natural, tornando-se estímulo que marca as pessoas. Daí, a despeito do tema proposto,
de teoria de apoio, emergiram nos debates outros temas, que em síntese, seguem os
com mais freqüência foram:
a) O sentido de vida - a revisão de vida, estilo do viver, superação de desafios, resgate
de projetos de vida, sonhos e realidades, permearam as percepções dos alunos nos
debates sobre os filmes. Este dado parece apontar que o grande desafio percebido por
eles no envelhecer, ou seja ter um sentido próprio de viver, afinal os socialmente
impostos como: trabalhar, casar e ter filhos não mais são cobrados desta geração
madura e idosa. O vazio que fica leva a buscar um novo sentido do viver, enfim, o
sentido de vida ajuda a manter a integridade, segundo Freire e Resende (2001).
b) O processo de viver – com perdas e ganhos, histórias de vida, envelhecer, adoecer,
morrer, superar desafios, quebrar regras e a necessidade de enfrentar mudanças passa a
ser compreendido como um processo com perdas e ganhos em diferentes dimensões. O
processo do envelhecer, tão complexo, dado às múltiplas inter-relações que atuam e
determinam a percepção das pessoas, no caso do cinedebate mediado pela imagem,
pode nos levar a descobrir e a compreender várias questões que direcionam nossa
visão (às vezes estereotipada) sobre o viver humano.
c) Os relacionamentos afetivos – sexuais, familiares, inter-geracionais, sociais e
comunitários, apresentam diferenças por gênero no comportamento do envelhecer.
O saber conviver passa pelo prisma de nossos relacionamentos, onde a
compreensão do outro direciona o comportamento em diferentes momentos do viver,
nos ensinando a olhar com outro olhar (WEFFORT, 1996).
No filme História Real , no debate final em classe, uma aluna disse ter visto
uma cena de abraço entre o protagonista e o irmão; esta cena não existiu, mas, segundo
Carrière (1995), o fato de cenas inexistentes serem ‘vistas’ não são incomuns, para ele
os desejos podem falar alto e as pessoas vêem o invisível. Xavier (2003) afirma que a
leitura de imagem é produção de um ponto de vista: o do sujeito observador, isso
também explicaria ver o invisível, pois o olhar coloca-se entre o sujeito e o mundo.
Na linguagem cinematográfica, ou seja, “os recursos e dispositivos que o
diretor, o roterista, os atores utilizam para se expressar” (NAPOLITANO, 2003, p.
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