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ILANA FINKELSTEIN
COMPORTAMENTO DE VARIÁVEIS CARDIORRESPIRATÓRIAS
DURANTE E APÓS EXERCÍCIO, NOS MEIOS TERRA E ÁGUA,
EM GESTANTES E NÃO-GESTANTES
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Escola de Educação Física
Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano
Porto Alegre
2005
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO
ILANA FINKELSTEIN
COMPORTAMENTO DE VARIÁVEIS CARDIORRESPIRATÓRIAS
DURANTE E APÓS EXERCÍCIO, NOS MEIOS TERRA E ÁGUA,
EM GESTANTES E NÃO-GESTANTES
Dissertação de Mestrado, apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul como requisito parcial para a obtenção do grau
acadêmico de Mestre em Ciências do Movimento Humano.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Fernando Martins Kruel
Co-Orientador: Prof. Dr. Ricardo Stein
Porto Alegre
2005
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F499c Finkelstein, Ilana
Comportamento de variáveis cardiorrespiratórias durante e após
exercício, nos meios terra e água, em gestantes e não gestantes. / Ilana
Finkelstein. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, 2005.
169 f.; il.
Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Escola de Educação Física. Programa de Pós-Graduação em Ciências
do Movimento Humano, BR-RS, 2005.
1. Fisiologia do exercício 2. Gravidez. I. Título. II. Kruel, Luiz
Fernando Martins, orientador. III. Stein, Ricardo, co-orientador.
CDU: 796.012:612
Catalogação elaborada por Cintia Cibele Ramos Fonseca CRB-10 / 1313
TRABALHO APRESENTADO EM BANCA E APROVADO POR:
Prof. Dr.Alvaro Reischak de Oliveira
Prof. Dr. Jorge Pinto Ribeiro
Prof. Dr. Edison Capp
Conceito Final: A
Porto Alegre, 15 de dezembro de 2006 .
Professor Orientador: Prof. Dr. Luiz Fernando Martins Kruel
Aluno: Ilana Finkelstein
Dedico este trabalho
Aos meus pais, Nirce e Abrahão, pelo exemplo de ética, esforço e
dedicação, por sempre acreditarem em mim e me transmitirem
tanto amor.
Aos meus filhos, Marina e Otávio, minhas maiores realizações. Obrigada
por fazerem minha vida tão feliz.
Ao meu marido, Geraldo, dedico todo o meu amor. Compartilhar a vida
com alguém que soma, faz toda a diferença.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Luiz Fernando Martins Kruel, pela importância e influência que teve em toda
minha formação profissional e área de atuação que segui, mas principalmente
pela oportunidade de me conduzir como sua orientanda neste projeto. Agradeço
por todos estes anos de amizade, manifestando aqui minha grande admiração
pessoal e profissional.
Ao Prof. Dr. Ricardo Stein, pela atuação na idealização deste projeto. Além do grande afeto
que nos une desde a infância, agora conheço também um profissional exemplar, a
quem agradeço pela grande contribuição de seu conhecimento científico.
Ao Ms. Paulo André Poli de Figueiredo
amigo, sócio e cunhado
pelo grande apoio, tanto
durante as coletas, quanto na discussão dos resultados e revisão da dissertação, e,
mais do que tudo, pelo exemplo profissional, pela amizade e pelo
companheirismo.
À colega Mnd.Cristine Alberton, pelo envolvimento e dedicação durante todas as coletas.
A Roberta Bgeginski, por participar com tanto entusiasmo neste e em outros projetos que
realizamos juntas.
A todos os integrantes do grupo de pesquisa em atividades aquáticas e terrestres, em
especial, Alessandra Silva Oliveira, Diosele Moura, Marcus Tartaruga e Mnd.
Marcelo Coertjens, pela participação neste projeto.
À Escola de Educação Física e à Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pela excelente
qualidade do ensino oferecido.
Aos professores e funcionários da EsEF-UFRGS, em especial, àqueles do Centro Natatório,
que não mediram esforços para viabilizar a realização deste projeto.
Aos participantes da amostra deste estudo, pela disponibilidade e grande auxílio.
Ao Luis Augusto Fagundes Werlang, da INBRAMED, pela grande ajuda nas calibrações do
equipamento, peça indispensável para a realização deste estudo.
À Dra Carla Schwengber Ten Caten e ao Msd. Ângelo Márcio Oliveira Sant’Anna, pela
preciosa contribuição na estatística.
Ao Prof. Dr. Rogério Friedman, primeiramente, pela amizade de tantos anos, mas também
pela grande contribuição na elaboração desta dissertação.
Ao Prof. Dr. Alvaro Reischak de Oliveira, Prof. Dr. Jorge Pinto Ribeiro e Prof. Dr. Edison
Capp, banca examinadora, por aceitarem o convite de examinar este trabalho, e
pelas contribuições que, com certeza, serão muito valiosas.
Aos meus alunos, que o sempre motivo de grandes realizações e estímulo a novas buscas,
novos desafios.
Às minhas irmãs, de sangue e de coração Tati, Maira, Flávia, Helena e Gabi –, sem as
quais eu não conseguiria concluir este projeto.
Ao meu cunhado Miguel, por disponibilizar os equipamentos utilizados nas coletas e
contribuir em questões metodológicas deste experimento. Mais do que tudo, pelo
afeto e amizade.
Aos meus sogros, Mariza e Hélio, por me amarem como a uma filha, proporcionando o
suporte familiar que necessitei para a conclusão deste projeto.
Aos meus afilhados, que tanto me ensinam e me alegram, André, Gabi, Dedé e Gustavo.
À Wilce, que cuidou com tanto carinho dos meus filhos, permitindo que me ausentasse por
tantas horas para realizar este projeto.
Tudo que fica pronto na vida
foi construído antes, na alma.
Nizan Guanaes
RESUMO
COMPORTAMENTO DE VARIÁVEIS CARDIORRESPIRATÓRIAS DURANTE E APÓS
EXERCÍCIO, NOS MEIOS TERRA E ÁGUA, EM GESTANTES E NÃO-GESTANTES
Autora: Ilana Finkelstein
Orientador: Prof. Dr. Luiz Fernando Martins Kruel
Co-Orientador: Prof. Dr. Ricardo Stein
O objetivo deste trabalho foi comparar o comportamento da pressão arterial (PA) e do
consumo de oxigênio (
2
OV
&
), no exercício em bicicleta ergométrica, realizado na terra (20,8 ±
3,29ºC) e na água (32,4 ± 0,37ºC), por gestantes e não-gestantes, na freqüência cardíaca (FC)
do primeiro limiar ventilatório (
2LV
OV
&
) e no período de 30 minutos em repouso sentado na
terra, após o exercício. A amostra foi composta por 20 mulheres adaptadas ao meio líquido,
com idade entre 28 e 38 anos, sendo 10 gestantes (com idade gestacional entre 27 e 29
semanas) e 10 não-gestantes saudáveis. Foram realizados dois testes em cicloergômetro (um
na água e um na terra), na FC correspondente ao
2LV
OV
&
, com duração de 30 minutos cada,
com intervalo mínimo de 48 e máximo de 72 horas entre eles. Para análise dos resultados, foi
utilizada ANOVA two-way e foi estabelecido, como nível de significância, um erro alfa de até
5%. Mulheres não-gestantes e gestantes (no início do último trimestre da gravidez)
apresentaram respostas cardiovasculares semelhantes durante exercício contínuo, quando este
foi realizado na intensidade correspondente ao
2LV
OV
&
. Houve diferenças significativas nos
valores da pressão arterial sistólica (PAS) (131,64 ± 8,25; 142,64 ± 11,32), pressão arterial
diastólica (PAD) (64,80 ± 5,91; 74,52 ± 5,38), e pressão arterial média estimada (PAM)
(87,08 ± 4,18; 97,23 ± 5,70), no exercício aquático e terrestre, respectivamente, no grupo de
gestantes. O grupo de não-gestantes também apresentou valores de PAS (130,56 ± 8,49;
135,96 ± 8,74), PAD (67,44 ± 5,73; 69,00 ± 10,18), e PAM estimada (88,48 ± 4,82; 91,32 ±
7,80) mais baixos no exercício na água do que na terra, respectivamente. É provável que o
estado gravídico potencialize o comportamento mais baixo da PAD e PAM estimada durante
exercício aquático. Os valores de
2
OV
&
absoluto não apresentaram diferenças significativas,
durante exercício entre gestantes e não-gestantes, como também nos meios aquáticos e
terrestres. Após 5 minutos de repouso pós-exercício, tanto a PA quanto o
2
OV
&
apresentavam valores semelhantes aos de repouso pré-exercício, sendo que este
comportamento se manteve constante durante os 25 minutos seguintes. Concluiu-se que, no
último trimestre de gestação, a escolha pelo exercício aquático realizado na FC
correspondente ao
2LV
OV
&
é adequada, pois a gestante poderá realizar um programa de
condicionamento cardiovascular, apresentando comportamento de pressão arterial mais baixo
do que o correspondente no meio terrestre.
Palavras-chave: gravidez, pressão arterial, consumo de oxigênio, exercício, água.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO
Autora: Ilana Finkelstein
Orientador: Professor Doutor Luiz Fernando Martins Kruel
Co-Orientador: Professor Doutor Ricardo Stein
Título: Comportamento de variáveis cardiorrespiratórias durante e após exercício, nos meios
terra e água, em gestantes e não-gestantes
Porto Alegre, 2005.
ABSTRACT
CARDIORESPIRATORY RESPONSES DURING AND AFTER LAND AND WATER
EXERCISE IN PREGNANT AND NON-PREGNANT WOMEN
Author: Ilana Finkelstein
Advisor: Luiz Fernando Martins Kruel, Ph.D.
Co-advisor: Ricardo Stein, M.D., Ph.D.
The purpose of this study was to compare blood pressure and oxygen consumption
during cycle ergometer exercise on land (20.8 ± 3.29ºC) and in the water (32.4 ± 0.37ºC), by
pregnant and non-pregnant women, on first ventilatory threshold (
2LV
OV
&
) and during a seated
rest period of 30 minutes (min) on land post exercise. The study group was composed of 20
healthy women, aged between 27-38 years old, well-adapted to water, being 10 pregnant
women with gestational age between 27 and 29 weeks and 10 non-pregnant women. Two
tests on cycle ergometer were performed (water and land), in heart rate (HR) correspondent to
the
2LV
OV
&
, during 30 minutes each, with 48-72 hours interval. To analyze the results,
ANOVA two-way accepting an alpha error up to 0.05 was used. There was no difference in
cardiovascular responses between pregnant and non-pregnant women during continuous
exercise when using
2LV
OV
&
intensity. There were significant differences in systolic blood
pressure (SBP) (131.64 ± 8.25; 142.64 ± 11.32), diastolic blood pressure (DBP) (64.80 ±
5.91; 74.52 ± 5.38), and estimated mean blood pressure (MBP) (87.08 ± 4.18; 97.23 ± 5.70),
during water and land exercise, respectively, in pregnant women. The non-pregnant women
also had significant lower SBP (130.56 ± 8.49; 135.96 ± 8.74), DBP (67.44 ± 5.73; 69.00 ±
10.18), and MBP (88.48 ± 4.82; 91.32 ± 7.80) during water exercise when compared to land
exercise. There were no significant differences between
2
OV
&
values (l/min) either during
water and land exercise or in pregnant and non-pregnant women. After the 5 min rest
recovery period, both BP and
2
OV
&
were similar to those pre-exercise values, and constant
after other 25 min. It was concluded that water exercise for pregnant women within 27 to 29
weeks of gestational age using HR in the
2LV
OV
&
is adequate because these women will
perform a cardiovascular conditioning program with BP lower than on land exercise.
Key words: pregnancy, blood pressure, oxygen consumption, exercise, water
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
POS-GRADUATION PROGRAM ON HUMAN EXERCISES MOVEMENT SCIENCE
Author: Ilana Finkelstein
Mentor: Luiz Fernando Martins Kruel, Ph.D.
Co-mentor: Ricardo Stein, M.D., Ph.D.
Title: Cardiorespiratory Responses during and after Land and Water Exercise in Pregnant
and Non-pregnant Women
Porto Alegre, 2005
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................20
1.1 O PROBLEMA E SUA IMPORTÂNCIA ........................................................................20
1.2 OBJETIVOS......................................................................................................................26
1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 26
1.2.2 Objetivos Específicos....................................................................................................26
2 REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................................... 28
2.1 ADAPTAÇÕES MATERNAS CIRCULATÓRIAS SISTÊMICAS NO REPOUSO ......28
2.2 COMPORTAMENTO DO PA, FC E
2
OV
&
NA IMERSÃO EM REPOUSO EM
HOMENS E EM MULHERES NÃO-GESTANTES.......................................................33
2.3 COMPORTAMENTO DO PA, FC E
2
OV
&
NA IMERSÃO EM REPOUSO EM
GESTANTES....................................................................................................................39
2.4 COMPORTAMENTO DO PA, FC E
2
OV
&
, DURANTE ATIVIDADE FÍSICA NA
ÁGUA EM HOMENS E EM MULHERES NÃO-GESTANTES ...................................43
2.5 COMPORTAMENTO DO PA, FC E
2
OV
&
, DURANTE ATIVIDADE FÍSICA
EM GESTANTES.............................................................................................................49
2.5.1 Comportamento do PA, FC e
2
OV
&
, durante Atividade Física na Terra em
Gestantes ....................................................................................................................... 49
2.5.1.1 Protocolos de Teste de Esforço para Gestantes...........................................................52
2.5.2 Comportamento do PA, FC e
2
OV
&
, durante Atividade Física na Água em
Gestantes ....................................................................................................................... 54
2.6 COMPORTAMENTO DO PA, FC E
2
OV
&
NO REPOUSO PÓS-EXERCÍCIO..............58
2.6.1 Comportamento do
2
OV
&
no Repouso Pós-Exercício ................................................58
2.6.2 Comportamento da FC
no Repouso Pós-Exercício....................................................59
2.6.3 Comportamento da PA no Repouso Pós-Exercício ...................................................60
3 RECURSOS METODOLÓGICOS .................................................................................. 63
3.1 DELINEAMENTO............................................................................................................63
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ...........................................................................................63
3.2.1 Cálculo Amostral.......................................................................................................... 64
3.2.2 Critérios de Inclusão ....................................................................................................65
3.2.3 Critérios de Exclusão ...................................................................................................65
3.2.4 Termo de Consentimento Informado (TCI)............................................................... 66
3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS................................................................67
3.3.1 Questionário de Caracterização da Amostra do Grupo Gestante ..........................67
3.3.2 Questionário de Caracterização da Amostra do Grupo de Não-gestante .............. 67
3.3.3 Questionário para Médicos Obstetras com a Solicitação de Autorização para
que as Gestantes Participassem do Estudo ............................................................... 67
3.3.4 Ficha de Dados Individuais – Teste Progressivo .......................................................68
3.3.5 Ficha de Dados Individuais – Teste Contínuo ........................................................... 68
3.3.6 Analisador de Gases Portátil .......................................................................................68
3.3.7 Sensor de Batimentos Cardíacos.................................................................................69
3.3.8 Estadiômetro.................................................................................................................69
3.3.9 Balança ..........................................................................................................................70
3.3.10 Barômetro Aneróide....................................................................................................70
3.3.11 Termômetro .................................................................................................................70
3.3.12 Metrônomo...................................................................................................................70
3.3.13 Bicicleta ........................................................................................................................71
3.3.14 Piscina........................................................................................................................... 72
3.3.15 Aparelho de Pressão Arterial .....................................................................................72
3.4 VARIÁVEIS......................................................................................................................72
3.4.1 Variáveis Dependentes .................................................................................................72
3.4.2 Variáveis Independentes .............................................................................................73
3.4.3 Variáveis de Controle...................................................................................................73
3.4.4 Variáveis Intervenientes ..............................................................................................73
3.5 TRATAMENTO DAS VARIÁVEIS DEPENDENTES...................................................73
3.5.1 Pressão Arterial Sistólica e Diastólica de Repouso Deitada .....................................73
3.5.2 Pressão Arterial Sistólica e Diastólica no Repouso Sentada, no Repouso
Sentada no Cicloergômetro e no Exercício ................................................................74
3.5.3 Pressão Arterial Média Estimada (PAM) ..................................................................74
3.5.4 Consumo de Oxigênio (
2
OV
&
) .....................................................................................75
3.6 TRATAMENTO DAS VARIÁVEIS INDEPENDENTES - PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS ........................................................................................................75
3.6.1 Descrição da Coleta dos Dados....................................................................................75
3.6.1.1 Teste para Determinação do Primeiro Limiar Ventilatório (
2LV
OV
&
).......................... 76
3.6.1.2 Teste Contínuo de 30 Minutos na Intensidade do Primeiro Limiar Ventilatório........ 79
3.6.1.3 Medidas das Variáveis Fisiológicas durante 30 Minutos após Exercício ...................80
3.6.2 Quadro Resumo do Delineamento Experimental...................................................... 81
3.7 ANÁLISE DOS DADOS – TRATAMENTO ESTATÍSTICO ........................................82
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................84
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ...........................................................................84
4.2 FC NOS TESTES PROGRESSIVOS E CONTÍNUOS....................................................85
4.3 REPOUSO SENTADO NOS QUATRO DIAS DE TESTE............................................. 86
4.4 ANÁLISE DOS DADOS DURANTE O EXERCÍCIO DE 30 MINUTOS .....................88
4.4.1 Comportamento da Pressão Arterial durante o Exercício .......................................88
4.4.2 Comportamento do
2
OV
&
e da FC durante o Exercício ............................................ 98
4.5 ANÁLISE DOS DADOS DURANTE OS 30 MINUTOS PÓS-EXERCÍCIO .............. 112
4.5.1 Comportamento da Pressão Arterial durante o Pós-Exercício.............................. 112
4.5.2 Comportamento de
2
OV
&
e FC Durante o Pós-Exercício........................................120
4.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ........................................................................................127
4.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................128
12
5 COMENTÁRIOS FINAIS............................................................................................... 130
5.1 CONCLUSÕES...............................................................................................................130
5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS...........................................................131
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................133
ANEXOS ...............................................................................................................................145
ANEXO A: QUESTIONÁRIO PARA A GESTANTE .........................................................146
ANEXO B: QUESTIONÁRIO PARA NÃO-GESTANTE ...................................................147
ANEXO C: COMITÊ DE ÉTICA.......................................................................................... 148
ANEXO D: TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO............................................149
ANEXO E: QUESTIONÁRIO PARA O MÉDICO OBSTETRA.........................................151
ANEXO F: FICHA DE COLETA DE DADOS – PROGRESSIVO .....................................153
ANEXO G: FICHA DE COLETA DE DADOS – CONTÍNUO...........................................155
ANEXO H: LAUDO TÉCNICO DE CALIBRAÇÃO DO KB1-C .......................................157
ANEXO I: TESTE DE NORMALIDADE.............................................................................159
ANEXO J: ESTATÍSTICA DESCRITIVA, MÉDIA, DESVIO PADRÃO (DP),
INTERVALO DE CONFIANÇA (IC) PARA AS VARIÁVEIS EM ESTUDO,
NA ÁGUA E NA TERRA NO PRÉ-EXERCÍCIO............................................. 160
ANEXO L: ANÁLISE DE VARIÂNCIA DAS VARIÁVEIS EM ESTUDO NO
PRÉ-EXERCÍCIO. ............................................................................................. 162
ANEXO M: COEFICIENTES DOS MODELOS DE REGRESSÃO DAS VARIÁVEIS
EM ESTUDO DURANTE EXERCÍCIO ..........................................................163
ANEXO N: COEFICIENTES DOS MODELOS DE REGRESSAO DAS VARIÁVEIS
FC, PAS, PAD E PAM ESTIMADA NO PÓS-EXERCÍCIO........................... 164
ANEXO O: COEFICIENTES DOS MODELOS DE REGRESSÃO DAS VARIÁVEIS
2
OV
&
ABSOLUTO E
2
OV
&
RELATIVO NO PÓS-EXERCÍCIO ......................165
ANEXO P: TABELA DE COMPARAÇÃO DAS VARIÁVEIS EM ESTUDO,
NO PRÉ E PÓS-EXERCÍCIO NO GRUPO DE GESTANTES ........................166
ANEXO Q: TABELA DE COMPARAÇAO DAS VARIÁVEIS EM ESTUDO,
NO PRÉ E PÓS-EXERCÍCIO NO GRUPO DE NÃO-GESTANTES............. 167
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Desenho esquemático do posicionamento das bicicletas Monark e
Sculptor ligadas por correia de seis metros.............................................
71
Figura 2:
Curva de EV
&
/
2
OV
&
e EV
&
/
2
COV
&
ao longo do tempo.............................
77
Figura 3:
V-Slope:
2
COV
&
/
2
OV
&
...............................................................................
78
Figura 4: Indivíduo sentado no período de pós-exercício aquático......................... 81
Figura 5: Desenho experimental.............................................................................. 81
Figura 6: Comportamento da PAS expresso pela média, no exercício na água e
na terra, realizado por gestantes e não-gestantes......................................
90
Figura 7: Comportamento da PAD expresso pela média, no exercício na água e
na terra, realizado por gestantes e não-gestantes.....................................
91
Figura 8: Comportamento da PAM estimada expresso pela média, no exercício
na água e na terra, realizado por gestantes e não-gestantes......................
91
Figura 9: Linha de tendência das médias de PAS em cinco momentos ao longo
do exercício terrestre no grupo de gestantes e não-gestantes...................
95
Figura 10: Linha de tendência das médias de PAS em cinco momentos ao longo
do exercício aquático no grupo de gestantes e não-gestantes..................
96
Figura 11:
Comportamento do
2
OV
&
absoluto expresso pela média no exercício na
água e na terra, realizado por gestantes e não-gestantes..........................
101
Figura 12:
Comportamento do
2
OV
&
relativo expresso pela média no exercício na
água e na terra, realizado por gestantes e não-gestantes..........................
102
Figura 13: Comportamento da FC expresso pela média no exercício na água e na
terra, realizado por gestantes e não-gestantes...........................................
109
Figura 14: Comparação das médias de PAS entre o repouso (na terra) no pré e
pós-exercício realizado na água e na terra com gestantes e não-
gestantes...................................................................................................
115
Figura 15: Comparação das médias de PAD entre o repouso (na terra) no pré e
pós-exercício realizado na água e na terra com gestantes e não-
gestantes...................................................................................................
116
Figura 16: Comparação das médias de PAM estimada entre o repouso (na terra)
no pré e pós-exercício realizado na água e na terra com gestantes e
não-gestantes............................................................................................
116
Figura 17: Comparação das médias de FC entre o repouso pré e pós-exercício
realizado na água e na terra com gestantes e não-gestantes.....................
125
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Caracterização da amostra: médias, desvios padrão (DP), valores
mínimos e máximos das variáveis: idade (anos), estatura (m), massa
corporal (kg), IMC atual (kg/m
2
), massa pré-gravídica (kg), IMC pré-
gravídico (kg/m
2
), IMC pré-gravídico/IMC atual não-gestante (kg/m
2
),
ganho total de peso (kg), ganho de peso durante testes (kg), idade
gestacional início teste (semanas)...........................................................
85
Tabela 2: Comparação entre a freqüência cardíaca (bpm) correspondente ao
primeiro limiar ventilatório encontrado nos testes progressivos, na
água e na terra, com a freqüência cardíaca média observada nos testes
contínuos para gestantes e não-gestantes................................................
86
Tabela 3:
Análise de variância para medidas repetidas das variáveis
2
OV
absoluto (l/min),
2
OV
relativo (ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm), PAS
(mmHg), PAD (mmHg), PAM estimada (mmHg) na posição de
repouso sentado nos quatro testes (teste 1 = progressivo água, 2 =
progressivo terra, 3 = contínuo água, 4 = contínuo terra).......................
87
Tabela 4: Estatística descritiva, média, desvio padrão (DP), intervalo de
confiança (IC) para as variáveis PAS (mmHg), PAD (mmHg), PAM
estimada (mmHg) na água e na terra no exercício..................................
89
Tabela 5: Análise de variância para as variáveis PAS (mmHg), PAD (mmHg),
PAM estimada (mmHg), na água e na terra no exercício.......................
90
Tabela 6: Estatística descritiva, média, desvio padrão (DP), intervalo de
confiança (IC) para as variáveis
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo
(ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm), na água e na terra no exercício.....................
100
Tabela 7:
Análise de variância para as variáveis
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo (ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm), na água e na terra no exercício........
101
Tabela 8:
Estatística descritiva, média, desvio padrão (DP), intervalo de
confiança (IC) para as variáveis PAS (mmHg), PAD (mmHg), PAM
estimada (mmHg) na água e na terra no pós-exercício...........................
113
Tabela 9:
Análise de variância para as variáveis PAS (mmHg), PAD (mmHg),
PAM (mmHg), na água e na terra no pós-exercício................................
114
Tabela 10:
Estatística descritiva, média, desvio padrão (DP), intervalo de
confiança (IC) para as variáveis
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo
(ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm), na água e na terra no pós-exercício..............
121
Tabela 11:
Análise de variância para as variáveis
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo (ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm), na água e na terra no pós-
exercício..................................................................................................
122
Tabela 12: Teste de Normalidade – Shapiro Wilk....................................................
159
Tabela 13:
Estatística descritiva, Média (DP), Intervalo de confiança (IC) para as
variáveis
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo (ml.kg
-1
.min
-1
), FC
(bpm), PAS (mmHg), PAD (mmHg), PAM estimada (mmHg), na
água e na terra no pré-exercício..............................................................
160
Tabela 14:
Análise de variância para as variáveis
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo (ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm), PAS (mmHg), PAD (mmHg),
PAM estimada (mmHg), na água e na terra no pré-exercício.................
162
Tabela 15:
Significância dos coeficientes dos modelos de regressão dos cinco
momentos de medidas durante o exercício para as variáveis:
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo (ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm), PAS
(mmHg), PAD (mmHg), PAM estimada (mmHg) na água e na
terra..........................................................................................................
163
Tabela 16:
Significância dos coeficientes dos modelos de regressão dos seis
momentos de medidas durante o período de pós-exercício para as
variáveis: FC (bpm), PAS (mmHg), PAD (mmHg), PAM estimada
(mmHg) na água e na terra.....................................................................
164
Tabela 17
Significância dos coeficientes dos modelos de regressão dos
momentos décimo quinto e trigésimo minuto pós-exercício para as
variáveis:
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo (ml.kg
-1
.min
-1
), na
água e na terra.........................................................................................
165
Tabela 18
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo (ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm), PAS
(mmHg), PAD (mmHg), PAM estimada (mmHg) na posição de
repouso sentado entre gestantes nas situações de pré-exercício e pós-
exercício..................................................................................................
166
Tabela 19
Comparação entre as variáveis:
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo
(ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm), PAS (mmHg), PAD (mmHg), PAM
estimada (mmHg) na posição de repouso sentado entre não-gestantes
nas situações de pré-exercício e pós-exercício........................................
167
LISTA DE SIGLAS ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
% Percentual
AIG Adequado para a idade gestacional
ANOVA Análise de variância
bpm Batimentos por minuto
cm Centímetros
DC
Débito cardíaco
EsEF
Escola de Educação Física
FC Freqüência cardíaca
FC
máx
Freqüência cardíaca máxima
HCG Hormônio gonadotrófico coriônico
IMC Índice de massa corporal
IP Índice de pulsatilidade umbilical
kg Quilogramas
LAPEX Laboratório de Pesquisa do Exercício
l Litros
l/min Litros por minuto
ml Mililitros
min Minutos
ml.kg
-1
.min
-1
Mililitros por quilograma de peso corporal por
minuto
mmHg Milímetros de mercúrio
ºC Graus Celsius
O
2
Oxigênio
PA Pressão arterial
PAS Pressão arterial sistólica
PAD Pressão arterial diastólica
PAM
Pressão arterial média estimada
PIG
Pequeno para a idade gestacional
PP
Pressão de pulso
RP
Resistência periférica
Rpm Rotações por minuto
s Segundos
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
VS Volume sistólico
2
COV
&
Produção de gás carbônico
EV
&
Ventilação
2
OV
&
Consumo de oxigênio
2máx
OV
&
Consumo máximo de oxigênio
2LV
OV
&
Primeiro limiar ventilatório
W Watts
DEFINIÇÃO OPERACIONAL DE TERMOS
IMC atual: Índice de massa corporal das gestantes e não-gestantes
no primeiro dia de teste
IMC pré-gravídico: Índice de massa corporal que as gestantes possuíam
antes de engravidar, calculado através do peso que elas
referiram que possuíam antes da gestação
IMC atual não-gestantes: Índice de massa corporal das não-gestantes no primeiro
dia de teste
Massa pré-gravídica: Massa corporal das gestantes antes da gestação
Meio: Local onde foram realizados os testes (água e terra)
Estado: Mulheres gestantes e não-gestantes
1 INTRODUÇÃO
1.1 O PROBLEMA E SUA IMPORTÂNCIA
A gravidez é um estado materno acompanhado por múltiplas adaptações anatômicas e
fisiológicas que visam ao bem-estar fetal. Iniciam logo após a fertilização, permanecem
durante toda a gestação e finalizam, quase que totalmente, no puerpério e término da lactação
(REZENDE, 1998).
A adaptação circulatória sistêmica mais precoce é o aumento do líquido extracelular,
tanto intersticial como plasmático, que tem início a partir da sexta semana de gestação e
atinge, aproximadamente, 45% a mais do que o volume pré-gravídico no final da gestação
(CLARK et al., 1989; DUVEKOT et al., 1993).
Vários autores citam como importantes adaptações metabólicas e cardiorrespiratórias
em mulheres grávidas, em repouso, o aumento da freqüência cardíaca (FC), do consumo de
oxigênio (
2
OV
&
), do débito cardíaco (DC) e do volume sistólico (VS) (WOLFE et al., 1989;
MATSUDO; MATSUDO, 1991; LUMBERS, 2002). Rudge e Berezowski (1994) justificam
que estas adaptações garantem o ajustamento contínuo do volume sangüíneo ao tamanho do
21
leito vascular. Essas modificações fisiológicas da gestação são similares àquelas que ocorrem
durante exercício, resultando, assim, em contínuo estresse circulatório durante toda gestação.
Este estresse é especialmente elevado entre a 28
a
e 34
a
semana de gestação e no período pós-
parto, sendo que a maior exigência cardíaca ocorre durante o trabalho de parto
(GROSPIETSCH, 2001).
Em condições de repouso, o
2
OV
&
aumenta conforme avança a gestação (MAFFULLI;
ARENA, 2002), sendo a magnitude deste aumento bastante variada. Em estudos de Lumbers
et al. (2002) variou entre 16-32% enquanto que, no de Pivarnik (2002), foi de 6,5% acima dos
valores pré-gravídicos. Todavia, o
2máx
OV
&
parece ser pouco afetado durante a gravidez
(LUMBERS, 2002).
O estado gravídico altera a resposta cardiovascular ao exercício, assim como o meio
onde é desenvolvida a atividade água ou terra também pode alterar este comportamento.
Sady et al. (1989) não encontraram diferenças significativas no
2máx
OV
&
de gestantes (entre
20-34 semanas de gestação), em teste máximo em cicloergômetro na terra. Quando
compararam as mesmas gestantes, 5 a 15 semanas pós-parto, porém o DC foi mais alto
durante a gestação em todas as cargas testadas.
McMurray et al. (1991) compararam a reposta de
2
OV
&
de pico em gestantes no
exercício em cicloergômetro em terra com a natação e encontraram resultados que indicaram
valores mais baixos na natação em gestantes do que no cicloergômetro. Spinnewijn et al.
(1996) também compararam
2
OV
&
de pico em mulheres com 30-34 semanas de gestação e 8-
12 semanas pós-parto, comparando cicloergômetro e natação. Eles concluíram que o
2
OV
&
de
pico, o
2
COV
&
de pico e o EV
&
de pico foram 9%, 18% e 25% mais baixos na natação, mas
22
somente o
2
COV
&
de pico foi afetado pela gestação (-10%). Os estudos citados acima não
compararam o mesmo exercício na água e na terra, o que pode ser apontado como falha
metodológica para comparação de determinados parâmetros cardiovasculares.
McMurray et al. (1988) e Katz et al. (1990), para determinar o efeito da gestação
nas respostas cardiovasculares, durante exercício em cicloergômetro, na água e na terra,
verificaram que a FC a uma mesma exigência metabólica é mais baixa no exercício na água.
A atividade física é indicada na gestação tanto para mulheres ativas quanto inativas,
devendo fazer parte do programa de treinamento exercícios aeróbicos e de condicionamento
muscular (ARTAL; O’TOOLE; WHITE, 2003; WOLFE; DAVIES, 2003; SANTOS et al.,
2005). A literatura é restrita quanto à modalidade, intensidade, freqüência e duração do
exercício materno, apesar de haver indicações que o exercício aquático é uma atividade ideal
para gestantes (KATZ, 2003). Quando indivíduos se exercitam, ocorre uma série de
adaptações fisiológicas, como a modificação na temperatura corporal, aumento das
catecolaminas circulantes, redistribuição de fluxo sangüíneo, alterações na ventilação, no DC
e no fluxo sangüíneo renal (CLAPP, 2000). Esses indivíduos, ao entrarem na água, sofrerão
os efeitos da imersão: termorregulação (SOULTANAKIS-ALIGIANNI, 2003), flutuação
(KATZ, 2003) e redistribuição do fluxo sangüíneo (ARBORELIUS et al., 1972), que gera
profundas modificações fisiológicas.
Entre as modificações fisiológicas mais importantes que ocorrem durante a imersão,
pode-se citar o aumento do volume de sangue na região central de, aproximadamente, 700 ml,
sendo que um quarto deste volume concentra-se no coração, significando um aumento de,
aproximadamente, 180 a 247 ml de sangue (ARBORELIUS, et al., 1972). É importante
destacar que este estudo não foi realizado com gestantes. Tal ocorrência gera um aumento no
23
volume diastólico final do ventrículo esquerdo e, dessa forma, da pré-carga cardíaca
(CHRISTIE et al., 1990).
Este aumento no volume central de sangue ocorre devido à ação da pressão
hidrostática que, por sua vez, aumenta o DC (CHRISTIE et al., 1990; KATZ, 2003). O
aumento do DC ocorre, basicamente, em função do aumento do VS, visto que a FC diminui
durante a imersão. Muitos pesquisadores atribuem o alto volume de ejeção ao aumento da pré-
carga durante a imersão (PARK; CHOI; PARK, 1999), fato diretamente relacionado com
aumento da pressão venosa central (GABRIELSEN; JOHANSEN; NORSK, 1993). O
aumento do volume central de sangue e do DC também contribui para maior fluxo sangüíneo
renal (KENT et al., 1999).
A Pressão Arterial (PA), em uma gestação normal, tem a tendência a diminuir até a
metade da gestação e, depois, a aumentar até o final, atingindo valores de PA similares aos do
início da gravidez (MacGILLIVRAY;ROSE; ROWE, 1969; AYALA et al., 1997; HERMIDA
et al., 2000). A diminuição da PA, na primeira metade da gestação, pode ser justificada pela
diminuição acentuada da resistência vascular periférica (RUDGE; BEREZOWSKI, 1994). No
entanto, para outros autores, ela se mantém constante, independentemente dos aumentos
sistêmicos ora citados (HALLIGAN et al., 1993; et al., 1997; FINKELSTEIN et al.,
2005).
Os distúrbios hipertensivos da gestação são uma das principais causas de morbidade e
mortalidade materna e fetal (NORWITZT; HSU; REPKE, 2002). No Brasil, Gaio et al. (2002)
estimaram que a incidência desses distúrbios fosse de 7,5%, sendo 4% de hipertensão crônica,
2,3% de pré-eclâmpsia, 0,5% de pré-eclâmpsia/eclâmpsia sobreposta e 0,7% de hipertensão
transitória. A pré-eclâmpsia é uma doença multissistêmica, mais especificamente, é uma
24
doença da placenta, que está associada a inúmeros distúrbios durante a gestação, como:
deslocamento prematuro de placenta, hemorragia cerebral, falência hepática, edema agudo de
pulmão, insuficiência renal aguda e outras complicações na gestante (NEME, 1994;
NORWITZT; HSU; REPKE, 2002; BARRILLEAUX; MARTIN, 2002). No feto, compreende
condições intra-uterinas desfavoráveis, as quais podem causar retardo no crescimento intra-
uterino, hipóxia fetal e prematuridade (BARRILLEAUX; MARTIN, 2002; SORENSEN et
al., 2003). Há evidências de que gestantes com síndrome pré-eclâmpsia apresentam alterações
no fluxo sangüíneo placentário que ocasionam dano no endotélio materno por meio de fatores
circulantes liberados pela placenta com hipóxia (HAYMAN et al., 1999) ou por meio de
aumento no estresse oxidativo (ROBERTS; COOPER, 2001) que, no estudo de Kharfi et al.
(2005) apresentou forte correlação com os níveis de HCG (Hormônio Gonadotrófico
Coriônico) circulante. O tecido endotelial tem papel fundamental na regulação do tônus
vascular e na resistência periférica, sendo potencializado na gravidez (CARBILLON; UZAN;
UZAN, 2000).
Apesar de muitas pesquisas focarem nas causas, tratamentos e prevenção da pré-
eclâmpsia, ainda não foi possível estabelecer estratégias eficientes na prevenção dessa
síndrome. A prevenção na morbidade materno-fetal é o principal objetivo, e o controle da
pressão arterial tem papel essencial (BARRILLEAUX; MARTIN, 2002).
Giannubilo, Dell’Uomo e Tranquilli (2005), em recente estudo, ressaltaram a
importância de cuidados obstétricos adequados para melhores resultados perinatais em
gestantes que apresentam hipertensão crônica. Aparentemente, o exercício físico regular,
realizado por mulheres grávidas com baixo risco, não afeta e não traz complicações para a
gestação, o trabalho de parto e o pós-parto (MAGANN et al., 2002). Porém, não é claro o
papel que o exercício regular pode exercer na prevenção das síndromes hipertensivas, durante
25
a gestação, tanto para grávidas normotensas quanto hipertensas (MOUTQUIN et al., 1997;
SORENSEN et al., 2003; WEISSGERBER;WOLFE; DAVIES, 2004; FINKELSTEIN et al.,
2005). Da mesma forma, não é claro se o meio (água ou terra) no qual o exercício é realizado
pode afetar as respostas hemodinâmicas, tanto aguda quanto cronicamente, de maneira
distinta na gestação.
Em relação ao
2
OV
&
, as dúvidas também são muitas, pois, como mencionado nos
parágrafos anteriores, existem diferenças metodológicas nos estudos que abordaram este
tema. Não fica claro se os meios e o estado gravídico podem resultar em consumos de
oxigênio distintos, quando comparado com o estado não gravídico. Tal fato afetaria, de forma
direta, a prescrição de treinamento.
Uma vez que essas questões não estão claras na literatura, conhecer o comportamento
da PA e do
2
OV
&
, durante e após atividade física no meio aquático e terrestre, pode ser o
início de um melhor entendimento das respostas hemodinâmicas de gestantes durante
atividade física e, assim, auxiliar na escolha da atividade mais apropriada, de acordo com
características pessoais de cada uma.
Com esse experimento de caráter nomotético que, por meio de investigação científica
pretende descrever e comparar os fenômenos investigados, se espera preencher uma lacuna no
conhecimento, proporcionando aos profissionais da área uma nova informação que auxilie a
prescrição mais segura de treinamento para gestantes, a partir da resposta à seguinte pergunta:
Existe diferença no comportamento da PA e
2
OV
&
, na atividade física terrestre e aquática,
realizada na freqüência cardíaca do primeiro limiar ventilatório e no pós-exercício em
gestantes e não-gestantes?
26
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Comparar o comportamento da pressão arterial e do consumo de oxigênio (
2
OV
&
), em
exercício em bicicleta ergométrica, realizado na freqüência cardíaca do primeiro limiar
ventilatório e nos 30 minutos após o exercício, na terra e na água, em gestantes e não-
gestantes.
1.2.2 Objetivos Específicos
a) Descrever as medidas de Pressão Arterial Sistólica (PAS), Pressão Arterial
Diastólica (PAD), Pressão Arterial Média estimada (PAM) e
2
OV
&
, durante o
exercício em FC correspondente ao primeiro limiar ventilatório e nos 30 minutos
após o exercício na terra e na água, realizado com mulheres grávidas e não-
grávidas.
b) Comparar as medidas de PAS, PAD, PAM estimada e
2
OV
&
entre o exercício
realizado na FC correspondente ao primeiro limiar ventilatório na terra e na água
com gestantes e não-gestantes.
c) Comparar as medidas de PAS, PAD, PAM estimada e
2
OV
&
nos 30 minutos de
repouso na terra, após o exercício realizado na FC correspondente ao primeiro
limiar ventilatório, na terra e na água, em gestantes e em não-gestantes.
27
d) Comparar as medidas de PAS, PAD, PAM estimada e
2
OV
&
, entre o repouso
sentado na terra, nos momentos pré e pós-exercício, dos testes realizados na água e
na terra com gestantes e não-gestantes.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 ADAPTAÇÕES MATERNAS CIRCULATÓRIAS SISTÊMICAS NO REPOUSO
Durante a gestação, ocorre um aumento do líquido extracelular, tanto intersticial
quanto plasmático. Correspondendo de 30 a 45% acima dos valores pré-gravídicos, este
aumento aparece na sexta semana de gestação e continua aumentando até quase as últimas
semanas.
O objetivo do aumento da volemia materna é o fornecimento de maior oferta de
nutrientes e oxigênio ao feto (RUDGE; BEREZOWSKI, 1994). O aumento do volume
sangüíneo está associado ao aumento da capacidade do sistema cardiovascular, especialmente,
no que diz respeito ao auxílio da circulação venosa para o relaxamento muscular afetado pela
influência do progesterona.
Também ocorre diminuição da resistência vascular periférica, o que contribui para o
aumento da capacidade cardiovascular (LUMBERS, 2002). Para o volume plasmático
aumentar, é necessário que haja retenção de água e sódio, que ocorre devido a fatores
endócrinos, como o aumento de secreção de aldosterona e também do nível de renina e seu
29
substrato angiotensinogênio. A Angiotensina 2 é uma potente estimulante de aldosterona, e
ambos estimulam a retenção de sódio (HEENAN et al., 2003). É observado aumento do fluxo
sangüíneo renal e na pele. O aumento de fluxo sangüíneo na pele deve-se ao aumento do
metabolismo materno e da atividade metabólica do feto (aumenta a produção de calor), no
início da gestação. As células vermelhas aumentam menos em relação ao volume total de
sangue, gerando diminuição da concentração de hematócrito e hemoglobina, resultando em
anemia fisiológica gestacional (WOLFE, 1993; LUMBERS, 2002).
Os valores médios de débito cardíaco em uma mulher não grávida em repouso variam
entre 4,8 a 6,4 l.min
-1
(WILMORE; COSTILL, 1994). Ao longo da gestação, observa-se um
aumento médio do DC em torno de 43% (CLARK et al., 1989). Parte desse aumento pode
ser percebido nas primeiras semanas de gestação (CAPELESS; CLAPP, 1989; DUVEKOT et
al., 1993), sendo que o pico se entre 20 e 30 semanas (LUMBERS, 2002), permanecendo
elevado até o termo. Clapp e Capeless (1997) observaram poucas mudanças significativas
tanto no DC, quanto na resistência vascular periférica, após 24 semanas gestacionais. Os
mecanismos que geram o aumento do DC têm sido motivo de investigação, nos últimos trinta
anos. A maioria dos investigadores concorda que a dilatação ventricular esquerda,
acompanhada pelo aumento de massa do ventrículo esquerdo, permite adequada pulsação ao
longo da gestação (PIVARNIK, 1996). Não existe um consenso se é o aumento da FC ou do
VS o principal responsável pela elevação do DC. Para alguns autores, tal aumento está mais
associado com o aumento do VS, o qual é causado pela expansão do volume sangüíneo que
aumenta a pré-carga cardíaca. Porém, o aumento concomitante da FC, que pode ser causado
pela diminuição do tônus vagal, ou pelo aumento da atividade simpática no nódulo sinoatrial,
tendo seu pico entre o segundo e terceiro trimestre, também tem grande influência na elevação
30
do DC (CAPELESS; CLAPP, 1989; PIRVANIK, 1996)
1
. Na gravidez gemelar, o aumento do
DC é ainda maior (CAPELESS; CLAPP, 1989).
Vários autores verificaram aumento abrupto da FC no primeiro trimestre de gestação,
seguido por um aumento moderado até o final da gestação. Clapp (1985) sugeriu que a FC em
repouso aumenta, de forma abrupta, aproximadamente, 7 bpm, durante as primeiras quatro
semanas de gestação, provavelmente, por efeito do hormônio gonadotrofina coriônica (HCG).
A FC aumenta, progressivamente, até o platô de 15 batimentos acima do normal e isto ocorre
devido a mudanças hemodinâmicas e vasculares (CLAPP; CAPELESS, 1997). Clark et al.
(1985) encontraram um aumento de 17% na FC de mulheres grávidas.
um acréscimo do volume sistólico do início ao meio da gestação que está
associado ao aumento do retorno venoso e da capacitância aórtica e diminuição da resistência
vascular periférica (WOLFE et al., 1989; DUVEKOT et al., 1993). O diâmetro interno do
ventrículo esquerdo está aumentado, o que gera acréscimo de VS, o qual está relacionado ao
aumento da ação hormonal do estrogênio (LUMBERS, 2002).
Entre os efeitos específicos da gestação no coração, encontra-se o aumento do volume
diastólico final, pequeno aumento da massa e da parede do ventrículo esquerdo (KATZ et al.
apud WOLFE et al., 1989; MORTON; PAUL; METCALFE apud WOLFE et al., 1989;
DUVEKOT et al., 1993). Katz et al. (1989) e Duvekot et al. (1993) associaram este aumento
a uma sobrecarga crônica, enquanto Morton, Paul e Metcalfe (1989) sugeriram que o coração
é remodelado em resposta a fatores endocrinológicos.
1
Convém lembrar que DC = VS x FC.
31
Em condições de repouso, o
2
OV
&
aumenta na gestação (KNUTTGEN; EMERSON,
1974; SADY et al., 1989; SPINNEWIJN et al., 1996; LUMBERS, 2002; PIVARNIK; STEIN;
RIVEA, 2002), chegando a seu máximo a termo (LUMBERS, 2002).
A pressão arterial depende do DC pela seguinte equação: PA= DC x RP, onde RP
corresponde à resistência vascular periférica. Desse modo, a PA deveria aumentar em
decorrência do aumento do DC. Entretanto, existe grande divergência na literatura a respeito
do comportamento normal da PA ao longo da gestação. Rudge e Berezowski (1994) escrevem
que, em uma gestação normal, encontra-se diminuição da PA, causada pela redução acentuada
da resistência vascular periférica.
Outros autores, a respeito dessa diminuição, acrescentam que a pressão arterial atinge
seus menores valores na metade do segundo trimestre e retorna para valores pré-gravídicos no
final da gestação (MacGILLIVRAY; ROSE; ROWE, 1969; CHRISTIANSON, 1976;
WILSON et al., 1980; MOONEY et al., 1990; CUGINI et al., 1992; PIVARNIK, 1996;
AYALA et al., 1997; CLAPP; CAPELESS, 1997; HERMIDA et al., 2000). Existem
evidências que a PAD diminui mais do que a PAS, o que pode ser atribuído ao aumento da
circulação uterina, conforme a gestação avança (WILSON et al., 1980; PIVARNIK, 1996). A
pressão arterial sofre influência de diversas variáveis como idade da gestante e paridade
(CHRISTIANSON, 1975; SIBAI, 2003), fumo, etnia, posição corporal no momento da
medida (MacGILLIVRAY; ROSE; ROWE, 1969).
Machado, Melo e Nascimento Neto (2003) observaram aumento dos níveis
pressóricos no terceiro trimestre, independente do período do dia avaliado. Ayala et al. (1997)
observaram que gestantes que desenvolviam hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia
apresentavam comportamento distinto da PA, ao longo da gestação, pois ela se mantinha com
32
valores constantes na primeira metade da gestação e aumentava, continuamente, até o final.
Para outros, em gestações normais, a PA se mantém constante durante os três trimestres,
independentemente dos aumentos sistêmicos ora citados (HALLIGAN et al., 1993; et al.,
1997; FINKELSTEIN et al., 2005). Essas divergências indicam o relativo desconhecimento
que se tem da pressão arterial na gestação. No entanto, evidências de que gestantes sejam
resistentes a agentes vasopressores, tendo sido constatada uma diminuída reatividade vascular
em relação às não-grávidas (GANT et al., 1974).
Wilson et al. (1980) estabeleceram forte correlação entre o aumento da atividade da
renina plasmática e o aumento da FC de repouso, ao longo da gestação, com a diminuição da
PA, podendo ser resultado do aumento do tônus beta-adrenérgico.
No estudo de Borges (2001), os comportamentos da resistência periférica e da pressão
arterial média foram diferentes quando a gestação resultou em recém-nascido pequeno para a
idade gestacional (PIG), ou adequado para a idade gestacional (AIG). As mães de recém-
nascidos PIG, apesar de normotensas, durante todo o ciclo gravídico, apresentaram tendência
à elevação da pressão arterial média e aumento da resistência periférica, levando a supor que,
nessas gestantes, a alteração mínima do débito cardíaco decorreu do aumento da resistência
periférica que ocasionou elevação da pressão arterial média. Quando o resultado foi um
recém-nascido de peso adequado, a pressão arterial média manteve-se constante durante toda
a gestação, e a resistência periférica diminuiu. Tais achados reforçam o conceito de que a
adaptação do organismo materno à gravidez é fundamental para o resultado perinatal ideal.
Esses achados vêm ao encontro dos de McCubbin et al. (1996) que estudaram a resposta do
estresse emocional na pressão arterial de gestantes e concluíram que grávidas que
apresentaram aumento da pressão diastólica, durante períodos de estresse, tinham filhos com
peso mais baixo e gestações mais curtas.
33
Kuo et al. (2000) estudaram a resposta do sistema nervoso autônomo, através da
variabilidade da FC nos três trimestres de gestação, e concluíram que este apresenta duas
fases durante a gestação. No primeiro trimestre, ocorre diminuição da atividade simpática e
aumento da atividade vagal; no último trimestre, a atividade simpática aumenta e a vagal
diminui. Este achado vai ao encontro de constatações de outros autores que relataram a
diminuição da PA, na primeira metade da gestação, uma vez que ela é influenciada pelo
aumento da atividade vagal. as modificações hemodinâmicas que ocorrem com a
progressão da gestação e a compressão da veia cava inferior, causada pelo aumento de volume
do útero grávido, podem ser fatores responsáveis pela alteração no sistema nervoso autônomo,
promovendo uma ativação simpática preponderante.
2.2 COMPORTAMENTO DO PA, FC E
2
OV
&
NA IMERSÃO EM REPOUSO EM
HOMENS E EM MULHERES NÃO-GESTANTES
Quando um indivíduo imerge em água, sofre ação da pressão hidrostática, que é
proporcional à profundidade de imersão, ocorre uma redistribuição de fluidos, o sangue
venoso é transferido das extremidades para a região torácica, resultando em um aumento de
volume central de sangue (SHEDAHL et al., 1984). O aumento da pré-carga resulta em
aumento do DC (30%) que estimula os barorreceptores, diminuindo a resistência vascular
periférica, havendo um ajuste do sistema nervoso autônomo pelo aumento de tônus vagal
(ARBORELIUS et al., 1972). Este aumento do tônus vagal poderia justificar uma diminuição
da PA, durante a imersão, conforme estudos de Craig e Dvorak (1966), Asai et al. (1994),
Sramek et al. (2000), Ayres et al. (2001), Katz (2003) e Finkelstein et al. (2004).
34
A imersão afeta a termocondutividade, sendo esta 25 vezes maior que no ar (KATZ,
1996). Indivíduos imersos, em água muito fria, podem sofrer tremores no corpo. Já, segundo
Craig e Dvorak (1966), a imersão, em água muito quente, pode dificultar a troca de calor
Estes autores definiram como temperatura neutra aquela que, após uma hora de imersão,
sustentasse a temperatura corporal nos mesmos valores que na terra. Sugerem, ainda, que
seria necessário definir outra variação de temperatura quando os indivíduos estivessem em
exercício. Arborelius et al. (1972) consideram 28
o
C em seco e 35
o
C na água como
temperaturas termoneutras de repouso. Katz (1996) considera temperatura neutra para imersão
de 35,5
o
C para homens e 33,5
o
C para mulheres. Essa diferença de temperatura para homens e
mulheres é justificada devido à diferença no percentual de gordura entre os sexos.
As condições térmicas oferecidas pelo meio aquático influenciam o
2
OV
&
, a FC e a
PA. Costil, Cahill e Eddy (1967) citaram que a perda de calor da pele no envolvente terrestre
se por radiação e evaporação, enquanto que, no ambiente aquático, a condução se torna o
principal mecanismo de dissipação de calor. Isto representa uma grande influência da
temperatura da água na termorregulação, tanto em temperaturas baixas quanto elevadas. Craig
e Dvorak (1966) encontraram diminuição na PAS durante imersão, com técnicas não
invasivas, testando 10 homens imersos por uma hora em posição recostada em nove
temperaturas diferentes que variaram de 24 a 37
o
C, com uma semana de intervalo entre as
diferentes temperaturas. Na temperatura entre 36 e 37
o
C, a PAS e a PAD diminuíram,
enquanto que a pressão de pulso (PP) aumentou. Tais alterações ocorreram imediatamente
após a imersão e permaneceram constantes durante uma hora. Os autores inferiram que esta
diminuição ocorreu devido à vasodilatação. Nas temperaturas menores que 35
o
C, a PAS foi
geralmente menor que no controle (medida realizada antes da imersão), e a PAD não
35
apresentou diferenças. No entanto, em temperatura baixas (24 e 26
o
C), a PA foi igual à do
controle, provavelmente, devido ao tremor.
McArdle et al. (1976) associaram a imersão em baixas temperaturas (18ºC, 25ºC) com
o aumento do
2
OV
&
de repouso. Tanto o estudo de McArdle et al. (1976) quanto o de Christie
et al. (1990) não verificaram diferença no
2
OV
&
de repouso em indivíduos imersos, sentados
no cicloergômetro na temperatura de 33ºC e 34ºC, respectivamente. Craig e Dvorak (1966)
concluíram que tremores aumentam o
2
OV
&
de repouso na água, após uma hora de imersão,
em temperaturas de 28ºC ou menos. Eles ressaltam que, além da temperatura da água, o
tempo de imersão também influencia no comportamento do
2
OV
&
. Quanto maior o tempo de
imersão, maior será o aumento do
2
OV
&
. Stocks et al. (2001), corroborando com McArdle et al.
(1976) e Craig e Dvorak (1966), pois também verificaram aumento de
2
OV
&
de repouso em 7
homens sentados, imersos em água com temperatura de 18,1ºC. Este aumento foi progressivo
com o tempo de imersão, apresentando os maiores valores após 50 minutos.
Sramek et al. (2000) realizaram um estudo randomizado em três temperaturas
diferentes de água (14, 20 e 32
o
C), com os indivíduos sentados em uma cadeira, imersos até o
pescoço por uma hora. Na imersão a 32
o
C e 20
o
C, a PAS diminuiu 12 mmHg e a diastólica
8mmHg. Na temperatura de 14
o
C, a PAS aumentou de 113 mmHg para 121 mmHg, e a
diastólica de 77 mmHg para 83 mmHg. Na temperatura de 32
o
C, verificaram diminuição da
FC em 15%. O método de medida da pressão não foi invasivo. Esse estudo sugere que a
imersão na temperatura termoneutra estimularia, predominantemente, barorreceptores,
enquanto a imersão em água fria estimularia, predominantemente, termorreceptores e, dessa
forma, mecanismos e sistemas reguladores diferentes estariam sendo estimulados. Os autores
ainda colocam que a temperatura termoneutra induz à bradicardia e à diminuição da pressão
36
arterial, enquanto que a água muito fria aumenta a FC e a PA. Nesse estudo, também foi
encontrado aumento da concentração de noradrenalina plasmática, durante imersão em água
muito fria. Levando em consideração tal achado, é possível concluir que, durante imersão em
temperatura termoneutra, o organismo sofre maior ação do sistema nervoso parassimpático,
enquanto que, na água fria (14
o
C), este efeito é sobreposto pelo aumento do tônus simpático,
provocado por descarga adrenérgicas.
Arborelius et al. (1972) observaram aumento, na pressão média do átrio direito e na
artéria braquial, durante repouso na água, na temperatura de 33ºC. Justificaram este achado,
relacionando o comportamento da pressão com o aumento de 30% do DC que, de acordo com
os autores, deve-se ao aumento no enchimento diastólico e pouca modificação na FC. Chama-
se a atenção que a duração do período de imersão foi de apenas 10 minutos. Outro fator que
ainda poderia influenciar, no comportamento da pressão atrial, seria a diminuição de 30% na
resistência periférica, a qual seria justificada pela ativação de baroceptores, através do ajuste
do sistema nervoso autônomo, pela redução da atividade simpática central e/ou aumento da
descarga vagal. Park, Choi e Park (1999) verificaram aumento na PAS de 8% durante imersão
e, da mesma forma que Arborelius et al. (1972), utilizaram como justificativa para essa
alteração da pressão média do átrio direito, o aumento no DC. Watenpaugh et al. (2000)
obtiveram aumento na PAS de 10-12 mmHg na segunda e terceira hora após imersão. Norsk
et al. (1990) constataram um aumento da PAS entre 4-9 mmHg, relacionado com aumento do
VS durante imersão. A PAD não modificou em nenhum dos quatro estudos. Essas pesquisas
foram realizadas em temperatura termoneutra (34-36
o
C), com água na altura do pescoço.
A diversidade metodológica, possivelmente, possa ter sido responsável pela
discrepância dos resultados, visto que as técnicas de aferição diferenciaram-se de um estudo
para o outro. No primeiro estudo (ARBORELIUS et al., 1972), a pressão foi medida de forma
37
invasiva, com cateter inserido na veia antecubital até a veia cava superior e, nos outros três,
por métodos não invasivos. No estudo de Park, Choi e Park (1999), a medida foi realizada
com manguito no braço esquerdo, na altura do coração, e o equipamento utilizado foi
oscilomêtro automático. Como a água ficava na altura do pescoço, é possível concluir que a
medida de pressão foi realizada com o braço dentro da água. Watenpaugh et al. (2000),
utilizando medida auscultatória convencional, realizaram a medida com o braço imerso. Já
Norsk; Bonde-Petersen e Christensen (1990) posicionaram o braço com o manguito 20cm
acima da linha do coração, fora da água. Para obter valores de PA equivalentes aos obtidos,
quando medidos na altura do coração, foram acrescidos 15mmHg. É provável que esses
estudos tenham apresentado resultados tão divergentes devido a técnicas, procedimentos e
equipamentos de medidas diferentes.
Connely et al. (1990) e Christie et al. (1990) não encontraram diferença ao
compararem a PAS e a PAD, durante repouso sentado na terra e na água, em temperatura
termoneutra na altura do pescoço. No entanto, Christie et al. (1990) verificaram aumento no
volume sistólico final do ventrículo esquerdo e na pressão atrial direita, o que demonstra
aumento na pré-carga. Para os autores, o fato de a PA não ter modificado durante a imersão,
enquanto ocorreu aumento no volume sistólico final, pode estar relacionado com a diminuição
da FC.
Além da temperatura da água, as diferentes profundidades de imersão também podem
influenciar no comportamento da PA, como foi observado por Gabrielsen, Johansen e Norsk
(1993) que mediram, simultaneamente, a PAS, a PAD, a PAM, a PP e a FC, em protocolo de
imersão gradual, em 12 homens. A temperatura da água foi de 34,90 ± 0,02
o
C, e a do
ambiente de 26,50 ± 0,4
o
C. Os indivíduos permaneciam sentados de 5 a 10 minutos, em cada
nível de imersão, em diferentes pontos antropométricos. A PAS aumentou, gradativamente, da
38
posição de imersão no joelho para o pescoço. A PAD permaneceu inalterada e baixou quando
a água estava sendo esvaziada na altura do processo xifóide. A provável explicação
encontrada pelos autores foi o relaxamento periférico venoso e arteriolar (queda da pós-
carga). A combinação de vasorelaxamento periférico (baixa PAD), com aumento da contração
cardíaca (elevada PAS), explica a elevada PP. O aumento gradual da pressão atrial resulta em
aumento da PP e, conseqüentemente, diminuição da FC. A PP é, provavelmente, um
importante estímulo para ajuste cardiovascular, endócrino e renal, durante imersão.
A diminuição de FC de repouso, à medida que aumenta a profundidade de imersão,
também foi observada nos estudos de Kruel (1994). O autor avaliou 54 pessoas saudáveis e
encontrou diferenças significativas da posição inicial (em pé) para as posições de água na
altura do joelho, quadril, processo umbilical, processo xifóide e ombro, constatando que a FC
diminuía, conforme aumentava a profundidade.
A teoria que explica esse fenômeno (diminuição da FC com a imersão em água)
sugere que o volume sangüíneo central é aumentado, por uma redistribuição do sangue
venoso e do fluido extracelular dos membros inferiores para a região central. Com o aumento
do volume plasmático na região central, o coração e vasos da circulação central são
distendidos, ocasionando, assim, uma estimulação nos receptores de volume e pressão destes
tecidos, levando a uma readaptação no sistema cardiovascular, aumentando a pressão venosa
central, o débito cardíaco e volume sistólico, para, enfim, diminuir a freqüência cardíaca
(WATENPAUGH et al., 2000).
Tendo por embasamento os vários estudos citados, torna-se possível constatar que as
respostas cardiovasculares, durante imersão em repouso, vão sofrer diferentes
comportamentos, de acordo com a temperatura da água e a profundidade de imersão, sendo
39
provável que outros fatores como faixa etária (KRUEL et al., 2002), FC inicial e gênero
(KRUEL, 1994) possam ainda contribuir para essas diferentes alterações.
2.3 COMPORTAMENTO DO PA, FC E
2
OV
&
NA IMERSÃO EM REPOUSO EM
GESTANTES
Estudando 18 mulheres grávidas entre 20 e 33 semanas de gestação, em uma piscina
com temperatura entre 30,6 e 31,5ºC, na posição em pé, com água na altura da axila, Kent et
al. (1999) encontraram uma diminuição de 11 batimentos na FC, quando comparado com a
posição em fora da água. Este resultado é muito semelhante ao de Katz et al. (1988) que
estudaram mulheres na 15
a
, 25
a
, e 35
a
semanas de gestação, imersas na profundidade do
ombro, a uma temperatura de 30ºC, obtendo uma diminuição de 10 batimentos por minuto.
Neste estudo, a FC, em imersão, não foi diferente nas distintas semanas de gestação.
Finkelstein et al. (2004) observaram a resposta de FC em 11 gestantes, com idade gestacional
entre 16 e 36 semanas, submetidas à imersão na temperatura de 31,5ºC e encontraram uma
diminuição de 16,9 bpm na profundidade do processo xifóide, quando comparado com a
posição em fora da água. Esses estudos atribuíram à ação da pressão hidrostática
(WATENPAUGH et al., 2000) e da termodinâmica (CRAIG; DVORAK, 1966) como
prováveis responsáveis por essa redução da FC na imersão.
Spinnewijn et al. (1996) compararam grávidas e não grávidas nas posições de repouso
sentada e em pé no solo e em pé na água, verificando que, após 10 minutos de repouso, dentro
da água, os dois grupos apresentaram diminuição de 17% na FC e maiores valores de
2
OV
&
,
40
2
COV
&
e EV
&
. No entanto, apenas os valores de
2
COV
&
e EV
&
das não-gestantes apresentaram
significância estatística. Os autores justificaram esses achados relacionando a ação da pressão
hidrostática com o aumento do VS e do retorno venoso, causando, assim, redução da FC e
associaram o aumento de metabolismo, com a perda de calor.
Asai et al. (1994) estudaram vinte grávidas entre 25 e 37 semanas de gestação e
constataram diminuição da PA, durante a imersão. Essa diminuição pode estar relacionada
com a diminuição da renina plasmática e aumento da concentração de peptídeo atrial
natriurético humano (hANP) que resulta da expansão do volume sangüíneo na água. Aliás, o
efeito da pressão hidrostática no edema vem sendo estudado desde a década iniciada em 1980,
e alguns autores concordam que a imersão pode aliviar o edema, porém não teria a capacidade
de tratar os danos endovasculares. Doniec-Ulman et al. (1987) encontraram diminuição da
PAM e diurese importante após 1 e 2 horas de imersão com água na altura do pescoço,
respectivamente. Essa diminuição, porém, não apresentou relação significante com as
alterações hormonais de renina plasmática, aldosterona, vasopressina e fator atrial
natriurético. Katz (1996) também reforça a idéia de que a ação da pressão hidrostática age no
edema de mulheres grávidas, pois o redirecionamento sangüíneo produz grande diurese. Isto
seria justificado pelo aumento do DC o qual produz aumento do fluxo sangüíneo renal (KENT
et al., 1999).
O estudo de Ayres et al. (2001) compararam as médias da pressão arterial média em
gestantes sentadas dentro de um tanque de imersão com as pernas semifletidas, com água até
a altura dos ombros e aquecida a 34
o
C, por períodos de tempo de 30, 45 e 60 minutos,
verificando diminuição da PAM durante imersão. As diferenças foram significativas e
mostraram que quanto maior o tempo de imersão, maior era a diminuição da PAM. O tempo
de imersão, do mesmo modo, teve influência no estudo de Watenpaugh et al. (2000),
41
realizado com não-gestantes que compararam as respostas cardiovasculares e renais entre
homens e mulheres, durante imersão com temperatura de 34,6
o
C. Não foi encontrada
diferença entre os sexos no comportamento da FC e PA, durante imersão com água na altura
do pescoço. Porém, ao contrário do estudo de Ayres et al. (2001), a PAS aumentou na
segunda e terceira hora após imersão. PAM e PAD, por sua vez, não apresentaram diferenças
durante imersão. Houve redução da FC de 21% nas mulheres e 16% nos homens. O volume
urinário apresentou grande aumento tanto em homens quanto em mulheres, quando
comparado com o repouso em terra.
Katz (2003), em seu artigo de revisão, coloca um estudo anterior do seu próprio grupo
em que gestantes ficavam imersas com água na altura dos ombros por 20 minutos, em
diferentes períodos ao longo da gestação. A PA sofreu diminuição de 10 mmHg e a FC de 10
bpm durante imersão. Por meio de ultra-som, verificou aumento de movimentos, respiração e
diurese fetal. Essas respostas não apresentaram diferenças ao longo das idades gestacionais.
Kokot, Ukman e Cekanski (1983) encontraram resultados similares ao comparar gestantes
normotensas com outras que apresentavam níveis leves e moderados de toxemia, no final da
gestação. Eles observaram diminuição da PAS e PAD, durante imersão, e esta foi mais
acentuada no grupo que apresentava toxemia.
Finkelstein et al. (2004) avaliaram o comportamento da PA em 11 gestantes, em
diferentes profundidades de imersão, na posição em pé. A temperatura da água foi de 31,5
o
C e
a PA foi medida em diferentes pontos anatômicos. A partir da posição inicial, a PAS, PAD e
PAM estimada diminuíram, à medida que a profundidade de imersão aumentava. Foram
encontradas diferenças significativas (p<0,05) da posição inicial (em fora da água) para a
profundidade de cicatriz umbilical para a PAS e de processo xifóide para a PAD e PAM
estimada. Outros estudos com gestantes encontraram resultados semelhantes em que o
42
comportamento da PAM, estimada em profundidade de ombro, apresentou diminuição de 10
mmHg (McMURRAY et al., 1988) e 18 mmHg (KATZ et al., 1990). Porém, Kent et al.
(1999) não encontraram diferenças estatisticamente significativas (p<0,05), na PAS e PAD de
gestantes imersas em profundidade da axila.
No estudo de Picanço et al. (1997), com mulheres não-gestantes de 18 a 40 anos,
imersas (31,5
o
C) e medidas nos mesmos pontos anatômicos que o estudo mencionado
anteriormente (FINKELSTEIN et al., 2004), não foram encontradas diferenças significativas
(p<0,05) para a PAS entre as diferentes profundidades de imersão. Já para a PAD, foi
encontrada uma redução estatisticamente significativa (p<0,05) de 5 mmHg, na profundidade
de processo xifóide.
Nos estudos de Finkelstein et al. (2004) e Picanço et al. (1997), a temperatura da água
foi mais baixa que no estudo de Gabrielsen, Johansen e Norsk (1993). Essas diferenças
metodológicas e o estado gravídico podem justificar os diferentes resultados encontrados.
No item anterior, foi abordada a termorregulação durante a imersão, a diferença entre
a temperatura termoneutra para imersão em repouso e durante exercício, tema este é
extremamente relevante quando se trata de imersão na população de gestantes, pois a
hipertermia, em início de gestação, pode causar má formação fetal (SASAKI et al., 1995).
43
2.4 COMPORTAMENTO DO PA, FC E
2
OV
&
, DURANTE ATIVIDADE FÍSICA NA
ÁGUA EM HOMENS E EM MULHERES NÃO-GESTANTES
Os vários autores que estudaram o comportamento da PA, durante atividade física no
meio líquido, encontraram resultados divergentes. Sheldahl et al. (1984), Sheldahl et al.
(1986), Christie et al. (1990), Connely et al. (1990) e Park, Choi Park (1999) compararam o
comportamento da PA em protocolos de aumentos progressivo de carga em bicicleta
ergométrica, na água (temperaturas entre 30 e 35
o
C) e na terra. O meio não interferiu no
comportamento da PAS, durante o exercício, em nenhum dos quatro estudos. Somente no
estudo de Connely et al. (1990), no segundo estágio (60%
2
OV
&
de pico), a PAS foi mais
baixa na água. O DC atingiu valores mais altos no exercício na água, provavelmente, para
prevenir uma queda proporcional da FC, quando o VS está mais aumentado durante a
imersão. O aumento do DC, no meio aquático, pode ter sido equilibrado pela dilatação
vascular via ativação dos barorreceptores arteriais e/ou cardiopulmonares, o que permitiu um
comportamento da PAS similar entre os dois meios. É possível que, com a diminuição do
tônus simpático, o DC deva permanecer relativamente alto, durante a imersão, para manter
uma pressão arterial apropriada.
Ao contrário desses autores, Schwingel e Kruel (2003), ao compararem a caminhada
em esteira na terra e no meio líquido (31
o
C), na profundidade de apêndice xifóide e nas
intensidades de 60 e 80% da FC
máx
, encontraram valores menores de PA no meio líquido.
Para os autores, a combinação da vasodilatação ocorrida pela prática da atividade física com o
retorno venoso facilitado no meio líquido permitiu este comportamento.
44
Hall et al. (1998) também avaliaram mulheres, durante caminhada em esteira, dentro e
fora da água. A profundidade da água ficava na altura do processo xifóide, e os testes foram
realizados em duas temperaturas de água: 28,2
o
C e 35,8
o
C. A temperatura ambiente, no teste
na terra, variou de 21 a 25
o
C. O protocolo consistia em aumento progressivo da velocidade,
igual para ambos os meios, e a intensidade foi submáxima. A PAS foi mais alta, apresentando
diferença significativa, no final do exercício aquático, comparado ao terrestre, principalmente,
na temperatura de 35
o
C. A PAD foi igual após exercício na terra e na água com temperatura
de 28ºC, porém, diminuiu após exercício realizado na temperatura de 35
o
C. Chama-se a
atenção para a intensidade que o exercício foi realizado em cada meio, uma vez que
velocidades iguais para meios diferentes representam valores de consumo de O
2
diferentes.
Além do comportamento da PA e da FC, o do
2
OV
&
, durante o exercício físico na
água, também tem sido objeto de diversos estudos (EVANS; CURETON; PURVIS, 1978;
SHELDAHL et al., 1986; CHRISTIE et al., 1990; WILBER et al., 1996; NAKANISHI;
KIMURA; YOKOO, 1999; PARK; CHOI; PARK, 1999; SHONO et al., 2000; SHONO et al,
2001ab; FUJISHIMA; SHIMIZU, 2003).
Da mesma forma que o exercício físico em terra, a demanda metabólica dos músculos
por O
2
aumenta, progressivamente, durante o exercício de intensidade crescente na água. No
entanto, o tipo de exercício (caminhada, corrida, pedalar bicicleta, natação, hidroginástica), a
temperatura e a profundidade da água podem produzir consumos de oxigênio diferentes dos
correspondentes em terra. Fujishima e Shimizu (2003) encontraram comportamento linear do
2
OV
&
com a FC em água, com o aumento da intensidade do exercício expressa pela
velocidade de deslocamento na água. De fato, evidências da literatura sugerem que é isto o
que acontece.
45
Evans, Cureton e Purvis (1978) avaliaram homens, durante caminhada e corrida sem
tocar os pés no chão, utilizando coletes flutuadores que mantinham os indivíduos com água na
altura da cintura, observando que as respostas de
2
OV
&
desses sujeitos aumentavam, também,
de forma linear. Shono et al. (2000, 2001ab) encontraram dados semelhantes aos de Evans,
Cureton e Purvis (1978), quando avaliaram homens e mulheres de meia-idade e de idade
avançada, em esteira aquática acoplada a um swimming-flume. Os dados do
2
OV
&
, em função
da FC através de regressão linear, apresentaram um coeficiente de correlação (r) de 0,999. O
fato de a velocidade da esteira ter sido ajustada ao fluxo de água gerado pelo swimming-flume
impedia que houvesse um “tempo de vôo” durante o exercício, conforme encontrado em um
estudo prévio (GLEIM; NICHOLAS, 1989).
Park, Choi e Park (1999) verificaram comportamento semelhante do DC que
aumentava, proporcionalmente, ao esforço físico em homens imersos em água, durante
exercício em cicloergômetro, nas temperaturas de 34,5
o
C e 30ºC, quando comparado com o
exercício na terra. Esse aumento foi relacionado com hiperperfusão de tecidos periféricos,
indicando que os ajustes cardiovasculares ao exercício dinâmico moderado não se modificam
com a imersão, apesar do aumento do DC. Corroborando com esse achado, McArdle et al.
(1992) constataram que a relação DC-
2
OV
&
é semelhante, durante trabalho no ar e na água, em
diferentes temperaturas. Porém, de forma diferente que Park, Choi e Park (1999), justificaram
que vários fatores combinados contribuem para o aumento do enchimento cardíaco e que o
DC, durante a imersão, mantém-se igual, e o VS aumenta, sendo compensado pela diminuição
da FC, mesmo com o aumento da resistência periférica total em água fria.
Christie et al. (1990) testaram 10 homens em diferentes intensidades de treinamento
(40, 60, 80 e 100% do
2máx
OV
&
) em cicloergômetro. Ao compararem o exercício aquático com
46
o terrestre, não verificaram diferenças entre a FC nas duas cargas iniciais; porém, nas
intensidades mais altas, a FC foi mais baixa no exercício aquático. Dessa forma, os autores
concluíram que o desempenho cardíaco permanece alterado durante exercício dinâmico na
água, pois a pressão média atrial e pulmonar, VS e DC se mostraram mais elevados nas
intensidades altas no exercício aquático do que no terrestre.
Wilber et al. (1996) testaram 16 sujeitos treinados com idades entre 20 e 40 anos,
divididos em dois grupos, após seis semanas de treinamento de corrida em terra e em piscina
profunda. O
2máx
OV
&
foi semelhante, após seis semanas, nos dois grupos, indicando que o
exercício aquático é efetivo na manutenção do condicionamento físico em homens treinados.
Os resultados demonstraram comportamento linear do
2
OV
&
, em função da velocidade de
deslocamento na piscina. Salientaram, também, que, durante o teste de cargas progressivas, o
2
OV
&
apresentou comportamento semelhante nos dois meios em estudo. O exercício em água,
da mesma forma, mostrou-se eficiente no estudo de Sheldahl et al. (1986) que compararam as
respostas cardiorrespiratórias de 9 homens que treinaram em cicloergômetro na água
(temperatura de 31ºC e profundidade do ombro), com 9 homens que o fizeram na terra, e
quatro homens que não se exercitaram por 12 semanas. As modificações de FC, VS e PA,
durante exercício submáximo, geradas pelo treinamento, foram semelhantes nos dois grupos.
O
2máx
OV
&
aumentou de forma semelhante nos dois grupos treinados. Estes achados
demonstraram que as alterações hemodinâmicas, geradas pela imersão, não afetaram as
adaptações cardiovasculares decorrentes do treinamento aeróbico em homens treinados.
Shono et al. (2001b) compararam as respostas de
2
OV
&
de um grupo de mulheres
familiarizadas com o exercício em água com as de um grupo de mulheres que não se
exercitavam regularmente em piscina. As respostas de FC e de
2
OV
&
eram menores, para uma
47
mesma velocidade de deslocamento, nas mulheres treinadas em água, em comparação com as
que não tinham experiência no meio aquático. Os autores concluíram que a experiência
prévia, com o treinamento em piscina, afetava a intensidade relativa do exercício na água.
Além da experiência prévia, outros aspectos estão relacionados com a intensidade do
exercício aquático, como a cadência de execução (ALBERTON et al., 2005) e utilização de
equipamentos resistivos (PINTO et al., 2005). Alberton et al. (2005) avaliaram 6 mulheres
executando três exercícios de hidroginástica, dentro e fora da água, nas cadências 80, 100,
120 bpm. O
2
OV
&
aumentou entre as diferentes cadências em todos os exercícios, todavia não
apresentou um comportamento padronizado entre os diferentes exercícios, dentro e fora da
água. Pinto et al. (2005) verificaram aumento do
2
OV
&
, quando compararam o mesmo
exercício em uma mesma cadência com equipamento resistivo e sem equipamento,
demonstrando, assim, que a utilização de equipamentos pode otimizar as respostas
cardiorrespiratórias em exercícios de hidroginástica.
Quando a relação FC-
2
OV
&
foi estudada por Eckerson e Anderson (1992), em aula de
hidroginástica, ficou nítida a desproporção existente, quando comparada com a FC em
esteira na terra. Na hidroginástica, a FC média foi de 162 ± 13 bpm e o
2
OV
&
médio de 18,4 ±
5,9 ml.kg
-1
.min
-1
que representou 74% da FC de reserva, 82% da FCmáx e 48% do
2máx
OV
&
,
indicando que a FC elucidada na hidroginástica possa superestimar a intensidade metabólica
da atividade física. Kruel et al. (2001) encontraram, também, maior consumo de oxigênio para
exercícios de hidroginástica realizados fora da água, comparado com os mesmos em meio
líquido. Para os autores, a influência da redução do peso hidrostático com a imersão pode
justificar tal achado.
48
Nakanishi, Kimura e Yokoo (1999) também encontraram menor gasto energético,
quando compararam a corrida em piscina funda (32,5ºC) com a corrida em esteira na terra,
tanto em adultos jovens (idade média = 20,4 ± 3,3), quanto de meia idade (média = 38,6 ±
4,4). Os autores acreditam que esses resultados ocorreram por uma combinação de fatores,
relacionados com as alterações nas respostas cardiovasculares (ação da pressão hidrostática),
além do distinto recrutamento dos músculos, nas duas formas de corrida.
Contrariando os achados supracitados, Darby e Yaekle (2000) compararam
movimentos de chute, dentro e fora da água, realizados somente com as pernas, e outro com
pernas e braços em quatro cadências distintas. Nesse experimento, ambos os grupos
apresentaram
2
OV
&
mais alto na água para a mesma intensidade. Sendo assim, foi sugerido
que a prescrição de FC de treino na água deve ser de 7-13 bpm menor que na terra para
igualar a mesma intensidade. Foi concluído, ainda, que a diminuição do gasto energético do
exercício aquático, pela redução do peso hidrostático, acaba sendo superada pelo aumento da
resistência, resultando em maior gasto energético no exercício aquático.
As divergências encontradas nos estudos acima, envolvendo o comportamento da PA,
FC e
2
OV
&
, podem ser explicadas pela dificuldade de comparar exercícios terrestres com
aquáticos. Vários fatores podem afetar as respostas cardiovasculares nestes dois meios, como
cadência de movimento, profundidade e temperatura da água, posição do tronco, tipo de
movimento, percentual de gordura corporal e as propriedades físicas da água (resistência,
flutuabilidade, pressão hidrostática). Essa gama de fatores se presta a algum grau de viés de
confusão, podendo gerar respostas ou interpretações fisiológicas distintas nas conclusões dos
vários estudos.
49
2.5 COMPORTAMENTO DO PA, FC E
2
OV
&
, DURANTE ATIVIDADE SICA, EM
GESTANTES
2.5.1 Comportamento do PA, FC e
2
OV
&
, durante Atividade Física na Terra em
Gestantes
Durante o exercício, ocorre aumento do DC, o qual pode ter grandes variações,
dependendo do grau de treinamento de cada indivíduo (WILMORE; COSTILL, 1994). Este
aumento é maior em gestantes, provavelmente, para manter adequada distribuição de sangue
para determinadas regiões do corpo, como útero e feto, que não estejam envolvidas com o
exercício, uma vez que a demanda de O
2
, durante a atividade física, não se altera devido à
gestação (SADY et al., 1989). De acordo com Pivarnik (1996), fatores como a modalidade da
atividade física, a intensidade e a idade gestacional irão influenciar na magnitude do aumento
do DC.
O aumento da FC, durante a gestação, tanto em repouso quanto em exercício
submáximo em seco, é, significativamente, maior do que em não grávidas (WOLFE;
DAVIES, 2003). O comportamento da PA, durante exercício submáximo, é muito similar em
grávidas e não grávidas, provavelmente, devido ao efeito hipercinético do DC e da redução da
resistência vascular periférica (WOLFE et al., 1989). A resposta da PA ao exercício não é
afetada pela gestação, porém, no exercício isométrico, pode predizer hipertensão ou pré-
eclâmpsia na gestação. O teste é positivo quando a PAS aumenta mais de 15mmHg, durante
exercício isométrico, e diminui mais de 14mmHg, logo após este tipo de exercício
(MAFFULLI; ARENA, 2002).
50
O
2máx
OV
&
é pouco modificado pela gestação, apesar de a capacidade física estar
bastante afetada (LUMBERS, 2002). Prevedel et al. (2003) verificaram diminuição do
2máx
OV
&
em gestantes que não praticavam atividade física. É importante salientar que os testes
foram realizados em esteira cujo exercício envolvia a sustentação do peso corporal.
Knuttgen e Emerson. (1974) e Carpenter et. al. (1990) concluíram que, no exercício
submáximo, o gasto energético da caminhada em esteira era maior do que no cicloergômetro,
atribuindo ao peso corporal a causa principal para essa diferença de gasto calórico. Sendo
assim, atividades que não envolvam suportar o peso do corpo, provavelmente, não devem
aumentar o gasto energético ou estresse fisiológico acima dos valores pré-gravídicos em
gestantes.
Corroborando com esses dados, Pivarnik, Stein e Rivera (2002) estudaram o efeito da
gestação na relação FC-
2
OV
&
, na caminhada em esteira, e verificaram que a relação entre
esses dois parâmetros encontra-se alterada na gestação, tanto no repouso quanto no exercício
contínuo submáximo. Essa diferença aumenta conforme a gestação evolui, ou seja, cada
modificação da FC, durante exercício, corresponde a uma maior alteração de
2
OV
&
, quando se
compara com o pós-parto.
Sady et al. (1989), ao relacionarem FC-
2
OV
&
, constataram aumento da FC no repouso
e em cargas baixas no cicloergômetro, durante a gestação, quando compararam com o pós-
parto, porém não verificaram diferença entre os dois estados em cargas altas. Observaram,
também, os autores que a resposta de PA, durante o exercício, é pouco alterada com a
gestação.
51
Além dos efeitos agudos das respostas cardiovasculares em gestantes, os efeitos
crônicos, da mesma forma, são objeto de vários experimentos. Como resultado de uma série
de estudos e debates, o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia (ARTAL et al.,
2003) publicou, em suas diretrizes, que, na ausência de complicações médicas e obstétricas,
são recomendados 30 minutos diários de exercício, desde que não sejam realizados todos os
dias da semana para a maioria das gestantes. Confirmando esse parecer, Leitão, Lazzoli e
Oliveira (2000) indicaram atividade física para gestantes, na total ausência de qualquer
anormalidade, mediante avaliação médica especializada.
Questões referentes ao efeito do exercício no desenvolvimento fetal vêm sendo
levantadas por Riemann e Hansen (2000), Marquez-Sterling et al. (2000), Clapp (2000),
aparentemente, com resultados favoráveis em prol do exercício.
Clapp (2000) refere que o exercício traz benefícios para a mãe e o feto, e que a
magnitude dependerá do tipo, intensidade, freqüência e duração da atividade. Entre os
benefícios maternos, citados pelo autor, estão o controle de peso, a melhoria da função
cardiovascular e da auto-estima, maior facilidade no trabalho de parto, além de ocorrer uma
melhor recuperação pós-parto. Santos et al. (2005), através de ensaio clínico randomizado de
treinamento aeróbico, na intensidade correspondente ao primeiro limiar ventilatório de três
horas semanais em gestantes sedentárias e com sobrepeso, concluíram que é possível
aumentar a capacidade aeróbica submáxima através de um programa seguro e eficaz.
Aspecto importante a ser abordado são os possíveis benefícios do exercício físico no
controle da hipertensão arterial e prevenção de síndrome pré-eclâmpsia. Sorensen et al. (2003)
concluíram que mulheres engajadas com o exercício físico regular, desde o início da gestação,
apresentavam 35% menos risco de desenvolver pré-eclâmpsia do que gestantes sedentárias.
52
Essa relação aumentava para 54%, quando as gestantes praticavam exercício vigoroso.
Corroborando com esses achados, Tomoda, Ogita e Tamura (1996) compararam 31 gestantes
que praticavam caminhada mais de três vezes por semana, na FC média de 120 bpm, com 40
gestantes que não praticaram exercício durante a gestação. No grupo que não praticou
exercício, a incidência de hipertensão na gestação foi maior, enquanto a diminuição da
resistência periférica foi maior no grupo que realizou exercícios. Weissgerber; Wolfe; Davies
(2004) relacionaram o exercício com a diminuição de incidência de hipertensão e pré-
eclâmpsia por meio dos seguintes mecanismos: a) estimulação do crescimento e
vascularização placentária; b) diminuição de estresse oxidativo; e c) reversão da disfunção
endotelial materna.
Todavia Moutquin et al. (1997) publicaram, no consenso sobre manejo e prevenção
das doenças hipertensivas na gestação, que os estudos disponíveis não eram conclusivos
quanto aos efeitos do exercício regular, no tratamento e prevenção da doença. Ainda, o
Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia (ARTAL; O’TOOLE; WHITE, 2003) inclui,
entre as contra-indicações absolutas para a prática de exercício na gestação, aquelas mulheres
que desenvolveram hipertensão induzida pela gravidez.
2.5.1.1 Protocolos de Teste de Esforço para Gestantes
Poucos são os estudos de qualidade que abordam protocolos de testes para avaliar
capacidade física, prescrição de treinamento específico e incremento de cargas durante a
gestação. Wolfe e Davies (2003) criaram um questionário chamado PARmed-X for
Pregnancy, que visa a avaliar gestantes antes do ingresso em programa de atividade física.
53
Em relação à prescrição, os autores recomendaram zonas de FC alvo diferentes das
tradicionais, pois entenderam que, durante a gestação, a FC
máx
está atenuada.
Os riscos e benefícios da realização de testes ximos de esforço para determinação
de capacidade física, durante a gestação, devem ser avaliados. Existem evidências que,
durante esforço intenso, pode ocorrer hipóxia fetal, observada pela resposta bradicárdica dos
fetos (JOVANOVIC; KESSLER; PETERSON, 1985; WOLFE, 1993; MACPHAIL et al.,
2000). Os testes submáximos, tanto em esteira quanto em cicloergômetro, têm-se mostrado
eficientes na predição do
2máx
OV
&
, sendo possível utilizarem-se protocolos escalonados ou em
rampa (WOLFE, 1993; ANDRADE et al., 2002). Todavia, é questionável a fidedignidade
desses testes, quando apenas a relação entre a carga e a FC submáxima são consideradas para
predizer o
2máx
OV
&
(WOLFE, 1993). É importante ressaltar que alterações fisiológicas,
durante a gestação, como o aumento progressivo da FC de repouso (CLARK et al., 1989;
CLAPP; CAPELESS, 1997) e a redução da FC
máx
(WOLFE; DAVIES, 2003) podem
aumentar o erro
da estimativa.
A escolha do protocolo a ser utilizado é muito importante para o sucesso de um teste
ergométrico. Em cicloergômetro, para indivíduos com limitações, recomenda-se iniciar sem
carga ou com cargas muito baixas. Nos indivíduos sem limitações, o indicado tem sido o
início do teste com 25W (ANDRADE et al., 2002). Para gestantes, é aconselhado iniciar com
cargas entre 15 e 30W, com incrementos da mesma magnitude, a cada um ou dois minutos
(WOLFE, 1993). Durante um teste de exercício, é possível realizar a análise dos gases
expirados (teste cardiopulmonar). Com esse procedimento, pode-se quantificar a ventilação
pulmonar e as frações expiradas de oxigênio e de gás carbônico e, assim, identificar, de forma
não invasiva, tanto o primeiro quanto o segundo limiar ventilatório (ANDRADE et al., 2002).
Vários estudos, envolvendo treinamento com gestantes, utilizaram os limiares ventilatórios
54
como índices para prescrição de treinamento (KNUTTGEN; EMERSON, 1974; AVERY et
al., 2001; HEENAN et al., 2003; SANTOS et al., 2005).
2.5.2 Comportamento do PA, FC e
2
OV
&
, durante Atividade Física na Água em
Gestantes
As adaptações fisiológicas ao exercício, na gestação, quando realizados na água, têm
características específicas. Muitos pesquisadores tentam entender essas adaptações, apesar de
ser um meio difícil para estudo, principalmente, em uma população especial como a de
gestantes. Algumas considerações sobre exercício são necessárias, uma vez que a atividade
física deve ser realizada visando ao bem-estar materno e fetal. É consenso entre os autores
que o fluxo sangüíneo, redirecionado para a musculatura esquelética, durante a atividade
física, não deve diminuir a circulação útero-placentária. O substrato energético necessário
para a atividade física não deve vir daquele que é imprescindível para o feto, e o aumento da
temperatura corporal deve ser dissipado, para que o feto não fique exposto a condições de
hipertermia.
Motivo de grande preocupação é a temperatura de água ideal para uma gestante se
exercitar. A hipertermia causada por sauna, banho de banheira com água muito quente e febre,
em início de gestação, aumenta o risco de defeitos no tubo neural, não sendo recomendado
que gestantes se exercitem em água quente (40,5ºC) (SASAKI et al., 1995). McMurray et al.
(1993) estudaram gestantes exercitando-se a 70% da FC
máx
, na terra e na água, com
temperatura de 30
o
C. A temperatura central, durante o exercício em ambos os meios,
aumentou muito pouco (0,8
o
C), não causando risco para o feto. Estudos com ratos nadando,
55
diariamente, em água a 34-35
o
C não indicaram formação fetal, o que mostrou uma ótima
regulação de temperatura corporal materna em ratos. Visto que não é indicado fazer exercício
em água com mais de 35
o
C, devido a potenciais efeitos teratogênicos (SOULTANAKAIS-
ALIGIANNI, 2003), pode-se inferir, com boa margem de segurança, que a temperatura, em
torno de 30 a 33
o
C, na intensidade correspondente a 70% da FC
máx
, seja adequada para
gestantes.
Segundo Katz (1996), o exercício na água apresenta algumas vantagens para mulheres
grávidas. A pressão hidrostática empurra os fluidos extravasculares para os espaços
vasculares e produz um aumento do volume central de sangue que, provavelmente, aumenta o
fluxo sangüíneo uterino. Essa pressão aumenta, proporcionalmente, com a profundidade da
imersão. No estudo de Katz, o aumento da PA e da FC, durante o exercício em água, foi
menor do que na terra, a uma mesma intensidade. Para ele, isso ocorreu, provavelmente, pelo
fato de a imersão induzir aumento de volume sangüíneo circulante.
Outras vantagens da água são a flutuação e a redução do peso hidrostático, uma vez
que atividades que não envolvam suportar o peso do corpo apresentam resposta de aumento
de DC, VS, EV
&
e
2
OV
&
, similares ao de não-gestantes, enquanto as atividades que envolvam
suporte do peso do corpo resultam em um gasto maior de O
2
, quando comparado com o
estado não-gravídico (KNUTTGEN; EMERSON, 1974).
McMurray et al. (1988), para determinar o efeito na gestação das respostas
cardiovasculares, durante exercício aquático e durante imersão, testaram 12 mulheres grávidas
que permaneceram imersas em repouso por 20 minutos, além de pedalarem por outros 20
minutos em cicloergômetro a 60% do Vo
2max
predito. A temperatura da água foi de 30
o
C, e as
gestantes foram testadas nas semanas 15, 25 e 35 de gestação e 8-10 semanas após o parto. Os
56
resultados mostraram que a FC, a uma mesma exigência metabólica, é mais baixa no
exercício na água do que na terra. A combinação de exercício aquático e gestação resultam
em um maior aumento do DC do que o esperado em terra. Esse estudo demonstra que as
respostas de FC e PA, durante o exercício na água, são diferentes daquelas observadas na
terra; por isso, sugere-se não utilizar as mesmas zonas de FC de treinamento que as utilizadas
na prescrição do exercício em terra.
Katz et al. (1990) compararam 7 gestantes, com 25 semanas de gestação, exercitando-
se a 70% do Vo
2max
em cicloergômetro, dentro e fora da água. As mulheres apresentaram
menores valores de FC e PA, durante o exercício aquático. A média da diurese, no exercício
aquático, foi de 207 ml (6,5 ml.min
-1
), enquanto que, no exercício terrestre, foi de apenas
98 ml (2,4 ml.min
-1
). A FC fetal mostrou uma tendência a ficar mais elevada após exercício
terrestre. Estudo que apresentou resultado similar foi de Kent et al. (1999), que testou 18
gestantes saudáveis, entre 20 e 33 semanas de gestação, paradas na posição de por 30
minutos, na terra, paradas na posição de pé por 30 minutos com água na altura do xifóide e 30
minutos fazendo hidroginástica em uma intensidade moderada. Tanto a hidroginástica quanto
a imersão parada produziram a mesma diurese (187 e 180 ml), enquanto a posição em fora
da água resultou em uma diurese de apenas 65 ml. Nesse estudo, a PAS e a PAD
permaneceram iguais nas três condições. O fato de o exercício aquático promover uma ótima
diurese é um aspecto bastante positivo, uma vez que o edema é uma alteração gravídica
desconfortável e, quando associado a um quadro de hipertensão e proteinúria, pode indicar
pré-eclâmpsia. O exercício aquático pode ser útil como meio de aliviar os sintomas causados
pelo edema.
57
Contrário aos resultados mencionados acima, Hartmann et al. (2001) compararam as
respostas de PA em gestantes em repouso e durante exercício na água e na terra. A imersão
afetou, minimamente, a pressão arterial na água, durante o repouso e exercício, porém tanto a
PAS quanto a PAD baixaram mais no pós-exercício da água do que da terra.
McMurray et al. (1991) avaliaram o efeito da gestação no
2
OV
&
de pico na natação, em
gestantes com 25 e 35 semanas de gestação e 9-11 semanas pós-parto, comparando com
cicloergômetro em terra. A FC máxima foi a mesma para as duas condições, terra e água. O
2
OV
&
de pico não foi afetado pela gestação no exercício em cicloergômetro, porém apresentou
redução durante a natação. Essa redução foi relacionada com a diminuição do pico
ventilatório. No pós-parto, o
2
OV
&
de pico foi igual na natação e no cicloergômetro.
Spinnewijn et al. (1996) também investigaram o
2
OV
&
de pico em gestantes, comparando
cicloergômetro e natação, e os resultados foram bastante semelhantes aos de McMurray et al.
(1991). Esses autores concluíram que a gestação não afeta o
2
OV
&
de pico tanto no
cicloergômetro quanto na natação. O
2
OV
&
de pico, o
2
COV
&
de pico e o EV
&
de pico foram
9%, 18% e 25% mais baixos na natação, mas somente o
2
COV
&
de pico foi afetado pela
gestação (-10%).
Uma questão importante a ser abordada é o resultado perinatal de gestantes que
praticam atividades aquáticas. No estudo de Prevedel et al. (2003), a hidroginástica não
determinou prematuridade, nem baixo peso nos recém-nascidos e favoreceu a adequada
adaptação metabólica e cardiovascular.
58
2.6 COMPORTAMENTO DO PA, FC E
2
OV
&
NO REPOUSO PÓS-EXERCÍCIO
2.6.1 Comportamento do
2
OV
&
no Repouso Pós-Exercício
O gasto calórico associado ao exercício inclui o gasto que ocorre no momento que o
indivíduo está se exercitando e o período de recuperação pós-exercício. A elevação do gasto
calórico, acima dos valores de repouso pré-exercício, é referida como o consumo de oxigênio
excedente pós-exercício (EPOC), segundo Gaesser e Brooks (1984). Nos exercícios terrestres,
os mecanismos que envolvem o EPOC já estão bem descritos: A intensidade como o exercício
aeróbico é realizado gera um grande efeito, tanto na duração como na magnitude do EPOC
(SEDLOCK, 1991; BINZEN ;SWAN; MADORE, 2001), ou seja, quanto mais intenso e
prolongado for o exercício, maior será o EPOC. Existem evidências que o tipo de exercício
(BRAUN; HAWTHORNE; MARKOFSKI, 2005) e o substrato metabólico (SCOTT, 1998;
BRAUN; HAWTHORNE; MARKOFSKI, 2005), utilizado durante a atividade física, também
influenciam no EPOC.
Não se encontraram, na literatura, trabalhos científicos que abordassem o EPOC em
gestantes. Fukuba et al. (2000), entretanto, o fizeram em diferentes fases do ciclo menstrual e
não encontraram diferenças significativas. Matsuo, Saitoh e Susuki (1999) encontraram
EPOC mais alto em mulheres que realizaram exercício na fase lútea do que na folicular,
porém não investigaram se as alterações hormonais decorrentes da gestação afetam ou não o
EPOC.
59
O efeito da imersão no comportamento do
2
OV
&
, durante o repouso e o exercício em
intensidades submáximas e máximas, foram apresentados nas seções 2.2 e 2.4. Apesar de
diversos estudos abordarem as adaptações agudas (SHELDAHL et al., 1984; CHRISTIE et
al., 1990; CONNELY et al., 1990; PARK; CHOI; PARK, 1999; KRUEL et al., 2001;
ALBERTON et al., 2005) e crônicas (AVELLINI; SHAPIRO; PANDOLF, 1983;
SHELDAHL et al., 1986; WILBER et al., 1996) ao exercício na água, não foram encontrados,
na literatura, estudos que abordassem o comportamento agudo do
2
OV
&
, após a atividade
aquática.
2.6.2 Comportamento da FC
no Repouso Pós-Exercício
A FC pode apresentar retorno gradual, demorando mais de 3 minutos, após a
interrupção do exercício, para atingir níveis de repouso (IMHOLZ, 1996). Short e Sedlock
(1997), após aplicar exercício em cicloergômetro, na terra, por 30 minutos, em duas
intensidades distintas, em homens e mulheres, verificaram que a FC permaneceu elevada
durante os 60 minutos de recuperação, em repouso sentado. Possíveis explicações para esse
achado são alterações na dinâmica circulatória, sensibilidade dos tecidos cardíacos ao
aumento de temperatura, além de secreção hormonal e metabólica que mantêm elevado o
drive adrenérgico. Takahashi et al. (2000) examinaram as respostas cardiovasculares de 7
homens que realizaram 5 minutos de exercício em cicloergômetro na terra, na intensidade de
80% do
2
OV
&
de pico. Eles avaliaram o comportamento da FC nos 10 minutos de recuperação
pós-exercício, nas posições sentado ou deitado. A FC apresentou rápido decréscimo,
imediatamente após exercício, sendo que, na posição deitada, foi maior do que na posição
sentada. No entanto, a média da FC, após 10 minutos de repouso, ainda permanecia mais alta
60
do que valores de repouso pré-exercício, nas duas posições em estudo. Os autores
apresentaram justificativas diferentes das de Short e Sedlock (1997). Para eles, os
mecanismos responsáveis por essa “taquicardia” pós-exercício não são claros. Eles sugeriram
a ocorrência de um possível retardo na recuperação da atividade parassimpática que poderia
ser causada por uma parcial depressão da atividade vagal mediante ação baroreflexa.
Costill, Cahill e Eddy. (1967) avaliaram as respostas fisiológicas de 8 homens jovens e
treinados, durante e após a natação, em diferentes temperaturas de água, e observaram um
comportamento mais baixo de FC, após o exercício em água fria (17,4ºC). Por outro lado,
após exercício em água quente (33,1ºC), a FC apresentou valores mais elevados. Fato
interessante foi que, durante o exercício, a FC foi semelhante nas diferentes temperaturas de
água. A recuperação do exercício aquático foi realizada na terra. A justificativa fornecida
pelos autores foi que a ocorrência de vasoconstrição periférica associada ao esfriamento da
pele, após exercício em água fria, teria afetado o ritmo da recuperação cardíaca. Connelly et
al. (1990) verificaram que a FC apresentou valores mais baixos na recuperação na água
(32,5ºC) do que na terra. É importante ressaltar que, nesse estudo, o período de 10 minutos,
observado durante a recuperação, era realizado no meio onde o exercício foi executado.
2.6.3 Comportamento da PA no Repouso Pós-Exercício
Investigações prévias que utilizaram exercício dinâmico envolvendo grandes grupos
musculares mostraram que, durante a transição entre o exercício e o repouso, os valores de PA
caem abaixo daqueles apresentados no período pré-exercício. Esses valores podem
permanecer mais baixos por períodos de tempo que variam de 15 a 60 minutos
(MacDONALD; MacDOUGALL; HOGBEN, 1999; RAINE et al., 2001; BIRCH et al.,
61
2002). A magnitude do decréscimo transitório da PA pós-exercício está relacionada com a
pressão basal (KAUFMAN et al. 1987), intensidade (MacDONALD; MacDOUGALL;
HOGBEN, 1999) e duração do exercício (MacDONALD; MacDOUGALL; HOGBEN, 2000),
como também pode depender da postura assumida durante o repouso (RAINE et al., 2001).
MacDonald; MacDougall e Hogben (1999) testaram 10 indivíduos normotensos que
participavam de atividades recreativas, com idade média de 35,0 ± 16,3. Os testes foram
realizados em dois dias e consistiam em 30 minutos de exercício em cicloergômetro na
intensidade de 50 ou 75% do
2máx
OV
&
e uma hora de repouso sentado pós-exercício. Os
autores concluíram que, independente da intensidade do exercício, as duas situações
resultaram em resposta hipotensiva pós-exercício, sendo, no quinto minuto, a resposta mais
pronunciada. a FC permaneceu mais elevada após exercício na intensidade de 75% do
2máx
OV
&
, retornando para valores de pré-exercício após 45 minutos de recuperação.
Birch, Cabbe e George (2002) verificaram modificação de comportamento da PA
decorrente do ciclo menstrual. Os valores da PAS, PAD e PAM estimada permaneceram mais
baixos durante 60 minutos de repouso após a realização de exercício na intensidade de 60%
do
2máx
OV
&
por 30 minutos. A PAS retornou para valores pré-exercício após 40 e 60 minutos
de recuperação, nas fases de utilização de contraceptivo e menstruação, respectivamente.
Piepoli et al. (1993) testaram 10 indivíduos normotensos após exercício máximo em
cicloergômetro. Os autores verificaram diminuição da PAD, ao longo de 60 minutos pós-
exercício, e usaram como justificativa a persistência da vasodilatação periférica. Legramante
et al. (2001) também usaram a mesma justificativa para a hipotensão de 60-90 minutos após
exercício máximo que realizaram com pacientes hipertensos moderados. Acrescentaram,
62
ainda, que o efeito da vasodilatação periférica, aparentemente, ativa reflexos simpáticos que
controlam, para que não ocorra queda demasiada da PA.
A resposta hipotensiva pós-exercício não é consenso na literatura. Takahashi et al.
(2000) verificaram retorno da PAS e PAD, nos primeiros 5 minutos de recuperação após
exercício realizado em cicloergômetro, na intensidade de 80% do VO
2
. Imholz (1996)
acrescentou que, na recuperação, a pressão arterial pode diminuir, rapidamente, para valores
correspondentes ao pré-teste.
A presente revisão de literatura visou a abordar os aspectos fisiológicos da gestação e
as adaptações que esta sofre quando o indivíduo é imerso no meio líquido e submetido a
esforço físico. Esse tema é muito amplo e de difícil estudo, pois, além de esta ser uma
população que necessita de cuidados especiais, o meio líquido apresenta limitações para a
realização de estudos científicos.
Dessa forma, ao serem observadas lacunas, nesta área do conhecimento, desenhou-se
um experimento que pretende preencher um espaço científico que ainda carece de maiores
esclarecimentos.
3 RECURSOS METODOLÓGICOS
3.1 DELINEAMENTO
O presente trabalho visou a analisar mulheres gestantes normais, em um momento da
gestação, e mulheres não-gestantes, caracterizando-se como um estudo de casos e controles.
Teve como intervenção da realidade o exercício físico em dois ambientes (terra e água). A
observação da amostra foi a resposta aguda ao exercício. Este estudo foi realizado durante o
ano de 2005.
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A amostra consistiu de alunas do programa de hidroginástica para gestantes do Centro
Físico Acqualità, no período de 2005, e voluntárias do meio acadêmico e da comunidade
porto-alegrense. Primeiro, foi selecionado o grupo de gestantes e, de acordo com as
características semelhantes de idade e IMC, os indivíduos do grupo de não-gestantes. As
gestantes foram recrutadas de forma seqüencial entre as alunas que iniciaram o programa em
64
2005. Dentre essas, foram admitidas, no estudo, as que forneceram consentimento informado
por escrito.
Foram utilizados questionários (Anexos A e B) para caracterização da amostra e
verificação dos critérios de inclusão e exclusão dos indivíduos recrutados.
3.2.1 Cálculo Amostral
Com base no estudo de Shedahl et al. (1986) que verificou o efeito da imersão na
resposta ao treinamento físico, calculou-se o “n” para o presente estudo. Tal experimento foi
realizado com 22 indivíduos que realizaram teste de esforço submáximo (75-80% do
2máx
OV
&
), com aumento progressivo de carga em cicloergômetro.
Quanto à variável pressão arterial sistólica, para significância de 0,05, poder de 80%,
correlação de 0,8 e, admitindo uma diferença igual ou maior que 4 mmHg, seria necessário
um “n” de 10 indivíduos. Para a pressão arterial diastólica, com significância de 0,05, poder
de 80%, correlação de 0,5, e admitindo uma diferença igual ou maior que 4 mmHg, seria
necessário um “n” de 4 indivíduos. Esses valores foram calculados no programa SAS, versão
8,2.
Optou-se pelo estudo de Sheldahl et al. (1986) para calcular a amostra, devido às
características do exercício em cicloergômetro, nos meios terra e água.
Através desses dados, estabeleceu-se que este experimento seria composto por 10
indivíduos em cada grupo, sendo um grupo de gestantes e outro de não-gestantes.
65
3.2.2 Critérios de Inclusão
Para o grupo de gestantes:
Gestantes entre a 27
a
e a 30
a
semana de gestação, que tinham familiaridade com o
meio líquido, sem complicações médicas e uso de medicação, com consumo de oxigênio
encontrado no primeiro limiar ventilatório (
2LV
OV
&
) entre 9 ml.kg
-1
.min
-1
e 22 ml.kg
-1
.min
-1
(BARROS et al., 1999)
2
, que tinham autorização médica para prática de exercício e
participação no experimento e que assinaram o termo de consentimento informado.
Para o grupo de não-gestantes:
Este grupo foi selecionado após o grupo de gestantes, pois as mulheres deviam ter a
mesma faixa etária e IMC que o grupo de gestantes, apresentar consumo de oxigênio
encontrado no primeiro limiar ventilatório (
2LV
OV
&
), entre 9 ml.kg
-1
.min
-1
e 22 ml.kg
-1
.min
-1
(BARROS; CÉSAR; TAMBEIRO, 1999), além de não apresentarem enfermidades ou
fazerem uso de medicação. Da mesma forma, deveriam ter familiaridade com o meio líquido
e assinar o termo de consentimento informado.
3.2.3 Critérios de Exclusão
A seguir, serão apresentados, em forma de itens, os critérios de exclusão para o grupo
de gestantes e não-gestantes:
2
Classificação para indivíduos com baixo e médio nível de condicionamento físico
66
Para o grupo de gestantes:
a) gestantes que não tinham autorização médica para participar do estudo;
b) gestantes fumantes;
c) gestantes que apresentaram sintomas como contrações, durante ou após os testes;
d) gestantes que apresentaram consumo de oxigênio abaixo de 9 ml.kg
-1
.min
-1
ou
acima de 22 ml.kg
-1
.min
-1
, após a realização do primeiro teste para identificação do
2LV
OV
&
.
Para o grupo de não-gestantes:
a) mulheres fumantes;
b) mulheres que apresentaram consumo de oxigênio abaixo de 9 ml.kg
-1
.min
-1
ou
acima de 22 ml.kg
-1
.min
-1
, após a realização do primeiro teste para identificação do
2LV
OV
&
;
c) mulheres que apresentaram sintomas físicos não esperados, durante ou após os
testes, como dor no peito, palpitação, falta de ar ou outros sintomas que os
investigadores julgaram relevantes.
3.2.4 Termo de Consentimento Informado (TCI)
Cada pessoa, ao ingressar na pesquisa, assinou um termo de consentimento informado,
previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio
67
Grande do Sul, registrado com o número 2005449 (Anexo C), no qual constavam todas as
informações pertinentes ao estudo (Anexo D).
3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
3.3.1 Questionário de Caracterização da Amostra do Grupo Gestante
O questionário de caracterização da amostra do grupo de gestantes foi elaborado por
pesquisadores do presente estudo e está apresentado no Anexo A. Optou-se em criar o
questionário, pois não foi encontrado na literatura um que contemplasse todas as
necessidades.
3.3.2 Questionário de Caracterização da Amostra do Grupo de Não-gestantes
O questionário de caracterização da amostra do grupo de não-gestantes, da mesma
forma que o questionário do grupo das gestantes, também foi elaborado por pesquisadores do
presente estudo e está apresentado no Anexo B.
3.3.3 Questionário para Médicos Obstetras com a Solicitação de Autorização para que
as Gestantes Participassem do Estudo
O questionário para os médicos obstetras teve como objetivo informar ao médico de
cada gestante disposta a participar do estudo, qual era o objetivo, o que seria realizado com
68
sua paciente e quais os riscos possíveis de ocorrer durante as coletas (Anexo E). No final do
questionário, foi solicitada a concordância do médico, por escrito, autorizando sua paciente a
participar do experimento. Da mesma forma que os dois questionários supracitados, este
também foi desenvolvido por pesquisadores do presente estudo.
3.3.4 Ficha de Dados Individuais – Teste Progressivo
Para a coleta, foi utilizada uma ficha individual que registrou os dados do teste
submáximo de protocolo progressivo para determinação do primeiro limiar ventilatório
(Anexo F).
3.3.5 Ficha de Dados Individuais – Teste Contínuo
Para a coleta, foi utilizada uma ficha individual para o registro dos dados do teste
contínuo e do repouso pós-exercício (Anexo G).
3.3.6 Analisador de Gases Portátil
Para a avaliação do
2
OV
&
, foi utilizado um analisador de gases portátil, marca KB1-C
(KING et al., 1999; BASSETT et al., 2001), produzido por Aerosport Inc. (EUA), e o
software para análise dos dados foi o Aerograph (EUA). Para iniciar o teste, primeiramente,
o equipamento foi ligado, aguardando-se 15 minutos para o aquecimento.
69
Os seguintes dados relativos ao sujeito em estudo e ao ambiente foram digitados:
número de identificação, peso (kg), pressão atmosférica (mmHg), altura (cm), idade (anos),
sexo. Foi selecionado o fluxo baixo e realizadas duas autocalibrações, antes do início do teste.
Foi colocada, no indivíduo, uma máscara de silicone, com ajuste, para manter as narinas
fechadas, e um adaptador para o pneumotacômetro, evitando, assim, qualquer escape de ar. O
pneumotacômetro foi ligado ao KB1-C por meio de conectores que fizeram o transporte dos
gases.
Esse procedimento foi realizado de acordo com o manual do equipamento. O
equipamento foi aferido nas condições ambientais em que se realizaram as coletas, conforme
laudo emitido pela empresa responsável (Anexo H).
3.3.7 Sensor de Batimentos Cardíacos
Para a avaliação da freqüência cardíaca, foi utilizado um sensor da marca Polar,
modelo F1
TM
, produto da Polar Electro Oy, fabricado na Finlândia.
3.3.8 Estadiômetro
A fim de verificar a estatura, foi utilizado um estadiômetro da marca Filizola,
constituído de uma escala métrica, na qual desliza um cursor que mede a estatura do indivíduo
na posição em pé. Esta escala é fixa a uma base apoiada no solo, com resolução de 1mm. Os
indivíduos foram medidos com trajes de banho secos e sem sapatos.
70
3.3.9 Balança
Uma balança de alavanca da marca Filizola, com resolução de 100g, foi utilizada para
a determinação da massa corporal. Os indivíduos foram medidos com trajes de banho secos e
sem sapatos.
3.3.10 Barômetro Aneróide
Foi utilizado um barômetro da marca Suunto para a medição da pressão atmosférica.
3.3.11 Termômetro
Para verificar a temperatura da água, foi utilizado um termômetro químico, de líquido
vermelho, da marca Incoterm, apresentando resolução de 1ºC.
3.3.12 Metrônomo
Com a finalidade de determinar a freqüência de execução das pedaladas, foi utilizado
um metrônomo da marca Matrix, modelo MR-500, programado para 50 batimentos por
minuto (bpm).
71
3.3.13 Bicicleta
Foi utilizada uma bicicleta estacionária Monark (Valburg, Suécia) para teste
ergométrico, ligada por uma correia de 6 m a uma bicicleta Sculptor (Rio Grande do Sul,
Brasil) estacionária. A correia foi posicionada na coroa da Sculptor e no pinhão da Monark.
Foram, ainda, colocadas barras de ferro presas nas laterais para garantir que, ao pedalar a
Sculptor, a Monark não se deslocasse. Nos testes na água, a Sculptor foi utilizada para
pedalar, ficando imersa na piscina, enquanto a carga foi controlada na Monark, sempre fora da
água, conforme demonstrado na ilustração a seguir (Fig. 1):
Figura 1: Desenho esquemático do posicionamento das bicicletas Monark e Sculptor
ligadas por correia de seis metros.
Nos testes em terra, os indivíduos pedalaram na Monark com a correia original, sendo
a calibração realizada antes do início das coletas. A bicicleta foi colocada em uma superfície
Bicicleta Sculptor
C
C
O
O
R
R
R
R
E
E
I
I
A
A
Barras de ferro
Bicicleta
Monark
C
C
o
o
n
n
t
t
r
r
o
o
l
l
e
e
d
d
e
e
c
c
a
a
r
r
g
g
a
a
72
plana, pendurando-se pesos conhecidos (1-4 kg) na cinta da roda frontal e realizando-se um
ajuste no braço do pêndulo para refletir estes parâmetros (BASSETT et al., 2001).
3.3.14 Piscina
O experimento foi realizado na piscina do Centro Natatório da EsEF-UFRGS, com
dimensões de 16 m x 6 m x 1,10 m, com água clorada, de acordo com as normas da Secretaria
da Saúde (vigilância sanitária) de Porto Alegre, com temperatura entre 31,5 e 33
o
C.
3.3.15 Aparelho de Pressão Arterial
Para as medidas de pressão arterial, foi utilizado um esfigmomanômetro de coluna de
mercúrio (GUIMARÃES et al., 2003) da marca Baumanometer (W. A. Baum Co. New
York), com resolução de 2mmHg, que foi calibrado antes das coletas, e um estetoscópio da
marca Tycos.
3.4 VARIÁVEIS
3.4.1 Variáveis Dependentes
Foram consideradas como variáveis dependentes o consumo de oxigênio e a pressão
arterial.
73
3.4.2 Variáveis Independentes
Foram considerados como variáveis independentes o estado gravídico (mulheres
grávidas e mulheres não-grávidas), o meio (água e terra) e a situação (exercício e pós-
exercício).
3.4.3 Variáveis de Controle
Como variável de controle, considerou-se a temperatura da água: média de 32,4 ± 0,37
o
C, variando de 31,7 a 33
o
C.
3.4.4 Variáveis Intervenientes
Foi considerada como variável interveniente a temperatura da terra: média de 20,8 ±
3,29
o
C, variando de 14 a 26
o
C.
3.5 TRATAMENTO DAS VARIÁVEIS DEPENDENTES
3.5.1 Pressão Arterial Sistólica e Diastólica de Repouso Deitada
A pressão foi medida após 10 minutos, tendo o indivíduo permanecido deitado na
posição de decúbito lateral esquerdo, por esfigmomanômetro de coluna de mercúrio, através
74
da determinação do primeiro e do quinto ruído de Korotkoff (LINDHEIMER; KATZ, 1991;
GOMES et al., 2003).
A leitura das medidas foi realizada sempre no braço direito, estendido ao longo do
corpo e apoiado pelo avaliador com o estetoscópio posicionado sobre a fossa antecubital.
3.5.2 Pressão Arterial Sistólica e Diastólica no Repouso Sentada, no Repouso Sentada
no Cicloergômetro e no Exercício
Foram medidas por esfigmomanômetro de coluna de mercúrio, por meio da
determinação do primeiro e do quinto ruído de Korotkoff (LINDHEIMER; KATZ, 1991;
GOMES et al., 2003). As leituras das medidas foram realizadas na posição sentada, com o
braço direito estendido na altura do coração e apoiado pelo avaliador com o estetoscópio
posicionado sobre a fossa antecubital.
3.5.3 Pressão Arterial Média Estimada (PAM)
Neste estudo, a pressão arterial média estimada foi calculada da seguinte forma: (PAS
+ 2 X PAD)/3). A verdadeira pressão arterial média pode ser obtida apenas por meio de
métodos mais complexos, porém, para a maioria dos propósitos, é possível estimá-la através
de fórmula.
75
3.5.4 Consumo de Oxigênio (
2
OV
&
)
O consumo de oxigênio foi coletado por meio de analisador de gases portátil da marca
KB1-C, em l.min-
1
, com intervalo de amostragem a cada 20 segundos. O pneumotacógrafo foi
utilizado no fluxo baixo, com vazão de 2 a 30 litros/min, permitindo que fosse realizada a
coleta dos valores de repouso e exercício, sem necessitar nova calibração entre elas.
3.6 TRATAMENTO DAS VARIÁVEIS INDEPENDENTES PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
3.6.1 Descrição da Coleta dos Dados
A amostra foi submetida a quatro dias de testes, com intervalo mínimo de 48 horas e
máximo de 72 horas entre eles. Os indivíduos compareceram ao Centro Natatório da Escola
de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em dias e horários
previamente combinados.
No primeiro dia, houve o preenchimento dos questionários e a entrega da autorização
médica e do consentimento informado para inclusão na pesquisa. Após o sorteio da ordem dos
testes, realizou-se o primeiro teste progressivo. Todos os participantes do estudo estavam
cientes de que não poderiam praticar outra atividade física durante as duas semanas em que
ocorressem os testes da pesquisa.
76
3.6.1.1 Teste para Determinação do Primeiro Limiar Ventilatório (
2LV
OV
&
)
Foram realizados, com intervalo mínimo de 48 horas e máximo de 72 horas, dois
testes cardiopulmonares submáximos, com aumento de carga progressiva para a determinação
do primeiro limiar ventilatório, um na água e outro na terra.
O indivíduo chegava ao Centro Natatório no horário marcado, tendo sido orientado,
previamente, que a ingestão de qualquer alimento deveria ter sido realizada no máximo 1 hora
antes do horário de chegada no local, além de 24 horas sem ingestão de cafeína.
Ao chegar, eram realizadas as medidas de peso e estatura, colocados o monitor de FC,
a máscara para coleta de gases e o manguito do aparelho de pressão (esfigmomanômetro de
coluna de mercúrio). Após, o indivíduo permanecia deitado em decúbito lateral esquerdo por
10 minutos para as coletas do
2
OV
&
, da PA e da FC. Em seguida, era orientado a sentar em
uma cadeira e permanecer, assim, por 3 minutos. No final desse período, era realizada a coleta
dos mesmos parâmetros cardiorrespiratórios citados anteriormente.
O indivíduo se deslocava até o cicloergômetro e, após sentar, permanecia em repouso
por mais 2 minutos. Após esse período, eram realizadas as medidas de repouso sentado no
cicloergômetro do
2
OV
&
, da PA e da FC. Quando o teste era realizado na água, a profundidade
de imersão ficava próxima da altura do apêndice xifóide.
O aquecimento tinha a duração de um minuto, pedalando na velocidade de 50 rpm sem
carga; a seguir, esta era aumentada para a carga inicial, correspondente a 25 watts, e sofria
incrementos de 25 watts, a cada 2 minutos, sendo que a velocidade permanecia constante. O
teste era interrompido, assim que identificado o
2LV
OV
&
, que poderia variar de acordo com o
77
indivíduo entre 40 e 70% do
2máx
OV
&
previsto. A realização desse procedimento foi possível,
visto que o programa Aerograph fornece os dados on-line.
Os testes apresentaram duração entre 6 e 10 minutos (tempo esperado para este tipo de
teste), seguido de esfriamento por 2 minutos, sem carga no final do esforço. O protocolo
utilizado neste estudo foi adaptado de Jovanovic, Kessler e Peterson (1985) e Wolfe (1993).
Durante os testes, a FC e
2
OV
&
foram registrados a cada 20 segundos, e a PA nos
últimos 30 segundos de cada estágio.
O
2LV
OV
&
foi identificado por um profissional de educação física pela análise do ponto
de inflexão das curvas de ventilação, da captação de O
2
e da produção de CO
2
. O ponto em
que o equivalente ventilatório para O
2
( EV
&
/
2
OV
&
) aumentava, sistematicamente, sem um
aumento do equivalente ventilatório para CO
2
, ( EV
&
/
2
COV
&
) foi considerado o
2LV
OV
&
(WILMORE; COSTILL, 1994), conforme ilustrado no gráfico abaixo (Fig. 2):
Figura 2: Curva de EV
/
2
OV
&
e EV
/
2
COV
ao longo do tempo
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 100 200 300 400
VE/VO2
VE/VCO2
tempo (seg)
VE/VO
2 –
VE/VCO
2
(ml/min)
78
Foi identificado, também, por meio do V-SLOPE”, desvio na linearidade da relação
entre consumo de O
2
e a produção de CO
2
(ANDRADE et al., 2002), conforme ilustração a
seguir (Fig. 3):
Figura 3: V-Slope:
2
COV
/
2
OV
Após a interrupção do teste, outros dois profissionais de educação física confirmaram
o ponto de quebra do primeiro limiar ventilatório. Caso o
2LV
OV
&
não tivesse sido identificado
pelos dois outros avaliadores, o teste seria repetido após 48 horas de repouso. Este fato, no
entanto, não ocorreu em nenhum dos testes realizados.
Determinado o
2LV
OV
&
, foi plotada a FC correspondente, nos dois meios em estudo,
para a utilização das mesmas nos testes de protocolo contínuo que serão descritos a seguir.
Estes testes foram realizados dentro da escola de Educação Física da UFRGS que
conta com um Laboratório de Pesquisa do Exercício (LAPEX-UFRGS), o qual possui, em seu
quadro de pessoal, um médico responsável que poderia ser contatado a qualquer momento, em
caso de necessidade durante o experimento.
2
COV
&
/
2
OV
0
0,5
1
1,5
2
0
0,5
1
1,5
2
2
OV
VCO
2
79
3.6.1.2 Teste Contínuo de 30 Minutos na Intensidade do Primeiro Limiar Ventilatório
Dois testes foram realizados, com duração de 30 minutos cada um em terra e o outro
em água na FC correspondente ao primeiro limiar ventilatório encontrado no teste
submáximo progressivo em cada meio. É importante ressaltar que esses dois testes foram
objetos do presente estudo, pois os testes progressivos serviram apenas como um instrumento
para determinar a intensidade que seria empregada nos testes contínuos. A duração de 30
minutos teve como objetivo tentar reproduzir o tempo de atividade aeróbica que,
normalmente, é observada nas academias de ginástica.
Da mesma forma que os testes anteriores, o indivíduo foi orientado que seria permitido
ingerir alimentos até um hora antes do horário de chegada no centro natatório e estar 24
horas sem ingestão de cafeína. Ao chegar, eram realizadas as medidas de peso e estatura. Foi
colocado o monitor de FC, a máscara para coleta de gases e o aparelho de pressão. O
indivíduo permanecia deitado por 10 minutos para as coletas de repouso deitado; em seguida,
sentava-se em uma cadeira na qual permanecia por 3 minutos. No final desse período, era
realizada a coleta de repouso sentado. Esse procedimento é igual ao que foi descrito, mais
detalhadamente, nos testes progressivos.
O indivíduo era, então, encaminhado para a bicicleta que, dependendo da ordem
sorteada, o teste poderia ser realizado dentro ou fora da água. Após o período de 2 minutos em
que o indivíduo estava sentado na bicicleta, era realizada mais uma medida de repouso
sentado. As medidas de exercício consistiram no registro da PA a cada 5 minutos, e da FC e
do
2
OV
&
a cada 20 segundos.
Para análise dos dados de FC e
2
OV
&
foi utilizada a média das três medidas do nono,
80
décimo quarto, décimo nono, vigésimo quarto e vigésimo nono minutos. Para a análise dos
dados da PA, foram consideradas todas as medidas realizadas no décimo, décimo quinto,
vigésimo, vigésimo quinto e trigésimo minutos. O exercício iniciava com o individuo
pedalando por 4 minutos, sem carga, em uma cadência de 50 rpm; a seguir, a carga era
aumentada até o indivíduo atingir a FC correspondente ao primeiro limiar ventilatório,
conforme encontrado no teste progressivo no meio correspondente.
Após ser regulada a carga, era aguardado o tempo de 2 minutos para estabilização da
FC. Caso não atingisse ou ultrapassasse a FC desejada, era realizado novo ajuste de carga. Até
completar os 30 minutos de tempo total de teste, quando necessário, a carga era ajustada para
a manutenção da FC alvo; porém, a velocidade foi sempre mantida a 50 rpm.
No final dos 30 minutos, o teste era interrompido sem esfriamento, o indivíduo era
orientado a sair da bicicleta e sentar em uma cadeira.
3.6.1.3 Medidas das Variáveis Fisiológicas durante 30 Minutos após Exercício
O repouso pós-exercício foi sempre realizado fora da água, com o indivíduo sentado
em uma cadeira próximo ao local onde o teste foi realizado. Nos testes de água, como o
indivíduo estava molhado, um dos avaliadores o secava com uma toalha e colocava um
roupão e toalhas secas sobre seus ombros, para que não sentisse frio (Fig. 4). Nos 30 minutos
seguintes, foram registradas as medidas da PA, a cada 5 minutos, e da FC e
2
OV
&
, a cada 20
segundos. Foi utilizada, para análise dos dados de FC e
2
OV
&
, a média das três medidas do
quarto, nono, décimo quarto, décimo nono, vigésimo quarto e vigésimo nono minuto. Para a
PA, foram utilizadas as medidas realizadas no quinto, décimo, décimo quinto, vigésimo,
vigésimo quinto e trigésimo minuto.
81
Figura 4: Indivíduo sentado no período de pós-exercício aquático
Após completar os 30 minutos de repouso, o equipamento era retirado e ofereciam-se
água e uma barra de cereal para o indivíduo. A seguir, confirmada a data e horário do
próximo dia de teste e, estando o indivíduo sentindo-se bem, era dispensado.
3.6.2 Quadro Resumo do Delineamento Experimental
A Figura 5 apresenta um resumo do desenho experimental utilizado nesta dissertação.
Variáveis independentes
(estado)
Variáveis independentes
(intervenções)
Variáveis dependentes
A
X
1
X
2
O
1
- O
2
– O
3
- O
4
O
1
- O
2
– O
3
- O
4
B
X
1
X
2
O
1
- O
2
– O
3
- O
4
O
1
- O
2
– O
3
- O
4
Nota: A = grupo de gestantes; B = grupo de não-gestantes; X
1
e X
2
= a
ordem foi definida, aleatoriamente, por sorteio. X
1
=intervenção
1, os indivíduos executaram o exercício de pedalar em bicicleta dentro da água por 4 minutos, sem carga, em uma cadência
de 50 rpm; a seguir, a carga foi aumentada até o indivíduo atingir a FC correspondente ao primeiro limiar ventilatório
(determinado pelo teste progressivo), mantendo essa intensidade por 25 minutos; X
2
= intervenção 2, os indivíduos
executaram o exercício de pedalar em bicicleta fora da água por 4 minutos, sem carga, em uma cadência de 50 rpm; a seguir,
a carga foi aumentada até o indivíduo atingir a FC correspondente ao primeiro limiar ventilatório (determinado pelo teste
progressivo), mantendo esta intensidade por 25 minutos; O
1
= pressão arterial durante exercício; O
2
= consumo de oxigênio
durante exercício; O
3
= pressão arterial no pós-exercício; O
4
=
consumo de oxigênio no pós-exercício.
Figura 5: Desenho experimental
82
3.7 ANÁLISE DOS DADOS – TRATAMENTO ESTATÍSTICO
A partir da coleta de dados realizada, foi elaborado um banco de dados. Todos os
procedimentos descritos a seguir foram realizados nos programas SPSS
®
, versão 11,0 e
Excel
®
2003.
Foi realizada estatística Descritiva e Normalidade (teste de Shapiro-Wilks).
Como os dados foram normais (Anexo I), foi utilizada estatística paramétrica.
Para a caracterização da amostra, usou-se estatística descritiva (média, desvio padrão,
valores mínimos e máximos). A igualdade das médias entre os dois grupos foi testada pelo
teste t para amostras independentes.
Para identificação dos valores de repouso do pré-exercício, em cada grupo, nos quatro
dias de testes, foi empregada análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas.
A fim de verificar se a FC obtida no teste progressivo foi a mesma praticada no teste
contínuo, foi utilizado teste t pareado.
Para análise das variáveis dependentes, durante e após o exercício, foi utilizada
regressão para os diferentes momentos de coletas ao longo dos testes. Como não houve
significância dos coeficientes dos modelos de regressão para as variáveis em estudo, foi
possível utilizar a média destes valores para o exercício e para o pós-exercício.
83
Para comparar as respostas entre os meios (água e terra), entre o estado (gestante e
não-gestante) e a interação entre os fatores, ANOVA two-way foi usada.
Por fim, para comparar as situações de repouso pré-exercício e pós-exercício, em cada
grupo, teste t pareado foi utilizado.
As análises acima descritas foram realizadas empregando-se, como nível de
significância, um alfa de até 5%.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
A amostra foi composta por um grupo de 20 mulheres adaptadas ao meio líquido,
conforme verificado no questionário de caracterização da amostra, sendo 10 gestantes (9
nulíparas e uma multípara) e 10 não-gestantes. A adaptação ao meio líquido é importante,
pois sua falta pode provocar sentimentos de medo, ansiedade ou desconforto em relação ao
meio aquático, alterando as respostas de FC e PA.
As gestantes iniciaram os testes progressivos com idade gestacional entre 27 e 28
semanas, e os testes contínuos entre 27 e 29 semanas. Tais períodos de idade gestacional
foram escolhidos porque, neste momento, as principais adaptações cardiovasculares estão
bem estabelecidas (CAPELESS; CLAPP, 1989; CLARK et al., 1989; DUVEKOT et al.,
1993; PIRVANIK, 1996; CLAPP; CAPELESS, 1997; LUMBERS, 2002).
É possível observar, na Tabela 1, que caracteriza a amostra da pesquisa, que há pouca
diferença entre as características dos dois grupos em estudo, demonstrando a homogeneidade
85
entre eles. Os dados demonstram diferenças significativas quanto à massa corporal e IMC
atual entre os grupos; todavia, quando ao comparar o IMC que o grupo de gestantes possuía
antes da gestação, pôde-se evidenciar que não diferenças significativas entre eles. O
ganho de peso total do grupo de gestantes foi considerado adequado para a idade gestacional
(SCHIRMER et al., 2000).
Tabela 1: Caracterização da amostra: médias, desvios padrão (DP), valores mínimos e
máximos das variáveis: idade (anos), estatura (m), massa corporal (kg), IMC atual
(kg/m
2
), massa pré-gravídica (kg), IMC pré-gravídico (kg/m
2
), IMC pré-gravídico/
IMC atual não-gestante (kg/m
2
), ganho total de peso (kg), ganho de peso durante
testes (kg), idade gestacional início teste (semanas)
Gestante Não-gestante
Variáveis
Média (DP) Mín Máx Média (DP) Mín Máx
Sig.
Idade 31,90 ± 3,14 28,00 38,00 32,30 ± 2,83 28,00 38,00 0,768
Estatura 1,62 ± 0,06 1,54 1,73 1,63 ± 0,06 1,50 1,74 0,723
Massa corporal 65,53 ± 6,42 53,20 73,40 58,23 ± 6,34 51,30 68,20 0,009
IMC atual 24,86 ± 1,88 22,39 28,36 21,84±1,66 19,59 24,75 0,001
Massa pré-gravídica 57,05 ± 6,85 46,00 66,00
IMC pré-gravídico 21,65 ± 2,06 18,82 25,32
IMC pré-grav/atual não gest 21,65 ± 2,06 18,82 25,32 21,84 ± 1,66 19,59 24,75 0,831
Ganho total de peso 8,48 ± 1,69 5,90 11,20
Ganho de peso durante testes 0,56 ± 0,49 0,00 1,60
Idade gestacional início teste 27,70 ± 0,48 27,00 28,00
4.2 FC NOS TESTES PROGRESSIVOS E CONTÍNUOS
A Tabela 2 demonstra que não houve diferença na média da FC obtida no momento
do primeiro limiar ventilatório dos testes progressivos, com a FC praticada nos 30 minutos de
testes contínuos, através de teste t pareado, tanto no grupo de gestantes quanto no de não-
gestantes.
86
Tabela 2: Comparação entre a freqüência cardíaca (bpm) correspondente ao primeiro limiar
ventilatório encontrado nos testes progressivos, na água e na terra, com a
freqüência cardíaca média observada nos testes contínuos para gestantes e não-
gestantes
A FC foi a variável fisiológica escolhida para controle da intensidade e, caso os
valores apresentassem diferença entre os testes progressivos e contínuos, não teria sido
possível alcançar as conclusões de acordo com nossos objetivos.
4.3 REPOUSO SENTADO NOS QUATRO DIAS DE TESTE
Quando se analisam variáveis fisiológicas, em dias diferentes, é importante que os
indivíduos tenham esses valores basais semelhantes. A Tabela 3 apresenta, através de
ANOVA para medidas repetidas, a comparação das variáveis
2
OV
&
, FC e PA no pré-
exercício, durante repouso sentado na terra, após 10 minutos de repouso deitado nos quatro
dias de testes. Não houve diferença estatisticamente significante entre os valores das
variáveis fisiológicas em estudo nos quatro dias de testes, demonstrando, portanto, que estas
apresentaram baixa variabilidade em seus níveis basais.
Gestante Não-gestante
Variáveis N
Média (DP) Sig. Média (DP) Sig.
FC correspondente
2LV
OV
&
água
10
125,13 ± 6,23 123,00 ± 5,08
FC teste contínuo água 10 125,21 ± 6,73
0,892
123,67 ± 5,84
0,154
FC correspondente
2LV
OV
&
terra
10
125,60 ± 10,88
121,30 ± 8,37
FC teste contínuo terra 10 126,79 ± 10,14
0,384
122,13 ± 7,35
0,108
87
Tabela 3: Análise de variância para medidas repetidas das variáveis
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo (ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm), PAS (mmHg), PAD (mmHg), PAM
estimada (mmHg), na posição de repouso sentado, nos quatro testes (teste 1 =
progressivo água, 2 = progressivo terra, 3 = contínuo água, 4 = contínuo terra).
Os dados apresentados a seguir dizem respeito aos dois dias de testes contínuos, que
compreenderam o objeto do presente estudo. Como já foi descrito no item 3, os testes
progressivos foram tão somente instrumentos para determinação da intensidade em que o
exercício seria realizado nos testes contínuos. Isto se deu através da medida da FC obtida no
primeiro limiar ventilatório. Os resultados globais dos testes progressivos, portanto, não serão
Gestante Não-gestante
Teste N Média (DP) F Sig Média (DP) F Sig
1 10 0,25 ± 0,05 0,21 ± 0,05
2
OV
&
absoluto
2 10 0,26 ± 0,07 1,098 0,411 0,22 ± 0,07 0,686 0,589
3 10 0,22 ± 0,05 0,23 ± 0,07
4 10 0,24 ± 0,05 0,25 ± 0,07
1 10 3,84 ± 0,58 3,66 ± 1,02
2
OV
&
relativo
2 10 4,02 ± 0,98 0,815 0,525 3,68 ± 0,85 0,711 0,576
3 10 3,47 ± 1,00 4,04 ± 1,25
4 10 3,66 ± 0,75 4,28 ± 1,29
1 10 89,77 ± 10,73
78,43 ± 12,00
FC 2 10 85,90 ± 6,44 1,180 0,384 77,28 ± 10,44
0,282 0,837
3 10 90,13 ± 10,32
80,40 ± 10,44
4 10 86,27 ± 5,58 78,67 ± 12,95
1 10 110,80 ± 9,10
109,20 ± 9,10
PAS 2 10 111,20 ± 11,12
0,019 0,996 110,40 ± 6,24
0,854 0,507
3 10 110,40 ± 7,82
105,20 ± 11,36
4 10 110,80 ± 11,00
109,40 ± 7,78
1 10 73,60 ± 8,73 74,80 ± 6,41
PAD 2 10 74,20 ± 6,07 0,916 0,481 76,00 ± 6,33 0,819 0,523
3 10 70,80 ± 5,59 72,60 ± 5,42
4 10 71,40 ± 6,54 72,40 ± 5,64
1 10 86,00 ± 8,47 86,27 ± 6,71
PAM 2 10 86,53 ± 7,19 0,408 0,752 87,47 ± 5,03 1,018 0,440
3 10 84,00 ± 5,11 83,47 ± 6,84
4 10 84,53 ± 7,34
84,73 ± 5,52
88
analisados. As tabelas com os valores de média das variáveis em estudo no repouso, durante o
período de pré-exercício e a análise de variância two-way do respectivo período, estão nos
Anexos 10 e 11, respectivamente. Esses resultados não serão discutidos, pois não são objeto
do presente estudo.
4.4 ANÁLISE DOS DADOS DURANTE O EXERCÍCIO DE 30 MINUTOS
Como foi descrito no capítulo de materiais e métodos, as medidas das variáveis
dependentes foram coletadas em cinco momentos durante o exercício em cicloergômetro.
Para realizar a análise dessas variáveis, o primeiro passo foi identificar possíveis diferenças
entre estes cinco momentos, utilizando-se a regressão linear, que é uma ferramenta estatística
que permite traçar uma reta e identificar, através da inclinação desta, se existe alguma
tendência de crescimento ou decréscimo, ao longo do tempo (CALLEGARI-JACQUES,
2004). Não foi encontrado coeficiente angular significativamente diferente de zero. Desse
modo, conclui-se que não diferenças entre os cinco momentos ao longo do tempo. Não
havendo diferenças, utilizou-se uma média dos cinco momentos para cada variável de
resposta, em cada indivíduo, e não mais a média de cada momento. Em anexo, encontra-se a
tabela referente às regressões (Anexo M).
4.4.1 Comportamento da Pressão Arterial Durante o Exercício
A Tabela 4 apresenta os valores médios das medidas de pressão arterial durante
exercício.
89
Tabela 4: Estatística descritiva, média, desvio padrão (DP), intervalo de confiança (IC) para
as variáveis PAS (mmHg), PAD (mmHg), PAM estimada (mmHg) na água e na terra
no exercício.
Variável Estado Meio N Média (DP)
95% IC
Mínimo - Máximo
Gestante Água 10 131,64 ± 8,25 125,69 - 137,59
Terra 10 142,64 ± 11,32 136,69 - 148,59
Total 20 137,14 ± 11,17 132,93 - 141,35
Não-gestante Água 10 130,56 ± 8,49 124,61 - 136,51
Terra 10 135,96 ± 8,74 130,01 - 141,91
Total 20 133,26 ± 8,83 129,05 - 137,47
Total Água 20 131,10 ± 8,16 126,89 - 135,31
Terra 20 139,30 ± 10,42 135,09 - 143,51
PAS
Total 40 135,20 ± 10,13 132,22 - 138,18
Gestante Água 10 64,80 ± 5,91 60,26 - 69,34
Terra 10 74,52 ± 5,38 69,98 - 79,06
Total 20 69,66 ± 7,42 66,45 - 72,87
Não-gestante Água 10 67,44 ± 5,73 62,90 - 71,98
Terra 10 69,00 ± 10,18 64,46 - 73,54
Total 20 68,22 ± 8,08 65,01 - 71,43
Total Água 20 66,12 ± 5,83 62,91 - 69,33
Terra 20 71,76 ± 8,41 68,55 - 74,97
PAD
Total 40 68,94 ± 7,69 66,67 - 71,21
Gestante Água 10 87,08 ± 4,18 83,37 - 90,79
Terra 10 97,23 ± 5,70 93,51 - 100,94
Total 20 92,15 ± 7,13 89,53 - 94,78
Não-gestante Água 10 88,48 ± 4,82 84,77 - 92,19
Terra 10 91,32 ± 7,80 87,61 - 95,03
Total 20 89,90 ± 6,48 87,27 - 92,53
Total Água 20 87,78 ± 4,45 85,15 - 90,41
Terra 20 94,27 ± 7,31 91,65 - 96,90
PAM
Total 40 91,03 ± 6,82 89,17 - 92,88
Para estudar o efeito do estado gravídico no exercício físico e do meio onde o
exercício foi realizado, além da interação entre esses dois fatores, foi utilizada análise de
variância two-way. Os resultados estão apresentados na Tabela 5.
90
Tabela 5: Análise de variância para as variáveis PAS (mmHg), PAD (mmHg), PAM
estimada (mmHg), na água e na terra, no exercício.
A seguir serão apresentadas as Figuras 6, 7 e 8 que representam de forma gráfica as
interações entre o estado e o meio nas variáveis PAS, PAD e PAM estimada, respectivamente.
MEIO
TerraÁgua
PAS mmHg
150
148
146
144
142
140
138
136
134
132
130
128
126
124
122
120
ESTADO
Gestante
Não Gestante
Figura 6: Comportamento da PAS expresso pela média, no exercício na
água e na terra, realizado por gestantes e não-gestantes
Fatores
Variáveis
dependentes
Soma de
quadrados
Graus de
liberdade
Médias
de quadrados
Teste F Valor P
PAS 150,54 1 150,54 1,747 0,195
PAD 20,74 1 20,74 0,414 0,524
ESTADO
PAM 50,78 1 50,78 1,515 0,226
PAS 672,40 1 672,40 7,805 0,008
PAD 318,10 1 318,10 6,351 0,016
MEIO
PAM 421,63 1 421,63 12,582 0,001
PAS 78,40 1 78,40 0,910 0,346
PAD 166,46 1 166,46 3,324 0,077
ESTADO x
MEIO
PAM 133,47 1 133,47 3,983 0,054
PAS 3101,54 36 86,15
PAD 1803,04 36 50,08
ERRO
RESIDUAL
PAM 1206,43 36 33,51
PAS 4002,88 39
PAD 2308,34 39
TOTAL
CORRIGIDO
PAM 1812,31 39
91
MEIO
TerraÁgua
PAD mmHg
80
78
76
74
72
70
68
66
64
62
60
ESTADO
Gestante
Não Gestante
Figura 7: Comportamento da PAD expresso pela média, no exercício
na água e na terra, realizado por gestantes e não-gestantes
Figura 8: Comportamento da PAM estimada expresso pela média, no
exercício na água e na terra, realizado por gestantes e o-
gestantes
MEIO
TerraÁgua
PAM mmHg
100
98
96
94
92
90
88
86
84
82
80
ESTADO
Gestante
Não Gestante
92
A Tabela 5 e as Figuras 6, 7 e 8 permitiram demonstrar que o efeito do meio foi
significativo sobre a pressão arterial, ou seja, ela apresenta comportamento diferente durante
exercício realizado no meio aquático e terrestre. É possível identificar que, no meio aquático,
a resposta da PAS, PAD e PAM estimada foi mais baixa do que no exercício terrestre.
Todavia, ao analisar apenas o efeito do estado (gestantes e não-gestantes), este não
apresentou diferenças significativas. Para a PAD e PAM estimada, verificou-se uma possível
interação entre estado e meio, ou seja, a pressão apresentou valor mais baixo durante
exercício no meio aquático potencializado pelo estado gravídico.
A literatura é bastante restrita quando se trata de comparar o efeito do meio aquático
com o terrestre, na resposta de PA, durante exercício físico com gestantes. McMurray et al.
(1988) avaliaram o comportamento da PA em gestantes, em diferentes idades gestacionais
(15, 25, 35) e 8-10 semanas pós-parto. A atividade física do estudo foi pedalar em
cicloergômetro, por 20 minutos, na intensidade de 60% do
2máx
OV
&
predito na terra e na água,
à temperatura de 30ºC. Os autores verificaram respostas de PA mais baixas no exercício
aquático do que no terrestre, independente da idade gestacional avaliada. Os autores não
encontraram diferenças significativas deste comportamento entre o período gestacional e o
pós-parto. Cinco anos mais tarde, o mesmo grupo de pesquisadores, McMurray, Katz e
Meyer-Goodwin (1993) avaliaram 7 gestantes, na 25º semana gestacional, durante exercício
de 20 minutos em cicloergômetro, na água e na terra, na intensidade correspondente a 70%
da FC
máx
predita para a idade. Confirmando os resultados obtidos no estudo anterior, os
autores constataram que tanto a FC quanto a PA eram mais baixas no exercício aquático.
Esses dados corroboram com o presente estudo que encontrou evidências significativas de
valores menores da PAS (p=0,008), PAD (p=0,016) e PAM estimada (p=0,001), quando
comparou exercício aquático com terrestre.
93
Uma possível justificativa para a diminuição da PA, durante imersão, é o aumento da
pré-carga cardíaca (PARK; CHOI; PARK, 1999), fato diretamente relacionado ao aumento
da pressão venosa central durante a imersão (GABRIELSEN; JOHANSEN; NORSK, 1993).
O aumento do volume central de sangue e do DC gera maior fluxo sangüíneo renal (KENT et
al., 1999), pela diminuição da renina plasmática e aumento da concentração do peptídeo
natriurético atrial (ASAI et al., 1994), dessa forma, contribuindo para a diminuição da PA
durante imersão.
Foram encontrados, em maior número na literatura, estudos que avaliaram a resposta
da pressão arterial durante o exercício em terra com mulheres grávidas, e a maioria encontrou
pouca diferença quando compararam com o estado não gravídico (FIEROBE et al., 1990;
VAN DOORN et al., 1992; PIVARNIK et al., 1993; AVERY et al., 2001).
Durante o exercício dinâmico, o sangue é distribuído para a musculatura esquelética e
pele, acarretando um grande aumento de DC. Na gestação, esse aumento do DC, durante o
exercício, está potencializado. Dessa forma, a pressão arterial poderia elevar-se mais no
estado gravídico, durante o exercício. A provável razão desse fato não ocorrer é a
concomitante diminuição da resistência vascular periférica que ocorre durante o exercício
(PIVARNIK, 1996). Avery et al. (2001) testaram quatorze gestantes com idade gestacional
média de 33,9 ± 1,0, em cicloergômetro, em duas intensidades distintas (60 e 110% do limiar
ventilatório
1
), sendo que o comportamento da PAS, em ambas as intensidades, foi similar
entre gestantes e não-gestantes. Os autores justificaram esses achados referindo que, apesar
da modulação parassimpática estar reduzida durante o repouso, e a resposta simpatoadrenal
limitada no esforço extremo, durante a gestação, este comportamento não afetaria a resposta
da PAS no exercício submáximo. Van Doorn et al. (1991) avaliaram o comportamento da
PA, durante exercício em cicloergômetro, na intensidade de 75% do
2máx
OV
&
, em 33
94
mulheres, durante a gestação e no pós-parto. Os autores comentaram que, apesar de a PA de
repouso apresentar diminuição nos primeiros dois trimestres de gestação, a resposta ao
exercício não é afetada pelo estado gravídico. Como esse estudo também avaliou o bem-estar
fetal durante o exercício, eles puderam concluir que as adaptações maternas ao exercício
intenso, quando este era realizado em um curto período de tempo, não traziam riscos para a
saúde da mãe e do feto.
Sady et al. (1989), corroborando com o presente estudo e com os supracitados,
também não verificaram diferença no comportamento da PA entre o estado gravídico e não-
gravídico, durante o exercício. Para os autores, as adaptações fisiológicas da gestação não
afetam diretamente o comportamento da PA durante o exercício, apresentando um
comportamento bastante semelhante ao estado não-gravídico.
Apesar de os resultados do presente trabalho irem ao encontro dos apresentados na
literatura, durante o exercício terrestre, verificou-se um comportamento da PAS, que merece
ser discutido mais profundamente.
O valor médio de PAS do grupo de gestantes, no exercício terrestre, foi de 142,64 ±
11,32 mmHg e das não-gestantes foi de 135,96 ± 8,74 mmHg, conforme Tabela 4. Apesar de
não haver evidências suficientes para concluir que este comportamento é diferente entre os
dois grupos (gestante e não-gestante) em estudo, uma análise das curvas de tendência
mostrou inclinações da reta para sentidos diferentes, conforme ilustrado na Figura 9.
Analisando os coeficientes obtidos na análise de regressão, verificou-se um coeficiente
positivo de 2,40 e significância de 0,071 no grupo de gestantes, enquanto que, nas não-
gestantes, foi negativo, -1,04 e 0,279, respectivamente (Anexo M).
95
Figura 9: Linha de tendência das médias de PAS, em cinco momentos, ao longo do
exercício terrestre no grupo de gestantes e não-gestantes.
Um aspecto interessante a ser observado é o tempo de duração da atividade física. O
presente estudo teve a duração de 30 minutos, o que diferiu das pesquisas realizadas por Sady
et al. (1989), Van Doorn et al. (1992) e Avery et al. (2001) que apresentaram tempo de teste
inferior a 10 minutos, e de Pivarnik et al. (1993), de 15 minutos. Como é possível verificar na
Figura 9, após 10 minutos de exercício, a resposta pressórica sistólica foi exatamente a
mesma nos dois grupos, porém, quanto mais o tempo avançava, mais se distanciavam os
valores.
Por outro lado, analisando os coeficientes obtidos na análise de regressão (Anexo M),
no exercício aquático, obteve-se coeficiente de 0,72 com significância de 0,407 e coeficientes
de -0,90 e significância de 0,333 para gestantes e não-gestantes, respectivamente. Ou seja, não
houve tendência significativa de aumento ou decréscimo da PAS, ao longo do tempo, em
nenhum dos dois estados em estudo, conforme Figura 10. Este comportamento parece ser
diferente do apresentado no exercício terrestre em gestantes.
120
125
130
135
140
145
150
0 5 10 15 20 25 30
Tempo (min)
PAS (mmHg)
Gestante
Não Gestante
96
Figura 10: Linha de tendência das médias de PAS em cinco momentos ao longo do
exercício aquático no grupo de gestantes e não-gestantes.
Questionando a razão da tendência de aumento da pressão sistólica em gestantes, no
exercício terrestre, alguns aspectos nortearam os pensamentos durante a realização deste
trabalho. Entendeu-se a pressão sistólica como marcador indireto de volume sistólico,
assumindo-se que, na gestação, o aumento do DC é mais influenciado pelo aumento do VS
do que pela FC (CAPELESS; CLAPP, 1989). Cabe, ainda, salientar que, durante exercício na
intensidade entre 40-70% do
2
OV
&
de pico, o DC aumentará, principalmente, às custas do VS,
intensidade esta semelhante à praticada no presente estudo, que fixou a FC correspondente ao
primeiro limiar ventilatório. Pôde-se, então, inferir que, com o passar do tempo de exercício,
um aumento gradual de volume sistólico que, por sua vez, aumenta o DC, garantindo,
dessa forma, fluxo sangüíneo suficiente para útero, placenta e feto, como referiram Sady et
al. (1989) e Pivarnik et al. (1990). Outros autores, Wallace e Wiswell (1991) discordaram
sobre a ocorrência deste comportamento, referindo que o útero gravídico dificulta o retorno
venoso do sangue para o coração, durante o exercício em posição supina, diminuindo a
magnitude do aumento do VS. Essa divergência entre os autores demonstra que não existe
120
125
130
135
140
145
150
0 5 10 15 20 25 30
Tempo (min)
PAS (mmHg)
Gestante
Não Gestante
97
consenso quanto ao comportamento da PAS no exercício terrestre. Infelizmente, o presente
estudo não contribuiu para aclarar este aspecto, apontando apenas que houve uma tendência
de aumento da PAS, durante exercício terrestre ao longo do tempo, que poderia ser
sustentada pela teoria de que o aumento gradual do VS e do DC gera um aumento também
gradual da PAS, ao longo do exercício terrestre contínuo, em gestantes. Este comportamento
seria diferente no meio aquático, provavelmente, influenciado pelo tempo de imersão, como
mostrou o estudo de Ayres et al. (2001). Os autores concluíram que quanto maior o tempo de
imersão, maior era a diminuição da PA em gestantes sentadas, com água até a altura dos
ombros e aquecida a 34
o
C, por períodos de tempo de 30, 45 e 60 minutos.
Entendeu-se que o efeito da interação entre o estado gravídico e o meio onde o
exercício é realizado é um diferencial que o presente estudo apresenta sobre os demais. É
possível observar, nas Figuras 7 e 8, este possível efeito nas respostas de PAD e PAM
estimada. O grupo de não-gestantes apresentou, em média, menos ± 2mmHg e ± 3mmHg
para PAD e PAM estimada, respectivamente, no exercício aquático, quando comparado com
o terrestre. Todavia, no grupo de gestantes, esses valores absolutos foram maiores,
apresentando, em média, menos 10mmHg, tanto para PAD quanto para PAM estimada no
exercício aquático, quando comparado com o terrestre. Apesar de a interação entre os fatores
não apresentar significância a 5%, as diferenças encontradas são próximas o suficiente para
poderem não ser atribuídas ao acaso. Uma não diferença "estatisticamente significante" pode
ser "clinicamente importante". Nesse caso, assumiu-se que os valores de p = 0,054 e p =
0,077 para PAM estimada e PAD, respectivamente, poderiam ser consideradas relevantes.
Inferiu-se, assim, que a resposta de PAD e PAM estimada é mais baixa, no exercício
moderado dentro da água do que na terra, ficando este efeito, possivelmente, potencializado
pelo estado gravídico.
98
Independente da discussão, se o estado gravídico potencializa ou não o
comportamento mais baixo da PAD e PAM estimada no meio aquático, ou se apresenta uma
tendência de aumento da PAS no exercício terrestre, o que se pode verificar, claramente, com
os resultados encontrados é que tanto mulheres grávidas como não-grávidas apresentaram
resposta da PA (PAS, PAD e PAM estimada) mais baixo durante atividade aquática, quando
esta foi realizada na mesma intensidade do que a terrestre.
Apesar de o presente estudo não ter avaliado mulheres hipertensas, esses resultados
poderão ser levados em conta no momento da escolha do meio para realização da atividade
física, principalmente, se a PA for motivo de cuidados especiais, como hipertensão crônica,
histórico de hipertensão familiar, pré-eclâmpsia em gestações anteriores.
O presente estudo tem uma aplicação prática no sentido de ampliar a margem de
segurança de mulheres grávidas, quando estas praticarem exercícios. O exercício aquático,
realizado na intensidade do
2LV
OV
&
, apresentaum comportamento mais baixo de PA do que
o correspondente terrestre. Aspecto relevante, quanto ao controle da PA, é uma relativa
mudança de paradigma no momento da prescrição do exercício, talvez mais importante do
que o estado gravídico, seja o meio onde a mulher vai praticar a atividade.
4.4.2 Comportamento do
2
OV
&
e da FC durante o Exercício
Durante um teste cardiopulmonar, são geradas informações relativas à ventilação e às
frações expiradas de oxigênio e gás carbônico, equivalente ventilatório de oxigênio e gás
carbônico, pulso de oxigênio, quociente respiratório, produção de gás carbônico e consumo
de oxigênio (GUIMARÃES et al., 2003).
99
Para este estudo, analisou-se apenas o comportamento do
2
OV
&
que, durante os testes,
foi medido na unidade de litros por minuto (l/min). Na literatura, o
2
OV
&
é mais usualmente
expresso em quilograma de massa corpórea, para facilitar a comparação entre indivíduos
(TEBEXRENI et al., 2001). Inclusive, a II Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia
sobre Teste Ergométrico recomenda que o
2
OV
&
seja expresso em ml.kg
-1
.min
-1
(ANDRADE
et al., 2002). Neste estudo, decidiu-se apresentar os valores do
2
OV
&
nas formas absoluta
(l/min) e relativa (ml.kg
-1
.min
-1
). Quando a atividade física não envolve sustentar o peso do
corpo, a literatura permite utilizar o
2
OV
&
absoluto, por entender que o peso corporal do
indivíduo não influenciará no comportamento do
2
OV
&
. Na população de gestantes, este fato é
ainda mais relevante, conforme estudos prévios realizados por Knuttgen e Emerson (1974) e
Carpenter et al. (1990). Porém, como foram comparadas duas populações diferentes, com
massa corpórea distinta, entendeu-se que é muito importante mostrar as duas formas de
expressar o
2
OV
&
para melhor entender as diferenças entre elas. Dessa forma, ficou
demonstrado que a redução do
2
OV
&
relativo, durante exercício na gestação, dá-se pelo
aumento do peso corporal e não por uma relativa diminuição na capacidade física, ou seja,
diminuição de
2
OV
&
submáximo e máximo.
Para os valores de
2
OV
&
e FC, apresenta-se, na Tabela 6, a estatística descritiva, e, na
Tabela 7, ANOVA two-way, da mesma forma que, anteriormente, foram apresentados os
dados de PA. A seguir, também serão apresentadas as Figuras 11 e 12, representando,
graficamente, a interação entre estado e meio.
100
Tabela 6: Estatística descritiva, média, desvio padrão (DP), intervalo de confiança (IC) para
as variáveis
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo (ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm), na
água e na terra no exercício.
Variável Estado Meio N Média (DP)
95% IC
Mínimo - Máximo
Gestante
Água 10 0,71 ± 0,15
0,62 - 0,80
Terra 10 0,77 ± 0,10
0,68 - 0,85
Total 20 0,74 ± 0,13
0,68 - 0,80
Não-gestante
Água 10 0,74 ± 0,12
0,65 - 0,83
Terra 10 0,76 ± 0,17
0,67 - 0,85
Total 20 0,75 ± 0,14
0,69 - 0,81
Total
Água 20 0,73 ± 0,13 0,67 - 0,79
Terra 20 0,76 ± 0,14 0,70 - 0,83
2
OV
&
absoluto
Total 40 0,75 ± 0,13 0,70 - 0,79
Gestante Água 10 10,92 ± 2,16 9,41 - 12,44
Terra 10 11,63 ± 1,43 10,11 - 13,15
Total 20 11,28 ± 1,82 10,20 - 12,35
Não-gestante
Água 10 12,80 ± 1,89 11,28 - 14,32
Terra 10 13,27 ± 3,48 11,75 - 14,78
Total 20 13,03 ± 2,73 11,96 - 14,11
Total
Água 20 11,86 ± 2,20 10,79 - 12,94
Terra 20 12,45 ± 2,72 11,38 - 13,52
2
OV
&
relativo
Total 40 12,16 ± 2,46 11,40 - 12,91
Gestante Água 10 125,21 ± 6,73 120,28 - 130,14
Terra 10 126,79 ± 10,14 121,86 - 131,72
Total 20 126,00 ± 8,42 122,51 - 129,48
Não-gestante
Água 10 123,67 ± 5,84 118,74 - 128,60
Terra 10 122,13 ± 7,35 117,20 - 127,06
Total 20 122,90 ± 6,51 119,41 - 126,39
Total
Água 20 124,44 ± 6,18 120,95 - 127,92
Terra 20 124,46 ± 8,95 120,97 - 127,95
FC
Total 40 124,45 ± 7,59 121,98 - 126,91
101
Tabela 7: Análise de variância para as variáveis
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo
(ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm), na água e na terra no exercício.
MEIO
TerraÁgua
VO2 absoluto
,80
,79
,78
,77
,76
,75
,74
,73
,72
,71
,70
,69
,68
,67
,66
,65
,64
,63
,62
,61
,60
ESTADO
Gestante
Não Gestante
Figura 11: Comportamento do
2
OV
&
absoluto expresso pela média no exercício na
água e na terra, realizado por gestantes e não-gestantes
Fatores
Variáveis
dependentes
Soma de
quadrados
Graus de
liberdade
Médias de
quadrados
Teste
F
Valor
P
2
OV
&
absoluto
0,00 1 0,00 0,075 0,786
2
OV
&
relativo
30,87 1 30,87 5,513 0,024
ESTADO
FC 96,00 1 96,00 1,625 0,211
2
OV
&
absoluto
0,01 1 0,01 0,654 0,424
2
OV
&
relativo
3,44 1 3,44 0,614 0,438
MEIO
FC 0,00 1 0,00 0,000 0,993
2
OV
&
absoluto
0,00 1 0,00 0,149 0,702
2
OV
&
relativo
0,15 1 0,15 0,027 0,872
ESTADO x
MEIO
FC 24,39 1 24,39 0,413 0,525
2
OV
&
absoluto
0,68 36 0,02
2
OV
&
relativo
201,63 36 5,60
FC 2126,49 36 59,07
ERRO
RESIDUAL
2
OV
&
absoluto
0,70 39
2
OV
&
relativo
236,09 39
TOTAL
CORRIGIDO
FC
2246,88 39
102
MEIO
TerraÁgua
VO2 relativo
15,0
14,5
14,0
13,5
13,0
12,5
12,0
11,5
11,0
10,5
10,0
9,5
9,0
ESTADO
Gestante
Não Gestante
Figura 12: Comportamento do
2
OV
&
relativo expresso pela média no
exercício na água e na terra, realizado por gestantes e não-
gestantes
Os resultados deste trabalho demonstraram que os valores de
2
OV
&
absoluto, no
exercício realizado à intensidade correspondente ao primeiro limiar ventilatório em gestantes,
no cicloergômetro, não diferiram daqueles do estado não-gravídico. Todavia, o
2
OV
&
relativo
diferiu. Isto ocorreu, pois os dois grupos eram muito homogêneos quanto ao grau de
condicionamento físico. Quando o peso corporal foi levado em conta para o cálculo, resultou
em valores menores de
2
OV
&
no grupo de gestantes, pois elas apresentaram, em média, 8 kg a
mais do que as não-gestantes. Lotgering et al. (1985) referiram que o ganho de peso da
gestante está relacionado com o aumento de peso feto-placenta, retenção de líquido e
gordura e não com aumento de massa muscular. Sendo assim, na gestação, o
2
OV
&
expresso
em ml.kg
-1
.min
-1
pode indicar, de forma adequada, as alterações do
2
OV
&
em repouso, porém,
poderá apresentar falso decréscimo durante exercício como é possível observar na Figura 12.
Na Tabela 7, pode-se observar que não houve diferenças significativas no
comportamento tanto do
2
OV
&
absoluto, quanto do
2
OV
&
relativo, em relação ao meio onde o
103
exercício foi realizado. A interação entre os fatores, estado (gestante ou não-gestante) e meio
(água e terra) também não foi significativa. Ou seja, de acordo com os resultados obtidos
nesta pesquisa, nem o fato de a mulher estar grávida e nem o meio onde a atividade é
realizada vão interferir no comportamento do
2
OV
&
quando a intensidade for correspondente
ao primeiro limiar ventilatório.
Encontram-se, na literatura, outros trabalhos que apresentaram resultados semelhantes
a este. Knuttgen e Emerson (1974), Sady et al. (1989) e Pivarnik et al. (1993) não verificaram
diferenças significativas no comportamento do
2
OV
&
em gestantes, no exercício em
cicloergômetro, em intensidades submáximas na terra, quando compararam com o estado não
gravídico. Lotgering et al.(1985) e Sady et al. (1989) também não constataram diferenças em
intensidades máximas. Porém, diferente do presente estudo que comparou gestantes com
outras mulheres não grávidas, estes autores testaram os mesmos indivíduos no pós-parto.
Sady et al. (1989) testaram 45 gestantes com idades gestacionais entre 20 e 34
semanas, realizando exercício em cicloergômetro. Foram realizados três testes, dois durante a
gestação (um submáximo e um máximo) e um no pós-parto. O comportamento do
2
OV
&
,
durante exercício, não apresentou diferenças significativas entre a gestação e o pós-parto em
nenhuma das cargas testadas, nem mesmo no esforço máximo, tanto expresso em l/min
quanto em ml.kg
-1
.min
-1
. Os autores concluíram que o DC é maior e a diferença artério-
venosa é menor em todas as intensidades de exercício durante a gestação do que no pós-parto.
Justificaram que o aumento de DC é proporcional ao aumento que ocorre durante o repouso,
provavelmente, para garantir suprimento de sangue suficiente para o feto e útero, não
alterando a capacidade física para o exercício. Pivarnik et al. (1993) também não encontraram
diferenças no
2
OV
&
absoluto durante exercício submáximo em cicloergômetro, tanto em
104
gestantes treinadas como em não-treinadas, durante e após gravidez. Da mesma forma que
Sady et al. (1989), eles justificaram que o comportamento do DC é que mudava durante a
gestação.
Knuttgen e Emerson (1974) compararam mulheres, no final da gestação, pedalando
em cicloergômetro, na terra, por 10 minutos, na carga fixa de 60 W, com o mesmo esforço,
seis semanas pós-parto. Eles não verificaram diferenças no
2
OV
&
absoluto entre as duas
condições. Fato diferente foi observado quando compararam com exercício em esteira, o qual
representou um gasto energético 13% maior durante a gestação.
Contrariando os achados de Knuttgen e Emerson (1974), Bessinger, McMurray e
Hackney. (2002) não encontraram diferenças significantes no
2
OV
&
absoluto no exercício em
esteira, quando compararam o estado gravídico com o pós-gestacional. Os autores testaram 13
gestantes, em esteira rolante na terra, por 30 minutos, na intensidade de 65% da FC máxima
prevista para a idade, nas semanas 22º e 33º de gestação e 14º pós-parto. O fato de o exercício
em esteira não ter reproduzido um
2
OV
&
mais elevado, durante a gestação, pôde ser atribuído
ao grau de condicionamento físico da amostra, que era composta por grávidas treinadas.
Os valores médios do
2
OV
&
relativos do presente estudo - gestantes pouco ativas no
exercício terrestre em cicloergômetro - foram de 11,63 ± 1,43 ml.kg
-1
.min
-1
. Tais valores
foram mais baixos do que os encontrados por Santos et al. (2005). Tais pesquisadores também
testaram gestantes pouco ativas na intensidade correspondente ao primeiro limiar ventilatório,
encontrando valores médios de 15,9 ± 2,6 ml.kg
-1
.min
-1
. O que diferencia os dois grupos é o
tipo de exercício: o estudo de Santos et al. (2005) aplicou exercício em esteira, indo ao
encontro da teoria de que exercícios que envolvam carregar o peso do corpo resultam em
105
consumos de oxigênio mais elevados na gestação. Deve-se, ainda, ressaltar que as respostas
fisiológicas ao exercício em cicloergômetro diferem daquelas do exercício em esteira.
Independente da população em estudo, espera-se um
2máx
OV
&
cerca de 5-20% mais baixo em
cicloergômetro do que em esteira (GUIMARÃES; STEIN; VILAS-BOAS, 2003).
Na pesquisa de Avery et al. (2001), mencionada anteriormente, os autores encontraram
valores de
2
OV
&
absoluto nas intensidades correspondentes a 60 e 110% do primeiro limiar
ventilatório de 1,11 ± 0,37 e 1,79 ± 0,67, respectivamente. Quando compararam com um
grupo de mulheres não-gestantes, com características físicas semelhantes, não verificaram
diferenças significativas entre as duas intensidades em estudo. Da mesma forma, Heenan et al.
(2003) compararam 22 gestantes com idade gestacional de 37 ± 0,2 semanas com um grupo
controle formado por 17 mulheres não-gestantes. Os autores não encontraram diferença no
2
OV
&
nas intensidades de 70 e 110% do primeiro limiar ventilatório entre os dois grupos.
Estes resultados vão ao encontro do presente estudo que também verificou
comportamento semelhante entre gestantes e não-gestantes, porém os valores de
2
OV
&
da
amostra deste trabalho foram mais baixos, provavelmente, devido ao baixo grau de
condicionamento físico das mulheres estudadas. Um estudo bastante recente de Treuth et al.
(2005) confirmaram os achados supracitados, reforçando a teoria de que a gestação não afeta
o comportamento do
2
OV
&
, durante exercício submáximo em cicloergômetro.
Por outro lado, Carpenter et al. (1990) encontraram resultados contrários aos desta
pesquisa, ao testarem a performance de 10 gestantes em cicloergômetro na carga de 60W, e
em esteira, na velocidade de 4 km/h, com 10% de inclinação. Compararam os valores de
2
OV
&
obtidos nos testes na 34º semana gestacional, com 7 semanas pós-parto. O
2
OV
&
absoluto para
106
uma mesma carga foi mais alto na gestação para as duas modalidades de exercício do que no
pós-parto. Tal fato não se reproduziu quando o
2
OV
&
foi expresso em valores relativos. Cabe
salientar que este achado é exatamente o inverso do que o encontrado pelo nosso grupo. Uma
das razões que pode justificar esta diferença é uma possível inatividade materna nas primeiras
7 semanas pós-parto, causando diminuição no condicionamento físico aeróbico,
especialmente, quando associada a uma pequena perda de peso corporal.
Os estudos, citados anteriormente, verificaram o comportamento do
2
OV
&
no exercício
na terra. Já McMurray et al. (1991) avaliaram o efeito da gestação no
2
OV
&
de pico, durante
natação, de gestantes em três momentos: 25ª e 35ª semanas de gestação e entre 9-11 semanas
pós-parto. Estes valores foram comparados com os obtidos em teste em cicloergômetro na
terra. Os resultados do
2
OV
&
de pico, na natação no pós-parto, foram semelhantes aos do
cicloergômetro. Todavia, durante a gestação, nas duas idades gestacionais avaliadas, a natação
apresentou valores mais baixos do que os observados em terra. Os autores associaram essa
redução do
2
OV
&
de pico com a diminuição no pico ventilatório.
Spinnewijn et al. (1996) também compararam respostas fisiológicas de mulheres
durante a gestação com 8-12 semanas pós-parto, no exercício em cicloergômetro na terra e na
água, e concluíram que o
2
OV
&
de pico é mais baixo na água do que na terra, não sendo
afetado, porém, pelo estado gravídico.
Estes comportamentos são, em parte, distintos do observado no presente estudo, que
não verificou diferença no
2
OV
&
entre gestantes e não-gestantes, durante exercício
submáximo, realizando na terra e na água. Fato relevante foi a intensidade e a modalidade de
exercício que pode ter influenciado nos resultados. Os estudos citados compararam natação
107
com exercício em bicicleta, enquanto este utilizou a mesma modalidade para os dois meios.
Tais divergências indicam o relativo desconhecimento sobre o comportamento do
2
OV
&
durante exercício aquático realizado por gestantes.
McArdle et al. (1976) encontraram comportamento semelhante de variáveis
cardiovasculares, quando a água estava na temperatura de 33ºC, porém este estudo não foi
realizado com gestantes. Quando a água estava mais fria, entretanto, o
2
OV
&
foi mais alto na
água do que na terra para uma mesma intensidade. Da mesma forma, Sheldahl et al. (1984)
não encontraram diferença significativa no
2
OV
&
de homens na água, na temperatura de 31ºC,
quando comparado com exercício terrestre, resultados esses sendo semelhantes aos
apresentados neste trabalho.
Conforme discutido nos parágrafos anteriores, existiam vários estudos que referiam
comportamento semelhante no
2
OV
&
, durante exercício submáximo, quando comparado os
estados gravídicos ou não. O que ainda era pouco entendido, e o presente estudo procurou
aclarar, como é possível visualizar na Figura 11, foi a não-influência do meio aquático neste
comportamento. Os estudos com não-gestantes apresentaram resultados controversos. Darby e
Yaekle (1997) concluíram que os exercícios na água apresentam
2
OV
&
mais alto, enquanto
que Nakanishi, Kimura e Yokoo (1999) encontraram menor gasto energético, quando
compararam a corrida em piscina funda (32,5ºC) à corrida em esteira na terra, tanto em
adultos jovens (idade média= 20,4 ± 3,3), quanto de meia idade (média= 38,6 ± 4,4).
Tais achados mostraram as divergências encontradas nas respostas fisiológicas,
quando métodos distintos de avaliação são aplicados. Analisando os vários estudos aqui
discutidos, é possível inferir que o
2
OV
&
pode variar de acordo com o grau de treinamento
108
físico das gestantes e pelo tipo de atividade realizada. Quando o meio aquático for escolhido
para desenvolver a atividade física, a temperatura da água e a intensidade do exercício terão
influência sobre o comportamento do
2
OV
&
.
O presente estudo permitiu, ainda, determinar que o comportamento do
2
OV
&
em
atividades submáximas, como as apresentadas, realizadas por população com
condicionamento físico baixo-moderado, não estão alteradas durante a gestação,
especialmente se o
2
OV
&
for expresso em valores absolutos. Dessa forma, até a prescrição do
exercício poderia ser baseada em testes realizados antes da gravidez. O meio também não
influenciou no comportamento do
2
OV
&
. Tal fato mostra que o exercício aquático é capaz de
provocar alterações cardiovasculares de mesma magnitude que o terrestre.
Os resultados apresentados na Tabela 7, do mesmo modo, indicam comportamento
semelhante entre gestantes e não-gestantes e entre os dois meios em estudo quanto à resposta
de FC durante o exercício. Estes achados mostram que não houve interação entre os fatores,
ou seja, o estado gravídico e o meio onde o exercício foi realizado não alteraram a resposta de
FC ao esforço, conforme apresentado na Figura 13.
109
MEIO
TerraÁgua
FC (bpm)
140
138
136
134
132
130
128
126
124
122
120
118
116
114
ESTADO
Gestante
Não Gestante
Figura 13: Comportamento da FC expresso pela média no exercício na água e
na terra, realizado por gestantes e não-gestantes
McMurray et al., em 1988, concluíram que o exercício aquático, quando realizado na
mesma exigência metabólica que o terrestre, resultou em valores mais baixos de FC (132 ± 4
e 149 ± 6 bpm; p<0,05, respectivamente). Tais valores foram independentes da idade
gestacional e status gravídico.
O presente estudo apresentou resultados divergentes aos de McMurray et al. (1988),
pois não apresentou diferenças significativas quanto ao meio onde foi desenvolvida a
atividade: comportamento de FC, no grupo de gestantes, de 125 ± 7 e 127 ± 10 bpm, na água
e na terra, respectivamente; e, no grupo de não-gestantes, de 124 ± 6 e 122 ± 7 bpm para água
e terra, respectivamente. Tal comportamento não apresentou diferença significativa entre
gestantes e não-gestantes. Fato relevante foi a diferença de temperatura da água entre os dois
estudos, pois McMurray et al. (1988) utilizaram água na temperatura de 30ºC, e o presente
estudo, de 31,5 a 33ºC.
110
Para melhor entender os resultados supracitados, primeiramente, deve-se analisar as
respostas de FC quanto ao meio onde foi realizado o exercício e, após, quanto ao estado
gravídico. Na água, não se verificou a redução da FC para a mesma intensidade de exercício,
fato este, que pode ser atribuído à temperatura da água utilizada. A teoria que explica este
comportamento refere que a FC é mais baixa para um determinado consumo de oxigênio,
quando o indivíduo está imerso na água com temperatura abaixo da termoneutra, comparando
com os mesmos valores obtidos em terra (McARDLE et al., 1992). A FC não apresenta
comportamento mais baixo no exercício moderado na água do que na terra, quando a
temperatura da água é termoneutra (ARBORELIUS et al., 1972). Isto pode ser justificado
pelo aumento de volume sangüíneo atrial que gera um reflexo que aumenta a FC, impedindo a
esperada bradicardia (CHRISTIE et al., 1990). A intensidade escolhida para esta pesquisa
também pode ter influenciado o comportamento de FC. Christie et al. (1990) testaram 10
homens em diferentes intensidades de treinamento (40, 60, 80 e 100% do
2máx
OV
&
), em
cicloergômetro. Ao compararem o exercício aquático com o terrestre, não verificaram
diferenças entre a FC nas duas cargas iniciais, porém, nas intensidades mais altas, a FC foi
mais baixa no exercício aquático.
Resultados contrários foram observados por Darby e Yaekle (1997) ao estudarem o
comportamento da relação FC-
2
OV
&
em mulheres jovens. A atividade física realizada foi
hidroginástica (chutes), com temperatura de água de 30ºC. Os autores concluíram que
exercícios realizados na água, na posição em pé, na mesma FC que em terra, resulta em
2
OV
&
mais alto na água. Eles justificam que a redução da ação da gravidade, no meio líquido, que
gera a flutuação durante imersão poderia resultar em uma diminuição da intensidade do
exercício quando este é realizado no meio líquido. Porém, não foi isto o que encontraram. Os
autores entenderam que a resistência ao movimento que ocorre dentro da água neutralizava a
111
diminuição do peso corporal, resultando em um maior gasto energético na água do que na
terra. Ou, para realizar o exercício com a mesma intensidade, nos dois meios, a FC deveria
apresentar valores mais baixos na água do que na terra.
Sendo assim, pode-se inferir que a diferença que ocorreu entre o estudo de Darby e
Yaekle (1997) e este estudo foi a temperatura da água e a posição do corpo. Por outro lado,
os resultados desses pesquisadores (1997) são divergentes aos de Shono et al. (2001) que
encontraram relações semelhantes entre FC-
2
OV
&
, na caminhada em terra e na água, na
temperatura de 30ºC, na profundidade do apêndice xifóide. Fato relevante foi que esses
autores investigaram mulheres acima de 60 anos de idade durante exercício de baixa
intensidade.
Analisando, agora, o estado gravídico, os resultados obtidos nesta pesquisa foram
semelhantes aos de McMurray et al. (1988) quanto à diferença não significativa do
comportamento da FC entre gestantes e não-gestantes. Pivarnik (1996) também referiu
comportamento similar de FC, durante exercício em cicloergômetro, no final da gestação e 12
semanas pós-parto. Alguns investigadores entenderam que mulheres grávidas apresentam
diminuição na FC
máx
(SADY et al., 1989; LOTGERING et al., 1991; WOLFE, 1993). O
efeito do aumento da FC de repouso, durante a gestação, parece diminuir conforme aumenta a
intensidade do exercício. Wolfe (1993) sugeriram que o delta de FC se altere durante a
gestação, indicando que a gestante inicia a atividade física com uma FC de repouso mais alta
do que não-gestantes e apresenta FC
máx
diminuída. No entanto, os autores verificaram que
para valores próximos de 1 ml/min de consumo de O
2
, o comportamento da FC é semelhante
entre gestantes e não-gestantes. Estes resultados são semelhantes aos do presente estudo. É
possível inferir que, para prescrição de treinamento na intensidade do primeiro limiar
ventilatório, é possível basear-se nos mesmos métodos utilizados com não-gestantes, porém,
112
este trabalho não permite dizer que este comportamento será igual durante toda a gestação,
uma vez que foi testado somente um curto período da gravidez.
4.5 ANÁLISE DOS DADOS DURANTE OS 30 MINUTOS PÓS-EXERCÍCIO
Os dados de PA e FC foram analisados da mesma forma que os descritos durante o
exercício. Para identificar as possíveis diferenças entre os seis momentos de coletas, ao longo
dos 30 minutos, foi utilizada a estatística de regressão linear (Anexo N). Para o
2
OV
&
foi
realizada a regressão linear entre os momentos 15 e 30 minutos pós-exercício, devido à perda
de dados que ocorreram por motivo de calibração do equipamento (Anexo O). Não foi
encontrado coeficiente angular significativamente diferente de zero para nenhuma das
variáveis em estudo no grupo de gestantes. No grupo de não-gestantes, apenas a FC
apresentou diferença estatisticamente significativa; mesmo assim, optou-se pela utilização da
média de seis momentos para PA e FC, e de dois momentos para
2
OV
&
.
4.5.1 Comportamento da Pressão Arterial durante o Pós-Exercício
A Tabela 8 apresenta os valores médios das medidas de pressão arterial durante o
período pós-exercício.
113
Tabela 8: Estatística descritiva, média, desvio padrão (DP), intervalo de confiança (IC) para
as variáveis PAS (mmHg), PAD (mmHg), PAM estimada (mmHg) na água e na terra
no pós-exercício.
Estado Meio N Média (DP)
95% IC
Mínimo - Máximo
Gestante Água 10 107,67 ± 7,28 102,19 - 113,14
Terra 10 111,95 ± 9,16 106,48 - 117,43
Total 20 109,81 ± 8,35 105,94 - 113,68
Não-gestante Água 10 105,63 ± 8,24 100,16 - 111,11
Terra 10 108,47 ± 9,32 102,99 - 113,94
Total 20 107,05 ± 8,68 103,18 - 110,92
Total Água 20 106,65 ± 7,64 102,78 - 110,52
Terra 20 110,21 ± 9,17 106,34 - 114,08
PAS
Total 40 108,43 ± 8,52 105,69 - 111,17
Gestante Água 10 69,30 ± 5,43 65,21 - 73,39
Terra 10 72,58 ± 5,85 68,49 - 76,67
Total 20 70,94 ± 5,74 68,05 - 73,83
Não-gestante Água 10 71,83 ± 7,15 67,74 - 75,92
Terra 10 72,50 ± 6,93 68,41 - 76,59
Total 20 72,17 ± 6,86 69,27 - 75,06
Total Água 20 70,57 ± 6,31 67,67 - 73,46
Terra 20 72,54 ± 6,24 69,65 - 75,43
PAD
Total 40 71,55 ± 6,28 69,51 - 73,60
Gestante Água 10 82,09 ± 5,06 77,59 - 86,59
Terra 10 84,27 ± 7,89 79,77 - 88,77
Total 20 83,18 ± 6,55 80,00 - 86,36
Não-gestante Água 10 83,10 ± 7,26 78,60 - 87,60
Terra 10 84,49 ± 7,53 79,99 - 88,99
Total 20 83,79 ± 7,23 80,61 - 86,98
Total Água 20 82,59 ± 6,11 79,41 - 85,78
Terra 20 84,38 ± 7,51 81,20 - 87,56
PAM
Total 40 83,49 ± 6,82 81,24 - 85,74
A Tabela 9 apresenta os resultados da análise de variância two-way que indicou o
efeito do estado gravídico e do meio onde o exercício foi realizado nas variáveis de resposta
no período de pós-exercício e a interação entre estes dois fatores.
114
Tabela 9: Análise de variância para as variáveis PAS (mmHg), PAD (mmHg), PAM (mmHg), na
água e na terra no pós-exercício.
Fatores
Variáveis
dependentes
Soma de
quadrados
Graus de
liberdade
Médias de
quadrados
Teste F Valor P
PAS 76,18 1 76,18 1,045 0,314
PAD 15,01 1 15,01 0,369 0,547
ESTADO
PAM 3,77 1 3,77 0,076 0,784
PAS 126,74 1 126,74 1,738 0,196
PAD 39,01 1 39,01 0,959 0,334
MEIO
PAM 31,90 1 31,90 0,647 0,426
PAS 5,28 1 5,28 0,072 0,789
PAD 17,12 1 17,12 0,421 0,521
ESTADO x
MEIO
PAM 1,58 1 1,58 0,032 0,859
PAS 2625,23 36 72,92
PAD 1464,61 36 40,68
ERRO
RESIDUAL
PAM 1774,50 36 49,29
PAS 2833,42 39
PAD 1535,74 39
TOTAL
CORRIGIDO
PAM 1811,74 39
Os resultados demonstraram que o comportamento da PAS, PAD e PAM estimada, no
período de pós-exercício, foi semelhante entre o grupo de grávidas e não-grávidas. O meio
onde o exercício foi realizado também não interferiu no comportamento dessas variáveis. Não
houve evidências suficientes para concluir que a interação entre os fatores pudesse resultar em
diferentes respostas de PA.
Um aspecto que contribui para a análise de variáveis cardiorrespiratórias, no pós-
exercício, é compará-las com os valores do pré-exercício e relacionar com o tempo de
recuperação. Os Anexos P e Q apresentam as tabelas com os valores das médias de
2
OV
&
absoluto,
2
OV
&
relativo, FC, PAS, PAD e PAM estimada, comparando os valores de repouso
pré e pós-exercício, no grupo de gestantes e não-gestantes, respectivamente.
O presente estudo resultou no retorno da PA para valores pré-exercício, na primeira
medida, realizada após 5 minutos de interrupção do exercício. É importante lembrar que,
115
independente do meio onde o exercício foi realizado, a recuperação ocorreu sempre na terra.
As Figuras 14, 15 e 16 mostram o comportamento da PAS, PAD e PAM estimada,
respectivamente. Não houve diferença na média dessas variáveis após o exercício aquático e
terrestre, pois ambos retornaram, rapidamente, para valores de pré-exercício.
65
70
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
125
Gestante Não-Gestante Gestante Não-Gestante
PAS (mmHg)
Pré-exercício
Pós-exercício
Figura 14: Comparação das médias de PAS entre o repouso (na terra) no pré e pós-exercício
realizado na água e na terra com gestantes e não-gestantes
Exercício aquático Exercício terrestre
116
65
70
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
125
Gestante Não-
Gestante
Gestante Não-
Gestante
PAD (mmHg)
Pré-exercício
Pós-exercício
Figura 15: Comparação das médias de PAD entre o repouso (na terra) no pré e pós-
exercício realizado na água e na terra com gestantes e não-gestantes
65
70
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
125
Gestante Não-Gestante Gestante Não-Gestante
PAM (mmHg)
Pré-exercício
Pós-exercício
Figura 16: Comparação das médias de PAM estimada entre o repouso (na terra) no pré e
pós-exercício realizado na água e na terra com gestantes e não-gestantes
Os resultados encontrados nesta pesquisa vão ao encontro dos de Jovanovic et al.
(1985) que avaliaram gestantes na 37ª semana de gestação, durante 12 minutos de exercício
Exercício Terrestre Exercício Aquático
Exercício Aquático Exercício Terrestre
117
em cicloergômetro na terra, na carga média de 79 ± 9W. Os valores de PAS e PAD foram
114,5 ± 7,6 mmHg, 76,8 ± 8,9 mmHg e 118,1 ± 4,1 mmHg, 69,3 ± 5,9 mmHg, referentes ao
pré e 15 minutos pós-exercício, respectivamente. Somente para citar, os resultados do
presente trabalho foram 110,80 ± 11,00 mmHg, 71,40 ± 6,54 mmHg e 111,95 ± 9,16 mmHg,
72,58 ± 5,85 mmHg para PAS e PAD, no pré e pós-exercício, respectivamente.
Resultados divergentes ao deste trabalho foram apresentados por Hartmann et al.
(2001) que verificaram diminuição da PA após exercício aquático. Quando os autores
compararam as medidas na terra, de pré e pós-exercício aquático, tanto a PAS quanto a PAD
baixaram de 115 ± 11 mmHg para 110 ± 10 mmHg, e de 72 ± 8 mmHg para 68 ± 10 mmHg,
respectivamente. Os mecanismos que resultaram em comportamentos distintos (estudo de
Hartmann et al. (2001) ou semelhantes (presente estudo) da PA após exercício realizado, nos
meios aquáticos e terrestres, entre gestantes ainda não são bem entendidos, e os dados aqui
encontrados não têm poder, para que se proponham teorias quanto a esta lacuna científica.
Raine et al. (2001) avaliaram o comportamento da PA em 7 homens normotensos,
após 60 minutos da realização de um teste máximo de esforço em cicloergômetro na terra.
Durante repouso na posição sentada, encontraram redução na PAM estimada, a qual foi
atribuída à redução da PAD e do VS. Uma hipótese que pode justificar a hipotensão pós-
exercício é a diminuição da resistência vascular periférica e a redução progressiva da
atividade simpática. MacDonald et al. (1999) encontraram diminuição na PAS, nos primeiros
15 minutos pós-exercício, sendo o maior decréscimo no quinto minuto. Diferente de Raine et
al. (2001), o exercício foi realizado em cicloergômetro na intensidade submáxima (50 e 75%
do
2
OV
&
de pico), por 30 minutos. Após 45 minutos de repouso, a PAD e PAM retornaram
aos valores de pré-exercício. Essas respostas semelhantes ocorreram independentes da
intensidade de exercício realizada, fato este que não ocorreu com a FC, que apresentou
118
valores mais elevados após exercício na intensidade de 75% do
2
OV
&
de pico do que na de
50%.
Birch et al. (2002) investigaram quinze mulheres, que utilizavam contraceptivos orais,
durante 60 minutos de repouso deitadas, após a realização de exercício na intensidade de 60%
do
2máx
OV
&
por 30 minutos. Os valores da PAS, PAD e PAM estimada permaneceram mais
baixos do que aqueles de pré-exercício, por períodos entre 45 e 60 minutos, e não houve
diferenças significativas entre o período de utilização de contraceptivo oral e o da
menstruação. Uma provável explicação para a diferença apresentada entre o estudo de Birch
et al. (2002) e o presente estudo foi a PAS mais elevada de repouso pré da amostra de Birch et
al. No presente estudo, a PAS de repouso pfoi de 110,60 ± 9,29 e 107,30 ± 9,72 mmHg
para gestantes e não-gestantes, respectivamente, enquanto que, no estudo de Birch et al., foi
de 129 ± 16 e 132 ± 13 mmHg para mulheres que estavam fazendo uso de contraceptivos
orais e mulheres que estavam menstruadas, respectivamente.
Os três estudos citados anteriormente (MacDONALD et al., 1999; RAINE et al., 2001;
BIRCH et al., 2002) sugeriram que respostas hipotensivas, após sessões de exercício, podem
agir de forma benéfica como terapêutica não farmacológica no tratamento da hipertensão, mas
a literatura não é unânime quanto a tal hipótese.
Resultados semelhantes ao presente estudo, foram encontrados por Takahashi et al.
(2000) que investigaram respostas cardiovasculares em 7 homens, nos 10 minutos seguintes
ao exercício realizado em cicloergômetro, na intensidade de 80% do
2
OV
&
de pico, por 5
minutos. Os valores de PAS e PAD retornaram para os valores pré-exercício neste período de
tempo. Eles sugerem que os mecanismos de controle neuro-humorais são responsáveis pelo
controle da PA, apesar dos diferentes comportamentos de DC, FC e resistência vascular
119
periférica que poderiam influenciar esta variável no pós-exercício. Apesar da intensidade do
exercício ser maior do que a do presente estudo, o período de tempo de realização do
exercício foi muito curto, o que pode ter contribuído para um retorno mais rápido para as
condições basais.
Apesar de, neste estudo, não se observar resposta hipotensiva pós-exercício, este
comportamento pressórico foi igual entre gestantes e não-gestantes, o que leva a crer que a
resposta da PA, durante a recuperação, é pouco afetada pelo estado gravídico. Apesar de a PA
apresentar comportamento mais baixo, durante os dois primeiros trimestres de gestação, em
repouso, este comportamento, aparentemente, não é afetado durante exercício moderado na
gestação; dessa forma, também não afetaria sua recuperação.
Alguns fatores podem ter influenciado para que a PA não permanecesse mais baixa,
por um período de tempo longo durante a recuperação e, sim, retornasse, rapidamente, para os
valores de pré-exercício. O fato de os indivíduos permanecerem com a máscara para coleta
dos gases expirados, por período longo de tempo, pode ter gerado ansiedade. O ambiente onde
os testes foram realizados que, em alguns momentos, apresentou barulho e movimentação de
outros indivíduos, pode, também, ter influenciado nas respostas fisiológicas de repouso.
Mesmo sem poder científico para afirmar com certeza, entende-se que os dados aqui
encontrados sejam confiáveis sendo possível evidenciar que atividades aeróbicas de
baixa/moderada intensidade resultam, tanto para gestantes, quanto não-gestantes, em rápido
retorno da PA, após exercício para valores basais, sendo que tal resposta não representa riscos
significativos para gestantes que se exercitem na mesma intensidade e duração que as
participantes do presente estudo.
120
O estudo de Rafla (1999) pode reforçar esta teoria, pois o autor testou 143 gestantes
saudáveis após 5 minutos de exercício em cicloergômetro, na intensidade média de 67,4% da
FC
máx
. O tempo de recuperação observado foi de 30 minutos. Ele verificou que PAS, PAD e
FC retornaram para valores de repouso semelhantes ao pré-exercício após 6 minutos de
recuperação, sendo constante este comportamento nos minutos 8, 10, 12, 16, 20, 24 e 30 pós-
exercício. Fato interessante foi que o autor estudou a relação da PA com o índice de
pulsatilidade umbilical (IP), que é uma medida indireta de fluxo sangüíneo placentário. Uma
diminuição do IP resulta em diminuição de resistência periférica e aumento de fluxo
sangüíneo para o feto. Foi verificado que, imediatamente após o exercício, a PA aumentou e a
magnitude deste aumento causou influência direta no IP. Portanto, caso se entenda a rápida
recuperação da PA como um sinal de que o fluxo sangüíneo placentário voltou para valores
pré-exercício, a idéia apresentada neste trabalho, ao sugerir que o exercício realizado na
intensidade do
2LV
OV
&
gera baixo risco para a gestação, pode ser de fato verdadeira.
4.5.2 Comportamento de
2
OV
&
e FC Durante o Pós-Exercício
A Tabela 10 apresenta os valores médios das medidas de
2
OV
&
e FC, durante o pós-
exercício.
121
Tabela 10: Estatística descritiva, média, desvio padrão (DP), intervalo de confiança (IC)
para as variáveis
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo (ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm),
na água e na terra no pós-exercício.
Estado Meio N Média (DP)
95% IC
Mínimo – Máximo
Gestante Água
9 0,20 ± 0,04 0,16 - 0,23
Terra
8 0,20 ± 0,06 0,17 - 0,24
Total
17 0,20 ± 0,05 0,17 - 0,23
Não-gestante Água
10 0,20 ± 0,04 0,16 - 0,23
Terra
9 0,22 ± 0,06 0,18 - 0,25
Total
19 0,21 ± 0,05 0,18 - 0,23
Total Água
19 0,20 ± 0,04 0,17 - 0,22
Terra
17 0,21 ± 0,06 0,18 - 0,24
2
OV
&
absoluto
Total
36 0,20 ± 0,05 0,19 - 0,22
Gestante Água
9 3,00 ± 0,56 2,40 - 3,61
Terra
8 3,08 ± 1,14 2,43 - 3,72
Total
17 3,04 ± 0,86 3,22 - 4,06
Não-gestante Água
9 3,50 ± 0,82 2,92 - 4,07
Terra
8 3,79 ± 0,96 3,18 - 4,39
Total
17 3,64 ± 0,88 3,22 - 4,06
Total Água
19 3,26 ± 0,74 2,83 - 3,67
Terra
17 3,45 ± 1,08 2,99 - 3,87
2
OV
&
relativo
Total
36 3,35 ± 0,91 3,04 - 3,64
Gestante Água 10 97,24 ± 10,16 90,97 - 103,50
Terra 10 95,77 ± 9,72 89,51 - 102,04
Total 20 96,50 ± 9,70 92,08 - 100,93
Não-gestante Água 10 87,80 ± 8,82 81,53 -94,06
Terra 10 85,25 ± 10,30 78,98 - 91,51
Total 20 86,52 ± 9,42 82,09 - 90,95
Total Água 20 92,52 ± 10,45 88,09 - 96,95
Terra 20 90,51 ± 11,14 86,08 - 94,94
FC
Total 40 91,51 ± 10,71 88,38 - 94,64
A Tabela 11 apresenta os resultados da análise de variância fatorial que indicou o
efeito do estado gravídico e do meio onde o exercício foi realizado, nas variáveis
2
OV
&
e FC,
no período de pós-exercício e a interação entre estes dois fatores.
122
Tabela 11: Análise de variância para as variáveis
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo
(ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm), na água e na terra no pós-exercício.
Fatores
Variáveis
dependentes
Soma de
quadrados
Graus de
liberdade
Médias de
quadrados
Teste F Valor P
2
OV
&
absoluto
0,00 1 0,00 0,197 0,660
2
OV
&
relativo
3,25 1 3,25 4,085 0,052
ESTADO
FC 996,50 1 996,50 10,450 0,003
2
OV
&
absoluto
0,00 1 0,00 0,506 0,482
2
OV
&
relativo
0,30 1 0,30 0,372 0,546
MEIO
FC 40,28 1 40,28 0,422 0,520
2
OV
&
absoluto
0,00 1 0,00 0,098 0,756
2
OV
&
relativo
0,11 1 0,11 0,133 0,718
ESTADO x
MEIO
FC 2,94 1 2,94 0,031 0,862
2
OV
&
absoluto
0,09 32 0,00
2
OV
&
relativo
25,46 32 0,80
ERRO
RESIDUAL
FC 3433,07 36 95,36
2
OV
&
absoluto
0,09 35
2
OV
&
relativo
29,09 35
TOTAL
CORRIGIDO
FC 4472,79 39
Os resultados demonstraram que os valores de repouso da FC, no período de pós-
exercício, foram diferentes entre o grupo de grávidas e não-grávidas. O meio onde o exercício
foi realizado não interferiu no comportamento desta variável. Não houve evidências
suficientes para concluir que a interação entre os fatores pudesse resultar em diferentes
respostas de FC. O
2
OV
&
relativo apresentou diferença estatística limítrofe quanto ao estado
gravídico, porém para valores absolutos não foi verificada diferença entre os dois grupos. O
meio onde o exercício foi realizado e a interação entre os fatores não apresentaram diferenças
estatisticamente significativas para
2
OV
&
relativo e absoluto.
Fatores que contribuem para que o consumo de oxigênio se mantenha elevado no pós-
exercício (EPOC), sua magnitude e duração m sido motivos de estudos nos últimos anos
(SHORT; SEDLOCK, 1997; MATSUO, SAITO; SUZUKI, 1999; FUKUBA et al., 2000;
BINZEN; SWAN; MANORE 2001; THORNTON; POTTEIGER, 2002; BRAUN;
123
HAWTHORNE; MARKOFSKI, 2005). Enquanto pesquisas passadas contribuíram para o
entendimento destes fatores em homens, o gênero feminino necessita de maior atenção. Não
existe consenso na literatura se o ciclo menstrual influencia na EPOC. Matsuo, Saitoh e
Suzuki (1999) encontraram maior EPOC durante a fase lútea do que na fase folicular.
Fukuba et al. (2000) não verificaram alteração no EPOC nas diferentes fases do ciclo
menstrual. Os dois estudos foram realizados em cicloergômetro, na intensidade de 70% do
2máx
OV
&
, durante 60 minutos.
Não foram encontradas, na literatura, pesquisas que abordassem o EPOC na população
de gestantes. Todavia, os resultados desta pesquisa indicaram que tanto gestantes quanto não-
gestantes, após 15 minutos de repouso sentado, retornaram aos valores de
2
OV
&
de pré-
exercício. Fato relevante foi a duração e intensidade do exercício realizado que foram
menores do que os estudos citados anteriormente.
Short e Sedlock (1997) demonstraram que a intensidade do exercício pode reduzir ou
prolongar a cinética de recuperação do
2
OV
&
. Quando os indivíduos se exercitaram em
intensidades mais baixas, o tempo de recuperação foi mais curto. Outro fator relevante
ressaltado por estes autores foi a posição em que o indivíduo permaneceu durante o repouso,
pois observaram que, na posição deitada, o EPOC se prolongou mais do que na posição
sentada. Estes fatores podem ter contribuído para os resultados obtidos no presente estudo. É
provável que a intensidade do exercício tenha sido baixa o suficiente para não resultar em
consumo elevado de O
2
pós-exercício.
Braun, Hawthorne e Markofski (2005) concluíram que o tipo de exercício influencia o
EPOC, quando compararam o exercício em esteira com o treinamento em circuito, sendo que
124
o último apresentou maior EPOC, mostrando que o substrato metabólico, utilizado durante o
exercício, também pode alterar a magnitude do EPOC.
Não foram encontrados, na literatura, estudos que abordassem o EPOC em atividades
aquáticas com gestantes, o que dificulta esta discussão. É necessário que novas investigações
sejam realizadas para confirmar ou não os achados deste trabalho. Todavia, o que foi
encontrado já indica uma relativa segurança quanto à quantidade de energia consumida,
durante e após o exercício realizado por mulheres grávidas, principalmente, no último
trimestre de gestação, quando o feto necessita ganhar peso. Gestantes que se exercitarem na
FC correspondente ao primeiro limiar ventilatório, independente se este for realizado na água
ou na terra, provavelmente, beneficiar-se-ão do exercício e das calorias gastas durante sua
execução e terão, ainda, a possível segurança de retornar para valores basais nos primeiros
minutos de recuperação, não resultando a atividade, em gasto calórico excessivo.
Para finalizar, será apresentada a Figura 17 que ilustra o comportamento aumentado da
FC, nos 30 minutos de recuperação, quando comparado com o pré-exercício. Este
comportamento foi semelhante tanto após o exercício aquático quanto o terrestre. A FC das
gestantes apresentou valores significativamente mais altos do que a das não-gestantes,
seguindo o mesmo padrão do pré-exercício.
125
70
75
80
85
90
95
100
105
110
Gestante Não-Gestante Gestante Não-Gestante
FC (bpm)
Pré-exercício
Pós-exercício
Figura 17: Comparação das médias de FC entre o repouso pré e pós-exercício
realizado na água e na terra com gestantes e não-gestantes
Artal et al. (1981) encontraram resultados semelhantes aos desta pesquisa ao testarem
23 gestantes, no último trimestre de gestação, durante exercício de 15 minutos em esteira,
realizado com um consumo de O
2
em torno de 0,5l/min. O exercício induziu aumento
significativo da FC, a qual retornou para valores de pré-exercício somente após 30 minutos de
recuperação. Os autores concluíram que exercícios leves, realizados durante curto espaço de
tempo, resultaram em apropriada resposta cardiovascular e metabólica durante a gestação.
Uma possível justificativa para a FC não ter retornado para valores de pré-exercício,
após 30 minutos, no presente estudo, pode ser atribuída à duração da atividade que foi maior
do que a do estudo de Artal et al. (1981)
Larsson e Lindqvist (2005) compararam 40 gestantes, com idade gestacional média de
25,4 ± 5,5 semanas e 11 controles, durante aula de ginástica aeróbica de baixo impacto. A FC
foi medida antes, durante e imediatamente após alongamento e relaxamento. Os valores
Exercício Aquático Exercício Terrestre
126
encontrados foram 87,9 ± 14,4 e 98,9 ± 11,2 bpm para pré e pós-exercício, respectivamente,
no grupo de gestantes. Já as não-gestantes apresentaram valores de FC de 85,0 ± 7,6 e 88,6 ±
10,6bpm para pré e pós-exercício, respectivamente. Os resultados mostraram que o grupo de
gestantes apresentou FC pós-exercício mais alta do que o das não-gestantes. Estes achados
são semelhantes aos do presente estudo quanto à diferença de FC de repouso pós-exercício
entre gestantes e não-gestantes (95,77 ± 9,72 e 90,51 ± 11,14 bpm, respectivamente).
Entretanto, ao se comparar o pré com o pós-exercício, os resultados do presente trabalho
mostraram que os dois grupos apresentaram resposta de FC mais elevada na recuperação. Os
valores de pré-exercício foram 86,27 ± 5,58 e 78,67 ± 12,95 bpm, para gestantes e não-
gestantes, respectivamente. Já Larsson e Lindqvist apenas encontraram este aumento no grupo
de grávidas. Os autores não discutem, no artigo, as possíveis causas deste achado.
O retardo na redução da FC, no primeiro minuto pós-esforço menor que 12 bpm, tem
sido associado a maior risco de mortalidade (ANDRADE et al., 2002). Apesar de não ter sido
medida a FC no primeiro minuto de recuperação, os resultados obtidos neste trabalho
indicaram uma redução de 124,45 ± 7,59 bpm, no pico do esforço para 96,25 ± 4,26 bpm, no
quinto minuto pós-exercício, incluindo a média total entre gestantes e não-gestantes, exercício
na água e na terra. Isto indica uma resposta fisiológica adequada da FC durante a recuperação.
Frisa-se, novamente, que o fato de a FC ter-se mantido elevada acima dos valores de repouso
pré, nos 30 minutos seguintes ao exercício, também foi encontrada por outros autores. Os
exercícios aquático e terrestre não influenciaram o comportamento da FC no pós-exercício.
Acredita-se que isso ocorreu porque este também não afetou o comportamento da FC durante
o exercício e, conforme discutido anteriormente, o resultado foi atribuído à temperatura da
água utilizada.
127
4.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
1º. Uma limitação do presente estudo foi a falta de controle no horário do dia em que
os testes foram realizados entre 8h00min e 20h00min, aleatoriamente.
Entretanto, Mooney et al. (1990) estão de acordo com os dados obtidos neste
trabalho durante o repouso, não constatando diferenças significativas entre as
medidas de PA obtidas ao longo do dia, iniciando a mensuração após as 10h da
manhã.
2º. Optou-se por utilizar a FC como variável de controle de intensidade, devido à
melhor aplicação prática dos resultados nos locais onde gestantes se exercitam. No
entanto, teria sido interessante se houvesse conhecimento sobre qual a carga média
utilizada na bicicleta durante os testes. Este dado foi obtido quando o exercício era
realizado em terra, porém, na água, não foi possível instrumentalizar o pedal e,
assim, não se soube qual a carga utilizada neste meio.
3º. Os dados deste trabalho não permitem extrapolar os resultados encontrados para
todo o período gestacional, pois os testes foram realizados em um único período da
gestação. Isto ocorreu pela dificuldade de recrutar gestantes para os testes. Como
foi trabalhado um “n” relativamente pequeno, procurou-se uma amostra o mais
homogênea possível.
128
4.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O número de gestantes que procuram realizar exercícios físicos, durante a gravidez,
vem aumentando em nosso País. A atividade aquática tem sido indicada como adequada para
esta população, pois tem como característica o baixo impacto articular, o aumento do retorno
venoso devido à pressão hidrostática e, ainda, evita a posição supina que, depois do primeiro
trimestre, pode resultar em uma relativa obstrução do retorno venoso.
O Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia (ARTAL et al., 2003) publicou,
em suas diretrizes, que mulheres que desenvolvem hipertensão induzida pela gestação
apresentam contra-indicação absoluta quanto à prática de exercício físico.
Entretanto, Sorensen et al. (2003) concluíram que mulheres que participavam de
qualquer atividade recreacional, durante as primeiras vinte semanas de gestação, apresentaram
redução de 34% no risco de desenvolver pré-eclâmpsia do que gestantes sedentárias. Eles
também verificaram que o número de vezes semanais e a intensidade da prática do exercício
eram inversamente proporcionais ao risco de desenvolver esta síndrome. Estes dados sugerem
que o exercício físico regular pode prevenir ou retardar a progressão da doença. Os possíveis
mecanismos responsáveis por isto são: estimulação na vascularidade e crescimento
placentário, redução de estresse oxidativo e reversão de disfunção endotelial
(WEISSGERBER; WOLFE; DAVIES, 2004)
Pelos motivos citados anteriormente, é importante aumentar a adesão desta população
ao exercício. Moura et al. (2005), ao avaliarem 308 gestantes que ingressaram em um
programa de hidroginástica específico para gestantes, verificaram que a idade gestacional
129
média de ingresso no programa foi de 18,71 ± 5,62 semanas. Tal fato mostra que muitas
gestantes não são estimuladas a praticar exercícios no primeiro trimestre de gravidez. Novos
trabalhos devem ser elaborados a fim de possibilitar maior segurança para a realização de
exercícios no início da gestação.
Em estudo realizado por Finkelstein et al. (2005), ao acompanharem 7 gestantes que
realizaram hidroginástica, regularmente, da décima primeira à trigésima oitava semana de
gestação, concluíram que a FC e PA apresentaram comportamento constante ao longo dos três
trimestres gestacionais. Aliás, este comportamento vem de encontro ao apresentado na revisão
de literatura de um número expressivo de estudos. Os dados apresentados neste trabalho
sugerem que possa ocorrer adaptação cardiovascular destas gestantes ao treinamento, e esta
adaptação pode influenciar em um comportamento mais baixo da PA de repouso, no último
trimestre de gestação.
O presente estudo traz uma importante informação quanto ao comportamento mais
baixo da PA, durante atividade aquática, com intensidade equivalente à terrestre. O que não se
sabe é se este fato é relevante ou não na prevenção da síndrome hipertensiva.
Futuros estudos que visem a um maior esclarecimento destas questões tornam-se
necessários, pois os dados aqui encontrados são, tão somente, mais um ponto na evolução do
conhecimento, já que lacunas ainda permanecem e merecem ser preenchidas.
5 COMENTÁRIOS FINAIS
5.1 CONCLUSÕES
A atividade física realizada em cicloergômetro na FC, correspondente ao primeiro
limiar ventilatório, resultou em comportamento da pressão arterial semelhante entre gestantes
e não-gestantes. No exercício aquático, a PAS, PAD e PAM estimada permaneceram mais
baixas do que no terrestre para os dois grupos em estudo. É provável que o estado gravídico
potencialize o comportamento mais baixo da PAD e PAM estimada, durante exercício
aquático.
O exercício físico proposto resultou em
2
OV
&
semelhante entre gestantes e não-
gestantes, e este comportamento não sofreu influência do meio onde o esforço foi realizado,
quando expresso em valores absolutos. Tal fato mostra que o exercício aquático é capaz de
provocar alterações cardiovasculares de mesma magnitude que o terrestre, na intensidade
estudada.
131
Os valores de PAS, PAD e PAM estimada não apresentaram diferenças significativas,
entre 5 e 30 minutos pós-exercício, realizados tanto no meio aquático quanto terrestre, como
entre gestantes e não-gestantes. Da mesma forma, o
2
OV
&
também não apresentou diferença
significativa entre meio e estado, durante 15 a 30 minutos de repouso sentado pós-exercício.
A PAS, PAD, PAM estimada e
2
OV
&
não apresentaram diferenças significativas entre
o pré e pós-exercício, independente do meio onde o exercício foi realizado, e do estado,
gravídico ou não. Estes resultados indicaram uma rápida recuperação destes valores
fisiológicos.
Mulheres grávidas, no início do último trimestre gestacional, apresentaram respostas
cardiovasculares semelhantes às não-gestantes durante exercício, quando realizado na
intensidade correspondente ao
2VL2
OV
A escolha pelo exercício aquático, praticado nessas
condições, é adequada, pois a gestante poderá participar de um programa de condicionamento
cardiovascular, apresentando comportamento de pressão arterial mais baixo do que o
correspondente no meio terrestre.
5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Durante o desenvolvimento desta pesquisa, observaram-se alguns aspectos que
precisam ser investigados mais detalhadamente, razão pela qual ficam as seguintes sugestões
para trabalhos futuros:
a) repetir este estudo com gestantes hipertensas;
132
b) repetir este estudo com gestantes com diferentes idades gestacionais e níveis de
condicionamento físico, o que, necessariamente, resultaria em um maior “n”;
c) repetir este estudo, com intensidades diferentes de exercício e monitorização do
bem-estar fetal;
d) verificar o comportamento da PA e de outras variáveis fisiológicas, ao longo da
gestação, comparando um grupo de gestantes que realiza atividade aquática, com
outro com atividade terrestre e, também, um grupo controle (sem a prática de
exercício).
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ANEXOS
146
ANEXO A:
QUESTIONÁRIO PARA A GESTANTE
NOME:___________________________________________________________
DATA: _______/_______/_______ IDADE:_____________________
1 – Data da última menstruação:_________________________________
2 – Data provável do parto:_____________________________________
3 – Idade gestacional (em semanas):______________________________
4 – Peso antes da gestação: _________________
5– Número de gestações incluindo a atual: _________________
6– Na atual gestação, você apresenta ou apresentou algum dos sintomas abaixo? (marque com um X)
A – Sangramento vaginal.
B – Dor ou edema nas pernas.
C – Náuseas e vômitos.
D – Infecções (virais ou bacterianas).
E – Dores de cabeça fortes e persistentes.
F – Cólica abdominal.
G – Cansaço e perda de resistência.
H – Edema no rosto, mãos e pés.
Se você marcou algum dos sintomas acima, explique com detalhes:____________________________________
7– Assinale se você apresenta ou apresentou algum dos problemas abaixo:
A – Doença cardíaca.
B – Doenças respiratórias.
C – Dor ou palpitação no peito.
D – Pressão alta.
E – Dor ou problemas ósseos, articulares e ligamentares.
F – Diabetes.
Explique:__________________________________________________________________________________
7 – Você fuma? Quantos cigarros por dia?_______________________________
8 – Antes da gravidez, você praticava alguma atividade física? _______________
Explique quantas vezes por semana e modalidade:________________________________________
9 – Cite as atividades que você está praticando atualmente:
_______________________________________________________________________________________
10– Assinale abaixo tua familiaridade com líquido:
Sabe nadar? Sim ( ) Não ( )
Tem medo da água? _ Sim ( ) Não ( )
Prática ou praticou hidroginástica? Sim( ) Não ( )
Praticou alguma atividade aquática pelo período mínimo de um ano? Sim( ) Não ( ) Qual?
Obrigado por ter preenchido o questionário.
Estamos à sua disposição para futuras dúvidas e esclarecimentos.
147
ANEXO B:
QUESTIONÁRIO PARA NÃO-GESTANTE
NOME:______________________________________________________________
DATA: _______/_______/_______ IDADE:____________________
Data da última menstruação:_____________
1 – Assinale se você apresenta ou apresentou algum dos problemas abaixo:
A – Doença cardíaca.
B – Doenças respiratórias.
C – Dor ou palpitação no peito.
D – Pressão alta.
E – Dor ou problemas ósseos, articulares e ligamentares.
F – Diabetes.
Explique:________________________________________________________________
2 – Você fuma? Quantos cigarros por dia?___________
3 – Você pratica alguma atividade física?
Explique quantas vezes por semana e modalidade:________________________________
________________________________________________________________________
4 – Se você respondeu sim, na pergunta anterior, não é necessário responder esta. Cite a
última atividade física que você praticou, por quanto tempo e quanto tempo está sem
praticar:
5 – Assinale abaixo tua familiaridade com líquido:
Sabe nadar ? Sim ( ) Não ( )
Tem medo da água? _ Sim ( ) Não ( )
Prática ou praticou hidroginástica? Sim ( ) Não ( )
Praticou alguma atividade aquática pelo período mínimo de um ano? Sim ( ) Não ( )
Obrigado por ter preenchido o questionário.
Estamos à sua disposição para futuras dúvidas e esclarecimentos.
148
ANEXO C:
COMITÊ DE ÉTICA
149
ANEXO D:
TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO
Termo de Consentimento Informado
Estamos convidando você a participar como sujeito do estudo intitulado “Comportamento de variáveis
cardiorrespiratórias, durante e após exercício, nos meios terra e água, em gestantes e não-gestantes”, que tem
como objetivo comparar o comportamento da pressão arterial e do consumo de oxigênio no exercício de
moderada intensidade.
Este estudo tem a finalidade de possibilitar a análise de respostas fisiológicas em gestantes e não-
gestantes em dois ambientes distintos. Será composto por 10 mulheres grávidas e 10 não grávidas. Terá grande
aplicação prática para os profissionais de educação física quando estes forem prescrever exercício para gestantes.
O risco relacionado à sua participação é muito baixo, sendo a possibilidade de desconforto pequena. A
intensidade do exercício sempre será mantida em uma intensidade confortável e será imediatamente suspenso, se
necessário for.
O seu envolvimento com o estudo terá um tempo médio de 2 semanas. Seu comparecimento na ESEF
(Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, localizada na Rua Felizardo, no
Centro Natatório, na área das piscinas) será necessário em 4 dias diferentes, divididos da seguinte forma:
a) uma hora em cada dia, nos dois primeiros dias e
b) duas horas nos dois últimos, sendo que haverá um intervalo de 48 a 72 horas entre cada um dos
dias.
O experimento será dividido em:
Dois dias de testes progressivos:
Serão realizados dois testes cardiopulmonares submáximos, em bicicleta estacionária, ambos com
aumento progressivo de carga. O objetivo desse exame é determinar um ponto no qual ocorrem algumas
modificações na ventilação (esse ponto é chamado pelos estudiosos de primeiro limiar ventilatório). Em um dia,
o teste será na água e, no outro, na terra. Os riscos relacionados ao procedimento em questão são mínimos, pois o
exercício a ser feito na bicicleta não ultrapassará a faixa que compreende 40 a 70% do consumo máximo de
oxigênio (intensidade de esforço aceita na literatura internacional como segura, tanto para gestantes quanto para
não-gestantes).
Dois dias de testes contínuos de 30 minutos na intensidade do primeiro limiar ventilatório:
Os dois últimos testes compreenderão 30 minutos de exercício em bicicleta, na intensidade do primeiro
limiar ventilatório que foi observado nos testes progressivos. Os riscos destes testes também são mínimos, já que
a intensidade e a duração do exercício se aplicam sem contra-indicações para gestantes e não-gestantes. Os testes
serão realizados em dias diferentes, um dentro e outro fora da água. A ordem dos testes será sorteada para cada
participante da pesquisa.
É importante que você não pratique atividade física durante o período da coleta, ou seja, nas duas
semanas que você estará envolvida no estudo.
Caso você queira participar deste estudo, é necessário que entenda e assine a declaração escrita abaixo:
150
Eu, por meio deste, autorizo o Professor Luiz Fernando Martins Kruel, a mestranda Ilana Finkelstein e
demais bolsistas envolvidos no estudo, a realizarem os seguintes procedimentos:
a) Fazer-me responder um questionário específico;
b) Fazer-me medidas corporais;
c) Aplicar-me a execução do exercício em bicicleta;
d) Filmagens e fotografias durante a execução dos testes.
Eu entendo que, durante os testes:
1. Estarei respirando através de uma máscara, na qual estará anexado um analisador de gases;
2. Estão envolvidos riscos e desconfortos, tais como dor e cansaço muscular temporário.
possibilidade de mudanças anormais da minha freqüência cardíaca e/ou da pressão sangüínea
durante os testes. Entretanto, os riscos são mínimos, sendo o teste muito seguro. Entendo que
minha freqüência cardíaca será monitorada durante todos os testes através de um freqüencímetro e
a Pressão Arterial será medida a cada 5 minutos. A intensidade de treinamento é adequada para o
bem-estar da gestante, do feto e de não-gestantes, e eu posso terminar o teste em qualquer
momento, sob meu critério, assim como decidir sair da pesquisa sem qualquer ônus.
3. Todos os pesquisadores que estão aplicando os testes têm formação em suporte básico para
urgências, assim como estará disponível uma linha telefônica para Assistência Médica de
Emergência (3331-0212).
4. Eu entendo que, no caso de eu necessitar atendimento médico, serei levada para o hospital mais
próximo e, no caso de não ter um plano de saúde privado, serei atendido no sistema único de saúde,
pois o estudo não dispõe de verba para atendimento privado.
5. Terei a minha disposição vale transporte e lanche para cada dia que comparecer na ESEF para
participar da pesquisa.
6. Estou ciente que todos os testes serão realizados no Centro Natatório da Escola de Educação Física
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Os procedimentos expostos acima têm sido explicados para mim pelo Prof. Luiz Fernando Martins
Kruel, e/ou sua orientanda Ilana Finkelstein, e demais bolsistas.
Eu entendo que o Prof. Luiz Fernando Martins Kruel, Ilana Finkelstein e bolsistas irão responder
qualquer dúvida que eu tenha, em qualquer momento, relativa a esses procedimentos.
Eu entendo que todos os dados relativos à minha pessoa serão confidenciais, e disponíveis somente sob
minha solicitação escrita. Além disso, eu entendo que, no momento da publicação, os dados publicados não
serão associados à minha pessoa.
Eu entendo que não haverá compensação financeira pela minha participação no estudo.
Eu entendo que posso realizar contato com o Prof. Luiz Fernando Martins Kruel e Ilana Finkelstein,
para quaisquer problemas referentes à minha participação no estudo, ou caso eu sentir que haja violação dos
meus direitos, através do telefone (0XX51) 3316-5820.
Porto Alegre,_____de________________________________de 2005.
Nome em letra de forma:____________________________________
Assinatura:________________________________
151
ANEXO E:
QUESTIONÁRIO PARA O MÉDICO OBSTETRA
NOME DA PACIENTE:_______________________________________________
Dr(a)_________________________________________, sua paciente gostaria de participar do estudo que
envolve exercício submáximo em terra e em água, que consiste das seguintes características:
Dois dias de testes progressivos:
Serão realizados dois testes cardiopulmonares submáximos, em bicicleta estacionária, ambos com
aumento progressivo de carga. O objetivo desse exame é determinar um ponto no qual ocorrem algumas
modificações na ventilação (esse ponto é chamado pelos estudiosos de primeiro limiar ventilatório). Em um dia,
o teste será na água e, no outro, na terra. Os riscos relacionados ao procedimento em questão são mínimos, pois o
exercício a ser feito na bicicleta não ultrapassará a faixa que compreende 40 a 70% do consumo máximo de
oxigênio (intensidade de esforço aceita na literatura internacional como segura, tanto para gestantes quanto para
não-gestantes). A duração média destes testes é de 6 a 10 minutos.
Dois dias de testes contínuos de 30 minutos na intensidade do primeiro limiar ventilatório:
Os dois últimos testes compreenderão 30 minutos de exercício em bicicleta, na intensidade do primeiro
limiar ventilatório, que foi observado nos testes progressivos. Os riscos destes testes também são mínimos,
que a intensidade e a duração do exercício se aplicam sem contra-indicações para gestantes e não-gestantes. Os
testes serão realizados em dias diferentes, um dentro e outro fora da água. A ordem dos testes será sorteada para
cada participante da pesquisa.
Este estudo será composto por 10 mulheres grávidas com idade gestacional entre 20 e 32 semanas e 10
mulheres não grávidas.
A sua autorização é muito importante, pois este estudo tem a finalidade de possibilitar a análise de
respostas fisiológicas em gestantes e não-gestantes em dois ambientes distintos. Terá grande aplicação prática
para os profissionais de educação física, quando estes forem prescrever exercício para gestantes. O risco
relacionado à participação da sua paciente é muito baixo, sendo a possibilidade de desconforto pequena. A
intensidade do exercício sempre será mantida em uma intensidade confortável e todo e qualquer esforço será
imediatamente suspenso, se necessário for.
152
Caso concorde com a inclusão de sua paciente no estudo, favor preencher o questionário abaixo:
Sua paciente está utilizando alguma medicação? Esta medicação pode afetar a FC, PA ou desempenho físico?
__________________________________________________________________________________________
Sua paciente é portadora de alguma doença que a impossibilite de participar do experimento?
__________________________________________________________________________________________
No caso de o(a) senhor(a) autorizar, é necessário assinar o termo, liberando sua paciente para o experimento
descrito acima.
Eu, Dr._____________________________________autorizo a gestante
____________________________________a participar do estudo descrito acima.
Porto Alegre, ____de_________________ de 2005.
_______________________________________
Obrigado por sua consideração.
___________________________
Ilana Finkelstein
153
ANEXO F:
FICHA DE COLETA DE DADOS - PROGRESSIVO
Nome: ___________________________Data de Nascimento:___________
Peso:____________________Estatura:_______________Idade gestacional:________
Idade:_____________________ Teste n
o
:_______
Grupo 1 – gestante ( ) Grupo 2 – Não-gestante ( ) Temp:________
Experimento: 1( ) submáximo progressivo terra
2 ( ) submáximo progressivo água
Repouso deitado decúbito lateral esquerdo (10 minutos):
Minuto FC
2
OV
10’0
10’20
10’40
Minuto
11’0 PAS PAD
Repouso sentado (2 minutos):
Minuto FC
2
OV
&
14’0
14’20
14’40
Minuto
15’0 PAS PAD
Repouso sentado bicicleta (2 minutos):
Minuto FC
2
OV
&
19’0
19’20
19’40
Minuto
20’0 PAS PAD
154
O Teste inicia no minuto 21
Tempo total Tempo teste Carga FC
2
OV
PA
22’ 1 min 0 Watts
22’2 25 Watts
22’4 25 Watts
23’ 2 min 25 Watts
23’2 25 Watts
23’4 25 Watts *
24’ 3 min 50 Watts
24’2 50 Watts
24’4 50 Watts
25’ 4 min 50 Watts
25’2 50 Watts
25’4 50 Watts *
26’ 5 min 100 Watts
26’2 100 Watts
26’4 100 Watts
27’ 6 min 100 Watts
27’2 100 Watts
27’4
100 Watts
*
28’ 7 min
150 Watts
28’2
150 Watts
28’4
150 Watts
29’ 8 min
150 Watts
29’2
150 Watts
29’4
150 Watts
*
30’ 9 min
200 Watts
30’2
200 Watts
30’4
200 Watts
31’ 10 min
200 Watts
31’2
200 Watts
31’4
200 Watts
*
155
ANEXO G:
FICHA DE COLETA DE DADOS - CONTÍNUO
Nome: ___________________________Data de nascimento:__________Idade:____
Data:________________Teste número:______________ Temperatura:___________
Peso:_____________Estatura:______________ Idade gestacional:_______________
Grupo 1 – gestante ( ) Grupo 2 – Não-gestante ( ) FC ALVO:__________
Experimento: ( ) submáximo contínuo terra ( ) submáximo contínuo água
SSE:____________________
Repouso deitado decúbito lateral esquerdo (10 minutos):
Minuto FC
2
OV
&
10’0
10’20
10’40
Minuto
11’0 PAS PAD
Repouso sentado (2 minutos):
Minuto FC
2
OV
&
14’0
14’20
14’40
Minuto
15’0 PAS PAD
Repouso sentado bicicleta (2 minutos):
Minuto FC
2
OV
&
19’0
19’20
19’40
Minuto
20’0 PAS PAD
156
Teste Contínuo inicia no minuto 21 e o aumento de carga é no minuto 25.
Min total Minuto teste FC
2
OV
&
PA WATTS
30’0 9’0
30’2 9’2
30’4 9’4
31’0 10’0 *
35’0 14’0
35’2 14’2
35’4 14’4
36’0 15’0 *
40’0 19’0
40’2 19’2
40’4 19’4
41’0 20’0 *
45’0 24’0
45’2 24’2
45’4 24’4
46’0 25’0 *
50’0 29’0
50’2 29’2
50’4 29’4
51’0 30’0 *
REPOUSO REPOUSO REPOUSO REPOUSO REPOUSO
55’0 4’0
55’2 4’2
55’4 4’4
56’0 5’0 *
60’0 9’0
60’2 9’2
60’4 9’
1h e 1’ 10’0 *
1h e 5’ 14’0
1h e 5’2 14’2
1h e 5’4 14’4
1h e 6’ 15’0 *
1h e 10’ 19’0
1h e 10’2 19’2
1h e 10’4 19’4
1h e 11’ 20’0 *
1h e 15’ 24’0
1h e 15’2 24’2
1h e 15’4 24’4
1h e 16’ 25’0 *
1h e 20’ 29’0
1h e 20’2 29’2
1h e 20’4 29
1h e 21’ 30’0 *
157
ANEXO H:
LAUDO TÉCNICO DE CALIBRAÇÃO DO KB1-C
158
159
ANEXO I:
TESTE DE NORMALIDADE
Tabela 12: Teste de Normalidade – Shapiro Wilk
Kolmogorov-Smirnov Shapiro-Wilk
SITUAÇÃO
Statistic df Sig. Statistic df Sig.
2
OV
absoluto
0,07 40 0,200 0,96 40 0,137
2
OV
relativo
0,11 40 0,200 0,97 40 0,370
FC 0,13 40 0,079 0,95 40 0,074
PAS 0,12 40 0,198 0,97 40 0,435
PAD 0,08 40 0,200 0,99 40 0,978
Exercício
PAM 0,07 40 0,200 0,98 40 0,658
2
OV
absoluto
0,10 36 0,200 0,96 36 0,199
2
OV
relativo
0,12 36 0,200 0,95 36 0,092
FC 0,08 36 0,200 0,98 36 0,781
PAS 0,11 36 0,200 0,96 36 0,253
PAD 0,11 36 0,200 0,96 36 0,276
Pós-exercício
PAM 0,14 36 0,059 0,96 36 0,300
160
ANEXO J:
ESTATÍSTICA DESCRITIVA, MÉDIA, DESVIO PADRÃO (DP),
INTERVALO DE CONFIANÇA (IC) PARA AS VARIÁVEIS EM ESTUDO,
NA ÁGUA E NA TERRA NO PRÉ-EXERCÍCIO.
Tabela 13: Estatística descritiva, Média (DP), Intervalo de confiança (IC) para as variáveis
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo (ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm), PAS (mmHg),
PAD (mmHg), PAM estimada (mmHg), na água e na terra no pré-exercício.
Estado Meio N Média (DP)
95% IC
Mínimo - Máximo
Gestante Água 10 0,22 ± 0,05 0,19 - 0,26
Terra 10 0,24 ± 0,05 0,20 - 0,28
Total 20 0,23 ± 0,05 0,20 - 0,26
Não-gestante Água 10 0,23 ± 0,07 0,19 - 0,27
Terra 10 0,25 ± 0,07 0,21 - 0,29
Total 20 0,24 ± 0,07 0,21 - 0,27
Total Água 20 0,23 ± 0,06 0,20 - 0,26
Terra 20 0,24 ± 0,06 0,22 - 0,27
2
OV
&
absoluto
Total 40 0,24 ± 0,06 0,22 - 0,26
Gestante Água 10 3,47 ± 1,00 2,76 - 4,17
Terra 10 3,66 ± 0,75 2,96 - 4,36
Total 20 3,56 ± 0,87 3,07 - 4,06
2
OV
&
relativo
Não-gestante Água 10 4,04 ± 1,25 3,34 - 4,75
Terra 10 4,28 ± 1,28 3,58 - 4,98
Total 20 4,16 ± 1,24 3,66 - 4,66
Total Água 20 3,75 ± 1,14 3,26 - 4,25
Terra 20 3,97 ± 1,07 3,47 - 4,47
Total 40 3,86 ± 1,10 3,51 - 4,21
Gestante Água 10 90,13 ± 10,32 83,43 - 96,84
Terra 10 86,27 ± 5,58 79,56 - 92,97
Total 20 88,20 ± 8,31 83,46 - 92,94
Não-gestante Água 10 80,40 ± 11,47 73,70 - 87,10
Terra 10 78,67 ± 12,95 71,96 - 85,37
Total 20 79,53 ± 11,94 74,79 - 84,27
Total Água 20 85,27 ± 11,74 80,53 - 90,01
Terra 20 82,47 ± 10,46 77,73 - 87,21
FC
Total 40 83,87 ± 11,06 80,52 - 87,22
Gestante Água 10 110,40 ± 7,82 104,22 - 116,58
Terra 10 110,80 ± 11,00 104,62 - 116,98
Total 20 110,60 ± 9,29 106,23 - 114,97
Não-gestante Água 10 105,20 ± 11,36 99,02 - 111,38
Terra 10 109,40 ± 7,78 103,22 - 115,58
Total 20 107,30 ± 9,72 102,93 - 111,67
Total Água 20 107,80 ± 9,86 103,43 - 112,17
Terra 20 110,10 ± 9,30 105,73 - 114,47
PAS
Total 40 108,95 ± 9,53 105,86 - 112,04
Gestante Água 10 70,80 ± 5,59 67,07 - 74,53
Terra 10 71,40 ± 6,54 67,67 - 75,13
Total 20 71,10 ± 5,93 68,46 - 73,74
Não-gestante Água 10 72,60 ± 5,42 68,87 - 76,33
Terra 10 72,40 ± 5,64 68,67 - 76,13
Total 20 72,50 ± 5,39 69,86 - 75,14
Total Água 20 71,70 ± 5,44 69,06 - 74,34
Terra 20 71,90 ± 5,96 69,26 - 74,54
PAD
Total 40 71,80 ± 5,64 69,94 - 73,66
(Continua)
161
(Continuação)
Estado Meio N Média (DP)
95% IC
Mínimo - Máximo
Gestante Água 10 84,00 ± 5,11 79,98 - 88,02
Terra 10 84,53 ± 7,34 80,51 - 88,55
Total 20 84,27 ± 6,16 81,42 - 87,11
Não-gestante Água 10 83,47 ± 6,84 79,45 - 87,49
Terra 10 84,73 ± 5,52 80,71 - 88,75
Total 20 84,10 ± 6,08 81,26 - 86,94
Total Água 20 83,73 ± 5,88 80,89 - 86,58
Terra 20 84,63 ± 6,32 81,79 - 87,48
PAM
Total 40 84,18 ± 6,04 82,17 - 86,19
162
ANEXO L:
ANÁLISE DE VARIÂNCOIA DAS VARIÁVEIS
EM ESTUDO NO PRÉ-EXERCÍCIO
Tabela 14: Análise de variância para as variáveis
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo
(ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm), PAS (mmHg), PAD (mmHg), PAM estimada (mmHg), na
água e na terra no pré-exercício.
Fatores
Variáveis
dependentes
Soma de
quadrados
Graus de
liberdade
Médias de
quadrados
Teste
F
Valor
P
2
OV
&
absoluto
0,00 1 0,00 0,107 0,745
2
OV
&
relativo
3,56 1 3,56 2,966 0,094
FC 751,11 1 751,11 6,877 0,013
PAS 108,90 1 108,90 1,172 0,286
PAD 19,60 1 19,60 0,580 0,451
ESTADO
PAM 0,28 1 0,28 0,007 0,933
2
OV
&
absoluto
0,00 1 0,00 0,712 0,404
2
OV
&
relativo
0,46 1 0,46 0,386 0,538
FC 78,40 1 78,40 0,718 0,402
PAS 52,90 1 52,90 0,569 0,456
PAD 0,40 1 0,40 0,012 0,914
MEIO
PAM 8,10 1 8,10 0,206 0,653
2
OV
&
absoluto
0,00 1 0,00 0,000 0,986
2
OV
&
relativo
0,00 1 0,00 0,004 0,951
FC 11,38 1 11,38 0,104 0,749
PAS 36,10 1 36,10 0,388 0,537
PAD 1,60 1 1,60 0,047 0,829
ESTADO x
MEIO
PAM 1,34 1 1,34 0,034 0,854
2
OV
&
absoluto
0,13 36 0,00
2
OV
&
relativo
43,20 36 1,20
FC 3931,73 36 109,21
PAS 3346,00 36 92,94
PAD 1216,80 36 33,80
ERRO
RESIDUAL
PAM 1414,27 36 39,29
2
OV
&
absoluto
0,14 39
2
OV
&
relativo
47,22 39
FC 4772,62 39
PAS 3543,90 39
PAD 1238,40 39
TOTAL
CORRIGIDO
PAM 1423,99 39
163
ANEXO M:
COEFICIENTES DOS MODELOS DE REGRESSÃO DAS
VARIÁVEIS EM ESTUDO DURANTE EXERCÍCIO
Tabela 15: Significância dos coeficientes dos modelos de regressão dos cinco momentos
de medidas durante o exercício para as variáveis:
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo (ml.kg
-1
.min
-1
), FC (bpm), PAS (mmHg), PAD (mmHg), PAM estimada
(mmHg) na água e na terra.
Exercício
Gestantes Não-gestantes
Coeficientes
Erro
padrão
F de sig Coeficientes
Erro
padrão
F de sig
2
OV
&
Água absoluto
-0,01 0,02 0,588 -0,01 0,01 0,347
2
OV
&
Terra absoluto
-0,01 0,01 0,435 -0,01 0,02 0,409
2
OV
&
Água relativo
-0,12 0,21 0,590 -0,19 0,20 0,339
2
OV
&
Terra relativo
-0,14 0,16 0,382 -0,25 0,35 0,481
FC Água 0,76 0,67 0,263 -0,04 0,59 0,941
FC Terra 0,52 1,03 0,617 0,46 0,74 0,536
PAS Água 0,72 0,86 0,407 -0,90 0,92 0,333
PAS Terra 2,40 1,30 0,071 -1,04 0,95 0,279
PAD Água -0,38 0,61 0,535 -0,78 0,59 0,191
PAD Terra -0,80 0,62 0,200 -1,00 1,01 0,329
PAM Água -0,01 0,45 0,976 -0,82 0,51 0,114
PAM Terra 0,27 0,65 0,684 -1,01 0,79 0,208
164
ANEXO N:
COEFICIENTES DOS MODELOS DE REGRESSAO DAS VARIÁVEIS
FC, PAS, PAD E PAM ESTIMADA NO PÓS-EXERCÍCIO
Tabela 16: Significância dos coeficientes dos modelos de regressão dos seis momentos de
medidas durante o período de pós-exercício para as variáveis: FC (bpm), PAS
(mmHg), PAD (mmHg), PAM estimada (mmHg) na água e na terra.
Pós-exercício
Gestantes Não-gestantes
Coeficientes
Erro
padrão
F de
sig
Coeficientes
Erro
padrão
F de sig
FC Água (bpm) -0,72 0,81 0,383 -0,95 0,67 0,157
FC Terra (bpm) -1,04 0,76 0,180 -1,76 0,80 0,031
PAS Água (mmHg) -0,26 0,62 0,671 -0,59 0,72 0,419
PAS Terra (mmHg) -0,80 0,85 0,346 -0,75 0,79 0,340
PAD Água (mmHg) 0,09 0,47 0,855 0,30 0,56 0,593
PAD Terra (mmHg) 0,24 0,61 0,694 -0,11 0,58 0,852
PAM Água (mmHg) -0,03 0,43 0,943 0,01 0,57 0,992
PAM Terra (mmHg) -0,11 0,65 0,868 -0,32 0,62 0,601
165
ANEXO O:
COEFICIENTES DOS MODELOS DE REGRESSÃO DAS VARIÁVEIS
2
OV
&
ABSOLUTO E
2
OV
&
RELATIVO NO PÓS-EXERCÍCIO
Tabela 17: Significância dos coeficientes dos modelos de regressão dos momentos décimo
quinto e trigésimo minuto pós-exercício para as variáveis:
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo (ml.kg
-1
.min
-1
), na água e na terra.
Pós-exercício
Gestantes Não-gestantes
Coeficientes
Erro
padrão
F de
sig
Coeficientes
Erro
padrão
F de
sig
2
OV
&
absoluto - Água
0,00 0,01 0,475 0,00 0,01 0,824
2
OV
&
absoluto - Terra
-0,01 0,01 0,466 -0,01 0,01 0,23
2
OV
&
relativo - Água
-0,04 0,08 0,637 0,05 0,11 0,635
2
OV
&
relativo - Terra
-0,07 0,16 0,667 -0,07 0,21 0,742
166
ANEXO P:
TABELA DE COMPARAÇÃO DAS VARIÁVEIS EM ESTUDO,
NO PRÉ E PÓS-EXERCÍCIO NO GRUPO DE GESTANTES
Tabela 18: Comparação entre as variáveis:
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo (ml.kg
-1
.min
-1
),
FC (bpm), PAS (mmHg), PAD (mmHg), PAM estimada (mmHg) na posição de
repouso sentado entre gestantes nas situações de pré-exercício e pós-exercício.
Gestante
Água Terra
N Média (DP) Sig N dia Sig
2
OV
&
absoluto pré
9 0,23 ± 0,05 8 0,25 ± 0,05
2
OV
&
absoluto pós
9 0,20 ± 0,04
0,217
8 0,20 ± 0,06
0,092
2
OV
&
relativo pré
9 3,50 ± 1,06 8 3,68 ± 0,81
2
OV
&
relativo pós
9 3,00 ± 0,58
0,271
8 3,08 ± 1,14
0,128
FC pré 10 90,13 ± 10,32 10 86,27 ± 5,58
FC pós 10 97,24 ± 10,16
0,001
10 95,77 ± 9,72
0,001
PAS pré 10 110,40 ± 7,82 10 110,80 ± 11,00
PAS pós 10 107,67 ± 7,28
0,085
10 111,95 ± 9,16
0,749
PAD pré 10 70,80 ± 5,59 10 71,40 ± 6,54
PAD pós 10 69,30 ± 5,43
0,472
10 72,58 ± 5,85
0,392
PAM pré 10 84,00 ± 5,11 10 84,53 ± 7,34
PAM pós 10 82,09 ± 5,06
0,270
10 84,27 ± 7,89
0,885
167
ANEXO Q:
TABELA DE COMPARAÇAO DAS VARIÁVEIS EM ESTUDO,
NO PRÉ E PÓS-EXERCÍCIO NO GRUPO DE NÃO-GESTANTES
Tabela 19: Comparação entre as variáveis:
2
OV
&
absoluto (l/min),
2
OV
&
relativo (ml.kg
-1
.min
-1
),
FC (bpm), PAS (mmHg), PAD (mmHg), PAM estimada (mmHg) na posição de
repouso sentado entre não-gestantes nas situações de pré-exercício e pós-
exercício.
Não-Gestante
Água Terra
N Média Sig N Média Sig
2
OV
&
absoluto pré
10 0,23 ± 0,07 10 0,25 ± 0,07
2
OV
&
absoluto pós
10 0,20 ± 0,04
0,330
10 0,22 ± 0,06
0,319
2
OV
&
relativo pré
10 4,04 ± 1,25 10 4,28 ± 1,28
2
OV
&
relativo pós
10 3,50 ± 0,82
0,354
10 3,79 ± 0,96
0,220
FC pré 10 80,40 ± 11,47 10 78,67 ± 12,95
FC pós 10 87,80 ± 8,82
0,005
10 85,25 ± 10,30
0,024
PAS pré 10 105,20 ± 11,36 10 109,40 ± 7,78
PAS pós 10 105,63 ± 8,24
0,879
10 108,47 ± 9,32
0,747
PAD pré 10 72,60 ± 5,42 10 72,40 ± 5,64
PAD pós 10 71,83 ± 7,15
0,677
10 72,50 ± 6,93
0,928
PAM pré 10 83,47 ± 6,84 10 84,73 ± 5,52
PAM pós 10 83,10 ± 7,26
0,842
10 84,49 ± 7,53
0,913
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