Download PDF
ads:
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
ERIKA REGINA LEAL DE FREITAS
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE AMOSTRAS MISTAS DE ROTAVIRUS A E
DE ADENOVIRUS HUMANO DETECTADOS A PARTIR DE AMOSTRAS FECAIS
PROVENIENTES DE CRIANÇAS DA REGIÃO CENTRO-OESTE DO BRASIL
Orientadora: Profa. Dra. Divina das Dôres de Paula Cardoso
Dissertação de Mestrado
Goiânia-Goiás
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL
ERIKA REGINA LEAL DE FREITAS
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE AMOSTRAS MISTAS DE ROTAVIRUS A E
DE ADENOVIRUS HUMANO DETECTADOS A PARTIR DE AMOSTRAS FECAIS
PROVENIENTES DE CRIANÇAS DA REGIÃO CENTRO-OESTE DO BRASIL
Orientadora: Profa. Dra. Divina das Dôres de Paula Cardoso
Dissertação submetida ao Programa de
Pós-Graduação em Medicina Tropical da
Universidade Federal de Goiás como
requisito parcial para obtenção do Grau de
Mestre, na área de concentração de
Microbiologia.
Goiânia-Goiás
2006
ads:
À minha filha Maria Paula, pela paciência e carinho;
ao meu esposo Roserlan, pelo incentivo e
companheirismo; e em especial à minha avó Maria
pelo amor e dedicação em todos os momentos da
minha vida.
Meu eterno carinho a todos os professores que fizeram
parte da minha vida estudantil, e despertaram em mim
o gosto pela biologia e a vontade de aprender sempre
mais, em especial a Profa. Dra. Divina das Dores de
Paula Cardoso, que sempre me incentivou a crescer,
cuja sabedoria, bondade e orientação tornaram
possível a concretização de um sonho, a realização
deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me dar vida e força para continuar superando os obstáculos e continuar buscando
pelos meus objetivos.
A toda minha família, pelo carinho e compreensão em todos os momentos da minha vida.
À Profa. Dra. Wilia Marta E. D. Brito por ter acreditado em mim desde o princípio, quando
ainda na especialização me encaminhou ao Laboratório de Virologia Humana-IPTSP/UFG.
Aos meus amigos que estão e que estiveram no Laboratório de Virologia Humana, Ana Maria
T. Borges, Fabíola S. Fiaccadori, Rodrigo Alessandro T. Santos, Paula Andréia Silva e
Menira B.L.D. Souza, pela amizade, paciência, ensinamentos, convívio e colaboração neste
trabalho.
Às colegas e amigas do Laboratório de Virologia Animal, Bernadete T. Alfaia, Alessandra
C.V.C. Barbosa, Talissa M. Tavares, Letícia Aparecida Silva, Denise L. Barthasson e Marieta
P. M. Souza, pelo apoio na realização dos cultivos celulares, sobretudo, pela amizade e
estímulo tornando-se mais fácil essa conquista.
Aos professores do departamento de Microbiologia do IPTSP/UFG, especialmente a Dra.
Regina Maria B. Martins e Dra. Megmar Aparecida S. Carneiro.
Ao Laboratório de Biologia Molecular/ICB/UFG, em especial a Profa. Dra. Célia Maria A.
Soares e Juliana Parente, pela paciência, suporte técnico e científico no desenvolvimento
deste trabalho.
Aos bolsistas e estagiários do Laboratório de Virologia, Vinícius B. Silva, Dean Frank V.
Silva e Raquel C. Franco, pela amizade e auxílio neste trabalho.
Aos servidores do Instituto de patologia Tropical e Saúde Pública/UFG, que de forma direta
ou indireta, ajudaram na realização deste trabalho.
Ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical pela constante colaboração.
As crianças e aos seus responsáveis que participaram neste estudo, minha eterna gratidão.
i
SUMÁRIO
Lista de siglas e abreviaturas iii
Lista de figuras, tabelas e quadros vi
RESUMO viii
ABSTRACT ix
I. INTRODUÇÃO 1
1.1- Considerações gerais 1
1.2- Propriedades gerais de Rotavirus A e adenovírus humano 3
1.2.1- Rotavirus A 3
1.2.1.1- Estrutura morfológica, protéica e genômica 3
1.2.1.2- Classificação dos Rotavirus 12
1.2.1.3- Infecções mistas por Rotavirus A 14
1.2.1.4- Diagnóstico laboratorial para Rotavirus A 15
1.2.1.4.1- Detecção viral 15
1.2.1.4.2- Caracterização viral 16
1.2.2- Adenovirus humano 18
1.2.2.1- Estrutura morfológica, protéica e genômica 18
1.2.2.2- Classificação dos adenovírus humanos 23
1.2.2.3- Adenovírus entéricos 24
1.2.2.4- Diagnóstico laboratorial para adenovírus humano 25
1.2.2.4.1- Detecção viral 25
1.2.2.4.2- Caracterização viral 27
II- JUSTIFICATIVA 28
III- OBJETIVOS 30
IV- MATERIAL E MÉTODOS 31
4.1- Material de estudo 31
4.2- Metodologia 31
4.2.1- Cultivo celular e propagação viral de adenovírus humano 31
4.2.2- Extração do dsRNA de Rotavirus A e dsDNA de adenovírus humano 32
4.2.3- Caracterização molecular das amostras Rotavirus A 33
4.2.3.1- Genotipagem P por hemi-nested-RT-PCR 33
4.2.3.2- Sequenciamento genômico direto a partir do produto de amplificação da
hemi-nested-RT-PCR 35
ii
4.2.3.2.1-Purificação do produto da hemi-nested-RT-PCR e quantificação do DNA 35
4.2.3.2.2- Reação de sequenciamento 35
4.2.4- Caracterização molecular das amostras de adenovirus humano 36
4.2.4.1- Determinação da espécie de adenovírus humano através da multiplex-PCR 36
4.2.4.2- Determinação do sorotipo de adenovírus humano através da PCR-RFLP 37
4.2.4.3- Sequenciamento genômico direto a partir do produto de amplificação
da PCR de amostras de adenovírus entéricos 38
4.2.4.3.1- Reação de sequenciamento 39
V- RESULTADOS 40
5.1- Rotavirus A 40
5.1.1- Características das amostras Rotavirus A 40
5.1.2- Genotipagem P por hemi-nested-RT-PCR 40
5.1.3- Sequenciamento genômico de amostras Rotavirus A reagentes mais de um
iniciador P 42
5.2- Adenovírus humano 47
5.2.1- Características das amostras de adenovírus humanos 47
5.2.2- Identificação das espécies de adenovírus humanos por multiplex-PCR 47
5.2.3- Determinação das espécies de adenovírus humanos por
multiplex-PCR-específico 49
5.2.4- Determinação dos sorotipos de adenovírus humano por PCR-RFLP 51
5.2.5- Sequenciamento genômico de amostras de adenovírus entéricos 53
VI- DISCUSSÃO 55
VII- CONCLUSÕES 60
VIII- APÊNDICE 61
IX- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 64
iii
LISTAS DE SIGLAS E ABREVIATURAS
aa- Aminoácido
AdV- Adenovírus
AdVH- Adenovírus humano
ATP- Adenosina trifosfato
A-549- Células de carcinoma de pulmão humano
C- Citosina
CaCo-2- Células de carcinoma de cólon humano
Core- Cerne
Da- Dalton
DBP- DNA Binding Protein (Proteína de ligação ao DNA)
DLP- Double-Layered Particles (Partícula viral de dupla camada)
DMSO- Dimetil sulfóxido
DNA- Deoxyribonucleic Acid (Ácido desoxirribonucléico)
dNTP- Deoxinucleoside triphosphate (desoxirribonucleotídeo trifosfato)
dsDNA- double strand Deoxyribonucleic Acid (DNA fita dupla)
dsRNA- double strand Ribonucleic Acid (RNA fita dupla)
Ead- Enteric Adenovirus (Adenovírus entérico)
ECP- Efeito citopático
EGPA- Eletroforese em gel de poliacrilamida
eIF- eukaryotic Initiation Factor (Fator de iniciação eucariótica)
EIE- Ensaio imunoenzimático
EIERA- Ensaio imunoenzimático combinado para rotavírus e adenovírus
e-value- Valor de referência
FC- Fixação de complemento
Fita-d- Fita direita
Fita-e- Fita esquerda
g- Unidade média de força relativa
g- Grama
G- Guanina
GTP- Guanosina trifosfato
HDF- Células diplóide de fibroblasto de embrião humano
HEK- Células de rim de embrião humano
iv
HEK-293- Células de rim de embrião humano transformadas com DNA de AdVH5
HeLa- Células de carcinoma de cérvice uterina
HEp-2- Células de carcinoma epidermóide de laringe humana
HI- Inibição da hemaglutinação
IF- Imunofluorescência
IFI- Imunofluorescência indireta
IME- Imunomicroscopia eletrônica
IPTSP- Instituto da Patologia Tropical e Saúde Pública
ITRs- Inverted Terminal Repeat sequences (Seqüência Terminal Repetida Invertida)
KB- Células de carcinoma bucal
kDa- KiloDalton
MA-104- Células de rim de macaco Rhesus
MAb- Monoclonal Antibodie (Anticorpo monoclonal)
ME- Microscopia eletrônica
MEM- Meio essencial mínimo
MLP- Major Late Promoter (Promotor maior tardio)
MRC-5- Células de fibroblasto de pulmão de embrião humano
mRNA- RNA mensageiro
M- Molar
mL- Mililitro
mM- Milimolar
μg- Micrograma
μl- Microlitro
μM- Micromolar
ng- Nanograma
nm- Nanômetro
NDP- Nucleotídeo difosfato
NSP- Non-structural protein (Proteína não estrutural)
NTP- Nucleotídeo trifosfato
ORF- Open Reading Frame (Quadro aberto de leitura)
PABP- Poly(A) Binding Protein (Poli(A) ligante de proteína)
pb- Pares de base
PBS- Phosphato Buffer Salt (Tampão fosfato salina)
v
PCR- Polymerase Chain Reaction (Reação em cadeia pela polimerase)
pH- Potencial de hidrogênio
q.s.p- Quantidade suficiente para
RE- Retículo endoplasmático
RFLP- Restriction Fragment Lenght Polymorphism (Polimorfismo de fragmentos
de DNA por clivagem com enzima de restrição)
RNA- Ribonucleic Acid (Ácido ribonucléico)
RT- Reverse Transcription (Transcrição Reversa)
RV- Rotavírus
SA-11- Rotavírus símio
SDS- Sulfato duodecil de sódio
SFB- Soro fetal bovino
SN- Soroneutralização
ssRNA- single strand Ribonucleic Acid (RNA fita simples)
TP- Terminal Protein (Proteína terminal)
UFG-Universidade Federal de Goiás
UV- Ultra-violeta
U- (enzima) Unidade de atividade enzimática
U- (antibiótico) Unidade
VA- Vírus associado
VP- Viral Protein (Proteína viral)
°C- Graus Celsius
%- Porcentagem
vi
LISTA DE FIGURAS, QUADROS E TABELAS
Figuras
Figura 1- Estrutura tridimensional da partícula de rotavírus. 4
Figura 2- Organização genômica dos rotavírus representada por 1 dos 11
segmentos do dsRNA. 12
Figura 3- Modelo de um virion de adenovirus humano, sorotipo 2 (AdVH2). 19
Figura 4- Organização genômica de adenovírus humano, espécie E (AdVH-E). 22
Figura 5- Eletroforese em gel de agarose de amostras submetidas a
hemi-nested-RT-PCR utilizando pool de iniciadores e iniciadores em separado
(1T1 -P[8]e 3T1-P[6]). 41
Figura 6- Árvore filogenética referente à seqüência nucleotídica do gene de VP4
de amostras mistas de Rotavírus A construída pelo Clustal X e Tree View. 45
Figura 7- Fluxograma apresentando as etapas da carcterização molecular das
amostras de Rotavirus A 46
Figura 8- Efeito citopático de amostras de adenovírus humano em células Hep-2. 48
Figura 9- Eletroforese em gel de agarose mostrando a comparação do produto
amplificado por multiplex-PCR proveniente de: a) suspensão fecal e b) lisado
celular obtido a partir de propagação viral em células HEp-2. 49
Figura 10- Perfil de cinco amostras de adenovírus em eletroforese em gel de
agarose a partir da PCR-RFLP por digestão do produto amplificado (956pb)
pelas enzimas: a) HinfI, b) HaeIII e C) StyI. 52
Figura 11- Árvore filogenética da seqüência nucleotídica do gene do
Hexon de AdVH41 construída pelo Clustal X e Tree View. 53
Figura 12- Fluxograma apresentando as etapas da carcterização molecular das
amostras de adenovírus humano. 54
Quadros
Quadro 1- Classificação dos adenovírus humanos 24
Quadro 2- Iniciadores utilizados para a reação de hemi-nested-RT-PCR para detecção
dos genótipos P de Rotavirus A (Gentsch et al. 1992). 33
vii
Quadro 3- Iniciadores utilizados para a PCR-multiplex para a detecção de
Adenovírus Humano (Pring-Åkerblom et al. 1999). 36
Quadro 4- Iniciadores utilizados para PCR-RFLP (Saitoh-Inagawa et al.1996). 37
Quadro 5- Identificação das amostras mistas para genótipo P - Rotavirus A-
por comparação a amostras depositadas no GenBank utilizando o
programa BLAST. 43
Quadro 6- Identificação das nove amostras P[8] - Rotavirus A
por comparação a amostras depositadas no GenBank utilizando o
programa BLAST. 43
Quadro 7- Características das amostras confirmadas como infecções mistas por mais
de um genótipo P. 44
Tabelas
Tabela 1- Genótipos P de Rotavirus A detectados por hemi-nested-RT-PCR
utilizando pool de iniciadores e iniciadores P em separado
(1T1-P[8], 2T1-P[4] e 3T1-P[6])- Genotipagem anterior X Genotipagem atual. 41
Tabela 2- Amostras mistas de Rotavírus A caracterizadas por sequenciamento
genômico em relação a hemi-nested-RT-PCR. 42
Tabela 3- Espécies de adenovírus humano definidas por multiplex-PCR considerando
lisados celulares e suspensão fecal. 50
Tabela 4- Distribuição das espécies de adenovírus humano caracterizadas por
Multiplex-PCR a partir de lisado celular obtido após propagação viral em
células HEp-2, considerando a cidade de coleta das amostras fecais. 51
Tabela 5- Sorotipos de adenovírus humanos determinados por PCR-RFLP a
partir de lisados celulares após propagação viral em células HEp-2, considerando
a cidade de coleta das amostras. 51
viii
RESUMO
A gastroenterite viral é importante em termos de morbidade e mortalidade infantil,
especialmente em países em desenvolvimento. Os Rotavírus A são considerados os principais
agentes etiológicos de gastroenterite aguda, e os adenovirus entéricos (EAd) são
freqüentemente associados a surtos esporádicos de gastroenterite no mundo todo. Este
trabalho teve como objetivos a identificação de infecções mistas por Rotavirus A relativas ao
genótipo P por hemi-nested-RT-PCR com confirmação por sequenciamento genômico, bem
como a determinação das espécies de adenovírus humano (AdVH) por multiplex-PCR e
respectivos sorotipos por PCR-RFLP após propagação viral em células HEp-2 e confirmação
de EAd por sequenciamento genômico. Foi observado que de 81 amostras de Rotavírus A que
em estudos anteriores reagiram para mais de um genótipo P, 25 (30,8%) foram confirmadas
para essa condição por hemi-nested-RT-PCR usando iniciadores em separado. Destas, 14,8 %
(12/81) foram confirmadas como mistas após sequenciamento genômico. Das 12 amostras, 10
foram P[6]P[8], uma P[4]P[6] e uma P[4]P[6]P[8]. Em relação a adenovírus humano, de 74
amostras, 39 (52,7%) foram confirmadas por multiplex-PCR sendo que 30 (76,9%) foram da
espécie F, seis (15,4%) da espécie C, duas (5,1%) da espécie A e uma (2,5%) se apresentou
como mista para as espécies F e C. Ademais, foram determinados por PCR-RFLP os sorotipos
de 34 das 39 amostras de AdVH, sendo que 14 (41,7%)foram AdVH41, 15 (44,1%) AdVH40
e cinco (14,7%) AdVH5. Uma amostra de EAd sorotipo 41 foi confirmada por
sequenciamento genômico. Os dados obtidos neste estudo mostram a importância de uma
constante monitorização de infecções mistas por Rotavírus A, uma vez que essas podem
refletir na eficácia da vacina que está sendo utilizada no Brasil. Com relação aos adenovírus
humanos, os resultados encontrados também demonstram a importância desses vírus,
principalmente os entéricos, na etiologia da gastroenterite na região Centro-Oeste do País.
ix
ABSTRACT
Viral gastroenteritis is an important cause of morbidity and mortality among children, mainly
in developing countries. Rotavirus A is considered the major etiologic agent of acute
gastroenteritis and enteric adenovirus (Ead) are frequently associated with sporadic
gastroenteritis outbreak worldwide. This study aimed the identification of Rotavirus A mixed
infection regarding P genotype by hemi-nested-RT-PCR with confirmation by genomic
sequencing, and characterization of the human adenovirus specie by multiplex-PCR, and their
serotypes by PCR-RFLP after viral propagation in HEp-2 cells, with subsequent confirmation
of enteric serotype by genomic sequencing. Previously, 81 Rotavirus A samples, were
considered to be mixed infection for P genotypes. In this study, 25 of those samples were
confirmed as mixed infection after genotyping by hemi-nested-RT-PCR using specific primers
separately and 14.8% (12/81) of the samples were confirmed by genomic sequencing as
mixed P genotype. Ten of these 12 samples were P[6]P[8], one P[4][6] and one P[4]P[6]P[8].
Concerning the human adenovirus, from 74 samples, 39 (52.7%) were confirmed by
multiplex-PCR and from those, 30 (76.9%) were species F, six (15.4%) specie C, two (5.1%)
specie A and one (2.5%) was mixed specie F and C. Additionally, it was determined by PCR-
RFLP the serotype from 34 of those 39 AdVH samples: 14 (41.7%) were AdVH41, 15
(44.1%) were AdVH40 and 5 (14.7%) were AdVH5. One EAd sample serotype 41 was
confirmed by genomic sequencing. Data from this study show the importance of
monitorization of mixed infections by Rotavirus A since, it can influence the efficacy of the
vaccine that is being used in our country. Similarly data obtained in this study for human
adenovirus also shows the importance of these viruses, mainly as etiological agent of
gastroenteritis in our region.
1
I-INTRODUÇÃO
1.1-Considerações gerais
A gastroenterite é causa importante de morbidade e mortalidade infantil,
especialmente em países em desenvolvimento (Bern et al. 1992, Parashar et al. 2003) e
estima-se, em termos mundiais, a ocorrência de 1,5 bilhões de casos de diarréia aguda por ano
em crianças menores de cinco anos de idade, com cerca de três milhões de óbitos (Bern et al.
1992, Murray & Lopez, 1997, Kapikian et al. 2001).
Embora desde a década de 1940 os vírus tenham sido considerados como possíveis
agentes etiológicos da gastroenterite (Parashar et al. 1998), apenas em 1972 essa associação
foi confirmada, a partir da visualização por imunomicroscopia eletnica (IME) do vírus
Norwalk em amostras fecais de jovens e adultos com diarréia aguda (Kapikian et al. 1972).
Bishop et al. (1973) observaram por microscopia eletrônica (ME) a presença de partículas
hoje denominadas rotavírus em cortes histológicos da mucosa duodenal de crianças com
gastroenterite. Em 1975, os astrovírus (Madeley & Cosgrove, 1975) e adenovírus entéricos
foram identificados em fezes de crianças com quadro de diarréia aguda (Flewett et al. 1975).
Atualmente, mais de 20 vírus têm sido reconhecidos como agente causal de
gastroenterite e, destes, são reconhecidas como clinicamente importantes vírus pertencentes a
quatro famílias/gêneros: Reoviridae/Rotavirus, Caliciviridae/Norovirus e Sapovirus,
Adenoviridae/Mastadenovirus e Astroviridae/Mamastrovirus (Wilhelmi et al. 2003).
Rotavírus A é o agente etiológico mais importante da gastroenterite viral aguda em
crianças (Kapikian, 1997) e considera-se que estes vírus sejam responsabilizados, anualmente,
por aproximadamente 111 milhões de episódios de gastroenterite, 2 milhões de
hospitalizações e 440 mil óbitos em crianças com menos de cinco anos de idade (Parashar et
al. 2003).
2
Embora os adenovírus humanos sejam mais associados a infecções respiratórias,
alguns sorotipos são relacionados à diarréia e considerados globalmente significantes quando
associado a surtos esporádicos de gastroenterite aguda em diversos países do mundo (Chiba et
al. 1983, Van et al. 1992). Estudos conduzidos em diversos países indicam que os adenovírus
entéricos (EAd40 e EAd41) apresentam incidência de infecção variável, sendo esta em países
desenvolvidos de 1% a 18% (Wood et al. 1988, Bates et al. 1993, Bon et al. 1999), enquanto
que, em países em desenvolvimento, esta tem sido estimada em 1% a 31% (Cruz et al. 1990,
Stewien et al. 1993, Soares et al. 2002). Embora os sorotipos de adenovírus mais
freqüentemente associados a gastroenterite sejam os sorotipos 40 e 41 (espécie F), outros
sorotipos como 12, 18 e 31 (espécie A) (Brown et al. 1996), e os sorotipos 1, 2 e 5 (espécie C)
também têm sido associados à doença (Gomes et al. 1989, Horwitz, 2001, Li et al. 2005).
A gastroenterite por Rotavírus A pode ser prevenida pela vacinação, mas em função da
extensiva variabilidade antigênica destes vírus com ocorrência de genotipos particulares em
determinadas regiões geográficas (Gouvea et al. 1994, Leite et al. 1996), bem como
emergência de genotipos em determinado período de tempo e local (Unicomb et al. 1999,
Araújo et al. 2001), torna-se necessário uma vigilância mundial das amostras circulantes
inclusive a partir da introdução de vacina específica em diferentes regiões do mundo
(Linhares et al. in press).
Por outro lado, a gastroenterite por adenovírus ainda não é prevenível por vacinação,
desde que, até o momento, só existem vacinas contra os sorotipos 4 e 7, os quais são
relacionados a doença respiratória, sendo usadas em militares (Gurwith et al. 1989).
Finalmente, em razão do impacto dos Rotavírus A e adenovírus humano no processo
da diarréia infantil e também considerando a extensiva variabilidade antigênica destes
últimos, admite-se que o controle e a erradicação desses agentes constituem, hoje, metas para
a saúde pública em plano mundial.
3
1.2-Propriedades gerais de Rotavirus A e adenovírus humano
1.2.1-Rotavírus A
1.2.1.1- Estrutura morfológica, protéica e genômica
Os Rotavírus A são vírus desnudos, com simetria icosaédrica e o virion possui
aproximadamente 100 nm de diâmetro. Apresenta três camadas concêntricas de proteínas
(capsídeo) que circundam o genoma viral. A camada mais interna ou core (Figura 1C), que
envolve o genoma é formada por 60 dímeros de proteína VP2, que interage com VP1 e VP3
organizados na forma de 12 complexos enzimáticos aderidos à superfície interna de VP2,
sendo que as proteínas VP1 e VP3 ligam-se diretamente ao RNA. A camada intermediária é
formada por 260 trímeros de VP6 formando partículas virais de dupla camada (DLPs). A
camada externa é composta de duas proteínas, VP4 e VP7 (Figura 1B). A superfície externa
plana do vírus é formada de 780 cópias da proteína VP7, organizadas como trímeros,
enquanto 120 cópias de VP4 estão dispostas como espículas, organizadas como dímeros,
projetando-se aproximadamente em 12 nm da superfície externa (Estes & Cohen, 1989, Estes,
2001, Pesavento et al. 2003).
Esses vírus possuem ainda uma característica estrutural singular na forma de 132
grandes canais que se estendem desde a camada externa até o core viral, permitindo a entrada
de metabólitos para transcrição do RNA e saída de RNA mensageiro (mRNA) para o processo
subseqüente da replicação viral, poden ser distinguidos três tipos de canais (I, II e III) (Figura
1B) baseado em sua posição e tamanho (Prasad et al. 1988).
As partículas maduras de Rotavirus A possuem seis proteínas estruturais (Figura 1).
Estas são designadas pela sigla VP seguida de um número arábico (VP1, 2, 3, 4, 6, 7).
Ademais, durante o ciclo de infecção viral, a proteína VP4 é clivada gerando duas proteínas as
quais são designadas pela adição de “asterisco” após o número, VP5* e VP8* (Estes &
Cohen, 1989).
4
Segmentos
RNA
Protnas
mRNA transcrito
A B
C
Figura 1 – Estrutura tridimensional da partícula de rotavírus. A – Eletroforese em gel de poliacrilamida
mostrando os 11 segmentos do dsRNA formando o genoma dos rotavírus (neste exemplo SA-11) e as proteínas
codificadas por cada um desses segmentos. B – Estrutura tridimensional da partícula completa dos rotavírus
determinada por eletrocriomicroscopia associada ao processamento da imagem por computador. C Estrutura
tridimensional da camada intermediária e interna da partícula dos rotavírus determinada também por
eletrocriomicroscopia associada ao processamento da imagem por computador (modificado de Estes, 2001).
VP1 - A proteína VP1 é codificada pelo segmento 1 e representa 2% da massa
presente no virion. Possui massa molecular de aproximadamente 125 kDa, sendo constituída
por 1088 aminoácidos (aa). Como referido, a VP1, juntamente com VP2 e VP3, formam o
core viral (Cohen et al. 1989, Estes & Cohen, 1989). Estudos indicam que a VP1 é uma RNA
polimerase e funciona tanto como uma transcriptase como uma replicase. A análise da
seqüência de VP1 mostra que esta contém seqüências típicas de RNA polimerase - RNA-
dependente (Cohen et al. 1989, Mattion et al. 1994) e que, quando da expressão em
baculovírus, esta intermedia a replicação viral atuando como replicase (Patton et al. 1993,
Zeng et al. 1996). Por outro lado, tem sido mostrado que para essa atividade a VP1 requer a
presença de VP2 (Patton et al. 1993).
VP2 – A proteína VP2 é codificada pelo segmento 2. Possui aproximadamente 102
kDa, sendo constituída por 880 aa. (Liu et al. 1988). É a proteína estrutural mais abundante do
5
core viral, sendo altamente imunogênica e os anticorpos para esta proteína são considerados
indicadores de infecção primária (Bican et al. 1982, Svensson et al. 1987, Conner et al. 1988,
Liu et al. 1988,). Estudos têm mostrado que VP2 possui afinidade não específica para RNA
fita simples (ssRNA) e RNA fita dupla (dsRNA), embora esta afinidade para ssRNA seja maior
que para dsRNA (Boyle & Holmes, 1986). Considera-se que a afinidade de VP2 por ssRNA
possa estar associada com o empacotamento do mRNA viral dentro do core durante o processo
de replicação. Devido ao seu tamanho e resistência, o dsRNA deve ser curvado para se
encaixar dentro do core e esta curvatura tem sido atribuída como função dessa proteína
(Kapahnke et al. 1986).
VP3 – A VP3 é codificada pelo segmento 3. Possui 98 kDa, sendo constituída por 835
aa (Liu et al. 1988). Estudos têm mostrado que VP3 pode ligar-se a região N-teminal de VP2,
uma região na qual VP1 também se liga, sendo esta região requerida para a replicação (Labbe
et al. 1994, Zeng et al. 1998). VP3 liga-se covalentemente a guanosina trifosfato (GTP), o que
sugere ser esta uma guanililtransferase (Pizarro et al., 1991, Liu et al. 1992). Essa proteína
também é considerada como uma metiltransferase, por possuir atividade de acoplar resíduos
cap aos mRNAs transcritos (Chen et al. 1999, Patton & Chen, 1999).
VP4 – A proteína VP4, que constitui a camada externa do vírus é codificada pelo
segmento 4, possui aproximadamente 88 kDa, sendo constituída por 776 aa (Liu et al. 1988,
Estes & Cohen, 1989, Shaw et al. 1993). Estudos mostram, que esta proteína atua na adsorção
e penetração viral, tem ação de hemaglutina, e está associada à restrição do crescimento viral
em cultura celular (Greenberg et al. 1983b). Induz a formação de anticorpos neutralizantes
(Hoshino et al. 1985, Offit & Blavat, 1986), tanto in vitro (Greenberg et al. 1983a, Coulson et
al. 1985, Taniguchi et al. 1985, Hoshino et al. 1985, Burns et al. 1988), quanto in vivo,
observada a partir de imunização passiva de camudongos (Offit et al. 1986). VP4 é
susceptível a proteólise, processo que facilita a entrada do vírus na célula (Kaljot et al. 1988).
6
Pela clivagem desta proteína, são geradas duas proteínas, VP8* (28 kDa, 247 aa) e VP5* (60
kDa, 529 aa). Estudos mostram que a entrada do vírus na célula é um processo que envolve
receptores contendo ácido siálico, no passo inicial da adsorção, e integrinas tais como αvβ3,
α4β1, α2β1, durante os passos subsequentes pós-adsorção (Coulson et al. 1997, Guerrero et
al. 2000, Zarate et al. 2000). Neste processo, o domínio VP8* está envolvido na interação
com ácido siálico, enquanto VP5* está implicada na interação com as integrinas. Não
obstante, a utilização de ácido siálico não é fato comum, uma vez que grande número de
amostras de rotavírus provenientes de animais incluindo de humanos não o utilizam como
receptor inicial (Ciarlet et al. 2001). Nessas amostras, a maioria dos anticorpos monoclonais
neutralizantes que reconhecem VP4 selecionam mutações em VP5*, sugerindo que a entrada
na célula é mediada por VP5* (Kobayashi et al. 1990, Padilla-Noriega et al. 1995, Kirkwood
et al. 1996).
VP6É a proteína que forma a camada intermediária do vírus. Possui 41 kDa, sendo
constituída por 397 aa e é codificada pelo segmento 6 do genoma viral. Constitui cerca de 50-
60% da massa viral sendo, portanto, o maior constituinte protéico estrutural das partículas
virais completas (Estes & Cohen, 1989, Prasad & Chiu, 1994). A VP6 tem papel essencial na
estrutura do virion, uma vez que faz interações, tanto com ambas as proteínas da camada
externa (VP4 e VP7), quanto com a proteína do core (VP2). Forma trímeros espontaneamente
e é extremamente estável (Estes et al. 1987). É proteína hidrofóbica, altamente imunogênica
(Gorziglia et al. 1985, Estes et al. 1987, Sabara et al. 1987) e considera-se que possa ter papel
na imunidade protetora (Burns et al. 1996). Na VP6, a presença de epítopos antigênicos
comuns caracterizam os antígenos de grupo (espécie) e a presença ou a ausência de outros
determinantes antigênicos nessa proteína determina também a especificidade para subgrupos
(RVA-RVG) (Kalica et al. 1981, Greenberg et al. 1983c).
7
VP7Esta proteína possui 326 aa e 37 kDa, podendo ser codificada pelos segmentos
7, 8 ou 9 do genoma, dependendo da amostra viral (Estes & Cohen, 1989, Prasad et al. 1990).
A VP7 é uma glicoproteína e forma a camada externa do vírus. É a segunda proteína mais
abundante do virion. A VP7 é considerada como antígeno capaz de elicitar a formação de
anticorpos neutralizantes e responsável pela determinação de sorotipos G (Kalica et al. 1981,
Greenberg et al. 1983b, Hoshino & Kapikian, 1996). Estudos mostram que a parte glicídica
desta proteína é constituída apenas de manose (Arias et al. 1982, Ericson et al. 1982,
Kabcenell & Atkison, 1985), sendo os resíduos de manose encontrados tanto na VP7
intracelular quanto extracelular (Kabcenell & Atkison, 1985, Kabcenell et al. 1988). No
processo intracelular, ela é co-traducionalmente glicosilada e inserida dentro da membrana do
retículo endoplasmático (RE), sendo essa inserção dirigida através de uma sequência sinal
clivável encontrada na região amino-terminal da proteína (Both et al. 1983, Ericson et al.
1983, Kabcenell & Atkison, 1985). Acredita-se que a presença de íons cálcio (Ca
++
) seja
necessária para a manutenção da estabilidade de VP7 e por sua associação com o RE durante
a maturação do virion (Abmadian & Shabrabadi, 1999). Experimentos em culturas celulares
indicam que essa glicoproteína desempenha um papel na adsorção viral conferindo
estabilidade às espículas de VP4 e facilitando a apresentação dos epítopos funcionais dessa
proteína (Prasad & Estes, 1997). Sua interação com VP4 parece também exercer influência na
especificidade de ligação de VP4 ao receptor celular da célula alvo (Sabara et al. 1985, Ludert
et al. 1996).
Além das proteínas estruturais, o genoma viral codifica também seis proteínas não
estruturais que são designadas pela sigla NSP, seguida de um número de 1 a 6, que varia de
acordo com a sua ordem de migração em gel de poliacrilamida (Prasad & Estes, 1997).
Destas, cinco estão envolvidas na replicação viral (NSP1, NSP2, NSP3, NSP5 e NSP6) e uma
8
na morfogênese e virulência viral (NSP4). Todas as proteínas não estruturais, exceto NSP4,
interagem com o ácido nucléico (Estes, 2001).
NSP1 - É uma proteína com 58 kDa, formada por 495 aa que são codificados pelo
segmento 5 do genoma viral. Ela é expressa em baixos níveis na célula infectada. Ensaio de
imunofluorescência indireta (IFI) indica que a NSP1 não é acumulada no viroplasma, mas de
forma pontuada no citoplasma possivelmente em associação com o citoesqueleto (Hua &
Patton, 1994). Estudo utilizando cultura celular mostra que a NSP1 parece não ser essencial
para a replicação viral, muito embora se admita que esta possa ser implicada como um fator
de virulência em camundongos (Broome et al. 1993), o mesmo não tendo sido observado para
suínos e coelhos (Bridger et al. 1998, Ciarlet et al. 2000a). Essa proteína é a menos
conservada das proteínas virais, mostrando maiores variações que VP4 ou VP7. A NSP1
contém um domínio conservado de zinco, mas em função deste ser perdido em algumas
amostras virais, considera-se não ser este essencial para a replicação viral (Okada et al. 1999).
NSP2 - Essa proteína é codificada pelos segmentos 7, 8 ou 9, dependendo da amostra
viral. Possui 35 kDa e 317 aa. Esta tem a habilidade de se ligar não especificamente a ssRNA,
uma característica que permite a formação de complexos de proteína e RNA (Kattoura et al.
1992, Taraporewala et al. 1999). É expressa em níveis altos nas células infectadas, sendo
acumulada no viroplasma (Petrie et al. 1984). A análise das características de crescimento de
um rotavírus tsE mutante sensível a temperatura com alterações no segmento oito, indicam
que NSP2 é essencial para a formação de viroplasma e para a replicação genômica (Ramig &
Petrie, 1984, Gombold et al. 1985). Estudos bioquímicos usando NSP2 recombinante têm
mostrado que ela forma octâmeros, tem atividade de desestabilizar a hélice do ácido nucléico,
sendo esta desestabilização independente de íons magnésio (Mg
2+
) e adenosina trifosfato
(ATP). Ainda, NSP2 possui atividade de nucleotídeo trifosfatase (NTPase), que na presença
de Mg
2+
catalisa a hidrólise de todos os quatros NTPs para nucleotídeos difosfato (NDPs).
9
Ademais tem sido observado que a hidrólise de NTPs resulta na fosforilação de NSP2 tanto in
vitro quanto in vivo. Sugere-se, ainda, que a atividade NTPase de NSP2 forneça à proteína a
energia necessária para funcionar como um motor molecular dirigindo o empacotamento do
mRNA viral (Taraporewala et al. 1999, Taraporewala & Patton, 2001).
NSP3 – É codificada pelos segmentos 7, 8 ou 9 do genoma viral. Possui 63 kDa e 315
aa, é uma proteína ácida e pouco abundante na célula infectada (Estes, 2001). Na célula
hospedeira, a mensagem de capeamento é reconhecida pelo fator de iniciação eucariótica
(eIF4E) e a mensagem de poliadenilação por uma poli(A) ligante de proteína (PABP), os
quais vão interagir com o fator eIF4G, uma proteína adaptadora que é responsável pela
entrega da mensagem cap e poliadenilação para o ribossoma. Os rotavírus, como referido, não
possuem cauda poli (A), mas possuem uma seqüência consenso na sua extremidade terminal
3’ que especificamente liga-se a NSP3 de maneira que, enquanto o domínio N-terminal de
NSP3 liga-se a esta seqüência consenso, metade do domínio C-terminal interage com eIF4G
com uma afinidade maior que com PABP possibilitando uma tradução viral seletiva durante a
infecção. Desta forma, NSP3 é uma proteína codificada pelo vírus para subverter a
maquinaria de tradução da célula hospedeira e seletivamente aumentar a tradução do mRNA
viral (Poncet et al. 1993, Piron et al. 1998, Vende et al. 2000, Deo et al. 2002, Groft & Burley,
2002, Jayaram et al. 2004).
NSP4O gene 10 apresenta extensiva variabilidade genética o que leva o seu
produto, a proteína NSP4, ser classificada em cinco genogrupos: A (KUN), B (Wa), C (AU-
1), D (EW) e E (avian-like) (Ciarlet et al. 2000b, Ito et al. 2001, Mori et al. 2002). A proteína
é glicosilada e ligada ao RE. Possui 28 kDa e 175 aa (Mattion et al. 1994, Tian et al. 1996). A
NSP4 é uma proteína que não se liga ao RNA e estudos mostram que ela possui papel na
morfogênese viral e também na virulência por funcionar como uma enterotoxina. Na
morfogênese viral ela funciona como um receptor intracelular por mediar a conversão de
10
partículas de dupla camada no citoplasma para partículas de tripla camada no RE. Estudos
realizados com rotavírus de símio (SA-11) mostram que a expressão de NSP4 recombinante
em baculovírus induz diarréia idade-dependente em camundongos quando administrada por
via intraperitonial ou intraluminal (Bern & Glass, 1994, Ball et al. 1996). Em adição, a
administração de peptídeo sintético para SA-11 que contém resíduos dos aminoácidos 114 ao
135 de NSP4 também induz diarréia em camudongos lactentes, porém não em camudongos
adultos. Ademais, resíduo de tirosina 131 da proteína tem sido considerado como o aa
associado com a atividade toxigênica de NSP4. É sugerido que NSP4 interage com um
receptor celular do epitélio intestinal e estimula um sinal de tradução cálcio-dependente que
aumenta a permeabilidade da membrana plasmática a íons cloro e potencializa a secreção
clorídrica, o que culmina na indução de diarréia (Ball et al. 1996, Dong et al. 1997, Morris et
al. 1999).
NSP5É a maior das duas proteínas codificadas pelo segmento 11. Possui 198 aa,
sendo acumulada no viroplasma. É uma proteína ácida, rica em serina e resíduos de treonina,
que formam dímeros (Poncet et al. 1997). Quando co-expressa em células infectadas, tem sido
visto que esta é hiperfosforilada por NSP2 (Afrikanova et al. 1998), muito embora o
mecanismo dessa hiperfosforilação seja pouco conhecido (Welch et al. 1989, Poncet et al.
1997, Afrikanova et al. 1998, Gonzáles et al. 1998). A fosforilação da proteína nos resíduos
serina resultam em formas isofórmicas alcançando tamanhos de 26 a 32-34 kDa (Welch et al.
1989, Afrikanova et al. 1998, Blackhall et al. 1997, Poncet et al. 1997). Ao contrário de
NSP2, que tem pouca afinidade por dsRNA, NSP5 liga-se eficientemente tanto ao ssRNA
quanto ao dsRNA (Vende et al. 2002).
NSP6é a menor proteína (11kDa) codificada pelo ORF alternativo do segmento 11.
Possui 92 aa, é acumulada no viroplasma, sendo conhecida por interagir com NSP5 (Mattion
et al. 1991, Torres-Vega et al. 2000). A região C-terminal de NSP5 que interage com NSP6 é
11
também a região de NSP5 requerida para a dimerização e assim se admite que NSP6 possa
influenciar na formação de dímeros de NSP5 (Torres-Vega et al. 2000). O baixo nível de
expressão de NSP6 em células infectadas por rotavírus é sugestiva de função reguladora da
proteína. Algumas amostras de Rotavirus A, como Mc323 e Alabama, bem como os Rotavirus
C não codificam NSP6 (Torres-Vega et al. 2000). Isto sugere que NSP6 pode não ser
requerida para a replicação dos rotavírus, ou mesmo que nenhuma proteína viral ou celular
substitua funcionalmente, nessas amostras, a NSP6 (Taraporewala & Patton, 2004).
O genoma viral possui 11 segmentos de RNA fita dupla (dsRNA), sendo que os
segmentos genômicos variam de 667 (segmento 11) a 3.302 pares de bases (segmento 1), com
o genoma total contendo aproximadamente 18.522 pares de bases e massa molecular variando
de 2 x 10
5
a 2,2 x 10
6
Da (Rixon et al. 1984, van Regenmortel et al. 2000).
Cada segmento de RNA começa com guanidina-5’, seguido por um conjunto de
seqüências conservadas que são parte da seqüência não codificadora da extremidade 5’, a qual
se segue um quadro aberto de leitura (ORF, open reading frame), o qual codifica no mínimo
uma proteína. Segue-se um conjunto de seqüências não codificadoras, que contém um
subconjunto de seqüências conservadas terminais 3’ que termina com citidina-3’ seguida do
códon de parada (Estes & Cohen, 1989, Estes, 2001) (Figura 2).
Os mRNAs dos Rotavirus A terminam com uma seqüência consenso 5’-UGUGACC-
3’, a qual contém sinal para expressão gênica e replicação genômica. O tamanho das regiões
não codificadoras nas extremidades 5’ e 3’ varia para os diferentes genes, os quais não
possuem sinal de poliadenilação na extremidade 3’. Por outro lado, a fita positiva do RNA
viral contém uma estrutura cap 5’ terminal (5’-m
7
GpppG(m)GC...-3’). Admite-se que as
regiões não codificantes, apesar de constituírem uma mínima parte do genoma, possuem
seqüências determinantes para as seguintes funções: empacotamento de mRNAs,
reconhecimento pela RNA polimerase viral para início da síntese das fitas de sentido positivo
12
e negativo e realização de uma tradução eficiente (Imai et al. 1983, Nibert et al. 1996, Estes,
2001).
Figura 2 – Organização genômica dos rotavírus representada por um dos 11 segmentos do dsRNA (modificado
de Estes, 2001).
O padrão eletroforético dos 11 segmentos genômicos (dsRNA) dos rotavírus permite o
seu fácil reconhecimento, pela técnica de eletroforese em gel de poliacrilamida (EGPA), em
padrões de migração distintos, característicos de cada espécie de rotavírus (Maunula & van
Bonsdorff, 1995). Nos Rotavírus A, o padrão de migração encontrado é o de agrupamento dos
segmentos genômicos em quatro classes distintas contendo 4, 2, 3 e 2 segmentos de dsRNA
(Figura 1A) (Besselaar et al. 1986).
1.2.1.2- Classificação dos Rotavírus
Os Rotavirus infectam somente vertebrados (mamíferos e aves), incluindo humanos.
Constituem um gênero da família Reoviridae, que possui atualmente nove gêneros
(Orthoreovirus, Orbivirus, Coltivirus, Fijivirus, Phytoreovirus, Oryzavirus, Cypovirus,
Aquareovirus e Rotavirus). Outros dois gêneros têm sido propostos (Seadornavirus e
Entomovirus) (Mertens et al. 2000, ICTV –2004).
O gênero Rotavírus compreende 7 espécies (grupos) designadas de RVA a RVG,
sendo esta especificidade determinada pela proteína VP6 (Hoshino & Kapikian, 2000,
Mertens et al. 2000, van Regenmortel et al. 2000). As espécies A, B e C são encontradas em
animais e humanos e as demais somente em animais (Estes, 2001).
Adicionalmente, os Rotavirus A são sorologicamente classificados em subgrupos
também em função da variabilidade da proteína VP6, os quais são denominados I, II, I e II,
não I não II (Greenberg et al. 1983a, van Regenmortel et al. 2000). Estes vírus são ainda
classificados em sorotipos/genotipos considerando as duas proteínas do capsídeo externo
13
(VP7 e VP4) e os genes que as codificam. A classificação em sorotipos é definida por ensaios
sorológicos, como neutralização por redução de placa em cultura celular e neutralização por
redução foco-fluorescente usando anticorpos monoclonais (MAbs) purificados provenientes
de animais hiperimunizados. Esses ensaios baseiam-se na reatividade de anticorpos com as
duas proteínas, as quais induzem anticorpos com atividade neutralizante (Kalica et al. 1983,
Hoshino et al. 1985, Offit & Blavat, 1986, Hoshino et al. 1988). Os genotipos são
determinados por métodos moleculares, como sequenciamento genômico, hibridização de
ácido nucléico ou ainda pela reação em cadeia pela polimerase (PCR) utilizando iniciadores
específicos para os genes das proteínas VP4 e VP7 (Flores et al. 1989, Gouvea et al.1990,
Estes, 2001).
A proteína VP7 define os chamados genotipos/sorotipos G (assim denominados por
ser esta uma glicoproteína) e a VP4 define os genotipos/sorotipos P (assim denominada por
ser sensível a protease). Todos os genotipos G correspondem aos sorotipos G, não ocorrendo
o mesmo com os genotipos P (Desselberger, 2000). Assim, baseado em diferenças genéticas e
antigênicas tem sido definidos 15 sorotipos/genotipos G e 25 genotipos P e devido a
insuficiência de anticorpos monoclonais específicos para a diversidade dos sorotipos P,
somente 14 sorotipos P, com três subtipos, têm sido definidos (Rao et al . 2000, Estes, 2001,
Hoshino et al. 2002, Liprandi et al. 2003, Martella et al. 2003, McNeal et al. 2005, Rahman et
al. 2005). Os sorotipos/genotipos G são sempre designados pela letra G seguida de algarismo
arábico, o mesmo ocorrendo para sorotipo P, enquanto que para genotipo P a denominação é
feita pela letra P seguida do algarismo arábico colocado entre colchetes (Hoshino & Kapikian,
1996).
Dos 15 genotipos G, dez (G1-G6, G8-G10 e G12) e dos 25 genotipos P, onze (P[1],
P[3]-P[6], P[8]-P[11], P[14] e P[19]) infectam humanos (Nakagomi et al. 1994, Hoshino &
Kapikian, 2000, Jagannath et al. 2000, Okada et al. 2000). Ainda, em humanos, tem sido
14
observada ocorrência maior de cinco genotipos G (G1-G4 e G9) e de três genotipos P (P[4],
P[6] e P[8]) sendo que as combinações G e P mais comumente observadas são P[8],G1;
P[4],G2; P[8],G3; P[8],G4; P[6],G9 e P[8]G9 (Gentsch et al. 1996, Leite et al. 1996,
Ramachandran et al. 1996, Santos & Hoshino, 2005).
1.2.1.3-Infecções mistas por Rotavirus A
A natureza segmentada do genoma dos rotavírus favorece um mecanismo singular, o
reassortment genético, o qual permite a geração de diversidade genética quando em processo
de infecções mistas, ou seja, com amostras virais diferentes. Esta situação tem sido observada
tanto in vivo quanto in vitro. Como as segregações dos genes VP4 e VP7 ocorrem
independentemente, várias possibilidades de combinações G e P têm sido observadas em
infecções naturais (Ramig, 1997, Palombo, 2002). Por outro lado, infecções mistas inclusive
combinações não comuns, como P[4]P[6],G2G8 e P[4]P[6],G2G9, têm sido observadas. Este
fato tem sido atribuido ao reassortment natural de amostras de ocorrência comum, como
P[6]G8 com P[4]G2 e P[6]G9 com P[4]G2 (Fischer et al. 2003).
As infecções mistas por Rotavirus A têm sido observadas em diferentes regiões
geográficas e, principalmente, em países em desenvolvimento, como no Brasil e Índia onde
são vistas com índices que variam de 10% a 23% (Ramachandran et al. 1996, Leite et al.
1996, Mascarenhas et al. 1998, Das et al. 2002). Considera-se que essas infecções mistas
possam ser relacionadas a condições higiênico-sanitárias, reflexo também da situação
socioeconômica da população. Por outro lado, em paises desenvolvidos, as infecções mistas
também têm sido observadas, embora inicialmente admitidas como sendo raras (Bishop et al.
1991, Iturriza-Gomara et al. 2000), sendo que em estudo realizado na Dinamarca mostrou
índice de infecção mista por Rotavirus A similar a de países em desenvolvimento (21%)
(Fischer et al. 2005). No estudo considerou-se que o achado possa ser em função do uso de
15
metodologias mais sensíveis utilizando iniciadores específicos “locus-único” em reação de
PCR ou pelo uso de sequenciamento genômico em adição à metodologia largamente utilizada,
multiplex-RT-PCR.
1.2.1.4-Diagnóstico laboratorial para Rotavirus A
As manifestações clínicas resultantes da infecção por rotavírus não são suficientes
para permitir o diagnóstico etiológico, uma vez que outros vírus levam ao mesmo quadro de
doença, o que torna imprescindível o exame laboratorial para a definição do agente causador
da infecção (Estes, 2001). Para Rotavirus A diferentes procedimentos laboratoriais têm sido
desenvolvidos visando não somente a detecção viral como também a definição da amostra
viral (sorotipo/genotipo G e P) circulante (Fischer & Gentsch, 2004).
1.2.1.4.1-Detecção viral
Para detecção viral, fezes são o espécime clínico universalmente utilizado (Yolken &
Wilde, 1994). Essas devem ser colhidas preferencialmente com até quatro dias após o início
da doença, muito embora a excreção viral possa se estender por mais de três semanas pós-
infecção (Riepenhoff -Talty et al. 1981).
A detecção viral pode ser feita pela visualização da partícula viral através da ME ou
IME, ou pela detecção de antígeno viral utilizando uma variedade de metodologias, dentre
estas, o ensaio imunoenzimático (EIE), o teste de aglutinação passiva e imunofluorescência
(IF) (Birch et al. 1979, Sanekata et al. 1981). Adicionalmente a presença viral, pode ser
observada pela detecção do ácido nucléico, seja utilizando metodologia de amplificação
genômica, reação em cadeia pela polimerase pós-transcrição reversa (RT-PCR) (Gouvea et al.
1991, Gentsch et al. 1992), ou sem amplificação, o que pode ser feito por eletroforese em gel
de poliacrilamida (EGPA) (Pereira et al. 1983) ou por hibridização molecular (Flores et al.
16
1989, Fernandez et al. 1992). A RT-PCR é considerada como sendo 100.000 vezes mais
sensível que a EGPA e 5.000 vezes mais sensível que a hibridização (Wilde et al. 1991,
Yolken & Wilde, 1994).
O isolamento viral também é passível de ser realizado, muito embora exista a
dificuldade de se propagar vírus selvagem. Dentre as linhagens celulares utilizadas para a
propagação, tem-se a MA-104 (células de rim de macaco Rhesus) e a CaCo-2 (células de
carcinoma de cólon humano) (Hasegawa et al. 1982, Svensson et al. 1991, Ciarlet & Estes,
2001).
1.2.1.4.2-Caracterização viral
A meta primária de vários estudos que objetivam a vigilância laboratorial das amostras
circulantes de Rotavírus A tem sido a de determinar os sorotipos/genotipos virais de G e P
considerando a importância da diversidade antigênica destes vírus em termos da imunidade,
principalmente vacinal. Nesse sentido, o sorotipo viral pode ser determinado por ensaio de
neutralização em cultura celular ou por EIE bem como por IME de fase-sólida utilizando
anticorpos monoclonais sorotipo-específicos (MAbs) de VP7 e de VP4 (Greenberg et al.
1983c, Yolken & Wilde, 1994, Coulson, 1996, Hoshino & Kapikian, 1996). A sorotipagem G
através de EIE é método comum de caracterização, o qual utiliza MAbs específicos
produzidos para os diferentes sorotipos de VP7 (Greenberg et al. 1983c, Coulson, 1996). Pelo
procedimento, aproximadamente 70% a 85% das amostras são tipadas, mas o método depende
da presença de partícula de tripla camada, o que nem sempre é possível em função de
degradação da partícula (Fischer & Gentsch, 2004). A sorotipagem P, por outro lado, é pouco
realizada, em função da pequena disponibilidade de MAbs específicos para VP4,
possivelmente em função de que, esta proteína pode ser perdida durante o manuseio ou a
estocagem do vírus (Estes & Cohen, 1989, Coulson, 1996, Hoshino & Kapikian, 1996).
17
A partir da década de 1990, foram desenvolvidos métodos moleculares visando
determinar os genotipos de VP7 e VP4. Dentre estes, o método multiplex-hemi-nested-RT-
PCR, o qual apresenta boa correlação de tipos de VP7 em relação a sorotipagem utilizando
MAbs. Neste ensaio, são comumente usados para a genotipagem G, dois conjuntos de
iniciadores consensuais: Beg9/End9, combinado com iniciadores específicos (G1-G4, G8 e
G9) (Gouvea et al. 1990) ou 9Con1/9Con2 combinado com iniciadores específicos (G1-G4 e
G9) (Das et al. 1994). Em adição, um procedimento modificado tem sido utilizado pelo uso
dos iniciadores consensuais Beg9/End9 para RT-PCR e 9Con1 adicionado dos iniciadores
específicos G1-G9 desenvolvidos por Das et al. (1994) em multiplex-nested-RT-PCR (Fischer
et al. 2003).
A genotipagem P é bastante realizada e esta tem sido feita como para a genotipagem
G, através de multiplex-hemi-nested-RT-PCR (Gentsch et al. 1992, Gunasena et al. 1993), ou
através de PCR com sondas obtidas a partir de sorotipos de VP4 determinados por
neutralização (Larralde & Flores, 1990). Para determinação dos genotipos P, têm sido usados
dois conjuntos de iniciadores consensuais: Con3/Con2 e HumCom5/HumCom3 combinados
com iniciadores específicos para os genotipos P[8], P[4], P[9], P[10] e P[6] (Gentsch et al.
1992, Gunasena et al. 1993).
Para a confirmação dos genotipos determinados por RT-PCR, ou mesmo para a
definição daqueles que não puderam ser tipados por outras metodologias, tem sido utilizado o
sequenciamento genômico, o qual pode ser feito diretamente utilizando o produto da RT-PCR
(sequenciamento direto) ou após a clonagem desse produto. O sequenciamento permite
também discriminar a origem da amostra, humana ou animal (Gouvea et al. 1993), além de
permitir a identificação de novos genotipos (Leite et al. 1996, Ramachandran et al. 1996).
Outras metodologias também têm sido utilizadas para a determinação de genotipos, ou
para confirmação dos resultados da genotipagem, dentre elas a hibridização molecular
18
utilizando sondas específicas de genotipos G e P marcados com digoxigenina (Leite et al.
1996, Ramachandran et al. 1996). Outro procedimento é o da análise do polimorfismo de
fragmentos de DNA a partir da clivagem com enzimas de restrição (RFLP-Restriction
Fragment Length Polymorphism) pós-RT-PCR (Iizuka et al. 1993). Atualmente, um novo
método tem sido desenvolvido visando tanto a detecção quanto a genotipagem de rotavírus, a
hibridização em microarray. Esse método combina a grande sensibilidade da PCR com a
seletividade da hibridização DNA-DNA (Chizhikov et al. 2002).
1.2.2- Adenovírus humano
1.2.2.1- Estrutura morfológica, protéica e genômica
Os adenovírus são partículas de simetria icosaédrica, não envelopadas e possuem de
70-100 nm de diâmetro (Horne et al. 1959). O capsídeo é constituído de 252 capsômeros,
sendo 240 do tipo hexon que formam as 20 faces triangulares do icosaedro e 12 do tipo penton
que formam os vértices do icosaedro (Stewart et al. 1993). Da base de cada penton projeta-se
uma estrutura protéica denominada fibra, a qual possui comprimento variável conforme o
sorotipo. Na extremidade de cada fibra, existe uma protuberância que possui propriedade
imunogênica tendo ainda como função a adsorção do vírus à célula hospedeira (Norrby,
1969).
O virion possui pelo menos 11 proteínas (Figura 3), sendo que todas as proteínas
podem ser observadas por análise eletroforética em gel de poliacrilamida-dodecilsulfato de
sódio (SDS), com exceção da proteína terminal (TP) contida no core (Robinson et al. 1973,
Wadell, 1979). As 10 proteínas são convencionalmente numeradas iniciando pelo
polipeptídeo II, uma vez que polipeptídio I é considerado como uma mistura de moléculas
agrupadas (Maizel et al. 1968).
19
Figura 3 – Modelo de um virion de adenovirus humano, sorotipo 2 (AdVH2). A - Reconstrução de uma imagem
tridimensional. B - Esquema representativo da partícula de adenovírus composta pelos seus respectivos
polipeptídeos e DNA (modificado de -
http:/www.zool.unizh.ch/Research/CellBiology/MediaLinks/ImageGallery.html – em 17 de janeiro de 2006).
O capsídeo viral é composto de sete polipeptídios (II, III, IIIa, IV, VI, VIII e IX). O
polipeptídeo II (967aa) é o mais abundante, sendo o hexon formado por três moléculas deste
polipeptídio (Horwitz et al. 1970). Adicionalmente, os polipeptídios VI (217 aa), VIII (134
aa) e IX (139 aa) associam-se ao hexon, estabilizando as faces dos capsômeros, sendo que os
polipeptídios VI e VIII são admitidos fazerem uma ponte entre o capsídeo e o core viral
(Everitt et al. 1973).
Cinco cópias do polipeptídio III (571 aa) formam a base do penton (van Oostrum &
Burnett, 1985), enquanto que o polipeptídio IIIa (566 aa) associa-se ao hexon, liga as faces
adjacentes do capsídeo e serve como ponte entre o hexon e o polipeptídio VII do core (Everitt
et al. 1975). O polipeptídio IV (582 aa) forma a fibra trimérica, a qual se projeta da base do
penton de cada vértice do icosaedro (van Oostrum & Burnett, 1985).
O core do virion, que circunda o genoma viral, é formado por quatro proteínas [V,
VII, X (mμ) e TP], sendo que as proteínas V, VII e X (mμ) são básicas, ricas em arginina, e a
proteína terminal (TP) é covalentemente associada à extremidade 5’ do DNA viral, ainda,
observa-se uma protease cisteína p23 associada não covalentemente ao DNA (Robinson et al.
1973, Mangel et al. 1993, Stewart et al 1993). O polipeptídio VII (174 aa) é a maior proteína
do core e assemelha-se a um centro de histona que envolve e empacota o DNA viral (Mirza &
Weber, 1982, Chatterjee et al. 1986). O polipeptídio V (368 aa) liga-se a base do penton
fazendo uma ponte entre o core e o capsídeo (Everitt et al. 1975). A proteína terminal (TP)
(671 aa) serve como um primer para a replicação do DNA e media a ligação do genoma viral
à matriz nuclear (Challberg et al. 1980, Tamonoi & Stillmam, 1982). A protease cisteína p23
degrada a proteína VI colaborando para a dissociação do capsídeo durante o processo de
20
infecção (Greber et al. 1996). A função da proteína X (mμ) (19 aa) não é bem conhecida,
estudo realizado por Anderson et al. (1989) mostraram que esta proteína precipita DNA in
vitro, sugerindo que ela ajuda a condensar o DNA no core viral por meio de interações com
resíduos da arginina nove desta proteína com fosfato da cadeia-DNA.
O genoma viral consiste de uma molécula linear de fita dupla de DNA com massa
molecular de 20-24 x 10
6
Da, com aproximadamente 36.000 pares de bases (pb) e composição
de 47-60% de bases G + C (Green & Pina, 1963, Hierholzer, 1992). Nas extremidades do
DNA, há seqüências terminais (3’e 5’) repetidas e invertidas (ITRs) que variam de tamanho
(103-165 nucleotídeos) de acordo com o sorotipo de adenovírus (Shinagawa et al. 1987). O
genoma contém ainda uma seqüência cis-acting para encapsidação, onde no final da fita que
transcreve para a esquerda entre os nucleotídeos 200 e 400 existe uma seqüência de A
repetidos (consenso: 5’-TTTGN
8
CGNG-3’). Considera-se que essa seqüência seja requerida
para o empacotamento do genoma dentro do capsídeo (Hearing et al. 1987, Grable & Hearing,
1992, Ostapchuk & Hearing, 2003). O genoma viral também possui de um a dois genes
(dependendo do sorotipo) denominados vírus-associado (VA) transcritos pela RNA-
polimerase III. Os VA RNAs estimulam a síntese protéica viral e ainda antagonizam a ação
antiviral de interferon produzido pelo sistema imune celular (O’Malley et al. 1986, Kitajewski
et al. 1986, Ma & Mathews, 1996).
O genoma possui diferentes unidades (regiões) de transcrição (Figura 4), as quais são
transcritas temporalmente. Essas são referidas como regiões iniciais (E1, E2, E3 e E4),
regiões iniciais tardias ou intermédiarias (IX e IVa2) e região tardia (MLP-promotor maior
tardio). As regiões E1 e E2 são subdivididas em E1A, E1B e E2A e E2B, e a região tardia é
processada para gerar cinco famílias de mRNAs tardios (L1 a L5), diferenciados por splicing
alternativo e, em alguns casos, pelo o uso de diferentes sítios poli(A), todos transcritos pela
RNA polimerase II (Berget et al. 1977, Chow et al. 1979, Shenk, 2001).
21
A transcrição gênica ocorre em ambas as direções, sendo que a fita que transcreve da
esquerda para a direita (fita-d), transcreve as regiões E1A, E1B, IX, MLP, VA-RNA e E3. A
fita que transcreve em direção oposta (fita-e), transcreve as regiões E2A, E2B, E4 e IVa2. A
transcrição dos genes dos adenovírus é um evento de duas fases, ocorrendo antes e depois da
replicação do DNA viral (Shenk, 2001).
Figura 4 – Organização genômica de adenovírus humano, espécie E (AdVH-E) (modificado de Davison et al.
2003).
O gene E1A transcreve cinco mRNAs, dois são transcritos durante a fase precoce da
infecção (13S e 12S) e três acumulam-se tardiamente durante o ciclo infeccioso (11S, 10S e
9S), sendo que os mais estudados são: o mRNA 13S que codifica uma proteína de 55 kDa
(289aa) e o 12S que codifica uma proteína de 47 kDa (243aa), estas duas proteínas ativam a
transcrição de outros genes e induzem a célula hospedeira a entrar na fase S do ciclo celular,
por outro lado, não foram descritas funções distintas para os produtos dos outros três mRNAs
(11S, 10S e 9S) (Stephens & Harlow, 1987). O gene E1B codifica duas proteínas que
bloqueiam a apoptose (19K e 55K), além de codificar o polipeptídeo estrutural IX, o qual é
essencial para a encapsidação do DNA viral. E2 codifica proteínas que sinalizam para a
replicação do DNA, dessa forma a região E2A codifica uma proteína, DBP, que se liga a fita
simples do DNA e a E2B codifica uma DNA polimerase e uma proteína precursora terminal
(pTP), além de codificar o polipeptídeo IVa2 que possui função ativadadora do MLP. Os
produtos de E3 modulam a resposta do hospedeiro para a infecção viral: 12,5K, gp19K, 14,7K
22
e outros produtos dependendo do sorotipo. E4 possui cinco ORFs (1, 2, 3, 4 e 6/7), podendo
esse número variar de acordo com a espécie, cujos produtos possuem funções de regulação
transcricional, transporte de mRNA, modulação da replicação do DNA e apoptose celular
(Lutz & Kedinger, 1996, Ruuskanen et al. 1997, Rosa-Calatrava et al. 2001, Shenk, 2001,
Reddy et al. 2005).
Os mRNAs tardios (L1 a L5), gerados pelo processamento do MLP, são responsáveis
pela produção e montagem dos componentes do capsídeo. L1 produz duas proteínas (52/55k e
IIIa); L2 quatro proteínas (pIII,VII, V e X); L3 três proteínas (VI, hexon e protease); L4
quatro proteínas (100K, 22K, 33K e pVIII); e L5 produz a proteína formadora da fibra (IV)
(Ruuskanen et al. 1997, Shenk, 2001, Reddy et al. 2005).
1.2.2.2- Classificação dos adenovírus humanos
Os adenovírus (AdV) constituem a família Adenoviridae, que é subdividida em quatro
gêneros, Mastadenovirus – infectam humanos e outros mamíferos; Aviadenovirus – infectam
aves; Atadenovirus – infectam mamíferos (marsupiais e cervos), répteis (cobras) e aves
(patos); e Siadenovirus – infectam anfíbios (rãs) e aves (perus). Um quinto gênero que inclui
vírus que infectam peixes tem sido proposto (Harrach & Benko, 1998, Benko et al. 2002,
Davison & Harrach, 2002, ICTV- 2004). O gênero Mastadenovirus é formado por mais de 90
sorotipos, dentre os quais 51 infectam humanos (AdVH). Estes se subdividem em seis
subgêneros ou espécies, A a F (de Jong et al. 1999, Horwitz, 2001). Cada sorotipo dentro do
gênero Mastadenovirus é determinado por neutralização utilizando anticorpos dirigidos contra
as duas maiores proteínas do capsídeo, o hexon e a fibra. Por outro lado, a classificação das
espécies foi inicialmente baseada na habilidade de aglutinação de eritrócitos, humano e
animal (Rosen, 1960, de Jong et al. 1999). Outros parâmetros foram posteriormente
considerados, os quais incluem o percentual de bases nitrogenadas da espécie (G e C), o
23
potencial oncogênico em roedores, o grau de homologia do DNA viral, o tamanho da fibra, o
peso molecular de determinados polipeptídios estruturais, além do padrão de fragmentação do
DNA viral por enzimas de restrição (Quadro1) (Wadell et al. 1980, Adrian et al. 1986, Albert,
1986).
Quadro 1- Classificação dos adenovírus humanos
Espécie Sorotipos
Potencial oncogênico
Subgrupo % GC
por HA* Tumor em Transformação no DNA
animais em culturas
de células
A 12, 18, 31 IV Elevado + 47-49
B 3, 7, 11, 14, 16, 21, I Moderado + 50-52
34, 35, 50
C 1, 2, 5, 6 III Baixo ou + 57-59
nenhum
D 8-10, 13, 15, 17, 19, II Baixo ou + 57-60
20, 22-30, 32, 33, nenhum
36-39, 42-49, 51
E 4 III Baixo ou + 57
nenhum
F 40, 41 III Desconhecido Desconhecido 57-59
*Subgrupos por hemaglutinação (HA): I - aglutinação completa com eritrócitos de macaco; II - aglutinação
completa com eritrócitos de rato; III - aglutinação parcial com eritrócitos de rato; IV - ausência de aglutinação
(Adaptado de Ruuskanen et al. 1997).
1.2.2.5-Adenovírus entéricos
Os adenovírus entéricos foram assim denominados por Jacobsson et al. (1979) em
função de sua associação à diarréia, feita por Flewett et al. (1975), que observaram um grande
número de partículas de adenovírus pela ME após a ocorrência de um surto de doença
diarréica em crianças. No entanto, já em 1973, na Holanda, um adenovírus não tipável foi
isolado em células de carcinoma de cérvice uterino (HeLa) a partir das fezes de uma criança
com gastroenterite. Este vírus não era compatível com antisoro para nenhum dos 39 tipos
conhecidos até aquele momento e permaneceu não caracterizado por vários anos até sua
definição como de adenovírus humano sorotipo 41 (AdVH41), cepa Tak. Várias outras
amostras de adenovírus não tipáveis isoladas em células HeLa e células de rim de macaco
24
Cynomolgus, a partir de fezes de crianças com diarréia e/ ou vômito, foram posteriormente
definidos como AdVH40, cepa Dugan (de Jong et al. 1983). A característica inicial desses
vírus era a difícil propagação nessas células e a não propagação em células de rim de embrião
humano (HEK) ou em células diplóides de fibroblasto de embrião humano (HDF),
diferentemente das outras espécies de adenovírus (AdVHA-AdVHE). Por isso, foram
denominados não cultiváveis (Gary et al. 1979) ou fastidiosos (Kidd & Madeley, 1981).
Assim, considerando estudos sorológicos que utilizavam antisoro preparado a partir de
vírus purificados das fezes e o de mapeamento do DNA por enzima de restrição, além da
análise protéica, estes adenovírus passaram a ser considerados como sendo dois novos
sorotipos, constituindo uma espécie diferente das previamente existentes. Foram então
denominados sorotipos 40 e 41 da espécie F e com denominação de adenovírus entéricos
(EAd) (van der Avoort et al. 1989, Tiemessen & Kidd, 1995).
Estudos têm demonstrado a distribuição global desses agentes em crianças com
gastroenterite aguda com índices de 1% a 31% (Cruz et al. 1990, Stewien et al. 1993, Moore
et al. 1998, Soares et al. 2002, Li et al. 2005), sendo que mais de 50% das crianças menores
de quatro anos de idade apresentam anticorpos para os EAd (Kidd et al. 1983, Shinozaki et al.
1987, Jarecki-Khan & Unicomb, 1992).
1.2.2.6-Diagnóstico laboratorial para adenovírus humano
A sintomatologia resultante da infecção por adenovírus é variada, sendo esta
semelhante à provocada por outros patógenos. Portanto, o diagnóstico clínico é insuficiente
para definir adenovírus como causador da infecção, sendo necessário o diagnóstico
laboratorial (Ruuskanen et al. 1997) que pode ser realizado por diferentes procedimentos.
1.2.2.6.1-Detecção viral
25
Para detecção viral um dos procedimentos utilizados tem sido o isolamento em
culturas celulares, sendo que estes vírus, em sua grande maioria possuem capacidade de se
replicarem nestes sistemas vivos. Eles podem ser isolados a partir de excreção de nasofaringe,
garganta, nariz e conjuntiva, fluído cerebroespinhal, sangue, urina, fezes, bem como de
material de biópsia (Ruuskanen et al. 1997). Todos os sorotipos de adenovírus, exceto EAd40
e EAd41, propagam-se bem e produzem efeito citopático (ECP) em uma variedade de células.
As células mais permissivas são as células HEK (Krisher et al. 1987), seguindo-se, as células
de carcinoma de pulmão humano (A-549), células HeLa, células de carcinoma epidermóide
de laringe humana (HEp-2), células de carcinoma da cavidade bucal (KB) e fibroblastos de
pulmão de embrião humano (MRC-5). Para a propagação dos sorotipos entéricos, EAd40 e
EAd41, tem sido utilizadas principalmente células conjuntivais Chang, HEp-2, células
terciárias de rim de macaco Cynomolgus e células de rim de embrião humano transformadas
com DNA de AdVH5 (HEK-293) (Graham et al. 1977, Kidd & Madeley, 1981, de Jong et al.
1983). O efeito citopático produzido por adenovírus é considerado característico e geralmente
começa na periferia da monocamada celular onde se observam células arredondadas,
agregação de células intumescidas (cachos de uva ou rede de pescador) e inclusões
intranucleares (Leite, 1994, Ruuskanen et al 1997). O cultivo celular, além de promover o
isolamento viral, apresenta a vantagem de aumentar a quantidade de partículas virais para
posterior caracterização. A identificação dos isolados pode ser feita através de
imunofluorescência (IF), fixação do complemento (FC), inibição da hemaglutinação (HI) e
soroneutralização (SN) (Hierholzer, 1995).
A ME tem sido usada para detectar adenovírus tanto de material de cultivo quanto de
espécime clínico, onde se observa a morfologia característica destes agentes, sendo que a
descoberta dos adenovírus “não cultiváveis” foi realizada por este método (Flewett et al.
1975). Adicionalmente, os adenovírus podem ser detectados diretamente no espécime clínico
26
utilizando também a IF, o ensaio imunoenzimático (EIE) e a aglutinação em látex (Herrmann
et al. 1987).
1.2.2.6.2-Caracterização viral
A identificação dos sorotipos de adenovírus pode ser feita utilizando qualquer das
metodologias de detecção, como IF, EIE ou SN, ou por IME utilizando anticorpos
monoclonais epítopos tipo-específicos do hexon ou da fibra (Noel et al. 1994).
Por outro lado, métodos moleculares têm sido desenvolvidos, os quais permitem a
definição da espécie, bem como do sorotipo de adenovírus. Dentre os procedimentos, tem-se a
reação em cadeia pela polimerase (PCR) (Pring-Akerblom & Adrian, 1994, Pring-Akerblom
et al. 1999). Para a definição da espécie utilizando a PCR, têm sido usados iniciadores
desenhados a partir da região do hexon ou das regiões VAI e VAII (Wu et al. 1992,
Hierholzer et al. 1993). Para definição de sorotipos, são utilizados iniciadores tipo-específico,
sendo que para EAd40 e o EAd41 são bastante utilizados os desenhados para região E1B
(Allard et al. 1992).
A caracterização dos sorotipos de adenovírus tem também sido feita pela análise de
polimorfismo dos fragmentos de DNA em gel de agarose (RFLP-Restriction Fragment
Length Polymorphism), onde o sítio de clivagem do DNA por enzima de restrição é
dependente da seqüência do DNA. A presença de mutações num sítio de clivagem potencial
resulta em padrões diferentes de fragmentação do genoma quando esses fragmentos são
separados em gel de agarose. A desvantagem desse método é o de requerer uma grande
quantidade de DNA purificado direto do espécime clínico. Nesse sentido há necessidade da
amplificação prévia do DNA viral pela PCR o que resulta na metodologia denominada PCR-
RFLP (Saitoh-Inagawa et al. 1996, Arens, 1999, Li et al. 2005). Outra metodologia bastante
utilizada para caracterização de adenovírus é a hibridização do DNA viral com sondas
27
específicas desenhadas tanto para a espécie quanto para os sorotipos específicos (Wadell et al.
1980, Suzuki et al. 1981).
II – JUSTIFICATIVA
A gastroenterite é causa importante de doença infantil em todo o mundo, sendo a
segunda após as doenças respiratórias (Murray & Lopez, 1997, Guerrant, 1998). É
especialmente crítica em países em desenvolvimento, onde representa um fator importante de
mortalidade infantil (Ho et al. 1988, Bern & Glass, 1994, Kapikian, 1996, Lima et al. 2000).
Como exposto anteriormente, os Rotavírus A e os adenovírus humanos são causa
importante de gastroenterite aguda, podendo levar a óbito tanto crianças menores que cinco
anos de idade infectadas por rotavírus (Carlson et al. 1978, Lynch et al. 2003, Parashar et al.
2003) quanto indivíduos imunocomprometidos infectados por adenovírus (Cunninghan et al.
1988, Krajden et al. 1990, Hierholzer, 1992). Ademais, os adenovírus entéricos têm sido alvo
de estudos por serem um importante patógeno humano, estando entre os quatro vírus mais
importantes relacionados a gastroenterite infantil (Wilhelmi et al. 2003).
Admite-se que a estratégia principal para o controle dos Rotavírus A seja através da
vacinação, mas para que ocorra uma prevenção efetiva é preciso que haja o conhecimento dos
genotipos G e P circulantes antes, durante o período de vacinação e após vacinação. Por outro
lado, o monitoramento da circulação desses genotipos G e P permitem também a identificação
de genotipos não comuns ou não usuais, bem como infecções mistas, o que por certo tem
reflexo importante em relação à vacina em uso, em determinado período e localidade.
O Laboratório de Virologia do IPTSP/UFG vem desde a década de 80 realizando
investigações que visam identificar vírus causadores de gastroenterite em populações adulta e
infantil (Cardoso et al. 1989, Camarota et al. 1992, Cardoso et al. 2003, Souza et al. 2003). Os
resultados destes estudos mostram que amostras de Rotavírus A reagem frente a mais de um
iniciador específico (Cardoso, 1997, Souza, 2001, Costa, 2003, Andreasi, 2004), o que
28
poderia ser em uma primeira análise considerada uma infecção mista. Para a definição dessa
condição, outros procedimentos metodológicos devem ser empregados o que é a proposição
de parte deste estudo.
Ademais, os estudos conduzidos neste laboratório mostraram percentuais importantes
de detecção de adenovirus em espécimes fecais, tanto em população adulta quanto infantil
(Cardoso et al. 1989, Camarota et al. 1992, Azevedo, 1997, Borges, 2000). Por outro lado,
poucas são as informações referentes à espécie de adenovírus humano (Borges, 2000), sendo
ainda inexistente o conhecimento do sorotipo infectante. Em assim sendo, a segunda proposta
deste estudo objetiva a caracterização de amostras de adenovírus humanos.
Assim, a justificativa do estudo é a de conhecer as espécies e sorotipos de adenovírus
bem como a ocorrência de infecção mista por Rotavirus A na Região Centro-Oeste do Brasil.
Os dados obtidos no presente estudo deverão auxiliar em medidas preventivas e
terapêuticas contra os rotavírus e adenovírus circulantes em nossa região e no País,
contribuindo assim para a saúde pública.
29
III – OBJETIVOS
O presente trabalho teve como objetivos:
1. Confirmar infecções mistas por Rotavirus A, relativas a genotipo P, por hemi-nested-RT-
PCR e sequenciamento genômico.
2. Determinar as espécies de adenovírus humano diretamente do espécime fecal, bem como
após propagação em cultura celular, através de multiplex-PCR.
3. Determinar os sorotipos de adenovírus humano em amostras submetidas à propagação em
cultura celular através de PCR-RFLP.
30
IV- MATERIAL E MÉTODOS
4.1 – Material de estudo
O material de estudo foi constituído de 81 amostras fecais positivas para Rotavírus A
previamente detectadas pelo ensaio imunoenzimático combinado para rotavírus e adenovírus
(EIERA) (Pereira et al. 1985) e EGPA (Pereira et al. 1983), que após reação de multiplex-
hemi-nested-RT-PCR (Gentsch et al. 1992) reagiram a mais de um iniciador específico P
(Cardoso, 1997, Souza, 2001, Costa, 2003, Andreasi, 2004). Ainda, 74 amostras positivas
para adenovírus humano previamente detectadas pelo EIERA (Cardoso et al. 1989, Camarota
et al. 1992, Azevedo, 1997, Borges, 2000). As amostras foram detectadas a partir de
espécimes fecais de crianças com diarréia, com exceção de duas amostras positivas para
adenovírus, sendo todas elas colhidas de crianças com até 5 anos de idade. As crianças eram
residentes das cidades de Brasília – DF, Campo Grande – MS e Goiânia – GO. A colheita das
amostras de rotavírus foi realizada no período de abril de 1998 a agosto de 2003 e as amostras
de adenovírus de abril de 1989 a dezembro de 2003, mediante autorização prévia dos pais ou
responsáveis.
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal de Goiás sob o número 004/2000.
4.2 – Metodologia
4.2.1 – Cultivo celular e propagação viral de adenovírus humano
Amostras protótipos de adenovírus humano (AdVH4, AdVH5, AdVH7, AdVH10,
AdVH31 e AdVH41), bem como as amostras do estudo, detectadas pelo EIERA, foram
propagadas em células HEp-2. As células foram mantidas a 37°C em meio mínimo essencial
(MEM-Gibco BRL
®
) com 10% de soro fetal bovino (SFB-Gibco BRL
®
). As células HEp-2 e
os adenovírus protótipos AdVH4, AdVH5, AdVH7 e AdVH10 foram gentilmente cedidos
31
pelo Dr. José Paulo G. Leite (Laboratório de Virologia Comparada/Instituto Osvaldo Cruz), e
os protótipos AdVH31 e AdVH41 foram gentilmente cedidos pela Dr.
a
Charlote M. Hársi
(Departamento de Microbiologia – ICB/USP). A propagação viral foi feita com a
monocamada celular com 80% de confluência. Para o cultivo das amostras do estudo,
inicialmente 400 μL de cada suspensão fecal era tratada com gentamicina (1000 μg/mL),
penicilina G (1000 UI/mL) e anfotericina B (50 μg/mL) em incubação por 1 hora em
temperatura ambiente, seguido de centrifugação a 13.000 x g por 5 minutos. Após, o
sobrenadante era inoculado na monocamada celular, previamente lavada com PBS pH 7,4,
com incubação a 37°C por 1 hora e homogeneização a cada 15 minutos. Adicionavam-se
então 5,5 mL de MEM contendo 2% de soro fetal bovino, e mantinha-se a incubação a 37°C
com observação diária da monocamada feita por microscópio invertido (ZEISS-Telaval 31).
Após o aparecimento do ECP (de 2 a 10 dias, dependendo da amostra) ou não (sem ECP em
até 10 dias), a monocamada era congelada e descongelada (3 vezes), para o rompimento das
células infectadas e liberação das partículas virais. O material era então aliquotado e estocado
a -20ºC para análise posterior. As amostras protótipos foram propagadas como as do estudo,
exceto pelo não tratamento com antibióticos e antifúngico.
4.2.2 - Extração do dsRNA de Rotavírus A e dsDNA de adenovírus humano
O dsRNA e o dsDNA viral foram extraídos a partir de suspensões fecais a 20% sendo
que, para adenovírus, o dsDNA foi também extraído a partir dos lisados celulares resultantes
da propagação viral em cultura celular, tanto para as amostras de estudo quanto para amostras
protótipos. O método de extração foi o de sílica, utilizando o isotiocianato de guanidina, como
descrito por Boom et al. (1990), modificado por Cardoso et al. (2002). Para o procedimento,
em tubos tipo eppendorf de 1,5 mL eram adicionados 400 µL da amostra, 1000 µL de tampão
L6 (GuSCN/Tris-HCl/EDTA) e 15 µL de sílica (Sigma-Aldrich
®
). A suspensão era
32
homogeneizada em vórtex (Phoenix-AP56) e incubada sob agitação (Kline Evlab-EV:07E)
por 30 minutos em temperatura ambiente. Após, procedia-se à centrifugação (14.000 x g por 1
minuto - Microcentrífuga SpinII) e o sedimento resultante era lavado (duas vezes) com 1000
µL de tampão L2 (GuSCN/Tris-HCl). Seguiam-se lavagens sucessivas desse sedimento com
1000 µL de etanol (Quimex) a 70% (duas vezes) e com acetona P.A. (J.T.Baker). Após cada
etapa, era feito o procedimento de centrifugação a 14.000 x g por 1 minuto. A seguir, o
sedimento era incubado a 56°C por 15 minutos e ressuspenso em 40 µL de água Milli-Q
estéril quando então era novamente incubado a 62°C por 15 minutos, seguido de
centrifugação (14.000 x g por 3 minutos). O sobrenadante era então coletado e guardado a -
20°C até o momento do uso.
4.2.3 – Caracterização molecular das amostras Rotavirus A
4.2.3.1 – Genotipagem P por hemi-nested RT-PCR
Os iniciadores consensuais e específicos utilizados (Quadro 2), bem como o
procedimento para a genotipagem P foram seguidos como descrito por Gentsch et al. (1992).
Quadro 2. Iniciadores utilizados para a reação de hemi-nested-RT-PCR para detecção
dos genotipos P de Rotavirus A (Gentsch et al. 1992)
Iniciadores Seqüência 5’– 3’ Posição Tamanho
nucleotídeos fragmentos
(pb)
Con 2
ATT TCG GAC CAT TTA TAA CC
868-887 -
Con 3
TGG CTT CGC CAT TTT ATA GAC A
11-32 876
2T-1 P[4]
CTA TTG TTA GAG GTT AGA GTC
474-494 483
3T-1 P[6]
TGT TGA TTA GTT GGA TTC AA
259-278 267
1T-1 P[8]
TCT ACT TGG ATA ACG TGC
339-356 345
5T-1 P[10]
ATC ATA GTT AGT AGT CGG
575-594 583
A transcrição reversa e a primeira reação de amplificação foram feitas em etapa única.
Inicialmente, 5 µL do dsRNA extraído eram adicionados em 3 µL de dimetil sulfóxido
33
(DMSO) e incubados a 97°C por 5 minutos seguido de banho de gelo por 5 minutos. A seguir,
era adicionada a mistura para a transcrição reversa e amplificação do DNA para um volume
final de 100 µL: Tampão de reação 1X (PCR Buffer-Tris HCl 20 mM pH 8,0 e KCl 50 mM-
Invitrogen
/Life Technologies), MgCl
2
2 mM, pool de dNTPs (dATP 0,8 mM, dCTP 0,8 mM,
dTTP 0,8 mM, dGTP 0,8 mM), 2,5 U Taq-DNA polimerase (Invitrogen
/Life Technologies),
200 U Transcriptase Reversa SuperScript
II (Invitrogen
/Life Technologies), e 0,2 µM de
cada iniciador consensual (Con2 e Con3). A reação era processada utilizando a seguinte
ciclagem: um ciclo a 42°C por 60 minutos, um ciclo a 99°C por 5 minutos, 30 ciclos a 94°C
por 1 minuto, 50°C por 2 minutos e 72°C por 1 minuto, 1 ciclo a 72°C por 7 minutos e, por
último, 4°C para conservação (Eppendorf Mastercycler personal). A seguir, procedia-se à
reação seqüencial de hemi-nested-PCR. Para o procedimento, era utilizado 1 µL do produto
obtido na primeira amplificação, o qual era adicionada a mistura de reação também para um
volume final de 100 µL. Esta continha os mesmos reagentes, nas mesmas concentrações como
para a primeira reação, a exceção do não uso da transcriptase reversa e pelo uso de apenas o
Con3 como iniciador consensual e os iniciadores específicos de P (P[4], P[6], P[8], P[10]). A
ciclagem utilizada foi a que se segue: 15 ciclos a 94°C por 1 minuto, 42 °C por 2 minutos e
72°C por 1 minuto, um ciclo a 72°C por 7 minuto e, por último, 4°C para conservação. Em
todas as reações, foi utilizado como controle positivo a amostra Wa (genotipo P[8] humano) e
como controle negativo água Milli-Q estéril.
A visualização do produto amplificado foi feita em transluminador UV (Hoefer-
MacroVue UV-20) a partir de gel de agarose a 1,5% contendo 1 µg/mL de brometo de etídeo
usando como tampão de corrida Tri/Borato/EDTA (TBE) 1X. Em cada corrida eletroforética,
foi utilizado o 123 pb DNA ladder (Invitrogen
/Life Technologies), como padrão de peso
molecular.
34
4.2.3.2- Sequenciamento genômico direto a partir do produto de amplificação da hemi-nested-
RT-PCR
Foram analisadas por sequenciamento genômico apenas as amostras que reagiram
novamente a mais de um iniciador específico P. Para a reação, a qual foi feita utilizando o
produto resultante da hemi-nested-RT-PCR, foi utilizado o iniciador consensual Con3.
4.2.3.2.1-Purificação do produto da hemi-nested-RT-PCR e quantificação do DNA
A purificação do produto de hemi-nested-RT-PCR foi feita utilizando o kit Qiaquick
PCR Purification (Qiagen), seguindo instruções do fabricante. A quantificação do DNA foi
feita por estimativa a partir de gel de agarose 0,8% corado com brometo de etídeo (0,5
μg/mL) por comparação visual o DNA com concentração previamente conhecida. Para o
procedimento de sequenciamento, foram considerados satisfatórios produtos com, no mínimo,
50 a 100 ng de DNA.
4.2.3.2.2-Reação de sequenciamento
A reação foi feita, em sentido único utilizando seqüenciador automático (MegaBACE
1000 – Amersham Biosciences). O sistema de reação de sequenciamento utilizado foi o
“DYEnamic ET, Dye Terminator Cycle Sequencing” (Amersham Bioscences). A reação foi
preparada utilizando 4 μL de DNA e água Milli Q, para volume final de 10 μL. A
amplificação foi feita em 35 ciclos, nas seguintes condições: dois segundos/95°C, 10
segundos/95°C, 15 segundos/50°C e 60 segundos/60°C. Após, as amostras foram precipitadas
com 7,5 M de acetato de amônia e etanol a 100%, lavadas com etanol a 70%, e ressuspensas
em 10 μL de tampão contendo formamida.
As seqüências de nucleotídeos obtidas foram analisadas pelo programa BLAST
(www.ncbi.nlm.nih.gov), conforme Altschul et al. (1990). Estas foram comparadas a
35
seqüências depositadas no GenBank (www.ncbi.nlm.nih.gov/genbank/index.html), e o
alinhamento das mesmas foi realizado pelo Clustal X (www.igbmc.u-strasbg.fr/BioInfo)
(Higgins & Sharp, 1998). A árvore filogenética foi construída pelo programa TreeView.
4.2.4 – Caracterização molecular das amostras de adenovírus humano
4.2.4.1 – Determinação da espécie de adenovírus humano através de multiplex-PCR
A determinação da espécie de adenovírus humano nas amostras positivas foi a partir
das suspensões fecais e dos lisados celulares através de multiplex-PCR. Foram utilizados os
iniciadores HsgA1-F1 e HsgA2-F2, desenhados para região conservada do hexon. Os
iniciadores, bem como a metodologia seguida, foram utilizados conforme preconizado por
Pring-Åkerblom et al. (1999) (Quadro 3).
Quadro 3. Iniciadores utilizados para a multiplex-PCR para a detecção de
Adenovírus Humano (Pring-Åkerblom et al. 1999).
Para a PCR foram utilizados: 0,5 μM de cada iniciador, MgCl
2
1,5 mM, 0,2 mM de
cada dNTP, 1U de Taq-DNA-polimerase, tampão da enzima 1X (PCR Buffer-Tris HCl 20mM
pH 8,0 e KCl 50mM-Invitrogen
/Life Technologies) para um volume final de 50 μL. Em
Espécie Iniciador
Tamanho
Seqüência 5’– 3’ fragmento
A HsgA1
AAGGTGTCAATYATGTTTG
A HsgA2 299 pb
ACGGTTACTTKTTT'
B HsgB1
TCTATTCCCTACCTGGAT
B HsgB2 465 pb
ACTCTTAACGGCAGTAG
C HsgC1
ACCTTTGACTCTTCTGT
C HsgC2 269 pb
TCCTTGTATTTAGTATC
D HsgD1
CCATCATGTTCGACTCCT
D HsgD2 331 pb
AGGTAGCCGGTGAAGCC
E HsgE1
GACTCTTCCGTCAGCTGG
E HsgE2 399 pb
GCTGGTAACGGCGCTCT
F HsgF1
ATTTCTATTCCTTCGCG
F HsgF2 586 pb
TCAGGCTTGGTACGGCC
36
cada reação foi utilizado água Milli-Q estéril como controle negativo e amostras protótipos de
adenovírus como controle positivo. A amostra foi amplificada utilizando o termociclador
Mastercycler Personal-Eppendorf e a ciclagem que se segue: um ciclo a 95ºC por 900
segundos, 38 ciclos a 91ºC por 40 segundos, 40ºC por 30 segundos e 72ºC por 40 segundos e
um ciclo final a 72ºC por 400 segundos. A visualização do produto amplificado foi feita como
para Rotavirus A, exceto pela utilização do 50 pb DNA ladder (Invitrogen
/Life
Technologies) como padrão de peso molecular.
4.2.4.2-Determinação do sorotipo de adenovírus humano através da PCR-RFLP
A determinação do sorotipo de adenovírus humano foi feita a partir do lisado celular.
Para a PCR, foram utilizados os iniciadores AdTU7 e AdTU4’ para a primeira amplificação e
AdnU-S’ e AdnU-A para a segunda amplificação, desenhados para região conservada do
hexon. Os iniciadores utilizados foram preconizados por Saitoh-Inagawa et al. (1996) (Quadro
4), e a metodologia seguida, foi de acordo com Li et al. (2005).
Quadro 4. Iniciadores utilizados para PCR-RFLP (Saitoh-Inagawa et al. 1996).
Iniciadores Seqüência 5’– 3’ Posição Tamanho
nucleotídeos fragmentos
(pb)
AdTU7
GCC ACC TTC TTC CCC ATG GC
20,734-20,753 1,004
AdTU4’
GTA GCG TTG CCG GCC GAG AA
21,718-21,737
AdnU-S’
TTC CCC ATG GCN CAC AAC AC
20,743-20,762 956
AdnU-A
GCC TCG ATG ACG CCG CGG TG
21,679-21698
Para a realização da primeira reação de amplificação (PCR), 3 µL do dsDNA extraído
foram adicionados de 3,5 µL de DMSO e aquecidos a 98°C por 10 minutos, com posterior
incubação em banho de gelo por 5 minutos. A seguir, adicionou-se a mistura de reação para
um volume final de 25 µL: tampão de reação 1X (PCR Buffer-Tris HCl 20 mM pH 8,0 e KCl
50 mM-Invitrogen
1,5 mM, pool de dNTPs (0,2 mM de cada /Life Technologies), MgCl
2
37
dNTP) , 1U Taq-DNA polimerase (Invitrogen
/Life Technologies) e 0,5 µM de cada iniciador
(AdTU7 e AdTU4’). Para todas as reações, foi utilizada água Milli-Q estéril como controle
negativo e amostras protótipos de adenovírus como controle positivo. A ciclagem das
amostras (termociclador Mastercycler Personal-Eppendorf) foi a que se segue: um ciclo a
94ºC por 3 minutos, 35 ciclos a 94ºC por 1 minuto, 45ºC por 2 minutos e 72ºC por 3 minutos
e um ciclo a 72ºC por 7 minutos. A segunda amplificação foi realizada nas mesmas condições
da primeira amplificação com exceção dos iniciadores utilizados (AdnU-S’ e AdnU-A).
Os produtos de todas as amostras que foram positivas na segunda reação de
amplificação (956 pb) foram digeridos com três enzimas de restrição: StyI, HaeIII e HinfI
(Promega) individualmente, seguindo instruções do fabricante, por três horas a 37°C. Após,
procedia-se a visualização do produto digerido como feito para Rotavirus A, exceto pela
concentração da agarose (3%). A determinação do sorotipo foi feita por comparação aos
padrões de fragmentos obtidos por Saitoh-Inagawa et al. (1996), bem como aos padrões de
fragmentos obtidos das amostras protótipos de adenovírus humano, digeridos com as mesmas
enzimas.
4.2.4.3- Sequenciamento genômico direto a partir do produto de amplificação da PCR de
amostras de adenovírus entéricos
A reação de sequenciamento foi feita diretamente, utilizando o produto resultante de
amplificação específica da região do hexon com os iniciadores AdnU-S’ e AdnU-A. A
purificação e quantificação do DNA viral foram feitos como para Rotavirus A.
4.2.4.3.1-Reação de sequenciamento
A reação foi feita, nos dois sentidos, a partir do produto da PCR, nas mesmas
condições e sistema de reação utilizado para Rotavirus A. Igualmente, a análise da seqüência
38
de nucleotídeos obtida, o alinhamento e a construção da árvore filogenética foram feitos como
para Rotavirus A.
39
V –RESULTADOS
5.1-Rotavírus A
5.1.1-Características das amostras Rotavírus A
Das 81 amostras positivas para Rotavírus A, todas eram provenientes de crianças com
diarréia, sendo que 61 amostras eram de crianças residentes de Goiânia-GO, 12 de Brasília-
DF e oito de Campo Grande-MS. Ainda, das 81 amostras, 80 eram provenientes de crianças
com até três anos de idade e uma amostra proveniente de uma criança com cinco anos de
idade. Também, das 81 crianças, 49 eram do sexo masculino e 32 feminino.
5.1.2-Genotipagem P por hemi-nested -RT-PCR
Das 81 amostras reagentes a mais de um iniciador P em estudos prévios utilizando
pool de iniciadores em reação de multiplex-nested-RT-PCR, 25 (30,9%) continuaram
apresentando reatividade mista quando novamente submetidas à genotipagem usando
iniciadores P específicos em separado para cada amostra, em reação de hemi-nested-RT-PCR.
A figura 5 exemplifica os padrões de reação para ambas as situações.
A tabela 1 mostra o padrão de reatividade de amostras Rotavirus A quanto submetidas
a hemi-nested-RT-PCR
utilizando iniciadores específicos em separado. Observou-se que de 52
amostras, que em estudos anteriores eram P[6]P[8], 22 mantiveram o mesmo padrão de
reação, 25 foram reativas apenas para P[8] e cinco foram não genotipadas. Também, de 15
amostras que eram P[4]P[8], apenas uma continuou reagindo a ambos os iniciadores, 10
reagiram apenas para P[8] e quatro foramo genotipadas. De oito amostras que eram
anteriormente reagentes a P[8]P[10], sete apresentaram reatividade apenas para P[8] e uma
não foi genotipada. Ainda, de cinco amostras que eram P[4]P[6]P[8] apenas uma apresentou
reatividade para os três iniciadores, outra foi reativa apenas para P[4]P[6] e três reagiram
apenas para P[8]. Uma amostra que anteriormente era P[4]P[6] foi positiva apenas para P[6].
40
Figura 5. Eletroforese em gel de agarose de amostras submetidas a hemi-nested-RT-PCR utilizando pool de
iniciadores e iniciadores em separado (1T1 -P[8]e 3T1-P[6]). Linha 1- peso molecular 123 pb. Linhas 2 e 3 -
amostras 17158 e 19318, respectivamente, com iniciadores P[6][8] onde se observa positividade tanto para P[6]
–267 pb quanto para P[8] – 345 pb. Linhas 4 e 5 - amostra 17158 onde se observa positividade para P[6] (linha
4) e P[8] (linha 5). Linhas 6 e 7 - amostra 19318 onde também se observa positividade para P[6] (linha 6) e P[8]
(linha 7). Linha 8 - controle negativo.
Tabela 1 – Genotipos P de Rotavirus A detectados por hemi-nested-RT-PCR utilizando pool
de iniciadores e iniciadores P individuais (1T1-P[8], 2T1-P[4] e 3T1-P[6])- genotipagem
anterior X genotipagem atual.
Genotipagem Atual
Genotiapgem
Anterior
P[4]P[8] P[6] NG Total
P[6]P[8] P[4]P[6] P[4]P[6]P[8] P[8]
22 - - - - 25 5 52
P[6]P[8]
- - 1 - - 10 4 15
P[4]P[8]
P[8]P[10] - - - - - 7 1 8
- - - - 1 - - 1
P[4]P[6]
- 1 - 1 - 3 - 5
P[4]P[6]P[8]
Total 22 1 1 1 1 45 10 81
NG. Amostras não genotipadas para nenhum iniciador P testado.
5.1.3- Sequenciamento genômico de amostras Rotavirus A reagentes a mais de um iniciador P
Para a análise dos resultados do sequenciamento, o alinhamento das amostras
Rotavirus A com amostras depositadas no GenBank e posterior construção da árvore
filogenética, foi feito utilizando seqüências de 143 nucleotídeos para P[4], 153 para P[6] e
143 para P[8] considerando as amostras protótipos RV-5, 1076 e Wa. O mesmo tamanho de
seqüências foi tomado como base para alinhamento a outras amostras depositadas e
construção da árvore (Figura 6).
41
Das 25 amostras Rotavirus A reagentes a mais de um iniciador P, 21 apresentaram
concentração de DNA suficiente para o sequenciamento genômico. Quando analisadas pelo
BLAST e comparadas a sequências depositadas no GenBank, 12 amostras demonstraram ser
mistas por mais de um genotipo P, sendo 10 delas P[6][8], uma P[4][6] e outra P[4][6][8],
com valores de identidade variando de 91% a 100% e e-value de e
-9
a e
-179
(Quadro 5 e
Tabela 2). Ainda, duas amostras P[6][8] (19316 e 19608), embora mostrassem homologia a
ambos os genotipos, foram desconsideradas para o alinhamento pelo Clustal X em função do
tamanho da seqüência e e-value de 2e
-9 -15
e 2e , respectivamente, para P[6]. Assim não foram
incluídas na árvore filogenética. Também, do total de amostras submetidas ao
sequenciamento, nove apresentaram-se apenas como P[8] (Quadro 6) (Tabela 2).
Tabela 2. Amostras mistas de Rotavírus A caracterizadas por sequenciamento genômico em
relação a hemi-nested-RT-PCR.
Sequenciamento Genômico
hemi-nested
Total
P[6]P[8] P[4]P[6] P[4]P[6]P[8] P[8]
RT-PCR
10 - - 8 18
P[6]P[8]
- - - 1 1
P[4]P[8]
- 1 - - 1
P[4]P[6]
- - 1 - 1
P[4]P[6]P[8]
Total 10 1 1 9 21
Quadro 5. Identificação das amostras mistas para genotipo P - Rotavirus A – por comparação
à amostras depositadas no GenBank utilizando o programa BLAST.
e-value Amostras No. Acesso amostra
referência
Identidade genotipo
Estudo
-92
17134*** AJ302153 216/222 (97%) 3e
P[8]
17158* DQ235982 275/276 (99%) 4e
-148
P[8]
17294* DQ235982 273/277 (98%) 2e
-137
P[8]
19196* AF061358 195/210 (92%) 6e
-60
P[8]
19316* AF061358 197/201 (98%) 6e
-94
P[8]
19318* M96825 276/286 (96%) 1e
-129
P[8]
19608* M96825 272/278 (97%) 1e
-135
P[8]
19855* M96825 291/298 (97%) 1e
-147
P[8]
19808* DQ236000 224/233 (96%) 4e
-89
P[8]
42
20036* AY629561 144/157 (91%) 3e
-31
P[8]
27505* AY856445 267/287 (93%) 3e
-90
P[8]
-80
17134*** AJ311737 171/174 (98)% 2e
P[6]
-90
17158* AJ311737 212/221 (95)% 2e
P[6]
-56
17294* AJ311737 177/186 (95)% 2e
P[6]
-93
18657** AJ311737 176/176 (100)% 2e
P[6]
-107
19196* AJ311737 199/199 (100)% 4e
P[6]
19316* AJ311737 73/81 (90)% 2e
-09
P[6]
-67
19318* AJ311737 174/180 (96)% 3e
P[6]
19608* AJ311737 85/94 (90)% 2e
-15
P[6]
-84
19808* AJ311737 161/161 (100)% 1e
P[6]
-53
19855* AJ311737 204/219 (93)% 2e
P[6]
-99
20036* AJ311737 199/201 (99)% 8e
P[6]
27505* AF161830 187/205 (91)% 6e
-63
P[6]
17134*** DQ172840 388/407 (95%) 5e
-179
P[4]
18657** DQ172840 180/193 (93%) 8e
-58
P[4]
* Amostras mistas para os genotipos P[6][8]. ** Amostra mista para os genotipos P[4][6]. ***Amostra mista
para os genotipos P[4][6][8]
Quadro 6. Identificação das nove amostras P[8] - Rotavirus A – por comparação a amostras
depositadas no GenBank utilizando o programa BLAST.
e-value Amostras No. Acesso amostra
referência
Identidade genotipo
Estudo
-137
17097 AJ605320 274/278 (98%) 2e
P[8]
-138
17453 AJ302153 272/278 (97%) 1e
P[8]
25391 DQ235982 272/277 (98%) 5e
-135
P[8]
17265 AF061356 259/261 (99%) 3e
-139
P[8]
19418 AF061358 187/194 (96%) 4e
-73
P[8]
-117
19575 M96825 249/256 (97%) 4e
P[8]
-122
19705 M96825 243/248 (97%) 6e
P[8]
21517 DQ236000 229/231 (99%) 3e
-121
P[8]
-79
19974 AJ605319 174/179 (97%) 1e
P[8]
Do total de 81 amostras submetidas a genotipagem P por hemi-nested-RT-PCR e
sequenciamento genômico, 12 confirmaram essa condição, sendo 10 amostras provenientes de
crianças do gênero masculino e duas do feminino, todas as crianças eram residentes da cidade
de Goiânia com idade variando entre quatro meses a dois anos. Essas 12 amostras foram
coletadas entre maio de 1998 a junho de 2001 (Quadro 7).
Quadro 7- Características das amostras confirmadas como infecções mistas por mais de um
genotipo P.
43
Amostra Genotipos Idade Gênero Data de Coleta Cidade
17134 P[4]P[6]P[8] 10-12 meses M 05/1998 Goiânia
18657 P[4]P[6] 4-6 meses M 04/1999 Goiânia
17158 P[6]P[8] 1 ano F 06/1998 Goiânia
17294 P[6]P[8] 10-12 meses M 09/1998 Goiânia
19196 P[6]P[8] 7-9 meses M 06/1999 Goiânia
19316 P[6]P[8] 7-9 meses M 06/1999 Goiânia
19318 P[6]P[8] 2 anos F 06/1999 Goiânia
19608 P[6]P[8] 1 ano M 07/1999 Goiânia
19808 P[6]P[8] 7-9 meses M 07/1999 Goiânia
19855 P[6]P[8] 2 anos M 07/1999 Goiânia
20036 P[6]P[8] 1 ano M 08/1999 Goiânia
27505 P[6]P[8] 2 anos M 06/2001 Goiânia
44
17134. P4
18657. P4
94
L26.P4
I200-1997.P4
RV5.P4
41
97
37
27505. P6
19318. P6
19855. P6
19196. P6
17294. P6
18657. P6
Se585.P6
19808. P6
20036. P6
48
48
17158. P6
17134. P6
41
28
17
15
10
33
56
1076.P6
M37.P6
ST3.P6
98
88
57
100
19196. P8
19318. P8
19855. P8
71
54
Wa.P8
L8.P8
46
95
Br1054.P8
BrH8.P8
38
F45.P8
19808. P8
20036. P8
72
27505. P8
17158. P8
17134. P8
OP601.P8
66
13
17294. P8
61
48
74
33
93
31
Figura 6. Árvore filogenética referente à seqüência nucleotídica do gene de VP4 de amostras mistas de Rotavírus
A construída pelo Clustal X e Tree View. Número de acesso no GenBank: para P[8] [OP601 (AJ302153), F45
(U30716), BrH8 (U41006), L8 (AF061358), Wa (L34161), Br1054 (U41004)]; P[6] [ST3 (L33895), M37
(L20877), 1076 (M88480), Se585 (AJ311737)]; P[4] [RV5 (U59103), L26 (M58292) e I200-1997 (DQ172840)].
45
Figura 7. Fluxograma apresentando as etapas da caracterização molecular das amostras de Rotavírus A
5.2-Adenovírus humano
5.2.1- Características das amostras de adenovírus humano
Das 74 amostras positivas para adenovírus humano, somente duas amostras eram
provenientes de crianças que não apresentavam diarréia. Do total das 74 amostras, 53 foram
obtidas de crianças residentes em Goiânia-GO, seis em Brasília-DF e 15 em Campo Grande-
MS. Ainda, 72 amostras eram provenientes de crianças com até três anos de idade e duas de
crianças com cinco anos de idade. Trinta e nove crianças eram do sexo masculino e 35 do
feminino.
5.2.2- Identificação das espécies de adenovirus humano por multiplex-PCR
Todas as 74 amostras de adenovírus humano identificadas no estudo e seis amostras
protótipos foram submetidas a propagação viral em células HEp-2, em uma única passagem
(Figura 8). Após propagação, lisados celulares dessas amostras foram analisados por
multiplex-PCR, sendo observada confirmação de positividade para todas as amostras
46
protótipos e ainda para 39 (52,7%) das 74 amostras estudo. Considerando as suspensões
fecais, foram também analisadas pelo mesmo procedimento 58 amostras destas 74, as quais
tinham volume suficiente para a análise e destas, 37 (63,8%) confirmaram positividade para
adenovírus. Comparando o resultado das 37 amostras derivadas da suspensão fecal com as 39
derivadas do lisado celular, foi observado que houve concordância de resultados para quase
todas as amostras (Figura 9).
A-HEp-2 B-AdVH4
C-AdVH5 D-AdVH7
47
E-AdVH10 F-AdVH31
G-AdVH41 H-Amostra 769577 (AdVH40)
Figura 8. Efeito citopático de amostras de adenovírus humano em células HEp-2. A-monocamada confluente de
células HEp-2. B-ECP amostra protótipo AdVH4.C-ECP amostra protótipo AdVH5. D-ECP amostra protótipo
AdVH7. E-ECP amostra protótipo AdVH10. F-ECP amostra protótipo AdVH31. G-ECP amostra protótipo
AdVH41.H-ECP amostra estudo 769577 sorotipo Ad40.
a)
1 2 3 4 5 6 7 8
600 pb
300 pb
250 pb
b)
48
1 2 3 4 5 6 7 8
600 pb
300 pb
250 pb
Figura 9. Eletroforese em gel de agarose mostrando a comparação do produto amplificado por multiplex-PCR
proveniente de: a) suspensão fecal e b) lisado celular obtido a partir de propagação viral em células HEp-2. 1:
peso molecular (50 pb), 2: amostra 28146 da espécie A (299 pb), 3: amostra 688694 da espécie C (269 pb), 4, 5,e
6: amostras 21699, 21885 e 7471, respectivamente, todas espécie F (586 pb), 7: protótipo Ad41 espécie F (586
pb) e 8: controle negativo.
5.2.3- Determinação das espécies de adenovírus humano por multiplex-PCR-específico
As 39 amostras confirmadas a partir dos lisados celulares, bem como as 37 amostras
obtidas a partir da suspensão fecal, foram submetidas a PCR utilizando pares de iniciadores
específicos em separado, para a definição da espécie. Foi observado que 30 (76,9%) das 39
amostras de lisados celulares foram caracterizadas como sendo da espécie F, seis (15,4%)
como espécie C, duas (5,1%) como espécie A e uma (2,6%) mostrou padrão de reação para
duas espécies, F e C. Ainda, considerando amostras de suspensão fecal, foi observado que 30
(81,0%) das 37 das amostras foram caracterizadas como espécie F, seis (16,2%) como espécie
C e uma (2,7%) como espécie A. Duas amostras caracterizadas a partir do lisado celular, uma
mista para as espécies F/C e a outra da espécie A, não puderam ser caracterizada a partir da
suspensão fecal por não haver volume suficiente para a análise. A análise comparativa
considerando as diferentes fontes das amostras, lisado celular e suspensão fecal, mostrou
haver concordância de resultados para quase todas as amostras em relação à espécie
49
determinada, sendo que somente três amostras da espécie F foram negativas quando
analisadas a partir do lisado celular (Tabela 3).
Tabela 3. Espécies de adenovírus humano definidas por multiplex-PCR considerando lisados
celulares e suspensão fecal.
Espécies
Espécime
F C A F/C NC Total
Lisado 30 6 2 1 35 74
Celular
Suspensão
fecal**
30* 6 1 - 21 58
F/C-Amostra positiva para as espécies F e C. NC-Amostras não caracterizadas para nenhuma espécie.
*Dentre essas 30 amostras da espécie F, três foram negativas a partir do lisado celular. ** Em 16 amostras o
volume foi insuficiente para a analise e destas, uma era espécie A, uma mista para as espécies F/C, três eram
espécie F e 11 foram negativas a partir do lisado celular.
A análise da distribuição das espécies de adenovírus humano, considerando a cidade
de coleta, mostrou que das 28 amostras positivas provenientes de crianças de Goiânia, 23
foram caracterizadas como espécie F, duas como espécie C, outras duas como A e a outra se
apresentou como espécies F/C. Em Brasília, apenas uma única amostra foi caracterizada em
espécie e esta era F, enquanto que em Campo Grande de dez amostras, seis eram da espécie F
e as outras quatro, espécie C (Tabela 4).
Tabela 4. Distribuição das espécies de adenovírus humano caracterizadas por multiplex-PCR a
partir de lisado celular obtido após propagação viral em células HEp-2, considerando a cidade
de coleta das amostras fecais.
Espécies
No. (%)
Cidade F C A F/C* Total No.(%)
Goiânia-Go 23 (82,1) 2 (7,1) 2 (7,1) 1 (3,5) 28 (100,0)
Brasília-DF 1 (100,0) - - - 1 (100,0)
Campo Grande-MS 6 (60,0) 4 (40,0) - - 10 (100,0)
Total 30 (76,9) 6 (25,4) 2 (5,1) 1 (2,5) 39 (100,0)
* Amostra positiva para duas espécies de adenovírus humano (F e C)
50
5.2.4- Determinação dos sorotipos de adenovírus humano por PCR-RFLP
A definição dos sorotipos foi obtida para 34 amostras caracterizadas a partir dos
lisados celulares através da PCR-RFLP utilizando as enzimas de restrição HinfI, HaeIII e StyI
(Figura 10). Todas as amostras confirmaram a identidade da espécie e, destas, 14 foram
AdVH41 (espécie F), 15 AdVH40 (espécie F), e cinco AdVH5 (espécie C) (Tabela 5).
Tabela 5. Sorotipos de adenovírus humano determinados por PCR-RFLP a partir de lisados
celulares após propagação viral em células HEp-2, considerando a cidade de coleta das
amostras.
Sorotipos
Cidade AdVH41 AdVH40 AdVH5 NS Total
Goiânia-Go 13 9 1 5 28
Brasília-DF - 1 - - 1
Campo
Grande-MS
1 5 4 - 10
Total 14 15 5 5 39
NS =Amostras que não puderam ser determinados os sorotipos.
a)HinfI
1 2 3 4 5 6 7 8
492 pb
369 pb
246 pb
123 pb
b)HaeIII
51
1 2 3 4 5 6 7 8
369 pb
246 pb
123 pb
c)StyI
1 2 3 4 5 6 7 8
861 pb
492 pb
369 pb
Figura 10. Perfil de cinco amostras de adenovírus em eletroforese em gel de agarose a partir da PCR-RFLP por
digestão do produto amplificado (956 pb) pelas enzimas: a) HinfI, b) HaeIII e C) StyI. Linha 1 -peso molecular
de 123 pb; 2 e 3 - amostras AdVH41; 4, 5 e 6 amostras AdVH40; 7 - amostra protótipo controle AdVH41 e 8 -
controle negativo.
5.2.5- Sequenciamento genômico de amostras de adenovírus entéricos
Foram submetidas ao sequenciamento genômico, três amostras de adenovírus sorotipo
41 visando confirmação de resultado. Todas essas amostras, quando analisadas pelo BLAST,
mostraram homologia à amostras AdVH41 depositadas no GenBank, mas apenas uma pode
ser caracterizada, uma vez que as demais não apresentaram um tamanho de seqüência
suficiente para análise comparativa. Essa amostra foi comparada a outras depositadas no
GenBank, utilizando um tamanho de seqüência de 674 nucleotídeos, apresentado 100% de
identidade com a cepa Ad41-Tak (Figura 11).
52
A
d40.Duga
n
Ad5
7471
Ad41.TAK
100
Figura 11. Árvore filogenética da seqüência nucleotídica do gene do Hexon de AdVH41. A árvore filogenética
foi construída pelo Clustal X e Tree View. Número de acesso no GenBank: Ad40-Dugan (X51782), Ad41-Tak
(X51783), Ad5 (X02997).
Figura 12. Fluxograma apresentando as etapas da caracterização molecular das amostras de adenovírus humano.
53
VI –DISCUSSÃO
O monitoramento dos genotipos de Rotavírus A no Brasil tem permitido a
identificação de quatro características epidemiológicas deste agente: 1- grande diversidade de
genotipos G e P circulando simultaneamente em determinado período e localidade; 2-
freqüente ocorrência de genotipos não usuais G e/ou P; 3- ocorrência de combinações G-P
não usuais; 4- importante proporção de ocorrência de infecções mistas por rotavírus, G e/ou P.
Estas condições podem de alguma forma influenciar na eficácia de uma vacina específica
(Santos et al. 2003). Neste contexto, um dos objetivos deste estudo foi mostrar a ocorrência de
infecções mistas por Rotavírus A em relação ao genotipo P em crianças da região Centro-
Oeste do Brasil.
As 81 amostras de Rotavirus A objeto deste estudo foram previamente caracterizadas
como mistas em estudos anteriores (Cardoso, 1997, Souza, 2001, Costa, 2003, Andreasi,
2004) quando analisadas por multiplex-nested-RT-PCR. No entanto, quando se utilizaram
iniciadores P específicos em separado em reação de hemi-nested-RT-PCR, foi observado que
apenas 25 (30,9%) destas amostras continuaram reagindo para mais de um iniciador. A
explanação admitida para essa redução no numero de amostras mistas é a de que a utilização
de um pool de iniciadores possibilita a ocorrência de dimerização entre diferentes iniciadores
em uma mesma mistura de reação, e/ou competição entre estes, além de interferência nas
especificidades para a temperatura de anelamento (Fischer et al. 2003). Dessa forma, a
utilização de iniciadores específicos em separado permite melhor definição das infecções
mistas. Por outro lado, a observação de que dez amostras se apresentaram como não
genotipadas para genotipo P nesta segunda análise, pode ser compreendida em função da
possibilidade de degradação viral nas suspensões fecais, uma vez que estas permaneceram
estocadas a -20°C por um período prolongado (por mais de cinco anos) com congelamentos e
descongelamentos.
54
Adicionalmente, de 21 amostras consideradas como infecções mistas apenas 12
(57,1%) confirmaram essa condição quando submetidas ao sequenciamento genômico, e nove
amostras (42,8%) confirmaram apenas para P[8]. Consideramos que essa ocorrência possa ser
explicada em função da baixa concentração de DNA no fragmento amplificado para P[6] e
P[4] o que limitaria o sequenciamento. De qualquer forma, o percentual de infecção mista
observado neste estudo de 14,8% (12/81) é semelhante ao encontrado por outros autores, onde
o índice de infecção mista para mais de um genotipo P varia de 10% a 23% (Ramachandran et
al. 1996, Leite et al. 1996, Mascarenhas et al. 1998, Das et al. 2002, Fischer et al. 2005).
No conjunto, as infecções mistas ocorreram preferencialmente para amostras P[6]P[8],
seguidas de P[4]P[6] e P[4]P[6]P[8]. Este resultado é semelhante ao de outros estudos em
diferentes regiões do mundo (Cunliffe et al. 2001, Nielsen et al. 2005, Fischer et al. 2005),
incluindo o Brasil (Leite et al. 1996, Mascarenhas et al.1998, Volotão et al. 2006). Esta
condição pode também influenciar no processo de vacinação para Rotavirus A uma vez que
poderiam facilitar o reassortment genético entre as amostras com subseqüente aparecimento
de novas combinações G-P, resultando no aumento da diversidade de genotipos que poderiam
vir a infectar a população humana (Gentsch et al. 1996, Santos et al. 2003, Banyai et al.
2004).
Os adenovírus foram o outro objeto deste estudo, sendo a definição da espécie e
sorotipo importante quando associados a um quadro de gastroenterite (Cruz et al. 1990).
Dessa forma, foi realizada a caracterização quanto a espécie e sorotipo de amostras de
adenovírus previamente detectados pelo EIERA (Cardoso et al. 1989, Camarota et al. 1992,
Azevedo, 1997, Borges, 2000).
Para isso, inicialmente foi realizada a propagação das amostras de adenovírus em
cultivo celular considerando que este procedimento aumenta a concentração de vírus
facilitando a caracterização viral por PCR-RFLP (Allard et al. 2001). Alguns autores relatam
55
dificuldade para o cultivo de adenovírus entérico em células HEp-2 (Hammond et al. 1985,
Perron-Henry et al. 1988, Ahluwalia et al. 1994), o que diverge do presente estudo, uma vez
que foi obtido 52,7% de confirmação de cultivo através da multiplex-PCR utilizando essa
linhagem celular, considerando a positividade prévia das amostras pelo EIERA.
Adicionalmente, houve concordância de resultados para quase todas as amostras em relação a
identificação da espécie, seja utilizando suspensão fecal ou lisado celular o que reforça a
fidelidade do cultivo das amostras.
Deve-se ressaltar que 76,9% dos isolados foram de amostras espécie F, que são
consideradas particularmente fastidiosas quando cultivadas nessa linhagem celular
(Hammond et al. 1985, Perron-Henry et al. 1988, Ahluwalia et al. 1994). Resultado
semelhante foi obtido por Vizzi et al. (1996) que ainda observaram não haver diferença no
padrão de isolamento para EAd quando comparado células HEp-2 a outra linhagem celular
(HEK-293), bem como por Soares et al. (2002). Consideramos que o não cultivo das demais
amostras de adenovírus possa ter se dado por degradação com perda da infectividade do vírus
durante a estocagem da suspensão fecal a -20°C por período prolongado, o que tem sido
admitido por outros (Gomes et al. 1989).
Como referido, a espécie F foi predominante entre os isolados de adenovírus seguida
da espécie C, a segunda espécie mais detectada, sendo encontrada em Goiânia e Campo
Grande, e após, a espécie A que foi encontrada somente em Goiânia. Nesta cidade, foi
também detectada infecção mista por duas espécies, F e C. A predominância da espécie F
também tem sido apontada por outros autores (Brown, 1990, Li et al. 2005), fato esperado
considerando a natureza do espécime em análise, onde apenas duas amostras fecais eram
provenientes de crianças sem diarréia. Destas duas amostras fecais não diarréicas, uma foi
caracterizada como espécie A e outra como C, corroborando a assertiva de que ambas podem
ou não ser associadas a gastroenterite (Gomes et al. 1989, Krajden et al. 1990, Horwitz, 2001,
56
Li et al. 2005). Em relação à amostra F/C detectada no estudo, resultado semelhante foi
encontrado por Pring-Akerblom et al. (1999). Os autores sugerem que essa situação possa ser
decorrente de uma infecção aguda simultânea por ambas as espécies, e argumentam que nessa
condição existe a possibilidade de um pior prognóstico da infecção. Uma outra possibilidade
seria a excreção prolongada da espécie C com infecção aguda pela espécie F (Pring-Akerblom
et al. 1999).
A definição da espécie F de adenovírus foi confirmada quando da definição dos
sorotipos. Neste sentido, foi observado que dentro da espécie, os sorotipos 40 e 41 foram
detectados em mesma proporção, o que está de acordo com a literatura (de Jong et al. 1983,
Jarecki-Khan et al. 1993). Confirmação semelhante foi observada para a espécie C, tendo sido
observado que cinco de seis amostras eram sorotipo 5. Por outro lado, cinco amostras não
puderam ser sorotipadas, duas em função da baixa concentração de DNA para a digestão com
as enzimas de restrição (uma da espécie C e uma da espécie F) e três devido a não
amplificação na reação de PCR-RFLP (2 amostras espécie A e 1 mista pelas espécies F e C).
Considerando que nenhuma das amostras da espécie A pôde ter definição de sorotipo em
função da não amplificação, consideramos a hipótese de que isso possa ter-se dado em função
dos iniciadores utilizados na reação terem sido desenhados com base na comparação de
seqüências do gene hexon derivados de vírus espécie C (AdVH2 e AdVH5) e F (AdVH40 e
AdVH41) (Saitoh-Inagawa et al. 1996). Confirmação também dos resultados relativos à
espécie/sorotipo de adenovírus foi visto quando do sequenciamento genômico de uma amostra
de AdVH41, que mostrou total identidade à cepa Ad41-Tak (de Jong et al. 1983).
Este é o primeiro estudo realizado na região Centro-Oeste do Brasil, no que se refere a
infecções mistas confirmadas por Rotavirus A, e de caracterização de amostras de adenovírus
humano em espécies e sorotipos. Assim sendo, consideramos que os resultados aqui
apresentados não só reforçam a literatura como também fornecem subsídios para uma melhor
57
compreensão destes agentes em relação à população infantil e futuros processos de vacinação.
Nesse sentido sugerimos que estudos futuros que venham a ser desenvolvidos sejam
direcionados ao nível de proteção oferecida por vacinas contra Rotavírus A em países com
prevalência elevada de genotipos não comuns e infecções mistas, como ocorre no Brasil.
58
VII –CONCLUSÕES
1- Infecções mistas de genótipos P de Rotavírus A foram confirmadas em crianças da
região Centro-Oeste do Brasil com predominância de amostras P[6]P[8].
2- A espécie de adenovírus pode ser identificada tanto em amostras submetidas ao
isolamento em cultura celular quanto diretamente a partir da suspensão fecal,
sendo a espécie F a mais freqüentemente encontrada, seguida das espécies C e A.
3- Foram identificados os sorotipos 5 (espécie C) e os sorotipos entéricos 40 e 41
(espécie F), estes dois últimos com igual frequência, sendo ainda confirmado por
sequenciamento genômico, o sorotipo de uma amostra AdVH41.
59
VIII–APÊNDICE
Meio, Soluções e Reagentes
7.1-Meio, antibióticos e antifúngico para a cultivo e manutenção de células HEp-2
7.1.1-Meio de Cultura MEM com L-Glutamina e sais de Earle, sem bicabornato de sódio
(Gibco BRL
®
).
MEM............................................................................................................................9,5 g
Água tridestilada estéril q.s.p.......................................................................................1000 mL
7.1.2-Antibióticos
Penicilina G..................................................................................................................10.000 U
Solução salina 0,85% estéril.........................................................................................20mL
Estreptomicina..............................................................................................................10.000 μg
Solução salina 0,85% estéril.........................................................................................20 mL
7.1.3-Antifúngico
Anfotericina B..............................................................................................................50 mg
Água estéril...................................................................................................................5 mL
7.2-Solução utilizada para o preparo das suspensões fecais
7.2.1-Tampão salina fosfato (PBS) pH 7,4
NaCl..............................................................................................................................8 g
Na 12H O.....................................................................................................................2,89 g
2 2
KH PO .........................................................................................................................0,2 g
2 4
KCl................................................................................................................................0,2 g
Água destilada estéril q.s.p...........................................................................................1000 mL
7.3-Soluções utilizadas para a extração do dsRNA de Rotavirus A e dsDNA de adenovirus
humano
7.3.1-Tampão Tris/HCl 1M – pH 6,4
Tris base.........................................................................................................................0,2 g
Água destilada estéril q.s.p............................................................................................1000 mL
60
7.3.2-Ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) 0,2 M – pH 8,0
EDTA............................................................................................................................74,4 g
Água destilada estéril q.s.p............................................................................................1000 mL
7.3.3-Sílica
Dióxido de sílica............................................................................................................60,0 g
Água destilada estéril q.s.p............................................................................................500 mL
7.3.4-Tampão L6
Isotiocianato de guanidina (GUSCN)............................................................................120 g
Triton X-100...................................................................................................................2,6 mL
EDTA 0,2 M pH 8,0.......................................................................................................22 mL
Tris/HCl 0,1 M pH 6,4...................................................................................................100 mL
7.3.5-Tampão L2
Isotiocianato de guanidina (GUSCN)............................................................................120 g
Tris/HCl 0,1 M pH 6,4...................................................................................................100 mL
7.4-Soluções utilizadas para a corrida em gel de agarose
7.4.1-EDTA 0,5 M pH 8,0
EDTA………………………………………………………………………………….186,1 g
NaOH.............................................................................................................................20 g
Água destilida estéril q.s.p.............................................................................................1000 mL
7.4.2-Solução de brometo de etídeo 0,5 mg/mL
Brometo de etídeo 10 mg/mL.........................................................................................50 μL
Água destilada estéril q.s.p............................................................................................950 μL
7.4.3-Tampão Tris/Borato/EDTA (TBE) 10X – pH 8,4
Tris base.........................................................................................................................108 g
Ácido bórico...................................................................................................................55 g
EDTA 0,5 M pH 8,0.......................................................................................................40 mL
Água bidestilada estéril q.s.p.........................................................................................1000 mL
7.4.4-Tampão corante para amostras
Azul de bromofenol........................................................................................................25 mg
Xileno cianol...................................................................................................................25 mL
Ácido bórico....................................................................................................................55 g
Glicerol............................................................................................................................3 mL
Água bidestilada estéril q.s.p...........................................................................................7 mL
61
7.4.5-Padrão de tamanho molecular
123 pb DNA ladder ou 50 pb DNA ladder.....................................................................2 μL
Tampão TBE 1X.............................................................................................................8 μL
Tampão corante para amostras........................................................................................1 μL
62
IX- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Abmadian S, Shabrabadi MS 1999. Morphological study of the role of calcium in the
assembly of the rotavirus outer capsid protein VP7. Biotech Histochem 74:266–273.
Adrian T, Wadell G, Hierholzer JC, Wigand R 1986. DNA restriction analysis of adenovirus
prototypes 1 to 41. Arch Virol 91:277-290.
Afrikanova I, Fabbretti E, Miozzo MC, Burrone OR 1998. Rotavirus NSP5 phosphorylation is
up-regulated by interaction with NSP2. J Gen Viro 79:2679–2686.
Ahluwalia GS, Scott-Taylor TH, Klisko B, Hammond GW 1994. Comparison of detection
methods for adenovirus from enteric clinical specimens. Diagn Microbiol Infect Dis 18:161-
166.
Albert MJ 1986. Enteric adenoviruses (Brief review). Arch Virol 8:1-7.
Allard A, Albinsson B, Wadell G 1992. Detection of adenoviruses in stools from healthy
persons and patients with diarrhea by two-step polymerase chain reaction. J Med Virol
37:149–157.
Allard A, Albinsson BO, Wadell G 2001. Rapid typing of human adenoviruses by a general
PCR combined with restriction endonuclease analysis. J Clin Microbiol 39(2):498-505.
Altschul SF, Gish W, Miller W, Myers EW, Lipman DA 1990. Basic local alignment search
tools. J Mol Biol 215:403-410.
Anderson CW, Young ME, Flint SJ 1989. Characterization of the adenovirus 2 virion protein,
mu. Virology 172:506-512.
Andreasi MSA 2004. Rotavirus A em crianças de até 3 anos de idade, hospitalizadas com
diarréia aguda, em Campo Grande-MS. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)-
Convênio Rede Centro-Oeste, Universidade de Brasília, Universidade Federal de Goiás e
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 89p.
Araujo IT, Ferreira MSR, Fialho AM, Assis RM, Cruz CM, Rocha M, Leite JPG 2001.
Rotavirus genotypes P[4]G9, P[6]G9 and P[8]G9 in hospitalized children with acute
gastroenteritis in Rio de Janeiro, Brazil. J Clin Microbiol 39:1999-2001.
Arens M 1999. Methods for subtyping and molecular comparison of human viral genomes.
Clin Microbiol Rev 12(4):612-626.
Arias CF, Lopez S, Espejo RT 1982. Gene protein products of SA11 simian rotavirus
genome. J Virol 41:42–50.
Azevedo MSP 1997. Ocorrência viral em amostras fecais de pacientes portadores da síndrome
da imunodeficiência adquirida em Goiânia-GO. Dissertação (Mestrado em Microbiologia)
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás, 112p.
______________________________
De acordo com as normas
adotadas pelo periódico
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz
63
Ball JM, Tian P, Zeng CQ, Morris AP, Estes MK 1996. Age-dependent diarrhea induced by a
rotaviral nonstructural glycoprotein . Science 272:101–104.
Banyai K, Gentsch JR, Glass RI, Uj M, Mihaly I, Szucs G 2004. Eight-year survey of human
rotavirus strains demonstrates circulation of unusual G and P types in Hungary. J Clin
Microbiol 42(1):393-397.
Bates PR, Bailey AS, Wood DJ, Morris DJ, Couriel JM 1993. Comparative epidemiology of
rotavirus, subgenus F (Types 40 and 41) adenovirus, and astrovirus gastroenteritis in children.
J Med Virol 39:224-8.
Benko M, Elo P, Ursu K, Ahne W, LaPatra SE, Thomson D, Harrach B 2002. First molecular
evidence for the existence of distinct fish and snake adenoviruses. J Virol 76(19):10056-
10059.
Berget SM, Moore C, Sharp PA 1977. Spliced segments at the 5’ terminus of adenovirus 2
late mRNA. Proc Natl Acad Sci 74:3171-3175.
Bern C, Martines J, de Zoysa I, Glass RI 1992. The magnitude of the global problem of
diarrhoeal disease: A ten-year update. Bull World Health Organ 70:705–714.
Bern C, Glass R 1994. Impact of diarrheal diseases worldwide. In: Kapikian AZ, ed. Viral
Infections of the Gastrointestinal Tract. Marcel Dekker, New York, p.1–26.
Besselaar TG, Rosenblatt A, Kidd AH 1986. Atypical rotavirus from South African neonates:
Brief report. Arch Virol 87:327–330.
Bican P, Cohen J, Charpilienne A, Scherrer R 1982. Purification and characterization of
bovine rotavirus cores. J Virol 43:1113–1117.
Birch CJ, Lehmann NI, Hawker AJ, Marshall JA, Gust ID 1979. Comparison of electrom
micrsocopy, enzyme-linked immunosorbent assay, solid-phse radioimmunoassay, and indirect
immunofluorescence for detection of human rotavirus antigen in faeces. J Clin Pathol 32:700-
705.
Bishop RF, Davidson GP, Holmes IH, Ruck BJ 1973. Virus particles in epithelial cells of
duodenal mucosa from children with acute non-bacterial gastroenteritis. Lancet 2:1281–1283.
Bishop RF, Unicomb LE, Barnes GL 1991. Epidemiology of rotavirus serotypes in
Melbourne, Australia, from 1973 to 1989. J Clin Microbiol 29:862–868.
Blackhall J, Fuentes A, Hansen K, Magnusson G 1997. Serine protein kinase activity
associated with rotavirus phosphoprotein NSP5. J Virol 71:138–144.
Bon F, Fascia P, Dauvergne M, Tenenbaum D, Planson H, Petion AM, Pothier P, Kohli E
1999. Prevalence of group A rotavirus, human calicivirus, astrovirus, and adenovirus type 40
and 41 infections among children with acute gastroenteritis in Dijon France. J Clin Microbiol
37:3055-8.
64
Boom R, Sol CJA, Salimans MMM, Jansen CL, Wertheim-van Dillen PME, van der Noordaa
J 1990. Rapid and simple method for purification of nucleic acids. J Clin Microbiol
28(3):495-503.
Borges AMT 2000. Cultivo de amostras fecais positivas para adenovirus humanos em células
HEp-2 e caracterização de subgêneros. Dissertação (Mestrado em Microbiologia) Instituto de
Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás, 44p.
Both GW, Siegman LJ, Bellamy AR, Atkinson PH 1983. Coding assignment and nucleotide
sequence of simian rotavirus SA11 gene segment 10: Location of glycosylation sites suggests
that the signal peptide is not cleaved. J Virol 48:335–339.
Boyle JF, Holmes KV 1986. RNA-binding proteins of bovine rotavirus. J Virol 58:561–568.
Bridger JC, Dhaliwal W, Adamson MJV, Howard CR 1998. Determinants of rotavirus host
range restriction: A heterologous bovine NSP1 gene does not affect replication kinetics in the
pig. Virology 245:47–52.
Broome RL, Vo PT, Ward RL, Clark HF, Greenberg HB 1993. Murine rotavirus genes
encoding outer capsid proteins VP4 and VP7 are not major determinants of host range
restriction and virulence. J Virol 67:2448–2455.
Brown M 1990. Laboratory identification of adenoviruses associated with gastroenteritis in
Canada from 1983-1986. J Clin Microbiol 28(7):1525-1529.
Brown M, Grydsuk JD, Fortsas E, Petric M 1996. Structural features unique to enteric
adenoviruses. Arch Virol Suppl 12:301-7.
Burns JW, Greenberg HB, Shaw RD, Estes MK 1988. Functional and topographical analyses
of epitopes on the hemagglutinin (VP4) of the simian rotavirus SA11. J Virol 62:2164–2172.
Burns JW, Siadat-Pajouh M, Krishnaney AA, Greenberg HB 1996. Protective effect of
rotavirus VP6-specific IgA monoclonal antibodies that lack neutralizing activity. Science
272:104.
Camarota SCT, Azevedo MSP, Martins RMR, Barbosa AJ, Ferreira PA Jr., Araújo SV,
Cardoso DDP 1992. Ocorrência de rotavirus e adenovirus em crianças de até 11 anos de idade
sem sintomatologia de diarréia em Goiânia-GO. Rev Soc Bras Med Trop 25(1):31-35.
Cardoso DDP, Brito WMED, Martins RMB, Kitajima EW, Souza MPM, Barbosa AJ,
Oliveira AS, Rascopi SB 1989. Ocorrência de rotavirus e adenovirus em amostras fecais de
crianças com gastroenterite, na cidade de Goiânia. Rev Soc Bras Med Trop 22:67-71.
Cardoso DDP 1997. Rotavirus em crianças de Goiânia, Goiás: caracterização das amostras de
rotavirus do grupo A pela sorotipagem, subgrupagem e padrão eletroforético. Tese
(Doutorado em Ciências)-Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo,
122 p.
65
Cardoso DDP, Fiaccadori FS, Souza MBLD, Martins RMB, Leite JPG 2002. Detection and
genotyping of astroviruses from children with acute gastroenteritis from Goiânia, Goiás,
Brazil. Med Sci Monit 8:624-628.
Cardoso DDP, Soares CMA, Souza MBLDE, Azevedo MSP, Martins RMB, Queiroz DAO,
Brito WMDE, Munford V, Racz ML 2003. Epidemiological features of Rotavirus infection in
Goiânia, Brazil, from 1986 to 2000. Mem Inst Oswaldo Cruz 98(1):25-29.
Carlson JA, Middleton PJ, Szymanski MT, Huber J, Petric M 1978. Fatal rotavirus
gastroenteritis: an analysis of 21 cases. Am J Dis Child 132(5): 477-9.
Challberg MD, Desiderio SV, Kelly TJ Jr. 1980. Adenovirus DNA replication in vitro:
characterization of a protein covalently linked to nascent DNA strands. Proc Natl Acad USA
77:5105-5109.
Chatterjee PK, Vayda ME, Flint SJ 1986. Identification of proteins and protein domains that
contact DNA within adenovirus nucleoprotein cores by ultraviolet light crosslinking of
oligonucleotides 32P-labelled in vivo. J Mol Biol 188:23-37.
Chen D, Luongo CL, Nibert ML, Patton JT 1999. Rotavirus open cores catalyze 5´-capping
and methylation of exogenous RNA: Evidence that VP3 is a methyltransferase. Virology
265:120–130.
Chiba S, Nakata S, Nakamura I, Taniguchi K, Urasawa S, Fujinaga K, Nakao T 1983.
Outbreak of infantile gastroenteritis due to type 40 adenovirus. Lancet 2:954-957.
Chizhikov V, Wagner M, Ivshina A, Hoshino Y, Kapikian AZ, Chumakov 2002. Detection
and genotyping of human group A rotaviruses by oligonucleotide microarray hybridization. J
Clin Microbiol 40:2398-2407.
Chow LT, Broker TR, Lewis JB 1979. Complex splicing patterns of RNAs from the early
regions of adenovirus 2. J Mol Biol 134:265-303.
Ciarlet M, Estes MK, Conner ME 2000a. Simian rhesus rotavirus is a unique heterologous
(non-lapine) rotavirus strain capable of productive replication and horizontal transmission in
rabbits. J Gen Virol 81:1237–1249.
Ciarlet M, Liprandi F, Conner ME, Estes MK 2000b. Species specificity and interspecies
relatedness of NSP4 genetic groups by comparative NSP4 sequence analyses of animal
rotaviruses. Arch Virol 145:371–383.
Ciarlet M, Crawford SF, Estes MK 2001. Differential infection of polarized epithelial cell
lines by sialic acid-dependent and sialic acid-independent rotavirus strains. J Virol 75(23):
11834-50.
Ciarlet M, Estes MK 2001. Interactions between rotavirus and gastrointestinal cells. Curr
Opin Microbiol 4:435-441.
66
Cohen J, Charpilienne A, Chilmonczyk S, Estes MK 1989. Nucleotide sequence of bovine
rotavirus gene 1 and expression of the gene product in baculovirus. Virology 171:131–140.
Conner ME, Estes MK, Graham DY 1988. Rabbit model of rotavirus infection. J Virol
62:1625–1633.
Costa PSS 2003. Estudo prospective da doença diarréica por rotavirus do grupo A em
crianças de Goiânia-Goiás: genotipagem e evolução clínico-laboratorial. Tese (Doutorado em
Medicina/Pediatria)-Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 108p.
Coulson BS, Fowler KJ, Bishop RF, Cotton RG 1985. Neutralizing monoclonal antibodies to
human rotavirus and indications of antigenic drift among strains from neonates. J Virol
54:14–20.
Coulson BS 1996. VP4 and VP7 typing using monoclonal antibodies. Arch Virol Suppl
12:113–118.
Coulson BS, Londrigan SL, Lee DJ 1997. Rotavirus contains integrin ligand sequences and a
disintegrin-like domain that are implicated in virus entry into cells. Proc Natl Acad Sci U S A
94:5389–5394.
Cruz JR, Caceres P, Cano F, Flores J, Bartlett A, Torun B 1990. Adenovirus types 40 and 41
and rotaviruses associated with diarrhea in hildren from Guatemala. J Clin Microbiol
28:1780-4.
Cunliffe NA, Gondwe JS, Graham SM, Thindwa BDM, Dove W, Broadhead RL, Molyneux
ME, Hart CA 2001. Rotavirus strain diversity in Blantyre, Malawi, from 1997 to 1999. J Clin
Microbiol 39(3):836-843.
Cunningham AL, Grohman GS, Harkness J, Law C, Marriot D, Tindal B, Cooper DA 1988.
Gastrointestinal viral infections in homosexual men who were symptomatic and seropositive
for human immunodeficiency virus. J Infec Dis 158:386-391.
Das BK, Gentsch JR, Cicirello HG, Woods PA, Gupta A, Ramachandran M, Kumar R, Bham
MK, Glass RI 1994. Characterization of rotavirus strains from newbornws in New Delhi,
India. J Clin Microbiol 32:1820-1822.
Das S, Sen A, Uma G, Varghese V, Chaudhuri S, Bhattacharya SK, Krishinan T, Dutta P,
Dutta D, Bhattacharya MK, Mitra U, Kobayashi N, Naik TN 2002. Genomic diversity of
group A rotavirus strains infecting humans in eastern India. J Clin Microbiol 40:146-149.
Davison AJ, Harrach B 2002. Siadenovirus. In: Tidona CA, Darai G (eds.), The Springer
index of viruses, Springer-Verlag, Berlim, p. 29-33.
Davison AJ, Benko M, Harrach B 2003. Genetic content and evolution of adenoviruses. J Gen
Virol 84:2895-2908.
Deo RC, Groft CM, Rajashankar KR, Burley SK 2002. Recognition of the rotavirus mRNA
3’consensus by an asymmetric NSP3 homodimer. Cell 108:71-81.
67
de Jong JC, Wigand R, Kidd AH, Wadell G, Kapsenberg JG, Muzerie CJ, Wermenbol AG,
Firtzlaff RG 1983. Candidate Adenoviruses 40 and 41: fastidious adenoviruses from human
infant stool. J Med Virol 11:215-231.
de Jong JC, Wermenbol AG, Verweij-Uijterwaal MW, Slaterus KW, Wertheim-van Dillen P,
van Doornum GJ, Khoo SH, Hierholzer JC 1999. Adenoviruses from human
immunodeficiency virus-infected individuals, including two strains that represent new
candidate serotypes Ad50 and Ad51 of species B1 and D, respectively. J Clin Microbiol
37:3940–3945.
Desselberger U 2000. Rotaviruses: basic facts. In: Gray J and Desselberger U (eds.),
Rotaviruses: methods and protocols, ed. Human Press, New Jersey, p.1-8.
Dong Y, Zeng CQ, Ball JM, Estes MK, Morris AP 1997. The rotavirus enterotoxin NSP4
mobilizes intracellular calcium in human intestinal cells by stimulating phospholipase C-
mediated inositol 1,4,5-trisphosphate production. Proc Natl Acad Sci U S A 94:3960–3965.
Ericson BL, Graham DY, Mason BB, Estes MK 1982. Identification, synthesis, and
modifications of simian rotavirus SA11 polypeptides in infected cells. J Virol 42:825–839.
Ericson BL, Graham DY, Mason BB, Hanssen HH, Estes MK 1983. Two types of
glycoprotein precursors are produced by the Simian rotavirus SA11. Virology 127:320–332.
Estes MK, Crawford SE, Penaranda ME, Petrie BL, Burns JW, Chan WK, Ericson B, Smith
GE, Summers MD 1987. Synthesis and immunogenicity of the rotavirus major capsid antigen
using a baculovirus expression system. J Virol 61:1488–1494.
Estes MK, Cohen J 1989. Rotavirus gene structure and function. Microbiol Ver 53:410–449.
Estes, MK 2001. Rotaviruses and their replication. In: Knipe DM and Howley PM, Griffin
DE, Lamb RA, Martin MA, Roizman B, Strais SE (eds.), Virology 4th ed. Lippincott
Williams & Wilkins, Philadelphia, p.1747-1785.
Everitt E, Sundquist B, Pettersson U, Philipson L 1973. Structural proteins of adenoviruses.
X. Isolation and topography of low molecular weight antigens from the virion of adenovirus
type 2. Virology 52:130-147.
Everitt E, Lutter L, Philipson L 1975. Structural proteins of adenoviruses. XII. Location and
neighbor relationship among proteins of adenovirion type 2 as revealed by enzymatic
iodination, immunoprecipitation and chemical cross-linking. Virology 67:197-208.
Fernandez J, Sandino A, Yudelevich A, Avendano LF, Venegas A, Hinrichsen V, Spencer E
1992. Rotavirus detection by dot blot hybridization assay using a non-radioactive synthetic
oligodeoxynucleotide probe. Epidemiol Infect 108:175–184.
Fischer TK, Page NA, Griffin DD, Eugen-Olsen J, Pedersen AG, Valentine-Branth P, Molbak
K, Sommerfelt H, Nielsen NM 2003. Characterization of incompletely typed rotavirus strains
from Guinea-Bissau: identification of G8 and G9 types and a high frequency of mixed
infections. Virology 311:125-133.
68
Fischer TK, Gentsch JR 2004. Rotavirus typing methods and algorithms. Rev Med Virol
14:71-82.
Fischer TK, Eugen-Olsen J, Pedersen AG, Molbak K, Bottiger B, Rostgaard K, Nielsen NM
2005. Characterization of rotavirus strains in a Danish population: high frequency of mixed
infections and diversity within the VP4 gene of P[8] strains. J Clin Microbiol 43(3):1099-
1104.
Flewett TH, Bryden AS, Davies H, Morris CA 1975. Epidemic viral enteritis in a long-stay
children’s Ward. Lancet 1:4-5.
Flores J, Green KY, Garcia D, Sears J, Perez-Shael I, Avendano LF, Rodriguez WB,
Taniguchi K, Urasawa S, Kapikian AZ 1989. Dot Hybridization assay for distinction of
rotavirus serotypes. J Clin Microbiol 27(1):29-34.
Gary GW, Hierholzer JC, Black RE 1979. Characterization of non-cultivable adenoviruses
associated with diarrhea in infants: a new subgroup of human adenoviruses. J Clin Microbiol
10:96-103.
Gentsch JR, Glass RI, Woods P, Gouvea V, Gorziglia M, Flores J, Das BK, Bham MK 1992.
Identification of group A rotavirus gene 4 types by polymerase chain reaction. J Clin
Microbiol 30:1365–1373.
Gentsch JR, Woods PA, Ramachandran M, Das BK, Leite JPG, Alfieri A, Kumar R, Bhan
MK, Glass RI 1996. Review of G and P typing results from a global collection of rotavirus
strains: Implications for vaccine development. J Infect Dis 174(suppl 1), p.30–36.
Gombold JL, Estes MK, Ramig RF 1985. Assignment of simian rotavirus SA11 temperature-
sensitive mutant groups B and E to genome segments. Virology 143(1): 309-320.
Gomes SA, Candeias JA, Monteiro SP, Pereira HG, Niel C 1989. New genome types of
adenovirus Types 1, 3 and 5 isolated from stools of children in Brazil. J Clin Microbiol 27(5):
1022-1026.
Gonzalez RA, Torres-Vega MA, Lopez S, Arias CF 1998. In vivo interactions among
rotavirus nonstructural proteins. Arch Virol 143:981–996.
Gorziglia MI, Larrea C, Liprandi F, Esparza J 1985. Biochemical evidence for the oligomeric
(possibly trimeric) structure of the major inner capsid polypeptide (45K) of rotaviruses. J Gen
Virol 66:1889–1900.
Gouvea V, Glass RI, Woods P, Taniguchi K, Clark HF, Forrester B, Zhao-Yin F 1990.
Polymerase chain reaction amplification and typing of rotavirus nucleic acid from stool
specimens. J Clin Microbiol 28:276–282.
Gouvea V, Allen JR, Glass RI, Fang ZY, Bremont M, Cohen J, McCrae MA, Saif J,
Sinarachatanant P, Caul ED 1991. Detection of group B and C rotaviruses by polymerase
chain reaction. J Clin Microbiol 29:519–523.
69
Gouvea V, Ramírez C, Li B, Santos N, Saif L, Clark HF, Hoshino Y 1993. Restriction
endonuclease analysis of the VP7 genes of human and animal rotaviruses. J Clin Microbiol
31:917-923.
Gouvea V, Castro L, Timenetsky MC, Greenberg HB, Santos N 1994. Rotavirus serotype G5
associated with diarrhea in Brazilian children. J Clin Microbiol 5:1408-1409.
Grable M, Hearing P 1992. Cis and trans requirements for the selective packaging of
adenovirus type 5 DNA. J Virol 66:723-731.
Graham FL, Smiley J, Russell WC, Nairn R 1977. Characteristics of a human cell line
transformed by DNA from human adenovirus type 5. J Gen Virol 36:59–72.
Greber UF, Webster P, Weber J, Helenius A 1996. The role of the adenovirus protease in
virus entry into cells. EMBO J 15:1766-1777.
Green M, Pina M 1963. Biochemical studies on adenovirus multiplication. IV. Isolation,
purification, and chemical analysis of adenovirus. Virology 20:199-207.
Greenberg HB, Vladesuso J, van Wyke K, Midthun K, Walsh M, McAuliffe V, Wyatt RG,
Kalica AR, Flores J, Hoshino Y 1983a. Production and preliminary characterization of
monoclonal antibodies directed at two surface proteins of rhesus rotavirus. J Virol 47:267–
275.
Greenberg HB, Flores J, Kalica AR, Wyatt RG, Jones R 1983b. Gene coding assignments for
growth restriction, neutralization and subgroup specificities of the W and DS-1 strains of
human rotavirus. J Gen Virol 64:313–320.
Greenberg H, McAuliffe V, Valdesuso J, Wyatt R, Flores J, Kalica A, Hoshino Y, Singh N
1983c. Serological analysis of the subgroup protein of rotavirus, using monoclonal antibodies.
Infect Immun 39:91–99.
Groft CM, Burley SK 2002. Recognization of eIF4G by rotavirus NSP3 reveals a basis for
mRNA circularization. Mol Cell 9:1273-1283.
Guerrant RL 1998. Why America must care about tropical medicine: threats to global health
and security from tropical infectious diseases. Am J Trop Med Hyg 59:3-16.
Guerrero CA, Mendez E, Zarate S, Isa P, Lopez S, Arias CF 2000. Integrin αvβ3 mediates
rotavirus cell entry. Proc Natl Acad Sci U S A 97:14644–14649.
Gunasena S, Nakagomi O, Isegawa Y, Kaga E, Nakagomi T, Steele AD, Flores J, Ueda S
1993. Relative frequency of VP4 gene alleles among human rotaviruses recovered over a 10-
year period (1982-1991) from Japanese Children with diarrhea. J Clin Microbiol 31:2195-
2197.
Gurwith MJ, Horwoth GS, Impellizzeri CA, Davis AR, Lubeck MD, Hung PP 1989. Current
use and future directions of adenovirus vaccine. Semin Resp Infect 4:299.
70
Hammond GW, Mauthe G, Joshua J, Hannan CK 1985. Examination of uncommon clinical
isolates of human adenoviruses by restriction endonuclease analysis. J Clin Microbiol
21(4):611-616.
Harrach B, Benko M 1998. Phylogenetic analysis of adenovirus sequences. Proof of the
necessity of establishing a third genus in the Adenoviridae family. Methods Mol Med 21:309-
339.
Hasegawa A, Matsuno S, Inouye S, et al 1982. Isolation of human rotaviruses in primary
cultures of monkey kidney cells. J Clin Microbiol 16:387–390.
Hearing P, Samulski RJ, Wishart WL, Shenk T 1987. Identification of a repeated sequence
element required for efficient encapsidation of the adenovirus type 5 chromosome. J Virol
61:2555-2558.
Herrmann JE, Perron-Henry DM, Blacklow NR 1987. Antigen detection with monoclonal
antibodies for the diagnosis of adenovirus gastroenteritis. J Infect Dis 155:1167-1171.
Hierholzer J 1992. Adenoviruses in the Immunocompromised Host. Clin Microbiol Rev
5(3):262-274.
Hierholzer JC, Halonen PE, Dahlen PO, et al 1993. Detection of adenovirus in clinical
specimens by polymerase chain reaction and liquid-phase hybridization quantitated by time-
resolved fluorometry. J Clin Microbiol 31:1886–1891.
Hierholzer JC 1995. Adenoviruses. In: Lennette EH, Lennette DA, Lennette ET, (eds.),
Diagnostic producers for viral, rickettsial and chlamydial infections, 7th ed. American Public
Health Association, Washington, p.169-188.
Higgins DG, Sharp PM 1998. Clustal: a package for pergoming multiple sequence alignment
on a microcomputer. Gene 73:237-244.
Ho MS, Glass RI, Pinsky PF, Young-Okoh N, Sappenfield WM, Buehler JW, Gunter N,
Anderson LJ 1988. Diarrheal deaths in American children. J Am Med Assoc 260:3281-3285.
Horne RW, Bonner S, Waterson AP, Wildy P 1959. The icosahedral form of an adenovirus. J
Mol Biol 1:84-86.
Horwitz MS, Maizel JV Jr, Scharff MD 1970. Molecular weight of adenovirus type 2 hexon
polypeptide. J Virol 6:569-571.
Horwitz MS 2001. Adenoviruses. In: Knipe DM, Howley PM, Griffin DE, Lamb RA, Martin
MA, Roizman B, Strais SE (eds.), Virology 4th ed. Lippincott Williams & Williams,
Philadelphia, p.2301-2326.
Hoshino Y, Sereno MM, Midthun K, Flores J, Kapikian AZ, Chanock RM 1985. Independent
segregation of two antigenic specificities (VP3 and VP7) involved in neutralization of
rotavirus infectivity. Proc Natl Acad Sci U S A 82:8701–8704.
71
Hoshino Y, Saif LJ, Sereno MM, Chanock RM, Kapikian AZ 1988. Infection immunity of
piglets to either VP3 or VP7 outer capsid protein confers resistance to challenge with a
virulent rotavirus bearing the corresponding antigen. J Virol 62:744–748.
Hoshino Y, Kapikian AZ 1996. Classification of rotavirus VP4 and VP7 serotypes. Arch Virol
Suppl 12:99–111.
Hoshino Y, Kapikian AZ 2000. Rotavirus serotypes: Classification and importance in
rotavirus epidemiology, immunity and vaccine development. J Health Popul Nutr 18:5–14.
Hoshino Y, Jones RW, Kapikian AZ 2002. Characterization of neutralization specificities of
outer capsid spike protein VP4 of selected murine, lapine, and human rotavirus strains.
Virology 299:64-67.
Hua J, Patton JT 1994. The carboxyl-half of the rotavirus nonstructural protein NS53 (NSP1)
is not required for virus replication. Virology 198:567–576.
ICTV approved Vírus Orders, Families and Genera 2004.The taxonomic structure of vírus
orders, families and genera compiled from Vírus Taxonomy, Eighth Reports of the
International Committee on Taxonomy of Viruses In: Fauquet CM, Desselberger U, Ball LA
(eds), Academic Press, 1162pp, Elsevier.(http:/ncbinlm.nih.gov/ICTVdb/Ictv/index.html).
Iizuka M, Chiba M, Masamune O, Gerna G, Nakagomi O 1993. Molecular characterization of
human rotavirus VP4 genes by polymerase chain reaction and restriction fragment length
polymorphism assay. Microbiol Immunol 37:729-735.
Imai M, Akatani K, Ikegami N, Furuichi Y 1983. Capped and conserved terminal structures in
human rotavirus genome double-stranded RNA segments. J Virol 47:125–136.
Ito H, Sugiyama M, Masubuchi Y, Mori Y, Minamoto N 2001. Complete nucleotide sequence
of a group A avian rotavirus genome and a comparison with its counterparts of mammalian
rotaviruses. Virus Res 75(2): 123-38.
Iturriza-Gomara M, Green J, Brown DW, Desselberger U, Gray JJ 2000. Diversity within the
VP4 gene of rotavirus P[8] strains: implication for reverse transcription-PCR genotyping. J
Clin Microbiol 38:898-901.
Jacobsson PA, Johansson ME, Wadell G 1979. Identification of an enteric adenovirus by
immunoelectroosmophoresis (IEOP) technique. J Med Virol 3:307-312.
Jagannath MR, Vethanayagam RR, Reddy BSY, Raman S, Rao CD 2000. Characterization of
human symptomatic rotavirus isolates MP409 and MP480 having ‘long’ RNA
electropherotype and subgroup I specificity, highly related to the P6[1],G8 type bovine
rotavirus A5, from Mysore, India. Arch Virol 145:1339-1357.
Jarecki-Khan K, Unicomb LE 1992. Seroprevalence of enteric and nonenteric adenoviruses in
Bangladesh. J Clin Microbiol 30(10): 2733-2734.
72
Jarecki-Khan K, Tzipori SR, Unicomb LE 1993. Enteric Adenovirus infection among infants
with diarrhea in rural Bangladesh. J Clin Microbiol 31(3):484-489.
Jayaram H, Estes MK, Prasad BVV 2004. Emerging themes in rotavirus cell entry, genome
organization, transcription and replication. Virus Research 101:67-81.
Kabcenell AK, Atkinson PH 1985. Processing of the rough endoplasmic reticulum membrane
glycoproteins of rotavirus SA11. J Cell Biol 101:1270–1280.
Kabcenell AK, Poruchynsky MS, Bellamy AR, Greenberg HB, Atkinson PH 1988. Two
forms of VP7 are involved in assembly of SA11 rotavirus in endoplasmic reticulum. J Virol
62:2929–2941.
Kaljot KT, Shaw RD, Rubin DH, Greenberg HB 1988. Infectious rotavirus enters cells by
direct cell membrane penetration, not by endocytosis. J Virol 62:1136–1144.
Kalica AR, Greenberg HB, Wyatt RG, Flores J, Sereno MM, Kapikian AZ, Chanock RM
1981. Genes of human (strain Wa) and bovine (strain UK) rotaviruses that code for
neutralization and subgroup antigens. Virology 112:385–390.
Kalica AR, Flores J, Greenberg HB 1983. Identification of the rotaviral gene that codes for
hemagglutination and protease-enhanced plaque formation. Virology 125:194–205.
Kapahnke R, Rappold W, Desselberger U, Riesner D 1986. The stiffness of dsRNA:
Hydrodynamic studies on fluorescence- labelled RNA segments of bovine rotavirus. Nucleic
Acids Res 14:3215–3228.
Kapikian AZ, Wyatt RG, Dolin R, Thornhill TS, Kalica AR, Chanock RM 1972.
Visualization by immune electron microscopy of a 27-nm particle associated with acute
infectious nonbacterial gastroenteritis. J Virol 10:1075–1081.
Kapikian AZ 1996. Overview of viral gastroenteritis. Arch Virol 12(Suppl):7-9.
Kapikian AZ 1997. Viral gastroenteritis. In: Evans A, Kaslow R (eds.), Viral Infections of
Humans ed. Plenum Press, New York, p.293–340.
Kapikian AZ, Hoshino Y, Chanock RM 2001. Rotaviruses. In: Knipe DM, Howley PM,
Griffin DE, Lamb RA, Martin MA, Roizman B, Strais SE (eds.), Virology 4th ed.Lippincott
Williams & Wilkins, Philadelphia, p.1787-1833.
Kattoura MD, Clapp LL, Patton JT 1992. The rotavirus nonstructural protein, NS35,
possesses RNA-binding activity in vitro and in vivo. Virology 191:698–708.
Kidd AH, Madeley CR 1981. In vitro growth of some fastidious adenoviruses from stool
specimens. J Clin Pathol 34:213-216.
Kidd AH, Banatvala JE, de Jong JC 1983. Antibodies to fastidious faecal adenoviruses
(species 40 and 41) in sera from children. J Med Virol 11:333-341.
73
Kirkwood CD, Coulson BS, Bishop RF 1996. G3P2 rotaviruses causing diarrheal disease in
neonates differ in VP4, VP7, and NSP4 sequence from G3P2 strains causing asymptomatic
neonatal infection. Arch Virol 141:1661–1676.
Kitajewski J, Schneider RJ, Safer B, Munemitsu SM, Samuel CE, Thimmappaya B, Shenk T
1986. Adenovirus VAI RNA antagonizes the antiviral action of interferon by preventing
activation of the interferon-induced eIF-2 alpha kinase. Cell 45:195-200.
Kobayashi N, Taniguchi K, Urasawa S 1990. Identification of operationally overlapping and
independent cross-reactive neutralization regions on human rotavirus VP4. J Gen Virol 71
(11): 261.
Krajden M, Brown M, Petrasek A, Middleton PJ 1990. Clinical features of adenovirus
enteritis: a review of 127 cases. Pediatr Infect Dis J 9(9): 636-41.
Krisher KK, Menegus MA 1987. Evaluation of three types of cell culture for recovery of
adenovirus from clinical specimens. J Clin Micróbiol 25:1323–1324.
Labbe M, Baudoux P, Charpilienne A, Poncet D, Cohen J 1994. Identification of the nucleic
acid binding domain of the rotavirus VP2 protein. J Gen Virol 75:3423–3430.
Larralde G, Flores J 1990. Identification of gene 4 alleles among human rotaviruses by
polymerase chain reaction-derived probes. Virology 179:469-473.
Leite JPG 1994. Adenoviridae. In: Oliveira LHS, editor. Virologia Humana, Editora Cultura
Médica, Rio de Janeiro, p. 232-240.
Leite JPG, Alfieri AA, Woods PA, Glass RI, Gentsch JR 1996. Rotavirus G and P types in
Brazil: characterization by RT-PCR, probe hybridization, and sequence analysis. Arch Virol
141:2365-2374.
Li L, Phan TG, Nguyen TA, Kim KS, Seo JK, Shimizu H, Suzuki E, Okitsu S, Ushijima H
2005. Molecular Epidemiology of Adenovirus Infection among Pediatric Population with
Diarrhea in Asia. Microbiol Immunol 49(2):121-128.
Lima AAM, Moore SR, Barboza MS Jr, Soares AM, Schleupner MA, Newman RD, Sears
CL, Nataro JP, Fedorko DP, Wuhib T, Schorling JB, Guerrant RL 2000. Persistent diarrhea
signal a critical period of increased diarrhea burdens and nutritional shortfalls: a prospective
cohort study among children in Northeastern Brazil. J Infect Dis 181:1643-1651.
Linhares Ac, Ruiz-Palacios GM, Guerrero ML, Salinas B, Perez-Schael I, Costa Clemens AS,
Innis B, Yarzabal JP, Vespa G, Cervantes Y, Hardt K, De Vos B 2005. A short report on
highlights of world-wide development of RIX4414: A Latin American experience. Vaccine.
Article in press.
Liprandi F, Gerder M, Bastidas Z, Lopez JA, Pujol FH, Ludert JE, Joelsson DB, Ciarlet M
2003. A novel type of VP4 carried by a porcine rotavirus strain. Virology 315:373-380.
74
Liu M, Offit PA, Estes MK 1988. Identification of the simian rotavirus SA11 genome
segment 3 product. Virology 163:26–32.
Liu M, Mattion NM, Estes MK 1992. Rotavirus VP3 expressed in insect cells possesses
guanylyltransferase activity. Virology 188:77–84.
Ludert JE, Feng N, Yu JH, Broome RL, Hoshino Y, Geenberg HB 1996. Genetic mapping
indicates that VP4 is the rotavirus cell attachment protein in vitro and in vivo. J Virol 70:487–
493.
Lutz P, Kedinger C 1996. Properties of the adenovirus IVa2 gene product, an effector of late-
phase-dependent activation of the major late promoter. J Virol 70:1396-1405.
Lynch M, Shieh WJ, Tatti K, Gentsch JR, Ferebee-Harris T, Jiang B, Guarner J, Bresee JS,
Grenwald M, Cullen S, Davies HD, Trevenen C, Zaki SR, Glass RI 2003. The pathology of
rotavirus-associated deaths, using new molecular diagnostics. Clin Infect Dis 37(10):1327-
1333.
Ma Y, Mathews MB 1996. Structure, function, and evolution of adenovirus-associated RNA:
a phylogenetic approach. J Virol 70:5083-5099.
Madeley CR, Cosgrove BP 1975. 28 nm particles in faeces in infatile gastroenteritis. Lancet
2:451-2.
Maizel JV Jr, White DO, Scharff MD 1968. The polypeptides of adenovirus. II. Soluble
proteins, cores, top components and structute of the virion. Virology 36:126-136.
Mangel WF, McGrath WJ, Toledo DL, Anderson CW 1993. Viral DNA and a viral peptide
can act as cofactors of adenovirus virion proteinase activity. Nature 361:274-275.
Martella V, Ciarlet M, Camarda A, Pratelli A, Tempesta M, Greco G, Cavalli A, Elia G,
Decaro N, Terio V, Bozzo G, Camero M, Buonavoglia C 2003. Molecular characterization of
the VP4, VP6, VP7, and NSP4 genes of lapine rotaviruses identified in Italy: emergence of a
novel VP4 genotype. Virology 314:358-370.
Mascarenhas JDP, Paiva FL, Barardi CRM, Gabbay YB, Simões CO, Linhares AC 1998.
Rotavirus G and P types in children from Belem, northern Brazil, as determined by RT-PCR:
occurrence of mixed P type infections. J Diarrhoeal Dis Res 16(1):8-14.
Mattion NM, Mitchell DB, Both GW, Estes MK 1991. Expression of rotavirus proteins
encoded by alternative open reading frames of genome segment 11. Virology 181:295–304.
Mattion NM, Cohen J, Estes MK 1994. The rotavirus proteins. In: Kapikian A (ed.), Viral
Infections of the gastrointestinal trac, Marcel Dekker, New York, p.169–249.
Maunula L, van Bonsdorff CH 1995. Serotypes and electropherotypes in Finland from 1986
to 1990. Arch Virol 140(5):877-879.
75
McNeal MM, Sestak K, Choi AH, Basu M, Cole MJ, Aye PP, Bohm RP, Ward RL 2005.
Development of a rotavirus-shedding model in rhesus macaques, using a homologous wild-
type rotavirus of a new P genotype. J Virol 79:944-954.
Mertens PPC, Arella M, Attoui H, Belloncik S, Bergoin M, Boccardo G, Booth TF, Chiu W,
Diprose JM, Duncan R and 34 others 2000. Family Reoviridae. In: Virus Taxonomy. Seventh
Report of the International Commttee on Taxonomy of Viruses, p.395-480. Edited by Van
Regenmortel MHV, Fauquet CM, Bishop DHL, Carstens EB, Estes MK, Lemon SM,
Maniloff J, Mayo MA, McGeoch DJ, Pringle CR, Wickner RB. Academic Press, San Diego.
Mirza MA, Weber J 1982. Structure of adenovirus chromatin. Biochem Biophys Acta 696:76-
86.
Moore P, Steele AD, Lecatsas G, Alexander JJ 1998. Characterization of gastroenteritis-
associated adenovirus in South Africa. S Afr Med J 88:1587-1592.
Mori Y, Borgan MA, Ito N, Sugiyama M, Minamoto N 2002. Diarrhoeal induncing actity of
avian rotavirus NSP4 glycoproteins, wich differ greatly from mammalian rotavirus NSP4
glycoproteins in deduced amino acid sequences, in suckling mice. J Virol 76:5829-5834.
Morris AP, Scott JK, Ball JM, Zeng CQ, O’Neal WK, Estes MK 1999. NSP4 elicits age-
dependent diarrhea and Ca(2+)mediated I(–) influx into intestinal crypts of CF mice. Am J
Physiol 277:431–444.
Murray CJ, Lopez AD 1997. Mortality by cause for eight regions of the world: Global Burden
Study. Lancet 349 (9061): 1269-1276.
Nakagomi O, Isegewa Y, Ward RL, Knowlton DR, Kaga E, Nakagomi T, Ueda S 1994.
Naturally occurring dual infection with human and bovine rotaviruses as suggested by
recovery of G1P8 and G1P5 rotavirus from a single patient. Ach Virol 137:381-388.
Nibert ML, Schiff LA, Fields BN 1996. Reoviruses and their replication. In: Fields BN,
Knipe DM, Howley FM (eds.), Fields Virology 3th ed.Lippincot-Raven, Philadelphia, p.1557-
1596.
Nielsen NM, Eugen-Olsen J, Aaby P, Molbak K, Rodrigues A, Fischer TK 2005.
Characterization of rotavirus strains among hospitalized and non-hospitalized children in
Guinea-Bissau, 2002 a high frequency of mixed infections with serotype G8. J Clin Virol
34:13-21.
Noel J, Manssor A, Thaker U, Herrmann J, Perron-Henry D, Cubbit WD 1994. Identification
of adenovirus in faeces from patients with diarrhea at the hospitals for sick children, London,
1989-1992. J Med Virol 43:84-90.
Norrby E 1969. The structural and functional diversity of Adenovirus capsid components. J
Gen Virol 5:221-236.
Offit PA, Blavat G 1986. Identification of the two rotavirus genes determining neutralization
specificities. J Virol 57:376–378.
76
Offit PA, Shaw RD, Greenberg HB 1986. Passive protection against rotavirus-induced
diarrhea by monoclonal antibodies to surface proteins VP3 and VP7. J Virol 58:700–703.
Okada J, Kobayashi N, Taniguchi K, Urasawa S 1999. Analysis on reassortment of rotavirus
NSP1 genes lacking coding region for cysteine-rich zinc finger motif. Arch Virol 144:345–
353.
Okada J, Urasawa T, Kobayashi N, Taniguchi K, Hasegawa A, Mise K, Urasawa S 2000.
New P serotype of group A human rotavirus closely related to that of a porcine rotavirus. J
Med Virol 60:63–69.
O’Malley RP, Mariano TM, Siekierka J, Mathews MB 1986. A mechanism for the control of
protein synthesis by adenovirus VA RNAI. Cell 44:391-400.
Ostapchuk P, Hearing P 2003. Regulation of adenovirus packaging. Curr Top Microbiol
Immunol 272:165-185.
Padilla-Noriega L, Dunn SJ, Lopez S, Greenberg HB, Arias CF 1995. Identification of two
independent neutralization domains on the VP4 trypsin cleavage products VP5* and VP8* of
human rotavirus ST3. Virology 206:148–154.
Palombo EA 2002. Genetic analysis of group A rotaviruses: evidence for interspecies
transmisson of rotavirus genes. Virus Genes 24:11-20.
Patton JT, Salter-Cid L, Kalbach A, Mansell EA, Kattoura M 1993. Nucleotide and amino
acid sequence analysis of the rotavirus nonstructural RNA-binding protein NS35. Virology
192:438–446.
Patton JT, Chen D 1999. RNA-binding and caping activities of proteins in rotavirus open
cores. J Virol 73:1382-1391.
Parashar UD, Bresee JS, Gentsch JR, Glass RI 1998. Rotavirus. Emerg Infect Dis 4:561–570.
Parashar UD, Hummelman EG, Bresee JS, Miller MA, Glass RI 2003. Global illness and
deaths caused by rotavirus disease in children. Emerg Infect Dis 9(5):565-72.
Pereira HG, Leite JPG, Azeredo RS, Farias V, Sutmoller F 1983. An atypical rotavirus
detected in a child with gastroenteritis in Rio de Janeiro, Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz
78(3):245-250.
Pereira HG, Azeredo RS, Leite JPG, Andrade ZP, Castro LA 1985. Combined enzyme
immunoassay for rotavirus and adenovirus (EIARA). J Virol Methods 10:21-28.
Perron-Henry DM, Herrmann JE, Blacklow NR 1988. Isolation and propagation of enteric
adenoviruses in HEp-2 cells. J Clin Microbiol 26:1445-1447.
Pesavento JP, Billingsley AM, Roberts EJ, Ramig RF, Prasad BV 2003. Structures of
rotavirus reassortants demonstrate correlation of altered conformation of the VP4 spike and
expression of unexpected VP4-associated phenotypes. J Virol 77(5): 3291-6.
77
Petrie BL, Greenberg HB, Graham DY, Estes MK 1984. Ultrastructural localization of
rotavirus antigens using colloidal gold. Virus Res 1:133–152.
Piron M, Vende P, Cohen J, Poncet D 1998. Rotavirus RNA-binding protein NSP3 interacts
with eIF4GI and evicts the poly(A) binding protein from eIF4F. EMBO J 17:5811–5821.
Pizarro JM, Pizarro JL, Fernandez J, Sandino AM, Spencer E 1991. Effect of nucleotide
analogues on rotavirus transcription and replication. Virology 184:768–772.
Poncet D, Aponte C, Cohen J 1993. Rotavirus protein NSP3 (NS34) is bound to the 3´ end
consensus sequence of viral mRNAs in infected cells. J Virol 67:3159–3165.
Poncet D, Lindenbaum P, L'Haridon R, Cohen J 1997. In vivo and in vitro phosphorylation of
rotavirus NSP5 correlates with its localization in viroplasms. J Virol 71:34–41.
Prasad BV, Wang GJ, Clerx JP, Chiu W 1988. Three-dimensional structure of rotavirus. J
Mol Biol 199:269–275.
Prasad BVV, Burns JW, Marietta E, Estes MK, Chiu W 1990. Localization of VP4
neutralization sites in rotavirus by three-dimensional cryo-electron microscopy. Nature
343:476–479.
Prasad BVV, Chiu W 1994. Structure of rotaviruses. In: Ramig RF (ed.), Rotaviruses,
ed.Springer-Verlag, Berlin, p.9–29.
Prasad BVV, Estes MK 1997. Molecular basis of rotavirus replication. In: Chiu W, Burnet
RM, Garcea RL. Structural biology of viruses 1th ed. Oxford University Press, Oxford, p.239-
268.
Pring-Akerblom P, Adrian T 1994. Type and group-specific polymerase chain reaction for
adenovirus detection. Res Virol 145:25-35.
Pring-Akerblom P, Trijssenaar FEJ, Adrian T, Hoyer H 1999. Multiplex polymerase chain
reaction for subgnus-specific detection of human adenoviruses in clinical samples. J Med
Virol 58:87-92.
Rahman M, Matthijnssens J, Nahar S, Podder G, Sack DA, Azim T, Van Ranst M 2005.
Characterization of a novel P[25],G11 human group a rotavirus. J Clin Microbiol 43:208-212.
Ramachandran M, Das BK, Vij A, Kumar R, Bhambai SS, Kesarin N, Rawat H, Bahl L,
Thakur S, Woods PA, Glass RI, Bhan MK, Gentsch JR 1996. Unusual diversity of human
rotavirus G and P genotypes in India. J Clin Microbiol 34:436-439.
Ramig RF, Petrie BL 1984. Characterization of temperature-sensitive mutants of simian
rotavirus SA11: Protein synthesis and morphogenesis. J Virol 49:665–673.
Ramig RF 1997. Genetics of the rotaviruses. Annu Rev Microbiol 51:225-255.
78
Rao CD, Gowda K, Yugandar Reddy BS 2000. Sequence analysis of VP4 and VP7 genes of
nontypeable strains identifies a new pair of outer capsid proteins representing novel P and G
genotypes in bovine rotaviruses. Virology 276:104–113.
Reddy PS, Ganesh S, Knowles N, Kaleko M, Connelly S, Bristol A 2005. Complete sequence
and organization of the human adenovirus serotype 46 genome. Virus Res p.1-10.
Riepenhoff-Talty M, Bogger-Goren S, Li P, Carmody PJ, Barret HJ, Ogra PL 1981.
Development of serum and intestinal antibody response to rotavirus after naturally acquired
rotavirus infection in man. J Med Virol 8:215–222.
Rixon F, Taylor P, Desselberger U 1984. Rotavirus RNA segments sized by electron
microscopy. J Gen Virol 65 (1): 233-9.
Robinson AJ, Younghusband HB, Bellet AJ 1973. A circular DNA-protein complex from
adenoviruses. Virology 56:54-69.
Rosa-Calatrava M, Grave L, Puvion-Dutilleul F, Chatton B, Kedinger C 2001. Functional
analysis of adenovirus protein IX identifies domains involved in capsid stability,
transcriptional activity, and nuclear reorganization. J Virol 75:7131-7141.
Rosen I 1960. A hemagglutination-inhibitor technique for typing adenoviruses. Am J Hyg
71:120-128.
Ruuskanen O, Meurman O, Akusjarvi G 1997. Adenoviruses. In: Richman DD, Whithey RJ,
Hayden FG, Clin Virol, Churchill, Livingstone, p. 525-547.
Sabara M, Gilchris JE, Hudson GR, Babiuk LA 1985. Preliminary characterization of an
epitope involved in neutralization and cell attachment that is located on the major bovine
rotavirus glycoprotein. J Virol 53:58-66.
Sabara M, Ready KF, Frenchick PJ, Babiuk LA 1987. Biochemical evidence for the
oligomeric arrangement of bovine rotavirus nucleocapsid protein and its possible significance
in the immunogenicity of this protein. J Gen Virol 68:123–133.
Saitoh-Inagawa W, Oshima A, Aoki K, Itoh N, Isobe K, Uchio E, Ohno S, Nakajima H, Hata
K, Ishiko H 1996. Rapid diagnosis of adenoviral conjunctivitis by PCR and Restriction
Fragment Length Polymorphism analysis. J Clin Microbiol 34(9):2113-2116.
Sanekata T, Yoshida Y, Okada H 1981. Detection of rotavirus in faeces by latex
agglutination. J Immunol Methods 41:377-385.
Santos N, Soares CC, Volotão EM, Albuquerque MCM, Hoshino Y 2003. Surveillance of
rotavirus strains in Rio de Janeiro, Brazil, from 1997 to 1999. J Clin Microbiol 41:3399-3402.
Santos N, Hoshino Y 2005. Global distribuition of rotavirus serotypes/genotypes and its
implication for the development and implementation of an effective rotavirus vaccine. Rev
Med Virol 15:29-56.
79
Shaw AL, Rothnagel R, Chen D, Ramig RF, Chiu W, Prasad BV 1993. Three-dimensional
visualization of the rotavirus hemagglutinin structure. Cell 74:693–701.
Shenk T 2001. Adenoviridae: the viruses and their replication. In: Knipe DM, Howley PM,
Griffin DE, Lamb RA, Martin MA, Roizman B, Strais SE (eds.), Virology 4th ed.Lippincott
Williams & Wilkins, Philadelphia, p.2265-2300.
Shinagawa M, Lida Y, Matsuda A, Tsukiyama T, Sato G 1987. Phylogenetic relationships
between adenoviruses as inferred from nucleotide sequences of inverted terminal repeats.
Gene 55:85-93.
Shinozaki T, Araki K, Ushijima H, Fuji R 1987. Antibody response to enteric adenovirus
types 40 and 41 in sera from people in various age groups. J Clin Microbiol 25:1679-1682.
Soares CC, Volotão EM, Albuquerque MCM, Silva FM, Carvalho TRB, Nozawa CM,
Linhares RE, Santos N 2002. Prevalence of enteric adenoviruses among children with
diarrhea in four Brazilian cities. J Clin Virol 23:171-177.
Souza MBLD 2001. Caracterização sorológica e molecular de amostras de Rotavirus A
provenientes de amostras fecais de crianças com gastrenterite aguda em Goiânia-GO.
Dissertação (Mestrado em Microbiologia)-Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da
Universidade Federal de Goiás.
Souza MBLDE, Racz ML, Leite JPG, Soares CMA, Martins RMB, Munford V, Cardoso
DDP 2003. Molecular and serological characterization of group A rotavirus isolates obtained
from hospitalized children in Goiânia, Brazil, 1998-2000. Eur. J Clin Microbiol Infect Dis
22:441-443.
Stephens C, Harlow E 1987. Differential splicing yields novel adenovirus 5 EIA mRNAs that
encode 30 kDa and 35 kda proteins. EMBO J 6:2027-2035.
Stewien KE, Mos EN, Yanaguita RM, Jerez JA, Durigon EL, Harsi CM, Tanaka H, Moraes
RM, Silva LA, Santos MA 1993. Viral, bacterial and parasitic pathogens associated with
severe diarrhoea in the city of São Paulo, Brazil. J Diarrhoeal Dis Res 11:148-52.
Stewart PL, Fuller SD, Burnet RM 1993. Difference imaging of adenovirus: bridging the
resolution gap between X-ray crystallography and electron microscopy. Embo J 12:2589-
2599.
Suzuki N, Ueno T, Yamashita T, Fujinaga K 1981. Grouping of adenoviruses and
identification of restriction endonuclease cleavage patterns of adenovirus DNAs using
infected cell DNA: Simple and practical methods. Microbiol Immunol 25:1291–1301.
Svensson L, Sheshberadaran H, Vene S, Norrby E, Grandien M, Wadell G 1987. Serum
antibody responses to individual viral polypeptides in human rotavirus infections. J Gen Virol
68:643–651.
Svensson L, Finlay B, Bass D, von Bonsdorff CH, Greenberg HB 1991. Symmetric infection
of rotavirus on polarized human intestinal epithelial (Caco-2) cells. J Virol 65:4190-4197.
80
Tamonoi F, Stillman BW 1982. Function of adenovirus terminal protein in the initiation of
DNA replication. Proc Natl Acad Sci USA 79:2221-2225.
Taniguchi K, Urasawa S, Urasawa T 1985. Preparation and characterization of neutralizing
monoclonal antibodies with different reactivity patterns to human rotaviruses. J Gen Virol
66:1045–1053.
Taraporewala Z, Chen D, Patton J 1999. Multimers formed by the rotavirus nonstructural
protein NSP2 bind to RNA and have nucleoside triphosphatase activity. J Virol 73 (12):9934-
9943.
Taraporewala Z, Patton J 2001. Identification and characterization of the helix-destabilizing
activity of rotavirus nonstructural protein NSP2. J Virol 75:4519-4527.
Taraporewala Z, Patton J 2004. Nonstructural protein involved in genome packaging and
replication of rotaviruses and other members of the Reoviridae. Virus Res 101:57-66.
Tian P, Ball JM, Zeng CQ, Estes MK 1996. The rotavirus nonstructural glycoprotein NSP4
possesses membrane destabilization activity. J Virol 70:6973–6981.
Tiemessen CT, Kidd AH 1995. The subgroup F adenoviruses. J Gen Virol 76:481-497.
Torres-Vega MA, Gonzalez RA, Duarte M, Poncet D, Lopez S, Arias CF 2000. The C-
terminal domain of rotavirus NSP5 is essential for its multimerization, hyperphosphorylation
and interaction with NSP6. J Gen Virol 81:821–830.
Unicomb LE, Podder G, Gentsch JR, Woods PA, Hasan KZ, Faruque ASG, Albert MJ, Glass
RI 1999. Evidence of high-frequency genomic reassortment of group A rotavirus strains in
Bangladesh: Emergence of G9 in 1995. J Clin Microbiol 37:1885-1891.
Van R, Wun CC, Oryan ML, Matson DO, Jackson L, Pickering LK 1992. Outbreaks of
human enteric adenovirus, types 40 and 41 in Houston day care centers. J Pediatr 120:516-
521.
van der Avoort HGAM, Wermenbol AG, Zomerdijk TPL, Kleijne JAFW, van Asten JAAM,
Jensma P, Osterhaus ADME, Kidd AH, de Jong JC 1989. Characterization of fastidious
adenovirus types 40 and 41 by DNA restriction anzyme analysis and neutraling monoclonal
antibodies. Virus Res 12:139-158.
van Oostrum J, Burnet RM 1985. Molecular composition of the adenovirus type 2 virion. J
Virol 56:439-448.
van Regenmortel MHV, Fauquet CM, Bishop DHL, Carstens EB, Estes MK, Lemon SM,
Maniloff J, Mayo MA, McGeoch DJ, Pringle CR, Wickner RB 2000. Family Reoviriade. In:
Virus Taxonomy. Classification and nomenclature of viruses. Seventh Report of the
International Committee on Taxonomy of Viruses, ed. Academic Press, San Diego, p.395-433.
81
Vende P, Piron M, Castagne N, Poncet D 2000. Efficient translation of rotavirus mRNA
requires simultaneous interaction of NSP3 with the eukaryotic translation initiation factor
eIF4G and the mRNA 3´ end. J Virol 74:7064–7071
Vende P, Taraporewala Z, Poncet D, Patton JT 2002. RNA-bindig activity of the rotavirus
phosphoprotein NSP5 includes affinity for double-stranded RNA. J Virol 10:5291-5299.
Vizzi E, Ferraro D, Cascio A, Di Stefano R, Arista S 1996. Detection of enteric adenoviruses
40 and 41 in stool specimens by monoclonal antibody-based enzyme immunoassays. Res
Virol 147:333-339.
Volotão EM, Soares CC, Maranhão AG, Rocha LN, Hoshino Y, Santos N 2006. Rotavirus
surveillance in city of Rio de Janeiro-Brazil during 2000-2004: detection of unusual strains
with G8P[4] or G10P[9] specificities. J Med Virol 78:263-272.
Wadell G 1979. Classification of human adenoviruses by SDS-polyacrylamide gel
electrophoresis of structural polypeptideos. Intervirology 11:47-57.
Wadell G, Hammarskjold ML, Winberg G, Varsanyi TM, Sundell G 1980. Genetic variability
of adenoviruses. Ann N Y Acad Sci 354:16–42.
Welch SK, Crawford SE, Estes MK 1989. Rotavirus SA11 genome segment 11 protein is a
nonstructural phosphoprotein. J Virol 63:3974–3982.
Wilde J, Yolken R, Willoughby R, Eiden J 1991. Improved detection of rotavirus shedding by
polymerase chain reaction. Lancet 337:323–326.
Wilhelmi I, Roman E, Sanchez-Fauquier A 2003. Viruses causing gastroenteritis. Clin
Microbiol Infect 9(4):247-262.
Wood DJ, Longhurst D, Killough RI, David TJ 1988. One-year prospective cross-sectional
study to asses the importance of group F adenovirus infections in children under 2 years
admitted to hospital. J Med Virol 26:429-35.
Wu TC, Kanayama MD, Hruban RH, Au WC, Askin FB, Hutchins GM 1992. Virus-
associated RNAs (VA-I and VA-II): An efficient target for the detection of adenovirus
infections by in situ hybridization. Am J Pathol 40:991–998.
Yolken R, Wilde J 1994. Assays for detecting human rotavirus. In: Kapikian AZ (ed.), Viral
Infections of the Gastrointestinal Tract. Marcel Dekker, New York, p.251–278.
Zarate S, Espinosa R, Romero D, Mendez E, Arias CF, Lopez S 2000. The VP5 domain of
VP4 can mediate attachment of rotaviruses to cells. J Virol 74:593–599.
Zeng CQY, Wentz MJ, Cohen J, Estes MK, Ramig RF 1996. Characterization and replicase
activity of double-layered and single-layered rotavirus-like particles expressed from
baculovirus recombinants. J Virol 70:2736–2742.
82
Zeng CQ, Estes MK, Charpilienne A, Cohen J 1998. The N terminus of rotavirus VP2 is
necessary for encapsidation of VP1 and VP3. J Virol 72:201–208.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo