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HAÍS DA
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OSTA
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UENO
TÉCNICA DE VIBRAÇÃO DE LÍNGUA: ASPECTOS DO
APRENDIZADO, DOS EFEITOS ACÚSTICOS E DAS
IMAGENS DO TRATO VOCAL E DA FACE
M
ESTRADO EM
F
ONOAUDIOLOGIA
PUC - SP
2006
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T
HAÍS DA
C
OSTA
B
UENO
TÉCNICA DE VIBRAÇÃO DE LÍNGUA: ASPECTOS DO
APRENDIZADO, DOS EFEITOS ACÚSTICOS E DAS
IMAGENS DO TRATO VOCAL E DA FACE
Dissertação apresentada à Banca Examinadora da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como
exigência parcial para obtenção do título de Mestre em
Fonoaudiologia, sob orientação da Profª Drª Marta
Assumpção de Andrada e Silva.
PUC - SP
2006
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S
UMÁRIO
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE GRÁFICOS _____________________________________________ v
LISTA DE QUADROS _____________________________________________vii
LISTA DE TABELAS ______________________________________________ix
LISTA DE FIGURAS______________________________________________ xv
1. INTRODUÇÃO ________________________________________________02
1.1. Objetivo __________________________________________________05
2. REVISÃO DE LITERATURA______________________________________06
2.1. A formação clínico-terapêutica em Fonoaudiologia _________________07
2.2. As Técnicas na Clínica da Voz_________________________________10
2.3. A Técnica de Vibração de Língua ______________________________25
3. CONSIDERAÇÕES GERAIS _____________________________________39
3.1. O Trato Vocal ______________________________________________40
3.2. Recursos Diagnósticos ______________________________________44
4. MÉTODOS ___________________________________________________47
4.1. Seleção dos Sujeitos ________________________________________48
4.2. Procedimentos _____________________________________________49
4.3. Análise dos Dados __________________________________________54
4.4. Análise dos Resultados ______________________________________55
5. RESULTADOS ________________________________________________57
6. DISCUSSÃO __________________________________________________92
7. CONCLUSÃO ________________________________________________117
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _______________________________120
9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA __________________________________128
ANEXOS
APÊNDICE
D
EDICATÓRIA
Aos meus pais Milton e Cleusa
e aos meus irmãos Denise e René.
Por me ensinarem o verdadeiro conceito das palavras amor e união.
Vocês são o meu alicerce, o alimento para o meu corpo e para minha alma.
A
GRADECIMENTOS
À orientadora Profª. Drª Marta Assumpção de Andrada e Silva, pelas suas
atenciosas e briguentas orientações. Pelas discussões, leituras e
questionamentos atentos no decorrer deste trabalho. Por se preocupar com a
ciência, mas também com o ser humano. Viva as diferenças!!
À Profª. Drª. Léslie Piccolotto Ferreira, por nos colocar no colo e nos acalmar
com uma voz tão serena. Pelo bom humor de sempre. Pelo incentivo e
comprometimento com a Fonoaudiologia.
Ao Prof. Dr. André Duprat, pela leitura atenta do trabalho e pelo envolvimento
constante com a Fonoaudiologia.
À Profª Drª Cláudia Alessandra Eckley, por me ensinar, na prática, a exercer
o respeito de forma tão natural. Pelas contribuições valiosas e acalentadoras
durante a qualificação. Eu te admiro muito.
Ao Prof. Dr. Osmar de Mesquita Neto, por se dedicar o prontamente com
este trabalho. Pela realização de todos os exames. Obrigada pela
tranqüilidade, serenidade e disponibilidade nos momentos de maior desespero.
Ao Prof. Dr.
Henrique Olavo de Olival Costa, pelo incentivo e pelas
contribuições à essa pesquisa.
Ao estatístico Euro de Barros Couto Júnior. Sem dúvida nenhuma, você é o
pai dessa pesquisa.
À melhor família que eu poderia ter: Papito (Milton), Mamica (Cleusa), Dan
Dan (Denise) e René. Eu amo vocês. Ao meu cunhado Deivide que me adotou
(quero dizer, agüentou) nessa fase final. Muito obrigada. Aos meus sobrinhos
Lucas e Anna Clara por cada sorriso iluminado. À minha filhinha Keka por ser
tão companheira e fiel.
Aos amigos do mestrado. Nós sofremos muito e rimos de nós mesmos. Só pela
convivência com vocês valeu muito à pena. Um agradecimento especial às
amigas Ju Passos, Valdete Chiquita, Alohita e Dani Calil por tanta
cumplicidade e carinho. Vocês são demais!!
Às amigas da Ford: Valdete, Tatiana, Silvia, Sandra, Marisa e Daniele. Pelas
minhas ausências: desculpas. Pelo envolvimento, torcida, colo e carinho de
cada uma: o meu “muito obrigada”. Tenho orgulho de fazer parte dessa família.
Aos amigos da Ford que torceram e acompanharam dia a dia a conclusão
desse trabalho. Obrigada ao Marcelo, Wagner, Rosana e todo o time do
Departamento Médico. Obrigada, também, pelo apoio dos amigos Denise e
Agnaldo pelas palavras certas nas horas certas.
Ao novo amigo Marcos. Obrigada por todos os puxões de orelha... eles foram
importantes para o meu crescimento. Obrigada pelas edições em áudio e por
todas as indicações (gráficas, copiadoras, lojas) e, sobretudo, pelo apoio nos
momentos de desespero. Eu resolvi!!
Às amigas Thaís Paraízo (Tiru Liru) e Reny Medrado por me ensinarem o
conceito de amizade todos os dias. Pelo auxílio na análise acústica. Por
enxugarem minhas lágrimas com tanta sabedoria.
Aos juízes (fonoaudiólogos e otorrinolaringologistas) pela contribuição a esta
pesquisa.
Ao Mel por acreditar sempre em mim e "plantar a semente" do mestrado. Essa
vitória também é sua. À toda sua família por me incentivar sempre, mas
principalmente por respeitar, de forma tão bela, as minhas decisões.
Ao bibliotecário João. Sem palavras para a sua disponibilidade com meu
trabalho.
À secretária Marli por ser o anjo da guarda dos alunos do Pós-graduação.
À Jane, por sempre ter um sorriso salvador e uma palavra amiga nos
momentos de desespero.
À CAPES, pela bolsa concedida.
À Artegráfica e ao Samir por completarem a edição em vídeo e áudio.
Aos sujeitos dessa pesquisa, por se disponibilizarem, em horários bem
peculiares, a participar deste trabalho.
R
ESUMO
As técnicas vocais são recursos utilizados pelo fonoaudiólogo em sua prática clínica, a
fim de eliminar ou amenizar uma queixa vocal. A vibração de língua é uma das técnicas
mais utilizadas na clínica da voz e por ser dita universal, o emprego da técnica pode
ocorrer de forma indiscriminada, ou seja, nem sempre bem aplicada pelo profissional ou
devidamente executada pelo paciente. O objetivo da pesquisa é analisar a técnica de
vibração de língua, sob os aspectos do seu aprendizado, da imagem do trato vocal, dos
efeitos acústicos por meio da avaliação perceptivo-auditiva e da análise acústica e
da imagem postural e da face do fonoaudiólogo durante a realização da técnica. No
método foram selecionados 20 fonoaudiólogos do sexo feminino, atuantes na área de
voz, com no mínimo cinco anos de experiência clínica, sem queixas ou alterações
vocais que se dispuseram a participar dessa pesquisa. A participação constou do
preenchimento de dois protocolos, sendo um sobre sua formação profissional e outro
sobre o aprendizado da técnica de vibração de língua. Após essa etapa, os sujeitos
tiveram suas vozes gravadas antes e depois de realizar um minuto e meio da técnica em
tom habitual de fala. Essa gravação constou da emissão da data de realização do
exame, duas vogais sustentadas /a/ e /é/, dias da semana e frase do protocolo CAPE-V
“Minha mãe namorou um anjo”. Em seguida foram encaminhados para a realização de
exame nasofibrolaringoscópico no qual as estruturas do trato vocal foram visualizadas
enquanto a técnica foi realizada durante um minuto e meio. Ao mesmo tempo em que as
estruturas do trato eram filmadas, uma câmera de vídeo foi posicionada na frente dos
sujeitos a fim de observar a face e a postura de cabeça dos mesmos. As gravações de
áudio e das imagens foram analisadas por juízes e foi feita a análise estatística. Os
resultados apontaram que o fonoaudiólogo que atua na área de voz mantém um
aprendizado continuado, ou seja, realiza cursos de aprimoramento, especialização,
mestrado e doutorado. Sobre o aprendizado da técnica, verificamos que o fonoaudiólogo
aprende a realizar a técnica na Faculdade e afirma possuir domínio sobre a mesma
quando os pacientes começam a apresentar resultados positivos. A maioria dos
fonoaudiólogos acredita que a mobilização da onda mucosa e a melhora da coaptação
glótica representam a finalidade da técnica. O fonoaudiólogo aplica a técnica
principalmente quando nódulos vocais, demonstrando que a aplicação da técnica
ainda se pelo diagnóstico médico e não pelas características vocais do paciente.
Sobre os achados da avaliação perceptivo-auditiva verificamos que a vibração de
língua, quando realizada no tom habitual da fala não altera o pitch. O ataque vocal
apresentou maior suavidade e a qualidade vocal piorou em alguns casos, em função do
aumento do muco causado pela introdução do fibroscópio flexível. O trato vocal
comportou-se, durante a técnica, com constrição de faringe, principalmente no sentido
ântero-posterior. Não houve ampliação da faringe, medialização das pregas vestibulares
ou vibração das mesmas. No entanto houve vibração de todo arcabouço laríngeo, com
abaixamento da laringe em alguns sujeitos, devido à variação discreta do tom utilizado
durante a realização da técnica. As pregas vocais nem sempre foram visualizadas
devido à constrição supraglótica. Porém, na maioria dos sujeitos (11), foi possível
visualizar fechamento glótico incompleto. Não houve, neste estudo, interferência da
mudança da postura de cabeça e das modificações da face nas estruturas do trato
vocal. A análise acústica mostrou que a freqüência fundamental não se modificou após
a realização da técnica de vibração de língua, em 11 sujeitos. Houve aumento dos
harmônicos e melhora significativa do traçado espectrográfico. Concluímos que os
achados dessa pesquisa diferem dos achados de literatura no que se refere ao
comportamento do trato vocal durante a realização da técnica, principalmente no que se
refere ao fechamento glótico. No entanto, os achados da avaliação perceptivo-auditiva e
da análise acústica indicam resultados semelhantes, principalmente na melhora da
relação harmônico-ruído.
S
UMÁRIO
Voice therapy techniques are used by voice clinics so as to soothe or eliminate vocal
complaints. The voiced tongue vibration technique is one of the most used techniques in
the voice clinic. Therefore, it is considered a universal technique. However this technique
can be not so accurately applied and/or performed by the patient at times. The purpose
of this study was to analyze the voiced tongue vibration technique of 20 female speech
pathologist with a minimum 5 year voice clinic practice with no vocal complaint or voice
disorder. The following parameters were analyzed: (1) clinical practice; (2) vocal tract
visual image (postural, facial, and vocal tract structures images during 1minute and half
of voiced tongue vibration technique); (3) acoustics outcomes (perceptual and acoustic
analysis). The subjects answered 2 different protocols, one regarding professional
experience and the other one about specific learning on the voiced tongue vibration
technique. Digital recording was performed on the subjects prior to and following 1
minute and half of voiced tongue vibration technique in the speaking fundamental
frequency during the fiber optic videolaringoscopy recording. The recording material
consisted of: date, sustained vowel /a/ and /e/, days of the week and a sentence from
CAPE-V translated phonetically into Portuguese - “Minha mãe namorou um anjo”. In the
same time it was videotaped the posture and faces of the subjects during the technique
performance. The study data was analyzed by trained listeners. The data underwent
statistic analyses. The results showed that SLP specialized in the voice area tend to
have a continuous improvement on the voiced tongue vibration technique through
specialization courses, masters, and PhDs. The results also indicated that the SLP first
learn the technique in college and that they only affirm to have absolute control on the
technique when the patients start to show voice improvement. Most of the SLP believe
that the main goal of the technique is to enhance mucosal wave and improve glotic
closure. Most SLP select the technique for nodule treatment which can show that the
technique selection is still based on the ENT diagnosis and not on the vocal features.
The use of voiced tongue vibration technique in speaking fundamental frequency
presented no impact on pitch. Results also showed that after the technique performance
hard glottal attack was milder and voice quality got worse in some cases, maybe due to
mucus enhance caused by the fiber optic laryngoscopy examination. The vocal tract
presented anterior-posterior pharyngeal constriction during technique. There was no
amplification of the pharynx nor vestibular vocal folds medialization or vibration.
Nevertheless, results indicated a whole vibration of the larynx box and lowering of the
larynx in some of the subjects, maybe due to a subtle change on the fundamental
frequency during the technique. Vocal folds were rarely visualized during the technique
due to supraglottic constriction. However 11 subjects presented incomplete vocal fold
closure. There is no relation between head/neck/face posture change and the vocal tract
behavior. The acoustic analysis showed no change in the fundamental frequency after
the technique performance (11 subjects). Data showed that there was enhancement of
harmonics and significant improvement on the spectrographic trace. Regarding vocal
tract behavior, more specifically to glottic closure, the study concluded that the findings of
this research differ from the literature. However the perceptual and acoustic analysis
indicated similar results with the literature specially related to noise-to-harmonic ratio.
v
L
ISTA DE
G
RÁFICOS
vi
L
ISTA DE
G
RÁFICOS
Gráfico 1. Distribuição dos sujeitos por tempo de formação acadêmica em
Fonoaudiologia ____________________________________________________ 59
Gráfico 2. Distribuição dos sujeitos quanto à formação profissional, no que se refere
à realização de Cursos de Aprimoramento, Especialização, Mestrado e Doutorado
_________________________________________________________________ 59
Gráfico 3. Distribuição dos sujeitos segundo a variação da quantidade de
harmônicos no traçado espectrográfico, durante a emissão da frase “Minha e
namorou um anjo” no momento pós - vibração de língua ____________________ 71
Gráfico 4. Distribuição dos sujeitos segundo a qualidade dos harmônicos no traçado
espectrográfico, durante a emissão da frase “Minha mãe namorou um anjo” no
momento pós - vibração de língua ______________________________________71
vii
L
ISTA DE
Q
UADROS
viii
L
ISTA DE
Q
UADROS
Quadro 1. Apresentação das respostas sobre utilização da técnica de vibração de
língua, segundo a opinião dos 20 fonoaudiólogos sujeitos da pesquisa _________ 60
Quadro 2. Apresentação das respostas sobre as estruturas envolvidas na técnica de
vibração de língua, segundo a opinião dos 20 fonoaudiólogos sujeitos da pesquisa
_________________________________________________________________ 61
Quadro 3. Apresentação das respostas sobre as variações na forma de realizar a
técnica de vibração de língua, segundo a opinião dos 20 fonoaudiólogos sujeitos da
pesquisa _________________________________________________________ 62
Quadro 4. Apresentação das respostas sobre a forma de aprendizado da técnica de
vibração de língua, segundo a opinião dos 20 fonoaudiólogos sujeitos da pesquisa
_________________________________________________________________ 63
Quadro 5. Apresentação das respostas sobre a forma de aprendizado da técnica de
vibração de língua, segundo a opinião dos 20 fonoaudiólogos sujeitos da pesquisa
_________________________________________________________________ 63
Quadro 6. Apresentação das respostas sobre os casos em que se aplica a técnica
de vibração de língua, segundo a opinião dos 20 fonoaudiólogos sujeitos da
pesquisa _________________________________________________________ 64
ix
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ISTA DE
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ABELAS
x
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ISTA DE
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ABELAS
Tabela 1. Comparação numérica (freqüência) e percentual da avaliação perceptivo-
auditiva, segundo o consenso dos juízes fonoaudiólogos, do parâmetro loudness nos
momentos pré e s realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos
_________________________________________________________________ 65
Tabela 2. Comparação numérica (freqüência) e percentual da avaliação perceptivo-
auditiva, segundo o consenso dos juízes fonoaudiólogos, do parâmetro pitch nos
momentos pré e s realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos
_________________________________________________________________ 65
Tabela 3. Comparação numérica (freqüência) e percentual da avaliação perceptivo-
auditiva, segundo o consenso dos juízes fonoaudiólogos, do parâmetro qualidade
vocal nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de língua em 20
sujeitos __________________________________________________________ 65
Tabela 4. Comparação numérica (freqüência) e percentual da avaliação perceptivo-
auditiva, segundo o consenso dos juízes fonoaudiólogos, do parâmetro ataque vocal
nos momentos pe pós realização da cnica de vibração de língua em 20 sujeitos
_________________________________________________________________ 65
Tabela 5. Comparação numérica (freqüência) e percentual do parâmetro tempo
máximo de fonação (TMF) da vogal /a/ nos momentos p e pós realização da
técnica de vibração de língu___________________________________________ 66
Tabela 6. Comparação numérica (freqüência) e percentual do parâmetro tempo
máximo de fonação (TMF) da vogal /é/ nos momentos p e pós realização da
técnica de vibração de língua em 20 sujeitos _____________________________ 66
Tabela 7. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da constrição de faringe
durante a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com
a avaliação da imagem do trato vocal, segundo o consenso dos juízes
otorrinolaringologistas _______________________________________________ 66
Tabela 8. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da ampliação de faringe
durante a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com
a avaliação da imagem do trato vocal, segundo o consenso dos juízes
otorrinolaringologistas _______________________________________________ 66
Tabela 9. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da medialização das pregas
vestibulares durante a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de
acordo com a avaliação da imagem do trato vocal, segundo o consenso dos juízes
otorrinolaringologistas ______________________________________________ 67
xi
Tabela 10. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da vibração das pregas
vestibulares durante a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de
acordo com a avaliação da imagem do trato vocal, segundo o consenso dos juízes
otorrinolaringologistas _______________________________________________ 67
Tabela 11. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da mobilidade vertical da
laringe durante a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de
acordo com a avaliação da imagem do trato vocal, segundo o consenso dos juízes
otorrinolaringologistas _______________________________________________ 67
Tabela 12. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da vibração da laringe
durante a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com
a avaliação da imagem do trato vocal, segundo o consenso dos juízes
otorrinolaringologistas _______________________________________________ 67
Tabela 13. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da modificação do
comprimento das pregas vocais durante a realização da técnica de vibração de
língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem do trato vocal, segundo
o consenso dos juízes otorrinolaringologistas _____________________________ 68
Tabela 14. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual do fechamento das pregas
vocais durante a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de
acordo com a avaliação da imagem do trato vocal, segundo o consenso dos juízes
otorrinolaringologistas _______________________________________________ 68
Tabela 15. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da modificação dos lábios
durante a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com
a avaliação da imagem do trato vocal, segundo o consenso dos juízes
otorrinolaringologistas _______________________________________________ 68
Tabela 16. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da modificação dos olhos
durante a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com
a avaliação da imagem da face e da postura de cabeça, segundo o consenso dos
juízes fonoaudiólogos _______________________________________________ 68
Tabela 17. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da modificação da língua
durante a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com
a avaliação da imagem da face e da postura de cabeça, segundo o consenso dos
juízes fonoaudiólogos _______________________________________________ 69
Tabela 18. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da tensão facial durante a
realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a
avaliação da imagem da face e da postura de cabeça, segundo o consenso dos
juízes fonoaudiólogos _______________________________________________ 69
xii
Tabela 20. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual de outro movimento facial
durante a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com
a avaliação da imagem da face e da postura de cabeça, segundo o consenso dos
juízes fonoaudiólogos _______________________________________________ 69
Tabela 21. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da postura de cabeça em
relação ao tórax durante a realização da técnica de vibração de língua em 20
sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem da face e da postura de cabeça,
segundo o consenso dos juízes fonoaudiólogos ___________________________ 70
Tabela 22. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da postura de cabeça em
relação aos ombros durante a realização da técnica de vibração de língua em 20
sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem da face e da postura de cabeça,
segundo o consenso dos juízes fonoaudiólogos __________________________ 70
Tabela 23. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da postura de cabeça em
relação à rotação durante a realização da técnica de vibração de língua em 20
sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem da face e da postura de cabeça,
segundo o consenso dos juízes fonoaudiólogos __________________________ 70
Tabela 24. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais da freqüência
fundamental após a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos
_________________________________________________________________ 70
Tabela 25. Apresentação dos pares de variáveis da avaliação perceptivo-auditiva,
coeficientes de correlações e nível de significância, segundo a Análise de Correlação
de Spearman ______________________________________________________ 82
Tabela 26. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
pitch pré e pitch pós, em 20 sujeitos ____________________________________ 82
Tabela 27. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
ataque vocal pré e ataque vocal pós, em 20 sujeitos _______________________ 83
Tabela 28. Apresentação dos pares de variáveis da avaliação do tempo máximo de
fonação, coeficientes de correlações e nível de significância, segundo a Análise de
Correlação de Spearman ____________________________________________ 83
Tabela 29. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
sobre a conclusão do tempo máximo de fonação das vogais /a/ e /é/, em 20 sujeitos
_________________________________________________________________ 83
Tabela 30. Apresentação dos pares de variáveis da avaliação do trato vocal,
coeficientes de correlações e nível de significância, segundo a Análise de Correlação
de Spearman ______________________________________________________ 84
xiii
Tabela 31. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
ampliação de faringe e vibração de pregas vestibulares , em 20 sujeitos _______ 84
Tabela 32. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
ampliação de faringe e modificação do comprimento das pregas vocais , em 20
sujeitos __________________________________________________________ 84
Tabela 33. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
ampliação de faringe e fechamento das pregas vocais , em 20 sujeitos ________ 85
Tabela 34. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
medialização das pregas vestibulares e vibração das pregas vestibulares, em 20
sujeitos __________________________________________________________ 85
Tabela 35. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
medialização das pregas vestibulares e vibração da laringe, em 20 sujeitos _____ 85
Tabela 36. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
medialização das pregas vestibulares e modificação do comprimento das PPVV, em
20 sujeitos ________________________________________________________ 86
Tabela 37. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
medialização das pregas vestibulares e fechamento das pregas vocais, em 20
sujeitos __________________________________________________________ 86
Tabela 38. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
vibração das pregas vestibulares e vibração da laringe, em 20 sujeitos _________ 86
Tabela 39. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
vibração das pregas vestibulares e modificação do comprimento das pregas vocais,
em 20 sujeitos _____________________________________________________ 87
Tabela 40. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
medialização das pregas vestibulares e vibração da laringe, em 20 sujeitos
_________________________________________________________________ 87
Tabela 41. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
modificação do comprimento das pregas vocais e fechamento das pregas vocais, em
20 sujeitos ________________________________________________________ 87
Tabela 42. Apresentação dos pares de variáveis da avaliação do trato vocal e da
avaliação perceptivo-auditiva, coeficientes de correlações e nível de significância,
segundo a Análise de Correlação de Spearman ___________________________ 88
Tabela 43. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
vibração das pregas vestibulares e loudness pré, em 20 sujeitos _____________ 88
xiv
Tabela 44. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
vibração das pregas vestibulares e qualidade vocal pós, em 20 sujeitos ________ 88
Tabela 45. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
vibração da laringe e ataque vocal pós, em 20 sujeitos _____________________ 89
Tabela 46. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
fechamento das pregas vocais e loudness pré, em 20 sujeitos _______________ 89
Tabela 47. Apresentação dos pares de variáveis da avaliação da face e da postura
de cabeça, coeficientes de correlações e nível de significância, segundo a Análise de
Correlação de Spearman ____________________________________________ 89
Tabela 48. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
lábios e língua, em 20 sujeitos ________________________________________ 90
Tabela 49. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
tensão cervical e postura de cabeça em relação ao tórax, em 20 sujeitos _______ 90
Tabela 50. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
tensão cervical e postura de cabeça em relação à rotação, em 20 sujeitos
_________________________________________________________________ 90
Tabela 51. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
outro movimento facial e postura de cabeça em relação ao tórax, em 20 sujeitos
_________________________________________________________________ 91
Tabela 52. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis
postura de cabeça em relação ao tórax e postura de cabeça em relação aos ombros,
em 20 sujeitos _____________________________________________________ 91
Tabela 53. Apresentação dos pares de variáveis da análise acústica (freqüência
fundamental), coeficientes de correlações e nível de significância, segundo a Análise
de Correlação de Spearman __________________________________________ 91
xv
L
ISTA DE
F
IGURAS
xvi
L
ISTA DE
F
IGURAS
Figura 1. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou
um anjo”, emitida pelo sujeito 1, nos momentos pré e pós realização da técnica de
vibração de língua __________________________________________________ 72
Figura 2. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou
um anjo”, emitida pelo sujeito 2, nos momentos pré e pós realização da técnica de
vibração de língua __________________________________________________ 72
Figura 3. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou
um anjo”, emitida pelo sujeito 3, nos momentos pré e pós realização da técnica de
vibração de língua __________________________________________________ 73
Figura 4. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou
um anjo”, emitida pelo sujeito 4, nos momentos pré e pós realização da técnica de
vibração de língua __________________________________________________ 73
Figura 5. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou
um anjo”, emitida pelo sujeito 5, nos momentos pré e pós realização da técnica de
vibração de língua __________________________________________________ 74
Figura 6. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou
um anjo”, emitida pelo sujeito 6, nos momentos pré e pós realização da técnica de
vibração de língua __________________________________________________ 74
Figura 7. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou
um anjo”, emitida pelo sujeito 7, nos momentos pré e pós realização da técnica de
vibração de língua __________________________________________________ 75
Figura 8. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou
um anjo”, emitida pelo sujeito 8, nos momentos pré e pós realização da técnica de
vibração de língua __________________________________________________ 75
Figura 9. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou
um anjo”, emitida pelo sujeito 9, nos momentos pré e pós realização da técnica de
vibração de língua __________________________________________________ 76
Figura 10. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe
namorou um anjo”, emitida pelo sujeito 10, nos momentos pré e pós realização da
técnica de vibração de língua _________________________________________ 76
Figura 11. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe
namorou um anjo”, emitida pelo sujeito 11, nos momentos pré e pós realização da
técnica de vibração de língua _________________________________________ 77
xvii
Figura 12. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe
namorou um anjo”, emitida pelo sujeito 12, nos momentos pré e pós realização da
técnica de vibração de língua _________________________________________ 77
Figura 13. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe
namorou um anjo”, emitida pelo sujeito 13, nos momentos pré e pós realização da
técnica de vibração de língua _________________________________________ 78
Figura 14. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe
namorou um anjo”, emitida pelo sujeito 14, nos momentos pré e pós realização da
técnica de vibração de língua _________________________________________ 78
Figura 15. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe
namorou um anjo”, emitida pelo sujeito 15, nos momentos pré e pós realização da
técnica de vibração de língua _________________________________________ 79
Figura 16. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe
namorou um anjo”, emitida pelo sujeito 16, nos momentos pré e pós realização da
técnica de vibração de língua _________________________________________ 79
Figura 17. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe
namorou um anjo”, emitida pelo sujeito 17, nos momentos pré e pós realização da
técnica de vibração de língua _________________________________________ 80
Figura 18. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe
namorou um anjo”, emitida pelo sujeito 18, nos momentos pré e pós realização da
técnica de vibração de língua _________________________________________ 80
Figura 19. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe
namorou um anjo”, emitida pelo sujeito 19, nos momentos pré e pós realização da
técnica de vibração de língua _________________________________________ 81
Figura 20. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe
namorou um anjo”, emitida pelo sujeito 20, nos momentos pré e pós realização da
técnica de vibração de língua _________________________________________ 81
I
NTRODUÇÃO
2
1. INTRODUÇÃO
“Devemos dirigir a inteligência e a imaginação.
Vivenciar e explicar as sensações vocais. Isto é
necessário para fixar a técnica vocal sobre uma
base sólida e estável”.
Jorge Perelló (1975)
As técnicas vocais são recursos utilizados pelo fonoaudiólogo em sua prática
clínica, a fim de eliminar ou amenizar uma queixa vocal. No entanto, precisam ser
pesquisadas, pois é através da compreensão da função da técnica, na sua
profundidade, que o fazer clínico deixa de ser exercido de forma empírica. A
pesquisa científica acerca das técnicas tornou-se necessária e ainda marca uma das
possibilidades de atuação para o fonoaudiólogo, possibilitando ao profissional, o
domínio da aplicabilidade de cada técnica, tornando o seu fazer clínico mais
responsável. No entanto, a clínica do fonoaudiólogo, não depende apenas do
conhecimento profundo sobre as técnicas para garantir eficiência ao aplicá-la com
um paciente, uma vez que existem outras variáveis que interferem no
desenvolvimento terapêutico do paciente disfônico.
Muitos autores (Behlau e Pontes 1995; Colton e Casper 1996; Pinho 1998;
Guberfain et. al 1999; Menezes et. al 2005; Rechemberg 1999; Behlau 2002a;
Bueno 2003) se dedicaram a escrever pesquisas e trabalhos fazendo referência à
técnica da vibração de língua. Alguns estudos se propõem a referir a aplicação da
técnica (Behlau e Pontes 1995; Pinho 1998). Outros têm como propósito discutir os
efeitos acústicos (Guberfain et. al 1999; Menezes et. al 2005; Rechemberg 1999)
decorrentes da utilização da vibração de língua. Porém, poucos são os estudos que
3
realmente descrevem o que acontece no trato vocal durante a execução desta
técnica (Bueno 2003).
A vibração de língua é uma das técnicas mais utilizadas na clínica vocal e,
em função disso, podemos ouvir profissionais denominando-a de exercício universal
(Behlau e Pontes 1995). Por ser dita universal, o emprego da técnica pode ocorrer
de forma indiscriminada, ou seja, nem sempre bem aplicada pelo profissional ou
devidamente executada pelo paciente.
O fonoaudiólogo aprende as técnicas de diversas formas: nas disciplinas da
graduação, por meio dos livros, nos cursos de especialização, com colegas de
profissão, em cursos específicos de técnicas vocais, entre outras. Porém, Bueno
(2003) ao pesquisar as mudanças ocorridas no trato vocal durante a vibração de
língua e bios, finger kazoo e firmeza glótica, em fonoaudiólogos e não-
fonoaudiólogos, verificou que as mudanças ocorridas no trato vocal durante a
vibração de língua foram diferentes daquelas encontradas na literatura.
Mais precisamente com relação à vibração de lábios e língua, a autora
verificou que o arcabouço laríngeo vibrava mais intensamente durante a vibração de
língua, do que durante a vibração de lábios, diferente do que foi citado por Pinho
(1998) quando refere que a vibração de lábios é a técnica mais eficaz quando
pretende vibrar a laringe. Outro achado da pesquisa de Bueno (2003) foi a
ambigüidade em relação à facilidade em realizar a vibração de língua. Behlau e
Pontes (1995) referem que 20% da população não conseguem executar este gesto
motor. A autora, por sua vez, verificou maior dificuldade na realização da vibração
de lábios do que na vibração de língua, contrapondo o achado de literatura, embora
o número de sujeitos avaliado fosse restrito. Este estudo evidencia a necessidade
4
das técnicas serem estudadas de forma mais aprofundada, dando credibilidade e
buscando no viés científico, os recursos necessários para comprovar a eficácia e a
efetividade da técnica na prática clínica.
As questões levantadas nesta monografia de Bueno (2003) tornam-se ponto
de partida e objeto de estudo da presente pesquisa: Sendo um exercício universal, a
vibração de língua é sempre produzida da mesma forma? Que maneiras diferentes o
fonoaudiólogo pode utilizar este exercício? Quais são os efeitos acústicos gerados
pela realização da vibração de língua?
A pesquisa científica é o instrumento capaz de criar novos recursos
terapêuticos, podendo auxiliar na formação e na capacitação do fonoaudiólogo. Em
função disso, a necessidade da conjugação: saber teórico e saber prático, como
estímulo desafiador da Fonoaudiologia.
5
1.1.
O
BJETIVO
O objetivo desta pesquisa é analisar a técnica de vibração de língua, sob os
aspectos do seu aprendizado, da imagem do trato vocal, dos efeitos acústicos por
meio da avaliação perceptivo-auditiva e da análise acústica e da imagem postural
e da face do fonoaudiólogo durante a realização da técnica.
6
R
EVISÃO DE
L
ITERATURA
7
2. REVISÃO DE LITERATURA
Este capítulo aborda questões relacionadas à formação clínico-terapêutica,
às cnicas utilizadas na clínica da voz e à técnica de vibração de língua
propriamente dita.
2.1.
A
FORMAÇÃO CLÍNICO
-
TERAPÊUTICA EM
F
ONOAUDIOLOGIA
Cordeiro (1992) elege as patologias “deglutição atípica” e “atraso de
linguagem” para ilustrar os empréstimos de materiais técnicos de áreas como a
Medicina e a Lingüística, utilizados para correção dos distúrbios de linguagem. No
entanto, salienta que tais instrumentais têm limitado a ação terapêutica do
fonoaudiólogo. Assim, a autora verifica, por meio de revisão bibliográfica e de
depoimentos de fonoaudiólogos, tentativas de dimensionamento da prática clínica.
Consegue definir técnica como:
“...Uma utilização de um saber, um ato humano de criação, um modo de fazer,
dentre outros possíveis, à satisfação de uma necessidade ou desejo (nem sempre
através de um instrumento material) que a natureza por si não é capaz de
satisfazer; nos primórdios esta era uma questão de sobrevivência, mais tarde, de
desenvolvimento”.
A autora enfatiza, nesta dissertação, a necessidade de buscar e revelar os
usos e os significados que o fonoaudiólogo tem atribuído à técnica em sua prática,
em seu fazer, não apenas em caráter generalista, mas nas suas particularidades.
Fischlim (1993) verifica que a formação do fonoaudiólogo na PUC/SP, de
1962 a 1991, revela um movimento crescente pela busca de sua identidade, partindo
de uma concepção tecnicista subordinada à Medicina e à Psicologia, culiminando
com a criação de uma área de conhecimento autônoma. Por outro lado, observa
absorção de concepções de patologia e de linguagem fundamentadas nas ciências
8
naturais, das quais decorrem uma formação voltada à aplicação de técnicas
destinadas à eliminação de sintomas.
Berberian (1997) relata que as práticas fonoaudiológicas foram elaboradas
no Brasil no início desde século, com maior ênfase entre as décadas de 1920 e 1940
e estiveram intimamente articuladas a movimentos histórico-sociais comprometidos
com a organização dos centros urbanos e modernização do país. Isto quer dizer que
era necessário homogeneizar um padrão de língua, já que os grupos de estrangeiros
eram interpretados como forma de insubordinação e representavam uma ameaça à
ordem nacional. Assim, as escolas tinham o papel de definir e ensinar um padrão de
língua, estendendo sua tarefa para os chamados distúrbios da comunicação. Logo, a
eliminação desses distúrbios foi incorporado ao papel de alguns professores , que
auxiliados, por médicos, lingüistas, e etc, foram gradativamente alterando sua
imagem de educadores para terapeutas. Dessa forma, a autora afirma que o
aperfeiçoamento de estratégias de classificação e de normatização dos desvios da
língua, que culminaram com a oficialização da Fonoaudiologia, esteve originalmente
inserido no universo escolar. No final da década de 50, houve um deslocamento
destas práticas do universo escolar para um contexto clínico e de procedimentos
pedagógicos para medidas terapêuticas.
Silva e Massi (1999) afirmam que durante os meados dos anos 60 e final da
década de 70, a atuação fonoaudiológica, na cidade de São Paulo, estava
praticamente restrita a uma prática curativa, desenvolvida nos consultórios
particulares, em alguns hospitais e em algumas instituições assistencialistas. Neste
período, os trabalhos institucionais e/ou públicos eram desenvolvidos por pessoas
ou grupos isolados, sem maiores recursos. Assim, ocorreu a institucionalização da
9
Fonoaudiologia, no qual os primeiros cursos universitários tiveram o papel de
legitimar, na figura de um profissional especializado, as práticas de
tratamento/reabilitação e controle da linguagem que vinham, algumas décadas,
sendo desenvolvidas no universo educacional.
Cassavia (1999) afirma que a teoria constitui uma das bases na atuação
clínica, porém a experiência mostra claramente que o conhecimento teórico isolado
não é capaz de responder às suas indagações. Para a autora,
“As relações humanas, sejam no processo terapêutico ou no processo de
formação clínico-terapêutico que compõem a essência da atuação
fonoaudiológica, não podem ser excluídas de qualquer tentativa de compreensão
que façamos a seu favor. E é justamente esse ponto que traz à Fonoaudiologia
uma singularidade em sua prática”.
Misrahi (2000) descreve, em seu trabalho, o processo de transformação e
formação do aluno-fonoaudiólogo, de alunos do terceiro ano de graduação em
Fonoaudiologia da PUC-SP, quando se deparam com o primeiro paciente. Ao
destacar dois recortes do discurso das alunas, a autora menciona a angústia das
mesmas em não se sentirem seguras com o pouco conhecimento teórico e pela
desvinculação entre teoria e prática vividas durante o atendimento clínico. Após
acompanhar o grupo de alunas, sob supervisão clínica, a autora conclui que os
conhecimentos teóricos aprendidos anteriormente vão sendo incorporados ao seu
fazer, e o aluno-fonoaudiólogo passa a ter uma visão clínica em que os referenciais
teóricos, ao se articularem à prática, levam à possibilidade de conhecer a si e ao
outro, fazendo emergir o terapeuta.
Baptista (2000) investiga a articulação entre teoria e prática no âmbito do
processo terapêutico em Fonoaudiologia, com inspiração na Medicina, na Lingüística
e na Psicanálise. Na terapêutica inspirada no modelo médico, as técnicas utilizadas
10
são marcadas principalmente por atuações pedagógicas: ensina-se o paciente a
produzir o modelo correto. No modelo inspirado pela Lingüística, o fonoaudiólogo,
munido do material colhido e transcrito durante as sessões de entrevista e avaliação
deverá conduzir a terapêutica observando quais condições de produção em que o
discurso é mais eficaz, interpretar/decifrar o que é dito pelo cliente, atribuir sentido e
contrapor sua emissão. no modelo inspirado pela Psicanálise, o terapeuta não é
aquele que vai “normalizar” a linguagem do cliente, mas significar a gica
discursiva. A proposta da Fonoaudiologia, nesse modelo, é o tratamento da fala, por
meio de uma compreensão de linguagem que pode ser apresentada como sintoma.
Algumas técnicas psicanalísticas são citadas como a associação livre, a escuta
(parte da técnica) e a relação transferência-contratransferência.
Stefaneli et. al (2004) propõem definir o perfil do fonoaudiólogo na cidade de
São Jodos Campos. As autoras concluem que esse profissional tem, no máximo
30 anos de idade, concluiu a graduação na década de 90 e especializou-se mais em
Motricidade Oral (52%) e Audiologia (27%). Apenas 10% dos fonoaudiólogos se
especializaram em Voz. No entanto, a maioria dos fonoaudiólogos atua em mais de
uma área, o que é justificado pelas autoras como a demanda variada dessa clínica e
a necessidade de manter-se atuante, mesmo que o mercado de trabalho não seja
tão “generoso”.
2.2.
A
S
T
ÉCNICAS NA
C
LÍNICA DA
V
OZ
A técnica vocal, para Kahle (1966) baseia-se principalmente em exercícios
de relaxamento, de respiração e articulação, exercícios para vir a ter sensibilidade
nas caixas de ressonância, exercícios de apoio, entre outros. A preparação
11
adequada de uma boa educação da voz é uma necessidade que cresce dia a dia,
mas que não existem professores suficientes, em se tratando de uma matéria nova.
As velhas escolas de canto baseavam-se na imitação do professor, pois pouco se
conhecia sobre o funcionamento do aparelho fonador, no entanto, com o decorrer do
tempo, desenvolveram técnicas diferentes, pois os professores ensinavam seus
alunos da mesma forma como eles tinham aprendido sem levar em conta que cada
indivíduo tem uma reação à técnica porque todos são diferentes fisiologicamente.
Sanchez (1973), ao investigar distúrbios de fala em crianças, elenca uma
série de técnicas e exercícios para adequação do padrão articulatório. Para melhora
da agilidade e mobilidade de língua, o autor sugere movimento vibratório, como na
articulação do /r/.
A melhora da agilidade da língua é citada por Perelló (1975) em decorrência
do uso da vibração (trinar) de língua.
Nunes (1976) define articulação como “ginástica bucal” que modifica os sons
das pregas vocais, transformando-os em vogais e consoantes. Assim, sugere
diversos exercícios para melhora do padrão articulatório, privilegiando os órgãos
bucais (mandíbula, palato mole, língua e lábios). Dentre os exercícios para a língua,
descreve como gerar a vibração da mesma: firme a ponta da língua nos alvéolos dos
incisivos superiores e expire com muita pressão para provocar vibrações da ponta
da língua. Outro exercício descrito sugere a imitação de campainhas e cita um
exemplo: trrrim – trrrim – trrrim.
Cooper (1979) denomina “Moderna Reabilitação Vocal” as técnicas
terapêuticas por ele descritas para encontro do tom ótimo a ser utilizado pelo
12
paciente. Tal tom refere-se àquele que permite máxima emissão com mínimo
esforço. Para encontrar o tom ótimo, o autor cita o uso do “hum-hum” natural,
associando o tom em que o mesmo é emitido, com uma nota musical, em um órgão
ou outro instrumento musical.
Segre et. al (1981) afirmam que, para treinar a habilidade e a flexibilidade da
língua, a prática deve ocorrer com um espelho, imitando o terapeuta, e depois com
os olhos fechados, estimulando a memória muscular para que o efeito seja
duradouro. Dentre os exercícios habituais que envolvem o trabalho articulatório com
a língua está a sugestão de interpô-la entre os dentes e vibrar a ponta da mesma.
Greene (1989) refere que, nos casos de disartrofonia, exercícios específicos
para desenvolver e fortalecer a língua e o palato, bem como exercícios vocais o
úteis quando os músculos ficaram inativos por muito tempo.
Pinto et. al (1991) acreditam que a prática sistemática de atividades de tônus
muscular, como as de vibração e ressonância, deve estar sempre associada a
exercícios respiratórios.
Casper et. al (1992) analisam por meio da videoestroboscopia,
nasoendoscopia, filtragem inversa e eletroglotografia, a configuração do trato vocal
durante as seguintes situações: voz soprosa, ataque vocal aspirado, ataque vocal
brusco e a realização da técnica do bocejo-suspiro em quatro sujeitos sem alteração
vocal. O protocolo utilizado inclui as vogais /i/ e /u/ prolongadas nas seguintes
situações: em freqüência confortável, em voz soprosa, com ataque vocal aspirado
(no início), com ataque vocal brusco e a produção da técnica do bocejo-suspiro. Os
resultados obtidos mostram que, para algumas cnicas existe uma correlação entre
13
a teoria e o que a utilização destas técnicas realmente promove. A fonação soprosa
propicia uma produção vocal com fechamento glótico incompleto, mas que a
configuração obtida varia de acordo com os sujeitos. Os achados da técnica de
ataque vocal aspirado sugerem que realmente uma promoção de uma fonação
inicial mais suave que se prolonga durante a fonação. O ataque vocal brusco
promove não o fechamento de pregas vocais como a constrição de outras
estruturas, incluindo pregas vestibulares. a técnica de bocejo-suspiro possibilita,
quando executada de forma correta, causa o abaixamento da laringe com uma
elevação gradual até a posição inicial, porém os autores consideram esta
observação limitada, em decorrência da dificuldade encontrada pelos sujeitos em
realizar a técnica. Concluem sugerindo estudos para verificar a eficiência de cada
uma das técnicas.
Boone e McFarlane (1993) apresentam uma visão crítica das características
fisiológicas e efeitos acústicos da técnica do bocejo-suspiro, e oferecem sugestões
para sua aplicação no tratamento de problemas vocais. O método utilizado por eles
consiste em oito sujeitos, sem histórico de alterações vocais, produzir a vogal
prolongada /i/, um bocejo e novamente a vogal, porém de forma suspirada. A vogal
/a/ também foi avaliada pelo mesmo procedimento e todas as emissões foram
registradas por meio de nasoendoscopia. A conclusão dos autores aponta um
abaixamento de ponta de língua, retração de parte posterior da língua, abertura de
faringe e abaixamento da laringe durante a técnica do bocejo-suspiro. Os autores
sugerem a utilização da técnica como manobra para produção de uma voz relaxada
em casos de hiperfunção vocal, seguida por prolongamento de vogal, com a voz
soprosa em palavras monossilábicas e com controle manual da posição da laringe
14
durante a emissão de palavras. Nesse estudo, a descrição de uma variação
desta técnica, denominada pelos autores, como bocejo-suspiro silencioso, em que a
técnica é realizada com a boca fechada, permitindo o escape de ar através do nariz.
Francato et. al (1996) referem que os exercícios de aquecimento vocal têm
como principais objetivos: possibilitar a correta coaptação das pregas vocais,
resultando em uma qualidade vocal com maior componente harmônico; diminuir o
fluxo transglótico por meio de uma inspiração rápida e curta e uma expiração
controlada; permitir maior flexibilidade das pregas vocais para alongar e encurtar
durante as variações de freqüência; deixar a mucosa mais solta, dar mais
intensidade e projeção à voz; proporcionar uma melhor articulação dos sons,
reunindo melhores condições de produção vocal.
Machado (1996) avalia os eventos supralaríngeos observados durante a
emissão do som basal em dez indivíduos do sexo masculino, sem alterações
laríngeas, por meio de nasofaringoscopia. A autora analisa, comparativamente, a
constrição da parte nasal da faringe em registro modal e basal durante a emissão da
vogal /i/ e conclui que as emissões em registro basal são realizadas com maior
constrição da parte nasal da faringe, em relação ao registro modal. Com isso, sugere
a utilização do som basal como recurso terapêutico no deslocamento do véu
palatino, paredes laterais e posterior da faringe em casos selecionados de
insuficiências e incompetências velofaríngeas.
Costa e Andrada e Silva (1998) consideram praticamente impossível afirmar
qual o exercício “bom” para cada problema vocal. Segundo os autores, a pesquisa
deve ser pessoal. O terapeuta deve experenciar os exercícios consigo mesmo e,
15
posteriormente, observar como cada paciente realiza e reage diante daquele
exercício.
Camargo (1998) ao abordar a reabilitação fonoaudiológica nos diversos tipos
de câncer de laringe, cita as estratégias de variação tonal, como melodia e vibração
em escalas, como recurso para elevação da laringe no pescoço, bem como
importante instrumento no reforço à estimulação da ação de proteção laríngea no
momento da deglutição – nos casos de laringectomias parciais verticais.
Thomé de Souza (1998), em sua dissertação de mestrado, elabora um
material, baseado em obras nacionais, que aborda os cuidados com a voz
profissional falada no último século. A autora faz menção ao médico e músico
Bernardo Eisenlohr (1939) que afirma que o estudo do canto é o melhor exercício de
higiene vocal e que os exercícios de voz, bem conduzidos, atuam indiretamente e
beneficiam todo o organismo. Outra citação refere-se à professora de canto Lúcia
Lopes de Almeida Noronha (1941) que afirma que os exercícios vocais nunca devem
ser feitos após as refeições maiores, mas somente duas horas depois. Para o
professor da Escola Dramática Municipal, José Oiticica (1955), o teatro clássico é o
melhor exercício de voz e dicção. Este professor ressalta, ainda, que os maiores
problemas encontrados entre os alunos das Escolas Dramáticas são os de dicção e
respiração, que levam aos problemas vocais. A educadora Ana Luiza Bueno Simas
(1970) ressalta que é somente pelos exercícios de educação respiratória que se
consegue expirar na medida certa, ou seja, possibilita a vibração das pregas vocais
de acordo com as necessidades da emissão e da projeção. Nesta dissertação de
mestrado, Thomé de Souza apresenta outros cuidados com a voz, mas os autores
16
pesquisados por ela citam as técnicas vocais, principalmente no que se refere à
questão respiratória. Nenhum autor faz menção à técnica de vibração de língua.
Spina (1999) apresenta uma revisão de literatura sobre as divergências
sobre a modificação do pitch como possibilidade de reabilitação fonoaudiológica.
Neste estudo, cita diversos autores e as técnicas utilizadas por eles para atingir o
pitch ideal. Conclui sugerindo a continuidade de estudos e pesquisas para que haja
um crescimento das possibilidades de reabilitação terapêutica por parte dos
terapeutas vocais, permitindo maior embasamento científico.
Lazzer (1999) afirma que é necessário conhecer o que cada técnica
fonoterápica pode oferecer, quando devem ser aplicadas e quais são os seus
efeitos. Para a autora, a escolha da técnica não deve se dar pelo critério de ser mais
ou menos “familiar”, mas pelo conhecimento da possibilidade terapêutica e
inconveniências para cada caso tratado. A autora refere que poucos autores
mencionam os resultados fonatórios de forma clara e objetiva sobre o instrumento
de trabalho do fonoaudiólogo as técnicas vocais e que por serem não invasivas,
deveriam ser melhor exploradas.
Cardillo (1999) enfatiza que o prognóstico vocal em termos de fechamento
glótico e melhora da voz por meio de técnicas fonoaudiológicas depende da etiologia
das fendas. As de origem orgânica com alterações na mucosa das pregas vocais
têm prognóstico pior do que aquelas de origem funcional, sem alterações na
mucosa. A autora cita algumas técnicas para auxiliar o fechamento glótico de
pacientes com fendas fusiformes. Dentre as técnicas as que são sempre úteis:
exercícios de melodia, de variação da altura tonal e vocal fry; as que propiciam
maior firmeza no fechamento glótico: exercícios de fala com sons nasais ou com a
17
vogal /i/; as que devem ser usados com cautela: pushing, com ataque vocal suave e
com fraca intensidade; as que favorecem o fechamento anterior da glote: voz
cochichada; e aquelas que precisam ser testadas em cada caso: mudança postural
de cabeça. A autora confirma a necessidade das cnicas serem analisadas com
atenção, porém relacionada ao tipo de fenda e sua etiologia.
Pedroso (2000) em um estudo sobre técnicas vocais pretende montar um
guia de consulta das principais técnicas existentes e fisiologicamente mais
equilibradas para auxiliar os fonoaudiólogos especialistas em voz na atuação junto a
profissionais da voz. Segundo a autora, as técnicas pesquisadas são inúmeras e
diversificadas. Embora o conhecimento das mesmas seja extremamente importante
nos procedimentos fonoaudiológicos, é necessário ressaltar que não é a quantidade
das técnicas aplicadas que importa, mas sim o conhecimento para abordar e utilizar
ao máximo cada uma delas, adaptando-se em função das condições e necessidades
de cada indivíduo e profissão. A autora discorre sobre as técnicas de sons vibráteis
anunciando que o objetivo e a finalidade destes sons são trazer a voz até a mascara
projetando-a para cima e para fora, tornando-a rica e cheia. Diz ainda que estes
sons indicam onde deve estar a voz natural e qual seu tom, qualidade e foco
corretos. A técnica de sons vibráteis é elencada por ela como um procedimento
fonoaudiológico para reabilitação e aperfeiçoamento vocal.
Cassol e Behlau (2000) no estudo publicado, propõem verificar o impacto de
um programa de reabilitação vocal em uma população de 22 indivíduos idosos do
sexo feminino, na faixa etária de 57 a 80 anos, sem queixa de alteração vocal,
através de avaliações perceptivo-auditiva e acústica da voz, realizadas pe pós
intervenção fonoaudiológica. As sessões de reabilitação foram realizadas em grupo,
18
em um período de dois meses, com uma sessão semanal de duas horas de
duração, tendo enfoque específico na qualidade vocal, dinâmica articulatória e
higiene vocal. A técnica de sons vibrantes foi utilizada, entre outras, como recurso
para melhora da qualidade vocal. As autoras concluem melhora dos parâmetros
auditivos, particularmente quanto à qualidade vocal, capacidade respiratória,
articulação, velocidade de fala, intensidade, ressonância, pitch e ataque vocal. Os
parâmtros acústicos (jitter, shimmer, PHR, PSR, ERG, mode F0, F0 tremor e
amplitude do tremor) não refletiram as melhoras obtidas na análise perceptivo-
auditiva.
Pela et. al (2000), afirmam que a utilização do “Programa Mínimo de
Aquecimento e Desaquecimento Vocal” proporciona melhoras significativas na
produção vocal global de coralistas. Nessa pesquisa, as autoras especificam as
técnicas utilizadas no aquecimento vocal: exercícios corporais (alongamentos),
rotação de ombros e cabeça e massagem facial associados aos exercícios vocais
(sons nasais, vibrantes, hiperagudos, vocalizações com seqüências de vogais e
exercícios articulatórios). Para melhorar a extensão vocal propõem glissandos
ascendentes, além de variações de intensidade. Para o desaquecimento vocal
utilizam técnica do bocejo, sons nasais e vibrantes com glissandos descendentes e
a voz salmodiada. Quanto à execução prática, sugerem 15 minutos no aquecimento
e 5 no desaquecimento. Esse programa, aplicado em 36 sujeitos, com faixa etária
entre 8 e 16 anos, coralistas pelo menos seis meses, apresenta melhora nos
seguintes aspectos: qualidade vocal, tempo máximo de fonação, freqüência
fundamental, proporção harmônico-ruído, jitter, shimmer e redução significativa das
alterações encontradas no pré-programa.
19
Grillo et. al (2000) trazem a análise feita por três professores participantes de
um curso de aperfeiçoamento vocal, acerca do conteúdo e forma deste. As autoras
citam, durante o artigo, que os estudos estão direcionados para a compreensão dos
fatores que provocam o aparecimento das alterações vocais e poucos têm
procurado levantar as possíveis modificações decorrentes do treinamento vocal. O
uso das técnicas vocais neste trabalho teve, por objetivo, proporcionar meios para
que a voz dos professores adquirisse projeção, equilíbrio e não causasse fadiga com
facilidade. A conclusão deste estudo destaca, entre os conteúdos trabalhados mais
significativos, aqueles relacionados aos exercícios de aquecimento e
desaquecimento vocal, englobando vibração de bios e língua, e humming todos
em escalas ascendente e descendente. As autoras citam que a eleição destas
técnicas parece estar relacionada com as mudanças imediatas resultantes de sua
utilização e com a facilidade de execução das mesmas. Em uma breve nota durante
o artigo, as autoras comentam que os exercícios citados durante o trabalho têm sido
defendidos e utilizados por vários estudiosos e fonoaudiólogos, porém sem
mencionar quem os criou, com exceção ao método de Froeschels (1952). As
próprias autoras referem não ter conhecimento dos verdadeiros autores e sugerem
que, talvez, esta seja uma tendência na Fonoaudiologia.
Santos e Assêncio-Ferreira (2001), ao elencar e descrever a aplicabilidade
das técnicas fonoarticulatórias, concluem que, para a língua, os exercícios,
associados ou não a outros objetivos, pretendem dar agilidade, mobilidade e força
ao órgão. Concluem, também, que o treino articulatório não aumenta a projeção
vocal, como também descentraliza o trabalho da laringe durante a fonação.
20
Carrara (1991) propõe um estudo dos efeitos do vocal fry em 20 indivíduos
(10 homens e 10 mulheres) por meio da análise comparativa da configuração
laríngea, perceptivo-auditiva e espectrográfica. O método inclui gravação da vogal
sustentada /a/, fala encadeada (contagem de números de 1 a 20) e avaliação
telelaringoscópica antes e depois da emissão do vocal fry durante 3 minutos. A
autora refere que tal técnica propicia um aumento da constrição ântero-posterior do
vestíbulo laríngeo, redução da fenda glótica, aumento da amplitude de vibração da
mucosa das pregas vocais, redução de freqüência fundamental da voz, redução de
tensão fonatória associada à redução da projeção vocal, e melhor uniformidade e
distribuição de freqüências no registro espectrográfico acústico.
Louro e Maia (2001) relatam que na década de 90 houve um grande avanço
área de voz, com inovações nas técnicas de diagnóstico e tratamentos dis distúrbios
vocais. Na terapia vocal, isto se reflete no avanço inegável e importante de técnicas
fonoaudiológicas utilizadas com maior precisão e com bons resultados clínicos.
Porém, salientam que o fonoaudiólogo se depara com as especificidades de seus
pacientes e, em alguns casos, não consegue articular estes conhecimentos com a
singularidade de seu paciente. Sendo assim, é importante que o fonoaudiólogo
possa ter uma capacidade de reinventar as técnicas para que elas estejam a serviço
dos seus pacientes. As autoras concluem o trabalho referindo que o terapeuta,
apreendendo as peculiaridades de seu paciente, pode lançar mão do seu arsenal
técnico para possibilitar a emergência de suas potencialidades vocais.
Monte et. al (2001) propõem um programa vocal a 12 idosos profissionais da
voz (10 mulheres e 2 homens, com idade média de 64,1 anos). Os autores realizam
avaliação fonoaudiológica (anamnese, medidas fonatórias, análise perceptivo-
21
auditiva) e telelaringológica p e s tal programa, com exceção da anamnese.
Este consiste de 8 encontros semanais com duração de duas horas cada, com o
objetivo de propiciar o aprimoramento vocal. As abordagens utilizadas foram os sons
facilitadores (sons nasais, fricativos, vibrantes, plosivos, basal e hiperagudo);
técnicas de mudanças de postura (massagem na cintura escapular, deslocamento
lingual, emissão de boca aberta, mudança de posição de cabeça); técnicas de
associação de movimentos dos órgãos fonoarticulatórios (estalos de língua, rotação
de língua no vestíbulo, bocejo e método mastigatório); técnicas com utilização de
fala encadeada (voz salmodiada, modulação de altura e intensidade,
sobrearticulação) e técnicas de favorecimento da coaptação das pregas vocais
(execução de escalas musicais). A conclusão desse estudo revela que o programa
vocal, neste grupo de terceira idade, não foi suficiente para melhorar os parâmetros
vocais e laringológicos avaliados, revelando apenas indícios de aumento do tempo
máximo de fonação.
Speyer et. al (2003), em sua pesquisa, relatam os efeitos da terapia vocal
em pacientes disfônicos, por meio da análise acústica. Os pacientes tinham suas
vozes gravadas antes e depois da sessão de terapia que ocorria em sessões de 30
minutos, duas vezes por semana, ou de 60 minutos, uma vez por semana. A terapia
foi caracterizada por abordar questões de higiene vocal, realizar exercícios e tentar
adaptar um novo comportamento para uso da voz durante a fala. Como resultado, os
autores apresentam a diminuição da loudness e agravamento do pitch. Não há
referência das técnicas ou exercícios utilizados nesta pesquisa.
Behrman (2004) estuda as práticas comuns utilizadas pelo fonoaudiólogo
para avaliar pacientes. A autora ressalta que a qualidade vocal, a observação da
22
postura do corpo e do movimento, e a prova terapêutica têm efeitos muito mais
significativos do que a estroboscopia e a análise acústica, sendo este último mais
importante para o paciente, por servir de reforço para os resultados atingidos.
Märtz (2004) refere que o fonoaudiólogo pode colaborar com o trabalho do
ator à medida que considera o “corporal da voz” não os fundamentos orgânico-
fisiológicos da produção vocal, mas também a necessidade do aprendizado de
técnicas que disponibilizam as possibilidades vocais de cada ator. Salienta que as
técnicas devem ser adaptadas para cada ator, de acordo com a demanda do
mesmo.
Timmermans et. al (2005) publicam um estudo analisando um programa de
treinamento vocal para futuros profissionais da voz. Neste programa, os 23 sujeitos
passam por dois anos de treinamento vocal e um ano de higiene vocal. O
treinamento consiste de leituras, workshops de técnicas vocais e assessoria vocal.
Os autores descrevem que o workshop de técnicas tem duração de 30 horas por
ano e aborda questões de relaxamento, postura, respiração, articulação, projeção e
produção vocal. O programa é avaliado mensalmente por meio de questionário, em
que se observa melhores resultados do programa aos nove meses de duração.
Neste estudo, as cnicas utilizadas nos dois anos de preparo vocal o o
mencionadas.
Tanner et. al (2005) pesquisam, por meio de análise acústica, as mudanças
obtidas após a terapia vocal. Os autores citam que a avaliação perceptivo-auditiva
sempre foi o método para avaliar mudanças vocais em pesquisas científicas,
necessitando de um instrumento mais sensível na captação de mudanças sutis. Ao
mesmo tempo, fazem uma crítica à forma de coleta de dados para análise acústica,
23
que a vogal isolada (comumente utilizada) não representa a voz de uma pessoa.
Os autores avaliaram as vozes de 93 mulheres com disfonia funcional pe s-
terapia vocal. A única técnica utilizada nesta pesquisa foi a massagem digital
circumlaríngea.
Lemos et. al (2005) relatam a caracterização clínica, o tratamento e a
evolução em casos de granuloma no processo vocal, com fatores etiogênicos de
refluxo laringo-faríngeo, intubação laríngea e abuso vocal. Nesta pesquisa, os
autores afirmam aplicar o mesmo tratamento clínico para todos os casos inibidor
de bomba de prótons (IBP), corticosteróide tópico e fonoterapia, independente da
causa. Ao relatar os efeitos de cada etapa do tratamento, referem que a fonoterapia
diminui a hiperfunção, eleva o pitch até o nível confortável e aumenta o número de
inflexões vocais, diminuindo a agressão ao processo vocal da aritenóide e
possibilitando uma melhora em 46,7% dos pacientes com granulomas. As técnicas
utilizadas durante a fonoterapia não foram descritas.
Sarkovas e Behlau (2005) referem que o treinamento vocal é essencial para
a reabilitação de pacientes com disfonia e para o aperfeiçoamento vocal, constando
de orientações e exercícios. Para identificar os efeitos dos exercícios som basal e
sopro som agudo, selecionaram 18 fonoaudiólogas sem queixa vocal, e avaliaram
uma amostra de fala (vogal /é/ sustentada), pré e pós-execução de um minuto dos
exercícios referidos por meio de avaliação perceptivo-auditiva e eletroglotográfica.
Segundo as autoras, os exercícios vocais produzem mudanças diversas,
identificadas na avaliação perceptivo-auditiva e mensuradas na análise
eletroglotográfica. O pitch e a loudness o os parâmetros modificados
auditivamente após a sua execução. A freqüência fundamental desloca-se de acordo
24
com o sculo ativado pelo exercício, e o cociente de contato aumenta somente na
ativação do músculo tireoaritenoídeo.
Cielo et. al (2005a) verificam as modificações vocais ocorridas após a
utilização da técnica de reabilitação vocal do som de apoio fricativo sonoro /Ž/, em
dez mulheres adultas jovens, sem queixa ou alterações vocais, sem patologias
laríngeas, sem alterações auditivas e sem conhecimento sobre a técnica
pesquisada. Os sujeitos passaram por entrevista inicial, avaliação
otorrinolaringológica, audiométrica, exame orofacial, avaliações vocais acústica,
perceptivo-auditiva, eletroglotográfica, e auto-avaliação vocal. Os resultados obtidos
mostram que a técnica do fricativo sonoro /Ž/ promove sensação subjetiva de "voz
mais limpa e clara, com maior facilidade de produção, menos tremida, mais regular,
com menor esforço na emissão, e sustentação por um maior período de tempo". Os
espectrogramas mostram maior definição de harmônicos, menor presença de ruído,
maior definição de formantes, e maior regularidade no traçado. A técnica vocal de
fricativo sonoro /Ž/ promove, para a maioria dos sujeitos melhora da ressonância. As
autoras concluem que a técnica vocal promove a normotensão muscular, gerando
menor esforço fonatório, maior conforto durante a produção vocal, e maior projeção
vocal, com melhora da ressonância.
Cielo et. al (2005b) avaliam os efeitos da técnica de fricativo sonoro /j/ em
uma mulher de 27 anos, sem queixa ou alterações vocais e laríngeas. As autoras
deixam clara a necessidade de publicar achados relativos às cnicas vocais
terapêuticas devido à grande diversidade do que se sabe e a aplicação clínica desse
conhecimento. A análise acústica, eletroglotografia e análise perceptivo-auditiva
foram utilizadas nas gravações pré e pós produção do som estudado. Como método
25
comparativo, o sujeito produziu a vogal /é/ sustentada antes e depois da produção
do fricativo que foi produzido em duas séries de quinze vezes, durante
aproximadamente três minutos, com intervalo de um minuto de repouso vocal
absoluto. As autoras concluem que houve redução do ruído glótico, com melhora da
relação harmônico-ruído e diminuição do quociente de contato entre as pregas
vocais, com sensação subjetiva da paciente de voz limpa e clara.
2.3.
A
T
ÉCNICA DE
V
IBRAÇÃO DE
L
ÍNGUA
Behlau e Pontes (1979) apresentam o exercício de vibração sonorizada de
língua como a emissão da vibrante anterior /r/ realizada de modo contínuo.
Behlau et. al (1991) afirmam que a técnica de vibração de língua deve ser
realizada por alguns minutos, observando, pela comparação das respostas vocais
pré e pós realização da técnica, se ocorre melhora, piora ou se a voz mantém-se
inalterada.
Behlau et. al (1994) verificam a eficácia da vibração sonorizada de língua,
por meio das análises perceptivo-auditiva, espectrográfica e laringoscópica da
configuração laríngea, em 20 sujeitos adultos, de ambos os sexos. A conclusão é de
que a técnica propicia melhora na qualidade vocal, maior amplitude de vibração da
mucosa das pregas vocais e redução das fendas glóticas.
Para Boone e McFarlane (1994), a seleção de abordagens facilitadoras
(grupo ao qual a vibração de língua faz parte) na terapia deve ser altamente
individualizada, porém, esta seleção não deve ocorrer de forma a parecer uma
tentativa de ensaio-erro arbitrária. O clínico deve estar familiarizado com a aplicação
de todas as técnicas terapêuticas, para que consiga fazer a seleção adequada.
26
Behlau e Pontes (1995) citam a vibração de língua como uma das técnicas
mais utilizadas na clínica vocal e, em função disso, é denominada de exercício
universal. Foi inicialmente concebida para reduzir a tensão laríngea e equilibrar a
qualidade vocal nos casos de disfonia hipercinética, porém mostrou-se igualmente
eficaz nos casos de disfonia hipocinética de natureza orgânica ou funcional,
melhorando a tonicidade das pregas vocais e trazendo clareza ao som laríngeo.
Para os autores a vibração de língua faz parte de um grupo de técnicas vocais
descritas como sons vibrantes, cujos sons são um excelente recurso para facilitação
de uma emissão normotensa e equilibrada em ressonância. A associação desse tipo
de vibração às vogais, limpa a qualidade vocal, organizando a musculatura e
reduzindo os ruídos associados à emissão fônica. A técnica de vibração pode ser
usada também como exercício de aquecimento vocal, pois reduz a viscosidade e
aumenta a flexibilidade da mucosa, comparando-a a hidratoterapia.
Além destas propriedades, os autores afirmam que este recurso auxilia
também na obtenção de uma melhor produção vocal nos casos de laringites agudas
e gripes, pois estimula a circulação na borda livre e reduz o edema da mucosa.
Outro emprego da técnica é o de treinamento de pequenas unidades fonatórias
(sintonia fina) em que o objetivo é estimular, através de muito pequenas e repetidas
emissões, iniciar uma vibração simétrica, harmônica e especular entre as pregas
vocais, nos casos de qualidade vocal bitonal (eliminando a variação de pitch). Os
autores referem que o uso da vibração de língua é um dos recursos mais efetivos
para a mobilização da mucosa das pregas vocais e para o equilíbrio entre as forças
aerodinâmicas da fonação e mioelásticas da laringe atuando diretamente na
coordenação pneumofonoarticulatória. A realização continuada deste exercício, sem
27
esforço, provoca uma intensa vibração reflexa em todo o esqueleto cartilaginoso e
através de exames com uso de fibra óptica é possível observar um aumento do
movimento ondulatório da mucosa, mesmo nos casos de rigidez dos tecidos ou
edema. O uso da técnica, para os autores, apresenta efeito laríngeo e auditivo
semelhante ao uso da vibração de lábios, embora ressaltem que esta última
apresenta um trabalho mais específico para musculatura extrínseca da laringe. Os
autores afirmam que 20% da população não conseguem realizar esse gesto motor
(vibração de língua), embora tal dado não tenha sido comprovado em pesquisa.
Hersan (1995) relata que os sons vibrantes, também conhecidos como
técnica de vibração, são utilizados na fase de treinamento vocal, uma das etapas do
processo terapêutico juntamente com a orientação familiar e conscientização da
criança. Para a autora, as técnicas utilizadas com crianças devem ser as mesmas
dos adultos, mas com utilização de estratégias diversificadas.
Para Rodrigues (1995) a técnica de vibração de língua representa uma das
técnicas mais utilizadas na prática clínica e que o impacto vocal produzido por esta
técnica pode ser facilmente percebido auditivamente. Afirma, ainda, que tal técnica
foi proposta por Behlau, em 1979, com o objetivo de conseguir um melhor equilíbrio
entre as forças aerodinâmicas e mioelásticas da laringe, e que embora houvesse
observações clínicas de sua eficácia, não havia artigo científico que a comprovasse.
A autora propõe verificar o efeito da técnica de vibração em 20 indivíduos de ambos
os sexos, sem problemas vocais, por meio da avaliação perceptivo-auditiva da
qualidade vocal, avaliação espectrográfica e avaliação laringológica, pré e pós três
minutos da técnica. A autora conclui que a técnica de vibração de língua é uma
poderosa manobra para obtenção de uma emissão vocal mais balanceada. A
28
análise perceptivo-auditiva aponta melhor qualidade vocal em sentido global. O
traçado espectrográfico apresenta melhor definição. valores maiores na
proporção harmônico-ruído e menores valores para o shimmer. A avaliação
laringológica revela melhor coaptação glótica, aumento da amplitude de vibração da
onda mucosa e maior constrição mediana e ântero-posterior do vestíbulo laríngeo.
Para Colton e Casper (1996), o terapeuta hábil é aquele que, munido de
entendimento da anatomia laríngea e da fisiologia fonatória, consegue determinar
quais cnicas e abordagens terapêuticas fazem sentido para cada paciente. Os
autores descrevem que a técnica de vibração de língua é realizada por meio da
elevação da ponta da língua em direção aos alvéolos dos incisivos superiores,
seguida de movimentos rápidos e repetitivos de vaivém de todo o corpo da língua,
causados pela passagem em alta velocidade do fluxo aéreo expiratório, nessa
região, concomitantemente à emissão fonatória.
Francato et. al (1996) incluem a técnica de vibração de língua no Programa
de Aquecimento e Desaquecimento Vocal (PAD) como um dos recursos para
possibilitar a saúde vocal do cantor. Os autores ressaltam que a técnica de vibração
sonorizada de língua favorece a coaptação glótica, maior amplitude ondulatória e
flexibilidade das pregas vocais, aumento da intensidade vocal e maior projeção
vocal.
Pinho (1998) refere que o uso da vibração de língua possibilita a soltura da
mesma, ou seja, uma língua mais solta.
Cotes et. al (1998) utilizam a técnica de vibração sonorizada de ngua com
variação de intensidade, juntamente com exercícios de ressonância e
29
posicionamento baixo de laringe como recursos para reabilitar a voz de seis sujeitos
adultos, de ambos os sexos, com disfonias funcionais e/ou orgânico-funcionais, em
que a previsão cirúrgica era a primeira opção de tratamento. Após o processo de
reabilitação vocal, com comparação das imagens da laringe pré e pós fonoterapia,
verificou-se redução de massa, maior movimentação ondulatória das pregas vocais
e melhor fechamento glótico. Com tais resultados, nenhum dos pacientes foi
submetido a tratamento cirúrgico.
Guberfain et. al (1999), ao pesquisar as modificações auditivas, acústicas e
laríngeas em 20 atores profissionais pe pós utilização da técnica de vibração de
língua, relatam: melhora da qualidade vocal; estabilidade da emissão; menor tensão
fonatória e aumento de energia acústica com maior número de harmônicos em 70%
dos casos; redução de jitter e shimmer em 50% dos atores; dados do exame
laríngeo mais adequados em 60% dos casos. Do total de sujeitos; 30% apresentam
melhora na qualidade vocal sem apresentar alterações nos achados físicos.
Rechemberg (1999) em estudo acústico compara a eficácia da vibração de
língua e lábios em 10 sujeitos do sexo feminino sem queixa vocal. O método
consiste em emitir a vogal sustentada /é/ pré e pós vibração de língua e lábios, com
intervalo de quatro horas entre as duas cnicas, que foram realizadas durante um
minuto cada. A autora verifica uma maior redução do shimmer em vibração de
lábios, embora as duas variantes apresentem resultados equivalentes quanto à
melhoria do traçado espectrográfico. Não observa diferença nos parâmetros de
freqüência fundamental e jitter. Salienta, ainda, não haver a definição do tempo ideal
de duração da execução desta técnica, mas afirma seguramente que este é um dos
fatores de interferência nos resultados obtidos. A autora sugere estudos que
30
investiguem a participação do trato vocal nestas medidas, bem como do efeito
glótico, por meio da avaliação eletroglotográfica.
Morales (1999) afirma que a ocorrência adequada do mecanismo do /r/ fraco
requer que os órgãos fonoarticulatórios que compõem o aparato fonador apresentem
um desenvolvimento mínimo de determinadas habilidades motoras. Para tal, é de
fundamental importância a coordenação prévia do complexo orofacial para que se
forme um controle articulatório preciso, obtida através da movimentação das
estruturas orofaciais na execução das funções estomatognáticas. Ou seja,
movimentos rápidos, sincrônicos e precisos da língua são fundamentais para uma
articulação adequada.
Fabron et. al (2000) utilizam a cnica de vibração de língua em escalas
tonais e cantarolando em um programa de prevenção de distúrbios vocais em
professores e crianças. Outros recursos são utilizados, a saber: exercícios
articulatórios, relaxamento, respiração, método mastigatório, trava-línguas,
exercícios de projeção vocal. Os autores descrevem o programa, salientando a
importância do mesmo, porém não se preocupa em mensurá-lo por meio de
avaliações.
Pinho (2001) concebe a vibração sonorizada de língua e lábios como um
excelente recurso diante da presença de patologia em mucosa de pregas vocais,
com raras exceções e cita que esta cnica não deve ser aplicada em quadros
agudos e de estabelecimento recente para não agravar a fase inflamatória, ou em
pós-cirúrgicos imediatos. A vibração de língua, concomitantemente a vibração de
pregas vocais, causa tanto soltura da musculatura lingual, freqüentemente tensa nos
casos de disfonia, como ativa o deslizar da cobertura mucosa das pregas vocais
31
sobre seu corpo (músculo e ligamento), ativando a circulação sangüínea periférica.
Para a autora a vibração de língua é igualmente útil à vibração de lábios. Refere
ainda que tal recurso massageia a mucosa, é mais fácil de ser produzida, auxilia nas
percepções vibratórias na face e deve ser realizada de maneira confortável. A autora
sugere que a vibração seja realizada com os lábios protruídos, fazendo um bico, e
não lateralizando-os, que esta postura causa tensão na musculatura da face, do
pescoço e conseqüentemente da laringe.
Menezes et. al (2001) realizaram uma pesquisa relatando o tempo como
variável dos efeitos da técnica de vibração sonorizada de língua (VSL). Nessa,
chegaram à conclusão de que a VSL provoca efeitos positivos nos parâmetros da
análise perceptivo-auditiva se realizado até três minutos nas mulheres e pode não
provocar mudança vocal, ou necessitar de maior tempo de execução nos homens.
Com esse resultado, os autores sugerem o emprego da técnica por três minutos no
sexo feminino e cinco minutos no sexo masculino e ressaltam o aumento de
sensações indesejáveis ao longo do tempo.
Facincani et. al (2001) utilizam a técnica de vibração de língua e o fricativo
sonoro /v/ em escalas ascendentes e descendentes, juntamente com exercícios
articulatórios em 11 coralistas, durante 40 minutos, em um único encontro para
verificar a eficiência do aquecimento vocal. Os autores observaram melhor
coaptação glótica, aumento da F0 e intensidade habitual. Com tais achados,
salientam a importância de realizar o desaquecimento vocal.
Rigatti et. al (2001), neste estudo, se propõem a analisar e discutir as
dificuldades de aquisição normal e desviante do rótico alveolar simples em crianças
falantes do Português Brasileiro de Porto Alegre (RS) e de Joaçaba (SC), sendo que
32
no último influência dialetal do italiano e alemão. As autoras afirmam que as
dificuldades de aquisição normal e desviante do rótico alveolar simples dependem
tanto da maneira pela qual a rota de aquisição fonológica é categorizada e
estabelecida, quanto das habilidades motoras linguais necessárias para a produção
desse fonema. Sugerem que, além da estimulação auditiva prevista em modelos
fonológicos de tratamento (bombardeio auditivo) o terapeuta saiba analisar
profundamente as habilidades motoras requeridas para a produção de tal fonema.
Rodrigues (2001) verifica os efeitos da técnica de vibração sonorizada de
língua em sujeitos submetidos a laringectomias frontolaterais com reconstrução de
Bayle, em oito sujeitos do sexo masculino, com idade entre 55 a 72 anos. Para
estudar tais efeitos, a autora contou com avaliações laringoestroboscópicas e
análises perceptivo-auditivas da voz desses sujeitos. A autora conclui que esta
técnica é um recurso que favorece a melhora da qualidade vocal pela manutenção
da tensão fonatória, e da estabilidade vocal pelo aumento da projeção vocal. Outra
contribuição diz respeito à diminuição das constrições laríngeas, para o fechamento
glótico e para o aumento dos movimentos vibratórios das estruturas da fonte sonora
glótica e supraglótica.
Behlau (2002a) refere que o uso da técnica de vibração tem como aplicação
a mobilização da mucosa, o equilíbrio da coordenação pneumofonoarticulatória, a
redução do esforço fonatório e o aquecimento vocal. Esta pode ser aplicada,
também, em casos de laringites agudas, gripes, resfriados, nódulos vocais, Edemas
de Reinke, cicatrizes de mucosa e em casos de sulco vocal.
Behlau (2002b) em seu estudo sobre as abordagens de terapia vocal
preocupa-se em definir a diferença entre método, seqüência, técnica e exercício,
33
que a evolução do conhecimento exige uma atualização nesta área. Assim,
descreve método como um conjunto sistemático de idéias, regras e princípios
normativos com o objetivo de alcançar uma melhor produção vocal. Seqüência é
uma série de procedimentos ou exercícios organizados, com ordem pré-
determinada, para um fim específico. Técnica é o conjunto de modalidades de
aplicação de um exercício vocal, utilizadas de modo racional, para um fim específico;
a técnica baseia-se em um todo e em dados anátomo-funcionais do indivíduo.
o termo exercício refere-se a qualquer estratégia para corrigir ou aprimorar uma
dada habilidade vocal ou parâmetro de voz, e baseia-se nas necessidades do
indivíduo. Neste artigo, a autora cria uma tabela classificando todos os
procedimentos fonoaudiológicos utilizados na área de voz. A vibração de língua é,
então, denominada técnica de sons vibrantes ou vibráteis, e compreende o grupo de
sons facilitadores (Behlau, 2002; 2004; 2005). A abordagem de terapia de facilitação
é descrita por Boone e McFarlane (1994) como “técnica terapêutica que parece
produzir uma voz ideal”.
Bueno (2003) ao pesquisar as mudanças ocorridas no trato vocal durante as
técnicas de vibração de língua e lábios, finger kazoo e firmeza glótica, em
fonoaudiólogos e não-fonoaudiólogos, descreve a interferência da constrição de
faringe na não-visualização das pregas vestibulares e a vibração do arcabouço
laríngeo durante a vibração de língua. A ampliação de faringe é proporcionada pelas
técnicas de firmeza glótica e finger kazoo. A constrição labial e a proporção entre
sopro e som durante essas técnicas, influenciam diretamente na ampliação do trato
vocal. A autora sugere a aplicação das técnicas de vibração com esforço em
34
pacientes laringectomizados parciais para que esses possam desfrutar de uma
constrição de faringe significativa.
Fonseca et. al (2003) verificam, nessa pesquisa, a relação entre a produção
do /r/ fraco e as praxias linguais em dois grupos, sendo o primeiro composto por 10
crianças de 6 a 10 anos com ausência da produção adequada do fonema /r/ e outro
composto por 10 crianças da mesma idade, porém com produção deste fonema. As
autoras concluem que o grupo 1 (com ausência do fonema /r/) não apresentou
algumas praxias linguais e de bochechas, aparentando ser menos habilidosos do
que os sujeitos do grupo 2 e que a etiologia do desvio de fala do fonema /r/ é
multifatorial, com ênfase nos aspectos fonético-fisiológicos, sem desconsiderar os
aspectos de dificuldade de categorização fonológica do rótico alveolar simples.
Sugerem, por fim, que as praxias linguais de sugar, afilar e alargar, bem como a
atuação lingual nas funções estomatognáticas, sejam avaliadas com maior cuidado
nos casos de desvio de fala envolvendo o rótico alveolar simples. As autoras
acreditam que a inclusão do treino das habilidades motoras linguais, tanto na
realização das praxias como das funções durante o processo terapêutico poderia
facilitar a produção do rótico alveolar simples.
Behlau (2004) ao explicar a diferença entre método, seqüência, técnica e
exercício, refere “como exemplo, pode-se citar a técnica de vibração, com inúmeras
modalidades de exercícios, tais como a vibração de lábios, de língua, em monotom,
em modulação e em escalas musicais, entre outras.
“(...) as modalidades de execução das técnicas são praticamente tantas quantos
os clínicos que as administram e os cursos práticos freqüentemente ilustram tais
variações”.
35
A autora, ao discorrer sobre o exercício – qualquer estratégia para corrigir ou
aprimorar uma dada habilidade vocal ou parâmetro de voz, baseado na necessidade
do indivíduo – cita:
“como exemplo, têm-se os exercícios das técnicas de vibração como vibração
com vogais, vibração de língua com escalas, etc.”
Aydos e Hanayama (2004) investigam, em sua pesquisa, as técnicas de
aquecimento vocal utilizadas por 15 professores de teatro e tentam compará-las aos
achados de literatura. Referem que as bases das técnicas vocais são constantes e
universais e têm como objetivo desenvolver meios facilitadores da voz por meio de
relaxamento, respiração, coordenação entre relaxamento e respiração, articulação,
ressonância e projeção vocal. Nesta pesquisa as autoras referem que a vibração de
língua é uma das técnicas mais utilizadas pelos professores (seis). Além da vibração
de língua, o som vibrante de garganta está citado por um dos professores, porém as
autoras o encontraram referências na literatura. Com isso, as autoras concluem
ser mais adequado utilizar vibração de língua e lábios, pois são efetivos e possuem
explicação fisiológica para os mesmos. Com relação ao tempo de utilização das
técnicas durante o aquecimento vocal, 20,% utilizam-nas de 15 a 20 minutos, 25%
utilizam de 20 a 30 minutos, e 50% (metade dos professores) executa os exercícios
por 10 minutos, estando em tempo inferior ao que foi descrito em literatura (em
média 15 minutos). As autoras finalizam o artigo sugerindo averiguar como são
realizados os exercícios, pois julgam necessário saber se os exercícios são
aplicados de forma adequada e sem esforço para não comprometer o aparelho
fonador.
36
Casper (2004) ao abordar o processo de reabilitação em casos de paralisia
vocal cita o uso da vibração de língua como um dos recursos terapêuticos.
Menezes et. al (2005) relatam que as sensações desagradáveis durante ou
após a realização de vibração sonorizada de língua devem ser consideradas pelo
terapeuta na definição da dose do exercício. Quanto à imagem laríngea os autores
afirmam que não mudanças estatisticamente significantes quanto à coaptação
glótica (em homens e mulheres); nos homens houve mudança na amplitude de
vibração da mucosa a partir do terceiro minuto de execução da técnica; não houve
mudanças na simetria de vibração das pregas vocais, relação entre o tempo de
abertura e fechamento das mesmas, constrição supraglótica medial e ântero-
posterior em homens e mulheres. Com relação à análise perceptivo-auditiva houve
piora significativa após o terceiro minuto de realização da técnica e melhora da
projeção vocal até o terceiro minuto, nas mulheres. Os homens não apresentaram
mudanças estatisticamente significantes nos parâmetros da análise perceptivo-
auditiva.
Fonseca (2005) relata que o fonema /r/ é considerado uma consoante
líquida, não lateral, de acordo com o modo de articulação (tipo de obstrução que
ocorre no trato vocal). Quanto ao ponto de articulação (região do trato vocal em que
o som é produzido e os órgãos se articulam para essa produção) o fonema é
considerado dental ou alveolar. A autora ressalta que este fonema apresenta
diferenças no ponto articulatório nas línguas portuguesa (articulado na parte anterior
da cavidade oral) e inglesa (na parte posterior). É classificado ainda como vibrante,
cuja classe abrange sons produzidos mediante a execução de um ou vários
movimentos rápidos por um órgão tenso e elástico. A vibração pode ser simples,
37
quando executada pela língua (rótico alveolar), ou múltipla, quando executada pelo
palato mole em contato com a parede faríngea posterior (rótico velar). Para a autora,
o mecanismo de produção do fonema /r/ é extremamente delicado e, por
conseqüência, torna-se o mais difícil de ser produzido na língua portuguesa.
Pacheco et. al (2005a) referem a aplicação da vibração sonorizada de língua
(VSL) em 5 pacientes com diagnóstico nosológico de rigidez de pregas vocais
(fibrose). Os pacientes 4 mulheres e 1 homem – avaliados pré e pós quatro
semanas de treinamento vocal, fizeram uso exclusivo da técnica de vibração de
língua em tom médio numa periodicidade diária, durante 3 minutos, a cada hora. As
pesquisadoras observam, após o treinamento, melhora significativa de 3 dos 5
pacientes. A melhora é caracterizada pela análise perceptivo-auditiva por meio da
diminuição da soprosidade e da aspereza; pela análise acústica pela diminuição dos
valores de jitter, shimmer e ruído; e pela imagem laríngea devido à melhora da
coaptação glótica e aumento da onda mucosa das pregas vocais.
Os mesmos autores (2005b), em outro estudo, avaliam a eficácia da
vibração sonorizada de língua (VSL) e do som nasal /m/ em pacientes com nódulos
de pregas vocais. Os pacientes (8 mulheres) foram divididos em 2 grupos: A e B. O
primeiro grupo realizou o exercício de VSL e o segundo, o som nasal /m/. Ambos os
grupos realizaram os exercícios por 1 minuto, diariamente a cada 2 horas, ingerindo
água antes e depois da atividade proposta. Os grupos foram acompanhados
semanalmente em ambulatório e a duração foi de 4 semanas. O grupo A apresentou
melhor significativa com redução da rugosidade, soprosidade, jitter e shimmer em 3,
das 4 pacientes. O grupo B apresentou melhora da estabilidade vocal, mas não da
soprosidade e rugosidade em 2 pacientes; melhora da soprosidade e rugosidade em
38
1 paciente e 1 paciente não apresentou melhora. As autoras concluem que a VSL
mostrou-se mais eficaz do que a emissão do som nasal /m/.
Sabemos que a técnica de vibração de língua é utilizada também em
programas de assessoria, estética e treinamento vocal, porém nenhuma bibliografia
foi encontrada citando especificamente essas utilizações.
39
C
ONSIDERAÇÕES
G
ERAIS
40
3. CONSIDERAÇÕES GERAIS
3.1. O Trato Vocal
Segre et. al (1981) referem que a língua é o mais importante e ativo dos
articuladores, além de ser o órgão responsável pela modificação da cavidade oral
durante sua movimentação e pela qualidade da ressonância.
Sundberg (1987) relata que o som gerado nas pregas vocais passa no trato
vocal e assim é dada uma forma acústica. A natureza dessa forma depende de
configuração do trato vocal que é controlado pela articulação. Os formantes
dependem do comprimento e da forma do trato vocal. O comprimento é definido pela
distância entre a glote e a abertura dos lábios. A forma do trato vocal normalmente
varia de acordo com o eixo longitudinal.
Segundo Greene (1989), os órgãos da articulação são os mesmos órgãos da
mastigação e da deglutição, porém adaptados para a fala. As alterações do tamanho
e da cavidade oral, causadas pela modificação na posição dessas estruturas, gera
os sons da língua falada. A autora cita a língua como o órgão mais importante da
articulação e da deglutição, por ser um órgão ativo e móvel, com infinita variedade
de movimento e alterações de forma.
Para Beuttenmüller e Laport (1992) a sonoridade da palavra pode mudar de
acordo com a maneira de usar os lábios, a abertura da boca, a posição da ngua e
do véu palatino.
41
Para Pinho (1998) o aumento da amplitude vibratória da mucosa ocorre
devido a um aumento da adução glótica, do fluxo aéreo e, conseqüentemente da
pressão subglótica.
Câmara e Assêncio-Ferreira (2000) afirmam que a constrição ântero-
posterior no vestíbulo é bastante controvertida no que se refere ao gesto motor
positivo versus negativo. Definem esse tipo de constrição como a aproximação das
cartilagens aritenóideas em direção à epiglote, ou vice-versa, denominando-a,
também, de constrição ariepiglótica. Nesta configuração redução do volume do
vestíbulo reduzindo ou até impedindo a visualização das pregas vocais. Os autores
relatam que é possível observar esse tipo de configuração, durante o exame com
fibra óptica, em pacientes com distúrbios vocais, porém sem patologia visível.
Concluem o estudo sustentando a opinião de que esse comportamento vocal é
indício de fisiologia fonatória perturbada, provavelmente em decorrência do esforço
e tensão excessivos.
Cantarelli (2000) relata a origem e a formação embriológica da língua.
Enquanto a musculatura da cabeça e do pescoço deriva do mesoderma dos arcos
branquiais, a musculatura da língua é oriunda dos primeiros segmentos do tronco,
que mais tarde são absorvidos pelo crânio. Outra curiosidade é que apenas o
músculo estiloglosso possui uma origem de base craniana, o que torna o movimento
de retração da língua em direção ao processo estilóide bastante compreensível.
Todos os outros músculos possuem uma origem ou inserção em pontos moveis,
como por exemplo, a mandíbula, o que garante maior amplitude de movimento.
Behlau (2001) refere que “a laringe produz a fonação, enquanto que o trato
vocal produz a voz, ou seja, fonação acrescida de ressonância”. Do ponto de vista
42
físico, a voz é o som produzido pela vibração das pregas vocais, modificado pelas
cavidades situadas abaixo e acima delas – ditas cavidades de ressonância.
Campos (2002) relata que os estudos em Fonoaudiologia relacionados ao
trato vocal e sua participação no processo de fonação são escassos. O privilégio de
pesquisas dirige-se à fonte sonora e pouco se preocupam com a importância das
modificações do trato vocal na ressonância da onda acústica. As poucas pesquisas
que cruzam voz e configurações do trato vocal estão dirigidas a sujeitos profissionais
da voz: cantores, imitadores e ventríloquos.
Hanayama et. al (2004) em um estudo sobre a caracterização da voz
metálica em 21 cantores profissionais, verificam, por meio de imagem
nasofaringolaringoscópica, as seguintes modificações no trato vocal: incidência
relevante de ajustes do trato vocal, tais como abaixamento velar, medialização de
paredes faríngeas, elevação laríngea, constrição ariepiglótica e lateral.
Fonseca (2005) afirma, em sua pesquisa, que a ngua ocupa grande parte
da cavidade oral, mantendo-se em uma posição centralizada. Tal órgão é fixo no
soalho da boca e é ligado à mandíbula, ao osso hióide, ao processo estilóide do
osso temporal e ao palato pelos músculos extrínsecos (genioglosso, hioglosso,
estiloglosso e palatoglosso). Tais músculos são responsáveis por movimentar a
língua para todas as direções e todos os sentidos, permitindo à língua, assumir
diferentes formas. Já os músculos intrínsecos (músculos longitudinais superior e
inferior, músculo transverso e músculo vertical) são responsáveis, em conjunto, por
modificar a forma lingual. Como a musculatura que compõe a língua é estriada, sua
movimentação pode ocorrer de forma voluntária, assumindo uma variedade de
43
movimentos, tais como contração, distensão, estreitamento, achatamento,
enrolamento lateral e longitudinal.
Segundo a autora, o músculo longitudinal superior é o único músculo ímpar
e médio que se estende da base da língua até sua ponta, por baixo da mucosa. Sua
contração promove a elevação da ponta da língua, dirigindo-se para trás, sendo sua
ação essencial para a articulação dos fonemas linguodentais e dos fonemas
alveolares /l/ e /r/. A inervação da língua se pelo décimo segundo par craniano
o nervo hipoglosso na parte motora da musculatura intrínseca e da maior parte da
extrínseca. A inervação sensitiva é complexa, sendo dividida em: feixe do ramo
mandibular do nervo trigêmio (quinto par), glossofaríngeo (nono par), facial (sétimo
par) e ramo do nervo vago (décimo par) – o laríngeo superior.
Nemetz et. al (2005) propõem uma classificação para a configuração das
pregas vestibulares após avaliar 120 adultos disfônicos e não disfônicos, de ambos
os sexos. Os autores afirmam que há participação das pregas vestibulares durante a
emissão vocal, com mudanças evidentes na posição e forma destas, porém com
pouco conhecimento sobre o significado dessa participação, além do fato de que
estas estruturas estão relacionadas com a formação do terceiro formante. Os
autores definem três tipos de configurações das pregas vestibulares nos adultos:
côncava quando em posição lateral, convexa – quando em posição medial e linear
quando paralela ou sobreposta. A forma côncava é definida como a forma padrão,
nos dois sexos e os autores supõem que o deslocamento das pregas vestibulares
ocorre de forma diferente nas mulheres - nos casos de disfonia - em função da
proporção glótica. Por esse motivo sugerem que a observação da configuração da
prega vestibular pode ser um valioso sinal semiológico, que somado a outros, pode
44
auxiliar no diagnóstico da presença de esforço fonatório, antes mesmo de haver
alteração da qualidade vocal.
3.2. Recursos Diagnósticos
Lim et. al (1998) ressaltam que o uso da anestesia tópica durante a
laringoscopia com fibra óptica flexível provoca algumas mudanças acústicas e
perceptuais incluindo a percepção da respiração e mudanças na extensão fonatória.
Rattenbury et. al (2004) avaliam a efetividade e a eficiência da terapia vocal
usando a nasofibrolaringoscopia como instrumento terapêutico. Dois grupos de
pacientes disfônicos, atendidos pelo mesmo fonoaudiólogo, foram estudados, sendo
o grupo 1 atendido pela terapia tradicional e o grupo 2, pela terapia proposta neste
estudo. Ambos os grupos fizeram uso de técnicas indiretas e diretas de terapia vocal
e os autores especificaram a diferença entre elas. Nesta pesquisa, os autores
definem técnicas indiretas como as que têm como objetivo possibilitar ao paciente a
compreensão da produção de fala, modificar um padrão inadequado, estimular as
modificações no estilo de vida, no intuito de prover melhores condições de produção
vocal. as técnicas diretas vêm modificar um padrão fisiopatológico laríngeo e
requerem, do paciente, a execução de movimentos específicos para que se atinjam
modificações no padrão de produção vocal. As técnicas utilizadas não são
especificadas, embora haja menção à literatura para técnicas indiretas e diretas,
separadamente. Os autores verificam, neste estudo, que a terapia com uso de
nasofibrolaringoscopia é efetiva e muito mais eficiente do que a terapia vocal
tradicional.
45
Para Vilanova e Behlau (2004) a avaliação auditiva é a base da avaliação
clínica vocal. As autoras comparam duas escalas, a GRBAS e a CAPE-V, propostas
pela ASHA. Duas especialistas em voz avaliaram as vozes de 10 pacientes com
alterações vocais de diversas etiologias (lesões de pregas vocais como sulco vocal,
nódulo vocal, paralisia de prega vocal, bem como uso incorreto da voz, puberfonia,
conversão psicogênica, doença de Parkinson, esclerose lateral amiotrófica,
depressão e deficiência auditiva). A escala GRBAS avalia os parâmetros de grau
global, rugosidade, soprosidade, astenia e tensão. a escala CAPE-V avalia os
parâmetros de grau global, rugosidade, soprosidade, pitch, loudness e dois
parâmetros adicionais quaisquer, de acordo com a voz, além do registro do desvio
de ressonância. Os resultados indicam que as duas escalas oferecem resultados
semelhantes em grau global e rugosidade; contudo a GRBAS limita-se a apresentar
o desvio fonatório, não valorizando aspectos de pitch, loudness e ressonância,
essenciais na categorização de muitas vozes, como na voz do deficiente auditivo, na
paralisia laríngea e na esclerose lateral amiotrófica. A análise da vogal sustentada,
da fala encadeada e da fala espontânea, tarefas do CAPE-V, favorecem uma melhor
caracterização da disfonia do paciente. Para as autoras, ambas as escalas
descrevem de modo similar os desvios fonatórios dos pacientes, porém o protocolo
CAPE-V permite uma caracterização mais abrangente, o que auxilia no próprio
diagnóstico do caso. Sugerem, ainda, que a GRBAS seja utilizada apenas como
recurso de triagem, por não contemplar a multidimensionalidade da expressão vocal.
Jacobs e Kenny (2005) estudaram os efeitos da anestesia tópica durante a
laringoscopia com fibra ótica flexível em sopranos profissionais. Nesse estudo, os
autores citaram que esse tipo de laringoscopia é, hoje, procedimento padrão para
46
examinar a laringe e a região supraglótica quando as funções da laringe durante a
fala, o canto ou outra situação de fonação precisam ser investigadas, e que
comumente o uso da anestesia tópica é associado. Para os autores, a postura
durante o exame é considerada importante porque permite o uso adequado do
suporte respiratório e não afeta a configuração laríngea.
47
M
ÉTODOS
48
4. MÉTODOS
A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética do Programa de Estudos Pós-
Graduados em Fonoaudiologia da PUC-SP e aprovada sob o número 0036/2004
(Anexo 1).
Trata-se de um estudo transversal, exploratório, com caráter quantitativo-
qualitativo.
4.1.
S
ELEÇÃO DOS
S
UJEITOS
A seleção dos sujeitos ocorreu por meio de divulgação em meios de
comunicação voltados para a Fonoaudiologia, tais como jornais, revistas e sites
(Conselho Regional e Federal de Fonoaudiologia, Comitê de Voz da Sociedade
Brasileira de Fonoaudiologia, Jornal Voz Ativa, GT-VOZ da PUC-SP, entre outros);
bem como em Cursos de Aprimoramento e Especialização em voz (COGEAE,
DERDIC, CEFAC, CEV, Santa Casa de São Paulo, etc.). Foi enviada uma carta para
os responsáveis dessas instituições solicitando autorização para divulgar a pesquisa
e tentar conseguir candidatos para a mesma. Nesta carta, constaram os dados
sobre o método da pesquisa e a solicitação da participação de fonoaudiólogos que
atendessem aos requisitos.
Após a aprovação desses meios de comunicação, o anúncio foi divulgado, e
os telefones e e-mail da pesquisadora foram deixados para contato.
Os fatores de inclusão para a pesquisa foram: exercer a profissão e atuar na
clínica atendendo pacientes disfônicos; ter, no mínimo, 5 (cinco) anos de experiência
clínica; ter habilidade em realizar a técnica de vibração de língua e ser do sexo
49
feminino, em razão da prevalência deste gênero na categoria e por haver um padrão
homogêneo em relação à proporção glótica.
Os fatores de exclusão foram: apresentar sintoma, queixa e/ou sinal de
alteração vocal percebidos e investigados pela pesquisadora ou pelo médico
otorrinolaringologista que acompanhou a pesquisa; e não apresentar alterações de
vias aéreas no dia do exame.
Todos os fatores de inclusão e exclusão foram apresentados nos anúncios
disponibilizados nos cursos e nos meios de comunicação, a fim de obtermos os
candidatos para a pesquisa.
Formamos um grupo de 20 sujeitos que manifestaram disponibilidade e
interesse para participar deste trabalho. Estes foram contatatos pela pesquisadora,
através de e-mail e/ou telefone, a fim de agendar data e horário em consultório
particular na cidade de São Paulo para que ocorresse sua participação.
4.2.
P
ROCEDIMENTOS
Tendo comparecido ao local previamente combinado consultório
particular, os sujeitos foram informados verbalmente e pelo termo de consentimento
livre e esclarecido (Anexo 2) sobre a pesquisa, seus riscos, sobre o sigilo dos dados
obtidos e sobre a possibilidade de desistência da participação em qualquer momento
do estudo.
Após o consentimento (devidamente assinado pelos sujeitos e pela
pesquisadora), os sujeitos preencheram dois protocolos. O primeiro (Anexo 6) foi
aplicado para obtenção da identificação pessoal e de dados referentes à formação
profissional dos mesmos. O segundo (Anexo 7) abordava seis questões acerca do
50
aprendizado e do conhecimento dos sujeitos acerca da técnica de vibração de
língua.
Findada essa fase, os sujeitos foram encaminhados ao interior da cabina
acústica deste consultório, para gravação (em áudio) dos dados pré realização da
técnica de vibração de língua.
Os sujeitos foram posicionados sentados, mantiveram a coluna ereta e os
pés apoiados no chão. Após a acomodação, receberam a seguinte instrução:
“quando eu der o sinal, você irá dizer seu nome completo; a data de hoje contendo
dia, mês e ano; a palavra ‘Pré’; irá realizar uma emissão prolongada da vogal /a/,
uma emissão prolongada da vogal /é/, ambas no seu tom habitual; dizer os dias da
semana e finalizar com a frase ‘Minha mãe namorou um anjo’”. Todas essas
emissões estavam descritas em um papel que ficou com o sujeito no momento da
coleta dos dados, facilitando a consulta caso houvesse dúvidas. As emissões foram
gravadas em Mini Disc, marca Sony, modelo MR 270, com auxílio do microfone
Clone MS4, posicionado a 5 cm da boca do sujeito, no sentido diagonal esquerdo,
evitando distorções durante a gravação.
As vogais foram selecionadas para realização de análise acústica pré e pós
realização da técnica de vibração de língua. A vogal /a/ foi selecionada em função
de sua grande utilização em estudos com análise acústica. a vogal /é/ foi
selecionada por apresentar uma configuração mais próxima da situação de repouso
da língua (nos sentidos horizontal e vertical), bem como da laringe (no sentido
vertical).
51
A frase “Minha mãe namorou um anjo”, extraída do protocolo de avaliação
vocal CAPE-V (Vilanova e Behlau, 2004), foi utilizada para avaliar a proporção
harmônico-ruído, por meio do traçado espectrográfico.
Os demais dados gravados em áudio (data do exame, dias da semana),
juntamente com a frase “Minha mãe namorou um anjo” foram selecionados para
análise perceptivo-auditiva (Anexo 3) de fala espontânea e da fala encadeada.
Após esta gravação, os sujeitos foram encaminhados em silêncio para a
realização da nasofibrolaringoscopia (aparelho da marca Smith & Nephew,
fibroscópio flexível 3.4 mm) que foi realizada por um médico otorrinolaringologista, a
fim de passar pela avaliação do trato vocal durante a execução da vibração de
língua (Anexo 4).
Os sujeitos foram posicionados na cadeira onde foi realizado o exame e
foram orientados a acomodar-se da mesma forma como estão habituados a realizar
o exercício. Não foi utilizado nenhum tipo de anestésico para que não ocorresse a
diminuição da sensibilidade dos sujeitos, nem aumento da secreção no trato vocal.
Não houve orientação prévia com relação à execução da técnica a fim de não
influenciar na forma habitual dos sujeitos realizarem-na. Porém, nos casos em que a
alteração da postura da cabeça foi percebida antes de iniciar o exame, o sujeito foi
reorientado para a correção, de forma a manter um ângulo de 90º entre o queixo e o
tórax.
Uma câmera de vídeo (marca Panasonic, modelo MV V1000) foi
posicionada na frente dos sujeitos, com a distância aproximada de um metro, a fim
52
de visualizar possíveis compensações faciais e posturais de cabeça durante a
execução da técnica, e assim, correlacionar com os dados do trato vocal (Anexo 5).
Para observar o funcionamento do trato vocal durante a realização da
técnica de vibração de língua, solicitamos aos sujeitos que realizassem a cnica no
tom habitual durante um minuto e meio. Para contagem dessa amostra, foi utilizado
um cronômetro da marca Casio.
A escolha por esse tempo de realização da técnica se deu com base na
pesquisa de Menezes et. al (2005) em que os autores referem que a partir do
terceiro minuto de execução da técnica, aumento, nas mulheres, das sensações
indesejáveis como fadiga vocal, com piora significativa da qualidade vocal. A partir
dessa pesquisa, estabelecemos um minuto e meio como tempo suficiente para
visualizarmos o trato vocal durante a vibração de ngua, considerando o incômodo
dos sujeitos pela manutenção do fibroscópio flexível na cavidade nasal, enquanto a
técnica era executada. Além desse fator, foi considerada a possibilidade do aumento
significativo do muco pelo equipamento, prejudicando a qualidade da imagem e do
exame.
Na sala em que foram realizadas as nasofibrolaringoscopias, a pesquisadora
deu a seguinte ordem: “Sente-se de forma confortável, da mesma forma como você
está acostumado a fazer a vibração de língua. Quando eu der o sinal, inicie a técnica
de vibração no tom habitual. Você irá realizar esta técnica durante um minuto e
meio. Caso o ar seja insuficiente, inspire e reinicie, para que eu tenha esse tempo
determinado de amostra da técnica”. Na hipótese do sujeito perguntar algo em
relação à forma de realizar a técnica, a pesquisadora responderia: “Faça como você
está habituado”, para evitar a indução dos sujeitos. Cabe salientar novamente que,
53
havendo algum tipo de lesão laríngea, percebida pelo médico no momento do
exame, o sujeito seria eliminado da pesquisa.
Após a realização da técnica, os sujeitos foram encaminhados (em silêncio)
novamente para a cabina acústica a fim de obter os mesmos dados acústicos após a
realização da vibração de língua. As mesmas instruções em relação à acomodação
foram dadas, e em seguida foram reorientados: “quando eu der o sinal, você irá
dizer seu nome completo; a data de hoje contendo dia, mês e ano; a palavra ‘Pós’;
irá realizar uma emissão prolongada da vogal /a/ e da vogal /é/, no seu tom habitual;
dizer os dias da semana e finalizar com a frase ‘Minha mãe namorou um anjo’”.
Todas as emissões foram gravadas no mesmo equipamento e da mesma forma que
o momento Pré, descritos anteriormente.
Todos os dados (imagens e áudio) passaram por edição em que foram
excluídos dados de identificação dos sujeitos, exceto a imagem da face, e dados
que pudessem induzir os juízes, como as palavras “pré” e “pós”.
Após a edição das imagens (trato vocal e imagem da face), os juízes
receberam um kit contendo 20 protocolos (um para cada sujeito) e um DVD
contendo as imagens a serem julgadas. Os juízes (otorrinolaringologistas e
fonoaudiólogos) tiveram uma semana para analisar os dados separadamente e
devolver para a pesquisadora.
O mesmo procedimento ocorreu em relação aos dados acústicos, que foram
editados e compilados em CD. No entanto, o kit continha 40 protocolos (dois para
cada sujeito), uma vez cada sujeito tinha duas gravações uma pré e outra s
realização da técnica de vibração de língua.
54
4.3.
A
NÁLISE DOS
D
ADOS
Os dados gravados em áudio foram separados para que pudessem ser
analisados pela acústica e pela análise perceptivo-auditivo.
A vogal /a/ e a frase “Minha mãe namorou um anjo” foram submetidas à
análise acústica, utilizando o programa Gram 5.0. Para tanto, as emissões foram
editadas mantendo a ordem pré e pós para observação das modificações após a
realização da técnica de vibração de língua.
A vogal foi avaliada quanto à modificação da freqüência fundamental e a
frase “Minha mãe namorou um anjo” foi avaliada pelo traçado espectrográfico.
Ambas as análises foram realizadas pela pesquisadora, com auxílio de duas
fonoaudiólogas, com experiência em análise acústica, para discussão e análise dos
traçados.
As vogais /a/ e / passaram por verificação do tempo máximo de fonação,
através do mesmo cronômetro descrito anteriormente. Tal verificação foi realizada
apenas pela pesquisadora por se tratar de uma medida objetiva.
Os demais dados coletados em áudio (data do exame, dias da semana e
frase) foram submetidos à avaliação perceptivo-auditiva. A edição foi elaborada de
forma que a ordem da gravação (pré e pós vibração de língua) estivesse alterada de
maneira aleatória para ser avaliada pelos juízes quanto à modificação dos padrões
vocais de acordo com o protocolo elaborado pela pesquisadora (Anexo 3). Tais
dados foram julgados por três fonoaudiólogos. Estes analisaram as amostras
separadamente e a pesquisadora considerou consenso o resultado presente no
julgamento de pelo menos dois juízes.
55
As imagens obtidas pelo vídeo, referente às modificações faciais e posturais
de cabeça, também foram julgados por três fonoaudiólogos da mesma forma. No
entanto é importante salientar que estes juízes não eram os mesmos que realizaram
a avaliação perceptivo-auditiva. Tal cuidado foi tomado para evitar que os juízes
fossem influenciados, caso se lembrassem das vozes, associando-as às imagens
faciais e posturais.
Os dados dos exames nasofibrolaringoscópicos foram analisados e descritos
por três juízes por meio do protocolo modificado (Anexo 4) proposto por Bueno
(2003). Essa análise, realizada por três médicos otorrinolaringologistas, prosseguiu
da mesma forma como as realizadas por fonoaudiólogos, sendo considerado o
consenso em pelo menos 2 juízes.
Todos os protocolos foram aplicados em um grupo piloto (3 sujeitos) a fim de
observar a relevância dos dados e adequação dos protocolos à proposta da
pesquisa.
As imagens dos exames nasofibrolaringoscópicos, as imagens do vídeo e os
dados acústicos foram tabulados pela pesquisadora e enviados para o estatístico
para serem submetidos à análise estatística a fim de observarmos a relevância dos
mesmos.
4.4.
A
NÁLISE DOS
R
ESULTADOS
O estatístico adotou o nível de significância de 5% (α = 0,050 — significância
adotada) para determinar quais dados foram estatisticamente significantes. Para a
aplicação dos testes estatísticos deste estudo, ou seja, quando a significância
calculada (p) foi menor do que 5% (0,050), encontramos uma diferença (ou relação)
56
estatisticamente significante. Foi utilizado o programa SPSS (Statistical Package for
Social Sciences), em sua versão 13.0, para obtenção dos resultados.
A parte destinada à Estatística deste trabalho constou de descrição da
amostra estudada, por meio de contagens (freqüencial e percentual), e da aplicação
da Análise de Correlação de Spearman, quando houve interesse em estudarmos as
relações entre alguns pares de variáveis previamente escolhidos.
O programa Gram 5.0 foi utilizado para avaliar os traçados espectrográficos
das emissões da frase “Minha mãe namorou um anjo” e a freqüência fundamental
extraída das emissões da vogal /a/.
Os resultados foram organizados e serão apresentados no próximo capítulo,
de acordo com a ordem da coleta dos dados.
57
R
ESULTADOS
58
5. RESULTADOS
Neste capítulo apresentaremos os resultados na ordem em que os dados
foram coletados, a saber:
1. Resultados relativos à formação do fonoaudiólogo (Anexo 6) apresentados nos
gráficos de 1 a 2.
2. Resultados relativos ao aprendizado da técnica de vibração de língua (Anexo 7)
apresentados nos quadros 1 a 6.
3. Resultados da avaliação perceptivo-auditiva (Anexo 3) apresentados nas tabelas
1 a 4.
4. Resultados da avaliação do tempo máximo de fonação, apresentados nas tabelas
5 e 6.
5. Resultados da avaliação do trato vocal (Anexo 4) apresentados nas tabelas 7 a
14.
6. Resultados da avaliação da imagem da face e da postura de cabeça (Anexo 5)
apresentados nas tabelas 15 a 23.
7. Resultados da análise acústica (tabela 24, gráficos 8 e 9, figuras 1 a 20).
59
5%
15%
10%
60%
10%
de 30 a 25 anos
de 24 a 20 anos
de 19 a 15 anos
de 14 a 10 anos
de 9 a 5 anos
Gráfico 1. Distribuição dos sujeitos por tempo de formação acadêmica em Fonoaudiologia.
34%10%
32%
22%
2%
Aprimoramento
Especializão (1a.)
Especializão (2a.)
Mestrado
Doutorado
Gráfico 2. Distribuição dos sujeitos quanto à formação profissional, no que se refere à realização de
Cursos de Aprimoramento, Especialização, Mestrado e Doutorado
60
Quadro 1. Apresentação das respostas sobre utilização da técnica de vibração de língua, segundo a
opinião dos 20 fonoaudiólogos sujeitos da pesquisa
1
Questão 1 - Para que serve a técnica de vibração de língua? Citações
Mobilizar a mucosa das pregas vocais 10
Melhorar coaptação glótica 5
Aquecer a voz 4
Atingir emissão oral mais clara e equilibrada em ressonância 3
Equilíbrio da coordenação pneumofonoarticulatória 2
Reduzir o esforço fonatório 2
Para absorver lesão de massa 2
Outros benefícios 2
Adequar tensão de tônus 2
Desaquecimento vocal 2
Suavização da emissão 2
Soltar o muco das pregas vocais 1
Equilíbrio das forças aerodinâmicas da respiração 1
Relaxar a musculatura intrínseca da laringe 1
Melhora da projeção vocal 1
Favorecimento da adução das pregas vocais 1
Reabsorção de determinadas lesões 1
Diminuir edema de pregas vocais 1
Promover vibração mais regular de pregas vocais 1
Para relaxar 1
Melhorar produção vocal 1
Reduz a tensão laríngea, ou seja, favorece a vibração das pregas vocais sem tensão
1
Trabalhar tessitura vocal 1
Trabalhar qualidade vocal 1
Trabalhar tempo máximo de fonação 1
Trabalhar resistência glótica 1
Trabalhar articulação 1
Total 52
1
Alguns sujeitos apresentaram mais de uma resposta, portanto o total das respostas é superior a 20.
61
Quadro 2. Apresentação das respostas sobre as estruturas envolvidas na técnica de vibração de língua,
segundo a opinião dos 20 fonoaudiólogos sujeitos da pesquisa
2
Questão 2 - Quais estruturas estão envolvidas? Citações
Língua 12
Laringe 6
Estruturas do trato vocal 4
Pregas vocais 4
Pulmões (fluxo respiratório) 3
Palato 2
Musculatura intrínseca da laringe 2
Arcabouço laríngeo 2
Camadas que formam a prega vocal (musculatura e mucosa) 2
Musculatura intrínseca do trato vocal 1
Lábios 1
Musculatura extrínseca da laringe 1
Cavidade oral 1
Aparelho fonatório 1
Faringe 1
Total 43
2
Alguns sujeitos apresentaram mais de uma resposta, portanto o total das respostas é superior a 20.
62
Quadro 3. Apresentação das respostas sobre as variações na forma de realizar a técnica de vibração de
língua, segundo a opinião dos 20 fonoaudiólogos sujeitos da pesquisa
3
Questão 3 - Existem variações na forma de realizar? Se sim, quais? Citações
Variação de freqüência 8
Com ou sem produção de som 6
Com ou sem escala 5
Com ou sem variação de intensidade 3
Associado a vogais 3
Com ou sem tensão 2
Movimentação de postura de cabeça 2
Juntamente com vibração de lábios 2
Com a língua para fora da boca (apoiada no lábio inferior) 2
Movimentação cervical 1
Tom habitual da voz 1
Staccato e glissando
1
Com a língua dentro da boca 1
Com a parte posterior da língua, vibrando faringe 1
Com empuxo 1
Com modificação de posição de órgãos fonoarticulatórios (bico-sorriso) 1
Associado a sons nasais 1
Variações de abertura de boca 1
Desconheço 1
Total 43
3
Alguns sujeitos apresentaram mais de uma resposta, portanto o total das respostas é superior a 20.
63
Quadro 4. Apresentação das respostas sobre a forma de aprendizado da técnica de vibração de língua,
segundo a opinião dos 20 fonoaudiólogos sujeitos da pesquisa
4
Questão 4 - Como você aprendeu? Citações
Na faculdade 8
Em cursos 4
Na prática 3
Em terapia fonoaudiológica 2
No curso de especialização 2
Em aulas de canto 2
Na infância 1
No curso de aperfeiçoamento 1
Por imitação 1
Total 24
Quadro 5. Apresentação das respostas sobre a forma de aprendizado da técnica de vibração de língua,
segundo a opinião dos 20 fonoaudiólogos sujeitos da pesquisa
5
Questão 5 - Quando e como você percebeu que havia dominado esta técnica? Citações
Depois de formada quando os pacientes começaram a apresentar resultados positivos
6
Pelos resultados observados em mim 3
Após praticar bastante 2
Quando comecei a trabalhar com voz profissional 1
Logo que aprendi 1
Quando consegui mantê-la seguida e contínua, com escalas e sem interrupções 1
Quando permaneci com a mesma vibração mais de 10 segundos. 1
Com o feedback auditivo - revelava vibração suave
1
Quando reabilitei minha própria voz 1
Pela orientação da professora / supervisora de voz 1
Quando percebi que ela era realizada sem esforço 1
Quando meu tempo de vibração aumentou e a qualidade da voz se manteve sem
quebras
1
Após os estudos de pós-graduação 1
Total 21
4
Alguns sujeitos apresentaram mais de uma resposta, portanto o total das respostas é superior a 20.
5
Alguns sujeitos apresentaram mais de uma resposta, portanto o total das respostas é superior a 20.
64
Quadro 6. Apresentação das respostas sobre os casos em que se aplica a técnica de vibração de língua,
segundo a opinião dos 20 fonoaudiólogos sujeitos da pesquisa
6
Questão 6 - Em que casos você aplica a técnica de vibração de língua? Citações
Nódulos vocais 6
Aquecimento vocal 5
No trabalho clínico, quando a demanda é voz. 4
Cistos 3
Desaquecimento vocal 3
Disfonias funcionais 3
Disfonias organofuncionais 3
Edema de Reinke 3
Edemas 3
Sulco vocal 3
Com profissionais da voz 2
Fendas 2
Para melhorar a onda mucosa 2
Retrações cicatriciais 2
Quando o paciente apresenta um padrão tenso de fonação 2
Alterações estruturais mínimas 1
Aperfeiçoamento da comunicação oral 1
Aperfeiçoamento vocal 1
Disfonias hipercinéticas 1
Disfonias orgânicas 1
Em aulas de expressão vocal 1
Em lesões de massa 1
Evito usar nas aulas em grupo porque os alunos geralmente fazem com muita tensão.
Prefiro a vibração de lábios como aquecimento pré-cênico.
1
Laringites 1
Melhora da mobilidade da mucosa das pregas vocais 1
Para fechamento glótico 1
Pós operatório 1
Em casos de casos de voz, linguagem oral (distúrbio articulatório, gagueira) e alteração
de sistema sensório-motor-oral)
1
Quando percebo aspereza 1
Sempre que percebo que o problema vocal é de fonte: uma voz rouca, soprosa ou
áspera, podendo estar relacionado a diferentes lesões. Raramente não uso essa técnica.
1
Total 61
6
Alguns sujeitos apresentaram mais de uma resposta, portanto o total das respostas é superior a 20.
65
Tabela 1. Comparação numérica (freqüência) e percentual da avaliação perceptivo-auditiva, segundo o
consenso dos juízes fonoaudiólogos, do parâmetro loudness nos momentos pré e pós realização da
técnica de vibração de língua em 20 sujeitos
Loudness Pré Loudness Pós
Categorias Freqüência Percentual Freqüência Percentual
adequada 17 85,00 17 85,00
fraca 3 15,00 3 15,00
Total 20 100,00 20 100,00
Tabela 2. Comparação numérica (freqüência) e percentual da avaliação perceptivo-auditiva, segundo o
consenso dos juízes fonoaudiólogos, do parâmetro pitch nos momentos pré e pós realização da técnica
de vibração de língua em 20 sujeitos
Pitch Pré Pitch Pós
Categorias Freqüência Percentual Freqüência Percentual
grave 4 20,00 4 20,00
adequado 14 70,00 13 65,00
agudo 2 10,00 3 15,00
Total 20 100,00 20 100,00
Tabela 3. Comparação numérica (freqüência) e percentual da avaliação perceptivo-auditiva, segundo o
consenso dos juízes fonoaudiólogos, do parâmetro qualidade vocal nos momentos pré e pós realização
da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos
Qualidade Vocal Pré Qualidade Vocal Pós
Categorias Freqüência Percentual Freqüência Percentual
sem alterações 14 70,00 10 50,00
rouca 2 10,00 1 5,00
soprosa 4 20,00 8 40,00
rouca-soprosa 0 0,00 1 5,00
Total 20 100,00 20 100,00
Tabela 4. Comparação numérica (freqüência) e percentual da avaliação perceptivo-auditiva, segundo o
consenso dos juízes fonoaudiólogos, do parâmetro ataque vocal nos momentos pré e pós realização da
técnica de vibração de língua em 20 sujeitos
Ataque vocal Pré Ataque vocal Pós
Categorias Freqüência Percentual Freqüência Percentual
isocrônico 12 60,00 17 85,00
brusco 7 35,00 3 15,00
aspirado 1 5,00 0 0,00
Total 20 100,00 20 100,00
66
Tabela 5. Comparação numérica (freqüência) e percentual do parâmetro tempo máximo de fonação (TMF)
da vogal /a/ nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos
TMF - vogal /a/ Freqüência Percentual
diminuiu 5 25,00
manteve 6 30,00
aumentou 9 45,00
Total 20 100,00
Tabela 6. Comparação numérica (freqüência) e percentual do parâmetro tempo máximo de fonação (TMF)
da vogal /é/ nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos
TMF - vogal /é/ Freqüência Percentual
diminuiu 7 35,00
manteve 4 20,00
aumentou 9 45,00
Total 20 100,00
Tabela 7. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da constrição de faringe durante a realização da
técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem do trato vocal,
segundo o consenso dos juízes otorrinolaringologistas
Constrição de Faringe Freqüência Percentual
Não 6 30,00
Ântero-posterior 6 30,00
Medial 5 25,00
Medial e ântero-posterior 3 15,00
Total 20 100,00
Tabela 8. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da ampliação de faringe durante a realização da
técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem do trato vocal,
segundo o consenso dos juízes otorrinolaringologistas
Ampliação de Faringe Freqüência Percentual
não 13 65,00
sim 7 35,00
Total 20 100,00
67
Tabela 9. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da medialização das pregas vestibulares durante
a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem do
trato vocal, segundo o consenso dos juízes otorrinolaringologistas
Medialização das Pregas Vestibulares
Freqüência Percentual
não 8 40,00
sim 5 25,00
não-visualizadas 7 35,00
Total 20 100,00
Tabela 10. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da vibração das pregas vestibulares durante a
realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem do
trato vocal, segundo o consenso dos juízes otorrinolaringologistas
Vibração das Pregas Vestibulares Freqüência Percentual
não 9 45,00
sim 3 15,00
não-visualizadas 8 40,00
Total 20 100,00
Tabela 11. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da mobilidade vertical da laringe durante a
realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem do
trato vocal, segundo o consenso dos juízes otorrinolaringologistas
Mobilidade Vertical da Laringe Freqüência Percentual
desceu 11 55,00
manteve 8 40,00
subiu 1 5,00
Total 20 100,00
Tabela 12. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da vibração da laringe durante a realização da
técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem do trato vocal,
segundo o consenso dos juízes otorrinolaringologistas
Vibração da Laringe Freqüência Percentual
não 7 35,00
sim 13 65,00
Total 20 100,00
68
Tabela 13. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da modificação do comprimento das pregas
vocais durante a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação
da imagem do trato vocal, segundo o consenso dos juízes otorrinolaringologistas
Modificação do Comprimento das PPVV
Freqüência Percentual
encurtamento 4 20,00
mantidas 6 30,00
alongamento 1 5,00
não-visualizadas 9 45,00
Total 20 100,00
Tabela 14. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual do fechamento das pregas vocais durante a
realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem do
trato vocal, segundo o consenso dos juízes otorrinolaringologistas
Fechamento das PPVV Freqüência Percentual
incompleto 11 55,00
não-visualizadas 9 45,00
Total 20 100,00
Tabela 15. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da modificação dos lábios durante a realização
da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem do trato vocal,
segundo o consenso dos juízes otorrinolaringologistas
Lábios Freqüência Percentual
arredondados 4 20,00
entreabertos 12 60,00
em bico 2 10,00
em sorriso 2 10,00
Total 20 100,00
Tabela 16. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da modificação dos olhos durante a realização
da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem da face e da
postura de cabeça, segundo o consenso dos juízes fonoaudiólogos
Olhos Freqüência Percentual
sem modificações 16 80,00
fechados 2 10,00
arregalados 2 10,00
Total 20 100,00
69
Tabela 17. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da modificação da língua durante a realização
da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem da face e da
postura de cabeça, segundo o consenso dos juízes fonoaudiólogos
Língua Freqüência Percentual
anterior 5 25,00
posterior 4 20,00
não-visualizada 11 55,00
Total 20 100,00
Tabela 18. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da tensão facial durante a realização da técnica
de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem da face e da postura de
cabeça, segundo o consenso dos juízes fonoaudiólogos
Tensão Facial Freqüência Percentual
não 13 65,00
sim 7 35,00
Total 20 100,00
Tabela 19. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da tensão cervical durante a realização da
técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem da face e da postura
de cabeça, segundo o consenso dos juízes fonoaudiólogos
Tensão Cervical Freqüência Percentual
não 12 60,00
sim 8 40,00
Total 20 100,00
Tabela 20. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual de outro movimento facial durante a realização
da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da imagem da face e da
postura de cabeça, segundo o consenso dos juízes fonoaudiólogos
Outro movimento facial Freqüência Percentual
não 19 95,00
sim 1 5,00
Total 20 100,00
70
Tabela 21. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da postura de cabeça em relação ao tórax
durante a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da
imagem da face e da postura de cabeça, segundo o consenso dos juízes fonoaudiólogos
Tabela 22. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da postura de cabeça em relação aos ombros
durante a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da
imagem da face e da postura de cabeça, segundo o consenso dos juízes fonoaudiólogos
Postura de Cabeça em relação aos Ombros Freqüência Percentual
inclinada para esquerda 3 15,00
alinhada 15 75,00
inclinada para direita 2 10,00
Total 20 100,00
Tabela 23. Ocorrência numérica (freqüência) e percentual da postura de cabeça em relação à rotação
durante a realização da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos, de acordo com a avaliação da
imagem da face e da postura de cabeça, segundo o consenso dos juízes fonoaudiólogos
Postura de Cabeça – Rotação Freqüência Percentual
virada para esquerda 2 10,00
alinhada 16 80,00
virada para direita 2 10,00
Total 20 100,00
Tabela 24. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais da freqüência fundamental após a realização
da técnica de vibração de língua em 20 sujeitos
Freqüência Fundamental – F0 Freqüência Percentual
diminuiu 6 30,00
manteve 11 55,00
aumentou 3 15,00
Total 20 100,00
Postura de Cabeça em relação ao Tórax Freqüência Percentual
alinhada 16 80,00
Inclinada para trás 4 20,00
Total 20 100,00
71
Gráfico 3. Distribuição dos sujeitos segundo a variação da quantidade de harmônicos no traçado
espectrográfico, durante a emissão da frase “Minha mãe namorou um anjo” no momento pós - vibração
de língua
7
11
2
0
4
8
12
Diminuiu Aumentou Manteve
Gráfico 4. Distribuição dos sujeitos segundo a qualidade dos harmônicos no traçado espectrográfico,
durante a emissão da frase “Minha mãe namorou um anjo” no momento pós - vibração de língua
15
5
0
5
10
15
20
Melhorou Piorou
72
Figura 1. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 1, nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de língua. Houve diminuição de
harmônicos e pior definição do traçado espectrográfico no pós. A voz apresentou-se mais grave no pós.
Figura 2. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 2, nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de língua. Houve aumento de
harmônicos, melhora do traçado espectrográfico no pós e a extensão do traçado se manteve
evidenciando mesma velocidade de fala nas duas emissões. Porém a entrada de áudio no pós
apresentou distorções.
73
Figura 3. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 3, nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de língua. Houve aumento de
harmônicos e melhor definição do traçado espectrográfico no pós. Em ambas as emissões o sujeito
apresentou sobrearticulação, com diminuição da mesma no pós.
Figura 4. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 4, nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de língua. Houve diminuição de
harmônicos e aumento da velocidade de fala no s. No Pré houve prolongamento da vogal deixando o
início do traçado melhor definido nesse momento. No pós melhora do traçado no final da emissão.
Não houve sonorização do fonema /j/ em ambos os momentos. Não há ruído em ambos os traçados.
74
Figura 5. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 5, nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de língua. Houve aumento de
harmônicos no pós e a extensão do traçado se manteve evidenciando mesma velocidade de fala nas
duas emissões.
Figura 6. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 6, nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de língua. Manteve número de
harmônicos, houve melhor definição do traçado espectrográfico, aumento de velocidade de fala e
melhora da precisão articulatória no pós. Observamos melhor entrada de áudio no pós.
75
Figura 7. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 7, nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de língua. No pré houve
lentificação de fala e prolongamento de vogal. No pós, manteve número de harmônicos, porém com
melhora na definição do traçado e houve aumento de velocidade de fala.
Figura 8. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 8, nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de língua. Houve aumento de
harmônicos, diminuição da nasalidade e melhora da precisão articulatória no pós. Não presença de
ruído em ambas as emissões.
76
Figura 9. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 9, nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de língua. Houve aumento de
harmônicos, melhora da precisão articulatória, presença de ruído, aumento de nasalidade e soprosidade
no pós.
Figura 10. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 10, nos momentos pe pós realização da técnica de vibração de língua. Houve diminuição
de harmônicos, justificada pela entrada de áudio modificada (pior) no pós.
77
Figura 11. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 11, nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de ngua. Houve aumento de
harmônicos, melhora da precisão articulatória, diminuição do ruído e da nasalidade no pós.
Figura 12. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 12, nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de ngua. Houve aumento de
harmônicos e aumento de ruído. No pré há presença de quebra de sonoridade que desaparece no pós.
78
Figura 13. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 13, nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de ngua. Houve aumento de
harmônicos, melhor definição do traçado espectrográfico principalmente na produção do fricativo /j/ e
diminuição da nasalidade no pós. O ruído se manteve.
Figura 14. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 14, nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de ngua. Houve aumento de
harmônicos, melhor definição do traçado espectrográfico, aumento da extensão do traçado (pelo
prolongamento da vogal) e melhora da precisão articulatória no pós. O ruído se manteve.
79
Figura 15. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 15, nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de língua. A entrada de áudio
estava melhor no pré. Houve diminuição de harmônicos, provavelmente pelo aumento da nasalidade, e
diminuição da velocidade de fala no pós.
Figura 16. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 16, nos momentos pe pós realização da técnica de vibração de língua. Houve diminuição
de harmônicos, aumento de nasalidade, diminuição da velocidade de fala e diminuição da entrada de
áudio no pós.
80
Figura 17. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 17, nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de ngua. Houve aumento de
harmônicos, melhor definição do traçado espectrográfico e emissão com curva ascendente no pós. o
há presença de ruído em ambas as emissões.
Figura 18. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 18, nos momentos pe pós realização da técnica de vibração de língua. Houve diminuição
de harmônicos, piora na definição do traçado espectrográfico, piora da precisão articulatória e aumento
de velocidade de fala no pós. Não há presença de ruído em ambas as emissões.
81
Figura 19. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 19, nos momentos pré e pós realização da técnica de vibração de língua. distorção do
som no pré. Houve aumento de harmônicos, melhor definição do traçado espectrográfico (no início da
emissão) e diminuição da velocidade de fala no pós.
Figura 20. Apresentação dos traçados espectrográficos da frase “Minha mãe namorou um anjo”, emitida
pelo sujeito 20, nos momentos pe pós realização da técnica de vibração de língua. Houve diminuição
de harmônicos e melhor definição do traçado espectrográfico no pós, embora haja diminuição da entrada
de áudio no final da emissão. Houve diminuição do ruído.
82
Conforme descrito no início do capítulo, adotamos o nível de significância de
5,00% (α = 0,050 — significância adotada), ou seja, quando a significância calculada
(p) foi menor do que 5,00% (0,050), encontramos uma relação estatisticamente
significante.
Para se obter os resultados da análise estatística foi aplicada a Análise de
Correlação de Spearman para que pudessem ser identificados os pares de variáveis
cuja relação fosse estatisticamente significante. A seguir apresentamos todos os
cruzamentos em que houve esse tipo de correlação.
Tabela 25. Apresentação dos pares de variáveis da avaliação perceptivo-auditiva, coeficientes de
correlações e nível de significância, segundo a Análise de Correlação de Spearman
Par de Variáveis Coeficiente de Correlação
Significância (p)
Pitch - Pré x Pitch - Pós + 0,598 0,005
Ataque vocal - Pré x Ataque Vocal - Pós + 0,465 0,039
Tabela 26. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis pitch pré e pitch pós,
em 20 sujeitos
Pitch - Pós
Pitch - Pré
grave adequado agudo
Total
2 2 0 4
grave
10,00 10,00 0,00 20,00
2 11 1 14
adequado
10,00 55,00 5,00 70,00
0 0 2 2
agudo
0,00 0,00 10,00 10,00
4 13 3 20
Total
20,00 65,00 15,00 100,00
P= 0,005
83
Tabela 27. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis ataque vocal pré e
ataque vocal pós, em 20 sujeitos
Ataque vocal Pós
Ataque vocal Pré
isocrônico
brusco aspirado
Total
12 0 0 12
isocrônico
60,00 0,00 0,00 60,00
4 3 0 7
brusco
20,00 15,00 0,00 35,00
1 0 0 1
aspirado
5,00 0,00 0,00 5,00
17 3 0 20
Total
85,00 15,00 0,00 100,00
p= 0,039
Tabela 28. Apresentação dos pares de variáveis da avaliação do tempo máximo de fonação, coeficientes
de correlações e nível de significância, segundo a Análise de Correlação de Spearman
Par de Variáveis Coeficiente de Correlação Significância (p)
/a/ pré x /a/ pós + 0,848 < 0,001
/a/ pré x /é/ pré + 0,916 < 0,001
/e/ pré x /é/ pós + 0,643 0,002
/a/ pós x /é/ pós + 0,816 < 0,001
Conclusão TMF /a/ x Conclusão TMF /é/ + 0,495 0,026
Tabela 29. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis sobre a conclusão do
tempo máximo de fonação das vogais /a/ e /é/, em 20 sujeitos
Vogal /é/
Vogal /a/
diminuiu manteve aumentou
Total
2 2 1 5
diminuiu
10,00 10,00 5,00 25,00
4 1 1 6
manteve
20,00 5,00 5,00 30,00
1 1 7 9
aumentou
5,00 5,00 35,00 45,00
7 4 9 20
Total
35,00 20,00 45,00 100,00
p= 0,026
84
Tabela 30. Apresentação dos pares de variáveis da avaliação do trato vocal, coeficientes de correlações e
nível de significância, segundo a Análise de Correlação de Spearman
Par de Variáveis
Coeficiente de
Correlação
Significância
(p)
Ampliação de Faringe x Vibração de Pregas Vestibulares - 0,525 0,018
Ampliação de Faringe x Modificação do Comprimento das PPVV - 0,699 0,001
Ampliação de Faringe x Fechamento das PPVV - 0,664 0,001
Medialização de Pregas Vestibulares x Vibração de Pregas Vestibulares + 0,871 < 0,001
Medialização de Pregas Vestibulares x Vibração da Laringe + 0,446 0,049
Medialização de Pregas Vestibulares x Modificação do Comprimento das PPVV + 0,641 0,002
Medialização de Pregas Vestibulares x Fechamento das PPVV + 0,743 < 0,001
Vibração de Pregas Vestibulares x Vibração da Laringe + 0,534 0,015
Vibração de Pregas Vestibulares x Modificação do Comprimento das PPVV + 0,686 0,001
Vibração de Pregas Vestibulares x Fechamento das PPVV + 0,807 < 0,001
Modificação do Comprimento das PPVV x Fechamento das PPVV + 0,922 < 0,001
Tabela 31. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis ampliação de faringe
e vibração de pregas vestibulares , em 20 sujeitos
Vibração de Pregas Vestibulares
Ampliação de
Faringe
não sim não-visualizadas
Total
4 1 8 13
não
20,00 5,00 40,00 65,00
5 2 0 7
sim
25,00 10,00 0,00 35,00
9 3 8 20
Total
45,00 15,00 40,00 100,00
p= 0,018
Tabela 32. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis ampliação de faringe
e modificação do comprimento das pregas vocais , em 20 sujeitos
Modificação do Comprimento das PPVV
Ampliação de Faringe
encurtamento
mantidas alongamento não-visualizadas
Total
1 2 1 9 13
não
5,00 10,00 5,00 45,00 65,00
3 4 0 0 7
sim
15,00 20,00 0,00 0,00 35,00
4 6 1 9 20
Total
20,00 30,00 5,00 45,00 100,00
p= 0,001
85
Tabela 33. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis ampliação de faringe
e fechamento das pregas vocais , em 20 sujeitos
Fechamento das Pregas Vocais
Ampliação de Faringe
incompleto não-visualizadas
Total
4 9 13
não
20,00 45,00 65,00
7 0 7
sim
35,00 0,00 35,00
11 9 20
Total
55,00 45,00 100,00
P= 0,001
Tabela 34. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis medialização das
pregas vestibulares e vibração das pregas vestibulares, em 20 sujeitos
Vibração das Pregas Vestibulares
Medialização das Pregas Vestibulares
não sim não-visualizadas
Total
7 1 0 8
não
35,00 5,00 0,00 40,00
2 2 1 5
sim
10,00 10,00 5,00 25,00
0 0 7 7
não-visualizadas
0,00 0,00 35,00 35,00
9 3 8 20
Total
45,00 15,00 40,00 100,00
p< 0,001
Tabela 35. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis medialização das
pregas vestibulares e vibração da laringe, em 20 sujeitos
Vibração da Laringe
Medialização das Pregas Vestibulares
não sim
Total
5 3 8
não
25,00 15,00 40,00
1 4 5
sim
5,00 20,00 25,00
1 6 7
não-visualizadas
5,00 30,00 35,00
7 13 20
Total
35,00 65,00 100,00
p= 0,049
86
Tabela 36. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis medialização das
pregas vestibulares e modificação do comprimento das PPVV, em 20 sujeitos
Modificação do Comprimento das PPVV
Medialização das Pregas
Vestibulares
encurtamento mantidas alongamento não-visualizadas
Total
2 4 1 1 8
não
10,00 20,00 5,00 5,00 40,00
2 2 0 1 5
sim
10,00 10,00 0,00 5,00 25,00
0 0 0 7 7
não-visualizadas
0,00 0,00 0,00 35,00 35,00
4 6 1 9 20
Total
20,00 30,00 5,00 45,00 100,00
p= 0,002
Tabela 37. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis medialização das
pregas vestibulares e fechamento das pregas vocais, em 20 sujeitos
Fechamento das Pregas Vocais
Medialização das Pregas Vestibulares
incompleto não-visualizadas
Total
7 1 8
não
35,00 5,00 40,00
4 1 5
sim
20,00 5,00 25,00
0 7 7
não-visualizadas
0,00 35,00 35,00
11 9 20
Total
55,00 45,00 100,00
p< 0,001
Tabela 38. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis vibração das pregas
vestibulares e vibração da laringe, em 20 sujeitos
Vibração da Laringe
Vibração das Pregas Vestibulares
não Sim
Total
6 3 9
não
30,00 15,00 45,00
0 3 3
sim
0,00 15,00 15,00
1 7 8
não-visualizadas
5,00 35,00 40,00
7 13 20
Total
35,00 65,00 100,00
p= 0,015
87
Tabela 39. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis vibração das pregas
vestibulares e modificação do comprimento das pregas vocais, em 20 sujeitos
Modificação do Comprimento das PPVV
Vibração das Pregas
Vestibulares
encurtamento
mantidas alongamento não-visualizadas
Total
2 5 1 1 9
não
10,00 25,00 5,00 5,00 45,00
2 1 0 0 3
sim
10,00 5,00 0,00 0,00 15,00
0 0 0 8 8
não-visualizadas
0,00 0,00 0,00 40,00 40,00
4 6 1 9 20
Total
20,00 30,00 5,00 45,00 100,00
p= 0,001
Tabela 40. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis medialização das
pregas vestibulares e vibração da laringe, em 20 sujeitos
Fechamento das Pregas Vocais
Vibração das Pregas
Vestibulares
incompleto não-visualizadas
Total
8 1 9
não
40,00 5,00 45,00
3 0 3
sim
15,00 0,00 15,00
0 8 8
não-visualizadas
0,00 40,00 40,00
11 9 20
Total
55,00 45,00 100,00
p< 0,001
Tabela 41. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis modificação do
comprimento das pregas vocais e fechamento das pregas vocais, em 20 sujeitos
Fechamento das Pregas Vocais
Modificação do Comprimento das PPVV
incompleto não-visualizadas
Total
4 0 4
encurtamento
20,00 0,00 20,00
6 0 6
mantidas
30,00 0,00 30,00
1 0 1
alongamento
5,00 0,00 5,00
0 9 9
não-visualizadas
0,00 45,00 45,00
11 9 20
Total
55,00 45,00 100,00
p< 0,001
88
Tabela 42. Apresentação dos pares de variáveis da avaliação do trato vocal e da avaliação perceptivo-
auditiva, coeficientes de correlações e nível de significância, segundo a Análise de Correlação de
Spearman
Par de Variáveis
Coeficiente de
Correlação
Significância (p)
Vibração de Pregas Vestibulares x Loudness - Pré + 0,476 0,034
Vibração de Pregas Vestibulares x Qualidade Vocal - Pós + 0,566 0,009
Vibração da Laringe x Ataque Vocal - Pós - 0,572 0,008
Fechamento das Pregas Vocais x Loudness - Pré + 0,464 0,039
Tabela 43. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis vibração das pregas
vestibulares e loudness pré, em 20 sujeitos
Loudness - Pré
Vibração das Pregas
Vestibulares
adequada fraca
Total
9 0 9
não
45,00 0,00 45,00
3 0 3
sim
15,00 0,00 15,00
5 3 8
não-visualizadas
25,00 15,00 40,00
17 3 20
Total
85,00 15,00 100,00
p = 0,034
Tabela 44. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis vibração das pregas
vestibulares e qualidade vocal pós, em 20 sujeitos
Qualidade Vocal - Pós
Vibração das Pregas
Vestibulares
sem alterações
rouca soprosa rouca-soprosa
Total
7 1 1 0 9
não
35,00 5,00 5,00 0,00 45,00
1 0 2 0 3
sim
5,00 0,00 10,00 0,00 15,00
2 0 5 1 8
não-visualizadas
10,00 0,00 25,00 5,00 40,00
10 1 8 1 20
Total
50,00 5,00 40,00 5,00 100,00
p = 0,009
89
Tabela 45. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis vibração da laringe e
ataque vocal pós, em 20 sujeitos
Ataque Vocal - Pós
Vibração da Laringe
isocrônico brusco
Total
4 3 7
não
20,00 15,00 35,00
13 0 13
sim
65,00 0,00 65,00
17 3 20
Total
85,00 15,00 100,00
p = 0,008
Tabela 46. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis fechamento das
pregas vocais e loudness pré, em 20 sujeitos
Loudness - Pré
Fechamento das Pregas Vocais
adequada
fraca
Total
11 0 11
incompleto
55,00 0,00 55,00
6 3 9
não-visualizadas
30,00 15,00 45,00
17 3 20
Total
85,00 15,00 100,00
p = 0,039
Tabela 47. Apresentação dos pares de variáveis da avaliação da face e da postura de cabeça, coeficientes
de correlações e nível de significância, segundo a Análise de Correlação de Spearman
Par de Variáveis
Coeficiente de
Correlação
Significância
(p)
Lábios x Língua
+ 0,591 0,006
Tensão cervical x Postura de cabeça em relação ao tórax + 0,612 0,004
Tensão cervical x Postura de cabeça - rotação + 0,456 0,043
Outro movimento facial x Postura de cabeça em relação ao tórax + 0,459 0,042
Postura de cabeça em relação ao tórax x Postura de cabeça em relação aos ombros - 0,457 0,043
90
Tabela 48. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis lábios e língua, em 20
sujeitos
Língua
Lábios
anterior posterior não-visualizada
Total
2 2 0 4
arredondados
10,00 10,00 0,00 20,00
3 2 7 12
entreabertos
15,00 10,00 35,00 60,00
0 0 2 2
em bico
0,00 0,00 10,00 10,00
0 0 2 2
em sorriso
0,00 0,00 10,00 10,00
5 4 11 20
Total
25,00 20,00 55,00 100,00
p= 0,006
Tabela 49. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis tensão cervical e
postura de cabeça em relação ao tórax, em 20 sujeitos
Postura de cabeça em relação ao tórax
Tensão Cervical
alinhada Inclinada para trás
Total
12 0 12
não
60,00 0,00 60,00
4 4 8
sim
20,00 20,00 40,00
16 4 20
Total
80,00 20,00 100,00
p= 0,004
Tabela 50. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis tensão cervical e
postura de cabeça em relação à rotação, em 20 sujeitos
Postura de cabeça – rotação
Tensão Cervical
Virada para
esquerda
Alinhada
Virada para
direita
Total
2 10 0 12
não
10,00 50,00 0,00 60,00
0 6 2 8
sim
0,00 30,00 10,00 40,00
2 16 2 20
Total
10,00 80,00 10,00 100,00
p= 0,043
91
Tabela 51. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis outro movimento
facial e postura de cabeça em relação ao tórax, em 20 sujeitos
Postura de cabeça em relação ao tórax
Outro movimento facial
Alinhada Inclinada para trás
Total
16 3 19
não
80,00 15,00 95,00
0 1 1
sim
0,00 5,00 5,00
16 4 20
Total
80,00 20,00 100,00
p= 0,042
Tabela 52. Resultados numéricos (freqüência) e percentuais dos pares de variáveis postura de cabeça em
relação ao tórax e postura de cabeça em relação aos ombros, em 20 sujeitos
Postura de cabeça em relação aos ombros
Postura de cabeça em
relação ao tórax
Inclinada para
esquerda
Alinhada
Inclinada
para direita
Total
1 13 2 16
Alinhada
5,00 65,00 10,00 80,00
2 2 0 4
Inclinada para trás
10,00 10,00 0,00 20,00
3 15 2 20
Total
15,00 75,00 10,00 100,00
p= 0,043
Tabela 53. Apresentação dos pares de variáveis da análise acústica (freqüência fundamental),
coeficientes de correlações e nível de significância, segundo a Análise de Correlação de Spearman
Par de Variáveis Coeficiente de Correlação Significância (p)
F0 – Pré X F0 – Pós + 0,908 < 0,001
92
D
ISCUSSÃO
93
6. DISCUSSÃO
Este trabalho teve o intuito de analisar a técnica de vibração de língua, sob
os aspectos do seu aprendizado, correlacionando as imagens do trato vocal com os
efeitos acústicos. Para tal propósito contamos com o auxílio da literatura como
embasamento para os nossos achados e questionamentos.
É preciso iniciar essa discussão expondo ao leitor, as dificuldades
encontradas para cumprimento do método de pesquisa aqui estabelecido.
A seleção dos sujeitos se deu, conforme descrito anteriormente, por meio de
contatos com a mídia eletrônica (sites relacionados a Fonoaudiologia), contatos com
instituições, universidades, cursos de especialização e divulgação entre amigos
todos de forma eletrônica, telefônica ou verbal. Essa divulgação ocorreu durante oito
meses. Diversas pessoas, de diversos estados (Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio
Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Paraíba), bem como pessoas residentes no
ABC, interior e litoral de São Paulo entraram em contato conosco a fim de participar
da pesquisa. Porém, após a explicação do método da pesquisa, que incluía
realização de exame nasofibrolaringoscópico, essas pessoas desistiam, em função
da impossibilidade de se deslocar para São Paulo. Algumas delas até se dispuseram
a realizar os exames em suas cidades e enviar a fita, mas tal opção impossibilitaria a
padronização do exame, bem como a filmagem da imagem da face e da postura de
cabeça.
Com relação aos sujeitos residentes em São Paulo, acreditamos que, pela
vivência dentro de um grande centro urbano como a nossa capital, as pessoas
tenham enfrentado dificuldades em se locomover para um consultório particular,
94
onde foi realizada a coleta dos dados, mesmo com uma grande gama de horários
oferecida para atender às possibilidades dessas pessoas. Sabemos que fatores
que interferem nesse momento, como trânsito, demanda familiar e profissional, e
demais compromissos. No entanto, esperávamos um número maior de sujeitos
interessados em participar, uma vez que há uma carência de pesquisas sobre
técnicas vocais na Fonoaudiologia. Isso não aconteceu.
Outro fator de interferência, na nossa opinião, foi o fato de que os
profissionais sentiam-se avaliados quanto à execução “correta” da técnica. Embora o
objetivo da pesquisa fosse analisar o trato vocal durante a realização da técnica e os
efeitos que ela proporciona, pudemos observar que, para algumas pessoas, existiu a
fantasia de que o seu conhecimento pudesse ser avaliado por essa pesquisa.
O resultado de todas essas dificuldades está apresentado no número final
de sujeitos. Conseguimos, em sete meses, avaliar apenas 20 fonoaudiólogos com
mais de cinco anos de experiência.
A escolha do médico otorrinolaringologista para execução dos exames
nasofibrolaringoscópicos se deu pela parceria que o mesmo dispõe com as
pesquisadoras desse trabalho e pelo fato de ele ter participado da pesquisa sobre
técnicas vocais (Bueno 2003) que acabou dando origem a este trabalho. No entanto,
outra dificuldade se apresentou. Embora consideremos o uso da luz estroboscópica
de suma importância para visualização da vibração da onda mucosa das pregas
vocais, o conseguimos utilizá-la, pois o equipamento do qual o dico dispunha,
não continha tal recurso. Também é verdade que o foco do nosso trabalho estava
voltado para os ajustes do trato vocal e não sobre a mucosa das pregas vocais,
diretamente. De posse destes fatos e, compreendendo que este médico apresenta
95
um envolvimento significativo com a pesquisa fonoaudiológica, não consideramos a
possibilidade de procurar outro profissional para nos auxiliar.
Ainda sobre os exames nasofibrolaringoscópicos, houve uma discussão
prévia, quando definíamos otodo da pesquisa, sobre o uso ou não do anestésico
tópico. Optamos por não utilizá-lo para que não houvesse aumento do muco durante
a realização da técnica e para que não houvesse diminuição da propriocepção
durante a realização da técnica. Mesmo assim, alguns sujeitos apresentaram
aumento da secreção em função da própria introdução do fibroscópio flexível na
cavidade nasal.
Em detrimento dos sujeitos serem fonoaudiólogos atuantes na área de voz,
encontramos uma vantagem durante a realização da nasofibrolaringoscopia. A
maioria dos sujeitos havia realizado esse exame, diminuindo a ansiedade e a
tensão características em sujeitos que o realizam pela primeira vez.
A opção por filmar a imagem dos sujeitos durante a realização da técnica
teve por objetivo visualizar se havia movimentos associados e/ou compensatórios,
de face e de cabeça, que implicassem em mudanças no trato vocal e nos efeitos
acústicos gerados. Tal opção parece ter inibido os sujeitos quanto ao receio de
serem avaliados. Notávamos um comportamento de inibição caracterizado por
expressões tensas, risadas ou verbalizações ao verem a filmadora posicionada à
frente da cadeira em que iriam se sentar, na sala onde os exames foram realizados.
O medo de ser avaliado estava cada vez mais presente nos sujeitos. Isso foi
refletido, pois ao terminar o exame, os sujeitos solicitavam à pesquisadora para
assistir ao exame. Para que não houvesse interferência no método desta pesquisa,
96
os sujeitos foram encaminhados à cabina acústica, em silêncio, para coleta do
material áudio-gravado (voz pós-vibração) e depois retornaram para assistir,
comentar e opinar sobre os exames, sobre suas sensações e sobre o que
acreditavam ter sido alterado após um minuto e meio de vibração de língua.
Durante a coleta do nosso material, verificamos uma curiosidade que nos fez
pensar na ordem que damos aos nossos pacientes. Após posicionar os sujeitos,
orientamos para que a técnica fosse realizada e mantida no tom habitual de fala.
Para nossa surpresa, alguns sujeitos realizaram a vibração de língua em tons
discretamente mais graves ou mais agudos do que seu tom habitual de fala. Um
único sujeito, após manter-se monotom por certo tempo, realizou a técnica em
melodia. Isso nos fez pensar se a ordem que damos aos nossos pacientes é
realmente clara, e quanto a compreensão que o paciente tem da nossa orientação
pode interferir na forma do paciente realizar as técnicas e exercícios propostos em
terapia. Com isso queremos dizer que, se para um fonoaudiólogo é difícil realizar a
técnica em tom habitual, para o paciente essa dificuldade pode atingir proporções
maiores. Portanto, o fonoaudiólogo deve se escutar, bem como estar atento para
orientar e trabalhar essa percepção com o paciente.
Mesmo com tantas barreiras que se apresentaram no processo da
dissertação, precisamos relatar que nossa maior dificuldade foi a de encontrar, na
literatura, trabalhos, pesquisas e relatos sobre a técnica de vibração de língua.
um consenso no meio científico em se afirmar a necessidade de realizar pesquisas
acerca das técnicas, uma vez que elas são o nosso instrumento de trabalho em
casos de habilitação e/ou reabilitação. Mais uma vez, queremos salientar que as
97
técnicas, sozinhas, não fornecem subsídios para a resolução de um caso, porém
não podemos negar a importância delas na clínica fonoaudiológica.
Vemos, comumente, que as pesquisas m se preocupado, até pela
“juventude” da Fonoaudiologia, em caracterizar perfis de blicos potenciais e, com
isso, delimitar campos de atuação para aqueles que ingressam no mercado de
trabalho. O resultado disso é o número restrito de pesquisas sobre o processo
terapêutico, sobre as práticas clínicas e sobre os recursos terapêuticos.
As pesquisas que se propõem a contar as dificuldades, vantagens, ganhos e
resultados dos processos terapêuticos e de programas de saúde vocal, geralmente
não detalham o processo. Quando o fazem, as técnicas utilizadas o mencionadas
dentro de um bloco que contempla todos os recursos alçados para atingir um
propósito. Com isso, as pesquisas conseguem relatar e até mencionar os ganhos da
intervenção fonoaudiológica, mas o resultado final é atribuído ao conjunto dos
aspectos envolvidos, ou seja, ao todo.
Iremos propor uma discussão pautada também em técnicas cujas aplicações
e propósitos sejam semelhantes aos da técnica de vibração de língua (fricativos
sonoros). Queremos deixar claro que a semelhança da qual falamos está no
objetivo/propósito das cnicas, que uma mesma técnica pode ser realizada de
formas totalmente distintas por dois sujeitos.
Nossa amostra aponta para uma maior concentração de fonoaudiólogos
(60%) formados há menos de 10 anos (gráfico 1).
Esses profissionais se mantêm atualizados no âmbito clínico-científico,
demonstrado pela realização de cursos de pós-graduação (gráfico 2). Do total de
98
sujeitos, 22% realizaram curso de Aprimoramento, 34% realizaram curso de
Especialização, 10% realizaram uma segunda Especialização, 32% dedicaram-se ao
Mestrado e 2% concluíram o Doutorado.
Os quadros 1 a 6 apresentam as respostas obtidas dos sujeitos por meio do
protocolo sobre a técnica de vibração de língua (Anexo 7).
Dez sujeitos (50%) referiram o trabalho com a mobilidade da mucosa das
pregas vocais como a utilização mais precisa da técnica (quadro 1), concordando
com os achados de literatura (Behlau et. al 1994; Francato et. al 1996; Cotes et. al
1998; Behlau 2002a; Pacheco et. al 2005a).
Ainda no quadro 1 vemos que a melhora da coaptação glótica foi citada
como a segunda maior utilização para esta cnica (5 sujeitos mencionaram),
embora nossos achados tenham apontado fechamento glótico incompleto em 55%
dos sujeitos (tabela 14) e aumento da soprosidade (tabela 3).
Quanto ao envolvimento de estruturas durante a realização da técnica de
vibração de língua (quadro 2), 12 sujeitos mencionaram a língua e 6 mencionaram a
laringe. Esses resultados podem estar diretamente ligados à sensação do sujeito
que realiza a técnica, pois sente, na língua e no arcabouço laríngeo, a vibração
gerada pela língua.
Outras citações ocorreram de forma genérica, embora não sejam estruturas
propriamente ditas, tais como cavidade oral, aparelho fonatório e pulmões (fluxo
respiratório). Essas citações remetem a um funcionamento vocal que contempla
fluxo aéreo e trato vocal (fonte e filtro), porém não são estruturas diretamente
ligadas à vibração de língua.
99
As estruturas faringe, palato e lábios também foram citadas pelo seu
envolvimento na realização da técnica. Porém acreditamos que tais referências
tenham se dado pelas sensações de reverberação nessas estruturas durante a
realização da técnica de vibração de língua e por compreenderem o trato vocal.
O quadro 3 demonstra o grande conhecimento dos fonoaudiólogos acerca
das variações na forma de realizar a técnica. A variação de freqüência (agudo /
grave) foi a variação mais citada, seguida de presença / ausência de som durante a
vibração, utilização ou não de escalas, variação de intensidade e uso associado de
vogais.
Quanto à forma de aprendizado da técnica de vibração de língua (quadro 4),
os sujeitos apontam a Faculdade como fator de maior influência no aprendizado da
mesma. Em seguida vêm os cursos e a prática. Esperávamos um número maior de
sujeitos que indicasse a prática como importante forma de aprendizado, pois
acreditamos que a prática diária, juntamente com o feedback auditivo e a
própriocepção sejam os maiores aliados na definição da melhor forma de realizar a
técnica.
Este dado se refletiu na questão sobre como os fonoaudiólogos sabiam que
haviam dominado a técnica (quadro 5), pois a grande maioria das citações (seis no
total) aponta o resultado positivo no paciente como confirmação da aplicação
adequada da técnica. No entanto, embora o fonoaudiólogo não tenha citado a
prática como uma das formas mais significativas de aprendizado (quadro 4), vemos
que isso aparece de forma intrínseca, nos relatos dos próprios resultados (quadro 5),
quando se refere às sensações e à percepção auditiva dos efeitos gerados pela
técnica.
100
Porém, dessas questões, a que mais nos chamou a atenção e merece
destaque na discussão foi aquela que questiona os casos em que se aplica a técnica
de vibração de ngua, descrita no quadro 6. Conforme nossas expectativas,
baseadas em troca de experiências, a aplicação das técnicas ainda se apresenta
atrelada às patologias laríngeas e não às necessidades vocais ou aos ajustes
laríngeos apresentados pelos pacientes. Das 33 citações, 14 são relacionadas a
patologias. Dessas 14, os nódulos vocais, cistos e edemas de Reinke aparecem
com maior freqüência nos questionários dos sujeitos. Sabemos que o tratamento
mais indicado para o edema de Reinke é o procedimento cirúrgico, associado às
orientações voltadas aos fatores que levaram à formação de tal edema, mais
comumente, o tabagismo. Sendo assim, a utilização da técnica de vibração de
língua, como possibilidade de eliminar tal patologia laríngea precisaria ser estudada
a fim de verificar se tal aplicação teria resultados.
Essa discussão sobre a aplicação da técnica de vibração de língua nos
confirma que a Fonoaudiologia ainda carrega a marca dos “empréstimos” da
Medicina, conforme citado por Cordeiro (1992), Fischlim (1993), Berberian (1997) e
Baptista (2000). Por meio dessas citações é possível observar que a Fonoaudiologia
ainda mantém o perfil do “curador”, que se forma para eliminar patologias e não os
sintomas. Com isso queremos dizer que o fonoaudiólogo precisa estar mais atento
às manifestações vocais dos seus pacientes e não somente às causas de natureza
orgânica.
O aquecimento e desaquecimento vocal, muito comum na prática clínica
fonoaudiológica, aparecem, nesta pesquisa, dissociados. Nos quadros 1 e 6 é
101
possível observar a discrepância das citações, enfocando maior necessidade em
aquecer a voz, do que desaquecê-la.
Na análise perceptivo-auditiva, embora não tenhamos encontrado diferença
no número de sujeitos que manteve a loudness adequada (tabela 1), acreditamos
que este não seja um parâmetro ao qual se deva dar relevância neste trabalho
científico. Por ser uma avaliação subjetiva e, embora o microfone tenha sido
posicionado da mesma forma em todos os sujeitos, não como controlar o tipo de
gravação da voz dos sujeitos. Observamos, ao longo das análises que algumas
vozes tiveram seus registros diferentes do habitual, ou seja, com intensidade
diferente de uma situação de fala. Houve, também, gravação de voz produzida com
impostação (S1). Sendo assim, seria necessário que todos os sujeitos tivessem a
mesma qualidade de amostra de voz para uma análise fidedigna e isso não é
possível por considerarmos a individualidade dos falantes.
O pitch manteve-se igual, de acordo com a tabela 2. Nesta pesquisa, não
esperávamos encontrar modificações neste parâmetro, uma vez que a técnica de
vibração de língua foi solicitada para ser realizada e mantida em um único tom.
Apesar da ordem dada aos sujeitos fosse que mantivessem o tom habitual de fala,
observamos que um dos sujeitos (S3) finalizou a vibração de língua em melodia. No
entanto, os juízes consideraram o pitch adequado nos momentos pré e pós
realização da técnica.
Como já mencionamos anteriormente, nenhum dos sujeitos apresentava
alteração vocal, pois esse era um dos fatores de exclusão para a pesquisa. No
entanto, a qualidade vocal apresentou piora no momento pós realização da técnica,
na categoria soprosidade (tabela 3). Acreditamos que tal piora tenha se dado pelo
102
fechamento glótico incompleto durante a vibração de língua. Esse dado contradiz a
afirmação de Behlau e Pontes (1995); Rodrigues (1995); Behlau et. al (1994);
Guberfain et. al (1999); Cassol e Behlau (2000); Pela et. al (2001) e Pacheco et. al
(2005a). No estudo de Menezes et. al (2005) houve piora da qualidade vocal nas
mulheres, porém tal piora foi observada somente após o terceiro minuto de
realização da técnica.
Existem outros fatores que podem ter interferido, de forma negativa nesse
resultado, como o aumento do muco pela introdução do fibroscópio no trato vocal. O
aumento do muco acarreta no aumento de massa vibrante, podendo gerar, além do
pitch mais grave, uma qualidade vocal rouca.
Consideramos, também, como fator de piora da qualidade vocal, o fato de
alguns fonoaudiólogos terem sido avaliados à noite após a jornada de trabalho. Isso
pode ter caracterizado a fadiga vocal, após uso continuado da voz durante o dia.
O receio de ser avaliado também pode ter sido um dos fatores de
interferência na piora da qualidade vocal. No entanto, precisaríamos de um número
maior de sujeitos para verificar a ocorrência de tal piora, uma vez que os achados da
literatura, já citada, apontam melhora desse parâmetro.
Apontamos, com relação à qualidade vocal, uma falha na elaboração do
protocolo (Anexo 3), pois se houvesse graduação da qualidade vocal, como nas
escalas GRBAS e CAPE-V (Vilanova e Behlau, 2004), conseguiríamos graduar e
pensar o quão alterada essa voz se tornou. Ou seja, os juízes não tiveram a
possibilidade de mensurar o grau de soprosidade e de rouquidão, o que diminui os
subsídios para nossa discussão.
103
O ataque vocal mostrou-se isocrônico na maioria (60%) dos sujeitos no pré e
no pós (85%) realização da cnica. Foi possível observar, inclusive, aumento do
número de sujeitos que suavizou o ataque vocal após realizar um minuto e meio de
vibração de língua. Tais achados estão descritos na tabela 4. É importante
destacarmos que normalmente as pessoas podem apresentar ataque vocal brusco
durante a produção de uma vogal sustentada, no entanto, isto não ocorreu durante a
nossa pesquisa. Acreditamos que os sujeitos, por serem fonoaudiólogos, tenham
uma emissão diferenciada e/ou tenham se condicionado, durante a coleta dos
dados, a não produzi-la dessa forma.
Além desse fator, consideramos que, embora os fonoaudiólogos
conhecessem o procedimento da nasofibrolaringoscopia, tal exame causa um
desconforto. O medo dos fonoaudiólogos serem avaliados e a ansiedade para
finalizar essa etapa da coleta podem ter gerado uma tensão verificada pelo ataque
vocal. Tal dado pode ser confirmado se olharmos o momento s vibração, em que
a maioria (85%) dos sujeitos apresentou ataque vocal isocrônico.
Não podemos deixar de citar que a vibração de língua gera uma melhor
coaptação glótica por equilibrar a vibração dos músculos tirearitenoideos (TA),
suavizando, também, o ataque vocal.
As tabelas 5 e 6 apresentam os resultados comparativos quanto ao tempo
máximo de fonação. Os TMF apresentaram aumento em 9 sujeitos nas duas vogais.
Monte et. al (2001) encontraram aumento apenas nesse parâmetro após realizar um
programa vocal com 12 idosos. Pela et. al (2002) também encontraram aumento do
TMF após utilização de um programa de aquecimento e desaquecimento vocal para
coralistas. No trabalho de Cielo et. al (2005) sobre o fricativo sonoro /Z/,
104
referência à sensação subjetiva de sustentação vocal por um maior período de
tempo. Nesse momento é importante destacarmos que os programas de
aquecimento e desaquecimento vocal focam, além de outras questões, o trabalho
respiratório e portanto, tal aumento no TMF seja justificado por esses exercícios e
não isoladamente pela vibração de língua.
Os TMF mantiveram-se estáveis em 6 sujeitos na vogal /a/ e em 4 sujeitos
na vogal /é/. No entanto, diminuíram em 5 sujeitos na vogal /a/ e em 7 sujeitos na
vogal /. Atribuímos esse decréscimo em função da fadiga respiratória de alguns
sujeitos, durante a vibração de língua. Os sujeitos faziam pausas respiratórias
inspirando antes de recomeçar a vibração, que precisávamos de um minuto e
meio de amostra. Possivelmente essas vibrações tenham sido realizadas ao final
da expiração nesses sujeitos. Sendo assim, ao gravar a emissão pós que iniciava
com a data da coleta dos dados, mas que, em seguida, acontecia a emissão das
vogais os sujeitos estivessem com cansaço vocal. Essa hipótese é confirmada se
pensarmos que a seqüência pedida era a vogal /a/, seguida da vogal /é/. Esta última
apresentou diminuição do TMF em mais sujeitos (7 35%) do que a vogal /a/ (5
25%).
A habilidade em realizar a técnica de vibração de língua, embora fosse fator
de inclusão para a pesquisa, está diretamente associada à prática clínica, pois
durante o processo terapêutico, há a necessidade do fonoaudiólogo passar um
modelo, tanto na forma de realizar a cnica, como de “mapear” com o paciente o
que está sendo realizado por ele. Isso quer dizer que o fonoaudiólogo, através do
feedback proprioceptivo do paciente e da escuta dos efeitos acústicos que a
vibração proporciona, deve indicar as nuances (posição de lábios e língua, tom
105
adequado, entre outras) que determinarão a forma que aquele paciente realiza a
técnica para obter os benefícios dela.
Algumas variações da face e da postura de cabeça foram descritas nas
tabelas 15 a 23, através do protocolo elaborado pela pesquisadora (Anexo 5). Porém
verificamos outras variações na forma de realizar a técnica no que se refere ao
tempo dessa vibração. Alguns sujeitos apresentavam uma vibração prolongada,
enquanto outros apresentavam-na muito curta. Esse dado está intimamente ligado à
capacidade respiratória, ao tônus de língua e, não menos importante, à dinâmica
vivida pelo sujeito no dia do exame. O tempo médio gasto para cada vibração não foi
mensurado nessa pesquisa, mas talvez tenha influência nos aspectos de TMF,
qualidade vocal, ataque vocal e constrição de faringe. Ou seja, supomos que quanto
mais curta é a vibração, pior é o ataque vocal (brusco) e a constrição de faringe
(mais acentuada), podendo gerar uma qualidade vocal pior no pós devido à forte
adução das pregas vocais.
Apenas um sujeito (S2) realizou a vibração de língua de forma surda”, ou
seja, sem som. Os demais sujeitos realizaram o que os pesquisadores chamam de
vibração sonorizada de língua (Guberfain et. al 1999; Menezes et. al 2001; Bueno
2003; Pacheco et. al, 2005a e Pacheco et. al, 2005b).
Com relação aos achados dos exames nasofibrolaringoscópicos, verificamos
as modificações da faringe (constrição e ampliação), descritas nas tabelas 7 e 8. Ao
estruturar o método de pesquisa, elaboramos o protocolo para visualização da
imagem da face e da postura de cabeça (Anexo 5), pois pensávamos que essas
variáveis pudessem interferir durante o exame. Mais precisamente com relação à
106
língua, imaginamos que quanto mais posterior ela estivesse, maior constrição das
paredes da faringe, no sentido ântero-posterior encontraríamos.
Essa hipótese baseou-se no estudo de Bueno (2003) em que foram
percebidas constrições de faringe em 80% dos sujeitos durante a realização da
técnica de vibração de língua, na modalidade tom grave. Durante a vibração de
lábios (na mesma modalidade), a autora encontrou constrição em apenas 20%, o
que nos levou a supor que a posição da língua na cavidade oral, durante a vibração,
determinasse essa constrição.
Nossos resultados apontam para uma constrição de faringe em 14 (70%)
sujeitos (tabela 7). Carrara (1991) ao pesquisar a técnica vocal fry afirma que tal
técnica propicia um aumento da constrição do vestíbulo laríngeo, no sentido ântero-
posterior. Dos 14 sujeitos, 6 (30%) apresentaram esse tipo de constrição, 5 (25%)
apresentaram constrição do tipo medial e 3 (15%) apresentaram os dois tipos de
constrição associados.
No entanto, a configuração dos lábios dos sujeitos (tabela 15) não permitiu a
visualização da língua em 11 sujeitos (55%), conforme a tabela 17. Dos outros 45%,
25% mantiveram-na anterior e 20% mantiveram-na posterior.
Inversamente a este raciocínio, esperávamos uma ampliação da cavidade
faríngea, se a língua se mantivesse anteriorizada. Não houve tal ampliação em 65%
dos casos, mas não podemos afirmar que haja relação com a postura da língua,
uma vez que há um grande número de não visualizações desse órgão.
A tabela 31 apresenta a influência da ampliação de faringe na vibração das
pregas vestibulares, demonstrando que se não há ampliação da faringe, não é
107
possível visualizar as pregas vestibulares. As tabelas 32 e 33 indicam a mesma
influência da ampliação da faringe na visualização da modificação do comprimento
das pregas vocais e na visualização do fechamento das pregas vocais.
As pregas vestibulares foram avaliadas quanto à medialização e vibração
(tabelas 9 e 10). Verificamos que 8 (40%) sujeitos não as medializou, 5 (25%)
apresentaram medialização e em 7 (35%) sujeitos essas estruturas não foram
visualizadas. Tal fator se deve ao grande número de constrições da língua com a
parede posterior da faringe, impedindo a visualização de estruturas localizadas logo
abaixo. Como se trata da mesma estrutura (pregas vestibulares), mas com
configurações diferentes, o foi possível observar a vibração das pregas
vestibulares em 9 (45%) sujeitos.
Este também foi o achado de Bueno (2003) que, nesta mesma técnica, não
conseguiu visualizar as pregas vestibulares em 85% dos sujeitos e devido ao
mesmo fator – grande índice de constrições da língua com a faringe.
Acreditamos que a vibração das pregas vestibulares ocorre principalmente
em função da vibração do arcabouço laríngeo. O que pode acontecer, em alguns
casos, é o arcabouço vibrar de forma discreta que não tenha energia suficiente para
movimentar as pregas vestibulares.
A tabela 34 aponta que quando medialização das pregas vestibulares,
também vibração dessas estruturas. Proporcionalmente, quando não foi possível
visualizar a medialização das pregas vestibulares, também não visualizamos a
vibração dessas estruturas.
108
A interferência da medialização das pregas vestibulares sobre a vibração de
laringe está descrita nas tabela 35, ou seja, dos 5 (25%) sujeitos que medializam as
pregas vestibulares, 4 (20%) vibram a laringe. Foi possível observar que, embora a
maioria (65%) dos sujeitos apresentem vibração do arcabouço laríngeo, quando não
houve vibração das pregas vestibulares, a laringe também não vibrou (tabela 38).
As tabelas 36, 37, 39 e 40 demonstram que quando as pregas vestibulares
não foram visualizadas, também não houve visualização das pregas vocais.
A vibração das pregas vestibulares (e, conseqüentemente do arcabouço
laríngeo), mostrou-se fator de interferência estatisticamente significante na qualidade
vocal pós vibração de língua (tabela 44). É possível afirmar que os sujeitos que não
apresentam vibração dessas estruturas, não apresentam qualidade vocal alterada.
Já nos sujeitos em que as pregas vestibulares não foram visualizadas ou que
apresentaram vibração, a qualidade vocal mostrou-se soprosa.
A mobilidade vertical da laringe também foi verificada, sendo que 11 (55%)
dos sujeitos abaixaram-na, 8 (40%) mantiveram-na na mesma posição e apenas 1
(5%) elevou-a. Estes dados nos levam a pensar que talvez os sujeitos não realizem
a vibração exatamente no mesmo tom de fala (tom habitual, conforme solicitado na
ordem que antecedeu o exame), mas sim em um tom mais grave. Nossa hipótese
era de que não houvesse deslocamento vertical da laringe, pois solicitamos que o
tom habitual de fala fosse mantido. Outra justificativa seria o posicionamento da
língua na cavidade oral. Como a laringe é presa na base de língua, se houvesse
uma posteriorização da língua, poderíamos esperar que a laringe se deslocasse
para baixo, ou na hipótese da anteriorização da língua, poderia haver uma elevação
da laringe. No entanto, não poderemos fazer essa correlação. Como
109
apresentamos anteriormente, a visualização da língua foi prejudicada em função do
posicionamento dos lábios.
Os achados de Bueno (2003) indicam deslocamento inferior em 40% dos
sujeitos, posição mantida em 60% e nenhum índice de elevação da laringe, durante
a vibração de língua em tom grave. Como não houve uma diferença importante entre
os índices dessa pesquisa e os índices apresentados por Bueno, podemos sugerir
que os sujeitos não conseguem perceber qual é o seu tom habitual de fala. Ou seja,
a atual pesquisa esperava que a posição da laringe se mantivesse inalterada em
função da vibração ter sido solicitada no tom habitual de fala dos sujeitos. Apenas
40% apresentaram este resultado. Bueno (2003), que solicitou a vibração de
língua no tom mais grave da extensão, verificou que 60% mantiveram a mesma
posição de laringe, ou seja, inalterada.
A vibração do arcabouço laríngeo foi avaliada e os resultados estão
descritos na tabela 12. A maioria dos sujeitos (65%) apresentou vibração da laringe,
confirmando os achados de Behlau e Pontes (1995) e Bueno (2003).
A tabela 45 indica que quando os sujeitos vibram a laringe durante a
vibração de língua, o ataque vocal mostra-se isocrônico no momento pós-vibração.
As pregas vocais foram avaliadas quanto à modificação do comprimento
(tabela 13) e fechamento glótico (tabela 14). A maioria (45%) dos sujeitos não
possibilitou a visualização das pregas vocais no que se refere às duas variáveis. Tal
índice é justificado pelo grande número de constrições supraglóticas impossibilitando
visualizar estas estruturas.
110
No entanto, dos 11 (55%) sujeitos em que foi possível observar a
modificação do comprimento das pregas vocais, observamos que 4 (20%) sujeitos
apresentaram encurtamento, 6 (30%) mantiveram-nas e apenas 1 (5%) sujeito (S3)
apresentou alongamento. Este sujeito finalizou a vibração de língua em melodia em
tom mais alto do que sua fala. Atribuímos essas variações do comprimento das
pregas vocais ao fato dos sujeitos não terem realizado a vibração exatamente no
tom habitual de fala, pois se assim fosse, o comprimento das pregas vocais não
seria modificado.
Dos 11 sujeitos em que foi possível observar as pregas vocais, todos
apresentaram fechamento glótico incompleto, fato este que chamou nossa atenção,
pois os achados de literatura (Rodrigues, 1995; Francato et. al 1996; Cotes et. al
1998; Facincani et. al 2001 e Pacheco et. al, 2005a) evidenciam melhora da
coaptação glótica. Carrara (1991) em sua pesquisa sobre o vocal fry também
encontrou redução da fenda glótica, embora esta técnica obtenha o maior
encurtamento do TA que, por seu aumento de massa, diminui a fenda glótica.
O fechamento glótico incompleto, por sua vez, acabou gerando aumento da
soprosidade no pós realização da cnica de vibração em 4 sujeitos, devido ao
ajuste fonatório que se estabeleceu. A tabela 41 aponta que em 9 (45%) sujeitos as
pregas vocais não foram visualizadas, tanto na categoria modificação do seu
comprimento, quanto no fechamento.
Como já foi dito anteriormente, durante a elaboração do método dessa
pesquisa, supúnhamos que movimentos associados e / ou compensatórios de face e
de postura de cabeça pudessem interferir nos achados do trato vocal. Sendo assim,
elaboramos um protocolo (Anexo 5) para tentar responder à nossa dúvida.
111
Os lábios foram avaliados (tabela 15) quanto à sua forma durante a
realização da técnica. A maioria (60%) dos sujeitos manteve os lábios entreabertos e
não em bico (10%), como sugerido por Pinho (2001). A posição “em sorriso”, não
indicada pela autora por causar tensão na musculatura da face, do pescoço e
conseqüentemente da laringe, foi realizada 10% dos sujeitos (S4 e S10). Ambos os
sujeitos apresentaram tensão facial e cervical, reforçando a afirmação da autora.
Os olhos permaneceram sem alterações em 80% dos sujeitos, de acordo
com a descrição na tabela 16. Dois sujeitos (10%) mantiveram os olhos fechados.
Segre et. al (1981) sugerem que os olhos permaneçam fechados, estimulando a
memória muscular, resultando em um efeito duradouro. Dois sujeitos (10%)
permaneceram com os olhos arregalados (S13 e S16), porém apenas S16
apresentou tensão facial.
Alguns pacientes, durante a terapia fonoaudiológica, preferem realizar os
exercícios / técnicas com os olhos fechados. Talvez a sensação para esses
pacientes seja maior porque não há interferência de fatores que possam tirar sua
atenção durante a realização das atividades propostas. Sendo assim, podemos
sugerir que as cnicas sejam realizadas com olhos fechados, exceto nos casos de
pacientes com pouco conhecimento do próprio esquema corporal, o que poderia
gerar posturas inadequadas de cabeça, compensações faciais, entre outras, em
função da pouca percepção do seu corpo. Nesses casos, o auxílio do feedback
visual (espelho) seria um beneficiador na terapia.
A língua não foi visualizada em 55% dos sujeitos. Apenas 25% mantiveram-
na anterior, contrapondo a sugestão de diversos autores sobre o ponto de vibração
112
da mesma (Nunes, 1976; Behlau e Pontes, 1979; Colton e Casper, 1996; Fonseca,
2005).
Dos 20 sujeitos, 13 (65%) não apresentam tensão facial (tabela 18) e 12
(60%) não apresentam tensão cervical (tabela 19). Apenas um sujeito (S3)
apresentou outro movimento facial (tabela 20). Os juízes descreveram
movimentação ocular e lábios em sorriso apenas no final da vibração desse sujeito.
relação entre a tensão cervical e a postura de cabeça em relação ao
tórax, conforme descrição na tabela 49. Os 12 sujeitos que mantiveram a cabeça
alinhada em relação ao tórax não apresentaram tensão cervical. A tabela 50 indica
resultados semelhantes no que se refere à tensão cervical. Isso nos mostra que o
posicionamento inadequado do paciente durante a realização de uma técnica ou
exercício pode gerar tensões momentâneas, mas ao longo prazo, deletérias ao
paciente.
A postura de cabeça foi avaliada em relação ao tórax, ombros e à rotação
(tabelas 21 a 23). Do total de sujeitos, 80% mantiveram-na alinhada em relação ao
tórax, 75% mantiveram-na alinhada em relação aos ombros e 80% mantiveram-na
sem deslocamentos laterais.
As tabelas 51 e 52 apontam que quando a cabeça se mantém alinhada em
relação ao tórax ou aos ombros, não ocorrem compensações na face, nem
deslocamentos posturais de cabeça. Isso reforça a importância de orientarmos o
paciente a se posicionar adequadamente durante a realização de uma técnica ou
exercício vocal.
113
Não houve nenhuma correlação estatisticamente significante entre os
achados do trato vocal e as imagens da face e da postura de cabeça. Isso significa
dizer que os sujeitos que mantiveram a cabeça rodada, inclinada para os lados ou
para trás, não modificaram seus tratos vocais em razão dessa modificação. É
possível afirmar que essas mudanças posturais de cabeça apresentaram-se
discretas no ângulo de rotação e / ou inclinação. Talvez por esse motivo, não tenha
havido interferência nas estruturas do trato vocal. Mesmo assim, Behrman (2004)
afirma que a observação da postura do corpo do paciente, do ponto de vista da
avaliação, tem efeito muito mais significativo do que a estroboscopia e a análise
acústica, que são mais importantes para o paciente enquanto reforço visual dos
resultados atingidos.
A mudança postural de cabeça (rotação ou inclinação) é um dos recursos
utilizados para favorecer a adução das pregas vocais, no caso de uma paralisia ou
em que é necessário propor um fechamento de estruturas remanescentes em
pacientes laringectomizados. Porém, como foi descrito, as mudanças na angulação
dessa rotação ou inclinação apresentaram-se discretas, não gerando efeitos no trato
vocal. Seria necessário desenvolver pesquisas para verificar a influência dessas
mudanças posturais sobre as estruturas do trato vocal.
A freqüência fundamental (F0) foi avaliada por meio da vogal /a/ e está
apresentada na tabela 24. Do total de sujeitos, 11 (55%) mantiveram-na, de acordo
com o esperado por esse estudo, já que a orientação foi a de que os sujeitos
produzissem a vibração no tom habitual. Supúnhamos encontrar esse dado, uma
vez que se a mucosa que reveste o músculo tirearitenoideo permaneceria vibrando
na mesma freqüência, isso descartaria a hipótese de diminuição ou abaixamento da
114
F0. Este resultado coincide com os dados de Rechemberg (1999) que não encontrou
diferença nos parâmetros de F0 após realização da técnica de vibração de língua,
embora a autora tenha utilizado a vogal /é/ para comparação. Cassol e Behlau
(2000) também não encontraram modificações em F0. Carrara (1991) observou
redução da freqüência fundamental, porém fundamentada pela utilização da técnica
(vocal fry) que ativa o sculo tirearitenoideo (TA) responsável pelo agravamento
da voz.
Mesmo assim, 6 (30%) sujeitos apresentaram uma F0 mais baixa. Tal fato
pode estar relacionado a dois fatores: a vibração de língua não foi realizada
exatamente no tom habitual de fala, podendo ter sido realizada em tom mais grave,
e ao aumento de muco durante o exame. Com isso, as pregas vocais apresentam
menor amplitude de vibração, gerando um tom mais baixo.
Além desses sujeitos, três (15%) apresentaram uma F0 mais alta no
momento pós vibração em relação ao momento pré. Um deles (S3) produziu a
vibração de língua em melodia no final, produzindo um ajuste muscular que
propiciou uma elevação da F0. De acordo com o trabalho de Sarkovas e Behlau
(2005), a freqüência fundamental desloca-se de acordo com o músculo ativado pela
técnica.
A tabela 53 indica que correlação entre os momentos pré e pós das
medidas de F0. Isso significa afirmar que quanto maior o valor de F0 no pré, maior
também é esse valor no pós.
Optamos por realizar avaliação espectrográfica da frase “Minha mãe
namorou um anjo”, extraída do protocolo de avaliação vocal CAPE-V, por se tratar
115
de um protocolo balanceado foneticamente, embora privilegie os sons nasais, e por
fornecer uma amostra homogênea intrasujeitos no que se refere à produção de fala,
porém com variações na velocidade e no padrão articulatório no momento da
emissão.
Em 11 sujeitos (55%) houve aumento na quantidade de harmônicos (gráfico
8), em concordância com o estudo de Guberfain et. al (1999), Pela et. al (2000),
Cielo et. al (2005a e 2005b). Em 7 (35%) sujeitos observamos diminuição na
definição dos harmônicos e em 2 (10%) sujeitos, o traçado permaneceu com a
mesma definição.
Com relação à definição do traçado espectrográfico (gráfico 9), a grande
maioria (75%) dos sujeitos apresentou melhora na definição do traçado e apenas
25% apresentou traçado menos definido. Este achado confirma os resultados
obtidos por Rodrigues (1995), Guberfain et. al (1999), Pela et. al (2000) e Cielo et. al
(2005a e 2005b).
Queremos concluir essa discussão lembrando que, ao selecionar
fonoaudiólogos como sujeitos de pesquisa, pensamos que, com a prática clínica
junto ao paciente, esses indivíduos seriam os mais “experientes” em relação à
execução da técnica. Ou seja, estariam habituados em realizar a vibração de língua
e não teríamos amostras heterogêneas no que diz respeito a essa prática. Isso
significa dizer que encontraríamos semelhança no perfil dos sujeitos atuantes em
voz, com pelo menos cinco anos de experiência clínico-terapêutica – mas com
possibilidade de encontrar diferenças na forma de executar a técnica.
116
Tal dado foi confirmado, talvez pelo pouco número de sujeitos, mas
principalmente porque acreditamos que a técnica de vibração de língua, como tantas
outras técnicas, oferece infinitas possibilidades de ajustes do trato vocal. Essas
possibilidades estão relacionadas com as configurações desses tratos e com a
forma de realização da técnica, no que se refere ao conforto, aos efeitos e
principalmente a uma prática individual que carrega uma forma padrão de
realização.
117
C
ONCLUSÃO
118
7. CONCLUSÃO
Os achados dessa pesquisa demonstram que o esse grupo de
fonoaudiólogos mantém um processo de atualização clínico-científico, evidenciado
pelos cursos de pós-graduação.
Sobre o aprendizado da técnica, verificamos que esse grupo aprendeu a
realizar a técnica na Faculdade e afirmam possuir domínio sobre a mesma quando
os pacientes começam a apresentar resultados positivos. Trabalhar a mobilidade da
onda mucosa e melhorar a coaptação glótica foram, para a maioria desses
fonoaudiólogos, as finalidades da técnica de vibração de língua. A aplicação da
técnica, para esse grupo, ocorre principalmente quando há nódulos vocais.
Os resultados da avaliação perceptivo-auditiva indicam que a vibração de
língua resulta, após a realização de um minuto e meio, no tom habitual da fala, pitch
inalterado, ou seja, igual ao momento pré. O ataque vocal apresenta maior
suavidade e a qualidade vocal apresenta piora no aspecto soprosidade.
O trato vocal comporta-se, durante a cnica, com constrição de faringe,
principalmente no sentido ântero-posterior, em função do deslocamento da língua
com a parede posterior de faringe. Não ampliação da faringe, medialização das
pregas vestibulares ou vibração das mesmas. Houve vibração de todo arcabouço
laríngeo e fechamento vocal incompleto na maioria dos sujeitos.
Os lábios permaneceram entreabertos, os olhos não se modificaram e a
língua não foi visualizada na maioria dos sujeitos por meio da filmagem da face. Não
houve tensão cervical, tensão facial ou outro movimento facial durante a realização
119
da técnica. A cabeça manteve-se alinhada em relação ao tórax, aos ombros e sem
movimento de rotação durante a execução da vibração de língua.
Não houve, portanto, interferência da mudança da postura de cabeça e das
modificações da face nas estruturas do trato vocal nesse estudo.
A análise acústica mostrou que a freqüência fundamental não se modificou
após a realização da técnica de vibração de língua. Porém houve aumento dos
harmônicos e melhora significativa do traçado espectrográfico.
Concluímos que a necessidade das técnicas vocais continuarem a ser
pesquisadas, pois nos fornecem subsídios para aplicações terapêuticas e
discussões teórico-científicas mais fundamentadas.
120
R
EFERÊNCIAS
B
IBLIOGRÁFICAS
121
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128
B
IBLIOGRAFIA
C
ONSULTADA
129
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Anexo 2
Termo de consentimento livre e esclarecido
Nome do participante: ..........................................................................................................................
Pesquisador Principal: Thaís da Costa Bueno
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Rua Ministro Godói, 969 – 4
o
. andar – Perdizes
1. Título do estudo: “Vibração de língua: correlação entre as características do trato vocal e a
qualidadade vocal”
2. Propósito do estudo: Descrever e analisar a forma pela qual o fonoaudiólogo realiza a técnica de
vibração de língua, correlacionando os achados laringológicos com as características vocais, por
meio da imagem do trato vocal, da avaliação perceptivo-auditiva, da análise acústica e da
imagem do fonoaudiólogo durante a realização do exercício.
3. Procedimentos: Realizarei uma nasofibrolaringoscopia em que uma fibra óptica será introduzida
no meu nariz para observação das estruturas de faringe e laringe enquanto realizo a técnica.
Minha voz será gravada antes e depois do exame e minha imagem será gravada em fita VHS
durante a realização da técnica. Todos os testes serão agendados para o mesmo dia, segundo a
minha conveniência.
4. Riscos e desconfortos: Pode existir um desconforto em função da introdução da fibra óptica na
cavidade nasal, embora não haja risco maior. Receberei tantas interrupções quanto desejar
durante o exame.
5. Benefícios: Existem benefícios no que se refere à avaliação gratuita do meu trato vocal, podendo
ser descoberto algum tipo de alteração. Caso isto ocorra, serei devidamente orientado e
encaminhado de acordo com a necessidade. Os resultados deste estudo podem ajudar os
pesquisadores a entender melhor como aprendem e aplicam a técnica de vibração de língua.
6. Direitos do participante: Eu posso me retirar deste estudo a qualquer momento.
7. Compensação financeira: Estou ciente de que nenhuma forma de pagamento será oferecida pela
minha participação.
8. Confidencialidade: De forma a registrar exatamente o que eu disse no teste, um registro em fita
cassete será usado. A fita será ouvida somente pelo pesquisador principal, pelo orientador e
pelos juízes desta pesquisa. Compreendo que os resultados deste estudo poderão ser publicados
em jornais profissionais ou apresentados em congressos profissionais, mas que, minhas
gravações não serão reveladas a menos que a lei o requisite.
9. Se tiver dúvidas posso telefonar para Thaís da Costa Bueno no número 5678-3376 ou 9363-0036
a qualquer momento.
Eu compreendo meus direitos como um sujeito de pesquisa e voluntariamente consinto em
participar deste estudo. Compreendo sobre o que, como e porque este estudo está sendo feito.
Receberei uma cópia assinada deste formulário de consentimento.
Assinatura do sujeito
Data
Assinatura do pesquisador
Protocolo Anexo 3
A
NÁLISE
P
ERCEPTIVO
-A
UDITIVA
P
RÉ E
P
ÓS
V
IBRAÇÃO DE
L
ÍNGUA
Gravação 1
Loudness
Adequada
Fraca
Forte
Pitch
Adequado
Grave
Agudo
Opinião
Pré
Pós
Gravação 2
Loudness
Adequada
Fraca
Forte
Pitch
Adequado
Grave
Agudo
Opinião
Pré
Pós
Observações:
Qualidade Vocal
Sem alterações
Soprosa
Rouca
Áspera
Outros _________________
Ataque vocal
Isocrônico
Brusco
Aspirado
Outros
Qualidade Vocal
Sem alterações
Soprosa
Rouca
Áspera
Outros _________________
Ataque vocal
Isocrônico
Brusco
Aspirado
Outros
Protocolo Anexo 4
A
NÁLISE DA
I
MAGEM DO
T
RATO
V
OCAL
-
N
ASOFIBROLARINGOSCOPIA
Faringe
Constrição
Não
Sim
Medial
Ântero-posterior
Abertura / Ampliação
Não
Sim
Pregas Vestibulares
Medialização
Não
Sim
Não visualizadas
Vibração
Não
Sim
Não visualizadas
Laringe
Mobilidade Vertical
Desceu
Manteve
Subiu
Vibração do Arcabouço
Não
Sim
Pregas Vocais
Modificação do Comprimento
Encurtamento
Mantidas
Alongamento
Não visualizadas
Fechamento
Completo
Incompleto
Não visualizadas
Protocolo Anexo 5
A
NÁLISE DA
I
MAGEM
V
ISUAL DA
F
ACE E DA
P
OSTURA DA
C
ABEÇA
DURANTE A REALIZAÇÃO DA
T
ÉCNICA DE
V
IBRAÇÃO DE
L
ÍNGUA
Face
Lábios
Arredondados
Entreabertos
Em bico
Em sorriso
Outros _____________________
Olhos
Sem modificações
Arregalados
Fechados
Língua
Não visualizada
Anterior
Posterior
Tensão Facial
Sim
Não
Tensão Cervical
Sim
Não
Outro movimento facial
Sim
Não
____________________________________________________
Protocolo Anexo 5
Postura da Cabeça
Em relação ao tórax
Alinhada
Inclinada para trás
Inclinada para frente
Em relação aos ombros
Alinhada
Inclinada para direita
Inclinada para esquerda
Em relação à rotação
Alinhada
Virada para direita
Virada para esquerda
Observações: ___________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Protocolo Anexo 6
P
ERFIL DA
F
ORMAÇÃO
D
O
F
ONOAUDIÓLOGO
1. Identificação
Nome:
Data de Nascimento:
Idade:
2. Formação:
Graduação 1:
Universidade / Faculdade:
Ano de Conclusão:
Graduação 2:
Universidade / Faculdade:
Ano de Conclusão:
Aprimoramento – Área:
Instituição:
Ano de Conclusão:
Especialização –Área:
Instituição:
Ano de Conclusão:
Mestrado:
Instituição:
Tema:
Ano de Conclusão:
Doutorado
Instituição
Tema
Ano de Conclusão
Data de Preenchimento: / /
Protocolo Anexo 7
T
ÉCNICA DE
V
IBRAÇÃO DE
L
ÍNGUA
Para que serve a técnica de vibração de língua?
Quais estruturas estão envolvidas?
Existem variações na forma de realizar? Se sim, quais?
Como você aprendeu?
Quando e como você percebeu que havia dominado esta técnica?
Em que casos você aplica a técnica de vibração de língua?
Data de Preenchimento: / /
Dados da graduação dos 20 fonoaudiólogos
Sujeito
Graduação Instituição Conclusão
1 Fonoaudiologia UNIFESP 1978
2 Fonoaudiologia PUC/SP 1996
3 Fonoaudiologia PUC/SP 1997
4 Fonoaudiologia PUC/SP 1981
5 Fonoaudiologia PUC/SP 1982
6 Fonoaudiologia PUC/SP 1988
7 Fonoaudiologia PUC/SP 1981
8 Fonoaudiologia PUC/SP 1998
9 Fonoaudiologia PUC/SP 2000
10 Fonoaudiologia PUC/SP 1998
11 Fonoaudiologia PUC/SP 1999
12 Fonoaudiologia PUC/SP 2000
13 Fonoaudiologia UNIFESP 1994
14 Fonoaudiologia PUC/SP 1998
15 Fonoaudiologia PUC/SP 2000
16 Fonoaudiologia PUC/SP 2000
17 Fonoaudiologia UNIFESP 1994
18 Fonoaudiologia UNIFESP 1999
19 Fonoaudiologia USP 1998
20 Fonoaudiologia PUC/SP 1987
Dados da formação dos 20 fonoaudiólogos, no que se refere à realização de Curso
de Aprimoramento
Sujeitos
Área Instituição Conclusão
1
2
3
4
5
6 Voz Santa Casa SP 1992
7
8
9 Audiologia Educacional e Voz DERDIC/PUC-SP 2002
10 Voz DERDIC/PUC-SP 2001
11 Voz Hospital das Clínicas / SP 2000
12 Audiologia Educacional DERDIC/PUC-SP 2001
13
14 Voz DERDIC/PUC-SP 1999
15 Voz DERDIC/PUC-SP 201
16 Voz DERDIC/PUC-SP 2003
17
18
19 Saúde do Trabalhador USP 2000
20
Dados da formação dos 20 fonoaudiólogos, no que se refere à realização de Curso de Especialização
Especialização 1 Especialização 2
Sujeitos
Área Instituição Conclusão
Área Instituição Conclusão
1
2 Linguagem COGEAE 1999
3
4
5
6 Voz PUC/SP 1994
7 Voz CEFAC 2001
8 Voz SANTA CASA - SP 2000
9 Voz SANTA CASA - SP 2002 Voz CECEV 2003
10 Voz CEV 2000
11 Educação e Formação em Saúde FASM 2005
12 Voz SANTA CASA - SP 2003
13 Distúrbios da Comunicação Humana
UNIFESP 1996 Voz CECEV 2003
14 Voz CEV 2001
15 Audiologia PUC/SP 2002 Voz SANTA CASA - SP 2003
16 Voz COGEAE 2002
17 Voz CEV 2000
18 Voz CEV 2003 Voz SANTA CASA - SP 2002
19
20
Dados da formação dos 20 fonoaudiólogos, no que se refere à realização de Mestrado
Sujeitos
Instituição Tema Conclusão
1 PUC/SP Alterações vocais do professor 2003
2 PUC/SP Semiologia em Fonoaudiologia 2002
3 PUC/SP Voz e teatro Em andamento
4
5
6 PUC/SP Cantores da noite 1995
7
8 USP 2005
9 PUC/SP Fonética Acústica e Voz Em andamento
10
11 PUC/SP Em andamento
12 SANTA CASA - SP Caracterização do vibrato Em andamento
13 UNIFESP Em andamento
14 PUC/SP Locução Publicitária 2002
15 SANTA CASA - SP Caracterização da qualidade vocal em indivíduos com neuropatia auditiva Em andamento
16 PUC/SP
Respiração Encena (voz e teatro)
Em andamento
17
18
19 USP Processamento auditivo 2005
20
Dados da formação dos 20 fonoaudiólogos, no que se refere à realização de
Doutorado
Oficial Instituição
Tema Conclusão
1
2
3
4
5
6 PUC/SP Voz no samba 2001
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
Dados do consenso entre os juízes fonoaudiólogos sobre as avaliações perceptivo-auditivas
IDENTIFICAÇÃO
GRAVAÇÃO 1 GRAVAÇÃO 2
Sujeito
Loudness
Pitch
Qualidade Vocal Ataque Vocal
Loudness Pitch
Qualidade Vocal Ataque Vocal
1
Adequada
Grave Rouca Brusco Adequada Adequado Soprosa Brusco
2
Adequada
Adequado
sem alterações Brusco Adequada Adequado Sem alterações Brusco
3
Adequada
Adequado
Sem alterações Isocrônico Fraca Adequado Sem alterações Isocrônico
4
Adequada
Adequado
Sem alterações Isocrônico Adequada Adequado Sem alterações Isocrônico
5
Adequada
Adequado
Soprosa Brusco Adequada Agudo Sem alterações Isocrônico
6
Adequada
Grave Sem alterações Isocrônico Adequada Grave Sem alterações Isocrônico
7
Adequada
Adequado
Sem alterações Isocrônico Adequada Grave Sem alterações Isocrônico
8
Fraca Agudo Sem alterações Aspirado Adequada Agudo Soprosa Isocrônico
9
Adequada
Adequado
Rouca Isocrônico Fraca Adequado Rouco-soprosa Isocrônico
10
Adequada
Adequado
Sem alterações Brusco Adequada Adequado Soprosa Brusco
11
Adequada
Adequado
Sem alterações Brusco Adequada Adequado Rouca Isocrônico
12
Adequada
Grave Sem alterações Isocrônico Adequada Adequado Soprosa Isocrônico
13
Adequada
Adequado
Sem alterações Isocrônico Adequada Adequado Soprosa Isocrônico
14
Adequada
Grave Sem alterações Isocrônico Adequada Grave Sem alterações Isocrônico
15
Adequada
Adequado
Sem alterações Isocrônico Fraca Adequado Sem alterações Isocrônico
16
Adequada
Adequado
Sem alterações Isocrônico Adequada Adequado Soprosa Isocrônico
17
Fraca Adequado
Soprosa Isocrônico Adequada Adequado Soprosa Isocrônico
18
Adequada
Adequado
Sem alterações Isocrônico Adequada Grave Sem alterações Isocrônico
19
Fraca Adequado
Soprosa Brusco Adequada Adequado Soprosa Isocrônico
20
Adequada
Agudo Soprosa Brusco Adequada Agudo Sem alterações Isocrônico
Dados do consenso entre os juízes otorrinolaringologistas sobre as estruturas do trato vocal
IDENTIFICAÇÃO
FARINGE PREGAS VESTIBULARES LARINGE PREGAS VOCAIS
Sujeito Constrição Ampliação Medialização Vibração Mobilidade
Vibração
Comprimento Fechamento
1
Medial e ântero-posterior Não Não visualizadas
Não visualizadas
Desceu Não Não visualizadas
Não visualizadas
2
Ântero-posterior Sim Sim Não Desceu Não Mantidas Incompleto
3
Ântero-posterior Não Não Não Manteve Não Alongamento Incompleto
4
Não Sim Sim Não Desceu Sim Encurtamento Incompleto
5
Medial e ântero-posterior Não Não Não Desceu Não Mantidas Incompleto
6
Medial e ântero-posterior Não Sim Sim Desceu Sim Encurtamento Incompleto
7
Não Não Não Não Manteve Não Não visualizadas
Não visualizadas
8
Medial Não Sim Não visualizadas
Desceu Sim Não visualizadas
Não visualizadas
9
Ântero-posterior Não Não visualizadas
Não visualizadas
Manteve Sim Não visualizadas
Não visualizadas
10
Não Não não não Manteve Não Mantidas Incompleto
11
Medial Sim não não Manteve Sim Mantidas Incompleto
12
Não Sim Sim Sim Manteve Sim Mantidas Incompleto
13
Ântero-posterior Não Não visualizadas
Não visualizadas
Desceu Sim Não visualizadas
Não visualizadas
14
Ântero-posterior Não Não visualizadas
Não visualizadas
Desceu Sim Não visualizadas
Não visualizadas
15
Medial Sim não não Desceu Não encurtamento incompleto
16
Não Sim não Sim Desceu Sim Encurtamento Incompleto
17
Medial Não Não visualizadas
Não visualizadas
Manteve Sim Não visualizadas
Não visualizadas
18
Ântero-posterior Não Não visualizadas
Não visualizadas
Manteve Sim Não visualizadas
Não visualizadas
19
Medial Não Não visualizadas
Não visualizadas
Desceu Sim Não visualizadas
Não visualizadas
20
Não Sim Não Não Subiu Sim Mantidas Incompleto
Dados do consenso entre os juízes fonoaudiólogos sobre as avaliações da face e da postura da cabeça
IDENTIFICAÇÃO
FACE POSTURA DA CABEÇA
Sujeito Lábios Olhos Língua
Tensão
Facial
Tensão
Cervical
Outro
movimento
Tórax Ombros Rotação
1
Entreabertos Fechados Posterior Sim Não Não Alinhada Alinhada Alinhada
2
Entreabertos Sem modificações Não visualizada
Não Sim Não Trás Alinhada Alinhada
3
Entreabertos Sem modificações Não visualizada
Não Sim Sim Trás Alinhada Alinhada
4
Em sorriso Sem modificações Não visualizada
Sim Sim Não Alinhada Esquerda Alinhada
5
Entreabertos Sem modificações Não visualizada
Não Não Não Alinhada Alinhada Alinhada
6
Entreabertos Sem modificações Anterior Sim Não Não Alinhada Alinhada Alinhada
7
Em bico Sem modificações Não visualizada
Não Não Não Alinhada Direita Alinhada
8
Entreabertos Sem modificações Não visualizada
Não Não Não Alinhada Alinhada Esquerda
9
Entreabertos Sem modificações Anterior Não Sim Não Alinhada Direita Alinhada
10
Em sorriso Sem modificações Não visualizada
Sim Sim Não Alinhada Alinhada Direita
11
Entreabertos Sem modificações Posterior Não Não Não Alinhada Alinhada Alinhada
12
Em bico Fechados Não visualizada
Não Não Não Alinhada Alinhada Alinhada
13
Entreabertos Arregalados Não visualizada
Não Não Não Alinhada Alinhada Alinhada
14
Arredondados
Sem modificações Posterior Não Não Não Alinhada Alinhada Alinhada
15
Entreabertos Sem modificações Anterior Não Não Não Alinhada Alinhada Alinhada
16
Entreabertos Arregalados Não visualizada
Sim Não Não Alinhada Alinhada Alinhada
17
Arredondados
Sem modificações Anterior Não Sim Não Alinhada Alinhada Alinhada
18
Entreabertos Sem modificações Não visualizada
Não Sim Não Trás Esquerda Alinhada
19
Arredondados
sem modificações Posterior Sim Sim Não Trás Esquerda Direita
20
Arredondados
Sem modificações Anterior Sim Não Não Alinhada Alinhada Alinhada
Dados do tempo máximo de fonação, dos 20 fonoaudiólogos
SUJEITO ORDEM A (segundos)
É (segundos)
ORDEM A (segundos) É (segundos)
CONCLUSÃO A CONCLUSÃO É
1
PRÉ 10 9 PÓS 10 9 Manteve Manteve
2
PRÉ 14 12 PÓS 11 11 Diminuiu Diminuiu
3
PRÉ 12 12 PÓS 9 8 Aumentou Diminuiu
4
PRÉ 7 7 PÓS 8 9 Aumentou Aumentou
5
PRÉ 8 7 PÓS 8 8 Aumentou Aumentou
6
PRÉ 8 6 PÓS 6 4 Manteve Diminuiu
7
PRÉ 9 9 PÓS 9 10 Manteve Aumentou
8
PRÉ 10 11 PÓS 10 11 Diminuiu Manteve
9
PRÉ 14 13 PÓS 13 10 Manteve Diminuiu
10
PRÉ 13 12 PÓS 13 14 Aumentou Aumentou
11
PRÉ 13 11 PÓS 13 12 Aumentou Aumentou
12
PRÉ 20 18 PÓS 18 15 Manteve Diminuiu
13
PRÉ 8 9 PÓS 8 10 Diminuiu Aumentou
14
PRÉ 11 9 PÓS 11 11 Aumentou Aumentou
15
PRÉ 9 9 PÓS 9 7 Manteve Diminuiu
16
PRÉ 11 11 PÓS 12 13 Aumentou Aumentou
17
PRÉ 11 11 PÓS 13 14 Aumentou Aumentou
18
PRÉ 15 12 PÓS 11 10 Diminuiu Diminuiu
19
PRÉ 8 7 PÓS 9 7 Aumentou Manteve
20
PRÉ 11 12 PÓS 10 12 Diminuiu Manteve
Dados da análise acústica, dos 20 fonoaudiólogos
SUJEITO
F0
PRÉ (Hz)
F0
PÓS (Hz)
CONCLUSÃO
Harmônicos
Traçado
Espectrográfico
Extensão do
Traçado
Precisão articulatória Ruído Observações
1
220 207 Diminuiu
Diminuição de
harmônicos
Pior definição do traçado
espectrográfico no pós
Voz mais grave no pós
2
187 198 Aumentou
Aumento de
harmônicos
Melhor definição do
traçado espectrográfico
no pós
Manteve Entrada de áudio com distorçao no pós.
3
195 210 Aumentou
Aumento de
harmônicos
Melhor definição do
traçado espectrográfico
no pós
Manteve
Sobrearticulação em
ambos os momentos,
com diminuição no pós.
4
207 207 Manteve
Diminuição de
harmônicos
Melhor definição do
traçado espectrográfico
no pós
Aumentou velocidade de fala. No Pré
houve prolongamento da vogal deixando
o início do traçado melhor nesse
momento. No Pós o traçado está mais
bem definido no final da emissão. Não
sonorizou o J. Não há ruído nos traçados.
5
213 213 Manteve
Aumento de
harmônicos
Melhor definição do
traçado espectrográfico
no pós
Manteve
6
181 181 Manteve
Manteve
número de
harmônicos
Melhor definição do
traçado espectrográfico
no pós
Melhorou precisão
articulatória no pós.
Aumento de velocidade de fala no pós.
No Pós há melhor entrada de áudio.
7
164 157 Diminuiu
Manteve
número de
harmônicos
Melhor definição do
traçado espectrográfico
no pós
Aumento de velocidade de fala no pós.
No pré houve lentificação de fala e
prolongamento de vogal.
8
220 210 Diminuiu
Aumento de
harmônicos
Melhor definição do
traçado espectrográfico
no pós
Melhorou precisão
articulatória no pós.
Não Diminuiu nasalidade.
9
179 179 Manteve
Aumento de
harmônicos
Melhor definição do
traçado espectrográfico
no pós
Melhorou precisão
articulatória no pós.
Sim (pós) Aumentou a nasalidade e soprosidade.
10
204 204 Manteve
Diminuição de
harmônicos
Pior definição do traçado
espectrográfico no pós
Não Entrada de áudio modificada - microfone?
11
176 176 Manteve
Aumento de
harmônicos
Melhor definição do
traçado espectrográfico
no pós
Melhorou precisão
articulatória no pós.
Diminuiu Manteve F0. Diminuiu nasalidade.
12
216 216 Manteve
Aumento de
harmônicos
Pior definição do traçado
espectrográfico no pós
Aumentou
Há presença de quebra de sonoridade no
pré que desaparece no pós. Aumento de
tensão em faringe.
13
181 181 Manteve
Aumento de
harmônicos
Melhor definição do
traçado espectrográfico
no pós
Manteve
Melhora do traçado, principalmente no
fricativo. Houve diminuição da
nasalidade.
14
179 179 Manteve
Aumento de
harmônicos
Melhor definição do
traçado espectrográfico
no pós
Aumentou
Melhorou precisão
articulatória no pós.
Manteve
O aumento da extensão do traçado se
deu pelo prolongamento da vogal.
15
216 207 Diminuiu
Diminuição de
harmônicos
Melhor definição do
traçado espectrográfico
no pós
Diminuiu velocidade de fala no pós. A
Entrada de áudio estava melhor no pré.
Houve aumento da nasalidade - naso?
Rinite?
16
181 179 Diminuiu
Diminuição de
harmônicos
Pior definição do traçado
espectrográfico no pós
Aumento de nasalidade (efeito dumping).
Diminuição da entrada de áudio.
Diminuição da velocidade de fala.
17
190 195 Aumentou
Aumento de
harmônicos
Melhor definição do
traçado espectrográfico
no pós
Não Curva ascendente no pós.
18
155 155 Manteve
Diminuição de
harmônicos
Pior definição do traçado
espectrográfico no pós
Piorou precisão
articulatória no pós.
Não
Aumento de velocidade de fala no pós.
Há melhora do traçado espectrográfico no
pós apenas durante emissão das vogais.
19
190 190 Manteve
Aumento de
harmônicos
Melhor definição do
traçado espectrográfico
no pós
Não
Diminuiu velocidade de fala. No pós a
entrada de áudio está pior. Há distorção
do som no pré - microfone? O traçado
espectrográfico está melhor no pós no
início da emissão
20
216 201 Diminuiu
Diminuição de
harmônicos
Melhor definição do
traçado espectrográfico
no pós
Diminuiu
Diminuição do traçado no final devido à
diminuição da entrada de áudio.
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