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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL E MEIO AMBIENTE
CONSIDERAÇÕES SOBRE OS CUSTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DO
GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS E DOS EFLUENTES
INDUSTRIAIS GERADOS NO SETOR SUCROALCOOLEIRO: UM ESTUDO DE
CASO
JOSÉ MARCOS PAULA THEODORO
Araraquara - SP
2005
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Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL E MEIO AMBIENTE
CONSIDERAÇÕES SOBRE OS CUSTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DO
GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS E DOS EFLUENTES
INDUSTRIAIS GERADOS NO SETOR SUCROALCOOLEIRO: UM ESTUDO DE
CASO
José Marcos Paula Theodoro
Orientador: Prof. Dr. Marcus César Avezum Alves de Castro
Dissertação apresentada ao Centro
Universitário de Araraquara, como parte das
exigências para obtenção do título de
Mestre em Desenvolvimento Regional e
Meio Ambiente.
Araraquara
2005
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THEODORO, José Marcos Paula
Considerações sobre os Custos Ambientais Decorrentes do Gerenciamento dos Resíduos
Sólidos e dos Efluentes Industriais Gerados no Setor Sucroalcooleiro: Um Estudo de Caso
José Marcos Paula Theodoro. Araraquara, SP, 2005.
Dissertação apresentada ao Centro Universitário de Araraquara, como parte das exigências
para obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente
Orientador: Castro, Prof. Dr. Marcus César Avezum Alves de
Grau da Dissertação: Mestrado – Centro Universitário de Araraquara – Uniara.
Área de concentração: Dinâmica Regional e Alternativas de Sustentabilidade.
Linha de Pesquisa: Gestão Empresarial e Meio Ambiente
1. Custos Ambientais. 2.Resíduos Sólidos. 3.Efluentes Industriais.
4. Usinas de Açúcar e Álcool.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL E MEIO AMBIENTE
BANCA DE DEFESA
__________________________________________
Prof. Dr. Valdir Schalch
Escola de Engenharia de São Carlos - EESC – USP
__________________________________________
Prof. Dr. Wilson Kendy Tachibana
UNIARA - Centro Universitário de Araraquara
_________________________________________
Prof. Dr. Marcus Cesar Avezum Alves de Castro
UNIARA - Centro Universitário de Araraquara
Dedico este trabalho a meu filho Júnior
e minha esposa Marli, de quem, a realização desse
trabalho tantas horas de convivência roubou,
mas que sempre se mostraram carinhosos e
compreensivos para que eu conseguisse forças
nos momentos mais difíceis e que no fundo, sempre
serviram de motivação para que eu pudesse
mostrar-lhes o quão é difícil, mas
não impossível, alcançar um sonho
.
AGRADECIMENTOS
Inicialmente, com muita humildade, a Deus, o Grande Arquiteto do Universo, por ter-me
proporcionado o cumprimento de mais esta etapa de aprendizagem em minha vida.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Marcus César Avezum Alves de Castro, pela compreensão,
apoio, paciência e orientação no desenvolvimento do curso. Seu empenho e motivação para
a concretização deste trabalho foi algo fascinante.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio
Ambiente da Uniara, pela dedicação, empenho e profissionalismo apresentados na
condução das disciplinas do curso. Um abraço especial às secretarias Ivani e Adriana, que
sempre dispunham de bom humor no atendimento aos discentes.
Aos professores Valdir Schalch e Wilson Kendy Tachibana, ambos da Escola de
Engenharia de São Carlos da Universidade de o Paulo, por aceitarem o convite para
compor a Comissão Examinadora desta dissertação.
Aos Professores do IMES-FAFICA, Walter Mazzotti Filho e Dr. Ruy Madsen Barbosa por
terem me mostrado a importância da continuidade dos estudos, especialmente a vel de
mestrado. Também aos especiais amigos, professores José Luis Santos Oliveira (UNIP e
FAECA) e Antonio Rodrigues (IMES-FAFICA e UNIRP), pelas conversas, dicas,
observações e apoio durante a realização do trabalho.
Aos Diretores da Usina Bertolo Açúcar e Álcool Ltda, na pessoa dos Srs José Reinaldo
Bertolo e João Florentino Bertolo, e seus respectivos filhos, pela oportunidade de realizar a
pesquisa empírica dentro da empresa, como também aos colegas que nela trabalham:
Reginaldo, André, Paulo Marques, Marcela, Vera, Luis, Angélica, Fernando (Berinjela),
Altair, Fernando (Floralco), emfim todos os que, de qualquer forma contribuíram com
alguma informação no âmbito deste trabalho.
Aos meus sócios Dr. Antonio Aparecido Rossi e Carlos Roberto Mendes, bem como os
funcionários da Rossi Assessoria e Consultoria Empresarial Ltda e meus amigos Dr. Fabio
Rossi, Dr. Alexandre Berto, Dr. Luis Rossi, Dr. Alysson Mascaro, Dr. Alex Mascaro, Dra.
Leiliane Hernandes e todos os colaboradores da Mascaro, Rossi & Berto Advogados, pelo
apoio.
A todos os meus familiares, pela constante valorização e incentivo ao estudo e ao
conhecimento. Em especial o meu sogro Osvaldo e minha sogra Maria que sem dúvida,
foram colaboradores especiais quando de minhas ausências, pelo apoio e assistência à
minha esposa e meu filho, seja para fins de trabalho ou de estudo. A minha mãe Iolanda,
meu pai José (in memoriun), meu avô Eduardo (in memoriun), meus irmãos Paulo, Roni e
Andréa.
Aos amigos de Mestrado, Osvaldo Contador Júnior “Buga”, Marcos Bonifácio, Paulo
Marques, Marina, Adriane, Nilson, Cássia, Marcelo, Luiz “Papito”, Izidro, Campoi, Maria
da Graça e todos os que, durante o desenvolvimento do curso, incentivaram–me e
contribuíram de forma direta e indireta nos momentos de dificuldades.
E finalmente, aos membros da Loja Maçônica Restauradora 111 de Catanduva, da qual
sou obreiro, pela paciência e tolerância nas minhas ausências.
“A maneira de tratar as pessoas é ser justo.
A maneira de viver é ser inteligente e racional.
A maneira de fazer amigos é compartilhar
suas honras e humilhações.
A maneira de seguir em frente é não
temer a vida ou a morte.”
Venerável Mestre Hsing Yun.
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS............................................................................................. I
LISTA DE QUADROS............................................................................................. II
LISTA DE FIGURAS.............................................................................................. III
LISTA DE GRÁFICOS........................................................................................... VI
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS............................................................ V
RESUMO.................................................................................................................. VI
ABSTRACT .............................................................................................................. VII
1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS ........................................................................ 01
2. RESÍDUOS SÓLIDOS E EFLUENTES INDUSTRIAIS................................. 04
2.1 - Considerações sobre resíduos sólidos e efluentes industriais............. 04
2.2 – Sistemas de gestão e gerenciamento de resíduos e efluentes............. 07
2.3 – Aspectos da aplicação da tecnologia de produção mais limpa......... 16
2.4 – Prevenção à poluição e minimização de resíduos................................ 21
2.5 – Caracterização do processo de geração de resíduos sólidos e
efluentes industriais no setor sucroalcooleiro ............................................ 27
3 CUSTOS AMBIENTAIS................................................................................. 33
3.1 – Custo ambiental: definição, identificação e classificação .............. 33
3.2 – Os sistemas de custeio e a relação com o custo ambiental ................ 40
3.3 – Análise da cadeia de valor...................................................................... 45
3.4 – Indicadores de natureza ambiental ....................................................... 47
3.4.1 – Categorias de indicadores ambientais............................................... 50
3.4.2 – Indicadores de entradas........................................................................ 51
3.4.3 – Indicadores de saídas............................................................................. 53
3.5 - A informação sobre a responsabilidade social e ambiental das
empresas sob o âmbito da NBC T 15 .......................................................... 57
4 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................ 60
4.1 – Delineamento da pesquisa.................................................................... 60
4.2 – Delimitação da pesquisa....................................................................... 61
4.3 – Planejamento........................................................................................ 61
4.4 – Instrumentos, coleta e tratamento dos dados ................................... 63
4.5 – Características da unidade industrial do estudo de caso: Usina
Bertolo Açúcar e Álcool Ltda ...................................................................... 64
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................................... 67
5.1 – Quantificação e gerenciamento dos principais resíduos sólidos
e efluentes industriais gerados na usina sob estudo................................. 67
5.1.1 – Água da lavagem de cana ............................................................... 69
5.1.2 – Bagaço ............................................................................................... 73
5.1.3 – Torta de filtro .................................................................................. 76
5.1.4 – Vinhaça ........................................................................................... 78
5.2 – Gastos relativos ao gerenciamento dos principais resíduos sólidos
e efluentes industriais .................................................................................... 83
5.2.1 – Gastos relativos ao gerenciamento das águas de lavagem .......... 86
5.2.2 – Gastos relativos ao gerenciamento do bagaço................................ 91
5.2.3 – Gastos relativos ao gerenciamento da torta de filtro...................... 96
5.2.4 – Gastos relativos ao gerenciamento da vinhaça.............................. 101
5.2.5 – Custo total do gerenciamento dos resíduos e efluentes da usina.. 106
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 111
SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS............................................... 113
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 114
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS...................................................................... 121
ANEXOS................................................................................................................ 123
ANEXO A - Resolução CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC nº
1.003 de 19.08.2004 ................................................................................................ 123
ANEXO B Consumo de Produtos Auxiliares para o processo – Safra 2004 ... 129
I
LISTA DE TABELAS
T
ABELA
1.
V
ISÃO GERAL DA GESTÃO AMBIENTAL
.............................................................14
T
ABELA
2.
D
EMANDA DE ÁGUA NA FABRICAÇÃO DE ALCOOL POR M
³/
T
(
CANA
)...................30
T
ABELA
3.
P
RODUÇÃO DE AÇUCAR E ALCOOL
SAFRA
2004..............................................64
T
ABELA
4.
G
ASTOS MENSAIS COM O GERENCIAMENTO DA AGUA DE LAVAGEM DE CANA
.....88
T
ABELA
5.
P
ERCENTUAIS DE GASTOS E QUANTIDADES DE BAGAÇO GERADO NO PERÍODO
....91
T
ABELA
6.
G
ASTOS MENSAIS COM O GERENCIAMENTO DO BAGAÇO
....................................93
T
ABELA
7.
P
ERCENTUAL DE GASTOS E QUANTIDADESDE TORTA GERADA NO PERÍODO
........96
T
ABELA
8.
GASTOS MENSAIS COM O GERENCIAMENTO DA TORTA
.......................................98
T
ABELA
9.
G
ASTOS MENSAIS COM O GERENCIAMENTO DA VINHAÇA
..................................103
T
ABELA
10.
R
ESUMO MENSAL DOS INDICADORES
ANO
2004...........................................109
T
ABELA
11.
C
OMPARATIVO DA RELAÇÃO
:
PREÇO DA TONELADA DE CANA X CUSTOS
U
NITÁRIOS DO GERENCIAMENTO DIOS RESÍDUOS E EFLUENTES
.....................110
II
LISTA DE QUADROS
Q
UADRO
1.
S
EQÜÊNCIA DE ETAPAS DA IMPLEMENTAÇÃO DO
SGA..................................... 9
Q
UADRO
2.
E
QUIPE ENVOLVIDA COM A QUESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES
...........10
Q
UADRO
3.
R
OTEIRO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
....................................................15
Q
UADRO
4.
R
ELACIONAMENTO DAS DIFERENÇAS ENTRE TECNOLOGIAS DE FIM DE TUBO E
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
...................................................................................18
Q
UADRO
5.
C
USTOS AMBIENTAIS EXTERNOS E INTERNOS
...................................................39
Q
UADRO
6.
I
NDICADORES DE ENTRADAS DE MATERIAIS
.....................................................52
Q
UADRO
7.
I
NDICADORES DE ENTRADAS DE ENERGIA
........................................................53
Q
UADRO
8.
I
NDICADORES DE CONSUMO DE ÁGUA
..............................................................54
Q
UADRO
9.
I
NDICADORES DE SAÍDAS DE RESÍDUOS
............................................................54
Q
UADRO
10.
I
NDICADORES DE SAÍDAS DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS
.........................................55
Q
UADRO
11.
I
NDICADORES DE SAÍDAS DE PRODUTOS
.........................................................56
Q
UADRO
12.
P
RINCIPAIS RESÍDUOS E EFLUENTES GERADOS NA PRODUÇÃO DE AÇÚCAR E
ÁLCOOL
...............................................................................................................62
Q
UADRO
13.
D
EMONSTRATIVO MENSAL DOS GASTOS
,
Q
UANTIDADES E RESPECTIVOS
INDICADORES DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS E EFLUENTES
.....................................85
III
LISTA DE FIGURAS
F
IGURA
1.
A
UDITORIA DE
E
FLUENTES LÍQUIDOS
................................................................11
F
IGURA
2.
B
ALANÇO DE MASSA GENERALIZADO EM UMA UNIDADE INDUSTRIAL
................12
F
IGURA
3.
H
IERARQUIA DE GERENCIAMETNO AMBIENTAL
..................................................20
F
IGURA
4.
R
EDUÇÃO DA QUANTIDADE DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS E EFLUENTES
-
OPÇÕES
....25
F
IGURA
5.
U
TILIZAÇÃO DE RESÍDUOS COMO FATOR ENERGÉTICO
........................................26
F
IGURA
6.
P
RINCIPAIS RESÍDUOS E EFLUENTES NA INDÚSTRIA CANAVIEIRA
........................31
F
IGURA
7.
F
LUXOGRAMA DO BALANÇO DE MASSA GENÉRICO DA UMA USINA
......................32
F
IGURA
8.
F
LUXOGRAMA DE APROPRIAÇÃO DE CUSTOS
.....................................................44
F
IGURA
9.
O
BJETIVOS E MEDIDAS
:
PERSPECTIVA AMBIENTAL
.............................................49
F
IGURA
10.
L
OCALIZAÇÃO DA
U
SINA
B
ERTOLO E DE OUTRAS USINAS DA
R
EGIÃO
..............66
F
IGURA
11.
F
LUXOGRAMA
R
ESUMIDO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS E EFLUENTES
.................68
F
IGURA
12.
T
ANQUE DE SEDIMENTAÇÃO PARA TRATAMENTO DA AGUA DE LAVAGEM
DE CANA
.............................................................................................................70
F
IGURA
13.
M
ATERIAL SÓLIDO
(
IMPUREZAS
)
RETIDO NAS CAIXAS DE SEDIMENTAÇÃO
........70
F
IGURA
14.
R
ETIRADA DE MATERIAL DA CAIXA DE SEDIMENTAÇÃO
...................................71
F
IGURA
15.
F
LUXOGRAMA DO PROCESSO DE UTILIZAÇÃO DA ÁGUA PARA LAVAGEM
DE CANA EM CIRCUITO FECHADO
....................................................................72
F
IGURA
16.
M
ANEJO DO BAGAÇO EM PÁ CARREGADEIRA
...................................................73
F
IGURA
17.
F
LUXOGRAMA DO PROCESSO DE GERAÇÃO DO BAGAÇO
...................................75
F
IGURA
18.
C
ARREGAMENTO DA TORTA EM CAMINHÃO BASCULANTE
................................76
F
IGURA
19.
F
LUXOGRAMA DO PROCESSO DE GERAÇÃO DA
T
ORTA
.....................................78
F
IGURA
20.
T
ANQUE DE
E
FLUENTES
(
VINHAÇA
+
AGUA RESIDUÁRIA
) ................................79
F
IGURA
21.
C
AMINHÕES TANQUE NA ESTAÇÃO DE CARREGAMENTO DE VINHAÇA
...............80
F
IGURA
22.
E
QUIPAMENTO COM CARRETEL ENROLADOR DE MANGUEIRA
...........................81
F
IGURA
23.
F
LUXOGRAMA DO PROCESSO DE GERAÇÃO DA VINHAÇA
..................................82
IV
LISTA DE GRÁFICOS
G
RÁFICO
1.
E
VOLUÇÃO DA TONELAGEM DE CANA PROCESSADA E PRODUÇÃO DE AÇUCAR E
ALCOOL
SAFRA
2004 ....................................................................................65
G
RÁFICO
2.
Q
UANTIDADE DE ÁGUA UTILIZADA NO PROCESSO DE LAVAGENM DA CANA
EM M
³...............................................................................................................69
G
RÁFICO
3.
B
AGAÇO GERADO DURANTE A SAFRA
2004
EM
(
TON
) ......................................74
G
RÁFICO
4.
T
ORTA GERADA DURANTE A SAFRA
2004
EM
(
TON
).........................................77
G
RÁFICO
5.
V
INHAÇA GERADA DURANTE A SAFRA
2004
EM M
³..........................................80
G
RÁFICO
6.
E
VOLUÇÃO DO CUSTO TOTAL E DA QUANTIDADE DE ÁGUA UTILIZADA
.............89
G
RÁFICO
7.
I
NDICADORES DE GERENCIAMENTO DA AGUA DE LAVAGEM DE CANA
...............90
G
RÁFICO
8.
E
VOLUÇÃO DO CUSTO TOTAL E DA QUANTIDADE DE BAGAÇO
..........................94
G
RÁFICO
9.
I
NDICADORES DE GERENCIAMENTO DO BAGAÇO
................................................95
G
RÁFICO
10.
E
VOLUÇÃO DO CUSTO TOTAL E DA QUANTIDADE DE TORTA
...........................99
G
RÁFICO
11.
I
NDICADORES DE GERENCIAMENTO DA TORTA
...............................................100
G
RÁFICO
12.
E
VOLUÇÃO DO CUSTO TOTAL E DA QUANTIDADE DE VINHAÇA
......................104
G
RÁFICO
13.
I
NDICADORES DE GERENCIAMENTO DA VINHAÇA
..........................................105
G
RÁFICO
14.
C
OMPORTAMENTO DOS GASTOS TOTAIS E DO PREÇO PRATICADO DA CANA
..107
G
RÁFICO
15.
E
VOLUÇÃO DOS CUSTOS TOTAIS
(
PREÇO DA CANA
+
CUSTO AMBIENTAL
).....108
V
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABC – Custeio Baseado em Atividades.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
AV – Análise Vertical
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
CNI – Confederação Nacional das Indústrias.
CNTL – Centro Nacional de Tecnologias Limpas.
CONSECANA – Conselho de Produtores de Cana, Açúcar e Álcool.
EPA – Environmental Protection Agency.
GT – Grupo de Trabalho.
Ha – hectare.
ISO – International Organization For Stardardization.
Kg – Quilograma.
Km – quilômetros.
Kwh – quilowatt-hora.
m³ - Metros Cúbicos
MO – Mão-de-Obra.
NBC T – Normas Brasileiras de Contabilidade - Técnicas
NBR – Norma Brasileira de Referência.
ONU – Organização das Nações Unidas.
P+L – Produção Mais Limpa.
P2 – Prevenção à Poluição.
RP – Rendimento de Produção.
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio as Pequenas e Médias Empresas.
SGA – Sistema de Gestão Ambiental.
STAB – Sociedade dos Técnicos Açúcar e Álcool do Brasil
t - tonelada
UNEP – Organização Ambiental das Nações Unidas.
UP – Unidade de Produção.
UDOP – União dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Oeste Paulista.
VI
RESUMO
Theodoro, José Marcos Paula. Considerações sobre os Custos Ambientais Decorrentes do
gerenciamento dos Resíduos Sólidos e dos Efluentes Industriais Gerados no Setor
Sucroalcooleiro: Um Estudo de Caso. Araraquara, 2005. 130p. Dissertação (Mestrado)
– Uniara - Centro Universitário de Araraquara.
Uma das áreas com relevância consagrada no limiar deste novo século é a
das questões ambientais. A internalização dos custos inerentes à resolução dos problemas
ambientais passa a ser encarada como algo decorrente da própria atividade empresarial. As
organizações não podem mais desconsiderar os aspectos relacionados à preservação do
meio ambiente e a variável ambiental torna-se um importante diferencial competitivo com
a qual as empresas devem se preocupar. A pesquisa desenvolvida refere-se à análise dos
custos envolvidos nas atividades relacionadas ao acondicionamento, tratamento,
lançamento e disposição de resíduos sólidos e efluentes industriais gerados durante o
processo de fabricação de açúcar e álcool. O trabalho estabelece e sugere a criação de
indicadores da relação entre os custos ambientais de cada etapa de geração de resíduos
sólidos e efluentes industriais e a quantidade de cana processada, possibilitando a adoção
de políticas pelos gestores da área ambiental. Se não for benéfico do ponto de vista
econômico ou financeiro a implantação de uma política de mensuração das atividades de
geração dos resíduos e efluentes, combinada com uma alternativa de produção mais limpa,
estes gastos continuarão sendo tratados como ocultos ou intangíveis, ou seja, continuarão
sendo incorporados indevidamente ao custo dos produtos.
Palavras Chave: Custos Ambientais, Resíduos Sólidos, Efluentes Industriais, Usinas de
Açúcar e Álcool.
VII
ABSTRACT
Theodoro, José Marcos Paula. Considerations on the current environmental costs of the
management of the solid residues and of industrial effluent generated in sugar and
ethanol industries sector: a case study. Araraquara, 2005. 130p. Dissertação
(Mestrado) – Uniara - Centro Universitário de Araraquara.
Environmental issues are of great importance as we begin a new century. The costs
concerning the solution to environmental problems are considered a something originated
from the own business activity. Organizations must not dismiss the aspects regarding the
preservation of the environment, therefore it becomes a significant matter which deserves
the companies attention. The study (which was carried out) refers to the analysis of the
costs resulting from the activities related to the packing,, treatment and disposal of solid
residues and industrial effluents generated in the manufacturing process of sugar and
alcohol. The study establishes indexes of the relation among environmental costs in each
step of solid residues and industrial effluents generated and the amount of sugar cane
processed, enabling the adoption of procedures by professionals of the environmental
realm. If it is not benefic in the economical or financial point of view, the implantation of a
mensuration policy of the activities of the residues and effluents generation, combined with
an alternative of cleaner production, these expenses will continue being treated as hidden
or intangible, in other words, they will continue being improperly incorporeted in the cost
of the products.
Key-Words: Environmental costs, Solid Residues, Industrial Effluents, sugar and ethanol
industries sector.
1 - INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
A crescente conscientização ecológica dos últimos tempos, nos vários
segmentos da sociedade, impulsionou o setor industrial na busca de soluções para um
problema até então colocado em segundo plano: a geração de resíduos sólidos e efluentes
industriais que, em tese, provoca poluição decorrente da atividade produtiva.
No passado, a poluição potencial de uma indústria jamais foi considerada na
fase de planejamento e projeto. A variável ambiental não era levada em conta nos balanços
de massa e energia dos processos produtivos e o custo devido à perda da qualidade
ambiental simplesmente não era considerado.
A sobrevivência das organizações no mercado atual depende de sua
competitividade, que hoje, é função direta da produtividade e qualidade da empresa. Isto
significa dizer que o dinamismo e a crescente competitividade no mundo dos negócios
colocam em risco a vida das empresas que não questionarem seus métodos tradicionais de
gerenciamento, desenvolvimento de novos produtos e serviços, produção e controle de
qualidade.
Pelo exposto, o tema a ser desenvolvido refere-se à análise das atividades
relativas ao lançamento e disposição de resíduos sólidos e efluentes industriais na indústria
sucroalcooleira, onde a análise de indicadores dos custos ambientais incorridos na
fabricação dos produtos, possibilitará a adoção de políticas de gerenciamento relacionados
a questão ambiental.
2
As indústrias, de um modo geral, por ser inerente ao processo produtivo
algum tipo de impacto ambiental, acredita-se que deva ser dada especial atenção à forma
pela qual ela está convivendo e gerenciando estas questões.
O termo custo ambiental” é, ainda hoje, de difícil conceituação, pois a
teoria o apresenta uma definição clara e objetiva do que se considera como um custo
ambiental. A dificuldade encontrada ao se trabalhar com os custos ambientais é o próprio
fato de serem estes, em sua maioria intangíveis, uma vez que se sabe da sua existência,
porém de difícil quantificação e valoração..
Em conseqüência do cenário exposto, a problemática pode ser sintetizada na
seguinte colocação: as empresas, do setor sucroalcooleiro, não estão de posse de
informações sobre os reais custos ambientais existentes, no tocante ao gerenciamento de
resíduos sólidos e efluentes industriais, tornando-se necessário, então, a identificação e
valoração destes, no processo produtivo.
A principal dificuldade apresentada no trabalho é falta de modelos
existentes que identifiquem e avaliem os custos ambientais sob a ótica da empresa no
âmbito gerencial e também a obtenção dos dados, que estes estão difusos em vários
setores da empresa.
Neste contexto, o objetivo geral do presente trabalho é apresentar o custo
ambiental do gerenciamento dos principais resíduos sólidos e efluentes industriais na
indústria sucroalcooleira. Os custos ambientais aqui definidos são aqueles relacionados
direta ou indiretamente com o gerenciamento dos resíduos e efluentes gerados no processo
de fabricação do açúcar e do álcool.
Na parte empírica, a pesquisa em uma empresa do setor sucroalcooleiro,
com o objetivo de coletar dados da safra 2004/2005, sobre a geração dos principais
resíduos e efluentes conhecidos como água residuária, bagaço, torta de filtro e vinhaça,
todos de grande representatividade quantitativa no processo produtivo.
O presente trabalho tem como objetivos específicos:
Identificação e caracterização dos principais resíduos sólidos e
efluentes industriais gerados ao longo do processo de fabricação do
açúcar e do álcool Identificação e caracterização dos principais
resíduos sólidos e efluentes industriais.
3
Levantamento dos gastos decorrentes do gerenciamento dos resíduos
sólidos e efluentes industriais.Análise dos controles existentes sobre
as atividades geradoras.
Sugerir a criação de indicadores que relacionem os custos
envolvidos em cada etapa de geração de resíduos e efluentes com a
quantidade de cana processada..
Cabe salientar que apesar deste trabalho, estar voltado aos custos impostos
às empresas pela incorporação das questões ambientais, existe uma relação constante entre
estes custos e os benefícios (diretos ou indiretos) associados, como por exemplo, uma
melhor imagem da empresa e seus produtos, junto aos consumidores finais.
4
2 - RESÍDUOS SÓLIDOS E EFLUENTES INDUSTRIAIS
2.1 – Considerações sobre resíduos sólidos e efluentes industriais
Todo processo produtivo exige matéria prima, água e energia. Pensando
dessa forma, todo resíduo ou efluente gerado pode ser considerado como perda ou
despercídio. Neste sentido, a primeira abordagem para o gerenciamento dos resíduos
sólidos passa pelo uso racional de matéria prima e energia e num segundo momento pela
reciclagem e reutilização dos resíduos e reuso da água.
Segundo Schalch (2002:19), o gerenciamento de resíduos deve basear-se em
ações preventivas, preferencialmente, às ações corretivas e deve ter uma abordagem global,
considerando que os problemas ambientais e suas soluções estão determinados não apenas
por fatores tecnológicos, mas também por questões econômicas, físicas, sociais, culturais e
políticas.
O problema dos resíduos sólidos na maioria dos países e, particularmente,
em determinadas regiões, vem se agravando em conseqüência do acelerado processo de
industrialização e do elevado crescimento demográfico, especialmente, no que se refere
aos de origem industrial. Esses fatores, por si só, constituem um motivo preponderante
para que sejam procuradas soluções modernas e adequadas para as questões que norteiam a
destinação de resíduos industriais.
A solução do problema da segregação, acondicionamento, coleta, transporte,
tratamento e disposição final dos resíduos industriais estão intimamente ligados à
composição quantitativa e qualitativa dos resíduos.
Segundo Castro (2001:10), a elaboração de um plano de gestão dos resíduos
industriais gerados em determinada atividade produtiva, contempla inicialmente a
identificação e caracterização dos pontos de geração, passando pelas etapas de segregação,
acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final.
5
Saliente-se que todos os resíduos gerados em atividades industriais são de
responsabilidade do gerador, bem como os custos decorrentes do acondicionamento,
transporte e disposição final.
É de suma importância conhecer as características do resíduo industrial para
avaliar as alternativas de tratamento, disposição e sua recuperação. Neste sentido, o
conhecimento prévio da origem do resíduo no processo industrial, pode facilitar na
classificação de um resíduo.
Segundo a norma da ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas-
NBR Norma Brasileira de Referência 10.004 de novembro 2.004, os resíduos sólidos
correspondem aos resíduos gerados nos diversos tipos de indústrias de processamentos e
são agrupados em função da periculosidade. A classificação é realizada, conforme o
seguinte agrupamento:
Classe I Perigosos: são aqueles que, em função de suas características intrínsecas de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade, possibilitando
riscos à saúde pública ou ao meio ambiente.
Classe II - Não Perigosos - Inertes: por suas características intrínsecas, não oferecem
riscos à saúde e não apresentam constituintes solúveis em água em concentrações
superiores aos padrões de potabilidade.
Classe II Não Perigosos Não Inertes: podem apresentar características de
combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água, com possibilidade de
acarretar riscos à saúde pública ou ao meio ambiente.
Naumoff e Peres (2000) citam que os resíduos sólidos industriais são
originados das atividades dos diversos ramos da indústria, tais como metalúrgica, química,
petroquímica, papeleira, alimentícia etc, sendo muito variados, podendo ser representados
por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis, madeiras, fibras,
borrachas, metais, escorias, vidros e cerâmicas, dentre outros.
Neste sentido, durante o processo industrial, ou seja desde a entrada de
matérias primas até o produto final, podem ser gerados resíduos sólidos perigosos, o-
inertes ou inertes. Recomenda-se uma atenção especial nos setores operacional e de meio
ambiente da indústria, devendo-se segregar os mesmos já na fonte geradora, evitando que
resíduos perigosos “contaminem” os resíduos de classe II, nas atividades de
acondicionamento, coleta, tratamento e destino final. Entretanto, o novo modelo industrial
deve procurar novas tecnologias que reduzam a geração de resíduos e efluentes.
6
De acordo com a Norma Brasileira NBR 9800/1987, “efluente líquido
industrial é o despejo líquido proveniente do estabelecimento industrial, compreendendo
emanações de processo industrial, águas de refrigeração poluídas, águas pluviais poluídas e
esgoto doméstico”. Por muito tempo não existiu a preocupação de caracterizar a geração
de efluentes líquidos industriais e de avaliar seus impactos no meio ambiente. No entanto,
a legislação vigente e a conscientização ambiental fazem com que as indústrias
desenvolvam atividades para quantificar a vazão e determinar a composição dos efluentes
industriais.
Desta forma, qualquer que seja a solução adotada para o lançamento dos
resíduos e efluentes originados no processo produtivo ou na limpeza das instalações, é
fundamental que a indústria disponha de sistema para tratamento ou condicionamento
desses materiais residuais.
Para isso é preciso que sejam respondidas algumas perguntas, como:
a) Qual o volume e composição dos resíduos e efluentes gerados?
b) Esses resíduos e efluentes podem ser reutilizados na própria indústria?
c) Esse material pode ser reciclado e comercializado?
d) Quanto custa coletar, transportar e tratar esses resíduos e efluentes?
e) Existe local adequado para destino final desses resíduos e efluentes?
O conhecimento da quantidade gerada de resíduos e efluentes e suas
principais características permitem a escolha do tipo de tratamento e/ou métodos de
disposição dos mesmos na natureza.
Nas atividades agroindustriais, a produção de águas resíduárias é
geralmente expressa em função da quantidade de produto processado, podendo variar
conforme as técnicas de processamento adotadas.
Na indústria sucroalcooleira, a vinhaça é o principal efluente, resultante da
destilação do mosto fermentado (caldo de cana, melaço ou xarope diluído), sendo
produzida na proporção de 13 à 16 litros por litro de álcool produzido,
(www.evata.com.br/aguasresiduárias -aula1.pdf)
Todavia, existe ainda um número considerável de empresas que não se
enquadram nos padrões de emissão, despejando de uma forma irresponsável, resíduos
classificados como perigosos para o solo e/ou para a água sem sofrerem o adequado
tratamento.
7
2.2 – Sistemas de Gestão e Gerenciamento de Resíduos e efluentes
De acordo com Schalch (2002:17) o conceito de gestão de resíduos
sólidos abrange atividades referentes à tomada de decisões estratégicas e à organização
do setor para esse fim, envolvendo instituições, políticas, instrumentos e meios.
Segundo Tachibana (2002), o sistema de gerenciamento ambiental é
composto de um conjunto de diretrizes básicas que objetiva definir os meios adequados
para a execução de procedimentos da empresa com o mínimo de impacto ambiental
possível e está relacionado com os seguintes fatores:
Estudo das relações existentes entre a empresa e o meio
ambiente.
Ser de conhecimento geral que todas as atividades econômicas
geram impactos ao meio ambiente em maior ou menor grau.
A necessidade de dimensionar e associar os impactos ambientais
(I) aos centros de responsabilidade, (II) aos processos, (III) aos
produtos e (IV) ao ciclo de vida dos produtos.
Segundo o Dicionário Aurélio (1999), “gerir” ou gerenciar” são
praticamente sinônimos e “gestão” é o próprio ato de gerir.
Falconi (1998) define o gerenciamento como a condução de ações e
verificações diárias que cada indivíduo de uma organização tem sob sua responsabilidade.
O que de mais importante na área gerencial, segundo o autor, é medir e eliminar todo
tipo de inconsistência, insuficiência e desperdício, ou seja, todo tipo de perda”. Pode-se
dizer que o desafio de evitar “perda”, visto pelo lado da vertente ambiental, está bem
alinhado com o conceito de Produção mais Limpa.
No entanto, o gestor pode atuar na solução dos problemas, a partir de ões
corretivas, optando por manter o processo atual, melhorando e prevendo, podendo vir a
optar por um processo inteiramente novo, com nova tecnologia. O balanço destas ões
caracteriza a gestão, podendo indicar a postura voltada para a inovação tecnológica.
(Falconi,1998)
Para Tinoco e Kraemer (2004:109), gestão ambiental é a forma pela qual a
organização mobiliza-se, interna e externamente para a conquista da qualidade ambiental
desejada. Consiste em um conjunto de medidas que visam ter controle sobre o impacto
ambiental de uma atividade.
8
Antonius apud Tinoco e Kraemer (2004:109) revela que, de modo geral, o
gerenciamento ambiental pode ser conceituado como a integração de sistemas e programas
organizacionais que permitam:
controle e redução de impactos no meio ambiente, devido às
operações ou produtos;
cumprimento de leis e normas ambientais;
desenvolvimento e uso de tecnologias apropriadas para minimizar
ou eliminar resíduos industriais;
monitoramento e avaliação dos processos e parâmetros ambientais;
eliminação ou redução dos riscos ao meio ambiente e ao homem;
utilização de tecnologias limpas, visando minimizar os gastos de
energia e materiais;
melhoria do relacionamento entre a comunidade e governo;
antecipação de questões ambientais que possam causar problemas ao
meio ambiente e, particularmente, à saúde humana.
Para imprimir todas estas ações, necessária se faz a implementação de um
Sistema de Gestão Ambiental (SGA) constituinte de uma estratégia para que o gestor, em
processo contínuo, identifique oportunidades de melhorias que reduzam os impactos das
atividades de sua empresa sobre o meio ambiente (Moura, 2002:61)
O quadro à seguir representa a seqüência de etapas da implementação do
SGA em uma empresa.
9
Quadro 01 - Seqüência de etapas da implementação do SGA
Etapa 1 Comprometimento e definição da política ambiental
Etapa 2 Elaboração do plano: Aspectos ambientais e impactos ambientais
associados a requisitos legais e corporativos. Objetivos e metas. Plano
de ação e programa de gestão ambiental.
Etapa 3 Implantação e operacionalização: Alocação de recursos, estrutura e
responsabilidade, conscientização e treinamento, comunicações,
documentação do sistema de gestão, controle operacional - programas
de gestão específicos e respostas às emergências.
Etapa 4 Avaliação periódica: monitoramento, ações corretivas e preventivas,
registros, auditorias do sistema de gestão.
Etapa 5 Revisão do SGA.
Fonte: www.cimm.com.br, acesso em 27/07/2005, adaptado pelo autor deste trabalho
Estas etapas identificam um amplo campo de conhecimento e um grande
mercado de trabalho nas áreas de engenharia, planejamento, energia e redução de emissões
e efluentes industriais, mitigação de impactos e adaptação de projetos de investimentos,
onde a necessidade de mão de obra qualificada é imprescindível.
Moura (2002:80) relata que é incorreto supor que a questão ambiental na
empresa deva ser de responsabilidade única das pessoas que trabalham na Divisão de Meio
Ambiente, Assessoria e ou Setor, qualquer que seja o nome desta área. Da mesma forma
como não se trata de um problema exclusivo da área de produção, sob a ótica de que é ela
quem gera os resíduos e poluentes, portanto, é ela quem deveria resolver o problema.
De forma resumida o autor, coloca no quadro a seguir, o envolvimento que
as diversas áreas de uma organização poderiam ter com os aspectos e impactos ambientais
ocorridos ao longo do ciclo de vida de um determinado produto:
10
Quadro 02 – Equipe envolvida com a questão ambiental nas organizações
Área da organização Envolvimento com as questões ambientais
Pesquisas e
Desenvolvimento
Estudo das tendências do mercado quanto às exigências
ambientais.
Planejamento Programação de atividades e investimentos decididos pela direção
da empresa.
Engenharia Incorporação da variável ambiental no projeto dos produtos e
serviços.
Compras Especificações e aquisições de insumos que produzam a menor
quantidade de resíduos e poluentes.
Produção Caracterização de resíduos, atividades de reaproveitamento,
reciclagem e recuperação de materiais.
Manutenção Realização de manutenção preventiva, preditiva e uso de técnicas
de “prevenção da manutenção”.
Meio Ambiente e
Segurança do
Trabalho
Preparação de procedimentos, documentos, assessoria a todas as
áreas em questões de gerenciamento do plano de Gestão
Ambiental.
Garantia da Qualidade
Verificação dos processos e controle de qualidade, estatísticas de
emissões.
Jurídico Conhecimento e consolidação das leis e regulamentos
obrigatórios.
Contabilidade Procedimentos contábeis para identificação e incorporação dos
custos e despesas “ambientais” aos produtos e serviços,
discriminando-os em categorias específicas como custos de
prevenção, de falhas e de avaliação de desempenho.
Relações com o
público
Opiniões e queixas da comunidade, relacionados aos impactos
ambientais da empresa.
Fonte: Moura (2002:80-82), adaptado pelo autor deste trabalho.
Outra etapa importante do processo de implantação do SGA é a auditoria
de efluentes, que segundo Ribeiro (2005:154), é um processo voltado para as práticas e
procedimentos utilizados na operacionalização do controle e conservação ambientais,
comparativamente aos parâmetros estabelecidos no sistema de gerenciamento adotado,
com vistas à continuidade da empresa sem agressão ao meio ambiente.
Donaire (1995:110) explica ainda que a auditoria ambiental deve ser
realizada periodicamente visando facilitar a atuação e o controle da gestão ambiental da
empresa, assegurando que a planta industrial esteja dentro dos padrões de emissão exigidos
pela legislação ambiental.
11
Podemos dividir esse processo em 4 etapas: diagnóstico e preparação,
balanço de massa, identificação de alternativas e plano de ão. A figura a seguir
representa essas etapas.
Figura 01 - Auditoria de Efluentes Industriais
Fonte: www.cimm.com.br, acesso em 27/07/2005.
Balanço de massa, item central da figura anterior, pode ser definido como a
contabilização precisa das entradas e saídas de uma operação. É uma equação que se baseia
no princípio de que ”tudo o que entra terá que sair ou ficar armazenado” conforme Moura
(2004, p.156):
Com o aumento dos custos em gestão de resíduos e em
cumprimento da legislação ambiental, além da necessidade
de melhorar a eficiência dos materiais utilizados em
mercados competitivos, o registro dos fluxos de materiais em
toda a empresa tem sido a ferramenta mais importante na
procura de melhorias, quer na prevenção de resíduos, quer na
utilização de uma produção mais limpa.
A administração dos dados de entrada e saída pode ser aplicado para
desenvolver o balanço de massa de uma planta, um processo ou uma operação unitária. A
figura a seguir apresenta o fluxo de um balanço de massa genérico de uma unidade
12
industrial que contempla as entradas de matérias-primas, energia, água e saídas de resíduos
e efluentes.
Figura 02 - Balanço de massa generalizado em uma unidade industrial
Fonte: www.cimm.com.br, acesso em 27/07/2005
Para Tinoco e Kraemer (2004:109), a gestão ambiental representa:
...........o sistema que inclui a estrutura organizacional,
atividades de planejamento, responsabilidades, práticas,
procedimentos, processos e recursos para desenvolver,
implementar, atingir, analisar criticamente e manter a
política ambiental. É o que empresa faz para minimizar ou
eliminar os efeitos negativos provocados no ambiente por
suas atividades.
Para Meyer (2000:65), a gestão ambiental é apresentada da seguinte forma:
objeto de manter o meio ambiente saudável medida do possível),
para atender as necessidades humanas atuais, sem comprometer o atendimento
das necessidades das gerações futuras;
meio de atuar sobre as modificações causadas no meio ambiente
pelo uso e/ou descarte dos bens e detritos gerados pelas atividades humanas, a
partir de um plano de ão viáveis técnica e economicamente, com prioridades
perfeitamente definidas;
13
instrumentos de monitoramentos, controles, taxações, imposições,
subsídios, divulgação, obras e ações mitigadoras, além de treinamento e
conscientização;
base de atuação de diagnósticos (cenários) ambientais da área de
atuação, a partir e estudos e pesquisas dirigidos em busca de soluções para os
problemas que forem detectados;
Tachizawa (2005:24), aponta uma pesquisa conjunta realizada pela CNI
Confederação Nacional das Indústrias, SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às
Pequenas e Médias Empresas e BNDES- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social, onde revelou que 85% das empresas ali pesquisadas adotam algum tipo de prática
de gestão ambiental, em função das seguintes questões:
aumento da qualidade dos produtos;
aumento da competitividade das exportações;
atendimento ao consumidor com preocupações ambientais;
atendimento à reivindicações da comunidade;
atendimento à pressão de organização não governamental
ambientalista;
conformidade com a política social da empresa;
melhorar a imagem da empresa perante a sociedade.
Assim, para que uma empresa passe a realmente trabalhar com gestão
ambiental deve inevitavelmente passar por uma mudança em sua cultura empresarial e por
uma revisão de seus paradigmas. Neste sentido, a gestão ambiental tem se configurado
com uma das mais importantes atividades relacionadas com qualquer eMpreendimento.
14
Tabela 01 – Visão geral da gestão ambiental
GESTÃO AMBIENTAL
Gestão de Processos
Gestão de
Resultados
Gestão de
Sustentabilidade
Gestão do Plano
Ambiental
Exploração de
recursos
Emissões gasosas Qualidade do ar Princípios e
compromissos
Transformação de
recursos
Efluentes líquidos Qualidade da água Política ambiental
Acondicionamento
de recursos
Resíduos sólidos Qualidade do solo Conformidade legal
Transporte de
recursos
Particulados Abundância e
diversidade da flora
Objetivos e metas
Aplicação e uso de
recursos
Odores Abundância e
diversidade da fauna
Programa ambiental
Quadros de riscos
Ambientais
Ruídos e vibrações Qualidade de vida do
ser humano
Projetos ambientais
Situações de
emergência
Iluminação Imagem institucional
Ações corretivas e
preventivas
Fonte: R.K.Macedo (1994).
De acordo com Macedo (1994), se uma unidade produtiva, ao ser planejada,
atender a todos os quesitos apresentados no quadro anterior, através de ferramentas e
procedimentos adequados, certamente, ela atenderá a todos os requisitos exigidos, relativas
à qualidade ambiental.
Contador Júnior (2004:41) discute que todos os resíduos gerados nas
atividades industriais devem ser segregados para que não ocorra a contaminação de
resíduos, isto é, resíduos não perigosos serem contaminados por resíduos perigosos.
Devem também ser acondicionados, adequadamente, para evitar vazamentos, misturas,
contaminações, acidentes e identificar com dados sobre o local ou equipamento gerador,
nome do resíduo ou outra qualquer identificação que possibilite o rastreamento e
acompanhamento da sua disposição final. Dessa forma, é evidente a importância da gestão
de resíduos industriais, demonstrado pelo quadro a seguir:
15
Quadro 03 - Roteiro da Gestão de Resíduos Sólidos
Fonte: Contador Júnior (2004:41)
De acordo com Moura (2000:41), no trabalho de gerenciamento ambiental,
há a necessidade de que sejam conhecidas com um bom nível de detalhamento as previsões
de custos, visto que:
para cada ação programada, um acompanhamento
contábil dos custos efetivos, de modo a identificar os
benefícios, compensações e reduções de custos à médio
prazo ou, por outro lado, eventuais dispêndios sem o retorno
esperado pela empresa, em seus estudos de planejamento.
De todo o exposto, pode-se dizer que a gestão de resíduos sólidos e
efluentes é uma associação de controle, produção, armazenamento, transporte,
processamento, tratamento e destinação final, de acordo com os melhores princípios de
preservação da saúde pública, economia, engenharia, conservação de recursos, e outros
princípios ambientais.
16
2.3 – Aspectos da aplicação da tecnologia de Produção mais Limpa
Segundo Furtado (2002), PML - Produção Mais Limpa é uma ferramenta de
gestão do sistema de produção de bens e serviços que oferece ampla gama de critérios,
estratégias e instrumentos para aumentar a lucratividade das organizações.
A produção mais limpa e as tecnologias limpas envolvidas são ferramentas
essenciais para acompanhar as necessidades ambientais do desenvolvimento sustentável.
Através deste mecanismo, é possível observar a maneira como um processo de produção
está sendo organizado e detectar dentre as etapas deste processo, o desperdício de matérias-
primas, água, energia e outros insumos, o que permite melhorar o aproveitamento e
diminuir ou impedir a geração de resíduos e efluentes. Isto faz com que produzir de forma
mais limpa seja, basicamente, uma ação econômica e lucrativa, um instrumento importante
para conquistar o desenvolvimento sustentável e manter-se compatível com a legislação
ambiental.
A produção mais limpa visa, então, a otimização do uso de insumos no
processo produtivo e a minimização na geração de resíduos e efluentes, trazendo como
conseqüência, diminuição de impactos ambientais (Nascimento, 2001).
Conceitualmente, a estratégia de redução (ou eliminação) de resíduos (ou
poluentes) na fonte geradora consiste no desenvolvimento de ações que promovam a
redução de desperdícios, a conservação de recursos naturais, a redução ou eliminação de
substâncias tóxicas (presentes em matérias-primas ou produtos auxiliares), a redução da
quantidade de resíduos gerados por processos e produtos, e consequentemente, a redução
de poluentes lançados para o ar, solo e águas (Cetesb, 2002).
Maimon (1996) apud por Missiaggia (2002:21) diz que “....a proteção do
meio ambiente e, em particular, a luta contra a poluição exigem uma adaptação e/ou uma
transformação das técnicas e processos industriais”
A CETESB (2002) utiliza os termos Prevenção à Poluição (P2) e Produção
mais Limpa (P+L). O primeiro é consagrado nos EUA (Estados Unidos da América) e
foi disseminado pela EPA – “Environmental Protection Agency” (Agência Ambiental
Americana), através de um Decreto Lei promulgado pelo Governo Federal Americano, em
17
1990, “Pollution Prevention Act”. O segundo foi definido pelo UNEP (Organização
Ambiental das Nações Unidas), durante o lançamento do Programa de Produção mais
Limpa, em 1989.
Produção mais limpa foi uma proposta apresentada pela organização
ambientalista não-governamental Greenpeace, em 1990, para representar o sistema de
produção industrial que levasse em conta a auto-sustentabilidade de fontes renováveis de
matérias-primas e compreende:
a redução do consumo de água e energia;
a prevenção de geração de resíduos na fonte de produção;
a reutilização e reaproveitamento de materiais por reciclagem de maneira
atóxica e energia-eficiente (consumo energético eficiente e eficaz);
a geração de produtos de vida útil longa, seguros e atóxicos, para o homem e
o meio ambiente, cujos restos (inclusive as embalagens), tenham
reaproveitamento atóxico e energia-eficiente;
a reciclagem (na planta industrial ou fora dela), de maneira atóxica e
eficiente, como substitutivo para as opções de manejo ambiental
representadas por incineração e despejos em aterros.
Para processos produtivos, a Produção mais Limpa inclui o uso mais
eficiente das matérias-primas, insumos e energia, a redução dos materiais tóxicos e
perigosos e a minimização na fonte de resíduos sólidos, efluentes e emissões.
Segundo CNTL Centro Nacional de Tecnologias Limpas (2000), numa
análise mais direta, pode-se assumir que a gestão convencional de resíduos questiona: O
que se pode fazer com os resíduos sólidos, efluentes e as emissões existentes? Enquanto
que a Produção mais Limpa, pergunta: De onde vem nossos resíduos sólidos, efluentes e
emissões e por que, afinal, transformaram-se em resíduos?
O quadro à seguir apresenta os relacionamentos possíveis nas situações de
tecnologias de fim de tubo e da tecnologia de produção mais limpa, onde a pergunta para
cada questão de uma situação, aduz uma resposta de solução.
18
Quadro 04 - Relacionamento das diferenças entre Tecnologias de Fim de
Tubo e Produção mais Limpa.
Fonte: CNTL – Centro Nacional de Tecnologias Limpas-Senai-RS (2000)
A metodologia de Produção Mais Limpa, além de apontar alternativas de
medidas que buscam a solução do problema na sua fonte geradora, também o descarta a
adoção de alternativas de Fim de Tubo na busca da redução da poluição, considerando que
o uso apenas das Técnicas de Redução da Poluição ainda representa, um desafio a ser
atingido, a longo prazo, nos processos produtivos atuais. COELHO (204:153
).
Somente depois das técnicas de prevenção serem adotadas por completo é
que deverão ser utilizadas as opções de reciclagem. E, somente depois dos resíduos serem
reciclados, será possível considerar o tratamento. A produção mais limpa não significa
maximizar o uso de reciclagem ou a tecnologia de controle da contaminação, conhecida
como fim de tubo, antes da prevenção, mas sim, saber aproveitar os equipamentos e as
tecnologias existentes.
19
De acordo com a UNEP/UNIDO - United Nations Environmental
Program/United Nations Industrial Development Organization (2001), a produção mais
limpa é a aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva e integrada, nos
processos produtivos, nos produtos e nos serviços, para reduzir os riscos relevantes aos
seres humanos e ao meio ambiente. Seriam ajustes no processo produtivo que permitem a
redução da emissão/geração de resíduos diversos, podendo ser feitas desde pequenas
reparações no modelo existente a a aquisição de novas tecnologias (simples e/ou
complexas).
Bass (1996) resume contribuições de vários autores para esclarecer o
conceito de produção mais limpa e aponta caminhos para o seu desenvolvimento e futuras
pesquisas:
Avaliação das necessidades da sociedade.
Enfoque integrado de mudanças organizacionais e gerenciamento da
melhoria contínua.
Avaliação do custo total de forma a se promover a alocação do custo
ambiental real no custo da produção.
Recursos sustentáveis e gerenciamento de materiais: seremos capazes de
formular uma transição para energias e materiais renováveis?
A corrida para uma tecnologia ecológica é um desafio para mudanças
tecnológicas radicais: seremos capazes de desenvolver radicalmente novas
tecnologias, que usem 1/10 da energia atualmente utilizada de forma a atender
os requisitos do desenvolvimento sustentável ?
Projeto para o meio ambiente, projeto para o reuso.
Ecossistemas industriais: uma nova cooperação entre empresas deverá ser
estimulada de forma a que outras utilizem a energia e emissões que uma única
empresa não possa prevenir ou reutilizar.
Os programas de Produção Mais Limpa focalizam-se no potencial de
ganhos diretos no mesmo processo de produção e de ganho indireto pela eliminação de
custos associados com o tratamento e a disposição final de resíduos, desde a fonte, ao
menor custo e com períodos curtos de amortização dos investimentos.
20
Quanto se trata do gerenciamento de um resíduo dentro do conceito de
produção mais limpa, deve-se ter em mente que existe uma certa hierarquia de preferência
dentre as possíveis alternativas, de modo a determinar qual a melhor solução do ponto de
vista ambiental. A figura a seguir, apresenta esta ordem.
Figura 03 – Hierarquia de gerenciamento ambiental
Fonte: Câmara Ambiental do Setor Sucroalcooleiro GT de P+L
Mudanças tecnológicas – Procedimentos. CETESB-nov/2002.
Esta hierarquia propõe que antes de determinar soluções de tratamento ou
destinação final de resíduos ou efluentes já gerados, sejam verificadas alternativas de
redução da geração na fonte, ou seja tentar eliminar ou minimizar para depois procurar
técnicas de reuso e reciclagem destes resíduos e efluentes fora do processo.
Duarte (1999:13) comenta que a minimização de resíduos, é essencialmente
uma abordagem metódica do processo produtivo em questão com o objetivo de identificar
21
uma potencial aplicação energética ou um valor comercial agregado para cada resíduo,
permitindo um aproveitamento de acordo com a escada de prioridade a seguir indicada:
eliminação da geração de resíduos;
redução da geração na fonte;
reciclagem durante o processo;
recuperação para reciclagem ou outro reuso;
utilização do resíduo para produção de energia;
tratamento de modo a gerar um resíduo menos agressivo.
Ainda segundo o autor supra citado, o principio da hierarquização de
resíduos, quando aplicado em um programa de gerenciamento ambiental objetiva
identificar e priorizar as alternativas “mais nobres” de destinação dos mesmos.
Em resumo, os programas de Produção Limpa aparecem como um
progresso em relação aos demais programas ambientais, uma vez que inclui processos mais
simples, não necessariamente requerendo a implantação de tecnologias de ponta, podendo
atingir uma camada maior de empresas, que não detém o desenvolvimento tecnológico.
Além disso, geram melhorias financeiras em função do aumento na
eficiência e produtividade, redução dos custos para tratamento e disposição de resíduos;
redução nos custos de matéria-prima, energia e água e redução dos riscos de
responsabilidade, tornando-se mais competitivas.
2.4 – Prevenção à Poluição e Minimização de Resíduos
Prevenir a poluição, além de proteger o meio ambiente, traz benefícios
econômicos, proporcionando o uso mais eficiente de matérias-primas, e, uma vez que a
poluição o é gerada, evita os investimentos para gerenciar os resíduos ou remediar a
poluição (USEPA, 2003).
Em 1988, a EPA - Environmental Protection Agency, lançou o Waste
Minimization Opportunity Assessment, manual que descrevia os procedimentos para
minimização de resíduos, e em 1989, o Manual de Prevenção à Poluição, uma abordagem
voltada ao uso mais consciente e eficiente dos recursos naturais, indo contra a proposta de
controle da poluição.
22
De acordo com a EPA (1989), Prevenção à Poluição – P2 refere-se a
qualquer prática, processo, técnica ou tecnologia que vise à redução ou eliminação em
volume, concentração e/ou toxicidade dos resíduos na fonte geradora. É uma estratégia de
uso de material, processos e gerenciamento que reduz ou elimina a criação de poluentes e
resíduos na fonte.
É uma abordagem de gestão ambiental que enfatiza a eliminação e/ou
redução de resíduos na fonte de geração, envolvendo o uso ótimo dos recursos naturais. O
conceito de P2 (como é mais comumente conhecida) está vinculado à necessidade de
verificar minuciosamente todos os tipos de resíduos para que, adequadamente, proteja o
meio ambiente e conserve os recursos naturais. Não é uma simples troca da poluição de um
meio para outro, mas sim a necessidade de evitar a poluição antes de ela ser gerada no
primeiro lugar.
A P2 pode ser obtida pela substituição dos produtos químicos, redesign,
reformulação de produtos, melhorias nas operações e manutenção e/ou reciclagem dos
processos. A P2 é uma abordagem que pode ser adotada dentro de todos os setores,
independente de ser uma pequena operação de serviço ou um grande complexo industrial.
A prevenção à poluição objetiva eliminar ou reduzir a poluição dentro de
três áreas diferentes: água, ar e solo. Diferente do controle da poluição, a P2 abrange um
grande número de incentivos e práticas para alcançar as melhorias sustentáveis. Algumas
das metas da P2 incluem:
• Eliminar e/ou reduzir a geração de resíduos.
• Conservar os recursos e materiais naturais.
• Prevenir a possibilidade de acidentes.
• Prevenir a perda de produtos.
Algumas das técnicas ou abordagens utilizadas pela P2 podem incluir:
• Definir políticas de gestão ambiental.
• Alcançar uma maior descentralização das políticas.
Abandonar práticas que enfatizam estritamente controle de emissões e adotar
metas mais amplas de melhoria do desempenho e do estilo de gestão.
23
Segundo a EPA, existem três passos importantes para se estabelecer um
programa de P2, quais sejam: o de obter o comprometimento do vel executivo e dos
colaboradores; possuir políticas declaradas e ser construído dentro de um consenso.
A sugestão da CETESB (1998), em seu Manual de Implementação de um
Programa de Prevenção à Poluição, é de que as ões devem obedecer a seguinte
seqüência:
• Comprometimento da direção da empresa.
• Definição da equipe de P2.
• Elaboração da Declaração de Intenções.
• Estabelecimento de prioridades, objetivos e metas.
• Elaboração de um cronograma de atividades.
• Disseminação de informações sobre P2.
• Levantamento de dados.
• Definição de indicadores de desempenho.
• Identificação de oportunidades de P2.
• Levantamento de tecnologias.
• Avaliação econômica.
• Seleção das oportunidades de P2.
• Implementação das medidas de P2.
• Avaliação dos resultados.
• Manutenção do programa.
Melhoria da competitividade da organização e da qualidade do produto,
podendo gerar redução dos custos e, em alguns casos, lucro.
Os obstáculos para implementação de um programa de P2 podem estar em
quatro categorias:
Econômica: inicialmente pode parecer que os custos são altos, por não darem
retorno imediato ou por não serem tangíveis, fazendo com que não sejam
avaliados devidamente todos os custos que envolvem a implementação.
Técnica: dependendo do tamanho da organização e de suas capacidades, a
busca a certas informações pode ser limitada, devendo ser acessadas fontes
internas e externas.
24
Legislação: a falta de acesso ou o desconhecimento da legislação pode ser um
problema, dificultando a definição das ações.
Institucional: a falta de aceitação e entendimento do programa por parte dos
colaboradores pode gerar a descontinuidade do mesmo.
Segundo CNTL (2000), a prevenção da poluição inclui práticas que
eliminam ou reduzem o uso de materiais (nocivos ou inofensivos), energia, água ou outros
recursos, bem como privilegia aqueles procedimentos que protegem os recursos naturais
através da conservação e do uso mais eficiente.
Um programa de Prevenção da Poluição industrial é dirigido a todos os
tipos de resíduos e representa uma revisão abrangente e contínua das operações numa
instalação, visando a minimização dos resíduos. (COELHO, 2004:34)
Para reduzir a quantidade de efluentes, a alternativa mais adequada, quando
possível, é a reutilização, Brito (2004:2). No entanto, as operações de reuso podem estar
relacionadas com o retorno do efluente ao processo de produção (quando contêm
quantidades significativas de algum insumo), transferência para outro processo (quando o
resíduo de um processo serve de insumo para ouro) e o processamento para obtenção de
energia (incineração).
As características físicas, químicas e biológicas do efluente industrial são
variáveis com o tipo de indústria, com o período de operação, com a matéria-prima
utilizada, com a reutilização de água, de materiais, etc.
A prevenção à poluição refere-se a qualquer prática que vise a redução e/ou
eliminação, seja em volume, concentração ou toxicidade, das cargas poluentes na própria
fonte geradora. Inclui modificações nos equipamentos, processos ou procedimentos,
reformulação ou replanejamento de produtos e substituição de matérias-primas e
substâncias tóxicas que resultem na melhoria da qualidade ambiental.
Baas (1996) afirma que a Prevenção da Poluição e minimização de resíduos
representam uma mudança de atitude onde o foco é o uso de tecnologias para o controle da
poluição para uma atitude pró-ativa de prevenção ao longo de todo o processo produtivo. A
adoção destas práticas converge com a viabilização econômica da produção por aliar
aspectos ambientais com lucratividade econômica. O autor identifica três tendências
principais na evolução das tecnologias ambientais:
25
De controle da poluição e tecnologias de manipulação de resíduos após a sua
geração, a uma tecnologia pró-ativa de integração de processos que previna a
geração de poluentes na fonte.
De uma ênfase única nas medidas tecnológicas para uma abordagem mais
ampla que inclui medidas não técnicas.
Da consideração exclusiva dos aspectos ambientais do processo de manufatura
a consideração dos aspectos ambientais de todo o ciclo de vida dos produtos,
incluindo o projeto dos mesmos, gestão de recursos naturais, consumo e gestão
da fase após o consumo dos produtos usados.
A implementação da Prevenção da Poluição implica numa mudança de
paradigma tanto no processo produtivo como na vida doméstica. O desenvolvimento de
uma atitude de percepção da maneira como são gerados os resíduos serve de base para
eliminação das causas de sua geração.
Kiperstok et all (2001:158), apontam que, dentro de uma mesma tecnologia,
existe sempre um espaço para a minimização de resíduos através da otimização dos
procedimentos operacionais, os quais o evidenciados na figura a seguir, desde a
tecnologia de fim de tubo até as soluções práticas de eliminação na fonte.
Figura 04 - Redução da Quantidade de geração de resíduos e Efluentes -
Opções
Fonte: Kiperstok (2001)
26
A evolução das tecnologias e procedimentos conforme ilustrado, reflete as
mudanças de estratégias adotadas pelas organizações na medida em que se desenvolve o
processo de internalização da dimensão ambiental.
Para a EPA (1998), prevenção de poluição é o "uso de materiais, processos
ou práticas que reduzam ou eliminem a geração de poluentes ou resíduos na fonte". Essa
diferença conceitual, que à primeira vista parece insignificante, pode causar um impacto
significativo nos resultados da organização. Ao incluir a reciclagem e o tratamento de
resíduos como prevenção de poluição, a ISO 14001 ressalta sua ênfase no modelo
ineficiente, podendo levar as empresas a não compreenderem a Produção Mais Limpa e,
consequentemente, a não melhorarem seu desempenho ambiental.
Assim, a reversão do processo de degradação ambiental, com crescimento
econômico, é possível se forem introduzidas mudanças na forma de se pensar a relação
processo produtivo – meio ambiente.
Ogata (2004:44) apresenta na figura a seguir, a possibilidade de recuperação
de resíduos, onde parte é retornada ao processo produtivo como forma de recuperação
energética em um processo cíclico de produção.
Figura 05 – Utilização de resíduos como fator energético
Fonte: Ogata, (2004:44)
Nessa estratégia, apesar da geração de resíduos, uma preocupação em
minimizar a geração de resíduos atuando na sua origem. A utilização de recursos
27
renováveis é incentivada e a própria matéria-prima e energia, ou parte delas, são oriundas
da reciclagem ou reaproveitamento energético dos resíduos gerados.
A US-EPA - United States Environmental Protection Agency, citado por
Nascimento et all (2002), define Prevenção da Poluição (Pollution Prevention-P2) como:
[...] qualquer prática, processo, técnica ou tecnologia que
vise a redução ou eliminação em volume, concentração e/ou
toxicidade dos resíduos na fonte geradora. É uma estratégia
de uso de material, processos e gerenciamento que reduz ou
elimina a criação de poluentes e resíduos na fonte. É uma
abordagem de gestão ambiental que enfatiza a eliminação
e/ou redução de resíduos na fonte de geração, envolvendo o
uso ótimo dos recursos naturais.
A principal barreira encontrada é a mudança cultural dos indivíduos, que
hesitam em alterar um processo ou método estabelecido e em acreditar que, realmente,
o programa trará benefícios econômicos, não priorizando o programa, mas sim outros
projetos.
Por fim, mecanismos devem ser procurados para promover o uso de
tecnologias limpas e ões de prevenção da poluição. Estas práticas aliam critérios
ambientais a econômicos tornando-as acessíveis e recomendáveis para empreendimentos
de qualquer porte.
2.5 – Caracterização do processo de geração de resíduos e efluentes na indústria
sucroalcooleira.
No início da cultura de cana no país, pouca atenção foi dedicada ao
aproveitamento dos principais resíduos e efluentes da agroindústria sucroalcooleira, seja
para comercialização ou para redução de custos do gerenciamento.
Na agroindústria, o segmento mais importante é o alimentar, cujos
principais produtos são: frutas, legumes e hortaliças; grãos, carnes, leite, pescados e
açúcar. A agroindústria engloba ainda o álcool, produto de vital importância para a
econômica moderna, pois atinge diretamente outros segmentos econômicos.
28
O processo industrial de produção de álcool e úcar contempla um sistema
complexo que compreende desde a recepção da matéria prima (cana de açúcar) até o
armazenamento do produto industrializado (álcool e açúcar) para comercialização.
Um apanhado da bibliografia, Kesserlingh (2002:69-72), Carvalho (1997:.5-
19), Rosseto (2004:83) e Nakahodo (2003) descrevem o fluxo do processo industrial na
indústria sucroalcooleira. De forma sucinta, as fases em que são gerados os resíduos e
efluentes de acordo com as etapas, são descritas a seguir:
a) Recepção da cana-de-açúcar: A cana de açúcar, vinda das lavouras é
transportada por caminhões chega a usina e é pesada. O laboratório de sacarose
realiza a análise, para se apurar o teor de sacarose da cana de açúcar. A cana de
açúcar, que não é imediatamente processada, é descarregada no pátio e
armazenada para estoque transitório, devidamente arrumada de forma a ocupar
o mínimo de espaço possível. Uma ponte rolante, composta por garra
hidráulica, alimenta o processo sempre que necessário, com a cana estocada.
b) Lavagem da cana-de-açúcar: A cana é descarregada sobre a mesa
alimentadora onde passa por um processo de lavagem, a fim de diminuir os
detritos, geralmente areia e terra, que acentuam desgastes nos equipamentos e
interferem na qualidade do caldo. O processo de tratamento e reuso desta água é
realizado ao ponto de saturação deste efluente, ocorrendo neste momento, o
lançamento para tanques de armazenagem de vinhaça, seguindo posteriormente
para o sistema de fertirrigação.
c) Moagem: A moenda é composta por rolos que esmagam a cana, extraindo-se
o caldo e obtendo-se o bagaço de cana. Após a moagem, o bagaço é enviado
para a caldeira, onde é queimado para geração de vapor. O bagaço excedente,
não utilizado no processo, pode ser vendido para outras empresas.
d) Tratamento do caldo: As impurezas presentes no caldo são removidas
através de processo de floculação ou decantação, resultando desta fase do
processo, material sólido e rico em úcar, que fica retido nas telas dos filtros,
denominado torta de filtro. Este material é retirado da usina através de
29
caminhões basculantes, de onde é transportado para a lavoura, para utilização
como adubo em áreas de reforma de canaviais e de plantio.
e) Destilação: Após o tratamento do Caldo, ocorre o processo de fermentação
que transformam os açúcares em álcool. Do processo de fabricação do álcool,
resulta um efluente importante, a vinhaça. A vinhaça, apresentada de forma
líquida é rica em água, matéria orgânica, nitrogênio, potássio e fósforo, é
utilizada na lavoura para irrigação da cana, na chamada fertirrigação.
Kesserlingh (2002:44) identificou que os principais efluentes gerados em
uma usina sucroalcooleira são: as águas de colunas barométricas, águas de lavagem de
cana (em circuito aberto e fechado), águas condensadas, águas de lavagem de pisos e
equipamentos, águas de resfriamento de dornas e condensadores e a vinhaça, este o
principal efluente, de maior quantidade em geração, porém rico em nutrientes.
A lavagem da cana é a primeira etapa da fabricação do açúcar e álcool,
sendo responsável por um volume considerável de despejo, em alguns casos com elevada
carga orgânica, CETESB (1992:7).
A finalidade da lavagem é remover areia e terra que estão aderidas à cana, o
que possibilita trabalhar com matéria prima mais limpa e, portanto, obter um caldo com
menor teor de impurezas, além de proteger as moendas e demais equipamentos contra a
abrasão. A quantidade de areia e terra removidas na lavagem pode chegar à 10% do peso
da cana. (Onishi e Campos, in CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIERIA
SANITÁRIA, 1972)
Segundo Kesserling (2002:2), apud COOPERSUCAR - Cooperativa de
Produtores de Cana, úcar e Álcool do Estado de São Paulo (1996), as águas residuárias
de uma unidade de produção de álcool são altamente poluidoras, particularmente pela
vinhaça. A demanda de água para o processamento da cana de açúcar é de,
aproximadamente, 21 m³ de água por tonelada de cana processada.
Dependendo da tecnologia utilizada e dos diferentes esquemas de uso da
água, podem ocorrer variações de consumo, sendo maior na lavagem da cana, refrigeração
dos condensadores de álcool, nos tanques de fermentação e na limpeza em geral, gerando
assim, grande quantidade de águas residuárias, conforme demonstrado na tabela 01 à
seguir.
30
Tabela 02 - Demanda de Água na Fabricação de Álcool por
m
/t (cana)
SEÇÃO
FINALIDADE
QUANTIDADE
Descarga e estocagem
Lavagem da cana
5 – 10
Embebição
0,25
Moendas
Resfriamento mancais
0,15
Caldeiras
Produção de vapor
0,25 – 0,35
Tratamento água lavagem
Preparo leite cal
0,015
Pré-fermentação
Preparo levedura
0,1
Fermentação
Resfriamento dornas
5
Destilação
Resfriamento condensador
6
Laboratório
Usos gerais
0,01
Diversos
Limpezas gerais
0,015
Fonte: Uso de Águas nas Destilarias Autônomas. Disponível em
http://www.terravista.pt/ilhadomel/Uso de Aguas. Acesso em 30/04/2005
De acordo com Payne (1989:41), o volume necessário de água limpa
considerado é da ordem de 4 m³ por tonelada de cana limpa por hora. Este volume pode ser
reduzido através de uma distribuição mais eficiente e mais estágios de reutilização.
Existem agroindústrias em diferentes níveis tecnológicos, desde os mais
artesanais e tradicionais até os mais sofisticados. Em cada situação ocorre uma intervenção
ambiental específica, dependendo da sua localização e suporte dos recursos naturais,
especificamente da água.
Considerado como um empecilho nas usinas, pois é produzido em grandes
quantidades (30% da cana, em dia), o bagaço concede boas condições de ser utilizado
na queima de caldeiras, gerando vapor suficiente para colocar o processo de produção em
linha, economizando-se assim a compra de energia elétrica. Silva (2004:30).
Segundo Medeiros et all (2003), a torta de filtro é o resíduo proveniente da
filtração da mistura de lodo dos decantadores com bagacinhos no processo de fabricação
de açúcar, sendo material rico em fósforo, que pode ser deduzido da adubação fosfatada
recomendada.
31
De acordo com a CETESB (1992), a torta de filtro origina-se na etapa de
filtragem do lodo do decantador de caldo durante o processo de clarificação do caldo.
Possui 70 a 75% de água, cerca de 28 a 29% de componentes orgânicos e 1 a 2% de
constituintes minerais. A melhor solução ou aproveitamento é sua aplicação na lavoura. A
produção é de 30 a 40 kg de torta úmida por tonelada de cana .
A vinhaça, como fertirrigador, diminui a aquisição de potássio, já que a
cultura de cana é altamente exigente neste componente não representando, entretanto,
riscos na manejo da fertilidade do solo. Ao contrário, garante racionalidade na aplicação de
insumos com aumento de produção. (Freire,2000:73).
Neste trabalho, está sendo dada atenção especial aos principais resíduos e
efluentes: água residuária, bagaço, torta de filtro e vinhaça, por sua representatividade
quantitativa. A figura a seguir, demonstra os principais resíduos sólidos e efluentes
industriais gerados a partir do processo de produção do açúcar e do álcool.
Figura 06 – Principais Resíduos e Efluentes da Agroindústria Canavieira
Elaborado pelo Autor deste Trabalho
Na atividade agroindustrial, os impactos estão relacionados ao elevado
consumo e contaminação das águas através da utilização como insumo, processamento,
limpeza, resfriamento e pelo lançamento de efluentes, resíduos sólidos. Numa uma base
CANA DE
AÇÚCAR
EFLUENTE:
Água de
Lavagem
EFLUENTE:
Vinhaça
RESÍDUO:
Bagaço
RESÍDUO:
Torta de Filtro
AÇÚCAR
ÁLCOOL
32
teórica de informações, a CETESB (2002) embasa na forma de um fluxograma genérico e
simplificado do processo de produção de açúcar e de álcool, conforme figura à seguir:
Figura 07 – Fluxograma do balanço de massa genérico de uma usina
Fonte: Câmara Ambiental do Setor Sucroalcooleiro GT de P+L
Mudanças tecnológicas – Procedimentos. Cetesb-nov/2002.
Com base na figura anterior, para cada 1.000 toneladas de cana que entra no processo de
moagem, são gerados: 270 ton de bagaço de cana, 35 ton. de torta de filtro, 360 de
vinhaça, indicadores que servem de ambasamento para análise de geração de resíduos e
efluentes.
33
3 - CUSTOS AMBIENTAIS
Como se observou no capítulo anterior é grande a quantidade de resíduos e
efluentes na produção de açúcar e álcool. No entanto, estes dados quantitativos não são
mensurados ao ponto de serem mencionados nos relatórios contábeis, pela inexistência de
controles específicos.
A contabilidade, como ciência de acumulação de valores presta-se para
contribuir como sistema de informação e instrumento de mensuração na segregação dos
dados relativos aos resíduos sólidos e efluentes industriais gerados, uma vez que todos os
gastos, sejam de fabricação de açúcar e álcool e da geração de resíduos e efluentes, são
contabilizados como custo de produção como um todo.
Para o gerenciamento destas informações, requere-se uma gestão específica.
Desta forma, serão discutidos os aspectos relacionados aos custos ambientais,
especificamente, quanto à caracterização e sistemas de custeio, como fonte de informação
que proporcione a formulação de indicadores para as tomadas de decisões, no que se refere
ao objeto deste estudo.
3.1 – Custo Ambiental – Definição, identificação e classificação.
Custos ambientais são representados pelo somatório de todos os custos dos
recursos utilizados pelas atividades desenvolvidas com o propósito de controle,
preservação e recuperação na área ambiental. (Ribeiro, 2005:183).
Os custos dos recursos, tais como o ar, a água e a energia, podem ser
tratados como um custo de operação, enquanto que o custo administrativo é considerado
pela gerência como sendo independente da produção.
Milare (2001:721) define custo ambiental como sendo:
Conjunto de bens ambientais a serem perdidos em
conseqüência de um empreendimento econômico. Em
economia neoclássica, o valor monetário dos danos causados
34
ao ambiente por uma atividade humana.
Fernandes (2004:30) defende que custo ambiental é o conjunto de
atividades que se articulam progressivamente desde os insumos básicos até o produto final,
incluindo a distribuição e comercialização, constituindo-se em elos de uma corrente. O
autor ressalta que o cálculo dos custos ambientais encontra-se atrelado ao processo
produtivo, citando Campos (1996:86):
A idéia para a quantificação dos custos da qualidade
ambiental, parte da necessidade de identificação das
atividades do processo que fazem uso o meio ambiente, e de
acordo com a função de cada atividade, busca distingui-las
entre atividades preventivas, corretivas, de controle e de
falhas.
Para Tinoco e Kraemer (2004:168), os custos ambientais são apenas um
subconjunto de um universo mais vasto de custos necessários a uma adequada tomada de
decisões, portanto, não são custos distintos, mas fazem parte de um sistema integrado de
fluxos materiais e monetários que percorrem a empresa.
Muitas medidas acabam incorporando o custo ambiental às regras de
produção com a característica de melhorias das técnicas produtivas, cabendo, talvez, ao
produto, ambientalmente, falando apenas os custos de proteção e preservação do meio
ecológico.
Bergamini (2000:10) enfatiza que:
Custo ambiental compreende o gasto referente ao
gerenciamento de uma maneira responsável, dos impactos da
atividade empresarial no meio ambiente, assim como
qualquer custo incorrido para atender os objetivos e
exigências ambientais dos órgãos de regulação, devendo ser
reconhecido à partir do momento em que for identificado.
Ribeiro (1998:4) explica que a relevância dos gastos na área ambiental torna
imperioso o adequado e detalhado gerenciamento destes, de forma a garantir a eficiência e
eficácia da gestão econômica dos recursos disponibilizados para a continuidade da
empresa, bem como no sentido de contribuir para o sucesso do sistema de gerenciamento
35
ambiental em si. Contudo, como mensurá-los? Como identificar corretamente o consumo
de cada produto no período e, mais ainda, durante o ciclo de vida destes? Como apurar o
custo dos processos de proteção ambiental? A resposta a estas questões pode advir do
estudo da relação custo/benefício dos gastos, que é de extrema importância na gestão
econômica das organizações.
Os custos ambientais são os gastos relacionados, direta ou indiretamente, ao
processo de gerenciamento ambiental, considerando as atividades relacionadas ao controle,
preservação, proteção e recuperação do meio ambiente, como Ribeiro (1998:89) coloca:
......... todas as formas de amortização (depreciação,
amortização e exaustão) dos valores relativos aos ativos de
natureza ambientais possuídos pela companhia; aquisição de
insumos próprios para controle/redução/eliminação de
poluentes; tratamento de resíduos dos produtos; disposição
dos resíduos poluentes; tratamentos de recuperação ou
restauração de áreas contaminadas, mão de obra nas
atividades de controle, preservação e recuperação do meio
ambiente.
A ONU - Organização das Nações Unidas, apud Ribeiro (1998:89) diz que
custos ambientais incluem gastos realizados para: prevenir, reduzir ou reparar danos ao
meio ambiente, danos estes resultantes das atividades operacionais da empresa ou
necessários à conservação de recursos renováveis ou não-renováveis; disposição de
refugos; proteção de águas; preservação ou melhoria da qualidade do ar; redução de
barulho; remoção de contaminação de prédios; pesquisa para desenvolvimento de
produtos, matéria-prima ou processo de produção ambientalmente saudável.
Consideram-se despesas ambientais, segundo Ribeiro (2005:50), todos os
gastos essenciais para o sistema de gerenciamento ambiental, consumidos no período e
incorridos na área administrativa.
Ressalta-se que tanto custos como despesas relativas à proteção ambiental
não ocorrem em uma área isolada. É preciso investigar cada uma das unidades de trabalho
da empresa para identificar onde são realizadas as atividades inerentes à proteção
ambiental.
Os custos ambientais podem representar uma porcentagem significativa dos
custos operacionais e, é interessante mencionar, que muitos desses custos podem ser
36
reduzidos ou eliminados, por meio de uma gestão comprometida em identificá-los,
quantifica-los e mensurá-los.
Ferreira (2003:53) ensina que a mensuração é o evento econômico que deve
representar uma decisão tomada. As decisões mais importantes relacionadas com a
atividade do meio ambiente estão vinculadas a aspectos operacionais, econômicos e
financeiros da gestão empresarial.
Neste aspecto, Ribeiro (2005:180) destaca sobre a mensuração dos custos
ambientais:
A mensuração dos custos ambientais tem esbarrado nas
limitações dos instrumentos a contabilidade, que, pela sua
natureza, a maioria desses custos enquadra-se na
classificação de Custos Indiretos de Fabricação, ou o
consumo dos recursos ocorre concomitantemente ao
processo produtivo normal, dificultando, com isso, sua
identificação. Pela metodologia tradicional do custeio por
absorção, os custos indiretos são rateados aos produtos,
normalmente, de acordo com o consumo dos diretos. Logo,
com esse mecanismo, qualquer tentativa de apuração dos
custos ambientais, se torna vã, ou muito distante da
realidade.
Hansen et all (2001:566), enfatizam que o conhecimento dos custos
ambientais e suas causas podem levar e um re-projeto de um processo que como
conseqüência, reduz a quantidade de insumos consumidos e os poluentes emitidos ao meio
ambiente.
Do ponto de vista da administração de uma empresa, os custos totais dos
resíduos e efluentes são de grande interesse, posto que reduzir a quantidade gerada,
também implica a redução significativa de todos os custos relacionados com os mesmos
Tinoco e Kraemer (2004:289).
A identificação dos gastos de natureza ambiental é tarefa difícil, que não
temos como mensurar muito de seus componentes, tidos até hoje como intangíveis. Ocorre,
na verdade, mais uma identificação e mensuração dos custos referentes às externalidades,
ocasionadas pelos impactos decorrentes da utilização do meio ambiente ou a apuração
dos custos envolvidos na preservação do meio ambiente. Esses poderão ser incorporados
37
ao custo total, à medida que o ocorrendo, para as empresas que, realmente, adotam uma
gestão ambiental eficiente.
A externalidade pode ser entendida, segundo Ferreira (1998:17), como o
fato inquestionável de que qualquer atividade afeta outras atividades, de modo favorável
ou desfavorável. Neste aspecto, Lima e Viegas (2002:52), ressaltam as dificuldades para
tratar do tema, considerando as seguintes características relacionadas às externalidades:
Natureza intangível: as atividades da empresa provocam reflexos no meio
ambiente natural, mas não se sabe, na maioria das vezes, como se a
intensidade desses efeitos, pois tudo na natureza é passível de mensuração,
basta identificar qual unidade de medida é adequada ao objeto.
Pressão para mostrar melhores resultados: os investidores pautam-se nos
dividendos por ação como indicador de rentabilidade. A informação de cunho
ambiental é estratégica para assegurar a continuidade da empresa a longo prazo.
Logo, de nada adianta ter um melhor” resultado hoje, se não se podem
assegurar resultados futuros.
Aspecto fiscal: é certo que os gastos com danos ambientais podem ser
deduzidos depois de pagos. O não cumprimento das medidas necessárias à
preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação
da qualidade ambiental sujeitará aos infratores à perda ou restrição de
incentivos fiscais.
Custos da degradação: os agentes do dano ignoram ou subestimam os custos
da degradação.
Percepção dos efeitos: as dificuldades em identificar efeitos visíveis apenas
com o passar de muitos anos. Manter controle de risco devidamente
aprovisionado. As variações devem ser reconhecidas pelo pesquisador, que
cuidará de envidar esforços para restringi-las ao máximo, com vistas à redução
de erro.
Podemos considerar os custos ambientais sob o aspecto do “bem comum”,
julgando-se o meio ambiente sem proprietário e o uso dos seus recursos naturais no
processo de produção, sem agregá-lo, contudo, ao seu custo total. Exemplifica-se: uma
construtora utiliza a água diretamente retirada de uma lagoa para construção de suas obras
38
e não agrega ao custo final da obra essa água utilizada, por considerá-la um bem público
(Costa, 2001).
Para Moura (2000:49), a classificação de custos pode ser feita de diversas
formas e à critério da empresa, desde a separação mais simples e direta entre custos diretos
e indiretos, utilizada na contabilidade clássica, até outra forma mais minuciosa e
específica. É importante que, antes de iniciar o longo processo de classificação e
identificação dos custos, seja estudado e adotado um determinado todo, permanecendo-
se nele por um longo tempo, pois mudar no meio do processo resulta em confusão e perda
de dados.
A GEMI, “Global Environmental Management Initiative”, citada por
Moura (2000:49) entidade formada por 28 grandes companhias prevê a seguinte divisão
para os custos ambientais:
a) Custos Diretos “direct costs”: são aqueles, diretamente, ligados a um projeto,
produto ou processo. Estes custos subdividem-se em:
Gastos de capital e depreciação, tais como: construções,
equipamentos, projetos de engenharia.
Gastos com operação e manutenção, tais como: mão de obra,
materiais, utilidade (água, energia elétrica, vapor, ar comprimido).
b) Custos ocultos “hidden costs”: são custos que não são diretamente visíveis e
associados ao produto, processo ou serviço, sendo via de regra englobados em um
montante total. Como exemplos, tem-se os custos de treinamento, monitoração e
gerenciamento de resíduos.
c) Custo de responsabilidade por eventos “contingent liability costs”: são os
custos decorrentes de responsabilidades da empresa com problemas e deficiências
ambientais, tais como aqueles decorrentes de acidentes com liberação de poluentes, ações
de recuperação ambiental, multas e indenizações.
d) Custos menos tangíveis less tangible costs”: são aqueles cuja quantificação
é bastante difícil de ser realizada, porém sendo fácil perceber a sua existência, tais como o
desgaste de uma marca em decorrência de problemas ambientais, vontade da
comunidade e órgãos do governo.
39
Para Tinoco e Kraemer (2004:169) os custos ambientais assumem também a
classificação de externos e internos.
Custos externos: são os custos que podem incorrer como
resultado da produção ou existência da empresa, estes custos são difíceis de
serem medidos em termos monetários e, geralmente, estão fora dos limites da
empresa.
Custos internos: são os custos que estão relacionados,
diretamente, com a linha de frente da empresa, e incluem os custos de
prevenção ou manutenção e são mais fáceis de serem identificados.
A estrutura apresentada pela IFAC “Federacíon Internacional de
Contadores” e FMAC “Comitê de Contabilidad Financeira y Gerencial” (1998), sugere os
custos que podem ser ocorridos na empresas. Os custos de externalidades que podem ficar
denominados custos de contingentes e podem incluir: danos de recursos naturais e danos
por perdas econômicas. Assim, os custos ambientais internos e externos, são demonstrados
conforme o quadro abaixo, conforme Tinoco e Kraemer (2004:170):
Quadro 05 – Custos Ambientais Externos e Internos
Custos Ambientais Externos
Esgotamento de recursos naturais
Danos e impactos causados à natureza
Emissões de água e disposição de dejetos a longo prazo
Efeitos na saúde não compensados
Compensação na qualidade de vida local
Custos Ambientais Internos
Diretos e Indiretos Contingentes e Intangíveis
Administração de dejetos.
Custos ou obrigações de
prevenção.
Custos de cumprimento.
Honorários.
Treinamento ambiental.
Manutenção relacionada ao
meio ambiente.
Custos e multas legais.
Certificação ambiental.
Entradas de recursos naturais.
Manutenção de registros e
apresentação de relatórios.
Custos de prevenção ou
compensação futura incerta.
Qualidade do produto.
Saúde e satisfação dos
empregados.
Ativos de conhecimento
ambiental.
Sustentabilidade entradas de
matéria-prima.
Risco de ativos deteriorados.
Percepção do público/cliente.
Fonte: (IFAC –FMAC (1998): apud Tinoco e Kraemer (2004).
40
Como se nota, seja qualquer tipo de atividade desenvolvida pela empresa e
o sistema de custeio adotado, a necessidade de segregação pormenorizada dos custos,
sejam eles diretos ou indiretos, contangíveis ou intangíveis. Caso contrário, qualquer
iniciativa de demonstrar a situação dos custos ambientais para a empresa, tornar-se-á sem
sentido, pois os critérios adotados não foram explorados adequadamente.
Assim, o custo ambiental, até então negligenciado pelas empresas, passa a
se constituir um item de fundamental importância na elaboração da planilha de custos.
Deste modo, o estabelecimento de uma política de gerenciamento ambiental passa a ser
instrumento de competitividade empresarial, minimizando ou eliminando eventuais
impactos ao meio ambiente e reduzindo, simultaneamente, os custos de produção.
3.2 – Os sistemas de custeio e a relação com o custo ambiental
A empresa pode ser considerada como um sistema aberto e complexo que,
de forma abrangente requer controles sobre os gastos referentes às atividades
desenvolvidas, com o propósito de acompanhar seu desenvolvimento.
A propósito, Tachibana (1992:15), escreveu que “a empresa pode ser
considerada como um sistema aberto que envolve recursos como matérias-primas,
energias, recursos humanos, instalações e equipamentos, podendo inferir que é um sistema
de grande complexidade”.
Pode-se considerar então que os recursos citados pelo autor são de vital
importância para o desenvolvimento das atividades das organizações produtivas, porém
sem considerar, aparentemente, o fluxo de saídas de materiais, aqui neste trabalho, tratados
como resíduos sólidos e efluentes industriais., requerendo para seu controle, sistemas de
custeio apropriados.
Segundo Bornia (1995:16), "o objetivo sico dos sistemas de custeio é
determinar os custos dos produtos para avaliação de estoques, permitindo, deste modo, a
determinação do resultado da empresa pela contabilidade financeira". Segundo o mesmo
autor, outros objetivos são auxílio e controle na tomada de decisões.
41
O sistema de custo deve refletir, o mais fielmente possível, as interferências
de todas as variáveis do contexto empresarial, capazes de interferirem no resultado final da
empresa. Tachibana (1992:33)
Relativamente aos gastos de natureza ambiental, os sistemas de custeio
devem ser reconhecidos com o propósito de permitir um adequado gerenciamento de
gastos envolvendo aspectos relacionados com a identificação, valoração e acumulação, de
acordo com as necessidades de informação. Custeamento é o processo de identificar o
custo unitário de determinado produto ou serviço, partindo do total dos custos diretos e
indiretos. Padovese (2004:343).
Os sistemas de custeio têm o objetivo de acumular os custos de um
determinado produto, onde as informações são utilizadas para estabelecer preços, controlar
as operações e fornecer dados sobre os custos incorridos em cada departamento ou
processo de produção. Warren (2003:8)
Bornia (1995:19) afirma ainda que "os princípios de custeio são filosofias
básicas a serem seguidas pelos sistemas de custos, de acordo com o objetivo e/ou período
de tempo no qual se realiza a análise".
De maneira geral, existem quatro métodos de custeio conhecidos: o custeio
direto (ou variável), o custeio padrão, custeio por absorção e o ABC (Custeamento
Baseado em Atividades).
Horngren, Datar e Foster (2004:277), assinalam que o custeio variável é um
método em que apenas os custos de materiais diretos são incluídos como custos dos
produtos, ignorando os custos que não estão diretamente relacionados com o produto.
O custeio variável é a forma de apurar o custo da produção de bens ou
serviços que considera apenas os elementos variáveis do custo de produção, ignorando
completamente a existência de custos que o tenham associação direta com os produtos
ou com seu volume, apresentando com isso, um valor incompleto sobre os custos de
produção
O custo padrão diz respeito ao valor que a empresa fixa com a meta para o
próximo exercício, para um determinado produto ou serviço, mas com diferenças de levar
em conta as deficiências, sabidamente existentes em termos de qualidade de materiais, mão
de obra, equipamentos, fornecimento de energia etc. Martins (2003:315)
42
O custeio padrão revela prontamente as divergências entre o custo real ou
executado e o estimado, facilitando a identificação de causas, permitindo ações corretivas.
Leone (2000:281) ensina que o custeio padrão é determinado a priori, ou
seja, em princípios científicos, conjuntamente com as demais funções, principalmente, com
as funções da área industrial, onde são levantados os custos que devem acontecer em
determinado período, com base em ações planejadas.
No custeio por absorção, os custos fixos também o computados como
custos dos produtos, porém, se relacionados com a capacidade ociosa ou ineficiente da
empresa, são lançados como perdas do período. Desta forma, as diferentes perdas são
isoladas e não creditadas aos produtos. Bornia (1995:19)
Segundo Passarelli e Bonfin (2003:40), ao custear-se os produtos
fabricados, são atribuídos, além dos gastos variáveis, também os gastos fixos, implicando,
entretanto, a utilização de rateios, residindo aí a principal falha neste método.
A grande controvérsia entre os sistemas de custeamento são os custos
comuns, ou seja, aqueles tidos como fixos em relação ao volume de produção, que devem
ser alocados aos diversos produtos por critérios de distribuição, surgindo daí o custeamento
ABC (custeio baseado em atividades), visto que este assume que os recursos de uma
empresa são consumidos por suas atividades e não pelos produtos que são fabricados.
Na visão de Martins (2003:286) o custeio ABC é muito mais do que uma
ferramenta de custeio de produtos, é na verdade uma ferramenta de gestão de custos.
Segundo o autor os sistemas tradicionais geralmente refletem os custos segundo a estrutura
organizacional da empresa, na maioria dos casos, uma estrutura funcional.
Assim o ABC, segundo Martins (2003:287) “pode ser visto como uma
ferramenta de análise de fluxos de custos, pois quanto mais processos interdepartamentais
houver na empresa, tanto maiores serão os benefícios do ABC.”
Completando o raciocínio, Padovese (2004:357) define que o custo por
atividade como:
.... um método de custeamento que identifica um conjunto de
custos para cada evento ou transação (atividade), na
organização que age como um direcionador de custos. Os
custos são então alocados aos produtos e serviços com base
do número desses eventos ou transações que o produto ou
serviço tem gerado ou consome como recurso.
43
Ribeiro (2005:158) defende a aplicação do custeamento por atividade nas
questões ambientais com o seguinte argumento:
A localização da origem e exame dos produtos ou serviços
que requerem tais gastos propiciam maior grau de precisão,
além de fornecer meios para seu controle. Desta forma, a
atribuição de custos às atividades necessárias para a
elaboração dos produtos ou serviços apresenta-se como uma
alternativa interessante.
.
O sistema de custos por atividade, impede que os custos ambientais sejam
alocados em outros custos e combinados em conjuntos com custos o ambientais. Este
sistema assume que as atividades causam custos, identificando produtos, processos e
clientes como responsáveis pela demanda das atividades. Ribeiro (2005:161)
Qualquer tipo de custeamento deve levar em conta os aspectos ambientais,
associando ao produto, processo ou atividade, avaliações que vão desde o projeto do
produto, aquisição de matéria-prima, manufatura, uso, reuso, manutenção, reciclagem e
disposição dos resíduos. Os custos convencionais, os de responsabilidade e os ambientais
devem ser avaliados separadamente. Darolt (2000:125).
Os custos ambientais m os seguintes métodos sicos para serem
contabilizados, conforme Darolt (2000:125).
Adaptar o sistema convencional de contabilidade.
Usar o método do custo integral.
Usar o sistema de custo por atividade para relacionar as atividades
ligadas ao meio ambiente com os custos produzidos.
Usar avaliação do custo total para decisões de investimentos.
Dependendo da filosofia administrativa da empresa, deve-se definir com
clareza qual o sistema de custeio a ser adotado, pois este será o arcabouço para a
construção da imagem da empresa, perante usuários das informações, bem como para os
próprios administradores, em suas tomadas de decisões.
44
Neste estudo em específico, o custo perfeitamente identificado com a aquela
respectiva atividade de geração de resíduos e efluentes, também chamado de custo direto é
diretamente apropriado no custo daquele resíduo ou efluente, enquanto que o custo indireto
necessita de alguma forma de rateio que lhe faça apropriar a parte do custo correspondente,
através de uma base comum a todos os resíduos e efluentes, como por exemplo, a
tonelagem de cana moída em determinado período, conforme ilustrado a seguir:
Figura 08 - Fluxograma de apropriação de custos
Fonte: Elaborado pelo autor deste trabalho (2005)
Neste contexto, Silva (2003:101) apresenta alguns tipos de custos e
despesas ambientais, considerando os conceitos básicos de custos:
gastos com insumos antipoluentes quando utilizados no processo produtivo.
despesa com pessoal ligado à área ambiental, bem como todos os encargos
sociais decorrentes da relação de empregados.
treinamento do pessoal ligado à área ambiental, bem como todos os
encargos sociais decorrentes da relação de empregado.
depreciação de equipamentos antipoluentes.
45
aprimoramento das condições de segurança, das embalagens e dos produtos
para evitar danos à natureza (embalagens recicláveis, substituição de
materiais, coleta seletiva de resíduos sólidos etc.).
processo de tratamento de água.
processo de tratamento de resíduos produtivos.
inspeção do processo de controle ambiental.
apropriação de despesas antecipadas relacionadas com o meio ambiente, tais
como seguros, assinaturas de publicações, assinaturas de rastreamento por
satélite, apropriação de ativo diferido etc.
No tradicional de custeio por absorção, os gastos relativos ao gerenciamento
de resíduos sólidos e efluentes industriais podem ter o tratamento de custos indiretos de
fabricação e rateados aos produtos, normalmente, de acordo com o consumo de custos
diretos. o sistema de custeio por atividades presta-se melhor para identificar e mensurar
os custos ambientais, pois o seu objeto de custo são as atividades relevantes, desenvolvidas
com fins específicos.
Conclui-se, portanto, numa perspectiva de gestão econômica, representativa
da essência da continuidade da empresa, a necessidade da identificação dos gastos
relacionados às atividades que envolvam aspectos ambientais, separando-os e mensurando-
os ao ponto de ser possível a obtenção de dados suficientes para a composição de
indicadores de ordem ambiental, neste trabalho em específico, os resíduos sólidos e
efluentes industriais.
3.3 - Análise da cadeia de valor
A cadeia de valores conceitua-se pelo conjunto de atividades necessárias
para projetar, desenvolver, produzir, comercializar, distribuir e atender um produto ou
serviço. (Hansen e Mowen, 2001:769).
As organizações mudam suas estruturas e os seus processos quando
necessário para enfrentar novos desafios ou ameaças, tirando vantagens das novas
oportunidades, implicando na análise da cadeia de valores, explorando como os custos e
outros fatores não financeiros variam, com a consideração de diferentes grupos de
atividades, nestes incluídos as atividades ligadas à prevenção e proteção do meio ambiente.
46
Shank e Govindarajan (1997) especificam que a cadeia de valor de qualquer
empresa e em qualquer setor é o conjunto de atividades criadoras de valor desde as fontes
de matérias-primas básicas, passando por fornecedores de componentes e a o produto
final entregue nas mãos do consumidor.
Segundo Porter (1990) a posição e o comportamento dos custos relativos de
uma empresa provêm das atividades de valor por ela executadas na concorrência de suas
atividades. Observa, ainda, que cada atividade de valor tem sua própria estrutura de custos
e o comportamento de seu custo pode ser afetado por elos de inter-relações com outras
atividades dentro e fora da empresa. O resultado desta análise propicia uma vantagem
competitiva quando se obtém um custo cumulativo de execução das atividades de valor
mais baixo.
Conceituando cadeira de valor, PORTER (1990) define:
É a desagregação de uma empresa em suas atividades de
relevância estratégica para a compreensão do comportamento
dos custos e as fontes potentes e potencias de diferenciação
(....). Uma empresa ganha vantagem competitiva executando
essas atividades.....
A metodologia para construção e uso da cadeia de valor, envolve as
seguintes etapas:
Definir a cadeia de valor do setor e atribuir custos, receitas e ativo de cada
unidade.
Investigar os direcionadores de custos que regulam cada atividade de valor.
Examinar as possibilidades de construir uma vantagem competitiva
sustentável ou através de melhor controle dos direcionadores de custo em
relação aos concorrentes ou reconfigurando a cadeia de valor.
As atividades que compõe a cadeia de valor deverão ser dependentes da
competitividade de indústria ou segmento. Martins (2003:225), lembra que uma cadeia de
valor corresponde a visão integrada de todos os que dela participam, desde a origem dos
recursos básicos até o consumidor final, não importando quantos elos compõem essa
corrente.
Neste sentido, vem à tona a ferramenta de custeio ABC como forma de
mensuração dos custos da cadeia de valor na proposição de valor, que trata do reflexo do
47
posicionamento estratégico baseado em baixo custo ou alta diferenciação junto à
concorrência. Na reunião de atividades que são executadas para projetar, produzir,
comercializar, entregar e sustentar os produtos ou serviços, o grande desafio passa a ser a
forma pela qual as empresas equacionarão esses valores com a introdução da questão
ambiental.
3.4 - Indicadores de Natureza Ambiental
A geração de indicadores de desempenho ambiental é fundamental para o
alcance de melhorias em processos, nos produtos ou em serviços, pois servem como
parâmetro para estipular as metas ambientais a serem atingidas. Além disso, gera um banco
de dados importante para o gerenciamento dessas metas. Mas, como criar esses
indicadores?
Cada empresa possui particularidades específicas de sua atividade, de seu
porte (pequeno, médio ou grande), do tipo de tecnologia adotada, da região em que está
inserida, dos controles administrativos e operacionais existentes etc. Esses aspectos
influenciam no indicador a ser criado pela empresa. Por exemplo, indicadores de consumo
de água, de energia, de matéria-prima, vinculados ao processo produtivo, podem ser
facilmente obtidos quando a empresa possui controles efetivos sobre seu processo de
produção.
Para empresas que não possuem estes controles, há a necessidade de criá-los
em primeiro lugar, para depois efetuar as medições e monitoramento. Desta forma,
pode-se obter indicadores como consumo de energia por unidade produzida, consumo de
água por unidade produzida, consumo de matéria-prima por produto, geração de resíduos
sólidos por unidade produzida, e assim por diante.
Segundo Nascimento, Lemos e Mello (2002), os indicadores mais
encontrados na literatura são os vinculados ao uso de insumos e a geração de resíduos,
efluentes e emissões por produto. Porém, a criação dos mesmos vai depender de cada
empresa e do que, efetivamente, ela tem interesse em monitorar e cumprir metas em termos
ambientais.
48
Para os autores citados, esses indicadores estão voltados aos benefícios
ambientais obtidos na implementação de opções de P+L em estudos de caso identificados
nas empresas, tais como:
• Redução do consumo de matéria-prima.
• Redução de resíduos sólidos (classe II “A” ou “B”).
• Redução de resíduos perigosos (classe I).
• Redução do consumo de água.
• Redução do consumo de energia.
• Redução da geração de efluente.
• Reciclagem interna (resíduos, emissões e efluentes).
• Reciclagem externa (resíduos, emissões e efluentes).
• Redução da carga orgânica.
Tinoco e Kraemer (2004:275) consideram os indicadores relacionados com
a quantidade e com os custos relacionando-os com indicadores ambientais:
.... os indicadores ambientais podem ter relação com
quantidade, isto é, com medidas físicas como quilogramas,
toneladas, mercadorias, etc. Devido à relevância cada vez
maior dos aspectos relacionados com os custos de proteção
ambiental, podem desenvolver-se ao mesmo tempo
indicadores relativos aos custos (indicadores de custos
ambientais).
Ao analisar-se a empresa como um sistema aberto que interage com o meio
ambiente, onde existem entradas de recursos, o processamento e saídas de produtos e
serviços, torna-se importante então, analisar quais foram os recursos ambientais utilizados
pela empresa, bem como os produtos, resíduos e efluentes resultantes do processamento
destes recursos.
Os indicadores ambientais expressam informação útil e relevante sobre a
atuação ambiental da empresa e sobre seus esforços pela influência em tal atuação. São os
cálculos específicos de um aspecto concreto que possam ser utilizados para acompanhar e
demonstrar o desempenho.
Como perspectiva ambiental, Hansen e Mowen (2001:578), explica que o
uso de medidas de desempenho, também serve como indicadores de controle de emissão de
49
resíduos e efluentes, indicando objetivos e medidas que podem ser alcançadas, conforme a
figura a seguir:
Figura 09 – Objetivos e Medidas: Perspectiva ambiental
Objetivos Medidas
Minimizar materiais perigosos Tipos e quantidades (total e por unidade)
Porcentagem do custo total de materiais
Medidas de produtividade (saídas/entradas)
Minimizar matérias primas
virgens
Tipos e quantidades (total e por unidade)
Medidas de produtividade (saídas/entradas)
Minimizar requisitos de energia Tipos e quantidades (total e por unidade)
Medidas de produtividade (saídas/entradas)
Minimizar a liberação de resíduos
Quilos de resíduos tóxicos produzidos
Metros cúbicos de efluente
Toneladas de gases de estufa produzidos
Porcentagem de redução de materiais de
embalagem
Maximizar oportunidades para
reciclagem
Quilos de materiais reciclados
Número de componentes diferentes
Porcentagem de unidades remanufaturadas
Energia produzida na incineração
Fonte: Hansen e Mowen (2001:579)
São variáveis específicas a cada fator ambiental, que permitem a aferição
das oscilações de comportamento e/ ou de funcionalidade do fator, tornando-se o elemento
mais adequado para a análise qualitativa e quantitativa das variações da qualidade
ambiental de um ecossistema. O alcance dos objetivos ambientais de uma empresa pode
ser medido por esses indicadores.
Os indicadores de meio ambiente estão estreitamente associados aos
métodos de produção e de consumo e refletem freqüentemente intensidades de emissões ou
de utilização dos recursos e suas tendências e evoluções dentro de um determinado
período.
Neste sentido, Paiva (2003:137) comenta que para serem calculados estes
indicadores:
......se faz necessário que a empresa divulgue algumas
informações relativas ao meio ambiente que servirão como
dados na geração de novas informações, que por sua vez
50
trarão informações valiosas para decisões que envolvam a
posição econômica da empresa em sua relação com o meio
ambiente, afetando sua posição presente, mas
fundamentalmente no futuro.
Partindo dessa premissa, as indústrias do setor sucroalcooleiro, e
especificamente neste trabalho, necessitam criar indicadores que permitam supervisionar as
emissões e os fluxos de saídas de resíduos e efluentes, bem como para controlar aspectos
dos produtos relevantes para o meio ambiente. Suas metas são as seguintes:
identificação das principais fontes de geração.
redução dos fluxos e os custos.
otimização dos aspectos ambientais dos produtos.
Exemplificando, os resíduos podem ser destinados à valorização ou à
eliminação. Dentro do grupo dos resíduos possíveis de valorizar, encontram-se os
recicláveis. A proporção de resíduos recicláveis em porcentagem (taxa de reciclagem)
obtém-se ao relacionar o material reciclado com a quantidade total de resíduos. A
porcentagem de resíduos que se destina à eliminação, mediante sua destituição em lixão,
por exemplo, em relação com a quantidade de resíduos, indica a taxa de eliminação em
termos percentuais (Tinoco e Kraemer, 2004:288).
3.4.1 - Categorias de indicadores ambientais
A ISO 14031 é uma norma cujo objetivo é definir um processo de
Avaliação do Desempenho Ambiental dos Sistemas nas Organizações. De acordo com este
documento, os Indicadores para a Avaliação do Desempenho Ambiental são utilizados
pelas organizações como um meio de apresentar dados quantitativos ou qualitativos ou
informações de uma forma mais compreensível e útil. Eles ajudam a converter dados
selecionados em informações precisas quanto ao desempenho ambiental, através do
desempenho do gerenciamento ambiental da organização, do desempenho ambiental das
operações da organização ou da condição ambiental.
51
Segundo Kraemer (2005), os indicadores de meio ambiente estão
estreitamente associados aos métodos de produção e de consumo; refletem freqüentemente
intensidades de emissões ou de utilização dos recursos e suas tendências e evoluções
dentro de um determinado período. Podem servir para evidenciar os progressos realizados
visando dissociar as atividades econômicas das pressões ambientais correspondentes.
Neste sentido, para o calculo de um indicador, Paiva (2003) diz ser
necessário que a empresa divulgue algumas informações relativas ao meio ambiente que
servirão como dados na geração de novas informações, que por sua vez trarão informações
valiosas para decisões que envolvam a posição econômica da empresa.
Segundo Leonardo (2003), a integração entre a gestão ambiental e a
Contabilidade tende a minimizar as dificuldades de se estabelecer um conjunto de
informações capazes de exteriorizar aos stakeholders o desempenho ambiental decorrente
de suas atividades.
Segundo Tachizawa (2005:355) os indicadores ambientais refletem a
relação de produtos, serviços e insumos, ou seja, buscam medir a eficiência de um
processo ou operação em relação à utilização de um determinado recurso ou insumo
específico.
Kraemer (2005) ensina que os indicadores ambientais ajudam a controlar a
substituição de materiais problemáticos por alternativas mais seguras para o meio
ambiente, como por exemplo: matérias-primas renováveis, embalagens reutilizadas,
matérias-primas recicláveis etc.
Partindo dessa premissa, os autores dividem em dois grandes grupos os
indicadores que indicam o comportamento ou rendimento relacionado ao meio ambiente,
comumente de entradas e saídas
:
3.4.2 – Indicadores de Entradas
Os indicadores de entradas permitem observar o fluxo de materiais
importantes, água e energia dentro de uma empresa. Permitem que se persigam os
objetivos principais e que se obtenham medidas apropriadas de otimização. Estas medidas
são:
o uso eficiente de matérias-primas, água e energia.
a redução dos custos de produção reduzindo o consumo.
52
a redução dos resíduos e as emissões por meio de uma proteção ambiental
integrada.
a redução da degradação do meio ambiente em etapas preliminares de
produção.
Quadro 06 - Indicadores de entradas de Materiais
Indicador Unidade
Consumo total de material Absoluto em t T
Eficiência de matérias-primas Entrada de matérias-primas em t
RP em t
%
Quantidade total de embalagem Absoluto em t T
Proporção de embalagem do
produto
Quantidade de embalagem em t
RP em t
%
Proporção de embalagem
reutilizável
Embalagem reutilizável em t
Embalagem total em t
%
Diversidade de substâncias
perigosas
Quantidade número
Entradas de substâncias perigosas Absoluto em kg kg
Proporção de matérias-primas
renováveis
Quantidade de MP renováveis em t
Consumo de material em t
%
Materiais problemáticos ao meio
ambiente
Absoluto em kg kg
Materiais alternativos mais seguros
para o meio ambiente
Absoluto em kg kg
Custos de material Absoluto em valores valores
Custos de embalagem Absoluto em valores valores
Custos específicos de embalagem Custos de embalagem em valores
RP
Valores/UP
Fonte: http://www.ihobe.es (2005)
Os indicadores de energia proporcionam a informação necessária para
ilustrar a importância para uma empresa de fontes de energia baixas em emissões, como o
gás natural ou as fontes de energia renováveis. O consumo de energia pode relacionar-se
com o rendimento de produção (RP) obtido por uma empresa e representado
concretamente por unidade de produção (UP).
Outra medida para a tomada de decisão é a intensidade em energia, que
representa a proporção de um processo, uma máquina, ou um departamento em concreto
como uma parte do consumo total de energia. Para os processos de produção que requerem
maior quantidade de energia, serve de ajuda determinar indicadores de energia relativos ao
processo para observar a eficiência.
53
Quadro 07 - Indicadores de entradas de Energia
Indicador Unidade
Consumo total de energia Absoluto kWh
Consumo específico de
energia
Consumo total de energia
RP
kWh/UP
Quota de fonte de energia Consumo por fonte de energia em kWh
Consumo total de energia em kWh
%
Intensidade energética Consumo de energia de um processo em kWh
Consumo total de energia em kWh
%
Quota de fontes de energia
renováveis
Entrada de energias renováveis em kWh
Consumo total de energia em kWh
%
Total de custos energéticos
Absoluto em valores valores
Custos energéticos
específicos
Total dos custos energéticos em valores
Total dos custos de produção em valores
%
Custos energéticos
específicos por fonte de
energia
Custos por fontes de energia em valores
Consumo por fonte de energia em kWh
valores/kWh
Economia de custos
proporcionada pela
conservação de energia
Absoluto em valores valores
Fonte: http://www.ihobe.es (2005)
3.4.3 – Indicadores de Saídas
Os indicadores de saídas são usados para supervisionar as emissões e os
fluxos de resíduos assim como para controlar aspectos dos produtos relevantes para o meio
ambiente. Suas metas são as seguintes:
identificação das principais fontes de emissões e resíduos.
redução dos fluxos e os custos dos resíduos/as emissões atmosféricas/as
águas residuais.
otimização dos aspectos ambientais dos produtos.
redução dos impactos ambientais locais.;
O indicador do consumo total de água determina-se para todos os tipos de
água e todos os pontos de consumo de água. Pode fazer-se uma distinção entre água
potável e água bruta (água superficial, de manancial, lago, rio ou de chuva). O indicador
“quota de tipo de água” indica a proporção de um tipo específico de água em porcentagem
em relação com o consumo total. O consumo específico de água, por outra parte, indica o
consumo de água em metros cúbicos (m³) por unidade produzida (artigo, lote, kg etc) e,
por conseguinte, considera as variações do volume de produção.
54
Quadro 08 - Indicadores de consumo de Água
Indicador Unidade
Consumo total de água Absoluto em
Quota de tipo de água Consumo por tipo de água em m³
Consumo total em m³
%
Consumo específico de água
Consumo de água em m³ em kWh
RP
m³/UP
Intensidade da água Consumo de água de um processo em m³
Consumo total de água em
%
Custos de água Absoluto em valores valores
Custos específicos de água Custos de água por valores
Custos totais de produção em valores
%
Custos específicos de água
por qualidade da água
Custos por tipo de água em valores
Consumo por tipo de água em m³
valores/m³
Fonte: http://www.ihobe.es (2005)
Dependendo da intensidade em água (quota de consumo de água de um
processo ou produto) também vale a pena estabelecer indicadores para processos
individuais (produtos, equipamentos, instalações).
Quadro 09 - Indicadores de saídas de Resíduos
Indicador Unidade
Quantidade total de resíduos
Absoluto em t t
Quantidade específica de
resíduos
Tipo de resíduo em t
Produção
kg/UP
Resíduos para reciclagem Resíduos reciclados absolutos em t t
Resíduos para eliminação Resíduos não reciclados absolutos em t t
Taxa de reciclagem Quantidade de resíduos reciclados em t
Quantidade total de resíduos em t
%
Taxa de eliminação Quant. de resíduos que não se reciclam em t
Quantidade total de resíduos em t
%
Resíduos que requerem
supervisão especial
(resíduos perigosos)
Resíduos perigosos absolutos em t t
Taxa de resíduos perigosos Quantidade de resíduos perigosos em t
Quantidade total de resíduos em t
%
Custos de resíduos Absoluto em valores valores
Custos específicos de
resíduos
Custos totais de resíduos em valores
Custos totais de produção em valores
%
Fonte: http://www.ihobe.es (2005)
55
Os indicadores de resíduos são de grande importância para a gestão do meio
ambiente. A base para estabelecer indicadores de resíduos é: a quantidade total de resíduo
gerado em determinado período medida em quilogramas ou toneladas, metros cúbicos ou
litros, a quantidade total de insumos consumidos e o total de gastos em termos monetários
de cada resíduo gerado por período.
Os resíduos podem ser destinados à valorização ou à eliminação. Dentro do
grupo dos resíduos a valorizar encontram-se os recicláveis. A proporção de resíduos
recicláveis em porcentagem (taxa de reciclagem) obtém-se ao relacionar o material
reciclado com a quantidade total de resíduos. A porcentagem de resíduos que se destina à
eliminação, mediante sua destituição em lixão, em relação com a quantidade de resíduos
indica a taxa de eliminação em tanto por cento.
A quantidade total de águas residuárias em metros cúbicos obtém-se pela
soma de todos os fluxos de água contaminadas e não contaminadas que se descarregam no
coletor ou na rede de esgoto. Os indicadores quantidade de água não contaminada e águas
residuais contaminadas podem ser determinadas com base em números.
Quadro 10 - Indicadores de saídas de Águas Residuárias
Indicador Unidade
Quantidade total de águas
residuárias
Absoluto em m³
Águas residuárias não
contaminadas
Absoluto em m³
Águas residuárias contaminadas
Absoluto em m³
Quantidade de águas residuárias
específicas
Quantidade total de águas residuárias s em
RP em t
m³/t
Total de substâncias
contaminadas
Absoluto em kg Kg
Carga de contaminação
específica
Carga de contaminação em kg
RP em t
kg/t
Concentração de contaminação
nas águas residuárias
Contaminação em kg
Quantidade de águas residuais em m³
kg/m³
Custos de águas residuárias Absoluto em valores valores
Custos de águas residuárias
específicas
Custos totais de resíduos em valores
Custos totais de produção em valores
%
Fonte: http://www.ihobe.es (2005)
56
Os indicadores de produtos medem as melhorias do impacto ambiental de
produtos, individual ou da gama completa de produtos. Também indicam vantagens
relativas em comparação com outros produtos e/ou competidores. Os indicadores de
produtos podem referir-se só aos aspectos ambientais do processo interno de fabricação de
uma empresa ou ao ciclo de vida completo do produto.
O primeiro dado necessário para estabelecer os indicadores de produtos são
as quantidades absolutas de produto medido em artigos ou quilogramas. Os indicadores
relativos do produto devem desenvolver-se especialmente para a empresa em particular,
posto que os respectivos atributos de produtos diferem dependendo da empresa ou setor.
Por exemplo, podem referir-se aos seguintes aspectos do produto: possibilidade de
reciclagem, etiquetas ambientais recebidas, forma de eliminação mais segura para o meio
ambiente, uso de matérias-primas renováveis, fabricação eficiente quanto aos recursos.
produção e utilização baixas em emissões e vida útil do produto.
Para uma orientação estratégica dos produtos ambientais, poder-se-ia usar
indicadores tais como “ingressos de eco produtos” ou proporção de ingressos de
ecoprodutos em relação com o total de ingressos”.
Quadro 11 - Indicadores de saídas de Produtos
Indicador Unidade
Proporção de produtos
com etiqueta ambiental
Quantidade de produtos com etiquetas ambientais em UP
Quantidade total de produtos em UP
%
Proporção de produtos
fabricados com matérias-
primas ecológicas
Quantidade de produtos de matérias-primas
ecológicas
Quantidade total de produtos em UP
%
Proporção de produtos
fabricados com materiais
reciclados
Quantidade de produtos recicláveis em UP
Quantidade total de produtos em UP
%
Proporção de
embalagens reutilizadas
Quantidade de embalagem reutilizada em t
Quantidade total de embalagem em t
%
Proporção de
embalagem do produto
Quantidade de embalagem em t
Quantidade total de produtos em t
%
Proporção de ingressos
de eco-produtos
Ingressos de eco-produtos em valores
Ingressos totais em valores
%
Fonte: http://www.ihobe.es (2005)
57
A Contabilidade vista como um sistema de informação da situação e da
evolução patrimonial, econômica e financeira da empresa, deve incluir, em seus relatórios,
todos os dados relacionados ao meio ambiente, facilitando o acesso a mais esta informação
ao seu grande número de usuários, auxiliando-os no processo de tomada de decisão.
A capacidade de informação aumenta quando for acompanhada de relatório
contábil descritivo, onde é possível extrair indicadores de avaliação de desempenho
ambiental, financeiro e econômico, visto que pela comparação da utilização de recursos
com produtos elaborados e resíduos e efluentes devolvidos ao meio ambiente de um
período para o outro é um grande indicador da política da empresa na adoção de processos
que otimizem o consumo de recursos, reaproveitamento, reciclagem, reuso e tratamento.
De posse do cálculo dos indicadores, a história do relacionamento
empresa/ambiente passa a ficar registrada, proporcionando aos usuários seu
acompanhamento. Isso possibilita, de acordo com Paiva (2003), que se faça também, a
inferência sobre esse relacionamento, pois com base nos indicadores passados e presentes,
os rumos a serem tomados tornar-se-ão mais claros.
Verifica-se, portanto, que por meio da identificação, mensuração e
divulgação das referidas informações, a Contabilidade pode contribuir muito com a
geração de informações sobre as questões relacionadas aos resíduos e efluentes oriundos da
atividade industrial, possibilitando aos usuários a melhor tomada de decisão.
3.5 – A Informação sobre a Responsabilidade Social e Ambiental das Empresas sob o
âmbito das Normas Brasileiras de Contabilidade – Técnica - NBC T 15
De posse das informações de indicadores relacionadas às atividades
industriais que geram resíduos sólidos e efluentes industriais, pode-se praticar a
responsabilidade social pelo fornecimento de dados relacionados com a qualidade ética da
empresa com seus colaboradores, clientes e fornecedores, com a comunidade, com o poder
público e com o meio ambiente.
De acordo com Almeida (2002:136), os valores essenciais da
responsabilidade social são os seguintes:
Respeito aos direitos Humanos.
Respeito aos direitos trabalhistas.
58
Proteção ambiental.
Valorização do bem estar das comunidades.
Valorização do progresso social.
Como já comentado anteriormente, os custos ambientais resultantes da
atividade de produção não são considerados nos demonstrativos contábeis. O fato de os
custos ambientais não serem totalmente registrados conduz frequentemente a cálculos
distorcidos e informações não confiáveis nas tomadas de decisões.
As empresas que são obrigadas a cumprir a legislação, especialmente no
Estado de São Paulo, junto a Cetesb, devem providenciar documentos específicos sobre a
proteção ambiental, geração de resíduos, medidas de redução de emissão de resíduos, em
que a quase totalidade de dados o são aproveitadas como sendo fonte significativa de
subsídios para informar a sociedade sobre suas ações relativa ao Meio Ambiente.
Assim, por meio da Resolução 1.003 de 19 de agosto de 2.004, do Conselho
Federal de Contabilidade, que aprovou a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica -
NBC T 15, que trata das informações de Natureza social e Ambiental, as empresas são
obrigadas a informar em seus demonstrativos contábeis:
15.2.4 - Interação com o Meio Ambiente
15.2.4.1 - Nas informações relativas à interação da entidade com o meio
ambiente, devem ser evidenciados:
a) investimentos e gastos com manutenção nos processos operacionais para
a melhoria do meio ambiente;
b) investimentos e gastos com a preservação e/ou recuperação de ambientes
degradados;
c) investimentos e gastos com a educação ambiental para empregados,
terceirizados, autônomos e administradores da entidade;
d) investimentos e gastos com educação ambiental para a comunidade;
e) investimentos e gastos com outros projetos ambientais;
f) quantidade de processos ambientais, administrativos e judiciais movidos
contra a entidade;
g) valor das multas e das indenizações relativas à matéria ambiental,
determinadas administrativa e/ou judicialmente;
59
h) passivos e contingências ambientais.
Fica claro, então, que a comunhão de obrigações legais por órgãos
reguladores como a CETESB (2002) e recentemente o Conselho Federal de Contabilidade,
revela a relevância da divulgação das informações das empresas das interações com o meio
ambiente, cumprindo assim os objetivos de ordem legal e de responsabilidade social.
60
4 – MATERIAIS E METODOS
4.1 – Delineamento da Pesquisa
Segundo Vergara (1998) uma pesquisa pode ser vista sob dois ângulos
principais: quanto aos fins a que se propõe e quanto aos meios utilizados para tal. Quanto
aos fins, pode ser entre outros tipos, exploratória. Já quanto aos meios e entre outros tipos,
pode ser bibliográfica, documental e de campo.
Este trabalho pode ser encarado como exploratório, pois que a área cujo
conhecimento pretende-se atingir é ainda carente de sistematização e, por conseguinte traz
na formulação, hipóteses significativas para posteriores pesquisas. (Cervo e
Bervian,1996:49). Este tipo de pesquisa pode ser ainda entendido como a primeira etapa de
uma investigação mais ampla, com a finalidade de levantar informações para estudos
futuros.
Com estas características, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, documental e
de campo, para realizar as explorações necessárias ao desenvolvimento do trabalho. A
pesquisa bibliográfica foi utilizada como forma de entrar em contato com os principais
assuntos que se constituem nas bases de sustentação teórica do trabalho, especialmente,
sobre temas que envolvem a geração de resíduos sólidos, efluentes industriais e custos
ambientais. O caráter documental da pesquisa deve-se à busca de informações, dentro do
universo empírico escolhido, recorrendo-se a documentos, normas e relatórios de uma
empresa do setor sucroalcooleiro.
Na pesquisa de campo, procurou-se utilizar dados primários coletados na
referida empresa, junto aos representantes da estrutura legal da empresa, ou seja, gerentes,
supervisores e funcionários, responsáveis direta ou indiretamente pelas atividades de
geração de resíduos e efluentes. E, por fim, a pesquisa pode ser encarada como sendo um
estudo de caso (Cervo e Bervian, 1996:50), visto que a investigação está sendo realizada
sobre uma determinada empresa, a fim de avaliar os aspectos relacionados aos objetivos
deste trabalho. Este método diferencia-se de outros, por não fazer generalizações
61
estatísticas, e sim generalizações analíticas, nas quais as evidências empíricas trazidas
geram um feedback à teoria, e o à população em que se inserem as empresas (Lazzarini,
1999:40).
4.2 – Delimitação da pesquisa.
A pesquisa restringiu-se ao setor de produção da empresa, onde o gerados
os resíduos sólidos e efluentes industriais, com dados quantitativos referentes à safra
2004/2005 (ano de 2.004), compreendendo o período de 15 de abril a 14 de novembro. A
empresa foi escolhida por encampar a idéia de conhecer os custos relacionados ao
gerenciamento dos resíduos e efluentes gerados ao longo do processo produtivo.
Considerando fatores como limitações da pesquisa e representatividade quantitativa de
resíduos e efluentes gerados, a pesquisa restringiu-se ainda a levantar somente dados
(quantidades e gastos) de utilização da água no processo de moagem da cana, da geração
da torta de filtro, do bagaço e da vinhaça.
4.3 - Planejamento
A primeira etapa após a pesquisa exploratória, foi o conhecimento do
processo industrial como um todo. Neste sentido foram realizadas visitas técnicas e
entrevistas, identificando todas as fases da produção de açúcar e álcool. Foi realizado um
levantamento de informações na própria indústria, além de investigação de trabalhos
disponíveis na literatura, relativos a processos produtivos na indústria sucroalcooleira.
A partir de visitas ao setor de produção como também na área de
gerenciamento dos resíduos e efluentes, assim como acesso às informações disponíveis nos
apontamentos existentes e de plantas das áreas operacionais, identificaram-se os principais
tipos de resíduos e efluentes gerado em cada fase no processo, conforme quadro a seguir:
62
Quadro 12 - Principais resíduos e efluentes gerados na produção de açúcar e álcool
Fase de Produção Tipo de resíduo gerado
Lavagem da Cana
Águas residuárias, contendo terra, barro,
areia, bagacilho e palha de cana.
Moagem
Bagaço
Tratamento do Caldo e Caldeiraria
Torta de filtro
Destilaria
Vinhaça
Fonte: Dados coletados pelo autor deste trabalho (2005)
Pela inexistência de controle de informações sobre o gerenciamento de
resíduos e efluentes na empresa, houve a necessidade de realizar alguns questionamentos à
fim de quantificar em valores o quanto efetivamente é gasto em relação ao gerenciamento
dos resíduos e efluentes gerados, conforme segue:
• Qual é a quantidade e os gastos em insumos como: matéria-prima, energia e
água que a empresa usa?
• Quais são as unidades de medida normalmente utilizadas?
• Qual é a quantidade de resíduos e efluentes gerados?
• De qual parte do processo eles vêm?
• Quais porções de resíduos e efluentes têm retorno ao processo industrial como
insumo?
• Que tipos de custos que incorrem em função do gerenciamento dos resíduos e
efluentes?
Utilizando-se da análise e observação do fluxo de entradas e saídas de cada
processo e das informações prestadas pelos funcionários ligados diretamente a cada área,
conseguiu-se identificar os pontos de geração de resíduos e se estes possuíam ou não
controle sobre os mesmos. Após coleta dos dados, o estudo voltou-se para a análise e
tabulação dos dados em planilha excel.
63
Por fim, com os dados tabulados, foram criados indicadores de geração
de resíduos e efluentes. A análise e interpretação dos dados coletados tomaram por base os
indicadores gerados nos cruzamentos dos seguintes dados: Geração quantitativa de
resíduos e efluentes, custos inerentes ao processo de geração de cada resíduo e efluente
bem como a relação destes com a tonelagem de cana processada.
4.4 - Instrumentos, coleta e tratamento dos dados
Pela própria caracterização da pesquisa e devido aos objetivos a que se
propunha o estudo, os dados foram coletados como descritos a seguir:
Quanto à pesquisa bibliográfica: foi feita em livros, revistas
especializadas, artigos, teses, dissertações e “sites” da internet.
Quanto à pesquisa documental: foi feita em relatórios internos,
planilhas e apontamentos, bem como a verificação de dados colhidos
nos livros contábeis. Os dados, coletados por este meio,
contribuíram para a verificação de montantes gastos pela empresa e
que pudessem ser qualificados como custos ambientais, como se
pretende classificar neste trabalho.
Quanto à pesquisa de campo: foram utilizadas planilhas de coletas
de dados relativos aos gastos identificados com a geração de
resíduos e efluentes durante a produção de açúcar e álcool. Os dados
do primeiro e último mês da safra foram colhidos, diretamente, pelo
autor deste trabalho e nos meses intermediários foram coletados
pelos responsáveis de cada área, com acompanhamento periódico do
autor.
Por se tratar de uma pesquisa exploratória, cujo resultado deve culminar
com a identificação dos gastos inerentes ao gerenciamento dos principais resíduos e
efluentes gerados ao longo do processo de produção de açúcar e de álcool, o interesse
maior reside muito mais na fixação de parâmetros de comparabilidade dos indicadores para
próximos períodos de safra, visto ser esta, a primeira pesquisa desta natureza na empresa.
Uma das principais restrições a que se teve no transcorrer do trabalho foi a
não utilização de direcionadores de custos, como se propõe o método de custeio por
atividades (ABC), que pudessem traduzir fielmente as bases da correlação entre custos e
64
atividades de geração, em função, principalmente, pela falta de um gerenciamento de
custos.
Mesmo assim, a empresa estudada possuía todas as informações necessárias
para a obtenção de resultados que possam expressar a realidade, até mesmo com a
utilização de outros critérios de rateio.
4.5 - Caracterização da unidade industrial do estudo de caso: Usina Bertolo úcar e
Álcool Ltda
A Usina Bertolo Açúcar e Álcool Ltda, localizada na Fazenda Queiroz
Bairro Queirozes no município de Pirangi SP, foi fundada em 1969, com a produção de
aguardente de cana e, posteriormente, passou a produzir álcool etílico hidratado. Na safra
de 2003, iniciou também a produção de açúcar.
A unidade em questão é uma agroindústria de médio porte, ocupando uma
área total de aproximadamente 12.000 hectares dos quais 10.970 hectares cultivados com
cana-de-açúcar, distribuídos em 10 municípios da região.
Os valores de processamento de cana da Usina, bem como a produção de
açúcar e de álcool na safra de 2.004/2005, estão representados na tabela a seguir:
Tabela 03 - Produção de açúcar e álcool safra 2004
mês cana moída (ton) açúcar (sc 50 kg)
álcool (m³)
abril 42.014 15.994
1.490
maio 116.660 121.440
5.011
junho 141.599 138.050
6.099
julho 148.312 170.012
6.196
agosto 147.738 187.173
6.640
setembro
133.835 192.170
5.795
outubro 133.746 180.911
6.479
novembro
75.943 87.725
4.084
Totais
939.849 1.093.475
41.794
O gráfico 1 a seguir apresenta a evolução da quantidade de cana processada,
expressa em toneladas, bem como a produção de úcar em sacas de 50 kg e de álcool em
m³, durante a safra 2004/2005. Numa breve análise, observa-se que o ponto alto da
65
produção de açúcar ocorre no período entre junho e agosto, enquanto que a produção do
álcool segue equilibrada, durante todo o período. Quanto à quantidade de cana processada,
será objeto de análise e discussão no capítulo seguinte, visto que aparentemente, não
acompanhou a evolução da produção do açúcar e do álcool.
Gráfico 1 – Evolução da tonelagem de cana processada e produção
De açúcar e álcool – safra 2004/2005
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
160.000
180.000
200.000
Quantidades
cana moida (ton)
42.014 116.660 141.599 148.312 147.739 133.835 133.746 75.943
açúcar (sc 50 kg)
15.994 121.440 138.050 170.012 187.173 192.170 180.911 87.725
álcool (m3)
1.490 5.011 6.099 6.196 6.640 5.795 6.479 4.084
abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro
66
A Usina está instalada numa região que tem tradição firmada na produção
de açúcar e álcool, com grandes áreas plantadas em extensos canaviais, sendo, portanto, de
alta concentração de unidades do setor sucroalcooleiro, conforme pode ser observado na
figura à seguir:
Figura 10 - Localização da Usina Bertolo e de outras Usinas da Região
Fonte: Nakahodo T. - RAP-Relatório Ambiental Preliminar da Usina (2003:19)
Conforme demonstrado, a Usina está localizada às margens da Rodovia que
liga a cidade de Pirangi a Ariranha que juntamente com outros empreendimentos similares,
mostra que se trata de uma região estabelecida como de alta concentração de unidades do
setor sucroalcooleiro.
Usina Bertolo
67
5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 Quantificação e gerenciamento dos principais resíduos sólidos e efluentes
gerados na usina sob estudo.
Ao longo do referencial teórico deste trabalho, destacam-se as principais
contribuições de cada assunto tratado para a proposição dos objetivos elencados,
especialmente, na intenção de contribuir para a construção de indicadores de geração de
resíduos sólidos e efluentes industriais, considerando os vários pontos da cadeia produtiva.
Em cada fase de industrialização, pressupõe-se a existência de custos
específicos na geração de cada tipo de resíduo e efluente, como também possibilidades de
recuperação destes gastos, seja através da venda dos próprios resíduos ou da utilização
dentro da própria indústria, como é o caso da energia gerada na queima do bagaço.
O reconhecimento da cadeia produtiva mais ampla envolvida para a
produção é abordado como o primeiro passo na identificação dos custos ambientais
associados à geração de resíduos e efluentes.
Segundo Tomiya (1994:16) “..... a fase industrial de uma usina de açúcar e
álcool é composta por seis centros: moendas, tratamento de caldo, fábrica de açúcar,
brica de álcool, geradores de energia e tratamento de resíduos e efluentes ....”,
demonstrados pelo fluxograma abaixo, conforme figura à seguir:
68
Figura 11 – Fluxograma Resumido da geração de resíduos e efluentes
Cana
Água (5) Bagaço (Geração de Vapor: Energia)
(6.1)Torta (aplicação na lavoura)
(6.2) Água Residuária + (6.3)Vinhaça (aplicação na lavoura)
Fonte: Tomyia (1994,pág.17), adaptado pelo autor deste trabalho
Demonstrado as práticas produtivas do setor sucroalcooleiro, faz-se
necessário analisar quais são as relações práticas que ocorrem quanto ao gerenciamento
destas transações. As diversas fases de produção são extremamente complexas, envolvendo
produções conjuntas e fases adicionais, em que o necessários instrumentos gerenciais
eficientes na busca do resultado econômico do negócio.
Na seqüência, serão descritos, caracterizados e quantificados os resíduos
sólidos e efluentes industriais gerados, propostos neste trabalho, nas fases de produção de
açúcar e álcool da Usina.
(1) Processamento -
moendas
(2) Tratamento
do
Caldo
(3) Fabricação
de Álcool
(
4) Fabricação
de Açúcar
69
5.1.1 – Água da lavagem da cana
A água utilizada no processo é retirada de um curso d’água, denominado
Córrego da Onça, servindo para lavagem da cana e também para outras finalidades no
processo industrial. A água é levada para o procedimento de lavagem da cana por
tubulações, retornando por gravitação em canaletas, num circuito fechado composto de
dois tanques, também chamados de caixas de sedimentação, cada um com a seguinte
dimensão: (25X70X2,70), permitindo o acondicionamento e circulação de
aproximadamente 4.900 mil m³ de água. Esta quantidade de água pode variar em função de
fatores climáticos e quantidade de material sólido que fica retido no tanque, bem como,
espaço de tempo para sua remoção. Considerando estes fatores, bem como o período de
reuso, a quantidade de água utilizada pode chegar a 15.000 m³ por mês, conforme
demonstrado no gráfico abaixo:
Gráfico 2 - Quantidade de Água utilizada no processo de lavagem da cana em m³
10.105
9.380
10.598
11.050
13.400
15.980
9.751
8.430
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
18.000
abril
maio
j
un
ho
jul
h
o
a
gosto
se
t
embro
ou
t
ub
r
o
n
o
vembro
Agua Utilizada (m³)
Inicialmente, um dos tanques retém a água de lavagem provenientes do
processamento da cana (moagem), sendo ali tratada com adição de polímero (cal) para
auxiliar na remoção de materiais sólidos e evitar a fermentação da água, assim como a
corrosão de equipamentos, demonstrado na figura 12 à seguir. Após esse tratamento, a
água retorna ao processo depois de um período aproximado de 12 a 15 dias de reuso.
70
Figura 12 - Tanque de sedimentação para tratamento da água de lavagem de cana
Após este período, ocorrendo a saturação do processo de tratamento (figura
14) e eliminação do material sólido retido (figura 13), a água segue para o outro tanque,
reiniciando o processo, que aqui tratamos de circularização.
Figura 13 – Material sólido (impurezas) retido nas caixas de sedimentação
71
O material sólido retido nos tanques de sedimentação é removido com uso
de carregadeira e caminhões basculantes, conforme demonstrado na figura 14. Este
material é transportado para a lavoura, e dispostos para recuperação de áreas erodidas, bem
como incorporadas no solo juntamente com a torta de filtro.
Figura 14 – Retirada de material da caixa de sedimentação
Durante o processo de lavagem da cana, ou seja, captação, tratamento e
circularização da água, sedimentação do material sólido e descarte, são utilizados pelo
menos dois funcionários que trabalham em dois turnos de 12 horas e estão diretamente
ligados ao controle e tratamento da água para fins de reuso.
O sistema também é servido de três bombas, sendo uma para a captação,
uma para o bombeamento da água tratada no tanque para a lavagem da cana propriamente
dita através de tubulação e a última do tanque de água saturada para o tanque de efluentes
(vinhaça).
Para a retirada do material sólido das caixas de sedimentação, após a
saturação da água, o sistema dispõe de dois caminhões basculantes e um trator equipado
com pá carregadeira.
72
A figura 15 apresenta o fluxograma da utilização da água de lavagem de
cana no processo, em circuito fechado, elaborado para a compreensão do processo,
anteriormente descrito.
Figura 15 - Fluxograma do processo de utilização da água para lavagem de cana em
circuito fechado
Elaborado pelo Autor deste trabalho juntamente com o Departamento Químico da Usina
73
5.1.2 – Bagaço
Após o processo de lavagem, a cana segue através de esteira, até a mesa
alimentadora, onde ocorre a preparação (picagem e desfibramento). Em seguida, ocorre a
moagem da cana e extração do caldo, retirando-se daí, o bagaço.
A partir desta etapa, o bagaço segue, de forma contínua, através de esteira
de borracha e esteira alimentadora para a caldeira, onde é queimado para a geração de
vapor e, consequentemente, produção de energia para a indústria.
Durante o processo, nem todo bagaço gerado segue diretamente para a
caldeira. O bagaço excedente, ou seja, aquele que não cai direto na fornalha, é armazenado
no pátio, cujo manejo é feito por pá carregadeira, para retornar às esteiras suprindo
deficiências na alimentação das caldeiras, conforme figura 15 à seguir:
Figura 16 - Manejo do Bagaço em pá carregadeira.
Estima-se a geração de 0,25 ton de bagaço por tonelada de cana processada,
variando de acordo com o teor de umidade. Durante a safra de 2.004, foram geradas
363.570 ton de bago. O gráfico 3 a seguir, apresenta a quantidade mensal gerada, bem
como a evolução da geração:
74
Gráfico 3 – Bagaço gerado durante a safra em (ton)
21.204
45.083
48.571
51.605 51.339
54.598
51.275
39.895
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
abr
il
maio
junho
j
u
l
ho
ago
s
to
s
ete
m
br
o
out
u
bro
nov
e
mbr
o
Bagaço (ton)
Durante o processo de geração de bagaço, são utilizados pelo cinco
funcionários, sendo dois auxiliares de produção, dois operadores de máquina, que
trabalham em dois turnos de 12 horas e um encarregado de produção.
Os equipamentos utilizados fazem parte de um grande conjunto que vai
desde a lavagem da cana até a caldeira, o que torna extremamente difícil, identificar com
detalhes todos os componentes do processo.
Embora seja tratado neste trabalho como resíduo, o bagaço pode ser
considerado para outras atividades um subproduto, pois o excedente de geração é
comercializável, sendo de grande potencialidade no desenvolvimento de outros produtos.
A usina não possui veículos próprios para transporte do bagaço, porquanto em caso de
comercialização, o adquirente fica assume todos os gastos de transporte até o destino.
75
A figura 17 apresenta o fluxograma da geração do bagaço, elaborado para a
compreensão do processo anteriormente descrito.
Figura 17 - Fluxograma do processo de geração do bagaço
Elaborado pelo Autor deste trabalho juntamente com o Departamento Químico da Usina
76
5.1.3 – Torta de Filtro
O processo de geração da torta, parte da moagem e extração do caldo, passa
por peneiras rotativas A torta é o resíduo sólido originado dos filtros rotativos a vácuo e
esteira desaguadora que recebem o lodo do processo de clarificação do caldo da cana.
Após passar pelos filtros rotativos, a torta recebe tratamento químico,
consistente de aquecimento e decantação, com o objetivo de extrair o máximo a umidade
existente.
O processo de geração de torta exige apenas três funcionários, sendo dois
motoristas e um encarregado de produção. No momento da geração, a torta é carregado
diretamente nos caminhões basculantes (figura 18), que operam 24 horas por dia, fazendo
o transporte da torta, diretamente do momento da geração até seu descarte na lavoura, onde
ali, fica amontoada até formar um volume adequado para utilização como adubo orgânico.
Figura 18 - Carregamento da torta em caminhão basculante
77
Na safra de 2.004, a usina gerou 14.487 ton de torta. O gráfico 4, a seguir
demonstra a geração e a evolução nos meses de abril à novembro:
Gráfico 4 – Torta gerada durante a safra em (ton)
550
1.765
2.480
2.580
2.335
1.922
2.140
1.075
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
ab
ril
mai
o
j
u
nho
julho
ag
o
sto
set
em b
ro
ou
t
ub
r
o
no
v
em bro
Torta (ton)
Como segurança no sistema de aplicação deste resíduo, a usina dispõe de
um pátio sem impermeabilização próximo à área industrial que é utilizado, eventualmente,
ou em dias chuvosos ou quando da impossibilidade da aplicação direta na lavoura.
A seguir, a figura 19, apresenta o fluxograma da geração da torta de filtro,
elaborado para a compreensão do processo anteriormente descrito.
78
Figura 19 - Fluxograma do processo de geração da torta
Elaborado pelo Autor deste trabalho juntamente com o Departamento Químico da Usina
5.1.4 – Vinhaça
A vinhaça é um efluente gerado a partir da destilação do vinho fermentado e
está caracterizado como alto valor fertilizante. A usina utiliza, após a geração, um sistema
79
de bombeamento, iniciando-se à partir da fase de destilação e seguindo diretamente para o
tanque de efluente, que recebe também a água residuária, conforme ilustrado na figura à
seguir:
Figura 20 – Tanque de efluentes (vinhaça + água residuária)
A usina dispõe de uma frota de 12 caminhões próprios para o transporte da
vinhaça à partir do tanque de efluente, diretamente para a lavoura, conforme ilustrado na
figura 21. A mão de obra utilizada é composta de 57 funcionários, sendo 30 motoristas, 20
distribuidores de vinhaça, 04 anotadores, 2 fiscais e 01 encarregado. Os funcionários
trabalham em turno de 12 horas em escala de revezamento, uma vez que, pelo fato de
haver alta quantidade de geração (aproximadamente 13 litros para litro de álcool), é
necessário que o efluente seja descartado rapidamente.
80
Figura 21 - Caminhões tanque na estação de carregamento de vinhaça
Durante o ano de 2.004, foram gerados 1.037.649 de vinhaça,
distribuídos conforme demonstrado no gráfico a seguir.
Gráfico 5 - Vinhaça gerada no ano de 2.004
80.095
122.545
126.350
155.295
146.805
155.810
167.690
83.059
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
160.000
180.000
ab
ri
l
ma
i
o
junho
julho
a
go
st
o
setembro
outubro
no
v
embro
Vinhaça (m³)
81
O sistema de transporte consiste no carregamento em caminhões-tanque até
as áreas de descarte, onde ocorrem as aplicações.
As aplicação da vinhaça na lavoura, ocorre de forma contínua, utilizando-se
equipamentos autopropelidos, compostos de chassi sobre rodas que sustentam um carretel
enrolador de mangueira, conforme figura 22. O equipamento é dotado ainda de turbina,
redutor de velocidade, válvulas e carrinho com aspersor do tipo canhão.
Figura 22 - Equipamento com carretel enrolador de mangueira
A seguir, a figura 23, apresenta o fluxograma da geração da vinhaça,
elaborado para a compreensão do processo anteriormente descrito.
82
Figura 23 - Fluxograma do processo de geração da vinhaça
Elaborado pelo Autor deste trabalho juntamente com o Departamento Químico da Usina
83
5.2 – Gastos Relativos ao gerenciamento dos principais resíduos sólidos e efluentes
industriais.
O presente capítulo tem a finalidade de apresentar os gastos relativos ao
gerenciamento dos principais resíduos e efluentes gerados no processo de fabricação do
açúcar e do álcool na Usina. O apontamento dos gastos foi realizado através de planilhas
descritas na metodologia.
Os custos diretos apontados nas tabelas dos tópicos seguintes, são aqueles
identificados diretamente com o processo de utilização, no caso da água, ou de geração, no
caso do bagaço, da torta e da vinhaça. Foi apontado como custo direto, a o de obra
direta, os encargos incidentes, bem como a depreciação dos veículos ou equipamentos
utilizados naquela atividade.
os custos indiretos, foram rateados a partir da proporção da cana
processada em cada mês, pois acredita-se que haja uma relação de proporcionalidade entre
os estes custos e uma variável, neste caso a matéria prima processada.
Com a finalidade de analisar e permitir um padrão de comparação, os custos no período de
abril à novembro de 2004, foram criados 3 (três) indicadores para cada resíduo sólido ou
efluente industrial com o propósito de relacionar:
) - Custo total decorrente do gerenciamento de determinado resíduo ou efluente com a
quantidade de total gerada deste. Esta relação resulta da divisão do custo total do mês pela
quantidade de resíduo ou efluente gerado no mês, demonstrado pela seguinte fórmula:
CUSTO TOTAL DO RESIDUO OU EFLUENTE (R$)
Indicador (1)
QUANTIDADE TOTAL DE RESÍDUO OU EFLUENTE (t ou m³)
) Quantidade total de resíduo ou efluente gerado com a quantidade total de cana
processada em determinado período. Esta relação resulta da divisão da quantidade total
gerada de determinado resíduo ou efluente pela quantidade de cana processada no mês,
demonstrado pela fórmula:
84
QUANTIDADE TOTAL DE RESÍDUO OU EFLUENTE (t ou m³)
Indicador (2)
QUANTIDADE TOTAL DE CANA PROCESSADA ( t )
) Custo total decorrente do gerenciamento de determinado resíduo ou efluente com
a quantidade de cana processada. Esta relação resulta da divisão do custo total do mês
pela quantidade de cana processada no mesmo período, demonstrado pela fórmula:
CUSTO TOTAL DO RESAÍDUO OU EFLUENTE (t ou m³)
Indicador (3)
QUANTIDADE TOTAL DE CANA PROCESSADA ( t )
O quadro 13 apresenta um demonstrativo geral dos gastos, quantidades e
respectivos índices de geração de resíduos e efluentes, apurados durante o período de
estudo.
Na seqüência serão apresentados isoladamente, os gastos relativos ao objeto
do estudo, com tabelas e gráficos referentes a cada resíduo ou efluente, bem como os
respectivos comentários de análise. Separamos a discussão em tabelas distintas e ao final é
apresentada uma tabela que resume as quantidades e custos dos principais resíduos sólidos
e efluentes industriais do período de safra compreendido entre abril à novembro de 2.004.
85
Quadro 13 - Demonstrativo Mensal dos Gastos, Quantidades e Respectivos indicadores
de geração dos resíduos e Efluentes
MÊS DE REFERÊNCIA abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04
4,47%
12,41%
15,07%
15,78%
15,72%
14,24%
14,23%
8,08%
TONELAGEM DE CANA
PROCESSADA
ton cana
42.014
116.660
141.599
148.312
147.739
133.835
133.746
75.943
Custo Mensal da Agua de Lavagem de
Cana
Quantidade Utilizada em m³ por mês água
10.105
9.380
10.598
11.050
13.400
15.980
9.751
8.430
Gastos Mensais, conforme tabela 5 Gastos (R$ )
14322
14103
13587 13386
13971
14301 13816 12512
Custo Unitário do Gerenciamento R$/m³ 1,42
1,50
1,28 1,21
1,04
0,89 1,42 1,48
Custo Un por Ton de cana Processada
R$/ton 0,34
0,12
0,10 0,09
0,09
0,11 0,10 0,16
Quant. Utilizada por Ton de Cana
Processada
m³/ton 0,24
0,08
0,07 0,07
0,09
0,12 0,07 0,11
Custo Mensal do Bagaço % ton/mês
5,83%
12,40%
13,36%
14,19%
14,12%
15,02%
14,10%
10,97%
%gastos/mê
s
5,51%
12,59%
14,63%
15,32%
15,34%
14,01%
13,98%
8,63%
Quantidade Gerada em ton por mês ton
21.204
45.083
48.571
51.605
51.339
54.598
51.275
39.895
Gastos Mensais, conforme tabela 6 R$ 32893
75235
87404 91508
91606
83675 83494 51528
Custo Unitário do Gerenciamento R$/ton 1,55
1,67
1,80 1,77
1,78
1,53 1,63 1,29
Custo Un por Ton de cana Processada
R$/ton 0,78
0,64
0,62 0,62
0,62
0,63 0,62 0,68
Quant. Gerada por Ton de Cana
Processada ton/ton 0,50
0,39
0,34 0,35
0,35
0,41 0,38 0,53
Custo Mensal da Torta de Filtro
Quantidade Gerada em ton por mês ton
550
1.765
2.480
2.580
2.335
1.922
2.140
1.075
Gastos Mensais, conforme tabela 7 R$ 8029
12002
13379 13599
13297
12257 12709 10484
Custo Unitário do Gerenciamento R$/ton 14,60
6,80
5,39 5,27
5,69
6,38 5,94 9,75
Custo Un por Ton de cana Processada
R$/ton 0,19
0,10
0,09 0,09
0,09
0,09 0,10 0,14
Quant. Gerada por Ton de Cana
Processada ton/ton
0,0131
0
,0151
0,0175 0,0174
0,0158
0,0144 0,0160 0,0142
Custo Mensal da Vinhaça
Quantidade gerada em m³ por mês
80.095
122.545
126.350
155.295
146.805
155.810
167.690
83.059
Gastos Mensais, conforme tabela 8 R$
277075
396248
432044
444392
446871
421977
418633
326827
Custo Unitário do Gerenciamento R$/m³ 3,46
3,23
3,42 2,86
3,04
2,71 2,50 3,93
Custo Unitário por Ton de cana
Processada
R$/ton 6,59
3,40
3,05 3,00
3,02
3,15 3,13 4,30
Quant. Gerada por Ton de Cana
Processada
m³/ton 1,91
1,05
0,89 1,05
0,99
1,16 1,25 1,09
86
5.2.1 – Gastos relativos ao gerenciamento da água de lavagem
A tabela 4 apresenta os custos do gerenciamento da água de lavagem de
cana na indústria bem como a quantidade de água utilizada durante o processo de
fabricação de açúcar e álcool.
A cana processada durante o período permaneceu inconstante durante o
período de safra, iniciando o processamento com 42.014 toneladas, chegando ao patamar
de 148.000 toneladas no mês de junho e à partir daí decrescendo ao final da safra, com
75.943 toneladas no mês de novembro. Cabe salientar que esta volatilidade no
processamento da cana durante o período de safra varia em função especialmente de
fatores climáticos e quebra ou manutenção de equipamentos. Além disso, a moagem teve
inicio no dia 15 de abril e no último mês, a moagem seguiu até o dia 14, ou seja, no inicio
e no fim de safra, não foram utilizados todos os dias do mês para o trabalho de
processamento.
Quanto aos gastos de gerenciamento da água de lavagem da cana, os
valores permaneceram estáveis durante todo o período, com média de R$ 13.500/mês.
Dentre os itens de maior representatividade entre os gastos, destaca-se a depreciação de
equipamentos. Embora calculada de forma linear, ou seja, permanece constante durante o
período, já que o existiu qualquer tipo de aquisição de novos ativos, representou quase
40% dos gastos totais durante o período, seguido dos gastos com combusteis que
representaram gastos na ordem de 27% do total.
De maneira geral, os gastos diretos e indiretos permaneceram constantes
na casa de 50% para cada um. Coincidência ou não, os gastos indiretos dependem de
critérios de rateio para serem alocados, o que não quer dizer que uma mudança no
critério de rateio, possa alterar este resultado.
Importante ressaltar que, no montante geral dos gastos com o
gerenciamento da água de lavagem de cana, não custo do produto água”, uma vez
que esta é, captada em corpos d’agua, próximo à usina.
Durante o período, foi gasto o montante de R$ 109.998, que representou
em dia: R$ 1,28/m³ em relação à quantidade de água utilizada no processo e R$ 0,14
por tonelada de cana processada.
87
Em relação ao custo unitário por de água utilizada, o indicador
permaneceu constante durante o período, exceção ao mês de abril e maio, em função da
variação dos gastos e da quantidade de água necessária.
Observa-se queda do custo do gerenciamento da água de lavagem de cana
do s de maio, ou seja R$ 1,50/m³ para R$ 0,89/m³ em setembro, visto que os gastos
mantiverem certa constância, na ordem de R$ 13.500/mês, enquanto que o consumo de
água aumentou de 9.380 m³ em maio para 15.980m³ em setembro.
No mês de setembro, o gasto unitário caiu para R$ 0,89/m³ de água
utilizada, onde a hipótese mais provável seja a de que o volume de água utilizada naquele
mês foi de 15.980 m³, quase 50% à mais que a dia do período todo, perfeitamente
visualizado nos gráficos 6 e 7. Esta elevação do custo unitário, decorrente da maior
utilização de água, pode estar relacionado ao período de descarte para limpeza das caixas
de decantação, quando ocorrem dois ou mais descartes num mesmo mês.
A situação do custo unitário do gerenciamento da água de lavagem
inverte-se novamente no mês de novembro, visto que foi o mês de menor gasto e embora
seja o último mês de safra, com um período menor de processamento de cana, houve um
consumo elevado de água, relacionada com a limpeza da área moagem e das caixas de
decantação.
Os gráficos também apontam um indicador elevado de utilização de água,
por tonelada de cana processada no mês de abril, na ordem de 0,24 m³/t. Tal fato também
explica-se, em função de o período de processamento ter sido de apenas 15 dias e o
volume de água exigido para abastecer o sistema seja elevado, que a média foi de
0,11m³/t, ou seja mais que o dobro.
Apesar do aumento da quantidade de cana processada durante o processo,
especialmente nos meses de pico, ou seja, junho, julho e agosto, os gastos com o
gerenciamento do efluente, permaneceu estável, aparentemente pelo fato de serem, em
sua maioria, gastos de natureza fixa, ou seja, não volatilidade em função do aumento
da cana processada.
88
Tabela 4 - GASTOS MENSAIS COM O GERENCIAMENTO DA ÁGUA DE
LAVAGEM DE CANA - ANO 2004
AGUA
LAVAGEM
CANA
ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV TOTAL
QTDE AGUA
UTILIZADA (m³)
10.105
9.380
10.598
11.050
13.400
15.980
9.751
8.430
88.694
QTDE CANA
PROCESSADA
42.014
116.660
141.599
148.312
147.739
133.835
133.746
75.943
939.849
GASTOS TOTAIS
EM R$
14.322
14.103
13.587
13.386
13.971
14.301
13.816
12.512
109.998
CUSTOS DIRETOS
6.722
6.823
6.875
6.804
6.819
6.742
6.899
6.867
54.551
Mão de obra operários
607
654
678
645
652
616
690
675
5.217
Encargos sociais
698
752
780
742
750
709
793
776
6.000
Depreciação
Equipamentos
5.417
5.417
5.417
5.417
5.417
5.417
5.417
5.417
43.333
CUSTO
DIRETO EM %
46,94%
48,38%
50,60%
50,83%
48,81%
47,14%
49,94%
54,88%
49,59%
CUSTOS
INDIRETOS
7.600
7.280
6.713
6.582
7.152
7.560
6.917
5.645
55.447
Mão de obra operários
915
925
987
982
954
1.019
943
974
7.700
Encargos sociais
1.052
1.064
1.135
1.130
1.098
1.171
1.084
1.120
8.855
Treinamento dos
operários
550
580
600
700
720
700
650
300
4.800
Combustíveis e
lubrificantes
3.590
3.780
3.410
3.520
3.980
3.970
4.010
2.950
29.210
Peças de reposição de
máquinas
500
200
180
200
350
650
180
250
2.510
Inspeção recebimento
de materiais
50
50
50
50
50
50
50
50
400
Energia elétrica
942
680
350
-
-
-
-
-
1.972
CUSTO
INDIRETO EM %
53,06%
51,62%
49,40%
49,17%
51,19%
52,86%
50,06%
45,12%
50,41%
CUSTO UNITÁRIO
GERENCIAMENTO
R$ 1,42
R$ 1,50
R$ 1,28
R$ 1,21
R$ 1,04
R$ 0,89
R$ 1,42
R$ 1,48
R$ 1,28
CUSTO m³ / Ton
CANA
R$ 0,34
R$ 0,12
R$ 0,10
R$ 0,09
R$ 0,09
R$ 0,11
R$ 0,10
R$ 0,16
R$ 0,14
m³ AGUA
UTILIZADA / Ton
CANA
0,24
0,08
0,07
0,07
0,09
0,12
0,07
0,11
0,11
89
Gráfico 6- EVOLUÇÃO DO CUSTO TOTAL E DA
QUANTIDADE DE AGUA UTILIZADA
42.014
116.660
141.599
147.739
133.746
75.943
148.312
133.835
10.105
9.380
10.598
11.050
13.400
15.980
9.751
8.430
R$ 14.322
R$ 14.103
R$ 13.587
R$ 13.386
R$ 13.971
R$ 14.301
R$ 13.816
R$ 12.512
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
90.000
100.000
110.000
120.000
130.000
140.000
150.000
160.000
abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04
ton cana m³ água Gastos (R$ )
90
Grafico 7 - INDICADORES DE
GERENCIAMENTO DA AGUA DE LAVAGEM
DE CANA
R$ 1,50
R$ 0,89
R$ 1,48
R$ 1,42
R$ 1,42
R$ 1,04
R$ 1,28
R$ 1,21
R$ 0,09
R$ 0,11
R$ 0,10
R$ 0,16
R$ 0,09
R$ 0,10
R$ 0,12
R$ 0,34
0,24
0,09
0,11
0,07
0,07
0,08
0,07
0,12
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
R$/m³ R$/ton m³/ton
91
5.2.2 – Gastos relativos ao gerenciamento do bagaço
A tabela 6 demonstra que foram gastos recursos no montante de R$
597.342 com o gerenciamento do bagaço em todo o período de safra no ano de 2.004.
Quanto aos gastos de gerenciamento do bagaço, os valores em menor
monta dentre os meses de maio e outubro. Nos meses de abril e novembro, coincidindo
com os meses de inicio e fim de safra os gastos foram menores, o primeiro representando
5,51% do total dos gastos e no último representando 8,63%.. Dentre os itens de maior
representatividade entre os gastos, destaca-se o consumo de combustíveis que na média
ficou em 86% dos gastos do período. A despesa com depreciação, permanece constante
durante o período, que não existiu qualquer tipo de aquisição de novos ativos. Mesmo
assim, representou quase 6% dos gastos totais durante o período, não sendo de muita
relevância.
A tabela 5, a seguir, demonstra que houve, em termos percentuais, seja no
tocante aos gastos, quanto à quantidade de bagaço gerado, pouca variação em relação aos
totais do período, com exceção dos meses de abril e novembro..
Tabela 5 – Percentuais de gastos e quantidades de bagaço gerado no período
BAGAÇO
abr/04 Mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 Totais
Gastos
Mensais R$ 32.893
R$
75.235
R$
87.404
R$
91.508
R$
91.606 R$ 83.675
R$
83.494
R$
51.528
R$
597.342
%
gastos/mês
5,51% 12,59%
14,63%
15,32%
15,34% 14,01% 13,98%
8,63% 100,00%
Bagaço
Gerado 21.204 45.083 48.571 51.605
51.339 54.598 51.275 39.895
R$
363.570
%
ton/mês
5,83% 12,40%
13,36%
14,19%
14,12% 15,02% 14,10%
10,97%
100,00%
O custo unitário do gerenciamento variou entre os meses de pico de
processamento de R$ 1,67/ton em maio para R$ 1,78/ton em agosto. A grande variação
ocorreu no mês de novembro, R$ 1,29/ton, provavelmente em função da diminuição do
ritmo de produção, situação normal de final de safra.
92
Em relação à cana processada, o custo médio ficou em R$ 0,65, enquanto
a tonelagem produzida ficou em média de 0,41 por tonelada. Importante ressaltar que, das
939.849 toneladas de cana processada no período, 39% transformaram-se em bagaço de
cana, ou seja. 363.570 toneladas, o que leva a conclusão que houve uma eficiência de
61% do processamento, se analisar-mos a geração de bagaço, isoladamente.
Quanto aos gastos diretos e indiretos, foram distribuídos em média 14% e
86%, respectivamente, visto que o maior gasto, o combustível é rateado, conforme
mencionado, em função da tonelada de cana processada, critério este, também adotado
para os custos indiretos dos outros resíduos e efluentes estudados neste trabalho.
Durante o período, foi gastos o montante de R$ 597.342, que representou
em média: R$ 1,64/ton em relação à quantidade de bagaço gerado no processo. A
distribuição dos gastos durante o período, sejam diretos ou indiretos não apresentaram
grandes variações, com exceção aos meses de abril e novembro.
Observa-se que no s de abril e novembro uma quantidade de bagaço
gerada por tonelada de cana processada, 0,50/ton e 0,53/ton, respectivamente, na ordem
de 40% a mais sobre a média dos meses intermediários, provavelmente em função da
baixa eficiência do processo em geral. No inicio de safra, os equipamentos (moendas,
ternos etcc) ainda o estão ajustados adequadamente e no fim de safra, por exaustão
destes mesmos equipamentos.
Os gráficos 8 e 9 demonstram que apesar do aumento da quantidade de
cana processada durante o processo, especialmente nos meses de pico, ou seja, junho,
julho e agosto, os gastos com o gerenciamento do resíduo, cresceram praticamente na
mesma proporção, justamente por serem, em sua maioria, gastos indiretos, ou seja, o
rateados em função da cana processada no período.
Enquanto um aumento da cana processada no período, uma
diminuição ou quase constância do custo do gerenciamento do bagaço por tonelada de
cana processada, ou seja, em última análise, quanto mais cana processada, menor é o
custo unitário do gerenciamento do resíduo. Os indicadores permaneceram estáveis no
período de maio à outubro, na casa de R$ 0,62/ton cana processada, mostrando mais uma
vez que os meses que inicia e encerra o período de safra, exerce forte influencia no
comportamento dos indicadores sejam eles de custos ou de geração.
93
Tabela 6 - GASTOS MENSAIS COM O GERENCIAMENTO DO BAGAÇO - ANO
2004
BAGAÇO
ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV TOTAL
QUANTIDADE
PRODUZIDA (ton)
21.204 45.083 48.571 51.605 51.339 54.598 51.275 39.895
363.570
QTDE CANA
PROCESSADA
42.014 116.660
141.599
148.312
147.739
133.835
133.746
75.943
939.849
GASTOS TOTAIS EM
R$
32.893
75.235
87.404
91.508
91.606
83.675
83.494
51.528
597.342
CUSTOS
DIRETOS EM %
8.876
10.454
9.593
9.627
9.938
9.710
9.891
9.900
77.990
Mão de obra operários
3.680
4.140
3.917
3.860
4.171
3.943
4.124
4.133
31.969
Encargos sociais
1.029
2.147
1.510
1.600
1.600
1.600
1.600
1.600
12.688
Depreciação
equipamentos
4.167
4.167
4.167
4.167
4.167
4.167
4.167
4.167
33.333
CUSTOS
DIRETOS %
26,98%
13,89%
10,98%
10,52%
10,85%
11,60%
11,85%
19,21%
13,06%
CUSTOS INDIRETOS
24.017
64.781
77.811
81.881
81.668
73.964
73.603
41.627
519.352
Treinamento dos
operários
350
180
180
220
200
250
100
-
1.480
Combustíveis e
lubrificantes
23.012
63.640
77.245
80.907
81.003
72.916
72.961
41.019
512.703
Manutenção de
equipamentos
655
961
386
754
465
798
542
608
5.169
CUSTOS
INDIRETOS EM %
73,02%
86,11%
89,02%
89,48%
89,15%
88,40%
88,15%
80,79%
86,94%
CUSTO UNITARIO
GERENCIAMENTO
R$ 1,55
R$ 1,67
R$ 1,80
R$ 1,77
R$ 1,78
R$ 1,53
R$ 1,63
R$ 1,29
R$ 1,64
CUSTO Ton BAGAÇO
/ Ton CANA
R$ 0,78
R$ 0,64
R$ 0,62
R$ 0,62
R$ 0,62
R$ 0,63
R$ 0,62
R$ 0,68
R$ 0,65
Ton GERADA / Ton
CANA
0,50
0,39
0,34
0,35
0,35
0,41
0,38
0,53
0,41
94
Gráfico 8 - EVOLUÇÃO DO CUSTO TOTAL E DA
QUANTIDADE DE BAGAÇO GERADO
116.660
147.739
133.746
21.204
141.599
148.312
133.835
75.943
42.014
45.083
48.571
51.605
51.339
54.598
51.275
39.895
R$ 51.528
R$ 91.508
R$ 91.606
R$ 83.675
R$ 83.494
R$ 87.404
R$ 75.235
R$ 32.893
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
90.000
100.000
110.000
120.000
130.000
140.000
150.000
160.000
abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04
ton cana ton bagaço Gastos (R$)
95
G
ráfico 9- INDICADORES DE GERENCIAMENTO DO BAGAÇO
R$ 1,55
R$ 1,67
R$ 1,80
R$ 1,77
R$ 1,78
R$ 1,53
R$ 1,63
R$ 1,29
R$ 0,78
R$ 0,64
R$ 0,62
R$ 0,62
R$ 0,62
R$ 0,63
R$ 0,62
R$ 0,68
0,50
0,39
0,34
0,35
0,35
0,41
0,38
0,53
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2,00
abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04
R$/ton R$/ton ton/ton
96
5.2.3 – Gastos relativos ao gerenciamento da torta de filtro
A tabela 8 traz os gastos relativos à torta de filtro durante o processo.
Foram gerados 14.847 ton durante o ano de 2.004, com um custo unitário dio de R$
7,48/ton, relativos ao gerenciamento. De acordo com as quantidades e custos levantados,
custo unitário do gerenciamento da torta representa ser maior em relação aos outros
resíduos em razão da pouca utilização de mão de obra e equipamentos. o custo por
tonelada da cana processada apresentou um resultado médio de R$ 0,11/ton.
Em comparação com os meses de abril, à novembro, novamente uma
disparidade no inicio e fim de safra, ou seja, R$ 0,19/ton e R$ 0,14/ton, provavelmente
em função da baixa eficiência do processo em geral. No mesmo mês, o percentual em
relação à geração total foi de 3,70% e em relação aos gastos totais foram de 8,38%,
conforme demonstrado na tabela 7 a seguir:
Tabela 7 – Percentual de gastos e quantidades de torta gerada no período
TORTA Abr/04
Mai/04
Jun/04
Jul/04
Ago/04
set/04
out/04
nov/04
Totais
Gastos
Mensais
R$ 8.029
R$ 12.002
R$ 13.
379
R$ 13.599
R$ 13.297
R$ 12.257
R$ 12.709
R$ 10.484
R$ 95.756
% gastos/mês
8,38%
12,53%
13,97%
14,20%
13,89%
12,80%
13,27%
10,95%
100,00%
Torta
gerada
550
1.765
2.480
2.580
2.335
1.922
2.140
1.075
R$ 14.847
% ton/mês
3,70%
11,89%
16,70%
17,38%
15,73%
12,95%
14,41%
7,24%
100,00%
O custo unitário do gerenciamento variou entre os meses de pico de
processamento de R$ 6,80/ton em maio para R$ 5,94/ton em setembro. A grande variação
ficou por conta do mês de novembro, ou seja R$ 9,75/ton, provavelmente em função da
diminuição do ritmo de produção, situação normal de final de safra.
Observa-se que no mês de abril e novembro uma quantidade de torta
gerada por tonelada de cana processada, de 0,0131/ton e 0,0142/ton, No inicio de safra,
os equipamentos (moendas, ternos etcc) ainda o estão ajustados adequadamente e no
fim de safra, por exaustão destes mesmos equipamentos.
Em relação à cana processada, o custo médio ficou em R$ 0,11/ton,
enquanto a tonelagem de torta gerada ficou em média de 0,0154/ton por tonelada de cana,
equivalentes à aproximadamente 15 kg/ton. Ressalte-se que, das 939.849 toneladas de
cana processada no período, 1,5% transformaram-se em torta, ou seja,
97
14.487 toneladas, um percentual ínfimo, se compararmos com o bagaço, que também é
medido em toneladas e ficou em 39%, representando uma geração em quantidade 26
vezes maior que a geração da torta.
Quanto aos gastos diretos e indiretos, foram distribuídos em média 67% e
13%, respectivamente, visto que os maiores gastos, mão de obra e combustível foram
identificados e alocados de forma direta, sem necessidade de rateio,
Durante o período, foi gasto o montante de R$ 95.756, que representou em
média: R$ 0,11/ton em relação à quantidade de torta gerada no processo. Aparentemente,
os gastos do período, sejam diretos ou indiretos não apresentaram grandes variações, com
exceção aos meses de abril e novembro.
Os gráficos 10 e 11 demonstram que apesar do aumento da quantidade de
cana processada durante o processo, especialmente nos meses de pico, ou seja, junho,
julho e agosto, os gastos com o gerenciamento do resíduo, cresceram praticamente na
mesma proporção, ao contrário do bagaço, por serem gastos indiretos, ou seja, o
relação de rateio em função da cana processada no período.
Enquanto um aumento da cana processada no período, uma
diminuição ou quase constância do custo do gerenciamento da torta por tonelada de cana,
ou seja, em última análise, quanto mais cana processada, menor é o custo unitário do
gerenciamento do resíduo. Os indicadores permaneceram estáveis no período de maio à
outubro, na casa de R$ 0,09/ton cana processada, mostrando mais uma vez que o
intervalo de meses que inicia e encerra o período de safra, exerce forte influencia no
comportamento dos indicadores sejam eles de custos ou de geração.
98
Tabela 8 - GASTOS MENSAIS COM O GERENCIAMENTO DA TORTA
ANO 2004
TORTA
ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV TOTAL
QUANTIDADE
GERADA (Ton)
550 1.765 2.480 2.580 2.335 1.922 2.140 1.075 14.847
QTDE CANA
PROCESSADA
42.014
116.660
141.599
148.312
147.739
133.835
133.746
75.943
939.849
GASTOS TOTAIS
EM R$
8.029
12.002
13.379
13.599
13.297
12.257
12.709
10.484
95.756
CUSTOS
DIRETOS
6.578
8.293
8.240
8.221
8.427
8.162
8.328
8.334
64.583
Mão de obra
operários
2.023
2.323
2.200
2.230
2.437
2.172
2.338
2.344
18.067
Encargos sociais
1.840
3.255
3.325
3.275
3.275
3.275
3.275
3.275
24.797
Depreciação
Veículos
2.715
2.715
2.715
2.715
2.715
2.715
2.715
2.715
21.720
CUSTOS
DIRETOS EM % 81,93%
69,10%
61,59%
60,45%
63,38%
66,60%
65,53%
79,50%
67,45%
CUSTOS
INDIRETOS
1.451
3.709
5.140
5.379
4.869
4.094
4.381
2.149
31.172
Treinamento dos
operários
350
180
180
220
200
250
100
-
1.480
Combustíveis e
lubrificantes
895
2.867
4.030
4.192
3.794
3.123
3.478
1.746
24.125
Manutenção de
Veículos
206
662
930
967
876
721
803
403
5.567
CUSTOS
INDIRETOS EM %
18,07%
30,90%
38,41%
39,55%
36,62%
33,40%
34,47%
20,50%
32,55%
CUSTO UNITARIO
GERENCIAMENTO
R$ 14,60
R$ 6,80
R$ 5,39
R$ 5,27
R$ 5,69
R$ 6,38
R$ 5,94
R$ 9,75
R$ 7,48
CUSTO Ton
TORTA / Ton
CANA
R$ 0,19
R$ 0,10
R$ 0,09
R$ 0,09
R$ 0,09
R$ 0,09
R$ 0,10
R$ 0,14
R$ 0,11
Ton GERADA /
Ton CANA
0,0131
0,0151
0,0175
0,0174
0,0158
0,0144
0,0160
0,0142
0,0154
99
Gráfico 10 -
EVOLUÇÃO DO CUSTO TOTAL E DA
QUANTIDADE DE TORTA GERADA
133.746
550
1.765
2.480
2.580
2.335
1.922
2.140
1.075
147.739
148.312
141.599
116.660
42.014
75.943
133.835
R$ 12.709
R$ 10.484
R$ 12.257
R$ 13.297
R$ 13.599
R$ 13.379
R$ 12.002
R$ 8.029
0
15.000
30.000
45.000
60.000
75.000
90.000
105.000
120.000
135.000
150.000
165.000
abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04
ton cana ton torta Gastos (R$)
100
Gráfico 11 -
INDICADORES DE GERENCIAMENTO
DA TORTA
R$ 14,60
R$ 5,94
R$ 9,75
R$ 6,38
R$ 5,69
R$ 5,27
R$ 5,39
R$ 6,80
R$ 0,14
R$ 0,10
R$ 0,09
R$ 0,09
R$ 0,09
R$ 0,09
R$ 0,10
R$ 0,19
0,0142
0,0160
0,01440,0158
0,0174
0,0175
0,0151
0,0131
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
11,00
12,00
13,00
14,00
15,00
16,00
abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04
R$/ton R$/ton ton/ton
101
5.2.4 – Gastos relativos ao gerenciamento da vinhaça
A vinhaça é o resíduo de maior representatividade quantitativa neste
trabalho. Foram gerados 1.037.649 m³, o que representou na média, 1,18 de vinhaça
por tonelada de cana processada. A tabela 9 demonstra todos os gastos envolvidos no
processo de geração. Observa-se que, diferentemente da torta de filtro, a vinhaça é o
resíduo que consome maior volume de recursos. No período foram gastos R$ 3.164.066.
Talvez, o argumento seja a utilização de maior número de funcionários e equipamentos.
O custo unitário do manejo teve o maior pico no último mês de processamento da cana,
atingindo R$ 3,93/ton, em função da necessidade do esvaziamento total dos tanques de
armazenagem contra uma porção reduzida de moagem de cana.
Durante o processo, foram considerados gastos com produtos auxiliares,
descritos no anexo 2, no montante de R$ 889.294, rateados na proporção da quantidade
de vinhaça gerada mensalmente e incorporadas mês a mês como custo direto, visto que
são compostos de vários produtos e embora relacionados diretamente ao tratamento da
vinhaça, não foi possível a alocação direta em cada mês, pois o valor mencionado foi
fornecido pelo laboratório da usina como gasto anual, daí a necessidade de utilização de
um critério de rateio.
Quanto aos gastos de gerenciamento da vinhaça, os valores permaneceram
estáveis durante o período compreendido entre os meses de maio e outubro, com média
de R$ 427.000/mês. Dentre os itens de maior representatividade entre os gastos, destaca-
se a mão de obra e a depreciação de veículos e equipamentos. Embora calculada de forma
linear, ou seja, a depreciação permanece constante durante o período, que não existiu
qualquer tipo de aquisição de novos ativos. A depreciação representou quase 33% dos
gastos totais durante o período, seguido dos gastos com materiais auxiliares que
representaram gastos na ordem de 25% do total.
De maneira geral, os gastos diretos e indiretos foram da ordem de 44% e
56% respectivamente. Os gastos indiretos dependem de critérios de rateio para serem
alocados, neste caso, a tonelagem de cana, o que não quer dizer que uma mudança no
critério de rateio, possa alterar este resultado.
Ressalte-se ainda que, embora o volume de vinhaça, seja incorporado pela
água de lavagem de cana, os gastos com o gerenciamento da vinhaça, foram apurados
102
isoladamente. Durante o período, foi gasto o montante de R$ 3.164.066, querepresentou
em média: R$ 3,14/m³ em relação à quantidade de vinhaça gerada no processo e R$
3,71/m³ em relação à tonelada de cana processada.
Em relação ao custo unitário do gerenciamento por m³ de vinhaça, o
indicador sofreu variações durante o período, entre R$ 2,50 e R$ 3,93, em função da
variação dos gastos e da quantidade de vinhaça e dos gastos mensais. No mês de outubro,
o gasto unitário caiu para R$ 2,50/m³ de vinhaça gerada, onde a hipótese mais provável
seja a de que o volume gerado mês foi de 167.690m³, quase 30% à mais que a média do
período todo, e 32% a mais que o mês de maio, primeiro mês de pico de geração,
perfeitamente visualizado nos gráficos 12 e 13. Interessante ressaltar que a queda do
custo unitário, não guarda relação com o processamento da cana, uma vez que no mês de
maio e outubro, foram processadas 12,41% e 14,23% do total.
O custo unitário do gerenciamento da vinhaça inverte-se no mês de
novembro, visto que, depois do s de abril, foi o mês de menor gasto e embora seja o
último mês de safra, com um período menor de processamento de cana, houve uma
grande geração do efluente, comparado com os demais meses, relacionada com
esvaziamento dos tanques de armazenagem.
Os gráficos também apontam um indicador elevado de geração de
vinhaça, por tonelada de cana processada no mês de abril, na ordem de 1,91 m³/t. Tal fato
também pode ser explicado, em função de o período de processamento ter sido de apenas
15 dias e os equipamentos (moendas, ternos etcc) ainda não estão ajustados
adequadamente, ou seja, pode ter ocorrido certa ineficiência no processo.
De maneira geral, enquanto os indicadores apontam que o custo unitário
do gerenciamento da vinhaça permaneceu constante no período de pico de safra, ou seja
de junho à setembro, em média R$ 3,05/m³, o custo unitário da vinhaça gerada por
tonelada de cana, foi instável no mesmo período, com constantes altos e baixos, saindo de
R$ 3,42/m³ em junho para R$ 2,71/m³. Quanto a quantidade de vinhaça gerada, também
houve grande volatilidade nos períodos de pico, saindo de 1,05/m³ em maio para 1,25/m³
em outubro, conforme demonstrado no gráfico 13. Tal fato pode estar relacionado a
fatores climáticos que, em menor ou maior grau, afetam o volume das caixas de
decantação e consequentemente os tanques de armazenagem de efluentes (vinhaça +
água).
103
Tabela 9 - GASTOS MENSAIS COM O GERENCIAMENTO DA
VINHAÇA - ANO 2004
* 1 Materiais Auxiliares Consumidos na Safra: R$ 889.294 CONFORME ANEXO 2
VINHAÇA
ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV TOTAL
QUANTIDADE
PRODUZIDA (m³)
80.095
122.545
126.350
155.295
146.805
155.810
167.690
83.059
1.037.649
QTDE CANA
PROCESSADA
42.014
116.660
141.599
148.312
147.739
133.835
133.746
75.943
939.849
GASTOS TOTAIS
277.075
396.248
432.044
444.392
446.871
421.977
418.633
326.827
3.164.066
CUSTOS DIRETOS
106.995
174.631
192.907
200.928
202.825
188.060
186.742
134.388
1.387.476
Mão-de-obra operários
31.438
33.073
31.586
32.629
33.440
32.509
31.863
30.960
257.500
Encargos sociais
36.154
38.034
36.324
37.523
38.456
37.385
36.643
35.604
296.125
Depreciação
Equipamentos
3.083
3.083
3.083
3.083
3.083
3.083
3.083
3.083
24.667
Materiais auxiliares
consumidos *
36.319
100.441
121.913
127.693
127.845
115.082
115.152
64.740
809.185
CUSTOS DIRETOS
EM %
38,62%
44,07%
44,65%
45,21%
45,39%
44,57%
44,61%
41,12%
43,85%
CUSTOS
INDIRETOS
170.080
221.616
239.137
243.464
244.046
233.917
231.891
192.440
1.776.590
Mão-de-obra operários
4.512
4.733
4.960
5.035
5.156
5.143
4.826
5.404
39.768
Encargos sociais
5.189
5.443
5.704
5.790
5.929
5.915
5.550
6.215
45.733
Treinamento dos
operários
2.500
1.800
1.500
1.000
1.200
1.400
-
-
9.400
Combustíveis e
lubrificantes
23.012
63.640
77.245
80.907
81.003
72.916
72.961
41.019
512.703
Manutenção de
veículos
6.306
17.440
21.168
22.171
22.198
19.982
19.994
11.241
140.498
Deprec. dos veículos
para transporte
128.561
128.561
128.561
128.561
128.561
128.561
128.561
128.561
1.028.488
CUSTOS
INDIRETOS EM %
61,38%
55,93%
55,35%
54,79%
54,61%
55,43%
55,39%
58,88%
56,15%
CUSTO UNITARIO
GERENCIAMENTO
R$ 3,46
R$ 3,23
R$ 3,42
R$ 2,86
R$ 3,04
R$ 2,71
R$ 2,50
R$ 3,93
R$ 3,14
CUSTO
VINHAÇA / Ton
CANA
R$ 6,59
R$ 3,40
R$ 3,05
R$ 3,00
R$ 3,02
R$ 3,15
R$ 3,13
R$ 4,30
R$ 3,71
m³ GERADO / Ton
CANA
1,91
1,05
0,89
1,05
0,99
1,16
1,25
1,09
1,18
Gráfico 12 - EVOLUÇÃO DO CUSTO TOTAL E DA
QUANTIDADE DE VINHAÇA GERADA
42.014
116.660
141.599
148.312
147.739
133.835
133.746
75.943
155.295
80.095
122.545
126.350
146.805
155.810
167.690
83.059
R$ 277.075
R$ 396.248
R$ 432.044
R$ 444.392
R$ 446.871
R$ 421.977
R$ 418.633
R$ 326.827
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
400.000
450.000
500.000
abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04
ton cana vinhaça Gastos (R$)
104
Gráfico 13 - INDICADORES DE GERENCIAMENTO DA
VINHAÇA
R$ 6,59
R$ 3,13
R$ 3,46
R$ 3,23
R$ 3,42
R$ 2,86
R$ 3,04
R$ 2,71
R$ 2,50
R$ 3,93
R$ 3,40
R$ 3,05
R$ 3,00
R$ 3,02
R$ 4,30
R$ 3,15
1,91
1,05
0,89
1,05
0,99
1,16
1,25
1,09
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
7,00
abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04
R$/m³ R$/ton /ton
105
106
5.2.5 – Custo total do gerenciamento dos resíduos e efluentes da usina
A tabela 10 apresenta o resumo mensal dos indicadores relacionados a
custos e quantidades de resíduos e efluentes gerados no processo de fabricação de açúcar
e do álcool durante o ano de 2.004 que poderão ser utilizados como comparativos em
safras futuras.
Como se nota, em termos monetários, os indicadores são demonstrados em
reais (R$) por tonelada (t), no caso do bagaço e da torta e em metros cúbicos (m³) por
tonelada (t) no caso da água de lavagem de cana e da vinhaça, seja em relação ao próprio
resíduo ou efluente e em relação à tonelada de cana. Para se ter uma base de
comparabilidade, seria necessário converter as unidades de medidas numa só, para, a
partir dai, iniciar um procedimento de relação que possa ser comparado com qualquer
parâmetro.
Em função desta dificuldade, foram agrupados na tabela 11, os custos
unitários em reais (R$) por tonelada (t) de cana, de todos os resíduos e efluentes, bem
como a relação dos custos totais com o preço da tonelada de cana praticada naquele
período de análise.
O gráfico 14 a seguir apresenta o comportamento do total dos gastos totais
com o gerenciamento dos resíduos e efluentes em reais por tonelada de cana (R$/t) e o
preço da cana praticado no período.
Percebe-se um ligeiro aumento do preço da cana, enquanto que o total dos
gastos com os resíduos, seguiu uma tendência de queda nos meses de pico de
processamento. Exceção aos meses de abril e novembro, pelos motivos já discutidos
anteriormente.
107
Gráfico 14 – Comportamento dos gastos totais e do preço praticado da cana
17,54%
18,47%
14,18%
14,66%
14,31%
14,69%
15,36%
17,90%
31,60%
R$ 1,00
R$ 4,00
R$ 7,00
R$ 10,00
R$ 13,00
R$ 16,00
R$ 19,00
R$ 22,00
R$ 25,00
R$ 28,00
abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 DIA
% S/PREÇO DA CANA
PREÇO DA CANA (t)
R$ 0,00
R$ 1,00
R$ 2,00
R$ 3,00
R$ 4,00
R$ 5,00
R$ 6,00
R$ 7,00
R$ 8,00
CUSTO UNITÁRIO DO
GERENCIAM E NTO
PREÇO CANA CUSTO UNIT (t) % PRO UNIT
Elaborado pelo autor deste trabalho
Constatamos que no mês de abril, houve um gasto de R$ 7,90 por tonelada
de cana processada que representa 31,60% do preço da cana praticado naquele mês. Este
indicador pode ser considerado como custo ambiental do processamento da cana, e
consequentemente da produção do açúcar e do álcool. Em outras palavras, cada tonelada
de cana processada, custou para a empresa R$ 32,90 (R$ 25,00 da cana e R$ 7,90 do
custo ambiental).
Conforme demonstrado no gráfico 15, nos demais meses, os custos totais
(cana + custo ambiental), tiveram um comportamento de crescimento uniforme, partindo
de R$ 28,00 em maio até R$ 31,00. No mês de novembro este valor sobe para R$ 33,00,
em função do maior preço praticado no decorrer da safra e também dos altos custos
relacionados aos resíduos e efluentes gerados, por se tratar do último período de
processamento com apenas 15 dias de processamento. Os custos ambientais, aqui
considerados como gastos com o gerenciamento dos resíduos e efluentes, representaram
em média R$ 4,61 por tonelada de cana processada ou 17,54% sobre o preço médio da
108
cana praticado no período em análise. Por se tratar de um estudo primário, estes dados
poderão servir como parâmetros para futuros trabalhos.
Gráfico 15 – Evolução dos Custos totais (preço da cana + custo ambiental)
R$ 0,00
R$ 5,00
R$ 10,00
R$ 15,00
R$ 20,00
R$ 25,00
R$ 30,00
R$ 35,00
R$ 40,00
a
b
r
/04
mai/04
j
un
/
0
4
jul/04
a
g
o/04
set/04
o
u
t
/04
n
o
v/04
MÉDIA
Preço Cana (t) Custo Ambiental (t) Custo Total (t)
Elaborado pelo autor deste trabalho
Importante ressaltar que os dados aqui apresentados sofrem limitação de
análise, por inexistirem estudos em outras unidades de fabricação de açúcar e álcool, que
possam servir de parâmetros de comparação.
109
TABELA 10 - resumo mensal dos indicadores – 2004
RESÍDUO
Indicador
ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV MÉDIA
ÁGUA
R$/m³
1,42
1,50
1,28
1,21
1,04
0,89
1,42
1,48
1,28
DE LAVAGEM
m³/t
0,24
0,08
0,07
0,07
0,09
0,12
0,07
0,11
0,11
DE CANA
R$/t
0,34
0,12
0,10
0,09
0,09
0,11
0,10
0,16
0,14
R$/t
1,55
1,67
1,80
1,77
1,78
1,53
1,63
1,29
1,64
t/t
0,50
0,39
0,34
0,35
0,35
0,41
0,38
0,53
0,41
BAGAÇO
R$/t
0,78
0,64
0,62
0,62
0,62
0,63
0,62
0,68
0,65
R$/t
14,60
6,80
5,39
5,27
5,69
6,38
5,94
9,75
7,48
t/t
0,0131
0,0151
0,0175
0,0174
0,0158
0,0144
0,0160
0,0142
0,0154
TORTA DE
FILTRO
R$/t
0,19
0,10
0,09
0,09
0,09
0,09
0,10
0,14
0,11
R$/m³
3,48
3,23
3,42
2,86
3,04
2,71
2,50
3,93
3,14
m³/t
1,91
1,05
0,89
1,05
0,99
1,16
1,25
1,0
9
1,18
VINHAÇA
R$/t
6,59
3,40
3,05
3,00
3,02
3,15
3,13
4,30
3,71
I N D I C A D O R E S
1 Custo Unitário do Gerenciamento do Resíduo =
Custo total do resíduo ou efluente nomês
(emr$ /m³ ou /t)
Quantidade de Resíduo gerado no mês
2 Quantidade gerada por tonelada de cana =
Quant. de Resíduo ou efluente gerado no mês
(m³/t ou t/t)
Quantidade de Cana Processada no mês
3 Custo do Gerenciamento por tonelada de cana =
Custo total resíduo ou efluente no mês
(em R$/t)
Quantidade de Cana Processada no mês
110
Tabela 11 - COMPARATIVO DA RELAÇÃO: PREÇO DA TONELADA CANA X
CUSTOS UNITÁRIOS DOS RESÍDUOS E EFLUENTES
MESES
ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV MÉDIA
Preço da
Cana *
( t )
25,00
23,80
25,13
25,86
26,69
27,14
27,86
28,59
26,26
Resíduo ou
Efluente
C.Unit
ABR MAI JUN JUL AGO
SET OUT NOV
MÉDIA
Água de
Lavagem da
Cana
R$/t
0,34
0,12
0,10
0,09
0,09
0,11
0,10
0,16
0,14
Bagaço
R$/t
0,78
0,64
0,62
0,62
0,62
0,63
0,62
0,68
0,65
Torta
R$/t
0,19
0,10
0,09
0,09
0,09
0,09
0,10
0,14
0,11
Vinhaça
R$/t
6,59
3,40
3,05
3,00
3,02
3,15
3,13
4,30
3,71
TOTAIS
R$/t
7,90
4,26
3,86
3,80
3,82
3,98
3,95
5,28
4,61
CUSTO TOTAL (Cana
+ Resíduos/Efluentes)
32,90
28,06
28,99
29,66
30,51
31,12
31,81
33,87
30,87
% DO PREÇO
DA CANA
31,60%
17,90%
15,36%
14,69%
14,31%
14,66%
14,18%
18,47%
17,54%
* Fonte: Consecana - Conselho dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do
Estado de São Paulo - disponível em www.unica.com.br
111
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora em outras épocas, a indústria sucroalcooleira tenha sido
considerada potencialmente poluidora, pela quantidade de resíduos que produz,
atualmente essa visão vem sendo modificada.
O presente trabalho buscou identificar inicialmente as áreas de geração
dos resíduos sólidos e efluentes industriais que retratassem ser de maior
representatividade quantitativa. A tabela 9, trouxe um resumo geral dos indicadores tanto
de geração, quanto de custo de cada resíduo ou efluente. Embora o tenha sido possível
a comparabilidade dos resultados com outras empresas ou fontes secundárias, o trabalho
demonstra a possibilidade de criação de quaisquer indicadores, desde que se tenham as
informações necessárias.
A torta de filtro que é o resíduo de menor geração quantitativa apresentou,
na média, o maior custo unitário por tonelada gerada, mais que o dobro do custo da
vinhaça, efluente de maior geração. De forma geral, ficou claro que no mês que se inicia
e termina a safra, são responsáveis pela maior quantidade de resíduo ou efluente por
tonelada de cana, bem como o maior custo unitário por tonelada de cana. Esta conclusão
por si só, já nos leva a repensar e investigar melhor sobre as causas que levam a obtenção
de maiores indicadores nestes meses.
Através do aproveitamento dos resíduos e efluentes gerados da cana-de-
açúcar, como o bagaço, a torta de filtro, a vinhaça e as leveduras, por exemplo, é possível
tornar o processo mais limpo e interessante em termos econômicos. Mas este é o grande
conflito que existe: a mensuração do processo de aproveitamento, que começa na
identificação dos custos inerentes ao processo de geração de cada um.
Outro entrave é a questão do sistema de custeio, que de certa forma,
poderia ser muito útil, reduzindo o grau de incerteza e imperfeições nas análises dos
indicadores em geral. Porém, o acesso a ferramentas de custeio ainda é restrito a um
grande número de empresas, nos mais diversos setores da indústria nacional,
principalmente entre as empresas de menor porte.
Neste trabalho, foi utilizado o sistema de custeio por absorção, que
trabalha com os gastos de forma generalizada, embora, como detalhado no capítulo
específico, foram realizados rateios para determinados custos, o que não descaracteriza a
absorção, nem tampouco, invalida a análise dos indicadores. O ideal seria utilizar o
112
sistema de custeio ABC, pois propõe um nível de detalhamento maior na distribuição dos
custos e consequentemente a análise final torna-se mais próxima da realidade.
Assim, com base nos dados disponíveis na empresa em forma de
documentos, relatórios, planilhas etc., e nos levantamentos realizados ao longo do
período pesquisado, o trabalho encerra com a possibilidade de criação de indicadores de
ordem quantitativa e monetária, no que tange ao gerenciamento dos resíduos sólidos e
efluentes industriais em específico.
Pode-se afirmar que, embora existissem muitas dificuldades relativas às
informações, às vezes conflitantes, quanto ao volume e gastos de cada resíduo ou
efluentes, houve um trabalho de lapidação” dos dados e a partir deste refinamento, a
compilação dos dados pode ser confeccionada com maior confiabilidade.
Nesta ótica, a contabilidade torna-se uma poderosa ferramenta de decisão
a vel gerencial, visto que são informações que medem o o nível de geração dos
resíduos e efluentes, más pode também individualizar os gastos, permitindo análises
econômico-financeiro referentes a cada resíduo ou efluente.
Sob a ótica da responsabilidade social e ambiental, a evidenciação através
de indicadores de geração e de custos, poderá trazer benefícios, não econômicos e
financeiros, mas também de marketing e credibilidade junto aos usuários externos
(stakeholders).
A principal restrição dos setores envolvidos quanto a um possível
programa de gerenciamento está relacionada com as dificuldades de se medir os
resultados e benefícios deste programa visto que os custos ambientais existem, porém são
de difícil quantificação.
Os resultados obtidos fornecem modelos e embasamento para que outros
trabalhos semelhantes sejam desenvolvidos, e servem como incentivo para que as
empresas passem a adotar o gerenciamento de resíduos e efluentes como princípio
norteador nas suas atividades de gestão ambiental
Finalizando, se não for benéfico do ponto de vista econômico ou
financeiro a implantação de uma política de mensuração das atividades de geração dos
resíduos e efluentes, combinada com uma alternativa de produção mais limpa, estes
gastos continuarão sendo tratados como ocultos ou intangíveis, ou seja, continuarão
sendo incorporados indevidamente ao custo dos produtos.
113
SUGESTÃO PARA FUTUROS TRABALHOS
Sugere-se para continuidade deste trabalho, a elaboração e implantação de
um plano de monitoramento e de um sistema de gerenciamento de resíduos e efluentes,
que permitam identificar e mensurar, não os resíduos e efluentes estudados neste
trabalho, s todos os resíduos e efluentes gerados na fabricação de açúcar e álcool, nas
diversas fases do processo, envolvendo a atuação conjunta de todos os departamentos:
agrícola, industrial, manutenção, laboratório, etc.,, incluindo-se também a poluição
atmosférica, que não foi tratada neste trabalho, visto que o lavador de gases foi instalado
após o a finalização do mesmo.
A natureza complexa dos estudos de custos ambientais, bem como suas
repercussões nas empresas e na sociedade, possibilitam que outros trabalhos sejam
realizados, vislumbrando-se, porém, álbuns desdobramentos como: trabalhar mais as
vantagens do sistema de custeio ABC no controle dos custos ambientais e amadurecer as
idéias sobre os critérios de rateio no decorrer na implantação dos controles de custos
ambientais.
Dispondo de informações quantitativas, dos custos inerentes às atividades
de geração de resíduos e efluentes e da metodologia apontada neste trabalho, a empresa
terá como demonstrar através de diversos indicadores, níveis de geração e de custos,
possibilitando comparações e ainda proporcionando análises de eco-eficiência para com
seus pares.
Ao selecionar indicadores, poder-se-a expressar em valores relativos
(volume de água consumida/ano; quantidade de energia consumida/produto; volume de
resíduos sólidos gerados/produção anual) interpretando e avaliando no sentido de
identificar os aspectos ambientais críticos, progressos e deficiências do desempenho
ambiental da empresa.
Torna-se importante o relato das informações aos níveis gerenciais, no
sentido de resolver, melhorar ou manter o desempenho ambiental da empresa, por meio
da adoção de medidas adequadas, tanto no que se refere à gestão, quanto ao processo
produtivo propriamente dito.
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123
ANEXO A
Resolução CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC nº 1.003 de
19.08.2004
D.O.U. 06.09.2004
Aprova a NBC T 15 - Informações de Natureza Social e Ambiental
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições
legais e regimentais,
CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretações
Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabelece regras de procedimentos
técnicos a serem observadas quando da realização de trabalhos;
CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos de instituições com as
quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relações regulares e oficiais está de
acordo com as diretrizes constantes dessas relações;
CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras de Contabilidade,
instituído pelo Conselho Federal de Contabilidade, atendendo ao que está disposto no
Art. da Resolução CFC 751, de 29 de dezembro de 1993, elaborou a NBC T 15 -
Informações de Natureza Social e Ambiental.
CONSIDERANDO que por se tratar de atribuição que, para o adequado desempenho,
deve ser empreendida pelo Conselho Federal de Contabilidade em regime de franca, real
e aberta cooperação com o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários,
o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, o Instituto Nacional de Seguro Social,
o Ministério da Educação, a Secretaria Federal de Controle, a Secretaria da Receita
Federal, a Secretaria do Tesouro Nacional e a Superintendência de Seguros Privados,
resolve:
Art. 1º Aprovar a NBC T 15 - Informações de Natureza Social e Ambiental.
124
Art. Esta Resolução entra em vigor a partir de de janeiro de 2006, sendo
recomendada a sua adoção antecipada. Ata CFC nº 861 Procs. CFC nos 40/04 e 42/04.
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE NBC T 15 - INFORMAÇÕES
DE NATUREZA SOCIAL E AMBIENTAL
15.1 - CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS
15.1.1- Esta norma estabelece procedimentos para evidenciação de informações de
natureza social e ambiental, com o objetivo de demonstrar à sociedade a participação e a
responsabilidade social da entidade.
15.1.2 - Para fins desta norma, entende-se por informações de natureza social e
ambiental:
a) a geração e a distribuição de riqueza;
b) os recursos humanos;
c) a interação da entidade com o ambiente externo;
d) a interação com o meio ambiente.
15.1.3 - A Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental, ora instituída,
quando elaborada deve evidenciar os dados e as informações de natureza social e
ambiental da entidade, extraídos ou não da contabilidade, de acordo com os
procedimentos determinados por esta norma.
15.1.4 - A demonstração referida no item anterior, quando divulgada, deve ser efetuada
como informação complementar às demonstrações contábeis, não se confundindo com as
notas explicativas.
15.1.5 - A Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental deve ser
apresentada, para efeito de comparação, com as informações do exercício atual e do
exercício anterior.
15.2 - INFORMAÇÕES A SEREM DIVULGADAS
15.2.1 - Geração e Distribuição de Riqueza
15.2.1.1 - A riqueza gerada e distribuída pela entidade deve ser apresentada conforme a
Demonstração do Valor Adicionado, definida na NBC T 3.
15.2.2 - Recursos Humanos
125
15.2.2.1 - Devem constar dados referentes à remuneração, benefícios concedidos,
composição do corpo funcional e as contingências e os passivos trabalhistas da entidade.
15.2.2.2 - Quanto à remuneração e benefícios concedidos aos empregados,
administradores, terceirizados e autônomos, devem constar:
a) remuneração bruta segregada por empregados, administradores, terceirizados e
autônomos;
b) relação entre a maior e a menor remuneração da entidade, considerando os empregados
e os administradores;
c) gastos com encargos sociais;
d) gastos com alimentação;
e) gastos com transporte;
f) gastos com previdência privada;
g) gastos com saúde;
h) gastos com segurança e medicina do trabalho;
i) gastos com educação (excluídos os de educação ambiental);
j) gastos com cultura;
k) gastos com capacitação e desenvolvimento profissional;
l) gastos com creches ou auxílio-creches;
m) participações nos lucros ou resultados.
15.2.2.3 - Estas informações devem ser expressas monetariamente pelo valor total do
gasto com cada item e a quantidade de empregados, autônomos, terceirizados e
administradores beneficiados.
15.2.2.4 - Nas informações relativas à composição dos recursos humanos, devem ser
evidenciados:
a) total de empregados no final do exercício;
b) total de admissões;
c) total de demissões;
126
d) total de estagiários no final do exercício;
e) total de empregados portadores de necessidades especiais no final do exercício;
f) total de prestadores de serviços terceirizados no final do exercício;
g) total de empregados por sexo;
h) total de empregados por faixa etária, nos seguintes intervalos:
menores de 18 anos
de 18 a 35 anos
de 36 a 60 anos
acima de 60 anos
i) total de empregados por nível de escolaridade, segregados por:
analfabetos
com ensino fundamental
com ensino médio
com ensino técnico
com ensino superior
pós-graduados
j) percentual de ocupantes de cargos de chefia, por sexo.
15.2.2.5 - Nas informações relativas às ações trabalhistas movidas pelos empregados
contra a entidade, devem ser evidenciados:
a) número de processos trabalhistas movidos contra a entidade;
b) número de processos trabalhistas julgados procedentes;
c) número de processos trabalhistas julgados improcedentes;
d) valor total de indenizações e multas pagas por determinação da justiça.
15.2.2.6 - Para o fim desta informação, os processos providos parcialmente ou encerrados
por acordo devem ser considerados procedentes.
15.2.3 - Interação da Entidade com o Ambiente Externo
127
15.2.3.1 - Nas informações relativas à interação da entidade com o ambiente externo,
devem constar dados sobre o relacionamento com a comunidade na qual a entidade está
inserida, com os clientes e com os fornecedores, inclusive incentivos decorrentes dessa
interação.
15.2.3.2 - Nas informações relativas à interação com a comunidade, devem ser
evidenciados os totais dos investimentos em:
a) educação, exceto a de caráter ambiental;
b)cultura;
c) saúde e saneamento;
d) esporte e lazer, não considerados os patrocínios com finalidade publicitária;
e) alimentação.
15.2.3.3 - Nas informações relativas à interação com os clientes, devem ser evidenciados:
a) número de reclamações recebidas diretamente na entidade;
b) número de reclamações recebidas por meio dos órgãos de proteção e defesa do
consumidor;
c) número de reclamações recebidas por meio da Justiça;
d) número das reclamações atendidas em cada instância arrolada;
e) montante de multas e indenizações a clientes, determinadas por órgãos de proteção e
defesa do consumidor ou pela Justiça;
f) ações empreendidas pela entidade para sanar ou minimizar as causas das reclamações.
15.2.3.4 - Nas informações relativas aos fornecedores, a entidade deve informar se utiliza
critérios de responsabilidade social para a seleção de seus fornecedores.
15.2.4 - Interação com o Meio Ambiente
15.2.4.1 - Nas informações relativas à interação da entidade com o meio ambiente, devem
ser evidenciados:
a) investimentos e gastos com manutenção nos processos operacionais para a melhoria do
meio ambiente;
b) investimentos e gastos com a preservação e/ou recuperação de ambientes degradados;
128
c) investimentos e gastos com a educação ambiental para empregados, terceirizados,
autônomos e administradores da entidade;
d) investimentos e gastos com educação ambiental para a comunidade;
e) investimentos e gastos com outros projetos ambientais;
f) quantidade de processos ambientais, administrativos e judiciais movidos contra a
entidade;
g) valor das multas e das indenizações relativas à matéria ambiental, determinadas
administrativa e/ou judicialmente;
h) passivos e contingências ambientais.
15.3 - DISPOSIÇÕES FINAIS
15.3.1 - Além das informações contidas no item 15.2, a entidade pode acrescentar ou
detalhar outras que julgar relevantes.
15.3.2 - As informações contábeis, contidas na Demonstração de Informações de
Natureza Social e Ambiental, são de responsabilidade técnica de contabilista registrado
em Conselho Regional de Contabilidade, devendo ser indicadas aquelas cujos dados
foram extraídos de fontes o-contábeis, evidenciando o critério e o controle utilizados
para garantir a integridade da informação. A responsabilidade por informações não-
contábeis pode ser compartilhada com especialistas.
15.3.3 - A Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental deve ser objeto
de revisão por auditor independente, e ser publicada com o relatório deste, quando a
entidade for submetida a esse procedimento.
JOSÉ MARTONIO ALVES COELHO
Presidente do Conselho
129
ANEXO B
Consumo de Produtos Auxiliares para o processo – Safra 2004
Produtos
Auxiliares
Consumo
Específico
Preço
(kg)
Consumo
Total
Preço
Total
Setor
(Função)
Clarisina 997.5
g/ton
206.80
/ ton
153.7 ton 31.785,16
Cal virgem 654.4
g/ton cana
(VL)
156.80
/ ton
510.9 ton 80.109,12 trat. de água e
clarificante de
caldo
Bioclim 29.2 g/ton
cana
2.00 /
kg
27462 kg 54.924,00 Moenda
(bactericida)
Bioquart 750 11.7 g/ton
cana
7.05 /
kg
11.000
kg
77.550,00 Moenda
(bactericida)
Cloro 14.0 g/ton
cana
0.60 /
kg
13.200
kg
7.920,00 Moenda
(Limpeza /
bactericida)
Polímero
Emulsão
7.3 g/ton
cana
10.60 /
kg
6.900 kg 73.140,00 Tratamento de
caldo (filtro)
Polímero pó 2.2 g/ton
cana
10.29 /
kg
2.050 kg 21.094,50 Tratamento de
caldo
(decantador)
Antiespumante 0.52 g/l
álcool
7.48 /
kg
21.680
kg
162.166,40 Fermentação
Dispersante 0.31 g/l
álcool
7.70 /
kg
12.830
kg
98.560,00 Fermentação
Ácido
Sulfúrico
7.6 g/l
álcool
510 /
ton
318.31
ton
162.338,10 Fermentação
Alcalub 100 8.7 g/ton
açúcar
3.55 /
kg
4.800 kg 17.040,00 Fábrica
(lubrificante
de massa)
Alcalimp 1600 1.1 g/ton
açúcar
1.60 /
kg
1.190 kg 1.904,00 brica
(limpeza
vácuos)
Alcatac 3044 9.6 g/ton
cana
3.45 /
kg
9.000 kg 31.050,00 Caldeira
(condicionador
de lama)
Alcatac 3022 2.7 g/ton
cana
3.15 /
kg
2.500 kg 7.875,00 Caldeira
(Sulfito)
Alcatac 3023 4.12 g/ton
cana
5.90 /
kg
3.875 kg 22.862,50 Caldeira
(Fosfato)
Alcatac 3070 Não usou Caldeira
(Dispersante)
Alcafloc 20 0.13 g/ton
cana
1.75 /
kg
120 kg 210,00 Caldeira
(Clarificante)
Alcavap 330 2.1 g/ton
cana
2.25 /
kg
1.985 kg 4.466,25 Vapor
(Correção pH)
NaOH 35.4 g/ton
cana
1.03 /
kg
33.300
kg
34.299,00 Caldeira
(Correção pH)
TOTAL 889.294,03
Fonte: laboratório da usina - 2004
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