Ferreira, L. O. Revisão bibliográfica
O carvão ativo pode ser produzido na forma pulverizada ou granulada. O tamanho de
partícula do carvão pulverizado é no máximo 0,18 mm e o do granulado varia de 0,25 a 5,0
mm (Morikawa, 1990). As aplicações dos dois tipos de carvão são bastante distintas. O carvão
pulverizado é usado somente em adsorções em fase líquida, na qual o carvão é misturado
diretamente ao líquido a ser purificado. Após a adsorção, o carvão é separado do líquido por
filtração, decantação ou centrifugação; este tipo de carvão não permite regenerações. Já o
carvão granulado é empregado tanto nas adsorções em fase líquida quanto nas gasosas.
Este tipo de carvão ativo é produzido a partir de matérias-primas duras, por exemplo, casca
de coco, resultando em um produto de estrutura rígida. Isso proporciona alta dureza,
permitindo regenerações sucessivas, que podem ser realizadas através de vapor, solventes
ou ar comprimido. As aplicações industriais do carvão ativado fundamentam-se no
fenômeno da adsorção, tanto em fase líquida quanto em fase gasosa. Quase sempre a
adsorção no carvão ativado provém de forças fracas de Van der Waals, resultantes de uma
atração intermolecular (adsorção física). O carvão ativado (adsorvente) e os compostos
adsorvidos (adsorbato) não sofrem alterações químicas.
Esse processo é dependente das características do adsorvente (tamanho, distribuição
de poros e área superficial) e do adsorbato (concentração e tamanho molecular). A
eficiência da adsorção é função da compatibilidade entre o tamanho das moléculas a serem
adsorvidas e o tamanho dos poros. Assim, um carvão com predominância de microporos
possui baixa eficiência na remoção de compostos orgânicos de alto peso molecular e alta
eficiência na adsorção de pequenas moléculas de gases. Desse fato, vem à importância da
seleção apropriada do carvão a ser utilizado. As características da fase líquida, pH e
temperatura, e o tempo de contato entre o adsorbato e adsorvente também podem afetar a
adsorção de modo significativo (Mustafa, 1998).
Para se avaliar a viabilidade de se usar um determinado tipo de carvão ativado,
deve-se realizar ensaios laboratoriais específicos. O tempo de contato requerido para se
alcançar o equilíbrio deve ser avaliado em primeiro lugar, sendo assim, uma dosagem
inicial de carvão (mg/L) é misturada com o rejeito por determinados períodos de tempo e
sua taxa de adsorção determinada em intervalos de tempo selecionados. Usualmente, um
período de 2 horas é suficiente para se alcançar 90% do equilíbrio, embora em alguns
casos, um tempo maior de contato seja requerido (Ferreira, 2002).
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