Historicamente tem havido dificuldade por parte dos especialistas na distinção entre G.
domingensis e G. cervicornis, e entre G. cuneata e G. curtissiae, que são espécies de talo
achatado. As espécies de talo cilíndrico também representam complexos, como é o caso de
G. cornea, G. caudata e G. birdiae.
Dentre os aspectos considerados na distinção das espécies, os aspectos
morfoanatômicos têm se mostrado limitados de modo que outras abordagens têm sido
acrescentadas aos estudos biossistemáticos como citogenética e genética molecular.
O número de cromossomos em Gracilaria tem sido conhecido em espécies de
clima temperado e determinado como n = 24 (B
IRD & RICE, 1990). Entretanto, algumas
espécies apresentam número muito distante do que tem sido determinado para o gênero.
Em Gracilaria foliifera (Forsskal) Borgesen, por exemplo, o número haplóide de
cromossomos foi estimado entre 6 e 7 (C
OLE, 1990). GODIN et al. (1993) encontrou n=18
para Gracilaria verrucosa (Hudson) proveniente do norte da França. O autor ressalta a
importância da poliploidia e da aneuploidia no processo evolutivo da família
Gracilariaceae e sugere que a diferença no número de cromossomos de G. verrucosa tenha
sido causada por isolamento reprodutivo, embora as variações no número cromossômico,
muitas vezes, possam provocar o isolamento reprodutivo em simpatria, visto que espécies
com números cromossômicos divergentes normalmente não produzem híbridos viáveis.
Na divisão Rhodophyta apenas cerca de 5% das espécies tiveram seus números
cromossômicos publicados (C
OLE, 1990). Registros citogenéticos são encontrados, por
exemplo, em Bangia Lyngb. (Bangiales) (C
OLE et al., 1983; GARGIULO et al., 1998),
Porphyra C. Agardh (Bangiales) (C
OLL & OLIVEIRA FILHO, 1977; KAPRAUN &
F
RESHWATER, 1987), Acantophora J. V. Lamour. (Ceramiales) (CORDEIRO-MARINO et al.,
1974), Laurencia J. V. Lamour. (Ceramiales) (C
ORDEIRO-MARINO et al., 1983, 1985;
C
ORDEIRO-MARINO & FUJII, 1985; FUJII, 1990, 1998) e Polysiphonia Grev. (Ceramiales)
(K
IM et al., 1999). Nestes gêneros, em geral, se encontra variação cromossômica numérica.
Tais estudos são também muito úteis na identificação de espécies que não se consegue
distinguir apenas morfologicamente (M
CLACHLAN, 1979; GODIN et al., 1993; GARGIULO et
al. 1998; B
ELLORIN, 2002).
Os estudos moleculares, em geral, revelam maior clareza na definição das relações
filogenéticas, entretanto os trabalhos desenvolvidos na família Gracilariaceae têm se
mostrado conflitantes (B
IRD et al., 1992; GURGEL & FREDERICQ, 2004; BELLORIN, 2002).
Estudos com abordagens ecológicas têm sido realizados com muitas famílias da
divisão Rhodophyta. N
ETO (2000) analisou a biologia e ecologia de macroalgas do litoral
de São Miguel (Açores). S
ERVIERE-ZARAGOZA & SCROSATI (2002) estudaram a fenologia
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