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AUGUSTO RODRIGUES DA SILVA
C R E M E D E N T A L C O M Ó L E O D E N I M
(Azadirachta indica A. de Jussieu):
U M A I N O V A Ç Ã O C O M O A L T E R N A T I V A
D E D E S E N V O L V I M E N TO L O C A L
E M A S S E N T A M E N T O S R U R A I S
UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO LOCAL
MESTRADO ACADÊMICO
EXTENSÃO
CAMPO GRANDE, MS
2006
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AUGUSTO RODRIGUES DA SILVA
C R E M E D E N T A L C O M Ó L E O D E N I M
(Azadirachta indica A. de Jussieu):
U M A I N O V A Ç Ã O C O M O A L T E R N A T I V A
D E D E S E N V O L V I M E N T O L O C A L
E M AS S E N T A M E N T O S R U R A I S
Dissertação apresentada como exigência
parcial para obtenção do Título de
Mestre em Desenvolvimento Local à
Banca Examinadora, sob orientação do
Profº Dr. Eduardo José de Arruda.
UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO LOCAL
MESTRADO ACADÊMICO
EXTENSÃO
CAMPO GRANDE, MS
2006
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Ficha catalográfica
Silva, Augusto Rodrigues.
S5860 CREME DENTAL COM ÓLEO DE NIM (Azadirachta indica A. de
Jussieu): UMA INOVAÇÃO COMO ALTERNATIVA DE
DESENVOLVIMENTO LOCAL EM ASSENTAMENTOS RURAIS / Augusto
Rodrigues da Silva;
Orientação, Eduardo José de Arruda. 2006
115p.; il. Apêndices, Anexos
Dissertação (Mestrado) - Universidade Católica Dom Bosco: Progra-
ma de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local
Inclui bibliografias: p. 107 - 115
1. Desenvolvimento local 2. Creme dental 3. Óleo de Nim
I. Arruda, Eduardo José II. Título
CDD 338.98171
Bibliotecária responsável: Clélia T. Nakahata Bezerra CRB 1 / 757
FOLHA DE APROVAÇÃO
Título: CREME DENTAL COM ÓLEO DE NIM (Azadirachta indica A. de Jussieu):
UMA INOVAÇÃO COMO ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL EM
ASSENTAMENTOS RURAIS.
Área de Concentração: “TERRITORIALIDADES E DINÂMICAS SÓCIO-
AMBIENTAIS”.
Linha de Pesquisa: USO SUSTENTÁVEL DE RECURSOS NATURAIS.
Dissertação submetida à Comissão Examinadora designada pelo Colegiado do
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local - Mestrado Acadêmico da
Universidade Católica Dom Bosco, como requisito parcial para a obtenção do título de
Mestre em Desenvolvimento Local.
Dissertação aprovada em: 03 / 03 / 2006.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________
Orientador: Profº Dr. Eduardo José de Arruda - UCDB
_______________________________________________________
Profª Drª Antonia Railda Roel - UCDB
_______________________________________________________
Profº Dr José Antonio Marques Pereira - Examinador UFV.MG
RESUMO
Organizada em oito capítulos, esta dissertação propõe o Desenvolvimento Local e sua
evolução através do uso do óleo de nim como constituinte de inovação de produto de higiene
bucal (creme dental experimental), no Assentamento Fazenda Santa Mônica,Município de
Terenos, MS. O vegetal nim (Azadirachta indica A. de Jussie), até então era utilizado como
defensivo agrícola na gleba vizinha: Assentamento Nova Querência, enquanto bio-defensivo.
O produto ora disponibilizado como dentifrício, foi formulado a partir da solicitação destas
comunidades por melhorias na saúde bucal. Os objetivos da pesquisa calcaram-se nos
conhecimentos tradicionais (etnobotânicos) acerca da utilização da planta. Dai, realizamos
amplos estudos bibliográficos nas investigações mundiais sobre o vegetal: propriedades
odonto-farmacológicas, princípios ativos, uso industrial, efeitos colaterais, to xicidade,
estrutura molecular, estágio atual das utilizações medicinais da planta. Das qualidades
investigadas úteis à odontologia, autores de renome internacionais citam: ação bactericida,
bacteriostática, antifúngica, antiinflamatória, analgésica, cicatrizante, dentre outras. Após as
pesquisas, realizamos exaustivos ensaios atualizados, formulando receitas próprias de
dentifrícios, substâncias catalisadoras, acrescidas do óleo de nim. Este, o nosso diferencial de
inovação tecnológica e produto alternativo. Composta simultaneamente à análises físico-
químicas de cremes dentais comercias nacionais e importado. Aviamos assim, receita base de
fórmula destinada aos cuidados bucais. Balanceando nosso produto segundo as Boas Práticas
de Fabricação e Controle (BPF/C). Das averiguações físico-químico-analíticas levantamos:
teor de voláteis, sólidos totais, tensão superficial, detergente, pH (os dados mostraram que a
maioria das formulas comerciais têm equivalência em constituintes e teores). Temos hoje, um
dentifrício equivalente às melhores marcas comerciais.Tal produto experimental obteve nos
testes de aceitabilidades positiva maioria dentre os Julgadores. Na etapa dos exames clínicos
aferiremos: controle químico da placa bacteriana, inibição, crescimento e proliferação dos
microorganismos na microbiota bucal. Esperamos promover saúde bucal, qualidade de vida,
cidadania, economia solidária e participativa. Disseminando as potencialidades do nim e
industrializando o território da reforma gerando: matérias primas, insumos e inovações, a
partir da produção de creme dental, incrementando vetorialmente o Desenvolvimento Local.
Palavras-chave: Desenvolvimento Local; óleo de nim ; creme dental.
ABSTRACT
Organized in eight chapters, this dissertation considers the Local development and evolution
through the use of the neem oil as constituent of innovation of product of buccal hygiene
(experimental toothpaste), in the nesting Farm Santa Mônica, Terenos Country, MS.
The vegetable Neem (Azadirachta indica A. de Jussieu), until then it was used as defensive
agricultural in the own ground neighborhood: The nesting in Novas Querência, as long as bio-
defensive. The available product however as dentifrice, was formulated from the requests
communities for the improvement of the buccal health. The objectives of the research had
been based on the traditional knowledge (ethnic botanic) concerning the use of the olant.
From there, we carry through ample bibliographical studies in the worldwide inquiries about
he vegetable: property dental-pharmacological, origin asset, industrial application, collateral
effects, toxin, molecule structure, and the current period of probation for the plant’s medical
uses the qualities investigated useful to odontology, international and prestige authors
mention: bactericidal activity, bacteriostatic, ant fungus, analgesic, heal, among others. After
the researches, was made exhaustive update analyses, formulating own recipes of dentifrices,
and catalyzer substances, increased of the neem oil. This is our differential of technological
innovation and alternative product. Composed simultaneously to analyses physical chemical
of the national and imported commercial dental creams. We prepared thus, basic recipe
destined to the buccal care. Comparing our products according to Boas Práticas de Fabricação
e Controle (BPF / C). From the physical-chemical-analytical ascertainments we survey: rate
of volatile, solid total, superficial tension, detergent, pH (the data shows that the majority o the
commercial formulas has equivalence in rates and components). We have today, a entifrice
equivalent to the best commercial brandies. Such experimental product achieved in the tests
acceptability, positive majority among judges. In the stage of the clinical examination we’ll
gauge: chemical control of bacterial plaque, inhibition, growth and proliferation og the
microorganisms in macrobiotic buccal. We hope to promote buccal health, life quality,
citizenship, sympathy and participative economy. Sowing the potentialities of the neem and
manufacturing the territory of the reform creating: raw material, the natural resources of a
country and innovations, from the production of toothpaste, increasing vectorially the Local
Development
Key words: Local Development; neem oil ; toothpaste / dental cream.
LISTA DE MAPAS
Mapa 1 - Mapa do Brasil destacando a Região Centro-Oeste................................................127
Mapa 2 - Mapa de Localização Geográfica do Município de Terenos..................................128
Mapa 3 - Mapa de Localização Topográfica do Território da Reforma (parcial)..................129
LISTA DE FOTOS
FOTO 1. O NIM. Árvore. Centro de Pesquisas Lagoa da Cruz / UCDB..............................72
FOTO 2. O NIM. a) Folhas; b) Flores; c) Frutos; d / e) sementes...........................................73
FOTO 3. Bisnaga personalizada com o PEX - Produto Experimental - 90 g. ......................99
FOTO 4. Lay out do cartucho personalizado para o PEX Produto Experimental.............100
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. Estrutura molecular da Azadirachtina (principal composto do NIM).................75
FIGURA 2 - Projeto PÁS. C O. A (Capa do Plano Indicativo ao INCRA)...........................126
LISTA DE QUADRO
QUADRO 1. Cidade Pequena, Pobreza Maior (O GLOBO) ..................................................30
LISTA DE TABELAS
TABELA 1. Componentes dos dentifrícios..............................................................................44
TABELA 2. Condições associadas à formação da placa.......................................................... 62
TABELA 3. Fatores que afetam o antibiograma.................................................................... 66
TABELA 4. Alguns nomes comuns da planta NIM............................................................... 69
TABELA 5. Toxicidade de produtos comerciais comparados ao NIM.................................. 77
TABELA 6. Toxicidade aguda em animais dos compostos NIM®........................................ 78
TABELA 7. Compostos bioativos do NIM............................................................................. 79
TABELA 8. Usos medicinais do NIM.....................................................................................81
TABELA 9. Efeitos miraculosos do NIM................................................................................83
TABELA 10.Formulação de cremes dentais.............................................................................92
TABELA 11.Resultados comparados das análises gravimétricas.............................................94
TABELA 12.Valores comparados de tensão superficial de LSS..............................................96
TABELA 13. Valores comparados de tensão superficial de Ph...............................................96
TABELA 14. Resultado PEX Produto Experimental Vs. Marcas comerciais.....................97
TABELA 15. Escala Hedônica utilizada nos Testes de Aceitabilidade / PEX......................101
LISTA DE SIGLAS
ABO Associação Brasileira de Odontologia
ADESG Associação dos Diplomados na Escola Superior de Guerra, MS.
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CAIXA Caixa Econômica Federal / GOV. BR
CENTROESTINO Neologismo (criado pelo autor): indicativo acerca daqueles que nascem /
habitam o Centro-Oeste do Brasil. Homônimo: Nordestino;
Nortista; etc.
CERES/BIO Centro de Referência em Pesquisas, Tratamento de Doenças Endêmicas
Tropicais e Biotecnologias de Mato Grosso do Sul (criação nossa, 2004).
CFO Conselho Federal de Odontologia
CI Brasil ONG. Conservação Internacional
CNCTIS Conferência Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação em Saúde
CONEP Conselho Nacional de Pesquisa
CONFEA Conselho Federal de Engenharia Arquitetura Agronomia
DLIS Desenvolvimento Local Integrado Sustentável / SEBRAE
ECO / 92 Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, Rio de Janeiro, 1992
FAO / ICRAF / CIFOR Fundo das Nações Unidas para Ordem Alimentar, Instituto Indiano para
Pesquisas Agrícolas, Divisão de Produtos Químicos.
F.D. & C. Found and Drugs Colors
FIOCRUZ Fundação Instituto Osvaldo Cruz, Rio de Janeiro
FOUSP Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
GTI Grupo de Trabalho Interministeria l
IAC Instituto Agronômico de Campinas, SP
IARI Instituto Agronômico Ambiental Indiano
IAPAR Instituto Agronômico do Paraná
I.A.T.E Instituto de Artes, Artesanato,Alternativas Tecnológicas de Terenos
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDATERRA,MS. Instituto para o Desenvolvimento Agrário e Tecnologias da Terra. GOV.MS.
IDESCH. MS. Instituto para o Desenvolvimento Sustentável , Sócio - Comunitário,
Humanístico , em Mato Grosso do Sul: (C e n t r o e s t i n i d a d e s).
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
INTEC / UCDB Incubadora Tecnológica da Universidade Católica Dom Bosco
INNOVATIOS Cooperativa da Cadeia Produtiva do Vegetal Nim e Plantas do Cerrado
LATTES Currículo Lattes / Conselho Nacional de Pesquisas
MMA Ministério do Meio Ambiente
MINTER Ministério da Integração Nacional. GOV. BR
MISAU Ministério da Saúde. GOV. BR.
OMS Organização Mundial da Saúde. GOV. BR.
ONU Organização das Nações Unidas
OPAS Organização Panamericana de Saúde
PAS.CO.A Pluriatividades Auto Sustentadas. Centroestinidades. Absentismo
PRONAF Prgrama Nacional de Agricultura Familiar
PNUD/PNUMA Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e Meio Ambiente
SEBRAE / ONG. PÁS. CO. A: ( Ver página 18).
SACTQ Sociedade Americana de Coloristas Têxteis e Químicos
SUDECO Superintendência para o Desenvolvimento do Centro-Oeste
UFMS Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
WHO Organização Mundial de Saúde
S U M Á R I O
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................15
CAPÍTULO 1 DESENVOLVIMENTO LOCAL.................................................................19
1.1 Conceitualizações.......................................................................................................20
1.2 Inovações Tecnológicas e Evolução Humana............................................................24
CAPÍTULO 2 Promoção da Saúde e Incremento Local..........................................................31
CAPÍTULO 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................34
3.1 PROBLEMA..............................................................................................................35
3.2 OBJETIVOS...............................................................................................................36
3.2.1 Geral.................................................................................................................36
3.2.2 Específicos........................................................................................................36
3.3 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA.....................................................................37
3.4 METODOLOGIA.......................................................................................................37
CAPÍTULO 4 DENTIFRÍCIOS E CUIDADOS BUC AIS...................................................39
4.1 Histórico.....................................................................................................................40
4.2 Utilização dos Dentifrícios.........................................................................................42
4.2.1 Acerca dos Dentifrícios / Componentes básicos............................................43
4.2.2 Ingredientes Genéricos dos Dentifrícios.........................................................44
4.2.2.1Inorgânicos......................................................................................................45
4.2.2.2 Orgânicos.......................................................................................................57
4. 3 Dentifrícios / Anatomia Bucal / Aplicação Tópica do Óleo de Nim........................59
4. 4 Dentifrícios / Microbiota Bucal / Patologia da Placa Dental / Antibiograma...........61
CAPÍTULO 5 O NIM (Azadirachta indica A. de Jussieu)....................................................67
5.1 A Árvore, Azadirachta indica A. de Jussieu, Taxonomia e Nomes.........................69
5.2 Origem, Histórico, Distribuição Geográfica e Ecologia da planta............................69
5.3 Composição, Teores, Toxicidade e Atividade biológica...........................................74
5.4 Atividades Biológicas e Propriedades Medicinais....................................................78
5.5 Usos Medicinais do Nim...........................................................................................80
PROPOSIÇÃO........................................................................................................................84
CAPÍTULO 6 MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................85
6.1 Materiais laboratoriais..............................................................................................85
a) Materiais e Equipamentos........................................................................................85
b) Métodos Laboratoriais.............................................................................................85
6.2 Procedimentos..........................................................................................................90
6.3 Preparo de Creme Dental.........................................................................................91
CAPÍTULO 7 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................94
CAPÍTULO 8 CONCLUSÃO E SUGESTÕES.................................................................102
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................104
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................107
APÊNDICES..........................................................................................................................116
ANEXOS................................................................................................................................124
INTRODUÇÃO
Os produtos botânicos são utilizados por todos os povos desde tempos imemoriais. A
etnobotânica (conhecimento tradicional), deu origem à botânica. Foi praticada por todos os
povos, depois de conhecer e dominar plantas inteiras ou partes destas (folhas, frutos, grãos).
Assim, os produtos vegetais suscetíveis foram empregados como remédios, venenos,
alimentos, bebidas e até em magias. Teofrastos, discípulo de Aristóteles, foi quem primeiro
propôs a classificação das plantas.
Dentre seus seguidores, destacam-se os Jussieu (família de botânicos franceses) que
delimitaram as grandes famílias dos vegetais. O crescente interesse dos consumidores por
produtos vegetais, que vêm a cada dia ganhando a confiança dos usuários por meio de
veiculações na mídia, onde sugerem que estes produtos são mais eficientes, de menor custo ou
efeitos colaterais, quando comparados aos produtos sintéticos.
No que tange a utilização do óleo de nim e extratos foliares, enquanto compostos ativos, as
pesquisas científicas disponíveis na literatura mundial destacam e estimulam pesquisas com
este espécime para fins farmacêuticos, medicinais, agrícolas, veterinários, cosméticos, entre
muitos outros. Além disso, a planta apresenta multiplicidade de usos possibilitando sua
inserção nos mais diversos setores da economia, podendo ser explorada como fonte geradora
de emprego e renda, inclusão social, capacitações técnicas, inovações tecnológicas e
alternativas de desenvolvimento local sustentado.
Numa visão mais ampla, todas as etapas de produção da matéria prima, preparo de extratos e
diversas outras utilizações, podem ser desenvolvidas no País, nas formas mais simples ou mais
complexas, favorecendo a independência econômica desde a propriedade mais singela, até a
autonomia econômico - tecnológica. Neste trabalho, não é nosso propósito discutir
16
exaustivamente cada aspecto do nim, mas apenas conferir preambularmente suas inúmeras
qualidades de aplicação e potenciais usos quanto aos cuidados das afecções bucais.
Nessa perspectiva, de relevante, estamos divulgando e estimulando o público em geral, os
estudantes, cientistas, usuários, produtores, industriais e instituições, de modo a ampliar e
aprofundar o conhecimento acerca do nim, incrementando sua exploração e usos no Brasil, em
especial no Mato Grosso do Sul, segundo os conceitos do Desenvolvimento Local sustentável
onde a participação social nas tomadas de decisões é fator fundamental. Ensejamos assim,
criarmos um novo canal de emancipação social a partir da tomada de decisão e gestão local,
onde a própria comunidade possa ser protagonista do atendimento de suas necessidades
básicas, incluindo o das futuras gerações.
A exemplo, desde tempos imemoriais, onde na Índia as propriedades medicinais do nim são
conhecidas. Nesta região, ela é considerada como uma planta sagrada, fazendo parte da
cultura do país. Suas propriedades científicas são de descobertas recentes. Na década de 60, a
seção de Química Orgânica (hoje Divisão de Produtos Químicos para a Agricultura) do
Instituto Indiano de Pesquisa (IARI), em Nova Delhi, divulgou que os extratos de nim eram
fontes ricas de agro-químicos bioativos.
Depois disso, o interesse pelos estudos acerca da planta estimulou grandemente as pesquisas
quanto à ação dos compostos, principalmente a azadiractina (seu mais importante compósito),
sobre insetos, fungos e microorganismos, na saúde humana e animal, até como alimento, entre
outros. Hoje, dos resultados obtidos através de estudos e pesquisas pelos laboratórios do
mundo evidenciam claramente as múltiplas e efetivas ações dos compostos do nim, que
revelam imenso potencial de utilização nos mais diversos setores através de técnicas que
viabilizem seu uso na prática.
Em decorrência disso, a disseminação do nim fora de sua região de origem, Myanmar
(Birmânia) e Índia, vêm conquistando muitos países de outros continentes pelo mundo,
17
ganhando a cada mais importância e introdução em novos locais. São projetos de cooperação
internacional para reflorestamento na Ásia, África e Oriente. Foi também introduzido na
América Central e Caribe. Posteriormente, nas décadas de 80 e 90, a empresa alemã GTZ,
introduziu e gerenciou sua utilização na Nicarágua e República Dominicana, visando ganhar o
mercado da agricultura orgânica dos Estados Unidos.
Temos atualmente, uma ampla distribuição geográfica do nim, tanto em regiões tropicais ou
sub-tropicais, destacando-se com enorme cultivo a Austrália, regiões do Pacífico e Américas.
Onde o conhecimento de suas múltiplas utilidades e até novas tendências mercadológicas,
estimulam grandemente as pesquisas em todo o mundo, aumentando o interesse na sua
exploração, graças ao grande número de resultados encontrados na literatura científica
internacional.
No Brasil, o nim foi introduzido na década de 80, pelo Instituto Agronômico de Campinas
(IAC), bem como pelos: (FIOCRUZ) Instituto Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro, que avaliou a
aplicação da azadiractina na fisiologia do barbeiro, Rodinius prolixus., além do Instituto
Agronômico do Paraná (IAPAR), estendendo-se posteriormente para várias regiões do País
por exemplo: Embrapa / GO, D F, Amazônia Oriental (PA), Universidade Federal de Viçosa
(MG), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz / ESALQ / USP.
A cada dia, novos grupos iniciam estudos com a planta, disponibilizando farta documentação
internacional sobre usos e possibilidades do nim devido à sua resistência ambiental, emprego
na agricultura orgânica (biodefensivo/atividade anti-concepcional), na pecuária (biodefensivo/
carrapaticida, sombra e alimento do gado), usos medicinais diversos em humanos (cremes,
sabonetes, xampus, pomadas, tônicos, emolientes, extratos medicamentosos), na industria
cosmética, industria química, além de propiciar tecnologias alternativas, como a que ora
propomos destinadas à odontologia social e preventiva, graças às qualidades do nim enquanto
agente: bactericida, bacteriostático, antifúngico, antiinflamatório, cicatrizante, analgésico e
cicatrizante.
18
Enfim, esperamos do nim inúmeros benefícios ao Brasil, especialmente à Região
Centroestina, localidade de Terenos, MS, Assentamento Nova Querência, Santa Monica e
entorno (Território da Reforma, JORNAL UCDB, ANO 6, Nº 190, 2006. p. 11).
Contribuindo na melhoria da saúde humana, dos animais, recompondo o meio ambiente, a
biodiversidade, a partir do Desenvolvimento Local Integrado Sustentável (DLIS).
Difundido e ancorado na participação dos cidadãos no processo de tomada de decisões, via
cenários flexíveis à participação de novos agentes gestores, que irão fortalecer o poder e os
atores locais, rumo à re-construção de culturas endógenas, produções alternativas inovadoras.
Amalgamadas sob os pressupostos: ecológico-participativo, sócio-econômico-ambiental,
ético-político-espacial e vetorialmente geridas no âmbito do Desenvolvimento Local
Integrado Sustentável (DLIS / SEBRAE / ONG. PÁS. CO. A*), segundo parâmetros das
Pluriatividades Rurbano-industriais**.
_________________________
* SEBRAE / ONG. PÁS. CO. A. Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa;
Organização Não Governamental de Pluriatividades Auto-Sustentáveis / Centroestinidades /
Absentismo.
**Pluriatividades Rurbano-Induatriais. Conjunto de atividades agrícolas e não agrícolas com ganhos
monetários ou não; Políticas fundamentais para o desenvolvimento brasileiro (UNICAMP, 2003);
Tornar lucrativamente rentável um território através do agro-eco-negócio (I D E S C H. M S. /
ONG. P Á S. C O. A in.: REVISTA SEBRAE, 2004 (Ver Anexos, p. 124).
CAPÍTULO 1
DESENVOLVIMENTO LOCAL
O Desenvolvimento Local preceitua-se enquanto processo de evolução territorial na
perspectiva do desenvolvimento à escala humana. Onde, Santos (1994, p.16) assim o
infere: “O território são formas, mas o território usado são objetos e ações, sinônimo de
espaço humano, espaço habitado”.
Por sua vez Andrade (1994, p. 214) assim o conceitua: “A formação de um território dá às
pessoas que nele habitam a consciência de sua participação, provocando a sua
territorialidade que, de forma subjetiva, cria uma consciência de confraternização entre as
mesmas”.
E, sobre territorialidade assim expõe: “(...) pode ser encarada tanto como o que se encontra
no território e está sujeita à gestão do mesmo, como, ao mesmo tempo, ao processo
subjetivo de conscientização da população de fazer um território, de integrar-se ao
território”.
De modo geral, a delimitação do território dá-se através da mobilização e da
conscientização do sentimento de pertença por parte do individuo ou da população.
Implicando ainda, sua manutenção na capacidade local de gestão sistêmica, equalizada
numa dinâmica de governança corporativa e de desenvolvimento do território, para a
partir daí desencadear vetores básicos de Desenvolvimento Local, provendo a evolução
amalgamada no caráter dos recursos endógeno s, seja esta numa Comunidade-local,
Distrital, Municipal, Regional ou até Nacional
20
1.1 CONCEITUALIZAÇÕES
É bastante complexo aclarar o limite entre desenvolvimento e crescimento.
A compreensão do termo desenvolvimento, está em que o mesmo dá-se de forma
quantitativa, pressupondo ainda o caráter essencialmente qualitativo. Quanto ao
crescimento, pode-se dizer conter o mesmo apenas o caráter quantitativo.
Ainda, referindo-se ao desenvolvimento, enquanto concepção de evolução, Cavalcante
(1998, p. 84), no PROJETO ARIDAS, assim o expõe:
A partir da década de 70, a concepção de desenvolvimento como
processo social , foi obtendo gradualmente uma nova compreen-
são e envolvendo múltiplas e complexas relações relações, prin-
cipalmente, entre as suas dimensões: econômica, social, ecoló-
gica e política. Em conseqüência disso, passou-se a admitir a
admitir a multiplicidade dos seus objetivos e pluralidade de cri-
térios: a) eficiência / racionalidade econômica; b) e q ü i dade
social; c) solidariedade ecológica; d) liberdade e pluralidade
política.
[...] Esse novo padrão de desenvolvimento envolve combinação
consensual (já negociada) das referidas dimensões (eficiência,
racionalidade econômica, eqüidade social, preservação ambien-
tal e liberdade política).
21
Por sua vez, Ávila et al (2000, p. 19-20) afirma que:
[...] o termo desenvolvimento provém do verbo desenvolver,
formado pela junção de três outros vocábulos: des [ do prefixo
latino dis - , expressando “(...) coisa ( ou ação) contrária àquela
que é expressa pelo termo primitivo (...)” ] + en [ significando
em grego “(...) posição anterior, movimento para dentro(...)”] +
volver (virar, voltar, dirigir). Ajuntando em + volver forma-se o
termo primitivo envolver com o sentido de virar, voltar, dirigir
para dentro ou, segundo BORBA (1991), enrolar, ambrulhar.
Ora, adicionando-se des a envolver, da mesma forma que
des + cobrir temos o significado etimológico tirar-o-que-cobre,
levando-nos a resultante de que o termo desenvolver nos enseja,em
se tratando de pessoas, é a do rompimento das amarras que as pren
dem: enrolam, embrulham, cingem - seus - status quo, aqueles
histórica e tradicionalmente já entranhados em suas maneiras de
agir, a fim de se orientarem para novas modos - alternativos - de
evolução com equilíbrio e progresso, implicando “(...) transforma-
cão global”[...].
Complementando a delimitação ora conceitualizada, referindo-se ao termo evolução
enquanto parâmetro balizador desta obra. Vemos a expressão enquanto proposta de ação
sistêmico-sinérgica a partir de algo, nesse caso: produto; coisa produzida, obra; resultado;
(as formulações experimentais).
Formulações estas (do produto) que será utilizado como viés, impulso vetorial/incremetal
de potencialização, de progressão: evolução; progresso; avanço; continuação a posteriori
do Desenvolvimento Local.
22
Teremos então, conseguindo-se a devida sinergização da proposta-potencializada o devido
desenvolvimento territorial articulado de modo a gerar-se, desabrochar-se nas diversas
formas de capital, o qual é abordado por Boisier (1998,p. 3) quando afirma:
Capital sinérgético como a capacidade social, ou melhor, a
capacidade societal (como expressão mais socializante), de
promover ações em conjunto, dirigidas a fins coletivos e de
mocraticamente aceitos, com o reconhecido resultado de se
obter-se assim um produto final.
Assim, nos estudos sobre sinergia, o autor Boisier et al (1998) aprofunda suas
análises na perspectiva do Desenvolvimento Local, a partir da construção do mesmo,
atrelado ao capital sinergético, descrevendo-o em oito formas:
a) o capital econômico representa o estoque de recursos financeiros da região;
b) o capital cognitivo significa o conhecimento científico e técnico disponível em
uma comunidade;
c) o capital simbólico representa o poder da palavra e o poder do discurso para
mobilizar energias em prol do desenvolvimento;
d) o capital cultural é o acervo de tradições, linguagem, mitos, crenças, relações
sociais, modos de produção e produtos imateriais e materiais específicos de uma
determinada comunidade;
e) o capital institucional é a vertente de seu tecido institucional, ou seja, seu mapa
institucional (estabelecimento organizacional);
f) o capital psicossocial mostra a relação entre pensamento e ação; referindo-se a
emoções e a outros sentimentos subjetivos;
g) o capital social a partir do conceito de James Coleman citado por Fukuyama
(1995) é definido como: “o componente de capital humano que permite aos
23
membros de uma dada sociedade, confiar uns nos outros e cooperar na formação de
novos grupos e associações”;
h) o capital cívico representa a confiança nas instituições públicas e de demais
relações efetivas de credibilidade nos serviços públicos.
Tais fundamentações vêm ao encontro daquilo que propomos para a evolução da
comunidade-local, diante da necessidade de promover saúde a bucal aos seus membros, vê
ainda a oportunização, a possibilidade de desenvolvimento econômico a partir de uma
alternativa tecnológica, ditando seu próprio destino a partir dos resultados obtidos com o
creme dental com óleo de nim, produtos correlatos, matérias primas, insumos e outros.
Obtidos, a partir dos recursos locais, sejam estes humanos, naturais, sociais, que,
articulados, atrelados, institucionalizados, fortalecerão a comunidade-local gerando avanço,
progresso, desenvolvimento, a partir da multiplicidade operacionalizada em território
banal, em oposição a economia multinacional organizada em rede.
Nesse sentido, os avanços subsidiarão o Desenvolvimento Local que, guindado à patamares
de perpetuação proporcionará a sustentabilidade
1
de indivíduos, grupos, comunidades, em
substituição segundo (COSTA.et al, 2002) a ‘certo modelo econômico vigente’.
1
Sustentabilidade é a utilização de recursos naturais para atender às necessidades do presente, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras em atender às próprias necessidades (GRO BRUTLAND,
1990). Do ponto de vista dos empreendimentos a sustentabilidade é a perenidade do empreendimento
(empresarial ou social), ou seja, é o que garante uma remuneração do capital e / ou continuidade
do cumprimento de sua missão ao longo do tempo. Neste contexto, adicionam-se aos vetores básicos de
sustentabilidade - os econômicos, os ambientais e os sociais - ou outros instrumentos de gestão:
Governança Corporativa; Ética; Cultura; Gestão de Riscos; Indicadores de Sustentabilidade; Fatores
Críticos de Sustentabilidade, conforme citam: Fujihara et al (2005, p. 56-58) in.: T N Petróleo :
cf. REFERÊNCIAS(...)
24
1.2 INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E EVOLUÇÃO HUMANA
O campo das inovações tecnológicas é vasto. E, suas interferências no benefício e
desenvolvimento da humanidade é expressa através dos costumes, na ciência, nas artes, etc.
Semânticamente, inovação deriva do latim innovatio ; innovationis. Traduzindo, temos
que, innovatio significa: ação ou efeito de inovar, de se introduzir uma novidade. Em
economia é o conjunto de um processo que se desenvolve desde o nascimento de uma idéia
até sua materialização (lançamento do produto), passando pelo estudo de mercado, pelo
desenvolvimento do protótipo e pelas primeiras etapas de produção, até o benefício final
daquilo que se objetivou.
Quanto a tecnologia, hoje bem presente na sociedade humana, pode-se dizer que todo esse
arcabouço nos disponibilizado, teve seus primórdios a partir da técnica: Conjunto de regras
para fazer coisas determinadas e atingir fins estabelecidos; maneira; método.
Logo, pode-se dizer que a tecnologia: disciplina o conhecimento científico
operacionalizando a técnica. Evolução por sua vez, deriva do latim: evolutio ação de
desenrolar; passagem progressiva de um estado para outro; desenvolvimento ou
transformação de idéias; nesse caso, a obtenção de produto a partir de proposta idealizada.
A partir desse intróito, podemos dizer quanto a situação humana no mundo atual, ser a
mesma, conduzida, desenvolvida, por entre outros parâmetros, o das
tecnologias.Tecnologia essa que, no espaço geográfico contemporâneo infere-se como
resultado das sucessivas transformações impostas sobre os produtos tradicionais,
disseminando a pobreza, a exclusão sócio-econômica e tecnológica, a partir da Revolução
Industrial.
25
Cujo modus operandis, moldam os territórios a partir da dependência tecnoló gico -
industrial e da modernização (modernismo: tendência a aceitar inovações externas,
desvinculadas do sentimento de pertença). [...] diferente da nossa proposta que prevê a
ignição e a manutenção do desenvolvimento pelo ator / autor local, vinculando-o ao
sentimento de pertença.
De acordo com Lucci (1997, p. 80) o processo de modernização da produção (produto:
efeito de produzir; obra) industrial (industria: execução de trabalho manual; invenção), é
possível ser considerado em 4 estágios de evolução:
“Manufatura ( 1620 1750 );
Revolução Industrial ( 1750 );
Segunda Revolução Industrial ( 1870 1945 );
Terceira Revolução Industrial ou Revolução Técnico-científica” (após 1945).
De modo geral, inovação, tecnologia e modernidade misturam-se, no sentido de a
partir de pesquisas aplicadas chegar-se a novos produtos e consumidores dependentes.
Onde Toffler in.: Lucci (1970, p. 35-36) assim o define:
A inovação tecnológica consiste de três estágios, ligados num
ciclo de auto-renovação. Primeiro a idéia criativa, factível. Se
gundo , sua aplicação prática. Terceiro, sua difusão através da
sociedade. (...) Essas novas idéias são postas a disposição ca-
da vez mais rapidamente a disposição. O tempo entre concep-
original e utilização posterior, inovada, foi radicalmente redu-
zido. Desde Paracelso, quando propôs o éter como anestésico
- centenas de outros produtos inovadores foram postos à dis-
posição da sociedade. Ainda na mesma obra, Young, do Ins-
tituto de Pesquisa de Stanfor, (...) descobriu que, (...) “de
forma clara a natureza rapidamente acelera o ciclo moderno”.
26
Momento este que, cada vez mais as inovações difundem-se, em forma de produtos,
mercadorias ou de serviços, fazendo-nos inferir, citando Comte (1798 1857): “[...] o
homem propriamente não existe, só existe a humanidade, de vez que, todo o nosso
desenvolvimento é devido à sociedade, sob qualquer relação que possa ser encarada”.
E, continua Comte (1798 1857): o desenvolvimento é social e dá-se graças às etapas do
progresso do espírito - pois - o gênero humano partindo do estado apenas superior ao das
sociedades dos grandes macacos, alcançou o nível atingido na Europa civilizada” (...),
onde, através da “revolução Industrial expandiu-se por meio da influência difusa da ciência
e da técnica”, complementam: Covezzi & Castro et al (2000, p.25-27).
Portanto, toda produção e o desenvolvimento humano, até aqui, vem deslanchando-se pela
introdução a cada mais de inovações tecnológicas. Estando assim, o desenvolvimento
vinculado ao progresso social, que para Castro & Covezzi et al (2000,p. 26), citando Comte
(1798 1857): [...] é regido pela “Lei dos Três Estágios”: A Teológica, A Metafísica, A
Positiva.
Onde, no primeiro, “prevalece a imaginação e o determinismo; no segundo: “a força do
abstrato é mais forte que a do concreto, sobrepondo-se a imaginação à argumentação”; no
terceiro, o Estado Positivo, temos: “as Leis científicas derivadas do exercício da
experiência, formando a compreensão humana por meio da racionalidade, da observação,
da experimentação”. Chega-se assim, ao que os autores acima inferem, como sendo: “a
previsibilidade científica, acompanhada pelo desenvolvimento da técnica - anteriormente
citada - correspondendo ao fim ao estado de industria, no sentido da exploração dos
recursos naturais pelo homem”.
Em linhas gerais, são esses os aspectos diretivos que respalda o presente trabalho
experimental, enquanto obra de uma inovação tecnológica (derivada de outra), cuja
observação apurada da experimentação e buscas, potencializa, respalda o
27
Desenvolvimento Local endógeno, a partir da produção e utilização de recurso natural, a
planta nim. Cujo óleo, enquanto matéria-prima - diferencial inovador - composto a partir da
“previsibilidade científica e da técnica”, resultou num produto em estado de arte-industrial.
Contudo, apesar do ingente otimismo a nos mover é preciso atentarmos, para as constantes
crises brasileiras, sejam estas sociológicas, políticas ou monetárias, provindas do nosso
constante “quadro de convalescença sujeito a retrocessos e ao over-shooting cambial” (vai -
vem da nossa política monetarista), conclui: Gianetti, 2002, p.29.
Urge superarmos entraves de convivência de longa data, talvez advindo pelo imenso caldo
cultural em que nos assentamos enquanto civilização recente. Temos que nos ajustarmos
em todos os aspectos comportamentais. Economicamente, segundo analistas, necessário
faz-se a urgente queda nos juros, regular a sobrevalorização da moeda, diminuir a distância
abissal entre ricos e pobres, além do sufoco excessivo de impostos sobre a classe média,
que empurra parte do nosso parque produtivo à ociosidade e, ao pessimismo produtivo.
Rever paradigmas e sentirmo-nos como nação, não um estádio de futebol, onde citando
Weber (1979, p.72) temos: [...] é nos demasiado próximo a tentação de nos convertermos
em seguidores do vencedor da luta e, por essa via, esquecermos que o poder econômico e a
vocação política da nação nem sempre coincidem.
Urge construirmos concertadamente, volto a inferir, de um tipo ideal de construção dos
nossos conceitos, passando necessariamente pelo Desenvolvimento Local e assim formar
nosso paradigma de economia rural e urbana, superando o ‘individualismo’ desconexo; o
‘feudalismo’ coronelista, além do ‘mercantilismo’ de castas privilegiadas no entorno do
poder. Ou como o expõe Gorbachev em sua P e r e s t r o i k a (reestruturação) 7-298:
[adaptado]: (o Brasil)... precisa recuperar o tempo perdido na História.
Inserindo-se num contexto de reformas que, vão desde reflexões individuais personalistas,
a (micro - meso - macro) reformas sociais, políticas, econômicas, organizacionais e até
28
comportamentais, 75% dos brasileiros cometeriam atos de corrupção”, conforme Título:
Somos cúmplices da corrupção. Cervellini / IBOPE, 2006a) que nos guindem à ideais e
diretrizes ético - assertivas, altruístas, de repercussões sócio - políticas - espaciais, para não
nos deteriorarmos cada vez mais.
Ou como adverte Gianette (2002, p. 26): No afã de querermos o melhor (dos mundos, da
nação do futuro e do berço esplendido) podemos terminar não alcançando mundo algum. É
o pesadelo da cigarra triste e da formiga pobre, conclui: (Gianette, E. et al, na publicação:
“O que esperar do Brasil na virada do século” - CIEE: Centro de Integração Empresa-
Escola, 2000b.
Esperamos assim, no exercício do cotidiano chancelar junto a comunidade-local citada, os
fundamentos do Desenvolvimento Local inovativo, evoluído, auto-sustentado, por
transformações ético-eco-sistemáticas, rumo ao progresso assertivo e da ideologia do:
“ganha-ganha” (RIBEIRO, L. 2006a).
Partindo do conhecimento tradicional (etnobotânico), propagando-se, difundindo-se através
da utilização industrial do vegetal nim, que em escala comunitária potenc ializa os
anseios da comunidade-alvo não apenas por promoção da saúde bucal, mas de necessidades
outras capitaneadas pela evolução, a partir da transformação do meio em que vive.
Corroborando assim, na concretização das “territorialidades”, amalgamadas pelas
“dinâmicas sócio-ambientais”. Ancorando assim, no “uso sustentável dos recursos
naturais” sua perenização, tanto social, quanto empreendedora.
Evoluindo e desenvolvendo-se incrementalmente, articuladamente, de forma sincronizada
entre os atores locais, cuja sinergização emponderará ações suficientemente maduras,
coletivas, solidárias, para, a partir da inovação tecnológica proposta prover emprego,
renda, inclusão social e tecnológica, diversificação da base produtiva - monocultural -
despertando fatores endógenos do Desenvolvimento Local.
29
Assumindo seus destinos, valorizando, preservando e cultivando a tradição cultura local,
praticando o associativismo; o empreendedorismo; a solidariedade social/econômica e a
participação popular, a partir da criação de Conselho de Desenvolvimento Local, entre
outros.
Onde possamos enfim, nos civilizarmos, domando o homem branco monetarista -
humanísticamente -, extirpando-lhe os males perversos da civilização moderna. Cujo
ilusório conforto, -lo atuar como marionete cooptada subliminarmente. Minando-lhe suas
potencialidades endógenas, levando-os à indisciplina social anárquica e trôpega. Gianetti,
p. 34 expõe: (adaptado): É como se o brasileiro considerasse infeliz o outro. O problema é
que - a cada dia mais esse - outro somos nós. Graças aos Índices de Desenvolvimento
Humano - IDH - inaceitáveis.
Enfim, resta-nos equilibrarmo-nos, sintonizarmo-nos, como o deduz, Ávila et al (2000, p.
68-69):
[..] “gerenciar (diagnosticar, tomar decisões, agir, avaliar, controlar, etc.) o aproveitamento
dos potenciais próprios, assim como a “metabolização” comunitária de insumos e
investimentos públicos e privados externos, visando a processual busca de soluções para os
problemas, necessidades e aspirações, de toda ordem e natureza, que cotidianamente lhe
dizem respeito”.
Evoluindo em suma, nos aspectos quantitativos e qualitativos, driblando, superando
ingentes entraves, como aos que publica: O GLOBO - Economia - (2004, p. 21): “Cidade
pequena, pobreza maior” - QUADRO 1 - a seguir:
30
QUADRO 1 Cidade pequena, pobreza maior. (Luciana Rodrigues & Letícia Lins, 2004).
_________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
FONTE: O GLOBO - ECONOMIA.Rodrigues, L. & Lins, L. et al. 2004b.,p.21: quinta-feira, 30 (Adaptado).
CAPÍTULO 2
PROMOÇÃO DA SAÚDE E INCREMENTO LOCAL
A partir da necessidade, da comunidade Nova Querência / Acampados Fazenda Santa
Mônica, de utilizar o nim na higienização bucal, e não apenas como biodefensivo agrícola
(o termo é nosso), veio nos também o desafio de a partir dos conhecimentos tradicionais
(etnobotânicos) produzirmos uma inovação tecnológica: creme dental (como atividade
motriz da Cadeia Produtiva do vegetal, cooptado ao processo de Desenvolvimento Local).
Assim, em sendo a higiene parte da medicina que ensina a conservar a saúde individual e
da comunidade; higienização é a ação enquanto ato de tornar determinada área saudável.
Logo, evoca-nos o termo para atuar-se, atuarmos, na promoção da saúde própria ou
coletiva. Historicamente, a promoção da saúde vem desde o século XIX, na Europa,
quando graças ao crescimento das cidades, estas tornaram-se insalubres e vulneráveis às
doenças infecto-contagiosas (WESTPHAL, 2000).
Desde então, conforme Gonçalves, 2003 UCDB, estudiosos debruçaram sobre o tema,
sendo Sigerist (1945) considerado o pioneiro: Gonçalves (2003, p. 27). Que continua,
citando: Leavell; Clark (1965); Lalond (1974); Conferência de Alma-Ata (URSS, 1978;
Candeias (1998); Westphal (2000); entre outros.
Genericamente, a promoção da saúde, neste caso em odontologia, visa levar ao paciente-
cliente, através do creme dental com óleo de nim (trataremos do assunto mais
especificamente no capítulo 4) ingredientes balanceados que possam prover à cavidade
bucal uma proteção (preventiva / curativa) completa no trato da saúde dos tecidos da boca:
dentes, gengivas e mucosas.
32
Opperman (Unilever) in.: Travagline (2005, p.1- APCD) cita: “Não há dúvidas que os
dentifrícios cumprem um importante papel na prevenção contra as cáries e na saúde bucal
dos usuários”.
Outras referências científicas, de maneira geral dão aos cremes dentais propriedades:
antiinflamatória, anti-bacteriana, analgésica, cicatrizante, combate às afecções ou
infecções, controle químico da placa bacteriana, inibição do crescimento e proliferação de
microorganismos, limpeza, hálito saudável, etc.
Portanto, a promoção da saúde bucal é fator de alta importância também na preservação da
saúde sistêmica do individuo ou da comunidade. Ou seja, conforme cita Ferraz (1999) in.:
Conferência sobre Promoção da Saúde, Santa Fé de Bogotá, Colômbia: “A relação entre
saúde e desenvolvimento” [...], estão intimamente ligadas.
E, Lefèvre (2002, p.1) assim o sintetiza:
A promoção da saúde é o conjunto de ações, intervenções,
propostas, processos e movimentos que, atacando as cau-
sas mais básicas das doenças e apontando novas formas
de trabalho, de vida e de relacionamento do homem com-
sigo mesmo, com seus semelhantes, e com o meio ambie-
te, os quais podem influenciar decisões individuais, grupais
que objetivem melhorar a qualidade de vida dos seres
humanos.
Logo, a demanda por parte da Comunidade de Assentados, em buscar saúde bucal, seja
individual ou coletiva, apresenta-se em termos de Desenvolvimento Local, ao que infere
Martin (1999, p. 7): também “[...] a possibilidade de se reativar a economia através de
recursos próprios, dinamizando a comunidade local aproveitando-se dos recursos
endógenos existentes (além da planta nim), capazes de estimular e diversificar seu
33
crescimento econômico, criar emprego e melhorar a qualidade de vida da comunidade
local, num espaço enquanto lugar de solidariedade ativa”, a partir da promoção da saúde.
De modo geral, graças às demandas da comunidade de assentados por melhorias nas
condições de saúde bucais, podemos inferir que, o diferencial desse trabalho, além de se
buscar produzir creme dental, objetivamos ainda a promoção da saúde através do recurso
natural - nim - cultivado na localidade sendo ainda elemento motivador de
desenvolvimento local.
Fixando o trabalhador ao lugar, pois, com as novas formas de produção, cada vez menos
trabalhadores são absorvidos pelo mercado de trabalho. Ensejamos enfim, através da
promoção da saúde, disponibilizarmos ainda: tecnologia alternativa (fomento à produção
de matéria-prima e insumos derivados do nim), ancorada nos pressupostos da
sustentabilidade do Desenvolvimento Local.
Arrefecendo assim, os fenômenos deletérios da migração (o aumento da pobreza e a falta
de perspectivas promoveram intensas ondas de migração, cujo maior exemplo
contemporâneo dá-se através do Movimento dos Sem Terra / MST e outros), ancorando
estes nas dimensões abaixo, conforme o expõe Cavalcante (1998, p.85):
- A dimensão geo-ambiental: utilização racional e a conservação
dos recursos naturais, proteção ao meio ambiente (...);
- A dimensão econômico-social: criando condições para o
crescimento econômico, socialmente inclusivo e eqüitativa -
mente distribuído (...);
- A dimensão científico-tecnológica: que assegure o domínio
permanente do conhecimento atualizado estimulando conti-
nuada inovação social (...);
-A dimensão político-institucional: que implantem e
consolidem o sistema democrático-participativo que
garantam a implementação plena e global das ações
acima referidas(...).
CAPÍTULO 3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Os procedimentos que nortearam a presente pesquisa têm seu marco a partir da demanda da
comunidade em buscar saúde bucal utilizando meios próprios, naturais, para a obtenção do
intento.
Desse modo, aliando o conhecimento tradicional aos estudos científicos sobre a planta nim,
a pesquisa foi orientada no sentido de se obter um produto destinado à higiene bucal que
atendesse a reivindicação da comunidade e utilizasse o recurso natural que esta dispunha.
Por ser o creme dental um produto eminentemente odonto-farmacológico e ser este
conhecimento ligado às ciências biológicas, nossa metodologia enquanto ciência, procurou
em Curi (1997, p.1) o referencial teórico para as experimentações pertinentes onde o
mesmo diz: “a biologia é o ramos da ciência onde, o conhecimento biológico só é aceito
quando passa pelo crivo da experiência verificável, através de hipóteses factuais, empíricas
(observacional ou experimental), onde o resultado do teste sofre aprovação ou rejeição da
hipótese, quando comparado a outros produtos similares existentes no mercado.
De modo que, ao buscarmos formular uma receita de dentifrício que atendesse às
necessidades de determinada comunidade, nossa primeira meta o era a de termos
disponibilizado um produto (cosmético) que viesse a agradar - nos Testes de Aceitabilidade
Hedônica / gosto e sabor - aquela clientela, equiparando nossa produção - experimental -
aos melhores cremes dentais disponíveis no mercado, cuja indicação final destina-se, no
momento, apenas aos cuidados orais. Assim, sistematizadamente e metodicamente
utilizamo-nos de proposições logicamente encadeadas, com objetivo delimitado e capaz de
ser submetido à verificação (testes de aceitabilidade) que, segundo (WEATHERALL,
1970) é denominado: Hipotético-Dedutivo.
35
3.1 - PROBLEMA
Diante da necessidade individual ou coletiva da comunidade Nova Querência e acampados
Santa Mônica por saúde bucal, o problema norteador da pesquisa ateve-se inicialmente nas
informações apenas dedutórias (quanto a falta de saúde bucal própria e de seus pares) do
representante desse público-alvo. Logo, fomos buscar informações mais plausíveis,
comprovadas cientificamente, acerca dos problemas bucais da comunidade em tela. Aliás,
“problemas” estes similares aos da população brasileira como um todo onde, segundo
dados recentes da OMS Organização Mundial de Saúde “(...) entre 55% e 99% da
população dos País são acometidos de cáries ou problemas de inflamação bucais)”.
Dai, através de informações bibliográficas correlatas, disponibilizadas pelo CFO
Conselho Federal de Odontologia; ABO Associação Brasileira de Odontologia;
Ministério da Saúde do Brasil, ancoramos nosso intento nas pesquisas divulgadas
recentemente ou sejam: Levantamento epidemiológico: SB Saúde Bucal 2000” que, a
partir de dados estarrecedores concluíram: “Saúde bucal está na UTI” Unidade de Terapia
Intensiva.
Conclusões estas resultantes no hoje: “Programa Brasil Sorridente”, que publicou em 2003,
dados do Levantamento Epidemiológico, das diversas regiões do País (incluindo aí as
cercanias da área objeto dos nossos ensaios) onde hipoteticamente as populações
apresentam também resultados patológicos de abrangências similares ao desafio à nós
proposto, os quais citamos a seguir:
45% da população não têm acesso a escova dental;
22% dos adultos não têm gengiva sadia;
75% dos brasileiros na terceira idade não possuem nenhum dente funcional;
36% dos idosos usam prótese dentária;
13% da população (2,5 milhões) de adolescentes nunca foram ao Dentista.
36
3.2 OBJETIVOS
3.2.1 Objetivo Geral
Potencializar o Desenvolvimento Local na Comunidade Nova Querência, Assentamento
Fazenda Santa Mônica e entorno (Território da Reforma, UCDB. 2006), através do creme
dental com óleo de nim que, além de prevenir os problemas bucais, potencializa ainda o
progresso por meio das múltiplas utilizações do nim, Azadirachta indica A. de Jussieu.
3.2.2 Objetivos Específicos
- Pesquisar na literatura científica mundial estudos acerca das aplicações, usos e
propriedades medicinais do nim na odontologia, de modo a produzir-se creme dental que,
composto com óleo de nim destine-se aos cuidados orais;
- Avaliarmos os ingredientes que compõem os dentifrícios comerciais, de modo a
formularmos nossa proposta em qualidade equivalente às melhores marcas;
- Determinarmos e compararmos as características físico-químicas das marcas comerciais,
mensurando-lhes teores sólidos, ativos e voláteis;
- Propor uma formulação de dentifrício, de modo a balanceá-la em grau de qualidade
similar ou superior às melhores marcas atuais (Ver p. 94-101), de modo a prevenir
problemas bucais, promovendo a saúde individual e coletiva da comunidade, numa relação
custo / benefício, potencializando ações de Desenvolvimento Local integrado sustentável.
37
3.3 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
A partir das informações etnobotânicas (conhecimento tradicional) e das demandas por
saúde bucal dos assentados, investigamos através da literatura científica mundial os
potenciais usos do nim, principalmente suas aplicações em higienização / saúde bucal.
De modo a demonstrar e disponibilizar ao público de interesse, suas enormes
potencialidades e propriedades medicinais, industriais, reduzidos efeitos colaterais,
segurança clínico-toxicológica, diversidade molecular de compostos químicos, sobretudo
destacando suas indicações odontológicas: “Bactericida, Bacteriostática, Antifúngica,
Antiinflamatória, Analgésica e Cicatrizante” (BISWAS et al., 2000).
A partir daí, promovemos formulações e experimentos laboratoriais com (Ver Materiais e
Métodos), cujos (Ver Resultados e Discussão) foi produzir um dentifrício da melhor
qualidade, segurança e mensurável aprovação e ínfima rejeição dos Julgadores voluntários,
quando dos testes de aceitabilidade, com base nas B P F / C Boas Práticas de Fabricação
e Controle.
3.4 MÉTODOLOGIA / CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
O modo de eleição para o desenvolvimento da pesquisa deu-se através da proposta do PEX
Produto Experimental (dentifrício) com óleo de nim, através do Método Hipotético-
Dedutivo - Comparativo.
Onde, ao imaginarmos hipóteses, passamos em seguida, a verificar conclusões possíveis de
deduzir daquela hipótese, apresentando coerência com os fatos observados
(WEATHERALL, 1970. in.: Curi, 1997, p.3), que assim o sugere:
38
O Método Hipotético Dedutivo Comparativo” pode ser resumido nas seguintes
etapas:
a) Formular uma ou mais hipóteses, a partir de fatos interessantes;
b) Inferir as conseqüências preditivas das hipóteses;
c) Testar tais conseqüências preditivas por meio de um experimento com a finalidade
de refutar ou corroborar hipóteses”..
Destarte, a partir da hipótese de o nim prestar-se aos cuidados orais, estudos e métodos
científicos foram desenvolvidos para a formulação do produto conjecturado,
submetendo-o depois aos testes de aceitabilidade.
Cujas tentativas permearam-se pela discussão crítico-publicitária, de modo a eliminar -
se erros durante a construção do experimento, lastreando-o em: conhecimentos
preliminares, contradições, conflitos, teorias aceitas, observação, experimentação e
aviamento. Por fim, testes de aceitabilidade , os quais validaram provisoriamente a
nossa hipótese, cuja questão (Gostei muito - dentre outras oito aferições) alcançou
aprovação de 89,6%, dentre 200 voluntários / julgadores.
CAPÍTULO 4
DENTIFRÍCIOS E CUIDADOS BUCAIS:
Os dentifrícios ou cremes dentais são produtos destinados especialmente para a escovação
dental. São elaborados dentro das mais rigorosas técnicas e processos industriais de
fabricação e controle, visto serem utilizados pelo elemento humano.
Seu histórico de aplicações, conforme veremos adiante, vem desde tempos remotos sendo
contemporaneamente elaborados por processos sofisticados. Valendo referendar que,
conforme literatura especializada os mesmos utilizavam sabões na sua composição, antes
da Segunda Guerra Mundial. Após, passaram a inserir o lauril sulfato de sódio (LSS), como
agente saponáceo, detergente.
Dentre as funções dos cremes dentais destacamos: remoção de restos alimentares (ação
detergente - LSS), combater bactérias, tratar gengivas, mucosa oral (gengivite, estomatite),
irritações iatrogênicas (irritações originadas por próteses mal ajustadas, prover frescor ao
hálito, sensação de hálito puro, agradável, refrescante, tornar a escovação dental um hábito
de prazer, através de ingredientes de espumação, sabor e cheiro agradável, entre outros.
Dividem - se em: cremes brancos, opacos, multicores, géis e, mais recentemente, extrato
fluído / pomada (Ad Muc / Biolab), cujos ingredientes de formulação, de modo geral, têm
similaridade bastante próximas, diversificada a critério do fabricante e dos órgãos
reguladores (ANVISA/MISAU/CFO/ABO), conforme veremos adiante.
40
4.1 HISTÓRICO
Muitos povos que foram descritos pela história desde tempos remotos, demonstraram interesse
pelo cuidado da saúde de seus dentes. Dos produtos utilizados na higiene bucal, dos
primórdios até hoje, muitos deles tiveram nas raízes, nas plantas, extratos vegetais, até
derivados de animais. Existem relatos de prescrição de cremes dentais antes de Cristo num
livro de referência médica egípcio: o Ebers Papirus. Por sua vez, Hipócrates (460-377 A.C) é
considerado o primeiro a recomendar o uso de dentifcio, produzido com cinzas, partes de
lebres e camundongos. Acreditando que os animais por terem dentes fortes poderiam passar o
atributo aos seres humanos. Os romanos tinham grandes cuidados com seus dentes, lavavam e
friccionavam os dentes com lã e chifres e caveiras de animais moídos misturado com gordura
de cabras. Os usos do sal e mirra na higiene oral são descritos também pelos romanos. É
também conhecido que os chineses usavam uma mistura de sal, almíscar e urina para cuidar
dos dentes a fim de mantê-los limpos e saudáveis.
Na Idade Média descobriu-se que algumas das substâncias utilizadas em cremes dentais
tinham efeito anti-cálculo ou tártaro (massa pétrea formada sobre a superfície do dente). Os
pacientes dessa época eram orientados a evitar substâncias grosseiras (abrasivas), pois podiam
danificar os dentes. Os ingredientes usados vinham principalmente de vegetais (hoje
conhecidos como fitoterápicos), e tinham aplicações como adstringentes, germicidas ou
abrasivos.
Em 1890, uma nova área na ciência de prevenção odontológica foi descrita por W.D.Miller, o
qual usando produtos químicos revolucionou e deu expansão à indústria de dentifrícios, que
daí em diante utilizou bases alcalinas (que tem propriedade de uma base) nas composições. Os
mais modernos processos de produção dos dentifrícios bucais vieram com a Segunda Guerra
Mundial. Muitas companhias incorporaram os estudos científicos para estabelecer uma base
racional terapêutica para os dentifrícios, mas a real revolução foi a incorporação de fluoretos
nos cremes dentais que, dramaticamente reduziu a incidência de cáries.
41
Hoje, quatro mega-companhias dominam o mercado mundial de produtos de higiene oral:
Colgate Palmolive (E.U.A); Unilever (Reino Unido/Holanda); Procter & Gamble (E.U.A)
e Smith Kline Beecham (Reino Unido). Atualmente, (apenas para ilustrar) como
complemento dos dentifrícios, diferentes tipos de enxaguantes bucais m sido
(simultaneamente aos dentifrícios) indicados aos cuidados orais.
Outrossim, ao longo da história, este coadjuvante do creme dental foi utilizado a partir da
Idade Média, sendo o vinagre e água de rosas, mais comumente utilizados após a fricção
(escovação) dos dentes. Hoje a indústria tem explorado fartamente este segmento de mercado,
que possui o mesmo nível de manufatura dos cremes dentais (EMBERY e ROLLA, 1992;
BARKVOLL e FREMTIDENS, 1994).
Em plenos dias da pós-modernidade, escovar os dentes de modo regular, é um hábito diário
para milhões de pessoas, ou pelo menos o deveria ser. Quando isso ocorre, outras práticas
usuais para a correta higienização da cavidade bucal, seria enxaguar os dentes e tecidos
tegumentares, com solução enxaguatória, utilizando ainda o fio-dental e os raspadores
linguais, dentre outros recursos.
Em suma, existem grandes quantidades de produtos dentifrícios, disponíveis no Brasil e em
todo o mundo. Entretanto, por questões normalmente de cunho econômico, grande parte da
população não tem pleno acesso a estes produtos e ao seu uso correto; ou seja, apesar da
grande oferta, nem todos têm acesso ou se beneficiam de seu uso. Esta realidade, aliada
fatores de caráter nutricional e de educação, ainda repercute nos baixos índices de qualidade
de vida da população brasileira. Lamentavelmente ainda somos um país de desdentados
(adaptado: Censo Epidemiológico SB 2000 / Programa Brasil Sorridente), conforme vimos
em (3.1 - PROBLEMA).
42
4.2 UTILIZAÇÃO DOS DENTIFRÍCIOS
Através dos tempos, para a higienização dos dentes, a humanidade vem utilizando entre outros
o creme dental no cuidado da higiene e saúde bucal.
Este produto é disponibilizado ao público, em supermercados, farmácias, drogarias,
secretarias de saúde e, praticamente em todos os pontos de vendas a varejo voltados ao
consumo humano.
As variedades de marcas disponíveis são familiares a gerações, enquanto outras marcas
disponíveis não se popularizaram tanto.
Qual seria o critério de preferência de escolha para uma ou outra marca? Seria o informe de
algum ingrediente especial adicionado? Sugestão do dentista? Sugestão do conteúdo de uma
determinada propaganda? Ou do círculo de amizades?
O que parece não existir dúvida é quanto ao conhecimento geral sobre estes produtos de
higiene bucal, dado aos abrangentes e massivos conteúdos divulgados na mídia. Estes
conteúdos querem nos fazer acreditar que certos produtos dão ao consumidor dentes mais
brancos e limpos, maior frescor de hálito, redução da placa bacteriana sobre os dentes e a
conseqüente formação de cálculos ou até a prevenção de doenças como cárie, gengivites,
estomatites, entre outras.
Todavia, apesar dos conteúdos das propagandas, muitas vezes cientificamente formulados,
estes comerciais falham em nos informar que o importante não é o produto e seu efeito, em si,
mas a correta escovação (= funcionalidade + escovas adequadas), além de um maior tempo
de exposição tópica do produto com a mucosa oral ou tecidos dentais ou gengivais, para
assim, obter-se o correto controle e equilíbrio dos microorganismos na microbiota bucal. Não
há dúvida que a escovação correta com produtos ativos tem efeito positivo, especialmente se o
produto contém agentes terapêuticos, tal como o fluoreto ou outros ativos que o sucederam.
43
Enfim, o mais importante para o consumidor é saber que a escovação correta com creme
dental, deve ser feita pelo menos uma vez ao dia, para propiciar enfim, os efeitos benéficos
dos diversos ingredientes contidos nos cremes dentais destinados à saúde bucal.
4.2.1 ACERCA DOS DENTIFRICIOS / COMPONENTES BÀSICOS
O conhecimento sobre os cremes dentais pelo usuário é importante, quer seja no trato aos
cuidados bucais ou enfermidades. E, principalmente - em nosso caso - enquanto produção
experimental, pois a escolha correta dos ingredientes, as suas concentrações, cuidados de
manuseio, entre outros, é que vão fidelizar a escolha desse produto numa possível
industrialização futura.
Como vimos nas descrições históricas, numa abordagem geral sobre os cremes dentais,
podemos dizer, serem os mesmos fundamentais na prevenção de malefícios ou intercorrências
patológicas na cavidade oral.
O creme dental, em linhas gerais, é definido enquanto característica básica (existem outras),
como um material semi-aquoso, pastoso, utilizado para limpeza e remoção de depósitos dos
dentes, sendo aplicado topicamente com o uso de escova de dente. Contudo, devemos atentar
quanto à remoção da superfície dos dentes e tecidos adjacentes de fatores desencadeantes de
doenças bucais.
Dentre estes fatores, destaca-se a placa bacteriana que, a partir da ingestão de alimentos, criam
depósitos sobre a superfície do esmalte e tecidos adjacentes. Portanto, um produto de
higienização oral, deve assegurar ao usuário, eficiente finalidade não só de limpeza, mas ainda
efeitos terapêuticos, que previnam contra os fatores desencadeantes de infecções bucais a
partir da placa bacteriana, como os descritos por (SANZ et al., 1997 Tópico 4.2.2).
44
Assim, para formularmos nosso PEX - produto experimental (Classificação: cosmético /
creme de limpeza), analisamos físico-químicamente 10 marcas conceituadas no mercado
nacional e 1 do mercado internacional (Índia), para assim equiparar nossa formulação às
melhores marcas, as quais, assemelham-se entre si. A seguir, elencamos os constituintes
principais contidos na maioria dos produtos aferidos conforme (TABELA 1).
Tabela 1. Principais componentes de dentifrícios. (STOREHAGEN et al., 2003).*
Componente Porcentagem em massa (%)
Abrasivo 20 50%
Água/solvente 20 40%
Umectantes 20 35%
Detergentes/Tensoativos/Surfactante 1 3%
Agentes de Espessamento 1 2%
Sabor/aroma 0 2%
Adoçante 0 2%
Corante ou Preservante 0,05 0,5%
Agentes terapêuticos 0 - 2%
*Fonte: Dentifrices and Mouthwashes Ingredients and their Use, 2003.
Com base na Tabela acima, comentamos a seguir, respectivamente, cada ingrediente
(inorgânico ou orgânico) constante nos cremes dentais atuais (onze marcas comerciais foram
analisadas / Ver Resultados e Discussões)
4.2.2 COMPONENTES GENÉRICOS DOS DENTIFRÍCIOS
- Inorgânicos (Derivados minerais, menos carbono).
- Orgânicos (Derivados do carbono; animais, vegetais).
45
4.2.2.1 COMPONENTES INORGÂNICOS
- Abrasivos
Abrasivo é uma substância usada para abrasar, moer ou polir. O grau de abrasividade
depende da dureza do abrasivo, da morfologia da partícula e da concentração de abrasivo na
pasta. Os abrasivos encontrados em dentifrícios são freqüentemente não tão duros quanto o
esmalte, mas duro ou mais duro que a dentina. Abrasivos são freqüentemente encontrados na
forma de cristais, entretanto, pequenas e suaves partículas são preferíveis para evitar desgaste
do dente.
Cremes dentais transparentes, comumente chamados dentifrícios géis, são obtidos por
misturas de certos abrasivos, microscopicamente divididos. A quantidade e o tipo de abrasivo
no creme dental contribui para dar a pasta sua cons istência cremosa. O efeito abrasivo é
medido na escala RDA (Radioactive Dentine Abrasion), variando de 40 a 80 na maioria dos
cremes dentais. Sílica hidratada é um comum abrasivo em dentifrícios; alumina e carbonato de
cálcio podem ser utilizados.
- Água / Solvente
A água é a matéria prima mais utilizada nos dentifrícios. Atua, como solvente e
elemento agregador, permitindo a mistura e hidratação dos ingredientes;
-Umectantes
São polialcoois de cadeia curta e são utilizados na formulação de creme dentais
prevenindo perda de água e o conseqüente endurecimento da pasta quando exposto ao ar. Dão
ainda, textura e cremosidade. A glicerina e o sorbitol são os mais utilizados;
- Detergentes/Tensoativos (Surfactantes)
46
Detergentes são agentes de limpeza ou purga, que através de ação de superfície que depende
de ambas partes estruturais hidrofílica e hidrofóbica. Enxerta propriedades aos óleos solúveis
e efeitos antibacterianos por desorganizar a membrana celular dos microorganismos.
Eles ainda baixam a tensão superficial do meio líquido na cavidade oral, permitindo um
contato mais estreito dessas substâncias nos cremes dentais com a superfície dos dentes. Eles
podem também penetrar e dissolver as placas e facilitam a limpeza dos dentes. A espuma
produzida por detergentes é também benéfica na limpeza do dente, e contribui na suspensão e
remoção de fragmentos e da uma sensação de mais limpo. Outra função do surfactante é
auxiliar na dispersão ou emulsão de sabores em cremes dentais.
O detergente mais utilizado é o Lauril sulfato de sódio (LSS). Infelizmente, o LSS pode ter
efeito adverso, incluindo dano a camada de mucina por desnaturação da glicoproteína
(HERLOFSON e BARLVOLL, 1994). Há também evidências que o uso conjunto de cremes
dentais e enxaguantes contendo LSS, permite aumentar a incidência de úlceras aftosas
recorrentes (RAU) em alguns pacientes. Produtos sem LSS podem então ser recomendados
para pacientes com RAU. Este efeito adverso do LSS tem resultado na pesquisa de outros
surfactantes, tais como: lauril sarcosinato de sódio, cocoamidopropilbetaína e Steareth-30, que
atuam como agentes tensoativos menos irritantes - que o LSS - à mucosa oral;
- Agentes de Espessamento / Espessante (Agente de liga)
Agente ligante ou espessante pode prevenir que o creme dental seque, ligando moléculas de
água na estrutura da composição. Controlam a viscosidade para dar à pasta características de
cremosidade. Possuem também efeito de emulsificação, mantendo sólidos e líquidos unidos
(óleo e água, por ex.). Esses componentes são: Glicerol, sorbitol, polietileno-glicol (PEG),
Propileno-glicol, Celulose, Xantana e outras gomas polissacarídeas (algas), ainda contribuem
para essa condição de liga, visto possuírem hidroxilas na cadeia polimérica e, com isso
retendo água;
47
- Agentes de sabor / aroma
A combinação de óleos essenciais insolúveis em água, como: óleo de menta, menta pimenta,
eucalipto e mentol são freqüentemente usados como agentes de sabor em cremes
dentais. Os agentes de sabor são previamente solubilizados e dispersos através da pasta ou
líquido via detergente.
Os cremes dentais freqüentemente possuem um sabor muito marcante.
Isto é necessário para mascarar o sabor da maioria dos detergentes, especialmente LSS (lauril
sulfato de sódio). Agentes de sabor são adicionados para suprir a demanda dos clientes por
sensação de frescor e gosto, durante e após a escovação dos dentes.
Normalmente, em vista do custos desses ingredientes, calcula-se que os agentes de sabor
representem o principal custo dos componentes do creme dental, aproximadamente 60% da
composição total;
- Adoçantes / Edulcorantes
Agentes de dulçor ou adoçantes, também intensificam o sabor dos cremes dentais,
dando uma suavidade adocicada ao sabor. Vários fabricantes têm produzido cremes dentais
para crianças sempre com um adocicado mais intenso. Os agentes de dulçor mais comuns são
sacarina sódica, sorbitol, glicerina e Xilitol, que é um adoçante com maior dulçor e provê
atividade anti-cárie;
- Corantes / Preservantes
A grande maioria dos cremes dentais disponibilizados no mercado, contêm substâncias
coloridas para dar uma aparência atrativa. As substâncias coloridas são classificadas pelo
Index de Cor (CI), publicado pela Sociedade dos Corantes e Coloristas e da Associação
Americana de Químicos Têxteis e Coloristas, ou por um sistema chamado de FD & Colours.
48
Dióxido de titânio é freqüentemente adicionado a cremes dentais para dar uma cor branca e
opaca. Os preservantes ou conservantes, previnem o crescimento de microorganismos em
cremes dentais. Os agentes preservativos mais comuns incluem o benzoato de sódio,
metilparabeno e etilparabeno;
- Agentes Terapêuticos Inorgânicos
Um ou mais agentes terapêuticos são normalmente adicionados a cremes dentais, caso
destinem-se como produto medicamentoso. A maioria das pastas, hoje, são classificadas como
cosméticos. Os terapêuticos, por ex., contêm fluoretos para a prevenção das cáries ou outros
ativos. Recentemente, desenvolveram diferentes tipos composicionais de cremes dentais com
propósitos adicionais de ação, como: remoção de manchas e cálculos, prevenção da gengivite,
dentes sensíveis e problemas inflamatórios, até infecciosos. A seguir, categorizamos diferentes
agentes terapêuticos e suas propriedades;
- Agentes anticáries
- Fluoretos - O fluoreto é considerado o mais efetivo agente inibidor de cáries, embora
apresente efeitos colaterais quando usado em excesso. Quase todas as formulações de cremes
dentais o contém, numa forma ou outra. A forma mais comum é o fluoreto de sódio (NaF),
mas o monofluorfosfato (MFP) é muito utilizado. Há ainda, o fluoreto estanoso (SnF). A
quantidade de fluoreto em cremes dentais está na faixa de 0,10 a 0,15%. O Fluoreto é mais
benéfico quando a boca não é lavada com água após a escovação. Esta é a forma de ter uma
maior quantidade de fluoreto retida na cavidade oral.
Os cremes dentais são o principal veículo para o fluoreto. A combinação terapêutica ou
cosmética, normalmente contém fluoretos. Não em doses elevadas, visto fixarem-se nos
dentes causando mudança na coloração.Existem três teorias principais que consideram ação
positiva do uso de fluoretos na prevenção de cáries, vale citá-las (STOREHAGEN et al.,
2003):
49
- Primeira teoria: O fluoreto, incorporado dentro do esmalte durante o desenvolvimento do
dente na forma de fluorhidroxiapatita (FAP), reduz a solubilidade da apatita.
Esta teoria implica que a resistência à cárie uma vez obtida será definitiva. E que o fluoreto
provido durante a mineralização dos dentes é significantemente mais efetivo que quando dado
mais cedo. Esta teoria tem alguns inconvenientes, desde que indivíduos nascidos ou que
permanecem em áreas com água fluoretada, e deste modo tem sua mineralização dental sob
ótimas condições de fluoretos; rapidamente encontram a incidência de cárie na sua nova
localização, se deixam as áreas com fluoreto (THYLSTRUP e FEJERSKOV, 1994).
E também que excesso de fluoreto durante o desenvolvimento do dente pode causar fluorose e
desgate prematuro dos dentes. (FEJERSKOV et al., 1996);
- A Segunda teoria : também sugere que o fluoreto tem uma ação anti - bacteriana . Em um
meio ácido, se o fluoreto está presente, fluoreto de hidrogênio (HF) é formado. HF é um ácido
fraco e pouco ionizado que pode penetrar a membrana celular da bactéria. A entrada de HF
dentro do compartimento citoplasma alcalino resulta na dissociação de HF em H
+
e F
-
. Estes
íons separados possuem maiores efeitos na fisiologia da célula. Primeiro que o íon fluoreto
libertado (F
-
) interage com os constituintes celulares, incluindo várias enzimas sensíveis ao
flúor. O segundo efeito é uma acidificação do compartimento citoplasmático causado pela
liberação de prótons (H
+
). Normalmente, prótons são bombeados para fora da célula, mas o
fluoreto inibe estes processos. O decréscimo intracelular de pH faz o meio ser menos
favorável para muitas enzimas essenciais para o crescimento celular (FEJERSKOV et al.,
1996);
- A Terceira: teoria mostra que o mais importante efeito anti-cárie é assim chamado devido a
formação de fluoreto de cálcio (CaF
2
) na placa ou na superfície do esmalte durante e depois
do enxágüe ou escovação com fluoretos. CaF
2
serve como um reservatório de fluoreto.
Quando o pH cai, o fluoreto de cálcio é liberados dentro do fluído da placa. Esse Fluoreto
difunde-se com o ácido da placa para dentro dos poros do esmalte e forma a fluorapatita
50
(FAP). FAP é incorporada dentro da superfície do esmalte é mais resistente a um subseqüente
ataque ácido, desde que o pH crítico da FAP (pH=4,5) é menor que o da hidroxiapatita (HA)
(pH = 5,5). Assim, o fluoreto minimiza a desmineralização e aumenta a remineralização do
esmalte entre pH 4,5 a 5,5, onde o período de desmineralização é abreviado (FEJERSKOV et
al., 1996);
- Xilitol. O Xilitol é um açúcar - álcool que não pode ser fermentado por microorganismos da
cavidade oral. É considerado ser um agente cariostático (paralizador da cárie) desde que pode
inibir o metabolismo de carboidratos em diferentes microorganismos bucais. Xilitol é o único
entre os açúcares álcoois que possui efeito na glicólise. O efeito inibitório na glicólise tem
sido relatado para a compreensão do xilitol via um sistema específico de frutose (PTS) e
subseqüente acumulação intracelular de xilitol-5-fosfato. Com este mecanismo-guia, a
redução de ácido superficial dá-se a partir da glicose, reduzindo a população de
Streptococcus mutans, tanto na placa quanto na saliva (SCHEIE e FEJERSKOV, 1998);
- Fosfato de Cálcio. A adição de cálcio (Ca
+2
) e fosfato (PO
4
-3
) em cremes dentais
aumentam a concentração desses íons na cavidade oral aumentando a remineralização e a
retenção de íons fluoretos (F
-
) (SCHEMEHORN et al., 1999);
- Bicarbonato de Sódio. Vários estudos têm mostrado que o íon bicarbonato, (HCO
3
-
), é um
dos componentes salivares que potencialmente modifica a formação de cáries. A presença
desse íon aumenta o pH da saliva, e desta maneira cria um ambiente hostil para o crescimento
de bactérias acidúricas. Bicarbonato de sódio, NaHCO
3
, também altera a virulência da bactéria
que causa a degeneração do dente. Estudos realizados com animais mostram que o uso de
composições dentifrícias com bicarbonato de sódio reduziu a população de S. sobrinus e S.
mutans, e que este fato pode também reduzir a incidência de cáries. Estudos realizados com
humanos mostram uma redução estatística importante na população de S. mutans. O uso de
bicarbonato de sódio pode também prevenir cáries por reduzir a solubilidade do esmalte e
aumentar sua remineralização (LEGIER-VARGAS et al., 1995);
51
- Agentes antiplacas. Lauril sulfato de sódio (LSS). Estudos têm mostrado que enzimas
glucosiltransferases e fructosiltransferases são incorporadas em forma ativa dentro de uma
película; e por sintetizar glucan in situ da sucrose, pode providenciar uma superfície
para a colonização por S. mutans. Estas enzimas são inib idas por LSS, esta inibição pode
retardar claramente o desenvolvimento da placa (EMBERY e ROLLA, 1992);
- Triclosan. É um agente sintético fenólico clorado e não iônico com qualidades
antissépticas. Triclosan possui um largo espectro de eficácia contra bactérias Gram-positivas e
a maioria das Gram-negativas. É também efetivo contra Mycobacterium e bactérias
estritamente anaeróbicas e, contra os esporos e fungos da espécie Cândida. O mecanismo
dessa ação antisséptica é por atuação na membrana citoplasmática microbial, induzindo o
extravazamento de constituintes celulares e causando a lise dos microorganismos.
A respeito de sua atividade in vitro, estudos com placas clinicas revelaram moderado nível de
atividade anti - placa (ROLLA et al., 1996). Evid ências são acumuladas para sugerir que só
o triclosan não produz efeitos otimizados de inibição de placas, sem a adição de PVM/MA e
citrato de zinco. Estes coadjuvantes aumentam a superfície de retenção de triclosan e, portanto
de sua eficiência e disponibilidade na cavidade oral (MORAN et al., 2001). Um produto
antisséptico tem de ser retido na cavidade oral por um certo tempo de modo a ter atividade
anti-placa.
Os sítios de retenção para o triclosan não são ainda bem estabelecidos, mas as superfícies dos
dentes e micelas na saliva são sugeridas para tal propósito (ROLLA et al., 1996). O triclosan
tem também efeito anti-inflamatório por atuar na cascata eicosanóide. Triclosan inibe ambos
ciclo-oxigenase (COX) e lipogenase (LOX), e deste modo inibe a produção de prostaglandinas
e leucotrienos (ROLLA et al., 1996). Estudos clínicos indicam que o triclosan na formulação
de dentifrícios e (enxaguantes), reduz a irritação da mucosa oral causada por LSS (WALER et
al., 1993; SKAARE et al., 1996);
52
- Íons metálicos. São mais em preparações de cremes dentais. São os íons zinco (Zn
+2
) e o
íon estanhoso (Sn
+2
). Estes metais possuem a habilidade de limitar o crescimento microbiano,
inibir a formação de placas, inibir a seqüência glicolítica em bactéria anaeróbicas oral,
restringindo a habilidade da placa bacteriana de converter uréia em amônia. Estes íons
podem também inibir algumas enzimas bacterianas, deste modo é possível que reduzam a
habilidade das bactérias colonizarem as superfícies dos dentes. Descrição mais detalhada é
mostrada para os íons estanhoso e zinco;
- Íons Estanhoso (Sn
+2
). Íons estanhosos são adicionados aos dentifrícios na forma de
fluoreto ou pirofosfato de estanho. O fluoreto estanhoso foi freqüentemente usado como
veículo para fluoreto em preparações dentais na década de 60 e 70. No tempo presente é
raramente usado, embora extensivas pesquisas durante as últimas duas décadas tenham
estabelecido que o fluoreto estanho possui várias propriedades interessantes. Tem sido
propagado que o fluoreto de estanho é mais efetivo na inibição de cáries do que o fluoreto de
sódio e o monofluorfosfato. Isto é provavelmente devido ao fluoreto de estanho, cujas
propriedades adicionais são maiores quando comparado com os outros fluoretos.
Entretanto, como diferenças, não são sempre estatisticamente significantes quando em estudos
de pequena escala (ROLLA e ELLINGSEN, 1994). Têm ainda propriedades de reduzir
relativas quantidades de S. mutans e S. sanguis na placa, reduzir a quantidade de S.mutans na
saliva e aumentar os níveis salivares de lactobacilli (EMBERI e ROLLA, 1992).
O fluoreto estanhoso trata o esmalte, tornando-o hidrofóbico. Uma propriedade que contribui
para o efeito anti-placa, desde que superfícies hidrofóbicas são menos susceptíveis á
colonização por bactérias. A proteção cariostática provida pelo fluoreto de estanho é
dependente da deposição de CaF
2
do reservatório na superfície do dente (Teoria 3).
Ambos os efeitos anti-placa e a inibição de formação do ácido por fluoreto estanhoso são
provavelmente causada pela oxidação dos grupos tiol, que o fluoreto estanhoso é conhecido
em realizar. Íons estanho podem inibir glicólise bacterial por causa da inativação de enzimas
53
que dependem do grupo tiol para sua atividade biológica (ROLLA e ELLINGSEN, 1994). O
efeito anti - placa do SnF
2
pode claramente contribuir para a atividade anti cariostática;
- Amiloglucosidase e Glucose oxidase. Estas enzimas são tidas como redutoras de placa,
gengivite e cáries dental. Seu mecanismo de ação é por ativação do sistema antibacterial
lactoperoxidase-tiocianato na saliva (BARKVOLL, 1994). Amiloglucosidase e
glucoseoxidase podem degradar amido e glicose a peróxido de hidrogênio, H
2
O
2
. A liberação
do peróxido pode reagir com íons tiocianato presentes na saliva, convertendo-o em
hipotiocianato, que pode inibir crescimento bacterial. Embora os dados in vitro suportem esta
rota, nenhuma evidência existe que mostre a ocorrência no meio oral. Somente um leve
aumento no efeito anti-gengivite tem sido encontrado quando comparado a outros cremes
dentais não enzimáticos (EMBERI e ROLLA, 1992);
- Clorexidina. Formulações com esses agentes terapêuticos bucais, são considerados
excelentes na redução da placa devido ao seu prolongado e amplo espectro de atividade
antimicrobial e potencial inibitório de placas (SHEEN et al., 2001).
A Clorexidina é efetiva contra ambas bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, sendo mais
efetiva contra as Gram - positiva, por ser um bacteriostático eficiente em baixas
concentrações, especialmente contra S. mutans, contra fungos, mas não ou pouco contra
esporos. Também têm se mostrado efetiva contra vírus. A Clorexidina é retida na cavidade
oral por 24 horas por ligação com os grupos fosfatos, sulfatos e grupos carboxilas na bactéria,
placa, saliva e na superfície do esmalte.
Sua ação anti-bacteriana, é devido a distúrbios no transporte através da membrana celular e do
metabolismo celular e, por causar extravazamento através da membrana celular. Seu efeito
antiviral é causado por interação com a proteína viral de revestimento. É também reportado
que a clorexidina afeta a quimiotaxis, liberando radicais de oxigênio livre e desgranulação
de leucócitos, neutrófilos polimorfonuclear e desse modo tem uma influência
54
no processo inflamatório. A clorexidina tem relevância clínica na cavidade oral, mas ainda
não foi bem estabelecida (HUGOSON et al., 1990).Comparativamente, o Lauril sulfato de
sódio, LSS, parece ter um efeito adverso na retenção da clorexidina e na ação de inibição da
placa. Enxágües com clorexidina não pode ser realizado na combinação com a escovação
contendo Monofluoreto de sódio, fluoreto estanoso e Nistatina, pois reduzem dramaticamente
o efeito da clorexidina.
A Clorexidina é empregada como um químico suplementar ou adjuvante a escovação do dente
no controle da placa, por exemplo, em cirúrgia oral ou em pacientes que não tem ótima
higiene oral. Efeitos colaterais da clorexidina incluem distúrbios de sabor, manchamento dos
dentes, língua e material de restauração dental, estes fatos tendem a restringir seu uso
(SHEEN et al., 2001);
- Pirofosfatos. Agentes anti-cálculos. Dos agentes anti-cálculos, o inibidor de crescimento
de cristais tem sido as substâncias mais clinicamente testadas. Estes agentes atuam por atrasar
a calcificação da placa dental, deste modo promovem a remoção da placa por escovação
normal (SEGRETO et al., 1998);
Pirofosfatos. O pirofosfato foi recentemente introduzido na formulação de dentrifícios
para inibir a formação de cálculo dental supra-gengival. O Pirofosfato é adicionado com
tetrasódio pirofosfato, pirofosfato de tetrapotássio ou pirofosfato de dissódio. O pirofosfato
tem uma grande afinidade por superfícies de hidroxiapatita (HA), provavelmente por uma
interação com calcio, Ca
+2
, na camada de hidratação. Por interação com HA e na superfície do
esmalte, o pirofosfato reduz sua capacidade de ligação de proteína. Este também tem a
habilidade de inibir a formação de fosfato de cálcio, Ca
3
(PO4)
2
. Portanto, é desse modo que
pirofosfato introduzido na cavidade oral através de dentifrícios ou enxaguantes bucais
pode afetar a formação da película. Entretanto, a ligação P O P do pirofosfato é
55
conhecida por ser susceptível a hidrólise enzimática pela placa bacteriana e fosfatases da
saliva, deste modo sua utilização pode ser afetada na cavidade oral.
Conseqüentemente, o controle do tártaro por dentifrícios que contém pirofosfato como
inibidor de cálculos, também incorpora inibidores de fosfatos que prolonguem a atividade do
pirofosfato na boca. Estudos mostram que a combinação com o copolímero PVM/MA dá uma
significante proteção do pirofosfato à fosfatases (GAFFAR, et al., 1987). As conseqüências
clínicas de uma película pobremente formada ou parcialmente formada não são conhecidas.
As conseqüências sugeridas por excesso de pirofosfato ou seu uso continuado pode ser a
abrasão do dente, aumentando a desmineralização e aumentando a hipersensibilidade dental
(EMBERY e ROLLA, 1992);
Zinco. O Zinco tem um efeito anti-cálculo devido as suas propriedades anti-placa, mas sua
adição é para influenciar a formação do cálculo por inibição do crescimento do cristal. O
Zinco ainda atua como agente anti-halitose provindo da retenção de coccos anaeróbicos,
bactérias Gram negativas. O Zinco inibe a produção de (VSC) voláteis de enxofre, quebrando
os aminoácidos produzidos pelos microorganismos impedindo a exalação do odor
desagradável. O Zinco poder ser retido na cavidade bucal, após a escovação por até 3 horas;
- Íons Potássio. Agentes anti-hipersensibilidade. Os Íons potássio atuam através do bloqueio
da geração de ação potencial dos nervos intradentais (SOWINSKI et al., 2001). É considerado
que os sais de potássio em preparações dentais aumentam a concentração de íons potássio, K
+
ao redor do nervo pulpal e desse modo despolariza o nervo. Este fato pode inibir a resposta do
nervo a diferentes estímulos (BARLVOLL, 1994). O exato mecanismo de como os íons
potássio desensibilizam a dentina está ainda para ser elucidado, mas cremes dentais são
manufaturados com potássio para promover o efeito desensibilizante. Este fato é justificado
a partir de experimentos com animais, indicando que por um momento na concentração
de íons potássio extracelular em cavidades muito profunda da dentina é possível
56
despolarizar as membranas das fibras do nervo, e permanecer despolarizado pela alta
concentração extra celular de potássio. Entretanto, esta evidência pode não suportar a eficácia
do uso de íons potássio em cremes dentais e enxaguantes bucais para redução da
hipersensibilidade da dentina em humanos (POULSON et al.; 2002);
- Aminoglucosidases e glucoseoxidase. Cremes dentais com essas enzimas não podem
conter detergentes como LSS, por causa da desnaturação da enzima e a perda da atividade
enzimática. LSS induz um efeito adverso nos tecidos moles da cavidade oral e aumenta a
freqüência de úlceras nos pacientes que sofrem de ulceras aftosas recorrentes (RAU). Enzimas
nas formulações de cremes dentais e enxaguantes bucais podem ser uma alternativa para
pacientes que sofrem de RAU. Tem sido reportado que o uso de dentifrícios e enxaguantes
contendo a combinação de enzimas aminoglucosidases e glucoseoxidases tem um efeito
positivo na inibição da RAU, em adição, estes produtos não contém LSS. As úlceras foram
geralmente reportadas serem menores e menos doloridas, ter um menor tempo de cicatrização
e a freqüência das úlceras foram decrescidos ( FRIDH e KOCH, 1999);
- Dimetilconas. Agentes de branqueamento. Os cremes dentais com agentes de
branqueamento, não alteram a cor da estrutura do dentes, apenas removem da superfície
manchas com abrasivos ou agentes químicos ou agentes de polimento incorporados nas
formulações, ou ainda um produto para prevenir a formação de manchas.
As Dimetilconas são silicones versáteis, fluídos de polidimetilsiloxanas, que podem ter baixa
ou alta massa molecular como gomas na natureza. Estes causam um abrandamento de
superfície e se depositam no dente para prevenir a formação de manchas;
- Papaína. A papaína é uma protease sulfidrila consistindo de uma simples cadeia de
polipeptídeo, extraída da Carica papaya é capaz de hidrolizar ligações peptídicas e pode
também catalisar a transferência de um grupo acila. A papaína é usada em cremes dentais
como um agente de branqueamento não abrasivo (NYOYGARD et al., 2000);
57
- Bicarbonato de sódio. Os cremes dentais que contém altas concentrações de bicarbonato
de sódio é mais eficiente na remoção de manchas dentais do que aqueles que não contém
bicarbonato de sódio (KLEBER et al., 1998);
- Agentes anti halitose . Mau hálito ou halitose origina-se principalmente na cavidade oral.
O desagradável odor é devido a retenção de anaeróbicos, bactérias Gram-negativas. Estas
bactérias utilizam aminoácidos contendo enxofre como substrato na produção de compostos
voláteis de enxofre (VSC). O VSC tem um desagradável odor mesmo a baixas concentrações.
Zinco inibe a produção de VSC na cavidade oral por interação com o enxofre no aminoácido e
no seu metabolismo. O Zinco pode ser retido na cavidade oral de 2 a 3 horas após a escovação
por se ligar a substâncias ácidas na mucosa oral, na saliva ou superfícies de bactérias;
4.2.2.2 COMPONENTES ORGÃNICOS
- Agentes Terapêuticos Orgânicos. A cada dia mais, os agentes terapêuticos extraídos de
vegetais são incorporados aos cremes dentais. Dentre eles citamos os contemporâneos:
- Óleos essenciais. O timol, o mentol, o eucaliptol, o metil salicilato, são tidos como
agentes anti-bacterianos, por alterarem a membrana celular destas e, reduzirem
significativamente a formação de placas dentais ou gengivites. Dentre outros citam-se
ainda:
- Erva-doce Melissa - Hortelã.
- Melissa - Limão - Calêndula.
58
- Salvia Mirra Jojoba.
- Açaí Romã Canela.
- Malva - Alecrim do - campo.
- Arum Maculatum Aesculina Ratânia.
- Prunus spinosa Aesculus Castanha - da - Índia e uma infinidade de outros ativos.
Valendo ressaltar a seguir, o óleo de nim (componente diferencial de nossa formulação) e
extratos foliares da planta:
- Óleo de Nim ou Extratos foliares. Dos derivados do nim, o óleo é o que apresenta
maior concentração de ativos. A Azadiractina / nimbina, são os principais componentes
do óleo extraído da semente da fruta da planta. Sua composição graxa compõe-se de:
Mirístico, Palmítico, Esteárico, Oléico, Linoléico, sendo considerado por infravermelho
óleo de Cartamo (saflower). Suas propriedades medicinais entre outras são:
antiinflamatório, antipirético, anti-artrítico, hipoglicêmico, espermicida, anti-fungos, anti-
bacteriano, diurético, anti-malária, imunoestimulante, etc. Atuam ainda contra
microorganismos: Mycobactrium tuberculosis, Plasmodium falcyparum, S. coagulase,
Klebsiella, Microsporum, Geotricum, Cândida, Vibrio cholerae, entre outros. De interesse
a continuidade de nossas pesquisas voltadas para a odontologia (Cariologia,
Periodontologia, Estomatologia) destacamos: Cândida albicans, Streptococcus mutans e
faecalis, Stafilotococcus aureus, Coxsackie virus B (…)
_________________________________________________________________________
Adaptado: (BISWAS et al, 2002 : Instituto Indiano de Química e Biologia Departamento de
Fisiologia / CURRENT SCIENCE, 2002. P.1336-1345).
59
4. 3 DENTIFRÍCIOS / ANATOMIA BUCAL / APLICAÇÃO TÓPICA DO ÓLEO
DE NIM.
Embora já o tenhamos abordado anteriormente vale ainda salientar quanto as aplicações
dos cremes dentais: diminuição da população de microorganismos bucais, remoção de
partículas alimentares, reduzir temporariamente o mau hálito, prover sabor agradável à
boca, sensação de refrescância, etc.
Estas ações dão-se através da aplicação tópica da pasta dental, ou seja, o creme dental atua
como um veículo, que leva até a cavidade bucal não só os agentes de limpeza buco-
dentais, mas ainda os ativos ou agentes terapêuticos contidos na composição.
Para melhor ilustrarmos este tópico teceremos, alguns comentários acerca da anatomia da
cavidade bucal, área esta objeto da aplicação tópica dos dentifrícios. Antes, porém,
queremos esclarecer o que seja: aplicação tópica. Citando (Kornman et al. 1997. p. 89-97),
temos que: “o fornecimento de agentes -terapêuticos - para cavidade bucal pode envolver
três caminhos: (1) sistêmico, (2) aplicação tópica, (3) liberação controlada, todas com suas
limitações ou méritos.
No momento, o interesse da nossa proposta, conjectura, utilizando - se de veículo creme
dental, para levar topicamente até a cavidade bucal o elemento diferencial do nosso produto
experimental / cosmético: com óleo de nim .
O ato de levar, transportar, induz-nos que o seja para algum lugar (...) Esse lugar de
interesse é a boca ou cavidade oral ou bucal.Citando Ad Muc / Monografia. 2005.p, 3-13
(adaptado), podemos inferir genericamente acerca da boca quanto a: Anatomia,
Organismos, Topografia (...):
- Anatomia da Cavidade Bucal: Quanto a anatomia bucal, podemos expor ser a
mesma composta por funções e padrões histológicos (tecidos) diferentes. Contempla um
tecido epitelial de revestimento mucoso, escamoso, estratificado, regular e contínuo,
60
comunicando-se externamente com a pela dos lábios, e, internamente, com a mucosa
bucofaringea e nasofaringea, sendo interrompida por orifícios de glândulas salivares e dos
alvéolos dentários;
- Organismos: Classificam-se em: mucosa mastigatória ou funcional; mucosa de revesti-
mento; mucosa especializada. Estão presentes: na gengiva, no palato (céu - da - boca)
duro anterior, em grande parte da superfície oral e face dorsal da língua;
- Topograficamente, a boca pode ser dividida em regiões: lábios, assoalho da boca, língua
dorsal e ventral, palato duro e mole, pilares tonsilares e gengivas.
De modo geral, são estas as áreas de interesse a aplicação dos cremes dentais, quer sejam
estes: classificados em cosméticos ou de indicação terapêutica.
Os produtos de natureza cosmética, a grosso-modo, atuam promovendo a higienização e os
cuidados na saúde bucal - auxiliando ainda - na prevenção da cárie, mantendo os dentes
fortes e gengivas sadias (in.: Creme dental SORRISO Herbal, 2005b).
Os dentifrícios de natureza terapêutica, por sua vez, atuam no combate às doenças bucais.
Combatendo agentes agressores primários ou secundários que, sinteticamente são
classificadas em infecções: Bacterianas; Fúngicas ou Virais
No próximo capitulo (5): o nim será abordado mais detalhadamente, enquanto agente de
interesse diferenciado a compor nosso produto destinado aos cuidados bucais, por ser
conhecido a milênios como erva medicinal. Hoje pesquisada e investigada pelo mundo,
dada suas amplas propriedades medicinais e especificamente quanto a sua utilização na
odontologia.
61
4.4 DENTIFRÍCIOS / MICROBIOTA BUCAL / PATOLOGIAS DA
PLACA DENTAL / ANTIBIOGRAMA
Como vimos anteriormente, quer sejam os dentifrícios de natureza cosmética ou terapêutica,
os mesmo devem prover as condições mínimas de saúde bucal da população brasileira,
superando as gravidades levantadas no Censo epidemiológico (Ex. SB 2000), atualmente
chamado pelo Ministério da Saúde: Pesquisa Saúde Bucal Brasil “Programa Brasil
Sorridente”, pesquisas estas consideradas como: o “Brasil ainda está na UTI (Unidade de
Tratamento Intensivo)”.
Desse modo, conforme vimos na literatura científica sobre os “efeitos miraculosos do vegetal
nim” (KEATING, 1994), temos na planta grande potencial de utilizá-la no Programa Brasil
Sorridente, dada às suas amplas propriedades medicinais, de superar os graves
problemas que afetam nossas populações através das doenças bucofaciais, oriundas da
Microbiota
2
bucal, que de conformidade com: SANZ et al ., 1997, assim enuncia-se:
Esse ambiente bucal tem características ecológicas únicas como temperatura,
umidade e vários nutrientes fornecidos constantemente que permitem a colo-
nização e crescimento desses nutrientes, que por sua vez, permitem a coloni-
zação e o crescimento de um grande número de microorganismos. Pode há -
ver mais de 200 espécies diferentes que podem ser isoladas apenas da placa
dental
3
. Existe uma microbiota residente que compreende espécies quase
sempre presentes em grandes quantidades. são compatíveis com o hospedei -
ro.Na cavidade bucal, condições ambientais diferentes contribuirão de forma
seletiva para a microbiota específica. A população microbiana que ocorre na
superfície do dente (placa) difere das populações bacterianas encontradas no
sulco gengival, na língua ou nas mucosas. Conforme as condições bucais se
alteram, modificam ambientalmente as populações de microorganismos que
adaptando-se ou não, são substituídas por novas espécies mais adaptadas a
sobreviver nos novos microambientes. Tais fenômenos, são denominados de
sucessão bacteriana e têm grande importância na patogênese
4
das infecções
bucais, cujo processo seletivo quanto às espécies, ocorre por meio das condi-
ções ecossistêmicas distintas: condições anaeróbias das mucosas, fonte de
nutrientes, capacidade de aderência e sobrevivência.
2
Ambiente bucal de características ecológicas únicas que facilitam o estabelecimento e o crescimento de
microorganismos incluindo bactérias, fungos, vírus e protozoários.
3
O termo é usado universalmente para descrever a associação de bactérias à superfície dental.
4
Relativo a patogenia; que gera doença.
62
Formadas essas três condições citadas, tem-se então a ocorrência das doenças que mais
predominam nos seres humanos: as cáries e a doença periodontal (OMS Organização
Mundial de Saúde Pesquisa SB, 2000). Estas intercorrências, têm etiologia advinda de
membros específicos de microorganismos presentes na cavidade bucal enquanto coadjuvantes
do processo de formação da placa dental.
Assim, existe uma elevada variedade de microorganismos contidos na cavidade bucal,
destacam-se como de nosso interesse, especialmente: bactérias, fungos, vírus e protozoários.
Na (TABELA 2), descrevemos as condições que, associadas promovem a formação da placa
dental, culminando-se nas infecções progressivas nos (espaços submandibulares-lingual-
mentoniano, soalho da boca,regiões cervicais superiores - celulites / abscessos).
Tabela 2. Condições associadas à formação da placa dental. (SANZ et al, 1997).*
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
* Fonte: Antibiotic/Antimicrobial Use in Dental Practice, 1997
Cáries:
- Esmalte
- Dentina
- Superfície
radicular
Doenças
periodontais:
- Gengivite
- Periodontite
Infecções endodônticas e
periapical
Infecç
ões
progressivas
63
O processo dessas intercorrências patológicas bucais é muito dinâmico, dependendo do inter-
relacionamento entre o hospedeiro e a microbiota bucal, descreve: SANZ et al., 1997.
Tais fenômenos estão ligados ao equilíbrio entre as defesas do hospedeiro e a microbiota
residente. O estancamento do processo contaminativo depende da estimulação ao sistema
imunológico e dos mecanismos de defesa do hospedeiro.
Essa estimulação e a supressão do processo patogênico, está ainda ligada, quando de uma
intervenção terapêutica, às propriedades do medicamento e do seu espectro de abrangência,
quanto a promover a sanidade da área afetada.
Entende-se por área afetada, nesse caso, os processos ligados às infecções bacterianas, cujos
mecanismos nos propomos a debelar e/ou superarmos através do agente terapêutico
proveniente da planta nim: o óleo.
Dessa forma, as afecções bacterianas mais importantes no momento, frente à nossa proposição
direta, a prevenção, são conforme (SANZ et al., 1997. p. 36-43): Cáries dentais, Doença
periodontal, Gengivite, Periodontite, Estomatites, e outras inflamações da cavidade bucal
oriundas de processos iatrogênicos (próteses mau ajustadas,etc).
Intercorrências estas que resultam nas infecções progressivas (TABELA 2): de acordo com
(CRO.MS. Conselho Regional de Odontologia, 2004 - Folders - estas infecções são
responsáveis por 40% dos problemas cardíacos (endocardites) na atualidade, as quais
sinteticamente descrevemos a seguir:
- Caries dentais
A cárie dental, enquanto descrita por (SANZ et al., 1997), é uma decomposição lenta dos
dentes e a conseqüente perda de cristais de hidroxiapatita, que desintegram a estrutura do
dente. É uma infecção bacteriana, dependente das condições da microbiota bucal ligada ao
ecossistema superficial. Ocorre conforme a dieta do hospedeiro.
64
Os microorganismos mais habituais nestas lesões são os cocos facultativos gram-positivos,
especialmente o Streptococcus mutans - agente etiológico principal - e o Streptococcus
salivarius, que atingem o esmalte, a dentina ou a superfície radicular. Têm ainda, como
bactérias sucessoras os Lactobacillus e outros filamentos anaeróbios gram-positivos como
Bifidobacterium, Eubacterium, Propionibacterium e Actinomyces, etc.
- Doença periodontal
Essa doença está ligada a um grande número de infecções que afetam o periodonto
5
,
incluindo a gengiva, o ligamento periodontal
6
, o cemento
7
e o osso alveolar de sustentação.
Todas essas intercorrências, têm seu início nas bacteriemias ou contaminações microorgânicas
advindas da placa dental, atingindo diferentes grupos etários e são dependentes das condições
do hospedeiro;
- Gengivite
A gengivite é uma inflamação crônica da gengiva que altera todo o tecido tegumentar
superficial. É também proveniente da placa dental, e promovem a sucessão bacteriana. Os
microorganismos mais importantes neste caso são bacilos gram-positivos Actinomyces
viscosus e Actinomyces israeli, ocorrendo ainda cocos gram-negativos como Fusobacterium,
Veillonella, Bacteróides e espécies de Treponema. Quando a lesão recrudesce atinge o estágio
de gengivite ulcerativa necrosante aguda (GUNA).
- Periodontite:
A periodontite ocorre pela extensão da inflamação e da lesão infecciosa às estruturas mais
profundas do periodonto, formando bolsas (tecido purulento), perdas de ligamento
periodontal, ósseo, indo até a mobilidade dental. Ocorre em todas as faixas etárias, sendo
5
Membrana que cerca o dente.
6
Tecido conectivo que liga o dente ao tecido ósseo.
7
Substância subjacente ao esmalte dental que envolve as coroas clínica e anatômica.
65
mais comum em adultos de 35 anos ou mais. Advém da placa bacteriana e cálculos
8
dentais
ou fatores exógenos. Sua microbiota é complexa e composta de espécies móveis, gram-
negativas, capnofílicas e anaeróbias, destacando-se Bacteróides gengivalis, B. intermedius, B.
capillus, Eikenella corrodens, Actinobacillus sp. E espiroquetas;
- Estomatites: Inflamação da membrana mucosa (pele; revestimento interno) da boca;
- Processos iatrogênicos : Lesões ocorridas no interior da boca (mucosas ou gengivas), tendo
agente etiológico (causal), próteses mau-ajustadas.
De modo geral, estas e outras muitas infecções odontológicas são tratadas empiricamente com
sucesso, sem identificação ou conhecimento do agente etiológico específico (NACHNANI &
NEWMAN et al., 1997). Esta aproximação é incorreta - citam estes autores - deficiente,
podendo resultar em um tratamento mal-sucedido.
É importante medir a resistência bacteriana através de testes bacteriológicos laboratoriais
realizando o antibiograma
9
in vitro.
Essas medições podem ser grau de suscetibilidade qualitativa: suscetível, resistente ou
intermediário; semi-quantitativa ou quantitativamente: (MIC) concentração inibidora
mínima ou (CBM) concentração bactericida mínima ou (CLM) concentração letal
mínima. Quanto aos tipos de testes microbiológicos temos na (TABELA 3 ) seu enunciado
(metodologia para a etapa clínico-ambulatorial das nossas pesquisas vindouras).
8
Formações pétreas; substância endurecida que recobrem o dente, advinda da placa dental.
9
Exame realizado para detectar o agente etiológico (causal) de uma infecção.
66
Tabela 3. Fatores que afetam resultados do antibiograma. (NACHNANI &
NEWMAN et al., 1997). *
___________________________________________________________________________
Tipo de teste Fator variável
___________________________________________________________________________
Diluição e difusão Preparo do inoculo
Meio
pH
Atmosfera de incubação
Tempo e temperatura de incubação
Estabilidade do agente antimicrobiano
Difusão Conteúdo do disco
Profundidade do meio
Tempo de pré-difusão
___________________________________________________________________________
* Fonte: Antibiotic/Antimicrobial Use in Dental Practice, 1997.
Em linhas gerais, vale salientar que, a abordagem ora concluída prestou-se a servir como
informativo introdutório para futuros testes: Clínicos / Microbiológicos (Bacteriologia;
Suscetibilidade antimicrobiana) do creme dental composto com óleo de nim, tido pela
literatura científica pesquisada, como: ativo terapêutico de largo espectro (BISWAS et al.
2002, TABELAS 8 e 9).
CAPÍTULO 5
O N I M (Azadirachta indica Antoine de Jussieu)
As plantas, enquanto seres vivos do reino vegetal, suprem a humanidade desde os tempos
mais remotos. Elas estão espalhadas, praticamente por todos os pontos do planeta. Ao longo
dos tempos, elas permitiram às comunidades a aquisição de conhecimentos tradicionais
relacionados à aplicação de suas qualidades ou propriedades tanto medicinais, condimentares,
entre outras.
A partir dos relatos dessas comunidades quanto aos usos e aplicações das plantas, a ciência
pode, em alguns casos, comprovar cientificamente a realidade ou não da utilização e da
eficiência das mesmas para o aproveitamento humano, animal, exploração econômica, entre
outros usos e aplicações.
Assim, numa breve síntese histórico-linguística (Grande Enciclopédia Larrouse Cultural,
1998, V. 14) acerca do reino vegetal temos que, as plantas são estudadas cientificamente
através da botânica, de onde originou-se a etnobotânica, ou seja, conhecimento advindo de
todos os povos, e que consiste em conhecer, dominar plantas inteiras, ou partes destas (folhas,
frutos, grãos) ou os produtos vegetais suscetíveis de serem usados como remédios, venenos,
alimentos, bebidas e em magia. A palavra botânica é derivada do grego botanike, de botane,
planta.
Em nosso caso, a planta de interesse científico-experimental e até industrial é o nim
(Azadirachta indica A. de Juss.). A mesma, recebe a denominação (A. de Juss.) em
homenagem à família (de) JUSSIEU. Os JUSSIEU, eram uma família de botânicos franceses,
da cidade de (Lyon, 1686 Paris, 1758), que após LINEU, no séc. XVIII, classificar
deficientemente numerosas espécies, delimitaram as grandes famílias dos vegetais.
68
Vale destacar entre os (de) JUSSIEU, o médico: ANTOINE, cuja dedicação aos pobres,
propiciou-lhe depois assumir a direção do Jardim do Rei (futuro Jardim das Plantas) onde em
1708, dentre outras publicou: Tratado das virtudes das plantas. Daí, a origem do nome
complementar (Azadirachta indica A .de Juss.), acrescentada ao nim.
De modo geral, mesmo nestes tempos de pós-modernidade, a utilização das plantas como
medicamento nunca sofreu retrocesso e a cada dia ganham mais adeptos frente aos produtos
sintéticos ou semi-sintéticos que, por diversas razões vêm causando problemas aos seus
usuários: (1) na saúde, temos os efeitos colaterais, alto custo, eficiência relativa, intoxicações
graves; acrescentando-se a estes problemas relativos ao (2) ambiente e economia como:
“contaminação do solo, da água, do ar, afetando peixes, anfíbios e todo o ambiente,
contaminando alimentos, reduzindo a biodiversidade e até graves intoxicações aos operários
rurais, gerando perdas de divisas e afetando a auto-sustentabilidade”, infere: MARTINEZ,
S.S. (ed.) O nim: Azadirachta indica natureza, usos múltiplos, produção. IAPAR Instituto
Agronômico do Paraná, Londrina, 2002.
Estas realidades parciais, nos levaram a propormo s o uso do óleo e extratos foliares de nim
aplicados em produtos de higiene bucal, após observarmos claras mudanças no mercado
mundial quanto ao perfil dos consumidores preocupados com os riscos à saúde causados pelos
produtos exclusivamente sintéticos destinados aos cuidados orais.
Dessa forma, nossa alternativa aporta-se na árvore nim como elemento capaz de propiciar a
formulação de dentifrícios, enxagüantes ou outras formatações de produtos destinados à
higiene (e/ou medicação) bucal, graças ao advento de equipamentos analíticos como os de
Ressonância Magnética Nuclear NMR, Cromatografia de Massa MS e de Cromatografia
Líquida de Alta Performance HPLC, que possibilitam identificação e elucidação química
das moléculas, propiciando estudos dos compostos de origem vegetal para utilização na
promoção da saúde humana.
69
5.1 A Árvore nim: Taxonomia e Nomes comuns
Ordem Rutales; Subordem Rutineae; Família Meliaceae; Subfamília Melioideae; Tribo
Melieae; Gênero Azadirachta; Espécie indica. São considerados sinônimos: Melia azadirachta
L., Melia indica (A. Juss.), Brandis e Antalaea azadirachta (L.) Adelb. (Jacobs, 1961).
Existem outros nomes comuns para o nim, principalmente nos países de origem, chegando a
possuir mais de 100 nomes, sendo conhecido internacionalmente como neem (inglês).
Tabela (4 ) . Alguns nomes comuns dados para a árvore nim * (modificado).
Índia Neem, nim, limba, etc.
Estados Unidos da América Neem
América Latina Nim
Espanha Nim
Portugal Margosa
França Azadirac, margousier
Inglaterra Neem, Indian lilac
Brasil Nim, nime
* FONTE: Martinez et al., 2002.
5. 2 Origem, Histórico, Distribuição Geográfica e Ecologia da Planta
O nim, pertence à mesma família que a santa-bárbara (ou cinamomo), cedro, cedrilho,
mogno, etc. Sua origem é a Índia e o Myanmar (antigo Birmânia), onde é utilizado desde
tempos imemoriais, como planta medicinal, sombreadora e nos dias atuais a literatura
científica relata seus usos múltiplos, além de importância econômica como produção de
matérias primas e preparos de extratos para inseticida, adubo, produtos agropecuários,
agricultura orgânica, reflorestamento, setor madeireiro, movelaria, industria química,
70
farmacêutica, cosmética, além de outras diversas aplicações mais simples ou populares,
favorecendo inclusive a expansão econômica e tecnológica alternativa onde estiver inserida.
Os primeiros estudos no mundo ocidental deram-se através dos trabalhos do Prof. Dr.
Heinrich Schmutterer, da Universidade de Giessen, Alemanha, quando na Índia percebeu sua
importância inseticida, ao constatar que nuvens de gafanhotos em migrações destruidoras não
atacavam as árvores de nim.
Seguiram-lhe em estudos quanto a composição química da planta, descrição das moléculas e a
identificação do principal composto, a azadiractina, equipes científicas capitaneadas por W.
Kraus, na Alemanha, E.D. Morgan e S.V. Ley, na Inglaterra e P.R. Zanno, no Japão.
Dessa forma, foram impulsionadas grandemente as pesquisas biológicas pelo mundo, com
avaliações quanto a ação da azadiractina sobre insetos, fungos, bactérias e até na saúde
humana. A rusticidade do nim e adaptação a regiões áridas, fez com que a planta dissemina-se
por amplas regiões da África, regiões tropicais e subtropicais, apontam a literatura estudada.
Ainda, as Filipinas, Ilhas do Pacífico, Austrália, Américas (do Norte, Central, do Sul e Caribe:
República Dominicana, Cuba, Nicarágua, Haiti).
No Brasil, sua introdução deu-se através de vários institutos renomados como: Instituto
Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, que avaliaram sua ação na fisiologia do barbeiro, R.
prolixus, na década de 80. Em 1982, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), efetuou
pesquisas científicas através do Dr. Odair Bovi.
Outra instituição de renome a pesquisar a planta foi o Instituto Agronômico do Paraná
(IAPAR), em 1986; seguindo-lhes posteriormente: Embrapa (GO), Universidade Federal de
Viçosa (MG), Universidade Federal Rural de Pernambuco (PE), Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz/USP (SP), etc. Diante disso, novos grupos a cada dia têm
iniciado pesquisas com a planta, tendo a mesma disseminada rapidamente pelo Brasil.
71
No Mato Grosso do Sul, Campo Grande, através da Universidade Católica Dom Bosco
(UCDB / Programa de Mestrado em Desenvolvimento Local, experimentou-se em testes
extratos foliares, enquanto bioinseticida (cognominado por nós: bio-defensivo) de interesse
agronômico-veterinário: (ARRUDA & ROEL, 2003). Fato este, levado a experimentação
empírica (para divulgação e fomento do produto pela mídia televisiva: MS RURAL / TV.
MORENA, 2005), a campo, no Assentamento Nova Querência, Terenos, MS,
Recentemente, (SILVA & ARRUDA, 2005): Centro de Pesquisas, Pós-Graduação e Extensão
(UCDB / CPPGE / Lab-Bio), formularam receitas experimentais (Fase acadêmica) a partir de
extratos foliares do nim, destinados aos cuidados bucais (enxaguante), cujos propósitos
vindouros é o de subsidiar a incrementação de novos produtos alternativos, tanto
odontológicos, como agronômicos, veterinários, entre outros.
Enquanto aguardam-se os exames microbiológicos posteriores do creme dental - fase clínica-
visando a industrialização deste produto experimental selecionado como alternativa
tecnológica motriz de Desenvolvimento Local sustentado. Quanto às características botânicas
da árvore (FOTO 1), seu porte varia entre 15 a 20 m de altura, tronco semi-reto a reto, de 30 a
80 cm de diâmetro: HEDGE, 1993 in.: MARTINEZ, 2002.
A copa apresenta diâmetro de 8 a 12 m. atingindo 15m. de comprimento em árvores isoladas.
Seu sistema radicular apresenta raiz pivotante, sendo seu tronco semi-reto ou reto, cuja
coloração é marron-avermelhada. As folhas são imparipinadas, as flores são brancas ou creme,
de odor agradável próximo, assemelhado ao jasmim (Pluméria rubra). O fruto lembra a
azeitona (do árabe. Az-zaituna), sendo de tamanho menor, gosto adocicado-amargo, cor
verde-amarelo-marron.
Contêm entre 12% e 18% de proteínas, 11% e 23% de fibras, 43% e 66% de nitrogênio,2% e
6% de éter, 7% e 18% de cinzas totais, 0,9% a 4 de cálcio, 0,10 e 0,3% de fósforo (HEDGE,
1993 in.: Martinez, et al. 2002).
72
FOTO 1.ÁRVORE NIM.Campus Lagoa da Cruz - Instituto São Vicente(SILVA, A.R. 2006a).
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
FONTE: IDESCH.MS. Silva, Augusto Rodrigues. 2006a - Campo Grande:UCDB: Lagoa da Cruz.
73
Para Martinez, et al. 2002, p. 16, as folhas do nim são: perenes, a não ser em condições de
extrema seca. (FOTO 2 - a). As flores são tanto masculinas ou hermafroditas. b).Sua
fecundidade é determinada pela quantidade de luz e umidade. O fruto é elipsóide, cor verde-
claro a amarelado quando maduro. c), sendo a polpa macia, amarga-doce, deixando cair ao
solo a semente. d / e).
FOTO 2. Nim. a) Folhas ; b) Flores ; c) Frutos ; d / e) Sementes / Sementes nuas.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Fonte: Martinez, S. S. et al, 2002 / IAPAR / PRONAF.
74
O período de floração variável entre fevereiro-março, conforme a região, podendo ocorrer até
duas florações, em agosto-setembro, polinizadas por diversas espécies de abelhas, citam:
ESTRADA & LOPES, 1998 in.: Martinez, 2002.
Sendo o nim uma planta de clima tropical, ela suporta temperaturas entre 20 e 32°, até 50°,
não suportando, porém baixas temperaturas: GRUBER, 1992 & SCHMUTTER, 1995.
5. 3 COMPOSIÇÃO, TEORES, TOXICIDADE E ATIVIDADE BIOLÓGICA
O nim, enquanto pertencente a Ordem Rutales, desperta bastante interesse nos pesquisadores
dada a importância dos seus compostos na ação sobre os insetos.
Dentre os compostos isolados, JONES et al., 1989; LEE et al., 1991; KRAUS, 1995,
destacam: a salanina, azadiractina, 14-epoxiazadiradiona, melantriol, melianona, geduina,
nimbolina, nimbina,, nimbinem, deacetilsalarina, azadiractol, azadirona, vilosinina,
meliacarpina.
Dos elementos citados, Martinez et al., 2002, distingue o limonóide ou tetranortriterpenóide
azadiractina como o mais potente (sendo no momento o de maior interesse em nossos
experimentos).
A azadiractina foi isolada das sementes por BUTTERWORTH & MORGAN, 19668,
apresentando sua estrutura molecular (FIGURA 2 - abaixo) pioneiramente por NAKANISHI
(ZANNO et al., 1975).
75
Figura 1. Estrutura da molécula da azadiractina. (BISWAS et al , 2002).
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Fonte: Martinez, 2002 / IAPAR.
Seguiram-lhes outros autores como: KRAUS et al., 1987; Turner et al., 1987; LEY et al.,
1989-1992, que respectivamente elucidaram detalhes moleculares; configuração absoluta da
estrutura molecular.
A Azadiractina é uma mistura de isômeros com estrutura química muito semelhante,
apresentando atividade biológica variável, destando-se a azadiractina A, como a mais
encontrada.
76
Desde o isolamento da nimbina em 1942, mais de 135 compostos foram isolados em
diferentes partes da planta, gerando muitos artigos e publicações de revisões. Os compostos
foram divididos em duas classes principais: isoprenóides e outros.
Os isoprenóides incluem diterpenóides e triterpenóides contendo protomeliacianinas,
limonóides, azadirone e derivados, gedunina e derivados, compostos tipo vilasinina e C-
secomeliacianinas como: nimbina, salanina e azadiractinas.
A composição em não-isoprenóides, incluem: proteínas (aminoácidos), carboidratos
(polissacarídeos), compostos sulfurosos, polifenóis (flavonóides e seus glicosídeos.
diidrocalcone, cumarina e taninos, compostos alifáticos, entre muitos outros (JONES et al.,
1989; LEE et al., 1991; KRAUS, 1995).
No que tange aos teores de azadiractina, ela é encontrada principalmente nas sementes, sendo
solúvel em água e podendo ser obtida por extração metanólica, inferem: (SCHNEIDER &
ERMEL, 1987). O equipamento de Cromatografia Líquida de Alta Performance HPLC,
auxiliam na determinação dos conteúdos de azadiractina, através do método descrito por:
(SCHNEIDER & ERMEL, 1987).
Além das sementes, as outras estruturas da planta apresentam baixa concentração de
azadiractina, variando os teores conforme a região de origem ou entre plantas cultivadas:
(ERMEL et al., 1987). Para Martinz et al., 1998 (IAPAR), no Brasil, a cidade de Jaboticabal,
SP, apresentou melhores concentrações, enquanto Ambrozano & Guirado, 2003 (IAC), a
cidade de Catanduva, SP, obteve os melhores índices.
Quanto ao registro de toxicidade de nim para humanos, (HEDGE, 1993) descreve: na África e
no Caribe, as pessoas adultas e até crianças, comem frutos maduros de nim. Na Índia, extratos
de folhas são utilizados no preparo de chá desde tempos imemoriais. E continua: consomem-
se folhas como alimento humano e animal, lembrando ainda que no Brasil estas enquanto
secas, são utilizadas moídas e integradas à erva-mate, no preparo do chimarrão.
77
Particularmente, corroboramos com (HEDGE, 1993), onde, durante nossos experimentos
utilizamos - nos (empiricamente) das folhas, dos galhos e óleo da semente do nim, para
respectivamente debelarmos cefaléia crônica, acrescentar ao aguardente enquanto aperitivo e
até no controle do Herpes labial: (SILVA, 2005 , Assentamento Nova Querência).
Outras informações sobre toxicidade do nim, em especial da azadiractina, podem ser obtidas,
conforme: (HEDGE, 1993), através de estudos para registro como produtos comerciais:
Exemplo disso, obtemos no Margosan-O® e NeemAzal-T / S® (Trifolio), preparados a partir
de frutos de nim, e contendo o primeiro, 3000 ppm de azadiractina e o segundo 1% de
azadiractina, mostrando baixa toxicidade dos produtos (TABELA 5).
Tabela 5. Toxicidade de produtos comerciais à base de azadiractina (LARSON, 1995;
STEWART, 1997)* (Modificado).
Animal testado Método Margosan ® NeemAzal-T / S®
Peixe (truta) 96 h em água 8,8 ml / L 160 mg / L
Codorna 1000 a 7000 ppm Não tóxico Não tóxico
Por 5 dias (testado até
4000 ppm
Rato 14 dias via oral Acima de
5 ml/Kg
* Fonte: MARTINEZ, 2002/IAPAR.
Testes de toxicidade realizados com mamíferos (VER TABELA 5/6), Neem Azal T / S ® não
causou mortalidade nas doses máximas por via oral aguda, dermal e por inalação, destacando-
se reduzida toxicidade (alta DL 50 ) a mamíferos, comparados a outros compostos botânicos
tradicionalmente utilizados: (MARTINEZ, et al.,2002).
Segundo, (STEWART, 1997) pássaros e morcegos alimentam-se da polpa do fruto, mas
podem ser afetados pelas sementes. Em cães, a injeção intravenosa de nimbidim (um dos
derivados de nim) causou diurese, embora a injeção muscular não tenha tido efeito.
78
Quanto ao uso de torta ou folhas de nim para alimentação do gado houve resultados variáveis,
às vezes causando redução de peso, ou aborto em concentrações excessivas.
A atividade mutagênica potencial e a atividade relacionada a possíveis danos cromossômicos
desse produto foram também, investigadas in vitro e in vivo com resultados negativos,
complementa: (STEWART, 1997) - (TABELA 6).
Tabela 6. Toxicidade aguda de formulação de Neem Azal ® - em mamíferos.
(Modificado de STEWART, 1997)*.
Sensibilização da pele Não sensibilizador
Irritação dermal Não irritante
Irritação no olho Não irritante
Toxicidade dermal DL 50 > 2000 mg/Kg
Toxicidade por inalação DL 50 > 5,4 mg/L
Toxicidade oral
Neem NeemAzal ® DL 50 > 5000 mg / Kg
Piretro (Chrysantemum cinerariefolium) DL 50 > 1500 mg / Kg
Rotenona (Derris, Lonchocarpus, Tephros i a) DL 50 > 132 mg / Kg
Nicotina (Nicotina tabacum) DL 50 > 30 mg / Kg
___________________________________________________________________________
* Fonte: Martinez et al, 2002 / IAPAR.
5.4 ATIVIDADES BIOLÓGICAS E PROPRIEDADES MEDICINAIS
Quanto a atividade biológica, os detalhes químicos sobre a planta têm sido revisados, valendo
ressaltar que no tocante a bioatividade poucos foram relatados, apesar das publicações de
revisões no que tange tanto às atividades biológicas e anti-alimentar contra insetos da
azadiractina e compostos pertinentes (BISWAS et al., 2002).
Dentre um grande número de compostos isolados das várias partes da árvore, poucos têm sido
considerados de importância para estudos de atividade biológica.
Alguns destes compostos bioativos podem ser mostradas na (TABELA 7 ) conforme segue
79
Tabela 7. Compostos bioativos do nim. (BISWAS et al., 2002).*
Constituinte do nim Fonte Atividade biológica
Nimbidina Anti-inflamatório
Anti-artrítico
Antipirético
. Hipoglicêmico
Antigástrico
Espermicida
Antifúngico
Antibacterial
Diurético
Nimbidato de sódio Antiinflamatório
Nimbin (1) Óleo da semente Espermicida
Nimbolide (2) Óleo da semente Antibacterial
Antimalarial
Gedunina (3) Óleo da semente Antifúngico
Antimalarial
Azadiractina (4) Semente Antimalarial
Mahmoodina (5) Óleo da semente Antibacterial
Ácido gálico (6), Epicatequina (7) e Casca Anti-inflamatório e
Catequina (8) Imunomodulador
Margolone (9) , Margolonone (10) e Casca Antibacterial
Isomargolonone (11)
Trisulfeto cíclico (12) e tetrasulfeto Folha Antifúngico
Cíclico tetrasulfeto (13)
Polissacarídeos Anti-inflamatório
Polissacarídeos Gia (14) ; Gib Casca Anti-tumor
Polissacarídeos GIIa (15) (16) Casca Anti-inflamatório .
NB - II peptídeoglicana Casca Imunomodulado .
___________________________________________________________________________
* Fonte: REVIEW ARTICLE/CURRENT SCIENCE, VOL. 82, NO. 11, 10 JUNE, 2002.
A Nimbidina é o princípio ativo mais amargo extraído do óleo das sementes de A. indica,
demonstrando ainda várias atividades biológicas. Por sua vez, alguns tetranortriterpenóides,
como a nimbina, nimbinina, nimbidinina e nimbidato de sódio - são de interesse odontológico
- ao possuírem significantes atividades: bactericida, bacteriostática, anti-inflamatória,
antifúngica, analgésica e imuno-estimulante (cicatrizante): (BISWAS et al, 2002).
80
Ressalta-se ainda que, o nimbolide tem demonstrado atividade antibacterial inclusive contra o
Streptococcus aureus, reporta: BISWAS et al, 2002.
Dentre as atividades farmacológicas e aplicações medicinais, várias partes do nim são
conhecidas e utilizadas na medicina tradicional hindu ou comumente chamada de medicina
ayurvédica (Ìndia) e/ou Medicina Unani (Oriente Médio/Muçulmanos).
5.5 USOS MEDICINAIS DO NIM
Várias partes da árvore do nim têm sido utilizadas tradicionalmente na medicina ayurvédica
na Índia, desde tempos imemoriais (CHOPRA et al., 1958; CHATTERJEE & PAKRASHI,
1994). São múltiplos os empregos das várias partes da planta que são descritas como de
interesse medicinal.
As folhas, os frutos, a casca, são empregados in natura, além do óleo da semente ou extratos
de massas foliares no controle da lepra, helmintos (parasitos) intestinais, desordens
respiratórias, constipação, reumatismos crônicos, sífilis, úlceras persistentes e tônica da saúde
em geral (KIRTKAR, 1975).
O óleo, em especial, encontra usos no controle de várias infecções de pele, inflamações, sendo
ainda analgésico (CHOPRA, et al., 1956; ERMEL, 1995).
A mistura de casca, folhas, raiz, flores e frutos juntos (TABELA 8), curam doenças do
sangue, problemas biliares, comichões, úlceras de pele e até lepra (BISWAS et al., 2002).
81
Tabela 8. Usos medicinais do nim na medicina ayurveda. (BISWAS et al., 2002).*
__________________________________________________________________
Parte da planta Usos medicinais
__________________________________________________________________
Folha Lepra, problemas oculares, epistaxia, vermes in-
testinais, anorexia, sífilis, úlceras de pele.
________________________________________________________________________
Casca Analgésico, coadjuvante à cura da febre.
________________________________________________________________________
Flores Supressão de bílis, eliminação de vermes intesti-
nais e escarros.
________________________________________________________________________
Frutos Enxaquecas, vermes intestinais, desordens urina-
rias, epistaxia, escarro, problemas de olhos, diabe
tes, feridas e lepra.
________________________________________________________________________
Galhos Tosse, asma, enxaquecas, tumor, vermes intesti-
nais, espermatorréia, desordens urinárias, diabetes
_________________________________________________________________________
Goma Doenças de pele, piolhos, feridas, úlceras
_________________________________________________________________________
Polpa da semente Lepra e vermes intestinais
_________________________________________________________________________
Óleo da semente Lepra e vermes intestinais
_________________________________________________________________________
Infusão de raiz, casca, folhas, Doenças de morbidade do sangue, aflições
Flores e frutos juntos. biliares, úlceras de pele, comichões, sen
sação de queimação e lepra.
___________________________________________________________________
* Fonte: REVIEW ARTICLE. CURRENT SCIENCE, V. 82, N. 11, 10 JUNE, 2002.
Além dos conhecimentos tradicionais - etnobotânicos - acima descritos, sobre os diversos usos
da planta, várias publicações científicas robustecem as propriedades do nim, comprovando
suas atividades para os fins preconizados, bem como empregos biológicos e várias ações
farmacológicas (BISWAS et al., 2002).
Como exemplos (de interesse aos cuidados bucais), muitos outros autores além de (BISWAS
et al, 2002 citam:
- Atividade anti-inflamatória, antipirética e analgésica: São utilizados extratos com
clorofórmio a partir da casca, que se mostrou ativa contra edema induzido, inflamação. O
extrato aquoso da casca é ainda empregado na estomatite infantil.
82
O óleo é usado como antipirético e analgésico, bem como o extrato metanólico de folhas.
Essas propriedades são obtidas através de receptores opióides contidos na planta. Efeitos anti-
inflamatório e antipirético de vários extratos têm sido revisados (JACOBSON, 1986);
- Efeito anti-úlcera: O extrato aquoso de folhas de nim produziu tal efeito, quando ratos
foram expostos a estresse moderado por frio. A experiênc ia mostrou efeito anti-ulcerativo,
graças ao composto bioativo atribuído a um glicosídeo contido na casca do nim
(BANDYOPADHYYYAY et al, 1998);
- Atividade antifúngica: Extratos de folha e óleo da semente de nim são efetivos
contra fungos humanos, incluindo: Trichophyton, Epidermophyton, Microsporum,
Trichosporum, Geotricum e Cândida albicans (KHAN & WASSILEW, 1987). Por sua vez,
comprovou-se atividade antimicótica com extratos de diferentes partes de nim (JACOBSON,
1986);
- Atividade antibacterial: Óleo de folhas, sementes e casca, possuem um grande espectro de
atividade bactericidas e bacteriostáticas, tanto Gram-positivas e Gram-negativas, citando-se:
M. tuberculosis e cepas resistentes à estreptomicina (CHOPRA et al., 1952); in vitro
observou-se inibição aos: Vibrio cholerae; Klebsiella pneumonieae; M. tuberculosis e M.
pyogenes (SATYAVATI et al., 1976). Efeitos antimicrobiais dos extratos de nim foram
demostrados contra: Streptococcus mutans e Straptococcus faecalis (ALMAS, 1999). Estudos
realizados com óleo de nim mostrou efeito inibitório contra o crescimento de vários
patógenos, como bactérias, fungos e virus (SAÌRAM et al., 2000). Recentemente, a atividade
antibacterial do óleo de nim foi avaliada in vitro com sucesso, contra 14 cepas patogênicas
(BISWAS, 2002); incluindo os resistentes Staphylococcus aureus (TUAZON et al., 1978 &
WESTH et al., 1992), que utilizaram o método de disco-difusão nos ensaios;
- Atividade anti-carcinogênica: Através de extratos aquoso de folhas do nim, suprimiu-se
células escamosas de carcinoma oral induzido por 7,12 dimetilbenzoantraceno (DMBA),
que mostrou reduzida incidência de neoplasmas (BALASENTHIL et al, 1999).
83
Esta comprovação dá ao nim seu efeito quimio-preventivo quanto a atuação na mucosa oral.
Isto ocorre por modulação da glutationa e seu metabolismo de enzimas. Ressalta-se ainda, o
potencial efeito anticarcinogênico do extrato de folhas do nim, ao produzir efeitos preventivos
contra N-metil-N’-nitro-N-nitrosoguanidina (MNNG). De modo geral, apurou-se ainda:
reduzida formação de peróxidos estresseoxidativo, Além da formação de enzimas
detoxificantes no estômago, órgão alvo para a (MNNG), comprovando-se ainda efeitos
posit ivos no fígado e aparelho circulatório (ARIVAZHAGAN et al., 2000a;
ARIVAZHAGAN et al., 2000 b).
Numa visão panorâmica, podemos inferir a partir dos relatos - tanto etnográficos, quanto
científicos - pelo mundo, que a planta nim mostra-se eficiente, promissora, ao apresentar-se
robustamente com propriedades e aplicações medicinais de amplo espectro, múltiplos usos em
produtos destinados aos cuidados orais e outros de natureza medicinal, cosmética,
industrial,etc.Sinteticamente, na (TABELA 9) mostramos a abrangência das propriedades do
óleo de nim e seus excepcionais efeitos terapêuticos (SHULTZ Jr. Et al., 1992 & KEATING,
1994).
Tabela 9.Efeitos miraculosos do vegetal nim.(SHULTZ Jr. et al., 1992 & KEATING,1994).*
___________________________________________________________________________
Antiviral Antipirético Antifungal Antimicrobial
Antibacterial Analgésico Antiemético Imunoestimulante
Anti-inflamatório Antihelmíntico Anti-tumor Anti-carcinogênico
___________________________________________________________________________
* Fonte: Organic Neem - The Miraculous Anti-infection Herb, The Neem Association /U.S.A., 2000.
Embora sejam tantos aspectos favoráveis ao nim, obstáculos existem. Resta-nos superá-los.
Vitórias iniciais, já obtivemos (plantio em expansão / resultado positivo nos testes de
aceitabilidade). O caminho a seguir será frutífero, contribuindo na melhoria da saúde do
homem, animais, da biodiversidade e do Desenvolvimento Local, através do creme dental
proposto a seguir.
P R O P O S I Ç Ã O
Tendo em vista as observações relatadas na revisão de literatura e em nossas considerações
iniciais, propomo-nos a realizar estudo químico-analítico-experimental, de observação das
fórmulas de creme dentais disponíveis no comércio local atualmente, além do que, aviarmos
nossa receita - proposta de creme dental composto com óleo de nim.
O mesmo, segundo pesquisas científicas mundiais atenderá as demandas por saúde bucal dos
assentados rurais Nova Querência e vizinhanças, no município de Terenos, MS. Concretização
esta que, somada a outros esforços potencializará a geração de emprego, renda, inclusão
social, economia solidária, entre outros, a partir da instalação de unidade produtora de extratos
base, massas foliares, óleo de nim e outras matérias primas da planta, lastreando enfim uma
série de movimentos concatenados e harmonizados interdisciplinarmentes, numa sucessão de
acontecimentos ligados a Cadeia produtiva do vegetal, do turismo e agro-tecnológico.
Estimulando ainda, os mais diversos setores da economia como: agricultura, setor agro-eco-
florestal, madeireiro, industria cosmética, farmacêutica, bio-química, bio-tecnológica,
trazendo benefícios ímpares a toda comunidade local, científica Sul-Mato-Grossense e,
sobretudo, valorizando a odontologia brasileira, através da oportunização de se produzir no
País seus próprios medicamentos.
A ferramenta de suporte incremental da proposição será o lançamento do Plano de Ações
Sustentáveis - Centro-Oestinidades - Absentismo / PROJETO PASCOA (ANEXO, p.123).
Oportunização esta de diversificação da base econômica local, hoje centrada na agropecuária
(cujos exemplos recentes de “febre aftosa, promoveu grandes prejuízos aos produtores, ao
comércio e Estado”). Dessa forma, com a consolidação de programas estratégicos -
ecobusiness -, ocuparemos espaços-territórios, garantindo a sustentabilidade sócio-econômica,
ético-político-ambiental e cultural, à medida que industrializarmos e comercializarmos o
produto ora proposto - creme dental - e seus desdobramentos ulteriores.
CAPÍTULO 6
MATERIAIS E MÉTODOS
6.1 Materiais laboratoriais
Utilizamos para as nossas pesquisas químico - físico - analíticas, o processamento
metodológico das formulações, juntamente com os seguintes materiais e equipamentos:
a) Materiais / equipamentos:
- Dentifrícios: Colgate herbal; Colgate herbal branqueador; Onda Fresh; Contente;
Sorriso herbal cálcio; Colgate tripla ação; Colgate flúor branqueador; Free Dent; Neem
Active; Sensodyne; Parodontax;
- Ingredientes: sorbitol, metilparabeno, sacarina, sílica, carboximetilcelulose, etanol,
PVP-polivinilpirrolidona (GANTREZ), lauril-Sulfato de sódio, carbonato de
cálcio, òleo de Nim importado grau medicinal, flavorizantes; água destilada; agitador
de substâncias (FANEM, SP); cadinhos de Gooch; béqueres; espátulas; potes;
termômetro; Estufa (FANEM, SP); balança eletrônica de precisão(Quimis);
ejetor de substâncias em aço inox (marca); bandejas; luvas; máscaras;
óculos protetor; acondicionadores; bisnagas de alumínio; dispositivo de
lacre para bisnagas envasadas; etiquetas de rotulação e personalização;
b) Métodos laboratoriais:
- Os aviamentos das formulações experimentais foram preparados a partir de
orientações (International Journal of Pharmaceutical Compouding, Ed. Brasileira, V. 1
, n. 3 , 1999), seguindo-se processos metodológicos próprios de manipulação e tempos
86
operatórios, com base nas BPFC Boas Práticas de Fabricação e Controle. As
misturas foram pesadas criteriosamente após testes prévios de adição/compatibilidade
entre substâncias, sendo agitadas concomitantemente para se evitar bolhas. A
composição depois de completada foi submetida a agitação final / rotação de (500 a
1500 rpm. ) por minuto, num tempo de hora (60’ ), para a homogeneização da massa
total, sendo finalmente envasada, lacrada e personalizada com rótulo informativo.
Para chegar-se ao produto experimental final, previamente realizamos ensaios físico-químico-
analíticos com as marcas comerciais dos dentifrícios adquiridos no mercado local e
internacional, de modo a mensurarmos as quantidades de sólidos, voláteis e excipientes
contidos nestas formulações, balizando assim os nossos procedimentos. Os ensaios
obedeceram a seguinte ordem conforme seguem:
6.1.1 Análise gravimétrica:
A análise gravimétrica utiliza-se de uma seqüência de operações com o objetivo de determinar
a quantidade de um constituinte em uma amostra. Neste sentido, utilizou-se a análise
gravimétrica para a determinação do conteúdo de sólidos de cremes dentais adquiridos no
comércio de Campo Grande/MS; e a amostra do creme dental com nim Neem Active foi
adquirido no comércio em Calcutá, Índia por funcionário do ministério da agricultura do
Brasil.
6.1.2 Análise de umidade/voláteis e teor de sólidos totais: secagem e calcinação:
Foram tomados cadinhos de porcelana de Gooch, após prévia secagem em estufa por 2 horas a
110ºC, identificados, colocados na balança e tarados, em seguida foram tomadas amostras das
diversas marcas de cremes dentais, com registro de suas massas (m
0
). Procedeu-se em seguida
a secagem das amostras com aproximadamente 3 gramas dos cremes dentais por 3 horas a
110ºC em estufa elétrica para a remoção de água e voláteis, a cada hora
87
foram retiradas as amostras, esfriadas em dessecador com sílica gel e pesados até massa
constante (m
1
). Após a massa constante foi submetida à calcinação a 650ºC por 2 horas em
mufla elétrica, colocados em dessecador para esfriar e pesados, com registro de suas massas
(m
2
). A partir desses procedimentos pode-se determinar a massa de água e voláteis pelas
equações 1 e 2:
% H
2
O e Voláteis = [ m
1
/ m
0
] x 100 (1)
% Sólidos Totais = [ m
2
) / m
0
] x 100 (2)
6.1.3 Análise da tensão superficial (γ):
A tensão superficial é resultado nos líquidos do desequilíbrio de forças de interação entre as
moléculas da superfície em relação àquelas que se encontram no interior da solução. A
molécula do líquido na interface líquido-ar realiza um número menor de interações
intermoleculares comparadas às moléculas que se encontram no interior do líquido. A força
resultante que atrai as moléculas da superfície do líquido para o interior torna-se o principal
obstáculo para a formação de bolhas, gotas, nucleação de cristais em líquidos e aos fenômenos
de superfície. Como estas forças de coesão tendem a diminuir a área superficial pelo líquido,
pode-se observar gotas tendendo à forma esférica.
Pela mesma razão ocorre a formação de
meniscos, e a conseqüente
diferença de pressão através de superfícies curvas ocasiona o efeito chamado capilaridade.
Esta força resultante atua na superfície dos líquidos com o nome de tensão superficial e
geralmente quantifica-se e pode ser avaliada como a trabalho necessário para aumentar a área
superficial.
6.1.4 Determinação da tensão superficial de suspensões de cremes dentais:
A determinação da tensão superficial de soluções e suspensões líquidas pode ser realizada por
métodos estáticos, dinâmicos e de despreendimento (separação). A ascensão capilar é um
método estático e pode-se obter bons resultados quando o ângulo de contato entre o menisco e
a parede do tubo for zero e houver uniformidade interna do capilar ao longo do tubo. A
equação 3 permite o cálculo da tensão superficial:
γ = h. d. g. r
capilar
/ 2 (3)
onde: γ é a tensão superficial; h é a altura da coluna capilar de líquido; d é a densidade do
líquido ou da solução; g é a aceleração da gravidade e r capilar é o raio do capilar utilizado.
88
Para soluções líquidas aquosas diluídas considera-se a densidade igual a 1 g.cm
-3
, g é a
aceleração gravitacional com valor de 980 cm.s
-2
e o raio do capilar é de 0,055 cm.
A partir desses valores pode-se realizar as determinações e efetuar-se os cálculos
correspondentes. As determinações foram realizadas com soluções de lauril sulfato de sódio,
LSS, em diversas concentrações a fim de determinar a concentração micelar crítica, CMC, e a
curva de calibração em termos de tensão superficial, γ, em mN.m
-1
versus concentração, C, em
% de Lauril sulfato de sódio.
Deste modo, a partir da preparação de soluções dos cremes dentais e, após a sedimentação dos
sólidos, pode-se determinar por ascensão capilar os valores da tensão superficial e
correlaciona-los ás concentrações obtidas para a determinação do teor de Lauril sulfato de
sódio, LSS das diversas marcas de cremes dentais, pois este é, praticamente, o único
surfactante utilizado em formulações de cremes dentais no Brasil.
6.1.5 Determinação do pH de soluções a 1% em massa:
6.1.5.1 Objetivo:
O pH é definido formalmente como o logaritmo negativo na base 10 da atividade dos íons
hidrogênio convencional, [H
+
], expressa em moles/L. Alguns erros podem afetar as medidas
potenciométricas, entre os quais o mais importante é o chamado erro alcalino. O erro alcalino
é um erro negativo de determinação de pH que aparece quando a concentração de íons [H
+
] é
muito pequena em relação as concentrações de outros cátions da amostra, principalmente do
cátions sódio, Na
+
. Esses cátions tendem a se difundirem através da membrana de vidro, o que
ressalta em acúmulo de um potencial mais elevado, indicando pH mais baixo. O erro alcalino
também é conhecido como erro de sódio.
6.1.5.2 Princípio do método potenciométrico
89
A determinação do pH é efetuada por medida da diferença de potencial entre uma solução
padrão e a solução em exame. Utilizando-
se um eletrodo de vidro combinado.
O eletrodo de vidro tem potencial de assimetria que torna impossível relacionar a medida de
potencial do eletrodo diretamente com o pH da solução, concentração de espécies H
3
O
+
. Para
tanto, é necessário calibrar o eletrodo com soluções padrão. Um medidor de pH inclui, um
controle de ajuste de modo que, colocando o eletrodo de vidro combinado numa solução
tampão de pH conhecido, possase ajustar a leitura da escala do instrumento para o valor
correto.
6.1.5.3 Aplicação e determinação do pH:
Aplica-se na determinação da concentração de íons hidrônio, H
3
O
+
, das soluções e demais
soluções de produtos que contenham alguma concentração de íons hidrogênio ionizados em
sua composição.
6.1.5.4 Interferências:
Os óleos e graxas podem interferir, causando respostas lentas, por se depositar no eletrodo e
impedir o estabelecimento do equilíbrio entre o eletrodo e as espécies presentes. O método é
praticamente isento de interferentes, tais como: cor, turbidez, materiais coloidais, cloro livre,
substâncias oxidantes e redutoras e alto conteúdo de sais. A influência da temperatura das
amostras em relação ao potencial do eletrodo pode ser compensada no aparelho.
6.1.5.5 Aparelhagem:
pHmetro
Eletrodo
Béquer com capacidade de 250ml
Termômetro
Papel macio absorvente
6.1.5.6 Reagentes:
Solução tampão pH 4,0 à 25°C
Solução tampão pH 7,0 à 25°C
90
6.2 Procedimentos:
1) Lavar o eletrodo com água destilada e sabão esfregando o corpo do vidro com o dedo,
enxaguar e secar com papel absorvente de tal maneira de não esfregar, mas untar o papel para
absorver a água;
2) Verificar o volume interno de KCL se esta completo e abrir a tampa do orifício do eletrodo
quando em uso e fechar o orifício quando estiver em repouso;
3) Mergulhar o eletrodo limpo e seco na solução tampão 4,0, ajustar a temperatura e apertar o
botão pH.
Observação:
1) As soluções tampão devem estar no prazo de validade, mantidas em frascos bem fechados,
em temperatura baixa (geladeira), e nunca emergir eletrodos (molhados, contaminados na
solução tampão) e se um desses casos ocorrer eliminar a solução;
1.1) Se a solução tampão estiver de acordo e a leitura não atingiu pH 4,0 deverá ser afastado
manualmente no botão sensibilidade até chegar em pH 4,0, onde vai indicar este botão a % de
sensibilidade do eletrodo;
1.2) Feito isto lavar com água destilada e secar com papel absorvente e mergulhar o eletrodo
na solução tampão pH 7,0; ajustando a temperatura da solução;
1.3) O pHmetro não registrando pH 7,0 ajustar manualmente a leitura no botão (ajuste), feito
isto lavar e secar o eletrodo e colocar para uso, sendo para soluções agressivas fazer aferição
do pHmetro a cada 25 leituras;
Observação:
Se não houve possibilidade de aferição com as soluções tampão pH 4,0 e pH 7,0; deve-se
proceder ao tratamento por choque através de soluções de ácido clorídrico 0,01 N e hidróxido
de sódio 0,01 N para reativar (recuperar) o eletrodo de vidro. Procede-se o tratamento,
mergulhando o eletrodo por aproximadamente 1 minuto em cada solução, primeiramente a
solução de HCl 0,01N, lavar e secar, para em seguida mergulhar o eletrodo na solução de
NaOH 0,01N.
91
6.2.1 Resultados experimentais:
A leitura de pH e feita diretamente no pHmetro através do display digital.
6.2.2 Determinação de densidade da solução a 20 ºC/4ºC
6.2.3 Aparelhagem:
Picnômetro de 50 mL ou 100 mL aferido
Béquer de 250 mL
Balança analítica
Cuba de plástico ou vidro ou banho termostatizado
Termômetro e água gelada
6.2.4 Procedimentos:
1) Pesar o picnômetro limpo e seco anotar a massa ( Mp );
2) Em um béquer de 250 mL adicionar 100 mL da amostra, em seguida levar amostra para um
banho de gelo e com agitação constante com o termômetro atingir a temperatura de 19,5°C;
3) Encher o picnômetro até que o mesmo transborde, tampar em seguida secar bem o lado
externo e acertar o menisco de aferição de volume;
4. Zerar a balança analítica e pesar o picnômetro, anotar o peso ( Mt )
6.2.5 - Cálculos
dens. = m / V
dens = Mt Mp / Vr
Densidade aparente = g.cm
-3
onde: Mt = massa total do picnômetro, picnômetro mais amostra; Mp = massa do
picnômetro e Vr = volume do picnômetro
6.3 Preparação de Creme Dental:
Um grande número com diferentes formulações de cremes dentais estão disponíveis na
literatura contendo princípios ativos para o tratamento das afecções/infecções orais.
92
Alguns exemplos desses componentes ativos são os fluoretos, antibacterianos, os antifúngicos
e os anestésicos, entre outros. Para o tratamento de doenças periodontais p.ex., concentrações
adequadas de ativos deve ser providenciado, em alguns casos altas concentrações podem ser
utilizadas nos veículos, podendo ser diferentes no entanto, no que se refere à viscosidade, ás
propriedades tensoativas,
à concentração de álcool, aromatizantes e edulcorantes, entre outros.
Às vezes, é necessário adequar às necessidades do paciente, selecionando excipientes que
assegurem um alto grau de adesão ao tratamento, especialmente quando o produto vai ser
utilizado por um longo período de tempo. Como alternativa de adesão ao consumo,
componentes ativos podem ser incorporados aos cremes dentais.
Na (Tabela 10) mostramos a formulação do creme dental experimental, selecionado após a
investigação sobre as várias marcas comerciais de dentifrícios e consulta à literatura
especializada.
Tabela 10. Formulação* do creme dental experimental com óleo de nim.
Componentes
Função
Sorbitol Umectante, estabilizante,
adoçante e agente anti-cárie
Carboximetil celulose Espessante, estabilizante
Carbonato de cálcio Abrasivo
Lauril sulfato de sódio a 28% Surfactante, agente anti-placa
Etanol Veículo
Metil parabeno Preservante
Sacarina Adoçante
Silicone Anti-espumante
Silicato de sódio Alcalinizante, abrasivo
Sílica leve Abrasivo
Flavorizante Sabor e aroma / Estético
Água Veículo
Polímero PVP Catalisador
Óleo de nim Ativo
(*) Formulação mais recente, produzida após os primeiros testes de aceitação dos cremes
dentais produzidos. O mascaramento do ativo exigiu avaliação de teor incorporado na
formulação com procedimentos de ajuste na incorporação ao creme dental. As porcentagens
foram suprimidas por força de Propriedade Intelectual.
93
6.3.1 Técnica de preparação do creme dental experimental - PEX:
1) Calcular a quantidade exigida de cada compone nte, de acordo com a quantidade total na
formulação padrão, a ser preparada;
2) Pesar cuidadosamente cada componente;
3) Adicionar, sempre sob agitação, a ordem de mistura seqüencial, mostrada na (Tabela 10) e
em porções homogêneas, sorbitol, metilparabeno, sacarina e sílica, misturando em separado ;
4) Em outro recipiente misturar o carboximetilcelulose, etanol, PVP mais água e misturar ;
5) Misturar a etapa 3 à etapa 4, sob agitação contínua entre 500 a 1500 rpm (rotação por
minuto) até uniformidade de massa homogêneo - cremosa;
6) Adicionar o flavorizante, o carbonato de cálcio e por último o lauril sulfato de sódio e
misturar bem;
7) Incorporar o óleo de nim ao creme / composição dental;
8) Acondicionar em tubo de alumínio revestido, rotular e acondicionar em embalagem para
posteriores Testes de Aceitabilidade Hedônica.
CAPÍTULO 7
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos nos experimentos, são mostrados na (TABELA 11) onde declinamos
mensurações resultantes de exames de água e voláteis (água da formulação e aromas) totais,
além dos conteúdos de sólidos totais (abrasivos, sais minerais e produtos da carbonização de
orgânicos), de modo a equivaler o produto experimental aos melhores produtos avaliados com
cremes dentais de diversos fabricantes nacionais e/ou multinacionais.
Tabela 11. Resultados das análises gravimétrica com cremes dentais comerciais.
Creme dental M
0
(g) M
1
(g) M
2
(g) % voláteis % sólidos
Colgate Herbal
(1)
3,7780 1,4445 2,1722 38,2345 57,4960
Herbal Branqueador
(1)
3,4679 1,3101 2,0736 37,7750 59,7900
Onda Fresh
(2)
3,3814 1,3918 2,0641 41,2550 58,0250
Contente
(3)
3,6307 1,4797 2,1263 40,8150 58,5950
Sorriso herbal/cálcio
(1)
3,5265 1,3791 2,0876 39,0000 59,2350
Colgate tripla ação
(1)
3,3344 1,3059 2,0125 39,1700 59,9450
Colgate
(1)
flúor/Branqueador 3,6308 1,5316 2,0239 42,2500 55,6600
Free Dent
(4)
3,6109 1,4568 2,0283 41,2650 56,1800
Neem Active
(5)
3,5572 1,1338 2,3448 31,7900 65,9350
Sensodyne
(6)
3,5207 0,8289 2,6430 23,4150 75,2550
Parodontax
(7)
3,5465 1,3601 2,1438 38,3557 60,4543
(*) valores médios obtidos por análise realizada em duplicata; % Voláteis a 110ºC é a
somatória do conteúdo % de água e da % de outros constituintes voláteis do creme dental;
conteúdo % de sólidos totais do creme dental, após a determinação de umidade e voláteis
totais, calcinados a 650ºC. Fabricantes:
(1) Colgate-Palmolive
;
(2) Ajubé Ind. Com.
;
(3) Suavetex
;
(4)
Raymonds ;(5) Calcutá Inc. Índia ; (6) Stafford-Miller
(7) Stafford-Miller.
Os resultados mostram que a maior parte dos cremes dentais disponíveis no mercado local,
possuem um teor de sólidos em torno de 55% a 60% em massa, com exceção para os cremes
dentais 5 e 6 que apresentam aproximadamente 66% e 75% de sólidos totais respectivamente,
e conteúdo de umidade e substâncias voláteis na faixa de 37% a 42%
95
Exceção para os cremes dentais 5 e 6 com um conteúdo menor de umidade e voláteis totais.
Estes resultados mostram que a maior parte das marcas analisadas, seguem com pequenas
variações, as formulações de cremes dentais, mostrados na (Tabela 10, p. 92). Ou sejam, os
mesmos seguem uma preconização mundial em termos de constituintes e teores,
aparentemente, com variações de teores e alguns constituintes, em função das economias dos
países fabricantes.
Os cremes dentais são produtos típicos do mundo globalizado. Onde os países produzem
receitas padrão para mercados consumidores do mundo, ou sejam fórmulas que atendam a
padronização em termos de custo / benefício e de qualidade e que possam ser disponibilizadas
para qualquer mercado em escala mundial. As marcas analisadas que são exceção à regra em
termos de teores especificados considerando os resultados experimentais e a literatura
consultada.
De modo a continuar as avaliações e composições dos cremes dentais em relação a outros
componentes e conteúdos mensuramos ainda: Lauril Sulfato de Sódio LSS, determinando
tensão superficial, pH, percentuais de voláteis e sólidos, comparando-os finalmente ao PEX.
NIM Produto Experimental (8).
Os exames foram realizados a partir da concentração do produto comercial com 28% em
Lauril Sulfato de Sódio, onde diluições foram realizadas e os valores medidos por técnica
capilar, a partir da realização de interpolações, onde pode-se determinar o teor de surfactante
Lauril Sulfato de Sódio das formulações de cremes dentais analisados. Os valores de tensão
superficial de soluções comerciais e concentrações a 1% dos cremes dentais e seus valores de
pH(s), respectivamente são mostrados na (Tabela 12 e 13), onde acrescentamos por fim o
produto PEX. NIM (8), mensurando-o e comparando-o aos demais produtos pesquisados.
96
Tabela 12. Valores de tensão superficial de Lauril Sulfato de Sódio a diferentes concentrações
em massa/Curva de calibração (SILVA, A.R. e ARRUDA. E. J., 2005).
Concentração, % Tensão superficial, mN.m
-1
28 37,97
20 37,36
10 37,97
5,0 36,75
2,5 37,36
1,0 37,97 (cmc)
0,1 42,28
0,01 64,31
0,001 71,66
H
2
O destilada 72.89
(*) valor médio obtido por triplicata
Tabela 13. Valores de tensão superficial, de pH de soluções aquosas a 1%, dos diferentes
cremes dentais típicos do mundo globalizado, comparando-os ao PEX. NIM (8), que será
demonstrado na (TABELA 14, p 96); (SILVA,A. R & ARRUDA, E. J., 2005)
Creme dental Tensão superficial
mN.m
-1
% LSS pH
Colgate Herbal
(1)
54,88 4,95% 9,41
Herbal Branqueador
(1)
54,63 4,93% 9,82
Onda Fresh
(2)
60,27 2,65% 9,33
Contente
(3)
62,72 1,67% 9,08
Sorriso Herbal/cálcio
(1)
62,72 1,67% 9,39
Colgate tripla ação
(1)
58,31 3,45% 9,45
Colgate
(1)
Flúor/Branqueador 52,92 5,66% 9,86
Free Dent
(4)
61,98 1,96% 10,38
Neem Active
(5)
54,14 5,16% 8,47
Sensodyne
(6)
54,88 4,85% 8,84
Parodontax
(8)
n.d n.d n.d
(*) valor médio de tensão superficial obtido por triplicata; % de LSS valores aproximados.
Fabricantes:
(1)
Colgate-Palmolive ;
(2)
Ajubé Ind.Com. ;
(3) Suavetex
;
(4) Raymond ;(5) Calcutá Inc.
Índia ; (6) Stafford-Miller
(7) Stafforde-Miller (8) PEX. NIM
97
Tabela 14. PEX Valores encontrados para o creme dental experimental,comparado às
marcas comerciais selecionadas. (SILVA,A.R. & ARRUDA, E.J., 2005)
Propriedades e conteúdos dos cremes dentais *
Dentifrícios %
voláteis
%
sólidos
γ; mM.m
-
1
%LSNa;
sol.
pH
(1%)
Colgate Herbal
(1)
38,23 57,50 54,88 4,95% 9,41
Herbal Branqueador
(1)
37,77 59,79 54,63 4,93% 9,82
Onda Fresh
(2)
41,26 58,03 60,27 2,65% 9,33
Contente
(3)
40,82 58,59 62,72 1,67% 9,08
Sorriso Herbal/Cálcio
(1)
39,00 59,23 62,72 1,67% 9,39
Colgate Tripla Ação
(1)
39,17 59,94 58,31 3,45% 9,45
Colgate
(1)
Flúor/Branqueador
42,25 55,66 52,92 5,66% 9,86
Free Dent
(4)
41,26 56,18 61,98 1,96% 10,38
Neem Active
(5)
31,79 65,93 54,14 5,16% 8,47
Sensodyne
(6)
23,42 75,26 54,88 4,85% 8,84
Parodontax
(6)
38,36 60,45 n.d n.d n.d
PeX.NIM
(7)
37,39 61,05 53,15 5,50% 9,40
(*) Média de triplicatas; fabricantes: (
1
) Colgate-Palmolive; (
2
) Ajubé Ind.Com.; (
3
) Suavetex;
(
4
) Raymond; (
5
) Calcutá Inc./Índia; (
6
) Stafford-Miller e (
7
) Produto Experimental PEX.
NIM.
* Resultados das análises gravimétricas, pH, tensão superficial dos cremes dentais,
mensurando propriedades e conteúdos das diversas formulações, pesquisadas químico-
físicamente, comparadas ao PEX Produto Experimenta com óleo de Nim.
_______________________________________________________________________________________
FONTE: Laboratórios de Biotecnologia e Saúde. Valores comparados PEX. NIM vs.
Marcas comerciais. Campo Grande : UCDB / IDESCH. MS., 2005.
98
Estes resultados permitem concluir que os valores são variados e conseqüentemente as
eficiências desses produtos, sugerem serem diferentes, quando considerarmos que este ativo é
importante no processo de limpeza e remoção da placa bacteriana, além de ser o responsável
pelo sabor desagradável do creme dental e que exige o mascaramento por óleos essenciais, por
exemplo, o flavorizante menta e/ou, que representa alta percentagem no custo do creme dental
- produto final.
Pode-se dizer que, a partir dos valores tabelados para cremes dentais na Noruega, p.ex., que
consideram teores de Lauril Sulfato de Sódio LSS, entre 1% a 3% (STOREHAGEN et al.,
2003), que estes já têm considerado uma melhor relação entre custo/benefício, uma vez que
esta redução permite a inclusão de outros componentes que possam diferenciar a qualidade, o
custo e a abrangência sócio-bio-patológica do creme dental disponibilizado ao mercado
consumidor, seguindo-se os pressupostos da Odontologia contemporânea, que direciona seus
esforços visando a promoção de saúde e de resultados significativos no que tange a superação
da doença cárie e/ou outras ocorrências mórbido-patológicas.
Estas intercorrências de conseqüências patológico - sistêmicas ocupam o centro das atenções
nas pesquisas em odontológicas na atualidade, visto serem fatores etiológicos de seqüelas que
necessitam de intervenções multidisciplinares nas cadeiras de: Cariologia, Periodontologia,
Estomatologia, etc.
Incluindo-se aí, a produção de fármacos e medicamentos fornecidos enquanto agentes
antibacterianos para a cavidade bucal: sistemicamente, topicamente ou de liberação
controlada. Nesse caso, o óleo de nim foi fornecido topicamente, alcançando excelência e a
mais completa satisfação e aceitabilidade por parte do usuário-paciente. Cujo exemplo recente
(neste trabalho), vem da alta satisfação por parte do nosso público pesquisado
voluntariamente. Nas (FOTOS 3 e 4: temos Bisnaga e Cartucho personalizados PEX). Os
resultados dos testes foram mensurados positivamente na Escala Hedônica (TABELA
15,p.101) adiante:
99
FOTO 3 P E X: Produto Experimental / Dentifrício - Bisnaga Personalizada. (SILVA,
A. R.2006a).
__________________________________________________________________
FONTE: IDESCH.MS. Laboratório de arte-criação-design-edição gráfica. (SILVA, Augusto
Rodrigues. 2006a).
100
FOTO 4 P E X: Produto Experimental / Dentifrício Cartucho personalizado.
(SILVA, A.R. 2006a).
_______________________________________________________________________
FONTE: IDESCH.MS Arte-criação-design-edição. (SILVA, Augusto Rodrigues. et al. 2006a).
101
Tabela 15. Escala Hedônica. Resultado dos Testes de Aceitabilidade do PEX - Produto
Experimental. (Compõem estes dados 03 Tabelas - Ver outras 02 em APÊNDICES:
E / F.p.121 / 122).
Pesquisa de Aceitabilidade
Teste Hedônico (Paladar/Olfato)
200 Julgadores
0%
89%
0%
6%
2%
3%
0%
0%
0%
1
2
3
4
5
6
7
8
9
__________________________________________________________________________________
FONTE: Pesquisa a campo / 200 Julgadores Voluntários. Registro Comitê de Ética / UCDB / CONEP
/ ANVISA / MISAU Mestrado em desenvolvimento Local / Extensão. (SILVA, Augusto Rodrigues.
2006a).
Legenda: Julgadores:
1 0%
Gostei Extremamente 0
2 89,5%
Gostei Muito 179
3 0%
Gostei Moderadamente 0
4 5,5%
Gostei Ligeiramente 11
5 2%
Indiferente (não usou) 4
6 3%
Desgostei Ligeiramente 6
7 0%
Desgostei Moderadamente 0
8 0%
Desgostei Muito 0
9 0%
Desgostei Extremamente 0
100%
200
CAPÍTULO 8
CONCLUSÃO E SUGESTÕES
Tendo em vista as abordagens de nossas considerações iniciais, bem como as aventadas na
revisão de literatura, e, ainda, as limitações do presente estudo - fase acadêmica -, parece-nos
lícito concluir que:
- Foi possível desenvolver um produto experimental - creme dental - com tecnologias simples,
segundo os pressupostos das Boas Práticas de Fabricação e Controle (BPF/C);
- Em nenhum dos dentifrícios analisados físico-químicamente, houve coincidência quanto a
composição de sólidos e voláteis;
- As estratégias de aviamento dos ingredientes seguem um mesmo padrão mundial para um
produto de características globalizadas;
- Os resultados aferidos em nossa pesquisa de aceitabilidade, balizada pela Escala Hedônica,
apontam e potencializam nossa proposta inicial de atividade-pesquisa, ora disponbilializada
como produto motriz de Desenvolvimento Local. Apta em atender as demandas da
comunidade, bem como do público em geral, no sentido de superar-se os graves problemas
bucais com que defrontam o povo brasileiro e/ou Sul-Matogrossense, conforme demonstrada
nas pesquisas SB 2000 “Programa Brasil Sorridente”;
- Dos resultados obtidos positivamente (89,6%), nos testes de aceitabilidade mesmo
experimentalmente, pudemos concretamente desenvolver metodologias e processos
inovadores alternativos, cuja transferência para a escala industrial gerará estratégias e
processos de desenvolvimento local e/ou regional, na busca do desenvolvimento sustentável e
de alternativas de negócios disponibilizadas às comunidades locais através da economia
solidária. Atendendo aos seus anseios por melhoria da qualidade de vida e inclusão social
e bio-tecnológica da Comunidade-alvo em geral;
103
- Por fim, vemos que o nosso produto alcançou significante aceitação junto ao público
pesquisado ensejando que, haja continuidade dos trabalhos futuros relacionados ao tema
com objetivos de combate a cárie, a gengivite e as gengivo - estomatites, advindas da placa
bacteriana;
- Ressaltando ainda, que os reflexos dos nossos trabalhos poderão disseminar a cultura
da odontologia sistêmica e a industrialização de ponta do Mato Grosso do Sul.
- Redirecionando esforços multidisciplinares, numa visão de futuro compartilhado, cuja
interrelação amalgame-se sob ótica mesológico-holística, onde o conhecimento, a tecnologia
e o saber são bens públicos. Devendo proporcionar benefícios à coletividade, colaborando no
alcance da excelência e servindo a população;
- Contribuindo ainda, para uma odontologia, onde a relação entre a boca e a saúde do resto do
organismo sejam uma via mão-dupla, pois, os distúrbios manifestados na cavidade oral
causam inflamações periodontais, por exemplo, lançando na corrente sanguínea toxinas
que vão provocar patologias importantes nos vasos, coração, cérebro, reduzindo a
capacidade de defesa do paciente contra microorganismos fortuitos, resultando em
sérios danos médico-odontológicos-sistêmicos à este;
- Portanto, uma boa higiene bucal requer, minimamente,tanto o uso adequado da escova
dental, como do fio-dental, além de um dentifrício que, atue como agente de limpeza,
removendo micro-partículas, bactérias, matérias orgânicas, manchas extrínsecas e sobretudo
debelando afecções ou infecções. Por fim, tenha eficiência e ação prolongada no combate às
necessidades individuais de cada paciente-usuário. Qualidades estas disponibilizadas em
nosso produto, dada a sua semelhança às melhores marcas comerciais / cosmético-preventivas
da atualidade (COLGATE TOTAL 12 / SORRISO HERBAL. In.: Mídia comercial).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O produto por nós desenvolvido e testado com sucesso, é parte de uma obra superlativa que
haverá de multiplicar-se, na medida do que for possível para adaptá-la à realidade dos
produtos destinados a higiene e a medicação dento-bucal com ativos naturais.
Sentimo-nos gratificados com os resultados da pesquisa junto ao público voluntariado,
demais conviventes e até a mídia local, pois a importância deste trabalho para odontologia
e a indústria farmacêutica no Mato Grosso do Sul é inquestionável, até porque foi
formulado por um grupo de pesquisadores locais e técnicas simples do mais alto nível.
A obra quanto ao seu todo enseja - após ampla revisão da literatura científica sobre o nim -
e recomenda os múltiplos usos do nim, enquanto resultado de pesquisas obtidas não apenas
no Brasil, mas ainda internacionalmente. Ainda conta com experiências calcadas em
autores renomados, orientações e recomendações e ilustrações abrangendo desde a ecologia
da planta, sua composição, teores, toxicidade, propriedades medicinais, indicações
odontológicas, entre outras. Textualiza ainda, breves abordagens sobre a cavidade bucal,
abrangência e composição dos dentifrício s, cujos ingredientes são fundamentais na
prevenção da cárie e outros processos mórbidos intercorrentes / sistêmicos.
Esperamos que o conteúdo da nossa obra estimule leitores, estudantes, pesquisadores,
consumidores e principalmente a comunidade-alvo (assentamentos), no sentido de que as
mesmas somem conosco promovendo o Desenvolvimento Local e a sua conseqüente
evolução sócio-econômica através do creme dental com óleo de nim, além de outros
produtos obtidos na Cadeia produtiva deste miraculoso vegetal.
105
Planta esta, extraordinária que poderá num futuro próximo significar novas fontes de renda,
ao promover o agro-eco-negócio auto-sustentado. Inaugurando a industrialização bio-
tecnológica: odonto-farmacêutica, químico-cosmética, agri-veterinária, agri-florestal-
madeireira (Agri-silvi-pastoris / SAF’s).
Com inúmeros benefícios, não apenas comunitários (Centroestinos), mas sobretudo ao
Mato Grosso do Sul, à cidade de Terenos, além do Centroeste do Brasil como um todo que,
sofre a anos seguidos: gravíssimos solapamentos de suas reservas naturais, em nome da
monocultura e do claudicante agronegócio (exportando água + soja + carne). Questões
estas, alíás, de segurança Nacional e/ou de geopolítica.
Enfim, o nim proporciona produtos eficientes, naturais, biodegradáveis, de baixa
toxicidade, de baixo custo. Incrementar a expansão do plantio da árvore em consórcio com
as nativas do Cerrado é fator fundamental de desenvolvimento sustentado, quando da
produção robusta de matéria-prima e insumos que incrementarão novos estudos e
utilizações da árvore e dos seus derivados, tanto na agricultura orgânica, quanto na
produção de óleo emulsionável,xampus, cremes e sabonetes medicinais, tônico capilar,
cosméticos, etc.
Visto possuirmos extensas áreas de terras e condições climáticas favoráveis para o plantio
do vegetal, farta mão-de-obra subutilizadas nas pequenas, médias e grandes cidades
(conforme QUADRO 1 Cidade pequena, pobreza maior, p. 30).
Possibilitando a expansão da planta e sua evolução através de pesquisas direcionadas ao
melhoramento genético da mesma, sua propagação, impulsionando vetorialmente a
produção otimizada de tecnologias de colheita e processamento de produtos obtidos com a
raiz, a casca, as folhas, as flores, os frutos, as sementes do nim e seus múltiplos compostos
físico-químicos.
106
O desafio (do creme dental) está lançado e com ele esperamos estimular o surgimento de
novos produtos e técnicas simples de aproveitamento do nim, a exemplo da Índia,
Alemanha, Estados Unidos e Japão, estimulando novos adeptos do nim, fazendo da planta
múltiplas utilizações. Gerando renda, agricultura agro-ecológica, sistemas agro-florestais
SAF’s, industria cosmética, química, odonto-farmacêutica, etc. Impulsionando o
Desenvovlimento Local no Mato Grosso do Sul e entre seus pares Centroestinos.
Pois, como apontam renomados cientistas (National Research Council. Washington, DC.
1992), o nim apresenta vantagens expressivas na produtividade quando comparado ao
Eucalipto (Eucaliptus camaldulensis, deglupta, globulus, grandis, saligna; Pinus (Pinus
cariaeae,)etc. Vantagens, na lenha, carvão, estacas, postes, esticadores, construções,
biomassa, mdeira em geral, leguminosa, sombreamento, quebra vento, laminação,
fabricação de compensados, móveis, caixas, caixotes, batentes de porta, brinquedos,
instrumentos de percussão e musicais e múltiplas outras utilizações, graças a sua
semelhança com o mogno, outro membro da família Meliaceae.
Enfim, resta-nos disseminá-la local e/ou regionalmente, servindo o mesmo, de suporte a
tecnologias alternativas inovadoras (a partir do Creme dental ora testado). Tanto no plano
micro e meso-econômico (assentamentos), quanto no macro-econômico (Cadeia
Produtiva), quando também da sua industrialização odonto-cosmética ou medicinal, entre
outras.
Subsidiando por fim a implantação pioneira do nosso subsequente projeto de industria
químico-farmacêutica e/ou, voltada para o “uso sustentável de recursos naturais: Centro
de Referência Estadual para Pesquisa e Tratamento de Doenças Tropicais Endêmicas
e Biotecnologias” : (SILVA, A.R. et al., 2004) : Assunto por nós mobilizado, debatido e
homologado por ocasião : II Conferência Estadual - depois nacional - de Ciência,
Tecnologia e Inovação em Saúde” (Relatório Consolidado, letra 9/ 20.2, et al. 2004b. -
MINSAU.BR. / CES.MS. / SES.MS. / Governo Popular Mato Grosso do Sul).
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A P Ê N D I C E S
APÊNDICE A: Questionário sócio-gráfico - PEX - PROJETO PÁS. CO. A. ;
APÊNDICE B: Entrevista estruturada;
APÊNDICE C: Teste P e x - Produto Esxperimental - Creme dental
- E s c a l a H e d ô n i c a;
APÊNDICE D: Escala Hedônica - Resultado Estatístico parcial - (Qualificação);
APÊNDICE E: Pesquisa de Aceitabilidade - P E X
- Perfil sócio-ambiental dos Julgadores (100);
APÊNDICE F: Pesquisa de Aceitabilidade - P E X
- Distribuição dos Julgadores (200): Geográfica/Gênero;
Apêndice A
QUESTIONÁRIO SÓCIO-GRÁFICA-EXPERIMENTAL: PROJETO P A S. C O. A *
* Pluriatividades Auto Sustentadas. Centroestinidades. Absentismo.
Nome do PESQUISADO: ___________________________________________________
PERFIL DO PESQUISADO
. 9.O que achapreservação ambiental ?
Dados pessoais Necessário ( ) Desnecessário ( )
Idade: ( ) Menos de 20 ( ) 21 a 35 ( ) 36 a 60
Escolaridade: ( ) I Grau ( ) II Grau ( ) IIIGrau 10. Sabes o que significa sustentabilidade ?
( ) Completo ( )Incompleto ( ) Universitário Sim ( ) Não ( ) Ouço falar ( )
Local de nascimento: ________________________
2. Dados pessoais do cônjuge( ) outro ( ) 11. Participaria de programas de reflores-
Idade: ( ) Menos de 20 ( ) 21 a 35 ( ) 36 a 60 tamento ?
Escolaridade: ( ) I Grau ( ) IIGrau ( ) III Grau Sim ( ) Não ( )
( ) Completo ( ) Incompleto ( ) Universitário
Local de Nascimento: _______________________
12. Cite problemas de saúde na família:
3. Solteiro(a): __________ 3.1. Separado(a):_____ ( ) Gripes ( ) Diarréia ( ) Dengue ( )
( ) Malaria ( ) Dores ( ) Cárie ( )
4. Casado(a): ____________4.1. Viúvo(a)_________ ( ) Gengiva inflamada/sangra
( ) Usa remédio caseiro: ______________
5. Dados da Família:
N º de filhos: _______ Dependentes: ________ 13. Você conhece os objetivos de desen-
Em Companhia: ______________ volvimento do milênio ? (anexo):
Sexo: F ( ) ____ M ( ) _____ ( ) Sim Não ( )
Possui residência ? ( ) Sim ( ) Não
Tem filho(a) nascido no Centroeste ?__________ 14. O creme dental que experimentou
contém óleo de nim. Gostaria de par-
6. De onde tiras o sustento atualmente? ticipar do plantio desta árvore ?
__________________________________________ ( ) Sim Não ( )
__________________________________________
15. Sabes se a água que bebes tem flúor?
7. Quais as suas habilidades e competências ?
( ) Sim Não ( )
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________ 16. Você celebra/comemora:
8. Gostaria de participar de programas: a. éticos Páscoa ___________________________
b. culturais c. ambientais d. educacionais ? Natal ___________________________
______________________________________________ Santo Reis _________________________
_______________________________________________ Tiradentes _________________________
_______________________________________________ Independência do Brasil ______________
P e s q u i s a d o r: Augusto Rodrigues da Silva - Cirurgião Dentista / CRO.MS. 1 6 7 8
Apêndice B
Entrevista estruturada utilizada na coleta de dados
Entrevistado:
Data:
Horário:
Local:
Meios utilizados para a entrevista:
PERGUNTAS:
1) Você participou/participaria da Palestra: Cultivo e Uso do NIM, ministrada por nós:
Qual sua opinião: ____________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________.
2) O quê você acha do NIM somar-se ao eucalipto, cumbarú, jatobá, pequi, cedro, para
reflorestamento e fins industriais ?
__________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ .
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________ .
3) Você recebeu um tubo de Creme Dental, contendo o óleo NIM como ingrediente:
O quê achou do cheiro ? ___________________________________________ ;
Da cor ? __________________________________________________________________ ;
Do gosto ? _________________________________________________________________ ;
Tinha mau hálito antes do uso ? ____________________________________________ ;
Melhorou depois do uso ? ___________________________________________________;
E o sangramento da gengiva ? _______________________________________________.
4) Você participaria da produção de mudas, plantio e manejo da cultura do NIM, para
fins industriais, em especial na produção de Creme Dental e/ou em MS. ?
( ) Sim. Porquê ? __________________________________________________________ .
( ) Não. Porquê ? __________________________________________________________ .
( ) Talvez. _______________________________________________________________ .
Pesquisador: Augusto Rodrigues da Silva - Cirurgão Dentista / CRO. MS. 1 6 7 8
A P Ê N D I C E C
TESTE PEX - PRODUTO EXPERIMENTAL - CREME DENTAL *
E S C A L A H E D Ô N I C A * *
Nome do Provador ( a ) : ______________________________________________________
Idade: ______ Sexo: ______ Grau escolar: _____________________ Data: ___ / ___ /_____
Por favor, AVALIE A AMOSTRA recebida ( Creme Dental ) utilizando a escala abaixo.
Marque com ( X ) o quanto você gostou ou desgostou do produto experimentado.
CÓDIGO DA AMOSTRA EXPERIMENTADA:
( ) Gostei extremamente
( ) Gostei muito
( ) Gostei moderadamente
( ) Gostei ligeiramente
( ) Indiferente
( ) Desgostei ligeiramente
( ) Desgostei moderadamente
( ) Desgostei muito
( ) Desgostei extremamente
_________________________
* SILVA, Augusto Rodrigues. 2005b.- MSMT / UCDB / Mestrado em Desenvolvimento Local
* * T e s t e de p r a z e r i m e d ia t o ; i n d i v id u a l e / ou (...)
A P Ê N D I C E D
E S C A L A H E D Ô N I C A *
(Método para teste de aceitação)
30 50 Participantes **
Porcentagem
Quantidade
50 Julgadores: Avaliação Preliminar da Aceitação ***
0 %
0 Gostei extremamente
78,5 % 39 Gostei muito
19,5 %
10
Gostei moderadamente
0
0 Gostei ligeiramente
2,0 %
1 Indiferente (não usou)
0
0
Desgostei ligeiramente
0
0
Desgostei moderadamente
0
0 Desgostei muito
0 0 Desgostei extremamente
100 % 50
* Fonte: American Society for Testing and Materials.et al, 1968.: APUD: Pereira, J.A.M. 2005 UFV DTA.
** Fase preliminar dos Testes de Aceitação que contou com um número de 50 Julgadores.
*** A avaliação acima tem resultados iniciais (Qualificação de tese) e tem sua continuidade
por seleção aleatória, tanto em ambientes rurais ou urbanos, pretendendo-se atingir um
número inicial maior de 200 Julgadores (Defesa de tese onde o Resultado final alcançou
89,6 % Gostei muito e, 10,4% Gostei moderadamente).
__________________________________________________________________________________
FONTE: IDESCH.MS. SILVA, A u g u s t o R o d r i g u e s e / ou : UCDB, 2006a
APÊNDICE E
Tabela 15a. Complementar da Escala Hedônica. (Ver p. 101).
25
75
35
40
25
0
20
40
60
80
25 75 35 40 25
Pesquisa de Aceitabilidade Perfil - Sócio-
Ambiental 100 Julgadores
25
75
35
40
25
0 20 40 60 80 100 120
2
1
Legenda:
25
Idade 20/35 anos
75
Idade 36/60 anos
35
Instrução I Grau
40
Instrução II Grau
25
Instrução III Grau
100
Plantaria NIM / Pro - PAS.CO.A
100
Pró Meio Ambiente
_______________________________________________________________________________________
FONTE: IDESCH.MS. SILVA, Augusto Rodrigues. 2006 (Pesquisa sócio-gráfica).
APÊNDICE F
Tabela 15b. Complementar da Escala Hedônica. (Ver p. 101).
Pesquisa de Aceitabilidade Distribuição dos
Julgadores 200 Julgadores.
1
2
1
2
0
50
100
150
200
Seqüência1
Seqüência2
Seqüência1
160 40
Seqüência2
80 120
1 2
Legenda: Distribuição dos Julgadores
160
Área Urbana 80
Sexo Masculino
40
Área Rural (assentamento) 120
Sexo Feminino
_______________________________________________________________________________________
FONTE: IDESCH.MS. SILVA, Augusto Rodrigues. 2006 (Pesquisa sócio-gráfica).
A N E X O S
ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO / ANVISA / MISAU / COMITÊ DE
ÉTICA : U C D B;
ANEXO B - FOLHA DE ROSTO PARA PESQUISA
ENVOLVENDO SERES HUMANOS/ CONEP / ANVISA /
MISAU / CPPGE : U C D B;
ANEXO C - Declaração de Responsabilidade /Resolução 196/96:CONEP;
ANEXO D - P R O J E T O P Á S. C O. A
- (Capa do Plano Indicativo);
- (Folha de Rosto - Lay out / cartucho do Creme dental;
- (Plano Indicativo / Logradouro;
- (Referência geográfica: Brasil, Centro-Oeste, Terenos, M S;
- (Mapa do Local objeto das Pluriatividades - Piloto: Assentamento(s)
Fazenda Santa Mônica/entorno : Nova Querência, Patagônia, Canaã;
- Quadro Esquemático da Gestão Alternativa (DLIS/SEBRAE/UCDB/
INCRA/STRT/ONG. PÁS.CO.A/COOPERFARMA-INNOVATIOS;
- S u m á r i o das atividades (Práticas Integradoras).
A N E X O A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Nome: ............................................................................................................................................
Idade: ................ Sexo: .............. Data Nascim.: ............................. Local: ...............................
Endereço: .......................................................................................................................................
Complemento: ....................................................... Fone: .............................................................
FUI INFORMADO DETALHADAMENTE SOBRE A PESQUISA TÍTULO: ÓLEO DE NIM
(Azadirachta indica de Juss.) : ATIVO PARA PRODUTO DE HIGIENE BUCAL &
DESENVOLVIMENTO LOCAL.., sob responsabilidade do pesquisador: CD. MSc. Augusto
Rodrigues da Silva/Orientador: Prof. DR. Eduardo José de Arruda/UCDB Universidade Católica
Dom Bosco Programa de Mestrado em Desenvolvimento Local.
O Senhor(a), foi plenamente esclarecido de que vai participar do: TESTE DE ACEITABILIDADE
- APROVANDO OU NÃO - produto: Creme Dental, tendo como ativo: ÓLEO DE NIM
MEDICINAL, além de outros ingredientes utilizados nos dentifrícios comerciais. Nome atual do
Creme dental a ser TESTADO: PEX.NIM.
O produto a ser TESTADO, foi composto conforme bibliografias científicas - contida na página 11
deste - em especial: (Biswas, K. et al., 2002). Quanto a toxicidade: “Não há registros de
toxicidade de nim para humanos”, cita: (Martinez, S.S. et al., 2002.p.25). Na Ìndia, conforme
(Hedge, 1993 in.: Martinez,S., 2002): “Folhas, Frutos, Óleo, Casca, Semente, são utilizados desde
tempos imemoriais”. Na África, Caribe, até crianças comem frutos maduros do nim”
Outras informações sobre toxicidade, especialmente da azadiractina (contida + no óleo) podem ser
obtidas de estudos para registro dos produtos comerciais como: Margosan-0 ® e NeemAzal T /
S ® (Trifólio), preparados a partir de frutos do nim, caso do PEX. NIM. O produto a ser
TESTADO.
Ainda sobre toxicidade, (Stewart, 1997, p.25)., relata que: “exames realizados com mamíferos
(Tabela 5), não causou mortalidade, sensibilidade, irritação, toxicidade nas doses máximas por via
oral aguda, dermal e por inalação” (Modificado de Stewart, 1997, p. 26.) in.: Martinez, S. (2002).
No entanto, se o senhor(a), sentir qualquer tipo de desconforto durante e após o uso do PEX. NIM.,
estaremos a sua inteira disposição para solucionar o problema ou tirar dúvidas.
Pelo fato desta PESQUISA ter unicamente interesse científico no momento, a mesma FOI
ACEITA pelo Senhor(a), que poderá se assim o quiser desistir a qualquer momento da mesma,
Inclusive sem nenhum motivo, bastando para isso nos informar e devolver o presente TERMO.
Por ser voluntária e sem interesse financeiro, o Senhor(a) não terá direito a nenhuma remunera-
ção. Os dados oriundos dos testes serão mantidos em sigilo e a divulgação será apenas acadê
mica ou para mostrar os benefícios obtidos pela pesquisa e estará sempre ao seu dispor.
Mato Grosso do Sul, .................................... , ........... de ......................................................de 2005
Assinatura (de acordo) .........................................................................................................................
RG.SSP. ........................................................ CPF.MF.......................................................................
Menor de 21 anos (Assinatura dos pais/responsáveis: ____________________________________
___________________________________________________________________________________.
A N E X O B
A N E X O C
D E C L A R A Ç Ã O
NÓS, Augusto Rodrigues da Silva - Cirurgião Dentista, CRO.MS. 1678 - Patrocinado
pelo IDESCH.MS, CNPJ: 06.022.542 / 0001 41; e Prof. Dr. Eduardo José de Arruda,
declaramos para os devidos fins estarmos cientes da Resolução 196/96 CONEP ¹ e
demais Resoluções complementares que estabelecem as normas e critérios para o
desenvolvimento de pesquisa com seres humanos, neste caso: Testes de
Aceitabilidade e/ou Aceitação de produto destinado à higiene bucal: Creme Dental,
cujo constituinte ativo é: Òleo de Nim (Grau medicinal), conforme fórmula anexa
ao Projeto PEX Produto Experimental (Tabela 14).
___________________________________________
Augusto Rodrigues da Silva Pesquisador Executivo
____________________________________________
Eduardo José de Arruda - Orientador
_____________________________________________
José Rímoli - Comitê de Ética - UCDB ²
________________________
¹CONEP. Ministério da Saúde / Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
²Universidade Católica Dom Bosco / CPPGE Centro de Pesquisa, Pós-Graduação e
Extensão / MDL Mestrado em Desenvolvimento Local.
P R O J E T O P A S. C O. A ¹
A s s e n t a m e n t o F a z e n d a S a n t a M ô n i c a e E n t o r n o
Ao INCRA, MS / Superintendência: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária:
_______________________________________________________________
Uma proposta de gestão integrada, sustentável: Ecológico - Participativa,
Sócio - Econômica - Ambiental, Ético - Político - Espacial: de
P l u r i a t i v i d a d e s
2
- R u r b a n o
3
- I n d u s t r i a i s
4
Assentamento Fazenda Santa Mônica e Entorno
P L A N O I N D I C A T I V O:
P r o j e t o P A S. C O. A : Pluriatividades Auto -
Sustentáveis / Centroestinidades / Absentismo
5
A U G U S T O R O D R I G U E S D A S I L V A
ONG.
6
PAS.CO.A - I A T E
7
® / COOPERFARMA
9
- INNOVATIOS
10
®
M A I O, 2006-05-30, Tuesday : 09:00
MAPA 1 - Mapa do Brasil destacando a Região Centro-Oestina.(2003).
_________________________________________________________________________
FONTE: SECRETARIA DE DESENVOVIMENTO DO CENTRO-OESTE (SUDECO, 2003).
MAPA 2 - Mapa de Localização Geográfica do Município de Terenos. (2006).
_________________________________________________________________________
FONTE: Laboratório de Geoprocessamento U C D B, 2006.
Mapa 3 - Mapa de Localização Topográfica Assentamento Santa Mônica/Entorno (2006).
_________________________________________________________________________
FONTE: INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, MS.
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