Muchas veces a ellos no les parece lo que les toca hacer, o a veces el trabajador
no da el rendimiento completo. Para él [su marido] es muy molesto porque el
trabajador dice “no, yo no puedo trabajar más de lo que usted me asignó” (...)
entonces a veces uno se incomoda y es por eso que de todas formas se los echa de
enemigos muy fácil. Lo peor del cuento es que el trabajador puede pensar que es
cosa de uno, que es que uno le está lambiendo al patrón pero es que si uno no lo
hace, va a venir el patrón y también va a reclamar. En otros tiempos que había el
administrador, únicamente estaba en la finca, llevaba cuentas y vigilaba los
trabajadores, pero a mi marido no le toca así, a él le toca trabajar parejo:
trabaja con las bestias, en el establo, en la semilleta, herra las bestias, mantiene
los cultivos, mantiene los marranos y los peces. Está pendiente del café, si hay
que lavar, si hay que secar, él sabe qué hay que traer a vender, sabe cuando hay
que comprar abono. Él está pendiente de todo (...)
(...) a relação com os patrões é boa, já estamos há 14 anos nessa fazenda e eles
dizem que em qualquer momento vendem e, então... não sei, depende do patrão,
mas de repente chega outro bem querido , a gente agrada o patrão e o patrão
agrada a gente, e se a gente é bem ruinzinho então ele também se aborrece com a
gente (...) Nesta fazenda tem 4 operários fixos com meu esposo, três operários
fixos e ele, são quatro. A relação é boa, o que acontece é que de qualquer forma
sempre às vezes chega o patrão e pergunta por que tal trabalho não rendeu,
pergunta o que fulaninho fez, porque lá eles têm um diário. Então, no diário se
anota que um operário está no estábulo, que outro está fazendo jardinagem, e que
outro está colhendo o café. Meu esposo tem que anotar tudo e, então, às vezes fica
olhando e diz “ah!!! mas fulaninho esteve fazendo tal coisa toda a semana e foi só
isto que fez”. Muitas vezes eles não sabem o que têm que fazer, ou às vezes o
trabalhador não dá o rendimento completo. Para ele [seu marido] é muito chato
porque o trabalhador diz “não, eu não posso trabalhar mais do que você me
atribuiu” (...) então, às vezes, a gente se incomoda e é por isso que, de qualquer
forma, tornam-se inimigos muito facilmente. O pior da história é que o
trabalhador pode pensar que é coisa da gente, que a gente está puxando o saco do
patrão, mas é que se a gente não faz, vai vir o patrão e também vai reclamar. Em
outros tempos, em que tinha o administrador, só estava na fazenda, controlava as
contas e vigiava os trabalhadores, mas meu marido não tem que fazer assim, ele
tem que trabalhar do mesmo jeito: trabalha com os burros, no estábulo, na
sementeira, ferra os burros, mantém os cultivos, mantém os porcos e os peixes.
Está atento com o café, se tem que lavar, se tem que secar, ele sabe o que tem que
trazer ou vender, sabe quando tem que comprar adubo. Ele está atento a tudo (...)
O caso de Dario (caso 3) permite ver a articulação entre os valores terra,
trabalho, palavra e honra, fundamentalmente. O cliente pretendia legalizar uma terra que
havia comprado de seu patrão há 47 anos, por meio de um acordo de palavra, apesar de
a transação ter sido selada simbolicamente com a entrega das escrituras originais. Dario
foi pagando a dívida com os lucros obtidos durante várias colheitas, isto é, a terra
tornou-se patrimônio graças ao trabalho dedicado do cliente. O problema foi que a
transação não foi registrada no Cartório de Registro de Imóveis nem no Cartório de
Registros Públicos e, portanto, não tinha validez legal. Dario só teve conhecimento