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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
CURSO DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
NÍVEL: MESTRADO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ODONTOPEDIATRIA
DISTRIBUIÇÃO DE LESÕES DE CÁRIE NA DENTIÇÃO DECÍDUA EM PRÉ-
ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE CANOAS - RS.
ANA CAROLINA DE MATTOS PESSOA REICHMANN
CANOAS-RS
2006
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
R352d Reichmann, Ana Carolina de Mattos Pessoa
Distribuição de lesões de cárie na dentição decídua em
pré-escolares do município de Canoas - RS. / Ana Carolina
de Mattos Pessoa Reichmann. - Canoas, 2006.
66 f.; il.
Dissertação (Mestrado em Odontologia : Odontopediatria)
- Universidade Luterana do Brasil, 2006.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Floriani Kramer
1. Cárie dentária 2. Dentição decídua 3. Prevalência 4.
Diagnóstico precoce 5. Odontopediatria 6. Canoas - RS I.
Kramer, Paulo Floriani II. Título
CDU 616.314-002-053.4
CDD 617.6
Bibliotecária Responsável: Magda Guimarães - CRB10-1307
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ANA CAROLINA DE MATTOS PESSOA REICHMANN
DISTRIBUIÇÃO DE LESÕES DE CÁRIE NA DENTIÇÃO DECÍDUA EM PRÉ-
ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE CANOAS - RS.
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Odontologia do Curso de
Odontologia da Universidade Luterana do
Brasil como requisito final para obtenção do
título de Mestre em Odontologia – área de
concentração em Odontopediatria.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Floriani Kramer
CANOAS-RS
2006
DEDICATÓRIA
Agradeço e dedico este trabalho aos
meus pais, Plinio e Berenice, e ao meu
marido, Gustavo, que estiveram sempre
presentes e que se dedicaram tanto para o
meu sucesso pessoal e profissional com
enorme amor e carinho.
AGRADECIMENTO ESPECIAL
À minha amiga Flávia Zagonel,
excelente arquiteta, por todo o auxílio na
confecção das figuras, por estar sempre
pronta a ajudar, pela sua amizade e pelo seu
carinho.
AGRADECIMENTOS
Ao professor Paulo Floriani Kramer, por fazer parte deste trabalho, por
todas as horas dedicadas à orientação do mesmo, pela confiança, amizade e
dedicação.
Ao professor Carlos Alberto Feldens, agrado pelo constante apoio,
pelo auxílio neste trabalho, por estar sempre disposto a compartilhar seus
conhecimentos, por toda a sua atenção e dedicação e por ser para mim um
exemplo.
Aos professores Maximiano Ferreira Tovo e Ítalo Medeiros Faraco
Junior, por todos os ensinamentos transmitidos nesses dois anos, pelo carinho,
pela atenção, pela amizade e pela convivência.
Aos professores Eliane Gerson Feldens e Henrique Ruschel, pela
amizade, carinho e aprendizado durante a nossa convivência.
À professora Simone Helena Ferreira, pela amizade, por nos transmitir
seus conhecimentos e experiência na clínica de bebês com tanto carinho e
dedicação. Por emprestar seus dados para a realização deste trabalho. Este
trabalho também é seu!
Aos professores do programa de pós-graduação da ULBRA, pelos
ensinamentos.
Aos colegas de Odontopediatria das turmas 2003, 2004 e 2005, Simone,
Cristiano, Fabiane, Karini, Licéli, Andréia, Marcela, Mônica, Suzana e Larissa,
pelo convívio.
Aos funcionários da Biblioteca, Magda e Cássio, pelo constante auxílio
na normatização deste trabalho.
À Alexandra, secretária do programa de pós-graduação em Odontologia
da ULBRA, pela amizade e dedicação.
Aos participantes desta pesquisa, sem os quais, a mesma não seria
possível.
À minha odontopediatra Marisa Grein, que desde cedo me inspirou para
a escolha da minha profissão.
Aos meus professores de Graduação Renato Cordeiro Gugisch e Fabian
Calixto Fraiz que me ensinaram os primeiros passos da Odontopediatria.
Às minhas amigas e colegas de profissão Juliana, Cristiane, Aline e
Thaís pelo constante incentivo e torcida.
Às minhas amigas de Curitiba, por se lembrarem de mim mesmo quando
eu estava longe e por torcerem por meu sucesso.
À Adriana, à Ângela e à Alessandra que me acolheram tão bem nessa
nova cidade e que tornaram a caminhada mais leve.
À toda a minha família, avós, tios, primos, sogro, sogra, cunhados e
sobrinho pelo amor e carinho e pelo constante incentivo e torcida.
À minha avó Maria Julinda por sua torcida de longe, mas nem por isso
menos presente, e por sua orações.
À minha avó Maria Augusta, por não se esquecer de mim um dia se
quer, por todos os seus telefonemas, por todas as suas visitas e por toda a sua
amizade.
Ao meu avô Plínio e à minha bisavó Dalila, por todo o amor e carinho e
pelo exemplo que vocês foram e sempre serão para mim.
Aos meus irmãos queridos, Ana Paula, Plínio, Ana Beatriz e Ana Flávia,
meus eternos companheiros, pelas conversas, risadas, amizade e
cumplicidade.
Ao meu marido Gustavo, por seu enorme carinho e admiração, por seu
companheirismo e seu amor.
Aos meus pais, por todo o amor e carinho e pelos princípios que
norteiam a minha vida.
Aos professores desta banca, por dedicarem seu tempo para ler e
contribuir com o meu trabalho e crescimento profissional.
À Nossa Senhora e a Deus, que sempre estiveram muito próximos de
mim, iluminando o meu caminho e a minha vida.
RESUMO
Objetivos: Verificar a distribuição das lesões de cárie na dentição decídua de
pré-escolares do município de Canoas/ RS. Metodologia: Estudo transversal
observacional realizado a partir de dados secundários de 1546 crianças de
zero a seis anos de idade. A coleta de dados foi realizada por meio de exame
clínico visual e foram utilizados os índices ceo-d e ceo-s. A Análise de
Variância foi utilizada para comparar a proporção de experiência de cárie entre
dentes e superfícies e em relação às diferentes idades. O teste de Wilcoxon foi
empregado para comparação do índice ceo-d entre lados, arcadas e
segmentos e o teste não paramétrico de Friedman, para comparar o índice
ceo-s entre os tipos de superfície. Resultados: Os dentes mais afetados na
dentição decídua foram os incisivos centrais superiores e os segundos molares
inferiores. Nas idades de um, dois e três anos, os dentes mais afetados foram
os incisivos centrais superiores; enquanto que aos seis anos o dente mais
afetado foi o segundo molar inferior esquerdo. A superfície mais afetada na
dentição decídua nas idades de um a três anos foi a vestibular do incisivo
central superior direito; enquanto entre quatro e seis anos foi a superfície
oclusal dos segundos molares inferiores. A arcada superior e o segmento
posterior apresentaram maior ceo-d na dentição decídua. Não houve diferença
significativa entre os lados direito e esquerdo. As superfícies livres
apresentaram maior ceo-s nas crianças examinadas. Conclusão: O padrão de
ataque na população estudada destacou-se pelo envolvimento dos incisivos
centrais superiores em idades precoces e da superfície oclusal dos segundos
molares inferiores decíduos. O presente estudo confirma a imporncia do
diagnóstico precoce e do atendimento no primeiro ano de vida da criança a fim
de estabelecer comportamentos compatíveis com saúde bucal e geral.
Palavras Chave: Cárie dentária, Pré-escolar, Levantamentos de saúde bucal,
Prevalência e Dentição Decídua.
ABSTRACT
Aims: To evaluate the distribution of the caries lesions in primary dentition of
kindergarten children from Canoas/ RS. Method: A transversal observational
study has been carried out based on secondary data of 1456 children from 0 to
6 years old. Data collection has been performed by visual clinical exams and
the indexes used have been the dmf-t and dmf-s. The Variance Analysis has
been used to compare the proportion of caries experience between teeth and
surfaces and in relation to different ages. Wilcoxon test has been employed in
order to compare the dmft index between sides, archs and segments and the
non-parametric Friedman’s test, to compare the dmfs index between the
different kinds of surface. Results: The most affected teeth have been the
upper central incisors and the lower second molars. One, two and three-year
olds’ most affected teeth have been the upper central incisors; while in six-year
olds, it has been the lower left second molar. The most affected surface in
primary dentition at the ages of one, two and three has been the vestibular of
the right upper central incisor; while from four to six years old it has been the
occlusal surface of the lower second molar. The upper arch and the posterior
segment showed the highest dmft of the primary dentition. There has been no
significant difference regarding right and left sides. Smooth surfaces showed
the highest dmfs in the children submitted to the study. Conclusion: Caries
pattern in this study was highlighted by the involvement of the upper central
incisors in early ages and of the occlusal surface of the lower second primary
molars. The present study confirms the importance of an early diagnosis and
attendance during the first year of life so that it can be possible to establish
behaviours that favour buccal and general health.
Key words: Dental Caries; Child, Preschool; Dental Health Surveys;
Epidemiology and Dentition, Primary.
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTO ESPECIAL
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE ILUSTRAÇÕES.................................................. 01
1 INTRODUÇÃO................................................................. 02
2 REVISÃO DA LITERATURA........................................... 05
3 OBJETIVOS..................................................................... 20
3.1 Geral.............................................................................. 21
3.2 Específicos................................................................... 21
4 METODOLOGIA.............................................................. 22
4.1 Delineamento do estudo............................................. 23
4.2 Perfil do município de Canoas.................................... 23
4.3 População do estudo................................................... 24
4.4 Coleta de dados........................................................... 24
4.5 Variáveis do estudo..................................................... 25
4.5.1 Variáveis dependentes............................................... 25
4.5.2 Variáveis independentes............................................. 25
4.6 Análise estatística........................................................ 26
5 RESULTADOS................................................................. 27
6 DISCUSSÃO.................................................................... 38
7 CONCLUSÕES................................................................ 49
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................. 51
ANEXOS............................................................................. 59
1
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 5.1 - Distribuição do percentual de experiência de cárie por dente e por
idade na dentição decídua. Canoas/ RS -2000. .............................................. 29
Tabela 5.1 - Distribuição do ceo-d médio, desvio padrão, mediana e amplitude
interquartílica em relação a lado, arcada e segmento na dentição dedua.
Canoas/ RS - 2000. ......................................................................................... 31
Tabela 5.2 - Distribuição do ceo-s médio, desvio padrão, mediana e amplitude
interquartílica em relação aos tipos de superfície na dentição decídua. Canoas/
RS - 2000. ........................................................................................................ 37
Figura 5.1 - Distribuição do percentual de experiência de cárie por superfície
na dentição decídua. Canoas/ RS – 2000. ...................................................... 32
Figura 5.2 - Distribuição do percentual de experiência de cárie por superfície
nas idades de um, dois e três anos na dentição decídua. Canoas/ RS 2000.
.......................................................................................................................... 34
Figura 5.3 - Distribuição do percentual de experiência de cárie por superfície
nas idades de quatro, cinco e seis anos na dentição decídua. Canoas/ RS
2000. ................................................................................................................ 35
2
1 INTRODUÇÃO
3
1 INTRODUÇÃO
Desde o início da década de 80, publicações vêm confirmando a
ocorrência de expressivos ganhos nos níveis de saúde bucal, em especial
entre os mais jovens, em inúmeros países ocidentais. Dentre os achados mais
proeminentes, destacam-se as importantes reduções na prevalência e no nível
de progressão das lesões cariosas (NAYLOR, 1982; PETERSON; BRATHALL,
1996; WEYNE, HARARI, 2001; MARTHALER, 2004).
A causa para a marcante redução está relacionada a vários fatores,
entre os quais, o amplo uso de fluoretos, a melhoria da qualidade de vida da
população e as alterações nos critérios de diagnóstico e tratamento da doença
cárie (FEJERSKOV, 1995; BRATTHALL, PETERSON, SUNDBERG, 1996;
PETERSON, BRATTHALL, 1996; FREYSLEBEN, PERES, MARCENES, 2000).
A cárie dentária, entretanto, continua sendo um grave problema de
saúde pública no mundo moderno. Segundo Weyne (1997), seguramente ainda
é uma das doenças de que mais padecem as pessoas. Filstrup et al. (2003)
afirma que nos Estados Unidos a cárie dentária é a doença crônica mais
comum nas crianças, sendo cinco vezes superior que a asma, sete vezes que
rinite e 14 vezes mais comum que bronquite crônica. Ela ainda é a maior
responsável pela perda de peças dentárias em todas as idades, mais do que
qualquer outra doença bucal (FEJERSKOV, 1995).
Evidências epidemiológicas sugerem também que a cárie se tornou uma
doença polarizada, pois enquanto mais de 50% das crianças podem ser livres
de cárie, 25% dos indivíduos detêm 75% das lesões (KASTE et al.,1996).
Segundo Anusavice (2001), uma pequena porcentagem da população mundial
sofre da maioria das cáries dentárias. De um modo geral, tem ocorrido uma
distribuição cada vez mais heterogênea, com a maioria da doença sendo
verificada em um menor grupo de crianças (BURT, 1998).
O diagnóstico, a prevenção e o tratamento da doença rie envolvem
considerações não apenas sobre o risco individual, mas também a respeito das
superfícies ou locais considerados mais suscetíveis. muito tempo foi
reconhecido que o padrão clínico da doença difere muito, não somente de
4
indivíduo para indivíduo, como de dente para dente e de superfície para
superfície (GRAINGER, REID, 1954; BARR, DIODATI, STEPHENS, 1957;
BACKER-DIRKS, 1961; BERMAN, SLACK, 1973; CHESTNUTT et al., 1996). O
desenvolvimento da doença cárie na primeira infância, por exemplo, apresenta
particularidades em função das características morfofuncionais da dentição
decídua e dos hábitos comportamentais nessa faixa etária (FERREIRA, 2002).
O padrão de ataque da doença em uma população influencia o
planejamento dos serviços dentários e as estratégias curativas e preventivas
(CHESTNUTT et al.,1996). A literatura, entretanto, é limitada com relação às
informações referentes à distribuição das lesões de cárie na dentição decídua.
Segundo McDonald e Avery (1995), os dentes mais afetados na dentição
decídua são os molares inferiores e superiores e os dentes ântero-superiores.
Raramente são envolvidos os dentes ântero-inferiores e as superfícies
vestibular e lingual, exceto nos casos de cárie “rampante” ou “de mamadeira”.
Toledo (1986) destaca o segundo molar deduo como o dente mais suscetível
devido à sua macromorfologia oclusal que favorece o acúmulo de placa
bacteriana. Segundo Pinkham (1996), as cáries de fóssulas e fissuras iniciam
normalmente após os três anos de idade. Koch et al. (1995), por sua vez,
afirmam que as superfícies mais afetadas na dentição decídua são as oclusais,
especialmente dos segundos molares, enquanto que as superfícies proximais
dos molares geralmente não se tornam cariadas até que os contatos proximais
sejam estabelecidos, por volta dos cinco ou seis anos de idade. Toledo (1986)
também destaca a presença de diastemas fisiológicos e espaços proximais
como fatores importantes na suscetibilidade à cárie na dentição decídua. Fica
evidente, entretanto, que estudos epidemiológicos representativos na
população brasileira fazem-se necessários.
Com base no exposto, propõe-se verificar a distribuição das lesões de
cárie na dentição decídua dos pré-escolares de zero a seis anos de idade do
município de Canoas/ RS.
5
2 REVISÃO DA LITERATURA
6
2 REVISÃO DA LITERATURA
A cárie dentária é conhecida como uma doença característica da
civilização. Evidências arqueológicas e antropológicas revelam que entre os
povos antigos havia uma baixa prevalência da doença e que esta o era
comum nos jovens. As lesões localizavam-se principalmente na junção
cemento-esmalte, sendo mais prevalentes nos adultos (NEWBRUN, 1989;
TOLEDO, 1986; KRAMER, FELDENS, ROMANO, 2000).
O padrão de cárie dentária tem se alterado com o tempo (NAYLOR,
1982; HICKS, FLAITZ, SILVERSTONE, 1985). Um dos fatores responsáveis
pela diferença na experiência de cárie entre o homem primitivo e o moderno é
a natureza física da dieta (LEGLER, MENAKER, 1984; NEWBRUN, 1989). A
dieta do homem primitivo geralmente consistia de alimentos naturais crus e não
refinados que, por conterem substâncias abrasivas, removiam os resíduos
aderentes e provocavam atrição intensa das faces oclusais e proximais durante
a mastigação (LEGLER, MENAKER, 1984; KRAMER, FELDENS, ROMANO,
2000).
A partir do século XVIII se observa um grande aumento na incidência de
lesões de cárie. O padrão da doença se assemelha então ao atual, sendo a
localização das lesões preferencialmente nas superfícies proximais, fóssulas e
fissuras e acometendo, principalmente, indivíduos mais jovens. Essas
modificações coincidem com alterações alimentares, especialmente com o
consumo de carboidratos e alimentos refinados que normalmente são mais
pegajosos e requerem menos mastigação, propriedades que os tornam mais
cariogênicos (TOLEDO, 1986; NEWBRUN, 1989; KRAMER, FELDENS,
ROMANO, 2000).
Considera-se, entretanto, que o aumento dramático da doença tenha
ocorrido durante a última parte do século XIX e no início do século XX. Isso
coincide com o aumento no consumo de sacarose, associado com a
industrialização e com a urbanização (KOCH et al.,1995).
7
A cárie dentária é uma doença multifatorial, crônica, resultado da
interação de vários fatores e cujos sintomas envolvem a perda gradual de
minerais da estrutura dentária. Segundo Thylstrup e Fejerskov (1995), a
doença apresenta um caráter multifatorial decorrente da necessidade de
interação de vários fatores - em condições críticas para que ela se expresse
clinicamente - que influenciam o desenvolvimento da doença.
O modelo da tríade de Keyes no qual se associou, pela primeira vez,
dieta, microorganismos e hospedeiro, e ao qual, mais tarde, foi acrescentado o
fator tempo, ainda hoje é utilizado, porém muito simplificado, dificultando a
montagem de estratégias para o controle da doença cárie (KEYES, 1960;
BRATTHALL, 1996; TOLEDO, 1986; FERREIRA, 2002). A interação de tais
fatores é hoje considerada necessária para o aparecimento de lesões de cárie,
mas não suficiente.
Numerosos outros fatores podem influenciar a probabilidade de
ocorrência de cárie em determinados locais ou no indivíduo como um todo. A
complexa inter-relação entre a composição, o fluxo e a capacidade tampão da
saliva, o índice de remoção dos açúcares, a presença de flúor, os hábitos
dietéticos (composição e freqüência) e espécies microbianas determinam a
composição e o metabolismo do biofilme. Outros fatores tais como a classe
social, a renda, o conhecimento, as atitudes, o comportamento e a educação -
também chamados de fatores confundidores - influenciam a probabilidade de
desenvolvimento de lesões em nível individual e populacional (FEJERSKOV,
2004).
O processo saúde-doença compreende os dinâmicos mecanismos de
desmineralização e remineralização resultantes do metabolismo microbiano na
superfície dentária. As lesões de cárie observadas clinicamente são o resultado
de um desequilíbrio dos episódios de des e remineralização (FEJERSKOV,
1997).
A cárie pode ocorrer em qualquer superfície dentária onde o biofilme
bacteriano possa se desenvolver ou manter-se estável por um determinado
período. A presença do biofilme não é um fator suficiente, mas necessário para
a ocorrência de cárie dentária. Na interface entre o biofilme bacteriano e a
superfície dentária ocorrem constantemente minúsculas variações de pH
8
decorrentes do metabolismo microbiano no interior da placa bacteriana. Cada
mínima variação do pH pode alterar o equilíbrio entre o esmalte e o fluido da
placa e, portanto, promover episódios de desmineralização do dente quando o
pH está diminuindo ou de remineralização, quando o pH está aumentando.
Caso prevaleçam os episódios de desmineralização, ocorre uma perda líquida
de minerais, levando a uma dissolução dos tecidos dentários duros e,
possivelmente, a formação de uma lesão cariosa (FEJERSKOV, KIDD, 2005).
É importante destacar que as características morfofuncionais das
estruturas dentárias são fatores que interferem na estagnação do biofilme
bacteriano na cavidade bucal. Segundo Parfitt (1956), as fóssulas e fissuras da
superfície oclusal são locais bastante propícios para a estagnação de restos
alimentares. Com relação às superfícies proximais, sua anatomia por si não
constitui um local de grande retenção alimentar, mas se tornam altamente
retentivas quando em contato com outras superfícies.
O primeiro sinal clínico da doença cárie é determinado pelo aumento da
porosidade do esmalte que pode ser visto após cuidadosa secagem da
superfície dentária devido à alteração na refração da luz através do esmalte.
Se a área afetada por tal porosidade aumenta em tamanho e volume, então a
cobertura superficial de esmalte colapsa, formando uma cavidade. Este
processo de desmineralização é lento e reversível antes da formação de
cavidade (ISMAIL, 1997).
Segundo Mellberg (1988) e Fejerskov (1995), é possível controlar o
processo carioso de tal forma que os distúrbios do equilíbrio entre as
superfícies dentárias e o biofilme não resultem em sinais visíveis. Uma vez que
a cárie se manifeste clinicamente, ainda se pode inativar as lesões e controlar
a sua progressão ao se empregar mecanismos que favoreçam os episódios de
remineralização, evitando a formação de cavidade.
Em publicações sobre a importância do diagnóstico clínico de lesões não
cavitadas, Ismail (1997) e Amarante, Raadal e Espelid (1998) ponderaram sobre
as razões da inclusão das mesmas em estudos clínicos e epidemiológicos.
Segundo os autores, as lesões não cavitadas são mais prevalentes que as
cavitadas; portanto, estudos que ignoram lesões de esmalte podem não
9
somente subestimar a prevalência da doença, mas também falhar na descrição
do quadro real da situação de cárie dentária da população em estudo.
O índice mais utilizado para descrever a doença cárie é o índice CPO,
empregado para a dentição permanente, e que enumera as unidades cariadas
(C), perdidas por cárie (P) e obturadas (O). A unidade deste índice pode ser o
dente (CPOD) ou a superfície dentária (CPOS). O índice ceo, por sua vez, é
utilizado para a dentição decídua e indica o número de unidades cariadas (c),
extraídas ou com extração indicada por cárie (e) e obturadas (o) e também
pode ser medido por dente ou por superfície. Este índice é válido até a idade
de cinco anos. Após o início da erupção dos dentes permanentes, é comum
descrever-se a saúde dental somente pelo índice CPO (KOCH et al., 1995).
Os índices CPO/ ceo, apesar de serem largamente utilizados, possuem
deficiências por serem cumulativos e atribuírem valores iguais para os seus
diferentes componentes. Além disso, na maioria dos estudos epidemiológicos
não são levadas em consideração as formas iniciais da doença cárie (manchas
brancas), subestimando muitas vezes os valores de prevalência da doença.
O Serviço de Saúde Bucal da Organização Mundial de Saúde (OMS),
em associação com a Federação Dentária Internacional (FDI), estabeleceu
metas a serem alcançadas no ano 2000, a saber, 50% das crianças aos cinco
anos livres de cárie e CPO-D menor ou igual a 3 para crianças de 12 anos. As
metas para o ano 2010 indicam 90% das crianças aos cinco anos livres de
cárie e CPOD aos 12 anos menor que 1 (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA
DA SAÚDE, [2004?]).
Uma análise dos padrões de saúde bucal no Brasil deve ser baseada
nos três principais estudos epidemiológicos de alcance nacional desenvolvidos
no país. Em levantamento epidemiológico nacional, realizado em 1986,
constatou-se que crianças brasileiras aos seis anos de idade possuíam em
média 1,25 dente permanente atingido por cárie, sendo que aos 12 anos este
número aumentava para 6,65 (BRASIL, 1988). O estudo realizado em 1996,
por sua vez, demonstrou que o CPOD foi reduzido para 3,06 aos 12 anos de
idade, indicando uma diminuição de aproximadamente 54% no índice de cárie
(ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, [2001?]).
O Projeto SB Brasil 2003, por sua vez, avaliou os principais agravos em
diferentes grupos etários e incluiu tanto a população urbana quanto a rural. De
10
acordo com os resultados, a porcentagem de crianças livres de cárie de 18 a
36 meses e aos cinco anos de idade foi, respectivamente, 73,2% e 40,6%, e o
CPOD encontrado aos 12 anos de idade foi de 2,8. Embora os valores sejam
semelhantes aos padrões recomendados pela OMS para o ano 2000, é
relevante sublinhar a ampla variabilidade da distribuição dos valores nas
diferentes populações e a não inclusão de lesões não cavitadas (BRASIL,
2004).
Estudos regionais corroboram os dados nacionais e evidenciam que a
prevalência de cárie em pré-escolares é alta. Morita, Walter e Guillain (1992),
estudando a prevalência de cárie sem a inclusão de lesões não cavitadas em
crianças de zero a 36 meses na cidade de Londrina/ PR, verificaram que aos
12 meses de idade mais de 90% das crianças apresentavam-se livres de cárie.
Este número, entretanto, diminuiu para aproximadamente 50% aos 36 meses
de idade. Ferreira (2002), estudando a prevalência de cárie em crianças de
zero a seis anos no município de Canoas/ RS, verificou que a prevalência de
crianças livres de cárie aos cinco anos de idade foi de 46,1%, incluindo mancha
branca, e de 50,5% sem a inclusão de mancha branca.
A doença cárie na primeira infância apresenta particularidades com
relação ao seu desenvolvimento em função das características morfofuncionais
da dentição decídua e dos hábitos comportamentais nessa faixa etária
(FERREIRA, 2002). Também chamada de cárie “de mamadeira” (em inglês:
nursing caries, nursing bottle caries, nursing bottle syndrome, baby bottle
caries, baby bottle tooth decay), a cárie de estabelecimento precoce é uma
forma de cárie rampante” da dentição decídua distinguida pela particularidade
das superfícies dentárias envolvidas e pela rápida progressão das lesões em
superfícies que, em outros momentos, seriam consideradas de baixo risco para
cárie. A etiopatogenia está intimamente relacionada ao uso inapropriado ou
prolongado de mamadeira com leite e líquidos adocicados, além de práticas de
amamentação por livre demanda e utilização de pacificadores adocicados
(RIPA, 1988).
Estudos têm sido realizados com o objetivo de verificar os fatores
biológicos, psicossociais, socioeconômicos e comportamentais relacionados à
cárie de estabelecimento precoce (FRAIZ, 1998; GIBSON, WILLIAMS, 1999;
11
FERREIRA, 2002; RAMOS-GOMEZ et al., 2002; VACHIRAROJPISAN et al.,
2004).
A distribuição das lesões, por sua vez, segue um determinado padrão
influenciado pela cronologia de erupção dos dentes decíduos, pela duração do
hábito deletério e pelo padrão muscular de sucção infantil (RIPA, 1988). Por
serem um dos primeiros grupos de dentes a erupcionarem, os incisivos
superiores são também os primeiros a serem afetados. A cárie nos incisivos
superiores geralmente se apresenta como largas áreas de esmalte
desmineralizado próximo à margem gengival que, na persistência dos hábitos
deletérios, podem progredir para cavidades e circundar o dente no terço
cervical. Menos freqüentemente, também ocorrem lesões de cárie nas fóssulas
linguais e nas superfícies proximais dos incisivos superiores. Os primeiros
molares são, na seqüência, os próximos dentes a serem afetados,
freqüentemente apresentando cárie nas superfícies com fissuras e, mais tarde,
nas superfícies lisas vestibular e palatina. Os caninos e segundos molares
muitas vezes são poupados pois, quando da sua erupção, muitas crianças
podem ter descontinuado com os hábitos deletérios de alimentação. Apesar de
serem os primeiros dentes a erupcionarem, os incisivos inferiores geralmente
não são afetados pelas lesões de cárie porque, durante o movimento de
sucção, a ngua é projetada para frente e para cima, conferindo uma barreira
mecânica, impedindo estes dentes de terem contato com os líquidos
cariogênicos que banham os outros dentes. Além disso, a proximidade com os
ductos das glândulas submandibulares e sublingual também é um fator de
proteção, pois os incisivos inferiores estão constantemente sendo banhados
pela saliva que tem potencial para neutralizar os ácidos causadores da cárie
dentária (MILNES, 1996).
A cárie de estabelecimento precoce, se não for identificada e tratada em
tempo, pode levar à dor, dificuldade de alimentação, distúrbios do sono e
problemas de fala e de comportamento prejudicando, deste modo, a saúde
geral e afetando significativamente a qualidade de vida da criança (ACS et al.,
1992; LEE et al., 1994; ACS et al., 1999; FILSTRUP et al., 2003, FEITOSA,
COLARES, 2003).
12
Suscetibilidade à cárie é o termo utilizado para descrever a
predisposição relativa inerente ou adquirida de uma pessoa, dente ou
superfície individual à cárie dentária (BAUME, 1962). É reconhecido também
que o padrão clínico da doença cárie dentária difere muito, não somente de
indivíduo para indivíduo, como de dente para dente e de superfície para
superfície (GRAINGER, REID, 1954; REID, GRAINGER, 1955; BARR,
DIODATI, STEPHENS,1957; BACKER-DIRKS, 1961; BERMAN, SLACK, 1973;
CHESTNUT et al., 1996). Desta forma, o diagnóstico, a prevenção e o
tratamento da doença são dependentes do reconhecimento não apenas dos
indivíduos com maior risco, mas também da identificação dos dentes e das
superfícies mais suscetíveis ao ataque carioso nas diferentes idades
(BERMANN, SLACK, 1973).
A suscetibilidade à cárie das diferentes superfícies e grupos dentários,
por sua vez, é dependente de rios fatores, a saber: seqüência de erupção,
tempo de exposição na cavidade bucal, localização e características
morfofuncionais (PARFITT, 1956; SLADE et al., 1996; EDWARD, 1997).
A distribuição das lesões de cárie na dentição decídua é descrita nos
estudos de Henon, Stookey e Muhler (1969); Holland e Crowley (1982);
Greenwell et al. (1990); Kerosuo e Honkala (1991); Grindefjörd et al. (1993);
Grindefjörd, Dahllöf e Modéer (1995); Hallonsten et al. (1995); Carvalho et al.
(1996); Slade et al. (1996); necker, Guedes-Pinto e Walter (1997); Bönecker
et al. (2000); Lira et al. (2001) e Wyne et al. (2002).
Henon, Stookey e Muhler (1969) realizaram estudo com 915 pré-
escolares de 18 a 39 meses de idade de Indiana (EUA). Foram realizados
exames clínicos e radiográficos e não foram consideradas lesões de mancha
branca. Para o cálculo das porcentagens, os dentes afetados foram calculados
em relação ao número de dentes erupcionados das crianças com experiência
de cárie. Dos 18 aos 23 meses, a maior freqüência de cárie foi encontrada nos
incisivos centrais superiores. Nas crianças de 24 a 27 meses verificou-se que a
metade dos segundos molares estava erupcionada e aproximadamente 40%
apresentava lesões cariosas. Todos os incisivos centrais superiores estavam
erupcionados e 34% deles estavam com cárie. Dos 24 aos 39 meses, os
segundos molares superiores e inferiores e os incisivos centrais superiores
13
foram os dentes mais freqüentemente afetados por cárie. Dados combinados
de todos os grupos etários demonstraram que os segundos molares superiores
e inferiores e os incisivos centrais superiores foram os dentes mais
freqüentemente afetados por cárie. A superfície oclusal dos molares e a mesial
dos incisivos superiores foram as superfícies mais freqüentemente afetadas.
Além disso, outras superfícies podem ser destacadas em cada grupo dentário.
Nos segundos molares superiores, destacou-se a superfície lingual e, nos
inferiores, a vestibular. Nos primeiros molares inferiores, destacou-se a
superfície distal e, nos caninos, a superfície vestibular. De todas as superfícies
interproximais, a mesial dos incisivos centrais superiores foi a mais
freqüentemente afetada. Considerando-se as superfícies proximais dos dentes
posteriores, a superfície distal dos primeiros molares inferiores foi a mais
atingida.
Holland e Crowley (1982) realizaram um estudo transversal com 314
crianças de quatro anos de idade em Mallow (Irlanda) para verificar a
distribuição das lesões de cárie. Não foram consideradas lesões incipientes. Na
região posterior, o padrão de cárie foi similar na maxila e na manbula. Os
primeiros molares inferiores, entretanto, apresentaram uma prevalência
levemente maior que os superiores. Os incisivos superiores, contudo,
apresentaram uma experiência de cárie muito maior que os incisivos inferiores.
Verificou-se também uma marcante simetria no ataque de rie entre os lados
da cavidade bucal. Os molares, principalmente os segundos molares decíduos,
foram os dentes mais atingidos por cárie, com percentuais de acometimento
variando de 41 a 46%, sendo que a superfície mais atingida destes dentes foi a
oclusal. Dos dentes remanescentes, os incisivos superiores apresentaram o
maior grau de ataque com aproximadamente 22% dos centrais afetados e 13%
dos laterais. Os caninos e incisivos inferiores foram responsáveis por uma
pequena proporção das cáries presentes. Além dos altos níveis de rie nas
superfícies oclusais (38 a 44%), houve também uma ocorrência significativa de
cáries nas superfícies distais dos primeiros molares inferiores (22%). As
superfícies mesiais dos segundos molares decíduos, entretanto, apresentaram
um nível menor de ataque (15-16%). Um padrão similar de cárie também foi
evidenciado entre essas superfícies na maxila. A distribuição de cáries nas
superfícies vestibular e lingual dos molares variou de 7 a 17%.
14
Greenwell et al. (1990) realizaram um estudo retrospectivo com dados
de 317 crianças de clínicas privadas de Ohio (EUA) cuja idade média no
primeiro exame era de 3,2 anos. Para realizar um levantamento cronológico do
aparecimento das lesões cariosas, foram utilizados os dados das primeiras 158
crianças observadas. Na dentição decídua, a primeira experiência de cárie foi
do tipo vestíbulo-lingual por volta de um ano de idade, aumentando até três
anos e depois diminuindo até a idade de sete anos. O padrão de fóssulas e
fissuras foi visto primeiramente na idade de dois anos, aumentando até os
quatro anos e diminuindo até os sete anos de idade. Na dentição decídua, as
cáries de fóssulas e fissuras atingiram um pico logo após a oclusão dos
molares. A taxa de cárie declinou na dentição mista até a exfoliação dos dentes
decíduos. O padrão de cárie na superfície proximal dos molares decíduos foi
observado na mesma época que o de fóssulas e fissuras, aos dois anos de
idade, aumentando gradualmente até atingir um pico na idade de quatro anos
(como no padrão de fóssulas e fissuras) e se mantendo constante até a idade
de 6,5 anos, imediatamente antes da idade de sete anos. Crianças de ambos
os grupos chegaram ao pico mais ou menos na mesma época com relação à
experiência de cárie. Cáries precoces, nas idades de um a três anos, eram do
tipo vestíbulo-lingual. Cárie de fóssulas e fissuras foi o tipo de cárie mais
freqüente na dentição decídua. O segundo tipo de cárie mais prevalente foi na
superfície proximal dos molares.
Kerosuo e Honkala (1991) realizaram um estudo com 1118 crianças com
idade entre três e sete anos com o objetivo de verificar a experiência de cárie
na dentição decídua na Tanzânia e Finlândia. O diagnóstico de cárie foi
realizado segundo os critérios da OMS. A distribuição da experiência de cárie
não mostrou diferenças significativas entre os lados direito e esquerdo da
cavidade bucal. Não houve diferença significativa na prevalência de cárie
quanto ao sexo em nenhum dos grupos. A experiência de cárie foi
significantemente maior nas crianças da Tanzânia do que nas crianças
finlandesas da mesma idade. O padrão de experiência de cárie dente-
específico, entretanto, foi muito similar nas crianças de ambos os países. Os
incisivos superiores e os molares foram os dentes mais afetados por cárie,
enquanto que uma menor proporção de lesões foi encontrada em caninos e
15
incisivos inferiores. A proporção de incisivos superiores afetados por cárie foi
aproximadamente três vezes maior nas crianças da Tanzânia do que nas da
Finlândia, sendo que a proporção de molares afetados foi duas vezes maior.
Nas crianças da Tanzânia, os incisivos centrais superiores foram os dentes
mais afetados por cárie em todas as idades analisadas, até a idade em que era
esfoliado, enquanto que nas crianças da Finlândia, especialmente nos grupos
mais velhos, o segundo molar inferior foi o mais afetado. No segmento anterior,
as superfícies mesiais dos incisivos centrais superiores foram os locais mais
freqüentes para cáries em ambos os grupos. Nas crianças da Tanzânia,
entretanto, as superfícies distais dos incisivos centrais superiores, bem como
as mesiais dos incisivos laterais superiores, também foram altamente afetadas,
ao contrário das crianças finlandesas. Nos segundos molares, a superfície
oclusal foi a mais afetada em ambos os grupos. Nos primeiros molares, as
superfícies oclusais e distais tinham aproximadamente a mesma quantidade de
cáries nas crianças finlandesas, enquanto que nas da Tanzânia havia mais
cárie na superfície distal. Verificou-se também um aumento na experiência de
cárie nos molares com a idade como conseqüência de um aumento na
experiência de cárie nas superfícies oclusal e distal dos primeiros molares e
oclusal e mesial dos segundos molares. Nas crianças da Tanzânia, verificou-se
uma mudança na distribuição de cárie por superfície nos primeiros molares,
onde as cáries oclusais prevaleceram nos dois grupos mais jovens (três e
quatro anos), enquanto que nos grupos mais velhos as crianças apresentaram
mais cárie distal (cinco, seis e sete anos). Nos segundos molares, o número
relativo de crianças com lesões de cárie oclusais também diminuiu e o número
de crianças com lesões de cárie mesiais aumentou com a idade.
Grindefjörd et al. (1993) realizaram um estudo de prevalência de cárie e
gengivite com 832 crianças de 2,5 anos de idade de Estocolmo (Suécia). A
amostra foi caracterizada por apresentar imigrantes e famílias de baixa renda.
Foram realizados questionários e exames clínicos incluindo o diagnóstico de
manchas brancas. A prevalência de cárie encontrada foi de 11,7%. Do total das
lesões de cárie, 72% estavam localizadas nos incisivos superiores. A seguir,
destacam-se os molares inferiores e superiores, caninos superiores e incisivos
e caninos inferiores.
16
Grindefjörd, Dahllöf e Modéer (1995) analisaram as crianças do estudo
anterior um ano após o primeiro exame com o objetivo de verificar a
distribuição de lesões de cárie nas idades de 2,5 e 3,5 anos. No primeiro
exame, 11% das crianças exibiram cárie dentária (considerando lesões
iniciais). No segundo exame, um ano após, superfícies cariadas ou restauradas
foram registradas em 36% das crianças. A maioria das novas lesões estava
localizada nas superfícies oclusais dos segundos molares. Segundo os
autores, 92% das crianças com cárie no primeiro exame desenvolveram novas
lesões durante o período de um ano, comparado com 29% das crianças que
eram livres de cárie no primeiro exame. Das lesões diagnosticadas como
iniciais no primeiro exame, 64% progrediram para lesões cavitadas durante o
período de um ano. O estudo indica que crianças com desenvolvimento
precoce de cárie exibem uma alta progressão das lesões, bem como um alto
risco de desenvolvimento futuro de um número extensivo de rie. Os autores
também verificaram a localização das novas lesões de cárie por dente e
superfície. A maioria (60%) das novas cavidades estava localizada nos molares
no exame de acompanhamento. Destas lesões, 60% estavam localizadas nos
segundos molares e 40% nos primeiros molares.
Hallonsten et al. (1995) avaliaram 200 crianças provenientes de Centros
de Saúde de diferentes partes da Suécia selecionadas dentre um grupo de
3000 crianças de 18 meses de idade que participaram de um estudo sobre
cárie e amamentação. Lesões de cárie já estavam presentes aos 18 meses de
idade. A localização das lesões, em ordem decrescente de acometimento
ocorreu nos incisivos superiores, primeiros molares, segundos molares,
caninos e incisivos inferiores.
Carvalho et al. (1996) analisaram a saúde bucal de 1465 crianças de um
a cinco anos de idade de 20 pré-escolas públicas do Distrito Federal (Brasil).
Foi realizado exame clínico com a inclusão de lesões de mancha branca. A
prevalência de cárie aumentou com a idade. Nas crianças mais jovens havia
mais lesões de mancha branca, enquanto que nas mais velhas foi observado
maior número de cavidades. Os incisivos superiores e os molares mostraram a
maior experiência de cárie em todas as idades. As superfícies oclusal e
vestibular foram os locais mais afetados nos grupos mais jovens. As superfícies
17
proximais, entretanto, também foram altamente atingidas nas criaas mais
velhas.
Slade et al. (1996) estudaram a distribuição intrabucal de lesões de
cárie em 9690 crianças de cinco a 15 anos de idade na Austrália. Foram
analisados dentes decíduos e permanentes. Aos cinco anos de idade, as
superfícies mais afetadas na dentição decídua foram as com fóssulas e
fissuras (45,4%), seguidas pelas superfícies proximais (38,3%) e livres
(16,2%). Além disso, aproximadamente ¾ das superfícies com cáries na
dentição decídua eram nos molares, sendo que a proporção aumentou nas
idades mais avançadas. Na dentição permanente, mais de 85% das
superfícies com experiência de cárie ocorreram nos molares para todos os
grupos etários. Os achados demonstram padrões distintos de experiência de
cárie nas dentições decídua e permanente em escolares da Austrália.
Experiência de cárie na dentição dedua ocorreu como lesões não tratadas,
lesões interproximais, lesões afetando os dentes anteriores e lesões de
superfícies múltiplas. O padrão de cárie na dentição permanente, entretanto,
foi mais homogêneo, visto que a maioria ocorreu como restaurações em
fóssulas e fissuras de primeiros molares permanentes e envolveu apenas
uma única superfície.
Bönecker, Guedes-Pinto e Walter (1997) realizaram um estudo com
uma amostra representativa da população de Diadema (São Paulo)
composta de 548 crianças de zero a 36 meses de idade. Neste estudo foram
consideradas lesões iniciais de cárie e nos resultados foram analisadas
somente as 210 crianças com experiência de cárie. A severidade aumentou
de acordo com o aumento da faixa etária. Nas primeiras faixas etárias
analisadas havia exclusivamente lesões incipientes de cárie, enquanto que
nas outras faixas etárias verificou-se uma alta prevalência de crianças com
cavidade de cárie. O dente mais afetado no primeiro ano de vida foi o
incisivo central inferior, e a superfície mais acometida foi a vestibular deste
mesmo dente. Nas idades de um e dois anos, os dentes mais afetados
foram os incisivos centrais superiores e os primeiros molares, sendo as
superfícies mais acometidas por mancha branca as vestibulares e, por
cavidade, as superfícies incisal e mesial dos incisivos centrais superiores e
18
oclusal dos primeiros molares. Na idade de dois anos, a oclusal do segundo
molar inferior foi uma das superfícies mais afetadas por cavidade de cárie.
As crianças apresentaram maior prevalência de cárie no arco superior do
que no inferior. Dos dentes acometidos por cárie, 59,4% estavam localizados
no arco superior e 40,6%, no arco inferior. A experiência de cárie, mais
prevalente na região anterior no primeiro ano de vida, passa a apresentar
similaridade com a região posterior aos dois anos de idade, e tendência a
maior prevalência na região posterior na faixa etária seguinte. A diferença
percentual encontrada entre os dois hemiarcos (direito e esquerdo) foi
insignificante.
Bönecker et al. (2000) realizaram um novo estudo em Diadema (São
Paulo) com uma amostra representativa da população composta de 992
crianças de cinco a 59 meses de idade. Neste estudo também foram
consideradas lesões incipientes de cárie. Não houve diferença estatisticamente
significativa na prevalência e severidade de cárie quanto ao sexo. Nas faixas
etárias que compreendem crianças menores de 36 meses os incisivos centrais
superiores foram os dentes mais freqüentemente acometidos. Os molares
passam a contribuir significativamente para a composição do índice a partir dos
24 meses de idade. A superfície distal dos primeiros molares inferiores foi a
superfície proximal mais freqüentemente acometida dos dentes posteriores.
Nas crianças de 24 a 36 meses, a maioria das lesões estava localizada na
superfície oclusal. As superfícies dentárias do arco superior estavam mais
acometidas do que no arco inferior, independentemente da faixa etária, devido,
principalmente, à alta suscetibilidade dos dentes ântero-superiores. Observou-
se também uma tendência de bilateralidade na experiência de cárie,
independentemente da faixa etária estudada. Com relação ao segmento, as
três primeiras faixas etárias, que compreendiam as idades de cinco a 36
meses, apresentavam maior prevalência de superfícies acometidas na região
anterior, especialmente nos incisivos superiores.
Lira et al. (2001) avaliaram a experiência de cárie e sua distribuição na
dentição decídua em 989 crianças de dois a cinco anos de idade matriculadas
em creches nas cidades de Aracaju (SE), Bayeux (PB), João Pessoa (PB) e
Recife (PE). Neste estudo não foram consideradas lesões iniciais de cárie. Não
19
houve diferença significativa na experiência de cárie entre os sexos masculino
e feminino. A experiência de cárie (ceo-d) mostrou um aumento significativo
com o avanço da idade. Em relação aos dentes mais afetados, os molares
decíduos (superiores e inferiores) apresentaram-se mais atingidos por cárie do
que os dentes anteriores.
Wyne et al. (2002) analisaram 322 pré-escolares de Al-Hasa (Arábia
Saudita) de três a cinco anos de idade. Neste estudo não foram consideradas
lesões iniciais de cárie. A prevalência de cárie encontrada foi de 62,7%. De
acordo com os resultados, não houve diferença significativa no ceo-d com
relação ao sexo. Houve diferença, entretanto, na prevalência de cárie com
relação à idade, sendo que a mesma foi maior nas crianças mais velhas.
Segundo os autores, os dentes mais afetados foram os primeiros molares
inferiores, seguidos pelos segundos molares inferiores e incisivos centrais
superiores, enquanto que os dentes menos afetados foram os incisivos
inferiores. Dentre os dentes superiores, os incisivos centrais foram os dentes
mais afetados, seguidos pelos molares. Na arcada inferior, os primeiros
molares foram os dentes mais afetados, seguidos pelos segundos molares.
20
3 OBJETIVOS
21
3 OBJETIVOS
3.1 Geral
O presente estudo propõe-se a verificar a distribuição das lesões de cárie
na dentição decídua de pré-escolares de zero a seis anos de idade do município
de Canoas /RS.
3.2 Específicos
Verificar os dentes e superfícies mais afetados por cárie, de acordo com
a idade;
Comparar os índices de cárie entre as arcadas (superior e inferior), os
lados (direito e esquerdo), os segmentos (anterior e posterior) e as
superfícies (oclusal, proximal e livre).
22
4 METODOLOGIA
23
4 METODOLOGIA
4.1 Delineamento do estudo
O delineamento deste estudo foi observacional do tipo transversal. As
informações utilizadas são secundárias e pertencem a um banco de dados
construído por meio de um levantamento epidemiológico sobre as condições de
saúde bucal de pré-escolares realizado no município de Canoas/ RS no ano de
2000 e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Ferreira, 2002).
4.2 Perfil do município de Canoas
A população deste estudo faz parte do município de Canoas, que se
localiza na região metropolitana, a 12 quilômetros do centro de Porto Alegre,
capital do estado do Rio Grande do Sul (RS).
O município de Canoas está entre os dez maiores municípios do Estado,
ocupando a quarta posição. Segundo o CENSO 2000, possui uma população
de 306.093 habitantes, todos moradores da zona urbana. O município detém o
segundo maior Produto Interno Bruto do Rio Grande do Sul e suas principais
atividades econômicas o a indústria e o comércio (INSTITUTO BRASILEIRO
DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2001).
Com relação à saúde, a assistência básica é prestada por 24 Unidades
de Saúde. A expectativa de vida é de aproximadamente 70 anos e a
mortalidade infantil é de 15,43 óbitos por 1000 nascimentos. De acordo com o
Índice de Desenvolvimento Infantil, utilizado como indicador da qualidade de
vida de crianças de zero a seis anos de idade, Canoas está em 98.º lugar entre
os municípios gaúchos e em 490.º lugar entre os municípios brasileiros, com
valor de 0,646, considerado médio (CANOAS, [2004?]; FUNDO DAS NAÇÕES
UNIDAS PARA A INFÂNCIA, 2001).
Segundo Leivas (2004), a água de abastecimento público de Canoas é
fluoretada artificialmente desde 1974 e, apesar de atingir quase toda a
população, a quantidade de flúor presente oscila consideravelmente, chegando
24
em grande parte da cidade em concentrações inadequadas.
4.3 População do estudo
A população fonte do estudo constituiu-se de crianças em idade pré-
escolar, de ambos os sexos, matriculadas nas 28 escolas municipais de
Educação Infantil do município de Canoas/ RS. As escolas estão distribuídas
pelos diversos bairros do município e funcionam em peodo diurno integral,
das sete às 19 horas. A maioria destes estabelecimentos de ensino possui
instalações semelhantes, constando de salas de aula, cozinha, banheiro com
escovódromo infantil e pátio para recreação. De acordo com os dados
fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação e pelo Serviço de Apoio à
Educação Infantil, a população esperada era de 2.273 crianças.
4.4 Coleta de dados
A coleta de dados foi realizada por cinco equipes de trabalho. Cada
equipe possuía um examinador (cirurgião-dentista) e um anotador (estudante
de Odontologia), além do pessoal de apoio constituído por monitores e
auxiliares das creches que orientavam o fluxo das crianças para o exame.
A calibração dos examinadores, que visou diminuir os erros sistemáticos
e assegurar a uniformidade das informações, foi realizada nas mesmas
condições do estudo. A coerência intra e interexaminadores foi avaliada
através do teste kappa estatístico. Os valores observados ficaram entre 0,6 e
0,8, ou seja, houve uma concordância substancial (Ferreira, 2002).
A coleta de dados foi realizada por meio de exame clínico visual nas
próprias creches, em sala de aula, obedecendo a uma rotina previamente
estipulada. Durante a realização dos exames, todos os componentes da equipe
de trabalho procederam conforme preceitos de biossegurança descritos em
Ferreira (2002).
Para a realização dos exames, foram utilizados abaixadores de língua
descartáveis, lanterna de o, pêra de ar e gaze. A gaze foi utilizada para
25
remover placa bacteriana visível, secar os dentes e auxiliar no diagnóstico de
manchas brancas nas superfícies dentárias.
Os exames intrabucais seguiram uma abordagem sistemática, iniciando
pela arcada superior e pelo quadrante direito, examinando dente a dente ou
espaço dentário e terminando na arcada inferior, no quadrante direito. Todos os
dados foram anotados em uma ficha clínica padronizada composta de duas
partes, uma para identificação da creche, da turma e da criança, e outra para
anotações clínicas referentes ao exame clínico de cárie dentária.
O diagnóstico de cárie foi visual. Para avaliar a experiência de cárie das
crianças foram utilizados os índices ceo-d e ceo-s através dos quais são feitas
avaliações de cada dente ou superfície, considerando-se que "c" representa
cárie, "e" representa extração indicada e "o" representa obturação
(GRUEBBEL, 1944). Além disso, foram contemplados os estágios iniciais, pré-
cavitados da doença, avaliando-se manchas brancas.
Os índices possibilitam a expressão quantitativa da prevalência de cárie
para dentição decídua e determinam a história de cárie passada ou presente
através da experiência individual da doença. Os critérios utilizados para
diagnóstico de cárie foram baseados nas recomendações de Pinto (1990) e
WHO (1986) e estão descritos nos estudo de Ferreira (2002). A coleta dos
dados iniciou no mês de junho de 2000 e terminou no mês de novembro do
mesmo ano, de acordo com um cronograma pré-estabelecido, sendo
examinadas 1546 crianças.
4.5 Variáveis do estudo
4.5.1 Variáveis dependentes
Cárie: experiência de cárie, ceo-d e ceo-s
4.5.2 Variáveis independentes
Idade: em anos
Dente: 55,54,53,52,51,61,62,63,64,65,85,84,83,82,81,71,72,73,74,75
26
Superfície: mesial, distal, vestibular, lingual ou palatina e oclusal
Lado: direito e esquerdo
Arcada: superior e inferior
Segmento: anterior (incisivos e caninos) e posterior (molares)
Tipo de superfície: oclusal, proximal (mesial e distal) e livre (vestibular e
lingual ou palatina)
4.6 Análise estatística
Todos os dados obtidos foram analisados com aulio do software SPSS
versão 8.0. O nível mínimo de significância adotado no estudo foi de 5%.
Foram realizadas as seguintes análises:
- Para cada idade, a Análise de Variância foi utilizada para comparar a
proporção de experiência de cárie entre dentes e superfícies. Sempre que
houve diferença significativa, o teste de comparações múltiplas de Tukey foi
empregado para identificar que dentes e superfícies diferiram;
- Para cada dente, a Análise de Variância foi utilizada para comparar a
proporção da experiência de cárie em relação às diferentes idades. Sempre
que houve diferença significativa, o teste de comparações múltiplas de Tukey
foi empregado para identificar que idades diferiram;
- Teste de Wilcoxon para comparação do índice ceo-d entre lados,
arcadas e segmentos e
- Teste não paramétrico de Friedman para comparar o índice ceo-s entre
os tipos de superfície. Sempre que esta análise foi significativa, o teste de
comparações múltiplas de Friedman foi empregado.
27
5 RESULTADOS
28
5 RESULTADOS
Os resultados obtidos estão expressos no Quadro 5.1, nas Tabelas 5.1
e 5.2 e nas Figuras 5.1, 5.2 e 5.3.
29
Quadro 5.1- Distribuição do percentual de experiência de cárie por dente e por
idade na dentição decídua. Canoas/ RS -2000.
7,2
12,5
30,5 25,4
19,8
25,4 19,3
15,3
4,1
0,5
12,1
8.1
12,1
2,7
14,0
8,8
0,5
2,2
3,3
4,8
11,9
7,9 7,1
6,8
27,1
14,9 12,9
11,9
3,4 3,4
2,4
2,3
1,4
0,6
0,0 1,7
1,7
0,8
2,0
0,8
3,43,4
25,4
1,7
3,41,0
0,8
21,0
15,0
33,9
22,0
20,7
1,1
0,9
0,0
0,0
0,9
0,0
1,1
0,9
0,5
0,7
0,9
0,5
1,5
3,4 9,8
0,7
0,5
1,5
3,3
8,9
21,1
1,0
9,3
23,2
8,7
22,1
1,5
0,5
0,3
0,0
0,6
0,0
8,1
11,2
3,3
4,8
13,8
1,6
1,8
0,52,7
7,7
2,7
3,7
0,5
2,6
3,8
3,7
11,5
11,0
6,4
3,4
11,2
18,6
23,8
21,5
24,4
21,2
25,8
22,0
24,4
16,9
2,3
3,211,5
9,1
8.2
6,5
5,1
4,410,8
13,6
10,2
11,9
9,4
14,7
12,9
23,7
20,4
1,0
8,9
0,6
2,7
1,6
6,7
12,7
9,3
14,3
2
1
3
5
4
6
5
6
4
3
2
1
a
6
a
n
o
0,00,00 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
0,00,00,00 0,00,00,00,00,00,0 0,0
0
s
C
BC AB
B B AB B
A B
C
BABAABBBABBCB
B
ABAABABABABABABCB
ABABAABBBABABABCAB
AAAABBBAABABA
AAAAAAAAAA
A A A A A A A AB A A
B AB A A A A A AB AB AB
C ABC A A A A A A ABC BC
C BCD
A A A A A AB
BC C
D CD
A A A A A AB
CD C
E D
A A A A A B
D D
* Na coluna, proporções seguidas de letras distintas diferem significativamente por meio da Análise de
Variância complementada pelo Teste de Comparações Múltiplas de Tukey, no nível de significância de 5%.
* Na linha, os dentes destacados em verde diferem significativamente dos não destacados e não diferem
significativamente dos dentes destacados em azul por meio da Análise de Variância complementada pelo Teste
de Comparações Múltiplas de Tukey, no nível de significância de 5%.
30
O Quadro 5.1 apresenta a distribuição do percentual de experiência de
cárie por dente e por idade na dentição decídua dos pré-escolares do município
de Canoas/ RS. Os dentes significativamente mais afetados foram os incisivos
centrais superiores (51 e 61) e os segundos molares inferiores (75 e 85)
(p<0,05). Na população examinada, a seqüência, em ordem decrescente,
envolveu os primeiros molares inferiores (74 e 84), incisivos laterais superiores
(52 e 62), segundos molares superiores (65 e 55), primeiros molares superiores
(54 e 64) e caninos superiores (53 e 63). Os dentes ântero-inferiores
apresentaram o menor percentual de experiência de cárie na dentição decídua.
Os resultados não evidenciaram experiência de cárie no primeiro ano de
vida nas crianças examinadas. Além disso, de acordo com o Quadro 5.1,
evidenciou-se um aumento na experiência de cárie em todos os grupos
dentários com a idade. Nas idades de um, dois e três anos, os dentes
significativamente mais afetados foram os incisivos centrais superiores (51 e
61) (p<0,05). Houve um aumento significativo na experiência de cárie nos
incisivos centrais superiores entre um e dois anos de idade (p<0,05). Além
disso, embora as diferenças não sejam significativas, a experiência de cárie
nos segundos molares decíduos triplica entre dois e três anos. Aos quatro
anos, os dentes mais envolvidos foram os incisivos centrais superiores (51 e
61) e os segundos molares inferiores (75 e 85) (p<0,05). Destacam-se também
os primeiros molares inferiores (84 e 74) e o segundo molar superior esquerdo
(65). Aos cinco anos, os dentes mais afetados foram os incisivos centrais
superiores (51 e 61) e o segundo molar inferior direito (85) (p<0,05).
Destacaram-se também os outros molares inferiores (75, 74, 84). Aos seis
anos, o dente mais afetado foi o segundo molar inferior esquerdo (75) (p<0,05).
Destacam-se também os outros molares inferiores (85, 84 e 74), os segundos
molares superiores (55 e 65) e os incisivos superiores (51, 52, 61 e 62). Os
dentes ântero-inferiores apresentaram menor experiência de cárie em todas as
idades.
O Anexo 1 apresenta a distribuição do percentual de experiência de
cárie por dente e por idade, em ordem decrescente, na dentição decídua das
crianças examinadas.
31
Tabela 5.1- Distribuição do ceo-d médio, desvio padrão, mediana e amplitude
interquartílica em relação a lado, arcada e segmento na dentição dedua.
Canoas/ RS - 2000.
ceo-d
Média (DP) Mediana (Q25-Q75)
p
Lado
Direito 0,80 (1,47) 0,00 (0,00-1,00)
Esquerdo 0,78 (1,42) 0,00 (0,00-1,00)
0,316
Arcada
Superior 0,98 (1,80) 0,00 (0,00-2,00)
Inferior 0,59 (1,28) 0,00 (0,00-1,00)
<0,001
Segmento
Anterior 0,72 (1,51) 0,00 (0,00-1,00)
Posterior 0,85 (1,70) 0,00 (0,00-1,00)
0,012
* Teste de Wilcoxon
A Tabela 5.1 evidencia que não houve diferença significativa no ceo-d
com relação aos lados direito e esquerdo na dentição decídua dos pré-
escolares do município de Canoas/ RS. De acordo com o Anexo 2 também
não houve diferença com relação às diferentes faixas etárias analisadas.
Com relação à arcada dentária, os resultados evidenciaram diferença
significativa no ceo-d. De acordo com a Tabela 5.1, a arcada superior foi mais
atingida (p<0,001). Analisando-se cada faixa etária separadamente, observou-
se que não houve diferença significativa entre as arcadas somente na idade de
seis anos (p=0,338) (Anexo 3).
De acordo com a Tabela 5.1, o segmento posterior na dentição decídua
das crianças examinadas apresentou maior ceo-d (p=0,012). Analisando-se as
diferentes faixas etárias, entretanto, observa-se que não houve diferença
significativa entre os segmentos anterior e posterior nas idades de um e três
anos (p=0,064 e 0,783, respectivamente). Na idade de dois anos, o segmento
anterior foi significativamente mais afetado por cárie (p<0,001). Por outro lado,
nas idades de quatro, cinco e seis anos, o segmento posterior foi mais afetado
por cárie (p<0,001) (Anexo 4).
32
0,7
0,0
0,1
0,1
0,3
0,3
0,7
0,7
0,8
0,7
0,3
0,2
0,3
0,1
0,1
0,5
0,1
1,3
0,2
0,2
1,7
4,0
10,7
3,6
5,1
2,2
2,7
12,5
4,7
2,7
1,5
0,1
0,1
0,0
3,9
1,3
10,7
3,2
4,3
1,9
5,6
12,0
2,7
2,9
1,4
1,7
7,1
2,3
1,3
2,5
1,1
5,8
2,2
1,6
0,3
0,3
3,3
0,2
2,5
0,7
8,4
3,2
3,2
6,0
12,7
14,7
0,9
1,9
2,3
1,2
7,6
5,8
1,2
2,4
2,1
2,0
0,2
0,3
0,1
2,4
0,7
2,5
3,1
7,6
5,9
12,7
3,5
14,0
* Os dentes destacados em verde diferem significativamente dos dentes não destacados e não diferem
significativamente dos dentes destacados em azul por meio da Análise de Variância complementada pelo Teste
de Comparações Múltiplas de Tukey, no nível de significância de 5%.
Figura 5.1- Distribuição do percentual de experiência de cárie por superfície na
dentição decídua. Canoas/ RS – 2000.
33
A Figura 5.1 apresenta a distribuição do percentual de experiência de
cárie por superfície na dentição decídua dos pré-escolares do município de
Canoas/ RS. A superfície mais afetada foi a vestibular do incisivo central
superior direito (51) (p<0,05). Destacam-se também as superfícies vestibular do
incisivo central superior esquerdo (61), mesial dos incisivos centrais superiores
e oclusal dos segundos molares inferiores (75 e 85). Na população examinada,
a seqüência, em ordem decrescente, envolveu a superfície oclusal dos
primeiros molares inferiores (84 e 74), vestibular dos incisivos laterais
superiores (52 e 62), oclusal dos segundos molares superiores (65 e 55),
palatina dos incisivos centrais superiores e oclusal dos primeiros molares
superiores (54 e 64). Na seqüência observa-se o envolvimento de superfícies
livres e proximais dos molares inferiores. Destaca-se também o envolvimento
das superfícies de contato entre o incisivo central e lateral superior e a
vestibular de caninos superiores. Verifica-se também a menor experiência de
cárie nas superfícies dos dentes ântero-inferiores.
34
10,6
9, 1
0, 0
0,6
0,6
5, 3
10,0
0,6
1,8
2,4
3,8
0,0
0,0
0,9
0,0
0, 0
0,9
0,6
0,9
0, 0
0,3
0,9
0,0
0,0
0,0
0, 6
0, 0
0, 0
0,0
0,3
8,5
1,5
2, 1
0,9
3,2
11,2
1,5
0, 6
0,9
4,4
5,6
0,6
0, 6
0, 0
4,1
7,1
2, 1
2, 1
2,9
0,3
0,0
3,2
4, 1
3,8
1,2
10,9
14,4
6,5
2, 9
17,6
2,1
5,3
13,5
17,9
0,6
2,6
3,8
0,0
0,0
0,0
3,8
6, 2
1,5
0,6
1,2
1,8
6,2
0,9
0,9
0,6
2,4
0,0
0, 0
0,3
0,3
0,3
1,2
0,3
3, 0
0, 0
0,0
0,0
1, 8
5,2
0,0
0,4
0,4
3,7
0,0
0,0
1,1
0,0
0, 0
0,0
0,4
0,0
0,0
0,7
0, 0
0,0
0,0
0,7
0,0
0,0
0,0
0, 0
0,0
0, 0
0,0
1,5
4,4
0,0
0, 0
0,0
4,8
3, 3
0,4
0,4
0,4
2,2
0, 4
2,6
0,4
0, 0
0,4
3,3
0, 0
0,0
0, 0
1,1
0,0
0,0
0,0
1,8
0, 7
0,4
0,0
7,7
10,0
3,0
1, 8
15,1
1,8
3,7
10,0
17,0
0,0
1,1
0,7
8,9
0,0
0,4
0,4
1,5
3,3
0, 0
0,4
0,4
2,2
1,8
0,0
0,0
0,0
0,7
0, 0
0,0
0,5
0,0
0,0
0,0
0,0
2, 2
0,0
0,5
0, 0
0,5
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,5
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0, 5
0,0
0, 0
0,0
0,0
0,0
0,5
0,5
0, 5
0,5
2,7
1,1
0,5
0,5
1,1
1,6
0, 5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,0
0,5
0,5
0,0
1,6
0,0
0,0
0,0
1,1
0,0
0,0
0,0
0,5
0,5
0,0
0,0
2, 2
3,8
0,5
0,5
6,0
0,0
0,5
3,3
6,6
0,0
0, 0
0,5
3,3
0, 0
0,0
0,0
0,5
2,7
0, 5
0,0
0,0
0,5
0,5
0, 5
0, 0
0,0
0,0
1 ANO
0,0
0,0
3 ANOS
2 ANOS
* Em cada idade, os dentes destacados em verde diferem significativamente dos dentes não destacados e não
diferem significativamente dos dentes destacados em azul por meio da Análise de Variância, complementada
pelo Teste de Comparações Múltiplas de Tukey, no nível de significância de 5%.
Figura 5.2 - Distribuição do percentual de experiência de cárie por superfície
nas idades de um, dois e três anos na dentição decídua. Canoas/ RS – 2000.
35
10,2
11,9
10,2
11,9
27,1
10,2
11,9
15,3
22,0
5,1
11,9
6,8
0, 0
0, 0
3,4
0, 0
0,0
0, 0
3,4
0, 0
0, 0
0,0
0,0
0,0
0,0
1, 7
0,0
1,7
0, 0
1,7
1, 7
0, 0
0,0
0,0
3,4
23,7
15,3
8,5
6,8
30,5
6,8
6,8
6,8
10,2
18,6
6,8
8,5
6,8
10,2
11,9
5, 1
5,1
3,4
1, 7
0,0
0,0
1,7
3, 4
8,5
1,7
3,4
3, 4
15,3
6,8
5,1
6, 8
5,1
5,1
16,9
16,9
3,4
1, 7
6,8
0,0
0, 0
1,7
1, 7
10,2
6, 8
6,8
3,4
1,7
23,7
8,5
8, 5
8, 5
8,5
0, 0
10,8
12,2
10,8
23,1
6, 4
7,8
7,5
9,8
18,3
4,7
6,8
10,8
6,4
0,3
0,3
2,4
0,7
0,3
1,4
1,4
1,0
0,7
1,7
1, 0
1,4
1,7
1,7
0,0
0, 3
0,7
0,7
0,7
0,7
0,0
2,0
20,0
13,6
8, 8
5,4
7,8
20,7
6,1
6,8
6,1
6,4
2, 4
2,7
1,7
2,4
9,5
5,1
2,4
5,8
3,4
0,0
0,7
0,7
3,7
5,1
5, 8
1,0
9,2
19,0
10,8
8,1
15,3
7, 8
11,9
20,0
14,6
1, 0
4, 4
4,7
8, 8
0,7
0,7
0,3
6,4
6,8
2,0
4,4
4, 1
2,4
3,1
1,4
2,4
0,0
0,0
13,3
17,3
1,1
3,1
4,0
7,4
0,3
13,0
4,2
5,1
3,7
0, 0
0, 0
2,3
0, 0
0,0
0,6
0,8
0, 0
0,3
0,0
0, 0
0, 8
0,6
0,0
0,0
0,6
0,6
0, 0
0,0
0,0
1,7
13,0
6, 5
4,2
0,3
2, 5
18,1
3,4
3,7
2, 0
7,1
1,4
3, 4
1,1
2,0
5, 4
1, 7
1,1
3,1
2,0
0,0
0,0
2, 0
2,0
0,6
13,6
6,8
3,1
15,9
3,4
7,4
13,6
15,6
1,1
3,7
4,5
9,1
0, 6
0, 6
0,0
3,7
4, 8
2,3
1, 1
2,3
9, 1
1, 7
2,5
2,5
3,7
0, 0
0, 0
0,3
1,1
0, 3
7, 6
3,1
4 ANOS 5 ANOS
6 ANOS
* Em cada idade, os dentes destacados em verde diferem significativamente dos dentes não destacados e não
diferem significativamente dos dentes destacados em azul por meio da Análise de Variância, complementada
pelo Teste de Comparações Múltiplas de Tukey, no nível de significância de 5%.
Figura 5.3 - Distribuição do percentual de experiência de cárie por superfície
nas idades de quatro, cinco e seis anos na dentição decídua. Canoas/ RS
2000.
36
As Figuras 5.2 e 5.3 apresentam a distribuição do percentual de
experiência de cárie por superfície e por idade na dentição decídua dos pré-
escolares do município de Canoas/ RS. No primeiro ano de vida não foi
verificada experiência de cárie nas crianças examinadas. Nas idades de um,
dois e três anos, a superfície mais afetada foi a vestibular do incisivo central
superior direito (51) (p<0,05). Na idade de um ano, destacam-se também as
superfícies vestibulares do incisivo central e laterais superiores (61, 52, 62),
mesiais dos incisivos centrais superiores, oclusal do primeiro molar superior
direito (54) e oclusal dos primeiros molares inferiores (74 e 84). Aos dois anos,
destacam-se a superfície vestibular do incisivo central superior esquerdo (61) e
as superfícies mesiais dos incisivos centrais superiores. Aos três anos, verifica-
se também o envolvimento das superfícies vestibulares do incisivo central e
laterais superiores (61, 62 e 52), mesiais dos incisivos centrais superiores e
oclusal do segundo molar inferior esquerdo (75). Na idade de um para dois
anos, evidenciou-se o maior incremento da experiência de cárie nas superfícies
vestibulares dos incisivos superiores na dentição decídua. Nas idades de
quatro, cinco e seis anos, a superfície mais afetada na dentição decídua foi a
oclusal dos segundos molares inferiores (p<0,05). Na idade de quatro anos,
destacam-se também as superfícies vestibulares e mesiais dos incisivos
centrais superiores (51 e 61), oclusal do segundo molar superior esquerdo (65)
e oclusal dos primeiros molares inferiores (84 e 74). Na idade de cinco anos,
destacam-se as superfícies vestibular e mesial dos incisivos centrais superiores
(51 e 61), oclusal dos primeiros molares inferiores (84 e 74) e distal do primeiro
molar inferior esquerdo (74). Na idade de seis anos é evidente o envolvimento
das superfícies livres e proximais dos molares. O Anexo 5 apresenta a
distribuição do percentual de experiência de cárie por superfície e por idade,
em ordem decrescente, na dentição decídua das crianças examinadas.
37
Tabela 5.2 - Distribuição do ceo-s médio, desvio padrão, mediana e amplitude
interquartílica em relação aos tipos de superfície na dentição decídua. Canoas/
RS - 2000.
ceo-s
Média (DP) Mediana (Q25-Q75)
p
Tipo de superfície
Oclusal
0,72 (1,57)
B
0,00 (0,00-1,00)
Proximal
0,78 (2,12)
B
0,00 (0,00-0,00)
Livre
1,19 (2,82)
A
0,00 (0,00-1,00)
<0,001
* Rankings médios seguidos de letras distintas diferem significativamente por meio do Teste não-paramétrico
Friedman, complementado pelo teste de Comparações Múltiplas, no nível de significância de 5%.
A Tabela 5.2 evidencia que houve diferença significativa no ceo-s de
acordo com o tipo de superfície na dentição decídua dos pré-escolares do
município de Canoas/ RS. De acordo com os resultados, as superfícies livres
apresentaram maior ceo-s nas crianças examinadas (p<0,001). As superfícies
oclusais e proximais não diferiram significativamente com relação ao ceo-s.
O Anexo 6 ilustra a comparação dos índices ceo-s nos diferentes tipos
de superfície em relação à idade. Verificou-se que não houve diferença com
relação ao tipo de superfície nas idades de cinco e seis anos. Nas idades de
um, dois e três anos, as superfícies livres foram significativamente mais
afetadas que as superfícies oclusais e proximais (p=0,008; p<0,001; p<0,001).
Na idade de quatro anos, as superfícies livres foram significativamente mais
afetadas que as proximais (p<0,001). As superfícies oclusais, entretanto, não
diferiram em relação às outras duas superfícies.
38
6 DISCUSSÃO
39
6 DISCUSSÃO
A epidemiologia pode ser definida como o estudo da distribuição e dos
determinantes dos eventos ou padrões de saúde em populações definidas. A
pesquisa epidemiológica descreve a freqüência e a tendência temporal de
eventos ligados à saúde em populações específicas e/ ou subpopulações
(MEDRONHO, 2004).
A doença cárie nos primeiros anos de vida evidencia-se como pólo de
discussão, e seus determinantes têm origem em características biológicas,
culturais, socioeconômicas e demográficas de cada população. Por outro lado,
são raros os levantamentos epidemiológicos que retratem com fidelidade a
situação da saúde bucal de pré-escolares.
Estudos têm revelado que uma pequena porcentagem de crianças
apresenta um grande número de lesões (GRINDEFJORD, DAHLLÖF,
MODÉER, 1995; MATTOS-GRANER et al., 1996). A distribuição da doença
entre as populações sugere, desta forma, um efeito de polarização. Além disso,
o padrão clínico difere de dente para dente e de superfície para superfície.
Desta forma, a identificação da distribuição intrabucal das lesões de cárie na
dentição decídua é importante na elaboração de estratégias preventivas e
curativas em nível individual e populacional.
O presente estudo caracteriza-se pelo delineamento transversal e por
ser de base populacional. Desta forma, deve-se ter cautela ao fazer inferências
com relação aos diferentes grupos etários e ao comparar os resultados com
outros estudos.
É importante destacar também que houve grande dificuldade de
comparar nossos resultados com a literatura disponível. A maioria dos
levantamentos epidemiológicos em pré-escolares descreve apenas a
prevalência e o ceo-d médio, sem a preocupação de apresentar a distribuição
das lesões de cárie nos diferentes dentes e superfícies. Além disso, grande
parte dos trabalhos sobre distribuição envolve apenas cárie precoce da infância
e, portanto, ilustra apenas parte da população infantil. Diferenças
metodológicas entre os estudos e falta de padronização também dificultaram a
comparação com esta dissertação.
40
As informações utilizadas o secundárias e foram obtidas a partir de
um banco de dados construído por meio de um levantamento epidemiológico
que investigou a prevalência de cárie e fatores associados em crianças de zero
a seis anos de idade que freqüentavam as escolas municipais de educação
infantil do município de Canoas/ RS no ano de 2000 (FERREIRA, 2002).
Segundo Ferreira (2002), foram examinadas 1546 crianças: 818 (52,9%)
do sexo masculino e 728 (47,1%) do sexo feminino. De acordo com a autora, o
número de crianças examinadas parece razoável quanto ao grau de
confiabilidade para os resultados encontrados quando comparado com outros
estudos de metodologia similar (BJARNASON et al., 1995; SALIBA et al., 1998;
RAMOS-GOMEZ et al.,1999). A prevalência de cárie encontrada na amostra foi
de 40,4%, sendo que a exclusão das lesões não cavitadas evidenciou uma
diferença de 10% na prevalência total. A prevalência de cárie aos cinco anos
de idade foi de 53,9%, semelhante à meta da Organização Mundial da Saúde
(OMS) para o ano 2000, que era de 50% das crianças livres de cárie. No Brasil,
dados recentes indicam uma porcentagem de 40,6% de crianças livres de cárie
aos cinco anos de idade (BRASIL, 2004). O ceo-d e o ceo-s médios
encontrados na amostra foram de 1,58 e 2,70, respectivamente, sem diferença
significativa quanto ao sexo, mas com uma correlação significativa com a
idade, corroborando os resultados de outros levantamentos epidemiológicos
(KEROSUO, HONKALA, 1991; LIRA et al., 2001; BÖNECKER et al., 2000;
WYNE et al., 2002).
Os resultados do presente estudo confirmam relatos dispersos da
literatura de que a experiência de cárie na dentição decídua varia, não somente
de dente para dente e de superfície para superfície, mas conforme a arcada
(superior e inferior) e o segmento dentário (anterior e posterior) nas diferentes
idades. Destaca-se também a observação do aumento da experiência de cárie
em todos os grupos dentários com a idade, corroborando os achados de
Morita, Walter e Guillain (1992), Bönecker, Guedes-Pinto e Walter (1997) e Lira
et al. (2001) em dentes decíduos e de Berman e Slack (1972) e Ripa, Leske e
Varma (1988) em dentes permanentes. Este aumento traduz o caráter
cumulativo da doença, não só no que diz respeito à idade, mas também
relacionado com a erupção dentária.
41
O diagnóstico, a prevenção e o tratamento da doença cárie na
população infantil são dependentes da identificação dos dentes e superfícies
mais suscetíveis nas diferentes idades. Este é o paradigma que estimulou a
realização do presente estudo.
A distribuição intrabucal da doença cárie na dentição decídua evidenciou
maior experiência de cárie nos incisivos centrais superiores (51 e 61) e
segundos molares inferiores (75 e 85), com percentuais de 21,1%; 20,4%;
14,3% e 14%, respectivamente. Os dentes menos afetados foram os ântero-
inferiores com percentuais médios variando de 0,6% a 1,6% nas crianças
examinadas. Am disso, fica evidente, na região anterior, maior experiência de
cárie nos dentes superiores, enquanto que na região posterior os dentes
inferiores são mais afetados. Kerosuo e Honkala (1991) e Carvalho et al.
(1996) avaliaram a experiência de cárie na dentição decídua e encontraram
resultados semelhantes aos do presente estudo. Segundo os autores, os
incisivos superiores e molares foram os dentes mais afetados. Além disso,
observaram uma menor proporção de cárie em caninos e incisivos inferiores. A
menor experiência de rie e a baixa suscetibilidade nos dentes ântero-
inferiores é também evidenciada em dentes permanentes (CARLOS,
GLITTELSOHN, 1965; BERMAN, SLACK, 1972; VASCONCELLOS et al.,
1994).
A distribuição intrabucal das lesões de cárie está diretamente
relacionada à seqüência de erupção, localização e características
morfofuncionais dos diferentes grupos dentários. Exposição precoce ao meio
bucal, hábitos comportamentais na primeira infância, fatores retentivos de
placa, ação mastigatória e fluxo salivar são fatores que auxiliam a compreender
a maior suscetibilidade do incisivo central superior e dos segundos molares na
dentição decídua. Evidenciam, além disso, as diferenças na experiência de
cárie, por exemplo, entre o incisivo central e o lateral, ou entre os primeiros e
os segundos molares decíduos, ou ainda entre dentes superiores e inferiores
ou anteriores e posteriores.
A distribuição intrabucal da doença cárie nas diferentes idades confirma
a íntima relação com a seqüência de erupção dos dentes decíduos. Os dados
obtidos não evidenciaram experiência de cárie no primeiro ano de vida das
crianças examinadas. Santos e Soviero (2002) também não encontraram
42
nenhuma criança menor de 12 meses de idade com cárie. Outros autores,
entretanto, observaram experiência de cárie nesta faixa etária (MATTOS-
GRANER et al., 1996; BÖNECKER, GUEDES-PINTO, WALTER, 1997;
BÖNECKER et al., 2000).
Nas idades de um, dois e três anos, os dentes mais afetados foram os
incisivos centrais superiores (p<0,05). Seguindo claramente o padrão de cárie
de estabelecimento precoce, descrito por Ripa (1988), observa-se também
nesta faixa etária o envolvimento dos incisivos laterais superiores e dos
primeiros molares superiores e inferiores, além da baixíssima experiência de
cárie nos dentes ântero-inferiores. O presente estudo evidenciou ainda um
aumento significativo da experiência de cárie nos incisivos centrais superiores
entre um e dois anos de idade nas crianças examinadas (p<0,05). Após este
período, a experiência de cárie se manteve constante neste grupo dentário. Os
resultados evidenciam, além da importância do diagnóstico precoce, os dentes
mais suscetíveis nos primeiros anos de vida da criança.
Segundo Walter (2002), a primeira consulta odontológica deve ocorrer
no primeiro ano de vida da criança, pois a prevalência de cárie aumenta muito
após os 12 meses de idade. Fatores culturais, socioeconômicos e
comportamentais influenciam a percepção da população a respeito da
importância da higiene bucal, do uso do flúor, da escolha de alimentos mais
saudáveis e do controle do consumo de açúcar, entre outros. Programas
educativos e preventivos são necessários a fim de que se possa efetivamente
educar em saúde e evitar a instalação e manifestações precoces da doença
cárie.
Hallonsten et al. (1995), estudando crianças de um ano de idade,
verificaram que os dentes mais afetados foram os incisivos superiores e
primeiros molares, e que os menos afetados foram os incisivos inferiores.
Bönecker, Guedes-Pinto e Walter (1997) e Bönecker et al. (2000) afirmaram
que nas crianças menores de três anos de idade os incisivos centrais e os
primeiros molares foram os dentes mais acometidos, sendo que o maior
incremento de lesões foi observado entre o segundo e o terceiro ano de vida.
Dados do estudo de Henon, Stookey e Muhler (1969) em crianças de 18
a 23 meses de idade coincidem com os resultados do presente estudo para a
idade de um ano, nos quais os incisivos centrais superiores foram os dentes
43
mais afetados. Os resultados para a idade de 24 a 39 meses, nos quais os
segundos molares e os incisivos centrais superiores foram os dentes mais
freqüentemente afetados por cárie, entretanto, divergem dos nossos
resultados. Tal divergência se deve, provavelmente, a diferenças
metodológicas entre os dois estudos. Henon, Stookey e Muhler (1969)
calcularam o percentual de dentes afetados em relação ao número de dentes
erupcionados das crianças com cárie. Em nosso estudo optou-se por calcular o
percentual de criaas que tinham determinado dente afetado pela doença,
considerando o número de dentes afetados em relação ao número de crianças
do estudo.
Grindefjörd et al. (1993) verificou que 72% das lesões de cárie
registradas em crianças de 2,5 anos de idade estavam localizadas nos
incisivos superiores. Na seqüência, assim como em nosso estudo, os dentes
mais afetados foram os molares inferiores e superiores, caninos superiores e
caninos e incisivos inferiores. Segundo Grindefjörd, Dahllöf e Modéer (1995), a
maioria das novas lesões surgidas entre as idades entre 2,5 e 3,5 anos ocorreu
nos molares. É importante destacar que, embora as diferenças não sejam
significativas, a experiência de cárie nos segundos molares decíduos triplicou
entre dois e três anos de idade em nosso estudo. Por outro lado,
diferentemente dos dentes ântero-superiores, verificou-se um incremento
contínuo de lesões de cárie nos dentes posteriores. Os resultados identificam,
desta forma, períodos de máxima suscetibilidade à cárie para os molares
decíduos.
A partir da idade de quatro anos torna-se evidente o envolvimento dos
molares inferiores. É importante destacar que aos seis anos de idade o dente
mais afetado na dentição dedua é o segundo molar inferior (p<0,05). Os
resultados confirmam os achados de Bönecker, Guedes-Pinto e Walter (1997)
e Bönecker et al. (2000) que enfatizam a importância do tempo de exposição
aos fatores de risco presentes no meio bucal.
Segundo Kerosuo e Honkala (1991), nas crianças mais velhas da
Finlândia, o dente mais afetado foi o segundo molar inferior. Nas crianças da
Tanzânia, entretanto, os incisivos centrais superiores foram os dentes mais
afetados até a esfoliação. Os autores justificaram tal resultado pelo hábito de
amamentação prolongada e falta de acesso ao flúor e a cuidados de saúde.
44
Além disso, segundo os autores, a elevada experiência de cárie nos incisivos
superiores mascarou a tendência de aumento de experiência de cárie nos
molares com a idade.
Holland e Crowley (1982) verificaram, em crianças de quatro anos de
idade, maior envolvimento dos molares decíduos, seguidos pelos incisivos
centrais e laterais superiores. Wyne et al. (2002), por sua vez, verificaram que
os dentes mais afetados em crianças de três a cinco anos de idade foram os
primeiros molares inferiores, segundos molares inferiores e incisivos centrais
superiores. Os dentes ântero-inferiores, da mesma forma que no presente
estudo, apresentaram uma pequena experiência de cárie. A predominância de
cárie nos molares nos estudos acima pode ser devido à não inclusão de lesões
de mancha branca, que nesta idade são bastante prevalentes nos dentes
anteriores. Carvalho et al. (1996), estudando crianças de um a cinco anos de
idade, verificaram que nas crianças mais jovens havia mais lesões de mancha
branca, enquanto que nas crianças mais velhas havia mais cavidades. Mattos-
Graner et al. (1996), estudando crianças de seis a 36 meses, verificaram que
65% de todas as lesões de mancha branca foram encontradas nos dentes
ântero-superiores; e 81,5% das cavidades, nos dentes posteriores.
De acordo com os resultados obtidos, não houve diferença significativa
entre o lado direito e o esquerdo com relação ao ceo-d. Vários estudos também
verificaram simetria ou bilateralidade entre os lados da cavidade bucal durante
a fase de dentição decídua (HOLLAND, CROWLEY, 1982; KEROSUO,
HONKALA, 1991; BÖNECKER, GUEDES-PINTO, WALTER, 1997;
BÖNECKER et al., 2000). Vasconcellos e Silva (1992) e Vasconcellos et al.
(1994) também observaram bilateralidade na experiência de cárie em dentes
permanentes. Vasconcellos e Silva (1992) discutiram a respeito dos fatores que
poderiam levar a esses resultados, como a morfologia dentária, a posição do
dente na cavidade bucal e o tempo de exposição aos agentes etiológicos, pois
normalmente ocorre uma erupção simultânea de dentes homólogos. Destaca-
se que a maioria dos autores assumem previamente não haver diferença na
experiência de cárie entre os lados da cavidade bucal e utilizam pares de
superfícies contralaterais ou dentes homólogos combinados como uma única
variável (BACKER-DIRKS, 1961; CARLOS, GLITTELSOHN, 1965; PSOTER et
al., 2003).
45
Com relação à arcada dentária, nossos resultados evidenciaram
diferença significativa no ceo-d. A arcada superior foi a mais afetada nas
crianças examinadas (p<0,001). Isto pode ser compreendido quando se
observa a alta prevalência de cárie nos dentes ântero-superiores. Uma análise
por faixa etária não evidencia diferença somente na idade de seis anos em
função do aumento significativo na experiência de cárie nos molares inferiores.
Bönecker, Guedes-Pinto e Walter (1997) encontraram maior prevalência de
cárie na arcada superior em crianças de zero a 36 meses. Bönecker et al.
(2000) confirmaram em crianças de cinco a 59 meses de idade maior
acometimento na arcada superior, independente da faixa etária.
No presente estudo, o segmento posterior na dentição decídua
apresentou maior ceo-d (p=0,012). Lira et al. (2001) também observaram maior
experiência de cárie no segmento posterior em crianças de dois a cinco anos
de idade. Uma análise dos resultados de acordo com a faixa etária, entretanto,
não evidencia diferenças significativas nas idades de um e três anos. Além
disso, demonstra que o segmento anterior foi mais afetado aos dois anos de
idade (p<0,001). A partir dos quatro anos de idade, o segmento posterior torna-
se mais afetado por cárie. Isto é facilmente compreendido quando se observam
os dentes envolvidos no processo saúde-doença nos primeiros anos e o
caráter cumulativo da experiência de cárie nos molares decíduos. Segundo
Bönecker, Guedes-Pinto e Walter (1997), a experiência de cárie é maior na
região anterior no primeiro ano de vida e apresenta como característica uma
tendência de envolvimento do segmento posterior a partir dos três anos de
idade. Segundo Slade et al. (1996), aproximadamente 3/4 da experiência de
cárie nos dentes decíduos ocorre nos dentes posteriores na idade de cinco
anos.
A distribuição intrabucal da doença cárie evidenciou, no presente estudo,
a superfície vestibular do incisivo central superior direito como o sítio mais
afetado na dentição decídua (p<0,05). Corroborando os achados anteriores,
observou-se também um grande envolvimento das superfícies oclusais dos
segundos molares inferiores na dentição decídua. A superfície vestibular do
incisivo central superior direito foi também o local mais afetado nas idades de
um, dois e ts anos (p<0,05). As superfícies proximais dos dentes ântero-
superiores e oclusais dos primeiros molares também se destacam neste
46
período, caracterizando um padrão típico de cárie de estabelecimento precoce.
Carvalho et al. (1996) também destacam as superfícies vestibular dos incisivos
superiores e oclusal dos molares como as mais afetadas. necker, Guedes-
Pinto e Walter (1997) confirmam que as superfícies mais afetadas nas idades
de um e dois anos foram as vestibulares e mesiais dos incisivos centrais
superiores e oclusais dos primeiros molares. Resultados semelhantes foram
descritos por Henon, Stookey e Muhler (1969) e Kerosuo e Honkala (1991).
Grindefjörd, Dahlöf e Modéer (1995) constataram que a maioria das
novas lesões ocorridas entre as idades de 2,5 e 3,5 anos localizava-se na
superfície oclusal dos segundos molares. Isso está de acordo com o presente
estudo, pois a experiência de cárie nos segundos molares decíduos triplicou
entre dois e três anos de idade, sendo a superfície oclusal a que sofreu maior
incremento.
Nossos resultados também demonstram claramente que nas idades de
quatro, cinco e seis anos a superfície mais afetada é a oclusal dos segundos
molares inferiores (p<0,05). Isso está de acordo com os estudos de Holland e
Crowley (1982). Observou-se também, a partir dos quatro anos, um aumento
substancial da experiência de cárie nas superfícies proximais, em especial dos
molares; o que está de acordo com Kerosuo, Honkala (1991) e Carvalho et al.
(1996).
Os resultados acima demonstram claramente a maior suscetibilidade à
cárie da superfície oclusal logo após a erupção, destacando a importância das
características morfofuncionais nos diferentes grupos dentários. Grindefjord,
Dahllöf e Modéer (1995) comentam sobre a vantagem do S. mutans de
colonizar as fissuras de dentes recém-erupcionados em relação à superfície
proximal, além da existência de poucos contatos proximais em crianças de três
anos de idade.
Assim como nos estudos de Henon, Stookey e Muhler (1969), Holland e
Crowley (1982) e Bönecker et al. (2000), a superfície distal dos primeiros
molares inferiores foi a superfície proximal mais freqüentemente acometida dos
dentes posteriores no presente estudo. Tais resultados evidenciam a
importância da seqüência de erupção dos dentes na cavidade bucal. Segundo
Parfitt (1956), a explicação mais provável para o maior número de lesões na
47
superfície distal dos primeiros molares decíduos pode ser devido à ocorrência
de um acúmulo de cáries nessa superfície antes da erupção do segundo molar
decíduo. Segundo Edward (1997), as superfícies proximais possuem alto risco
durante o período em que estão em contato com um dente em erupção em
função do maior acúmulo de placa.
De acordo com os resultados obtidos, as superfícies livres apresentaram
maior ceo-s na dentição decídua das crianças examinadas. A distribuição das
lesões de cárie de acordo com a idade destacou, da mesma forma que
Greenwell et al. (1990), que as superfícies livres foram significativamente mais
afetadas nas idades de um, dois, ts e quatro anos. Por outro lado, não foram
observadas diferenças significativas nas idades de cinco e seis anos. Isso é
compreendido quando se observa o crescente envolvimento das superfícies
oclusais dos molares decíduos e proximais em crianças mais velhas. Greenwell
et al. (1990), analisando crianças na faixa etária de 1,5 a 15 anos, entretanto,
destacaram as superfícies de fóssulas e fissuras e proximais de molares como
os sítios mais suscetíveis na dentição decídua. Isso provavelmente ocorreu
devido ao fenômeno que se observou no presente estudo. As lesões nos
dentes ântero-superiores têm um aumento significativo nos primeiros anos,
enquanto os molares apresentam um aumento contínuo do número de lesões,
inicialmente nas superfícies oclusais e, posteriormente, com a diminuição dos
espaços entre os dentes, nas superfícies proximais.
De acordo com Slade et al. (1996), as superfícies mais afetadas são as
regiões com fóssulas e fissuras, seguidas pelas superfícies proximais e livres
em crianças com cinco anos de idade. Deve-se destacar, entretanto, que foram
consideradas, além das superfícies oclusais, as superfícies vestibulares dos
molares inferiores e palatinas dos molares superiores no grupo de superfícies
com fóssulas e fissuras, o que explica, ao menos em parte, a diferença
encontrada em relação às crianças do presente estudo.
Estudos sobre a distribuição de lesões de cárie em pré-escolares são
úteis para traçar um panorama da saúde bucal, bem como mapear, na dentição
decídua, as manifestações da doença. O presente estudo confirma a hipótese
de que o padrão da doença cárie difere muito, não somente de indivíduo para
indivíduo, como de dente para dente e de superfície para superfície. Os
resultados demonstram claramente os dentes e superfícies envolvidos no
48
processo saúde-doença nas diferentes faixas etárias e o cater cumulativo da
experiência de cárie. O padrão de ataque na população estudada destacou-se
pelo envolvimento dos incisivos centrais superiores em idades precoces e da
superfície oclusal dos segundos molares inferiores. É inevitável concluir
destacando a importância do diagnóstico precoce e do atendimento no primeiro
ano de vida da criança a fim de estabelecer comportamentos compatíveis com
a saúde bucal e geral.
49
7 CONCLUSÕES
50
7 CONCLUSÕES
A análise dos resultados obtidos permite formular as seguintes conclusões:
Os dentes mais afetados foram os incisivos centrais superiores e os
segundos molares inferiores;
Nas idades de um, dois e três anos, os dentes mais afetados foram os
incisivos centrais superiores; enquanto que aos seis anos o dente mais
afetado foi o segundo molar inferior esquerdo;
A arcada superior e o segmento posterior apresentaram maior ceo-d;
enquanto não houve diferença significativa entre os lados direito e
esquerdo;
A superfície mais afetada foi a vestibular do incisivo central superior
direito;
Nas idades de um, dois e três anos, a superfície mais afetada foi a
vestibular do incisivo central superior direito; enquanto que aos quatro,
cinco e seis anos, a superfície mais afetada foi a oclusal dos segundos
molares inferiores;
As superfícies livres apresentaram maior ceo-s na dentição decídua.
51
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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59
ANEXOS
60
ANEXOS
Anexo 1 - Distribuição do percentual de experiência de cárie por dente e por
idade em pré-escolares do município de Canoas/ RS – 2000.
1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 0 a 6 anos
dente
%
dente
%
dente
%
dente
%
Dente
%
dente
%
dente
%
51
9,3
51
23,2
61
24,4
51
21,5
51
25,8
75
33,9
51
21,1
61
8,7
61
22,1
51
23,8
61
21,2
85
25,4
85
30,5
61
20,4
54
3,3
52
8,9
75
13,8
75
20,7
61
24,4
55
27,1
75
14,3
52
3,3
74
8,1
84
12,1
85
19,8
75
22,0
74
25,4
85
14,0
74
3,3
84
8,1
85
12,1
84
15,3
74
21,0
84
25,4
74
12,7
62
2,7
62
7,7
52
11,5
74
15,0
84
19,3
65
23,7
84
12,5
64
2,7
54
4,8
62
11,5
65
14,7
55
14,9
51
22,0
52
9,8
84
2,7
75
4,8
74
11,2
55
11,9
54
12,9
52
18,6
65
9,3
75
1,6
85
4,1
65
9,4
52
11,0
65
12,9
61
16,9
62
8,9
55
0,5
64
3,7
64
8,2
62
9,1
52
11,2
62
13,6
55
8,8
53
0,5
65
2,6
55
7,9
54
6,8
62
10,8
54
11,9
54
7,2
63
0,5
55
2,2
54
7,1
64
6,5
64
10,2
64
11,9
64
6,7
65
0,5
63
1,8
53
3,8
53
3,7
53
6,4
63
5,1
53
3,4
73
0,5
53
1,5
63
3,2
63
2,3
63
4,4
53
3,4
63
2,7
71
0,5
73
1,5
71
0,9
83
2,3
73
3,4
73
3,4
73
1,6
81
0,5
81
1,1
81
0,9
73
1,7
83
2,4
72
3,4
83
1,5
85
0,5
83
1,1
82
0,9
72
0,8
71
2,0
82
3,4
71
1,0
72
0,0
71
0,7
83
0,9
71
0,8
81
1,7
83
3,4
81
1,0
82
0,0
72
0,0
72
0,6
81
0,8
82
1,4
71
1,7
82
0,7
83
0,0
82
0,0
73
0,3
82
0,6
72
1,0
81
0,0
72
0,6
61
Anexo 2 - Comparação dos índices ceo-d por idade nos lados direito e
esquerdo dos pré-escolares do Município de Canoas/ RS - 2000.
0 ano 1 ano 2 anos 3 anos
Direito Esquerdo Direito Esquerdo Direito Esquerdo Direito Esquerdo
N.o de
dentes
com
exp.
cárie
n % n % n % n % n % n % n % n %
0 45 100,0
45 100,0
157 85,8 158 86,3 196 72,3 195
72,0 215 63,2 209 61,5
1 17 9,3 16 8,7 39 14,4 41 15,1 63 18,5 65 19,1
2 6 3,3 6 3,3 16 5,9 18 6,6 24 7,1 27 7,9
3 3 1,6 2 1,1 12 4,4 9 3,3 14 4,1 14 4,1
4 4 1,5 4 1,5 8 2,4 10 2,9
5 1 0,5 2 0,7 2 0,7 11 3,2 9 2,6
6 1 0,4 2 0,6 5 1,5
7 2 0,6
8 2 0,7 1 0,4 1 0,3
9 1 0,3
10
Total 45 100,0
45 100,0
183 100,0
183 100,0
271 100,0 271
100,0
340 100,0 340 100,0
Ceo-d 0 0 0,21 0,21 0,55 0,53 0,81 0,84
p 1,000 0,884 0,426 0,470
4 anos 5 anos 6 anos Geral
Direito Esquerdo Direito Esquerdo Direito Esquerdo Direito Esquerdo
N.o de
dentes
com
exp.
cárie
n % n % n % n % n % n % n % n %
0 210 59,5 209
59,2 152 51,5 157 53,2 29 49,2 29
49,2 1004 64,9 1002
64,8
1 64 18,1 62 17,6 55 18,6 59 20,0 11 18,6 11
18,6 249 16,1 254 16,4
2 29 8,2 31 8,8 35 11,9 34 11,5 5 8,5 6 10,2 115 7,4 122 7,9
3 21 5,9 25 7,1 17 5,8 16 5,4 4 6,8 4 6,8 71 4,6 70 4,5
4 14 4,0 13 3,7 21 7,1 10 3,4 3 5,1 4 6,8 50 3,2 41 2,7
5 7 2,0 4 1,1 4 1,4 9 3,1 4 6,8 3 5,1 28 1,8 28 1,8
6 4 1,1 7 2,0 5 1,7 6 2,0 1 1,7 1 1,7 12 0,8 20 1,3
7 3 0,8 1 0,3 3 1,0 1 1,7 9 0,6 1 0,1
8 1 0,3 1 0,3 2 0,7 1 1,7 4 0,3 5 0,3
9 1 0,3 1 0,3 2 0,1 1 0,1
10 1 0,3 1 0,3 1 0,3 1 1,7 2 0,1 2 0,1
Total 353 100,0 353
100,0 295 100,0
295 100,0
59 100,0
59
100,0 1546 100,0
1546
100,0
Ceo-d 0,94 0,93 1,21 1,12 1,46 1,39 0,80 0,78
p 0,980 0,062 0,653 0,316
p= Nível mínimo de significância do Teste Não-paramétrico Wilcoxon
p= Nível mínimo de significância do Teste Não-paramétrico Wilcoxon
62
Anexo 3 - Comparação dos índices ceo-d por idade nas arcadas superior e
inferior dos pré-escolares do município de Canoas/ RS -2000.
4 anos 5 anos 6 anos Geral
Superior Inferior Superior Inferior Superior Inferior Superior Inferior
N.o de
dentes
com
exp.
cárie
n % n % n % n % n % n % n % n %
0 221 62,6 238 67,4 170 57,6 179 60,7 34
57,6 31
52,5 1036
67,0 1157
74,8
1 35 9,9 37 10,5 26 8,8 39 13,2 4 6,8 9 15,3 108 7,0 132 8,5
2 38 10,8 34 9,6 36 12,2 30 10,2 6 10,2 6 10,2 182 11,8 117 7,6
3 20 5,7 18 5,1 23 7,8 16 5,4 4 6,8 4 6,8 66 4,3 56 3,6
4 15 4,2 20 5,7 14 4,7 22 7,5 2 3,4 7 11,9 58 3,8 62 4,0
5 6 1,7 4 1,1 11 3,7 3 1,0 4 6,8 0 0,0 35 2,3 8 0,5
6 7 2,0 0 0,0 3 1,0 3 1,0 2 3,4 0 0,0 21 1,4 5 0,3
7 8 2,3 1 0,3 5 1,7 1 0,3 2 3,4 1 1,7 19 1,2 4 0,3
8 2 0,6 0 0,0 2 0,7 0 0,0 0 0,0 0 0,0 11 0,7 0 0,0
9 1 0,3 1 0,3 2 0,7 1 0,3 1 1,7 1 1,7 5 0,3 4 0,3
10 0 0,0 0 0,0 3 1,0 1 0,3 0 0,0 0 0,0 5 0,3 1 0,1
Total 353 100,0 353 100,0
295 100,0
295 100,0
59
100,0
59
100,0
1546
100,0
1546
100,0
Ceo-d 1,09 0,78 1,34 1,00 1,54 1,31 0,98 0,60
P <0,001 <0,001 0,338 <0,001
0 ano 1 anos 2 anos 3 anos
Superior Inferior Superior Inferior Superior Inferior Superior Inferior
N.o de
dentes
com
exp.
cárie
n % N % n % n % n % n % n % n %
0 45 100,0
45
100,0
155 84,7 173 94,7 194 71,6 233 86,0 217 63,8 258 75,9
1 0 0,0 0 0,0 8 4,4 5 2,7 12 4,4 15 5,5 23 6,8 27 7,9
2 0 0,0 0 0,0 13 7,1 2 1,1 37 13,7 15 5,5 52 15,3 30 8,8
3 0 0,0 0 0,0 4 2,2 3 1,6 9 3,3 2 0,7 6 1,8 13 3,8
4 0 0,0 0 0,0 2 1,1 0 0,0 9 3,3 4 1,5 16 4,7 9 2,6
5 0 0,0 0 0,0 1 0,5 0 0,0 3 1,1 0 0,0 10 2,9 1 0,3
6 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 3 1,1 1 0,4 6 1,8 1 0,3
7 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 3 1,1 1 0,4 1 0,3 0 0,0
8 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 7 2,1 0 0,0
9 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,3 1 0,3
10 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,4 0 0,0 1 0,3 0 0,0
Total 45 100,0
45
100,0
183 100,0
183 100,0
271 100,0
271 100,0
340 100,0
340 100,0
Ceo-d 0 0 0,32 0,10 0,79 0,30 1,11 0,54
P 1.000 0,001 <0,001 <0,001
p= Nível mínimo de significância do Teste Não-paramétrico Wilcoxon
p= Nível mínimo de significância do Teste Não-paramétrico Wilcoxon
63
Anexo 4 - Comparação dos índices ceo-d por idade nos segmentos anterior e
posterior dos pré-escolares do município de Canoas/ RS - 2000.
0 ano 1anos 2 anos 3 anos
Anterior Posterior Anterior Posterior Anterior Posterior Anterior Posterior
N.o de
dentes
com
exp.
Cárie
n % n % n % n % n % n % n % n %
0 45 100,0
45
100,0
159 86,9 168
91,8 201 74,2 229
84,5 241 70,9 243 71,5
1 7 3,8 9 4,9 10 3,7 14 5,2 12 3,5 28 8,2
2 12 6,6 3 1,6 37 13,7 16 5,9 49 14,4 24 7,1
3 2 1,1 1 0,5 5 1,8 9 2,6 13 3,8
4 3 1,6 1 0,5 9 3,3 7 2,6 17 5,0 14 4,1
5 4 1,5 3 1,1 5 1,5 7 2,1
6 1 0,5 2 0,7 3 0,9 6 1,8
7 2 0,7 1 0,4 2 0,6 4 1,2
8 1 0,4 1 0,4 1 0,3 1 0,3
9
10
11 1 0,3
12
Total 45 100,0
45
100,0
183 100,0
183
100,0
271 100,0
271
100,0
340 100,0
340 100,0
Ceo-d 0 0 0,27 0,15 0,70 0,38 0,83 0,82
P 1,000 0,064 <0,001 0,783
p= Nível mínimo de significância do Teste Não-paramétrico Wilcoxon
4 anos 5 anos 6 anos Geral
Anterior Posterior Anterior Posterior Anterior Posterior Anterior Posterior
No. de
dentes
com
exp.
cárie
n % N % n % n % n % n % n % n %
0 255
72,2 224 63,5 196 66,4 163
55,3 39 66,1 27 45,8 1136 73,5 1099
71,1
1 25 7,1 37 10,5 22 7,5 36 12,2 6 10,2 10 16,9 82 5,3 134 8,7
2 35 9,9 30 8,5 36 12,2 28 9,5 6 10,2 6 10,2 175 11,3 107 6,9
3 8 2,3 14 4,0 14 4,7 21 7,1 3 5,1 1 1,7 41 2,7 50 3,2
4 19 5,4 19 5,4 16 5,4 18 6,1 3 5,1 4 6,8 67 4,3 63 4,1
5 4 1,1 10 2,8 3 1,0 10 3,4 3 5,1 16 1,0 33 2,1
6 2 0,6 9 2,5 3 1,0 5 1,7 2 3,4 10 0,6 23 1,5
7 1 0,3 8 2,3 1 0,3 10 3,4 1 1,7 4 6,8 7 0,5 27 1,7
8 2 0,6 2 0,6 1 0,3 4 1,4 2 3,4 5 0,3 10 0,6
9 2 0,6 2 0,1
10 2 0,7 1 1,7 3 0,2
11 1 0,1
12 1 0,3 1 0,1
Total 353
100,0
353 100,0
295 100,0
295
100,0
59 100,0
59 100,0
1546 100,0 1546
100,0
Ceo-d 0,76 1,11 0,95 1,39 0,95 1,90 0,73 0,86
p <0,001 <0,001 <0,001 0,012
p= Nível mínimo de significância do Teste Não-paramétrico Wilcoxon
64
Anexo 5 - Distribuição do percentual de experiência de cárie por superfície e
por idade em pré-escolares do município de Canoas/ RS - 2000.
1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos geral
Sup. % Sup.
% Sup.
% Sup.
% Sup.
% Sup.
% Sup.
%
V51 6,6 V51 17,0 V51 17,9
O75 18,1
O85 23,1
O75 30,5
V51 14,7
V61 6,0 V61 15,1 V61 17,6
O85 17,3
O75 20,7
O85 27,1
V61 14,0
M61 3,8 M51
10,0 M61
14,4
V61 15,9
M51
20,0
O55 23,7
M51
12,7
V52 3,3 M61
10,0 M51
13,5
V51 15,6
O74 20,0
O74 23,7
M61
12,7
M51 3,3 V52 8,9 O75 11,2
M51
13,6
M61
19,0
O84 22,0
O75 12,5
O74 2,7 V62 7,7 V62 10,9
M61
13,6
O84 18,3
O65 18,6
O85 12,0
O54 2,7 O84 5,2 V52 10,6
O65 13,3
V61 15,3
V51 16,9
O84 10,7
V62 2,2 V74 4,8 O84 10,0
O84 13,0
V51 14,6
M51
16,9
O74 10,7
O84 2,2 O74 4,4 O85 9,1 O74 13,0
D74 13,6
M61
15,3
V52 8,4
O75 1,6 PL51
3,7 O74 8,5 O55 9,1 O55 12,2
V85 15,3
V62 7,6
O64 1,6 V84 3,7 O64 7,1 V52 9,1 PL51
11,9
D74 15,3
O65 7,6
V74 1,1 O54 3,3 PL61
6,5 V62 7,6 O54 10,8
O64 11,9
O55 7,1
V64 1,1 O64 3,3 O55 6,2 PL51
7,4 PL61
10,8
D85 11,9
PL51
6,0
D74 1,1 O75 3,3 O54 6,2 V85 7,4 O65 10,8
D84 11,9
PL61
5,9
V84 0,5 PL61
3,0 O65 5,6 V75 7,1 D84 10,8
PL84
11,9
O54 5,8
V75 0,5 O85 3,0 PL51
5,3 PL61
6,8 V85 9,8 PL74
11,9
O64 5,8
V73 0,5 O65 2,6 V85 5,3 D74 6,5 O64 9,5 O54 10,2
V85 5,6
V63 0,5 V54 2,2 V75 4,4 O64 5,4 V62 9,2 V52 10,2
D74 5,1
V54 0,5 V75 2,2 M62
4,1 D84 5,1 V52 8,8 V65 10,2
V75 4,7
V53 0,5 O55 1,8 V65 4,1 O54 4,8 PL74
8,8 PL85
10,2
D84 4,3
PL84 0,5 D51 1,8 V53 3,8 M52
4,5 D61 8,1 M85
10,2
V74 4,0
PL75 0,5 D61 1,8 M52
3,8 PL84
4,2 D51 7,8 V75 10,2
V84 3,9
PL74 0,5 V63 1,8 PL62
3,8 PL74
4,2 PL85
7,8 D55 8,5 PL74
3,6
PL73 0,5 V85 1,8 V84 3,8 D85 4,0 V74 7,8 V55 8,5 D61 3,5
PL65 0,5 V53 1,5 V63 3,2 V55 3,7 D85 7,5 M55
8,5 V53 3,3
PL61 0,5 V73 1,5 V74 3,2 V53 3,7 D54 6,8 PL55
8,5 M52
3,2
PL51 0,5 PL52
1,1 D61 2,9 PL52
3,7 PL84
6,8 M62
8,5 D51 3,2
O85 0,5 V64 1,1 V64 2,9 V84 3,7 PL75
6,8 PL65
8,5 PL84
3,2
O65 0,5 V83 1,1 PL52
2,6 PL75
3,7 V53 6,4 M74
8,5 M62
3,1
O55 0,5 V55 0,7 V55 2,4 D51 3,4 M85
6,4 D54 6,8 D85 2,9
M81 0,5 M52
0,7 D84 2,4 PL65
3,4 V84 6,4 PL54
6,8 PL85
2,7
M75 0,5 M62
0,7 D51 2,1 D75 3,4 V75 6,4 M52
6,8 PL75
2,7
M74 0,5 V81 0,7 M64
2,1 D61 3,1 M75
6,1 V61 6,8 D75 2,7
M73 0,5 V71 0,7 D64 2,1 M62
3,1 D75 6,1 PL61
6,8 PL52
2,5
M71 0,5 M54
0,4 PL74
2,1 D64 3,1 PL62
5,8 M65
6,8 PL62
2,5
M62 0,5 PL54
0,4 V54 1,8 PL85
3,1 D64 5,8 D65 6,8 D54 2,5
M52 0,5 M53
0,4 PL84
1,8 M55
2,5 M74
5,4 V84 6,8 V63 2,4
D75 0,5 PL53
0,4 D54 1,5 PL55
2,5 M62
5,1 V74 6,8 D64 2,4
D73 0,5 PL62
0,4 D74 1,5 V74 2,5 M64
5,1 M75
6,8 V55 2,3
D65 0,5 M65
0,4 D75 1,5 D54 2,3 M52
4,7 PL75
6,8 V65 2,3
D61 0,5 V65 0,4 M54
1,2 V54 2,3 M84
4,7 D75 6,8 V54 2,2
D55 0,5 PL65
0,4 D62 1,2 V83 2,3 M54
4,4 D51 5,1 M75
2,2
D54 0,5 D84 0,4 PL64
1,2 PL62
2,0 PL52
4,4 PL51
5,1 V64 2,1
V85 0,0 PL84
0,4 D55 0,9 V63 2,0 V54 4,1 D61 5,1 M64
2,0
V83 0,0 M81
0,4 PL55
0,9 V64 2,0 V63 3,7 M64
5,1 PL65
1,9
V82 0,0 M75
0,4 V83 0,9 V65 2,0 V64 3,4 PL64
5,1 M85
1,9
V81 0,0 PL75
0,4 V82 0,9 M75
2,0 PL55
3,1 M84
5,1 PL55
1,7
65
Anexo 5 - Distribuição do percentual de experiência de cárie por superfície e
por idade em pré-escolares do município de Canoas/ RS – 2000 (continuação).
1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos geral
Sup. % Sup.
% Sup.
% Sup.
% Sup.
% Sup.
% Sup.
%
V72 0,0 D75 0,4 V81 0,9 D55 1,7 PL65
2,7 M54
3,4 M74
1,7
V71 0,0 D55 0,0 V71 0,9 M64
1,7 D55 2,4 D52 3,4 M54
1,6
V65 0,0 M55
0,0 M74
0,9 V73 1,7 V55 2,4 V62 3,4 V83 1,5
V55 0,0 PL55
0,0 M75
0,9 M65
1,4 PL64
2,4 D62 3,4 D55 1,4
PL85 0,0 D54 0,0 M55
0,6 M54
1,1 M65
2,4 V63 3,4 M55
1,3
PL83 0,0 D53 0,0 PL54
0,6 PL54
1,1 V65 2,4 D64 3,4 M84
1,3
PL82 0,0 D52 0,0 D52 0,6 D52 1,1 V83 2,4 V83 3,4 V73 1,3
PL81 0,0 D62 0,0 M65
0,6 PL64
1,1 PL54
2,0 V82 3,4 M65
1,2
PL72 0,0 M63
0,0 PL65
0,6 D65 1,1 V73 2,0 V73 3,4 PL64
1,2
PL71 0,0 D63 0,0 D85 0,6 M85
1,1 D65 1,7 V54 1,7 PL54
1,1
PL64 0,0 PL63
0,0 PL85
0,6 M81
0,8 V81 1,7 V53 1,7 D65 0,9
PL63 0,0 M64
0,0 M84
0,6 M71
0,8 M71
1,7 M53
1,7 V71 0,8
PL62 0,0 D64 0,0 M81
0,6 D53 0,6 V71 1,7 PL52
1,7 D52 0,7
PL55 0,0 PL64
0,0 V72 0,6 PL53
0,6 M55
1,4 PL62
1,7 D62 0,7
PL54 0,0 D65 0,0 PL75
0,6 D62 0,6 V82 1,4 D63 1,7 V82 0,7
PL53 0,0 D85 0,0 M63
0,3 V82 0,6 M81
1,4 V64 1,7 M81
0,7
PL52 0,0 PL85
0,0 PL63
0,3 V71 0,6 PL71
1,4 M71
1,7 V81 0,7
M85 0,0 M85
0,0 D81 0,3 M72
0,6 D52 1,0 M72
1,7 M71
0,7
M84 0,0 M84
0,0 PL81
0,3 V72 0,6 D62 1,0 D72 1,7 V72 0,5
M83 0,0 D83 0,0 M71
0,3 PL63
0,3 PL81
1,0 V72 1,7 PL53
0,3
M82 0,0 PL83
0,0 PL71
0,3 M84
0,3 D71 1,0 D53 0,0 PL71
0,3
M72 0,0 M83
0,0 V73 0,3 D81 0,3 D53 0,7 PL53
0,0 M72
0,3
M65 0,0 D82 0,0 D53 0,0 V81 0,3 PL53
0,7 M63
0,0 D53 0,3
M64 0,0 PL82
0,0 M53
0,0 M74
0,3 D63 0,7 PL63
0,0 PL63
0,3
M63 0,0 M82
0,0 PL53
0,0 M53
0,0 PL63
0,7 D83 0,0 D81 0,3
M55 0,0 V82 0,0 D63 0,0 M63
0,0 M82
0,7 PL83
0,0 PL81
0,3
M54 0,0 D81 0,0 D65 0,0 D63 0,0 D81 0,7 M83
0,0 M53
0,2
M53 0,0 PL81
0,0 M85
0,0 D83 0,0 M72
0,7 D82 0,0 D63 0,2
D85 0,0 M71
0,0 D83 0,0 PL83
0,0 V72 0,7 PL82
0,0 D71 0,2
D84 0,0 PL71
0,0 PL83
0,0 M83
0,0 PL73
0,7 M82
0,0 PL73
0,2
D83 0,0 D71 0,0 M83
0,0 D82 0,0 D73 0,7 D81 0,0 D73 0,2
D82 0,0 M72
0,0 D82 0,0 PL82
0,0 M53
0,3 PL81
0,0 M82
0,1
D81 0,0 PL72
0,0 PL82
0,0 M82
0,0 PL83
0,3 M81
0,0 M63
0,1
D72 0,0 D72 0,0 M82
0,0 PL81
0,0 M83
0,3 V81 0,0 PL83
0,1
D71 0,0 V72 0,0 D71 0,0 PL71
0,0 PL82
0,3 PL71
0,0 M83
0,1
D64 0,0 M73
0,0 M72
0,0 D71 0,0 PL72
0,3 D71 0,0 PL82
0,1
D63 0,0 PL73
0,0 PL72
0,0 PL72
0,0 M63
0,0 V71 0,0 PL72
0,1
D62 0,0 D73 0,0 D72 0,0 D72 0,0 D83 0,0 PL72
0,0 D72 0,1
D53 0,0 M74
0,0 M73
0,0 M73
0,0 D82 0,0 M73
0,0 M73
0,1
D52 0,0 PL74
0,0 PL73
0,0 PL73
0,0 D72 0,0 PL73
0,0 D83 0,0
D51 0,0 D74 0,0 D73 0,0 D73 0,0 M73
0,0 D73 0,0 D82 0,0
66
Anexo 6 - Comparação dos índices ceo-s por idade nas superfícies oclusal,
proximal e livre dos pré-escolares do Município de Canoas/ RS - 2000.
IDADE
(anos)
Média Mediana Desvio Padrão Mínimo Máximo p
0 ano Oclusal 0 A 0 0 0 0 1,000
Proximal 0 A 0 0 0 0
Livre 0 A 0 0 0 0
1 ano Oclusal 0,125683 B 0 0,629448 0 6 0,008
Proximal 0,153005 B 0 0,709883 0 6
Livre 0,273224 A 0 0,871839 0 6
2 anos Oclusal 0,269373 B 0 0,991325 0 8 <0,001
Proximal 0,276753 B 0 0,798711 0 5
Livre 0,830258 A 0 2,062174 0 15
3 anos Oclusal 0,638235 B 0 1,410562 0 7 <0,001
Proximal 0,611765 B 0 1,639081 0 17
Livre 1,238235 A 0 2,775633 0 26
4 anos Oclusal 0,94051 AB 0 1,721976 0 8 <0,001
Proximal 0,838527 B 0 1,873709 0 14
Livre 1,345609 A 0 2,755076 0 19
5 anos Oclusal 1,254237 A 0 1,953483 0 8 0,216
Proximal 1,661017 A 0 3,320777 0 22
Livre 1,891525 A 0 3,969496 0 33
6 anos Oclusal 1,677966 A 0 2,395691 0 8 0,742
Proximal 1,983051 A 0 3,789693 0 18
Livre 2 A 0 3,528211 0 14
Letras distintas diferem significativamente por meio do Teste Não-paramétrico Friedman complementado pelo
seu teste de comparações múltiplas no nível de significância de 5%.
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