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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DO COMPONENTE ARBÓREO/ARBUSTIVO DA
FLORESTA CILIAR DO ARROIO DA BRIGADEIRA, NO PARQUE MUNICIPAL
FAZENDA GUAJUVIRAS, CANOAS/RS
FERNANDO FERRARI SOBRINHO
PORTO ALEGRE, JUNHO DE 2005
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COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DO COMPONENTE ARBÓREO/ARBUSTIVO DA
FLORESTA CILIAR DO ARROIO DA BRIGADEIRA, NO PARQUE MUNICIPAL
FAZENDA GUAJUVIRAS, CANOAS/RS
Fernando Ferrari Sobrinho
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ecologia, no Instituto
de Biociências da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, como parte dos
requisitos para obtenção do título de
Mestre em Ecologia
Orientador: Prof. Dr. Paulo Luiz de Oliveira
Banca Examinadora: Prof. Dr. Andreas Kindel
Prof. Dr. João André Jarenkow
Prof. Dr. Paulo Brack
Porto Alegre, junho de 2005
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AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Paulo Luiz de Oliveira, pela forma acolhedora que me recebeu desde o
primeiro contato, pela orientação e ensinamentos;
À Secretaria Municipal de Preservação Ambiental (SEMPA) da Prefeitura Municipal de
Canoas, em especial ao Secretário Geól. Marcos Aurélio Chedid, pelo apoio e confiança
depositados em mim, permitindo a realização deste trabalho;
Aos professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e em Botânica
da UFRGS pelos ensinamentos e auxílio concedidos durante o curso;
Às colegas do PPG em Ecologia da UFRGS Juliane Bortolotti e Deize Vargas, pela
companhia agradável, troca de experiências e ajuda nos trabalhos de campo;
Aos colegas do Laboratório de Ecologia de Paisagem do Departamento de Ecologia da
UFRGS, em especial ao Eduardo Forneck, pela ajuda na identificação do material botânico e
análise estatística;
À Engª. Agrônoma Daniela Martins pela ajuda nos trabalhos de campo;
À Fabiana Souza pela ajuda nos trabalhos de campo, carinho e compreensão;
Ao Prof. Dr. Paulo Brack do Departamento de Botânica da UFRGS e ao estudante de
Ciências Biológicas da UFRGS Martin Grings pela ajuda na identificação botânica das
espécies;
À minha família, em especial aos meus pais, Francisco e Amaryllis, pelo indispensável
apoio e incentivo aos estudos.
RESUMO
As florestas ciliares são formações vegetais extremamente importantes em termos
ecológicos, principalmente para a manutenção da qualidade dos cursos d’água. Porém,
apesar de serem protegidas por lei, elas vêm sendo erradicadas, principalmente em áreas
urbanas. Desta forma, estudos detalhados sobre a composição florística e a ecologia dos
remanescentes dessas florestas são fundamentais para embasar qualquer iniciativa de
proteger e restaurar essas formações vegetais. Com o objetivo de avaliar a estrutura, o estado
de preservação da floresta ciliar e fornecer subsídios para as adequadas ações de manejo na
restauração dessa formação, foi realizado um levantamento florístico e fitossociológico da
vegetação arbóreo/arbustiva do Arroio da Brigadeira na cidade de Canoas/RS, numa área
remanescente dentro do Parque Municipal Fazenda Guajuviras. Para a caracterização da
composição do estrato arbóreo dominante da floresta e categorias sucessionais, a vegetação
lenhosa foi separada em três componentes: regenerante (0,20m h < 1m); arbóreo-arbustivo
(1m h e DAP < 5cm); arbóreo (DAP 5cm). O delineamento amostral foi de 20 parcelas
para todos os componentes, sendo as dimensões de 4m², 25m² e de 100m² para cada parcela,
respectivamente para o primeiro, segundo e terceiro componente. A estrutura da vegetação
foi verificada através da distribuição horizontal e vertical dos seus indivíduos. A estimativa
da regeneração natural baseou-se nos valores relativos de freqüência e densidade de cada
espécie em três classes de altura. A organização das comunidades vegetais foi analisada por
análise de agrupamentos através do programa MULVA 5. Na composição florística
encontraram-se 56 espécies distribuídas em 27 famílias botânicas. As espécies com maiores
valores de regeneração natural total (RNT), responsáveis por mais de 50%, foram: Myrcia
multiflora (Lam.) DC. (22,03%), Eugenia hyemalis Cambess. (14,04%), Daphnopsis
racemosa Griseb. (10,60%) e Ocotea pulchella Mart. (10,16%). O alto potencial de
regeneração natural, com abundância de espécies típicas de sub-bosque, ressalta a
importância do estudo dos componentes dos estratos inferiores da floresta para o
conhecimento da dinâmica florestal. No componente arbóreo constatou-se a densidade total
por área (DTA) de 2120 ± 617 indivíduos.ha
-1
. O Índice de Diversidade de Shannon foi de
2,80. O DAP médio foi de 10,45 ± 5,65cm. As espécies com maior valor de importância
(VI) foram Eugenia hyemalis Cambess. (44,09), Prunus myrtifolia Urb. (34,51), Myrsine
coriacea (Sw.) R.Br. (30,12) e Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze (29,68). Os exemplares
mortos apresentaram alta DTA, 280 ± 204,17 indivíduos.ha
-1
, possivelmente em decorrência
da competição por espaço a ser ocupado. Pelos resultados obtidos, é possível afirmar que a
floresta está em processo de regeneração, no estádio secundário inicial, e que existem
agrupamentos vegetais. Conclui-se que o processo de restauração da floresta ciliar pode dar-
se de forma natural, desde que seja garantido o isolamento de fatores desestabilizadores,
preservando os processos naturais de estruturação das comunidades vegetais e interações
bióticas.
PALAVRAS-CHAVE: ecologia vegetal, fitossociologia , regeneração natural, floresta ciliar,
sucessão vegetal.
ABSTRACT
Ecologically, riparian forests are extremely important vegetal formations, mainly in
the maintenance of the quality of waterways. However, although they are protected by law,
they are in the process of being eradicated, mainly in urban areas. Thus, detailed studies on
the floristic composition and the ecology of any remaining such forests are fundamental for
the establishment of any initiative aimed at protecting and restoring these vegetal
formations. With the aim of assessing the structure, state of conservation of the riparian
forest and offering subsidies for adequate action management in the restoration of this
formation, a floristic and phytosociological survey was carried out of the tree and shrub
vegetation of the Brigadeira stream, in Canoas (RS), an area remaining within the Fazenda
Guajuviras Municipal Park. In order to characterize the composition of the dominant tree
layer of the forest and successive categories, the wood vegetation was divided into three
classes: in regeneration (0.20m h < 1m); tree-shrub (1m h and DBH < 5cm); trees (DBH
5cm). The design of the sample was 20 plots with the dimension of each one being 4m²,
25m² and 100m² for the first, second and third component, respectively. The structure of the
vegetation was verified through the horizontal and vertical distribution of its individuals.
The estimation of the natural regeneration was based on values for the frequency and density
of each species in the three height classes. The organization of the vegetal communities was
analyzed by cluster analysis with the aid of the MULVA 5 program. Within the floristic
composition 56 species were found distributed in 27 botanical families. The species with the
highest total natural regeneration (TNR) values, responsible for more than 50%, were:
Myrcia multiflora (Lam.) DC. (22,03%), Eugenia hyemalis Cambess. (14,04%), Daphnopsis
racemosa Griseb. (10,60%) and Ocotea pulchella Mart. (10,16%). The great potential for
natural regeneration, with the abundance of species typical of the under-forest highlights the
importance of studying the components of the lower levels of the forest in order to gain
knowledge of the forestry dynamic. The total density of the tree component was 2120 ± 617
individuals.ha
-1
. Shannon’s diversity index was 2.80. The mean DBH was 10.45 ± 5,65cm.
The species with the highest importance values (IV) were Eugenia hyemalis Cambess.
(44,09), Prunus myrtifolia Urb. (34,51), Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. (30,12) and Mimosa
bimucronata (DC.) Kuntze (29,68). Dead examples showed a high total density, 280 ±
204.17 individuals.ha
-1
, possibly due to the competition for space. From the results obtained,
it is possible to state that the forest is in a regeneration process, in the secondary initial
stage, and possesses vegetal cluster’s. It was concluded that the process of restoration of
riparian forest may take place naturally, as long as isolation from destabilizing factors is
guaranteed, so preserving the natural restructuring processes of the vegetal communities and
biotic interaction.
KEY-WORDS: vegetal ecology, phytosociology, riparian forest, natural regeneration and
forestry dynamic.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1
2. ÁREA DE ESTUDO .............................................................................................. 6
2.1 Localização .................................................................................................... 6
2.2 Histórico do parque ........................................................................................ 6
2.3 Clima .............................................................................................................. 9
2.4 Geologia e geomorfologia .............................................................................. 10
2.5 Solos ............................................................................................................... 11
2.6 Vegetação ....................................................................................................... 11
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 13
3.1 Procedimentos amostrais................................................................................. 13
3.2 Procedimento analíticos ................................................................................. 18
3.2.1 Suficiência florística.............................................................................. 18
3.2.2 Estrutura da floresta .............................................................................. 18
3.2.3 Corredores migratórios (análise fitogeográfica) .................................. 19
3.2.4 Categorias sucessionais e síndrome de dispersão.................................. 19
3.2.5 Estimativa da regeneração natural ........................................................ 20
3.2.6 Estatística .............................................................................................. 20
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 21
4.1 Solos ............................................................................................................... 21
4.2 Representatividade florística........................................................................... 23
4.3 Composição florística .................................................................................... 25
4.4 Parâmetros fitossociológicos .......................................................................... 36
4.4.1 Componente arbustivo-regenerante ...................................................... 37
4.4.2 Componente arbustivo-arbóreo ............................................................ 40
4.4.3 Componente arbóreo ............................................................................. 43
4.5 Estrutura vertical............................................................................................. 49
4.6 Classes de diâmetro do componente arbóreo ................................................ 52
4.7 Estimativa da regeneração natural.................................................................. 53
4.8 Estimativa da diversidade específica.............................................................. 57
4.9 Agrupamentos florísticos .............................................................................. 58
5. CONCLUSÕES...................................................................................................... 70
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 71
7. ANEXOS................................................................................................................ 82
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Localização do Parque Municipal Fazenda Guajuviras, em Canoas, em
relação ao Estado do Rio Grande do Sul....................................................... 7
Figura 2: Mapa de uso e ocupação dos solos da área do Parque Municipal Fazenda
Guajuviras, Canoas/RS.................................................................................. 8
Figura 3: Precipitação média mensal no posto pluviométrico do IPAGRO/RS, no
município de Cachoeirinha, coordenadas 29°57’00” e 51°06’00”, entre os
anos de 1991 e 1999...................................................................................... 9
Figura 4: Parcela demarcada na floresta ciliar do arroio da Brigadeira, Canoas/RS.... 14
Figura 5 Parcela demarcada para levantamento do componente arbustivo-
regenerante da floresta ciliar do arroio da Brigadeira, Canoas/RS................ 14
Figura 6: Disposição das parcelas estabelecidas para os levantamentos
fitossociológicos dos três componentes amostrais, no Parque Municipal
Fazenda Guajuviras, Canoas/RS.................................................................... 16
Figura 7: Amostragem do solo da floresta ciliar do arroio da Brigadeira, Canoas/RS,
com trado calador.......................................................................................... 17
Figura 8: Curva do número cumulativo de espécies por parcelas (de 4m² cada), para
o componente arbustivo-regenerante (0,20m h < 1m) da floresta ciliar do
Arroio da Brigadeira, no Parque Municipal Fazenda Guajuviras –
Canoas/RS...................................................................................................... 23
Figura 9: Curva do número cumulativo de espécies por parcelas (de 25m² cada),
para o componente arbustivo-arbóreo (h 1m e DAP < 5cm) da floresta
ciliar do Arroio da Brigadeira, no Parque Municipal Fazenda Guajuviras –
Canoas/RS..................................................................................................... 24
Figura 10: Curva do número cumulativo de espécies por parcelas (de 100m² cada),
para o componente arbóreo (DAP 5cm) da floresta ciliar do Arroio da
Brigadeira, no Parque Municipal Fazenda Guajuviras – Canoas/RS. .......... 25
Figura 11: Distribuição do número de espécies amostradas por famílias dos
componentes arbustivo-regenerante, arbustivo-arbóreo e arbóreo, da
floresta ciliar do Arroio da Brigadeira, Canoas/RS....................................... 30
Figura 12: Myrcia multiflora, espécie que se destaca em densidade relativa no
componente arbustivo-arbóreo da floresta ciliar do Arroio da Brigadeira,
Canoas/RS...................................................................................................... 42
Figura 13: Valor de importância (VI) composto pelos valores de dominância relativa
(DoR), freqüência relativa (FR) e densidade relativa (DR), das principais
espécies do componente arbóreo, da floresta ciliar do Arroio da
Brigadeira, Canoas/RS................................................................................... 46
Figura 14: Detalhe do estrato superior da floresta ciliar do arroio da Brigadeira,
Canoas/RS, demonstrando a descontinuidade do dossel e alta penetração
de luminosidade............................................................................................. 48
Figura 15: Distribuição do número de indivíduos dos três componentes, em escala
logarítmica, amostrados na floresta ciliar do Arroio da Brigadeira,
Canoas/RS...................................................................................................... 49
Figura 16: Amplitude de variação das alturas das populações vegetais amostradas na
floresta ciliar do Arroio da Brigadeira, Canoas/RS, onde os extremos
correspondem às alturas máximas e mínimas, e os pontos indicam a média
de altura de cada população........................................................................... 51
Figura 17: Distribuição do número de indivíduos amostrados do componente arbóreo
(DAP 5cm), na floresta ciliar do Arroio da Brigadeira, Canoas/RS, por
intervalos de classes de diâmetro de 5cm...................................................... 52
Figura 18: Espécies com maiores índices de Regeneração Natural Total (RNT)
amostradas na floresta ciliar do Arroio da Brigadeira, Canoas/RS............... 54
Figura 19: Dendrograma obtido a partir da análise de agrupamento das unidades
amostrais do componente arbustivo-regenerante.......................................... 59
Figura 20: Dendrograma obtido a partir da análise de agrupamento das espécies do
componente arbustivo-regenerante................................................................ 60
Figura 21: Dendrograma obtido a partir da análise de agrupamento das unidades
amostrais do componente arbustivo-arbóreo................................................. 62
Figura 22: Dendrograma obtido a partir da análise de agrupamento das espécies do
componente arbustivo-arbóreo...................................................................... 63
Figura 23: Dendrograma obtido a partir da análise de agrupamento das unidades
amostrais do componente arbóreo................................................................. 65
Figura 24: Dendrograma obtido a partir da análise de agrupamento das espécies do
componente arbóreo....................................................................................... 66
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Parâmetros físicos e químicos do solo da área de estudo da floresta ciliar
do Arroio da Brigadeira, Canoas/RS............................................................ 22
Tabela 2: Famílias e espécies amostradas no levantamento do componente
arbustivo-regenerante (C1) (0,20m h < 1m), componente arbustivo-
arbóreo (C2) (h 1m e DAP < 5cm) e componente arbóreo (C3)(DAP
5cm) da floresta ciliar do Arroio da Brigadeira, no Parque Municipal
Fazenda Guajuviras – Canoas/RS................................................................ 27
Tabela 3: Semelhanças florísticas entre os componentes estruturais, da floresta
ciliar do arroio da Brigadeira, Canoas/RS, estimadas pelos índices de
similaridade de Jaccard (ISJ) e pelo de Sorensen (ISS)............................... 31
Tabela 4: Síntese dos resultados referentes aos contingentes migratórios das
espécies amostradas na floresta ciliar do Arroio da Brigadeira,
Canoas/RS.................................................................................................... 32
Tabela 5: Síntese dos resultados referentes à categoria sucessional das espécies
amostradas na floresta ciliar do Arroio da Brigadeira, Canoas/RS.............. 33
Tabela 6: Espécies registradas no componente arbustivo-regenerante, na floresta
ciliar do Arroio da Brigadeira, Canoas/RS, e seus respectivos parâmetros
dispostos em ordem decrescente de densidade relativa............................... 39
Tabela 7: Espécies registradas no componente arbustivo-arbóreo, na floresta ciliar
do Arroio da Brigadeira, Canoas/RS, e seus respectivos parâmetros
dispostos em ordem decrescente de densidade relativa............................... 41
Tabela 8: Espécies registradas no componente arbóreo, na floresta ciliar do Arroio
da Brigadeira, Canoas/RS, e seus respectivos parâmetros dispostos em
ordem decrescente de valor de importância (VI)........................................ 45
Tabela 9: Estimativa de regeneração natural total (RNT) e por classe de altura de
populações (RN) das espécies amostradas no levantamento
fitossociológico da floresta ciliar do arroio da Brigadeira,
Canoas/RS.................................................................................................... 56
Tabela 10: Riqueza específica, diversidade de Shannon e equabilidade de Pielou
estimados para os componentes arbustivo-regenerante (0,20m h < 1m),
arbustivo-arbóreo (h 1m e DAP < 5cm) e arbóreo (DAP 5cm), e o
número de indivíduos amostrados, da floresta ciliar do Arroio da
Brigadeira, no Parque Municipal Fazenda Guajuviras –
Canoas/RS.................................................................................................... 57
Tabela 11: Agrupamentos de espécies e unidades amostrais a partir da análise
multivariada do componente arbustivo-regenerante. Classes de densidade
variando de 1 a 7.......................................................................................... 61
Tabela 12: Agrupamentos de espécies e unidades amostrais a partir da análise
multivariada do componente arbustivo-arbóreo. Classes de densidade
variando de 1 a 7......................................................................................... 64
Tabela 13: Agrupamentos de espécies e unidades amostrais a partir da análise
multivariada do componente arbóreo. Classes de densidade variando de 1
a 7................................................................................................................. 67
1
1. INTRODUÇÃO
As florestas ciliares estão entre as formações vegetais que despertam maior interesse
em estudos ecológicos, pois apresentam inúmeras características particulares, tanto no
aspecto biótico como em relação ao ambiente físico (PINTO & OLIVEIRA FILHO, 1999).
Essas formações florestais desempenham importante função no controle da
disponibilidade de águas, tanto na atmosfera, pela evapotranspiração, quanto no solo,
controlando o escoamento superficial e a infiltração, formando a camada do lençol freático
que reabastece os cursos d’água em épocas de estiagem (GURGEL FILHO, 1955). A
qualidade das águas que emanam da bacia hidrográfica também é melhorada com a presença
dessa vegetação, por meio da filtragem de sedimentos e nutrientes, do controle no aporte de
nutrientes e produtos químicos nos cursos d’água, do controle da erosão das margens e da
regulação da temperatura do ecossistema aquático (LIMA, 1989).
Do ponto de vista ecológico, as zonas ripárias têm sido consideradas como
corredores extremamente importantes para o movimento da fauna ao longo da paisagem,
assim como para a dispersão vegetal (LIMA & ZAKIA, 2001), ligando áreas florestais
isoladas e mantendo o fluxo gênico. As zonas ripárias têm o potencial de manter uma
elevada biodiversidade, refugiando pássaros, pequenos mamíferos e insetos, representando
em alguns casos a única possibilidade de deslocamento da fauna (CIUTTI, 2003).
A presença de fatores antrópicos distintos em tempo e intensidade de ação ampliam
consideravelmente a heterogeneidade paisagística destas formações vegetais. ROSA (1997),
ao realizar estudo com comunidades vegetais no rio dos Sinos, alertou que a recuperação da
qualidade da água, através do tratamento de esgotos e efluentes industriais, é fundamental
para a preservação dos ecossistemas ripários.
As florestas ciliares de fundo dos vales são sistemas particularmente frágeis em
relação à erosão, sedimentação dos cursos d’água e outros impactos causados pelo homem
nas bacias hidrográficas. Além disso, como o fundo dos vales comumente contém os solos
mais férteis de uma bacia hidrográfica, essas florestas são as mais propensas a serem
derrubadas para fins agrícolas (VAN DEN BERG & OLIVEIRA-FILHO, 2000).
2
Neste contexto, cresce a demanda pela informação a respeito dos ambientes ripários
e a necessidade de recuperar os ambientes degradados de florestas ciliares, suas funções e
processos ecológicos. Entretanto, informações sobre a escolha das espécies e a combinação
entre elas ainda são escassas.
Em função da legislação que protege as faixas ciliares desde 1965 (Código Florestal,
Lei nº 4.771 de 15/09/1965) e dos problemas hidrológicos decorrentes da sua eliminação,
principalmente o assoreamento de cursos d’água e reservatórios, essas formações têm sido o
principal laboratório de uso dos resultados dos levantamentos fitossociológicos nas decisões
de recuperação e manejo dessas áreas (DURIGAN et al., 2001).
Dentre os levantamentos florísticos realizados em zonas ripárias na Região
Metropolitana de Porto Alegre, destacam-se os de BAPTISTA et al. (1979), na Reserva
Biológica do Lami, em Porto Alegre, e LONGHI-WAGNER & RAMOS (1981), no Delta
do Jacuí. Estudos fitossociológicos foram realizados por DANIEL (1991) e DIESEL (1991)
na bacia hidrográfica do Rio dos Sinos, para o componente arbóreo/arbustivo e
herbáceo/arbustivo, respectivamente. ROSA (1997) descreveu as comunidades vegetais de
um banhado na planície de inundação do Rio dos Sinos, relacionando sua distribuição com
aspectos do meio físico. OLIVEIRA (1998) fez o mapeamento da cobertura vegetal,
indicando a delimitação das comunidades vegetais e os fatores que condicionam o padrão de
distribuição espacial da vegetação do Parque Estadual do Delta do Jacuí. PERIN (2002)
realizou o levantamento fitossociológico do Arroio Pequeno Dilúvio, no Parque Natural
Municipal Saint’Hilaire, relacionando a vegetação com os tipos de solo.
O Código Florestal Brasileiro estabelece como de preservação permanente as
florestas e demais formas de vegetação natural situadas ao longo de rios ou qualquer curso
d’água desde o seu nível mais alto, estabelecendo a faixa marginal mínima em função da
largura do curso d’água. Porém, a efetividade desta lei na preservação da diversidade
arbórea da zona ripária em muitos casos não é atingida (SILVA JÚNIOR, 2001).
A largura ideal da faixa marginal ripária deve garantir a sobrevivência da floresta
como um ecossistema funcional. Devem ser consideradas a sua biodiversidade, as condições
de desigualdade regionais e sua condição de corredor para dispersão da vida selvagem.
Dessa forma, devem ser baseados em levantamentos de pesquisa locais (SPAROVEK et al.
2002).
3
As formações ciliares apresentam uma elevada riqueza florística, resultante
principalmente da heterogeneidade ambiental, determinando-lhes uma condição ecotonal,
ocupada por um mosaico de tipos vegetacionais ou até mesmo unidades fitogeográficas
(RODRIGUES & NAVE, 2001).
Devido à elevada freqüência de alterações que ocorrem na zona ripária, a vegetação
que ocupa normalmente essa zona (mata ciliar) deve, em geral, apresentar uma alta variação
em termos de estrutura, composição e distribuição espacial. Esta variação deve ocorrer tanto
ao longo do curso d’água, refletindo variações de micro-sítios provenientes da dinâmica dos
processos fluviomórficos, que resultam em trechos característicos de depósito de
sedimentos, como trechos característicos de erosão fluvial. Lateralmente, as condições de
saturação do solo diminuem à medida que se distancia da calha, o que deve, também,
influenciar a composição das espécies (LIMA & ZAKIA, 2001).
A heterogeneidade ambiental é um dos principais fatores que atuam na composição
florística e estrutura das florestas. Essa heterogeneidade é resultado da diversidade de
fatores que interagem nas comunidades e a resposta das espécies a esses fatores faz com que
cada local tenha características próprias e outras que são comuns a outros locais,
possibilitando observar tendências (RODRIGUES et. al., 2003).
A dinâmica sucessional das florestas ciliares apresenta particularidades, em função
das alterações vegetacionais promovidas pela elevação do curso d’água e/ou lençol freático,
com conseqüente depósito de sedimentos, soterramento ou retirada de serapilheira e do
banco de sementes, e pela performance diferencial das espécies ao encharcamento
(RODRIGUES, 2001).
Portanto, os estudos da regeneração natural são necessários para que os mecanismos
de transformação da composição florística e estrutura possam ser compreendidos. Tais
conhecimentos constituem uma ferramenta básica para a tomada de medidas que visem à
aceleração e direcionamento do processo de sucessão secundária, seja para conservação ou
produção comercial (RONDON NETO et. al., 2000).
A regeneração natural refere-se às fases iniciais de estabelecimento e
desenvolvimento das plantas, sua boa condição quantitativa e qualitativa possibilita a
preservação, a conservação e a formação de florestas, tanto de proteção integral como de uso
sustentável. O entendimento dos processos de regeneração natural de florestas passa pelo
conhecimento de informações básicas de caracterização da vegetação e da análise estrutural
4
(GAMA et al., 2003). É, portanto, parte do ciclo de crescimento da floresta e refere-se às
fases iniciais de seu estabelecimento e desenvolvimento. O estudo da regeneração natural
permite a realização de previsões sobre o comportamento e desenvolvimento futuro da
floresta, pois fornece a relação e a quantidade de espécies que constituem o seu estoque,
bem como suas dimensões e distribuição na área (CARVALHO, 1982, apud GAMA et al.
2002).
A sucessão secundária é o processo que ocorre através das mudanças que se
verificam nos ecossistema após a destruição parcial da comunidade. Os fatores ecológicos
do ambiente irão determinar os parâmetros das diversas fases da sucessão até alcançar a
floresta secundária. A sucessão deve ser entendida não como uma simples substituição de
espécies no tempo, mas sim como substituição de grupos ecológicos ou categorias
sucessionais (KAGEYAMA & GANDARA, 2001, RODRIGUES & GANDOLFI, 2001).
O inventário da flora, aliado ao estudo de ecologia de comunidades vegetais, é
considerado fundamental e prévio para embasar quaisquer atividades de uso, manejo,
restauração e conservação da floresta (RIBAS et al., 2003). FINOL (1971) destacou a
importância do estudo da estrutura vertical da floresta, incluindo a categoria dos
regenerantes, para a melhor compreensão da dinâmica da floresta.
O conhecimento da composição do banco de sementes do solo também é importante
para entender a dinâmica da vegetação, pois, dependendo do grau de perturbação por causas
naturais ou humanas, a estrutura da vegetação poderá ser condicionada principalmente pelas
sementes de espécies presentes no solo (CAMPOS & SOUZA, 2003). No caso de
restauração da floresta ciliar, antes da introdução de espécies deve-se avaliar o banco de
sementes e o de plântulas de espécies pioneiras, assim como a de áreas com vegetação
natural próximas, que possam funcionar como fonte de sementes de espécies não pioneiras
por dispersão natural à área de interesse, utilizando a regeneração natural como forma mais
adequada para atingir os propósitos (KAGEYAMA & GANDARA, 2001).
5
A partir da premissa de que a floresta ciliar do Arroio da Brigadeira, no Parque
Municipal Fazenda Guajuviras, em Canoas/RS, está em processo de regeneração e que
existem agrupamentos vegetais, são objetivos desse trabalho:
- caracterizar a comunidade arbustiva-arbórea por meio da sua composição florística
e estrutura vegetacional;
- analisar o estado de conservação dessa área por meio da classificação sucessional
das espécies amostradas;
- avaliar o potencial de regeneração natural;
- fornecer subsídios para o reconhecimento do ecossistema florestal ciliar do Arroio
da Brigadeira visando adequadas ações de manejo na conservação, preservação e
restauração desta formação na área do parque.
6
2. ÁREA DE ESTUDO
2.1 LOCALIZAÇÃO
A área de estudo está localizada no Parque Municipal Fazenda Guajuviras, no
município de Canoas, junto à divisa com o município de Cachoeirinha, Estado do Rio
Grande do Sul (Figura 1). O município de Canoas pertence à Região Metropolitana de Porto
Alegre (RMPA). O Arroio da Brigadeira, cuja vegetação ciliar é objeto deste estudo, é
afluente do Rio Gravataí, e limita o parque na porção sudeste (Figura 2). As parcelas
amostrais localizam-se entre as coordenadas geográficas UTM 6691250 e 6691350 mN e
489550 e 489650 mE (zona 22J), com altitude entre 31 e 36 m.n.m.
2.2 HISTÓRICO DO PARQUE
Em 1995, através da Lei Estadual nº 10.427/95, o Poder Executivo Estadual doou ao
município de Canoas a área de 558,46ha, sendo que a partir de então passou a ser conhecida
como Complexo Ambiental Guajuviras. Através do artigo 2º, esta lei instituiu que o referido
imóvel deveria ser aproveitado pelo município donatário para implantação de um Parque de
Lazer e Preservação Ambiental em 80% da área (446,77ha), permitindo que os 20%
restantes (111,69ha) fossem destinados à implantação do Distrito Industrial.
O Parque Municipal Fazenda Guajuviras foi criado no ano de 2001, através da Lei
Municipal nº 4.541/01.
Regionalmente, o Parque Municipal Fazenda Guajuviras tem importante papel a
desempenhar no sentido de constituir-se num espaço aberto não urbanizado, dentro da
estrutura urbana metropolitana conturbada que, nesta região, expandiu-se fortemente,
permanecendo como um espaço disponível para oferecer as amenidades naturais que
contribuem para elevar a qualidade de vida da população no entorno e, talvez, do conjunto
maior da RMPA (SEMPA, 2003).
No interior do parque, próximo ao Arroio da Brigadeira, existem duas áreas
degradadas devido ao depósito de resíduos urbanos. Uma delas é utilizada para depósito de
caliça e deverá passar por processo de recuperação, conforme o plano de manejo do parque.
7
A outra área é um aterro sanitário, que recebe os resíduos sólidos do município, e está
licenciada pelo órgão ambiental do estado (FEPAM).
Figura 1: Localização do Parque Municipal Fazenda Guajuviras, em Canoas, em relação ao
Estado do Rio Grande do Sul (sem escala).
Porto Alegre
Canoas
Cachoeirinha
Nova Santa
Rita
Esteio
Sapucaia
do Sul
Parque Municipal
Fazenda Guajuviras
8
Figura 2: Mapa de uso e ocupação dos solos da área do Parque Municipal Fazenda
Guajuviras, Canoas/RS. Escala original 1:5000 (SEMPA, 2003).
ARROIO DA BRIGADEIRA
CANOAS CACHOEIRINHA
Parcelas amostrais
Campo
Área alagadiça/Açude
Eucalipto
Floresta nativa
Exploração de argila
Aterro sanitário
Área do parque
Córregos/arroios
0 500 1500 m
9
2.3 CLIMA
O clima regional é, segundo a classificação de Köppen, do tipo Cfa, ou seja,
mesotérmico, sem estação seca e com verão quente (NIMER, 1990).
A caracterização do clima local foi baseado em dados pluviométricos da estação
do Ipagro/RS (29°57’S, 51°06’W), no município de Cachoeirinha, devido à proximidade
com a área estudada. Pode-se observar pela Figura 3 que as chuvas são bem distribuídas ao
longo do ano, com um decréscimo no período de março a maio. A precipitação média anual
no período de 1991 a 1999 foi 1410 mm.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Meses
Precipitação média(mm)
Figura 3: Precipitação média mensal no posto pluviométrico do IPAGRO/RS, no município
de Cachoeirinha, coordenadas 29°57’00” e 51°06’00”, entre os anos de 1991 e
1999.
A temperatura média anual, de acordo com dados da Estação Meteorológica de Porto
Alegre, para o período de 1960 a 1991, é 19,5°C. A temperatura média do mês mais quente
10
é de 24°C, sendo a máxima absoluta registrada de 39,8°C. A temperatura média do mês
mais frio é de 15,6°C, sendo a mínima absoluta registrada 0,7°C.
O balanço hídrico da região metropolitana de Porto Alegre, levando em consideração
o regime pluviométrico e a evapotranspiração, revela um período de excesso hídrico no
intervalo de abril a novembro e de déficit nos meses de verão climático, ou seja, de
dezembro a março (NANNI, 2003).
O regime dos ventos para a região é predominantemente do sentido de leste para
oeste e de sudeste para noroeste, não ocorrendo barreiras topográficas que possam causar
influência no deslocamento horizontal (GEOLINKS, 2003).
2.4 GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
A Grande Porto Alegre é caracterizada por dois domínios geológicos distintos, o
Embasamento Granítico-gnáissico Pré-Cambriano e a cobertura sedimentar, constituída pelo
pacote gonduânico da idade Paleozóica à Mesozóica (Província Paraná) e os sedimentos
quaternários (Província Costeira). O município de Canoas está localizado na interface da
Província Costeira, onde é clara a ocorrência de sedimentos aluvionares recentes,
relacionados à evolução da rede de drenagem local, e sedimentos triássicos da formação
Sanga do Cabral, que aflora nas partes mais altas da área (NANNI, 2003).
A região geomorfológica denomina-se Depressão Central, sendo constituída por
áreas baixas, interplanáltica, onde os processos erosivos esculpiram em rochas sedimentares
paleozóicas, triássicas e jurássicas da Bacia do Paraná colinas alongadas, conhecidas
regionalmente como coxilhas (JUSTUS et al., 1986). As zonas baixas, com altitude entre
zero e 200 m, correspondem aos terrenos sedimentares gonduânicos e quaternários, que
constituem planícies e terraços. Morros com formas tabulares e cônicas, de diversas
altitudes, sobressaem-se das terras baixas mais desgastadas e testemunham as posições
anteriores da linha da escarpa, que ainda recua devido aos incessantes processos erosivos
atuantes nas terras altas (NANNI, 2003; MENEGAT et al., 1998).
11
2.5 SOLOS
Ao norte e ao leste de Porto Alegre a dominância é de solos álicos, abrúpticos, da
classe Argissolo Vermelho-amarelo, ocorrendo em relevo suave-ondulado e ondulado.
Apresentam textura variável, porém, são em geral arenosos na superfície o que os torna
excessivamente drenados e muito suscetíveis à erosão. Nos terraços e planícies fluviais
ocorrem Planossolos (TEIXEIRA et al., 1986).
Nas margens dos arroios podem ocorrer solos aluviais, que consistem de depósitos
de sedimentos fluviais recentes, estratificados e que sofrem acréscimos por ocasião das
inundações de modo que não houve possibilidade de desenvolvimento de perfis
pedogenéticos. Encontram-se materiais com textura desde areia quartzosa de granulação
média a fina até argila, bem como, depósitos de sedimentos orgânicos (PERIN, 2002).
Estes solos estão relacionados com as matas ciliares menos úmidas, muitas semi-
deciduais, em áreas não sujeitas ao encharcamento, exceto por eventuais inundações
(JACOMINE 2001).
Segundo KLAMT et al. (1985), os solos aluviais não constam nos principais mapas
de solo devido à pequena extensão que ocupam, sendo limitados pela escala de
mapeamento. Estes solos são originados de sedimentos recentes, periodicamente
depositados durante as inundações nas margens dos cursos d’água. Pelo Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos esse tipo de solo é classificado como Neossolo (STRECK et al.,
2002).
2.6 VEGETAÇÃO
O município de Canoas está inserido na região fitogeográfica denominada “Área de
Tensão Ecológica”, definida como sendo áreas situadas entre regiões fitoecológicas e áreas
de formações pioneiras (TEIXEIRA et al., 1986).
A origem das florestas aluviais esteve ligada às migrações das espécies vegetais
através dos cursos dos rios Paraguai, Paraná e Uruguai, que possibilitou migrações vindas
do norte e centro do país (PORTO, 1998). RAMBO (1961) definiu duas rotas migratórias
dos elementos tropicais chegando ao estado: a Mata Atlântica, pelo leste, e a mata das bacias
dos rios Paraná-Uruguai, pelo oeste.
12
A classificação fisionômico-ecológica proposta pelo Projeto RADAMBRASIL
(TEIXEIRA et al.1986) denomina as florestas ciliares ocorrentes na Depressão Central
como “Floresta Estacional Semidecidual Aluvial”. O termo semidecidual deve-se ao fato de
que a formação florestal apresenta de 20 a 50% de espécies arbóreas caducifólias na época
desfavorável.
LINDMAN (1906) descreveu a fitofisionomia da região ao norte de Porto Alegre,
onde se localiza o município de Canoas, como uma planície baixa brejosa e úmida,
denominada regionalmente como várzea, abrangendo o curso de quatro rios que se
encontram no Guaíba, estendendo-se até Novo Hamburgo onde começa o planalto.
Caracterizou a maior parte dessa planície como savana com raros capões; sendo a vegetação
na maior parte de campo com macega.
Segundo PINHEIRO (2000), o florestamento no município de Canoas representa
5,60% da área. Esta vegetação é constituída, principalmente, por eucaliptos (Eucalyptus
spp.), sendo constatado também cultivo do pinheiro-americano (Pinus elliottii). A pressão da
ocupação urbana em Canoas representa 46,62% da área municipal, tendo como
conseqüência uma expressiva alteração nas suas formações vegetais.
Há carência de estudos sobre a estrutura da vegetação ciliar no município. No Plano
de Manejo do Parque Municipal Fazenda Guajuviras (SEMPA, 2003) há apenas uma breve
lista florística das espécies que ocorrem na porção sudeste da área, na mata ciliar do Arroio
da Brigadeira.
13
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 PROCEDIMENTOS AMOSTRAIS
Os trabalhos de levantamento a campo foram realizados de fevereiro a setembro de
2004.
Para a caracterização da composição do estrato arbóreo dominante da floresta e do
sub-bosque, estrato arbustivo e regenerante, a vegetação lenhosa foi separada em três
componentes de acordo com a altura e diâmetro à altura do peito (DAP), a 1,3m do solo.
Componente arbustivo-regenerante: indivíduos arbustivos e regenerantes
arbóreos, com altura mínima igual ou superior a 0,20m e máxima até menos de 1m (0,20m
h < 1m).
Componente arbustivo-arbóreo: incluindo todos indivíduos com altura mínima
igual ou superior a 1m e DAP inferior a 5cm (h 1m e DAP < 5cm).
Componente arbóreo: incluindo todos indivíduos com DAP igual ou superior a
5cm (DAP > 5cm).
O delineamento amostral adotado foi o de parcelas contíguas (MUELLER-
DOMBOIS & ELLENBERG, 1974) de 100m² (10 x 10m). O método de parcelas permite a
elucidação das correlações espaciais da vegetação com outros fatores ambientais, tanto
físicos como bióticos, sendo o mais recomendado para caracterização da estrutura
fitossociológica de florestas ciliares (DURINGAN et al., 2001). Para o componente arbóreo,
foram amostrados os indivíduos de toda parcela (Figura 4), enquanto para o componente
arbustivo-arbóreo, foram avaliados apenas os indivíduos presentes em ¼ da área das
parcelas, ou seja em sub-parcelas de 25m² (5 x 5m), e o componente arbustivo-regenerante
(Figura 5) em sub-parcelas de 4m² (2 x 2m). As sub-parcelas ocuparam o vértice sudeste
(Figura 6). Nos três componentes foram amostrados somente os indivíduos lenhosos, desde
árvores, arbustos e arvoretas, excetuando apenas as lianas.
14
Figura 4: Parcela demarcada na floresta ciliar do arroio da Brigadeira, Canoas/RS.
Figura 5: Parcela demarcada para levantamento do componente arbustivo-regenerante da
floresta ciliar do arroio da Brigadeira, Canoas/RS.
15
Cada espécime amostrado foi identificado ao nível de espécie e medida a altura. Para
os exemplares do componente arbóreo foi medido o DAP e estimada a altura por
comparação com um podão de 3m de altura. As árvores mortas que permaneciam em pé
também foram consideradas, sendo colocadas em uma classe única, não participando dos
cálculos vegetacionais. Os indivíduos do componente arbóreo que estivessem ramificados
abaixo de 1,3m foram incluídos desde que uma de suas ramificações tivesse o diâmetro
mínimo de inclusão, sendo todas as demais utilizadas no cálculo de uma única área basal.
A identificação botânica das espécies na maioria dos casos foi realizada in loco.
Quando isto não foi possível, o material vegetal foi coletado e herborizado, sendo
posteriormente identificado através de literatura especializada (REITZ et al.1988; BACKES
& IRGANG 2002; SOBRAL 2003; SANCHOTENE 1989; LORENZI 1992 e 1998),
consulta aos taxonomistas do Departamento de Botânica da UFRGS e comparação com
exsicatas do herbário dessa universidade. Para Magnoliophyta, a delimitação das famílias
seguiu a APG II (2003). A revisão dos nomes científicos e dos autores das espécies foi
realizada através do site da internet The International Plant Name Index-IPNI.
As formas biológicas descritas obedeceram os critérios utilizados por BRACK et
al.(1998), considerando o porte do vegetal adulto. Foram considerados arbustos, as espécies
com ramificações desde a base, altura até 2,5m e DAP entre 1 e 5cm, e árvores, as plantas
com DAP acima de 5cm, subdivididas em cinco categorias de altura (valores aproximados):
arvoretas, acima de 2,5 e até 5m; árvores baixas, acima de 5 e até 9m; árvores médias, acima
de 9 e até 15m; árvores altas, acima de 15m. Foram consideradas também formas biológicas
as árvores apoiantes (DAP acima de 5,0 cm ).
16
Escala: 1:400
Figura 6: Disposição das parcelas estabelecidas para os levantamentos fitossociológicos dos
três componentes amostrais, no Parque Municipal Fazenda Guajuviras, Canoas/RS.
O número da parcela está em negrito. Sendo: componente arbustivo-regenerante,
quadrado menor (2 x 2m), arbustivo-arbóreo, quadrado médio (5 x 5m) e arbóreo,
quadrado maior (10 x 10m).
N
1
2 3
4
5 7 6 8
9
10
11
12
13 14 15 16
17
18
19
20
Borda da floresta
Margem do arroio
17
Os solos na área de estudo foram caracterizados a partir de três amostragens, cada
uma composta de dez subamostras, coletadas de forma representativa de todo delineamento
amostral, utilizando-se um trado calador (Figura 7). As amostras foram coletadas nas
profundidades de 0 (superfície) a 20cm, 20 a 40cm e 40 a 60cm. As análises de
granulometria e química foram realizadas no Laboratório de Análises de Solos da
Faculdadede Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, integrante da Rede
Oficial de Laboratórios de Análise de Solo e Tecido Vegetal (ROLAS) dos estados do Rio
Grande do Sul e Santa Catarina.
Figura 7: Amostragem do solo da floresta ciliar do arroio da Brigadeira, Canoas/RS, com
trado calador
18
3.2 PROCEDIMENTOS ANALÍTICOS
3.2.1 SUFICIÊNCIA FLORÍSTICA
A suficiência florística foi avaliada pela curva do número cumulativo de espécies por
área ou curva do coletor (BARBOUR et. al., 1980), ajustada pela equação logarítmica
y=a.ln(x)-b (onde y = número de espécies e x = número de parcelas, a= coeficiente linear e
b= coeficiente angular), confeccionada paralelamente ao inventário de campo. As parcelas
foram aleatorizadas para a construção da curva do coletor para minimizar o efeito
tendencional da similaridade de amostras vizinhas.
3.2.2 ESTRUTURA DA FLORESTA
Para a análise estrutural das comunidades florestais estudadas, foram estimados os
parâmetros fitossociológicos (MUELLER-DOMBOIS & ELLENBERG, 1974) absolutos e
relativos de freqüência e densidade para todos os componentes amostrais, e de dominância,
calculado a partir das áreas basais dos indivíduos, para o componente arbóreo. Como
conseqüência, somente para esse componente foi estimado o valor de importância, resultante
da soma dos três parâmetros fitossociológicos relativos. As fórmulas utilizadas encontram-
se no Anexo 1.
Para a melhor compreensão da estrutura vertical da floresta, os espécimes foram
classificados em classes de altura. A estratificação vertical dos indivíduos também foi
ordenada dentro de espécies, registrando valores máximos, médios e mínimos de altura.
A diversidade de espécies, para cada componente, foi estimada através do índice de
diverdade de Shannon (H’), e o grau de distribuição do número de indivíduos nas diferentes
espécies avaliado por meio da equabilidade de Pielou (J’), segundo GUREVITCH et al.
(2002).
A similaridade florística entre os componentes amostrais foi comparada pelos índices
de Jaccard e de Sorensen (BARBOUR et al., 1980).
19
3.2.3 CORREDORES MIGRATÓRIOS (ANÁLISE FITOGEOGRÁFICA)
No Rio Grande do Sul há duas correntes de imigração florestal de espécies do norte
do país: uma a partir da bacia fluvial do Paraná, entrando pelo Alto Uruguai e seguindo ao
longo dos vales fluviais para o sul e leste, e outra a partir da floresta costeira de Santa
Catarina, entrando no estado pela estreita “Porta de Torres”, entre a Serra Geral e o oceano
(RAMBO, 1961).
Para identificar a participação quantitativa destes contingentes migratórios, assim
como das espécies de ampla distribuição geográfica, na composição da floresta estudada,
procedeu-se a separação das espécies amostradas em corredor atlântico, corredor do Alto
Uruguai, e de ampla dispersão, excetuando-se os pinhais e seus elementos típicos, com base
nos trabalhos de: JARENKOW (1994), BRACK (2002), PERIN (2002), KLEIN (1961,
1972 e 1984 a) e REITZ et al.(1988).
3.2.4 CATEGORIAS SUCESSIONAIS E SÍNDROME DE DISPERSÃO
As espécies amostradas foram agrupadas em categorias sucessionais, de acordo com
a classificação sugerida por BUDOWSKI (1965), para auxiliar as inferências sobre as
estratégias de regeneração e ocupação de espaços nos trechos em estudo. Para tanto, foram
empregadas as categorias pioneira, secundária inicial e secundária tardia (esta última
incluindo as espécies climácicas), conforme CITADINI-ZANETTE (1995) e JURINITZ &
JARENKOW (2003). De acordo com JARENKOW (1994), o reconhecimento de tais
categorias ou grupos ecológicos em que são reunidas as espécies tem gerado polêmica pelas
implicações advindas do uso de determinados conceitos, a falta de informações sobre a
biologia das espécies e o comportamento apresentado por algumas populações que podem
ser enquadradas em mais de uma categoria, resultando em numerosas classificações. O
enquadramento das espécies em categorias sucessionais foi baseado em trabalhos realizados
regionalmente, como JARENKOW (1994), SOUZA (2001), JURINITZ & JARENKOW
(2003), CARNEIRO (2002) e NEVES (2003), como também de observações feitas no
campo sobre o comportamento das espécies.
Para a caracterização das síndromes de dispersão das espécies vegetais foram
utilizadas três categorias (VAN DER PIJL, 1972): autocóricas (as que se auto-dispersam,
20
por gravidade ou dispersão explosiva), anemocóricas (dispersas pelo vento) e zoocóricas
(dispersas por animais).
3.2.5 ESTIMATIVA DA REGENERAÇÃO NATURAL
O potencial de regeneração natural das espécies arbóreas foi estimado baseando-se
nos seus valores relativos de freqüência e densidade em três classes de alturas. A primeira
classe abrangeu os indivíduos com altura entre 0,20m e 1m; a segunda, de 1m até 3m; e a
terceira, acima de 3m e DAP inferior a 5cm. Dessa forma, o componente arbustivo-arbóreo
foi subdividido em duas classes de altura para padronizar com o método utilizado por
VOLPATO (1994) e NEVES (2003).O cálculo do potencial de regeneração natural total por
espécie foi estimado a partir do somatório dos índices de regeneração natural por classe de
altura, sendo posteriormente dividido por três, para ser expresso em porcentagem. (Anexo
1).
3.2.6 ESTATÍSTICA
A análise estatística buscou verificar a existência de comunidades vegetais e
agrupamentos de unidades amostrais na área. Dessa forma, foram criadas três matrizes, uma
para cada componente amostral, onde as parcelas foram dispostas em colunas e as espécies
em linhas. Foram criadas classes de densidade, de 1 a 7, onde as densidades observadas a
campo foram distribuídas uniformemente.
A tabela bruta com os dados acima referidos foi importada pelo programa MULVA 5
(Multivariate Analysis of Vegetation Data) de WILDI & ORLÓCI (1996), onde procedeu-se
a matriz de semelhança entre as unidades amostrais a partir dos atributos (espécies),
utilizando a distância euclidiana como medida de dissimilaridade.
A análise de agrupamento foi realizada tanto para as unidades amostrais quanto para
as espécies, utilizando a transformação logarítmica da ligação completa, resultando em
dendrogramas. A partir da análise de agrupamentos das unidades amostrais e das espécies,
foi construída uma tabela estruturada, para a melhor visualização dos resultados.
21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 SOLOS
Os valores granulométricos do solo estão apresentados na Tabela 1 e evidenciam que
a classe textural é franco-arenosa (STRECK et al., 2002), com elevada permeabilidade, boa
drenagem e alta suscetibilidade à erosão. O teor de areia fina decresceu de 61% a 48% da
camada superficial à mais profunda, enquanto os teores de silte e argila aumentaram com a
maior profundidade. A quantidade elevada de areia pode ser devida ao processo de depósito
aluvionar.
A análise química demonstra um baixo nível de fertilidade do solo, de acordo com
critérios utilizados para fins agrícolas (MIELNICZUK, 1995). Os teores de matéria orgânica
(M.O.) e cálcio trocável (Ca
troc
) são considerados baixos, os de potássio (K) e fósforo (P),
de muito baixo, na camada superficial, a limitante nas mais profundas. O teor de magnésio
trocável (Mg
troc
) é médio. O pH diminuiu com a profundidade, sendo considerado muito
baixo (<5). Os valores baixos dos macronutrientes podem ser devidos à elevada acidez do
solo. A porcentagem de saturação de alumínio (Al) na capacidade de troca de cátions (CTC)
variou de baixo/alto, portanto, o solo não apresenta caráter álico, apesar dos teores médios
de alumínio trocável (Al
troc
). A partir da baixa saturação de bases na CTC, com valores
inferiores a 50%, conclui-se que se trata de um solo distrófico.
A baixa fertilidade do solo, associada ao teor alto de alumínio, também foi
encontrada em outras formações florestais do Estado (SOUZA 2001, JURINITZ &
JARENKOW 2003). Muitas espécies nativas em florestas tropicais parecem ter baixas
exigências nutricionais e alta tolerância ao alumínio, quando comparadas aos cultivos
agrícolas (CITADINI-ZANETTE 1995). Para saber até que ponto os teores de
macronutrientes e a acidez do solo são prejudiciais e limitantes ao desenvolvimento de
certas espécies florestais, são necessários estudos correlacionando os diversos tipos de solos
e as diversas variações das formações florestais, principalmente as variações específicas
(JACOMINE 2001).
PERIN (2002) encontrou interdependência de grupos vegetais às condições
específicas de substrato na floresta ciliar do arroio Pequeno Dilúvio, em Viamão/RS.
22
CITADINI-ZANETTE (1995) enfatizou a importância da ciclagem superficial de
nutrientes do solo, através da produção da serapilheira, para o estabelecimento e manutenção
de uma formação florestal na encosta atlântica. A rápida decomposição da matéria orgânica
e ciclagem dos nutrientes é uma estratégia conhecida de florestas pluviais tropicais, que
normalmente estão estabelecidas sobre solos pobres e necessitam deste comportamento para
sua sobrevivência (LEITÃO FILHO, 1993).
Tabela 1: Parâmetros físicos e químicos do solo da área de estudo da floresta ciliar do
Arroio da Brigadeira, Canoas/RS.
Profundidade (cm)
Parâmetro 0-20 20-40 40-60
Físico (granulométrico)
Areia fina (%) 61 56 48
Areia (%) 8 8 10
Silte (%) 15 15 22
Argila (%) 16 21 20
Químico
pH (H
2
O) 4,6 4,4 4,2
M.O. (%) 2,2 1,8 1,0
P (mg.l
-1
) 4,1 2,4 1,7
K (mg.l
-1
) 40 22 10
Al
troc.
(cmol
c
. l
-1
) 1,1 2,5 3,2
Ca
troc
(cmol
c
. l
-1
) 1,8 0,9 0,4
Mg
troc
(cmol
c
. l
-1
) 0,9 0,6 0,3
Al+H(cmol
c
. l
-1
) 3,9 6,2 8,7
CTC (cmol
c
. l
-1
) 6,7 7,7 9,4
% SAT da CTC
Bases 42 20 8
Al 16,4 32,4 34,0
23
4.2 REPRESENTATIVIDADE FLORÍSTICA
A curva elaborada para o número cumulativo de espécies em função da área
amostrada para o componente arbustivo-regenerante está amostrada na Figura 8. Observa-se
que a partir da 14ª parcela (56m²) a curva tende à estabilização do número de espécies. Na
17ª parcela foi atingido o número máximo de espécies amostradas. Desta forma, considera-
se que a riqueza específica desse componente foi satisfatoriamente representada com 33
espécies nos 80m² amostrados.
y = 9,0472Ln(x) + 4,4991
R
2
= 0,9151
0
5
10
15
20
25
30
35
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Parcelas
Número de espécies acumuladas
Figura 8: Curva do número cumulativo de espécies por parcelas (de 4m² cada) para o
componente arbustivo-regenerante (0,20m h < 1m) da floresta ciliar do Arroio
da Brigadeira, no Parque Municipal Fazenda Guajuviras – Canoas/RS, ajustada
pela regressão logarítmica y=9,0472 Ln(x) + 4,4991, tendo R²= 0,9151.
A curva do coletor elaborada para o componente arbustivo-arbóreo, representada na
Figura 9, evidencia que a estabilidade foi atingida na 11ª parcela (275m²) e que nas parcelas
seguintes houve acréscimo gradativo de apenas outras cinco espécies, totalizando 41. Em
vista disso, pode-se considerar a área estabelecida para a amostragem (500m²) suficiente
24
para caracterizar floristicamente o componente definido entre 1m de altura e DAP inferior a
5cm.
y = 10,756Ln(x) + 9,3321
R
2
= 0,9655
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1234567891011121314151617181920
Parcelas
Número de espécies acumuladas
Figura 9: Curva do número cumulativo de espécies por parcelas (de 25m² cada) para o
componente arbustivo-arbóreo (h 1m e DAP < 5cm) da floresta ciliar do Arroio
da Brigadeira, no Parque Municipal Fazenda Guajuviras – Canoas/RS, ajustada
pela regressão logarítmica y=10,756 Ln(x) + 9,3321, tendo R²=0,9655.
A estabilidade da curva do coletor do componente arbóreo (DAP > 5cm), Figura 10,
foi atingida na 12ª parcela (1200m²), sendo as parcelas seguintes acrescidas de apenas três
novas espécies, totalizando 35. Desta forma, considera-se que a amostragem de 2000m² foi
suficiente para caracterizar a riqueza específica do componente arbóreo desta floresta ciliar.
25
y = 10,658Ln(x) + 4,6383
R
2
= 0,9274
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920
Parcelas
Número de espécies acumuladas
Figura 10: Curva do número cumulativo de espécies por parcelas (de 100m² cada) para o
componente arbóreo (DAP 5cm) da floresta ciliar do Arroio da Brigadeira, no
Parque Municipal Fazenda Guajuviras – Canoas/RS, ajustada pela equação
logarítmica y=10,658 Ln(x) + 4,6383, tendo R
2
=0,9274.
4.3 COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA
As espécies arbóreas e arbustivas amostradas para os três componentes estão
dispostas na Tabela 2. No total foram amostradas 56 espécies distribuídas em 27 famílias
botânicas. Destas, foram encontradas 33 espécies de 18 famílias no componente arbustivo-
regenerante, 41 espécies de 24 famílias no arbustivo-arbóreo e 35 espécies de 22 famílias no
arbóreo.
Das espécies amostradas no componente arbóreo, 17,9% não foram encontradas nos
estratos inferiores da floresta. Segundo NEGRELLE (1995), a ausência de plântulas ou
indivíduos jovens dessas espécies pode ser devida as suas condições auto-ecológicas, que as
impedem de germinar no sub-bosque, ou determina a geração de um banco de plântulas
efêmero, não ativo na época da amostragem. Outros fatores que também podem influenciar
são a predação, a competição e a condição microclimática sazonal.
Segundo BRACK et al. (1998), as matas ripárias no município de Porto Alegre são
semelhantes em sua composição florística às matas da bacia do rio Jacuí. Faltam, porém,
elementos de grande porte provenientes das bacias dos rios Uruguai e Paraná, tais como o
angico (Parapiptadenia rigida) e o ipê-roxo (Tabebuia heptaphylla).
26
As 54 espécies nativas identificadas na floresta ciliar do Arroio da Brigadeira (no
total foram 56, porém uma espécie é exótica e outra foi identificada somente em nível de
família) correspondem a 1/5 do total de 248 espécies arbóreas e arbustivas citadas para todas
formações florestais no município de Porto Alegre (BRACK et al., 1998). Apenas três
espécies (Banara tomentosa, Leandra regnellii e Miconia pusilliflora) não constam nesta
lista florística. REITZ et al.(1988) limitaram a ocorrência de Banara tomentosa à região
fitogeográfica do Planalto ou floresta com presença de Araucaria angustifolia.
TEIXEIRA et al.(1986) apresentaram uma lista com 74 espécies arbóreas para a
Floresta Estacional Semidecidual Aluvial, sendo a quantidade mais próxima das 46 árvores,
pois oito espécies são de hábito arbustivo, na área deste estudo.
A família de maior riqueza na amostragem, para os três componentes, foi Myrtaceae,
contribuindo com seis espécies nos componentes arbustivo-regenerante e arbóreo e cinco
espécies no componente arbustivo-arbóreo. Lauraceae, representada por espécies típicas de
dossel, teve maior contribuição nos componentes arbustivo-regenerante e arbustivo-arbóreo
com quatro e três espécies, respectivamente, e apenas duas espécies no componente arbóreo.
Melastomataceae e Rubiaceae foram mais representativas também dentre os
regenerantes, principalmente pelas espécies de hábito tipicamente arbustivo, como
Psychotria leiocarpa, P. carthagenensis, Rudgea parquioides e Leandra regnellii, e
arvoretas de sub-bosque, como Miconia hyemalis, M. pusilliflora e Faramea montevidensis.
A riqueza de espécies de Melastomataceae e Rubiaceae deve-se principalmente aos critérios
de inclusão adotados, que favorecem a amostragem do sub-bosque, onde os representantes
dessa família são abundantes CITADINE-ZANETTE (1995).
Ocorreu uma espécie do gênero Citrus que é exótica. A introdução de espécies
exóticas, cujos frutos são consumidos por pássaros, em fragmentos florestais é comum,
principalmente em bordas, porém, na maioria dos casos fracassam na colonização
(RODRIGUES, 1998).
27
Tabela 2: Famílias e espécies amostradas no levantamento do Componente arbustivo-
regenerante (C1) (0,20m h < 1m), Componente arbustivo-arbóreo (C2) (h 1m e DAP <
5cm) e Componente arbóreo (C3)(DAP 5cm) da floresta ciliar do Arroio da Brigadeira, no
Parque Municipal Fazenda Guajuviras – Canoas/RS, onde H = hábito; CM = corredor
migratório; CS = categoria sucessional; SD = síndrome de dispersão; arb (arbusto), avt
(arvoreta), avb (árvore baixa), avm (árvore média), ava (árvore alta), avp (árvore apoiante);
Ead = espécie de ampla dispersão, Atl = espécie do corredor atlântico, Uru = espécie do
corredor Alto Uruguai, Exo = espécie exótica; Pio = pioneira; Sin = secundária inicial; Sta =
secundária tardia; Aut = autocoria; Zoo = zoocoria; Ane = anemocoria.
FAMÍLIA/ESPÉCIE H CM CS SD C1 C2 C3
ANACARDIACEAE
Lithraea brasiliensis Marchand avm Ead Sin Zoo X
Schinus terebinthifolius Raddi avb Ead Pio Zoo X
AQUIFOLIACEAE
Ilex brevicuspis Reiss. avb Uru Sin Zoo X X X
Ilex dumosa Reiss. avt Uru Sin Zoo X
ARECACEAE
Syagrus romanzoffiana ( Cham. ) Glassman avm Ead Sin Zoo X X X
ASTERACEAE
Piptocarpha sellowii Baker avp Uru Sin Ane X
BORAGINACEAE
Patagonula americana L. ava Uru Sta Ane X
CANNABACEAE
Celtis iguanaea ( Jacq. ) Sarg. avb Ead Sin Zoo X X
Trema micrantha ( L. ) Blume avb Ead Pio Zoo X
ERYTHROXYLACEAE
Erythroxylum argentinum O.E.Schulz avb Atl Sin Zoo X X
ESCALLONIACEAE
Escallonia bifida Link & Otto ex Engl. avt Uru Pio Ane X X
EUPHORBIACEAE
Sebastiania commersoniana (Baillon) L. B. Sm. &
R. J. Downs avb Ead Sin Aut X X X
FABACEAE
Enterolobium contortisiliquum Morong ava Ead Pio Zoo X
Mimosa bimucronata ( DC. ) Kuntze avt Ead Pio Aut X X
continua...
28
FAMÍLIA/ESPÉCIE H CM CS SD C1 C2 C3
LAMIACEAE
Vitex megapotamica ( Spreng. ) Moldenke avm Uru Sta Zoo X
LAURACEAE
Endlicheria paniculata (Spreng.) Macbr. avt Ead Sta Zoo X
Nectandra megapotamica Mez ava Ead Sta Zoo X X X
Ocotea puberula ( Rich. ) Nees ava Ead Sin Zoo X X
Ocotea pulchella Mart. avm Ead Sin Zoo X X X
MELASTOMATACEAE
Leandra regnellii Cogn. arb Atl Pio Zoo X X
Miconia hyemalis A.St.-Hil. & Naudin arb Uru Pio Zoo X X
Miconia pusilliflora Naud. arb Ead Sin Zoo X X X
MELIACEAE
Cedrela fissilis Vell. ava Ead Sta Ane X X
MONIMIACEAE
Mollinedia elegans Tul. arb Atl Sta Zoo X X
MYRSINACEAE
Myrsine coriacea ( Sw. ) R.Br. avm Ead Sin Zoo X X X
MYRTACEAE
Eugenia hyemalis Cambess. avt Ead Sin Zoo X X X
Eugenia involucrata DC. avb Uru Sta Zoo X
Eugenia schuechiana O. Berg avt Atl Sta Zoo X
Myrceugenia myrtoides O.Berg avt Ead Sta Zoo X X
Myrcia glabra ( O.Berg ) D.Legrand avt Atl Sta Zoo X X X
Myrcia multiflora (Lam.) DC. avt Atl Sin Zoo X X X
Myrcia palustris DC. avt Atl Sin Zoo X
Myrrhinium atropurpureum Schott avt Ead Sin Zoo X
Psidium cattleianum Sabine avt Ead Sin Zoo X X
PIPERACEAE
Piper aduncum L. arb Ead Sta Zoo X X
ROSACEAE
Prunus myrtifolia Urb. avm Ead Sin Zoo X X X
continua...
29
FAMÍLIA/ESPÉCIE H CM CS SD C1 C2 C3
RUBIACEAE
Faramea montevidensis (Cham. & Schltdl.) DC. avt Atl Sta Zoo X
Guettarda uruguensis Cham. & Schltdl. avt Ead Sin Zoo X
Psychotria carthagenensis Jacq. arb Ead Sin Zoo X X
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl. arb Ead Sin Zoo X X
Randia armata ( Sw. ) DC. avt Ead Sin Zoo X X
Rudgea parquioides (Cham.) Müll.Arg. arb Ead Sin Zoo X X
RUTACEAE
Citrus sp. avb Exo - Zoo X
Zanthoxylum sp.
*
avb Ead Sin Zoo X X X
SALICACEAE
Banara parviflora Benth. avm Ead Sin Zoo X
Banara tomentosa Clos avm Uru Sta Zoo X X
Casearia decandra Jacq. avt Ead Sta Zoo X
Casearia sylvestris Sw. avb Ead Pio Zoo X X X
SAPINDACEAE
Allophylus edulis ( A.St.-Hil. ) Niederl. avb Ead Sin Zoo X X X
Cupania vernalis Cambess. avm Ead Sin Zoo X X
Matayba elaeagnoides Radlk. avm Ead Sin Zoo X X
SAPOTACEAE
Chrysophyllum marginatum ( Hook. & Arn. ) Radlk. avt Uru Sin Zoo X X X
SOLANACEAE
Solanum pseudoquina A.St.Hil. avt Atl Pio Zoo X X
Solanaceae sp. 1 - - - - X X
SYMPLOCACEAE
Symplocos uniflora Benth. avt Uru Sin Zoo X X
THYMELAEACEAE
Daphnopsis racemosa Griseb. avt Ead Sin Zoo X X
* Zanthoxylum hyemale A. St. Hil. ou Z. rhoifolium Lam.
30
Muitas famílias botânicas foram representadas por apenas uma espécie. A
representatividade das famílias dentro dos componentes amostrais pode ser melhor
visualizada pelo gráfico de barras constante na Figura 11.
6
3
4
22
3
11
2
000
9
55
3333
1
2
111
0
13
6
2222
1
2
11
222
10
0
2
4
6
8
10
12
14
Myrtaceae
Rubiaceae
Lauraceae
Salicaceae
Sapindaceae
Melastomataceae
Aquifoliacae
Rutaceae
Solanaceae
Cannabaceae
Fabaceae
Anacardiaceae
Outras
Família
mero de espécies
Arbustivo-regenerante
Arbustivo-arbóreo
Arbóreo
Figura 11: Distribuição do número de espécies amostradas por famílias dos componentes
arbustivo-regenerante, arbustivo-arbóreo e arbóreo, da floresta ciliar do Arroio
da Brigadeira, Canoas/RS.
No Rio Grande do Sul a família Myrtaceae exerce relevante importância na
fisionomia florestal, apresentando o maior número de representantes na flora arbórea,
ressaltando-se a sua importância sociológica em diversas formações florestais (KLEIN,
1984b, SOBRAL, 2003). Neste levantamento arbóreo foi a família com maior riqueza
específica, à semelhança de outros trabalhos em diferentes formações florestais
(JARENKOW 1994, JURINITZ & JARENKOW 2003, SOUZA 2001, KRAY &
JARENKOW, 2003), e com elevado valor de importância e potencial de regeneração
natural.
LEITÃO-FILHO (1993) constatou que o maior número de indivíduos da família
Myrtaceae situam-se nos estratos arbóreos intermediários da floresta. Espécies desta família,
juntamente com Lauraceae, representam grande parte dos recursos para frugívoros de médio
e grande porte e, no caso de Myrtaceae, representa grande parte das árvores e arvoretas
31
típicas de sub-bosque que compõem a floresta madura (TABARELLI & MANTOVANI,
1999).
As semelhanças florísticas entre os componentes foram estimadas pelos índices
qualitativos de similaridade de Jaccard e de Sorensen (Tabela 3).
Tabela 3: Semelhanças florísticas entre os componentes estruturais, da floresta ciliar do
arroio da Brigadeira, Canoas/RS, estimadas pelos índices de similaridade de Jaccard (ISJ) e
pelo de Sorensen (ISS).
Combinação entre componentes ISJ (%) ISS (%)
Arbustivo-regenerante e Arbustivo-arbóreo 60,89 75,68
Arbustivo-arbóreo e Arbóreo 46,15 63,16
Arbustivo-regenerante e Arbóreo 30,77 47,06
A maior similaridade florística entre os componentes arbustivo-regenerante e
arbustivo-arbóreo pode ser explicada pelos critérios de inclusão que favoreceram a
amostragem de plantas do sub-bosque que não chegam a atingir DAP superior a 5cm e,
portanto, não aparecendo no componente arbóreo. Comunidades com índice de similaridade
de Jaccard superior a 25% são consideradas semelhantes (MUELLER-DOMBOIS &
ELLENBERG, 1974).
Em relação ao hábito vegetativo, observa-se que a maioria das espécies são arbóreas
(25), classificadas como de porte baixo, médio e alto. As arvoretas, representadas
principalmente pela família Myrtaceae, totalizaram 20 espécies. Os arbustos contribuíram
com oito espécies, onde o predomínio foi das famílias Melastomataceae e Rubiaceae.
Ocorreu uma espécie com forma biológica de árvore apoiante: Piptocarpha sellowii.
Espécies de arbustos e pequenas árvores pioneiras dos gêneros Miconia, Leandra
(Melastomataceae), Piper (Piperaceae), Psychotria (Rubiaceae) e Myrsine (Myrsinaceae)
são indicadoras de florestas em estádios iniciais de regeneração (TABARELLI &
MANTOVANI, 1999).
32
A análise do sub-bosque permite a inclusão de grande número de espécies que
ocupam diferentes posições no espaço vertical da floresta, incluindo as tipicamente
arbustivas, além de árvores de pequeno porte e regenerantes do dossel e emergentes.
A avaliação da influência dos contingentes imigratórios na composição qualitativa
(Tabela 4) revelou maior número de espécies para o contingente de ampla distribuição. O
predomínio destas espécies de ampla distribuição na região da Grande Porto Alegre também
foi encontrado por PERIN (2002) e NEVES (2003). Esta elevada presença de espécies não
tão exigentes quanto às condições de hábitats ou nichos, e a ausência de endemismos na área
são indicativos de ocupação florestal recente da área estudada (VACCARO, 1997).
Tabela 4: Síntese dos resultados referentes aos contingentes imigratórios das espécies
amostradas na floresta ciliar do Arroio da Brigadeira, Canoas/RS, onde: Atl = corredor
atlântico, Uru = corredor do Alto Uruguai e Ead = espécies de ampla dispersão; Nsp =
número de espécies, Ni = número de indivíduos; C1 = componente arbustivo-regenerante,
C2 = arbustivo-arbóreo e C3 = arbóreo.
Corredor migratório Nsp Ni
Atl C1 6 (18,8%) 86 (20,3%)
C2 6 (15,0%) 107 (25,8%)
C3 5 (14,3%) 48 (11,3%)
C1 4 (12,5%) 9 (2,1%)
C2 7 (17,5%) 19 (4,6%)
Uru
C3 8 (22,8%) 53 (12,5%)
C1 22 (68,7%) 329 (77,6%)
C2 27 (67,5%) 288 (69,6%)
Ead
C3 22 (62,9%) 323 (76,2%)
* O número entre parênteses representa a porcentagem dentro de cada componente amostral.
A importância de espécies de grande amplitude ecológica na composição das
florestas estacionais do sul do Brasil, presentes com densidades variáveis em distintas fases
sucessionais foi destacada por JARENKOW & WAECHTER (2001). Os mesmos autores
descreveram um grande número de indivíduos de espécies atlânticas, mas que predominam
no sub-bosque, sendo tolerantes à sombra. No presente estudo, Myrcia multiflora foi a única
33
espécie atlântica que se destacou em número de indivíduos, sendo constituintes do sub-
bosque da floresta.
As espécies do corredor migratório do Alto Uruguai tiveram baixa representatividade
em número de indivíduos, especialmente nos componentes arbustivo-regenerante e
arbustivo-arbóreo.
A análise dos aspectos sucessionais da floresta, resumidos na Tabela 5, demonstra o
predomínio, tanto no número de espécies quanto no de indivíduos, das espécies secundárias
iniciais. Comparando-se os componentes da amostragem, nota-se que há um acréscimo
gradativo de espécies secundárias tardias no Componente arbóreo, passando pelo sub-
bosque até a categoria dos regenerantes, e comportamento inverso em relação às espécies
pioneiras. Tal situação pode ser explicada pela dinâmica da sucessão florestal, pois com o
amadurecimento da floresta as condições de luminosidade do chão vão diminuindo,
propiciando o estabelecimento de espécies secundárias tardias, enquanto as pioneiras,
heliófilas, vão sendo substituídas.
Tabela 5: Síntese dos resultados referentes à categoria sucessional das espécies amostradas
na floresta ciliar do Arroio da Brigadeira, Canoas/RS, onde: Nsp = número de espécies, Ni =
número de indivíduos; C1 = componente arbustivo-regenerante, C2 = arbustivo-arbóreo e
C3 = arbóreo.
Categoria Sucessional Nsp
*
Ni
*
Pioneira C1 4 (12,5%) 50 (11,8%)
C2 5 (12,8%) 24 (5,8%)
C3 7 (20,0%) 69 (16,3%)
C1 18 (56,3 %) 346 (81,8%)
C2 25 (64,1%) 349 (84,5%)
Secundária inicial
C3 24 (68,6%) 347 (81,8%)
C1 10 (31,2 %) 27 (6,4%)
C2 9 (23,1%) 40 (9,7%)
Secundária tardia
C3 4 (11,4%) 8 (1,9%)
* O número entre parênteses representa a porcentagem dentro de cada Componente
amostral.
34
VACCARO (1997), comparando três fases sucessionais de uma floresta estacional
decidual, concluiu que nos estádios iniciais predominam indivíduos intolerantes à sombra, e
à medida que o processo evolui, espécies tolerantes à sombra passam a ter um papel
importante na comunidade. Contudo, o processo responsável pela elevada riqueza e
diversidade observadas em alguns trechos de florestas neotropicais em regeneração parece
ser a ocorrência simultânea de espécies pioneiras e tolerantes à sombra (TABARELLI &
MANTOVANI, 1999).
Em florestas estacionais semideciduais, a deciduidade sazonal de espécies de dossel
tem sido considerada como um determinante da presença de espécies de fases iniciais de
sucessão, pois a maior incidência de luz, principalmente na estação menos chuvosa,
favoreceria o estabelecimento de um grande número de espécies dessa categoria sucessional
no sub-bosque (GROMBONE-GUARATINI, 1999; GANDOLFI, 2000 apud NEVES,
2003).
JARENKOW (1994) ressaltou a necessidade de estudos sobre a biologia das espécies
em diferentes níveis e nas condições atualmente predominantes na região Sul do Brasil, para
melhor compreensão dos processos que regem o comportamento de populações e de
comunidades.
CITADINI-ZANETTE (1995) salientou que a classificação de espécies em grupos
ecológicos e/ou funcionais deve basear-se em observações locais, pois o comportamento de
uma mesma espécie em diferentes comunidades pode ser diferente, principalmente na
estratégia de estabelecimento.
O predomínio de espécies com síndrome de dispersão zoocórica, aproximadamente
90%, assemelha-se aos resultados de outros trabalhos realizados no Sul do Brasil
(JARENKOW, 1994; CITADINI-ZANETTE, 1995; SOUZA, 2001; JURINITZ &
JARENKOW, 2003; KINDEL, 2002, NEVES, 2003).
KINDEL (2002) comparou os espectros de dispersão de árvores de diferentes
formações florestais do Rio Grande do Sul verificando o predomínio da zoocoria,
independentemente do parâmetro utilizado como referência ser a riqueza ou a abundância.
A síndrome de dispersão tem sido utilizada como indicativo do estádio de sucessão
das florestas. Desta forma, haveria um predomínio de espécies anemo/autocóricas nos
estádios iniciais de sucessão, e de espécies zoocóricas nos estádios de florestas mais
35
maduras (TABARELLI & MANTOVANI, 1999). Nas bordas de fragmentos florestais há
menor ocorrência de espécies zoocóricas, em decorrência da menor presença de animais
dispersores (RODRIGUES, 1998).
As síndromes de dispersão estão relacionadas também com fatores climáticos,
principalmente com a precipitação, e, em conseqüência, na complexidade florestal, pela
regulação das populações de animais, conforme a disponibilidade de alimentos (CITADINI-
ZANETTE, 1995).
Apenas quatro espécies de hábito arbóreo foram encontradas exclusivamente no
componente arbustivo-regenerante (Endlicheria paniculata, Eugenia involucrata, E.
schuechiana e Casearia decandra), todas dispersas pela fauna, sugerindo que a maioria dos
propágulos tem matriz no próprio fragmento florestal e que a contribuição da imigração de
espécies arbóreas é pouco expressiva (MAUHS & BACKES, 2002). OLIVEIRA et al.
(2001), ao encontrarem alta similaridade florística do componente regenerante com florestas
preservadas do entorno, evidenciaram a importância dessas áreas na manutenção do fluxo de
espécies para a regeneração.
36
4.4 PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS
A relação das espécies amostradas no levantamento fitossociológico, com os seus
números de indivíduos e parâmetros estimados, é apresentada nas Tabelas 6, 7 e 8, para os
componentes arbustivo-regenerante, arbustivo-arbóreo e arbóreo, respectivamente.
As espécies raras, entendidas como sendo as que ocorreram na amostragem com
apenas um exemplar nos três componentes, foram em número de dez, ou 17,5% do total. De
acordo com MARTINS (1993), o esperado para áreas de mata atlântica do Sul e do Sudeste
situa-se entre 9,23% e 39,52%. O mesmo autor destacou que para as florestas brasileiras são
esperados elevados índices de espécies raras e de diversidade de espécies arbóreas,
conferindo-lhes uma estrutura fitossociológica peculiar, caracterizada pela semelhança dos
valores de importância e pela pequena significância desses valores para cada espécie.
Segundo SOUZA (2001), o número de espécies com um indivíduo é um parâmetro
extremamente variável, assim como a composição de espécies responsáveis pelo seu valor
nas diferentes comunidades, sendo certamente influenciado pelas características da
amostragem (esforço, disposição das unidades amostrais, etc.).
Desta forma, a amostragem incorreta, tanto sob o aspecto espacial quanto em relação
ao critério de inclusão, pode não demonstrar o real padrão de distribuição e densidades das
espécies envolvidas. Assim, uma espécie pode ser considerada rara simplesmente porque o
critério de inclusão não permitiu a amostragem dos indivíduos jovens, ou porque a área
amostral não foi suficiente para englobar um número de indivíduos que permitisse analisar
criteriosamente seu padrão de distribuição e densidade (NEGRELLE, 1995). Segundo
BUDKE et al. (2004), ao considerar-se que uma espécie é rara, dever-se-ia verificar se isto é
caráter inerente à biologia da espécie ou se é um evento da comunidade em estudo (estádio
de desenvolvimento da sinúsia, formação de clareiras).
37
4.4.1 COMPONENTE ARBUSTIVO-REGENERANTE
Na Tabela 6 são apresentados os parâmetros fitossociológicos estimados para o
componente arbustivo-regenerante, sendo que não foram estimados valores de cobertura e,
por conseqüência, não há valor de importância. Foram utilizados os valores de densidade
relativa para ordenar de forma decrescente as espécies. Segundo MUELLER-DOMBOIS &
ELLENBERG (1974), o “valor de importância” pode ser qualquer um dos parâmetros de
densidade, freqüência ou dominância, dependendo do que o pesquisador considerar mais
importante.
O número total de indivíduos amostrados foi 425, correspondendo a uma densidade
média (± desvio padrão) de 21,25 ± 8,94 indivíduos por parcela (mínimo de 9 e máximo de
36), resultando numa estimativa de densidade total por área (DTA) de 53.125 ± 22.344
indivíduos.ha
-1
.
A densidade absoluta estimada para o componente arbustivo-regenerante foi alta
quando comparada a alguns estudos que avaliaram componente similar. RONDON NETO et
al. (2000), estudando a regeneração natural de uma floresta Estacional Semidecídua
Montana com Dossel Emergente em Lavras/MG, estimaram em 11.750 ind.ha
-1
a densidade
de componente com igual critério de inclusão do presente estudo. Os mesmos autores
concluíram que a regeneração natural nas adjacências da borda da mata se apresentou mais
densa que nas imediações do centro da clareira.
Outros trabalhos que utilizaram os mesmos critérios de inclusão de indivíduos:
CITADINI-ZANETTE (1995), em floresta de encosta atlântica em Orleans/SC, estimou a
densidade do componente regenerante em 12.633,33 ind.ha
-1
; NEVES (2003), no Parque
Estadual de Itapuã, na área de Tensão Ecológica, 14.583 ind.ha
-1
.
A maior densidade de indivíduos encontrados nesse estudo pode ser atribuída ao
estágio de sucessão da floresta, que é mais recente do que dos outros levantamentos
comparados, havendo melhores condições de luminosidade para o estabelecimento e
desenvolvimento da categoria regenerante.
A abundância de indivíduos da família Rubiaceae no componente arbustivo-
regenerante, com destaque de Psychotria leiocarpa e Psychotria carthagenensis, espécies
38
típicas de sub-bosque e ausentes no componente arbóreo, que juntas atingem 37,88% da
densidade relativa, também é apontada por RÜCKER et al. (2003) num fragmento florestal
do Morro Santana, em Porto Alegre, que atribuiram à adaptação das plantas dessa família
aos ambientes de sombra, e por CITADINI-ZANETTE (1995), num trecho de floresta
atlântica. FORNECK (2001) encontrou populações de Psychotria leiocarpa em dois
fragmentos florestais, um de mata higrófila e outro de mata ripária, ambos na região de
Porto Alegre, inferindo ser esta espécie elemento de ligação entre as formações de terras
baixas com as de encosta.
As quatro primeiras espécies que se destacam em densidade relativa, atingindo juntas
aproximadamente 60%, são de hábito arbustivo, que nunca irão fazer parte dos estratos
superiores da floresta. O sub-bosque constitui uma parte importante da comunidade vegetal,
o qual contribui para o aumento da diversidade local, justamente pela presença de espécies
exclusivas (RODRIGUES, 1998).
Ocotea pulchella destaca-se na categoria regenerante de árvores com potencial de
atingir o dossel, com densidade relativa de 6,59%. Myrcia multiflora e Eugenia hyemalis,
mirtáceas típicas de sub-bosque, também apresentaram boa densidade de plantas jovens,
ocupando a sexta e sétima posição, respectivamente.
Duas das espécies que ocorreram exclusivamente nesse componente e com apenas
um indivíduo, Eugenia schuechiana e E. involucrata, são secundárias tardias, indicando que
a floresta já apresenta condições ambientais para o estabelecimento de representantes de
uma categoria sucessional mais exigente ao sombreamento.
A alta densidade relativa de Daphnopsis racemosa pode ser devida ao uso anterior da
área, com o pastejo de bovinos, pois, sendo essa uma planta tóxica a esses animais, ocorre
rejeição de consumo, contribuindo para o aumento da sua presença.
O domínio de Daphnopsis racemosa e Eugenia hyemalis, dentre outras, no estrato
arbustivo de uma restinga em Osório/RS é apontado no levantamento realizado por
DILLENBURG et al. (1992).
39
Tabela 6: Espécies registradas no componente arbustivo-regenerante, na floresta ciliar do
Arroio da Brigadeira, Canoas/RS, e seus respectivos parâmetros dispostos em ordem
decrescente de densidade relativa, onde Ni = número de indivíduos; DA=densidade
absoluta; DR = densidade relativa; FA = freqüência absoluta; FR = freqüência relativa.
Espécie Ni FA (%) FR (%)
DA
(ind/ha)
DR (%)
Psychotria leiocarpa
91 90 12,86 11375 21,41
Psychotria carthagenensis
71 75 10,71 8750 16,47
Daphnopsis racemosa
50 80 11,43 6250 11,76
Leandra regnellii
44 35 5,00 5500 10,35
Ocotea pulchella
28 45 6,43 3500 6,59
Myrcia multiflora
27 45 6,43 3375 6,35
Eugenia hyemalis
27 40 5,71 3375 6,35
Allophylus edulis
13 40 5,71 1625 3,06
Syagrus romanzoffiana
13 20 2,86 1625 3,06
Myrcia glabra
8 15 2,86 1000 1,88
Miconia pusilliflora
7 20 2,86 875 1,65
Mollinedia elegans
5 20 2,14 625 1,18
Cupania vernalis
4 15 2,14 500 0,94
Miconia hyemalis
4 5 2,14 500 0,94
Piper aduncum
3 15 2,14 375 0,71
Cedrela fissilis
3 15 2,14 375 0,71
Casearia decandra
3 15 1,43 375 0,71
Ilex brevicuspis
2 10 1,43 250 0,47
Zanthoxylum sp. 2 10 1,43 250 0,47
Myrsine coriacea
2 10 1,43 250 0,47
Chrysophyllum marginatum
2 10 1,43 250 0,47
Sebastiania commersoniana
2 10 1,43 250 0,47
Ocotea puberula
2 10 0,71 250 0,47
Rudgea parquioides
2 5 0,71 250 0,47
Endlicheria paniculata
2 5 0,71 250 0,47
Casearia sylvestris
1 5 0,71 125 0,24
Prunus myrtifolia
1 5 0,71 125 0,24
Solanaceae 1 5 0,71 125 0,24
Myrceugenia myrtoides
1 5 0,71 125 0,24
Nectandra megapotamica
1 5 0,71 125 0,24
Solanum pseudoquina
1 5 0,71 125 0,24
Eugenia schuechiana
1 5 0,71 125 0,24
Eugenia involucrata
1 5 0,71 125 0,24
TOTAIS
425 100 53125 100
40
4.4.2 COMPONENTE ARBUSTIVO-ARBÓREO
Na Tabela 7 são apresentados os parâmetros fitossociológicos estimados para o
componente arbustivo-arbóreo, sendo que, como no componente arbustivo-regenerante,
foram utilizados os valores de densidade relativa para ordenar de forma decrescente as
espécies, por não terem sido estimados os valores de cobertura e, por conseqüência, não
haver valor de importância.
O número total de indivíduos amostrados foi 418, correspondendo a uma densidade
média (± desvio padrão) de 20,90 ± 10,07 indivíduos por parcela (mínimo de 8 e máximo de
40), resultando numa estimativa de densidade total por área (DTA) de 8.360 ± 4.029
indivíduos.ha
-1
.
A densidade absoluta de indivíduos amostrados no componente arbustivo-arbóreo,
quando comparados com levantamentos realizados em outras formações florestais, foi um
pouco mais baixa. Na floresta atlântica, CITADINI-ZANETTE (1995), por exemplo,
encontrou uma densidade de 9.554 ind.ha
-1
. NEVES (2003), por outro lado, nas imediações
de Porto Alegre, estimou em 5.660 ind.ha
-1
. RONDON NETO et al. (2000) encontraram
24.386 ind.ha
-1
na floresta em Lavras/MG, sendo muito superior à densidade do componente
arbustivo-regenerante, tendo atribuído o fato ao critério de inclusão daquele grupo abranger
um maior intervalo de variação.
Neste componente, no parâmetro densidade relativa destacou-se Myrcia multiflora
(17,46%), seguida por Psychotria leiocarpa (13,88%) e Eugenia hyemalis (11,96%). A
família Myrtaceae, com representantes ocupando a primeira e terceira colocações na
densidade do sub-bosque, e contando com cinco espécies que juntas representam 31,57% da
densidade total, comprova a afirmação de TABARELLI & MANTOVANI(1999) segundo a
qual essa família contribui com grande parte das árvores e arvoretas típicas de sub-bosque
que compõem a floresta madura.
Myrcia multiflora (Figura 12) destacou-se também no critério freqüência absoluta,
estando presente em 95% das parcelas. KLEIN (1984a) descreveu o predomínio dessa
espécie nas matas de transição das planícies quaternárias (formação de terras baixas), onde o
solo é brejoso e que durante parte do ano estão cobertas por águas pluviais.
41
Tabela 7: Espécies registradas no componente arbustivo-arbóreo, na floresta ciliar do Arroio
da Brigadeira, Canoas/RS, e seus respectivos parâmetros dispostos em ordem decrescente de
densidade relativa, onde Ni = número de indivíduos; DA = densidade absoluta; DR =
densidade relativa; FA = freqüência absoluta; FR = freqüência relativa.
Espécie Ni FA (%) FR (%)
DA
(ind/ha)
DR (%)
Myrcia multiflora
73 95 10,98 1460 17,46
Psychotria leiocarpa
58 75 8,67 1160 13,88
Eugenia hyemalis
50 65 7,51 1000 11,96
Miconia pusilliflora
43 70 8,09 860 10,29
Ocotea pulchella
35 40 4,62 700 8,37
Daphnopsis racemosa
20 50 5,78 400 4,78
Leandra regnellii
15 30 3,47 300 3,59
Piper aduncum
14 35 4,05 280 3,35
Psychotria carthagenensis
12 40 4,62 240 2,87
Ilex brevicuspis
10 25 2,89 200 2,39
Cupania vernalis
8 20 2,31 160 1,91
Myrcia glabra
7 30 3,47 140 1,67
Faramea montevidensis
6 25 2,89 120 1,44
Allophylus edulis
6 20 2,31 120 1,44
Prunus myrtifolia
6 20 2,31 120 1,44
Sebastiania commersoniana
5 20 2,31 100 1,20
Cedrela fissilis
5 15 1,73 100 1,20
Casearia sylvestris
4 20 2,31 80 0,96
Chrysophyllum marginatum
4 15 1,73 80 0,96
Mollinedia elegans
4 10 1,16 80 0,96
Citrus sp. 3 15 1,73 60 0,72
Mimosa bimucronata
3 10 1,16 60 0,72
Myrsine coriacea
3 10 1,16 60 0,72
Syagrus romanzoffiana
3 10 1,16 60 0,72
Zanthoxylum sp. 3 10 1,16 60 0,72
Erythroxylum argentinum
2 10 1,16 40 0,48
Solanaceae sp. 1 2 10 1,16 40 0,48
Banara parviflora
1 5 0,58 20 0,24
Banara tomentosa
1 5 0,58 20 0,24
Celtis iguanaea
1 5 0,58 20 0,24
Escallonia bífida
1 5 0,58 20 0,24
Matayba elaeagnoides
1 5 0,58 20 0,24
Miconia hyemalis
1 5 0,58 20 0,24
Myrceugenia myrtoides
1 5 0,58 20 0,24
Nectandra megapotamica
1 5 0,58 20 0,24
Ocotea puberula
1 5 0,58 20 0,24
Patagonula americana
1 5 0,58 20 0,24
Psidium cattleianum
1 5 0,58 20 0,24
Randia armata
1 5 0,58 20 0,24
Rudgea parquioides
1 5 0,58 20 0,24
Symplocos uniflora
1 5 0,58 20 0,24
Total
418 100 8360 100
42
As espécies arbustivas Psychotria leiocarpa, P. carthagenensis, Miconia pusilliflora,
Leandra regnellii e Piper aduncum, que, devido ao porte, têm seu limite de inclusão neste
componente, apresentaram alta representatividade, com 33,98% da densidade relativa. As
arvoretas Myrcia multiflora, Eugenia hyemalis e Daphnopsis racemosa representaram
34,2% da densidade relativa. Dentre as árvores, o destaque foi Ocotea pulchella, com 8,37%
da densidade relativa.
Das quatorze espécies que apresentaram apenas um representante, apenas duas,
Banara parviflora e Patagonula americana, são exclusivas desse componente, podendo ser
consideradas raras nessa formação florestal. É curiosa a baixa ocorrência da Patagonula
americana neste estudo, pois, de acordo com REITZ et al.(1988), é comum em planícies
aluviais, presente tanto em matas primárias quanto em capoeiras.
Figura 12: Myrcia multiflora, espécie que se destaca em densidade relativa no componente
arbustivo-arbóreo da floresta ciliar do arroio da Brigadeira, Canoas/RS. São
característicos os troncos finos, tortuosos e múltiplos.
43
4.4.3 COMPONENTE ARBÓREO
Os parâmetros fitossociológicos para as espécies amostradas no levantamento do
componente arbóreo (DAP > 5cm) são apresentados na Tabela 8, ordenados
decrescentemente por valor de importância.
O número total de indivíduos vivos amostrados foi 424, correspondendo a uma
densidade média (± desvio padrão) de 21,20 ± 6,17 indivíduos por parcela (mínimo de 8 e
máximo de 31), resultando numa estimativa de densidade total por área (DTA) de 2.120 ±
617 indivíduos.ha
-1
.
A densidade absoluta foi próxima à encontrada em outros levantamentos com igual
critério de inclusão, DAP 5cm. BUDKE et al. (2004), numa floresta ciliar em Santa Maria
(RS), na Depressão Central do Estado, estimaram uma DTA de 2.195 ind.ha
-1
. CITADINI-
ZANETTE (1995) estimou em 2.191 ind.ha
-1
, num trecho de Mata Atlântica de encosta, em
Orleans, SC. JARENKOW (1994), também em trechos de encosta de Mata Atlântica,
estimou em 2.822 ind.ha
-1
em Morrinhos do Sul e 1.855 ind.ha
-1
em Vale do Sol, ambos no
RS.
A área basal total (ABT) foi de 23,50 ± 8,11m². ha
-1
, semelhante ao valor encontrado
por KINDEL (2002) para uma mata paludosa (28,7 ± 20,6m². ha
-1
), e muito inferior aos
valores obtidos por JARENKOW (1994) para Morrinhos do Sul (49,5m². ha
-1
) e Vale do Sol
(41,6 m². ha
-1
), nas regiões fitogeográficas da Floresta Ombrófila Densa e Floresta
Estacional Decidual, respectivamente.
A estimativa relativamente reduzida da ABT pode ser decorrente da floresta
encontrar-se em estágio sucessional secundário. Outros fatores que podem estar
influenciando a baixa ABT são o padrão de inundação, a baixa fertilidade do solo e o grau
de perturbação (KINDEL, 2002).
As comparações entre estimativas de densidade total por área (DTA) e de ABT
devem ser feitas com cautela, pois, mesmo eliminando-se o efeito dos diferentes
delineamentos amostrais, esses valores são muito dependentes das condições de fertilidade e
profundidade dos solos (JURINITZ & JARENKOW, 2003). Outro fato que dificulta a
comparação de floresta com base em alguns de seus atributos estruturais é a carência de
44
amostragens para os diversos tipos florestais, além de que os autores raramente indicam a
variabilidade em torno de suas estimativas (KINDEL, 2002).
Miconia pusilliflora, espécie tipicamente arbustiva que apresentou destacada
densidade nos estratos inferiores, aparece no neste componente com um indivíduo, o qual
possivelmente apresenta o porte potencial máximo.
Partindo-se do princípio que as espécies que ocorrem com apenas um indivíduo
podem encontrar-se em processo substituição local ou em início de estabelecimento
(JARENKOW, 1994), pode-se supor que Schinus terebinthifolius, por ser pioneira, tenda a
desaparecer e que Vitex megapotamica, Myrcia palustris, Myrrhinium atropurpureum e
Piptocarpha sellowi, secundárias iniciais e tardias, estejam estabelecendo-se.
45
Tabela 8: Espécies registradas no componente arbóreo, na floresta ciliar do Arroio da
Brigadeira, Canoas/RS, e seus respectivos parâmetros dispostos em ordem decrescente de
valor de importância (VI), onde Ni = número de indivíduos; DR = densidade relativa; FA =
freqüência absoluta; FR = freqüência relativa; AB = área basal; DoR = dominância relativa.
Espécie Ni DR(%) FA(%) FR(%) AB(m²) DoR(%) VI
Eugenia hyemalis
86
20,28 85 9,39 0,677 14,41 44,09
Prunus myrtifolia
44
10,38 75 8,29 0,744 15,84 34,51
Myrsine coriacea
40
9,43 75 8,29 0,583 12,40 30,12
Mimosa bimucronata
44
10,38 65 7,18 0,569 12,12 29,68
Myrcia multiflora
32
7,55 50 5,52 0,202 4,30 17,38
Sebastiania commersoniana
25
5,90 30 3,31 0,267 5,67 14,88
Zanthoxylum sp. 21
4,95 55 6,08 0,158 3,36 14,39
Chrysophyllum marginatum
19
4,48 45 4,97 0,170 3,61 13,07
Symplocos uniflora
13
3,07 50 5,52 0,184 3,92 12,51
Ilex brevicuspis
12
2,83 45 4,97 0,180 3,82 11,62
Casearia sylvestris
11
2,59 35 3,87 0,135 2,87 9,34
Enterolobium contortisiliquum
4
0,94 20 2,21 0,227 4,82 7,98
Lithraea brasiliensis
10
2,36 35 3,87 0,082 1,75 7,98
Matayba elaeagnoides
8
1,89 25 2,76 0,124 2,64 7,29
Allophylus edulis
9
2,12 35 3,87 0,056 1,19 7,18
Solanum pseudoquina
6
1,42 25 2,76 0,080 1,71 5,89
Erythroxylum argentinum
7
1,65 20 2,21 0,030 0,64 4,50
Syagrus romanzoffiana
3
0,71 15 1,66 0,083 1,76 4,13
Psidium cattleianum
4
0,94 20 2,21 0,028 0,60 3,75
Banara tomentosa
4
0,94 10 1,10 0,028 0,60 2,65
Ocotea pulchella
4
0,94 10 1,10 0,021 0,44 2,48
Trema micrantha
2
0,47 10 1,10 0,009 0,19 1,76
Myrcia glabra
2
0,47 10 1,10 0,005 0,11 1,68
Ilex dumosa
2
0,47 5 0,55 0,008 0,17 1,19
Guettarda uruguensis
2
0,47 5 0,55 0,006 0,13 1,15
Vitex megapotamica
1
0,24 5 0,55 0,010 0,21 1,00
Myrcia palustris
1
0,24 5 0,55 0,006 0,13 0,92
Nectandra megapotamica
1
0,24 5 0,55 0,006 0,12 0,91
Randia armata
1
0,24 5 0,55 0,005 0,10 0,89
Myrrhinium atropurpureum
1
0,24 5 0,55 0,004 0,08 0,87
Celtis iguanaea
1
0,24 5 0,55 0,004 0,08 0,86
Escallonia bifida
1
0,24 5 0,55 0,004 0,07 0,86
Piptocarpha sellowii
1
0,24 5 0,55 0,002 0,04 0,83
Schinus terebinthifolius
1
0,24 5 0,55 0,002 0,04 0,83
Miconia pusilliflora
1
0,24 5 0,55 0,002 0,04 0,83
TOTAL 424 4,699 300
46
Na Figura 13 está representado graficamente o valor de importância (VI), composto
por dominância relativa, densidade relativa e freqüência relativa, das dez espécies que se
destacaram nesse parâmetro. Essas espécies correspondem a mais de 70% do total do valor
de importância.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Eugenia hyemalis
Prunus sellowii
Myrsine coriacea
Mimosa bimucronata
Myrcia multiflora
Sebastiania
commersoniana
Zanthoxylum sp.
Chrysophyllum
marginatum
Symplocos uniflora
Ilex brevicuspis
ESPÉCIE
VI
DoR
FR
DR
Figura 13: Valor de importância (VI) composto pelos valores de dominância relativa (DoR),
freqüência relativa (FR) e densidade relativa (DR), das principais espécies do
componente arbóreo, da floresta ciliar do Arroio da Brigadeira, Canoas/RS.
47
Eugenia hyemalis, primeira colocada em VI, apresenta elevado número de
indivíduos, quase o dobro da segunda colocação, destacando-se em densidade, porém
perdendo em dominância relativa para Prunus myrtifolia. Isto pode explicar-se por Eugenia
hyemalis ser espécie característica de sub-bosque, apresentando pequenas áreas basais.
Segundo SANCHOTENE (1989), é heliófila, vegetando sempre em locais bem iluminados,
como áreas de campo e beiras de capões e matas de galeria.
Foram encontradas 56 árvores mortas, representando 11,66% dos indivíduos
amostrados, variando de zero a sete por parcela, correspondendo a uma DTA de 280 ±
204,17 indivíduos.ha
-1
. Este valor é maior do que o encontrado por BUDKE et al. (2004), de
5,87%, sendo até então considerado o maior já encontrado em levantamentos no Estado.
Os exemplares mortos apresentaram alta freqüência, presentes em 90% das parcelas,
porém, com baixo valor de área basal (ABT= 2,49 ± 2,11m
2
.ha
-1
) comparado ao dos
indivíduos vivos. Através desse parâmetro, pode-se ter a idéia de que os indivíduos estão
morrendo em fase jovem. Situação semelhante foi encontrada por DANIEL (1991) no
estudo da floresta ripária da Bacia do Rio dos Sinos, sugerindo a morte precoce como
decorrente da competição por espaço a ser ocupado.
Em áreas relativamente jovens, onde existe uma considerável participação de
espécies pioneiras, com rápido crescimento e ciclo de vida curto, é perfeitamente esperável
encontrar um número elevado de indivíduos mortos (LEITÃO FILHO, 1993).
MARTINS (1993) ao encontrar o primeiro lugar no VI ocupado por exemplares
mortos numa floresta mesófila em São Paulo, considerou normal a ocorrência de muitas
árvores mortas no interior da floresta, tanto em decorrência de morte natural, como em
conseqüência de acidentes (ventos, tempestades, quedas de galhos grandes), ou de
parasitismo, ou, ainda, em decorrência de perturbações antrópicas.
VACCARO (1997) ao comparar três fases sucessionais arbóreas, capoeirão, floresta
secundária e floresta madura, encontrou a maior porcentagem de árvores mortas (11,39%)
na floresta secundária, o que o levou a inferir que algumas populações estavam sendo
substituídas a uma velocidade maior nessa formação do que nos demais estágios
sucessionais.
48
A destacada densidade de indivíduos mortos pode estar relacionado também com a
dinâmica fluvial que se reflete na competição inter e intra-específica pela ocupação das
margens do arroio (PERIN, 2002).
A abundância de indivíduos do sub-bosque, tanto de espécies que potencialmente
competem para chegar ao dossel quanto daquelas características dos estratos inferiores,
resulta em altos valores de densidade e freqüência, porém com dominância pouco expressiva
(JARENKOW, 1994).
Essa abundância de indivíduos pode ser parcialmente explicada pela condição do
estrato superior da floresta, com dossel descontínuo e alta penetração de luminosidade,
podendo ser observado pela Figura 14.
Figura 14: Detalhe do estrato superior da floresta ciliar do arroio da Brigadeira, Canoas/RS,
demonstrando a descontinuidade do dossel e alta penetração de luminosidade.
49
4.5 ESTRUTURA VERTICAL
Na Figura 15 é apresentada a freqüência de distribuição dos indivíduos dos três
componentes em escala logarítmica por classes de altura. Para padronizar os valores
encontrados nas amostragens, foram extrapolados para a área de um hectare. Os intervalos
de classes são de 1m, com exceção da primeira, cuja altura mínima foi de 0,20m.
As alturas médias registradas para os indivíduos dos componentes arbustivo-
regenerante, arbustivo-arbóreo e arbóreo são 0,46m, 1,90m e 6,10m, respectivamente.
Observa-se uma maior densidade de indivíduos no sub-bosque, ou seja, nas primeiras
classes, possivelmente em conseqüência da metodologia empregada e critérios de inclusão
adotados (CITADINI-ZANETTE, 1995).
760
420
485
390
300
70
135
15
50
10
5
53125
5400
840
1600
1
10
100
1000
10000
100000
0,20 a 1
1 a 2
2 a 3
3 a 4
4 a 5
5 a 6
6 a 7
7 a 8
8 a 9
9 a 10
10 a 11
11 a 12
12 a 13
13 a 14
14 a 15
Altura (m)
Número de indivíduos (log)
Figura 15: Distribuição do número de indivíduos dos três componentes, em escala
logarítmica, amostrados na floresta ciliar do Arroio da Brigadeira, Canoas/RS,
extrapolados para um hectare, por classes de altura fechadas à esquerda. Equação
da linha de tendência: y=64398x
-2,9497
.
50
A partir da distribuição dos indivíduos em classes de altura não pode-se evidenciar a
existência de estratos distintos. Observa-se que há uma grande concentração de indivíduos
no componente arbustivo-regenerante, onde destaca-se Psychotria leiocarpa, de hábito
arbustivo.
De maneira geral, a floresta estudada pode ser considerada como de baixa altura
quando comparada com outros estudos (BUDKE et al., 2004), com poucos indivíduos
emergentes ultrapassando 12m.
Pela Figura 16 pode-se observar a amplitude de altura dos indivíduos dentro das
espécies, contendo a altura máxima, média e mínima. Dentre as espécies consideradas
emergentes, destacam-se Enterolobium contortisiliquum e Myrsine coriacea, sendo as
únicas com indivíduos que atingiram altura superior a 12m. Todas as onze espécies que
apresentaram indivíduos com alturas superiores a 9m são de categorias sucessionais iniciais,
sendo um indício de que a floresta é jovem.
Quando os pontos que representam as alturas médias posicionam-se mais próximos
da base do que do ápice, indica a inclusão de muitos jovens, enquanto as populações que
apresentam as médias acima do ponto central da linha podem estar encontrando dificuldades
de regeneração, com mais indivíduos adultos do que jovens ou podem ser conseqüência de
distintas estratégias de ocupação de espaços, como por exemplo, espécies em estádios
iniciais de sucessão, que dependem de clareiras para se estabelecer (CITADINI-ZANETTE,
1995). Desta forma, observa-se o maior recrutamento de jovens das espécies arbóreas:
Eugenia hyemalis, Myrcia multiflora, Allophylus edulis, Syagrus romanzoffiana, Cupania
vernalis e Ocotea pulchella. Por outro lado, a pioneira Zanthoxylum sp. apresenta maior
número de adultos em detrimento de jovens.
Espécies com somente um indivíduo foram representadas por um ponto único, bem
como aquelas em que não houve variação de altura entre os espécimes (Ilex dumosa e
Guettarda uruguensis).
51
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
Ente cont
Myrs cori
Mata elae
Myrc palu
Pipt sell
Trem micr
Sola pseu
Prun myrt
Lith bras
Psid catt
Chry marg
Ilex dumo
Mimo bimu
Symp unif
Zant sp
Case sylv
Seba comm
Eryt arge
Vite mega
Ilex brev
Bana tome
Rand arma
Pata amer
Guet urug
Myrr atro
Schi tere
Esca bifi
Euge hyem
Celt igua
Nect mega
Myrc mult
Solanac
Allo edul
Syag roma
Mico pusi
Cupa vern
Myrc glab
Ocot pulc
Myrc myrt
Citrus
Pipe adun
Fara mont
Cedr fiss
Bana parv
Ocot pube
Psyc leio
Moll eleg
Mico hyem
Daph race
Lean regn
Rudg parq
Case deca
Psyc cart
Endl pani
Euge invo
Euge schu
Espécies
Altura (m)
H min H max H med
Figura 16: Amplitude de variação das alturas das populações vegetais amostradas na floresta ciliar do Arroio da Brigadeira,
Canoas/RS, onde os extremos correspondem às alturas máximas e mínimas, e os pontos indicam a média de altura de cada
população. As espécies estão ordenadas por ordem decrescente de altura média. Acrônimos formados pelas quatro primeiras letras
do gênero e do epípeto específico.
52
4.6 CLASSES DE DIÂMETRO DO COMPONENTE ARBÓREO
Na Figura 17 estão exibidas as distribuições dos indivíduos amostrados no
componente arbóreo em classes de diâmetro. A distribuição dos indivíduos em classes de
diâmetro segue uma curva exponencial negativa (J invertido) com a maior concentração de
indivíduos (58,9%) na classe de DAP de 5 a 10cm. Na maior classe de diâmetro, de 30 a
35cm, foram verificados apenas dois indivíduos, correspondendo a apenas 0,5% do total. A
média do DAP é 10,45 ± 5,65cm. Os exemplares mortos, não incluídos na distribuição
diamétrica dos indivíduos vivos, apresentaram média de diâmetro de 9,60 ± 4,65cm, com
variação de 5 a 24cm, demonstrando que a taxa de mortalidade é mais acentuada em
estádios juvenis.
250
104
36
22
10
2
0
50
100
150
200
250
300
5 a 10 10 a 15 15 a 20 20 a 25 25 a 30 30 a 35
Classe de DAP (cm)
Quantidade (unidade)
Figura 17: Distribuição do número de indivíduos amostrados do componente arbóreo (DAP
5cm),na floresta ciliar do Arroio da Brigadeira, Canoas/RS, por intervalos de
classes de diâmetro de 5cm.
O grande número de indivíduos na primeira classe em relação às demais indica que
uma parte significativa das populações arbóreas amostradas são constituídas por plantas
jovens e arvoretas do sub-bosque.
A distribuição de freqüências de diâmetros em forma de “J” invertido evidencia um
decréscimo no número de indivíduos das diferentes espécies no estádio adulto, assumindo
que, havendo disponibilidade de recursos ambientais, a mortalidade de indivíduos decai com
53
o incremento do tamanho. Por outro lado, esta alta densidade de indivíduos nos estádios
juvenis está relacionada à regeneração contínua das espécies (MARTINS, 1993,
DILLENBURG et al., 1992, DORNELES & NEGRELLE, 2000).
A elevada contribuição de indivíduos com diâmetro inferior a 10cm demonstra a
importância dos representantes da população da submata e de indivíduos jovens de árvores
do dossel e emergentes, e vem ao encontro de resultados obtidos em outros levantamentos
realizados no estado que adotaram o critério de inclusão de 5cm (JARENKOW, 1994;
JURINITZ & JARENKOW 2003).
Por outro lado, devido ao pequeno número de indivíduos em classes superiores de
DAP, não sendo registrado DAP superior a 35cm, mesmo ocorrendo espécies com potencial
de atingirem grandes áreas basais (Lauraceae, Enterolobium contortisiliquum e Patagonula
americana), pode-se inferir que a floresta é relativamente jovem e que deve ser resultante da
regeneração natural de uma área que sofreu corte raso.
4.7 ESTIMATIVA DA REGENERAÇÃO NATURAL
A Tabela 9 mostra os valores relativos de densidade e freqüência de cada espécie, em
cada classe de altura (RN1, RN2 e RN3), o que possibilitou a estimativa da regeneração
natural e, conseqüentemente, a estimativa do potencial de regeneração natural total por
espécie (RNT), dada em porcentagem.
Os estudos quantitativos do processo de regeneração natural permitem revelar quais
as espécies que se sobressaem dentro da comunidade vegetal, podendo indicar, a partir de
seus parâmetros estruturais, quais delas têm maior chance de vir a fazer parte da futura
composição florística (NEVES, 2003).
Do total de 38 espécies de hábito arbóreo amostradas, 12 tiveram representantes em
todas as classes de altura, 10 em duas e 16 em apenas uma classe. Em princípio, as espécies
que ocorrem em todas as classes de altura são as que teoricamente têm maior potencial de
participar na composição futura da floresta (CITADINI-ZANETTE, 1995). Densidades altas
de espécies na classe de menor altura podem refletir num alto RNT, porém estes resultados
54
devem ser avaliados com cautela, pois a espécie corre o risco de desaparecer ainda nessa
fase inicial de desenvolvimento (VOLPATO, 1994).
A espécie que se destacou quanto ao potencial de regeneração total foi Myrcia
multiflora (22,03%) seguida por Eugenia hyemalis (14,04%), ambas mirtáceas típicas de
sub-bosque. Daphnopsis racemosa apresentou a terceira colocação em RNT, apesar de não
ter apresentado indivíduos com altura superior a 3m, por ter o maior potencial de
regeneração na classe 1 de altura.
As cinco espécies que obtiveram maiores valores de regeneração natural e que juntas
alcançaram exatamente a metade do RNT, estão representadas na Figura 18. Destas, apenas
Ocotea pulchella é característica de dossel, podendo vir a constituir o estrato superior da
floresta. Observa-se que as três primeiras colocações, juntas atingindo quase a metade do
RNT, são de espécies integrantes do sub-bosque.
0 5 10 15 20 25
Myrcia multiflora
Eugenia hyemalis
Daphnopsis racemosa
Ocotea pulchella
Allophylus edulis
Espécie
RNT (%)
RN1
RN2
RN3
Figura 18: Espécies com maiores índices de Regeneração Natural Total (RNT) amostradas
na floresta ciliar do Arroio da Brigadeira, Canoas/RS. Onde: RN1, RN2 e RN3 =
índice de regeneração natural nas classes 1, 2 e 3 de altura, respectivamente.
55
Os altos valores de RNT obtidos por algumas poucas espécies podem ser indicativos
do processo dinâmico de sucessão. Ou seja, a diversidade baixa e a densidade alta de
indivíduos jovens poderiam representar a dominância de algumas espécies que encontram
melhores condições de adaptação e estabelecimento no estádio sucessional em que a floresta
se encontra (DORNELES & NEGRELLE, 2000).
Algumas espécies que se destacaram em VI no componente arbóreo (Prunus
myrtifolia, Myrsine coriacea, Mimosa bimucronata, Sebastiania commersoniana,
Zanthoxylum sp.) não apresentaram taxas altas de regeneração natural, indicando que a
tendência é terem uma menor participação na composição do estádio seguinte da dinâmica
florestal. De acordo com OLIVEIRA et al. (2001), com o avanço da sucessão, a ocorrência
de sítios favoráveis à regeneração dessas espécies demandantes de luz intensa torna-se cada
vez menos freqüente.
A ocorrência de espécies arbóreas secundárias tardias exclusivamente na categoria
regenerante, mesmo que com baixos valores de RNT, como Eugenia involucrata, E.
schuechiana, Endlicheria paniculata, Faramea montevidensis, Casearia decandra, Cedrela
fissilis e Patagonula americana, evidencia que o estágio da sucessão ecológica em que a
floresta se encontra já dispõe de condições ambientais propícias ao estabelecimento de
espécies desta categoria sucessional.
56
Espécie DR1 FR1 RN1 DR2 FR2 RN2 DR3 FR3 RN3 RNT
Myrcia multiflora
13,64 10,34 11,99 22,44 16,33 19,38 41,54 27,91 34,72 22,03
Eugenia hyemalis
13,64 9,20 11,42 19,51 10,20 14,86 15,38 16,28 15,83 14,04
Daphnopsis racemosa
25,25 18,39 21,82 9,76 10,20 9,98 - - - 10,60
Ocotea pulchella
14,14 10,34 12,24 14,63 7,14 10,89 7,69 6,98 7,33 10,16
Allophylus edulis
6,57 9,20 7,88 1,95 4,08 3,02 3,08 4,65 3,86 4,92
Cupania vernalis
2,02 3,45 2,73 2,44 2,04 2,24 4,62 6,98 5,80 3,59
Ilex brevicuspis
1,01 2,30 1,65 3,41 5,10 4,26 4,62 4,65 4,63 3,52
Myrcia glabra
4,04 3,45 3,74 3,41 6,12 4,77 - - - 2,84
Casearia sylvestris
0,51 1,15 0,83 0,49 1,02 0,75 4,62 6,98 5,80 2,46
Syagrus romanzoffiana
6,57 4,60 5,58 1,46 2,04 1,75 - - - 2,44
Zanthoxylum sp.
1,01 2,30 1,65 0,49 1,02 0,75 3,08 4,65 3,86 2,09
Prunus myrtifolia
0,51 1,15 0,83 2,44 4,08 3,26 1,54 2,33 1,93 2,01
Chrysophyllum marginatum
1,01 2,30 1,65 1,46 2,04 1,75 1,54 2,33 1,93 1,78
Cedrela fissilis
1,52 3,45 2,48 2,44 3,06 2,75 - - - 1,74
Myrsine coriacea
1,01 2,30 1,65 0,49 1,02 0,75 3,08 2,33 2,70 1,70
Sebastiania commersoniana
1,01 2,30 1,65 2,44 4,08 3,26 - - - 1,64
Faramea montevidensis
- - - 2,93 5,10 4,01 - - - 1,34
Solanaceae sp. 1
0,51 1,15 0,83 0,49 1,02 0,75 1,54 2,33 1,93 1,17
Mimosa bimucronata
- - - 0,98 1,02 1,00 1,54 2,33 1,93 0,98
Erythroxylum argentinum
- - - 0,49 1,02 0,75 1,54 2,33 1,93 0,90
Casearia decandra
1,52 3,45 2,48 - - - - - - 0,83
Ocotea puberula
1,01 2,30 1,65 0,49 1,02 0,75 - - - 0,80
Citrus sp.
- - - 1,46 3,06 2,26 - - - 0,75
Escallonia bifida
- - - - - - 1,54 2,33 1,93 0,64
Patagonula americana
- - - - - - 1,54 2,33 1,93 0,64
Symplocos uniflora
- - - - - - 1,54 2,33 1,93 0,64
Myrceugenia myrtoides
0,51 1,15 0,83 0,49 1,02 0,75 - - - 0,53
Nectandra megapotamica
0,51 1,15 0,83 0,49 1,02 0,75 - - - 0,53
Endlicheria paniculata
1,01 1,15 1,08 - - - - - - 0,36
Solanum pseudoquina
0,51 1,15 0,83 - - - - - - 0,28
Eugenia schuechiana
0,51 1,15 0,83 - - - - - - 0,28
Eugenia involucrata
0,51 1,15 0,83 - - - - - - 0,28
Celtis iguanaea
- - - 0,49 1,02 0,75 - - - 0,25
Matayba elaeagnoides
- - - 0,49 1,02 0,75 - - - 0,25
Psidium cattleianum
- - - 0,49 1,02 0,75 - - - 0,25
Randia armata
- - - 0,49 1,02 0,75 - - - 0,25
Banara parviflora
- - - 0,49 1,02 0,75 - - - 0,25
Banara tomentosa
- - - 0,49 1,02 0,75 - - - 0,25
TOTAL
100
Tabela 9: Estimativa de regeneração natural total (RNT) e por classe de altura de
populações (RN) das espécies amostradas no levantamento fitossociológico da floresta ciliar
do Arroio da Brigadeira, Canoas/RS. Onde DR1= densidade relativa na classe 1 de altura
(0,20m h < 1m); FR1= freqüência relativa na classe 1 de altura; RN1= regeneração
natural na classe 1 de altura; DR2= densidade relativa na classe 2 de altura (1m h < 3m);
FR2= freqüência relativa na classe 2 de altura, RN2 = regeneração natural na classe 2 de
altura; DR3= densidade relativa na classe 3 de altura ( h 3m e DAP < 5cm); FR3=
freqüência relativa na classe 3 de altura; RN3= regeneração natural na classe 3 de altura;
RNT= regeneração natural total por espécie.
57
4.8 ESTIMATIVA DA DIVERSIDADE ESPECÍFICA
Na Tabela 10 é apresentada a riqueza específica, a diversidade de Shannon, a
eqüabilidade de Pielou e o número de indivíduos amostrados dos três componentes.
Tabela 10: Riqueza específica, diversidade de Shannon e equabilidade de Pielou estimados
para os componentes arbustivo-regenerante (0,20m h < 1m), arbustivo-arbóreo (h 1m e
DAP < 5cm) e arbóreo (DAP 5cm), e o número de indivíduos amostrados, da floresta
ciliar do Arroio da Brigadeira, no Parque Municipal Fazenda Guajuviras – Canoas/RS.
Arbustivo-
Regenerante
Arbustivo-
Arbóreo
Arbóreo
Riqueza específica (S) 33 41 35
Diversidade de Shannon (H’) 2,56 2,85 2,80
Equabilidade de Pielou (J’) 0,73 0,77 0,79
Nº de indivíduos amostrados 425 418 424
A maior riqueza de espécies do componente arbustivo-arbóreo pode ser explicada
pelo critério de inclusão, intermediário entre os outros dois componentes, que favoreceu a
amostragem tanto de arbustos quanto de espécies de sub-bosque.
A diversidade do componente arbustivo-arbóreo foi semelhante à do arbóreo, apesar
deste possuir uma menor riqueza específica, em decorrência da distribuição mais
proporcional dos indivíduos do componente arbóreo entre as espécies (equabilidade). Em
comparação com os outros componentes, o arbustivo-regenerante teve menor riqueza e
equabilidade, resultando numa menor diversidade.
Apesar do índice de diversidade de Shannon ser muito difundido para caracterização
da diversidade do componente arbóreo em comunidades florestais, deve-se ter cautela ao
utilizá-lo na comparação entre distintos levantamentos, pois ele é influenciado pelo tamanho
da amostragem e pelo critério de inclusão (MARTINS, 1993; JURINITZ & JARENKOW,
2003). Os estudos que envolvem a descrição da diversidade da sinúsia arbórea diferem
amplamente nos limites de inclusão adotados, no tamanho da amostra e da área amostrada
(KINDEL, 2002). Por esses motivos, neste trabalho tomou-se o cuidado de fazer
comparações com levantamentos em que foram adotados o método de parcelas e critérios
58
semelhantes de inclusão. Por isso, não foi possível comparar com os resultados de DANIEL
(1991) e PERIN (2002), obtidos em florestas ciliares da mesma região fitogeográfica do
presente estudo.
CITADINI-ZANETTE (1995) estimou índices de diversidade bem superiores aos
encontrados no presente trabalho para os três componentes, sendo 3,45, 3,89 e 3,74,
respectivamente para o arbustivo-regenerante, arbustivo-arbóreo e arbóreo. O resultado pode
ser explicado pela elevada riqueza de espécies da mata atlântica e pelo estádio maduro da
floresta estudada pela referida autora.
Da mesma forma, outro levantamento na Floresta Atlântica, em Itapoá/SC,
DORNELES & NEGRELLE (2000) estimaram valores superiores de diversidade para os
componentes arbustivo-regenerante e arbustivo-arbóreo (3,18 e 3,23) e semelhante para o
arbóreo (2,79).
No Parque Estadual de Itapuã, formação de Floresta Estacional Semidecídua,
NEVES (2003), estimou diversidade semelhante à do presente estudo para o componente
arbustivo-regenerante (2,59) e inferior para o componente arbustivo-arbóreo (1,91).
JARENKOW (1994) encontrou a diversidade de Shannon de 3,67 para Morrinhos do
Sul e 2,24 para Vale do Sol. Comparando critérios de inclusão de 5 e 10cm para as mesmas
áreas, o autor concluiu que a riqueza aumentou nas amostragens de 5cm, mas não
necessariamente houve aumento da diversidade, pois, em contrapartida, a equabilidade
diminuiu, pelo grande número de espécies de sub-bosque que foram amostrados.
Os fatores que contribuem para a maior diversidade da regeneração são,
basicamente, a existência de fontes de sementes na floresta, rebrotes e banco de sementes,
além da presença de animais dispersores de sementes (RONDON NETO et al., 2000).
4.9 AGRUPAMENTOS FLORÍSTICOS
A análise de agrupamentos foi realizada individualmente para cada um dos três
componentes amostrais, tanto para as unidades amostrais (podendo ser visualizados através
dos dendrogramas nas Figuras 19, 21 e 23) quanto para as espécies (Figuras 20, 22 e 24),
59
para os componentes arbustivo-regenerante, arbustivo-arbóreo e arbóreo, respectivamente.
As Tabelas 11, 12 e 13, construídas a partir das análises de agrupamentos das unidades
amostrais e das espécies, fornecem a melhor visualização dos resultados.
Figura 19: Dendrograma obtido a partir da análise de agrupamento das unidades amostrais
do componente arbustivo-regenerante. Os números em negrito representam os
grupos formados pelas parcelas, compreendidas pela chave. A linha tracejada
vertical representa onde o dendrograma foi seccionado.
1
2
3
4
5
60
Figura 20: Dendrograma obtido a partir da análise de agrupamento das espécies do
componente arbustivo-regenerante. Os números em negrito representam os
grupos formados pelas espécies, compreendidas pela chave. A linha tracejada
vertical representa onde o dendrograma foi seccionado. Acrônimos formados
pelas quatro primeiras letras do gênero e do epípeto específico.
1
2
3
4
5
6
61
Tabela 11: Agrupamentos de espécies e unidades amostrais a partir da análise multivariada
do componente arbustivo-regenerante. Classes de densidade variando de 1 a 7.
Grupos de Parcelas / Nº da Parcela
1 2
3
MARGEM*
4 5
Grupos de Espécies
8 3 4 2
1
4
65
1
0
1
6
2
0
97
1
7
1
3
1
9
1
1
8
1
5
1
1
1
2
1 Psychotria carthagenensis 1 1 1 3 2 4 4 3 1 2 3 2 1 4 3 3
Daphnopsis racemosa 2 1 2 2 2 2 1 1 4 1 1 2 3 1 3 1
2 Psychotria leiocarpa 1 1 1 2 2 2 1 2 4 3 5 6 5 3 5 2 4 3
3 Ocotea pulchella 1 1 3 7 11 1 2
Myrcia multiflora 1 2 3 1 2 1 1 3 1
4 Cedrela fissilis 1 1 1
Casearia decandra 1 1 1
Miconia pussilliflora 111 1
Cupania vernalis 1 1 1
Mollinedia elegans 11 1 1
Piper aduncum 1
Chrysophyllum marginatum 1
Myrsine coriacea 1 1
Endlicheria paniculata 1
Ilex brevicuspis 1 1
Miconia hyemalis 2
Casearia sylvestris 1
Rudgea parquioides
Eugenia schuechiana
Solanaceae 1
Nectandra megapotamica 1
Eugenia involucrata 1
Sebastiania commersoniana 1 1
Myrceugenia myrtoides 1
Zanthoxylum sp. 1 1
Solanum pseudoquina 1
Prunus myrtifolia 1
Ocotea puberula 11
Myrcia glabra 1 2 2
Allophylus edulis 111121 1 1
Syagrus romanzoffiana 1 4 1
5 Leandra regnellii 1 3 1 6 5 6
6 Eugenia hyemalis 2 3 1 1 1 1 2 5
*Predomínio de parcelas localizadas na mar
g
em do arroio, com exceções das n
os
7 e 19.
62
Figura 21: Dendrograma obtido a partir da análise de agrupamento das unidades amostrais
do componente arbustivo-arbóreo. Os números em negrito representam os grupos
formados pelas parcelas, compreendidas pela chave. A linha tracejada vertical
representa onde o dendrograma foi seccionado.
1
2
3
4
5
63
Figura 22: Dendrograma obtido a partir da análise de agrupamento das espécies do
componente arbustivo-arbóreo. Os números em negrito representam os grupos
formados pelas espécies, compreendidas pela chave. A linha tracejada vertical
representa onde o dendrograma foi seccionado. Acrônimos formados pelas
quatro primeiras letras do gênero e do epípeto específico.
1
2
3
4
5
64
Tabela 12: Agrupamentos de espécies e unidades amostrais a partir da análise multivariada
do componente arbustivo-arbóreo. Classes de densidade variando de 1 a 7.
* Predomínio de parcelas localizadas na margem do arroio, com exceção das n
os
19 e 20.
Grupos de Parcelas / Nº da Parcela
1
MARGEM*
2 3 4 5
Grupos de Espécies
1
0 6 2
1
99
1
45
2
0
1
7174
1
58
1
8
1
6
1
3
1
2 3
1
1
1 Psidium cattleianum 1
Myrceugenia myrtoides 1
Mimosa bimucronata 11
Banara tomentosa 1
Solanaceae 1 1
Citrus sp. 11 1
Mollinedia elegans 12
Banara parviflora 1
Myrsine coriacea 1 1
Matayba elaeagnoides 1
Zanthoxylum sp. 11
Erythroxylum argentinum 11
Symplocos uniflora 1
Cedrela fissilis 11 1
Syagrus romanzoffiana 1 1
Patagonula americana 1
Miconia hyemalis 1
Celtis iguanaea 1
Rudgea parquioides 1
Randia armata 1
Ocotea puberula 1
Nectandra megapotamica 1
Escallonia bifida 1
Chrysophyllum marginatum 1 1 1
Sebastiania commersoniana 1 11 1
Faramea montevidensis 1111 1
Cupania vernalis 1 1 1 2
Ilex brevicuspis 2 1 2 11
Allophylus edulis 1 1 1 1
Myrcia glabra 1 1 1 1 1 1
Casearia sylvestris 1 1 1 1
Psychotria carthagenensis 1 1 1 1 1 2 1 1
2 Prunus myrtifolia 1 1 1 1
Leandra regnellii 112 1 4 1
Piper aduncum 111 1 1 13
Ocotea pulchella 21 122 7 2 3
Daphnopsis racemosa 1 1 1 1 1 1 3 2 1 1
3 Psychotria leiocarpa 12111322 2 5 2 5 2 22
Miconia pusilliflora 2 2 1 1 1 1 4 1 4 4 1 1 1 1
4 Myrcia multiflora 3 3 2 3 3 4 2 3 2 2 3 1 1 1 1 1 2 1 4
5 Eugenia hyemalis 1 1 1 1 2 2 4 1 1 3 5 3 5
65
Figura 23: Dendrograma obtido a partir da análise de agrupamento das unidades amostrais
do componente arbóreo. Os números em negrito representam os grupos formados
pelas parcelas, compreendidas pela chave. A linha vertical representa onde o
dendrograma foi seccionado.
1
2
3
66
Figura 24: Dendrograma obtido a partir da análise de agrupamento das espécies do
componente arbóreo. Os números em negrito representam os grupos formados
pelas espécies, compreendidas pela chave. A linha vertical representa onde o
dendrograma foi seccionado. Acrônimos formados pelas quatro primeiras letras
do gênero e do epípeto específico.
1
2
4
5
3
67
Tabela 13: Agrupamentos de espécies e unidades amostrais a partir da análise multivariada
do componente arbóreo. Classes de densidade variando de 1 a 7.
Grupos de Parcelas / Nº da Parcela
1
BORDA
2
CENTRO
3
MARGEM
Grupos de Espécies
1
6
1
2
8437
2
0
1
1
1
8
1
0
1
7
1
4
1
5
2
1
9
6 5 1
1
3
9
1 Prunus myrtifolia 1 1 2 122232222 1 2 1
Chrysophyllum marginatum 2 1 1 3 1 1 1 1 2
2 Eugenia hyemalis 1 1 1 4 4 2 3 4 4 2 1 2 1 5 3 6 3
3 Myrsine coriacea 2 2 113311 111321 1
Mimosa bimucronata 4 2 3 3 4 2 1 2 1 1 1 1 1
Zanthoxylum sp. 2 2 1 1 2 1 1 1 1 2 1
4 Matayba elaeagnoides 111 1 1
Erythroxylum argentinum 12 1 1
Lithraea brasiliensis 1 11 11 1 1
Ilex brevicuspis 1 1211 1 11 1
Casearia sylvestris 1 1 1 1 1 1 1
Allophylus edulis 1 1 1 1 1 1 1
Randia armata 1
Nectandra megapotamica 1
Myrcia palustris 1
Syagrus romanzoffiana 1 1 1
Vitex megapotamica 1
Guettarda uruguensis 1
Banara tomentosa 1 2
Myrcia glabra 1 1
Ilex dumosa 1
Schinus terebinthifolius 1
Myrrhinium atropurpureum 1
Miconia pusilliflora 1
Escallonia bifida 1
Solanum pseudoquina 1 1 1 1 1
Piptocarpha sellowii 1
Ocotea pulchella 2 1
Trema micrantha 1 1
Celtis iguanaea 1
Psidium cattleianum 1 11 1
Enterolobium contortisiliquum 1 1 1 1
Symplocos uniflora 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
5 Sebastiania commersoniana 3 1 1 3 4 1
Myrcia multiflora 1 1 1 3 2 2 2 2 1 4
68
A análise de agrupamento entre as espécies serve para caracterizar a organização
fitossociológica das comunidades vegetais, enquanto entre as unidades amostrais identifica a
organização em função dos parâmetros ambientais (FORNECK, 2001).
A análise dos dendrogramas, procedentes dos testes de agrupamentos para as
unidades amostrais, demonstra a formação de cinco grupos para os componentes arbustivo-
regenerante e arbustivo-arbóreo e de três para o arbóreo. Nos componentes arbustivo-
regenerante e no arbustivo-arbóreo, a tendência foi de agrupar as parcelas das margens do
arroio, enquanto no componente arbóreo houve três agrupamentos distintos, um de borda da
mata, um da margem do arroio e outro de posição central na área amostrada. Dentre as
árvores, a distinção de agrupamentos da borda em direção à margem do arroio é justificável
por haver uma transição de fatores ambientais. Nos componentes arbustivo-regenerante e
arbustivo-arbóreo, provavelmente as condições ambientais de luminosidade e maior
umidade junto à margem do arroio propiciaram a organização de agrupamentos no sub-
bosque.
As espécies dos componentes arbustivo-arbóreo e arbóreo foram reunidas em cinco
grupos, e as do componente arbustivo-regenerante, em seis. Esses grupos foram cruzados
com os formados pelas unidades amostrais, gerando as tabelas que permitiram a
visualização de forma sintética.
Psychotria leiocarpa, devido à ampla dispersão e abundância no estrato arbustivo,
caracteriza a comunidade do componente arbustivo-regenerante. Sua presença em maior
densidade nas margens do arroio foi decisivo no agrupamento destas unidades amostrais.
Psychotria carthagenensis e Daphnopsis racemosa formam uma subunidade, agregando
parcelas com distribuição variada na área amostral. Outro agrupamento verificado é o de
espécies de menor abundância, onde sobressaem Ocotea pulchella e Myrcia multiflora.
Leandra regnellii e Eugenia hyemalis formam grupos individuais devido à abundância
significativa, mas com distribuição desuniforme.
O componente arbustivo-arbóreo tem sua comunidade caracterizada por Myrcia
multiflora, cuja distribuição é mais concentrada nas margens do arroio, e, dessa forma,
influenciando o agrupamento dessas unidades amostrais. Psychotria leiocarpa forma uma
subunidade junto com Miconia pusilliflora, ambas abundantes, porém sem tendência de
distribuição. Eugenia hyemalis forma subnidade individual devido à sua expressiva
abundância.
69
A comunidade do componente arbóreo é caracterizada por Eugenia hyemalis, que
junto com a subnidade de Prunus myrtifolia e Chrysophyllum marginatum, agrupam as
unidades amostrais do centro da área. As unidades amostrais da borda são caracterizadas por
Myrsine coriacea, Mimosa bimucronata e Zanthoxylum sp., espécies heliófilas
(SANCHOTENE, 1989; REITZ at al., 1988), que encontram melhores condições de
luminosidade nesse ambiente. Sebastiania commersoniana e Myrcia multiflora constituem
subunidades individuais sem padrão de distribuição. As espécies de menor abundância
formam grupo representado por Symplocus uniflora.
70
5. CONCLUSÕES
A partir dos resultados obtidos é possível concluir que a floresta ciliar do Arroio da
Brigadeira, no Parque Municipal Fazenda Guajuviras, está em processo de regeneração, no
estádio secundário inicial, e que existem agrupamentos vegetais.
O predomínio de espécies de ampla distribuição é decorrente da posição geográfica
do município de Canoas, onde ocorre o encontro das diversas formações vegetais do Estado.
O alto potencial de regeneração natural, com abundância de espécies típicas de sub-
bosque, ressalta a importância do estudo dos componentes dos estratos inferiores da floresta
para o conhecimento da dinâmica florestal.
O predomínio de espécies zoocóricas demonstra a importância da floresta ciliar
como corredor ecológico no ambiente urbano fragmentado.
O processo de restauração da floresta ciliar pode dar-se de forma natural, desde que
seja garantido o isolamento de fatores desestabilizadores, preservando os processos naturais
de estruturação das comunidades vegetais e interações bióticas.
71
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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82
7. ANEXOS
Anexo 1: Fórmulas utilizadas para o cálculo dos parâmetros fitossociológicos (MUELLER-
DOMBOIS & ELLENBERG, 1974; BARBOUR, 1980), dos índices de diversidade e
equabilidade (GUREVITCH et al., 2002), do índice de similaridade específica (BARBOUR,
1980) e da regeneração natural (VOLPATO, 1994)
Parâmetros Fitossociológicos
DA = densidade absoluta da espécie i
DAi= 10000.ni/A ni = número de indivíduos da espécie i
A = área total amostrada
DRi = DA.100/N DRi = densidade relativa da espécie i
N = número total de indivíduos amostrados
FAi = Pi/Pt.100 FAi = freqüência absoluta da espécie i
Pi = número de parcelas com a espécie i
Pt = número total de parcelas levantadas
FRi = FAi/FAt.100 FRi = freqüência relativa da espécie i
FAt = freqüência absoluta total
ABi = (PAP
2
/4.π) ABi = área basal da espécie i
PAP = perímetro à altura do peito
DoRi = (ABi/ABt).100 DoRi = dominância relativa da espécie i
ABt = área basal total
VI = DRi + FRi + DoRi VI = valor de importância
Diversidade e Equabilidade
S
H’ = índice de diversidade de Shannon
H’ = - (pi.ln(pi)) S = número total de espécies amostradas
S
N = ni = número total de indivíduos amostrados
i=1
pi = ni/N
ln = logaritmo natural
J’ = H’/H’
máx
J’ = equabilidade de Pielou
H’
máx
= ln (S)
i
=1
83
Índice de Similaridade Específica
IS
J
= c/ (a + b + c).100 IS
J
= índice de similaridade de Jaccard
IS
S
= 2c/ (a + b + 2c).100 IS
S
= índice de similaridade de Sorensen
a = número de espécies restritas à área a
b = número de espécies restritas à área b
c = número de espécies comuns às áreas a e b
Regeneração Natural
RNit = (DRit + FRit)/2 RNit = estimativa da regeneração natural da espécie
i, na classe t de altura, em porcentagem.
DRit = densidade relativa da espécie i, na classe t de
altura, em porcentagem.
FRit = freqüência relativa da espécie i, na classe t de
altura, em porcentagem.
RNTi = RNit/3 RNTi = estimativa da regeneração natural total da
espécie i, em porcentagem.
t=1
n
84
Anexo 2: Indivíduos do componente arbustivo-regenerante amostrados em cada parcela de
4m² da floresta ciliar do arroio da Brigadeira, Canoas/RS, com indicação da altura em
centímetros.
Parcela Espécie Altura (cm)
P1 Syagrus romanzoffiana 40
P1 Syagrus romanzoffiana 30
P1 Syagrus romanzoffiana 32
P1 Syagrus romanzoffiana 28
P1 Syagrus romanzoffiana 34
P1 Syagrus romanzoffiana 35
P1 Syagrus romanzoffiana 25
P1 Psychotria carthagenensis 47
P1 Psychotria leiocarpa 41
P1 Daphnopsis racemosa 68
P1 Psychotria leiocarpa 76
P1 Daphnopsis racemosa 40
P1 Psychotria leiocarpa 80
P1 Psychotria leiocarpa 37
P1 Daphnopsis racemosa 68
P1 Psychotria carthagenensis 71
P1 Solanum pseudoquina 78
P1 Zanthoxylum sp. 24
P1 Psychotria leiocarpa 35
P2 Allophylus edulis 75
P2 Psychotria leiocarpa 55
P2 Sebastiania commersoniana 51
P2 Myrcia multiflora 30
P2 Myrcia multiflora 34
P2 Myrcia glabra 50
P2 Allophylus edulis 63
P2 Zanthoxylum sp. 34
P2 Ocotea puberula 95
P3 Myrcia multiflora 38
P3 Myrcia multiflora 61
P3 Myrcia multiflora 66
P3 Psychotria leiocarpa 43
P3 Psychotria leiocarpa 20
P3 Leandra regnellii 29
P3 Ocotea pulchella
30
P3 Eugenia hyemalis 60
P3 Myrcia multiflora 50
P3 Eugenia hyemalis 66
P3 Eugenia hyemalis 38
P3 Leandra regnellii 52
P3 Leandra regnellii 36
P3 Leandra regnellii 36
P3 Leandra regnellii 50
P3 Cedrela fissilis 66
P3 Eugenia hyemalis 69
P3 Psychotria carthagenensis 65
P3 Ocotea pulchella 67
P3 Eugenia hyemalis 69
P4 Myrcia multiflora 40
85
Parcela Espécie Altura (cm)
P4 Myrcia multiflora 70
P4 Ocotea puberula 44
P4 Leandra regnellii 67
P4 Leandra regnellii 80
P4 Myrsine coriacea 30
P4 Ocotea pulchella 34
P4 Myrcia multiflora 20
P4 Prunus myrtifolia 53
P4 Myrcia multiflora 24
P4 Myrcia multiflora 32
P4 Myrcia multiflora 27
P5 Psychotria leiocarpa 49
P5 Psychotria carthagenensis 35
P5 Psychotria carthagenensis 26
P5 Psychotria carthagenensis 22
P5 Psychotria leiocarpa 37
P5 Daphnopsis racemosa 30
P5 Psychotria leiocarpa 33
P5 Daphnopsis racemosa 22
P5 Daphnopsis racemosa 20
P5 Allophylus edulis 20
P6 Syagrus romanzoffiana 44
P6 Syagrus romanzoffiana 40
P6 Syagrus romanzoffiana 30
P6 Psychotria leiocarpa 32
P6 Psychotria leiocarpa 61
P6 Psychotria leiocarpa 35
P6 Psychotria leiocarpa 30
P6 Allophylus edulis 20
P6 Daphnopsis racemosa 20
P6 Psychotria carthagenensis 25
P6 Psychotria carthagenensis 33
P6 Psychotria carthagenensis 48
P6 Psychotria carthagenensis 22
P6 Psychotria carthagenensis
34
P6 Daphnopsis racemosa 53
P6 Myrcia multiflora 33
P6 Myrcia multiflora 31
P6 Psychotria carthagenensis 54
P7 Psychotria leiocarpa 54
P7 Psychotria carthagenensis 31
P7 Syagrus romanzoffiana 34
P7 Syagrus romanzoffiana 40
P7 Psychotria leiocarpa 31
P7 Psychotria leiocarpa 23
P7 Nectandra megapotamica 58
P7 Myrcia multiflora 26
P7 Ocotea pulchella 77
P7 Myrcia multiflora 50
P7 Psychotria carthagenensis 44
P7 Daphnopsis racemosa 85
P7 Psychotria leiocarpa 26
P7 Ocotea pulchella 59
P7 Psychotria leiocarpa 50
86
Parcela Espécie Altura (cm)
P7 Psychotria carthagenensis 30
P8 Eugenia hyemalis 97
P8 Eugenia hyemalis 55
P8 Leandra regnellii 35
P8 Psychotria leiocarpa 28
P8 Eugenia hyemalis 98
P8 Leandra regnellii 83
P8 Psychotria carthagenensis 35
P8 Psychotria carthagenensis 24
P8 Myrcia multiflora 34
P9 Psychotria leiocarpa 80
P9 Psychotria leiocarpa 78
P9 Psychotria leiocarpa 85
P9 Psychotria leiocarpa 68
P9 Psychotria leiocarpa 87
P9 Psychotria leiocarpa 22
P9 Daphnopsis racemosa 54
P9 Psychotria leiocarpa 22
P9 Psychotria carthagenensis 43
P9 Sebastiania commersoniana 55
P9 Daphnopsis racemosa 99
P9 Ocotea pulchella 67
P9 Myrceugenia myrtoides 54
P9 Psychotria carthagenensis 90
P10 Miconia pusilliflora 41
P10 Psychotria carthagenensis 37
P10 Psychotria carthagenensis 44
P10 Psychotria carthagenensis 23
P10 Miconia pusilliflora 28
P10 Psychotria carthagenensis 26
P10 Allophylus edulis 20
P10 Allophylus edulis 20
P10 Daphnopsis racemosa 20
P10 Psychotria carthagenensis 20
P10 Daphnopsis racemosa
20
P10 Psychotria carthagenensis 21
P10 Allophylus edulis 20
P10 Cupania vernalis 22
P10 Cupania vernalis 33
P10 Psychotria carthagenensis 20
P10 Daphnopsis racemosa 20
P10 Psychotria carthagenensis 25
P11 Psychotria leiocarpa 77
P11 Psychotria carthagenensis 40
P11 Psychotria carthagenensis 37
P11 Myrcia multiflora 22
P11 Daphnopsis racemosa 40
P11 Psychotria carthagenensis 43
P11 Psychotria leiocarpa 49
P11 Psychotria leiocarpa 43
P11 Myrcia multiflora 27
P11 Mollinedia elegans 32
P11 Psychotria leiocarpa 57
P11 Psychotria carthagenensis 40
87
Parcela Espécie Altura (cm)
P11 Psychotria leiocarpa 35
P11 Daphnopsis racemosa 49
P11 Leandra regnellii 20
P11 Leandra regnellii 29
P11 Leandra regnellii 50
P11 Leandra regnellii 37
P11 Leandra regnellii 24
P11 Leandra regnellii 38
P11 Leandra regnellii 21
P11 Leandra regnellii 29
P11 Leandra regnellii 31
P11 Daphnopsis racemosa 52
P11 Daphnopsis racemosa 22
P11 Psychotria leiocarpa 48
P11 Daphnopsis racemosa 29
P11 Psychotria carthagenensis 30
P11 Psychotria carthagenensis 24
P11 Psychotria leiocarpa 39
P12 Eugenia hyemalis 75
P12 Eugenia hyemalis 70
P12 Leandra regnellii 20
P12 Leandra regnellii 53
P12 Myrcia glabra 44
P12 Eugenia hyemalis 100
P12 Leandra regnellii 33
P12 Leandra regnellii 59
P12 Leandra regnellii 53
P12 Leandra regnellii 60
P12 Eugenia hyemalis 73
P12 Leandra regnellii 90
P12 Eugenia hyemalis 88
P12 Solanaceae 55
P12 Psychotria leiocarpa 22
P12 Psychotria leiocarpa 20
P12 Eugenia hyemalis
67
P12 Daphnopsis racemosa 48
P12 Psychotria leiocarpa 44
P12 Leandra regnellii 30
P12 Leandra regnellii 34
P12 Leandra regnellii 64
P12 Leandra regnellii 58
P12 Leandra regnellii 74
P12 Eugenia hyemalis 54
P12 Eugenia hyemalis 75
P12 Eugenia hyemalis 32
P12 Psychotria leiocarpa 50
P12 Myrcia glabra 60
P12 Myrcia glabra 31
P12 Daphnopsis racemosa 67
P12 Psychotria leiocarpa 43
P12 Eugenia hyemalis 72
P13 Psychotria leiocarpa 95
P13 Psychotria leiocarpa 33
P13 Psychotria leiocarpa 36
88
Parcela Espécie Altura (cm)
P13 Psychotria leiocarpa 45
P13 Psychotria leiocarpa 46
P13 Psychotria leiocarpa 23
P13 Psychotria leiocarpa 36
P13 Daphnopsis racemosa 20
P13 Psychotria carthagenensis 37
P13 Miconia pusilliflora 29
P13 Daphnopsis racemosa 64
P13 Psychotria leiocarpa 60
P13 Miconia pusilliflora 62
P13 Psychotria leiocarpa 72
P13 Psychotria leiocarpa 42
P13 Psychotria leiocarpa 74
P13 Eugenia hyemalis 75
P13 Eugenia hyemalis 39
P13 Psychotria carthagenensis 78
P13 Ocotea pulchella 82
P13 Psychotria carthagenensis 35
P14 Psychotria leiocarpa 57
P14 Psychotria leiocarpa 23
P14 Myrcia multiflora 21
P14 Psychotria leiocarpa 27
P14 Myrcia multiflora 55
P14 Cedrela fissilis 37
P14 Casearia decandra 37
P14 Psychotria carthagenensis 29
P14 Eugenia schuechiana 22
P14 Psychotria carthagenensis 46
P14 Daphnopsis racemosa 24
P14 Rudgea parquioides 25
P14 Daphnopsis racemosa 31
P14 Allophylus edulis 21
P14 Ocotea pulchella 40
P14 Ocotea pulchella 39
P14 Myrcia multiflora
52
P14 Ocotea pulchella 25
P14 Ocotea pulchella 57
P14 Rudgea parquioides 36
P14 Daphnopsis racemosa 47
P14 Ocotea pulchella 36
P15 Myrcia multiflora 69
P15 Myrcia multiflora 32
P15 Myrcia multiflora 45
P15 Leandra regnellii 68
P15 Miconia hyemalis 38
P15 Miconia hyemalis 20
P15 Miconia hyemalis 53
P15 Miconia hyemalis 45
P15 Leandra regnellii 81
P15 Leandra regnellii 40
P15 Psychotria carthagenensis 42
P15 Psychotria carthagenensis 20
P15 Leandra regnellii 50
P15 Leandra regnellii 25
89
Parcela Espécie Altura (cm)
P15 Leandra regnellii 26
P15 Leandra regnellii 23
P15 Leandra regnellii 34
P15 Leandra regnellii 42
P15 Leandra regnellii 38
P15 Myrcia multiflora 47
P15 Leandra regnellii 64
P15 Casearia sylvestris 35
P15 Myrcia multiflora 42
P15 Psychotria carthagenensis 47
P15 Psychotria carthagenensis 30
P15 Daphnopsis racemosa 81
P15 Psychotria leiocarpa 66
P15 Psychotria leiocarpa 80
P15 Psychotria leiocarpa 72
P15 Ocotea pulchella 83
P15 Ocotea pulchella 67
P15 Ocotea pulchella 58
P15 Mollinedia elegans 88
P15 Daphnopsis racemosa 93
P15 Psychotria carthagenensis 44
P16 Miconia pusilliflora 59
P16 Myrcia glabra 27
P16 Ocotea pulchella 28
P16 Ocotea pulchella 57
P16 Psychotria carthagenensis 70
P16 Psychotria carthagenensis 33
P16 Ocotea pulchella 28
P16 Psychotria leiocarpa 90
P16 Ocotea pulchella 52
P16 Ocotea pulchella 65
P16 Ocotea pulchella 57
P16 Ocotea pulchella 66
P16 Allophylus edulis 49
P16 Psychotria carthagenensis
50
P16 Daphnopsis racemosa 36
P16 Chrysophyllum marginatum 48
P16 Daphnopsis racemosa 30
P16 Allophylus edulis 95
P16 Psychotria carthagenensis 59
P16 Ocotea pulchella 52
P16 Myrcia glabra 89
P16 Myrcia glabra 38
P16 Ocotea pulchella 37
P16 Daphnopsis racemosa 33
P16 Psychotria carthagenensis 22
P16 Myrcia glabra 80
P16 Piper aduncum 69
P16 Miconia pusilliflora 67
P16 Psychotria carthagenensis 29
P16 Psychotria carthagenensis 66
P16 Ocotea pulchella 31
P16 Ocotea pulchella 33
P16 Ocotea pulchella 56
90
Parcela Espécie Altura (cm)
P16 Eugenia involucrata 35
P16 Ocotea pulchella 30
P16 Mollinedia elegans 33
P17 Psychotria leiocarpa 25
P17 Psychotria carthagenensis 30
P17 Psychotria carthagenensis 54
P17 Psychotria leiocarpa 64
P17 Psychotria leiocarpa 68
P17 Psychotria leiocarpa 76
P17 Psychotria leiocarpa 70
P17 Psychotria carthagenensis 93
P17 Daphnopsis racemosa 62
P17 Cupania vernalis 80
P17 Daphnopsis racemosa 43
P17 Psychotria leiocarpa 20
P17 Psychotria carthagenensis 24
P17 Psychotria leiocarpa 50
P17 Daphnopsis racemosa 20
P17 Daphnopsis racemosa 20
P17 Daphnopsis racemosa 43
P17 Daphnopsis racemosa 62
P17 Daphnopsis racemosa 49
P17 Daphnopsis racemosa 20
P17 Psychotria leiocarpa 70
P17 Psychotria leiocarpa 97
P17 Eugenia hyemalis 58
P17 Psychotria carthagenensis 34
P17 Psychotria carthagenensis 46
P17 Psychotria leiocarpa 99
P17 Allophylus edulis 20
P18 Psychotria leiocarpa 60
P18 Psychotria leiocarpa 34
P18 Psychotria carthagenensis 35
P18 Psychotria carthagenensis 30
P18 Psychotria leiocarpa
50
P18 Psychotria leiocarpa 28
P18 Psychotria carthagenensis 39
P18 Psychotria carthagenensis 32
P18 Endlicheria paniculata 64
P18 Endlicheria paniculata 29
P18 Daphnopsis racemosa 45
P18 Psychotria carthagenensis 22
P18 Ilex brevicuspis 43
P18 Psychotria leiocarpa 30
P18 Psychotria carthagenensis 24
P18 Allophylus edulis 40
P18 Psychotria leiocarpa 38
P18 Allophylus edulis 32
P18 Syagrus romanzoffiana 60
P18 Daphnopsis racemosa 26
P18 Psychotria leiocarpa 58
P18 Chrysophyllum marginatum 77
P18 Daphnopsis racemosa 55
P18 Daphnopsis racemosa 62
91
Parcela Espécie Altura (cm)
P18 Eugenia hyemalis 30
P18 Eugenia hyemalis 24
P18 Eugenia hyemalis 25
P18 Piper aduncum 83
P18 Daphnopsis racemosa 25
P18 Psychotria leiocarpa 20
P18 Psychotria leiocarpa 84
P18 Myrsine coriacea 65
P18 Psychotria carthagenensis 31
P18 Eugenia hyemalis 80
P18 Psychotria carthagenensis 30
P19 Psychotria leiocarpa 20
P19 Psychotria leiocarpa 46
P19 Psychotria leiocarpa 95
P19 Psychotria leiocarpa 99
P19 Psychotria leiocarpa 73
P19 Casearia decandra 96
P19 Daphnopsis racemosa 31
P19 Daphnopsis racemosa 74
P19 Psychotria leiocarpa 55
P19 Psychotria leiocarpa 92
P19 Ilex brevicuspis 23
P19 Eugenia hyemalis 23
P19 Psychotria leiocarpa 22
P19 Psychotria leiocarpa 30
P19 Psychotria leiocarpa 28
P20 Psychotria leiocarpa 40
P20 Miconia pusilliflora 24
P20 Mollinedia elegans 20
P20 Mollinedia elegans 30
P20 Psychotria leiocarpa 58
P20 Psychotria carthagenensis 25
P20 Psychotria carthagenensis 27
P20 Eugenia hyemalis 22
P20 Daphnopsis racemosa
68
P20 Cupania vernalis 28
P20 Psychotria carthagenensis 52
P20 Psychotria carthagenensis 24
P20 Daphnopsis racemosa 24
P20 Daphnopsis racemosa 36
P20 Psychotria carthagenensis 40
P20 Piper aduncum 53
P20 Leandra regnellii 32
P20 Leandra regnellii 22
P20 Leandra regnellii 20
P20 Psychotria leiocarpa 47
P20 Daphnopsis racemosa 25
P20 Psychotria carthagenensis 20
P20 Psychotria leiocarpa 52
P20 Casearia decandra 36
P20 Cedrela fissilis 73
92
Anexo 3: Indivíduos do componente arbustivo-arbóreo amostrados em cada parcela de 25m²
da floresta ciliar do arroio da Brigadeira, Canoas/RS, com indicação da altura em metros.
Parcela Espécie Altura (m)
P1 Miconia pusilliflora 1,2
P1 Syagrus romanzoffiana 1,05
P1 Myrcia multiflora 2
P1 Myrcia multiflora 1,8
P1 Myrcia multiflora 1,8
P1 Psychotria leiocarpa 1
P1 Psychotria leiocarpa 1,12
P1 Chrysophyllum marginatum 1,05
P1 Psychotria leiocarpa 1,3
P1 Ocotea puberula 1,2
P1 Daphnopsis racemosa 1,38
P1 Sebastiania commersoniana 1,1
P1 Myrcia glabra 1,7
P1 Daphnopsis racemosa 1,13
P2 Ilex brevicuspis 3
P2 Ilex brevicuspis 1,38
P2 Ilex brevicuspis 1,33
P2 Myrcia multiflora 1,03
P2 Psychotria carthagenensis 1
P2 Allophylus edulis 1
P2 Myrcia multiflora 2
P2 Myrsine coriacea 1,02
P2 Chrysophyllum marginatum 3
P2 Myrcia multiflora 2,5
P2 Eugenia hyemalis 2
P3 Psychotria leiocarpa 1,2
P3 Psychotria leiocarpa 1,05
P3 Cedrela fissilis 1,35
P3 Miconia pusilliflora 2,3
P3 Miconia pusilliflora 2,5
P3 Eugenia hyemalis 1,25
P3 Cedrela fissilis 1,3
P3 Myrcia multiflora 1,9
P3 Psychotria leiocarpa 1,33
P3 Eugenia hyemalis
1,34
P3 Eugenia hyemalis 1,6
P3 Eugenia hyemalis 2,3
P3 Eugenia hyemalis 1,17
P3 Leandra regnellii 1,12
P3 Syagrus romanzoffiana 1,62
P3 Syagrus romanzoffiana 1,38
P3 Patagonula americana 4
P3 Ilex brevicuspis 1,5
P3 Allophylus edulis 1,25
P3 Myrcia multiflora 1,3
P3 Psychotria leiocarpa 1,03
P3 Piper aduncum 1,23
P3 Piper aduncum 1,7
P3 Daphnopsis racemosa 2,3
P4 Myrcia multiflora 1,25
93
Parcela Espécie Altura (m)
P4 Ocotea pulchella 1,07
P4 Ocotea pulchella 1
P4 Faramea montevidensis 1,17
P4 Leandra regnellii 1,7
P4 Zanthoxylum sp. 1,6
P4 Erythroxylum argentinum 3
P4 Zanthoxylum sp. 3
P4 Daphnopsis racemosa 1,15
P4 Daphnopsis racemosa 1,3
P4 Chrysophyllum marginatum 1,6
P4 Cedrela fissilis 2,5
P4 Cedrela fissilis 1,3
P4 Chrysophyllum marginatum 2,3
P4 Prunus myrtifolia 2
P4 Symplocos uniflora 3
P4 Miconia pusilliflora 2
P4 Ocotea pulchella 3
P4 Prunus myrtifolia 2,3
P5 Psychotria leiocarpa 1,7
P5 Myrcia multiflora 4
P5 Myrcia multiflora 3
P5 Psychotria leiocarpa 1
P5 Daphnopsis racemosa 1,2
P5 Myrcia multiflora 6
P5 Faramea montevidensis 1,2
P5 Myrcia multiflora 4
P6 Eugenia hyemalis 4
P6 Myrcia multiflora 1,6
P6 Myrcia multiflora 4
P6 Randia armata 1,8
P6 Myrcia multiflora 1,5
P6 Myrcia multiflora 6
P6 Myrcia multiflora 1,6
P6 Myrcia multiflora 2
P6 Cupania vernalis
8
P7 Myrcia multiflora 2,5
P7 Myrcia multiflora 3
P7 Eugenia hyemalis 2
P7 Sebastiania commersoniana 1,8
P7 Myrcia multiflora 3
P7 Psychotria leiocarpa 1,1
P7 Myrcia multiflora 2
P7 Zanthoxylum sp. 4
P7 Myrcia multiflora 1,5
P7 Daphnopsis racemosa 1,4
P7 Ilex brevicuspis 4
P7 Ilex brevicuspis 4
P7 Ilex brevicuspis 2,5
P7 Myrcia multiflora 2
P7 Eugenia hyemalis 4
P7 Myrsine coriacea 5
P7 Cedrela fissilis 2
P7 Miconia pusilliflora 2
P7 Ocotea pulchella 2
94
Parcela Espécie Altura (m)
P7 Daphnopsis racemosa 1,42
P7 Ilex brevicuspis 2,5
P7 Erythroxylum argentinum 2,5
P7 Matayba elaeagnoides 1,8
P7 Miconia pusilliflora 3,5
P7 Miconia pusilliflora 2
P7 Eugenia hyemalis 1,6
P7 Psychotria leiocarpa 1,5
P7 Miconia pusilliflora 1,6
P7 Psychotria leiocarpa 1,9
P7 Eugenia hyemalis 1,2
P7 Miconia pusilliflora 3
P7 Miconia pusilliflora 4
P7 Miconia pusilliflora 2,5
P7 Miconia pusilliflora 1
P7 Myrsine coriacea 3
P8 Eugenia hyemalis 4
P8 Eugenia hyemalis 2
P8 Mimosa bimucronata 1,7
P8 Eugenia hyemalis 1,8
P8 Eugenia hyemalis 1,6
P8 Eugenia hyemalis 1,7
P8 Sebastiania commersoniana 1,3
P8 Eugenia hyemalis 1,5
P8 Prunus myrtifolia 2,5
P8 Leandra regnellii 1,16
P8 Leandra regnellii 1,8
P8 Leandra regnellii 1,4
P8 Psidium cattleianum 2
P8 Eugenia hyemalis 1,1
P8 Mimosa bimucronata 2,5
P8 Citrus sp. 2
P8 Piper aduncum 1,5
P8 Myrceugenia myrtoides 2,5
P9 Miconia pusilliflora
1,17
P9 Psychotria leiocarpa 1,1
P9 Miconia pusilliflora 1,9
P9 Ilex brevicuspis 1,35
P9 Myrcia glabra 1,23
P9 Myrcia multiflora 1
P9 Faramea montevidensis 1,8
P9 Psychotria leiocarpa 1,5
P9 Psychotria leiocarpa 1
P9 Myrcia multiflora 2,5
P9 Myrcia multiflora 1,8
P9 Miconia pusilliflora 2
P9 Miconia pusilliflora 1,8
P9 Ocotea pulchella 1,08
P9 Myrcia multiflora 5
P9 Myrcia multiflora 4
P10 Myrcia multiflora 2
P10 Myrcia multiflora 1,6
P10 Daphnopsis racemosa 1
P10 Myrcia multiflora 1,5
95
Parcela Espécie Altura (m)
P10 Daphnopsis racemosa 1,02
P10 Eugenia hyemalis 2,5
P10 Eugenia hyemalis 3
P10 Casearia sylvestris 6
P10 Myrcia multiflora 2
P10 Myrcia multiflora 2,5
P10 Myrcia multiflora 3
P11 Myrcia multiflora 2,5
P11 Myrcia multiflora 1,8
P11 Myrcia multiflora 4
P11 Eugenia hyemalis 3
P11 Eugenia hyemalis 3,5
P11 Eugenia hyemalis 4
P11 Myrcia multiflora 1,6
P11 Myrcia multiflora 4
P11 Piper aduncum 2,5
P11 Ocotea pulchella 1
P11 Ocotea pulchella 1,15
P11 Psychotria carthagenensis 1
P11 Eugenia hyemalis 1,6
P11 Eugenia hyemalis 2
P11 Eugenia hyemalis 2
P11 Myrcia glabra 1,7
P11 Eugenia hyemalis 4
P11 Eugenia hyemalis 2,5
P11 Piper aduncum 1,18
P11 Casearia sylvestris 3
P11 Piper aduncum 1,6
P11 Piper aduncum 1,8
P11 Myrcia multiflora 1,5
P11 Myrcia multiflora 1,3
P11 Miconia pusilliflora 1
P11 Ocotea pulchella 1,16
P11 Ocotea pulchella 1,2
P11 Psychotria leiocarpa
1,8
P11 Psychotria leiocarpa 1,4
P11 Ilex brevicuspis 2
P11 Myrcia glabra 1,8
P11 Eugenia hyemalis 2
P11 Ocotea pulchella 2
P11 Ocotea pulchella 1,5
P11 Psychotria leiocarpa 1
P11 Piper aduncum 1,2
P11 Nectandra megapotamica 1,6
P12 Miconia pusilliflora 1,5
P12 Miconia pusilliflora 2,19
P12 Prunus myrtifolia 4
P12 Ocotea pulchella 5
P12 Leandra regnellii 1,7
P12 Leandra regnellii 1,5
P12 Eugenia hyemalis 1,1
P12 Eugenia hyemalis 1,08
P12 Myrcia multiflora 1,8
P12 Allophylus edulis 6
96
Parcela Espécie Altura (m)
P12 Leandra regnellii 1,6
P12 Eugenia hyemalis 1,02
P12 Leandra regnellii 1,02
P12 Psychotria carthagenensis 1
P12 Daphnopsis racemosa 1,16
P12 Psychotria carthagenensis 1,03
P12 Eugenia hyemalis 1,6
P12 Eugenia hyemalis 1,7
P12 Ocotea pulchella 3
P12 Prunus myrtifolia 1,05
P12 Ocotea pulchella 3
P12 Leandra regnellii 1,8
P12 Eugenia hyemalis 1,5
P12 Eugenia hyemalis 2,3
P12 Psychotria leiocarpa 1,7
P12 Eugenia hyemalis 1,6
P12 Leandra regnellii 1,22
P12 Allophylus edulis 1,5
P12 Psychotria leiocarpa 1,33
P12 Piper aduncum 1,1
P12 Myrcia multiflora 1,68
P12 Myrcia multiflora 1,17
P12 Psychotria leiocarpa 1,2
P12 Leandra regnellii 1,2
P12 Miconia hyemalis 2,05
P12 Celtis iguanaea 2,5
P12 Eugenia hyemalis 1,3
P13 Eugenia hyemalis 2
P13 Eugenia hyemalis 2
P13 Eugenia hyemalis 2
P13 Myrcia multiflora 1,8
P13 Psychotria leiocarpa 1,6
P13 Eugenia hyemalis 2
P13 Eugenia hyemalis 2
P13 Cupania vernalis
1,02
P13 Daphnopsis racemosa 1,08
P13 Psychotria leiocarpa 1,15
P13 Psychotria leiocarpa 1,05
P13 Psychotria leiocarpa 1,12
P13 Psychotria carthagenensis 1
P13 Psychotria carthagenensis 1,5
P13 Psychotria leiocarpa 1,35
P13 Cupania vernalis 1,7
P13 Miconia pusilliflora 1,38
P13 Miconia pusilliflora 1,41
P13 Psychotria leiocarpa 1,1
P13 Psychotria leiocarpa 1,03
P13 Psychotria leiocarpa 1,7
P13 Psychotria leiocarpa 1,21
P13 Daphnopsis racemosa 1,4
P13 Cupania vernalis 1
P13 Myrcia glabra 1,7
P13 Cupania vernalis 1,06
P13 Psychotria carthagenensis 1,6
97
Parcela Espécie Altura (m)
P13 Allophylus edulis 3
P13 Allophylus edulis 2,5
P13 Daphnopsis racemosa 1,8
P14 Cupania vernalis 5
P14 Miconia pusilliflora 1,1
P14 Myrcia multiflora 2
P14 Myrcia multiflora 2,5
P14 Miconia pusilliflora 1,25
P14 Eugenia hyemalis 4
P14 Myrcia multiflora 3
P14 Myrcia multiflora 3
P14 Cupania vernalis 1,8
P14 Myrcia multiflora 3
P14 Faramea montevidensis 1,13
P14 Myrcia multiflora 2,5
P14 Psychotria leiocarpa 1,06
P14 Myrcia multiflora 4
P14 Myrcia multiflora 3
P14 Psychotria leiocarpa 1,02
P14 Solanaceae 6
P15 Myrcia multiflora 4
P15 Psychotria leiocarpa 1,28
P15 Psychotria leiocarpa 1,32
P15 Banara tomentosa 1,3
P15 Ocotea pulchella 1,18
P15 Eugenia hyemalis 2,5
P15 Piper aduncum 1,32
P15 Psychotria leiocarpa 4
P15 Mimosa bimucronata 3
P15 Eugenia hyemalis 1,25
P15 Cupania vernalis 4
P15 Ocotea pulchella 5
P15 Ocotea pulchella 1,1
P15 Ocotea pulchella 1,05
P15 Psychotria leiocarpa
1,05
P15 Leandra regnellii 1,02
P15 Eugenia hyemalis 2,3
P16 Ocotea pulchella 1,42
P16 Miconia pusilliflora 2,1
P16 Miconia pusilliflora 3
P16 Miconia pusilliflora 1,7
P16 Psychotria leiocarpa 1,3
P16 Ocotea pulchella 1,7
P16 Ocotea pulchella 1,8
P16 Eugenia hyemalis 2,6
P16 Ocotea pulchella 1,2
P16 Ocotea pulchella 1,11
P16 Prunus myrtifolia 2,5
P16 Escallonia bifida 3
P16 Psychotria leiocarpa 1,29
P16 Ocotea pulchella 1,25
P16 Miconia pusilliflora 3,5
P16 Leandra regnellii 1,6
P16 Daphnopsis racemosa 1,6
98
Parcela Espécie Altura (m)
P16 Ocotea pulchella 1,4
P16 Daphnopsis racemosa 1,3
P16 Miconia pusilliflora 1,6
P16 Miconia pusilliflora 1,5
P16 Psychotria leiocarpa 1,09
P16 Miconia pusilliflora 2
P16 Piper aduncum 2,3
P16 Myrcia multiflora 1,4
P16 Myrcia multiflora 1,2
P16 Piper aduncum 2,2
P16 Ocotea pulchella 1,24
P16 Ocotea pulchella 1,4
P16 Eugenia hyemalis 1,35
P16 Citrus sp. 1,17
P16 Ocotea pulchella 1,05
P16 Ocotea pulchella 1,2
P16 Leandra regnellii 1,2
P16 Daphnopsis racemosa 1,01
P16 Ocotea pulchella 1,06
P16 Daphnopsis racemosa 1,12
P16 Daphnopsis racemosa 1,02
P16 Psychotria carthagenensis 1,26
P16 Ocotea pulchella 1,8
P17 Psychotria leiocarpa 1,08
P17 Psychotria leiocarpa 1,09
P17 Psychotria leiocarpa 1,12
P17 Psychotria leiocarpa 1,05
P17 Psychotria leiocarpa 1,02
P17 Psychotria leiocarpa 1,07
P17 Mollinedia elegans 1,35
P17 Mollinedia elegans 1,1
P17 Mollinedia elegans 1,13
P17 Banara parviflora 1,05
P17 Psychotria carthagenensis 1,05
P17 Myrcia multiflora
2,5
P17 Myrcia multiflora 2
P17 Miconia pusilliflora 2
P17 Myrcia multiflora 4
P18 Solanaceae 1,25
P18 Psychotria leiocarpa 1,2
P18 Psychotria leiocarpa 1,46
P18 Citrus sp. 1,24
P18 Miconia pusilliflora 1,9
P18 Miconia pusilliflora 1,8
P18 Psychotria leiocarpa 1,27
P18 Psychotria leiocarpa 1,02
P18 Psychotria leiocarpa 1,08
P18 Psychotria leiocarpa 1,05
P18 Miconia pusilliflora 1,25
P18 Miconia pusilliflora 1,46
P18 Psychotria carthagenensis 1,55
P18 Psychotria carthagenensis 1,7
P18 Piper aduncum 1,65
P18 Piper aduncum 1,44
99
Parcela Espécie Altura (m)
P18 Casearia sylvestris 1,4
P18 Miconia pusilliflora 1,05
P18 Miconia pusilliflora 1,02
P18 Psychotria leiocarpa 1,48
P18 Psychotria leiocarpa 1,57
P18 Psychotria leiocarpa 1,02
P18 Miconia pusilliflora 1,03
P18 Miconia pusilliflora 1,15
P18 Psychotria leiocarpa 1,03
P18 Myrcia glabra 1,02
P18 Eugenia hyemalis 3,5
P18 Myrcia multiflora 4
P19 Myrcia multiflora 3
P19 Myrcia multiflora 3
P19 Psychotria leiocarpa 1,8
P19 Miconia pusilliflora 1,23
P19 Miconia pusilliflora 1,9
P19 Myrcia multiflora 2,5
P19 Ocotea pulchella 1,25
P19 Ocotea pulchella 1,62
P19 Ocotea pulchella 1,06
P19 Faramea montevidensis 1,5
P19 Miconia pusilliflora 2,3
P19 Myrcia multiflora 2,5
P19 Myrcia multiflora 3
P19 Psychotria leiocarpa 1,29
P19 Daphnopsis racemosa 1,34
P19 Ocotea pulchella 1,73
P19 Faramea montevidensis 1,53
P20 Mollinedia elegans 1,1
P20 Miconia pusilliflora 1,1
P20 Myrcia multiflora 2
P20 Psychotria leiocarpa 1,12
P20 Sebastiania commersoniana 2
P20 Sebastiania commersoniana
2
P20 Myrcia multiflora 3
P20 Myrcia multiflora 2,5
P20 Myrcia multiflora 3
P20 Casearia sylvestris 3
P20 Myrcia glabra 1,02
P20 Psychotria carthagenensis 1,23
P20 Myrcia multiflora 1,2
P20 Rudgea parquioides 1,14
P20 Myrcia multiflora 3,5
100
Anexo 4: Indivíduos do componente arbustivo amostrados em cada parcela de 100m² da
floresta ciliar do arroio da Brigadeira, Canoas/RS, com indicação da altura (m) e dos
perímetros à altura do peito (PAP), em centímetros. Todos troncos que se apresentaram
ramificados na altura da medição foram mensurados individualmente, sendo utilizados no
cálculo de uma única área basal.
Parcela Espécie H (m) PAP (cm)
P1 Prunus myrtifolia 8 33 78 44
P1 Eugenia hyemalis 8 21,5
P1 Sebastiania commersoniana 8 43
P1 Eugenia hyemalis 6 26
P1 morto 4 22
P1 Myrcia multiflora 4 15 12 10 13 9 16 15 7 7
P1 Ilex brevicuspis 8 71
P1 Eugenia hyemalis 4 33
P1 Eugenia hyemalis 6 26
P1 morto 29
P1 Casearia sylvestris 4 26,5 29 17
P1 Allophylus edulis 3 11 9
P1 Eugenia hyemalis 4 39,5
P1 Sebastiania commersoniana 7 22,5
P1 morto 16 21 13 19 14
P1 morto 28
P1 Myrcia multiflora 3 12 8
P1 Sebastiania commersoniana 7 18
P1 Sebastiania commersoniana 7 32,5
P1 Sebastiania commersoniana 7 26,5
P1 Sebastiania commersoniana 6 16
P1 Myrcia multiflora 4 9 11 9 15 10
P1 Sebastiania commersoniana 7 31,5 12 14
P1 Syagrus romanzoffiana 10 76
P1 Sebastiania commersoniana 6 27
P2 Myrsine coriacea 7 45,5
P2 Mimosa bimucronata 7 29,5
P2 Lithraea brasiliensis 6,5 27
P2 Myrcia multiflora 3,5 15 8 8 7 8 11 7 15
P2 Myrcia multiflora 4 11 9 8 9 7 6 6
P2 Myrsine coriacea 5 20
P2 morto 5 11 19 22 20 8
P2 Myrsine coriacea 7 39
P2 Lithraea brasiliensis 7 34
P2 Myrcia multiflora 6 14 16
P2 Ilex brevicuspis 5 33 16
P2 Sebastiania commersoniana 7 20
P2 Myrcia multiflora 4 10 9 5 5 10 13 7
P2 Myrcia multiflora 6 38 40 23 20 26 12 14
P2 morto 3 39 25
P2 Casearia sylvestris 6 23 74
P2 morto 15
P2 Allophylus edulis 7 25 31 11
P2 Prunus myrtifolia 8 38 54
P2 Prunus myrtifolia 7 34
P2 Prunus myrtifolia 7 29
P2 Symplocos uniflora 6 25
P2 Eugenia hyemalis 6 31
101
Parcela Espécie H (m) PAP (cm)
P2 Myrcia multiflora 4 12 7 17 21 11
P2 Casearia sylvestris 5 15
P2 Myrsine coriacea 8 54
P2 morto 3 15 11 13
P2 Sebastiania commersoniana 8 22,5 26
P2 morto 2 12 15 17
P2 morto 2 23
P3 Mimosa bimucronata 7 45
P3 Symplocos uniflora 6 14 21 12 14 18
P3 Mimosa bimucronata 7 36,5 21
P3 Myrsine coriacea 8 47
P3 Mimosa bimucronata 7 18,5 21 14
P3 Zanthoxylum sp. 8 16
P3 Mimosa bimucronata 6 17 23
P3 Prunus myrtifolia 3,5 17
P3 Zanthoxylum sp. 6 30
P3 Zanthoxylum sp. 6 22
P3 Prunus myrtifolia 6 33
P3 Ilex brevicuspis 8 27
P3 Myrsine coriacea 8 30
P3 Prunus myrtifolia 8 21
P3 morto 3 9 10 9 10
P3 Myrsine coriacea 7 20,5
P3 Myrsine coriacea 6 14
P3 Eugenia hyemalis 6 15
P3 Mimosa bimucronata 6 17 13 12 20 18 13
P3 Mimosa bimucronata 4 17
P3 Myrsine coriacea 4 19 10
P3 morto 3 18
P3 Prunus myrtifolia 4 13 8
P3 Erythroxylum argentinum 5 16 16
P3 Myrsine coriacea 5 19
P3 Mimosa bimucronata 4 29 13 17 13
P3 morto 3 40
P3 Mimosa bimucronata 4,5 22 24 14 9
P3 Myrcia multiflora 5 14 11 12 10 17
P3 Eugenia hyemalis 6 23 15 16 19 30 30 25 14 23 19
P4 Symplocos uniflora 4 23
P4 Mimosa bimucronata
6 27
P4 Schinus terebinthifolius 4 15
P4 Mimosa bimucronata 6 38 30 32
P4 Mimosa bimucronata 5 22
P4 Zanthoxylum sp. 7 17
P4 Myrsine coriacea 6 36
P4 Eugenia hyemalis 5 20
P4 Mimosa bimucronata 7 20
P4 Mimosa bimucronata 8 80 36
P4 Enterolobium contortisiliquum 6 47 45
P5 Sebastiania commersoniana 7 46 25
P5 Eugenia hyemalis 6 24 24 34 44 28 21 29 27
P5 Vitex megapotamica 5 35
P5 morto 6 68
P5 Banara tomentosa 4 23
P5 Sebastiania commersoniana 6 39
102
Parcela Espécie H (m) PAP (cm)
P5 Myrcia multiflora 7 18
P5 Myrcia multiflora 6 13 10 7 12
P5 Eugenia hyemalis 5 32
P5 Matayba elaeagnoides 7 39
P5 Eugenia hyemalis 7 22 46 9 18 31 24 11 15 10 16
P5 Sebastiania commersoniana 6 40 33
P5 Sebastiania commersoniana 8 23 35
P5 Eugenia hyemalis 5 17 9
P5 Eugenia hyemalis 4 15
P5 Sebastiania commersoniana 5 17
P5 Myrcia multiflora 5 12 9
P5 Eugenia hyemalis 5 22 15
P5 Eugenia hyemalis 6 42 12 12
P5 Guettarda uruguensis 4 18
P5 Myrcia multiflora 6 10 10
P5 Guettarda uruguensis 4 21
P5 Eugenia hyemalis 6 29
P5 Symplocos uniflora 6 62 26
P5 Symplocos uniflora 6 37 46
P5 Eugenia hyemalis 4 33 22 16
P5 Sebastiania commersoniana 5 18
P5 Eugenia hyemalis 5 13 10
P6 Myrsine coriacea 10 53
P6 Eugenia hyemalis 5 13 14 12
P6 Zanthoxylum sp. 3 23
P6 morto 2 15
P6 Enterolobium contortisiliquum 10 78
P6 Myrcia multiflora 6 15 11
P6 Myrcia multiflora 5 15
P6 Symplocos uniflora 6 24
P6 Escallonia bifida 4 21
P6 Mimosa bimucronata 7 32
P6 Eugenia hyemalis 4 17
P6 Mimosa bimucronata 4 18
P6 Zanthoxylum sp. 6 29
P6
Zanthoxylum sp. 5 18
P6 Myrsine coriacea 6 15
P6 morto 6 28
P6 Lithraea brasiliensis 7 17
P6 Chrysophyllum marginatum 7 48
P6 Chrysophyllum marginatum 7 20
P6 Myrcia multiflora 5 8 9 9 9 14 12 11
P7 morto 6 36
P7 Matayba elaeagnoides 3 17
P7 Psidium cattleianum 8 19 25 23 21 24
P7 Sebastiania commersoniana 5 21,5
P7 Sebastiania commersoniana 5 14,5
P7 Ilex brevicuspis 8 40
P7 Ilex brevicuspis 8 38
P7 Ilex brevicuspis 8 29
P7 Piptocarpha sellowii 7 16
P7 Sebastiania commersoniana 7 44
P7 Sebastiania commersoniana 3 21
P7 Sebastiania commersoniana 8 36 54 46 46
103
Parcela Espécie H (m) PAP (cm)
P7 morto 2 26 20
P7 Zanthoxylum sp. 6 20
P7 Mimosa bimucronata 7 27 23 34 19 36 29 17 31
P7 Erythroxylum argentinum 5 15
P7 Erythroxylum argentinum 5 16
P7 Mimosa bimucronata 5 20
P7 Mimosa bimucronata 4 21
P7 Mimosa bimucronata 2 15
P7 Ilex brevicuspis 6 15
P7 Myrsine coriacea 8 32 13
P7 Myrsine coriacea 8 44
P7 Erythroxylum argentinum 6 15
P7 Matayba elaeagnoides 7 21
P7 Ocotea pulchella 6 15
P7 Myrsine coriacea 8 25,5
P7 Zanthoxylum sp. 7 38
P7 morto 2 27,5
P7 Myrsine coriacea 7 21
P7 Myrsine coriacea 7 15
P8 Mimosa bimucronata 5 22
P8 Mimosa bimucronata 4 15
P8 Mimosa bimucronata 2,1 16
P8 Symplocos uniflora 5 18 12 9
P8 Myrsine coriacea 6 38
P8 Celtis iguanaea 4 18 11
P8 Trema micrantha 5 16
P8 Zanthoxylum sp. 5 42
P8 Myrsine coriacea 6 31
P8 Eugenia hyemalis 2,5 18 9
P8 Prunus myrtifolia 6 22
P8 Mimosa bimucronata 4 33
P8 morto 3 15
P8 Mimosa bimucronata 5 91
P8 Psidium cattleianum 2 15
P9 Symplocos uniflora 9 63 45
P9 Symplocos uniflora 6,5 30
P9 Eugenia hyemalis 7 26 21 38
P9 morto 7 21 20 13 16 19 14 19
P9 morto 5 53
P9 Prunus myrtifolia 8 34
P9 Eugenia hyemalis 4 15
P9 morto 1,7 30
P9 Eugenia hyemalis 4 17
P9 Myrcia multiflora 3 18
P9 Myrcia multiflora 3 22 13
P9 Myrcia multiflora 3 17
P9 Myrcia multiflora 4 39
P9 Myrcia multiflora 4 43
P9 Myrcia multiflora 4 16
P9 Eugenia hyemalis 2,5 22
P9 Prunus myrtifolia 4 40 30
P9 Chrysophyllum marginatum 7 23
P9 Myrcia glabra 6 18
P9 Chrysophyllum marginatum 6 33
104
Parcela Espécie H (m) PAP (cm)
P9 Eugenia hyemalis 6 33,5
P9 Eugenia hyemalis 5 33
P9 Banara tomentosa 7 32 26
P9 Ilex dumosa 6 27
P9 Chrysophyllum marginatum 7 34
P9 morto 2 39
P9 Ilex dumosa 6 16
P9 Banara tomentosa 6 27
P9 Banara tomentosa 6 25
P9 morto 5 23
P9 Myrcia multiflora 5 12 21 19 23 11
P9 Solanum pseudoquina 5 36
P9 morto 6 21
P10 Eugenia hyemalis 4 15
P10 Enterolobium contortisiliquum 10 82
P10 Allophylus edulis 8 40
P10 Allophylus edulis 4 19 12 10 12
P10 Chrysophyllum marginatum 7 26
P10 morto 7 52 43 16 25
P10 Eugenia hyemalis 5 16
P10 Lithraea brasiliensis 5 15
P10 Lithraea brasiliensis 9 53
P10 Prunus myrtifolia 7 36
P10 Chrysophyllum marginatum 6 22
P10 Chrysophyllum marginatum 6 23
P10 Eugenia hyemalis 7 19 14 23 19 14
P10 Matayba elaeagnoides 7 22
P10 Matayba elaeagnoides 10 71
P10 Chrysophyllum marginatum 7 21
P10 Prunus myrtifolia 9 24
P10 Prunus myrtifolia 8 20
P10 Chrysophyllum marginatum 8 29
P10 Myrsine coriacea 10 64
P10 Eugenia hyemalis 5 10 10 12 9
P10 Eugenia hyemalis 7 8 17 21 11 8,5 9 12
P10 Eugenia hyemalis 4 13 11 7 12 10
P11 Eugenia hyemalis 5 16
P11
Eugenia hyemalis 4 17
P11 Lithraea brasiliensis 6 19
P11 Prunus myrtifolia 7 42
P11 Lithraea brasiliensis 7 35
P11 Eugenia hyemalis 5 15
P11 Eugenia hyemalis 2,5 15
P11 Mimosa bimucronata 10 62
P11 Eugenia hyemalis 3 14 8
P11 Eugenia hyemalis 6 17 14 10 10 13 18 9 9 15
P11 Prunus myrtifolia 3 18
P11 Erythroxylum argentinum 6 25
P11 Erythroxylum argentinum 6 16
P11 Mimosa bimucronata 9 28
P11 Casearia sylvestris 5 10 10
P11 Mimosa bimucronata 10 46
P11 Myrsine coriacea 10 43
P11 Ilex brevicuspis 6 18
105
Parcela Espécie H (m) PAP (cm)
P11 Miconia pusilliflora 5 15
P11 Myrsine coriacea 7 18
P11 Prunus myrtifolia 7 31
P11 Symplocos uniflora 5 12 18
P11 Casearia sylvestris 6 22
P11 morto 3 23 13 28 18 18 15
P11 Prunus myrtifolia 7 17
P11 Matayba elaeagnoides 9 48
P11 morto 3 15
P11 Eugenia hyemalis 2 15 25 13
P11 Eugenia hyemalis 6 13 22 18 13 8
P11 Matayba elaeagnoides 8 20 16 16
P11 Chrysophyllum marginatum 7 17
P12 Myrsine coriacea 7 25
P12 Myrsine coriacea 7 26
P12 morto 3 23
P12 morto 1,2 19
P12 Zanthoxylum sp. 8 48 45
P12 Allophylus edulis 6 22
P12 Myrsine coriacea 7 17,5
P12 Casearia sylvestris 7 18 18
P12 Symplocos uniflora 4 15,5
P12 Zanthoxylum sp. 6 39 29
P12 Trema micrantha 9 29
P12 Ilex brevicuspis 7 16,5
P12 Zanthoxylum sp. 6 15,5
P12 Mimosa bimucronata 7 60,5
P12 Symplocos uniflora 4 11 11 7
P12 Mimosa bimucronata 7 22
P12 Mimosa bimucronata 8 38
P12 Mimosa bimucronata 7 27,5 13
P13 Eugenia hyemalis 3 15
P13 Sebastiania commersoniana 7 32
P13 morto 2 26
P13 Prunus myrtifolia 5 29
P13 Chrysophyllum marginatum 4 18,5
P13 Allophylus edulis 6 28
P13 Lithraea brasiliensis 8 44,5
P13 Zanthoxylum sp. 7 24
P13 Myrcia multiflora 3 10 15 12 13
P13 Prunus myrtifolia 8 47
P13 Solanum pseudoquina 5 24
P13 Chrysophyllum marginatum 9 58
P13 Prunus myrtifolia 8 42
P13 Eugenia hyemalis 4 19
P13 Eugenia hyemalis 3 17
P13 Myrcia multiflora 4 12 12 14 11 10
P13 Syagrus romanzoffiana 7 29
P13 morto 3 19
P13 Myrcia palustris 7 28
P13 Erythroxylum argentinum 8 41
P13 morto 6 47
P13 Nectandra megapotamica 7 27
P13 Eugenia hyemalis 6 22
106
Parcela Espécie H (m) PAP (cm)
P13 Eugenia hyemalis 2 18
P13 Eugenia hyemalis 6 29
P13 Eugenia hyemalis 7 21,5
P13 Eugenia hyemalis 5 26,5
P13 Eugenia hyemalis 2 20
P13 Eugenia hyemalis 3 14
P13 Eugenia hyemalis 3 21
P13 Sebastiania commersoniana 8 33
P13 morto 5 15
P13 Eugenia hyemalis 5 17,5
P13 Solanum pseudoquina 10 43
P13 Randia armata 7 24,5
P14 Myrsine coriacea 10 81
P14 Prunus myrtifolia 7 30 32
P14 Eugenia hyemalis 5 23 30 17
P14 Sebastiania commersoniana 10 43
P14 Eugenia hyemalis 4 21 22
P14 Eugenia hyemalis 5 18,5 23 18 23
P14 morto 2 16,5 24
P14 Prunus myrtifolia 11 62
P14 Solanum pseudoquina 12 53,5
P14 Myrsine coriacea 12 56,5
P14 Eugenia hyemalis 4 23
P14 morto 7 40
P14 Eugenia hyemalis 2 22
P14 morto 2 15 13 14 15 15
P14 Eugenia hyemalis 2 15
P14 Mimosa bimucronata 10 57 22
P14 Sebastiania commersoniana 6 20
P14 morto 3 31,5
P14 morto 1,8 36
P14 Prunus myrtifolia 7 42 24
P14 Eugenia hyemalis 5 22 15
P15 morto 6 24
P15 Myrsine coriacea 8 39
P15 Myrsine coriacea 7 41
P15 Casearia sylvestris 5 16
P15 Myrsine coriacea 8 39
P15 Prunus myrtifolia 10 25 30 27 42
P15
Eugenia hyemalis 3 15
P15 morto 3 15
P15 Lithraea brasiliensis 4 22
P15 Myrsine coriacea 10 73
P15 Myrcia multiflora 5 18 11 9 7 6 7
P15 Ilex brevicuspis 9 39
P15 Prunus myrtifolia 4 15 23
P15 morto 4 17
P15 Myrsine coriacea 8 25
P15 Zanthoxylum sp. 8 24
P15 Myrsine coriacea 6 16
P15 morto 3 15
P15 Eugenia hyemalis 5 18
P15 Eugenia hyemalis 4 24
P15 Myrrhinium atropurpureum 4 22
107
Parcela Espécie H (m) PAP (cm)
P15 Casearia sylvestris 8 23,5
P15 Prunus myrtifolia 8 26
P16 Ocotea pulchella 9 25
P16 Ocotea pulchella 10 39
P16 Prunus myrtifolia 10 26,5 51
P16 Ocotea pulchella 5 16
P16 Symplocos uniflora 8 27 16 28 35 27
P16 Prunus myrtifolia 8 16
P16 Mimosa bimucronata 5 15 9
P16 Zanthoxylum sp. 8 36
P16 Mimosa bimucronata 4 16 21
P16 Casearia sylvestris 12 37 11
P16 Mimosa bimucronata 8 22 7 11
P16 Mimosa bimucronata 7 22 20 17 11 11 20
P16 Mimosa bimucronata 5 18
P16 Mimosa bimucronata 3 16,5
P16 Myrsine coriacea 8 33
P16 Mimosa bimucronata 3 19
P16 Zanthoxylum sp. 5 20
P16 Myrsine coriacea 9 17
P16 Casearia sylvestris 8 42 7 11
P16 Zanthoxylum sp. 7 32
P16 Myrsine coriacea 9 43
P16 Mimosa bimucronata 3,5 20
P16 Solanum pseudoquina 10 53
P17 morto 7 31
P17 Prunus myrtifolia 10 42
P17 Chrysophyllum marginatum 10 40
P17 Prunus myrtifolia 10 41
P17 Prunus myrtifolia 7 18
P17 Prunus myrtifolia 6 42
P17 Prunus myrtifolia 5 49
P17 Ilex brevicuspis 12 89
P17 morto 2 21
P17 Eugenia hyemalis 7 12 40 20
P17 Myrcia multiflora 6 19 10 13 16 12 15 11 7 7 6
P17 Eugenia hyemalis 6 29
P17 Lithraea brasiliensis 7 33
P17 morto 3 17
P17 Myrcia glabra 8 17,5
P17 Syagrus romanzoffiana 10 65
P17 Eugenia hyemalis 3 18
P17 morto 3 21
P17 Eugenia hyemalis 4 15,5
P17 Myrcia multiflora 5 20
P17 Mimosa bimucronata 10 27
P17 Eugenia hyemalis 4 31
P17 morto 4 30
P17 morto 2 19 15
P17 Eugenia hyemalis 5 19
P17 Eugenia hyemalis 7 32
P17 Eugenia hyemalis 4 27
P17 Prunus myrtifolia 12 61
P17 Myrsine coriacea 14 90
108
Parcela Espécie H (m) PAP (cm)
P17 morto 10 76
P18 Allophylus edulis 5 23,5 14 11
P18 Prunus myrtifolia 8 49
P18 Eugenia hyemalis 5 34 20
P18 Eugenia hyemalis 5 17 14 11
P18 morto 3 56
P18 Chrysophyllum marginatum 7 37
P18 Prunus myrtifolia 6 45
P18 Prunus myrtifolia 7 59
P18 Eugenia hyemalis 6 32 21 27
P19 Eugenia hyemalis 4 26 19 30
P19 Eugenia hyemalis 2,5 13 11 9 9
P19 Zanthoxylum sp. 8 25
P19 Psidium cattleianum 9 20
P19 Mimosa bimucronata 10 64
P19 Enterolobium contortisiliquum 13 107
P19 Myrcia multiflora 3,5 12 11 6 6 9
P19 Myrsine coriacea 13 92
P19 Myrcia multiflora 8 16
P19 Chrysophyllum marginatum 8 30 16 24 34
P19 Prunus myrtifolia 8 26
P19 Prunus myrtifolia 12 34 45 34
P19 Eugenia hyemalis 6 23 15 13 9 21 19
P19 Prunus myrtifolia 10 64 36 30
P19 Prunus myrtifolia 12 46,5 47 37
P19 Myrcia multiflora 5 14 15 7
P19 Eugenia hyemalis 3 22 19 39 17 20
P19 morto 8 26
P19 morto 2,5 15
P19 Zanthoxylum sp. 5 18
P19 Solanum pseudoquina 6 27
P20 Allophylus edulis 5 16 13
P20 Casearia sylvestris 8 44 38
P20 Matayba elaeagnoides 11 68
P20 Eugenia hyemalis 4 27
P20 Allophylus edulis 4,5 15
P20 morto 2 20
P20
Chrysophyllum marginatum 12 28
P20 Prunus myrtifolia 12 62
P20 Myrsine coriacea 12 47,5
P20 Eugenia hyemalis 8 18
P20 Eugenia hyemalis 6 28 20 13
P20 Zanthoxylum sp. 7 29
P20 Ilex brevicuspis 10 36
P20 Psidium cattleianum 10 19
P20 Eugenia hyemalis 4 16
P20 Eugenia hyemalis 6 13 24 22
P20 Mimosa bimucronata 11 16 40 21
P20 Chrysophyllum marginatum 7 20
P20 Prunus myrtifolia 8 37 33 38
P20 morto 8 22 16
P20 Chrysophyllum marginatum 9 43
P20 Eugenia hyemalis 8 11 22
P20 Eugenia hyemalis 9 35 43
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