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MARILI ISENSEE LOPES
A INTERNET E A BUSCA DA INFORMAÇÃO EM
COMUNIDADES CIENTÍFICAS:
um estudo focado nos pesquisadores da UFSC
Florianópolis, 2005
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MARILI ISENSEE LOPES
A INTERNET E A BUSCA DA INFORMAÇÃO EM
COMUNIDADES CIENTÍFICAS:
um estudo focado nos pesquisadores da UFSC
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ciência da Informação do
Centro de Ciências da Educação, da
Universidade Federal de Santa Catarina,
como requisito parcial para a obtenção do
título de Mestre em Ciência da Informação, na
área de concentração Gestão da Informação,
na linha de pesquisa: Fluxos da Informação,
sob a orientação da Professora Doutora:
Edna Lúcia da Silva.
Florianópolis, 2005
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Catalogação na fonte por: Onélia Silva Guimarães CRB-14/071
L864i Lopes, Marili Isensee
A Internet e a busca da informação em comunidades científicas :
um estudo focado nos pesquisadores da UFSC / Marili Isensee Lopes;
orientadora Edna Lúcia da Silva. – Florianópolis, 2005.
184f.
Dissertação – (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina,
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, 2005.
Inclui bibliografia
1. Recuperação da informação. 2. Internet (Redes de computadores).
3. Recursos eletrônicos. 4. Desintermediação da informação. 5. Bibliotecas
universitárias – Santa Catarina – Pesquisa. 6. Comunicação científica.
I. Silva, Edna Lúcia da. II. Universidade Federal de Santa Catarina.
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação. III. Título.
CDU:02
MARILI ISENSEE LOPES
A INTERNET E A BUSCA DA INFORMAÇÃO EM
COMUNIDADES CIENTÍFICAS:
um estudo focado nos pesquisadores da UFSC
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da
Informação do Centro de Ciências da Educação, da Universidade Federal de
Santa Catarina, em cumprimento a requisito parcial para a obtenção do título
de Mestre em Ciência da Informação.
Aprovada pela comissão examinadora em:
Florianópolis, 30 de junho de 2005.
---------------------------------------------------------
Profª Drª. Edna Lúcia da Silva – PGCIN/UFSC (Orientadora)
----------------------------------------------------------
Profª Drª Ida Regina Chittó Stumpf – PPGCOM/UFRGS
----------------------------------------------------------
Prof. Dr. Gregório Varvakis Rados – PGCIN/UFSC
Dedicatória
A Deus, por estar sempre do meu
lado em todos os momentos de minha vida,
e por permitir a conclusão de mais esta
etapa de minha vida.
E em especial à minha família
:
Ao meu esposo Adair, e aos nossos
filhos Daniel e Andréa, pelo carinho e
incentivo.
À minha mãe Marina e, ao meu pai
Crescêncio, in memoriam.
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Santa Catarina, especialmente ao Programa de
Pós-Graduação em Ciência da Informação e aos professores do PGCIN.
À minha orientadora Profª Edna Lúcia da Silva, que me acolheu como
orientanda, meu especial agradecimento.
Aos membros da apresentação pública da dissertação, Prof. Gregório
Varvakis Rados, Profª Ida Regina Chittó Stumpf pela participação e sugestões
incorporadas ao texto final.
À Cecília, secretária do PGCIN, sempre muito prestativa e carinhosa com
todos.
Aos meus colegas de Mestrado, que dividiram comigo momentos especiais de
suas vidas.
Aos professores dos Programas de Mestrado e Doutorado, participantes da
pesquisa, a qual contribuíram para que pudesse ser realizada.
À diretora da Biblioteca Universitária, Sigrid Karen Weiss Dutra, que permitiu
o meu afastamento, bem como pelo apoio e incentivo.
A todos os meus colegas da Biblioteca Central, especialmente ao Motter e à
Madja, pela ajuda preciosa na tarefa de formatação desta dissertação e a Ritinha,
querida colega do setor de comutação bibliográfica.
A uma grande companheira e amiga Bernardete Alves, pelos momentos que
passamos juntas, muitas vezes discutindo sobre esta pesquisa.
À Bernardete Melilo, minha fiel companheira de muitos momentos especiais.
À Tânia, Selma, Eliane e Nina, amigas da Biblioteca Setorial do CFM, pelos
momentos agradáveis que passamos juntas, e pelo apoio na coleta de dados.
Aos meus irmãos, Rogério, Celso e Márcia, meu especial carinho e
agradecimento.
Ao meu querido esposo, Adair, pela valiosa ajuda que me deu durante a
análise estatística, pelas correções, enfim por todas as contribuições durante esta
pesquisa.
Aos meus filhos, Daniel e Andréa, frutos de uma relação muito especial.
Se enxerguei mais longe foi porque me
apoiei nos ombros de gigantes
Isaac Newton
RESUMO
LOPES, Marili Isensee. A Internet e a busca da informação em comunidades científicas: um
estudo focado nos pesquisadores da UFSC. 2005. 184 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da
Informação) - Programa de Pós-Graduação em ciência da Informação, Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 2005.
Pesquisa que teve por objetivo verificar o uso da Internet, no processo de busca da
informação em comunidades científicas, visando detectar a ocorrência da desintermediação da
informação e suas conseqüências no processo de comunicação científica e na atuação das unidades
de informação. Para efeitos desta pesquisa, a desintermediação foi considerada como ausência de
intermediários entre os recursos de informação e os pesquisadores. Elege como lócus e universo
para aplicação da pesquisa a Universidade Federal de Santa Catarina e os pesquisadores-docentes
vinculados aos seus Programas de Pós-Graduação. Usa o questionário, como instrumento para a
coleta dos dados, com questões voltadas ao levantamento de informações sociodemográficas e ao
uso de recursos informacionais. A amostra foi constituída por 324 pesquisadores-docentes,
selecionada em três etapas: aleatória estratificada por áreas de atuação, aleatória simples por notas
de avaliação da CAPES e aleatória por conglomerados por programa. Organiza e tabula os dados por
meio do pacote estatístico SPSS, versão 11.0, utilizando a estatística descritiva (freqüências e
porcentagens), de associações (teste χ2), e comparativas (teste de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney),
considerando-se um nível de significância de 5%. As análises dos resultados permitiram constatar
que dos participantes da amostra, 43,2% atuavam nos Programas de Pós-Graduação das Ciências
Exatas e da Terra, 30,9% atuavam nos Programas das Ciências Humanas e Sociais e 25,9% nos
Programas das Ciências da Vida e que todos os pesquisadores eram doutores com predominância no
regime de trabalho de dedicação exclusiva. Quanto ao percurso preferido na busca da informação por
esses pesquisadores, destacam-se a biblioteca particular com 46,3% e a Internet com 43,2%. O
Sistema de Bibliotecas da UFSC (BU/UFSC) não obteve um índice expressivo de preferência no
processo de busca da informação. No entanto, teve uma indicação significativa quanto à freqüência
de uso (77,8%) se consideradas as três opções de freqüência - diária, semanal e mensal. O periódico
foi o mais indicado dentre os recursos disponibilizados no Sistema BU/UFSC. Os pesquisadores
indicaram que preferem obter o material em formato eletrônico devido a sua acessibilidade. Em
relação aos mediadores no processo de busca da informação, os colegas/pares foram os mais
citados. O correio eletrônico foi o recurso da Internet mais utilizado, o que também confirma a
finalidade de uso da rede, onde a comunicação entre pares, com 65,4%, foi a que obteve maior
incidência de indicações. Dentre os serviços on-line disponibilizados pela BU/UFSC, o Portal CAPES
foi o mais indicado (61.7%). Embora a Internet tenha apresentado uma freqüência expressiva de uso,
os resultados demonstraram ocorrer barreiras em relação à conexão e ao suporte técnico,
principalmente na área de Ciências Humanas. Nesta pesquisa, não foram encontradas associações
estatisticamente significativas quanto ao uso da Internet como percurso preferido quando
relacionados com a área de atuação, ao regime de trabalho e à faixa etária. Entretanto, observaram-
se diferenças significativas entre a área de atuação e as barreiras de uso da Internet, os recursos da
Internet, os recursos informacionais tradicionais e on-line do Sistema BU/UFSC. Embora o processo
de desintermediação tenha aumentado em todas as áreas, considerando-se que os pesquisadores
estão utilizando com autonomia os recursos eletrônicos no processo de busca da informação, conclui-
se que o Sistema BU/UFSC ocupa um lugar de destaque nesse processo, em função do uso
significativo do acervo tradicional, bem como dos serviços on-line disponibilizados pelo sistema.
Quanto aos profissionais bibliotecários, os resultados permitiram concluir que eles não são os
mediadores reconhecidos como preferenciais por esta comunidade científica. Considerando que
esses profissionais têm trabalhado no sentido de aumentar os recursos on-line para pesquisa
disponibilizados nas universidades, como também têm investido esforços no treinamento para tornar
os usuários mais autônomos, o que se pode inferir é que provavelmente a desintermediação tenha
ocorrido como conseqüência natural dessas ações e como sinal da evolução ou da crise dos sistemas
de informação que dependem na atualidade muito mais de sistemas e interfaces amigáveis que
facilitem o acesso à informação do que dos próprios recursos humanos e físicos existentes nas
unidades de informação.
Palavras-chave: Busca da informação. Internet. Recursos eletrônicos. Desintermediação da
informação. Biblioteca Universitária. Comunicação científica.
ABSTRACT
LOPES, Marili Isensee. The Internet and the searching for information in scientific communities:
a focused study in the researchers of UFSC. 2005. 184 f. Dissertation (Master in Information Science)
– Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2005.
This research objected to verify the use of Internet in information searching process at scientific
communities, aiming to detect the information disintermediation occurrence and its consequences in
scientific community process and information and its consequences in scientific community process
and information unit actuation. For the efficacy of this research, the disintermediation was considered
as intermediates absence between the information resources and researchers. It elects as locus and
universe for research applications the Federal University of Santa Catarina and the researchers-
teaching bodies entailed to Post-Graduation Programs at the same place. It uses the questionnaire as
tool for collecting data with questions turned to information surveys sociodemographical and to the
information resource uses. The sampling was constituted by 324 researchers-teaching bodies,
selected in three stages: aleatory stratified by actuation areas, simple aleatory by CAPES evaluation
grades and aleatory conglomerated by program. It organizes and tabulates the data through SPSS
statistic package, version 11.0, using the descriptive statistic (frequencies and percentages), of
associations (test χ2), and comparatives (Kruskal-Wallis and Mann-Whitney test), considering it in a
significant level of 5%. The result analyses allowed certifying that the sample participants, 43,2%
actuated in Exact and Earth Science Post-Graduation Program, 30,9% actuated in Human and Social
Science Program and 25,9% in Life Science Programs and that all of the researchers were doctors
predominantly working full-time. Taking for instance, the favorite information searching way of these
researchers, it is highlighted the private library with 46,3% and Internet with 43,2%. The Library
System of UFSC (UL/UFSC) did not obtain an expressive preference index in the information
searching process. However, had a significant indication as the use frequency (77,8%) if considered
the three frequency options – daily, weekly and monthly. The journal was the most indicated among
the available resources at UL/UFSC System. The researchers indicated that they prefer to obtain the
material in electronic format due to its accessibility. In relation to the mediators in the information
searching process, the colleagues/pairs were the most cited. The electronic mail was the most used
Internet resource, what also confirms the net use finality, where the communication between pairs,
with 65,4%, was the one that obtained higher indication incidence. Among the available on-line
services by UL/UFSC, CAPES Portal was the most indicated (61,7%). Although, the Internet has
presented an expressive use frequency, the results showed happening barriers in relation to
connection and technical support, mainly in the Human Science area. In this research was not found
statically significant associations as the Internet use as the favorite way when related to the actuation
area, the work hours and age group. However, it was observed significant differences between the
actuation area and the Internet use barriers, the Internet resources, the traditional informational
resources and on-line UL/UFSC System. Although, the disintermediation process has increased in
every area, considering that the researchers are using with autonomy the electronic resources in the
information searching process, it is concluded that UL/UFSC has a highlighted place in this process,
according to the significant use of the traditional heap, as well as of the on-line available system
service. Concerning to the librarian workers, the results allowed concluding that these are not
mediators recognized as preferential by this scientific community. Regarding that these professional
have worked in a sense to increase the on-line resources for available researches at universities, as
have also invested efforts in training to become the users more autonomous what can be inferred is
that probably the disintermediation has happened as a natural consequence of these actions and as
an evolution or crisis signal of the information systems that depend nowadays much more on the
systems and friendly interfaces that facilitate the information access than the human and physical
resources themselves found on the information units.
Key-words: Information searching. Internet. Electronic resources. Information disintermediation.
University library. Scientific communication.
RESUMEN
LOPES, Marili Isensee. Internet y la búsqueda de información en comunidades científicas: un
estudio enfocado en el investigadores de la UFSC. 2005. 184 f. Disertación (Maestría en Ciencia de
la Información) – Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, 2005.
Investigación que tuvo como objetivo verificar el uso de Internet, en el proceso de búsqueda
de la información en comunidades científicas, visando detectar la ocurrencia de la des-intermediación
de la información y sus consecuencias en el proceso de comunicación científica y en la actuación de
las unidades de información. Para efectos de esta investigación la desintermediación fue considerada
como ausencia de intermediarios entre los recursos de información y los investigadores. Elige como
lócus y universo para aplicación de la investigación la “Universidade Federal de Santa Catarina” y los
investigadores/docentes vinculados a los Programas de Pos-Graduación de la misma. Usa el
cuestionario como instrumento para la colecta de los datos, con cuestiones orientadas al
levantamiento de informaciones sociodemográficas y al uso de recursos informacionales. La muestra
fue constituida por 324 investigadores-docentes, seleccionada en tres etapas: aleatoria estratificada
por áreas de actuación, aleatoria simples por notas de evaluación de la CAPES y aleatoria por
conglomerados por programa. Organiza y tabula los datos por medio del paquete estadístico SPSS,
versión 11.0, utilizando la estadística descriptiva (frecuencias y porcentajes), de asociaciones (test χ2)
y comparativas (test de Kruskal-Wallis y Mann-Whitney), considerándose un nivel significante de 5%.
Los análisis de los resultados permitieron constatar que de los participantes de la muestra, 43,2%
actuaban en los Programas de Pos-Graduación de las Ciencias Exactas y de la Tierra, 30,9%
actuaban en los Programas de las Ciencias Humanas y Sociales y 25,9% en los Programas de las
Ciencias de la Vida y que todos los investigadores eran doctores con predominancia en el régimen de
trabajo de dedicación exclusiva. Con respecto al trayecto preferido en la búsqueda de la información
por esos investigadores, se destacan la biblioteca particular con 46,3% y la Internet con 43,2%. El
Sistema de Bibliotecas de la UFSC (BU/UFSC) no obtuvo un índice expresivo de preferencia en el
proceso de búsqueda de la información. Pero tuvo, una indicación significativa en relación a la
frecuencia de uso (77,8%), si consideradas las tres opciones de frecuencia - diaria, semanal y
mensual. El periódico fue el más indicado dentro de los recursos disponibles en el Sistema BU/UFSC.
Los investigadores indicaron que prefieren obtener el material en formato electrónico debido a su
accesibilidad. En relación a los mediadores en el proceso de búsqueda de la información, los
colegas/pares fueron los más citados. El correo electrónico fue el recurso de Internet más utilizado, lo
que también confirma la finalidad de uso de la red, donde la comunicación entre pares con 65,4%,
fue la que obtuvo mayor incidencia de indicaciones. Dentro de los servicios on-line, disponibles por la
BU/UFSC, el Portal CAPES fue el más indicado (61.7%. Aunque la Internet tenga presentado una
frecuencia expresiva de uso los resultados demostraron ocurrir barreras en relación a la conexión y al
soporte técnico, principalmente en el área de Ciencias Humanas. En esta investigación, no fueron
encontradas asociaciones estadísticamente significativas respecto al uso de Internet como trayecto
preferido cuando relacionados con el área de actuación, al régimen de trabajo y a la edad. Mientras
tanto, se observaron diferencias significativas entre el área de actuación y las barreras de uso de
Internet, los recursos de Internet, los recursos informacionales tradicionales y on-line del Sistema
BU/UFSC. Aunque el proceso de desintermediación tenga aumentado en todas las áreas;
considerándose que los investigadores están utilizando con autonomía los recursos electrónicos en el
proceso de búsqueda de la información; se concluye que el Sistema BU/UFSC ocupa un lugar de
destaque en ese proceso en función del uso significativo del acervo tradicional, bien como de los
servicios on-line disponibles por el sistema. Respecto a los profesionales bibliotecarios, los resultados
permitieron concluir que estos no son los mediadores reconocidos como preferencial por esta
comunidad científica. Considerando que esos profesionales han trabajado en el sentido de aumentar
los recursos on-line para investigación disponibles en las universidades, como también han invertido
esfuerzos en el entrenamiento para tornar los usuarios más autónomos, lo que se puede inferir es que
probablemente la desintermediación tenga ocurrido como consecuencia natural de esas acciones y
como señal de la evolución o de la crisis de los sistemas de información; que dependen en la
actualidad mucho más de sistemas e interfaces amigables, que faciliten el acceso a la información,
que de los propios recursos humanos y físicos existentes en las unidades de información.
Palabras-claves: Búsqueda de la información. Internet. Recursos electrónicos. Desintermediación de
la información. Biblioteca Universitária. Comunicación científica.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Características sociodemográficas dos pesquisadores da UFSC
79
Tabela 2 – Percurso utilizado pelos pesquisadores no processo de busca da
informação
82
Tabela 3 – Freqüência de uso do Sistema BU/UFSC e área de atuação dos
pesquisadores
85
Tabela 4 – Recursos informacionais utilizados do Sistema BU/UFSC pelos
pesquisadores
86
Tabela 5 – Formato preferido e área de atuação dos pesquisadores 88
Tabela 6 – Motivos de preferência da escolha do formato pelos pesquisadores
90
Tabela 7 – A busca da informação versus interlocutores/mediadores preferidos
dos pesquisadores
93
Tabela 8 – Recursos informacionais mais citados pelos pesquisadores 95
Tabela 9 – Recursos eletrônicos da Internet utilizados pelos pesquisadores 97
Tabela 10 – Finalidade de uso da Internet pelos pesquisadores 99
Tabela 11 – Freqüência de uso da Internet e área de atuação dos pesquisadores
101
Tabela 12 – Uso dos serviços on-line do Sistema BU/UFSC pelos pesquisadores 102
Tabela 13 – Uso das Bases de dados do Portal CAPES pelos pesquisadores 104
Tabela 14 – Principais barreiras encontradas no uso da Internet pelos
pesquisadores
106
Tabela 15 – A faixa etária dos pesquisadores versus o uso da Internet como um
dos percursos preferidos na busca da informação
109
Tabela 16 – O regime de trabalho dos pesquisadores versus o uso da Internet
como um dos percursos preferidos na busca da informação
109
Tabela 17 – A área de atuação dos pesquisadores versus o uso da Internet
como um dos percursos preferidos na busca da informação
110
Tabela 18 – As barreiras de uso da Internet versus a área de atuação dos
pesquisadores
111
Tabela 19 – O uso dos recursos eletrônicos da Internet versus a área de atuação
dos pesquisadores
113
Tabela 20 – O uso dos recursos informacionais on-line do Sistema BU/UFSC
versus a área de atuação dos pesquisadores
115
Tabela 21 – Resultados do teste Kruskal-Wallis, da comparação entre as áreas e
os percursos mais utilizados na busca da informação pelos
pesquisadores.
117
Tabela 22 – Resultados do teste Kruskal-Wallis, da comparação entre as áreas e
a freqüência de uso do Sistema BU/UFSC pelos pesquisadores.
.
118
Tabela 23 – Resultados do teste Kruskal-Wallis, da comparação entre as áreas e
o uso dos recursos informacionais do Sistema BU/UFSC pelos
pesquisadores.
121
Tabela 24 – Resultados do teste Kruskal-Wallis, da comparação entre as áreas e
o uso dos recursos informacionais on-line do Sistema BU/UFSC
pelos pesquisadores.
123
Tabela 25 – Resultados do teste Kruskal-Wallis, da comparação entre as áreas e
o auxílio na busca da informação pelos pesquisadores
124
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
14
2 OBJETIVOS
23
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Comunidades científicas
24
3.2 Comunicação científica
29
3.3 A Internet e as comunidades científicas
36
3.3.1 A Internet 37
3.3.2 A Internet e seus efeitos nas atividades de pesquisa das comunidades
científicas
41
3.3.3 Fatores associados ao uso ou não das TICs 43
3.4 A mediação da informação na comunicação científica: os
mediadores, a desintermediação
48
3.5 Estudos de comportamento de busca e uso da informação
55
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.1 Caracterização da pesquisa
66
4.2 Delimitação conceitual
67
4.3 Contexto do desenvolvimento da pesquisa
68
4.4 População e amostra
71
4.5 Critérios de exclusão da amostra
73
4.6 Instrumento de pesquisa
73
4.7 Procedimentos de coleta de dados
74
4.8 Análise dos dados
76
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1
Perfil dos pesquisadores
78
5.2
Os pesquisadores e a busca da informação
5.2.1 Percurso utilizado na busca da informação 81
5.2.2 Freqüência de uso do Sistema BU/UFSC 85
5.2.3 Biblioteca da UFSC e seus recursos informacionais mais utilizados 86
5.2.4 Formato preferido dos recursos informacionais 87
5.2.5 Quanto aos motivos da preferência do formato 89
5.2.6 Processo de busca da informação: mediadores preferenciais 93
5.2.7 Recursos informacionais indispensáveis 95
5.3 Recursos eletrônicos utilizados pelos pesquisadores
5.3.1 Recursos da Internet 97
5.3.2 Finalidade de uso da Internet 99
5.3.3 Freqüência de uso da Internet 100
5.3.4 Serviços on-line do Sistema BU/UFSC 101
5.3.5 Bases de dados do Portal CAPES 103
5.3.6 Periódicos do Portal CAPES 105
5.3.7 Barreiras no uso da Internet 105
5.4 Associações entre o perfil dos pesquisadores e o uso dos
recursos eletrônicos
5.4.1 Quanto à utilização da Internet como percurso de informação preferido 108
5.4.2 Barreiras no uso da Internet e a área de atuação 110
5.4.3 Recursos eletrônicos da Internet e a área de atuação 112
5.4.4 Recursos informacionais on-line do Sistema BU/UFSC e área de
atuação
113
5.5 A ocorrência da desintermediação no processo de busca da
informação entre as áreas de atuação dos pesquisadores
116
6 CONCLUSÃO
126
7 RECOMENDAÇÕES
139
REFERÊNCIAS
140
APÊNDICE A – Quadro demonstrativo da amostra
146
APÊNDICE B – Quadro demonstrativo da 2ª seleção da amostra
148
APÊNDICE C – Instrumento de pesquisa – questionário
150
APÊNDICE D – Carta de apresentação
155
APÊNDICE E – Termo de aceite
157
APÊNDICE F – Lista de comentários
159
APÊNDICE G – Lista outras opções citadas
165
APÊNDICE H – Lista dos recursos informacionais indispensáveis
168
APÊNDICE I – Lista das Bases de dados do Portal CAPES
170
APÊNDICE J – Lista dos periódicos do Portal CAPES
173
14
1 INTRODUÇÃO
Ao final do século XX, o mundo ingressou numa era que, baseada nas
tecnologias da informação e comunicação (TICs), passou e vem passando por
transformações, as quais têm provocado profundas mudanças em todos os setores
da sociedade. Essa nova era tem sido denominada de muitas formas, como por
exemplo, sociedade pós-industrial (BELL, 1977), sociedade pós-moderna
(LYOTARD, 1990), sociedade pós-capitalista (DRUCKER, 1994), sociedade em rede
(CASTELLS, 1999) e sociedade da informação (MATTELART, 2002).
No entanto, embora não exista consenso na denominação desta nova
sociedade, existe consenso quanto ao papel desempenhado pelas TICs. Todos os
autores são unânimes em ressaltar o papel transformador das tecnologias na
reorganização das noções de tempo e espaço: a simultaneidade expandiu o espaço
e lhe deu uma dimensão global.
Segundo Castells (1999, p.49) “estamos vivendo mais um dos intervalos da
história, onde a característica principal é a transformação da nossa cultura material
pelos mecanismos de um novo paradigma tecnológico que se organiza em torno da
tecnologia da informação”. As características da sociedade em rede não são
essencialmente o conhecimento e a informação, pois estas já fizeram parte de
outras histórias, mas sim as tecnologias de informação e comunicação.
Assmann (2000, p.9), constatou a importância desse papel e destacou que as
novas tecnologias de informação e comunicação diferem das tecnologias
tradicionais, pois enquanto que estas serviam para ampliar os sentidos (braços,
visão, movimento),
as novas tecnologias ampliam o potencial cognitivo do ser humano (seu
cérebro/mente) e possibilitam mixagens cognitivas complexas e
cooperativas. Uma quantidade imensa de insumos informativos está à
15
disposição nas redes (entre as quais ainda sobressai a Internet). Um grande
número de agentes cognitivos humanos pode interligar-se em um mesmo
processo de construção de conhecimentos. E os próprios sistemas
interagentes artificiais se transformaram em máquinas cooperativas, com as
quais podemos estabelecer parcerias na pesquisa e no aviamento de
experiências de aprendizagem.
Neste sentido, a Internet como representante mais importante das TICs na
sociedade da informação e do conhecimento, passou a ser um meio de
comunicação que reúne recursos tecnológicos e informacionais que agregam duas
características importantes: a interatividade e a massividade.
A Internet configura-se como uma rede de redes que globalmente cria um
novo mundo, o mundo virtual, e estabelece novas possibilidades de relações e
interações humanas disponibilizando tanto canais de comunicação e informação
quanto recursos informacionais úteis para a pesquisa científica. O uso da Internet é
diversificado e inesperado e as possibilidades criadas pela rede são inúmeras. A
massividade associada à interatividade e a facilidade de uso da rede possibilitam a
ampliação das formas de busca e acesso às informações. Além de diminuir as
distâncias e permitir o transporte de informações de uma maneira instantânea, a
Internet reconfigurou a noção de espaço geográfico, criando um novo espaço, não
geográfico, que supera as fronteiras do mundo físico. Assim, a Internet libertou os
usuários da dependência de intermediários isto porque eliminou barreiras e propiciou
oportunidades para o acesso direto aos produtos de informação em qualquer hora
ou local e de forma independente.
Diante deste novo cenário surgem algumas questões que merecem ser
discutidas. Uma das questões mais importantes é que cada indivíduo pode ser um
emissor e um receptor de mensagens na Internet. Assim, ele pode ser, ao mesmo
tempo, um produtor e um usuário da informação. Como usuário da informação, pode
escolher entre as informações disponíveis as que lhe interessam em um universo
16
informacional amplo e diversificado e sem passar pelos filtros tradicionais tais como
bibliotecas, bibliotecários, editoras, editores.
A Internet possibilitando a divulgação de idéias e informação por qualquer
pessoa gerou mudanças igualmente nos processos tradicionais de comunicação e
modificou a relação entre os autores-editores-bibliotecas-leitores colocando em
cheque a cadeia tradicional de transferência de informação. Contudo, tais mudanças
são vistas ainda com ressalvas, pois existem questionamentos quanto à
fidedignidade e à consistência das informações disponibilizadas na rede, uma vez
que estas na maioria das vezes não passaram por um filtro que garanta a sua
qualidade (MEADOWS, 1999; TARGINO, 2002).
Para Wolton (2003), os recursos disponibilizados via Internet, simbolizam a
liberdade e expressam a capacidade de domínio de tempo e espaço, pois
possibilitam que usuários da informação possam agir sem intermediários, quando
desejarem, sem filtros, nem hierarquias e em tempo real. A expressão surfar na
Internet, segundo esse autor, sugere essa sensação de liberdade que envolve
dimensões psicológicas e provoca nos indivíduos uma grande atração por essas
novas tecnologias.
Segundo Oddone (1998) a mudança de paradigma nos processos
comunicacionais foi influenciada pela virtualidade e pela instantaneidade da
informação - da produção ao consumo – e isso já é uma realidade. Sustentado por
técnicas sofisticadas de armazenamento e acesso por meio de ferramentas cada vez
mais amigáveis, o ciberespaço
*
tem proporcionado para os indivíduos uma
autonomia com relação ao processo de busca e tem oferecido melhor opção de
escolha para atender suas necessidades de informação.
*
Nesta pesquisa o
termo ciberespaço é usado para se referir ao mundo virtual constituído pelas redes de comunicação global, em especial
a Internet e todos os seus recursos tecnológicos e informacionais.
17
Esse fenômeno gerado pela autonomia dos usuários na busca de informação
tem sido rotulado de desintermediação por Lévy (2000, p. 208). Para este autor, os
intermediários institucionais (como estações de televisão, rádio, editoras, escolas,
bibliotecas) até o surgimento do ciberespaço controlavam o espaço público de
comunicação e tinham como função a filtragem e a difusão entre os autores e os
consumidores da informação.
Para Fourie (2001) a desintermediação é entendida com a busca de
informação por um usuário final sem a necessidade de envolvimentos de terceiros:
mediadores ou intermediários. Significa a eliminação do mediador entre a
informação (ou qualquer produto) e seus usuários finais o que, conseqüentemente,
acarreta o que o autor denomina de potencialização dos usuários. Quando aplicado
às unidades de informação (bibliotecas), o termo significa a evolução do acesso da
informação que se dava através de depósitos físicos centralizados para as fontes
alternativas acessíveis diretamente através de ordenadores e redes de informação.
O papel mais importante das unidades de informação, e, conseqüentemente,
de profissionais como os bibliotecários, até então, era constituído pela ação de
intermediação entre a informação produzida (publicadores) e os usuários da
informação. Com o avanço e a incorporação das TICs, especificamente da Internet,
nas atividades das unidades de informação ocorreu um deslocamento de objetivos
dessas instituições pois passaram a visualizar a sua atuação e o fluxo de suas
atividades através de um novo paradigma, o paradigma de acesso à informação, em
substituição ao paradigma de posse da informação, o que as tornou vulneráveis ao
fenômeno da desintermediação.
18
A desintermediação é um fenômeno em processo de consolidação e, por isso,
existem algumas divergências quanto aos benefícios ou malefícios do mesmo para
os usuários, unidades de informação e serviços bibliotecários.
Froehlich (1998) considera que a ausência de intermediação humana entre
usuários e informação pode comprometer a qualidade da informação, enfatizando a
ausência de critérios de autoridade cognitiva como um sério problema para o uso
das fontes eletrônicas. Davenport (1998, p. 53) acredita que as pessoas ainda são
“os melhores meios para identificar, categorizar, integrar a informação”. Segundo
esse autor, a informação para ser valorizada precisa ser organizada, reestruturada,
interpretada e sintetizada, tarefas que o computador ainda não é capaz de executar
de forma satisfatória. Wolton (2003) considera que o problema não está somente no
acesso, mas sim na capacidade em saber o que procurar e nisso a competência
está envolvida. A possibilidade de acesso a tudo através de um mesmo terminal,
desde o fazer compras até acessar uma biblioteca, não possibilita o
desenvolvimento de competências abrangentes que garantam acesso à informação
de todos os níveis ou que requeiram estratégias mais elaboradas.
Targino (2000, p.23), por sua vez, alerta para o uso indiscriminado de
informações eletrônicas argumentando que isso agrava
a tendência de horizontalização da leitura, comprometendo o processo de
informação e conhecimento. Esvai-se a probabilidade de uma visão
totalizante do tema, e se abandona o interesse por obras densas, básicas
ou de conteúdo clássico e vital à formação profissional em qualquer
instância.
Por outro lado, Lévy (2000, p.210) refuta todos esses argumentos contrários à
desintermediação. Para esse autor os antigos processos de intermediação eram
“massivos e grosseiros” e os “novos processos de intermediação, em contrapartida,
resultam dos próprios indivíduos, e correspondem, de maneira fina, em função de
certo trabalho, às necessidades e aos interesses destes”. Enfatiza, ainda, que “a
19
essência da cibercultura está talvez nessa passagem entre seleções, hierarquias e
sínteses por toda parte diferentes e em constante mutação conforme as pessoas, os
grupos e as circunstâncias”.
Para Fourie (2001), a desintermediação é uma tendência na sociedade. Cada
vez mais pessoas têm acesso à Internet, e os sistemas de informação e
comunicação estão sendo desenvolvidos de forma mais amigável, o que proporciona
naturalmente maior autonomia e independência para os usuários da informação.
O ciberespaço criou uma situação de desintermediação e isso já é aceito
como um fato, mas ainda não se tem a dimensão exata dos desdobramentos e
efeitos desse fenômeno nos processos comunicacionais, culturais, sociais ou
científicos. A desintermediação tem afetado os processos comunicacionais, a função
das editoras, o papel dos sistemas e das unidades de informação.
De maneira geral, as possibilidades oferecidas pelas TICs têm provocado
mudanças no comportamento das pessoas com relação ao acesso à informação e à
comunicação em vários níveis. O modelo de comunicação científica, cunhado por
Garvey e Griffth em 1979, que estabelecia diferenças significativas entre os canais
formais e informais, vem sendo drasticamente modificado. Para esses autores, o
sistema de comunicação científica tradicional englobava dois subsistemas e seus
respectivos canais: o informal e o formal. Os canais informais eram constituídos
pelos recursos informacionais proporcionados através de contatos pessoais
(conversas, telefonemas, mensagens, cartas, colégios invisíveis entre outros).
Enquanto que os canais formais eram constituídos pelos recursos informacionais
provenientes das fontes de informação primária (periódicos, relatórios, etc.),
secundária (resumos, índices, etc.) e terciária (tratados, livros-texto, etc.).
20
As TICs têm alterado o processo de comunicação científica e o
comportamento de usuários da informação, em relação a várias etapas e aspectos
do processo e, por isso, um novo modelo para o sistema de comunicação científica
têm sido pensado. Segundo Meadows (2001), as diferenças entre canais formais e
informais estão diluídas em função da mediação das novas tecnologias, uma vez
que os resultados de uma pesquisa podem estar disponíveis de várias formas, por
exemplo, um mesmo artigo de uma pesquisa pode ser localizado no website do
autor, sob discussão numa lista, em um periódico impresso e em um periódico
eletrônico.
O advento das TICs também provocou igualmente sensíveis mudanças no
perfil e no comportamento dos usuários das unidades de informação. A autonomia
no processo de busca da informação ocorre de fato. Agora o usuário dispensa
intermediários e se torna autônomo elaborando sua própria busca bibliográfica, sem
auxilio do profissional da informação (CUENCA, 1999).
No meio acadêmico, a disponibilidade e o uso das TICs têm crescido o que
gerou mudanças principalmente no processo de comunicação científica. A Internet
tem proporcionado um crescente número de publicações eletrônicas e aumentado as
possibilidades de atuação do próprio usuário na busca da informação (CUNHA,
1999; MARCONDES; GOMES, 1997).
Para Garvey (1979) o processo de comunicação cientifica inclui o espectro de
atividades associadas com a produção, a disseminação e o uso da informação, a
partir do momento em que o cientista tem a idéia para sua pesquisa, até que a
informação sobre os resultados desta pesquisa seja aceita como constituinte do
conhecimento científico. O foco desta pesquisa ficou restrito a etapa da produção da
informação, mais especificamente ao processo de busca da informação e, assim,
21
considerou-se que nesse processo pesquisadores usam vários subsistemas de
comunicação, classificados como canais de informação (informais e formais), que de
acordo com Prazeres (1989) são os meios pelos quais a informação passa das
fontes para o usuário. Nos canais informais o uso das TICs para a comunicação
interpessoal parece já estar consolidado. Enquanto que nos canais formais as TICs,
embora têm sido usadas para disponibilizar recursos informacionais em formato
eletrônico representados pelas fontes de informação primárias, secundárias e
terciárias, seu uso como canal de divulgação ainda é incipiente.
A pesquisa aqui desenvolvida partiu do pressuposto que as mudanças
proporcionadas pelos meios eletrônicos no meio acadêmico, especificamente no
processo de comunicação científica, não são homogêneas e, portanto, devem diferir
nas diversas áreas do conhecimento. Por isso faz-se necessário investigar como a
Internet tem interferido no processo de busca da informação dos
cientistas/pesquisadores. Considerando que essas interferências têm influência
direta nos intermediários da cadeia de comunicação (editores, bibliotecas, cientistas
da informação), justifica-se a necessidade de investigação a respeito dos efeitos
TICs, como forma de levantar subsídios que facilitem o processo de comunicação
científica nas comunidades científicas (MEADOWS, 1999).
Considerou-se também, que as alterações derivadas da elaboração do
conhecimento de natureza técnico-científica, somadas às transformações de caráter
tecnológico, contribuíram significativamente para mudanças nos processos de
comunicação científica e de atuação das unidades de informação. Levantar o teor e
a amplitude com que este processo de transformação tem ocorrido é o que moveu a
intenção investigativa desta pesquisa. O interesse de se estudar esse fenômeno
surgiu a partir de observações realizadas, pela mestranda, quando trabalhava em
22
atividades que envolviam tecnologias de informação e comunicação no Setor de
Acesso às Bases de Dados e Comutação Bibliográfica da Biblioteca Universitária da
UFSC. A pesquisa vê na análise dos processos de busca da informação
possibilidades de levantar as conseqüências geradas pelas TICs nos procedimentos
envolvidos nesta questão e, conseqüentemente, detectar a ocorrência do fenômeno
denominado de desintermediação. Assim, esta pesquisa procurou atingir níveis
satisfatórios de explicação e interpretação quanto à busca da informação em
comunidades científicas, neste caso formada pelos pesquisadores da Universidade
Federal de Santa Catarina, com vistas a obter através dos resultados obtidos
subsídios que favoreçam a intervenção nos serviços de informação da universidade
e possibilitem propor mudanças nos sistemas de intermediação mantidos pelas
unidades de informação dessa instituição.
Nesta perspectiva, esta pesquisa investigou como o uso da Internet tem
modificado o comportamento de busca à informação dos pesquisadores da UFSC e,
com isso, procurou identificar a ocorrência da desintermediação nesse processo.
O tema tratado é relevante para a Ciência da Informação, considerando-se
que estão incluídos nos objetivos da Ciência da Informação, estudos relacionados
ao processo de comunicação científica bem como dos canais que os
cientistas/pesquisadores utilizam para obter informação. Além disso, detectar se
ocorre o fenômeno da desintermediação nos processos de busca da informação nas
comunidades científicas das universidades através dos resultados obtidos na
pesquisa poderá favorecer a tomada de decisão quanto aos serviços de
disseminação da informação e às políticas de destinação de recursos financeiros
nas unidades de informação dessas instituições.
23
2 OBJETIVOS
Considerando o papel importante que as novas tecnologias da informação,
principalmente a Internet, trouxeram para o mundo e para as comunidades
científicas, esta pesquisa pretende focar o processo de comunicação científica,
especificamente quanto ao uso da Internet na busca da informação.
2.1 Geral
Verificar o uso da Internet no processo de busca da informação em
comunidades científicas e se sua utilização está gerando a desintermediação
da informação.
2.2 Específicos
Caracterizar o perfil sociodemográfico dos pesquisadores;
Identificar o percurso utilizado pelos pesquisadores para obtenção de
informação;
Identificar os recursos eletrônicos mais utilizados pelos pesquisadores,
bem como a freqüência e barreiras de uso da Internet;
Verificar a existência de associação entre as características do perfil
dos pesquisadores e o uso de recursos eletrônicos;
Detectar a ocorrência do fenômeno da desintermediação da
informação no processo de busca da informação;
Comparar a ocorrência da desintermediação da informação no
processo de busca da informação, considerando as áreas de atuação
dos pesquisadores.
24
3 REFERENCIAL TEÓRICO
A questão sobre os efeitos do uso da Internet nas comunidades
científicas/acadêmicas no processo de busca da informação está inserida dentro de
um contexto mais amplo.
Desta forma, faz-se necessário buscar subsídios teóricos para a
compreensão deste fenômeno com a abordagem dos seguintes tópicos:
Comunidades científicas, a Comunicação científica (modelos e mudanças com
as TICs), A Internet e as comunidades científicas, A mediação na comunicação
científica: os mediadores, a desintermediação e os Estudos de comportamento
de busca da informação.
3.1 Comunidades científicas
A formação das primeiras sociedades científicas deu-se no século XII
impulsionadas pela necessidade de divulgação e troca dos conhecimentos
acumulados pelos cientistas. O êxito desta estratégia, de acordo com Meadows
(1999), dependia da consolidação de grupos envolvidos tanto na comunicação
formal quanto informal.
Dentre as primeiras comunidades científicas, destaca-se a Royal Society,
criada em 1662. Em seguida, fundaram-se outras sociedades em todas as principais
25
áreas do conhecimento, mas foi no século XVIII que ocorreu uma expansão
expressiva na criação destas comunidades (MEADOWS, 1999).
Podemos entender o conceito de comunidade científica através de estudos
tradicionais da sociologia da ciência, desenvolvidos a partir da década de 1940,
como por exemplo, o de Michael Polanyi, que fez a primeira referência à
comunidade científica ou “República da Ciência (1942), o qual foi em seguida,
também utilizado por Shils (1954) e Kuhn (1952). Mas é a Robert Merton (1973) que
se deve a proposta de uma estrutura normativa para reger os cientistas. De acordo
com Merton, os cientistas são regidos por um conjunto de normas e valores ideais, o
ethos (do grego ethos, que significa costume, uso, característica), como: o
universalismo, o comunalismo, o ceptismo organizado e o desinteresse, padrões
esses, peculiares de comportamento da comunidade científica, e que, segundo
Jesuíno (1995), mesmo na atualidade, apesar de pertencer a um nível muito mais
complexo, ainda no seu sentido mais lato mantém a idéia de compartilhamento de
atitudes, as mesmas normas e valores defendidos no conceito de Merton.
No entanto alguns autores discordam da visão mertoniana do processo
científico. Meadows (1999) enfatiza que tais normas apenas refletem um padrão de
comportamento perfeito para a comunidade científica, e que embora se apliquem as
comunidades universitárias, ainda assim ocorrem divergências entre as várias
especialidades.
Gonçalvez (1993) observa que “a neutralidade defendida outrora como critério
da ação cientista, não resiste perante o novo poder social adquirido pela ciência”. A
autora destaca alguns questionamentos aos cientistas, no sentido de que estes
percebam e busquem, nas suas práticas e atividades, padrões de comportamento
26
condizentes com as oportunidades externas à ciência. Ou seja, internalizar os
objetivos sociais, econômicos e políticos externos à ciência e aos cientistas.
Para Kuhn (1992) uma comunidade científica caracteriza-se pela prática de
uma especialidade científica, por uma formação teórica comum, pela circulação
abundante de informação no interior do grupo e pela unanimidade de juízo em
assuntos profissionais.
Fourez (1995, p. 93) define comunidade científica, em nossa moderna
sociedade, como um grupo social relativamente bem definido. Estrutura-se em parte
por si mesmo: é uma confraria onde indivíduos se reconhecem como membros de
um mesmo corpo. Nessa confraria, explica, aqueles que são aceitos como cientistas,
“são possuidores de conhecimentos específicos, úteis e passíveis de retribuição”.
Além do reconhecimento interno, os cientistas, segundo esse autor, lutam por
reconhecimento externo, pois isso “reflete-se em apoio econômico, em poder social
e em prestígio”.
Para Le Coadic (1996, p. 33) as comunidades científicas, são “redes de
organizações e relações sociais formais e informais, que desempenham várias
funções e uma das funções dominantes é a da comunicação”.
Segundo Silva (2002) “a comunidade científica é um tecido de fluxos e
relações sociais no seio das quais se assimila, produz e se propagam
conhecimentos, logo, a sua identidade é profundamente sócio-cognitiva e, mesmo,
política”.
Trigueiro (2001, p.1) explica que, embora não exista consenso na definição de
comunidade científica, podem-se detectar duas linhas de abordagem
uma linha estrutural-funcionalista - na perspectiva de Robert Merton -,
que destaca o seguimento às normas vigentes entre os cientistas;
outra, baseada na competição e na disputa pela hegemonia no "campo
científico", como nos trabalhos de Pierre Bourdieu a esse respeito.
27
Trigueiro (2001) chega à conclusão que entre as duas abordagens há um
núcleo comum que ressalta nas comunidades científicas a existência de regras,
valores e sanções entre os praticantes de uma ciência, configurando uma instituição
social específica. Desta forma, a instituição social da ciência pressupõe uma
comunidade científica, ou muitas, considerando as várias áreas do conhecimento
científico, cada uma das quais com um ethos próprio, ainda que se pautem em
princípios e padrões de conduta mais universais, referentes à instituição científica de
maneira geral.
Por outro lado, Silva (2002) reconhece que existe uma complexidade do
próprio conceito de comunidade científica, o que possibilita estudos sob diferentes
níveis de análise, permitindo utilizar-se o conceito num sentido mais lato,
abrangendo uma totalidade de cientistas, bem como num sentido mais restrito,
como, por exemplo, referindo-se a um determinado nível disciplinar ou regional.
Então, pode-se ter por objetivo estudar apenas a comunidade científica de um
determinado domínio disciplinar ou uma comunidade científica regional. Ainda, para
este autor, quanto mais se especificar a abrangência da comunidade científica, mais
a análise terá um caráter micro.
No Brasil ao se pesquisar temas que envolvem comunidades científicas o
olhar volta-se naturalmente para o campo da universidade, lugar dominante de
formação de investigadores e de pesquisa na maioria dos países de terceiro mundo.
A formação das comunidades científicas no país, não pode ser historiada nem
analisada separadamente da evolução e da mudança de nossas universidades.
Inicialmente, na época da Proclamação da República (1889), o ensino era
considerado a base fundamental para o progresso da nação, e isto se perpetuou por
28
um longo período, sendo alterado com a Reforma Universitária em 1969, com a
valorização da Pós-Graduação e a conseqüente ênfase à pesquisa científica, na
maioria das universidades, provocando mudança cultural que diz respeito à missão
das instituições, da natureza de sua relação com o ambiente. A educação
considerada como um custo nas universidades, veio a demandar uma ênfase à
produtividade da pesquisa, monitorada por controles de avaliação de desempenho, a
exemplo da Gratificação de Estímulo a Docência (GED) (CASTELLANI; ZWICKER,
2000).
A ascensão da comunidade científica como um importante segmento na
sociedade brasileira, deu-se conjuntamente com a implantação do Conselho
Nacional de Pesquisa (CNPq) em 1951, que na primeira década de sua atuação cria
os vários institutos de pesquisa, voltados para a pesquisa científica e tecnológica, e
em seguida, com a institucionalização da pesquisa, através da criação dos cursos de
Pós-Graduação no país com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES) (CNPq, 2001).
Atualmente as universidades brasileiras têm como principais atividades:
pesquisa, ensino e extensão. Essas tarefas, segundo Castellani e Zwicker (2000)
apresentam como características comuns o fato de lidarem com conhecimento de
sua produção até sua disseminação, onde a ênfase dada a cada uma destas
atividades tem mudado com o tempo, influenciadas pelo próprio Estado e pelas
políticas públicas.
Reconhece-se que no Brasil, mais de 80% das pesquisas são desenvolvidas
nos centros de investigação das universidades, habitualmente vinculados a
programas de formação de pós-graduação (mestrados e doutorados) (LOVISOLO,
1997).
29
Desta forma, pensar em pesquisas que envolvem comunidades científicas,
implica pensar nos processos de comunicação científica desenvolvidos pelos
pesquisadores das universidades. Assim, pensar em ciência também significa
pensar em processos que envolvem informação e comunicação, ou ainda em um
sistema social que “integra elementos que vão desde a figura do
pesquisador/cientista/acadêmico ao fluxo de idéias, fatos, teorias, métodos, literatura
científica e instrumentos que permitem a operacionalização das investigações”.
(TARGINO, 2000, p. 24).
A comunicação científica, segundo Meadows (1999, p. vii) “situa-se no próprio
coração da ciência” e de qualquer que seja o ângulo examinado constitui-se em
parte essencial do processo de investigação científica.
3.2 Comunicação científica
Desde os primórdios o homem sempre buscou se comunicar e deixar sua
mensagem às futuras gerações. As representações simbólicas registradas nas
paredes das cavernas, e os sons emitidos como forma de imitar os animais foram
os primeiros atos de comunicação registrados pela civilização. De acordo com
Thompsom (2001), pode-se definir duas maneiras que levaram o homem a
expressar seu pensamento, o discurso oral e o discurso escrito.
A evolução e a transformação da sociedade deram-se de maneira
extraordinária ao longo dos tempos. Mas pode-se dizer que o avanço maior no
campo da comunicação deu-se com a invenção da imprensa, no século XV com
30
Gutenberg, ocorrendo, assim, já naquela época, uma democratização da
informação e do conhecimento, que até então era restrita aos homens letrados, aos
grupos intelectuais e ao clero. O livre acesso, a possibilidade de interação com
grupos de filósofos e com todas as classes sociais e o impulso para a produção de
livros, foram, sem dúvida, proporcionados por esta fase da história. A imprensa foi,
além de outras tecnologias da época, a responsável pelo alargamento das
fronteiras geográficas, propiciando a possibilidade de comunicação entre povos
distantes entre si. Foi nesse século que também surgiram os primeiros textos
noticiosos, utilizados para transmitir noticias do comércio, que mais tarde deram
origem aos primeiros periódicos (BONFA, 2003; BURKE, 2003; MEADOWS, 1999).
O texto científico e as contribuições científicas aparecem nas universidades
no século XVII. Também nesse mesmo período, constituíram-se as primeiras
associações de pesquisadores, reunidos por interesses comuns. Dentre estas
associações, destaca-se a Royal Society, na Inglaterra e Academie Royale des
Sciences, na França, como as primeiras academias científicas, com objetivos de
divulgação de resultados de pesquisa, propiciando, desta forma, o surgimento dos
primeiros canais de comunicação científica, que foram inicialmente as atas e as
cartas e, posteriormente, na segunda metade do século XVIII das primeiras revistas
científicas.
Os primeiros periódicos científicos surgiram com algumas expectativas, tais
como especulação financeira das editoras e outras bem mais gerais que era a de
proporcionar o debate coletivo; mas sem dúvida o motivo principal e primordial era a
necessidade de comunicação com a clientela interessada em novas realizações.
Segundo Meadows (1999) os periódicos científicos proporcionaram um
avanço considerável na comunicação científica, ampliando e complementando os
31
canais de comunicação até então existentes - comunicação oral, correspondência
pessoal e os livros.
A atividade científica tem como principal objetivo a comunicação da
informação e a disseminação dos conhecimentos produzidos visando o próprio
progresso e o desenvolvimento da ciência. Pode-se inclusive afirmar que a ciência
se desenvolveu largamente em torno dos documentos científicos. Ao longo da
história e no mundo atual, pode-se perceber que praticamente nada mudou neste
sentido. As publicações mantêm seu valor para a ciência, como permite perceber a
declaração clássica de Ziman (1979) quando afirma que “ciência é conhecimento
público”. O que realmente mudou e vem mudando são os suportes das publicações
científicas. Se antes eram as cartas, atas, escritas à mão; hoje fotocópias, faxes, e-
mails e tantos outros formatos ainda perpetuam os mesmos objetivos daquelas
primeiras comunidades, ou seja, unir grupos de pessoas com os mesmos interesses
e disseminar a informação entre seus pares (BROW; DUGUID, 2001).
Segundo Brown e Duguid (2001, p. 168) “enxergar os documentos como
meros transportadores de informações seria ignorar o seu papel social”. A imprensa
escrita desempenhou um papel importante, particularmente no desenvolvimento de
comunidades científicas modernas, e o processo de circulação da informação
através de cartas se deu graças aos primeiros serviços postais, ajudando a criar o
que veio a se denominar posteriormente de colégios invisíveis.
O processo de comunicação científica é imprescindível para a ciência. A
comunicabilidade é parte integrante da produção científica. Diante disto, Targino
(1999/2000, p. 347), ressalta que “a ciência faz da pesquisa científica seu
instrumento mor e da comunicação científica seu elemento básico, de tal forma que
32
a pesquisa científica e as divulgações de seus resultados são atividades
inseparáveis”.
O sistema de comunicação científica foi estruturado em estágios distintos,
definidos em estudos e por autores considerados clássicos para a área de
comunicação científica, tais como Garvey (1979), Menzel (1966), Merton (1969) e
Price (1976). Cada estágio possui características próprias, mas que se inter-
relacionam, permitindo uma sinergia entre eles (TARGINO, 2000).
O modelo tradicional criado por Garvey e Griffth (1979) e adotado em muitos
estudos desde a década de 1970, como visto na introdução desta dissertação, foi
baseado em dois canais de comunicação, o formal e o informal. A comunicação
informal é usada no início do processo de pesquisa e se concretiza por meio da
oralidade, através dos contatos face-a-face, ou contatos interpessoais, ou de
quaisquer outros recursos que não exijam certa formalidade, como as participações
em associações, por colégios invisíveis, reuniões científicas, telefonemas, bem como
toda troca informal através de recursos escritos, como cartas, faxes, mensagens de
e-mails, entre outros (MEADOWS, 1999). Quando finalizado o processo de
pesquisa, os canais formais são usados para a divulgação dos resultados de
pesquisa, que se concretiza por meio de recursos informacionais disponibilizados na
forma escrita, através de fontes de informação primária, secundária e terciária.
Segundo Targino (1999/2000) tanto os canais informais quanto os formais são
fundamentais no processo de produção científica e evolução do conhecimento, mas
esses são utilizados em momentos distintos e obedecem a cronologias
diferenciadas.
Um dos temas de discussão de grande incidência nos estudos dos processos
de comunicação científica relaciona-se com vantagens e desvantagens dos canais
33
informais e formais. Nos canais informais, a rapidez e a redundância, a facilidade de
feedback para o autor, a maior dinamicidade e fluidez no processo são tidas como
vantagens. Enquanto que, os problemas de armazenamento, recuperação da
informação, acesso e disseminação, a falta de controle, avaliação prévia, acesso
restrito e limitado, são considerados como desvantagens. Já com referência aos
canais formais, a morosidade para divulgação dos resultados, o custo para
publicação, são abordados como desvantagens. Enquanto que a possibilidade de
um alcance maior de público, armazenamento e recuperação mais seguros e
precisos, maior rigidez e controle via avaliação prévia, volume moderado de
informações redundantes são apontados como vantagens (MEADOWS, 1999;
TARGINO, 1999/2000).
As novas tecnologias introduziram mudanças no modelo do sistema de
comunicação científica proposto por Garvey e Griffth (GARVEY, 1979). As
transformações proporcionadas pela utilização do computador no processo de
comunicação têm gerado discussões e desafios para os estudiosos do assunto.
Na comunicação mediada por computadores, existem alguns estudos que
classificam neste meio, como canal de comunicação informal, os chats, e-mails,
listas de discussão e com canal de comunicação formal, periódicos científicos
eletrônicos, obras de referências eletrônicas e outras publicações eletrônicas.
Costa (2000), propõe para este novo ambiente um modelo de sistema de
comunicação científica híbrido, baseado nos modelos de Garvey e Griffith,
(totalmente baseados no meio impresso) e no modelo de Hurd et al. (totalmente
baseado no meio eletrônico). Segundo o modelo proposto por Costa, os estágios
informais no processo de comunicação já estão praticamente substituídos pelo meio
eletrônico, enquanto que no processo de comunicação formal ainda prevalece o
34
meio impresso, com algumas poucas iniciativas, como exemplo, as publicações de
anais de eventos, as teses e dissertações que são freqüentemente disponibilizadas
na rede.
Para Targino (2000), baseando-se na categorização de McMurdo (1995), para
quem o processo de comunicação compreende traços da cultura oral, escrita,
impressa e eletrônica, cada qual com sua peculiaridade e sem que isso represente
uma exclusão, tudo indica que no futuro, em decorrência da evolução das TICs, o
processo de comunicação baseado em canais informais ou formais passará a se
configurar apenas como comunicação eletrônica, A autora conclui que “a cultura
impressa pode guardar marcas concomitantes da cultura oral, escrita e eletrônica, da
mesma forma que a eletrônica conserva características das demais e assim por
diante”.
Nesta mesma linha de pensamento, Meadows (2001) acredita que não haverá
mais distinção entre comunicação informal e formal, o que não implicará em
exclusão de canais tradicionais de comunicação.
Embora ainda não exista consenso quanto a um novo modelo para o sistema
de comunicação científica, não se pode deixar de reconhecer as mudanças
decorridas em função da introdução das TICs nos processos envolvidos nesse
sistema.
De acordo com Ferreira (1995) a comunicação interpessoal tem ganhado uma
nova dimensão, através do acesso de forma rápida, ágil, informal, democrática,
desvinculada de padrões hierárquicos, permitindo desta forma uma maior
valorização da busca da informação e troca de experiências entre profissionais e
especialistas.
35
As conferências on-line nas mais diversas áreas criaram novos espaços de
integração, rompendo com a tradicional segmentação de disciplinas. O número de
publicações em papel, disponibilizado de forma on-line também aumentou
consideravelmente. Nos últimos anos, o número de bases de dados com texto
completo também tem crescido muito, permitindo assim, uma substituição gradativa
de um modelo de biblioteca centrado na disponibilidade física, por um modelo
centrado na acessibilidade. Como exemplo desta tendência, pode-se citar o Portal
CAPES, Scielo e tantas outras iniciativas neste sentido (TARGINO, 2000).
No entanto, apesar de as TICs proporcionarem recursos valiosos para o
processo de busca e recuperação da informação, e no âmbito da comunicação
informal já terem sido incorporadas quase que totalmente a todas as atividades das
comunidades científicas, apesar da forma atrativa, ainda assim discute-se a validade
da adoção deste canal como um meio de divulgação científica. Questões como
validação dos conteúdos dos meios eletrônicos, questões autorais, custo, controle
bibliográfico, armazenagem, conservação, qualidade e consistência das
informações, processo de avaliação, entre outros, vêm sendo discutidos em vários
artigos, por diversos autores como Costa, Silva e Costa (2001), Nehmy e Paim
(2003), Meadows (2001), Silva; Menezes e Bissani (2002) e Targino (2002).
Em pesquisa desenvolvida, Costa, Silva e Costa (2001), para verificar a
ocorrência de publicações eletrônicas no país, produzidas pelas instituições
acadêmicas (universitárias e sociedades científicas), observaram que ocorre uma
baixa adoção das tecnologias no processo de comunicação formal e que ainda são
escassas as publicações puramente eletrônicas. O processo tem sido lento, tanto
com relação aos tipos de publicações, bem como entre as áreas do conhecimento.
No que diz respeito aos tipos de publicações, especificamente no caso dos
36
periódicos, o que ocorre é apenas uma complementação e não uma substituição,
coexistindo no meio eletrônico versões eletrônicas de publicações impressas. Já
com relação aos livros, sua substituição está muito longe de acontecer.
Corroborando com o estudo de Costa, Silva e Costa (2001), Silva, Menezes e
Bissani (2002, p. 14), ao identificarem a Internet como um canal formal de
comunicação científica nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) da
região sul do Brasil, concluíram que o uso desta tecnologia é bastante incipiente. A
razão 0,06% de documento disponibilizado por docente das instituições na Internet
vem confirmar isto. De acordo com resultados desse estudo, a grande maioria dos
artigos disponibilizados na Internet refere-se a publicações já disseminadas em
outros veículos de divulgação científica, ocorrendo assim pouca utilização deste
meio para disponibilização de artigos originais propriamente ditos, ou seja, a Internet
tem sido usada como uma “segunda via de divulgação da produção científica”.
3.3 A Internet e as comunidades científicas
O uso das TICs tem refletido em todas as atividades da sociedade atual, e,
sobretudo, no comportamento das comunidades científicas, mais especificamente
das universidades, pioneiras na utilização de redes eletrônicas.
Dentre as TICs, destaca-se a Internet, como o principal recurso tecnológico
de comunicação e informação. Considerada como uma metarede, integrando várias
redes que interconectam indivíduos e instituições, proporcionando um espaço de
37
circulação de informações, democrático, sem barreiras, sem hierarquias, sem
intermediários e em tempo real (SULLIVAN, 2002).
3.3.1 A Internet
Definida como um conglomerado de redes eletrônicas interconectadas por
nós, criando uma aldeia global de comunicação, a Internet teve seu início nos
Estados Unidos na década de 1960, com a Advanced Research Projects Agency
Network (Arpanet), inicialmente com fins militares e em seguida com a criação do
correio eletrônico, permitindo a comunicação entre pesquisadores. Nos anos 80, a
rede foi ampliada e daí surgiu a Internet, como é conhecida e utilizada até os dias
atuais, como um conjunto de redes universitárias, científicas, comerciais e militares
interconectadas.
No Brasil, foi a partir de 1987 que Instituições como o Laboratório Nacional de
Pesquisa do CNPq (LNCC) no Rio de Janeiro, a Fundação de Amparo a Pesquisa
(FAPESP) em São Paulo e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por
meio de diversos projetos, que se deu inicio a viabilização e o estabelecimento de
uma rede nacional para pesquisadores. E em outubro deste mesmo ano, ocorreu
uma reunião, onde participaram instituições de pesquisa e órgãos de fomento e
representantes da Embratel. Mas somente em outubro de 1988, com a permissão da
Embratel no transporte de tráfego de terceiros, deu-se a primeira conexão
internacional, entre o LNCC, RJ e a University of Maryland, USA, operando a uma
taxa de 9.600 bps, em seguida, em novembro deste mesmo ano, operando na taxa
38
de 4.800 bps é estabelecida conexão entre a FAPESP, SP e o Fermi National
Laboratory (Fermilab) em Chicago. Em maio do ano seguinte, foi a vez da UFRJ
estabelecer conexão com a University of Califórnia at Los Angeles (UCLA). Sendo
assim, o país em 1989, já possuía uma pequena rede de três pontos de acesso que
se comunicavam entre si por meio da rede internacional BITNET (STANTON, 1998).
Até o final de 1991, várias outras instituições de ensino passaram a se
conectar com a FAPESP e o LNCC. Basicamente o acesso destas instituições à
rede era discado (com UCCP) ou conexões RENPAC, a maioria delas eram da rede
BITNET, somente algumas mantinham a acesso a High Energy Physics Network
(HEPNET), por meio de tecnologia de redes próprias da Digital Equipment
Corporation (DECnet) , e bem poucas já possuíam acesso a Internet.
Até então, a utilização da rede era restrita a serviços de correio eletrônico, e
isto começou a se tornar insuficiente para atender as necessidades de demandas
das comunidades cientificas do país. Contudo, a viabilização de uma rede, com uma
tipologia de malha requeria uma estrutura administrativa própria, adotando-se uma
estratégia para o provimento inicial de uma infra-estrutura de redes no país, que
pudessem fomentar o desenvolvimento de serviços, aplicações e conteúdos para a
rede brasileira. Então, a partir daí, em 1991 uma equipe montada pelo CNPq,
baseando-se numa arquitetura para atender a particularidades do Brasil, cria uma
rede com três níveis de espinha dorsal (backbone) nacional, redes estaduais e redes
institucionais. (STANTON, 1998). A tecnologia a ser adotada para esta nova rede
seria o Transfer Control Protocol/Internet Protocol (TCP/IP) com roteadores
multiprotocolares, adotando as maiores taxas possíveis para o enlace nacional e
internacional.
39
Em 1992 foram instaladas a espinha dorsal nacional da Rede Nacional de
Pesquisa (RNP) do CNPq e as redes estaduais do Rio de Janeiro (Rede Rio) e São
Paulo (Ansp), financiadas inicialmente pela FAPESP e FAPERJ. Após o ano de
1992, outros estados brasileiros passaram a integrar o segmento brasileiro da
Internet (REDE NACIONAL DE PESQUISA, 2005).
A RNP foi responsável pela apropriação para o Brasil, das tecnologias da
Internet. Em 1993 a estrutura implantada pela RNP, já atendia a 11 estados,
oferecendo serviços como correio eletrônico, transferências de arquivos (ftp), uso
remoto de computadores (Telnet), bem como boletins de notícias (Newsgroups) e
web, com o objetivo principal de facilitar a comunicação científica entre
pesquisadores das instituições de ensino superior e institutos de pesquisa do país
(REDE NACIONAL DE PESQUISA, 1998).
A partir de 1995, a Internet se expandiu para fora do âmbito universitário e
passou a ser utilizada para fins comerciais, bem como por toda a sociedade
brasileira.
Com o crescimento acelerado da Internet comercial, e com o apoio destas
instituições comerciais, a RNP volta-se novamente sua atenção a comunidade
cientifica e inicia uma nova fase de investimentos em tecnologias avançadas e
então, a partir de 1997 dá-se inicio o projeto RNP2. Em 1999 os ministérios da
Educação e da Ciência e Tecnologia assinam um convênio para implantação do
backbone RNP2 que passa a interligar o país a uma rede de alta tecnologia (REDE
NACIONAL DE PESQUISA, 2005).
Oficialmente lançado em maio de 2000, o backbone RNP2, encontra-se
atualmente constituído por uma rede acadêmica distribuída entre 27 estados da
Federação brasileira, interligando 329 instituições de ensino e pesquisa, com uma
40
capacidade de tráfego de 335 Mbps e mantendo uma conectividade internacional
com os Estados Unidos e a Europa, através de Portugal de 202 Mbps (REDE
NACIONAL DE PESQUISA, 2005).
Em Santa Catarina, o Pop-SC um dos backbone da RNP está fisicamente
instalado e sob a coordenação do Núcleo de Processamento de Dados da UFSC,
Este ponto de presença da RNP, atende às necessidades operacionais da rede, à
demanda de conectividade e de informações de usuários de todo o Estado de Santa
Catarina e a toda comunidade científica, administrativa, bem como para o uso
acadêmico de toda a UFSC.
Além dos pontos de acesso na instituição, o provedor via UFSC, disponibiliza
a seus usuários (alunos de graduação e pós-graduação, professores e servidores
técnico-administrativos) Serviço de Acesso Remoto, por meio de cadastramento e
coloca disponíveis serviços tais como: acesso discado, com protocolos de
autenticação Asymmetrical Digital Subscriber Line (ADSL) ou Virtual Private
Networks (VNP).
Nas últimas décadas, vem ocorrendo especificamente nas universidades do
mundo inteiro, um investimento relativamente expressivo em infra-estrutura de
tecnologias de comunicação e informação. Nota-se uma preocupação em prover o
maior número de computadores conectados às redes eletrônicas, principalmente
para os pesquisadores. A UFSC, segundo Relatório de Gestão 1996-2004 também
caminhou neste sentido. O total de computadores disponibilizados chegou a 6.359
(seis mil trezentos e cinqüenta e nove), perfazendo um aumento de 354%, e com
relação à infra-estrutura de rede, o número de pontos de acesso saltou de 3.000
para 9.000 e a implantação em rede de fibra ótica registrou um crescimento de
53,3%, atingindo 48 quilômetros contra 30,9 quilômetros de 1994, permitindo assim
41
um amplo acesso a todos os recursos disponibilizados na rede mundial de
computadores (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, 2004 a).
3.3.2 A Internet e seus efeitos nas atividades de pesquisa das comunidades
científicas
As tecnologias da informação e comunicação foram incorporadas em várias
atividades do meio acadêmico. Sendo as universidades as maiores produtoras do
conhecimento científico, e seus membros mentores de pesquisa científica atuantes
no processo de criação e transmissão do conhecimento, e sendo a informação o
insumo básico neste processo, as atividades de pesquisa têm sido as maiores
beneficiadas com relação à infra-estrutura para o uso das TICs.
Segundo Vaz (2001), as novas tecnologias de produção, processamento e
difusão de informações, como o computador, satélites, cabos de fibra ótica e os
softwares de interface, têm levado a uma redução em termos de custo, velocidade e
facilidade de troca de informações, proporcionando, mudanças no modo como as
pessoas, aprendem, ensinam, acessam e usam a informação, bem como
propiciando a adoção de novos métodos de produzir, organizar, estocar, recuperar e
disseminar a informação.
Estudos como os de Ferreira (1995) e Pinheiro (2003) têm confirmado que a
adoção das TICs na comunicação científica tem crescido afetando de forma positiva,
propiciando maior eficiência na produção, avaliação e difusão do conhecimento,
promovendo assim uma melhoria nos resultados no campo da pesquisa e da ciência.
42
Neste aspecto, a literatura de maneira geral tem demonstrado que a
comunicação interpessoal e o processo de busca são as atividades de pesquisa que
mais têm sido favorecidas pela adoção das TICs. Diversos estudos indicam que o
correio eletrônico é muito utilizado pelas comunidades científicas (ABELS;
LIEBSCHER; DENMAN, 1996; CASTELLANI; ZWICKER, 2000; COSTA, SILVA,
COSTA, 2001; FERREIRA, 1995; MEADOWS, 2001; PINHEIRO, 2003; SOUZA,
2003; VIEIRA, 1998).
Atualmente, as comunidades dispõem de fontes importantíssimas para busca
de informações através de acesso on-line. Obras de referência (como por exemplo:
bibliografias, índices e resumos) antes impressas e publicadas em papel, estão
sendo substituídas por bases de dados digitais, sendo que algumas dessas bases já
oferecem, além de acesso ao dado referencial e resumo do documento, o texto
integral do mesmo. Paralelamente surgiram as bibliotecas virtuais que facilitam o
processo de busca e o acesso à informação pelos cientistas, pois disponibilizam
documentos eletrônicos que para consultá-los basta apenas acessar, ler na tela ou
imprimir.
Na atualidade, também existem inúmeros repositórios digitais que operam
com a tecnologia e a filosofia dos arquivos abertos (open archives), que estão em
processo de consolidação e reconhecimento como fontes confiáveis de informação
científica. Em outubro de 2003, representantes de importantes instituições científicas
européias, entre as quais a Sociedade Max-Plank (Alemanha) e o Centre National de
la Recherche Scientifique (França), subscreveram a Declaração de Berlim sobre o
acesso livre ao conhecimento nas ciências e humanidades, dando apoio às
iniciativas nesse sentido. Este documento firmado na Conference on Open Access to
Knowledge in the Sciences and Humanities (2003) visou encorajar os investigadores
43
e bolsistas a depositar os seus trabalhos, promover o open access, a distribuição
irrestrita, a interoperabilidade das iniciativas dos arquivos abertos e da sua
preservação a longo prazo.
3.3.3 Fatores associados ao uso ou não das TICs:
Embora a literatura venha ressaltando os avanços das TICs como
ferramentas poderosas nas atividades científicas, transformando-as em estruturas
dinâmicas, competitivas, alguns autores (ABELS, LIEBSCHER, DENMAN, 1996;
FERREIRA, 1995; ITURRI, 1998; MEADOWS, 2001) fazem ponderações
relacionadas às mudanças geradas por tais tecnologias nas atividades de ensino e
pesquisa científica.
Segundo Abels, Liebscher, Denman (1996) embora exista uma expectativa
muito grande quanto ao uso das redes eletrônicas e de que não restam dúvidas
quanto as influências destas nas necessidades e usos da informação, os autores
alegam que três fatores são determinantes na adoção ou não das TICs, que são
eles: fatores relacionados ao sistema, fatores pessoais e profissionais e fatores
institucionais. Os fatores relacionados ao sistema são atribuídos as questões de
acessibilidade (proximidade, primeira experiência, facilidade de uso e disponibilidade
de equipamentos); aos fatores pessoais e profissionais, são atribuídos as questões
de comportamento de busca da informação, onde estão incluídas as diferenças entre
áreas do conhecimento, tarefas desenvolvidas e utilidades percebidas. Os fatores
institucionais estão relacionados à infra-estrutura, no que se refere aos
44
investimentos e à manutenção em equipamentos, redes e à realização de
treinamentos.
Ferreira (1995), da mesma forma, diagnosticou barreiras e dificuldades para a
busca e uso da informação em redes eletrônicas, classificando-as de forma sintética
nos seis (6) blocos descritos a seguir:
problemas pessoais: relacionados ao desconhecimento e/ou dificuldades
dos usuários no uso das tecnologias;
problemas físicos: relacionados aos fatores ambientais, à localização física,
às barreiras legais e políticas, à disponibilidade de equipamentos;
problemas tecnológicos: relacionados à velocidade de desenvolvimento de
novos produtos e aplicativos, aos equipamentos, às plataformas utilizadas, às
conexões, à ausência de padronização;
problemas lingüísticos: relacionados aos usos particulares de cada língua, à
compreensão de idiomas nacionais e estrangeiros, à complexidade da
informação;
problemas econômicos: relacionados ao custo de equipamentos e
hardwares e softwares, às instalações, etc;
problemas informacionais: relacionados às dificuldades para identificar,
selecionar, acessar, utilizar e recuperar informações relevantes dentro de uma
gama enorme de informações disponibilizadas num ambiente como a Internet.
Também Iturri (1998), baseado em um levantamento em artigos de autores,
tais como DeSieno (1995), Schwimmer (1996) e Harrison e Steohen (1996),
elaborou uma relação das dificuldades de incorporação das redes, em especial à
Internet nas atividades do mundo acadêmico:
Dificuldades de infra-estrutura: referindo-se aos investimentos, à manutenção, aos
treinamentos e outros;
Subutilização dos equipamentos: referindo-se ao uso dos equipamentos limitados à mera
função de uma máquina de datilografia;
Resistência ao novo por parte dos integrantes da academia: referindo-se à percepção de que
a tecnologia requer esforço e tempo para que os benefícios possam ser obtidos;
Temores e fobias associados ao uso dos computadores e redes: desencadeados pelas
mudanças sociais que acarretam o uso das novas tecnologias;
Percepção de que as tecnologias são desenvolvidas para o mercado e não para as atividades
de ensino e pesquisa;
45
Dificuldades de compartilhamento de informações entre colegas e outras instituições e o
público em geral;
A estrutura etária dos corpos docentes de várias disciplinas científicas em que os
departamentos e faculdades estão regidos.
Percepção de que a adoção de novas tecnologias possa significar desemprego e redução de
pessoal.
Meadows (2001, p.8-9) em seu artigo sobre a transição do periódico do meio
impresso para o eletrônico discorre sobre alguns problemas a serem considerados
ao analisar o uso dos periódicos eletrônicos, levantando os seguintes aspectos:
Acesso: A tecnologia de informação não é tão amigável para os usuários; os usuários
reclamam da demora para baixar e imprimir um documento, e em certos horários o acesso à
rede e bem difícil em alguns países. Tais “dificuldades aparentemente triviais podem ser
altamente desmotivadoras para os usuários”.
Natureza do sistema de periódicos científicos: Periódicos são baseados em dados,
agregam pacotes de informação fornecidos pelos autores em fascículos convenientes para
distribuição e não atendem às particularidades dos usuários. “O que os usuários querem é
uma versão personalizada que leve em conta tanto o usuário em particular quanto a tarefa
em particular. A personalização será mais fácil na versão on-line mas a existência de formato
impresso e eletrônico dificulta a operacionalização de versões personalizadas.
Indicadores de uso: Ao se analisar o uso de recursos on-line algumas idéias podem ser
obtidas em estudo de usos de recursos impressos. O autor aponta que vale ressaltar dois
resultados destes estudos. O primeiro é a diferença entre pesquisa dirigida (direct serch) e a
consulta aos documentos (browsing). A maioria dos pesquisadores usa ambas pás
abordagens para acesso à literatura, dependendo de seus objetivos imediatos. O problema
no momento é que a maioria dos recursos de ajuda aos usuários está relacionada com a
pesquisa dirigida. Na busca eletrônica há necessidade de mais assistência, pois apesar de
todos recursos de ajuda (help), o usuário ainda prefere uma abordagem de busca mais
simples quando procuram informação, baseando-se em respostas para guiá-los como
proceder. A apresentação eletrônica com documentos ou telas de ajuda fica distante das
expectativas dos mesmos.
Mudança na visão do usuário: Os usuários estão começando a perceber e a entender
algumas diferenças entre comunicação eletrônica e impressa. Para eles o mundo on-line é
visto como um espaço contínuo de informação, enquanto o impresso é fragmentado. E isto
poderá levá-los a rever seus modelos de busca de informações, como, por exemplo,
deixarem de consultar fontes secundárias (tais como bases de dados de resumos), desde
que a literatura primária esteja prontamente disponível on-line e seja de fácil utilização. “A
extensão e o tipo de publicações eletrônicas que os leitores examinam podem exceder o que
eles normalmente manuseiam no mundo impresso e a distinção tradicionalmente feita entre
comunicação formal e informal pode começar a desaparecer”.
Cópia: Os usuários têm o hábito de fotocopiar material impresso e isto poderá não ser
possível com total facilidade em alguns destes periódicos eletrônicos, o que pode provocar
uma reação adversa por parte dos usuários.
Meadows (2001, p.10) revela que as reações anteriormente discutidas podem
ser classificadas em dois níveis: problemas de baixo e alto nível. Segundo esse
autor “o primeiro se refere a questões de barreiras e dificuldades em manusear
46
informações on-line, enquanto que o segundo se dá em um nível mais conceitual do
desejo de um indivíduo ou grupo de usar formas eletrônicas de publicação”. Para
Meadows, apesar dos problemas de primeiro tipo parecerem comuns, eles poderão
interferir no uso de recursos informacionais on-line. Já quanto ao “desejo de ler
periódicos eletrônicos” este depende, em parte, da motivação. E a motivação pode
não ser somente um ato individual, pois poderá ser influenciada pelas atitudes de
um grupo, como acontece em algumas áreas do conhecimento. Na Física, os
pesquisadores parecem ser mais receptivos, pois desenvolveram um sistema de
troca de pré-impressos em um ambiente impresso e, conseqüentemente, são
pioneiros no uso de pré-impressos eletrônicos. Pesquisadores de áreas de pesquisa,
sem a tradição de troca de pré-impressos em ambiente impresso, parecem estar,
segundo Meadows (2001) menos interessados no desenvolvimento de pré-
impressos eletrônicos.
Meadows (2001) também ressalta que publicações impressas e eletrônicas
estarão convivendo paralelamente por muito tempo, e que agora os usuários têm
duas opções de uso, e o que eles escolherem dependerá de preferências pessoais e
das características do grupo de pares.
Line (1998), revisando estudos com relação ao uso da informação eletrônica
envolvendo professores, pesquisadores e profissionais, apontou algumas
conclusões gerais:
Existem diferenças entre as áreas temáticas na forma como cada grupo tem se adaptado ou
apreciado o acesso on-line aos documentos de seu interesse;
Podem-se observar diferenças entre acadêmicos e outros profissionais;
Existem diferenças muito substanciais entre diferentes indivíduos;
Existe consenso quanto ao grau de frustração e de tempo perdido por causa da inadequação
de sistemas de busca, da ineficiência da interface com o usuário, e do volume de material
inútil;
O papel é o suporte preferido por alguns usuários para alguns propósitos.
47
Segundo Silva, Menezes e Bissani (2002) “estamos no meio de uma
revolução tecnológica”, apesar de todas as vantagens oferecidas e disponibilizadas
pelas TICs, apesar de todo o avanço tecnológico na busca de alternativas de uma
divulgação mais flexível, ágil, abrangente, a custo menor, que permitiria uma
interação maior entre emissor e receptor, ainda registram-se uma série de entraves
e elementos inibidores nesse processo.
De acordo com Targino e Castro (2001), os entraves aparecem
principalmente nos países em desenvolvimento, decorrentes da falta de infra-
estrutura de telecomunicações, da carência de recursos humanos qualificados, da
inexistência de dispositivos legais e organizacionais (a questão dos direitos
autorais), da falta de reconhecimento por parte dos governos em investimentos em
benefício das novas tecnologias, bem como dos próprios entraves de ordem social e
cultural, sobre a legitimação e aceitação de documentos eletrônicos, do apego ao
papel e das próprias tradições da comunidade científica, das próprias dificuldades do
ser humano em lidar com mudanças
, da ergonomia do computador (leitura na tela) e
no caso especifico das comunidades acadêmicas, do reconhecimento e validação
por parte de instituições de financiamento e do próprio processo de ascensão
funcional.
48
3.4 A mediação da informação na comunicação científica
Ao relacionar mediação com as redes de informação, Vaz (2001) explica que
o termo rede no século passado estava relacionado a um fenômeno localizado.
Quando se referia a grupos sociais designava muitas vezes organizações de caráter
oculto, cujos membros obtinham vantagens ilícitas. Quando empregado em sentido
técnico, rede designava alguma forma de distribuição de um fluxo de canais fixos,
usualmente esse fluxo era produzido centralmente e apropriado localmente. O
sentido adquirido pelo termo atualmente é diametralmente oposto ao seu sentido
anterior. Nos tempos atuais, o termo rede é usado como exemplo do que é aberto,
do que rompe hierarquias, do que transgride fronteiras, do que impede o segredo e
do que pode ser produzido e apropriado por qualquer um.
O surgimento da Internet transformou a rede em infinita encruzilhada, que
subverte a noção de espaço local e global, que rompe com sistemas de
intermediação tradicional entre emissores e receptores ao permitir que cada nó da
rede possa produzir e distribuir mensagens. A distribuição de informação na tipologia
de rede anterior caracteriza-se como de um para todos, e agora essa distribuição
passa a ser de todos para todos.
A Internet, considerando suas características, segundo Vaz (2001), coloca em
crise um tipo de mediador, mas necessariamente cria espaço para outros. Os
primeiros mediadores agiam de acordo com as necessidades dos espaços e das
tecnologias da época. Atuavam como especialistas do interesse comum ou do que
vários desejavam. Sua função era de selecionar, produzir e difundir ou disseminar
informações que fossem de interesse para um público amplo. Dentre as várias
49
atividades profissionais, segundo Vaz (2001, p.5), que assumiam a função de
mediador, destacam-se as dos jornalistas, editores e bibliotecários. Este mediador
aparecia como representante, “sabendo ou do bem comum ou do que vários
desejam”. A forma de mediar, neste período, pode ser caracterizada como piramidal,
pois “poucos produtores de informação difundiam a mesma mensagem homogênea
para vários”. Nesses novos tempos, o mediador na Internet, ainda segundo Vaz
(2001) tem um papel similar ao do corretor, pois aproxima os singulares de sua
singularidade. O mediador, em função das tecnologias disponíveis, será aquele que
facilita as expressões individuais e, além disso, permite a cada um encontrar o seu
publico.
Barreto (1998), em seu artigo sobre as mudanças estruturais dos fluxos da
informação, faz uma comparação entre o fluxo da informação no ambiente impresso
e o fluxo da informação no ambiente eletrônico. Segundo ele, com relação ao
processo de mediação, no fluxo da informação tradicional, existe sempre a mediação
de um profissional que ele denomina de “profissional de interface”, seja na fase
inicial, ou na avaliação do produto final. Enquanto que, no fluxo da informação no
ambiente eletrônico ocorrem interações diretas, conversacionais e sem
intermediários, do receptor com a informação.
Nesta pesquisa, apesar de se considerar a importância das demais atividades
profissionais no processo de mediação da informação, focou-se, particularmente nas
atividades exercidas pelos bibliotecários, especificamente no processo de busca da
informação, bem como no papel da biblioteca como mediadora da informação em
função do uso das redes eletrônicas nas comunidades científicas.
50
Por muitas décadas as bibliotecas tiveram o seu papel de guardiãs do
conhecimento, de preservadoras e organizadoras do acervo, bem como de servir de
intermediadora entre os provedores de informação e seus usuários.
Contudo, nas últimas décadas, tem sido discutido plenamente o impacto das
novas tecnologias da informação, e, em especial a Internet tem sido um símbolo
maior destas mudanças na história das atividades exercidas pelos intermediários da
cadeia de comunicação científica.
Assim como as editoras, os serviços de informação e das bibliotecas
passaram a sofrer mudanças marcantes em suas atividades bem como nas formas
de interação com os seus usuários. Dentre os impactos da Internet nas bibliotecas
pode-se citar: o crescente número de publicações eletrônicas disponíveis, a
acessibilidade do próprio usuário na busca da informação, ausência do contato
usuário/bibliotecário, a diversificação das informações (CUNHA, 1999;
MARCONDES; GOMES, 1997).
A esta ausência de contato usuário/bibliotecário denominou-se
desintermediação da informação. O conceito desintermediação surgiu entre a
década de 1960 e 1970. A designação estava relacionada a algumas mudanças
ocorridas nos serviços oferecidos pelos setores financeiros e industriais; os bancos
foram os primeiros a adotar tal conceito quando passaram a oferecer seus serviços
de forma que seus clientes o fizessem sem a intermediação humana.
O processo de desintermediação nas bibliotecas se deu com maior
intensidade com o surgimento da Internet. Os avanços tecnológicos na área de
comunicação e informação provocaram estas mudanças nas atividades das
bibliotecas e especificamente no papel do bibliotecário.
51
O fato das bibliotecas passarem a utilizar as novas tecnologias para a
implantação de novos serviços e a disponibilizarem por meio de seus websites,
serviços remotos e acesso a seus próprios catálogos, os chamados On-line Public
Acess Catalogs (OPACs), bem como o trabalho cooperativo para o fornecimento de
informações de forma mais atraente a seus usuários, como é o caso dos bancos de
dados, a exemplo dos Bancos de Teses e Dissertações, e dos Portais de Pesquisa,
a exemplo do Portal CAPES, e tantos outros, fez com que repensassem seus
papéis como provedoras de informação nesta sociedade da informação e da
comunicação.
Pode-se afirmar que existem duas correntes quando se fala em
desintermediação da informação nas bibliotecas. Pode-se considerar que o acesso
direto à Internet provocou uma certa autonomia na busca da informação, a ponto de
se dispensarem os serviços de uma biblioteca bem como de seus profissionais. Mas,
por outro lado, pode-se considerar que as bibliotecas de certa forma estão evoluindo
juntamente com as novas tecnologias, a partir do momento que disponibilizam em
seus sites recursos informacionais tais como fontes de referência com texto
completo e serviços on-line para acesso ao seu acervo, que possibilitam a
autonomia aos usuários no processo de busca da informação e na utilização de seus
serviços.
As bibliotecas, especificamente as acadêmicas, que já foram desafiadas pela
adoção das TICs para a realização de grande parte de suas atividades de
gerenciamento das informações, bem como no oferecimento de seus serviços,
enfrentam agora um novo desafio, ou seja, encontrar novas funções e um novo
papel no processo de transferência da informação.
52
Além do papel já assumido por tantas décadas, segundo Cuenca (2004), as
bibliotecas passaram a atuar na construção de interfaces gráficas dos sistemas de
informação, bem como na capacitação da comunidade acadêmica para o uso da
Internet.
A despeito disto, Gomes (2004, p.2) esclarece que
da mesma forma que intermediários humanos – editores, bibliotecários e
outros – filtram e processam a informação no ambiente tradicional,
oferecendo catálogos, índices e outros modos de acesso à informação
organizada, também no meio eletrônico estão comprometidas com as
mesmas práticas.
Para Gomes (2004) as bibliotecas e outras instituições acadêmicas de todo o
mundo têm buscado oferecer serviços de orientação aos usuários no processo de
busca da informação relevantes no meio eletrônico, especificamente, a Internet, de
modo eficaz e eficiente.
Produzir, processar e distribuir informações está ao alcance de todos, e
parece uma forma ilimitada, na qual a proximidade promovida pela ausência de um
intermediário na produção e transmissão da informação, sem nenhuma seleção
prévia, leva à crença de que a Internet não carece de mediação.
Embora, a rede apresente facilidades no acesso às informações, a Internet
inclui em seu manancial de informações, tanto informações de qualidade e
relevantes, quanto de pouca qualidade ou irrelevantes. As ferramentas de busca,
apesar de seu avanço nos últimos anos, ainda não oferecem resultados de
qualidade na recuperação das informações. Além do que, a quantidade de
informações disponibilizadas na rede dificulta a localização de uma fonte específica.
Vaz (2001) esclarece que a Internet tem provocado uma nova forma de
limitação que é a escassez das faculdades cognitivas de cada um em saber utilizar
tudo o que está disponível na rede. Para este autor, embora se considere que a
53
Internet não apresente limites físicos de estocagem de informação, não existem
limites impostos por alguma instância ou estrutura hierárquica de controle e
transmissão e circulação da informação, e também tenha ocorrido um aumento na
velocidade e uma diminuição drástica de custos; por outro lado o crescimento da
rede tem produzido um excesso de informação que se afigura como um limite às
nossas capacidades cognitivas de tomar conhecimento de tudo e de explorá-la em
todo o seu potencial. Sob esta perspectiva o autor conceitua o mediador, como um
filtro necessário em função do excesso de informações, pois diante de um manancial
de informações e serviços, na disputa pela atenção dos usuários da informação, o
valor de credibilidade é o que garante aos provedores de informação o retorno dos
usuários sempre ao mesmo local.
Então, ao se pensar a biblioteca como um espaço público na rede, e a partir
da caracterização de interatividade da Internet, Vaz (2001) enfatiza que as novas
atitudes do mediador em relação a este meio serão a de proporcionar facilidades e
espaços, incluindo nestes espaços múltiplas informações para atender à diversidade
de demandas individuais, de forma rápida personalizada obtida pelos registros dos
usuários que utilizam esse espaço (o site).
Para Quadros (2001, p. 34), baseado em considerações de Drabenstott
(1997), o novo grande papel do bibliotecário, será o de gateway ou gatekeeper, ou
seja, será responsável por guiar e orientar o usuário através dos vários meios e
formas de acesso à informação. O bibliotecário deverá, sobretudo, reafirmar sua
posição de “conselheiro intelectual” usando suas habilidades de seleção, análise e
síntese da informação com o objetivo de personalizá-la para os seus usuários,
tornando o seu trabalho muito mais proveitoso para a sociedade.
54
Assim pode-se concluir que as TICs poderão eliminar formas tradicionais de
mediação, mas abrem possibilidades para formas inovadoras de mediação.
Ao profissional bibliotecário, caberá, manter-se atualizado em relação ao uso
das TICs, que afetam tanto seu ambiente de trabalho bem como os usuários de
informação. Como mediador, passará atuar na orientação do uso das TICs, nos
procedimentos de acesso a mecanismos de busca, na seleção, análise e síntese de
conteúdos de informação, no desenvolvimento de sistemas especialistas para
responder a questões de referência, na capacitação por meio de instruções
bibliográficas, entre outras tarefas mais complexas (QUADROS, 2001).
Para Ferreira (2005), os bibliotecários especificamente os de referência,
deverão integrar contextualmente as TICs e os instrumentos de referência
tradicionais tornando assim as bibliotecas competitivas no mercado da informação,
transformando-as num serviço. Ou seja, usar as TICs não como meros mecanismos
de acesso à informação, mas fornecer informação com valor agregado. Para esse
autor, as bibliotecas deveriam proporcionar o melhor serviço possível tanto high
touch (serviço de referência personalizado) como high tech (referência eletrônica).
E assim o conflito que ora vemos como ameaçador para bibliotecas e seus
profissionais, entre a cultura da tecnologia fria e impessoal, e a da biblioteca como
um espaço reconfortante e pessoal, poderá deixar de fazer sentido.
Sendo assim, acredita-se que as TICs tenham proporcionado novos desafios
às bibliotecas, bem como a seus profissionais, em função do crescimento
exponencial de recursos disponibilizados, das novas atitudes, expectativas e
necessidades dos usuários, mas, sobretudo têm proporcionado novas
oportunidades, levando a uma redefinição do papel dos bibliotecários e das
bibliotecas na era da Internet (FERREIRA, 2005).
55
No futuro, a Internet continuará a se desenvolver e a ser um meio de
informação cada vez mais importante. As bibliotecas operarão cada vez mais de
forma remota e preocupada com o acesso à informação. A superabundância de
conteúdos disponibilizados exigirá daqueles que lidam com a informação um
controle de filtragens, estratégias de pesquisa e ferramentas que permitirão navegar
no ciberespaço. E se as bibliotecas não assumirem este papel, outros o farão. Pôr
uma ordem no caos da Internet, será uma atividade altamente apreciada e
reconhecida. “As competências tradicionais dos profissionais da informação poderão
acrescentar valor aos serviços eletrônicos em rede já existentes ou em criação”.
(RODRIGUES, 2005, p. 5).
As bibliotecas juntamente com seus profissionais, por meio de suas técnicas e
competências, ao contribuírem para organizar, localizar as informações existentes
no ciberespaço, estarão permitindo uma viagem mais segura em todas as estradas
da informação, poderão vir a ser o ponto de acesso ao qual os viajantes destas auto-
estradas sempre retornarão (RODRIGUES, 2005).
3.5 Estudos de busca e uso da informação
Estudos de comportamento de busca e uso da informação, segundo Choo
(2003), têm uma longa história e tiveram início em 1948. Ao longo dessa história
uma ampla diversidade de usuários da informação foi pesquisada (cientistas,
engenheiros, cidadãos de uma comunidade, grupos de interesse, médicos,
56
pacientes, executivos, administradores, pequenos empresários, advogados,
acadêmicos, estudantes e usuários de bibliotecas, entre outros).
O autor considera que atualmente a busca e o processamento da informação
são fundamentais em muitos sistemas sociais e atividades humanas, e a
análise das necessidades e dos usos da informação vem se tornando um
componente cada vez mais importante da pesquisa em áreas como a
psicologia cognitiva, estudo da comunicação, difusão de inovações,
recuperação da informação, sistemas de informação, tomada de decisões e
aprendizagem organizacional.
Dos estudos realizados, Choo (2003, p.67-70) mapeou as seguintes
orientações:
para o sistema: “vê a informação como uma entidade externa, objetiva, que tem uma
realidade própria, baseada no conteúdo, independente dos usuários ou dos sistemas sociais”.
Desta forma observa-se “o que acontece no ambiente externo para o indivíduo em termos de
instrumentos, serviços e práticas”;
para o usuário: “vê a informação como uma construção subjetiva dentro da mente dos
usuários”. Desta forma examinam-se “as preferências e necessidades cognitivas e
psicológicas do indivíduo, e como elas afetam a busca e os padrões de comunicação da
informação”.
Choo (2003. p. 70) ainda classificou as pesquisas realizadas, conforme sua
finalidade. Nesta perspectiva, as pesquisas podem ser integrativas ou dirigidas para
tarefas. As pesquisas integrativas abrangem “todo processo de busca e utilização da
informação”. As pesquisas dirigidas para tarefas concentram-se em “determinados
comportamentos e atividades que constituem o processo de busca da informação
propriamente dito”.
Embora estudos de comportamento de busca da informação tenham sido
aplicados pela Biblioteconomia e Ciência da Informação, eles não são exclusivos
desta área. Estudos desta natureza tiveram origem na área de Psicologia.
Pirolli e Card (1999) ao explorar a teoria psicológica de que todas as pessoas
são consumidoras de informação, examinaram como os processos de busca e de
recuperação da informação são influenciados pelas necessidades de informação. Na
busca da informação, os usuários escolhem um modo de recuperação que lhes
57
permita obter uma quantidade maior de informação útil, ou seja, de qualidade, no
menor tempo possível e que satisfaça suas necessidades informacionais.
Para Zipf, conforme indicado por Chrzastowski (1999, p. 317), os usuários
tendem ao "princípio do menor esforço", segundo o qual "cada indivíduo adotará em
seu trabalho um curso de ação que provavelmente envolverá o dispêndio de menor
esforço”.
Quanto ao uso da informação, corroborando com o princípio de menor
esforço, Valentine (1993) em seu estudo sobre o comportamento e habilidades dos
estudantes em um trabalho de pesquisa e o uso da biblioteca, concluiu que a
tendência é sempre percorrer um caminho mais fácil e rápido, utilizando-se de fontes
de informação já conhecidas e de fácil acesso.
De acordo com Choo (2003), os estudos de uso da informação reconhecem
que as necessidades de informação são regidas por reações emocionais e
cognitivas, e que as reações emocionais de certo modo quase sempre orientam a
busca da informação.
Kuhlthau (1991) ao estudar um grupo de estudantes de graduação, quando
da elaboração de uma monografia, elaborou um modelo de comportamento de
busca da informação, o Information Search Process (ISP), no qual apresenta seis
estágios no processo de busca da informação: iniciação – onde acontece o
reconhecimento da necessidade de informação; seleção – onde acontece a
identificação e seleção de um tópico geral para a investigação; exploração – a ação
de busca da informação relevante para o tema geral; formulação – onde acontece a
elaboração do foco da pesquisa e seus objetivos; coleta – seleção e reunião do
material e, por ultimo, apresentação – onde acontece a conclusão da busca através
da elaboração do texto final. Sendo que, cada estágio do processo de busca
58
caracteriza-se pelo comportamento do usuário em três campos do conhecimento: o
emocional (sentimento), o cognitivo (pensamento) e o físico (ação) (CHOO, 2003).
Deste modo, a soma das atividades que tornam uma informação útil é então
definida como comportamento de busca da informação. Entretanto, o valor da
informação é medido não só pela sua importância ou satisfação das necessidades e
expectativas do usuário, mas também por requisitos, normas, e expectativas que
atendam as exigências profissionais e de seus contextos organizacionais (CHOO,
2003). Esses contextos foram definidos por Taylor como ambientes de uso da
informação, agrupados em quatro categorias: a) grupos de pessoas, b) dimensões
do problema, c) ambiente de trabalho e d) solução do problema (CHOO, 2003).
Estudos sobre o comportamento de busca da informação relacionados aos
recursos eletrônicos e às TICs, no exterior, datam a partir da década de 1990
enquanto que no Brasil iniciam a partir de meados dos anos 1990, coincidindo com a
implantação da Internet, por meio da Rede Nacional de Pesquisa (RNP). No entanto,
mesmo no exterior, ainda são poucos estudos que relacionam especificamente o
comportamento de busca da informação em relação ao uso da Internet.
O estudo de Ferreira (1995) foi um dos primeiros estudos brasileiros que
abordaram este tema. Em seu estudo “Redes eletrônicas e necessidades de
informação: abordagem do sense-making para estudo de comportamento de
usuários do Instituto de Física da USP”, Ferreira, categorizou o comportamento de
busca e uso da informação dos pesquisadores para compreender o papel dessa
tecnologia no ambiente universitário, o que lhe permitiu concluir que as redes
eletrônicas eram utilizadas mais como instrumento de comunicação do que real fonte
de informação.
59
Também Stumpf (1997) em seu estudo para verificar a influência da Internet
nas atividades dos pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), dividido em três áreas (Ciências Exatas, Ciências Biomédicas e Ciências
Humanas e Sociais), concluiu que o correio eletrônico foi considerado pelos
entrevistados como o recurso mais valioso para a comunicação informal entre os
colegas de outras instituições do país ou do exterior, devido a sua instantaneidade.
Quanto à utilização, no processo de divulgação científica, este recurso ainda não era
considerado suficiente como forma de substituição dos modelos tradicionais de
comunicação formal, enquanto que no processo de busca da informação a autora
constatou que o uso da Internet com maior intensidade deu-se na área de
Biomédicas, onde todos os entrevistados acessavam a Base de dados Medline,
enquanto que nas demais áreas não era tão comum o uso deste recurso.
Em um outro estudo, utilizando-se da análise da obra produzida pelo Núcleo
de Pesquisas em Informação e Nova Tecnologias do PPGCOM/UFRGS “Teses e
Dissertações em Comunicação no Brasil (1992-1996): resumos”, Stumpf (2003),
identificou e comparou as facilidades e barreiras no uso de obras de referência, nos
dois formatos distintos (impresso e eletrônico). Nos resultados apontados pela
autora destaca-se a preferência, pelo grupo focado de alunos, na utilização da obra
eletrônica, em função das maiores facilidades de uso, agilidade e rapidez na
recuperação dos dados, bem como da qualidade das informações recuperadas.
Pinheiro (2003), em estudo do uso dos recursos eletrônicos na comunicação
e informação por pesquisadores brasileiros dos níveis I, II e III do CNPq na geração
de novos conhecimentos, mapeou as práticas de uso das TICs pelos pesquisadores,
bem como identificou fatores (facilitadores e inibidores) no processo de comunicação
e informação e verificou a importância do uso destes recursos na comunicação
60
científica em rede. Diante dos resultados, Pinheiro constatou que a comunidade
pesquisada incorporou em suas atividades as tecnologias de rede, no sentido de
desenvolver pesquisar e gerar conhecimentos, e que a mesma tem consciência de
que o uso destes recursos ampliou o acesso à informação, considerando como
relevantes os sites de eventos e as bibliotecas virtuais e digitais como mais
importantes provedores de informação, bem como facilitou o processo de
comunicação, sendo o correio eletrônico o seu principal recurso.
Cuenca (2004), em sua tese, pesquisou a influência da Internet nas atividades
acadêmico-científicas da comunidade científica brasileira da área de Saúde Pública.
A pesquisa foi realizada com 237 docentes, e seus resultados mostraram que a
Internet teve uma influência significativa em todos os ciclos da comunicação
científica, mais especificamente no processo de comunicação entre pesquisadores.
A autora verificou o uso da internet e as alterações em todas as fases da
comunicação científica desta comunidade, bem como as barreiras e expectativas no
uso desta tecnologia.
No exterior destacam-se alguns estudos como os de Adams e Bonk (1995),
que ao estudarem o uso de fontes de informações eletrônicas por bibliotecários,
abordando alguns fatores associados ao uso de redes eletrônicas, tais como,
habilidades de uso, propósitos de uso e a percepção de utilidade de redes de
informação, falta de conhecimento do que está disponível, concluíram que a barreira
maior no uso deste canal de informação diz respeito ao desconhecimento dos
recursos proporcionados pela rede.
Abels, Liebscher e Denman (1996) procuraram explorar em seu estudo os
fatores que influenciam a adoção e o uso de redes eletrônicas em seis (6)
universidades e colégios de ciências e engenharia do sudoeste dos EUA, sendo
61
incluídos neste estudo os recursos (e-mail, listas de discussão, bases de dados e
ftp). O estudo examinou os fatores determinantes, como sistemas, profissional e
institucional, que foram operacionalmente analisados nos seguintes aspectos:
acessibilidade percebida, proximidade, estação de trabalho disponível, experiência
de uso, facilidade de uso, disciplinas acadêmica e tarefas. Entre outros resultados,
os autores apontaram a acessibilidade como o fator que mais influenciou a adoção
das redes eletrônicas. Na questão da facilidade de uso o e-mail foi considerado por
(35%) dos respondentes como o recurso mais fácil em oposição ao acesso a bases
de dados (6%). A experiência também teve uma forte correlação com o uso dos
recursos eletrônicos. Quanto ao uso dos recursos por tarefa, cada um deles foi
utilizado preferencialmente por alguma das tarefas (ensino, pesquisa, administração
e atualização). Os respondentes utilizavam mais os recursos para propósitos de
pesquisa e ensino, sendo que o e-mail era utilizado para todas as tarefas. Os
autores concluíram neste estudo que os fatores que determinam aceitação do uso
da rede são diferentes daqueles que influem na intensidade de uso das redes e da
quantidade de serviços utilizados. Para tanto, os autores sugerem que, no primeiro
caso, faz-se necessária a melhoria de acesso físico, enquanto que para o segundo
caso, a implementação de treinamentos.
Lazinger, Bar-Ilan e Peritz (1997) avaliaram o comportamento de busca da
informação de estudantes de quatro cursos da State University of New York,
divididos em dois grupos (Ciências Exatas e da Terra e Ciências Humanas e
Sociais), considerando alguns parâmetros, tais como as diferenças de interesses de
pesquisas destes dois grupos, o treinamento formal do uso da Internet via cursos,
workshops, entre outros, a auto-instrução por meio de manuais, o uso de modo geral
de computadores e a necessidade percebida de informação que a rede pode prover.
62
De acordo com os resultados obtidos foi observado que existia uma freqüência de
uso dos recursos eletrônicos em função do uso do e-mail e este se constituiu como
um dos recursos mais utilizados por ambos os grupos. Entretanto, foram
encontradas variações quanto ao acesso aos recursos eletrônicos entre os dois
grupos estudados, no que se refere a problemas ligados à conectividade da rede e
ao desconhecimento da utilização dos recursos devido à falta de treinamento.
Zhang (2001) examinou o uso dos recursos eletrônicos da Internet por um
grupo de acadêmicos de Biblioteconomia e Ciência da Informação. O estudo
focalizou particularmente, como os acadêmicos usavam, citavam e avaliavam
recursos eletrônicos durante o processo de pesquisa, explorando também as
dificuldades encontradas neste processo. Quanto à questão das citações o autor
concluiu que os dados dessa análise não revelaram o impacto da Internet, apesar do
resultado desta pesquisa mostrar um aumento considerável no número e na
proporção de citações de artigos de recursos eletrônicos. Ele percebeu que os
acadêmicos estavam usando os recursos eletrônicos mais como um canal de
comunicação informal, confirmando o que outros autores já haviam concluído em
outros estudos, reforçando desta forma os tradicionais “colégios invisíveis”. Quanto
aos fatores inibidores no processo de pesquisa em recursos eletrônicos, Zhang,
pontuou os referentes ao acesso, a capacidade de autopercepção de habilidade no
uso dos recursos eletrônicos, quanto à qualidade dos recursos eletrônicos
(credibilidade), organização dos recursos eletrônicos, normas sociais. Neste estudo
o fator capacidade de autopercepção de habilidade no uso da Internet foi
considerado pelo autor como determinante na freqüência de uso dos recursos
eletrônicos.
63
Brow (1999) estudou o comportamento de busca da informação de
astrônomos, químicos, matemáticos e físicos da Universidade de Oklahoma. Ela
focou os métodos de uso e obtenção da informação. Como resultado, a autora
apontou que mais de 50% dos respondentes utilizavam o periódico eletrônico e 65%
utilizavam periódicos impressos; quase não utilizavam intermediários para
assistência e busca da informação, recorrendo aos seus próprios recursos ou aos
seus pares.
Gleeson (2001), em sua dissertação, apresentou um estudo do
comportamento de busca da informação em periódicos eletrônicos de 200 cientistas
do National Institute of Environmental Health Sciences (NIEEHS). Através deste
estudo a autora procurou examinar o comportamento de busca desta comunidade,
considerando 10 anos atrás, para observar o impacto causado pela adoção dos
periódicos eletrônicos (e-journals) e verificar como esta inovação poderia estar
afetando o papel da biblioteca como provedora da informação. Dentre os resultados
obtidos, Gleeson constatou que os periódicos sempre foram os mais utilizados e
permanecia a preferência pelo formato eletrônico. A autora concluiu que a adoção
de periódicos eletrônicos, nesta comunidade, deu-se em função da facilidade e da
acessibilidade de uso, requerendo menor esforço para se recuperar a informação.
Tenopir (2003) em seu relatório para o Council on Library and Information
Resources, Washington, DC, revisou e analisou mais de 200 publicações de
pesquisas realizadas entre as décadas de 1995-2003, cujo foco era o uso de
recursos eletrônicos. Dentre estes estudos, Tenopir pontuou algumas conclusões:
Professores ou estudantes usam recursos eletrônicos e os adotam facilmente desde que
estes sejam percebidos como convenientes, relevantes e permitam economia de tempo em
seus fluxos de trabalho;
Especialistas de diferentes disciplinas têm diferentes padrões de uso e preferências por
fontes impressas ou eletrônicas;
64
O impresso ainda é usado para leitura e pesquisas em quase todas as disciplinas, e
especialmente em Humanidades;
A maioria dos usuários de periódicos eletrônicos ainda prefere imprimir os artigos de seu
interesse;
O uso de e-books ainda é incipiente;
Experts usam hyperlink para ver artigos relacionados, isto já não acontece com estudantes
menos experientes;
A procura por tópicos em uma base de dados de artigos é importante para todos os
propósitos;
Os usuários lerão uma ampla variedade de títulos de periódicos e outros recursos que
estejam disponíveis, embora a maioria das leituras tenha origem nos periódicos;
As assinaturas individuais de periódicos continuam a decrescer; usuários contam mais com
as assinaturas subsidiadas pelas bibliotecas e na Internet;
A maioria das leituras é de artigos mais recentes, ignorando-se leituras de artigos mais
antigos;
Os estudantes de escolas e faculdades usam a Internet mais do que a biblioteca como fonte
de pesquisa;
Os estudantes e os professores não têm os mesmos critérios de julgamento de qualidade dos
materiais obtidos pela Internet.
De certa forma, pode-se concluir que estudos de comportamento de uso e
busca da informação, têm permitido levantar as variáveis que possam estar afetando
o comportamento de seus usuários, pois consideram os contextos nos quais estes
indivíduos estão inseridos e as características dos diferentes grupos. Os resultados
de tais estudos podem fornecer subsídios confiáveis para a melhoria dos serviços
nas unidades de informação e para o aumento da satisfação das expectativas de
seus usuários.
Fourie (2001) ao se referir à tomada de decisões quanto ao processo da
desintermediação, enfatiza que as necessidades e preferências dos usuários de
uma unidade de informação deveriam ser analisadas de forma sistemática; isto
porque elas existem dentro de um ambiente dinâmico e mutável e como fazem parte
de um processo mais amplo sofrem interferências de muitas variáveis.
65
A literatura leva a concluir, que este é um campo bastante complexo e amplo
sob todos os aspectos. Muito embora, vários estudos têm relatado o comportamento
de cientistas e tecnólogos no processo de busca da informação, poucos destes
estudos têm focado nos pesquisadores acadêmicos, especificamente nos
pesquisadores-docentes. E mais incipientes estes o são, quanto ao que se refere ao
uso de recursos eletrônicos da Internet nas atividades de pesquisa deste tipo de
comunidade.
Considerando-se que o uso da Internet já é uma realidade nas atividades da
comunidade acadêmica, especificamente nas atividades de pesquisa, uma vez que
a disponibilização de recursos informacionais têm crescido consideravelmente neste
meio de comunicação. E seu uso por esta comunidade tem provocado mudanças no
seu comportamento em relação ao acesso a informação e, com isto vindo a interferir
na cadeia tradicional do processo de busca da informação.
Esta pesquisa buscou analisar o processo de busca da informação na
comunidade de pesquisadores da UFSC para verificar o uso da Internet nesse
processo e, como conseqüência, levantar subsídios para detectar a ocorrência do
fenômeno da desintermediação da informação. Pressupõe que analisar esse
processo irá permitir o entendimento de como as TICs estão interferindo e
contribuindo para o acesso à informação na UFSC o que possibilitará o melhor
direcionamento de recursos e das políticas de desenvolvimento de coleções e de
implantação de serviços das unidades de informação dessa universidade para
ajustá-los em função dos comportamentos, necessidades e problemas detectados.
66
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para atingir os objetivos propostos nesta pesquisa foi traçado um caminho
metodológico que será apresentado nos tópicos a seguir.
4.1 Caracterização da pesquisa
Esta pesquisa caracterizou-se como transversal descritiva e comparativa,
(GIL, 2002; RICHARDSON, 1999) ao usar técnicas de análise com abordagem
quantitativa e qualitativa.
Classifica-se como pesquisa transversal, por ter sido realizada num único
instante no tempo, obtendo-se assim recorte momentâneo do fenômeno investigado.
Descritiva, porque se propõe a descrever aspectos amplos da comunidade
científica da UFSC, no que diz respeito às suas características sociodemográficas,
os meios adotados para obter a informação, bem como uso de recursos
informacionais tradicionais e/ou on-line, para que se possa identificar seu
comportamento em função do uso da Internet no processo de busca da informação,
e a partir daí, constatar a existência do fenômeno desintermediação. Segundo
Richardson (1999, p. 71), pesquisas deste tipo procuram explicar fenômenos, ao
analisar o papel das variáveis que, de certo modo, influenciam ou causam o
aparecimento dos fenômenos.
Os estudos de natureza descritiva propõem investigar o “que é”, ou
seja, descobrir as características de um fenômeno como tal. Nesse
67
sentido, são considerados como objeto de estudo uma situação, um
grupo ou um indivíduo.
E finalmente é comparativa, pois pretende comparar as áreas de
conhecimento, para constatar as diferenças com relação ao fenômeno da
desintermediação da informação.
4.2 Delimitação da pesquisa
Para delimitação da abrangência desta pesquisa torna-se necessário
estabelecer e definir os aspectos principais que estão envolvidos nas questões
colocadas na pesquisa: Como os recursos informacionais disponibilizados na
Internet têm modificado o comportamento de busca da informação dos
pesquisadores da UFSC? O uso da Internet tem levado a desintermediação no
processo de busca da informação?
Nesta perspectiva torna-se necessária a definição de:
comunicação científica: segundo Garvey (1979) o processo de
comunicação científica envolve desde a produção, disseminação e uso da
informação. O foco desta pesquisa concentrou-se nas etapas iniciais do
processo, mas especificamente na etapa da produção e no processo
referente à busca da informação.
unidades de informação: são organizações sociais sem fins lucrativos, cuja
função é prestar serviços de informação tangíveis e intangíveis para
indivíduos e para a sociedade, conforme Tarapanoff, Araújo Junior e Cormier
(2000). Nesta pesquisa, as unidades de informação foram representadas
pelas bibliotecas que compõem o Sistema de Bibliotecas da UFSC.
recursos informacionais disponibilizados pela Internet: foram
considerados para esta pesquisa os recursos informacionais disponibilizados
eletronicamente via Web, ftp, e-mail, sendo que em cada um deles foram
consideradas as seguintes fontes: 1) na Web e ftp: artigos disponibilizados em
periódicos eletrônicos, newstetters, e outros seriados eletrônicos, e-prints,
documentos originais disponibilizados por autores em páginas pessoais,
68
relatórios técnicos, artigos de conferências, dissertações e teses, livros e
outros recursos eletrônicos disponibilizados via Internet. 2) e-mail e
mensagens postadas em listas de discussão, os newsgroups.
processo de busca da informação: aqui definido como sendo a etapas,
modos e meios usados para a localização da informação necessária aos
pesquisadores para a realização de suas tarefas acadêmicas (projetos de
pesquisa, estudos, atualização profissional, ensino utilizando-se de recursos,
sejam estes na forma impressa, eletrônica ou humana).
pesquisadores: é a população definida nesta pesquisa, constituída pelos
docentes que atuam nos Programas de Pós-Graduação, em nível de
mestrado e doutorado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
desintermediação: ausência de mediação de terceiros.
4.3 Contexto do desenvolvimento da pesquisa
Esta pesquisa foi realizada na Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC). A UFSC, criada em 1960, por meio da Lei 3.849 e oficialmente instalada na
atual sede em 12 de março de 1962, está assim constituída por 57 departamentos e
2 coordenadorias especiais, os quais integram 11 unidades universitárias. Possui 39
cursos de graduação, 50 programas de pós-graduação, 30.651 alunos matriculados,
2.902 servidores técnico-administrativos, 1.783 docentes efetivos, sendo que 93%
dos docentes são mestres ou doutores (dos mestres 30% estão cursando
doutorados) (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, 2004b).
A aplicação da pesquisa envolveu diretamente os pesquisadores envolvidos
nos 50 programas de pós-graduação englobando 50 cursos de mestrado e 34
cursos de doutorado. Como o foco da pesquisa é o processo de busca da
informação naturalmente também envolveu as unidades de informação que compõe
o Sistema de Bibliotecas da UFSC.
69
O Sistema de Bibliotecas da UFSC é coordenado pela Biblioteca da UFSC
(BU-UFSC), criada em 1977, que é um órgão suplementar vinculado à Vice-Reitoria.
O sistema é composto por uma Biblioteca Central e mais 8 Bibliotecas Setoriais,
sendo estas: Biblioteca de Ciências Físicas e Matemática – BS-CFM, Biblioteca do
Centro de Ciências da Saúde Medicina – BS–CCSM, Biblioteca do Centro de
Ciências da Saúde Odontologia -BS-CCSO, Biblioteca de Ciências da Educação –
BS-CED, Biblioteca do Centro de Ciências Agrárias – BS-CCA, Biblioteca do Colégio
de Aplicação – BS-CA, Biblioteca do Colégio Agrícola de AraquarÍ – BS-CAA e
Biblioteca do Colégio Agrícola de Camboriú – BS-CAC.
No decorrer desses anos, o Sistema de Biblioteca ampliou seu acervo, sob
todos os aspectos e formatos, bem como os serviços prestados a comunidade
universitária, procurando atender as necessidades de acesso à informação seja esta
local ou remota, por meio da rede UFSC, ou seja, no ambiente de trabalho de cada
um de seus usuários.
Atualmente o Sistema de Bibliotecas da BU/UFSC usa o Pergamum, Sistema
Integrado de Bibliotecas – que é um sistema informatizado de gerenciamento de
Bibliotecas, desenvolvido pela Divisão de Processamento de Dados da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná. O Sistema contempla as principais funções de
uma biblioteca, funcionando de forma integrada da aquisição ao empréstimo,
tornando-se um software de gestão de bibliotecas. Este sistema oferece facilidades
aos usuários, pois permite consulta de todo o acervo do Sistema BU/UFSC via
Internet, renovações e reservas de livros on-line, consultas ao seu cadastro. O site
da BU/UFSC (URL: www.bu.ufsc.br) também disponibiliza, através do serviço
“Biblioteca Virtual”, acesso remoto a recursos informacionais eletrônicos, tais como
Portal CAPES, Portal de Pesquisa e E-livro e algumas bases assinadas pela UFSC.
70
O Portal Capes possibilita acesso livre e gratuito a bases de dados
referenciais ou com texto completo, periódicos com texto completo ou não e, ainda,
outras obras de referências, arquivos abertos e redes de e-prints, patentes, livros,
dados estatísticos.
O Portal da Pesquisa, produzido pela DotLib, permite acesso a bases de
dados, livros e periódicos de diversas áreas do conhecimento. Os usuários,
mediante senha de acesso, têm direito à visualização, sem quaisquer restrições, ao
armazenamento digital, à impressão e à cópia de itens de publicações disponíveis
no Portal para uso individual e em suas atividades de ensino e pesquisa e extensão.
O E-livro é um serviço que possibilita acesso virtual a coleções exclusivas de
mais de 20.000 livros e outros importantes documentos de mais de 150 editoras
líderes nas áreas acadêmica, comercial e profissional.
Todos esses serviços informacionais podem ser acessados através dos
terminais da rede UFSC.
Além destes serviços, destacam-se os serviços de orientação à normalização
de trabalhos científicos, orientação ao acesso às bases de dados, e o Serviço de
Comutação Bibliográfica que possibilita a estudantes e pesquisadores a solicitação
de fotocópias e empréstimos em bibliotecas brasileiras via COMUT - Programa de
Comutação Bibliográfica, coordenado pelo Instituto Brasileiro de Ciência e
Tecnologia (IBICT), via BIREME – Centro Latino Americano e do Caribe em Ciências
da Saúde, e por meio da rede LIGDOC do Ibero American Science and Technology
Education Consortion (ISTEC) (Interligação de Bibliotecas para troca de
documentos, via Internet entre as instituições integrantes desta rede de forma
gratuita). E também, para publicações não disponíveis no Brasil, o Serviço de
71
Comutação oferece o fornecimento de copia de documentos via British Library –
Document Supply Centre.
4.4 População e amostra
O universo populacional da presente pesquisa foi constituído por 1.053 (hum
mil e cinqüenta e três), pesquisadores-docentes dos 50 (cinqüenta) Programas de
Pós-Graduação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Para facilitar a
análise os pesquisadores-docentes foram distribuídos em 3 grandes áreas do
conhecimento (Ciências Exatas e da Terra, Ciências Sociais e Humanas, Ciências
Biomédicas).
A amostra foi constituída de 290 pesquisadores, determinada por meio das
fórmulas sugeridas por Barbetta (2002), considerando-se um erro amostral de 5%.
No entanto, foi acrescido a esta, aproximadamente 10% para garantir um maior
índice de respostas. Ao final da fase de tabulação, a composição da amostra para
esta pesquisa ficou assim constituída por 324 respondentes.
Sendo assim, utilizaram-se as seguintes fórmulas para o cálculo do tamanho
mínimo da amostra, onde:
N = tamanho (número de elementos) da população;
n = tamanho (número de elementos) da amostra;
n
o
=uma primeira aproximação para o tamanho da amostra;
E
o
=
erro amostral tolerável.
n
o =
1
E
o
2
e n
=
N . n
o
N + n
o
72
Para obter uma amostragem que fosse considerada representativa dos
pesquisadores - docentes dos Programas de Pós-Graduação (Mestrado e
Doutorado) da UFSC, optou-se por processo de seleção considerando-se: áreas de
conhecimento (Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas e Sociais e Ciências
da Vida) classificação esta adotada nos anais da Semana de Ensino, Pesquisa e
Extensão da UFSC (SEPEX) (SEMANA NACIONAL..., 2000).
Para tanto, na primeira etapa a seleção foi de forma aleatória estratificada
proporcional, considerando-se as áreas (Ciências Exatas e da Terra, Ciências
Sociais e Humanas e Ciências Biomédicas), sintetizadas da tabela adotada pela Pró-
Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFSC.
Na segunda etapa, a seleção foi de forma aleatória simples considerando-se
os conceitos (3, 4, 5, 6 e 7) obtidos na avaliação da CAPES e na última, para
definição final da amostra foi de forma aleatória por conglomerados.
O conceito obtido na avaliação da CAPES foi considerado como indicador
para a seleção da amostra deste estudo, uma vez sinaliza para os cursos que
dispõem de melhor estruturação tanto com relação aos recursos humanos quanto
com relação à produtividade dos docentes vinculados aos Programas de Pós-
Graduação das Instituições de Ensino Superior do Brasil.
A amostra foi constituída inicialmente segundo os critérios de seleção,
conforme Quadro demonstrativo de seleção da amostra (Apêndice A), e
posteriormente, para completar a amostra foi efetuada nova seleção, seguindo
mesmos critérios anteriores (Apêndice B).
73
4.5 Critérios de exclusão da amostra
a) pesquisadores-docentes que não eram do quadro permanente da UFSC
(professores visitantes; participantes de outras instituições);
b) pesquisadores-docentes que não estavam credenciados aos Programas
de Pós-Graduação da UFSC;
c) pesquisadores-docentes que se recusaram a participar da amostra;
d) pesquisadores-docentes que estavam afastados para formação, ou em
licença para tratamento de saúde.
4.6 Instrumento de pesquisa
Para a coleta de dados foi utilizado como instrumento um questionário
(Apêndice C) redigido em programa MS Word 2000, que foi anexado e enviado via
e-mail ou entregue no formato impresso. Ambos os formatos foram acompanhados
por uma carta de apresentação (Apêndice D).
O questionário foi adotado, por se constituir, segundo Labes (1998, p. 16),
uma grande fonte de fidedignidade, “pois não se discute o que foi formalmente
registrado, afastando-se, assim, a velha crítica da validade dos resultados de uma
pesquisa”. Gil (2002), indica que o questionário além de ser um instrumento de
coleta de dados mais rápido, barato e de não exigir treinamentos para sua aplicação,
permite também garantir o anonimato do respondente.
Quanto à escolha das formas de envio, a opção de envio por e-mail, permitiu
alcançar um maior número de respondentes de forma rápida e menos dispendiosa
74
em relação a custos de impressão, enquanto que a opção de envio no formato
impresso objetivou alcançar aqueles não familiarizados ou não usuários da rede.
Segundo Cuenca (2004), embora o índice de respostas do questionário por
meio eletrônico seja semelhante ao do impresso, a preferência dos docentes pelo
questionário no meio eletrônico tende a predominar.
O questionário apresentava no total 20 questões fechadas e semi-abertas,
que foram divididas em dois blocos, descritos a seguir, para facilitar a
operacionalização da análise das variáveis.
Bloco 1 Caracterização dos Participantes: compreendia as questões que se referiam à
identificação dos respondentes quanto às características sociodemográfica e acadêmicas,
tais como: (sexo, faixa etária, regime de trabalho, formação acadêmica, nome do Programa
de Pós Graduação e participação em grupos de pesquisa).
Bloco 2 – Uso dos recursos informacionais: neste bloco as questões se referiam
diretamente ao processo de busca da informação. Foram então incluídas questões
referentes ao uso dos recursos informacionais (on-line ou não) utilizados para satisfazer as
necessidades de informação dos pesquisadores, bem questões que pudessem indicar a
freqüência de uso do Sistema de Bibliotecas da UFSC, freqüência de uso da Internet,
barreiras encontradas para o uso da Internet, finalidades de uso da Internet, preferências de
formato dos recursos informacionais, motivos que justifiquem o formato preferido. Foram
incluídas questões específicas referentes à intermediação no processo de busca da
informação para reforçar a avaliação dos resultados obtidos quanto à existência do fenômeno
de desintermediação da informação possivelmente detectados nas demais questões do
questionário.
4.7 Procedimentos de Coleta de dados
Inicialmente foi realizado um pré-teste para validação do instrumento de
pesquisa (questionário) com intuito de verificar a duração, a facilidade de
compreensão dos respondentes, e obter informações que poderiam contribuir para a
melhoria do instrumento e do próprio tema da pesquisa, bem como para adequar as
variáveis de análise definidas para a pesquisa. Para o pré-teste foram selecionados,
75
de forma aleatória simples, os pesquisadores-docentes pertencentes à população,
não incluídos na amostra. Após a validação do instrumento de pesquisa
(questionário), foram efetuadas algumas modificações visando o aperfeiçoamento do
processo de coleta de dados.
Como procedimento inicial de aplicação na coleta optou-se por realizar um
contato com os coordenadores de cada Programa de Pós-Graduação selecionado,
para que se pudesse apresentar informações referentes à pesquisa, e entregar um
documento que formalizava a participação do programa na pesquisa (Apêndice E).
Nestes contatos, junto aos coordenadores, foi decidida a forma de aplicação
do instrumento de pesquisa preferida pelo programa, ou seja, se no formato digital
enviado através do correio eletrônico ou no formato impresso entregue em mãos.
Para a aplicação do instrumento de pesquisa via correio eletrônico
levantaram-se os e-mails dos docentes junto às Coordenadorias dos Programas de
Pós-Graduação selecionados para o estudo e/ou em seus websites. Para os
programas que optaram pelo formato impresso, os questionários foram entregues
diretamente às coordenadorias dos Programas selecionados.
Dos 348 nomes dos docentes identificados na primeira seleção, não foram
incluídos aqueles que apareciam duplicados, ou seja, participavam de mais de um
Programa, bem como aqueles que não foram possíveis estabelecer contatos.
Aguardou-se por um prazo de, aproximadamente, 15 dias (quinze dias), e
enviou-se novamente o questionário para aqueles que não tinham retornado, porém,
desta vez, todos por correio eletrônico.
Como não se obteve número suficiente de respondentes na primeira seleção,
efetuou-se uma nova seleção seguindo novamente os mesmos critérios anteriores e
76
novos pesquisadores foram selecionados. Assim, novamente foram enviados
questionários até completar o tamanho mínimo (n=290) da amostra.
As aplicações do pré-teste e do instrumento de pesquisa (questionário)
devidamente revisado foram realizadas no período compreendido entre os meses de
outubro à dezembro de 2004.
Do total de (587) pesquisadores-docentes efetivamente contatados, 335
(57%) responderam ao instrumento de pesquisa. Destes, foram utilizados 324 para
compor a amostra, e 11 foram descartados. Os descartes foram motivados em
função das seguintes razões: 2 pesquisadores não estavam mais credenciados nos
Programas de Pós-Graduação e 9 pesquisadores tiveram problemas no
preenchimento do questionário o que impossibilitou a tabulação desses dados.
Cabe também destacar que dos 335 questionários recebidos, 85,07% (n=285)
foram no formato eletrônico e, apenas, 14,93% (n=50) no formato impresso. Sendo
assim, este resultado demonstrou uma predominância entre os pesquisadores da
UFSC no uso da Internet, especificamente no uso do correio eletrônico.
4.8 Análise dos dados
Os dados obtidos foram digitados manualmente numa planilha específica do
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 11.0 para Windows. Os
dados quantitativos foram analisados por meio da estatística descritiva (freqüências
e porcentagens). Para analisar as associações entre as áreas de atuação, faixa
77
etária, regime de trabalho dos docentes e o uso dos recursos eletrônicos, utilizou-se
o teste de Qui-quadrado (χ2).
As variáveis referentes às questões para verificar a ocorrência da
desintermediação entre as áreas de atuação dos docentes foram analisadas
utilizando-se o teste de Kruskal-Wallis, por área de atuação, sendo que nas variáveis
que ocorreram diferenças estatisticamente significativas foi aplicado o teste de
Mann-Whitney, para detectar entre quais áreas ocorreu a diferença (SIEGEL, 1977).
O teste Kruskal-Wallis é um teste estatístico não paramétrico, que permite
comparar mais de duas amostras de população independentes, enquanto que o
teste de Mann-Whitney identifica as diferenças ocorridas entre as amostras
independentes (SIEGEL, 1977).
Em todas as análises estatísticas, consideraram-se estatisticamente como
diferenças significativas, os resultados com p<0,05.
78
5 RESULTADOS:
ANÁLISE E DISCUSSÃO
Para uma melhor compreensão dos resultados e discussão, este capítulo foi
estruturado de forma simultânea e na mesma seqüência dos objetivos específicos
propostos.
Seguindo os objetivos que norteiam este trabalho, primeiramente foram
apresentadas as análises descritivas quanto ao perfil sociodemográfico dos
pesquisadores; percursos utilizados para obtenção da informação; recursos
eletrônicos mais utilizados, freqüência e barreiras de uso da internet. Em seguida
foram apresentadas as análises de associação entre as características do perfil dos
pesquisadores com o uso de recursos eletrônicos e, por último, as análises
referentes à ocorrência da desintermediação da informação no processo de busca
da informação entre as áreas de atuação dos pesquisadores.
5.1 Perfil dos Pesquisadores
Para que se possa averiguar os efeitos do uso da internet, especificamente no
processo de busca da informação pelos pesquisadores da Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC), e detectar a ocorrência da desintermediação da informação,
faz-se necessário, inicialmente, traçar o perfil dos respondentes.
79
Os resultados descritos a seguir foram obtidos mediante análise das questões
que compuseram o Bloco “Caracterização dos Participantes” do instrumento utilizado
para este estudo e estão apresentados na Tabela 1.
A amostra foi composta por 324 pesquisadores-docentes, conforme descrito
no Capítulo 4, sendo que 43,2% (n=140) dos pesquisadores atuavam nos
Programas de Pós-Graduação das Ciências Exatas e da Terra, 30,9% (n=100) nos
Programas de Pós-Graduação das Ciências Humanas e Sociais e 25,9% (n=84) nos
Programas das Ciências da Vida.
Tabela 1 – Características sociodemográficas dos pesquisadores da UFSC.
Variável Freq. %
Sexo
Masculino 216 66,7
Feminino 108 33,3
Faixa etária
< 30
1 0,3
30-39 42 13,0
40-49 160 49,4
50 ou mais 121 37,3
Regime de Trabalho
DE 290 89,5
40h 12 3,7
20h 2 0,6
Outros* 20 6,2
Área de Atuação
Ciências Exatas e da Terra 140 43,2
Ciências Humanas e Sociais 100 30,9
Ciências da Vida 84 25,9
Ano (Doutorado)
<1985
32 9,9
1985-1989 31 9,6
1990-1994 92 28,4
1995-1999 107 33,0
2000 ou mais 62 19,1
Ano (Pós-Doutorado)
< 1985 6 6,0
1985-1989 9 9,0
1990-1994 18 18,0
1995-1999 29 29.0
2000 ou mais 38 38,0
* Profº voluntário/aposentado
Com relação aos pesquisadores selecionados como amostra desta pesquisa,
pode-se constatar que eram predominantemente do sexo masculino (66,7%), e que,
aproximadamente, um em cada dois pesquisadores tinha entre 40 e 49 anos. Essa
80
concentração de pesquisadores nesta faixa etária deve-se ao tempo de formação do
pesquisador brasileiro que varia entre seis (6) a treze (13) anos, o que já foi
detectado por Cuenca (2004), quando estudou os docentes-pesquisadores
brasileiros da área de Saúde Pública.
Um outro fato que poderá estar associado a este resultado diz respeito às
políticas do governo brasileiro quanto às novas regras para a aposentadoria que
afastaram os professores de mais idade das universidades. O baixo número de
concursos e contratações no Serviço público federal e a exigência de doutorado
como titulação mínima podem estar relacionados à baixa incidência de docentes na
UFSC com menos de 30 anos (0,34%).
Quanto à variável regime de trabalho, 89,5% (n=290) dos respondentes,
exerce suas atividades na UFSC em regime de tempo integral, com dedicação
exclusiva em atividades de ensino, pesquisa e extensão, conforme políticas da
instituição a partir da década de 1980. Resultados semelhantes foram encontrados
no estudo de Cuenca (2004), entre a população de docentes na área de Saúde
Pública do Brasil, apresentando um índice de 81,0% dos docentes enquadrados
nesse regime.
Quanto ao período de formação dos pesquisadores desta pesquisa, pode-se
constatar que, predominantemente, a capacitação em nível de doutorado destes
pesquisadores, ocorreu entre os anos de 1990–1999, com 61,4% (n=199). Este
resultado é consoante com a implementação dos Programas de Capacitação de
Docentes nas universidades brasileiras neste mesmo período, conforme dados
estatísticos do Ministério da Educação e Cultura (MEC) e da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) levantados em 2004.
81
De acordo com a CAPES, entre 1976 e 2004, o número de cursos
recomendados por ela, saltou de 673 para 2.993, representando um aumento de
5,6% ao ano, com destaque para o doutorado, que duplicou no período de 1996-
2004. O número total de titulados em doutorado no período entre 1990 e 2003 foi de
12.381 (BRASIL, 2004).
Além destas informações, foram levantadas informações referentes à
participação em Laboratórios e Grupos de Pesquisa, segundo as quais, dos 324
pesquisadores respondentes, 71,9% (n=233) participavam de pelo menos 1 (um)
Laboratório ou Grupo de Pesquisa, 22,9% (n=74) de dois ou mais e, apenas 5,2%
(n=17) não participavam de nenhum Grupo ou Laboratório.
5.2 Os pesquisadores e a busca da informação
Neste item serão analisados e discutidos o percurso e os recursos de
informação mais utilizados pelos pesquisadores da UFSC no processo de busca da
informação, permitindo desta forma, identificar os recursos de informacionais mais
utilizados, bem como as suas preferências em relação ao formato e freqüência de
uso.
5.2.1 Percurso utilizado na busca da informação:
Com relação ao processo de busca da informação, esta pesquisa considerou
importante levantar dados que fornecessem informações referentes aos percursos
82
de acesso considerados como mais acessíveis para os pesquisadores participantes
da amostra selecionada. Tais informações são importantes na medida em que
possibilitam levantar subsídios para que se possa traçar o percurso adotado no
processo de busca de informação e, com isso, contribuir para diagnosticar a
ocorrência do fenômeno da desintermediação.
Pela análise dos dados levantados, observou-se que o próprio acervo de sua
biblioteca particular com 46,3% (n=150) de indicações ainda permanece como
primeira opção no percurso adotado para obtenção da informação, resultado similar
aos obtidos em estudos apresentados na literatura, antes do surgimento da Internet.
Nesse percurso de busca da informação, a Internet com 43,2% (n=140) ocupa a
segunda posição. Esta indicação torna-se mais expressiva quando se observa que
no somatório das três opções de escolha (1ª, 2ª e 3ª) dos percursos indicados, a
Internet obteve o maior índice de utilização, com um total de 88,9% (n=288) dos
pesquisadores optando por este percurso na busca da informação, seguida pela
biblioteca particular e pelo Sistema de Bibliotecas da UFSC, composto por
bibliotecas central e setoriais (Tabela 2).
Tabela 2 – Percurso utilizado pelos pesquisadores no processo de busca da
informação.
Biblioteca
Central
Biblioteca
Setorial
Biblioteca
Particular
Internet
Biblioteca
Lab/Gp
Outros
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
opção 08 2,4 14 4,3 150 46,3 140 43,2 09 2,8 03 0,9
opção 30 9,3 48 14,8 54 16,7 100 30,9 47 14,5 10 3,1
opção 81 25,0 46 14,2 25 7,7 48 14,8 38 11,7 14 4,3
Ñcitado/(-) importância 205 63,3 216 66,7 95 29,3 36 11,1 230 71,0 297 91,7
Total
324 100 324 100 324 100 324 100 324 100 324 100
Com relação aos resultados apresentados, pode-se considerar que a
acessibilidade (proximidade física e a disponibilidade de estações de trabalho) é um
dos fatores importantes que influencia o uso destes dois percursos para obtenção da
informação (biblioteca particular e Internet). A busca através de meios, canais e
83
fontes mais acessíveis é influenciada pela “Lei do menor esforço”, cunhada por Zipf,
em 1949. (CHRZASTOWSKI,1999). A biblioteca particular e a Internet disponibilizam
recursos informacionais que requerem menos esforços, tempo dedicados à busca da
informação e, por isso, trazem resultados mais satisfatórios para esses
pesquisadores. Choo (2003, p. 96) constatou também que a acessibilidade de uma
fonte é uma variável determinante para o seu uso. “A acessibilidade é produto da
proximidade da fonte, do esforço físico exigido, assim como do custo psicológico
implicado no uso da fonte”. Neste sentido, Abels, Liebscher e Denman (1996),
constataram que embora existam algumas diferenças quanto à percepção dos
pesquisadores, com relação à acessibilidade no acesso à informação, alguns fatores
são determinantes na escolha do percurso adotado pelos mesmos no processo de
busca da informação, tais como, proximidade física, primeira experiência positiva ou
negativa, facilidade de uso e disponibilidade de estações de trabalho ou
equipamentos.
Por outro lado, o baixo índice do uso do Sistema BU/UFSC obtido nesse
processo, poderá estar associado à falta de investimento na aquisição de recursos
informacionais. Segundo Dutra e Lapolli (2004), nas ultimas décadas ocorreu uma
drástica redução orçamentária, fazendo com que as bibliotecas das Instituições
Federais de Ensino Superior (IFES), sofressem um abalo bastante significativo no
processo de aquisição de periódicos, provocando desta forma lacunas irrecuperáveis
em suas coleções, e por sua vez, refletindo nas atividades de pesquisa dos
pesquisadores destas instituições.
Atualmente, embora as políticas de aquisição dos periódicos pela CAPES,
venham se aperfeiçoando, ainda as IFES enfrentam problemas no desenvolvimento
de suas coleções locais com relação à aquisição de livros e outras obras. A
84
Biblioteca da UFSC recebe anualmente em torno de R$100,000,00 (cem mil reais)
para garantir a aquisição de material informacional para atender a demanda geral
das atividades de ensino, pesquisa e extensão da universidade.
Além deste, outro fator poderá estar associado à preferência de um percurso,
também apontado por Abels, Liebscher e Denman (1996). Segundo os autores uma
experiência ruim ou boa poderá determinar a escolha de um determinado caminho
para a busca da informação. Este fato pôde ser ilustrado quando os pesquisadores
apontaram dificuldades relacionadas às experiências negativas tidas com a
Biblioteca Universitária, tais como problemas relacionados ao atendimento pessoal e
à qualidade e atualidade do acervo (Apêndice F).
A freqüência de uso de alguns recursos e fontes de informação poderá
também estar influenciada pelas atividades desenvolvidas pelos pesquisadores.
Para alguns pesquisadores a escolha do percurso poderá ser modificada
dependendo da atividade que estiver realizando:
“depende do que eu estou precisando, por exemplo, se preciso fazer um
programa para uma disciplina de graduação procuro a BU, se estou
escrevendo um artigo, procuro a minha biblioteca particular, etc.”
Assim, o percurso e a freqüência de uso também são dependentes da
utilidade e da acessibilidade proporcionadas para a atividade que estiver sendo
realizada naquele momento (MEADOWS, 1999).
Diferente destes resultados aqui apresentados, outros estudos apontaram a
biblioteca como primeiro percurso adotado pelo pesquisador. Castelani e Ziwcker
(2000), em estudo realizado junto a duas faculdades da USP (Instituto de
Matemática e Estatística e Faculdade de Educação), constataram que a biblioteca,
em ambas as áreas era o principal percurso adotado no processo de busca da
informação e que a Web era usada por 75% dos docentes do Instituto de Física e
apenas 25% dos docentes da Faculdade de Educação da USP. Souza (2003)
85
também apontou a biblioteca como percurso mais utilizado entre os pesquisadores
da EMBRAPA. Com um percentual de 80% e em quarta posição, apareciam a busca
em fontes eletrônicas.
Resultados semelhantes aos apresentados nesta pesquisa foram encontrados
por Gleeson (2001) ao pesquisar o uso de periódicos eletrônicos entre
pesquisadores do Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental da Carolina do
Norte, USA, os quais constataram que a maioria dos respondentes preferia consultar
sua própria biblioteca e apenas 3% enviavam seus estudantes ou assistentes à
biblioteca da instituição a qual pertenciam.
5.2.2 Freqüência de uso do Sistema BU/UFSC
Quanto à freqüência de uso do Sistema BU/UFSC, apenas 1,5% (n=5) dos
pesquisadores o utilizavam diariamente. No entanto, ao analisar-se o uso - diário,
semanal e mensal - estes resultados se tornaram bem mais representativos, com
77,8% (n=252) dos pesquisadores, se confrontados aos índices obtidos pelos não
usuários ou àqueles que usam “esporadicamente” que atingiram 22,2% (n=72), das
indicações feitas (Tabela 3).
Tabela 3 Freqüência de uso do Sistema BU/UFSC e área de atuação dos
pesquisadores
Diariamente Semanalmente Mensalmente Não usa
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
Ciências Exatas e da Terra 02 0,6 47 14,5 56 17,3 35 10,8
Ciências Humanas e Sociais 01 0,3 25 7,7 60 18,6 14 4,3
Ciências da Vida 02 0,6 14 4,3 45 13,9 23 7,1
Total
05 1,5 86 26,5 161 49,8 72 22,2
86
Estes resultados de certo modo, permitem verificar que, mesmo a biblioteca
não sendo o percurso mais utilizado no processo de busca da informação, ela tem
uma freqüência de uso bastante relevante.
5.2.3 A Biblioteca da UFSC e seus recursos informacionais mais utilizados
Na Biblioteca Universitária verificou-se que os periódicos, com 32,7% (n=106),
foram os recursos mais utilizados, seguidos dos livros 29,7% (n=96) e das bases de
dados, 25,0% (n=81). No item, “outros”, a coleção de dissertações e teses foi citada
por 6 pesquisadores (Apêndice G). Os demais resultados sobre esta questão podem
ser observados na Tabela 4.
Tabela 4 – Recursos informacionais utilizados do Sistema BU/UFSC pelos
pesquisadores.
Livros Periódicos
Bases
Dados
Dicionários Normas Técnicas Outros
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
1º opção
96 29,7 106 32,7 81 25,0 1 0,3 2 0,6 5 1,5
2º opção
62 19,1 123 38,0 25 7,7 3 0,9 6 1,9 2 0,6
3º opção
50 15,4 15 4,6 37 11,4 7 2,2 12 3,7 1 0,3
Ñcitado/(-) importância
116 35,8 80 24,7 181 55,9 313 96,6 304 93,8 316 97,6
Total
324 100 324 100 324 100 324 100 324 100 324 100
Pode-se perceber com estes resultados que, apesar de a biblioteca não ser
considerada como primeira opção no percurso de busca da informação, ela ainda é
bastante utilizada por meio de seus recursos e serviços tradicionais.
Constatou-se nesta pesquisa uma indicação bastante expressiva na utilização
da coleção de periódicos impressa do Sistema BU/UFSC, permitindo deduzir que
este recurso ainda representa uma função importantíssima para os pesquisadores
no processo de busca da informação. Segundo Meadows (1999) o uso de periódicos
totalmente eletrônicos facilitou a vida dos pesquisadores, uma vez que ele não mais
87
precisará ter que ir a uma biblioteca, para localizar a informação recuperada, o que
não ocorre ainda com as versões eletrônicas de periódicos impressos, que ainda
exigem que o usuário vá buscar as coleções retrospectivas.
Em pesquisa realizada entre mestrandos e professores do Programa de Pós-
Graduação em Ensino a Distância (PPGEAD) da UFSC, Garcez (2000), constatou
que o uso de recursos informacionais tradicionais da Biblioteca Universitária entre os
professores foi bastante representativo, sendo que 22,6% dos pesquisadores
utilizavam este tipo de formato nos anais de eventos, 19,4% artigos e 16,1% livros,
resultando num somatório de 58,1% do formato impresso em oposição às fontes
eletrônicas, que obtiveram um percentual de 16,1% quanto a sua utilização. Este
resultado apresentado pela autora pode estar associado ao fato de que no ano de
realização da referida pesquisa o Portal CAPES ainda estava sendo lançado nas
universidades brasileiras, bem como ainda era incipiente o oferecimento de acesso
on-line às bases de dados e outras fontes eletrônicas por meio da “Biblioteca Virtual”
no Sistema BU/UFSC.
5.2.4 Formato preferido dos recursos informacionais
Dos 324 respondentes, 51,5% (n=167) preferiam utilizar recursos
informacionais no formato eletrônico e 44,1% (n=143) tinham preferência pelo
formato impresso, enquanto que 4,4% (n=14) optaram por ambos os formatos
(Tabela 5).
88
Tabela 5 – Formato preferido e a área de atuação dos pesquisadores.
eletrônico impresso Ambos
Freq. % Freq. % Freq. %
Ciências Exatas e da Terra 85 26,2 48 14,8 07 2,2
Ciências Humanas e Sociais 39 12,0 58 17,9 03 0,9
Ciências da Vida 43 13,3 37 11,4 04 1,3
Total 167 51,5 143 44,1 14 4,4
Os resultados obtidos em relação à preferência de formato demonstraram que
os valores, quanto aos formatos escolhidos são próximos. Sendo assim, pode-se
considerar que a comunicação científica formal ainda está passando por um período
de transição do material impresso para o totalmente eletrônico, e isto implica que os
usuários terão que provavelmente conviver paralelamente, por algum tempo, com
estas duas opções.
Segundo as áreas de atuação, o uso do formato eletrônico foi superior na
área de Ciências Exatas e da Terra. Do total dos respondentes, 26,2% (n=85) dos
pesquisadores das Ciências Exatas e da Terra optaram pelo formato eletrônico,
enquanto que 17,9% (n=58) pesquisadores da área de Ciências Humanas e Sociais
optaram pelo formato impresso.
A despeito disto, Teponir (2003) esclarece que especialistas de diferentes
disciplinas têm diferentes padrões de uso e preferências por impresso ou eletrônico.
O impresso é usado para leitura e parte das pesquisas em quase todas as
disciplinas, sobretudo em Humanidades.
Corroborando com os resultados desta pesquisa Meadows (2001) indica que
os usuários agora terão, como já foi visto em capítulos anteriores desta dissertação,
duas opções de uso, e a sua escolha dependerá de preferências pessoais (relativas
a facilidades de acesso, tarefas, etc), e das características do grupo de pares. De
acordo com o autor, o desejo de ler periódicos eletrônicos dependerá da motivação
89
pessoal ou será um reflexo das atitudes do grupo ou áreas de conhecimento que o
pesquisador pertence.
Abels, Liebscher, Denman (1996) e Line (1998) em seus estudos observaram
que a adoção de um formato ou outro está muito associada a tarefas profissionais
que, por sua vez, têm relação com fatores profissionais ou pessoais. Para alguns
pesquisadores o uso de um recurso impresso é mais interessante para atividades de
ensino, enquanto que para atividades de pesquisa o recurso eletrônico poderá ser
bem mais atraente.
Resultados diferentes dos encontrados nesta pesquisa foram relatados por
Brown (1999) quando cita que 65% dos cientistas responderam que preferiam o
formato impresso do periódico enquanto que 23% preferiam o formato eletrônico e
16% preferiam ambas as versões, sendo que dois destes estipularam que utilizariam
a versão eletrônica caso pudessem fazer impressão do material em questão.
5.2.5 Quanto aos motivos da preferência do formato
A acessibilidade com 46,6% (n=151) foi considerada o motivo principal
indicado pelos pesquisadores para a escolha do formato, seguido da praticidade
com 26,9% (n=87) e da agilidade com 19,8% (n=64), os demais resultados podem
ser visualizados na Tabela 6.
90
Tabela 6 – Motivos de preferência da escolha do formato pelos pesquisadores.
Acessibilidade Praticidade Agilidade Outros
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
1ª opção
151 46,6 87 26,9 64 19,8 20 6,2
2ª opção
39 12,0 70 21,6 97 29,9 08 2,5
3ª opção
32 9,9 51 15,7 40 12,3 03 0,9
Ñcitado/(-) importância
102 31,5 116 35,8 123 38,0 293 90.4
Total
324 100 324 100 324 100 324 100
Resultados similares aos achados, nesta pesquisa, foram apresentados por
Abels, Liebscher, Denman (1996), ao constatarem que os fatores que influenciam a
adoção e o uso de recursos informacionais tradicionais poderão também influenciar
o uso de recursos eletrônicos.
Para Oberhofer (1983) sob a ótica do usuário, a acessibilidade poderá ser
avaliada sob dois focos em termos de custo, sendo estes em termos do tempo gasto
na busca da informação, identificação e localização, e em termos de atraso, como é
o caso do tempo que ele espera para conseguir o documento. A despeito disto
Meadows (2001) argumenta que o leitor em um país que não possui um serviço
eficiente de correios poderá preferir usar o meio eletrônico a ter que aguardar por
muitas semanas a versão impressa.
Segundo Zhang (2001) a dimensão de acessibilidade para recursos
eletrônicos vai além do acesso físico constatado para formatos impressos. Enquanto
que a acessibilidade para alguns autores como Abels, Liebscher, Denman (1996) e
Adams, Bonk (1995) esta associada à disponibilidade de equipamentos (hardware),
conexão de rede. Zhang (2001) lembra, com base em estudos de Culnan, que a
acessibilidade abrange a questões relacionadas à interface que possa permitir
recuperação em potencial de informações relevantes.
Além dos motivos elencados no instrumento de pesquisa, outros motivos
puderam ser observados por meio de alguns comentários apresentados pelos
91
pesquisadores na opção “outros motivos” de sua preferência. Alguns comentários
refletem fatores de ordem pessoal para adoção de um ou de outro formato.
Com relação ao uso do formato impresso destacam-se comentários tais
como: Quanto à dificuldade da leitura em tela: “não gosto de leituras na tela do
computador”, “a leitura em papel é menos cansativa”, “vejo melhor no papel [...]”,
“[...] não acho confortável ler no computador”; Quanto ao manuseio e transporte:
“gosto de fazer marcas no texto e trocar de posição durante a leitura [...]”, ”é
palpável, dá para fazer anotações em cima [...]”, “o gosto prazeroso de manusear um
livro ou outras publicações”, “mais seguro, mais fácil de manipular”, “possibilidade de
consultar em qualquer local [...]”.
No que diz respeito à leitura diretamente na tela do computador, Nielsen
(2000) relata que várias pesquisas têm demonstrado que este ato é cerca de 25%
mais lento do que a leitura em papel, e mesmo os usuários que desconhecem este
fato geralmente dizem que se sentem desconfortáveis quando utilizam textos on-line.
Ainda, segundo Nilsen (2000, p. 103), os problemas de legibilidade relacionados à
leitura direta em tela de computador, poderão estar associados à resolução
apresentada por ela. Embora já existam no mercado telas com uma resolução de
maior qualidade, estas apresentam um custo relativamente alto dificultando sua
aquisição. Contudo, este não é o único motivo que leva o usuário a preferir usar o
texto impresso. O texto impresso ainda apresenta facilidades que o eletrônico ainda
não atende, como é o caso de permitir o transporte para qualquer local, fazer
anotações ou rabiscar.
Meadows (1999) argumenta que existe uma dificuldade dos usuários em
internalizar informações a partir da tela de computador. Esta dificuldade aumenta
quando aumenta o volume de informação, como é o caso de livros, mas mesmo
92
assim esta não é uma regra, pois alguns usuários preferem buscar um periódico no
formato eletrônico, mas o imprimem para leitura. Um dos comentários dos
pesquisadores confirma o exposto pelo autor quando o pesquisador afirma: “prefiro o
formato digital para localizar, copiar, repassar aos alunos, mas prefiro estudar,
analisar e ler textos impressos”.
Para os pesquisadores que optaram pelo formato eletrônico destacam-se
comentários como: Quanto à praticidade de manuseio: “facilidade de copiar, colar,
imprimir, pesquisar palavras-chave”, “na verdade prefiro ler o material impresso, mas
uso a rede por ser mais prático”, “meio eletrônico é mais fácil de arquivar do que
papel”, “[...] é bem mais fácil arquivar artigos de periódicos em arquivo pdf no meu
computador, do que tê-los em papel, ocupando lugar na minha casa ou na minha
sala”; Quanto à socialização entre grupos de pesquisa: “possibilidade de
reprodução e envio aos demais membros do grupo de pesquisa”, “facilidade de
socialização para o grupo de pesquisa e discussão”.
Entretanto, para alguns a escolha de um ou de outro depende em parte das
atividades em que estiverem envolvidos no momento. Tal situação pode ser ilustrada
com o comentário a seguir “para levar à sala de aula é melhor o livro que os alunos
podem folhear [...]” (APÊNDICE F).
Para Meadows (1999, 2001), se houver motivação suficiente, em função da
rapidez no acesso a uma variedade de informação, os usuários poderão superar
estas limitações. Todavia, problemas aparentemente simples, podem vir a se tornar
um obstáculo altamente desmotivador, como é o caso do tempo gasto para baixar e
imprimir um artigo eletrônico da rede.
Outros resultados nesta mesma direção foram observados por Gleeson
(2001), em pesquisa realizada entre cientistas do National Institute of Environmental
93
Health Sciences (NIEEHS), quando concluiu que a adoção de periódicos eletrônicos
se deu em função da facilidade e acessibilidade de uso, requerendo menor esforço
para recuperar a informação.
5.2.6 Processo de busca da informação: mediadores preferenciais
Analisar o papel dos mediadores, em função de que se pretende inferir a
existência do fenômeno da desintermediação no processo de busca da informação
foi considerado primordial para esta pesquisa.
Dos 324 pesquisadores, 71,0% (n=230) indicaram seus próprios colegas
como primeira opção e 14,5% (n=47) dos pesquisadores optaram por colegas de
universidades brasileiras ou estrangeiras. Os bibliotecários obtiveram apenas 6,8%
(n=22) das preferências dos pesquisadores; os demais resultados sobre esta
questão podem ser visualizados na Tabela 7.
Tabela 7 –A busca da informação versus interlocutores/mediadores preferidos
dos pesquisadores.
Colegas/grupo/
Pesquisa
Colegas/univ.
brasileiras
Colegas/univ.
estrangeiras
Bibliotecários Outros
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
1ª opção 230 71,0 25 7,7 22 6,8 22 6,8 14 4,4
2ª opção 25 7,7 159 49,1 27 8,3 38 11,7 05 1,5
3ª opção 11 3,4 38 11,7 89 27,5 41 12,7 05 1,5
Ñcitada/(-)
importância
58 17,9 102 31,5 186 57,4 223 68,8 300 92,6
Total
324 100 324 100 324 100 324 100 324 100
As buscas eletrônicas nas bibliotecas universitárias, até a bem pouco tempo,
eram realizadas pelos bibliotecários. Nos últimos anos, com o advento das TICS,
cada vez mais, e com maior intensidade, os pesquisadores têm realizado suas
94
próprias buscas em bases de dados on-line, dispensando a mediação dos
profissionais da informação.
Com relação à indicação não preferencial dos bibliotecários como
mediadores, Meadows (1999), esclarece que é bastante comum no meio acadêmico,
a realização das buscas pelos próprios pesquisadores, o que não ocorre com
pesquisadores da indústria e do governo. Segundo Meadows, isto parecer ser um
reflexo das prioridades das tarefas dos profissionais de instituições universitárias.
Resultados desta natureza levam a constatar que as bibliotecas, de certo
modo, têm buscado, a partir da disponibilização de recursos informacionais em
formato eletrônico em seus acervos e de programas de treinamentos no uso destes
recursos, gerar mais autonomia para o usuário, oferecendo-lhe uma nova forma de
mediação indireta da informação.
Souza (2003), em estudo realizado junto aos pesquisadores da Empresa
Brasileira de Pesquisa em Agropecuária (EMBRAPA), constatou que 62,2% dos
entrevistados trocavam idéias de pesquisa com os próprios colegas de sua unidade,
o que vem ao encontro dos resultados também obtidos nesta pesquisa.
Brow (1999), quando da realização de um estudo entre químicos,
matemáticos, e físicos, da Universidade de Oklahoma, constatou igualmente que a
maioria dos respondentes não utilizava intermediários para assistência na busca da
informação, recorrendo aos seus próprios recursos ou aos seus pares.
95
5.2.7 Recursos informacionais indispensáveis
Tão importante quanto à identificação dos mediadores no processo de busca
da informação para caracterizar o processo de desintermediação, foi considerada a
identificação dos recursos mais usados no processo.
De acordo com os resultados obtidos, observou-se que os recursos mais
indicados foram as bases de dados referenciais/texto completo com 45,0% (146
indicações), seguidas dos portais de pesquisa com 22,8% (74 indicações). No
somatório das 5 opções indicadas, as bases de dados obtiveram 77,5% (251
indicações), enquanto que os portais obtiveram 60,8% (197 indicações). Maiores
detalhes são apresentados na Tabela 8, e a listagem completa dos recursos mais
indicados está disponível no Apêndice H.
Tabela 8 - Recursos informacionais mais citados pelos pesquisadores.
Mais citado como 1ª opção
Mais citado dentre as 5
opções
Freq. % Freq. %
Bases de dados 146 45,0 251 77,5
Portais de pesquisa 74 22,8 197 60,8
Websites Institucionais/pessoais 32 9,9 134 41,4
Livros 17 5,2 *109 33,6
Websites de revistas 16 4,9 147 45,3
Outros 39 12,0 - -
Total 324 100
* Bibliotecas virtuais
Segundo Meadows (1999), a recuperação eletrônica de informações, por
meio de catálogos on-line e outras bases de dados desta categoria, até então
somente utilizada pelos intermediários da informação (bibliotecários), vem sendo
feita diretamente pelos pesquisadores.
A utilização de recursos informacionais em formato eletrônico pode ser
considerada positiva, não só para os pesquisadores, que ganham em qualidade nas
96
suas pesquisas, ao descobrirem maior número de referências pertinentes, do que
seria normalmente recuperado em buscas no formato impresso, mas também para a
própria biblioteca, que de certo modo continua mediando a informação, uma vez que
é, mormente, a maior provedora destes recursos informacionais.
Outros resultados nesta mesma direção foram observados por Cuenca (2004)
quando constatou que dentre as atividades elencadas no processo de busca da
informação, a realização de levantamentos bibliográficos foi citada por 88,9% dos
respondentes como a atividade mais beneficiada com o uso da Internet. Isto ocorre,
segundo a autora, em função da disponibilização por parte das bibliotecas
acadêmicas de recursos de informação via web, tais como bases de dados,
bibliotecas virtuais, entre outros.
5.3 Recursos eletrônicos utilizados pelos pesquisadores
Neste item serão apresentadas as análises descritivas, referentes aos
recursos eletrônicos utilizados pelos pesquisadores, bem como finalidades,
freqüência de uso e barreiras de uso da Internet. Além destas, serão também
apresentadas as análises referentes aos recursos informacionais eletrônicos
disponibilizados pelo Sistema BU/UFSC.
97
5.3.1 Recursos da Internet
Dos 324 pesquisadores, 74,1% (n=240) deles responderam que utilizam o e-
mail com maior freqüência dentre os outros recursos da Internet, seguido de
consulta às revistas eletrônicas, com 10,2% (n=33) e bases de dados com texto
completo, com 8,7% (n=28). Dentre os recursos menos utilizados ficou o grupo de
discussão, com apenas 0,6% (n=2) dos pesquisadores que optaram como primeira
opção este recurso. Alguns recursos também foram citados na opção “outros” como
ferramentas de busca (tipo Google, Altavista), sites institucionais, sites de grupos de
pesquisa (Tabela 9).
Tabela 9 – Recursos eletrônicos da Internet utilizados pelos pesquisadores.
Grupo/
discussão
E-mail
Rev.eletrônicas
BD/
Referenciais
BD/Texto
completo
Outros
Freq % Freq % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
1º opção 02 0,6 240 74,1 33 10,2 16 4,9 28 8,7 06 1,9
opção 19 5,9 18 5,6 115 35,5 72 22,2 72 22.2 15 4,6
opção 14 4,3 15 4,6 67 20,7 69 21,4 85 26,2 09 2,8
Ñcitada/(-)
importância
289 89,2 51 15,7 109 33,6 167 51,5 139 42,9 294 90,7
Total
324 100 324 100 324 100 324 100 324 100 324 100
Vários estudos, tanto nacionais (CASTELANI, ZIWICKER, 2000; CUENCA,
2004; FERREIRA, 1995; PINHEIRO, 2003) quanto internacionais (ABELS,
LIEBSCHER, DENMAN, 1996; LAZINGER, BAR-ILAN, PERITZ, 1997; ZHANG,
2001), têm comprovado que o correio eletrônico é o serviço mais utilizado da Internet
nas comunidades científicas.
O correio eletrônico, um dos primeiros recursos eletrônicos utilizados pelos
pesquisadores de todo o mundo, tem sido amplamente adotado como principal canal
de comunicação informal no processo de comunicação científica substituindo quase
que totalmente, senão totalmente, as tradicionais formas de comunicação informal.
98
Vários estudos, (FERREIRA, 1995; PINHEIRO, 2003; SOUZA, 2003) têm confirmado
as vantagens na adoção deste canal de comunicação informal nas comunidades
científicas. Enquanto que ainda se discute a adoção da Internet como um canal de
comunicação formal, o correio eletrônico tem se expandido vertiginosamente, por
toda a comunidade científica, servindo de suporte a todas as atividades dos
pesquisadores, quer seja de ensino, pesquisa ou administrativas.
Pinheiro e Gomes (2003, p. 17), em estudo realizado junto a uma amostra de
1.307 sujeitos dos 7.805 pesquisadores de níveis I, II e III identificados na base de
dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) e
Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), constataram, entre outros resultados, que
o correio eletrônico foi o recurso mais indicado dentre outros recursos da Internet,
bem como o reconhecimento por parte dos pesquisadores deste estudo quanto ao
avanço do e-mail, em substituição aos meios tradicionais de comunicação (fax e
telefone), promovendo uma “economia de tempo, recursos financeiros, aumento da
freqüência e eficiência da comunicação, facilidade na circulação de originais e
dados”.
Pinheiro (2003) também constatou resultados similares aos desta pesquisa no
que se refere ao baixo índice de uso do recurso grupo de discussão ou newsgroups,
com 20,2% do total da amostra (n=161) com indicações de muito relevante e
relevante na opinião dos docentes. Segundo a autora, estes resultados demonstram
a necessidade de uma maior divulgação destes tipos de recursos de comunicação,
entre as comunidades científicas.
99
5.3.2 Finalidade de uso da Internet
Conforme já detectado em análise nesta pesquisa (p. 97), o correio eletrônico
foi o recurso da Internet mais indicado, isto é, 74,1% (n=240) dos pesquisadores-
docentes, o utilizam com freqüência. Com relação à finalidade de uso do Internet,
65,4% (n=212) dos pesquisadores destacaram a comunicação entre pares, como
sendo a principal finalidade do uso da rede. Em seguida, 22,2% (n=72) dos
pesquisadores elegeram o levantamento bibliográfico como finalidade de uso da
Internet (Tabela 10).
Tabela 10 – Finalidade de uso da Internet pelos pesquisadores.
Comun./
pares
Comun./pesq./
Outras áreas
Comun./
fins
didáticos
Circ./trab
antes
/publicação
Subm./
artigos
periódicos
Subm./trab/
congressos
Levant./
bibliográficos
Outras
finalidades
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %. Freq. %
1ª opção
212 65,4 13 4,0 20 6,2 0 0 01 0,3 01 0,3 72 22,2 04 1,2
2ª opção
43 13,3 57 17,6 69 21,3 20 6,2 26 8,1 24 7,4 75 23,1 05 1,5
3ª opção
22 6,8 34 10,5 60 18,5 31 9,6 51 15,7 53 16,4 55 17,0 01 0,3
Ñcitada/(-)
importância
47 14,5 220 67,9 175 54,0 273 84,3 246 75,9 246 75,9 122 37,7 314 97,0
Total
324 100 324 100 324 100 324 100 324 100 324 100 324 100 324 100
A circulação de trabalhos antes da publicação, ainda não é considerada como
opção de uso na rede entre os pesquisadores desta pesquisa. Nenhum dos
respondentes considerou este item como primeira opção de uso. Estes resultados
estão de acordo com o estudo de Silva, Menezes e Bissani (2002) que avaliaram o
uso da Internet como um canal formal de comunicação científica pelos
pesquisadores de universidades federais da região sul do Brasil, e identificaram à
razão de 0,06% de documentos disponibilizados por docente. Outro estudo
desenvolvido por Costa, Silva e Costa (2001) verificou a ocorrência de publicações
eletrônicas no país, e constatou que ocorria uma baixa adoção das TICs no
100
processo de comunicação formal, bem como identificou uma escassez de
publicações puramente eletrônicas.
Outras finalidades que obtiveram freqüências pouco expressivas foram a
submissão de artigos a periódicos e submissão de trabalhos a congressos, ambas
citadas apenas por 1 docente-pesquisador perfazendo (0,3%) dos 324
pesquisadores, respectivamente.
Em estudo similar, Lazinger, Bar-Ilan e Peritz, (1997) quando estudaram o
uso da Internet entre várias faculdades da Hebrew University Jerusalém de duas
áreas, Ciências da Agricultura e Ciências Humanas e Sociais, verificaram que dos
372 usuários de Internet, 362 utilizavam o e-mail, entretanto 95% destes o utilizavam
como principal propósito para as atividades relacionadas às pesquisas, seguido de
59% com propósitos sociais.
No entanto, Pinheiro (2003) encontrou outros resultados contrários aos desta
pesquisa, quando constatou o maior índice, 96,4%, relacionado à comunicação
científica entre pares, seguido do envio de trabalhos a congressos 92,5% e, também
com índice bastante alto a submissão de artigos para periódicos, com 83,4%.
5.3.3 Freqüência de uso da Internet
Quanto à freqüência de uso, de modo geral, a Internet tem sido usada por
quase todos os pesquisadores desta pesquisa. O uso diário foi apontado por 81,8%
(n=265) dos pesquisadores. Quando se analisa conjuntamente o uso “diário”,
“semanal” e “mensal”, este valor sobe para 99,1% (n=321). Este resultado
101
demonstra uma cultura bastante acentuada no uso da rede entre os pesquisadores
da UFSC (Tabela 11)
Tabela 11 Freqüência de uso da Internet e área de atuação dos pesquisadores.
Diariamente Semanalmente Mensalmente Não usa
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
Ciências Exatas e da Terra 123 38,0 16 4,9 01 0,3 0 0
Ciências Humanas e Sociais 77 23,8 14 4,3 07 2,2 02 0,6
Ciências da Vida 65 20,1 11 3,4 07 2,2 01 0,3
Total
265 81,8 41 12,6 15 4,7 03 0,9
Resultados similares aos apresentados por esta pesquisa foram apontados
por Pinheiro (2003), nos quais 96,0% dos respondentes utilizavam a internet
diariamente, confirmando a hipótese da autora de que já é uma prática incorporada
nas comunidades científicas brasileiras.
5.3.4 Serviços on-line do Sistema BU
Dentre os serviços oferecidos pelo Sistema BU-UFSC, na Biblioteca Virtual o
Portal CAPES foi o recurso informacional on-line indicado como mais importante na
comunidade científica da UFSC. Dos 324 pesquisadores, 61,7% (n=200) optaram
pelo Portal como 1ª opção, que foi seguido pela indicação do Sistema de Consulta
ao acervo através do Pergamum com 17,6% (n=57). Porém, alguns serviços
obtiveram um índice relativamente baixo, como é o caso do Portal de Pesquisa
(DotLib) com 0,6% (n=2) dos pesquisadores que optaram como primeira opção por
este serviço. Os demais resultados estão apresentados na Tabela 12.
O Sistema de Bibliotecas da UFSC, nos últimos anos tem procurado inovar
seus serviços on-line. A partir de 1999 adotou o Sistema Pergamum e com isso
102
proveu aos usuários de acesso ao seu catálogo via web, e demais vantagens
descritas no item 4.3 desta pesquisa. E em 2000, inaugurou no site BU/UFSC o
serviço que denominou “Biblioteca Virtual”, que permite acesso virtual a documentos
integrais ou bases de dados referenciais. Desta forma, o Serviço de Acesso a Bases
de Dados oferecido até então no espaço físico da BU/UFSC passa a ser realizado
de qualquer computador interligado ao Interactive Protocol (IP) da UFSC e/ou
mediante obtenção de senha. Destacam-se neste serviço on-line além do Portal
Capes, o Portal da Pesquisa (DotLib) que reúne inúmeras bases de dados
bibliográfica em várias áreas do conhecimento e a Lista de Periódicos on-line.
Tabela 12 – Uso de serviços on-line do Sistema BU/UFSC pelos pesquisadores.
Catálogo de
obras
Pergamum
Portal da
CAPES
Portal de
Pesquisa
(DotLib)
Reserva de
livros
Renovação
de/
livros
Lista
on-
line
Periódicos
Bases de
dados
referenciais
Outros
Opções
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %q Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
1ª opção 57 17,6 200 61,7 02 0,6 03 0,9 06 1,9 09 2,7 21 6,5 03 0,9
opção 60 18,5 30 9,3 06 1,9 12 3,7 14 4,3 55 17,0 46 14,2 0 0
opção 32 9,9 14 4,3 06 1,9 14 4,4 15 4,6 30 9,3 28 8,6 01 0,3
Ncitada/(-)
importância
175 54,0 80 24,7 310 95,6 295 91,1 289 89,2 230 71,0 229 70,7 320 98,8
Total 324 100 324 100 324 100 324 100 324 100 324 100 324 100 324 100
Estes resultados de certo modo confirmam o sucesso na implantação destes
dois serviços (Portal Capes e Sistema Pergamum), sendo estes os recursos mais
utilizados pelos pesquisadores desta pesquisa.
Outros resultados nesta mesma direção foram obtidos por Dutra e Lapolli
(2004), quando em estudo para avaliar o uso do Portal CAPES, entre os
pesquisadores (docentes e alunos de pós-graduação) da UFSC, constataram que
90,8% dos respondentes utilizavam o Portal, e 33,6% destes o faziam numa
freqüência de uma vez por semana.
Entretanto, ainda é muito baixa a utilização de alguns serviços do Sistema
BU/UFSC. Estes resultados poderão estar associados à falta de conhecimento por
103
parte da comunidade científica estudada quanto à disponibilização destes recursos
no Sistema de Bibliotecas da UFSC. Cuenca (2004), em pesquisa realizada junto à
comunidade científica da área de Saúde Pública do Brasil, também constatou em
seus resultados, que 41,5% dos docentes não utilizam a Internet para solicitação de
serviços da biblioteca ou consideram que ela não alterou essa atividade. De acordo
com a autora, estes resultados podem estar associados a uma carência de
divulgação por parte das bibliotecas, de seus serviços.
5.3.5 Bases de dados do Portal CAPES
O Portal CAPES disponibiliza 38 bases de dados referenciais, destas 06
(seis) são multidisciplinares, 08 (oito) são das Ciências da Saúde, 09 (nove) são da
Ciências Exatas e da Terra e 15 (quinze) são das Ciências Humanas e Sociais. Com
relação ao uso das bases disponibilizadas no Portal CAPES, 183 pesquisadores não
informaram nome das Bases de dados do Portal CAPES que mais utilizam. Destes,
considera-se que alguns não utilizam o Portal CAPES, outros somente utilizam o
Portal para consulta de periódicos e outros ainda não sabiam informar o nome das
bases de dados. Sendo assim, entre os 141 pesquisadores que utilizam as bases de
dados, obtiveram-se os seguintes resultados, conforme descrito na Tabela 13.
104
Tabela 13 – Uso das Bases de dados do Portal CAPES pelos pesquisadores
As mais citadas como 1ª opção As mais citadas dentre as 5 opções
Freq. % Freq. %
Web of Science
41 29,1 49 34,7
Elsevier/Science Direct
21 15,0 36 25,5
Medline
12 8,5 18 12,8
Scielo
11 7,8 26 18,4
Banco Teses/IBICT 10 7,1 15 10,6
Outros 46 32,6 - -
Total 324 100 - -
n=141
A Listagem completa de todas as bases de dados citadas encontra-se no
Apêndice I.
Quanto às bases de dados indicadas, observou-se uma predominância de
uso da Base de dados Web of Science do Institute for Scientific Information (ISI),
com 49 ocorrências.
Este resultado poderá estar associado ao fato de esta base ser
multidisciplinar, além de ser também um referencial como indicador de uso e por
conseqüência de qualidade importantíssimo para a comunidade científica.
A Base de dados Web of Science Citation Database do Institute for Scientific
Information (ISI), composta por três bases de dados, tem uma abrangência
multidisciplinar, onde são identificados e indexados os principais periódicos de todas
as áreas de Ciências, Ciências Sociais e Artes e Humanidades. Além de indexar
periódicos, o ISI também indexa todos os tipos de documentos, tais como cartas,
correções, anexos, resumos editoriais ou pesquisa desde que tenha sido citados em
algum dos periódicos indexados.
105
5.3.6 Periódicos do Portal CAPES
Dos 324 pesquisadores, 211 (65%) responderam a esta questão. Considera-
se que 113 (34,9%) não responderam, porque não utilizam o Portal CAPES, não
lembraram o nome dos periódicos (revistas) usados, o Portal CAPES não oferece
títulos na sua área de atuação, ou apenas utilizam o Portal para outros fins, como,
por exemplo, acesso à bases de dados, consulta a outras fontes disponibilizadas,
entre outros.
Atualmente, o Portal CAPES possibilita acesso ao texto completo de mais de
9 mil publicações periódicas internacionais e nacionais, cobrindo todas as áreas do
conhecimento. Nesta pesquisa, o periódico indicado com maior freqüência de uso foi
a revista científica Nature com 11 (onze) indicações seguida da Water Research e
da Educação e Sociedade, ambas com 08 (oito) indicações e a Science e a
Cadernos de Saúde Pública, ambas com 07 (sete) indicações. A listagem das
revistas mais citadas e a listagem completa de todas as revistas citadas pelos
pesquisadores constam do Apêndice J.
5.3.7 Barreiras no uso da Internet
A maior dificuldade encontrada para o uso da Internet na UFSC, diz respeito à
infra-estrutura. Dos 324 respondentes, 33,3% (n=108) indicaram problemas de
conexão como a principal barreira encontrada para o uso da rede, seguidos de falta
de suporte técnico 21,3% (n=69). Quando se consideraram as 3 opções, a
106
dificuldade de conexão foi citada por 49,7% (n=161) dos pesquisadores e a
escassez de suporte técnico por 48,2% (n=156) dos pesquisadores. Os demais
resultados sobre esta questão são apresentados na Tabela 14.
Tabela 14 – Principais barreiras encontradas no uso da Internet pelos
pesquisadores
Equipamento Conexão
Suporte/
Técnico
Não/familiaridade Língua Falta/Treinamento Outros
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
1ª opção
38 11,7 108 33,3 69 21,3 06 1,9 03 0,9 10 3,1 26 8,0
2ª opção
29 9,0 42 13,0 65 20,1 06 1,9 04 1,2 14 4,3 06 1,9
3ª opção
25 7,7 11 3,4 22 6,8 07 2.1 05 1,6 16 4,9 06 1,9
Ñ citada/(-)
importância
232 71,6 163 50,3 168 51,8 305 94,1 312 96,3 284 87,7 286 88,2
Total
324 100 324 100 324 100 324 100 324 100 324 100 324 100
As barreiras de uso podem estar associadas à infra-estrutura, bem como a
questões pessoais, tais como falta de habilidade no uso de equipamentos de
informática e desconhecimento de línguas estrangeiras. Nesta pesquisa, observou-
se que os maiores problemas enfrentados pelos pesquisadores estão relacionados à
infra-estrutura, sendo que 54,6% (n=177) dos respondentes indicaram como primeira
opção as dificuldades relacionadas à conexão e suporte técnico. Em seguida, ainda
relacionada à infra-estrutura, está a falta de equipamento, com 11,7% (n=38) dos
pesquisadores arrolando esta barreira.
Resultados similares ao desta pesquisa foram observados por Pinheiro
(2003). Em sua pesquisa 49,1% dos respondentes apontaram os problemas de
conexão como um fator interveniente na comunicação científica, seguido de falta de
suporte técnico com 21,3%. Segundo essa autora, enquanto os problemas de
conexão dependem, em grande parte, de políticas nacionais, os problemas
relacionados à falta de suporte técnico, são tidos como de responsabilidade da
própria instituição.
107
Também na pesquisa de Cuenca (2004) a autora concluiu que embora os
pesquisadores possuíssem o acesso à Internet (77,3%), mesmo assim apontaram
além de outras barreiras a lentidão no acesso (44,4%) e falta de ajuda técnica
(39,1%) como fatores que dificultam o uso da Internet, enquanto que apenas 26,7%
da comunidade estudada dispõe de treinamentos para o uso da rede. Neste aspecto
quanto à capacitação é importante lembrar, segundo essa autora, o papel que a
biblioteca poderá desempenhar junto a sua comunidade científica, a partir do
momento em que estiver auxiliando no acesso a base de dados.
Para Meadows (1999) o problema de acesso à Internet não está relacionado
à falta de adaptação no uso da rede e sim associados a questões de infra-estrutura.
Cientistas de países em desenvolvimento adaptam-se tão facilmente ao uso de
redes quanto os de países desenvolvidos, mas o problema maior consiste no
financiamento e na construção de uma infra-estrutura de comunicação que
possibilite de modo eficiente e eficaz o acesso a redes internacionais, pois do
contrário futuramente ocorrerá uma defasagem muito grande nos países em
desenvolvimento, entre cientistas que têm bom acesso à Internet e aqueles de
instituições que não o têm.
5.4 Associações entre perfil dos pesquisadores e uso de recursos eletrônicos
Nesta análise foram realizadas associações entre o uso de recursos
eletrônicos, e as variáveis: faixa etária, regime de trabalho e áreas de atuação, bem
108
como as barreiras de uso da Internet, recursos da Internet e recursos on-line do
Sistema BU/UFSC e as áreas de atuação, utilizando-se o teste Qui-quadrado (χ
2
).
5.4.1 Quanto à utilização da Internet como percurso de informação preferido.
Não foram observadas associações estatisticamente significativas, por meio
do teste Qui-quadrado (χ
2
) entre a utilização da Internet como percurso de
informação preferido e a faixa etária dos pesquisadores (χ
2
=3, 141, p=0,076); regime
de trabalho (χ
2
=0,639; p=0,43), e área de atuação (χ
2
=0,327, p=0,57). Os resultados
desta análise serão apresentados a seguir.
Embora alguns estudos nacionais (Ferreira, 1995; Pinheiro, 2003) e
estrangeiros (Abels, Liebscher, Denman, 1996; Adams, Bonk, 1995, Lazinger, Bar-
Ilan e Peritz, 1997) relatem o uso da Internet entre as comunidades científicas,
poucos têm apresentado em suas discussões, aspecto das diferenças individuais
considerando as variáveis, sexo, idade, gênero e área de atuação, em relação ao
uso dos recursos da Internet.
No Brasil a pesquisa realizada por Cuenca (2004) entre docentes-
pesquisadores da área de saúde pública, constatou uma associação significativa
entre o uso da internet e a faixa etária, área de atuação, regime de trabalho
(p=0,001).
Para Meadows (1999, p. 113) no livro “A comunicação científica”, ao abordar
o impacto das novas tecnologias, alerta que resultados de estudos que indicam a
idade associada ao uso, deverão ser lidos com cautela. Para esse autor “as
109
diferenças em termos de idade podem ser menos importantes em termos de
desempenho do que os resultados que alguns estudos poderiam implicar”.
Nesta pesquisa constatou-se que não foram observadas associações
estatisticamente significativas entre a utilização da Internet com um percurso de
informação preferido e a faixa etária dos pesquisadores.
Tabela 15 – A faixa etária versus o uso da Internet como um dos percursos
preferidos na busca da informação.
<30
30-39 40-49 50 ou mais
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
opção 1 100% 24 57,1 78 48,8 37 30,6
opção 12 28,6 43 26,9 45 37,2
opção 04 9,5 21 13,1 23 19,0
Ñcitada/(-)
importância
2 4,8 18 11,2 16 13,2
Total 1 100 42 100 160 100 121 100
(χ
2
=3,14, p=0,76)
Nesta pesquisa não foram encontradas associações estatisticamente
significativas entre o regime de trabalho do docente e a opção de escolha de uso da
Internet. Cuenca (2004), todavia, em pesquisa semelhante a esta, constatou
diferença significativa de uso da Internet e o regime de trabalho, onde 40% dos
docentes que trabalham em regime parcial não usam a Internet (p<0,001).
Tabela 16 – O regime de trabalho versus o uso da Internet como um dos
percursos preferidos na busca da informação pelos pesquisadores.
DE 40 hrs 20hrs Outros*
Freq % Freq % Freq % Freq %
opção 125 43,1 07 58,4 01 50,0 07 35,0
opção 92 31,7 03 25,0 05 25,0
3ª opção 41 14,2 01 8,3 06 30,0
Ncitada/(-) importância 32 11,0 01 8,3 01 50,0 02 10,0
Total 290 100 12 100 02 100 20 100
(χ
2
=0,639, p=0,043) *professor voluntário/aposentado
Também não foram encontradas associações estatisticamente significativas
entre o uso da Internet e a área de atuação. Já na pesquisa de Cuenca (2004) a
autora observou em seus resultados que existia uma associação significativa quanto
110
ao uso da Internet e a área de atuação (p<0,001), onde a área de Humanas
apresentou uma porcentagem de 8,1% de não usuários.
Tabela 17 – A área de atuação dos pesquisadores versus o uso da Internet
como um dos percursos preferidos na busca da informação.
Ciências Exatas e da
Terra
Ciências Humanas e
Sociais
Ciências da
Vida
Freq. % Freq % Freq %
1ª opção 74 52,9 23 23,0 43 51,2
2ª opção 35 25,0 39 39,0 26 31,0
3ª opção 21 15,0 20 20,0 07 8,3
Ncitada/(-)
importância
10 7,1 18 18,0 8 9,5
Total 140 100 100 100 84 100
(χ
2
=0,327, p=0,057 )
5.4.2 Barreiras no uso da Internet e área de atuação
Embora, não tenham sido identificadas associações estatisticamente
significativas entre o uso da Internet como percurso preferido pelos pesquisadores e
as variáveis (faixa-etária, regime de trabalho e área de atuação dos pesquisadores),
quando da realização do teste de χ
2
entre as barreiras do uso da Internet e variável
área de atuação, utilizando-se o teste χ
2,
percebeu-se que ocorreram algumas
associações estatisticamente significativas (p<0,05) Tabela 18.
111
Tabela 18 – As barreiras de uso da Internet versus a área de atuação dos
pesquisadores
Ciências Exatas e da
Terra
(n=140)
Ciências Humanas
e Sociais
(n=100)
Ciências da
Vida
(n=84)
χ
2 p
Problemas
Freq. % Freq. % Freq. %
FALTA DE EQUIPAMENTO
1ª opção 11 7,8 15 15,0 12 14,3 0,001
2ª opção 07 5.0 14 14,0 08 9,5 p=0,000
3ª opção 04 2,8 11 11,0 10 11,9
N/citada(-) importância 118 84,2 60 60,0 54 64,2
AUSÊNCIA SUPORTE TÉCNICO
1ª opção 23 16,4 27 27,0 19 22,6 0,011
2ª opção 20 14,3 26 26,0 19 22,6 p=0,006
3ª opção 07 5,0 08 8,0 07 8,4
N/citada(-) importância 90 64,3 39 39,0 39 46,4
As porcentagens estão em relação ao (n) de cada área.
Ao analisar tais resultados, percebe-se que embora a freqüência de uso da
rede seja representativa, existem algumas barreiras que podem influenciar a eficácia
de seu uso. Os resultados demonstraram que os pesquisadores das áreas de
Ciências Humanas e Sociais têm enfrentado problemas relativos ao uso da Internet
quanto à infra-estrutura.
O teste de associação demonstrou haver associações estatisticamente
significativas entre as barreiras (falta de equipamento χ
2=0,001; p=0,000) e
(ausência de suporte técnico χ2=0,011; p=0,006). Os comentários, a seguir, de
alguns pesquisadores desta área confirmam também estes resultados aqui
apresentados:
“no meu Centro, os computadores em sua maioria estão ultrapassados, são
usados por mais de um professor, que dividem a mesma sala, recebem
vírus, etc”.
“devido ao problema que tenho de compartilhar computador na minha sala
na UFSC, prefiro usar a Internet de banda larga na minha casa”.
“em casa a Internet não funciona, e na UFSC divido a minha sala com mais
dois colegas, fora bolsistas e orientandos fica difícil trabalhar com calma.
Em meu caso o pior ainda é o espaço físico. Em meu Departamento há
suporte, mas os bolsistas não estão presentes todos os dias”.
112
Com relação a estes resultados, muitas vezes o nível de acesso à tecnologia
pode ser determinado por questões de financiamento para a provisão de
equipamentos entre outros, bem como de assistência técnica. As áreas de
Humanidades, apesar de todos os avanços, ainda permanecem em desvantagem
em relação às outras áreas científicas (MEADOWS, 1999).
5.4.3 Recursos eletrônicos da Internet e área de atuação
Nas associações realizadas utilizando-se o teste do Qui-quadrado (χ
2
) entre a
utilização dos recursos eletrônicos da Internet (grupos de discussão, e-mail, revistas
eletrônicas, bases de dados com texto completo) e áreas de atuação, não foram
observadas associações estatisticamente significativas.
Apenas foram encontradas associações estatisticamente significativas, entre
o uso dos recursos eletrônicos, bases de dados referenciais e a área de atuação
(χ
2
=10,81; p=0,001), havendo uma porcentagem de 64,3% dos pesquisadores da
área de Ciências da Vida que utilizam o recurso de base de dados referenciais,
considerando-se a soma das três opções para este recurso (Tabela 19).
113
Tabela 19 – O uso dos recursos eletrônicos da Internet versus área de atuação
dos pesquisadores.
Exatas e da Terra Humanas e Sociais Ciências da Vida
χ
2 p
Variável
Freq. % Freq. % Freq. %
GRUPOS DISCUSSÃO
1ª opção 01 0,7 01 1,2 4,67
2ª opção 12 8,6 05 5,0 02 2,4 p=0,31
3ª opção 07 5,0 06 6,0 01 1,2
Ñcitada/(-) importância 120 85,7 89 89.0 80 95,2
E-MAIL
1ª opção 102 72,9 84 84,0 54 64,3 1,54
2ª opção 09 6,4 01 1,0 08 9,5 p=0,215
3ª opção 04 2,9 05 5,0 06 7,1
N/citada/(-) importância 25 17,8 10 10,0 16 19,1
REV. ELETRÔNICAS
1ª opção 16 11,4 04 4,0 13 15,5 1,37
2ª opção 54 38,6 36 36,0 25 29,8 p=0,242
3ª opção 31 22,1 18 18,0 18 21,4
Ñ/citada/-) importância 39 27,9 42 42,0 28 33,3
BD REFERENCIAIS
1ª opção 09 6,4 04 4,0 03 3,6 10,81
2ª opção 19 13,6 25 25,0 28 33,3 p=0,001
3ª opção 28 20,0 18 18,0 23 27,4
Ñcitada/(-) importância 84 60,0 53 53,0 30 35,7
BD TEXTO COMPLETO
1ª opção 10 7,1 05 5,0 13 15,5 0,76
2ª opção 37 26,5 19 19,0 16 19,0 p=0,382
3ª opção 38 27,1 26 26,0 21 25,0
Ñcitada/(-) importância 55 39,3 50 50,0 34 40,5
Estes resultados confirmam que a área de Ciências da Vida tem tradição
quanto ao uso de bases de dados.
5.4.4 Recursos informacionais on-line do Sistema BU/UFSC e área de atuação
Quanto ao uso dos recursos informacionais on-line do Sistema BU/UFSC, não
foram observadas associações estatisticamente significativas entre o uso dos
114
recursos informacionais on-line, disponibilizados pelo Sistema de Bibliotecas da
BU/UFSC (Catálogo on-line–Pergamum, Portal CAPES, Portal da Pesquisa–DotLib,
reserva de livros, renovação de empréstimo, lista de periódicos on-line, e as áreas
de atuação). Apenas foi observada diferença estatisticamente significativa entre o
uso de bases de dados referenciais e a área de atuação, (χ2= 7,53; p=0,006)
(Tabela 20). A área de Ciências da Vida tem utilizado mais este recurso do Sistema
BU/UFSC, com 42,9% dos 84 pesquisadores desta área utilizando este recurso
dentre as três opções de uso.
115
Tabela 20 – O uso dos recursos informacionais on-line do Sistema BU/UFSC
versus área de atuação dos pesquisadores.
Exatas e da
Terra
Humanas e
Sociais
Ciências da
Vida
χ
2 p
Variável
Freq. % Freq. % Freq. %
CATÁLOGO/PERGAMUM
1ª opção 08 5,7 43 43,0 06 7,1 0,74
2ª opção 33 23,6 16 16,0 11 13,1 p=0,785
3ª opção 12 8,6 07 7,0 13 15,5
Ñcitada/(-) importância 87 62,1 34 34,0 54 64,3
PORTAL CAPES
1ª opção 108 77,1 31 31,0 61 72,6 0,62
2ª opção 07 5,0 16 16,0 07 8,3 p=0,433
3ª opção 02 1,4 09 9,0 03 3,6
Ñcitada/(-) importância 23 16,4 44 44,0 13 15,5
PORTAL DE PESQUISA (DotLib)
1ª opção 01 0,7 01 1,0 0,24
2ª opção 03 2,1 01 1,0 02 2,4 p=0,627
3ª opção 04 2,9 02 2,4
Ñcitada/ (-) importância 132 94,3 98 98,0 80 95,2
RESERVA/LIVROS
1ª opção 03 3,0 0,94
2ª opção 06 4,3 05 5,0 01 1,2 p=0,332
3ª opção 06 4,3 06 6,0 02 2,4
Ñcitada/(-) importância 128 91,4 86 86,0 81 96,4
RENOVAÇÃO/EMPRÉSTIMOS
1ª opção 04 2,9 01 1,0 01 1,2 2,85
2ª opção 07 5,0 07 7,0 p=0,91
3ª opção 06 4,3 08 8,0 01 1,2
Ñcitada/(-) importância 123 87,8 84 84,0 82 97,6
LISTA PERIÓDICOS
ON-LINE
/BU
1ª opção 02 1,4 04 4,0 03 3,6 0,15
2ª opção 20 14,3 17 17,0 18 21,4 p=0,694
3ª opção 15 10,7 09 9,0 06 7,1
Ñcitada/(-) importância 103 73,6 70 70,0 57 67,9
BD REFERENCIAIS
1ª opção 06 4,3 07 7,0 08 9,5 7,53
2ª opção 16 11,4 10 10,0 20 23,9 p=0,006
3ª opção 09 6,4 11 11,0 08 9,5
Ñcitada/(-) importância 109 77,9 72 72,0 48 57,1
Resultados semelhantes foram apresentados por Stumpf (1997), em estudo
realizado junto aos pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
116
(UFRGS), quando constatou que com relação ao acesso à bases de dados
bibliográficas, todos os pesquisadores da área Biomédica, acessavam o Medline via
rede.
A Base de dados Medline cobre as áreas de Ciências da Saúde e Ciências
Biológicas com mais de 14 milhões de documentos. Indexa mais de 4.800 periódicos
de 70 países nas áreas de Medicina, Enfermagem, Odontologia, Ciências da Saúde
e Medicina Veterinária. O período disponível online é de 1953 até o presente. Esta
Base está disponível no Portal CAPES com três opções de acesso, pela National
Library of Medicine, pelo OVID e, no Brasil, pela Bireme.
5.5 A ocorrência da desintermediação no processo de busca da informação
entre as áreas de atuação dos pesquisadores
A desintermediação da informação é considerada como um fenômeno
provocado pelo uso das TICs, que implica a inexistência de um intermediário entre o
provedor da informação e seus usuários.
Neste item serão demonstradas as análises das comparações entre as áreas
de atuação dos pesquisadores dos Programas de Pós-Graduação, que permitiram
verificar a ocorrência da desintermediação da informação no processo de busca da
informação entre as áreas de atuação dos pesquisadores.
Quanto percurso preferido na busca da informação, o teste de Kruskal-Wallis
não detectou diferenças significativas entre as áreas de atuação (Ciências Exatas e
da Terra, Ciências Humanas e Sociais e Ciências da Vida) e a utilização do percurso
com maior freqüência de uso, Internet (p=0,14), biblioteca central (p=0,78), biblioteca
117
particular (p=0,38). Entretanto, detectou diferenças estatisticamente significativas
(p=0,004) entre as áreas e o uso de bibliotecas setoriais. A área Ciências Exatas e
da Terra apresentou diferenças significativas em relação à área Ciências Humanas e
Sociais pelo teste de Mann-Whitney.. Verifica-se um uso mais freqüente da
biblioteca setorial entre os pesquisadores da área de Exatas e da Terra.
Com relação a estes resultados, pode-se perceber que de acordo com os
resultados apresentados na Tabela 21, as bibliotecas setoriais têm sido usadas em
maior proporção pelos pesquisadores da área de Ciências Exatas. Este resultado
poderá estar associado a alguns fatores já mencionados nesta pesquisa, como a
proximidade física, ou ao conteúdo do seu acervo estar mais voltado à área de
atuação destes pesquisadores. Também se deve levar em consideração que a
biblioteca setorial para o usuário pode não significar especificamente a biblioteca do
Sistema BU/UFSC e, sim as chamadas “bibliotecas não oficiais”, que independente
desta denominação, cumprem o seu papel de disseminadoras da informação junto a
este grupo. Atualmente, estas bibliotecas estão tornando as informações do seu
acervo acessíveis no Sistema Pergamum da BU/UFSC.
Tabela 21 – Resultados do teste de Kruskal-Wallis, da comparação entre as
áreas e os percursos mais utilizados na busca da informação pelos
pesquisadores.
Áreas Exatas e da Terra Humanas e Sociais Da vida
χ2
p
n=140 n=100 n=84
Variáveis
Ranque Médio Ranque Médio Ranque Médio
Biblioteca Particular 155,06 165,91 170,83 1,93 0,381
Internet 159,31 176,36 151,43 3,95 0,139
Biblioteca Central 164,67 163,90 157,21 0,50 0,779
Biblioteca Setorial 178,06a 144,60b 157,87 11,07 0,004
Ranque Médio com letras diferentes indica onde ocorreram diferenças estatisticamente significativas,
através do teste de MANN-WHITNEY, p<·0,05.
Com relação à freqüência de uso do Sistema BU/UFSC, não foram
observadas diferenças significativas entre as áreas de atuação (Ciências Exatas e
118
da Terra, Ciências Humanas e Sociais e Ciências da Vida) e a freqüência de uso do
Sistema BU/UFSC (p=0,16).
Embora, os pesquisadores não tenham apontado a biblioteca como um
percurso mais utilizado na busca da informação, sua freqüência pode ser
considerada expressiva, considerando-se os resultados apresentados na análise da
freqüência de uso do Sistema BU (p. 85). Um outro ponto positivo que permite se
considerar a biblioteca um percurso importante para estes pesquisadores, diz
respeito à escolha dos recursos informacionais indispensáveis para suas atividades,
quando apontaram as bases de dados referencias e textuais com um alto índice de
indicações (p. 95). Segundo, Vicente, Crawford, Clink (2004) em seu estudo
realizado na Glasgow Caledonian University, para detectar a percepção de uso dos
serviços de informação eletrônica pelos acadêmicos e staff dessa universidade,
constataram que embora os respondentes tenham citado o uso das ferramentas de
busca, e páginas de bibliotecas e outros recursos eletrônicos, a biblioteca foi
considerada pelos autores como um bom serviço, uma vez que todos estes recursos
indicados eram freqüentemente serviços oferecidos por ela.
Tabela 22 – Resultados do teste de Kruskal-Wallis, da comparação entre as
áreas e a freqüência de uso do Sistema BU/UFSC pelos
pesquisadores.
Áreas Exatas e da Humanas e Da Vida
χ
2
p
Variável
N=140 n=100 n=84
Ranque Médio Ranque Médio
Ranque
Freqüência de uso do sistema
BU/UFSC
157,25 155,74 179,29 4,32 0,116
Quanto ao uso dos recursos informacionais do Sistema BU/UFSC, o teste de
Kruskal-Wallis não detectou diferenças significativas entre as áreas de atuação
(Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas e Sociais e Ciências da Vida) e a
utilização dos recursos da BU/UFSC, livros (p=0,34), periódicos (p=0,15), bases de
119
dados (p=0,52), Comutação (p=0,45), normas técnicas (p=0,29). Entretanto,
detectou diferenças estatisticamente significativas (p=0,007) entre as áreas e o uso
de dicionários do Sistema BU/UFSC. A área Ciências Humanas apresentou
diferenças significativas em relação à área Ciências Exatas e da Terra e a área de
Ciências da Vida pelo teste de Mann-Whitney. Observando-se a Tabela 23, verifica-
se um uso mais freqüente deste recurso entre os pesquisadores da área de Ciências
Humanas e Sociais.
Embora o Sistema de Bibliotecas da UFSC não tenha sido considerado como
primeira opção de percurso na busca da informação pelos pesquisadores, os
resultados aqui apresentados demonstraram que o uso dos recursos informacionais
disponibilizados pelo Sistema BU/UFSC, é bastante significativo e proporcional entre
os pesquisadores das três áreas, com exceção do acervo de dicionários, que é bem
mais procurado por pesquisadores da área de Ciências Humanas e Sociais.
Um outro dado importante que poderá confirmar o uso destes recursos, pode
ser verificado junto aos relatórios de empréstimos efetuados por esta categoria de
usuários (professores) pelo Sistema Pergamum. De acordo com estatística de
circulação de materiais (livros e dissertações/teses), no período de 2004 ocorreram
18.057 (dezoito mil e cinqüenta e sete) empréstimos para esta categoria de usuários.
Em 2005, no período entre 01/01/2005 e 20/04/2005, foram realizados 4.297(quatro
mil duzentos e noventa e sete) empréstimos (UNIVERSIDADE FEDERAL DE
SANTA CATARINA. Sistema de Bibliotecas da BU/UFSC, 2005).
Estes resultados corroboram com o que alerta Meadows (1999) quando
afirmou que as comunidades científicas estão passando por um período de transição
quanto aos meios e recursos de informação oscilando entre o uso do meio impresso
e o uso do meio eletrônico. O volume de informações retrospectivas no caso dos
120
periódicos ainda é bastante grande e necessitará de pelos menos 20 a 30 anos para
que elas estejam totalmente disponíveis para os pesquisadores, ou seja, as editoras
terão que fazer uma enorme conversão retrospectiva, a fim de que os pesquisadores
não tenham que ir até as bibliotecas para obter as versões no formato impresso.
No que diz respeito ao uso de livros, este fato é mais evidente, pois a
disponibilização de livros on-line ainda é bastante incipiente. Além do que, o livro
eletrônico ainda não é tido como um bom formato para leitura.
O que se pode observar, de acordo com os resultados aqui apresentados, é
que o acesso eletrônico não está substituindo totalmente o acesso impresso, eles
ainda se complementam. Sendo assim, cabe às bibliotecas o papel de atender às
demandas tanto de um formato quanto de outro.
A despeito disto, Cunha (2000), ao discutir sobre o acervo informacional das
bibliotecas do futuro, constata que as bibliotecas universitárias deverão continuar a
incorporar em seu acervo materiais de todas as formas, mas alerta que se as
bibliotecas falharem em incorporar materiais armazenados em outros lugares, elas
estarão fadadas a serem substituídas por outros intermediários.
Para Meadows (1999) a hipótese de que todos os pesquisadores desejarão
utilizar somente recursos informacionais em formato eletrônico é discutível. Muitos
estudos ainda vêem um futuro em que se utilizarão fontes impressas e eletrônicas.
Sendo assim, esperam que as bibliotecas funcionem atendendo a essas duas
demandas.
Portanto, o conceito de biblioteca híbrida é ainda neste período de transição o
mais adequado para satisfazer as necessidades informacionais atuais (GARCEZ,
2000).
121
De acordo com Gomes (2004), bibliotecas híbridas são espaços físicos
(bibliotecas, centros de documentação) que organizam, armazenam, disseminam a
informação, em qualquer formato. Portanto, podem ser consideradas
simultaneamente físicas e virtuais, integrando acervos tradicionais impressos,
digitais ou até mesmo virtuais.
Tabela 23 – Resultados do teste de Kruskal-Wallis, da comparação entre as
áreas e o uso dos recursos do Sistema BU/UFSC pelos
pesquisadores.
Áreas Exatas e da Terra Humanas e Sociais Da vida
χ2
p
n=140 n=100 n=84
Variáveis
Ranque Médio Ranque Médio Ranque Médio
Livros 169,74 161,33 151,82 2,12 0,347
Periódicos 151,77 168,40 173,36 3,76 0,153
Bases de dados 156,41 166,05 168,43 1,33 0,515
Comutação 164,62 155,28 167,57 1,62 0,446
Dicionários 160,48a 169,95b 157,00ba 10,0 0,007
Normas técnicas 165,13 157,39 164,20 2,50 0,286
Ranque Médio com letras diferentes indica onde ocorreram diferenças estatisticamente significativas,
através do teste de MANN-WHITNEY, p<·0,05.
Quanto aos recursos informacionais on-line do Sistema BU/UFSC, o teste de
Kruskal-Wallis não detectou diferenças significativas entre as áreas de atuação
(Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas e Sociais e Ciências da Vida) e a
utilização dos recursos on-line da BU/UFSC, Portal CAPES (p=0,124), Portal da
Pesquisa DotLib (p=0,355), reserva de livros (p=0,53), lista de periódicos on-line
(p=0,812). Entretanto, detectou diferenças estatisticamente significativas (p=0,030)
entre as áreas e o uso do Catálogo on-line Pergamum (p=0,030), entre o uso do
Serviço de renovação de empréstimo (p=0,009), e entre o uso de bases de dados
referenciais (p=0,008). A área Ciências Humanas e Sociais apresentou diferenças
significativas em relação à área Ciências Exatas e da Terra e à área de Ciências da
Vida pelo teste de Mann-Whitney, quanto ao uso do Catálogo Pergamum. A área de
Ciências Humanas tem usado bem mais este recurso do Sistema BU/UFSC,
conforme pode ser observado na Tabela 24.
122
Todos os pesquisadores de certo modo têm usado em proporções
semelhante a maioria dos recursos on-line disponibilizados pelo Sistema BU/UFSC,
com exceção do Catálogo Pergamum, renovação de empréstimo e bases de dados
referenciais.
Quanto ao uso do Pergamum, a área de Ciências Humanas tem usado bem
mais este recurso em relação às outras áreas. Quanto ao uso do Serviço de
renovação de empréstimo, oferecida por meio do Sistema Pergamum, a área de
Ciências da Vida é a que menos tem se utilizado. Contudo, em relação ao uso de
bases de dados referenciais, a área de Ciências da vida se destaca na utilização
deste recurso, conforme já detectado em outras análises desta pesquisa.
Já o alto índice no uso do Portal CAPES, demonstrou a importância deste
recurso para os pesquisadores de todas as áreas. De acordo com Meadows (1999),
o conceito de “biblioteca virtual” é muito vantajoso para as comunidades científicas
de países em desenvolvimento, como é o nosso caso. O atendimento eletrônico
pode superar deficiências e limitações das coleções das bibliotecas, quanto à
literatura impressa e a demora nas aquisições, colocando assim em condições de
igualdade os pesquisadores de todos os países.
Neste sentido as bibliotecas universitárias brasileiras têm investido bastante
para atender às necessidades informacionais de sua comunidade de usuários,
buscando melhorias, seja em seus serviços on-line, bem como disponibilizando
recursos eletrônicos, por meio de parcerias/consórcios. Segundo Cavalcante (2005,
p. 7) o crescimento informacional e a escassez de recursos financeiros, exigem que
as bibliotecas universitárias busquem por meios de alianças entre universidades,
empresas e governos, apoio para garantir o desempenho de seu papel junto de sua
comunidade. “Assim, o apoio informacional dado representará um importante
123
mecanismo à realização da pesquisa, tornando-se um veículo estratégico de
informação competitivo para o sucesso das alianças”.
Tabela 24 – Resultados do teste de Kruskal-Wallis, da comparação entre as
áreas e o uso dos recursos informacionais on-line do Sistema
BU/UFSC pelos pesquisadores.
Áreas Exatas e da Terra Humanas e Sociais Da vida
χ2
p
n=140 n=100 n=84
Variáveis
Ranque Médio Ranque Médio Ranque Médio
Catálogo Pergamum 154,66a 181,24b 153,26a 6,99 0,030
Portal CAPES 165,21 149,63 173,31 4,17 0,124
Portal DotLib 164,79 158,66 163,26 2,07 0,355
Reserva de livros 161,97 170,46 153,90 5,86 0,053
Renovação empréstimos 164,46a 171,26a 148,80b 9,42 0,009
Lista/periódicos on-line 159,64 163,49 166,09 0,42 0,812
Bases dados referenciais 151,04a 161,10 183,26b 9,71 0,008
Ranque Médio com letras diferentes indica onde ocorreram diferenças estatisticamente significativas,
através do teste de MANN-WHITNEY, p<·0,05.
Quanto a quem recorrer na busca da Informação, não foram observadas
diferenças significativas entre as áreas de atuação (Ciências Exatas e da Terra,
Ciências Humanas e Sociais e Ciências da Vida) e os mediadores da informação,
colegas pares/grupo pesquisa (p=0,843), colegas universidades brasileiras
(p=0,431). Apenas, detectou diferenças estatisticamente significativas (p=0,024)
entre as áreas e o auxílio de colegas de universidades estrangeiras e entre o auxílio
de profissionais bibliotecários (p=0,046). A área Ciências Humanas apresentou
diferenças significativas em relação à área Ciências Exatas e da Terra e à área de
Ciências da Vida pelo teste de Mann-Whitney, quanto à busca de auxílio dos
profissionais bibliotecários. A área de Ciências Humanas tem buscado mais a ajuda
deste profissional no processo de busca da informação, conforme poderá ser
observado na Tabela 25.
124
Tabela 25 – Resultados do teste de Kruskal-Wallis, da comparação entre as
áreas e o auxílio na busca da informação pelos pesquisadores.
Áreas Exatas e da Terra Humanas e Sociais Da vida
χ2
p
n=140 n=100 n=84
Variáveis
Ranque Médio Ranque Médio Ranque Médio
Colegas pares/grupo pesq. 160,92 166,13 160,80 0,34 0,843
Colegas Univ. Brasileiras 167,16 153,23 165,77 1,69 0,431
Colegas Univ. Estrangeiras 175,84a 146,40b 159,43 7,46 0,024
Bibliotecários 155,55a 178,31b 155,26a 6,15 0,046
Ranque Médio com letras diferentes indica onde ocorreram diferenças estatisticamente significativas,
através do teste de MANN-WHITNEY, p<·0,05.
Os resultados desta análise evidenciaram que os bibliotecários não são os
mediadores mais importantes no processo de busca da informação. Apenas a área
de Ciências Humanas tem visto neste profissional, um intermediário importante em
relação às demais áreas, apesar de também não o considerarem como primeira
opção de auxílio.
Estes resultados parecem confirmar o que Meadows (1999) constatou quando
afirmou que os cientistas ao reconhecerem a existência de uma lacuna de
informação, executam quatro etapas no processo de busca: formulação da
necessidade de informação, identificação das fontes, extração da informação e por
último, depois de avaliada, e se for útil, incorporação à pesquisa. Segundo o autor,
grande parte dos cientistas acadêmicos realiza as quatro etapas sozinhos, ou seja,
sem a ajuda de intermediários (bibliotecários), ou com ajuda de colegas e alunos.
Para Adams e Blandford (2005) os usuários de informação têm, e sempre
terão, intermediários apoiando na busca da informação. Porém, estes papéis são
assumidos freqüentemente por colegas, superiores, pares e impressos (manuais,
por exemplo). Os autores alertam ainda que, embora os colegas sejam considerados
como primeiro recurso, e mesmo sendo recursos importantes, eles não são os
intermediários especializados em busca de informação.
125
Os resultados apresentados levam a repensar as exigências para um novo
perfil dos mediadores da informação representado pelos bibliotecários. Segundo
Quadros (2001), o novo ambiente proporcionado por um excesso de informações e
de demandas informacionais em função das TICs, exige deste profissional,
capacidade de perceber e se adaptar às novas formas e meios de mediação da
informação.
Neste sentido, Fourie (2001), alerta que a desintermediação proporcionada
pelas TICs é uma realidade que não poderá ser ignorada. Diante deste fato é
necessária uma reflexão crítica dos profissionais bibliotecários, pensando-se no
refinamento de habilidades existentes e na expansão de outras habilidades
necessárias. De acordo com Fourie, o uso da informação pelo próprio usuário e suas
necessidades tem levado os mediadores a oferecer serviços de informação de
qualidade para garantir aos usuários acesso a informações de forma mais efetiva,
mantendo assim usuários bem informados, e conseqüentemente garantir a
continuidade destes profissionais como importantes mediadores.
126
6 CONCLUSÃO
De modo geral, com base nos resultados deste estudo, pode-se concluir:
a) Quanto à caracterização dos pesquisadores:
Observou-se que (66,7%) dos pesquisadores eram do sexo masculino e que,
aproximadamente, um em cada dois pesquisadores tinha entre 40 e 49 anos.
Quanto ao regime de trabalho 89,5% atuavam em regime de tempo integral, com
dedicação exclusiva à UFSC. Com relação à formação acadêmica, todos eram
doutores, com predominância no período de capacitação entre os anos de 1990-
1999.
b) Quanto ao percurso utilizado pelos pesquisadores para obtenção da
informação:
A biblioteca particular foi apontada pelos pesquisadores como primeira opção
no percurso escolhido para o processo de busca da informação. No entanto, quando
considerada a soma das três primeiras opções, a Internet aparece como o percurso
que obteve o maior índice de escolha, seguido da biblioteca particular e das
bibliotecas centrais e setoriais.
A acessibilidades (proximidade física e disponibilidade de equipamentos) para
o desempenho de tarefas ou atividades desenvolvidas pelos pesquisadores, foi
considerada como um dos fatores associados ao uso destes dois percursos (Internet
e biblioteca particular), enquanto que o baixo índice de uso do Sistema BU/UFSC
pode ser atribuído aos parcos investimentos do governo federal destinados à
127
melhoria das coleções locais das bibliotecas universitárias brasileiras, a problemas
relacionados ao atendimento pessoal e qualidade e atualidade do acervo.
c) Quanto à freqüência de uso do Sistema BU/UFSC:
Detectou-se que embora existisse uma freqüência de uso diário muito baixa,
do Sistema BU/UFSC, ao analisar-se o uso diário, semanal e mensal, ocorreu uma
modificação expressiva nesse resultado, pois 77,8% dos pesquisadores indicaram
uma freqüência considerada representativa, em relação aos pesquisadores que
indicaram o uso esporádico do Sistema BU/UFSC, que somam 22,2% do total.
Considerou-se que, embora a BU/UFSC não tenha sido escolhido como a
primeira opção adotada no percurso de busca da informação pelos pesquisadores, o
mesmo apresentou um índice de freqüência bastante relevante. Sendo assim, este
resultado pode ter sido influenciado pelo fator utilidade, uma vez que dependendo da
atividade em que o pesquisador estiver desenvolvendo (pesquisa, ensino ou
administrativa) ele poderá de alguma forma vir a adotar esse percurso e fazer uso de
seus recursos informacionais disponíveis, e considerá-los importante para suas
necessidades naquele momento.
d) Quanto à biblioteca e seus recursos mais utilizados:
Os periódicos foram os recursos mais utilizados, seguidos de livros e das
bases de dados.
Neste sentido, considera-se que embora, os recursos informacionais em
formato eletrônico já estejam fazendo parte das atividades de busca de informações
destes pesquisadores, ainda assim eles utilizam os recursos informacionais
tradicionais disponibilizados pelo Sistema BU/UFSC.
128
e) Quanto ao formato preferido dos recursos informacionais:
Dos 324 pesquisadores, 51,5% preferiam utilizar recursos informacionais no
formato eletrônico, enquanto que 44,1% tinham preferência pelo formato impresso e
4,4% optaram por ambos.
Percebeu-se que embora existisse preferência pelo formato eletrônico,
mesmo assim o formato impresso obteve um índice significativo. Sendo assim, pode-
se considerar que a comunicação formal ainda está passando por um período de
transição do formato impresso para o totalmente eletrônico, e isto implica que os
usuários ainda conviverão por algum tempo com estas duas opções.
f) Quanto aos motivos da preferência do formato:
A acessibilidade, contabilizando 46,9% das incidências nas indicações dos
pesquisadores foi o principal motivo para a escolha do formato preferido dos
recursos informacionais, seguido da praticidade e da agilidade.
Neste sentido considera-se que os fatores de ordem pessoal sejam os
principais responsáveis pela escolha de um ou de outro formato.
g) Quanto ao processo de busca da informação: mediadores preferenciais:
Os seus próprios colegas foram indicados como primeira opção, seguidos por
colegas e universidades brasileiras e estrangeiras. Os bibliotecários obtiveram um
índice inexpressivo de indicações, o que demonstrou que estes não foram
considerados por esta comunidade como mediadores preferenciais no processo de
busca da informação.
Estes resultados levam a contatar que as unidades de informação têm
proporcionado, por meio da disponibilização de recursos informacionais em formato
129
eletrônico, serviços on-line e treinamentos virtuais ou presenciais, uma certa
autonomia para seus usuários no processo de busca da informação. Isto leva a
acreditar, que os bibliotecários, profissionais atuantes nestas unidades de
informação, não sejam considerados por esta comunidade como mediadores,
quando se pensa em mediação face-a-face. Entretanto estes profissionais, estão
possibilitando novas formas inovadoras de mediação, no momento que passaram a
atuar na orientação do uso das TICs, na seleção de conteúdos de informação, no
desenvolvimento de sistemas especialistas para atender as questões de referência,
na capacitação de seus usuários e tantas outras tarefas, em função da introdução
das TICs nas unidades de informação e na vida dos pesquisadores.
h) Quanto aos recursos informacionais indispensáveis:
Observou-se que os recursos mais indicados foram as bases de dados
referenciais/texto completo, seguidas dos portais de pesquisa.
Aqui mais uma vez a importância do acesso à informação on-line, destaca-se
na preferência desta comunidade. Sem dúvidas a recuperação eletrônica permitiu
aos pesquisadores maior qualidade nas suas pesquisas, e a Internet veio a facilitar
ainda mais o processo de busca da informação.
i) Quanto aos recursos da Internet:
O e-mail foi o recurso mais utilizado dentre os demais recursos da Internet,
seguido de consulta a revistas eletrônicas e base de dados. Grupos de discussão, e
outros recursos da rede obtiveram um índice relativamente baixo. Estes resultados
demonstraram que os principais motivos da utilização da rede são a comunicação
130
interpessoal, e a obtenção da informação por meio eletrônico. Os demais recursos
são pouco utilizados ou desconhecidos por esta comunidade.
Neste sentido, estes resultados demonstram a necessidade de uma maior
divulgação e incentivo, no uso destes recursos pouco utilizados por esta
comunidade cientifica.
j) Quanto à finalidade de uso da Internet:
Dos 324 pesquisadores, 65,4% confirmaram que usam a rede para fins de
comunicação. Em seguida, o levantamento bibliográfico foi indicado por 22,2% dos
pesquisadores. A circulação de trabalhos antes da publicação e a submissão de
artigos a periódicos e eventos, obtiveram índices inexpressivos.
O uso da Internet no processo de comunicação científica ainda é muito
vinculado à comunicação informal, a qual vem possibilitando maior agilidade ao
processo de comunicação entre os pares oferecendo maiores oportunidades para a
formação de colégios invisíveis.
k) Quanto à freqüência de uso da Internet:
De modo geral a Internet tem sido usada por quase a totalidade dos
respondentes. O uso diário foi apontado por 81,8% dos pesquisadores. Quando
analisadas conjuntamente as freqüências (diária, semanal e mensal) este resultado
sobe para 99,1%. Nesta pesquisa, detectou-se que apenas 0,9% dos pesquisadores
não utilizam a Internet.
131
l) Quanto ao uso dos serviços on-line do Sistema BU/UFSC:
Dentre os serviços on-line oferecidos pelo Sistema BU/UFSC, o Portal CAPES
foi o recurso mais utilizado pelos pesquisadores, seguido do Sistema de consulta
Pergamum. Cabe ressaltar que alguns serviços obtiveram índices relativamente
baixos, como é o caso do Portal de Pesquisa (DotLib), indicado por 0,6% dos
pesquisadores. Este fato poderá estar associado ao desconhecimento dos
pesquisadores de alguns serviços disponibilizados pelo Sistema BU/UFSC.
m) Quanto ao uso das Bases de dados do Portal CAPES:
Observou-se uma predominância no uso das Bases de dados Web of Science
do ISI (Institute for Scientific Information), com 49 indicações. Outras Bases de
dados, como Elsevier/Science Direct, Medline e Scielo, também, obtiveram
indicações expressivas.
n) Quanto às barreiras de uso da Internet:
A maior dificuldade encontrada para o uso da Internet na UFSC está
relacionada à infra-estrutura. Dos 324 respondentes, 33,3% indicaram problemas de
conexão, seguidos de falta de suporte técnico com 21,3%. De maneira geral estes
resultados podem ser considerados comuns aos ambientes de rede, tanto nacionais
quanto internacionais. Fatores relacionados a questões pessoais, tais como
habilidade no uso de tecnologias e lingüística, foram praticamente desconsiderados
por esta comunidade.
132
o) Quanto às associações entre o perfil dos pesquisadores e uso de recursos
eletrônicos:
Não foram observadas associações estatisticamente significativas entre a
utilização da Internet como percurso de informação preferido e a faixa etária dos
pesquisadores, regime de trabalho e área de atuação.
No entanto, quando da realização do teste de χ
2
entre a barreiras do uso da
Internet e a variável área de atuação, percebeu-se que ocorreram algumas
associações estatisticamente significativas.
Ao analisar estes resultados, percebe-se que embora a freqüência de uso da
rede seja representativa, existem algumas barreiras que podem influenciar a eficácia
de seu uso. Os resultados demonstraram que os pesquisadores da área de Ciências
Humanas e Sociais têm enfrentado problemas relativos ao uso da Internet e esses
são relacionados com problemas de infra-estrutura (falta de equipamento e ausência
de suporte técnico).
Nas associações entre a utilização dos recursos eletrônicos da Internet
(grupos de discussão, e-mail, revistas eletrônicas, bases de dados com texto
completo) e áreas de atuação, não foram observadas associações estatisticamente
significativas. Entretanto, foram encontradas associações estatisticamente
significativas entre o uso de recurso eletrônico relacionado às bases de dados
referenciais e a área de atuação. Na área de Ciências da Vida ocorreu uma
incidência de (64,3%) dos pesquisadores que utilizam o recurso de base de dados
referenciais, considerando-se a soma das três opções na indicação de uso para este
recurso.
Não foram observadas associações estatisticamente significativas entre o uso
dos recursos informacionais on-line, disponibilizados pelo Sistema de Bibliotecas da
133
UFSC (Catálogo on-line – Pergamum, Portal CAPES, Portal da Pesquisa - DotLib,
reserva de livros, renovação de empréstimo, lista periódicos on-line) e as áreas de
atuação. Apenas como já foi observado anteriormente o uso de bases de dados
referenciais foi mais incidente na área de Ciências da Vida.
p) Quanto à ocorrência da desintermediação da informação no processo de
busca da informação entre as áreas de atuação dos pesquisadores:
Quanto o percurso preferido no processo de busca da informação: O
teste de Kruskal-Wallis não detectou diferenças significativas entre as áreas de
atuação (Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas e Sociais e Ciências da
Vida) e a utilização dos percursos no processo de busca da informação com maior
freqüência de uso, (Internet, biblioteca central e biblioteca particular). No entanto,
detectou diferenças estatisticamente significativas entre as áreas e o uso de
bibliotecas setoriais. Verificou-se um uso mais freqüente da biblioteca setorial entre
os pesquisadores da área de Exatas e da Terra.
Quanto à freqüência de uso do Sistema BU/UFSC: Não foram observadas
diferenças significativas entre as áreas de atuação (Ciências Exatas e da Terra,
Ciências Humanas e Sociais e Ciências da Vida) e a freqüência de uso do Sistema
BU/UFSC. Todas as áreas têm utilizado o Sistema de BU/UFSC, na mesma
proporção.
Quanto ao uso dos recursos informacionais do Sistema BU/UFSC: O
teste de Kruskal-Wallis não detectou diferenças significativas entre as áreas de
atuação (Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas e Sociais e Ciências da
Vida) e a utilização dos recursos informacionais disponibilizados pelo Sistema
BU/UFSC, (livros, periódicos, bases de dados, Comutação, normas técnicas)
Entretanto, detectou diferenças estatisticamente significativas, entre as áreas e o
134
uso de dicionários do Sistema BU/UFSC. Verificou-se um uso mais freqüente deste
recurso entre os pesquisadores da área de Ciências Humanas e Sociais.
Quanto aos recursos informacionais on-line do Sistema BU/UFSC: O
teste de Kruskal-Wallis não detectou diferenças significativas entre as áreas de
atuação (Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas e Sociais e Ciências da
Vida) e a utilização dos recursos informacionais on-line disponibilizados pelo
Sistema BU/UFSC, (Portal CAPES, Portal da Pesquisa (DotLib), reserva de livros,
lista de periódicos on-line). Entretanto, detectou diferenças estatisticamente
significativas entre as áreas e o uso do Catálogo on-line Pergamum, serviço de
renovação de empréstimo e bases de dados referenciais. Quanto ao uso do
Catálogo Pergamum, verificou-se maior incidência de uso dos pesquisadores da
área de Ciências Humanas e Sociais.
Quanto a quem recorrer na busca da informação: Não foram observadas
diferenças significativas entre as áreas de atuação (Ciências Exatas e da Terra,
Ciências Humanas e Sociais e Ciências da Vida) e a quem recorrer na busca da
informação, (colegas pares/grupo pesquisa, colegas universidades brasileiras).
Contudo, detectaram-se diferenças estatisticamente significativas entre as áreas e o
auxílio de colegas de universidades estrangeiras e de profissionais bibliotecários.
Quanto à busca de auxílio dos profissionais bibliotecários, os pesquisadores da área
de Ciências Humanas e Sociais indicaram que solicitavam mais a ajuda deste
profissional no processo de busca da informação.
Finalmente os resultados desta pesquisa sobre o uso da Internet no processo
de busca da informação dos pesquisadores da UFSC, mostraram que a Internet tem
afetado significativamente o processo de comunicação científica, sob dois aspectos:
a comunicação informal e o acesso à informação. A comunicação informal mediada
135
por computador já é uma realidade nas comunidades científicas em todo o mundo. O
processo de busca da informação de forma on-line garante a rapidez na obtenção de
informações, eliminou barreiras de espaço e tempo, diminuiu a dependência dos
intermediários, sejam eles instituições ou pessoas.
Quanto ao fenômeno de desintermediação da informação, conclui-se que está
ocorrendo um aumento deste fenômeno em todas as áreas, uma vez que os
pesquisadores estão utilizando significativamente os recursos informacionais em
formato eletrônico no processo de busca da informação. Contudo, tendo em vista o
uso expressivo do acervo tradicional, bem como dos serviços on-line
disponibilizados pelo Sistema BU/UFSC, pelos pesquisadores desta pesquisa,
considera-se que ainda existe dependência no processo de busca da informação
relacionada à instituição biblioteca (Unidade de Informação), como principal
provedora de recursos de informação, tanto eletrônicos quanto tradicionais.
Quanto aos profissionais bibliotecários, os resultados permitiram concluir que
estes não são os mediadores da informação preferidos por esta comunidade
científica.
Assim, considerando-se que esses profissionais têm trabalhado no sentido de
aumentar os recursos on-line para pesquisa disponibilizados nas universidades,
como também têm investido esforços no treinamento para tornar os usuários mais
autônomos, o que se pode inferir é que provavelmente a desintermediação tenha
ocorrido como conseqüência natural dessas ações. Na verdade, considerou-se que
a forma de mediação desses profissionais tenha mudado de foco como sinal da
evolução ou da crise dos sistemas de informação que na atualidade dependem
muito mais de serviços de organização e acesso à informação e de interfaces
136
amigáveis que facilitem a busca, a localização e a recuperação das mesmas do que
dos próprios recursos humanos e físicos existentes nas unidades de informação.
Ao finalizar esta pesquisa, baseadas em seus resultados, pode-se apresentar
algumas reflexões.
Considerando-se que o uso das TICs já é uma realidade nas comunidades
científicas e especificamente nesta comunidade, cabe às bibliotecas e seus
profissionais sair da defensiva e inovar seus rituais tradicionais de disseminação da
informação, tendo em vista à atender às novas exigências e expectativas dos
usuários de redes tecnológicas.
Posto isto, cada vez mais programas de divulgação e treinamentos serão
fundamentais para otimizar o uso das TICs, não só no acesso ao manancial de
informações disponibilizadas pela Internet, mas, sobretudo para tornar os indivíduos
competentes em informação. Embora a intermediação nos modelos tradicionais já
não seja mais necessária, uma vez que os usuários já se tornaram autônomos na
condução de suas buscas, todavia o ambiente tecnológico que se afigura nesta nova
Sociedade do Conhecimento exige usuários que tenha além das habilidades no uso
das tecnologias, uma formação que os capacite a se tornarem indivíduos críticos. A
alfabetização em informação nas unidades de informação além de simplesmente
orientar no uso dos seus serviços ou de seus recursos informacionais, sobretudo cria
aprendizes ao longo da vida, indivíduos capazes de encontrar, avaliar e usar a
informação para o desenvolvimento de novos conhecimentos. Portanto cabe à
biblioteca, juntamente com seus profissionais, criar novas formas de mediação, no
sentido de orientar e estimular as competências dos usuários, na identificação de
seus problemas/necessidades de informação, no acesso, na avaliação e no uso das
informações disponíveis na Internet. Neste sentido, acredita-se que a mediação
137
humana ainda é insubstituível, pois a mediação puramente eletrônica proporcionada
pelas ferramentas de busca de informação, apesar de seus avanços, não consegue
substituir totalmente a competência do profissional de informação. Na realidade os
profissionais deverão utilizar-se das vantagens oferecidas pelas TICs em beneficio
próprio, criando assim novas formas de mediação. Um exemplo disto é a criação de
ferramentas de interface mais amigáveis para que possam atender às diferentes
necessidades dos usuários, com diferentes níveis de experiência e competência na
utilização de recursos informacionais eletrônicos e técnicas de pesquisa.
As bibliotecas deverão atuar como catalisadoras dos recursos informacionais
dispersos pela rede, realizando suas tarefas já tradicionalmente conhecidas que são
a de selecionar, organizar e disseminar os recursos relevantes disponibilizados
também pela rede.
Para Fourie (2001) o processo de desintermediação poderá ser considerado
como oportunidade para os profissionais da informação, uma vez que estando os
usuários finais aptos para assumirem as suas próprias buscas de informação, a
atenção desses profissionais e das instituições poderá estar voltada para outras
questões também importantes, e isto poderá desencadear uma reflexão crítica, um
refinamento das habilidades existentes e a expansão continuada de outras.
Ao que se refere ao processo de busca da informação nesta pesquisa foi
detectado o quanto ainda são importantes os recursos informacionais impressos
para os pesquisadores. Sem deixarmos de considerar, que as TICs, tenham trazido
avanços fundamentais, tanto aos usuários, bem como para as próprias unidades de
informação, ainda assim a mídia impressa tem seu espaço garantido, pois ainda
representa uma forma expressiva e respeitável de disseminação de informações.
Por isso, acredita-se que ainda coexistirão por muito tempo os meios impressos e
138
eletrônicos, e que nem todos os usuários desejarão e poderão usar os recursos
eletrônicos. Neste sentido, é fundamental que as bibliotecas flexibilizem seus
acervos e serviços, para poder atender às diferentes necessidades de informação.
Assim, o conceito de biblioteca híbrida parece ser bem indicado para atender
às necessidades informacionais atuais neste momento de transição pelo qual as
bibliotecas convencionais estão passando. Isto é, para atender de forma efetiva seus
usuários, as bibliotecas não poderão ter completamente coleções impressas nem
completamente digitais (GARCEZ, 2000).
Então, a busca de parcerias e consórcios num país como o Brasil, onde a
carência de investimentos neste setor faz parte da realidade, será fundamental neste
momento de transição. Por outro lado, caberá à biblioteca um desafio muito grande
em prover o acesso à informação impressa ainda necessária para as comunidades
científica tanto quanto o acesso à informação eletrônica, já que grande parte das
informações de pesquisa de ponta só está disponível neste formato.
Um outro aspecto que também não deverá ser deixado de lado, está
relacionado à infra-estrutura para acesso à informação através da rede existente nas
universidades. Para que as bibliotecas possam disponibilizar cada vez mais recursos
informacionais eletrônicos, é imprescindível que se façam investimentos em infra-
estrutura de rede, provendo maior velocidade de tráfego nas redes de comunicação,
aprimorando as arquiteturas, topologias e protocolos de rede para otimizar o tráfego
em ambientes distribuídos, entre outros, que são condições fundamentais e
necessárias para implantação de bibliotecas virtuais e/ou digitais.
139
7 RECOMENDAÇÕES
Apesar desta dissertação ter exigido esforços na leitura e compilação da
literatura, acredita-se que ainda é o começo de um longo trabalho para o
entendimento da dinâmica do uso da Internet no processo de busca em
comunidades científicas e a sua contribuição para o fenômeno da desintermediação.
Em função da rapidez na evolução das TICs, e das constantes mudanças no
perfil e nas necessidades e expectativas dos usuários de informação, fazem-se
necessários outros estudos sistemáticos.
Sugere-se que sejam realizados estudos:
focados em áreas específicas do conhecimento para que se possa
aprofundar o conhecimento de nichos de usuários;
mais aprofundados, com abordagem qualitativa usando de técnicas de
grupo focal, entrevistas em profundidade e observações, por exemplo;
com outros grupos do meio acadêmico, tais como alunos de graduação
e pós-graduação para ampliar o entendimento desta questão.
A partir do momento que mais estudos desta natureza forem realizados e
seus resultados puderem ser comparados, haverá possibilidade de se estabelecer
generalizações que permitam chegar a conclusões mais confiáveis e, com isso,
permitir as unidades de informação o desenvolvimento de políticas mais adequadas
na formação e no desenvolvimento de suas coleções e serviços apropriados para
atender as necessidades de pesquisadores, professores, alunos de graduação ou
pós-graduação.
140
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146
APÊNDICE
A
QUADRO DEMONSTRATIVO DA AMOSTRA
147
ÁREA 1 EXATAS E DA TERRA
Nome/Programa Nota CAPES Nº/Professores*
Eng. Produção 3 24
Ciência Eng. Materiais 4 27
Eng. Ambiental 5 17
Química 7 44
Total/Amostra 112
ÁREA 2 CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
Nome/Programa Nota CAPES Nº/Professores*
Administração 3 16
Serviço Social 3 06
Ciências Contábeis 3 09
Letras Ingl. Lit. Corresp. 5 25
Educação 5 43
História 4 19
Direito 6 18
Total.Amostra 136
ÁREA 3 CIÊNCIAS DA VIDA
Nome/Programa Nota CAPES Nº/Professores*
Nutrição Metabol. Diet. 3 10
Farmácia 3 23
Saúde Pública 3 10
Educação Física 4 13
Ciências Alimentos 4 15
Recursos Genéticos Vegetais 4 16
Farmacologia (01) 6 13
Total/Amostra 100
Quadro 1 - Demonstrativo de seleção da amostra
* Número de professores obtidos nas Websites dos Programas de Pós-Graduação e/ou nas
coordenadorias.
148
APÊNDICE
B
QUADRO DEMONSTRATIVO 2ª SELEÇÃO DA AMOSTRA
149
ÁREA 1 EXATAS E DA TERRA
Nome/Programa Nota CAPES Nº/Professores*
Ciências da Computação 3 37
Arquitetura e Urbanismo 3 11
Matemática e Comp. Cient. 4 16
Física 4 32
Engenharia Química 4 15
Engenharia Civil 5 37
Engenharia Mecânica 6 55
Engenharia Elétrica 7 10
Total/Amostra 213
ÁREA 2 CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
Nome/Programa Nota CAPES Nº/Professores*
Interdisciplinar em Ciências
Humanas
3 13
Economia 4 19
Filosofia 4 18
Psicologia 4 21
Sociologia Política 4 21
Literatura 5 30
Antropologia Social 5 15
Total/Amostra 137
ÁREA 3 CIÊNCIAS DA VIDA
Nome/Programa Nota CAPES Nº/Professores*
Neurociências 3 16
Biotecnologia 3 24
Agroecossistemas 3 28
Enfermagem 4 16
Biologia Vegetal 4 21
Aqüicultura 3 14
Total/Amostra 119
Quadro 2 - Demonstrativo 2ª seleção da amostra
* Número de professores obtido nas Websites dos Programas de Pós-Graduação e/ou
coordenadorias.
150
APÊNDICE
C
INSTRUMENTO DE PESQUISA - QUESTIONÁRIO
151
BUSCA DA INFORMAÇÃO PELOS PROFESSORES - PESQUISADORES DA UFSC:
caracterização dos pesquisadores e recursos usados
1
C
1.1
Sexo:
( ) masculino ( ) feminino
1.2
Faixa etária:
( ) menos de 30 anos ( ) de 30 a 39 anos
( ) de 40 a 49 anos ( ) de 50 a 59 anos
( ) de 60 anos ou mais
1.3
Regime de trabalho:
( ) Dedicação exclusiva ( ) 40 horas
( ) 20 horas ( ) Professor voluntário (aposentado)
1.4
Formação Acadêmica:
Doutorado em: ____________________________________área/linha)
Ano: _______
Pós-doutorado em: ___________________________________________
Ano: _______
1.5
Programa de Pós-Graduação que atua (maior dedicação): _____________
__________________________________________________________
1.6
Grupos de Pesquisa ou Laboratórios de Pesquisa_______________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2 USO DE RECURSOS INFORMACIONAIS
2.1
Quando você busca recursos informacionais (artigos, livros, dissertações, etc.) para o
desenvolvimento de suas atividades na UFSC, qual o caminho mais freqüentemente
adotado para utilizar os recursos disponibilizados.
Indique a seqüência do caminho percorrido, onde 1 indicará o primeiro local percorrido.
( ) Biblioteca Central
( ) Biblioteca Setorial
( ) Biblioteca Particular (acervo pessoal)
( ) Internet
( ) Biblioteca do Laboratório ou Grupo de Pesquisa
( ) Outros. Indique_________________________________________________________
____________________________________________________________________
ARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES
152
2.2
Com que freqüência você usa as bibliotecas pertencentes ao Sistema de Bibliotecas da
UFSC?
( ) diariamente ( ) semanalmente ( ) mensalmente ( ) não usa
2.3
Indique o formato que você prefere encontrar os recursos informacionais necessários
para suas atividades na UFSC:
( ) material impresso em papel
( ) material em formato digital
2.4
Com relação ao formato de busca preferida, indique os motivos que justificam a sua
preferência.
Se houver mais de 1 motivo numere por ordem de importância onde 1 indicará o motivo
mais importante.
( ) maior acessibilidade ( ) maior praticidade
( ) maior agilidade ( ) dificuldade de manejo do computador
Outros. Indique ( )________________________________________________________
( )_____________________________________________________________________
2.5
Com relação aos recursos informacionais disponíveis no Sistema de Bibliotecas da
UFSC, quais são os recursos que você mais utiliza?
Indique por ordem de freqüência de uso, onde 1 indicará o recurso mais usado.
( ) Livros ( ) Periódicos (revistas)
( ) Bases de dados ( ) Comutação (Comut)
( ) Dicionários gerais e técnicos ( ) Normas Técnicas
( ) Outros. Indique ( )_____________________________________________________
( )_____________________________________________________________________
2.6
Com que freqüência você usa os recursos da Internet para realização de tarefas
profissionais na UFSC:
( ) diariamente ( ) semanalmente ( ) mensalmente ( ) não usa
2.7
Quais são os principais problemas que tem afetado o uso da Internet na UFSC?
Numere por ordem de importância, sendo 1 o fator mais importante.
( ) Falta de equipamento
( ) Conexão lenta
( ) Ausência de suporte técnico
( ) Não familiaridade com o meio
( ) Barreiras lingüísticas
( ) Falta de treinamento
( ) Outros. Indique ( )____________________________________________________
( ) _____________________________________________________________________
153
2.8 Quais recursos existentes na Internet você mais utiliza?
Indique por ordem de freqüência de uso, onde 1 indicará o recurso mais usado.
( ) Grupos de discussão
( ) E-mail
( ) Revistas eletrônicas com texto integral
( ) Bases de dados referenciais
( ) Bases de dados com textos completos
( ) Outros. Indique ( )____________________________________________________
( ) _____________________________________________________________________
2.9
Com que finalidade você usa a Internet?
Indique por ordem de uso, onde 1 indicará a finalidade mais freqüente.
( ) Comunicação entre pares
( ) Comunicação com pesquisadores de outras áreas
( ) Comunicação para fins didáticos
( ) Circulação de trabalhos antes da publicação
( ) Submissão de artigos a periódico
( ) Submissão de trabalhos a congressos
( ) Levantamentos bibliográficos
( ) Outras. Indique________________________________________________________
_________________________________________________________________________
2.10
Quais são os serviços on-line, disponibilizados no Sistema de Bibliotecas da UFSC, que
você mais utiliza?
Indique por ordem de freqüência de uso, onde 1 indicará o recurso mais usado.
( ) Catálogo on-line do próprio acervo da BU/UFSC (Pergamum)
( ) Portal da CAPES
( ) Portal da Pesquisa – DotLib
( ) Reserva de livros
( ) Renovação de empréstimo
( ) Lista de periódicos on-line do site da BU-UFSC
( ) Bases de dados referenciais
( ) Outros. Indique ( )____________________________________________________
( ) _______________________________________________________________________
2.11
Indique os recursos informacionais indispensáveis para o desenvolvimento de
pesquisas na sua área de interesse. Tais como: (Bases de dados referenciais ou com
textos completo, Paginas Web Institucionais e ou Pessoais, Portais de Pesquisa, Sites
de revistas, Bibliotecas Virtuais, Chats, Listas de Discussão, Catálogos de bibliotecas,
Livros, Normas técnicas...) (no máximo 5 recursos)
1ª opção__________________________________________________________
2ª opção__________________________________________________________
3ª opção__________________________________________________________
4ª opção__________________________________________________________
5ª opção__________________________________________________________
154
2.12
Indique as revistas do Portal da CAPES indispensáveis para o desenvolvimento de
pesquisas em sua área de interesse. (no máximo 5)
1ª opção________________________________________________________________
2ª opção________________________________________________________________
3ª opção________________________________________________________________
4ª opção________________________________________________________________
5ª opção________________________________________________________________
2.13
Indique as bases de dados do Portal da CAPES indispensáveis para o desenvolvimento
de pesquisas em sua área de interesse. (no máximo 5)
1ª opção__________________________________________________________
2ª opção__________________________________________________________
3ª opção__________________________________________________________
4ª opção__________________________________________________________
5ª opção__________________________________________________________
2.14
Quando enfrenta dificuldades para buscar as informações necessárias, quem você
normalmente procura?
Numere por ordem de prioridade onde 1 seria a primeira escolha.
( ) Colegas (pares) de seu grupo de pesquisa
( ) Colegas de universidades brasileiras
( ) Colegas de universidades estrangeiras
( ) Bibliotecários
( ) Outros. Indique_______________________________________________________
( )____________________________________________________________________
155
APÊNDICE
D
CARTA DE APRESENTAÇÃO
156
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Centro de Ciências da Educação
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
Florianópolis, outubro de 2004.
Prezado(a) Pesquisador(a),
Estamos realizando um estudo sobre a interferência da Internet no comportamento de busca da
informação nas comunidades científicas. Para tanto, solicitamos a sua colaboração no sentido de
responder as perguntas do questionário anexo. Os dados do referido questionário serão utilizados
como subsídio à dissertação de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ciência
da Informação da UFSC.
Sua colaboração é muito valiosa uma vez que os resultados obtidos por meio deste estudo,
proporcionarão o entendimento deste fenômeno e possibilitarão atingir níveis satisfatórios de
explicação nos processos dos fluxos de informação, gerando, assim, subsídios importantes para a
transformação dos serviços mantidos pelas unidades de informação desta Universidade.
Sendo assim, ao responder o presente questionário, você estará concordando com sua participação
nesta pesquisa. Contudo, vale salientar que os questionários serão tratados de forma confidencial
uma vez que os respondentes não serão identificados e por ser de interesse da pesquisa somente os
resultados do processamento global.
A devolução deste questionário, poderá ser por e-mail ([email protected]
) ou caso prefira imprimir e
deixar na Secretaria do seu Programa de Pós-Graduação, em nome de Marili Isensee Lopes.
Na certeza do seu apoio e compreensão, agradecemos desde já pela atenção e colocamo-nos a
disposição para demais esclarecimentos,
Atenciosamente
Marili Isensee Lopes
Bibliotecária BU/UFSC CRB 361
Mestranda do PGCIN/UFSC
Fone: 234-0178
157
APÊNDICE
E
TERMO DE ACEITE
158
Termo de Aceite
DECLARAÇÃO (Coordenador do Programa de Pós-graduação)
Declaro para os devidos fins e efeitos legais que, como representante legal deste Programa de
Pós-graduação: _________________________________________________________
tomei conhecimento do projeto de pesquisa : O uso da internet e a busca da informação na
comunidade científica da UFSC, e cumprirei os termos da Resolução CNS 196/96 e suas
complementares, e como este Programa de Pós-graduação tem condições para o
desenvolvimento deste projeto, autorizo a sua execução nos termos propostos.
Data: ___/___/2004.
_________________________
ASSINATURA
CARIMBO DO RESPONSÁVEL
159
APÊNDICE
F
LISTA DE COMENTÁRIOS
160
COMENTÁRIOS CLASSIFICADOS POR QUESTÕES DO INSTRUMENTO DE
PESQUISA
1) Quanto ao canal preferido na obtenção da informação:
- “a biblioteca de minha universidade, de todas que eu utilizei em minha vida, teve
para comigo um atendimento sem qualquer respeito, e eu evito utilizar qualquer
coisa que venha dela, quando preciso peço para um aluno bolsista”.
- “não uso bibliotecas de universidades, em minha área infelizmente, elas são
sofríveis. Alias, uso no momento raramente as bibliotecas do sistema”.
- “eu uso todos, dependendo do que estou precisando, por exemplo, se preciso fazer
um programa para uma disciplina da graduação, procuro a BU, se estou escrevendo
um artigo, procuro na minha biblioteca particular, etc”.
- “inexistência ou desatualização dos periódicos/livros na biblioteca da UFSC” (optou
por Internet como 1ª opção).
- “praticamente não uso a Biblioteca da UFSC. Prefiro bibliotecas estrageiras, como
a Gallica da França”.
2) Quanto aos motivos da escolha do formato:
- “para levar à sala de aula é melhor o livro, que os alunos podem folhear, pois não
dispomos de computador na sala de aula, se tivéssemos, o meio digital seria o
preferido, por ser de manuseio mais leve”.
- “não gosto de leituras longas na tela do computador”.
- “gosto de fazer marcas no texto e trocar de posição durante a leitura, não acho
confortável ler no computador”.
- “boa parte da bibliografia só pode ser encontrada na rede”.
- “possibilidade de consulta em qualquer local, como filas de banco, espera em
repartições públicas, etc”.
- “trabalho no Curso de Letras, o princípio de meu curso é o livro e a sua
especificidade, a sua eternidade no papel”.
- “textos altamente especializados difíceis de encontrar em bibliotecas/demora do
processo de compra e disponibilização ao público” (escolheu formato digital).
161
- “facilidade de socialização para o grupo de pesquisa e discussão” (escolheu
formato digital).
- “facilidade de copiar, colar, imprimir, pesquisar palavras-chave”.
- “formato pdf comporta impressão”
- “mais fácil de manusear” (escolheu papel).
- “meio eletrônico é mais fácil de arquivar do que papel (impresso)”.
- “é palpável, dá para fazer anotações em cima, não cansa os olhos (portanto motivo
também de saúde) e, sobretudo porque não dá pane”.
- “de acordo com o material é melhor obtê-lo em formato digital, como manuais
técnicos ou artigos, outros, é melhor material impresso, como é o caso de livros e
teses”. (escolheu ambos).
- “têm coisas que é necessário ir ao livro, não tem como fugir. Ainda sou da opinião
que um bom professor tem que ter um bom acervo em termos de biblioteca”.
- “a leitura em papel é menos cansativa”.
- “vejo melhor no papel (sou míope e a tela me cansa) e o recurso de internet nem
sempre se revela o mais profundo em termos de abrangência de temas”.
- “o gosto prazeroso de manusear um livro ou outra publicação” (escolheu papel).
- “preferência é por material impresso, mas a obtida através da Internet apresenta
mais acessibilidade, agilidade e praticidade”.
- “na verdade prefiro ler o material impresso, mas uso a rede por ser mais prático”.
(escolheu ambos)
- “custo de impressão é alto, há carência de tinta para impressora na UFSC, textos
‘xerocados’ permitem rabiscar”.
- “mais seguro, mais fácil de manipular”. (escolheu papel).
- “prefiro o formato digital para localizar, copiar, repassar aos alunos, mas prefiro
estudar, analisar, ler textos impressos” (escolheu digital).
- “no papel é mais fácil compartilhar com pessoas”.
- “impossibilidade de conseguir todas as revistas na biblioteca da UFSC”. (escolheu
digital).
- “acho fundamental existir o material impresso para estudo e pesquisa de alunos de
graduação[...]”. (escolheu digital).
162
- “ainda tenho mais facilidade de compreensão quando o material é impresso”.
- “a questão da praticidade, inclui a facilidade de arquivamento do material, é bem
mais fácil arquivar artigos de periódicos em arquivo pdf no meu computador, do que
tê-los em papel, ocupando lugar na minha casa ou na minha sala”.
-“possibilidade de reprodução e envio para os demais membros do grupo de
pesquisa”. (escolheu digital).
3) Quanto às barreiras para o uso da Internet na UFSC:
- “a maioria das informações são superficiais, e existe dificuldade em encontrar
rapidamente a informação desejada na miríade das informações disponibilizadas”.
- “uso e-mail sem problemas, a consulta faço de casa com provedor próprio”.
- “não tenho problemas, dificuldades, apenas precisamos de tempo”.
- “no meu Centro, os computadores em sua maioria estão ultrapassados, são usados
por mais de um professor, que dividem a mesma sala, recebem vírus, etc”. (área de
Humanas)
- “outrora saturação do sistema por excesso de uso recreativo de muitos
beneficiários (agora tanta gente migrou para serviços privados que o problema é
menos freqüente”).
- “muitas pesquisas e poucos equipamentos”.
- “manutenção quando necessária, demorada, funcionários atendem mal, de má
vontade, sem interesse em ajudar e pouco preparados para atender. Não há
funcionários para auxílios informacionais propriamente ditos, com o consulta a bases
de dados e outras necessidades”.
- “não tenho tido problemas em acessar a Internet, o problema neste caso é separar
o joio do trigo, ou seja, tem muita coisa boa, porém mais coisa ruim”.
- “não uso a Internet da UFSC”.
- “em casa a Internet não funciona, e na UFSC divido a minha sala com mais dois
colegas, fora bolsistas e orientandos fica difícil trabalhar com calma. Em meu caso o
pior ainda é o espaço físico. Em meu Departamento há suporte, mas os bolsistas
não estão presentes todos os dias” (área de Humanas)
- “ainda não estou muito acostumada com todos os recursos das novas tecnologias
de informação e comunicação. Estou aprendendo”.
- “não tenho tido problemas de acesso na UFSC, no geral acho o serviço muito bom
é confiável”.
163
- “na UFSC não tenho sossego para trabalhar sozinho no computador, então acabo
fazendo em casa”. (área de Humanas).
- “nem sempre a informação requerida encontra-se disponível na Internet”.
- “tenho me deparado com poucos problemas para utilização da Internet na UFSC,
os quais acontecem quando a rede não está em funcionamento’”.
- “o serviço de suporte da UFSC é precário, ineficiente na maioria das instâncias
considerando a natureza de situações e agilidade , se fosse pontuar com
quantitativo, a preocupação das administrações (Central e Setoriais) somadas aos
investimentos na área daria um total de 1,0 (hum)”.
- “não encontro dificuldade a não ser na minha própria falta de tempo”.
- “devido ao problema que tenho de compartilhar computador na minha sala na
UFSC, prefiro usar a Internet de banda larga na minha casa” (área de Humanas).
- “as informações encontradas nem sempre são estáveis, isto é em pouco tempo
mudam de endereço e não são mais encontradas. Além disso não são confiáveis”.
4) Quanto ao uso das Bases de Dados e Revistas do Portal CAPES:
- “não utilizo Portal CAPES, devido à distância”. (Portal CAPES é restrito ao
IP/UFSC).
- “o uso destes meios é feito pelos alunos de mestrado e de IC, não tenho uma
informação mais precisa”. (não usa Portal CAPES e não listou bases e revistas).
- “nenhum, não sabia nem que existiam, nem como acessá-los”.
- “não uso diretamente o sistema, normalmente encarrego meus alunos de fazer a
pesquisa no Portal”.
- “na verdade tanto CAPES como CNPq, têm se revelado instituições autoritárias e
não cumpriram o que prometeram, sem confiança, não se trabalha”.
- “é bastante complicado para fazer uma lista. De fato existem muitos periódicos que
me são importantes, inclusive ainda não disponíveis no Portal CAPES. Não posso
nomear periódicos que supostamente seriam mais importantes”.
- “uso eventualmente, não me recordo”.
- “não dá para listar todas, todas oferecidas pelo Portal CAPES na área de Ciências
da Vida e Saúde são importantes para nós. Nossa área publica de forma muito
pulverizada”.
- “normalmente eu consulto diretamente o nome da revista que já conheço, nem sei
bem quais são as bases de dados”.
164
- “nenhum, uso diretamente as bases de dados, etc, diretamente com os
Laboratórios de Los Alamos e SLAC nos Estados Unidos”.
5) Quanto aos mediadores no processo de busca da Informação
- “não procuro, pois dou um jeito”.
- “não tenho buscado auxílio de ninguém, tento solucionar sozinho os problemas”.
- “em geral não procuro ajuda, resolvo sozinho, mas algumas vezes aprendo com
meus pares locais, ou de universidades brasileiras”.
- “não consigo utilizar muitos recursos existentes por falta de informação”.
- “onde encontrar bibliotecários”.
- “me viro, trabalho e aprendo por ensaio e erro”.
6) Quanto ao uso de recursos da Internet:
- “gosto de ler jornais na Internet, especificamente suplementos culturais e sites da
minha área. Uso bastante Portais de Pesquisa”.
165
APÊNDICE
G
LISTA OUTRAS OPÇÕES CITADAS
166
Questão 2.1 – Canais Preferidos
OPÇÕES Nº CITAÇÕES
Sistema Comut 08
Livrarias/Sebos 09
Acervos de colegas 10
Colegas 12
Outras Bibliotecas 15
Eventos 01
Outras Instituições pesquisa 02
Publicações 05
Arquivos Pós-Grad. 01
Autores 01
Questão 2.4 - Motivos da preferência do formato
Volume de informação
disponível (digital)
03
Mais barato (digital) 01
Maior atualização (digital) 01
Maior disponibilidades de
títulos atualizados (papel)
01
Melhor visualização (digital) 01
Qualidade (digital) 01
Questão 2.5 – Recursos do Sistema BU/UFSC
Dissertações e Teses 06
Anais de Congressos 01
Espaço físico 01
Vídeos 01
Questão 2.7 – Barreiras no uso da Internet na UFSC
Spam 03
Pirataria (falta de softwares). 02
Equipamentos desatualizados 01
Vírus 12
Instabilidades no Sistema 07
Falta de recursos para aquisição
de periódicos eletrônicos na
UFSC
01
Falta de Bases de dados texto
completo na UFSC
02
Mais pontos de acesso 01
Falta de tempo 01
Ausência de bibliografias em
português na Internet
01
Questão 2.8 – Recursos da Internet
Sites Institucionais 03
Ferramentas de busca 05
Sites de Universidades e grupos
de Pesquisa
03
Editores de texto e imagem 01
167
Laboratórios de empresas 01
Questão 2.9 – Finalidade de uso da Internet
Ler jornais 02
Bancos 01
Compras 02
Pesquisas em ferramentas de
busca
01
Acessar sites institucionais 02
Comunicações administrativas 02
Identificação de grupos de
pesquisa
01
Busca de artigos 01
Editoração de revistas 01
Preenchimento de Bancos de
dados
01
Consultas a Projetos 01
Questão 2.10 – Uso de Serviços on-line do Sistema BU/UFSC
Reserva de espaço físico (salas
p/ projeções)
01
Comut 04
Questão 2.14 – A quem recorrer no processo de busca – mediadores
Ex-alunos 01
Alunos de Graduação e Pós-
Graduação
02
Amigos 01
Serviço de Comutação 02
A própria Internet 06
Bibliófílos 01
Pesquisadore de outras áreas 01
Livrarias 01
O próprio autor do trabalho 05
Bolsistas/estagiários 01
Familiares 03
Funcionários de outras
instituições
01
Catálogos 01
Referências Bibliográficas 01
Grupos de Pesquisa 01
168
APENDICE
H
LISTA DOS RECURSOS INFORMACIONAIS INDISPENSÁVEIS
169
RECURSOS INFORMACIONAIS INDISPENSÁVEIS PARA OS
PESQUISADORES
01 Livros
02 Websites institucionais ou pessoais
03 Bd referenciais ou com texto completo
04 Catálogos de bibliotecas
05 Websites de Revistas
06 Bibliotecas virtuais
07 Catálogos de Empresas
08 Portais de pesquisa
09 Normas técnicas
10 Listas de discussão
11 E-mail
12 Periódicos impressos
13 Bibliotecas
14 Catálogos de Livros
15 Websites Livros Texto completo
16 Ferramentas de busca
17 Chats
18 Bibliotecas de Softwares
19 Bases de Pré-Prints (Los Alamos)
20 Bancos de Dados estatísticos
21 Softwares estatísticos
22 Websites de Livrarias
170
APÊNDICE
I
LISTA DE BASES DE DADOS DO PORTAL CAPES
171
BASES DE DADOS PORTAL CAPES
1 Web of Science
2 Elsevier/Science Direct
3 Sage
4 Oxford
5 Emerald
6 Scielo
7 Medline
8 Business Full Text
9 Banco de Teses
10 Humanites Abstracts Full Text
11 Lilacs
12 Springer
13 IEEE
14 ACM
15 Ovid
16 Cambridge
17 Pub Med
18 Proquest
19 INSPEC
20 Kluwer
21 Blackwell
22 Handbook of Latin American Studies
23 UNESCO
24 CEPAL
25 Banco Mundial
26 ILO (OIT)
27 Civil Eng. Abstracts
28 Composites Industry Abstracts
29 Ceramics Abstracts – Word Ceramica Abstract
30 Nature Reviews
31 ABI
32 Econlit
33 IPEA
34 Biological Abstracts
35 Cab Abstracts
36 Compendex
37 USPTO
38 ESP@CENET
39 INPI
40 ACS
41 Psycinfo
42 Infotrac
43 General Science Abstracts Full Text
44 Prossiga
45 Gabriel
46 Free Books Doctors
172
47 Agricola
48 Micromedex
49 Library of Congress
50 MLA Literature Bibliography
51SportDiscus
52 MathSCI
53 CSA Sociological Abstracts
54 Social Sciences Full Text
55 Philosopher”s index
56 Arts Full Text
173
APÊNDICE
J
PERIÓDICOS DO PORTAL CAPES
174
PERIÓDICOS DO PORTAL CAPES INDICADAS
1 Journal of Phonetics
2 Journal of the Acoustical Society of America
3 Mana
4 Revista de Antropologia
5 Série Antropológica (UNB Departamento Antropológico)
6 Annual Review of Anthropology
7 Current Anthropology
8 Research in Engineering Design
9 Computers Aided Design
10 Design Studies
11 Journal of Engineering and Technology Management
12 Rapid Prototyping Journal
13 Materials and Design
14 Journal of Materials Processing Technology
15 Nutrition
16 British Journal Nutrition
17 European Journal of Nutrition
18 Revista Brasileira de Nutrição Clínica
19 Revista de Nutrição
20 Administration and Society
21 American Business Review
22 Chemical Engineering Science
23 Aiche Journal
24 Brazilian Journal of Chemical Engineering
25 Water Research
26 Athmosphere Environment
27 Journal of Antimicrobial Chemotherapy
28 Atherosclerosis
29 Infection
30 Journal of Controlled Release
31 Psychopharmacology
32 Nature Neuroscience
33 Behavioural Brain Research
34 Pharmacology Biochemistry Behavior
35 Neuron
36 Journal of Multivariate Analysis
37 Biometrics
38 Computational Statistics and Data Analysis
39 Psicologia Reflexão e Crítica
40 Psychologie Française
41 Journal Experimental Social Psychology
42 Group Processes and Intergroup Relations
43 Communication Theory
44 International Journal of Heat and Mass Transfer
45 International Journal of Refrigeration
46 International Journal of Fluid Mechanics
47 International Journal of Multiphase Flow
175
48 Experimental Thermal of Fluid Science
49 Brain Research
50 Brazilian Journal of Medical and Biological Research
51 Neurotoxicology
52 Estudos de Psicologia
53 Canadian Journal of Experimental Psychology
54 British Journal of Learning Disabilities
55 British Journal of Special Education
56 Communication, IEEE Transactions on
57 Signals Processing, IEEE Transactions on
58 Neuroscience
59 Psychology of Sport and Exercise
60 Medicine and Science in Sports and Exercise
61 American Journal of Public Health
62 Cadernos de Saúde Pública
63 American Journal of Clinical Nutrition
64 Biomechanics
65 Human Factors
66 Applied Acoustics
67 Building and Environment
68 Sociologia Ruralis
69 Jourmal of Consumer Culture
70 Theory and Society
71 Social Studies Science
72 Educação e Sociedade
73 Revista Brasileira de Educação
74 Energy and Buildings
75 Toxicon
76 Toxicology
77 Toxicology and Applied Pharmacology
78 Archives of Toxicology
79 Academy of Management Review
80 Psychology Today
81 California Management Review
82 Sloan Management Review
83 Quality Progress
84 Gestão e Produção
85 Produção online
86 Product Engineering and Production
87 Journal of Linguistics
88 Psicologia: Ciência e Profissão
89 Psicologia & Sociedade
90 Interações – Estudos e Pesquisa em Psicologia
91 Journal Coastal Research
92 Marine Chemistry
93 Science
94 Nuclear Physics A
95 Nuclear Physics C
96 Physics Letters
97 Reviews of Modern Physics
176
98 Journal of Mathematical Physics
99 Food Control
100 European Food Research and Technology
101 Discourse & Society
102 Discourse Studies
103 Journal of Pragmatics
104 Tesol Quarterly
105 Journal of Applied Physics
106 Applied Physics Letters
107 Langmuir
108 Nature
109 Nutrition Research
110 Colloids and Surfaces A
111 Organic Geochemistry
112 The Science of the Total Environment
113 Analytical Chemistry
114 Journal of Chromatography (A e B)
115 Journal of the Brazilian Chemical Society
116 Biomaterials
117 Journal of Electroanalytical Chemistry
118 Electrochimica Acta
119 Polymer
120 Polymer Degradation and Stability
121 Macromolecules
122 Thermochimica Acta
123 Journal of Accounting and Economics
124 Accounting Organization and Society
125 Accounting Review
126 Contemporary Accounting Research
127 Accounting Horizonts
128 Estudos Avançados – USP
129 Journal of Latin American Studies
130 Journal of Social History
131 Journal of African History
132 Journal of Urban History
133 Revista Brasileira de História
134 Journal of Family Nursing
135 Jornal de Pediatria
136 Journal of Transcultural Nursing
137 Social Science and Medicine
139 Educationl Policy
140 Cadernos de Pesquisa (Fundação Carlos Chagas)
141 OECD
142 Aquaculture
143 Advanced Cement Based Materials
144 Building and Design Construction
145 Cement and Concrete Composites
146 Ambiente Construído
147 Physical Review
148 Regional Studies
177
149 World Development
150 Futures
151 International Journal of Urban and Regional Research
152 Revista Brasileira de Economia
153 Industry Applications, IEEE Transactions on
154 Colloids and Surfaces (A e B)
155 Journal of Colloids and Interface Science
156 Journal of the American Chemical Society
157 Journal of Tropical Ecology
158 Revista Brasileira de Botânica
159 Matabolic Engineering
160 Bioinformatics
161 Nature Genetics
162 Nature Biotechnology
163 Econometrics Journal
164 Journal of Productivity Analysis
165 Journal of Applied Econometrics
166 Revista Brasileira de Fruticultura
167 Ecological Entomology
168 Annual Review of Ecology, Evolution and Systematics
169 Computers & Operations Research
170 European Journal of Operational Research
171 Transportation Research (Part A, B, C, D, E)
172 Transportation Science
173 Computers & Industrial Engineering
174 Nursing Research
175 Revista de Saúde Pública
176 Waste Management
177 Revista Latino-Americana de Enfermagem
178 Communications in Mathematical Physics
179 Reports on Mathematical Physics
180 Psychoneuroendocrinology
181 Physiology and Behaviour
182 Experimental Mechanics
183 Experimental Techniques
184 IEEE Transactions Automatic Control
185 Automatica
186 American Journal of Nursing
187 Clinical Nursing Research
188 Journal of Advanced Nursing
189 Operations Research
190 Management Science
191 Body and Society
192 Materials Science Engineering A
193 Surface and Coatings Technology
194 Scripta Materialia
195 Thin Solid Films
196 Journal of Materials Science
197 Computers and Chemical Engineering
198 Journal of Supercritical Fluids
178
199 Analytica Chimica. Acta
200 Talanta
201 Environmental Science and Technology
202 Journal of Organic Chemistry
203 Tetrahedron
204 International Journal of Pharmaceutics
205 Forest Ecology and Management
206 Conservation Biology
207 Revista Árvore
208 Economic Botany
209 Ciência Florestal
210 Polymer Testing
211 Química Nova
212 Nature Reviews
213 Pharmacological Reviews
214 Journal International Money and Finance
215 American Economic Review
226 Econometrica
227 Biodiversity and Conservation
218 Acta Botânica Brasilica
219 Journal of Quality Technology
220 Computers and Education
221 Knowledge and Information Systems
222 Journal of Sound and Vibration
223 Composite and Structures
224 International Journal Engineering Science
225 Computer Methods in Applied Mechanics and Engineering
226 Computer and Structures
227 DELTA
228 Revista Estudos Feministas
229 Child Abuse and Neglect
230 Journal of Family Violence
231 Sexual Abuse : Journal of Research and Treatment
232 Journal of Child and Family Studies
233 Journal of Physical Chemistry
234 Journal of the Chemical Society
235 Journal of Product Innovation Management
236 International Journal of Project Management
237 Chemical Physics
238 Journal of Molecular Structure
239 Physics Review
240 Journal of Molecular Spectroscopy
241 IEEE Transactions on Power Systems
242 Cement and Concrete Research
243 Construction and Building Materials
244 Inorganic Chemistry
245 Inorganica Chimica Acta
246 Coordination Chemistry Reviews
247 Journal of Inorganic Biochemistry
248 Food Chemistry
179
249 Journal of Agricultural and Food Chemistry
250 Phytochemistry
251 International Journal of Solids & Structures
252 Finite Elements in Analysis & Design
253 International Journal of Plasticity
254 Spectrochimica Acta B
254 Journal of Deaf Studies and Deaf Education
255 Sign Language Studies
256 Revista Brasileira Zootecnia
257 Animal Science Journal
258 Apllied Animal Behaviour Science
259 Solar Energy
260 Solar Energy Materials and Solar Cells
261 Energy Policy
262 Psychopharmacology
263 Neuropharmacology
264 Journal of Hydrology
265 Geomorphology
266 Cadernos Cedes
267 Journal of Science Education and Technology
268 Journal of Molecular Modeling
269 Journal of Chemical Information and Computer Sciences
270 Chemosphere
271 Journal of Photochemistry and Photobiology A : Chemistry
272 Carbon
273 Journal of Contaminant Hydrology
274 New Phytologist
275 Applied Soil Ecology
276 Agriculture, Ecosystems and Environment
277 Brain and Cognition
278 Journal of Experimental Psychology : Learning, Memory Cognition
279 Journal of Memory and Language
280 Brain and Language
281 Journal Research in Reading
282 Corrosion Science
283 Revista Brasileira de Materno Infantil
284 Journal of Cognitive Psychology
285 Nutrition Research Reviews
286 Journal of Lipid Research
287 Free Radical Biology and Medicine
288 Journal of Clinical Investigation
289 Journal of Cerebral Blood Flow and Metabolism
290 Biomedical Engineering, IEEE Transactions on
291 Neuroimage
292 Saúde e Sociedade
293 American Journal of Epidemiology
294 Revista Brasileira de Epidemiologia
295 Perspectiva
296 Educação e Pesquisa
297 Studies in Second Language Acquisition
180
298 Journal of Experimental Psychology : Human Perception and Performance
299 Applied Psycholinguistics
300 Journal of Endocrinology
301 Journal of Ethnopharmacology
302 Chemico Biological Interactions
303 Dependable and Secure Computing, IEEE Transactions on
304 Parallel and Distributed Systems, IEEE Transactions on
305 Susteinable Development
306 Organization Studies
307 Aquatic Toxicology
308 Biochemical Pharmacology
309 Marine Environmental Research
310 Ecotoxicology and Environmental Safety
311 Marine Pollution Bulletin
312 Psicologia em Estudo
313 NDT @ International
314 Marine Structures
315 Physical Review Letters
316 Surface Science
317 Water Resources Research
318 Community Dentistry and Oral Epidemiology
319 International Journal of Epidemiology
320 Mycological Research
321 Fungal Genetics and Biology
322 Mycoscience
323 Biodegradation
324 Information Theory, IEEE Transactions on
325 Wireless Communications, IEEE Transactions on
326 Communications Letters, IEEE Transactions
327 Trends in Parasitology
328 Parasitology
329 International Journal Parasitology
330 Molecular and Biochemical Parasitology
331 Ethics
332 Journal of Petroleum Science and Engineering
333 ACM Sigmod Record
334 VLDB journal
335 IEEE Transactions on Software Engineering
336 Communications of the ACM
337 ACM SIGSOFT Software Engineering Notes
338 ACM Transactions on Software Engineering and Methodology
339 Software Engineering Journal
340 Journal of Materials Science
341 Physica (A, B, C, D e E)
342 Plant Cell Reports
343 The Plant Cell
344 Plant, Cell Tissue and Organic Culture
345 Plant Physiology
346 Revista Economia e Sociologia Rural
347 Sanare
181
348 British Journal of the Philosophy of Science
349 Syntheses
350 Journal of General Philosophy of Science
351 Animal Behaviour
352 Livestock Production Science
353 Memórias do Instituto Oswaldo Cruz
354 Brain Research Reviews
355 Neuroscience and Biobehavioral Reviews
356 Physiological Reviews
357 Fitopatologia Brasileira
358 Summa Phytopathologica
359 Journal of Phytopathology
360 The Cell
361 Agronomy Journal
362 Crop Science
363 Ciência Rural
364 Antiviral Research
365 Journal of Virological Methods
366 Journal of Natural Products
367 Drug Discovery Today
368 Trends in Plant Science
369 International Journal of Plant Science
370 Annals of Botany
371 JAMA
372 Trends in Immunology
373 Applied Ocean Research
374 Journal of Marine Systems
375 Ecological Modelling
376 Fisheries Management and Ecology
377 Limnology and Oceanography
378 Ecology of Freshwater Fish
379 Journal of Fish Biology
380 Revista da Abet
381 Read - UFRGS
382 Journal of Neurochemistry
383 Neurochemistry International
384 Neurochemical Research
385 Neuroscience Letters
386 Molecular Pharmacology
387 Control Engineering Practice
388 Control Systmes Technology, IEEE Transactions on
389 Literary Review
390 Literature Film Quarterly
391 Revista de Cinema
392 Journal of Applied Microbiology
393 Trends in Microbiology
394 Science and Education
395 Research on Science Education
396 Journal of Science Teacher Education
397 Investigações em Ensino de Ciência
182
398 Journal of Magnetism and Magnetic Materials
399 Journal of Alloys and Compounds
400 Solid State Communications
401 Journal of Biological Chemistry
402 Nature Reviews in Neuroscience
403 Nature Reviews in Cell Biology
404 ACM Transactions on Internet Technology
405 International Journal of Food Microbiology
406 Product Engineering and Production, IEEE Transactions on
407 Journal of Architectural and Planning Research
408 Landscape and Urban Planning
409 Journal of Enviromental Planning and Management
410 Developmental and Comparative Immunology
411 Fish and Shellfish Immunology
412 European Journal of Biochemistry
413 Lua Nova
414 Life Sciences
415 Revista Brasileira de Ciência e Movimento
416 Revista Brasileira Ciências Sociais
417 Annales des Ponts et Chaussées
418 Biochemistry
419 Molecular Cell
420 Current Opinion in Structural Biology
421 Revista Brasileira de Medicina do Esporte
422 Revista de Educação Física (paulista)
423 Linear Álgebra and its Applications
424 Numerische Mathematik
425 BIT Numerical Mathematics
426 Journal of Computational and Applied Mathematics
427 Applied Numerical Mathematics
428 Pervasive Computing, IEEE
429 Robotics and Autonomous Systems
430 International Journal Machine Tool & Manufacture
431 Journal American Ceramic Society
432 Materials Science Engineering (A, B. C)
433 Journal European Ceramic Society
434 American Ceramics Society Bulletin
435 Ceramics International
436 Socio Economic review
437 Business and Society
438 American Journal of Economic and Sociology
439 Capital and Class
440 Journal of Finance
441 Journal of Financial Economics
442 Journal of Banking and Finance
443 Journal of Financial and Quantitative Analysis
444 Revista Arquitextos Vitruvius
445 Revista Projeto Design
446 Landscape Ecology
447 Urban Design International
183
448 International Journal of Heat and Fluid Flow
449 International Journal of Operations & Productions Management
450 International Journal of Flexible Manufacturing Systems
451 Journal Operations Management
452 Journal of Manufacturing Systems
453 Blood
454 Applied Linguistics
455 International Sociology
456 American Journal of Sociology
457 European Journal of Sociology
458 British Journal of Social Work
459 Journal of Pediatric Psychology
460 Health Psychology
461 Journal of Pediatrics
462 Child Development
184
Periódicos do Portal CAPES mais citadas
Titulo das revistas Nº citações
Nature 11
Water Research 08
Educação e Sociedade 08
Science 07
Cadernos de Saúde Pública 07
International Journal of Heat and Mass Transfer 06
Social Science an Medicine 06
Physical Review 06
Nuclear Physics (A, B, C) 06
Journal of the American Chemical Society 06
Revista de Saúde Pública 06
Cement and Concrete Research 05
Cement and Concrete Composites’ 05
Journal of the Acoustical Society of America 04
Revista de Nutrição 04
Journal of Experimental Social Psychology 04
Behavioural Brain Research 04
Brain Research 04
Building and Environment 04
Termochimica Acta 04
Chimica Acta Analytica 04
Cadernos de Pesquisa (Fundação Carlos Chagas) 04
Talanta 04
Environmental Science and Technology 04
Journal of Organic Chemistry 04
Construction and Building Materials 04
Physical Review Letters 04
Mana 03
Chemical Engineering Science 03
Experimental Thermal of Fluid Science 03
Neuroscience 03
Physical Letters 03
Analytical Chemistry 03
Polymer 03
Polymer Degradation and Stability 03
Journal of Transcultural Nursing 03
Aquaculture 03
Revista Brasileira de História 03
Journal of Chromatography 03
Revista Brasileira de Botânica 03
Tetrahedron 03
Economic Botany 03
Nutrition 03
Revista Brasileira de Ciências Sociais 03
Revista Brasileira de Economia 03
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