2.2 – Atividade antimicrobiana
A história do desenvolvimento e uso de substâncias antimicrobianas na prática
médica antecedeu a descoberta de espécies microbianas, uma vez que Hipócrates (460-337
a.C.) recomendava a lavagem de ferimentos com vinho para impedir o processo infeccioso.
Documentos datados de 2.500 a 3.000 anos atrás, mostram que alguns povos como os
chineses e indianos, ainda primitivos, utilizava mofo, papa de soja e produtos correlatos
para o tratamento de lesões infectadas e processos inflamatórios (SANCHES, 2004).
Nas antigas civilizações, as doenças infecciosas eram associadas com ocorrências
naturais tais como o aparecimento de um cometa ou um evento místico e que poderiam
desagradar uma divindade, e as regras para evitar essas doenças eram a higiene e
quarentena porque se acreditava que a transmissão da doença era apenas por contato
(SARDI, 2004).
Desde o princípio das civilizações, os vegetais têm sido utilizados não só como
fonte alimentícia, como também medicamentosa. As diversas enfermidades têm sido
tratadas com chás (infuso, decocto, macerado), sucos, tinturas, banhos, cataplasmas e
ungüentos, preparados a partir de parte de plantas. A referida conduta terapêutica remonta,
principalmente, aos antigos povos da China, Egito, Ásia, e Roma, onde eruditos, com base
em seus conhecimentos classificaram numerosas espécies vegetais, com a respectiva
indicação do uso medicinal. Embora a presença de substâncias antimicrobianas nos
vegetais superiores não seja um fato recente, a busca das mesmas teve grande impulso após
a descoberta da penicilina (LIMA, 2001).
As plantas são possuidoras de várias vias metabólicas secundárias que dão origem a
compostos, incluindo alcalóides, flavonóides, isoflavonóides, terpenos, poliacetilenos,
óleos, que por vezes são específicos a determinadas famílias, gêneros ou espécies, e cujas
funções, até pouco tempo, eram desconhecidas (LIMA, 2001).
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