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QUALIDADE DE BATATAS PALITO
MINIMAMENTE PROCESSADAS
GUSTAVO COSTA DE ALMEIDA
2005
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GUSTAVO COSTA DE ALMEIDA
QUALIDADE DE BATATAS PALITO MINIMAMENTE PROCESSADAS
Dissertação apresentada à Universidade Federal
de Lavras como parte das exigências do curso
de Pós-graduação Stricto Senso para a obtenção
do título de “Mestre”.
Orientador
Prof. Eduardo Valério de Barros Vilas Boas
LAVRAS
MINAS GERAIS-BRASIL
2005
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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Almeida, Gustavo Costa de
Qualidade de batatas palito minimamente processadas / Gustavo Costa
de Almeida. -- Lavras: UFLA, 2005.
119 p.: il.
Orientador: Eduardo Valério de Barros Vilas Boas.
Dissertação (Mestrado) - UFLA.
Bibliografia.
1. Antioxidante. 2. Escurecimento enzimático. 3. Processamento mínimo. 4.
Refrigeração. 5. Solanum tuberosum I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.
CDD-664.80521
GUSTAVO COSTA DE ALMEIDA
QUALIDADE DE BATATAS PALITO MINIMAMENTE PROCESSADAS
Dissertação apresentada à Universidade Federal
de Lavras como parte das exigências do curso
de Pós-graduação Stricto Senso para a obtenção
do título de “Mestre”.
APROVADA em 20 de maio de 2005.
Prof. Celso Luiz Moretti - EMBRAPA
Prof. Joelma Pereira - UFLA
Prof. Ana Helena Romaniello Coelho - Pesquisadora
Prof. Eduardo Valério de Barros Vilas Boas
UFLA
(Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
Aos meus pais, Carlos e Ângela.
À minha namorada e companheira, Ana Cristina.
Aos meus irmãos e minha querida irmã.
Aos meus sobrinhos, Victoria e João Victor.
Dedico!
AGRADECIMENTOS
A Deus, sempre presente e iluminando as minhas ações.
À Universidade Federal de Lavras (UFLA), ao Departamento de Ciência
dos Alimentos (DCA) e à Embrapa Hortaliças, pela oportunidade da realização
do curso.
A CAPES e ao CNPq, pelo apoio financeiro por meio de bolsas de
estudo.
Ao Prof. Eduardo Valério Barros Vilas Boas e ao Pesquisador Celso
Luiz Moretti, pela orientação, convívio e amizade.
Ao Tio Paulo e ao Reily, por me hospedarem e ajudarem em Brasília
durante montagem e execução do experimento.
Aos colegas do Laboratório de Pós-Colheita da Embrapa Hortaliças, pelo
convívio e ajuda; Lívia Pineli, João, Aline, Ana, Leonora e o Adonai.
Aos colegas do Curso de Ciência dos Alimentos em Lavras.
A CeasaMinas, em especial ao Departamento de Agroqualidade, pelo
apoio no momento final do curso.
Aos colegas da república de Lavras, Dudu, Leandro, Fabiano,
Marquinho, Douglas e Roberto, por me acolherem e ajudarem.
À Dona Glória e Conceição, por me apoiarem nessa caminhada.
Enfim, a todos que de certa forma me ajudaram a finalizar mais uma
etapa.
SUMÁRIO
Página
RESUMO .................................................................................................
i
ABSTRACT ............................................................................................ ii
CAPÍTULO 1 ...........................................................................................
01
1 Introdução geral ....................................................................................
02
2 Referencial teórico ................................................................................
04
2.1 Características da cultura ...................................................................
04
2.2 Composição química da batata ..........................................................
05
2.2.1 Carboidratos ....................................................................................
06
2.2.2 Ácidos orgânicos ............................................................................ 07
2.2.3 Substâncias antioxidantes e compostos fenólicos ...........................
07
2.3 Características intrínsecas e extrínsecas para batatas destinadas ao
processamento ...................................................................................
09
2.4 Produtos minimamente processados ..................................................
11
2.4.1 Atual situação dos produtos minimamente processados no Brasil
e no mundo .....................................................................................
11
2.4.2 Etapas do processamento mínimo de frutas e hortaliças ................
14
2.4.2.1 Recepção da matéria-prima ......................................................... 14
2.4.2.2 Limpeza e lavagem da matéria-prima ..........................................
14
2.4.2.3 Desinfecção da matéria-prima .....................................................
14
2.4.2.4 Descascamento ............................................................................ 15
2.4.2.5 Redução do tamanho ....................................................................
15
2.4.2.6 Desinfecção e preservação química .............................................
15
2.4.2.7 Centrifugação ...............................................................................
16
2.4.3 Mudanças fisiológicas em produtos minimamente processados ....
16
2.4.4 Escurecimento enzimático ..............................................................
20
2.4.4.1 Enzimas envolvidos no escurecimento enzimático ..................... 21
2.4.4.2 Fatores que influenciam o escurecimento enzimático .................
23
2.4.4.3 Métodos para prevenção do escurecimento enzimático .............. 25
3 Referências bibliográficas .................................................................... 29
CAPÍTULO 2: Avaliação do processamento mínimo de batatas
‘Asterix’ e ‘Bintje’, armazenadas a 5°C e 15°C ......................................
35
1 Resumo .................................................................................................
36
2 Abstract .................................................................................................
37
3 Introdução .............................................................................................
38
4 Material e métodos ............................................................................... 43
4.1 Matéria-prima ....................................................................................
43
4.2 Processamento mínimo ......................................................................
43
4.3 Análises ..............................................................................................
43
4.3.1 Rendimento da batata após o processamento ................................. 43
4.3.2 Matéria seca ....................................................................................
44
4.3.3 Firmeza ...........................................................................................
44
4.3.4 Valor L*...........................................................................................
44
4.3.5 Taxa respiratória .............................................................................
44
4.3.6 Acidez titulável ...............................................................................
45
4.3.7 Amido .............................................................................................
45
4.3.8 Açúcares totais ................................................................................
46
4.3.9 Vitamina C ......................................................................................
47
4.3.10 Polifenoloxidase e peroxidase ...................................................... 47
4.3.10.1 Atividade da polifenoloxidase ou PFO (unidade enzimática
min
-1
.g
-1
de tecido) ....................................................................
47
4.3.10.2 Atividade da peroxidase ou POD (unidade enzimática min
-1
.g
-1
de tecido) ...................................................................................
48
4.3.11 Análises visuais e de odor .............................................................
48
4.3.12. Análises estatísticas .....................................................................
49
4.4 Delineamento experimental ...............................................................
49
5 Resultados e discussão ..........................................................................
50
5.1 Características da batata .................................................................... 50
5.2 Taxa respiratória ................................................................................
50
5.3 Firmeza ..............................................................................................
52
5.4 Valor L* .............................................................................................
54
5.5 Acidez titulável ..................................................................................
56
5.6 Vitamina C .........................................................................................
57
5.7 Açúcares totais e amido .....................................................................
62
5.8 Polifenoloxidase ................................................................................ 66
5.9 Peroxidase ..........................................................................................
69
6 Conclusões ............................................................................................
71
7 Referências bibliográficas .................................................................... 72
CAPÍTULO 3: Avaliação do escurecimento enzimático de batatas
palito minimamente processadas, tratadas com antioxidantes................. 77
1 Resumo .................................................................................................
78
2 Abstract .................................................................................................
79
3 Introdução .............................................................................................
80
4 Material e métodos ............................................................................... 84
4.1 Matéria-prima ....................................................................................
84
4.2 Processamento mínimo ......................................................................
84
4.3 Análises ..............................................................................................
84
4.3.1 Rendimento da batata após o processamento ................................. 84
4.3.2 Matéria seca ....................................................................................
85
4.3.3 Firmeza ...........................................................................................
85
4.3.4 Valor L* ..........................................................................................
85
4.3.5 Acidez titulável ...............................................................................
85
4.3.6 Amido .............................................................................................
85
4.3.7 Açúcares totais ................................................................................
86
4.3.8 Vitamina C ......................................................................................
87
4.3.9 Polifenoloxidase e peroxidase ........................................................ 87
4.3.9.1 Atividade da polifenoloxidase ou PFO (unidade enzimática
.min
-1
.g
-1
de tecido) ....................................................................
87
4.3.9.2 Atividade da peroxidase ou POD (unidade enzimática .min
-1
.g
-1
de tecido) .....................................................................................
88
4.3.10 Análises visuais e de odor .............................................................
88
4.3.11 Análises estatísticas ......................................................................
89
4.4 Delineamento experimental ...............................................................
89
5 Resultados e discussão ..........................................................................
90
5.1 Características da batata .................................................................... 90
5.2 Firmeza ..............................................................................................
90
5.3 Valor L* .............................................................................................
92
5.4 Acidez titulável ..................................................................................
93
5.5 Vitamina C .........................................................................................
94
5.6 Amido ................................................................................................
96
5.7 Açúcares totais ...................................................................................
98
5.8 Polifenoloxidase ................................................................................ 100
5.9 Peroxidase ..........................................................................................
101
6 Conclusões ............................................................................................
103
7 Referências bibliográficas .................................................................... 104
ANEXOS..................................................................................................
108
i
RESUMO
Almeida, Gustavo Costa de. Qualidade de batatas palito minimamente
processadas. 2005. 119p. Dissertação (Mestrado em Ciências dos Alimentos) -
Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
*
Um dos grandes desafios no processamento mínimo da batata é a
prevenção do escurecimento enzimático, que deprecia a qualidade do produto.
Esse tipo de escurecimento ocorre devido à ação de enzimas, das quais a mais
importante é a polifenoloxidase. O presente trabalho avaliou o comportamento
fisiológico de diferentes cultivares de batata, Asterix e Bintje, minimamente
processadas, na forma palito e intacta, armazenadas em diferentes temperaturas,
5ºC e 15ºC, avaliando-se a concentração de gás carbônico por 4 horas após o
processamento e as variáveis firmeza, intensidade da cor, atividade da
polifenoloxidase e peroxidase, açúcares totais, amido, vitamina C e acidez
titulável no produto minimamente processado armazenado durante 9 dias. Por
fim, foi analisada a eficiência de compostos antioxidantes, ácido cítrico a 2% e
ácido eritórbico a 3%, na redução do escurecimento enzimático na cultivar
Bintje minimamente processada na forma palito, armazenada durante 9 dias, a
5ºC. Foram analisadas as variáveis citadas no experimento anterior, com
exceção para a variável gás carbônico. O trabalho foi realizado no Laboratório
de Pós-Colheita da EMBRAPA no Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças,
CNPH, em Brasília, no ano de 2004. O processamento mínimo da batata
aumentou sua taxa respiratória nas primeiras 4 horas após o processamento, com
a ‘Asterix’ minimamente processada apresentando maior taxa sob as duas
temperaturas de armazenamento. O armazenamento da batata minimamente
processada a 5ºC e 15ºC se mostrou prejudicial para ambas as cultivares, devido
à formação de pequenas pontuações escuras na batata palito. Para as duas
cultivares armazenadas a 15ºC, houve acúmulo de água no interior da
embalagem com a emanação de odor fétido. A cultivar Bintje apresentou menor
atividade da polifenoloxidase, maior intensidade de cor e maior teor de ácido
ascórbico em relação a cultivar Asterix. O ácido cítrico a 2% e o ácido eritórbico
a 3% foram eficientes no controle do escurecimento enzimático da batata palito.
A enzima polifenoloxidase parece estar relacionada com o escurecimento
enzimático em batatas minimamente processadas, pois a sua atividade foi
significativamente reduzida. O ácido eritórbico a 3% parece ter induzido a
síntese de ácido ascórbico durante o armazenamento.
*
Comitê orientador: Eduardo Valério de Barros Vilas Boas - UFLA (Orientador); Celso
Luiz Moretti - EMBRAPA (Co-orientador).
ii
ABSTRACT
Almeida, Gustavo Costa de. Quality of fresh-cut potatoes strips. 2005. 119p.
Dissertation (Master in Food Science) - Federal University of Lavras, Lavras,
Minas Gerais, Brazil.
*
One of the biggest challenges in the minimal processing of potato is the
prevention of potato is the enzimatic browning that depreciates the quality of the
product. This type of browning happens due to the action of enzymes, and the
most important is the polyphenoloxidase. This work had the purpose of
evaluating the physiological behaviour of different cultivars of potatoes Asterix
and Bintje, intact and minimally processed in shape of strips, stored at different
temperatures, 5ºC and 15ºC, evaluating the concentration of carbon dioxide for 4
hours after the processing and the variables firmness, colour intensity, activity of
peroxidase and polyphenol oxidase, titratable acidity, total sugars, starch and
vitamin C in the product for 9 days. Besides, it was evaluated the efficiency of
antibrowning agents, citric acid at 2% and erythorbic acid at 3%, in decreasing
of the enzimatic browning of fresh-cut ‘Bintje’ potatoes in strips stored, for 9
days at 5ºC. The variables mentioned in the previous experiment were also
evaluated with the exception of the carbon dioxide. The work was carried out in
Post-Harvest Laboratory of EMBRAPA in Research National Center of
Vegetables, in Brasilia, Brazil, 2004. The minimal processing of the potato
increased its respiration rate in the first four hours after the processing and the
fresh-cut ‘Asterix’ showed higher respiration rate under both storage
temperatures. The storage of fresh-cut potatoes at 5ºC e 15ºC wasn´t appropriate,
since some black spots appeared on the potatoes strips stored under both
temperatures. In relation to the fresh-cut potatoes stored at 15ºC there was
accumulation of water inside of the packing and a disagreeable odor after the
third day. The Bintje cultivar showed lower activity of polyphenoloxidase,
higher colour intensity and content of vitamin C in comparation to ‘Asterix’.
The citric acid at 2% and the erythorbic acid at 3% were efficient in controlling
the enzymatic browning of fresh-cut potato. The polyphenoloxidase enzyme
seems to be related to the enzimatic browning in fresh-cut potatoes, since its
activity was deeply reduced. The erythorbic acid at 3% seemed have induced the
synthesis of ascorbic acid over the storage period.
*
Guidance committee: Eduardo Valério de Barros Vilas Boas - UFLA (Adviser); Celso
Luiz Moretti - EMBRAPA (Co-adviser).
1
CAPÍTULO 1
QUALIDADE DE BATATAS PALITO MINIMAMENTE PROCESSADAS
2
1 INTRODUÇÃO GERAL
Introduzidas no país aproximadamente 20 anos, com o auxílio das
lojas de “fast food”, observa-se que as frutas e hortaliças minimamente
processadas têm ocupado cada vez mais espaço nas gôndolas dos
supermercados. A procura por produtos frescos e convenientes, o maior mero
de pessoas morando sozinhas e a maior participação da mulher no mercado de
trabalho são fatores que contribuem para o aumento na demanda por frutas e
hortaliças minimamente processadas. Esse novo tipo de serviço traz
conveniência, oferecendo economia de tempo para os consumidores. O mercado
de produtos minimamente processados está em crescimento no Brasil, criando
um novo segmento na agroindústria, capaz de gerar mais renda para o produtor.
A batata é uma hortaliça de grande consumo no mundo, rica em
carboidratos e considerável fonte de fibras e minerais. O seu descascamento e
fatiamento são práticas comuns antes do seu consumo, o que torna a batata um
produto pouco conveniente para o consumidor. Devido às transformações dos
hábitos alimentares pelos quais a sociedade vem passando nos últimos anos, esse
tubérculo tem um grande potencial para se enquadrar no ramo de produtos
minimamente processados, em função da sua grande demanda.
Frutas e hortaliças minimamente processadas requerem mais cuidados do
que vegetais que não sofreram nenhum tipo de processamento, devido ao
rompimento da estrutura celular que compõe o tecido vegetal. Para a batata
minimamente processada não seria diferente, pois essa injúria causada pelo
processamento modifica a composição química, física e bioquímica do produto.
O uso da baixa temperatura durante o processamento e a
comercialização, bem como o controle da umidade relativa do ar, o uso de
cultivares adequadas ao processamento, práticas de sanificação eficientes e
3
embalagens que mantenham a qualidade do produto são os fatores que mais
podem contribuir na qualidade final do produto.
Com base no crescimento desse mercado de frutas e hortaliças
minimamente processadas, o presente trabalho teve os seguintes objetivos:
avaliar o comportamento fisiológico de duas cultivares de batata, Asterix e
Bintje, minimamente processadas, na forma de palito e intacta, armazenadas
sob diferentes temperaturas, 5°C e 15ºC, medindo-se a concentração de gás
carbônico 1, 2, 3 e 4 horas após o processamento;
avaliar as características físico-químicas e bioquímicas das cultivares
Asterix e Bintje de batata minimamente processada na forma de palito,
armazenadas por 0, 3, 6 e 9 dias, sob diferentes temperaturas (5ºC e 15ºC);
avaliar a eficiência de substâncias antioxidantes (ácido cítrico a 2% e ácido
eritórbico a 3%) na prevenção do escurecimento enzimático em batatas
palito (‘Bintje’) minimamente processadas, armazenadas sob uma mesma
temperatura (5ºC) e avaliadas em diferentes tempos (0, 3, 6, e 9 dias).
4
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Características da cultura
A espécie Solanum tuberosum ssp. tuberosum, cultivada mundialmente,
teve como centro de origem a vizinhança do lago Titicaca, próximo à atual
fronteira entre o Peru e a Bolívia. Essa cultura foi disseminada pela maioria das
regiões tropicais e subtropicais do planeta, tornando-se a base da alimentação de
muitos povos. Poucas são as culturas que vêm desempenhando papel tão
importante como fonte de subsistência das populações, como a batatinha, batata
ou batata inglesa. Nos países latino-americanos ocorre um elevado consumo de
batata, a qual constitui também a base alimentar de europeus e norte-americanos.
Atualmente, a batata é considerada a quarta fonte alimentar da humanidade, logo
após o arroz, o trigo e o milho. No Brasil, é a hortaliça de maior importância
comercial (Reis Júnior & Fontes, 1996).
A batateira é uma solanácea anual. Apresenta caules aéreos, herbáceos, e
suas raízes originam-se na base desses caules ou hastes. As principais partes de
uma batateira são: batata mãe, tubérculos jovens, raízes, estólons, hastes
principais, folhas, folíolos e flores.
O tubérculo da batata é considerado um caule modificado, que possui
folhas, gemas, internódios e caule radialmente expandido. A parte distal do
tubérculo é chamada região da gema apical e a parte proximal é denominada
ponto de ligação do estolão ou hilo. O processo de tuberização é influenciado
pela luz, pela temperatura e pela nutrição da planta. Contudo, fatores endógenos,
como fitormônios, parecem determinar o início da formação dos tubérculos
(Filgueira, 2000).
A produção de batata no Brasil em 2003 foi de 2.897.742 toneladas. A
área colhida foi de 146.963 ha (AGRIANUAL, 2004).
5
2.2 Composição química da batata
Os tubérculos de batata são compostos por, aproximadamente, 76% de
água, 20% de carboidratos, 2% de proteínas e uma quantidade irrisória de
lipídeos (Orr & Cash, 1991). Na Tabela 1 é mostrada a composição química
aproximada da batata.
TABELA 1 Composição química aproximada da batata.
Componentes Média (%) Variação (%)
Umidade 77,5 63,2 - 86,9
Sólidos totais 22,5 13,1 - 36,8
Carboidratos totais 19,4 13,3 - 30,5
Proteínas 2,0 0,7 - 4,6
Cinzas 1,0 0,44 - 1,9
Fibras 0,6 0,17 - 3,48
Lipídeos 0,1 0,02 - 1,0
Fonte: Smith (1977).
Na Tabela 2 é demonstrada a composição química da batata-inglesa sob
diferentes estados de preparo para alimentação.
6
TABELA 2 Composição química da batata-inglesa sob diferentes estados de
preparo.
Substância alimentar (100g) Composição
química
Crua Cozida Frita
Calorias 78,50 85,30 274,00
Glicídeos (g) 17,60 19,10 36,00
Proteínas 1,80 2,00 4,30
Lipídeos (g) 0,10 0,10 13,20
Cálcio (mg) 9,00 1,00 15,00
Fósforo (mg) 69,00 56,00 89,00
Ferro (mg) 1,00 0,70 0,80
Ácido ascórbico (mg) 17,40 13,10 10,00
Fonte: Franco (1999).
2.2.1 Carboidratos
Nos tubérculos de batatas formados, o amido é a principal fonte de
reserva, sendo 60% - 80% da matéria seca. O amido é composto de amilopectina
(75% - 79%) e amilose (21% - 25%). A deposição dos grânulos de amido nos
amiloplastos decorre da transformação de sacarose, glicose e maltose em
amilose e amilopectina. Diversas enzimas participam da síntese do amido,
contudo, o precursor comum é a glicose-1-fosfato (G-1-P). Diversos estudos têm
mostrado que a rota predominante de síntese in vivo dá-se por meio da ADP-
glicose pirofosforilase. A enzima amidofosforilase parece estar ligada à
degradação do amido (Fontes & Finger, 1997).
De acordo com Borgstrom (1976), os teores de amido encontrados na
matéria fresca dos tubérculos de batata abrangem uma faixa de 9% a 18%, com
médias entre 12% e 13%. Porém, variação no teor de matéria seca entre
tubérculos de uma mesma planta (Heemst, 1986). Essa variação ocorre porque
nem todos os tubérculos iniciam seu desenvolvimento concomitantemente,
7
devido a aspectos genéticos e também a diferenças no crescimento das hastes
principais às quais os tubérculos estão ligados.
Os principais açúcares presentes na batata são os açúcares redutores,
glicose e frutose, e os açúcares não redutores, sacarose. A quantidade de
açúcares totais, assim como os outros compostos presentes no tubérculo, pode
variar entre diferentes cultivares, apresentando valores de 0,14g/100g até
0,71g/100g de peso fresco. Coelho (1998) sugere que os principais
representantes dos açúcares totais são os açúcares redutores e que ainda não foi
esclarecido o papel dos açúcares não redutores no escurecimento não enzimático
da batata. Em tubérculos que sofreram algum tipo de injúria, ocorre um aumento
na síntese de amido com a diminuição na quantidade de açúcares solúveis
(Smith, 1977). Para Vendrusculo (1998), o limite estabelecido na literatura para
o teor de açúcares redutores é quase consensual, sendo o de tubérculos para
fritura em torno de 0,2% a 0,3% da matéria fresca, inclusive para o
desenvolvimento de cor, pois valores inferiores deixarão o produto mais branco.
2.2.2 Ácidos orgânicos
Vários ácidos orgânicos são encontrados em batatas. Dentre os mais
estudados estão o ácido málico e ácido cítrico, os quais se apresentam em
maiores quantidades. Segundo Smith (1977), a acidez titulável para batata varia
entre 0,84% - 1,15%, calculado como ácido cítrico. A concentração de ácido
cítrico aumenta durante o processo de maturação da batata, enquanto a do ácido
málico declina proporcionalmente.
2.2.3 Sustâncias antioxidantes e compostos fenólicos
Substâncias antioxidantes são encontradas em várias frutas e hortaliças e
incluem ácido ascórbico, beta-caroteno, ácido clorogênico e outros flavonóides.
A batata é uma boa fonte de sustâncias antioxidantes, como o ácido ascórbico e
8
o α-tocoferol (vitamina E) e fornece de 12mg a 23mg de vitamina C, principal
vitamina no tubérculo, por 100g de batata (Rodrigues-Saona & Wrolstad, 1997).
A batata contém quercetina, um flavonóide com atividade antioxidante,
assim como o ácido clorogênico. É rica em compostos fenólicos, os quais podem
atingir níveis de 530µg.g
-1
até 1770µg.g
-1
(AL-Saikhan et al., 1995; Vitti &
Costa, 2003).
A vitamina C, incluindo ácido ascórbico e ácido deidroascórbico, é um
dos mais importantes fatores de qualidade nutricional em várias frutas e
hortaliças. O teor de vitamina C em frutas e hortaliças pode ser influenciado por
vários fatores, como diferenças genotípicas, fatores pré-colheita, tais como
condições climáticas e práticas culturais, maturidade, métodos de colheita e
procedimentos de manuseio na pós-colheita. O controle da temperatura após a
colheita é um dos mais importantes fatores para manter o teor de vitamina C em
frutas e hortaliças, pois as perdas são aceleradas em altas temperaturas e longos
períodos de armazenamento. A retenção de vitamina C é reduzida quando
ocorrem danos mecânicos (Lee & Kader, 2000).
A vitamina de maior importância em batatas é a vitamina C.
Crescimento e condições de armazenamento, bem como métodos de preparo
culinário, afetam o conteúdo desta vitamina no tubérculo. As batatas são a maior
fonte de vitamina C na dieta ocidental, por causa das grandes quantidades
consumidas (Tudela et al., 2002; Davey et al., 2000). O conteúdo de vitamina C
é maior em variedades de batatas com intensa cor amarela. As partes mais
externas do tubérculo contêm maior concentração de vitamina C em relação às
partes mais centrais (Smith, 1977).
Ao contrário da maioria das frutas e hortaliças, batatas minimamente
processadas são capazes de manter seu teor inicial de vitamina C, total ou
parcialmente, uma vez que as perdas decorrentes de processos de oxidação são
compensadas pelo aumento na biossíntese de ácido ascórbico (Asselbergs &
9
Francis, 1952; Mondy & Leja, 1986; Tudela et al., 2002). Esse aumento pode
estar relacionado com a maior atividade da enzima L-galactono-γ-lactona
deidrogenase (GLDH) em tecidos de batata injuriados (Fukuda et al., 1995; Oba
et al., 1994), a qual catalisa o passo final da biossíntese de ácido ascórbico
(Mutsuda et al., 1995; Oba et al., 1994), fazendo frente ao estresse provocado
pelo processamento mínimo (Fukuda et al, 1995; Imahori et al, 1997; Tudela et
al., 2003). Além disso, o aumento da atividade respiratória, provocado pelo
processamento mínimo, leva à degradação do amido, com acúmulo de glicose,
substrato requerido no processo de síntese do ascorbato (Noctor & Foyer, 1998).
Todavia, a degradação do ácido ascórbico para fazer frente ao estresse oxidativo
provocado pelo processamento mínimo pode acarretar reduções nos teores da
vitamina C, apesar da ocorrência da síntese.
Segundo Matheis (1987), o ácido ascórbico é, provavelmente, o maior
inibidor de ocorrência natural do escurecimento enzimático em batatas. O ácido
ascórbico reduz a habilidade da enzima polifenoloxidase oxidar o catecol
(Smith, 1977). Ele reduz os produtos da oxidação inicial, as ortoquinonas, para
ortodifenóis, até que ele seja quantitativamente oxidado para ácido
deidroascórbico. Devido a esse efeito, o ácido ascórbico tem sido reportado por
inibir diretamente a ação da polifenoloxidase da batata. A relação entre a
concentração de ácido ascórbico e a taxa de escurecimento tem sido
ocasionalmente estudada.
2.3 Características intrínsecas e extrínsecas para batatas destinadas ao
processamento
Para batatas destinadas ao processamento na forma de fritura, as
principais características gerais são o teor adequado de matéria seca (batata
palito, em torno de 19%) e um baixo teor de açúcares redutores. O tamanho, o
formato e a profundidade dos olhos devem ser adequados para cada finalidade
10
de processamento: batata chips, palha ou palito. Deve-se considerar que os
tubérculos destinados ao processamento não podem apresentar podridões,
defeitos internos, como mancha chocolate ou coração-oco, e defeitos externos,
como crescimento secundário e embonecamento.
A preferência do consumidor brasileiro diz respeito a tubérculos que
apresentam película e polpa amarelas. O tubérculo deve apresentar película lisa e
gemas superficiais e ser alongado, de formato uniforme e tamanho médio. Em
resumo, a batata mais valorizada comercialmente é aquela que apresenta as
características da cultivar holandesa Bintje. outras cultivares européias
atualmente utilizadas, como Achat, Agria, Baraka, Concorde, Elvira, Jätte-
Bintje, Marijke, Monalisa e Mondial (Filgueira, 2000).
A cultivar Bintje apresenta plantas de porte médio a alto, formando três a
quatro hastes por tubérculo e ciclo precoce a médio. Os tubérculos são
alongados, de película amarela e brilhante, polpa amarelo-clara e olhos
superficiais. Pelo formato dos tubérculos, a cultivar é indicada para a produção
de palitos fritos e batata palha (Melo, 1999).
A batata ‘Asterix’, também chamada de rosa ou roxa, que antigamente
era apenas consumida nos estados do Sul do país, ganhou destaque devido,
principalmente, à sua excelente condição de fritura (Zeiro & Osakii, 2002). Os
tubérculos dessa cultivar são ovais ou, dependendo das condições climáticas,
alongados, com película vermelha predominantemente áspera, polpa amarelo-
clara e olhos superficiais. Essa cultivar vem sendo bastante utilizada na
fabricação de “french fries” (batatas fritas), em função do seu formato oval-
alongado permitir um ótimo aproveitamento no corte em palitos. É indicada
também para a produção de batata palha e palito (Melo, 1999). Essas duas
cultivares, Asterix e Bintje, são aptas para produzirem tubérculos com alto teor
de matéria seca e baixo teor de açúcares redutores.
11
A falta de cultivares adequadas no Brasil para o processamento mínimo
faz com que as agroindústrias utilizem cultivares que se adaptem melhor ao
processamento. É fundamental que essas cultivares apresentem bom rendimento
e boa aceitação pelo consumidor.
2.4 Produtos minimamente processados
Produtos minimamente processados são definidos como qualquer fruta
ou hortaliça ou qualquer combinação delas, que foi alterada fisicamente a partir
de sua forma original, embora mantenha o seu estado fresco. Independente do
produto, ela é selecionada, lavada, descascada e cortada em um produto 100%
aproveitável, que posteriormente é embalado ou pré-embalado com o intuito de
oferecer aos consumidores frescor, conveniência e qualidade nutricional (IFPA,
2002).
2.4.1 Atual situação dos produtos minimamente processados no Brasil e no
mundo
A demanda por produtos minimamente processados tem crescido
rapidamente durante estes últimos anos. Empresas no ramo de alimentos têm se
esforçado para preparar, manusear e entregar um produto saudável, fresco e
conveniente para o consumidor (Cantwell, 2000).
Essa nova opção pelo conveniente está gerando bilhões de dólares em
todo o mundo. Em 1984, quando o processamento mínimo de alimentos surgiu
nos Estados Unidos, representava 8,9% de todo o produto hortícola colhido e
gerou US$ 5,2 bilhões. A geração de US$ 17,7 bi, prevista para 1999, foi
alcançada em 1996. O crescimento de vendas de 1997 para 1998 foi de 30%. A
aceitação do publico foi tão grande que, nos hipermercados, o setor representa
8% das vendas e, nos supermercados, 9% (Vitti & Kluge, 2002). De acordo com
dados estatísticos, projeta-se que, para os próximos 10 anos, o volume de frutas
12
e hortaliças minimamente processadas atinja 20% do total de comercialização de
frutas e hortaliças frescas.
Na Europa, o problema do preparo de produtos minimamente
processados para diferentes países com diferenças culturais tem sido resolvido e
a indústria está crescendo rapidamente. França e Reino Unido foram os
primeiros na comercialização, vendendo os produtos com marcas próprias. A
indústria é relativamente fraca na Alemanha e Itália. O sucesso dos produtos
minimamente processados nesses países vai depender da continuidade do
“marketing” e da qualidade dos produtos (Watada et al., 1996).
No Brasil, em 1998, este mercado movimentou R$ 450 milhões. Na
grande São Paulo, de 1996 a 1999, foi verificado um aumento no varejo de
200% na oferta de produtos minimamente processados. Supermercados, em São
Paulo, vendem em torno de 4 milhões de lares de produtos minimamente
processados mensalmente, correspondendo às frutas em 54% e às hortaliças 46%
(Ministério da Integração Nacional, 1999).
Em Brasília, no período de 1999, foram comercializadas cerca de 80
toneladas de hortaliças minimamente processadas (Vitti & Kluge, 2002). No
Distrito Federal, alguns produtores chegavam a perder até 1.000 maços de couve
por semana antes de optarem pelo processamento mínimo, aumentando
consideravelmente sua renda. Outro exemplo é o caso da batata que sofreu a
opção pelo processamento mínimo de sua matéria-prima, sendo o produto
entregue a hotéis, restaurantes e serviços de “catering” aéreo (Moretti, 1999).
Os produtos encontrados no mercado atualmente são comercializados em
supermercados e sacolões para uso doméstico e, diretamente por agroindústrias,
para uso em restaurantes. Os mais encontrados são: cenoura lavada e ralada,
couve picada, pimentão lavado e cortado, alho descascado, abóbora sem casca,
sem sementes e picada, feijão-de-corda debulhado, feijão-vagem lavado e
cortado (Luengo & Lana, 1997).
13
A batata palito minimamente processada detém os atributos da
conveniência, além da qualidade das batatas frescas. O propósito do seu
fornecimento é o de disponibilizar um produto que não requeira nenhuma
preparação posterior por parte do consumidor no que se refere à seleção,
limpeza, lavagem, descascamento e corte. Outra vantagem é a redução
praticamente total do desperdício.
Pesquisa feita pela Associação Brasileira da Batata, em 2002, com 302
consumidores, revelou que 82% preferem batatas frescas, que incluem batata
minimamente processada e batata pré-frita congelada (Berbari et al., 2002). A
batata palito minimamente processada apresenta várias vantagens sobre a pré-
frita congelada, visto ser um produto fresco, o que atende aos anseios do
consumidor, possui custo de produção menor e não necessita de temperaturas de
armazenamento tão baixas quanto para as pré-fritas congeladas (-18ºC).
O Brasil é um grande importador de batata pré-frita congelada, um
mercado que cresce 5% ao ano (Takano, 2001). As batatas pré-fritas congeladas
consumidas no Brasil o, em grande parte, importadas dos Estados unidos,
Holanda, Canadá, França e Argentina, em embalagens de 500g e 1kg, para
atender ao consumo doméstico e 5kg, para o mercado institucional. Os Estados
Unidos caracterizam-se como o maior produtor, consumidor e importador de
batata frita congelada (Agrianual, 2004).
É importante ressaltar que o consumo da batata minimamente processada
ainda é inexpressivo, mas a tendência é de expansão nesse segmento da
agroindústria. Um aumento na produção de batatas palito minimamente
processadas pode levar a uma redução na importação de batata pré-frita
congelada, favorecendo o aumento do superávit da balança comercial brasileira.
14
2.4.2 Etapas do processamento mínimo de frutas e hortaliças
2.4.2.1 Recepção da matéria-prima
Assim que o produto chega à unidade de processamento, deve ser
colocado numa mara refrigerada para retirar o calor de campo ou para manter
sua baixa temperatura, caso tenha sido transportado em caminhão refrigerado. A
seleção da matéria-prima por peso e tamanho dá uniformidade e padronização ao
produto final. O produto deverá apresentar uma coloração característica,
maturação adequada, ausência de danos e doenças, e o sabor e aroma
característicos da cultura.
2.4.2.2 Limpeza e lavagem da matéria-prima
A higienização corresponde à etapa de eliminação de agentes causadores
de doenças por meio de procedimentos adequados de limpeza. Após a limpeza,
alguns produtos vegetais, notadamente aqueles que ficam em contato direto com
o solo, necessitam de uma lavagem com solução de detergente para uma boa
remoção dos microrganismos e sujidades aderidos à superfície dos mesmos.
2.4.2.3 Desinfecção da matéria-prima
Na desinfecção da matéria-prima, utilizam-se agentes com atividade
antimicrobiana. A legislação não menciona outros princípios ativos a não ser
clorados, ou seja, os liberadores de cloro ativo, como hipoclorito de sódio e
dicloroisocianurato. A desinfecção é realizada em cuba ou tanque com água
clorada com 100 a 200ppm de cloro ativo (ideal de 120 a 150ppm) pelo tempo
de 10 a 15 minutos.
15
2.4.2.4 Descascamento
O descascamento pode ser realizado de várias maneiras, de acordo com o
tipo de produto, manual ou mecanicamente. Pode requerer o uso de tratamentos
químico e térmico.
2.4.2.5 Redução do tamanho
A redução do tamanho é realizada por diferentes meios, pelos quais os
frutos e hortaliças são transformados em peças menores, com forma definida e
tamanho uniforme. As facas devem ser extremamente afiadas e finas, para a
obtenção de corte satisfatório, com o mínimo de dano ao produto. Após o corte,
os produtos podem ou não ser lavados com água clorada para a retirada dos
exsudatos celulares e imersos ou pulverizados com soluções de aditivos
químicos.
2.4.2.6 Desinfecção e preservação química
A desinfecção do produto após o corte deve ser realizada com água
clorada, observando-se a concentração de cloro recomendada. A concentração
de cloro na água depende do tipo de produto. Após a lavagem com solução
clorada forte, é preciso fazer o enxágüe dos produtos, utilizando para isso, água
tratada com concentração de 2 a 5mg de cloro ativo/litro.
A lavagem de frutos e hortaliças para o processamento mínimo
geralmente é realizada em câmara isolada, com número restrito de entradas, para
evitar o contato humano com o produto.
Os produtos minimamente processados podem ser submetidos a alguns
tratamentos para melhorar a sua estabilidade durante o armazenamento e a
distribuição. Os aditivos químicos são incorporados para retardar o crescimento
superficial de leveduras, mofos e bactérias, bem como para manter as
características de qualidade (cor, sabor, aroma e textura). Os antioxidantes
16
evitam o escurecimento enzimático, a perda do sabor e do aroma, o
amaciamento dos tecidos e a perda da qualidade nutricional. Como exemplo,
citam-se os ácidos cítrico, ascórbico, isoascórbico, eritórbico e EDTA (ácido
etileno-diamino-tetracético).
2.4.2.7 Centrifugação
A remoção da água de lavagem e do excesso de água (exsudato) é
crítica, visto que sua presença estimula o crescimento microbiano. É realizada
em equipamentos próprios (centrífugas) que operam em alta rotação.
Todas as etapas do processamento mínimo descritas nesse item, 2.4.2,
foram elaboradas por Chitarra (1998).
2.4.3 Mudanças fisiológicas em produtos minimamente processados
A qualidade das frutas e hortaliças precisa ser excelente, a fim de se
manter uma qualidade adequada para produtos minimamente processados. É
importante, também a regulação da temperatura, da umidade relativa e a
sanitização do produto minimamente processado.
Batatas minimamente processadas não são consumidas no estado fresco,
mas são produtos perecíveis que necessitam ser preservados do escurecimento
enzimático, da perda de água e do crescimento microbiano. Como estes produtos
continuam metabolicamente ativos, o processamento mínimo aumenta sua
perecibilidade por causa do rompimento celular, do aumento da respiração, da
elevação da produção de etileno e da síntese de metabólicos secundários. Essas
reações resultam em encurtamento da vida de prateleira devido a mudanças na
cor, textura e “flavor”, bem como em um aumento da população microbiana na
superfície cortada.
A partir do momento em que o produto minimamente processado perde
uma larga área superficial sem nenhuma casca, ele tem um alto potencial para
17
perda de peso, principalmente sob altas temperaturas, em que o déficit de
pressão de vapor é alto (Watada et al., 1996).
Em produtos vegetais intactos, a água nos espaços intercelulares não está
diretamente exposta à atmosfera. Porém, quando se realiza o processamento, a
fruta ou a hortaliça processada expõe o tecido e aumenta rapidamente a taxa de
evaporação de água (Brecht, 1995) A aceleração da perda de água resulta em
murchamento, perda da qualidade visual e alteração da textura.
A respiração é um fenômeno necessário para a manutenção da vida dos
tecidos vegetais, como também um mecanismo de degradação de suas reservas
energéticas e nutritivas. O processo respiratório consiste na quebra de
substâncias mais complexas, por meio do processo de oxidação, para a extração
de energia e para a síntese de novas substâncias. As substâncias que são
utilizadas na respiração são produzidas pela própria planta durante a fase pré-
colheita (Honório & Moretti, 2002).
Segundo Kader (2002), a perda de reserva nos vegetais durante a
respiração significa o aparecimento do processo de senescência do produto,
quando as reservas para manter a fruta ou hortaliça viva estão sendo exauridas,
reduzindo o valor energético do produto, provocando perda de sabor e aroma,
especialmente doçura, e perda de matéria seca. Os principais substratos
utilizados na respiração dos tubérculos de batata são os carboidratos
provenientes da hidrólise dos grânulos de amido armazenados nos amiloplastos.
A taxa respiratória dos tecidos e órgãos vegetais é mais comumente
expressa em mg ou mL de CO
2
.kg
-1
.h
-1
. A taxa respiratória de tubérculos de
batata, em estado de dormência, é considerada baixa quando comparada com
aquelas observadas em outras hortaliças.
A taxa respiratória pode ser usada como índice para se determinar a
qualidade dos tubérculos de batata após sua colheita. A respiração apresenta-se
mais alta logo após a colheita dos tubérculos, especialmente naqueles imaturos,
18
isto é, cerca de três vezes superior à de tubérculos colhidos após a senescência
das plantas.Tubérculos armazenados a 20
0
C apresentam taxas respiratórias 50%
superiores àquelas observadas a 10
0
C (Fontes & Finger, 1997).
Nesse processo energético, cerca de 40% da energia gerada pela quebra
da cadeia de carbono é utilizada pelo tecido vegetal para manter a vida das
células. Os outros 60% da energia gerada são perdidos na forma de calor vital.
Portanto, frutas e hortaliças geram calor e, se colocadas em ambiente fechado,
tendem a aumentar a temperatura do ambiente. O calor gerado pela batata à
temperatura de 0°C é de 0,062 kj.kg
-1
.h
-1
, a 10°C é de 0,071-0,11 kj.kg
-1
.h
-1
e a
temperatura de 20°C é de 0,088-0,176 kj.kg
-1
.h
-1
(Honório & Moretti, 2002).
A taxa de deterioração (perecibilidade) para produtos colhidos é
geralmente proporcional à taxa de respiração. As frutas e hortaliças podem ser
classificadas de acordo com sua respiração. A taxa de respiração para batata
madura é considerada baixa, ou seja, apresenta valores entre 5mg e 10mg
CO
2
.kg
-1
.h
-1
. para a batata imatura, os valores da respiração encontram se
moderados, com o índice entre 10mg e 20mg CO
2
.kg
-1
.h
-1
. Todos estes valores
foram encontrados sob temperatura de 5°C (Fontes & Finger, 1997).
Diversos fatores podem afetar o metabolismo respiratório dos tubérculos
durante o armazenamento, como alterações bruscas de temperatura e injúrias
mecânicas que induzem aumentos temporários na respiração (Finger & Fontes,
1999).
A taxa de respiração de minimamente processados geralmente é maior
do que produtos intactos. Tipicamente, a taxa de respiração pode ser usada para
avaliar a vida de prateleira de produtos frescos, porém, com produtos
minimamente processados, a fisiologia é alterada muito drasticamente para se
fazer uma previsão. Essa taxa progride com o aumento da temperatura, sendo
que este aumento difere para cada tipo de produto (Watada et al., 1996).
19
Segundo Gunes & Lee (1997), sob a temperatura de 2°C para o
tubérculo de batata intacto, a respiração foi de 1,22mL CO
2
.kg
-1
.h
-1
, enquanto
que, para batatas descascadas e fatiadas, a taxa foi de 2,55 e 6,1mL CO
2
.kg
-1
.h
-1
,
respectivamente. Segundo esses autores, o processo de respiração ocorre na
mitocôndria passando através da casca, os espaços intercelulares e membranas.
O descascamento e o corte aumentam o nível de respiração porque removem a
casca, reduzindo o caminho de difusão do gás nos tecidos e aumentando a
permeabilidade da membrana.
Produtos minimamente processados geralmente são muito mais
perecíveis que produtos intactos porque eles passaram por um severo estresse
físico, tais como descascamento, cortes, fatiamento e remoção da camada
protetora das células. Conseqüentemente, produtos processados devem ser
mantidos a temperaturas mais baixas do que aquelas recomendadas para
produtos intactos. Embora a temperatura a 0°C seja desejável para muitos
produtos, alguns são preparados, transportados e armazenados a 5°C e, algumas
vezes, sob temperaturas mais elevadas, como a 10°C. Armazenar a esse nível
elevado pode apressar a deterioração por causa do quociente da temperatura de
respiração (Q
10
) das reações biológicas, que aumenta a taxa respiratória de 2 a 3
vezes para cada aumento de 10ºC na temperatura de armazenamento.
Porém, deve-se tomar o cuidado com a injúria causada por temperaturas
baixas. A batata, por exemplo, pode sofrer injúria pelo frio com temperaturas
entre 0°C e 10°C. O ideal para seu armazenamento é a temperatura entre 10°C e
15°C (Kader, 2002).
A temperatura também afeta o equilíbrio do balanço amido/açúcar em
batata. Temperaturas de armazenamento inferiores a 10°C favorecem o acúmulo
de açúcares solúveis, em detrimento do acúmulo de amido durante o
armazenamento. Contudo, o equilíbrio pode ser restaurado ao se armazenarem
20
os tubérculos em temperaturas de 15°C a 20°C, pelo período de uma semana ou
mais.
Em batata, o acúmulo de açúcares solúveis é indesejável, por causa do
escurecimento não enzimático que ocorre devido às reações entre aminoácidos e
açúcares, em altas temperaturas. Segundo Pritchard & Adam (1994), a
temperatura deve ser rigorosamente controlada durante o armazenamento de
batatas minimamente processadas embaladas, mantendo-se a 5ºC durante todo o
processo, para que se evite a formação de condições anaeróbicas dentro da
embalagem.
2.4.4 Escurecimento enzimático
O escurecimento da batata, após seu descascamento e corte, consiste
numa alteração indesejável e fator limitante primário para sua a comercialização.
Portanto, tal assunto será tratado em separado, a seguir.
Metade das frutas e hortaliças é perdida devido a reações de
deteriorações pós-colheita. Polifenoloxidase e peroxidase, presentes em muitos
frutos e hortaliças, são responsáveis pelo escurecimento enzimático de produtos
frescos que sofreram escoriações, cortes ou outros danos à parede celular
(Martinez & Whitaker, 1995; Burns, 1995).
O controle do escurecimento enzimático em hortaliças e frutas
minimamente processadas tem recebido atenção pelos pesquisadores por causa
de sua importância no processamento industrial de alimento. Reações de
escurecimento em frutas e hortaliças tornam-se evidentes quando o alimento é
sujeito a um processamento ou injúria mecânica. Historicamente, o
escurecimento enzimático tem sido controlado pela aplicação de sulfitos (Laurila
et al., 2002), os quais são altamente eficientes no controle enzimático de batatas
pré-descascadas. Por causa de seus efeitos adversos na saúde, o uso de sulfitos
para esse propósito tem sido criticado. Diversos substitutos de sulfitos,
21
principalmente formulações de ácido ascórbico ou ácido eritórbico em
combinação com ácido cítrico, fosfatos e conservantes, têm sido testados, mas
esses não são eficientes como os sulfitos e alternativas para o controle do
escurecimento em batatas processadas ainda precisam ser testadas (Sapers &
Miller, 1995).
O escurecimento geralmente prejudica as propriedades sensoriais dos
produtos porque está associado a mudanças na cor, no sabor e podendo haver
amaciamento devido, provavelmente, à ação de enzimas pécticas (Martinez &
Whitaker, 1995). O processo enzimático pode estar associado a um grande
número de reações oxidativas e de biodegradação, como degradação da clorofila
ou auxinas, oxidação de fenóis, oxidação do ácido indol acético e biossíntese de
ligininas (Valderrama et al., 2001). Uma vez quebrada a integridade das paredes
celulares e das membranas celulares, a oxidação enzimática ocorre de forma
muito mais rápida.
2.4.4.1 Enzimas envolvidas no escurecimento enzimático
O escurecimento enzimático requer quatro diferentes compostos:
oxigênio, a enzima, cobre e um substrato fenólico. A mais importante enzima
em frutas e hortaliças minimamente processadas é a polifenoloxidase (PPO).
Polifenoloxidase é um termo genérico para um grupo de enzimas que catalisam
a oxidação de compostos fenólicos e que leva à produção de cor marrom na
superfície de frutas e hortaliças cortadas. É encontrada nos plastídeos, não sendo
integrantes da membrana protéica. Os substratos fenólicos são encontrados no
vacúolo e sua oxidação ocorre somente quando uma
descompartimentalização celular (Belknap et al., 1994). Durante a operação de
descascamento e corte, as membranas das células são rompidas e substratos
entram em contato com enzimas de oxidação. Na presença de oxigênio, rápido
escurecimento ocorre devido à oxidação enzimática de fenóis para orto-
22
quinonas, que se polimerizam rapidamente, formando pigmentos marrons ou
pretos, como as melanoidinas (Laurila et al., 2002). O escurecimento de batatas
processadas começa a ocorrer depois que todo o ácido ascórbico foi oxidado
(Smith, 1977). Acredita-se que a polifenoloxidase seja a enzima mais importante
envolvida no escurecimento de batata.
Polifenoloxidases, também conhecidas como tirosinases, cresolases,
catecolases, difenolases e fenolases, catalisam dois tipos de reações, ambas
envolvendo oxigênio. A primeira reação corresponde à hidroxilação de
monofenóis formando orto-difenóis e a segunda, à oxidação de orto-difenóis,
formando orto-quinonas. As polifenoloxidases atuam sobre uma grande
variedade de substratos; citam-se p-cresol, tirosina e ácido p-cumárico como
substratos monofenólicos, enquanto catecol, didroxifenilalanina e ácido
clorogênico substratos são difenólicos (Gomes et al., 2001).
As polifenoloxidases são encontradas em quase todas as plantas
desenvolvidas, incluindo, trigo, batata, pepino, alcachofra, alface, pêra, mamão,
uva, pêssego, manga e maçã, bem como em sementes de cacau (Martinez &
Whitaker, 1995).
Smith (1977) relatou que a atividade da polifenoloxidase diminui com a
redução da concentração de oxigênio e com o aumento do peso específico da
batata. A maior descoloração de batatas com maior peso específico pode estar
mais relacionada com o alto teor de compostos fenólicos do que com a atividade
da polifenoloxidase. Belkaap et al. (1994) relataram maior atividade da
polifenoloxidase na região mais externa do tubérculo de batata, provavelmente
por ser uma região mais exposta a condições ambientais adversas.
Outra enzima muito encontrada em plantas é a peroxidase. Mudança na
atividade dessa enzima pode ser constatada quando ocorre algum ferimento,
estresse fisiológico e infecções nos vegetais. A peroxidase é uma enzima que
contém um grupo heme e está relacionada com processos de cicatrização, como,
23
por exemplo, a lignificação (Cantos et al., 2002; López-Serrano et al., 1995). A
peroxidase promove a oxidação de compostos fenólicos na presença de peróxido
de hidrogênio (Dunford & Stillman, 1976). A possível função da peroxidase na
formação da melanina tem sido questionada, dado o baixo teor de peróxido de
hidrogênio nos tecidos vegetais. Entretanto, a liberação de peróxido de
hidrogênio, na oxidação de alguns compostos fenólicos, catalisada pela
polifenoloxidase, poderia indicar uma possível ação sinergística entre essas duas
enzimas, o que sugere a participação da peroxidase nos processos de
escurecimento (Subramanian et al., 1999). A peroxidase utiliza o peróxido de
hidrogênio como doador de elétrons.
Mono e difenóis são potenciais substratos para a peroxidase. Embora a
peroxidase possa também contribuir para o escurecimento enzimático, sua
função ainda continua questionável (Garcia & Barrett, 2002).
A peroxidase apresenta uma alta atividade na região basal da batata. Sua
atividade é maior durante o período de florescimento da planta. A atividade
dessa enzima é crescente durante o crescimento da planta, ocorrendo uma
diminuição no final do período de desenvolvimento. A atividade da peroxidase é
mais alta no pH 5 e aumenta com a temperatura entre 7ºC e 55ºC, perdendo sua
atividade quando exposta durante 10 minutos a 95ºC (Smith, 1977).
2.4.4.2 Fatores que influenciam o escurecimento enzimático
Os fatores mais importantes na determinação do grau de escurecimento
enzimático em frutas e hortaliças são a concentração enzimática ativa, os
compostos fenólicos presentes, o pH, a temperatura e a concentração de
oxigênio no tecido (Laurila et al., 2002).
O pH ótimo para a atuação da polifenoloxidase está entre 4 e 7. Gomes
et al. (2001) relataram que o pH ótimo para a atividade máxima da
polifenoloxidase para nove cultivares de feijão foi 7,2. O ajustamento do pH
24
com ácidos para 4 ou abaixo desse valor pode ser usado no controle do
escurecimento até onde a acidez possa ser suportada pelo paladar humano.
A temperatura ideal para a polifenoloxidase varia dentre as espécies e
cultivares. A 80°C, a atividade da enzima é completamente destruída. A
inativação com alta temperatura é viável, aplicando-se temperaturas acima de
50°C, mas pode produzir mudanças indesejáveis nas cores, sabor, aroma e ou
textura (Laurila et al., 2002). Um estudo do tratamento térmico dos extratos
concentrados da polpa e casca das cultivares de maçã Gala e Fuji, nas
temperaturas de 60°C, 65°C, 70°C e 75°C, durante o período de 0, 1, 2, 3, 4, 6, 8
e 10 minutos foi realizado. Os resultados revelaram que a atividade da
polifenoloxidase diminuiu com o aumento da temperatura e com o tempo de
exposição do extrato enzimático, tendo esta isoenzima sido inativada após 10
minutos de tratamento a 75°C (Valderrama et al., 2001).
É importante considerar que produtos minimamente processados, como
todo tecido vivo, requerem um mínimo de oxigênio para continuar suas
atividades metabólicas. O escurecimento enzimático pode ser retardado (na
presença do substrato e da enzima ativa) se o oxigênio não for disponível para a
reação acontecer. Durante o processamento de frutas e hortaliças é comum
deixar esse material mergulhado em água para que seja evitado o escurecimento.
Porém, o tecido vegetal escurece quando é recolocado em contato com o ar
atmosférico. Deve-se tomar o cuidado quando o produto é mantido mergulhado,
pois o equilíbrio osmótico pode resultar em perda de sólidos (Garcia & Barrett,
2002).
Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento do
escurecimento enzimático, como práticas culturais, tipo de solo, fertilizante,
clima e condições nas quais são colhidas as frutas e as hortaliças. Todos esses
fatores podem influenciar na qualidade final do produto minimamente
processado. Alta quantidade de nitrogênio tem influenciado no aumento do
25
escurecimento em batata. A seleção do material para o processamento precisa
ser muito bem avaliado. A suscetibilidade para o escurecimento pode variar de
cultivar para cultivar. Alguns tecidos podem apresentar alta atividade da
polifenoloxidase e ou alta concentração ou tipos de fenólicos, substratos da
polifenoloxidase, que, sob condições apropriadas, podem aumentar a tendência
ao escurecimento (Garcia & Barrett, 2002).
O ideal seria selecionar cultivares com baixos níveis de polifenoloxidase
ou substratos fenólicos, ou ambos. A correta escolha da cultivar é
particularmente importante para cenouras, batatas e cebolas.
Algumas hortaliças e ou frutos, como batata, cenoura ou maçã,
necessitam ser descascadas. Há diversos métodos avaliados, mas, em escala
industrial, o descasque é normalmente realizado com descascadores mecânicos,
químicos ou com vapor à alta pressão. O método ideal seria o descascamento à
mão, com uma faca bem afiada. Segundo Gunes & Lee (1997), batatas devem
ser descascadas por soluções lixívias alcalinas (NaOH ou KOH) ou com faca,
quando ocorre um menor escurecimento enzimático.
2.4.4.3 Métodos para prevenção do escurecimento enzimático
O uso de filmes ou coberturas comestíveis pode modificar a atmosfera
internamente, tendo se mostrado uma eficiente ferramenta para estender a vida
de prateleira do produto. Porém, extensiva modificação da atmosfera poderá
causar injúrias no tecido (Watada et al., 1996).
Para batatas pré-descascadas, substâncias conservantes, embalagem a
vácuo e a baixa temperatura durante a distribuição têm sido comumente usadas.
O mais eficiente conservante para produtos frescos é o sulfito, que serve como
agente antimicrobiano e controla o escurecimento enzimático. Porém, o uso de
sulfitos está sujeito a regulações pelo governo em diversos países e sua
26
aplicação tem sido ligada a reações adversas em consumidores ( Baldwin et al.,
1996).
Na teoria, o escurecimento em frutas e hortaliças pode ser prevenido
utilizando-se tratamentos com alta temperatura, inativando a enzima, fazendo a
exclusão ou remoção de um dos compostos (O
2
ou fenóis), abaixando o pH para
4, ou adicionando compostos que inibam a polifenoloxidase ou previnam a
formação de melanoidinas. Vários inibidores da polifenoloxidase são
conhecidos, mas poucos têm sido considerados como alternativas para os
sulfitos.
A alternativa mais estudada para substituir o sulfito é o ácido ascórbico.
Este composto é altamente efetivo na inibição do escurecimento enzimático,
primariamente por causa de sua habilidade em reduzir a transformação de
compostos fenólicos em orto-quinonas. Infelizmente, uma vez que o ácido
ascórbico tem sido completamente oxidado a ácido deidroascórbico, quinonas
podem ser acumuladas e sofrer escurecimento (Laurila et al., 2002).
O ácido cítrico atua como agente quelante e acidulante, ambos inibidores
da polifenoloxidase (Laurila et al., 2002) e é o principal ácido orgânico de frutas
e hortaliças (Wiley, 1994; Gardner, 1966). O ácido cítrico reduz o pH, quelando
o cobre no sítio ativo da polifenoloxidase, inativando a enzima. Resultados
promissores têm sido obtidos usando ácido cítrico e as combinações com ácido
ascórbico e ácido benzóico, mergulhando-se batata minimamente processada
nessas soluções. Gunes & Lee (1997) observaram que a mistura de 0,5% de L-
cisteína e 2% de ácido cítrico proporcionou o melhor resultado em relação ao
valor L* (intensidade de cor) em batata descascada por abrasão e embaladas em
atmosfera modificada quando comparada ao uso de outras sustâncias
antioxidantes.
Segundo Langdon (1987), batatas foram fatiadas e mergulhadas durante
1 minuto em solução contendo 0,3%, 0,5% ou 1% de ácido cítrico em
27
combinação com ácido ascórbico e depois embaladas em polietileno. Após 14 e
20 dias, as batatas tratadas com esta solução apresentavam aparência, cheiro e
textura de batatas frescas fatiadas. Gardner (1991), avaliando batatas
descascadas tratadas com uma solução de 1,08g de ácido cítrico e 1,08g de ácido
ascórbico em 100mL de água (partes por peso) e embaladas em polietileno,
armazenando-se a 0°C e 4°C, obteve bons resultados. A vida de prateleira
baseada na cor do produto foi de 12 dias, apresentando um odor característico de
produto fresco. Após a abertura da embalagem, a batata manteve sua coloração
normal por 7 horas em atmosfera natural. Laurila et al. (1998), estudando três
diferentes cultivares (uma delas era a Bintje), observaram boa qualidade visual
para batatas fatiadas mergulhadas em soluções com concentração de 0,1% de
ácido cítrico 0,5% de ácido ascórbico e com uma mistura de 20% de CO
2
+ 80%
N
2
na embalagem.
O ácido eritórbico é um isômero do ácido ascórbico, apresentando
propriedades semelhantes, embora não tenha atividade de vitamina C. O ácido
eritórbico atua como seqüestrador de oxigênio e, portanto, reduzindo o oxigênio
molecular. Esse composto chega a ser até cinco vezes mais barato que o ácido
ascórbico. O ácido eritórbico tem sido usado como inibidor de escurecimento
enzimático em combinação com o ácido ascórbico ou cítrico para batatas
fatiadas e para batatas inteiras descascadas por abrasão. Santerre et al. (1991)
retiraram a casca da batata por abrasão, deixando-a inteira e mergulhou o
tubérculo em uma solução contendo 3% de ácido eritórbico, armazenando-o em
embalagem plástica a 3,8°C. As batatas mergulhadas na solução de ácido
eritórbico apresentaram luminosidade igual ou maior do que batatas com
2.000ppm de sulfito.
Acredita-se que, num futuro próximo, cultivares mais adaptadas ao
processamento mínimo já tenham sido desenvolvidas. Talvez, produtos
28
destinados ao processamento serão cultivados em condições mais controladas, a
fim de se obter um produto mais próximo do padrão desejável.
29
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35
CAPÍTULO 2
AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO MÍNIMO DE BATATAS
‘ASTERIX’ E ‘BINTJE’, ARMAZENADAS A 5°
°°
°C E 15°
°°
°C
36
1 RESUMO
Almeida, Gustavo Costa de. Avaliação do processamento mínimo de batatas
‘Asterix’ e ‘Bintje’, armazenadas a 5ºC e 15ºC. 2005. 119p. Dissertação
(Mestrado em Ciências dos Alimentos) - Universidade Federal de Lavras,
Lavras, MG.
*
A batata enquadra-se no grupo das hortaliças que possuem as
características para o processamento mínimo devido à sua pouca conveniência
durante o preparo para as refeições. Dois obstáculos a serem enfrentados durante
processamento mínimo de frutas e hortaliças são a escolha correta da cultivar e a
manutenção da baixa temperatura durante o período de comercialização. O
presente trabalho avaliou o comportamento fisiológico de diferentes cultivares
de batata, Asterix e Bintje, minimamente processadas na forma palito e intactas,
armazenadas em diferentes temperaturas, 5ºC e 15ºC. Foram avaliadas a
concentração de gás carbônico e as variáveis firmeza, intensidade da cor,
atividade da polifenoloxidase e peroxidase, açúcares totais, amido, vitamina C e
acidez titulável no produto minimamente processado armazenado a 5ºC e 15ºC,
durante 9 dias. O trabalho foi realizado no Laboratório de Pós-Colheita da
EMBRAPA, no Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças, CNPH, em Brasília,
no ano de 2004. O processamento mínimo da batata aumentou sua taxa
respiratória nas primeiras 4 horas após o processamento, com a ‘Asterix’
minimamente processada apresentando maior taxa sob as duas temperaturas de
armazenamento. O armazenamento da batata minimamente processada a 5ºC e
15ºC se mostrou prejudicial para ambas as cultivares, devido à formação de
pequenas pontuações escuras na batata palito. Para as duas cultivares
armazenadas a 15ºC, houve acúmulo de água no interior da embalagem com a
emanação de odor fétido. A cultivar Bintje apresentou menor atividade da
polifenoloxidase, maior intensidade de cor e maior teor de ácido ascórbico em
relação a cultivar Asterix.
*
Comitê orientador: Eduardo Valério de Barros Vilas Boas - UFLA (Orientador); Celso
Luiz Moretti - EMBRAPA (Co-orientador).
37
2 ABSTRACT
Almeida, Gustavo Costa de. Evaluation of minimal processing of ‘Asterix’ e
‘Bintje’ potatoes, stored at 5ºC and 15ºC. 2005. 119p. Dissertation (Master in
Food Science) - Federal University of Lavras, Lavras, Minas Gerais, Brazil.
*
Potatoes belong to a group of vegetables which have the specific
characteristics to be minimally processed due their low convenience during the
prepare to meals. There are two shortcomings related to fresh-cut fruits and
vegetables: the right choice of cultivar and keeping the low temperature during
the marketing. This work had the purpose of evaluating the physiological
behaviour of different cultivars of potatoes Asterix and Bintje, intacts and
minimally processed in shape of strips, stored in different temperatures, 5ºC and
15ºC. It was evaluated the concentration of carbon dioxide for 4 hours after the
processing and the variables firmness, colour intensity, activity of peroxidase
and polyphenoloxidase, titratable acidity, total sugars, starch and vitamin C in
the fresh-cut product stored at 5ºC and 15ºC for 9 days. The work was carried
out in Post-Harvest Laboratory of EMBRAPA in Research National Center of
Vegetables, in Brasilia, Brazil, 2004. The minimal processing of the potato
increased its respiration rate in the first four hours after the processing and the
fresh-cut ‘Asterix’ showed higher respiration rate under both storage
temperatures. The storage of fresh-cut potatoes at 5ºC e 15ºC wasn´t appropriate,
since some black spots appeared on the potatoes strips stored under both
temperatures. In relation to the fresh-cut potatoes stored at 15ºC there was
accumulation of water inside of the packing and a disagreeable odor after the
third day. The Bintje cultivar showed lower activity of polyphenoloxidase,
higher colour intensity and content of vitamin C in comparation to ‘Asterix’.
*
Guidance committee: Eduardo Valério de Barros Vilas Boas - UFLA (Adviser); Celso
Luiz Moretti - EMBRAPA (Co-adviser).
38
3 INTRODUÇÃO
O Brasil se caracteriza como um grande importador de batata pré-frita
congelada, em um mercado que cresce 5% ao ano (Takano, 2001). As batatas
pré-fritas congeladas consumidas no Brasil são, em grande parte, importadas dos
Estados Unidos, Holanda, Canadá, França e Argentina, em embalagens de 500g
e 1kg, para atender ao consumo doméstico e 5kg, para o mercado institucional.
Os Estados Unidos caracterizam-se como o maior produtor, consumidor e
importador de batata frita congelada (AGRIANUAL, 2004). Um aumento na
produção de batatas palito minimamente processadas pode levar a uma redução
na importação de batata pré-frita congelada, favorecendo o aumento do superávit
da balança comercial brasileira.
Os produtos minimamente processados se encontram no mercado
mais de 20 anos. O maior número de pessoas morando sozinhas, a maior
participação da mulher no mercado de trabalho e a busca dos consumidores por
produtos convenientes têm aumentado a demanda por frutas e hortaliças
minimamente processadas. Esse novo tipo de serviço traz conveniência,
oferecendo economia de tempo para os consumidores.
O descascamento e o fatiamento da batata são práticas comuns antes do
seu consumo, o que torna esse tubérculo um produto pouco conveniente para o
consumidor. Devido às transformações dos hábitos alimentares pelos quais a
sociedade vem passando nos últimos anos, a batata tem um grande potencial
para se enquadrar no ramo de produtos minimamente processados, em função de
sua grande demanda. A batata palito minimamente processada detém os
atributos da conveniência, além da qualidade das batatas frescas. O propósito do
seu fornecimento é o de disponibilizar um produto que não requeira nenhuma
preparação posterior por parte do consumidor no que se refere à seleção,
39
limpeza, lavagem, descascamento e corte. Outra vantagem é a redução
praticamente total do desperdício.
Pesquisa feita pela Associação Brasileira da Batata, em 2002, com 302
consumidores, revelou que 82% preferem batatas frescas, que incluem batatas
minimamente processadas, a batatas pré-fritas congeladas (Berbari et al., 2002).
A batata palito minimamente processada apresenta várias vantagens sobre a pré-
frita congelada, visto ser um produto fresco, o que atende aos anseios do
consumidor, possui custo de produção menor e não necessita de temperaturas de
armazenamento tão baixas quanto para as pré-fritas congeladas (-18ºC).
Para batatas destinadas ao processamento na forma de fritura, as
principais características gerais são o teor adequado de matéria seca (para batata
palito, em torno de 19%) e um baixo teor de açúcares redutores. Para
Vendrusculo (1998), o limite estabelecido na literatura quanto ao teor de
açúcares redutores é quase consensual. Em tubérculos para fritura, ele deve
situar-se em torno de 0,2% a 0,3% da matéria fresca, inclusive para o
desenvolvimento de cor, pois valores inferiores de açúcares redutores deixarão o
produto mais branco. A falta de cultivares adequadas no Brasil para o
processamento mínimo faz com que as agroindústrias utilizem cultivares que se
adaptem melhor ao processamento. É fundamental que essas cultivares
apresentem bom rendimento e boa aceitação pelo consumidor.
Batatas minimamente processadas não são consumidas no estado fresco,
mas são um produto perecível que necessita ser preservado do escurecimento
enzimático, da perda de água e do crescimento microbiano. O escurecimento de
batata, após seu descascamento e corte, consiste em uma alteração indesejável e
fator limitante primário para sua comercialização. Polifenoloxidase e peroxidase,
encontradas em muitas frutas e hortaliças, são responsáveis pelo escurecimento
enzimático de produtos frescos que sofreram escoriações, cortes ou outros danos
à parede celular (Martinez & Whitaker, 1995; Burns, 1995).
40
O escurecimento geralmente prejudica as propriedades sensoriais dos
produtos porque está associado a mudanças na cor e no sabor, podendo haver
amaciamento devido, provavelmente, à ação de enzimas pécticas (Martinez &
Whitaker, 1995). Uma vez quebrada a integridade das paredes celulares e das
membranas celulares, a oxidação enzimática ocorre de forma muito mais rápida.
O escurecimento enzimático requer quatro diferentes compostos:
oxigênio, uma enzima, cobre e um substrato. O escurecimento de batatas
processadas começa a ocorrer depois que todo o ácido ascórbico foi oxidado
(Smith, 1977). Acredita-se que a polifenoloxidase seja a enzima mais importante
envolvida no escurecimento de batata.
Smith (1977) relatou que a atividade da polifenoloxidase diminui com a
redução da concentração de oxigênio e com o aumento da densidade. A maior
descoloração de batatas com maior peso específico pode ser mais relacionada
com o alto teor de compostos fenólicos do que com a atividade da
polifenoloxidase.
Outra enzima muito encontrada em plantas é a peroxidase . Mudança na
atividade dessa enzima pode ser constatada quando ocorre algum ferimento,
estresse fisiológico e infecções nos vegetais. A peroxidase é uma enzima que
contém um grupo heme e está relacionada com processos de cicatrização, como,
por exemplo, a lignificação (Cantos et al., 2002; López-Serrano et al., 1995). A
peroxidase promove a oxidação de compostos fenólicos na presença de peróxido
de hidrogênio (Dunford & Stillman, 1976). A possível função da peroxidase na
formação da melanina tem sido questionada, dado o baixo teor de peróxido de
hidrogênio nos tecidos vegetais. Entretanto, a liberação de peróxido de
hidrogênio, na oxidação de alguns compostos fenólicos, catalisada pela
polifenoloxidase, poderia indicar uma possível ação sinergística entre essas duas
enzimas, o que sugere a participação da peroxidase nos processos de
escurecimento (Subramanian et al., 1999).
41
Os fatores mais importantes na determinação do grau de escurecimento
enzimático em frutas e hortaliças são a concentração enzimática ativa e os
compostos fenólicos presentes, o pH, a temperatura e a concentração de
oxigênio no tecido (Laurila et al., 2002).
É importante considerar que produtos minimamente processados, como
todo tecido vivo, requerem um mínimo de oxigênio para continuar suas
atividades metabólicas. O escurecimento enzimático pode ser retardado (na
presença do substrato e da enzima ativa) se o oxigênio não for disponível para a
reação acontecer. Durante o processamento de frutas e hortaliças é comum
deixar esse material mergulhado em água para que seja evitado o escurecimento.
Porém, o tecido vegetal escurece quando é recolocado em contato com o ar
atmosférico (Garcia & Barrett, 2002). O ideal seria selecionar cultivares com
baixos níveis de polifenoloxidase ou substratos fenólicos, ou ambos. Em batatas,
a escolha da cultivar se em função da finalidade: se para preparo de saladas e
purê (pode ter baixa porcentagem de matéria seca), se para preparo de batatas
fritas (“chips”, “french fries”, batata palha) ou batata desidratada, nas quais é
importante um alto teor de matéria seca e baixa concentração de açúcares
redutores.
Para batatas pré-descascadas, substâncias conservantes, embalagem a
vácuo e a baixa refrigeração durante a distribuição têm sido comumente usados.
Segundo Matheis (1987), o ácido ascórbico é, provavelmente, o maior inibidor
de ocorrência natural do escurecimento enzimático em batatas. O ácido
ascórbico reduz a habilidade da enzima em oxidar o catecol (Smith, 1977). Ele
reduz os produtos da oxidação inicial, as ortoquinonas, para ortodifenóis, até que
ele seja quantitativamente oxidado para ácido deidroascórbico. Devido a esse
efeito, o ácido ascórbico tem sido reportado por inibir diretamente a ação da
polifenoloxidase da batata.
42
O presente trabalho avaliou o comportamento fisiológico, químico,
bioquímico e físico de diferentes cultivares de batata, Asterix e Bintje,
minimamente processadas na forma palito e intacta, armazenadas sob diferentes
temperaturas.
43
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Matéria-prima
Os tubérculos de batata (Solanum tuberosun L.) das cultivares Asterix e
Bintje foram obtidos no comércio de Brasília, no ponto ótimo de colheita. O
experimento foi realizado no Laboratório de Pós-Colheita do Centro Nacional de
Pesquisa de Hortaliças (CNPH), EMBRAPA Distrito Federal, no ano de 2004.
4.2 Processamento mínimo
Os tubérculos foram selecionados quanto à presença de danos
mecânicos, tamanho (próximo a 10cm) e diâmetro. Após a seleção, os
tubérculos foram lavados, sanitificados com hipoclorito de sódio a 100ppm e
descascados por abrasão. Foram enxaguados em água potável, processados na
forma de palito de aproximadamente 5cm de comprimento por 1cm de largura e
sanificados com 150ppm de cloro ativo durante 5 minutos. Depois, os tubérculos
minimamente processados foram centrifugados por 4 minutos a 800g e
embalados, sob vácuo parcial, em porções de 200g, em náilon multicamadas. Os
operadores usaram luvas, gorros, máscaras e aventais em um local apropriado
para o processamento mínimo e previamente sanificado.
4.3 Análises
4.3.1 Rendimento da batata após o processamento
A batata intacta antes do seu processamento foi pesada e, logo após o
processamento mínimo, foi pesada novamente. Dessa maneira, obteve-se o
rendimento do tubérculo, em porcentagem, após o seu processamento.
44
4.3.2 Matéria seca
O teor de matéria seca foi determinado gravimetricamente por secagem
em estufa com a temperatura controlada a 105ºC, por 24 horas ou até peso
constante (Silva, 1990).
4.3.3 Firmeza
A firmeza foi medida como resistência à penetração, com o auxílio do
penetrômetro a gás composto por ponteira arredondada com o diâmetro medindo
3mm. As leituras em kgf foram feitas na parte equatorial da batata minimamente
processada na forma de palito. Os resultados foram multiplicados por 9,86, para
obter-se o resultado em Newtons (EMBRAPA, 2004).
4.3.4 Valor L*
As medidas para cor foram feitas com o aparelho Minolta-Color Reader
CR 10. As medidas foram expressas no espaço de cor L*, em que L é o brilho
que varia de 0 a 100.
4.3.5 Taxa respiratória
As batatas minimamente processadas foram colocadas em frascos
hermeticamente fechados e armazenadas a 5°C e a 15°C, com 90% de umidade
relativa, fazendo-se o mesmo com batatas intactas. Amostras da mistura
atmosférica no interior dos frascos foram coletadas em duplicatas com seringa
de 1,0mL, após 1, 2, 3 e 4 horas do processamento e analisadas com o auxílio de
um cromatógrafo a gás. Após cada coleta, os frascos foram abertos para
renovação da atmosfera interna.
A altura dos picos no cromatograma foi medida com o auxílio de um
paquímetro e comparada com a altura do pico da injeção de 1,0mL de uma
45
amostra padrão composta por 1,0% de CO
2
. Para a determinação da taxa de
evolução de CO
2
, utilizou-se a seguinte fórmula:
2
1
2
H
01,0H
CO%
×
=
Em que:
H
1
- média da altura dos picos da amostra
H
2
- média da altura dos picos do padrão.
0,01 - concentração de CO
2
no padrão.
KCO%)h.kg.mL(CO
2
11
2
×=
, onde
100(kg) produto do massa
(mL) frasco do morto volume
K
×
=
O volume morto é obtido pela diferença entre o volume do frasco e o
volume da amostra. O resultado da taxa de evolução do CO
2
foi expresso em mL
CO
2
.kg
-1
.h
-1
.
4.3.6 Acidez titulável
O nível de acidez do produto foi mensurado utilizando-se o método de
titulação em pH 8,2, com NaOH a 0,1N. Os resultados foram expressos em
porcentagem de ácido cítrico por 100g de polpa de batata.
4.3.7 Amido
A determinação foi feita a partir de adaptação realizada no método de
Ranganna (1986), com extração de açúcares por solução de etanol (80%) a
quente, em 3 estádios e hidrólise ácida do resíduo, também em 3 estádios, com
ácido perclórico (52%), com posterior determinação dos açúcares pelo método
fenol-sulfúrico.
46
Foram pesados 4g de batatas minimamente processadas na forma palitos,
adicionados 20mL de etanol a 80% a 50ºC, 0,05g de CaCO
3
e homogeneizados.
Após a batata ter sido homogeneizada, essa solução foi centrifugada a 5.000rpm
durante 15 minutos a 15ºC. Após a centrifugação, o sobrenadante foi descartado
e, novamente, foram adicionados 20mL de etanol a 80% a 50ºC e 0,05g de
CaCO
3
ao resíduo. Esse procedimento foi feito mais uma vez, totalizando três
operações, sempre mantendo-se o resíduo. Ao resíduo foram adicionados 2,5mL
de água destilada e 3,25mL de ácido perclórico a 52%, agitando-se e deixando-
se descansar por 30 minutos. Após o repouso, o material foi centrifugado a
15.000rpm, durante 20 minutos a 15ºC. O sobrenadante foi armazenado. No
resíduo, repetiu-se por 2 vezes a operação de hidrólise do amido. Essa operação
foi realizada três vezes ao todo. Todo o sobrenadante foi passado para um balão
volumétrico que, depois, foi completado para 50mL com água destilada.
Retirou-se alíquota para determinar o açúcar total pelo método colorimétrico
descrito por Dubois (1956). O resultado final foi multiplicado por 0,9 para se
obter a quantidade de amido por 100g de polpa de batata.
4.3.8 Açúcares totais
Foram determinados pelo método colorimétrico descrito por Dubois
(1956). Centrifugou-se o homogenato de batata a 1.500rpm por 20 minutos a
15ºC e filtrou-se o sobrenadante. Retirou-se 1mL do filtrado e completou-se o
balão volumétrico para 50mL com água destilada. Retirou-se 1mL da solução,
acrescentando-se 0,5mL de fenol a 5%, agitando-se. Acrescentaram-se 2,5mL de
ácido sulfúrico e agitou-se novamente. A amostra foi lida na absorbância de
490nm. Os resultados foram expressos em gramas de açúcares totais por 100g de
polpa de batata.
47
4.3.9 Vitamina C
O teor de vitamina C foi determinado segundo metodologia descrita por
Terada et al. (1979), modificada por Nunes et al. (1995). Pesaram-se 2g de
tecido fresco e adicionaram-se 18mL de mistura ácida. Centrifugou-se a
15.000rpm por 20 minutos, a 4ºC, e filtrou-se o sobrenadante. Pipetou-se 1mL
da solução e adicionaram-se a esse volume 5µL de 2,6 diclorofenolindofenol a
0,2%, agitou-se e incubou-se à temperatura ambiente por uma hora. Adicionou
1mL de toiuréia a 2% e agitou-se bem. Foram adicionados 0,5mL de
dinitrofenilidrazina a 2% (exceto no branco). Misturou-se e deixou-se em banho-
maria por três horas, a 60ºC, exceto o branco. Colocou-se em banho de gelo e
adicionaram-se cuidadosamente 2,5mL de H
2
SO
4
gelado (inclusive no branco) e
agitou-se. Adicionaram-se 0,5mL de dinitrofenilidrazina a 2% ao branco e
agitou-se. As amostras foram lidas na absorbância de 540nm à temperatura
ambiente. Os resultados foram expressos em mg de ácido ascórbico por 100g de
batata.
4.3.10 Polifenoloxidase e peroxidase
O procedimento foi realizado a 4°C. Tomaram-se 10g de tecido (polpa
fresca), ressuspendeu-se em 90mL de tampão fosfato 0,05M pH 7,0, para
conservar o pH da enzima e homogeneizou-se por 3 minutos em politron.
Filtrou-se em papel Whatmann° 1, centrifugando-se logo em seguida
(10.000rpm/10 minutos). O sobrenadante constituiu a fonte enzimática.
4.3.10.1 Atividade da polifenoloxidase ou PFO (unidade enzimática.min
-1
.g
-1
de tecido)
Determinou-se a atividade da polifenoloxidase de acordo com a técnica
descrita por Ponting & Joslyn (1948). Retiraram-se 0,5mL do extrato enzimático
e adicionarm-se 1,8mL de tampão fosfato 0,1M (pH 7,0) e 0,05mL de catecol
48
10mM. Incubou-se durante 30 minutos a 30ºC. A reação foi interrompida
adicionando-se 0,8mL de ácido perclórico 2N. A leitura dos valores de
absorbância foi feita em espctofotômetro, no comprimento de onda de 395nm.
Uma unidade enzimática é igual à variação de 0,01 na absorbância.
4.3.10.2 Atividade da peroxidase ou POD (unidade enzimática. min
-1
.g
-1
de
tecido)
A atividade de peroxidase foi determinada de acordo com a técnica
descrita por Ferhmann & Diamond (1967). Foram retirados 3,0mL do extrato
enzimático, o mesmo preparado para a polifenoloxidase. Adicionaram-se 5,0mL
de tampão fosfato-citrato 0,1M (pH 5,0), 0,5mL de H
2
O
2
a 3% e 0,5mL de
guaiacol. Incubou-se durante 5 minutos a 30ºC. A reação foi interrompida
adicionando-se 1,0mL de bissulfito de sódio a 30%. A leitura dos valores de
absorbância foi feita em espctofotômetro, no comprimento de onda de 470nm.
Uma unidade enzimática é igual à variação de 0,01 na absorbância.
4.3.11 Análises visuais e de odor
Para a realização das análises visuais e de odor, houve a participação de
seis técnicos não treinados ligados, ao Laboratório de Pós-colheita da Embrapa
Hortaliças. Foram feitos três tipos de observações:
Presença de água na embalagem: a presença de água no fundo da
embalagem acima de 1mm;
Pontuações escuras: a presença visível, ao olho humano, de, no mínimo,
uma pontuação escura na batata palito;
Odor fétido: para considerar como odor fétido, 100% da equipe técnica
deveria afirmar que o odor oriundo da embalagem era desagradável.
49
4.3.12 Análises estatísticas
A análise estatística utilizada para a obtenção dos resultados foi dada
pela análise de variância aplicada ao delineamento inteiramente casualizado
(DIC), em que os tratamentos analisados em função do tempo foram
aleatorizados conforme o esquema de parcela subdividida (Gomes, 2000).
É importante ressaltar que as respostas das variáveis analisadas em cada
tempo foram provenientes de parcelas experimentais diferentes, sendo estas
constituídas por três lotes do material vegetal estudado. Entretanto, considerou-
se a dependência entre as parcelas pelo fato de que, a cada tempo, as parcelas
eram provenientes do mesmo material, evidenciando, assim, uma dependência
entre as respostas observadas.
4.4 Delineamento experimental
Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente
casualizado. O delineamento para o experimento no qual se avaliou a respiração
foi composto em um esquema fatorial 2x2x4x2, sendo duas cultivares, duas
temperaturas de armazenamento (5ºC e 15ºC), quatro tempos após o
processamento (1, 2, 3 e 4 horas) e duas formas de processamento (intacta e
minimamente processada na forma palito). As características físico-químicas e
bioquímicas foram avaliadas mediante um experimento conduzido em
delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2x2x4, sendo duas
cultivares (Asterix e Bintje) de batata minimamente processada na forma palito
armazenadas em duas temperaturas (5ºC e 15ºC), avaliadas em quatro tempos (0,
3, 6 e 9 dias após o processamento), com três repetições.
50
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Características da batata
No presente experimento, no qual trabalhou-se com o processamento
mínimo de batata na forma de palito, utilizaram-se duas cultivares; o teor médio
de matéria seca da ‘Asterix’ foi igual a 20,04% e o teor da Bintje’ foi de
18,38%. Coelho (1998) observou valores mais baixos em relação aos
encontrados no presente trabalho: a cultivar Baraka apresentou teor de matéria
seca de 16,36% e a Achat, de 13,46%. O rendimento do material vegetal após o
processamento foi maior para ‘Asterix’, 75,68%, do que para a ‘Bintje’, 66%.
5.2 Taxa respiratória
Para se conhecer melhor o comportamento fisiológico das batatas
Asterix e Bintje, avaliou-se a respiração das duas cultivares na forma de batata
palito minimamente processada (MP) e intacta, armazenadas sob diferentes
temperaturas (5ºC e 15ºC) durante 4 horas. Os resultados encontrados estão na
Tabela 1.
As cultivares Asterix e Bintje intactas tiveram o mesmo comportamento
fisiológico, independente da temperatura de armazenamento.
Porém, de maneira clara, diferenças foram percebidas entre batatas palito e
intactas, e também diferenças no comportamento fisiológico entre as cultivares
que passaram pelo processamento mínimo.
51
TABELA 1 Taxa respiratória (mL CO
2
.kg
-1
h
-1
) de batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje’
intactas e na forma palito, armazenadas a 5ºC e 15ºC, por 4 horas.
Tratamentos Médias
Asterix intacta 5ºC 3,80233 a
Asterix intacta 15ºC 3,81491 a
Bintje intacta 5ºC 4,00475 a
Bintje intacta 15ºC 4,24625 a
Asterix MP 5ºC 14,1076 d
Asterix MP 15ºC 15,4974 d
Bintje MP 5ºC 8,25475 b
Bintje MP 15ºC 12,3100 c
Médias seguidas de mesma letra são iguais entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05).
Deve-se salientar que a batata ‘Asterix’ minimamente processada,
armazenada a 5ºC e 15ºC apresentou maior taxa respiratória que a batata ‘Bintje’
minimamente processada, independente da temperatura de armazenamento,
durante as primeiras 4 horas após o processamento. Mas, deve ser observado que
o estudo foi realizado até 4 horas após o processamento e que, após esse período,
pode ocorrer menor atividade respiratória devido à estabilização no
metabolismo. Essa observação pode ser importante, pois maior atividade
respiratória está relacionada diretamente à menor vida de prateleira, devido ao
consumo das reservas energéticas. Visto que a matéria seca é um atributo
importante para a qualidade da batata frita, pois um maior teor de matéria seca
influencia na qualidade final do produto, conferindo-lhe menor absorção de
óleo, quanto maior o teor de matéria seca, melhor rendimento de fritura
apresentará o produto (Heemst, 1986; Manrique, 1989). É válido ressaltar que o
teor de matéria seca da batata ‘Bintje’, obtido no experimento, 18,38%, foi
menor que o da ‘Asterix’, 20,04%. Esse comportamento respiratório diferente
entre as cultivares, talvez seja devido à diferença existente na quantidade matéria
seca. De forma parecida, Moretti et al. (2002) observaram comportamento
52
diferente na taxa respiratória de diferentes cultivares de batata-doce, Brazilândia
Branca e Princesa, minimamente processadas e armazenadas a 5ºC.
Com o aumento da área de exposição dos tecidos injuriados, o ritmo
respiratório aumenta várias vezes. A hidrólise do amido é aumentada e o ciclo de
dos ácidos tricarboxílicos, bem como a cadeia de transporte dos elétrons, é
ativado. O aumento da taxa respiratória é evidente após o efeito do
processamento no tubérculo. Resultados semelhantes têm sido encontrados em
estudos com frutas e hortaliças minimamente processadas de diversos outros
autores (Burns, 1995; Chitarra, 2000; Gunes & Lee, 1997; Moretti et al., 2000,
Watada, 1996).
5.3 Firmeza
A variável firmeza foi influenciada apenas pela interação entre os fatores
temperatura e tempo de armazenamento, conforme pode ser observado na Figura
1.
A firmeza foi influenciada pela temperatura no 3º dia de armazenamento,
quando batatas minimamente processadas armazenadas a 5ºC mostraram-se
menos firmes que aquelas armazenadas a 15ºC.
Pode-se observar, na Figura 1, que, do tempo zero ao terceiro dia após o
processamento, houve um aumento na firmeza da batata palito minimamente
processada armazenada 15ºC. A perda de água por transpiração pode ter levado
a esse aumento. A retirada de água aumenta a firmeza do produto minimamente
processado.
53
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0 3 6 9
Tempo (número de dias após o processamento)
Firmeza (Newtons)
15ºC
C
a
a
a
a
a
a
b b
FIGURA 1 Firmeza (newtons) de batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje’ minimamente
processadas na forma de palito, armazenadas a 5°C e 15°C, por 9
dias. Médias seguidas da mesma letra no tempo (número de dias
após o processamento) são iguais entre si, pelo teste de Scott-Knott
(p<0,05).
Porém, no tempo 6, houve uma queda na firmeza da batata palito
armazenada a 15ºC. Essa perda de firmeza pode estar relacionada com atuações
de enzimas, tais como pectinases (pectinametilesterase e poligalacturonase -
endo e exo PG), celulases e beta-galactosidases, que degradam a estrutura
celular que é responsável pela firmeza do tecido vegetal em frutas e hortaliças
(Chitarra, 2000). Coelho (1998), avaliando o comportamento de duas cultivares
de batatas, Baraka e Achat, intactas, armazenadas à temperatura ambiente,
observou que uma das cultivares apresentou menor atividade da enzima PME e
maior textura, porém, a poligalacturonase não apresentou atividade. Esse mesmo
54
autor observou que não houve associação entre firmeza e pectina total e firmeza
e solubilização de pectinas, avaliando o armazenamento das duas cultivares de
batatas intactas armazenadas a 8ºC em um período de 90 dias. Coelho (1998)
sugeriu que as variações na firmeza podem estar relacionadas a fatores como
certas frações de substâncias pécticas ou mesmo à perda de turgor. Qi & Watada
(1997), trabalhando com diversos produtos minimamente processados, que não
batatas, armazenados a 5ºC, observaram comportamento semelhante ao do
estudo, no qual ocorreu uma queda na firmeza.
A firmeza não foi influenciada pelo tipo de cultivar utilizada no
processamento, tendo as cultivares Asterix e Bintje apresentado,
respectivamente, médias iguais, 0,467 e 0,494.
O armazenamento de produto minimamente processado a 5ºC é o
recomendado por Chitarra (2000). A firmeza é uma característica peculiar ao
produto, que influencia no momento da compra pelo consumidor, que exige
frutas e hortaliças com texturas firmes (Ministério da Integração Nacional,
1999).
5.4 Valor L*
O valor L* foi influenciado pela interação entre os fatores temperatura e
tempo de armazenamento e pelo fator cultivar, isoladamente.
As médias dos valores L* de batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje’
respectivamente, foram de 52,23 (b) e 54,61(a). Essa diferença de intensidade é
uma característica específica de cada cultivar, visto que a cultivar Bintje é mais
clara, apresentando maior valor L* que a batata ‘Asterix’. O valor L* da batata
minimamente processada a 5ºC foi superior ao da armazenada a 15ºC no 3º dia e
inferior nos 6º e 9º dia de armazenamento (Figura 2).
55
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
0 3 6 9
Tempo (número de dias após o processamento)
Valor L*
15ºC
C
a
a
a
a
a
b
b
b
FIGURA 2 Valor L* de batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje’ minimanente processadas na
forma de palito, armazenadas a 5°C e 15°C, por 9 dias. Médias
seguidas da mesma letra no tempo (número de dias após o
processamento) são iguais entre si, pelo teste de Scott-Knott
(p<0,05).
Gunes & Lee (1997), estudando o efeito de diferentes antioxidantes,
dentre eles o ácido cítrico, em batatas minimamente processadas, observaram
que o valor L* do controle, sem uso de antioxidante, diminuiu durante o
armazenamento por 13 dias a 2ºC, com os valores de L* próximo a 65 no dia do
processamento, ficando em torno de 40 no último tempo de armazenamento.
Pôde-se observar que, no presente trabalho, houve uma diminuição menos
acentuada do que aquela observada por Gunes & Lee (1997).
56
O valor L* indica quão claro ou escuro é um produto. Logo, as batatas
armazenadas a 15ºC mostraram-se, objetivamente, mais claras que as
armazenadas a 5ºC, a partir do 6º dia de armazenamento.
Notaram-se, no terceiro dia de armazenamento pequenas pontuações
escuras em algumas batatas palito para ambas as cultivares, sob as duas
temperaturas de armazenamento. Essas pontuações permaneceram do mesmo
tamanho durante todo o período de armazenamento. Porém, eram pontos que
não se destacavam claramente no produto minimamente processado.
O valor L*, para ambas as cultivares, não se apresentou como um fator
limitante, porém, os pequenos pontos escuros, mesmo que de forma
inexpressiva, podem comprometer a comercialização do produto, visto que sua
manifestação já se deu no terceiro dia após o processamento mínimo.
5.5 Acidez titulável
A variável acidez titulável foi influenciada isoladamente, pelos fatores
cultivar, temperatura e tempo de armazenamento.
Pode-se observar, na Figura 3, que a porcentagem de acidez titulável
ficou estável até o dia após o processamento. A partir do dia, houve um
aumento no teor de acidez titulável. Segundo Smith (1977), a concentração de
ácido cítrico aumenta durante o processo de maturação da batata.
A cultivar Asterix apresentou uma média de 0,138% (a) de acidez
titulável, ao passo que, na cultivar Bintje, a média foi de 0,105% (b) de acidez
titulável. A maior porcentagem de acidez titulável na cultivar Asterix pode estar
associada à maior quantidade de matéria seca, 20,04%, em comparação à
‘Bintje’, 18,38%.
57
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0 3 6 9
Tempo (número de dias após o processamento)
Acidez titulável (%)
FIGURA 3 Acidez titulável média (%) de batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje’
minimamente processadas na forma de palito, armazenadas a 5ºC
e 15ºC, por 9 dias.
Os tubérculos minimamente processados armazenados a 5ºC
apresentaram, em média, 0,158% (a) de acidez titulável, estatisticamente
superior à observada naqueles armazenados a 15ºC que apresentaram 0,085%
(b) de acidez titulável. Ácidos orgânicos são moléculas químicas que podem ser
oxidadas na atividade respiratória, ou seja, maior temperatura durante o
armazenamento aumenta a atividade respiratória, o que favorece o consumo
mais rápido dos ácidos orgânicos, diminuindo seu teor no tubérculo.
5.6 Vitamina C
A variável vitamina C foi influenciada interativamente pelos fatores
“cultivar e temperatura”, “cultivar e tempo” e “temperatura e tempo”. O efeito
Tempo; y= 0,106 -0,005x + 0,001x
2
; R
2
=99,67%
58
interativo da temperatura e cultivar sobre os teores de vitamina C em batatas
minimamente processadas é apresentado na Tabela 2.
TABELA 2 Vitamina C total (mg.100g de matéria fresca
-1
) de batatas ‘Asterix’
e ‘Bintje’ minimamente processadas na forma de palito,
armazenadas a 5ºC e 15ºC, por 9 dias
Temperatura ‘Asterix’ ‘Bintje’
5ºC 11,04 aB 18,99 aA
15ºC 8,82 bB 12,44 bA
Médias seguidas de mesma letra minúscula nas colunas e maiúsculas nas linhas
são iguais entre si, pelo teste de Scott-Knott (p<0,05).
Fixando-se a temperatura em 5ºC, tem-se que a cultivar Bintje
apresentou uma média de 18,99mg vitamina C.100g matéria fresca
-1
(a), ao
passo que o valor médio da cultivar Asterix foi de 11,04mg vitamina C .100g de
matéria fresca
-1
(b). Aumentando-se a temperatura para 15ºC, ambas as
cultivares sofreram uma redução, de modo que a cultivar Bintje apresentou um
valor médio de 12,44mg ácido ascórbico.100g de matéria fresca
-1
(a) e a cultivar
Asterix apresentou 8,82mg ácido ascórbico.100g de matéria fresca
-1
(b). É
importante ressaltar que, para as duas temperaturas avaliadas, a cultivar Bintje
apresentou maior teor de vitamina C. o que é uma característica peculiar desta
cultivar. Zorella et al. (2003), avaliando teores de ácido ascórbico em diferentes
cultivares de batata, observaram valores diferentes entre as cultivares estudadas.
Os teores de ácido ascórbico encontrados no presente trabalho assemelham-se
aos valores encontrados por Zorella et al. (2003). Embora a cultivar Bintje tenha
apresentado maior teor de vitamina C que a ‘Asterix’ ao longo do
armazenamento, a taxa de degradação foi mais severa na primeira cultivar.
59
Independente da cultivar, pôde-se observar que a batata minimamente
processada armazenada a 15ºC apresentou, estatisticamente, menores valores de
ácido ascórbico que o tubérculo armazenado a 5ºC. Segundo Lee & Kader
(2000), o aumento da temperatura favorece a redução do teor de ácido ascórbico
em frutas e hortaliças. Kader & Morris (1978) observaram que o atraso de 24
horas entre a colheita e o resfriamento acarreta em uma perda de 5% a 12% de
vitamina C em tomate. Zeepplin & Elvenhjein (1994) constataram que hortaliças
folhosas armazenadas a 6ºC perdem 10% do seu teor de ácido ascórbico em 6
dias, enquanto que aquelas armazenadas à temperatura ambiente perdem 20%
em apenas 2 dias. Perdas de vitamina C foram aceleradas em couve armazenada
à alta temperatura. Resultados similares foram constatados em espinafre e
repolho (Lee & Kader, 2000).
Pode-se notar que, levando-se em conta a variável em questão, o
armazenamento da batata minimamente processada a 5ºC é preferível em relação
ao armazenamento a 15ºC, pois ocorreu menor degradação do ácido ascórbico.
Essa observação é muito importante, considerando-se a função biológica que a
vitamina C exerce sobre o metabolismo humano. Outro detalhe a ser observado
é que a cultivar Bintje sempre apresentou maior teor de ácido ascórbico que a
cultivar Asterix.
Analisando-se o efeito da temperatura sobre a vitamina C, ao longo do
tempo (Figura 4), observou-se que os seus teores na batata minimamente
processada armazenada a 5ºC foram superiores aos da armazenada a 15ºC.
60
0
5
10
15
20
25
0 3 6 9
Tempo (número de dias após o processamento)
Vitamina C (mg.100g
-1
)
1C
5ºC
a
a
a
a a
b
b
b
FIGURA 4 Vitamina C total (mg.100g
-1
) de batatas minimamente processadas
na forma de palito, armazenadas a 5ºC e 15ºC, por 9 dias. Médias
seguidas da mesma letra no tempo (número de dias após o
processamento) são iguais entre si, pelo teste de Scott-Knott
(p<0,05).
A redução mais marcante foi observada nos produtos armazenados a
15ºC, em comparação aos armazenados a 5ºC. Este fato é confirmado
principalmente ao compararem-se as médias no último tempo, quando a batata
minimamente processada armazenada a 15ºC apresentou um valor mais baixo de
vitamina C que a batata armazenada a 5ºC. Isso sugere, mais uma vez, que a
batata minimamente processada não deve ser armazenada sob a temperatura de
15ºC, na qual ocorre uma alta degradação do teor de ácido ascórbico. Coelho
(1998), observando o comportamento, durante 90 dias, de duas cultivares de
batatas intactas armazenadas 8ºC, verificou uma diminuição no teor de vitamina
61
C para as duas cultivares, Baraka e Achat, no decorrer do armazenamento, assim
como o ocorrido no presente trabalho.
A cultivar Bintje apresentou valores médios de vitamina C superiores ao
da cultivar Asterix até o dia; no dia de armazenamento, os valores para
ambas as cultivares foram semelhantes (Figura 5).
0
5
10
15
20
25
0 3 6 9
Tempo (número de dias as o processamento)
Vitamina C (mg.100g
-1
)
Asterix
Bintje
a a
a
a
a
b b
b
FIGURA 5 Vitamina C total (mg.100g
-1
) de batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje
minimamente processadas na forma de palito, armazenadas por 9
dias. Médias seguidas da mesma letra no tempo (número de dias
após o processamento) são iguais entre si, pelo teste de Scott-
Knott (p<0,05).
Importante ressaltar que, em ambas as cultivares, o armazenamento
determinou redução nos teores de vitamina C, porém, essa diferença entre as
62
respostas das cultivares tende a diminuir ao longo do tempo. Este fato é notório
ao comparar as respostas de cada cultivar no tempo inicial e tempo final.
Segundo Lee & Kader (2000), a injúria mecânica aumenta a perda de
ácido ascórbico em frutas e hortaliças. Moretti et al. (1998), investigando a
composição química do pericarpo e do tecido locular do tomate, observaram
uma diminuição de 15% no teor de vitamina C no fruto injuriado em relação ao
fruto que não sofreu dano. Barry-Rayn & O’Beirne (1999) constataram que o
método de processamento também afeta a retenção de vitamina C no produto
vegetal.
5.7 Açúcares totais e amido
Observou-se interação tripla entre os fatores cultivar, temperatura e
tempo de armazenamento, sobre a variável açúcares totais (Figura 6).
As cultivares Asterix e Bintje armazenadas a 5ºC apresentaram menor
porcentagem de açúcares totais que os armazenados a 15ºC, aos 0 e 3 dias de
armazenamento. o se observou efeito da temperatura sobre o teor desta
variável, para a cultivar Bintje, no 6º e no 9º dias de armazenamento. Entretanto,
a temperatura de 5ºC determinou maior acúmulo de açúcares totais, para
Asterix, no e no dias de armazenamento (Figura 6). O’Donoghue et al.
(1995) observaram o efeito da baixa temperatura sobre a senescência das
membranas do amiloplasto da batata e sugeriram que isto pode estar relacionado
com o fenômeno do adoçamento em baixa temperatura. Isherwood (1976)
verificou comportamento parecido, pois as membranas do amiloplasto tornaram-
se mais frágeis quando expostas a baixas temperaturas.
63
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 3 6 9
Tempo (número de dias após processamento)
úcares totais (%)
AsterixC
Asterix 15ºC
BintjeC
Bintje 15ºC
a
a
b
b
a
a
b
b
a
b
c
c
a
b
c
c
FIGURA 6 Açúcares totais (%) de batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje’ minimamente
processadas na forma de palito, armazenadas a 5ºC e 15ºC, por 9
dias. Médias seguidas da mesma letra no tempo (número de dias
após o processamento) são iguais entre si, pelo teste de Scott-Knott
(p<0,05).
Segundo Kader (2002), o ideal é armazenar a batata sob a temperatura de
10ºC a 15ºC. A temperatura afeta o equilíbrio do balanço amido/açúcar em
batata. Temperaturas de armazenamento inferiores a 10
0
C favorecem o acúmulo
de açúcares solúveis, em detrimento do acúmulo de amido durante o
armazenamento (Fontes & Finger, 1997). Em batata, o acúmulo de açúcares
solúveis é indesejável, pois causa o escurecimento não enzimático dos produtos
durante a fritura, devido às reações entre aminoácidos e açúcares (Fontes &
Finger, 1997). Para Vendrusculo (1998), o limite estabelecido na literatura
quanto ao teor de açúcares redutores para tubérculos para fritura é quase
consensual, em torno de 0,2% a 0,3% com base na matéria fresca, sendo que
64
valores inferiores deixam o produto mais branco. Coelho (1998) observou o
comportamento, durante 90 dias de duas cultivares de batatas, Baraka e Achat,
intactas armazenadas a 8ºC. Este autor verificou o aumento do teor de açúcares
totais para a cultivar Achat até o 65º dia e para a cultivar Baraka até o 55
o
dia,
com conseqüente redução nos teores de açúcares totais para as duas cultivares
até 90º dia de armazenamento.
A cultivar Bintje armazenada a 5ºC obteve os menores valores médios de
açúcares totais em todos os tempos, durante o armazenamento. Esse
comportamento foi positivo, pois, para batatas destinadas à fritura, o ideal é que
não haja aumento nos teor de açúcares totais durante o armazenamento.
Segundo Smith (1977), em tubérculos que sofreram algum tipo de injúria
ocorre um aumento na síntese de amido com a diminuição na quantidade de
açúcares solúveis. Armazenamento sob temperatura mais elevada aumenta a taxa
respiratória, o que eleva o consumo dos açúcares solúveis.
O amido foi afetado interativamente pelos fatores cultivar e temperatura
e isoladamente pelo tempo de armazenamento.
De acordo com Borgstrom (1976), os teores de amido encontrados na
matéria fresca dos tubérculos de batata abrangem uma faixa de 9% a 18%. Os
valores achados para batata minimamente processada se enquadram nessa faixa.
Segundo Heemst (1986), diferentes quantidades de amido podem ser observadas
entre cultivares, entre a própria cultivar e até mesmo entre tubérculos de uma
mesma planta.
A cultivar Bintje apresentou maior e menor teor de amido a 5ºC e 15ºC,
respectivamente, em comparação a ‘Asterix’ (Tabela 3). Segundo Melo (1999),
as cultivares Asterix e Bintje caracterizam-se por uma batata boa para a fritura,
pois apresentam um alto teor de matéria seca.
65
TABELA 3 Amido (%) de batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje’ minimamente processadas
na forma de palito, armazenadas a 5ºC e 15ºC, por 9 dias (médias
dos dados obtidos aos 0, 3, 6 e 9 dias).
Temperatura
Cultivares
5ºC 15ºC
Asterix 14,924 bB 18,422 aA
Bintje 15,831 aA 15,312 bA
Médias seguidas de mesma letra minúscula nas colunas e maiúsculas nas linhas
são iguais entre si, pelo teste de Scott-Knott (p<0,05).
Essa variação é causada porque nem todos os tubérculos iniciam seu
desenvolvimento concomitantemente, devido a aspectos genéticos e também a
diferenças no crescimento das hastes principais às quais os tubérculos estão
ligados (Heemst, 1986). A ‘Asterix’ minimamente processada armazenada a
15ºC apresentou maior teor de amido do que a 5ºC. Para a ‘Bintje’, não houve
diferença no teor de amido em ambas as temperaturas.
Pôde-se observar um aumento no teor de amido com o decorrer do
tempo de armazenamento (Figura 7).
Coelho (1998), observando durante 90 dias o comportamento de duas
cultivares de batata, Baraka e Achat, armazenadas intactas a 8ºC, verificou o
aumento do teor de amido para uma das cultivares no final do armazenamento.
De acordo com Smith (1977), em tubérculos que sofreram algum tipo de injúria,
ocorre um aumento na síntese de amido com a diminuição na quantidade de
açúcares redutores. Ohad et al. (1971), citados por Coelho (1998), acreditam que
as mudanças no teor de amido e de açúcares ao longo armazenamento de batatas
a baixas temperaturas podem estar relacionadas com os danos nas membranas
que circundam os grânulos de amido e com as mudanças na sua permeabilidade,
ou alterações nas atividades das enzimas degradativas e dos substratos. Não
possibilidade de que o incremento do amido seja o reflexo da conversão dos
66
açúcares totais presentes na batata, pois o de teor açúcares totais para ambos os
cultivares ficou entre 0,134% a 0,472% do peso fresco. É provável que o
aumento do teor de amido tenha ocorrido devido à perda de água do produto
durante o período de armazenamento.
0
5
10
15
20
0 3 6 9
Tempo (número de dias após o processamento)
Amido (%)
FIGURA 7 Amido (%) de batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje’ minimamente processadas
na forma de palito, armazenadas a 5ºC e 15ºC, por 9 dias.
5.8 Polifenoloxidase
Verificou-se a interação tripla entre as cultivares, temperatura e tempo
de armazenamento sobre a atividade da polifenoloxidase (Figura 8).
A atividade da polifenoloxidase apresentou-se instável durante o
armazenamento a 15ºC para as cultivares Asterix e Bintje minimamente
Amido: y= 11,998 +1,733x - 0,116x
2
; R
2
=99,37%
67
processadas, porém, para as duas cultivares, a atividade enzimática foi a menor
no 9º dia do armazenamento (Figura 8).
a
a
b
a
c
a
ab
b
c
c
a
b
d
a
a
d
0
100
200
300
400
0 3 6 9
Tempo (número de dias após processamento)
Atividade da polifenoloxidase
(ue.min
-1
.g
-1
)
AsterixC
Asterix 15ºC
BintjeC
Bintje 15ºC
FIGURA 8 Atividade da polifenoloxidase (ue.min
-1
.g
-1
) de batatas ‘Asterix’ e
‘Bintje’ minimamente processadas na forma de palito, armazenadas
a e 15ºC, por 9 dias. Médias seguidas da mesma letra no tempo
(número de dias após o processamento) são iguais entre si, pelo
teste de Scott-Knott (p<0,05).
A redução observada nas duas cultivares talvez tenha ocorrido em
função da modificação atmosférica ocorrida dentro da embalagem, como
resultado da respiração da batata minimamente processada. Belknap et al. (1994)
relataram que a atividade da polifenoloxidase diminuiu com o abaixamento da
concentração de oxigênio. O escurecimento enzimático pode ser retardado (na
presença do substrato e da enzima ativa) se o oxigênio não for disponível para a
reação acontecer (Garcia & Barrett, 2002).
68
Conforme os resultados obtidos, de acordo com o estudo do
comportamento fisiológico da batata minimamente processada, a atividade
respiratória da batata para ambas as cultivares foi expressivamente maior a 15ºC
do que a 5ºC. Respiração mais elevada representa maior consumo de oxigênio
dentro da embalagem, o que pode ter influenciado na diminuição da atividade da
polifenoloxidase.
A atividade da polifenoloxidase na cultivar Bintje não foi a maior em
nenhum dos dias durante o armazenamento a 5ºC, inclusive, apresentando os
menores valores nos e dias após o processamento e intermediários no dia
do processamento e último do armazenamento. Porém, para a cultivar Asterix, a
atividade enzimática foi a maior, dentre os tratamentos, no dia do processamento
e no último dia de armazenamento e intermediária nos demais dias. Talvez, o
uso da baixa temperatura tenha afetado apenas a atividade da polifenoloxidase
na cultivar Bintje minimamente processada armazenada a 5ºC.
Observando-se os valores da atividade da polifenoloxidase, pode-se
observar que variação na atividade da enzima nas diferentes cultivares, mas
não é possível afirmar que uma cultivar apresentou sempre maior atividade da
polifenoloxidase. Zorzella et al. (2003), em um trabalho de caracterização física,
química e sensorial de genótipos da batata processados na forma chips,
observaram também diferenças na atividade enzimática da polifenoloxidase em
diferentes cultivares. Os valores observados por Zorzella et al. (2003) são
semelhantes aos verificados no presente trabalho.
Matilla et al. (1993) avaliaram a susceptibilidade de três variedades de
batatas, dentre elas a cultivar Bintje, em relação à atividade enzimática da
polifenoloxidase. A batata ‘Bintje’ apresentou a menor atividade enzimática
dentre os tubérculos avaliados e, quanto mais longo era o período de
armazenamento, maior era a atividade da polifenoloxidase.
69
5.9 Peroxidase
A variável peroxidase foi influenciada pela interação tripla entre as
cultivares, temperatura e tempo de armazenamento (Figura 9).
b
c
c
c
a
b
a
b
c
c
d
a
b
a
b
a
0
300
600
900
1200
1500
1800
0 3 6 9
Tempo (número de dias as processamento)
Atividade da peroxidase
(ue.min
-1
.g
-1
)
AsterixC
Asterix 15ºC
BintjeC
Bintje 15ºC
FIGURA 9 Atividade da peroxidase (ue.min
-1
.g
-1
) de batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje’
minimamente processadas na forma de palito, armazenadas a 5ºC e
15ºC, por 9 dias. Médias seguidas da mesma letra no tempo (número
de dias após o processamento) são iguais entre si, pelo teste de
Scott-Knott (p<0,05).
Os valores da atividade da peroxidase sempre foram os maiores para as
duas cultivares, quando armazenados a 15ºC. A cultivar Bintje apresentou maior
atividade da peroxidase no dia do processamento e no dia de armazenamento
e a ‘Asterix’ apresentou os maiores valores no e dias de armazenamento
(Figura 8).
70
A atividade enzimática da peroxidase parece não ter sido afetada pela
modificação atmosférica na embalagem, causada pela respiração do tubérculo
minimamente processado, pois, sob a temperatura de 15ºC, para ambas as
cultivares, a atividade da peroxidase aumentou.
A cultivar Bintje armazenada a 5ºC apresentou os menores valores da
atividade da peroxidase a partir do dia após o processamento. De maneira
semelhante, o comportamento da peroxidase na cultivar Asterix foi o mais baixo
no dia do processamento e no dia de armazenamento, com valores
intermediários para os demais dias. A temperatura de 5ºC influenciou na
atividade da peroxidase, pois os menores valores foram encontrados nessa
temperatura, independente do cultivar.
Para a atividade da peroxidase, a temperatura mais baixa de
armazenamento, 5ºC, deixou o metabolismo da enzima menos intenso durante
todo o período de armazenamento.
Analisando-se os valores da atividade enzimática, pode-se observar que
variação na atividade da enzima nas diferentes cultivares, mas não é possível
afirmar que uma cultivar apresentou sempre maior atividade da peroxidase.
Zorzella et al. (2003), em um trabalho onde foi feita a caracterização física,
química e sensorial de genótipos da batata processados na forma chips,
observaram valores mais baixos para a atividade da peroxidase em várias
cultivares em relação aos valores encontrados no presente trabalho.
71
6 CONCLUSÕES
Sob as condições experimentais em que se realizaram os estudos, pode-
se concluir que:
o armazenamento sob a temperatura de 15ºC para qualquer uma das
cultivares, Asterix e/ou Bintje, é inviável a partir do terceiro dia de
armazenamento, devido ao acúmulo de água na embalagem, formação de
pequenas pontuações escuras na batata palito e a formação de odores fétidos
no interior da embalagem, o que deprecia de maneira clara e direta a
qualidade do produto destinado à comercialização;
apenas o uso de vácuo parcial e baixa temperatura, 5ºC, não foi eficiente
para evitar a formação de pequenas pontuações escuras na batata
minimamente processada na forma palito para ambas as cultivares;
a cultivar Bintje armazenada a 5ºC apresentou menores teores de açúcares
totais em todos os tempos de armazenamento, de maneira geral, quando
comparados com os teores observados a 15ºC;
o teor de vitamina C diminui com o decorrer do tempo, independente da
cultivar, com maior intensidade para a batata minimamente processada
armazenada a 15ºC.
72
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77
CAPÍTULO 3
AVALIAÇÃO DO ESCURECIMENTO ENZIMÁTICO DE BATATAS
PALITO MINIMAMENTE PROCESSADAS, TRATADAS COM
ANTIOXIDANTES
78
1 RESUMO
Almeida, Gustavo Costa de. Avaliação do escurecimento enzimático de
batatas palito minimamente processadas, tratadas com antioxidantes. 2005.
119p. Dissertação (Mestrado Ciências dos Alimentos) - Universidade Federal de
Lavras, Lavras, MG.
*
Um dos grandes desafios no processamento mínimo da batata é o de
evitar o escurecimento enzimático, o que deprecia a qualidade do produto,
dificultando a sua comercialização. Esse escurecimento ocorre devido à ação de
enzimas, sendo a mais importante a polifenoloxidase. O objetivo deste trabalho
foi avaliar a influência do uso de substâncias antioxidantes no comportamento
químico e bioquímico de batata ‘Bintje’. Foi analisada a eficiência de compostos
antioxidantes, ácido cítrico a 2% e ácido eritórbico a 3%, na redução do
escurecimento enzimático de batata ‘Bintje’ minimamente processada na forma
palito, armazenada durante 9 dias a 5ºC. Foram avaliadas as variáveis firmeza,
intensidade da cor, atividade da polifenoloxidase e peroxidase, açúcares totais,
amido, vitamina C e acidez titulável. O trabalho foi realizado no Laboratório de
Pós-Colheita da Embrapa no Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças, CNPH,
em Brasília no ano de 2004. O ácido cítrico a 2% e o ácido eritórbico a 3%
foram eficientes no controle do escurecimento enzimático da batata palito. A
enzima polifenoloxidase parece estar relacionada com o escurecimento
enzimático em batatas minimamente processadas, pois a sua atividade foi
significativamente reduzida. O ácido eritórbico a 3% parece ter induzido a
síntese de ácido ascórbico durante o armazenamento.
*
Comitê orientador: Eduardo Valério de Barros Vilas Boas - UFLA (Orientador); Celso
Luiz Moretti - EMBRAPA (Co-orientador).
79
2 ABSTRACT
Almeida, Gustavo Costa de. Evaluation of the enzymatic browning of fresh-
cut potatoes strips treated with antibrowning agents. 2005. 119p.
Dissertation (Master in Food Science) - Federal University of Lavras, Lavras,
Minas Gerais, Brazil.
*
One of the biggest challenges in minimal processing of potatoes is the
enzimatic browning that depreciates quality of the product. This browning
happens due to the action of enzymes, and the most important is the
polyphenoloxidase. This work had the purpose of evaluating the efficiency of
antibrowning agents in the chemical and biochemical behaviour of ‘Bintje
potato. It was analysed the efficiency of antibrowning compounds, citric acid at
2% and erythorbic acid at 3%, in decreasing of the enzimatic browning of fresh-
cut ‘Bintje’ potatoes strips stored for 9 days at 5ºC. It was evaluated firmness,
colour intensity, activy of peroxidase and polyphenoloxidase, titratable acidity,
total sugars, starch and vitamin C. The work was carried out in Post-Harvest
Laboratory of EMBRAPA in Research National Center of Vegetables, in
Brasilia, Brazil, in 2004. The citric acid at 2% and the erythorbic acid at 3%
were efficient in controlling the enzymatic browning of fresh-cut potato. The
polyphenoloxidase enzyme seems to be related to the enzimatic browning in
fresh-cut potatoes, since its activity was deeply reduced. The erythorbic acid at
3% seemed have induced the synthesis of ascorbic acid over the storage period.
*
Guidance committee: Eduardo Valério de Barros Vilas Boas - UFLA (Adviser); Celso
Luiz Moretti - EMBRAPA (Co-adviser).
80
3 INTRODUÇÃO
Os consumidores têm buscado, cada vez mais, conveniência no consumo
de frutas e hortaliças devido a diversos fatores, tais como pouco tempo para o
preparo de uma refeição, menor participação da mulher no preparo da
alimentação e a busca de refeições em porções adequadas, evitando assim a
sobra de alimentos. Devido a essas transformações, o produto minimamente
processado tem ganhado espaço nas gôndolas dos supermercados, em redes de
“fast-food” e em restaurantes de cozinhas industriais.
A batata encontra-se presente em quase todos os lares brasileiros, porém,
é um alimento que apresenta pouca conveniência no preparo das refeições,
devido à sua necessidade de descascamento e fatiamento. No Brasil, é a hortaliça
de maior importância comercial (Reis Júnior & Fontes, 1996). A batata
minimamente processada na forma de palito apresenta conveniência no seu
consumo, além de manter o estado de frescor. A intenção do seu fornecimento é
propiciar ao consumidor um produto que não requeira nenhum tipo de pré-
preparação, tais como seleção, limpeza, descascamento e corte, ou seja, fornecer
um produto 100% aproveitável.
A Associação Brasileira da Batata constatou, em 2002, em uma pesquisa
realizada com 302 consumidores, que 82% dos entrevistados preferem batatas
frescas, que incluem batatas minimamente processadas, a batata pré-frita
congelada (Berbari et al., 2002). Além disso, o custo para a montagem de uma
unidade de processamento de batata minimamente processada é menor em
relação à batata pré-frita congelada e que também requer menor temperatura de
armazenamento, -18ºC. Com uma tecnologia adequada para o processamento
mínimo da batata, o Brasil poderá reduzir a quantidade de importação de batata
pré-frita congelada, em um mercado que cresce 5% ao ano (Takano, 2001).
81
A cultivar ideal para a batata frita é aquele que apresenta um teor de
matéria seca em torno de 19% e baixo teor de açúcares redutores, por volta de
0,2% a 0,3% (Vendrusculo, 1998).
O processamento mínimo da batata torna esse produto mais perecível,
logo o tubérculo processado precisa ser preservado do escurecimento
enzimático, da perda de água e do crescimento microbiano. A
descompartimentalização da estrutura celular leva a um contato imediato da
enzima com o substrato, o que torna o escurecimento enzimático mais rápido,
que é uma alteração indesejável sob o ponto de vista comercial.
Os fatores mais importantes na determinação do grau de escurecimento
enzimático em frutas e hortaliças são a concentração enzimática ativa, os
compostos fenólicos presentes, o pH, a temperatura e a concentração de
oxigênio no tecido (Laurila et al., 2002). Polifenoloxidase e peroxidase,
encontradas em muitos frutos e hortaliças, são responsáveis pelo escurecimento
enzimático de produtos frescos, que sofreram escoriações, cortes ou outros
danos à parede celular (Martinez & Whitaker, 1995; Burns, 1995).
O controle do escurecimento enzimático em hortaliças e frutas
minimamente processadas tem recebido a atenção dos pesquisadores, por causa
de sua importância no processamento industrial de alimentos. Historicamente, o
escurecimento enzimático tem sido controlado pela aplicação de sulfitos (Laurila
et al., 2002), os quais são altamente eficientes no controle enzimático de batatas
pré-descascadas. Por causa de seus efeitos adversos à saúde, o uso de sulfitos
para esse propósito tem sido criticado. Diversos substitutos de sulfitos,
principalmente formulações de ácido ascórbico ou ácido eritórbico em
combinação com ácido cítrico, fosfatos e conservantes, têm sido testados, mas
esses não são eficientes como os sulfitos e alternativas para o controle do
escurecimento em batatas processadas ainda precisam ser testadas (Sapers &
Miller, 1995).
82
O escurecimento de batatas processadas começa a ocorrer depois que
todo o ácido ascórbico foi oxidado (Smith, 1977). Acredita-se que a
polifenoloxidase seja a enzima mais importantes envolvida no escurecimento de
batata.
O ácido cítrico atua como agente quelante e acidulante, ambos inibidores
da polifenoloxidase (Laurila et al., 2002) e é o principal ácido orgânico de frutas
e hortaliças (Wiley, 1994; Gardner, 1966). O ácido cítrico reduz o pH quelando
o cobre no sítio ativo da polifenoloxidase, inativando a enzima. Gunes & Lee
(1997) observaram que a mistura de 0,5% de L-cisteína e 2% de ácido cítrico foi
o melhor resultado em relação ao valor L* (brilho) em batata descascada por
abrasão e embaladas em atmosfera modificada quando comparada ao uso de
outras sustâncias antioxidantes.
Segundo Langdon (1987), batatas foram fatiadas e mergulhadas durante
1 minuto em solução contendo 0,3%, 0,5% ou 1% de ácido cítrico em
combinação com ácido ascórbico e depois embaladas em polietileno. Após 14 e
20 dias, as batatas tratadas com esta solução apresentavam aparência, cheiro e
textura de batatas frescas fatiadas. Gardner (1991), avaliando batatas
descascadas tratadas com uma solução de 1,08g de ácido cítrico e 1,08g de ácido
ascórbico em 100mL de água (partes por peso) e embaladas em polietileno
armazenando a 0 e 4°C, obteve bons resultados. A vida de prateleira baseada na
cor do produto foi de 12 dias, apresentando um odor característico de produto
fresco. Após a abertura da embalagem, a batata manteve sua coloração normal
por 7 horas em atmosfera natural. Laurila et al. (1998), estudando três diferentes
cultivares (uma delas era a ‘Bintje’), observaram boa qualidade visual para
batatas fatiadas mergulhadas em soluções com concentração de 0,1% de ácido
cítrico 0,5% de ácido ascórbico e com uma mistura de 20% de CO
2
+ 80% N
2
na
embalagem.
83
O ácido eritórbico (AE) é um isômero do ácido ascórbico, que apresenta
propriedades semelhantes, embora não tenha atividade de vitamina C. Esse
composto chega a ser até cinco vezes mais barato que o ácido ascórbico. O ácido
eritórbico tem sido usado como inibidor do escurecimento enzimático em
combinação com o ácido ascórbico ou cítrico para batatas fatiadas e para batatas
inteiras descascadas por abrasão. Santerre et al. (1991) retiraram a casca da
batata por abrasão, deixando-a inteira e mergulharam o tubérculo em uma
solução contendo 3% de ácido eritórbico, armazenando-a em embalagem
plástica a 3,8°C. As batatas mergulhadas na solução de AE apresentaram
claridade igual ou maior do que batatas com 2.000ppm de sulfito.
O objetivo deste trabalho foi o de avaliar as características químicas,
bioquímicas e físicas da batata minimamente processadas, submetidas ao
tratamento com compostos antioxidantes, sob armazenamento refrigerado.
84
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Matéria-prima
Os tubérculos de batata (Solanum tuberosun L.) da cultivar Bintje foram
obtidos no comércio de Brasília, no ponto ótimo de colheita. O experimento foi
realizado no Laboratório de Pós-Colheita do Centro Nacional de Pesquisa de
Hortaliças (CNPH) (Embrapa Distrito Federal, no ano de 2004 (Embrapa, 2004)
4.2 Processamento mínimo
Os tubérculos foram selecionados quanto à presença de danos
mecânicos, tamanhos (próximos a 10cm) e diâmetro. Após a seleção, os
tubérculos foram lavados, sanitificados com hipoclorito de sódio a 100ppm e
descascados por abrasão. Foram enxaguados em água potável, processados na
forma de palito de aproximadamente 5cm de comprimento por 1cm de largura e
sanificados com 150ppm de cloro ativo, durante 5 minutos. Depois, os
tubérculos minimamente processados foram centrifugados por 4 minutos a 800g
e embalados sob vácuo parcial em porções de 200g, em náilon multicamadas.
Após todo o processamento, a batata palito foi armazenada a 5ºC. Os operadores
usaram luvas, gorros, máscaras e aventais em um local apropriado para o
processamento mínimo e previamente sanitizado.
4.3 Análises
4.3.1 Rendimento da batata após o processamento
A batata intacta antes do seu processamento foi pesada e, logo após o
processamento mínimo, foi pesada novamente. Dessa maneira, obteve-se o
rendimento do tubérculo, em porcentagem, após o seu processamento.
85
4.3.2 Matéria seca
O teor de matéria seca foi determinado gravimetricamente por secagem
em estufa com a temperatura controlada a 105ºC por 24 horas ou até peso
constante (Silva, 1990).
4.3.3 Firmeza
A firmeza foi medida como resistência à penetração, com o auxílio do
penetrômetro a gás, composto por ponteira arredondada com o diâmetro
medindo 3mm. As leituras em kgf foram feitas na parte equatorial da batata
minimamente processada na forma de palito. Os resultados foram multiplicados
por 9,86, para obter-se o resultado em Newtons (Embrapa, 2004).
4.3.4 Valor L*
As medidas para cor foram obtidas com o aparelho Minolta-Color
Reader CR 10. As medidas foram expressas no espaço de cor L*, em que L é o
brilho que varia de 0 a 100.
4.3.5 Acidez titulável
O nível de acidez do produto foi mensurado, utilizando-se o método de
titulação em pH 8,2 com NaOH a 0,1N. Os resultados foram expressos em % de
ácido cítrico por 100g de polpa de batata.
4.3.6 Amido
A determinação foi feita a partir de adaptação realizada no método de
Ranganna (1986), com extração de açúcares por solução de etanol (80%) a
quente, em 3 estádios e hidrólise ácida do resíduo, também em 3 estádios, com
ácido perclórico (52%), com posterior determinação dos açúcares pelo método
fenol-sulfúrico.
86
Foram pesados 4g de batatas minimamente processadas na forma palito,
adicionados 20mL de etanol a 80% a 50ºC, 0,05g de CaCO
3
e homogeneizados.
Após a batata ter sido homogeneizada, essa solução foi centrifugada a 5.000rpm
durante 15 minutos a 15ºC. Após a centrifugação, o sobrenadante foi descartado
e, novamente, foram adicionados 20mL de etanol a 80% a 50ºC e 0,05g de
CaCO
3
ao resíduo. Esse procedimento foi feito mais uma vez, totalizando-se três
operações, sempre mantendo-se o resíduo. Ao resíduo foram adicionados 2,5mL
de água destilada e 3,25mL de ácido perclórico a 52%, agitando-se e deixando-
se descansar por 30 minutos. Após o repouso, o material foi centrifugado a
15.000rpm durante 20 minutos a 15 ºC. O sobrenadante foi armazenado. Ao
resíduo foram feitas mais duas vezes a operação de hidrólise do amido. Essa
operação foi realizada três vezes ao todo. Todo o sobrenadante foi passado para
um balão volumétrico que depois foi completado para 50mL com água destilada.
Retirou-se alíquota para determinar o açúcar total pelo método colorimétrico
descrito por Dubois (1956). O resultado final foi multiplicado por 0,9, para se
obter a quantidade de amido por 100g de polpa de batata.
4.3.7 Açúcares totais
Determinaram-se os teores de açúcares totais pelo método colorimétrico
descrito por Dubois (1956). Centrifugou-se o homogenato de batata a 1.500rpm,
por 20 minutos, a 15ºC e filtrou-se o sobrenadante. Retirou-se 1mL do filtrado e
completou-se o balão volumétrico para 50mL, com água destilada. Retirou-se
1mL da solução e acrescentaram-se 0,5mL de fenol a 5%, agitando-se.
Acrescentaram-se 2,5mL de ácido sulfúrico e agitou-se novamente. A amostra
foi lida na absorbância de 490nm. Os resultados foram expressos em gramas de
açúcares totais por 100g de polpa de batata.
87
4.3.8 Vitamina C
O teor de vitamina C foi determinado segundo metodologia descrita por
Terada et al. (1979), modificada por Nunes et al. (1995). Pesaram-se 2g de
tecido fresco e adicionaram-se 18mL de mistura ácida. Centrifugou-se a
15.000rpm por 20 minutos, a 4ºC e filtrou-se o sobrenadante. Pipetou-se 1mL da
solução e adicionaram-se a esse volume 5µL de 2,6 diclorofenolindofenol a
0,2%; agitou-se e incubou-se à temperatura ambiente por uma hora. Adicionou
1mL de toiuréia a 2% e agitou-se bem. Foram adicionados 0,5mL de
dinitrofenilhidrazina a 2% (exceto no branco). Misturou-se e deixou-se em
banho-maria por três horas a 60ºC, exceto o branco. Colocou-se em banho de
gelo e adicionaram-se, cuidadosamente, 2,5mL de H
2
SO
4
gelado (inclusive no
branco) e agitou-se. Adicionaram-se 0,5mL de dinitrofenilidrazina a 2% ao
branco e agitou-se. As amostras foram lidas na absorbância de 540nm à
temperatura ambiente. Os resultados foram expressos em mg de ácido ascórbico
por 100g de batata.
4.3.9 Polifenoloxidase e peroxidase
O procedimento foi realizado a 4°C. Tomaram-se 10g de tecido (polpa
fresca), ressuspenderam-se em 90mL de tampão fosfato 0,05M pH 7,0, para
conservar o pH da enzima, homogeneizando-os por 3 minutos em politron.
Filtrou-se em papel Whatmann° 1, centrifugando-se logo em seguida
(10.000rpm/10 minutos) . O sobrenadante constituiu a fonte enzimática.
4.3.9.1 Atividade da polifenoloxidase ou PFO (unidade enzimática min
-1
g
-1
de tecido)
A atividade da polifenoloxidase ou PFO foi determinada de acordo com
a técnica descrita por Ponting & Joslyn (1948). Foram retirados 0,5mL do
extrato enzimático e adicionados 1,8mL de tampão fosfato 0,1M (pH 7,0) e
88
0,05mL de catecol 10mM. Incubou-se durante 30 minutos a 30ºC. A reação foi
interrompida adicionando-se 0,8mL de ácido perclórico 2N. A leitura dos
valores de absorbância foi feita em espctofotômetro, no comprimento de onda de
395nm. Uma unidade enzimática é igual à variação de 0,01 na absorbância.
4.3.9.2 Atividade da peroxidase ou POD (unidade enzimática min
-1
g
-1
de
tecido)
A atividade de peroxidase foi determinada de acordo com a técnica
descrita por Ferhmann & Diamond (1967). Foram retirados 3,0mL do extrato
enzimático, o mesmo preparado para a polifenoloxidase. Adicionaram-se 5,0mL
de tampão fosfato-citrato 0,1M (pH 5,0), 0,5mL de H
2
O
2
a 3% e 0,5mL de
guaiacol, incubando-se durante 5 minutos a 30ºC. A reação foi interrompida
adicionando-se 1,0mL de bissulfito de sódio a 30%. A leitura dos valores de
absorbância foi feita em espctofotômetro, no comprimento de onda de 470nm.
Uma unidade enzimática é igual à variação de 0,01 na absorbância.
4.3.10 Análises visuais e de odor
Para a realização das análises visuais e de odor, houve a participação de
seis técnicos não treinados ligados ao Laboratório de Pós-colheita da Embrapa
Hortaliças. Foram feitos três tipos de observações:
Presença de água na embalagem: a presença de água no fundo da
embalagem acima de 1mm;
Pontuações escuras: a presença visível, ao olho humano, de, no mínimo,
uma pontuação escura na batata palito;
Odor fétido: para ser considerado com odor fétido, 100% da equipe técnica
deveria afirmar que o odor oriundo da embalagem era desagradável.
89
4.3.11 Análises estatísticas
A análise estatística utilizada para a obtenção dos resultados foi dada
pela análise de variância aplicada ao delineamento inteiramente casualizado
(DIC), em que os tratamentos analisados em função do tempo foram
aleatorizados conforme o esquema de parcela subdividida (Gomes, 2000).
É importante ressaltar que as respostas das variáveis analisadas em cada
tempo foram provenientes de parcelas experimentais diferentes, sendo estas
constituídas por 3 lotes do material vegetal estudado. Entretanto, considerou-se a
dependência entre as parcelas pelo fato de que, a cada tempo, as parcelas eram
provenientes do mesmo material, evidenciando, assim, uma dependência entre
as respostas observadas.
4.4 Delineamento experimental
O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado.
O delineamento para a avaliação da eficiência de substâncias antioxidantes na
prevenção do escurecimento enzimático em batatas palito (‘Bintje’)
minimamente processadas foi composto em um esquema fatorial 3x4, sendo
duas substâncias antioxidantes (ácido cítrico 2% e ácido eritórbico 3%) e o
controle, avaliadas em quatro tempos (0, 3, 6, e 9 dias após o processamento),
sob a refrigeração de 5ºC, com três repetições.
90
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Características da batata
No experimento, utilizou-se a cultivar Bintje com teor de matéria seca de
18,38%. Coelho (1998) observou valores mais baixos em relação aos
encontrados no presente trabalho, tendo a cultivar Baraka apresentado teor de
matéria seca de 16,36% e a Achat, de 13,46%.O rendimento do material vegetal
após o processamento foi de 66%.
5.2 Firmeza
A firmeza da batata ‘Bintje’ minimamente processada na forma de palito
foi influenciada apenas pelo fator tempo de armazenamento, isoladamente.
Pôde-se observar, no geral, que houve um ligeiro aumento na firmeza do
produto após o processamento, seguido de redução no decorrer do
armazenamento (Figura 1). A desidratação superficial da batata minimamente
processada pode ter causado o aumento na firmeza, fato observado nos três
primeiros dias após o processamento.
A descompartimentalização causada pelo processamento mínimo afeta a
estrutura celular do vegetal, pois facilita a degradação da parede celular, que é
um dos determinantes da firmeza do produto. Segundo Chitarra (2000), enzimas,
tais como pectinases (pectinametilesterase e poligalacturonase - endo e exo PG),
celulases e beta-galactosidases, degradam a estrutura celular, que é responsável
pela firmeza do tecido vegetal em frutas e hortaliças. Coelho (1998) não
observou a atividade da poligalacturonase em duas cultivares de batata, Baraka e
Achat, armazenadas sob temperatura ambiente durante 90 dias, mas constatou,
em uma das cultivares, maior firmeza e menor atividade da pectinametilesterase.
A firmeza em batatas parece estar ligada a fatores como certas frações de
91
substâncias pécticas ou mesmo à perda de turgor. Coelho (1998) não observou
associação entre firmeza e pectina total e firmeza e solubilização de pectinas,
avaliando o armazenamento das duas cultivares de batatas intactas, citadas
anteriormente, armazenadas a 8ºC em um período de 90 dias. Qi & Watada
(1997), trabalhando com diversos produtos minimamente processados, que não a
batata, armazenados a 5ºC, observaram comportamento semelhante ao do
presente estudo, no qual ocorreu uma queda na firmeza de produtos vegetais
com o armazenamento.
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
0 3 6 9
Tempo (número de dias após o processamento)
Firmeza (Newtons)
FIGURA 1 Firmeza (Newtons) de batatas ‘Bintje’ minimamente processadas na
forma de palito, armazenadas a 5ºC, por 9 dias.
Por meio das análises estatísticas, observou-se que o uso de ácido cítrico
a 2% e eritórbico a 3% não alterou a firmeza do produto minimamente
processado. Langdon (1987) realizou um trabalho com batatas fatiadas e
mergulhadas durante 1 minuto em solução contendo 0,3%, 0,5% ou 1% de ácido
Firmeza: y=0,475 + 0,046x - 0,006 x
2
; R
2
= 94,91%
92
cítrico em combinação com ácido ascórbico e depois embaladas em polietileno.
Este autor observou comportamento semelhante. Após 14 e 20 dias, as batatas
mergulhadas em todas as soluções citadas anteriormente apresentavam textura
de batatas frescas fatiadas.
5.3 Valor L*
O valor L* foi afetado apenas pelos tratamentos com antioxidantes.
Analisando-se a Tabela 1, pode-se verificar os efeitos das substâncias
antioxidantes no valor L*da batata minimamente processada ‘Bintje’.
TABELA 1 Valor L* de batatas ‘Bintje’ minimamente processadas na forma de
palito, armazenadas a 5ºC, por 9 dias.
Antioxidantes Médias do valor L*
Controle 53,969a
Ácido cítrico a 2% 49,911b
Ácido eritórbico a 3% 49,677b
Médias seguidas de mesma letra na coluna são iguais entre si, pelo teste de
Scott-Knott (p<0,05).
Batatas controle apresentaram valor L* superior às tratadas com ácido
cítrico a 2% e eritórbico a 3%, que não diferiram entre si (Tabela 1). Logo, o uso
de substância antioxidante diminuiu o valor L* do produto minimamente
processado. Essa diminuição do valor L* significa que o produto escureceu,
embora não seja possível afirmar que tal escurecimento seja notado pelo olho
humano. A aparência do produto é o primeiro aspecto avaliado pelo consumidor
no momento da compra.
Gunes & Lee (1997) observaram que a mistura de 0,5% de L-cisteína e
2% de ácido cítrico determinou o melhor resultado em relação ao valor L*
93
(intensidade de cor) em batata minimamente processada e embalada sob
atmosfera modificada, quando comparada à de outras sustâncias antioxidantes.
Os valores L* encontrados por Gunes & Lee (1997) ficaram próximos a 65,
acima dos resultados encontrados nesse experimento.
Santerre et al. (1991) retiraram a casca da batata por abrasão, deixando-a
inteira e mergulharam o tubérculo em uma solução contendo 3% de ácido
eritórbico, armazenando-o em embalagem plástica a 3,8
0
C. As batatas
mergulhadas na solução de ácido eritórbico apresentaram valor L* igual ou
maior do que batatas com 2.000ppm de sulfito.
Langdon (1987), trabalhando com a combinação de ácido ascórbico e
ácido cítrico a 0,3%, 0,5% e 1,0% embaladas em polietileno, obteve bons
resultados, tendo a batata apresentado frescor assim que retirada da embalagem.
Batatas minimamente processadas na forma de palito, em todos os tempos após
o processamento, apresentaram boa aparência, pois não ocorreu a presença de
pontuações escuras na batata palito. Gardner (1991), analisando o efeito da
mistura de 1,08g de ácido cítrico e 1,08g de ácido ascórbico em 100mL em
batatas pré-descascadas armazenadas a 0ºC e 4ºC, constataram 12 dias de vida
de prateleira, baseando-se apenas na cor do produto. O armazenamento de
batatas palito durante os noves dias do presente experimento não apresentou
escurecimento, com base apenas no aspecto visual.
Laurila et al. (1998) também constataram a eficiência do uso de
antioxidantes, quando observou-se boa qualidade visual para batatas fatiadas e
mergulhadas na concentração de 0,1% - 0,5% de ácido cítrico e ácido ascórbico
em um atmosfera com uma mistura de 20% de CO
2
+ 80% N
2
na embalagem.
5.4 Acidez titulável
A acidez titulável foi influenciada exclusivamente pelos tratamentos com
antioxidantes, como pode ser observado na Tabela 2. Os tubérculos tratados com
94
ácido eritórbico a 3% apresentaram menor acidez titulável que os tratados com
ácido cítrico a 2% e o controle, que não diferiram entre si.
TABELA 2 Acidez titulável (%) de batatas ‘Bintje’ minimamente processadas
na forma de palito, armazenadas a 5ºC, por 9 dias.
Antioxidantes Médias da acidez titulável (%)
Controle 0,136 a
Ácido cítrico a 2% 0,127 a
Ácido eritórbico a 3% 0,113 b
Médias seguidas de mesma letra na coluna são iguais entre si pelo teste de Scott-
Knott (p<0,05).
5.5 Vitamina C
Os tratamentos com antioxidantes e o tempo de armazenamento
influenciaram a variável vitamina C, interativamente (Figura 2).
Em todos os tempos de armazenamento, a batata minimamente
processada tratada com o ácido eritórbico a 3% apresentou médias maiores de
vitamina C em relação ao controle e ao tubérculo tratado com ácido cítrico a 2%,
que não diferiram entre si (Figura 2).
Observou-se que o ácido eritórbico a 3% pode ter favorecido a síntese de
vitamina C. Nos tubérculos tratados com ácido cítrico a 2% e controle, houve
uma redução no teor de vitamina C, em decorrência, provavelmente, do estresse
mecânico causado pelo processamento. Segundo Lee & Kader (2000), a injúria
mecânica aumenta a perda de ácido ascórbico em frutas e hortaliças. Moretti et
al. (1998), investigando a composição química do pericarpo e do tecido locular
do tomate, observaram uma diminuição de 15% no teor de vitamina C no fruto
injuriado em relação ao fruto que não sofreu dano. Barry-Rayn & O’Beirne
95
(1999) constataram que o método de processamento também afeta a retenção de
vitamina C no produto vegetal. Todos esses trabalhos, citados anteriormente,
demonstram que o estresse causado pelo processamento acarreta na diminuição
do teor de vitamina C.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 3 6 9
Tempo (número de dias apos o
processamento)
Vitamina C (mg.100g
-1
)
Controle
Ác. Cítrico 2%
Ác.eritórbico 3%
a a
a
a
b
b
b
b
b
b
b
b
FIGURA 2 Vitamina C total (mg.100g
-1
) de batatas ‘Bintje’ minimamente
processadas na forma de palito, armazenadas a 5ºC, por 9 dias.
Médias seguidas da mesma letra no tempo (número de dias após o
processamento) são iguais entre si, pelo teste de Scott-Knott
(p<0,05).
A utilização do ácido eritórbico a 3%, considerando-se a variável
vitamina C, é mais interessante que a do ácido cítrico a 2%, pois, com a
utilização do ácido eritórbico a 3%, ocorreu um aumento no teor de ácido
ascórbico. Maior quantidade de vitamina C no alimento é mais interessante para
o metabolismo humano, devido aos benefícios que esse composto antioxidante
96
pode trazer para a saúde do homem. Outro fato a ser levado em consideração é
que a presença da vitamina C em maior quantidade pode diminuir a atividade da
polifenoloxidase, inibindo ou dificultando o escurecimento enzimático, que
deprecia a qualidade do produto no momento da comercialização. Segundo
Matheis (1987), o ácido ascórbico é, provavelmente, o maior inibidor de
ocorrência natural do escurecimento enzimático em batatas. O ácido ascórbico
reduz a habilidade da enzima em oxidar o catecol (Smith, 1977). Ele reduz os
produtos da oxidação inicial, as ortoquinonas, para ortodifenóis até que ele seja
oxidado para ácido deidroascórbico. Devido a esse efeito, o ácido ascórbico tem
sido reportado por inibir diretamente a ação da polifenoloxidase da batata.
5.6 Amido
Os tratamentos com antioxidantes e o tempo de armazenamento
influenciaram a variável amido, isoladamente. Os tubérculos minimamente
processados com ácido cítrico a 2% e ácido eritórbico a 3% não diferiram entre
si, embora tenham apresentado maior teor de amido que o controle ( Tabela 3).
TABELA 3 Amido (%) de batatas ‘Bintje’ minimamente processadas na forma
de palito, armazenadas a 5ºC, por 9 dias.
Antioxidantes Médias do amido (%)
Controle 15,831b
Ácido cítrico a 2% 21,644a
Ácido eritórbico a 3% 21985a
Médias seguidas de mesma letra na coluna são iguais entre si pelo teste de Scott-
Knott (p<0,05).
97
Segundo Heemst (1986), diferentes quantidades de amido podem ser
observadas entre cultivares, entre a própria cultivar e até mesmo entre tubérculos
de uma mesma planta.
Na Figura 3, pode-se observar um ligeiro aumento no teor de amido
durante o armazenamento da batata minimamente processada.
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
0 3 6 9
Tempo (número de dias após o processamento)
Amido (%)
FIGURA 3 Amido (%) de batatas ‘Bintje’ minimamente processadas na forma
de palito, armazenadas a 5ºC, por 9 dias.
Coelho (1998), observando o comportamento, durante 90 dias, de duas
cultivares, Baraka e Achat, de batatas intactas armazenadas a 8ºC, verificou o
aumento do teor de amido para a cultivar Baraka no final do armazenamento,
como no presente trabalho. Ohad et al. (1971), citados por Coelho (1998),
sugeriram que as mudanças no teor de amido e de açúcares durante o
armazenamento podem estar relacionados com os danos nas membranas que
Amido: y=19,260 -0,223 x + 0,049x
2
; R
2
=91,50%
98
circundam os grânulos de amido e com as mudanças na sua permeabilidade, ou
alterações nas atividades das enzimas degradativas e dos substratos.
5.7 Açúcares totais
A variável açúcares totais foi afetada interativamente pelos tratamentos
com antioxidantes e o tempo de armazenamento. Pode-se observar que o teor de
açúcares totais para o controle diminuiu com o decorrer do tempo (Figura 4).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 3 6 9
Tempo (número de dias apos o
processamento)
Vitamina C (mg.100g
-1
)
Controle
Ác. Cítrico 2%
Ác.eritórbico 3%
a a
a
a
b
b
b
b
b
b
b
b
FIGURA 4 Açúcares totais (%) de batatas ‘Bintje’ minimamente processadas na
forma de palito, armazenadas a 5ºC, por 9 dias. Médias seguidas da
mesma letra no tempo (número de dias após o processamento) são
iguais entre si, pelo teste de Scott-Knott (p<0,05).
A batata minimamente processada tratada com ácido eritórbico a 3%
teve um comportamento semelhante com relação ao tempo, tendo ocorrido um
decréscimo no teor de açúcar total até o 6º após o processamento, porém, sempre
99
apresentando os maiores teores de açúcares totais. Talvez essa diminuição no
teor de açúcar total tenha ocorrido devido ao aumento na síntese de amido e
ácido ascórbico na batata que foi tratada em solução de ácido eritórbico 3%. De
acordo com Noctor & Foyer (1998), a glicose é o substrato requerido na síntese
de ácido ascórbico. Houve um acréscimo no teor de ácido ascórbico no dia
após o processamento.
para o tubérculo minimamente processado tratado com ácido cítrico a
2%, o teor de açúcares totais aumentou. O aumento de açúcares totais pode
influenciar no momento da fritura da batata, escurecendo o produto após a
fritura, o que deprecia sua qualidade.
O acúmulo de açúcares solúveis durante o armazenamento de batatas não
é desejável, pois, no momento da fritura, quantidades de glicose maiores que
0,3g/100g de matéria fresca acarretam o escurecimento da batata por Reação de
Maillard, escurecimento não enzimático, o que deprecia a qualidade visual do
produto (Vendrusculo, 1998).
Os resultados ilustrados na Figura 4 evidenciaram que os antioxidantes
ácido cítrico a 2% e ácido eritórbico a 3% nos tempos intermediários de
armazenamento proporcionaram respostas similares para a média dos açúcares
totais.
Visto não ser desejável um aumento no teor de açúcares totais, o ácido
cítrico a 2% demonstrou-se ser mais aplicável como substância antioxidante em
relação ao ácido eritórbico a 3%, tratando-se apenas da variável açúcares totais,
pois provocou menores teores de açúcares totais no e dias após o
processamento. Em todos os tempos de armazenamento, os tubérculos controle
apresentaram menores teores de açúcares totais em relação aos tubérculos
tratados com antioxidantes.
100
5.8 Polifenoloxidase
A variável polifenoloxidase foi influenciada apenas pelo tratamento com
antioxidante, não tendo sido afetada pelo fator tempo, tampouco pela interação
entre ambos os fatores. Ambos os antioxidantes reduziram a atividade da
polifenoloxidase. Nenhum efeito diferencial foi observado entre ambos os
tratamentos (Tabela 4).
TABELA 4 Atividade da polifenoloxidase (ue.min
-1
.g
-1
) de batatas ‘Bintje’
minimamente processadas na forma de palito, armazenadas a 5ºC,
por 9 dias .
Antioxidantes Médias da polifenoloxidase
Controle 202,430b
Ácido cítrico a 2% 41,191a
Ácido eritórbico a 3% 40,615a
Médias seguidas de mesma letra na coluna são iguais entre si pelo teste de Scott-
Knott (p<0,05).
O ácido cítrico atua como agente quelante e acidulante, inibindo a
polifenoloxidase (Laurila et al., 2002) e é o principal ácido orgânico de frutas e
hortaliças (Wiley, 1994; Gardner, 1966). O ácido cítrico reduz o pH quelando o
cobre no sítio ativo da polifenoloxidase, inativando a enzima. Resultados
promissores têm sido obtidos usando ácido cítrico e as combinações com ácido
ascórbico e ácido benzóico, mergulhando-se batatas minimamente processadas
nessas soluções. Gunes & Lee (1997) observaram que a mistura de 0,5% de L-
cisteína e 2% de ácido cítrico determinou o melhor resultado em relação ao valor
L (intensidade de cor) em batata descascada por abrasão e embaladas em
atmosfera modificada, quando comparadas com outras sustâncias antioxidantes.
101
O ácido eritórbico, um isômero do ácido ascórbico, tem apresentado
propriedades semelhantes, embora não tenha atividade da vitamina C. Esse
composto chega a ser até cinco vezes mais barato que o ácido ascórbico. Esse
ácido atua como inibidor da atividade enzimática, pois abaixa o pH do meio, de
forma que é reduzida a atividade da enzima.Ácido eritórbico tem sido usado
como inibidor de escurecimento enzimático em combinação com ácido
ascórbico ou cítrico para batatas fatiadas e para batatas inteiras descascadas por
abrasão (Santerre et al., 1991).
Novamente, é válido lembrar que a batata minimamente processada
tratada com ambos os antioxidantes não apresentou pontuações escuras. Isso
demonstra a eficiência dessas substâncias no controle do escurecimento
enzimático.
5.9 Peroxidase
A atividade da enzima peroxidase foi afetada apenas pelo tratamento
com antioxidante. A presença do ácido cítrico a 2% não afetou a atividade da
peroxidase, pois ela apresentou valor semelhante ao tratamento controle. o
ácido eritórbico a 3% permitiu que a atividade da peroxidase aumentasse
(Tabela 5).
TABELA 5 Atividade da peroxidase (ue.min
-1
.g
-1
) de batatas ‘Bintje’
minimamente processadas na forma de palito, armazenadas a
5ºC, por 9 dias.
Antioxidantes Médias da peroxidase
Controle 298,047b
Ácido cítrico a 2% 282,082b
Ácido eritórbico a 3% 376,832a
Médias seguidas de mesma letra na coluna são iguais entre si pelo teste de Scott-
Knott (p<0,05).
102
Mesmo não controlando a atividade da peroxidase, não houve formação
de pontuações escuras quando foram utilizados o ácido cítrico a 2% e o ácido
eritórbico a 3%. Devido a essas observações, sugere-se que a peroxidase não
esteja ligada ao escurecimento enzimático. Segundo Garcia & Barrett (2002),
embora a peroxidase possa, também, contribuir para o escurecimento
enzimático, sua função ainda continua questionável.
103
6 CONCLUSÕES
Sob as condições experimentais em que se realizaram os estudos, pode-
se concluir que:
o escurecimento enzimático em batata minimamente processada ‘Bintje’
parece estar ligado à enzima polifenoloxidase, pois o ácido cítrico a 2% e o
ácido eritórbico a 3% reduziram a atividade dessa enzima e,
conseqüentemente, não houve o aparecimento de pequenas pontuações
escuras no produto. A atividade da peroxidase não apresentou o mesmo
comportamento, pois sua atividade não foi reduzida;
o uso do ácido eritórbico a 3% é o mais recomendado como substância de
efeito antioxidante, pois, além de evitar o escurecimento enzimático, sua
presença faz aumentar o teor de ácido ascórbico.
104
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(Subprojeto de pesquisa nº 0. 5. 0. 99. 080. 05. sistema Embrapa de
Planejamento).
108
ANEXOS
ANEXO A
Página
TABELA 1A Análise de variância para a variável CO
2
referente à
avaliação do processamento mínimo na forma palito e
intacta de batata Asterix e Bintje, armazenadas em
diferentes temperaturas, 5 ºC e 15 ºC, durante 4 horas ..
108
TABELA 2A Análise de variância para a variável firmeza referente à
avaliação do processamento mínimo na forma palito de
batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje’, armazenadas em diferentes
temperaturas, 5 ºC e 15 ºC, durante nove dias ............... 108
TABELA 3A Análise de variância para a variável valor L* referente
à avaliação do processamento mínimo na forma palito
de batata Asterix e Bintje, armazenadas em diferentes
temperaturas, 5 ºC e 15 ºC, durante nove dias ............... 109
TABELA 4A Análise de variância para a variável acidez titulável
referente à avaliação do processamento mínimo na
forma palito de batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje’,
armazenadas em diferentes temperaturas, 5 ºC e 15 ºC,
durante nove dias ............................................................
109
TABELA 5A Análise de variância para a variável vitamina C
referente à avaliação do processamento mínimo na
forma palito de batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje’,
armazenadas em diferentes temperaturas, 5 ºC e 15 ºC,
durante nove dias ............................................................
110
TABELA 6A Análise de variância para a variável amido referente à
avaliação do processamento mínimo na forma palito de
batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje’, armazenadas em diferentes
temperaturas, 5 ºC e 15 ºC, durante nove dias ...............
110
TABELA 7A Análise de variância para a variável açúcares totais
referente à avaliação do processamento mínimo na
forma palito de batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje’,
armazenadas em diferentes temperaturas, 5 ºC e 15 ºC,
durante nove dias ............................................................
111
109
TABELA 8A Análise de variância para a variável polifenoloxidase
referente à avaliação do processamento mínimo na
forma palito de batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje’,
armazenadas em diferentes temperaturas, 5 ºC e 15 ºC,
durante nove dias ............................................................
111
TABELA 9A Análise de variância para a variável peroxidase
referente à avaliação do processamento mínimo na
forma palito de batatas ‘Asterix’ e ‘Bintje’,
armazenadas em diferentes temperaturas, 5 ºC e 15 ºC,
durante nove dias ............................................................
112
TABELA 10A
Análise de variância para a variável firmeza referente à
avaliação da eficiência de sustâncias antioxidantes
(ácido cítrico a 2% e ácido eritórbico a 3%) na
prevenção do escurecimento enzimático em batatas
palito (‘Bintje’) minimamente processadas,
armazenadas sob uma mesma temperatura (5ºC),
avaliadas durante nove dias ............................................
112
TABELA 11A
Análise de variância para a variável valor L* referente
à avaliação da eficiência de sustâncias antioxidantes
(ácido cítrico a 2% e ácido eritórbico a 3%) na
prevenção do escurecimento enzimático em batatas
palito (‘Bintje’) minimamente processadas,
armazenadas sob uma mesma temperatura (5ºC),
avaliadas durante nove dias ............................................
113
TABELA 12A
Análise de variância para a variável acidez titulável
referente à avaliação da eficiência de sustâncias
antioxidantes (ácido cítrico a 2% e ácido eritórbico a
3%) na prevenção do escurecimento enzimático em
batatas palito (‘Bintje’) minimamente processadas,
armazenadas sob uma mesma temperatura (5ºC),
avaliadas durante nove dias ............................................
113
TABELA 13A
Análise de variância para a variável vitamina C
referente à avaliação da eficiência de sustâncias
antioxidantes (ácido cítrico a 2% e ácido eritórbico a
3%) na prevenção do escurecimento enzimático em
batatas palito (‘Bintje’) minimamente processadas,
armazenadas sob uma mesma temperatura (5ºC),
avaliadas durante nove dias ............................................
114
110
TABELA 14A
Análise de variância para a variável amido referente à
avaliação da eficiência de sustâncias antioxidantes
(ácido cítrico a 2% e ácido eritórbico a 3%) na
prevenção do escurecimento enzimático em batatas
palito (‘Bintje’) minimamente processadas,
armazenadas sob uma mesma temperatura (5ºC),
avaliadas durante nove dias ............................................
114
TABELA 15A
Análise de variância para a variável açúcares totais
referente à avaliação da eficiência de sustâncias
antioxidantes (ácido cítrico a 2% e ácido eritórbico a
3%) na prevenção do escurecimento enzimático em
batatas palito (‘Bintje’) minimamente processadas,
armazenadas sob uma mesma temperatura (5ºC),
avaliadas durante nove dias ............................................
115
TABELA 16A
Análise de variância para a variável polifenoloxidase
referente à avaliação da eficiência de sustâncias
antioxidantes (ácido cítrico a 2% e ácido eritórbico a
3%) na prevenção do escurecimento enzimático em
batatas palito (‘Bintje’) minimamente processadas,
armazenadas sob uma mesma temperatura (5ºC),
avaliadas durante nove dias ............................................
115
TABELA 17A
Análise de variância para a variável peroxidase
referente à avaliação da eficiência de sustâncias
antioxidantes (ácido cítrico a 2% e ácido eritórbico a
3%) na prevenção do escurecimento enzimático em
batatas palito (‘Bintje’) minimamente processadas,
armazenadas sob uma mesma temperatura (5ºC),
avaliadas durante nove dias ............................................
116
111
TABELA 1A Análise de variância para a variável CO
2
, referente à avaliação do
processamento mínimo nas formas palito e intacta das cultivares
de batata Asterix e Bintje, armazenadas em diferentes
temperaturas, 5ºC e 15ºC, durante 4 horas.
FV GL QM Pr > F
Tratamento 7 303,127908 0,0001
Erro a = Rep(Cultivar) 16 2,988280
Horas 3 11,817249 0,0262
Tratamento*Horas 21 2,845908 0,6953
Erro 48 3,516761
Total 95
TABELA 2A Análise de variância para a variável firmeza referente à avaliação
do processamento mínimo na forma palito das cultivares de batata
Asterix e Bintje, armazenadas em diferentes temperaturas, C e
15ºC, durante nove dias.
FV GL QM Pr > F
Cultivar 1 0,009020 0,3246
Temperatura 1 0,014421 0,2212
Cultivar*Temperatura 1 0,004332 0,4878
Erro a = Rep(Trat) 8 0,008191
Tempo 3 0,086017 0,0017
Erro b = Rep(Tempo) 8 0,006370
Cultivar*Tempo 3 0,010125 0,0552
Temperatura*Tempo 3 0,026085 0,0017
Cultivar*Temperatura*Tempo 3 0,000743 0,8747
Erro 16 0,003242
Total 47
CV 1(%) = 8,83
CV 2(%) = 16,60
CV 3(%) = 11,84
112
TABELA 3A Análise de variância para a variável valor L* referente à avaliação
do processamento mínimo na forma palito das cultivares de batata
Asterix e Bintje, armazenadas em diferentes temperaturas, 5ºC e
15ºC, durante nove dias.
FV GL QM Pr > F
Cultivar 1 67,996602 0,0009
Temperatura 1 8,004967 0,1176
Cultivar*Temperatura 1 2,490674 0,3567
Erro a = Rep(Trat) 8 2,603222
Tempo 3 25,933811 0,0030
Erro b = Rep(Tempo) 8 2,301413
Cultivar*Tempo 3 3,099603 0,1435
Temperatura*Tempo 3 27,284031 0,0000
Cultivar*Temperatura*Tempo 3 2,444790 0,2201
Erro 16 1,492015
Total 47
CV 1 (%) = 3,02
CV 2 (%) = 2,84
CV 3 (%) = 2,29
TABELA 4A Análise de variância para a variável acidez titulável referente à
avaliação do processamento mínimo na forma palito das
cultivares de batata Asterix e Bintje, armazenadas em diferentes
temperaturas, 5ºC e 15ºC, durante nove dias.
FV GL QM Pr > F
Cultivar 1 0,013068 0,0036
Temperatura 1 0,064974 0,0000
Cultivar*Temperatura 1 0,001541 0,1996
Erro a = Rep(Trat) 8 0,000788
Tempo 3 0,008250 0,0093
Erro b = Rep(Tempo) 8 0,001061
Cultivar*Tempo 3 0,001640 0,2515
Temperatura*Tempo 3 0,000383 0,7884
Cultivar*Temperatura*Tempo 3 0,001259 0,3574
Erro 16 0,001090
Total 47
CV 1(%) = 23,05
CV 2(%) = 26,74
CV 3(%) = 27,1
113
TABELA 5A Análise de variância para a variável vitamina C referente à
avaliação do processamento mínimo na forma palito das
cultivares de batata Asterix e Bintje, armazenadas em diferentes
temperaturas, 5ºC e 15ºC, durante nove dias.
FV GL QM Pr > F
Cultivar 1 401,785628 0,0000
Temperatura 1 230,269744 0,0000
Cultivar*Temperatura 1 56,461239 0,0011
Erro a = Rep(Trat) 8 2,299664
Tempo 3 209,525580 0,0000
Erro b = Rep(Tempo) 8 2,514793
Cultivar*Tempo 3 59,076821 0,0000
Temperatura*Tempo 3 53,035128 0,0000
Cultivar*Temperatura*Tempo 3 4,000092 0,2555
Erro 16 2,687305
Total 47
CV 1(%) = 11,83
CV 2(%) = 12,37
CV 3(%) = 12,78
TABELA 6A Análise de variância para a variável amido referente à avaliação
do processamento mínimo na forma palito das cultivares de batata
Asterix e Bintje, armazenadas em diferentes temperaturas, 5ºC e
15ºC, durante nove dias.
FV GL QM Pr > F
Cultivar 1 14,562932 0,0032
Temperatura 1 26,624813 0,0005
Cultivar*Temperatura 1 48,390792 0,0001
Erro a = Rep(Trat) 8 0,840122
Tempo 3 102,285615 0,0000
Erro b = Rep(Tempo) 8 0,418156
Cultivar*Tempo 3 8,680551 0,0537
Temperatura*Tempo 3 7,848127 0,0701
Cultivar*Temperatura*Tempo 3 7,613175 0,0757
Erro 16 2,751382
Total 47
CV 1 (%) = 5,69
CV 2 (%) = 4,01
CV 3 (%) = 10,29
114
TABELA 7A Análise de variância para a variável açúcares totais referente à
avaliação do processamento mínimo na forma palito das
cultivares de batata Asterix e Bintje, armazenadas em diferentes
temperaturas, 5ºC e 15ºC, durante nove dias.
FV GL QM Pr > F
Cultivar 1 0,158470 0,0000
Temperatura 1 0,089614 0,0000
Cultivar*Temperatura 1 0,009130 0,0334
Erro a = Rep(Trat) 8 0,001388
Tempo 3 0,022833 0,0017
Erro b = Rep(Tempo) 8 0,001702
Cultivar*Tempo 3 0,055186 0,0000
Temperatura*Tempo 3 0,125083 0,0000
Cultivar*Temperatura*Tempo 3 0,013431 0,0007
Erro 16 0,001397
Total
CV 1(%) = 13,24
CV 2(%) = 14,66
CV 3(%) = 13,28
TABELA 8A Análise de variância para a variável polifenoloxidase referente à
avaliação do processamento mínimo na forma palito das
cultivares de batata Asterix e Bintje, armazenadas em diferentes
temperaturas, 5ºC e 15ºC, durante nove dias.
FV GL QM Pr > F
Cultivar 1 35517,107361 0,0000
Temperatura 1 33793,914675 0,0000
Cultivar*Temperatura 1 7890,915247 0,0000
Erro a = Rep(Trat) 8 35,386752
Tempo 3 17791,601787 0,0000
Erro b = Rep(Tempo) 8 27,079997
Cultivar*Tempo 3 10054,240726 0,0000
Temperatura*Tempo 3 40715,457530 0,0000
Cultivar*Temperatura*Tempo 3 3228,388425 0,0000
Erro 16 93,742411
Total 47
CV 1(%) = 2,76
CV 2(%) = 2,41
CV 3(%) = 4,48
115
TABELA 9A Análise de variância para a variável peroxidase referente à
avaliação do processamento mínimo na forma palito das
cultivares de batata Asterix e Bintje, armazenadas em diferentes
temperaturas, 5ºC e 15ºC, durante nove dias.
FV GL QM Pr > F
Cultivar 1 101315,800751 0,0007
Temperatura 1 1583191,350076
0,0000
Cultivar*Temperatura 1 1229,306783 0,5732
Erro a = Rep(Trat) 8 3564,807643
Tempo 3 670006,468580 0,0000
Erro b = Rep(Tempo) 8 6726,119362
Cultivar*Tempo 3 583822,003488 0,0000
Temperatura*Tempo 3 318978,489566 0,0000
Cultivar*Temperatura*Tempo 3 291794,736890 0,0000
Erro 16 6160,605370
Total 47
CV 1(%) = 11,47
CV 2(%) = 15,76
CV 3(%) = 15,08
TABELA 10A Análise de variância para a variável firmeza referente à avaliação
da eficiência de sustâncias antioxidantes (ácido cítrico a 2% e
ácido eritórbico a 3%) na prevenção do escurecimento
enzimático em batatas palito (‘Bintje’) minimamente
processadas, armazenadas sob uma mesma temperatura (5ºC),
avaliadas durante nove dias.
FV GL QM Pr > Fc
Tratamentos 2 0,000738 0,9450
Erro 1 6 0,012928
Tempo 3 0,046955 0,0027
Tratamento*Tempo 6 0,017041 0,0616
Erro 2 18 0,006818
Total 35
CV 1(%) = 23,01
CV 2(%) = 16,71
116
TABELA 11A Análise de variância para a variável valor L* referente à
avaliação da eficiência de sustâncias antioxidantes (ácido
cítrico a 2% e ácido eritórbico a 3%) na prevenção do
escurecimento enzimático em batatas palito (‘Bintje’)
minimamente processadas, armazenadas sob uma mesma
temperatura (5ºC), avaliadas durante nove dias.
FV GL QM Pr > Fc
Tratamentos 2 69,883050 0,0090
Erro 1 6 6,116184
Tempo 3 1,301172 0,7765
Tratamento*Tempo 6 9,105389 0,0555
Erro 2 18 3,529227
Total 35
CV 1(%) = 4,83
CV 2(%) = 3,67
TABELA 12A Análise de variância para a variável acidez titulável referente à
avaliação da eficiência de sustâncias antioxidantes (ácido cítrico
a 2% e ácido eritórbico a 3%) na prevenção do escurecimento
enzimático em batatas palito (‘Bintje’) minimamente
processadas, armazenadas sob uma mesma temperatura (5ºC),
avaliadas durante nove dias.
FV GL QM Pr > Fc
Tratamentos 2 0,001594 0,0072
Erro 1 6 0,000127
Tempo 3 0,000141 0,6113
Tratamento*Tempo 6 0,000448 0,1238
Erro 18 0,000227
Total 35
CV 1(%) = 8,95
CV 2(%) = 11,98
117
TABELA 13A Análise de variância para a variável vitamina C referente à
avaliação da eficiência de sustâncias antioxidantes (ácido
cítrico a 2% e ácido eritórbico a 3%) na prevenção do
escurecimento enzimático em batatas palito (‘Bintje’)
minimamente processadas, armazenadas sob uma mesma
temperatura (5ºC), avaliadas durante nove dias.
FV GL QM Pr > Fc
Tratamentos 2 715,756417 0,0004
Erro 1 6 18,575818
Tempo 3 18,684244 0,1151
Tratamento*Tempo 6 48,906372 0,0014
Erro 18 8,230166
Total 35
CV 1(%) = 18,61
CV 2(%) = 12,39
TABELA 14A Análise de variância para a variável amido referente à avaliação
da eficiência de sustâncias antioxidantes (ácido cítrico a 2% e
ácido eritórbico a 3%) na prevenção do escurecimento
enzimático em batatas palito (‘Bintje’) minimamente
processadas, armazenadas sob uma mesma temperatura (5ºC),
avaliadas durante nove dias.
FV GL QM Pr > Fc
Tratamentos 2 143,564769 0,0092
Erro 1 6 12,657334
Tempo 3 10,008496 0,0332
Tratamento*Tempo 6 2,330686 0,5532
Erro 18 2,763957
Total 35
CV 1(%) = 17,95
CV 2(%) = 8,39
118
TABELA 15A Análise de variância para a variável açúcares totais referente à
avaliação da eficiência de sustâncias antioxidantes (ácido cítrico
a 2% e ácido eritórbico a 3%) na prevenção do escurecimento
enzimático em batatas palito (‘Bintje’) minimamente
processadas, armazenadas sob uma mesma temperatura (5ºC),
avaliadas durante nove dias.
FV GL QM Pr > Fc
Tratamentos 2 0,067916 0,0002
Erro 1 6 0,001309
Tempo 3 0,001708 0,0621
Tratamento*Tempo 6 0,003692 0,0010
Erro 18 0,000585
Total 35
CV 1(%) = 14,34
CV 2(%) = 9,59
TABELA 16A Análise de variância para a variável polifenoloxidase referente à
avaliação da eficiência de sustâncias antioxidantes (ácido cítrico
a 2% e ácido eritórbico a 3%) na prevenção do escurecimento
enzimático em batatas palito (‘Bintje’) minimamente
processadas, armazenadas sob uma mesma temperatura (5ºC),
avaliadas durante nove dias.
FV GL QM Pr > Fc
Tratamentos 2 104365,422 0,0000
Erro 1 6 277,031248
Tempo 3 71,846390 0,7108
Tratamento*Tempo 6 77,772356 0,7984
Erro 18 154,795159
Total 35
CV 1(%) = 17,57
CV 2(%) = 13,13
119
TABELA 17A Análise de variância para a variável peroxidase referente à
avaliação da eficiência de sustâncias antioxidantes (ácido
cítrico a 2% e ácido eritórbico a 3%) na prevenção do
escurecimento enzimático em batatas palito (‘Bintje’)
minimamente processadas, armazenadas sob uma mesma
temperatura (5ºC), avaliadas durante nove dias.
FV GL QM Pr > Fc
Tratamentos 2 30878,924210 0,0180
Erro 1 6 3654,499856
Tempo 3 2518,947569 0,5488
Tratamento*Tempo 6 5317,559768 0,2230
Erro 18 3462,627702
Total 35
CV 1(%) = 18,95
CV 2(%) = 18,45
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