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Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Estudo comparativo dos métodos de determinação e de
estimativa dos teores de fibra e de açúcares redutores em
cana-de-açúcar (Saccharum spp.)
José Rubens Almeida Leme Filho
Dissertação apresentada para obtenção do título de
Mestre em Ciências. Área de concentração: Ciência e
Tecnologia de Alimentos.
Piracicaba
2005
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José Rubens Almeida Leme Filho
Engenheiro Agrônomo
Estudo comparativo dos métodos de determinação e de estimativa dos teores
de fibra e de açúcares redutores em cana-de-açúcar (Saccharum spp.)
Orientador:
Prof. Dr. ANDRÉ RICARDO ALCARDE
Dissertação apresentada para obtenção do título de
Mestre em Ciências. Área de concentração: Ciência e
Tecnologia de Alimentos.
Piracicaba
2005
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Leme Filho, José Rubens Almeida
Estudo comparativo dos métodos determinação e de estimativa dos teores de fibra e
de açúcares redutores em cana-de-açúcar (Saccharum spp.) / José Rubens Almeida
Leme Filho. - - Piracicaba, 2005.
151 p.
Dissertação (Mestrado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2005.
1. Açúcar redutor 2. Cana-de-açúcar 3. Conselho econômico 4. Fibra 5. Preço agrícola
6. Teoria analítica dos números I. Título
CDD 633.61
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
DEDICATÓRIA
Ao Deus Eterno e Onipotente:
Ao Pai, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis;
Ao Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os
séculos; Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado,
consubstancial ao Pai, por Ele todas as coisas foram feitas; e por nós, homens, e para nossa
Salvação, desceu do Céu e se encarnou, pelo Espírito Santo, no seio da Santíssima Virgem
Maria, e se fez homem; também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos, padeceu e foi
sepultado; ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu ao Céu, onde está sentado
à direita do Pai, e de novo há de vir, em Sua glória, para julgar os vivos e os mortos, e o Seu
Reino não terá fim;
Ao Divino Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho, e com o
Pai e o Filho é adorado e glorificado, Ele que falou pelos Santos Profetas.
Desejando imensamente “fazer tudo para a glória de Deus” (I Cor 10,31), a Ele
dedico todo o meu trabalho.
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar e acima de tudo, agradeço a Deus por todas as bênçãos que Ele
derramou sobre minha vida e meu trabalho, sem as quais todo e qualquer êxito seria impossível,
pois “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem; se o Senhor não
guardar a cidade, debalde vigiam as sentinelas” (Salmo 126). Agradeço também a todos os
Santos e Anjos do Céu por sua preciosa intercessão junto ao trono do Senhor, de modo especial a
Nossa Senhora do Carmo, São José, Santa Catarina de Alexandria, Santa Edwiges, Santo
Antonio, os Santos Arcanjos Miguel, Grabriel e Rafael, os Santos Apóstolos André, Tiago, João,
Judas Tadeu, Tiago, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Simão o Zelote e Paulo, e os Santos
Papas Pedro, Pio X e João Paulo II.
Agradeço a minha mãe Mara Bottene Almeida Leme, meu pai José Rubens Almeida
Leme, minha irmã Francine Maria Almeida Leme, minha avó Vergínia Lucafó Bottene, e a toda a
minha família, pelo amor e pelo apoio sem o qual a realização de qualquer projeto seria
dificultada em extremo. Agradeço à minha amada noiva Patricia de Paula Acácio, pelo seu amor,
verdadeiro porquanto “vindo de Deus” (I João 4,7); e por ter sido sempre uma grande via pela
qual Deus tem me concedido numerosas e copiosas graças, constituindo precioso estímulo,
alento, força, luz e sabedoria para tudo na vida, inclusive as atividades profissionais.
Ao povo brasileiro, por financiar a pesquisa através da Universidade de São Paulo e
da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Ao assessor da FAPESP que analisou os relatórios, pelas oportunas sugestões que
escreveu em seu parecer sobre o 1º relatório parcial.
Ao Prof. Dr. André Ricardo Alcarde, pela amizade, e pela orientação na qual ele
destacou-se pela competência e pela generosa disponibilidade e prontidão em ajudar, em todos os
aspectos que se fizeram necessários a fim de garantir a boa qualidade do presente trabalho.
Ao Prof. Dr. Jorge Horii, pela amizade, pelo apoio e pela convivência sempre
agradável no Setor de Açúcar e Álcool do Depto. LAN da ESALQ/USP.
Ao Prof. Dr. Antonio Francisco Iemma, pela amizade e pela valiosa ajuda com as
análises estatísticas, de importância notoriamente fundamental em um trabalho como este.
Aos funcionários da ESALQ/USP, Pedro Dorival Lucentini, Rosemary Leonessa da
Silva e Sylvino Luiz Torrezan, pela amizade e pela generosa disposição em ajudar, com
competência digna de honrosa menção, nos procedimentos de laboratório. Aos demais
6
funcionários da ESALQ/USP, de modo especial os do LAN, e aos alunos da ESALQ que comigo
conviveram durante o Mestrado, cujos nomes seria demasiado longo citar todos, agradeço pela
amizade e pela agradável convivência.
Aos Professores Dr. André Ricardo Alcarde, Dr. Jorge Horii, Dr. Octávio Antonio
Valsechi, Dr. Edgar Gomes Ferreira de Beauclair e Dr. Clóvis Parazzi, por terem acolhido
generosamente o convite para participarem da banca que avaliará o presente trabalho.
Aos Professores Dr. André Ricardo Alcarde, Dra. Maria Cristina Stolf Nogueira, Dra.
Solange Guidolin Canniatti Brazaca, Dr. Ernani Porto, Dra. Silene Bruder Silveira Sarmento, Dr.
Edgar Gomes Ferreira de Beauclair e Dr. Marcos Silveira Bernardes, por terem lecionado, com
notável competência, as disciplinas que cursei durante o Mestrado.
Ao Dr. Octávio Antonio Valsechi, agradeço pelas informações a respeito das
pesquisas realizadas pelo IAA/PLANALSUCAR; ao Dr. Enio Roque de Oliveira, pelas
informações a respeito das pesquisas com métodos realizadas sob a coordenação do
CONSECANA; ao Dr. Luiz Roberto Angelocci, pelas informações a respeito de dados
meteorológicos; ao amigo Carlos Augusto Pecorari, Licenciado em Português e Inglês, por
corrigir a versão inglesa do “Abstract”.
À Destilaria Guaricanga S/A; ao seu gerente industrial, José Rubens Almeida Leme;
ao seu gerente agrícola, Célio Aparecido Zanatta; e à encarregada de planejamento e controle,
Maria Lúcia Marcato Bautz, pelas 100 amostras de cana que doaram para a realização deste
trabalho. Ao meu pai José Rubens, agradeço particularmente por colher as amostras analisadas
em 2004, e por transportar todas as amostras de Presidente Alves a Piracicaba. Ao Célio,
agradeço pelas informações a respeito das condições edáficas nas quais cresceram as canas
amostradas, e também a respeito das variedades de cana cultivadas na Destilaria Guaricanga S/A.
À Maria, agradeço por coletar as amostras analisadas em 2005.
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Concentra teu pensamento nos preceitos de Deus, sê assíduo à meditação dos Seus
Mandamentos. Ele próprio instruir-te-á o coração, e ser-te-á concedida a sabedoria que desejas.”
(Eclesiástico 6,37)
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SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ..................................................................................................................11
LISTA DE GRÁFICOS.................................................................................................................13
LISTA DE QUADROS.................................................................................................................17
RESUMO ......................................................................................................................................23
ABSTRACT..................................................................................................................................25
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................................27
2 DESENVOLVIMENTO.............................................................................................................31
2.1 Objetivos..................................................................................................................................31
2.2 Revisão de Literatura...............................................................................................................32
2.2.1 Importância da cana-de-açúcar na economia, ao longo da história do Brasil ......................32
2.2.2 Histórico dos critérios para pagamento de cana...................................................................36
2.2.2.1 O pagamento de cana baseado em peso de colmo.............................................................36
2.2.2.2 O pagamento de cana pelo teor de sacarose......................................................................38
2.2.3 Sistema atual de remuneração da cana-de-açúcar ................................................................40
2.2.3.1 Determinação do teor de ATR na cana-de-açúcar.............................................................41
2.2.3.1.1 Amostragem, preparo das amostras e prensagem...........................................................41
2.2.3.1.2 Análises do caldo extraído..............................................................................................42
2.2.3.1.3 Cálculos..........................................................................................................................43
2.2.3.2 Formação do preço do kg de ATR.....................................................................................45
2.2.3.3 O Sistema de ATR Relativo..............................................................................................46
2.2.3.3.1 Vantagens e desvantagens do Sistema de Pagamento Relativo .....................................47
2.2.4 Composição dos colmos de cana-de-açúcar.........................................................................48
2.2.5 Estudo dos métodos de determinação e de estimativa dos teores de fibra
da cana e de açúcares redutores no caldo.............................................................................53
2.3 Material e métodos ..................................................................................................................55
2.3.1 Material.................................................................................................................................55
2.3.1.1 Amostragem ......................................................................................................................55
2.3.1.2 Características varietais das canas amostradas em 2004...................................................56
2.3.1.3 Panorama varietal da safra de 2005/06, na Destilaria Guaricanga....................................57
10
2.3.1.4 Condições ambientais nas quais cresceram as canas amostradas......................................59
2.3.1.4.1 Condições climáticas......................................................................................................59
2.3.1.4.2 Condições edáficas.........................................................................................................62
2.3.1.4.3 Manejo............................................................................................................................62
2.3.2 Métodos................................................................................................................................63
2.3.2.1 Preparo das amostras e prensagem....................................................................................63
2.3.2.2 Análises do caldo extraído.................................................................................................64
2.3.2.2.1 Brix (porcentagem em massa de sólidos solúveis).........................................................64
2.3.2.2.2 Pol (porcentagem em massa de sacarose aparente)........................................................64
2.3.2.2.3 Pureza.............................................................................................................................64
2.3.2.2.4 Açúcares redutores .........................................................................................................64
2.3.2.3 Determinação do teor de fibra pelo método da prensa hidráulica modificado..................65
2.3.2.3.1 Dedução da equação do método da prensa hidráulica....................................................66
2.3.2.4 Determinação do teor de fibra pelo método da prensa hidráulica original
(TANIMOTO, 1964).........................................................................................................67
2.3.2.5 Determinação analítica do teor de umidade ......................................................................67
2.3.2.6 Análises estatísticas...........................................................................................................67
2.4 Resultados e discussão ............................................................................................................69
2.4.1 Fibra da cana.........................................................................................................................69
2.4.1.1 Comparação entre o método da prensa hidráulica original e o modificado ......................69
2.4.1.2 Testes de correlações.........................................................................................................79
2.4.1.3 Comparações de métodos através de regressões .............................................................108
2.4.2 Açúcares redutores no caldo...............................................................................................118
2.4.2.1 Testes de correlações.......................................................................................................118
2.4.2.2 Comparações de métodos através de regressões .............................................................137
3 CONCLUSÕES........................................................................................................................143
REFERÊNCIAS..........................................................................................................................145
APÊNDICE .................................................................................................................................149
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Produção brasileira de cana-de-açúcar, açúcar e álcool, nas safras de
1990/91 a 2004/05........................................................................................................35
Tabela 2 - Produção brasileira de álcool anidro e hidratado, nas safras de
1990/91 a 2004/05........................................................................................................35
Tabela 3 - Exportações brasileiras de açúcar, de janeiro de 1996 a julho de 2004.......................36
Tabela 4 - Número mínimo de unidades de transporte a serem amostradas,
em função do número de unidades entregues por dia pelo fornecedor ........................41
Tabela 5 - Preços líquidos médios do kg de ATR, em R$/kg, obtidos nos meses
de maio a outubro e acumulados até outubro...............................................................46
Tabela 6 - Composição química, em porcentagem, da cana madura, normal e sadia,
segundo Leme Junior e Borges (1965, apud DELGADO e CÉSAR, 1977)................51
Tabela 7 - Variedades de cana colhidas pela Destilaria Guaricanga na safra de 2005/06 ............58
Tabela 8 - Resenha meteorológica de Bauru - SP, no período de 01/01/2000 até 30/09/2005.....60
Tabela 9 - Duração do fotoperíodo; e disponibilidade média de energia solar
(irradiância solar) em superfícies horizontais, sem interferência da atmosfera (Qo),
no 15º dia de cada mês, na latitude 22ºS......................................................................62
Tabela 10 - Classificação utilizada para o ajustamento, em função do coeficiente de
determinação da equação de regressão linear.............................................................68
Tabela 11 - Correlações do teor de fibra com PBU, brix, pol, pureza e AR...............................106
Tabela 12 - Resultados das comparações dos métodos para estimativa do teor de fibra
com o método padrão (método da prensa modificado) ............................................117
Tabela 13 - Correlações do teor de AR no caldo com pureza, brix - pol, pol e brix...................136
Tabela 14 - Resultados das comparações dos métodos para estimativa do teor de AR
no caldo com o método padrão (Lane e Eynon) 142
13
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Regressão linear dos valores de fibra obtidos pelo método da prensa
modificado (Fibra), em função dos obtidos pelo método original (Tanimoto) ..........70
Gráfico 2 - Regressão linear dos valores de brix do caldo extraído no final da
prensagem (BCEFP) em função do brix do caldo extraído em toda
a prensagem (BCE), no conjunto completo dos dados...............................................72
Gráfico 3 - Regressão linear dos valores de brix do caldo extraído no final da
prensagem (BCEFP) em função do brix do caldo extraído em toda
a prensagem (BCE), no conjunto dos dados da variedade RB835089 .......................73
Gráfico 4 - Regressão linear dos valores de brix do caldo extraído no final da
prensagem (BCEFP) em função do brix do caldo extraído em toda
a prensagem (BCE), no conjunto dos dados da variedade SP81-3250.......................74
Gráfico 5 - Regressão linear dos valores de brix do caldo extraído no final da
prensagem (BCEFP) em função do brix do caldo extraído em toda a
prensagem (BCE), no conjunto dos dados da variedade RB855035..........................75
Gráfico 6 - Regressão linear dos valores de brix do caldo extraído no final da
prensagem (BCEFP) em função do brix do caldo extraído em toda
a prensagem (BCE), no conjunto dos dados da variedade RB835054 .......................76
Gráfico 7 - Regressão linear dos valores de brix do caldo extraído no final da
prensagem (BCEFP) em função do brix do caldo extraído em toda
a prensagem (BCE), no conjunto dos dados da variedade SP79-1011.......................77
Gráfico 8 - Regressão linear dos valores de brix do caldo extraído no final da
prensagem (BCEFP) em função do brix do caldo extraído em toda
a prensagem (BCE), no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396 ....................78
Gráfico 9 - Regressão linear dos valores de brix do caldo extraído no final da prensagem
(BCEFP) em função do brix do caldo extraído em toda a prensagem
(BCE), no conjunto dos dados das canas queimadas amostradas em 2005................79
Gráfico 10 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido,
no conjunto completo dos dados...............................................................................80
14
Gráfico 11 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo,
no conjunto completo dos dados...............................................................................81
Gráfico 12 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo,
no conjunto completo dos dados...............................................................................82
Gráfico 13 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pureza do caldo,
no conjunto completo dos dados...............................................................................83
Gráfico 14 - Correlação entre os teores de fibra da cana e de açúcares redutores no caldo,
no conjunto completo dos dados...............................................................................84
Gráfico 15 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido,
no conjunto dos dados da variedade RB835089.......................................................85
Gráfico 16 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido,
no conjunto dos dados da variedade SP81-3250 ......................................................86
Gráfico 17 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido,
no conjunto dos dados da variedade RB855035.......................................................87
Gráfico 18 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido,
no conjunto dos dados da variedade RB835054.......................................................88
Gráfico 19 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido,
no conjunto dos dados da variedade SP79-1011 ......................................................89
Gráfico 20 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido,
no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396....................................................90
Gráfico 21 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido,
no conjunto dos dados das canas queimadas amostradas em 2005 ..........................91
Gráfico 22 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB835089.......................................................92
Gráfico 23 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB835089.......................................................93
Gráfico 24 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade SP81-3250 ......................................................94
Gráfico 25 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo,
no conjunto dos dados da variedade SP81-3250 ......................................................95
15
Gráfico 26 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB855035.......................................................96
Gráfico 27 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB855035.......................................................97
Gráfico 28 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB835054.......................................................98
Gráfico 29 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB835054.......................................................99
Gráfico 30 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade SP79-1011 ....................................................100
Gráfico 31 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo,
no conjunto dos dados da variedade SP79-1011 ....................................................101
Gráfico 32 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396..................................................102
Gráfico 33 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo,
no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396..................................................103
Gráfico 34 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto
dos dados das canas queimadas amostradas em 2005............................................104
Gráfico 35 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto
dos dados das canas queimadas amostradas em 2005............................................105
Gráfico 36 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo,
no conjunto completo dos dados.............................................................................119
Gráfico 37 - Correlação entre o teor de AR e a pol do caldo,
no conjunto completo dos dados.............................................................................120
Gráfico 38 - Correlação entre o teor de AR e o brix do caldo,
no conjunto completo dos dados.............................................................................121
Gráfico 39 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo,
no conjunto completo dos dados.............................................................................122
Gráfico 40 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB835089.....................................................123
16
Gráfico 41 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo,
no conjunto dos dados da variedade SP81-3250 ....................................................124
Gráfico 42 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB855035.....................................................125
Gráfico 43 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB835054.....................................................126
Gráfico 44 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo,
no conjunto dos dados da variedade SP79-1011 ....................................................127
Gráfico 45 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo,
no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396..................................................128
Gráfico 46 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto
dos dados das canas queimadas amostradas em 2005............................................129
Gráfico 47 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB835089.....................................................130
Gráfico 48 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade SP81-3250 ....................................................131
Gráfico 49 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB855035.....................................................132
Gráfico 50 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB835054.....................................................133
Gráfico 51 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade SP79-1011 ....................................................134
Gráfico 52 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396..................................................135
Gráfico 53 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo,
no conjunto dos dados das canas queimadas amostradas em 2005........................136
17
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Regressão linear dos valores de fibra obtidos pelo método da prensa
modificado (padrão) em função dos valores obtidos pelo método original
[Fmod = f(FT)] ...........................................................................................................69
Quadro 2 - Regressão linear do valor do brix do caldo extraído no final da prensagem
em função do brix do caldo extraído em toda a prensagem [BCEFP = f(BCE)],
no conjunto completo dos dados ................................................................................71
Quadro 3 - Regressão linear do valor do brix do caldo extraído no final da prensagem em
função do brix do caldo extraído em toda a prensagem [BCEFP = f(BCE)],
no conjunto dos dados da variedade RB835089.........................................................72
Quadro 4 - Regressão linear do valor do brix do caldo extraído no final da prensagem em
função do brix do caldo extraído em toda a prensagem [BCEFP = f(BCE)],
no conjunto dos dados da variedade SP81-3250 ........................................................73
Quadro 5 - Regressão linear do valor do brix do caldo extraído no final da prensagem em
função do brix do caldo extraído em toda a prensagem [BCEFP = f(BCE)],
no conjunto dos dados da variedade RB855035.........................................................74
Quadro 6 - Regressão linear do valor do brix do caldo extraído no final da prensagem em
função do brix do caldo extraído em toda a prensagem [BCEFP = f(BCE)],
no conjunto dos dados da variedade RB835054.........................................................75
Quadro 7 - Regressão linear do valor do brix do caldo extraído no final da prensagem em
função do brix do caldo extraído em toda a prensagem [BCEFP = f(BCE)],
no conjunto dos dados da variedade SP79-1011 ........................................................76
Quadro 8 - Regressão linear do valor do brix do caldo extraído no final da prensagem em
função do brix do caldo extraído em toda a prensagem [BCEFP = f(BCE)],
no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396......................................................77
Quadro 9 - Regressão linear do valor do brix do caldo extraído no final da prensagem em
função do brix do caldo extraído em toda a prensagem [BCEFP = f(BCE)],
no conjunto dos dados das canas queimadas amostradas em 2005............................78
Quadro 10 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido,
no conjunto completo de dados ................................................................................79
18
Quadro 11 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo,
no conjunto completo dos dados...............................................................................80
Quadro 12 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo,
no conjunto completo dos dados...............................................................................81
Quadro 13 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pureza do caldo,
no conjunto completo dos dados...............................................................................82
Quadro 14 - Correlação entre os teores de fibra da cana e de açúcares redutores no caldo,
no conjunto completo dos dados...............................................................................83
Quadro 15 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido,
no conjunto dos dados da variedade RB835089.......................................................85
Quadro 16 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido,
no conjunto dos dados da variedade SP81-3250 ......................................................86
Quadro 17 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido,
no conjunto dos dados da variedade RB855035.......................................................86
Quadro 18 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido,
no conjunto dos dados da variedade RB835054.......................................................87
Quadro 19 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido,
no conjunto dos dados da variedade SP79-1011 ......................................................88
Quadro 20 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido,
no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396....................................................89
Quadro 21 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido,
no conjunto dos dados das canas queimadas amostradas em 2005 ..........................90
Quadro 22 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB835089.......................................................91
Quadro 23 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB835089.......................................................92
Quadro 24 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade SP81-3250 ......................................................93
Quadro 25 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo,
no conjunto dos dados da variedade SP81-3250 ......................................................94
19
Quadro 26 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB855035.......................................................95
Quadro 27 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB855035.......................................................96
Quadro 28 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB835054.......................................................97
Quadro 29 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB835054.......................................................98
Quadro 30 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade SP79-1011 ......................................................99
Quadro 31 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo,
no conjunto dos dados da variedade SP79-1011 ....................................................100
Quadro 32 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396..................................................101
Quadro 33 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo,
no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396..................................................102
Quadro 34 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto
dos dados das canas queimadas amostradas em 2005............................................103
Quadro 35 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto
dos dados das canas queimadas amostradas em 2005............................................104
Quadro 36 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana, com
o método da prensa modificado (padrão), no conjunto completo dos dados..........108
Quadro 37 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana, com
o método da prensa modificado (padrão), no conjunto dos dados das canas
cruas amostradas em 2004......................................................................................109
Quadro 38 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana, com
o método da prensa modificado (padrão), no conjunto dos dados das canas
queimadas amostradas em 2005 .............................................................................110
Quadro 39 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana,
com o método da prensa modificado (padrão), no conjunto
dos dados da variedade RB835089.........................................................................111
20
Quadro 40 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana,
com o método da prensa modificado (padrão),
no conjunto dos dados da variedade SP81-3250 ....................................................112
Quadro 41 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana,
com o método da prensa modificado (padrão),
no conjunto dos dados da variedade RB855035.....................................................113
Quadro 42 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana,
com o método da prensa modificado (padrão),
no conjunto dos dados da variedade RB835054.....................................................114
Quadro 43 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana,
com o método da prensa modificado (padrão),
no conjunto dos dados da variedade SP79-1011 ....................................................115
Quadro 44 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana,
com o método da prensa modificado (padrão),
no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396..................................................116
Quadro 45 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo,
no conjunto completo dos dados.............................................................................118
Quadro 46 - Correlação entre o teor de AR e a pol do caldo,
no conjunto completo dos dados.............................................................................119
Quadro 47 - Correlação entre o teor de AR e o brix do caldo,
no conjunto completo dos dados.............................................................................120
Quadro 48 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo,
no conjunto completo dos dados.............................................................................121
Quadro 49 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB835089.....................................................123
Quadro 50 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo,
no conjunto dos dados da variedade SP81-3250 ....................................................123
Quadro 51 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB855035.....................................................124
Quadro 52 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB835054.....................................................125
21
Quadro 53 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo,
no conjunto dos dados da variedade SP79-1011 ....................................................126
Quadro 54 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo,
no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396..................................................127
Quadro 55 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo,
no conjunto dos dados das canas queimadas amostradas em 2005........................128
Quadro 56 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB835089.....................................................129
Quadro 57 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade SP81-3250 ....................................................130
Quadro 58 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB855035.....................................................131
Quadro 59 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade RB835054.....................................................132
Quadro 60 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade SP79-1011 ....................................................133
Quadro 61 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo,
no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396..................................................134
Quadro 62 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo,
no conjunto dos dados das canas queimadas amostradas em 2005........................135
Quadro 63 - Comparações do método de estimativa do teor de AR no caldo de cana através
de equação de regressão AR = f(Pureza) [eq. (33)], com o método padrão
(Lane e Eynon), no conjunto completo e nos vários subconjuntos dos dados........138
Quadro 64 - Comparações do método de estimativa do teor de AR no caldo de cana através
de equação de regressão AR = f(Brix - Pol) [eq. (34)], com o método padrão
(Lane e Eynon), no conjunto completo e nos vários subconjuntos dos dados........139
Quadro 65 - Comparações da equação antiga do CONSECANA para estimativa do
teor de AR no caldo de cana, com o método padrão (Lane e Eynon),
no conjunto completo e nos vários subconjuntos dos dados ..................................140
22
Quadro 66 - Comparações da equação do CONSECANA atualmente empregada
para estimativa do teor de AR no caldo de cana, com o método padrão
(Lane e Eynon), no conjunto completo e nos vários subconjuntos dos dados........141
23
RESUMO
Estudo comparativo dos métodos de determinação e de estimativa dos teores
de fibra e de açúcares redutores em cana-de-açúcar (Saccharum spp.)
O objetivo desse trabalho foi estudar os métodos de determinação e de estimativa dos
teores de fibra da cana-de-açúcar (Saccharum spp.) e de açúcares redutores no caldo de cana,
análises de fundamental importância para o cálculo do teor de açúcar total recuperável (ATR),
que é o parâmetro que rege o sistema atual de pagamento de cana do CONSECANA. Quanto ao
teor de fibra da cana, foi desenvolvido um novo método, modificado do método original da
prensa hidráulica, com o objetivo de corrigir o erro decorrente do uso do brix do caldo extraído
como estimativa do teor de sólidos solúveis do caldo não extraído na prensagem (caldo residual
no bagaço). Esse novo método diferiu significativamente do original, porém correlacionou-se
muito bem com este, devido ao fato do brix do caldo extraído no final da prensagem (valor
empregado no método modificado) correlacionar-se, com ajuste excelente, com o brix do caldo
extraído em toda a prensagem (valor empregado no método original). Por isso, mesmo quando
não é feita a medida do brix do caldo extraído no final da prensagem, é possível obter um valor
de fibra mais próximo do real através de uma equação de regressão linear que correlaciona o
método modificado com o original. Foram também testadas as correlações do teor de fibra da
cana com o peso do bolo úmido (PBU) resultante da prensagem, a 250 kgf/cm
2
, de 500 g de cana
desfibrada e homogeneizada; e as correlações do teor de fibra da cana com brix, pol, pureza e AR
do caldo. Os parâmetros que melhor se correlacionaram com o teor de fibra da cana foram o brix
e a pol do caldo; e os que apresentaram correlação mais fraca foram AR do caldo e PBU. Foram
testados também, por regressão linear, os vários métodos possíveis de serem usados para
estimativa do teor de fibra da cana. Entre as equações que correlacionam fibra com PBU (atual e
antiga do CONSECANA, e a equação elaborada com os dados deste trabalho), a que melhor
estimou o teor de fibra da cana foi a equação atual do CONSECANA. Foram testadas as
correlações do teor de AR do caldo com pol, brix, pureza e com a diferença brix – pol do caldo,
sendo que o parâmetro que melhor se correlacionou com AR foi a pureza, ratificando a
metodologia atual do CONSECANA, que emprega esse parâmetro nas suas equações para
estimativa do teor de AR no caldo. Entre as equações do CONSECANA, a antiga forneceu uma
estimativa do teor de AR bem mais exata do que a equação atual, a qual subestimou-os. No que
tange ao teor de fibra, a possibilidade de estimá-lo com base em brix ou em pol resulta na
possibilidade de se tabelar o teor de ATR na cana em função do brix ou da pol, atendendo à
grande demanda dos fornecedores de cana pela maior simplicidade no sistema de pagamento.
Palavras-chave: Cana-de-açúcar; Fibra; Açúcares redutores; Pagamento de cana; CONSECANA;
métodos analíticos.
25
ABSTRACT
Comparative study of methods for determination and estimation of
fiber and reducing sugars in sugarcane (Saccharum spp.)
The objective of the present work was to study the methods of determination and
estimation of fiber in sugarcane (Saccharum spp.) and reducing sugars (RS) in sugarcane juice.
These are the most important analyses to calculate the Recoverable Total Sugar (RTS) which is
the parameter that conducts the current system for sugarcane payment of the CONSECANA.
Concerning the fiber content of sugarcane, a new method, modified from the original method of
the hydraulical press, was developed with the objective of correcting the error resultant of the use
of the brix of the extracted juice to estimate the content of soluble solids of the juice not extracted
during the pressing (residual juice in the bagasse). This new method differed significantly from
the original one. However it presented an accurate correlation with the original method because
the brix of the juice extracted at the end of pressing (value took in account in the modified
method) presented an excellent adjust of correlation with the brix of the juice extracted during the
whole pressing (value took in account in the original method). So, even when the brix of the juice
extracted at the end of pressing is not measured, it is possible to get a value of fiber content
representative of the real one using an equation of linear regression that correlates the method
modified with the original one. Correlations between sugarcane fiber and residual bagasse weight
(RBW) resultant of pressing, at 250 kgf/cm
2
, 500 g of sugarcane sample prepared according to
the CONSECANA procedures were tested. Correlations between sugarcane fiber and brix, pol,
purity or AR of the sugarcane juice were also tested. The parameters that presented the best
correlation with sugarcane fiber were brix and pol of sugarcane juice. The parameters RS and
RBW did not present good adjusts of correlation with fiber. Using linear regression analyses
some possible methods of estimation of fiber content were tested. Among the equations
correlating fiber with RBW (CONSECANA’s current and precedent, and the equation elaborated
based on the data of this work), the one that best estimated the sugarcane fiber was the
CONSECANA’s current one. Correlations between RS and pol, brix, purity or the difference brix
- pol, were also analysed. The parameter that presented the best correlation with RS was purity of
sugarcane juice, which is the parameter of CONSECANA’s equation to estimate the RS content
in sugarcane juice. CONSECANA’s precedent equation presented a more accurate estimation of
RS content than the equation currently in use. CONSECANA’s current equation underestimated
the values of RS. As regarding to fiber content, the possibility of estimating it based on brix or
pol might result in tables of correlation between RTS and brix or pol. This would simplify the
system for sugarcane payment and so satisfy the sugarcane suppliers.
Keywords: Sugarcane; Fiber; Reducing Sugars; Payment of Sugarcane; CONSECANA;
analytical methods.
27
1 INTRODUÇÃO
O sistema de pagamento de cana baseado no teor de sacarose foi oficializado em
1978 no Estado de Alagoas, e em 1983 no de São Paulo (VALSECHI et al., 1983). Antes disso,
o pagamento era feito com base em peso de colmo, o mais antigo e, segundo Valsechi (1968), o
mais deficiente entre os critérios adotados em todo o mundo açucareiro.
Atualmente, o pagamento é baseado, conforme estabelece o Conselho dos Produtores
de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (CONSECANA) em quilogramas
de açúcar total recuperável (ATR). Este critério, empregado atualmente apenas no Brasil, é,
evidentemente, mais racional do que os anteriores, já que os açúcares redutores servem para a
produção de álcool.
A grande vantagem de se ter um sistema de pagamento de cana em função de sua
qualidade, baseado no peso de açúcares contido na cana entregue, tanto no sistema antigo do IAA
(pagamento de cana pelo teor de sacarose) quanto no atual do CONSECANA (pagamento por
quilogramas de ATR), é recompensar os produtores quando estes entregam canas mais ricas,
estimulando-os, deste modo, a buscarem produzir matéria-prima de boa qualidade, preconizando
não apenas a produtividade de colmos por ha. Os melhores critérios para pagamento de cana são,
pois, aqueles baseados em peso de açúcar, os quais têm a propriedade de estimular os produtores
a buscarem produzir cana de boa qualidade.
O teor de fibra é parâmetro fundamental no cálculo do ATR pelo seu envolvimento
na transformação da Pol e do AR do caldo extraído em Pol e AR da cana (PC e ARC), conforme
será detalhadamente exposto no item 2.2.3.1.3 deste trabalho. Além disso, essa determinação é
importante para as usinas saberem qual a quantidade de bagaço de que dispõem. O bagaço é
queimado nas caldeiras para produzir vapor, o qual, além de ser usado em vários processos
industriais, por exemplo aquecimento e concentração do caldo por evaporação, é também
empregado para geração de energia elétrica, com potencial de gerá-la em quantidade superior à
demandada pela própria indústria. Isso possibilita a chamada “cogeração”, isto é, a venda de
energia elétrica como subproduto. Atualmente, são várias as usinas que vendem energia, e este
tipo de mercado tem grande potencial de crescer nos próximos anos. Em vista disso, redobra-se a
importância da fibra da cana.
28
O teor de fibra pode ser determinado analiticamente pelo método de Tanimoto
1
(1964) (também chamado “método da prensa hidráulica”) (CALDAS, 1998) ou pelo método do
digestor, descrito pela Cooperativa Central dos Produtores de Açúcar e Álcool do Estado de São
Paulo (COPERSUCAR, 1978), e por Duarte (1981). Com fins de pagamento de cana, o
CONSECANA (2003) estabelece a possibilidade de determinação analítica da fibra pelo método
da prensa, ou de este teor ser estimado através de uma equação de regressão linear que o
correlaciona com o peso do resíduo úmido resultante da prensagem, a 250 kgf/cm
2
por 1 minuto,
de 500 g de amostra de cana desfibrada e homogeneizada. Na grande maioria dos casos, as usinas
e destilarias usam a fórmula do CONSECANA, pois a secagem demanda muito tempo com as
amostras na estufa. Já o método do digestor, além de não ser previsto pela atual legislação, é
muito mais demorado, mais trabalhoso e, segundo Leme Filho et al. (2003), menos preciso que o
da prensa. Desta forma, dada a grande quantidade de amostras de cana a analisar nas usinas,
torna-se muito difícil (geralmente inviável) o uso de métodos analíticos para determinação da
fibra, com fins de cálculo de ATR para pagamento de cana.
Quanto aos açúcares redutores, os quais representam parte significativa, embora
pequena se comparada com a sacarose, dos açúcares recuperáveis, seu teor no caldo pode ser
determinado analiticamente pelo método de Lane e Eynon
2
(1934). Porém, tal como ocorre com o
teor de fibra, na grande maioria dos casos, as unidades industriais não têm viabilidade de realizar
a determinação analítica do teor de AR no caldo de todas as amostras de cana analisadas com fins
de pagamento. Por isso, o CONSECANA (2003) estabelece a possibilidade de o teor de AR a ser
empregado no cálculo do ATR ser determinado analiticamente pelo método de Lane e Eynon, ou
ser estimado através de uma fórmula que o correlaciona com a pureza do caldo. A adoção dessa
equação tem por objetivo simplificar e facilitar a determinação dos AR, eliminando a necessidade
de fazê-la através de método analítico. Esta correlação fundamenta-se no fato de que brix, pol,
AR e pureza variam conforme o estádio de maturação da cana (quanto mais madura a cana,
maiores serão o brix, a pol e a pureza, e menores os AR).
Assim, a padronização da metodologia para determinação de fibra e de açúcares
redutores é necessária como forma de respaldar a adoção das equações, fornecendo ao
CONSECANA fundamentos científicos para possíveis alterações que eventualmente venham a
1
TANIMOTO, T. The press method of cane analysis. Honolulu: Hawaiians Planter’s Record. 1964. p. 133-150.
2
LANE, J. H.; EYNON, L. Determination of reducing sugars by Fehling solution with methylene blue
indicator. London: Norman Rodge. 1934. 8 p.
29
ser feitas com objetivo de melhorar ou agilizar os procedimentos ligados à compra de matéria-
prima pelas usinas e destilarias. O CONSECANA (2003), define como uma de suas “obrigações”
padronizar a melhor metodologia de análises da cana-de-açúcar.
Recentemente, ocorreram várias críticas ao sistema atual de remuneração da cana-de-
açúcar. Por exemplo, Rodrigues
3
(2004 apud MINISTRO ..., 2004), afirmou que está faltando
transparência ao sistema. Brandão
4
(2004 apud MINISTRO ...,2004), afirma que o sistema é
bom, mas apresenta algumas distorções. Já Ortolan
5
(2004 apud MINISTRO ..., 2004),
corroborando com a posição de Rodrigues, afirmou que grande parte das críticas dos
fornecedores contra o sistema, muitas das quais afirmando ser este “errado”, decorrem do fato de
que a maioria deles não entende o sistema e se assusta, principalmente quando tem que devolver
o dinheiro que recebera antecipadamente. Isso ocorreu, por exemplo, na safra 2003/04, em cujos
últimos meses houve uma queda na curva de comercialização e os preços dos produtos da cana
caíram sensivelmente, levando à necessidade de correção dos preços pagos pelo kg de ATR. Por
isso, ainda segundo Ortolan
6
(2004 apud MINISTRO ..., 2004), busca-se uma forma de tornar o
sistema mais transparente e de mais fácil assimilação.
Diante desta situação, é importante frisar que, se houver a possibilidade de o teor de
ATR na cana ser calculado por algum método alternativo, mais simples e não menos exato do que
o atual (ou quiçá mais exato do que o mesmo), o desenvolvimento e o teste deste método de
cálculo são altamente desejáveis para o setor.
O sistema CONSECANA foi elaborado de comum acordo entre industriais e
fornecedores e apresenta uma fórmula que demora em refletir a realidade, ou seja, altas ou baixas
nos preços dos produtos demoram alguns meses a refletir no preço da cana. Os fornecedores não
têm essa percepção do sistema, por isso acham que estão perdendo. Preferem um método mais
rápido, que lhes permita saber o quanto irão receber (ZANCANER
7
, 2004 apud PAIVA, 2004).
Fernandes
8
(2004 apud PAIVA, 2004) considera correto o índice de eficiência da
indústria em torno de 88%. O problema, segundo ele, pode estar na distorção do custo de
produção da cana.
3
RODRIGUES, R. Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
4
BRANDÃO, P. Presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Região de Jaú.
5
ORTOLAN, M. Presidente da Organização dos Produtores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (ORPLANA).
6
Idem.
7
ZANCANER, L. G. Presidente da Usinas e Destilarias do Oeste Paulista (UDOP).
8
FERNANDES, L. S. Diretor-superintendente da Usina Cerradinho, de Catanduva - SP.
30
Outro problema sério que acomete o sistema CONSECANA tal como este vem sendo
empregado atualmente diz respeito à distorção que ocorre quando a cana é entregue em época não
coincidente com o pico de maturação. No entanto, o próprio CONSECANA (2003), já apresenta
a possível solução a este problema: o Sistema de ATR Relativo, que será mais detalhadamente
explicado no item 2.2.3.3 deste trabalho.
Diante dos vários problemas atuais, é oportuno lembrar daquilo que, desde 1968, já
dizia Valsechi: o critério estabelecido “deve compreender processamentos os mais simples
possíveis e que, eliminando desconfianças e gerando progresso, possam dar a cada um o que lhe é
devido. Muitas dificuldades surgirão mas, a seu tempo, elas serão devidamente sanadas”
(VALSECHI, 1968, p. 13).
Mudanças muitíssimo provavelmente serão feitas no sistema, motivadas não só pelos
problemas que vêm sendo constatados, mas até porque o próprio CONSECANA declara-se
“sensível à necessidade da permanente atualização do seu sistema” (CONSECANA, 2002, p. 11).
Essa observação constitui um valioso estímulo às pesquisas na área, tanto na linha da definição
do preço do kg de ATR, quanto na dos métodos empregados na determinação do teor de ATR na
cana, sendo esta última a linha de pesquisa do presente trabalho, no qual foram testadas as
correlações do teor de AR no caldo com os seguintes parâmetros: pureza, pol e brix (parâmetros
ligados à maturação), e a diferença brix - pol (a qual pode, teoricamente, apresentar boa
correlação com o teor de AR, pelo fato de os açúcares representarem a maior parte da
constituição da fração sólidos solúveis do caldo de cana); e as correlações do teor de fibra da cana
com PBU e com os parâmetros ligados à maturação (pol, pureza, brix e AR). Tudo isso foi feito
com o objetivo de testar a hipótese de existir algum parâmetro mais adequado do que os
utilizados atualmente para estimar os teores de fibra da cana e de açúcares redutores no caldo.
31
2 Desenvolvimento
2.1 Objetivos
Padronizar as metodologias, empregadas nas análises com fins de pagamento de cana, de
estimativa dos teores de fibra da cana e de açúcares redutores no caldo, através de um
estudo comparativo entre os métodos estimativos (tanto os atualmente em uso quanto
aqueles possíveis de serem desenvolvidos através da correlação dos teores de AR e de
fibra com vários outros parâmetros) e os métodos analíticos, sendo estes tomados como
padrão.
Desenvolver uma adaptação do método da prensa hidráulica para determinação analítica
do teor de fibra da cana (TANIMOTO
9
, 1964), com objetivo de torná-lo mais exato.
Verificar se é ou não significativo o erro decorrente do fato de, no método da prensa
hidráulica, o brix do caldo extraído ser usado para corrigir a participação dos sólidos
solúveis do caldo não extraído no peso do resíduo seco. Comparar os dados de fibra
obtidos através do método da prensa hidráulica com aqueles obtidos através do método
modificado, sendo este tomado como padrão.
9
TANIMOTO, T. The press method of cane analysis. Honolulu: Hawaiians Planter’s Record. 1964. p. 133-150.
32
2.2 Revisão de Literatura
2.2.1 Importância da cana-de-açúcar na economia, ao longo da História do Brasil
A cana-de-açúcar teve sua origem na Nova Guiné, onde sua existência era tida como
em estado de planta silvestre e ornamental. De Nova Guiné, disseminou-se em várias linhas do
sul do Oceano Pacífico, na Indochina, no Arquipélago da Malásia e em Bengala, sendo certo o
seu aparecimento como planta produtora de açúcar na Índia. Os persas parecem ter sido os
primeiros a desenvolverem as técnicas de produção de açúcar na forma cristalizada, tal como
atualmente se conhece. (DELGADO e CÉSAR, 1977). A “domesticação” da cana na Nova
Guiné, segundo Horii (2004), teria sido realizada cerca de 8.000 anos antes de Cristo por
horticultores neolíticos.
Da Pérsia, a cana foi levada pelos árabes para a Espanha, Sicília, Marrocos, Egito e
outras regiões mediterrâneas. No século XV, os portugueses e os espanhóis a introduziram na
Ilha da Madeira, Canárias, Cabo Verde e São Tomé, e na África Ocidental. Na América
Espanhola, foi introduzida em 1493 por Cristóvão Colombo, por ocasião de sua segunda viagem
(BAYMA, 1974).
Com o apoio oficial do Rei D. João III, as primeiras mudas de cana plantadas no
Brasil foram trazidas da Ilha da Madeira por Martim Afonso de Souza, em 1532. Os 3 primeiros
engenhos do Brasil foram construídos nas cercanias da atual cidade de Santos. O primeiro, em
1532, por Pero Luiz de Góes; o segundo pela família Adorno em 1533 e o terceiro por Martim
Afonso de Souza, em 1534 (BERNARDES e CÂMARA, 2001).
Em 1643, a produção brasileira de açúcar era de cerca de 75.000 toneladas por ano.
Até quase o final do século XVIII, o Brasil foi o maior produtor de açúcar do mundo. Nesta
época, espanhóis e holandeses começaram a produzir açúcar em suas colônias no Caribe. Mas no
começo do século XIX, com o declínio da mineração, a indústria açucareira voltou a crescer em
importância. No século XX, a produção brasileira teve um grande estímulo por ocasião da I
Guerra Mundial, devido à destruição da indústria européia de açúcar de beterraba (BERNARDES
e CÂMARA, 2001).
Em 1931, foi criada a Comissão de Defesa da Produção de Açúcar (CDPA), com a
finalidade de comprar os excedentes de produção e manter o preço fixo. Em 1933, a CDPA foi
33
extinta e foi criado o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), como órgão controlador da
produção, comercialização e distribuição da indústria açucareira e alcooleira do Brasil
(BERNARDES e CÂMARA, 2001).
Em 1973, iniciou-se uma grave crise energética quando os países da OPEP
começaram a aumentar o preço do barril de petróleo. O barril de petróleo, que em janeiro de 1973
custava US$ 3,00, chegou a US$ 13,00 em janeiro de 1974, a US$ 34,00 em 1981 e a US$ 50,00
em 2004. Tal situação desencadeou, no Brasil, um esforço em aumentar a extração nacional de
petróleo, bem como a busca por fontes alternativas de energia. As fontes alternativas
tecnicamente possíveis são estas: álcool, principalmente etanol, em substituição à gasolina; e
óleos vegetais em substituição ao diesel. Dentro deste contexto, foi criado o Programa Nacional
do Álcool (PROÁLCOOL) em 1975 (BERNARDES e CÂMARA, 2001).
Na primeira fase do PROÁLCOOL, de 1975 a 1979, a produção de álcool era
realizada em destilarias anexas às usinas. Em 1979, iniciou-se também a produção em destilarias
autônomas. Mas só em 1980 foi que a indústria automobilística brasileira iniciou a produção de
veículos movidos a álcool hidratado. Na safra de 1979/80, a produção brasileira de álcool foi de
3,4 bilhões de litros. Na safra 1985/86, alcançou 11,1 bilhões (BERNARDES e CÂMARA,
2001).
Atualmente, devido ao altíssimo preço da gasolina, tem sido observado um
progressivo aumento da demanda por álcool, tanto no mercado interno quanto no externo. Os
veículos “flex fuel”, em apenas um ano de existência, já respondiam por 19 % do mercado, e a
expectativa é a de que, nos próximos anos, 100 % dos veículos leves fabricados venham a ser flex
fuel (O FLEX ..., 2004).
Além disso, é crescente o comércio internacional de álcool, no qual um dos principais
consumidores é o Japão, país que, recentemente, aprovou uma lei determinando a adição de 3 %
de álcool anidro à gasolina. Com essa decisão, o governo japonês lançou-se à procura do mercado
internacional de álcool, que tem no Brasil uma liderança natural. Estima-se que a demanda inicial
do programa japonês será de 1,8 bilhão de litros de álcool. Segundo Carvalho (2003 apud
SETTO, 2003), trata-se de um grande programa, que precisa ser tratado com responsabilidade,
porque será preciso produzir para um mercado certo. Em uma segunda fase do projeto japonês, o
índice de adição de álcool à gasolina deve chegar a 10 %, o que geraria um consumo de 5 bilhões
de litros. Representantes do governo japonês estiveram no Brasil, na primeira semana de
34
setembro de 2003, para tratar do programa com o governo brasileiro. Mascarim (2003 apud
SETTO, 2003), afirmou, em setembro de 2003, que, para atingir a demanda de álcool exigida
pelo Japão, o Brasil terá que construir algumas dezenas de novas usinas nos próximos 4 anos.
Confirmando esta estimativa, em setembro de 2004, a Revista Idea News noticiou que grandes
investimentos estão sendo feitos em novas unidades produtoras. Segundo a mesma reportagem,
levantamento feito pelas entidades sucroalcooleiras aponta que há cerca de 40 novos projetos de
usinas pelo país e até 2007 todas devem estar em operação (REABERTA ..., 2004).
O embaixador japonês Takahiko Hurimira visitou Piracicaba - SP em novembro de
2005, em busca de garantias para a compra de álcool para o chamado “Proálcool Japonês”, e para
conhecer detalhes sobre a produção e saber das possibilidades de um fornecimento estável e
sustentável do produto. Segundo Hurimira (2005 apud EMBAIXADOR ..., 2005), o Japão tem
cerca de R$ 40 bilhões para investir na construção de usinas, campanhas, logística e que as
divisas desse investimento irão retornar, em grande parte, para o Japão, em forma de produtos.
Parte desse dinheiro será investido no Pólo Nacional de Biocombustíveis, em Piracicaba - SP
(EMBAIXADOR ..., 2005).
A fase de grande expansão em que se encontra o setor sucroalcooleiro é motivada
pela ótima recepção do mercado aos veículos flex fuel; pela afirmação do álcool como uma
alternativa energética viável perante as preocupações ambientais; pelas incertezas em relação ao
petróleo; pela quebra de safra em outros países; e pela vitória histórica na Organização Mundial
do Comércio (OMC) contra os subsídios da União Européia para a produção de açúcar
(REABERTA ..., 2004).
As Tabelas 1, 2 e 3, elaboradas com base em dados da União da Agroindústria
Canavieira de São Paulo (UNICA), apresentam, respectivamente, a evolução da produção
brasileira de cana-de-açúcar, açúcar e álcool, nas safras de 1990/01 a 2004/05; a produção de
álcool anidro e hidratado nas mesmas safras; e as exportações brasileiras de açúcar de janeiro de
1996 a julho de 2004.
35
Tabela 1 - Produção brasileira de cana-de-açúcar, açúcar e álcool, nas safras de 1990/91 a 2004/05.
Produção de cana-de-açúcar
(toneladas)
Produção de açúcar
(toneladas)
Produção de álcool
(anidro + hidratado) (m
3
)
Safra
São Paulo
Centro-
Sul
Brasil
São
Paulo
Centro-
Sul
Brasil
São
Paulo
Centro-
Sul
Brasil
90/91 131.814.535 170.194.659 222.429.160 3.471.138 4.508.828 7.365.344 7.766.944 9.707.850 11.515.151
91/92 137.281.277 179.030.917 229.222.243 4.567.305 5.834.689 8.604.321 8.619.674 10.967.301 12.716.180
92/93 136.562.226 176.218.363 223.382.793 4.998.092 6.188.421 9.318.490 7.925.783 10.064.193 11.694.758
93/94 143.832.064 183.914.181 218.336.005 5.597.020 7.067.690 9.332.896 8.279.295 10.371.812 11.284.726
94/95 148.941.517 196.083.649 240.712.907 6.683.509 8.491.838 11.703.315 8.696.357 11.135.498 12.685.111
95/96 152.097.970 204.414.035 251.827.212 7.244.093 9.315.455 12.653.029 8.121.772 10.855.546 12.589.765
96/97 170.424.122 231.604.080 287.809.852 7.925.672 10.474.538 13.659.380 8.976.593 12.106.258 14.372.351
97/98 180.596.909 248.775.438 303.057.415 8.704.938 11.354.475 14.880.691 9.496.528 13.254.513 15.399.449
98/99 199.521.253 269.781.330 314.922.522 11.787.753 15.160.279 17.942.109 9.038.651 12.237.362 13.868.578
99/00 194.234.474 263.948.899 306.965.623 13.091.378 16.900.182 19.387.515 8.492.368 11.653.712 13.021.804
00/01 148.256.436 207.099.057 257.622.017 9.675.481 12.635.941 16.248.705 6.439.113 9.064.364 10.593.035
01/02 176.574.250 244.218.084 293.050.543 12.350.253 15.972.162 19.218.011 7.134.529 10.176.290 11.536.034
02/03 192.486.643 270.406.693 320.650.076 14.347.908 18.778.055 22.567.260 7.690.689 11.152.084 12.623.225
03/04 207.810.964 296.167.696 356.362.664 15.171.854 20.420.477 24.925.793 8.828.353 13.068.637 14.808.705
04/05 230.310.237 328.727.155 383.245.199 16.516.346 22.106.547 26.515.086 9.103.940 13.587.838 15.275.246
Fonte: UNICA.
Tabela 2 - Produção brasileira de álcool anidro e hidratado, nas safras de 1990/91 a 2004/05.
Produção de álcool (m
3
)
Anidro Hidratado
Safra
São Paulo Centro-Sul Brasil São Paulo Centro-Sul Brasil
90/91 941.004 1.087.549 1.286.568 6.825.940 8.620.301 10.228.583
91/92 1.526.064 1.801.670 1.986.791 7.093.610 9.165.631 10.729.389
92/93 1.713.774 1.937.718 2.216.389 6.212.009 8.126.475 9.478.369
93/94 2.156.804 2.378.810 2.522.592 6.122.491 7.993.002 8.762.134
94/95 2.310.771 2.577.400 2.870.603 6.385.586 8.558.098 9.814.508
95/96 2.246.861 2.588.202 2.999.300 5.874.911 8.267.344 9.590.465
96/97 3.165.923 3.829.321 4.595.447 5.810.670 8.276.937 9.776.904
97/98 3.584.415 4.762.240 5.666.532 5.912.113 8.492.273 9.732.917
98/99 3.376.817 4.804.324 5.664.125 5.661.834 7.433.038 8.204.453
99/00 3.799.829 5.379.077 6.118.084 4.692.539 6.274.635 6.903.720
00/01 3.555.033 4.802.385 5.620.964 2.884.080 4.261.979 4.972.071
01/02 4.254.838 5.745.826 6.465.098 2.879.691 4.430.464 5.070.936
02/03 4.589.574 6.269.808 7.015.466 3.101.115 4.882.276 5.607.759
03/04 5.943.156 8.052.425 8.912.050 2.885.197 5.016.212 5.896.655
04/05 5.320.973 7.331.378 8.216.326 3.782.967 6.256.460 7.058.920
Fonte: UNICA.
36
Tabela 3 - Exportações brasileiras de açúcar, de janeiro de 1996 a julho de 2004.
Exportações brasileiras de açúcar
Ano
Toneladas Preço médio (US$/t)
1996 5.420.630 297,29
1997 6.377.481 277,75
1998 8.372.599 231,81
1999 12.124.224 157,52
2000 6.506.359 184,3
2001 11.170.657 203,9
2002 13.367.822 156,62
2003 12.914.468 165,71
2004* 7.834.141 161,24
Fonte: UNICA.
Nota: Dados do ano de 2004 referem-se somente às exportações nos meses de janeiro a julho.
2.2.2 Histórico dos critérios para pagamento de cana
O estabelecimento de critérios para a compra de matérias-primas por uma
dada indústria, seja ela de extração ou de transformação, assume caráter de máxima
importância, tanto sob o ponto de vista de sua eficiência como da sua rentabilidade.
Sob este aspecto, um dos critérios mais racionais é aquele que, além de
considerar as qualidades inerentes à matéria-prima, tem por base precípua o teor da
substância objeto de extração ou de transformação, naquela matéria-prima.
(VALSECHI, 1968, p. 3).
Segundo Valsechi (1968), didática e teoricamente, os possíveis critérios para
pagamento de cana podem ser classificados em dois grupos: critério baseado em peso de colmo; e
critério baseado em peso de açúcar.
2.2.2.1 O pagamento de cana baseado em peso de colmo
Entre os critérios para pagamento de cana, o mais simples e o mais antigo é aquele
baseado em peso de colmo, o qual é também, segundo Valsechi (1968), o mais deficiente, com
inúmeros inconvenientes, uma vez que não considera o teor de açúcar na cana. Ao vender cana
por este critério, ao fornecedor interessa apenas entregar à usina “peso de matéria-prima”, não se
importando absolutamente com o “quantum” de açúcar a extrair e nem com a sua qualidade,
vendo estes problemas como sendo de exclusiva alçada do industrial. Certamente em decorrência
37
disso, o mesmo autor observa que, nos países em que este critério é adotado, dividem-se as
variedades de cana-de-açúcar cultivadas em dois grupos:
Variedades para fornecedores
: caracterizadas por grande rendimento em peso por unidade
de área, relativamente fáceis de cultivar, resistentes e pouco exigentes.
Variedades para usineiros
: ricas em sacarose e quase sempre difíceis de cultivar, por
serem pouco resistentes e bastante exigentes em clima, solo, adubações, condições
sanitárias, etc.
No Brasil, a Resolução nº 109/45 do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), através
do seu Artigo 1º, estabeleceu que o pagamento de cana aos fornecedores seja feito pelo peso da
cana e na correspondência com os preços do açúcar e do álcool, conforme se trate de cota para
extração do açúcar ou para a obtenção de álcool, e tendo por base o rendimento médio das
respectivas usinas (VALSECHI, 1968).
É interessante notar que esta Resolução, embora estabelecesse na época (1945) o
pagamento com base em peso de colmo, de certo modo levava em conta o teor de sacarose da
cana, pois, ainda que sem considerar variações fenotípicas provenientes de fatores ambientais,
seu Artigo 10 estabelecia o agrupamento das canas cultivadas da seguinte forma:
Variedades de alto teor em sacarose e pureza
, quando seus índices de sacarose na cana e
de pureza no caldo fossem superiores, respectivamente, a 14% e a 85º.
Variedades de médio teor em sacarose e pureza
, quando aqueles índices estiverem entre
12,5 e 14% inclusive, para o teor de sacarose na cana, e entre 82 e 85º inclusive, para o
coeficiente de pureza do caldo.
Variedades de baixo teor em sacarose e pureza
, quando os índices respectivos estiverem
abaixo daqueles especificados para os limites inferiores das variedades de médio teor.
(VALSECHI, 1968).
E o Artigo 2º, pelo Parágrafo 1º, ainda da mesma Resolução, estabeleceu que as
usinas cujos rendimentos estiverem compreendidos no Padrão do Estado pagarão:
pelas canas de alto teor em sacarose e pureza, o valor da quantidade de açúcar
correspondente a 50% do rendimento estadual;
pelas canas de médio teor em sacarose e pureza, o valor da quantia de açúcar
correspondente a 47,5% do rendimento estadual; e
38
pelas canas de baixo rendimento em sacarose e pureza, o valor da quantia de açúcar
correspondente às seguintes porcentagens, sobre o rendimento médio estadual: safra de
1945/46: 47,5%; safra de 1946/47: 46,5%; safra de 1947/48: 45,0%. (VALSECHI, 1968).
Este mesmo Artigo 2º estabelecia, pelo Parágrafo 2º, acréscimos de valores a serem
pagos pelas usinas cujos rendimentos estivessem acima do padrão estadual; e, pelo Parágrafo 3º,
descontos para aquelas cujos rendimentos estivessem abaixo do mesmo (VALSECHI, 1968).
Percebe-se, portanto, que, ainda bem antes do estabelecimento, em 1978 em AL e em
1983 em SP, do critério para pagamento com base em peso de açúcar, a legislação do IAA já
considerava, desde 1945, o teor médio de sacarose e pureza das variedades (se bem que sem levar
em conta a influência de fatores ambientais e de manejo, e bem antes de se iniciarem os
processos analíticos para efeito de pagamento); o rendimento da unidade industrial que compra a
cana, em relação a um padrão estadual; e os preços de açúcar e álcool, conforme se destine a
matéria prima à extração de açúcar ou à produção de álcool. Todos esses princípios, embora os
cálculos realizados atualmente sejam bem diferentes, são até hoje considerados na formação do
preço pago ao fornecedor por tonelada de cana entregue.
2.2.2.2 O pagamento de cana pelo teor de sacarose
A intenção de se implantar no Brasil o pagamento de cana pelo teor de sacarose
perdura desde 1965, através da Lei nº 4870 de 1/12/1965 (VALSECHI et al., 1983).
A Lei nº 4870 de 1/12/1965 estabeleceu critério técnico para pagamento da cana de
fornecedores, partindo do teor de sacarose e pureza do caldo, assegurando-se assim a maior
aproximação possível com a realidade na quantificação da matéria prima para produção do açúcar
contido na cana (MAIA, 1968). Ainda com relação a esta lei, é interessante notar como ela não
compreendia e nem pretendia se ater a processos estáticos, mas essencialmente dinâmicos,
capazes de corresponder cada vez mais às necessidades tanto de fornecedores como de usineiros
e, em última análise, do nosso país (VALSECHI, 1968). Esse princípio perdura até hoje, quando
o CONSECANA (2002) se declara sensível à necessidade da permanente atualização do seu
sistema.
39
Em 1978 oficializou-se a implantação desse sistema no Estado de Alagoas. Em 1983,
foi oficializado em São Paulo e em vários outros Estados, com a perspectiva de estender-se por
todo o país (VALSECHI et al., 1983).
A amostragem era feita tal como no sistema atual (a ser detalhado no item 2.2.3 do
presente trabalho), com a diferença de que não existia ainda a sonda oblíqua. O preparo das
amostras (desintegração e homogeneização) e a prensagem também eram idênticos ao sistema
atual. Após a prensagem, pesava-se o bolo úmido, sendo a fibra industrial (F) considerada
equivalente a 9,28 % do peso do bolo úmido, determinada portanto através da eq. (1)
(VALSECHI et al., 1983).
F = PBU x 0,0928 (1)
Do caldo extraído, analisavam-se o brix refratométrico, e a pol após clarificação com
subacetato de chumbo (sal de Horne) (obs: atualmente usam-se outros clarificantes, para evitar
contaminação ambiental pelo material descartado) (VALSECHI et al., 1983).
A pol da cana era calculada através da eq. (2).
Pol de cana = P
ex
x (1 - 0,01 x F) x C (2)
onde:
P
ex
= pol do caldo extraído
F = fibra industrial
C = fator de transformação da pol do caldo extraído em pol do caldo absoluto, então
considerado igual a 0,945 [obs: atualmente este fator é calculado em função do teor de fibra ou
do PBU, conforme eq. (14)]. (VALSECHI et al., 1983).
Para amostras com fibra industrial F > 12,57 %, a pol de cana era multiplicada pelo
fator “f”, resultando na pol de cana corrigida (PCC). O fator “f” era calculado pela eq. (3).
f = 1 - (F - 12,57) x 0,006 (3)
O valor da tonelada de cana era determinado através da eq. (4).
V =
PCCpadrão
PCCf
x f(P) x P
b
+ T (4)
onde:
V = valor final, exclusive taxas, de uma tonelada de cana posta na esteira da unidade
industrial
PCC
f
= pol de cana corrigida do fornecedor
40
PCC
padrão
= pol de cana corrigida padrão, fixada em 12,257 %
f(P) = fator que leva em conta a modificação da distribuição da sacarose entre o
açúcar e o melaço, quando a pureza difere da pureza padrão (83,87 %), determinado através da
eq. (5).
f(P) =
xPálcoolxxPaçúcar
xPálcoolxrrxPaçúcar
36,01346,08654,0
36,0)1(
+
+
(5)
onde r = recuperação de pol na seção de cozimento, para pureza diferente da pureza
padrão (83,87 %), calculada pela Fórmula de Noel Deer (SMJ) [eq. (6)].
r =
)
1
40
1(
45,59
45,99
Pza
x (6)
Pza = pureza do caldo extraído, e é calculada pela eq. (9).
P
açúcar
= preço líquido de 1 kg de açúcar cristal “standard”, a granel, de 99,3º de
polarização
P
álcool
= preço líquido de 1 L de álcool anidro carburante, a 99,3º INPM
P
b
= preço base na região de uma tonelada de cana no campo, exclusive taxas e
contribuições, conforme for estabelecido pelo Instituto do Açúcar e do Álcool
T = preço do transporte.
(VALSECHI et al., 1983).
2.2.3 Sistema atual de remuneração da cana-de-açúcar
O Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São
Paulo (CONSECANA) foi fundado em 07/06/1999 (CONSECANA, 2002).
Atualmente, o pagamento é baseado, conforme estabelece o CONSECANA (2003),
em quilogramas de açúcar total recuperável (ATR). Este critério, empregado atualmente apenas
no Brasil, é evidentemente mais racional do que o anterior, que levava em conta somente a
sacarose, já que os açúcares redutores (glicose e frutose) servem para a produção de álcool.
A determinação do valor a ser pago pelas usinas aos fornecedores de cana é feita
através da definição de dois parâmetros: quantidade de ATR (em kg) contido em toda a cana
entregue por cada fornecedor, e o preço do kg de ATR.
41
2.2.3.1 Determinação do teor de ATR na cana-de-açúcar
2.2.3.1.1 Amostragem, preparo das amostras e prensagem
Os caminhões carregados são pesados e em seguida amostrados (conforme norma do
CONSECANA, 2003) por sonda amostradora do tipo horizontal ou oblíquo. Se a sonda for do
tipo horizontal, a amostra será composta por três amostras simples, coletadas em vãos
consecutivos e a partir da primeira perfuração, não podendo haver coincidência no sentido
horizontal ou vertical. Se for do tipo oblíquo, a amostra poderá ser retirada em apenas um ponto
aleatório do carregamento. Qualquer que seja o tipo de sonda amostradora, o peso da amostra não
poderá ser inferior a 10 kg. Pretende-se, com essas normas, que a amostra seja representativa de
toda a cana contida no caminhão. Depois da amostragem, segue-se o descarregamento, após o
qual o caminhão vazio é pesado. Pela diferença entre o peso do caminhão carregado e vazio,
sabe-se quantas toneladas foram entregues. O número mínimo de amostras a ser coletado de cada
fornecedor e por fundo agrícola obedecerá ao critério apresentado na Tabela 4.
Tabela 4 - Número mínimo de unidades de transporte a serem amostradas, em função do número de unidades
entregues por dia pelo fornecedor.
Número de unidades de
transporte entregues/dia
Amostras/dia %
1 - 5 Todas 100,0
6 - 10 6 75,0
11 - 15 7 53,8
16 - 25 8 39,0
26 - 35 10 32,8
36 - 45 12 29,6
46 - 55 14 27,7
56 - 70 17 27,0
71 - 85 20 25,6
86 - 100 23 24,7
> 100 X 25,0
Fonte: CONSECANA (2003)
Nota: X = nº de unidades x 0,25
42
A amostra a ser analisada, resultante da mistura das amostras simples, deve ser
preparada em aparelho desintegrador, recolhida e homogeneizada em betoneira (CONSECANA,
2003).
A extração do caldo é feita através de uma prensagem, a 250 kgf/cm
2
por 1 minuto,
de 500 g de amostra de cana desfibrada e homogeneizada. Pesa-se o resíduo úmido (ou bolo
úmido) resultante dessa prensagem, e do caldo extraído analisam-se brix e pol, conforme as
metodologias descritas nos itens seguintes.
2.2.3.1.2 Análises do caldo extraído
A determinação do brix (percentual em massa de sólidos solúveis) é realizada em
refratômetro digital com correção automática de temperatura, com resolução máxima de 0,1
ºbrix, devendo o valor final ser expresso a 20 ºC (CONSECANA, 2003).
A pol (porcentagem em massa de sacarose aparente) é determinada usando-se como
clarificante uma mistura à base de alumínio, devendo a leitura sacarimétrica ser transformada
para a leitura equivalente em subacetato de chumbo, através da eq. (7).
LPb = 1,00621 x LAl + 0,05117 (7)
onde:
LPb = leitura sacarimétrica equivalente à de subacetato de chumbo
LAl = leitura sacarimétrica obtida com a mistura clarificante à base de alumínio.
A pol é calculada através da eq. (8).
Pol do caldo extraído =
..
26,0
em
xLPb
(8)
onde:
me = massa específica do caldo = 0,00431 x brix + 0,99367.
(CONSECANA, 2003).
A pureza do caldo é calculada através da eq. (9)
100x
brix
pol
Pza = (9)
(CONSECANA, 2003).
43
2.2.3.1.3 Cálculos
O ATR é calculado através da eq. (10).
ATR = 10 x PC x 1,0526 x (
100
1 PI
) + 10 x ARC x (
100
1 PI
) (10)
onde:
PC = pol da cana, que determina a quantidade de sacarose aparente na cana-de-
açúcar;
PI = perda industrial média dos açúcares contidos na cana em função dos processos
industriais e tecnológicos utilizados no Estado de São Paulo;
ARC = açúcares redutores da cana, que determina a quantidade conjunta de glicose e
frutose contida na cana;
1,0526
==
342
360
fator estequiométrico de transformação da sacarose em AR
(Pois massa da sacarose = 342; massa da glicose + massa da frutose = 360)
Atualmente, no Estado de SP, considera-se PI = 12 % = 0,12, valor que, substituído
na eq. (10), resulta na eq. (11).
ATR = 9,26288 x PC + 8,8 x ARC (11)
Os valores PC e ARC são calculados através das seguintes equações (12) e (13),
respectivamente.
PC = Pol do caldo x (1 - 0,01xF) x C (12)
ARC = AR do caldo x (1 - 0,01xF) x C (13)
onde:
F = teor de fibra (%) da cana
C = coeficiente de transformação da pol e AR do caldo extraído em pol e AR do
caldo absoluto, e é função do teor de fibra, calculado através da eq. (14).
C = 1,0313 - 0,00575 x F (14)
44
Com fins de pagamento de cana, o CONSECANA (2003) estabelece a possibilidade
de determinação analítica da fibra pelo método da prensa hidráulica (TANIMOTO
10
, 1964), ou de
este teor ser estimado através de uma equação de regressão linear que o correlaciona com o peso
do resíduo úmido resultante da prensagem, a 250 kgf/cm
2
por 1 minuto, de 500 g de amostra de
cana desfibrada e homogeneizada. Na grande maioria dos casos, as usinas e destilarias usam a
fórmula do CONSECANA [eq. (15)], pois a secagem demanda muito tempo com as amostras na
estufa, e o número de amostras a analisar é grande o suficiente para inviabilizar a determinação
analítica do teor de fibra.
Desde 2001, de acordo com a Circular nº 07/01 do CONSECANA (2001b), o teor de
fibra da cana é estimado através da eq. (15).
F = 0,08 x PBU + 0,8760 (15)
onde:
PBU = peso do bolo úmido resultante da prensagem, a 250 kgf/cm
2
por 1 minuto, de
500 g de amostra de cana desfibrada e homogeneizada.
Anteriormente, utilizava-se a eq. (16), de acordo com a Circular nº 03/01 do
CONSECANA (2001a).
F = 0,152 x PBU - 8,367 (16)
Através da mesma Circular nº 07/01, o CONSECANA (2001b) estabeleceu também a
equação a ser usada para estimativa dos açúcares redutores do caldo [eq. (17)].
AR = 3,6410 - 0,0343 x Pza (17)
onde:
Pza = pureza do caldo, dada pela eq. (9).
Anteriormente de acordo com a Circular nº 03/01 do CONSECANA (2001a), usava-
se a eq. (18).
AR = 9,9408 - 0,1049 x Pza (18)
Quanto ao teor de açúcares redutores (AR) no caldo, embora o CONSECANA (2003)
permita que as usinas facultativamente determinem esse teor pelo método de Lane & Eynon
11
(1934), essa prática muito raramente é empregada com fins de pagamento de cana, pois assim
como acontece com a fibra, a determinação analítica do teor de AR no caldo é inviável na grande
10
Idem.
11
LANE, J. H.; EYNON, L. Determination of reducing sugars by Fehling solution with methylene blue
indicator. London: Norman Rodge. 1934. 8 p.
45
maioria dos casos, por ser muito trabalhosa e demorada, e também por ser uma análise que deve
ser feita necessariamente por técnicos muito bem treinados e experientes, pois trata-se de uma
titulação realizada a quente, em Redutec ou em Erlenmeyer sobre bico de Bunsen, cujo ponto de
“viragem” torna-se relativamente difícil de ser visualizado, especialmente quando o teor de AR é
muito baixo, devido à necessidade do uso de caldo puro na bureta (a cor do próprio caldo
dificulta a visualização do ponto de “viragem”). Por essa razão, na grande maioria das análises
realizadas pelas usinas para efeito de pagamento de cana, o teor de AR é estimado através da eq.
(17) estabelecida pelo CONSECANA com base na correlação existente entre o teor de açúcares
redutores no caldo e outros parâmetros também ligados ao estádio de maturação da cana (como a
pureza, parâmetro em que se baseia a equação para estimativa de AR atualmente em uso).
2.2.3.2 Formação do preço do kg de ATR
No Sistema CONSECANA, o preço do kg de ATR é calculado com base nos
seguintes valores:
I - As quantidades, convertidas em kg de ATR, conforme os fatores estequiométricos
de conversão divulgados em circular do CONSECANA-SP, da produção total da unidade
industrial, de cada um desses produtos:
a) açúcar cristal especial (mercado interno) (AMI);
b) açúcar cristal especial e VHP (mercado externo) (AME);
c) álcool anidro residual (AAr);
d) álcool hidratado residual (AHr);
e) álcool anidro direto (AAd);
f) álcool hidratado direto (AHd).
II - Os preços médios (PM), convertidos em preço de ATR, praticados durante a
safra, de cada um desses produtos derivados de cana, divulgados em Circular do CONSECANA-
SP e arredondados com 2 casas decimais.
III - A participação média (P) do custo médio de reposição da matéria-prima, em
relação ao custo médio de reposição de cada produto acabado do item I (representada em formato
percentual e arredondada com 2 casas decimais), conforme divulgado em Circular do
CONSECANA-SP.
46
Para a determinação do preço, em reais, do kg de ATR da cana-de-açúcar entregue
pelo produtor (PATR), aplica-se a eq. (19).
PATR =
)...()()(
)](...)()[(001,0
AHdAMEAMI
AHdxPMxPAMExPMxPAMIxPMxPx
++
+
+
+
(19)
(CONSECANA, 2003).
A Tabela 5 apresenta os preços líquidos médios pagos pelo kg de ATR de maio a
outubro de 2005, segundo CONSECANA (2005).
Tabela 5 - Preços líquidos médios do kg de ATR, em R$/kg, obtidos nos meses de maio a outubro e acumulados até
outubro.
Preço Médio do kg de ATR
Mês
Mês Acumulado
Maio 0,2269 0,2269
Junho 0,2238 0,2254
Julho 0,2438 0,2313
Agosto 0,2488 0,2357
Setembro 0,2654 0,2414
Outubro 0,2869 0,2494
2.2.3.3 O Sistema de ATR Relativo
O Sistema CONSECANA, tal qual vem sendo empregado atualmente pela maioria
das unidades, apresenta um problema realmente sério quando a cana é entregue em épocas que
não correspondem ao pico de maturação, pois o modo como é definido o preço do kg de ATR não
corrige a diferença que o produtor ganharia caso entregasse a cana em seu ponto ótimo de
maturação. No entanto, o próprio CONSECANA (2003) sugere, como possível solução a este
problema, o Sistema de ATR Relativo, cuja adoção ou não fica a critério de cada Unidade
Industrial. O cálculo do ATR relativo é feito através da eq. (20).
ATRr = ATR1 + ATR2 - ATR3 (20)
onde:
47
ATRr = açúcar total recuperável (kg/t) relativo do fornecedor
ATR1 = açúcar total recuperável (kg/t) do fornecedor na quinzena
ATR2 = açúcar total recuperável (kg/t) dos fornecedores da unidade industrial na
safra (estimado)
ATR3 = açúcar total recuperável (kg/t) dos fornecedores da unidade industrial na
quinzena.
O ATR2 pode ser estimado pela média das últimas 3 a 5 safras da usina, calculada
com base na cana total processada. Os demais valores são obtidos quinzenalmente com os
resultados de análises e cálculos de médias ponderadas a partir da cana moída total. No final da
safra pode-se calcular o valor real do ATR dos fornecedores da unidade industrial e então fazer as
correções devidas se este foi maior ou menor que o estimado (CONSECANA, 2003).
Percebe-se que, com a adoção do Sistema de ATR Relativo, as usinas passam a pagar,
por cada kg de ATR efetivamente entregue por fornecedores nos períodos de início e final de
safra, tanto mais caro quanto a cana teria potencial de acumular mais açúcares caso fosse colhida
em seu ponto ótimo de maturação, o que não representa, ao contrário do que pode parecer à
primeira vista, prejuízo às usinas, por dois motivos: primeiro, porque enquanto a usina processa
cana de fornecedores, sua própria cana permanece no campo acumulando mais açúcares (no caso
da cana entregue em início de safra), ou é colhida antes que sua riqueza em açúcares decresça
(caso da cana entregue em final de safra); segundo, pela economia em transportes proporcionada
pela melhor distribuição da entrega de cana de fornecedores ao longo da safra.
2.2.3.3.1 Vantagens e desvantagens do Sistema de Pagamento Relativo
Segundo CONSECANA (2003), o Sistema de Pagamento relativo apresenta as
seguintes vantagens:
Manterá o mesmo valor para o ATR médio do fornecedor, independentemente da
distribuição da entrega de cana durante toda a safra.
O ATR da cana no início e final da safra serão maiores que o sistema convencional,
incentivando a entrega nestes períodos.
Os fornecedores terão como meta a elevação da média quinzenal de Pol%Cana e
Pureza do caldo e consequentemente do ATR, aumentando os valores médios da safra
e significará maior valor para a tonelada de cana.
48
Permitirá a entrega de cana de pequenos fornecedores em forma de pool, pela
indiferença do período de entrega.
Proporcionará a racionalização do sistema corte-carregamento-transporte do
fornecedor e da unidade industrial, pela maior flexibilidade na entrega de cana.
Reduzirá a estrutura para entrega de cana própria no início e final de safra, uma vez
que o fornecedor terá incentivos para entrega nestes períodos (CONSECANA, 2003, p.
111).
Segundo CONSECANA (2003), o Sistema de Pagamento Relativo apresenta as
seguintes desvantagens:
O fluxo de caixa de pagamento/recebimento de cana será alterado com maior
desembolso no início e final da safra e menor no período intermediário.
Ajustes finais somente serão possíveis após encerramento da safra, quando a qualidade
da cana dos fornecedores na safra em curso será conhecida. (CONSECANA, 2003, p.
112).
Concluindo, CONSECANA (2003) sugere que:
O sistema de Pagamento Relativo com PC e Pureza móvel apresenta vantagens sobre o
sistema atual de padrões fixos e pode corrigir as distorções existentes.
A elevação da média quinzenal aumentará o valor da média anual e por conseqüência o
valor a ser pago a todos os fornecedores.
Deve-se enfatizar que a competição individual perde o sentido, tornando-se primordial
que o conjunto de fornecedores entregue cana de melhor qualidade, quando todos
ganharão (CONSECANA, 2003, p. 112).
2.2.4 Composição dos colmos de cana-de-açúcar
A composição química e tecnológica da cana-de-açúcar varia em função de muitos
fatores, tais como variedade, espaçamento e perfilhamento, idade ou corte, estágio de maturação,
clima ao longo do ciclo, propriedades físicas (compactação) e químicas (fertilidade) do solo,
adubação, irrigação (água ou vinhaça), tratos culturais, fechamento, sanidade, brotação da
soqueira, florescimento e chochamento, entre outros (HORII, 2004).
Quanto às análises realizadas na cana com fins de pagamento, é importante ter em
mente que a matéria-prima que chega às usinas e, por conseguinte, as amostras analisadas, não
são constituídas somente por colmos, mas também por impurezas vegetais (restos de folhas, por
exemplo) e minerais (areia, silte e argila). Assim, o teor de fibra a ser determinado, portanto,
corresponde não apenas à celulose, pentosana, lignina e goma de cana (conforme Tabela 6), mas
sim à chamada “fibra industrial”, ou seja, a porcentagem da amostra que não é caldo absoluto.
49
Segundo COPERSUCAR (1978), fibra é a matéria seca, insolúvel em água, que está contida na
cana. Neste conceito industrial, a matéria-prima é considerada como sendo constituída por duas
partes: fibra e caldo absoluto; sendo este último constituído pela água e pelos sólidos solúveis
(açúcares e não açúcares) contidos na cana.
O teor de fibra é uma característica varietal de tal importância para a geração de
energia, que os fitomelhoristas praticamente descartam variedades obtidas que não superam
10,5% de fibra. Além do fator condicionante ambiental, os ambientais como solo, umidade, idade
ou corte, exercem grande influência na formação das partes moles (75% do colmo, com 8% do
fibra e 80% de caldo) e das partes duras (25% do colmo, com 75% de fibra e 75% do caldo)
(HORII, 2004).
O teor percentual, em massa,
de sólidos solúveis do caldo de cana é conhecido como
brix, e pode ser determinado por refratometria ou pela densidade.
Entre os sólidos solúveis destacam-se, em importância e em quantidade, os açúcares.
Entre estes, a glicose e a frutose, por apresentarem a propriedade de reduzir, em meio alcalino e a
quente, os íons cúpricos (Cu
+2
) a cuprosos (Cu
+1
), são conhecidos como açúcares redutores
(AR)
, e seu teor pode ser determinado através de vários métodos, por exemplo o de Lane e
Eynon.
Mas o açúcar mais abundante na cana é a
sacarose, cujo teor pode ser determinado de
duas formas:
Procedendo-se a determinação do teor de AR no caldo, em seguida invertendo-se a
sacarose através de tratamento ácido a quente, e determinando-se o teor de AR + sacarose
invertida, sendo este valor conhecido como
açúcares redutores totais (ART). Após a
determinação dos teores de AR e ART, o teor de sacarose pode ser calculado através da
eq. (21).
Sacarose = (ART - AR) x 0,95 (21)
Por polarimetria, técnica fundamentada na propriedade que a sacarose tem de desviar para
a esquerda o plano de vibração da luz polarizada. O teor percentual em massa de sacarose
no caldo de cana determinado por polarimetria chama-se
pol, e é na realidade uma medida
aparente, pois sofre interferência da glicose (dextrógera, assim como a sacarose) e da
frutose (levógera) presentes no caldo, no entanto muito próxima do teor real de sacarose,
já que os teores de glicose e de frutose são bem inferiores ao de sacarose.
50
A
pureza do caldo de cana corresponde ao valor percentual da participação da
sacarose na fração sólidos solúveis. Por isso, é obtida pela razão entre a pol e o brix, multiplicada
por 100, conforme a eq. (9).
O processo de maturação da cana consiste em um acúmulo de sacarose que ocorre
concomitantemente com uma redução do teor de AR e aumento da pureza. Leme Filho et al.
(2003) observaram que a umidade da cana diminui, e o teor de fibra aumenta, à medida em que
aumentam a pol, o brix e a pureza, e diminui o teor de AR; em outras palavras, à medida em que
a cana torna-se mais madura. Isso muitíssimo provavelmente se deve ao fato de que na região
Centro-Sul do Brasil a maturação é induzida por baixa temperatura e por estresse hídrico.
A Tabela 6 e a Figura 1 apresentam a composição dos colmos de cana-de-açúcar, de
acordo com diferentes autores, indicando as variações normais dos teores dos diferentes
constituintes dos colmos, bem como seus teores médios.
51
Tabela 6 - Composição química, em porcentagem, da cana madura, normal e sadia, segundo Leme Junior e Borges
(1965, apud DELGADO e CÉSAR, 1977).
52
Figura 1 - Composição dos colmos de cana-de-açúcar
(Fonte: BERNARDES e CÂMARA, 2001).
53
2.2.5 Estudo dos métodos de determinação e de estimativa dos teores de fibra da cana e de
açúcares redutores no caldo
Com o objetivo implantar um sistema de pagamento de cana na forma que melhor
consulte os interesses de fornecedores e compradores, em atenção à Lei nº 4870 de 1/12/1965, o
Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) lançou-se ao estudo de fórmulas e processos que levaram à
implantação definitiva do sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose (PCTS) (MAIA,
1968). Este estudo, pelo qual foi desenvolvida a equação que, enquanto vigorava o PCTS
regulamentado pelo IAA, era utilizada para estimar o teor de fibra correlacionando-o com o peso
do bolo úmido (PBU), foi realizado, segundo Valsechi
12
(2005), através de dados obtidos em
diversas épocas e em diferentes regiões e unidades do Estado de São Paulo. Porém não foram
publicados pois se tratava de estudo para subsidiar a comissão de PCTS (informação pessoal).
Na safra de 2000/01, a COPERSUCAR coordenou um trabalho desenvolvido em 14
unidades industriais e 3 Associações de Fornecedores de Cana, no sentido de atualizar as
equações para o cálculo da Fibra e dos Açúcares Redutores no caldo, as quais foram aprovadas
pela diretoria do CONSECANA-SP (CONSECANA, 2002). Essas equações foram publicadas na
Circular nº 03/01, de 29/05/2001, e alteradas pela Circular nº 07/01, de 21/08/2001. Tal como
acontecera com o estudo realizado pelo IAA, segundo Oliveira
13
(2005), este trabalho também
não foi publicado (informação verbal).
Leme Filho et al. (2003) conduziram um trabalho no qual foram analisadas 67
amostras de cana, levantando-se os dados de fibra obtidos pelos métodos do digestor e da prensa
hidráulica. Elaboraram-se equações de regressão linear com os dados levantados, correlacionando
peso do bolo úmido (PBU) com a fibra e com a umidade da cana. Tomando-se o método da
prensa hidráulica como padrão, foram comparados os dados de fibra obtidos através dele com
aqueles obtidos pelo método do digestor, pela equação antiga do CONSECANA, pela equação
estabelecida atualmente, e pela equação de regressão elaborada com os dados do próprio trabalho.
Os dados obtidos pelo método do digestor e pela equação antiga diferiram significativamente
daqueles obtidos pelo método tomado como padrão, enquanto os obtidos pela equação atualmente
12
VALESCHI, O. A. Pagamento de cana pelo teor de sacarose. Mensagem recebida por <[email protected]>
em 09/09/2005.
4
OLIVEIRA, E. R. Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (ORPLANA)
54
em uso apresentaram diferença significativa em apenas uma das 67 amostras. Para o método
estimativo que fornece o teor de fibra correlacionando-o com o PBU, portanto, a equação
atualmente em uso mostrou-se adequada.
As significativas diferenças observadas entre os métodos da prensa e do digestor,
provavelmente, devem-se em grande parte à influência da refratometria no valor da fibra
determinada por esses métodos. O brix refratométrico é uma medida aproximada do teor de
sólidos solúveis em uma solução aquosa. Não é uma medida exata porque as diferentes
substâncias determinam diferentes variações no índice de refração da solução, porém aproxima-
se bastante do percentual real de sólidos solúveis (em massa), já que os açúcares são, em caldo de
cana (e por conseguinte no extrato do digestor) os sólidos solúveis mais abundantes. Na equação
do método do digestor, o brix do extrato é multiplicado por 3 (fator de diluição), e, portanto, o
erro inerente à refratometria é também multiplicado por este fator. Já no método da prensa, o
valor do brix do caldo extraído entra na equação apenas para descontar a participação dos sólidos
solúveis do caldo não extraído (o qual é uma parcela relativamente pequena do caldo absoluto) no
peso do resíduo seco, pois este seria igual ao peso de fibra contida em 500 g de cana, se 100 % do
caldo fosse extraído. Por isso, uma certa variação do brix do caldo extraído implica variação
muito menor no valor da fibra determinada pelo método da prensa hidráulica, conforme pode ser
facilmente verificado fazendo o cálculo com valores arbitrários, seguindo a equação do método.
Devido a essas observações realizadas em 2003, optou-se, no presente trabalho, por
testar o método da prensa no intuito de verificar se é ou não significativo o erro decorrente do uso
do brix do caldo extraído para corrigir os sólidos solúveis não extraídos. Acredita-se que será
altamente proveitoso ao conhecimento científico realizar tais testes com o único método (prensa
hidráulica) apresentado pelo CONSECANA (2003) como alternativa à estimativa por equação de
regressão linear.
O caldo extraído das 67 amostras analisadas foi analisado para brix refratométrico,
pol utilizando-se subacetato de chumbo como agente clarificante, e AR pelo método de Lane e
Eynon. Foram elaboradas equações de regressão linear correlacionando AR com pol, com brix e
com pureza. Foram comparados os dados de AR obtidos pelo método de Lane e Eynon (padrão)
com aqueles obtidos pelas equações antiga e atual do CONSECANA, e pelas equações de
regressão feitas com os dados do próprio trabalho. Quanto aos métodos de determinação e de
estimativa do teor de AR, verificou-se que, de um modo geral, as duas equações do
55
CONSECANA foram as que mais diferenças apresentaram em relação ao método de Lane e
Eynon. Não obstante, especificamente para algumas variedades, essas equações foram excelentes:
A equação antiga estimou muito bem os AR para as variedades RB835089 e SP79-1011;
enquanto para as variedades SP81-3250 e RB835054, pode-se dizer exatamente o mesmo da
equação atualmente em uso.
2.3 Material e métodos
2.3.1 Material
2.3.1.1 Amostragem
De março a novembro de 2004, foram analisadas amostras de cana provenientes da
Destilaria Guaricanga (Rodovia Marechal Rondon, km 383, Presidente Alves - SP), de 6
variedades: RB835089, SP81-3250, RB855035, RB835054, SP79-1011 e IAC87-3396. De cada
variedade, foi colhida uma amostra a cada 3 semanas. As amostras foram colhidas na sexta feira
de cada semana, trazidas para Piracicaba e congeladas no mesmo dia em freezer do Setor de
Açúcar e Álcool do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN) da
ESALQ/USP, e armazenadas congeladas até o dia em que foram realizadas as análises, na
semana seguinte. Este procedimento teve por principal finalidade verificar isoladamente como se
comporta, em relação às correlações descritas acima (entre PBU e fibra, PBU e umidade, pureza
e AR, pol e AR, brix e AR), cada uma dessas variedades de grande importância comercial, ao
longo de toda a safra. Com a valiosa colaboração da Destilaria Guaricanga, pequenas partes
desses talhões foram protegidas, por ocasião da queima da palha, através de aceros,
possibilitando a coleta de amostras até o fim da safra. Como as canas foram cultivadas em 2000,
as amostras analisadas são todas de cana de 4º corte. Foram analisadas 9 amostras da variedade
RB835089, 9 da variedade SP81-3250, e 10 de cada uma das demais variedades.
De maio a setembro de 2005, foram coletadas e analisadas 42 amostras de cana
entregue na Destilaria Guaricanga. Como em 2004 foram analisadas somente canas cruas, em
2005 optou-se por coletar exclusivamente amostras de cana queimada. Com o objetivo de se
obter dados em condições tão realistas quanto possível, através de amostras altamente
56
representativas, com a vantagem de conter o mesmo nível de impurezas vegetais e minerais que
as amostras analisadas na usina, essas amostras foram coletadas através da sonda amostradora da
Destilaria Guaricanga. Como a sonda corta a cana em toletes de tamanho deveras reduzido,
expondo-a a um risco relativamente elevado de deterioração, fez-se necessário evitar que essas
amostras, após coletadas, passassem muito tempo à temperatura ambiente. Para tanto, as amostras
foram coletadas na quinta feira de cada semana, congeladas imediatamente em freezer da
Destilaria Guaricanga, trazidas para Piracicaba na sexta feira e armazenadas congeladas, em
freezer do LAN, até o dia em que foram feitas, na semana seguinte, as análises. O tempo de
viagem de Presidente Alves a Piracicaba não é suficiente para que a temperatura das amostras se
eleve, expondo-as ao risco de deterioração.
2.3.1.2 Características varietais das canas amostradas em 2004
A variedade RB835089 é originária do cruzamento RB72454 x NA56-79
(ARIZONO, 1994). Eis as características atribuídas aos genitores da RB835089: RB72454,
segundo Arizono (2003), apresenta germinação regular, perfilhamento bom, fechamento bom,
soca regular, porte ereto, rica, tardia, pouco florescimento, sem chochamento, não exigente em
solo, suscetível à estria vermelha e podridão abacaxi e nematóides, intermediária ao carvão e
mosaico. NA56-79, segundo Arizono (2003), foi a variedade mais cultivada na década de 80 no
estado de São Paulo, atingindo mais de 50% da área cultivada com cana na época. Ocupou toda
essa área devido à produtividade em cana ser equivalente à da CB41-76, então a mais cultivada, e
ser ainda mais rica, muito mais precoce em maturação e muito melhor em brotação de soqueiras.
Segundo Arizono (1994), NA56-79 tornou-se imprópria para o cultivo devido à sua
susceptibilidade ao carvão e à ferrugem.
Segundo Hoffmann (1997), a variedade RB835089 apresenta boa brotação de
soqueira, bom perfilhamento, alta resistência à ferrugem, elevada altura de colmos, elevada
produtividade em toneladas de colmos por ha, elevada riqueza em açúcar. Nas condições do
experimento realizado por Hoffmann (1997), RB835089 não floresceu, porém apresentou
chochamento em um dos três locais cultivados.
Segundo Arizono (2003), as variedades SP79-1011, SP81-3250, RB835054 e
RB855035 apresentam as seguintes características:
57
SP79-1011: Germinação excelente, perfilhamento regular, fechamento fraco, porte ereto,
dificilmente floresce, excelente soca, suscetível à ferrugem e broca, intermediária ao
carvão, tolerante à seca, média exigência em solo, alta longevidade de cortes.
SP81-3250: Germina muito bem, perfilhamento bom, fechamento bom, porte ereto,
maturação média/precoce, rica, floresce regularmente, chochamento mediano, boa soca,
suscetível ao raquitismo e nematóides, exigente em solo.
RB835054: Germinação boa, perfilhamento bom, porte ereto, fechamento fraco, precoce,
muito rica, boa soca, não floresce, não chocha, pouco exigente em solo.
RB855035: Germina bem, perfilha pouco, cresce rápido, bom fechamento, porte ereto,
precoce, floresce, chochamento regular, soqueira regular, intermediária à ferrugem e
estria vermelha, suscetível à broca, suscetível a pokka boeing, adapta-se bem em solos
arenosos de baixa fertilidade. Tolerante à seca.
Segundo Arizono (2003), a variedade IAC87-3396 tem sobressaído em ambientes
pobres e sujeitos à seca. Boa em colheita mecanizada. Variedade com perfil semelhante à
RB855113 e SP86-42, mas com brotação de soca melhor que RB855113, porém mais pobre. As
características dessas 2 variedades que Arizono (2003) compara com a IAC87-3396 são, segundo
o mesmo autor, as seguintes:
RB855113: Germina bem, perfilha muito, crescimento lento, porte ereto, boa soca,
maturação média, rica, boa resposta a maturadores, raramente floresce, chocha pouco,
suscetível à falsa estria, adapta-se bem em todos os tipos de solos, suscetível a
nematóides, adapta-se muito bem a espaçamento reduzido.
SP86-42: Germinação ótima, perfilhamento excelente, fechamento bom, porte ereto,
maturação média/tardia, rica, não floresce, chochamento pouco, excelente soca,
intermediário à ferrugem, não exigente em solo (ARIZONO, 2003).
2.3.1.3 Panorama varietal da safra de 2005/06, na Destilaria Guaricanga
A amostragem realizada em 2005 foi aleatória, ou seja, amostraram-se, a cada
semana, caminhões que entregaram cana na destilaria na quinta feira, qualquer que fosse a
variedade da cana que estava sendo entregue por cada caminhão, escolhido aleatoriamente para
ser amostrado. No entanto, como essa amostragem foi distribuída ao longo da maior parte da
58
safra, o panorama varietal da safra de 2005/06, na Destilaria Guaricanga, apresentado na Tabela
7, fornece uma idéia aproximada da constituição genética do conjunto das canas analisadas em
2005. Por exemplo, é de se esperar que a variedade RB72454, que responde por 20,079% da cana
cultivada na Destilaria Guaricanga, tenha uma participação significativa entre as amostras
analisadas; enquanto a variedade RB945961, à qual pertence menos de 1% da cana cultivada na
Destilaria, é bem menos provável que tenha sido amostrada, e caso o tenha sido, muitíssimo
provavelmente foi amostrada poucas vezes.
Tabela 7 - Variedades de cana colhidas pela Destilaria Guaricanga na safra de 2005/06.
Variedade
Percentual da área de cana da
Destilaria
IAC86-2210 2,275
IAC87-3396 8,564
RB72454 20,079
RB825336 1,611
RB835054 1,503
RB835089 7,001
RB835486 6,402
RB855002 10,071
RB855035 9,974
RB855113 5,508
RB867515 7,833
SP79-1011 5,476
SP80-1842 2,421
SP81-3250 6,681
Outras*: RB803280, RB825236, RB845257, RB855046,
RB855054, RB865230, RB865513, RB865547,
RB885013, RB895043, RB925211, RB925298,
RB925345, RB9253452, RB925367, RB935641,
RB936099, RB945961
4,601
Fonte: Dados da Destilaria Guaricanga S/A.
Nota: As variedades listadas como “outras” respondem, cada uma isoladamente, por menos de 1% da área colhida
pela Destilaria Guaricanga na safra de 2005/06.
59
2.3.1.4 Condições ambientais nas quais cresceram as canas amostradas
2.3.1.4.1 Condições climáticas
O Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (CIIAGRO) do Instituto
Agronômico de Campinas (IAC) disponibilizou na Internet uma resenha meteorológica de Bauru
- SP, a qual é apresentada na Tabela 8. A Destilaria Guaricanga dista apenas cerca de 30 km do
município de Bauru, portanto as condições climáticas de Bauru são praticamente as mesmas nas
quais cresceram as canas amostradas. Convém lembrar que as canas amostradas em 2004 foram
cultivadas em 2000, e na Destilaria Guaricanga é raríssima a colheita de cana de 6º corte,
portanto as canas amostradas em 2004 e 2005 sofrerem influência climática desde 2000.
De acordo com a Carta Aeronáutica Mundial (WAC, 1986), a latitude de Pirajuí - SP
é 22ºS, e a de Avaí - SP é 22º10’S. Como as terras da Destilaria Guaricanga e de seus
fornecedores estendem-se entre ambos os municípios, pode-se considerar a latitude média na qual
cresceram as canas amostradas aproximadamente igual a 22º05’S. Sentelhas; Pereira e Angelocci
(2000) forneceram a duração do fotoperíodo (em horas), no 15º dia de cada mês, para várias
latitudes, entre as quais 22ºS; e a irradiância solar no topo da atmosfera (isto é, sem considerar a
interferência da atmosfera) (Qo, em MJ.m
-2
.dia
-1
), no 15º dia de cada mês, para várias latitudes,
entre as quais 20ºS e 25ºS. Considerando desprezível, para efeito dos cálculos de fotoperíodo e
Qo, a diferença de 5’ (cinco minutos de grau, o equivalente à distância de 5 milhas náuticas =
9,26 km), pode-se considerar latitude média das terras da Destilaria Guaricanga e de seus
fornecedores 22ºS. Isto posto, a Tabela 9 apresenta a duração do fotoperíodo, no 15º dia de
cada mês, segundo Sentelhas; Pereira e Angelocci (2000), na latitude 22ºS; e Qo calculado para
esta latitude por interpolação entre os valores apresentados para as latitudes 20ºS e 25ºS.
60
Tabela 8 - Resenha meteorológica de Bauru - SP, no período de 01/01/2000 até 30/09/2005.
(continua)
Temperatura
Máxima
Absoluta
Temperatura
Mínima
Absoluta
Temperatura
Máxima
Mensal
Temperatura
Mínima
Mensal
Temperatura
Média
ETP(1)
Precipitação
Período
( ºC) (mm)
DCCH(2)
2000
janeiro 36 16 30,5 20,1 25,3 134 277 18
fevereiro 36 16 29,2 20,4 24,8 115 204 13
março 33 17 28,7 19,9 24,3 98 86 12
abril 35 13 30,9 17,6 24,3 80 8 2
maio 32 10 27,6 14,6 21,1 59 11 3
junho 32 8 28 14,1 21 57 20 2
julho 33 0,3 25,6 9,6 17,6 54 58 3
agosto 37 9 28 14,1 21,1 78 54 7
setembro 35 12 27,6 16,3 21,9 92 163 11
outubro 38 16 33 20,3 26,6 116 21 7
novembro 35 16 30,9 19,2 25,1 128 206 17
dezembro 34 15 29,4 20,1 24,8 130 100 13
2001
janeiro 35 18 31,1 20,1 25,6 135 235 17
fevereiro 36 10 29,3 20,5 24,9 111 142 16
março 37 12 31,7 20,8 26,3 122 138 13
abril 36 17 31 19,4 25,2 91 9 4
maio 34 7 25,8 14,8 20,3 63 88 10
junho 32 6 25,6 14,5 20,1 54 46 6
julho 33 7 26,5 14 20,2 63 40 6
agosto 34 13 29,3 15,2 22,2 76 44 6
setembro 36 10 29 16,6 22,8 96 29 7
outubro 36 15 29,2 17,7 23,4 123 126 9
novembro 36 15 29,7 19,4 24,5 118 184 15
dezembro 33 12 28,9 19,2 24,1 127 287 16
2002
janeiro 35 14 28,9 19,8 24,4 128 341 14
fevereiro 33 16 29,2 19,4 24,3 109 233 13
março 36 19 32,5 21,5 27 117 47 4
abril 39 19 35,7 20,2 28 101 6 5
maio 36 12 30,3 16,7 23,5 73 90 9
junho 35 13 31,7 16 23,8 56 0 0
julho 34 9 27,5 13,4 20,5 63 26 5
agosto 37 12 32,7 17,1 24,9 93 21 5
setembro 37 6 31,2 15 23,1 97 36 10
outubro 42 17 37,8 21,2 29,5 146 39 6
novembro 39 15 32,7 19,9 26,3 134 202 14
dezembro 38 18 33,7 20,7 27,2 143 195 10
2003
janeiro 35 16 29 19,7 24,4 121 384 24
fevereiro 39 18,5 34 21,5 27,8 124 170 15
março 41 16 32,5 19,6 26,1 105 135 8
abril 38 13 31,3 18,4 24,9 82 194 8
maio 35 10 29,1 15 22 62 19 3
junho 35 13 31,3 15,3 23,3 63 29 3
61
Tabela 8 - Resenha meteorológica de Bauru - SP, no período de 01/01/2000 até 30/09/2005.
(conclusão)
Temperatura
Máxima
Absoluta
Temperatura
Mínima
Absoluta
Temperatura
Máxima
Mensal
Temperatura
Mínima
Mensal
Temperatura
Média
ETP(1)
Precipitação
Período
(Mês)
( ºC) (mm)
DCCH(2)
2003
julho 33 9,5 29,1 14,1 21,6 74 8 1
agosto 37 7 29,2 12,1 20,7 73 25 4
setembro 41 13 33,5 16,4 25 113 10,2 5
outubro 39 13 30,8 17,6 24,2 111 90,2 10
novembro 40 13 31,4 18,9 25,2 140 106,4 12
dezembro 36 18 32,7 20,7 26,7 172 192,3 15
2004
janeiro 35 16 31,1 19,8 25,5 148 173 19
fevereiro 35 17 32,2 20,1 26,1 141 188,2 11
março 37 16 33,2 19,3 26,2 136 82,6 7
abril 36 16 31 19 25 101 86,2 13
maio 36 9 26,3 14,5 20,4 64 138,5 12
junho 30 6 25,9 13,7 19,8 55 39,2 5
julho 32 9 24,6 13 18,8 56 47 6
agosto 35 9 30,4 15,5 22,9 81 21 1
setembro 43 16 35,9 18,6 27,3 134 2,6 1
outubro 35 11 29 17,2 23,1 112 120,2 13
novembro 38 16 31,7 18,8 25,2 140 79,7 11
dezembro 38 16 31,6 18,8 25,2 148 259,4 14
2005
janeiro 37 17 30 19,6 24,8 145 303,9 24
fevereiro 39 19 33,6 20,7 27,2 148 66,8 5
março 39 17 32,5 20,9 26,7 145 131,4 9
abril 37 16 31,9 19,7 25,8 109 23,2 5
maio 36 13 31 19,3 25,2 88 71,6 5
junho 35 13 28,9 16,8 22,9 63 26,6 6
julho 34 9 27,8 13,5 20,7 62 2,2 2
agosto 37 12 32,9 15,5 24,2 89 12 2
setembro 35 11 30 15,4 22,7 93 42,7 7
Fonte: CIIAGRO.
Notas: 1 ETP = Evapotranspiração potencial
2 DCCH = Dias com chuva
62
Tabela 9 - Duração do fotoperíodo; e disponibilidade média de energia solar (irradiância solar) em superfícies
horizontais, sem interferência da atmosfera (Qo), no 15º dia de cada mês, na latitude 22ºS.
Mês Fotoperíodo (horas) Qo (MJ.m
-2
.dia
-1
)
Janeiro 13,2 42,05
Fevereiro 12,7 39,79
Março 12,1 36,10
Abril 11,5 30,66
Maio 10,9 25,75
Junho 10,7 23,09
Julho 10,8 24,04
Agosto 11,2 28,27
Setembro 11,9 34,16
Outubro 12,5 38,37
Novembro 13,1 41,23
Dezembro 13,3 42,47
2.3.1.4.2 Condições edáficas
Segundo Zanatta
14
(2005), os solos da Destilaria Guaricanga são dos seguintes tipos:
Latossolo Vermelho-Amarelo (cerca de 80%); Areia Quartzosa (cerca de 10%); Latossolo Roxo
(cerca de 5%) e Podzólico Amarelo (cerca de 5%) (informação verbal).
As canas amostradas em 2004 foram todas cultivadas em solo Podzólico Amarelo.
2.3.1.4.3 Manejo
A cana da variedade RB835089, amostrada em 2004, foi plantada em outubro de
2000. O primeiro corte foi em outubro de 2001, o segundo em outubro de 2002, e o terceiro em
outubro de 2003.
As demais canas amostradas em 2004 foram plantadas em abril de 2000. No primeiro
corte, realizado em abril de 2001, essas canas foram utilizadas como mudas. O segundo corte foi
realizado em outubro de 2002, e o terceiro em agosto de 2003.
Segundo Zanatta
15
(2005), na Destilaria Guaricanga, a grande maior parte do plantio
é realizado na época de “cana de ano-e-meio” (informação verbal).
Calagem: 1.500 kg/ha de calcário dolomítico.
14
ZANATTA, C. A. Gerente Agrícola da Destilaria Guaricanga S/A.
15
Idem.
63
Adubação de plantio: cerca de 500 kg/ha de formulação 4-28-20.
Sobre as soqueiras, aplica-se 1.000 kg/ha de gesso. Segundo Zanatta
16
(2005), tem-se
observado que essa prática resulta em aumento de produtividade em cerca de 8 t de colmos/ha
(informação verbal).
Adubação das soqueiras: cerca de 450 kg/ha de formulação 18-6-24.
Zanatta
17
(2005) afirma que as adubações são feitas, em toda a área própria da
Destilaria Guaricanga, com essas formulações (4-28-20 no sulco de plantio e 18-6-24 nas
soqueiras), podendo porém a dose variar em função da fertilidade do solo (informação verbal).
2.3.2 Métodos
2.3.2.1 Preparo das amostras e prensagem
As amostras foram preparadas em aparelho desintegrador e homogeneizadas em
betoneira (de acordo com as normas do CONSECANA, 2003). A seguir, foram divididas em 3
subamostras.
De cada uma das subamostras, pesou-se uma porção de 500 g, a qual foi colocada no
cilindro da prensa hidráulica e prensada a 250 kgf/cm
2
por 1 minuto. Os resíduos resultantes da
prensagem (“bolo úmido”) foram recolhidos e colocados em cestos de tela de peso conhecido e
pesados em balança digital. Após a pesagem, os resíduos foram desmanchados e colocados para
secar em estufa elétrica com circulação forçada de ar, entre 103 e 106 ºC, até peso constante.
Pesaram-se, então, os resíduos secos.
Durante cada uma das prensagens, um béquer de 500 mL foi usado para recolher o
caldo extraído nos primeiros 15 segundos contados a partir do momento em que é atingida a
pressão de 250 kgf/cm
2
. Transcorrido esse tempo, substituiu-se o béquer de 500 mL por um de
100 mL, no qual foi recolhido o caldo extraído nos restantes 45 segundos. Mediu-se o brix
refratométrico do caldo extraído nos últimos 45 segundos, sendo depois este caldo misturado com
aquele extraído nos primeiros 15 segundos. Esta mistura constitui o caldo extraído de acordo com
16
Idem.
17
Idem.
64
as normas do CONSECANA (2003), o qual foi analisado para brix, pol e AR através das
metodologias descritas no item 2.3.2.2.
2.3.2.2 Análises do caldo extraído
2.3.2.2.1 Brix (porcentagem em massa de sólidos solúveis)
Foi determinado através de refratômetro eletrônico com correção automática de
temperatura, conforme metodologia descrita por Caldas (1998).
2.3.2.2.2 Pol (porcentagem em massa de sacarose aparente)
Foi determinada, conforme metodologia descrita por Caldas (1998), através de leitura
(L) em sacarímetro, usando-se subacetato de chumbo como agente clarificante. O valor da pol foi
calculado através da eq. (8).
2.3.2.2.3 Pureza
Foi calculada, de acordo com o que estabelece o CONSECANA (2003), pela eq. (9).
2.3.2.2.4 Açúcares redutores
Foram determinados pelo método de Lane e Eynon
18
(1934), de acordo com
metodologia descrita por Gonçalves (2003), a qual é uma adaptação da metodologia descrita por
Caldas (1998), diferindo desta pelo uso do Redutec em lugar do Erlenmeyer e bico de Bunsen,
facilitando deveras o procedimento de titulação sem nenhum prejuízo à confiabilidade do
método.
18
LANE, J. H.; EYNON, L. Determination of reducing sugars by Fehling solution with methylene blue
indicator. London: Norman Rodge. 1934. 8 p. indicator. London: Norman Rodge. 1934. 8 p.
65
2.3.2.3 Determinação do teor de fibra pelo método da prensa hidráulica modificado
Este método é uma adaptação do método original da prensa hidráulica descrito por
Caldas (1998) e pelo CONSECANA (2003), por nós elaborada com o objetivo de verificar se o
uso, na equação do método da prensa hidráulica, do brix do caldo extraído como estimativa do
brix do caldo não extraído, determina ou não uma diferença significativa no teor de fibra
determinada por este método. O método modificado consiste em calcular o teor de fibra da cana
através da eq. (22).
)100(5
100
Bx
RUxBxRS
F
=
(22)
onde:
RU = peso do resíduo úmido; RS = peso do resíduo seco; B = Brix do caldo extraído
nos últimos 45 segundos da prensagem.
O fundamento deste método consiste no fato de que tem-se observado que o caldo
extraído no final da prensagem sempre
apresenta brix menor do que aquele extraído no início,
demonstrando que, entre as várias soluções presentes na cana (hialoplasma, conteúdo de
vacúolos, líquido presente no espaço intercelular, seivas bruta e elaborada, etc), as mais difíceis
de se extrair por prensagem são as que apresentam menor teor de sólidos solúveis. Por esse
princípio, é de se esperar que o brix do caldo não extraído seja até um pouco menor do que o do
caldo extraído no final da prensagem, e portanto bem mais próximo deste do que daquele caldo
extraído no início, ou ao longo de toda a prensagem, cujo valor de brix é sempre maior.
O tempo de 15 segundos foi escolhido para determinar o momento da troca de béquer
porque após este tempo a grande maior parte do volume de caldo a ser extraído em 1 minuto já
saiu (o caldo começa a sair bem antes de ser atingida a pressão de 250 kgf/cm
2
), porém o volume
que sai nos 45 segundos restantes ainda é suficiente para proceder a medida do brix
refratométrico. Quanto à composição química, o ideal seria proceder a troca nos últimos
segundos da prensagem, mas isso resultaria em problema técnico para medir o brix de um caldo
cujo volume seria demasiadamente pequeno.
Deduzindo-se a equação do método da prensa hidráulica, demonstra-se que o brix do
caldo extraído é utilizado com o objetivo de descontar a participação, no peso do resíduo seco,
66
dos sólidos solúveis do caldo NÃO extraído. O brix do caldo extraído funciona, portanto, como
uma estimativa do brix do caldo não extraído. No método modificado, o brix do caldo extraído
nos últimos 45 segundos também é uma estimativa do brix do caldo não extraído, porém
certamente bem mais próxima do valor real deste.
2.3.2.3.1 Dedução da equação do método da prensa hidráulica
Sejam:
RS = peso (g) do resíduo seco
RU = peso (g) do resíduo úmido = PBU = peso do bolo úmido
SS = peso (g) dos sólidos solúveis presentes no resíduo seco
PCNE = peso (g) do caldo NÃO extraído, que está presente no resíduo úmido
F = fibra (%) da cana
B = brix (percentual em massa de sólidos solúveis) do caldo NÃO extraído
5 x F = peso (g) da fibra contida em 500 g de cana cuja fibra (%) = F
RS = 5 x F + SS (23)
SS = PCNE x 0,01 x B (24)
PCNE = RU - 5 x F (25)
Substituindo (25) em (24):
SS = (RU - 5 x F) x 0,01 x B (26)
Substituindo (26) em (23):
RS = 5 x F + (RU - 5 x F) x 0,01 x B
RS - 0,01 x B x (RU - 5 x F) = 5 x F
5 x F = RS - 0,01 x B x RU + 0,05 x B x F
5 x F - 0,05 x B x F = RS - 0,01 x B x RU
F (5 - 0,05 x B) = RS - 0,01 x B x RU
F =
100
100
05,05
01,0
x
xB
xBxRURS
F =
xB
RUxBxRS
5500
100
)100(5
100
Bx
RUxBxRS
F
=
(22)
67
2.3.2.4 Determinação do teor de fibra pelo método da prensa hidráulica original
(TANIMOTO
19
, 1964)
O teor de fibra foi determinado de acordo com a metodologia descrita por Caldas
(1998) e pelo CONSECANA (2003).
O cálculo do teor de fibra foi feito com a mesma equação usada para o método
modificado [eq.(22)], e os mesmos valores de RS e RU, porém o valor de brix utilizado é o do
caldo extraído em 1 minuto de prensagem a 250 kgf/cm
2
.
2.3.2.5 Determinação analítica do teor de umidade
A determinação foi feita de acordo com a metodologia descrita por COPERSUCAR
(1978).
De cada subamostra, pesou-se, em cesto de tela de peso conhecido, uma porção de
100 g de cana desfibrada, a qual foi colocada para secar em estufa elétrica com circulação forçada
de ar, entre 103 e 106 ºC, até peso constante. O material seco foi então pesado, e a diferença de
peso (em g) corresponde à umidade percentual, calculada pela eq. (27).
U (%) = (100 g + tara do cesto) - (peso do material seco + tara do cesto) (27)
2.3.2.6 Análises estatísticas
Os dados do presente trabalho foram analisados com base em dois métodos
estatísticos: regressão linear e teste “t”.
Primeiramente, por regressão linear, testou-se, no conjunto completo constituído
pelos dados canas amostradas em 2004 e 2005, analisados conjuntamente, a relação entre os
métodos da prensa hidráulica original para determinação do teor de fibra e o método modificado,
e a correlação entre os valores de brix do caldo extraído no final da prensagem (valor empregado
no método da prensa modificado) e o brix do caldo extraído em toda a prensagem (valor
empregado no método original). Testou-se também a correlação entre o teor de fibra da cana e os
19
TANIMOTO, T. The press method of cane analysis. Honolulu: Hawaiians Planter’s Record. 1964. p. 133-150.
68
parâmetros PBU, pol, brix, pureza e AR; e entre o teor de AR no caldo e os parâmetros pureza,
pol, brix e brix - pol. Com base nos resultados desses testes de correlação realizados no conjunto
completo dos dados, decidiu-se quais correlações seriam testadas também dentro dos
subconjuntos constituídos pelos dados específicos de cada uma das variedades amostradas em
2004, e pelos dados das canas queimadas amostradas em 2005.
Realizada uma regressão linear entre dois parâmetros, o critério para se avaliar a
correlação entre ambos é o coeficiente de correlação de Pearson (r), ou mesmo o coeficiente de
determinação da equação de regressão, já que este mais não é do que aquele elevado ao quadrado
(R
2
), podendo ser expresso em valor absoluto ou percentual. O ajuste entre os parâmetros, em
cada teste de correlação, foi classificado de acordo com o critério apresentado na Tabela 10.
Tabela 10 - Classificação utilizada para o ajustamento, em função do coeficiente de determinação da equação de
regressão linear.
Valor de R
2
(%) Ajuste
R
2
< 15 Ausente
15 R
2
< 30
Muito fraco
30 R
2
< 45
Fraco
45 R
2
< 70
Razoável
70 R
2
<80
Bom
80 R
2
<90
Muito bom
R
2
90
Excelente
Os resultados dos testes de correlações conduziram a escolha de quais entre as
equações desenvolvidas com os dados do próprio trabalho viriam a ser utilizadas como métodos
estimativos dos teores de fibra da cana e de AR no caldo, a serem testados, juntamente com as
equações atuais e antigas do CONSECANA, por comparação com os métodos analíticos tomados
como padrão (Lane e Eynon para AR; método da prensa modificado para fibra).
As comparações de métodos foram feitas através de regressões, através do seguinte
critério: seja a eq. (28) a equação de regressão linear dos valores obtidos por determinado método
a ser testado, em função dos valores obtidos pelo método padrão.
(Método testado) = f(Método padrão) = α + β x (Método padrão) (28)
Percebe-se facilmente que, se α = 0 e β = 1, isso significa que o método testado
iguala-se ao padrão.
69
Em cada conjunto de dados, as médias dos métodos foram comparadas através do
teste “t” para amostras pareadas, e a similaridade dos métodos em todo o domínio de respostas foi
analisada por regressão. Se o intervalo de confiança para a diferença entre as médias dos dados
obtidos por dois métodos inclui o valor zero, isso significa que as médias não diferem
significativamente. Se dois métodos apresentam médias, de acordo com o teste “t”,
estatisticamente iguais, e se o intervalo de confiança para o coeficiente α incluir o valor zero, e o
intervalo de confiança para o coeficiente β incluir o valor um, conclui-se que os métodos são
equivalentes em todo o domínio de respostas.
2.4 Resultados e discussão
2.4.1 Fibra da cana
2.4.1.1 Comparação entre o método da prensa original e o modificado
Em primeiro lugar, compararam-se, por regressão linear, os dados de fibra obtidos
pelo método da prensa original (FT) e pelo método modificado (Fmod), no conjunto completo
dos dados levantados em 2004 e 2005. O resultado desta comparação é apresentado no Quadro 1
e no Gráfico 1, de acordo com os quais percebemos que é significativa a diferença entre os dados
obtidos por ambos os métodos (intervalo de confiança para coeficiente α não inclui o valor zero,
e intervalo de confiança para coeficiente β não inclui o valor um). A correlação entre ambos os
métodos, não obstante, é excelente (r = 0,9990).
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -0,3014 -0,3703 -0,2326
Beta 1,0493 1,0439 1,0548
Fmod = -0;3014 + 1,0493 FT
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9990 R
2
= 99,80%
Quadro 1 - Regressão linear dos valores de fibra obtidos pelo método da prensa modificado (padrão) em função dos
valores obtidos pelo método original [Fmod = f(FT)]
70
Tanimoto
Fibra
9
10
11
12
13
14
15
16
17
9 10 11 12 13 14 15 16
Gráfico 1 - Regressão linear dos valores de fibra obtidos pelo método da prensa modificado (Fibra), em função dos
obtidos pelo método original (Tanimoto).
Como a diferença entre o método original e o modificado consiste no valor de brix
utilizado na fórmula como estimativa do brix do caldo não extraído, verificou-se, por regressão, a
correlação existente entre o brix do caldo extraído em toda a prensagem (BCE, valor utilizado no
método original) e o brix do caldo extraído no final da prensagem (BCEFP, valor utilizado no
método modificado). O Quadro 2 e o Gráfico 2 apresentam o resultado dessa regressão realizada
no conjunto completo dos dados; os Quadros 3 a 8 e os Gráficos 3 a 8 apresentam o resultado
dessa comparação realizada nos subconjuntos constituídos pelos dados de cada uma das
variedades amostradas em 2004; o Quadro 9 e o Gráfico 9 apresentam o resultado dessa
comparação realizada no subconjunto constituído pelos dados das canas queimadas amostradas
em 2005. Em todos os casos, a correlação foi excelente: o menor valor de coeficiente de
correlação obtido foi o da regressão realizada no subconjunto dos dados das canas queimadas, o
qual não obstante foi altíssimo: r = 0,9843.
Estes resultados demonstram que, embora sendo significativa a diferença entre os
métodos da prensa original e modificado, eles sempre mantêm entre si uma forte correlação, uma
vez que foi observada, para as várias variedades de cana, e tanto para canas cruas como para
queimadas, forte correlação entre o brix do caldo extraído no final da prensagem e o brix do
caldo extraído em toda a prensagem.
71
Isso possibilitou o desenvolvimento de dois métodos possíveis de serem utilizados,
quando não se faz a separação do caldo extraído no início e no final da prensagem, para correção
do erro decorrente do uso, no método original, do brix do caldo extraído como estimativa do brix
do caldo não extraído:
Equação de regressão Fmod = f(FT). Determina-se, pelo método da prensa original, o
valor da fibra (FT), e utiliza-se então, como correção, a eq. (29), obtida através dos dados
do presente trabalho (cf. Quadro 1).
F = 1,0493 x FT - 0,3014 (29)
Método ajustado. Tendo medido o brix do caldo extraído em toda a prensagem, pode-se
estimar qual seria o brix do caldo extraído no final da prensagem, caso este tivesse sido
medido, através da equação de regressão BCEFP = f(BCE). Com os dados do presente
trabalho, obteve-se a eq. (30) (cf. Quadro 2). Na equação do método da prensa [eq. (22)],
utilizar este valor estimado do BCEFP.
BCEFP = 0,9293 x BCE - 0,0788 (30)
Esses métodos foram ambos testados por comparação, por regressão, com o método
padrão (método da prensa modificado), e o resultado desse teste é apresentado no item 2.4.1.3.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -0,0788 0,5435 -0,3338
Beta 0,9293 0,0000 0,9166
BCEFP = -0,0788 + 0,9293 BCE
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9929 R
2
= 98,58%
Quadro 2 - Regressão linear do valor do brix do caldo extraído no final da prensagem em função do brix do caldo
extraído em toda a prensagem [BCEFP = f(BCE)], no conjunto completo dos dados.
72
BCE
BCEFP
12
16
20
24
12 16 20 24
Gráfico 2 - Regressão linear dos valores de brix do caldo extraído no final da prensagem (BCEFP) em função do brix
do caldo extraído em toda a prensagem (BCE), no conjunto completo dos dados.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -0,7203 -1,6245 0,1840
Beta 0,9591 0,9129 1,0053
BCEFP = -0,7203 + 0,9591 BCE
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9932 R
2
= 98,65%
Quadro 3 - Regressão linear do valor do brix do caldo extraído no final da prensagem em função do brix do caldo
extraído em toda a prensagem [BCEFP = f(BCE)], no conjunto dos dados da variedade RB835089.
73
BCE
BCEFP
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Gráfico 3 - Regressão linear dos valores de brix do caldo extraído no final da prensagem (BCEFP) em função do brix
do caldo extraído em toda a prensagem (BCE), no conjunto dos dados da variedade RB835089.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -0,3034 -0,9159 0,3091
Beta 0,9413 0,9090 0,9736
BCEFP = -0,3034 + 0,9413 BCE
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9965 R
2
= 99,31%
Quadro 4 - Regressão linear do valor do brix do caldo extraído no final da prensagem em função do brix do caldo
extraído em toda a prensagem [BCEFP = f(BCE)], no conjunto dos dados da variedade SP81-3250.
74
BCE
BCEFP
12
16
20
12 16 20 24
Gráfico 4 - Regressão linear dos valores de brix do caldo extraído no final da prensagem (BCEFP) em função do brix
do caldo extraído em toda a prensagem (BCE), no conjunto dos dados da variedade SP81-3250.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -0,3829 -0,7738 0,0080
Beta 0,9554 0,9350 0,9758
BCEFP = -0,3829 + 0,9554 BCE
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9985 R
2
= 99,70%
Quadro 5 - Regressão linear do valor do brix do caldo extraído no final da prensagem em função do brix do caldo
extraído em toda a prensagem [BCEFP = f(BCE)], no conjunto dos dados da variedade RB855035.
75
BCE
BCEFP
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Gráfico 5 - Regressão linear dos valores de brix do caldo extraído no final da prensagem (BCEFP) em função do brix
do caldo extraído em toda a prensagem (BCE), no conjunto dos dados da variedade RB855035.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -0,6480 -1,2920 -0,0041
Beta 0,9609 0,9283 0,9935
BCEFP = -0,6480 + 0,9609 BCE
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9962 R
2
= 99,24%
Quadro 6 - Regressão linear do valor do brix do caldo extraído no final da prensagem em função do brix do caldo
extraído em toda a prensagem [BCEFP = f(BCE)], no conjunto dos dados da variedade RB835054.
76
BCE
BCEFP
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Gráfico 6 - Regressão linear dos valores de brix do caldo extraído no final da prensagem (BCEFP) em função do brix
do caldo extraído em toda a prensagem (BCE), no conjunto dos dados da variedade RB835054.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -0,0866 -0,5206 0,3475
Beta 0,9481 0,9248 0,9715
BCEFP = -0,0866 + 0,9481 BCE
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9980 R
2
= 99,60%
Quadro 7 - Regressão linear do valor do brix do caldo extraído no final da prensagem em função do brix do caldo
extraído em toda a prensagem [BCEFP = f(BCE)], no conjunto dos dados da variedade SP79-1011.
77
BCE
BCEFP
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Gráfico 7 - Regressão linear dos valores de brix do caldo extraído no final da prensagem (BCEFP) em função do brix
do caldo extraído em toda a prensagem (BCE), no conjunto dos dados da variedade SP79-1011.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -1,0576 -1,7818 -0,3335
Beta 0,9831 0,9457 1,0205
BCEFP = -1,0576 + 0,9831 BCE
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9952 R
2
= 99,04%
Quadro 8 - Regressão linear do valor do brix do caldo extraído no final da prensagem em função do brix do caldo
extraído em toda a prensagem [BCEFP = f(BCE)], no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396.
78
BCE
BCEFP
14
15
16
17
18
19
20
21
22
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Gráfico 8 - Regressão linear dos valores de brix do caldo extraído no final da prensagem (BCEFP) em função do brix
do caldo extraído em toda a prensagem (BCE), no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -0,6223 -1,2629 0,0184
Beta 0,9486 0,9184 0,9788
BCEFP = - 0,6223 + 0,9486 BCE
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9843 R
2
= 96,89%
Quadro 9 - Regressão linear do valor do brix do caldo extraído no final da prensagem em função do brix do caldo
extraído em toda a prensagem [BCEFP = f(BCE)], no conjunto dos dados das canas queimadas
amostradas em 2005.
79
BCE
BCEFP
16
17
18
19
20
21
22
23
24
18 19 20 21 22 23 24 25
Gráfico 9 - Regressão linear dos valores de brix do caldo extraído no final da prensagem (BCEFP) em função do brix
do caldo extraído em toda a prensagem (BCE), no conjunto dos dados das canas queimadas amostradas
em 2005.
2.4.1.2 Testes de correlações
Foram testadas, através de regressão linear, as correlações do teor de fibra da cana
(determinada pelo método da prensa modificado) com o PBU e com os parâmetros ligados à
maturação (brix, pol, pureza e AR), dentro do conjunto completo dos dados. Os resultados dessas
regressões são apresentados nos Quadros 10 a 14 e nos Gráficos 10 a 14.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 7,1831 5,9828 8,3834
Beta 0,0379 0,0300 0,0458
F = 7,1831 + 0,0379 PBU
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,4835 R
2
= 23,38%
Quadro 10 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido, no conjunto completo de dados.
80
PBU
Fibra
9
10
11
12
13
14
15
16
17
100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200
Gráfico 10 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido, no conjunto completo dos dados.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 8,0299 7,4258 8,6341
Beta 0,2810 0,2468 0,3152
F = 8,0299 + 0,2810 Pol
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,6869 R
2
= 47,18%
Quadro 11 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto completo dos dados.
81
Pol
Fibra
9
10
11
12
13
14
15
16
17
8 12 16 20
Gráfico 11 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto completo dos dados.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 6,1915 5,3732 7,0099
Beta 0,3369 0,2962 0,3776
F = 6,1915 + 0,3369 Brix
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,6901 R
2
= 47,62%
Quadro 12 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto completo dos dados.
82
Brix
Fibra
9
10
11
12
13
14
15
16
17
12 16 20 24
Gráfico 12 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto completo dos dados.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 2,6209 0,9795 4,2624
Beta 0,1190 0,1001 0,1380
F = 2,6209 + 0,1190 Pureza
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,5862 R
2
= 34,37%
Quadro 13 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pureza do caldo, no conjunto completo dos dados.
83
Pureza
Fibra
9
10
11
12
13
14
15
16
17
50 60 70 80 90 100
Gráfico 13 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pureza do caldo, no conjunto completo dos dados.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 13,9305 13,7013 14,1596
Beta -1,0787 -1,2782 -0,8792
F = 13,9305 – 1,0787 AR
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,5286 R
2
= 27,95%
Quadro 14 - Correlação entre os teores de fibra da cana e de açúcares redutores no caldo, no conjunto completo dos
dados.
84
AR
Fibra
9
10
11
12
13
14
15
16
17
0 1 2 3 4
Gráfico 14 - Correlação entre os teores de fibra da cana e de açúcares redutores no caldo, no conjunto completo dos
dados.
De acordo com o critério exposto na Tabela 10, no conjunto completo dos dados, as
correlações do teor de fibra com PBU e com AR apresentam ajuste muito fraco (R
2
= 23,38%
para PBU e R
2
= 27,95% para AR); as correlações do teor de fibra com pol e com brix
apresentam ajuste razoável (R
2
= 47,18% para pol e R
2
= 47,62% para brix); e a correlação do
teor de fibra com pureza apresenta ajuste fraco (R
2
= 34,37%).
Pelo fato dos mais elevados coeficientes de correlação e de determinação terem sido
encontrados nas regressões do teor de fibra em função do brix e da pol, estas correlações foram
escolhidas para serem testadas também dentro dos subconjuntos. Já a correlação do teor de fibra
com PBU, apesar de ser tão fraca no conjunto completo, foi testada dentro dos subconjuntos, por
ser a correlação na qual baseiam-se as equações do CONSECANA, tanto a antiga quanto a
atualmente em uso.
As equações resultantes das regressões apresentadas nos Quadros 11 e 12 [eq. (31) e
eq. (32), respectivamente], pelo fato de pol e brix serem os parâmetros que melhor se
correlacionam com fibra, serão testadas, no item seguinte, como métodos de estimativa do teor de
fibra.
F = 8,0299 + 0,2810 x Pol (31)
F = 6,1915 + 0,3369 x Brix (32)
85
Os Quadros 15 a 20 e os Gráficos 15 a 20 apresentam os resultados das regressões
F = f(PBU), realizadas com os dados de cada uma das variedades amostradas em 2004; o Quadro
21 e o Gráfico 21 apresentam o resultado da regressão F = f(PBU) realizada com os dados das
canas queimadas amostradas em 2005; os Quadros 22 a 33 apresentam os resultados das
regressões F = f(Pol) e F = f(Brix), realizadas com os dados de cada uma das variedades
amostradas em 2004; os Quadros 34 e 35 e os Gráficos 34 e 35 apresentam os resultados das
regressões F = f(Pol) e F = f(Brix), realizadas com os dados das canas queimadas amostradas em
2005.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 8,4173 6,1215 10,7131
Beta 0,0286 0,0145 0,0426
F = 8,4173 + 0,0286 PBU
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,6413 R
2
= 41,12%
Quadro 15 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido, no conjunto dos dados da variedade
RB835089.
PBU
Fibra
12
13
14
130 140 150 160 170 180 190 200
Gráfico 15 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido, no conjunto dos dados da variedade
RB835089.
86
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 3,2782 2,0000 4,5564
Beta 0,0627 0,0535 0,0720
F = 3,2782 + 0,0627 PBU
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9415 R
2
= 88,64%
Quadro 16 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido, no conjunto dos dados da variedade
SP81-3250.
PBU
Fibra
9
10
11
12
13
14
100 110 120 130 140 150 160 170
Gráfico 16 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido, no conjunto dos dados da variedade
SP81-3250.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 5,4420 3,8503 7,0336
Beta 0,0454 0,0343 0,0566
F = 5,4420 + 0,0454 PBU
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,8439 R
2
= 71,22%
Quadro 17 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido, no conjunto dos dados da variedade
RB855035.
87
PBU
Fibra
11
12
13
120 130 140 150 160 170 180
Gráfico 17 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido, no conjunto dos dados da variedade
RB855035.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 5,5036 3,9530 7,0542
Beta 0,0445 0,0343 0,0547
F = 5,5036 + 0,0445 PBU
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,8596 R
2
= 73,89%
Quadro 18 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido, no conjunto dos dados da variedade
RB835054.
88
PBU
Fibra
11
12
13
14
120 130 140 150 160 170 180 190
Gráfico 18 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido, no conjunto dos dados da variedade
RB835054.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 4,8346 1,8851 7,7842
Beta 0,0403 0,0225 0,0580
F = 4,8346 + 0,0403 PBU
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,6600 R
2
= 43,57%
Quadro 19 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido, no conjunto dos dados da variedade
SP79-1011.
89
PBU
Fibra
9
10
11
12
13
14
130 140 150 160 170 180 190 200
Gráfico 19 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido, no conjunto dos dados da variedade
SP79-1011.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 12,5875 10,2654 14,9096
Beta 0,0039 -0,0114 0,0192
F = 12,5875 + 0,0039 PBU
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,0993 R
2
= 0,98%
Quadro 20 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido, no conjunto dos dados da variedade
IAC87-3396.
90
PBU
Fibra
12,4
12,8
13,2
13,6
14
14,4
130 140 150 160 170 180
Gráfico 20 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido, no conjunto dos dados da variedade
IAC87-3396.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 4,9140 3,3506 6,4774
Beta 0,0593 0,0489 0,0697
F = 4,9140 + 0,0593 PBU
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,7217 R
2
= 52,09%
Quadro 21 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido, no conjunto dos dados das canas
queimadas amostradas em 2005.
91
PBU
Fibra
11
12
13
14
15
16
17
120 130 140 150 160 170 180 190 200
Gráfico 21 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o peso do bolo úmido, no conjunto dos dados das canas
queimadas amostradas em 2005.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 9.8552 9.0196 10.6907
Beta 0.1873 0.1394 0.2353
F = 9,8552 + 0,1873 Pol
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,8494 R
2
= 72,15%
Quadro 22 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto dos dados da variedade
RB835089.
92
Pol
Fibra
12
13
14
12 16 20
Gráfico 22 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto dos dados da variedade
RB835089.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 8.6546 7.5201 9.7892
Beta 0.2271 0.1691 0.2851
F = 8,6546 + 0,2271 Brix
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,8500 R
2
= 72,26%
Quadro 23 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto dos dados da variedade
RB835089.
93
Brix
Fibra
12
13
14
14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Gráfico 23 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto dos dados da variedade
RB835089.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 7.2249 6.5774 7.8725
Beta 0.2956 0.2558 0.3354
F = 7,2249 + 0,2956 Pol
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9505 R
2
= 90,34%
Quadro 24 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto dos dados da variedade
SP81-3250.
94
Pol
Fibra
9
10
11
12
13
14
8 12 16 20
Gráfico 24 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto dos dados da variedade
SP81-3250.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 4.7213 3.7504 5.6923
Beta 0.3825 0.3313 0.4338
F = 4,7213 + 0,3825 Brix
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9510 R
2
= 90,43%
Quadro 25 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto dos dados da variedade
SP81-3250.
95
Brix
Fibra
9
10
11
12
13
14
12 16 20 24
Gráfico 25 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto dos dados da variedade
SP81-3250.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 8.9765 8.3715 9.5816
Beta 0.1852 0.1475 0.2228
F = 8,9765 + 0,1852 Pol
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,8855 R
2
= 78,40%
Quadro 26 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto dos dados da variedade
RB855035.
96
Pol
Fibra
11
12
13
8 12 16 20
Gráfico 26 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto dos dados da variedade
RB855035.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 7.9520 6.9891 8.9149
Beta 0.2076 0.1573 0.2578
F = 7,9520 + 0,2076 Brix
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,8479 R
2
= 71,90%
Quadro 27 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto dos dados da variedade
RB855035.
97
Brix
Fibra
11
12
13
14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Gráfico 27 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto dos dados da variedade
RB855035.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 7.7798 6.4725 9.0870
Beta 0.2598 0.1839 0.3357
F = 7,7798 + 0,2598 Pol
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,7982 R
2
= 63,72%
Quadro 28 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto dos dados da variedade
RB835054.
98
Pol
Fibra
11
12
13
14
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Gráfico 28 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto dos dados da variedade
RB835054.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 6.8065 5.1171 8.4958
Beta 0.2755 0.1899 0.3611
F = 6,8065 + 0,2755 Brix
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,7798 R
2
= 60,81%
Quadro 29 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto dos dados da variedade
RB835054.
99
Brix
Fibra
11
12
13
14
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Gráfico 29 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto dos dados da variedade
RB835054.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 9.0267 7.7039 10.3496
Beta 0.1604 0.0770 0.2438
F = 9,0267 + 0,1604 Pol
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,5973 R
2
= 35,68%
Quadro 30 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto dos dados da variedade SP79-1011
100
Pol
Fibra
9
10
11
12
13
14
8 12 16 20
Gráfico 30 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto dos dados da variedade SP79-1011
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 7.4715 5.5965 9.3464
Beta 0.2195 0.1186 0.3204
F = 7,4715 + 0,2195 Brix
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,6441 R
2
= 41,49%
Quadro 31 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto dos dados da variedade
SP79-1011.
101
Brix
Fibra
9
10
11
12
13
14
13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Gráfico 31 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto dos dados da variedade
SP79-1011.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 13.8499 12.8586 14.8411
Beta -0.0397 -0.0981 0.0187
F = 13,8499 - 0,0397 Pol
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,2544 R
2
= 6,47%
Quadro 32 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto dos dados da variedade
IAC87-3396.
102
Pol
Fibra
12,4
12,8
13,2
13,6
14
14,4
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Gráfico 32 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto dos dados da variedade
IAC87-3396.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 13.9785 12.6085 15.3485
Beta -0.0413 -0.1120 0.0295
F = 13,9785 – 0,0413 Brix
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,2203 R
2
= 4,85%
Quadro 33 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto dos dados da variedade
IAC87-3396.
103
Brix
Fibra
12,4
12,8
13,2
13,6
14
14,4
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Gráfico 33 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto dos dados da variedade
IAC87-3396.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 8.4937 6.3028 10.6846
Beta 0.2815 0.1662 0.3968
F = 8,4937 + 0,2815 Pol
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,4066 R
2
= 16,53%
Quadro 34 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto dos dados das canas queimadas
amostradas em 2005.
104
Pol
Fibra
11
12
13
14
15
16
17
16 17 18 19 20 21 22
Gráfico 34 - Correlação entre o teor de fibra da cana e a pol do caldo, no conjunto dos dados das canas queimadas
amostradas em 2005.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 6.6484 4.3960 8.9009
Beta 0.3376 0.2319 0.4433
F= 6,6484 + 0,3376 Brix
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,5033 R
2
= 25,33%
Quadro 35 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto dos dados das canas queimadas
amostradas em 2005.
105
Brix
Fibra
11
12
13
14
15
16
17
18 19 20 21 22 23 24 25
Gráfico 35 - Correlação entre o teor de fibra da cana e o brix do caldo, no conjunto dos dados das canas queimadas
amostradas em 2005.
106
Na Tabela 11, é apresentado um resumo geral das correlações do teor de fibra com
outros parâmetros.
Tabela 11 - Correlações do teor de fibra com PBU, brix, pol, pureza e AR.
Parâmetro
Conjunto de
dados
coeficiente de
correlação (r)
coeficiente de
determinação
(R
2
)
Ajuste
PBU Completo 0,4835 23,37723 Muito fraco
PBU RB835089 0,6413 41,12657 Fraco
PBU SP81-3250 0,9415 88,64223 Muito bom
PBU RB855035 0,8439 71,21672 Bom
PBU RB835054 0,8596 73,89122 Bom
PBU SP79-1011 0,6600 43,56 Fraco
PBU IAC87-3396 0,0993 0,986049 Ausente
PBU Canas queimadas 0,7217 52,08509 Razoável
Brix Completo 0,6901 47,6238 Razoável
Brix RB835089 0,8500 72,25 Bom
Brix SP81-3250 0,9510 90,4401 Excelente
Brix RB855035 0,8479 71,89344 Bom
Brix RB835054 0,7798 60,8088 Razoável
Brix SP79-1011 0,6441 41,48648 Fraco
Brix IAC87-3396 0,2203 4,853209 Ausente
Brix Canas queimadas 0,5033 25,3311 Muito fraco
Pol Completo 0,6869 47,18316 Razoável
Pol RB835089 0,8494 72,14804 Bom
Pol SP81-3250 0,9505 90,34503 Excelente
Pol RB855035 0,8855 78,41103 Bom
Pol RB835054 0,7982 63,71232 Razoável
Pol SP79-1011 0,5973 35,67673 Fraco
Pol IAC87-3396 0,2544 6,471936 Ausente
Pol Canas queimadas 0,4066 16,5324 Muito fraco
Pureza Completo 0,5862 34,36304 Fraco
AR Completo 0,5286 27,9418 Muito fraco
Em resumo, no conjunto completo dos dados, os parâmetros que melhor se
correlacionaram com fibra foram brix e pol, e os mais fracos foram PBU e AR. Não obstante, no
conjunto das canas queimadas, a correlação da fibra PBU apresentou coeficientes de correlação e
determinação até superiores àqueles apresentados pelas correlações com pol e brix.
No que tange aos dados específicos de cada variedade, a variedade IAC87-3396
caracterizou-se por apresentar teores de fibra que simplesmente não se correlacionam com
nenhum outro parâmetro, ao contrário da variedade SP81-3250, cujo teor de fibra apresenta ajuste
muito bom quando correlacionado com PBU e excelente quando correlacionado com pol e com
107
brix. Já a variedade SP79-1011 apresentou teores de fibra que, correlacionados com PBU, pol e
brix, resultou sempre em ajuste fraco. É interessante notar, portanto, como se correlaciona o teor
de fibra das outras 3 variedades com os parâmetros PBU, brix e pol:
RB835089: ajuste fraco para PBU e bom para brix e pol.
RB855035: ajuste bom para os 3 parâmetros.
RB835054: ajuste bom para PBU e razoável para brix e pol.
Portanto, de um modo geral, no que tange à correlação com o teor de fibra da cana,
PBU supera brix e pol no conjunto das canas queimadas e em uma variedade (RB835054); os 3
parâmetros se igualam em uma variedade (RB855035); e brix e pol superam PBU no conjunto
completo e em duas variedades (RB835089 e SP81-3250). Deste modo, ainda que fosse atribuída
igual importância ao conjunto completo e ao conjunto das canas queimadas, o “desempate” entre
os parâmetros seria determinado pelo fato de brix e pol ter superado PBU em duas variedades,
enquanto PBU superou brix e pol em apenas uma.
Distinguir, entre os parâmetros brix e pol, qual dos dois correlaciona-se melhor com o
teor de fibra da cana, não é possível através somente da classificação do ajuste, posto que esta
resultou igual para ambos no conjunto completo e em todos os subconjuntos. No entanto, a
correlação da fibra com brix resultou em coeficientes ligeiramente superiores do que sua
correlação com pol, no conjunto dos dados das canas queimadas. No conjunto completo e nos
conjuntos dos dados específicos de cada variedade (exceção feita a IAC87-3396 e SP79-1011,
nas quais, por ter a fibra se correlacionado muito mal com todos os parâmetros, não constituem
bons indicativos), as correlações de fibra com brix e com pol resultaram em coeficientes
praticamente iguais. Assim, o único “critério de desempate” possível é o resultado das
correlações no conjunto das canas queimadas, onde o brix superou a pol, ainda que ligeiramente.
108
2.4.1.3 Comparações de métodos através de regressões
Como os parâmetros que melhor se correlacionaram com fibra da cana foram brix e
pol, foram testados, no conjunto completo dos dados e nos subconjuntos, por comparação com o
método padrão (método da prensa modificado), os seguintes métodos para estimativa do teor de
fibra: Fmod = f(FT); método ajustado; F = f(PBU); F = f(Brix); F = f(Pol); equação antiga do
CONSECANA; e equação atual do CONSECANA. Os resultados dessas comparações são
apresentados nos Quadros 36 a 44.
Método comparado:
Constante (α) Inclinação (β)
Coeficiente de
Correlação (
ρ)
R
2
%
Fmod = f(FT) F(método) = 0,03 + 1,00 F(padrão)
m
1
– m
3
= 0,00 0,03 1,00 1,00
- 0,21≤µ
1
- µ
3
0,21
- 0,0410 α 0,0934
0,9928 β 1,0031 0,99 ρ 1,00
100,00
Método ajustado F(método) = 0,25 + 0,98 F(padrão)
m
1
– m
4
= 0,00 0,25 0,98 1,00
- 0,22≤µ
1
- µ
4
0,21
0,18 α 0,32
0,98
β 0,99 0,99 ρ 1,00
100,00
F = f(PBU) F(método) = 9,89 + 0,23 F(padrão)
m
1
– m
5
= 0,00 9,89 0,23 0,48
- 0,17≤µ
1
- µ
5
0,17
9,25 α 10,52
0,19
β 0,28 0,39 ρ 0,57
23,38
F = f(Brix) F(método) = 6,76 + 0,48 F(padrão)
m
1
– m
6
= 0,00 6,76 0,48 0,69
- 0,18≤µ
1
- µ
6
0,18
6,01 α 7,51
0,42
β 0,53 0,63 ρ 0,75
47,62
F = f(Pol) F(método) = 6,82 + 0,47 F(padrão)
m
1
– m
7
= 0,00 6,82 0,47 0,69
- 0,18≤µ
1
- µ
7
0,18 6,07 α 7,56
0,41
β 0,53 0,62 ρ 0,74
47,18
Eq. antiga do
CONSECANA
F(método) = 2,47 + 0,94 F(padrão)
m
1
– m
8
= - 1,67 2,47 0,94 0,48
- 2,00 ≤µ
1
- µ
8
-1,34 - 0,06 α 5,01
0,74 β 1,13 0,39 ρ 0,57
23,38
Eq. atual do
CONSECANA
F(método) = 6,58 + 0,49 F(padrão)
m
1
– m
9
= - 0,04 6,58 0,49 0,48
- 2,00 ≤µ
1
- µ
9
0,17 5,25 α 7,92
0,39
β 0,60 0,39 ρ 0,57
23,38
Quadro 36 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana, com o método da prensa
modificado (padrão), no conjunto completo dos dados.
109
Método comparado:
Constante (α) Inclinação (β)
Coeficiente de
Correlação (
ρ)
R
2
%
Fmod = f(FT) F(método) = 0,17 + 0,99 F(padrão0
m
1
– m
3
= 0,01 0,17 0,99 1,00
- 0,23 ≤µ
1
- µ
3
0,24
0,07 α 0,27
0,98
β 0,99 0,99 ρ 1,00
100,00
Método ajustado F(método) = 0,15 + 0,99 F(padrão)
m
1
– m
4
= - 0,03 0,15 0,99 1,00
- 0,26≤µ
1
- µ
4
0,21
0,03 α 0,26
0,98 β 1,00 0,99 ρ 1,00
100,00
F = f(PBU) F(método) = 8,21 + 0,38 F(padrão)
m
1
– m
5
= - 0,65 8,21 0,38 0,59
- 0,85≤µ
1
- µ
5
- 0,45
7,22 α 9,17
0,30
β 0,46 0,48 ρ 0,68
34,36
F = f(Brix) F(método) = 5,38 + 0,59 F(padrão)
m
1
– m
6
= - 0,33 5,38 0,59 0,66
- 0,55≤µ
1
- µ
6
- 0,10
4,15 α 6,61
0,49
β 0,69 0,57 ρ 0,74
43,99
F = f(Pol) F(método) = 4,91 + 0,63 F(padrão)
m
1
– m
7
= - 0,33 4,91 0,63 0,69
- 0,54≤µ
1
- µ
7
0,11 3,69 α 6,13
0,53
β 0,73 0,62 ρ 0,74
47,62
Eq. antiga do
CONSECANA
F(método) = -4,26 + 1,54 F(padrão)
m
1
– m
8
= - 2,36 - 4,26 1,54 0,59
- 2,83 ≤µ
1
- µ
8
-1,89 - 8,21 α - 0,32
1,22
β 1,86 0,49 ρ 0,69
34,36
Eq. atual do
CONSECANA
F(método) = 3,04 + 0,81 F(padrão)
m
1
– m
9
= - 0,72 3,04 0,81 0,59
- 1,00 ≤µ
1
- µ
9
- 0,43 0,96 α 5,11
0,64
β 0,98 0,48 ρ 0,68
34,36
Quadro 37 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana, com o método da prensa
modificado (padrão), no conjunto dos dados das canas cruas amostradas em 2004.
110
Método comparado:
Constante (α) Inclinação (β)
Coeficiente de
Correlação (
ρ)
R
2
%
Fmod = f(FT) F(método) = - 0,03 + 1,00 F(padrão)
m
1
– m
3
= - 0,01 - 0,03 1,00 1,00
- 0,26 ≤µ
1
- µ
3
0,25
-0,16 α 0,09
0,99 β 1,01 0,99 ρ 1,00
100,00
Método ajustado F(método) = 0,16 + 0,99 F(padrão)
m
1
– m
4
= 0,03 0,16 0,99 1,00
- 0,23≤µ
1
- µ
4
0,28
0,03 α 0,29
0,98 β 1,00 0,99 ρ 1,00
100,00
F = f(PBU) F(método) = 8,28 + 0,33 F(padrão)
m
1
– m
5
= 0,95 8,28 0,33 0,72
0,75≤µ
1
- µ
5
1,14
7,47 α 9,08
0,27
β 0,39 0,62 ρ 0,80
52,09
F = f(Brix) F(método) = 9,86 + 0,25 F(padrão)
m
1
– m
6
= 0,47 9,86 0,25 0,50
2,07 ≤µ
1
- µ
6
0,67
8,76 α 10,96
0,17
β 0,33 0,36 ρ 0,63
25,33
F = f(Pol) F(método) = 11,07 + 0,16 F(padrão)
m
1
– m
7
= 0,47 11,07 0,16 0,41
0,28 ≤µ
1
- µ
7
0,67 10,14 α 12,01
0,10
β 0,23 0,25 ρ 0,56
16,53
Eq. antiga do
CONSECANA
F(método) = -3,98 + 1,33 F(padrão)
m
1
– m
8
= - 0,65 - 3,98 1,33 0,72
- 1,03 ≤µ
1
- µ
8
-0,28
- 7,22 α - 0,74
1,10
β 1,57 0,62 ρ 0,80
52,09
Eq. atual do
CONSECANA
F(método) = 3,18 + 0,70 F(padrão)
m
1
– m
9
= 0,93 3,18 0,70 0,72
0,68 ≤µ
1
- µ
9
1,18 1,48 α 4,89
0,58
β 0,83 0,62 ρ 0,80
52,09
Quadro 38 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana, com o método da prensa
modificado (padrão), no conjunto dos dados das canas queimadas amostradas em 2005.
111
Método comparado:
Constante (α) Inclinação (β)
Coeficiente de
Correlação (
ρ)
R
2
%
Fmod = F(FT) F(método) = 0,86 + 0,93 F(padrão
m
1
– m
3
= 0,04 0,86 0,93 1,00
- 0,40 ≤µ
1
- µ
3
0,47
0,55 α 1,17
0,91
β 0,96 0,99 ρ 1,00
100,00
Método ajustado F(método) = 0,14 + 0,99 F(padrão)
m
1
– m
4
= 0,00 0,14 0,99 0,99
- 0,44≤µ
1
- µ
4
0,46
-0,47 α 0,75
0,94 β 1,04 0,98 ρ 1,00
98,70
F = f(PBU) F(método) = 6,21 + 0,55 F(padrão)
m
1
– m
5
= - 0,28 6,21 0,55 0,64
-0,70≤µ
1
- µ
5
0,14
2,70 α 9,72
0,28
β 0,81 0,35 ρ 0,82
41,12
F = f(Brix) F(método) = - 1,28 + 1,07 F(padrão)
m
1
– m
6
= 0,34 - 1,28 1,07 0,85
-0,17 ≤µ
1
- µ
6
0,85
-4,85 α 2,30
0,80 β 1,35 0,69 ρ 0,93
72,26
F = f(Pol) F(método) = -1,30 + 1,08 F(padrão)
m
1
– m
7
= 0,23 - 1,30 1,08 0,85
-0,29 ≤µ
1
- µ
7
0,75 -4,92 α 2,32
0,81 β 1,36 0,69 ρ 0,93
72,26
Eq. antiga do
CONSECANA
F(método) = -12,28 + 2,19 F(padrão)
m
1
– m
8
= - 3,22 -12,28 2,19 0,64
- 4,35 ≤µ
1
- µ
8
-2,08 - 26,38 α 1,81
1,11
β 3,27 0,35 ρ 0,82
41,12
Eq. atual do
CONSECANA
F(método) = -1,19 + 1,15 F(padrão)
m
1
– m
9
= - 0,80 - 1,19 1,15 0,64
-1,45 ≤µ
1
- µ
9
-0,14 -8,61 α 6,23
0,78 β 1,52 0,35 ρ 0,82
41,12
Quadro 39 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana, com o método da prensa
modificado (padrão), no conjunto dos dados da variedade RB835089.
112
Método comparado:
Constante (α) Inclinação (β)
Coeficiente de
Correlação (
ρ)
R
2
%
Fmod = f(FT) F(método) = 0,20 + 0,98 F(padrão)
m
1
– m
3
= 0,00 0,20 0,98 1,00
- 0,77 ≤µ
1
- µ
3
0,77
0,05 α 0,35
0,97 β 1,00 0,99 ρ 1,00
99,90
Método ajustado F(método) = -0,09 + 1,08 F(padrão)
m
1
– m
4
= - 0,01 -0,09 1,08 1,00
- 0,79≤µ
1
- µ
4
0,78
-0,29 α 0,12
0,99 β 1,02 0,99 ρ 1,00
99,83
F = f(PBU) F(método) = 6,02 + 0,54 F(padrão)
m
1
– m
5
= - 0,51 6,02 0,54 0,94
-1,15≤µ
1
- µ
5
0,12
5,07 α 6,96
0,46
β 0,61 0,87 ρ 0,97
88,64
F = f(Brix) F(método) = 3,03 + 0,80 F(padrão)
m
1
– m
6
= -0,62 3,03 0,80 0,95
-1,34 ≤µ
1
- µ
6
0,10
1,76 α 4,30
0,69
β 0,90 0,89 ρ 0,98
90,42
F = f(Pol) F(método) = 2,25 + 0,88 F(padrão)
m
1
– m
7
= -0,58 2,25 0,88 0,95
-1,32 ≤µ
1
- µ
7
0,16 0,87 α 3,63
0,74
β 0,97 0,89 ρ 0,98
90,34
Eq. antiga do
CONSECANA
F(método) = -13,05 + 2,15 F(padrão)
m
1
– m
8
= - 0,54 -13,05 2,15 0,94
- 1,91 ≤µ
1
- µ
8
0,83 - 16,83 α -9,27
1,83
β 2,46 0,87 ρ 0,97
88,64
Eq. atual do
CONSECANA
F(método) = - 0,83 + 1,13 F(padrão)
=
71
xx
- 0,79
- 0,83 1,13 0,64
- 1,25 µ
1
-µ
7
0,34
- 8,83
α
7,16 0,52
β
1,34
0,35
ρ
0,82
41
Quadro 40 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana, com o método da prensa
modificado (padrão), no conjunto dos dados da variedade SP81-3250.
113
Método comparado:
Constante (α) Inclinação (β)
Coeficiente de
Correlação (
ρ)
R
2
%
Fmod = f(FT) F(método) = 0,49 + 0,96 F(padrão)
m
1
– m
3
= 0,02 0,49 0,96 1,00
- 0,40 ≤µ
1
- µ
3
0,37
0,30 α 0,67
0,94
β 0,98 0,99 ρ 1,00
99,83
Método ajustado F(método) = -0,12 + 1,01 F(padrão)
m
1
– m
4
= -0,04 -0,12 1,01 1,00
- 0,44≤µ
1
- µ
4
0,36
-0,35 α 0,12
0,99 β 1,03 0,99 ρ 1,00
99,76
F = f(PBU) F(método) = 5,49 + 0,59 F(padrão)
m
1
– m
5
= - 0,67 5,49 0,59 0,84
-1,01≤µ
1
- µ
5
-0,33
3,76 α 7,24
0,45
β 0,74 0,70 ρ 0,92
71,22
F = f(Brix) F(método) = - 1,30 + 1,17 F(padrão)
m
1
– m
6
= -0,69 -1,30 1,17 0,85
-1,16 ≤µ
1
- µ
6
-0,21
-4,67 α 2,06
0,88 β 1,45 0,70 ρ 0,93
71,90
F = f(Pol) F(método) = -1,70 + 1,19 F(padrão)
m
1
– m
7
= -0,56 -1,70 1,19 0,89
-1,02 ≤µ
1
- µ
7
-0,09 -4,58 α 1,18
0,95 β 1,43 0,77 ρ 0,94
78,40
Eq. antiga do
CONSECANA
F(método) = -15,14 + 2,38 F(padrão)
m
1
– m
8
= - 1,29 -15,14 2,38 0,84
- 2,12 ≤µ
1
- µ
8
-0,45 - 22,11 α -8,16
1,80
β 2,97 0,70 ρ 0,92
71,22
Eq. atual do
CONSECANA
F(método) = - 2,69 + 1,25 F(padrão)
=
71
xx
- 0,33
- 2,69 1,25 0,84
- 0,57 µ
1
-µ
7
- 0,09
- 6,36
α
0,99
0,95
β
1,56
0,69
ρ
0,92
71
Quadro 41 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana, com o método da prensa
modificado (padrão), no conjunto dos dados da variedade RB855035.
114
Método comparado:
Constante (α) Inclinação (β)
Coeficiente de
Correlação (
ρ)
R
2
%
Fmod = f(FT) F(método) = 0,42 + 0,97 F(padrão)
m
1
– m
3
= 0,04 0,42 0,97 1,00
- 0,42 ≤µ
1
- µ
3
0,49
0,14 α 0,69
0,94 β 1,00 0,99 ρ 1,00
99,64
Método ajustado F(método) = -0,04 + 1,00 F(padrão)
m
1
– m
4
= -0,01 -0,04 1,00 1,00
- 0,48≤µ
1
- µ
4
0,45
-0,32 α 0,23
0,98 β 1,03 0,98 ρ 1,00
99,67
F = f(PBU) F(método) = 5,21 + 0,63 F(padrão)
m
1
– m
5
= - 0,69 5,21 0,63 0,86
-1,09≤µ
1
- µ
5
-0,28
3,44 α 6,98
0,48
β 0,77 0,72 ρ 0,93
73,89
F = f(Brix) F(método) = 3,71 + 0,74 F(padrão)
m
1
– m
6
= -0,69 3,71 0,74 0,78
-1,03 ≤µ
1
- µ
6
-0,14
0,89 α 6,54
0,51
β 0,97 0,58 ρ 0,89
60,81
f = f(Pol) F(método) = 4,40 + 0,69 F(padrão)
m
1
– m
7
= -0,61 4,40 0,69 0,80
-1,04 ≤µ
1
- µ
7
-0,18 1,94 α 6,87
0,49
β 0,89 0,61 ρ 0,90
63,72
Eq. antiga do
CONSECANA
F(método) = -16,29 + 2,52 F(padrão)
m
1
– m
8
= - 2,31 -16,29 2,52 0,86
- 3,32 ≤µ
1
- µ
8
-1,30 - 23,39 α -9,18
1,94
β 3,11 0,72 ρ 0,93
73,89
Eq. atual do
CONSECANA
F(método) = - 3,29 + 1,33 F(padrão)
=
71
xx
- 0,72
- 3,29 1,33 0,86
- 1,00 µ
1
-µ
7
- 0,43
- 7,03
α
0,45 1,02
β
1,63
0,72
ρ
0,93
74
Quadro 42 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana, com o método da prensa
modificado (padrão), no conjunto dos dados da variedade RB835054.
115
Método comparado:
Constante (α) Inclinação (β)
Coeficiente de
Correlação (
ρ)
R
2
%
Fmod = f(FT) F(método) = 0,22 + 0,98 F(padrão)
m
1
– m
3
= 0,03 0,22 0,98 1,00
- 0,52 ≤µ
1
- µ
3
0,57
-0,01 α 0,45
0,96 β 1,01 0,99 ρ 1,00
99,75
Método ajustado F(método) = 0,16 + 0,99 F(padrão)
m
1
– m
4
= 0,09 0,16 0,99 1,00
- 0,64≤µ
1
- µ
4
0,46
-0,10 α 0,42
0,97 β 1,02 0,99 ρ 1,00
99,66
F = f(PBU) F(método) = 8,74 + 0,41 F(padrão)
m
1
– m
5
= - 1,95 8,74 0,41 0,66
-2,41≤µ
1
- µ
5
-1,49
6,65 α 10,82
0,23
β 0,59 0,39 ρ 0,82
43,57
F = f(Brix) F(método) = 5,05 + 0,64 F(padrão)
m
1
– m
6
= -0,87 5,05 0,64 0,64
-1,42 ≤µ
1
- µ
6
-0,32
1,67 α 8,42
0,34
β 0,93 0,37 ρ 0,82
41,49
F = f(Pol) F(método) = 5,17 + 0,62 F(padrão)
m
1
– m
7
= -0,86 5,17 0,62 0,60
-1,42 ≤µ
1
- µ
7
-0,29 1,42 α 8,92
0,30
β 0,95 0,30 ρ 0,79
35,98
Eq. antiga do
CONSECANA
F(método) = -2,14 + 1,64 F(padrão)
m
1
– m
8
= - 5,26 -2,14 1,64 0,66
- 6,31 ≤µ
1
- µ
8
-4,21 - 10,49 α 6,22
0,92 β 2,37 0,39 ρ 0,82
43,57
Eq. atual do
CONSECANA
F(método) = 4,15 + 0,87 F(padrão)
=
71
xx
- 2,60
4,15 0,87 0,63
- 3,00 µ
1
-µ
7
- 2,21
- 0,24
α
8,55
0,48
β
1,24
0,39
ρ
0,82
44
Quadro 43 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana, com o método da prensa
modificado (padrão), no conjunto dos dados da variedade SP79-1011.
116
Método comparado:
Constante (α) Inclinação (β)
Coeficiente de
Correlação (
ρ)
R
2
%
Fmod = f(FT) F(método) = -0,76 + 1,06 F(padrão)
m
1
– m
3
= -0,04 -0,76 1,06 0,99
- 0,27 ≤µ
1
- µ
3
0,18
-1,40 α -0,11
1,00 β 1,11 0,98 ρ 1,00
98,61
Método ajustado F(método) = 0,29 + 0,98 F(padrão)
m
1
– m
4
= -0,02 0,29 0,98 0,99
- 0,24≤µ
1
- µ
4
0,20
-0,38 α 0,96
0,93 β 1,03 0,98 ρ 1,00
98,24
F = f(PBU) F(método) = 11,67 + 0,09 F(padrão)
m
1
– m
5
= 0,26 11,67 0,09 0,10
0,05 ≤µ
1
- µ
5
0,48
6,82 α 16,53
-0,27
β 0,46 -0,27 ρ 0,44
1,00
F = f(Brix) F(método) = 17,90 – 0,40 F(padrão)
m
1
– m
6
= 0,51 17,90 -0,40 0,22
0,19 ≤µ
1
- µ
6
0,83
8,94 α 16,85
-1,08
β 0,28 -0,54 ρ 0,15
4,85
F = f(Pol) F(método) = 17,89 –0,46 F(padrão)
m
1
– m
7
= 0,44 17,87 -0,46 0,25
0,12 ≤µ
1
- µ
7
0,76 9,90 α 27,67
-1,13
β 0,22 -0,56 ρ 0,12
6,47
Eq. antiga do
CONSECANA
F(método) = 9,65 + 0,38 F(padrão)
m
1
– m
8
= - 1,47 9,65 0,38 0,10
- 2,09 ≤µ
1
- µ
8
-0,86 - 9,81 α 29,10
-1,09 β 1,86 -0,27 ρ 0,44
1,00
Eq. atual do
CONSECANA
F(método) = 10,36 + 0,20 F(padrão)
=
71
xx
0,19
10,36 0,20 0,10
- 0,15 µ
1
-µ
7
0,53
0,12
α
20,59 - 0,58
β
0,98
- 0,27
ρ
0,44
1
Quadro 44 - Comparações dos métodos de estimativa dos teores de fibra da cana, com o método da prensa
modificado (padrão), no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396.
Na Tabela 12 é apresentado um resumo geral das comparações dos métodos para
estimativa de fibra com o método padrão.
117
Tabela 12 - Resultados das comparações dos métodos para estimativa do teor de fibra com o método padrão (método
da prensa modificado).
Método
Conjuntos de dados nos quais
apresentou média equivalente
à do método padrão
Conjuntos de dados nos
quais foi equivalente ao
padrão em todo o domínio
de respostas
Regressão Fmod = f(FT) Todos
Completo, canas queimadas,
SP79-1011
Método ajustado Todos
RB835089, SP81-3250,
RB855035, RB835054,
SP79-1011, IAC87-3396
F = f(PBU)
Completo, RB835089,
SP81-32-50
Nenhum
F = f(Brix)
Completo, RB835089,
SP81-3250
RB835089
F = f(Pol)
Completo, canas cruas,
RB835089, SP81-3250
RB835089
Equação antiga do
CONSECANA
SP81-3250 Nenhum
Equação atual do
CONSECANA
Completo, SP81-3250,
IAC87-3396
SP81-3250
Nas comparações de métodos para estimativa de fibra, é interessante notar, entre os
métodos de correção do erro decorrente de, no método da prensa original, usar o brix do caldo
extraído como estimativa do valor do brix do caldo não extraído, ambos resultam, em todos os
conjuntos de dados, em médias iguais à do método padrão. Para estimativa do teor de fibra, a
regressão Fmod = f(FT) parece ser o melhor método, já que é equivalente ao método padrão em
todo o domínio de respostas dos conjuntos de dados completos e canas queimadas. Quanto ao
fato de todas as variedades terem apresentado equivalência entre o método ajustado e o padrão,
isso demonstra que a forte correlação existente entre o brix do caldo extraído no final da
prensagem e o brix do caldo extraído no início da prensagem não é influenciada por
características varietais.
118
Em relação aos métodos de estimativa de fibra em função do PBU, a melhor equação
é a atual do CONSECANA, corroborando com os resultados observados por Leme Filho et al.
(2003)
20
Quanto às estimativas de fibra em função da pol e do brix, F = f(Pol) superou F = f(Brix)
somente por apresentar média estatisticamente igual à do método padrão no conjunto das canas
cruas amostradas em 2004.
2.4.2 Açúcares redutores no caldo
2.4.2.1 Testes de correlações
Foram testados, através de regressão linear, as correlações do teor de açúcares
redutores no caldo (determinado pelo método de Lane e Eynon) com os demais parâmetros
ligados ao estádio de maturação da cana (pureza, pol e brix do caldo), e com a diferença entre
brix e pol, dentro do conjunto completo dos dados. Os resultados dessas regressões são
apresentados nos Quadros 45 a 48 e nos Gráficos 36 a 39.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 9,1331 8,8194 9,4468
Beta -0,0948 -0,0984 -0,0912
AR = 9,1331 - 0,0948 Pureza
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9482 R
2
= 90%
Quadro 45 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto completo dos dados.
20
Cf. páginas 53 e 54 do presente trabalho.
119
Pureza
AR
0
1
2
3
4
50 60 70 80 90 100
Gráfico 36 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto completo dos dados.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 3,7464 3,5043 3,9885
Beta -0,1618 -0,1755 -0,1481
AR = 3,7464 - 0,1618 Pol
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,8022 R
2
= 64,35%
Quadro 46 - Correlação entre o teor de AR e a pol do caldo, no conjunto completo dos dados.
120
Pol
AR
0
1
2
3
4
8 12 16 20
Gráfico 37 - Correlação entre o teor de AR e a pol do caldo, no conjunto completo dos dados.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 4,2225 3,8216 4,6234
Beta -0,1649 -0,1848 -0,1449
AR = 4,2225 - 0,1649 Brix
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,6855 R
2
= 46,99%
Quadro 47 - Correlação entre o teor de AR e o brix do caldo, no conjunto completo dos dados.
121
Brix
AR
0
1
2
3
4
12 16 20 24
Gráfico 38 - Correlação entre o teor de AR e o brix do caldo, no conjunto completo dos dados.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -0,9886 -1,0866 -0,8906
Beta 0,7515 0,7150 0,7880
AR = - 0,9886 + 0,7515 (Brix – Pol)
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9200 R
2
= 84,63%
Quadro 48 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo, no conjunto completo dos
dados.
122
Brix - Pol
AR
0
1
2
3
4
1 2 3 4 5 6
Gráfico 39 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo, no conjunto completo dos
dados.
Como os parâmetros pureza e brix - pol foram os que melhor se correlacionaram com
o teor de AR, essas correlações foram também testadas dentro dos subconjuntos. Como os
coeficientes de correlação e determinação obtidos para as regressões AR = f(Pol) e AR = f(Brix)
são bem inferiores àqueles obtidos para as regressões AR = f(Pureza) e AR = f(Brix - Pol),
enquanto pequena é a diferença entre os coeficientes obtidos para estas duas últimas, as
regressões no conjunto completo são suficientes para concluir que pol e brix são parâmetros
inferiores à pureza e à diferença entre brix e pol; porém, para se saber ao certo, entre pureza e
brix - pol, qual destes se correlaciona melhor com o teor de AR, convém avaliar as correlações
dentro dos subconjuntos.
Pelo fato de pureza e brix - pol serem os parâmetros que melhor se correlacionam
com o teor de AR no caldo, as equações (33) e (34), resultantes respectivamente das regressões
lineares apresentadas nos Quadros 45 e 48, serão testadas, no item seguinte, como métodos
estimativos do teor de AR.
AR = 9,1331 - 0,0948 x Pureza (33)
AR = 0,7515 x (Brix – Pol) - 0,9886 (34)
Os Quadros 49 a 62, e os Gráficos 40 a 53 apresentam os resultados das regressões
entre AR e pureza, e entre AR e brix - pol, realizadas nos conjuntos de dados de cada uma das
variedades amostradas em 2004, e no conjunto dos dados das canas queimadas amostradas em
2005.
123
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 9,3048 8,6520 9,9577
Beta -0,0961 -0,1036 -0,0887
AR = 9,3048 - 0,0961 Pureza
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9827 R
2
= 96,57%
Quadro 49 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto dos dados da variedade RB835089.
Pureza
AR
0,4
0,8
1,2
1,6
2
2,4
70 80 90
Gráfico 40 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto dos dados da variedade RB835089.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 8,4640 7,9969 8,9312
Beta -0,0859 -0,0915 -0,0802
AR = 8,4640 - 0,0859 Pureza
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9875 R
2
= 97,52%
Quadro 50 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto dos dados da variedade SP81-3250.
124
Pureza
AR
0
1
2
3
50 60 70 80 90 100
Gráfico 41 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto dos dados da variedade SP81-3250.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 9,2081 7,6988 10,7174
Beta -0,0964 -0,1147 -0,0780
AR = 9,2081 - 0,0964 Pureza
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,8972 R
2
= 80,50%
Quadro 51 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto dos dados da variedade RB855035.
125
Pureza
AR
0
1
2
3
70 80 90
Gráfico 42 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto dos dados da variedade RB855035.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 9,9042 8,1983 11,6101
Beta -0,1055 -0,1252 -0,0859
AR = 9,9042 - 0,1055 Pureza
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9009 R
2
= 81,16%
Quadro 52 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto dos dados da variedade RB835054.
126
Pureza
AR
0,4
0,8
1,2
1,6
2
76 80 84 88 92
Gráfico 43 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto dos dados da variedade RB835054.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 8,6147 8,1412 9,0883
Beta -0,0864 -0,0921 -0,0807
AR = 8,6147 - 0,0864 Pureza
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9858 R
2
= 97,18%
Quadro 53 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto dos dados da variedade SP79-1011.
127
Pureza
AR
1
2
3
50 60 70 80 90 100
Gráfico 44 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto dos dados da variedade SP79-1011.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 11,4341 10,8196 12,0487
Beta -0,1207 -0,1278 -0,1136
AR = 11,4341 - 0,1207 Pureza
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9887 R
2
= 97,76%
Quadro 54 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396.
128
Pureza
AR
0
1
2
76 80 84 88 92
Gráfico 45 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto dos dados da variedade IAC87-3396.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa 7,8902 6,6436 9,1367
Beta -0,0811 -0,0951 -0,0671
AR = 7,8902 - 0,0811 Pureza
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,7178 R
2
= 51,52%
Quadro 55 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto dos dados das canas queimadas
amostradas em 2005.
129
Pureza
AR
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
1,1
1,2
1,3
84 85 86 87 88 89 90 91 92 93
Gráfico 46 - Correlação entre o teor de AR e a pureza do caldo, no conjunto dos dados das canas queimadas
amostradas em 2005.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -0,9335 -1,1060 -0,7610
Beta 0,8058 0,7349 0,8768
AR = - 0,9335 + 0,8058 (Brix – Pol)
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9779 R
2
= 95,63%
Quadro 56 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo, no conjunto dos dados da
variedade RB835089.
130
Brix - Pol
AR
0,4
0,8
1,2
1,6
2
2,4
1 2 3 4
Gráfico 47 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo, no conjunto dos dados da
variedade RB835089.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -0,9484 -1,0924 -0,8044
Beta 0,7880 0,7432 0,8328
AR = - 0,9484 + 0,7880 (Brix – Pol)
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9906 R
2
= 98,13%
Quadro 57 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo, no conjunto dos dados da
variedade SP81-3250.
131
Brix - Pol
AR
0
1
2
3
1 2 3 4 5 6
Gráfico 48 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo, no conjunto dos dados da
variedade SP81-3250.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -1,5891 -2,0535 -1,1247
Beta 0,8951 0,7560 1,0342
AR = - 1,5891 + 0,8951 (Brix – Pol)
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9280 R
2
= 86,12%
Quadro 58 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo, no conjunto dos dados da
variedade RB855035.
132
Brix - Pol
AR
0
1
2
3
2 3 4 5
Gráfico 49 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo, no conjunto dos dados da
variedade RB855035.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -0,7267 -1,3041 -0,1493
Beta 0,5826 0,3622 0,8030
AR = - 0,7267 + 0,5826 (Brix – Pol)
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,7151 R
2
= 51,14%
Quadro 59 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo, no conjunto dos dados da
variedade RB835054.
133
Brix - Pol
AR
0,4
0,8
1,2
1,6
2
2 3 4
Gráfico 50 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo, no conjunto dos dados da
variedade RB835054.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -0,7478 -0,8870 -0,6086
Beta 0,7534 0,7089 0,7978
AR = - 0,7478 + 0,7534 (Brix – Pol)
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9886 R
2
= 97,73%
Quadro 60 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo, no conjunto dos dados da
variedade SP79-1011.
134
Brix - Pol
AR
1
2
3
1 2 3 4 5 6
Gráfico 51 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo, no conjunto dos dados da
variedade SP79-1011.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -1,2121 -1,4378 -0,9864
Beta 0,8817 0,7936 0,9699
AR = - 1,2121 + 0,8817 (Brix – Pol)
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,9682 R
2
= 93,74%
Quadro 61 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo, no conjunto dos dados da
variedade IAC87-3396.
135
Brix - Pol
AR
0
1
2
2 3 4
Gráfico 52 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo, no conjunto dos dados da
variedade IAC87-3396.
Estimativas por Intervalo (95%)
Parâmetros
Coeficientes da
regressão
Limite Inferior Limite Superior
Alfa -0,2975 -0,4234 -0,1715
Beta 0,4168 0,3630 0,4705
AR = - 0,2975 + 0,4168 (Brix – Pol)
Coeficiente de correlação de
Pearson
Coeficiente de determinação
r = 0,8095 R
2
= 65,53%
Quadro 62 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo, no conjunto dos dados das
canas queimadas amostradas em 2005.
136
Brix - Pol
AR
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
1,1
1,2
1,3
1,6 2 2,4 2,8 3,2
Gráfico 53 - Correlação entre o teor de AR e a diferença entre o brix e a pol do caldo, no conjunto dos dados das
canas queimadas amostradas em 2005.
Na Tabela 13, é apresentado um resumo geral das correlações do teor de açúcares
redutores no caldo com outros parâmetros.
Tabela 13 - Correlações do teor de AR no caldo com pureza, brix - pol, pol e brix.
Parâmetro
Conjunto de
dados
coeficiente de
correlação (r)
coeficiente de
determinação
(R
2
)
Ajuste
Pureza Completo 0,9482
89,90832
90
Excelente
Pureza RB835089 0,9827 96,56993 Excelente
Pureza SP81-3250 0,9875 97,51563 Excelente
Pureza RB855035 0,8972 80,49678 Muito bom
Pureza RB835054 0,9009 81,16208 Muito bom
Pureza SP79-1011 0,9858 97,18016 Excelente
Pureza IAC87-3396 0,9887 97,75277 Excelente
Pureza Canas queimadas 0,7178 51,52368 Razoável
Brix - pol Completo 0,9200 84,64 Muito bom
Brix - pol RB835089 0,9779 95,62884 Excelente
Brix - pol SP81-3250 0,9906 98,12884 Excelente
Brix - pol RB855035 0,9280 86,1184 Muito bom
Brix - pol RB835054 0,7151 51,1368 Razoável
Brix - pol SP79-1011 0,9886 97,733 Excelente
Brix - pol IAC87-3396 0,9682 93,74112 Excelente
Brix - pol Canas queimadas 0,8095 65,52903 Razoável
Pol Completo 0,8022 64,35248 Razoável
Brix Completo 0,6855 46,99103 Razoável
137
Conforme demonstram os dados apresentados na Tabela 13, os testes de correlações
dentro dos subconjuntos de fato permitiu distinguir, entre os parâmetros pureza e brix - pol, qual
melhor se correlaciona com o teor de AR do caldo de cana: a pureza
, parâmetro que, desde que
arredondado o valor do R
2
, correlaciona-se com AR, no conjunto completo dos dados, resultando
em ajuste excelente, enquanto o ajuste da diferença brix - pol é muito bom. Quanto ao conjunto
das canas queimadas tanto a pureza quanto a diferença entre brix e pol resultaram em ajuste
razoável, embora os coeficientes de correlação e determinação sejam ligeiramente superiores para
brix - pol. Quanto aos conjuntos específicos de cada uma das variedades, a pureza resultou em
ajuste excelente para quatro variedades, para as quais brix - pol também resultou em ajuste
excelente; porém a pureza resultou em ajuste muito bom para ambas as demais variedades, para
as quais brix - pol resultou em ajuste muito bom para RB855035, e razoável para RB835054.
2.4.2.2 Comparações de métodos através de regressões
Como os parâmetros que melhor se correlacionaram com o teor de AR no caldo
foram pureza e brix - pol, foram testados, no conjunto completo dos dados e nos subconjuntos,
por comparação com o método padrão (Lane e Eynon), os seguintes métodos para estimativa do
teor de açúcares redutores no caldo: AR = f(Pureza); AR = f(Brix - Pol); equação antiga do
CONSECANA e equação atual do CONSECANA. Os resultados dessas comparações são
apresentados nos Quadros 63 a 66.
138
Conjunto de dados:
Constante (α) Inclinação (β)
Coeficiente de
Correlação (
ρ)
R
2
%
Completo AR(estimado) = 0,09 + 0,90 AR(padrão)
m
1
– m
2
= 0,00 0,09 0,90 0,95
- 0,10 ≤µ
1
- µ
2
0,10
0,05 α 0,13
0,87
β 0,93 0,94 ρ 0,96
94,82
Canas cruas AR(estimado) = 0,07 + 0,92 AR(padrão)
m
1
– m
2
= -0,02 0,07 0,92 0,95
- 0,14≤µ
1
- µ
2
0,18
0,01 α 0,13
0,87
β 0,96 0,94 ρ 0,97
90,94
Canas queimadas AR(estimado) = 0,29 + 0,60 AR(padrão)
m
1
– m
2
= - 0,02 0,29 0,60 0,72
-0,08≤µ
1
- µ
2
0,03
0,22 α 0,36
0,50
β 0,71 0,62 ρ 0,79
51,52
RB835089 AR(estimado) = - 0,10 + 0,95 AR(padrão)
m
1
– m
2
= 0,06 -0,10 0,95 0,98
-0,30 ≤µ
1
- µ
2
0,41
-0,09 α 0,07
0,88 β 1,03 0,96 ρ 0,99
96,57
SP81-3250 AR(estimado) = -0,17 + 1,08 AR(padrão)
m
1
– m
2
= 0,06 -0,17 1,08 0,99
-0,48 ≤µ
1
- µ
2
0,61 -0,29 α 0,05
1,00 β 1,15 0,97 ρ 0,99
97,52
RB855035 AR(estimado) = 0,33 + 0,79 AR(padrão)
m
1
– m
2
= - 0,05 0,33 0,79 0,90
- 0,43 ≤µ
1
- µ
2
0,32 0,10 α 0,55
0,64
β 0,94 0,79 ρ 0,95
80,50
RB835054 AR(estimado) = 0,37 + 0,73 AR(padrão)
m
1
– m
2
= - 0,16 0,37 0,73 0,90
-0,37 ≤µ
1
- µ
2
0,05 0,25 α 0,49
0,59
β 0,87 0,80 ρ 0,95
81,16
SP79-1011 AR(estimado) = -0,27 + 1,07 AR(padrão)
m
1
– m
2
= 0,17 -0,27 1,07 0,99
-0,27 ≤µ
1
- µ
2
0,61 -0,39 α -0,15
0,98 β 1,15 0,98 ρ 1,00
97,18
IAC87-3396 AR(estimado) = 0,17 + 0,77 AR(padrão)
m
1
– m
2
= 0,06 0,17 0,77 0,99
-0,23 ≤µ
1
- µ
2
0,34 0,12 α 0,22
0,72
β 0,81 0,98 ρ 1,00
97,76
Quadro 63 - Comparações do método de estimativa do teor de AR no caldo de cana através de equação de regressão
AR = f(Pureza) [eq. (33)], com o método padrão (Lane e Eynon), no conjunto completo e nos vários
subconjuntos dos dados.
139
Conjunto de dados:
Constante (α) Inclinação (β)
Coeficiente de
Correlação (
ρ)
R
2
%
Completo AR(estimado) = 0,14 + 0,85 AR(padrão)
m
1
– m
3
= 0,00 0,14 0,85 0,92
- 0,09 ≤µ
1
- µ
3
0,09
0,10 α 0,19
0,81
β 0,88 0,90 ρ 0,94
84,63
Canas cruas AR(estimado) = 0,12 + 0,85 AR(padrão
m
1
– m
3
= 0,06 0,12 0,85 0,94
- 0,10≤µ
1
- µ
3
0,21
0,05 α 0,18
0,80
β 0,90 0,91 ρ 0,95
87,46
Canas queimadas AR(estimado) = 0,29 + 0,60 AR(padrão)
m
1
– m
3
= - 0,02
-0,08≤µ
1
- µ
3
0,03
0,22 α 0,36
0,50
β 0,71 0,62 ρ 0,79
51,52
RB835089 AR(estimado) = - 0,08 + 0,89 AR(padrão)
m
1
– m
3
= 0,18 -0,08 0,89 0,98
-0,16 ≤µ
1
- µ
3
0,2
-0,17 α 0,01
0,81 β 1,00 0,96 ρ 1,00
96,53
SP81-3250 AR(estimado) = -0,06 + 0,94 AR(padrão)
m
1
– m
3
= 0,15 - 0,06 0,94 0,99
-0,36 ≤µ
1
- µ
3
0,65 -0,15 α 0,03
0,88 β 1,00 0,98 ρ 1,00
98,13
RB855035 AR(estimado) = 0,50 + 0,72 AR(padrão)
m
1
– m
3
= - 0,13 0,50 0,72 0,93
- 0,49 ≤µ
1
- µ
3
0,22 0,33 α 0,67
0,61
β 0,84 0,85 ρ 0,97
86,12
RB835054 AR(estimado) = 0,43 + 0,66 AR(padrão)
m
1
– m
3
= - 0,17 0,43 0,66 0,72
-0,39 ≤µ
1
- µ
3
0,05 0,21 α 0,65
0,41
β 0,91 0,48 ρ 0,86
51,14
SP79-1011 AR(estimado) = -0,21 + 0,97 AR(padrão)
m
1
– m
3
= 0,25 -0,21 0,97 0,99
-0,17 ≤µ
1
- µ
3
0,66 -0,31 α -0,11
0,92 β 1,03 0,98 ρ 1,00
97,93
IAC87-3396 AR(estimado) = 0,10 + 0,80 AR(padrão)
m
1
– m
3
= 0,10 0,10 0,80 0,97
-0,19 ≤µ
1
- µ
3
0,39 0,00 α 0,19
0,72
β 0,88 0,95 ρ 0,99
93,74
Quadro 64 - Comparações do método de estimativa do teor de AR no caldo de cana através de equação de regressão
AR = f(Brix - Pol) [eq. (34)], com o método padrão (Lane e Eynon), no conjunto completo e nos vários
subconjuntos dos dados.
140
Conjunto de dados:
Constante (α) Inclinação (β)
Coeficiente de
Correlação (
ρ)
R
2
%
Completo AR(estimado) = -0,06 + 1,00 AR(padrão)
m
1
– m
3
= 0,07 -0,06 1,00 0,95
- 0,04 ≤µ
1
- µ
3
0,17
-0,13 α 0,01
0,96 β 1,03 0,94 ρ 0,96
90
Canas cruas
AR(estimado) = 0,07 + 1,02 AR(padrão)
=
31
xx 0,07
0.07
1,02
0,95
- 0,05 µ
1
-µ
3
0,18
- 0,03
α
0,17
0,97
β
1,06
0,94
ρ
0,97
91
Canas queimadas AR(estimado) = 0,15 + 0,67 AR(padrão)
m
1
– m
3
= 0,07 0,15 0,67 0,72
0,00≤µ
1
- µ
3
0,12
0,07 α 0,23
0,55
β 0,78 0,62 ρ 0,79
52
RB835089
AR(estimado) = - 0,18 + 1,05 AR(padrão)
=
31
xx
0,13
- 0,18 1,05 0,98
0,07 µ
1
-µ
3
0,18
- 0,27
α
- 0,09
0,97
β
1,14
0,96
ρ
0,99
97
SP81-3250
AR(estimado) = - 0,36 + 1,19 AR(padrão)
=
31
xx
0,09
- 0,36 1,19 0,99
- 0,01 µ
1
-µ
3
0,19
- 0,49
α
- 0,22
1,11
β
1,27
0,97
ρ
0,99
98
RB855035
AR(estimado) = 0,20 + 0,88 AR(padrão)
=
31
xx
- 0,03
0,20 0,88 0,90
- 0,16 µ
1
-µ
3
0,09
- 0,06
α
0,45
0,71
β
1,04
0,79
ρ
0,95
81
RB835054
AR(estimado) = 0,24 + 0,81 AR(padrão)
=
31
xx
- 0,09
0,24 0,81 0,90
- 0,18 µ
1
-µ
3
0,02
0,11
α
0,37
0,64
β
1,00
0,82
ρ
0,95
81
SP79-1011
AR(estimado) = - 0,46 + 1,18 AR(padrão)
=
31
xx
0,19
- 0,46 1,18
0,98
0,12 µ
1
-µ
3
0,28
- 0,60
α
- 0,33
1,10
β
1,26
0,97
ρ
0,99
97
IAC87-3396
AR(estimado) = 0,02 + 0,85 AR(padrão)
=
31
xx
0,12
0,02 0,85 0,99
0,08 µ
1
-µ
3
0,17
- 0,04
α
0,08
0, 80
β
0,90
0,98
ρ
1,00
98
Quadro 65 - Comparações da equação antiga do CONSECANA para estimativa do teor de AR no caldo de cana, com
o método padrão (Lane e Eynon), no conjunto completo e nos vários subconjuntos dos dados.
141
Conjunto de dados:
Constante (α) Inclinação (β)
Coeficiente de
Correlação (
ρ)
R
2
%
Completo AR(estimado) = 0,37 + 0,33 AR(padrão)
m
1
– m
3
= 0,26 0,37 0,33 0,95
0,19 ≤µ
1
- µ
3
0,34
0,36 α 0,38
0,31
β 0,34 0,94 ρ 0,96
90
Canas cruas
AR(estimado) = 0,36 + 0,33 AR(padrão)
=
21
xx 0,40
0.36 0.33 0,95
0,32 µ
1
-µ
2
0,48
0.34
α
0.38
0,32
β
0,35
0,94
ρ
0,97
91
Canas queimadas AR(estimado) = 0,44 + 0,22 AR(padrão)
m
1
– m
3
= 0,08 0,44 0,22 0,72
0,04 ≤µ
1
- µ
3
0,12
0,41 α 0,47
0,18
β 0,26 0,62 ρ 0,79
52
RB835089
AR(estimado) = 0,33 + 0,34 AR(padrão)
=
21
xx 0,27
0,33 0,34 0,98
0,10 µ
1
-µ
2
0,44
0,30
α
0,36 0,32
β
0,37
0,96
ρ
0,99
96
SP81-3250
AR(estimado) = 0,27 + 0,39 AR(padrão)
=
21
xx 0,59
0,27 0,39 0,99
0,36 µ
1
-µ
2
0,82
0,23
α
0,32
0,36
β
0,42
0,97
ρ
0,99
98
RB855035
AR(estimado) = 0,45 + 0,29 AR(padrão)
=
21
xx 0,48
0,45 0,29 0,90
0,27 µ
1
-µ
2
0,69
0,37
α
0,54 0,23
β
0,34
0,79
ρ
0,95
81
RB835054
AR(estimado) = 0,47 + 0,26 AR(padrão)
=
21
xx 0,09
0,47 0,26 0,90
- 0,03 µ
1
-µ
2
0,22
0,43
α
0,51
0,21
β
0,32
0,82
ρ
0,95
81
SP79-1011
AR(estimado) = 0,24 + 0,39 AR(padrão)
=
21
xx
0,67
0,24 0,39 0,98
0,48 µ
1
-µ
2
0,85
0,20
α
0,28 0,36
β
0,41
0,97
ρ
0,99
97
IAC87-3396
AR(estimado) = 0,40 + 0,28 AR(padrão)
=
21
xx
0,30
0,40 0,28 0,99
0,13 µ
1
-µ
2
0,47
0,38
α
0,42
0,26
β
0,29
0,98
ρ
1,00
98
Quadro 66 - Comparações da equação do CONSECANA atualmente empregada para estimativa do teor de AR no
caldo de cana, com o método padrão (Lane e Eynon), no conjunto completo e nos vários subconjuntos
dos dados.
Na Tabela 14 é apresentado um resumo geral das comparações dos métodos para
estimativa de AR com o método padrão.
142
Tabela 14 - Resultados das comparações dos métodos para estimativa do teor de AR no caldo com o método padrão
(Lane e Eynon).
Método
Conjuntos de dados nos quais
apresentou média equivalente
à do método padrão
Conjuntos de dados nos
quais foi equivalente ao
padrão em todo o domínio
de respostas
AR = f(Pureza) Todos RB835089, SP81-3250
AR = f(Brix - Pol) Todos RB835089, SP81-3250
Equação antiga do
CONSECANA
Completo, canas cruas, canas
queimadas, SP81-3250,
RB855035, RB835054
Completo, canas cruas,
RB855035
Equação atual do
CONSECANA
RB835054 Nenhum
Nas comparações de métodos para estimativa do teor de açúcares redutores no caldo,
cumpre observar que, conforme foi demonstrado no item 2.4.2.1, a pureza é o parâmetro que
melhor se correlaciona com o teor de açúcares redutores. Entre as equações que correlacionam
AR com pureza, as mais confiáveis são as do CONSECANA, pois estas foram desenvolvidas
com milhares de pares de dados (OLIVEIRA
21
, 2005, informação verbal) provenientes de 14
unidades industriais e 3 Associações de Fornecedores de Cana (CONSECANA, 2002), portanto
representativos de um universo mais amplo do que as condições nas quais cresceram as canas da
Destilaria Guaricanga, amostradas em 2004 e 2005. No entanto, entre as equações do
CONSECANA, para os dados levantados neste trabalho, a equação antiga mostrou-se uma
estimativa do teor de AR muito mais adequada do que a atual.
Cumpre também observar que a diferença entre a média dos valores de AR
determinados pelo método padrão e a média dos valores estimados pela equação atual, conforme
os dados apresentados no Quadro 66, resultou sempre positiva (exceção feita somente à variedade
RB835054, para a qual o intervalo de confiança para essa diferença inclui o valor zero). Isso
significa que a equação do CONSECANA atualmente empregada para estimar o teor de AR, nas
condições das canas amostradas, subestima esse teor.
21
OLIVEIRA, E. R. Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (ORPLANA).
143
3 CONCLUSÕES
O emprego, no método da prensa hidráulica original, do brix do caldo extraído como
estimativa do teor de sólidos solúveis do caldo não extraído, induz a um erro estatisticamente
significativo. No entanto, o teor de fibra determinado pelo método da prensa original e pelo
modificado correlacionam-se fortemente, de modo que, mesmo quando não é feita a separação do
caldo extraído no final da prensagem, existem duas formas eficazes de se corrigir esse erro:
calculando-se o teor de fibra pelo método original, e aplicando uma equação de regressão linear
[eq. (29)] para estimar o valor que teria sido obtido pelo método modificado; ou, a partir do brix
do caldo extraído, estimar, através de equação de regressão linear [eq. (30)], o valor do brix do
caldo extraído no final da prensagem, empregando este valor na fórmula do método da prensa
hidráulica.
A correlação do teor de fibra da cana é mais forte com brix e com pol do caldo,
parâmetros ligados à maturação, do que com PBU. Isso significa que, quando se estima o teor de
fibra a partir de correlação com algum parâmetro ligado à maturação, essa estimativa apresenta
erro em função da variedade de cana ser mais ou menos fibrosa, ou das condições ambientais nas
quais cresceu a cana favorecerem maior ou menor teor de fibra. No entanto, esse erro, de acordo
com os dados deste trabalho, ainda é menor do que aquele próprio da estimativa do teor de fibra
por correlação com PBU. Ora, se o teor de fibra fosse estimado, com fins de pagamento de cana,
a partir da pol ou do brix do caldo, seria possível, já que o teor de AR é estimado a partir da
pureza, tabelar o teor de ATR em função da pol e do brix, em tabela semelhante (porém mais
detalhada, apresentando valores de brix e pol a cada 0,1 unidade) ao exemplo apresentado no
Apêndice A, satisfazendo assim a grande demanda dos fornecedores por um sistema de
pagamento de cana simples e de fácil compreensão. Entre as equações de estimativa de fibra a
partir de PBU, a equação do CONSECANA atualmente em uso é a que melhor estima esse teor.
Quanto ao teor de açúcares redutores no caldo, o parâmetro que melhor se
correlaciona com os AR é a pureza, cuja correlação com teor de AR chega a resultar em
R
2
= 90%, em valor arredondado, o que significa ajuste excelente. Entre as equações do
CONSECANA que estimam o teor de AR por correlação com a pureza, para os dados deste
trabalho, a equação antiga estimou este teor com mais exatidão do que a atual, sendo que esta
última subestimou a grande maioria dos valores de AR.
145
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Análise em cana-de-açúcar para
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Piracicaba: ESALQ/IAA, 1968. p. 3-13.
VALSECHI, O. A; PARAZZI, C.; ANTONIO, A.; DANIEL, M. L.
Pagamento de cana pelo
teor de sacarose no Estado de São Paulo.
Araras: IAA/PLANALSUCAR. 1983. 20 p.
149
APÊNDICE
APÊNDICE A - Exemplo de tabela, possível de ser elaborada, do ATR em função da Pol e do Brix, com ATR calculado pela eq.
(11) (isto é, considerando-se PI = 12%), a fibra da cana pela eq. (32) [F = f(Brix)], e os AR pela eq. (17)
(equação atual do CONSECANA).
Pol
15,0 15,5 16,0 16,5 17,0 17,5 18,0 18,5 19,0 19,5 20,0 20,5 21,0 21,5 22,0 22,5 23,0 23,5 24,0
Brix ATR (kg/t)
15,0
.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..
15,5
121,3 .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..
16,0
121,7 124,9 .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..
16,5
122,1 125,2 128,4 .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..
17,0
122,4 125,6 128,8 131,9 .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..
17,5
122,7 125,9 129,1 132,3 135,4 .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..
18,0
122,9 126,1 129,3 132,5 135,7 138,9 .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..
18,5
123,2 126,4 129,6 132,8 136,0 139,2 142,4 .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..
19,0
123,3 126,6 129,8 133,0 136,2 139,4 142,6 145,8 .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..
19,5
123,5 126,7 129,9 133,2 136,4 139,6 142,8 146,1 149,3 .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..
20,0
123,6 126,8 130,1 133,3 136,5 139,8 143,0 146,2 149,4 152,7 .. .. .. .. .. .. .. .. ..
20,5
123,7 126,9 130,2 133,4 136,6 139,9 143,1 146,4 149,6 152,8 156,1 .. .. .. .. .. .. .. ..
21,0
123,8 127,0 130,3 133,5 136,7 140,0 143,2 146,5 149,7 152,9 156,2 159,4 .. .. .. .. .. .. ..
21,5
123,8 127,1 130,3 133,6 136,8 140,0 143,3 146,5 149,8 153,0 156,3 159,5 162,8 .. .. .. .. .. ..
22,0
123,8 127,1 130,3 133,6 136,8 140,1 143,3 146,6 149,8 153,1 156,3 159,6 162,8 166,1 .. .. .. .. ..
22,5
123,9 127,1 130,4 133,6 136,9 140,1 143,4 146,6 149,9 153,1 156,4 159,6 162,9 166,1 169,4 .. .. .. ..
23,0
123,8 127,1 130,4 133,6 136,9 140,1 143,4 146,6 149,9 153,1 156,4 159,6 162,9 166,1 169,4 172,7 .. .. ..
23,5
123,8 127,1 130,3 133,6 136,8 140,1 143,4 146,6 149,9 153,1 156,4 159,6 162,9 166,1 169,4 172,7 175,9 .. ..
24,0
123,8 127,0 130,3 133,5 136,8 140,1 143,3 146,6 149,8 153,1 156,3 159,6 162,9 166,1 169,4 172,6 175,9 179,1 ..
24,5
123,7 127,0 130,2 133,5 136,8 140,0 143,3 146,5 149,8 153,0 156,3 159,6 162,8 166,1 169,3 172,6 175,8 179,1 182,4
25,0
123,6 126,9 130,2 133,4 136,7 139,9 143,2 146,5 149,7 153,0 156,2 159,5 162,7 166,0 169,3 172,5 175,8 179,0 182,3
25,5
123,6 126,8 130,1 133,3 136,6 139,9 143,1 146,4 149,6 152,9 156,1 159,4 162,7 165,9 169,2 172,4 175,7 178,9 182,2
26,0
123,5 126,7 130,0 133,2 136,5 139,8 143,0 146,3 149,5 152,8 156,0 159,3 162,6 165,8 169,1 172,3 175,6 178,8 182,1
Nota: Valores de pol brix, o que resultaria em pureza 100%, não existem na realidade.
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