Ele também discute sobre o herdeiro e afirma que esta situação é prejudicial
para o pai, o filho e a empresa. Ele dá importância maior para o herdeiro, pois
dificulta que ele alcance a identidade própria, e justifica que este fato decorre da
identidade autoritária do pai.
O desenvolvimento de um sucessor deveria ser um processo longo e
considerado como investimento mas, de acordo com Romboli e Puga (2000), o
encaminhamento sucessório é considerado uma das piores decisões para o
fundador. Sabe-se que a decisão não implicará num aspecto isoladamente
profissional, e sim que envolve toda estrutura de funcionamento da família. Acontece
que por ser um momento muito difícil, ele é adiado: ”Adiar as preocupações do
processo de sucessão para quando a empresa estiver redonda é uma saída habitual
de alguns empresários. Hoje já se sabe que jamais a empresa estará pronta, pelo
fato dela ter uma dinâmica constante e que quando for considerada redonda, deve
estar obsoleta” (Bernhoeft, 1989, p.33).
Atualmente, sabe-se que a maior dificuldade das empresas com cultura
familiar é a preparação do processo sucessório, o qual envolve reconhecimento,
aprendizagem, mudança psíquica e institucionalização da mudança. Bernhoeft
(1989), discute que o processo sucessório, quando não é tratado no devido tempo,
acarreta muitos problemas. Um dos maiores complicadores é que os fundadores
acreditam, muitas vezes, que os conflitos se resolverão, mas este pensamento é
uma solução que, geralmente, leva ao fracasso. A não solução dos problemas
relacionados à sucessão leva, muitas vezes, a conflitos jurídicos e brigas familiares.
Até porque os herdeiros dificilmente têm o espírito empreendedor tão vigoroso
quanto o do fundador/sucedido. Mas não se pode esquecer que, muitas vezes, o
próprio fundador, mesmo de forma inconsciente, torna a sucessão ainda mais difícil.
Tsukamoto (2005) releva que o sucessor deve ter como objetivo aumentar
sua riqueza e não administrar a riqueza que recebeu. O sucessor deve ser
preparado, estimulado desde bebê, para tomar gosto pelo empreendimento. Ao
longo dos anos deve visitar, passear, estagiar na empresa. Ao final da formação