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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL E AGRONECIO
LUIZ GILBERTO BIRCK
AGRONEGÓCIO COOPERATIVO:
A INSERÇÃO ECONÔMICA DA COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL LAR
Toledo-Pr
2005
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL E AGRONECIO
LUIZ GILBERTO BIRCK
AGRONEGÓCIO COOPERATIVO:
A INSERÇÃO ECONÔMICA DA COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL LAR
Dissertação apresentada ao programa de Pós-
Graduação em Desenvolvimento Regional e
Agronegócio, da Universidade Estadual do Oeste
do Paraná, campus Toledo, para obtenção do grau
de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Miguel Angel Uribe Opazo
Co-orientador: Prof. Dr. Régio Marcio Toesca
Gimenes
Toledo-Pr
2005
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Catalogação na Publicação elaborada pela Biblioteca Universitária
UNIOESTE/Campus de Toledo.
Biblioteria: Marilene de Fátima Donadel - CRB 9/924
Birck, Luiz Gilberto
B617a Agronecio cooperativo : a inserção econômica da
Cooperativa Agroindustrial Lar / Luiz Gilberto Birck. --
Toledo, PR : [s. n.], 2005.
108 f.
Orientador: Dr. Miguel Angel Uribe Opazo
Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Regional e
Agronecio) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
Campus de Toledo. Centro de Ciências Sociais Aplicadas
1. Cooperativismo Paraná, Região Oeste 2.
Desenvolvimento regional Paraná, Região Oeste 3.
Cooperativas agropecuárias 4. Agroindustrialização 5.
Cooperativa Agroindustrial Lar 6. Investimentos I. T.
CDD 20. ed. 334.68098162
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TERMO DE APROVAÇÃO
LUIZ GILBERTO BIRCK
AGRONEGÓCIO COOPERATIVO:
A INSERÇÃO ECONÔMICA DA COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL LAR
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de Mestre em
Desenvolvimento Regional e Agronecio, e aprovada em sua forma final pelo
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio, da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus de Toledo.
Prof. Jefferson Andronio Ramundo Staduto, Dr.
Coordenador do Curso
BANCA EXAMINADORA
Prof. Miguel Angel Uribe Opazo, Dr.
Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE
Prof. Jefferson Andronio Ramundo Staduto, Dr.
Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE
Profª. Fátima Maria Pegorini Toesca, Dra.
Universidade Paranaense - UNIPAR
Toledo, 13 de dezembro de 2005
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DEDICATÓRIA
A Deus, por me ensinar o caminho da fé.
Aos meus pais José e Maria, por me ensinarem o valor do
saber.
À minha esposa e companheira Vania, pela infinita
paciência e compreensão.
Às minhas filhas Juliana e Marina, por entenderem a
ausência do pai.
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AGRADECIMENTOS
Algumas pessoas, de uma forma ou de outra, contribuíram na
elaboração desta pesquisa.
Entretanto, gostaria de fazer alguns agradecimentos especiais.
Primeiramente aos professores Miguel Angel Uribe Opazo e Régio
Marcio Toesca Gimenes, pelas suas posturas como orientador e co-orientador,
respectivamente, da minha dissertação, que me fazem lembrar das palavras de
Willian George Ward: O pessimista queixa-se do vento, o otimista espera que ele
mude e o realista ajusta as velas”.
Também agradeço ao Presidente da Cooperativa Agroindustrial Lar,
Sr. Irineo da Costa Rodrigues, que abriu as portas” da sociedade cooperativa, para
que esta pesquisa pudesse ser realizada.
Com relação à Lar, gostaria, tamm, de externar meus
agradecimentos aos amigos Ilson Antônio Sassi e Edgar Darife e, em especial ao
amigo Clédio Roberto Marshall, que foi o meu interlocutor junto à Lar.
o posso deixar de agradecer ao amigo e colega de trabalho
Amauri Vilmar Linke pelo auxilio ímpar na decomposição dos índices e valores nas
Declarações Fisco Contábeis DFCs.
Por fim, o posso deixar de externar meus agradecimentos ao meu
ex-aluno Lucir Reinaldo Alves e ao colega e amigo Professor Jandir Ferrera de Lima
pela disposição em contribuir com a qualidade da minha pesquisa, em especial aos
métodos de desenvolvimento regional.
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BIRCK, Luiz Gilberto. Agronecio Cooperativo : A Inserção Econômica da
Cooperativa Agroindustrial Lar. Toledo, 2005, 108 p. Dissertação (Mestrado
em Desenvolvimento Regional e Agronecio) - Programa de Pós-Graduação
em Desenvolvimento Regional e Agronecio, Unioeste, campus de Toledo
RESUMO
O principal objetivo deste trabalho foi analisar a inserção, no processo de
agroindustrialização, da Cooperativa Lar, e os reflexos econômico-financeiros que os
investimentos neste setor podem ter trazido a esta sociedade cooperativa e para o
desenvolvimento da região de Medianeira. O estudo foi direcionado na aferição da
alavancagem aos resultados econômico-financeiros da Cooperativa Agroindustrial
Lar gerada pelos investimentos em industrialização, de 2000 a 2004. Ou seja,
procurou-se verificar o aumento das suas fontes de receita com o processo de
inserção na industrialização dos produtos agropecuários. Além disso efetuou-se a
alise da Taxa de Retorno do Investimento que proporcionou a verificação acerca
da viabilidade em termos de retorno financeiro à sociedade cooperativa a partir dos
investimentos em ativos feitos pela Cooperativa Lar com sua entrada na
agroindustrialização. Também se verificou a participação da agroindustrialização da
Cooperativa Lar no retorno do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual,
Intermunicipal e de Comunicação - ICMS ao Poder Executivo do Município de
Medianeira e, nos demais municípios em que a cooperativa Lar tem implantado
plantas industriais, como é o caso de Itaipulândia, Missal, Matelândia, Céu Azul e
Santa Helena, a partir dos investimentos em industrialização de 2000 a 2004. Por
fim, este trabalho, analisou a influência das Unidades Industriais da Cooperativa Lar
no desempenho do setor industrial da região de medianeira pela composição de
uma matriz de informações que co-relacionou o emprego no referido setor, como
variável-base, o que permitiu descrever o comportamento desse setor produtivo.
Palavras-chave: Agroindustrialização; Desenvolvimento Regional; Retorno sobre o
Investimento
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BIRCK, Luiz Gilberto. Cooperative agribusiness: The economic insertion of the
Cooperativa Agroindustrial Lar. Toledo, 2005, 108 p Dissertation (Master degree
in regional development and agribusiness) Post-graduation program in regional
development and agribusiness, Unioeste Campus of Toledo.
ABSTRACT
The main goal of this work is to analyze the insertion in the process of agro-
industrialization of a Cooperative in order to realize the economic and financial
responses that the investment on this area can be conveyed to this Cooperative and
to the development of Medianeira City region. This study is directed to evaluate the
improvement and the economic and financial results of this Cooperative generated
through the investments in industrialization from 2000 to 2004. Thus, this work
searched for verifying the improvement of its resource of revenue into the process of
insertion in the industrialization of rural products. Besides this, it was done an
analysis of the investment return tax, providing the verification on the capability in
terms of financial return to the Cooperative Society of the investment done by the
Cooperative by its access in the industrialization of a Cooperative in the return of the
tax on Operations Related to the Goods Circulation and on Services of Inter-state
and Inter-municipal Transportation and Communication (ICMS) to the Executive
power of the City of Medianeira and in other Cities where the Cooperative has
opened industry sites as it has happened in the Cities of Itaipulândia, Missal,
Matelândia, Céu Azul and Santa Helena, from the time when the investments were
applied in industrialization from 2000 to 2004. Finally, this work analyzed the
influence of the Industry Units of the Cooperative in the performance of the industrial
sector of the City of Medianeira and its region through the composition of an
information center which brought in correlation the employment in this sector as a
variable base permitting to describe the behavior of this productive sector.
Key-words: Agro-industrialization, regional development, return on the investment.
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viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa dos Municípios com Unidades Industriais da Lar na Região Oeste do
Paraná......................................................................................................48
Figura 2 - Matriz de Informações..............................................................................56
Figura 3 Gráfico Comparativo da Participação da LAR no Retorno de ICMS de Céu
Azul no Período de 2000 a 2004 (Por cririo e Total)..............................64
Figura 4 Gráfico Comparativo da Participação da LAR no Retorno de ICMS de
Itaipulândia no Período de 200 a 2004 (Por critério e Total)....................66
Figura 5 Gráfico Comparativo da Participação da LAR no Retorno de ICMS de
Matelândia no Período de 200 a 2004 (Por critério e Total).....................68
Figura 6 Gráfico Comparativo da Participação da LAR no Retorno de ICMS de
Medianeira no Período de 200 a 2004 (Por cririo e Total).....................70
Figura 7 Gráfico Comparativo da Participação da LAR no Retorno de ICMS de
Missal no Período de 200 a 2004 (Por critério e Total).............................72
Figura 8 Gráfico Resumo do retorno de ICMS por município Soma de 2000 a
2004..........................................................................................................75
Figura 9 Gráfico do Coeficiente de Localização dos Setores dos Municípios com
Indústrias da LAR - 1995/2004.................................................................85
Figura 10Gráfico do Coeficiente de Especialização dos Municípios com indústrias
da Indústria LAR – 1995/2004..................................................................86
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Decomposição do Retorno de ICMS para o município de Céu Azul -
2000/2004..............................................................................................62
Tabela 2 – Decomposição do Retorno de ICMS para o município de Itaipulândia -
2000/2004..............................................................................................65
Tabela 3 – Decomposição do Retorno de ICMS para o município de Matelândia -
2000/2004..............................................................................................67
Tabela 4 – Decomposição do Retorno de ICMS para o município de Medianeira -
2000/2004..............................................................................................69
Tabela 5 – Decomposição do Retorno de ICMS para o município de Missal -
2000/2004..............................................................................................71
Tabela 6 – Decomposição do Retorno de ICMS para o município de Santa Helena -
2000/2004..............................................................................................73
Tabela 7 - Resumo do retorno de ICMS por município.............................................74
Tabela 8 – Demonstrativo do Ativo Total, Receita Bruta e Sobra Líquida para
Destinação Legal, de 1995 a 2004........................................................76
Tabela 9 - Demonstrativo dos Índices em Cadeia e Variação Percentual do Ativo
Total, Receita Bruta e das Sobras Líquidas para Destinação Legal......76
Tabela 10 – Cálculo da Taxa de Retorno do Investimento - RI................................78
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ix
Tabela 11 - Quociente Locacional - QL dos Municípios com Indústrias da LAR-
1995/2004..............................................................................................83
Tabela 12 - Coeficiente de Localização - CL dos Setores dos Municípios com
Indústrias da LAR - 1995/2004..............................................................85
Tabela 13 - Coeficiente de Especialização - CE dos Municípios com as Unidades
industriais da LAR – 1995/2004.............................................................86
Tabela 14 - Coeficiente de Associação Geográfica - CAG dos Municípios com
Indústrias da LAR – 1995/2000...............................................................88
Tabela 15 - Índice de Concentração de Hirschman-Herfindahl - IHH por Setor dos
Municípios com indústrias da Indústria LAR – 1995/2004.....................89
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Critérios de Rateio do ICMS..................................................................52
Quadro 2 - Quantidade de unidades industriais, localização e nº de funcionários...81
Quadro 3 - Mão-de-obra por Ramos de Atividade dos Municípios com Instrias da
Lar e da Mesorregião Oeste – 1995/2000..............................................82
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACARPA Associação de Crédito e Assistência Rural do Para
ACI Aliança Cooperativa Internacional
AT Ativo Total
ATM Ativo Total Médio
BRDE Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul
BNCC Banco Nacional de Crédito Cooperativo
CAG Coeficiente de Associação Geográfica
CE Coeficiente de Especialização
CL Coeficiente de Localização
CMV Custo das Mercadorias Vendidas
COTREFAL Cooperativa Agrícola Três Fronteiras Ltda
DERAL Departamento de Economia Rural
DFC Declarações Fisco Contábeis
DRE Demonstrações de Resultado do Exercício
FATES Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e
Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual,
Intermunicipal e de Comunicação
IHH Índice de Concentração de Hirschman-Herfindahl
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
INPC Índice Nacional de Preços ao Consumidor
IR Índice de Retorno
IPVA Transferência do Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores
MARIPÁ Industrial Madeireira e Colonizadora Rio Paraná S/A.
MO Mão-de-obra ocupada
NGC Nova Geração das Cooperativas
NORCOOP Projeto Norte de Cooperativismo
OCEPAR Organização das Cooperativas do Paraná
ONG Organização Não-Governamental
PIB Produto Interno Bruto
QL Quociente Locacional
RAIS Relação Anual de Informações Sociais
RB Receita Bruta
RECOOP Programa de Revitalização das Cooperativas de Produção
Agropecuária
TRI Taxa de Retorno do Investimento
SDL Sobras Líquidas para Destinação Legal
SEAB Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento
SL Sobras Líquidas
SULCOOP Projeto Sul de Cooperativismo
TRI Taxa de Retorno do Investimento
VA Valor Adicionado
VAT Valor Adicionado Total
VBP Valor Bruto da Produção
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................1
2. REVIO DA LITERATURA...................................................................................6
2.1 Crescimento Econômico Regional.....................................................................7
2.2 A Teoria da Localização..................................................................................13
2.3 Pólos de Crescimento......................................................................................14
2.4 A Inserção do Oeste Paranaense na Economia Brasileira..............................16
2.5 Agronecio Cooperativo................................................................................26
2.5.1 As Sociedades Cooperativas.....................................................................30
2.5.2 As Cooperativas e a Agroindustrialização.................................................43
3. METODOLOGIA...................................................................................................50
3.1 Alavancagem aos Resultados Econômicos e Financeiros da Sociedade
Cooperativa...........................................................................................................50
3.2 Participação da Agroindustrialização da Lar no Retorno do ICMS..................51
3.3 A Influência das Indústrias Lar no Desempenho do Setor Industrial da Região
de Medianeira........................................................................................................54
3.4. Coleta de Dados.............................................................................................60
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.....................................62
4.1 Participação da Agroindustrialização da Lar no Retorno do ICMS..................62
4.2 Alavancagem aos Resultados Econômicos e Financeiros da Sociedade
Cooperativa...........................................................................................................75
4.3 Influência das Unidades Industriais da Cooperativa Lar no Desempenho do
Setor Industrial da Região de Medianeira..............................................................81
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................96
ANEXOS ...............................................................................................................99
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1. INTRODUÇÃO
O estudo do agronegócio é importante para retratar as profundas
transformações verificadas na agricultura brasileira nas últimas décadas, período no
qual o setor primário deixou de ser um mero provedor de alimentos in natura e
consumidor de seus próprios produtos, para ser uma atividade integrada aos demais
setores da economia.
A agricultura deixou de ser considerada, neste contexto, um setor
estanque e passou a interagir com os demais setores da economia, não só como
fornecedora de insumos, mas como consumidora de muitos produtos e insumos dos
outros setores. A complexificação da atividade agrícola, as inovações tecnológicas
na produção e as próprias demandas do mercado fizeram com que fomentasse o
agronecio.
No Brasil, o agronecio, em 2004, foi responsável por 30% do
Produto Interno Bruto PIB, ou seja, dos R$ 1.775,7 bilhões, que somou o PIB
brasileiro, o agronegócio participou com R$ 533,98 bilhões, conforme o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2005). Segundo alguns especialistas, o
setor emprega 38% da mão de obra e é responsável por 36% das importações. É o
setor mais importante da economia brasileira.
As Cooperativas Agroindustriais m investido na industrialização na
década de 90 e, os faturamentos delas têm refletido a esses investimentos. Isso
pode ser aferido nos meros sobre os faturamentos anuais que são demonstrados
nos balanços. É uma trajetória em crescente ascensão, de investimentos e aumento
nos valores das vendas.
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2
Por isso buscou-se, nesta pesquisa, construir uma relação que
permitiu averiguar os reflexos econômicos e financeiros que os investimentos
realizados, pela Cooperativa Agroindustrial Lar, na industrialização de produtos
agropecuários, acarretaram do ponto de vista da sociedade cooperativa, e no
desenvolvimento econômico do seu entorno.
Os desafios em termos de investimentos na industrialização que
foram projetados pela cooperativa em estudo a partir de 1998, refletiram,
economicamente, no desenvolvimento da região em que está inserida. Esses
reflexos foram tanto à economia da sociedade como também aos orçamentos dos
Municípios de Medianeira, Itaipulândia, Missal, Matelândia, Céu Azul e Santa
Helena, onde a Lar tem implantado plantas industriais, na medida em que a
industrialização reflete positivamente no retorno do Imposto Sobre Operações
Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de
Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação ICMS. Associado a
tudo isso está o benefício social do aumento da oferta de empregos.
O agronegócio paranaense cresce em importância no cenário
econômico do Paraná. Das 204 cooperativas paranaenses, 68 estão no agronegócio
e planejam investir em mais instrias. A idéia é aumentar os ganhos a partir da
comercialização de itens de maior valor agregado (OCEPAR, 2003).
Esses projetos agroindustriais que foram implantados pelas
cooperativas paranaenses são da maior relevância, uma vez que ampliarão, ainda
mais, a presença das cooperativas na cadeia produtiva, com o objetivo de reter, nas
diferentes regiões, a renda gerada no campo, o que contribui para um
desenvolvimento local equilibrado e geração de renda.
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3
A integração entre as cooperativas e a agregação dos interesses
rurais permitiram a montagem de uma infra-estrutura básica de armazenagem da
produção e, posteriormente, as sociedades cooperativas passaram a investir em
agroindústrias, objetivando a geração de valores adicionais para os produtores. Com
este processo elas passaram a ser detentoras dos modernos parques agroindustriais
em diversas regiões brasileiras.
A aptidão do Paraná à produção agropecria oferece um grande
potencial para o desenvolvimento do setor agroindustrial cooperativo, face à
disponibilidade de matérias-primas, de energia, de infra-estrutura para o
armazenamento e para o escoamento da produção, proximidade dos grandes
centros de consumo e, de modo especial, capacidade empreendedora de seus
cooperados.
No Paraná elas concentram 50% da economia do setor. Somam, no
Estado, 68 unidades, com mais de 87 mil cooperados. Participam de forma intensa
de todo o processo de produção, beneficiamento, armazenamento, industrialização e
comercialização agropecria (OCEPAR, 2003).
1
Com faturamento de R$ 11,2 bilhões no ano de 2002, as 204
cooperativas paranaenses são responsáveis por cerca de 14% do Produto Interno
Bruto do Estado. É uma cifra significativa, mas o setor quer crescer ainda mais. E
para isso os investimentos na produção agrícola e em novas atividades somaram
R$ 400 milhões em 2002, representando mais do que o dobro do que foi em 2001
(OCEPAR, 2003).
1
Das 204 cooperativas do Paraná, 33% (68) estão no agronegócio. “...o agronegócio é a vocação do
Paraná”, sentencia o Presidente da OCEPAR, João Paulo Koslovski.
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4
Se para o país elas são importantes, dentro do Paraná representam
uma força dinamizadora vital da economia, sobretudo pela sua capacidade de
inovação tecnológica e pelo que representam para o PIB paranaense. No setor
agrícola, em 2004, segundo a Organização das Cooperativas do Paraná OCEPAR
(2003), 56% do que é faturado com a agricultura e a pecuária no estado vem das
cooperativas. Assim, percebe-se a imporncia ímpar da atividade cooperativista, em
especial a do agronegócio, na economia paranaense.
O objetivo geral deste trabalho foi analisar a inserção, no processo
de agroindustrialização, da Cooperativa Lar, localizada na mesorregião Oeste do
Paraná, com vistas aos reflexos econômico-financeiros que os investimentos neste
setor podem ter trazido a esta sociedade cooperativa e para o desenvolvimento dos
municípios onde a Lar mantém unidades industriais.
Para tratar mais especificamente este estudo procurou atingir os
seguintes objetivos específicos:
Aferir a alavancagem, aos resultados econômico-financeiros da
cooperativa agroindustrial em estudo, gerada pelos investimentos
em industrialização, de 1998 a 2004, por meio do aumento das
suas fontes de receita, e da análise da Taxa de Retorno do
Investimento - TRI;
Verificar a participação da agroindustrialização da Cooperativa Lar
no retorno do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestações de Servos de Transporte
Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação - ICMS ao Poder
Executivo do Município de Medianeira e, nos demais municípios
em que a cooperativa Lar tem implantado plantas industriais, a
partir dos investimentos em industrialização de 2000 a 2004;
Analisar a influência das Unidade industriais da cooperativa Lar
no desempenho do setor industrial da região de Medianeira pela
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5
composição de uma matriz de informações que co-relacionem o
emprego no referido setor, como variável-base, que permite
descrever o comportamento desse setor produtivo.
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2. REVISÃO DA LITERATURA
A alise da inserção da Cooperativa Lar no processo de
industrialização, bem como dos reflexos ecomico-financeiros definidos nos
objetivos, carece de entendimento prévio de como se dá o desenvolvimento de
regiões e, como se deu, especificamente a inserção da região oeste paranaense
neste processo.
A compreensão do crescimento regional foi obtida pela teoria
econômica do crescimento regional que forneceu os elementos necessários para tal.
Por conseguinte, a inserção do Oeste paranaense na economia
brasileira foi feita, basicamente, pela abordagem de Pedro Calil Padis (1981), com a
sua obra Formação de uma Economia Peririca: o caso do Paraná, pelo estudo
realizado por Carlos Alberto Piacenti, Jandir Ferrera de Lima e Moacir Piffer (2001),
intitulado Influência do Prata na Ocupação do Oeste do Paraná e na sua Formação
Sócio-Econômica: Algumas Considerações Preliminares e, pela dissertação de
mestrado de Piffer (1997), intitulada A Dinâmica do Oeste Paranaense e sua
Inserção na Economia Nacional.
Parte da análise teórica das explicações do crescimento das regiões,
foi vista sob a ótica de North (1977) que aborda a base de exportação. Mas essa
compreensão é encontrada, também, nas idéias de Hirschman (1985), sobre o
crescimento regional; de Harold Innis, citado por Hirschmann (1985), sobre os
produtos primários; de Johann Heinrich Von Tnen, citado por Albergaria (2002),
sobre a localização e, de Perroux (1977), sobre os pólos de crescimento.
Essas teorias são abordadas nas Seções 2.1 a 2.3, e fornecerão os
elementos necessários à compreensão dos processos de desenvolvimento de
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7
regiões, cada qual enfocando variáveis diferentes para seu embasamento teórico
que expliquem a promoção do bem estar ecomico. Já a Seção 2.4 proporciona o
conhecimento da inserção do oeste paranaense na economia brasileira.
A Seção 2.5 aborda o agronegócio cooperativo, fazendo um
percurso que vai explicar, primeiro, a agroindustrialização brasileira para, depois,
inserir as sociedades cooperativas no processo da industrialização dos produtos
agropecuários.
2.1 Crescimento Econômico Regional
Para a compreensão do desenvolvimento da região Oeste do
Paraná é necessária uma incursão nas conclusões de Douglas North. Para tanto,
North (1977) afirma que o crescimento de uma região passa por uma seqüência
típica de estágios que estas percorrem no seu curso de desenvolvimento.
Segundo North (1977, p. 293), esta seqüência é esquematizada da
seguinte forma:
1 O primeiro estágio da hisria econômica da maioria das regiões
é uma fase de economia de subsistência, auto-suficiente, na qual
existe pouco investimento ou comércio. A camada principal da
população, a agrícola, localiza-se de acordo apenas com a
distribuição dos recursos naturais;
2 À medida em que ocorrem melhorias nos transportes, a região
passa a desenvolver algum comércio e especialização local. Surge
uma segunda camada da população que começa a gerir modestas
indústrias locais para os agricultores. Uma vez que as matérias-
primas, o mercado e a mão-de-obra são supridas originalmente pelas
populações agrícolas, a nova super-estrutura industrial, tem sua
localização determinada pela localização da camada básica;
3 Com o aumento do comércio inter-regional a região tende a se
deslocar por meio de uma sucessão de culturas agrícolas, que vão
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8
da pecria extensiva à produção de cereais, à fruticultura, à
produção de laticínios e à horticultura;
4 Por causa do crescimento da população e dos rendimentos
decrescentes da agricultura e das outras indústrias extrativas a
região é foada a se industrializar; e,
5 Atinge-se o estágio final do desenvolvimento regional quando a
região se especializa em atividades terciárias, produzindo para
exportação. Nesse estágio a região exporta capital, mão-de-obra
qualificada e serviços especiais para as regiões menos
desenvolvidas. Aos custos dos transportes têm sido atribuído papel
fundamental no avanço por meio desses estágios sucessivos de
desenvolvimento.
Percebe-se, da revisão da literatura de North (1977), que este
considera, em seu conceito, as exportações regionais como fator determinante do
crescimento de uma região, e também da sua interação com o resto do mundo.
A teoria da Base de Exportação de Douglas North, porém, é
direcionada para o desenvolvimento de regiões novas dos Estados Unidos, isto é,
para regiões de colonização recente com base na agricultura e, especificamente
para regiões que cresceram em estruturas capitalistas.
Já Harold Innis, citado por North (1977) utilizou, em seus estudos da
economia canadense, os produtos primários como a base da compreensão do
desenvolvimento econômico daquele país. O termo produtos primários” refere-se ao
principal artigo produzido por uma região.
Para Watkins (1977), Innis interessava-se no impacto geral da
produção primária sobre a economia e a sociedade. Ele faz sua crítica, ao sustentar
que a referida teoria pode ser limitada. Para ele, a teoria é aplicada a um ps jovem.
Para este autor, a hipótese fundamental da teoria da produção
primária é que as exportações destas constituem o setor predominante da economia
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9
e estabelece o ritmo de crescimento. O mercado domina e a relação
terra/homem/capital cria a vantagem comparativa para a exportação de produtos
primários. O desenvolvimento será um processo de diversificação em torno da base
de exportação. O gasto das vendas gerado pelo setor de exportação gera
oportunidade de investimento em outros setores.
Hirschmann (1985) relata que a indução ao investimento interno,
resultante do aumento do setor de exportação pode ser dividido em três efeitos de
encadeamento: o encadeamento para trás”, o encadeamento para frente e, o
encadeamento da demanda final.
O resultado desses encadeamentos é a indução de investimento na
produção interna de insumos, inclusive bens de capital (para trás), investimentos em
indústrias que usam o produto da indústria de exportação como insumos (para
frente) e, investimentos em instria doméstica que produzem bens de consumo
para os fatores do setor exportador (encadeamento da demanda final). Mas os
efeitos de encadeamento da demanda final tende a ser maior, quanto maior for o
nível médio de renda e mais uniforme sua distribuição.
O fator chave para Watkins (1977) é a capacidade empresarial de
perceber e explorar as oportunidades de mercado.
Mas a eficiência depende da disponibilidade de mão-de-obra e
capital. Já a disponibilidade de capital interno, para o autor, dependerá da magnitude
da poupança interna e dos vieses dos poupadores na aplicação de seus fundos.
Porém, o montante de poupança será determinado pela função de produção do
produto primário e, também, se os aplicadores estiverem inclinados a investir em
atividades voltadas para o mercado interno.
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Por outro lado, o crescimento sustentado requer flexibilidade de
recursos e inovação suficientes para permitir a adoção de novas linhas de
exportação ou de produção voltadas para o mercado interno.
Com a obtenção da confiança do empresariado e com as
oportunidades crescentes dos mercados internos, os empresários locais irão, de
maneira persistente, açambarcando mercados dos fornecedores externos. Surgirá
um setor manufatureiro secunrio bem desenvolvido, que sirva aos mercados
internos e, possivelmente, até mesmo ao mercado externo.
Por outro lado, a teoria dos produtos pririos recebeu críticas.
Segundo Watkins (1977), Buckley diz que a referida teoria tem tendência em ignorar
uma região, assim que a maria prima que a criou ou a sustentou não mais se
expande. Ele cita como exemplo o enfraquecimento do desenvolvimento ecomico
de Quebec, no Canadá, desde o declínio do comércio de peles.
Nesta mesma linha de pensamento, Watkins (1977) argumenta que
a teoria dos produtos primários foi formulada sob a ótica de países jovens, com
abundância de trabalho e capital/terra. Assim, à medida que a idade avança, o país
jovem (ou região), seja bem ou mal sucedido, assumem características de um país
velho, sujeito à alise como tal.
Douglass C. North é o principal defensor da teoria do produto
primário. Segundo North (1977, p. 298) as pesquisas iniciais de Innis convenceram-
no da imporncia crucial dos produtos primários exporveis, na configuração das
novas economias.
Para Hoover e Fischer (1977), a busca de princípios ou teorias
sobre o crescimento ecomico regional baseia-se no pressuposto de algum grau de
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consistência entre padrões hisricos de crescimento. Para os autores, ...nem
mesmo dois casos de crescimento regional são idênticos”. Mas assim como
generalizam-se sobre o comportamento humano, mesmo que dois indivíduos não se
comportem exatamente da mesma maneira, a busca por uma teoria ou lei sobre
crescimento econômico é válida.
Os cririos para avaliação do crescimento de uma região, no
entanto, passam invariavelmente sobre a renda per capita e pela renda total
daquela. Porém, as discussões sobre o conceito sobre regionalismo parecem estar
baseadas na auto-suficiência e na homogeneidade. A homogeneidade significa a
especialização da produção em um limitado conjunto de bens das atividades da
região, ainda que, a homogeneidade é o oposto à auto-suficiência.
Com relação à análise do crescimento econômico, o conceito mais
apropriado de região parece ser o de uma área geográfica dentro da qual existe um
grau particularmente elevado de interdependência entre as rendas individuais.
(HOOVER e FISCHER, 1977, p. 283).
Avançando na avaliação de região, os referidos autores abordam o
desenvolvimento equilibrado que refere-se às regiões que tenham suas atividades
diversificadas, que oferecem vantagens no emprego pleno e estável de recursos,
que, uma economia estreitamente especializada, ou desequilibrada, carece. É
possível ainda explicar o crescimento de uma economia regional em termos de
recursos de que a região é dotada, quais sejam os recursos naturais, os humanos e
o de capital.
Por outro lado, muitas regiões iniciam sua hisria econômica dentro
de um estágio de economia de subsistência auto-suficiente, mas o desenvolvimento
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torna-se possível, para essa região primitiva pela especialização em linhas de
produção para as quais es particularmente capacitadas.
Neste sentido North (1977, p. 294) afirma que atinge-se o estágio
final do desenvolvimento regional quando a região se especializa em atividades
terciárias, produzindo para exportação.
Em um estágio avançado do desenvolvimento econômico, uma
região se especializa em certas indústrias para exportação. Assim, a região está
desempenhando o papel de líder econômico em relação à outras regiões, de acordo
com Hoover e Fischer (1977).
Entre a tese que encara o desenvolvimento como resultado
inevivel, uma vez garantida a injeção de capital em doses apropriadas, seja
doméstico ou estrangeiro, e a antítese que vê o desenvolvimento como algo
impossível de ser atingido por causa das limitações políticas e sociais de uma
determinada nação, sobrava muito espaço para posições intermediárias
(HIRSCHMAN, 1985).
Para o autor, o desenvolvimento é acelerado por investimentos em
projetos e indústrias com acentuadas repercussões em cadeia restrospectivas e
prospectivas, ou efeitos a jusante e a montante. Restrospectivos porque levam a
novos investimentos no setor de fornecimento de insumos e, os prospectivos, porquê
levam investimentos no setor da utilização da produção.
A tese de Hirschmann (1985) coaduna com a dos produtos
primários, quando menciona que os novos rendimentos decorrentes do processo da
produção dos produtos primários e sua exportação poderão ser dispendidos
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inicialmente em importações. Porém estas, tendo atingido um volume suficiente,
podem ser substituídas por indústrias domésticas.
Neste processo, algumas indústrias substitutivas de importações são
criadas, como reflexo das implicações do produto primário de exportação.
2.2 A Teoria da Localização
A teoria da localização, modelada por Von Thünen, citado por
ALBERGARIA (2002), dá bastante ênfase à questão do transporte. Para Von
Thünen, dos fatores que explicam a exisncia da renda fundiária, o fator distância
tem imporncia especial. Também atribui ao diferencial de fertilidade do solo outra
vantagem que uma exploração tem sobre a outra.
O modelo de Von Tnen pode ser apresentado por meio da
formalização (1):
Rd = (P – C ad)*N, (1)
sendo, Rd: a renda por unidade de superfície de uma exploração; P:
o preço de venda unirio; C: o custo unitário de produção; N: a quantidade de
produto por unidade de superfície (hectare); a: o custo de transporte por unidade de
produto e por unidade de distância; e, d: a distância.
Pode-se, assim, perceber claramente o peso dado por Von Tnen à
distância, que está associada, na Equação (1), ao custo do transporte.
Especificamente à localização da instria, Ribeiro e Santos (2002),
citam Alfred Weber, o qual sugeria que haveria três fatores que determinariam a
localização da empresa industrial: o custo do transporte, os custos do trabalho e as
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vantagens associadas à aglomeração. Mas, os custos de transporte ditariam, em
larga medida, a localização da empresa.
Isso significa que, na medida em que os custos de transporte
constituíssem uma parte considerável dos custos totais, a localização das empresas
resultaria da ponderação entre os custos por unidade de distância da matéria-prima
e do produto transformado.
A localização ótima, no modelo de Weber, segundo Ribeiro e Santos
(2002, p. 75), ...surge condicionada pela imporncia relativa dos custos de
transporte associados às matérias-primas usadas no processo produtivo.
Weber também manteve presente a relevância da localização da
mão de obra na decisão da inserção territorial da empresa.
Já o modelo de equilíbrio da teoria de August sch, citada por
Ribeiro e Santos (2002), distingue-se da de Weber ao dar atenção especial à
definição das áreas de mercado e o móbil da escolha da localização é a
maximização do lucro.
Para Lösch, os consumidores que vivem próximos à brica
comprarão uma certa quantidade do produto, já os que moram mais distante
comprarão menos em função da distância que irá encarecer o produto.
2.3 Pólos de Crescimento
Perroux (1977, p.146), expõe em seu conceito de pólos de
crescimento, que ... o crescimento não aparece simultaneamente em toda parte. Ao
contrário, manifesta-se em pontos ou los de crescimento, com intensidades
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variáveis, expande-se por diversos canais e com efeitos variáveis sobre toda a
economia.
Os pólos de crescimento de Perroux (1977) são ancorados da
seguinte forma: () A indústria motriz e o crescimento; () O complexo de
indústrias e o crescimento; (3º) A expansão dos pólos de crescimento e o
crescimento das economias nacionais.
Para ele, certas indústrias despertam a atenção. Elas são as
chamadas indústrias modernas, que separam os fatores de produção, a
concentração dos capitais sob um mesmo poder, a decomposição cnica das
tarefas e mecanização.
A instria motriz é aquela que tem, durante períodos determinados,
taxas de crescimento mais elevadas que a média da taxa de crescimento do produto
industrial. Sua taxa de crescimento, de início acelerada durante uma seqüência de
períodos, alcança um limite, passado o qual sofre um declínio relativo (PERROUX,
1977, p. 148).
Assim, segundo Perroux (1977, p. 148):
na medida em que o lucro seja o motor da expansão e do
crescimento capitalista, a ação motriz não mais decorre da procura e
da aquisição dos lucros por cada firma individual ligada às outras
pelo preço único, mas da procura e da aquisição dos lucros pelas
firmas individuais, cada uma das quais arca com as conseqüências
do vel de vendas, do nível de compras de serviços e da técnica
adotada pelas outras.
O crescimento de uma indústria, segundo Perroux (1977), pode
induzir a lucros nos seguintes casos:
- em uma indústria B, que compra fatores produzidos pela indústria
A;
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- em uma indústria C, cujo produto é complementar do produto da
indústria A;
- em uma indústria D, cujo produto é substituto dos fatores utilizados
pela indústria A;
- em uma indústria E, cujo produto é consumido pelos indivíduos
cuja renda é aumentada pelo crescimento da indústria.
O complexo de indústrias não significa, ainda segundo PERROUX, a
presença de várias indústrias, mas quando da existência da indústria-chave; do
regime não concorrencial do complexo e, da aglomeração territorial.
A economia nacional em crescimento não mais se apresenta,
unicamente, como terririo politicamente organizado sobre o qual vive uma
população, mas a expansão dos pólos de crescimento oferece, ainda segundo o
autor, uma combinação de conjuntos relativamente ativos (indústrias motrizes, pólos
industriais e de atividades geograficamente aglomerados). Os primeiros transmitem
aos últimos os femenos de crescimento.
Ao fim da reflexão das teorias de que tratam do desenvolvimento
regional de forma geral, eis que a Seção 2.4 apresenta-se, complementarmente,
com sua abordagem na formação e estrutura econômica da região oeste.
2.4 A Inserção do Oeste Paranaense na Economia Brasileira
A região Oeste do Estado do Para integrou-se definitivamente à
nação brasileira com a adoção de um modelo de desenvolvimento nacional, a partir
da revolução de 1930, fazendo com que o Brasil buscasse definir as suas fronteiras,
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integrando os seus espaços produtivos para incrementar a produção agrícola e a
industrialização. Porém, isto só seria possível com um processo de ocupação e
colonização (PIACENTI, LIMA e PIFFER, 2001).
Segundo Schallenberger e Colognese (1994), a história recente do
Oeste do Paraná está relacionada ao movimento tenentista. Assim a coluna liderada
por Miguel Costa, oriunda de São Paulo, chegou à região em 1924. Em 1925 as
tropas gaúchas, lideradas por Luís Carlos Prestes, se encontraram com as de Miguel
Costa, provocando um processo de evacuação da região.
Ainda segundo esses autores, os revolucionários gaúchos e
paulistas adentraram na região e atingiram as barrancas do rio Paraná, revelando
para o governo brasileiro a sua situação de abandono e desnacionalização.
Em setembro de 1943, o então presidente Getúlio Vargas criou o
Estado do Iguaçu. Isso aumentou a confiabilidade em torno do empreendimento
colonizador. Assim, entre 1946 e 1949 deu-se icio à colonização, com o objetivo
principal da exploração da madeira local, processo este que deu origem ao primeiro
ciclo econômico regional.
O principal agente de colonização do oeste do Paraná foi a Industrial
Madeireira e Colonizadora Rio Para S/A - MARIPÁ, cujo planejamento de
colonização era fundamentada na pequena propriedade, que deveria produzir para a
subsistência das famílias e atendimento das necessidades locais.
Para isso buscou-se motivar famílias solidariamente estruturadas,
descendentes de levas de imigrantes alemães e italianos que se estabeleceram no
Rio Grande do Sul, para constituírem a base da colonização.
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Porém a produção, com base nos fundamentos da colonização, teve
desvio de rota na medida em que, as a Segunda Guerra Mundial, houve uma
nova divisão internacional do trabalho. Também, com a crescente inserção da
economia regional no processo de internacionalização do capital, advieram
exigências novas em termos de especialização da produção agrícola. A produção,
planejada em nível mundial, perdeu a sua função social de atendimento primeiro das
necessidades familiares e das demandas locais.
Esses impactos fugiram ao controle da população da região Oeste
do Paraná e incidiram diretamente no processo de desenvolvimento da região.
Ademais, as projeções geopolíticas, dada a sua posição junto a Bacia do Prata e
estratégicas para a consolidação do processo de industrialização por meio de
excedentes exporveis alteraram profundamente a organização do seu espaço e
dinâmica social.
O processo de aprimoramento e modernização da produção do
oeste paranaense foi alavancado por vantagens específicas, que inclusive
constitram-se em elementos de atração de capital, tais como o clima, o relevo
(plano) e relativa proximidade com grandes centros consumidores do ps e da
região Sul e Sudeste.
Durante a cada de 50, segundo Emer (1991), o sistema produtivo
estava estruturado em três frentes: na agropecria, em pequenas propriedades
com a utilização de trabalho familiar; na exploração da madeira, que ocupava mão-
de-obra assalariada e no comércio, que além de fornecer gêneros e implementos,
tamm intermediava a comercialização dos produtos dos colonos a outros centros.
Segundo Rippel (1995), o aprofundamento da divisão social do
trabalho na direção da industrialização gerou efeitos de encadeamento produtivo
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que tornou a instria o motor e o centro dinâmico da economia e, portanto, de sua
expansão.
Piffer (1997) explica que a exploração da madeira passou a ser feita
em outras bases; do corte de toras passou a existir a indústria da madeira, a qual
exercia o papel de pré-industrialização, pois desdobrava a madeira em diversos
tipos, isto é, tábuas padronizadas, ripas, vigas, lâminas e beneficiamento, dentro dos
padrões exigidos pelas indústrias de móveis e pela construção civil.
Na década de 50, a ampliação do dinamismo nacional repercutiu em
direção à região Oeste do Paraná e esta respondeu às transformações que estavam
ocorrendo na economia nacional. Percebeu-se, então, um engajamento na estrutura
produtiva do Brasil.
A industrialização do Brasil, aliada a aglomeração urbano-industrial,
passou a demandar maior volume de produtos alimentares e o oeste paranaense
passou a atender parte dessa demanda.
... o sucesso da colonização, da exportação dos produtos primários
de subsistência e a extração da madeira motivaram outros grupos e
pessoas a investirem na região, abrindo seus próprios negócios
(PIACENTI, LIMA e PIFFER, 2001, p. 24).
Desta forma, foi surgindo a base econômica da região Oeste do
Paraná coincidindo com a política nacional que estava voltada para a
industrialização e integração das regiões menos desenvolvidas.
Essa integração atuou como atração para o crescimento da
quantidade de trabalhadores nos centros urbanos industriais, proporcionando uma
maior demanda por produtos alimentares. Isso repercutiu no crescimento da
produção de máquinas e equipamentos para o setor agrário.
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Neste mesmo sentido, Diniz e Lemos (1990) afirmam que a
presença marcante do Estado desde 1930 constituiu o pilar sico do que veio a ser
hoje o capitalismo brasileiro, sustentáculo da industrialização, no qual o Estado
acabou sendo uma condição necessária para a unidade do espaço ecomico
nacional.
Com relação à formação econômica de uma região, Augusto (1978)
argumenta que não existem regiões que exploram regiões, mas que é a própria
indústria que subordina a agricultura através das relações de troca, isto é, algo
inerente à dimica do capital na busca incansável de reprodução.
Padis (1981) em seu estudo sobre a formação econômica do Estado
do Paraná tratou o referido estado como uma economia peririca e dependente. Ele
considerou que sua expansão ocorreu sob o esmulo do lo paulista, no qual este
demanda matérias-primas e produtos alimentares à sua industrialização.
Para Piffer (1997) o desenvolvimento da região Oeste do Paraná
ocorreu dentro dos padrões capitalistas que buscam a maximização dos lucros. Ele
explica que os fatores de produção (capital, mão-de-obra e recurso natural) foram de
fácil mobilidade e o seu desenvolvimento ocorreu sem grandes pressões
populacionais. Seu crescimento e povoamento foram determinados pelo mercado
nacional e mundial.
Mas o fato é que a política do país via industrialização e
simultaneamente de ocupação e integração das regiões ao cleo do setor
industrial, localizado em São Paulo, estimulou a industrialização do setor agrário.
Isso se deu por meio de instrumentos fiscais, creditícios ou monetários destinando
recursos para a modernização e expansão da fronteira agrícola e, também para o
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setor viário das regiões, ligando a região aos grandes centros dimicos do país, por
rodovias.
A Rodovia Federal BR 277 é o maior exemplo disso, pois liga a
cidade de Foz do Iguaçu, no extremo oeste paranaense, ao Porto de Paranaguá,
passando por todo o oeste.
Em resumo, a região Oeste do Paraná, apesar de ter iniciado sua
ocupação de forma muito lenta no século passado, efetivou-se somente a partir da
década de 40, acentuando-se na década de 50. Atingindo o auge da ocupação e
colonização da região após a década de 60.
Mas foi na década de 70 que esta região apresentou a mais rápida
transformação tecnológica na área agrícola, destacando-se na produção de lavouras
temporárias, principalmente a soja (PIFFER, 1997).
O autor relata ainda que, a cada de 70 marcou as grandes
transformações na base técnica da agricultura paranaense, especificamente da
região Oeste do Estado, transformando-a com características modernas e
altamente tecnificadas que permitiram a expansão das lavouras temporárias,
principalmente a da soja.
Foi uma explosão da área cultivada dessa oleaginosa, que
aumentou 23.019,80% na década de 70, em relação à de 60, passando de 484 ha
para 111.900 ha, segundo dados do IPARDES (1982).
Outras culturas como a do milho, trigo e algodão também foram
plantadas em área muito superiores nos anos 70 em relação aos 60.
A incorporação acentuada de máquinas ao processo produtivo
retratou a modernização da produção. Houve aumento vertiginoso na quantidade de
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tratores adquiridos na região oeste paranaense, que foram 10.216 em 1975, contra
1.725 em 1970, segundo IPARDES (1982).
O crédito agrícola subsidiado também foi um dos maiores
instrumentos para a modernização tecnológica e do processo de consolidação do
complexo agro-industrial na região. Segundo o IPARDES (1982) ele cresceu por
volta de 500% entre 1970 e 1979, no Paraná.
O crescimento do oeste paranaense esteve ligado também à
dotação de infra-estrutura de apoio às atividades agrárias, tais como rodovias,
estradas, telecomunicações, rede bancária, agroindústrias e cooperativas. Além
disso, às condições favoráveis de acesso aos grandes mercados do país e aos
portos de exportação.
Com isso a região oeste interligou-se ao sistema nacional de
produção à medida que especializou-se e passou a estabelecer fluxos de
mercadorias e serviços externos à região.
Por meio da agricultura o oeste paranaense passou a desempenhar
importante papel no abastecimento dos centros urbanos industriais no fornecimento
de marias primas. Também passou a demandar bens de capital e insumos das
indústrias, a montante, mas se inseriu à jusante da agricultura quando a maior parte
da indústria esteve acoplada à agropecuária, por meio do processamento dos seus
produtos, via fornecimento de máquinas, equipamentos e insumos.
O resultado do processo de modernização da agricultura do Oeste
do Para levou esta região à especialização da sua produção, mais
especificamente o cultivo da soja e do trigo, que formaram a sua base de exportação
e que impulsionou o crescimento de toda a região.
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Esse crescimento implicou no aparecimento de novas atividades na
região, ou seja, a renda gerada pela agricultura criou um encadeamento de unidades
produtivas e de comércio com o mercado regional e nacional.
Essa nova relação se difundiu, também, para outros setores da
economia do Oeste paranaense. Assim, essa região estava com sua base de
exportação consolidada. Mas a estrutura comercial tradicional não estava adequada
para essa produção mecanizada.
É nesse momento que as cooperativas encontraram espaço para
ligar as transações dos setores agrícola e industrial. Por outro lado, as cadeias de
comercialização se estreitaram fazendo com que os pequenos comerciantes
perdessem seu espaço.
Essa concentração na comercialização ocasionou redução nos
preços, o que forçou muitos agricultores organizaram-se em sociedades
cooperativas. Estas passaram a atuar como elo de ligação no repasse de tecnologia
da produção, e se configuraram como grandes articuladoras do processo de
modernização da agricultura. Isto beneficiou, também, o setor produtivo de máquinas
e insumos modernos.
A modernização agrícola permitiu a fixação do desenvolvimento do
padrão capitalista moderno na região oeste e interligou o crescimento das áreas
urbanas e agrícolas pela implantação de projetos agro-industriais, principalmente por
parte de cooperativas regionais.
É nesse contexto que surge, entre as cooperativas regionais, a
Cooperativa Agroindustrial Lar, cuja razão social anterior era a Cooperativa Agrícola
Três Fronteiras Ltda COTREFAL.
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As cooperativas, de modo geral, se expandiram principalmente por
incentivos dados em financiamentos a juros subsidiados, por agências financeiras
oficiais, para comercialização e investimentos em armazenagem e beneficiamento
(PIFFER, 1997).
Ressalte-se que a entrada das cooperativas no processo de
industrialização propiciaram a debilidade de muitas empresas cerealistas (PIFFER,
1997).
Finalizando, o suporte teórico abordado nesta Seção forneceu
elementos fundamentais que propiciaram a compreensão da ocupação e o
desenvolvimento da Região Oeste do Paraná, bem como do processo de
industrialização das sociedades cooperativas.
Conclui-se que esta região se enquadra na concepção e no contexto
da Teoria da Base de Exportação de Douglas North, na medida em que seu
desenvolvimento ocorreu dentro dos padrões capitalistas que buscam a
maximização dos lucros. Também porque trata-se de uma região nova.
Com relação à isso, Piffer (1997) argumenta que o primeiro estágio
do desenvolvimento da Região Oeste do Para foi de 1950 a 1960 num sistema
produtivo que explorava a madeira. Havia a exportação de pequenos excedentes
agropecuários dos colonos. De 1960 a 1970, em decorrência do favorecimento de
novas políticas nacionais de industrialização e mecanização, houve a ampliação
dessa base com o desenvolvimento das culturas da soja e do trigo. Já entre 1970 e
1980 a Região Oeste do Para já se encontrava inserida à dinâmica nacional na
medida em que estava relacionada aos processos de produção agropecuária, ao
agroindustrial e, também aos setores fornecedores de máquinas, equipamentos e
insumos.
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25
O desenvolvimento da Região Oeste do Paraná enquadra-se
tamm na teoria dos produtos primários” de Harold Innis, pois o principal artigo
produzido e exportado é o seu setor predominante, no caso a produção
agropecuária, a qual tem estabelecido o ritmo de crescimento.
Os efeitos de encadeamento de Albert Hirschmann também foram
observados ao longo do processo de desenvolvimento da região oeste na medida
em que as exportações induziram a produção de insumos e bens de capital para a
agropecuária (encadeamento para trás), como sementes mais produtivas e
equipamentos agrícolas mais eficientes; investimentos em indústrias que usam o
produto da indústria de exportação como insumos (encadeamento para frente) e,
foram observados investimentos em indústria doméstica que produzem bens de
consumo para os fatores do setor exportador (encadeamento da demanda final).
Outra correlação do desenvolvimento da região oeste se dá com a
teoria da localização, modelada por Von Thünen, a qual dá bastante ênfase à
fertilidade do solo e à questão do transporte. Isso pode ser observado na medida em
que a produtividade média do setor agropecrio cresceu bastante e, porque o setor
industrial procurou se instalar com relativa proximidade da produção primária. Com
relação ao transporte, a criação de eixos rodoviários ligando o oeste paranaense aos
grandes centro consumidores, como é o caso do Estado de São Paulo validam essa
teoria. Ademais, a rodovia BR 277 é outro exemplo típico disso, conquanto liga esta
região à outro centro consumidor, caso do Município de Curitiba, e também ao Porto
de Paranaguá.
Por outro lado, a região oeste paranaense tem crescido ancorada
em pólos de crescimento, que, segundo a teoria de François Perroux, possui uma
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indústria motriz, mais moderna e com índices de crescimento maior que as demais,
aliada a um complexo de indústrias.
O conteúdo abordado nas Seções 2.3 e 2.4 buscaram, com o
suporte das teorias dos autores citados, explicar como se dá o crescimento das
economias regionais e como se deu a ocupação e o desenvolvimento do oeste
paranaense, chegando a relatar o momento em que o movimento cooperativista foi
necessário face à dimica do processo produtivo, a industrialização e a
comercialização.
A Seção 2.5 seguinte fará uma contextualização do agronegócio
cooperativo, inclusive estabelecendo as diferenças entre as cooperativas e as firmas
de capital, abordando, também, os seus benefícios e suas parcerias estratégicas.
Irá tamm caracterizar as sociedades cooperativas e abordar seu
processo de industrialização como opção de sobrevivência das cooperativas
Apontará, tamm, como se deu a inseão da sociedade cooperativa LAR no
processo de industrialização da produção agropecuária.
2.5 Agronegócio Cooperativo
A atividade agrícola passou, nos últimos anos, por uma intensa
transformação. O que era uma atividade de subsistência e auto-suficiência tornou-se
uma unidade dependente do mercado e das instrias de insumos e
processamento (BIALOSKORSKI NETO, 2000, p. 236).
Para Pinazza, Alimandro e Tejon (1999), a agricultura incorporou
progressos técnicos sem precedentes na segunda metade do século XX. A chamada
Revolução Verde tirava definitivamente o setor do seu arcaísmo milenar, que vivia
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no ciclo de repetição nos costumes e uso das práticas agropecuárias. A força motriz
do processo é a combinação dos insumos químicos com a melhoria genética vegetal
e animal.
Neste mesmo sentido Montoya e Guilhoto (2000) relatam que ao
longo das últimas décadas, na economia mundial, os sistemas produtivos agrícolas
sofreram transformações importantes em virtude da era da mecanização agrícola
(1920 a 1950), que permitiu aos fazendeiros aumentarem a produtividade do fator de
produção trabalho; da era da agricultura química (1950 a 1980), que deu suporte
tecnológico para a chamada Revolução Verde, por meio do desenvolvimento e uso
de defensivos e fertilizantes químicos, que levaram ao aumento da produtividade do
fator de produção terra, e da era da biotecnologia e da tecnologia da informação (a
partir de 1980), cujos reflexos fizeram-se presentes com o surgimento de grandes
conglomerados agroindustriais e uma forte expansão das indústrias de manufaturas
destinadas a fabricação de máquinas agrícolas e insumos qmicos.
A modernização da agricultura brasileira, conforme os referidos
autores, ocorreu, assim a partir do conjunto dessas transformações estruturais.
Mas a agricultura brasileira passou definitivamente a integrar a
produção industrial, ou seja no agronegócio, a partir da expansão da produção
industrial assentada no modelo de substituição das importações. Porém esta,
inicialmente, estava dirigida para a produção de bens de consumo não-duráveis e,
depois, para a produção de bens de consumo duráveis, intermediários e de capital.
Assim, a partir da década de 1980 a agricultura deixou de ser um setor ecomico
distinto, com o fortalecimento das indústrias de base agrícola.
Essa evolução na agricultura brasileira ainda não havia levado o
Brasil ao status de economia industrial, pois segundo Montoya e Guilhoto (2000) a
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participação relativa dos agregados no agronegócio no ano de 1980 era de, a
montante 8,67%, o produto rural de 31,50% e a jusante de 59,83%, em 1980.
A produção rural passou a situar-se, economicamente, entre as
indústrias produtoras de bens e insumos para a agricultura (a montante) e as
indústrias processadoras e de serviços de base agrícola (a jusante).
Com as propriedades mais especializadas em determinadas
atividades, sem auto-suficiência, gerando excedentes e abastecendo outros
mercados, bem como com a ampliação de estradas, armazéns, portos, aeroportos,
novas cnicas, bolsas de mercadorias, a agricultura de antes passa a depender de
muitos serviços, máquinas e insumos que vêm de fora.
Criou-se, portanto, um elo em todo o processo produtivo e comercial
de cada produto. Surge, assim, a necessidade de uma concepção diferente de
agricultura. Já não se trata, segundo Araújo (2003) de propriedades auto-suficientes,
mas de um complexo de bens, serviços e infra-estrutura que envolvem agentes
diversos e interdependentes.
Silva (1998, p. 145) cita as palavras de Lenin, ao qual:
...da agricultura se separam, um após o outro, diferentes tipos de
transformação das matérias-primas (...) e formam-se ramos
industriais com existência própria, que trocam seus produtos (que
agora já são mercadorias) por produtos da agricultura. Desta
maneira, a própria agricultura se transforma em indústria (...) e nela
se opera idêntico processo de especialização.
John Davis e Ray Golberg, em 1957, enunciaram a soma das
operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de
produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição
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29
dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles como sendo o novo conceito
de agribusiness (BATALHA, 1997).
A idéia sica de Davis e Goldberg (1957) era de que os problemas
relacionados com a produção de alimentos eram muito mais complexos que a
simples atividade rural. Por isso esses problemas deveriam ser tratados sob enfoque
sismico de agribusiness e não mais sob o enfoque estático da agricultura.
Assim, os produtores integrantes do sistema (insumos,
processamento e distribuição) passam a olhar não só para seus clientes e
fornecedores imediatos, mas principalmente para os consumidores finais.
...a agricultura já não poderia ser abordada de maneira indissociada
dos outros agentes responsáveis por todas as atividades que
garantiriam a produção, transformação, distribuição e consumo de
alimentos” (BATALHA, 1997, p. 25).
Surgia então uma teia de relacionamentos econômicos e contratuais
entre diversos atores que formam os chamados negócios do sistema agroindustrial.
Isto é compreendido desde a produção dos insumos, produção agrícola,
processamento e distribuição do produto processado até chegar às mãos do
consumidor.
Para Batalha (1997), esse conjunto de atividades que concorrem
para a produção de produtos agroindustriais, desde a produção de insumos
(sementes, adubos, máquinas agrícolas, etc) até a chegada do produto final (queijo,
biscoito, massas, etc) ao consumidor chama-se Sistema Agroindustrial. Já um
Complexo Agroindustrial tem como contrapartida determinada maria-prima de
base. Sob o conceito do referido autor tem-se o complexo da soja, o complexo do
leite, etc.
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30
É nesse cenário que muitas cooperativas brasileiras entram no
processo de industrialização da produção agropecuária, pela verticalização.
Porém, antes da compreensão do processo de inserção das
cooperativas na agroindustrialização, que se dará na Seção 2.5.2, a Seção 2.5.1
fará um recorte sobre as cooperativas, abordando seus aspectos de constituição,
objetivos, benefícios e divergências de gestão e a nova visão empresarial das
sociedades cooperativas.
2.5.1 As Sociedades Cooperativas
Diferentemente das sociedades de capital em que o voto é
proporcional ao capital de cada investidor, o princípio cooperativista da igualdade
que a cada associado um único voto e apresenta-se como órgão máximo de
decisão na empresa cooperativista, influenciando diretamente o desempenho do
empreendimento cooperativado.
As sociedades cooperativas são caracterizadas como sociedades de
pessoas onde há a agregação inicial do fator de produção trabalho.
O empreendimento es baseado nos princípios de solidariedade,
igualdade, democracia e fraternidade. Esta organização foi constituída tendo-se uma
assembléia-geral como órgão máximo de decisão democrática; e espelha a
igualdade a cada homem caberia apenas um, independente de sua participação na
empresa (PINHO,1996).
No princípio a cooperativa formada não visaria lucro em seus
negócios, mas objetivaria o apoio e a prestação de serviços aos seus associados,
como uma empresa social. Deste modo, foi iniciado o movimento cooperativista,
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31
formado de empreendimentos que respeitariam os mesmos princípios doutrinários
de liberdade de associação, de democracia nas decisões, de igualdade entre os
associados e, portanto, não deveriam promover a segregação por motivos religiosos,
políticos ou, ainda, de raça ou nero. Atualmente, existe a Aliança Cooperativa
Internacional - ACI, a maior e mais antiga Organização o-Governamental - ONG
do mundo, que tem como objetivo preservar os princípios doutrinários e incentivar o
cooperativismo em todos os continentes (PINHO, 1996).
Tanto em pses capitalistas como os socialistas, este tipo de
organização proliferou e cresceu em número de empreendimentos em diferentes
setores da economia.
Encontram-se cooperativas em vários setores da economia e estas
subdividem-se nos chamados ramos ou segmentos, como o agropecuário, que é a
associação de produtores rurais, o habitacional, que é a associação com o intuito da
construção de unidades habitacionais, o de trabalho, que é a associação de
profissionais, cujo prosito é prestar serviços, ou, ainda, o de sde, serviços,
mineral, de produção, entre outros.
As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza
jurídica própria, e que são constituídas para prestar serviços aos associados. Assim,
o objetivo é o associado e não a sociedade.
Embora as cooperativas alinhem um perfil de sociedade sem fins
lucrativos, nada obsta, na legislação vigente, que estas apurem lucros. Estes podem
ocorrer como resultado de operações das cooperativas com não associados e
devem ser contabilizados em separado de modo a permitir o cálculo para incidência
de tributos, segundo o art. 87 da Lei nº 5.764/71.
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32
Dessa forma, quando a sociedade cooperativa de produtores realiza
venda dos produtos dos cooperados ao mercado, não o faz com intuito de lucro, pois
não é de sua natureza. Mas apurar lucro, entretanto, está presente na operação,
pois os associados cooperados, em última instância, são os beneficiários do produto
da venda efetuada pela cooperativa e, estes sim, têm o objetivo de lucro, não
obstante possam constituir-se por pessoas físicas. Assim, tal operação rege-se pelas
normas do direito comercial. Da mesma forma, a sociedade cooperativa, como
organização, bem como os atos por ela realizados eso sob a égide dos demais
ramos do direito, basta que os pressupostos fáticos de incincia estejam presentes.
A Lei Federal n 9.532/97 equiparou, para fins de tributação, as
cooperativas que tenham como objeto social a compra e o fornecimento de bens aos
consumidores, às demais pessoas jurídicas.
Em função disso, apesar de as cooperativas terem uma arquitetura
organizacional diferente das outras empresas, as estragias de negócios são
similares.
Segundo Gimenes (2004, p. 32)
a empresa cooperativa difere da empresa de capital por ter uma
relação diferente com os fatores de produção, capital e trabalho. O
voto em uma cooperativa é proporcional ao trabalho a cada homem
um único voto enquanto que, em uma empresa de capital, a
decisão é proporcional ao número de ações, isto é, proporcional ao
capital de cada investidor".
Para este autor, enquanto na cooperativa a distribuição do resultado
é proporcional à atividade de cada sócio, em uma empresa de capital, esse
resultado é dividido de forma proporcional ao capital investido por cada proprierio.
A cooperativa é uma empresa de trabalho com o objetivo de gerar serviços aos seus
associados. E isto só será possível de forma consistente, se ela crescer sob alguns
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preceitos de mercado, de acordo com premissas usuais de maximização de
resultados, distribuindo seus frutos após o exercício, de modo a possibilitar os
investimentos com capital próprio e exigir dos cooperados associados que
mantenham também o nível de eficiência econômica de mercado sem transferir para
a empresa cooperativa as suas ineficiências econômicas.
Pinho (1996) distingue cooperativas de empresas de capital na
medida em que estas priorizam a maximização do capital pela geração de lucros,
enquanto as sociedades cooperativas colocam em primeiro lugar as pessoas,
objetivando assim a prestação de serviços.
As cooperativas, para Irion (1997), são uma opção de organização
econômica que convivem e até mantém necios com a opção empresarial, já que
as empresas de capital ora são clientes; ora são fornecedoras das próprias
cooperativas.
A estrutura de capital das empresas cooperativas apresenta
algumas particularidades que não eso presentes em firmas de capital. As
cooperativas são controladas pelos associados, que são seus donos e recebem os
benefícios gerados pelas cooperativas de acordo com a sua utilização, para
Gimenes (2004).
Lauschner (1984) trata a cooperativa com um organismo técnico,
econômico e financeiro, sob a administração coletiva que mantém, na mão dos
trabalhadores. Mas, mesmo assim a administração da cooperativa apresentará uma
nítida tendência em sobrepor muitas vezes as suas funções de prestação de
serviços ao associado acima da própria eficiência de negócios de mercado
Pinho (1996, p. 12) afirma que:
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34
O fato da cooperativa combinar os caracteres de associação e de
empresa acarreta muitas dificuldades aos seus administradores. Se
estes priorizarem o aspecto associativo, correrão o risco de encontrar
problemas na gestão financeira da empresa; se considerarem
apenas o aspecto empresarial, poderão distanciar-se dos
cooperados e esquecer as finalidades sociais da cooperativa. O ideal
será, evidentemente, o equilíbrio entre ambos os enfoques.
Mas, Raíces (2003) argumenta que a cooperativa tem
necessariamente de ser gerida como qualquer outro tipo de empresa.
Em síntese, os referidos autores relatam que estas organizações de
trabalho podem vir a usufruir de vantagens, quando comparadas a outras empresas
no que diz respeito à coordenação dos sistema agroindustriais.
Sendo coalizão do fator de produção trabalho, alguns problemas de
desempenho podem ser atribuídos ao fato de que a cooperativa necessita, então, do
capital para o seu funcionamento. Estes problemas de desempenho seriam também
uma conseqüência da não-divisão entre a propriedade e o controle da empresa
cooperativa, sendo os associados ao mesmo tempo usuários e donos da
organização, além de não apresentarem geralmente o devido preparo e experiência
para bem administrar um empreendimento agroindustrial (RAÍCES, 2003).
Outros problemas de desempenho se apresentam devido às tênues
formas contratuais encontradas entre os associados e as cooperativas, onde os
cooperados são, a um só tempo, agentes e principais do mesmo instrumento
contratual. Além do problema da não-separação entre a propriedade e o controle,
existem também problemas advindos do despreparo dos associados quando
assumem cargos de direção e das dificuldades de capitalização da cooperativa.
“O desempenho desta arquitetura organizacional, quanto às suas
vantagens e dificuldades de gestão, pode ser entendido como uma
decorrência da conjunção dos fatores expostos acima e
conseqüência direta dos princípios doutririos que regem as
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sociedades cooperativas desde 1844 e estabelecidos pela Aliança
Cooperativa Internacional, órgão máximo do cooperativismo mundial
(ZYLBERSZTAJN e NEVES, 2000, p. 239).
Lembram-se, também, os autores, que a própria questão doutrinária
do cooperativismo quanto à inexistência do lucro, leva a uma situação em que
poderá existir uma tendência de maximização do ganho isolado do produtor e não
da sua cooperativa. Tal procedimento levaria a empresa agroprocessadora
cooperativada a um ponto de máxima eficiênciasica na utilização de insumos e não
à máxima eficiência econômica.
Por outro lado, isto pode ser entendido como uma particularidade
dessas empresas, onde a divisão entre a propriedade e o controle o é definida, o
que leva a situações onde o ganho individual poderá ser evidenciado em detrimento
do ganho do empreendimento coletivo. Isto ocorre quando um grupo de associados
tem a condição de tomar decisões em favor de apenas um grupo e não do
empreendimento como um todo, ou quando o associado prefere transacionar o
melhor resultado de sua produção com intermediários em detrimento de sua
cooperativa.
Ademais, o entendimento do preceito doutrinário da livre entrada e
saída da sociedade cooperativa pode induzir a uma situação contratual frágil. Esta
situação pode ser expressa quando o próprio ato de cooperação não existe e o
associado transaciona com a sua empresa somente quando lhe é particularmente
favorável. Esta situação faz com que o empreendimento transfira para a economia
particular cooperada benefícios, e que, ao contrário, este associado não transfira
para a sua empresa os necessários ganhos de eficiência.
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No entanto, há vantagens potenciais de coordenação dos sistemas
agroindustriais pela organização cooperativada, uma vez que é possível de modo
rápido coordenar a produção agrícola dos produtores. Esta coordenação pode
ocorrer por meio do controle de qualidade tanto dos insumos utilizados, quanto do
processamento da commodity, podendo chegar até o controle de qualidade na
distribuição.
A organização cooperativista é um interessante instrumento de
coordenação de relações de contrato que possibilita a agregação de valor às
atividades produzidas pelos produtores rurais, e por esta razão é que estas
organizações passam a ser muito importantes na agropecria.
Novos desafios ecomicos e estruturais são enfrentados em função
das transformações da economia. Assim, é necessário um contínuo processo de
adaptação do empreendimento para se fazer frente aos novos desafios colocados
pelos mercados.
Com relação a isso Zylbersztajn e Neves (2000), destacam quatro
momentos hisricos importantes. O primeiro é o X Congresso Brasileiro de
Cooperativismo, onde, no geral, foi discutida e determinada a queso da autogestão
do sistema cooperativista. Este momento é importante, pois a partir dele e da
promulgação da Constituição em 1988, o sistema cooperativista brasileiro não
depende da ação e da intervenção do Estado em seu funcionamento.
Historicamente não houve neste período nenhuma ação concreta
que permitisse um monitoramento efetivo das cooperativas, tanto em vel da sua
constituição como empreendimento como na avaliação e acompanhamento de sua
performance. Trata-se de um problema, pois que a autogestão associada à ausência
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de auto-regulamentação torna estas organizações mais sujeitas ao risco da gestão
oportustica.
O segundo momento é o processo de abertura comercial do Brasil,
que se iniciou no fim da cada de 80 e que vai exigir paulatinamente novos
padrões de eficiência do empreendimento cooperativo, dado o aumento da
concorrência. Esta situação colocou a empresa frente a novas oportunidades e
ameaças, tanto para a ampliação dos mercados interno e externo, como na busca
de parcerias e na racionalização de custos. O empreendimento cooperativo deve ser
eficiente economicamente para subsistir no mercado e poder trazer benefícios para
os seu associados.
O Congresso Centenário da Aliança Cooperativa Internacional em
Manchester, UK em 1995, foi o terceiro momento, onde foram discutidos os
princípios fundamentais do cooperativismo. Nesta oportunidade foram reafirmados
os princípios da democracia interna, ou seja, a cada homem um único voto, e da
remuneração limitada ao capital; importantes referenciais para a discussão da
gestão, da estrutura financeira e capitalização da empresa cooperativista.
Foi agregada, nesta oportunidade, como princípio doutrinário a
responsabilidade do cooperativismo frente à comunidade onde este atua, de modo
econômico e social, de forma que estabelece uma tida diferença entre a empresa
cooperativa e a empresa não-cooperativa, realça as vantagens da arquitetura
doutrinária do cooperativismo e também os limites para uma nova abordagem da
sua estrutura de capital, como ver-se-á a seguir.
O quarto, e último fato, é a fase de reforma do Estado no Brasil e a
conseqüente transformação da política pública, que implica na diminuição da
presença deste no funcionamento da economia, determinando novos desafios aos
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38
negócios privados. Esta mudança também é a responsável por possibilitar para o
movimento cooperativista um sistema financeiro próprio, através dos bancos
cooperativos, indicando a possibilidade da existência no médio prazo de um novo
padrão de financiamento e capitalização para as empresas cooperativas.
Por outro lado, o afastamento da presença do Estado da economia é
que vai influenciar em uma nova onda de crescimento de determinados segmentos
do cooperativismo, como o de trabalho, de saúde, de serviços e de educação, que
aparecem como formas organizadas da população preenchendo-as em lacunas
deixadas pelo afastamento do aparato estatal.
Quando se discute o empreendimento cooperativo, segundo
Zylbersztajn e Neves (2000), há a necessidade de se referir a alguns pontossicos,
como a questão da gestão da empresa cooperativa vista sob a ótica da eficiência
empresarial em um ambiente econômico internacional aberto e competitivo,
objetivando a solidificação da cooperativa, aliado a necessária eficiência deste
empreendimento, dada a responsabilidade da empresa para com o cooperado.
Tamm a autogestão do sistema cooperativista, tendo como meta o
acompanhamento e o monitoramento da eficácia econômica e social das sociedades
cooperativas, de modo que os objetivos sociais do movimento estejam garantidos e
possam ser alcançados com tranqüilidade.
A outra questão é a do financiamento e da capitalização da empresa
cooperativista que, tanto pelos novos bancos cooperativos, como por meio da
abertura do seu capital à participação do capital de risco de terceiros, respeitando os
princípios doutririos da cooperação, ou ainda, por meio do estabelecimento de
alianças estratégicas entre empresas cooperativas e não-cooperativas, deve ser
levado em consideração no atual momento do empreendimento cooperativo.
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Estas preocupações devem ser analisadas sob a ótica dos princípios
doutrinários do cooperativismo, onde o foco central foi e sempre deverá ser o
cooperante e a função social do empreendimento. Desse modo, tamm podem-se
aferir, e talvez prognosticar, o que é a nova geração de empreendimentos
cooperativos.
A nova empresa cooperativa deverá ser ágil, moderna, flexível e
eficiente economicamente, com acesso a diversas fontes alternativas de capital,
para que seja possível cumprir com a sua função primordial, que é o aspecto social
da cooperativa inserindo o cooperante em sua empresa em um mercado confiável e
estável, possibilitando o seu crescimento.
Devido à sua estrutura doutrinária, o empreendimento cooperativo
tem algumas dificuldades de geso que deverão ser analisadas e trabalhadas de
modo a permitir a sua melhor performance econômica e social.
O sucesso social da cooperativa somente será cumprido junto ao
seu quadro associado, se esta for um empreendimento econômico de sucesso de
forma a permitir o crescimento conjunto e igualitário de seus cooperados.
A gestão da empresa cooperativada deverá ser ao mesmo tempo
uma atividade voltada diretamente para os desejos dos consumidores de serviços e
produtos de mercado e, por outro lado, ser sensível às necessidades de crescimento
e consolidação das diversas empresas associadas ao empreendimento
cooperativista. Cada associado é uma empresa que deverá crescer forte em
conjunto com o seu empreendimento cooperativo.
Segundo Zylbersztajn e Neves (2000), há diversos problemas no
cooperativismo internacional. Entre eles são citados a falta de profissionalização da
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gestão, a incipiente organização, os problemas de capitalização da empresa, a falta
de integração entre cooperativas e, a necessidade de se elevar o nível de educação
cooperativista do associado. Em cooperativas referem-se a associados,
trabalhadores e a sobras do exercício; quando trata-se de empresas de capital
faz-se referência a proprietários, investidores e lucros da atividade empresarial.
Portanto, há uma diferença fundamental, doutrinária, que é resguardada pela
Aliança Cooperativa Internacional e pela Organização das Cooperativas Brasileiras.
Pode-se identificar algumas dificuldades de gerenciamento nas
cooperativas, como a questão da necessária agilidade no processo de tomada de
decisão frente ao princípio da democracia que obriga esta sociedade a manter
esferas determinadas para a decisão dependentes da participação dos associados,
como as assembléias-gerais ordirias e extraordinárias.
O princípio de cada homem um único voto faz com que a
cooperativa a priori não tenha uma estrutura apropriada à participação do capital de
terceiros, nem mesmo possa emitir tulos e ter acesso a fontes alternativas de
capitalização.
O associado pode implementar ações oportusticas onde o
indivíduo é beneficiado em detrimento da empresa cooperativa tendo em vista ser,
ao mesmo tempo, usrio e proprietário de seu empreendimento.
Para Zylbersztajn e Neves (2000), contudo, a organização
cooperativa mostra ser superior às alternativas quando os agentes que nela atuam
agem cooperativamente sem a necessidade de monitoramento, sem oportunismos e
buscando alcançar os interesses coletivos. Entretanto, quando o comportamento
foge deste padrão, surgem custos que são, em tudo, idênticos àqueles encontrados
nas empresas não-cooperativas.
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41
Assim, é possível analisar uma certa superioridade do
empreendimento cooperativo quando este utiliza-se da sua configuração doutriria
para aumentar a eficiência de sua atuação. O princípio da democracia e da
igualdade pode favorecer, através da assembléia-geral, o estabelecimento de um
planejamento estratégico da organização muito mais sólido de que em outras
empresas, e esta característica deve ser realçada pela cooperativa.
Quando compara-se a outras formas de organização o
empreendimento cooperativista também pode ser mais eficiente. Isto se deve pelo
fato de que torna possível o desenvolvimento da empresa particular de cada
associado, prestando servos e oferecendo condições para o desenvolvimento
destas unidades de trabalho eficientes e autônomas, que se auto-auxiliam sem
prejuízo da necessária liberdade.
Zylbersztajn e Neves (2000, p. 243) sugerem, no entanto, para
resguardar doutrinariamente o empreendimento cooperativo e possibilitar um
acréscimo de sua eficiência econômica e social, alguns pontos relevantes para um
moderno gerenciamento, que são:
a. A profissionalização do quadro gestor do empreendimento
cooperativo... .
b. A ampliação da responsabilidade do conselho fiscal, de modo que
este auxilie o sucesso da autogestão do sistema... .
c. Nas assembléias-gerais ordirias e extraordirias, a
necessidade de se computarem os votos favoráveis, desfavoráveis e
as abstenções e, quando estas forem relevantes, proceder um novo
processo de discussão visando a melhoria do sistema de informação,
participação e co-responsabilidade na cooperativa;
d. A necessidade de que sejam incentivadas inovações na gestão
com a participação de capital externo e através de alianças
estratégicas, sempre mantendo-se os princípios doutrinários da
cooperação;
e. A questão da emissão de títulos para proporcionar a capitalização
do empreendimento cooperativista;
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42
f. A possibilidade da abertura de capital das cooperativas a terceiros,
onde esta poderia contar com uma nova fonte de recursos para seu
crescimento e capitalização;
g. As alianças estratégicas entre cooperativas e empresas o-
cooperativas, para proporcionar a oportunidade de avançar em
determinados mercados de forma mais flexível.
A modernização da gestão cooperativa, depende, portanto, destas e
de tantas outras sugestões, pois possibilitam um novo padrão de crescimento e de
capitalização.
Unir esfoos é a chave para os produtores ampliarem sua
presença no mercado (RAÍCES, 2003, p. 107). Segundo este autor a união de
agricultores em cooperativas e associações é um caminho natural. As vantagens são
de que, juntos, os produtores se fortalecem e podem negociar no mercado como se
fossem uma empresa de maior porte. Agregar esforços e interesses constitui uma
saída para aumentar a eficiência e a economia da produção.
Diferentemente daquele ponto de venda de insumos, para a
comercialização de grãos, hoje o papel das cooperativas inclui atribuições muito
mais diversificadas, como a difusão da tecnologia, a assisncia técnica e a captação
de crédito a taxas mais baratas do que as cobradas pelos bancos.
Para Raíces (2003), a imporncia das cooperativas no campo é
tanta que, cada vez mais, cresce o interesse pela área de geso de cooperativas.
A gestão das cooperativas tem preocupado o mundo todo. A
administração de um projeto corporativo, hoje, implica maior rigor e uma abordagem
empresarial. Para tanto, existe uma proposta de gerenciamento organizacional das
cooperativas chamada Nova Geração das Cooperativas - NGC. A NGC mantém a
estrutura sica e doutrinária cooperativista, injetando-lhe novos mecanismos de
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mercado. A quota-parte, por exemplo, passa a ser um instrumento passível de ser
transacionado e, com isso, torna-se uma reserva de valor para o cooperado. Isso
significa ver a quota como uma espécie de ação de empresa. A política de preços
passa a ter como prioridade a distribuição de resultados, em vez de repassar os
benefícios na forma de melhores preços pagos por produtos do cooperado (PINHO,
1996).
Essa nova visão obriga, ainda, a cooperativa a dedicar mais atenção
à qualidade, afinal, como qualquer empresa, ela tem de disputar espaço no
mercado.
Esse recorte sobre as cooperativas foi importante para se
compreender o processo de industrialização das cooperativas.
Pôde-se concluir que as cooperativas estão, em grande parte, se
inserindo num novo processo de gerenciamento. Esse novo conceito de
cooperativismo procura manter os princípios doutririos de um lado, mas de outro,
a agregação de valor à sociedade e ao associado, dependem cada vez mais de uma
abordagem empresarial destas.
As alianças estratégicas, a profissionalização da geso e novas
formas de captação de recursos é que vão possibilitar um acréscimo da eficiência
econômica e social do empreendimento cooperativo.
2.5.2 As Cooperativas e a Agroindustrialização
Inicialmente o cooperativismo se constituiu no único suporte de uma
camada de pequenos produtores diante de um aparato estatal fraco, que não
dispunha de políticas públicas de bem estar social para as populações agrárias.
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O cooperativismo seria um instrumento privilegiado do Estado para a
construção de uma ordem social harmônica e mais justa. Era um instrumento de
fomento que o Estado possa para romper com certas condições de atraso no
desenvolvimento agrícola.
Assim, em 1971, o Governo consolida a legislação cooperativista e
sanciona a Lei Federal5.764/71, que define a política nacional de cooperativismo,
articulando-a com a própria política ecomica do governo, tornando as cooperativas
dependentes da ação do Estado, principalmente em relação à créditos subsidiados.
A partir daí o movimento cooperativista paranaense ganhou
propoões, com o icio das discussões para a implantação dos projetos de
integração, desenvolvidos conjuntamente pela Acarpa e Incra, com o apoio do
Banco do Brasil, BRDE e BNCC.
O objetivo dos projetos foi rediscutir a forma de atuação das
cooperativas, pois alguns municípios tinham mais de uma cooperativa operando em
concorrência, o que as enfraquecia, enquanto outros municípios não tinham
nenhuma.
Os projetos foram desenvolvidos em três etapas, abrangendo
regiões diferentes. O Projeto Iguaçu de Cooperativismo - PIC, criado em 1971,
contemplou a reorganização do sistema no Oeste e Sudoeste. O Projeto Norte de
Cooperativismo - Norcoop, implantado em 1974, para reorganização das
cooperativas da região Norte do Estado, e o Projeto Sul de Cooperativismo -
Sulcoop, iniciado em 1976, reorganizou as cooperativas da região Centro-Sul. A
Ocepar nasceu no decorrer do primeiro projeto, no ano de 1971, o que veio a dar
forte apoio à execução dos projetos.
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Esses projetos propiciaram um contato mais efetivo entre produtores
e cooperativas despertando o cooperativismo para o espírito empresarial.
A integração possibilitou uma participação mais efetiva das
cooperativas na atividade ecomica, em função da agregação dos interesses dos
produtores para a economia de mercado, o que levou as cooperativas à montagem
da infra-estrutura sica para o atendimento das produções, de fundamental
importância para o icio da integração e como conseqüência, da
agroindustrialização.
Ratificando esta idéia, Jardim Júnior (2002, p. 285) argumenta que
é importante ressaltar que os investimentos realizados (...) puderam ser
concretizados pela existência de um sistema de crédito oficial, cujo objetivo era o
estabelecimento de uma estrutura produtiva com maior agregação de valor”.
A partir da organização da produção agrícola, as cooperativas
agropecuárias passaram a preocupar-se com a montagem do complexo
agroindustrial, não se conformando com as condições de meras repassadoras de
matéria-prima às instrias.
Inseriram-se, então, as cooperativas, no processamento dos
produtos agropecuários ao invés da comercialização dos produtos in natura". O
resultado foi que a atividade industrial passou a impulsionar a crescente geração de
sobras tornando-se, também, na principal atividade destas sociedades.
Para Neto (2001), isso se configura numa prática capitalista na qual
as cooperativas assumem o processo de agroindustrialização como forma de
sobrevivência e acumulação.
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46
O Centro de Pesquisas da Ocepar
2
foi criado pelas cooperativas
paranaenses em 1972, tendo a responsabilidade pelo desenvolvimento tecnológico
agropecuário de interesse das cooperativas, encarregando-se da busca de novas
tecnologias para o aumento de produtividade e propiciando segurança e
rentabilidade aos agricultores.
Este Centro de Pesquisa desenvolveu programas que culminaram
com a recomendação de novos cultivares de trigo, soja, milho, triticale, além de
pesquisas de algodão e inúmeras novas tecnologias.
A partir de 1983 o cooperativismo paranaense realizou uma
experiência altamente positiva, pioneira no Brasil, no que concerne ao
desatrelamento da ingerência estatal nas cooperativas. As ampla discussão entre
governo, entidades de representação e cooperativas foi implantado o Projeto Piloto
de Autofiscalização que permitiu alicerçar os primeiros passos rumo à autogestão
das cooperativas no Paraná.
Com a promulgação da Constituão do Brasil em 1988, que em seu
art. 5º, inciso XVIII, veda a interferência estatal no funcionamento das cooperativas,
as cooperativas paranaenses, após amplos debates e estudos, aprovaram, em
setembro de 1991, em Assembléia Geral da Ocepar, o Programa de Autogestão.
Este programa iniciou suas atividades em mao de 1991, com os
objetivos específicos de orientação na constituição e registro de cooperativas;
acompanhamento de desempenho; educação, capacitação e reciclagem;
organização dos cooperados; comunicação e integração.
2
Organizão das Cooperativas do Estado do Para - Ocepar, é um sindicato com o objetivo
primordial de representar e defender os interesses do sistema cooperativo paranaense perante as
autoridades constituídas e a sociedade, bem como prestar serviços adequados ao pleno
desenvolvimento das sociedades cooperativas e de seus integrantes, além de exercer a
representatividade sindical das cooperativas paranaenses.
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47
A viabilização desse programa se deu com a criação, ainda em
1991, dos Núcleos Regionais Cooperativistas, no qual o Estado foi dividido em cinco
núcleos, de acordo com a localização geográfica e área de ação de todas as
cooperativas.
Estes cleos proporcionaram a aprovação de um planejamento
estratégico das cooperativas paranaenses, o Plano Paraná Cooperativo 2000.
Este plano foi baseado na situação econômica do sistema, nas
tendências do mercado interno e externo e no potencial de crescimento, e que,
como resultado do esforço integrado de dezenas de lideranças, traçou diretrizes de
médio e longo prazo que orientarão os próximos investimentos, cuja consolidação se
constitui no grande desafio a partir daquela data e que permitiu inserir o
cooperativismo na modernidade imposta às empresas pela globalização mundial.
Nesse ambiente é que a Cooperativa Agroindustrial Lar ingressa no
processo de industrialização dos produtos agropecrios da região de Medianeira.
A Lar, segundo seu atual diretor-presidente, Eliseu Lang, tem como
missão a promoção do desenvolvimento econômico e social dos associados e da
comunidade, através da agregação de valores a produção agropecuária.
A cooperativa foi fundada em 19 de mao de 1964,
por um grupo de agricultores que decidiram organizar-se a fim de conseguirem
maiores vantagens e maior competitividade na aquisição de insumos agrícolas, bem
como na comercialização de sua produção.
A sede inicial foi em Missal PR, para melhor atender seus programas
de expansão. Em 1972 transferiu sua sede para Medianeira, PR, onde permanece
ahoje. Atualmente conta com 6.794 associados e 2.660 funcionários.
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48
A sua área de ação está centrada na região Oeste Paranaense,
atuando em 12 municípios. Conta com 14 unidades de recepção de produtos
agropecuários.
O mapa apresentado na figura 1 mostra geograficamente os
municípios onde a Lar mantém unidades industriais.
Figura 1 - Mapa dos Municípios com Unidades Industriais da Lar na Região Oeste do
Paraná
Fonte: IBGE, 2005.
Ainda segundo seu presidente, trata-se, a Lar, de uma cooperativa
que atua no agronegócio, comercializando produtos agropecuários, industrializando
soja, mandioca, vegetais congelados e aves, e comercializando produtos nas áreas
de supermercados e insumos agropecuários.
Em 1982 esta cooperativa implantou uma unidade industrial de soja,
de rações e concentrados. Mas a inserção na agroindustrialização de forma mais
Municípios:
1 - Santa Helena
2 - Itaipulândia
3 - Missal
4 - Medianeira
5 - Matelândia
6 - Céu Azul
1
2
3
4
5
6
0 48,35
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49
intensiva desta se deu a partir da cada de 1990, com a implantação de uma
unidade de mandioca, de leitões, de vegetais e de aves.
O capital necessário para esses investimentos foram adquiridos via
agentes financeiros, como é o caso do Programa de Revitalização das Cooperativas
de Produção Agropecuária (Recoop), em 1998.
Por fim, a inserção da Cooperativa Lar, no processo de
agroindustrialização dos produtos agropecrios da região de Medianeira, deve ter
refletido em termos econômicos e financeiros a esta sociedade cooperativa e,
tamm, para o desenvolvimento da região de Medianeira.
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3. METODOLOGIA
Nesta seção apresenta-se os procedimentos sistemáticos que
proporcionaram averiguar os reflexos econômicos e financeiros que os investimentos
em industrialização realizados pela Cooperativa Agroindustrial Lar acarretaram do
ponto de vista da sociedade cooperativa e no desenvolvimento econômico do seu
entorno.
Para tanto, foram analisados os dados e indicadores econômicos
que seguem.
3.1 Alavancagem aos Resultados Ecomicos e Financeiros da Sociedade
Cooperativa
Os efeitos da industrialização dos produtos agropecuários da
Cooperativa Agroindustrial Lar, de 2000 a 2004, em termos de resultados
econômico-financeiros à referida sociedade, que são o incremento financeiro nas
vendas e, a alise do retorno do investimento, foram conseguidos por
desagregação, nas demonstrações financeiras anuais da cooperativa, das
informações sobre receitas, investimentos em ativos, bem como da comparação das
sobras líquidas de cada ano com os investimentos totais realizados pela sociedade.
Com relação à taxa de retorno sobre o investimento, compreendida
na literatura como um dos índices que revelam a rentabilidade do capital investido
por uma empresa, Iudicibus (1998) argumenta que de maneira geral deve-se
relacionar o lucro de um empreendimento com algum valor que expresse a
dimensão relativa do mesmo, para analisar quão bem se saiu a empresa num
determinado período. Mas, argumenta ainda, que, no que se refere ao lucro, muitas
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51
variantes podem ser adotadas: operacional, líquido, antes ou as o imposto de
renda, onde se deseja ter uma idéia de lucratividade, como um todo, do
empreendimento, o lucro líquido dividido pelo ativo total será um melhor indicador.
Considerando que o resultado positivo de um exercício financeiro
apurado nas Demonstrações de Resultado do Exercício DRE, no caso de uma
sociedade cooperativa, é chamado de sobras líquidas, em substituição ao lucro
líquido das sociedades de capital, tem-se a Equação(2):
RI = SL/ATM, (2)
Sendo, RI: o Retorno sobre o Investimento; SL: as Sobras Líquidas;
e, ATM: o Ativo Totaldio.
Com a definão da Equação (2) e, também, com os dados dos
ativos totais registrados nos balanços patrimoniais, bem como dos resultados
líquidos apurados nas demonstrações dos resultados dos exercícios, foram
efetuadas as análises, de 2000 a 2004, da taxa de retorno do capital investido - RI
pela Lar nestes exercícios, cujos resultados fornecem as informações necessárias à
avaliação do êxito do empreendimento cooperativo, alavancado pelo processo de
industrialização neste período.
3.2 Participação da Agroindustrialização da Lar no Retorno do ICMS
A verificação dos efeitos da agroindustrialização da Cooperativa
Agroindustrial Lar no retorno do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual,
Intermunicipal e de Comunicação ICMS, no período de 2000 a 2004, aos
Municípios de Medianeira, Missal, Céu Azul, Itaipulândia, Matelândia e Santa
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52
Helena, na região oeste do Paraná, foi realizado pela análise da decomposição do
índice que define o retorno, aos municípios Paranaenses, do ICMS (25%)
arrecadado pelo Estado do Paraná.
Esta alise iniciou pelo estudo da composição dos critérios que
comem o retorno do referido imposto, da parte que cabe aos referidos Municípios.
Assim, pelo artigo 158, inciso IV, da Constituição Federal, e do artigo 132 da
Constituição do Estado do Paraná e da Lei Federal Complementar 63/90, foram
definidos os cririos da composição dos índices de retorno, aos municípios
paranaenses, segundo as Leis Estaduais 9.491/90, 12.847 e 59/91
(Complementar), conforme demonstrado no Quadro 1:
Quadro 1 – Critérios de Rateio do ICMS
CRITÉRIOS PERCENTUAL
Valor Adicionado 75 %
Produção Agropecria 8 %
Habitantes (Pop. Rural) 6 %
Propriedades Rurais 2 %
Área Territorial 2 %
Fator Fixo 2 %
Preservação Ambiental 5 %
TOTAL 100 %
Fonte: Lei9.491/90 (PR) e Lei Complementar 59/91 (PR).
A partir desses cririos definidos na legislação a Secretaria da
Fazenda do Estado do Paraná define, a cada ano, a partir das Declarações Fisco
Conbeis - DFC, os índices de retorno do ICMS aos municípios.
Frise-se que os números relativos aos valores adicionados de um
determinado ano, bem como da produção primária, e dos outros critérios, somente
causarão efeito no retorno do ICMS dois anos seguintes. Para a verificação da
participação das indústrias da Lar no retorno do ICMS, nos municípios citados, nos
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53
anos de 2004, 2003, 2002, 2001 e 2000, utilizou-se, respectivamente, as DFCs com
ano-base 2002, 2001, 2000, 1999 e 1998.
Os efeitos da participação da agroindustrialização da Lar no retorno
do ICMS aos Municípios citados foram verificados mediante os seguintes
procedimentos:
a) pela aferição da participação da produção das indústrias da Lar,
bem como da produção primária incrementadas pelas indústrias da Lar, no Valor
Adicionado - VA;
b) pela verificação da participação da produção agropecuária, nos
Municípios, ocorrida em função das indústrias da Lar.
Para tanto, obteve-se o VA das indústrias da cooperativa, referentes
aos anos citados, pelas DFCs apresentadas pela sociedade à Secretaria da
Fazenda do Estado do Paraná, por ocasião dos períodos de apuração dos índices
anuais de retorno do ICMS.
Uma vez conhecido o referido VA, ele foi comparado ao Valor
Adicionado Total - VAT dos Municípios, em termos nominais e relativos.
Apurada a participação do VA das indústrias da Lar, multiplicou-se
este percentual pelo peso (75%) do valor adicionado na formação do índice de
retorno. Ou seja:
IRET = 0,75 * VA (3)
Sendo, IRET: o Índice de Retorno sobre o Valor Adicionado, e; VA:
Valor Adicionado.
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54
Em termos de valores anuais, no entanto, esta participação somente
foi obtida quando da comparação dos valores creditados em favor dos Executivos
Municipais.
Já os efeitos da agroindustrialização da Lar no critério produção
agropecuária foram aferidos pelo Relatório do Valor Bruto da Produção
Agropecria Paranaense. De posse do Valor Bruto da Produção VBP, dos
Municípios referidos, verificou-se os seus valores brutos da produção agropecuária,
focando os produtos agropecrios de interesse da Lar, com a finalidade de apurar,
no índice agropecuário, a respectiva participação destes.
Com relação a estes dois critérios que compõem o Índice de Retorno
IR do ICMS, há que se ressaltar que, como esta participação é definida pelos
índices, que depois são aplicados sobre o montante que cabe aos municípios da
arrecadação do Estado do Paraná do ICMS, foi necessária a conversão, dos
referidos índices, em moeda (reais), totalizando estes valores anualmente.
Sendo estes os cririos que definem o índice de participação dos
municípios no ICMS, pôde-se calcular, em valores, a participação da Lar, no retorno
do ICMS nos municípios de Medianeira, Itaipulândia, Missal, Matelândia, Céu Azul e
Santa Helena, nos quais esta cooperativa mantém unidades industriais e tem
influenciado a produção agropecria.
3.3 A Influência das Indústrias Lar no Desempenho do Setor Industrial da
Região de Medianeira
Os primeiros pesquisadores a aplicar e sistematizar os indicadores
de análise regional no Brasil foram Lodder (1974), Haddad (1977 e 1989). Eles são
referências importantes da aplicação emrica desse instrumental ao caso brasileiro.
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55
Quando se trata da aplicação dessa análise no Paraná destacam-se Piacenti et al.
(2002) e Lima et al. (2004).
Os indicadores de análise regional apontam os ramos de atividade
mais importantes e que mais se concentraram em cada região. Nesta pesquisa
mostra-se a especialização dos municípios citados em relação a região Oeste do
Estado do Paraná.
A variável utilizada nessa análise é a mão-de-obra ocupada MO
(número de empregados) por ramos de atividade. A escolha por essa variável se deu
pelo pressuposto de que os ramos de atividade mais dimicos empregam mais
mão-de-obra no decorrer do tempo e, assim, a ocupação da mão-de-obra tem
reflexo na renda regional, o que estimula o consumo e, conseqüentemente, a
dinâmica da região. Os dados sobre mão-de-obra foram coletados da Relação Anual
de Informações Sociais RAIS do Ministério do Trabalho, e correspondem aos anos
de 1995 a 2004.
Para o cálculo das medidas de especialização e localização
organizou-se as informações em uma matriz que relaciona a distribuição setorial-
espacial de uma variável-base. O estudo utilizou a mão-de-obra distribuída por
ramos de atividade. As colunas mostram a distribuição da mão-de-obra do
município, e as linhas mostram a distribuição da mão-de-obra por ramos de atividade
de cada município, conforme Figura 2 Matriz de Informações.
Definiram-se as seguintes variáveis:
ij
MO : Mão-de-obra ocupada do ramo de atividade i do município j;
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56
=
j
iji
MOMO
: Mão-de-obra ocupada do ramo de atividade i da
Região Oeste do Estado do Paraná;
=
i
ijj
MOMO : Mão-de-obra ocupada em todos os ramos de
atividade do município j;
=
⋅⋅
ij
ij
MOMO : Mão-de-obra ocupada total da região Oeste do
Estado do Paraná.
Figura 2 - Matriz de Informações
Ramo de Atividade i
Total Marginal
ij
MO
i
ij
MO
Municípios j
Total
Marginal
j
ij
MO
ij
ij
MO
FONTE: Adaptado de Lodder (1974), Haddad, 1989, Piacenti et al. (2002), Lima et
al. (2004)
A partir da matriz de informações descrevem-se as medidas de
localização e especialização. As medidas de localização são de natureza setorial e
se preocupam com a localização dos ramos de atividade do município, ou seja,
procuram identificar padrões de concentração ou dispersão da mão-de-obra
ocupada setorial, num determinado período. No presente trabalho utilizou-se o
quociente locacional e o coeficiente de localização como medidas de localização.
a) Quociente LocacionalQL
É utilizado para comparar a participação percentual da mão-de-obra
ocupada de um município com a participação percentual da região Oeste do Estado
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57
do Paraná. O quociente locacional pode ser analisado a partir de ramos de atividade
específicos ou no seu conjunto. É expresso pela Equação (4).
∑∑
=
ij
ij
i
ij
j
ijij
ij
MOMO
MOMO
QL
(4)
A importância do município no contexto regional, em relação ao
ramo de atividade estudado, é demonstrada quando QL
ij
assume valores acima de
1, nesta situação indica a representatividade do ramo de atividade i no município j.
Além disso, verifica-se que o município j é relativamente mais importante, no
contexto regional, em termos do ramo de atividade i, do que em termos gerais de
todos os ramos de atividade. O contrário ocorre quando o QL
ij
for menor que 1.
Assim, a partir da análise do QL
ij
visualizou-se a concentração de cada ramo de
atividade no município estudado.
b) Coeficiente de Localização - CL
O objetivo do coeficiente de localização é relacionar a distribuição
percentual da mão-de-obra ocupada num dado domicílio entre os municípios com a
distribuição percentual da mão-de-obra ocupada da região Oeste do Estado do
Paraná. O coeficiente de localização da atividade i (CL
i
) é medido pela Equação (5).
2
∑∑
=
jij
ij
i
ij
j
ijij
i
MOMOMOMO
CL (5)
Se o CL
i
for igual a zero (0), significa que o ramo de atividade i está
distribuído regionalmente da mesma forma que o conjunto de todos os ramos de
atividade, ou seja, es mais disperso no município. Se o valor CL
i
for igual a um (1),
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58
este demonstra que o ramo de atividade i apresenta um padrão de concentração
municipal mais intenso do que o conjunto de todos os setores.
Diferente do QL
ij
e do CL
i
, que são medidas de localização, as
medidas de especialização se concentram na análise da estrutura produtiva do
município, objetivando analisar o grau de especialização das economias municipal
num determinado período. Dentre estas medidas, utilizou-se, no presente trabalho, o
Coeficiente de Especialização - CE.
c) Coeficiente de Especialização - CE
O Coeficiente de Especialização - CE, apresentado na Equação (6),
é uma medida regional. As medidas regionais concentram-se na estrutura produtiva
de cada município, fornecendo informações sobre o nível de especialização da
economia num determinado ano.
2
∑∑
=
iij
ij
j
ij
i
ijij
j
MOMOMOMO
CE (6)
Por meio do CE
j
, compara-se a economia de um município j com a
economia da região Oeste do Estado do Paraná. Para CE
j
iguais a 0 (zero), o
município j tem composição idêntica à mesorregião Oeste Paranaense. Em
contrapartida, se CE
j
for igual ou próximo a 1 demonstra um elevado grau de
especialização do município j que pode ligado a um determinado ramo de atividade
ou ao conjunto delas.
Segundo FERRERA DE LIMA (2004), o Coeficiente de
Especialização - CE não é apenas uma medida de progresso econômico, pois
alguns municípios podem estar fortemente especializados em ramos de atividades
em declínio ou pouco rentáveis. Portanto, essa medida define e apresenta a posição
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59
relativa das unidades espaciais, ou seja, dos municípios em relação à região Oeste
do Estado do Paraná.
d) Coeficiente de Associação Geográfica -CAG
O coeficiente de associação geográfica mostra a associação
geográfica entre dois ramos de atividade (i e k), comparando as distribuições
percentuais de mão-de-obra entre o conjunto dos municípios onde a Lar tem
Indústrias.
2
∑∑
=
j
ksetor
i
ijij
isetor
i
ijij
ik
MOMOMOMO
CAG (7)
Os valores da CAG
ik
variam de zero (0), que significa que o ramo de
atividade i estará distribuído regionalmente da mesma forma que o ramo de
atividade k, mostrando que os padrões locacionais dos dois ramos de atividade
estão associados geograficamente, aum (1) que representa nenhuma associação.
e) Índice de Concentração de Hirschman-Herfindahl - IHH
O índice de concentração de Hirschman-Herfindahl permite
comparar o peso de um ramo de atividade i em um município j no ramo de
atividade i da região Oeste do Paraná em relação ao peso da estrutura produtiva
do município j na estrutura da região Oeste do Paraná como um todo, conforme
demonstra Equação 8.
=
∑∑
ij
ij
i
ij
j
ijijij
MOMOMOMOIHH
(8)
Dessa forma, quando o IHH
ij
apresentar um valor positivo indica que
o ramo de atividade i do município j es mais concentrado e, portanto, exerce um
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60
poder de atração maior, dada sua especialização. O contrário ocorre quando os
valores forem negativos.
3.4. Coleta de Dados
Para o estudo dos efeitos econômicos e financeiros (rentabilidade e
retorno sobre o investimento), os dados foram obtidos junto ao setor contábil da
sociedade cooperativa, por meio do fornecimento dos balanços patrimoniais,
Demonstrações dos Resultados dos Exercícios DRE’s e relarios contábeis, os
quais identificaram informações sobre os valores de vendas, de investimentos em
ativos, e dos resultados dos exercícios de 2000 a 2004.
Já para a análise dos efeitos da agroindustrialização da Lar em
termos de retorno do Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e Sobre Prestações de Servos de Transporte Interestadual,
Intermunicipal e de Comunicação - ICMS obteve-se os dados por meio do site da
Secretaria de Estado da Fazenda SEFA (FAZENDA, 2005) que conm os cálculos
dos itens que compõem o retorno do ICMS, de informações em relatórios contábeis
e de DFCs, conseguidas junto ao setor contábil da sociedade cooperativa em
estudo e, ainda, de dados obtidos junto à Secretaria da Fazenda do Município de
Medianeira.
Os dados que possibilitaram a verificação da participação da
agroindústria da Lar, com reflexos na produção agropecuária, foram obtidos por
meio do Departamento de Economia Rural DERAL, subordinado à Secretaria
Estadual da Agricultura e Abastecimento SEAB.
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61
Por outro lado, junto à Relação Anual de Informações Sociais
RAIS, do Minisrio do trabalho e Emprego, e pelo site da Secretaria de Estado da
Fazenda - SEFA, foram coletados os dados que possibilitaram os cálculos dos
coeficientes de medidas de Localização e de Especialização, além do índice de
concentração.
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4. APRESENTÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.1 Participação da Agroindustrialização da Lar no Retorno do ICMS
A partir dos procedimentos metodológicos, apresentados na Seção
3, os dados foram trabalhados e resultaram nas informações das Tabelas de 1 a 6,
que seguem
3
:
Tabela 1 Decomposição do Retorno de ICMS para o município de Céu Azul -
2000/2004
2000 2001 2002 2003 2004 Total Acumulado
Critérios
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
1. Valor Adicionado 1.764.518,22
32,31
1.583.646,04
30,85
1.485.027,28
30,53
1.691.815,16
33,65
2.283.563,24
37,80
8.808.569,94
33,21
1.1 Indústria 557.091,31
10,20
484.758,42
9,44
344.607,29
7,09
561.848,63
11,18
672.009,48
11,12
2.620.315,13
9,88
1.1.1 Lar 374.854,28
6,86
247.860,43
4,83
163.005,84
3,35
418.251,85
8,32
474.893,52
7,86
1.678.865,92
6,33
1.1.2 Outras 182.237,03
3,34
236.897,99
4,62
181.601,45
3,73
143.596,78
2,86
197.115,97
3,26
941.449,21
3,55
1.2 Comércio 359.448,80
6,58
339.610,27
6,62
266.982,89
5,49
309.529,44
6,16
399.675,99
6,62
1.675.247,38
6,32
1.3 Produção Primária 846.734,89
15,51
757.244,19
14,75
870.277,17
17,89
819.733,39
16,31
1.211.454,11
20,05
4.505.443,75
16,98
1.3.1 Lar 54.631,62
1,00
52.903,43
1,03
47.751,47
0,98
49.377,52
0,98
94.736,33
1,57
299.400,37
1,13
1.3.2 Outras 792.103,28
14,50
704.340,76
13,72
822.525,70
16,91
770.355,88
15,32
1.116.717,77
18,49
4.206.043,39
15,86
1.4 ões Fiscais/outros
1.243,22
0,02
2.033,16
0,04
3.159,93
0,06
703,70
0,01
423,66
0,01
7.563,67
0,03
2. Produção Agropecria 606.727,26
11,11
571.166,30
11,13
535.719,37
11,01
650.021,73
12,93
812.980,71
13,46
3.176.615,38
11,98
2.1 Lar 248.001,49
4,54
227.541,20
4,43
201.072,03
4,13
295.201,76
5,87
382.386,23
6,33
1.354.202,71
5,11
2.2 Outras 358.725,77
6,57
343.625,11
6,69
334.647,34
6,88
354.819,97
7,06
430.594,48
7,13
1.822.412,67
6,87
3. População Rural 179.588,87
3,29
185.616,57
3,62
188.081,99
3,87
203.451,21
4,05
221.589,65
3,67
978.328,30
3,69
4. Propriedades Rurais 74.764,59
1,37
78.995,34
1,54
79.718,47
1,64
86.001,10
1,71
93.456,12
1,55
412.935,62
1,56
5. Área Territorial 195.233,85
3,58
201.784,18
3,93
202.481,25
4,16
219.116,32
4,36
238.483,09
3,95
1.057.098,69
3,99
6. Fator Ambiental 2.557.277,39
46,83
2.425.896,79
47,26
2.286.857,23
47,02
2.083.897,60
41,45
2.289.819,73
37,90
11.643.748,73
43,90
7. Distribuão igualitária 82.872,10
1,52
85.653,61
1,67
85.949,49
1,77
93.009,84
1,85
101.302,03
1,68
448.787,08
1,69
8. TOTAIS (soma 1 7) 5.460.982,28
100,00
5.132.758,85
100,00
4.863.835,10
100,00
5.027.312,95
100,00
6.041.194,55
100,00
26.526.083,74
100,00
9. Resumo da Part. da Lar
677.487,39
12,40
528.305,06
10,29
411.829,34
8,46
762.831,13
15,17
952.016,08
15,76
3.332.469,00
12,57
Fonte: Resultados da Pesquisa.
A Tabela 1 apresenta a participação da Cooperativa Lar no retorno
do ICMS do Município de Céu Azul de 2000 a 2004. Neste Município, a referida
cooperativa tem instalada uma unidade Industrial de Soja, uma unidade industrial de
empacotados e uma unidade de beneficiamento de ovos.
3
Os dados constantes das tabelas referidas estão atualizados pelo Índice Nacional
de Preços ao Consumidor INPC/IBGE que são: 2001 9,44%, 2002 14,74%,
200310,38, 2004 6,13 e, 2005 (ajulho) 3,31%. Seus valores originais podem
ser vistos no ANEXO 1Tabelas de Retorno de ICMS (preços correntes).
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63
Conforme os cálculos apresentados na Tabela 1, a participação da
Cooperativa Lar no retorno do ICMS nos períodos em estudo variou entre 8,46 %
(ano 2002) e 15,76% (ano 2004), sendo o maior percentual obtido na participação do
retorno do ICMS. Neste ano o Executivo do Município de Céu Azul recebeu, em
valores atuais, R$ 6.041.194,55 (item 8, ano 2004) e destes, a Lar teve participação
em R$ 952.016,08 (item 9, ano 2004), valor que se obtém da soma da participação
da Lar no valor adicionado da indústria (item 1.1.1), da produção primária (item
1.3.1) e na estimativa da produção agropecuária feita pelo DERAL (item 2.1).
A maior parte da participação da Cooperativa Lar no retorno do
ICMS ao Município de Céu Azul, entre 2000 e 2004, conforme se percebe na Tabela
1, foi no valor adicionado da indústria. Conforme se verifica nos itens 1.1 e 1.1.1, na
coluna Total Acumulado, as indústrias de Céu Azul, por meio de seus valores
adicionados, foram responsáveis pelo valor de R$ 2.620.315,13 e, deste valor, as
três indústrias da Cooperativa Lar contribuíram com o valor adicionado de
R$1.678.865,92. A comparação entre esses dois valores indica que as indústrias da
Lar representaram, no período 2000 - 2004, quase dois terços do valor adicionado
das indústrias.
Isso também pode ser verificado ao se comparar os percentuais
apresentados na coluna Total Acumulado da Tabela 1, ou seja, a indústrias da Lar
representaram 6,33% em relação ao total das indústrias, que foi 9,88%, do total do
retorno do ICMS ao Município de Céu Azul no período 2000 – 2004.
Pelo item 8 e 9, na coluna Total Acumulado, percebe-se que dos
R$ 26.526.083,74 que o Município de u Azul recebeu do Governo do Estado do
Paraná, a título de retorno do ICMS, a Lar teve participação direta em
R$3.332.469,00 representando, no período, um percentual médio de 12,57%.
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64
Para melhor visualização apresenta-se na Figura 3 a participação da
Cooperativa Lar no retorno do ICMS de Céu Azul.
Figura 3 Gráfico Comparativo da Participação da LAR no Retorno de ICMS de Céu
Azul no Período de 2000 a 2004 (Por critério e Total)
1.678.865,92
299.400,37
1.354.202,71
26.526.083,74
3.332.469,00
0,00
5.000.000,00
10.000.000,00
15.000.000,00
20.000.000,00
25.000.000,00
30.000.000,00
Lar - VA IndústriaLar - VA Prod.
Primária
Lar - Produção
Agropecria
LAR - TotalTOTAL
R$
Fonte: Tabela 1.
A Tabela 2 apresenta a decomposição do retorno do ICMS ao
Município de Itaipulândia. Ele revela que as indústrias da Lar influenciaram no
retorno do ICMS entre 10,01% e 14,48%, entre 2000 e 2004 (conforme se apresenta
no item 9), sendo o maior percentual ocorrido em 2003.
Neste Município a Cooperativa Lar mantém uma unidade industrial
de vegetais e uma unidade produtora de leies.
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65
Tabela 2 Decomposição do Retorno de ICMS para o município de Itaipulândia -
2000/2004
2000 2001 2002 2003 2004 Total Acumulado
Critérios
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
1. Valor Adicionado 473.265,09
49,98
535.148,29
52,58
548.420,81
50,71
620.082,36
51,69
842.319,46
56,20
3.019.236,01
52,56
1.1 Indústria 91.586,55
9,67
90.435,50
8,89
95.892,60
8,87
119.035,43
9,92
180.869,34
12,07
577.819,42
10,06
1.1.1 Lar 0,00
0,00
18.855,69
1,85
27.939,47
2,58
45.968,28
3,83
37.770,97
2,52
130.534,41
2,27
1.1.2 Outras 91.586,55
9,67
71.579,82
7,03
67.953,12
6,28
73.067,15
6,09
143.098,37
9,55
447.285,00
7,79
1.2 Comércio 79.088,92
8,35
84.480,29
8,30
136.636,37
12,63
129.392,41
10,79
145.892,43
9,73
575.490,42
10,02
1.3 Produção Primária 301.606,74
31,85
359.416,11
35,32
314.954,14
29,12
370.556,74
30,89
514.462,44
34,33
1.860.996,17
32,40
1.3.1 Lar 0,00
0,00
3.767,03
0,37
5.527,86
0,51
5.277,22
0,44
5.116,08
0,34
19.688,19
0,34
1.3.2 Outras 301.606,74
31,85
355.649,07
34,95
309.426,28
28,61
365.279,51
30,45
509.346,36
33,99
1.841.307,96
32,05
1.4 ões Fiscais/outros
982,87
0,10
816,40
0,08
937,70
0,09
1.097,79
0,09
1.095,24
0,07
4.930,01
0,09
2. Produção Agropecria 182.811,66
19,31
205.435,34
20,19
206.633,01
19,11
223.929,52
18,67
268.114,71
17,89
1.086.924,25
18,92
2.1 Lar 94.760,55
10,01
110.757,61
10,88
100.702,05
9,31
122.522,95
10,21
153.664,71
10,25
582.407,86
10,14
2.2 Outras 88.051,12
9,30
94.677,73
9,30
105.930,95
9,80
101.406,57
8,45
114.450,00
7,64
504.516,38
8,78
3. População Rural 128.478,32
13,57
132.820,14
13,05
178.067,20
16,47
192.843,39
16,07
210.444,40
14,04
842.653,45
14,67
4. Propriedades Rurais 23.739,80
2,51
1.014,49
0,10
4.508,17
0,42
7.206,43
0,60
8.050,18
0,54
44.519,08
0,77
5. Área Territorial 55.778,55
5,89
57.662,84
5,67
57.860,56
5,35
62.625,25
5,22
68.292,94
4,56
302.220,14
5,26
6. Fator Ambiental 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
7. Distribuão igualitária 82.831,67
8,75
85.630,91
8,41
85.924,54
7,95
92.999,32
7,75
101.487,46
6,77
448.873,90
7,81
8. TOTAIS (soma 1 7) 946.905,09
100,00
1.017.712,00
100,00
1.081.414,29
100,00
1.199.686,28
100,00
1.498.709,14
100,00
5.744.426,79
100,00
9. Resumo da Part. da Lar
94.760,55
10,01
133.380,33
13,10
134.169,38
12,40
173.768,45
14,48
196.551,76
13,11
732.630,46
12,75
Fonte: Resultados da Pesquisa.
Pela Tabela 2 se pode perceber que a produção agropecuária,
influenciada pelas indústrias da Lar, teve maior participação no retorno do ICMS do
Município de Itaipulândia, entre 2000 a 2004. Isto pode ser verificado pelos valores
dos itens 1.1, 1.3.1 e 2.1, da coluna Total Acumulado, que são respectivamente,
R$ 130.534,41, R$ 19.688,19 e R$ 582.407,86. Este último representou 10,14% do
total recebido de ICMS no mencionado período, enquanto os itens 1.1 e 1.3.1
representaram, respectivamente, 2,27% e 0,34%.
O Valor Adicionado das duas empresas tem menor
representatividade em função dessas empresas começarem a dar retorno no ICMS
em 2001, como também por serem empresas com valores adicionados não muito
altos.
Em termos gerais, do total do retorno de R$ 732.630,46 (item 9, da
coluna Total Acumulado”), a participação da Lar representa 12,75% do total de
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66
ICMS recebido pelo município nos cinco anos referidos que foi de R$ 5.744.426,79
(item 8, coluna Total Acumulado”).
A figura 4 apresenta esta participação das indústrias da Lar no
retorno do ICMS de Itaipulândia.
Figura 4 Gráfico Comparativo da Participação da LAR no Retorno de ICMS de
Itaipulândia no Período de 200 a 2004 (Por cririo e Total)
130.534,41
19.688,19
5.744.426,79
732.630,46
582.407,86
0,00
1.000.000,00
2.000.000,00
3.000.000,00
4.000.000,00
5.000.000,00
6.000.000,00
7.000.000,00
Lar - VA InstriaLar - VA Prod.
Primária
Lar - Produção
Agropecuária
LAR - TotalTOTAL
R$
Fonte: Tabela 2.
A Tabela 3, apresenta a decomposição do retorno do ICMS ao
Município de Matelândia. As informações desta figura demonstram variações de um
ano para outro na importância da Lar no retorno do ICMS do Município de
Matelândia, nos anos de 2000 a 2004. O item 9 mostra isso, na medida em que a
Lar representou 4,27% no retorno de 2000, 6,63% em 2001, 13,59% em 2002,
23,90% em 2003 e, 26,53% em 2004.
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67
Tabela 3 Decomposão do Retorno de ICMS para o município de Matelândia -
2000/2004
2000 2001 2002 2003 2004 Total Acumulado
Critérios
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
1. Valor Adicionado 1.065.565,83
27,54
1.111.995,10
28,68
1.314.601,33
32,33
1.773.378,90
39,36
2.326.155,08
43,97
7.591.696,23
35,13
1.1 Indústria 164.679,06
4,26
202.487,66
5,22
422.244,78
10,38
805.479,08
17,88
1.049.960,95
19,84
2.644.851,53
12,24
1.1.1 Lar 0,00
0,00
63.366,32
1,63
240.205,27
5,91
667.967,97
14,83
862.491,23
16,30
1.834.030,79
8,49
1.1.2 Outras 164.679,06
4,26
139.121,34
3,59
182.039,52
4,48
137.511,10
3,05
187.469,71
3,54
810.820,73
3,75
1.2 Comércio 241.811,33
6,25
268.175,08
6,92
279.173,72
6,87
272.875,30
6,06
314.967,35
5,95
1.377.002,78
6,37
1.3 Produção Primária 643.055,90
16,62
634.698,07
16,37
592.977,57
14,58
686.337,81
15,23
959.433,33
18,13
3.516.502,68
16,27
1.3.1 Lar 0,00
0,00
8.565,35
0,22
104.286,95
2,56
161.800,30
3,59
263.674,98
4,98
538.327,58
2,49
1.3.2 Outras 643.055,90
16,62
626.132,74
16,15
488.690,62
12,02
524.537,51
11,64
695.758,34
13,15
2.978.175,12
13,78
1.4 ões Fiscais/outros
16.019,52
0,41
6.634,29
0,17
20.205,27
0,50
8.686,71
0,19
1.793,45
0,03
53.339,24
0,25
2. Produção Agropecria 411.088,07
10,62
450.357,74
11,61
521.231,81
12,82
615.102,03
13,65
641.489,97
12,12
2.639.269,63
12,21
2.1 Lar 165.262,02
4,27
185.209,89
4,78
208.088,03
5,12
246.924,67
5,48
277.696,06
5,25
1.083.180,67
5,01
2.2 Outras 245.826,05
6,35
265.147,85
6,84
313.143,78
7,70
368.177,36
8,17
363.793,91
6,88
1.556.088,96
7,20
3. População Rural 215.074,54
5,56
222.237,04
5,73
242.816,08
5,97
262.615,82
5,83
286.413,35
5,41
1.229.156,82
5,69
4. Propriedades Rurais 98.677,34
2,55
103.726,27
2,67
100.099,89
2,46
97.408,50
2,16
105.901,72
2,00
505.813,71
2,34
5. Área Territorial 106.842,41
2,76
110.399,16
2,85
110.766,47
2,72
119.884,31
2,66
130.655,71
2,47
578.548,07
2,68
6. Fator Ambiental 1.889.304,15
48,83
1.793.369,62
46,25
1.691.063,74
41,59
1.543.991,00
34,27
1.698.841,52
32,11
8.616.570,03
39,87
7. Distribuão igualitária 82.882,14
2,14
85.642,32
2,21
85.927,26
2,11
92.999,52
2,06
101.426,88
1,92
448.878,12
2,08
8. TOTAIS (soma 1 7) 3.869.434,48
100,00
3.877.727,25
100,00
4.066.506,58
100,00
4.505.380,06
100,00
5.290.884,24
100,00
21.609.932,60
100,00
9. Resumo da Part. da Lar
165.262,02
4,27
257.141,56
6,63
552.580,25
13,59
1.076.692,94
23,90
1.403.862,27
26,53
3.455.539,04
16,00
Fonte: Resultados da Pesquisa.
Esta participação foi elevada gradativamente em função da unidade
industrial de aves, que é a maior indústria da Cooperativa Agroindustrial Lar. Ela
começou suas atividades recentemente, mais precisamente em 1999 e, em função
disso, os reflexos em termos de participação no retorno do ICMS foi somente a partir
de 2001, quando representou apenas 6,63%, chegando a 26,53% em 2004.
Essa variação positiva ocorreu em função de investimentos feitos
pela sociedade na ampliação da brica que em 2004 empregava 2.024 funcionários
e já abatia 170.000 aves por dia (ver Anexo 2).
A importância ímpar, em termos financeiros, da Lar para o Município
de Matelândia, pode ser observada no item 9 , coluna Total Acumulado, da Tabela
3, que apresenta o valor total de R$ 3.455.539,04 que representa a influência da Lar
de 2000 a 2004, no retorno do ICMS, o qual somou R$ 21.609.932,60 neste período
(conforme item 8, coluna Total Acumulado”). Isso significa 16,00% de participação,
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68
conforme demonstrado no percentual do total, na coluna Total Acumulado, no item
9.
A importância da Unidade Industrial de aves no Município de
Matelândia pode ser observada pelo valor adicionado da indústria. O item 1.1.1
apresenta, na coluna Total Acumulado, que o adicionado da indústria da Lar de
Matelândia, totaliza R$ 1.834.030,79 e, o adicionado de todas as indústrias de
Matelândia totalizam R$ 2.644.851,53 (item 1.1, coluna “Total Acumulado”). Ou seja,
dos 12,24% que os valores adicionados das indústrias de Matelândia representaram
no retorno do ICMS deste município, o valor adicionado da indústria da Lar
representou 8,49 pontos percentuais.
Com isso se pode afirmar que esta única indústria que a Lar mantém
em Matelândia representou no período mais da metade do total do retorno de ICMS
proveniente do valor adicionado. Isto pode ser visualizado no gráfico da Figura 5.
Figura 5 Gráfico Comparativo da Participação da LAR no Retorno de ICMS de
Matelândia no Período de 200 a 2004 (Por cririo e Total)
1.834.030,79
538.327,58
1.083.180,67
21.609.932,60
3.455.539,04
0,00
5.000.000,00
10.000.000,00
15.000.000,00
20.000.000,00
25.000.000,00
Lar - VA InstriaLar - VA Prod. PririaLar - Produção
Agropecria
LAR - TotalTOTAL
R$
Fonte: Tabela 3.
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69
O Município de Medianeira recebeu a título de retorno de ICMS,
entre 2000 e 2004, o valor acumulado, e corrigido, de R$ 24.315.095,11, conforme
demonstra o item 8, da coluna Total Acumulado da Tabela 4. Deste, apenas
R$1.502.649,21 foi influenciado diretamente pela Lar o que representa 6,18%,
conforme demonstra o item 9 da referida tabela.
Tabela 4 Decomposição do Retorno de ICMS para o município de Medianeira -
2000/2004
2000 2001 2002 2003 2004 Total Acumulado
Critérios
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
1. Valor Adicionado 3.624.102,35
78,64
4.970.832,25
107,21
3.611.079,84
77,22
3.714.282,89
75,58
4.151.027,12
75,76
20.071.324,46
82,55
1.1 Indústria 1.386.605,76
30,09
2.068.954,06
44,62
1.394.973,47
29,83
1.442.675,24
29,36
1.595.080,35
29,11
7.888.288,88
32,44
1.1.1 Lar 29.708,74
0,64
44.990,57
0,97
101.422,30
2,17
96.304,15
1,96
112.518,82
2,05
384.944,57
1,58
1.1.2 Outras 1.356.897,01
29,44
2.023.963,49
43,65
1.293.551,17
27,66
1.346.371,09
27,40
1.482.561,53
27,06
7.503.344,29
30,86
1.2 Comércio 1.333.556,53
28,94
1.815.708,74
39,16
1.342.053,97
28,70
1.280.582,29
26,06
1.332.613,14
24,32
7.104.514,67
29,22
1.3 Produção Primária 900.238,06
19,53
1.067.764,54
23,03
858.143,58
18,35
983.679,17
20,02
1.220.150,73
22,27
5.029.976,08
20,69
1.3.1 Lar 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
1.3.2 Outras 900.238,06
19,53
1.067.764,54
23,03
858.143,58
18,35
983.679,17
20,02
1.220.150,73
22,27
5.029.976,08
20,69
1.4 ões Fiscais/outros
3.701,99
0,08
18.404,91
0,40
15.908,83
0,34
7.346,21
0,15
3.182,91
0,06
48.544,84
0,20
2. Produção Agropecria 436.309,10
9,47
641.533,14
13,84
501.363,87
10,72
587.988,46
11,97
659.670,83
12,04
2.826.865,41
11,63
2.1 Lar 145.172,24
3,15
255.576,54
5,51
194.676,30
4,16
236.756,32
4,82
285.523,24
5,21
1.117.704,64
4,60
2.2 Outras 291.136,86
6,32
385.956,58
8,32
306.687,57
6,56
351.232,15
7,15
374.147,58
6,83
1.709.160,74
7,03
3. População Rural 249.274,03
5,41
354.300,61
7,64
263.920,75
5,64
286.941,15
5,84
313.471,06
5,72
1.467.907,60
6,04
4. Propriedades Rurais 119.285,07
2,59
154.797,17
3,34
116.616,17
2,49
126.568,82
2,58
1.382.402,98
25,23
1.899.670,20
7,81
5. Área Territorial 54.093,17
1,17
76.883,29
1,66
56.089,61
1,20
60.705,92
1,24
662.718,94
12,09
910.490,93
3,74
6. Fator Ambiental 42.693,92
0,93
61.054,49
1,32
41.399,71
0,89
44.599,21
0,91
49.154,99
0,90
238.902,33
0,98
7. Distribuão igualitária 82.875,78
1,80
117.793,80
2,54
85.935,55
1,84
93.007,33
1,89
101.606,58
1,85
481.219,04
1,98
8. TOTAIS (soma 1 7) 4.608.633,38
100,00
4.636.522,72
100,00
4.676.405,52
100,00
4.914.093,80
100,00
5.479.439,68
100,00
24.315.095,11
100,00
9. Resumo da Part. da Lar
174.880,98
3,79
300.567,11
6,48
296.098,60
6,33
333.060,47
6,78
398.042,06
7,26
1.502.649,21
6,18
Fonte: Resultados da Pesquisa.
Ao se analisar pormenorizadamente os critérios que mais
representatividade tiveram no referido retorno, pode-se verificar que o cririo
produção agropecuária influenciada pela Lar foi superior ao cririo valor
adicionado da indústria da Lar.
Isso es apresentado na coluna Total Acumulado na medida em
que a produção agropecuária influenciada pela Lar, conforme o item 2.1, da Tabela
4, o valor de R$ 1.117.704,64, enquanto o valor adicionado da Unidade Industrial de
Rações da Lar, demonstrado no item 1.1.1, somou R$ 384.944,57.
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70
Pode-se observar, tamm, pelo item 1, na coluna Total
Acumulado, da Tabela 4, que o valor adicionado das instrias de Medianeira
responderam por 82,55% (R$ 20.071.324,46) do total recebido por este município,
entre 2000 a 2004, de retorno de ICMS, que foi de R$ 24.315.095,11, conforme item
8, da coluna Total Acumulado, enquanto os R$ 384.944,57 (item 1.1.1, coluna
Total Acumulado”) de valor adicionado da indústria da Lar representou apenas
1,58% do retorno deste ICMS. Estas informações também podem ser vistas na
Figura 6.
Figura 6 Gráfico Comparativo da Participação da LAR no Retorno de ICMS de
Medianeira no Período de 200 a 2004 (Por cririo e Total)
384.944,57
0,00
1.117.704,64
1.502.649,21
24.315.095,11
0,00
5.000.000,00
10.000.000,00
15.000.000,00
20.000.000,00
25.000.000,00
30.000.000,00
Lar - VA IndústriaLar - VA Prod. PririaLar - Produção
Agropecria
LAR - TotalTOTAL
R$
Fonte: Tabela 4.
A Unidade Industrial de Mandioca, que é a única fábrica que a Lar
mantém em Missal é muito importante para o retorno do ICMS a este município. Isto
é apresentado na Tabela 5. Por ela percebe-se que, de uma forma geral, a
Cooperativa Lar é importante na contribuição que dá ao retorno de ICMS ao
Município de Missal.
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71
Tabela 5 Decomposição do Retorno de ICMS para o município de Missal -
2000/2004
2000 2001 2002 2003 2004 Total Acumulado
Critérios
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
1. Valor Adicionado 982.575,82
51,53
1.033.565,43
50,50
991.917,24
48,82
1.057.044,30
48,39
1.313.211,58
51,59
5.378.314,38
50,19
1.1 Indústria 160.356,96
8,41
174.398,35
8,52
177.358,51
8,73
151.302,43
6,93
188.805,53
7,42
852.221,78
7,95
1.1.1 Lar 67.827,60
3,56
59.370,91
2,90
92.128,42
4,53
80.792,79
3,70
106.591,82
4,19
406.711,52
3,80
1.1.2 Outras 92.529,35
4,85
115.027,44
5,62
85.230,09
4,19
70.509,64
3,23
82.213,72
3,23
445.510,24
4,16
1.2 Comércio 221.230,50
11,60
167.124,46
8,17
182.103,36
8,96
227.501,40
10,42
256.074,27
10,06
1.054.033,99
9,84
1.3 Produção Primária 600.110,70
31,47
689.716,98
33,70
631.253,94
31,07
677.035,38
31,00
867.565,61
34,08
3.465.682,61
32,34
1.3.1 Lar 18.465,53
0,97
12.286,95
0,60
13.957,28
0,69
10.684,61
0,49
11.144,51
0,44
66.538,89
0,62
1.3.2 Outras 581.645,17
30,50
677.430,02
33,10
617.296,67
30,38
666.350,75
30,51
856.421,10
33,64
3.399.143,72
31,72
1.4 ões Fiscais/outros
877,65
0,05
2.325,65
0,11
1.201,44
0,06
1.205,10
0,06
766,17
0,03
6.376,00
0,06
2. Produção Agropecria 385.597,76
20,22
451.316,38
22,05
453.468,70
22,32
494.022,07
22,62
542.516,67
21,31
2.326.921,59
21,72
2.1 Lar 203.231,33
10,66
232.703,21
11,37
220.490,13
10,85
249.639,98
11,43
278.296,84
10,93
1.184.361,49
11,05
2.2 Outras 182.366,43
9,56
218.613,17
10,68
232.978,57
11,47
244.382,08
11,19
264.219,83
10,38
1.142.560,08
10,66
3. População Rural 281.215,40
14,75
290.599,30
14,20
316.404,95
15,57
342.049,31
15,66
373.144,69
14,66
1.603.413,65
14,96
4. Propriedades Rurais 122.034,20
6,40
131.182,06
6,41
129.612,73
6,38
139.034,33
6,37
150.723,46
5,92
672.586,78
6,28
5. Área Territorial 52.687,89
2,76
54.445,38
2,66
54.641,18
2,69
59.133,71
2,71
64.464,01
2,53
285.372,17
2,66
6. Fator Ambiental 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
7. Distribuão igualitária 82.865,91
4,35
85.631,08
4,18
85.939,04
4,23
93.003,91
4,26
101.458,81
3,99
448.898,75
4,19
8. TOTAIS (soma 1 7) 1.906.976,98
100,00
2.046.739,62
100,00
2.031.983,85
100,00
2.184.287,65
100,00
2.545.519,22
100,00
10.715.507,32
100,00
9. Resumo da Part. da Lar
289.524,46
15,19
304.361,07
14,87
326.575,83
16,07
341.117,38
15,62
396.033,17
15,56
1.657.611,90
15,47
Fonte: Resultados da Pesquisa.
Do total recebido de ICMS pelo Município de Missal entre 2000 a
2004, no valor de R$ 10.715.507,32 (item 8, coluna Total Acumulado”), o montante
influenciado pela Lar foi de R$ 1.657.611,90 (item 9, coluna Total Acumulado”).
Essa coluna mostra que isso representou 15,47%.
Pelo item 1.1.1, da coluna Total Acumulado, observa-se o valor de
R$ 406.711,52, que foi a participação da Unidade Industrial de Mandioca no total do
critério valor adicionado da indústria, e que este representou quase a metade do
valor adicionado de todas as indústrias de Missal, que, conforme item 1.1 foi de
R$852.221,78. No entanto aquele valor (R$ 406.711,52) representou 3,80% do total
recebido de ICMS por Missal entre 2000 e 2004, que foi de R$ 10.715.507,32 (item
8, coluna Total Acumulado”).
Porém, é no critério produção agropecria que se vê a maior
importância da Lar no retorno do ICMS. Conforme o item 2.1, da coluna Total
Acumulado da Tabela 5, a Lar influenciou o valor de R$ 1.184.361,49, que
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72
representou 11,05% do total recebido de ICMS por Missal, que foi de R$
10.715.507,32, no período pesquisado.
Fazendo outra comparação, se pode concluir que a produção
agropecuária influenciada pela Lar (R$ 1.184.361,49) representou R$ 2.326.921,59
(item 2, coluna Total Acumulado”).
Essa importância, ao Município de Missal, ocasionada pela
Cooperativa Lar, pode ser visualizada na Figura 7:
Figura 7 Gráfico Comparativo da Participação da LAR no Retorno de ICMS de
Missal no Período de 200 a 2004 (Por critério e Total)
406.711,52
66.538,89
1.184.361,49
1.657.611,90
10.715.507,32
0,00
2.000.000,00
4.000.000,00
6.000.000,00
8.000.000,00
10.000.000,00
12.000.000,00
Lar - VA IndústriaLar - VA Prod. PrimáriaLar - Produção
Agropecuária
LAR - TotalTOTAL
R$
Fonte: Tabela 5.
A Tabela 6 apresenta o retorno do ICMS ao Município de Santa
Helena nos exercícios de 2000 a 2004. Nela percebe-se que a Lar não teve
nenhuma participação no retorno do referido tributo tendo em vista que a unidade de
rações foi implantada neste município em 2003. Ela contribuirá, contudo, ao
Município de Santa Helena, em termos de retorno de ICMS a partir de 2005, tendo
em vista a metodologia de cálculo da Secretaria Estadual da Fazenda.
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73
Por esta metodologia, a produção de um ano tem reflexo no retorno
do ICMS apenas dois anos depois.
Tabela 6 Decomposição do Retorno de ICMS para o município de Santa Helena -
2000/2004
2000 2001 2002 2003 2004 Total Acumulado
Critérios
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
1. Valor Adicionado 1.578.240,61
45,28
1.809.042,87
47,61
1.731.569,11
46,60
1.809.787,71
46,60
2.442.815,86
51,44
9.371.456,17
47,73
1.1 Indústria 175.032,11
5,02
168.727,84
4,44
207.587,66
5,59
162.991,03
4,20
190.910,23
4,02
905.248,86
4,61
1.1.1 Lar 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
1.1.2 Outras 175.032,11
5,02
168.727,84
4,44
207.587,66
5,59
162.991,03
4,20
190.910,23
4,02
905.248,86
4,61
1.2 Comércio 401.945,76
11,53
429.093,37
11,29
428.135,39
11,52
373.345,17
9,61
466.106,88
9,82
2.098.626,57
10,69
1.3 Produção Primária 998.885,02
28,66
1.205.890,88
31,74
1.094.073,51
29,45
1.272.804,40
32,77
1.782.709,21
37,54
6.354.363,02
32,37
1.3.1 Lar 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
1.3.2 Outras 998.885,02
28,66
1.205.890,88
31,74
1.094.073,51
29,45
1.272.804,40
32,77
1.782.709,21
37,54
6.354.363,02
32,37
1.4 ões Fiscais/outros
2.377,71
0,07
5.330,79
0,14
1.772,56
0,05
647,11
0,02
3.089,56
0,07
13.217,74
0,07
2. Produção Agropecria 735.703,44
21,11
762.564,51
20,07
725.913,28
19,54
720.125,99
18,54
834.596,00
17,58
3.778.903,22
19,25
2.1 Lar 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
2.2 Outras 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
3. População Rural 584.847,12
16,78
604.390,33
15,91
618.354,83
16,64
668.532,90
17,21
726.789,66
15,31
3.202.914,84
16,31
4. Propriedades Rurais 209.474,13
6,01
225.757,85
5,94
225.531,99
6,07
242.774,52
6,25
262.234,94
5,52
1.165.773,43
5,94
5. Área Territorial 125.255,48
3,59
129.439,41
3,41
129.913,73
3,50
140.595,92
3,62
152.739,85
3,22
677.944,38
3,45
6. Fator Ambiental 169.491,22
4,86
182.985,39
4,82
198.299,64
5,34
208.817,01
5,38
228.123,42
4,80
987.716,68
5,03
7. Distribuão igualitária 82.859,82
2,38
85.628,66
2,25
85.942,43
2,31
93.008,13
2,39
101.112,98
2,13
448.552,02
2,28
8. TOTAIS (soma 1 7) 3.485.871,80
100,00
3.799.809,03
100,00
3.715.525,00
100,00
3.883.642,18
100,00
4.748.412,71
100,00
19.633.260,72
100,00
9. Resumo da Part. da Lar
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Fonte: Resultados da Pesquisa.
Se para a Cooperativa Lar os investimentos em plantas industriais
foram benéficas, para o poder público onde a Lar mantém plantas industriais
tamm foi, como é o caso dos Municípios de Missal, Matelândia, Itaipulândia,
Medianeira e Céu Azul.
Isso está apresentado nas Tabelas de 1 a 6, desta seção, na medida
em que mostram a participação da Cooperativa Lar no retorno do ICMS de cada um
dos referidos municípios.
Com base nisso, a Tabela 7 apresenta um resumo dos municípios
em que a Lar tem participado diretamente no retorno do ICMS transferido pelo
Governo do Estado Paraná do ICMS nos anos de 2000 a 2004.
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74
Tabela 7 - Resumo do retorno de ICMS por município
Municípios
Retorno do Icms
2000 a 2004
Participação da Lar
(R$)
Participação da Lar
(%)
Céu Azul 26.526.083,74
3.332.469,00
12,57
Itaipulândia 5.744.426,79
732.630,46
12,75
Matelândia 21.609.932,60
3.455.539,04
16,00
Medianeira 24.315.095,11
1.502.649,21
06,18
Missal 10.715.507,32
1.657.611,90
15,47
Totais 88.911.045,56
10.680.899,61
12,01
Fonte: Dados das Pesquisas.
A Tabela 7 apresenta a importância da Cooperativa Lar, em termos
de participação da receita direta dos respectivos Poderes Executivos Municipais. Ou
seja, de uma arrecadação, a tulo de retorno do ICMS, que totalizou R$
88.911.045,56, os municípios em que a Lar mantém indústrias participaram
diretamente com R$10.680.899,61. Ou seja, no conjunto representaram 12,01%. É
uma participação expressiva, considerando se tratar de apenas uma sociedade,
entre muitas que estão instaladas em cada município.
Em termos percentuais, a Lar teve maior participação no retorno do
ICMS nos Municípios de Matelândia, com 16,00% e Missal, com 15,47%. Mas em
termos de valores foram Matelândia, com R$ 3.455.539,04 e Céu Azul, com R$
3.332.469,00.
A Figura 8 apresenta outra forma de se mostrar a participação da
Lar no retorno do ICMS dos referidos municípios.
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75
Figura 8 Gráfico Resumo do retorno de ICMS por município Soma de 2000 a
2004
26.526.083,74
5.744.426,79
21.609.932,60
24.315.095,11
10.715.507,32
1.657.611,90
1.502.649,21
3.455.539,04
732.630,46
3.332.469,00
0,00
5.000.000,00
10.000.000,00
15.000.000,00
20.000.000,00
25.000.000,00
30.000.000,00
Céu AzulItaipulândiaMatelândiaMedianeiraMissal
Munipio
R$
LAR Total Total - Município
Fonte: Tabela 7.
4.2 Alavancagem aos Resultados Ecomicos e Financeiros da Sociedade
Cooperativa
Conforme citado na Seção 4.1, um dos efeitos da industrialização
para a cooperativa é verificado pelo cálculo e alise da taxa de retorno sobre o
investimento feito pela Lar de 2000 a 2004.
O cálculo da referida taxa somente foi possível a partir da
identificação de dados patrimoniais. Estes foram conseguidos a partir dos Balanços
Patrimoniais e das Demonstrações dos Resultados dos Exercícios. Assim, montou-
se na Tabela 8 os demonstrativos (a preços correntes) do ativo total, receita bruta e
sobras líquidas nos exercícios de 1995 a 2004.
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76
Tabela 8 Demonstrativo do Ativo Total, Receita Bruta e Sobra Líquida para
Destinação Legal, de 1995 a 2004.
Exercícios
Ativo Total – AT
(R$)
Receita Bruta RB
(R$)
Sobras Líquidas para Destinação
Legal SDL (R$)
1995 77.207.156,00 83.437.312,00 342.410,00
1996 116.243.490,00 142.493.655,00 1.048.168,00
1997 123.270.200,00 160.820.103,00 515.969,00
1998 140.270.853,00 177.534.921,00 957.574,00
1999 184.650.200,00 222.156.474,00 1.108.024,00
2000 197.866.742,00 254.584.464,00 2.378.940,00
2001 217.779.583,00 336.604.689,00 10.411.073,00
2002 273.434.698,00 477.372.827,00 15.835.123,00
2003 359.670.070,00 679.076.488,00 25.646.438,00
2004 487.529.026,00 854.686.976,00 25.472.918,00
Fonte: Resultados da pesquisa.
Para uma melhor compreensão das variações anuais do Ativo Total
AT, da Receita Bruta RB e também das Sobras quidas para Destinação Legal
SDL, de 1995 a 2004, apresenta-se na Tabela 9 o desenvolvimento destas.
Tabela 9 - Demonstrativo dos Índices em Cadeia e Variação Percentual do Ativo
Total, Receita Bruta e das Sobras Líquidas para Destinação Legal.
Ativo Total
(AT)
Receita Bruta
(RB)
Sobras Líquidas para
Destinação
Legal SDL
Exercícios
I
(t/t-1)
VP
t
%
I
(t/t-1)
VP
t
%
I
(t/t-1)
VP
t
%
1995 - - - - - -
1996 150,56 50,56 170,78 70,78 306,11 206,11
1997 106,05 6,06 112,86 12,86 49,22 -50,77
1998 113,79 13,79 110,39 10,39 185,59 85,59
1999 131,64 31,64 125,13 25,13 115,71 15,71
2000 107,16 7,16 114,60 14,60 214,70 114,70
2001 110,06 10,06 132,22 32,22 437,63 337,63
2002 125,56 25,56 141,82 41,82 152,10 52,10
2003 131,54 31,54 142,25 42,25 161,96 61,96
2004 135,55 35,55 125,86 25,86 99,32 -0,68
Fonte: I
(t/t-1)
: índice em cadeia do período t em relação ao período t-1; VP %:
variação percentual = (I
(t/t-1)
- 100)
As informações da Tabela 9 dão conta de que há correspondência,
de forma geral, entre os acréscimos no Ativo Total com as variações positivas na
Receita Bruta. Ou seja, a Receita bruta responde às aplicações em ativos.
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77
Por conseguinte, há também reflexos positivos nas Sobras Líquidas
para Destinação Legal. No entanto, a Tabela 9 demonstra que as Sobras Líquidas
de 2001 foram superiores à de 2000 em 337,63%. Em verificação junto à
Demonstração do Resultado do Exercício da Cooperativa Lar de 2001 (ANEXO 8),
constatou-se que o aumento desta proporção na referida sobra se deu por conta de
racionalização no Custo das Mercadorias Vendidas - CMV. Mais precisamente o
CMV de 2001 representou em torno de 80,00% da Receita Bruta, enquanto o de
2000 representou 85,00%.
Em alise mais pormenorizada, e sendo escopo desta pesquisa o
período de 2000 a 2004, a Tabela 9 demonstra que, em 2001, houve incremento de
ativos na ordem de 10,06% em relação á 2000. Isso refletiu positivamente na receita,
que aumentou 32,22% naquele ano em relação à 2000.
Os investimentos em ativos continuaram a refletir positivamente de
2002 a 2004. A Tabela 9 demonstra que em 2002 o crescimento da Receita Bruta foi
de 25,56%, o de 2003 equivalente a 31,54% e, o crescimento de 2004, em relação à
2003 foi de 35,55%.
Demonstra ainda a Tabela 9 que, paralelamente, houve crescimento,
em proporções equivalentes, na Receita Bruta, que foram de 41,82%, 42,25%,
25,86%, nos anos de 2002, 2003 e 2004, respectivamente.
Nota-se, um menor crescimento da Receita Bruta em relação ao
incremento nos investimentos em ativos. Isso se deve à flutuação do mercado
externo, tendo em vista que a Cooperativa Lar tem boa parte de sua receita
condicionado às exportações.
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78
Já com relação às Sobras Líquidas para Destinação Legal - SDL, os
reflexos foram ainda maiores nos anos de 2002 e 2003. Nestes anos o crescimento
das SDL foi de 52,10% e 61,96%, respectivamente. Porém, a SDL de 2004 indica
uma trajetória inversa, ou seja, apresentou uma redução em relação à 2003, de
0,68%, conforme demonstra a Tabela 9.
O crescimento menor das receitas de 2004 (25,86%, enquanto o de
2002 e 2003 foram acima de 40,00%) em relação aos anos anteriores, somados com
um crescimento acima dos 35,00% das despesas operacionais, conforme a DRE de
2004 (ANEXO 11), foram basicamente os responsáveis pela manutenção da SDL de
2004 em montante próximo ao de 2003 (0,68% menor).
Os resultados dos cálculos das taxas de retorno do investimento de
1995 a 2004, apresentados na Tabela 10, permitem observar-se claramente uma
trajetória crescente sobre a taxa de retorno dos investimentos em ativos neste
período.
Tabela 10 – Cálculo da Taxa de Retorno do Investimento - RI
Exercícios
Cálculo (IS)
RI = (SDL/ATM)x100
Resultado (taxa de retorno)
1995 RI = 342.410,00/77.207.156,00x100 RI = 0,44 %
1996 RI = 1.048.168,00/96.725.323,00x100 RI = 1,08 %
1997 RI = 515.969,00/119.756.845,00x100 RI = 0,44 %
1998 RI = 957.574,00/131.770.526,00x100 RI = 0,73 %
1999 RI = 1.108.024,00/162.460.526,00x100 RI = 0,68 %
2000 RI = 2.378.940,00/191.258.471,00x100 RI = 1,24 %
2001 RI =10.411.073,00/207.823.162,00x100 RI = 5,01 %
2002 RI =15.835.123,00/245.607.140,00x100 RI = 6,45 %
2003 RI =25.646.438,00/316.552.384,00x100 RI = 8,10 %
2004 RI =25.472.918,00/423.599.548,00x100 RI = 6,01 %
Fonte: Resultados da pesquisa.
O período de 2000 a 2004 foi um período em que a Lar investiu mais
expressivamente na industrialização de produtos agropecuários do que em anos
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79
anteriores. Este maior aporte de recursos em unidades industriais alavancou, como
mostrado nas Tabelas 8 e 9, a renda da cooperativa. Assim, ao se comparar a
receita bruta de vendas de 2000, que foi de R$ 254.584.464,00 com a de 2004 que
foi de R$ 854.686.976,00, percebe-se uma variação nominal positiva de 235,72%.
Descontada desta variação nominal a inflação acumulada anual pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, do IBGE, que foi de 47,10%, m-
se um crescimento real de 128,22% na receita bruta de vendas.
Agora, ao se estender a comparação da receita bruta de vendas da
cooperativa, de 2004, de R$ 854.686.976,00 com a de 1995 que foi de
R$83.437.312,00 obtém-se uma variação nominal de 924,35%. Descontando-se,
desta, a variação da inflação acumulada no período, medida pelo INPC-IBGE, que
foi de 139,00%, obtém-se um incremento de receita na ordem de 328,45%.
Portanto, entre 1995 e 2004 a receita bruta de vendas da Lar
cresceu a uma taxa média anual de 17,55%.
Este é, portanto, um dos maiores reflexos positivos em função da
entrada da Lar no processo de industrialização.
Por outro lado, os resultados dos cálculos da Tabela 10 demonstram
que os investimentos em ativos, para a consolidação da Lar no processo de
agroindustrialização, foram melhor geridos.
Isto pode ser medido pela taxa de retorno do capital investido em
ativos, no caso, as instalações de novas unidades industriais, e ampliação ou
melhoria de outras existentes.
Foi uma trajeria que começou com 0,44%, em 1995, e chegou a
8,10% em 2003, baixando um pouco, para 6,01% em 2004.
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80
Essa redução, de 2004 em relação a 2003, foi motivada pelo
aumento de algumas despesas em 2004. Uma delas foi a despesa financeira,
decorrente de novos empréstimos junto a instituões financeiras, que foram
utilizados para ampliação de plantas industriais.
As despesas operacionais também se elevaram
desproporcionalmente em 2004, em função da incorporação da frota de caminhões
da Lar Transportes Ltda ao imobilizado da Cooperativa Lar, o que ocasionou
aumento dos gastos com combustíveis, pedágios e manutenção em geral da frota.
Justificam, também, esse aumento nas despesas, o fato de algumas
indústrias terem trabalhado, na ociosidade, e com isso, parte dos seus custos fixos
foram absorvidos no resultado.
Ainda que o faz parte do escopo desta pesquisa, vale salientar
que a inserção da Cooperativa Lar no processo de industrialização dos produtos
agropecuários trouxe vários outros benefícios. Além dos incrementos positivos na
receita da sociedade cooperativa e no retorno sobre o investimento (calculado pelo
índice “Taxa de Retorno sobre o Investimento”) se pode elencar uma série de outros
benefícios. São benefícios sociais e econômicos.
Um deles é a elevação do número de pessoas empregadas. Não
somente pelos empregos diretos criados pelas indústrias da Lar, mas também aos
criados por empresas fornecedoras de insumos e serviços para a Lar. Por outro
lado, os investimentos no processo industrial passaram por ampliação da frota de
veículos leves e pesados. Com isso os municípios onde a Lar mantém indústrias
tiveram aumento na receita relativa à Transferência do Imposto sobre a Propriedade
de Veículos Automotores IPVA, tendo em vista que, por foa da Constituição
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81
Federal, os estados devem repassar 50% do que arrecadarem deste imposto aos
municípios.
Também os associados da Cooperativa Lar puderam se beneficiar
com o processo de agroindustrialização na medida em que o aumento da receita da
cooperativa ocasionou aumento nas sobras líquidas, conforme abordagem anterior.
Com isso os valores distribuídos anualmente aos sócios também cresceu.
4.3 Influência das Unidades Industriais da Cooperativa Lar no Desempenho do
Setor Industrial da Rego de Medianeira
Nesta seção apresenta-se os resultados da alise regional sobre a
influência das instrias da cooperativa Lar no desempenho do setor industrial da
região de Medianeira com relação à Mesorregião Oeste Paranaense. Essa alise
foi efetuada por meio de composição de uma matriz de informações que correlaciona
o emprego no referido setor, como variável-base, o que permite descrever o
comportamento desse ramo produtivo. Estas informações são apresentadas nos
Quadros 2 e 3.
Quadro 2 - Quantidade de unidades industriais, localização e nº de funcionários.
UNIDADES INDUSTRIAIS
INICIO
OPERAÇÃO
31.12.85 31.12.90 31.12.95 31.12.00 31.12.04
SOJA - CEU AZUL 07/1992 288 144 44 97 82
RAÇÕES MEDIANEIRA 07/1985 17 17 10 47 35
RAÇÕES SANTA HELENA 03/2003 50
MANDIOCA MISSAL 03/1994 16 32 38
VEGETAIS - ITAIPULANDIA 11/1998 74 131
AVES MATELANDIA 09/1999 775 2024
EMPACOTADOS CEU AZUL 05/1981 29 24 16 18 77
LEITÕES - ITAIPULANDIA 11/1998 28 39
TOTAL DE FUNCIONARIOS 1559 1267 607 1552 3464
Fonte: Cooperativa Agroindustrial Lar
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82
Quadro 3 - o-de-obra por Ramos de Atividade dos Municípios com Indústrias da
Lar e da Mesorregião Oeste 1995/2000 continua
Céu Azul Itaipulândia Matelândia Medianeira
ATIVIDADE/REGIÃO
1995
2000
2004
1995
2000
2004
1995
2000
2004
1995
2000
2004
Extração Mineral 0 0 0 0 0 0 26 22 21 14 0 0
Indústria de Transformação 224 494 635 27 162 312 112 917 1.782
1.758
2.121
2.517
LAR 60 115 159 0 102 170 0 775 2.024
10 47 35
Serviços Ind. Util. Púb. 0 0 0 0 0 1 0 0 0 38 33 30
Construção Civil 4 7 9 13 7 62 18 27 61 221 159 196
Comércio 183 180 256 27 111 206 197 215 355 1.220
1.266
1.576
Serviços 121 261 360 9 30 40 195 297 377 1.327
1.557
1.549
Administração Pública 271 242 329 151 221 197 410 417 542 892 748 1.139
Agropecria 119 130 176 20 53 75 114 80 105 207 149 177
Total Município 922 1.314
1.765
247 584 893 1.072
1.975
3.243
5.677
6.033
7.184
Fonte: RAIS, 2005 e Indústria LAR
Quadro 3 - o-de-obra por Ramos de Atividade dos Municípios com Indústrias da
Lar e da Mesorregião Oeste 1995/2000 conclusão
Missal Santa Helena MESO OESTE
ATIVIDADE/REGIÃO
1995 2000 2004 1995 2000 2004 1995 2000 2004
Extração Mineral 0 0 0 7 5 2 266 157 185
Indústria de Transformação 151 192 276 120 414 632 20.062 27.972 41.727
LAR 16 32 38 0 0 50 86 1.071 2.476
Serviços Ind. Util. Púb. 0 0 0 0 10 1 1.527 1.560 2.128
Construção Civil 12 9 20 26 69 339 6.475 6.678 7.904
Comércio 143 194 263 272 335 526 30.037 37.095 48.764
Serviços 110 181 180 121 302 268 36.851 48.136 55.175
Administração Pública 280 233 418 796 724 834 22.357 22.562 27.242
Agropecria 36 57 53 54 44 61 9.451 6.965 8.988
Total Município 732 866 1.210 1.396 1.903 2.663 127.026
151.125
192.113
Fonte: RAIS, 2005 e Indústria LAR
A seguir são apresentados os resultados da aplicação das medidas
de localização e especialização descritas na Seção 3.3. Assim, a Tabela 11
demonstra os setores que apresentaram localização significativa, no período de
1995 a 2004, nos municípios onde a Cooperativa Lar mantém indústrias.
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83
Tabela 11 - Quociente Locacional - QL dos Municípios com Instrias da LAR-
1995/2004
Céu Azul Itaipulândia Matelândia Medianeira Missal Santa Helena
Setores
1995
2000
2004
1995
2000
2004
1995
2000
2004
1995
2000
2004
1995
2000
2004
1995
2000
2004
Extração Mineral
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
11,6
10,72
6,72
1,18
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
2,39
2,53
0,78
Indústria de Transf.
1,54
2,03
1,66
0,69
1,50
1,61
0,66
2,51
2,53
1,96
1,90
1,61
1,31
1,20
1,05
0,54
1,18
1,09
LAR
62,5
6,08
4,22
0,00
16,4
9,18
0,00
22,07
19,14
1,33
0,58
0,23
24,7
4,35
2,32
0,00
0,00
1,33
Serviços Ind. Útil. Pub.
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,10
0,00
0,00
0,00
0,56
0,53
0,38
0,00
0,00
0,00
0,00
0,51
0,03
Construção Civil
0,09
0,12
0,12
1,03
0,27
1,69
0,33
0,31
0,46
0,76
0,60
0,66
0,32
0,24
0,40
0,37
0,82
3,09
Comércio
0,84
0,56
0,57
0,46
0,77
0,91
0,78
0,44
0,43
0,91
0,85
0,86
0,83
0,91
0,86
0,82
0,72
0,78
Serviços
0,45
0,62
0,71
0,13
0,16
0,16
0,63
0,47
0,40
0,81
0,81
0,75
0,52
0,66
0,52
0,30
0,50
0,35
Administração Pública
1,67
1,23
1,31
3,47
2,53
1,56
2,17
1,41
1,18
0,89
0,83
1,12
2,17
1,80
2,44
3,24
2,55
2,21
Agropecria
1,73
2,15
2,13
1,09
1,97
1,80
1,43
0,88
0,69
0,49
0,54
0,53
0,66
1,43
0,94
0,52
0,50
0,49
Fonte: Resultados da Pesquisa
A Tabela 11 demonstra o peso dos ramos de atividade produtiva
nos municípios específicos em relação à região Oeste Paranaense e verifica-se a
representatividade exercida pelo setor da indústria de transformação nos municípios
em análise. Além disso, a LAR, como sub-setor da indústria de transformação,
apresentou valores expressivos em todos os municípios.
No caso dos municípios de Céu Azul e Missal verifica-se na Tabela
11 que a LAR foi fundamental na absorção de mão-de-obra e no dinamismo
econômico desses dois municípios em todo o período de análise. Do mesmo modo,
os municípios de Itaipulândia, Matelândia e Santa Helena sentem os impactos em
suas economias a partir das indústrias da LAR. Ambos os municípios apresentaram
valores superiores a 1, o que demonstra o peso expressivo das indústrias LAR.
Além disso, os valores superiores a 1, conforme os estudos de Piffer (1999), indicam
que o ramo é básico, ou seja, mantém atividades de exportação. No caso, a LAR
atende a essa prerrogativa. Seus produtos atendem tanto o mercado local, regional,
como inter-regional.
No geral, os resultados apontam que a LAR é responsável por boa
parte da representatividade do ramo da indústria de transformação, haja vista os
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84
expressivos valores apresentados. Entretanto, é preciso ressaltar que na maioria dos
municípios os setores da administração pública e da agropecuária também
apresentaram valores expressivos. No caso da agropecuária pode-se inferir que os
índices possuem uma associação com outros ramos produtivos, no caso com o
comércio de insumos, com o comércio de produtos, a prestação de serviços e a
própria indústria de transformação, mais especificamente, a LAR. No caso da
Cooperativa LAR, isso é explicado pelo fato da agroindustrialização da Cooperativa
demandar maria-prima de outros setores, como é o caso da Agropecria, o qual
teve aumento nos índices de alguns dos municípios analisados, em função, por
exemplo, de sistema de integração entre produtores e indústrias, que aumentam a
quantidade de mão-de-obra nesta parceria.
No setor industrial de forma geral, as indústrias da Lar tiveram um
efeito multiplicador na medida em que outras instrias se instalaram para atender à
sua demanda. É o caso da construção civil em Itaipulândia e Santa Helena e, do
setor agropecuário em Céu Azul e Santa Helena.
Por outro lado, a administração pública mostra-se como setor
potencial para absorver mão-de-obra, ainda que o participe dos setores da
indústria de transformação e da agropecuária.
A representatividade da Lar como concentradora de mão-de-obra
está ratificada pelos coeficientes de Localização apresentados na Tabela 12, tendo
em vista, conforme citado nos procedimentos metodológicos, que ao deslocar-se do
resultado zero, eles demonstram determinado grau de concentração da mão-de-
obra. Ao longo do tempo a Lar vem cada vez mais concentrando mão-de-obra com
relação aos outros ramos de atividade.
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85
Tabela 12 - Coeficiente de Localização - CL dos Setores dos Municípios com
Indústrias da LAR - 1995/2004
Setor/Ano 1995 2000 2004
Ext. Mineral 0,064 0,102 0,079
Ind. Transf. 0,029 0,035 0,030
LAR 0,453 0,470 0,472
Serv. Ind. Util. Púb. 0,027 0,028 0,037
Const. Civil 0,017 0,021 0,033
Corcio 0,006 0,011 0,012
Serviços 0,014 0,015 0,019
Adm. Pública 0,028 0,022 0,019
Agropecuária 0,020 0,021 0,022
Fonte: Resultados da Pesquisa
A Figura 9 apresenta claramente os quocientes que confirmam os
dados relativos à representatividade da LAR como concentradora de mão-de-obra
nos municípios em alise.
Figura 9 Gráfico do Coeficiente de Localização dos Setores dos Municípios com
Indústrias da LAR - 1995/2004
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
Ext. MineralInd. Transf.LARServ. Ind. Util.
Púb.
Const. CivilComércioServiçosAdm. PúblicaAgropecuária
Setor
CL
1995 2000 2004
Fonte: Tabela 12.
A concentração, apresentada pela Tabela 12 e Figura 9, é
alavancada pelo dinamismo econômico no setor das Instrias LAR. Note-se que
essa característica evoluiu durante todo o período de análise. Os demais setores
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86
apresentaram uma pequena evolução de 1995 a 2004, porém sem mudanças
significativas. Assim, além de uma localização significativa em relação ao conjunto
dos ramos de atividade, a LAR vem concentrando mão-de-obra ocupada, ou seja,
ela torna-se um dos maiores empregadores do conjunto desses municípios. Essa
representatividade não significa que os municípios especializaram-se na
transformação agroindustrial. Na realidade, a diversificação ou especialização de
uma economia depende de uma serie de fatores, dentre eles a capacidade
empreendedora da população. Mesmo assim, o coeficiente de especialização nos
fornece elementos importantes para interpretar essa situação. Esse fato é
evidenciado pela Tabela 13 e Figura 10.
Tabela 13 - Coeficiente de Especialização - CE dos Municípios com as Unidades
industriais da LAR 1995/2004
Município 1995 2000 2004
Céu Azul 0,258 0,279 0,240
Itaipulândia 0,444 0,366 0,276
Matelândia 0,261 0,351 0,363
Medianeira 0,152 0,166 0,150
Missal 0,255 0,176 0,215
Santa Helena 0,397 0,265 0,278
Fonte: Dados das Pesquisas.
Figura 10 Gráfico do Coeficiente de Especialização dos Municípios com indústrias
da Instria LAR – 1995/2004
0,000
0,050
0,100
0,150
0,200
0,250
0,300
0,350
0,400
0,450
0,500
Céu AzulItaipulândiaMatelândiaMedianeiraMissalSanta Helena
Município
CE
1995 2000 2004
Fonte: Tabela 13.
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87
Pela Figura 10 observa-se que Itaipulândia apresentou decréscimo
dos respectivos coeficientes de especialização no período analisado. Em situação
oposta está o Coeficiente de Especialização de Matelândia, uma vez que este
coeficiente evoluiu, conforme Tabela 13, de 0,261 em 1995, para 0,351 em 2000 e,
chegando a 0,363 em 2004.
Os demais municípios, ou seja, Céu Azul, Medianeira, Missal e
Santa Helena apresentaram um quadro variável nos referidos coeficientes, no
período analisado.
No caso de Matelândia, o crescimento do coeficiente reflete a
implantação da Unidade Industrial de Aves nesse município, já que a mesma é
concentradora de mão-de-obra.
Assim, a tendência à concentração de mão-de-obra evidenciado no
coeficiente de localização é confirmado por uma maior especialização de
Matelândia. Essa concentração de mão-de-obra reflete o grau de especialização da
economia do Município de Matelândia, neste caso, com a industrialização de aves,
que abriu mais postos de trabalho na cidade. Porém, no caso das variações dos
coeficientes de especialização dos demais municípios analisados, nos quais os
coeficientes, em 1995, eram maiores que em 2004, denota que a economia desses
municípios está tendo um rumo de diversificação produtiva.
Em ambos os casos fica evidenciada a participação das indústrias
da Cooperativa Lar no processo de desenvolvimento regional. No caso da
diversificação, que acontece na maioria dos municípios, a implantação de unidades
industriais levou a um processo de associação entre os demais setores da
economia. Isso fica evidenciado nos Coeficientes de Associação Geográfica (Tabela
14A e 14B).
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88
Tabela 14A - Coeficiente de Associação Geográfica - CAG dos Municípios com
Indústrias da LAR – 1995/2000 continua
Extração Mineral
Indústria de
Transformação
LAR
Serviços Industriais de
Utilidade Pública
Setores
1995 2000 2004 1995 2000 2004 1995 2000 2004 1995 2000 2004
Extração Mineral 0,000 0,000 0,000
Indústria de Transf. 0,605 0,690 0,623 0,000 0,000 0,000
LAR 0,276 0,162 0,162 0,727 0,568 0,546 0,000 0,000 0,000
Serv. Ind. Uti. Pub. 0,815 0,969 0,969 0,265 0,410 0,528 0,884 0,956 0,934 0,000 0,000 0,000
Construção Civil 0,718 0,824 0,824 0,102 0,231 0,430 0,829 0,779 0,780 0,248 0,195 0,652
Comércio 0,761 0,801 0,801 0,142 0,156 0,201 0,724 0,706 0,710 0,403 0,304 0,442
Serviços 0,772 0,777 0,777 0,071 0,142 0,196 0,761 0,702 0,736 0,295 0,293 0,396
Administração Pub. 0,653 0,756 0,756 0,416 0,277 0,221 0,687 0,586 0,672 0,681 0,478 0,608
Agropecuária 0,758 0,751 0,751 0,359 0,271 0,271 0,602 0,568 0,655 0,624 0,624 0,664
Fonte: Dados das Pesquisas.
Tabela 14B - Coeficiente de Associação Geográfica dos Municípios com Indústrias
da LAR 1995/2000 conclusão
Construção Civil Comércio Serviços
Administração
Pública
Agropecria
Setores
1995
2000
2004
1995
2000
2004
1995
2000
2004
1995
2000
2004
1995
2000
2004
Extração Mineral
Indústria de Transf.
LAR
Serv. Ind. Uti. Pub.
Construção Civil 0,000
0,000
0,000
Comércio 0,185
0,128
0,354
0,000
0,000
0,000
Serviços 0,111
0,147
0,473
0,114
0,083
0,137
0,000
0,000
0,000
Administração Pub. 0,433
0,283
0,286
0,279
0,261
0,174
0,386
0,309
0,264
0,000
0,000
0,000
Agropecuária 0,383
0,444
0,411
0,261
0,320
0,293
0,328
0,331
0,287
0,238
0,200
0,241
0,000
0,000
0,000
Fonte: Dados das Pesquisas.
As Tabelas 14A e 14B demonstram peculiaridades. A primeira delas
é o avanço significativo da associação geográfica da LAR na instria de
transformação. Ao longo do período de análise, está ocorrendo uma maior
participação da LAR no conjunto industrial dos municípios de análise. Assim, a LAR
vem se consolidando como o maior parque produtivo desses municípios, em
especial de Matelândia, conforme demonstrados pelos resultados. A segunda
particularidade é a ausência de associação ou tendência de associação com os
serviços de utilidade pública e com o setor público. Isso significa que a LAR vem
cada vez mais dependendo menos dos serviços e recursos públicos para sua
sobrevivência. A terceira particularidade é o avanço da associação geográfica nos
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89
outros setores, com a exceção dos serviços públicos. É certo que a associação com
a indústria de transformação foi mais expressiva, mas no geral houve redução dos
coeficientes de associação geográfica dos setores nos municípios com Instrias da
Lar, durante o período de 1995 a 2004. Essa redução demonstra que a associação
entre as Indústrias Lar e os demais setores em análise tem se intensificado. Essa
associação foi mais intensa com os setores da agropecria, indústria de
transformação e construção civil.
Neste contexto, as informações sobre o comportamento locacional
dos municípios em análise podem ser confirmadas pelo índice de concentração e
atração de Hirschman-Herfindahl IHH.
Na Tabela 15 apresenta-se o índice IHH referente aos diversos
setores. Nota-se que, no geral, foram os setores da indústria de transformação e da
administraçãoblica os que apresentaram o maior poder de atração dos municípios
em estudo.
Tabela 15 - Índice de Concentração de Hirschman-Herfindahl - IHH por Setor dos
Municípios com instrias da Indústria LAR – 1995/2004
Céu Azul Itaipulândia Matelândia Medianeira Missal Santa Helena
ATIVIDADE/REGIÃO
1995
2000
2004
1995
2000
2004
1995
2000
2004
1995
2000
2004
1995
2000
2004
1995
2000
2004
Extração Mineral -
0,007
-
0,009
-0,009-
0,002
-
0,004
-0,0050,089
0,127
0,097
0,008
-0,040-0,037-
0,006
-0,006-0,006
0,015
0,019-0,003
Indústria de Transf.
0,004
0,009
0,006-
0,001
0,002
0,003-0,003
0,020
0,026
0,043
0,0360,023
0,002
0,0010,000-
0,005
0,0020,001
LAR
0,687
0,090
0,049-
0,001
0,089
0,061-0,006
0,691
0,775
0,029
-0,032-0,046
0,179
0,0230,009-
0,006
-0,0150,005
Serviços Ind. Uti. Púb.
-
0,007
-
0,009
-0,009-
0,002
-
0,004
-0,004-0,008-
0,013
-0,017
-
0,020
-0,019-0,023-
0,006
-0,006-0,006-
0,011
-0,006-0,013
Construção Civil -
0,007
-
0,008
-0,008
0,000
-
0,003
0,003-0,006-
0,009
-0,009
-
0,011
-0,016-0,013-
0,004
-0,004-0,004-
0,007
-0,0020,029
Comércio -
0,001
-
0,004
-0,004-
0,001
-
0,001
0,000-0,002-
0,007
-0,010
-
0,004
-0,006-0,005-
0,001
-0,001-0,001-
0,002
-0,004-0,003
Serviços -
0,004
-
0,003
-0,003-
0,002
-
0,003
-0,004-0,003-
0,007
-0,010
-
0,009
-0,008-0,009-
0,003
-0,002-0,003-
0,008
-0,006-0,009
Administração Pub.
0,005
0,002
0,003
0,005
0,006
0,0030,010
0,005
0,003
-
0,005
-0,0070,004
0,007
0,0050,009
0,025
0,0190,017
Agropecuária
0,005
0,010
0,010
0,000
0,004
0,0040,004-
0,002
-0,005
-
0,023
-0,019-0,018-
0,002
0,0020,000-
0,005
-0,006-0,007
Fonte: Dados das Pesquisas.
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90
Ressalta-se que o setor da agropecria tamm apresentou
coeficientes expressivos, demonstrando a importância desse setor na atração da
mão-de-obra nestes municípios.
No caso especifico da LAR, o IHH confirma sua capacidade atrativa,
no tocante ao emprego da mão-de-obra e no estimulo a outros setores. A empresa
não só ganha representatividade, associa-se com outros setores, mais age de forma
polarizadora sobre a economia dos municípios analisados. Além disso, deve-se
salientar que, confirmando os dados sobre o coeficiente locacional dos municípios, o
setor da LAR apresentou coeficientes de atração significativos em todos os
municípios. Assim, esses dados demonstram que as indústrias LAR exerceram um
poder de atração de mão-de-obra mais representativo que os demais setores dos
municípios.
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5. CONSIDERÕES FINAIS
O principal objetivo deste trabalho foi analisar a inserção, no
processo de agroindustrialização, da cooperativa Lar, com vistas aos reflexos
econômico-financeiros que os investimentos neste setor podem ter trazido a esta
sociedade cooperativa e para o desenvolvimento dos municípios onde a Lar mantém
plantas industriais.
Neste sentido, observou-se que a Cooperativa Agroindustrial Lar
refletiu positivamente nos municípios onde mantém instaladas plantas industriais,
que são Medianeira, Itaipulândia, Missal, Matelândia, Céu Azul e Santa Helena.
A começar pela participação expressiva na composição do retorno
do ICMS. Em média a Cooperativa Lar participou com 12,01% do retorno do ICMS,
do ano de 2000 a 2004, aos Municípios de Céu Azul, Itaipulândia, Matelândia,
Medianeira e Missal. Do montante de R$ 88.911.045,56 que os Poderes Executivos
destes municípios, juntos, receberam do Governo do Estado do Paraná no referido
período, R$ 10.680.899,61 foram em conseqüência das indústrias da Lar.
Individualmente a maior participação da Lar no retorno do ICMS foi
ao Município de Matelândia, onde a Lar mantém instalada uma Unidade Industrial de
Aves desde setembro de 1999. Este município recebeu no referido período, R$
21.609.932,60, dos quais a indústria da Lar teve participação em R$ 3.455.539,04,
representando 16,00%.
O segundo município em que a Lar teve maior participação no
retorno do ICMS foi Missal, no qual a unidade industrial de mandioca participou com
15,47%. Ou seja, do R$ 10.715.507,32 recebidos pelo executivo municipal, R$
1.657.611,90 foram influenciados pela indústria da Lar.
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92
Essa participação financeira se reflete no bem-estar das sociedades
uma vez que os recursos gerados da transferência constitucional do ICMS, pelo
Governo Estadual, foram investidos pelos Prefeitos no bem-estar da população. São
recursos direcionados às sociedades, através de investimentos em saúde,
educação, segurança, entre outros, que melhoram a qualidade de vida dos
moradores desses municípios.
Com relação aos Resultados Econômicos e Financeiros diretamente
ligados à Sociedade Cooperativa, as suas receitas de vendas e de serviços, que já
estavam em trajetória de crescimento desde 1995, a partir da inserção definitiva
desta sociedade na industrialização de produtos agropecrios, experimentaram um
incremento nos faturamentos anuais, impulsionados pelos investimentos em
agroindustrialização.
Foi um crescimento considerável. Os resultados demonstraram que,
entre 2000 e 2004, esse crescimento foi de 128,22%, mas entre 1995 e 2004,
descontada a inflação, a receita deste último foi 328,45% superior a 1995. Ou seja,
de um montante, a preços correntes, de R$ 83.437.312,00 que foi a receita do
exercício de 1995, a cooperativa passou à uma renda de R$ 854.686.976,00 em
2004.
Por outro lado, a viabilidade dos investimentos não se resumiu no
crescimento real das receitas, mas de ser comprovada através do cálculo e
interpretação da Taxa do Retorno do Investimento.
Por meio destes indicadores inferiu-se que investimentos na
industrialização dos produtos agropecuários, pela Cooperativa Lar, fizeram surtir
efeitos positivos. A partir de 2001 houve uma elevação muito grande na Taxa de
Retorno sobre o Investimento. Começou com 5,01% em 2001, chegando a 8,10%
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93
em 2003, reduzindo para 6,01% em 2004. Redução esta ocasionada pelo aumento
de algumas despesas, entre elas a financeira, decorrente de novos empréstimos
junto a agências financeiras, que foram utilizados para ampliação de plantas
industriais. São taxas bem mais elevadas do que aquelas calculadas para os
exercícios de 1995 a 1999, que foram menores do que 1,00% (exceção à 1996 que
foi de 1,08%).
Com relação à influência das unidades industriais da Cooperativa
Lar no desempenho do setor industrial da Região de Medianeira, os métodos de
alise regional revelaram que a LAR, como sub-setor da indústria de
transformação, apresentou valores expressivos em todos os municípios. Por esses
indicadores a LAR foi fundamental na absorção de mão-de-obra e no dinamismo
econômico dos municípios onde a sociedade cooperativa manm indústrias.
Os quocientes e coeficientes calculados demonstram claramente
que as indústrias da Lar influenciaram diretamente o ramo da instria de
transformação em praticamente todos os Municípios onde mantém indústrias,
destacando-se nos municípios de Céu Azul, Itaipulândia, Missal e, principalmente
Matelândia, nos quais ela foi fundamental na absorção de mão-de-obra, conforme os
quocientes locacionais.
No entanto, dois fatos chamam a atenção. O primeiro se refere aos
coeficientes de especialização de Itaipulândia, que revelam estar esse município
rumando para uma diversificação produtiva, tendo em vista que os coeficientes estão
se reduzindo ao longo do tempo. O segundo, com trajetória diferente, se refere ao
Município de Matelândia, cujos coeficientes estão em crescimento. Isso significa que
a estrutura produtiva deste município está cada vez mais se especializando. E é
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94
inegável que a unidade industrial de aves da Lar seja a grande referência dessa
especialização dada a sua grande estrutura de produção e de pessoal.
Se os coeficientes continuarem neste ritmo, considerando a
propoão em que estão caindo, em dez anos este coeficiente será de 0,20
indicando que a estrutura produtiva do Município estará altamente associada e,
portanto, dependente, da Indústria da Lar.
Por fim, com base nos resultados da pesquisa realizada, sugere-se,
aos dirigentes da Cooperativa Agroindustrial Lar, estudos no sentido da
racionalização das despesas operacionais da sociedade de forma geral, de tal sorte
que esta redução venha a refletir positivamente no retorno sobre o investimento. Isso
se refletirá na elevação da taxa de retorno que em 2004 foi de 6,01%.
Ademais, sugere-se à administração pública de Matelândia que
intensifique ações no sentido de dinamizar um pouco a estrutura produtiva deste
município uma vez que a dependência extrema de determinado segmento da
indústria pode ensejar, futuramente, em prejuízo ao município, principalmente
quando estas indústrias, como é o caso da unidade industrial de aves da Lar, são
bastante dependentes do mercado internacional.
Em termos de associação geográfica, o que chama a atenção é a
intensa associação dos setores, nos municípios, com o setor da indústria de
transformação. De forma geral, dos coeficientes de associação geográfica dos
setores nos municípios com Indústrias da Lar, durante o período de 1995 a 2004, o
que demonstra intensificação na associação entre as Indústrias Lar e os demais
setores.
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95
No entanto, com relação à indústria de transformação, os
coeficientes vem se reduzindo mais intensamente. Enquanto em 1995 foi de 0,727,
em 2000 chegou a 0,568 e, em 2004 já era de 0,546.
Se os coeficientes continuarem neste ritmo, considerando a
propoão em que estão caindo, em dez anos este coeficiente será de 0,20
indicando que a estrutura produtiva do Município estará altamente associada e,
portanto, dependente, da Indústria da Lar.
Por fim, com base nos resultados da pesquisa realizada, sugere-se,
aos dirigentes da Cooperativa Agroindustrial Lar estudos no sentido da
racionalização das despesas operacionais da sociedade de forma geral, de tal sorte
que esta redução venha a refletir positivamente no retorno sobre o investimento. Isso
se refletirá na elevação da taxa de retorno que em 2004 foi de 6,01%.
Ademais, sugere-se à administração pública de Matelândia que
intensifique ações no sentido de dinamizar um pouco a estrutura produtiva deste
município uma vez que a dependência extrema de determinado segmento da
indústria pode ensejar, futuramente, em prejuízo ao município, principalmente
quando estas indústrias, como é o caso da unidade industrial de aves da Lar, são
bastante dependes do mercado internacional.
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ANEXOS
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100
ANEXO 1
Quadro 4 - Retorno de ICMS para o município de Céu Azul - 2000/2004
2000 2001 2002 2003 2004 Total Acumulado
Critérios
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
1. Valor Adicionado 1.161.085,77 32,31
1.140.439,78 30,85
1.227.053,55 30,53
1.543.022,95 33,65
2.210.399,03 37,80
7.282.001,08 19,39
Indústria 366.576,43 10,20
349.091,76 9,44
284.743,32 7,09
512.435,02 11,18
650.478,64 11,12
2.163.325,17 5,76
Lar 246.661,08 6,86
178.493,10 4,83
134.689,04 3,35
381.467,33 8,32
459.678,17 7,86
1.400.988,72 3,73
Outras 119.915,35 3,34
170.598,66 4,62
150.054,28 3,73
130.967,69 2,86
190.800,47 3,26
762.336,45 2,03
Comércio 236.523,99 6,58
244.565,42 6,62
220.603,56 5,49
282.306,86 6,16
386.870,57 6,62
1.370.870,40 3,65
Produção Primária 557.167,29 15,51
545.318,45 14,75
719.095,67 17,89
747.639,26 16,31
1.172.639,73 20,05
3.741.860,40 9,96
Lar 35.948,62 1,00
38.097,64 1,03
39.456,25 0,98
45.034,85 0,98
91.701,03 1,57
250.238,39 0,67
Outras 521.218,67 14,50
507.220,81 13,72
679.639,42 16,91
702.604,42 15,32
1.080.938,70 18,49
3.491.622,02 9,30
Ações Fiscais/outros 818,06 0,02
1.464,15 0,04
2.611,00 0,06
641,81 0,01
410,09 0,01
5.945,11 0,02
2. Produção Agropecuária
399.237,81 11,11
411.317,15 11,13
442.656,08 11,01
592.853,45 12,93
786.933,22 13,46
2.632.997,71 7,01
Lar 163.189,59 4,54
163.860,50 4,43
166.142,50 4,13
269.239,28 5,87
370.134,77 6,33
1.132.566,64 3,02
Outras 236.048,22 6,57
247.456,65 6,69
276.513,58 6,88
323.614,17 7,06
416.798,45 7,13
1.500.431,07 3,99
3. População Rural 118.172,81 3,29
133.669,09 3,62
155.409,05 3,87
185.558,03 4,05
214.490,03 3,67
807.299,01 2,15
4. Propriedades Rurais 49.196,49 1,37
56.887,35 1,54
65.870,06 1,64
78.437,45 1,71
90.461,83 1,55
340.853,18 0,91
5. Área Territorial 128.467,50 3,58
145.311,96 3,93
167.306,92 4,16
199.845,42 4,36
230.842,21 3,95
871.774,01 2,32
6. Fator Ambiental 1.682.736,03 46,83
1.746.974,47 47,26
1.889.592,41 47,02
1.900.622,42 41,45
2.216.455,07 37,90
9.436.380,40 25,12
7. Distribuição igualitária 54.531,38 1,52
61.682,21 1,67
71.018,65 1,77
84.829,79 1,85
98.056,36 1,68
370.118,39 0,99
SOMAS 3.593.427,79 100,00
3.696.282,02 100,00
4.018.906,73 100,00
4.585.169,50 100,00 5.847.637,74 100,00
21.741.423,78 100,00
Fonte: Resultados da Pesquisa
ANEXO 2
Quadro 5 - Retorno de ICMS para o município de Itaipulândia - 2000/2004
2000 2001 2002 2003 2004 Total Acumulado
Critérios
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
1. Valor Adicionado 311.417,22 49,98
385.379,30 52,58
453.151,07
50,71
565.547,19
51,69
815.331,97
56,20
2.530.826,75
24,64
Indústria 60.265,65 9,67
65.125,82 8,89
79.234,47
8,87
108.566,47
9,92
175.074,38
12,07
488.266,79
4,75
Lar 0,00
0,00
13.578,65 1,85
23.085,92
2,58
41.925,45
3,83
36.560,81
2,52
115.150,83
1,12
Outras 60.265,65 9,67
51.547,17 7,03
56.148,54
6,28
66.641,02
6,09
138.513,57
9,55
373.115,95
3,63
Comércio 52.041,98 8,35
60.837,26 8,30
112.900,38
12,63
118.012,57
10,79
141.218,11
9,73
485.010,30
4,72
Produção Primária 198.462,84 31,85
258.828,31 35,32
260.241,41
29,12
337.966,92
30,89
497.979,32
34,33
1.553.478,80
15,13
Lar 0,00
0,00
2.712,77 0,37
4.567,58
0,51
4.813,10
0,44
4.952,16
0,34
17.045,61
0,17
Outras 198.462,84 31,85
256.115,53 34,95
255.673,83
28,61
333.153,81
30,45
493.027,16
33,99
1.536.433,17
14,96
Ações Fiscais/outros 646,75 0,10
587,92 0,08
774,81
0,09
1.001,24
0,09
1.060,15
0,07
4.070,87
0,04
2. Produção Agropecuária
120.293,47 19,31
147.941,29 20,19
170.737,45
19,11
204.235,31
18,67
259.524,45
17,89
902.731,97
8,79
Lar 62.354,20 10,01
79.760,49 10,88
83.208,44
9,31
111.747,27
10,21
148.741,37
10,25
485.811,77
4,73
Outras 57.939,27 9,30
68.180,80 9,30
87.529,00
9,80
92.488,04
8,45
110.783,08
7,64
416.920,19
4,06
3. População Rural 84.541,12 13,57
95.648,50 13,05
147.133,99
16,47
175.883,15
16,07
203.701,87
14,04
706.908,63
6,88
4. Propriedades Rurais 15.621,23 2,51
730,57 0,10
3.725,03
0,42
6.572,64
0,60
7.792,26
0,54
34.441,73
0,34
5. Área Territorial 36.703,32 5,89
41.525,06 5,67
47.809,23
5,35
57.117,47
5,22
66.104,87
4,56
249.259,95
2,43
6. Fator Ambiental 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
7. Distribuição igualitária 54.504,78 8,75
61.665,86 8,41
70.998,03
7,95
84.820,19
7,75
98.235,85
6,77
370.224,71
3,61
SOMAS 623.081,14 100,00
732.890,57 100,00 893.554,79
100,00 1.094.175,95
100,00
1.450.691,26
100,00
4.794.393,71
100,00
Fonte: Resultados da Pesquisa
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101
ANEXO 3
Quadro 6 - Retorno de ICMS para o município de Matelândia - 2000/2004
2000 2001 2002 2003 2004 Total Acumulado
Critérios
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
1. Valor Adicionado 701.162,11 27,54
800.787,18 28,68
1.086.233,40 32,33
1.617.413,30 39,36
2.251.626,25 43,97
6.457.222,24 20,26
Indústria 108.361,88 4,26
145.818,56 5,22
348.893,90 10,38
734.638,59 17,88
1.016.320,73 19,84
2.354.033,66 7,39
Lar 0,00
0,00
45.632,34 1,63
198.477,65 5,91
609.221,35 14,83
834.857,45 16,30
1.688.188,79 5,30
Outras 108.361,88 4,26
100.186,22 3,59
150.416,25 4,48
125.417,24 3,05
181.463,28 3,54
665.844,87 2,09
Comércio 159.116,35 6,25
193.122,40 6,92
230.676,64 6,87
248.876,39 6,06
304.875,96 5,95
1.136.667,74 3,57
Produção Primária 423.142,73 16,62
457.068,63 16,37
489.967,59 14,58
625.975,59 15,23
928.693,57 18,13
2.924.848,11 9,18
Lar 0,00
0,00
6.168,21 0,22
86.170,59 2,56
147.570,24 3,59
255.226,97 4,98
495.136,01 1,55
Outras 423.142,73 16,62
450.900,43 16,15
403.797,00 12,02
478.405,35 11,64
673.466,60 13,15
2.429.712,11 7,62
Ações Fiscais/outros 10.541,14 0,41
4.777,59 0,17
16.695,28 0,50
7.922,73 0,19
1.735,99 0,03
41.672,73 0,13
2. Produção Agropecuária
270.503,59 10,62
324.318,61 11,61
430.685,25 12,82
561.004,87 13,65
620.936,96 12,12
2.207.449,28 6,93
Lar 108.745,48 4,27
133.376,22 4,78
171.939,71 5,12
225.208,07 5,48
268.798,82 5,25
908.068,30 2,85
Outras 161.758,11 6,35
190.942,39 6,84
258.745,54 7,70
335.796,80 8,17
352.138,14 6,88
1.299.380,98 4,08
3. População Rural 141.523,04 5,56
160.040,79 5,73
200.634,92 5,97
239.519,21 5,83
277.236,81 5,41
1.018.954,77 3,20
4. Propriedades Rurais 64.931,52 2,55
74.696,97 2,67
82.710,89 2,46
88.841,59 2,16
102.508,68 2,00
413.689,65 1,30
5. Área Territorial 70.304,29 2,76
79.502,36 2,85
91.524,51 2,72
109.340,69 2,66
126.469,57 2,47
477.141,42 1,50
6. Fator Ambiental 1.243.197,23 48,83
1.291.469,18 46,25
1.397.298,08 41,59
1.408.199,67 34,27
1.644.411,50 32,11
6.984.575,66 21,91
7. Distribuição igualitária 54.537,99 2,14
61.674,08 2,21
71.000,28 2,11
84.820,37 2,06
98.177,21 1,92
370.209,93 1,16
SOMAS 2.546.159,77 100,00
2.792.489,17 100,00
3.360.087,32 100,00
4.109.139,70 100,00 5.121.366,99 100,00
17.929.242,95 100,00
Fonte: Resultados da Pesquisa
ANEXO 4
Quadro 7 - Retorno de ICMS para o município de Medianeira - 2000/2004
2000 2001 2002 2003 2004 Total Acumulado
Critérios
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
1. Valor Adicionado 2.384.726,67 78,64
3.579.672,92 107,21
2.983.775,72 77,22
3.387.618,16 75,58
4.018.030,32 75,76
16.353.823,79 31,26
Indústria 912.412,35 30,09
1.489.927,33 44,62
1.152.643,57 29,83
1.315.794,46 29,36
1.543.974,78 29,11
6.414.752,49 12,26
Lar 19.548,90 0,64
32.399,31 0,97
83.803,57 2,17
87.834,37 1,96
108.913,77 2,05
332.499,92 0,64
Outras 892.863,44 29,44
1.457.528,02 43,65
1.068.840,00 27,66
1.227.960,09 27,40
1.435.061,01 27,06
6.082.252,56 11,63
Comércio 877.504,97 28,94
1.307.556,38 39,16
1.108.917,06 28,70
1.167.957,30 26,06
1.289.916,89 24,32
5.751.852,60 11,00
Produção Primária 592.373,37 19,53
768.935,18 23,03
709.069,89 18,35
897.166,29 20,02
1.181.057,72 22,27
4.148.602,45 7,93
Lar 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Outras 592.373,37 19,53
768.935,18 23,03
709.069,89 18,35
897.166,29 20,02
1.181.057,72 22,27
4.148.602,45 7,93
Ações Fiscais/outros 2.435,98 0,08
13.254,03 0,40
13.145,20 0,34
6.700,12 0,15
3.080,93 0,06
38.616,26 0,07
2. Produção Agropecuária
287.099,49 9,47
461.990,81 13,84
414.268,70 10,72
536.275,90 11,97
638.535,31 12,04
2.338.170,21 4,47
Lar 95.526,03 3,15
184.049,75 5,51
160.857,82 4,16
215.934,01 4,82
276.375,22 5,21
932.742,83 1,78
Outras 191.573,46 6,32
277.941,05 8,32
253.410,88 6,56
320.341,89 7,15
362.160,08 6,83
1.405.427,36 2,69
3. População Rural 164.026,94 5,41
255.144,46 7,64
218.073,36 5,64
261.705,17 5,84
303.427,61 5,72
1.202.377,54 2,30
4. Propriedades Rurais 78.491,79 2,59
111.474,94 3,34
96.358,02 2,49
115.437,31 2,58
1.338.111,49 25,23
1.739.873,55 3,33
5. Área Territorial 35.594,31 1,17
55.366,39 1,66
46.345,92 1,20
55.366,94 1,24
641.485,76 12,09
834.159,32 1,59
6. Fator Ambiental 28.093,39 0,93
43.967,51 1,32
34.207,90 0,89
40.676,79 0,91
47.580,09 0,90
194.525,68 0,37
7. Distribuição igualitária 54.533,80 1,80
84.827,50 2,54
71.007,13 1,84
84.827,50 1,89
98.351,16 1,85
393.547,09 0,75
SOMAS 3.032.566,38 100,00
3.338.924,75 100,00
3.864.036,76 100,00
4.481.907,78 100,00 5.303.881,21 100,00
23.056.477,18 100,00
Fonte: Resultados da Pesquisa
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102
ANEXO 5
Quadro 8 - Retorno de ICMS para o município de Missal - 2000/2004
2000 2001 2002 2003 2004 Total Acumulado
Critérios
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
1. Valor Adicionado 646.553,14 51,53
744.307,19 50,50
819.604,86 48,82
964.079,09 48,39
1.271.136,95 51,59
4.445.681,23 23,64
Indústria 105.517,86 8,41
125.590,45 8,52
146.548,41 8,73
137.995,64 6,93
182.756,30 7,42
698.408,66 3,71
Lar 44.631,82 3,56
42.755,10 2,90
76.124,19 4,53
73.687,20 3,70
103.176,67 4,19
340.374,98 1,81
Outras 60.886,03 4,85
82.835,35 5,62
70.424,22 4,19
64.308,44 3,23
79.579,63 3,23
358.033,67 1,90
Comércio 145.573,78 11,60
120.352,26 8,17
150.469,00 8,96
207.493,05 10,42
247.869,78 10,06
871.757,87 4,64
Produção Primária 394.883,99 31,47
496.689,70 33,70
521.594,72 31,07
617.491,29 31,00
839.769,25 34,08
2.870.428,95 15,26
Lar 12.150,66 0,97
8.848,27 0,60
11.532,67 0,69
9.744,92 0,49
10.787,45 0,44
53.063,97 0,28
Outras 382.733,33 30,50
487.841,43 33,10
510.062,06 30,38
607.746,36 30,51
828.981,80 33,64
2.817.364,98 14,98
Ações Fiscais/outros 577,51 0,05
1.674,78 0,11
992,73 0,06
1.099,11 0,06
741,62 0,03
5.085,75 0,03
2. Produção Agropecuária
253.730,49 20,22
325.008,96 22,05
374.693,71 22,32
450.573,69 22,62
525.134,71 21,31
1.929.141,56 10,26
Lar 133.729,99 10,66
167.577,85 11,37
182.187,36 10,85
227.684,58 11,43
269.380,35 10,93
980.560,13 5,21
Outras 120.000,50 9,56
157.431,11 10,68
192.506,35 11,47
222.889,10 11,19
255.754,36 10,38
948.581,42 5,04
3. População Rural 185.044,96 14,75
209.270,88 14,20
261.440,19 15,57
311.966,67 15,66
361.189,32 14,66
1.328.912,02 7,07
4. Propriedades Rurais 80.300,77 6,40
94.468,86 6,41
107.096,86 6,38
126.806,50 6,37
145.894,36 5,92
554.567,35 2,95
5. Área Territorial 34.669,61 2,76
39.208,05 2,66
45.149,11 2,69
53.933,00 2,71
62.398,62 2,53
235.358,39 1,25
6. Fator Ambiental 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
7. Distribuição igualitária 54.527,31 4,35
61.665,98 4,18
71.010,01 4,23
84.824,38 4,26
98.208,12 3,99
370.235,80 1,97
SOMAS 1.254.826,28 100,00
1.473.929,92 100,00
1.678.994,74 100,00
1.992.183,34 100,00 2.463.962,08 100,00
8.863.896,36 100,00
Fonte: Resultados da Pesquisa
ANEXO 6
Quadro 9 - Retorno de ICMS para o município de Salta Helena - 2000/2004
2000 2001 2002 2003 2004 Total Acumulado
Critérios
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
Retorno (R$)
%
Total
1. Valor Adicionado 1.038.511,64 45,28
1.302.756,05 47,61
1.430.767,00 46,60
1.650.620,02 46,60
2.364.549,28 51,44
7.787.203,99 25,89
Indústria 115.174,38 5,02
121.506,91 4,44
171.526,26 5,59
148.656,25 4,20
184.793,56 4,02
741.657,36 2,47
Lar 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Outras 115.174,38 5,02
121.506,91 4,44
171.526,26 5,59
148.656,25 4,20
184.793,56 4,02
741.657,36 2,47
Comércio 264.487,78 11,53
309.005,38 11,29
353.761,21 11,52
340.510,11 9,61
451.173,05 9,82
1.718.937,53 5,71
Produção Primária 657.284,90 28,66
868.404,87 31,74
904.014,90 29,45
1.160.863,46 32,77
1.725.592,11 37,54
5.316.160,24 17,67
Lar 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Outras 657.284,90 28,66
868.404,87 31,74
904.014,90 29,45
1.160.863,46 32,77
1.725.592,11 37,54
5.316.160,24 17,67
Ações Fiscais/outros 1.564,58 0,07
3.838,89 0,14
1.464,64 0,05
590,20 0,02
2.990,57 0,07
10.448,88 0,03
2. Produção Agropecuária
484.106,53 21,11
549.149,80 20,07
599.810,17 19,54
656.792,16 18,54
807.855,97 17,58
3.097.714,63 10,30
Lar 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Outras 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
3. População Rural 384.840,27 16,78
435.242,95 15,91
510.936,40 16,64
609.736,59 17,21
703.503,69 15,31
2.644.259,90 8,79
4. Propriedades Rurais 137.837,87 6,01
162.576,25 5,94
186.353,36 6,07
221.422,92 6,25
253.833,07 5,52
962.023,47 3,20
5. Área Territorial 82.420,43 3,59
93.213,92 3,41
107.345,57 3,50
128.230,75 3,62
147.846,14 3,22
559.056,81 1,86
6. Fator Ambiental 111.528,37 4,86
131.774,28 4,82
163.851,72 5,34
190.451,92 5,38
220.814,46 4,80
818.420,75 2,72
7. Distribuição igualitária 54.523,30 2,38
61.664,24 2,25
71.012,81 2,31
84.828,23 2,39
97.873,37 2,13
369.901,95 1,23
SOMAS 2.293.768,40 100,00
2.736.377,49 100,00
3.070.077,03 100,00
3.542.082,59 100,00 4.596.275,98 100,00
16.238.581,49 100,00
Fonte: Resultados da Pesquisa
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