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Uma vez iniciado o ciclo celular, ele não progride automaticamente. Os pontos
estratégicos de “parada” do ciclo, os chamados “check-points”, só são ultrapassados
mediante estímulos apropriados. Portanto, existem vários fatores que estimulam o ciclo
celular e muitos outros que tendem a inibi-lo. Entre estes, os mais estudados são algumas
proteínas inibidoras do complexo CDK- ciclina, como por exemplo, a p21 e a p16INK4
(Brasileiro Filho et al., 2000).
Vários estudos têm demonstrado que o produto de dois genes precoces (E) do HPV,
o E6 e E7 , são proteínas transformadoras do vírus e estão diretamente envolvidas na
indução da proliferação benigna e transformação maligna das células do hospedeiro (Giarré
et al., 2001; Dong et al., 2001). A capacidade destes genes de imortalizar queratinócitos é
explicada pela sua habilidade em interagir e neutralizar a função da pRb (Giarré et al.,
2001; Dong et al., 2001). A pRb, ciclina D, CDK4 e p16INK4 são as quatro chaves que
regulam o ciclo celular normal, sendo que qualquer uma delas pode estar mutada em
células tumorais (Cotran et al., 1999). Em células quiescentes, a pRb é hipofosforilada e
associada com E2F (fator de elongação 2). Quando expostas a sinais mutagênicos, a
transcrição de genes codificadores de ciclinas é iniciada. A seguir, há a inativação das
quinases dependentes de ciclina 4 e 6 (CDK4 e CDK6), as quais fosforilam a pRb na fase
do ciclo celular G1, causando a liberação do E2F. Por fim, o E2F, livre e ativado, promove
a transcrição de um grupo de genes que codificam proteínas essenciais para a progressão
do ciclo celular. Uma vez que a ativação de CDK4 e CDK6 representa a chave para o ciclo
celular, existe um grande número de mecanismos que regulam a atividade destas quinases.
Em particular, alguns membros da família de proteínas INK4, tais como p16, p15, p18 e
p19, associam-se às CDK4 e CDK6 para inibir a sua atividade (fig. 10). A expressão