BASÍLIO, M.A. As relações entre bem-estar no trabalho e freqüência a programas
organizacionais de promoção da saúde. Dissertação de Mestrado, São Bernardo do Campo:
Universidade Metodista de São Paulo, 2005, 60 p.
RESUMO
No campo científico, a busca por uma maior compreensão acerca de bem-estar no âmbito do
trabalho é a tônica do momento, reunindo estudiosos das mais diferentes áreas que
demonstram interesse pelo tema. No contexto empresarial, o papel dos programas de
promoção da saúde e qualidade de vida torna-se marcante quando se deseja o crescimento da
produtividade e do bem-estar dos trabalhadores, considerando a obtenção de resultados
crescentes, pela empresa, como fundamentais para que as melhorias nas condições,
organização e relações de trabalho ocorram permanentemente. Ou seja, as empresas entendem
que com o investimento nesses programas a produtividade deve aumentar, gerando recursos,
para que esta se sinta estimulada a continuar investindo no bem-estar dos empregados. Este
estudo teve como objetivo promover uma análise sobre as relações entre bem-estar no
trabalho, representado por satisfação com o trabalho, envolvimento com o trabalho e
comprometimento organizacional afetivo; e freqüência a programas organizacionais de
promoção da saúde. A amostra foi constituída por 117 trabalhadores de uma indústria
multinacional química e farmacêutica, situada na Grande São Paulo, sendo 53 do sexo
masculino e 64 do sexo feminino, com idade média de 30,28 anos, dos quais 63 eram
solteiros, 46 casados e oito registram outro estado civil. Para desenvolvimento deste estudo,
utilizou-se como instrumento um questionário composto por quatro escalas que mediram
satisfação no trabalho, envolvimento com o trabalho, comprometimento organizacional
afetivo e freqüência de participação em programas de promoção da saúde, realizados na
empresa. Todos os dados recolhidos por meio do instrumento eram numéricos, o que permitiu
sua análise eletrônica pelo SPSS, versão 13.0 para Windows. Nessa categoria de dados
incluem-se os de descrição da amostra, os referentes a bem-estar no trabalho e freqüência aos
programas de promoção da saúde. Foi criado um banco de dados para realização das análises
descritivas (freqüências, percentuais, médias e desvios-padrão) e de correlação bivariada (r de
Pearson). Os dados que permitiram descrever os programas de promoção da saúde
promovidos pela empresa foram obtidos por meio de entrevista com a gerente de
responsabilidade social, análise do relatório da empresa e de folhetos elaborados para
divulgação e registro desses programas. Um total de cinco categorias de programas foi
identificado: benefícios, atividades físicas, saúde, atividades culturais/lazer e ações
comunitárias. A maior freqüência aos programas ocorreu na categoria benefícios, pela
presença constante no restaurante da empresa. Os resultados deste estudo revelaram que
grande parcela do bem-estar no trabalho – especialmente no que tange o envolvimento com o
trabalho, comprometimento afetivo com a organização, bem como satisfações com os colegas,
com a chefia e com o próprio trabalho – praticamente independe dos programas de promoção
da saúde promovidos pela empresa. Por outro lado, participação em programas de promoção
da saúde que incluem as categorias de benefícios, saúde e ações comunitárias, relacionou-se a
satisfações com promoções e com salário.
Palavras-chave: bem-estar – trabalho; organizações – trabalho – saúde; programa de
promoção da saúde