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QUALIDADE DE ALFACE AMERICANA
MINIMAMENTE PROCESSADA CV. RAIDER:
EFEITO DO HIPOCLORITO DE SÓDIO,
PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO E ÁCIDO
ASCÓRBICO
ÉLLEN CRISTINA DE SOUZA
2005
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ÉLLEN CRISTINA DE SOUZA
QUALIDADE DE ALFACE AMERICANA MINIMAMENTE
PROCESSADA CV. RAIDER: EFEITO DO HIPOCLORITO DE
SÓDIO, PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO E ÁCIDO
ASCÓRBICO
Tese apresentada à Universidade Federal
de Lavras como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Ciência
dos Alimentos, área de concentração em
Fisiologia Pós-Colheita de Produtos
Vegetais, para a obtenção do título de
“Doutor”.
Orientador
Prof. Dr. Adimilson Bosco Chitarra
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2005
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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos
da Biblioteca Central da UFLA
Souza, Éllen Cristina de
Qualidade de alface americana minimamente processada CV. Raider: efeito do
hipoclorito de sódio, peróxido de hidrogênio e ácido ascórbico / Éllen Cristina de Souza. –
Lavras : UFLA, 2005.
83 p. : il.
Orientador: Admilson Bosco Chitarra.
Tese (Doutorado) – UFLA.
Bibliografia.
1. Alface. 2. Processamento mínimo. 3. Sanificação. I. Universidade
Federal de Lavras. II. Título.
CDD-664.80552
ÉLLEN CRISTINA DE SOUZA
QUALIDADE DE ALFACE AMERICANA MINIMAMENTE
PROCESSADA cv. RAIDER: EFEITO DO HIPOCLORITO DE
SÓDIO, PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO E ÁCIDO
ASCÓRBICO
Tese apresentada à Universidade Federal
de Lavras, como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Ciência
dos Alimentos, área de concentração
Fisiologia Pós-Colheita de Produtos
Vegetais para a obtenção do título de
“Doutor”.
APROVADA em 8 de junho de 2005
Profa. Dra. Maria Isabel Fernandes Chitarra UFLA
Profa. Dra. Roberta Hilsdorf Piccoli do Valle UFLA
Prof. Dr. José da Cruz Machado UFLA
Dr. Murilo Freire Júnior Embrapa
Prof. Dr. Adimilson Bosco Chitarra
UFLA
(Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
Á Deus
Aos meus queridos pais,
Manoel Jacinto de Souza e
Maria Nazaré de Souza pelo exemplo de vida, esforço e apoio dedicado
a minha formação
As minhas queridas irmãs Beth, Elaine, Regina e ao meu querido sobrinho
Lucas que sempre me apoiaram.
OFEREÇO
As pessoas que dão brilho a minha vida,
meu marido Eduardo e meu filho Luís Eduardo
DEDICO
Senhor,
Concedei-me serenidade para aceitar as coisas
que não posso modificar;
Coragem para modificar aquelas que posso;
E sabedoria para perceber a diferença
( Oração da Serenidade)
AGRADECIMENTOS
A Deus, caminho, verdade e vida.
À Universidade Federal de Lavras e ao Departamento de Ciência dos
Alimentos, pela oportunidade e pelo imensurável apoio.
À Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), pela bolsa de estudos.
Aos Professores Adimilson Bosco Chitarra e Maria Isabel Fernandes
Chitarra, por terem me concedido a honra de ser um de seus orientados, pela
amizade, paciência, confiança e pelos ensinamentos transmitidos que
contribuíram sobremaneira para a melhoria de minha formação profissional.
À Professora Roberta Hilsdorf Piccoli do Valle, pela co-orientação,
apoio, paciência e sincera amizade, que colaboraram tanto para a
concretização deste trabalho.
Ao Professor Eduardo, que tantas vezes me atendeu gentilmente,
muito obrigado pelos ensinamentos, sugestões, atenção, paciência e
amizade.
Ao Professor Luís Carlos, pelos ensinamentos, sugestões e amizade.
Á professora Maria das Graças Cardoso, pelo aprendizado, amizade
e por ter me iniciado na pesquisa e sempre me incentivado .
Á Professora Vânia Déa, pelas sugestões valiosas, ensinamentos e
sincera amizade
Ao Professor David Lee Nelson, pelas sugestões, amizade e atenção.
Ao Professor Augusto Ramalho, pelas sugestões nas análises
estástisticas.
A todos os professores do DCA, pela atenção e amizade.
A todos os colegas e amigos do Laboratório de Pós-Colheita:
Adriana Cornélio, Alessandra, Ana Carla, Brígida, Camila, Daniel, Daniela,
Elisângela, Luizinho, Mônica, Nélio, Simone e Waltemir que muito
contribuíram para a conclusão deste trabalho.
A todos os colegas e amigos do Laboratório de Micro: Adenilde,
Alexandre, Cleube, Helga, Odívia e Simone.
Às laboratoristas Sandra, Tina, Eliane, Mércia e Cidinha, pelo apoio
nas análises laboratoriais, amizade e apoio durante o curso.
Ao meu querido marido Eduardo, pela carinho, compreensão,
sinceridade e apoio durante o tempo que subtraí do convívio familiar para
desenvolver esta obra e a importante ajuda nos abstracts e formatação.
Á minha querida madrinha Maria Aparecida Vilas Boas e Fátima
Vilas Boas Rodrigues, que sempre estiveram presentes em minha vida.
Ao amigo e irmão Luis José Rodrigues, pela importante ajuda na
busca das alfaces e na montagem dos vários experimentos. Obrigada pela
sincera contribuição a este trabalho.
Á amiga Ana Carla, pela amizade, prazeroso convívio, sugestões e
montagem do experimento.
Aos colegas do curso de pós-graduação, pela amizade e convivência
Aos meus sogros, Jander e Daurene, pelo apoio à minha família nos
momentos em que me mantive ocupada desenvolvendo este trabalho.
Aos funcionários do Departamento de Ciência de Alimentos da
UFLA
A todos que contribuiram de maneira direta ou indireta para a
realização deste trabalho.
SUMÁRIO
Página
RESUMO.........................................................................................................i
ABSTRACT....................................................................................................ii
1INTRODUÇÃO...........................................................................................01
2 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................03
2.1 Alface características gerais................................................................03
2.2 Tratos culturais.......................................................................................04
2.3 Aspectos microbiológicos.......................................................................05
2.4 Processamento mínimo de vegetais........................................................11
2.5 Temperatura e umidade relativa............................................................14
2.6 Escurecimento enzimático.......................................................................16
2.7 Atmosfera modificada.............................................................................21
2.8 Sanificação...............................................................................................23
2.9 Agentes sanificantes................................................................................24
2.9.1 Peróxido de hidrogênio........................................................................24
2.9.2 Hipoclorito de sódio.............................................................................27
3.0 Resíduos químicos...................................................................................29
3 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................32
3.1 Matéria-prima.........................................................................................32
3.2 Metodologia.............................................................................................32
3.2.1 Processamento......................................................................................32
3.2.2 Análises fisíco-químicas, químicas e bioquímicas...............................35
3.2.2.1 Acidez Total Titulável (ATT) e Sólidos Solúveis Totais (SST).......35
3.2.2.2 pH......................................................................................................35
3.2.2.3 Clorofila.............................................................................................35
3.2.2.4 Polifenoloxidase (PFO).....................................................................35
3.2.2.5 Fenilalanina amônia-liase (FAL)......................................................36
3.2.2.6 Peroxidase(POD)...............................................................................36
3.2.2.7 Resíduos químicos.............................................................................37
3.2.2 Avaliação microbiológica.....................................................................37
3.2.2.1 Preparo das amostras.........................................................................37
3.2.2.2 Quantificação de coliformes a 35
°
C e a 45
°
C..................................37
3.2.2.3 Contagem padrão de microrganismos aeróbios mesófilos..............38
3.2.2.4 Fungos e leveduras............................................................................38
3.2.2 Avaliação sensorial...............................................................................38
3.3 Delineamento experimental e análises................................................... 40
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................41
4.1 pH............................................................................................................41
4.2 Acidez total titulável (ATT) e Sólidos Solúveis Total (SST).... ........... 42
4.3 Clorofila...................................................................................................43
4.4 Polifenoloxidase (PFO) .........................................................................44
4.5 Fenilalanina amônia-liase (FAL).............................................................47
4.6 Peroxidase (POD)....................................................................................49
4.7 Resíduos químicos...................................................................................50
4.8 Avaliação microbiológica........................................................................51
4.8.1 Quantificação de coliformes a 35
°
C e a 45
°
C..................................54
4.8.2 Contagem padrão de microrganismos aeróbios mesófilos..............56
4.8.3 Fungos e leveduras............................................................................59
4.9 Avaliação sensorial..................................................................................61
4.9.1 Cor........................................................................................................61
4.9.2 Frescor..................................................................................................63
4.9.3 Aspecto global .....................................................................................65
5 CONCLUSÕES..........................................................................................68
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................69
ANEXOS.......................................................................................................81
i
RESUMO
SOUZA, Éllen Cristina de Souza. Qualidade de alface americana
minimamente processada cv. Raider: efeito do hipoclorito de sódio,
peróxido de hidrogênio e ácido ascórbico. Lavras: UFLA, 2005. 83p. (Tese
Doutorado em Ciência dos Alimentos)
Visando avaliar a vida de prateleira da alface americana cv. Raider
minimamente processada reduzindo a microbiota e quantificando os resíduos
químicos, estudou-se a eficiência dos sanificantes hipoclorito de sódio (NaClO)
e peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
), com ou sem a presença do aditivo ácido
ascórbico, por meio de análises químicas, físico-químicas, bioquímicas,
microbiológicas e sensoriais das amostras. Para as variáveis sólidos solúveis
totais (SST) e acidez total titulável (ATT), estatísticamente os tratamentos não
promoveram alterações. Os valores para clorofila e pH apresentaram alterações
para todos os tratamentos a partir do terceiro dia de armazenamento. Todos os
tratamentos diferiram entre si e do controle para as enzimas fenilalanina amônia-
liase (FAL), peroxidase (POD), polifenoloxidase (PFO). Os resíduos químicos
não foram detectados em nenhum dos tratamentos. Pelas análises
microbiológicas, as contagens iniciais e finais foram altas para coliformes a
35°C, a 45°C e aeróbios mesófilos. As concentrações encontradas para fungos e
leveduras foram relativamente baixas ao longo do armazenamento. O tratamento
NaClO com ácido ascórbico foi o mais eficiente na sanificação, quando
comparado aos outros sobre o controle de todos os microrganismos. As alfaces
americanas cv. Raider minimamente processadas, armazenadas a 3±1°C e
95%UR, apresentaram vida útil de três dias.
_____________________
Orientador: Adimilson Bosco Chitarra - UFLA
ii
ABSTRACT
SOUZA, Éllen Cristina. Fresh cut American lettuce cv. Raider quality: effect
of sodium hipochlorite, hydrogen peroxide and ascorbic acid. Lavras: UFLA,
2005. 83p. (Thesis Doctorate in Food Science).
Aiming to evaluate the shelf-life of the American lettuce cv. Raider, fresh
cut, reducing the microbiota and quantifying the chemical residues, the
efficiency of the sanitizers sodium hypochlorite (NaClO) and hydrogen
peroxide(H
2
O
2
) both with or without the presence of the additive ascorbic acid
by means of chemical, physicochemical, biochemical, microbiologic and
sensorial analyses of the smiles was investigated. For the variables total soluble
solids (SST) and total tritrable acidity (TTA), statistically, the treatments
promoted no alterations. The values for chlorophyll and pH presented alterations
for all the treatments from the third day of storage. All the treatments differed
among one another and from the control for the enzymes phenyl alanine-lyase
(PAL), polyfenol oxidase (PFO), peroxidase (POD). The chemical residues were
not detected in any of the treatments. High initial and final counts for the
coliforms at 35°C, at 45°C and mesophyllic aerobes were detected by the
microbiologic counts. The concentrations found for fungi and yeasts were
relatively low along the storage. The NaClO treatment with ascorbic acid was
the most efficient in microorganism control as compared with the others upon
the control of all the microorganisms. The fresh cut American lettuce cv. Raider,
stored in a 3±1°C and 95% UR with a shelf life of three days.
_________________________
Adviser: Adimilson Bosco Chitarra
1
1 INTRODUÇÃO
A alface é considerada uma das hortaliças folhosas mais consumidas na
alimentação do brasileiro, apresentando, assim, uma expressiva importância, do
ponto de vista econômico. A região Sudeste é a maior produtora, com destaque
para os estados de São Paulo e Minas Gerais. São vários os tipos de alface
disponíveis no mercado, entretanto, a americana vem ganhando importância por
possuir folhas mais tenras e crocantes (Coelho, 2001). Por ser altamente
perecível, apresenta rápido e irreversível processo de senescência após a
colheita. Este fato é importante, sob o aspecto de saúde pública, porque é sempre
consumida na forma crua. A qualidade da água utilizada na irrigação pode não
ser satisfatória quanto ao aspecto microbiológico, sendo o problema agravado
pelo contato direto da planta com o solo e o uso de adubo orgânico, bem como
pelo manuseio, colheita e transporte em condições higiênico-sanitárias
inadequadas.
O mercado de alimentos está abrindo novas e interessantes
oportunidades aos produtores de alface e de hortaliças em geral, com destaque
para os minimamente processados, que representam para o consumidor um
produto fresco com maior vida útil, boa sanificação e manutenção da qualidade
do produto. Os vegetais minimamente processados apresentam a conveniência
de não requerer qualquer preparação significativa por parte do consumidor, em
termos de seleção, limpeza, lavagem ou cortes. Além disso, o valor agregado ao
produto pelo processamento aumenta a competitividade do setor produtivo e
propicia meios alternativos para a comercialização. O sucesso deste
empreendimento depende do uso de matérias-primas de alta qualidade,
manuseadas e processadas com boas condições de higiene.
A sanificação é uma prática de extrema importância, que contribui para a
redução de microrganismos alteradores, visando atender aos padrões exigidos
2
pela legislação e aumentando a vida de prateleira. Também melhora a condição
higiênico-sanitária dos alimentos, evitando riscos à saúde do consumidor pela
vinculação de patógenos.
A contaminação química também é um ponto muito importante, pois
pode acontecer em qualquer etapa da produção e, principalmente, do
processamento de alimentos. Os resíduos químicos, quando consumidos em
quantidades suficientes, podem inibir a absorção e destruir nutrientes; são
carcinogênicos, mutagênicos teratogênicos ou são tóxicos, podendo causar
enfermidades severas e, inclusive a morte, devido ao seu efeito biológico no
corpo humano.
Observa-se que a maioria dos estudos científicos em hortaliças
minimamente processadas está voltada para a qualidade comercial do produto, a
qual é avaliada, objetivamente ou subjetivamente, pelas medidas de cor, sabor,
aroma, textura e, ainda, pelas determinações microbiológicas. Por outro lado,
necessidade de aumentar os conhecimentos sobre as consequências da
sanificação de produtos minimamente processados e seus resíduos químicos que
podem ser prejudiciais à saúde do consumidor.
Assim sendo, existe necessidade de desenvolvimento de mais pesquisas
relacionadas ao efeito dos diferentes sanificantes, visando o conhecimento da
eficiência no seu uso e verificando seus resíduos químicos, resultantes em
hortaliças processadas e, conseqüentemente, objetivando a qualidade do produto
e a saúde do consumidor dessa gama de alimentos.
Este trabalho teve por objetivo verificar o efeito de diferentes agentes
sanificantes em alface americana cv. Raider minimamente processada, visando
reduzir os microrganismos alteradores, bem como quantificar os resíduos
químicos resultantes do processo de sanificação.
3
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Alface - características gerais
A alface é uma das espécies mais antigas, citada, desde 4500 a.C. como
planta medicinal. Como hortaliça, se tem registro desde 2500 a.C. Originária
da Ásia, foi introduzida no Brasil pelos portugueses no século XVI (Meirelles,
s.d.).
Pertence à família Asteraceae e ao gênero Lactuca, sendo a espécie
classificada como Lactuca sativa L., correspondente à alface selvagem que
originou as diversas cultivares atualmente disponíveis no mercado (Mello,
2000). É uma hortaliça tipicamente folhosa, sendo uma planta anual, herbácea
com caule muito curto, não ramificado, ao qual se prendem as folhas, formando
ou não cabeças. As raízes são do tipo pivotante, com ramificações finas e curtas,
que exploram somente os primeiros 25cm do solo (Maluf, 1996).
As alfaces possuem uma fase de crescimento vegetativo, compreendida
desde a semeadura até o ponto de colheita comercial (60-90 dias) e uma fase
reprodutiva que é estimulada por temperaturas maiores do que 20
o
C. Esta fase é
caracterizada pela emissão da haste floral, que chega a alcançar até 1m de altura,
terminando em uma inflorescência ramificada com grande número de flores
perfeitas. A transição entre as duas fases é caracterizada pela formação de látex,
que provoca a sensação do sabor amargo (Maluf, 1996).
As alfaces americanas, por apresentarem cabeça compacta e possuírem
as folhas crocantes, conseguem manter suas características de aparência e sabor,
mesmo em contato com alimentos quentes. Elas vêm sendo bastante cultivadas
no Brasil, visando atender às redes de “fast food” como o McDonald’s (Bueno,
1998). As principais cultivares de alface americana plantadas no Brasil são Great
Lakes, Salinas, Mesa 659, Lucy Brown e Lorca (Gomes, 2001).
4
A qualidade dos produtos hortícolas origina-se no campo com a
aplicação de Boas Práticas Agrícolas (BPA). Assim sendo, imprescíndiveis
tornam-se, para a obtenção de uma matéria-prima segura e com qualidade, o
monitoramento periódico do grau de contaminação da água de irrigação e da
compostagem ou fermentação dos adubos orgânicos, por influenciarem
diretamente a microbiota da matéria-prima, bem como a sanificação das caixas
de colheita e a observação correta quanto ao ponto de colheita da alface que,
sendo um produto não climatérico, corresponde ao máximo desenvolvimento da
cabeça (60 a 65 dias após a semeadura). No caso de ser colhida em estádio de
maturação avançado, a alface perde seu valor comercial, devido ao
endurecimento e ao acentuado sabor amargo das folhas. A colheita deve ser
realizada nas primeiras horas do dia ou no início da noite, visando a redução do
calor que o produto traz do campo e, conseqüentemente, restringindo a elevação
de sua taxa respiratória e impedindo a aceleração do seu metabolismo. Na
ocasião da colheita, em virtude do contato direto com o solo, sua maior fonte de
contaminação, as folhas mais externas devem ser descartadas, deixando algumas
para a proteção das cabeças durante o transporte. Recomenda-se o cultivo sobre
sacos plásticos, tentando minimizar a fonte de inóculo e limitar a microbiota da
matéria-prima (Darezzo, 2000).
2.2 Tratos culturais
De acordo com Coelho (2001) os principais tratos culturais aplicados à
cultura da alface são a irrigação e o controle de plantas daninhas. A alface é uma
das hortaliças mais exigentes em água durante o seu período de
desenvolvimento, o que influencia de forma decisiva na produtividade e na
qualidade comercial da cabeça. Quando irrigadas adequadamente, as folhas são
tenras e as cabeças grandes. Quanto maior for a disponibilidade de água no solo,
maior será a produtividade (Filgueira, 1982).
5
A irrigação é, em geral, feita por aspersão, embora também se possa
irrigar por infiltração (sulcos), por microaspersão ou por gotejamento, sendo
estes dois últimos sistemas utilizados quando a cultura é conduzida no interior
de estufas. Para a alface americana, a irrigação por gotejamento é a mais
utilizada (Maluf, 1996).
O controle de plantas daninhas pode ser realizado pela utilização de
cobertura morta, com filmes plásticos pretos ou pela aplicação de herbicidas. A
utilização de cobertura morta, além de controlar as plantas daninhas, mantém a
umidade do solo, evita o contato das folhas com a terra e diminui as oscilações
bruscas de temperatura. Quando o controle é realizado por meio de herbicidas, a
aplicação pode ser feita no período de pré-plantação, pré-emergência da cultura,
na pós-plantação ou quando a planta estiver bem enraizada, observando-se o
período de carência (Sganzerla, 1997).
2.3 Aspectos microbiológicos
Embora não seja uma das melhores fontes de vitaminas e de sais
minerais, a alface é indicada para todas as dietas devido ao seu baixo teor
calórico 12 a 13 kcal/100 g (Mello, 2000). É bastante apreciada na elaboração
de diversos tipos de saladas e, pelo fato de ser consumida crua, conserva todas as
suas propriedades nutritivas (Maciel, 1968; Mello, 2000).
Entretanto, a alface merece consideração quanto ao aspecto de saúde pública
porque é uma hortaliça de consumo muito disseminado, sempre na forma crua e
sem qualquer tratamento rmico. A qualidade da água utilizada na sua irrigação
nem sempre é satisfatória, sob o aspecto microbiológico, sendo o problema
agravado pelo contato íntimo da planta com solo e adubo orgânico, bem como
pelo manuseio, colheita e transporte em condições inadequadas no que se refere
ao aspecto higiênico-sanitário. Sendo assim, é de se esperar que a alface
6
apresente, com freqüência elevada, contaminação por bactérias, bem como
contaminação por larvas ou cistos de parasitos intestinais (Leitão et al., 1981).
Pseudomonas spp., Erwinia herbicola, E. carotovora e Serratia spp. são
encontradas comumente em alfaces. Uma ampla variedade de espécies de
leveduras também pode ser isolada de alfaces frescas, sendo as mais comuns as
do gênero Candida, Cryptococcus, Pichia, Torulaspora e Trichosporon.
Comparativamente, baixas quantidades de fungos são isoladas (Halász et al.,
1994). As bactérias psicrotróficas são de especial importância para os alimentos
minimamente processados, uma vez que estas podem crescer em temperaturas
de refrigeração, entre 0 e 7ºC (Wiley, 1997). Podem estar presentes nos
alimentos espécies patogênicas como Listeria monocytogeneses, Yercinia
enterocolitica e Aeromonas hydrophila (Nguyen-The & Carlm, 1994).
A qualidade microbiológica dos vegetais minimamente processados é
influenciada pelas operações de descascamento, corte e lavagem (Park et al.,
1998). Os vegetais inteiros e frescos são protegidos da invasão microbiana
devido as suas superfícies de proteção. Após o processamento, ficam mais
sensíveis à contaminação (Nascimento et al., 2000). Os vegetais minimamente
processados, por serem uma categoria que em geral possui pH 5,8–6,0; alta
umidade e maior superfície exposta devido ao corte, promovem condições
ideais para o crescimento dos microrganismos (Ahvenainen, 1996). Portanto,
todo o processamento deve ser realizado com critério e no menor período de
tempo possível, para que as alterações físicas, químicas e microbiológicas sejam
minimizadas.
A grande dificuldade que se tem é que ainda não existe uma legislação
específica para vegetais minimamente processados (Nascimento et al., 2000).
A baixa qualidade poderá afetar a confiança dos consumidores
conquistados e diminuir o crescimento do mercado (Durigan, 2000). A Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) por meio da RDC nº12 estabelece
7
padrões microbiológicos para frutas, produtos de frutas e similares, frescas in
natura preparadas (descascadas ou selecionadas ou fracionadas), sanificadas,
refrigeradas ou congeladas para o consumo direto (Brasil, 2001) que podem
servir como referência para os produtos minimamente processados.
Segundo os dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças
(CDC), 76 milhões de pessoas são acometidas todos os anos, nos Estados
Unidos, por doenças de origem alimentar. Cerca de 325 mil são hospitalizadas e
5 mil morrem ao exercer o que muitos consideram uma das atividades menos
arriscadas da vida: comer. Nos países em desenvolvimento, a contaminação da
comida e da água mata 2 milhões de crianças por ano (Ackerman, 2002).
Os avanços no processamento e na sanificação diminuíram ameaças
como a cólera e o botulismo, mas novos riscos surgem com a globalização de
alimentos, as mudanças na escala de produção, novas formas de processamento
e o declínio da prática de cozinhar em casa (Ackerman, 2002).
Segundo o Food and Drug Administration(FDA), os maiores riscos
alimentares hoje nos Estados Unidos não provêm de resíduos de pesticidas,
aditivos ou ingredientes não especificados nos rótulos, mas sim de patógenos
contidos nos alimentos (Ackerman, 2002).
Frutas e hortaliças in natura geralmente estão protegidos da invasão
microbiana pela casca de superfície que funciona como uma barreira física
efetiva à maioria dos microrganismos. Entretanto, os alimentos submetidos ao
processamento mínimo constituem meios apropriados para uma diversa
microbiota. O aumento na disponibilidade de nutrientes celulares, devido ao
processamento, fornece condições apropriadas para que grande número e tipos
de microrganismos se desenvolvam e proliferem. Além disso, a grande
manipulação dos produtos provê maior oportunidade para acontaminação por
organismos patogênicos (Brackett, 1987).
8
Todos os alimentos possuem uma microbiota natural, concentrada
principalmente na região superficial. A microbiota epífita é originada do solo, da
água, do ar, de insetos e animais, assim como das técnicas utilizadas no cultivo,
colheita e transporte. De acordo com Hobbs (1999), as plantas vivas são
normalmente estéreis internamente, possuindo microbiota mista externamente
que consiste basicamente, de espécies da família das Enterobacteriaceae,
Pseudomoneaceae, como também de fungos e bactérias ácido láticas (Beuchat,
1995).
Microrganismos patogênicos podem ocorrer em produtos minimamente
processados como consequência da má higiene durante o processamento ou
sanificação inadequada. Segundo Cherry (1999), os microrganismos patogênicos
de relevância nesses produtos incluem: Salmonella, Shigella, Campylobacter,
Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Bacillus cereus e espécies de Vibrio.
Dentre os patógenos psicrotróficos, destacam-se Listeria monocytogenes,
Yersinia enterocolitica e Aeromonas hydrophila, que são capazes de crescer em
produtos minimamente processados mantidos sob refrigeração. Hurst (1995) cita
S. aureus, S. sarnei, L. monocytogenes, E. coli e Salmonella sp. como os
principais patógenos envolvidos em surtos relacionados à ingestão de vegetais
minimamente processados.
Alguns fatores podem influenciar o desenvolvimento de microrganismos
em produtos minimamente processados, destacando-se: a composição do tecido
vegetal (se possui algum fator antimicrobiano), o pH (os vegetais com pH ácido
são mais sucetívies ao crescimento de fungos, leveduras e bactérias ácido
láticas), a temperatura de armazenamento; a capacidade de invasão e competição
do microrganismo, a atmosfera dentro da embalagem, o grau de contaminação
do produto fresco e a higiene e sanificação durante o processamento (Nguyen-
the & Carlin, 1994).
9
Os microrganismos aeróbios mesófilos são de grande importância não só
para os produtos minimamente processados, mas para toda a cadeia produtiva
alimentar, uma vez que a maioria das bactérias patogênicas é mesófila. A
pesquisa destes microrganismos em alimentos tem sido usada como indicador da
qualidade higiênica, fornecendo também idéia sobre seu tempo útil de
conservação. Sua presença em grande número pode indicar matérias-primas
excessivamente contaminadas, limpeza e desinfecção insuficientes das
superfícies, higiene inadequada na produção e condições inadequadas de
tempo/temperatura durante a produção ou comercialização. A contagem deste
grupo de bactérias inclui microrganismos que crescem em aerobiose e em
temperaturas entre 15 e 45°C, com temperatura média de 37°C (Siqueira, 1995).
Os gêneros Escherichia, Enterobacter, Citrobacter e Klebsiella formam
o grupo denominado coliforme, que têm em comum características bacilos
gram-negativos, não formadores de esporos, anaeróbios facultativos capazes de
fermentar a lactose com produção de gás quando incubados a 35ºC e 37ºC, por
24-48 horas. O hábitat das bactérias que pertecem a este grupo é o trato
intestinal do homem e de outros animais, entretanto, espécies dos gêneros
Enterobacter, Citrobacter e Klebsiella podem se multiplicar em ambientes não
fecais. Na contagem de coliformes podem-se diferenciar dois grupos: o de
coliformes a 35ºC e a 45ºC. O índice de coliformes a 35ºC (anteriormente
denominado coliformes totais) é utilizado para avaliar condições higiênicas,
sendo que altas contagens significam contaminação durante ou pós-
processamento e limpeza/sanificação deficientes, não indicando necessariamente
contaminação fecal ou ocorrência de enteropatógenos. O índice de coliformes a
45ºC (anteriormente denominado coliformes fecais) é empregado como
indicador de contaminação fecal, visto presumir-se que a população deste grupo
é constituída de alta proporção de E. coli, que tem seu hábitat exclusivamente no
trato intestinal. Sua presença indica a possibilidade de ocorrência de outros
10
enteropatógenos, como Salmonella e Shigella (Franco & Landgraf, 1996;
Siqueira, 1995).
Outro indicador das condições higiênicas de produção e processamento
é a determinação do número total de fungos filamentosos e leveduras. Estes
microrganismos estão difundidos no solo, ar e água, fazendo parte da microbiota
epífita oriunda do local de plantio, sendo freqüentemente associados à
deterioração de vegetais in natura (Schlimme, 1995). Os fungos filamentosos,
em decorrência de sua atividade pectinolítica e celulolítica, causam o
amolecimento do tecido vegetal devido à degradação principalmente da pectina,
além de outros componentes de sustentação (Jay, 1994). De acordo com Wiley
(1997), os gêneros de fungos filamentosos comumente isolados em vegetais são:
Aspergillus, Fusarium, Alternaria, Mucor, Rhizopus, Penicillium e
Cladosporium. Algumas espécies dos gêneros Aspergillus, Fusarium,
Penicillium e Claviceps produzem em seu metabolismo micotoxinas, que são
tóxicas ao homem e animais (Franco & Landgraf, 1996).
Segundo Brackett (1987), distintas espécies de leveduras não
fermentativas, principalmente Cryptococcus e Rhodotorula e leveduras
fermentativas, tais como Candida e Kloeckera, fazem parte da microbiota
normal de frutos e hortaliças frescos. O controle destes microrganismos nos
produtos minimamente processados é importante, devido à alteração de sabor
causada pelos produtos da fermentação.
A maioria dos fungos filamentosos e leveduras é mesófila, com
temperatura ótima de crescimento entre 25ºC e 30ºC, entretanto, espécies
psicrotróficas fazem com que, especialmente os fungos filamentosos, sejam
deteriorantes de produtos minimamente processados refrigerados (Siqueira,
1995).
11
2.4 Processamento mínimo de vegetais
O mercado de alimentos está abrindo novas e interessantes
oportunidades aos produtores de hortaliças no campo da exploração direta do
processamento de vegetais (Junqueira, 2000). O valor agregado ao produto pelo
processamento aumenta a competitividade do setor produtivo e propicia meios
alternativos para a comercialização. Além disso, torna-se um meio para
prolongar a vida de prateleira, que, para a maioria das hortaliças, é muito curta
(Coelho, 2001). O sucesso desse empreendimento depende do uso de matérias-
primas de alta qualidade, manuseadas e processadas com boas condições de
higiene (Chitarra, 2000).
Para os consumidores, além da praticidade dos produtos oferecidos,
maior garantia de regularidade no abastecimento durante todo o ano, com
conseqüente regularização dos preços, independente do efeito sazonal. As
formas de processamento que vêm sendo mais utilizadas são as hortaliças
supergeladas e congeladas, as hortaliças desidratadas e liofilizadas, as conservas
vegetais e, mais recentemente, os vegetais minimamente processados (Junqueira,
2000).
Os vegetais minimamente processados são geralmente definidos como
produtos que contêm tecidos vivos ou aqueles que foram levemente modificados
em suas condições iniciais, aparentando frescor e mantendo sua qualidade. Estes
tecidos apresentam diferentes respostas ao meio ambiente e às condições de
embalagem em relação ao produto não tratado e inteiro (Wiley, 1994).
A produção de vegetais minimamente processados tem como objetivo
entregar ao consumidor um produto fresco, com maior vida útil, garantindo, ao
mesmo tempo, a segurança alimentar e a manutenção da qualidade do produto
(Freire Jr., 1999). Além disso, os vegetais minimamente processados são
produtos que detêm atributos de conveniência, não requerendo qualquer
12
preparação posterior significativa por parte do consumidor, em termos de
seleção, limpeza, lavagem ou cortes (Junqueira, 2000).
A qualidade da matéria-prima utilizada deve ser a melhor possível, sem
problemas de doenças ou pragas, com o formato típico de cada espécie e,
principalmente, no seu exato ponto de consumo, para não comprometer a vida de
prateleira (Nascimento et al., 2000). De acordo com Watada et al. (1990), a
maturidade é importante atributo de qualidade em frutas minimamente
processadas, pois, frutas imaturas carecem de boa qualidade sensorial e as muito
amadurecidas m menor vida de prateleira. A seleção de variedades que
apresentam amadurecimento mais lento, melhor retenção de textura ou melhor
característica de sabor também contribui para a extensão da vida de prateleira
(Chitarra, 2000).
Um aspecto que tem contribuído fortemente para este crescimento é a
expansão dos serviços de comida pida (fast food), hotéis, restaurantes,
hospitais, empresas de refeições para aeroportos e portos, e também no âmbito
doméstico, que requerem produtos pré-processados e de qualidade uniforme para
simplificar suas operações junto ao consumidor (Freire Jr., 1999; Moretti, 1999).
Assim como todos os vegetais frescos, os minimamente processados são
boas fontes de vitaminas, minerais e fibras, que são indispensáveis para
manutenção da saúde, completando o suprimento das necessidades nutricionais
(Freire Jr. 1999), porém, são mais perecíveis, devido aos danos nos tecidos
resultantes das operações do processamento (Nascimento et al., 2000). Estes
danos físicos aumentam a respiração e a produção de etileno em minutos e,
associados, aumentam as taxas de outras reações bioquímicas responsáveis por
mudanças de cor, odor, textura e qualidade nutricional (Cantwell, 1992). Assim
sendo, a utilização de vegetais minimamente processados possui limitações,
como a rápida deterioração e vida útil diminuída (Park, 1998).
13
A obtenção dos vegetais minimamente processados envolve operações
de seleção e classificação da matéria-prima, pré-lavagem, descascamento,
aparamento, corte, sanificação, enxague, centrifugação, embalagem,
armazenamento e comercialização (Moretti, 1999). Alguns procedimentos
clássicos utilizados para preservar alimentos podem ser utilizados para prolongar
a vida útil dos vegetais minimamente processados, como o uso de atmosfera
modificada ativa ou passiva, a preservação química e arefrigeração. O
tratamento térmico, a redução da atividade de água e a irradiação não são
sugeridos para os vegetais minimamente processados porque podem causar
mudanças indesejáveis na textura e no sabor (Reyes, 1996).
Dentre os fatores críticos para a manutenção da qualidade e da vida de
prateleira de vegetais minimamente processados, o primordial é a qualidade da
matéria-prima utilizada (Coelho, 2001). Esta deve ser da melhor qualidade
possível, sem problemas de doenças ou pragas, com o formato típico de cada
espécie e, principalmente, no seu exato ponto de consumo, para não
comprometer a vida de prateleira (Nascimento et al., 2000).
Outros fatores a serem considerados são a redução de danos mecânicos
antes do processamento, o corte usando lâminas afiadas, o enxague das
superfícies cortadas para remover os nutrientes celulares liberados, a
centrifugação para remover completamente a água superficial e causar ligeiro
ressecamento (Freire Jr., 1999). Durante a comercialização de vegetais
minimamente processados, é importante controlar a temperatura de
armazenamento, utilizar mecanismos capazes de retardar a perda de umidade,
evitar a alteração da composição da atmosfera ao redor do produto, utilizar
embalagem apropriada e realizar o controle microbiológico (Schlimme, 1995).
Geralmente, a vida de prateleita de uma hortaliça minimamente processada é de
4 a 7 dias (Ahvenainen, 1996; Reyes, 1996).
14
A adoção de Boas Práticas Agrícolas (BPA) é fundamental, pois se as
folhas chegarem excessivamente contaminadas, os procedimentos de
higienização correntemente empregados poderão ser insuficientes para reduzir a
contaminação a níveis aceitáveis (Guerra, et al., 2004).
As Boas Práticas de Fabricação (BPF) são essenciais para o sucesso na
comercialização de frutas e hortaliças minimamente processadas. Sua
implantação, bem como a implantação do APPCC (Análise de Perigos e Pontos
Críticos de Controle) na inspeção das empresas que produzem frutas e hortaliças
minimamente processadas, são medidas que podem prevenir e controlar riscos
de contaminação microbiana (Santos, 2003). Estes programas correspondem ao
estabelecimento de normas para assegurar a higiene pessoal de funcionários e
controles aplicados aos processos e aos produtos para garantir que os mesmos
mantenham a qualidade e sejam livres de qualquer tipo de contaminação
(Chitarra, 2000).
2.5 Temperatura e Umidade Relativa
Temperatura e umidade adequadas são necessárias para manter a
integridade da maioria das hortaliças. Quando altas temperaturas e baixa
umidade prevalecem, ocorre rápida transpiração e consequente murchamento do
vegetal.
O controle da temperatura é a técnica disponível mais usual e importante
na minimização dos efeitos do ferimento em frutas e hortaliças minimamente
processadas. As reações metabólicas nos produtos íntegros são reduzidas de
duas a três vezes para cada 10ºC de redução na temperatura. O aumento nas
taxas de respiração e produção de etileno, bem como outras reações associadas
ao ferimento, são minimizadas quando os produtos frescos são processados sob
temperaturas baixas. O enxágüe com água fria seguido do processamento pode
ser benéfico para diminuir e ajudar a manter a temperatura baixa. A temperatura
15
da água de enxágüe deve estar o mais próximo possível de 0ºC, para que se
alcancem os melhores benefícios. Baixas temperaturas durante o transporte,
armazenamento e nos pontos de venda retardam o amadurecimento e outros
processos metabólicos, reduzem a deterioração e podem minimizar os efeitos do
etileno (Brecht, 1995). Watada et al. (1996), estudando o efeito do aumento da
temperatura sobre a taxa respiratória de produtos minimamente processados,
observaram aumentos de 3,4 a 8,3 vezes na taxa respiratória para cada acréscimo
de 10ºC na temperatura de armazenamento.
A temperatura é um fator de grande importância na preservação da
qualidade das frutas e hortaliças, o pela influência que exerce na atividade
respiratória, como também pela sua influência sobre a velocidade de
crescimento microbiano e determinação da biota deteriorante. Em geral, baixas
temperaturas reduzem a velocidade de crescimento da maioria das bactérias e
fungos, porém tais condições são favoráveis ao desenvolvimento de
microrganismos psicrotróficos (frio-tolerantes) em lugar dos que se
desenvolvem à temperatura ambiente (Rosa & Carvalho, 2000). Baixas
temperaturas retardam também a respiração e a transpiração de frutas e
hortaliças frescas. Portanto, o pré-resfriamento dos tecidos da planta que está
respirando rapidamente ou alcançando a senescência, como os vegetais folhosos,
é necessário para diminuir as mudanças metabólicas (Cantwell, 2000).
A temperatura tem um dos mais pronunciados efeitos sobre a vida de
prateleira de produtos minimamente processados. Bolin et al. (1977) observaram
que alface minimamente processada, quando armazenada a 2ºC permaneceu
comercializável durante 26 dias, enquanto que a 10ºC a sua vida de prateleira foi
de 10 dias.
Baixas temperaturas são necessárias para a redução da taxa respiratória,
para retardar o crescimento microbiano e reduzir as alterações como
16
escurecimento e amaciamento do produto minimamente processado (Cantewell,
2000).
A faixa de temperatura ideal para a conservação da alface varia de 0 a
5ºC; em contrapartida, nos estabelecimentos comerciais encontra-se submetida a
temperaturas em torno de 8 a 12 ºC enquanto a umidade relativa varia de 98 a
100%. (Darezzo, 2000).
Baixas temperaturas durante o transporte, armazenamento e venda
retardam o amadurecimento e outros processos metabólicos, reduzindo a
deterioração (Santos, 2003). A determinação da temperatura ideal de
armazenamento para cada produto deve ser estudada. Frutas e hortaliças são
muito diferentes fisiologicamente e respondem a baixas temperaturas de
maneiras variadas. Em geral, os produtos minimamente processados devem ser
armazenados sob temperaturas entre 0 e 5ºC (Brecht, 1995).
A umidade relativa durante o armazenamento deve ser controlada, pois
exerce efeito sobre a qualidade do produto minimamente processado. Baixos
percentuais de umidade relativa no ambiente de armazenamento causam a
transpiração do produto e murchamento. Por outro lado, elevada umidade
relativa no armazenamento, com flutuações na temperatura, deve ser evitada por
causar condensação de água com formação de gotículas na superfície da
embalagem ou do produto, o que facilita o crescimento de microrganismos
(Chitarra, 2000), além de depreciar a aparência do produto.
2.6 Escurecimento enzimático
Durante o descascamento e as operações de corte dos vegetais, muitas
células o rompidas e o conteúdo intracelular, como as enzimas oxidantes, é
liberado (Ahvenaine, 1996). Algumas destas enzimas são responsáveis pelo
escurecimento enzimático (Reyes, 1996), que ocorre em presença do ar, devido à
oxidação dos derivados de o-diidroxifenol. Por meio da ação de enzimas
17
denominadas oxigenases, mais conhecidas como polifenoloxidases, formação
de quinonas que se polimerizam produzindo compostos de coloração marrom.
Estas enzimas possuem o cobre como grupo prostético e se distinguem devido
aos seus substratos específicos como a tirosinase e a catecolase. Para que ocorra
o escurecimento, é necessário, então, que os três componentes, enzima, substrato
e oxigênio, atuem em conjunto. Se pelo menos um destes componentes for
removido, a reação não ocorrerá (Ahvenaine, 1996; Underkofler, 1968). Outra
enzima importante é a lipoxigenase, que catalisa as reações de peroxidação,
causando a formação de odores estranhos (Nascimento et al., 2000).
Os ferimentos que ocorrem durante as operações de corte e fatiamento
dos vegetais, provocam injúria mecânica nos tecidos. Essas injúrias dão ínicio a
alterações fisiológicas e bioquímicas, tornando o produto minimamente
processado mais suscetível à deterioração diminuindo assim, sua vida de
prateleira ( Bolin & Huxssol, 1991). O desenvolvimento desse escurecimento é
relacionado primariamente à oxidação de compostos fenólicos a o-quinonas,
catalizada pela enzima polifenoloxidase. As quinonas, polimerizadas, originam
polímeros de coloração marrom.
Vários estudos m sido conduzidos para inibir ou retardar o
aparecimento de escurecimento em alface (Bolin & Huxsol, 1991; Loaiza-
Verarde & Salveit, 2001)
Diversos mecanismos têm sido utilizados para prevenir ou retardar o
escurecimento enzimático, como a remoção do oxigênio da superfície danificada
do vegetal, o abaixamento do pH, o aumento da temperatura, a modificação
química dos substratos e a otimização dos parâmetros de processamento. Porém,
a maneira mais prática é pelo uso de aditivos capazes de retardar ou inibir a
reação que promove o escurecimento. Estas substâncias atuam diretamente sobre
a enzima ou sobre os compostos intermediários da formação do pigmento
(Ahvenainen, 1996; Araújo, 1995). Dentre os aditivos empregados estão os
18
ácidos cítrico, ascórbico, fosfórico e málico, capazes de reduzir o pH do sistema
abaixo de 3,0, no qual a polifenoloxidase é inativada. Porém, nem sempre isto é
possível em produtos frescos, comos nos vegetais, pois o sabor pode se tornar
ácido. Podem ser utilizadas substâncias quelantes, como EDTA (etileno diamino
tetracético), fosfatos e ácido cítrico, que atuam quelando o cobre, presente no
sítio ativo da enzima ou reduzindo o vel de cobre disponível para ligação na
enzima. Estes agentes reduzem o escurecimento enzimático mas não o inibem
completamente (Silva, 1981).
Atualmente, o método considerado padrão na redução deste tipo de
escurecimento é o emprego de agentes redutores, como o sulfito (Lambrecht,
1995). O mecanismo de ação do sulfito na prevenção do escurecimento
enzimático ainda o é bem conhecido, mas, provavelmente, envolve diferentes
tipos de ações, podendo inibir diretamente a enzima ou interagir com
intermediários formados durante a ação enzimática, impedindo sua participação
na reação de formação dos pigmentos. Pode ser utilizado como forma alternativa
nos casos em que a aplicação de calor resulta em mudanças desfavoráveis da
textura e no desenvolvimento de “flavor” estranho ao produto. Além disso,
possui propriedades anti-sépticas e ajuda na preservação da vitamina C (Araújo,
1995). Entretanto, o excesso de sulfito pode causar efeitos indesejáveis, como a
formação de odor desagradável, degradação da cor natural do vegetal, destruição
da vitamina B
1
, reações alérgicas e crises asmáticas (Araújo, 1995; Lambrecht,
1995).
Segundo Ke & Saltveit (1989b), o ferimento aumenta a atividade da
fenilalanina amônia liase (FAL), que em função do grau de injúria induz altos
níveis da atividade da mesma, não somente nas células próximas ao ferimento,
mas também nas células localizadas a 2,5 cm de distância. As injúrias aumentam
a concentração de diversos compostos fenólicos solúveis (catequinas, ácido
clorogênico e ácido caféico) dos tecidos adjacentes, que são facilmente oxidados
19
em minutos a substâncias marrons pela polifenoloxidase existente nos tecidos de
alface.
O ferimento induz o aumento da atividade da FAL (Hanson & Havir,
1979; Hyodo et al., 1978; Ke & Saltveit, 1989), da PFO (Bower & Van Lelyveld,
1985; Kahn, 1977) e de um número de outras enzimas que contribuem direta ou
indiretamente para o escurecimento. López-lvez et al. (1996) observaram que a
atividade da FAL aumentou no tecido das nervuras da alface com ferimentos e
armazenadas na presença e na ausência de etileno. Notaram também que a
atividade desta enzima aumentou entre 2,5 e 3 vezes a 5 e 15°C, respectivamente,
quando o tamanho das nervuras foi reduzido de 2,5 x 15 para 0,5 x 1 cm. Fatores
pré e pós-colheita afetaram a atividade da FAL induzida por ferimentos e as
subseqüentes variações na qualidade de alface minimamente processado. A taxa
de aumento desta enzima e o índice máximo alcançado foram influenciados pela
duração do armazenamento antes do processamento.
“Russet spotting” (RS) é a maior desordem fisiológica induzida pelo
etileno em cultivares de alface americana, caracterizada pelo aparecimento de
numerosas e pequenas (1 a 2 mm de diâmetro) pintas marrons ao longo dos dois
lados da nervura central, podendo se espalhar, em casos severos, por toda a folha.
Aplicações de cálcio ou auxinas inibem o desenvolvimento de RS e também a
atividade da FAL (Ke & Saltveit, 1986). Esses mesmos autores descobriram que a
lignificação e o espessamento da parede celular nas lesões dos tecidos afetados
pelo RS foram acompanhados pelo acúmulo e oxidação de flavonóides e
derivados do ácido clorogênico pela polifenoloxidase. Estas reações podem
produzir o escurecimento característico dos tecidos afetados pelo RS (Ke &
Saltveit, 1988).
A estreita correlação entre a atividade da FAL, o teor de fenólicos totais e
o desenvolvimento de RS suporta a hitese que uma alta atividade da FAL é
20
necessária para a contínua produção de compostos fenólicos usados como
substratos para o desenvolvimento do ‘russet spotting’ (Ke & Saltveit, 1988).
Condões pós-colheita que inibem o RS incluem o armazenamento dos
pés de alface a 0
o
C em atmosferas com baixas concentrações de O
2
e altas
concentrações de CO
2
e a diminuição de inrias físicas ( Ke & Saltveit, 1989)
A peroxidase (E.C. 1.11.1.7, POD, hidrogênio peróxido oxiredutase) é
uma enzima amplamente distribuída nas plantas superiores, estando associada a
várias funções metabólicas primárias e secundárias (Lagrimini, 1987; Siddig et
al., 1992).
A peroxidase catalisa a oxidação de alguns compostos amínicos
aromáticos de certos fenólicos na presença de H
2
O
2
com posterior formação de
polímeros escuros, tendo sido reportada por Balls e Hale (1934) a necessidade,
como substrato, de dois (ou mais) anéis de benzeno substituídos, sendo orto ou
para.
Enzimas e substratos estão localizados em diferentes compartimentos
celulares e seus transportes entre compartimentos são ativamente controlados.
Quando ocorrem lesões nos tecidos, pelo processamento, ocorre destruição das
células superficiais e alteração dos tecidos subjacentes (Mello, 2001). As reações
enzimáticas produzem alterações sensoriais, como "off-flavor" (aromas
estranhos), descoloração e perda de firmeza .
O "off-flavor" é causado principalmente pela peroxidação. A
peroxidação enzimática dos ácidos graxos insaturados é o mais grave processo
bioquímico modificador do aroma das hortaliças minimamente processadas. A
peroxidação é catalisada por enzimas oxidantes de lipídeos com a formação de
aldeídos e cetonas.
Diferentes enzimas podem catalisar a degradação do ácido L-ascórbico
direta ou indiretamente, como a peroxidase, a polifenoloxidase e a citocromo
oxidase. O corte dos tecidos aumenta a atividade enzimática, resultando em
21
perda rápida de vitamina C pelos produtos minimamente processados (Moretti,
2004).
A utilização de diferentes embalagens não altera a atividade da
peroxidase em alface crespa minimamente processada, porém o controle da
temperatura é fundamental (Mattos et al., 2004)
2.7 Atmosfera Modificada
A atmosfera modificada passiva se estabelece quando o produto é
colocado dentro de uma embalagem selada, permeável a gases, como resultado
do consumo de O
2
e produção de CO
2
pela respiração (Zagory & Kader, 1988).
Não controle estrito sobre a atmosfera interna obtida. Para se atingir e manter
a composição da atmosfera dentro dos limites desejados, a permeabilidade do
filme deve permitir a entrada de O
2
a uma taxa compensada pela respiração do
produto (Santos, 2003). Do mesmo modo, a saída de CO
2
deve permitir um
equilíbrio com a quantidade de CO
2
produzida pela respiração. Entretanto, se a
permeabilidade for demasiadamente alta, a atmosfera dentro da embalagem pode
ficar rica em O
2
(acima de 8%) e pobre em CO
2
(menor que 1% a 2%), não
causando efeito na redução da respiração e no aumento da durabilidade
(Schlimme & Rooney, 1994).
O sistema de embalagem, segundo Manzano et al. (1995), tem influência
fundamental na atividade metabólica dos produtos vegetais. Por isso, a escolha
das concentrações de O
2
e CO
2,
o tipo de filme e a temperatura de estocagem são
importantes. O nível de gás nas embalagens sob atmosfera modificada
geralmente está em função da permeabilidade do filme escolhido, do
comportamento respiratório e das mudanças nas características do produto
(Rosa, 2002).
Na atmosfera modificada ativa, após colocar o produto na embalagem, é
criado vácuo parcial, seguido pela injeção da mistura gasosa desejada dentro da
22
embalagem. A mistura de gases pode conter níveis adequados de O
2
, CO
2
ou
nitrogênio para produzir o efeito desejado dentro da embalagem (Zagory &
Kader, 1988).
O uso de atmosfera controlada e ou modificada pode alterar o perfil da
microbiota presente nesses produtos, no que se refere ao desenvolvimento de
bactérias gram-positivas anaeróbias e anaeróbias facultativas (Kader, 1992).
O alcance do equilíbrio da atmosfera modificada (passiva ou ativa) irá
depender da taxa respiratória intrínseca do produto, mas também será
grandemente influenciado por várias características externas, como temperatura,
filme da embalagem, umidade relativa, peso de enchimento, volume do pacote,
área de superfície do filme e grau de iluminação (Pirovani et al., 1998). Estas
características necessitam ser otimizadas para cada produto, a fim de que os
benefícios da atmosfera modificada sejam alcançados.
O aumento dos níveis de CO
2
e a redução dos níveis de O
2
podem
retardar o amadurecimento dos frutos, reduzir a taxa de respiração e de produção
de etileno, desacelerar várias alterações metabólicas ligadas ao amadurecimento,
como amaciamento dos frutos (Zagory & Kader, 1988), retardar a perda de
clorofila, a perda de umidade e o escurecimento enzimático (Sarantópoulos,
1997). De acordo com Cantwell (1992), baixos níveis de oxigênio e índices
elevados de gás carbônico, em conjunto, retardam o crescimento microbiano.
Em geral, os efeitos sobre a respiração são considerados como fatores
determinantes para o prolongamento da vida útil de frutas e hortaliças
minimamente processadas sob atmosfera modificada (Lana & Finger, 2000).
O uso de embalagens para produtos MP utilizando poliméricos
permeáveis, contentores semi-rígidos, ou ambos, é indicado para reduzir as
concentrações de O
2
e elevar a taxa de CO
2
da atmosfera no interior da
embalagem. Retarda-se, assim, a degradação da qualidade, não aumentando a
23
vida útil como reduzindo ou retardando a ação da microbiota presente no
produto (Schlimme, 1995).
Os efeitos de altas concentrações de CO
2
e baixas de O
2
sobre a
respiração e o amadurecimento são aditivos. Entretanto, níveis de CO
2
acima do
limite de tolerância podem causar injúria e níveis de O
2
abaixo do limite de
tolerância podem induzir à respiração anaeróbica com consequente alteração do
aroma e do sabor, devido ao acúmulo de acetaldeído e etanol (Zagory & Kader,
1988).
A embalagem também é usada para identificar o produto, a marca de
origem e outras importantes informações, como a data de produção e validade,
instruções de preparo, informações nutricionais e modo de armazenamento
(Schlimme, 1995).
2.8 Sanificação
A sanificação é uma etapa fundamental no processo de higienização nas
indústrias de alimentos, que o objetivo é comercializar produtos em boas
condições higiênico-santitárias
O uso de sanificantes visa reduzir, até níveis seguros, os microrganismos
alteradores de alimentos e eliminar patógenos das superfícies de equipamentos e
utensílios que entram em contato com os alimentos. Assim, contribuem para a
melhoria da qualidade microbiológica dos alimentos produzidos, atendendo-se
aos padrões exigidos pela legislação e aumentando-se a vida de prateleira.
Também melhoram a qualidade higiênico-sanitária desses alimentos, evitando-se
riscos à saúde do consumidor pela veiculação de patógenos (Andrade, 1996).
A escolha e a aplicação adequada do sanificante químico em frutas e
hortaliças minimamente processadas são fundamentais para a indústria de
alimentos. Estes sanificantes variam em sua habilidade de destruir
microrganismos. Sua efetividade depende das características sicas e químicas
24
do vegetal, do tipo de microrganismo alvo, do tempo de contato e da
concentração e temperatura da solução. Alguns sanificantes são apropriados para
o uso em lavagem direta das superfícies dos alimentos inteiros ou processados,
outros somente para processos de lavagem com água em equipamentos ou
recipientes e aparelhos (Elphick, 1998; Sapers & Simmons, 1998).
A ação dos sanificantes sobre os esporos bacterianos é desejável, pois
sabe-se que eles podem sobreviver às diversas etapas de processamento dos
alimentos e contaminar as superfícies. Dessa forma, é de interesse da indústria
de alimentos selecionar formulações dos agentes químicos e sua forma de uso
para que, além das células vegetativas, sejam eliminados os esporos bacterianos.
Os sanificantes eliminam as células vegetativas, agindo sobre as estruturas
bacterianas por um ou mais destes mecanismos: alteração da permeabilidade das
membranas, inibição de sistemas enzimáticos essenciais à célula, destruição da
estrutura protéica da parede celular e oxidação de componentes celulares
(Andrade, 1996).
Encontra-se disponível para a sanificação um grande número de marcas
comerciais de compostos à base de cloro, porém, sanificantes alternativos como
o peróxido de hidrogênio têm sido sugeridos.
2.9 Agentes sanificantes
2.9.1 Peróxido de hidrogênio
É um forte oxidante, devido à liberação do oxigênio, sendo usado como
agente bactericida e esporicida. É aplicado na esterilização de embalagens de
produtos asseticamente embalados e na sanificação de equipamentos e utensílios
na indústria de alimentos (Macedo, 2000). Em alimentos, são várias as possíveis
aplicações de H
2
O
2
como agente antimicrobiano, podendo ser destacados a
preservação e o controle do apodrecimento pós-colheita de inúmeras frutas e
25
hortaliças frescas, a pasteurização do leite usado na fabricação de queijos e a
preservação de produtos minimamente processados (Sapers & Simmons, 1998).
A Food and Drug Administration (FDA) classifica o peróxido de
hidrogênio como agente antimicrobiano seguro para ser usado em alimentos. É
inofensivo ao ambiente, pois pode ser rapidamente degradado em produtos
inócuos, como água e oxigênio, estando disponível comercialmente em grande
variedade de concentrações que vão de 3 a 90% (Juven & Pierson, 1996).
Apresenta amplo espectro de eficiência contra vírus, bactérias, leveduras, fungos
e esporos bacterianos. Em geral, observa-se maior efetividade em bactérias
gram-positivas e negativas; entretanto, a capacidade de síntese de catalase ou
outras peroxidases por esses organismos pode aumentar sua tolerância em
presença de baixas concentrações de peróxido de hidrogênio. Microrganismos
anaeróbios são mais sucetíveis, pois não produzem catalase para degradar o
peróxido (Block, 1991).
O peróxido de hidrogênio atua como forte oxidante, atacando os
componentes celulares essenciais, incluindo lipídeos e proteínas da membrana
celular, polissacarídeos e DNA microbianos (Block, 1991; Brul & Coote, 1999).
A efetividade do peróxido de hidrogênio está relacionada ao tipo, ao
número e ao estado fisiológico dos microrganismos, à concentração usada, à
temperatura do tratamento, ao pH e à composição do produto, além da atividade
natural da catalase. Nambudripad et al. (1951), estudando a ação do peróxido de
hidrogênio sobre os microrganismos isolados do leite, verificaram que, em geral,
os grupos de bactérias Gram-negativas, especialmente os coliformes são mais
suscetíveis à destruição que as espécies gram-positivas esporuladas. Altas
concentrações de peróxido de hidrogênio (10 a 30%) e longo tempo de contato
são requeridas para a destruição de esporos (Russel & Chopra, 1996), quando
aplicado em baixas temperaturas.
26
Em temperaturas mais elevadas, a ação bactericida do peróxido de
hidrogênio aumenta e sua taxa de decomposição é acelerada. A cada aumento de
10ºC na temperatura do meio, aumento de aproximadamente duas vezes na
atividade do peróxido de hidrogênio (Roundy, 1958). Por ser estável em altas
temperaturas, é aplicado a 125ºC na esterelização de embalagens (Tortora et al.,
2000). Sapers et al. (2001) estudaram o efeito da sanificação sobre a casca de
melão cantaloupe minimamente processado. Os sanificantes testados foram
H
2
O
2
5% a 50ºC, Cl
2
100 ppm, formulações de detergentes comerciais contendo
ácido sulfônico dodecilbenzeno e ácido fosfórico, fosfato trisódico 4% e
soluções surfactantes como sulfato de sódio dodecil, sulfosuccinato de sódio
dioctil. O tratamento mais eficiente na melhora da qualidade microbiológica e da
vida de prateleira foi o H
2
O
2
5% a 50ºC.
A influência do pH na ação do peróxido de hidrogênio é um fator que
deve ser considerado. A tendência do peróxido em se decompor é maior com o
aumento do pH. Em pH 3 (50ºC), o peróxido é muito estável e dotado de grande
ação esporicida (Santos, 2003).
Sapers et al. (1999) demostraram a eficácia do peróxido de hidrogênio
na descontaminação de maçãs contendo Escherichia coli inoculada. Sua
utilização como agente esterelizante de superfícies de maçãs e pêras também
eliminou o amolecimento dos frutos causado por fungos (Colgan & Johnson,
1998).
Mões-Oliveira (2001), estudando a influência do peróxido de hidrogênio
a 0,5% e 1% na sanificação de mamão minimamente processado observou que
as duas concentrações foram eficientes em reduzir o crescimento de fungos,
bactérias láticas, aeróbios mesófilos e psicrotróficos.
Beerli (2002) estudando a influência do dicloro isocianurato de sódio e
do peróxido de hidrogênio em cebolas minimamente processadas verificou que
27
este último foi mais eficiente para controlar o crescimento de aeróbios mesófilos
e fungos durante sete dias de armazenamento a 4ºC.
O peróxido de hidrogênio é ativo contra uma faixa de organismos:
bactérias, fungos, vírus e esporos bacterianos. Microrganismos anaeróbios são
mais sensíveis, pois não produzem catalase para degradar o peróxido de
hidrogênio (Beerli, 2002).
2.9.2 Hipoclorito de sódio
O cloro é um dos sanificantes mais usados pelas indústrias de alimentos.
De acordo com Beuchat (1992), uma solução aquosa de cloro exibe rápida ação
microbiana. O efeito letal do cloro ainda não está totalmente esclarecido, mas
várias teorias sobre o assunto. Uma delas refere-se ao radical HOCL, que
combina-se com as proteínas da membrana citoplasmática microbiana e forma o
N-cloro, componente que interfere no metabolismo das células. A inibição de
enzimas sensíveis à oxidação pelo cloro também parece estar envolvida na
inativação dos microrganismo.
Estudos de Suslow (1999) com E.coli O157:H7 revelaram que este
microrganismo é sensível ao cloro, ozônio e outros sanificantes desde que haja
contato físico do agente sanificante com a célula bacteriana. Sendo assim, a
efetividade do sanificante para o tratamento vegetal provavelmente depende da
habilidade e atividade do agente para entrar em contato com o microrganismo.
Beuchat (1992) relata que cerca de 90% dos processadores mínimos de
frutos e hortaliças usam cloro ativo na água de lavagem, embora outros produtos
possam ser utilizados.
Seo & Frank (1999) alertam que, embora a cloração seja um todo
largamente usado para desinfecção de produtos vegetais e o ácido hipoclorito
seja um potente agente bactericida, a lavagem de vegetais com cloro não remove
28
ou inativa a bactéria no produto fresco, quando esta penetra os tecidos vegetais
em locais que a protegem dos efeitos do cloro.
De acordo com Foegeding (1983), a concentração de hipoclorito de
sódio (NaClO) mais usada na sanificação de frutas e hortaliças frescas, bem
como produtos minimamente processados, é de 100 a 200 ppm. Sua efetividade
depende do pH do meio e da concentração de cloro livre e valores entre 6 e 7
fazem com que a atividade antimicrobiana da água clorada seja adequada para
destruir bactérias e fungos.
Ayhan et al.(1998) relatam que, durante a estocagem sob refrigeração,
houve aumento da contagem total de psicrotróficos para amostras de melões
lavadas e não lavadas, quando comparadas àquelas tratadas com cloro.
Relatos de Garg et al. (1990), trabalhando com concentrações mais altas,
300 ppm, demostraram redução de três ciclos logarítimicos na contagem
microbiana de folhas de alface, porém, a essa concentração, o produto teve sua
aparência e cor prejudicadas.
A redução de apenas uma a duas unidades log pode ser obtida pela
lavagem com cloro. Experiências demonstram que, embora o banho com
hipoclorito reduza significativamente a população inicial da microbiota natural
de produtos vegetais, as populações finais das amostras tratadas e não tratadas
não foram significativamente diferentes após o período de incubação sob
refrigeração, mesmo quando as contagens globais de aeróbios mesófilos
mostraram-se reduzidas (Beuchat, 1996; Nicholl & Prendeergast, 1998).
A atividade letal da água clorada é muito mais efetiva em tratamento de
água ou em superfície sólidas e não porosas como equipamentos do que em
frutas e hortaliças cruas, pelo fato do contato da água clorada com matéria
orgânica converter o cloro ativo em forma inativa (Beauchat, 1998).
Em seus estudos, Zhang & Farber (1996) concluíram que a eficácia do
cloro foi parcial, reduzindo em apenas um ciclo logarítimico o número de
29
Listeria monocytogenes em couve; o tipo de hortaliça e a temperatura da solução
influenciam na eficiência da água clorada, que soluções a 22°C levaram à
maior redução de microrganismos do que a 4°C. Para estes autores quando
estudaram folhas de alface, a redução máxima conseguida pelos autores foi de
1,7 ciclos logarítimicos, utilizando 200 ppm de cloro inicial a 22°C.
O fato de o sanificante hipoclorito de sódio não molhar a superfície
hidrofóbica da cutícula cerosa dos tecidos vegetais, protegendo os
microrganismos contra os efeitos letais do cloro é uma limitação importante no
seu uso, uma vez que ele não penetra ou dissolve as ceras presentes (Nguyen-the
& Carlin, 1994).
3 Resíduos Químicos
Os contaminantes químicos em alimentos podem ser de ocorrência
natural ou ser adicionados durante o processamento do alimento. Químicos
prejudiciais, em altos níveis, têm sido associados com casos agudos de
enfermidades de origem alimentar e podem ser responsáveis por enfermidades
crônicas em níveis mais baixos. A contaminação química pode acontecer em
qualquer etapa da produção e do processamento de alimentos.
Os perigos químicos em alimentos incluem os compostos químicos que,
quando consumidos em quantidades suficientes, podem inibir a absorção e ou
destruir nutrientes; são carcinogênicos, mutagênicos ou teratogênicos, ou são
tóxicos e podem causar enfermidade severa e, inclusive à morte, devido ao seu
efeito biológico no corpo humano.
Algumas vezes, uma substância tóxica em alimentos pode ser controlada
(diminuída a um risco mínimo) se o alimento é lavado ou aquecido (cozido)
suficientemente. Entretanto, a melhor estratégia para o processador de alimentos
é manter as substâncias perigosas fora do alimento, adquirindo ingredientes e
30
matérias primas de fornecedores controlados ou conhecendo as condições de
produção, colheita, processamento e armazenamento.
Os perigos potenciais para a saúde do consumidor aumentam quando os
químicos não são controlados ou as proporções recomendadas de uso são
excedidas ( INPPAZ-OPAS-OMS, 2001).
O maior grupo de químicos usados no processamento de alimentos é a
categoria dos aditivos alimentares diretos. Pela definição, este são produtos
químicos que são adicionados intencionalmente ou incorporados diretamente nos
alimentos.
Aditivos alimentares indiretos incluem os químicos permitidos para o
uso em superfícies que entram em contato com os alimentos de onde podem
migrar para o produto alimentício e tornar-se um componente prejudicial deste.
Além dos lubrificantes e sanificantes, tintas e outros banhos usados para a
manutenção do equipamento e instalações de processamento de alimentos
devem ser considerados aditivos alimentares potencialmente perigosos. Além de
ser aprovado, nenhum aditivo alimentar indireto pode resultar em odor ou sabor
adicional ao produto alimentício, tornando-o impróprio ao consumo humano
(INPPAZ-OPAS-OMS, 2001)
Os resíduos de pesticidas em material de embalagem para alimentos
processados e os pesticidas usados como conservantes de alimentos processados
ou os sanificantes de superfícies que entram em contato com alimentos são
considerados aditivos alimentares e devem ser vistos como perigos químicos
potenciais ( INPPAZ-OPAS-OMS, 2001).
Utilizando tanto sistema Reflectoquant quanto o teste qualitativo de cor
proposto por Myamoto et al. (1993), Sapers & Simmons (1998) não detectaram
qualquer resíduo de peróxido de hidrogênio em cogumelos tratados com inibidor
de escurecimento eritorbato de sódio, ou mesmo trabalhando com pepino e
31
melão cantaloupe cortados quando estes sofreram enxague ou tratamento com
eritorbato.
32
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Matéria - prima
As amostras de alface americana foram coletadas em horta comercial
localizada no município de Santana da Vargem, Minas Gerais, localizado a 90
km da cidade de Lavras, MG, com uma altitude de 860 metros. Segundo o
escritório local da EMATER-MG, o município apresenta um clima temperado,
com temperaturas médias diárias de 20,8°C e temperatura máxima de 26,5°C e
mínima de 14,1°C.
A cultivar utilizada foi a Raider, variedade americana, colhida com
maturidade comercial (40 dias), cultivada em terreno com córrego próximo, sem
condições higiênicas adequadas. Esta cultivar é resistente a patógenos e a
condições climáticas adversas. As amostras foram colhidas ao acaso, pela
manhã, no mês de outubro de 2002 e selecionadas por sua uniformidade,
pesando, em média, 400 gramas cada uma.
3.2 Metodologia
3.2.1 Processamento
Para a remoção do calor vital, foi realizado, no próprio local, um pré-
resfriamento das amostras, por imersão em água fria(4-6
o
C). O produto pré-
resfriado foi imediatamente acondicionado em caixas de isopor com água fria e
transportado para o local de processamento, Laboratório de Fisiologia Pós-colheita
de Frutos e Hortaliças, Departamento de Ciência dos Alimentos, UFLA.
Realizou-se o procedimento de higienização, tanto dos manipuladores
(aventais, luvas, etc.) como dos utensílios. Estes foram pré-lavados com água
tratada, lavados com solução de detergente alcalino e enxaguados com água
tratada. Finalizando a operação de higienização, foram desinfectados com água
clorada na concentração de 200 ppm.
33
As folhas externas foram descartadas e as cabeças lavadas individualmente
em água corrente potável. Posteriormente, retirou-se o miolo central antes do
corte, o qual foi relizado transversalmente à nervura central das folhas com fatias
variadas (4±1 cm). As fatias não tratadas (controle) foram apenas lavadas com
água e as tratadas foram imersas em água fria (4-6
o
C) com 100ppm de hipoclorito
de sódio (NaClO) ajustada a pH 5,8 e peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
) a 4% com
pH a 4,3 por 3 minutos. Em seguida, foram imersas em solução contendo ácido
ascórbico 2% por 2 minutos e centrifugadas em centrífuga marca Nilma a 750 rpm
por 1 minuto.
O produto foi acondicionado manualmente em sacos plásticos de
polietileno de baixa densidade linear, 25x30, espeficas para folhosas com taxa de
permeabilidade para O
2
1700 cm
3
/m
2
dia.
A Figura 1, ilustra as fases do processamento mínimo da matéria-prima:
34
Colheita
Selão
Pré-resfriamento
Remão das folhas externas
Lavagem das cabeças
Retirada do miolo
Corte
Sanificação e imersão em
solução antioxidante
Centrifugação
Acondicionamento em sacos
plásticos
Pesagem e etiquetagem
Armazenamento
FIGURA 1. Fluxograma do processamento mínimo da alface americana cv.
Raider.
As embalagens contendo 200 gramas de alface foram armazenadas em
câmaras fria, à temperatura de 3±1
o
C. As análises físico-químicas, químicas,
35
bioquímicas, foram realizadas nos períodos de 0, 3, 6, 9, 12, 15 dias, para todos os
tratamentos.
3.2.2 Análises físico-químicas, químicas e bioquímicas
3.2.2.1 Acidez total titulavel e Sólidos solúveis Totais (SST)
A determinação da ATT foi realizada por titulação com solução de NAOH
0,1 N e indicador fenolftaleína, de acordo com o Instituto Adolfo Lutz (1985). Os
resultados foram expressos em % de ácido trico.
A determinação dos SS foi feita em refratrômetro digital (Atago PR-100),
com compensação automática de temperatura a 25°C. Os resultados foram
expressos em graus (Brix°), segundo a cnica da AOAC(1992).
3.2.2.2 pH
Os valores de pH foram determinados utilizando-se pHmetro HandyLab,
segundo técnica da AOAC(1992).
3.2.2.3 Clorofila total
Determinou-se a clorofila, após desintegração das folhas, em um
homogeneizador de tecidos, conforme recomendação de Bruinsma (1963),
utilizando-se 1 grama do material contendo 10mL de água destilada. Ao volume
do extrato, após a homogeneização, adicionou-se acetona p.a. até a completa
descoloração, seguida de filtração. A leitura da absorbância foi efetuada no
comprimento de onda de 652nm. Os níveis de clorofila total foram determinados
em miligramas por 100 gramas de folhas (Engel & Poggiani, 1991).
3.2.2.4 Polifenoloxidase (PFO)
A extração foi realizada de acordo com o método proposto por Matsuno
& Uritane (1972) e a atividade expressa em unidade por minuto por grama de
36
tecido fresco, segundo método proposto por Teisson (1979), com os seguintes
procedimentos: para extração, 100 gramas do tecido vegetal fresco foram
homogeneizados por 3 minutos em 100mL de tampão fosfato 0,05M, pH 7,0, em
um homogeneizador do tipo politron. O produto resultante foi filtrado a vácuo em
papel Whatman 1 e centrifugado a 10.000 rpm por 10 minutos . O sobrenadante
constituiu a fonte enzimática. Todo este procedimento foi realizado a 4°C. Para a
determinação da atividade enzimática, adicionou-se 0,5 mL do extrato enzitico
a 1,8 mL de tampão fosfato 0,1 M (pH 7,0) e a 0,050 mL de catecol 10 nM
(recém-preparado). Incubou-se o preparo por 30 minutos, a 30°C. A reação foi
interrompida pela adição de 0,8 mL de ácido perclórico 2N. Foram utilizados dois
tubos brancos, substituindo-se o extrato enzimático por água destilada. A leitura
foi realizada em espectrofotômetro a 695 nm.
3.2.2.5 Peroxidase (POD)
A extração e a determinação da peroxidase foram realizadas conforme
metodologia preconizada por Flukey & Jen (1978). A atividade enzimática foi
expressa em UA.h
-1
, definida como teor de enzima que produz aumento de 0,1 na
absorção 0.1 DO por minuto, a 470 e 420 nm, respectivamente.
3.2.2.6 Fenilalanina amônia-liase (FAL)
A extração da FAL baseou-se na cnica preconizada por Rhodes e
Wooltorton (1971), na qual homogeneizam-se 10 gramas da amostra fresca em 60
mL de meio de extração (Tris/EDTA/sacarose/polivinilpirolidona em 1 litro de
água bidestilada, com ajuste a pH 8,0 com HCl 2N) por 3 minutos, pH 8,0, a 4
o
C.
Em seguida, procede-se a centrifugão por 10 minutos a 9500 rpm. Filtra-se e
ajusta o pH do extrato a 8,9, com KOH 2N.
37
A atividade enzimática foi expressa em unidade por hora por grama de
tecido fresco, definida como teor de enzima que produz um aumento na
absorção a 290 nm de 0,01 por hora (Zucker, 1965).
3.2.2.7 Resíduos Químicos
Os resíduos químicos deixados pelos sanificantes durante a etapa da
sanificação foram quantificados no aparelho Reflectoquant Plus da Merck. As
fitas dos respectivos sanificantes (NaClO e H
2
O
2
) ficaram em contato com a
superfície das amostras e, posteriormente, foi feita a leitura em mg/L.
3.3 Avaliação microbiológica
As análises microbiológicas realizadas foram: quantificação de coliformes
a 35°C e coliformes a 45°C, contagem padrão de microrganismos aeróbios
mesófilos, fungos e leveduras (ICMSF, 1983).
3.3.1 Preparo das amostras
Coletaram-se asseticamente 25g de alface americana minimamente
processada, que foram homogeneizados em 225 mL de água peptonada 0,1%(p/v).
Todas as amostras foram homogeneizadas em liquidificador doméstico durante
um minuto, com copo previamente sanificado com etanol (70%).
3.3.2 Quantificação de coliformes a 35°C e coliformes a 45°C
Os coliformes a 35ºC foram quantificados utilizando-se a Técnica do
Número Mais Provável (NMP). O teste presuntivo foi realizado com a
inoculação de alíquotas da amostra em séries de três tubos, contendo tubos de
Durhan invertidos e Caldo Lauril Sulfato Triptose (LST), sendo incubados a
37ºC por 24-48 horas. Foram considerados tubos positivos para coliformes a
35ºC aqueles que apresentaram turvação e formação de gás. Os resultados foram
38
expressos em NMP/g. Os coliformes a 45ºC foram quantificados pela Técnica
do Número Mais Provável (NMP). Alíquotas foram transferidas dos tubos
positivos de coliformes a 35ºC, com o auxílio de uma alça de repicagem, para
tubos contendo Caldo Escherichia coli (EC) com tubos de Durhan invertidos. Os
tubos foram incubados em banho-maria a 45ºC por 24 horas. Foram
considerados tubos positivos para coliformes a 45ºC aqueles que apresentaram
turvação e formação de gás.
3.3.3 Contagem padrão de microrganismos aeróbios mesófilos
Os microrganismos aeróbios mesófilos foram quantificados pelo método
de plaqueamento em profundidade, utilizando o meio Ágar para Contagem
Padrão (PCA). As placas foram incubadas a 37ºC, por 24-48 horas. Os
resultados foram expressos em unidades formadoras de colônia por grama de
alface (UFC/g).
3.3.4 Fungos e Leveduras
Fungos filamentosos e leveduras foram quantificados pelo método de
plaqueamento em profundidade, utilizando-se meio Batata Dextrose Ágar
(BDA) acidificado com ácido tartárico a 10%. As placas foram incubadas em
estufa BOD a 25ºC por cinco dias. Os resultados foram expressos em unidades
formadoras de colônia por grama da amostra (UFC/g).
3.4 Avaliação sensorial
A avaliação da alface americana cv. Raider minimamente processada foi
realizada pelo teste afetivo quantitativo constituído por 100 observadores não
treinados. Os atributos avaliados e seus significados são mostrados na Tabela 1.
39
As amostras foram preparadas no mesmo dia da avaliação e mantidas sob
refrigeração. Cada amostra de 10 g foi composta utilizando-se bandeja referente a
cada tratamento.
TABELA 1: Atributos sensoriais da aparência e suas definições pelos
provadores.
Atributos Definições
Cor Tonalidades de verde-
esbranquiçada característica da alface
americana, tom homogêneo, uniforme, sem manchas ou áreas
descoloradas ou amarelecidas;
Frescor Aspecto saudável, viçoso, vivo e brilhante;
Aspecto
global da
aparência
Aspecto geral, incluindo todos os atributos juntos, conferindo
qualidade ao produto.
Na realização dos testes propriamente ditos, as amostras foram codificadas
com números aleatórios de três dígitos, com o objetivo de não influenciar os
observadores. Os participantes da análise observaram cinco amostras
correspondentes aos quatro tratamentos mais o controle. As amostras foram
apresentadas de 3 em 3 dias e avaliadas, utilizando escala não estruturada de nove
pontos, variando de acordo com o atributos sensoriais: cor, frescor, aspecto global
(Meilgoard et al., 1991)
40
Avaliação de alface
Nome: Data Amostra
Por favor avalie esta amostra de alface quanto à aparência marcando nas escalas abaixo.
Cor
Desgostei muitíssimo gostei muitíssimo
Frescor
Desgostei muitíssimo gostei muitíssimo
Aspecto Global
Desgostei muitíssimo gostei muitíssimo
Os testes foram realizados na Universidade Federal de Lavras e no
comércio da cidade, com variação da faixa etária dos observadores.
As notas conferidas pelos observadores foram tabuladas e analisadas
pelo programa estatístico Sisvar.
3.5 Delineamento experimental e análise estatística
O experimento foi conduzido seguindo um delineamento inteiramente
casualizado (DIC), com um esquema fatorial 5 x 6, ou seja, cinco tratamentos
(NaClO com ascórbico, NaClO sem ácido ascórbico, H
2
O
2
com ácido ascórbico,
H
2
O
2
sem ácido ascórbico e controle), seis datas de avaliação (0,3,6,9,12,15),
utilizando-se 3 repetições. As análises de variância das características físico-
químicas e químicas avaliadas foram efetuadas pelo programa estatístico Sisvar
(Ferreira, 1998).
41
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 pH
Pela análise estátística, houve efeito significativo da interação, dos
tratamentos e do tempo de armazenamento, com relação ao pH, porém, os
modelos lineares e quadráticos para todos os tratamentos apresentaram valores
de coeficiente de determinação baixos, indicando grande dispersão dos dados em
relação aos modelos. Em virtude deste resultado, optou-se pela representação
através de linha de tendência.
Período de armazenamento (dias)
0 3 6 9 12 15
pH
0.0
6.0
6.5
7.0
Controle
H
2
O
2
CAS
H
2
O
2
SAS
NaClO CAS
NaClO SAS
FIGURA 2. pH em alface americana, cv. Raider minimamente processada,
submetida a tratamentos com NaCLO e H
2
O
2
com ácido ascórbico e sem ácido
ascórbico, armazenada a 3±1°C, por um período de 15 dias.
O fator tempo de armazenamento promoveu alterações estatísticamente
significativa sobre a variável pH. Os valores de pH durante o período de
armazenamento variaram de 5,8 a 6,5 (Figura 2).
42
O pH da alface cv. Iceberg minimamente processada e armazenada em
sacos plásticos a 2°C foi de 6,03 segundo observações de Bolin & Huxsool
(1991). Esse valor está bem próximo daqueles obtidos para as amostras do
controle do presente trabalho.
Os sanificantes NaClO e H
2
O
2
sem a presença do ácido ascórbico
apresentaram valores em torno de 5,83 e 6,4, resultados concordantes com os de
Souza (2004), que estudando alface cv. Vera minimamente processada,
encontrou valores de pH variando em torno de 5,86 e 6,5.
Os tratamentos NaClO e H
2
O
2
com ácido ascórbico apresentaram uma
certa variação após o sexto dia de armazenamento. Comportamento semelhante
foi encontrado por Freire Jr. (1999) que, estudando alface hidrôponica cv.
Regina minimamente processada armazenada a 10°C, encontrou valores iniciais
de 5,9 e, ao fim de 14 dias de armazenamento, 6,5. Segundo o mesmo autor,
essas diferenças foram acentuadas devido à temperatura mais elevada (10ºC) ter
favorecido todas as reações metabólicas, como uma possível formação de
compostos secundários durante o processo de deterioração do produto.
Os vegetais minimamente processados possuem, em geral, pH variável
entre 5,8-6,0. Ahvenainen (1996) observou que a sua diminuição pode acarretar
desordens fisiológicas e degradação das membranas.
4.2 Acidez total titulável (ATT) e Sólidos solúveis totais ( SST )
Estatísticamente, nenhum dos tratamentos promoveu alterações
significativas, tanto para acidez total titulável quanto para os sólidos solúveis
totais.
Os valores para acidez total titulável (ATT) ficaram em torno 0,64% e,
para sólidos solúveis totais, 2,50°Brix.
Bolin & Huxsoll (1991), que trabalharam com alface cv. Iceberg
minimamente processada, concluíram que a acidez (0,50%) e os açúcares, nas
43
saladas de alface cortadas, não variaram durante o armazenamento por 21 dias,
concordando assim com o presente trabalho, no qual também não foi encontrada
variação para acidez durante os quinze dias de armazenamento.
Souza (2004), estudando alface orgânica cv. Vera minimamente
processada e armazenada durante 8 dias, encontrou valores de 0,19% para acidez
total titulável e 3,29°Brix para sólidos solúveis . Os resultados deste
experimento são diferentes dos encontrados pelo referido autor, provavelmente,
devido ao tipo de cultivar e as condições pré-colheita.
4.3 Clorofila Total
Os valores encontrados para clorofila total neste experimento com alface
americana cv. Raider minimamente processada foram baixos (1,439 e 0,834
mg/100g), devido à coloração verde-esbranquiçada das folhas. Durante o
período de armazenamento, observou-se um decréscimo da clorofila total para
todos os tratamentos, concordando assim com vários estudos realizados com
alface minimamente processada. O declínio se apresentou a partir do terceiro dia
armazenamento (Figura 3).
Os tratamentos à base de H
2
O
2
com e sem ácido ascórbico apresentaram
valores iniciais maiores (3,257 mg). Esta diferença está relacionada a uma
possível interferência do peróxido de hidrogênio no método técnico analítico.
Os resultados obtidos neste trabalho não concordam com os de Freire Jr.
(1999) que, estudando alface cv. Regina minimamente processada armazenada a
2°C, verificou valores iniciais 213 mg, observando ainda um decréscimo menos
acentuado, com menor degradação da clorofila próximos a 150 mg.
Souza (2004) observou que, em alface cv. Vera minimamente
processada, os teores de clorofila diminuíram com o tempo de armazenamento.
44
As vias de degradação da clorofila diferem entre espécies de plantas
sendo também ainda desconhecido o papel do etileno na ativação de outras vias
de degradação (Watada et al., 1990).
Segundo Freire Jr. (1999), a degradação da clorofila constiui um bom
indicador da condição fisiológica do órgão verde.
Período de armazenamento (dias)
0 3 6 9 12 15
Clorofila (mg.100g
1
)
0
1
2
3
4
Controle y = 1,31 - 0,05x R
2
= 0,95
H
2
O
2
CAS y = 3,17 - 0,29x + 0,01x
2
R
2
= 0,88
H
2
O
2
SAS y = 2,68 - 0,33x + 0,01x
2
R
2
= 0,89
NaClO CAS
NaClO SAS y = 1,403 + 0,009x - 0,003x
2
R
2
= 0,87
FIGURA 3. Teor de clorofila em alface americana cv. Raider minimamente
processada, submetida a tratamentos com NaClO e H
2
O
2
com ácido ascórbico e
sem ácido ascórbico, armazenada a 3 ±1°C, por um período de 15 dias
4.4 Polifenoloxidase (PFO)
A análise estatística evidenciou que os tratamentos, o período de
armazenamento, assim como a interação, foram significativos.
O tratamento NaClO com ácido ascórbico e o controle apresentaram
menor atividade da polifenoloxidase (86,1U.min
-1
.g
-1
) ao longo do
armazenamento (Figura 4).
45
O tratamento H
2
O
2
com ácido ascórbico proporcionou um aumento na
atividade da enzima, com valores iniciais de 75,2 U.min
-1
.g
-1
, atingindo
144,1 U.min
-1
.g
-1
no final do armazenamento. Possivelmente o ácido ascórbico
foi degradado, que é muito sensível a diversas formas de degradação, tais
como a temperatura, a concentração de sal e açúcar, o pH, o oxigênio, as
enzimas (ascorbato oxidase), os catalisadores metálicos, a concentração inicial
do ácido e a relação ácido ascórbico/ácido dehidroascórbico. Em presença de
oxigênio atmosférico e ausência de enzima, o ácido ascórbico, em reação
catalisada pelos íons cobre, é oxidado a deidroácido ascórbico e peróxido de
hidrogênio, o qual, por sua vez, favorece a destruição do ácido citado (Fennema,
1993).
O comportamento das amostras de alface americana cv. Raider
minimamente processada tratadas com H
2
O
2
e ácido ascórbico mostrou um
aumento na atividade da polifenoloxidase mais acentuado a partir do nono dia de
armazenamento.
Freire Jr. (1999), estudando a enzima polifenoloxidase em alface
hidropônica cv. Regina minimamente processada armazenada a 10°C, observou
que o comportamento da polifenoloxidase estava diretamente correlacionado
com o escurecimento da alface, após dez dias de armazenamento.
Coelho (2001) verificou que o aditivo ácido ascórbico mais NaClO
inibiu em 79% a atividade da polifenoloxidase em alface americana (cv. Lucy
Brown) minimamente processada..
Diferentes cultivares de alface não apresentam idênticas atividades de
escurecimento quando cortadas e armazenadas sob atmosfera controlada (Ke &
Saltveit, 1989; Couture et al., 1993).
As amostras que foram tratadas com H
2
O
2
sem ácido ascórbico
apresentaram oscilação e aquelas tratadas com NaClO sem ácido ascórbico, um
pequeno aumento linear, ambas a partir do terceiro dia de armazenamento
(Figura.4). As injúrias aumentam a concentração de diversos compostos
46
fenólicos solúveis (catequinas, ácido clorogênico e ácido caféico) dos tecidos
adjacentes, que são facilmente oxidados, em minutos, a substâncias marrons pela
polifenoloxidase existente nos tecidos de alface (Ke & Salveit, 1989).
Período de armazenamento (dias)
0 3 6 9 12 15
Polifenoloxidase (U.g
-1
.min
-1
)
0
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
Controle y = 76,66 + 4,03x R
2
= 0,94
H
2
O
2
CAS y = 78,58 + 4,30x
2
R
2
= 0,96
H
2
O
2
SAS
NaClO CAS
NaClO SAS y = 77,18 + 7,08x - 0,38x
2
R
2
= 0,92
FIGURA 4. Atividade da polifenoloxidase em alface americana cv. Raider
minimamente processada submetida a tratamentos com NaClO e H
2
O
2
com
ácido ascórbico e sem ácido ascórbico, armazenada a 3 ±1°C, por um período de
15 dias.
4.5 Fenilalanina amônia-liase (FAL)
A análise de variância mostrou efeito significativo da interação, dos
tratamentos e do período de armazenamento sobre a variável fenilalanina
amônia-liase (FAL).
47
Os tratamentos NaClO sem ácido ascórbico e H
2
O
2
com ácido ascórbico
tiveram comportamentos semelhantes. Os valores iniciais foram de 11,8 U.min/g
e 11,3 U.min/g, sendo os finais 22,3 U.min/g e 21,6 U.min/g (Figura 5).
A fenilalanina amônia-liase (FAL), por ser responsável pela regulação
do metabolismo fenólico, tem sua atividade rapidamente acrescida pela
exposição do produto a níveis de etileno fisiologicamente ativo, cuja produção
autocatalítica encontra-se vinculada às injúrias mecânicas (Darezzo, 2000). Ke
& Salveit (1989) em seu estudo com células foliares de alface, observaram que o
aumento da FAL induzida pelo ferimento ocorreu mais rapidamente do que a
induzida pelo etileno, levando-os a concluir que ele é consequência do próprio
ferimento, e não da produção de etileno em decorrência dele.
Relatos de Mateos et.al. (1993) descrevem que a exposição de pedaços
da nervura central de alface cv. Salinas, a uma temperatura de 2,5°C, a uma
atmosfera acima de 20% de CO
2
, aumenta a atividade da FAL extraída, quando
realizada em seu pH ótimo (8,5). Em pH mais baixo (6,3), a extração desta
enzima foi menor.
48
Período de armazenamento (dias)
0 3 6 9 12 15
FAL (U.g
-1
.min
-1
)
0
10
12
14
16
18
20
22
24
Controle y = 10,48 + 0,56x R
2
= 0,94
H
2
O
2
CAS y = 11,16 + 0,71x R
2
= 0,98
H
2
O
2
SAS y = 11,21 + 0,47x R
2
= 0,96
NaClO CAS y = 10,70 + 1,30x -0,06x
2
R
2
= 0,92
NaClO SAS y = 11,66 + 0,67x
2
R
2
= 0,98
FIGURA 5. Atividade da enzima fenilalanina amônia-liase em alface americana,
cv. Raider minimamente processada submetida a tratamentos com NaClO e
H
2
O
2
com ácido ascórbico e sem ácido ascórbico, armazenada a 3±1°C, por um
período de 15 dias.
As amostras de alface americana cv. Raider tratadas com NaClO e ácido
áscórbico apresentaram menor atividade da FAL, mostrando-se estáveis a partir
do nono dia. O controle e o tratamento com H
2
O
2
sem ácido ascórbico
evidenciaram aumento da atividade durante os 15 dias de armazenamento.
O tamanho das fatias cortadas de alface é importante, pois a atividade da
fenilalanina amônia-liase aumenta quando o tamanho das nervuras picadas
diminui, podendo atingir um nível máximo entre 6 a 16 horas a 15°C e períodos
mais longos para 5°C (López-Gálvez et al., 1996).
Em folhas de alface, Ke & Saltveit (1989) constataram que o ferimento
induziu a alta atividade da FAL nas células localizadas até 2,5 cm de distância
49
do sítio de ferimento, sugerindo a existência de um sinal para a sua indução, que
provavelmente seria transmitido do ferimento para os tecidos não feridos.
4.6 Peroxidase
Houve efeito significativo da interação, dos tratamentos e do período de
armazenamento sobre a variável peroxidase (Figura 6).
Todos os tratamentos diferiram do controle, porém, as amostras tratadas
com H
2
O
2
com e sem ácido ascórbico propiciaram maior atividade da peroxidase
(80,6 U.min/g e 136,2 U.min/g). Isso, possívelmente, se deve ao fato desta
enzima catalisar a oxidação de alguns compostos amínicos aromáticos de outros
fenólicos na presença do peróxido de hidrogênio com posterior formação de
polímeros escuros (Balls & Hale, 1934). Em estudos com tecidos injuriados de
maçãs, esses autores constataram a capacidade de escurecimento dos tecidos na
ausência de ar, diante da adição de H
2
O
2
, atribuído à ação da peroxidase.
Quanto ao tratamento com NaClO com ácido ascórbico, observaram-se
valores iniciais de 63,8 U.min/g e 108,4 U.min/g ao final do armazenamento
(Figura 6). Esta tendência crescente dos valores certamente, são decorrentes da
degradação do ácido ascórbico.
Mattos et al. (2004), estudando a atividade da peroxidase em alface
crespa cv. Verônica minimamente processada tratada com 100 ppm de NaClO
verificaram que a temperatura ideal para o controle da atividade desta enzima é
de 5°C.
50
Período de armazenamento (dias)
0 3 6 9 12 15
Peroxidase (U.g
-1
.min
-1
)
0
40
60
80
100
120
140
160
180
Controle y = 58,16 - 3,31x + 0,48x
2
R
2
= 0,99
H
2
O
2
CAS y = 78,21 - 0,41x + 0,27x
2
R
2
= 0,98
H
2
O
2
SAS y = 79,87 - 3,26x R
2
= 0,98
NaClO CAS y = 63,34 + 5,66x - 0,14x
2
R
2
= 0,96
NaClO SAS y = 52,70 + 6,33x - 0,19x
2
R
2
= 0,97
FIGURA 6. Atividade da enzima peroxidase em alface americana cv. Raider
minimamente processada submetida a tratamentos com NaClO e H
2
O
2
com
ácido ascórbico e sem ácido ascórbico, armazenada a 3 ±1°C por um período de
15 dias.
Os menores valores observados ao fim dos 15 dias de armazenamento
foram atribuídos às amostras tratadas com NaClO sem ácido ascórbico, porém, o
controle apresentou menor atividade da peroxidase até o nono dia de
armazenamento.
4.7 Resíduos Químicos
Não foi detectado resíduo algum nas amostras de alface americana cv.
Raider minimamente processada submetidas aos diferentes tratamentos. Os
valores encontrados durante os quinze dias de armazenamento ficaram em torno
de 0,1 a 0,3 mg/L, tanto para o hipoclorito de sódio quanto para o peróxido de
51
hidrogênio com e sem ácido ascórbico. Este resultado concorda com o de Sapers
& Simmons (1998), que não detectaram nenhum resíduo em alface cortada e
tratada com solução de H
2
O
2
a 5 ou
10%, explicando que isso possivelmente se
deve à grande produção de gás, indicando a presença da catalase endógena, que
degrada o H
2
O
2
.
Utilizando tanto sistema Reflectoquant quanto o teste qualitativo de cor
proposto por Myamoto et al. (1993), Sapers & Simmons (1998) não detectaram
qualquer resíduo de peróxido de hidrogênio em cogumelos tratados com inibidor
de escurecimento eritorbato de sódio, ou mesmo trabalhando com pepino e
melão cantaloupe cortados, quando estes sofreram enxague ou tratamento com
eritorbato.
4.8 Avaliação Microbiológica
4.8.1 Coliformes a 35°C
Pela análise estatística não houve diferença significativa dos tratamentos
e do período de armazenamento, porém, por meio dos gráficos, observa-se que
os dados do tratamento NaClO com ácido ascórbico apresentaram melhor
resultado para coliformes a 35°C em alface americana cv. Raider minimamente
processada..
Os resultados microbiológicos dos tratamentos NaClO e H
2
O
2
com e sem
ácido ascórbico e do controle, inicialmente apresentaram valores elevados para
coliformes a 35°C (Figura7).
A carga bacteriana inicial para o controle foi de 1,1x10
4
NMP/g. Esta
concentração pode variar significativamente, de acordo com os métodos
utilizados: manuseio na fase pré-colheita, tais como instalação, tipo de adubo
utilizado, qualidade da água, operações pré-colheita, bem como remoção das
folhas externas, higienização e manuseio pelos operadores.
52
Período de armazenamento (dias)
0 3 6 9 12 15
Log
10
(NMP.g
-1
)Coliformes a 35
o
C
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
NaClO c AS
H
2
O
2
s AS
NaClO s AS
Controle
H
2
O
2
c AS
FIGURA 7 Valores médios de coliformes a 35°C em alface americana cv.Raider
minimamente processada submetida a diferentes sanificantes, armazenada a
3±1°C, por um período de 15 dias.
Guerra (2004) estudando a eficiência de diferentes agentes químicos na
desinfecção de alface crespa minimamente processada também encontrou
contagem total inicial em torno de 10
4
NMP/g.
Os fatores extrínsecos podem afetar as contagens microbianas, tendo em
vista a possibilidade de contaminação dos vegetais pela terra, água, ar, insetos e
animais.
As plantas vivas são normalmente estéreis internamente, possuindo
microbiota mista externamente, que consiste basicamente de espécies da família
Enterobacteriaceae, Pseudomoneaceae como também de fungos e bactérias
ácido-láticas (Beuchat, 1995).
53
O tratamento à base de NaClO com ácido ascórbico foi mais eficiente no
controle dos coliformes a 35°C durante o armazenamento, com valores iniciais
de 2,4x10
3
e finais de 7,0 NMP/g. O ácido ascórbico pode ter ajudado na
manutenção do pH da solução de cloro ativo.
O tipo de ácido e o pH interagem para inibir o crescimento microbiano.
Estudos sobre as interações de pH com o ácido fosfórico, o ácido cítrico, ou o
ácido lático têm se mostrado efetivos como fatores antimicrobianos sobre
Yersinia enterolítica e Salmonella sp (Scott, 1989).
Estudando o efeito da sanificação em alfaces crespa e lisa, Nascimento
(2004), utilizando 100 ppm de NaClO, encontrou valores semelhantes aos do
presente trabalho.
Pode-se observar que durante todo o período de armazenamento, as
contagens destes microrganismos mantiveram-se altas para os tratamentos H
2
O
2
com ácido ascórbico e sem ácido ascórbico, NaClO sem ácido ascórbico e
controle. No nono dia de armazenamento, os valores, em média, foram de
1,1 x10
8
NMP/g, portanto, este valor encontra-se fora da legislação atual vigente,
que estabelece, para vegetais frescos, máximo permitido de 10
2
NMP/g.
Freire Jr. (1999) observou que a alface hidropônica cv. Regina
minimamente processada armazenada a 10ºC apresentou quantidade elevada de
enterobactérias antes de atingir o sétimo dia, e as amostras armazenadas a 2°C
após 14 dias de armazenamento.
Em estudos com mamão minimamente processado Mões-Oliveira (2001)
observou que o H
2
O
2
0,5% eliminou completamente a carga microbiana inicial
de coliformes a 35°C, demonstrando assim a eficiência deste sanificante para
frutas minimamente processadas .
King Jr. (1991) verificou que até mesmo em temperaturas de
armazenamento relativamente baixas, as contagens de bactérias em alfaces
processadas visando aumentar a vida útil destes produtos aumentaram
54
significativamente. A habilidade de multiplicação das bactérias a baixas
temperaturas indicou seu potencial como causa na deterioração das amostras de
alface analisadas. Estes microrganismos que se desenvolveram ao longo do
armazenamento sob baixas temperaturas devem ser os psicrotróficos .
Apesar de todos os cuidados com a higiene e a manipulação adequada,
da limpeza e sanificação da alface americana minimamente processada e do
armazenamento refrigerado, o crescimento dos coliformes a 35°C sugere que os
tratamentos citados não foram suficientes para controlar o crescimento destes
microrganismos durante o período de armazenamento estudado.
A implementação das Boas Práticas de Higiene, bem como o controle da
qualidade da água a ser utilizada, seja para irrigação ou para fazer o banho de
imersão para retirada do calor vital do campo, são fundamentais para a obtenção
de contagem inicial menor destas bactérias, retardando a deterioração do
produto.
Populações de 10
4
a 10
6
microrganismos/g geralmente são considerados
comuns em frutas e hortaliças quando presentes na planta de processamento,
bancadas e utensílios. Estes índices são considerados aceitáveis desde que não
estejam presentes patógenos toxígenos (Ayhan et al., 1998; Beuchat, 1996).
4.8.2 Coliformes a 45°C
O tratamento NaClO com ácido ascórbico apresentou melhor resultado
para coliformes a 45°C em alface americana cv. Raider minimamente
processada.
A contaminação de alimentos por alguns membros do grupo coliformes,
particularmente produtos vegetais oferecidos crus para o consumo, pode causar
severas toxinfecções. Isso ocorre porque estas bactérias são largamente
distribuídas, desde os locais de plantio e colheita e são disseminadas pelo
processo de preparação para o consumo final. A alface é um veiculador
55
potencial de microrganismos patógenos, como E. coli e Salmonella (Maxcy,
1982).
A alface não tratada (controle) apresentou maior contagem inicial para o
respectivo microrganismo (4,6 x10
3
NMP/g).
Para os tratamentos H
2
O
2
com ácido ascórbico e sem ácido ascórbico e
NaClO sem ácido ascórbico, as contagens iniciais foram semelhantes, na ordem
de 10
3
NMP/g, tendo o número de bactérias até o terceiro dia de armazenamento
aumentado de forma acentuada. Após este período, o tratamento com NaCLO
sem ácido ascórbico diferenciou-se apresentando crescimento menos acentuado
no sexto dia, mas, no final do armazenamento, todos atingiram níveis < 0,3
NMP/g ( Figura 9) .
O pH mais elevado apresentado pela alface (6,3) pode ter propiciado
maior desenvolvimento bacteriano.
O possível aumento das contagens de coliformes a 45ºC durante o
armazenamento pode ser devido à presença de microrganismos psicrotróficos, os
quais, apesar de terem temperatura ótima de crescimento entre 20 e 30°C, são
capazes de crescer entre 0 a 7°C.
As amostras tratadas com o NaClO e ácido ascórbico diferiram dos
outros tratamentos, sendo o valor da contagem inicial de 4 NMP/g , tendo um
declínio até o terceiro dia (<0,3NPM/g) e mantendo-se constante até o fim do
armazenamento (Figura 9).
Os coliformes a 45°C são sensíveis ao cloro, ozônio e outros
sanificantes, desde que haja contato sico do agente sanificante com a célula
bacteriana (Suslow, 1999).
Beerli (2002), estudando a influência do dicloro isocianurato de sódio e
do peróxido de hidrogênio em cebolas minimamente processadas não verificou a
presença de coliformes a 45°C durante o período de armazenamento a 4ºC.
56
Período de armazenamento (dias)
0 3 6 9 12 15
Log
10
(NMP.g
-1
)coliformes a 45
o
C
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
NaClO c AS
H
2
O
2
s AS
NaClO s AS
Controle
H
2
O
2
c AS
FIGURA 9 Valores médios de coliformes a 45°C em alface americana cv.
Raider minimamente processada submetida a diferentes sanificantes,
armazenada a 3±1°C, por um período de 15 dias.
Rosa (2002), estudando microbiota associada a produtos hortícolas
minimamente processados comercializados em supermercados, verificou que
62,5% tiveram pelo menos um produto positivo para Escherichia coli sp. que
apresentou altas contagens de coliformes fecais e cepas identificadas como
Klebsiella sp. Algumas evidências demonstraram que coliformes fecais não
entéricos podem originar-se de amostras oriundas de águas tropicais e do solo.
4.8.3 Microrganismos aeróbios mesófilos
As amostras de alface americana tratada com NaClO e ácido ascórbico
apresentaram melhor resultado para microrganismos aeróbios mesófilos em
alface americana cv. Raider minimamente processada .
57
As contagens de bactérias aeróbias mesófilas e psicrotróficas o
utilizadas para determinar a qualidade final dos produtos alimentícios. Elas
indicam as condições de higiene ambiental, de manipulação e processamento a
que estes produtos foram submetidos (Beerli, 2002)
Os índices iniciais das contagens globais de bactérias aeróbias mesófilas
obtidas nas análises destas amostras variaram de 1,0x10
2
a 4,3x10
6
UFC/g
(Figura 10), enquanto as contagens finais alcançaram 9,7x10
9
UFC/g. Este
aumento nas contagens pode ter ocorrido devido à perda de efetividade dos
sanificantes, como, por exemplo, a degradação do H
2
O
2
com ácido ascórbico e
sem ácido ascórbico, pela ação da catalase endógena produzida pelos
microrganismos ou pelo seu efeito residual, como também pela volatilização do
cloro proveniente do NaClO sem ácido ascórbico.
Na amostra tratada com NaClO com ácido ascórbico, verificou-se
melhor controle do crescimento de aeróbios mesófilos. Presente nas
concentrações adequadas, o ácido hipocloroso pode rapidamente inativar
microrganismos, embora sua eficácia em reduzir os níveis de aeróbios mesófilos
varie com o tipo de vegetal (Nicholl & Prendergast, 1998). A ação
antimicrobiana é baseada no seu forte efeito oxidante e envolve sua penetração
através da parede celular. Neste experimento, o controle foi o que apresentou
menor contagem inicial, ou seja, 1,0x10
2
UFC/g, isso possívelmente, deve-se à
falta de homogenidade das amostras durante a colheita.
Embora as contagens sejam consideradas elevadas e indiquem certo
descuido durante o manuseio e processamento, contagens maiores que 10
5
UFC/g são, muitas vezes, aceitas, caso não se encontrem bactérias
enteropatogênicas nos produtos. Isto ocorre porque, frequentemente, estas
contagens refletem o número de bactérias epífitas, oriundas do campo (Santos,
2003).
58
Período de armazenamento (dias)
0 3 6 9 12 15
Log
10
(UFC.g
-1
) aeróbios mesófilos
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
NaClO c AS
H
2
O
2
s AS
NaClO s AS
Controle
H
2
O
2
c AS
FIGURA 10 Valores médios de aeróbios mesófilos em alface americana
cv.Raider minimamente processada submetida a diferentes sanificantes,
armazenado a 3±1°C por um período de 15 dias
Babic & Watada (1996), trabalhando com espinafre minimamente
processado, detectaram uma carga inicial de mesófilos variando de 10
7
-10
8
UFC/g, concordando com o presente trabalho. Isso, provavelmente, deve-se ao
pH mais elevado apresentado por ambos os vegetais (5,5-6,3) o que propicia
maior desenvolvimento bacteriano.
Os filmes semi-permeáveis são utilizados para evitar a condensação de
água e o crescimento de bactérias láticas, acídicas e gram-positivas (Chitarra,
2001). Todo o processamento deve ser realizado com critério e no menor
período de tempo possível para que as alterações microbiológicas sejam
minimizadas (Ahvenainen, 1996). Após o processamento, os vegetais ficam
mais sensíveis à contaminação. Os vegetais minimamente processados, por
59
serem uma categoria que em geral possui pH 5,8-6,0, alta umidade e maior
superfície exposta devido ao corte, promovem condições ideais para o
crescimento dos microrganismos (Coelho, 2001).
4.8.4 Fungos e Leveduras
O tratamento NaClO com ácido ascórbico apresentou melhor resultado
para fungos e leveduras em alface americana cv. Raider minimamente
processada .
A importância dada à microbiologia de frutas e hortaliças minimamente
processados deve-se ao fato de que, sob condições de baixo pH e temperaturas
de refrigeração, os fungos podem crescer e se tornar predominantes.
A contagem de fungos e leveduras neste trabalho apresentou
inicialmente, valores de 1,0 UFC/g para o tratamento H
2
O
2
com ácido ascórbico
e 5,0 x10
2
UFC/g para o controle. Após o terceiro dia, verificou-se aumento até
o nono dia, atingindo valores próximos a 7,5x10
1
e 1,9x10
2
UFC/g. Para os
tratamentos NaClO e H
2
O
2
sem ácido ascórbico, as contagens iniciais foram
mais altas (8,0 x 10
2
UFC/g e 1,0x10
3
UFC/g) tendo, ao final do
armazenamento, abaixado, respectivamente, para 5,0x10 UFC/g e 1,5x10 UFC/g
(Figura 11).
Embora a imersão em solução com NaClO reduza significativamente a
população inicial da microbiota natural de produtos vegetais, as populações
finais de amostras tratadas e não tratadas não foram significativamente
diferentes após o período de incubação sob refrigeração (Beuchat, 1996; Nicholl
& Prendergast, 1998).
As amostras tratadas com NaClO e ácido ascórbico tiveram redução da
microbiota com valores iniciais de 2,5x10
2
UFC/g e finais 0,0UFC/g (Figura 11).
60
Período de armazenamento (dias)
0 3 6 9 12 15
Log
10
(UFC.g
-1
) fungos e leveduras
0
1
10
100
1000
10000
NaClO c AS
H
2
O
2
s AS
NaClO s AS
Controle
H
2
O
2
c AS
FIGURA 11 Valores médios de fungos e leveduras em alface americana cv.
Raider minimamente processada submetida a diferentes sanificantes,
armazenada a 3±1°C, por um período de 15 dias
Os resultados de fungos filamentosos e leveduras indicam condições de
higiene que se desenvolvem com a umidade dentro da embalagem. Neste
trabalho, as amostras de alface minimamente processada foram centrifugadas
para retirar o excesso de umidade. Pode-se considerar que as contagens
encontradas durante o período de armazenamento foram relativamente baixas
para estes microrganismos.
Embora não exista legislação padrão para fungos e leveduras em
produtos minimamente processados, são utilizados os padrões para produtos
vegetais frescos prontos para o consumo segundo a RDC n°12 (Brasil, 2001),
que estabelece índices <10
2
, os quais irão refletir na sua qualidade final.
61
Brackett (1994) relata que tanto as leveduras como os fungos são
normalmente isolados de hortaliças frescas, embora se disponha de pouca
informação sobre as leveduras. As taxas de leveduras em espinafre
minimamente processado foram consideradas baixas por Babic & Watada
(1996), quando permaneceram entre 10
3
-10
4
UFC/g, durante todo período de
armazenamento, tanto em ar circulante como sob atmosfera controlada em
temperatura a 5ºC e 10ºC.
Rosa (2002) observou que as contagens médias de fungos e leveduras em
cenoura, beterraba, salada brisa, salada primavera e tri-salada, embora
inicialmente elevadas, mantiveram-se mais ou menos constantes durante o
período de estocagem, não apresentando aumento ou redução significativa.
As altas contagens de fungos e leveduras refletem, principalmente as
condições inadequadas de armazenamento dos produtos, uma vez que estes
fazem parte de uma microbiota epífita oriunda do local de plantio destes
vegetais. As condições de temperatura, o uso de sanificantes adequados e o
manuseio durante a produção e transporte dos vegetais, assim como da umidade
e aeração no interior das embalagens, irão determinar sua qualidade final.
4.9 Análise Sensorial
4.9.1 Cor
Houve efeito estatísticamente significativo da interação, dos tratamentos
e do tempo de armazenamento sobre a variável cor.
Observou-se a tendência de decréscimo nas notas atribuídas à cor,
principalmente pelo controle e os tratamentos H
2
O
2
e NaClO com ácido
ascórbico a partir do terceiro dia (Figura12).
62
Período de armazenamento (dias)
0 3 6 9 12 15
Cor (notas)
0
2
4
6
8
10
12
Controle y = 8,10 - 1,16x + 0,04x
2
R
2
= 0,98
H
2
O
2
CAS y = 8,12 - 0,67x + 0,01x
2
R
2
= 0,98
H
2
O
2
SAS y = 8,10 - 0,28x R
2
= 0,96
NaClO CAS y = 8,07 - 0,44x R
2
= 0,98
NaClO SAS y = 8,55 - 0,34x + 0,008x
2
R
2
= 0,96
FIGURA 12. Evolução da cor em alface americana cv. Raider minimamente
processada, submetida a tratamentos com NaClO e H
2
O
2
com ácido ascórbico e
sem ácido ascórbico, armazenada a 3 ±1°C, por um período de 15 dias.
A qualidade do produto está associada à cor. A alteração dessa
característica pode ser atribuída à degradação da clorofila e à formação de
compostos secundários.
Coelho (2001) estudando o efeito de diferentes aditivos sobre a
qualidade da alface americana cv. Lucy Brown minimamente processada,
observou que as amostras tratadas com ácido ascórbico 2,5% apresentaram
coloração semelhante à do controle.
As amostras tratadas com NaClO e H
2
O
2
sem ácido ascórbico
mantiveram a cor até o décimo segundo dia, apresentando uma pequena
alteração no décimo quinto dia (Figura 12).
63
Estudando o efeito da temperatura de armazenamento na alface
hidropônica minimamente processada, Freire Jr. (1999) verificou que, a 2°C, não
houve diferença significativa na cor do produto e que, a 10°C, após o sétimo dia,
houve uma queda na cor característica da alface, evidenciando uma perda da
qualidade.
As características sensoriais do brócolis minimamente processado em
especial a cor foram mantidas à temperatura de 5°C, quando o produto foi
submetido à combinação de gases 1%O
2
+12% CO
2
(
Deliza, 2004).
Nas provas sensoriais ou na escolha de um alimento pelo consumidor
,,uma cor desagradável pode ser associada, inconscientemente, a um sabor ou
textura desagradável (Santos, 2003). Sendo assim, é fundamental que o produto
minimamente processado tenha cor esperada e conhecida.
4.9.2 Frescor
Os tratamentos diferiram durante o armazenamento, apresentando
alteração no frescor a partir do terceiro dia.
As condições ambientais durante o armazenamento influenciam na
microbiota e no tempo de duração do frescor do produto (Muller, 1981).
Verificou-se acentuada variação no frescor da alface americana cv.
Raider minimamente processada para os tratamentos NaClO e H
2
O
2
com ácido
ascórbico, até o nono dia.
64
Período de armazenamento (dias)
0 3 6 9 12 15
Frescor (nota)
0
2
4
6
8
10
12
Controle y = 8,17 - 1,49x + 0,06x
2
R
2
= 0,97
H
2
O
2
CAS y = 8,28 - 0,93x + 0,03x
2
R
2
= 0,99
H
2
O
2
SAS y = 8,46 - 0,49x + 0,01x
2
R
2
= 0,98
NaClO CAS y = 8,66 - 0,94x + 0,03x
2
R
2
= 0,97
NaClO SAS y = 8,47 - 0,33x + 0,005x
2
R
2
= 0,85
FIGURA 13. Alteração do frescor em alface americana cv. Raider minimamente
processada, submetida a tratamentos com NaClO e H
2
O
2
com ácido ascórbico e
sem ácido ascórbico, armazenada a 3 ±1°C, por um período de 15 dias
Coelho (2001), em experimento para verificação do frescor da alface
americana cv. Lucy Brown minimamente processada tratada com ácido
ascórbico 2,5% e armazenada durante 10 dias, não observou diferença do
controle.
As notas atribuídas ao tratamento H
2
O
2
sem ácido ascórbico foram
piores (6,0) a partir do sexto dia de armazenamento indicando perda de frescor e
do valor comercial. O tratamento com NaClO sem ácido ascórbico apresentou
pouca variação no frescor da alface americana cv. Raider minimamente
processada, até o nono dia de armazenamento ( Figura 13).
Para o atributo frescor, Freire Jr. (1999) observou pouca variação do
produto até o décimo dia de armazenamento à temperatura de 2°C, tendo em
65
vista os padrões respiratórios da alface serem tolerantes a temperaturas mais
baixas.
Frutas e hortaliças perdem seu frescor típico e firmeza característica
quando expostas ao armazenamento sob refrigeração, até mesmo por curtos
períodos. Essas alterações são aceleradas quando as células sofrem injúrias pelo
descascamento e pelo fatiamento (Bolin & Huxoll, 1989).
4.9.3 Aspecto global
De acordo com os resultados observados, houve efeito significativo da
interação dos tratamentos e do tempo de armazenamento sobre a variável
aspecto global. As notas atribuídas decresceram com o tempo, variando de muito
boa a muito ruim (Figura 14).
As notas dos tratamentos NaClO e H
2
O
2
sem ácido ascórbico para fatias
de alface não demonstraram diferença significativa até o sexto dia. Porém, o
aspecto das amostras tratadas com NaClO sem ácido ascórbico, permaneceram
em boas condições até o nono dia e o H
2
O
2
sem ácido ascórbico até o sexto dia
de armazenamento. Freire Jr. (1999), estudando alface hidropônica cv. Regina
minimamente processada, verificou uma vida útil de 10 dias para o produto
armazenado a 2°C.
66
Período de armazenamento (dias)
0 3 6 9 12
15
Aspecto global (notas)
0
2
4
6
8
10
12
Controle y = 7,98 - 1,11x + 0,04x
2
R
2
= 0,97
H
2
O
2
CAS y = 8,24 - 0,75x + 0,02x
2
R
2
= 0,98
H
2
O
2
SAS y = 8,38 - 0,30x R
2
= 0,98
NaClO CAS y = 8,15 - 0,63x + 0,01x
2
R
2
= 0,99
NaClO SAS y = 8,34 - 0,26x
2
R
2
= 0,92
Figura 14. Aspecto global da alface americana cv. Raider minimamente
processada submetida a tratamentos com NaClO e H
2
O
2
com ácido ascórbico e
sem ácido ascórbico, armazenada a 3 ±1°C, por um período de 15 dias
Pirovani et al. (1998) em testes com alface minimamente processada,
acondicionadas em sacos de polietileno selados e também em bandejas, ambas
estocadas a 4°C, observaram que o tipo de acondicionamento foi significante
para as mudanças na composição de gás e atributos sensoriais e visuais.
As fatias submetidas aos tratamentos NaClO e H
2
O
2
com ácido
obtiveram notas semelhantes ao longo do período de armazenamento. Tanto o
controle quanto os tratamentos com ácido ascórbico tiveram decréscimo
acentuado a partir do terceiro dia (Figura 14).
Coelho (2001), estudando o aspecto global da alface americana cv. Lucy
Brown minimamente processada tratada com ácido ascórbico em relação ao
controle, não verificou diferença significativa.
67
A aparência do produto exerce papel fundamental na decisão de compra
do consumidor, uma vez que é pela observação do aspecto global que o
consumidor seleciona e consome o alimento.
Os resultados para os tratamentos NaClO e H
2
O
2
sem ácido ascórbico
sugerem que o tratamento aplicado foi bem aceito pelos observadores, não
interferindo nas características sensoriais próprias da alface até o terceiro dia de
armazenamento.
68
6 CONCLUSÕES
Sob as condições experimentais estudadas, pôde-se concluir que:
·as enzimas polifenoloxidase (PFO) e fenilalanina amônia-liase (FAL)
apresentaram menor atividade na alface americana cv. Raider minimamente
processada com o tratamento NaClO com ácido ascórbico, em comparação aos
demais tratamentos;
·para a enzima peroxidase (POD) o controle apresentou menor atividade na
alface americana cv. Raider minimamente processada;
·em nenhum dos tratamentos detectou-se a presença de resíduos;
·o tratamento à base de hipoclorito de sódio (NaClO) com ácido ascórbico foi
mais eficiente como sanificante para alface americana cv. Raider minimamente
processada do que os outros tratamentos sobre o controle de todos
microrganismos;
·conforme as características de qualidade analisadas, observou-se uma vida útil
de 3 dias para alface americana cv. Raider minimamente processada armazenada
a 3 ±1°C e 95% UR para os tratamentos NaClO e H
2
O
2
com e sem ácido
ascórbico.
69
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82
ANEXOS
TABELA 1A Quadrados médios da ANAVA e respectivos níveis de
significância para, SST, pH, ATT e clorofila em alface
americana cv. Raider minimamente processada
submetido a tratamentos com NaClO e H
2
O
2,
com e
sem ácido ascórbico, armazenada a 3± 1ºC, por um
período de 15 dias..........................................................
83
TABELA 2A Quadrados médios da ANAVA e respectivos níveis de
significância para FAL, POD, PFO em alface
americana cv. Raider minimamente processada
submetida a tratamentos com NaClO e H
2
O
2,
com e
sem ácido ascórbico, armazenada a 3± 1ºC, por um
período de 15 dias..........................................................
83
TABELA 3A Quadrados médios da ANAVA e respectivos níveis de
significância para coliformes a 35, coliformes a 45 C,
aeróbios mesófilos, fungos e leveduras em alface
americana cv. Raider minimamente processado
submetida a tratamentos com NaClO e H
2
O
2,
com e
sem ácido ascórbico, armazenada a 3± 1ºC, por um
períodode 15 dias...........................................................
84
TABELA 4A
Quadrados médios da ANAVA e respectivos níveis de
significância para cor, frescor, aspecto global em
alface americana cv.Raider minimamente processada
submetida à tratamentos com NaClO e H
2
O
2,
com e
sem ácido ascórbico, armazenada a 3± 1ºC, por um
períodode 15 dias...........................................................
84
83
TABELA 1A Quadrados médios da ANAVA e respectivos níveis de
significância para SST, pH, ATT e clorofila de alface americana cv. Raider
minimamente processada submetida a tratamentos com NaClO e H
2
O
2 ,
com e
sem ácido ascórbico, armazenada a 3±1ºC, por um período de 15 dias.
Quadrados médios Causas de
Variação
GL SST ATT pH Clorofila
Tratamentos
Período
T x P
Erro
Total
4
5
20
60
89
0,0443
ns
0,8967
ns
0,0856
ns
0,0469
0,0029
ns
0,0058
ns
0,0020
ns
0,0012
0,0944
**
0,1944
**
0,1175
**
0,0092
3,0580**
3,0377**
0,3663**
0,0244
Média geral
CV(%)
2,1311
10,17
0,6669
5,29
6,4188
1,49
1,2449667
12,54
* / ** Teste de F significativo a 5% e 1% de probabilidade respectivamente.
TABELA 2A Quadrados médios da ANAVA e respectivos níveis de
significância para FAL, POD, PFO e de alface americana cv. Raider
minimamente processado submetida a tratamentos com NaClO e H
2
O
2
, com e
sem ácido ascórbico, armazenado a 3± 1ºC, por um período de 15 dias
Quadrados médios Causas de
Variação
GL FAL POD PFO Resíduo
Tratamentos
Período(P)
T x P
Erro
Total
4
5
20
60
89
16,6069**
156,6021**
3,5342**
0,5115
2553,2529**
5782,0052**
238,2666**
18,3391
1142,0609**
2859,5099**
567,6730**
73,1845
0,0797
ns
0,0062
ns
0,0062
ns
0,0072
Média geral
CV(%)
15,8244
4,52
92,3335
4,64
103,9427
8,23
0,0856
99,21
*/ ** Teste de F significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente.
84
TABELA 3A Quadrados médios da ANAVA e respectivos níveis de
significância para coliformes a 35ºC, coliformes a 45ºC, aeróbios mesófilos,
fungos e leveduras em alface americana cv. Raider minimamente processada
submetida a tratamentos com NaClO e H
2
O
2,
com e sem ácido ascórbico,
armazenada a 3 ±1ºC por um período de 15 dias
Quadrados médios Causas de
Variação
GL
Coliformes
a 35 °C
Coliformes a
45°C
Aeróbios
mesófilos
Fungos e
leveduras
Tratamentos
Período(P)
Erro
Total
4
5
20
29
19,14922
ns
18,94354
ns
18,84752
14,67394
ns
14,75891
ns
14,57287
20,98994
ns
20,86510
ns
20,84942
5,64260
ns
5,80609
ns
5,85146
CV(%)
84,63
94,58
67,13
58,28
* / ** Teste de F significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente.
TABELA 4A Quadrados médios da ANAVA e respectivos níveis de
significância para cor, frescor, aspecto global de alface americana cv. Raider
minimamente processada submetida a tratamentos com NaClO e H
2
O
2,
com e
sem ácido ascórbico, armazenada a 3± 1ºC, por um período de 15 dias
Quadrados médios Causas de
variação
GL Cor Frescor Aspecto global
Tratamentos T
Período (P)
TxP
Erro
Total
4
5
20
60
89
158,2345**
290,4850**
9,3659**
0,1817
176,2184**
355,4139**
10,7510**
0,1106
136.3322**
280.4008**
5.9060**
0.1694
Média Geral
CV(%)
4,9069
8,69
4,4972
7,46
1,7113
26,14
* / ** Teste de F significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente.
85
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