição, que o percentual de cesarianas no ano de
2004, período em que foi realizada a pesquisa, atingiu 37,4%. Portanto, a proporção de
sete cesarianas em 10 partos encontrada entre as participantes da pesquisa que tiveram
bebê nessa Maternidade pode ser atribuída ao acaso, não correspondendo à realidade
dessa Instituição. Na Maternidade A, no mesmo período, o percentual de cesarianas foi
de 41%. Vale também ressaltar que dados foram solicitados à direção das duas
maternidades quanto à utilização das práticas de assistência investigadas, porém ambas
as instituições informaram não dispor desses dados de forma compilada.
4.3.3 Utilização de Algumas Práticas de Assistência nas Maternidades A e B
Segundo os Profissionais de Saúde e as Mulheres Assistidas Uma Análise
Comparativa
Comparando os dados obtidos a partir do grupo dos profissionais e do grupo das
mulheres assistidas, observou-se uma correspondência entre o que os grupos referentes
à Maternidade A informaram com relação à utilização rotineira do enema e da
tricotomia.
Por outro lado, foi possível notar que, embora os profissionais da Maternidade A
tenham informado que o uso da ocitocina para corrigir a dinâmica do trabalho de parto
não seja rotineiro em sua prática de assistência, mas em casos específicos como os
citados anteriormente, oito entre as 10 mulheres entrevistadas mencionaram o uso desse
recurso. Vale lembrar que, com relação às outras duas participantes, uma informou ter
feito uso da ocitocina para induzir a dinâmica do trabalho de parto, e a outra informou
que, ao ser examinada no setor de admissão da Maternidade A, foi encaminhada
diretamente para realizar a cesariana, pois seu bebê encontrava-se em sofrimento.
Outro dado que chama a atenção é que, embora os profissionais da Maternidade
A também tenham informado que a episiotomia não seja uma prática da rotina de
assistência, ela foi realizada em seis das sete mulheres que tiveram parto normal, sendo
que uma das sete mulheres informou que teve uma laceração espontânea e, por isso,
acredita que não tenha havido tempo hábil para realizar o procedimento.
Com relação à Maternidade B, comparando os dados obtidos do grupo dos
profissionais e do grupo das mulheres assistidas, observou-se haver uma
correspondência entre o que cada um deles informou no que concerne à utilização das
113
práticas investigadas. Dessa forma, nenhuma das mulheres entrevistadas informou ter
sido submetida ao enema. Quanto à tricotomia, sete das 10 mulheres entrevistadas
informaram ter sido submetidas à tricotomia do púbis. Vale lembrar que estas foram as
mulheres que realizaram cesariana, o que confirma a informação dos profissionais de
que uma das situações em que essa prática é adotada são os casos de cesariana. Por sua
vez, as outras três mulheres que tiveram partos normais afirmaram não ter sido
submetidas a essa prática. Com relação à episiotomia, as três mulheres que tiveram
partos normais informaram não ter sido submetidas a esse procedimento, o que também
está de acordo com as informações obtidas no grupo dos profissionais.
Portanto, a análise dos dados coletados sugere que, com relação à Maternidade
A, uma correspondência entre os dados fornecidos pelos grupos dos profissionais e
das mulheres assistidas no que diz respeito à utilização rotineira da tricotomia e do
enema, por um lado, e um descompasso entre as informações fornecidas pelos dois
grupos quanto ao uso da ocitocina para corrigir a dinâmica do trabalho de parto e da
episiotomia. na Maternidade B, observou-se uma correspondência entre as
informações fornecidas pelos dois grupos com relação a todas as práticas investigadas.
114
5 Discussão dos Resultados
Neste capítulo, são discutidos os dados extraídos dos quatro corpora que
compuseram a pesquisa, dois produzidos pelos profissionais de saúde e outros dois
produzidos pelas mulheres assistidas, conforme apresentado no capítulo anterior.
Também é apresentada a discussão dos dados referentes à utilização de algumas práticas
de assistência nas Maternidades A e B segundo os dois grupos estudados.
5.1 A Assistência ao Parto Segundo os Profissionais de Saúde
A partir da análise do corpus Assistência ao Parto” produzido pelo grupo dos
profissionais de saúde, de-se perceber alguns elementos que indicam dois tipos
diferentes de representações sociais sobre a assistência ao parto.
De um lado, encontraram-se indicadores textuais de representações sociais
produzidos principalmente pelos profissionais que trabalham na Maternidade B, pela
categoria das enfermeiras obstetras e por profissionais com idade entre 37 e 49 anos
(corpus 1-classe 2). Esses indicadores apontam para uma forma de pensar a assistência
identificada com o ideário da humanização do parto que compõe a filosofia da
Maternidade B, sendo que de acordo com essa concepção, grande importância é dada à
presença do acompanhante e também à participação da enfermeira obstetra no processo
de parto. Na ótica dos profissionais que compartilham dessas noções de representações
sociais, a atuação das enfermeiras obstetras esligada a uma postura profissional mais
relacionada ao cuidado e menos relacionada à intervenção no nascimento, característica
que ajudaria a compor a assistência humanizada. Além desses aspectos, a atitude que
procura incentivar a participação ativa da mulher no nascimento do seu filho é outra
característica importante da assistência humanizada referida por esses profissionais de
saúde.
Porém, observou-se que, embora os profissionais que compartilham dessa visão
da assistência se identifiquem com a filosofia de atendimento da Maternidade B, a qual
preconiza a humanização do parto, eles próprios reconhecem que, na prática, essa
proposta não foi absorvida por todos os que trabalham. Eles percebem haver
divergências importantes na maneira de pensar a assistência na Maternidade B, o que
acaba levando a uma falta de homogeneidade em relação a algumas condutas e gerando
atritos dentro da equipe.
115
Os dados coletados permitem constatar que os profissionais que trabalham na
Maternidade B, sobretudo as enfermeiras obstetras, encontram-se mais identificados
com um modelo de assistência que se contrapõe ao modelo hegemônico de atenção ao
parto e se aproxima mais daquele proposto pelo Movimento pela Humanização do Parto
e Nascimento. Observou-se que a identificação com esse modelo tem sido um processo
gradual que vem ocorrendo desde a inauguração da Maternidade B, há cerca de 10 anos,
e que ainda não está consolidado, conforme se pôde observar pelas divergências na
maneira de pensar a assistência dentro da instituição apontadas por esses profissionais.
Um dos fatores responsáveis por essas divergências parece ser o fato de a maioria dos
profissionais que lá trabalham ter sido formada dentro do modelo medicalizado de
assistência, conforme relatos realizados durante as entrevistas.
Apesar da resistência que os próprios profissionais relataram ter apresentado
quando ingressaram na Maternidade B e se depararam com uma proposta diferenciada
de atenção ao parto implantada pela direção da Instituição, as informações coletadas nas
entrevistas vieram a corroborar a idéia de que as mudanças nas práticas alteram as
representações sociais de grupos sociais (Andrade, 1998 & Rouquette, 1998). Nesse
sentido, o exemplo mais emblemático dessa mudança parece ser a percepção dos
profissionais de saúde quanto à importância da presença do acompanhante no parto,
prática que encontrou muitas resistências no início de sua implantação em ambas as
maternidades investigadas, conforme relato dos profissionais, e que atualmente é vista
por eles como um dos aspectos mais positivos da assistência. Ratto (2001), em pesquisa
realizada na Maternidade Leila Diniz, no Rio de Janeiro, também identificou que, a
despeito da resistência que muitos profissionais apresentaram quanto à presença do
acompanhante no parto no início da implantação dessa prática, esse aspecto foi referido
por eles como a experiência mais importante da proposta de humanização da assistência
ao parto naquela instituição.
A análise dos dados permitiu observar também, que ao se identificar com a
proposta de humanização da atenção ao parto, os profissionais da Maternidade B
privilegiam alguns sentidos dessa abordagem, conforme as definições encontradas por
Diniz (2005). Um desses sentidos é aquele que defende um redimensionamento dos
papéis e poderes na assistência ao parto, o que inclui o deslocamento da função
principal, ou pelo menos exclusiva, no parto normal, do cirurgião obstetra para a
enfermeira obstetriz. Outro sentido atribuído à humanização pelos profissionais da
Maternidade B, e que aparece em destaque nas entrevistas, é o que confere legitimidade
116
à participação da parturiente nas decisões sobre o seu parto, incluindo poder contar com
a presença de um acompanhante de sua escolha na assistência.
Por outro lado, encontraram-se indicadores textuais de representações sociais
produzidos principalmente pelos profissionais que trabalham na Maternidade A e pela
categoria dos médicos com idade entre 24 e 36 anos (corpus 1-classes 4 e 1). Esses
indicadores parecem apontar para uma visão medicalizada da assistência ao parto, ou
seja, que atribui ao médico a função principal no momento do parto, enquanto que à
mulher é atribuído um papel mais passivo. Nesse sentido, encontraram-se, de forma
marcante nesse grupo, noções que apontam para a idéia de que cabe ao médico “fazer”
coisas durante o processo de parto, como o próprio parto e uma série de práticas de
assistência, como, por exemplo, a episiotomia, a prescrição do enema e da tricotomia.
Em alguns momentos, os próprios profissionais reconhecem realizar algumas dessas
práticas, como por exemplo, a episiotomia, por sentimentos como medo e insegurança e
não por uma indicação técnica sustentada pela ciência.
A análise dos dados também parece indicar que outro papel atribuído à categoria
pelos próprios médicos obstetras é orientar a mulher em trabalho de parto. Por outro
lado, na visão dos profissionais que compõem esse grupo, o papel da mulher no parto
parece se restringir a fazer força e ajudá-los a fazer o parto, sendo que também caberia a
eles orientá-la sobre o momento certo de fazer força. Assim, observa-se que o papel de
orientar, muitas vezes, está relacionado com dizer à mulher o que e como fazer durante
o processo de parto.
Porém, embora se tenha identificado uma maior homogeneidade na maneira de
ver a assistência que caracteriza esse grupo de profissionais do que na maneira de
pensar que caracteriza o grupo anterior, também aparecem algumas contradições no seu
discurso. Estas se fazem notar na medida em que, em alguns momentos, os profissionais
médicos atribuem o papel principal no momento do parto a si próprios e ora o atribuem
às parturientes.
Ainda com relação a esse grupo de profissionais, percebe-se que grande
importância é atribuída ao papel do espaço físico da maternidade na qualidade da
assistência. Na visão desse grupo de participantes da pesquisa, uma área física
organizada de modo a proporcionar privacidade para as parturientes, assim como evitar
que elas necessitem se deslocar de sala, entre o período que antecede o parto e o parto
seriam características importantes de uma assistência ideal.
117
A análise dos dados também permitiu constatar nesse grupo de profissionais uma
concepção do parto como algo intrinsecamente doloroso. Nesse sentido, a
impossibilidade de disponibilizar o recurso da analgesia para todas as pacientes que não
tiverem contra-indicações para o seu uso é visto como o principal aspecto negativo da
assistência prestada pela Maternidade A. A solução desse problema, por sua vez, é vista
como uma característica fundamental de uma assistência ideal.
Portanto, a análise dos dados permitiu observar que os profissionais que
trabalham na Maternidade A, por sua vez, parecem se identificar mais com o modelo
hegemônico de atenção ao parto, ou seja, o “modelo tecnocrático”, conforme o definem
Davis-Floyd e St. John (2004). Observou-se, por intermédio dos relatos desses
profissionais, a presença de vários aspectos do referido modelo na maneira como se dá a
atenção ao parto na Maternidade A. Um desses aspectos está relacionado com o
princípio característico do modelo tecnocrático, o qual delega autoridade ao médico e
não ao paciente. Conforme demonstram as referidas autoras, no modelo tecnocrático, o
médico é presumivelmente o perito, enquanto que o paciente fica sem responsabilidade.
Dessa forma, quem faz” o parto é o obstetra, concepção que aparece claramente no
relato dos profissionais, como mostrado anteriormente. Assim, entre esses profissionais,
parece predominar uma representação social segundo a qual o parto é visto não como
uma atividade em que a mulher tem o papel principal, mas como um serviço a ser
prestado pela medicina.
Outra característica do modelo tecnocrático identificada nos relatos dos
profissionais que trabalham na Maternidade A é o princípio de curar de fora para dentro,
e que tem por conseqüência o emprego de táticas agressivas na assistência à saúde.
Assim, observou-se entre este grupo de profissionais, uma visão segundo a qual, para
que o parto ocorra sem problemas, é necessário submeter todas as mulheres a práticas
intervencionistas como o enema e a tricotomia. Nesse exemplo, pode-se observar
também a presença do princípio da organização hierárquica que caracteriza o modelo
tecnocrático de atenção à saúde. Essa hierarquia se faz notar, entre outras maneiras, por
meio da subordinação do indivíduo à instituição, ou seja, na Maternidade A, observou-
se que as rotinas de assistência estão organizadas de modo a atender muito mais às
conveniências médicas do que às necessidades das mulheres, considerando que a
utilização dessas práticas não encontra sustentação na ciência, conforme demonstram as
recomendações da OMS (OMS, 1996). Davis-Floyd e St. John (2004) analisam a
adoção dessas rotinas ritualizadas como uma forma de demonstrar competência e afastar
118
o medo, transmitindo aos profissionais de saúde uma sensação maior de confiança e
controle sobre situações que, de maneira geral, são imprevisíveis. Isso, por sua vez,
pôde ser constatado na Maternidade A, quando alguns de seus profissionais chegaram a
reconhecer em seus relatos que, em alguns momentos, realizam procedimentos como a
episiotomia, por sentimentos como medo e insegurança, conforme apontado
anteriormente.
Davis-Floyd e St. John (2004) demonstram também que outra forma por meio
da qual a hierarquia se faz notar é pelo posicionamento dos médicos como um grupo
social e politicamente superior a qualquer outro grupo de profissionais de saúde. Nesse
sentido, é notório o fato de que, apesar de a Maternidade A contar com enfermeiras
obstetras em seu quadro, essas profissionais não são autorizadas pela instituição a
assistir os partos normais, e sua participação no processo raramente foi citada pelos
profissionais médicos. É importante destacar que a assistência ao parto normal sem
distócias
28
por enfermeiras obstetras no Brasil é aprovada e incentivada pelo Ministério
da Saúde que, em 1998, publicou uma portaria
29
visando regulamentá-la.
Contudo, embora a Maternidade A pareça estar mais identificada com o modelo
hegemônico de atenção ao parto, observou-se também, no relato dos profissionais,
algumas noções que apontam para a presença de aspectos humanizadores na maneira de
pensar a assistência. Um exemplo disso é a defesa da adequação do espaço físico da
Maternidade de modo a promover maior privacidade e conforto para as pacientes.
Portanto, os dados coletados permitem identificar diferentes representações
sociais da assistência ao parto entre os profissionais das duas maternidades investigadas.
Assim, de um lado, encontraram-se representações sociais entre os profissionais da
Maternidade A que contêm principalmente elementos do modelo hegemônico de
atenção ao parto, ainda que, dentro dessa visão, tenham sido encontrados também
alguns elementos identificados com aspectos humanizadores da assistência. De outro
lado, foi possível observar representações sociais entre os profissionais que trabalham
na Maternidade B identificadas com a proposta de humanização da assistência, ainda
que essa visão diferenciada não seja compartilhada de forma homogênea pelo conjunto
dos seus profissionais.
28
Distócia: trabalho de parto difícil (Taber, 2000).
29
Portaria MS/GM 2.815 de 29 de maio de 1998.
119
5.2 A Assistência ao Parto Segundo as Mulheres Assistidas
A análise do corpus 1 produzido pelo grupo das mulheres assistidas é composta
de duas partes. Em um primeiro momento, as mulheres entrevistadas relatam a sua
experiência de parto na maternidade, sendo que alguns elementos da assistência são
referidos (corpus 1-classes 2 e 4) e, posteriormente, o conteúdo do corpus trata mais
especificamente da assistência ao parto (corpus 1-classes 1 e 3).
É importante assinalar que, com relação a esse grupo de participantes da
pesquisa, não se observou uma contribuição significativa das variáveis investigadas para
a compreensão das suas representações sociais sobre o tema em questão. Vale ressaltar
também que pesquisas correlatas têm apontado pouca ou nenhuma relação entre fatores
demográficos como idade, escolaridade e nível socioeconômico e a maneira de perceber
a assistência ao parto (Green & Baston, 2003; Hodnett, 2002; Waldenström, 2004 &
Waldenström et al., 2004).
A análise da primeira parte do corpus 1 produzido pelas mulheres assistidas
permite perceber que, ao relatarem sua experiência de parto na maternidade, quatro
aspectos são destacados: 1) a trajetória percorrida por elas desde o momento em que
perceberam em casa o primeiros sinais de trabalho de parto até serem admitidas na
maternidade; 2) a maneira como percebem o seu papel e o dos profissionais de saúde no
momento do parto (classe 2); 3) a maneira como elas vivenciam o decorrer do tempo
entre a admissão na maternidade e o parto, e entre o parto e a alta da maternidade; 4) a
experiência de presenciar o processo de parto de outras mulheres internadas (classe 4).
Com relação à trajetória percorrida pelas mulheres até a internação na
maternidade, a análise dos dados permite concluir que a assistência prestada pelas
maternidades investigadas parece se organizar de modo a proceder à internação das
parturientes em trabalho de parto com evolução normal, num determinado momento
dessa evolução previamente determinado pela equipe de saúde. Porém, observou-se que
esse critério de internação nem sempre parece estar claro para as mulheres,
desconhecimento que as leva a procurar a maternidade antecipadamente, quando
começam a sentir dores e contrações. Esse fato, por sua vez, faz com que elas sejam
orientadas pelos profissionais a retornar para casa, às vezes em mais de uma ocasião, o
que, em muitos momentos, acarreta uma experiência geradora de estresse para essas
mulheres.
120
Partindo-se do pressuposto de que o momento mais oportuno para orientar as
mulheres sobre a melhor hora de procurar a maternidade durante o trabalho de parto
parece ser durante a gestação, esse dado parece indicar, por um lado, uma deficiência na
assistência pré-natal tanto na rede pública, quanto na rede particular, considerando que
algumas das mulheres entrevistadas realizaram o acompanhamento pré-natal na rede
privada. Por outro lado, esse dado também parece indicar uma falta de integração entre
os níveis de assistência primário (unidades de saúde local) e terciário (maternidades),
responsáveis pela assistência nesses casos.
Dessa forma, esses dados apontam para uma visão entre as mulheres que
procuram a maternidade para ser assistidas em seu parto de que, para serem admitidas
na maternidade, é suficiente estar sentindo dores e contrações. Contribuíram para a
produção desses dados principalmente as mulheres atendidas na Maternidade A, que
não tiveram acompanhante no parto e com escolaridade até o ensino médio completo.
Com relação à maneira como as mulheres vêem o seu papel e o dos profissionais
de saúde na assistência ao parto, os dados coletados perecem indicar que elas se
percebem desempenhando um papel mais passivo durante o processo de parto, enquanto
atribuem aos profissionais um papel mais ativo, mesmo naquelas situações em que a
função principal cabe a elas, como o próprio ato de parir.
Observou-se que a maioria das mulheres entrevistadas se referiu
espontaneamente a várias práticas às quais foram submetidas na maternidade, sendo que
muito raras foram às vezes em que houve um questionamento sobre a necessidade ou
não da realização desses procedimentos. Esses dados parecem indicar, por um lado, uma
representação social de que o conhecimento dos profissionais de saúde é superior ao
delas que estão vivenciando a experiência de parir e, por outro lado, uma subordinação
ao poder médico que historicamente caracteriza a assistência ao parto em nossa
sociedade, conforme demonstram Melo (1983) e Spink (2003). Outras pesquisas sobre
assistência ao parto também têm observado a submissão da mulher às rotinas
hospitalares (Campero et al.,1998 & Soares & Silva, 2001). Contribuíram para a
produção desses indicadores textuais de representações sociais principalmente o mesmo
grupo de mulheres referido anteriormente. Dessa forma, chama a atenção que a maior
parte das mulheres que se percebeu desempenhando o papel mais passivo no parto tenha
sido atendida na Maternidade A, instituição que está mais identificada com o modelo
tecnocrático de atenção ao parto, conforme demonstrado anteriormente.
121
De maneira geral, o tempo de permanência na maternidade é percebido pelas
mulheres como um período demorado, e tanto o nascimento do bebê quanto o retorno à
sua casa são aguardados com ansiedade. Aqui caberia um questionamento com vistas a
saber se a experiência de sentir dor muitas vezes exacerbada ou até desencadeada pelo
uso freqüente do soro contendo ocitocina, que a maioria das mulheres que foi
submetida a esse procedimento relatou um aumento da dor após a administração do
soro, não estaria contribuindo para a sensação de que o tempo transcorrido durante o
processo de parto demora a passar. É importante destacar que, das 20 mulheres
entrevistadas, 13 mencionaram o uso desse recurso e que a OMS (1996), a partir da
análise de estudos na área, relaciona o uso da ocitocina com o aumento da dor no
trabalho de parto.
Assim, identifica-se a necessidade de realizar estudos no sentido de verificar a
validade do argumento utilizado por muitos profissionais de saúde de que a ocitocina
contribui para um maior conforto da mulher, na medida em que sua utilização está
associada a um encurtamento do tempo de duração do trabalho de parto. Assim,
questiona-se se a utilização da ocitocina não estaria provocando uma sensação contrária,
isto é, a de que o tempo transcorrido durante o trabalho de parto é maior do que na
realidade é.
Aqui, mais uma vez, houve uma maior contribuição para a produção dos dados
por parte do grupo das mulheres atendidas na Maternidade A, que não tiveram
acompanhante no parto e com escolaridade até o ensino médio completo. É importante
destacar que, conforme apresentado anteriormente (Tabela 17), foi nessa maternidade
que se observou uma maior freqüência da utilização da ocitocina para conduzir a
dinâmica do trabalho de parto.
O fato de presenciar o processo de parto de outras mulheres parece se constituir
em uma experiência marcante para as mulheres e exercer interferência geralmente
negativa na maneira como elas vivenciam o seu próprio processo de parto. Isso ocorre
porque esse fato acaba levando-as a fazer comparações entre o que acontece com elas e
o que acontece com as outras mulheres em processo de parto, contribuindo para
aumentar a sensação de medo e gerar expectativas que muitas vezes não se aplicam à
sua situação. Contribuíram para a produção desses dados principalmente as mulheres
com escolaridade superior ao ensino médio completo, que tiveram acompanhante no
parto e eram casadas.
122
Quanto à assistência propriamente dita (classes 1 e 3), pôde-se constatar que as
mulheres identificam mais aspectos positivos do que negativos na assistência recebida
(classe 1). Outras pesquisas correlatas, principalmente aquelas que investigam a
satisfação da mulher no parto, têm encontrado em seus resultados altos níveis de
satisfação (Campero et al., 1998; Domingues et al., 2004; Maternity Center
Association, 2004; Motta, 2003; Tornquist, 2004; Teijlingen et al., 2003 &
Waldenström et al., 2004). Os estudos parecem indicar que uma tendência de as
mulheres avaliarem bem seus cuidadores, mesmo quando apontam descontentamento
quanto à forma como foram tratadas. Muitos trabalhos também têm apontado para uma
tendência, percebida em pesquisas sobre satisfação realizadas muito próximas ao parto,
em apresentar resultados mascarados pelo alívio decorrente do fato de o parto ter tido
um desfecho feliz (Domingues, Santos & Leal, 2004; Hodnett, 2002; Teijlingen et al.,
2003 & Waldenström et al., 2004).
Hodnett (2002) também destaca a necessidade de atentar para o fenômeno da
negação que pode interferir nos resultados das pesquisas sobre satisfação no parto.
Segundo essa autora, a negação é o primeiro estágio de uma reação de dor quando as
expectativas quanto a uma experiência não foram satisfeitas. A autora destaca ainda a
interferência do fenômeno “what is, must be best. Conforme já mencionado
anteriormente, esse fenômeno é uma função da consciência da mulher a respeito do seu
próprio papel no que aconteceu a ela, por exemplo, a escolha da maternidade em que o
parto ocorreu. Waldenström (2004), por sua vez, assinala que os aspectos negativos
levam mais tempo para serem integrados à experiência. Teijlingen et al. (2003)
destacam também o quanto as experiências e preferências das pessoas são moldadas
pelo conhecimento que possuem. Portanto, avalia-se a necessidade de considerar a
possível interferência desses fatores nos resultados encontrados.
Com relação aos aspectos positivos, entre os citados, a atenção recebida da
equipe de saúde é o mais recorrente. As características da assistência que as mulheres
relacionam com a atenção recebida envolvem explicações fornecidas em linguagem
acessível, freqüência com que os profissionais passavam no seu leito para avaliar o seu
estado e o do bebê, tempo dispensado pelos profissionais para ficar ao seu lado,
prontidão no atendimento quando algo era solicitado, ajuda da equipe de enfermagem
para amamentar, acompanhamento intensivo no pós-operatório, entre outros aspectos,
conforme especificado no item 4.2.1.2.1.
123
Esse resultado vai ao encontro de outros estudos na área, que têm demonstrado
a forte influência que a qualidade da relação com os cuidadores exerce sobre a
satisfação das mulheres no parto (Domingues et al. 2004; Fowles, 1998; Green &
Baston 2003; Hodnett, 2002; Motta, 2003; Santos & Silbert, 2001; Waldenström, 2004
& Waldenström et al. 2004). Identificou-se também que as profissionais de enfermagem
desempenham um papel importante na maneira como as mulheres percebem a
assistência recebida, principalmente na proporção em que fornecem explicações sobre o
que está acontecendo durante o processo de parto na maternidade.
Quanto aos aspectos negativos da assistência, embora tenham sido menos
citados, o que teve maior ocorrência foi o atendimento prestado por alguns profissionais
de saúde. Entre esses casos, encontraram-se situações em que as mulheres assistidas
perceberam o atendimento como grosseiro, impaciente, desumano, pouco atencioso,
entre outras características apontadas. Contribuíram para a produção desses dados
principalmente as mulheres solteiras. Waldenström (2004) encontrou uma associação
entre essa condição social e a avaliação negativa da experiência do parto. Essa autora
realizou um estudo que buscou compreender os fatores que poderiam ter contribuído
para que a avaliação do parto tendesse a se tornar mais negativa com o tempo e
identificou, com relação à assistência, que o fato de a mulher não se sentir satisfeita com
a atenção dispensada às suas necessidades pelos cuidadores foi o fator estatisticamente
mais significativo que determinou que a sua opinião se tornasse menos positiva com o
decorrer do tempo. Fowles (1998), em estudo que investigou as considerações de 77
mulheres dois meses após o parto, identificou entre as frustrações levantadas que a
percepção negativa dos cuidadores foi o segundo aspecto mais citado nessa categoria,
sendo que as mulheres se referiram a comportamentos dos profissionais que elas
avaliaram como grosseiro, não cuidadoso e indesejável.
Ainda com relação à assistência propriamente dita, identificou-se que, ao
falarem de como imaginam uma assistência ideal (classe 3), o aspecto mais mencionado
pelas mulheres entrevistadas como algo que deveria estar sempre presente nessa
assistência seria uma boa relação com os profissionais de saúde. Aqui, novamente, a
atenção dispensada pelos profissionais é uma característica citada com freqüência. Além
disso, na opinião das mulheres, permitir e possibilitar sempre a presença do
acompanhante durante o processo de parto também seria uma característica importante
da assistência ideal. Várias pesquisas têm apontado para os benefícios de um
acompanhamento contínuo por pessoas que oferecem apoio emocional e físico à
124
parturiente (Brüggemann et al., 2005 & Hodnett, 2005), e o quanto as mulheres avaliam
positivamente essa prática (Domingues, 2002; Hotimsky, 2001; Motta, 2003 & Santos
& Siebert, 2001).
Portanto, esses dados parecem apontar para uma representação social entre as
mulheres assistidas de que uma boa assistência é aquela em que os profissionais são
atenciosos, sendo a atenção identificada com os aspectos definidos anteriormente. Uma
assistência ruim, por outro lado, seria aquela em que os profissionais fossem pouco
atenciosos com as parturientes e as tratassem de forma desrespeitosa.
5.3 Relação Profissional-Parturiente Segundo os Profissionais de Saúde
A análise dos resultados do corpus 2, intitulado “Relação Profissional-
Parturiente” revelou que, de maneira geral, os profissionais de saúde percebem a sua
relação com as parturientes como “boa” (corpus 2-classe 3). De acordo com esse grupo,
“ter uma boa relação” com a parturiente engloba aspectos que vão desde o ato de se
apresentar para ela, até envolvê-la nas decisões relativas ao seu parto, como também
respeitar sua capacidade de desempenhar seu papel no momento do parto, conforme
visto no item 4.1.2.1. O grupo que mais contribuiu para a produção desses elementos de
representações sociais foi o dos profissionais que trabalham na Maternidade B e com
idade entre 37 e 49 anos.
Com relação ao aspecto “envolvimento da mulher nas decisões não emergenciais
do parto”, a análise dos dados revelou que a maioria dos profissionais entrevistados se
percebe envolvendo a parturiente nesse tipo de decisão (classe 3). Aqui, mais uma vez,
se observou uma maior contribuição do grupo de profissionais já citado para a produção
desse dado.
Observou-se também que, entre as decisões nas quais é permitida a participação
da mulher, segundo os relatos dos profissionais, estão: usar alguns instrumentos para
mudar de posição durante o trabalho de parto e assim facilitar a descida do bebê, como
o cavalinho e a bola suíça; caminhar no período pré-parto; escolha do acompanhante;
escolha da sala em que ocorrerá o parto; o tipo de cadeira obstétrica a ser utilizada e a
posição de parir (corpus 2-classe 2).
Por outro lado, os dados também revelaram haver decisões em que não é
permitida a participação da mulher, como escolher realizar ou não o enema e a
tricotomia, práticas que na Maternidade A são utilizadas de forma rotineira (classe 2).
125
Portanto, esses resultados parecem apontar para noções de representações sociais
que indicam dois tipos diferentes de visão no que concerne à participação da parturiente
nas decisões não emergenciais relativas ao parto. Assim, pôde se perceber, de um lado,
a visão de que a mulher pode ser envolvida nessas decisões e, de outro, a idéia de que
cabe ao profissional de saúde tomar algumas delas sozinho. Esses resultados parecem
refletir, na realidade, concepções diferentes da assistência ao parto, sendo que cada uma
delas está mais identificada com cada um dos modelos analisados anteriormente.
Quanto ao aspecto “liberdade oferecida à mulher para expressar seus
sentimentos durante o processo do parto” (corpus 2-classe 1), a análise dos dados
revelou que, diante de manifestações emocionais mais intensas por parte da parturiente,
como o ato de gritar, o comportamento comumente adotado pelos profissionais,
conforme seus relatos, foi orientá-la para respirar. Outros comportamentos
freqüentemente mencionados foram pedir para a parturiente se controlar, fazer força, se
ajudar e se concentrar no parto. Esses comportamentos revelam, assim, uma visão de
que não é desejável que a mulher em trabalho de parto expresse seus sentimentos de
uma maneira exacerbada, que todas as orientações citadas parecem ser no sentido de
que ela substitua o comportamento de gritar por outro que supostamente o suprimiria.
Contribuíram para a produção dessas noções de representações sociais principalmente
os profissionais da Maternidade A e com idade entre 24 e 36 anos. Ainda com relação a
esse aspecto, observou-se, entre o grupo de profissionais mencionado, indicadores
textuais que apontam para a idéia de que o recurso da analgesia é muito importante para
aliviar a dor no momento do parto. O uso de tal recurso, por sua vez, na opinião desses
participantes, evitaria manifestações exacerbadas por parte da parturiente.
Por outro lado, foram observados também outros comportamentos menos
comuns adotados nessas situações mencionados pelos profissionais da Maternidade B,
como fazer massagem na parturiente, estimulá-la a tomar banho para relaxar, tocá-la,
dar-lhe uma medicação para relaxar, o que parece indicar uma maior permissividade a
expressões como o grito.
Observou-se também que os profissionais que trabalham na Maternidade A
referiram como um motivo importante para tornar indesejáveis expressões como o grito
a preocupação com a interferência que o fato de uma mulher estar gritando possa ter
sobre outras também em processo de parto ocupando o mesmo espaço físico. Por sua
vez, os profissionais da Maternidade B apontaram algumas alternativas para solucionar
o problema de modo a não interferir nesse tipo de manifestação por parte da parturiente.
126
As alternativas apresentadas foram remover as outras mulheres de perto daquela que
está gritando ou orientá-las no sentido de compreender que cada um tem uma forma
diferente de expressar seus sentimentos.
Portanto, esses dados parecem indicar duas maneiras diferentes de pensar a
questão da expressão dos sentimentos por parte da parturiente durante o processo de
parto. De um lado, encontraram-se indicadores textuais de representações sociais
produzidos principalmente pelos profissionais da Maternidade A e com idade entre 24 e
36 anos, que apontam para uma visão predominante com tendência a ser mais restritiva
em relação a esse ponto. De outro lado, identificaram-se algumas noções que indicam
uma visão não tão comum, mas mais tolerante, de lidar com esse aspecto do processo de
parto, representada principalmente pelos profissionais da Maternidade B.
5.4 Relação Profissional-Parturiente Segundo as Mulheres Assistidas
A análise do corpus 2 produzido pelo grupo das mulheres assistidas revelou que,
de maneira geral, esse grupo percebe a relação estabelecida com os profissionais de
saúde nas maternidades investigadas como boa, mesmo naquelas situações em que
alguns problemas na relação com os profissionais de saúde são mencionados (corpus 2-
classe 5). É importante levar em consideração a tendência de as mulheres avaliarem
bem seus cuidadores mesmo quando se mostram descontentes com o tratamento
recebido, conforme exposto anteriormente. Vários foram os fatores associados ao que as
mulheres consideram ter uma boa relação, tais como a inexistência de conflitos com a
equipe, o clima de diversão e brincadeira que prevalecia na relação, o fato de terem
recebido orientações e explicações dos profissionais e de terem se sentido tratadas com
carinho, entre outros, conforme apresentado no item 4.2.2.3.
Constatou-se também que, ao falar da relação com os profissionais de saúde, as
mulheres assistidas mencionam com freqüência as profissionais da área de enfermagem,
o que parece indicar que estas desempenham um papel importante na maneira como as
entrevistadas percebem a sua relação com a equipe de saúde de maneira geral.
Contribuíram para a produção desses dados principalmente as mulheres com idade entre
25 e 38 anos.
Caron e Silva (2002), em uma pesquisa que procurou avaliar como ocorria a
comunicação entre os profissionais que assistem partos de baixo risco e a mulher que
vivencia o processo de parturição, observaram que as enfermeiras foram as profissionais
127
que mais se comunicaram terapeuticamente com as parturientes, percebendo os seus
sentimentos de medo, dor e ansiedade. Portanto, supõe-se que a habilidade em se
comunicar de forma mais eficaz pode ter contribuído para o papel desempenhado pela
equipe de enfermagem na percepção das mulheres quanto à sua relação com os
profissionais de saúde. Considera-se também que essa habilidade possa estar
relacionada com a ênfase no ato de “cuidar” que caracteriza a formação dessas
profissionais, enquanto que na formação dos profissionais de medicina parece
predominar a preocupação com o “tratar”.
Quanto ao aspecto “envolvimento nas decisões o emergenciais do parto”
(corpus 2-classe 2 e 4) observou-se que, embora tenha havido relatos tanto de mulheres
que se sentiram envolvidas nessas decisões, quanto de mulheres que não se sentiram
envolvidas, houve uma prevalência desse último grupo. Constatou-se que a grande
maioria das mulheres que referiu não ter participado desse tipo de decisão foi atendida
na Maternidade A, ao passo que a maior parte daquelas que afirmaram ter se sentido
envolvidas nas decisões foi atendida na Maternidade B. Entre as decisões de que as
mulheres gostariam de ter participado, segundo seus relatos, estão: posição de parir,
realizar ou não a episiotomia, o enema e a tricotomia e utilizar ou o o soro com
ocitócitos.
Dessa forma, esses dados parecem apontar para uma visão entre as mulheres
assistidas de que existem algumas decisões relativas ao parto das quais elas podem
participar, maneira de pensar presente mesmo entre aquelas mulheres que não se
sentiram envolvidas nessas decisões. Os dados coletados parecem indicar que essa
forma de pensar se deve, em parte, ao fato de que a convivência com outras mulheres de
sua rede social atendidas de forma diferente da sua as leva a considerar outras
possibilidades de assistência nas quais mais de um tipo de alternativa para as
diversas situações que envolvem o parto.
Aqui cabe também um questionamento se a própria entrevista, por apresentar
uma pergunta que abordava esse assunto e incluía uma explicação sobre o que seriam
decisões não emergenciais, seguida de exemplos baseados no próprio relato da
participante, não teria oferecido subsídios para que as mulheres se dessem conta de que
nem todas as práticas realizadas comumente nos partos normais são realmente
necessárias. Pode-se supor, por conseqüência, que as mulheres poderiam ter chegado à
conclusão, no momento da pesquisa, de que elas poderiam ter participado de algumas
decisões relacionadas ao seu parto.
128
Com relação ao aspecto “liberdade para expressar sentimentos durante o processo
de parto” (corpus 2-classe 6), a forma de expressão de sentimentos mais mencionada
pelas mulheres entrevistadas foi chorar, sendo que a maioria delas relatou ter se sentido
à vontade na maternidade para expressar-se livremente. Outro dado importante, ainda
relacionado a essa questão, foi a associação entre as palavras “gritar” e “escândalo”, o
que parece revelar uma visão comum entre as mulheres assistidas de que gritar equivale
a fazer escândalo, aparentemente representando para elas uma maneira indesejável de se
expressar durante o processo de parto. Os dados revelam, assim, uma preocupação em
“não fazer escândalo”, possivelmente com base na idéia transmitida por outras mulheres
de sua rede social de convívio de que nas maternidades os profissionais costumam
criticar e maltratar mulheres que fazem escândalo na hora do parto. Contribuíram para a
produção dessas noções de representações sociais principalmente as mulheres com
escolaridade até o ensino médio completo e que não participaram de grupos de
gestantes.
5.5 Utilização de Algumas Práticas de Assistência nas Maternidades A e B Segundo
os Profissionais de Saúde e as Mulheres Assistidas
Conforme demonstrado nos itens 4.3.1 e 4.3.2, constatou-se que existem
diferenças relevantes entre as rotinas de assistência das duas maternidades investigadas,
o que parece refletir diferentes visões sobre a utilização das práticas de assistência
estudadas. Dessa forma, os dados parecem indicar uma representação social entre os
profissionais que trabalham na Maternidade A de que há algumas dessas práticas, como
o enema e a tricotomia, que devem ser utilizadas em todas as pacientes, a despeito das
recomendações da OMS, baseadas em evidências científicas atuais, as quais condenam
esse tipo de conduta nos partos normais (OMS, 1996). Outros estudos apontam para
uma visão dos profissionais de saúde, principalmente os da área de medicina, de que
intervenções como essas e outras são necessárias e abenéficas (Dias & Deslandes,
2004; Faúndes et al., 2004 & Ratto, 2001). Considerando que a medicina tende a
pressupor a existência de bases científicas para todas as suas condutas, conforme
apontam Davis-Floyd e St. John (2004), esses dados permitem constatar que existem
representações sociais não somente na interface entre ciência e público geral, mas
também dentro da própria ciência, que está também sujeita à influência de diferentes
aspectos do conhecimento não científico, conforme demonstra Bangerter (1995).
129
Por outro lado, na Maternidade B, embora a análise dos dados tenha ficado
parcialmente prejudicada pelo fato de que sete entre as 10 mulheres entrevistadas terem
sido submetidas à cesariana, parece predominar a concepção de que nenhuma das
práticas investigadas deve ser utilizada de forma rotineira, o que está mais de acordo
com as evidências científicas atuais.
Constata-se, assim, o quanto os comportamentos dos grupos sociais não são
determinados pelas características objetivas das situações, mas pela representação
destas, conforme expõe Abric (2001). Assim, explica-se porque diferentes grupos com
representações distintas têm condutas diferentes em uma mesma situação.
No item “b”, questão número seis do roteiro de entrevista utilizado para os
profissionais (anexo B), faz-se uma investigação mais aprofundada das razões alegadas
pelos profissionais da Maternidade A para utilizar de forma rotineira uma dessas
práticas - o enema - a despeito das recomendações em contrário da OMS (OMS, 1996).
Vários foram os motivos alegados para a adoção dessa conduta, como o risco de
contaminação da mulher e do bebê, o conforto da mulher, o costume de fazer, para
evitar odores ruins na sala de parto, entre outros aspectos apontados, conforme
apresentado no item 4.3.1 Dessa forma, constatou-se que, além de os motivos alegados
desconsiderarem evidências científicas atuais que não comprovam os benefícios dessa
prática, alguns deles baseiam-se em crenças pessoais dos próprios profissionais. Davis-
Floyd e St. John (2004), analisando o sistema médico americano, constataram que,
apesar de pretenderem o rigor científico, as condutas médicas naquele sistema são, na
verdade, fortemente influenciadas pelo contexto cultural em que estão inseridas. Além
disso, os motivos apontados pelos profissionais da Maternidade A para realizar o enema
rotineiramente parecem se basear também numa visão de que o médico detém sozinho o
conhecimento do que é melhor para a parturiente e para o bebê, considerando que na
Maternidade A somente os profissionais dessa categoria são responsáveis pela
assistência ao parto.
Assim, por exemplo, no caso em que os profissionais mencionam o conforto da
paciente como uma justificativa plausível o bastante para a adoção rotineira do enema,
caberia questionar aqui por que eles não delegam à mulher a responsabilidade pela
escolha do que julga mais confortável para si.
Observou-se também que, apesar de alguns profissionais da Maternidade A
terem reconhecido que não trabalhos científicos que provem os benefícios do enema
e que situações nas quais, mesmo tendo sido submetidas a essa prática, as mulheres
130
evacuam na sala de parto, eles defendem o seu uso de forma rotineira. Nesse sentido,
Davis-Floyd e St. John (2004) demonstram o quanto, no modelo tecnocrático de atenção
ao parto, o seguimento das rotinas acaba tomando a forma de um ritual tão incorporado
pelo profissional, devido à constante repetição, que termina se tornando um reflexo
impensado e raramente questionado.
Portanto, esses dados parecem apontar mais uma vez para uma idéia
predominante entre esses profissionais de que cabe exclusivamente ao médico decidir a
maneira como o parto ocorrerá, mesmo que não haja evidências científicas que
sustentem suas decisões. Isso, por sua vez, parece refletir, por outro lado, uma visão de
que a opinião do médico é mais importante do que a da parturiente.
Por outro lado, a manutenção de rotinas que submetem todas as mulheres à
realização do enema, a despeito das evidências científicas que apontam sua contra-
indicação, parece desempenhar a função de manter a identidade do grupo em questão,
ou seja, do grupo dos profissionais de medicina, cuja atuação está historicamente
relacionada ao uso de intervenções técnicas, conforme demonstram Davis-Floyd e St.
John (2004). Abric (1998), ao falar das funções das representações sociais, defende que
uma dessas funções é a identitária, ligada à preservação da imagem positiva que os
grupos sociais têm de si, bem como sua especificidade na inserção social.
Os dados obtidos do grupo das mulheres assistidas, no tocante à utilização das
práticas de assistência investigadas nas Maternidades A e B, confirmam mais uma vez a
existência de diferenças importantes entre as rotinas de assistência dessas duas
instituições.
Dessa forma, observou-se que, enquanto na Maternidade A as informações
fornecidas pelas mulheres parecem indicar o uso rotineiro do enema e da tricotomia,
assim como o uso freqüente da ocitocina para corrigir a dinâmica do parto e da
episiotomia, na Maternidade B, os dados coletados levam a crer que nenhuma das
práticas investigadas é utilizada com freqüência ou rotineiramente.
No caso das mulheres atendidas na Maternidade A, o que chama a atenção é que
parece não haver um questionamento de sua parte sobre a necessidade ou não de realizar
as práticas investigadas e outras às quais elas foram submetidas. Esses dados parecem
apontar para uma concepção comum entre as mulheres, de que o profissional de saúde,
principalmente o médico, detém o conhecimento sobre o que é melhor para ela, além de
revelar uma subjugação ao poder médico que, historicamente, caracteriza a assistência
ao parto em nossa sociedade, conforme já apontado anteriormente.
131
Com relação às mulheres assistidas na Maternidade B, por outro lado, observou-
se, durante as entrevistas, que muitas delas demonstraram um estranhamento quanto ao
fato de não terem sido submetidas a práticas como o enema, a tricotomia e a
episiotomia, o que parece indicar que a sua utilização já foi incorporada ao senso
comum como algo “normal” na assistência ao parto e, por isso, esperado. Campero et
al. (1998) encontraram resultados semelhantes com relação a esse aspecto.
5.6 A Assistência ao Parto Segundo os Profissionais de Saúde e as Mulheres
Assistidas – Discussão Geral
Os dados obtidos a partir da análise do material textual produzido por cada um
dos grupos estudados permitem realizar uma comparação bastante elucidativa entre as
maneiras como profissionais de saúde e mulheres assistidas percebem a assistência ao
parto da forma como ela ocorre nas maternidades investigadas e como imaginam uma
assistência ideal. Essa comparação permitiu observar alguns pontos de convergência e
outros de divergência na percepção da assistência de cada um dos grupos.
Dessa forma, observou-se que os profissionais de saúde, de maneira geral,
destacam como aspectos importantes da assistência: a presença do acompanhante, a
preocupação com a sua humanização, a participação da enfermeira obstetra e o
espaço físico, sendo que os três primeiros aspectos foram mencionados pelos
profissionais da Maternidade B com idade entre 37 e 49 anos e pela categoria das
enfermeiras obstetras; o último aspecto, por outro lado, foi destacado pelos profissionais
da Maternidade A, com idade entre 24 e 36 anos e pela categoria dos médicos.
As mulheres assistidas, por sua vez, ao falarem da assistência recebida, destacam
de maneira importante a atenção recebida dos profissionais de saúde em ambas as
maternidades. Portanto, percebe-se que cada um dos grupos estudados enfatizou
aspectos diferentes ao falar da assistência prestada nas maternidades investigadas.
Contudo, partindo do pressuposto de que dispensar atenção é um aspecto que compõe a
proposta do Movimento pela Humanização do Parto e Nascimento, parece haver uma
correspondência entre a maneira como os profissionais da Maternidade B e mulheres
percebem a assistência, ou seja, ambos os grupos valorizam os seus aspectos
humanizadores, embora cada um deles tenha enfatizado pontos diferentes ao abordar
essa questão.
132
Assim, enquanto os profissionais destacam aspectos da humanização como a
presença do acompanhante, a importância da participação ativa da mulher no
nascimento de seu filho e uma postura não intervencionista no parto, as mulheres
ressaltam a atenção dispensada pelos profissionais de saúde, conforme as características
especificadas no item 4.2.1.2.1.
Outra semelhança entre os dois grupos na maneira de ver a assistência está
relacionada à participação da equipe de enfermagem no parto. Os profissionais,
sobretudo os que trabalham na Maternidade B, pertencentes à categoria das enfermeiras
obstetras e com idade entre 37 e 49 anos, percebem a participação da enfermeira
obstetra como um elemento muito importante na medida em que, na sua visão, ela teria
uma atuação mais ligada ao cuidado e menos ligada à intervenção no parto. As
mulheres, especialmente as solteiras, por sua vez, fazem referências constantes às
profissionais identificadas por elas como enfermeiras, não fazendo uma distinção entre
as profissionais com formação superior e aquelas com formação de nível médio. Essas
referências parecem indicar que essas profissionais são as que têm mais contato com as
mulheres durante sua permanência na maternidade e, embora tenham sido citadas
algumas dificuldades na relação com elas, os aspectos positivos da convivência são os
mais citados. As mulheres relacionam a atuação dessas profissionais com o ato de dar
explicações, avaliado por elas como positivo. Partindo-se do pressuposto de que o ato
de dar explicações é um aspecto do cuidado, este parece indicar uma convergência na
maneira de ver a assistência nos dois grupos, ou seja, a de que a participação da
enfermagem na assistência desempenha um papel importante, cuja importância reside
principalmente na postura profissional de cuidado em alguns de seus aspectos.
Quanto à presença do acompanhante durante o processo de parto, observou-
se que, embora ela tenha sido referida pelos dois grupos como um aspecto relevante da
assistência, o grupo dos profissionais, especialmente o da Maternidade B, com idade
entre 37 e 49 anos e da categoria das enfermeiras obstetras, foi o que maior relevância
atribuiu a esse aspecto. As mulheres, por sua vez, o referem como um componente
importante de uma assistência ideal.
Outro aspecto referido de forma importante pelos profissionais, sobretudo pelos
que trabalham na Maternidade A, com idade entre 24 e 36 anos e da categoria dos
médicos, foi a estruturação do espaço sico de modo a proporcionar maior privacidade
e conforto para a parturiente, sendo que, de acordo com esses profissionais, estas seriam
características importantes de uma assistência ideal. Ao falar da assistência ideal, as
133
mulheres não fazem referências significativas a esse ponto. No entanto, o espaço físico
é destacado por elas como um aspecto importante da assistência quando revelam a
interferência, geralmente negativa, que presenciar o processo de parto de outras
mulheres e todas as suas implicações tem sobre si. Deduz-se que essa interferência
ocorre porque a maneira como o espaço físico está estruturado nas maternidades
analisadas não proporciona privacidade para as mulheres em trabalho de parto.
Contribuíram para a produção desse dado principalmente as mulheres com
escolaridade superior ao ensino médio completo, que tiveram acompanhante durante o
processo do parto e eram casadas. Assim, pode-se inferir que a estruturação do espaço
físico é relevante para os dois grupos, embora o dos profissionais tenha sido o que
maior importância atribuiu a esse aspecto.
Com relação à concepção de que como deveria ser uma assistência ideal, o
aspecto mais citado pelos profissionais de saúde, principalmente pelos que trabalham na
Maternidade A, pertencentes à categoria dos médicos e com idade entre 24 e 36 anos,
foi disponibilizar o recurso da analgesia a todas às parturientes sem contra-indicação
para o seu uso. as mulheres assistidas mencionam, como principal característica de
uma assistência ideal, uma boa relação com os profissionais de saúde, em que a atenção
dispensada por esses profissionais tem um papel importante. A presença do
acompanhante também é destacada pelas mulheres como um componente importante da
assistência ideal, conforme citado anteriormente. Dessa forma, percebe-se haver
divergências consideráveis entre os dois grupos na maneira de pensar como deveria ser
uma assistência ideal.
Quanto aos aspectos negativos, observou-se que os profissionais de ambas as
maternidades estudadas identificam mais aspectos negativos do que as mulheres
assistidas ao falarem sobre a assistência ao parto. Dessa forma, o aspecto negativo mais
citado pelo grupo de profissionais foi a impossibilidade de oferecer parto sob analgesia
para todas as mulheres sem contra-indicações para o seu uso, sendo que os profissionais
da categoria dos médicos com idade entre 24 e 36 anos que trabalham na Maternidade A
são os que mais fazem referências a esse aspecto.
As mulheres entrevistadas, por sua vez, em momento algum mencionaram a
ausência da analgesia como um aspecto negativo da assistência e, embora tenham feito
referências à experiência incômoda de sentir dor, parecem assumi-la como uma
dimensão natural do processo de parir. Embora os estudos na realidade brasileira quanto
ao papel da dor na experiência das mulheres sejam escassos e pouco elucidativos,
134
algumas pesquisas realizadas com classes populares têm apontado para a idéia de que,
entre esse grupo, a dor é considerada como um elemento natural e essencial da
maternidade (Gualda, 1994; Hotimsky et al., 2002 & Paim, 1998).
Por outro lado, o aspecto negativo mais citado por esse grupo, especialmente
pelas mulheres solteiras, foi o atendimento de alguns profissionais de saúde, conforme
citado anteriormente. Os tipos de reclamações feitas sobre esses atendimentos parecem
indicar que a falta de atenção, por um lado, e o tratamento desrespeitoso, por outro, são
as suas características principais. Portanto, no que diz respeito à percepção dos aspectos
negativos da assistência, percebe-se haver diferenças marcantes entre os dois grupos.
Entre os profissionais entrevistados parece prevalecer uma visão segundo a qual
disponibilizar o recurso da analgesia a todas as mulheres seria essencial para melhorar a
qualidade da assistência prestada, concepção que desconsidera estudos na área que
revelam uma associação do uso desse recurso com uma maior probabilidade de
experienciar o parto de maneira negativa (Waldenström et al. 2004). Além disso, essa
visão desconsidera também as necessidades das usuárias dos serviços investigados,
pois, conforme se constatou neste estudo, embora elas mostrem desconforto com a
experiência de sentir dor, não demonstram uma expectativa de suprimi-la com métodos
farmacológicos e, ao contrário, parecem assumi-la como uma dimensão natural da
experiência de parir. As mulheres, ao falarem dos aspectos negativos da assistência,
focalizam mais questões ligadas à qualidade da relação estabelecida com os
profissionais de saúde.
Quanto à maneira de pensar os papéis dos profissionais e das mulheres no
momento do parto, os dados parecem indicar uma semelhança entre os dois grupos
estudados. Essa semelhança ocorre no sentido de perceber o papel desempenhado pelo
médico como o mais importante para que o parto ocorra sem complicações graves.
Entre os profissionais, essa visão predomina entre aqueles que trabalham na
Maternidade A, que pertencem à categoria dos médicos e têm idade entre 24 e 36 anos.
Essa forma de pensar torna-se evidente quando os profissionais médicos expressam a
idéia de que o médico faz o parto, e a mulher apenas o ajuda. Mesmo quando esses
profissionais atribuem a si o papel de orientar a mulher em trabalho de parto, muitas
vezes a orientação está relacionada ao que a mulher deve fazer. No caso das mulheres
assistidas, também se observou a visão de que o papel do médico é o mais importante,
na medida em que é ele quem “faz o parto”, além de uma série de práticas que elas
também parecem considerar necessárias para que o parto ocorra. Contribuíram para a
135
produção desse dado principalmente as mulheres que não tiveram acompanhante
durante o processo de parto, com escolaridade até o ensino médio completo e atendidas
na Maternidade A.
Por último, com relação à maneira de ver o papel da dor no momento do parto,
observou-se que, embora os dois grupos indiquem perceber a dor como uma
característica intrínseca ao trabalho de parto, os profissionais parecem vê-la como um
mal a ser combatido, principalmente com recursos farmacológicos, enquanto que as
mulheres, apesar de terem, em muitos momentos, manifestado o desejo de que a dor
cessasse logo, parecem não valorizar esse aspecto.
Quanto à questão da relação entre profissional e parturiente, foram observados
também alguns pontos de semelhança e outros de divergência na maneira como cada um
dos grupos analisados percebe a relação que estabelecem entre si.
Dessa forma, constatou-se que tanto o grupo dos profissionais, representado
principalmente por aqueles que trabalham na Maternidade B e com idade entre 37 e 49
anos, como o grupo das mulheres assistidas, representado principalmente por aquelas
com idade entre 25 e 38 anos, percebe a relação que estabelecem entre si como “boa”.
Observou-se também que, de maneira geral, uma convergência na forma como cada
um desses grupos avalia o que significa ter uma boa relação, notando-se apenas algumas
diferenças entre eles. Entre essas diferenças, percebeu-se, entre os profissionais, menção
a aspectos como envolver a parturiente nas decisões do parto e respeitar sua capacidade
de desempenhar um papel ativo no momento do parto, o que não foi observado no
grupo das mulheres. Nesse grupo, por sua vez, aspectos afetivos, como ser tratada com
carinho, são citados como componentes importantes de uma “boa” relação, o que não
aparece no relato do grupo dos profissionais.
Com relação ao aspecto “envolvimento nas decisões não emergenciais do
parto”, foram observadas diferenças importantes entre os dois grupos estudados.
Assim, enquanto a maioria dos profissionais entrevistados se percebe envolvendo a
parturiente nesse tipo de decisão, a maioria das mulheres assistidas não se percebeu
sendo envolvida nas referidas decisões, muito embora tenham manifestado o desejo,
durante a realização da entrevista, de ter participado. Entre as decisões de que as
mulheres gostariam de ter participado, conforme seus relatos, foram encontrados:
realização da episiotomia, do enema e da tricotomia e utilização do soro com ocitócitos.
Constatou-se também entre os profissionais uma concepção de que cabe somente a eles
tomar algumas dessas decisões, como prescrever o enema e a tricotomia.
136
O último aspecto analisado foi o da “liberdade oferecida à mulher para
expressar seus sentimentos durante o processo do parto”. Entre os profissionais,
parece predominar uma visão mais restritiva em relação a formas de expressão mais
exacerbadas por parte da parturiente, como gritar, sendo que a analgesia é vista como
um recurso importante para evitar esse tipo de comportamento. O grupo que mais
contribuiu para a produção desses dados foi o dos profissionais que trabalham na
Maternidade A, com idade entre 24 e 36 anos. Por outro lado, entre o grupo das
mulheres assistidas, os dados parecem indicar que, logo ao entrarem na maternidade,
elas trazem consigo uma crença de que expressões como o grito não são bem vistas
pelos profissionais que trabalham na maternidade. Junto com essa crença, aparece o
medo de que, se não se controlarem, serão criticadas e maltratadas pelos profissionais, o
que por sua vez, as leva a evitar esse tipo de expressão, embora, em alguns momentos,
tenham manifestado o desejo de se expressar de forma mais intensa. Contribuíram para
a produção desses dados principalmente as mulheres com nível de escolaridade até o
ensino médio completo e que não participaram de grupo de gestantes.
Portanto, os dados parecem apontar para uma visão comum entre os
profissionais de que manifestações extremas por parte da parturiente são indesejáveis, a
qual as mulheres assistidas denotam conhecer ao serem admitidas na maternidade.
Esse conhecimento, por sua vez, foi transmitido a elas por outras mulheres de sua rede
social que passaram pela mesma experiência. Esses dados vão ao encontro de outras
pesquisas que têm demonstrado haver uma tendência da equipes de saúde a esperar que
as mulheres se comportem dentro de um padrão previamente determinado, o qual
envolve o controle sobre as emoções. Além disso, estudos prévios também corroboram
a idéia de que as mulheres normalmente percebem essas expectativas e procuram se
amoldar a elas, ainda que nem sempre o consigam (Campero et al., 1998; Caron &
Silva; 2002; Hotimsky, 2002; Tornquist, 2004 & Valverde & Diniz, 2001).
Com relação à utilização de algumas práticas de assistência, identificaram-se
também pontos de convergência e de divergência nas informações fornecidas pelo
grupo dos profissionais e pelo grupo das mulheres assistidas. Assim, observou-se que as
informações dos grupos referentes à Maternidade B coincidem, ou seja, se de um lado
os profissionais que trabalham nessa Maternidade informaram que nenhuma das práticas
investigadas é utilizada rotineiramente, de outro lado, os dados fornecidos pelas
mulheres lá assistidas confirmam essa informação.
137
Na Maternidade A, constatou-se que os dados dos dois grupos convergem
quanto à utilização rotineira do enema e da tricotomia, mas diferem quanto à utilização
da ocitocina para corrigir a dinâmica do trabalho de parto e da episiotomia. Dessa
forma, enquanto o grupo dos profissionais dessa Maternidade informou que não utiliza
nenhum dos dois procedimentos de forma rotineira, os dados fornecidos pelas mulheres
assistidas na referida Instituição indicam um uso que não chegou a ser definido como
rotineiro, mas muito freqüente dessas práticas.
Portanto, a discrepância observada quanto à utilização da ocitocina e da
episiotomia nos dados fornecidos pelos grupos relativos à Maternidade A parece sugerir
uma resistência entre o grupo dos profissionais em expor a utilização tão freqüente
dessas práticas. Isto, por sua vez, parece apontar para uma idéia, vigente nesse grupo, de
que tal conduta não é bem vista no universo científico de maneira geral, que esta
pesquisadora representa esse universo. Por fim, após essa discussão, caberia questionar,
talvez em um próximo trabalho, por que, apesar de as evidências científicas condenarem
o uso de certas práticas e de os profissionais terem conhecimento acerca disso, seu uso
ainda é tão freqüente na assistência prestada na Maternidade A.
138
Considerações Finais
O objetivo principal deste trabalho foi identificar representações sociais de
mulheres assistidas e profissionais de saúde sobre a assistência ao parto na maternidade.
Considera-se que esse objetivo e também os objetivos específicos foram atendidos.
Além disso, o estudo identificou também outros aspectos, como aqueles relacionados à
avaliação que os participantes fazem da assistência prestada nas maternidades
investigadas e, ainda, representações sociais sobre o próprio parto. A seguir são
apresentadas as principais contribuições desta pesquisa, assim como apontadas algumas
sugestões para o desenvolvimento desse campo de estudos e para a melhoria da
assistência ao parto e nascimento nas instituições que trabalham nessa área.
O estudo identificou que, entre os profissionais de saúde que participaram da
pesquisa, existem dois tipos diferentes de representações sociais sobre a assistência ao
parto. De um lado, encontrou-se uma representação social que aponta para uma visão
medicalizada da assistência e que é predominante entre os profissionais da Maternidade
A e que pertencem à categoria dos profissionais da área de medicina, cujas principais
características são:
1. a assistência é percebida como uma atividade na qual cabe ao profissional
médico “fazer coisas durante o parto, como o próprio parto e outras
intervenções aplicadas a todos os casos e ainda dizer à mulher o que fazer e
como agir durante o processo;
2. o papel da mulher na assistência, na visão desses profissionais, se restringe a
fazer força e ajudá-los a “fazer” o parto;
3. quanto à participação da mulher nas decisões não emergenciais que envolvem o
parto, observou-se uma maneira de pensar segundo a qual cabe exclusivamente
ao profissional médico tomar algumas dessas decisões, como a realização do
enema e da tricotomia;
4. com relação à questão da liberdade oferecida à mulher para expressar seus
sentimentos durante o parto, encontrou-se uma idéia predominante nesse grupo
de profissionais, segundo a qual não é desejável que a mulher em trabalho de
parto expresse seus sentimentos de maneira exacerbada;
5. quanto à questão da utilização de algumas práticas de assistência, identificou-se
uma representação social segundo a qual, para que o parto ocorra sem
problemas, é necessário submeter todas as mulheres a práticas intervencionistas
139
como o enema e a tricotomia. Da mesma forma, observaram-se ainda
representações sociais que concebem o parto como algo intrinsecamente
doloroso e, nesse sentido, uma supervalorização do uso do recurso da
analgesia como forma de aliviar a dor no parto;
6. as razões apontadas por esses participantes para utilizar de forma rotineira uma
dessas práticas, no caso o enema, baseiam-se em crenças pessoais,
desconsiderando evidências científicas na área.
Observaram-se também nesse grupo concepções que apontam para a presença de
alguns aspectos humanizadores na maneira de pensar a assistência, como, por exemplo,
a defesa da adequação do espaço físico da Maternidade A de modo a promover maior
privacidade e conforto para as parturientes e, ainda, o reconhecimento da importância
do acompanhante no parto, embora algumas restrições em relação a essa prática sejam
colocadas, como a impossibilidade de as mulheres contarem com a sua presença nos
partos cesáreos.
De outro lado, encontrou-se um tipo de representação social, predominante entre
os profissionais que trabalham na Maternidade B, pertencentes à categoria das
enfermeiras obstetras, que aponta para uma visão da assistência identificada com o
modelo proposto pelo Movimento pela Humanização do Parto e Nascimento. As
principais características dessa representação social são as seguintes:
1. grande importância é dada à presença do acompanhante durante todo o processo
de parto, assim como à participação da enfermeira obstetra na assistência e à
participação ativa da mulher no nascimento do seu filho;
2. quanto ao envolvimento da mulher nas decisões não emergenciais que cercam o
parto, observou-se que os profissionais defendem uma idéia segundo a qual a
mulher pode ser envolvida nessas decisões;
3. há uma forma de pensar que tende a ser mais permissiva em relação a expressões
emocionais exacerbadas por parte da mulher em trabalho de parto;
4. predomina, nesse grupo, uma visão de que nenhuma das práticas de assistência
investigadas deve ser utilizada de forma rotineira.
Apesar de os profissionais da Maternidade B, de maneira geral, mostrarem-se
bastante identificados com o modelo de atenção mencionado, estes relatam haver
divergências importantes dentro da equipe quanto à maneira de pensar como deve se dar
a assistência naquela maternidade.
140
Por outro lado, um aspecto comum aos dois grupos de profissionais é que
demonstram perceber a sua relação com as parturientes como “boa”, sendo que para eles
“ter uma boa relação” envolve aspectos que variam desde o ato de se apresentar para as
mulheres até envolvê-las nas decisões relativas ao seu parto.
entre as mulheres assistidas, não foram observadas representações sociais da
assistência ao parto tão claramente definidas e nem diferenças o marcantes entre as
representações do grupo atendido na Maternidade A e aquele atendido na Maternidade
B. Da mesma maneira, também não se identificou uma influência significativa de
fatores demográficos como idade e escolaridade na maneira como esse grupo percebe a
assistência, o que parece confirmar os resultados de outros estudos na área (Green &
Baston, 2003; Hodnett, 2002; Waldenström, 2004 & Waldenström et al. , 2004;).
Identificou-se que esse grupo, ao falar da assistência, destaca outros aspectos
como a avaliação que fazem do atendimento recebido, assim como suas percepções
sobre esse atendimento.
Dessa forma, entre o grupo das mulheres assistidas, os principais achados deste
estudo foram os seguintes:
1. as participantes, principalmente aquelas atendidas na Maternidade A, se
percebem desempenhando um papel mais passivo durante o processo de parto,
enquanto atribuem aos profissionais um papel mais ativo. Esses dados, por sua
vez, parecem apontar para uma representação social de que o papel dos
profissionais de saúde no parto é mais importante do que o delas que estão
vivenciando a experiência de parir e, ainda, uma subordinação ao poder médico
que caracteriza a assistência ao parto em nossa sociedade, conforme
demonstrado anteriormente;
2. uma diferença importante entre o grupo atendido na Maternidade A e aquele
atendido na Maternidade B quanto à questão do envolvimento nas decisões não
emergenciais do parto. Houve uma prevalência de mulheres que não se sentiram
envolvidas na assistência ao parto, sendo que a grande maioria das mulheres que
referiu não ter participado desse tipo de decisão foi atendida na Maternidade A;
3. um conhecimento pouco claro quanto a critérios de internação nas
maternidades. Parece predominar, entre as mulheres assistidas, uma visão
segundo a qual para ser admitida na maternidade é suficiente estar sentindo
dores e contrações;
141
4. as mulheres assistidas identificam mais aspectos positivos do que negativos na
assistência recebida. Entre os aspectos positivos, a atenção recebida da equipe de
saúde foi o mais citado. Entre os aspectos negativos, o mais referido foi o
atendimento prestado por alguns profissionais de saúde, caracterizado pelas
mulheres como grosseiro, impaciente, desumano, pouco atencioso, entre outras
características. Ao falar de como imaginam uma assistência ideal, as mulheres
apontam o estabelecimento de uma boa relação com profissionais de saúde como
a sua característica principal. Esses dados, por conseguinte, parecem apontar
para uma representação social comum entre as mulheres assistidas de que uma
boa assistência é aquela em que os profissionais são atenciosos, ao passo que
uma assistência ruim, por outro lado, seria aquela em que os profissionais
fossem pouco atenciosos com as parturientes e as tratassem de forma
desrespeitosa;
5. de maneira geral, a relação estabelecida com os profissionais de saúde nas
maternidades investigadas é percebida como “boa”, mesmo naquelas situações
em que alguns problemas são mencionados. Ao abordarem esse aspecto, as
mulheres mencionam com freqüência as profissionais da área de enfermagem, o
que parece indicar que essas profissionais desempenham um papel importante na
maneira como elas percebem a sua relação com a equipe;
6. com relação ao aspecto “liberdade para expressar sentimentos durante o
processo de parto”, encontrou-se uma crença segundo a qual as mulheres não
devem gritar na maternidade sob o risco de não serem bem tratadas pelos
profissionais. Essa crença, por sua vez, parece estar apoiada em dados concretos
de realidade, uma vez que se observou, entre os profissionais, a presença de uma
idéia de que o é desejável que a mulher em trabalho de parto expresse seus
sentimentos de maneira intensa;
7. quanto à utilização de algumas práticas de assistência nas maternidades
analisadas, observou-se que as mulheres assistidas na Maternidade A foram as
que mais foram submetidas a essas práticas e que não um questionamento de
sua parte sobre a necessidade ou não de realizar esses procedimentos e outros
aos quais elas revelaram ter sido submetidas. Esses dados, por sua vez, apontam
para uma idéia de que o profissional de saúde, principalmente o médico, detém o
conhecimento sobre o que é melhor para a parturiente, além de mostrar também
142
uma subjugação ao poder médico, que se configura como uma das características
principais da assistência ao parto em nossa sociedade.
Portanto, comparando os dois grupos, o das mulheres assistidas e o dos
profissionais de saúde, um dos resultados encontrados e que mais chama a atenção é o
fato de que, apesar de haver diferenças importantes entre as representações sociais dos
dois grupos de profissionais analisados e de essas diferenças também serem percebidas
nas práticas assistenciais de cada uma das maternidades representadas por esses grupos,
estas diferenças não exercem uma influência determinante na maneira como as
mulheres representam ou avaliam a assistência recebida.
O que os resultados indicam é que o que exerce uma influência importante na
maneira como as mulheres vêem a assistência recebida é a qualidade da relação
estabelecida com os profissionais de saúde. Ou seja, a assistência parece ser percebida
positivamente na proporção em que as mulheres sentiram receber “atenção” dos
profissionais de saúde.
Porém, é necessário considerar o fato de que é difícil para as usuárias
expressarem sua opinião sobre outros aspectos da assistência quando desconhecem
outras alternativas de cuidado, conforme defendem Teijlingen et al. (2003). Esse fato
parece explicar, em parte, porque as mulheres acabam aceitando sem questionamento a
submissão a práticas intervencionistas como a episiotomia. Por outro lado, parece que o
uso indiscriminado dessas práticas nas últimas décadas levou à sua incorporação pelo
público leigo como algo “normal” e até mesmo esperado na assistência ao parto.
Contudo, essa postura passiva da mulher na assistência parece ser também uma
conseqüência do fato de as maternidades serem estruturas hospitalares e o hospital, em
nossa sociedade, ter se constituído historicamente como espaço de exercício do poder
médico em que o indivíduo aparece como objeto do saber e da prática médicos,
conforme demonstra Foucault (1985). Além disso, é importante também considerar uma
tendência encontrada em outros estudos no sentido de as mulheres avaliarem
positivamente a assistência recebida pelo fato de estarem sob o efeito do alívio do parto
ter tido um desfecho feliz, conforme amplamente exposto neste trabalho (Domingues et
al., 2004; Hodnett, 2002; Teijlingen et al., 2003 & Waldenström et al., 2004).
Assim, considera-se que uma das mais importantes contribuições deste estudo
foi ter identificado o quanto as mulheres valorizam, na assistência ao parto, a qualidade
da relação que estabelecem com os profissionais de saúde. Esse dado, por sua vez, está
em consonância com os resultados de outros estudos que identificaram resultados
143
semelhantes (Domingues et al. 2004; Fowles, 1998; Green & Baston, 2003; Hodnett,
2002; Motta, 2003; Santos & Silbert, 2001; Waldenström, 2004 & Waldenström et al.
2004). Todavia, percebe-se que outros estudos se fazem necessários no sentido de
aprofundar o que significa para as mulheres um “atendimento atencioso”.
Outro dado que chama a atenção é a supervalorização, por parte dos
profissionais da Maternidade A, da analgesia peridural como forma de aliviar a dor no
parto. Embora esse método esteja associado com um alívio significativo da dor,
conforme visto, ele também traz riscos consideráveis para a saúde de mulheres e bebês e
ainda não existem estudos suficientes no sentido de demonstrar o impacto do uso desse
recurso na satisfação das mulheres com a assistência. Waldenström et al. (2004)
encontraram em seu estudo que as mulheres que receberam analgesia peridural tiveram
quase o dobro de risco de experienciar o parto de maneira negativa. Estudo realizado
pela Maternity Center Association (2004) identificou que, entre as mulheres que fizeram
uso da analgesia peridural em seu parto, entre 38% e 83% não tinham certeza ou o
concordavam quanto às várias afirmativas sobre os riscos potenciais desse método. É
preciso considerar, ainda, que pesquisas realizadas com mulheres pertencentes a classes
populares no Brasil têm indicado que, para esse grupo, a dor parece ser considerada
como um elemento natural e essencial da maternidade (Gualda, 1994; Hotimsky et al.,
2002 & Paim, 1998). No entanto, identifica-se a necessidade de realizar outros estudos
no sentido de elucidar o papel da dor na experiência de parto de mulheres brasileiras.
Assim, cabe questionar se, em havendo uma grande oferta do recurso da
analgesia peridural, conforme defendem os profissionais da Maternidade A, as mulheres
serão devidamente informadas sobre os seus riscos e se terão a chance de optar pela sua
utilização ou não. Questiona-se também por que outras formas de alívio da dor menos
invasivas, como a aplicação de massagens e de banhos quentes, não são defendidas por
esses profissionais como primeiras opções na tentativa de diminuir a dor no parto.
Por fim, algumas sugestões são feitas a organismos governamentais e não
governamentais comprometidos com a qualidade da assistência ao parto no sentido de
promover melhorias no atendimento. Avalia-se que essas sugestões não são aplicáveis
somente na realidade da cidade de Florianópolis, local em que se desenvolveu a
pesquisa, mas também no País de maneira geral, considerando-se que a realidade
brasileira não difere muito daquela encontrada aqui. Dessa forma, esforços devem ser
empregados no sentido de:
144
1. desenvolver estratégias buscando conscientizar as usuárias e seus familiares sobre as
alternativas possíveis na assistência, assim como seus direitos sociais e
reprodutivos. Considera-se assim a importância da mídia falada e escrita para
atender esses objetivos e ainda do apoio desses organismos para o desenvolvimento
de trabalhos com grupos de gestantes em espaços comunitários, como as Unidades
Locais de Saúde. É importante levar em conta a necessidade dos profissionais que
desenvolvem esses trabalhos serem capacitados de modo a ter acesso ao manejo
adequado de trabalhos com grupos, bem como conhecimentos atuais sobre a questão
da assistência ao parto, baseados nos avanços científicos. Parte-se do pressuposto de
que mudanças significativas no modelo hegemônico de assistência somente
ocorrerão a partir do momento em que grupos sociais começarem a se organizar no
sentido de ter acesso às informações e garantir seus direitos;
2. repensar a formação dos profissionais em nível de graduação e pós-graduação
(cursos de especialização e residência), no sentido de formular programas de ensino
que levem mais em consideração as contribuições da ciência para a assistência ao
parto e nascimento e, da mesma forma, a importância do desenvolvimento de
habilidades relacionais com as usuárias dos serviços e seus familiares. Espera-se,
assim, que relatos de tratamento desrespeitoso e violento no parto não mais
ocorram. Abre-se, dessa forma, para a psicologia um campo valioso de estudos e
atividade profissional, considerando que as relações humanas têm sido objeto de
estudo dessa disciplina desde o seu surgimento;
3. buscar uma maior integração entre os níveis de assistência (USL, centros
especializados em gestação de alto-risco e maternidades) de modo a promover um
atendimento mais completo e adequado às necessidades das usuárias;
4. promover incentivos para que as instituições que prestam assistência adotem
condutas orientadas pelas evidências científicas e também pelas necessidades dos
sujeitos envolvidos, pois conforme se mostrou, as mudanças nas práticas alteram as
representações sociais dos grupos sociais;
5. prestar apoio às instituições que trabalham identificadas com o modelo proposto
pelo Movimento pela Humanização do Parto e Nascimento, no sentido de
possibilitar que estejam sempre repensando sua atuação a fim de que não se perca de
vista aquele que deve ser sempre o princípio norteador da assistência: as
necessidades de mulheres e crianças.
145
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154
Anexos
Anexo A: Roteiro de Entrevista com a Mulher Assistida
Anexo B: Roteiro de Entrevista com o Profissional de Saúde
Anexo C: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (mulheres assistidas)
Anexo D: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (profissionais de saúde)
Anexo E: Relatório do Alceste Relativo ao Corpus “Assistência ao Parto”- Grupo das
Mulheres Assistidas (versão resumida)
Anexo F: Relatório do Alceste Relativo ao Corpus “Relação- Profissional- Parturiente”-
Grupo das Mulheres Assistidas (versão resumida)
Anexo G: Relatório do Alceste Relativo ao Corpus “Assistência ao Parto”- Grupo dos
Profissionais de Saúde (versão resumida)
Anexo H: Relatório do Alceste Relativo ao Corpus “Relação- Profissional-Parturiente”-
Grupo dos Profissionais de Saúde (versão resumida)
Anexo A
Roteiro de Entrevista com a Mulher Assistida
I- Identificação
Idade:
Estado civil:
Escolaridade:
Você realizou acompanhamento pré-natal?
Você participou de grupo de gestantes?
Maternidade em que ocorreu o parto:
Tipo de parto:
Presença de acompanhante no parto:
Não ( )
Sim ( ) Quem?
II- Tópicos
1. Conte-me como foi a sua escolha de ter bebê na Maternidade X.
2. Conte-me como foi o seu parto.
3. Fale-me como foi ter o seu bebê nesta maternidade.
4. Que pontos você achou mais positivos no atendimento que recebeu? Por quê?
5. Houve pontos negativos?
Não ( )
Sim ( ) Quais?
6. Como você acha que seria o jeito ideal de atender uma mulher que vai ter o seu bebê
numa maternidade? Por que você acha que deveria ser assim?
7. Toda maternidade tem um jeito de realizar o atendimento e realiza algumas coisas com a
mulher que são chamadas de procedimentos. Por exemplo, você me contou que no seu
parto foi realizado o procedimento___________________ (referir o primeiro procedimento
que a mulher mencionou). Esse foi um procedimento. Que outros procedimentos você se
lembra que foram realizados no seu parto? Investigar os seguintes procedimentos se não
tiverem sido citados:
Correção da dinâmica do trabalho de parto com ocitocina (soro para aumentar a
dilatação do útero)
Enema (lavagem)
Tricotomia (raspagem dos pêlos)
Episiotomia (corte perto da vagina)
8. Como foi a sua convivência na maternidade com as pessoas que trabalham lá?
9. Todo parto envolve sempre algumas decisões que o profissional, médico ou enfermeiro,
tem que tomar ali na hora. Algumas decisões são emergenciais, como aquelas que são
tomadas em situações que envolvem risco de morte para a mãe ou o bebê. Outras decisões
são “não-emergenciais” e ocorrem em todos os partos (fornecer um exemplo que a mulher
mencionou em seu relato). Você sentiu que participou dessas decisões “não emergências”?
10. Você se sentiu à vontade na maternidade para colocar para fora o que estava sentindo?
11. mais alguma coisa que eu não lhe perguntei e que você gostaria de falar sobre esse
assunto?
Anexo B
Roteiro de Entrevista com o Profissional de Saúde
I- Identificação
Idade:
Sexo:
Profissão:
Maternidade em que trabalha:
Função que exerce na Maternidade:
No caso de ter filhos, de que tipo de parto eles nasceram?
II- Tópicos
1. Conte-me como você veio trabalhar nesta maternidade.
2. Fale-me sobre sua experiência de assistência a partos nesta maternidade.
3. Que pontos você considera mais positivos na assistência que é prestada nesta
maternidade? Por quê?
4. Em sua opinião, há aspectos negativos na assistência que é prestada nesta maternidade?
Não ( )
Sim ( ) Quais?
5. Como seria, em sua opinião, a assistência ideal? Por que você acha que deveria ser
assim?
6. Pelas informações que pude obter eu sei que cada maternidade segue uma rotina e
realiza alguns procedimentos que variam de uma maternidade para a outra.
a) Você poderia me dar alguns exemplos de procedimentos que utiliza rotineiramente em
sua prática de assistência?
Investigar os procedimentos listados abaixo e que não tiverem sido citados:
Correção da dinâmica do trabalho de parto com ocitocina
Enema
Tricotomia
Episiotomia
b) Segundo classificação realizada em 1996 pela Organização Mundial da Saúde das
práticas no parto normal, o enema está classificado entre as práticas claramente
prejudiciais ou ineficazes que devem ser eliminadas da assistência (Categoria B). Qual
a sua opinião sobre essa classificação?
7. Como costuma ser a sua relação com as parturientes?
8. Todo parto envolve sempre algumas decisões que o profissional responsável pela
assistência, médico ou enfermeiro, precisa tomar. Algumas decisões são emergenciais,
como aquelas que são tomadas em situações que envolvem risco de morte para a mãe ou o
bebê. Outras decisões são “não-emergenciais” e estão presentes em todos os partos.
a) Você costuma oferecer à mulher a oportunidade de participar das decisões “não
emergencias” do parto?
Não ( )
Sim ( ) Como?
9. Você costuma deixar as mulheres em trabalho de parto à vontade para expressar o que
estão sentindo? Como você faz isso?
10. Há mais alguma coisa que eu não lhe perguntei e você gostaria de falar sobre esse
assunto?
1
Anexo C
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (mulheres assistidas)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
MESTRADO EM PSICOLOGIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, Sandra Cristina da Silveira, aluna do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), convido-a, a participar do processo de coleta de
dados de minha dissertação de Mestrado, sob orientação do Professor Dr. Brígido Vizeu Camargo.
Esta pesquisa se intitula A Assistência ao Parto na Maternidade: Representações
Sociais de Mulheres no Puerpério e Profissionais de Saúde” e tem por objetivo conhecer a visão
de mulheres no puerpério e profissionais de saúde sobre a assistência ao parto na maternidade, com
a intenção de contribuir para a sua melhoria. A sua participação acontecerá através do
consentimento em entrevistá-la.
As entrevistas serão gravadas em áudio, sendo que seu nome, ou qualquer dado possa lhe
identificar, não serão usados. Todas as informações fornecidas serão confidenciais e só serão
utilizadas nesta pesquisa. A sua participação é absolutamente voluntária, a pesquisadora está à
disposição para qualquer esclarecimento e a sua recusa em participar não trará qualquer penalidade
ou prejuízo ao seu atendimento no Centro de Saúde. Mantém-se também o seu direito de desistir da
participação a qualquer momento.
Após ler este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e aceitar participar do estudo,
solicito a assinatura do mesmo em duas vias, sendo que uma delas permanecerá em seu poder.
Qualquer informação adicional ou esclarecimento acerca deste estudo poderá ser obtido
junto à pesquisadora, pelo telefone 244-4128.
...............................................................................................
Sandra Cristina da Silveira Pesquisadora Principal
.............................................................................................
Brígido Vizeu Camargo – Pesquisador responsável
Eu ............................................................................................................... abaixo assinado,
declaro através deste documento, meu consentimento em participar da pesquisa A Assistência ao
Parto na Maternidade: Representações Sociais de Mulheres no Puerpério e Profissionais de
Saúde. Declaro ainda, que estou ciente de seu objetivo e métodos, inclusive do uso de gravador,
bem como de meus direitos de anonimato e de desistir a qualquer momento.
Florianópolis, ........ de ............................... de 2004.
..............................................................................................
Assinatura
2
Anexo D
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (profissionais de saúde)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
MESTRADO EM PSICOLOGIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, Sandra Cristina da Silveira, aluna do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), convido-o (a), a participar do processo de coleta
de dados de minha dissertação de Mestrado, sob orientação do Professor Dr. Brígido Vizeu
Camargo.
Esta pesquisa se intitula A Assistência ao Parto na Maternidade: Representações
Sociais de Mulheres no Puerpério e Profissionais de Saúde” e tem por objetivo investigar quais
as representações sociais que mulheres no puerpério e profissionais de saúde têm sobre a
assistência ao parto na maternidade, com a intenção de contribuir para a sua melhoria. A sua
participação acontecerá através do consentimento em entrevistá-lo (a).
As entrevistas serão gravadas em áudio, sendo que seu nome, ou qualquer dado possa lhe
identificar, não serão usados. Todas as informações fornecidas serão confidenciais e só serão
utilizadas nesta pesquisa. A sua participação é absolutamente voluntária, a pesquisadora está à
disposição para qualquer esclarecimento. Mantém-se também o seu direito de desistir da
participação a qualquer momento.
Após ler este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e aceitar participar do estudo,
solicito a assinatura do mesmo em duas vias, sendo que uma delas permanecerá em seu poder.
Qualquer informação adicional ou esclarecimento acerca deste estudo poderá ser obtido
junto à pesquisadora, pelo telefone 244-4128.
............................................................................................
Sandra Cristina da Silveira Pesquisadora Principal
.............................................................................................
Brígido Vizeu Camargo – Pesquisador Responsável
Eu ............................................................................................................... abaixo assinado,
declaro através deste documento, meu consentimento em participar da pesquisa A Assistência ao
Parto na Maternidade: Representações Sociais de Mulheres no Puerpério e Profissionais de
Saúde. Declaro ainda, que estou ciente de seu objetivo e métodos, inclusive do uso de gravador,
bem como de meus direitos de anonimato e de desistir a qualquer momento.
Florianópolis, ........ de ............................... de 2004.
...............................................................................................
Assinatura
Anexo E
Relatório do Alceste Relativo ao Corpus “Assistência ao Parto”- Grupo das Mulheres
Assistidas (versão resumida)
-------------------------------------
* Logiciel ALCESTE (4.5 - 01/10/99) *
-------------------------------------
Plan de l'analyse :CORPUS1.pl ; Date : 8/ 6/**; Heure : 18:18:39
C:\Alceste\&&_0\
CORPUS1.txt
ET 1 1 1 1
A 1 1 1
B 1 1 1
C 1 1 1
D 1 1 1 0 0
A1 1 0 0
A2 3 0
A3 1 1 0
B1 0 4 0 1 1 0 1 1 0
B2 2 2 0 0 0 0 0 0
B3 10 4 1 1 0 0 0 0 0 0
C1 0 121
C2 0 2
C3 0 0 1 1 1 2
D1 0 2 2
D2 0
D3 5 a 2
D4 1 -2 1
D5 0 0
---------------------
A1: Lecture du corpus
---------------------
A12 : Traitement des fins de ligne du corpus :
N° marque de la fin de ligne :
Nombre de lignes étoilées : 20
--------------------------
A2: Calcul du dictionnaire
--------------------------
Nombre de formes distinctes : 2881
Nombre d'occurrences : 35624
Fréquence moyenne par forme : 12
Nombre de hapax : 1301
Fréquence maximum d'une forme : 1713
76.99% des formes de fréq. < 5 recouvrent 11.30% des occur.;
88.96% des formes de fréq. < 15 recouvrent 20.21% des occur.;
94.45% des formes de fréq. < 32 recouvrent 30.15% des occur.;
97.08% des formes de fréq. < 70 recouvrent 40.22% des occur.;
98.37% des formes de fréq. < 135 recouvrent 50.01% des occur.;
99.13% des formes de fréq. < 237 recouvrent 61.26% des occur.;
99.55% des formes de fréq. < 317 recouvrent 70.60% des occur.;
99.79% des formes de fréq. < 688 recouvrent 80.02% des occur.;
99.93% des formes de fréq. < 1070 recouvrent 91.23% des occur.;
100.00% des formes de fréq. < 1713 recouvrent100.00% des occur.;
A34 : Fréquence maximale d'un mot analysé : 3000
Nombre de mots analysés : 1395
Nombre de mots supplémentaires de type "r" : 339
Nombre de mots supplémentaires de type "s" : 34
Nombre d'occurrences retenues : 35393
Moyenne par mot : 19.673010
Nombre d'occurrences analysables (fréq.> 3) : 13695 soit 40.145980%
Nombre d'occurrences supplémentaires : 20418
Nombre d'occurrences hors fenêtre fréquence : 1280
-------------------------------------------
B1: Sélection des uce et calcul des données
-------------------------------------------
B11: Le nom du dossier des résultats est &&_0
B12: Fréquence minimum d'un "mot" analysé : 4
B13: Fréquence maximum d'un "mot" retenu : 9999
B14: Fréquence minimum d'un "mot étoilé" : 1
B15: Code de fin d'U.C.E. : 1
B16: Nombre d'occurrences par U.C.E. : 30
B17: Elimination des U.C.E. de longueur < 0
Fréquence minimum finale d'un "mot" analysé : 4
Fréquence minimum finale d'un "mot étoilé" : 1
Nombre de mots analysés : 539
Nombre de mots supplémentaires de type "r" : 226
Nombre total de mots : 765
Nombre de mots supplémentaires de type "s" : 34
Nombre de lignes de B1_DICB : 799
Nombre d'occurrences analysées : 13695
Nombre d'u.c.i. : 20
Nombre moyen de "mots" analysés / u.c.e. : 16.991320
Nombre d'u.c.e. : 806
Nombre d'u.c.e. sélectionnées : 806
100.00% des u.c.e. sont sélectionnées
Nombre de couples : 29000
--------------------
B2: Calcul de DONN.1
--------------------
Nombre de mots par unité de contexte : 14
Nombre d'unités de contexte : 638
--------------------
B2: Calcul de DONN.2
--------------------
Nombre de mots par unité de contexte : 16
Nombre d'unités de contexte : 569
-----------------------------------------------------
B3: Classification descendante hiérarchique de DONN.1
-----------------------------------------------------
Elimination des mots de fréquence > 3000 et < 4
0 mots éliminés au hasard soit .00 % de la fenêtre
Nombre d'items analysables : 437
Nombre d'unités de contexte : 638
Nombre de "1" : 11410
-----------------------------------------------------
B3: Classification descendante hiérarchique de DONN.2
-----------------------------------------------------
Elimination des mots de fréquence > 3000 et < 4
0 mots éliminés au hasard soit .00 % de la fenêtre
Nombre d'items analysables : 434
Nombre d'unités de contexte : 569
Nombre de "1" : 11193
----------------------------
C1: intersection des classes
----------------------------
Nom du dossier traité C:\Alceste\&&_0\
Suffixe de l'analyse :121
Date de l'analyse : 8/ 6/**
Intersection des classes RCDH1 et RCDH2
Nombre minimum d'uce par classe : 41
DONN.1 Nombre de mots par uc : 14
Nombre d'uc : 638
DONN.2 Nombre de mots par uc : 16
Nombre d'uc : 569
661 u.c.e classées sur 806 soit 82.01 %
Nombre d'u.c.e. distribuées: 750
Tableau croisant les deux partitions :
RCDH1 * RCDH2
classe * 1 2 3 4
poids * 138 182 46 384
1 126 * 116 2 1 7
2 175 * 2 152 0 21
3 62 * 14 1 42 5
4 387 * 6 27 3 351
Tableau des chi2 (signés) :
RCDH1 * RCDH2
classe * 1 2 3 4
poids * 138 182 46 384
1 126 * 547 -42 -7 -126
2 175 * -45 486 -14 -140
3 62 * 0 -18 445 -50
4 387 * -151 -130 -39 499
Classification Descendante Hiérarchique...
Dendrogramme des classes stables (à partir de B3_rcdh1) :
----|----|----|----|----|----|----|----|----|----|
Cl. 1 ( 116uce) |----------+
14 |------------------------------------+
Cl. 3 ( 42uce) |----------+ |
15 |+
Cl. 2 ( 152uce) |------------------------------------+ |
18 |----------+
Cl. 4 ( 351uce) |------------------------------------+
Classification Descendante Hiérarchique...
Dendrogramme des classes stables (à partir de B3_rcdh2) :
----|----|----|----|----|----|----|----|----|----|
Cl. 1 ( 116uce) |----------+
13 |------------------------------------+
Cl. 3 ( 42uce) |----------+ |
14 |+
Cl. 2 ( 152uce) |------------------------------------+ |
18 |----------+
Cl. 4 ( 351uce) |------------------------------------+
----------------------
C2: profil des classes
----------------------
Chi2 minimum pour la sélection d'un mot : 2.20
Nombre de mots (formes réduites) : 765
Nombre de mots analysés : 539
Nombre de mots "hors-corpus" : 34
Nombre de classes : 4
661 u.c.e. classées soit 82.009930%
Nombre de "1" analysés : 9690
Nombre de "1" suppl. ("r") : 11902
Distribution des u.c.e. par classe...
1eme classe : 116. u.c.e. 1710. "1" analysés ; 2054. "1" suppl..
2eme classe : 152. u.c.e. 2177. "1" analysés ; 2734. "1" suppl..
3eme classe : 42. u.c.e. 632. "1" analysés ; 707. "1" suppl..
4eme classe : 351. u.c.e. 5171. "1" analysés ; 6407. "1" suppl..
--------------------------
Classe n° 1 => Contexte A
--------------------------
Nombre d'u.c.e. : 116. soit : 17.55 %
Nombre de "uns" (a+r) : 3764. soit : 17.43 %
Nombre de mots analysés par uce : 14.74
num effectifs pourc. chi2 identification
4 46. 168. 27.38 15.05 ach+
15 4. 6. 66.67 10.10 aliment+
18 3. 8. 37.50 2.23 alojamento_conjunto
20 4. 8. 50.00 5.89 amament+
28 23. 23. 100.00 111.96 aos
31 2. 3. 66.67 5.02 apoio
35 52. 90. 57.78 116.53 assist+
38 12. 26. 46.15 15.30 atencao
39 5. 9. 55.56 9.11 atenci+
41 39. 68. 57.35 83.00 atendi+
42 17. 40. 42.50 18.32 atend+
52 13. 25. 52.00 21.31 boa+
78 5. 7. 71.43 14.19 cidade
89 3. 5. 60.00 6.27 comida
102 5. 15. 33.33 2.64 convers+
109 6. 17. 35.29 3.80 cuid+
112 5. 7. 71.43 14.19 dado+
115 3. 4. 75.00 9.18 dando
117 5. 12. 41.67 4.91 daquel+
125 2. 4. 50.00 2.93 dei
138 7. 7. 100.00 33.24 destaco
141 4. 7. 57.14 7.67 dev+
148 5. 5. 100.00 23.67 direito+
166 2. 4. 50.00 2.93 duvida+
170 19. 55. 34.55 11.98 enfermeir+
178 3. 5. 60.00 6.27 equipe
188 8. 22. 36.36 5.57 estagiar+
196 5. 11. 45.45 6.02 experiencia+
197 12. 31. 38.71 10.07 explic+
201 6. 20. 30.00 2.21 falt+
206 6. 15. 40.00 5.35 fato
240 33. 60. 55.00 63.97 gost+
245 3. 8. 37.50 2.23 gross+
253 2. 3. 66.67 5.02 iam
254 2. 4. 50.00 2.93 ictericia
261 7. 15. 46.67 8.99 import+
304 35. 114. 30.70 16.47 maternidade_a
305 48. 154. 31.17 25.74 maternidade_b
320 7. 18. 38.89 5.82 momento
335 27. 29. 93.10 119.66 negativo+
338 3. 4. 75.00 9.18 nest+
342 4. 6. 66.67 10.10 nota
344 2. 3. 66.67 5.02 obrigado+
353 5. 9. 55.56 9.11 otimo+
372 5. 9. 55.56 9.11 pediatr+
377 2. 3. 66.67 5.02 peito
382 2. 4. 50.00 2.93 perfeit+
393 46. 55. 83.64 181.08 ponto+
396 25. 27. 92.59 109.56 positivo+
399 2. 4. 50.00 2.93 pos_parto
402 10. 26. 38.46 8.18 precis+
408 2. 3. 66.67 5.02 prestad+
409 2. 3. 66.67 5.02 prestativ+
432 2. 3. 66.67 5.02 reagente
433 52. 58. 89.66 228.46 recebi
434 3. 8. 37.50 2.23 receb+
435 10. 23. 43.48 11.07 reclam+
437 5. 9. 55.56 9.11 remedio+
443 7. 13. 53.85 12.07 rest+
463 3. 4. 75.00 9.18 seja
485 5. 7. 71.43 14.19 super
491 8. 21. 38.10 6.33 tenh+
494 18. 42. 42.86 19.85 teve
506 4. 9. 44.44 4.56 tratamento
507 12. 31. 38.71 10.07 trat+
513 5. 14. 35.71 3.26 unic+
560 * 5. 7. 71.43 14.19 * 2 houve
562 * 7. 15. 46.67 8.99 * 3 eram
563 * 65. 200. 32.50 44.30 * 3 foi
579 * 3. 8. 37.50 2.23 * 4 desde
591 * 5. 12. 41.67 4.91 * 4 sobre
597 * 6. 20. 30.00 2.21 * 5 depois-que
610 * 4. 10. 40.00 3.54 * 5 por-isso
613 * 27. 30. 90.00 114.01 * 5 quanto
614 * 103. 545. 18.90 3.91 * 5 que
619 * 14. 43. 32.56 7.16 * 6 bom
623 * 11. 26. 42.31 11.47 * 6 legal
625 * 18. 32. 56.25 34.81 * 6 muito-bom
628 * 11. 26. 42.31 11.47 * 6 tudo-bem
645 * 4. 9. 44.44 4.56 * 7 deles
658 * 104. 555. 18.74 3.38 * 7 eu
660 * 3. 8. 37.50 2.23 * 7 isto
666 * 24. 74. 32.43 12.76 * 7 mim
670 * 90. 343. 26.24 37.21 * 7 na
674 * 3. 5. 60.00 6.27 * 7 nenhum
703 * 22. 78. 28.21 6.94 * 7 tudo
731 * 41. 147. 27.89 13.97 * 9 bem
747 * 8. 26. 30.77 3.27 * 9 melhor
748 * 31. 119. 26.05 7.25 * 9 muito
756 * 10. 38. 26.32 2.14 * 9 sempre
761 * 20. 73. 27.40 5.50 * 9 tambem
768 * 29. 91. 31.87 14.95 * *civ_1
770 * 75. 368. 20.38 4.60 * *esc_1
774 * 80. 393. 20.36 5.28 * *ida_1
776 * 7. 9. 77.78 22.87 * *ind_21
780 * 8. 20. 40.00 7.18 * *ind_25
781 * 5. 13. 38.46 4.01 * *ind_26
787 * 3. 6. 50.00 4.41 * *ind_32
788 * 10. 35. 28.57 3.10 * *ind_33
795 * 7. 13. 53.85 12.07 * *ind_40
Nombre de mots sélectionnés : 100
--------------------------
Classe n° 2 => Contexte B
--------------------------
Nombre d'u.c.e. : 152. soit : 23.00 %
Nombre de "uns" (a+r) : 4911. soit : 22.74 %
Nombre de mots analysés par uce : 14.32
num effectifs pourc. chi2 identification
9 3. 4. 75.00 6.15 adiant+
12 13. 16. 81.25 31.42 aguent+
16 5. 5. 100.00 16.87 alivi+
22 4. 8. 50.00 3.33 and+
23 6. 8. 75.00 12.37 anestes+
33 3. 4. 75.00 6.15 arrum+
34 59. 179. 32.96 13.77 as
43 17. 21. 80.95 41.14 aument+
44 4. 5. 80.00 9.25 avo+
47 13. 31. 41.94 6.59 banh+
48 3. 3. 100.00 10.09 barriga
54 4. 5. 80.00 9.25 bola+
55 17. 23. 73.91 34.89 bolsa
59 3. 5. 60.00 3.90 cafe
61 6. 7. 85.71 15.72 caminh+
67 25. 46. 54.35 27.45 cas+
69 6. 9. 66.67 9.83 centimetro+
71 23. 65. 35.38 6.25 cesariana
73 27. 35. 77.14 61.19 cheguei
77 3. 4. 75.00 6.15 chuv+
83 3. 6. 50.00 2.49 colica+
85 23. 40. 57.50 28.63 coloc+
86 24. 40. 60.00 32.92 comec+
91 3. 3. 100.00 10.09 comprimido+
97 2. 3. 66.67 3.25 conselho+
98 4. 8. 50.00 3.33 consult+
100 33. 41. 80.49 81.59 contrac+
107 6. 7. 85.71 15.72 costas
113 4. 8. 50.00 3.33 dai
120 12. 27. 44.44 7.31 das
122 5. 7. 71.43 9.37 decid+
123 3. 5. 60.00 3.90 decisao
124 25. 25. 100.00 87.01 dedo+
131 5. 8. 62.50 7.14 depil+
132 6. 11. 54.55 6.29 der+
134 5. 5. 100.00 16.87 desc+
135 5. 6. 83.33 12.45 desmai+
146 47. 53. 88.68 140.39 dilat+
149 4. 9. 44.44 2.37 direto
160 45. 92. 48.91 40.54 dor+
163 2. 3. 66.67 3.25 doutora
167 3. 3. 100.00 10.09 embaixo
186 15. 45. 33.33 2.91 esper+
187 5. 5. 100.00 16.87 espinha
190 11. 16. 68.75 19.39 estour+
193 3. 5. 60.00 3.90 examin+
208 43. 132. 32.58 8.55 faz+
220 3. 5. 60.00 3.90 final
221 22. 63. 34.92 5.59 fiqu+
223 26. 50. 52.00 25.70 fiz+
225 12. 31. 38.71 4.54 forc+
227 7. 8. 87.50 19.03 forte+
231 2. 3. 66.67 3.25 fraca
232 3. 5. 60.00 3.90 frente
265 5. 8. 62.50 7.14 inducao
266 4. 6. 66.67 6.52 induz+
268 4. 4. 100.00 13.48 inici+
270 17. 34. 50.00 14.76 intern+
277 7. 11. 63.64 10.43 lavagem
282 14. 36. 38.89 5.43 lev+
284 4. 5. 80.00 9.25 liguei
285 3. 6. 50.00 2.49 lig+
297 16. 23. 69.57 29.18 mand+
303 37. 125. 29.60 3.80 maternidade+
311 8. 20. 40.00 3.37 mei+
318 16. 19. 84.21 41.40 minuto+
322 5. 5. 100.00 16.87 morr+
324 4. 7. 57.14 4.66 mor+
330 6. 9. 66.67 9.83 nas
357 4. 4. 100.00 13.48 oxigenio
406 5. 9. 55.56 5.46 prepar+
411 5. 11. 45.45 3.19 pre_parto
414 3. 5. 60.00 3.90 procedimento+
419 5. 8. 62.50 7.14 pront+
421 3. 5. 60.00 3.90 quarta_feira
423 9. 16. 56.25 10.24 quase
430 10. 24. 41.67 4.90 rapid+
431 5. 7. 71.43 9.37 rasp+
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--------------------------
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Nombre de mots sélectionnés : 111
--------------------------
Classe n° 4 => Contexte D
--------------------------
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458 12. 14. 85.71 6.11 saude
459 5. 5. 100.00 4.45 seguinte
462 41. 58. 70.69 7.90 sei+
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587 * 43. 70. 61.43 2.18 * 4 por
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598 * 13. 17. 76.47 3.83 * 5 embora
603 * 129. 222. 58.11 3.36 * 5 mas
609 * 103. 175. 58.86 3.17 * 5 porque
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616 * 15. 20. 75.00 3.97 * 5 tanto
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Nombre de mots sélectionnés : 182
Nombre de mots marqués : 706 sur 765 soit 92.29%
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D1: Tri des uce par classe
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Clé sélectionnée : A
6 41 O bebe chorava e as #enfermeiras #iam la e diziam para fazer isso e aquilo, ajudavam a
#cuidar, eu tive um #apoio muito-bom. quanto #aos #pontos que eu #achei mais #positivos na
assistencia que eu #recebi na #maternidade_b, eu #destaco o tipo de #atendimento #dado.
534 39 nao #teve nenhum #ponto #negativo no #atendimento que eu #recebi na #maternidade_a, nao
#teve nada que eu nao #gostasse. para mim estava tudo bom, #otimo, nunca tive essa #experiencia,
mas quem sabe, para #uma outra pessoa, #seja diferente.
291 33 A maioria das mulheres no quarto tinha #tido parto_ normal, a #unica que #teve cesariana
fui eu. quanto #aos #pontos que eu #achei mais #positivos na assistencia que eu #recebi na
#maternidade_b, eu #gostei que quando empedrou o meu #peito, as #enfermeiras foram bem
#prestativas.
64 31 as #estagiarias eram muito queridas, eu #gostei bastante. quanto #aos #pontos que eu
#achei mais #positivos na assistencia que eu #recebi na #maternidade_b, eu #destaco a atencao que
eu #recebi e que foi muito #importante para mim, a #hora que eu #precisava, eu so chamava e elas ja
vinham me atender.
258 28 quanto #aos #pontos que eu #achei mais #positivos na assistencia que eu #recebi na
#maternidade_b, eu #destaco o #atendimento na emergencia que foi rapido, eu cheguei e ja fui
atendida.
801 28 quanto #aos #pontos que eu #achei mais #positivos na assistencia que eu #recebi na
#maternidade_a, eu nao sei, eu #acho que foi o #atendimento mesmo, as pessoas foram bem #atenciosas
comigo.
299 27 la na #maternidade_b era tudo certo na #hora, a #comida, os #remedios. para mim nao houve
#pontos #negativos na assistencia que eu #recebi na #maternidade_b, foi tudo-bem, tudo certo, eu
nao sou muito de #reclamar.
497 27 se tu #precisas de alguma #coisa, eles estao sempre ali atentos. outro #ponto #positivo
na assistencia que eu #recebi na #maternidade_a foi a #alimentacao que tambem era muito #boa. eu
tambem #achei #positivo que eles deixaram o meu marido me acompanhar e em #momento algum eles
falaram nada, foi bem legal.
495 25 senao eles te deixam ate-o #ultimo #momento para tu teres o parto_normal. quanto #aos
#pontos que eu #achei mais #positivos na assistencia que eu #recebi na #maternidade_a, tiveram
#coisas #boas.
722 25 eu #gostei #do #atendimento da #maternidade_a, as #enfermeiras ficam ali em-cima-de ti,
te #dando todo o #cuidado, ate quanto as refeicoes eu nao #tenho nada #do que #reclamar, era tudo-
bem limpo, bem organizado.
204 24 os #estagiarios tambem eram bem #atenciosos, tinha #uma #estagiaria que era muito
querida, o #pediatra era muito-bom, as #enfermeiras #explicaram como dava o banho no bebe, eu #acho
que foi um bom #atendimento o-que eu #recebi na #maternidade_b,
205 24 pois tem lugares que a gente vai e e bem-mal atendido. quanto #aos #pontos que eu #achei
mais #positivos na assistencia que eu #recebi na #maternidade_b, eu #gostei #do #atendimento #do
#estagiario que #fez o parto, pois ele o #fez muito bem, tinha outro o #ensinando, ele #fez tudo
#direito,
7 22 as #enfermeiras #tratam a gente muito bem, eu me senti em casa, elas #cuidam bem da mae e
#do bebe, elas nos #tratavam #super bem. entao o-mais #positivo da assistencia que eu #recebi na
#maternidade_b foi o #atendimento antes e depois #do parto. nao houve #ponto #negativo na
assistencia que eu #recebi na #maternidade_b, para mim foi tudo muito-bom.
70 22 A atencao que eu #recebi na #maternidade_b foi muito #boa, eu nao #tenho #do que
#reclamar. eu ja ouvi gente #reclamar da #maternidade_b, mas entao o #atendimento #deve ter sido
diferente #daquele que eu #recebi.
200 22 O meu parto foi #otimo, o #atendimento la na #maternidade_b foi muito-bom, as
#enfermeiras me #trataram bem, para mim faltou um pouco mais de #explicacao sobre #amamentacao,
pois depois-que eu ganhei o bebe, eu #recebi #uma #explicacao no quarto,
637 22 #precisou eu ter um filho para eu dar #valor a minha mae. tu ves, para-que? O bebe veio e
hoje eu me #dou #super bem com a minha mae. eu nunca #dei #valor a ela, hoje eu #dou. hoje eu sei
o-que ela passou comigo, foi parto_normal tambem. quanto #aos #pontos que eu #achei mais #positivos
na assistencia que eu #recebi na #maternidade_a, para mim eu #acho que foi tudo #positivo.
782 22 eles #explicaram tudo, que tem um certo tempo para as #coisas acontecerem. A gente nao
sabia, mas e bem legal, eu #gostei de ter o meu bebe na #maternidade_a. quanto #aos #pontos que eu
#achei mais #positivos na assistencia que eu #recebi na #maternidade_a, eu #gostei de tudo, nao
#tenho #do que #reclamar, foi tudo-bem bom, para mim, para o bebe, eles atendem bem, eu #gostei.
30 21 ate aquele #momento, a bolsa nao tinha estourado ainda, eu nao estava sentindo dor e
havia outros bebes nascendo #do meu lado, eu estava escutando tudo. quanto #aos #pontos que eu
#achei mais #positivos na assistencia que eu #recebi na #maternidade_b, eu #destaco o #fato de o
pessoal da maternidade ter sido muito #atencioso e #prestativo comigo.
576 21 eu tambem #achei bom que a #maternidade_a e bem limpa, que eu fiquei num quarto com outra
mulher e que sempre passava #uma #enfermeira para nos ver. A #comida tambem era #boa, eu #gostei
bastante. quanto #aos #pontos que eu #achei mais #positivos na assistencia que eu #recebi na
#maternidade_a, eu #destaco a atencao que nos #recebemos, toda #hora elas vinham para ver como eu
estava e o bebe.
Clé sélectionnée : B
183 35 na #maternidade, eu #fiquei do/ #meio dia ate #as 17h com cinco #dedos de #dilatacao
#sentada numa #bola de fisioterapia e nada/ de #aumentar a #dilatacao. entao a #doutora da
maternidade_b #resolveu #induzir o #parto com/ ocitocina e depois #das seis horas de #espera, ela
#rompeu a #bolsa.
195 34 eu #cheguei la na maternidade_b, #fizeram o #toque, mas eu estava com a #mesma
#dilatacao, so um #centimetro. eu #voltei para #casa, ate-que #comecou a me dar umas #dores mais
proximas umas #das outras, e #as 21h30 a #bolsa #estourou.
797 34 quando chegou umas 4h, eu #voltei na #maternidade e me #deram um #soro para passar um
pouco a #dor, mas eu nao tinha #dilatacao ainda. eu #voltei para #casa e passei o sabado inteiro
com #dor, #dor. eu #aguentei ate umas 23h e #voltei para a #maternidade. eu #cheguei la com tres
#dedos de #dilatacao e bastante #contracao, #dai eles #decidiram me #internar.
719 30 depois-que me botaram no #soro e que eu #comecei a #sentir #as/ #contracoes, porque eu
#cheguei la sem #contracao e #dor alguma. A minha #avo disse que era/ bom eu ir na #maternidade
porque eu estava com aquelas rajadas de #sangue.
55 28 na #quarta_feira, o medico disse que iria #iniciar a #inducao para #tentar que eu tivesse
um #parto_normal. eu #fiquei na #inducao o dia todo, eu fui de-manha para o #soro e #colocaram dois
#comprimidos em mim, eu #senti #contracao, mas eu tinha pouca #dilatacao, somente um/ #centimetro e
#meio.
283 26 #colocaram o segundo #comprimido na minha vagina e eu ja #comecei a #sentir #as #dores. A
tarde eles #comecaram a #colocar os #comprimidos e a-noite eu ja estava #sentindo #contracoes bem
#fortes.
439 26 eu #voltei para #casa, fui dormir e #as 2h15/ #rompeu a #bolsa. eu fui para a
#maternidade porque ele disse que era para retornar se eu/ estivesse com #contracao #forte de 10 em
10 #minutos ou se #rompesse a #bolsa, mas eu nao/ estava #sentindo #colica #forte.
795 26 eu ia para a #maternidade e #voltava. quando eu chegava la, eles #mandavam eu #caminhar,
mas nada #adiantava e eu #voltava para #casa. quando chegou na sexta_feira, eu fui para a
#maternidade #as 11h e me #mandaram #caminhar, mas eu nao tinha #dilatacao, eu tinha bastante
#contracao, mas nao tinha #dilatacao.
313 23 eles nao podiam #fazer o/ #toque porque a #bolsa ja tinha #estourado. de-manha eles
#fizeram o #toque e eu estava com/ dois #centimetros de #dilatacao e #fiquei assim ate #as 12h
quando #trocou o plantao.
543 23 A #partir #dai #comecaram #as #contracoes que ocorriam de 20 em 20 #minutos e entao foi
diminuindo o tempo entre uma #contracao e outra. eu #tomei #banho achando que a #bolsa ia
#estourar. depois do #banho, eu peguei #as minhas malas e fui para a #maternidade. eu #cheguei la
por #volta #das 4h.
207 22 outro ponto positivo foi que teve uma moca da #limpeza que me deu #uns #conselhos, isso
foi bem positivo; quando eu #cheguei e fui #tomar #banho, ela estava #limpando, eu ja #fiz amizade
com ela, depois ela apareceu la #embaixo, eu estava na #sala, ela falou: quando tu #sentires #dor,
tu #fazes #forca, quando vir a #contracao, tu #fazes bastante #forca, #respira fundo.
149 20 A hora que eles #decidiram #fazer #cesariana foi um #alivio, eu nao via a hora de
#aliviar aquela #dor e a #cesariana foi #rapida. quando eu #sentei na cama, eles ja #fizeram a
#anestesia na #espinha, em poucos segundos eu nem #conseguia #colocar #as pernas na cama, foi o
pessoal da maternidade_b que me ergueu, mas eu queria #fazer #cesariana mesmo.
306 20 O meu marido foi atras da minha mae para buscar meus documentos, eles iriam me #levar
para outra #maternidade, pois na maternidade_b eles nao #tomavam uma #decisao. #as 12h o medico fez
o #toque e #viu que eu estava com tres #dedos de #dilatacao e #resolveu #fazer a #cesariana.
309 20 na #maternidade eles #fizeram de tudo para #aliviar a #dor, me #colocaram na #bola, no
cavalinho, #fizeram de tudo para ser #parto_normal, pois ate entao, o bebe estava encaixado. O bebe
foi para o #oxigenio porque nasceu com um problema, pois eu fui #internada com a #bolsa #estourada.
529 20 eu #comecei a #sentir umas #dores bem #fortes de 10 em 10 #minutos, #dai eu resolvi ir
para a #maternidade. eu #cheguei la na maternidade_a e quando eu fui atendida, eu so estava com
cinco #dedos de #dilatacao e nao tinha como #fazer o #parto, porque a #respiracao do bebe ja estava
bastante cansada.
715 20 eu #fiquei #esperando desocupar uma #sala, porque tinha uma mulher que #subiu para #fazer
#ligacao #das trompas, mas como estava #demorando, #arrumaram a outra #sala e #fizeram a minha
#cesariana ali.
285 19 na #maternidade eles disseram: vamos #tentar o #parto_normal, vamos #esperar mais um
pouco. mas nao #adiantava. eles me #examinaram e disseram: nao #adianta, ela nao tem #dilatacao,
tem que ser #cesariana mesmo.
544 19 ate #fazer os #exames e tudo o-mais, eu fui para #sala de #pre_parto #as 6h. quando eu
#cheguei na maternidade_a, eu estava com seis #dedos de #dilatacao e elas foram #aumentando bem
rapidamente.
574 19 eu fui #colocada para #tomar no #soro porque a minha #bolsa nao tinha #estourado. eu
#senti muita #dor, eu gritava bastante e como a minha #bolsa nao #estourava, eles a #estouraram.
Clé sélectionnée : C
408 50 de repente, #numa #assistencia #ideal, #poderia ter uma verba para aumentar o #espaco
#fisico #dos #quartos, para #poder receber o #acompanhante, pois fica um #dormindo em-cima do
outro. na ultima noite, tinha #cadeira de praia, colchao, um #acompanhante #dormindo #num canto,
outro no outro, #praticamente #virou bagunca.
238 42 #chegam mais #pessoas que nao tem para-onde ir e acabam superlotando uma maternidade,
entao o atendimento acaba nao sendo feito com qualidade. para haver uma #assistencia #ideal, teria
que ter mais #espaco #fisico na maternidade, o #governo teria que #investir mais #numa maternidade
melhor e #maior.
409 39 #numa #assistencia #ideal, #poderia ter um quarto #maior, pois o quarto da maternidade_b
tem quatro #camas, mais quatro #cadeiras para o #acompanhante, fica tudo muito #apertado. quando
vinha a enfermeira tinha que sair um #acompanhante do quarto para ela #poder se movimentar.
569 35 vem uma #sopa, depois vem uma carne, uma salada, e bem completo. O atendimento foi bom,
ninguem foi #grosso comigo. eu nao teria reclamacao alguma da maternidade_a, eu so acho que #numa
#assistencia #ideal, o #horario de #visita #deveria ser #maior ou entao ter #horarios #diferentes.
237 33 A #assistencia #ideal seria aquela em-que todos trabalhariam com-amor, mesmo tendo poucos
#profissionais, o #ideal seria que eles #atendessem bem as #pessoas, que houvesse bastantes
recursos, que houvesse mais vagas, porque as #vezes,
261 33 eu #penso que la no/ #alojamento_conjunto, alem #dos estagiarios, #deveria #vir um medico
sempre junto e #deveria/ sempre ser o mesmo. eu acho que seria bom que o medico passasse a #visita
junto com #os/ estagiarios, #daria um pouco mais de confianca para a mae;
72 30 #numa #assistencia #ideal eu nao #mudaria nada, pois eu me senti muito bem la na
maternidade_b, era bom ter outras #pessoas dividindo o quarto comigo, pois as #vezes, o
#acompanhante se afastava um pouco para fazer um lanche,
519 30 ela #poderia explicar: calma, e assim mesmo, vai demorar um pouco. #numa #assistencia
#ideal #deveria ter mais explicacao, eles #deveriam #dar mais #atencao a este ponto. nao #poderia
ser como aconteceu la na maternidade_a que eles diziam de #mau #jeito: e assim mesmo, daqui a pouco
vai #dar, o segundo filho vai ser melhor, o primeiro e mais #complicado.
699 30 resumindo, a #atencao e primordial. O/ atendimento #ideal #deveria ser #igual a clinica
onde eu trabalho, que o #paciente #chega e a/ gente #vira para ele e #atende so a ele.
37 27 #pensando #numa #assistencia #ideal, eu gostaria que #os #quartos/ que a #mulher fica
durante o trabalho de parto fossem separados, pois a #mulher ficaria mais/ #tranquila, uma nao
presenciaria o parto da outra.
517 27 eu so acho que #deveria ter mais #atencao da parte deles. eu acho que o-que #falta para
eles e #dar mais #atencao para a gente. O fato de o marido #poder #acompanhar o parto e legal, e
bom. nao so o marido, qualquer #pessoa, porque eu acho que-se eu #estivesse la #sozinha, seria pior
ainda, me #daria um desespero.
695 27 A #assistencia #ideal para mim, seria #chegar na maternidade e eles perguntarem quais #os
sintomas que a gente esta sentindo, #dar aquela #atencao, porque naquela hora a #mulher esta
carente e fragilizada, entao tem que #dar uma #atencao.
745 27 eu acho que #numa/ #assistencia #ideal, a #cadeira onde o #acompanhante fica #poderia ser
mais macia, o meu marido/ ficou #os tres dias sentado naquela #cadeira e ficou todo descadeirado.
769 24 eu acho que tudo tem que ser feito com #carinho, as #pessoas tem que trabalhar com
#carinho para #atender #pessoas. alem do #carinho, #numa #assistencia #ideal tem que haver #atencao
e cuidado com as #pessoas.
583 23 eu fiquei esperando, porque tinha que #pegar numero e tinha que esperar eles #atenderem
as outras #pessoas para depois me chamarem. eu acho que #numa #assistencia #ideal, a #pessoa
#deveria entrar #direto e ser #atendida, que #deveria ter bastante roupa para o #acompanhante
#poder #assistir o parto e que #deveria tambem #poder #assistir cesariana, pois na maternidade_a,
275 22 la na maternidade_b eles tem #jeito para #atender, eles tentam fazer/ da melhor #forma,
tentam te #dar #seguranca, tem #paciencia, eles ficam ali. eu acho que a/ #assistencia da
maternidade_b esta boa assim, eu acho que nao tem mais o-que #melhorar, eu/ acho que todo mundo faz
o-que #pode.
302 22 se-bem-que tem #mulher que nao gosta de ter #acompanhante, que diz que depois ficam
debochando dela, por #causa do #jeito que a gente sofre. A #assistencia #ideal e aquela em-que
#pode entrar o #acompanhante, em-que as #pessoas sao sempre bem #queridas e nao sao #grosseiras.
395 22 como voce #pode fazer um parto? eu fui #atendida muito bem na maternidade_b, entao eu
acho que nao tem o-que #mudar na #assistencia. esta certo que um pouco mais de verba do #governo
ajudaria, pois no segundo dia que eu estava la #faltou #absorvente #pos_parto e eles #trouxeram
toalhas para as #pacientes usarem.
516 22 tu ficas um pouco tensa, ate-o bebe #vir para o quarto contigo, tu ficas bem apavorada.
#pensando #numa #assistencia #ideal para #atender uma #mulher durante o parto, eu acho que a #forma
como eles procedem na maternidade_a e boa.
Clé sélectionnée : D
420 18 A #menina teve #bebe sozinha. se #acontecesse isto comigo, o meu #filho teria morrido
porque ele #nasceu com o #cordao umbilical #enrolado no #pescoco. #quer #dizer, isso nao #aconteceu
somente gracas-a #deus. eu nao tive #passagem para o #bebe #passar, a #medica teve que #suspender a
minha #bexiga para ele #passar, senao ele estaria morto, nao estaria aqui hoje.
475 18 eu nao #posso te garantir o-que houve porque eles nao #assustam, eles nao #falam, mesmo-
que #fosse um #problema, eles nao #iriam me #assustar. eu nao #sei te #dizer porque eles nao
#deixaram #filmar o parto, so #sei que a #medica nao #deixou. ela ate #pediu para o meu #marido/
#filmar so depois-que o #bebe #nascesse.
511 18 E mesmo assim, se #acontecesse isso, seria complicado para mim. eu jamais #iria #imaginar
que o #bebe #nasceria com o #cordao umbilical #enrolado no #pescoco. E se #nasce? eu acho que ele
#ficou muito #tempo na #posicao de #nascer, como a #medica mesma #falou. quando ele #nasceu, quase
nao #respondeu, nao chorou, eu acho que justamente por ele estar sufocado com o #cordao.
99 16 elas estavam #falando de #problemas internos #da maternidade. E claro que por ser um
#hospital #publico, a #gente #sabe que esta sujeito a isso e muito mais, mas na #cabeca #da #gente,
como era o meu primeiro #filho, eu #imaginava que teria o parto de #cocoras, que seria tudo bonito,
e na verdade nao foi.
525 16 mas nao, tu #ficas ali sem #saber o-que esta #acontecendo. A #menina do #lado #ganhou
sozinha e ela ja vinha #falando: esta doendo, o meu #bebe #vai #nascer, o meu #bebe #vai #nascer.
609 16 eu respondi: por mim tu podes #ir embora, nao #quero nem #saber se tu #vais #ficar ou
nao. ele #disse: eu #vou ligar para a tua #irma. eu #falei: entao esta, liga para quem tu quiseres,
eu #sei que eu estou com vontade de fazer #coco. #da essa vontade na #gente.
448 14 eu tive que parar porque ele estava com o #cordao #enrolado no #pescoco. ela #cortou o
#cordao e puxou o #bebe. quando ele #nasceu, estava com a #cabeca deformada. uma parte do #problema
era normal, a parte de tras #da #cabeca tinha um coagulo de sangue bem feio. O #bebe nao
#respondeu, nao chorou, pois ele #ficou muito #tempo na #posicao de #nascer.
755 14 O #bebe estava ha #tempo ja na #posicao de parto, ate #nasceu com esta parte #da #cabeca
bem #alta. ele estava desde #sabado na #posicao de parto, so que eu ainda nao tinha dilatacao.
479 13 mas se eu #tivesse #ficado ali o #dia #inteiro, com aquela #funcionaria #falando/ que e
assim mesmo, se a #medica nao #tivesse #vindo, se o meu #marido nao #tivesse #chamado, eu #ficaria
ali muito mais #tempo.
562 13 A enfermeira #falou que eu estava amamentando la na #uti e eu #disse que eu tinha feito
#curso de #gestante e tudo, mas ele #disse que nao, que so daria #alta para o #bebe no #dia
#seguinte, porque ele #queria me #deixar amamentando um pouco mais la no #hospital.
325 12 eu cheguei a #ir para a sala de/ parto de #cocoras #da maternidade_b, mas eu #disse para
o #medico: eu fiz #grupo de #gestantes e/ no #grupo eles #falaram que a #gente so #ganha o #bebe
com dez centimetros de dilatacao, como/ que eu #vou #ganhar so com dois centimetros?
452 11 quando ele #nasceu, a #medica #disse que ele #ficou muito #tempo na #posicao de #nascer e
a #cabeca dele estava completamente deformada. isto foi a primeira coisa que eu olhei e entao eu
#falei: o-que-e isso na #cabeca do meu #filho? era horrivel.
471 11 O meu #marido #disse: mas eu ja #falei com a #medica. ela #respondeu: mas nao pode, nao
pode, nao pode #entrar com nada aqui. ele #entrou, pois se ele tinha pedido autorizacao para a
#medica, o-que ela tinha que #ficar #dizendo que nao pode? quando ele foi #filmar o parto, a
#medica #pediu para nao #filmar, nao #sei por-que.
483 11 eu #disse: eu nao #quero mais ninguem aqui, #chama a #medica. mas todo #mundo #vem, olha
e #diz: e assim mesmo, e o primeiro #filho, depois o segundo e diferente.
521 11 eles #sabem, a #medica #estudou para isso, e obvio que ela #sabe. tanto e que quando ela
chegou e fez o toque, ela nao #saiu mais #dali. ela foi #ajudar e #disse: eu #vou #suspender a tua
#bexiga e quando #vier a contracao tu #vais fazer forca para o #bebe #encaixar, para a #gente
tentar encaixa_lo.
33 10 por #exemplo. A #gente ja #vai para a maternidade com a #preocupacao de-que, se der algum
#problema, eles #vao forcar o parto_normal ate-o ultimo momento. essa #preocupacao #ficou na minha
#cabeca. A #menina que #ganhou #bebe #ao meu #lado, estava com #pressao #alta, mas conseguiu
#ganhar o #bebe pelo/ parto_normal, ela tinha #entrado um #dia antes-de mim e #ficou bastante
#tempo em trabalho de/ parto.
218 9 de repente, teria sido bom se eu #tivesse frequentado esses #grupos de #gestantes, mas la
aonde eu fiz o pre_natal, nao tinha, e eu nao #sabia que tinha aqui no #posto de #saude, senao eu
teria #participado.
247 9 A #gente #veio morar aqui em florianopolis ha oito #anos e sempre #ouviu #falar bem #da
maternidade_b. como a minha #irma teve dois #filhos que #nasceram la, eu fui para la tambem.
324 9 no #grupo de #gestantes todo/ #mundo #dizia que #queria #ir para a maternidade_a, mas o
pessoal do #posto de #saude #prefere a/ maternidade_b, eles #diziam que la o parto e mais natural.
Anexo F
Relatório do Alceste Relativo ao Corpus “Relação- Profissional-Parturiente”- Grupo das
Mulheres Assistidas (versão resumida)
-------------------------------------
* Logiciel ALCESTE (4.5 - 01/10/99) *
-------------------------------------
Plan de l'analyse :CORPUS2.pl ; Date : 17/ 6/**; Heure : 17:24:59
C:\Arquivos de programas\Alceste\&&_0\
CORPUS2.txt
ET 1 1 1 1
A 1 1 1
B 1 1 1
C 1 1 1
D 1 1 1 0 0
A1 1 0 0
A2 3 0
A3 1 1 0
B1 0 4 0 1 1 0 1 1 0
B2 2 2 0 0 0 0 0 0
B3 10 4 1 1 0 0 0 0 0 0
C1 0 121
C2 0 2
C3 0 0 1 1 1 2
D1 0 2 2
D2 0
D3 5 a 2
D4 1 -2 1
D5 0 0
---------------------
A1: Lecture du corpus
---------------------
A12 : Traitement des fins de ligne du corpus :
N° marque de la fin de ligne :
Nombre de lignes étoilées : 20
--------------------------
A2: Calcul du dictionnaire
--------------------------
### Utilisation du dictionnaire initial DICIN ###
Nombre de formes dans DICIN : 1934
Nombre de formes distinctes : 1934
Nombre d'occurrences : 16482
Fréquence moyenne par forme : 9
Nombre de hapax : 916
Fréquence maximum d'une forme : 924
70.17% des formes de fréq. < 3 recouvrent 11.80% des occur.;
84.75% des formes de fréq. < 8 recouvrent 21.31% des occur.;
91.47% des formes de fréq. < 15 recouvrent 30.32% des occur.;
95.14% des formes de fréq. < 33 recouvrent 40.15% des occur.;
97.05% des formes de fréq. < 62 recouvrent 50.21% des occur.;
98.14% des formes de fréq. < 103 recouvrent 60.91% des occur.;
98.81% des formes de fréq. < 139 recouvrent 70.64% des occur.;
99.22% des formes de fréq. < 325 recouvrent 81.94% des occur.;
99.38% des formes de fréq. < 465 recouvrent 90.38% des occur.;
99.48% des formes de fréq. < 924 recouvrent100.00% des occur.;
A34 : Fréquence maximale d'un mot analysé : 3000
Nombre de mots analysés : 892
Nombre de mots supplémentaires de type "r" : 283
Nombre de mots supplémentaires de type "s" : 34
Nombre d'occurrences retenues : 16454
Moyenne par mot : 13.274890
Nombre d'occurrences analysables (fréq.> 3) : 6143 soit 39.383260%
Nombre d'occurrences supplémentaires : 9455
Nombre d'occurrences hors fenêtre fréquence : 856
-------------------------------------------
B1: Sélection des uce et calcul des données
-------------------------------------------
B11: Le nom du dossier des résultats est &&_0
B12: Fréquence minimum d'un "mot" analysé : 4
B13: Fréquence maximum d'un "mot" retenu : 9999
B14: Fréquence minimum d'un "mot étoilé" : 1
B15: Code de fin d'U.C.E. : 1
B16: Nombre d'occurrences par U.C.E. : 30
B17: Elimination des U.C.E. de longueur < 0
Fréquence minimum finale d'un "mot" analysé : 4
Fréquence minimum finale d'un "mot étoilé" : 1
Nombre de mots analysés : 325
Nombre de mots supplémentaires de type "r" : 184
Nombre total de mots : 509
Nombre de mots supplémentaires de type "s" : 34
Nombre de lignes de B1_DICB : 543
Nombre d'occurrences analysées : 6143
Nombre d'u.c.i. : 20
Nombre moyen de "mots" analysés / u.c.e. : 16.563340
Nombre d'u.c.e. : 371
Nombre d'u.c.e. sélectionnées : 371
100.00% des u.c.e. sont sélectionnées
Nombre de couples : 13203
--------------------
B2: Calcul de DONN.1
--------------------
Nombre de mots par unité de contexte : 14
Nombre d'unités de contexte : 296
--------------------
B2: Calcul de DONN.2
--------------------
Nombre de mots par unité de contexte : 16
Nombre d'unités de contexte : 264
-----------------------------------------------------
B3: Classification descendante hiérarchique de DONN.1
-----------------------------------------------------
Elimination des mots de fréquence > 3000 et < 4
0 mots éliminés au hasard soit .00 % de la fenêtre
Nombre d'items analysables : 257
Nombre d'unités de contexte : 296
Nombre de "1" : 4981
-----------------------------------------------------
B3: Classification descendante hiérarchique de DONN.2
-----------------------------------------------------
Elimination des mots de fréquence > 3000 et < 4
0 mots éliminés au hasard soit .00 % de la fenêtre
Nombre d'items analysables : 256
Nombre d'unités de contexte : 264
Nombre de "1" : 4874
----------------------------
C1: intersection des classes
----------------------------
Nom du dossier traité C:\Arquivos de programas\Alceste\&&_0\
Suffixe de l'analyse :121
Date de l'analyse :17/ 6/**
Intersection des classes RCDH1 et RCDH2
Nombre minimum d'uce par classe : 19
DONN.1 Nombre de mots par uc : 14
Nombre d'uc : 296
DONN.2 Nombre de mots par uc : 16
Nombre d'uc : 264
278 u.c.e classées sur 371 soit 74.93 %
Nombre d'u.c.e. distribuées: 334
Tableau croisant les deux partitions :
RCDH1 * RCDH2
classe * 1 2 3 4 5 6
poids * 57 51 38 49 48 91
1 64 * 53 1 1 0 0 9
2 60 * 0 44 4 10 1 1
3 34 * 0 0 25 2 7 0
4 39 * 0 3 0 36 0 0
5 51 * 0 1 8 1 40 1
6 86 * 4 2 0 0 0 80
Tableau des chi2 (signés) :
RCDH1 * RCDH2
classe * 1 2 3 4 5 6
poids * 57 51 38 49 48 91
1 64 * 241 -11 -7 -13 -13 -6
2 60 * -15 190 -1 0 -9 -24
3 34 * -7 -6 145 -2 1 -14
4 39 * -9 -1 -5 212 -7 -16
5 51 * -12 -8 1 -7 200 -19
6 86 * -12 -14 -14 -19 -19 252
Classification Descendante Hiérarchique...
Dendrogramme des classes stables (à partir de B3_rcdh1) :
----|----|----|----|----|----|----|----|----|----|
Cl. 1 ( 53uce) |----------------------+
17 |-------------------------+
Cl. 6 ( 80uce) |----------------------+ |
Cl. 2 ( 44uce) |-------------+ |
19 | +
15 |----------+ |
Cl. 4 ( 36uce) |-------------+ | |
18 |-----------------------+
Cl. 3 ( 25uce) |----------+ |
16 |-------------+
Cl. 5 ( 40uce) |----------+
Classification Descendante Hiérarchique...
Dendrogramme des classes stables (à partir de B3_rcdh2) :
----|----|----|----|----|----|----|----|----|----|
Cl. 1 ( 53uce) |----------------------+
17 |-------------------------+
Cl. 6 ( 80uce) |----------------------+ |
Cl. 2 ( 44uce) |-------------+ |
19 | +
15 |----------+ |
Cl. 4 ( 36uce) |-------------+ | |
18 |-----------------------+
Cl. 3 ( 25uce) |----------+ |
16 |-------------+
Cl. 5 ( 40uce) |----------+
----------------------
C2: profil des classes
----------------------
Chi2 minimum pour la sélection d'un mot : 2.00
Nombre de mots (formes réduites) : 509
Nombre de mots analysés : 325
Nombre de mots "hors-corpus" : 34
Nombre de classes : 6
278 u.c.e. classées soit 74.932620%
Nombre de "1" analysés : 3944
Nombre de "1" suppl. ("r") : 4831
Distribution des u.c.e. par classe...
1eme classe : 53. u.c.e. 702. "1" analysés ; 876. "1" suppl..
2eme classe : 44. u.c.e. 634. "1" analysés ; 748. "1" suppl..
3eme classe : 25. u.c.e. 350. "1" analysés ; 438. "1" suppl..
4eme classe : 36. u.c.e. 545. "1" analysés ; 662. "1" suppl..
5eme classe : 40. u.c.e. 630. "1" analysés ; 769. "1" suppl..
6eme classe : 80. u.c.e. 1083. "1" analysés ; 1338. "1" suppl..
--------------------------
Classe n° 1 => Contexte A
--------------------------
Nombre d'u.c.e. : 53. soit : 19.06 %
Nombre de "uns" (a+r) : 1578. soit : 17.98 %
Nombre de mots analysés par uce : 13.25
num effectifs pourc. chi2 identification
2 2. 3. 66.67 4.45 acalm+
5 8. 21. 38.10 5.33 acontec+
15 3. 6. 50.00 3.80 amor
19 4. 8. 50.00 5.11 apavor+
28 2. 3. 66.67 4.45 barriga
29 28. 84. 33.33 15.88 bebe+
35 4. 7. 57.14 6.75 bolsa
37 9. 11. 81.82 29.23 cabeca
39 3. 5. 60.00 5.53 calma
40 3. 4. 75.00 8.23 camila
49 11. 40. 27.50 2.15 chor+
53 7. 8. 87.50 25.00 comec+
60 5. 10. 50.00 6.43 consegu+
82 3. 5. 60.00 5.53 demor+
88 6. 13. 46.15 6.49 deus
89 4. 10. 40.00 2.95 deu+
97 14. 50. 28.00 3.15 diss+
99 23. 92. 25.00 3.14 do
101 2. 4. 50.00 2.52 doutor+
110 5. 5. 100.00 21.62 entend+
111 5. 9. 55.56 8.03 entr+
117 2. 4. 50.00 2.52 esconder
120 2. 4. 50.00 2.52 esquec+
122 5. 5. 100.00 21.62 estagiar+
125 2. 3. 66.67 4.45 estour+
144 9. 21. 42.86 8.33 filh+
145 3. 5. 60.00 5.53 final
146 15. 47. 31.91 6.05 fiqu+
148 5. 15. 33.33 2.09 forc+
150 3. 7. 42.86 2.63 forte+
154 8. 20. 40.00 6.12 ganh+
160 12. 17. 70.59 31.15 gravid+
169 4. 6. 66.67 9.01 inteir+
174 5. 10. 50.00 6.43 lado
176 3. 5. 60.00 5.53 lembr+
186 10. 25. 40.00 7.80 marido
193 2. 4. 50.00 2.52 meio
196 4. 7. 57.14 6.75 mesm+
197 5. 8. 62.50 10.07 mes+
204 2. 4. 50.00 2.52 mud+
205 5. 15. 33.33 2.09 muita
207 6. 12. 50.00 7.78 mundo
209 13. 18. 72.22 35.25 nasc+
225 6. 7. 85.71 20.67 pai+
233 12. 24. 50.00 16.29 pass+
238 3. 5. 60.00 5.53 pela+
239 7. 20. 35.00 3.55 pens+
250 3. 4. 75.00 8.23 posto
257 4. 6. 66.67 9.01 prim+
270 5. 6. 83.33 16.42 respond+
271 2. 3. 66.67 4.45 ri+
277 4. 5. 80.00 12.25 saude
287 5. 10. 50.00 6.43 sofr+
289 3. 6. 50.00 3.80 sozinha
291 5. 14. 35.71 2.65 tempo
292 2. 4. 50.00 2.52 tent+
293 7. 20. 35.00 3.55 ten+
301 3. 7. 42.86 2.63 tranquil+
312 7. 11. 63.64 14.75 veio
313 6. 6. 100.00 26.03 vem
314 3. 4. 75.00 8.23 vendo
318 3. 4. 75.00 8.23 vie+
320 6. 9. 66.67 13.66 vir+
321 2. 3. 66.67 4.45 vi+
324 6. 8. 75.00 16.70 vou
327 * 45. 206. 21.84 3.98 * e
330 * 4. 6. 66.67 9.01 * 0 estar
333 * 6. 8. 75.00 16.70 * 0 estou
357 * 30. 130. 23.08 2.55 * 4 de
362 * 2. 4. 50.00 2.52 * 4 gracas-a
373 * 4. 7. 57.14 6.75 * 5 depois-que
382 * 3. 7. 42.86 2.63 * 5 por-isso
390 * 4. 7. 57.14 6.75 * 5 tanto
393 * 2. 4. 50.00 2.52 * 6 alto
397 * 3. 6. 50.00 3.80 * 6 meu-deus
411 * 3. 4. 75.00 8.23 * 7 consigo
414 * 2. 4. 50.00 2.52 * 7 dele
419 * 13. 33. 39.39 10.03 * 7 ele
425 * 7. 19. 36.84 4.18 * 7 esta
426 * 4. 10. 40.00 2.95 * 7 estas
433 * 19. 72. 26.39 3.38 * 7 meu
437 * 2. 3. 66.67 4.45 * 7 muitas
463 * 6. 16. 37.50 3.74 * 7 todo
466 * 2. 4. 50.00 2.52 * 7 tua
472 * 3. 4. 75.00 8.23 * 8 sete
479 * 4. 8. 50.00 5.11 * 9 aqui
485 * 8. 22. 36.36 4.63 * 9 depois
495 * 13. 47. 27.66 2.71 * 9 muito
501 * 5. 10. 50.00 6.43 * 9 realmente
508 * 5. 12. 41.67 4.15 * M E
510 * 50. 219. 22.83 9.49 * *acom_1
515 * 41. 138. 29.71 20.13 * *esc_2
518 * 49. 202. 24.26 12.91 * *ida_1
525 * 11. 14. 78.57 33.83 * *ind_26
530 * 21. 45. 46.67 26.51 * *ind_31
534 * 8. 23. 34.78 4.01 * *ind_35
542 * 34. 152. 22.37 2.37 * *part_1
Nombre de mots sélectionnés : 97
--------------------------
Classe n° 2 => Contexte B
--------------------------
Nombre d'u.c.e. : 44. soit : 15.83 %
Nombre de "uns" (a+r) : 1382. soit : 15.75 %
Nombre de mots analysés par uce : 14.41
num effectifs pourc. chi2 identification
3 15. 71. 21.13 2.01 ach+
9 8. 28. 28.57 3.80 ajud+
16 2. 4. 50.00 3.56 anda+
27 6. 14. 42.86 8.08 banho+
34 3. 3. 100.00 16.13 bola
41 3. 8. 37.50 2.90 caminh+
46 12. 28. 42.86 17.08 cesariana
61 5. 7. 71.43 16.66 consult+
62 3. 7. 42.86 3.94 contrac+
77 5. 13. 38.46 5.24 decid+
80 7. 15. 46.67 11.32 deit+
81 7. 21. 33.33 5.23 deix+
93 4. 11. 36.36 3.63 dilat+
94 3. 3. 100.00 16.13 direito
95 3. 3. 100.00 16.13 discu+
97 14. 50. 28.00 6.78 diss+
100 4. 7. 57.14 9.20 dos
107 2. 3. 66.67 5.88 empurr+
114 2. 3. 66.67 5.88 erro
130 8. 16. 50.00 14.88 explic+
134 12. 53. 22.64 2.28 fal+
137 2. 4. 50.00 3.56 fato
138 22. 79. 27.85 11.97 faz+
140 6. 10. 60.00 15.19 feit+
142 3. 5. 60.00 7.46 ficar+
143 22. 81. 27.16 11.02 fic+
152 3. 3. 100.00 16.13 frente
168 2. 3. 66.67 5.88 import+
170 5. 6. 83.33 20.98 intern+
172 12. 35. 34.29 10.24 ir+
190 8. 32. 25.00 2.28 maternidade_b
192 12. 47. 25.53 4.00 med+
195 3. 4. 75.00 10.67 mesa
198 2. 4. 50.00 3.56 mexer
200 5. 10. 50.00 9.09 momento
201 3. 6. 50.00 5.38 monte
211 6. 14. 42.86 8.08 nervos+
212 2. 4. 50.00 3.56 ness+
224 6. 7. 85.71 26.33 paciente+
234 2. 4. 50.00 3.56 pe
241 9. 36. 25.00 2.61 pergunt+
246 15. 50. 30.00 9.19 pod+
251 10. 21. 47.62 17.23 precis+
252 4. 13. 30.77 2.29 prefer+
256 3. 5. 60.00 7.46 pre_parto
260 6. 12. 50.00 10.99 profission+
262 15. 51. 29.41 8.65 quer+
265 5. 13. 38.46 5.24 quis+
274 8. 29. 27.59 3.36 sab+
282 5. 8. 62.50 13.47 senta+
298 11. 24. 45.83 17.75 tom+
310 9. 33. 27.27 3.68 vai+
336 * 5. 11. 45.45 7.55 * 1 teria
340 * 3. 6. 50.00 5.38 * 2 havia
348 * 6. 20. 30.00 3.25 * 3 ser
367 * 2. 5. 40.00 2.23 * 4 sem
407 * 2. 5. 40.00 2.23 * 7 aquele
415 * 3. 6. 50.00 5.38 * 7 deles
431 * 23. 115. 20.00 2.56 * 7 me
440 * 3. 5. 60.00 7.46 * 7 naquela
451 * 15. 67. 22.39 2.85 * 7 o-que
452 * 2. 4. 50.00 3.56 * 7 o-que-e
486 * 2. 3. 66.67 5.88 * 9 de-manha
498 * 2. 4. 50.00 3.56 * 9 o-melhor
502 * 6. 22. 27.27 2.35 * 9 sempre
505 * 2. 5. 40.00 2.23 * 9 talvez
511 * 16. 59. 27.12 7.17 * *acom_2
512 * 15. 64. 23.44 3.61 * *civ_1
519 * 17. 76. 22.37 3.36 * *ida_2
520 * 9. 18. 50.00 16.87 * *ind_21
535 * 5. 13. 38.46 5.24 * *ind_36
538 * 3. 9. 33.33 2.14 * *ind_39
543 * 25. 126. 19.84 2.79 * *part_2
Nombre de mots sélectionnés : 73
--------------------------
Classe n° 3 => Contexte C
--------------------------
Nombre d'u.c.e. : 25. soit : 8.99 %
Nombre de "uns" (a+r) : 788. soit : 8.98 %
Nombre de mots analysés par uce : 14.00
num effectifs pourc. chi2 identification
12 3. 6. 50.00 12.60 alta+
13 1. 3. 33.33 2.20 amarelo
19 2. 8. 25.00 2.58 apavor+
21 2. 3. 66.67 12.33 assistencia
22 3. 14. 21.43 2.79 atenc+
23 7. 17. 41.18 22.92 atend+
47 3. 11. 27.27 4.68 cham+
48 6. 24. 25.00 8.22 cheg+
54 3. 5. 60.00 16.19 comenta+
55 1. 3. 33.33 2.20 comida
63 2. 4. 50.00 8.34 cont+
68 1. 3. 33.33 2.20 cria+
70 2. 8. 25.00 2.58 cuid+
72 10. 64. 15.63 4.47 da
92 2. 6. 33.33 4.44 diferente
100 2. 7. 28.57 3.36 dos
108 7. 47. 14.89 2.41 enfermeir+
112 3. 3. 100.00 30.69 equipe
113 2. 4. 50.00 8.34 errad+
114 1. 3. 33.33 2.20 erro
119 3. 9. 33.33 6.73 esper+
134 9. 53. 16.98 5.11 fal+
140 3. 10. 30.00 5.59 feit+
141 2. 7. 28.57 3.36 fez
143 14. 81. 17.28 9.60 fic+
149 1. 3. 33.33 2.20 forma
151 3. 10. 30.00 5.59 foss+
157 2. 3. 66.67 12.33 gestantes
159 1. 3. 33.33 2.20 grande
162 2. 3. 66.67 12.33 grupo
163 1. 3. 33.33 2.20 horario
171 4. 11. 36.36 10.48 irma+
188 11. 37. 29.73 22.43 maternidade+
190 7. 32. 21.88 7.33 maternidade_b
192 8. 47. 17.02 4.45 med+
217 2. 7. 28.57 3.36 ocorr+
223 3. 8. 37.50 8.18 ouvi+
229 2. 3. 66.67 12.33 particular
232 2. 7. 28.57 3.36 part+
243 4. 14. 28.57 6.90 pessoal
246 8. 50. 16.00 3.66 pod+
255 2. 6. 33.33 4.44 pressa+
258 3. 8. 37.50 8.18 problema+
261 3. 7. 42.86 10.06 quase
263 2. 3. 66.67 12.33 questao
266 2. 8. 25.00 2.58 rapid+
267 5. 9. 55.56 24.64 receb+
281 1. 3. 33.33 2.20 senhor+
293 4. 20. 20.00 3.19 ten+
302 3. 12. 25.00 3.93 trat+
325 1. 3. 33.33 2.20 xinga+
332 * 3. 13. 23.08 3.31 * 0 estavam
335 * 6. 35. 17.14 3.25 * 1 ter
339 * 3. 13. 23.08 3.31 * 1 tive
350 * 2. 5. 40.00 5.98 * 3 seria
358 * 2. 6. 33.33 4.44 * 4 durante
360 * 1. 3. 33.33 2.20 * 4 entre
371 * 1. 3. 33.33 2.20 * 5 caso
394 * 4. 13. 30.77 7.90 * 6 bom
399 * 2. 7. 28.57 3.36 * 6 tudo-bem
400 * 2. 7. 28.57 3.36 * 7 alguem
402 * 4. 16. 25.00 5.32 * 7 alguma
410 * 5. 17. 29.41 9.22 * 7 comigo
412 * 2. 4. 50.00 8.34 * 7 contigo
416 * 2. 3. 66.67 12.33 * 7 de-quem
418 * 4. 19. 21.05 3.62 * 7 elas
422 * 3. 7. 42.86 10.06 * 7 essa
429 * 2. 6. 33.33 4.44 * 7 isto
437 * 1. 3. 33.33 2.20 * 7 muitas
445 * 2. 8. 25.00 2.58 * 7 nos
450 * 2. 6. 33.33 4.44 * 7 outros
457 * 3. 13. 23.08 3.31 * 7 que-se
460 * 1. 3. 33.33 2.20 * 7 ti
471 * 3. 13. 23.08 3.31 * 8 quarto
491 * 3. 5. 60.00 16.19 * 9 junto
499 * 2. 6. 33.33 4.44 * 9 perto
509 * 6. 37. 16.22 2.72 * M O
516 * 16. 121. 13.22 4.68 * *gru_1
519 * 11. 76. 14.47 3.84 * *ida_2
523 * 6. 18. 33.33 13.93 * *ind_24
524 * 2. 6. 33.33 4.44 * *ind_25
531 * 3. 7. 42.86 10.06 * *ind_32
532 * 5. 17. 29.41 9.22 * *ind_33
541 * 15. 125. 12.00 2.51 * *mat_2
543 * 18. 126. 14.29 7.89 * *part_2
Nombre de mots sélectionnés : 85
--------------------------
Classe n° 4 => Contexte D
--------------------------
Nombre d'u.c.e. : 36. soit : 12.95 %
Nombre de "uns" (a+r) : 1207. soit : 13.75 %
Nombre de mots analysés par uce : 15.14
num effectifs pourc. chi2 identification
16 2. 4. 50.00 4.94 anda+
26 2. 4. 50.00 4.94 banheiro
38 2. 3. 66.67 7.76 cadeira+
41 5. 8. 62.50 17.94 caminh+
50 4. 7. 57.14 12.44 cocoras
52 3. 8. 37.50 4.40 coloc+
59 4. 5. 80.00 20.31 conhec+
64 2. 5. 40.00 3.30 convers+
75 22. 28. 78.57 118.94 das
77 5. 13. 38.46 7.87 decid+
78 24. 31. 77.42 128.64 decis+
80 5. 15. 33.33 5.84 deit+
90 5. 13. 38.46 7.87 dev+
103 3. 8. 37.50 4.40 duas
105 19. 20. 95.00 128.70 emergenci+
111 3. 9. 33.33 3.43 entr+
116 8. 12. 66.67 32.10 escolh+
119 3. 9. 33.33 3.43 esper+
128 2. 3. 66.67 7.76 exemplo
129 3. 4. 75.00 13.86 experiencia
142 2. 5. 40.00 3.30 ficar+
153 2. 5. 40.00 3.30 funcionaria+
183 3. 6. 50.00 7.47 mand+
203 5. 5. 100.00 34.23 mostr+
208 4. 5. 80.00 20.31 nas
228 23. 25. 92.00 152.28 particip+
230 28. 90. 31.11 38.94 parto
231 4. 15. 26.67 2.65 parto_normal
241 13. 36. 36.11 19.68 pergunt+
252 7. 13. 53.85 20.23 prefer+
257 2. 6. 33.33 2.26 prim+
259 2. 3. 66.67 7.76 procedimento+
260 4. 12. 33.33 4.62 profission+
269 2. 6. 33.33 2.26 repente
274 8. 29. 27.59 6.15 sab+
276 8. 15. 53.33 22.94 sala+
288 2. 6. 33.33 2.26 soro
295 5. 6. 83.33 26.95 tipo+
297 3. 11. 27.27 2.08 tive+
298 7. 24. 29.17 6.13 tom+
309 2. 3. 66.67 7.76 vagin+
328 * 29. 158. 18.35 9.49 * o
345 * 3. 9. 33.33 3.43 * 3 foram
347 * 5. 13. 38.46 7.87 * 3 sao
353 * 2. 6. 33.33 2.26 * 4 antes-de
363 * 3. 10. 30.00 2.68 * 4 menos
368 * 20. 31. 64.52 82.30 * 4 sobre
381 * 15. 83. 18.07 2.75 * 5 porque
385 * 10. 21. 47.62 24.22 * 5 quanto
398 * 2. 5. 40.00 3.30 * 6 muito-bom
401 * 2. 6. 33.33 2.26 * 7 algum
420 * 25. 77. 32.47 35.99 * 7 eles
427 * 35. 247. 14.17 2.93 * 7 eu
431 * 20. 115. 17.39 3.43 * 7 me
433 * 23. 72. 31.94 31.10 * 7 meu
436 * 3. 10. 30.00 2.68 * 7 minhas
446 * 3. 5. 60.00 10.00 * 7 onde
454 * 4. 4. 100.00 27.28 * 7 qual
462 * 3. 4. 75.00 13.86 * 7 todas
467 * 9. 42. 21.43 3.16 * 7 tudo
494 * 3. 10. 30.00 2.68 * 9 melhor
496 * 29. 190. 15.26 2.85 * 9 nao
498 * 2. 4. 50.00 4.94 * 9 o-melhor
503 * 7. 14. 50.00 17.95 * 9 sim
514 * 23. 140. 16.43 3.03 * *esc_1
521 * 3. 9. 33.33 3.43 * *ind_22
527 * 2. 4. 50.00 4.94 * *ind_28
533 * 3. 6. 50.00 7.47 * *ind_34
539 * 4. 7. 57.14 12.44 * *ind_40
542 * 26. 152. 17.11 5.14 * *part_1
Nombre de mots sélectionnés : 70
--------------------------
Classe n° 5 => Contexte E
--------------------------
Nombre d'u.c.e. : 40. soit : 14.39 %
Nombre de "uns" (a+r) : 1399. soit : 15.94 %
Nombre de mots analysés par uce : 15.75
num effectifs pourc. chi2 identification
6 2. 4. 50.00 4.18 acredit+
7 4. 4. 100.00 24.15 agua
20 28. 72. 38.89 47.35 as
25 2. 5. 40.00 2.71 baix+
27 6. 14. 42.86 9.70 banho+
29 16. 84. 19.05 2.12 bebe+
32 15. 18. 83.33 74.27 boa+
33 3. 5. 60.00 8.60 boca
42 4. 10. 40.00 5.52 cam+
43 2. 3. 66.67 6.73 cart+
44 4. 13. 30.77 2.97 casa
55 2. 3. 66.67 6.73 comida
65 19. 22. 86.36 100.47 convivencia
67 2. 3. 66.67 6.73 crianca
70 5. 8. 62.50 15.48 cuid+
76 11. 32. 34.38 11.73 da+
91 4. 13. 30.77 2.97 dia+
103 3. 8. 37.50 3.57 duas
108 20. 47. 42.55 36.42 enfermeir+
126 2. 3. 66.67 6.73 estranh+
133 2. 4. 50.00 4.18 falt+
156 13. 43. 30.23 10.37 gente
177 3. 10. 30.00 2.05 lev+
182 4. 6. 66.67 13.61 mam+
189 15. 26. 57.69 43.66 maternidade_a
190 9. 32. 28.13 5.54 maternidade_b
194 4. 11. 36.36 4.49 menin+
199 6. 12. 50.00 12.91 moc+
213 2. 3. 66.67 6.73 noite
214 3. 8. 37.50 3.57 normal
218 3. 8. 37.50 3.57 olh+
232 4. 7. 57.14 10.66 part+
237 3. 3. 100.00 18.04 peg+
240 2. 3. 66.67 6.73 perd+
243 4. 14. 28.57 2.41 pessoal
244 23. 31. 74.19 101.31 pesso+
267 3. 9. 33.33 2.71 receb+
268 3. 5. 60.00 8.60 reclam+
272 3. 3. 100.00 18.04 roupa
290 3. 3. 100.00 18.04 suja
294 4. 14. 28.57 2.41 teve
296 6. 7. 85.71 29.66 tira+
300 16. 25. 64.00 54.89 trabalh+
302 6. 12. 50.00 12.91 trat+
303 3. 4. 75.00 12.10 traz+
305 5. 5. 100.00 30.29 troc+
306 19. 65. 29.23 15.17 uma+
312 4. 11. 36.36 4.49 veio
319 4. 10. 40.00 5.52 vinh+
326 * 32. 186. 17.20 3.62 * a
343 * 2. 4. 50.00 4.18 * 3 eram
344 * 25. 82. 30.49 24.47 * 3 foi
347 * 4. 13. 30.77 2.97 * 3 sao
356 * 26. 78. 33.33 31.59 * 4 com
359 * 8. 36. 22.22 2.06 * 4 em
360 * 2. 3. 66.67 6.73 * 4 entre
361 * 2. 4. 50.00 4.18 * 4 fora
363 * 3. 10. 30.00 2.05 * 4 menos
372 * 9. 41. 21.95 2.23 * 5 como
394 * 4. 13. 30.77 2.97 * 6 bom
396 * 4. 7. 57.14 10.66 * 6 legal
398 * 2. 5. 40.00 2.71 * 6 muito-bom
400 * 3. 7. 42.86 4.72 * 7 alguem
403 * 3. 3. 100.00 18.04 * 7 algumas
404 * 2. 3. 66.67 6.73 * 7 aonde
409 * 2. 5. 40.00 2.71 * 7 cada
418 * 8. 19. 42.11 12.72 * 7 elas
423 * 3. 6. 50.00 6.31 * 7 essas
424 * 3. 7. 42.86 4.72 * 7 esse
430 * 17. 67. 25.37 8.65 * 7 la
438 * 25. 143. 17.48 2.29 * 7 na
439 * 6. 23. 26.09 2.79 * 7 nada
443 * 2. 4. 50.00 4.18 * 7 ninguem
447 * 6. 18. 33.33 5.61 * 7 outra
449 * 3. 8. 37.50 3.57 * 7 outro
471 * 4. 13. 30.77 2.97 * 8 quarto
473 * 2. 3. 66.67 6.73 * 8 tres
476 * 3. 9. 33.33 2.71 * 9 ainda
483 * 14. 54. 25.93 7.24 * 9 bem
502 * 6. 22. 27.27 3.22 * 9 sempre
507 * 17. 43. 39.53 26.11 * M A
516 * 22. 121. 18.18 2.50 * *gru_1
519 * 17. 76. 22.37 5.41 * *ida_2
529 * 5. 11. 45.45 8.97 * *ind_30
537 * 4. 11. 36.36 4.49 * *ind_38
Nombre de mots sélectionnés : 85
--------------------------
Classe n° 6 => Contexte F
--------------------------
Nombre d'u.c.e. : 80. soit : 28.78 %
Nombre de "uns" (a+r) : 2421. soit : 27.59 %
Nombre de mots analysés par uce : 13.54
num effectifs pourc. chi2 identification
1 3. 5. 60.00 2.42 acab+
22 7. 14. 50.00 3.24 atenc+
31 9. 13. 69.23 10.89 berr+
49 22. 40. 55.00 15.68 chor+
57 2. 3. 66.67 2.12 complic+
69 5. 5. 100.00 12.60 critic+
76 13. 32. 40.63 2.48 da+
79 2. 3. 66.67 2.12 dedos
93 6. 11. 54.55 3.71 dilat+
96 4. 6. 66.67 4.30 disso
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Nombre de mots sélectionnés : 64
Nombre de mots marqués : 496 sur 509 soit 97.45%
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D1: Tri des uce par classe
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Clé sélectionnée : A
226 40 la na maternidade todo #mundo berrava e #ganhava #bebe. no #final o meu #marido disse:
#camila, berra, berra se nao eles nao #virao te atender. eu disse: se e para berrar, entao eu #vou
berrar. eu #comecei a berrar: pelo #amor de #deus #vem me ajudar. E realmente eles #vieram em dois
toques, a minha medica #veio.
228 23 E ele nao vinha. ele so dizia que era assim mesmo. quando eu #comecei a berrar, eles
#vieram, eu dizia: pelo #amor de #deus, eu nao #aguento mais, eu #vou #ganhar o #bebe, eu nao estou
#conseguindo.
110 22 O trabalho de parto foi bem dolorido, eu acho que foi porque romperam a #bolsa e tambem
porque o meu #lado psicologico estava bem abalado, pois o #pai #do #bebe praticamente sumiu depois
#do quarto #mes de #gravidez.
221 22 O meu #marido olhava para mim chorando e eu nao #consegui chorar. depois eu #fiquei
pensando: meu-deus, #parece que eu estava tao seca #vendo o meu #filho #nascer que eu nao chorei.
309 22 se tu #tens um #companheiro que nao te #entende, tu #entras em depressao a cada dia que
#passa. no meu caso foi diferente, eu #tenho um #marido que gracas-a #deus foi excelente, me ajudou,
me #entendeu e ate agora eu estou bem.
200 21 A medica disse: eu estou aqui #do #lado, qualquer coisa tu me chamas. quando eu senti a
contracao e chamei, ela #veio na #mesma hora. eu so #entrei na mesa de parto, a outra #gravida de
sete #meses #comecou a ter #bebe e o #estagiario a chamou: #doutora, o #bebe de sete #meses esta
#nascendo.
19 20 depois-que o #bebe/ #nasceu, na sexta feira, e chorou a-noite toda, eu nem dormi a-noite e
#fiquei cansada. no/ sabado ele tambem chorou a manha #inteira, e entao eu #comecei a chorar tambem.
220 20 quando o #bebe #nasceu, me #deu vontade de chorar, mas #ao mesmo #tempo eu o #vi com a
#cabeca #do #jeito que estava e sem #conseguir #responder, eu nao #consegui nem chorar.
222 19 mas eu #fiquei nervosa porque tu olhas e pensas: sera que vai #acontecer alguma coisa? A
#primeira coisa que #veio na minha #cabeca e que o #bebe iria morrer. #do #jeito que ele estava, com
a #cabeca daquele #jeito, ele todo roxo, preto, eu disse: pronto, meu #filho #demorou para #nascer e
vai morrer.
111 18 eu #passei a #gravidez #inteira #sozinha, eu nao tive o #bebe na minha cidade por causa da
fofoca, pois o #pai #do #bebe tambem e de la e estava namorando com outras duas meninas.
223 18 eu nao #conseguia chorar, eu nao #conseguia #rir, eu nao tinha reacao alguma. A unica
coisa que #lembro que #aconteceu e que foi muito espontanea, foi eu perguntar: o-que-e isso na
#cabeca #do meu #filho?
118 15 teve uma hora que eu estava tao tensa que #ao inves de fazer forca para o #bebe #nascer,
eu retraia, queira ou nao, na hora #do parto #passa tudo #pela tua #cabeca, tudo o-que #aconteceu na
#gravidez,
218 15 na hora #do parto, que eu estava la quase #ganhando e fazendo forca, eu #fiquei muito
#apavorada porque aquela moca #gravida de sete #meses estava berrando tanto, que o berro dela
#entrava na minha #cabeca.
224 15 ela #respondeu: ele esta assim porque #demorou muito #tempo para #nascer, ficou muito
#tempo encaixado, mas depois a #cabeca dele vai voltar #ao normal. realmente, depois voltou #ao
normal, mas a minha reacao foi muito espontanea, eu #vi a #cabeca #do #bebe e perguntei o-que era
aquilo, eu #lembro exatamente que eu perguntei.
159 14 A #bolsa tinha #estourado, eu estava me sentindo bem agoniada. eu nao #entendo muito bem,
mas a enfermeira #do #posto de #saude olhou na carteira de vacinacao #do #bebe e disse que ele
estava em #sofrimento fetal, eu acho que foi por-isso-que eles fizeram cesariana.
299 14 na hora que #nasce o #bebe #passa muita coisa #pela tua #cabeca. #parece que #passa a tua
vida #inteira. #parece um filme em-que #passa a tua vida #inteira e as pessoas que tu das valor e as
que tu nao das.
107 12 eu #respondi que eu queria a posicao de cocoras, pois ate entao haviam me falado
maravilhas #do parto de cocoras. todo #mundo se #apavorava com o meu tamanho, pois eu engordei 23
quilos na #gravidez, mas eu so tinha #barriga.
112 12 eu gostaria que o #pai #do #bebe tivesse participado #do meu parto, entao foi bem
complicado o meu trabalho de parto porque o #lado #emocional influenciou muito. se eu #estivesse
mais #tranquila, se eu tivesse #passado uma #gravidez #tranquila, eu nao teria #sofrido tanto quanto
eu #sofri.
247 11 as coisas foram #acontecendo #do #jeito deles. eu ficava so #vendo o-que estava
#acontecendo porque para mim, era tudo novidade, eu ficava na minha, so #vendo as coisas
#acontecerem. na hora eu acho que tu ficas nervosa e nem #passa #pela #cabeca fazer alguma pergunta.
O meu nervosismo nao era de medo, era porque era a #primeira vez que eu #ganhava #bebe, tudo era
diferente.
Clé sélectionnée : B
8 24 foi ai que eu fiquei sabendo mesmo-que eu #iria #fazer #cesariana. A minha irma ja #queria
brigar com esse medico ai porque ele nao orientou #direito, porque ele nao falou para mim que eu
#ficaria #internada porque #precisava #fazer #cesariana, ele nao #explicou porque nao #poderia ser
#feito o parto_normal, nem nada.
23 22 eu tambem #achei que foi uma falha o #fato deles #estarem #discutindo na #frente da
#paciente; eu ja estava ali #nervosa na #mesa porque #iria #fazer a operacao e dai de repente, o
medico fala que nao #precisava #fazer a #cesariana naquela hora;
261 19 eu #acho que eu nao #precisei #tomar decisao alguma. na hora da #contracao no #pre_parto,
ela perguntou como eu #queria #ficar #deitada, eu estava de lado e #disse que #podia #ficar assim
mesmo.
6 18 mas nao #explicou #direito que eu #ficaria #internada e #faria uma #cesariana. O medico so
#disse para a minha irma: #vai la e #faca a #internacao la embaixo e volta aqui.
16 18 eu #acho que o #fato #dos/ #profissionais decidirem tudo, talvez seja um #erro, eles
#acham que por serem medicos, nao/ #precisam passar nada para o #paciente e #fazem o-que #querem.
187 17 ela fez isso todas-as-vezes-que eu pedi. eu #ficava #nervosa porque o bebe chorava e eu
nao #podia me #mexer, pois eu tinha #feito #cesariana, mas a enfermeira dizia que eu nao #precisava
chorar que ela ja #iria ver o bebe e nao o #deixaria chorar.
37 16 la na maternidade_b eles me #deixaram a-vontade para #sentar na #bola para aumentar a
dilatacao, para #tomar banho que #ajuda a relaxar. na maternidade_b eles me #deixaram livre para
#tomar quantos banhos eu #quisesse e se nao #quisesse, nao #precisava #tomar banho.
7 15 A minha irma foi #fazer a #internacao e o medico ja saiu dali. A minha irma perguntou para
a enfermeira que estava la o-que tinha acontecido, o-que #iria ser #feito e foi ela quem #explicou:
ela #vai #ficar #internada porque ela #vai #fazer #cesariana.
315 15 na maternidade_b eu #precisei #dos #profissionais e eles nao me #ajudaram. eu estava com
pressao alta e a decisao deles foi me mandar para casa, isso e decisao que-se #tome? por mim, eu
teria #ficado na maternidade_b, mas como que eu #iria #discutir com eles la?
318 12 entao eu #acho que-nem sempre as decisoes #dos #profissionais sao bem tomadas, mas os
#profissionais da maternidade_a me passaram confianca quanto as decisoes que #tomaram. porem, eu
#acho que-nem sempre as decisoes #dos #profissionais sao as melhores para os #pacientes. na
maternidade_a eu era #consultada sobre as minhas preferencias, como por exemplo, se eu #queria
#tomar banho, #ficar #sentada ou #deitada.
319 12 eles perguntavam: #queres #tomar um banho agora? #queres #ficar um pouco #sentada, pois em
#pe/ cansa? #nessas coisas sim, eu era #consultada. depois, no quarto, eles tambem perguntavam/ para
mim o-que eu #queria. depois-que eu ganhei o bebe, eu #tomei banho antes da hora, porque eu estava
louca para #tomar um banho e a enfermeira me #ajudou.
363 10 eu #disse que eu nao #queria #cesariana. eu nao sei o-que #poderia acontecer, eu #achava
que eu nao #poderia #ficar #nervosa, que eu tinha que aguentar ali que uma hora #iria passar.
15 9 O pessoal da maternidade nao falou nada para mim, nem quando eu fui para a #mesa de
cirurgia, nao #explicaram que eu #iria #tomar anestesia, o-que eles #iriam #fazer, nao falaram nada.
26 9 eu #acho que foi um #erro do medico falar aquelas coisas na minha #frente, isto foi o-que
me #deixou mais #nervosa, mas o resto foi tudo normal. talvez os medicos devessem #explicar melhor
os procedimentos antes-de #internar, o-que #vai ser #feito, o-que nao #vai ser #feito e como sera
#feito, se nao a gente #fica sem saber o-que #vai acontecer.
43 9 os #profissionais da/ maternidade_b tambem me #deixaram bastante a-vontade para escolher
se eu #queria #ficar/ andando ou se #queria #ficar #deitada. eu #poderia #fazer o-que eu #quisesse
la-dentro. sim, eu me/ senti a-vontade para expressar o-que eu estava sentindo na hora do parto la
na/ maternidade_b.
135 9 como eu #queria ganhar la mesmo onde eu estava, eu fiquei. eu fui mais ou menos induzida a
#ficar #deitada no #pre_parto, mas eu sabia que era o-melhor, entao para-que eu ia #discutir?
24 8 eu #acho que isso nao deve ser falado na #frente da #paciente, pois depois disso, eu
fiquei com medo. eu ja estava com medo e fiquei com mais, eu pensei: o-que o medico #vai #fazer
entao? que #faca #direito ou que #deixe para depois.
98 8 as enfermeiras me #disseram: tu #podes escolher a sala que #quiseres e se ela estiver
ocupada no #momento, a gente #vai ter que passar para outra. eu #achei isso bem #importante. na hora
que eu estava em trabalho de parto, eu #queria que fosse #feita a #cesariana para acabar logo com
aquele sofrimento.
314 8 imagina_me #tomando uma decisao com dor, #querendo ou nao, a gente #fica um pouco fora de
orbita. eu #acho #importante eles #tomarem a decisao, porque eles sao os #profissionais. ali naquele
#momento, eu #achei que fizeram para mim o-melhor, mas nem sempre o #profissional sabe o-que-e o-
melhor para a #paciente.
Clé sélectionnée : C
94 32 eu ficava muito tempo sem-que alguem #da #equipe me visse. O #medico que #fez o meu parto
tambem trabalha numa #maternidade #particular e eu acho que-se o meu parto #fosse la, o #atendimento
seria #diferente.
21 26 #ocorreu tudo-bem na #assistencia que eu #recebi na #maternidade_b, o #unico/ #problema
foi essa falha #medica, houve um erro de #comunicacao entre a #equipe e eu nao sei/ de-quem partiu
isto, na verdade isso nao poderia acontecer.
59 26 O #pessoal #da #maternidade_b so pedia para-que eu me posicionasse sempre do/ lado
#esquerdo, por #causa #da minha #pressao que estava #alta. eles #falavam para eu ter/ cuidado, para
nao me esforcar muito, eles tinham muito cuidado comigo, mas nao ficavam/ #falando que eu estava
fazendo algo #errado, nao ficavam #chamando a minha atencao.
75 21 eu estava tranquila quando fui para a #maternidade, tu podes ate ter entrevistado outras
pessoas que #falaram tudo #diferente de mim, pois eu tive umas #amigas que fizeram #grupo de
#gestantes e elas #falaram para mim que #ocorreu tudo-bem no parto delas.
271 18 eles poderiam ter me #falado isto, me #preparado antes, a #medica deveria ter vindo
#contar, quem #contou foi a minha #irma e o meu namorado, #dai eu so #cheguei no quarto e fiquei
sozinha.
5 17 eu nao tive uma convivencia muito #grande com esses profissionais que nao eram #da
#enfermagem, na verdade eu nao tenho uma opiniao sobre isso, a convivencia era #rapida. A minha
#irma foi junto comigo para a #maternidade e ela ficou meio indignada porque quando nos #chegamos, o
#medico que #fez o meu ultra_som, #fez a minha internacao e ele #falou para ela fazer a internacao,
76 16 as minhas #amigas me #contaram que #chegaram la na #maternidade_b e tinha #lugar para
elas, que elas foram bem #atendidas, que aconteceu tudo certo. quer dizer, eu #recebi referencias
positivas #da #maternidade_b e #cheguei la e fui tratada #daquela #forma.
12 15 eu acho que o #problema foi mais #da parte do #medico, porque das enfermeiras que estavam
la #atendendo diariamente, eu nao tenho queixa alguma, elas me trataram super bem. O #problema foi
com o #medico, eu ate fiquei com medo, eu #cheguei a #comentar com a minha #irma que-se ele #fosse
fazer a minha cesariana a contragosto, seria melhor que nao fizesse, pois poderia ate fazer alguma
coisa #errada.
250 14 eu nao tenho nada a reclamar quanto ao #atendimento #recebido na maternidade_a, eu acho
que foi melhor do que eu #esperava, pois eu #ouvia muitos #comentarios dos outros, eu nao achava que
#fosse aquilo.
87 13 eu achei tao engracado que uma enfermeira #da #maternidade_b que estava coordenando o
#grupo de #gestantes #falou assim para a minha colega: eu acho bom tu nao #criares caso com essa
historia de nao querer ser #depilada porque as #vezes, por-causa-de uma bobagem, tu vais #criar um
clima com as enfermeiras ou com o #medico e pode ficar pior para ti.
63 11 eles mediram a temperatura, fizeram o #exame do pezinho, o teste de glicose, eles tem
muito cuidado com a mae e com o bebe. eu nao teria palavras para agradecer o #atendimento que nos
#recebemos la na #maternidade_b. eu estive la na #maternidade recentemente e #os elogiei bastante.
74 8 foram muitas horas de trabalho de parto, #quase 24 horas de bolsa rota sem o bebe nascer.
eu nao tive orientacao alguma. eu acho que eu nao #recebi orientacao na #assistencia que eu #recebi
na #maternidade_b porque #servico publico no brasil e assim.
252 8 para mim foi o contrario, o #atendimento foi bem-melhor do que eu #esperava.
357 8 eu estava com o celular la, mas #os meus familiares #ligavam para a #maternidade mesmo e o
#pessoal me #chamava. eles davam o recado e diziam que-se a gente quisesse alguma coisa, como #ligar
para a familia, poderia #usar o telefone.
182 7 sim, eu me senti a-vontade para expressar o-que eu estava sentindo na hora do parto;
#falaram_me na #maternidade para eu nao ficar preocupada, pois eles ja sabiam que quando a gente
#chegava na #maternidade, tratavamos o #pessoal #da #equipe bem, mas depois #os #xingariamos e eles
ja estavam preparados.
251 7 O que eu #ouvia de #comentarios dos outros, e que o tempo que voce fica na #maternidade e
#ruim, coisas parecidas. as pessoas diziam que o #atendimento iria #depender de-quem iria te
#atender.
322 7 ate havia uma menina do meu lado que tinha #problema de pre_eclampsia durante toda a
gravidez e eles nao verificavam a #pressao dela. eu #chamei a atencao #da enfermeira porque a menina
so chorava, queria ir embora, mas nao podia. eles mandavam comida salgada para ela e ela tinha
#pressao #alta, eu nunca #ouvi #falar disso, ela deveria ter feito uma dieta.
102 6 durante o trabalho de parto o #pessoal la #da #maternidade_b #quase nao ficava comigo, eu
ficava so com o meu marido que estava mais nervoso do que eu, ele estava apavorado.
103 4 #os #medicos e as enfermeiras so #chegavam na sala onde eu estava para me examinar, eu
estava perto do balcao onde eles ficam na #maternidade.
Clé sélectionnée : D
36 68 eu #sabia que numa #das #salas tinha uma #cadeira de #parto de #cocoras e na outra tinha
um #tipo de #cadeira de #parto de #cocoras que virava maca, mas na hora eu #escolhi qualquer uma, a
#funcionaria acabou me #colocando na #cadeira que ela #preferiu.
211 55 a #funcionaria saiu e eu ja sai atras dela #perguntando onde era o #banheiro. quanto a
#participar #das #decisoes nao #emergenciais sobre o meu #parto, em momento algum eles me
#perguntaram nada.
34 51 sim, eu #participei #das #decisoes nao #emergenciais sobre o meu #parto, o #tipo de #parto
fui eu que #escolhi. assim-que eu entrei na maternidade, eles me #perguntaram a #posicao que eu
#preferia ter bebe.
276 51 eu acho que eu nao #participei #das #decisoes nao #emergenciais sobre o meu #parto. eu sei
que existem outros #tipos de #parto, como #parto de #cocoras, e eu acho que eles #deviam ter
#perguntado que #tipo de #parto eu queria, se eu queria fazer a raspagem ou nao.
151 46 se eu fosse #escolher o #parto de #cocoras, tinha #duas #cadeiras para eu #escolher. eles
me #mostraram onde ficaria o bebe, me #mostraram tudo e #perguntaram qual #parto que eu queria, qual
#sala, qual #cadeira, de tudo isso eles me deixaram #participar.
179 46 sim, eu senti que #participei #das #decisoes nao #emergenciais do meu #parto, pois mesmo
com as dores, eles me levaram #nas #salas de #parto para eu #escolher qual #sala eu #preferia, eles
me #colocaram na cama e me #mostraram como eu ficaria sentada ou deitada.
134 42 ainda quanto a #participar #das #decisoes nao #emergenciais sobre o meu #parto, a
enfermeira me #mostrou as #salas de #parto que eu poderia #escolher, mas depois, na hora do #parto,
eles nao #perguntaram de-novo qual #sala eu queria,
346 42 nao, eu nao senti que eu #participei #das #decisoes nao #emergenciais sobre o meu #parto.
O medico nao me #perguntou como eu #preferia. eu nao sei porque sao os medicos que #decidem a
maioria #das coisas, eu acho que com o contato que eles tem com tantas mulheres, eles #devem #saber
como vai ser.
150 39 quanto a #participar #das #decisoes nao #emergenciais sobre o meu #parto, eu #participei
sim, porque quando eu entrei no pre_parto, eles ja foram me #mostrar todas as #salas de #parto onde
eu poderia ficar e quais eu poderia #escolher.
54 32 O meu marido sempre diz para a minha prima que esta gravida que a referencia dele e a
maternidade_b, embora a gente nao #conheca o atendimento #das outras maternidades. quanto a
#participar #das #decisoes nao #emergenciais sobre o meu #parto, la na maternidade_b, eles
#perguntavam para mim sobre as minhas #preferencias, sobre que #tipo de #parto eu queria.
277 32 eles so fizeram os #procedimentos e nao #perguntaram nada sobre o-que eu queria ou nao,
por-isso eu acho que eu nao #participei #das #decisoes sobre o meu #parto. eu acho que eles e que
tomam as #decisoes porque eles #sabem o-que estao fazendo, eles acham que e melhor fazer assim, mas
eu acho que eles #deveriam ter me #perguntado.
288 32 nao foi preciso eu #caminhar dentro da maternidade, por-isso-que la eles/ #mandaram ficar
so deitada. sim, eu senti que eu #participei #das #decisoes nao #emergenciais/ sobre o meu #parto
porque eles me #perguntavam tudo antes-de fazer.
367 30 nao, eu nao #participei #das #decisoes nao #emergenciais sobre o meu #parto. la na
maternidade_a eles diziam: tens que #caminhar. E eu ia #caminhar, mas eles nao #perguntavam para mim
o-que eu achava que eu #deveria fazer. eles diziam: tu vais #andar, tu vais voltar para casa porque
nao esta na hora ainda.
368 28 eu nao #participei #das #decisoes, eles tomavam a #decisao e so me passavam. eu acho que e
assim porque eles #sabem, mas, eu acho que eles #deveriam pelo menos #conversar com a gente.
96 20 A convivencia foi otima, boa mesmo. sim, eu senti que eu #participei #das #decisoes nao
#emergenciais sobre o meu #parto, porque quando eu cheguei la na maternidade_b, uma enfermeira me
levou com mais #duas mulheres para #conhecer as #salas de parto_normal.
358 20 nao, eu nao senti que #tivesse #participado #das #decisoes nao #emergenciais sobre o meu
#parto. eu acho que nao, nao. eu nao sei porque os medicos #decidem tudo, pode ser que eles tenham
mais #experiencia que a gente.
68 19 quanto a #participar #das #decisoes nao #emergenciais sobre o meu #parto, tudo que poderia
ser feito antes do #parto eu ja #sabia porque a gente ja tinha sido orientada no grupo de gestantes.
130 17 quanto a #participar #das #decisoes nao #emergenciais sobre o meu #parto, na verdade eles
falavam, por #exemplo, para ir tomar banho, eu fui, para #descer, eu fui, para deitar, eu fiquei
deitada esperando,
285 15 tudo que eu te falei foi o-que aconteceu. agora o #negocio e criar o bebe e dar muito amor
e carinho. quanto a #participar #nas #decisoes nao #emergenciais sobre o meu #parto, por #exemplo,
eu nao precisei ficar #caminhando la na maternidade porque eu ja tinha #caminhado o dia inteiro.
Clé sélectionnée : E
155 42 A minha #convivencia com #as #pessoas que #trabalham na maternidade_b foi #boa porque nao
teve conflito, me #trataram bem, foi #normal. era sempre aquela rotina, eu acordava, tinha que
#trocar o bebe, #dar de #mamar, #vinham #dar remedio, #comida, essas coisas.
365 36 A minha #convivencia com #as #pessoas que #trabalham na #maternidade_a foi legal, foi
#boa, elas me #trataram bem, a #gente se divertia, #brincava, #as #enfermeiras eram bem legais. #as
#enfermeiras sempre #vinham ver como a #gente estava, se a #gente precisava de alguma coisa. eu
sempre tinha um #acompanhante comigo, eu nao fiquei sozinha, mas mesmo assim, #as #enfermeiras
#vinham #dar #uma #olhada.
341 30 A minha #convivencia com #as #pessoas que #trabalham na #maternidade_a foi #boa, foi
#normal. eles #vinham, conversavam, atendiam a #gente bem, eu nao tenho o-que falar mal deles. eles
me atenderam bem, a nao ser aquela #moca que eu ja falei, #tirando aquela, o resto para mim foi 10.
no #alojamento_conjunto, a #convivencia tambem foi tranquila.
194 28 A #convivencia com #as #pessoas que #trabalham na #maternidade_a, de #maneira geral, foi
#boa, #tirando aquela funcionaria que me deixou com a #roupa de #cama #suja e a outra que me disse
que o maximo que poderia acontecer seria eu ganhar o bebe na #cama.
281 28 A minha #convivencia com #as #pessoas que #trabalham na #maternidade_a foi #boa. A cada
#dia e #uma #pessoa diferente que #trabalha la. de 12 em 12 horas muda o #plantao. um #dia e #uma
#pessoa que te #leva o cafe, outro #dia e outra. sempre e #uma #pessoa diferente que #leva o almoco
e a janta.
310 27 A minha #convivencia com #as #pessoas que #trabalham na #maternidade_a foi #boa, fora o
estresse com #as #meninas la do aleitamento materno, que eu nao sabia se #acreditava #numa ou na
outra, foi tudo-bem.
67 24 eu quase pulei na #enfermeira e disse: pelo amor de deus, o-que-e isso? tu estas enfiando
a #agua goela a #baixo e a #crianca esta se afogando. esse acontecimento foi #uma excecao, entre
outras coisas assim, mas fora isso, a minha #convivencia com #as #pessoas que #trabalham la na
maternidade_b foi #boa.
174 24 O tratamento das #enfermeiras na maternidade_b era muito-bom, #as vezes elas ficavam com o
bebe quando ele estava chorando para eu comer, elas tinham essa paciencia. #as vezes, eu #reclamava
que a #comida nao estava como eu gostava #as #enfermeiras #trocavam. A #noite, se #faltava #agua
para #beber, #as #enfermeiras #traziam.
325 19 A minha #convivencia com #as #pessoas que #trabalham la na #maternidade_a foi #normal. la,
entre os #enfermeiros, e como #uma familia, um depende do outro para o servico #dar certo, enquanto
um faz #uma #parte, outro faz outra, se alguem precisa, outro vai la e deixa tudo encaminhado para
adiantar o servico.
253 17 quanto a minha #convivencia com #as #pessoas que #trabalham na #maternidade_a, #as
#enfermeiras sao bem atenciosas, assim-como tambem um pessoal da prefeitura que entrega #uma bolsa
para a #gente. esse pessoal da prefeitura ja faz o #cartao de saude do bebe, ja marca a consulta com
o #pediatra e com o dentista no posto de saude para ele e ginecologista para mim, foi tudo
encaminhado la na maternidade.
156 16 eu achei que a #convivencia com #as #pessoas foi #boa, eu estava ate me acostumando em
ficar la, quando eu cheguei em #casa eu ate #estranhei porque eu fiquei quatro #dias la na
maternidade_b.
2 14 O que eu achei bom na #convivencia com #as #pessoas que #trabalham na maternidade_b, foi o
apoio que eu recebi das #enfermeiras, elas #trataram a #gente super bem, com carinho, #orientavam
como #cuidar do bebe e da #gente tambem, foi muito-bom.
64 14 A #convivencia com #as #pessoas que #trabalha na maternidade_b foi legal, com algumas
excecoes. tinha algumas #enfermeiras la na maternidade_b que nao deveriam estar naquela profissao,
mas o-que eu vou fazer? sempre aonde tu vais tem #uma ou duas #pessoas que nao estao legais, faz
#parte.
193 14 mas para quem me ajudou e #tratou bem a mim e ao bebe, a #gente deu alguma coisa porque e
legal, ate mesmo para incentiva_los. para #as #meninas que me ajudaram no #banho, para todos, a
#gente deu um #cartao que a #gente mesmo escreveu. #pegamos papel #cartao e fizemos um #cartao.
196 14 eu acho que #as vezes, algumas #pessoas #perdem em nao ficar com a #boca fechada, nao
precisava me dizer nada, so que nao tinha #roupa de #cama para #trocar, mas nao precisava dizer:
354 14 A minha #convivencia com #as #pessoas que #trabalham na #maternidade_a foi #boa. eu fiquei
la tres #dias, fui na segunda_feira e sai na quarta_feira. eles sao bons, atendem bem a #gente. A
#gente fica la para ter bebe e nao pode ficar com celular, nada dessas coisas.
246 13 A minha #convivencia com #as #pessoas que #trabalham na #maternidade_a foi #boa, #as
#pessoas sao bem #simpaticas, no quarto #as #enfermeiras #cuidavam bem do bebe, foi bom. eu nao
tenho nada do que #reclamar. quanto a participar das decisoes nao emergenciais sobre o meu parto, o-
que o pessoal da #maternidade_a decidiu, eu aceitei, nao teve como dizer nao, ou que estava bom, ou
que nao estava.
283 12 A #convivencia com essas #pessoas foi #boa. O que era bom, eram #as explicacoes, #as
#orientacoes que elas #davam sobre como eu tinha que fazer #as coisas. para quem tem calor de figo,
como eu tinha, eles falaram: tens que #dar #banho de sol no teu peito, se rachar muito, tem #uma
pomada para passar, a mace.
343 11 eu fui para o quarto acho que era #umas 10h, 9h e pouco e so fui tomar #banho #as 14h30. O
meu marido foi em #casa, #voltou e eu ainda estava #suja.
Clé sélectionnée : F
90 20 ou #seja, naquela #hora tu estas na #mao dos outros e #seja o-que deus quiser. entao eu
fiquei na minha, nao #expressei o-que eu estava #pensando na #hora nao, fiquei #quieta.
139 17 eu me #senti a-vontade para #chorar, para reclamar da #dor. eu nao #senti #vontade de
#gritar no meu parto e #pensei que-se eu #gritasse, eles iriam me tratar mal e realmente, na
maternidade eles nao #gostam que a #mulher #grite, eles ja estavam #criticando a moca do outro
quarto que estava #gritando.
140 15 eu acho que eles nao #gostam que a #mulher #grite porque #pensam que nao tem necessidade,
mas eles tem que-se colocar no lugar da pessoa que esta ali #sentindo a #dor, se a #mulher esta
#gritando e porque e o modo dela se #expressar, cada-um e cada-um.
217 15 na #hora da #dor nem tu sabes o-que tu #sentes e o-que da/ #vontade de fazer. ao mesmo
tempo que da #vontade de #chorar, da #vontade de ficar bem/ #quieta, toda encolhida.
297 15 foi ai que eu #fiz #forca e o bebe nasceu e nao deu problema algum, gracas-a deus. na
#hora do parto, o-que eu #senti mesmo #vontade de fazer, foi dar uns #socos na #parede, mas eu
#fechava a #mao e batia de leve, por causa da #dor.
298 15 E a #dor que faz tu #gritares, mas eu nunca fui #escandalosa. eu #gemia muito, #gemia
bastante e #mordia o pano da camisola. eu #mordia e #gemia bastante. A unica #vontade que me deu foi
de dar um #soco na #parede. nem o meu marido me passava pela cabeca na #hora do parto, so na #hora
que nasceu o bebe.
324 15 mas se for para #chorar, eu #choro, tanto que na #hora do parto eu #chorei um monte. eu me
#senti a-vontade para #chorar, ja e uma coisa minha #expressar o-que eu #sinto, #seja alegria,
#tristeza, elogio e #critica.
348 15 uns #diziam que nao era para eu #escutar o-que os outros #diziam e sim prestar #atencao no
medico, entao assim eu #fiz. na #hora do parto eu nao #gritei muito, quando eu #sentia #dor, que era
uma #dor insuportavel, eu sempre #dizia para o meu marido: ai, me ajuda, me ajuda.
280 14 era #muita #dor, entao eu ficava #gritando.
306 13 eu fui pelo que a minha #mae disse. eu #mordi a ponta da camisola e dei/ umas batidas na
#parede. eu #sentia as #dores, mas como a minha irma estava comigo, ela/ #segurava e apertava a
minha #mao, acho que eu transmitia para ela o-que eu estava #sentindo.
100 12 mas eu acho que eu nao fui #escandalosa nao. tinha #horas que eu tinha #vontade de #gritar
mesmo, mas eu nao #gritava porque sabia que nao #ia resolver nada, mas eu #acabava #gemendo mesmo
sem querer.
138 12 ja tinham me falado antes-de eu ir para a maternidade que nao era para #gritar, eu ja fui
bem consciente #disso. na #hora do parto eu tinha era #vontade de #chorar e eu #chorava muito.
142 12 A minha #dor nao era tao grande, de repente, a dessa #mulher que #gritava, era bem maior e
ela #sentiu #vontade de #gritar. eu nao precisei #gritar, mas na maternidade eles #criticam quem
#grita, a minha avo ja tinha me falado isso, ja faz um tempo que ela #teve filho, mas ela falou que
a trataram mal na maternidade porque ela #gritou.
245 12 eu #chorava e me desesperava so de #pensar que algum dia eu faria uma cesariana. E legal,
eu acho legal, acho que toda #mulher tem #vontade de realmente ter um #parto_normal.
267 12 eu nao tive #vontade de fazer nada #disso, eu so estava tentando ajudar, com as
enfermeiras e a medica ali perto tu nao #sentes #medo. eu so tinha #vontade de #sair de la e que
parassem as contracoes. elas ajudam bastante a gente, #avisam quando a contracao esta vindo, que vai
#doer um pouco, que e para fazer #forca.
323 12 eu entao me #expressei por ela, porque ela so #chorava, coitada. ja e uma coisa minha #ver
as coisas erradas e me estressar. quanto a #gritar, por-mais-que eu tivesse #vontade, eu fiquei com
#vergonha, eu acho tao #escandaloso, entao eu me #segurei nessa parte.
60 11 sim, eu me #senti a-vontade para #expressar o-que eu estava #sentindo na #hora do parto,
pois na #hora da #dor, mesmo-que tu queiras te controlar, tu nao consegues. se eu #sentia #dor, eu
#dizia, eu #gemia, #chorava, ficava desesperada, ou chamava a minha #mae ou alguem que estava por-
perto.
360 11 quanto a se #sentir a-vontade para #expressar o-que eu estava #sentindo na #hora do parto,
eu tinha #vontade de #chorar, mas eu procurei nao #chorar. nao #sei se me ajudou ou #complicou, mas
eu achava que-se eu ficasse mais nervosa poderia #complicar outras coisas. eu so #pensava que deus e
a minha #mae me ajudassem, mas eu tinha #vontade de #chorar.
55 10 eu falei que eu queria ter #parto_normal, pois todos falam que e muito-bom, que a pessoa
so #sente #dor na #hora, ja na cesariana a recuperacao e bem mais dificil.
Anexo G
Relatório do Alceste Relativo ao Corpus “Assistência ao Parto”- Grupo dos Profissionais de
Saúde (versão resumida)
-------------------------------------
* Logiciel ALCESTE (4.5 - 01/10/99) *
-------------------------------------
Plan de l'analyse :prof1.pl ; Date : 5/ 1/**; Heure : 10:04:06
C:\Alceste\&&_0\
prof1.txt
ET 1 1 1 1
A 1 1 1
B 1 1 1
C 1 1 1
D 1 1 1 0 0
A1 1 0 0
A2 3 0
A3 1 1 0
B1 0 4 0 1 1 0 1 1 0
B2 2 2 0 0 0 0 0 0
B3 10 4 1 1 0 0 0 0 0 0
C1 0 121
C2 0 2
C3 0 0 1 1 1 2
D1 0 2 2
D2 0
D3 5 a 2
D4 1 -2 1
D5 0 0
---------------------
A1: Lecture du corpus
---------------------
A12 : Traitement des fins de ligne du corpus :
N° marque de la fin de ligne :
Nombre de lignes étoilées : 20
--------------------------
A2: Calcul du dictionnaire
--------------------------
### Utilisation du dictionnaire initial DICIN ###
Nombre de formes dans DICIN : 4615
Nombre de formes distinctes : 4615
Nombre d'occurrences : 53742
Fréquence moyenne par forme : 12
Nombre de hapax : 2267
Fréquence maximum d'une forme : 2268
75.60% des formes de fréq. < 4 recouvrent 10.16% des occur.;
90.16% des formes de fréq. < 14 recouvrent 20.20% des occur.;
95.28% des formes de fréq. < 36 recouvrent 30.41% des occur.;
97.59% des formes de fréq. < 71 recouvrent 40.36% des occur.;
98.68% des formes de fréq. < 161 recouvrent 50.04% des occur.;
99.22% des formes de fréq. < 303 recouvrent 60.04% des occur.;
99.50% des formes de fréq. < 519 recouvrent 70.11% des occur.;
99.67% des formes de fréq. < 998 recouvrent 80.32% des occur.;
99.76% des formes de fréq. < 2140 recouvrent 91.67% des occur.;
99.80% des formes de fréq. < 2268 recouvrent100.00% des occur.;
A34 : Fréquence maximale d'un mot analysé : 3000
Nombre de mots analysés : 2430
Nombre de mots supplémentaires de type "r" : 371
Nombre de mots supplémentaires de type "s" : 28
Nombre d'occurrences retenues : 53461
Moyenne par mot : 18.246340
Nombre d'occurrences analysables (fréq.> 3) : 22149 soit 43.337640%
Nombre d'occurrences supplémentaires : 28959
Nombre d'occurrences hors fenêtre fréquence : 2353
-------------------------------------------
B1: Sélection des uce et calcul des données
-------------------------------------------
B11: Le nom du dossier des résultats est &&_0
B12: Fréquence minimum d'un "mot" analysé : 4
B13: Fréquence maximum d'un "mot" retenu : 9999
B14: Fréquence minimum d'un "mot étoilé" : 1
B15: Code de fin d'U.C.E. : 1
B16: Nombre d'occurrences par U.C.E. : 29
B17: Elimination des U.C.E. de longueur < 0
Fréquence minimum finale d'un "mot" analysé : 4
Fréquence minimum finale d'un "mot étoilé" : 1
Nombre de mots analysés : 850
Nombre de mots supplémentaires de type "r" : 273
Nombre total de mots : 1123
Nombre de mots supplémentaires de type "s" : 28
Nombre de lignes de B1_DICB : 1151
Nombre d'occurrences analysées : 22149
Nombre d'u.c.i. : 20
Nombre moyen de "mots" analysés / u.c.e. : 17.804660
Nombre d'u.c.e. : 1244
Nombre d'u.c.e. sélectionnées : 1244
100.00% des u.c.e. sont sélectionnées
Nombre de couples : 43410
--------------------
B2: Calcul de DONN.1
--------------------
Nombre de mots par unité de contexte : 15
Nombre d'unités de contexte : 970
--------------------
B2: Calcul de DONN.2
--------------------
Nombre de mots par unité de contexte : 17
Nombre d'unités de contexte : 861
-----------------------------------------------------
B3: Classification descendante hiérarchique de DONN.1
-----------------------------------------------------
Elimination des mots de fréquence > 3000 et < 4
0 mots éliminés au hasard soit .00 % de la fenêtre
Nombre d'items analysables : 692
Nombre d'unités de contexte : 970
Nombre de "1" : 18506
-----------------------------------------------------
B3: Classification descendante hiérarchique de DONN.2
-----------------------------------------------------
Elimination des mots de fréquence > 3000 et < 4
0 mots éliminés au hasard soit .00 % de la fenêtre
Nombre d'items analysables : 687
Nombre d'unités de contexte : 861
Nombre de "1" : 18181
----------------------------
C1: intersection des classes
----------------------------
Nom du dossier traité C:\Alceste\&&_0\
Suffixe de l'analyse :121
Date de l'analyse : 5/ 1/**
Intersection des classes RCDH1 et RCDH2
Nombre minimum d'uce par classe : 63
DONN.1 Nombre de mots par uc : 15
Nombre d'uc : 970
DONN.2 Nombre de mots par uc : 17
Nombre d'uc : 861
1012 u.c.e classées sur 1244 soit 81.35 %
Nombre d'u.c.e. distribuées: 1208
Tableau croisant les deux partitions :
RCDH1 * RCDH2
classe * 1 2 3 4
poids * 251 461 109 387
1 273 * 207 22 4 40
2 446 * 27 387 3 29
3 106 * 2 4 100 0
4 383 * 15 48 2 318
Tableau des chi2 (signés) :
RCDH1 * RCDH2
classe * 1 2 3 4
poids * 251 461 109 387
1 273 * 649 -135 -24 -48
2 446 * -93 707 -60 -211
3 106 * -25 -58 1030 -54
4 383 * -96 -156 -49 669
Classification Descendante Hiérarchique...
Dendrogramme des classes stables (à partir de B3_rcdh1) :
----|----|----|----|----|----|----|----|----|----|
Cl. 1 ( 207uce) |------------------------+
16 |------------------+
Cl. 4 ( 318uce) |------------------------+ |
17 |----+
Cl. 2 ( 387uce) |-------------------------------------------+ |
18 +
Cl. 3 ( 100uce) |------------------------------------------------+
Classification Descendante Hiérarchique...
Dendrogramme des classes stables (à partir de B3_rcdh2) :
----|----|----|----|----|----|----|----|----|----|
Cl. 1 ( 207uce) |------------------------+
16 |------------------+
Cl. 4 ( 318uce) |------------------------+ |
17 |----+
Cl. 2 ( 387uce) |-------------------------------------------+ |
18 +
Cl. 3 ( 100uce) |------------------------------------------------+
----------------------
C2: profil des classes
----------------------
Chi2 minimum pour la sélection d'un mot : 3.37
Nombre de mots (formes réduites) : 1123
Nombre de mots analysés : 850
Nombre de mots "hors-corpus" : 28
Nombre de classes : 4
1012 u.c.e. classées soit 81.350480%
Nombre de "1" analysés : 15693
Nombre de "1" suppl. ("r") : 16822
Distribution des u.c.e. par classe...
1eme classe : 207. u.c.e. 3174. "1" analysés ; 3480. "1" suppl..
2eme classe : 387. u.c.e. 6028. "1" analysés ; 6452. "1" suppl..
3eme classe : 100. u.c.e. 1475. "1" analysés ; 1654. "1" suppl..
4eme classe : 318. u.c.e. 5016. "1" analysés ; 5236. "1" suppl..
--------------------------
Classe n° 1 => Contexte A
--------------------------
Nombre d'u.c.e. : 207. soit : 20.45 %
Nombre de "uns" (a+r) : 6654. soit : 20.46 %
Nombre de mots analysés par uce : 15.33
num effectifs pourc. chi2 identification
9 54. 210. 25.71 4.51 ach+
10 8. 14. 57.14 11.74 acompanhamento
20 10. 12. 83.33 29.51 adequ+
21 9. 16. 56.25 12.80 admissao
35 5. 7. 71.43 11.26 alta
38 3. 5. 60.00 4.83 amament+
39 13. 36. 36.11 5.62 ambiente
43 3. 4. 75.00 7.34 ampli+
45 19. 43. 44.19 15.54 analgesia
48 7. 14. 50.00 7.62 anestesista+
56 6. 6. 100.00 23.47 aparelh+
57 9. 11. 81.82 25.74 apartamento+
66 86. 322. 26.71 11.35 as
68 28. 87. 32.18 8.05 aspecto+
70 48. 140. 34.29 19.10 assist+
75 16. 32. 50.00 17.73 atendi+
76 17. 56. 30.36 3.57 atend+
84 3. 5. 60.00 4.83 aument+
91 3. 5. 60.00 4.83 banheiro+
94 13. 32. 40.63 8.26 boa+
108 6. 13. 46.15 5.35 cam+
122 9. 23. 39.13 5.05 centr+
157 9. 23. 39.13 5.05 condic+
165 14. 30. 46.67 13.06 conhec+
174 3. 5. 60.00 4.83 consulta+
206 4. 7. 57.14 5.83 dai
216 4. 6. 66.67 7.92 deficiencia+
219 5. 5. 100.00 19.54 demanda
233 9. 24. 37.50 4.39 dever+
245 2. 3. 66.67 3.95 diminuir+
265 12. 17. 70.59 26.71 emergencia+
268 3. 5. 60.00 4.83 encaminhadas
284 5. 5. 100.00 19.54 equipamentos
289 5. 11. 45.45 4.27 escut+
290 22. 27. 81.48 63.50 espaco
309 9. 9. 100.00 35.31 exame+
310 7. 7. 100.00 27.41 excesso
323 20. 33. 60.61 33.80 falt+
338 6. 8. 75.00 14.75 fetal
341 6. 11. 54.55 7.94 ficar+
349 25. 30. 83.33 75.13 fisic+
362 20. 37. 54.05 26.65 foss+
366 6. 14. 42.86 4.38 funcionar+
370 18. 35. 51.43 21.38 ganh+
376 14. 31. 45.16 12.00 gestante+
379 4. 8. 50.00 4.33 gostar+
402 53. 89. 59.55 91.67 ideal
428 2. 3. 66.67 3.95 instrument+
442 6. 15. 40.00 3.57 iri+
452 16. 19. 84.21 48.38 leito+
463 4. 4. 100.00 15.62 lotado+
464 21. 49. 42.86 15.88 lugar+
466 18. 55. 32.73 5.38 maior+
475 6. 7. 85.71 18.45 materi+
477 13. 31. 41.94 9.07 maternidade_b
478 3. 4. 75.00 7.34 maternidade_c
487 16. 27. 59.26 25.67 melhor+
494 3. 3. 100.00 11.70 minimo
508 10. 14. 71.43 22.67 movimento+
510 2. 3. 66.67 3.95 mudaria
511 9. 19. 47.37 8.62 mud+
528 25. 40. 62.50 45.25 negativo
536 7. 9. 77.78 18.34 nivel
537 2. 3. 66.67 3.95 nome+
544 10. 13. 76.92 25.81 numero
547 6. 13. 46.15 5.35 obrig+
551 9. 16. 56.25 12.80 ocorr+
562 4. 7. 57.14 5.83 otim+
566 108. 285. 37.89 74.16 paciente+
569 7. 13. 53.85 9.02 pag+
579 5. 11. 45.45 4.27 particular+
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Classe n° 2 => Contexte B
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1038 * 8. 13. 61.54 3.03 * 7 qual
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1061 * 40. 82. 48.78 4.20 * 7 voce
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1151 * 291. 722. 40.30 4.54 * *sex_2
Nombre de mots sélectionnés : 204
--------------------------
Classe n° 3 => Contexte C
--------------------------
Nombre d'u.c.e. : 100. soit : 9.88 %
Nombre de "uns" (a+r) : 3129. soit : 9.62 %
Nombre de mots analysés par uce : 14.75
num effectifs pourc. chi2 identification
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120 3. 7. 42.86 8.61 cento
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892 * 4. 6. 66.67 21.86 * 3 sido
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906 * 9. 41. 21.95 6.99 * 4 durante
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955 * 6. 15. 40.00 15.51 * 6 alto
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994 * 3. 13. 23.08 2.57 * 7 esses
997 * 5. 22. 22.73 4.17 * 7 este
999 * 89. 521. 17.08 62.53 * 7 eu
1003 * 14. 70. 20.00 8.65 * 7 la
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1074 * 6. 21. 28.57 8.41 * 9 antes
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1150 * 49. 290. 16.90 22.46 * *sex_1
Nombre de mots sélectionnés : 164
--------------------------
Classe n° 4 => Contexte D
--------------------------
Nombre d'u.c.e. : 318. soit : 31.42 %
Nombre de "uns" (a+r) : 10252. soit : 31.53 %
Nombre de mots analysés par uce : 15.77
num effectifs pourc. chi2 identification
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582 27. 38. 71.05 28.78 parto_normal
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Nombre de mots sélectionnés : 194
Nombre de mots marqués : 1056 sur 1123 soit 94.03%
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D1: Tri des uce par classe
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Clé sélectionnée : A
746 42 A #assistencia #ideal seria cada #paciente no seu #leito, no seu quarto, no seu
#apartamento. ali ela #ficaria a-vontade, #faria todo o trabalho de #parto, com toda a
#assistencia, como-se faz hoje com #as #pacientes #particulares, e depois elas iriam para a #sala
de #parto #ganhar.
539 29 O que #falta/ e um pouco de #respaldo em #nivel de #equipamentos, ou de mais #recursos
para #melhorar a/ parte #fisica. A parte de pessoal esta muito #boa, o-que #precisa #melhorar e so
a parte #fisica de/ #estrutura mesmo, de #equipamentos, so.
912 25 outro aspecto #negativo, e o #pequeno #numero de profissionais, o-que #poderia ser
#maior, desde-que o #espaco #fisico #fosse #maior, pois nos ja estamos nos esbarrando aqui dentro.
se a gente quer operar, nao tem #vaga, se quer #ampliar o ambulatorio para atender mais gente, nao
tem #sala e nem profissional.
713 23 sem #precisar #mudar de #sala. O #ideal seria que a mesma #cama onde ela ficasse durante
o trabalho de #parto, #pudesse se #transformar em cadeira de #parto, e que ela #pudesse #ganhar
ali, e ter em volta dela toda a #estrutura para o #atendimento.
1155 21 se voce for ver a nossa #sala de #parto, vera que o #espaco #fisico em-que cada-uma das
#pacientes fica, e #pequeno. #poderia ser #maior, o-que seria muito melhor para elas.
1049 20 na maternidade_b, tem 4 #leitos que #as vezes estao #lotados, #dai eles nao #internam
mais ninguem. hoje eu acho que o #movimento #mudou, mas na minha epoca, dos 10 #plantoes que a
gente e #obrigado a fazer, eu acho que eu dormi 8 inteiros e eu nao fui chamada em nenhum
#atendimento na #emergencia.
813 19 mas o #ideal mesmo e que no mesmo quarto voce #tivesse o #pre_parto e o #parto, e que
tudo #fosse individualizado e nao uma enfermaria, ou uma #sala de #partos.
1146 19 entao o-que acontece #as vezes, e que a #sala de #parto fica tao #cheia que acaba criando
aquele #ambiente de estresse. se o #espaco #fisico #fosse #maior, ajudaria, porque a #demanda e
muito grande, entao #as vezes essa superlotacao conturba o #ambiente e isso e o aspecto #negativo
da #assistencia.
704 18 para #resolver isso, nos #precisavamos ter mais pessoas da enfermagem para poder
#aumentar o #numero de quartos e #precisavamos tambem de um #espaco #fisico um pouco #maior, para
poder possibilitar um servico com um #numero #maior de #atendimentos.
921 18 O #espaco #fisico #poderia ser melhor, mas esta aconchegante; hoje, no #pre_parto, cada
#paciente tem a sua #cama #separada da outra por uma divisoria fina, claro que ainda uma #paciente
#escuta a outra, sao 6 #camas no total e tem um #aparelho para cada-uma.
587 16 O #ideal seria que ela #internasse no quarto e ficasse durante o/ trabalho de #parto,
#parto e #pos_parto no mesmo #lugar. esse quarto teria que ter #as coisas que/ sao fundamentais
para ela parir que sao: a #privacidade, uma temperatura mantida/ #adequada, tanto no verao quanto
no inverno.
665 16 seria um #lugar aonde haveria #as acomodacoes em-que a #paciente entraria, #ficaria no
pre_ #parto e na hora que #fosse #ganhar o bebe, ela ganharia no mesmo #lugar. depois do #parto ela
#ficaria no mesmo #lugar. seria o-que a gente chama de ppp, seria #pre_parto, #parto e #pos_parto.
ela nao estaria sendo trocada de #lugar, nao estaria saindo na hora de #ganhar, a gente nao teria
que estar movimentando_a de #lugar.
763 16 eu trabalho aqui desde-que eu me formei, ha 3 anos. esta maternidade tem bastante
#recurso, #as #pacientes aqui sao muito bem acompanhadas. na #sala de #parto #as #pacientes sao
acompanhadas no maximo de 20 em 20 minutos ou de 30 em 30 minutos. tem sempre alguem examinando_as,
#escutando o batimento cardiaco #fetal e esse #tipo de #acompanhamento so acontece em poucos
#lugares.
1236 16 O #parto sem dor revolucionou a obstetricia e isso e muito-bom. se o servico/ #fosse
#maior, se #tivesse mais #anestesistas, a gente #poderia #proporcionar #analgesia para todo/ mundo,
so que isso ainda e dificil aqui,
846 15 com o #exame #fisico e ja tem uma nocao pelo #ultra_som, se o bebe e grande, ou #pequeno,
se tem circular de #cordao ou nao. O #ideal seria que a #paciente chegasse e #pudesse chamar o
medico #responsavel e ele a #acompanhasse durante o seu o trabalho de #parto e realmente fizesse o
#parto, com #analgesia ou, se #fosse #preciso, uma cesariana.
862 15 florianopolis oferece, ainda, uma #boa #assistencia em relacao a outros #lugares. A/
maternidade_a cresceu em #termos de #atendimento, mas nao em #espaco #fisico. nos/ #precisamos de
uma maternidade #maior e no #centro de florianopolis. porque a #demanda e/ muito grande e hoje nos
somos referencia, o-que antes nos nao eramos.
590 14 O #ideal seria ter a/ possibilidade de parir na #cama mesmo, como #ocorre em alguns
#plantoes; que houvesse um/ pouco menos de restricoes, que a mulher nao #fosse #obrigada a ficar
com a #camisola do/ hospital, que nao #fosse #obrigada a ficar so com um acompanhante, que ela
#tivesse um #nivel/ de restricao bem mais reduzido do que e o atual.
754 14 eu acho que na #assistencia #ideal o nosso #atendimento seria o mesmo, nao iria #mudar em
nada. A gente #atendendo na #sala de parto_normal, com 6 ou 7 #pacientes juntas ou #atendendo no
#apartamento, o #atendimento seria o mesmo, para a #paciente e que seria melhor.
764 14 um aspecto positivo da #assistencia que e prestada aqui, e que ela e semelhante aquela
prestada nos #melhores #lugares, nos aspectos de avaliacao da mae e do bebe. um aspecto #negativo
da #assistencia que e prestada aqui, e que a #estrutura do governo nao possibilita dar #parto sob
#analgesia para todas #as #pacientes.
Clé sélectionnée : B
193 31 A #presenca de #uma #pessoa #da #familia desmitifica muito em muitas #coisas, porque tem
muito mito atras #dos #cuidados que a #gente #presta. O #fato de a #gente estar sempre atento a
#querendo burilar, lapidar, esta #questao interna #da #humanizacao, e um #aspecto #positivo.
184 25 eu #acho que #entra muito nesta #questao. quanto #aos #pontos que eu #considero mais
#positivos na assistencia que e #prestada aqui, eu #destaco o #fato #da #gente tentar deixar/ com-
que a #mulher #protagonize o seu #nascimento.
367 22 A #gente sempre procura fazer um trabalho #humanizado, e dentro #da #humanizacao, #uma
#das #coisas que eu #acho #extremamente #importante, que eu #vejo como um #aspecto #positivo #da
assistencia que e #prestada aqui, e #permitir a #presenca de um #acompanhante.
685 20 entao a #gente se #sente um pouco mais em #casa, trabalhando num #local em-que a #gente
#participou do #processo de #formacao #das #rotinas e do #modelo de assistencia. esse #ponto eu
#acho que e #uma #das #coisas que faz com-que a #gente #tenha #prazer em trabalhar aqui.
133 18 #conversar com ela e #viver com ela aquele #processo. ainda tem muito o #pensamento de-
que interferindo e mais rapido, termina mais rapido e ninguem se #envolve tanto. eu #acho que a
#enfermagem #tende a ser menos #intervencionista, nao por causa #da nossa #formacao, eu #acho que e
por causa #da nossa #caracteristica #profissional.
630 18 dentro-de #uma #instituicao, eu #penso que eu #tenho que me guiar por algumas #posicoes
#cientificas, desde-que comprovadas. neste #ponto ha algumas #coisas que as vezes eu #entro em
#conflito, porque as vezes, eu dou plantao noturno e #vejo que alguns #colegas nao #respeitam isso,
eles #interferem antes, eles tem a #ansia de encurtar um #processo.
571 17 se #valorizasse estaria #querendo #difundir. entao, voce ainda tem #uma contra_pressao
muito #grande aqui dentro, e no #grupo #dos #obstetras que sao em-torno-de 25 mais ou menos, voce
ha de convir que tem muitos que estao aqui so pelo emprego.
130 16 nos vimos estudando e se aperfeicoando exatamente #nesse #sentido de #resgatar a #questao
#da nao #intervencao no #nascimento. E a #sensacao que eu #tenho e que a #enfermeira absorve mais
rapido isso, ou #resiste menos a isso.
138 16 nos #enfermeiras, quando #intervimos, de um #modo #geral, estamos seguindo #uma
prescricao medica. de um #modo #geral, o-que a #gente #aprende e que o #cuidado e a essencia #da
#enfermagem.
268 16 eu #acho que e a #unica #forma #da #gente #mexer e mobilizar com o #lado interno delas.
eu fui para o #japao e eles fizeram isso com a #gente, eu #achei muito, muito #interessante.
561 16 #nesse #sentido e um #pacote #diferente, mas #continua sendo um #pacote. na #medida em-
que voce nao #quebra a estrutura #hierarquica, voce nao tem como ir #modificando e criando
realmente um #modelo #diferente.
560 14 O que a #gente implantou aqui saiu #da cabeca #dos #profissionais, #da #mesma #maneira
que o trabalho na maternidade_a saiu #unica e exclusivamente #da cabeca #dos #profissionais. entao,
#nesse #sentido, e um #pacote, nao e um #modelo que foi #construido em #conjunto com os usuarios,
pelo #contrario, mais #uma vez a #gente #assume que nos #sabemos mais-do-que eles.
205 13 entao o #fato #da #gente ter introduzido a #penumbra e a #musica, #mostra para aquela
#mulher que esse ambiente e dela e isso traz #humanizacao para o #local, porque voce tem que
decidir, ou fala, ou #ouve a #musica.
212 13 #parou com essa #questao #dos #profissionais acharem que e #frescura. A #questao #da
#humanizacao, #da sensibilidade de #cuidar do outro, muitas vezes e interpretada como #frescura ou
como o #pensamento de-que o #profissional e que quer aparecer, quando na verdade, ele esta fazendo
tudo aquilo pelo outro.
236 13 eu #disse para ela: e muito simples, nao tem segredo nenhum, muito pelo #contrario. E ela
#registrou a #posicao #genitopeitoral. entao tem #coisas que sao #interessantes, muitas vezes tem
#uma #resistencia de um #lado e que depois a #pessoa #mesma tem que passar por aquilo para #alterar
o comportamento.
297 13 eu #vejo que tem #uma #questao de poder #profissional muito #grande atras do #nascimento,
e #uma industria. assistir #ao parto e #uma #coisa que #da muito poder para a #gente.
316 13 ate porque a #mulher se #sente mais #segura. E muito #importante ter o #acompanhante.
quanto a assistencia em si, e #positivo que a #enfermeira #obstetra tambem #atende #ao parto.
423 13 E melhor para o medico, nao e melhor para a #mulher, mas a #gente #aprendeu que era o-
melhor para nos e que era o-melhor para ela. quanto #ao #acompanhante, tinha tanta #briga la na
outra maternidade onde eu #aprendi a ser #obstetra com essa #historia de deixar a #familia na
#porta #brigando.
558 13 isso para mim e #uma #coisa que prejudica o trabalho. nao houve um entendimento de #fato,
do #papel de cada-um. na minha #opiniao #pessoal, eu #acho que a #gente tem um #pacote #diferente
#das outras maternidades, mas #continua sendo um #pacote.
Clé sélectionnée : C
410 80 mesmo assim eu ainda #consegui #passar e #vim para a #maternidade_b. eu acabei a minha
#graduacao em 1992 e #abriu o #concurso para #maternidade_b em 1994. na #epoca eu estava na
residencia_ #medica, me #inscrevi, #fiz a #prova e fui #aprovado.
96 66 enquanto isso eu fui #trabalhar no #interior e achei que nunca mais #viria #trabalhar
aqui. do #interior eu pedi demissao e #voltei para #florianopolis. quando eu #cheguei aqui, acho
que eu estava #uns dois #meses sem #trabalhar, eu fui #chamada para #trabalhar no #hospital, mas o
meu #objetivo sempre foi #trabalhar na #maternidade.
1206 66 na verdade, eu ja #conheco a #maternidade_a desde a #faculdade, porque eu sempre #fiz
#estagio aqui, eu ja #conhecia o #servico e #gosto #daqui, entao eu #resolvi fazer a #residencia
#medica aqui.
406 61 quando eu estava #terminando a minha #residencia #medica em #obstetricia e #ginecologia,
a #maternidade_b era um #projeto que estava em andamento desde a #epoca em-que eu era #estudante
universitario.
1 60 eu #trabalho aqui #neste #hospital ha 22 #anos. quando eu #optei por #trabalhar na
#pediatria, ja tinha um #projeto para #abrir a #maternidade, entao eu #optei #pela #pediatria
porque eu sempre #quis #trabalhar na #maternidade.
413 56 nessa #prova da banca a gente #iria sofrer a penalidade de ter a #nota reduzida em 50 por
#cento, mas mesmo assim eu #consegui ser #aprovado. nao, nao teve alguma coisa em #especial que me
#atraiu para #vir #trabalhar nessa #maternidade. eu estava #saindo da #residencia #medica e eu
queria um #emprego, eu precisava de um #emprego.
717 54 eu pretendia ficar aqui no estado, entao #optei #pela #maternidade em-que eu ja tinha
feito #estagios, que eu ja #conhecia como #funcionava o #servico. eu tinha outras #opcoes, mas
#optei por-aqui por ser em #santa #catarina e por ser uma #maternidade de #referencia no estado.
761 54 quando eu era #academica de #medicina, eu #fiz #estagio aqui na #maternidade_a, depois eu
#fiz #residencia aqui tambem, me formei e acabei ficando aqui. eu #escolhi #trabalhar na
#maternidade_a porque no estado so havia #residencia aqui e em #joinville, como eu sou #daqui,
acabei ficando por-aqui, a minha intencao era mesmo ficar em #florianopolis.
407 53 quando #abriu o #concurso, eu me #inscrevi. eu estava fazendo a #residencia ainda e
#passei no #concurso. foram 3 os #medicos #aprovados que eram #residentes e que tiveram a #nota
reduzida na #prova de #entrevista.
543 52 como ele #conhecia o meu perfil de #trabalho, me #convidou para #trabalhar aqui. entao eu
#consegui fazer uma #transferencia do lugar onde eu #trabalhava antes para este #hospital. O que me
#atraiu #especialmente para #vir #trabalhar aqui na #maternidade_b, foi a proposta apresentada pelo
#diretor, de uma #maternidade que havia sido recentemente #inaugurada.
482 50 O segundo #concurso que eu #passei foi quando #abriu a #maternidade, vai fazer 9 #anos,
eu #fiz, #passei e me #chamaram. O que me #atraiu para #trabalhar nessa #maternidade e que eu
#gosto da ideia de #hospital_escola, de #atualizacao, de voce lidar com aluno, eu #gosto de #aula
#pratica, de #ensinar.
825 47 foi por-isso-que eu #resolvi fazer #ginecologia e #obstetricia. eu #vim #trabalhar aqui,
porque aqui e que tinha a #residencia. na #residencia eles me #convidaram para ficar. eu #escolhi a
#maternidade_a, em primeiro lugar, porque so aqui tinha #residencia na #area.
22 46 na #epoca nao existia a #maternidade e eu nem sabia que existia a #possibilidade de ela
#abrir. quando eu ja estava 2 #anos na #clinica #medica, #abriu a #maternidade e surgiu a
#oportunidade de eu #vir para ca.
597 46 quando eu #comecei a #faculdade, o #hospital era so um esqueleto. quando eu #terminei a
#faculdade, ja #funcionava a #clinica #medica, a #pediatria e estava #comecando a #clinica
#cirurgica, entao na #realidade, o #hospital #cresceu comigo.
768 46 depois eu retornei para #trabalhar na #obstetricia, porque esta e uma exigencia do
#servico, que-se #volte a fazer sempre #obstetricia. A #maternidade_a foi onde eu #comecei, e
depois-de ter feito bastante #estagio antes, eu #fiz a #residencia e entao voce #passa a conviver
muito la-dentro e alem disto, sempre foi um #objetivo para mim #voltar para #florianopolis,
966 44 eu #fiz um #estagio aqui no #ano #passado, para ver mais ou menos como era o #servico e
#gostei muito. O nosso #trabalho aqui dentro da #residencia tem diversificado bastante, nos
#trabalhamos com #cirurgia, #ambulatorio e atendemos bastante paciente em situacao de alto #risco.
97 43 no #interior eu #trabalhava em #hospital geral, mas tambem com um enfoque para a
#obstetricia. eu #vim para ca, #trabalhei 3 #anos na #clinica #medica, sempre envolvida com as
questoes de #implantacao da #maternidade.
334 43 na #graduacao, quando a gente #inicia os #estagios curriculares, a gente sempre tem uma
certa #afinidade com alguma #area. umas tem #afinidade com a #pediatria, outras com postos de
saude, com #clinica #medica ou #cirurgica, #uti e eu sempre senti mais #afinidade com a
#obstetricia, com #trabalhar em sala de parto.
1169 42 A #ginecologia e a #obstetricia foram as #areas que eu acabei me #adaptando melhor,
#gostando mais, a gente ve menos doenca. eu #fiz um #ano e dois #meses de #estagio na minha
#cidade, mais ou menos tendo a mesma #funcao que o #residente tem aqui na #maternidade_a, porque la
nao tinha #residencia, era uma assistencia mais de plantao em #obstetricia.
Clé sélectionnée : D
897 47 por-isso, muitas #vezes, a #indicacao para #cesariana e #materna, porque a gente #ve que
a #mae nao #vai #ajudar e nao tem #suporte para ter um #parto_normal. A gente #vai obriga_la a
#parir um #filho por #via #natural, se ela esta se #acabando de tanto berrar, se a gente nao
#consegue nem #fazer uma #episiotomia porque ela esta se batendo na #mesa?
1060 28 isso e bom para a paciente. aqui, ela comeca a #induzir de-manha, a-noite #inteira,
#chega de-manha, o #bebe #sofre e #vai para a #cesariana, porque a #mae esta exausta, nao #consegue
#fazer #forca, esta esgotada, o-que-e compreensivel, as #vezes.
1081 21 sao necessarios 10 #centimetros de #dilatacao para ganhar o #bebe. E esse o
esclarecimento que eu sempre gostei de #dar ali na admissao e ja #preparar a paciente #dizendo: o
teu #bebe passou #do #prazo de #nascer, tu #vais internar hoje para #fazer a #inducao, mas isso
#pode #levar ate 3 #dias, e assim mesmo.
1068 20 ai tem que tem que #dilatar, se nao #dilatar, e porque ha falha de #inducao, nao #dilata
mesmo. porem, as #vezes nao se da a chance #do #colo #dilatar, ele nao e #preparado e ja se comeca
a #inducao, de meia em meia #hora aumenta_se o #soro, para #ver se o #bebe #nasce e as #vezes, o
#colo #do #utero nao esta #preparado ainda.
918 19 eu nao estudei para #ficar #limpando a sala tambem, #ficar #tirando e #colocando a
paciente na #mesa, isso e que #pesa no #final #do #dia e te #deixa #cansada.
39 17 comentares a #evolucao #do trabalho de parto e por-que ela esta #sentindo aquelas #dores,
o-que existe para #aliviar as #dores, como a massagem ou o #banho; e na #hora #do parto orientares
a paciente, #dares todo o #apoio e seguranca para ela e para o #bebe tambem. nao #sei se estou
#conseguindo #explicar #direito, e que a gente #faz, #faz, mas na #hora de definir nao sabe
#direito.
1105 17 no comeco, ate por inseguranca, tu #acabas fazendo, por #ficar #nervosa de #ver a #cabeca
#do #bebe que vem e #vai e nao #nasce, dai tu das a #anestesia e #faz, porque #ajuda um pouco.
440 16 E uma #angustia muito/ maior, porque, #claro que e um processo que #vai #trazer alegria,
mas esse processo de #espera/ ate-a #chegada #do #bebe, e um pouco #angustiante devido a #dor das
#contracoes,
1040 16 O #bebe de #parto_normal #geralmente #respira em seguida, #limpa o pulmao, #sai toda
aquela agua e ja #nasce #respirando melhor. na #cesariana e um pouco mais #dificil, mas em-geral,
eles #nascem bem, nao ha tanta #diferenca assim. logico que em teoria tem #diferenca, mas na
pratica, eu nao vejo tanto.
1076 16 no meio dessa #correria a gente #acaba/ esquecendo. E a gente tem o #costume de #chegar
todo o #dia no box em-que a paciente esta e/ se #apresentar, e #dar uma #explicada: a tua bolsa
estourou, #vai #demorar um pouco, tu estas/ sem #contracao, nos vamos #colocar um #soro, #vai
#demorar.
1180 16 nesses #casos e mais emocionante #fazer o parto, voce #fica mais #feliz, da mais animo de
#fazer um parto as 4h30 da manha. ja #aconteceu de eu #fazer parto de madrugada #cansado, passar o
maior #sofrimento para #ficar acordado, e depois-que o #bebe #nasceu, a #mae #dizer que nao #queria
nem #ve lo.
1213 16 ela nao #ajuda na #hora #do parto e #fica um parto muito #dificil. A gente #vai #ficando
muito ansioso as #vezes, porque esta #vendo que a #mae nao esta #ajudando, a gente nao #pode
#ajudar muito no #final se a #mae nao #ajudar.
506 15 praticamente toda a equipe esta bem coesa quanto a #deixar a mulher ser a artista
principal #do parto, a gente so #pode ajuda_la a #fazer da melhor forma. A gente #ve pela
#experiencia que a gente apenas #ajuda, ela que #vai ter que #parir. ha #maes que #preferem #ficar
na cama, tem muitas que #acabam #chegando no #final #do/ trabalho de parto e nao #querem sair da
cama.
90 14 outro aspecto negativo e que por #ansiedade, as #vezes por #medo, alguns medicos partem
para uma #cesariana sem #esperar a #evolucao #do #parto_normal. tem uns medicos que sao mais
#cautelosos, que #ficam ali acompanhando a #evolucao para saber se realmente tem #condicoes de
#fazer #parto_normal ou #cesariana.
399 14 E a gente #acaba negando isso, porque ela tem #condicoes adequadas de ter o #bebe por
#parto_normal. O melhor termo nao e #forcado, a gente #induz isso, #explicando que so e #feita a
#cesariana se tiver alguma #complicacao com ela ou com o #bebe que nao possibilite #fazer
#parto_normal, #do contrario, #vai ser #parto_ #normal e #pronto.
815 14 #claro que teria que haver restricao de #familiares na #hora #do parto. as #vezes, voce
#deixa o #familiar #ver e depois tem que cuidar dele, seja o #marido ou a #mae que nao #pode #ver
sangue e #acaba desmaiando no local.
1072 14 isso #demora, mas #vai #preparando o #colo #do #utero e isso e muito-bom, porque na #hora
que tu #colocas o #soro, ja ha resposta mais rapidamente. aqui a paciente interna e agora que a
gente esta #conseguindo #colocar o comprimido para #preparar o #colo #do #utero, mas #coloca um so
e dali ha 3 #horas, comeca_se a usar o #soro.
1127 14 para quem esta de-fora #parece muito #simples, #parece que voce abriu e puxou o #bebe ali
de-dentro e ele saiu. E o #parto_normal nao, porque voce #ve a #mae #gritando, #ve a #mae fazendo
#forca, voce na verdade so #ajuda, mas a atuante e a #mae, voce so esta ali cooperando, e na
#cesariana nao.
1214 14 nessas #horas, as #vezes, a gente tem que #fazer aumentar as #contracoes, #colocar mais
ocitocina, #orientar e ate ser um pouco mais #firme com a #mae, porque se tu #falas num #tom ameno,
ela nao #faz, mas se tu #falas com #firmeza para ela #fazer #forca, sim.
Anexo H
Relatório do Alceste Relativo ao Corpus “Relação- Profissional-Parturiente”- Grupo dos
Profissionais de Saúde (versão resumida)
-------------------------------------
* Logiciel ALCESTE (4.5 - 01/10/99) *
-------------------------------------
Plan de l'analyse :prof2.pl ; Date : 5/ 1/**; Heure : 10:18:18
C:\Alceste\&&_0\
prof2.txt
ET 1 1 1 1
A 1 1 1
B 1 1 1
C 1 1 1
D 1 1 1 0 0
A1 1 0 0
A2 3 0
A3 1 1 0
B1 0 4 0 1 1 0 1 1 0
B2 2 2 0 0 0 0 0 0
B3 10 4 1 1 0 0 0 0 0 0
C1 0 121
C2 0 2
C3 0 0 1 1 1 2
D1 0 2 2
D2 0
D3 5 a 2
D4 1 -2 1
D5 0 0
---------------------
A1: Lecture du corpus
---------------------
A12 : Traitement des fins de ligne du corpus :
N° marque de la fin de ligne :
Nombre de lignes étoilées : 20
--------------------------
A2: Calcul du dictionnaire
--------------------------
### Utilisation du dictionnaire initial DICIN ###
Nombre de formes dans DICIN : 2791
Nombre de formes distinctes : 2791
Nombre d'occurrences : 24003
Fréquence moyenne par forme : 9
Nombre de hapax : 1445
Fréquence maximum d'une forme : 1046
73.49% des formes de fréq. < 3 recouvrent 11.99% des occur.;
86.64% des formes de fréq. < 8 recouvrent 20.11% des occur.;
93.55% des formes de fréq. < 19 recouvrent 30.69% des occur.;
96.52% des formes de fréq. < 37 recouvrent 40.09% des occur.;
98.14% des formes de fréq. < 91 recouvrent 50.47% des occur.;
98.82% des formes de fréq. < 170 recouvrent 60.04% des occur.;
99.25% des formes de fréq. < 301 recouvrent 71.12% des occur.;
99.46% des formes de fréq. < 488 recouvrent 80.54% des occur.;
99.61% des formes de fréq. < 941 recouvrent 91.66% des occur.;
99.68% des formes de fréq. < 1046 recouvrent100.00% des occur.;
A34 : Fréquence maximale d'un mot analysé : 3000
Nombre de mots analysés : 1514
Nombre de mots supplémentaires de type "r" : 313
Nombre de mots supplémentaires de type "s" : 28
Nombre d'occurrences retenues : 23933
Moyenne par mot : 12.251780
Nombre d'occurrences analysables (fréq.> 3) : 9447 soit 42.204250%
Nombre d'occurrences supplémentaires : 12937
Nombre d'occurrences hors fenêtre fréquence : 1549
-------------------------------------------
B1: Sélection des uce et calcul des données
-------------------------------------------
B11: Le nom du dossier des résultats est &&_0
B12: Fréquence minimum d'un "mot" analysé : 4
B13: Fréquence maximum d'un "mot" retenu : 9999
B14: Fréquence minimum d'un "mot étoilé" : 1
B15: Code de fin d'U.C.E. : 1
B16: Nombre d'occurrences par U.C.E. : 29
B17: Elimination des U.C.E. de longueur < 0
Fréquence minimum finale d'un "mot" analysé : 4
Fréquence minimum finale d'un "mot étoilé" : 1
Nombre de mots analysés : 468
Nombre de mots supplémentaires de type "r" : 205
Nombre total de mots : 673
Nombre de mots supplémentaires de type "s" : 28
Nombre de lignes de B1_DICB : 701
Nombre d'occurrences analysées : 9447
Nombre d'u.c.i. : 20
Nombre moyen de "mots" analysés / u.c.e. : 16.930110
Nombre d'u.c.e. : 558
Nombre d'u.c.e. sélectionnées : 558
100.00% des u.c.e. sont sélectionnées
Nombre de couples : 18725
--------------------
B2: Calcul de DONN.1
--------------------
Nombre de mots par unité de contexte : 14
Nombre d'unités de contexte : 441
--------------------
B2: Calcul de DONN.2
--------------------
Nombre de mots par unité de contexte : 16
Nombre d'unités de contexte : 391
-----------------------------------------------------
B3: Classification descendante hiérarchique de DONN.1
-----------------------------------------------------
Elimination des mots de fréquence > 3000 et < 4
0 mots éliminés au hasard soit .00 % de la fenêtre
Nombre d'items analysables : 367
Nombre d'unités de contexte : 441
Nombre de "1" : 7699
-----------------------------------------------------
B3: Classification descendante hiérarchique de DONN.2
-----------------------------------------------------
Elimination des mots de fréquence > 3000 et < 4
0 mots éliminés au hasard soit .00 % de la fenêtre
Nombre d'items analysables : 364
Nombre d'unités de contexte : 391
Nombre de "1" : 7546
----------------------------
C1: intersection des classes
----------------------------
Nom du dossier traité C:\Alceste\&&_0\
Suffixe de l'analyse :121
Date de l'analyse : 5/ 1/**
Intersection des classes RCDH1 et RCDH2
Nombre minimum d'uce par classe : 28
DONN.1 Nombre de mots par uc : 14
Nombre d'uc : 441
DONN.2 Nombre de mots par uc : 16
Nombre d'uc : 391
352 u.c.e classées sur 558 soit 63.08 %
Nombre d'u.c.e. distribuées: 428
Tableau croisant les deux partitions :
RCDH1 * RCDH2
classe * 1 2 3
poids * 96 64 268
1 82 * 67 4 11
2 69 * 25 36 8
3 277 * 4 24 249
Tableau des chi2 (signés) :
RCDH1 * RCDH2
classe * 1 2 3
poids * 96 64 268
1 82 * 204 -8 -104
2 69 * 9 89 -91
3 277 * -198 -24 249
Classification Descendante Hiérarchique...
Dendrogramme des classes stables (à partir de B3_rcdh1) :
----|----|----|----|----|----|----|----|----|----|
Cl. 1 ( 67uce) |-------------+
12 |----------------------------------+
Cl. 2 ( 36uce) |-------------+ |
14 +
Cl. 3 ( 249uce) |------------------------------------------------+
Classification Descendante Hiérarchique...
Dendrogramme des classes stables (à partir de B3_rcdh2) :
----|----|----|----|----|----|----|----|----|----|
Cl. 1 ( 67uce) |-------------+
13 |----------------------------------+
Cl. 2 ( 36uce) |-------------+ |
14 +
Cl. 3 ( 249uce) |------------------------------------------------+
----------------------
C2: profil des classes
----------------------
Chi2 minimum pour la sélection d'un mot : 2.00
Nombre de mots (formes réduites) : 673
Nombre de mots analysés : 468
Nombre de mots "hors-corpus" : 28
Nombre de classes : 3
352 u.c.e. classées soit 63.082440%
Nombre de "1" analysés : 5068
Nombre de "1" suppl. ("r") : 5706
Distribution des u.c.e. par classe...
1eme classe : 67. u.c.e. 934. "1" analysés ; 1051. "1" suppl..
2eme classe : 36. u.c.e. 543. "1" analysés ; 565. "1" suppl..
3eme classe : 249. u.c.e. 3591. "1" analysés ; 4090. "1" suppl..
--------------------------
Classe n° 1 => Contexte A
--------------------------
Nombre d'u.c.e. : 67. soit : 19.03 %
Nombre de "uns" (a+r) : 1985. soit : 18.42 %
Nombre de mots analysés par uce : 13.94
num effectifs pourc. chi2 identification
13 7. 7. 100.00 30.38 adiant+
15 3. 4. 75.00 8.22 aguent+
16 13. 19. 68.42 31.79 ajud+
20 9. 12. 75.00 25.25 analgesia
21 2. 4. 50.00 2.52 anestes+
39 2. 3. 66.67 4.45 baixo
40 2. 3. 66.67 4.45 banho
42 3. 7. 42.86 2.63 bat+
43 17. 47. 36.17 10.34 beb+
54 3. 5. 60.00 5.52 calm+
56 2. 4. 50.00 2.52 cam+
65 4. 7. 57.14 6.73 cham+
76 13. 18. 72.22 34.82 comec+
79 6. 6. 100.00 25.96 concentrar+
91 10. 13. 76.92 29.35 contrac+
92 6. 6. 100.00 25.96 control+
93 4. 7. 57.14 6.73 cont+
94 6. 17. 35.29 3.06 convers+
107 4. 7. 57.14 6.73 deitada+
108 9. 23. 39.13 6.45 deix+
109 3. 4. 75.00 8.22 demor+
111 5. 5. 100.00 21.58 descompens+
112 3. 4. 75.00 8.22 descontrol+
113 2. 3. 66.67 4.45 desesperada+
114 7. 8. 87.50 24.90 desesper+
127 3. 6. 50.00 3.80 direito
134 4. 5. 80.00 12.23 doi
135 17. 27. 62.96 36.62 dor+
154 4. 7. 57.14 6.73 escut+
155 3. 4. 75.00 8.22 esperne+
166 2. 3. 66.67 4.45 exercicio+
172 2. 4. 50.00 2.52 expulsivo
177 19. 29. 65.52 44.31 fal+
182 4. 11. 36.36 2.21 fazendo
183 30. 110. 27.27 7.05 faz+
191 17. 58. 29.31 4.76 fic+
197 12. 14. 85.71 42.06 forc+
205 4. 5. 80.00 12.23 fundo
207 35. 128. 27.34 9.01 gente
208 5. 14. 35.71 2.63 geralmente
212 6. 16. 37.50 3.71 gost+
215 19. 25. 76.00 56.67 grit+
217 12. 34. 35.29 6.46 hora+
222 4. 6. 66.67 8.99 ideal
233 2. 3. 66.67 4.45 inteir+
261 2. 3. 66.67 4.45 massagem
269 2. 3. 66.67 4.45 med+
291 8. 15. 53.33 11.96 nasc+
299 3. 7. 42.86 2.63 nome
310 8. 22. 36.36 4.57 orient+
314 42. 170. 24.71 6.86 paciente+
325 6. 11. 54.55 9.29 par+
333 3. 3. 100.00 12.87 perd+
369 4. 4. 100.00 17.21 pux+
386 3. 3. 100.00 12.87 relax+
389 13. 13. 100.00 57.42 respir+
398 12. 41. 29.27 3.15 sab+
400 2. 3. 66.67 4.45 sai+
419 2. 4. 50.00 2.52 sob+
429 14. 48. 29.17 3.70 tent+
458 4. 9. 44.44 3.87 ver
459 22. 78. 28.21 5.47 vez+
466 3. 5. 60.00 5.52 vontade
476 * 6. 14. 42.86 5.37 * 0 estou
477 * 37. 134. 27.61 10.33 * 1 tem
507 * 35. 150. 23.33 3.13 * 4 para
523 * 27. 116. 23.28 2.02 * 5 mas
529 * 22. 88. 25.00 2.71 * 5 porque
532 * 19. 61. 31.15 7.03 * 5 quando
536 * 36. 133. 27.07 8.95 * 5 se
541 * 5. 13. 38.46 3.31 * 6 ai
542 * 2. 4. 50.00 2.52 * 6 alto
549 * 3. 7. 42.86 2.63 * 6 vamos
554 * 6. 17. 35.29 3.06 * 7 algumas
572 * 22. 73. 30.14 7.37 * 7 elas
585 * 7. 15. 46.67 7.76 * 7 la
611 * 8. 24. 33.33 3.42 * 7 pouco
620 * 3. 6. 50.00 3.80 * 7 te
621 * 2. 4. 50.00 2.52 * 7 teu
622 * 2. 3. 66.67 4.45 * 7 ti
639 * 2. 3. 66.67 4.45 * 9 antes
664 * 3. 5. 60.00 5.52 * 9 perto
671 * 16. 54. 29.63 4.65 * M A
674 * 61. 296. 20.61 2.99 * *fun_1
676 * 47. 128. 36.72 40.82 * *ida_1
689 * 2. 4. 50.00 2.52 * *ind_12
690 * 7. 12. 58.33 12.45 * *ind_13
693 * 8. 19. 42.11 6.94 * *ind_16
694 * 8. 17. 47.06 9.10 * *ind_17
695 * 10. 17. 58.82 18.35 * *ind_18
697 * 5. 11. 45.45 5.14 * *ind_20
698 * 54. 174. 31.03 32.15 * *mat_1
Nombre de mots sélectionnés : 92
--------------------------
Classe n° 2 => Contexte B
--------------------------
Nombre d'u.c.e. : 36. soit : 10.23 %
Nombre de "uns" (a+r) : 1108. soit : 10.28 %
Nombre de mots analysés par uce : 15.08
num effectifs pourc. chi2 identification
2 2. 5. 40.00 4.90 abr+
5 2. 4. 50.00 6.97 acat+
11 8. 29. 27.59 10.37 acontec+
43 11. 47. 23.40 10.26 beb+
56 2. 4. 50.00 6.97 cam+
62 2. 3. 66.67 10.50 cavalinho
64 17. 29. 58.62 80.61 cesariana+
68 2. 4. 50.00 6.97 chor+
70 3. 13. 23.08 2.43 claro
71 4. 8. 50.00 14.10 cocoras
74 6. 16. 37.50 13.58 coloc+
80 3. 4. 75.00 18.49 concord+
105 4. 10. 40.00 9.94 decid+
115 3. 3. 100.00 26.56 desist+
130 2. 7. 28.57 2.62 dizendo
131 9. 46. 19.57 5.03 diz+
153 8. 19. 42.11 22.23 escolh+
169 6. 25. 24.00 5.56 explic+
191 9. 58. 15.52 2.12 fic+
207 22. 128. 17.19 10.61 gente
208 7. 14. 50.00 25.12 geralmente
211 2. 3. 66.67 10.50 gest+
217 7. 34. 20.59 4.40 hora+
223 3. 5. 60.00 13.69 ide+
227 2. 6. 33.33 3.55 indic+
236 4. 9. 44.44 11.78 intern+
244 2. 7. 28.57 2.62 lev+
245 2. 3. 66.67 10.50 liber+
252 7. 23. 30.43 10.94 mae+
254 2. 3. 66.67 10.50 mand+
265 2. 6. 33.33 3.55 maximo
273 3. 3. 100.00 26.56 mesa
282 3. 11. 27.27 3.59 mostr+
286 12. 74. 16.22 3.66 mulher+
302 4. 8. 50.00 14.10 obrig+
307 2. 3. 66.67 10.50 opiniao
318 3. 8. 37.50 6.63 particip+
321 15. 107. 14.02 2.41 parto+
322 9. 12. 75.00 56.77 parto_normal
338 4. 4. 100.00 35.51 pern+
343 10. 39. 25.64 11.35 pod+
346 5. 16. 31.25 8.07 posic+
349 6. 18. 33.33 11.03 precis+
350 2. 4. 50.00 6.97 prefer+
351 2. 3. 66.67 10.50 prepar+
357 5. 17. 29.41 7.16 problema+
371 3. 4. 75.00 18.49 querendo
372 9. 54. 16.67 2.88 quer+
374 2. 3. 66.67 10.50 question+
376 4. 8. 50.00 14.10 quiser+
378 2. 6. 33.33 3.55 rapido+
385 2. 3. 66.67 10.50 relatam
394 4. 11. 36.36 8.45 risco+
401 3. 10. 30.00 4.38 sala+
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D1: Tri des uce par classe
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Clé sélectionnée : A
536 30 as #vezes a #paciente esta com o #bebe ali em #baixo para #nascer, falta so ela se
#concentrar para #fazer #forca e a #dor nao #deixa ela pensar, ela #comeca a se contorcer de #dor e
a #gritar.
88 27 eu #oriento para ela #respirar e soltar mais o corpo para nao #sentir tanto as
#contracoes. A gente #tenta #orientar, mas nao a impede de #gritar. nao se #faz nada, apenas
#orientamos para-que ela se #ajude mais. muitas #vezes ela esta #desesperada #gritando e nao ouve
ninguem, nao #respira #direito, #fica gemendo e na #hora da #contracao, o #ideal e que ela
#respire.
328 23 se a #paciente quiser #ficar la #deitada, #parada, sem se #ajudar, vai #demorar e nos
temos que #ver, durante essa #demora, como esta o #bebe, ele tem que #nascer bem.
441 21 eu #falo para elas: #respira, coloca o #ar para-dentro, tu precisas disso, #sente o teu
#ar entrando. elas #respiram e entao #comecam a se #conter. quando elas #comecam a #gritar muito eu
ja nao #gosto, eu nao demonstro que eu nao #gosto, mas eu explico: se #gritar, #sai a #dor, mas
#tenta #controlar, se #concentrar.
538 20 as #vezes, quando a #paciente se excede, a gente tem que #tentar #controlar. de um modo
geral, quando a #paciente esta se alterando muito, a gente #fala: a gente #sabe que esta doendo,
isso aqui e parto_normal, #doi, todas as #pacientes vao passar por essa #fase, e a #fase dolorosa,
mas voce tem que #tentar manter o #controle, tem que #respirar, se #ajudar e #ajudar o #bebe, nao
#adianta #ficar se contorcendo,
294 17 por-isso a #analgesia e importante, porque se fosse com #analgesia, ela iria #ficar
#deitada, sem #dor. so que com a #analgesia a #paciente tambem tem que ter consciencia que ela tem
que #ajudar, ela tem que #fazer #forca.
554 17 sem #respirar e a gente nao quer isso. A gente tem que #fazer com-que o #bebe #nasca bem,
entao a gente #tenta #orientar para #respirar, se #concentrar e/ #fazer #forca e geralmente
#conversando, elas seguem muito bem.
319 16 as #vezes acontece de ter 5, 6, 7 #pacientes e elas #deixam o acompanhante #desesperado e
um vai passando o #desespero para o outro. A gente #tenta #conversar, diz para a #paciente
#respirar #fundo, #relaxar, que a #contracao #doi, mas vai embora, tenta_se tranquiliza_la.
296 15 algumas #pacientes nao entendem. A gente explica que tem que #fazer a #forca no momento
certo, ela que tem que #ajudar o #bebe a #nascer. hoje em dia, como aqui nao tem #analgesia, as
#vezes as #pacientes se #descontrolam porque as #vezes a #dor e muito grande. A gente entende tudo
isso, so que tudo #faz parte e ela tem que-se #controlar.
481 14 la na/ maternidade_b, eu tive a experiencia de #fazer de menos, de #deixar a natureza
agir, de a/ #paciente #fazer so o-que tiver #vontade de #fazer e o #bebe #demorou demais para
#nascer.
511 14 tem aquelas #pacientes que tem #dor, mas #escutam voce #falar.
97 13 mas essas que #descompensam, que #xingam as #vezes, a gente #tenta tranquiliza_las. nao
#adianta tu falares durante a #contracao, elas nao #escutam nem assimilam nada. entao a gente #faz
#massagem nas costas usando um massageador, as #estimula a ir para o #banho para #relaxar um pouco,
a gente #conversa com o obstetra para #dar uma medicacao para #dar uma #relaxada.
480 13 mas as #vezes na #hora da #dor, elas se/ #desesperam. quando esta no #periodo #expulsivo,
deve doer mais ainda e a gente #fica la/ #puxando elas para o planeta terra, pedindo para se
#concentrar e #fazer #forca.
321 11 tem umas que-se #desesperam e #comecam a #bater na divisoria que a separa da cama da
outra #paciente. entao a gente #tenta acalma_la. as #vezes, a gente #conversa com o #anestesista e
se esta #calmo o plantao, essas que estao muito #desesperadas, sobem para #fazer a #analgesia.
452 11 #falar para pensar/ positivo, para #contar ate 30 que vai passar, para #respirar #fundo
na #contracao. eu #fico la/ #respirando junto, porque o-que elas aprenderam a #fazer, foi a
#respiracao de cachorrinho.
539 11 #esperneando, batendo, dando soco no marido ao inves de se #ajudar. A gente tem que
#falar um pouco mais serio, mas nao #falar para #parar de #gritar, porque a gente #sabe que e
doloroso.
27 10 isso #ajuda porque a #analgesia tira a #dor. as #vezes a gente #consegue #acalmar a
#paciente sem a #necessidade de #analgesia, so com #banho, com a #massagem, estando perto, com o
toque.
504 10 elas #comecam a #bater na #parede do lado e como esta #parede e a mesma #parede da outra
#paciente, esta #fica apavorada, ai eu #falo: olha, #tenta te #controlar um pouco porque tem uma
#paciente do outro lado e ela esta #ficando #desesperada.
555 10 tem umas que estao/ #desesperadas, e nao estao preparadas, nao querem o parto, e
realmente, o-que tu falares, nao/ vai #adiantar. as #vezes e dificil, mas geralmente tu #falas uma
#vez: o linda, vamos #respirar, se/ #concentrar, o teu #bebe esta vindo, esta #nascendo, ja da para
#ver o cabelo.
Clé sélectionnée : B
163 35 entao #acontece de a #gente #dizer que #vai #induzir e a #mulher estar #querendo uma
#cesariana, nao #querer o #parto_normal, mas a #gente sempre expoe: tu nao es #obrigada, #claro que
nao, mas aqui e um hospital_escola, a #gente faz assim porque sabe que e o-melhor #caminho, se tu
nao #quiseres, tu nao #vais #internar.
527 25 como o #risco quatro vezes maior/ de #morte #materna. #geralmente a #gente tenta
#explicar que a #cesariana nao e uma #maravilha. A #gente tenta #colocar tudo-bem #explicado e
fazer a #mae #participar, perguntar se ela nao #concorda, o-que ela acha.
463 23 la na #maternidade_b, a #gente tinha #duas #mesas de #parto e a paciente #podia #escolher
qual ela #queria, mas aqui, as nossas #duas #mesas sao iguais. A #gente #mostra a #sala de #parto,
#diz que e ali que o bebe #vai nascer, #mostra o berco. A #episiotomia a #gente #decide na hora,
#geralmente elas nao #escolhem.
106 21 algumas #acatam e #relatam que foi bom. tem umas que #internaram #querendo #parto_normal
tradicional com a #perneira, mas chegam aqui e a #gente #mostra as #mesas para ela, #mostra a
#posicao, a facilidade que tem, tem algumas que ficam todas tortas e da aquele desespero todo;
425 20 A #gente #diz: #senta no #cavalinho, #vai ser mais #rapido. mas se a paciente #diz que
nao #quer, a #gente nao #vai ser contra. se a paciente nao #quer ser #colocada no #soro, a #gente
#diz a realidade, o-que #pode #acontecer se ela ficar muito mais tempo ali, que a dor #vai ser a
mesma se ela #tiver um trabalho de #parto espontaneo,
105 17 A #gente #vai para a #sala de #parto, #mostra a #mesa de #parto e a #gente mesmo #sobe
nas #mesas e #mostra a #posicao que da para ficar. eu #mostro a #posicao de #cocoras, a #posicao
horizontal, como elas #podem se segurar. A #gente #meio que acaba conduzindo na #escolha das #salas
e da #mesa.
94 16 algumas #mulheres #internam para ter o bebe, ja com uma #ideia fixa de fazer #cesariana,
elas nao se #prepararam durante a #gestacao para ter #parto_normal, ou escutaram de alguem que
#parto_normal e horrivel, que doi e estraga tudo, muitas #relatam isso.
462 15 O acompanhante e a #mae quem #escolhe. A #gente da tambem a opcao de #escolher a #posicao
em-que ela #quer ficar antes do #parto, a #gente #explica que ela #pode ficar na #bola, que tem o
#cavalinho, tem o banquinho para ela ficar acocorada, que ela #pode #caminhar.
157 14 A #gente #vai expor, e assim-que #funciona aqui, se a #mulher nao/ #concorda, ela tem
toda a #liberdade de #dizer nao, o porque e ate #ir embora. essa #liberdade e/ explicita ate no
documento. sempre e uma decisao conjunta, apesar da #mulher saber que/ ela #pode #desistir, nunca
nenhuma #desistiu.
528 14 #geralmente elas #escolhem o-que-e melhor para o bebe, elas #concordam com a #gente que e
a melhor decisao, mas a #gente #coloca a paciente para opinar e #decidir junto.
155 13 tanto e assim-que aquele protocolo que a #mulher assina autorizando a inducao/ de #parto,
e bem #claro, a qualquer momento ela #pode #desistir, ela nao esta amarrada na/ #cama, se ela
#quiser #mudar de #ideia e #ir embora, ela tem toda a #liberdade,
461 13 A #gente #explica mais ou menos, #diz que #vai ser #feita uma lavagem para na hora que o
bebe nascer ela nao ficar com vergonha, mas que-se ela nao #quiser, nao #precisa.
161 12 como ela esta #participando de todas aquelas horas, de toda a sequencia, ela tambem #vai
entender porque de uma hora para outra a #gente foi #obrigado a #desistir e #ir para uma
#cesariana.
162 12 as vezes #acontece o contrario, a #gente #diz que #vai #precisar de uma #cesariana e elas
#choram porque estavam #querendo #parto_normal. de-vez-em-quando, a #gente #precisa ser radical e
#dizer: #precisa fazer #cesariana por causa disso. A #mulher #vai saber porque, mesmo-que a
principio ela nao tenha gostado da decisao.
361 12 se ela ja tem algum #problema decorrente da #gestacao e #precisar de uma #cesariana, ela
ja #vem com #indicacao e ai #vai ser feito uma #cesariana. mas se ela nao tem #problema algum, #vai
ser tentado o #parto_normal. eu sempre oriento #ao #maximo. as pacientes do #sus tem um #problema
porque elas #geralmente nao #podem #escolher muita coisa.
37 11 eu deixo a #mulher a-vontade, mas a #gente tem que ver a seguranca dela. ja #teve #mulher
aqui que-nem #abriu as #pernas, #ao inves de ficar de #cocoras, #colocava o pe atravessado.
130 11 quando tu #vais #dizer para eles: eu tenho que fazer uma #cesariana. A #mulher as vezes
#chora porque ela nao #queria, mas o #familiar #diz: mas vamos fazer isso, tu estas/ ouvindo o-que
ele esta #dizendo? nao vamos #colocar em #risco o bebe, e melhor assim, quem sabe no #proximo tu
#vais ter #parto_normal.
158 11 O #maximo que #pode #acontecer, por exemplo, sao situacoes em-que a paciente ja #teve uma
#cesariana e as vezes ela fica #questionando se #vai dar certo, por-que nao operam de-novo, se nao
#vai #precisar de uma #cesariana.
30 10 as #mulheres nao tem o direito de optar se sera #cesariana ou parto_ normal, mas se e
#parto de #cocoras ou na #posicao horizontal, sim, assim-como tambem qual a #sala de #parto que ela
#prefere.
Clé sélectionnée : C
326 24 ninguem consegue ser 100 porcento, mas na grande #maioria #das vezes, eu #tenho #uma #boa
#relacao com #as pacientes. quanto a #envolver #as #parturientes #nas #decisoes nao #emergenciais
sobre o seu parto, talvez ai eu #tenha um pouco da atitude #medica.
383 23 quanto a #envolver #as #parturientes #nas #decisoes nao #emergenciais sobre o seu parto,
sim, nos deixamos essas #decisoes a cargo #das pacientes, a nao ser quando nos #achamos que e
extremamente #importante ela agir #diferente.
531 20 eu #acho que eu #costumo deixar #as pacientes a-vontade para expressar o-que estao
#sentindo na hora #do parto. de um #modo #geral, eu tento, na #medida #do #possivel, #brincar e
fazer com-que a nossa #relacao #seja #uma #relacao de #maior #intimidade.
518 19 faz_se tudo como tem que ser #feito, mas de um #modo mais #formal. de um #modo #geral
sim, eu #costumo #envolver #as pacientes #nas #decisoes nao #emergenciais sobre o seu parto.
6 17 para-que esse momento #seja menos traumatico. sim, eu #costumo #envolver a mulher #nas
#decisoes nao #emergenciais sobre o seu parto. eu #tenho presenciado #situacoes muito ricas e ate
gratificantes. eu #acho que quando a mulher esta bem orientada e tem conviccao de-que ela e o
sujeito #do #processo, ela se faz #respeitar, ela impoe #as suas #decisoes e a-vontade dela e
#respeitada.
414 17 entao eu #considero a minha #relacao #medico_paciente, bem assistida dentro #do
#possivel, #as vezes a gente sabe disso porque elas dizem o-que #acharam. outras vezes nao, #as
vezes a gente #acha que esta bom e nao esta, #as vezes a gente #acha que nao esta e esta, mas eu
#acho que eu #tenho #uma #boa #relacao, nao so com #as #parturientes, mas de um #modo #geral.
512 14 A minha #relacao com #as #parturientes, de um #modo #geral, e #boa. eu converso bastante,
no final eu ja #conheco bastante algumas, isso quando voce tem #tempo de conversar.
41 13 eu #acho que a minha #relacao com #as #parturientes sempre e #boa, eu gosto. ha #umas
#relacoes que sao mais intensas, outras menos. eu #acho que #numa #relacao, sempre tem a #questao
da afinidade #pessoal e isso tambem se #passa aqui dentro da #maternidade. eu #acho que tem tambem
a #questao da agitacao interna que a gente tem aqui dentro.
417 13 aqui nao, de um #modo #geral, tem #uma #assistencia. eu, particularmente, #tenho #uma
#boa #relacao com #as pacientes. O que eu #acho que e #uma #boa #assistencia #aliviar a ansiedade e
a #tensao, #aliviando tambem a dor.
303 12 ninguem proibe ninguem de gritar, pode gritar, pode fazer o-que quiser, #respeitando #os
outros que estao la a atendendo. quanto a #envolver a #parturiente #nas #decisoes nao #emergenciais
sobre o seu parto, eu #costumo falar: o parto e assim, tu vais ter que fazer um #enema e #uma
#tricotomia.
50 11 eu converso com elas, #as vezes eu nao reconheco porque a mulher fica tao #diferente,
quando ela #chega aqui esta muito inchada. elas chamam: o #enfermeira joana. #dai eu ja digo: ah, e
#do #hospital, nao e? ai eu converso e tal. isso sao #exemplos em-que-se ve que-se tem #uma #boa
#relacao com #as #pessoas.
259 11 toda essa nova visao que a gente defende, #dessas #condutas que fazem com-que o trabalho
de parto #tenha #uma harmonia #maior, esbarra em alguns #costumes e dogmas. E isso e um pouco
#dificil de quebrar, #principalmente em #pessoas que estao acostumadas com certas #condutas. eu
#acho que a gente tem que conseguir isso com um pouco de paciencia, como por #exemplo, nos estamos
fazendo aqui na #maternidade.
345 11 eu sempre tento #manter #uma #relacao a mais descontraida #possivel com a paciente,
#principalmente aqui na #emergencia, que e aonde a gente pega #as #gestantes que a gente nao
#conhece.
542 10 eu nunca tive problemas na minha #relacao com #as #parturientes. #uma #boa #relacao eu
#acho que e explicar tudo para a paciente, e muito #importante ela #entender o-que esta sendo
#feito, eu #acho que aqui todo mundo tem este #costume.
187 9 para mim, isso e o #fundamental. eu #costumo #envolver #as mulheres #nas #decisoes nao
#emergenciais sobre o seu parto o #tempo inteiro. por #exemplo, eu estou desde #das 9 horas da
manha, acompanhando #uma cliente minha la #do #consultorio que estourou a #bolsa e hoje,
particularmente, eu nao #tenho como #sair #daqui.
530 9 em primeiro #lugar esta a #vida da paciente, se vai de #encontro a #vida #do bebe ou
dela, nao tem como, a gente tem que fazer. mas de um #modo #geral, quando sao #decisoes nao
#emergenciais, a gente coloca a paciente a par e tambem #nas #decisoes #emergenciais, na #medida
#do #possivel, pois #as vezes e tudo na correria.
234 8 com #as pacientes que a gente esta atendendo no #plantao, eu #procuro ter um bom
#relacionamento, eu #costumo #brincar, #chegar e conversar com elas. eu #acho que o humor, na
#medida certa e no momento certo, e #importante, desde-que #tomando alguns cuidados.
324 8 eu #acho que eu #tenho conseguido ter #uma #boa #relacao com #as pacientes, nao 100
porcento, porque isso a gente nao escolhe. na #relacao #medico_paciente, e o paciente que escolhe
como vai ser a #relacao, o #medico tambem, e muito o olhar.
47 7 se eu me afasto para/ #tomar um cafe, em seguida eles ja chamam. tudo isso sao dicas de-
que a interacao e #boa. por #exemplo, mesmo-que ainda #as #pessoas aqui dentro #considerem #uma
bobagem, toda vez que eu atendo um nascimento, eu sempre #faco #questao de dizer para a mulher que
eu sou #enfermeira,
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