Carvalho, J. H. S. Revisão Bibliográfica
2.3.4. Torres de resfriamento
Torres de resfriamento são equipamentos presentes na maioria das indústrias,
shopping centers e hospitais, com a finalidade de resfriar uma corrente aquosa que se
aquece durante o processo produtivo ao resfriar ou condensar outras correntes de
processo. São fontes de efluentes pela necessidade de realização de purgas e também
consumidores de água. Em refinarias, os sistemas de resfriamento são considerados os
maiores consumidores de água (You et al., 1999, e McIntyre, 1998).
O princípio de funcionamento é bem simples. Trata-se de uma torre de seção
levemente trapezoidal, recheada com madeira ou material plástico onde, em contato
direto, a água quente oriunda do processo desce, em forma de gotículas, passando em
contra-corrente com ar, que é injetado através de tiragem forçada (ventilador
“soprando” ar para a torre, localizado em sua base) ou induzida (ventilador “puxando”
ar da torre, localizado em seu topo) através de fluxo ascendente. A corrente de ar,
canalizada no centro da torre, forma, através do “efeito Venturi”, um vácuo nos
pequenos canais horizontais, diminuindo a pressão de vapor da água, com conseqüente
redução de sua temperatura de ebulição.
Com esse pequeno vácuo, a água, à temperatura entre 40 e 50°C, vaporiza
parcialmente, recebendo calor da fração que permanece no estado líquido, diminuindo
assim sua temperatura.
Além da fração vaporizada (v), cerca de 0,85 a 1,25% da vazão circulante, existe
uma perda de água por arraste dos ventiladores (a), cerca de 0,05 a 0,2% da vazão
circulante (dependendo do tipo de ventilador utilizado e da utilização de eliminadores
de névoa), e de uma purga (p), provocando a necessidade de reposição de água para que
se mantenha constante o volume do inventário total de água. Logo, a vazão de água de
reposição (r) é dada por: r = v + a + p (Dantas, 1988).
A purga é necessária, uma vez que a fração vaporizada, água pura, concentra a
água circulante, provocando, nos limites extremos, problemas de corrosão e incrustação
nos trocadores de calor e tubulação que compõem esse sistema. Logo, as propriedades
materiais do sistema e a qualidade de água de reposição definirão o ciclo de
concentração com que deverá operar o sistema de resfriamento. A quantidade de purga
será, então, calculada em função do ciclo de concentração do íon mais restritivo,
devendo ser maior quanto menor for o ciclo de concentração requerida pelas
propriedades materiais do sistema, segundo a relação:
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