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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM MEDICINA E CIÊNCIAS DA SAÚDE
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM GERIATRIA
ROGÉRIO DA CUNHA VOSER
COMPARAÇÃO DA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA ENTRE HOMENS DE MEIA
IDADE QUE EXERCEM DIFERENTES TIPOS DE ATIVIDADES PROFISSIONAIS
PORTO ALEGRE
2006
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ROGÉRIO DA CUNHA VOSER
COMPARAÇÃO DA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA ENTRE HOMENS DE MEIA
IDADE QUE EXERCEM DIFERENTES TIPOS DE ATIVIDADES PROFISSIONAIS
Tese apresentada ao Programa de Pós–
Graduação da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, Doutorado
em Medicina e Ciências da Saúde, área
de concentração em Geriatria para a
obtenção do título de Doutor.
Orientador: Prof. Dr. Antônio Carlos Araújo de Souza
Co-orientador: Dr. Rodolfo Herberto Schneider
PORTO ALEGRE
2006
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
V967c Voser, Rogério da Cunha
A comparação da densidade mineral óssea, entre homens
de meia idade que exercem diferentes tipos de atividades
profissionais / Rogério da Cunha Voser. – Porto Alegre, 2006.
140 f. : il.
Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em
Medicina e Ciências da Saúde, PUCRS, 2006.
Orientador: Prof. Dr. Antônio Carlos Araújo de Souza.
Co-orientador: Dr. Rodolfo Herberto Schneider.
1. Medicina. 2. Geriatria. 3. Gerontologia. 3. Densidade
Mineral Óssea. 4. Osteopenia. 5. Profissões. 6. Atividade
Física Habitual. 7. Envelhecimento. 8. Homem. 9. Atividade
Física. 10. Osteoporose. I. Souza, Antônio Carlos Araújo de.
II. Schneider, Rodolfo Herberto. III. Título.
CDU 616-053.9
796-053.9
Bibliotecária Responsável: Deisi Hauenstein CRB 10/1479
ROGÉRIO DA CUNHA VOSER
COMPARAÇÃO DA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA ENTRE HOMENS DE MEIA
IDADE QUE EXERCEM DIFERENTES TIPOS DE ATIVIDADES PROFISSIONAIS
Tese apresentada ao Programa de Pós–
Graduação da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, Doutorado
em Medicina e Ciências da Saúde, área
de concentração em Geriatria para a
obtenção do título de Doutor.
APROVADA PELA BANCA EXAMINADORA
Porto Alegre, 30 de junho de 2006.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
Cristiano Augusto de Freitas Zerbini
___________________________________________________
Francisco Xavier de Vargas Neto
___________________________________________________
Carla Helena Augustin Schwanke
___________________________________________________
João Feliz Duarte de Moraes
Aos meus pais:
Pelos ensinamentos e apoio que foram fundamentais para
que eu conseguisse atingir mais este objetivo.
A minha esposa e filha:
A quem amo muito, agradeço a paciência pelas
ausências, pois sem a compreensão e o carinho não teria
chegado ao final desta caminhada.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer a todas as pessoas que contribuíram nesta importante
fase da minha vida:
Ao Dr. Antônio Carlos Araújo, meu orientador, que acreditou no meu
potencial, sendo sempre muito atencioso e competente em suas orientações.
Ao Dr. Rodolfo Herberto Scheneider e, meus agradecimentos pelo apoio e
pelas orientações que foram valiosas.
A Dra. Ivana Beatrice Mânica da Cruz, pela amizade e incentivo.
Aos acadêmicos da Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto,
Alexandre e Giovana, pela participação incansável e entusiasmada na busca dos
voluntários deste estudo. Sou imensamente grato, pois sem vocês não teria
finalizado esta pesquisa.
Ao Dr. João Feliz Duarte de Moraes e ao Mathias Azevedo Bastian Bressel,
meus agradecimentos pelo suporte estatístico deste estudo.
Aos diretores da Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto,
Camargo e Sônia, agradeço o apoio em viabilizar a minha participação neste
doutorado.
As funcionárias do Serviço de Densitometria Óssea do Hospital São Lucas da
PUCRS, o carinho e disposição em ajudar na coleta de dados desta pesquisa.
Aos meus colegas, funcionários e alunos da Faculdade de Educação Física e
Ciências do Desporto agradeço a amizade e a convivência.
A Deus por iluminar toda esta trajetória, me possibilitando a paciência e o
equilíbrio nos momentos difíceis.
RESUMO
OBJETIVO: O estudo objetivou comparar a densidade mineral óssea (DMO)
entre homens de meia idade que exercem diferentes tipos de atividades
profissionais. MÉTODOS: Este estudo do tipo observacional, transversal, realizado
no serviço de Densitometria Óssea do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade
Católica de Porto Alegre, avaliou 59 indivíduos, voluntários, do gênero masculino,
com idade entre 50 anos e 65 anos, que exerciam as profissões de carteiro, taxista e
médico. Os indivíduos que apresentaram osteoporose foram excluídos, uma vez que
a mesma poderia ter sido resultado de um fator secundário. Utilizou-se o DXA (QDR
4500 A Hologic Inc. Boston USA), para as analise das regiões da coluna lombar,
fêmur e tíbia. Os dados da Atividade Física Habitual foram coletados através dos
questionários de Baecke e col. RESULTADOS: A comparação da média da DMO
entre as profissões, apresentou diferença significativa para todas as regiões do
fêmur avaliadas. A DMO do colo do fêmur dos carteiros e taxistas foi
significativamente mais elevada que a dos médicos (p=0,002). O trocanter
demonstrou que a DMO dos carteiros foi significativamente superior a DMO dos
médicos (p=0,001). Por fim, fêmur total apontou a DMO dos carteiros e dos taxistas
com diferença significativa em relação aos médicos (p<0,001). Os médicos
apresentaram maior prevalência de osteopenia. Os escores das atividades físicas
ocupacionais (AFO) mostraram-se significativas nos períodos de 21-30 anos no que
diz respeito aos carteiros em relação aos médicos; dos 31-50 anos dos carteiros em
relação aos taxistas e médicos; 12 últimos meses também dos carteiros em relação
aos taxistas e médicos. Escores da prática de exercícios físicos e atividades de lazer
(EFL) foram significativos dos 31-50 anos e nos últimos 12 meses para os médicos
em relação aos taxistas. As atividades físicas de locomoção (AFLOC) apresentaram
os carteiros com escores significativamente mais elevados em relação aos taxistas.
A evolução da AFO ao longo da vida entre as profissões foi significativamente
diferente (p< 0,001). Os carteiros têm uma evolução diferente do médico e taxista,
apresentando um aumento nos escores da AFO, ao longo dos anos, enquanto que o
taxista e o médico tiveram uma diminuição. A evolução de EFL ao longo da vida
entre as profissões não se mostrou significativamente diferente. A análise através de
regressões lineares múltiplas demonstrou que a AFO 21-30, EFL 21-30 e o IMC
6
foram variáveis importantes para a DMO de L1-L4. Para a DMO fêmur total, o EFL
21-30, a AFO 12M, o IMC influenciaram positivamente e a profissão de médico
mostrou coeficiente negativo demonstrando ser prejudicial para a massa óssea
desta região estudada. As variáveis que mais influenciaram na DMO da tíbia total
foram o EFL 21-30 de forma positiva e a profissão de médico apresentando uma
relação negativa. CONCLUSÃO: A atividade física profissional e atividade física
habitual realizada ao longo da vida contribuem para aumento e preservação da DMO
e prevenção da osteoporose em homens adultos de meia idade.
Palavras-chave: Densidade Mineral Óssea. Profissões. Atividade Física Habitual.
Homens.
ABSTRACT
AIM: This study aimed at comparing the bone mineral density (BMD) among
middle aged men performing different kinds of professional physical activities.
METHODS: This observational cross-sectional study, developed at the Bone Density
service of São Lucas Hospital from Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre,
analysed 59 volunteer men, aging from 50 to 65 years old that work as mailmen, taxi
drivers and physicians. Those who presented osteoporosis were excluded, once this
disease could be seen as a secondary factor result. It was used the Dual Energy X-
ray Absorptiometry DXA (QDR 4500 A Hologic Inc. Boston USA) in order to analyse
lumbar spine, femur and tibia. HPA data were collected through the questionnaires of
Baecke and col. (1982). RESULTS: The comparison of BMD average among
professions presented significant difference for all femur sites analysed. The femur
neck showed that mailmen and taxi drivers BMD are higher than physicians BMD
(p=0,002). Trochanter demonstrated that mailmen BMD is superior to the physicians
BMD (p=0,001). Finally, the total femur revealed that mailmen and taxi drivers BMD
are significantly different from physicians (p<0,001). Physicians presented bigger
prevalence of osteopenia than mailmen and taxi drivers. The scores occupational
physical activity (OPA) were significant for mailmen (during 21-30 years old period) in
relation to physicians; for mailmen (during 31-50 years old period) in relation to taxi
drivers and physicians; and also for mailmen (during last 12 months) in relation to taxi
drivers and physicians. The scores of physical exercises practice and leisure
activities (PLE) were significant for physicians (during 31-50 years old period and last
12 months) in relation to taxi drivers. The physical activities of locomotion (PAL)
presented mailmen with significantly higher scores in relation to taxi drivers. The
scores evolution of occupational physical activities (OPA) during life among
professions is significantly different (p< 0,001). Mailmen have a different evolution
from taxi drivers and physicians, showing an increase in OPA scores during life, while
taxi drivers and physicians had a decrease. The evolution of PLE during life, among
professions, was not significantly different. The analysis through multiple linear
regressions showed that the OPA from 21-30 years, PLE from 21-30 years and BMI
were significant variables for L1-L4 BMD. Concerning total femur BMD, PLE from 21-
30 years, OPA for last 12 months and BMI were significant variables and physicians
8
activity showed negative coefficient, revealing to be harmful for this area. The most
significant variables for total tibia BMD were PLE from 21-30 years in a positive way
and the physicians activity showing a negative relation. CONCLUSION: The
professional physical activity and HPA during life improve the increase and
preservation of BMD in adult and middle aged men.
Key-words: Bone Mineral Density. Professions. Habitual Physical Activity. Men.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Osso integro e osteoporótico............................................................. 22
Figura 2 Paciente com osteoporose acentuada, com acentuação da cifose
dorsal, retificação da lordose lombar e hiperlordose da coluna
cervical ...............................................................................................
27
Figura 3 Aparelho densitômetro de dupla emissão de raios x, tipo DXA (QDR
4500 A Hologic Inc. Boston USA). Resultados analisados com o
programa de computador Lunar versão 3.1. Fonte: Hospital São
Lucas da PUCRS. ..............................................................................
29
Figura 4 Ciclo Vicioso Associado ao Envelhecimento e Inatividade Física ..... 32
Figura 5 Regiões que foram avaliadas a densidade mineral óssea................. 55
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Distribuição da média do IMC por profissão ................................. 62
Gráfico 2 Distribuição da média da DMO na coluna lombar por profissão .... 64
Gráfico 3 Distribuição da média da DMO no fêmur por profissão ................ 65
Gráfico 4 Distribuição da média da DMO na tíbia por profissão ................... 66
Gráfico 5 Distribuição do percentual relativo ao número de indivíduos por
profissão com osteopenia na coluna lombar .................................
68
Gráfico 6 Distribuição do percentual relativo ao número de indivíduos por
profissão com osteopenia no fêmur ..............................................
68
Gráfico 7 Distribuição da média dos escores das atividades físicas
ocupacionais (AFO) ao longo da vida por profissão ......................
70
Gráfico 8 Distribuição da média dos escores da prática de exercícios
físicos e atividades físicas de lazer (EFL) ao longo da vida por
profissão .......................................................................................
70
Gráfico 9 Distribuição da média dos escores das atividades físicas de
locomoção (AFLOC) por profissão ...............................................
71
Gráfico 10 Evolução das atividades físicas ocupacionais (AFO) ao longo da
vida entre as profissões ................................................................
72
Gráfico 11 Evolução da prática de exercícios físicos e das atividades físicas
de lazer (EFL) ao longo da vida entre as profissões ......................
72
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Classificação da Osteoporose ........................................................ 24
Quadro 2 Fatores de Risco ............................................................................ 25
Quadro 3 Barreiras ao acesso das pessoas adultas e idosas à atividade
física ...............................................................................................
31
Quadro 4 Forças externas sobre o osso ........................................................ 33
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Número e porcentagem da população estudada por profissão,
segundo as características sócio-demográficas ...............................
60
Tabela 2 Comparação da idade e tempo de profissão entre as profissões .... 61
Tabela 3 Medidas de tendência central e de dispersão para a idade, peso
corporal, estatura corporal, e índice de massa corporal da
população estudada por profissão ...................................................
61
Tabela 4 Número e porcentagem da população estudada por profissão,
segundo o IMC para a classificação da Organização Mundial da
Saúde ...............................................................................................
62
Tabela 5 Comparação da DMO entre carteiros brancos e negros.................. 63
Tabela 6 Comparação da DMO (média do valor absoluto) da coluna lombar
entre as profissões ...........................................................................
64
Tabela 7 Comparação da DMO (média do valor absoluto) do fêmur entre as
profissões .........................................................................................
65
Tabela 8 Comparação da DMO (média do valor absoluto) da tíbia entre as
profissões ........................................................................................
66
Tabela 9 Comparação da ocorrência de osteopenia por regiões entre as
profissões .......................................................................................
67
Tabela 10 Comparação da atividade física habitual (AFH) ao longo da vida
entre as profissões ...........................................................................
69
Tabela 11 Coeficiente Linear de Pearson para as médias dos escores da
atividade física ocupacional (AFO) ao longo da vida e
DMO...................................................................................................
73
Tabela 12 Correlação entre a prática de exercícios físicos e atividades físicas
de lazer (EFL) e das atividades de locomoção (AFLOC) ao longo
da vida com DMO .............................................................................
74
Tabela 13 Regressão linear múltipla da DMO de L1-L4.................................... 75
Tabela 14 Regressão linear múltipla da DMO do fêmur total........................... 75
Tabela 15 Regressão linear múltipla da DMO da tíbia total.............................. 75
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ....................................................................................... 16
2
REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................... 20
2.1 A MASSA ÓSSEA DURANTE A VIDA .................................................. 20
2.2 OSTEOPOROSE ................................................................................... 22
2.2.1
Conceito ................................................................................................ 22
2.2.2
Classificações ...................................................................................... 22
2.2.3
Fatores de risco ................................................................................... 24
2.2.4
Diagnóstico .......................................................................................... 26
2.2.4.1 História clinica e exame físico ................................................................ 26
2.2.4.2 Laboratorial ............................................................................................ 27
2.2.4.3 Histológico ............................................................................................. 28
2.2.4.4 Por imagem – Métodos de medição quantitativa e qualitativa do osso.. 28
2.2.5
Tratamento ........................................................................................... 29
2.3 ATIVIDADE FÍSICA, EXERCÍCIO FÍSICO E OSTEOPOROSE ............ 30
2.4 ESTUDOS RELACIONADOS À ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL (AFH)
E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA (DMO) ............................................
35
3
JUSTIFICATIVA E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA .......................... 47
4
OBJETIVOS .......................................................................................... 49
4.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................ 49
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................. 49
5
MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................... 51
5.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO ............................................................ 51
5.2 SUJEITOS DO ESTUDO ....................................................................... 51
5.3 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS .................................... 53
5.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................. 56
5.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................ 56
5.6 PROGRAMAS DE COMPUTADOR (SOFTWARES) UTILIZADOS ...... 57
5.7 QUESTÕES ÉTICAS ............................................................................. 57
6
RESULTADOS ...................................................................................... 59
7
DISCUSSÕES ....................................................................................... 77
8
CONCLUSÕES ...................................................................................... 87
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 90
APÊNDICE A – DOCUMENTOS DE APROVAÇÃO DO ESTUDO ...... 102
APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO ................................. 106
APÊNDICE C – CARTAS DE APRESENTAÇÃO E
ENCAMINHAMENTO DA PESQUISA ..................................................
107
APÊNDICE D – RETORNO DAS AUTORIZAÇÕES DOS
SINDICATOS DOS TAXISTAS E DA EMPRESA BRASILEIRA DE
CORREIOS E TELÉGRAFOS E DA ASSOCIAÇÃO DOS MÉDICOS
DO HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS ............................................
112
ANEXO A - PROTOCOLO DE OSTEOPOROSE ................................. 119
ANEXO B – QUESTIONÁRIO DE ATIVIDADE FÍSICA ........................ 124
ANEXO C – QUESTIONÁRIO DE ATIVIDADE FÍSICA ........................ 128
ANEXO D- MODALIDADE DE EXERCÍCIOS FÍSICOS E SUAS
RESPECTIVAS CLASSIFICAÇÕES EM NÍVEIS DE DENSIDADE .....
132
ANEXO E - ATIVIDADES FÍSICAS PROFISSIONAIS
(OCUPACIONAIS) E SUAS RESPECTIVAS CLASSIFICAÇÕES EM
NÍVEIS DE INTENSIDADE ....................................................................
134
ANEXO F – BAECKE – ESCORES PARA ANÁLISE .......................... 137
INTRODUÇÃO
16
1 INTRODUÇÃO
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que se repete
também aqui no Brasil. A revisão 2004 da Projeção da População, realizada pelo
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revela que a pirâmide
populacional brasileira se modificou ao mesmo tempo em que aponta tendências
futuras. De acordo com o levantamento, as quedas nas taxas de fecundidade, os
avanços da medicina e a melhoria nas condições de vida provocaram o aumento da
expectativa de vida brasileira.
1
Em 34 anos, a população brasileira praticamente dobrou em relação aos 90
milhões de habitantes da década de 1970 e, somente entre 2000 e 2004, aumentou
em 10 milhões de pessoas. Em 2050, a estimativa é de 259,8 milhões de brasileiros
com expectativa de vida de 81,3 anos após o nascimento; praticamente a mesma
dos japoneses hoje. O levantamento do IBGE também revela que, se em 2000, o
Brasil tinha 1,8 milhão de pessoas com 80 anos ou mais, em 2050, serão 13,7
milhões.
1
Inserida no contexto acima descrito, a presente pesquisa situa-se no campo
das doenças crônico-denegerativas que muitas vezes acompanham o processo de
envelhecimento de uma população, levando a prejuízos na área física, social e
intelectual.
2
Deste modo, este estudo discorrerá, especificamente, sobre a
diminuição progressiva da densidade mineral óssea, fator desencadeante da
osteoporose. Esta, por sua vez, é considerada a epidemia do século e tem, no
sedentarismo, um dos seus principais fatores de risco.
3
Ao conceituar brevemente a osteoporose, pode-se afirmar que esta é um
distúrbio osteometabólico caracterizado pela diminuição da densidade mineral óssea
(DMO), com deterioração da micro-arquitetura óssea, levando a um aumento da
fragilidade esquelética e do risco de fraturas.
4
Estudos epidemiológicos de vários países têm procurado estabelecer a
extensão da osteoporose e de suas conseqüências sócio-econômicas. A morbidade
e mortalidade associadas às fraturas
5
indica que, em 1990, ocorreram cerca de 1,26
milhões de fraturas de quadril em todo o mundo, sendo 917.000 em mulheres e
338.000 em homens. Pesquisadores da área estimam que o número aproximado de
17
fraturas de quadril para o ano de 2025 será de 2,6 milhões e para 2050 de 4,5
milhões, com acréscimo de 310% para homens e 240% para mulheres.
No Brasil, calcula-se que cerca de 20% dos 17,9 milhões de idosos
desenvolverão osteoporose em 2020.
6
Vale, ainda, ressaltar que, dentre as doenças ligadas ao processo de
envelhecimento, a osteoporose leva a um dramático aumento dos custos
assistenciais de saúde, além de importante repercussão social, com grande impacto
na economia dos países. A maioria das evidências mostra que o melhor modo de
otimizar e promover a saúde do idoso é prevenir seus problemas médicos mais
freqüentes.
7
Atualmente, observa-se que o ímpeto natural de movimentação das crianças
realizada nas brincadeiras diárias, como saltar, escalar, puxar, empurrar, pendurar e
pegar está sendo trocado por atividades de lazer no computador, vídeo-games e
televisão. Entre os adultos, como exemplo, pode-se citar aquelas pessoas que ficam
sentadas durante um tempo prolongado no trabalho e que, no tempo livre, se
comportam também de forma passiva. Estudos demonstram que uma profissão, ao
exigir que a pessoa fique sentada por muito tempo, é capaz de aumentar de 3 a 6
vezes o risco de ter fratura de quadril mais tarde.
3
Nesse sentido, parece lógico inferir que pessoas sedentárias tendem a ter
osteoporose. Neste cenário, a prática de atividade física, quando realizada desde a
infância e adolescência e perdurando como estilo de vida na cultura das pessoas,
poderá ser o grande aliado à prevenção e tratamento da osteoporose.
Comprovando a assertiva acima, na literatura mundial, existe um claro
consenso indicando que as atividades físicas e exercícios físicos podem contribuir
para o aumento e preservação da densidade mineral óssea e prevenção de fraturas
provocadas pela osteoporose, quando esta prática for exercida dentro das condições
regulares.
Por outro lado, estes estudos dizem respeito às populações norte-
americanas ou européias, inexistindo praticamente estudos no Brasil, principalmente
com homens adultos e idosos que possam disponibilizar dados para serem
posteriormente utilizados de modo a promover políticas públicas preventivas que
alcancem largas parcelas da população, resultando também em longevidade com
melhor qualidade de vida.
18
Deste modo, o presente estudo objetivou comparar a DMO entre homens de
meia idade que exercem diferentes tipos de atividades profissionais.
REFERENCIAL TEÓRICO
20
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A MASSA ÓSSEA DURANTE A VIDA
Após o nascimento, apresentamos um nível de massa óssea estabelecido
durante o desenvolvimento intra-uterino, determinado pela conjunto genético dos
pais e pelas condições metabólicas de desenvolvimento da gestação.
8
Na puberdade, período crucial para a aquisição do pico de massa óssea, as
diferenças na massa óssea com relação ao gênero do indivíduo tornam-se
completamente expressas. Muitos estudos têm demonstrado que, durante a
maturação do esqueleto, meninos e meninas mantêm a mesma densidade óssea
volumétrica (grama de hidroxiapatita/cm
3
), enquanto a densidade óssea da
superfície (g/cm
2
) e a espessura cortical tendem a ser maior em meninos.
9,10
Essa maior densidade óssea da superfície dos meninos parece estar
relacionada à maturação mais prolongada nesse gênero.
11
O pico de massa óssea é definido como a quantidade máxima óssea que o
indivíduo atinge até a idade adulta. Este máximo parece ser alcançado no final da
adolescência ou no início da vida adulta
12
, embora existam controvérsias sobre a
faixa etária onde ocorre este pico. Alguns estudiosos
13
argumentam que este ocorre
entre 20 e 40 anos. Depois dos 40 anos, a massa óssea declina de 0,5 a 1% ao ano,
com aceleração desta perda 5 a 10 anos após a menopausa nas mulheres. O pico
de massa óssea e a subseqüente perda são importantes determinantes da
osteoporose na vida adulta. Portanto, é necessário conhecer os fatores que
influenciam a densidade mineral óssea na infância com o objetivo de atingir um
maior pico de massa óssea.
14
O principal fator determinante do pico de massa óssea é sabidamente o fator
genético/hereditário. Estudos indicam que até 80% da massa óssea são
determinados por fatores genéticos e 20% são determinados por fatores
ambientais.
15,16
Os fatores ambientais, principalmente os relacionados ao estilo de vida,
fatores nutricionais, endócrinos (esteróides sexuais, calcitriol, IGF-1, etc.),
mecânicos (atividade física, peso corpóreo) e outros determinantes externos atuam
21
de forma independente sobre a aquisição do pico de massa óssea.
17
Fica evidenciado que a densidade mineral óssea nas últimas décadas de vida
é dependente do pico de massa óssea obtido nas fases de adolescência e adulto
jovem.
19,20,21
Por volta dos 70 anos, pode haver uma aceleração na perda de massa
óssea, por fatores fisiológicos normais do idoso, situação cada vez mais comum com
o aumento da expectativa de vida.
11
Os cuidados com a alimentação, atividade física e com a função endócrina
são fatores que interagem para a aquisição do pico de massa óssea, sendo estes
também os possíveis meios de prevenção à osteoporose.
22
2.2 OSTEOPOROSE
2.2.1 Conceito
A osteoporose é uma doença caracterizada por diminuição da massa óssea e
deterioração na microarquitetura de tecido ósseo, levando à fragilidade mecânica e
conseqüente aumento do risco de fraturas.
22
A Organização Mundial de Saúde
desenvolveu parâmetros para a definição de osteoporose e osteopenia,
principalmente para possibilitar uniformidade na documentação de sua freqüência ao
redor do mundo, e assim orientar melhor os órgãos administradores de saúde.
Baseado nestes parâmetros, osteoporose é definida como uma massa óssea situada
2,5 ou mais desvios-padrão abaixo da média para adulto jovem (pico de massa
óssea). Para melhor entendimento as Figuras 1 e 2 mostram o osso íntegro e o osso
osteoporótico.
Figura 1 - Osso íntegro e osteoporótico
Fonte: WEINECK, 2003, p. 207.
2
2.2.2 Classificações
A osteoporose primária ocorre quando há uma redução da massa óssea e
presença de fraturas por baixo trauma, encontrada nas mulheres pós-menopáusicas
(osteoporose pós-menopausica) ou em homens e mulheres idosos (osteoporose
senil). Já a osteoporose secundária refere-se à perda de massa óssea resultante de
23
desordens clínicas específicas (hiperparatireoidismo, hipertireiodismo, uso de
glicocorticóides, imobilização e outras condições associadas).
23
Combinando algumas classificações de autores
24,25,11
os mesmos dividem a
osteoporose primária em senil e pós-menopáusica (que pode ocorrer de forma
natural, cirúrgica, pós-radioterapia e pós- quimioterapia). A osteoporose secundária
poderá ocorrer por conseqüência dos seguintes fatores:
a) nutricional: deficiência de cálcio, deficiência de fosfato, excesso de fosfato,
deficiência de vitamina D, deficiência de vitamina C, deficiência protéica, má
absorção intestinal, dieta rica em proteínas e dieta pobre em proteínas;
b) digestivo: gastrectomizados, hepatopatias, ressecados intestinais,
síndrome de má absorção, elevação do ph gástrico e deficiência de sais biliares;
c) endócrinas: deficiência de estradiol, deficiência de testosterona (homens),
hipogonadismo, excesso de hormônio adrenocortical, hipopituitarismo,
hipertireiodismo, hiperparatireoidismo, diabetes mellitus, deficiência de hormônio do
crescimento;
d) induzidas por drogas: vitamina “A“, lítio, fumo (inibe o estradiol), heparina
anticonvulsivantes, tiroxina, glicocorticóide, anti-ácidos, imunossupressores
(metrotrexate);
e) genéticas: osteogênese imperfeita, homocistinúria, síndrome de Ehler-
Damos, síndrome de Marfan, síndrome de Turner, síndrome de Klinefelter;
f) neoplasias: mieloma múltiplo, leucemia, linfomas, carcinomas metastáticos;
g) outras causas sistêmicas: insuficiência renal, doenças reumáticas,
alcoolismo, anorexia nervosa, gestação e hemofilia;
h) inatividade: imobilização, desuso e sedentarismo.
24
OSTEOPOROSE GENERALIZADA
Osteoporose Primária
Osteoporose juvenil idiopática
Osteoporose idiopática em adulto jovem
Osteoporose involucional
Tipo I ou pós-menopausa
Tipo II ou senil
Osteoporose Secundária
Doenças endocrinológicas
Síndrome de Cushing
Hiperparatireoidismo
Hipertireoidismo
Hipogonadismo
Síndrome de má absorção
Doença pulmonar obstrutiva crônica
Doença neurológica crônica
Artrite reumatóide
Neoplasias
Doenças hereditárias do tecido conectivo
Síndrome Ehlers-Danlos
Homocistinúria
Síndrome de Marfan
Osteogênese imperfecta
OSTEOPOROSE REGIONAL
Osteoporose por desuso
Imobilização prolongada
Quadro 1 - Classificação da Osteoporose
Fonte: PEREIRA, 2000, p. 90.
26
2.2.3 Fatores de risco
O decréscimo de massa óssea acentua-se a partir dos 40 anos de idade,
podendo resultar na perda de 35% de osso cortical e 50% da massa trabecular em
mulheres nos dez primeiros anos após a menopausa. Essa diminuição é
intensificada com a redução do hormônio estrogênio após a menopausa.
27
A perda óssea ocorre quando os osteoclastos criam cavidades em excesso,
os osteoblastos falham no preenchimento das cavidades ou quando ambos eventos
ocorrem. Os dois processos não se equilibram havendo, portanto, balanço negativo
no processo de remodelação óssea.
28
25
Embora exista uma carência de estudos específicos para determinar os
principais fatores para a osteoporose em nosso meio, a literatura disponível,
particularmente em nível internacional, já permitem algum grau de consenso quanto
aos vários fatores que influenciam sua gênese. Para efeito didático-pedagógico
buscou-se citações de diversos autores a respeito dos diferentes fatores de risco
para o surgimento da osteoporose e que são apresentados no Quadro 2.
Disposição genética, fraturas freqüentes ou cifose acentuada
com o aumento da idade;
Falta de estrogênio por meio da fase curta de fertilização,
menstruação tardia, menopausa precoce, amenorréia secundária,
retirada dos ovários;
A
carga genética também pode ser outro fator extremamente
significativo, pois estudos demonstram que crianças cujos pais
apresentam baixa DMO têm maior risco de apresentar baixa
massa óssea;
Magreza, pele clara, louras, estrutura óssea delicada;
A
limento pobre em cálcio, rico em fosfato e fibras, intolerância à
lactose;
Consumo exagerado de álcool, cafeína e cigarro;
Medicamentos que favorecem a osteoporose;
Sedentarismo
Quadro 2 - Fatores de Risco
Fonte: Elaborado pelo autor com base em diversos autores.
2, 26, 29 - 35
A prevalência de osteoporose e a incidência de fraturas variam de acordo
com o sexo e raça. As mulheres brancas pós-menopausas apresentam maior
incidência de fraturas. A partir dos 50 anos, 30% das mulheres e 13% dos homens
poderão sofrer algum tipo de fratura por osteoporose ao longo da vida.
36,37
Estudos
realizados no Brasil evidenciam incidência similar
38
, especialmente na população
branca; porém, deve-se considerar a grande miscigenação da população brasileira
tendo em vista a menor incidência de fratura nos indivíduos de raça negra.
Diferentes populações e grupos étnicos têm comportamentos distintos para a
osteoporose. Os negros raramente sofrem de osteoporose, por apresentarem maior
massa óssea e maiores níveis de calcitonina circulante, comparados com os
brancos. A maior quantidade de hormônio do crescimento (GH) pode ser também
responsável por esta característica.
39
Os asiáticos, normalmente tem menor massa
óssea que os brancos e parecem ter maior incidência de osteoporose.
24
26
Nos homens, a presença de uma causa secundária de osteoporose é mais
freqüente (30% a 60%), sendo o uso de glicocorticóide, hipogonadismo e o
alcoolismo, as mais prevalente.
40
Nas mulheres na pós-menopausa a presença de
causas secundárias é menos freqüente, embora deva ser sempre considerada.
2.2.4 Diagnóstico
2.2.4.1 História clinica e exame físico
A osteoporose é uma doença silenciosa e por isso necessita uma
investigação minuciosa dos fatores de risco para a osteoporose e fraturas. Deve-se
considerar a avaliação de mulheres na pós-menopausa que apresentem um ou mais
fatores de risco já citados anteriormente, após 65 anos de idade independentemente
da presença de fatores de risco, e em homens com fatores de risco por fraturas. Os
fatores de risco para baixa massa óssea não são sensíveis o suficiente para
diagnosticar ou excluir a osteoporose. Apenas as medidas de densidade mineral
óssea podem identificar os pacientes com massa óssea reduzida.
3
A avaliação de fatores de risco clínicos pode ser útil para as seguintes
situações: identificar mulheres de elevado risco para fraturas; aumentar a
conscientização sobre osteoporose e desenvolver estratégias sociais para a
prevenção de fraturas e tratamento da osteoporose.
3
Para a realização do exame físico os seguintes itens são fundamentais:
estatura; peso corporal; hipercifose dorsal; abdômen protuso; outras deformidades
esqueléticas e sinais físicos de doenças associadas à osteoporose. A Figura 2
mostra um indivíduo com osteoporose acentuada com alterações na coluna cervical,
dorsal e lombar.
27
Figura 2 - Paciente com osteoporose acentuada, com acentuação da
cifose dorsal, retificação da lordose lombar e hiperlordose da
coluna cervical
Fonte: PEREIRA, 2000, p. 92.
26
2.2.4.2 Laboratorial
Deve ser dirigida primariamente à exclusão das doenças que causam perda
óssea, mas também para avaliar os distúrbios do metabolismo mineral que
contribuem para a perda da massa óssea.
3
Na investigação laboratorial da
osteoporose primária, exames de sangue (hemograma) e urina (EQU) não mostram
alterações. As dosagens sanguíneas de cálcio e fósforo, assim como a fosfotase
alcalina e a calciúria de 24 horas, também podem ser inalteradas. Atualmente, se
explora novos marcadores bioquímicos de metabolismo ósseo. Para verificar a
formação óssea, existe a fosfatase alcalina especifica do osso, a osteocalcina sérica
e os peptídeos I do protocolágeno sérico. Para verificar a reabsorção óssea, estão a
disposição a hidroxiprolina, deoxipidinolina, piridinolina urinárias. Outros marcadores
estão sendo desenvolvidos e futuramente estarão à disposição para auxiliar no
diagnóstico e terapia.
41
28
2.2.4.3 Histológico
A biópsia óssea de crista ilíaca, trata-se de um método seguro e efetivo para
a avaliação da histologia óssea e do padrão de remodelação. Por ser um método
bastante trabalhoso e de elevado custo, além de tratar-se de um método invasivo, o
seu uso deve ser restrito aos casos graves, com fraturas presentes, em que o
diagnóstico não foi definido pelos métodos acima citados anteriormente.
42
2.3.4.4 Por imagem – Métodos de medição quantitativa e qualitativa do osso
Existem muitos métodos de medição óssea, embora nem todos são capazes
efetivamente de apresentarem precisão no resultado, incluindo todas variáveis
importantes da análise. De qualquer forma cabe citá-los: radiografia simples (RX),
Absorciometria de fóton único (SPA ou AFU), Absorciometria de fóton duplo (DPA ou
AFD), Tomografia computadorizada quantitativa (QCT ou TCQ), Tomografia
computadorizada quantitativa periférica (pQCT ou TCQp), Ecografia e
Ultrassonografia de calcâneo.
A densitometria óssea é hoje o exame de referência para o diagnóstico de
osteoporose. É realizada por técnica de DXA – absormetria por Rx com dupla
energia.
3,43
A DXA pode ser utilizada para medir a coluna lombar e o quadril (localizações
centrais) bem como o ante-braço distal, o calcanhar e as falanges (localizações
periféricas).
43
O maior avanço do DXA é a marcada melhora da precisão e a excelente
correlação com o risco de fraturas.
44
O coeficiente de precisão (capacidade do
método de exibir sempre o mesmo resultado) do DXA tem sido relatado ser 1,0-
1,5% na coluna ântero-superior e de 1,5-3,0% no fêmur proximal.
45
29
Figura 3 - Aparelho densitômetro de dupla emissão de raios x, tipo DXA (QDR 4500 A Hologic Inc.
Boston USA).
Fonte: Fotos tiradas pelo autor (Serviço de Densitometria Óssea do Hospital São Lucas da PUCRS).
2.2.5 Tratamento
Existem 2 tipos de tratamento, o farmacológico e o não farmacológico,
também chamado de preventivo.
3
Com relação o tratamento farmacológico a literatura cita os estrogênios, os
bisfosfanatos, o hormônio da paratireóide (PTH), a calcitonina, o fluoreto de sódio e
associações medicamentosas.
3,46,47
Não resta dúvida de que, na osteoporose, o melhor tratamento é o preventivo.
Os fatores a serem atendidos são basicamente os pertencentes a dois grupos:
47
a) manutenção da massa óssea
b) correção das causas de queda ou de outros elementos predisponentes
a fraturas
Para se manter a massa óssea adequada é necessário:
47
Alcançar a densidade óssea máxima geneticamente possível antes da
maturidade. É feito com suprimento de cálcio e atividade física adequada e redução
dos fatores de risco tal como o fumo e álcool. Deve-se ainda prosseguir durante a
idade adulta com tais hábitos benéficos para manter a massa óssea e ainda
aumentar a ingesta de cálcio com o passar dos anos. Deve-se considerar
30
seriamente a suplementação com estrógenos ou calcitonina na menopausa para
pacientes de alto risco.
No idoso, o maior objetivo da prevenção é minimizar as perdas de massa
óssea e evitar as quedas. Os exercícios, nesta idade, têm como objetivo também a
melhora do equilíbrio, do padrão da marcha, das reações de defesa e da
propriocepção de uma maneira geral. Isto melhora a independência e contribui para
melhor qualidade de vida.
3
2.3 ATIVIDADE FÍSICA, EXERCÍCIO FÍSICO E OSTEOPOROSE
A atividade física é conceituada como todo movimento corporal produzido por
músculo que resulta em gasto de energia, enquanto que o exercício físico é
conceituado como toda atividade planejada, estruturada e repetida que tem como
objetivo melhorar a aptidão física relacionada à saúde. A aptidão física relacionada à
saúde é conceituada como um conjunto de variáveis do condicionamento físico
(força, flexibilidade, aptidão aeróbia e composição corporal) que contribuem para a
execução das tarefas do cotidiano.
48
A atividade física é definida pela totalidade das ações diárias, envolvendo as
rotinas de trabalho, as atividades da vida cotidiana, o lazer, os exercícios físicos e as
práticas esportivas.
49
Associação entre a prática de atividade física (AF) e melhor padrão de saúde
tem sido relatada na literatura há muito tempo e tem aumentado na década atual.
50
Esses estudos evidenciaram uma relação inversa entre o nível de atividade
física e a diminuição da mortalidade.
51
O reconhecimento da importância da AF para a saúde da nação também
influenciou toda pesquisa em saúde pública; a maior parte dos estudos populacionais
que examinam doenças crônicas incorporou a avaliação da AF em seus estudos.
A atividade física constitui-se num recurso importante para minimizar as
alterações provocadas pelo envelhecimento, sendo um fator importante na
prevenção e tratamento de doenças crônico-degenerativas, sendo essenciais por
permitir e preservar a independência e autonomia do idoso, possibilitando com isso a
manutenção de uma vida ativa.
7
31
Atualmente temos mais de 2 milhões de mortes atribuídas a inatividade física a
cada ano no mundo inteiro.
52
De acordo com o “Guia Regional para a Promoção da Atividade Física”,
53
da
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde
(OMS), existem inúmeras barreiras que dificultam o acesso das pessoas adultas e
idosas à atividade física, as quais são descritas a seguir.
a) Impedimentos estruturais: falta de política e programas nacionais ou locais que
promovam a atividade física para estas faixas etárias; inexistência de um órgão de
coordenação nacional ou regional que maximize os recursos financeiros e humanos;
não existe pressão social ou comunitária para estimular a atividade física na vida diária.
b) Pesquisa e informação: faltam investigações sobre a atividade física nos idosos em
países em desenvolvimento; não traduz os resultados da pesquisa internacional para a
prática local; não se utiliza suficientemente os meios de comunicação para a divulgação
dos resultados de pesquisa sobre atividade física e envelhecimento.
c) Assistência primária de saúde e serviços médicos: raramente, os médicos
prescrevem atividade física para idosos; a educação médica não inclui a atividade física
para as pessoas idosas; falta de programas para capacitar os médicos de atenção
primária para os temas de atividade física, funcionamento e saúde de pessoas idosas;
falta de tempo para abordagem da atividade física nas consultas médicas; falta de
protocolos fáceis de usar para a orientação da atividade física em idosos.
d) Comunidade: falta de ambientes seguros, como áreas verdes, parques, calçamento
adequado para implementar a atividade física, falta de locais acessíveis com transporte
público adequado; poluição ambiental dificulta atividade física ao ar livre; falta de
pessoas capacitadas para orientar a atividade física nos idosos.
e) Individual: medo de lesões ou agravamento de enfermidades crônicas; falta de apoio
familiar ou social para a motivação pessoal e aderência à atividade física regular;
carência energética devido à nutrição deficiente e falta de orientações e intervenções
nutricionais.
Quadro 3 - Barreiras ao acesso das pessoas adultas e idosas à atividade física
Fonte: Elaborado pelo autor com base em: ORGANIZATION PANAMERICANA DE LA SALUD, 2002.
53
A falta de atividade física é, em qualquer momento da vida, um fator decisivo
para o desenvolvimento da osteoporose. Todos os outros fatores de risco que
favorecem a osteoporose são apenas componentes adicionais que aceleram a
degradação óssea na existência da inatividade física, representando, uma realidade,
um papel secundário.
2
32
Figura 4 - Ciclo Vicioso Associado ao Envelhecimento e Inatividade Física
Fonte: NÓBREGA et al., 1999, p. 208.
7
Com relação precisamente sobre a influencia da atividade física sobre a
massa óssea, o primeiro cientista a reconhecer que as mudanças na massa óssea
acompanham mudanças na carga mecânica através de processos de remodelação
foi um anatomista alemão chamado Julius Wolff. Em 1892 ele notou que esse
processo é dirigido por forças mecânicas e que o tecido ósseo se reorganiza
quando as forças mecânicas mudam. A lei de Wolff, como ficou conhecida,
descreve que a forma geral de um osso é originada de alterações na sua arquitetura
interna e a sua forma externa é conseqüência de mudanças primárias nos agentes
estressores mecânicos, segundo regras matemáticas.
54
Durante a atividade física, com a contração da musculatura, ocorre
deformação e o osso interpreta esta deformação como um estimulo à formação.
Estas cargas impostas sobre o tecido ósseo podem apresentar-se de
diferentes formas. A força muscular, a ação da gravidade e forças externas possuem
características diferentes quanto à direção da carga aplicada, produzindo forças de
cinco tipos.
55,56
Ansiedade e
depressão
Fragilidade
muscular
ENVELHECIMENTO
Inatividade
física
Inatividade
física
Desmotivação
auto estima
Descondi-
cionamento
Perda de
Autonomia
33
Forças compressivas: pressionam as extremidades dos ossos, umas contra as
outras, e são exercidas pela contração muscular, apoio do peso corporal, ação da
gravidade ou alguma carga externa que desce sobre a extensão do osso. Este e
outros tipos de força estimulam a formação óssea. Quando as forças compressivas
excedem os limites que a estrutura suporta, ocorre a fratura.
Forças tensivas: são aplicadas nas extremidades dos ossos causando estiramento
ou alongamento. A contração muscular é geradora deste tipo de força, puxando o
tendão no local onde há a inserção.
Forças deslizantes: atuam paralelamente à superfície óssea, ao contrário da
compressão e tensão, que ocorrem no sentido longitudinal do osso. Tendem a
causar o deslocamento de uma parte sobre a outra.
Forças de torção: são forças rotativas, gerando uma contorção do osso ao redor de
seu eixo, com uma das extremidades fixas. Neste tipo de força também ocorre o
deslizamento.
Forças de inclinação ou encurvamento: são aplicadas na extremidade do osso,
gerando forças compressivas de um lado e tensivas do outro. O osso tende a
curvar-se e pode fraturar se a inclinação for em demasia.
Quadro 4 - Forças externas sobre o osso
Fonte: Elaborado pelo autor com base em: HALL, 1993; HAMILL; KNUTZEN, 1999.
55,56
Na realidade, o conhecimento dos tipos de forças que atuam sobre os ossos é
importante para que se compreenda a necessidade da prática de atividade física
diversificadas.
Esta ação sobre o osso é definido como efeito piezoelétrico, onde no
momento da compressão os potenciais elétricos produzidos estimulam os
osteoblastos para a formação óssea.
Alguns estudos comprovam este efeito:
A natação, por exemplo, mesmo sendo uma atividade de grande demanda
muscular, gera poucas forças compressivas no tecido ósseo, não contribuindo
expressivamente no processo de remodelamento ósseo, quando comparada a
outras atividades com maiores cargas de compressão.
20
Estudo sobre a Imobilização prolongada, demonstra que a desmineralização
ocorre mesmo quando as condições (genéticas, hormonais e nutricionais) são
idênticas as do membro não imobilizado.
57
Pesquisa realizada com indivíduos com paraplegia adquirida demonstra uma
perda considerável na massa óssea.
58
34
Astronautas, após longos períodos no espaço, sem as forças que atuam
normalmente na superfície de nosso planeta, também manifestam diminuição da
massa óssea.
59
O interesse pelo estudo da relação entre a prática de exercícios e sua
interferência na dinâmica do esqueleto, vem crescendo nos últimos anos. A
possibilidade de prevenir a osteoporose justifica o esclarecimento a respeito da
quantidade, tempo, modalidade e tipo de exercício a ser praticado. O próprio termo
exercício engloba uma série de atividades e necessita de uma definição clara.
60
A atividade física pode aumentar a massa óssea máxima na infância e na
adolescência, manter a massa óssea em adultos jovens e reduzir a perda óssea em
indivíduos velhos. O exercício pode melhorar o equilíbrio, a força, a mobilidade e a
marcha e reduzir a probabilidade de quedas e fraturas. Mulheres pós-menopausa
mais velhas e mesmo idosas frágeis podem tolerar programas de exercícios de
fortalecimento e resistência adequadamente estruturados, melhorando
potencialmente a força muscular e a DMO.
61
Estudos transversais e longitudinais sobre as relações entre a atividade física
e DMO, já ocorrem há muito tempo. As pesquisas do final da década de 40 e década
de 50 começaram a analisar as relações entre mudanças na massa óssea através
de mudanças na carga mecânica.
62,63,64
Posteriormente, as pesquisas focaram
verificar a influência de vários tipos de modalidades físicas na DMO, correlacionar a
atividade física com risco a fraturas e a ingestão de cálcio, analisar o efeito da
atividade física em diferentes faixas etárias, verificar os resultados de diferentes
programas de treinamento e de exercícios e os resultados na DMO, verificar se há
relação entre a história atual e a história habitual pregressa com a DMO.
Apesar de grande parte da literatura existente restringir-se ao estudo dos
fatores determinantes da densidade mineral óssea e a conseqüente osteoporose e
fraturas no sexo feminino, pesquisas têm indicado que esta doença é também um
problema de saúde que atinge o sexo masculino. Estudos têm investigado a
densidade mineral óssea em homens relacionando a outras variáveis que poderão
ser determinantes para o aumento, manutenção e até mesmo diminuição, como
também os fatores de risco a fraturas.
65-81
35
2.4 ESTUDOS RELACIONADOS À ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL (AFH) E
DENSIDADE MINERAL ÓSSEA (DMO)
As principais considerações para utilizar uma metodologia ou outra na
mensuração da atividade física, estão relacionadas com número de indivíduos a
serem analisados, o custo e a inclusão de diferentes idades.
Desta forma, pode-se dividir os instrumentos em dois tipos principais:
a) os que utilizam informação fornecida por pessoas (questionários,
entrevistas, diários);
b) os que utilizam indicadores fisiológicos (consumo de oxigênio, freqüência
cardíaca) ou sensores de movimento, que registram objetivamente certas
características das atividades durante um período determinado.
82
Quando a preocupação é alcançar grandes grupos populacionais,
instrumentos de precisão, fácil aplicação e de baixo custo são fundamentais. Muitos
estudos têm sido desenvolvidos procurando validar estes tipos de instrumentos
conhecidos como questionários ou recordatórios, de modo a determinar o nível de
atividade física em diferentes populações.
83
O questionário de atividade física é tipicamente escolhido para estudos
populacionais por possuir as características de ñ-reatividade (isso altera o
comportamento do individuo pesquisado), praticabilidade, aplicabilidade (o
instrumento pode ser delineado para caber população em questão) e precisão (tanto
confiabilidade quanto validade).
Em contraste, medidas objetivas de gasto de energia, algumas das quais
têm a vantagem de fornecer estimativas mais precisas de gasto de energia, não são
praticas para a maior parte dos estudos epidemiológicos, mas elas têm sido usadas
para validar o questionário de atividade física. Contudo, as estimativas obtidas pelo
questionário de atividade são valiosas em termos relativos e podem ser usadas para
categorizar indivíduos ou grupos dentro de uma população do menos ao mais ativo.
A caracterização pode ser examinada com respeito a parâmetros fisiológicos e
resultados de doença.
A literatura sobre o tema mostra que existem mais de vinte instrumentos de
mensuração de atividade física, sendo alguns mais específicos para adolescentes,
mulheres, homens adultos e idosos.
84,85
36
Lissner e col.
86
observam que têm sido de interesse dos pesquisadores da
epidemiologia de doenças crônicas determinar o quanto o indivíduo de idade mais
avançada podem lembrar com detalhes de seus padrões de atividade física no passado
distante. Alertam que os questionários para retrospectiva de atividade física no passado
distante devem ser usados com cautela, particularmente em populações de idade mais
avançada. Em pesquisa realizada pelos pesquisadores como parte de um
acompanhamento de 32 anos do estudo da população prospectiva das mulheres de
göteborg, Suécia, 433 participantes com idade entre 70-92 anos foram requisitados a
relembrar sua atividade física de lazer no exame original em 1968, quando eles tinham
entre 38-60 anos de idade. Usando uma escala de 4 pontos, os indivíduos foram
originalmente solicitados a descrever a atividade de lazer durante os 12 meses
anteriores. Perguntas idênticas foram feitas em 2000 descrevendo níveis em 1968 e
níveis atuais. Os indivíduos apresentaram maior tendência para superestimar seu nível
anterior de atividade do que para subestimá-lo: 43.9% das mulheres se auto-
classificaram consistentemente em ambos os exames; 48.7% superestimaram e 7.4%
subestimaram seus níveis anteriores de atividade.
Tendo o presente estudo como foco a atividade física habitual, mais
precisamente a influência da atividade profissional na densidade mineral óssea de
homens de meia idade, a seguir, são apresentados os resultados de diversos
estudos publicados na literatura internacional sobre o tema.
O estudo de Chalmers e Ho
87
indica que trabalhos com maiores níveis de
atividades físicas ocupacionais proporcionavam efeitos protetores contra a
osteoporose. Através de estudo descritivo analisando a prevalência de fraturas do
quadril, as características demográficas de populações da Suécia, Inglaterra, China
(Hong-Kong e Cingapura) e África do Sul (Bantu) e os possíveis fatores
determinantes das fraturas, os autores indicaram que populações com trabalhos
laborais de maiores níveis de atividades físicas como os chineses e bantus foram
menos susceptíveis para desenvolver a doença em relação a populações com
atividades laborais mais sedentárias como os suecos e ingleses.
Fehily e col.
88
estudando os fatores determinantes da densidade mineral
óssea em 581 crianças inglesas com acompanhamento de 14 anos, indicaram
através de análise univariada que ocupações de trabalhos manuais que exigiam
maiores níveis de atividades físicas foram correlacionados significativamente com a
densidade mineral óssea das regiões do rádio, ulna e quadril.
37
Karam ao analisar 42 mulheres na fase de pós-menopausa, sendo 21 de um
grupo ativo que praticaram voleibol na segunda década e nos últimos 12 meses (com
média de 58 anos de idade) e outro composto de 21 mulheres sedentárias (controle
com média de 56 anos de idade), utilizando o DXA na coluna lombar (L1,L2, L3, L4, e
L2-4) , no fêmur proximal (colo, trocanter, intertrocantérica, total e Ward) ao analisar a
DMO média, concluiu que o grupo de atletas apresentou DMO significativamente
superior na coluna lombar e em todas as regiões do fêmur proximal. Estes resultados
indicam que a prática do voleibol contribui na manutenção da massa óssea de
mulheres pós-menopáusicas e conseqüente prevenção de osteoporose, incluindo as
regiões que são mais suscetíveis a fraturas.
8
Silman e col.
89
analisando a atividade física habitual durante a vida e o risco
de deformidade vertebral através de radiografia da região tóraco-lombar em 14261
homens e mulheres, com idade igual ou superior a 50 anos, de 30 países europeus,
através de análise de regressão logística ajustada por idade, país, fumo, índice de
massa corporal, indicaram que altos níveis de atividades físicas, principalmente as
atividades ocupacionais dos homens, como trabalhos de agricultura (lavoura) e
construção civil (pedreiros e serventes), estão correlacionados significativamente
com maior risco para deformidade vertebral e aumento no risco de fraturas.
Gregg e col.
90
analisaram as relações entre níveis de atividade física e risco
para fraturas em 9704 mulheres norte-americanas com idade igual ou superior a 65
anos. Através de estudo de coorte prospectiva os autores analisaram as atividades
referentes à prática de exercícios físicos, caminhadas diárias, subidas de degraus,
trabalhos em casa, além de atividades de descanso como tempo despendido
sentado. Através de análise de regressão logística, ajustando por idade, dieta,
quedas e nível de capacidade funcional, os resultados indicaram que altos níveis de
atividades físicas de lazer e exercícios físicos, atividades domésticas e poucas horas
sentadas no dia são associadas com redução no risco de fratura do quadril.
Brahm e col.
91
analisaram as atividades físicas ocupacionais e de lazer ao
longo da vida através de um questionário, visando avaliar a relação de medidas de
massa óssea com marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo. Participaram
desta pesquisa, 61 mulheres e 61 homens, selecionados de forma randomizada, a
partir de um registro da população sueca, tendo idades entre 22 e 85 anos. Foram
consideradas possíveis variáveis de confusão, hábitos tabagistas, consumo de leite,
terapia de reposição hormonal (TRH), e idade em que o individuo entrou na
38
menopausa. A atividade física ao longo da vida foi medida por um questionário. A
densidade mineral óssea (DMO) e o conteúdo mineral ósseo (CMO) de todo o corpo,
da coluna lombar e do fêmur proximal foram medidos através de absormetria
radiográfica de dupla energia (DXA), e a DMO do antebraço foi medida com
absormetria radiográfica de energia simples (SXA). Além disso, tanto o DXA como a
SXA forneceram informações sobre a área óssea. Medidas quantitativas de
ultrassom (QUS) do calcanhar foram realizadas a fim de avaliar a velocidade do som
(SOS) e a atenuação do ultra-som difundido (BUA). Amostras de sangue em jejum
foram analisadas para marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo bem como
para o hormônio paratiroideo (PTH) e cálcio sorológico total. Após o ajuste para
fatores de confusão, nem as medidas de DMO ou medidas de ultrassom estiveram
consistentemente relacionadas às atividades de lazer ou ocupacionais ao longo da
vida. Também não ocorreu qualquer padrão consistente relacionando a marcadores
bioquímicos do metabolismo ósseo para medidas de massa óssea. No entanto, a
atividade física pareceu influenciar a área e a amplitude de massa óssea mais do
que a densidade. Em homens, altos níveis de atividade de lazer foram associados
com valores aumentados para área (6.2%) e largura (3.3%) da coluna lombar bem
como para região femoral (5.5%) se comparados com baixos níveis de atividade.
Homens expostos a altos níveis de atividade ocupacional demonstraram mais baixas
DMO (10.9%) e área (5.3%) da coluna lombar que homens com baixos níveis de
atividade. A estimativa das atividades ocupacionais e esportivas ao longo da vida,
tomada a partir de um questionário, não demonstrou maiores efeitos sobre a
densidade óssea. No entanto, a associação entre altos níveis de atividade ao longo
da vida e valores aumentados de massa, área e amplitude ósseas indica que as
variações geométricas no osso podem proporcionar melhores estimativas de força
óssea mecanicamente induzida do que de densidade óssea, pelo menos em
homens.
Weiss e col.
92
visando avaliar a contribuição da atividade física habitual para
o remodelamento ósseo, foi avaliada a DMO da coluna lombar (L2-4) e do quadril
através de absormetria de dupla energia em 55 balconistas e 44 enfermeiras.
Os dados indicam DMO similar da L2-4 em ambos os grupos devido à igual
carga de peso da parte superior do corpo sobre a coluna vertebral nos dois grupos
estudados, contudo a DMO foi mais elevada no fêmur das enfermeiras (0.6-0.8 sd,
em várias medidas dos sítios do quadril) do que do grupo das balconistas.
39
A DMO de quadril ajustada à idade esteve correlacionada com os níveis
séricos de osteocálcio, e esteve relacionada com a duração da permanência no
trabalho, indicando uma relação de causa-efeito.
Concluiu-se que o trabalho prolongado em posição sentada pode induzir a
uma baixa DMO do quadril e, portanto ao aumento de risco de fraturas de quadril
osteoporóticas.
O propósito do estudo de Damilakis e col.
93
foi examinar o efeito da atividade
física de fazendeiros ao longo da vida sobre o estado esquelético. 71 mulheres pós-
menopausa saudáveis (idades médias entre 52.3 + 5.9 anos, variando de 42-61
anos de idade), as quais trabalhavam profissionalmente em fazendas, foram
comparadas com 78 participantes controle combinadas (idade média 51.8 + 5.5
anos, variando de 42-61 anos de idade). Foram medidas a atenuação do ultra-som
difundido (BUA) e a velocidade do som (SOS). O cálcio foi medido, usando um
sistema de transmissão de imagem por ultra-som. A densidade mineral óssea
(DMO) da coluna lombar e da região proximal do fêmur foi medida através de
absortiometria radiográfica de energia dupla (DXA). As diferenças de BUA, SOS, e
DMO entre as fazendeiras e as do grupo controle foram expressas de acordo com o
desvio padrão (DP) das fazendeiras. A diferença de DMO da coluna, DMO da região
proximal do fêmur, BUA, e SOS entre as fazendeiras e as do grupo controle, como
julgado por comparação das inclinações das linhas de regressão, estava inalterada
com a idade e anos desde a menopausa. Esses resultados sugerem que a atividade
física ao longo da vida tem um efeito positivo sobre o estado ósseo de fazendeiras
pós-menopausa.
Coupland e col.
94
estudaram as relações entre atividade física habitual e
densidade mineral óssea da coluna lombar (L2-L4), da região proximal do fêmur
(colo e trocanter), da região total do rádio (rádio e ulna) e de corpo total, em 580
mulheres inglesas na faixa etária de 45-61 anos. Através de levantamento
transversal os autores investigaram o total de horas por semana de atividades
físicas, o total de horas por semana de exercícios físicos, a freqüência de caminhada
(número de vezes em 4 semanas), total de horas por semana de caminhada e total
de degraus subidos por dia. Na análise de regressão linear múltipla, realizando um
modelo para cada região de densidade mineral óssea e para cada tipo de atividade
física investigada, e ajustando por idade, estatura, peso, anos após a menopausa,
duração da reposição hormonal, consumo de cigarros, utilização de corticosteróides,
40
índice de osteoartrite, história pessoal e familiar de fraturas, os resultados indicaram
que houve associação significativa entre caminhadas e atividades de subidas de
degraus com a densidade mineral óssea da região do trocanter e de corpo total. Os
autores concluíram que caminhadas rápidas e subidas de degraus são mudanças
práticas que podem facilmente ser incorporadas nas atividades diárias, sendo
grandes estratégias para promoção em saúde.
Outro estudo de Coupland e col.
95
analisou 80 mulheres pós-menopausa,
entre 45-61 anos, que completaram um questionário sobre fator de risco incluindo
um detalhado histórico ocupacional. Para cada tipo de trabalho ou ocupação, horas
gastas sentada, em pé, caminhando, levantando peso e carregando coisas foram
registradas; essas medidas, avaliadas nas idades de 20, 30 e 40 anos, no trabalho
atual e ao longo do trabalho de toda a vida, foram usadas na análise. A DMO foi
medida com absormetria radiográfica com energia dupla, e as medidas tomadas em
5 sítios foram usadas numa análise de regressão múltipla justada para potenciais
variáveis de confusão. Houve uma significativa associação negativa entre o sentar
aos 20 anos e a DMO no rádio (p=0.037), com relacionamentos negativos da
significância limite na coluna antero-posterior (p=0.091) e todo o corpo (p=0.078).
Houve significativas associações positivas entre o ficar de pé aos 30 anos e a DMO
em todos os sítios (p<0.05), mas não houve associações lineares significativas para
o ficar de pé aos 20 anos e aos 40 anos. Não foram encontradas associações
significativas para as medidas ocupacionais, atuais ou ao longo de toda a vida, que
impliquem em estar sentado, de pé, caminhando, levantando ou carregando coisas.
A falta de consistência desse achados significativos sugere que eles podem ter
ocorrido ao acaso, e que a atividade ocupacional tem pouco, se algum, efeito sobre
a DMO em mulheres pós-menopausa.
Delvaux e col.
96
, num estudo populacional, examinou o quanto à atividade
física pregressa e os parâmetros de estilo de vida contribuem para a massa óssea.
O projeto consistiu num estudo prospectivo de acompanhamento durante 27 anos,
onde os participantes foram 126 homens selecionados a partir do estudo longitudinal
sobre estilo de vida, aptidão física e saúde, com a idade de 13 anos no início do
estudo e 40 anos ao final do mesmo. Os parâmetros de atividade física e estilo de
vida são obtidos através de questionários e a massa óssea foi medida através de
absormetria radiográfica de dupla energia (DXA). O estudo concluiu que a atividade
física pregressa, aptidão física, e IMC contribuem para a massa óssea adulta. A
41
relevância clínica desses achados é enfatizada pelo fato dos padrões observados de
atividade física e aptidão motora pertencerem ao estilo de vida costumeiro e são,
portanto, metas viáveis.
Florindo e col.
97
objetivou verificar a correlação entre a atividade física
habitual (AFH) ao longo da vida e a densidade mineral óssea (DMO) em homens
adultos e idosos, analisou 326 homens com idade igual ou superior a 50 anos,
voluntários, residentes no município de São Paulo. Os dados de DMO foram
coletados através de densitometria óssea (densitômetro de dupla emissão de raios x
da marca Lunar Corp, Madison, WI
) das regiões de corpo total, do colo do fêmur, do
triângulo de ward, do trocanter e da coluna lombar (L2-L4) e expressos em gramas
por centímetro ao quadrado (g/cm
2
). Já os dados de AFH foram coletados através de
questionários (BAECKE e col.), com questões referentes à prática de exercícios
físicos juntamente com atividades físicas de lazer e atividades físicas ocupacionais
nos períodos de 10 a 20 anos de idade, de 21 a 30 anos de idade, de 31 a 50 anos de
idade e dos últimos 12 meses e atividades físicas de locomoção dos últimos 12
meses e expressos em escores de escala numeral contínua. A relação entre as
variáveis foi analisada através do coeficiente de correlação de Spearman e de
regressão linear múltipla ajustada por idade e índice de massa corporal (IMC). O
estudo evidenciou que a atividade física habitual, principalmente os exercícios
físicos/atividades físicas de lazer praticados na adolescência e as atividades físicas
de locomoção do cotidiano podem contribuir para aumento e preservação da
densidade mineral óssea e prevenção da osteoporose em homens adultos e idosos
brasileiros.
O objetivo do estudo de Neville e col.
98
foi determinar, a que extensão,
diferentes componentes da atividade física podem influenciar o estado mineral ósseo
dentro de uma amostra populacional representativa de homens e mulheres jovens. A
densidade mineral óssea (DMO) e o conteúdo mineral ósseo (CMO) foram
determinados na coluna lombar e região proximal do fêmur de 242 homens e 212
mulheres, entre 20-25 anos, através de absormetria radiográfica de energia dupla
(DXA). A atividade física foi avaliada através de um questionário auto-aplicável
formulado para medir freqüência e duração da atividade física e seus componentes
(trabalho, atividades de lazer não-esportivas, atividades relacionadas ao esporte, e
atividades esportivas de pico de esforço). Fatores de confusão potenciais como
altura, peso, dieta, e hábitos tabagistas também foram avaliados. Nos modelos de
42
regressão linear multivariada, as atividades esportivas e atividades esportivas de
pico realizadas pelos homens estiveram fortemente associadas com a DMO e CMO
da coluna lombar, bem como com a DMO e CMO da região femoral. Porém, não
houve qualquer associação para o trabalho e as atividades de lazer não esportivas.
Nas mulheres, não houve associações entre as medidas ósseas ou qualquer
componente da atividade física. Em modelos envolvendo todos os participantes, a
atividade de gênero/esportes, mas não gênero/pico de esforço, a interação foi
estatisticamente significativa. A atividade esportiva explicou 10.4% da variação da
DMO da coluna lombar observada nos homens, mas <1% em mulheres. Esses
resultados demonstram a importância das atividades esportivas, especialmente
aquelas envolvendo pico de esforço, na determinação do estado de pico ósseo em
homens jovens. O fracasso em observar essa associação em mulheres reflete sua
menor participação nessas atividades, mas elas provavelmente têm a mesma
capacidade que os homens de beneficiar-se das mesmas.
Micklesfield e col.
99
investigaram a relação entre atividade física pregressa e
densidade mineral óssea (DMO) em mulheres sul-africanas usando dados coletados
num estudo de caso-controle de câncer de mama em relação a DMO. As
participantes (n=144) eram africanas negras ou miscigenadas com ancestrais dessa
origem, e tinham <60 anos de idade (idade média 42.6 + 8.9 anos). Os casos
haviam sido recém diagnosticados com câncer de mama (n=62) e os controles não
haviam sido relacionados com qualquer condição ligada a DMO ou ao câncer de
mama (n=82). Os dados de atividade física consistindo em atividades domésticas,
ocupacionais e de lazer, e atividade física de locomoção e transporte, foram
coletados através de um questionário dividido em 4 estágios da vida (épocas), dos
14-21, 22-34, 35-50, e dos 50 anos de idade em diante. Os valores de energia total
(medido em mets horas) e de pico de esforço foram calculados. A DMO da coluna
lombar e a DMO total do fêmur proximal foram medidas usando DXA. As medidas de
DMO foram semelhantes entre os grupos, desta forma os dados foram combinados.
As medidas de DMO não foram relacionadas com a atividade pregressa total. No
entanto, os principais determinantes da DMO total do fêmur proximal incluíram
idade, atividade de locomoção e transporte, incluindo caminhada e ciclismo entre as
idades de 14-21 anos, e peso atual. Os principais determinantes da DMO da coluna
lombar incluíram idade, energia despendida em atividades domésticas entre as
idades de 14-21 anos, e peso atual. O valor total de tensão do pico ósseo para
43
atividades entre 14-21 anos de idade também foi significativamente correlacionado
com a DMO da coluna lombar. Os coeficientes de correlação intra-classe para
avaliar o trajetória de atividades ao longo das diferentes épocas da vida 1, 2, e 3,
foram altos para a energia total despendida, atividades domésticas e ocupacionais e
atividades de locomoção e transporte. Tais dados sugerem que a caminhada ou as
atividades que resultam em impacto de carga em tenra idade (14-21 anos) estão
associadas com DMO mais elevada nos anos posteriores da vida. Além disso, os
achados sugerem uma trajetória de atividade física ao longo da vida.
O objetivo do estudo de bases populacionais realizado por Korpelainen e
col.
100
foi avaliar a contribuição dos fatores de estilo de vida para a massa óssea do
calcâneo e região distal do antebraço em mulheres de idade avançada. Foram
estudadas 1222 das 1689 mulheres eleitas entre 70-73 anos de idade. A atividade
física ocupacional e de lazer ao longo da vida, consumo de cálcio, tabagismo,
consumo de álcool e história médica foram obtidos a partir de um questionário
preenchido pelos próprios participantes. As principais medidas foram realizadas
através de atenuação do ultra-som difundido (BUA) do calcâneo e densidade mineral
óssea (DMO) do rádio medida uma única vez em 1997-1998. Os fatores de estilo de
vida selecionados não foram associados com densidade óssea radial ou calcânea
reduzida nas categorias mais elevadas de IMC. O estudo concluiu que os fatores de
risco para densidade óssea calcânea e radial reduzida parecem ser diferentes entre
mulheres magras e normais/obesas. Atividade física recreacional pregressa, baixa
atividade física no trabalho, diabetes tipo 2 e hipertensão parecem estar associadas
com maior densidade óssea, enquanto o alto consumo de café pode aumentar o
risco de densidade óssea reduzida em mulheres magras de idade avançada. Tais
fatores são potencialmente modificáveis, e são necessários estudos interventivos
sobre essa categoria de mulheres de risco.
O estudo realizado por Bemben e col.
101
de corte transversal teve por objetivo
examinar os efeitos da atividade física ocupacional pregressa sobre a DMO de
homens aposentados entre 60 e 70 anos. Os sujeitos foram caracterizados em 3
grupos. Com base na carga mecânica associada a cada ocupação: baixa – n= 27
(ação de sentar), moderada – 25 (ação de caminhar) e alta –n= 8 (ação de carregar
e subir escadas). Responderam o questionário de atividade física de Baeck e de
consumo de cálcio. Foi utilizado o DXA para medir a DMO da coluna Lombar – L2-
L4; fêmur proximal (colo, triangulo de wards, trocanter, fêmur total) e o corpo total. A
44
DMO do calcâneo foi determinado pelo ultrasom quantitativo.Os níveis de
testosterona sérica total foram avaliados de um quite comercial. Os 3 grupos
ocupacionais diferiram significativamente (p<0,005), para o índice ocupacional de
Baecke, mas foram similares para o esporte, lazer e os índices atividade física total.
Os níveis de consumo de cálcio e os níveis de testosterona sérica não foram
significativamente diferentes. A osteopenia foi detectada em 35% dos homens para
o quadril total e 25 % para a coluna. O critério para a osteoporose foi encontrado em
2% para quadril e em 12 % coluna. Os níveis testosterona sérica não foram
relacionados significativamente relacionados com a DMO. A DMO da coluna, quadril
e sítios do corpo total, além dos índices do calcâneo foram similares para os 3
grupos ocupacionais. As análises de regressão linear determinaram que o índice de
atividade física de lazer foi um preditor significante para o quadril e sítios de DMO de
corpo total, mas não para a coluna. O estudo conclui que a atividade física
ocupacional pregressa anterior não influenciou o status mineral ósseo de homens
velhos aposentados.
Kolbe e col.
102
em seu estudo objetivaram identificar a associação entre a
atividade física ao longo da vida e atual com a DMO estimada numa população de
idosos sul-africanos, socioeconomicamente menos favorecidos, e de várias origens
raciais. A DMO estimada e os escores-T foram medidos utilizando ultrassom de
calcâneo (SAHARATM) em 47 homens e 105 mulheres, com idade média de 65
anos +/-7. A atividade física ao longo da vida foi avaliada usando um questionário
composto de atividades em três áreas (tarefas do lar, de lazer e ocupacionais)
durante cinco épocas da vida (14-21; 22-34; 35-49; 50-64; > 65 anos). A atividade
física atual foi avaliada através do Questionário de Física de Atividade de Yale.
Fatores de confusão como IMC, tabagismo e estado nutricional também foram
quantificados. Os resultados deste estudo foram os seguintes: os homens e
mulheres tiveram DMO média similar do calcâneo, 0.454+0.01 e 0.453+0.1g/m2,
respectivamente; a proporção de sujeitos apresentando aparente osteopenia e
osteoporose foi semelhante em homens e mulheres (52% vs. 53% e 7% vs. 6%,
respectivamente); a atividade física ocupacional entre 14 e 21 anos, para os homens
(r=0.35; p=0.034) e 22-34 anos para mulheres (r=0.24; p=0.033) estiveram
significativamente correlacionados com a DMO estimada; não houve outras
associações significativas entre nenhuma das áreas de atividade física com a DMO
estimada; a atividade física ao longo da vida só explicou 0,8% de gasto total de
45
energia tanto para os homens como para as mulheres; os indivíduos que estavam
ocupacionalmente ativo entre idades 14 e 34 anos, estiveram mais propensos a
permanecerem ativos por toda a vida; os fumantes tiveram a DMO estimada e os
escores-T mais baixos que os não-fumantes (p<0.01); indivíduos usuários de álcool
e de cálcio não estiveram correlacionados com qualquer um dos parâmetros de
ultrassom. Foi concluído que a DMO estimada esteve significativamente
correlacionada com a atividade física ocupacional durante os anos de acréscimo do
pico da massa óssea, o que pode prevenir a perda acelerada de osso em vida
avançada. De uma perspectiva pública de saúde, estes dados destacam a
importância de se quantificar a atividade física ao longo da vida em todas as áreas,
incluindo a ocupacional.
JUSTIFICATIVA E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
47
3 JUSTIFICATIVA E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Embora muitos estudos e evidencias cientificas corroborarem com a importância
de uma vida ativa como meio de prevenção à osteoporose, até o presente momento os
estudos em todo o mundo focam, na sua maioria, populações do sexo feminino. Neste
sentido, a presente pesquisa poderá contribuir para literatura especializada, uma vez
que, o estudo proposto foca, essencialmente, comparar a densidade mineral óssea
entre homens de meia idade que exercem diferentes tipos de atividades profissionais,
ao mesmo tempo que procura buscar correlações com atividade física habitual (AFH)
realizada ao longo da vida. Aliado a isto, até onde se pôde verificar, no Brasil, foi
realizado somente um estudo em homens que aborda a relação entre a atividade física
habitual e densidade mineral óssea.
Cabe salientar, ainda, que esta pesquisa se faz relevante, para a Saúde Pública,
visto que a atividade física, o exercício físico e uma vida ativa mostra-se, atualmente,
como uma das grandes estratégias de intervenção para a prevenção de doenças
crônico-degenerativas como a osteoporose, sendo uma importante variável que deve
estar presente em avaliações com idosos.
Para tanto, esta pesquisa procura responder a seguinte questão:
Existem diferenças na DMO entre homens de meia idade que exercem
diferentes tipos de atividade profissional?
A hipótese deste estudo é que quanto maior a intensidade física exercida pela
atividade profissional, maior será a densidade mineral óssea.
OBJETIVOS
49
4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL
Comparar a DMO entre homens de meia idade que exercem diferentes tipos
de atividade profissional.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Entre homens de meia idade que exercem diferentes tipos de atividade
profissional:
a) comparar a DMO de cada corpo vertebral da coluna lombar e da média do
segmento (L1 – L4);
b) comparar a DMO do colo, trocanter e fêmur total;
c) comparar a DMO de 1/3 da tíbia, tíbia medial, tíbia ultradistal e tíbia total;
d) comparar os escores da Atividade Física Habitual (AFH);
e) analisar a evolução dos escores da Atividade Física Habitual (AFH);
f) relacionar a DMO com Atividade Física Habitual (AFH).
MATERIAL E MÉTODOS
51
5 MATERIAL E MÉTODOS
5.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO
Este estudo é do tipo observacional, de corte transversal, que verifica a
relação de diferentes tipos de atividade física profissional sobre a DMO em homens
de meia idade.
A denominação estudo observacional está reservada à investigação de
situações que ocorrem naturalmente, não havendo a intervenção do investigador.
103
A observação deve ser considerada como ponto de partida para todo estudo
científico e meio para verificar e validar os conhecimentos adquiridos. No sentido
mais simples, observar é aplicar os sentidos a fim de obter uma determinada
informação sobre algum aspecto da realidade.
104
Um estudo de corte transversal é uma pesquisa em que a “exposição-doença”
é examinada em uma dada população, em um determinado momento, e é um bom
método para detectar freqüências de doenças e de fatores de risco, assim como
identificar os grupos, na população, que estão “mais ou menos afetados”.
103
5.2 SUJEITOS DO ESTUDO
A amostra foi definida por conveniência, sendo que para a seleção dos
carteiros optou-se pelos Centros de Distribuição Domiciliar de Porto Alegre que
tivessem um maior número de carteiros que se enquadrassem na pesquisa. De um
total de 49 carteiros, aptos inicialmente a participar da pesquisa, 15 foram excluídos,
15 não contatados e 19 carteiros selecionados.
Quanto aos 21 taxistas, os mesmos foram selecionados nos pontos de táxi
mais próximos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, de modo a
facilitar o deslocamento destes em horário de trabalho para a aplicação dos
questionários e do exame de densitometria. Cabe salientar, que muitos taxistas
foram excluídos na realização do primeiro contato em virtude de não desejarem
52
participar como voluntário ou devido aos fatores de exclusão que faziam parte
estudo que incluíam o tabagismo e doenças metabólicas.
A amostra dos médicos do estudo atingiu 19 sujeitos, advindos do Centro
Clinico do Hospital São Lucas, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul.
Deste modo, foram avaliados 59 indivíduos, voluntários, do sexo masculino,
com idade entre 50 anos e 65 anos. Divididos nos seguintes grupos:
a) Grupo C – 19 carteiros;
b) Grupo T – 21 taxistas;
c) Grupo M – 19 médicos.
Critérios de Inclusão
Homens que tenham exercido a profissão de carteiro, taxista e médico,
regularmente nos últimos 15 anos. Dentro do grupo com classificação de baixa
intensidade, optou-se pela inclusão de 2 profissões, uma vez que os taxistas estão
sujeitos à influência da vibração do automóvel e que sua ação profissional requer
uma maior movimentação corporal se comparada à profissão dos médicos.
Critérios de Exclusão
Tabagismo, Etilismo, Doenças metabólicas que possam alterar o metabolismo
ósseo e a massa óssea (diabete, hiperparatireoidismo primário).
Outras doenças que influenciem na densidade mineral óssea (Doença
cerebrovascular, Paget, história de imobilização prolongada) e doenças articulares
em membros inferiores.
Uso de medicamentos que pudessem influenciar na massa óssea.
Os participantes também não podiam estar realizando exercício físico regular.
Entende-se “Exercício Físico” como toda atividade física planejada,
estruturada e repetitiva que tem por objetivo a melhoria e a manutenção de um ou
mais componentes da aptidão física.
48
Os médicos cirurgiões foram excluídos do estudo pelo fato destes ficarem em
posição ortostática por muito tempo, o que poderia gerar um fator de confusão na
pesquisa.
Após a realização do exame de densitometria óssea, optou-se por excluir os
indivíduos que apresentassem osteoporose (critério da OMS – abaixo de -2,5 DP),
de modo a não gerar um fator de confusão para o estudo, uma vez que a
osteoporose poderia ser de causa secundaria e não pela influência da atividade
53
física profissional que era exercida pelos indivíduos. Para tanto, foram excluídos 3
carteiros, 2 taxistas e 4 médicos.
5.3 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS
Questionários
a) questionário de informações gerais e protocolo de osteoporose (ANEXO A).
Coletados dados gerais referentes a raça, estado civil, profissão,
escolaridade, antecedentes mórbidos, medicamentos, história familiar de
fraturas ósseas, hábito de fumar, ingestão de bebidas alcoólicas;
b) questionário de Baecke e col. (ANEXO B e C).
Para a avaliação da atividade física habitual ao longo da vida e dos últimos 12
meses, foi utilizado o questionário proposto por Baecke e col.
105
, o qual foi
autorizado a tradução para o português e posteriormente adaptado e
validado
106,107
e aplicado no estudo que foi realizado no Brasil em homens
acima de 50 anos.
97
A avaliação da atividade física por questionários é um método influenciado
principalmente pela capacidade de recordação das pessoas, especialmente o
recordatório dos períodos de adolescência quando aplicado a adultos e idosos.
97
Este é considerado como o melhor método para se avaliar atividade física
habitual em estudos epidemiológicos, pelo baixo custo financeiro, pela facilidade, por
poder atingir grandes populações
108-112
e por ser a única forma de se avaliar as
atividades físicas do passado. Com relação ao questionário utilizado no presente
estudo, sua validação foi realizada em população de país desenvolvido. O mesmo
mostrou-se também prático para avaliar a atividade física habitual aliando rapidez na
aplicabilidade e facilidade no entendimento para as respostas em homens adultos e
idosos brasileiros, sendo indicado para estudos epidemiológicos no Brasil.
107
O questionário idealizado por Baecke e col.
105
e aplicado no Brasil
97
abrange
três níveis de atividades físicas caracterizados por atividades físicas ocupacionais -
AFO (questões de 1 a 8), exercícios físicos e atividades físicas de lazer - EFL
54
(questões de 9 a 12) e atividades físicas de locomoção - AFLOC (questões de 13 a
16), as quais compõem a avaliação da atividade física habitual.
As atividades físicas ocupacionais (AFO) e a prática dos exercícios físicos e
atividades de lazer (EFL) foram avaliados nos períodos de 10 a 20 anos, de 21 a 30
anos, 31 a 50 anos e nos últimos 12 meses, e as atividades físicas de locomoção
(AFLOC), foram avaliadas somente nos últimos 12 meses, resultando
respectivamente em 9 escores finais.
Para a classificação dos níveis de gasto energético das atividades físicas
ocupacionais e das modalidades de exercícios físicos que não constam na
padronização de Baecke e col.
105
, foi utilizado como referência o estudo de Ainswoth
e col.
113
que versa sobre compêndio de classificação de gasto energético de
atividades físicas humanas e o estudo de McArdle
114
que propôs níveis de
classificações em gasto energético de atividades físicas humanas baseadas no
múltiplo da taxa metabólica em repouso (mets). As respectivas classificações das
modalidades de exercícios físicos e das atividades físicas ocupacionais estão
especificadas nos Anexos 4 e 5.
Medidas antropométricas
Para a coleta de dados da massa corporal foi utilizada uma balança de
consultório da marca Filizola e para a coleta de dados de estatura corporal foi
utilizado um estadiômetro. A massa corporal foi medida em quilos (Kg) com
aproximação de 100 gramas.
A estatura foi medida em centímetros (cm) com aproximação de 1 cm. O
índice de massa corporal foi calculado como a razão entre a medida da massa
corporal em Kg e o quadrado da estatura em metros.
Esta variável foi analisada como qualitativa com as seguintes classificações
de acordo com a Organização Mundial da Saúde: desnutrição (IMC < 18,5); normal
(18,5 IMC < 25,0); sobrepeso (25,0 IMC 30,0); obesidade (IMC > 30,0 =
obesidade).
55
Densidade Mineral Óssea
Para a coleta de dados de densidade mineral óssea foi utilizado a
densitometria óssea através de um densitômetro de dupla emissão de raios x, tipo
DXA (QDR 4500 A Hologic Inc. Boston USA).
É interessante ressaltar que este é considerado atualmente o melhor método
para avaliação da densidade mineral óssea.
116,117,118
A densidade mineral óssea foi
expressa em gramas por centímetro ao quadrado (g/cm
2
) e foram analisadas as
regiões da coluna lombar (cada corpo vertebral da coluna lombar e da média do
segmento L1 – L4), fêmur (colo, trocanter e fêmur total) e tíbia (1/3 da tíbia, tíbia
medial, tíbia ultradistal e tíbia total).
Figura 5 - Regiões que foram avaliadas a
densidade mineral óssea
Fonte: Montagem elaborada pelo autor
com base em material
apresentado em aula.
56
5.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Foram programadas três visitas por participante. Na primeira visita, foi
realizado o primeiro contato para explicação da pesquisa, bem como para o
preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e agendado o dia e
horário para aplicação dos questionários e da densitometria óssea. Na segunda,
eram aplicados o questionário de informações gerais e protocolo de osteoporose e
os questionários de atividade física habitual ao longo da vida e dos últimos 12
meses. Neste dia, também foram realizadas a antropometria e o exame de
densitometria óssea por um médico e um técnico em densitometria. Na terceira
visita, os participantes receberam os resultados e foram orientados a respeito dos
exames de densitometria óssea e fatores de risco identificados para osteoporose.
5.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA
As variáveis foram analisadas de forma descritiva por meio de médias,
desvios-padrão, valores mínimos e máximos, freqüências e percentuais.
Os escores das atividades físicas ocupacionais (AFO), da prática dos
exercícios físicos e atividades físicas de lazer (EFL), atividades físicas de locomoção
(AFLOC) e a densidade mineral óssea (DMO) foram comparados entre os grupos
profissionais através da análise de variância (ANOVA), seguido do teste de Tukey
para as comparações múltiplas.
Foi utilizada a análise de variância com medidas repetidas para comparar a
evolução das atividades físicas ocupacionais e a prática dos exercícios físicos e
atividades de lazer entre as profissões.
A DMO foi categorizada em normal ou osteopênico para cada um dos sítios e
comparada entre as profissões através do teste qui-quadrado e teste exato de
Fisher.
Foi calculado o coeficiente de correlação de Pearson entre os escores de
atividades físicas e as DMO’s.
57
Foram realizadas regressões lineares múltiplas utilizando o Método Stepwise
entre as variáveis pré-selecionadas de modo a determinar as causas que melhor
explicam a alteração na DMO.
5.6 PROGRAMAS DE COMPUTADOR (SOFTWARES) UTILIZADOS
Foram utilizados os seguintes programas de computador:
a) SPSS – 11.5 for Windows
b) Excel versão 7.0 para Windows: formação do banco de dados.
5.7 QUESTÕES ÉTICAS
O projeto foi submetido à Comissão Científica do Programa de Pós-
Graduação em Medicina e Ciências da Saúde e também ao Comitê de Ética, tendo
sido os procedimentos propostos nesta pesquisa aprovados (APÊNDICE A). Cabe
salientar ainda que, antes da aplicação da coleta de dados deste estudo, o
pesquisador contatou as entidades profissionais envolvidas na busca de sua
aprovação através de uma carta de apresentação e do encaminhamento desta
pesquisa (APÊNDICE C). Somente após autorização da Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos, das Associações dos Taxistas e da Associação dos Médicos
do Hospital São Lucas da PUCRS (APÊNDICE D), começou a coleta de dados.
Juntamente com a concordância dos voluntários em participar da pesquisa, foi
necessário que os mesmos assinassem um protocolo de consentimento livre e
esclarecido, contendo informações sobre a pesquisa, ficando com uma cópia do
mesmo (APÊNDICE B). Em caso de detecção de algum fator de risco, o voluntário
era encaminhado a um médico especialista.
O estudo seguiu todos os preceitos éticos descritos na Resolução 196/1996
do CONEP.
RESULTADOS
59
6 RESULTADOS
A população do estudo foi composta por 59 homens, sendo 19 carteiros, 21
taxistas e 19 médicos. Os carteiros apresentaram idade média de 54,26+3,65 anos,
com percentual de 52,6% da raça branca e 47,4% da raça negra; 100% casados; com
níveis de escolaridade até o 2° grau completo (84,4%), estando no exercício da
profissão em média de 27,16+4,81 anos. Os 21 taxistas possuem idade média de
57,19+3,50 anos, sendo 90,5% de raça branca; 71,4% casados e 23,8 % separados;
apresentaram níveis de escolaridade até o 2° grau incompleto de 28,6% e até o 2°
grau completo também de 28,6%; no exercício da mesma profissão em média de
24,48+7,37 anos. Os 19 médicos evidenciaram a idade média de 55,68+4,62 anos,
composta por 100% da raça branca, estando 94,7% casados; com 100%
apresentando nível superior de escolaridade; no exercício da profissão, em média, de
30,47+4,51 anos.
60
Tabela 1 - Número e porcentagem da população estudada por profissão, segundo as
características sócio-demográficas
Variáveis
Carteiros Taxistas Médicos
N % N % N %
Idade:
50-54 anos
55-59 anos
60-65 anos
Total
Raça:
Branca
Negra
Parda
Amarela
Total
Estado Civil:
Solteiro
Casado
Separado
Viúvo
Total
Escolaridade:
Analfabeto
Sabe Ler/Escrever
1° Grau incompleto
1° Grau completo
2° Grau incompleto
2° Grau completo
Nível Superior
Total
Anos de profissão:
15-19 anos
20-24 anos
25-29 anos
30-34 anos
35-39 anos
40-44 anos
Total
12
5
2
19
10
9
0
0
19
0
19
0
0
19
0
0
1
1
1
16
0
19
2
2
9
4
2
0
19
63,2
26,2
10,6
100
52,6
47,4
0
0
100
0
100
0
0
100
0
0
5,3
5,3
5,3
84,2
0
100
10,5
19,5
47,4
21,1
10,5
0
100
3
14
4
21
19
2
0
0
21
1
15
5
0
21
0
1
3
4
6
6
1
21
8
2
3
6
2
0
21
14,3
66,7
19,0
100
90,5
9,5
0
0
100
4,8
61,4
23,8
0
100
0
4,8
14,3
19,0
28,6
28,6
4,8
100
38,1
9,5
14,3
28,6
9,5
0
100
11
4
4
19
19
0
0
0
19
0
18
1
0
19
0
0
0
0
0
0
19
19
0
0
9
7
1
2
19
57,8
21,1
21,1
100
100
0
0
0
100
0
94,7
5,3
0
100
0
0
0
0
0
0
100
100
0
0
47,4
36,8
5,3
10,5
100
Conforme demonstra a Tabela 2, não há evidências de que as idades tenham
diferenças significativas entre as profissões (p=0,072), mas existe diferença no
tempo de profissão (p=0,007), onde os médicos apresentam ter um tempo maior de
profissão do que os taxistas.
61
Tabela 2 - Comparação da idade e tempo de profissão entre as profissões
Variáveis Carteiro Taxista Médico
Média Desvio Média Desvio Média Desvio P-Valor
Idade 54,263 3,649 57,190 3,502 55,684 4,619 0,072
Tempo de
profissão 27,158
ab
4,810 24,476
a
7,366 30,474
b
4,514 0,007
*
Nota: Letras iguais significam que as médias não diferem.
*
Estatisticamente significativa ao nível
de 5 % pelo teste de Tukey
As medidas de tendência central e de dispersão para as variáveis
antropométricas são apresentadas na Tabela 3, abaixo. Para os carteiros, a média
de massa corporal foi de 79,28+13,34 Kg, a média de estatura corporal foi de
1,71+0,07cm e a média do IMC (índice de massa corporal) foi de 27,18+4,11 Kg/m
2
.
Os taxistas apresentaram a média de massa corporal de 88,37+14,65 Kg, estatura
corporal de 1,73+0,07cm e a média de IMC de 29,58+4,19 Kg/m
2
. Já os médicos
apresentaram uma média de massa corporal de 80,97+6,82 Kg, uma média de
estatura de 1,76+0,04cm e a média do IMC foi de 26,13+2,15 Kg/m
2
.
Tabela 3 - Medidas de tendência central e de dispersão para a idade, peso corporal,
estatura corporal, e índice de massa corporal da população estudada por profissão
Carteiros - Variáveis mínimo-máximo média (dp) mediana
Idade (anos) 50,0-63,0 54,26 (3,65) 54,0
Massa Corporal (Kg) 58,8-114,8 79,28 (13,34) 78,0
Estatura (cm) 1,52-1,81 1,71 (0,07) 1,72
IMC (Kg/m
2
) 19,6-38,4 27,18 (4,11) 26,6
Taxistas - Variáveis mínimo-máximo média (dp) mediana
Idade (anos) 51,0-64,0 57,19 (3,50) 57,0
Massa Corporal (Kg) 64,9-118,0 88,37 (14,65) 84,0
Estatura (cm) 1,61-1,86 1,73 (0,07) 1,71
IMC (Kg/m
2
) 23,5-38,5 29,58 (4,19) 29,05
Médicos - Variáveis mínimo-máximo média (dp) mediana
Idade (anos) 51,0-65,0 55,68 (4,62) 54,0
Massa Corporal (Kg) 70,0-90,0 80,97 (6,82) 82,0
Estatura (cm) 1,68-1,84 1,76 (0,05) 1,76
IMC (Kg/m
2
) 22,9-31,1 26,13 (2,15) 26,0
O Gráfico 1 mostra a média do IMC por profissão, onde os carteiros
apresentaram 27,18 Kg/m
2
, os taxistas 29,58 Kg/m
2
e os médicos 26,13 Kg/m
2
.
62
Gráfico 1 - Distribuição da média do IMC por profissão
De acordo com a ANOVA (análise de variância), o IMC (índice de massa
corporal) foi significativamente diferente entre as profissões (p=0,012), sendo que os
taxistas possuem um IMC mais elevado do que os médicos.
Abaixo, a Tabela 4 exibe o número de indivíduos de acordo com a profissão,
seguindo os critérios de classificação da Organização Mundial da Saúde para os
resultados do IMC. Verifica-se que, dos 59 indivíduos analisados neste estudo, 36
(61,0%) indivíduos foram classificados com sobrepeso e 11 (18,6%) indivíduos com
obesidade.
Tabela 4 - Número e porcentagem da população estudada por profissão, segundo o
IMC para a classificação da Organização Mundial da Saúde
115
IMC Carteiros
N %
Taxistas
N %
Médicos
N %
Normal (18,5 IMC < 25,0)
3 15,8 3 14,3 6 31,6
Sobrepeso (25,0 IMC 30,0);
14 73,7 11 52,4 11 57,9
Obesidade (IMC > 30,0 ) 2 10,5 7 33,3 2 10,5
Total 19 100 21 100 19 100
63
Uma vez que a amostra selecionada dos carteiros conteve um número
elevado de indivíduos da raça negra, comparou-se a DMO entre indivíduos negros
(n=9) e brancos (n=10); não se evidenciando, assim, quaisquer diferenças
significativas entre os mesmos, como se visualiza na Tabela 5.
Tabela 5 - Comparação da DMO entre carteiros brancos e negros
REGIÃO ETNIA N Média
Desvio
padrão p
L1 Branco
10 1,07 0,13
Negro
9 1,10 0,14
0,644
L2 Branco
10 1,13 0,15
Negro
9 1,21 0,19
0,376
L3 Branco
10 1,15 0,21
Negro
9 1,24 0,18
0,335
L4 Branco
10 1,13 0,18
Negro
9 1,24 0,19
0,246
L1-L4 Branco
10 1,12 0,16
Negro
9 1,20 0,17
0,337
FCOLO Branco
10 0,94 0,14
Negro
9 0,99 0,14
0,465
FTROC Branco
10 0,83 0,14
Negro
9 0,88 0,15
0,506
FTOTAL Branco
10 1,12 0,18
Negro
9 1,19 0,16
0,385
TIBIA 1/3 Branco
10 1,27 0,10
Negro
9 1,30 0,07
0,570
TIBIAMED Branco
10 1,04 0,11
Negro
9 1,04 0,07
0,894
TIBIAUD Branco
10 0,85 0,11
Negro
9 0,85 0,12
0,990
TIBIATOT Branco
10 1,04 0,10
0,992
Negro
9 1,04 0,06
p = Teste T de Student
Realizaram-se também todas as análises somente com indivíduos de raça
branca. Os resultados não diferiram daqueles encontrados nas análises com
indivíduos de raça negra; o que permitiu a continuidade do estudo sem diferenciação
entre raças.
Nas análises referentes à comparação da média da DMO da coluna lombar
entre as profissões, se pode verificar, através da Tabela 6, que não apresentou
diferenças significativas.
64
Tabela 6 - Comparação da DMO (média do valor absoluto) da coluna lombar entre
as profissões
Variáveis Carteiro Taxista Médico
Média Desvio Média Desvio Média Desvio p-Valor
L1
1,088 0,134 1,035 0,156 1,000 0,163 0,200
L2
1,168 0,170 1,103 0,173 1,105 0,128 0,359
L3
1,189 0,194 1,126 0,157 1,096 0,156 0,233
L4
1,183 0,187 1,118 0,137 1,103 0,137 0,240
L1-L4
1,160 0,166 1,098 0,148 1,076 0,138 0,216
Não houve diferença estatística entre os grupos.
L = Vértebra Lombar
Embora não apresente diferenças significativas na DMO da coluna, entre as
profissões, os carteiros apresentaram uma média superior em praticamente todos os
corpos vertebrais avaliados, exceto no segmento L2 onde ocorreu um ligeiro
aumento da DMO dos médicos em relação aos taxistas, conforme se observa no
Gráfico 2.
Gráfico 2 - Distribuição da média da DMO na coluna lombar por profissão
65
Observa-se na Tabela 7 e Gráfico 3 que todas as regiões do fêmur avaliadas
apresentaram diferença significativa. No colo do fêmur, observou-se que a média da
DMO dos carteiros foi de 0,965+0,139 e dos taxistas 0,917+0,113, sendo
significativamente maior que a média dos médicos 0,827+0,086 (p=0,002). O
trocanter demonstrou que a média da DMO dos carteiros de 0,852+0,142 foi
significativamente superior a DMO dos médicos que foi de 0,706+0,058 (p=0,001).
Por fim, no fêmur total, a média da DMO dos carteiros foi de 1,154+0,168 e dos
taxistas de 1,075+0,132, indicando serem significativamente maiores em relação aos
médicos que obtiveram a média de DMO de 0,971+0,087 (p<0,001).
Tabela 7 - Comparação da DMO (média do valor absoluto) do fêmur entre as
profissões
Variáveis Carteiro Taxista Médico
Média Desvio Média Desvio Média Desvio p-Valor
Colo do Fêmur
0,965
b
0,139 0,917
b
0,113 0,827
a
0,086 0,002
*
Trocanter
0,852
b
0,142 0,778
ab
0,110 0,706
a
0,058 0,001
*
Fêmur Total
1,154
b
0,168 1,075
b
0,132 0,971
a
0,087 <0,001
*
Fonte: Elaborado pelo autor com base na pesquisa.
Nota: Letras iguais significam que as médias não diferem.
*
Estatisticamente significativas ao
nível de 5 % pelo teste de Tukey
Gráfico 3 - Distribuição da média da DMO no fêmur por profissão
66
Nenhuma das regiões da tíbia apresentou diferenças estatisticamente
significativas entre as profissões, como é observado na Tabela 8.
Tabela 8 - Comparação da DMO (média do valor absoluto) da tíbia entre as
profissões
Variáveis Carteiro Taxista Médico
Média Desvio Média Desvio Média Desvio p-Valor
Tíbia 1/3
1,283 0,090 1,294 0,097 1,237 0,106 0,164
Tíbia Medial
1,042 0,088 1,024 0,105 0,989 0,099 0,243
Tíbia Ultradistal
0,848 0,113 0,813 0,125 0,785 0,122 0,280
Tíbia Total
1,042 0,083 1,026 0,102 0,990 0,096 0,226
Não houve diferença estatística entre os grupos.
No Gráfico 4, verifica-se que, no segmento 1/3 da tíbia, os taxistas têm uma
média mais elevada que os carteiros e médicos. Nas demais regiões os carteiros
tiveram a média mais elevada, seguidos pelos taxistas e, por último, pelos médicos.
Gráfico 4 - Distribuição da média da DMO na tíbia por profissão
67
A Tabela 9 expõe a comparação da ocorrência de osteopenia por regiões
entre as profissões. Segundo a Organização Mundial da Saúde
115
, considera-se
osteopenia entre -1 e -2,5 DP em relação ao pico de massa óssea (T-Score).
Pode-se verificar que foi estatisticamente significativa a maior ocorrência de
médicos com osteopenia no fêmur total em relação aos carteiros e taxistas.
Nas regiões do colo do fêmur e do trocanter não ocorreu diferença
significativa entre as profissões, contudo os resultados demonstram que há uma
tendência de que os médicos tenham osteopenia mais freqüentemente do que
carteiros e taxistas.
Cabe aqui destacar que 3 carteiros, 2 taxistas e 4 médicos apresentaram
osteoporose, sendo excluídos do estudo.
Tabela 9 - Comparação da ocorrência de osteopenia por regiões entre as profissões
Região Diagnóstico Carteiro Taxista Médico P-Valor
L1
Normal 19 (100.0%) 17 (81.0%) 15 (78.9%) 0,110
Osteopenia 0 (0.0%) 4 (19.0%) 4 (21.1%)
L2
Normal 17 (89.5%) 15 (71.4%) 15 (78.9%) 0,438
Osteopenia 2 (10.5%) 6 (28.6%) 4 (21.1%)
L3
Normal 17 (89.5%) 17 (81.0%) 13 (68.4%) 0,286
Osteopenia 2 (10.5%) 4 (19.0%) 6 (31.6%)
L4
Normal 16 (84.2%) 15 (71.4%) 12 (63.2%) 0,356
Osteopenia 3 (15.8%) 6 (28.6%) 7 (36.8%)
L1-L4
Normal 17 (89.5%) 16 (76.2%) 14 (73.7%) 0,510
Osteopenia 2 (10.5%) 5 (23.8%) 5 (26.3%)
Colo do Fêmur
Normal 13 (68.4%) 12 (57.1%) 6 (31.6%) 0,060
Osteopenia 6 (31.1%) 9 (42.9%) 13 (68.4%)
Trocanter
Normal 17 (89.5%) 18 (85.7%) 11 (57.9%) 0,057
Osteopenia 2 (10.5%) 3 (14.3%) 8 (42.1%)
Fêmur Total
Normal 17 (89.5%) 20 (95.2%) 9 (47.4%) <0,001
*
Osteopenia 2 (10.5%) 1 (4.8%) 10 (52.6%)
p= teste de Qui-Quadrado ou teste Exato de Fisher
Nota: Na tíbia não houve caso de osteopenia, por isso esta região não foi incluída na tabela.
Os Gráficos 5 e 6 exibem os percentuais relativos ao número de indivíduos
por profissões com a presença de osteopenia evidenciada nas regiões ósseas
estudadas.
68
Gráfico 5 - Distribuição do percentual relativo ao número de indivíduos por profissão
com osteopenia na coluna lombar
Gráfico 6 - Distribuição do percentual relativo ao número de indivíduos por profissão com
osteopenia no fêmur
A Tabela 10 mostra a comparação da atividade física habitual (AFH) ao longo
da vida entre as profissões. Com relação as médias dos escores das atividades
físicas ocupacionais (AFO) os carteiros obtiveram escores superiores aos médicos
no período dos 21-30 anos; dos 31-50 anos e nos 12 últimos meses os carteiros
apresentaram escores mais elevados em relação aos taxistas e médicos.
69
Já, em relação as médias dos escores obtidos nos exercícios físicos e
atividades de lazer (EFL) dos 31-50 anos e nos últimos 12 meses, os médicos
apresentaram escores maiores em relação aos taxistas. Os médicos apresentaram
escores mais elevados em todos os períodos da vida em relação aos carteiros e
taxistas.
Por fim, as atividades físicas de locomoção (AFLOC) apresentaram escores
mais elevados para o grupo dos carteiros em relação aos taxistas.
Tabela 10 - Comparação da atividade física habitual (AFH) ao longo da vida entre as
profissões
Variáveis
Carteiro Taxista Médico
Média Desvio Média Desvio Média Desvio P-Valor
AFO 10-20 2,704 0,673 2,881 0,874 2,441 0,470 0,147
AFO 21-30 3,092
b
0,664 2,667
ab
0,702 2,368
a
0,327 0,002
*
AFO 31-50 3,461
b
0,400 2,107
a
0,343 2,329
a
0,310 <0,001
*
AFO 12M 3,414
b
0,323 2,101
a
0,313 2,072
a
0,287 <0,001
*
EFL 10-20 3,145 0,529 3,060 0,766 3,263 0,556 0,597
EFL 21-30 2,868 0,529 2,714 0,619 2,987 0,445 0,284
EFL 31-50 2,671
ab
0,854 2,298
a
0,683 2,868
b
0,489 0,036
*
EFL 12M 2,513
ab
0,856 2,036
a
0,538 2,803
b
0,695 0,004
*
AFLOC12M 2,934
b
0,519 2,548
a
0,423 2,592
ab
0,614 0,048
*
Notas: Letras iguais significam que as médias não diferem.
*
Estatisticamente significativas ao
nível de 5 % pelo teste de Tukey
AFO= Atividade Física Ocupacional; EFL= Exercícios Físicos e Atividades Físicas de Lazer;
AFLOC= Atividades Físicas de Locomoção.
O Gráfico 7 mostra a distribuição da média dos escores das atividades físicas
ocupacionais (AFO) ao longo da vida por profissão. Verifica-se que os carteiros
obtiveram as médias dos escores mais elevados em relação aos médicos e taxistas.
70
Gráfico 7 - Distribuição da média dos escores das atividades físicas ocupacionais (AFO)
ao longo da vida por profissão
O Gráfico 8 apresenta a distribuição da média dos escores da prática de
exercícios físicos e atividades físicas de lazer (EFL) por profissão, onde é possível
observar que os médicos, em todas as faixas etárias estudadas, obtiveram médias
mais elevados nos escores em relação aos carteiros e taxistas.
Gráfico 8 - Distribuição da média dos escores da prática de exercícios físicos e atividades
físicas de lazer (EFL) ao longo da vida por profissão
.
71
Relacionado à distribuição da média dos escores das atividades físicas de
locomoção (AFLOC) dos últimos 12 meses, o Gráfico 9 mostra que os carteiros
apresentaram maior escore, seguido dos médicos e taxistas.
Gráfico 9 - Distribuição da média dos escores das atividades físicas de locomoção (AFLOC) por
profissão
De acordo com a ANOVA de medidas repetidas apresentada no Gráfico 11, a
evolução dos escores das atividades físicas ocupacionais (AFO) ao longo da vida
entre as profissões é significativamente diferente (p< 0,001), onde os carteiros têm
uma evolução diferente do médico e taxista, conforme ilustra o gráfico 10. Observa-
se também que os carteiros tiveram um acréscimo ao longo dos anos, enquanto que
o taxista e o médico tiveram um decréscimo.
72
Gráfico 10 - Evolução das atividades físicas ocupacionais (AFO) ao longo da vida
entre as profissões
De acordo com a ANOVA de medidas repetidas, a evolução dos escores da
prática dos exercícios físicos e das atividades físicas de lazer (EFL) ao longo da vida
entre as profissões não se mostrou significativamente diferente (p= 0,248). Apesar
de se ter a impressão de que o decréscimo nos taxistas é maior, esta diferença não
foi significativa. Observa-se uma diminuição gradual ao longo da vida em todas as
profissões, conforme ilustra a Gráfico 11 abaixo.
Gráfico 11 - Evolução da prática de exercícios físicos e das atividades físicas de
lazer (EFL) ao longo da vida entre as profissões
73
A Tabela 11 exibe a correlação entre AFO ao longo da vida e a DMO. A
região da coluna lombar foi influenciada significativamente pelas atividades
ocupacionais realizadas dos 21-30 anos, e o fêmur nos períodos de 21-30 anos, 31-
50 anos e nos últimos 12 meses. Outro dado importante é que, de um modo geral, a
tíbia não obteve correlação com as atividades físicas ocupacionais, sendo que
somente o segmento ultra-distal foi influenciado significativamente.
Tabela 11 – Coeficiente Linear de Pearson para as médias dos escores da atividade
física ocupacional (AFO) ao longo da vida e DMO
Regiões
AFO1020 AFO2130 AFO3150 AFO12M
L1 r 0,102 0,326 0,190 0,237
p-valor 0,442 0,012
*
0,150 0,071
L2 r -0,026 0,251 0,197 0,232
p-valor 0,845 0,056 0,135 0,077
L3 r 0,115 0,342 0,211 0,259
p-valor 0,387 0,008
*
0,108 0,047
*
L4 r 0,062 0,324 0,239 0,236
p-valor 0,643 0,012
*
0,069 0,072
L1-L4 r 0,071 0,332 0,224 0,256
p-valor 0,592 0,010
*
0,087 0,051
COLO r 0,191 0,319 0,379 0,390
p-valor 0,147 0,014
*
0,003
*
0,002
*
TROCANTER r 0,160 0,393 0,392 0,423
p-valor 0,225 0,002
*
0,002
*
0,001
*
FTOTAL r 0,172 0,366 0,391 0,436
p-valor 0,192 0,004
*
0,002
*
0,001
*
TIBIA 1/3 r 0,101 0,216 0,066 0,130
p-valor 0,445 0,100 0,619 0,326
TIBIA MED r -0,061 0,176 0,118 0,195
p-valor 0,646 0,182 0,372 0,139
TIBIA UD r 0,110 0,303 0,221 0,264
p-valor 0,405 0,020
*
0,093 0,043
*
TIBIA TOTAL r -0,011 0,220 0,138 0,207
p-valor 0,935 0,094 0,298 0,115
*
Estatisticamente significativas ao nível de 5 %.
Nota: AFO= Atividade Física Ocupacional; FTOTAL = Fêmur Total; TIBIA MED = Tíbia Medial;
TIBIA UD= Tíbia Ultradistal
A Tabela 12 apresenta a correlação entre a prática de exercícios físicos e
atividades físicas de lazer (EFL) e das atividades de locomoção (AFLOC) ao longo
da vida com DMO. Pode-se identificar que somente a prática de exercícios físicos e
atividades físicas de lazer (EFL), realizados entre 10-20 anos e dos 21-30 anos,
influenciaram significativamente a DMO. Evidencia-se, assim, que a coluna lombar e
o trocanter foram influenciados significativamente pela prática de exercícios físicos e
74
atividades físicas de lazer (EFL) realizadas dos 10-20 anos e dos 21-30 anos e a
tíbia no período de 21-30 anos. Outro dado relevante é que as atividades de
locomoção (AFLOC) não estiveram correlacionadas significativamente com a DMO
de qualquer região estudada.
Tabela 12 - Correlação entre a prática de exercícios físicos e atividades físicas de
lazer (EFL) e das atividades de locomoção (AFLOC) ao longo da vida com DMO
Regiões
EFL1020 EFL2130 EFL3150 EFL12M AFLOC12M
L1 r 0,362 0,249 0,007 0,033 0,058
p-valor 0,005
*
0,057 0,961 0,804 0,662
L2 r 0,373 0,296 0,062 0,050 0,026
p-valor 0,004
*
0,023
*
0,640 0,708 0,845
L3 r 0,311 0,263 0,094 0,105 0,050
p-valor 0,016
*
0,044
*
0,479 0,427 0,709
L4 r 0,314 0,339 0,091 0,099 0,065
p-valor 0,015
*
0,009
*
0,495 0,455 0,623
L1-L4 r 0,350 0,297 0,065 0,075 0,052
p-valor 0,007
*
0,022
*
0,623 0,573 0,698
COLO r 0,131 0,145 0,077 0,070 0,115
p-valor 0,324 0,274 0,561 0,598 0,384
TROCANTER r 0,311 0,285 0,099 0,096 0,131
p-valor 0,016
*
0,028
*
0,457 0,470 0,323
FTOTAL r 0,181 0,234 0,110 0,106 0,095
p-valor 0,171 0,075 0,407 0,426 0,472
TIBIA 1/3 r 0,093 0,100 -0,093 -0,104 -0,214
p-valor 0,483 0,452 0,484 0,434 0,103
TIBIA MED r 0,213 0,310 -0,039 0,027 -0,045
p-valor 0,105 0,017
*
0,771 0,837 0,733
TIBIA UD r 0,335 0,335 0,027 0,107 -0,098
p-valor 0,009
*
0,009
*
0,841 0,422 0,460
TIBIA TOTAL r 0,243 0,318 -0,026 0,039 -0,062
p-valor 0,063 0,014
*
0,844 0,771 0,639
Fonte: Elaborado pelo autor com base na pesquisa
*
Estatisticamente significativas
Nota: EFL= Exercícios Físicos e Atividades de Lazer; AFLOC = Atividades Físicas de Locomoção;
FTOTAL = Fêmur Total; TIBIA MED = Tíbia Medial; TIBIA UD= Tíbia Ultradistal.
Afim de controlar diferentes fontes de variação, optou-se por realizar a
Regressão Linear Múltipla, utilizando o método Stepwise, tendo como variáveis
dependentes a DMO da L1-L4, fêmur total e tíbia total e como variáveis
independentes os 9 escores da AFH; idade; IMC; profissão. Cabe salientar, que para
poder realizar a análise acima, a profissão teve que ser inserida como variável
Dummy, onde a categoria de referência é o Carteiro.
Na Tabela 13, observa-se que a AFO 21-30, EFL 21-30 e IMC são as
variáveis que apresentaram maior influencia na DMO de L1-L4.
75
Tabela 13 - Regressão linear múltipla da DMO de L1-L4
Modelo Coeficiente t p-valor
Constante 0,407 2,278 0,027
O,244
AFO 21-30 0,068 2,467 0,017
EFL 21-30 0,082 2,438 0,018
IMC 0,010 2,212 0,031
Para o fêmur total, o EFL 21-30, a AFO 12M, o IMC influenciaram
positivamente e a profissão de médico mostrou coeficiente negativo demonstrando
ser prejudicial para a massa óssea desta região estudada, conforme apresenta a
Tabela 14.
Tabela 14 - Regressão linear múltipla da DMO do fêmur total
Modelo Coeficiente t p-valor
Constante
0,298 1,723 0,091
O,447
Médico
-0,076 -1,933 0,059
EFL 21-30
0,082 2,848 0,006
IMC 0,013 3,100 0,003
AFO 12M 0,076 2,980 0,004
A Tabela 15, mostra que as variáveis que mais influenciaram na DMO da tíbia
total foram o EFL 21-30 de forma positiva e a profissão de médico apresentando um
coeficiente negativo.
Tabela 15 - Regressão linear múltipla da DMO da tíbia total
Modelo Coeficiente t p-valor
Constante 0,849 13,748 <0,001
O,183
EFL 21-30 0,066 3,060 0,003
Médico -0,056 -2,258 0,028
DISCUSSÕES
77
7 DISCUSSÕES
Tendo em vista os resultados encontrados, este estudo passa a confrontá-los
com outras pesquisas inseridas em sua temática.
Durante muitos anos, a preocupação com a osteoporose foi direcionada
principalmente para a população do sexo feminino. Já, em relação aos homens, no
Brasil, existe somente um estudo intitulado “Atividade Física Habitual e Densidade
Mineral Óssea em Homens Adultos e Idosos”, que serviu como ponto de referência
para esta pesquisa, além de possibilitar a expansão das discussões.
Na literatura mundial, as pesquisas relacionadas à atividade física
ocupacional e a DMO, apresentam alguns resultados controversos, por um lado
evidenciando efeito positivo na massa óssea
87,88,92,93,102
e por outro demonstrando
que as atividades ocupacionais de alta intensidade poderiam trazer efeitos deletérios
a massa óssea.
89,95,100,101,
Estes resultados poderiam ser justificados na medida em
que se verificou que estes estudos não foram metodologicamente bem estruturados,
necessitando que mais estudos sejam realizados especificamente com homens, de
modo a possibilitarem dados mais consistentes e precisos sobre este tema.
Sendo o objetivo geral do presente estudo, a comparação da DMO entre
homens de meia idade que exercem diferentes tipos de atividade profissional, as
discussões que este envolve passam a ser discorridas a partir de seus objetivos
específicos.
Ao comparar a DMO da região da coluna lombar, entre os indivíduos que
exercem diferentes profissões, utilizando como referencia para as análises as
médias do valor absoluto, constatou-se que apesar de não terem demonstrado
diferenças significativas, os carteiros apresentaram uma média superior em
praticamente todos os corpos vertebrais avaliados, exceto no segmento L2, onde
ocorreu um ligeiro aumento da DMO dos médicos em relação aos taxistas.
Provavelmente, com uma amostra maior, seja possível obter uma melhor avaliação
estatística.
No que diz respeito ao fêmur, todas as regiões avaliadas apresentaram
diferença significativa. No colo do fêmur, observou-se que a média da DMO dos
carteiros e dos taxistas foi maior que a média dos médicos. O trocanter demonstrou
que a média da DMO dos carteiros apresentou ser superior a DMO dos médicos. Por
78
fim, no fêmur total, as médias da DMO dos carteiros e dos taxistas mostraram-se
maiores em relação aos médicos.
Em relação à tíbia, nenhuma das suas regiões apresentou diferenças
estatisticamente significativas entre as profissões.
A região da tíbia carece de uma maior compreensão sobre o seu mecanismo,
pois, apesar dos carteiros terem no seu dia-a-dia a caminhada como atividade física
principal, os resultados foram muito parecidos entre os grupos. É interessante
observar que não existe valor de referencia para avaliar a massa óssea da tíbia e
que este estudo é um dos poucos na literatura que avalia o efeito da atividade física
em longo prazo sobe este segmento ósseo. Assim, este estudo utilizou o protocolo
utilizado para avaliação do rádio e ulna.
A inclusão da tíbia como variável a ser estudada nesta pesquisa, justificou-se
pelo fato desta ser uma região óssea de sustentação diretamente relacionada à
atividade física. Considerando a grande diferença encontrada entre os grupos, na
região do fêmur, que é um segmento ósseo de sustentação que recebe menos
impacto, esperava-se uma diferença ainda maior na tíbia por parte dos carteiros, o
que não ocorreu.
Antes de passar aos demais objetivos deste estudo, cabe considerar que,
embora não tenha sido objetivo desta pesquisa e sim um fator de exclusão, a
presença de osteoporose nesta amostra de homens saudáveis foi diagnosticada em
3 carteiros, 2 taxistas e 4 médicos. Nesta mesma linha, verificou-se também que foi
significativamente maior a ocorrência de médicos com osteopenia no fêmur total em
relação aos carteiros e taxistas. O colo do fêmur e o trocanter não mostraram
diferença significativa, contudo os resultados indicaram que há uma tendência de
que os médicos tenham osteopenia mais freqüentemente do que carteiros e taxistas
também nestas regiões.
Outro dado importante é que as regiões que obtiveram o maior número de
ocorrências de osteopenia foi o colo do fêmur com 28 indivíduos, seguido do
segmento L4 da coluna com um total de 16 indivíduos.
Um estudo que se pode utilizar para comparar estes dados encontrados foi o
realizado em 100 médicos (52 homens e 48 mulheres) com idade média de 42 anos
de diferentes etnias que, tendo o objetivo de determinar a massa óssea, concluiu
que a DMO baixa ocorreu em 68% dos médicos (osteoporose 12% e osteopenia
79
56%).
119
Este resultado corrobora com os achados da pesquisa, demonstrando
também um elevado número de médicos com a ocorrência de osteopenia.
Dando seguimento aos demais objetivos, ao comparar os escores da
atividade física habitual (AFH), no que se refere às atividades físicas ocupacionais
(AFO) e à prática de exercícios físicos e atividades de lazer, ocorridas nos períodos
de vida de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses e
as atividades de locomoção no período dos últimos 12 meses, verificou-se o que
segue:
Relativo aos escores das atividades físicas ocupacionais (AFO), os resultados
mostraram-se significativos para os seguintes períodos da vida: dos 21-30 anos –
escores superiores dos carteiros em relação aos médicos; dos 31-50 anos e 12
últimos meses – escores mais elevados dos carteiros em relação aos taxistas e
médicos.
Estes achados já eram esperados, uma vez que, dentro das profissões deste
estudo, os carteiros têm um nível mais elevado de atividade física profissional em
relação aos taxistas e médicos.
Em relação à prática de exercícios físicos e atividades de lazer (EFL), os
médicos apresentaram escores mais elevados em relação aos taxistas, nos períodos
de 31-50 anos e dos últimos 12 meses.
Há estudos indicando que o status sócio-econômico determina diferenças
qualitativas e quantitativas no engajamento em atividades físicas numa faixa grande
de idades.
120-124
Normalmente, homens e mulheres de status sócio-econômico mais
alto tendem a despender mais tempo para atividades físicas de lazer.
120-124
Estes
achados podem ser explicados a medida que os médicos têm um poder aquisitivo
mais elevado do que os taxistas e carteiros, podendo então ter a possibilidade de se
engajarem na prática de exercícios físicos e de lazer.
Referindo-se às atividades físicas de locomoção (AFLOC), ocorridas nos
últimos 12 meses, estas se apresentaram com escores significativamente maiores
nos carteiros quando comparados aos taxistas.
Estes resultados podem ser explicados, uma vez que os carteiros se utilizam
da locomoção durante grande parte do dia, quando exercem sua profissão; o que
não ocorre com os taxistas durante o trabalho e nas horas de lazer, apresentando
características extremamente sedentárias. O fato desta diferença não ocorrer em
relação aos médicos, justifica-se porque os mesmos obtiveram as atividades de
80
lazer com escores mais elevados, tendo a caminhada como um dos meios de
atividade física.
Outro objetivo determinado por este estudo foi identificar a evolução da
atividade física habitual (AFH), ocorrida ao longo da vida, reportando-se à atividade
física ocupacional (AFO) e a prática dos exercícios físicos e das atividades físicas de
lazer (EFL) nos períodos de 10-20 anos, 21-30 anos, 31-50 anos e nos últimos 12
meses. As atividades de locomoção (AFLOC) não tiveram analise, visto que foram
verificadas somente no período dos últimos 12 meses.
A evolução das médias dos escores da atividade física ocupacional (AFO) ao
longo da vida, entre as profissões, é significativamente diferente, sendo que os
carteiros têm uma evolução diferente do médico e do taxista. Observa-se também
que os carteiros tiveram um acréscimo nos escores de atividade física ocupacional
ao longo dos anos, enquanto que os taxistas e os médicos tiveram um decréscimo.
Este resultado se explica, a medida em que há uma tendência natural a
diminuição gradual de atividade física ocupacional despendida ao longo da vida.
Contudo, deve-se observar que os carteiros têm características peculiares de
demandas de atividade física para o exercício da sua atividade profissional, o que
difere das outras profissões estudadas.
Já a evolução dos escores da prática dos exercícios físicos e das atividades
físicas de lazer (EFL), ao longo da vida e entre as profissões, não se mostrou
significativamente diferente. Apesar de se ter a impressão de que o decréscimo nos
taxistas é maior, esta diferença não foi significativa. Também foi possível verificar
que todas as profissões foram diminuindo progressivamente a prática dos exercícios
físicos e das atividades físicas de lazer (EFL) no decorrer dos anos.
Estes achados são ratificados pelo estudo de Florindo, onde os escores de
prática de exercícios físicos e atividades físicas de lazer e também de atividades
físicas ocupacionais indicaram uma maior média na faixa etária entre 10 a 20 anos,
com uma diminuição gradual das médias nas outras faixas etárias compreendidas
entre 21 a 30 anos e 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses respectivamente.
97
Em termos de saúde pública, estes resultados trazem grande preocupação, já
que, na pessoa idosa, níveis mais altos de atividade física habitual não estão
relacionados apenas com a possibilidade de uma melhor funcionalidade, mas
também com uma melhor qualidade de vida
125
e um menor risco de incapacidade
física.
126
A este respeito, estudos indicam que a incapacidade física é mais elevada
81
entre as pessoas mais velhas, menos ativas
127
ou que tendem a reduzir as suas
atividades.
128
Dando continuidade ao objetivo de relacionar a DMO dos homens que
exercem diferentes profissões com atividade física habitual (AFH), no que se refere
às atividades físicas ocupacionais (AFO) e à prática de exercícios físicos e
atividades de lazer, ocorridas nos períodos de vida de 10 a 20 anos, de 21 a 30
anos, de 31 a 50 anos e dos últimos 12 meses e as atividades de locomoção no
período dos últimos 12 meses, as seguintes evidências foram verificadas:
Os escores das atividades físicas ocupacionais (AFO) evidenciaram
correlações a partir dos 21-30 anos, sendo que a região da coluna lombar foi
influenciada pelas atividades ocupacionais realizadas durante o período de 21-30
anos, e o fêmur nos períodos de 21-30 anos, 31-50 anos e nos últimos 12 meses.
Outro dado importante é que, de um modo geral, a tíbia não obteve
correlação com as atividades físicas ocupacionais, sendo que somente o segmento
ultra-distal foi influenciado significativamente.
Com relação às atividades físicas ocupacionais, o estudo realizado por
Florindo, através da análise univariada, encontrou correlação significativa para o
período dos últimos 12 meses com a densidade mineral óssea do colo do fêmur e do
triângulo de ward. Porém, não foi encontrada correlação significativa em nenhum
outro período analisado. Nesta análise específica, a maior questão foi relacionada à
correlação negativa, obtida nas análises de atividades físicas ocupacionais no
período de 10 a 20 anos, com a densidade mineral óssea do triângulo de ward, do
trocanter e da coluna lombar (L2-L4). Estes resultados suscitam indícios de que altos
níveis de atividades físicas ocupacionais podem ocasionar efeitos deletérios na
densidade mineral óssea, induzindo a osteoporose
97
, contrariando os resultados da
presente pesquisa, no que diz respeito aos carteiros.
Referindo-se aos resultados das correlações entre a DMO e a prática de
exercícios físicos e atividades físicas de lazer (EFL), verifica-se que os períodos que
mais influenciaram positivamente a massa óssea foram efetuados entre 10-20 anos
e dos 21-30 anos. Verifica-se, assim, que a coluna lombar e o trocanter foram
correlacionados pela prática de exercícios físicos e atividades físicas de lazer (EFL)
realizadas dos 10-20 anos e dos 21-30 anos e a tíbia no período de 21-30 anos.
Estes resultados são confirmados também no estudo de Karam
8
que analisou
42 mulheres na fase pós-menopausa, sendo 21 de um grupo ativo que praticaram
82
voleibol na segunda década de vida e nos últimos 12 meses (média de 58 anos) e
21 do grupo de sedentárias (média de 56 anos), concluindo que as atletas
apresentaram DMO significativamente superior na coluna lombar e em todas as
regiões do fêmur.
Os resultados demonstram a importância da prática de exercícios físicos e
atividades de lazer realizadas nos períodos de adolescência e adulto jovem. Estudos
semelhantes, que investigaram especificamente estas faixas etárias indicaram
aumentos significativos na densidade mineral óssea através da prática de exercícios
físicos em adolescentes do sexo masculino
129,130
e adultos jovens do sexo
masculino.
131,132
É importante ressaltar que, apesar do principal período de benefícios
advindos da prática de exercícios físicos para densidade mineral óssea na
população masculina ser na fase infantil, adolescência e adulta jovem,
principalmente através da maximização do pico de massa óssea, é extremamente
relevante que esta prática se mantenha também na terceira década.
Não obstante, há que se atentar para o fato de existir uma prevalência de
menor atividade física regular nas horas de lazer nos homens idosos em relação às
mulheres idosas,
133
indicando a importância de que se estimulem este grupo à
prática de atividade física.
Estudos prospectivos que relacionaram a densidade mineral óssea no final da
meia idade e na velhice com a atividade física habitual ou a participação em
programas de exercícios variaram de uma experiência para a outra. Alguns
encontraram um aumento da densidade mineral óssea, enquanto outros observaram
a manutenção da densidade mineral óssea já existente em seus indivíduos ativos,
enquanto seus controles continuavam a perder mineral ósseo.
134
O estudo de Gregg e col.
90
analisou as relações entre níveis de atividade
física e risco para fraturas em 9704 mulheres norte-americanas com idade igual ou
superior a 65 anos. Através de análise de regressão logística, ajustando por idade,
dieta, quedas e nível de capacidade funcional, os achados indicaram que altos
níveis de atividades físicas de lazer e exercícios físicos, atividades domésticas e
poucas horas sentadas no dia estão associados à redução no risco de fratura do
quadril.
83
Reportando-se a última correlação, referente às atividades de locomoção
(AFLOC) dos últimos 12 meses, pode-se afirmar que não foram evidenciadas
quaisquer relações significativas com a DMO de qualquer região estudada.
Contrário a este último resultado encontrado, o estudo de Coupland e col.,
realizado em 580 mulheres inglesas, indicou que houve associação significativa
entre caminhadas e atividades de subidas de degraus com a densidade mineral
óssea da região do trocanter e de corpo total.
94
Micklesfield e col.
99
sugerem que a caminhada ou as atividades que resultam
em impacto de carga na juventude (14-21 anos) estão associadas com a DMO mais
elevada nos anos posteriores da vida.
A pesquisa de Florindo
97
também correlacionou positivamente a prática de
atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses com a densidade mineral
óssea de todas as regiões estudadas.
De modo a verificar a relevância de cada variável deste estudo sobre a DMO
dos 3 (três) grupos pesquisados, o presente trabalho passa, agora, a discorrer sobre
os testes de análise de regressão múltipla efetuados.
Observa-se que a AFO 21-30, EFL 21-30 e IMC são as variáveis que
apresentaram maior influencia na DMO de L1-L4.
Os estudos têm encontrado aumentos significativos na densidade mineral
óssea da coluna lombar (L2-L4) através da prática de exercícios físicos em homens
adultos.
132,137
Para o fêmur total, o EFL 21-30, a AFO 12M, e o IMC influenciaram
positivamente e a profissão de médico mostrou coeficiente negativo demonstrando
ser prejudicial para a massa óssea desta região estudada.
Estes resultados foram confirmados ao longo do estudo, quando ficou
evidenciado menor média de DMO no fêmur e de maior prevalência de osteopenia
nos médicos.
Os resultados da analise de regressão relativos ao fêmur, no estudo de
Florindo
97
verificou que a DMO do colo do fêmur esteve correlacionada
significativamente com os escores de exercícios físicos e atividades físicas de lazer
da faixa etária de 10 a 20 anos, de atividades físicas de locomoção dos últimos 12
meses e de atividades físicas ocupacionais dos últimos 12 meses.
84
Quanto à relevância do IMC elevado tanto para L1-L4 quanto para o fêmur
total, a literatura evidencia a correlação positiva entre o peso corporal e a massa
óssea. Indivíduos com maior IMC apresentam a DMO mais elevada.
Pode-se citar também que os estudos têm demonstrado que, clinicamente, os
fatores considerados de maior risco para osteoporose incluem, além da idade,
menor IMC, história familiar de osteoporose, estados de deficiência estrogênica e
uso de corticosteróides.
135,136
Apesar do baixo r² evidenciado, pode-se inferir que a DMO da tíbia total teve
influencia positiva do EFL 21-30 e que a profissão de médico incidiu de forma
negativa a massa óssea desta região.
Ao chegar ao final deste estudo, é possível perceber a importância das
atividades físicas e de lazer começarem ainda no período de adolescência, pois é
nesta fase que se dá o período de maior aquisição de massa óssea, ainda que se
postule a prática destas atividades durante toda a vida, de modo a evitar a
diminuição da massa óssea. Por isto, políticas públicas de saúde que incluam a
atividade física como fator indispensável devem ser estimuladas principalmente no
que se refere à prevenção de doenças crônico-degenerativas. Este estudo também
deve servir de alerta à população que exerce atividades físicas profissionais de
características mais sedentárias para que realizem atividades físicas e de lazer após
sua jornada de trabalho.
Ante os achados do estudo, outras questões importantes são suscitadas:
É importante compreender, os mecanismos que levaram aos taxistas a
apresentarem a média da DMO mais elevada que os médicos, mesmo sendo ambas
atividades profissionais de baixa intensidade. Seria possível que a vibração imposta
pelo contato do carro com o solo fosse capaz de elevar a DMO dos taxistas? A ação
de usar o acelerador, freio, embreagem e a direção são capazes de influenciar a
DMO dos MIs?
O IMC estatisticamente mais elevado no grupo dos taxistas em relação aos
médicos poderia ter influenciado nos resultados do estudo?
A baixa exposição ao sol durante as horas de trabalho por parte dos médicos
em relação aos taxistas e carteiros, poderia ter sido uma variável importante para a
massa óssea mais baixa dos médicos?
Acredita-se que seria enriquecedor para o desenvolvimento contínuo da
pesquisa a inclusão de outros tipos de atividade física profissional que
85
caracterizassem atividades de alta e baixa intensidade, tais como ex-atletas
praticantes de futebol, profissionais da construção civil, juízes, contadores, etc.
Por fim, não se pode esquecer que a massa óssea apresenta caráter
multifatorial e que existem outros fatores determinantes além da atividade física,
como a genética, o consumo de cálcio, de proteínas e calorias, nível de vitamina D,
composição corporal, a história médica e outros indicadores dietéticos e ambientais.
Assim, sugerem-se estudos transversais e estudos de intervenção longitudinais
conduzidos em variadas populações de adultos e idosos para melhor elucidar a
epidemiologia da osteoporose no país, bem como estudos transversais em crianças
e adultos jovens para criação de parâmetros de comparação com a população idosa.
Isto posto, pode-se dizer que os resultados desta pesquisa são considerados
profícuos para todas as partes envolvidas neste estudo, uma vez que podem
subsidiar mudanças e benefícios à população como um todo.
CONCLUSÕES
8 CONCLUSÕES
Os resultados deste estudo confirmam a hipótese inicial de que quanto maior
a intensidade física exercida pela atividade profissional, maior a densidade mineral
óssea.
Conseqüentemente, o estudo chega às seguintes conclusões:
a) Não houve associação significativa entre a DMO da coluna lombar com a
atividade física profissional.
b) A DMO de todas as regiões do fêmur apresentou uma média menor nos
médicos.
c) A DMO da tíbia não apresentou diferenças significativas entre as profissões.
d) Ocorreu maior prevalência de osteopenia no fêmur total dos médicos.
e) As atividades físicas ocupacionais (AFO) realizadas pelos carteiros
apresentaram escores mais elevados a partir dos 21-30 anos quando
comparados com as outras profissões.
f) Os médicos apresentaram escores mais elevados da prática de exercícios
físicos e atividades de lazer (EFL) em todos os períodos da vida. Sendo
significativos dos 31-50 anos e nos últimos 12 meses para os médicos em
relação aos taxistas.
g) As atividades de físicas de locomoção (AFLOC) manifestaram escores mais
superiores dos carteiros em relação aos taxistas.
h) A evolução dos escores das atividades físicas ocupacionais (AFO),
demonstrou que os carteiros tiveram um acréscimo dos escores ao longo dos
anos, enquanto que os taxistas e os médicos tiveram um decréscimo.
i) A evolução dos escores da prática dos exercícios físicos e das atividades
físicas de lazer (EFL), foi similar entre os grupos ocorrendo uma diminuição
gradual ao longos dos anos.
j) As correlações significativas para as atividades físicas ocupacionais
ocorreram a partir dos 21-30 anos, sendo que a região da coluna lombar foi
influenciada significativamente pelas atividades ocupacionais realizadas dos
21-30 anos, e o fêmur nos períodos de 21-30 anos, 31-50 anos e nos últimos
12 meses. Outro dado importante é que, de um modo geral, a tíbia não obteve
88
correlação significativa com as atividades físicas ocupacionais, sendo que
somente o segmento ultra-distal foi influenciado significativamente.
k) Evidenciou-se que a prática de exercícios físicos e atividades físicas de lazer
(EFL) realizadas dos 10-20 anos e dos 21-30 anos influenciaram na coluna
lombar e no trocanter e o período de 21-30 anos influenciou na tíbia.
l) As atividades de locomoção (AFLOC) não estiveram correlacionadas
significativamente com a DMO de qualquer região estudada.
m) A análise de regressão demonstrou que a AFO 21-30, EFL 21-30 e IMC são
as variáveis que apresentaram maior influencia na DMO de L1-L4.
n) A análise de regressão demonstrou que para o fêmur total, o EFL 21-30, a
AFO 12M, e o IMC influenciaram positivamente e a profissão de médico
apresentou relação negativa demonstrando ser prejudicial para a massa
óssea desta região estudada.
o) A análise de regressão evidenciou que as variáveis que mais influenciaram na
DMO da tíbia total foram o EFL 21-30 de forma positiva e a profissão de
médico apresentando uma relação negativa.
Ao finalizar este estudo, espera-se que seus achados venham contribuir para
a formação e transformação do conhecimento, além de suscitar novas perspectivas
de saúde pública que promovam a atividade física como meio importante para a
prevenção da osteoporose, servindo de estimulo para que os indivíduos que
exercem baixa atividade física no exercício da sua profissão procurem incluir as
atividades físicas como meio de prevenção para diminuição da DMO.
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126. LaCroix AZ, Guralnik JM, Berkman LF, Wallace RB, Satterfield S. Maintaining
mobility in late life. II. Smoking, alcohol consumption, physical activity and body mass
index. Am J Epidemiol. 1993, 137: 858-869.
127. Mor V, Murphy J, Masterson-Allen S, et al. Risk of functional decline among well
elders. J Clin Epidemiol. 1989; 42:895-904.
101
128. Branch, LG Health practices and incident disability among the elderly. Am J
Publ Health. 1985; 75:1436-1439.
129. Nordström P, Nordström G, Thorsen K; Lorentzon R. Local bone mineral
density, muscle strength, and exercise in adolescent boys: a comparative study of
two groups with different muscle strength and exercise levels. Calcif Tissue Int.
1996;58: 402-8.
130. Nordström P, Lorentzon R. Site-specific bone mass differences of the lower
extremities in 17-year-old ice hockey players. Calcif Tissue Int.1996;59: 443-8.
131. Nordström P, Nordström G, Lorentzon R. Correlation of bone density to strength
and physical activity in young men with a low or moderate level of physical activity.
Calcif Tissue Int. 1997; 60: 332-7.
132. Colletti LA, Edwards J, Gordon L, Shary J, Bell NH. The effects of muscle-
building exercise on bone mineral density of the radius, spine, and hip in young men.
Calcif Tissue Int. 1989;45: 12-4.
133. Yusuf HR, Croft JB, Giles WH, et al. Leisure-time physical activity among older
adults. Arch Int Med 1996; 156(12): 1321-6.
134. Shephard RJ. Envelhecimento, atividade física e saúde. São Paulo: Phorte;
2003.
135. Cummings SR, Nevitt MC, Browner WS, et al. Risk factors for hip fracture in
white women. Study of Osteoporotic Fractures Research Group. N Engl J Med 1995,
332:767-73.
136. Costa-Paiva L, Horovitz AP, Santos AO, Fonsechi-Carvasan GA; Pinto-Neto
AM. Prevalência de osteoporose em mulheres na pós-menopausa e associação com
fatores clínicos e reprodutivos. Rev Bras Ginecol Obstet. 2003 Aug;25(7): 507-512.
137. Need AG, Wishart JM, Scopacasa F, Horowitz M, Morris HA, Nordin BEC. Effect
of physical activity on femoral bone density in men. BMJ 1995; 310(10): 1501-2.
APÊNDICE A – DOCUMENTOS DE APROVAÇÃO DO ESTUDO
Documentos de aprovação do estudo pela Comissão Cientifica do Programa
de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde e também do Comitê de
Ética
103
104
APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO
106
Termo de Consentimento
A Comparação da Densidade Mineral Óssea entre Homens de Meia Idade que exercem diferentes tipos de Atividade
Física Profissional
Eu,___________________________________________________________,concordo em
participar deste estudo, sabendo que o mesmo objetiva verificar a relação existente entre diferentes
tipos de atividade física profissional e a densidade mineral óssea. Estou ciente de que esta pesquisa
se faz relevante, para a Saúde Pública, visto que a atividade física, o exercício físico e uma vida ativa
mostra-se, atualmente, como uma das grandes estratégias de intervenção para a prevenção de
doenças crônico-degenerativas, entre elas, a osteoporose. Eu compreendo que minha participação é
inteiramente voluntária, não sendo de forma alguma pré-condição para que receba tratamento médico
nesta instituição. Recebi informações especificas sobre os procedimentos nos quais estarei envolvido
(responder 3 questionários, verificar o peso e altura e realizar o exame de densitometria óssea), dos
desconfortos previstos, tanto quanto dos benefícios esperados. Todas as minhas dúvidas foram
respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a qualquer momento.
Além disso, sei que novas informações, obtidas durante o estudo, me serão fornecidas e que terei
liberdade de retirar meu consentimento de participação da pesquisa, em face dessas informações.
Também me foi garantido pelo pesquisador, sigilo, assegurando a privacidade dos dados envolvidos
na pesquisa.
Caso tiver alguma dúvida, entrar em contato com o pesquisador responsável Rogério da
Cunha Voser, pelo fone 0 XX 51 33626318, Dr. Antônio Carlos A.de Souza pelo fone 0 XX 51
33887184/91140271 e Coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa Délio José Kipper pelo fone 0
XX 51 33203345.
Declaro ainda, que recebi cópia do presente consentimento.
___________________________ _____________________ _________________
Assinatura do paciente Nome Data
____________________________ _____________________ _________________
Assinatura do investigador Nome Data
Este formulário foi lido para
________________________________________________________________________________
em ________/__________/__________ pelo ___________________________________________
(nome do pesquisador) enquanto eu estava presente.
___________________________ _____________________ _________________
Assinatura de testemunha Nome da Testemunha Data
APÊNDICE C - CARTAS DE APRESENTAÇÃO E ENCAMINHAMENTO DA
PESQUISA
108
Porto Alegre, 30 de agosto de 2004.
AO
SINTAXI – Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre
A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, através de seu
Programa de Pós-graduação em Clínica Médica e Ciências da Saúde, vem, por meio desta,
solicitar a cooperação deste sindicato para a realização de uma pesquisa com fins
acadêmicos, sob a orientação do Prof. Dr. Antônio Carlos Araújo de Souza.
A pesquisa, conduzida pelo doutorando Rogério da Cunha Voser, tem como
objetivo comparar a Densidade Mineral Óssea entre homens de meia idade que exercem
diferentes tipos de Atividades Profissionais.
Os sujeitos pesquisados neste estudo serão indivíduos com faixa etária entre 50
e 65 anos, do sexo masculino, exercendo, a princípio, a função de taxista há 15 anos.
Para tanto, primeiramente, os participantes serão informados sobre todos os
detalhes do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Após, será aplicado um questionário, cujo objetivo será a seleção de indivíduos
capazes de preencher os quesitos necessários para a realização desta pesquisa. Num
segundo momento, estes indivíduos serão submetidos a um exame de densitometria óssea,
sem qualquer custo financeiro. Informamos também que os dados individuais serão
mantidos em completo sigilo.
Os resultados finais deste estudo serão apresentados a esta instituição.
Certo da sua compreensão a respeito do alcance do trabalho que se pretende
realizar e da importância destes resultados para o desenvolvimento do conhecimento,
coloco-me à disposição para qualquer esclarecimento.
Desde já, agradeço a sua imensurável colaboração.
Atenciosamente,
Rogério da Cunha Voser
109
Porto Alegre, 30 de agosto de 2004.
AO
SINTAPA – Sindicato dos Taxistas Autônomos de Porto Alegre
A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, através de seu
Programa de Pós-graduação em Clínica Médica e Ciências da Saúde, vem, por meio desta,
solicitar a cooperação deste sindicato para a realização de uma pesquisa com fins
acadêmicos, sob a orientação do Prof. Dr. Antônio Carlos Araújo de Souza.
A pesquisa, conduzida pelo doutorando Rogério da Cunha Voser, tem como
objetivo comparar a Densidade Mineral Óssea entre homens de meia idade que exercem
diferentes tipos de Atividades Profissionais.
Os sujeitos pesquisados neste estudo serão indivíduos com faixa etária entre 50
e 65 anos, do sexo masculino, exercendo, a princípio, a função de taxista há 15 anos.
Para tanto, primeiramente, os participantes serão informados sobre todos os
detalhes do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Após, será aplicado um questionário, cujo objetivo será a seleção de indivíduos
capazes de preencher os quesitos necessários para a realização desta pesquisa. Num
segundo momento, estes indivíduos serão submetidos a um exame de densitometria óssea,
sem qualquer custo financeiro. Informamos também que os dados individuais serão
mantidos em completo sigilo.
Os resultados finais deste estudo serão apresentados a esta instituição.
Certo da sua compreensão a respeito do alcance do trabalho que se pretende
realizar e da importância destes resultados para o desenvolvimento do conhecimento,
coloco-me à disposição para qualquer esclarecimento.
Desde já, agradeço a sua imensurável colaboração.
Atenciosamente,
Rogério da Cunha Voser
110
Porto Alegre, 30 de agosto de 2004.
À
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, através de seu
Programa de Pós-graduação em Clínica Médica e Ciências da Saúde, vem, por meio desta,
solicitar a cooperação deste sindicato para a realização de uma pesquisa com fins
acadêmicos, sob a orientação do Prof. Dr. Antônio Carlos Araújo de Souza.
A pesquisa, conduzida pelo doutorando Rogério da Cunha Voser, tem como
objetivo comparar a Densidade Mineral Óssea entre homens de meia idade que exercem
diferentes tipos de Atividades Profissionais.
Os sujeitos pesquisados neste estudo serão indivíduos com faixa etária entre 50
e 65 anos, do sexo masculino, exercendo, a princípio, a função de carteiro há 15 anos.
Para tanto, primeiramente, os participantes serão informados sobre todos os
detalhes do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Após, será aplicado um questionário, cujo objetivo será a seleção de indivíduos
capazes de preencher os quesitos necessários para a realização desta pesquisa. Num
segundo momento, estes indivíduos serão submetidos a um exame de densitometria óssea,
sem qualquer custo financeiro. Informamos também que os dados individuais serão
mantidos em completo sigilo.
Os resultados finais deste estudo serão apresentados a esta instituição.
Certo da sua compreensão a respeito do alcance do trabalho que se pretende
realizar e da importância destes resultados para o desenvolvimento do conhecimento,
coloco-me à disposição para qualquer esclarecimento.
Desde já, agradeço a sua imensurável colaboração.
Atenciosamente,
Rogério da Cunha Voser
111
Porto Alegre, 24 de maio de 2005.
À
Associação dos Médicos do Hospital São Lucas da PUCRS - AMHSL
A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, através de seu
Programa de Pós-graduação em Clínica Médica e Ciências da Saúde, vem, por meio desta,
solicitar a cooperação desta associação para a realização de uma pesquisa com fins
acadêmicos, sob a orientação do Prof. Dr. Antônio Carlos Araújo de Souza.
A pesquisa, conduzida pelo doutorando Rogério da Cunha Voser, tem como
objetivo comparar a Densidade Mineral Óssea entre homens de meia idade que exercem
diferentes tipos de Atividades Profissionais.
Os sujeitos pesquisados neste estudo serão indivíduos com faixa etária entre 50
e 65 anos, do sexo masculino, exercendo, a princípio, a função de médico há 15 anos.
Para tanto, primeiramente, os participantes serão informados sobre todos os
detalhes do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Após, será aplicado um questionário, cujo objetivo será a seleção de indivíduos
capazes de preencher os quesitos necessários para a realização desta pesquisa. Num
segundo momento, estes indivíduos serão submetidos a um exame de densitometria óssea,
sem qualquer custo financeiro. Informamos também que os dados individuais serão
mantidos em completo sigilo.
Os resultados finais deste estudo serão apresentados a esta instituição.
Certo da sua compreensão a respeito do alcance do trabalho que se pretende
realizar e da importância destes resultados para o desenvolvimento do conhecimento,
coloco-me à disposição para qualquer esclarecimento.
Desde já, agradeço a sua imensurável colaboração.
Atenciosamente,
Rogério da Cunha Voser
APÊNDICE D – RETORNO DAS AUTORIZAÇÕES DOS SINDICATOS DOS
TAXISTAS E DA EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS E DA
ASSOCIAÇÃO DOS MÉDICOS DO HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS
113
114
115
116
117
ANEXO A - PROTOCOLO DE OSTEOPOROSE
119
PROTOCOLO DE OSTEOPOROSE
Nº de registro: _________________________________________Data: _____/_____/_____
Nome: ___________________________________________________________________
RG : ________________________
Endereço: ________________________________________________________________
Telefone: ____________________________________ CEP: ______________________
Sexo: M(1) F(2)
Raça: B(1) Pt(2) Pd(3) Am(4) Outros(5)
Data de Nascimento: _____/_____/_____
Naturalidade: _______________________________________ Código: _______________
Estado civil: solteiro(1) casado(2) separado(3) viúvo(4)
Profissão: ___________________________________ Código: _____________________
se aposentado:
a) motivo da aposentadoria: tempo de serviço(1) invalidez(2)
idade(3) especial(4)
b) há quanto tempo: ___________ anos
c) atividade anterior: _________________________________ Código: _________
Escolaridade:
analfabeto(1) sabe ler e escrever(2) 1º grau incompleto(3)
1º grau completo(4) 2º grau incompleto(5) 2º grau completo(6)
superior(7)
Antecedentes mórbidos
endócrinos:
hipotireoidismo:
sim(1) não(2) não sabe(9)
120
hipertireoidismo: sim(1) não(2) não sabe(9)
hiperparatireoidismo: sim(1) não(2) não sabe(9)
diabetes mellitus: sim(1) não(2) não sabe(9)
* gastrointestinal:
doença hepática: sim(1) não(2) não sabe(9)
gastrectomia: sim(1) não(2) não sabe(9)
colite: sim(1) não(2) não sabe(9)
outras (qual):
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
* calculose renal: sim(1) não(2) não sabe(9)
* mieloma múltiplo: sim(1) não(2) não sabe(9)
* outras neoplasias (qual):
____________________________________________________________
____________________________________________________________
Medicamentos:
corticosteróides: sim(1) não(2) algum dia usou(3) não sabe(9)
dose: ___________ tempo de uso: _________
* anticonvulsivantes: sim(1) não(2) algum dia usou(3) não sabe(9)
dose: ___________ tempo de uso: _________
anti-ácidos:
sim(1) não(2) algum dia usou(3) não sabe(9)
121
dose: ___________ tempo de uso: _________
* diuréticos tiazídicos: sim(1) não(2) algum dia usou(3) não sabe(9)
dose: ___________ tempo de uso: _________
* diuréticos não tiazídicos: sim(1) não(2) algum dia usou(3) não sabe(9)
dose: ___________ tempo de uso: _________
* suplemento de cálcio: sim(1) não(2) algum dia usou(3) não sabe(9)
dose: ___________ tempo de uso: _________
Já teve fratura: idade: ________ (anos) quantas vezes? ________
não traumática(1) traumática(2) não(3) não sabe(9)
radio(1) vértebra(2) fêmur(3) outro: ______ Código: ________
Mãe com fratura após 50 anos: (que não seja por acidente)
não traumática(1) traumática(2) não(3) não sabe(9)
radio(1) vértebra(2) fêmur(3) outro: ______ Código: ________
Pai com fratura após 50 anos (que não seja por acidente)
não traumática(1) traumática(2) não(3) não sabe(9)
radio(1) vértebra(2) fêmur(3) outro: ______ Código: ________
Fuma atualmente? sim(1) não(2)
se sim: quantos cigarros por dia: __________
há quanto tempo: ______________________________________________
122
tipo de fumo: cigarro sem filtro(1) cigarro com filtro(2) cachimbo(3)
charuto(4) outro(5)
Parou de fumar? sim(1) não(2)
há quanto tempo? ______________________________________________
fumou por quanto tempo? __________________
fumava quantos cigarros por dia? ______________________________________________
Consumo de bebida:
tipo de bebida periodicidade
(diária, semanal, etc)
quantidade
(copos ou xícara)
Aguardente
Cerveja
Conhaque
Licor
Vinho
Whisky
Café
Refrigerantes cola
Outros:
ANEXO B – QUESTIONÁRIO DE ATIVIDADE FÍSICA
Nome: Idade: Sexo: Profissão:
QUESTIONÁRIO DE ATIVIDADE FÍSICA – BAECKE – RECORDATÓRIO AO LONGO DA VIDA
Por favor, circule a resposta apropriada para cada questão:
Período (anos)
10 -
20
21 -
30
31 -
50
1)
Qual foi sua principal ocupação?
2)
No trabalho eu sentava: 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / freqüentemente / sempre
3)
No trabalho em ficava em pé : 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / freqüentemente / sempre
4)
No trabalho eu andava: 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / freqüentemente / sempre
5)
No trabalho eu carregava carga pesada: 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / freqüentemente / sempre
6)
Após o trabalho me sentia cansado: 5 4 3 2 1
muito freqüentemente / freqüentemente / algumas vezes / raramente /
nunca
7)
No trabalho eu suava: 5 4 3 2 1
muito freqüentemente / freqüentemente / algumas vezes / raramente /
nunca
Período (anos)
10 -
20
21 -
30
31 -
50
8)
Em comparação com outros da minha idade eu penso que meu
trabalho foi fisicamente:
5432 1
muito pesado / mais pesado / tão pesado quanto / mais leve / muito
leve
9)
Você praticou esporte/exercício físico:
sim / não
Qual modalidade você praticou mais freqüentemente
Quantas horas por semana?
<1 1-
2
2-
3
3-
4
>4
Quantos meses por ano?
<1 1-
3
4-
6
7-
9
>9
Se você faz uma segunda modalidade:
qual modalidade é esta
quantas horas por semana?
<1 1-
2
2-
3
3-
4
>4
quantos meses por ano?
<1 1-
3
4-
6
7-
9
>9
10)
Em comparação com outros da minha idade eu penso que minha
atividade física durante as horas de lazer foi:
5432 1
muito maior / maior / a mesma / menor / muito menor
11)
Durante as horas de lazer eu suava: 5 4 3 2 1
muito freqüentemente / freqüentemente / algumas vezes / raramente /
nunca
12)
Durante as horas de lazer eu praticava esporte/exercício físico: 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / freqüentemente / muito
freqüentemente
ANEXO C – QUESTIONÁRIO DE ATIVIDADE FÍSICA
Nome: Idade: Sexo: Profissão:
QUESTIONÁRIO DE ATIVIDADE FÍSICA – BAECKE – RECORDATÓRIO – ÚLTIMOS 12 MESES
Por favor, circule a resposta apropriada para cada questão:
1)
Qual foi sua principal ocupação?
1 3 5
2)
No trabalho eu sento: 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / freqüentemente / sempre
3)
No trabalho em fico em pé : 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / freqüentemente / sempre
4)
No trabalho eu ando: 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / freqüentemente / sempre
5)
No trabalho eu carrego carga pesada: 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / freqüentemente / sempre
6)
Após o trabalho me sinto cansado: 5 4 3 2 1
muito freqüentemente / freqüentemente / algumas vezes / raramente / nunca
7)
No trabalho eu suo: 5 4 3 2 1
muito freqüentemente / freqüentemente / algumas vezes / raramente / nunca
8)
Em comparação com outros da minha idade eu penso que meu trabalho é
fisicamente:
5 4 3 2 1
muito pesado / mais pesado / tão pesado quanto / mais leve / muito leve
9)
Você pratica esporte/exercício físico:
sim / não
Qual modalidade você pratica mais
freqüentemente?
quantas horas por semana?
<1 1-2 2-3 3-4 >4
quantos meses por ano?
<1 1-3 4-6 7-9 >9
Se você faz uma segunda modalidade:
qual modalidade é esta
quantas horas por semana?
<1 1-2 2-3 3-4 >4
quantos meses por ano?
<1 1-3 4-6 7-9 >9
10)
Em comparação com outros da minha idade eu penso que minha atividade física
durante as horas de lazer é:
5 4 3 2 1
muito maior / maior / a mesma / menor / muito menor
11)
Durante as horas de lazer eu suo: 5 4 3 2 1
muito freqüentemente / freqüentemente / algumas vezes / raramente / nunca
12)
Durante as horas de lazer eu pratico esporte/exercício físico: 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / freqüentemente / muito freqüentemente
13)
Durante as horas de lazer eu vejo televisão: 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / freqüentemente / muito freqüentemente
14)
Durante as horas de lazer eu ando: 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / freqüentemente / muito freqüentemente
15)
Durante as horas de lazer eu ando de bicicleta: 1 2 3 4 5
nunca / raramente / algumas vezes / freqüentemente / muito freqüentemente
16)
Durante quantos minutos você anda a pé ou de bicicleta por dia indo
e voltando do trabalho ou escola ou compras?
1 2 3 4 5
<5 / 5-15 / 16-30 / 31-45 / >45
ANEXO D- MODALIDADE DE EXERCÍCIOS FÍSICOS E SUAS RESPECTIVAS
CLASSIFICAÇÕES EM NÍVEIS DE DENSIDADE
132
Modalidades de exercícios físicos e suas respectivas classificações em níveis
de intensidade
Modalidades de Exercícios Físicos Níveis de Intensidade
Baixo Moderado Alto
Bicicleta (Ciclismo)*
X
Natação*
X
Tênis*
X
Remo*
X
Futebol*
X
Boxe *
X
Basquetebol*
X
Aulas de Educação Física Escolar**
X
Voleibol**
X
Caminhada **
X
Ginástica Geral**
X
Artes Marciais**
X
Capoeira **
X
Corrida (Trote)**
X
Treinamento com Pesos**
X
*Classificação em Milijoules por hora (MJ/h)de acordo com BAECKE e col.(1982)
100
**Classificação em Mets de acordo com AINSWORTH e col. (1993)
108
e McARDLE
e col. (1992)
109
ANEXO E - ATIVIDADES FÍSICAS PROFISSIONAIS (OCUPACIONAIS) E SUAS
RESPECTIVAS CLASSIFICAÇÕES EM NÍVEIS DE INTENSIDADE
134
Atividades físicas profissionais (ocupacionais) e suas respectivas
classificações em níveis de intensidade
Atividades Físicas Ocupacionais Níveis de Intensidade
Baixo Moderado Alto
Motoristas em geral (de cargas e
passageiros)*
X
Estudantes em geral*
X
Vendedores em geral (comerciantes,
ambulantes, representantes)*
X
Trabalhadores de escritório em geral
(auxiliares, escriturários, telegrafistas,
bancários, analistas, técnicos, telefonistas)*
X
Profissões de nível superior em
geral*(contadores, dentistas, administradores,
professores, engenheiros, químicos,
advogados)*
X
Carpinteiros e Encanadores*
X
Trabalhadores de serviços de manutenção de
veículos e máquinas em geral (mecânicos,
eletricistas, pintores e funileiros)**#
X
Pedreiros*
X
Atletas de esportes de rendimento (futebol de
campo)*
X
Trabalhadores de agricultura (lavoura e
pecuária)*
X
Trabalhadores de fabricação e produção
industrial em geral*
X
Trabalhadores de pesca em geral**
X
Aposentados**
X
Cabeleireiros, Fotógrafos, Vigias, Porteiros,
Relojoeiros, Zeladores**#
X
Garçons e Balconistas de bares**
X
135
Inspetores e Supervisores em geral (mestres,
contra-mestres, encarregados)**#
X
Policiais em geral (militares, policiais
municipais e civis) e Servidores militares **
X
Faxineiros e Auxiliares de limpeza**#
X
Sapateiros**
X
Cobradores de ônibus, Instrutores de auto-
escola e Ascensoristas**#
X
Padeiros**
X
Cozinheiros, Auxiliares de cozinha e
Açougueiros**#
X
Auxiliares de Enfermagem e de Laboratório**
X
Cobradores de rua, Mensageiros e Office-
boys**#
X
Carteiros e Feirantes**#
X
Almoxarifes, Empacotadores e Engraxates**#
X
*Classificação em milijoules por hora (MJ/h) de acordo com BAECKE e col. (1982)
100
**Classificação em mets de acordo com AINSWORTH e col. (1993)
108
e McARDLE e col.
(1992);
109
#As profissões em que não foram encontrados códigos de níveis de intensidade
especificados, o cálculo foi baseado nas especificidades das atividades realizadas por cada
profissão, tendo como base os estudos de AINSWORTH e col. (1993)
108
e McARDLE e col.
(1992);
109
Esta categoria inclui mecânicos de manutenção, montadores, operadores de máquinas,
eletricistas, trabalhadores de instalação de processamento químico, fabricação de roupas,
metalúrgicos e siderúrgicos, usinagem de metais, fabricação e preparação de alimentos e
bebidas, artes gráficas, fabricação de produtos têxteis, fabricação de artefatos de madeiras,
fabricação de calçados e artefatos de couro, fabricação de produtos de borracha e plástico.
ANEXO F – BAECKE – ESCORES PARA ANÁLISE
137
BAECKE – Escores para análise
As atividades físicas ocupacionais resultaram em 4 escores finais dos
períodos de vida de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos últimos
12 meses. As questões aplicadas com os respectivos valores, assim como a fórmula
para o cálculo final dos escores são especificadas no quadro 4.
Quadro 4. Especificação dos cálculos dos valores obtidos nas respostas das
questões de atividades físicas ocupacionais ao longo da vida: e da fórmula para o
cálculo dos escores:
ÍNDICE DE POSSÍVEIS RESPOSTAS DAS PESSOAS:
Nunca/raramente/algumas vezes/freqüentemente/sempre
(1/ 2/ 3/ 4/ 5/) Escore obtido de acordo com a resposta
Muito freqüentemente/freqüentemente/algumas vezes/raramente/nunca
(5/ 4/ 3/ 2/ 1) Escore obtido de acordo com a resposta
ATIVIDADES FÍSICAS OCUPACIONAIS:
1.Tipo de ocupação: (1/3/5) (definição de acordo com gasto energético
especificado no anexo 5)
2.Sentar no trabalho: (1/2/3/4/5)
3.Ficar em pé no trabalho: (1/2/3/4/5)
4.Andar no trabalho: (1/2/3/4/5)
5.Carregar carga pesada no trabalho: (1/2/3/4/5)
6.Se sentir cansado após o trabalho: (5/4/3/2/1)
7.Suar durante o trabalho: (5/4/3/2/1)
8.Comparar fisicamente o trabalho com pessoas da mesma idade:
(5/4/3/2/1)
(muito pesado/mais pesado/tão pesado quanto/mais leve/muito leve)
9 Fórmula para cálculo dos escores de atividades físicas
ocupacionais (vq=valor da questão):
138
8
vq8vq7vq6vq5vq4vq3vq2)-(6vq1
AFO de Escore
+
+
+
+
+
+
+
=
Exercícios físicos e atividades físicas de lazer:
Os exercícios físicos e atividades físicas de lazer resultaram em 4 escores
finais dos períodos de vida de 10 a 20 anos, de 21 a 30 anos, de 31 a 50 anos e dos
últimos 12 meses. As questões aplicadas com os respectivos valores, assim como a
fórmula para o cálculo final dos escores são especificadas no quadro 5.
Quadro 5. Especificação dos cálculos dos valores obtidos nas respostas das
questões de exercícios físicos e atividades físicas de lazer ao longo da vida e da
fórmula para o cálculo dos escores:
ÍNDICE DE POSSÍVEIS RESPOSTAS DAS PESSOAS:
Nunca/raramente/algumas vezes/freqüentemente/sempre
(1/ 2/ 3/ 4/ 5/) Escore obtido de acordo com a resposta
Muito freqüentemente/freqüentemente/algumas vezes/raramente/nunca
(5/ 4/ 3/ 2/ 1) Escore obtido de acordo com a resposta
EXERCÍCIOS FÍSICOS E ATIVIDADES FÍSICAS DE LAZER:
9.Primeira questão referente aos exercícios físicos/esportes regulares
(dividida em 6 partes):
9 Tipo: (1/3/5) (definição de acordo com gasto energético especificado no
anexo 4)
9 Horas por semana: (<1/1-2/2-3/3-4/>4)
9 Meses por ano: (<1/1-3/4-6/7-9/>9)
Se pratica uma segunda modalidade:
9 Tipo:(1/3/5) (definição de acordo com gasto energético especificado no
139
anexo 4)
9 Horas por Semana: (<1/1-2/2-3/3-4/>4)
9 Meses por ano: (<1/1-3/4-6/7-9 />9)
10.Comparação das atividades de lazer com pessoas da mesma
idade:(1/2/3/4/5)
(muito maior/maior/ a mesma/ menor/ muito menor)
11.Suar nas horas de lazer: (1/2/3/4/5)
12.Praticar exercícios físicos/esportes (não regulares) nas horas de
lazer:(1/2/3/4/5)
Para o cálculo da questão vq9:
Intensidade (tipo de exercício)=0,76 ou 1,26 ou 1,76 (determinado pela
resposta da escala (1/3/5) proposta de acordo com o gasto energético da
modalidade)
Tempo (horas por semana)=0,5 ou 1,5 ou 2,5 ou 3,5 ou 4,5 (determinado
pela resposta da escala (<1/1-2/2-3/3-4/>4) proposta de acordo com as
horas semanais de prática)
Proporção (meses por ano)=0.04 ou 0.17 ou 0.42 ou 0.67 ou 0.92
(determinado pela resposta da escala (<1/1-3/4-6/7-9/>9) proposta de
acordo com os meses por ano de prática)
Os valores devem ser multiplicados e somados:
[Modalidade 1=(Intensidade*Tempo*Proporção)+Modalidade 2=(Intensidade*Tempo*Proporção)]
Após o resultado deste cálculo, para o valor final da questão 9:
[0 (sem exercício físico)=1/ entre 0,01 até <4=2/ entre 4 até <8=3/ entre 8 até
<12=4/12,00=5]
Valor final de vq9= (1/2/3/4/5)
9Fórmula para o cálculo dos escores de exercícios físicos e atividades
físicas de lazer (vq=valor da questão):
4
vq12vq11vq10vq9
EF/L de Escore
+
+
+
=
140
Atividades físicas de locomoção:
As atividades físicas de locomoção resultaram em 1 escore final dos últimos
12 meses. As questões aplicadas com os respectivos valores, assim como a fórmula
para o cálculo final dos escores são especificadas no quadro 6.
Quadro 6. Especificação dos cálculos dos valores obtidos nas respostas das
questões de atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses e da fórmula
para o cálculo dos escores:
ÍNDICE DE POSSÍVEIS RESPOSTAS DAS PESSOAS:
Nunca/raramente/algumas vezes/freqüentemente/sempre
(1/ 2/ 3/ 4/ 5/) Escore obtido de acordo com a resposta
muito freqüentemente/ freqüentemente/algumas vezes/raramente/nunca
(5/ 4/ 3/ 2/ 1) Escore obtido de acordo com a resposta
ATIVIDADES FÍSICAS DE LOCOMOÇÃO:
13.Ver televisão nas horas de lazer: (1/2/3/4/5)
14.Andar a pé nas horas de lazer: (1/2/3/4/5)
15.Andar de bicicleta nas horas de lazer: (1/2/3/4/5)
16.Duração total em minutos de andar a pé ou de bicicleta por dia indo e
voltando do trabalho, ou escola ou compras: (1/2/3/4/5)
(<5/5-15/16-30/31-45/>45)
9 Fórmula para o cálculo do escore de atividades físicas de locomoção
(vq=valor da questão):
4
vq16]vq15vq14vq13)-[(6
AFLOC de Escore
+
+
+
=
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