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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Área de Concentração: Gestão de Negócios
COMPETITIVIDADE E DESEMPENHO DAS
EXPORTAÇÕES DO COMPLEXO
AGROINDUSTRIAL BRASILEIRO: 1989/2002
Dissertação de Mestrado
JOSÉ LUIS DALTO
LONDRINA - PARANÁ
2004
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2
JOSÉ LUIS DALTO
COMPETITIVIDADE E DESEMPENHO DAS EXPORTAÇÕES
DO COMPLEXO AGROINDUSTRIAL BRASILEIRO: 1989/2002
Dissertação apresentada ao Programa
PPA – Mestrado em Administração da
Universidade Estadual de Londrina
(UEL) e Universidade Estadual de
Maringá (UEM) como requisito parcial
para obtenção do título de Mestre em
Administração, sob a Orientação da
Profª. Drª. Márcia Regina Gabardo da
Câmara.
Londrina - Paraná
2004
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JOSÉ LUIS DALTO
COMPETITIVIDADE E DESEMPENHO DAS EXPORTAÇÕES DO
COMPLEXO AGROINDUSTRIAL BRASILEIRO: 1989/2002
Dissertação apresentada ao Programa PPA –
Mestrado em Administração da Universidade
Estadual de Londrina (UEL) e Universidade
Estadual de Maringá (UEM) como requisito
parcial para obtenção do título de Mestre em
Administração, sob a Orientação da Profª.
Drª. Márcia Regina Gabardo da Câmara.
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________________
Profª. Drª. MARCIA REGINA GABARDO DA CÂMARA (Orientadora)
______________________________________________
Profª. Drª. Maria de Fátima S. de S. Campos (UEL/CESA)
_____________________________________________
Prof. Dr. Paulo da Costa Lopes (PPA/UEL)
Londrina, _____ de _________________ de 2004.
4
À minha esposa Glaicy,
Pelo carinho, compreensão e apoio constante
À meu filho Luis Fernando,
Para que persevere no caminho do conhecimento.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus,
Pela perseverança e fé;
À professora Márcia,
Pelo apoio incondicional, pelas orientações, pela dedicação,
Pelo profissionalismo com que conduz seu trabalho, meu muito obrigado;
Às Universidades de Londrina e Maringá,
Pela oportunidade de concretização de meus ideais.
Aos meus pais Gervásio e Fátima,
Pelo incentivo, cooperação e ensinamentos oferecidos ao longo da minha vida;
Aos professores do PPA,
Que direta ou indiretamente contribuíram para a concretização deste trabalho.
Aos Secretários do PPA,
Sempre dispostos a nos ajudar naquilo em tudo que precisávamos.
A todos,
Que direta ou indiretamente contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho.
6
“Há homens que lutam um dia, e por isso são bons;
Há outros que lutam um ano, e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida,
Esses são os imprescindíveis."
Bertold Brecht
7
DALTO, José Luis. Competitividade e desempenho das exportações do complexo
agroindustrial brasileiro: 1989/2002. 2004. 159f. Dissertação (Mestrado em
Administração) - Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2004.
RESUMO
O objetivo principal do trabalho é examinar o comportamento e a competitividade
das exportações de produtos originários da agroindústria brasileira no período de
1989 a 2002. Os produtos que compõem a pauta brasileira agroindustrial foram
agrupados em complexos de produtos agroindustriais, os quais representam mais de
70% das exportações brasileiras. Para a análise foram utilizados o indicador de
Vantagens Comparativas Reveladas (VCR) e aplicado o modelo Constant Market-
Share (CMS), que decompôs os dados em fontes de crescimento das exportações.
As fontes de crescimento das exportações brasileiras de produtos agroindustriais
foram calculadas em relação às alterações/evolução da pauta de produtos
agroindustriais mundial e também por mercados de destinos, sendo considerados
para tanto 6 mercados: Mercosul (exceto Brasil), Nafta, Europa, Ásia, África e
Oceania. Ao longo do período estudado (1989 a 2002) houve baixo desempenho
das exportações brasileiras, principalmente no início e final da década de 90. Mas a
partir do inicio da década de 2000, observa-se nova fase de crescimento das
exportações brasileiras, e impulsionadas pelo desempenho da pauta de produtos
agroindustriais. Nota-se também que ao longo de todo período a balança
agroindustrial brasileira, permanece positiva, minimizando o desempenho deficitário
dos demais segmentos da economia brasileira. Com a aplicação do modelo CMS
confirmamos o efeito competitividade como o principal responsável pelo
desempenho dos produtos agroindustriais, acompanhado pelo indicador crescimento
do comércio mundial. Os indicadores composição da pauta de exportações e destino
das exportações apresentaram, de uma maneira geral, evolução quase nula, sendo
mais expressivos na década de 2000, indicando a necessidade da ampliação da
pauta de produtos brasileiros, assim como uma maior diversificação nos mercados
de destino das exportações brasileiras.
Palavras-Chave: Exportações Agroindustriais; Competitividade; Comércio
Internacional.
8
DALTO, Jose Luis. Competitiveness and performance of the Brazilian agroindustry
complex exportations: 1989/2002. 2004. 159f. Dissertação (Master in Administration)
– Universidade Estadual de Londrina. Londrina, 2004.
ABSTRACT
The main objective of this work is to analyze the behavior and the competitiveness of
the Brazilian agroindustry, originary products, exportations, between 1989 and 2002.
The products that compose the Brazilian agroindustry guideline had been grouped in
complexes agroindustry products, which represent more than 70% of Brazilian
exportations. For the analysis, had been used the pointer of Disclosed Compared
Advantages (VCR) and applied the model Constant Market-Share (CMS), that
decomposed the informations in sources of exportations growth. The sources of
Brazilian agroindustry exportations products growth, had been calculated in relation
to changes of the world-wide agroindustry products guideline and markets
destinations, also being considered 6 markets way: Mercosul (except Brazil), Nafta,
Europe, Asia, Africa and Oceania. During the studied period (1989 to 2002) it had
overhead the Brazilian exportations, mainly in the beginning and end of the 90´s
years. But from the beginning of the year 2000, Brazilian exportations had a new
phase of growth, and stimulated the performance of agroindustry products guideline,
observed. It is also noticed that throughout all period the Brazilian agroindustry scale,
remains positive, minimizing the deficit performance of the others Brazilian economy
segments. Using the CMS application model we confirm the competitiveness effect
as the main responsible for agroindustry products performance, followed by the
world-wide commerce growth indicator. The pointers guideline exportations
composition and exportations destination, presented, in general, an almost null
evolution, being more express in the year 2000, indicating the necessity of
magnifying the Brazilian products guideline, as well as to increase destination
markets of Brazilian exportations.
Key - words: Agroindustry exportations; Competitiveness; International commerce.
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................... 01
Objetivo Geral....................................................................................................... 04
Objetivos Específicos .......................................................................................... 04
1. COMÉRCIO INTERNACIONAL E COMPETITIVIDADE.................................... 09
1.1. Evolução Das Teorias De Comércio Internacional..................................... 09
1.2. Evolução Das Teorias De Competitividade................................................. 14
1.3. Políticas Protecionistas e Medidas Restritivas ao Comércio.................... 27
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .......................................................... 32
2.1. Modelos De Competitividade Internacional ................................................ 38
2.1.1. O Modelo Constant-Market-Share (CMS) .................................................... 39
2.1.2. Indicador de Vantagens Comparativas Reveladas (VCR)............................ 51
3. EVOLUÇÃO E DESEMPENHO DA PAUTA DE EXPORTAÇÃO DO
COMPLEXO AGROINDUSTRIAL BRASILEIRO ............................................ 53
3.1. Considerações Sobre as Exportações Brasileiras Derivadas da
Agroindústria................................................................................................. 53
3.2. Evolução da Pauta de Exportações Brasileiras - por Complexos
Agroindustriais Selecionados...................................................................... 67
3.2.1. Evolução das Exportações do Sub-Período I (1989 a 1992) para o
Sub-Período II (1993 a 1996).......................................................................
68
3.2.2. Evolução das Exportações do Sub-Período II (1993 a 1996) para o
.Sub-Período III (1997 a 1999)......................................................................
68
3.2.3. Evolução das Exportações do Sub-Período III (1997 a 1999) para o
.Sub-Período IV (2000 a 2002)......................................................................
69
3.2.4. Evolução das Exportações do Sub-Período I (1989 a 1992) para o
Sub-Período IV (2000 a 2002)......................................................................
70
3.2.5. Complexo Açúcar .........................................................................................
70
3.2.6. Complexo Café.............................................................................................
71
10
3.2.7. Complexo Carnes.........................................................................................
71
3.2.8. Complexo Laranja ........................................................................................
72
3.2.9. Complexo Madeira .......................................................................................
72
3.2.10. Complexo Soja ...........................................................................................
74
3.3. Evolução da Pauta de Exportações Brasileiras – por Mercados de
Destino ........................................................................................................... 74
3.3.1. Evolução das Exportações do Sub-Período I (1989 a 1992) para o
Sub-Período II (1993 a 1996).......................................................................
75
3.3.2. Evolução das Exportações do Sub-Período II (1993 a 1996) para o
Sub-Período III(1997 a 1999).......................................................................
75
3.3.3. Evolução das Exportações do Sub-Período III (1997 a 1999) para o
Sub-Período IV (2000 a 2002)......................................................................
76
3.3.4. Evolução das Exportações do Sub-Período I (1989 a 1992) para o
Sub-Período IV (2000 a 2002)......................................................................
76
3.3.5. Evolução das Exportações Brasileiras para o Mercosul...............................
77
3.3.6. Evolução das Exportações Brasileiras para o Nafta.....................................
78
3.3.7. Evolução das Exportações Brasileiras para a Europa..................................
82
3.3.8. Evolução das Exportações Brasileiras para a Ásia ......................................
83
3.3.9. Evolução das Exportações Brasileiras para a África ....................................
87
3.3.10. Evolução das Exportações Brasileiras para a Oceania..............................
87
3.4. Evolução da Pauta de Exportações Mundiais da Agroindústria............... 90
3.4.1. Evolução da Pauta de Exportações Mundiais - por Mercados de Destino ...
91
3.4.1.1. Mercado de Destino: MERCOSUL ............................................................ 93
3.4.1.2. Mercado de Destino: NAFTA..................................................................... 95
3.4.1.3. Mercado de Destino: EUROPA ................................................................. 98
3.4.1.4. Mercado de Destino: ÁSIA ........................................................................ 99
3.4.1.5. Mercado de Destino: ÁFRICA ................................................................... 102
3.4.1.6. Mercado de Destino: OCEANIA ................................................................ 105
3.4.2. Evolução da Pauta de Exportações Mundiais - por Complexo de
Produtos.......................................................................................................
106
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................................... 108
4.1. Constant-Market-Share (Cms).................................................................... 108
11
4.1.1. Mercado de Destino: Exportações Mundiais ................................................
108
4.1.2. Mercado de Destino Mercosul......................................................................
111
4.1.3. Mercado de Destino: NAFTA........................................................................
113
4.1.4. Mercado de Destino: Europa........................................................................
115
4.1.5. Mercado de Destino: Ásia ...........................................................................
117
4.1.6. Mercado de Destino: África ..........................................................................
119
4.1.7. Mercado de Destino: Oceania......................................................................
120
4.2. Vantagens Comparativas Reveladas (VCR) .............................................. 122
4.2.1. VCR Mercado de Destino: Mercosul ............................................................
123
4.2.2. Mercado de Destino: NAFTA) ......................................................................
125
4.2.3. Mercado de Destino: Europa........................................................................
126
4.2.4. Mercado de Destino: Ásia ...........................................................................
127
4.2.5. Mercado de Destino: África ..........................................................................
129
4.2.6. Mercado de Destino: Oceania......................................................................
130
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................
132
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................
140
BIBLIOGRAFIAS...................................................................................................
144
APÊNDICES ..........................................................................................................
152
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Exportações Mundiais, Exportações Brasileiras e Participação das
Exportações Brasileiras – 1970 a 2003 (US$ milhões)....................
59
Tabela 2 – Exportações, Importações e Balança Comercial Brasileira – 1989 a
2003 (US$ milhões) .........................................................................
66
Tabela 3 – Volume (US$ milhões) e Taxa Geométrica de Crescimento das
Exportações Brasileiras – por complexo de produtos – 1989 a
2002.................................................................................................
69
Tabela 4 – Participação dos Complexos Agroindustriais nas Exportações
Brasileiras – 1989 a 2002 ................................................................
73
Tabela 5 – Volume e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações
Brasileiras – por Mercados de Destino – 1989 a 2002 ....................
76
Tabela 6 – Participação das Exportações Brasileiras – por Mercados de
Destino – 1989 a 2002.....................................................................
77
Tabela 7 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento das
Exportações Brasileiras para o Mercosul - por Complexo
Agroindustrial – 1989 a 2002 ........................................................... 80
Tabela 8 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento
das Exportações Brasileiras para o Nafta - por complexo
agroindustrial - 1989 a 2002 ............................................................
80
Tabela 9 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento das
Exportações Brasileiras para a Europa – por Complexo
Agroindustrial - 1989 a 2002............................................................
84
Tabela 10 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento
das Exportações Brasileiras para a Ásia - por Complexo
Agroindustrial - 1989 a 2002............................................................
84
Tabela 11 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento
das Exportações Brasileiras para África – por complexo
agroindustrial – 1989 a 2002............................................................
89
Tabela 12 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento
das Exportações Brasileiras para a Oceania – por Complexo
Agroindustrial - 1989 a 2002............................................................
89
Tabela 13 – Volume (US$) e Taxa Geométrica de Crescimento das
Exportações Mundiais – por Mercado de Destino – 1989 a 2002....
92
Tabela 14 –Exportações Mundiais por Mercado de Destino - 1989 a 2002
(Participação - %) ............................................................................
93
13
Tabela 15 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento
das Exportações do Mercosul - por Complexo Agroindustrial -
1989 2002.........................................................................................
97
Tabela 16 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento
das Exportações do Nafta - por Complexo Agroindustrial - 1989 a
2002.................................................................................................
97
Tabela 17 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento
das Exportações da Europa - por Complexo Agroindustrial - 1989
a 2002..............................................................................................
101
Tabela 18 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento
das Exportações da Ásia - por Complexo Agroindustrial - 1989 a
2002.................................................................................................
101
Tabela 19 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento
das Exportações da África - por Complexo Agroindustrial - 1989 a
2002.................................................................................................
104
Tabela 20 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento
das Exportações da Oceania - por Complexo Agroindustrial - 1989
a 2002.............................................................................................. 104
Tabela 21 – Volume (US$) e Taxa Geométrica de Crescimento das
Exportações Mundiais – por Complexo de Produtos – 1989 a
2002.................................................................................................
107
Tabela 22 - Taxas de Crescimento das Exportações Agroindustriais Brasileiras
e Mundiais e Fontes de Crescimento das Exportações
Agroindustriais Brasileiras - por Complexo Agroindustrial (%) -
1989 a 2002.....................................................................................
110
Tabela 23 - Taxas de crescimento das exportações Agroindustriais Brasileiras e
do Mercosul e Fontes de Crescimento das Exportações
Agroindustriais Brasileiras para o Mercosul - por Complexo
Agroindustrial (%) - 1989 a 2002 .....................................................
112
Tabela 24 - Taxas de Crescimento das Exportações Agroindustriais Brasileiras
e do Nafta e Fontes de Crescimento das Exportações
Agroindustriais Brasileiras para o Nafta - por Complexo
Agroindustrial (%) - 1989 a 2002 .....................................................
114
Tabela 25 - Taxas de Crescimento das Exportações Agroindustriais Brasileiras
e da Europa e Fontes de Crescimento das Exportações
Agroindustriais Brasileiras para a Europa - por Complexo
Agroindustrial (%) - 1989 a 2002 .....................................................
115
14
Tabela 26 - Taxas de Crescimento das Exportações Agroindustriais Brasileiras
e da Ásia e Fontes de Crescimento das Exportações
Agroindustriais Brasileiras para a Ásia - por Complexo
Agroindustrial (%) - 1989 a 2002 .....................................................
118
Tabela 27 - Taxas de Crescimento das Exportações Agroindustriais Brasileiras
e da África e Fontes de Crescimento das Exportações
Agroindustriais Brasileiras para a África - por Complexo
Agroindustrial (%) - 1989 a 2002 .....................................................
119
Tabela 28 - Taxas de Crescimento das Exportações Agroindustriais Brasileiras
e da Oceania e Fontes de Crescimento das Exportações
Agroindustriais Brasileiras para a Oceania - por Complexo
Agroindustrial (%) - 1989 a 2002 .....................................................
121
Tabela 29 – Índices de Vantagens Comparativas Reveladas por Complexo de
Produto Selecionado da Agroindústria Brasileira em relação à
Agroindústria Mundial - 1989 a 2002 ...............................................
122
Tabela 30 – Índices de Vantagens Comparativas Reveladas por Complexo de
Produto Selecionado da Agroindústria Brasileira em relação à
Agroindústria do Mercosul - 1989 a 2002 ........................................
124
Tabela 31 – Índices de Vantagens Comparativas Reveladas por Complexo de
Produto selecionado da Agroindústria Brasileira em relação à
Agroindústria do Nafta - 1989 a 2002. .............................................
125
Tabela 32 – Índices de Vantagens Comparativas Reveladas por Complexo de
produto Selecionado da Agroindústria Brasileira em relação à
Agroindústria da Europa - 1989 a 2002 ...........................................
126
Tabela 33 – Índices de Vantagens Comparativas Reveladas por complexo de
produto selecionado da agroindústria brasileira em relação à
agroindústria da Ásia - 1989 a 2002 ................................................ 128
Tabela 34 – Índices de Vantagens Comparativas Reveladas por Complexo de
Produto selecionado da Agroindústria Brasileira em relação à
Agroindústria da África - 1989 a 2002..............................................
129
Tabela 35 – Índices de Vantagens Comparativas Reveladas por Complexo de
Produto selecionado da Agroindústria Brasileira em relação à
Agroindústria da Oceania – 1989 a 2002.........................................
130
15
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Balança Comercial Brasileira, Balança Agroindustrial e Balança dos
Demais Setores da Economia – 1990 a 2002 (US$ milhões) ..........
61
Gráfico 2 – Exportações, Importações e Balança Comercial Brasileira – 1989 a
2003 (US$ mil).................................................................................
67
Gráfico 3 – Participação dos Complexos Agroindustriais nas Exportações
Brasileiras – 1989 a 2002 ................................................................
73
Gráfico 4 – Evolução das Exportações Brasileiras para o Mercosul – por
Complexo Agroindustrial - 1989 a 2002...........................................
81
Gráfico 5 –Evolução das Exportações Brasileiras para o Nafta – por Complexo
Agroindustrial - 1989 a 2002............................................................
81
Gráfico 6 – Evolução das Exportações Brasileiras para a Europa – por
Complexo Agroindustrial - 1989 a 2002...........................................
85
Gráfico 7 – Evolução das Exportações Brasileiras para a Ásia – por Complexo
Agroindustrial - 1989 a 2002............................................................
85
Gráfico 8 – Evolução das Exportações Mundiais – por Mercado de Destino –
1989 a 2002 – (US$ mil FOB)..........................................................
92
16
INTRODUÇÃO
A década de 80 foi considerada a “década perdida” no Brasil. E com
a abertura comercial do mercado nacional ao mercado internacional ocorrida em
1990 iniciou-se um processo de construção de um novo ambiente competitivo com
mudanças profundas e sucessivas em sua dinâmica e estrutura (SOUZA, 2002).
Os produtos produzidos pelas empresas nacionais que até este
período gozavam de privilégios (em sua maioria barreiras tarifárias) frente aos
produtos importados, sofreram um “choque competitivo”, tendo que se readequar em
qualidade e eficiência seguindo parâmetros mundiais. Dentro deste ambiente
competitivo as empresas brasileiras passaram a utilizar estratégias visando o
desenvolvimento de competências técnica e operacional - envolvendo produto,
processo e distribuição.
A primeira metade da década de 90 foi marcada pela especialização
das empresas e a implementação do Plano Real em 1994 houve direcionamento de
foco para atendimento ao mercado interno em virtude do aumento do consumo.
Com a restrição do consumo no mercado doméstico no final da
segunda metade da década de 90, as empresas brasileiras passaram a buscar
novas especializações, principalmente relacionadas ao aumento de competitividade
dos produtos nacionais e ao levantamento e aprimoramento de produtos com
17
maiores vantagens comparativas, tendo como foco o re-direcionando ao mercado
externo, em particular após a implantação do câmbio flexível no início de 1999.
Como conseqüência a década de 2000 surge apresentando
recordes crescentes em exportação e saldos da balança comercial, derivados da
desvalorização competitiva no câmbio, crescimento da economia mundial e do
esforço competitivo das empresas. Até setembro de 2004 o saldo acumulado das
exportações no ano já superou o observado no ano de 2003 e o saldo da balança
comercial entre estes períodos apresenta evolução positiva em mais de 45%
(SECEX, 2004).
O ano de 2003 apresentou evolução ímpar no crescimento das
exportações, ultrapassando em 21% o volume exportado em 2002. Quando
comparado com o ano de 1989 (ultimo ano antes do início da abertura comercial) o
crescimento dos volumes exportados chega à casa dos 112% de crescimento,
atingindo crescimento médio acima de 8,0 pontos percentuais ao ano
1
. A evolução
das exportações apresentou um retrospecto positivo, conduzindo às conclusões
iniciais otimistas relativas à competitividade dos produtos brasileiros no exterior. A
análise comparativa com os dados da evolução das importações revelou que no
mesmo período (1989 a 2003) as importações cresceram aproximadamente 164%,
atingindo uma média de crescimento superior a 11 pontos percentuais ao ano,
quando comparado seu crescimento com os últimos sete anos (1997 a 2003)
observou-se um decréscimo no quantum importado da ordem de quase 30%
(SECEX, 2004).
1
Conforme informações da Tabela 2.
18
Os números referentes aos fluxos de comércio conduzem a uma
investigação mais minuciosa na tentativa de encontrar explicações sobre o
comportamento das exportações, visando verificar quais setores apresentaram
ganhos de competitividade no período e quais verificaram perdas. Ao observarmos o
comportamento das relações de comércio exterior brasileiro ao longo do período
estudado verificamos que o mesmo tem apresentado alta correlação com as
oscilações da taxa cambial (SECEX, 2004). Os problemas a serem analisados são
os determinantes da competitividade dinâmica dos produtos com maior participação
na pauta de exportação.
Um dos setores que tem mais contribuído nesta nova fase de
expansão das exportações brasileiras é o setor da agroindústria. A análise
comparativa da evolução do saldo da balança comercial da agroindústria e do saldo
total da balança permite afirmar que no período analisado o setor não apresentou
déficits em nenhum momento
2
. Os produtos exportados derivados da agroindústria
brasileira representam 41,92% do total das exportações de 2003
3
.
Os principais atores responsáveis pelas exportações do setor
agroindustrial são as cooperativas, que intermedeiam quase todas as ações entre o
produtor brasileiro com o cliente internacional (comprador). Quando se analisa a
evolução das exportações das cooperativas no período compreendido entre 1990 e
2003 observamos uma evolução positiva de quase 200% (196,35%), e ao se
analisar as exportações do período de janeiro a agosto de 2004, em relação ao
2
Conforme Gráfico 1.
3
Conforme informações do Apêndice 1.
19
mesmo período de 2003, o aumento das exportações já é de 67,70% (SECEX,
2004).
Objetivo Geral
Desta forma, a pesquisa tem como objetivo geral examinar o
comportamento das exportações brasileiras de produtos originários da agroindústria
e analisar a competitividade de complexos agroindustriais selecionados, no período
de 1989 a 2002.
O quadro 1 sintetiza os desdobramentos dos objetivos do presente
estudo, apresentando os pontos a serem desenvolvidos, as hipóteses a serem
testadas, assim como as referências que serviram de base para atingir os
resultados.
Objetivos Específicos
Levantar e discutir a evolução da pauta de exportações de
produtos agroindustriais brasileiros, por complexo de produtos, e
por mercado de destino.
20
Levantar a evolução da pauta de exportações de produtos
agroindustriais mundiais, por mercado de destino.
Identificar e discutir as mudanças na pauta de exportações
agroindustriais brasileira, por complexo de produtos e por
mercado de destino.
Identificar e discutir as mudanças na pauta de exportações
agroindustriais mundiais, por mercado de destino.
Calcular as taxas de crescimento das exportações agroindustriais
brasileiras, por mercado de destino, por complexo de produtos, e
identificar seus determinantes.
Calcular as taxas de crescimento das exportações agroindustriais
mundiais, por mercado de destino, e identificar seus
determinantes.
Calcular as taxas de market-share das exportações
agroindustriais brasileiras, por complexo de produtos, por
mercado de destino, e explicar sua evolução.
Calcular as taxas de market-share das exportações
agroindustriais mundiais, por mercado de destino, e explicar sua
evolução.
Identificar e analisar as fontes de crescimento das exportações
brasileiras da agroindústria, por complexo de produtos, em
relação aos mercados de destino.
21
Quadro 1 - Concepção da pesquisa
OBJETIVOS QUESITOS A DESENVOLVER CAPÍ-
TULOS
HIPÓTESES REFERÊNCIAS
a) Levantar a evolução da pauta de exportações de
produtos agroindustriais brasileiros, por complexo
de produtos e por mercado de destino.
b) Levantar a evolução da pauta de exportações de
produtos agroindustriais mundiais, por mercado de
destino.
Valores em US$ das exportações de produtos
agroindustriais por sub-período.
Agrupar os dados em complexos agroindustriais.
Agrupar as exportações por mercado de destino.
c) Identificar e discutir as mudanças na pauta de
exportações de produtos derivados da agroindústria
brasileira, por complexo de produtos e por mercado
de destino.
d) Identificar e discutir as mudanças na pauta de
exportações de produtos derivados da agroindústria
mundial, por mercado de destino.
Observar a evolução (US$ e %) para cada sub-
período analisado.
Observar a evolução (US$ e %) para cada
mercado de destino.
Observar a evolução (US$ e %) para cada
complexo de produtos analisado (Somente
Exportações brasileiras).
e) Calcular as taxas de crescimento das
exportações agroindustriais brasileiras, por mercado
de destino, por complexo de produtos, e identificar
seus determinantes.
f) Calcular as taxas de crescimento das exportações
agroindustriais mundiais, por mercado de destino, e
identificar seus determinantes.
Observar a evolução (US$ e %) para cada sub-
período analisado.
Observar a evolução (US$ e %) para cada
mercado de destino.
Observar a evolução (US$ e %) para cada
complexo de produtos analisado (Somente
Exportações brasileiras).
g) Calcular as taxas de market-share das
exportações agroindustriais brasileiras, por
complexo de produtos, por mercado de destino, e
explicar sua evolução
h) Calcular as taxas de market-share das
exportações agroindustriais mundiais, por mercado
de destino, e explicar sua evolução.
Encontrar os índices de Market-share (em %) por
sub-período analisado.
Encontrar os índices de Market-share (%) em
cada mercado de destino
Encontrar os índices de Market-share (%) em
cada complexo de produtos (Somente
Exportações brasileiras).
3
Bonelli (1994)
CONAB (2003 e 2004)
EMBRAPA (2003 e 2004)
FAO (2003 e 2004)
Frischtak e Pessoa (2000)
IBGE (2003 e 2004)
Jayme Jr (2002)
MAPA (2003 e 2004)
Moreira (2000)
Motta Veiga (2000)
Motta Veiga et all (1999)
SECEX (2003 e 2004)
i) Identificar e analisar as fontes de crescimento das
exportações brasileiras da agroindústria, por
complexo de produtos em relação aos mercados de
destino.
Decompor as exportações brasileiras de acordo
com o modelo CMS.
Identificar as fontes de crescimento das
exportações para cada sub-período analisado.
Identificar as fontes de crescimento das
exportações em relação a cada mercado de
destino.
2 e 4
H0 –
O efeito competitividade é o
principal componente que explica a
evolução das exportações
brasileiras de produtos derivados
do complexo agroindustrial.
H1 - Outros componentes explicam
a evolução das exportações
brasileiras de produtos derivados
do complexo agroindustrial.
Araújo Jr (2000)
Carvalho (1995)
Coutinho (1992)
Coutinho e Ferraz (1994)
Leamer e Stern (1970)
Kupfer (1992)
Porter (1990)
Richardson (1971)
Fonte: Elaborado pelo autor
22
O estudo está organizado em seis partes, incluindo esta introdução,
sendo estruturado da seguinte forma:
No capitulo 1 são apresentadas as principais teorias acerca de
comércio internacional e competitividade, assim como sua evolução e principais
características.
No capítulo 2 são apresentados e discutidos os procedimentos
metodológicos adotados no presente trabalho, assim como os modelos econômicos
que permitem o tratamento e a análise dos dados coletados, esclarecendo suas
variáveis e hipóteses. São apresentadas as metodologias do modelo “Constant-
Market-Share (CMS)” e vantagens comparativas reveladas (VCR), instrumentos
utilizados neste estudo para determinar e analisar as fontes de crescimento e o
padrão de comércio das exportações brasileiras. O modelo CMS decompõe as
fontes de crescimento das exportações em 4 efeitos: crescimento do comércio
mundial, composição da pauta de exportações, destino das exportações e
competitividade. O modelo VCR determina os principais produtos de especialização
da pauta de exportações, assim como indica as transformações ocorridas ao longo
do período estudado.
No capítulo 3 são discutidas a evolução e o desempenho das
exportações dos complexos agroindustriais brasileiros e mundiais, com ênfase nos
produtos de maior representatividade para a economia brasileira agrupados por
complexo de produtos. Nesta abordagem são analisados a composição, participação
23
e o crescimento, comportamento e tendências das exportações brasileiras e
mundiais.
No capítulo 4 são apresentados as análises e realiza-se a
interpretação dos resultados a partir do no cálculo dos modelos CMS e VCR; e,
Na última parte são apresentadas as considerações finais,
conclusões, recomendações e observações do estudo.
24
1 COMÉRCIO INTERNACIONAL E COMPETITIVIDADE
Ao longo deste capítulo serão discutidas as teorias do comércio
internacional, com o objetivo apresentar os motivos da existência do comércio entre
as nações, assim como, os efeitos do comércio na economia de um país e a
evolução do conceito de competitividade internacional.
1.1 Evolução das Teorias de Comércio Internacional
De acordo com Haberler (1979) a teoria econômica sobre comercio
internacional tem origem nas discussões de David Hume que discute o mecanismo
monetário internacional
4
. Adam Smith explica, em sua teoria clássica das vantagens
absolutas
5
, as relações de trocas que existiam entre as nações, em que as mesmas
eram baseadas na eficiência na produção de mercadorias. David Ricardo com sua
Teoria dos Custos Comparativos iniciou, o que foi chamado por Haberler de ‘Teoria
Pura do Comércio Internacional’, e de acordo com esta teoria:
[...] cada país se especializará, em condições de livre comércio, na
produção dos bens que possa fazer relativamente mais barato e
importará os que outros países tenham uma vantagem relativa na
produção (1979, p.05).
4
David Hume em seu livro
Political Discourses
, publicado em 1752.
5
Adam Smith em seu livro A Riqueza das Nações, publicado em 1776.
25
Com este conceito, Ricardo tentava provar que a especialização
internacional era vantajosa para um determinado país, estabelecendo desta maneira
o princípio das vantagens comparativas.
A teoria de Ricardo revela os fatores determinantes do comércio
entre duas nações. Segundo Ricardo, as vantagens comparativas configuradas
pelas diferenças de preços das mercadorias entre duas nações, justificariam as
trocas. Os preços relativos dos fatores de produção são influenciados pelas
diferenças nas dotações dos fatores de produção, e, juntamente com a tecnologia
disponível, as economias de escala, os padrões de consumo e a estrutura de
mercado afetam os fluxos internacionais de mercadorias (KRUGMAN e OBSTFELD,
1999). As limitações da teoria de Ricardo, referem-se principalmente à limitação de
que o trabalho era o único fator que influenciavam nos custos de produção dos
produtos e levaram ao surgimento da Teoria Heckscher-Ohlin (H-O) no início do
século XX, que apresenta outra explicação ao comércio internacional.
Segundo Kenen (1998) na teoria H-O as diferenças de custos de
uma nação para outra são conseqüência de outros fatores, como:
a) Custo dos insumos: pois as matérias-primas se encontram
distribuídas de forma diferente em relação a outros países;
b) As mercadorias são compostas de fatores de produção (natureza,
trabalho, capital), em proporções diferenciadas;
26
c) Existem dificuldades, relativas principalmente às leis de imigração,
para a transferência de mão-de-obra de uma nação para outra,
ocasionando diferenças salariais entre as nações; e,
d) Existem dificuldades, principalmente relacionadas a confiscos, na
transferência de fatores de produção (tecnologia, equipamentos,
entre outros) de um país para outro.
Segundo Carvalho (2000), a teoria Heckscher-Ohlin (H-O) se
assenta em dois teoremas: o teorema de H-O, que trata do padrão do comércio e de
sua previsão, e o teorema da equalização dos preços dos fatores, que se refere aos
efeitos do comércio internacional sobre os preços dos fatores.
De acordo com o teorema da equalização dos preços dos fatores, a
diferença na abundância relativa e os custos dos fatores é a causa da diferença dos
preços relativos das commodities entre as duas nações. Esta diferença nos preços
relativos dos fatores e nos preços relativos das commodities resulta em uma
diferença nos preços absolutos dos fatores e das commodities entre os dois países,
que é a causa imediata do comércio (SALVATORE, 2000).
Desta teoria, Paul Samuelson
6
deriva a teoria da equalização dos
preços dos fatores - Teorema Heckscher-Ohlin-Samuelson (H-O-S), que é o teorema
mais recente sobre comércio internacional, e, mostra que os preços dos fatores de
produção, dadas certas condições, são independentes de suas dotações. O teorema
6
Uma versão sofisticada deste modelo pode ser encontrado em Gandolfo (1994).
27
baseia-se no princípio de que havendo comércio, cada país se especializa na
produção de determinada mercadoria em que possui vantagem comparativa, ou
seja, que possua fator de produção abundante, mais barato, o qual sofre variação
nos preços em função da variação em sua demanda, provocando variação também
no preço da mercadoria.
Segundo Carvalho (1995), o teorema H-O-S baseia-se nas seguintes
hipóteses:
a) concorrência perfeita, grande número de pequenos produtores,
produtos homogêneos, informação perfeita e livre entrada de
produtos no mercado (mobilidade dos fatores no mercado nacional);
b) equilíbrio geral, é suposta a vigência de mecanismos de ajustes
via preços e quantidades, com os preços determinados pela oferta e
demanda;
c) comportamento maximizador dos agentes em face de restrições
orçamentárias;
d) as diferenças nas tecnologias podem ser apresentadas por
funções de produção caracterizadas como contínuas e
diferenciadas, apresentando rendimentos marginais (físico)
decrescentes e sendo consideradas idênticas para cada produto em
qualquer país;
28
e) representa a identidade das preferências dos consumidores de
cada país; e,
f) imobilidade internacional dos fatores produtivos (trabalho e
capital).
Segundo Salvatore (2000), a partir da teoria H-O, surgiram outras
teorias buscando explicar o comportamento recente das relações comerciais entre
países, entre elas, citamos aqui como exemplos:
O modelo de defasagem tecnológica desenvolvido por Posner em
1961 que explica a introdução de novos produtos e processos de
produção como sendo uma grande parte do comércio entre
países industrializados;
O modelo de ciclo de vida do produto (nascimento, maturação e
padronização) desenvolvido por Vernon em 1966, em que parte
do principio que os produtos novos são desenvolvidos e
produzidos primeiramente nas economias mais avançadas, onde
o alto nível de qualificação técnica e grau de exigência do
mercado é mais sofisticado, obtendo vantagens comparativas no
desenvolvimento e produção inicial, para num segundo momento
serem produzidos em larga escala com mão-de-obra menos
qualificada, geralmente em países de terceiro mundo.
29
1.2 Evolução das Teorias de Competitividade
A análise da competitividade tem origem no princípio das Vantagens
Comparativas de Ricardo e, segundo Ferraro, Sereia e Câmara (2003), as primeiras
discussões surgiram no âmbito da Teoria da Organização Industrial no Modelo
Estrutura-Conduta-Desempenho.
As visões econômicas tradicionais que definiam a competitividade
como uma questão de preços e custos - especialmente salários e taxa de câmbio -
estão superadas. Segundo Porter (1989) o conceito de competitividade pode ser
empregado tanto no campo empresarial - competitividade micro-econômica -, quanto
para se referir a países, cidades e regiões – competitividade macroeconômica .
Porter (1989) coloca a existência de outras variáveis além dos
custos baixos de produção, diferenciando seu referencial teórico da Teoria das
Vantagens Comparativas de Ricardo:
Devemos levar em conta as diferentes fontes de vantagem competitiva
em diferentes industrias, em lugar de depender de uma única e ampla
fonte, como custos de mão-de-obra ou economias de escala. Como os
produtos são diferenciados em muitas industrias, devemos explicar
porque as empresas de certos paises são mais capazes de diferenciar
do que outras e não nos concentrar, apenas, nas diferenças de custo.
(PORTER, 1989, p.85).
Segundo Porter (1989) a competitividade passa pela produtividade,
pois esta é a determinante, a longo prazo, do padrão de vida de um país, pois é a
causa fundamental da renda nacional per capita.
30
Segundo Tyson apud Ferraro, Sereia e Câmara (2003b) a
competitividade é a capacidade de produzir bens e serviços bem sucedidos na
competição internacional, enquanto os cidadãos melhoram seu bem estar.
Para Krugman apud Ferraro, Sereia e Câmara (2003) a
competitividade depende da competição, da eficiência, da produtividade e da
maturidade tecnológica, e influenciada pelos seguintes fatores: tecnologia
disponível; eficiência com que ela é utilizada; preços domésticos; insumos de
produção; taxas de câmbio e paridade; distância dos mercados de exportação;
custos portuários e de transportes; estruturas de incentivos e subsídios; barreiras
tarifárias e não tarifárias; qualidade e imagem do produto; e gosto dos
consumidores.
Segundo Coutinho e Ferraz (1994) a competitividade também pode
se embasar em conceitos macro, através de variáveis como: taxa de câmbio,
subsídios e incentivo à exportação e a política salarial, atribuindo grande importância
à desvalorização cambial como forma de ganhar competitividade.
As vantagens competitivas são conquistadas ao nível da firma e as
forças competitivas determinantes da atratividade estrutural a longo prazo de um
setor são: intensidade da rivalidade capitalista, a existência de ameaça de novos
entrantes, as ameaças de substitutos, o poder de negociação com compradores e o
poder de negociação com fornecedores (FERRARO, SEREIA e CÂMARA, 2003).
Assim, a competitividade de um dado setor ou nação seria a soma da
competitividade dos agentes (firmas) que o compõe.
31
Segundo Castro (1991) a competitividade pode ser definida em um
contexto de médio e longo prazos:
[...] a capacidade de um país sustentar e expandir sua participação nos
mercados internacionais e elevar o nível de vida de sua população.
Desta forma, a participação da firma, da industria do país, nos mercados
internacionais – na medida em que reflita sua capacidade de
sustentação de posições conquistadas na esfera da produção e dos
mercados – é um indicador relativamente seguro do grau de
competitividade atingido, o que em geral se relaciona com a contínua
incorporação de progresso tecnológico (CASTRO, 1991, p.557).
Já a expressão competitividade internacional, segundo Araújo Jr.
(2000), popularizou-se no início da década de 80. Antes era um termo técnico usado
eventualmente em estudos sobre desempenho exportador, regimes cambiais ou
outro aspecto do comércio exterior, adquiriu múltiplos significados, em geral
associados aos preços dos produtos exportados, saldo da balança comercial,
indicador de dinamismo da economia na criação de bens de consumo ou técnicas
produtivas, ou a qualidade dos bens oferecidos no mercado, ou ainda o ritmo de
crescimento do país.
Para Horta et alli apud Carvalho (1995) existem três linhas
conceituais relacionadas com a competitividade internacional:
a) o conceito desempenho, que associa a competitividade do país ao
seu desempenho no mercado internacional;
b) o conceito de eficiência, refletindo as características estruturais da
economia, ligado principalmente ao aumento e produtividade; e,
c) o conceito macro, considerando variáveis relacionadas com
decisões de políticas, como subsídios e taxa de câmbio.
32
Coutinho e Ferraz destacam o conceito utilizado pela Comissão da
Presidência dos EUA sobre Competitividade Industrial em 1985:
Competitividade para uma nação é o grau pelo qual ela pode, sob
condições livres e justas de mercado, produzir bens e serviços que se
submetam satisfatoriamente ao teste dos mercados internacionais
enquanto, simultaneamente, mantenha e expanda a renda real de seus
cidadãos. Competitividade é a base para o nível de vida de uma nação.
É também fundamental à expansão das oportunidades de emprego e
para a capacidade de uma nação cumprir suas obrigações
internacionais (COUTINHO e FERRAZ, 1994, p.17).
Muitas vezes o termo competitividade internacional é relacionado
somente ao desempenho no mercado, sendo expresso a partir de indicadores de
participação no mercado (market-share) alcançada por uma nação. Paul Krugman
apud Araújo Jr (2000) critica o uso indevido do termo competitividade, a saber:
imaginar que os países competem entre si tal como corporações transnacionais;
considerar que o superávit comercial seja indicador de competitividade internacional;
e, supor que os níveis de competitividade dependam de investimentos em indústrias
com alto valor adicionado por trabalhador.
Sereia (2001, p.61) afirma que:
[...] o superávit comercial não significa competitividade internacional,
podendo sim significar um indicador de fragilidade econômica
(competitividade espúria) por estar ligado a baixos salários e a políticas
de cunho imediatistas tendo como conseqüência um desajuste social
interno à economia. A competitividade depende do esforço doméstico
em aumentar a produtividade de seus fatores, dependendo muito pouco
do que estiver acontecendo no resto do mundo. Portanto, uma
economia é considerada competitiva quando pelo menos consegue
igualar o seu padrão de eficiência econômica com os padrões vigentes
no resto do mundo (SEREIA, 2001, p.61).
Cuadrado-Roura (1998, p.122) na busca de explicações para as
diferenças de desempenho econômico das regiões, recorre ao conceito de
competitividade territorial:
[...] há companhias competitivas e não-competitivas, mas há também
territórios que são mais competitivos e outros que são menos. Uma
33
companhia é competitiva se pode sobreviver e vencer ou obter uma
vantagem em mercados crescentemente saturados. O sucesso
depende, no nível mais primário, das condições internas de produção
das firmas, organização, e assim por diante, que lhe permitem competir
em dado setor ou espectro produtivo, mas o ambiente externo às
empresas também ajuda a definir sua competitividade.
Territórios em geral, e regiões e cidades em particular, também são
gladiadores na arena da competitividade. Há fatores ou elementos que
são necessários para que as atividades produtivas estejam bem
“localizadas”. Algumas não são simplesmente móveis, como qualidade
ambiental, infraestrutura e redes urbanas. Outras são, na prática,
dificilmente transplantáveis, como a disponibilidade de trabalho
qualificado, sub-contratadores potenciais, centros de pesquisa,
autonomia governamental e assim por diante. A existência desses
elementos e vantagens em dado território torna-o mais atraente para
investimento estrangeiro e produz condições mais favoráveis no sentido
de mobilizar seu potencial endógeno. Em suma, esses elementos
fazem-no mais competitivo (CUADRADO-ROURA, 1998, p.122).
Já, de acordo com Haddad (1996, p.147): “[...] o processo de
crescimento irá depender, principalmente, da capacidade da região em atrair
recursos (financeiros, tecnológicos, institucionais, etc.), nacionais e internacionais,
públicos e privados[...]”, dependendo de uma complexa malha de instituições e de
agentes de desenvolvimento. O conceito da competitividade regional para Haddad
(1996) remete à promoção de um alto desempenho do setor produtivo da região,
incentivando o crescimento econômico, atuando principalmente sobre as variáveis
ao alcance do nível decisório local. O processo de desenvolvimento dependerá, da
capacidade da sociedade local transformar os frutos do crescimento econômico em
instrumentos para combater a exclusão social, promover a eqüidade de
oportunidades, preservar o ecossistema regional.
Segundo Coutinho (1992) a competitividade não advém
simplesmente da dotação de fatores e recursos e dos seus preços relativos, mas,
resulta de estratégias empresariais deliberadas de investimentos, baseadas na
capacitação tecnológica endógena e sistêmica, para produzir com eficiência máxima
e para introduzir novos processos produtos.
34
Negri, Santos e Torres (2000) relacionam competitividade a um
conjunto de parâmetros tecnológicos relativos ao pessoal, aos processos e
equipamentos produtivos e aos métodos de gestão.
Para Possas (1996) o conceito de produtividade ainda é controverso,
existindo vários conceitos. Em grande parte dos trabalhos, o conceito de
produtividade é estático por não considerar a evolução da competitividade
demasiadamente genérica, pois é tratada em nível de conjunto da economia, como
se a importância dos diversos elementos a serem considerados fosse a mesma nos
vários setores da economia.
Para Fajnzylber apud Sereia (2001), a competitividade consiste na
capacidade de um país em manter e expandir sua participação nos mercados
internacionais e elevar simultaneamente o nível de vida de sua população. O autor
também associa a produtividade à competitividade, da forma que, um país torna-se
mais competitivo internacionalmente, quando a produtividade (que está relacionada
ao ritmo dos investimentos, à incorporação de progresso técnico e a pesquisa e
desenvolvimento) cresce em relação à alcançada pelos seus competidores
internacionais.
Segundo Lafay (1989) o sucesso da competitividade de uma nação
está condicionado à dinâmica das empresas em promover inovações em produtos,
métodos de produção e comportamento das nações concorrentes em relação à
média do comportamento internacional.
35
Para Rubel (2002) a competitividade significa a habilidade de uma
empresa em formular e implementar estratégias competitivas que permitam manter
ou mesmo ampliar uma posição de mercado, no longo prazo, não dependendo
apenas da posição de mercado da empresa ou da eficiência do processo produtivo,
mas também da habilidade da empresa em articular os recursos humanos, os
processos, os equipamentos e a gestão para promover inovações, reagindo,
antecipando-se e determinando as mudanças do mercado.
Pinheiro, Moreira e Horta (1992) relacionaram, pelo lado da
demanda, a competitividade do país diretamente à lucratividade das suas atividades
de exportação, aos indicadores de rentabilidade, tais como: as relações entre
câmbio/custo real, câmbio/salário real, taxa de câmbio efetiva real e um indicador de
rentabilidade restrito a subsídios. Pelo lado da demanda, o indicador de
competitividade-preço, relaciona as variáveis relativas dos preços das exportações
do país, aos preços de seus concorrentes no mesmo mercado.
Jank (1996) em sua análise da competitividade do agronegócio
enfatiza sua atenção em questões relativas a preços:
[...] mediante comparação de produtividade e custos unitários, e em
geral dá pouca ou nenhuma importância às estruturas de mercado e aos
fatores de preço ligados ao produto e à forma como ele é
comercializado, (...) dá importância excessiva à competitividade (via
dotação de fatores e tecnologia de redução de custos) e freqüentemente
deixa de lado os produtos agroprocessados e diferenciados (JANK,
1996, p.20-21).
Já Farina e Zylbersztajn (1998, p.10) no estudo da competitividade
de sistemas agroindustriais brasileiros, apresentam algumas definições da forma de
utilização do termo competitividade:
36
Competitividade não tem uma definição precisa. Pelo contrário,
compreende tantas facetas de um mesmo problema que dificilmente se
pode estabelecer uma definição ao mesmo tempo abrangente e útil. Do
ponto de vista das teorias de concorrência, a competitividade pode ser
definida como a capacidade de sobreviver e, de preferência, crescer em
mercados correntes ou novos mercados. Decorre dessa definição que a
competitividade é uma medida de desempenho das firmas individuais.
No entanto, esse desempenho depende de relações sistêmicas, já que
as estratégias empresariais podem ser obstadas por gargalos de
coordenação vertical ou de logística. ( )... Custos e produtividade são
indicadores de eficiência que explicam em parte a competitividade. ( )...
A evolução da participação de mercado reflete a competitividade
passada, decorrente de vantagens competitivas já adquiridas. Reflete,
ainda, a adequação dos recursos utilizados pela empresa aos padrões
de concorrência vigentes nos mercados de que participa e que podem
combinar de maneira diferente variáveis tais como preço, regularidade
de oferta, diferenciação de produto, lançamento de novos produtos, etc.
A capacidade de ação estratégica e os investimentos em inovação de
processo e de produto, marketing e recursos humanos determinam a
competitividade futura, uma vez que estão associados à preservação,
renovação e melhoria das vantagens competitivas dinâmicas. (FARINA
e ZYLBERSZTAIN, 1998, p. 10-11)
Os determinantes da capacidade competitiva de uma empresa
também podem ser estruturados em torno de três conjuntos de fatores (COUTINHO
e FERRAZ, 1994):
(a) Fatores sistêmicos, que envolvem elementos infra-estruturais
(logística e serviços tecnológicos), político-institucionais (política
tributária e tarifária), internacionais (condições de inserção na
economia global), sociais (qualificação de recursos humanos) e
legais regulatórios (normas ambientais, proteção ao consumidor,
defesa da concorrência, proteção da propriedade industrial).
(b) Fatores estruturais, concernentes à configuração da indústria:
grau de verticalização, relações com clientes e fornecedores, escala
de produção, mercado (tamanho, dinamismo e grau de sofisticação),
regime de incentivos e dinamismo industrial (exposição ao comércio
37
internacional, rivalidade entre empresas, mecanismos de
financiamentos).
(c) Fatores empresariais, que se referem a inovação (produto,
processo, fontes de tecnologia), gestão (marketing, vendas,
administração), produção (atualização tecnológica e sistemas de
qualidade), recursos humanos (qualificação e treinamento).
Já Ferraz, Kupfer e Haguenauer (1995) identificaram duas vertentes
para o conceito de competitividade: determinação de uma dada competitividade
revelada, onde é analisada sob o foco de uma empresa ou produto, e seu principal
identificador estaria ligado à participação desta empresa ou produto em dado
mercado (market-share); e a competitividade vista como “eficiência”, sendo seu
principal identificador o potencial de competitividade de um dado setor ou empresa.
Desta forma caracterizam alguns fatores sistêmicos da
competitividade como sendo aqueles que afetam as características do ambiente
competitivo e podem ser decisivos nas vantagens competitivas de um país no
mercado internacional. Entre estes fatores, Coutinho e Ferraz (1994) citam:
a) macroeconômicos, referentes à taxa de câmbio, oferta de crédito
e taxa de juros;
b) político-institucionais, relacionados às políticas tributárias e
tarifárias, regras que definem o poder de compra do Estado e os
esquemas de apoio ao risco tecnológico;
38
c) regulatórios, como as políticas de proteção à propriedade
industrial, de preservação ambiental, de defesa da concorrência e
proteção ao consumidor;
d) infra-estrutura, que tomam por base a disponibilidade, a qualidade
e o custo da energia, transporte, telecomunicações e serviços
tecnológicos;
e) sociais, relativos à qualificação da mão-de-obra, políticas de
educação e formação de recursos humanos, trabalhistas e de
seguridade social, e grau de exigência dos consumidores;
f) Regional, referentes aos aspectos relativos à distribuição espacial
da produção;
g) Internacionais, referentes às tendências do comércio
internacional, os fluxos internacionais de capital, de investimento de
risco e de tecnologia, relações com organismos multilaterais,
acordos internacionais e políticas de comércio exterior.
No entanto, a manutenção de uma vantagem competitiva está muito
ligada a um processo de atualização dinâmica dessa vantagem através de
criatividade e inovação.
39
O conceito de competitividade para o setor privado de acordo com a
Roda da Estratégia Competitiva apresentado por Porter (1989) revela que a
vantagem competitiva de uma empresa é verificada através da integração de todos
os meios disponíveis em torno dos objetivos de uma empresa e sua articulação com
todos seus agentes (stakeholders).
De acordo com Porter (1989) a eficácia operacional, onde o valor
máximo que uma empresa é capaz de proporcionar através do fornecimento de um
certo produto ou serviço, a um dado custo, utilizando os melhores recursos
disponíveis, é condição necessária, mas não suficiente para conquistar uma
vantagem competitiva sustentável. O autor sintetiza ainda que o lema da estratégia
competitiva é ser diferente, escolhendo, de forma deliberada, um conjunto diferente
de atividades para proporcionar um mix único de valores para o cliente, conduzindo
a empresa a uma posição competitiva tanto mais adaptável às flutuações do
ambiente competitivo quanto mais inovadores forem os processos que a originarem.
O papel da inovação dinâmica está diretamente associado à
flexibilidade das reações da empresa às mudanças ambientais, e à própria
promoção dessas mudanças. E a sustentabilidade de um posicionamento
competitivo depende do grau de integração das atividades da empresa em torno da
estratégia escolhida. O principal instrumento é a inovação tecnológica, que depende
de recursos humanos de qualidade e fatores produtivos adiantados, baseados no
conhecimento.
40
Para Porter (1993) a competitividade é originada basicamente a
partir de quatro causas centrais: das vantagens comparativas convencionais; das
economias de escala ou custos de aprendizagem; das vantagens decorrentes das
diferenciações dos produtos; e, do caráter do bem público da tecnologia e das
informações de mercado.
Costa e Arruda (1999) argumentam que a terceira revolução
industrial e o avanço da globalização reforçaram as relações entre competitividade
sistêmica, estreitamente ligada ao bem-estar social (educação, saúde, relações de
trabalho equilibradas, consumo dinâmico de bens com mais tecnologia agregada,
difusão do acesso às informações, comunicações, energia, etc.) e a competitividade
empresarial. Acrescentam, portanto, que, para as empresas, torna-se cada vez mais
importante estarem localizadas em países onde há uma oferta física e com
qualidade adequada dos fatores sistêmicos de competitividade.
Nos estudos da competitividade industrial brasileira Coutinho e
Ferraz (1994) introduzem a noção de competitividade sistêmica para a
competitividade empresarial:
[...] como modo de expressar que desempenho empresarial depende e
é também resultado de fatores situados fora do âmbito das empresas e
da estrutura industrial da qual fazem parte, com a ordenação
macroeconômica, as infra-estruturas, o sistema político institucional e as
características sócio-econômicas dos mercados nacionais (COUTINHO
e FERRAZ, 1994, p.17).
Para Kupfer (1992) em sua análise dos padrões de concorrência e
competitividade, os conceitos de competitividade como desempenho e eficiência não
seriam suficientes, pois ambos medem competitividade em pontos distintos no
tempo. O conceito deveria ser estendido como um fenômeno diretamente ligado no
41
tempo ao processo dinâmico da concorrência que não se esgota em vinculações ex-
ante, medida pela eficiência na produção, ou ex-post, medida pelo desempenho das
exportações, por entender a competitividade como um processo de adequação das
empresas individuais ao padrão de concorrência vigente no mercado específico.
Haguenauer (1989) sintetiza os conceitos de competitividade em
duas vertentes:
a) conceito desempenho: a competitividade é de alguma forma
expressa na participação no mercado (market-share) alcançada por
uma firma em um mercado em um momento do tempo. A
participação das exportações da firma ou conjunto de firmas
(indústria) no comércio internacional total da mercadoria apareceria
como seu indicador mais imediato, em particular no caso da
competitividade internacional.
b) conceito eficiência - competitividade através da relação insumo–
produto praticada pela firma, e está baseada na capacidade da
empresa de converter insumos em produtos com o máximo de
rendimento. A competitividade é associada à capacidade de uma
firma/indústria produzir bens com maior eficácia que os
concorrentes, no que se refere a preços, qualidade (ou a relação
preço-qualidade), tecnologia, salários, e produtividade, estando
relacionada às condições gerais ou específicas em que se realiza a
produção da firma/indústria vis a vis a concorrência.
42
Em suas conclusões Haguenauer (1989, p.13) define a
competitividade como sendo:
[...] a capacidade de uma indústria (ou empresa) produzir mercadorias
com padrões de qualidade específicos, requeridos por mercados
determinados, utilizando recursos em níveis iguais ou inferiores aos que
prevalecem em indústrias semelhantes no resto do mundo, durante um
certo período de tempo (HAGUENAUER, 1989, p.13).
Desta forma, pode-se dizer que a competitividade é a capacidade de
um dado sistema produtivo obter rentabilidade e manter participação de mercado de
maneira sustentada, e, para determinar a competitividade no presente trabalho,
empregou-se o conceito desempenho, utilizando-se do modelo “Constant-Market-
share (CMS)” e o indicador de Vantagens Comparativas Reveladas (VCR) para
qualificar o padrão de eficiência das exportações.
No próximo capítulo são apresentados e discutidos os
procedimentos metodológicos adotados no presente trabalho, assim como os
modelos econômicos que permitem o tratamento e a análise dos dados coletados,
esclarecendo suas variáveis e hipóteses.
1.3 Políticas Protecionistas e Medidas Restritivas ao Comércio
Desde a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC)
resultante da reorganização do Acordo Geral de Tarifas e Preços (GATT) as
43
barreiras não tarifárias
7
vêm ganhando importância como uma nova forma de
proteção aos mercados nacionais. Tem crescido, desde então, o estabelecimento de
restrições como quotas de importação
8
ou tarifárias
9
e a prática de dumping
10
de
preços.
Tyson apud Alem (1999), justifica que a adoção de políticas
protecionistas se baseia nas novas visões da teoria do comércio internacional,
segundo as quais há a possibilidade de um país específico obter vantagens
relativamente aos seus rivais a partir de políticas de incentivos a determinadas
indústrias estratégicas, principalmente, àquelas associadas às tecnologias de ponta.
As barreiras comerciais
11
além de funcionar como instrumento de
proteção do mercado doméstico, apresentam-se hoje, como controladores da origem
e forma de produção, obrigando os países exportadores a especializarem-se não só
em qualidade e produtividade (preços menores), mas, sim, em cuidados ambientais,
regras trabalhistas, saúde pública e responsabilidade social, entre outros fatores.
7
Barreiras não tarifárias: Também conhecidas como restrições não-tarifárias. São aquelas medidas de caráter
administrativo, financeiro, cambial, técnico e ou ambiental, mediante as quais um país impede ou dificulta a
importação. Podem ser: leis, regulamentos, políticas ou práticas de um país; Restrições Quantitativas;
Licenciamento de Importações; Procedimentos Alfandegários; Medidas Anti-Dumping e Compensatórias
(MDIC, 2004).
8
Quotas de Importação: Limite à entrada de um produto importado no país. Em geral, esse limite é fixado em
termos quantitativos (físicos) (MDIC, 2001).
9
Quotas Tarifárias: Tarifa de importação que contempla dois estágios. As importações realizadas até o limite da
quota (importações intra quota) estão sujeitas a uma tarifa inferior àquela aplicada sobre as importações
realizadas acima do limite da quota (importações extra quota). As quotas são determinadas, em geral, em termos
quantitativos (MDIC, 2001).
10
Dumping: Ato de vender um produto a preço inferior ao preço considerado normal, por exemplo, abaixo do
preço praticado no mercado doméstico da firma exportadora (Para uma melhor descrição da definição de
dumping
, veja o Acordo Antidumping da OMC). O
dumping
é uma prática de comércio considerada desleal na
medida em que desloca do mercado os demais produtores em decorrência da prática de preços irrealistas, sendo
combatida através da imposição de
direitos antidumping (MDIC,
2001).
11
Barreiras Comerciais: Podem ser entendidas como qualquer lei, regulamento ou política, medida ou prática
governamental que restrinja ou distorça o comércio internacional (MDIC, 2001).
44
Em função da diversidade de segmentação de que é constituído o
setor agroindustrial, as nações desenvolvidas impõem pressões econômicas nos
países em desenvolvimento, conduzindo os processos de negociação de barreiras
tarifárias
12
, não tarifárias, técnicas
13
e de prestação de serviços
14
. Existe, porém, o
estabelecimento de acordos que têm favorecido o comércio internacional de
commodities, como o Acordo de Aplicações de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias,
conhecido como o Acordo SPS, que estabelece regulamentos sanitários,
fitossanitário e de saúde animal
15
(OLIVEIRA, 2004).
Neste sentido, diversos estudos, citando principalmente os
desenvolvidos pela Funcex – Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior,
são desenvolvidos com o objetivo de melhorar o nível de informação sobre
mercados internacionais e o nível de barreiras a serem enfrentadas. Dentre seus
estudos, destacamos o estudo da MDIC (2001), que teve como foco a identificação e
sistematização das barreiras impostas às exportações brasileiras. Foram
selecionados os 15 principais parceiros (paises) comerciais internacionais do Brasil,
excluindo os países do Mercosul e identificadas barreiras às exportações brasileiras
de bens e serviços nestes paises.
12
Barreiras Tarifárias: São caracterizadas pela aplicação de um imposto de importação bem elevado que
praticamente inviabiliza a importação de um produto. Ex: para a importação, no Brasil, de compressores
herméticos para refrigeração, aplicar um imposto de importação de 45% sobre o valor da mercadoria mais o frete
e o seguro (MERCOSUL, 2004).
13
Barreiras Técnicas: Barreiras comerciais derivadas da utilização de normas ou regulamentos técnicos não-
transparentes e/ou não-embasados em normas internacionalmente aceitas ou, ainda, decorrentes da adoção de
procedimentos de
avaliação e de certificação de conformidade
não-transparentes e/ou demasiadamente
dispendiosos, bem como de inspeções excessivamente rigorosas (MDIC, 2001).
14
Barreiras de Prestação de serviços: Normas e regulamentos de acesso de serviços. Tais como: número de
prestadoras em determinado país, condições específicas para atuarem em seu mercado, e testes de necessidade
econômica (MDIC, 2004).
15
Regulamentos sanitário, fitossanitário e de saúde animal: Regulamento técnico relativo à qualidade, higiene e
saúde dos vegetais e animais, instituído com o objetivo de garantir a qualidade dos alimentos consumidos pela
população de um país e evitar a difusão de pestes e doenças (MDIC, 2001).
45
Alguns estudos apontam também para aspectos relacionados a
barreiras internas. Miranda (2001) apresentou fatores relativos a barreiras para
exportações agropecuárias, observando dificuldades internas (relativas ao próprio
país – Brasil) e externas. Os principais fatores citados como dificuldades internas
são: dificuldade de acesso a linhas de financiamento, variáveis de política
macroeconômica, como taxas de juros doméstica e de câmbio e a burocracia
brasileira. As principais dificuldades externas relacionam-se principalmente com: a
burocracia, barreiras não tarifárias, barreiras de importação, tarifas sanitárias e
fitossanitárias, sistema complexo de preços (no caso do mercado chinês) e período
muito longo de negociação (mercado japonês).
Sereia (2001) em suas explicações cita ainda inúmeros outros
aspectos que influenciam as variações no volume de exportações de um país ao
longo de um período, tais como:
Alterações nos padrões de oferta e demanda interna;
Alterações nos padrões de oferta e demanda dos mercados
analisados;
Ações de política econômica interna;
Crises Econômicas Internas;
Crises econômicas mundiais;
Reduções de tarifas internacionais para commodities;
Abrandamento da política comercial internacional;
Redução da oferta de commodities dos países desenvolvidos;
Abertura comercial brasileira no início dos anos 90;
Redução de tarifas para importação;
46
Política de câmbio flexível;
Crescimento da economia mundial (a partir de 1994)
Aumento dos preços das principais commodities a partir de 1994;
Recessão brasileira a partir de 1995;
Sobre-valorização cambial brasileira a partir de 1995.
Os fatores mencionados neste tópico interferem, influenciando direta
e/ou indiretamente, os volumes de exportação de um determinado país, de acordo
com sua própria conjuntura, a conjuntura do país de destino destas exportações e as
regras estabelecidas entre os dois países. Não se pretendeu neste trabalho discutir
os fatores que foram responsáveis e/ou interferiram nas exportações entre Brasil e
quaisquer um dos mercados de destino analisados, visto que uma análise desta
magnitude só seria possível a partir de um estudo onde os mercados de destino
seriam formados por países e não por grupos de países, da forma como se propõe o
presente trabalho. Outrossim, não pretendeu-se também esgotar as discussões
acerca dos fatores que influenciam a evolução e desempenho das exportações, mas
sim apresentar uma rápida discussão acerca da complexidade de fatores com que
as exportações brasileiras enfrentam no exterior.
47
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a análise do desempenho e da estrutura de exportações
brasileiras e, de acordo com Cooper e Schindler (2003) é necessária a definição de
alguns padrões.
Quanto ao Período de Análise (tempo)
A pesquisa é ocasional, sendo realizada uma única vez. E tem
caráter longitudinal englobando o período 1989 a 2002. O modelo CMS necessita da
fixação de períodos de análise entre pontos discretos no tempo. Levando em
consideração que a estrutura de exportações mundiais de um país sofre alterações
ao longo do tempo, e visando a minimização de reflexos relativos às mudanças
econômicas, será estabelecida uma sub-divisão no período proposto para análise
(1989 a 2002), de forma que sejam respeitados momentos importantes da economia
brasileira. O emprego de médias objetiva atenuar problemas que poderiam ser
causados por mudanças de grandes magnitudes que ocorrem quando se
consideram dados anuais. Nunca é demais lembrar que resultados de comparações
intertemporais podem ser significativamente alterados de acordo com a escolha das
épocas base e atual. O indicador VCR para efeito de análise complementar
respeitará a periodização estabelecida para o modelo CMS.
48
Desta forma, neste estudo serão considerados quatro sub-períodos,
onde, os dois primeiros representando quatro anos e os dois últimos três anos,
sendo denominados da seguinte forma:
a) Sub-período I 1989 a 1992 – período inicial, representando a
estrutura das exportações no período que corresponde à abertura
comercial e antes do Plano Real;
b) Sub-período II - 1993 a 1996 – segundo período, representando a
reestruturação das exportações no período de transição para o plano
de estabilidade (REAL) e a manutenção do cambio fixo;
c) Sub-período III - 1997 a 1999 – terceiro período, representando o
comportamento das exportações durante as crises financeiras
internacionais e a flexibilização do regime de câmbio brasileiro,
embora valorizado;
d) Sub-período IV - 2000 a 2002 – quarto período, representando o
período de crescimento das exportações e câmbio brasileiro
desvalorizado.
49
Quanto ao Mercado de Destino
De acordo com Carvalho (1995), os estudos nesta área têm
considerado o mercado mundial como mercado de destino ou algum subconjunto
que represente mais apropriadamente a competição enfrentada pelo país.
As exportações brasileiras são comercializadas nas grandes regiões
e/ou blocos econômicos, embora apresentem presença maior em alguns mercados.
As bases de dados que são utilizadas para o desenvolvimento deste estudo
(ALICEWEB e FAO) diferem quanto ao agrupamento de paises segundo o conceito
de bloco econômico. Optou-se então por considerar os principais mercados
continentais e/ou blocos econômicos importadores dos produtos brasileiros, como
segue abaixo, e que neste estudo serão denominados MERCADO DE DESTINO:
a) Mercado de Destino: MERCOSUL – engloba os países que
compõem o MERCOSUL (Mercado comum do Sul), exceto o Brasil;
b) Mercado de Destino: NAFTA – engloba os países que compõem o
NAFTA (North América Free Trade Agreement ou Acordo de Livre
comércio da América do Norte)
c) Mercado de Destino: EUROPA – engloba todos os países do
continente Europeu.
d) Mercado de Destino: ÁSIA – engloba todos os países do
continente Asiático.
50
e) Mercado de Destino: ÁFRICA – engloba todos os países do
continente Africano.
f) Mercado de Destino: OCEANIA – engloba todos os países do
continente Oceânico.
g) Mercado de Destino: MUNDIAL – engloba os países componentes
dos seis mercados de destino anteriores: Mercosul, Nafta, Europa,
Ásia, África e Oceania.
Quanto aos Produtos Selecionados (Complexos Agroindustriais)
Os produtos considerados para aplicação do modelo “Constant-
Market-Share” (CMS) e o indicador de Vantagens Comparativas Reveladas (VCR),
descritos no capítulo 5, são aqueles que apresentam maior freqüência no complexo
agroindustrial brasileiro, e que, no somatório, representam em torno de 80% do total
da pauta de exportação brasileira de produtos agroindustriais.
Dessa forma são considerados os seguintes grupos de produtos
agroindustriais (de acordo com a metodologia adotada pela CONAB): Açúcar, Café,
Carnes, Couro e Peles, Laranja, Madeira e Soja, que neste estudo serão
denominados de COMPLEXOS.
51
O Complexo Couros e Peles foi descartado das análises em virtude
da impossibilidade de conciliação dos dados obtidos junto ao sistema de
informações ALICEWEB e no sistema de informações da FAO.
Quanto ao Objetivo
A pesquisa é Causal: pois serão coletados dados com a intenção de
mostrar que uma variável causa ou determina o valor de outras variáveis, ou seja, a
evolução (crescimento) das exportações é determinado pelo efeito fonte de
crescimento das exportações, decompostos em 4 variáveis:
1) crescimento do comércio mundial;
2) crescimento da pauta de exportações;
3) destino das exportações; e,
4) competitividade.
Também a presente pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa
aplicada, pois está baseada e orientada para solução de um problema prático,
identificar o desempenho das empresas agroindustriais no setor externo no período
1989/2002.
52
Quanto à Procedência dos Dados
Serão utilizados dados secundários consultados em periódicos
oficiais que abordam temas relativos ao comércio exterior e ao setor agroindustrial,
disponíveis em órgãos do Governo como: Ministério do Desenvolvimento da
Industria e comércio Exterior (MDIC), Secretaria de comércio Exterior (SECEX),
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Companhia Nacional
de Abastecimento (CONAB), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(EMPRAPA), Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Food And Agriculture
Organization the United Nation (FAO), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), via internet ou através de visita e consulta às bibliotecas identificando
documentos e pesquisas realizadas por esses órgãos.
Objetivando-se minimizar distorções relativas a diferentes
codificações de padronização de produtos utilizada pela SECEX e FAO, os produtos
foram agrupados em complexos de acordo com o método utilizado pela CONAB.
É importante lembrar que a competitividade relaciona-se também
com os preços relativos dos produtos exportados: diminuições no preço de um bem
exportado pelo país em relação ao de um concorrente, proporciona aumento da
demanda, podendo haver alterações em Market-share para este país. Visando
minimizar essas distorções optou-se por empregar valores em dólar corrente no
presente estudo.
53
Quanto à Natureza das Variáveis
A pesquisa é Quantitativa: pois os dados coletados são submetidos
a análises estatísticas formais.
2.1 Modelos de Competitividade Internacional
Ao longo deste item serão discutidos os modelos que permitem
verificar os fatores que tiveram influência no desempenho das exportações dos
produtos da agroindústria brasileira ao longo do período estudado.
O principal modelo utilizado para identificar a competitividade das
exportações é o modelo “Constant-Market-Share (CMS)”, que tem sido aplicado em
outros estudos de análise do comportamento das exportações, como em Leamer e
Stern (1970), Richardson (1971) e no período mais recente Carvalho (1995), Stalder
(1997) e Sereia (2001). Ele será utilizado para analisar as variações de
comportamento e de competitividade das exportações brasileiras.
Da mesma maneira torna-se importante a verificação da estrutura de
exportações e o padrão de especialização internacional em que está baseada,
quanto ao tipo de produto exportado. Para tanto, adotaremos o indicador de
Vantagem Comparativa Revelada (VCR) das exportações.
54
2.1.1 O Modelo Constant-Market-Share (CMS)
O modelo CMS foi desenvolvido visando explicar e analisar o
comportamento e a competitividade das exportações. A hipótese implícita do
modelo, de acordo com Sereia (2001), é que o país aumenta sua participação no
comércio mundial, ou cresce acima da média se suas exportações:
a) Estão concentradas em mercadorias para as quais as demandas
crescem mais rapidamente;
b) São destinadas a mercados/países cuja demanda cresce
relativamente mais rápido;
c) Estão se beneficiando de outros ganhos de competitividade, além
dos mencionados.
De forma geral, o método atribui o crescimento favorável ou
desfavorável das exportações de um país tanto a sua estrutura de exportações
quanto a sua competitividade. A pressuposição do modelo é que, mantida constante
a parcela de exportação de um país no mercado mundial, a diferença na variação
verificada atribui-se à competitividade.
Desta forma, de acordo com Carvalho (1995) as variações no
quantum exportado de um país podem ser decompostas pelo modelo CMS em
quatro efeitos:
55
crescimento do comércio internacional;
composição da pauta de exportações;
destino das exportações; e,
a competitividade.
Através do modelo é possível efetuar análises por componentes e
pelo comportamento do produto no mercado de destino, facilitando a identificação de
mercados onde o país é mais competitivo.
A forma mais simples do modelo CMS foi definida através das
abordagens de Leamer e Stern (1970), Richardson (1971). Estudos mais recentes
como Carvalho (1995), Stalder (1997) e Sereia (2001) definem como:
S q/Q = f’(c/C) f’ > 0 (1)
sendo:
S = parcela de mercado de um país Z como função de sua competitividade relativa;
q, Q = quantidades exportadas totais do país Z e do mundo, respectivamente;
c, C = competitividade do pais Z e do mundo, respectivamente.
Derivando em relação ao tempo e rearranjando os termos tem-se:
dq/dt S(dQ/dt) + Q (dS/dt)
• • •
q SQ + QS
56
• •
q SQ + Q f’ [d(c/C)/dt]
• • •
q SQ + Q f’(c/C) (2)
onde:
q = variação na quantidade exportada totais do país Z;
SQ = o efeito crescimento das exportações mundiais, representa a variação ocorrida
desde que mantida a parcela de mercado;
QF(c/C) = o efeito competitividade, representa o crescimento adicional causado
pelas mudanças na competitividade relativa.
Um modelo CMS mais complexo leva em consideração a estruturas
de exportação de um país, que mesmo na ausência de mudanças na
competitividade relativa, pode estar afetando o comportamento das exportações ao
longo do tempo. As exportações podem estar concentradas em produtos cuja
demanda está crescendo mais rapidamente ou destinando-se à regiões de
crescimento mais dinâmico e vice-versa.
Deste modo, a identidade (1) temos:
S
ij
q
ij
/Q
ij
= f
ij
(c
ij
/C
ij
), f
ij
> 0,
Onde:
57
i = produto;
j = mercado de destino.
O crescimento total das exportações passa a ser dado pela expressão:
q ∑∑S
ij
Q
ij
+ ∑∑Q
ij
S
ij
i j i j
Que expandindo, torna-se:
• •
q SQ + [S
i
Q
i –
SQ] + [∑∑S
ij
Q
ij
- S
i
Q
i
] + ∑∑Q
ij
S
ij
(3)
i i j i
(a) (b) (c) (d)
onde:
(a) = efeito do crescimento das exportações mundiais;
(b) = efeito produto;
(c) = efeito mercado; e,
(d) = efeito competitividade.
A formulação específica do modelo CMS para este trabalho
considera como variável básica o valor das exportações e as estimativas referem-se
a pontos discretos no tempo.
Partindo do modelo básico, com exportações não-diferenciadas por
mercadorias e regiões, tem-se a identidade:
58
V*..-V.. rV..+ (V*.. - V.. – rV..) (4)
(a) (b)
em que:
V.. = valor total das exportações do país Z, período 1;
V*.. = valor total das exportações do país Z, período 2; e,
r = incremento das exportações mundiais do período 1 para o período 2.
A variação das exportações do país Z de um período a outro, está
associada à variação das exportações mundiais (a) e a um efeito residual atribuído à
competitividade (b).
Como as exportações compõem-se de um conjunto diverso de
produtos tem-se para o i-ésimo produto uma expressão análoga à (4):
V*
i
.- V
i
. r
i
V
i
. + (V*
i
. - V
i
– r
i
V
i
.)
Sendo:
V
i
. = valor total das exportações do produto i do país Z, período 1;
V*
i
. = valor total das exportações do produto i do país Z, período 2; e,
r
i
= incremento das exportações mundiais do produto i do período 1 para período 2.
Esta expressão pode ser agrupada em:
V*.. - V.. r
i
V
i
. + (V*
i
. - V
i
– r
i
V
i
.)
59
V*.. - V.. (rV..) + (r
i
– r)V
i
. + (V*
i
. - V
i
- r
i
V
i
.) (5)
Finalmente, considerando a diferenciação das exportações também
por destino, chega-se à equação de CMS para um tipo particular de mercadoria e
uma região particular de destino:
V*
ij
– V
ij
r
ij
V
ij
+ (V*
ij
– V
ij
– r
ij
V
ij
)
Sendo:
V
ij
= valor total das exportações do produto i do país Z, para o país j, período 1;
V*
ij
= valor total das exportações do produto i do país Z, para o país j, período 2; e,
r
ij
= incremento das exportações mundiais do produto i para o país j do período 1
para o período 2.
Da mesma forma essa equação pode ser agrupada em:
V*.. - V.. ∑∑r
ij
V
ij
+ ∑∑(V*
ij
– V
ij
– r
ij
V
ij
)
i j i j
V*.. - V.. rV.. + (r
i
– r)V
i
+ ∑∑(r
ij
– r
i
)V
ij
+ ∑∑(V*
ij
– V
ij
– r
ij
V
ij
)(6)
i i j j j
(a) (b) (c) (d)
Desta forma a taxa de crescimento das exportações pode ser
decomposta em 4 efeitos: (a) e (b) relacionados a fatores externos e (c) e (d) a
fatores internos, em que:
60
(a) = efeito crescimento do comércio mundial; incremento observado
se as exportações do pais Z tiverem crescido à mesma taxa do
crescimento do comércio mundial;
(b) = efeito composição da pauta de exportação; mudanças na
estrutura da pauta com concentração em produto com crescimento
de demanda mais ou menos acelerado;
(c) = efeito destino das exportações; mudanças decorrentes de
exportações de produtos para mercados de crescimento mais ou
menos dinâmicos.
(d) = efeito residual, representando a competitividade; refletindo a
diferença entre o crescimento atual e o crescimento que teria
ocorrido nas exportações do país Z, se sua parcela de exportações
de cada bem para cada país, tivesse sido mantida.
Explicações adicionais sobre os efeitos capazes de explicar o
comportamento das exportações:
61
O efeito pauta de exportações (b):
(r
i
– r)V
i
.
i
Se as exportações mundiais do produto i aumentarem mais que a
média mundial para todas as mercadorias exportadas, (r
i
– r) é positivo e tornará
forte esse efeito se V
i
for relativamente grande, ou seja, o efeito composição da
pauta será positivo se as exportações do pais Z estiverem concentradas no produto
de maior expansão ou quando a taxa de crescimento for superior à média mundial.
O efeito destino das exportações (c):
∑∑(r
ij
– r
i
) V
ij
i j
Será positivo se o país Z tiver concentrado suas exportações em
mercados que experimentaram maior dinamismo no período analisado e negativo se
concentrado em regiões mais estagnadas.
O efeito competitividade (d):
∑∑(V*
ij
– V
ij
– r
ij
V
ij
)
j j
62
A diferença entre o crescimento das exportações verificadas pelo
modelo CMS e o crescimento efetivo das exportações é atribuída ao efeito
competitividade. A medida deste efeito está relacionada com mudanças nos preços
relativos. Desta forma, quando um país deixa de manter sua parcela no mercado
mundial, o termo competitividade torna-se negativo e indicam preços aumentando
para o país em questão, em proporções maiores que os preços de seus
competidores.
Os preços relativos quando tomados como medida de
competitividade relativa, a relação básica inicial (1), (S q/Q = f’(c/C), fica associado
à elasticidade de substituição, que representa a capacidade de uma mercadoria
exportada por um determinado país substituir uma mercadoria similar exportada por
outro país concorrente na curva de indiferença do país importador. Há, no entanto
outros fatores, além dos preços relativos, que podem interferir na atratividade
relativa pelas exportações de um país, e que podem estar compreendidos dentro do
resíduo de competitividade embora não sejam explícitos.
Leamer e Stern (apud STALDER, 1997) apresentam outros fatores
que, juntamente com os preços relativos, compõem o resíduo de competitividade,
entre eles: melhoria da qualidade e do desenvolvimento de novas exportações;
incremento na eficiência do marketing ou em termos de financiamento de vendas; e
habilidade para atender com prontidão as vendas.
Segundo Stalder (1997) os principais fatores relativos à origem dos
efeitos que influenciam os preços de oferta das exportações de um país comparado
63
a seus competidores são: taxas de crescimento dos fatores disponíveis; resposta de
oferta doméstica e da exportação a essas alterações; taxas de produtividade;
características dos mercados importadores quanto ao seu crescimento e taxa da
inflação monetária. E, em análises de séries temporais dificilmente se consegue
isolar esses fatores.
Quando se define “Market-Share” como valor exportado, um efeito
competitivo, tanto positivo quanto negativo, pode ser consistente com a queda dos
preços relativos, dependendo do valor absoluto da elasticidade de substituição. Isso
pode ser percebido, a partir da definição empírica da elasticidade de substituição no
ponto da maximização da utilidade com restrição orçamentária:
σ = d(q1/q2) . p1/p2
d(p1/p2) q1/q2
σ = d log (q1/q2)
d log (p1/p2)
em que:
σ = elasticidade de substituição
q1/q2 = relação de substituição, e
p1/p2 = relação de preços.
64
Com base nessa definição, um país ampliaria sua parcela de
mercado à medida que as quedas de preços relativos fossem proporcionalmente
menores que o aumento da quantidade relativa comercializada.
Leamer e Stern (1970), Richardson (1971) e Bonelli (1994),
apresentam outras questões relativas à competitividade:
a) à distorções, no que tange à participação de um país considerado
pequeno, que devido a condições internas pode não conseguir
manter sua parcela no mercado dado o aumento rápido do país
importador, tornando-se menos competitivo, frente a um grande país
com parcelas de exportações inalteradas porque participa em
mercados estagnados.
b) ao resíduo, argumentam que está associado às taxas diferenciais
de aumento temporário ou permanente de preços das exportações.
c) as variações do efeito residual podem ser associados a fatores
exógenos: a ganhos de preços internacionais, padrões de demanda,
mudanças de costumes, preferências e políticas de comércio.
d) A fatores endógenos relacionados à evolução da taxa cambial, a
taxas diferenciais e melhoria de qualidade, capacidade de venda a
mercados internacionais, desenvolvimento de novas exportações,
melhorias e ganhos de eficiência de marketing ou financiamento das
65
vendas para exportações, mudanças relativas na habilidade e
rapidez no atendimento de encomendas.
Carvalho (1995) destaca a inexistência de consenso acerca da
interação dos diferentes fatores que compõem o efeito competitividade. Horta et alii
(apud Carvalho, 1995) apresentam três linhas conceituais relativas a competitividade
internacional:
O conceito desempenho associa a competitividade do país
diretamente a seu desempenho no mercado internacional;
O conceito macro considera variáveis relacionadas com decisões
políticas, como subsídios e taxas de câmbio; e,
O conceito eficiência reflete características estruturais da
economia (aumentos de produtividade).
Sereia (2001) discute ainda a ambigüidade dos resultados do efeito
competitividade e as dificuldades em construir indicadores apropriados, visto que os
mesmos nem sempre são passíveis de identificação, quando confrontados e
apresentados em séries longas.
Logo, há dificuldade em identificar os fatores que estão subjacentes
ao conceito de competitividade, visto que não há na literatura um consenso em
termos de definição. Diante disto, este trabalho considera na forma absoluta o
conceito de desempenho da competitividade internacional, ou seja, o efeito
competitividade é quantificado sem envolver a identificação dos fatores explicativos
desse indicador.
66
2.1.2 Indicador de Vantagens Comparativas Reveladas (VCR)
As exportações dos complexos agroindustriais brasileiros estão
estabelecidas de acordo com um padrão de inserção no comércio internacional. Em
virtude dos níveis de diversificação da pauta de exportações, torna-se importante,
portanto, verificar como se caracteriza essa estrutura, ou seja, em que padrão de
especialização internacional está baseada, quanto ao tipo de produto exportado.
Para tanto, proceder-se-á ao calculo do indicador de Vantagem
Comparativa Revelada (VCR) das exportações do complexo agroindustrial brasileiro,
calculado de acordo com Balassa (apud NONNENBERG, 1995), Carvalho (1995) e
Sereia (2001), que definiu o índice como:
(I
(x)
P
(i)
= (X
p
i
/ X
p
m
) / (X
w
i
/ X
w
m
)
onde:
X
p
i
/ X
p
m
= é a parcela das exportações do produto i (X
i
) nas exportações totais da
agroindústria (X
m
) do país considerado (p); e,
X
w
i
/ X
w
m
= é a parcela da exportação mundial do produto i (X
w
i
) nas exportações
mundiais de produtos da agroindústria (X
w
m
).
O país tem vantagem comparativa com determinado produto,
quando (I
(x)
P
i
) for superior à unidade (1,0).
67
Este indicador é calculado para cada produto do complexo
agroindustrial, e para cada sub-período analisado, objetivando caracterizar o padrão
de vantagem comparativa do país e sua evolução ao longo do tempo.
No próximo capítulo discute-se a evolução e o desempenho da
pauta de exportações dos complexos agroindustriais brasileiros e mundiais. Nesta
abordagem são analisados a composição, participação e o crescimento,
comportamento e tendências das exportações brasileiras e mundiais.
68
3 EVOLUÇÃO E DESEMPENHO DA PAUTA DE EXPORTAÇÕES DO
COMPLEXO AGROINDUSTRIAL BRASILEIRO
3.1 Considerações Sobre as Exportações Brasileiras Derivadas da
Agroindustria
Ao se observar o desempenho exportador do Brasil verifica-se um
ganho gradual de market-share na década de 70 até 1984, época em que atinge sua
maior participação no mercado internacional, 1,47% do total comercializado
mundialmente. A partir de 1985 são observadas perdas gradativas em market-share,
cuja participação declina a um percentual inferior a 1% do comércio mundial em
quase todos os anos (Tabela 1, p.76).
A falta de estabilidade interna da economia brasileira,
impossibilitando ações de âmbito macroeconômico que pudessem gerar condições
favoráveis a um desenvolvimento progressivo do volume exportado, assim como
ações de caráter microeconômico -relacionados principalmente a fatores relativos ao
desenvolvimento tecnológico, criação de ambiente propício a inovações tecnológicas
e novas formas de organização - foram decisivos para a manutenção da estagnação
neste período.
Sem uma política clara e sem o estabelecimento de prioridades
quanto à melhoria do desempenho exportador brasileiro, muitas ações sinalizaram
69
tanto o estabelecimento de uma política industrial capaz de promover uma indústria
globalmente competitiva, atraindo empresas para setores de alto dinamismo e
agregação econômica, quanto o fortalecimento da capacidade exportadora em
setores nos quais o país já contaria com fortes vantagens competitivas, e poderia
‘alçar vôos’ rumo a mercados globais. Essa ambigüidade colaborou com a
estagnação de nosso setor exportador.
As exportações brasileiras passaram de médias anuais nominais em
torno de US$ 1,6 bilhão (triênio 1964/66), para US$ 33,2 bilhões (triênio 1988/90).
Em meados da década de 60 a participação das exportações brasileiras no comércio
mundial passou de 0,8% para 1,4% em 1984, percentual que não se sustentou e
voltou gradativamente aos atuais 0,9% em 2000/2001 (MOTTA VEIGA, 2000).
Jayme Jr. (2002, p. 02) apresenta alguns argumentos relativos à
evolução das exportações ao longo das décadas de 70 a 90 e suas correlações com
o crescimento econômico neste período:
[...] enquanto na década de 70 o PIB – Produto interno bruto do país
crescia a taxas médias anuais na ordem de 7%, na década de 90 o país
não conseguiu repetir o mesmo desempenho. Já nos anos 80, com a
crise da dívida externa, a economia brasileira estagnou, não
conseguindo reação, mesmo com a mudança da política econômica
adotada através dos vários planos econômicos implementados na
economia brasileira (Cruzado, Cruzado Novo, Cruzeiro, Cruzeiro Real).
Somente com a adoção do Plano Real, em 1994, observamos
crescimento do PIB e da economia, porém, diretamente relacionada ao
aumento do poder aquisitivo da população, e conseqüente ampliação do
mercado doméstico, não gerando reflexos duradouros no que tange ao
desenvolvimento do comércio internacional (JAYME JR. 2002, p.02).
A deterioração da situação macroeconômica e o crescimento da
inflação na segunda metade dos anos 80 comprometeram o desempenho das
exportações, ao passo que determinaram a tendência recorrente à queda das taxas
70
de câmbio reais, a queda das taxas de investimento e o desmantelamento do
aparato institucional e financeiro de apoio às exportações.
A conseqüência foi à perda de dinamismo das exportações do país
ao longo da segunda metade da década de 80 e primeira metade da década de 90,
levando a perdas significativas de market-share nos principais mercados e à
crescente concentração da especialização comercial do Brasil em commodities
intensivas em recursos naturais.
Bonelli (1994) em seu estudo constata a perda de rentabilidade e
competitividade da atividade exportadora a partir de meados dos anos 80:
A partir de 1984, a contribuição do 'efeito competitividade' ao
desempenho agregado das exportações brasileiras torna-se negativa. A
perda de dinamismo das exportações, sobretudo no caso de
manufaturados, interrompe o processo de diversificação da pauta de
produtos e de redução da participação dos produtos de origem
agropecuária (café solúvel, carne bovina industrializada, madeira e
fios/tecidos de algodão). O crescimento observado, na década de 70, da
participação de bens de capital mecânicos e elétricos e de material de
transporte na pauta de exportações também não se sustenta durante a
década de 80 e, sobretudo, na segunda metade desta (BONELLI, 1994,
p.06).
Fasano apud Motta Veiga (2000) também comprova que a
deterioração do desempenho comercial dos produtos manufaturados brasileiros de
fato se iniciou na segunda metade dos anos 80, tendo o Brasil perdido market-share
nos seus principais mercados de exportação, à exceção dos países do Mercosul.
A participação dos manufaturados brasileiros nas importações dos
Estados Unidos, por exemplo, reduziu-se, entre 1985 e 1990, de 1,76% para 1,39%,
ou seja, uma redução de 0,37 ponto percentual, equivalente a 21%, no período. No
mercado do Japão, a participação dos manufaturados brasileiros cai de 1,41% para
71
1,16%, registrando redução equivalente a 17,8 % no período entre 1985 e 1990
(MOTTA VEIGA, 2000).
Frischtak e Pessoa (2000) apontam outros motivos para o
desempenho das exportações brasileiras a partir da segunda metade da década de
80:
O país deixou de ter uma política de exportação voltada para a
conquista de mercados externos, seja em função da euforia do
Plano Cruzado, seja pelo foco quase exclusivo das autoridades
econômicas no controle do processo inflacionário.
O fato de a atividade exportadora ser uma não prioridade relegou
a segundo plano ações imprescindíveis para a competitividade
sistêmica da economia nacional, incluindo uma oferta de infra-
estrutura que permitisse uma integração logística do país com os
mercados globais, um regime tributário compatível com os
requisitos de expansão das vendas externas, e instrumentos
eficazes para a promoção de exportações.
A valorização do real, com a implantação das primeiras medidas
de estabilização em junho e julho de 1994, aliada ao crescimento
do mercado doméstico, levou a uma gradativa perda de
dinamismo do quantum exportador após um período inicial de
rápido crescimento.
72
Forte redução, em 1998, dos preços internacionais das principais
commodities, que atingiu 12,1% em média, motivada pelo
crescimento da oferta mundial e a queda da demanda que se
seguiu às crises russa e asiática.
Moreira (2000) faz um balanço da abertura comercial no início da
década de 90, argumentando que a redução das barreiras comerciais colocou o país
em direção a uma postura mais favorável ao comércio internacional, permitindo
observar de uma maneira mais clara o lado positivo e o negativo do regime anterior.
A substituição de importações permitiu fazer uma mudança estrutural, porém seus
excessos geraram produtos defasados com baixo crescimento da produtividade,
escalas pouco competitivas e queda no desempenho das exportações. Com a
abertura, as deficiências do regime anterior ficaram mais evidentes e provocaram um
movimento no sentido de sua correção.
Os principais resultados derivados da estratégia ao longo da década
de 90 foram: a) as empresas foram colocadas frente-a-frente com a concorrência
internacional, obrigando-as a empreender vigorosos programas de modernização e
especialização, viabilizando ganhos expressivos de produtividade, gerando produtos
com qualidade e preço mais competitivos; b) a pressão da concorrência forçou
também um movimento de reestruturação setorial, privilegiando setores onde o país
é mais produtivo, tendo condições de competir internacionalmente; c) a participação
das importações no consumo doméstico de manufaturados saltou de 5% no final da
década de 80 para 20% em 1998, um nível ainda inferior ao da maioria dos países
industrializados; d) a redução da proteção ao mercado interno também reduziu o
73
viés contra as exportações, que ampliaram a sua participação no total da produção
das empresas industriais, que era de 8,8% em 1989, passando para 15% em 1998.
Moreira (2000) ressalta que a abertura alcançou estes resultados
apesar do contexto macroeconômico desfavorável, concorrendo com fatores que
aumentaram os custos da abertura e reduziram seus benefícios, tais como: elevadas
taxas de inflação que prevaleceram em boa parte do período; baixas taxas de
crescimento da economia, estrutura tributária em cascata; política cambial
desfavorável e deterioração da balança comercial e do balanço de pagamentos no
período, particularmente a partir de 1995.
Martins e Moreira apud Motta Veiga (2000) mostram, porém, que o
problema com as exportações brasileiras na década de 90 não foi de composição de
produtos, como a falta de produtos “dinâmicos” (computadores, semicondutores,
eletrônicos em geral) na pauta de exportações brasileiras, e sim um problema
fundamentalmente de competitividade, refletindo questões como câmbio e
produtividade
16
.
Contudo, Moreira (2000) afirma que o Brasil demonstrou
ingenuidade pela forma como a abertura realizada, como se o comércio internacional
fosse guiado, ainda e apenas, pelas vantagens comparativas das quais falou
Ricardo, e não como sendo bem mais complexo, onde fatores como escala,
aprendizado e financiamento têm um papel tão ou mais importante que as
vantagens comparativas clássicas na explicação dos fluxos de comércio.
16
Ver: Exportações para a OCDE: um problema de composição?
RBCE
nº56- Jul/Set 1998
74
[...] portanto, ao tomar a posição de laissez-faire radical, o país correu o
risco de ter setores-chave para o crescimento deslocado pelo comércio
internacional, não por uma questão de vantagens comparativas clássicas,
mas por aquilo que poderíamos chamar de imperfeições do mercado
internacional (MOREIRA, 2000, p.06).
Motta Veiga (2000) faz um balanço da década de 90 e argumenta
que a mesma não introduz nenhuma alteração profunda em relação ao quadro
herdado dos anos 80, somente a continuação do processo de transformação
estrutural da pauta exportadora, iniciado no final da década de 60.
Tabela 1 – Exportações Mundiais, Exportações Brasileiras e Participação das
Exportações Brasileiras – 1970 a 2003 (US$ milhões)
ANO EXPORTAÇÕES PARTICIPAÇÃO
MUNDIAIS BRASIL %
1970 299.700 2.739 0,9139%
1975 850.700 8.670 1,0192%
1980 1.940.800 20.132 1,0373%
1985 1.872.000 25.639 1,3696%
1990 3.395.300 31.414 0,9252%
1991 3.489.100 31.620 0,9063%
1992 3.730.200 35.793 0,9595%
1993 3.730.700 38.597 1,0346%
1994 4.244.800 43.558 1,0261%
1995 5.079.400 46.506 0,9156%
1996 5.286.500 47.762 0,9035%
1997 5.546.000 52.987 0,9554%
1998 5.384.000 51.139 0,9498%
1999 5.579.000 48.011 0,8606%
2000 6.286.000 55.085 0,8763%
2001 6.023.000 58.222 0,9667%
2002 6.289.000 60.361 0,9598%
2003 7.370.000 73.084 0,9916%
Fonte: Elaborado pelo autor com dados d MDIC/SECEX
A perda de dinamismo e conseqüente market-share é visível ao se
analisar o período de 1990/1996; a participação destes produtos no total das
importações de manufaturados dos Estados Unidos passou de 1,39% para 0,95%,
uma redução de 0,44 ponto percentual, equivalente a 31,7% da participação
observada no primeiro dos dois anos considerados. No caso do mercado do Japão,
75
a queda foi da mesma magnitude (32%) e na Alemanha, ela atingiu 32,7% (FASANO
apud MOTTA VEIGA; MARWALD; CORREIA, 1999).
Outros estudos, como Fonseca e Velloso (1998) e Martins e Moreira
(1998), citados por Motta Veiga (2000) que analisaram os fatores determinantes do
desempenho das exportações brasileiras para países da OCDE ao longo da década
de 90 concluíram que:
As exportações industriais brasileiras perderam mercado na
década de 90 em função de seu desempenho em termos de preço
e de fatores de competitividade não-preço, e não por exportar
produtos cuja demanda internacional revelou-se pouco dinâmica.
No caso dos produtos primários, o desempenho registrado pelos
autores foi “superior ao necessário para manter seu market-share
no comércio internacional”, tendo a exportação destes produtos
crescido 11,2%, entre 1990 e 1995, contra um crescimento médio
das importações da OCDE da ordem de 9% no período.
Para Fonseca e Velloso apud Motta Veiga (2000) a falta de
dinamismo das exportações brasileiras é generalizada e não se deve à sua ausência
nos mercados “dinâmicos”, mas sim à sua falta de competitividade frente às demais
economias: ela é conseqüência da falta de competitividade generalizada dos
produtos brasileiros.
Já o estudo de Motta Veiga; Marwald; Correia (1999, p.10), que
analisa o desempenho exportador do Brasil para o mercado dos EUA na década de
76
90, faz a comparação entre a composição das pautas de exportações para os EUA e
para o mundo, conclui que:
[...] o efeito-composição da pauta, quando avaliado pelo critério de
adequação às características da demanda internacional, não é capaz de
contribuir para explicar o baixo dinamismo das exportações brasileiras
para os EUA, quando comparadas ao desempenho exportador do país
para o mundo. Ao contrário, pelo menos do ponto de vista da adequação
ao dinamismo da demanda, seria de se esperar um desempenho
superior das exportações para os EUA comparativamente ao
desempenho das vendas para o mundo. O mesmo tipo de mensagem é
transmitido pela análise do desempenho exportador do Brasil para os
EUA e para o Mundo, na década de 90, de acordo com a intensidade
tecnológica dos produtos industrializados exportados (MOTTA VEIGA;
MARWALD; CORREIA, 1999 p.10).
Quando se analisa o desempenho da balança comercial por
agrupamentos de produtos (Gráfico 1), observa-se que embora seu desempenho a
partir da segunda metade da década de 90 e início da década de 2000 tenha
apresentado evolução negativa, a balança da agroindústria foi sempre positiva e
apresentou constância.
GRÁFICO 1 - Balança Comercial Brasileira, Balança Agroindustrial e
Balança dos demais setores da economia - 1990 a 2002 (US$ milhões)
-30000
-20000
-10000
0
10000
20000
30000
1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002
PERÍODOS
US$ MILHÕES
Agroindustria Demais Setores TOTAL
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
77
Segundo Motta Veiga; Marwald; Correia (1999) O baixo dinamismo
das exportações para os EUA está mais ligado a: a) perdas de market-share
setoriais determinadas ou impactadas pelo efeito Nafta; b) barreiras tarifárias e não-
tarifárias às exportações brasileiras; e c) outros fatores, como ganhos de
competitividade vinculados a aspectos macroeconômicos (evolução das paridades
cambiais entre o Brasil e seus concorrentes no mercado americano) e a
desempenhos microeconômicos, que provavelmente tiveram papel importante nos
ganhos de mercado registrados pelos concorrentes do Brasil, especialmente a
China, os países asiáticos emergentes e o México.
O período de 96/98 revelou uma aparente retomada do crescimento
das exportações que pode ser explicada através dos ganhos de qualidade e de
produtividade da indústria brasileira a partir do início da década, proporcionados
principalmente pela abertura comercial, maior pressão competitiva em uma
economia em recessão e a introdução de programas como PBQP – Programa
Brasileiro de Qualidade e Produtividade, assim como a introdução de novos métodos
e sistemas de produção.
Porém, nem a desvalorização cambial em janeiro/fevereiro de 1999,
em torno de 30%, conseguiu frear um novo ciclo de retração das exportações
iniciado no ultimo semestre de 1998, em virtude principalmente das consecutivas
crises internacionais. A falta de confiança aliado à baixa perspectiva quanto ao rumo
da economia brasileira fez com que empresas alocadas em território brasileiro
suspendessem novos contratos com o exterior, estagnando as exportações até o
ano 2000.
78
Frischtak e Pessoa (2000) concluem que a ineficiência da expansão
das exportações brasileiras até meados da década de 90 também está ancorada:
a) na ausência de ações voltadas para melhoria da competitividade
sistêmica da indústria;
b) na ausência de políticas que modifiquem a estrutura produtiva do
país;
c) na falta de fortalecimento de bases empresariais em áreas de
maior dinamismo;
d) na ausência de novas formas de financiamento empresariais
voltadas à exportação; e,
e) na escassez de investimentos em ciência e tecnologia, dando
condições competitivas a empresas nacionais.
A partir do ano 2000, ancorada principalmente na agroindústria, a
economia brasileira passa a desfrutar de um novo ciclo de crescimento de suas
exportações, aparentando ser um ciclo com alicerces mais seguros no que tange à
manutenção de novos índices de market-share brasileiro na economia mundial, com
maior diversificação da pauta de exportação para produtos com melhor
competitividade internacional.
79
Motta Veiga (2000) cita ainda inúmeros outros estudos realizados
pela Funcex no final da década de 90 que traçou uma detalhada radiografia do
desempenho das exportações brasileiras na década de 90, em termos de
composição empresarial do universo exportador (ver especialmente MOTTA VEIGA;
MACHADO; CARVALHO, 1998).
As características mais relevantes detectadas por estes estudos, no
plano microeconômico, foram as seguintes:
a) número de empresas exportadoras cresce significativamente
entre 1990 e 1993, mas se estabiliza a partir daí;
b) empresa de pequeno porte e de alguns estados apresenta queda
não-desprezível.
c) crescente concentração das exportações nas faixas de valor mais
elevado: grandes exportadores (vendas acima de US$ 20
milhões/ano) responderam, em 1996, por 73,8% das exportações
totais, participação que, em 1993, era de 68,6%.
d) a participação de pequenos e médios exportadores (até US$ 3
milhões/ano) na pauta cai, entre 1993 e 1996, cerca de 20%.
e) o crescimento das exportações brasileiras, entre 1993 e 1996, é
atribuível ao desempenho dos grandes exportadores: o desempenho
deste grupo explica 96,1% daquele crescimento; e
80
f) associação positiva entre continuidade na atividade exportadora e
tamanho do exportador: em 1996, 93% das exportações efetuadas
na faixa superior a US$ 50 milhões/ano eram feitas por exportadores
contínuos.
Já a partir de 2003 o Brasil experimentou uma evolução ímpar no
seu comércio exterior. Como se pode observar na Tabela 2, enquanto em 2001 a
balança comercial fechou o ano equilibrada, com baixo superávit, em 2002 o país já
conseguiu um bom avanço, e em 2003 fechou em mais de R$ 24 bilhões de
superávit, com tendência de aumento para os próximos anos.
A evolução do comércio recente é apresentada na Tabela 2 e pode-
se verificar a tendência de crescimento recente, que reflete a mudança no quadro
das relações internacionais de comércio discutidas anteriormente.
O Gráfico 2 apresenta a evolução das exportações, importações e
do saldo da balança comercial Brasileira e que verifica-se que no último biênio as
exportações se aceleram, com conseqüente aumento do saldo da balança
comercial.
81
Tabela 2 – Exportações, Importações e Balança Comercial Brasileira -
1989 a 2003 (US$ mil)
Variação % Variação % Variação %
ANOS EXPORTÕES
s/Ano
Anterior
IMPORTAÇÕES
s/Ano
Anterior
BALANÇA
COMERCIAL
s/ano
Anterior
1989
34.382.620 - 18.263.433 - 16.119.187 -
1990
31.413.756 -8,63 20.661.362 13,13 10.752.394 -33,29
1991
31.620.439 0,66 21.040.471 1,83 10.579.968 -1,60
1992
35.792.986 13,20 20.554.091 -2,31 15.238.895 44,04
1993
38.554.769 7,72 25.256.001 22,88 13.298.768 -12,73
1994
43.545.149 12,94 33.078.690 30,97 10.466.459 -21,30
1995
46.506.282 6,80 49.971.896 51,07 -3.465.614 -133,11
1996
47.746.728 2,67 53.345.767 6,75 -5.599.039 -61,56
1997
52.994.341 10,99 59.747.227 12,00 -6.752.886 -20,61
1998
51.139.862 -3,50 57.763.476 -3,32 -6.623.614 1,91
1999
48.011.444 -6,12 49.294.639 -14,66 -1.283.195 80,63
2000
55.085.595 14,73 55.838.590 13,28 -752.995 41,32
2001
58.222.642 5,69 55.572.176 -0,48 2.650.466 351,99
2002
60.361.786 3,67 47.240.488 -14,99 13.125.034 395,20
2003
73.084.140 21,08 48.259.593 2,16 24.824.545 89,14
MÉDIA 47.230.836 8,04 41.059.193 11,73 6.171.892 3,86
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
82
Gráfico 2 – Exportações, Importações e Balança Comercial Brasileira -
1989 a 2003 (US$ mil)
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
3.2 Evolução da Pauta de Exportações Brasileiras - por Complexos
Agroindustriais Selecionados
As exportações brasileiras dos seis complexos agroindustriais
selecionados (açúcar, café, carnes, laranja, madeira e soja) apresentaram um
crescimento da ordem de 83,29% (Tabela 3) de variação positiva ao longo do
período analisado no presente estudo (1989 a 2002), representando um crescimento
médio anual com índice próximo a 6% ao ano.
-20.000.000
-10.000.000
0
10.000.000
20.000.000
30.000.000
40.000.000
50.000.000
60.000.000
70.000.000
80.000.000
1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
PERÍODOS
US$ MIL FOB
EXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES BALANÇA COMERCIAL
83
A seguir se analisa a evolução das exportações de complexos
selecionados no período analisado.
3.2.1 Evolução das exportações do sub-período I (1989 a 1992) para o
sub-período II (1993 a 1996)
De acordo com a Tabela 3 pode-se verificar que a variação nos
níveis exportados pelos complexos foi mais intensa no sub-período II, onde
apresentou variação positiva da ordem de 48,13%; somente o complexo de produtos
derivados da laranja apresentou retração de 2,21% todos os outros complexos
apresentaram variações positivas, com índices acima de 30%.
3.2.2 Evolução das exportações do sub-período II (1993 a 1996) para o
sub-período III (1997 a 1999)
A evolução das exportações no sub-período III apresentou variação
positiva de 17,37%, sendo bem menor que o índice de 48,13% verificado no sub-
período anterior, indicando tendência de estagnação das exportações brasileiras.
Mesmo apresentando desempenho menor, somente um complexo de produto
apresentou redução dos níveis exportados, o madeira, com decréscimo de apenas
1,77%. Os outros complexos, entretanto, apresentaram evolução bem menor que o
84
verificado no sub-período anterior, com exceção do complexo café que apresentou
pequena alteração positiva na variação, de 37,60% para 39,69%.
Tabela 3 – Volume (US$) e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações
Brasileiras – por Complexos de Produtos – 1989 a 2002
Exportações (US$) mil FOB Taxa Geométrica
Complexos
Sub-
período I
1989 – 92
Sub-
período II
1993 - 96
Sub-
período III
1997 - 99
Sub-
período IV
2000 - 02 II/I III/II IV/III IV/I
Açúcar 467.949 1.327.459 1.874.310 1.857.376 183,68 41,20 -0,90 296,92
Café
1.268.579 1.745.513 2.438.262 1.325.581 37,60 39,69 -45,63 4,49
Carnes 836.276 1.350.135 1.534.715 2.613.756 61,45 13,67 70,31 212,55
Laranja 1.129.251 1.104.243 1.190.363 990.137 -2,21 7,80 -16,82 -12,32
Madeira 2.508.550 3.960.097 3.889.863 4.578.833 57,86 -1,77 17,71 82,53
Soja
2.809.848 3.874.859 4.756.327 5.168.338 37,90 22,75 8,66 83,94
Totais 9.020.452 13.362.305 15.683.841 16.534.022 48,13 17,37 5,42 83,29
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
3.2.3 Evolução das exportações do sub-período III (1997 a 1999) para o
Sub-Período IV (2000 a 2002)
No IV sub-período as exportações apresentaram manutenção dos
níveis exportados no sub-período anterior, representando estagnação. Podemos
verificar, de acordo com a Tabela 3 que, embora o período apresentou evolução
positiva de 5,42%, 3 dos 6 complexos estudados (Açúcar, café e laranja)
apresentaram índices negativos em sua evolução (0,90, 45,63 e 16,82%,
respectivamente). Já os complexos soja e madeira apresentaram índices positivos
modestos (8,66% e 17,71%) de evolução. A exceção ficou por conta do complexo
carnes que apresentou evolução positiva da ordem de 70,31%.
85
3.2.4 Evolução das exportações do sub-período I (1989 a 1992) para o
sub-período IV (2000 a 2002)
Os complexos estudados apresentaram evolução positiva de 83,29%
ao longo do período estudado (1989 a 2002). Os complexos de madeira e soja
apresentaram evolução similar, apresentando índices positivos da ordem de 82,53%
e 83,94% respectivamente. Outros dois complexos (açúcar e carnes) apresentaram
índices de evolução positiva bem acima da média, 296,92% e 212,55%
respectivamente. Já os complexos de café e laranja apresentaram índices bem
abaixo da média: o complexo café apresentou evolução de apenas 4,49%,
representando estagnação das exportações para este produto, e o complexo da
laranja apresentou retração da ordem de 12,32% em seus níveis de exportação.
3.2.5 Complexo Açúcar
O complexo açúcar foi o que apresentou maior variação ao longo do
período estudado (1989 a 2002), apresentando evolução positiva da ordem de
296,92% (Tabela 3). Esta evolução foi mais representativa na análise do sub-
período II, atingindo 183,68% de evolução positiva. No sub-período III o complexo
manteve evolução positiva com o melhor índice (41,20%) entre os complexos
estudados, entretanto bem menor que no sub-período anterior. Já no sub-período IV
o complexo apresentou retração dos níveis exportados da ordem de 0,90%,
86
indicando estagnação das exportações com tendência de redução. De acordo com a
Tabela 4 e o Gráfico 3, os percentuais da participação deste complexo em relação
ao total dos volumes exportados dos complexos estudados evoluiu de 5,19% no
sub-período I para 11,23% no sub-período IV.
3.2.6 Complexo Café
O complexo café apresentou evolução positiva de apenas 4,49% no
período de 1989 a 2002 (Tabela 3), diminuindo sua participação de 14,06% para
8,02% do total exportado pelos complexos estudados (Tabela 4). Este declínio de
participação se deve principalmente pela redução de suas exportações no sub-
período IV, aferindo retração de 45,63% em relação ao sub-período anterior. O
complexo cafeeiro que era o terceiro mais importante em participação no primeiro
sub-período I (14,06%), ao final do IV sub-período representou o quinto complexo
mais importante (8,02%).
3.2.7 Complexo Carnes
O complexo carnes obteve a segunda melhor variação na taxa de
crescimento das exportações no período de 1989 a 2002, apresentando evolução
positiva da ordem de 212,55% (Tabela 3). Esta evolução foi mais representativa no
87
IV sub-período analisado, atingindo 70,31% de evolução positiva, e indicando
crescimento contínuo das exportações. A Tabela 4 nos mostra que a participação do
complexo carnes saltou de 9,27% para 15,81% do total das exportações brasileiras.
3.2.8 Complexo Laranja
O complexo laranja foi o único que apresentou variação negativa de
crescimento no período 1989 a 2002, com índice de retração de 12,32%. De acordo
com a Tabela 3, podemos observar uma pequena evolução de 7,8% no sub-período
III. A Tabela 4 nos apresenta progressiva queda de participação deste complexo nos
totais exportados, onde é constatado redução de 12,52% de participação dos totais
exportados pelo Brasil no sub-período I para 5,99%.
3.2.9 Complexo Madeira
O complexo madeira apresentou variação positiva de 82,53%
(Tabela 3), acompanhando a evolução média das exportações brasileiras, e
mantendo os mesmos níveis de participação no total exportado, em torno de 27%
(Tabela 4). Os índices de crescimento das exportações apresentaram evolução
positiva do sub-período II para III e do III para IV, indicando tendência de aumento
das exportações para este complexo.
88
Tabela 4 – Participação dos Complexos Agroindustriais nas Exportações
Brasileiras – 1989 a 2002
Participação (%)
Complexos 1989 – 92 1993 - 96 1997 - 99 2000 - 02
Açúcar 5,19 9,93 11,95 11,23
Café 14,06 13,06 15,55 8,02
Carnes 9,27 10,10 9,79 15,81
Laranja 12,52 8,26 7,59 5,99
Madeira 27,81 29,64 24,80 27,69
Soja 31,15 29,00 30,33 31,26
Totais 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
Gráfico 3 – Participação dos Complexos Agroindustriais nas Exportações
Brasileiras – 1989 a 2002
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
1989 - 92 1993 - 96 1997 - 99 2000 - 02
Sub-períodos
Participação (%)
Açucar Café Carnes Laranja Madeira Soja
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
3.2.10 Complexo Soja
89
Assim como o complexo madeira, o complexo soja acompanhou a
evolução média dos complexos, apresentando variação positiva de 83,94% no
crescimento das exportações (Tabela 3), e mantendo os mesmos níveis de
participação no total das exportações, em torno de 31% (Tabela 4). A Tabela 3,
porém, nos mostra tendência de queda na evolução dos níveis de exportação para
este complexo, visto que o mesmo apresentou taxas geométricas de decréscimo ao
longo dos sub-períodos analisados (37,90%, 22,75% e 8,66%).
3.3 Evolução da Pauta de Exportações Brasileiras – por mercados
de destino
As exportações brasileiras dos seis complexos agroindustriais
selecionados (açúcar, café, carnes, laranja, madeira e soja) para os seis mercados
de destino selecionados (Mercosul, Nafta, Europa, África, Ásia e Oceania)
apresentaram um crescimento positivo da ordem de 136,64% do sub-período I para
o sub-período IV, representando um crescimento médio anual de 9,76%. Abaixo são
analisadas as informações constantes na Tabela 5 e Gráfico 5.
3.3.1 Evolução das exportações do sub-período I (1989 a 1992) para o
sub-período II (1993 a 1996)
90
Os níveis das exportações entre estes dois sub-períodos
apresentaram evolução positiva de 59,76%. Todas os mercados de destino
apresentaram índices positivos, com atenção para o Mercosul e Ásia que
apresentaram os maiores índices de crescimento, 270,44 e 103,28%,
respectivamente, e o Nafta que apresentou a menor taxa de crescimento 16,76%.
3.3.2 Evolução das Exportações do Sub-Período II (1993 a 1996) para o
Sub-Período III (1997 a 1999)
A evolução das exportações entre estes sub-períodos apresentou
variação positiva de 44,55%, sendo sustentada pelas exportações para a Europa
que registraram crescimento de 63,45%. O mercado de destino dos países do Nafta
teve pequeno crescimento, atingindo 19,91%. As exportações para a Oceania
apresentaram redução em 21,92% e os demais mercados de destino apresentaram
índices abaixo da média: o índice de crescimento do Mercosul caiu para 37,40%, da
Ásia para 33,61% e da África para 19,55%.
Tabela 5 – Volume e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações
Brasileiras – por Mercados de Destino – 1989 a 2002
Mercados de
destinos
Exportações (US$) mil Taxa Geométrica
Sub-
período I
1989 - 92
Sub-
período II
1993 - 96
Sub-
período III
1997 - 99
Sub-
período IV
2000 - 02 II/I III/II IV/III IV/I
91
Total Mercosul 159.073 589.277 809.693 594.222 270,44 37,40 -26,61 273,55
Total Nafta 1.329.028 1.551.719 1.860.610 1.994.880 16,76 19,91 7,22 50,10
Total África 372.550 680.673 813.722 877.337 82,71 19,55 7,82 135,50
Total Oceania 54.704 82.371 64.318 49.050 50,58 -21,92 -23,74 -10,33
Total Europa 3.431.103 5.042.468 8.241.884 8.455.980 46,96 63,45 2,60 146,45
Total Ásia 1.367.809 2.780.521 3.715.185 3.917.423 103,28 33,61 5,44 186,40
TOTAL 6.714.270 10.727.033 15.505.415 15.888.895 59,76 44,55 2,47 136,64
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
3.3.3 Evolução das Exportações do Sub-Período III (1997 a 1999) para o
Sub-Período IV (2000 a 2002)
As exportações entre estes sub-períodos apresentaram estagnação,
registrando crescimento de apenas 2,47%, provocados pela ausência de
crescimento significativo em todos os mercado de destinos e pela evolução negativa
da ordem de 26,61% das exportações para o Mercosul.
3.3.4 Evolução das Exportações do Sub-período I (1989 a 1992) para o
Sub-Período IV (2000 a 2002)
Na comparação entre o sub-período inicial (I) e o sub-período final
(IV) utilizados para análise observamos um crescimento médio entre os mercado de
destinos da ordem de 136,64%. As exportações para o Mercosul e Ásia
apresentaram crescimento acima da média, registrando respectivamente 273,55 e
186,40%. As exportações para a África e Europa demonstraram evolução próximas
92
da média e as exportações para o Nafta e a Oceania apresentaram desempenho
bem abaixo da média, registrando respectivamente 50,10% e (-10,33%).
Tabela 6 – Participação das Exportações Brasileiras -
por Mercados de Destino - 1989 a 2002
Mercados de Destino Participação (%)
1989 -
1992
1993 -
1996
1997 -
1999
2000 -
2002
Total Mercosul
2,37 5,49 5,22 3,74
Total Nafta
19,79 14,47 12,00 12,56
Total África
5,55 6,35 5,25 5,52
Total Oceania
0,81 0,77 0,41 0,31
Total Europa
51,10 47,01 53,15 53,22
Total Ásia
20,37 25,92 23,96 24,66
TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
3.3.5 Evolução das Exportações Brasileiras para o Mercosul
As exportações brasileiras destinadas aos países do Mercosul
tiveram o maior crescimento de todos os mercados analisados 273,55% no período
de 1989 a 2002. Embora apresente o melhor desempenho, o Mercosul responde por
apenas 3,74% do total das exportações brasileiras (Tabela 6).
A Tabela 7 mostra os dados desta evolução por complexo de
produto exportado. Observa-se inicialmente alta concentração das exportações em
um único complexo, o complexo madeira representa 66,57% ou 2/3 do total de
exportações para o Mercosul e obtem taxa de crescimento próxima à média do
Mercosul (296,64%). Da mesma forma o complexo da madeira, que representa
15,02% do total das exportações para o Mercosul, obtem taxa de crescimento pouco
93
acima da média, registrando 321,54%. Embora, o complexo laranja è o que atinge
as melhores taxas de crescimento no período (2.157,58%) representa apenas 1,05%
do total de exportações para este mercado. Da mesma forma, o complexo soja
atinge 561,56% de crescimento, sendo o segundo melhor índice, e também
representando apenas 2,03% do total de exportações para o Mercosul. O complexo
café perde considerável participação, caindo de 14,28% para representar apenas
7,13% das exportações, com crescimento de apenas 86,55%.
O Gráfico 4 apresenta a evolução das exportações brasileiras ao
Mercosul por complexo agroindustrial selecionado.
3.3.6 Evolução das Exportações Brasileiras para o Nafta
As exportações brasileiras destinadas aos países componentes do
Nafta tiveram um crescimento bem abaixo da média das exportações brasileiras
(136,64% - Tabela 6), evoluindo apenas 50,10% no período de 1989 a 2002; em
conseqüência a participação do Nafta no total das exportações brasileiras reduziu de
19,79% no sub-período I para 12,56% no sub-período IV.
A Tabela 8 mostra-nos uma tendência à concentração das
exportações: no sub-período I três (Café, Laranja e madeira) dos seis complexos
estudados tinham participação próximas à casa dos 30%, e no sub-período IV o
complexo madeira tornou-se o mais representativo nas exportações brasileiras para
94
o Nafta representando 64,53% (contra 25,23% no sub-período I) ou 2/3 do total de
exportações. A taxa de crescimento do complexo madeira também foi a maior dentre
os complexos estudados (283,84%). Os complexos de carne e soja também
cresceram a taxas próximas ao complexo madeira (253,16 e 271,94%
respectivamente), entretanto, representam juntos pouco mais de 6% do total das
exportações para o Nafta. Já os complexos de café e laranja que no sub-período I
representavam 27,70 e 34,70% respectivamente do total de exportações para este
mercado, passaram a representar juntos no sub-período IV pouco mais de 21%
destas exportações; suas taxas de crescimento foram negativas da ordem de
29,12% (café) e 63,90% (laranja), significando decréscimo dos valores exportados.
Gráfico 5 apresenta a evolução das exportações brasileiras para o
Nafta por complexo agroindustrial selecionado.
95
Tabela 7 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações Brasileiras para o Mercosul -
por Complexo Agroindustrial – 1989 a 2002
MERCOSUL Exportações (US$) Participação (%) Taxa Geométrica
Complexos
SUB-
PERÍODO I
1989 - 92
SUB-
PERÍODO II
1993 - 96
SUB-
PERÍODO III
1997 - 99
SUB-
PERÍODO IV
2000 - 02 PER I PER II PER III PER IV II/I III/II IV/III IV/I
Açúcar 13.351.141 66.029.654 61.781.053 48.697.062 8,39 11,21 7,63 8,20 394,56 -6,43 -21,18 264,74
Café
22.712.928 79.192.837 88.596.281 42.371.188 14,28 13,44 10,94 7,13 248,67 11,87 -52,17 86,55
Carnes 21.174.602 97.886.590 146.897.828 89.258.868 13,31 16,61 18,14 15,02 362,28 50,07 -39,24 321,54
Laranja 275.909 3.581.031 6.180.527 6.231.623 0,17 0,61 0,76 1,05 1.197,91 72,59 0,83 2.158,58
Madeira 99.734.384 331.128.657 468.826.351 395.590.176 62,70 56,19 57,90 66,57 232,01 41,58 -15,62 296,64
Soja
1.824.979 11.459.065 37.411.050 12.073.322 1,15 1,94 4,62 2,03 527,90 226,48 -67,73 561,56
Total Mercosul 159.073.942 589.277.832 809.693.090 594.222.239 100,00 100,00 100,00 100,00 270,44 37,40 -26,61 273,55
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
Tabela 8 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações Brasileiras para o Nafta - por
Complexo Agroindustrial - 1989 a 2002
NAFTA Exportações (US$) Participação (%) Taxa Geométrica
Complexos
SUB-
PERÍODO I
1989 - 92
SUB-
PERÍODO II
1993 - 96
SUB-
PERÍODO III
1997 - 99
SUB-
PERÍODO IV
2000 – 02 PER I PER II PER III PER IV II/I III/II IV/III IV/I
Açúcar
127.268.657 121.867.918 151.471.566 147.453.942 9,58 7,85 8,14 7,39 -4,24 24,29 -2,65 15,86
Café
368.164.010 383.826.779 514.174.106 260.967.725 27,70 24,74 27,63 13,08 4,25 33,96 -49,25 -29,12
Carnes
28.304.462 65.387.558 95.893.032 99.959.915 2,13 4,21 5,15 5,01 131,02 46,65 4,24 253,16
Laranja
461.122.049 256.483.158 209.633.923 166.475.065 34,70 16,53 11,27 8,35 -44,38 -18,27 -20,59 -63,90
Madeira
335.378.132 715.176.679 857.433.577 1.287.324.615 25,23 46,09 46,08 64,53 113,24 19,89 50,14 283,84
Soja
8.791.670 8.977.578 32.004.167 32.699.521 0,66 0,58 1,72 1,64 2,11 256,49 2,17 271,94
Total Nafta
1.329.028.981 1.551.719.669 1.860.610.371 1.994.880.782 100,00 100,00 100,00 100,00 16,76 19,91 7,22 50,10
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
96
Gráfico 4 – Evolução das Exportações Brasileiras para o Mercosul – por
Complexo Agroindustrial - 1989 a 2002
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
Gráfico 5 – Evolução das Exportações Brasileiras para o Nafta –
por Complexo Agroindustrial - 1989 a 2002
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
0
200.000.000
400.000.000
600.000.000
800.000.000
1.000.000.000
1.200.000.000
1.400.000.000
1989 - 92 1993 - 96 1997 - 99 2000 - 02
SUB - PERÍODOS
US$ FOB
Açucar Café Carnes Laranja Madeira Soja
0
50.000.000
100.000.000
150.000.000
200.000.000
250.000.000
300.000.000
350.000.000
400.000.000
450.000.000
500.000.000
1989 - 92 1993 - 96 1997 - 99 2000 - 02
SUB-PERÍODOS
US$ FOB
Açucar Café Carnes Laranja Madeira Soja
97
3.3.7
Evolução das Exportações Brasileiras para a Europa
O mercado Europeu representa 53,22% do total das exportações
brasileiras e a taxa de crescimento das exportações brasileiras destinadas à Europa
no período 1989 a 2002 teve um crescimento de 146,45%, ficando pouco acima da
média de crescimento das exportações brasileiras (Tabela 6).
A Tabela 9 apresenta os dados desta evolução por complexo de
produto exportado. Observa-se também, tendência de concentração das
exportações no complexo soja que representa 39,88% do total de exportações
brasileiras para a Europa, obtendo a segunda melhor taxa de crescimento
(380,66%), índice bem acima da média para este mercado. A maior taxa de
crescimento registrada para a Europa é derivado do complexo açúcar (856,94%),
aumentando sua representatividade de 1,91 para 7,42% de participação no total de
exportações. O complexo carnes, que representa 15,50% do total das exportações,
também obteve taxa de crescimento acima da média, registrando 233,43%. Já os
complexos café, laranja e madeira atingiram taxas de crescimento menores que a
média para a Europa, (16,33, 7,45 e 91,06%, respectivamente) diminuindo
gradativamente a participação nos totais exportados.
O Gráfico 6 apresenta a evolução das exportações brasileiras para a
Europa por complexos agroindustriais selecionados.
98
3.3.8 Evolução das Exportações Brasileiras para a Ásia
O mercado asiático foi o que registrou a segunda maior taxa de
crescimento (186,40%), e o que auferiu o maior crescimento em pontos percentuais
de participação (de 20,37% no sub-período I para 24,66% no sub-período IV).
A Tabela 10 apresenta os dados desta evolução por complexo de
produto exportado. O complexo soja representa 39,35% total de exportações para a
Ásia, com taxa de crescimento de 297,37%. O complexo carnes, que representa
22,98% do total das exportações para a Ásia, obteve taxa de crescimento próximo à
média, registrando 171,34%. O complexo açúcar foi o que atingiu as melhores taxas
de crescimento no período (529,53%), aumentando sua participação de 6,05% no
sub-período I para 13,29% no sub-período IV. Já os complexos café, laranja e
madeira obtiveram taxas de crescimento menores que a média (25,57, 39,72 e
101,72%, respectivamente) diminuindo gradativamente a participação nos totais
exportados.
O Gráfico 7 apresenta a evolução das exportações brasileiras à Ásia
por complexos agroindustriais selecionados.
99
Tabela 9 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações Brasileiras para a Europa –
por Complexo Agroindustrial - 1989 a 2002
EUROPA Exportações (US$) Participação (%) Taxa Geométrica
Complexos
SUB-
PERÍODO I
1989 - 92
SUB-
PERÍODO II
1993 - 96
SUB-
PERÍODO III
1997 - 99
SUB-
PERÍODO IV
2000 - 02 PER I PER II PER III PER IV II/I III/II IV/III IV/I
Açúcar
65.524.202 249.724.760 563.168.951 627.025.747 1,91 4,95 6,83 7,42 281,12 125,52 11,34 856,94
Café
833.522.382 1.294.556.360 1.710.358.054 969.645.474 24,29 25,67 20,75 11,47 55,31 32,12 -43,31 16,33
Carnes
393.017.818 548.038.190 635.105.324 1.310.442.147 11,45 10,87 7,71 15,50 39,44 15,89 106,33 233,43
Laranja
681.181.482 840.849.777 915.372.460 731.914.598 19,85 16,68 11,11 8,66 23,44 8,86 -20,04 7,45
Madeira
756.354.226 1.194.326.357 1.227.797.776 1.445.112.267 22,04 23,69 14,90 17,09 57,91 2,80 17,70 91,06
Soja
701.503.810 914.973.541 3.190.082.089 3.371.840.714 20,45 18,15 38,71 39,88 30,43 248,65 5,70 380,66
Total Europa
3.431.103.920 5.042.468.984 8.241.884.654 8.455.980.947 100,00 100,00 100,00 100,00 46,96 63,45 2,60 146,45
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
Tabela 10 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações Brasileiras para a Ásia
– por Complexo Agroindustrial - 1989 a 2002
ASIA Exportações (US$) Participação (%) Taxa Geométrica
Complexos
SUB-PERÍODO
I 1989 - 92
SUB-PERÍODO
II 1993 - 96
SUB-PERÍODO
III 1997 - 99
SUB-PERÍODO
IV 2000 - 02 PER I PER II PER III PER IV II/I III/II IV/III IV/I
Açúcar 82.700.694 435.019.368 535.353.142 520.623.251 6,05 15,65 14,41 13,29 426,02 23,06 -2,75 529,53
Café
177.680.591 315.720.167 361.831.095 223.114.345 12,99 11,35 9,74 5,70 77,69 14,60 -38,34 25,57
Carnes 331.728.054 600.187.330 713.269.229 900.097.840 24,25 21,59 19,20 22,98 80,93 18,84 26,19 171,34
Laranja 80.934.840 123.716.174 108.042.086 113.082.050 5,92 4,45 2,91 2,89 52,86 -12,67 4,66 39,72
Madeira 306.819.530 601.439.586 588.048.466 618.941.500 22,43 21,63 15,83 15,80 96,02 -2,23 5,25 101,73
Soja
387.945.535 704.439.125 1.408.641.930 1.541.564.020 28,36 25,33 37,92 39,35 81,58 99,97 9,44 297,37
Total Ásia 1.367.809.243 2.780.521.751 3.715.185.948 3.917.423.007 100,00 100,00 100,00 100,00 103,28 33,61 5,44 186,40
FOonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
100
GRÁFICO 6 – Evolução das Exportações Brasileiras para a Europa –
por Complexo Agroindustrial - 1989 a 2002
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
Gráfico 7 – Evolução das Exportações Brasileiras para a Ásia – por Complexo
Agroindustrial - 1989 a 2002
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
0
200.000.000
400.000.000
600.000.000
800.000.000
1.000.000.000
1.200.000.000
1.400.000.000
1.600.000.000
1.800.000.000
1989 - 92 1993 - 96 1997 - 99 2000 - 02
SUB-PERIODOS
US$ FOB
Açucar Café Carnes Laranja Madeira Soja
0
500.000.000
1.000.000.000
1.500.000.000
2.000.000.000
2.500.000.000
3.000.000.000
3.500.000.000
4.000.000.000
1989 - 92 1993 - 96 1997 - 99 2000 - 02
SUB-PERIODOS
US$ FOB
Açucar Café Carnes Laranja Madeira Soja
101
3.3.9 Evolução das Exportações Brasileiras para a África
As exportações brasileiras destinadas à África mantiveram-se com
participação de 5,50% do total exportado pelo Brasil, apresentando, portanto, taxa
de crescimento de 135,50% ao longo do período de 1989 a 2002.
A Tabela 11 apresenta os dados desta evolução por complexo de
produto exportado. Observamos, a manutenção de concentração das exportações
no complexo açúcar que representa 65,42% ou 2/3 do total de exportações
brasileiras para a África, com uma taxa de crescimento próxima da média (165,27%).
Os complexos de carnes, laranja e soja apresentaram taxas de crescimento bem
acima da média para este mercado (467,39, 713,56 e 626,78%, respectivamente),
aumentando a representatividade destes complexos de índices de participação em
torno de 9% para quase 24% de participação no total de exportações. Já os
complexos café e madeira apresentaram redução da taxa de crescimento em torno
de 30%, ocasionando perca de participação de mais de 32% para manos de 10% do
total das exportações.
3.3.10 Evolução das Exportações Brasileiras para a Oceania
O mercado da Oceania representava menos de 1% das
exportações brasileiras no sub-período I (0,81%) e diminuiu meio ponto
102
percentual em sua participação, fechando o sub-período IV com 0,31% do total
das exportações brasileiras (tabela 6), sendo o único mercado com variação
negativa nas taxas de crescimento das exportações (-10,33% - Tabela 12).
Na Tabela 12, onde são apresentados os dados da evolução das
exportações por complexo de produto, observa-se que os produtos apresentam
taxas de crescimento bem abaixo da média de crescimento das exportações
brasileiras, com exceção apenas para o complexo soja que apresentou crescimento
de 925,88%, e saltou de uma participação em torno de 1% para quase 12% do total
exportado para este mercado.
103
Tabela 11 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações Brasileiras para Àfrica -
por Complexo Agroindustrial - 1989 a 2002
AFRICA Exportações (US$) Participação (%) Taxa Geométrica
Grupos de Produtos
SUB-
PERÍODO I
1989 - 92
SUB-
PERÍODO II
1993 - 96
SUB-
PERÍODO III
1997 - 99
SUB-
PERÍODO IV
2000 - 02 PER I PER II PER III PER IV II/I III/II IV/III IV/I
Açúcar 216.376.121 487.832.012 596.506.777 573.991.679 58,08 71,67 73,31 65,42 125,46 22,28 -3,77 165,27
Café 15.606.486 22.099.710 24.519.000 10.537.645 4,19 3,25 3,01 1,20 41,61 10,95 -57,02 -32,48
Carnes 17.244.878 7.586.694 26.308.186 97.844.926 4,63 1,11 3,23 11,15 -56,01 246,77 271,92 467,39
Laranja 39.152 333.149 63.393 318.521 0,01 0,05 0,01 0,04 750,92 -80,97 402,45 713,56
Madeira 106.771.244 113.760.899 98.310.459 74.635.063 28,66 16,71 12,08 8,51 6,55 -13,58 -24,08 -30,10
Soja 16.512.419 49.061.059 68.014.660 120.009.544 4,43 7,21 8,36 13,68 197,12 38,63 76,45 626,78
Total África 372.550.299 680.673.522 813.722.474 877.337.378 100,00 100,00 100,00 100,00 82,71 19,55 7,82 135,50
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
Tabela 12 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações Brasileiras para a Oceania –
por Complexo Agroindustrial - 1989 a 2002
OCANIA Exportações (US$) Participação (%) Taxa Geométrica
Grupos de Produtos
SUB-
PERÍODO I
1989 - 92
SUB-
PERÍODO II
1993 - 96
SUB-
PERÍODO III
1997 - 99
SUB-
PERÍODO IV
2000 - 02 PER I PER II PER III PER IV II/I III/II IV/III IV/I
Açúcar
1.652.742 2.071.111 1.854.087 1.136.164 3,02 2,51 2,88 2,32 25,31 -10,48 -38,72 -31,26
Café
8.288.197 12.654.950 17.755.867 8.625.481 15,15 15,36 27,61 17,58 52,69 40,31 -51,42 4,07
Carnes
260.729 399.961 470.905 489.677 0,48 0,49 0,73 1,00 53,40 17,74 3,99 87,81
Laranja
12.015.902 17.112.026 17.632.428 19.407.367 21,97 20,77 27,41 39,57 42,41 3,04 10,07 61,51
Madeira
31.915.682 47.062.897 25.889.849 13.534.975 58,34 57,13 40,25 27,59 47,46 -44,99 -47,72 -57,59
Soja
570.956 3.071.051 715.650 5.857.298 1,04 3,73 1,11 11,94 437,88 -76,70 718,46 925,88
Total Oceania
54.704.207 82.371.996 64.318.786 49.050.961 100,00 100,00 100,00 100,00 50,58 -21,92 -23,74 -10,33
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
104
3.4 Evolução da Pauta de Exportações Mundiais da Agroindustria
Ao longo deste tópico discute-se a evolução das exportações
mundiais no período de 1989 a 2002 através da apresentação e análise de dados na
forma de séries estatísticas, revelando a evolução das taxas geométricas de
crescimento e seus determinantes.
As relações de comércio mundiais como um todo vem passando por
transformações ao longo das últimas décadas. Muitas destas transformações
causadas (ou derivadas), entre outros fatores, pela queda das barreiras tarifárias às
transações internacionais, a influência das inovações tecnológicas e a criação de
meios de transporte mais rápidos. As conseqüências destas “revoluções silenciosas”
refletem-se diretamente no aumento da competitividade entre as empresas,
obrigando-as a procurarem as melhores condições em termos de custos, recursos,
logística e acesso a novos mercados.
Essa mudança de estratégia favoreceu em primeiro momento os
paises desenvolvidos, os quais já possuíam um parque industrial sólido e
competitivo, mas abriu, em segundo momento, novas oportunidades para os países
em desenvolvimento e em transição para entrarem em atividades mais intensivas em
tecnologia e voltadas para a exportação e se tornarem parte do sistema
internacional de produção. O aumento das exportações em muitos desses países,
principalmente naqueles que tiveram grandes ganhos de participação no mercado
105
exportador mundial, está diretamente ligado à expansão dos sistemas internacionais
de produção (FRISCHTAK e PESSOA, 2000).
3.4.1 Evolução da Pauta de Exportações Mundiais - por Mercados de
Destino
A Tabela 13 mostra a evolução das exportações mundiais ao longo
do sub-período analisado (1989 a 2002). Observa-se que as exportações mundiais
obtiveram evolução positiva de 34,18%, representando um crescimento médio anual
inferior a 2,5%. O crescimento foi mais significativo no Mercosul
17
onde a variação
atingiu mais de 80%, e o mercado que apresentou a menor evolução foi o mercado
Africano com apenas 10,10%. Os demais mercados analisados registraram taxas de
crescimento próximo à média mundial.
Ao compararmos a evolução das exportações entre os sub-períodos
analisados verificamos que as taxas de evolução foram mais intensas do primeiro
para o segundo sub-período, atingindo evolução de 25%, contudo, declinando
constantemente, atingindo índice negativo na evolução do terceiro para o quarto
sub-período. O Mercosul foi o único mercado que não obteve evolução negativa em
nenhum dos sub-períodos analisados.
17
Incluidas nestes valores as exportações brasileiras.
106
Tabela 13 – Volume (US$) e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações
Mundiais – por Mercado de Destino – 1989 a 2002.
Exportações (US$) Taxa Geométrica
Mercado de
Destno
Sub-
período I
1989 - 1992
Sub-
período II
1993 - 1996
Sub-
período III
1997 - 1999
Sub-
período IV
2000 - 2002 II/I III/II IV/III IV/I
Total Mercosul 12.839.098 18.020.322 21.733.103 23.129.582 40,36 20,60 6,43 80,15
Total Nafta 52.924.941 67.452.264 71.446.492 70.956.954 27,45 5,92 -0,69 34,07
Total Europa 94.005.933 111.086.685 121.722.633 121.048.224 18,17 9,57 -0,55 28,77
Total Asia 21.231.452 29.080.188 28.985.136 28.601.492 36,97 -0,33 -1,32 34,71
Total Africa 4.895.798 6.123.293 6.078.441 5.390.491 25,07 -0,73 -11,32 10,10
Total Oceania 6.489.980 8.703.349 8.480.980 9.025.866 34,10 -2,55 6,42 39,07
TOTAL 192.387.203 240.466.101 258.446.786 258.152.608 24,99 7,48 -0,11 34,18
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da FAO e MDIC/SECEX
Gráfico 8 – Evolução das Exportações Mundiais – por Mercado de Destino –
1989 a 2002 – (US$ mil FOB)
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da FAO e MDIC/SECEX
A Tabela 14 apresenta a participação das exportações mundiais dos
complexos de produtos analisados por mercado de destino. Observam-se pequenas
alterações, e a tendência de manutenção das taxas de market-share de cada
mercado estudado. As grandes alterações ficam por conta da perca de 2,0 pontos
0
20.000.000
40.000.000
60.000.000
80.000.000
100.000.000
120.000.000
140.000.000
1989 - 92 1993 - 96 1997 - 99 2000 - 02
SUB - PERÍODOS
Taxas de Crescimento (%)
Total Mercosul Total Nafta Total Europa Total Asia Total Africa Total Oceania
107
na participação do total das exportações mundiais pela Europa, representando uma
perda de pouco mais de 4% de suas exportações totais; a perda de 0,5 ponto de
participação no total das exportações mundiais por parte do mercado Africano, e
representando uma perda de quase 20% das exportações totais do mercado
africano e um ganho de mais de 2,0 pontos na participação das exportações
mundiais pelo mercado Mercosul, representando um aumento de quase 35% nas
exportações do Mercosul. Nos demais mercados os índices do primeiro sub-período
analisado se mantiveram, indicando estagnação do crescimento.
Tabela 14 –Exportações Mundiais por Mercado de Destino -
1989 a 2002 (Participação - %)
Participação (%)
Mercado de Destino 1989 - 92 1993 - 96 1997 - 99 2000 - 02
Total Mercosul 6,67 7,49 8,41 8,96
Total Nafta 27,51 28,05 27,64 27,49
Total Europa 48,86 46,20 47,10 46,89
Total Ásia 11,04 12,09 11,22 11,08
Total África 2,54 2,55 2,35 2,09
Total Oceania 3,37 3,62 3,28 3,50
TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da FAO e MDIC/SECEX
3.4.1.1 Mercado de Destino: MERCOSUL
A Tabela 15 apresenta a evolução das exportações do Mercosul, a
participação e as taxas de crescimento por complexo de produtos.
108
As exportações do Mercosul apresentaram a maior taxa de
crescimento no período de 1989 a 2002, com 80% de crescimento da pauta de
exportações. Embora o mercado do Mercosul apresentou queda gradativa nas taxas
de crescimento ao longo dos sub-períodos estudados, observamos que é o único
mercado que não apresentou crescimento negativo em nenhum sub-período,
mantendo taxas de crescimento sempre acima das médias mundiais.
Analisando os dados observa-se que dois complexos (café e laranja)
apresentaram taxas de crescimento menores que a média deste mercado,
acarretando perdas no percentual de participação destes produtos na pauta. A
laranja foi o único complexo que apresentou taxa negativa de crescimento na análise
do primeiro para o quarto sub-período, conseqüentemente a que apresentou maior
perda de market-share, com diminuição dos volumes exportados.
Já o complexo açúcar foi o que apresentou as maiores taxas
geométricas de crescimento, aumentando quase 3,5 vezes seu volume exportado, e
praticamente dobrando sua participação no total das exportações na comparação
entre o primeiro e o último sub-período, passando a ser o quarto complexo em
participação total das exportações, superando os complexos de café e laranja.
O Complexo soja representa sozinho quase a metade de todas as
exportações do Mercosul, e obteve taxa de crescimento pouco acima da média para
este mercado. Os complexos madeira e carnes, respectivamente segundo e terceiro
109
em participação total das exportações apresentando índices de crescimento pouco
acima da média, gerando pequeno ganho de participação.
3.4.1.2 Mercado de Destino: NAFTA
A Tabela 16 apresenta a evolução das exportações do Nafta, a
participação e as taxas de crescimento por complexo de produtos.
As exportações do Nafta representam mais de 1/4 das exportações
mundiais (Tabela 14), mantendo participação constante em relação ao total
exportado mundialmente ao longo do sub-período estudado, em relação aos
complexos selecionados.
Observando a Tabela 16, dois complexos de produtos chamam a
atenção: o complexo carnes que aferiu taxa de crescimento de quase 150% ao
longo dos sub-períodos estudados, quase dobrando sua participação nos totais das
exportações deste mercado, representando no último sub-período o segundo
complexo em participação, e o complexo açúcar, que embora seja o complexo de
menor participação das exportações do Nafta, recuou no mesmo sub-período em
quase 50% nos totais exportados, diminuindo sua participação para 1/3 do
percentual que representava no primeiro sub-período. Os demais complexos
apresentaram crescimento próximo à média de variação do Nafta.
110
O complexo madeira é o mais representativo nas exportações do
Nafta representando 75% do total das exportações, e apresentou perda de 5 pontos
percentuais ao longo do período estudado. O complexo soja manteve-se com
participação em torno de 10% do total das exportações, e os demais complexos
(açúcar, café e laranja) representam juntos menos de 2,5% do total das exportações.
A análise da evolução das exportações do Nafta em relação às
exportações mundiais, revela que no segundo sub-período as exportações deste
mercado apresentaram evolução pouco acima da média mundial, enquanto que a
evolução em relação ao terceiro e quartos sub-períodos apresentaram índices
menores que os verificados na evolução mundial, apresentando retração nas
exportações no quarto sub-período em quase 1% no total de suas exportações.
111
Tabela 15 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações do Mercosul -
por Complexo Agroindustrial - 1989 a 2002
MERCOSUL Exportações (US$) Participação (%) Taxa Geométrica
Complexos
SUB-
PERÍODO I
1989 - 1992
SUB-
PERÍODO II
1993 - 1996
SUB-
PERÍODO III
1997 - 1999
SUB-
PERÍODO IV
2000 - 2002 PER I PER II PER III PER IV II/I III/II IV/III IV/I
Açúcar 549.088 1.370.107 1.932.442 1.915.296 4,28 7,60 8,89 8,28 149,52 41,04 -0,89 248,81
Café
1.285.719 1.746.907 2.439.485 1.325.988 10,01 9,69 11,22 5,73 35,87 39,65 -45,64 3,13
Carnes 1.944.858 2.564.148 2.869.324 3.553.103 15,15 14,23 13,20 15,36 31,84 11,90 23,83 82,69
Laranja 1.177.952 1.166.863 1.262.503 1.037.237 9,17 6,48 5,81 4,48 -0,94 8,20 -17,84 -11,95
Madeira 2.734.072 4.369.150 4.429.974 5.158.802 21,29 24,25 20,38 22,30 59,80 1,39 16,45 88,69
Soja
5.147.409 6.803.147 8.799.374 10.139.156 40,09 37,75 40,49 43,84 32,17 29,34 15,23 96,98
Total Mercosul 12.839.098 18.020.322 21.733.103 23.129.582 100,00 100,00 100,00 100,00 40,36 20,60 6,43 80,15
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da FAO e MDIC/SECEX
Tabela 16 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações do Nafta -
por Complexo Agroindustrial - 1989 a 2002
NAFTA Exportações (US$) Participação (%) Taxa Geométrica
Complexos
SUB-
PERÍODO I
1989 - 1992
SUB-
PERÍODO II
1993 - 1996
SUB-
PERÍODO III
1997 - 1999
SUB-
PERÍODO IV
2000 - 2002 PER I PER II PER III PER IV II/I III/II IV/III IV/I
Açúcar 225.176 218.808 253.340 124.859 0,43 0,32 0,35 0,18 -2,83 15,78 -50,71 -44,55
Café
583.120 889.653 1.229.589 751.328 1,10 1,32 1,72 1,06 52,57 38,21 -38,90 28,85
Carnes 3.914.507 6.363.793 7.912.281 9.466.058 7,40 9,43 11,07 13,34 62,57 24,33 19,64 141,82
Laranja 539.148 674.651 742.021 708.155 1,02 1,00 1,04 1,00 25,13 9,99 -4,56 31,35
Madeira 42.157.311 52.095.899 53.273.006 52.668.266 79,65 77,23 74,56 74,23 23,58 2,26 -1,14 24,93
Soja
5.505.680 7.209.460 8.036.255 7.238.289 10,40 10,69 11,25 10,20 30,95 11,47 -9,93 31,47
Total Nafta 52.924.941 67.452.264 71.446.492 70.956.954 100,00 100,00 100,00 100,00 27,45 5,92 -0,69 34,07
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da FAO e MDIC/SECEX
112
3.4.1.3 Mercado de Destino: EUROPA
A Tabela 17 apresenta a evolução das exportações do mercado
Europeu, a participação e as taxas de crescimento por complexo de produtos
selecionados.
O mercado Europeu representa quase 50% das exportações
mundiais (Tabela 14), contudo vem apresentando perda de market-share ao longo
do período estudado, visto que apresentou somente a segunda pior taxa
crescimento no período (1989 a 2002), apresentando melhor crescimento somente
das exportações do mercado africano.
Essa retração é mais representativa quando se analisa a evolução
dos complexos açúcar e carnes. O complexo açúcar apresentou evolução negativa
de quase 10%, apresentando perda de participação em torno de 1 ponto percentual
em relação ao total de exportações do mercado europeu. Já o complexo carnes
apresentou retração de apenas 1,1% ao longo do período de 1989 a 2002, contudo
representando uma redução de seu market-share de quase 25% dos índices que o
complexo representava no primeiro sub-período analisado. Os demais complexos
apresentaram índices de crescimento acima da média de crescimento das
exportações do mercado europeu.
113
Da mesma forma do mercado Nafta, o complexo madeira representa
em torno de 75% do total das exportações do mercado europeu, porém, de forma
contrária ao mercado Nafta, apresentou ganho de mais de 5 pontos percentuais ao
longo do período estudado, indicando alta concentração das exportações, visto que
este complexo (madeira) somado às exportações do complexo carnes representam
mais de 91% do total de exportações do mercado europeu para o período de 1989 a
2002, em relação aos complexos de produtos selecionados.
3.4.1.4 Mercado de Destino: ÁSIA
A Tabela 18 apresenta a evolução das exportações do mercado
Asiático, a participação e as taxas de crescimento por complexo de produtos
selecionados.
A evolução das exportações do mercado asiático apresentou
crescimento ao longo do período de 1989 a 2002 bem próximo à evolução das
exportações mundiais para este período, aferindo índices em torno de 35%,
apresentando constância nos níveis de market-share, e representando em torno de
11% do total das exportações mundiais (Tabela 14).
A evolução por sub-períodos analisados revela crescimento
significativo no segundo sub-período, aferindo a segunda melhor evolução, sendo
114
inferior somente para as exportações do Mercosul (Tabela 13), porém apresentando
evolução negativa nos dois sub-períodos seguintes (3º e 4º), indicando estabilização
dos níveis de exportação aferidos no segundo sub-período.
Ao observar a evolução das exportações da Ásia por complexo de
produtos, verifica-se acentuada concentração das exportações, visto que os dois
principais complexos de produtos exportados pelo mercado asiático (carnes e
madeira) representavam juntos no primeiro sub-período em torno de 83% do total
das exportações, enquanto que no quarto sub-período essa participação sobiu para
quase 88% do total das exportações. O complexo madeira representa sozinho 75%
do total das exportações da Ásia.
Os demais complexos (açúcar, café, laranja e soja) representam
juntos somente em torno de 12%, e foram também os que apresentaram as menores
taxas de evolução, com atenção especial à retração das exportações dos complexos
de laranja, que atingiu mais de 40% e do complexo soja, com retração superior à
12%.
115
Tabela 17 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações da Europa -
por Complexo Agroindustrial - 1989 a 2002
EUROPA Exportações (US$) Participação (%) Taxa Geométrica
Complexos
SUB-
PERÍODO I
1989 - 1992
SUB-
PERÍODO II
1993 - 1996
SUB-
PERÍODO III
1997 - 1999
SUB-
PERÍODO IV
2000 – 2002 PER I PER II PER III PER IV II/I III/II IV/III IV/I
Açúcar 3.334.187 3.985.439 3.681.440 3.041.657 3,55 3,59 3,02 2,51 19,53 -7,63 -17,38 -8,77
Café
970.793 1.585.359 1.920.703 1.572.491 1,03 1,43 1,58 1,30 63,31 21,15 -18,13 61,98
Carnes 21.706.587 24.231.544 23.510.235 21.467.802 23,09 21,81 19,31 17,73 11,63 -2,98 -8,69 -1,10
Laranja 1.289.356 1.984.088 2.202.862 2.235.986 1,37 1,79 1,81 1,85 53,88 11,03 1,50 73,42
Madeira 64.955.233 77.421.521 87.800.342 90.341.729 69,10 69,69 72,13 74,63 19,19 13,41 2,89 39,08
Soja
1.749.778 1.878.736 2.607.051 2.388.558 1,86 1,69 2,14 1,97 7,37 38,77 -8,38 36,51
Total Europa 94.005.933 111.086.685 121.722.633 121.048.224 100,00 100,00 100,00 100,00 18,17 9,57 -0,55 28,77
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da FAO
Tabela 18 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações da Ásia -
por Complexo Agroindustrial - 1989 a 2002
ASIA Exportações (US$) Participação (%) Taxa Geométrica
Complexos
SUB-
PERÍODO I
1989 - 1992
SUB-
PERÍODO II
1993 - 1996
SUB-
PERÍODO III
1997 - 1999
SUB-
PERÍODO IV
2000 - 2002 PER I PER II PER III PER IV II/I III/II IV/III IV/I
Açucar 1.454.814 1.829.820 1.486.044 1.541.275 6,85 6,29 5,13 5,39 25,78 -18,79 3,72 5,94
Café
787.909 1.594.876 1.609.715 921.034 3,71 5,48 5,55 3,22 102,42 0,93 -42,78 16,90
Carnes 2.467.526 3.943.628 3.377.156 3.473.585 11,62 13,56 11,65 12,14 59,82 -14,36 2,86 40,77
Laranja 330.713 266.378 244.148 197.212 1,56 0,92 0,84 0,69 -19,45 -8,35 -19,22 -40,37
Madeira 15.178.759 20.364.947 21.011.721 21.580.125 71,49 70,03 72,49 75,45 34,17 3,18 2,71 42,17
Soja
1.011.731 1.080.539 1.256.352 888.261 4,77 3,72 4,33 3,11 6,80 16,27 -29,30 -12,20
Total Asia 21.231.452 29.080.188 28.985.136 28.601.492 100,00 100,00 100,00 100,00 36,97 -0,33 -1,32 34,71
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da FAO
116
3.4.1.5 Mercado de Destino: ÁFRICA
A Tabela 19 apresenta a evolução das exportações, a participação e
as taxas de crescimento das exportações da África por complexo de produtos.
As exportações Africanas são as que possuem a mais baixa
participação do total das exportações mundiais e também foram as que tiveram as
menores taxas de crescimento, evoluindo apenas 10% ao longo do período de 1989
a 2002, reduzindo ainda mais essa participação, ficando em torno de pouco mais de
2% do total das exportações mundiais.
Dos seis complexos de produtos analisados, as exportações
africanas tiveram em cinco deles taxa de crescimentos menores que a média anual.
O complexo madeira foi o único complexo que apresentou evolução acima da média
de crescimento mundial, crescendo perto de 60% ao longo do período estudado. Em
conseqüência, este complexo que já era o de maior participação no total de
exportações africanas com índice em torno de 40% no primeiro sub-período, fechou
o quarto sub-período com mais de 60% de participação no total de exportações da
África.
Esta concentração também pode ser observada na redução da
participação dos complexos Açúcar, Café e Laranja, que tiveram evolução negativa
significativa ao longo do período estudado, perdendo quase 20 pontos de
117
participação das exportações africanas. O Complexo café foi o que apresentou as
maiores perdas, sofrendo retração superior a 40%.
O resultado das exportações por sub-períodos permite verificar uma
perda gradativa de competitividade das exportações africanas, exemplificadas
principalmente pela evolução negativa no terceiro e no quarto sub-períodos
analisados, apresentando tendências de contínua retração das exportações deste
mercado.
118
Tabela 19 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações da África -
por Complexo Agroindustrial - 1989 a 2002
AFRICA Exportações (US$) Participação (%) Taxa Geométrica
Complexos
SUB-
PERÍODO I
1989 - 1992
SUB-
PERÍODO II
1993 - 1996
SUB-
PERÍODO III
1997 - 1999
SUB-
PERÍODO IV
2000 – 2002 PER I PER II PER III PER IV II/I III/II IV/III IV/I
Açucar 1.000.618 895.606 1.034.839 842.212 20,44 14,63 17,02 15,62 -10,49 15,55 -18,61 -15,83
Café
1.285.539 1.517.557 1.662.222 751.515 26,26 24,78 27,35 13,94 18,05 9,53 -54,79 -41,54
Carnes 194.731 295.237 253.931 220.771 3,98 4,82 4,18 4,10 51,61 -13,99 -13,06 13,37
Laranja 344.048 307.171 357.356 295.139 7,03 5,02 5,88 5,48 -10,72 16,34 -17,41 -14,22
Madeira 2.049.045 3.080.514 2.744.881 3.260.284 41,85 50,31 45,16 60,48 50,34 -10,90 18,78 59,11
Soja
21.818 27.209 25.213 20.570 0,45 0,44 0,41 0,38 24,71 -7,33 -18,41 -5,72
Total Africa 4.895.798 6.123.293 6.078.441 5.390.491 100,00 100,00 100,00 100,00 25,07 -0,73 -11,32 10,10
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da FAO
Tabela 20 – Volume (US$), Participação e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações da Oceania -
por Complexo Agroindustrial - 1989 a 2002
OCEANIA Exportações (US$) Participação (%) Taxa Geométrica
Complexos
SUB-
PERÍODO I
1989 - 1992
SUB-
PERÍODO II
1993 - 1996
SUB-
PERÍODO III
1997 - 1999
SUB-
PERÍODO IV
2000 - 2002 PER I PER II PER III PER IV II/I III/II IV/III IV/I
Açucar 848.326 1.171.613 1.335.238 866.614 13,07 13,46 15,74 9,60 38,11 13,97 -35,10 2,16
Café
107.863 160.823 221.397 91.618 1,66 1,85 2,61 1,02 49,10 37,67 -58,62 -15,06
Carnes 3.697.381 4.114.006 4.072.275 4.811.537 56,97 47,27 48,02 53,31 11,27 -1,01 18,15 30,13
Laranja 33.654 70.077 88.337 93.938 0,52 0,81 1,04 1,04 108,23 26,06 6,34 179,13
Madeira 1.801.669 3.184.689 2.760.174 3.157.819 27,76 36,59 32,55 34,99 76,76 -13,33 14,41 75,27
Soja
1.088 2.141 3.559 4.341 0,02 0,02 0,04 0,05 96,81 66,25 21,98 299,11
Total Oceania 6.489.980 8.703.349 8.480.980 9.025.866 100,00 100,00 100,00 100,00 34,10 -2,55 6,42 39,07
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da FAO
119
3.4.1.6 Mercado de Destino: OCEANIA
A Tabela 20 apresenta a evolução, a participação e as taxas de
crescimento das exportações da Oceania por complexo de produtos selecionados.
As exportações da Oceania representam apenas 3,50% das exportações mundiais
(Tabela 14), e apresentou pequeno crescimento na participação em relação ao total
exportado mundialmente ao longo do período estudado.
Observando a Tabela 20 verifica-se que os dois complexos de
produtos que apresentaram as maiores taxas de crescimento no período, são
também os de menor participação das exportações da Oceania (laranja e soja),
somando juntos em torno de 1% do total das exportações deste mercado. Outros 3
complexos (açúcar, café e carnes) apresentaram crescimento menor que a média
mundial, com o complexo do café apresentando evolução negativa em torno de
15%.
O complexo carne representa sozinho mais de 50% do total das
exportações da Oceania, e em conjunto com o complexo madeira, representa quase
90% do total comercializado por este mercado. O complexo madeira por sua vez
apresentou crescimento de duas vezes a média de crescimento do mercado da
Oceania, e aumentando sua participação em mais de 7 pontos percentuais.
120
Na análise por sub-períodos, observamos uma pequena evolução
negativa no terceiro sub-período acompanhado de um pequeno crescimento no
quarto sub-período, apresentando tendência de aumento das exportações.
3.4.2 Evolução da Pauta de Exportações Mundiais - por Complexo de
Produtos
A Tabela 21 mostra a evolução das exportações mundiais por
complexo de produtos selecionados ao longo do período de 1989 a 2002.
Observa-se a evolução positiva de participação no complexo soja e
no complexo madeira, que representou sozinho quase 70% das exportações
mundiais dos complexos selecionados. Este aumento de participação também indica
aumento de concentração das exportações em alguns grupos de produtos:
complexos carne, madeira e soja juntos representam mais de 90% do total das
exportações mundiais.
121
Tabela 21 – Volume (US$) e Taxa Geométrica de Crescimento das Exportações
Mundiais – por Complexo de Produtos – 1989 a 2002
Complexos/ Exportações (US$) Participação (%)
Grupos de
Produtos
Sub-
período I
1989 - 1992
Sub-
período II
1993 - 1996
Sub-
período III
1997 - 1999
Sub-
período IV
2000 - 2002
1989 -
1992
1993 -
1996
1997 -
1999
2000 -
2002
Açucar
7.412.208 9.471.392 9.723.343 8.331.912 3,85 3,94 3,76 3,23
Café
5.020.942 7.495.176 9.083.112 5.413.973 2,61 3,12 3,51 2,10
Carnes
33.925.589 41.512.355 41.995.202 42.992.855 17,63 17,26 16,25 16,65
Laranja
3.714.871 4.469.227 4.897.228 4.567.668 1,93 1,86 1,89 1,77
Madeira
128.876.089 160.516.720 172.020.098 176.167.025 66,99 66,75 66,56 68,24
Soja
13.437.504 17.001.230 20.727.803 20.679.175 6,98 7,07 8,02 8,01
TOTAL
192.387.203 240.466.101 258.446.786 258.152.608 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do MDIC/SECEX
Em contrapartida, os demais complexos apresentaram perdas de
participação (market-share) em relação ao total exportado. Juntos representam
menos de 10% do total das exportações mundiais.
122
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
O presente capítulo discute os resultados da aplicação do modelo
Constant Market Share para a análise da evolução das exportações de complexos
industriais selecionados no período 1989/2002.
4.1 Constant Market Share - CMS
Os resultados obtidos a partir da aplicação do modelo CMS
possibilitaram a análise da decomposição e a contribuição de cada um dos efeitos:
crescimento do comércio mundial, composição da pauta de exportações, destino das
exportações e a competitividade nos quatro períodos considerados.
4.1.1 Mercado de Destino: Exportações Mundiais
A Tabela 22 apresenta os resultados da decomposição das
exportações dos complexos agroindustriais brasileiros, em relação aos níveis de
exportações mundiais para estes complexos.
A tabela mostra o indicador de taxa de crescimento das exportações,
onde pode-se verificar o declínio das taxas de crescimento ao longo dos períodos
123
estudados tanto para as exportações brasileiras, como para as exportações
mundiais, que chegaram a apresentar variação negativa no último período. Outra
observação se faz necessária, quanto às taxas de crescimento das exportações
brasileiras, sendo sempre superiores às taxas mundiais, refletindo em ganho de
market-share (4,94 para 6,04).
Na análise da decomposição das fontes de crescimento das
exportações brasileiras observamos que no primeiro período o principal fator que
explicou o crescimento das exportações brasileiras foi o efeito competitividade,
sendo responsável por quase 80% do crescimento das exportações, enquanto que o
efeito crescimento do comércio mundial explicou em torno de 20%. Os efeitos
composição da pauta e destino das exportações apresentaram índices praticamente
nulos (2,9 e -3,1, respectivamente) indicando ausência de diversificação de produtos
e mercados.
Na análise do segundo período observa-se pequena variação
positiva nos efeitos composição da pauta e destino das exportações, indicando
tendência de diversificação de produtos e mercados. Já o efeito crescimento do
comércio mundial, apresenta retração quando comparado ao período anterior,
diminuindo de intensidade, acompanhando a diminuição da taxa de crescimento do
comércio mundial, conseqüentemente, o efeito competitividade impera explicando
mais de 80% do crescimento das exportações neste período.
Tabela 22 - Taxas de Crescimento das Exportações Agroindustriais Brasileiras
e Mundiais e Fontes de Crescimento das Exportações Agroindustriais
Brasileiras - por Complexo Agroindustrial (%) - 1989 a 2002
EXPORTAÇÕES MUNDIAIS Períodos
1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 1989 a 92
Indicadores
1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02 2000 a 02
124
a) Taxas de crescimento
Exportações mundiais 22,14 7,48 (0,86) 23,16
Exportações brasileiras 48,13 17,37 5,42 45,44
Market-Share 4,94 5,62 6,04 5,54
b) Fontes de crescimento
Crescimento do comércio mundial 22,10 7,50 (0,90) 30,10
Composição da pauta exportações 2,90 4,90 (7,30) 0,30
Destino das exportações (3,10) 3,80 (5,20) (2,80)
Competitividade 78,10 83,80 113,40 72,30
Fonte: elaborado pelo autor com dados da MDIC/SECEX e FAO
No terceiro período os efeitos crescimento do comércio mundial,
composição da pauta de exportações e destino das exportações apresentaram
indicadores negativos, e atuaram de forma a reduzir a participação das exportações
brasileiras no mercado mundial, indicando necessidade de ampliação do mercado e
maior dinamismo na pauta de produtos a serem enviados ao mercado internacional.
O efeito que possibilitou que o crescimento das exportações brasileiras fosse maior
que as exportações mundiais, e conseqüentemente gerando ganhos de market-
share foi o efeito competitividade, registrando mais representatividade em relação ao
índice do período anterior.
Ao observarmos a evolução das exportações dos produtos
agroindustriais ao longo dos quatro períodos analisados, observamos que o efeito
competitividade foi o principal responsável, respondendo por mais de 2/3 do
aumento das taxas de exportações, seguido do efeito crescimento do comércio
mundial, sendo que os efeitos composição da pauta e destino das exportações
tiveram efeito quase nulo, este último inclusive com variação negativa.
125
Desta forma, aceita-se a hipótese H0 do quadro 1, visto que o efeito
competitividade foi a principal fonte de crescimento das exportações brasileiras ante
ao mercado mundial.
4.1.2 Mercado de Destino: Mercosul
A Tabela 23 apresenta os resultados da decomposição das
exportações dos complexos agroindustriais brasileiros para o Mercosul em relação
aos níveis de exportações do Mercosul.
A taxa de crescimento das exportações brasileiras de 1989 a 2002
para o Mercosul (73,23%) foi quase duas vezes à taxa de crescimento das
exportações do mercosul (42,10%) no mesmo período, resultando em aumento de
market-share das exportações brasileiras para este mercado. No primeiro período
analisado as exportações brasileiras atingiram taxa de crescimento de quase 3
vezes, apresentando constante declínio nos períodos subseqüentes, fechando o
último período com evolução negativa, com retração próximo de 30%, perdendo 2
pontos percentuais de market-share entre o segundo e o terceiro períodos
analisados.
A análise da decomposição das fontes de crescimento das
exportações brasileiras mostra-nos que no primeiro período o efeito competitividade
trabalhou contrário ao aumento das taxas de exportação para este mercado para os
126
produtos em análise, enquanto que o efeito destino das exportações compensou a
grande variação negativa do efeito competitividade.
No segundo período o efeito pauta de exportação apresenta índice
negativo, enquanto que os outros três indicadores explicam, quase que em partes
iguais, o crescimento das exportações neste período. Já no terceiro período o efeito
competitividade, mesmo apresentando índice alto, não consegue sustentar
crescimento na taxa de exportação brasileira, tendo uma retração em torno de 25%,
sendo explicada pelos efeitos composição da pauta e destino das exportações com
índices negativos (16,7 e 47,8, respectivamente).
Tabela 23 - Taxas de crescimento das exportações Agroindustriais Brasileiras
e do Mercosul e Fontes de Crescimento das Exportações Agroindustriais
Brasileiras para o Mercosul - por Complexo Agroindustrial (%) - 1989 a 2002
EXPORTAÇÕES MERCOSUL Períodos
1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 1989 a 92
Indicadores
1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02 2000 a 02
a) Taxas de crescimento
Exportações Mercosul 21,98 29,87 9,03 42,10
Exportações brasileiras 270,45 37,40 (26,61) 73,23
Market-Share 8,83 13,07 11,10 10,19
b) Fontes de crescimento
Crescimento do comércio Mercosul 22,00 29,90 9,00 72,70
Composição da pauta exportações 13,60 (7,00) (16,70) 22,60
Destino das exportações 244,60 35,90 (47,80) 174,60
Competitividade (180,10) 41,20 155,40 (169,80)
Fonte: elaborado pelo autor com dados da MDIC/SECEX e FAO
Ao analisarmos a evolução das exportações brasileiras para o
Mercosul no período de 1989 a 2002, observamos que as mesmas apresentaram
taxas de crescimento maiores que o total de exportações do Mercosul, aumentando
127
seu market-share no período. Essa evolução das exportações brasileiras é explicada
principalmente pelo efeito destino das exportações, em seguida pelo efeito
crescimento do comércio no Mercosul e em menor escala pela composição da
pauta. O efeito competitividade apresenta índice negativo e em alta escala,
indicando a falta de competitividade dos complexos de produtos brasileiros
selecionados no mercado do Mercosul.
Na evolução das exportações para o Mercosul, somente as
variações para o quarto período são explicadas pelo efeito competitividade, desta
forma, rejeita-se a hipótese H0 do quadro 1, e aceita-se a hipótese H1, em que
outros componentes explicam a variação das exportações brasileiras para o
Mercosul: efeito destino das exportações e crescimento do comércio do Mercosul.
4.1.3 Mercado de Destino: Nafta
A Tabela 24 apresenta os resultados da decomposição das
exportações dos complexos agroindustriais brasileiros para o Nafta em relação aos
níveis de exportações do mercado Nafta.
A taxa de crescimento das exportações brasileiras para o Nafta
praticamente acompanhou a taxa de crescimento das exportações do Nafta, sendo
que no primeiro período as taxas de exportações do Nafta foram maiores que as
brasileiras e nos dois períodos subseqüentes as taxas de crescimento brasileiras
superaram as taxas de crescimento das exportações do mercado Nafta. As taxas de
128
market-share praticamente mantiveram-se nos mesmos níveis, com pequena
variação positiva.
Tabela 24 - Taxas de Crescimento das Exportações Agroindustriais Brasileiras
e do Nafta e Fontes de Crescimento das Exportações Agroindustriais
Brasileiras para o Nafta - por Complexo Agroindustrial (%) - 1989 a 2002
EXPORTAÇÕES NAFTA Períodos
1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 1989 a 92
Indicadores
1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02 2000 a 02
a) Taxas de crescimento
Exportações Nafta 27,45 5,92 (0,69) 25,41
Exportações brasileiras 16,76 19,91 7,22 33,38
Market-Share 2,39 2,46 2,71 2,56
b) Fontes de crescimento
Crescimento do comércio Nafta 27,40 5,90 (0,70) 34,10
Composição da pauta exportações 3,00 8,60 (14,40) (7,30)
Destino das exportações (23,50) 16,60 (9,30) 12,70
Competitividade 93,00 68,90 124,40 60,50
Fonte: elaborado pelo autor com dados da MDIC/SECEX e FAO
O efeito competitividade é elevado em todos os períodos, explicando
em torno de 2/3 da evolução das exportações para o Nafta. O efeito crescimento do
comércio também ter forte correlação com a evolução das taxas de exportação
brasileiras. O efeito destino das exportações em dois períodos apresentou taxas
negativas, juntamente com o efeito composição da pauta que fechou os períodos de
análise com índice negativo (7,3).
Embora o efeito crescimento do comércio do Nafta tenha
apresentado grande influência na evolução das exportações brasileiras para este
mercado, efeito competitividade foi a principal fonte de crescimento das exportações
129
brasileiras para o mercado Nafta, aceitando-se, desta forma, a hipótese H0 do
quadro 1.
4.1.4 Mercado de destino: Europa
A Tabela 25 apresenta os resultados da decomposição das
exportações dos complexos agroindustriais brasileiros para a Europa em relação aos
níveis de exportações do mercado Europeu.
A taxa de crescimento das exportações brasileiras para o mercado
europeu foi em quase três vezes superior à taxa de crescimento das exportações da
Europa (59,42 contra 22,34%) no período 1989 a 2002. Em conseqüência houve
ganhos expressivos de market-share (4,13% para 6,88%).
Analisando a decomposição das fontes de crescimento é necessário
fazer duas observações importantes e opostas: os níveis de competitividade dos
produtos brasileiros no mercado europeu vëm aumentando gradativamente, e sendo
os principais responsáveis pela sustentação das altas taxas de crescimento das
exportações brasileiras; o efeito destino das exportações também vem evoluindo de
forma negativa ao longo dos períodos, evolução negativa, embora pequena,
indicando falta de diversificação dos mercados atendidos. O efeito composição da
pauta com índice de apenas 5,10% representa também a concentração de nossas
130
exportações em poucos produtos. Já o efeito crescimento do comércio também
impulsionou as exportações ao longo do período estudado.
Tabela 25 - Taxas de Crescimento das Exportações Agroindustriais Brasileiras
e da Europa e Fontes de Crescimento das Exportações Agroindustriais
Brasileiras para a Europa - por Complexo Agroindustrial (%) - 1989 a 2002
EXPORTAÇÕES EUROPA Períodos
1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 1989 a 92
Indicadores
1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02 2000 a 02
a) Taxas de crescimento
Exportações Europa 18,17 9,57 (0,55) 22,34
Exportações brasileiras 46,96 63,45 2,60 59,42
Market-Share 4,13 5,71 6,88 5,62
b) Fontes de crescimento
Crescimento do comércio Europa 18,20 9,60 (0,60) 28,80
Composição da pauta exportações 15,30 7,20 (7,70) 5,10
Destino das exportações (2,20) (3,30) (8,40) (16,50)
Competitividade 68,70 86,50 116,60 82,60
Fonte: elaborado pelo autor com dados da MDIC/SECEX e FAO
Da mesma forma que para o mercado Nafta, o efeito crescimento do
comércio da Europa apresentou grande influência na evolução das exportações
brasileiras para o mercado Europeu, entretanto, o efeito competitividade foi a
principal fonte de crescimento das exportações brasileiras para o mercado Europeu,
aceitando-se, desta forma, a hipótese H0 do quadro 1.
131
4.1.5 Mercado de destino: Ásia
A Tabela 26 apresenta os resultados da decomposição das
exportações dos complexos agroindustriais brasileiros para a Ásia em relação aos
níveis de exportações da Ásia.
Da mesma forma que para o mercado europeu a taxa de
crescimento das exportações brasileiras para a Ásia (65,08) foi quase três vezes à
taxa de crescimento das exportações da Ásia (25,77%), ressaltando o desempenho
das exportações brasileiras no primeiro período analisado, alcançando taxa de
crescimento superior a 100%. Como conseqüência, houve ganhos de market-share,
fechando o último período com ganhos de 5 pontos percentuais (8,25 para 13,25), e
fechando com média próximo a 11% de market-share.
A análise da decomposição das fontes de crescimento das
exportações brasileiras mostra-nos que no primeiro período o efeito competitividade
representou em torno de 50% do aumento das taxas de exportação para este
mercado para os produtos em análise, acompanhado pelo efeito crescimento do
comércio, enquanto que o efeito composição da pauta apresentou correlação nula.
No segundo e terceiros períodos o efeito composição da pauta
evoluiu negativamente, apresentando índices negativos crescentes, acompanhado
também pelo efeito crescimento do comércio, embora com intensidade menor,
132
produzindo efeitos contrários ao aumento das exportações brasileiras para este
mercado.
Tabela 26 - Taxas de Crescimento das Exportações Agroindustriais Brasileiras
e da Ásia e Fontes de Crescimento das Exportações Agroindustriais
Brasileiras para a Ásia - por Complexo Agroindustrial (%) - 1989 a 2002
EXPORTAÇÕES ASIA Períodos
1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 1989 a 92
Indicadores
1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02 2000 a 02
a) Taxas de crescimento
Exportações Ásia 36,97 (0,33) (1,32) 25,77
Exportações brasileiras 103,28 33,61 5,44 65,08
Market-Share 8,25 11,19 13,25 10,92
b) Fontes de crescimento
Crescimento do comércio Ásia 37,00 (0,30) (1,30) 34,70
Composição da pauta exportações 0,80 (1,20) (13,00) (22,90)
Destino das exportações 11,50 8,50 1,70 38,40
Competitividade 50,60 93,00 112,60 49,80
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da MDIC/SECEX e FAO
Já o efeito destino das exportações aferiu índices decrescentes ao
longo do período estudado e fechando com índice próximo a 40%. Já o efeito
competitividade foi novamente o responsável pela sustentação da evolução das
taxas de crescimento das exportações brasileiras, apresentando contínua evolução
positiva.
Embora, aceita-se a hipótese H0, de que o efeito competitividade foi
imperante para a evolução das exportações brasileiras para o mercado asiático,
observamos participações quase na mesma proporção para os efeitos destino das
exportações e crescimento do comércio da Ásia.
133
4.1.6 Mercado de Destino: África
A Tabela 27 apresenta os resultados da decomposição das
exportações dos complexos agroindustriais brasileiros para a África em relação aos
níveis de exportações da África.
A taxa de crescimento das exportações brasileiras para o África no
período de 1989 a 2002 foram maiores em 6 vezes o crescimento das exportações
da África, não representando, entretanto, uma evolução nas mesmas proporções em
market-share, onde aumentou em 50% o market-share apurado no primeiro período.
Tabela 27 - Taxas de Crescimento das Exportações Agroindustriais Brasileiras
e da África e Fontes de Crescimento das Exportações Agroindustriais
Brasileiras para a África - por Complexo Agroindustrial (%) - 1989 a 2002
EXPORTAÇÕES ÁFRICA Períodos
1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 1989 a 92
Indicadores
1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02 2000 a 02
a) Taxas de crescimento
Exportações África 25,07 (0,73) (11,32) 9,18
Exportações brasileiras 82,71 19,55 7,82 57,54
Market-Share 9,56 12,25 14,74 12,20
b) Fontes de crescimento
Crescimento do comércio África 25,10 (0,70) (11,30) 10,10
Composição da pauta de exportações (12,50) 9,70 (3,70) (15,20)
Destino das exportações (12,50) 14,20 0,00 15,60
Competitividade 99,90 76,80 114,90 89,60
Fonte: elaborado pelo autor com dados da MDIC/SECEX e FAO
134
Analisando a decomposição das fontes de crescimento destas
exportações observamos a manutenção de elevados índices do efeito
competitividade, e o efeito composição da pauta apresentando índices negativos,
retraindo o crescimento das exportações. Já os efeitos crescimento do comércio e
destino das exportações aferiram índices positivos embora baixos, e com tendência
de queda.
Desta forma, aceita-se a hipótese H0 do quadro 1, visto que o efeito
competitividade foi a principal fonte de crescimento das exportações brasileiras para
o mercado africano.
4.1.7 Mercado de destino: Oceania
A Tabela 28 apresenta os resultados da decomposição das
exportações dos complexos agroindustriais brasileiros para a Oceania em relação
aos níveis de exportações da Oceania.
A Oceania é a região de menor participação nas exportações
brasileiras, representando menos de 0,5% do total exportado pelo Brasil. As taxas de
crescimento das exportações brasileiras para a Oceania fecharam o período 1989 a
2002 com decréscimo de quase 20%, contra um aumento das exportações da
Oceania de quase 30%, com conseqüente perda de market-share ao longo do
período estudado.
135
Na análise da decomposição das fontes de crescimento das
exportações brasileiras o efeito competitividade embora positivo nas três análises
iniciais, termina o período com índice negativo, assim como o efeito destino das
exportações. A variação das exportações brasileiras para a Oceania é explicada pelo
efeito composição de pauta e em segundo momento o próprio crescimento do
comércio da Oceania.
Tabela 28 - Taxas de Crescimento das Exportações Agroindustriais Brasileiras
e da Oceania e Fontes de Crescimento das Exportações Agroindustriais
Brasileiras para a Oceania - por Complexo Agroindustrial (%) - 1989 a 2002
EXPORTAÇÕES OCEANIA Períodos
1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 1989 a 92
Indicadores
1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02 2000 a 02
a) Taxas de crescimento
Exportações Oceania 34,10 (2,55) 6,42 28,10
Exportações brasileiras 50,58 (21,92) (28,40) (18,79)
Market-Share 0,90 0,85 0,63 0,76
b) Fontes de crescimento
Crescimento do comércio Oceania 34,10 (2,60) 6,40 39,10
Composição da pauta de exportações 44,10 9,00 (15,70) 95,10
Destino das exportações (7,20) 9,20 (19,80) (10,60)
Competitividade 29,00 84,40 129,10 (23,60)
Fonte: elaborado pelo autor com dados da MDIC/SECEX e FAO
Da mesma forma que para o mercado Mercosul, rejeita-se a
hipótese H0 do quadro 1, e aceita-se a hipótese H1, em que outros componentes
explicam a variação das exportações brasileiras para a Oceania: composição da
pauta e crescimento do comércio da Oceania. Embora o efeito competitividade fosse
imperante na evolução no terceiro e quarto período da tabela 28, não foi decisivo
para explicar as variações das exportações brasileiras para a Oceania.
136
4.2 Vantagens Comparativas Reveladas (VCR)
A Tabela 29 apresenta a evolução dos índices de vantagens
comparativas reveladas dos complexos de produtos selecionados da agroindústria
brasileira em relação à agroindústria mundial no período de 1989 a 2002.
Dos seis complexos de produtos estudados da agroindústria
brasileira quatro apresentaram índices de vantagens comparativas acima da unidade
(1,0), significando possuir vantagens comparativas em relação aos concorrentes
mundiais. Destes, porém, somente dois, açúcar e carnes, apresentaram ganhos nos
índices de vantagens comparativas ao longo do período: o complexo carnes quase
dobrou seu índice (0,553 para 0,969) apresentando no último período índice bem
próximo à unidade, e o complexo açúcar que mais que triplicou o índice (0,934 para
3,115).
Tabela 29 – Índices de Vantagens Comparativas Reveladas por Complexo de
Produto Selecionado da Agroindústria Brasileira em relação à Agroindústria
Mundial - 1989 a 2002
Índices de VCR
Complexos 1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02
Soja 4,706 4,214 3,871 3,976
Laranja 6,699 4,545 4,070 3,379
Açúcar 0,934 2,186 2,764 3,115
Café 3,710 2,954 3,140 2,741
137
Carnes 0,553 0,603 0,621 0,969
Madeira 0,425 0,452 0,380 0,410
Fonte: elaborado pelo autor com dados da MDIC/SECEX e FAO
Os maiores índices de vantagens comparativas pertencem aos
complexos de: soja (3,976), laranja (3,379), açúcar (3,115) e café (2,741).
O complexo madeira apresentou constância nos índices de
vantagens comparativas, mantendo-se sempre abaixo da unidade, indicando
ausência de ganhos de competitividade ao longo do período estudado, enquanto
que os complexos soja, café e laranja apresentaram retração gradativa dos índices
de VCR, sendo mais intensa no complexo laranja acusando variação de 6,699 (1º
período) para 3,379 (4º período).
4.2.1 VCR – Mercado de Destino: Mercosul
A Tabela 30 apresenta a evolução dos índices de vantagens
comparativas reveladas dos complexos de produtos selecionados da agroindústria
brasileira em relação à agroindústria do mercosul, no período de 1989 a 2002.
Analisando os dados verificamos que cinco dos seis complexos de
produtos estudados da agroindústria brasileira apresentaram índices de vantagens
comparativas acima da unidade (1,0), significando possuir vantagens comparativas
em relação aos paises concorrentes do Mercosul. Destes, somente um (madeira)
138
apresentou redução em seu índice, e os outros cinco complexos apresentaram
ganhos nos índices de vantagens comparativas ao longo do período estudado. Vale
ressaltar também a diminuição do índice do complexo soja entre o terceiro e quarto
períodos.
Tabela 30 – Índices de Vantagens Comparativas Reveladas por Complexo de
Produto Selecionado da Agroindústria Brasileira em relação à Agroindústria do
Mercosul - 1989 a 2002
Índices de VCR
Complexos 1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02
Café 31,810 449,057 541,194 1.158,369
Açúcar 3,950 12,238 7,940 9,332
Madeira 10,616 6,399 6,485 7,571
Laranja 0,136 0,452 0,640 1,468
Carnes 0,459 0,637 0,822 1,055
Soja 0,019 0,031 0,069 0,027
Fonte: elaborado pelo autor com dados da MDIC/SECEX e FAO
Destaque especial ao complexo café que apresentou crescimento
contínuo, atingindo no último período índice de mais de trinta vezes o verificado no
primeiro período. O complexo laranja apresentou o segundo melhor crescimento,
sendo superior a 10 vezes o índice do primeiro período. Os complexos açúcar e
carnes também aferiram ganhos importantes em seus índices de vantagem
comparativa. Já o complexo soja, embora com pequena variação positiva de seu
índice, é o único complexo que ficou abaixo da unidade, indicando falta de
competitividade do complexo frente ao mercado do Mercosul.
139
5.2.2 VCR – Mercado de Destino: Nafta
A Tabela 31 apresenta a evolução dos índices de vantagens
comparativas reveladas dos complexos de produtos selecionados da agroindústria
brasileira em relação à agroindústria do Nafta, no período de 1989 a 2002.
A tabela mostra que três (madeira, carnes e soja) dos seis
complexos de produtos analisados apresentam índices de vantagens comparativas
reveladas menores que a unidade, indicando falta de competitividade destes
produtos no mercado Nafta. Contudo, somente dois complexos (café e laranja) de
produtos apresentaram diminuição do índice de vantagens comparativas, quando
analisados o último período em relação ao primeiro; estes complexos apresentaram
perdas contínuas e representativas.
Tabela 31 – Índices de Vantagens Comparativas Reveladas por Complexo de
Produto selecionado da Agroindústria Brasileira em relação à Agroindústria do
Nafta - 1989 a 2002
Índices de VCR
Complexos 1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02
Açúcar
22,507 24,211 22,959 42,006
Café
25,143 18,754 16,057 12,355
Laranja
34,059 16,526 10,848 8,362
Madeira
0,317 0,597 0,618 0,869
Carnes
0,288 0,447 0,465 0,376
Soja
0,064 0,054 0,153 0,161
Fonte: elaborado pelo autor com dados da MDIC/SECEX e FAO
140
O complexo açúcar se apresenta como o mais competitivo dobrando
seu índice VCR e tornando-se o produto mais competitivo para este mercado. Já o
complexo madeira, apresenta índices crescentes constantes, embora ficando ainda
abaixo da unidade. Os complexos de carnes e soja, embora apresentando evolução
positiva de seus índices, ficaram muito abaixo da unidade, com tendência para
manutenção de seus indicadores, indicando falta de competitividade frente ao
mercado do Nafta.
5.2.3 VCR – Mercado de Destino: Europa
A Tabela 32 apresenta a evolução dos índices de vantagens
comparativas reveladas dos complexos de produtos selecionados da agroindústria
brasileira em relação à agroindústria da Europa, no período de 1989 a 2002.
Tabela 32 – Índices de Vantagens Comparativas Reveladas por Complexo de
produto Selecionado da Agroindústria Brasileira em relação à Agroindústria da
Europa - 1989 a 2002
Índices de VCR
Complexos 1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02
Soja
10,984 10,729 18,072 20,208
Café
23,524 17,989 13,151 8,827
Laranja
14,475 9,336 6,137 4,686
Açúcar
0,538 1,380 2,259 2,951
Carnes
0,496 0,498 0,399 0,874
Madeira
0,319 0,340 0,207 0,229
Fonte: elaborado pelo autor com dados da MDIC/SECEX e FAO
141
Dos seis complexos de produtos estudados da agroindústria
brasileira em relação ao mercado Europeu quatro apresentaram índices de
vantagens comparativas acima da unidade (1,0), significando possuir vantagens
comparativas em relação aos concorrentes europeus. Destes, três (soja, açúcar e
carnes) apresentaram ganhos nos índices de vantagens comparativas ao longo do
período: o complexo soja dobrou seus índices, passando a ser o principal complexo
em termos de vantagens comparativas no mercado europeu; o complexo carnes
quase dobrou seu índice (0,496 para 0,874) apresentando no último período índice
bem próximo à unidade, e o complexo açúcar atingiu índice de quase seis vezes o
aferido no primeiro período.
O complexo madeira apresenta índices bem abaixo da unidade e
com evolução negativa ao longo do período estudado. Já os complexos de café e
laranja, embora apresentado índices bem acima da unidade vem demonstrando
declínios contínuos de seus indicadores, indicando de perda de competitividade no
mercado europeu.
5.2.4 VCR – Mercado de Destino: Ásia
A Tabela 33 apresenta a evolução dos índices de vantagens
comparativas reveladas dos complexos de produtos selecionados da agroindústria
brasileira em relação à agroindústria da Ásia, no período de 1989 a 2002.
142
Tabela 33 – Índices de Vantagens Comparativas Reveladas por complexo de
produto selecionado da agroindústria brasileira em relação à agroindústria da
Ásia - 1989 a 2002
Índices de VCR
Complexos 1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02
Soja
5,952 6,818 8,748 12,671
Laranja
3,799 4,857 3,453 4,186
Açúcar
0,882 2,486 2,811 2,466
Carnes
2,087 1,592 1,648 1,892
Café
3,500 2,070 1,754 1,769
Madeira
0,314 0,309 0,218 0,209
Fonte: elaborado pelo autor com dados da MDIC/SECEX e FAO
Analisando os dados verificamos que cinco dos seis complexos de
produtos estudados da agroindústria brasileira apresentaram índices de vantagens
comparativas acima da unidade (1,0), significando possuir vantagens comparativas
em relação aos paises concorrentes da Ásia. Destes três (carnes, café e madeira)
apresentaram redução nó índice de vantagens comparativas reveladas ao longo do
período estudado.
Os principais complexos de maiores vantagens comparativas para
este mercado são: soja (12,671), Laranja (4,186) e açúcar (2,466). O complexo
laranja apresentou constância em seus índices ao longo dos sub-períodos
estudados, enquanto os complexos soja e açúcar apresentaram evolução positiva
contínua.
143
5.2.5 VCR – Mercado de Destino: África
A Tabela 34 apresenta a evolução dos índices de vantagens
comparativas reveladas dos complexos de produtos selecionados da agroindústria
brasileira em relação à agroindústria da África, no período de 1989 a 2002.
Tabela 34 – Índices de Vantagens Comparativas Reveladas por Complexo de
Produto selecionado da Agroindústria Brasileira em relação à Agroindústria da
África - 1989 a 2002
Índices de VCR
Complexos 1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02
Soja
9,945 16,221 20,151 35,846
Açúcar
2,842 4,900 4,306 4,187
Carnes
1,164 0,231 0,774 2,723
Madeira
0,685 0,332 0,268 0,141
Café
0,160 0,131 0,110 0,086
Laranja
0,001 0,010 0,001 0,007
Fonte: elaborado pelo autor com dados da MDIC/SECEX e FAO
A tabela mostra que três (madeira, café e laranja) dos seis
complexos de produtos analisados apresentam índices de vantagens comparativas
reveladas menores que a unidade, indicando falta de competitividade destes
produtos no mercado da África. Dois destes complexos (madeira e café) foram os
únicos a apresentarem diminuição do índice de vantagens comparativas, na
comparação do último período em relação ao primeiro, enquanto que o complexo
laranja quase não apresenta vantagem comparativa ara este mercado, com
indicador muito abaixo da unidade (0,007).
144
Já os três complexos de produtos que apresentaram índice superior
à unidade (soja, açúcar e carnes), também apresentaram evolução positiva deste
indicador, destacando-se os índices aferidos pelo complexo soja (35,846), com
evolução gradativa e quase quatro vezes superior ao índice do primeiro período
(9,945).
5.2.6 VCR – Mercado de Destino: Oceania
A Tabela 35 apresenta a evolução dos índices de vantagens
comparativas reveladas dos complexos de produtos selecionados da agroindústria
brasileira em relação à agroindústria da Oceania, no período de 1989 a 2002.
Tabela 35 – Índices de Vantagens Comparativas Reveladas por Complexo de
Produto selecionado da Agroindústria Brasileira em relação à Agroindústria da
Oceania - 1989 a 2002
Índices de VCR
Complexos 1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02
Soja
62,159 151,560 26,492 264,462
Laranja
42,359 25,802 26,320 40,494
Café
9,117 8,314 10,575 12,034
Madeira
2,102 1,561 1,237 0,840
Açúcar
0,231 0,187 0,183 0,257
Carnes
0,008 0,010 0,015 0,020
Fonte: elaborado pelo autor com dados da MDIC/SECEX e FAO
A tabela mostra que três (madeira, açúcar e carnes) dos seis
complexos de produtos analisados apresentam índices de vantagens comparativas
reveladas menores que a unidade, indicando falta de competitividade destes
145
produtos no mercado da Oceania. Contudo, somente dois complexos de produtos
(laranja e madeira) apresentaram diminuição do índice de vantagens comparativas:
o complexo laranja, embora tendo o segundo melhor indicador de VCR, observou no
2º e 3º períodos reduções bruscas deste indicador e fechando o quarto período com
crescimento negativo em relação ao primeiro; já o complexo madeira que
apresentava no primeiro período indicador superior à unidade, observou ao longo
dos sub-períodos analisados perdas constantes de competitividade, apresentando
no último período indicador inferior à unidade.
O complexo soja apresenta índices inconstantes ao longo do sub-
período analisado, e fechando o indicador do quarto período 4 vezes superior o
primeiro período e obtendo o melhor desempenho dentre os complexos analisados.
O complexo café vem apresentando ganhos constantes de competitividade,
apresentando evoluções positivas constantes de seus indicadores de vantagens
comparativas, enquanto o complexo carnes apresenta resultado quase nulo, não
apresentando níveis de competitividade satisfatório em relação ao mesmo complexo
da Oceania.
No próximo capítulo são apresentadas as considerações finais,
conclusões, recomendações e observações do presente estudo.
146
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo da década de 1990 a economia brasileira sofreu profundas
e rápidas modificações. A abertura comercial e o plano real aliado às demais
reformas econômicas modificaram os parâmetros para as atividades produtivas do
país, transformando o ambiente econômico, forçando os agentes a abandonarem
comportamentos típicos de ambiente inflacionário, em busca de ações e atitudes
relacionadas com produtividade, custo e eficiência, requisitos básicos para a
sobrevivência em mercados globalmente competitivos.
O governo Collor deu início ao processo de abertura comercial em
1990 com políticas industriais e de comércio exterior alicerçadas na melhoria da
concorrência e competitividade dos produtos nacionais. A desmontagem do sistema
de proteção e incentivos da economia brasileira construído ao longo de décadas,
através da redução dos impostos sobre os bens importados, privilegiou a entrada de
produtos mais modernos e com custos menores em detrimento aos produtos
nacionais. Há que ressaltar que o país não possuía, e até hoje não possui formas de
controle além de barreiras tarifárias.
Com o plano real, o aumento do poder aquisitivo interno,
proporcionou aumento da demanda interna, direcionando as empresas ao
atendimento do mercado interno. A manutenção do câmbio valorizado foi um dos
entraves para a retomada de processos de desenvolvimento das exportações. Com
a desvalorização do câmbio em janeiro de 1999, o país foi conduzido a um novo
147
processo de desenvolvimento das exportações. Essa desvalorização, há muito
reivindicada por diversos setores empresariais, tornou as exportações brasileiras
mais competitivas, ao mesmo tempo que onerou produtos importados.
Com o amadurecimento do processo de abertura comercial,
principalmente através das negociações em torno de blocos econômicos (Alca,
Europa, Ásia, entre outros), e pela ascensão das chamadas economias emergentes
(China, Índia, entre outros), as empresas brasileiras passaram também a competir e
sofrer competição em escala global, colocando seus produtos em qualquer parte do
mundo de forma mais rápida e com menores custos.
Em conseqüência, o Estado passa a intervir menos e as empresas
buscam alinhamento do ambiente empresarial brasileiro aos novos padrões
tecnológicos e organizacionais prevalecentes nas economias desenvolvidas através
de mudanças no conceito gerencial: planejamento, diminuição de custos,
modernização de parques industriais, maiores investimentos em P & D, entre outros
fatores.
A agricultura evoluiu no sentido contrário. Mesmo enfrentando
proteções alfandegárias ímpares a título de barreiras tarifárias, não tarifárias e vários
outros mecanismos de controle e restrições à entrada de produtos agroindustriais
brasileiros em mercados industrializados (EUA e Europa, principalmente). O
aumento constante da produção interna de grãos proporcionou ao país excedentes
cada vez maiores, gerando ao longo de toda década de 90 superávits na balança
148
comercial agroindustrial, minimizando os déficits comerciais originados pelos demais
setores da economia brasileira.
Embora as exportações brasileiras derivadas da agroindústria
representem mais de 40% do total exportado pelo Brasil, sua maioria representa
produtos básicos –commodities-, sendo substitutos perfeitos das mercadorias
ofertadas pelos concorrentes, conduzindo o país a uma cultura de liderança por
custos.
Segundo Porter (1986) a estratégia de liderança em custo procura
atingir o menor custo possível através da utilização de políticas e processos que
otimizem a estrutura existente, possibilitando atender elevadas demandas,
proporcionando economias de escala e reduções de custo em virtude da experiência
adquirida.
Desta forma, o estudo examinou o comportamento das exportações
brasileiras de produtos originários da agroindústria no período de 1989 a 2002,
sendo divididos em 4 sub-períodos: 1989-1992, 1993-1996, 1997-1999 e 2000-2002.
A análise centrou-se em 6 complexos de produtos agroindustriais: açúcar, café,
carnes, Laranja, madeira e soja. Estes dados foram desagregados em 6 mercados
de destino, além do mercado mundial: Mercosul, Nafta, Europa, Ásia, África e
Oceania.
Com base nas estatísticas de comércio brasileiro e mundial
observamos um crescimento das exportações brasileiras bem superior à média
149
mundial, sendo mais expressivas as exportações para o Mercosul, Ásia, Europa e
África.
Nas análises através do modelo Constant-Market-share (CMS)
observamos a presença intensiva do efeito competitividade como fonte de
crescimento principal das exportações brasileiras, em quase todas as análises,
representando melhoria da competitividade dos produtos agroindustriais brasileiros
ao longo do período estudado. As condições climáticas e investimentos em
pesquisa, maquinários, transporte, infra-estrutura, modernização dos portos, entre
outros, são fatores que explicam os ganhos de competitividade do setor
agroindustrial brasileiro.
As exceções, quanto à ausência de melhoria em competitividade,
ficam por conta do mercosul e da Oceania, que são os dois mercados de destino
onde a competitividade não foi o principal fator que explicou o crescimento das
exportações brasileiras para esses mercados. No Mercosul o efeito destino das
exportações imperou seguido do efeito crescimento do comércio neste mercado. As
crises locais (principalmente as relacionadas à Argentina), a baixa participação das
exportações brasileiras de produtos agroindustriais para este mercado, aliada às
condições de clima e infra-estrutura deste mercado com o Brasil serem similares,
podem explicar a influencia deste efeito. Já na Oceania a composição da pauta de
exportações e o crescimento de seu comércio são os fatores que explicaram a
evolução das exportações para este mercado. Esses efeitos podem ser explicados
pela baixa participação da Oceania nas exportações Brasileiras de produtos
agroindustriais.
150
Há que se fazer aqui algumas inferências relativas aos objetivos do
estudo:
O crescimento das exportações brasileiras apresentou evolução
superior ao crescimento das exportações mundiais, aumentando e
recuperando gradativamente seu market-share;
A variação das importações brasileiras foram superiores às
exportações, em virtude principalmente do maior volume de
exportações ser originário da agroindústria, sendo representados
em sua maioria por commodities, e as importações são em sua
maioria produtos manufaturados com alto grau de agregação de
valor;
A balança comercial brasileira foi sustentada pela balança
comercial da agroindústria, a qual não apresentou déficit ao longo
do período estudado, em virtude principalmente do Brasil ser um
país com grandes fronteiras agrícolas, a produção interna, tende,
sempre, ser superior ao consumo interno, gerando excedentes de
produção, não sendo necessárias importações de produtos
agroindustriais;
Os índices de crescimento das exportações brasileiras
representaram o dobro do crescimento das exportações mundiais
de produtos agroindustriais. Na análise por sub-períodos
observamos a mesma superioridade em todos os sub-períodos,
151
sendo mais significativo entre os anos de 93-96, e tendo nos
complexos de açúcar e carnes os mais representativos em
crescimento, obtendo ganhos consideráveis de participação na
pauta de exportações brasileiras, enquanto que os complexos de
café e laranja apresentaram índices bem abaixo da média de
crescimento brasileira;
Os mercados do Mercosul e Ásia apresentaram as maiores
variações de crescimento, enquanto que o mercado da Oceania
houve retração dos volumes exportados, e as exportações para o
Nafta apresentaram índices bem abaixo da média de exportações
brasileiras.
Ao aplicarmos a análise sob a ótica do modelo Constant-Market-
share (CMS) confirmamos a hipótese central do trabalho de que a
evolução no volume de exportações do complexo agroindustrial
brasileiro é motivada principalmente através dos ganhos de
competitividade que este setor da economia vem conseguindo
frente seus concorrentes mundiais. Outro fator que contribuiu para
que a evolução das exportações brasileiras fossem
proporcionalmente maiores que a média mundial é o efeito
crescimento do comércio mundial, significando que o Brasil, além
de se beneficiar do crescimento geral das importações mundiais
de produtos agroindustriais, ampliou consideravelmente sua
competitividade relativa.
152
As fontes de crescimento composição da pauta e destino das
exportações se mantiveram com indicadores próximo à nulidade,
indicando a falta de fortalecimento das exportações em produtos e
mercados que experimentaram ao longo do período maior
dinamismo (evolução), e a concentração das exportações em
produtos e mercados tradicionais.
Com a aplicação do indicador de Vantagens Comparativas
Reveladas (VCR) confirmamos a superioridade dos produtos
agroindustriais brasileiros frente aos mercados analisados, onde
as vantagens comparativas se mostraram, em quase todos os
complexos de produtos e mercados analisados, superiores à
unidade e, em geral apresentando aumento do indicador ao longo
do período estudado.
Com o presente estudo verificamos que importantes transformações
ocorreram na agricultura brasileira, e outras tantas podem e precisam ser feitas. Os
efeitos pauta e destino das exportações não apresentam praticamente efeitos sobre
os níveis de exportação, indicando falta de planejamento das exportações
brasileiras, sendo exportado o que é produzido internamente e para os mercados
onde já é de costume exportar: há a necessidade de intensificar ações de estudos e
análises visando melhor orientação do que exportar e para onde exportar,
diversificar a pauta de exportações, incorporando mercadorias cujo consumo seja
153
crescente, e procurar mercados dinâmicos em expansão, que demandem
crescentemente as exportações agrícolas brasileiras.
Ressalta-se ainda que o estudo é um esforço inicial a ser
aprimorado. Investigações posteriores no sentido de aprofundar os fatores
específicos que interferem na interação comercial entre dois países ou dois
mercados podem conter informações essenciais na compreensão da dinâmica e
estrutura das relações comerciais internacionais.
154
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APÊNCIDES
167
APÊNDICE 1 – SÉRIE DE DADOS DAS EXPORTAÇÕES DA AGROINDÚSTRIA
BRASILEIRA POR PRODUTO EXPORTADO, PARTICIPAÇÃO (%)
DE CADA PRODUTO E PARTICIPAÇÃO ACUMULADA –
1993/2003
168
169
GRUPO 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Participação
% 93/2003
Participação
Acumulada
Soja Total 3.076.931 4.137.773 3.823.558 4.462.137 5.729.994 4.761.423 3.784.357 4.197.420 5.296.581 6.008.903 8.125.367 26,52 26,52
Madeiras e seus
Produtos Total
2.546.023 3.067.179 4.100.916 3.290.162 3.500.083 3.370.349 3.855.403 4.418.459 4.068.466 4.269.107 5.451.520 17,79 44,31
Carnes Total 1.310.535 1.321.146 1.287.899 1.502.168 1.556.361 1.581.048 1.890.412 1.907.388 2.873.981 3.124.881 4.091.967 13,36 57,67
Couros e Peleteria
Total
2.231.866 1.972.763 1.955.774 2.198.777 2.174.094 1.909.137 1.795.239 2.170.826 2.338.883 2.341.397 2.465.442 8,05 65,71
Açucar Total 866.620 1.067.168 2.001.839 1.689.732 1.862.601 2.029.719 2.010.008 1.294.365 2.401.063 2.211.634 2.291.406 7,48 73,19
Café Total 1.306.385 2.585.383 2.462.395 2.135.135 3.127.696 2.602.720 2.460.876 1.781.901 1.415.639 1.384.500 1.544.697 5,04 78,23
Laranja Total 986.317 1.138.657 1.287.882 1.589.003 1.167.336 1.318.178 1.336.330 1.104.671 957.949 1.092.368 1.270.764 4,15 82,38
Total geral -
AGROINDÚSTRIA
15.941.668 19.106.384 20.873.385 21.146.891 23.405.553 21.577.080 20.516.473 20.612.249 23.884.859 24.840.909 30.640.985 100,01
TOTAL BRASIL -
EXPORTAÇÕES
38.554.769 43.545.161 46.506.282 47.746.728 52.994.341 51.139.862 48.011.444 55.085.595 58.222.642 60.361.786 73.084.140 89,56
Participação (%)
Agroindústria
41,35 43,88 44,88 44,29 44,17 42,19 42,73 37,42 41,02 41,15 41,93 111,67
FONTE: Elaborado Pelo Autor, com dados da CONAB
170
APÊNDICE 2 – PLANILHAS DE CÁLCULO DO MODELO DE
VANTAGENS COMPARATIVAS REVELADAS (VCR)
171
Exportações mundiais da Agroindústria (US$ 1000 - FOB) Exportação brasileiras da Agroindústria (US$ 1000 - FOB)
Complexos 1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02 Complexos 1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02
Soja
13.500.117 17.141.231 20.973.055 20.865.647
Soja
2.809.849 3.874.859 4.756.327 5.168.338
Açucar
11.324.915 11.319.873 11.575.819 9.573.122
Açucar
467.949 1.327.459 1.874.310 1.857.376
Café
7.729.914 11.015.806 13.254.079 7.764.615
Café
1.268.579 1.745.513 2.438.262 1.325.581
Carnes
34.211.846 41.726.887 42.174.041 43.320.362
Carnes
836.276 1.350.135 1.534.715 2.613.756
Laranja
3.811.102 4.528.749 4.992.533 4.703.604
Laranja
1.129.251 1.104.243 1.190.363 990.137
Madeira
133.364.121 163.355.133 174.746.238 179.194.605
Madeira
2.508.550 3.960.097 3.889.863 4.578.833
Total Complexo 203.942.015 249.087.679 267.715.765 265.421.955 Total Complexo 9.020.454 13.362.306 15.683.840 16.534.021
Índices de VCR
Complexos 1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02
Soja
4,706 4,214 3,871 3,976
Laranja
6,699 4,545 4,070 3,379
Açucar
0,934 2,186 2,764 3,115
Café
3,710 2,954 3,140 2,741
Carnes
0,553 0,603 0,621 0,969
Madeira
0,425 0,452 0,380 0,410
172
APÊNDICE 3 – PLANILHAS DE CÁLCULO DO MODELO
CONSTANT-MARKET-SHARE (CMS)
173
Exportações mundiais do Agronegócio, em US$ 1000 - FOB. Exportação brasileiras do Agronegócio, em US$ 1000 - FOB.
Complexos 1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02 Complexos 1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02
Soja
13.500.117 17.141.231 20.973.055 20.865.647
Soja
2.809.849 3.874.859 4.756.327 5.168.338
Açucar
11.324.915 11.319.873 11.575.819 9.573.122
Açucar
467.949 1.327.459 1.874.310 1.857.376
Café
7.729.914 11.015.806 13.254.079 7.764.615
Café
1.268.579 1.745.513 2.438.262 1.325.581
Carnes
34.211.846 41.726.887 42.174.041 43.320.362
Carnes
836.276 1.350.135 1.534.715 2.613.756
Laranja
3.811.102 4.528.749 4.992.533 4.703.604
Laranja
1.129.251 1.104.243 1.190.363 990.137
Madeira
133.364.121 163.355.133 174.746.238 179.194.605
Madeira
2.508.550 3.960.097 3.889.863 4.578.833
Total Complexo 203.942.015 249.087.679 267.715.765 265.421.955 Total Complexo 9.020.454 13.362.306 15.683.840 16.534.021
Diferença 45.145.664 18.628.086 (2.293.810) 61.479.940
Diferença 4.341.852 2.321.534 850.181 7.513.567
Crescimento 22,1 7,5 (0,9) 23,2 Crescimento 48,1 17,4 5,4 45,4
Tabela Resumo de Importações Mundiais
Importações mundiais do Agronegócio, em US$1000 - FOB.
Complexos 1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02
Soja
15.077.684 18.537.084 22.786.126 23.734.939
Açucar
12.902.839 11.939.229 11.965.467 10.169.428
Café
8.946.989 12.118.573 14.025.407 8.297.965
Carnes
36.217.913 41.537.310 41.580.097 44.093.004
Laranja
4.829.334 5.068.164 5.336.285 4.986.247
Madeira
145.017.738 172.789.800 185.088.944 190.636.996
Total Complexo 222.992.497 261.990.160 280.782.326 281.918.579
Diferença 38.997.663 18.792.166 1.136.253 58.926.082
Crescimento 17,5 7,2 0,4 20,9
174
1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02 1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02 1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02 1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02
( ri ) ( riVi ) ( rVi ) ( rijVij )
0,2697 0,2235 -0,0051 0,5456 757.844 866.203 (24.358) 2.819.794 622.003 289.782 (40.753) 1.558.037 644.687 888.189 198.053 2.967.539
-0,0004 0,0226 -0,1730 -0,1547 (208) 30.014 (324.269) (287.308) 103.588 99.274 (16.059) 559.921 (34.947) 2.917 (281.337) (393.477)
0,4251 0,2032 -0,4142 0,0045 539.257 354.666 (1.009.859) 5.951 280.819 130.539 (20.891) 399.607 449.694 274.653 (995.693) (96.159)
0,2197 0,0107 0,0272 0,2662 183.698 14.468 41.715 695.883 185.122 100.970 (13.150) 787.938 122.826 1.391 92.751 568.326
0,1883 0,1024 -0,0579 0,2342 212.643 113.084 (68.889) 231.875 249.977 82.581 (10.199) 298.485 55.846 58.418 (78.083) 32.171
0,2249 0,0697 0,0255 0,3436 564.124 276.146 99.021 1.573.513 555.306 296.157 (33.329) 1.380.326 480.407 281.879 116.599 1.440.396
0,2214 0,0748 -0,0086 0,3015 2.257.358 1.654.582 (1.286.639) 5.039.707 1.996.815 999.303 (134.380) 4.984.312 1.718.513 1.507.447 (947.711) 4.518.796
Obs: se as taxas forem negativas não retirar 1
1989 a 92 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02
( rij )
0,2294 0,2292 0,0416 0,5742
-0,0747 0,0022 -0,1501 -0,2118
0,3545 0,1573 -0,4084 -0,0725
0,1469 0,0010 0,0604 0,2174
0,0495 0,0529 -0,0656 0,0325
0,1915 0,0712 0,0300 0,3146
175
1993 a
96
1997 a
99
2000 a
02
2000 a
02 1993 a 96 1997 a 99 2000 a 02 2000 a 02
b) Fonte de crescimento Produto Total 9.020.454 13.362.306 15.683.840 16.534.021
Crescimento do comercio mundial 22,1 7,5 (0,9) 30,1 S (rVi) 1.996.815 999.303 (134.380) 4.984.312
Composição da pauta de exportações 2,9 4,9 (7,3) 0,3 S (riVi) - S (rVi) 260.544 655.278 (1.152.259) 55.395
Destino das exportações (3,1) 3,8 (5,2) (2,8) SS (rijVij) - S (rVi) (278.302) 508.144 (813.330) (465.516)
Competitividade 78,1 83,8 113,4 72,3
SS V'ij - SS Vij - SS
rijVij
7.041.398 11.199.581 17.783.809 11.959.830
Diferença 7.301.941 11.854.859 16.631.551 12.015.225
TABELA 1 - Taxas e fontes de crescimento das exportações brasileiras do
complexo agroindustrial, em %.
EXPORTAÇÕES MUNDIAIS Períodos
1989 a
92
1993 a
96
1997 a
99
1989 a
92
Indicadores
1993 a
96
1997 a
99
2000 a
02
2000 a
02
a) Taxas de crescimento
Exportações mundiais 22,14 7,48 (0,86) 23,16
Exportações brasileiras 48,13 17,37 5,42 45,44
Market-Share 4,94 5,62 6,04 5,54
b) Fontes de crescimento
Crescimento do comércio mundial 22,1 7,5 (0,9) 30,1
Composição da pauta de
exportações
2,9 4,9 (7,3) 0,3
Destino das exportações (3,1) 3,8 (5,2) (2,8)
Competitividade 78,1 83,8 113,4 72,3
Fonte: elaborado pelo autor
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