Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE FARMACOLOGIA
AVALIAÇÃO DOS MECANISMOS ENVOLVIDOS NA INDUÇÃO DOS
RECEPTORES B
1
PARA AS CININAS EM RATOS TRATADOS
LOCALMENTE COM LPS
GISELLE FAZZIONI PASSOS
Dissertação apresentada ao Curso de
Pós-graduação em Farmacologia do
Centro de Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Santa Catarina,
como requisito parcial à obtenção do título
de Mestre em Farmacologia.
Orientador: Prof. Dr. João Batista Calixto
Co-orientador: Dra. Maria Martha Campos
Florianópolis - SC
2005
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
PASSOS, Giselle Fazzioni. Avaliação dos mecanismos envolvidos na indução
dos receptores B
1
para as cininas em ratos tratados localmente com LPS.
Florianópolis, 2005, 113 p. Dissertação (Mestrado em Farmacologia) Curso de
Pós-graduação em Farmacologia, Universidade Federal de Santa Catarina.
Orientador: Prof. Dr. João Batista Calixto
Co-orientadora: Dra. Maria Martha Campos
Defesa: 17/02/2005.
O [receptor B
1
] para as [cininas] está normalmente ausente em condições
fisiológicas, sendo expresso em processos inflamatórios ou infecciosos. Este
estudo avaliou alguns dos mecanismos envolvidos na indução do receptor B
1
após o tratamento com o [lipopolissacarídeo] de E. Coli (LPS) na pata de rato. A
injeção do agonista seletivo dos receptores B
1
, a [des-Arg
9
-bradicinina] (DABK),
produziu [edema] de baixa intensidade na pata de ratos normais, enquanto o pré-
tratamento local com LPS causou aumento tempo-dependente do edema à
DABK, da ativação do [fator nuclear-κB] (NF-κB) e da expressão do RNAm para o
receptor B
1
. Os inibidores de síntese protéica, cicloheximida ou dexametasona, ou
da ativação do NF-κB, PDTC ou TLCK, reduziram significativamente a resposta
edematogênica à DABK nos animais tratados com LPS. O edema à DABK
também foi inibido de forma significativa pelos anticorpos anti-IL-1β ou anti-TNF-
α, pela IL-10 ou pelo antagonista do receptor de IL-1, IRA. A indução dos
receptores B
1
pelo LPS foi acompanhada por um aumento marcante dos níveis de
IL-1β e TNF-α, da expressão da sintase do óxido nítrico induzida (iNOS) e da
migração de [neutrófilos]. Os inibidores da migração celular, fucoidina ou
anticorpo anti-CD18, o antagonista de PAF WEB 2086 ou o anticorpo anti-PMN
também reduziram significativamente o edema mediado pelos receptores B
1
. Por
fim, os inibidores de NOS, L-NOARG, aminoguanidina e 1400W também inibiram
marcadamente o edema à DABK. Estes dados sugerem que a produção de
[citocinas] e de óxido nítrico, a ativação do NF-κB e o influxo de neutrófilos são
eventos importantes para a indução dos receptores B
1
após o tratamento com
LPS.
ads:
AGRADECIMENTOS
Ao professor Dr. João Batista Calixto, meu especial agradecimento por ter
me dado a oportunidade de iniciar minha carreira científica, pela orientação na
realização deste trabalho, pelo constante incentivo, apoio, confiança e pelo
exemplo de competência e dedicação, que guardarei por toda a vida.
À Dra. Maria Martha Campos, pela inestimável co-orientação e pela
segurança, amizade e conhecimentos transmitidos durante toda a realização
deste trabalho. Seus ensinamentos têm sido de fundamental importância para
minha formação como farmacologista.
À minha mãe, Terezinha, e ao meu irmão, Raphael, por compartilhar os
momentos de dificuldades e alegrias e, principalmente, por todo o incentivo, amor
e paciência dedicados durante toda minha vida. Obrigada por sempre acreditarem
em minha capacidade.
Ao meu namorado, Rodrigo, em quem sempre encontrei incentivo,
companheirismo e amor incondicionais. Obrigada pelas inúmeras idéias e pelo
apoio no desenvolvimento de alguns experimentos.
À grande amiga Elizabeth Soares Fernandes, pelo carinho, paciência e
atenção dispensados a mim, desde o início desta jornada. Seus ensinamentos e
seu auxílio em grande parte dos experimentos foram fundamentais na conquista
de meus objetivos.
Aos amigos Carlos Eduardo, Dani Balz, Dani Duma, Júlio, Mariem e Nara,
pelo apoio e companheirismo em todas as horas. Aprendi muito com todos vocês.
Valeu mesmo!
À Adenir, Aline, Patrícia, Rafael e Rosana, pela colaboração, ajuda, carinho
e amizade.
Ao Prof. Dr. Jamil Assreuy, que me recebeu em seu laboratório em 1998
para um estágio voluntário, permitindo que eu tivesse meu primeiro contato com o
mundo da pesquisa científica. E lhe agradeço ainda pelo exemplo e ensinamentos
que dele recebi durante o curso de Pós-graduação.
A todos os professores do Curso de Pós-graduação em Farmacologia pelo
constante companheirismo e por terem compartilhado seus conhecimentos. Aos
funcionários da Pós-graduação e do Biotério que, indiretamente, auxiliaram-me no
desenvolvimento deste trabalho.
Aos colegas de turma de mestrado Cláudia, Elisângela, Fabrício, Geison,
Marcelo, Maria e Rafael Varaschin, pela amizade e pelas informações trocadas
durante os últimos dois anos.
Aos colegas de pesquisa Ana Carolina, Ana Flávia, Cândida, Daniela Leite,
Edinéia, Eunice, Juliano, Marina, Martina, Michel, Octávio, Rafaela, Robson,
Valfredo e Wilian, e demais colegas de outros laboratórios pela amizade, apoio e
colaboração, que tornaram nossa convivência a melhor possível.
Ao Prof. Dr. Mauro M. Teixeira (UFMG), pelo auxílio, dicas e sugestões,
que foram de grande importância na realização do presente trabalho.
Aos professores Maria Christina W. de Avellar (UNIFESP) e Jorge L.
Pesquero (UFMG), por permitir a realização de alguns experimentos em seus
respectivos laboratórios.
Á Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES) pelo apoio financeiro.
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIAÇÕES.................................................................................. i
LISTA DE FIGURAS............................................................................................ iv
RESUMO............................................................................................................. vi
ABSTRACT.......................................................................................................... viii
INTRODUÇÃO..................................................................................................... 1
OBJETIVOS………………………………………………………………………….... 22
1. Objetivo geral……………………………………………………………………..... 22
2. Objetos específicos………………………………………………………………... 22
MATERIAIS E MÉTODOS………………………………………………………….... 24
1. Animais…………………………………………………………………………….... 24
2. Procedimentos experimentais……………………………………………………. 24
2.1. Medida do edema de pata…….…………………………................................ 24
2.2. Tratamento com o lipopolissacarídeo de Escherichia coli....................
25
2.3. Análise dos mecanismos envolvidos no edema de pata causado pela
des-Arg
9
-BK em animais pré-tratados com LPS ............................................... 26
2.3.1. Efeito da co-injeção de antagonistas seletivos para o receptor B
1
....... 26
2.3.2. Influência do tratamento com inibidores de síntese protéica ................... 26
2.3.3. Participação do fator de transcrição NF-κB....………………………......
27
2.3.4. Efeito da associação de anticorpos para citocinas pró-inflamatórias....... 27
2.3.5. Influência da co-injeção de citocinas antiinflamatórias............................. 27
2.3.6. Efeito do tratamento com inibidores de migração celular...................... 28
2.3.7. Efeito do tratamento com inibidores da óxido nítrico sintase.................... 29
2.4. Detecção do RNA mensageiro para o receptor B
1
………….........……..... 29
2.5. Ativação do fator de transcrição NF-κB....................………………………...
31
2.6. Medida dos níveis de IL-1β e de TNF-α..........................……….………......
33
2.7. Medida da atividade da mieloperoxidase (MPO).............................……..... 33
2.8. Expressão da iNOS ...............................................................……….……... 34
3. Drogas e reagentes.................................……………………………………..... 36
4. Análise estatística..……………………………………………………..…………. 37
RESULTADOS………………………………………………………………………... 38
1. Caracterização da resposta edematogênica causada por agonistas
seletivos para os receptores B
1
e B
2
para as cininas em animais pré-tratados
com LPS……………………………………………………………………................
38
2. Efeito do tratamento com LPS sobre o aumento do RNAm para o receptor
B
1
na pata de rato...............................................................................................
40
3. Análise dos mecanismos envolvidos no edema de pata causado pela des-
Arg
9
-BK em animais pré-tratados com LPS........................................................
42
4. Efeito da injeção intraplantar de LPS sobre a ativação do fator de
transcrição NF-κB na pata de rato .....................................................................
52
5. Medida dos níveis de IL-1β e de TNF-α após o tratamento com LPS na
pata de rato.........................................................................................................
52
6. Medida da atividade da mieloperoxidase após o tratamento com LPS.......... 55
7. Efeito do tratamento local com LPS sobre a indução da iNOS na pata de
rato......................................................................................................................
55
DISCUSSÃO....................................................................................................... 58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 80
ANEXO................................................................................................................ 113
LISTA DE ABREVIAÇÕES
AMPc Adenosina 3,5-monofosfato cíclico
AP-1 Proteína de ativação-1
BCG Bacilo de Calmette-Guérin
BK Bradicinina
C Controle
CGRP Peptídeo relacionado ao gene da calcitonina
CINC Fator quimiotático de neutrófilos induzido por citocinas
CREB Elemento responsivo ao AMPc
COX Ciclooxigenase
DNA Ácido desoxiribonucléico
DNAc Ácido desoxiribonucléico complementar
DO Densidade óptica
ECA Enzima conversora de angiotensina
EGF Fator de crescimento epidermal
ELISA Enzima imuno-ensaio
EMSA Ensaio de deslocamento em gel
eNOS Sintase do óxido nítrico endotelial
E.P.M. Erro padrão da média
GR Receptor de glicocorticóide
GRE Elemento responsivo a glicocorticóide
HMWK Cininogênio de alto peso molecular
IκB Proteína inibitória do NF-κB
IKK
Proteína IκB quinase
IL Interleucina
iNOS Sintase do óxido nítrico induzida
i.p. Intraperitoneal
IRA Antagonista do receptor de IL-1
IRAK Proteína quinase associada ao receptor de IL-1
JAK Janus quinase
LBP Proteína de ligação ao LPS
LMWK Cininogênio de baixo peso molecular
LPS Lipolissacarídeo
MAPK Proteína quinase ativada por mitógeno
MPO Mieloperoxidase
MyD88 Proteína de diferenciação mielóide 88
NF-κB Fator nuclear-κB
nNOS Sintase do óxido nítrico neuronal
NO Óxido nítrico
NOS Sintase do óxido nítrico
PAF Fator de ativação plaquetária
PAMP Padrão molecular associado à patógeno
PBS Salina tampão fosfato
PCR Reação em cadeia da polimerase
PDGF Fator de crescimento derivado de plaquetas
PDTC Pirrolidina-ditiocarbamato
PMN Polimorfonuclear
PRR Receptor de reconhecimento de padrão
RHD Domínio de homologia Rel
RNA Ácido ribonucléico
RNAm Ácido ribonucléico mensageiro
RT Transcrição reversa
s.c. Subcutâneo
TGF-β Fator de crescimento transformador-β
TLCK
Nα-tosil-clorometilcetona
TLR
Receptor toll-like
TNF Fator de necrose tumoral
TRAF Fator relacionado ao receptor de TNF
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Efeito do pré-tratamento com LPS na resposta edematogênica
mediada pelos receptores B
1
e B
2
na pata de rato ........…………………………
39
Figura 2 - Efeito do tratamento com LPS na expressão do RNAm para o
receptor B
1
na pata de rato …………………………………………………..........
41
Figura 3 - Efeito de antagonistas seletivos para os receptores B
1
sobre o
edema induzido pela des-Arg
9
-BK na pata de ratos pré-tratados com LPS .....
43
Figura 4 - Efeito do tratamento sistêmico com inibidores de síntese protéica
sobre o edema causado pela des-Arg
9
-BK na pata de ratos pré-tratados com
LPS ……………………......................................................................................
44
Figura 5 - Efeito do tratamento sistêmico com inibidores da ativação do fator
de transcrição NF-κB sobre o edema mediado pelos receptores B
1
na pata de
ratos pré-tratados com LPS …………..............…………………………………..
45
Figura 6 - Efeito do tratamento com os anticorpos anti-IL-1β, anti-TNF-α, ou
com citocinas antiinflamatórias sobre o edema induzido pela des-Arg
9
-BK na
pata de ratos pré-tratados com LPS ....………………………….....................
47
Figura 7 - Efeito da administração de inibidores de migração sobre o edema
causado pela des-Arg
9
-BK na pata de ratos pré-tratados com LPS..................
48
Figura 8 - Efeito da administração de inibidores da NOS sobre o edema
induzido pela des-Arg
9
-BK na pata de ratos pré-tratados com LPS ..........
50
Figura 9 - Efeito da administração de inibidores da NOS sobre o edema
induzido pela des-Arg
9
-BK na pata de ratos pré-tratados com LPS ..........
51
Figura 10 - Efeito tempo-dependente do tratamento com LPS sobre a
ativação do fator de transcrição NF-κB ..........……………………………….
53
Figura 11 - Efeito tempo-dependente do tratamento com LPS sobre os níveis
de TNF-α e IL-1β na pata de rato........................................... ………………….
54
Figura 12 - Efeito tempo-dependente do tratamento com LPS (1 µg/pata, 1 -
48 h) sobre a atividade da mieloperoxidase (MPO) na pata de rato...………....
56
Figura 13 - Efeito tempo-dependente do tratamento com LPS sobre a
expressão da iNOS na pata de rato...……......................................................
57
Figura 14 - Mecanismo proposto para a regulação da indução dos receptores
B
1
para as cininas após a administração local de LPS in vivo .……..................
79
RESUMO
O receptor B
1
para as cininas está normalmente ausente durante condições
fisiológicas, sendo rapidamente expresso em resposta a processos inflamatórios,
infecciosos ou após o trauma tecidual. O objetivo do presente estudo foi analisar
os mecanismos envolvidos no processo de indução do receptor B
1
após o
tratamento local com o lipopolissacarídeo de Escherichia Coli (LPS) na pata de
rato. A injeção intraplantar do agonista seletivo para os receptores B
1
, a des-Arg
9
-
bradicinina (des-Arg
9
-BK), produziu uma resposta edematogênica de baixa
intensidade na pata de ratos normais, enquanto o pré-tratamento local dos
animais com LPS causou um aumento tempo-dependente do edema à des-Arg
9
-
BK, bem como, da ativação do fator nuclear-κB (NF-κB) e da expressão do RNAm
para o receptor B
1
. A resposta funcional mediada pelos receptores B
1
na pata de
ratos tratados com LPS foi inibida significativamente pela co-injeção dos
antagonistas seletivos para os receptores B
1
, a des-Arg
9
-[Leu
8
]-BK ou o R715, em
conjunto com a des-Arg
9
-BK. Além disso, o pré-tratamento sistêmico dos animais
com os inibidores de síntese protéica, cicloheximida ou dexametasona, ou com os
inibidores da ativação do NF-κB, PDTC ou TLCK, também foi capaz de inibir
significativamente a resposta edematogênica causada pela des-Arg
9
-BK nos
animais tratados com LPS. O envolvimento de citocinas pró-inflamatórias foi
avaliado através do uso de anticorpos anti-IL-1β ou anti-TNF-α. Ambos os
tratamentos foram capazes de reduzir marcadamente o edema de pata induzido
pelo agonista B
1
. Além disso, a resposta edematogênica causada pela des-Arg
9
-
BK foi inibida de maneira significativa pelo tratamento dos animais com a citocina
antiinflamatória IL-10 ou com o antagonista natural do receptor de IL-1, IRA. O
aumento dos receptores B
1
na pata de rato após a administração intraplantar de
LPS foi acompanhado por um aumento marcante dos níveis de IL-1β e TNF-α,
bem como um aumento da expressão da isoforma induzida da sintase do óxido
nítrico (iNOS) e da migração de neutrófilos para o sítio inflamatório. O tratamento
dos animais com inibidores da migração celular, como a fucoidina ou o anticorpo
anti-CD18, bem como o tratamento com o antagonista do receptor do fator de
ativação plaquetária (PAF), o WEB 2086, ou a depleção dos neutrófilos através da
administração do anticorpo anti-PMN também foram capazes de reduzir
significativamente o edema mediado pelos receptores B
1
, confirmando a
importância do influxo celular no processo de indução deste receptor. Por fim, o
pré-tratamento dos animais com o inibidor não seletivo de NOS, L-NOARG, ou
com os inibidores seletivos de iNOS, a aminoguanidina ou o 1400W também foi
capaz de inibir marcadamente a resposta edematogênica causada pela des-Arg
9
-
BK nos animais tratados localmente com LPS. Contudo, a administração dos
inibidores de NOS em conjunto com o agonista do receptor B
1
não produziu
inibição da resposta edematogânica. Analisados em conjunto, estes dados
demonstram que a produção de citocinas pró-inflamatórias, a ativação do NF-κB,
a produção de óxido nítrico e o influxo de neutrófilos são eventos importantes no
processo de indução dos receptores B
1
após o tratamento com LPS in vivo.
ABSTRACT
The kinin B
1
receptors are normally absent under physiological situations,
but they are highly inducible during inflammatory and/or infectious conditions or
following tissue damage. The present study attempted to analyze some of the
mechanisms involved in kinin B
1
receptor upregulation following the local injection
of Escherichia Coli lipopolysaccharide (LPS) into the rat paw. The intraplantar
injection of the selective kinin B
1
receptor agonist des-Arg
9
-bradykinin (des-Arg
9
-
BK) in naive animals produced a very weak increase in rat paw oedema. In
contrast, the intraplantar injection of des-Arg
9
-BK in rats treated locally with LPS
induced a time-dependent increase in oedematogenic response, preceeded by the
activation of nuclear factor-κB (NF-κB) and the increase in kinin B
1
receptor mRNA
expression. The functional response mediated by kinin B
1
receptors in the rat paw
was significantly inhibited by the co-injection of the selective B
1
receptor
antagonists des-Arg
9
-[Leu
8
]-BK or R715 with des-Arg
9
-BK. Moreover, systemic
pretreatment of animals with the protein synthesis inhibitors cycloheximide or
dexamethasone, or with the NF-κB inhibitors PDTC or TLCK, were also able to
prevent des-Arg
9
-BK-induced increase in paw volume in LPS-treated animals. The
possible contribution of pro-inflammatory cytokines was assessed by means of
treatment with anti-IL-1β or anti-TNF-α antibodies. Both treatments markedly
reduced the oedema formation induced by the selective kinin B
1
receptor agonist
in LPS-treated rats. Likewise, the oedematogenic response mediated by des-Arg
9
-
BK in LPS-treated animals was significantly inhibited by the injection of the anti-
inflammatory cytokine IL-10 or the natural IL-1 receptor antagonist, IRA. The
upregulation of kinin B
1
receptors in the rat paw following local LPS treatment was
accompanied by a marked increase in IL-1β and TNF-α levels, as well as an
increase in the inducible nitric oxide synthase (iNOS) expression and a marked
influx of neutrophils to the rat paw. The treatment of animals with cellular migration
inhibitors, such as fucoidan or the anti-CD18 antibody, as well as the treatment
with the platelet-activating factor (PAF) receptor antagonist WEB 2086 or the
neutrophil depletion with anti-PMN antibody were also capable of reducing in a
significant manner the oedematogenic response mediated by kinin B
1
receptors,
thus confirming the pivotal role of the neutrophil influx to the functional up-
regulation of kinin B
1
receptors. Finally, treatment of animals with the nonselective
NOS inhibitor L-NOARG, or with the selective iNOS inhibitors aminoguanidine or
1400W, also significantly prevented the paw oedema caused by des-Arg
9
-BK in
LPS-treated animals. However, co-administration of the NOS inhibitors with the B
1
agonist failed to produce inhibition of the oedematogenic response mediated by
des-Arg
9
-BK. Taken together, the present results indicate that the production of
pro-inflammatory cytokines, the activation of NF-κB, the production of nitric oxide
and the neutrophil influx represent events necessary to kinin B
1
receptor
upregulation following local LPS administration in vivo.
INTRODUÇÃO
A inflamação pode ser definida como um conjunto de interações complexas
entre fatores solúveis e células, que ocorre nos tecidos em resposta a danos
traumáticos, infecciosos, pós-isquêmicos, tóxicos ou auto-imunes (Nathan, 2002).
O processo inflamatório é caracterizado por três eventos principais que incluem o
aumento substancial do suprimento de sangue para o local afetado, o aumento da
permeabilidade vascular e a migração de leucócitos para o sítio inflamatório. O
influxo celular é regulado por moléculas solúveis e difusíveis, produzidas
principalmente por células inflamatórias, plaquetas, células endoteliais e
mastócitos (Sharma e Buchanan, 1994; Levy, 1996). As moléculas solúveis
envolvidas na inflamação, ou mediadores inflamatórios, compreendem produtos
da degranulação de mastócitos (histamina e serotonina), mediadores lipídicos
(leucotrienos, prostaglandinas e fator de ativação plaquetária), citocinas,
quimiocinas, componentes do sistema complemento, e o óxido nítrico (NO). Além
destes, mediadores peptídicos como as cininas, neurocininas e o peptídeo
relacionado ao gene da calcitonina (CGRP), entre outros, também exercem um
papel relevante no processo inflamatório.
As cininas constituem uma importante família de peptídeos biologicamente
ativos, com ações confirmadas em uma série de reações inflamatórias, presentes
em condições como sepse, dano pós-isquêmico, asma, pancreatite, diabetes,
artrite reumatóide, cistite, gastrite e câncer, além de dor e hiperalgesia (Bhoola et
al., 1997; Marceau e Bachvarov, 1998; Proud, 1998; Blais et al., 2000; Bhoola et
al., 2001; Calixto et al., 2000; 2004; Marceau e Regoli, 2004). Além disso, as
cininas possuem diversos papéis fisiológicos descritos, que abrangem a
participação no controle da pressão arterial, contração e relaxamento da
musculatura lisa e natriurese (Marceau e Bachvarov, 1998; Bascands et al.,
2003).
O estudo do sistema cininérgico teve início em 1909 quando Abelous e
Bardier observaram que a injeção de uma fração da urina humana insolúvel em
álcool produzia uma queda transitória na pressão sangüínea, quando
administrada por via endovenosa em cães anestesiados. Estas observações
foram confirmadas por Pribram e Hernheiser (1920) e por Frey (1926), que
observaram efeito semelhante após a injeção endovenosa de urina humana em
animais de diferentes espécies. O efeito hipotensor foi atribuído a uma substância
termolábil e não-dialisável presente na urina, denominada substância F (Frey e
Kraut, 1928). Posteriormente, Kraut e colaboradores (1930) encontraram
quantidades elevadas da substância F no pâncreas, sendo o órgão considerado o
sítio principal de síntese. Após essa descoberta, a substância F passou a se
chamar calicreína (do grego: kallikreas para pâncreas). Em 1937, Werle e
colaboradores demonstraram que a calicreína, quando incubada no plasma,
liberava uma potente substância contrátil a partir de um precursor inativo,
denominada calidina.
Em 1949, Rocha e Silva e colaboradores observaram que a incubação do
veneno da serpente Bothrops jararaca, ou de tripsina, com a fração
pseudoglobulina do plasma era capaz de liberar um potente agente hipotensor e
contracturante. Esta substância produzia resposta contrátil lenta em relação à
histamina e à acetilcolina, quando avaliada em preparações de íleo isolado de
cobaia. Baseados nesses resultados, os autores sugeriram o nome bradicinina
(BK) para definir a nova molécula (do grego: bradys para lento; kinesia para
movimento). Andrade e Rocha e Silva (1956) purificaram a BK, mas a seqüência
correta de aminoácidos só foi determinada em 1960 quando Boissonnas e
colaboradores sintetizaram o nonapeptídeo: Arg-Pro-Pro-Gly-Phe-Ser-Pro-Phe-
Arg. O advento da BK sintética permitiu o início dos estudos para a caracterização
das ações biológicas das cininas. Em 1964, Lewis demonstrou pela primeira vez a
capacidade da BK em evocar os sinais clássicos da inflamação: aumento da
permeabilidade vascular, formação de edema e dor. Mais tarde, em 1980, Regoli
e Barabé descreveram as ações fisiológicas da BK e análogos em diferentes
tecidos, relacionando as respostas observadas à ativação de dois receptores
específicos presentes na membrana celular, denominados pelos autores de
receptores B
1
e B
2
. Atualmente, a BK e cininas relacionadas têm sido implicadas
em uma série de condições patofisiológicas (Regoli e Barabé, 1980; Marceau et
al., 1998; Calixto et al., 2000; 2004; Marceau e Regoli, 2004).
A cascata de formação das cininas compreende mecanismos já bem
caracterizados (Regoli e Barabé, 1980; Proud e Kaplan, 1988; Bhoola et al., 1992;
Blais et al., 2000; Kaplan et al., 2002). O substrato para a síntese das cininas são
α-globulinas com múltiplos domínios, conhecidas como cininogênios. Em
mamíferos, foram descritos três tipos de cininogênios, que diferem em tamanho,
estrutura e função. O cininogênio de alto peso molecular (HMWK) é uma proteína
plasmática que apresenta massa molecular de 120 kDa e origina a BK. Já o
cininogênio de baixo peso molecular (LMWK) apresenta massa molecular de 66
kDa e origina a Lys-BK (calidina), embora funcione também como precursor da
BK. O LMWK está amplamente distribuído em tecidos, fibroblastos e outras
estruturas celulares do tecido conectivo. O terceiro tipo de cininogênio, o tipo T, é
encontrado unicamente em ratos e corresponde ao HMWK (Bhoola et al., 1992;
McLean et al., 2000a).
Os cininogênios são clivados por um grupo de proteases, genericamente
denominadas calicreínas, que podem ser encontradas no sangue (calicreína
plasmática) ou na maioria das glândulas exócrinas (calicreína tecidual). A
calicreína plasmática é produzida por hepatócitos e circula na corrente sangüínea
na forma inativa, chamada pré-calicreína (fator de Fletcher). A enzima ativa é
formada como conseqüência da clivagem da pré-calicreína em um processo
dependente da ativação do fator XII da coagulação sangüínea (fator de Hageman)
(Proud e Kaplan, 1988; Blais et al., 2000; Kaplan et al., 2002). A calicreína
plasmática libera BK a partir do HMWK, um processo que se encontra aumentado
em respostas inflamatórias (McLean et al., 2000a). Por outro lado, a calicreína
tecidual utiliza como substrato o LMWK, liberando Lys-BK (Werle et al., 1961;
MacDonald et al., 1988). Estudos demonstraram a secreção da calicreína tecidual
por diversos tipos celulares, sendo que em alguns tecidos a produção da enzima
ocorre em quantidades particularmente elevadas. Estes tecidos incluem os
glandulares (glândulas salivares, sudoríparas e pâncreas), além de pulmões, rins,
intestino e cérebro (McLean et al., 2000a; Kaplan et al., 2002). Ao contrário da
calicreína plasmática, a calicreína tecidual é sintetizada como um precursor, a
pró-calicreína e processada intracelularmente. Contudo, a enzima responsável
pela clivagem intracelular da pró-calicreína ainda não foi identificada (Kaplan et
al., 2002). Finalmente, uma terceira via através da qual as cininas podem ser
formadas envolve a ação de proteases celulares, liberadas em processos
inflamatórios agudos por mastócitos, basófilos e neutrófilos (Proud et al., 1985;
Proud e Kaplan, 1988; Kozik et al., 1998; Proud, 1998).
A BK possui uma meia-vida plasmática muito curta, podendo variar entre
10 e 50 segundos, conforme a espécie estudada (Décarie et al., 1996). A grande
susceptibilidade deste peptídeo à hidrólise é responsável por sua curta meia-vida.
O metabolismo e a degradação das cininas são mediados por um grupo de
enzimas denominadas cininases. A cininase II, também conhecida como enzima
conversora da angiotensina (ECA) (Erdös, 1990), é encontrada principalmente na
membrana de células endoteliais, sendo o principal mecanismo através do qual a
BK e a Lys-BK são inativadas. As ações da cininase II são exercidas através da
remoção do dipeptídeo da porção C-terminal de ambas as cininas, ocasionando
sua completa inativação. Outras peptidases, como a endopeptidase neutra e a
aminopeptidase plasmática, também exercem um importante papel no
metabolismo das cininas in vivo. A endopeptidase neutra, uma metalopeptidase
presente em células epiteliais, é responsável por cerca de 20 % da inativação da
BK, utilizando um mecanismo semelhante ao da cininase II (Gafford et al., 1983;
Bhoola et al., 1992). A aminopeptidase plasmática, por sua vez, é capaz de
converter a Lys-BK em BK por meio da clivagem de sua porção N-terminal
(Guimarães et al., 1973).
O grupo da cininase I (também conhecida como arginina carboxipeptidase)
é representado pelas enzimas carboxipeptidase N (plasma) e carboxipeptidase M
(membrana) e possui um papel menor na degradação da BK, sendo responsável
por menos de 10 % do metabolismo total do peptídeo. No entanto, a atividade da
cininase I é de importância particular, uma vez que essa enzima é responsável
pela geração dos metabólitos ativos des-Arg
9
-BK e Lys-des-Arg
9
-BK, através da
remoção do aminoácido arginina da porção C-terminal da BK e da Lys-BK,
respectivamente (Bhoola et al., 1992; Marceau et al., 1998). O metabolismo das
cininas des-Arg apresenta algumas diferenças em relação à BK e à Lys-BK. As
cininas des-Arg não reagem com arginina carboxipeptidases, uma vez que não
possuem o resíduo C-terminal correspondente. Além disso, a cininase II é capaz
de clivar o tripeptídeo C-terminal da des-Arg
9
-BK, embora de forma muito mais
lenta do que em relação à BK e à Lys-BK (Drapeau et al., 1991a). Estudos
demonstram ainda que a meia-vida da des-Arg
9
-BK exógena, no plasma ou em
preparações de tecido cardíaco, é cerca de 4 a 12 vezes maior do que a meia-
vida da BK sob as mesmas condições experimentais (Décarie et al., 1996; Blais et
al., 1997). A cininase II possui maior afinidade pela BK e pela Lys-BK do que a
cininase I. Este fato sugere que a formação dos metabólitos ativos des-Arg não
ocorre in vivo sob condições fisiológicas (Marceau, 1995). A formação destes
metabólitos pode ser observada especialmente em exsudatos inflamatórios, onde
a formação de fibrina é capaz de aumentar expressivamente a atividade das
cininases I em relação à cininase II (Campbell et al., 1990; Heindriks et al., 1990).
Uma vez liberadas, a BK, a Lys-BK e seus fragmentos, exercem uma série
de efeitos biológicos que incluem alterações na circulação periférica, como
vasodilatação, aumento do fluxo sangüíneo e da permeabilidade vascular, além
de redução da pressão sangüínea, contração ou relaxamento da musculatura lisa
e sensibilização de fibras aferentes sensoriais. As cininas são capazes ainda de
promover a liberação de diferentes mediadores pelo endotélio, induzir a
proliferação celular, regular o transporte de glicose e estimular a reabsorção
óssea (Regoli e Barabé, 1980; Bhoola et al., 1992; Regoli et al., 1998). Estes
numerosos efeitos resultam da ativação de dois receptores de membrana
específicos, denominados B
1
e B
2
. A classificação dos dois subtipos de
receptores teve origem em estudos farmacológicos conduzidos no final da década
de 70, que determinaram a ordem de potência dos agonistas cininérgicos em
preparações de órgão isolado (Regoli e Barabé, 1980). Posteriormente, esta
classificação foi confirmada através do uso de agonistas e antagonistas seletivos,
obtidos por modificações ou substituições dos aminoácidos que compõem a
estrutura das cininas (Vavrek e Stewart, 1985; Regoli et al., 1994; 1998; Stewart
et al., 1999; 2004). Assim, os receptores do tipo B
1
são ativados
preferencialmente pela des-Arg
9
-BK e pela Lys-des-Arg
9
-BK, enquanto que os
receptores B
2
são praticamente insensíveis a estes metabólitos. Por outro lado, os
receptores B
2
apresentam alta afinidade pela BK e pela Lys-BK, ao passo que os
peptídeos produzidos pela ação da cininase I são praticamente inativos neste
receptor.
Nas primeiras décadas após o descobrimento da BK diversas evidências
apontavam o envolvimento deste peptídeo na inflamação. Uma vez que não havia
ferramenta farmacológica capaz de bloquear as ações das cininas, estas
evidências eram obtidas através da avaliação da depleção do cininogênio nos
processos inflamatórios em larga escala. O desenvolvimento de antagonistas
seletivos para os receptores cininérgicos permitiu grandes avanços nos estudos
acerca do papel das cininas em situações fisiológicas e patológicas. Os primeiros
antagonistas seletivos para o receptor B
1
foram descobertos quase 10 anos antes
do desenvolvimento dos antagonistas seletivos para o receptor B
2
. O
desenvolvimento de antagonistas seletivos com o protótipo [Leu
8
]-des-Arg
9
-BK foi
um critério decisivo para definir a existência dos receptores B
1
(Regoli et al., 1977;
Regoli e Barabé, 1980). Já os primeiros antagonistas seletivos e competitivos
para os receptores B
2
tiveram sua estrutura baseada no protótipo [D-Phe
7
]-BK
(Vavrek e Stewart, 1985). Em 1991, surgiu a segunda geração de antagonistas
B
2
, com o desenvolvimento do HOE 140 (icatibante), sintetizado através da
introdução de dois aminoácidos sintéticos (Tic e Oic) nas posições 7 e 8 do
antagonista [D-Phe
7
]-BK (Hock et al., 1991; Wirth et al., 1991). Outros
antagonistas desta classe incluem o NPC 17731 e o NPC 17761, que apresentam
um resíduo alifático (D-cis-4-propoxiprolina) inserido na posição 7 (Kyle et al.,
1991). Em ambos os casos, as substituições realizadas produziram aumento
significativo da potência e meia-vida dos antagonistas, permitindo importantes
avanços no estudo das cininas em modelos in vivo e in vitro (Marceau et al., 1998;
Stewart, 2004). Mais tarde, a remoção da arginina C-terminal destes antagonistas
originou 2 potentes antagonistas seletivos para o receptor B
1
, o des-Arg
9
-HOE
140 e o des-Arg
9
-NPC 17731 (Stewart et al., 1999). A busca por antagonistas
não-peptídicos, ativos por via oral, levou ao desenvolvimento de uma terceira
geração de antagonistas seletivos para o receptor B
2
, que inclui o WIN 64338, o
FR 173657, o FR 167344, o NPC18884 e o bradizide. Todos estes antagonistas
foram efetivos, quando administrados por via oral, em modelos de dor e
inflamação (Sawutz et al., 1994; Griesbacher et al., 1998; De Campos et al., 1999;
Watanabe et al., 1999; Burgess et al., 2000; Griesbacher e Legat, 2000). Outros
avanços na área do desenvolvimento de bloqueadores dos receptores
cininérgicos são representados por antagonistas seletivos para o receptor B
1
,
como o R-715 e o B9958, que apresentam maior resistência à degradação por
peptidases, além de antagonistas mistos para os receptores B
1
e B
2
, como o
B9430 (Regoli et al., 1998; Marceau e Regoli, 2004; Stewart, 2004).
Recentemente, os esforços para o desenvolvimento de antagonistas não-
peptídicos seletivos para o receptor B
1
têm sido bem sucedidos. Antagonistas
seletivos para os receptores B
1
com a estrutura relacionada aos
benzodiazepínicos, diaminopiridina e dihidroquinoxalinona apresentaram ação
antinociceptiva em diferentes modelos animais (Su et al., 2003; Wood et al., 2003;
Kuduk et al., 2004). Além disso, o SSR 240612 foi o primeiro antagonista seletivo
para o receptor B
1
que se apresentou efetivo em diversos modelos de dor e
inflamação, quando administrado por via oral (Gougat et al., 2004).
Outra ferramenta farmacológica fundamental na caracterização dos
receptores cininérgicos como moléculas distintas foram os estudos com o uso de
radioligantes (Marceau, 1995; Hall, 1997; Marceau e Bachvarov, 1998; Blais et al.,
2000). Os primeiros estudos foram realizados em 1981 por Innis e colaboradores
com o uso de [
3
H]-BK, que constitui o ligante mais utilizado para a caracterização
dos receptores B
2
. Nos estudos que envolvem os receptores B
1
, o ligante mais
utilizado é a [
3
H]-Lys-des-Arg
9
-BK (Marceau et al., 1998). Até o momento, foram
realizados estudos de união específica (binding) para o receptor B
2
em
preparações teciduais ou culturas celulares específicas, tais como miométrio
uterino de rata (Liebmann et al., 1987), íleo, pulmão, traquéia, cérebro, bexiga
urinária de cobaia (Manning e Snyder, 1986; Farmer et al., 1989; 1991; Privitera et
al., 1992; Falcone et al., 1993) e fibroblastos de pulmão humano (Roscher et al.,
1983; 1990). Entretanto, para os receptores B
1
, a maior parte dos estudos com
radioligantes é realizada em culturas celulares, provavelmente em decorrência da
baixa densidade destes receptores nos tecidos (Hall e Morton, 1997). Os estudos
mais relevantes foram realizados em cultura de células musculares lisas da aorta
de coelhos (Schneck et al., 1994; Levesque et al., 1995), em células mesangiais
de rato (Bascands et al., 1993) e na linhagem de macrófagos murinos RAW 264.7
(Burch e Kyle, 1992).
A utilização da biologia molecular como ferramenta no estudo dos
receptores cininérgicos teve início em 1991 quando McEachern e colaboradores
clonaram o receptor B
2
a partir do útero de ratas. Este estudo demonstrou que o
receptor B
2
pertence à superfamília de receptores acoplados à proteína G e
apresenta uma seqüência de 366 aminoácidos. Posteriormente, o receptor B
2
foi
clonado e seqüenciado a partir do DNA genômico humano e do DNA
complementar (DNAc) obtido de fibroblastos de pulmão humano, sendo que a
proteína codificada possui 364 aminoácidos, com 81% de homologia em relação
ao receptor B
2
de rato (Eggerickx et al., 1992; Hess et al., 1992). O gene do
receptor B
2
humano consiste em 3 éxons separados por dois íntrons, e está
localizado no cromossomo 14q32 (Powell et al., 1993; Ma et al., 1994a;
Kammerer et al., 1995). Mais tarde, o gene que codifica o receptor B
2
foi também
clonado em outras espécies animais, como camundongos (Ma et al., 1994b),
coelhos (Bachvarov et al., 1995), galinhas (Schroeder et al., 1997), cobaias
(Farmer et al., 1998), cães (Hess et al., 2001) e trutas (Duner et al., 2002). A
análise comparativa das seqüências de aminoácidos obtidas a partir de cada
espécie demonstrou uma homologia de aproximadamente 80 % (Prado et al.,
2002). A clonagem do receptor B
2
permitiu ainda observar diversos sítios de
importância funcional em todas as espécies de mamíferos estudadas. Estes
pontos incluem 3 sítios de N-glicosilação, 1 sítio de palmitoilação e diversos sítios
de fosforilação (Blais et al., 2000).
O receptor B
1
de origem humana foi clonado apenas em 1994 por Menke e
colaboradores. O receptor clonado apresentava os sete domínios transmembrana
típicos de receptores acoplados à proteína G, mas a homologia em relação ao
receptor B
2
mostrou-se muito baixa, de apenas 36 %. O estudo da estrutura e da
organização genômica do receptor B
1
de humanos demonstrou a presença de 3
éxons, separados por 2 íntrons, e uma localização muito próxima à do receptor
B
2
, no cromossomo 14q32 (Bachvarov et al., 1996; Yang e Polgar, 1996). Em
seguida, o receptor foi clonado também a partir de coelhos (MacNeil et al., 1995),
camundongos (Pesquero et al., 1996), ratos (Ni et al., 1998a), cães (Hess et al.,
2001) e macacos (Hess et al., 2002), sendo que a homologia entre os receptores
das diferentes espécies varia entre 68 e 97 %. Os maiores graus de homologia
são observados entre os receptores do camundongo e do rato (88 %) e os
receptores do homem e do macaco (97 %) (Hess et al., 2002; Prado et al., 2002).
Os avanços nos estudos de clonagem e seqüenciamento dos receptores B
1
e B
2
permitiram a utilização de técnicas de manipulação gênica. A deleção do
gene responsável pela expressão do receptor B
2
permitiu a avaliação do papel
deste receptor em fenômenos biológicos como o controle da pressão arterial,
inflamação, dor e hiperalgesia, assim como contração e relaxamento da
musculatura lisa (Borkowski et al., 1995; Alfie et al., 1996; Boyce et al., 1996;
Madeddu et al., 1997; Pesquero e Bader, 1998). A geração de animais com
deleção do gene para o receptor B
1
demonstrou que este receptor não participa
do controle da pressão sangüínea em condições normais (Pesquero et al., 2000).
Contudo, os receptores B
1
são fundamentais para o desenvolvimento da
hipotensão induzida por lipopolissacarídeo (LPS), no acúmulo e apoptose de
neutrófilos em respostas inflamatórias, na sensibilização central dolorosa e ainda
na nocicepção induzida por diferentes estímulos (Pesquero et al., 2000; Araújo et
al., 2001; Ferreira et al., 2001; 2002).
Apesar das diferenças observadas entre os receptores B
1
e B
2
, muitas
vezes as vias de sinalização celular ativadas pelos dois tipos de receptores são
semelhantes (Liebmann e Böhmer, 2000; Liebmann, 2001; Prado et al., 2002).
Ambos são acoplados a proteínas G do tipo Gαq, Gαi2 e Gαi3 (Yanaga et al.,
1991; Liao e Homcy, 1993; Austin et al., 1997; Xie et al., 2000) e sua ativação
pode estar envolvida, direta ou indiretamente, com diferentes vias de transdução
de sinal. Estas vias incluem fosfolipase C, D e A
2
, ativação da adenilato ciclase,
com a liberação subseqüente de prostaglandinas, NO, fosfatos de inositol e
diacilglicerol a partir de fosfolipídeos de membrana, levando à mobilização de
cálcio intracelular e ativação de isoformas específicas da proteína quinase C
(Schanstra et al., 1999; Liebmann e Böhmer, 2000; Prado et al., 2002; Blaukat,
2003). Além das vias consideradas clássicas, os receptores cininérgicos também
estão ligados à ativação de outras proteínas quinases, incluindo proteínas
quinases ativadas por mitógeno (MAPKs), Janus quinases (JAK), tirosina-
quinases, fosfatidilinositol-3-quinases, esfingosina-6-quinases, além de proteínas
como tirosina-fosfatases e pequenas proteínas G (small G proteins) (Ju et al.,
2000; Blaukat e Dikic, 2001; Liebmann, 2001; Prado et al., 2002; Blaukat, 2003).
A baixa homologia (36 %) existente entre os receptores B
1
e B
2
sugere que
estas proteínas são componentes de diferentes sistemas regulatórios (Marceau et
al., 1997). Esta afirmação é reforçada pelas diferenças observadas no padrão de
expressão destes dois receptores. Diversas evidências demonstram que os
receptores B
2
apresentam um caráter constitutivo, sendo expressos em diferentes
órgãos, tecidos e tipos celulares, incluindo células endoteliais, fibroblastos,
epitélio glandular, rins, coração, musculatura esquelética, sistema nervoso central,
musculatura lisa de vasos sangüíneos, ducto deferente, traquéia, intestino, útero e
bexiga (Dendorfer et al., 1999). Contudo, existem evidências de que a expressão
dos receptores B
2
pode ser regulada transcricionalmente em culturas celulares.
Assim, moléculas como o AMPc, fator de crescimento derivado de plaquetas
(PDGF) e interleucina-1 (IL-1) podem exercer uma regulação positiva sobre o
receptor B
2
(Bathon et al., 1992; Dixon, 1994; Dixon et al., 1996; Schmidlin et al.,
1998). Por outro lado, a supressão da expressão do receptor B
2
pode ser
observada na presença do fator de necrose tumoral-α (TNF-α) (Sawutz et al.,
1992). Além disso, a presença do receptor na superfície da célula pode ser
regulada através de mecanismos como a internalização e a dessensibilização
(Marceau et al., 2002). Os receptores B
1
, por sua vez, estão normalmente
ausentes nos órgãos e tecidos em condições normais, com algumas exceções,
como no sistema nervoso central (Raidoo e Bhoola, 1997; Wotherspoon e Winter,
2000; Ma et al., 2000; Shughrue et al., 2003; Calixto et al., 2004), sendo
rapidamente induzidos e modulados em diversos tipos celulares após traumas
teciduais ou durante alterações patológicas (Marceau et al., 1998; Ahluwalia e
Perretti, 1999; Calixto et al., 2000; 2004). Desta forma, grande parte das ações
fisiológicas das cininas são mediadas pela ativação dos receptores B
2
, enquanto
que os receptores B
1
parecem estar envolvidos na amplificação e perpetuação da
sinalização iniciada pelos receptores B
2
(Marceau et al., 1998; Calixto et al., 2000;
2004; Couture et al., 2001).
O caráter indutível dos receptores B
1
foi demonstrado primeiramente por
Regoli e colaboradores (1977) que observaram o desenvolvimento de uma
resposta contrátil à des-Arg
9
-BK em preparações isoladas de aorta de coelho, de
caráter tempo-dependente. Além de tecidos isolados de coelhos, o mesmo
fenômeno foi descrito em diversas preparações in vitro, obtidas de ratos, suínos,
bovinos e humanos (Couture et al., 1981; Campos e Calixto, 1994; Drummond e
Cocks, 1995; Pruneau et al, 1996; Zuzack et al., 1996; Teater e Cuthbert, 1997;
Marceau et al., 1998). Nestas preparações, os agonistas do receptor B
1
não
promovem resposta na primeira hora de incubação, mas induzem uma reação,
geralmente contrátil, cuja magnitude aumenta em função do tempo de incubação
in vitro. A indução do receptor B
1
nestes modelos parece ser dependente da
síntese de novo de proteínas, uma vez que a resposta é ausente nos tecidos
tratados com inibidores de transcrição e translação de RNA e de maturação
protéica (Regoli et al., 1978; Marceau et al., 1980; Whalley et al., 1983; DeBlois et
al., 1988; 1991; Audet et al., 1994; Campos e Calixto, 1994; Sardi et al., 2000).
Estudos demonstram ainda que citocinas e fatores de crescimento, incluindo IL-
1β, IL-2, interferon-γ e fator de crescimento epidermal (EGF), além da oncostatina,
são capazes de acelerar o desenvolvimento de respostas mediadas pelos
receptores B
1
in vitro (McLean et al., 2000a).
A indução do receptor B
1
in vivo tem sido amplamente demonstrada em
uma série de modelos animais. Este fenômeno pode ser observado na hipotensão
induzida por LPS em coelhos e ratos (Regoli et al., 1981; Marceau et al., 1984;
Bouthillier et al., 1987; Tokumasu et al., 1995; Nicolau et al., 1996), na
hiperalgesia inflamatória induzida em ratos após a irradiação de raios ultravioleta,
após a injeção intra-articular de adjuvante completo de Freund ou de citocinas
pró-inflamatórias (Perkins e Kelly, 1993; Davis e Perkins, 1994, Davis et al.,
1994), ou ainda após a indução de estresse térmico (Lagneux e Ribout, 1997) ou
de cistite química em ratos (Belichard et al., 1999). Além disso, o aumento dos
receptores B
1
também foi descrito após a indução de diabetes do tipo I por
streptozotocina (Cloutier e Couture, 2000; Campos et al., 2001; Gabra e Sirois,
2002; Vianna et al., 2003), em modelos de inflamação pulmonar e
broncoconstrição alérgicas (Huang et al., 1999; Christiansen et al., 2002; Eric et
al., 2003; Landgraf et al., 2003), no dano após isquemia seguida por reperfusão
(Mazenot et al., 2001; Kuebler et al., 2003; Souza et al., 2004), no modelo de
infarto do miocárdio em ratos (Tschöpe et al., 2000) ou após o tratamento crônico
de ratos e camundongos com inibidores da ECA (Marin-Castaño et al., 2002).
Finalmente, o tratamento com agentes flogísticos como carragenina, caolin ou
zimozan, além de citocinas pró-inflamatórias como a IL-1β (Belichard et al., 2000;
McLean et al., 2000b; Seegers et al., 2004), ou estímulos infecciosos, como
formas tripomastigotas de Trypanosoma cruzi (Todorov et al., 2003), também
pode resultar na indução dos receptores B
1
in vivo.
Diversos trabalhos apontam o envolvimento dos receptores B
1
e B
2
na
resposta edematogênica mediada pelas cininas na pata de rato. Neste modelo, os
receptores B
2
parecem ser constitutivos, enquanto os receptores B
1
apresentam
um caráter induzido. A administração local de uma única dose do agonista de
receptores B
2
é capaz de induzir edema, enquanto que a administração do
agonista de receptores B
1
não é capaz de produzir o mesmo efeito. Contudo, a
administração repetida do agonista de receptores B
2
resulta em dessensibilização
do receptor, associada ao aparecimento da resposta edematogênica ao agonista
B
1
(Campos e Calixto, 1995; Campos et al., 1995). A administração sistêmica de
LPS, do bacilo de Calmette-Guérin (BCG), bem como a adrenalectomia e a
indução de diabetes do tipo I por estreptozotocina são estímulos capazes de
induzir os receptores B
1
neste modelo (Campos et al., 1996; 1997; 2001; Cabrini
et al., 2001). Além disso, o aparecimento dos receptores B
1
no edema de pata de
rato também foi verificado após o tratamento local com citocinas, como a IL-1β ou
o TNF-α, ou com o fator de ativação plaquetária (PAF) (Campos et al., 1998;
1999; 2002; Fernandes et al., 2003).
O padrão de expressão apresentado pelos receptores B
1
é uma de suas
características mais peculiares. Seu caráter induzido não é observado na maioria
dos receptores acoplados à proteína G e seu padrão de expressão complexo se
assemelha ao de receptores ligados à tirosina-quinase (Calixto et al., 2004).
Evidências sugerem que a expressão destes receptores é um processo altamente
regulado, e compreende tanto mecanismos transcricionais, quanto pós-
transcricionais. A participação de fatores transcricionais no fenômeno de indução
dos receptores B
1
tem sido demonstrada em diferentes trabalhos, como descrito a
seguir. Dados recentes revelaram a presença de numerosas seqüências
candidatas à ligação de fatores de transcrição na região promotora do gene do
receptor B
1
, incluindo a proteína de ativação-1 (AP-1), o elemento responsivo ao
AMPc (CREB) e o fator nuclear-κB (NF-κB), dentre outros (Ni et al., 1998b; Yang
et al., 1998). Ni e colaboradores (1998b) demonstraram que mutações do sítio
para a ligação do NF-κB na região promotora do gene do receptor B
1
são capazes
de abolir a indução do receptor em resposta a estímulos como o LPS, IL-1β ou
TNF-α em células da musculatura vascular humana. Além disso, estudos
mostram que a expressão dos receptores B
1
induzida por IL-1β em fibroblastos
humanos é modulada a nível transcricional pelo NF-κB (Schanstra et al., 1998). A
participação do NF-κB no aumento das respostas mediadas pelos receptores B
1
foi confirmada também na aorta e no rim de coelhos (Marceau et al., 1998;
Marceau et al., 1999; Medeiros et al., 2001; Sabourin et al., 2002), em diferentes
tecidos de ratos adrenalectomizados (Cabrini et al., 2001), na pata de ratos
tratados localmente com IL-1β, TNF-α ou PAF (Campos et al., 1999; Fernandes et
al., 2003), ou ainda na veia umbilical humana (Sardi et al., 2002) e na veia porta
de rato (Medeiros et al., 2004). Além disso, o controle da expressão dos
receptores B
1
parece ocorrer em nível pós-transcricional, através da modulação
da estabilidade do seu RNAm (Zhou et al., 1999). A regulação de processos como
a homo-oligomerização e a maturação do receptor também parece contribuir para
a expressão de receptores funcionais na superfície celular (Kang et al., 2005).
Contudo, os mecanismos envolvidos na regulação pós-transcricional dos
receptores B
1
ainda são pouco caracterizados, sendo necessária a realização de
estudos adicionais.
Diversos estudos mostram que a expressão dos receptores B
1
é controlada
principalmente pela produção de citocinas específicas após trauma ou estresse
tecidual, em especial a IL-1β (Marceau et al., 1998). Dessa forma, muitos dos
estímulos capazes de aumentar as respostas mediadas pelos receptores B
1
parecem estar relacionados ao aumento na produção de IL-1β (McLean et al.,
2000a). Diferentes estímulos inflamatórios são capazes de estimular a produção
de IL-1β, incluindo a própria citocina, outras citocinas pró-inflamatórias como o
TNF-α, além de produtos bacterianos, como o LPS (Dinarello, 1998). De fato, a
indução do receptor B
1
após o tratamento com LPS tem sido demonstrada em
uma série de estudos in vitro e in vivo. Este fenômeno foi observado em
diferentes espécies de animais, incluindo coelhos (Regoli et al., 1981; Marceau et
al., 1984; Bouthillier et al., 1987; Medeiros et al., 2001), ratos (Tokumasu et al.,
1995; Nicolau et al., 1996; Marin-Castaño et al., 1998; McLean et al., 1999;
Schanstra et al., 2000; Yayama et al., 2000; Wille et al., 2001), suínos
(Schremmer-Danninger et al., 1996; 1998; Siebeck et al., 1998), camundongos
(Busser et al., 1998; Pesquero et al., 2000) e macacos (DeBlois e Horlick, 2001).
Outros estudos demonstraram ainda que o tratamento sistêmico com LPS é
capaz de promover um aumento das respostas mediadas pelos receptores B
1
no
modelo do edema de pata de rato (Campos et al., 1996; Ferreira et al., 2000).
O LPS é um polímero presente na superfície externa da parede celular de
bactérias Gram-negativas, sendo capaz de recrutar uma série de sistemas
efetores e modificar a expressão gênica em diferentes tipos celulares (Medzhitov
e Janeway, 2000; Raetz e Whitfield, 2002; Triantafilou e Triantafilou, 2002). A
molécula de LPS possui uma massa que varia entre 2.000 e 20.000 kDa e é
composta por um domínio hidrofóbico altamente conservado, conhecido como
lipídeo A (ou endotoxina) e um domínio hidrofílico de caráter variável, de
constituição polissacarídica. A porção polissacarídica do LPS é formada por duas
regiões distintas, um centro oligossacarídico, contendo entre 10 e 12 açúcares, e
uma cadeia polissacarídica distal, com unidades repetidas (antígeno O). O
lipídeo A foi identificado com sendo o responsável pela patogenicidade da
bactéria e antigenicidade do LPS, enquanto que o antígeno O auxilia a bactéria
na resistência a antibióticos, ao sistema complemento e a outros fatores
ambientais de estresse (Caroff et al., 2002; Raetz e Whitfield, 2002; Whitfield et
al., 2003).
De acordo com a dose, a via de administração e a sensibilidade individual,
a administração de LPS pode induzir desde um aumento da resistência imune
contra infecções microbiais e virais até o aparecimento de sintomas patológicos
severos, característicos do choque séptico (Alexander e Rietschel, 2001). As
respostas à administração de doses elevadas de LPS incluem neutropenia,
hipotensão, coagulação intravascular disseminada, produção de diversas
citocinas pró-inflamatórias e proteínas de fase aguda (Calandra, 2001; Hotchkiss
e Karl, 2003; Marshall, 2003; Pinsky, 2004). Esta resposta inflamatória
descontrolada, observada nos quadros de sepse, é responsável pela letalidade
elevada da mesma, que é apontada como a causa de cerca de 210.000 mortes
anuais somente nos Estados Unidos (Angus et al., 2001; Martin et al., 2003). Por
outro lado, a injeção de pequenas quantidades de LPS nos tecidos é capaz de
induzir a expressão de diferentes moléculas envolvidas no processo inflamatório
como quimiocinas, citocinas, e moléculas de adesão, levando ao recrutamento
celular e formação de edema (Ulevitch e Tobias, 1995; Saban et al., 2001; Caroff
et al., 2002; Savard et al., 2002).
A existência do LPS foi relatada pela primeira vez no final do século 19,
quando Richard Pfeiffer identificou, em lisados de Vibrio cholerae, uma toxina
resistente ao calor capaz de causar choque tóxico em animais (Alexander e
Rietschel, 2001; Caroff et al., 2002). Contudo, o entendimento dos mecanismos
celulares responsáveis por esta e outras respostas imunes mediadas por produtos
bacterianos sofreu um avanço significativo a partir de 1996 quando Lemaitre e
colaboradores demonstraram que a proteína toll, presente em moscas da espécie
Drosophila melanogaster e envolvida no desenvolvimento embrionário, era
necessária também na geração de uma resposta imune contra fungos. Em 1997,
uma proteína homóloga à toll da drosófila foi clonada e caracterizada em
humanos, sendo denominada de receptor toll-like (TLR) (Medzhitov et al., 1997;
Rock et al., 1998; Akira et al., 2001). Existem 13 TLR identificados até o
momento, sendo 10 em humanos e 12 em camundongos, responsáveis pela
identificação de uma série de microorganismos, incluindo bactérias, fungos, vírus
e protozoários (Beutler et al., 2004; Tabeta et al., 2004). Dentre estes receptores,
o TLR do tipo 4 foi apontado como sendo responsável pelo reconhecimento do
LPS (Poltorak et al., 1998). No entanto, o reconhecimento do LPS por estes
receptores envolve também a ligação do produto bacteriano com a proteína de
ligação ao LPS (LBP), presente no soro e, subseqüentemente, com a molécula
CD14 presente na superfície celular, que permitem a interação com o TLR4.
Outra proteína necessária para a ativação do TLR4 pelo LPS é a MD-2, associada
constitutivamente ao receptor TLR4 (Shimazu et al., 1999). Existem evidências de
que, além do TLR4, outros receptores podem estar envolvidos nas respostas
mediadas pelo LPS, incluindo as integrinas CD11c ou CD18, e CD55, dentre
outros (Triantafilou e Triantafilou, 2002).
Assim como o receptor toll presente na drosófila, o TLR de mamíferos é
uma proteína transmembrana do tipo I, com um domínio extracelular composto
por regiões ricas em leucina e um domínio citoplasmático similar ao do receptor
de IL-1. As vias de sinalização intracelular, comuns aos dois receptores, estão
relacionadas ao recrutamento da proteína de diferenciação mielóide 88 (MyD88),
à ativação da proteína quinase associada ao receptor de IL-1 (IRAK) e à
associação de fatores relacionados ao receptor de TNF (TRAF6). A ativação
destes receptores pode resultar ainda na estimulação de proteínas da família das
MAPKs, envolvidas na regulação de fatores transcricionais responsáveis pelo
controle da expressão gênica, como o NF-κB (Medzhitov e Janeway, 2000;
Suzuki et al., 2002).
O processo de indução do receptor B
1
parece ser complexo e existem
inúmeros trabalhos desenvolvidos na tentativa de melhor entender os
mecanismos envolvidos na sua regulação, bem como, a função exercida por
estes receptores, principalmente no desenvolvimento de processos inflamatórios.
Na presente dissertação, foi utilizado um modelo in vivo, onde o LPS foi
administrado localmente na pata de ratos. Neste modelo, procuramos avaliar
alguns dos mecanismos envolvidos no processo de indução do receptor B
1
. Em
especial foram analisados a participação de citocinas pró-inflamatórias, a ativação
do NF-κB, o influxo de neutrófilos e a produção de NO.
OBJETIVOS
1. Objetivo geral
O objetivo do presente trabalho foi analisar, através de estudos
farmacológicos, bioquímicos e de biologia molecular, os mecanismos envolvidos
na ação modulatória do lipopolissacarídeo de Escherichia Coli (LPS) sobre o
processo de indução do receptor B
1
para as cininas in vivo.
2. Objetivos específicos
2.1. Analisar a influência do pré-tratamento local com LPS sobre o edema de pata
de rato induzido pelo agonista seletivo de receptores B
1
, a des-Arg
9
-BK, ou pelo
agonista seletivo de receptores B
2
, a Tyr
8
-BK.
2.2. Confirmar a expressão do receptor B
1
para as cininas após a injeção de LPS
na pata de rato, através da técnica de RT-PCR.
2.3. Investigar alguns dos mecanismos envolvidos no aumento da resposta
edematogênica mediada pelos receptores B
1
após o tratamento com LPS,
incluindo a participação de síntese protéica, da ativação do fator de transcrição
NF-κB e da produção de óxido nítrico.
2.4. Avaliar a participação da produção secundária de citocinas no edema de pata
causado pela des-Arg
9
-BK em ratos pré-tratados com LPS.
2.5. Analisar o efeito de inibidores da migração celular e a participação de
moléculas de adesão e de fatores quimiotáticos no aumento funcional dos
receptores B
1
na pata de ratos tratados localmente com LPS.
2.6. Determinar o perfil temporal da ativação do fator de transcrição NF-κB na
pata de ratos tratados localmente com LPS.
2.7. Relacionar o perfil temporal da produção de IL-1β e de TNF-α, da migração
de neutrófilos e da indução da sintase do óxido nítrico induzida (iNOS) com a
indução dos receptores B
1
na pata de rato após a injeção intraplantar de LPS.
MATERIAL E MÉTODOS
1. Animais
Para a realização dos experimentos, foram utilizados ratos machos
Wistar (140 - 180 g), fornecidos pelo Biotério Central da UFSC ou pela
TECPAR (Curitiba, PR). Os animais foram alojados em grupos de 5 por gaiola,
mantidos em câmaras ventiladas (ALESCO), com temperatura e umidade
controladas (22 ± 2 ºC e 60 - 80 %, respectivamente), em ciclo claro/escuro de
12 h e com livre acesso à água e ração até a hora dos experimentos. Os
animais foram aclimatizados no laboratório durante um período de, pelo menos,
1 h e os experimentos realizados entre 7:00 e 19:00 h. Todos os experimentos
foram conduzidos de acordo com as indicações para o cuidado com animais de
laboratório e recomendações éticas para experimentos com animais
conscientes (Zimmerman, 1983) e foram aprovados pela Comissão de Ética no
Uso de Animais da UFSC (protocolo número 262/CEUA e 23080.035334/2003-
16/UFSC).
2. Procedimentos experimentais
2.1. Medida do edema de pata
O procedimento utilizado para a avaliação do edema de pata foi similar
àquele descrito por Campos e Calixto (1995), com pequenas modificações. Os
animais foram levemente anestesiados com 2,2,2 tribromoetanol (0,125 g/kg,
intraperitoneal (i.p.) e receberam, por via intraplantar, na pata direita, 0,1 ml de
salina tamponada (PBS; composição em mM: NaCl 137, KCl 2,7 e tampão
fosfato 10) contendo des-Arg
9
-BK (100 nmol/pata; agonista seletivo de
receptores B
1
) ou tirosina
8
-BK (Tyr
8
-BK) (3 nmol/pata; agonista seletivo de
receptores B
2
) (Campos et al., 1995; 1996). A pata esquerda recebeu o mesmo
volume (0,1 ml) de PBS e foi utilizada como controle. O aumento de volume foi
medido pletismometricamente (Pletismômetro, Ugo Basile) em diversos
intervalos de tempo (10, 20, 30, 60 e 120 min) após a injeção das cininas ou
apenas no pico do edema (20 min). A diferença entre o volume das patas direita
e esquerda foi quantificada (em ml) e tomada com índice de edema. Nos
experimentos onde foi administrada a Tyr
8
-BK, os animais foram pré-tratados
com um inibidor da cininase II, o captopril (5 mg/kg, 1 h, s.c.), a fim de evitar a
degradação deste peptídeo (Corrêa e Calixto, 1993).
2.2. Tratamento com o lipopolissacarídeo de Escherichia coli
Na maior parte dos experimentos, os animais foram levemente
anestesiados com 2,2,2 tribromoetanol (0,125 g/kg, i.p.) e tratados por via
intraplantar com o lipopolissacarídeo de Escherichia Coli (LPS) (1 µg/pata)
(Safieh-Garabedian et al., 1997), em vários intervalos de tempo (1, 6, 12, 24, 36,
48 ou 72 h) antes da injeção das cininas. Em alguns experimentos, com o
objetivo de determinar o possível efeito sistêmico da injeção intraplantar de LPS,
os animais receberam LPS (1 µg/pata, 12 h) na pata direita, e des-Arg
9
-BK (100
nmol/pata) na pata contralateral. O edema foi avaliado como descrito
anteriormente, comparando-se as respostas obtidas nos animais tratados com
PBS, com aquelas obtidas nos animais tratados com LPS.
2.3. Análise dos mecanismos envolvidos no edema de pata causado pela
des-Arg
9
-BK em animais pré-tratados com LPS
2.3.1. Efeito da co-injeção de antagonistas seletivos para o receptor B
1
Com o objetivo de confirmar o envolvimento dos receptores B
1
para as
cininas na resposta edematogênica induzida pela des-Arg
9
-BK na pata de ratos
pré-tratados com LPS (1 µg/pata, 12 h), os animais receberam uma injeção
intraplantar contendo os antagonistas seletivos para o receptor B
1
, a des-Arg
9
-
[Leu
8
]-BK (100 nmol/pata) ou o R-715 (60 nmol/pata), em conjunto com a des-
Arg
9
-BK (100 nmol/pata) (Campos e Calixto, 1995; Pinheiro et al., 2001). As
respostas obtidas foram analisadas comparando-se o edema produzido pela des-
Arg
9
-BK, após tratamento com o LPS, na presença ou ausência dos antagonistas.
2.3.2. Influência do tratamento com inibidores de síntese protéica
A fim de verificar a possível participação de síntese protéica no edema de
pata causado pela des-Arg
9
-BK (100 nmol/pata) em ratos tratados com LPS,
outros grupos de animais foram tratados previamente com o glicocorticóide,
dexametasona (0,5 mg/kg, s.c.) ou com o inibidor de síntese protéica, a
cicloheximida (1,5 mg/kg, s.c.) (Campos et al., 1998), ambos administrados 6 h
antes da injeção de LPS (1 µg/pata, 12 h). O edema de pata foi avaliado conforme
descrito anteriormente, e as respostas obtidas na presença dos inibidores foram
comparadas àquelas observadas nos animais tratados com PBS.
2.3.3. Participação do fator de transcrição NF-κB
Para analisar o envolvimento do fator de transcrição NF-κB no aumento da
resposta edematogênica mediada pela des-Arg
9
-BK (100 nmol/pata) após o
tratamento com LPS (1 µg/pata, 12 h), outros grupos de animais foram tratados
com os inibidores da ativação do fator de transcrição NF-κB, TLCK (2 mg/kg, i.p.)
ou PDTC (100 mg/kg, i.p.) (Campos et al., 1999), ambos administrados 30 min
antes da injeção de LPS. As respostas edematogênicas observadas na presença
dos inibidores foram comparadas àquelas observadas nos animais controle
(tratados com PBS).
2.3.4. Efeito da associação de anticorpos para citocinas pró-inflamatórias
Com a finalidade de avaliar a contribuição da produção secundária de
citocinas sobre o edema de pata induzido pela des-Arg
9
-BK (100 nmol/pata) em
animais pré-tratados com LPS (1 µg/pata, 12 h), os animais receberam os
anticorpos anti-IL-1β ou anti-TNF-α (50 ng/pata), administrados em conjunto com
o LPS (Campos et al., 1999). Os animais controle receberam PBS e a resposta
inibitória foi analisada comparando-se o aumento de volume produzido pela des-
Arg
9
-BK, na presença ou ausência dos anticorpos.
2.3.5. Influência da co-injeção de citocinas antiinflamatórias
Para investigar a participação de citocinas antiinflamatórias no aumento da
resposta edematogênica causada pela des-Arg
9
-BK após o tratamento com LPS,
outros grupos de animais receberam as citocinas antiinflamatórias, IRA
(antagonista natural dos receptores da IL-1; 100 µg/pata) ou IL-10 (10 ng/pata),
em associação com o LPS (1 µg/pata), 12 h antes da injeção da des-Arg
9
-BK (100
nmol/pata) (Campos et al., 1999). As respostas obtidas foram comparadas
àquelas observadas nos animais controle (tratados com PBS).
2.3.6. Efeito do tratamento com inibidores de migração celular
Visando analisar a participação de moléculas de adesão no aumento da
resposta edematogênica mediada pela ativação dos receptores B
1
em ratos
tratados com LPS, os animais receberam o inibidor não-seletivo de selectinas, a
fucoidina (10 mg/kg), ou o anticorpo monoclonal para β2-integrina, o anti-CD18
(β2-integrina) (1 mg/kg), ambos administrados por via endovenosa 15 min antes
da injeção de LPS (1 µg/pata, 12 h) (Teixeira e Hellewell, 1997; Campos et al.,
2002). A participação da migração de neutrófilos foi avaliada pelo uso do
anticorpo anti-PMN (34 µg/kg, i.p.), administrado 30 minutos antes da injeção de
LPS (Adams e Tepperman, 2001; Fernandes et al., 2003). Em outra de série de
experimentos, para investigar o envolvimento de fatores quimiotáticos no
desenvolvimento do edema de pata à des-Arg
9
-BK (100 nmol/pata) em animais
pré-tratados com LPS, os animais receberam o antagonista seletivo do receptor
para o fator de agregação plaquetária (PAF), o WEB 2086 (15 µg/pata) (Campos
et al., 2002), co-administrado com o LPS. O edema de pata foi avaliado conforme
descrito anteriormente, e as respostas obtidas na presença dos inibidores foram
comparadas àquelas observadas nos animais tratados com PBS.
2.3.7. Efeito do tratamento com inibidores da óxido nítrico sintase
Para avaliar o envolvimento da produção do óxido nítrico (NO) no edema
de pata causado pela des-Arg
9
-BK (100 nmol/pata) em ratos que receberam LPS
(1 µg/pata, 12 h), os animais foram tratados com o inibidor não seletivo da óxido
nítrico sintase (NOS), L-NOARG (10 mg/kg, i.p.), 30 min antes do LPS. Outros
grupos de animais receberam os inibidores seletivos da NOS induzida (iNOS), a
aminoguanidina (30 mg/kg, i.p.), 30 min antes da injeção de LPS e com reforço a
cada 4 h, ou o 1400W (1 mg/kg, s.c., 1 h antes do LPS) (Garvey et al., 1997; da S.
Rocha et al., 2002). Com o objetivo de excluir a participação do NO sobre a
resposta funcional dos receptores B
1
, outros grupos de animais receberam os
inibidores da NOS, nas doses descritas acima, 30 min antes da des-Arg
9
-BK. Os
animais controle foram tratados com PBS e o edema de pata foi avaliado como
descrito anteriormente.
2.4. Detecção do RNA mensageiro para o receptor B
1
Com o objetivo de confirmar o efeito do LPS sobre a indução dos
receptores B
1
para as cininas, foram medidos os níveis do RNAm para o receptor
após o tratamento com o produto bacteriano em diferentes intervalos de tempo,
através da técnica da transcrição reversa seguida da reação em cadeia da
polimerase (RT-PCR), conforme metodologia descrita por Campos et al. (2002).
Os animais foram levemente anestesiados com 2,2,2 tribromoetanol (0,125 g/kg,
i.p.) e tratados por via intraplantar com LPS (1 µg/pata) ou PBS e foram
sacrificados em vários intervalos de tempo (1 - 48 h). O tecido subcutâneo das
patas foi removido em condições livres de RNAse, congelado em nitrogênio
líquido e estocado a - 70 ºC. Posteriormente, as amostras foram homogeneizadas
e o RNA total foi extraído utilizando reagente TRIzol (Gibco BRL), conforme as
recomendações do fabricante. A transcrição reversa (RT) foi realizada com 1 µg
de RNA total, utilizando oligo dT como primer (25 µg/ml) e 200 U de transcriptase
reversa (Life Technologies), em 20 µl de tampão de PCR contendo dNTP 0,5 mM,
DTT 10 mM, MgCl
2
2,5 mM, KCl 50 mM e Tris-HCl 20 mM (pH 8,4). As amostras
foram incubadas por 50 min a 42 ºC, aquecidas por 15 min a 70 ºC e, finalmente,
resfriadas em gelo. Após o tratamento com 2 U de Rnase H (20 min, 37 ºC), a
amplificação do DNAc de seqüências específicas para o receptor B
1
de rato e
para a β-actina foi obtida por PCR, utilizando os seguintes primers: sense
TGAAGCTGTGAGCTCTTTG e antisense GCCAGTTGAAACGGTTCCC, para o
receptor B
1
; e sense GTTCCGATGCCCCGAGGATCT e antisense
GCATTTGCGGTGCACGATGGA, para a β-actina. O DNAc da β-actina foi
utilizado para a padronização da quantidade de RNA. Alíquotas de 5 µl do RT
foram adicionadas a um tampão contendo: Tris-HCl 20 mM (pH 8,4), MgCl
2
1,5
mM, dNTP 300 µM, 2 µg/ml de cada primer e 50 U/ml de Taq polimerase (Life
Technologies), em um volume final de 100 µl. O ciclo do PCR foi o seguinte: 4 min
a 94 ºC, 36 ciclos de 35 s a 94 ºC, 45 s a 60 ºC, 45 s a 72 ºC e, finalmente, 7 min
a 72 ºC. Alíquotas de 25 µl de cada amostra foram analisadas em gel
Tris/borato/EDTA (TBE)-poliacrilamida 20% e coradas com brometo de etídio. A
análise quantitativa foi realizada pela medida da intensidade da banda do receptor
B
1
, normalizada pela intensidade da banda da β-actina. O tamanho das bandas foi
de 450 pb para o receptor B
1
e 600 pb para a β-actina.
2.5. Ativação do fator de transcrição NF-κB
A ativação do fator de transcrição NF-κB após o tratamento com LPS foi
determinada pelo ensaio de deslocamento em gel (EMSA). Os animais foram
levemente anestesiados com 2,2,2 tribromoetanol (0,125 g/kg, i.p.) e receberam,
por via intraplantar, 0,1 ml de PBS contendo LPS (1 µg/pata). Após diferentes
intervalos de tempo (1 - 48 h), os animais foram sacrificados e o tecido
subcutâneo das patas injetadas foi removido e rapidamente congelado em
nitrogênio líquido. Patas tratadas com PBS foram utilizadas como controle. Em
alguns experimentos, os animais foram tratados com o inibidor do fator de
transcrição NF-κB, o PDTC (100 mg/kg), conforme descrito no item 2.2.3. Os
extratos nucleares foram preparados de acordo com a metodologia descrita por
DAcquisto et al. (1999), com algumas modificações. Os tecidos foram suspensos
em 3 ml de tampão hipotônico de lise gelado (HEPES 10 mM (pH 7,9), MgCl
2
1,5
mM, KCl 10 mM, fenilmetilsulfonilfluoreto (PMSF) 0,5 mM, inibidor de tripsina 1,5
µg/ml, pepstatina A 5 µg/ml, leupeptina 5 µg/ml, benzamidina 0,1 mM e ditiotreitol
(DTT) 0,5 mM) e homogeneizados durante 1 min, com o auxílio de um Ultra-
Turrax (Biospec Products Inc.). O homogenato foi mantido em gelo por 15
minutos, sob agitação vigorosa, na presença de 25 µl de polydet P-40 10 %. A
fração nuclear foi precipitada por centrifugação a 1.500 x g por 5 minutos. O
extrato nuclear foi ressuspenso em 600 µl de um tampão de extração com alta
concentração de sal (HEPES 20 mM (pH 7,9), NaCl 420 mM, MgCl
2
1,5 mM,
EDTA 0,2 mM, glicerol 25 % (v/v), PMSF 0,5 mM, inibidor de tripsina 1,5 µg/ml,
pepstatina A 7 µg/ml, leupeptina 5 µg/ml, benzamidina 0,1 mM e DTT 0,5 mM),
incubado sob agitação contínua a 4 ºC por 30 min e centrifugado a 13.000 x g por
15 min. O sobrenadante foi aliquotado e estocado à -70 ºC até a utilização. A
concentração de proteína das amostras foi determinada utilizando-se o kit para
dosagem de proteína da BioRad (BioRad Protein Assay kit).
O EMSA foi realizado com o kit Shift Assay System (Promega), de acordo
com as instruções do fabricante. O oligonucleotídeo de fita-dupla com consenso
para o NF-κB (5-AGTTGAGGGGACTTTCCCAGGC-3) foi marcado nas
extremidades com [γ
32
P] ATP (DuPont), na presença da T4 polinucleotídeo
quinase (10 U), por 10 minutos a 37 ºC. Os nucleotídeos não incorporados foram
removidos pela passagem da mistura em uma coluna de Sephadex G-25
(Pharmacia). Um volume de 20 µl (10 µg) dos extratos nucleares foi incubado em
tampão de ligação (Tris-HCl 10 mM (pH 7,5), MgCl
2
1 mM, NaCl 50 mM, DTT 0,5
mM, EDTA 0,5 mM, glicerol 4%, e 1 µg de poli (dI-dC)), por 20 min, em
temperatura ambiente. Posteriormente, cada amostra foi incubada por 30 minutos
em temperatura ambiente com cerca de 25.000 cpm do oligonucleotídeo [
32
P] NF-
κB. Os complexos proteína-DNA foram avaliados em gel não-desnaturante de
acrilamida: bisacrilamida 6 % (37,5: 1) em 0,25 x de tampão Tris-borato/EDTA
(TBE), a 150 V por 2 h. O gel foi seco por vácuo e analisado utilizando-se o
sistema FUJIX BAS 2000 (Düsseldorf). Para os estudos de competição, os
oligonucleotídeos consenso para o NF-κB ou para o TFIID (5-
GCAGAGCATATAAGGTGAGGTAGGA-3; fator não relacionado à família NF-κB,
responsável pelo recrutamento da RNA polimerase II) não marcados foram
adicionados à mistura em excesso com relação à quantidade de sonda marcada,
com a função de detectar interações DNA/proteína específicas e inespecíficas,
respectivamente.
2.6. Medida dos níveis de IL-1β e de TNF-α
Para a medida dos níveis de IL-1β e TNF-α após a injeção intraplantar de
LPS, foi utilizada a metodologia previamente descrita por Francischi et al. (2000),
com pequenas modificações. Os animais foram levemente anestesiados com
2,2,2 tribromoetanol (0,125 g/kg, i.p.) e receberam LPS (1 µg/pata), sendo
sacrificados após vários intervalos de tempo (1 48 h). Os animais controle
receberam PBS pela mesma via. O tecido subcutâneo das patas injetadas foi
removido e colocado em tampão fosfato, contendo Tween 20 0,05 %, cloreto de
benzametônio 0,1 mM, EDTA 10 mM, NaCl 0,4 mM, aprotinina A 2 µg/ml, PMSF
0,1 mM e albumina sérica bovina (BSA) 0,5 %. Os tecidos foram homogeneizados
e centrifugados a 3000 g, por 10 min, a 4 ºC, sendo o sobrenadante obtido
utilizado para o ensaio. Os níveis de IL-1β e TNF-α foram medidos através de kit
de ELISA, de acordo com as recomendações do fabricante (R & D Systems). As
respostas foram expressas em pg/ 100 mg de tecido.
2.7. Medida da atividade da mieloperoxidase (MPO)
O recrutamento de neutrófilos foi quantificado indiretamente através da
determinação da atividade da MPO, segundo o método descrito por Souza et al.
(2000), com pequenas modificações. Os animais foram levemente anestesiados
com 2,2,2 tribromoetanol (0,125 g/kg, i.p.) e receberam na pata direita LPS (1
µg/pata). Após vários intervalos de tempo (1 - 48 h), os animais foram sacrificados
e tiveram o tecido subcutâneo das patas injetadas removido, congelado em
nitrogênio líquido e armazenado à - 70 ºC. Patas tratadas com PBS foram
utilizadas como controle. Os tecidos foram homogeneizados a 5 % (peso/volume)
em tampão EDTA/NaCl (pH 4,7), e centrifugados a 10.000 rpm, por 15 min a 4 ºC.
O precipitado resultante foi ressuspenso em tampão 1 gelado (pH 7,4; NaCl 0,1
M, NaPO
4
0,02 M e NaEDTA 0,015 M). Adicionou-se então NaCl 0,2 % gelado e,
após 30 s, NaCl 1,6 % contendo glicose 5 % (gelado). A solução foi centrifugada a
10.000 rpm, por 15 min a 4 ºC. O precipitado formado foi ressuspenso em tampão
2 gelado (pH 5,4; NaPO
4
0,5 M e hexadecil-trimetilamônio H-TAB 0,5 %) e as
amostras obtidas foram congeladas e descongeladas 3 vezes em nitrogênio
líquido. Após o último descongelamento, as amostras foram centrifugadas
novamente a 10.000 rpm, por 15 min a 4 ºC, e 25 µl do sobrenadante foram
utilizados para o ensaio de MPO. A reação enzimática foi realizada na presença
de tetrametilbenzidina (TMB; 1,6 mM), NaPO
4
(80 mM) e peróxido de hidrogênio
(H
2
O
2
; 0,3 mM). A absorbância foi medida em 650 nm e os resultados foram
expressos em densidade óptica (DO) por mg de tecido.
2.8. Expressão da iNOS
Para avaliar o efeito do tratamento com LPS sobre o aumento da
expressão da iNOS na pata de rato foi utilizada a técnica de Western blot. Para
tal, os animais foram levemente anestesiados com 2,2,2 tribromoetanol (0,125
g/kg, i.p.), receberam LPS (1 µg/pata) na pata direita e o tecido subcutâneo das
patas injetadas foi removido em diferentes intervalos de tempo (de 30 min a 12 h).
Os animais tratados com PBS pela mesma via foram utilizados como controle. A
preparação das amostras para o ensaio foi realizada segundo metodologia
descrita por Miralles et al. (2000), com pequenas modificações. As amostras de
tecido coletadas foram homogeneizadas em tampão de lise gelado (Tris-HCl 40
mM (pH 7,5), NaCl 5 mM, MgCl
2
1 mM, EDTA 1 mM, PMSF 1 mM, leupeptina 40
µg/ml, Triton X-100 1 %) (1:10 p/v) e mantidas sob agitação constante, a 4 ºC
durante 15 min. As amostras foram centrifugadas a 12.000 x g, por 10 min a 4 ºC,
sendo o sobrenadante coletado como a fração citosólica das preparações. A
determinação da concentração de proteínas das amostras foi realizada utilizando
o kit Bio-Rad, segundo recomendações do fabricante. As amostras foram
armazenadas em freezer - 70 ºC até o momento do uso.
Cerca de 200 µg da fração citosólica das amostras foram adicionados ao
tampão Tris-HCl 65,5 mM (pH 6,8, contendo: dodecil sulfato de sódio (SDS) 3 %,
glicerol 20 %, azul de bromofenol 0,005 %), fervidas durante 5 min e separadas
por eletroforese em gel de poliacrilamida 10 %. As proteínas foram transferidas
para uma membrana de nitrocelulose (BioRad) por eletroforese, utilizando-se
corrente constante de 300 mA por 4 h. A membrana foi bloqueada em solução
TBS-T (Tris-buffered saline tween 20) contendo leite em pó desnatado (5 %) por
60 min, em temperatura ambiente, sob agitação. Posteriormente, a membrana foi
incubada na presença do anticorpo primário anti-iNOS (1:150) (Santa Cruz
Biotech.) overnight, a 4 ºC, sob agitação. O anticorpo secundário, anti-IgG de
coelho conjugado à peroxidase (Santa Cruz) foi diluído em tampão de bloqueio
(1:4000), adicionado e mantido por 2 h em temperatura ambiente, sob agitação. O
anticorpo secundário foi removido por lavagem e as bandas foram visualizadas
por aumento da quimioluminescência (ECL, Amersham).
3. Drogas e reagentes
Os seguintes reagentes e drogas foram utilizados: LPS de Escherichia coli
(sorotipo 0111:B4), 2,2,2 tribromoetanol, tirosina
8
-BK, captopril, dexametasona,
cicloheximida, fucoidina, TLCK (Nα-tosil-clorometilcetona), PDTC (pirrolidina-
ditiocarbamato), L-NOARG (Nω-nitro-L-Arginina), aminoguanidina, EDTA, tween
20, Triton X-100, H-TAB (brometo de hexadeciltrimetil amônio), TMB
(tetrametilbenzidina), PMSF (fenilmetilsulfonilfluoreto), aprotinina A, leupeptina,
pepstatina A, benzamidina, inibidor de tripsina, BSA (albumina sérica bovina),
cloreto de benzametônio, HEPES, DTT (ditiotreitol), brometo de etídio, pastilhas
de PBS (todos obtidos da Sigma Chemical Company, St. Louis, EUA); des-Arg
9
-
BK e des-Arg
9
-[Leu
8
]-BK (Bachem Bioscience Inc., King of Prussia, PA, EUA);
glicerol, Tris-HCl, acrilamida e SDS (dodecil sulfato de sódio) (Invitrogen,
Carlsbad, CA, EUA); polydet P-40 (Polyscience, Warrington, PA, EUA); glicose,
NaPO
4
, MgCl
2
, KCl, H
2
O
2
e NaCl (Merck, São Paulo, Brasil); 1400W (N-(3-
(aminometil)benzil)acetamidina) (Tocris, MO, EUA). O anticorpo anti-PMN de rato
foi obtido da Accurate Chemicals, San Diego, CA, EUA. A citocina recombinante
humana IL-10 (lote BC110), o antagonista do receptor de IL-1 recombinante
humano (IRA) e os anticorpos anti-IL-1β (lote B01D3) e anti-TNF-α (lote CT101)
foram obtidos da R&D Systems Inc. (Minneapolis, EUA). O WEB2086 foi
gentimente doado pela Boehringer-Mannheim Corp. (Mannheim, Alemanha). O
anticorpo anti-CD18 foi cedido gentilmente pelo Dr. Paul Hellewell (University of
Sheffield, UK) e o R-715 (AcLys[D-βNal
7
, Ile
8
]des-Arg
9
-BK) pelo Dr. Domenico
Regoli (University of Sherbrooke, CA). As soluções-estoque para os peptídeos
foram preparadas em PBS (10 mM) em tubos siliconizados, mantidas a -18 °C e
diluídas na concentração desejada no dia dos experimentos. As outras drogas
foram diluídas em PBS, com exceção da dexametasona, que foi diluída em 5% de
etanol.
4. Análise estatística
Os resultados foram expressos pela média ± erro padrão da média. As
percentagens de inibição representam a média das inibições obtidas para cada
experimento individual no pico do edema (20 min após a injeção da des-Arg
9
-BK).
A avaliação estatística dos resultados foi realizada por meio do teste t de
Student ou por análise de variância (ANOVA), seguida pelo teste de Dunnett ou
Newman-Keuls, quando apropriado. Valores de P menores do que 0,05 (P < 0,05)
foram considerados como indicativos de significância.
RESULTADOS
1. Caracterização da resposta edematogênica causada por agonistas
seletivos para os receptores B
1
e B
2
para as cininas em animais pré-tratados
com LPS
Como demonstrado anteriormente (Campos e Calixto, 1995; Campos et al.,
1996; 1997; 1998), a injeção intraplantar do agonista seletivo para os receptores
B
1
, a des-Arg
9
-BK (100 nmol/pata) produziu apenas uma discreta alteração no
volume das patas de animais controle (0,134 ± 0.016 ml). Por outro lado, a injeção
de des-Arg
9
-BK em animais que foram pré-tratados localmente com LPS
(1µg/pata) resultou em um aumento marcante no volume das patas. A resposta
máxima foi observada 12 h após a adminstração do LPS (0,41 ± 0,03 ml),
permanecendo significativa por até 72 h (Figura 1 A). A resposta edematogênica à
des-Arg
9
-BK (100 nmol/pata) não apresentou aumento significativo naqueles
animais que receberam LPS (1µg/pata, 12 h) na pata contralateral (Figura 1 B).
Os resultados da Figura 1 C demonstram que o tratamento prévio dos
animais com LPS (1 µg/pata, 12 h) não foi capaz de produzir alteração
significativa do edema de pata induzido pelo agonista seletivo para os receptores
B
2
, a Tyr
8
-BK (3 nmol/pata).
Figura 1 – Efeito do pré-tratamento com LPS na resposta edematogênica
mediada pelos receptores B
1
e B
2
na pata de rato. (A) Edema de pata induzido pelo
agonista seletivo para os receptores B
1
, a des-Arg
9
-BK (100 nmol/pata) em animais
controle ou pré-tratados com LPS (1 µg/pata, 1 - 72 h). (B) Efeito do pré-tratamento
com LPS (1 µg/pata, 12 h) sobre o edema induzido pela des-Arg
9
-BK (100 nmol/pata)
na pata contralateral. (C) Efeito do pré-tratamento com LPS (1 µg/pata, 12 h) sobre o
edema de pata induzido pelo agonista seletivo para os receptores B
2
, a Tyr
8
-BK (3
nmol/pata). Os valores representam a diferença de volume (em ml) das patas tratadas
com veículo (PBS) ou com as cininas 20 min após a administração. Cada coluna
representa a média de 4-6 animais e as barras verticais, os e.p.m. *P < 0,05; **P <
0,01 em relação ao grupo controle (PBS). (teste “t” de Student para amostras não
pareadas).
Aumento no volume da pata (ml)
A
B
0.25
0.00
0.50
PBS
61224
Pré-tratamento com LPS (h)
**
**
36 48 72
**
**
**
*
1
*
0.00
0.25
0.50
PBS LPS 12 h
0.00
0.25
0.50
PBS LPS 12 h
C
Aumento no volume da pata (ml)
2. Efeito do tratamento com LPS sobre o aumento do RNAm para o receptor
B
1
na pata de rato
Com o objetivo de avaliar o efeito do tratamento com LPS sobre a indução
dos receptores B
1
para as cininas na pata de rato, foram quantificados os níveis
de RNAm para esse receptor em diferentes intervalos de tempo após a
administração do produto bacteriano. A Figura 2 demonstra que o tratamento local
com LPS (1 µg/pata, 1 - 48 h) foi capaz de produzir um aumento tempo-
dependente dos níveis de RNAm para o receptor B
1
. Os níveis máximos do
RNAm para o receptor B
1
foram observados entre 1 e 6 h, retornando à condição
basal 12 h após o tratamento com LPS .
Figura 2 Efeito do tratamento com LPS na expressão do RNAm para o receptor
B
1
na pata de rato. (A) Expressão tempo-dependente do mRNA para receptor B
1
na
pata de ratos pré-tratados com LPS (1 µg/pata, 1 - 48 h). 1. PBS; 2. LPS 1 h; 3. LPS 6
h; 4. LPS 12 h; 5. LPS 24 h; 6. LPS 36 h; 7. LPS 48 h. (B) Análise semi-quantitativa do
mRNA para o receptor B
1
; os valores representam a relação entre o sinal para o
receptor B
1
e o sinal para a β-actina. Cada coluna representa a média de 4
experimentos e as barras verticais, os e.p.m. **P < 0,01 em relação ao grupo controle
(PBS). (ANOVA de duas vias seguida do teste de Dunnett).
0.0
0.4
0.8
PBS 1 6 12 24
Pré-tratamento com LPS (h)
36 48
**
**
Razão do sinal B
1
/
β
-actina
(unidades relativas)
1
234567
B
1
β-actina
A
B
3. Análise dos mecanismos envolvidos no edema de pata causado pela des-
Arg
9
-BK em animais pré-tratados com LPS
O aumento na resposta edematogênica induzido pela des-Arg
9
-BK (100
nmol/pata) nos animais pré-tratados com LPS (1 µg/pata, 12 h) foi inibido de
forma significativa pela co-injeção dos antagonistas seletivos para o receptor B
1
, a
des-Arg
9
-[Leu
8
]-BK (100 nmol/pata) ou o R-715 (60 nmol/pata). As taxas de
inibição observadas foram de 43 ± 6 e 50 ± 1 %, respectivamente (Figura 3 A e
B).
Os resultados da Figura 4 mostram que o tratamento sistêmico dos animais
com o glicocorticóide dexametasona (0,5 mg/kg, s.c.), ou com o inibidor de
síntese protéica cicloheximida (1,5 mg/kg, s.c.), 6 h antes da administração do
LPS (1 µg/pata, 12 h), foi capaz de bloquear significativamente o edema de pata
causado pela des-Arg
9
-BK (100 nmol/pata), com inibições de 46 ± 8 e 58 ± 8 %,
respectivamente.
O edema de pata mediado pelos receptores B
1
em ratos que receberam
LPS (1 µg/pata, 12 h) também foi significativamente inibido pelo pré-tratamento
sistêmico dos animais com os inibidores da ativação do fator de transcrição NF-
κB, PDTC (100 mg/kg, i.p.) ou TLCK (2 mg/kg, i.p.), ambos administrados 30
minutos antes da injeção de LPS. As inibições obtidas foram de 74 ± 1 e 50 ± 3
%, respectivamente (Figura 5 A e B).
Figura 3 Efeito de antagonistas seletivos para os receptores B
1
sobre o edema
induzido pela des-Arg
9
-BK na pata de ratos pré-tratados com LPS. Os
antagonistas seletivos para os receptores B
1
, a des-Arg
9
-[Leu
8
]-BK (100 nmol/pata; A)
ou o R-715 (60 nmol/pata; B) foram co-administrados com a des-Arg
9
-BK (100
nmol/pata) nos animais tratados previamente com LPS (1 µg/pata, 12 h). Os valores
representam a diferença de volume (em ml) das patas tratadas com veículo (PBS) ou
com a des-Arg
9
-BK. Cada ponto representa a média de 4-6 animais e as barras
verticais, os e.p.m. *P < 0,05; **P < 0,01 em relação ao grupo controle (PBS, círculos
fechados). (ANOVA de duas vias para medidas repetidas seguida do teste de Newman-
Keuls) .
Aumento no volume da pata (ml)
A
Tempo após a injeção (min)
B
10 20 30 60 120
0.25
0.0
0.50
**
Controle
+ de s-Arg
9
-Leu
8
-BK
**
*
**
10 20 30 60 120
0.25
0.0
0.50
Controle
+ R715
**
**
** **
**
Figura 4 Efeito do tratamento sistêmico com inibidores de síntese protéica
sobre o edema causado pela des-Arg
9
-BK na pata de ratos pré-tratados com LPS.
Os animais receberam dexametasona (0,5 mg/kg, s.c.; A) ou cicloheximida (1,5 mg/kg,
s.c.; B) 6 h antes do LPS (1 µg/pata), e após 12 h foi administrada a des-Arg
9
-BK (100
nmol/pata). Os valores representam a diferença de volume (em ml) das patas tratadas
com veículo (PBS) ou com a des-Arg
9
-BK. Cada ponto representa a média de 4-6
animais e as barras verticais, os e.p.m. *P < 0,05; **P < 0,01 em relação ao grupo
controle (PBS, círculos fechados). (ANOVA de duas vias para medidas repetidas
seguida do teste de Newman-Keuls) .
Aumento no volume da pata (ml)
A
Tempo após a injeção (min)
B
10 20 30 60 120
0.00
0.25
0.50
Controle
+ Dexametasona
**
**
*
*
10 20 30 60 120
0.00
0.25
0.50
Controle
+ Cicloheximida
**
**
**
*
**
Figura 5 Efeito do tratamento sistêmico com inibidores da ativação do fator de
transcrição NF-κB sobre o edema mediado pelos receptores B
1
na pata de ratos
pré-tratados com LPS. Os animais receberam os inibidores PDTC (100 mg/kg, i.p; A)
ou TLCK (2 mg/kg; B) 30 min antes do LPS (1 µg/pata), e após 12 h foi administrada a
des-Arg
9
-BK (100 nmol/pata). Os valores representam a diferença de volume (em ml)
das patas tratadas com veículo (PBS) ou com a des-Arg
9
-BK. Cada ponto representa a
média de 4-6 animais e as barras verticais, os e.p.m. *P < 0,05; **P < 0,01 em relação
ao grupo controle (PBS, círculos fechados). (ANOVA de duas vias para medidas
repetidas seguida do teste de Newman-Keuls) .
Aumento no volume da pata (ml)
A
Tempo após a injeção (min)
B
10 20 30 60 120
0.0
0.2
0.4
Controle
+ PDTC
**
**
**
**
**
10 20 30 60 120
0.0
0.2
0.4
Controle
+ TLCK
**
**
**
**
*
A co-injeção dos anticorpos anti-IL-1β ou anti-TNF-α (50 ng/pata) (Figura 6
A e B) reduziu de maneira significativa a formação do edema induzida pela des-
Arg
9
-BK (100 nmol/pata) em animais tratados com LPS (1 µg/pata, 12 h), com
inibições de 62 ± 8 e 36 ± 5 %, respectivamente. De maneira semelhante, a
administração conjunta do antagonista natural do receptor de IL-1, IRA (100
µg/pata), ou da citocina antiinflamatória, IL-10 (10 ng/pata) reduziu de forma
significativa a resposta à des-Arg
9
-BK nos animais tratados com LPS. As inibições
observadas foram de 55 ± 6 e 37 ± 4 %, respectivamente (Figura 6 C e D).
O papel do recrutamento de células foi avaliado pelo uso de inibidores de
migração celular. Os dados da figura 7 mostram que o pré-tratamento dos animais
com os inibidores de moléculas de adesão, fucoidina (inibidor não-seletivo de
selectinas; 10 mg/kg, e.v., 15 min), ou anti-CD18 (anticorpo monoclonal para β2-
integrina, 1 mg/kg, e.v., 15 min), produziu inibição significativa do edema causado
pela des-Arg
9
-BK (100 nmol/pata) em animais tratados com LPS (1 µg/pata, 12 h),
com inibições de 60 ± 5 e 41 ± 4 %, respectivamente. De maneira similar, a
administração do antagonista de receptores para o PAF, WEB 2086 (15 µg/pata),
em conjunto com o LPS (1µg/pata, 12 h), ou o pré-tratamento dos animais com o
anticorpo anti-PMN (34 µg/kg, i.p., 30 min), causou uma redução marcante da
resposta mediada pelos receptores B
1
nos animais tratados com LPS. As
percentagens de inibição foram de, respectivamente, 54 ± 6 e 49 ± 6 %.
Figura 6 – Efeito do tratamento com os anticorpos anti-IL-1ß, anti-TNF-a, ou com
citocinas antiinflamatórias sobre o edema induzido pela des-Arg
9
-BK na pata de
ratos pré-tratados com LPS. Os anticorpos anti-IL-1ß (50 ng/pata; A) e anti-TNF-a (50
ng/pata; B), o antagonista de receptores para IL-1 (IRA; 100 µg/pata; C), ou a IL-10 (10
ng/pata; D) foram co-administrados com o LPS (1 µg/pata), 12 h antes da des-Arg
9
-BK
(100 nmol/pata). Os valores representam a diferença de volume (em ml) das patas
tratadas com veículo (PBS) ou com a des-Arg
9
-BK. Cada ponto representa a média de
4-6 animais e as barras verticais, os e.p.m. **P < 0,01 em relação ao grupo controle
(PBS, círculos fechados). (ANOVA de duas vias para medidas repetidas seguida do
teste de Newman-Keuls) .
Aumento no volume da pata (ml)
Tempo após a injeção (min)
A
B
C
D
10 20 30 60 120
0.0
0.2
0.4
Controle
+ Anti-IL-1β
**
**
**
**
**
10 20 30 60 120
0.0
0.2
0.4
Controle
+ Anti-TNF-α
*
**
**
**
10 20 30 60 120
0.0
0.2
0.4
Controle
+ IRA
**
**
**
**
**
10 20 30 60 120
0.0
0.2
0.4
Controle
+ IL-10
**
**
**
**
Figura 7 Efeito da administração de inibidores de migração sobre o edema
causado pela des-Arg
9
-BK na pata de ratos pré-tratados com LPS. Os animais
foram tratados com fucoidina (10 mg/kg, e.v., 15 min; A), anticorpo anti-CD18 (1 mg/kg,
e.v., 15 min; B), WEB 2086 (15 µg/pata; C) ou anticorpo anti-PMN (34 µg/kg, i.p., 30
min; D), e receberam a des-Arg
9
-BK (100 nmol/pata) 12 h após a administração de LPS
(1 µg/pata). Os valores representam a diferença de volume (em ml) das patas tratadas
com veículo (PBS) ou com a des-Arg
9
-BK. Cada ponto representa a média de 4-6
animais e as barras verticais, os e.p.m. *P < 0,05; **P < 0,01 em relação ao grupo
controle (PBS, círculos fechados). (ANOVA de duas vias para medidas repetidas
seguida do teste de Newman-Keuls) .
Aumento no volume da pata (ml)
Tempo após a injeção (min)
A
B
C
D
10 20 30 60 120
0.25
0.0
0.50
**
**
**
**
Controle
+ Fucoidina
**
10 20 30 60 120
0.25
0.0
0.50
Controle
+ Anti-CD18
**
**
*
10 20 30 60 120
0.25
0.0
0.50
**
**
**
Controle
+ WEB 2086
**
**
10 20 30 60 120
0.00
0.25
0.50
Controle
+ Anti-PMN
**
**
**
**
Em outro grupo experimental, foi avaliado o possível envolvimento do NO
no aumento da resposta edematogênica mediada pelos receptores B
1
em ratos
que receberam LPS (1µg/pata, 12 h). Nestes animais, o edema de pata induzido
pela des-Arg
9
-BK (100 nmol/pata) foi significativamente bloqueado pelo pré-
tratamento com o inibidor não seletivo da NOS, L-NOARG (10 mg/kg, i.p.),
administrado 30 min antes do LPS (39 ± 8 %) (Figura 8 A). O tratamento com os
inibidores seletivos da iNOS, aminoguanidina (30 mg/kg, i.p., 30 min antes LPS e
com reforço a cada 4 h), ou com o 1400W (1 mg/kg, s.c., 1 h) também foi capaz
de inibir o edema à des-Arg
9
-BK nos animais que receberam LPS (Figura 8 B e
C). As percentagens de inibição observadas após o tratamento com esses
inibidores foram: 50 ± 5 % e 45 ± 8 %, respectivamente. Todavia, o tratamento
dos animais com os inibidores da NOS, nas mesmas doses descritas acima, 30
min antes da administração da des-Arg
9
-BK em animais pré-tratados com LPS (1
µg/pata, 12 h), não foi capaz de inibir a resposta edematogênica causada pelos
receptores B
1
(Figura 9).
Figura 8 – Efeito da administração de inibidores da NOS sobre o edema induzido
pela des-Arg
9
-BK na pata de ratos pré-tratados com LPS. Os animais foram
tratados com o inibidor não seletivo para a NOS, L-NOARG (10 mg/kg, i.p., 30 min; A),
ou com os inibidores seletivos para a iNOS, aminoguanidina (30 mg/kg, i.p., 30 min
antes LPS e com reforço a cada 4 h; B), ou 1400W (1 mg/kg, s.c., 1 h; C), e receberam
a des-Arg
9
-BK (100 nmol/pata) 12 h após a administração de LPS (1 µg/pata). Os
valores representam a diferença de volume (em ml) das patas tratadas com veículo
(PBS) ou com a des-Arg
9
-BK. Cada ponto representa a média de 4-6 animais e as
barras verticais, os e.p.m. *P < 0,05; **P < 0,01 em relação ao grupo controle (PBS,
círculos fechados). (ANOVA de duas vias para medidas repetidas seguida do teste de
Newman-Keuls) .
Aumento no volume da pata (ml)
Tempo após a injeção (min)
10 20 30 60 120
0.0
0.2
0.4
Controle
+ L-NOARG
**
**
*
*
*
102030 60 120
0.0
0.2
0.4
Controle
+ Aminoguanidina
**
**
**
**
10 20 30 60 120
0.0
0.2
0.4
Controle
+ 1400 W
**
**
**
** **
AB
C
Tempo após a injeção (min)
Aumento no volume da pata (ml)
Figura 9 – Efeito da administração de inibidores da NOS sobre o edema induzido
pela des-Arg
9
-BK na pata de ratos pré-tratados com LPS. Os animais foram
tratados com LPS (1 µg/pata, 12 h) e receberam, 30 min antes da des-Arg9-BK (100
nmol/pata), o inibidor não seletivo para a NOS, L-NOARG (10 mg/kg, i.p.; A), ou os
inibidores seletivos para a iNOS, aminoguanidina (30 mg/kg, i.p.; B), ou 1400W (1
mg/kg, s.c.; C). Os valores representam a diferença de volume (em ml) das patas
tratadas com veículo (PBS) ou com a des-Arg
9
-BK. Cada ponto representa a média de
4-6 animais e as barras verticais, os e.p.m. *P < 0,05 em relação ao grupo controle
(PBS, círculos fechados). (ANOVA de duas vias para medidas repetidas seguida do
teste de Newman-Keuls) .
Aumento no volume da pata (ml)
Tempo após a injeção (min)
102030 60 120
0.00
0.25
0.50
Controle
+ L-NOARG
*
102030 60 120
0.00
0.25
0.50
Controle
+ Aminoguanidina
102030 60 120
0.00
0.25
0.50
Controle
+ 1400 W
AB
C
Tempo após a injeção (min)
Aumento no volume da pata (ml)
4. Efeito da injeção intraplantar de LPS sobre a ativação do fator de
transcrição NF-κB na pata de rato
O ensaio de deslocamento em gel (EMSA) demonstrou que a injeção
intraplantar de LPS (1 µg/pata) promoveu uma ativação marcante do fator de
transcrição NF-κB na pata de rato (Figura 10). A ativação do NF-κB após o
tratamento com LPS apresentou um perfil bifásico, com um primeiro aumento
observado entre 1 e 12 h e um segundo aumento entre 36 e 48 h. Os resultados
também demonstram que o tratamento dos animais com o PDTC (nas mesmas
doses capazes de inibir o aumento do edema induzido pela des-Arg
9
-BK) aboliu
completamente a ativação do NF-κB observada após a administração de LPS na
pata de rato.
5. Medida dos níveis de IL-1β e TNF-α após o tratamento com LPS na pata de
rato
Os resultados da Figura 11 mostram que o tratamento com LPS (1 µg/pata)
foi capaz de induzir um aumento significativo dos níveis de IL-1β e TNF-α no
tecido subcutâneo da pata de rato (1,6 e 50 vezes, respectivamente). O aumento
da produção de TNF-α foi significativo 1 h após o tratamento com LPS, retornando
a níveis indetectáveis após esse período (Figura 11 A). Em relação à IL-1β, os
níveis máximos foram observados 12 h após o tratamento com LPS (Figura 11 B),
retornando a níveis basais 24 h após o tratamento.
Figura 10 – Efeito tempo-dependente do tratamento com LPS sobre a ativação do
fator de transcrição NF-κB. (A) Ativação do NF-κB induzida pelo LPS (1 µg/pata, 1 -
48 h) na pata de rato. 1. PBS; 2. LPS 1 h; 3. LPS 6 h; 4. LPS 12 h; 5. LPS 24 h; 6. LPS
36 h; 7. LPS 48 h; 8. LPS 12 h + PDTC; 9. competição específica; 10. competição
inespecífica; 11. LPS 12 h. (B) Representação gráfica da razão do sinal expresso em
unidades relativas. Cada coluna representa a média de 3 experimentos e as barras
verticais, os e.p.m. Difere significativamente do controle PBS** ou LPS
##
(P < 0,01).
(ANOVA de duas vias seguida do teste de Dunnett).
0
2
4
PBS 6 12 24 36 48112
Pré-tratamento com LPS (h)
+
PDTC
**
**
**
**
**
**
##
1 2 3 4 5 6 7 8
Ativação do NF-
κ
B
Rao do sinal (unidades relativ as)
9 10 11
A
B
Figura 11 Efeito tempo-dependente do tratamento com LPS sobre os níveis de
TNF-α e IL-1β na pata de rato. Aumento dos níveis de TNF-α (A) ou IL-1β (B) induzido
pelo LPS (1 µg/pata, 1 - 48 h) na pata de rato. Cada coluna representa a média de 4
experimentos e as barras verticais, os e.p.m. **P < 0,01 em relação ao grupo controle
(PBS). (ANOVA de duas vias seguida do teste de Dunnett).
0
70
140
PBS 1 6 12 24
Pré-tratame nto com LPS (h)
36 48
**
TNF-
α
(pg/ 100 mg tecido)
A
B
0
250
500
**
**
**
PBS 1 6 12 24
Pré-tratamento com LPS (h)
36 48
IL-1
β
(pg/ 100 mg tecido)
6. Medida da atividade da mieloperoxidase após o tratamento com LPS
Visando avaliar a migração celular para a pata dos animais tratados com
LPS, foram quantificados os níveis da enzima MPO em diferentes intervalos de
tempo após a administração do produto bacteriano. A figura 12 mostra que a
injeção intraplantar de LPS (1 µg/pata) foi capaz de promover um aumento
marcante e tempo-dependente da migração de neutrófilos, conforme indicado
pelo aumento de aproximadamente 7 vezes na atividade da MPO. O aumento
máximo da migração de neutrófilos foi observado em 12 h, permanecendo
significativo por até 36 h e retornando à condição basal após esse período.
7. Efeito do tratamento local com LPS sobre a indução da iNOS na pata de
rato
O ensaio de Western blot demonstrou que o tratamento local com LPS (1
µg/pata) promoveu o aumento da expressão da enzima iNOS na pata de rato
(Figura 13). Os resultados indicam que em condições basais não é possível
observar a expressão da enzima. No entanto, o tratamento com LPS levou a um
aumento marcante e tempo-dependente da indução da iNOS, observado entre 1 e
12 h após a administração do produto bacteriano. O efeito máximo foi verificado 6
h após o tratamento com LPS, apresentando uma redução após esse período.
Figura 12 Efeito tempo-dependente do tratamento com LPS (1 µg/pata, 1 - 48 h)
sobre a atividade da mieloperoxidase (MPO) na pata de rato. Cada coluna
representa a média de 3 experimentos e as barras verticais, os e.p.m. **P < 0,01 em
relação ao grupo controle (PBS). (ANOVA de duas vias seguida do teste de Dunnett).
0. 25
0. 0
0. 50
PBS 1 6 12 24
**
**
**
Pré-tratamento com LPS (h)
36 48
**
Atividade da MPO (DO/mg tecido)
Atividade da MPO (DO/mg tecido)
0. 25
0. 0
0. 50
PBS 1 6 12 24
**
**
**
Pré-tratamento com LPS (h)
36 48
**
Atividade da MPO (DO/mg tecido)
Atividade da MPO (DO/mg tecido)Atividade da MPO (DO/mg tecido)
Figura 13 Efeito tempo-dependente do tratamento com LPS sobre a expressão
da iNOS na pata de rato. (A) Expressão tempo-dependente da iNOS na pata de ratos
pré-tratados com LPS (1 µg/pata, 1 - 12 h). (B) Representação gráfica da expressão da
iNOS em unidades relativas. Cada coluna representa a média de 3 experimentos e as
barras verticais, os e.p.m. *P < 0,05; **P < 0,01 em relação ao grupo controle. (ANOVA
de duas vias seguida do teste de Dunnett).
C
½
13 612
Pré-tratamento com LPS (h)
iNOS
C
½
13 612
½
13 612
Pré-tratamento com LPS (h)
iNOS
A
B
0
6
12
*
*
**
C1612
Pré-tratamento com LPS (h)
3
1/2
Expreso da iNOS
(unidades relativas)
DISCUSSÃO
Os organismos vivos são constantemente expostos a diferentes tipos de
patógenos. A primeira linha de defesa do organismo contra patógenos
microbianos, fúngicos e virais é o sistema imune inato, formado pelos
mecanismos de defesa desprovidos de memória imunológica. Desta forma, a
resposta imune inata ocorre sempre na mesma extensão, não importando o
número de exposições ao agente infeccioso, utilizando componentes celulares,
como macrófagos, neutrófilos, basófilos, mastócitos e eosinófilos, bem como
componentes moleculares, como o sistema complemento, proteínas de fase
aguda e citocinas (Delves e Roitt, 2000). O sucesso deste tipo de resposta imune
depende do reconhecimento pelo organismo de domínios conservados presentes
nos patógenos, chamados padrões moleculares associados a patógenos
(PAMPs) (Janeway e Medzhitov, 1998). O reconhecimento dos PAMPs é
realizado por diferentes receptores chamados receptores de reconhecimento de
padrão (PRR), expressos por muitos tipos celulares, em especial por células do
sistema imune. O exemplo de PAMP melhor estudado é o LPS, um componente
da membrana de bactérias Gram-negativas considerado um potente ativador do
sistema imune. A resposta inflamatória ao LPS está tão intimamente relacionada
ao sistema imune inato que mesmo quantidades pequenas do produto bacteriano
são capazes de causar respostas inflamatórias severas in vivo, incluindo o
choque endotóxico. De fato, experimentos demonstram que, em culturas
celulares, o LPS é capaz de gerar resposta em concentrações muito baixas, de
até 1 pg/ml (Brown et al., 1994; Blease et al., 1998).
Grande parte dos efeitos atribuídos ao LPS parece ser mediada por uma
cascata de eventos celulares relacionada à ativação dos TLR4, que resulta na
ativação de fatores transcricionais, como o NF-κB, e na indução de uma série de
genes envolvidos na inflamação, como IL-1β, TNF-α, IL-6, IL-8, a isoforma
induzida da sintase do óxido nítrico (iNOS), e a ciclooxigenase do tipo 2 (COX-2),
dentre outros (Guha e Mackman, 2001; Hawiger, 2001, Saban et al., 2001; Beg,
2002; Dobrovolskaia e Vogel, 2002; Zuany-Amorin et al., 2002; Akira e Hemmi,
2003). Além destas moléculas inflamatórias, diversas evidências apontam um
aumento dos receptores B
1
para as cininas após o tratamento com LPS in vitro ou
in vivo (Marceau et al., 1998; Calixto et al., 2001; 2004; Couture et al., 2001).
Os receptores B
1
para as cininas estão normalmente ausentes nos tecidos
em condições fisiológicas, podendo ser rapidamente induzidos após estímulos
inflamatórios, traumáticos ou infecciosos (Marceau et al., 1998; Calixto et al.,
2004). As primeiras evidências funcionais demonstrando a indução dos
receptores B
1
pelo LPS surgiram em 1981, quando Regoli e colaboradores
observaram que o pré-tratamento de coelhos com o produto bacteriano era capaz
de induzir o aparecimento de uma resposta hipotensora à des-Arg
9
-BK. As
observações acerca do efeito do LPS sobre as respostas hipotensoras mediadas
pelos receptores B
1
foram confirmadas através de estudos posteriores em coelhos
(Marceau et al., 1984; Bouthillier et al., 1987; Drapeau et al., 1991b), ratos
(Tokumasu et al., 1995; Nicolau et al., 1996; McLean et al., 1999), porcos
(Siebeck et al., 1998; Schmid et al., 1998) e macacos (DeBlois e Horlick, 2001).
Além disso, o aumento dos receptores B
1
após a administração de LPS também
foi observado na aorta e outras preparações vasculares de coelhos (Regoli et al.,
1981; Bouthillier et al., 1987; Medeiros et al., 2001; Sabourin et al., 2001) e porcos
(Schremmer-Danninger et al., 1996; 1998), em tecidos cardíacos e renais de ratos
(Marin-Castanõ et al., 1998; McLean et al., 1999; Schanstra et al., 1999; 2000;
Yayama et al., 2000) e na bexiga isolada de camundongo (Busser et al., 1998),
dentre outros. Wille e colaboradores (2001) demonstraram ainda que, em ratos, o
tratamento com LPS é capaz de promover um aumento no extravasamento
plasmático mediado pelos receptores B
1
em diversos tecidos, incluindo duodeno,
traquéia, íleo e brônquios.
Diversas evidências sugerem que o bloqueio dos receptores B
1
pode ser
benéfico durante o choque séptico (Schmid et al., 1998; Pesquero et al., 2000;
DeBlois e Horlick, 2001; Calixto et al., 2004; Marceau e Regoli, 2004). De fato, a
hipotensão inicial observada no choque endotóxico induzido por LPS é
marcadamente reduzida em animais com deleção gênica do receptor B
1
(Pesquero et al., 2000). Por outro lado, animais transgênicos que superexpressam
o receptor B
1
apresentam maior susceptibilidade à morte provocada pelo choque
endotóxico (Ni et al., 2003). Desta forma, é de grande importância o melhor
entendimento dos mecanismos através dos quais o LPS é capaz de induzir o
aumento dos receptores B
1
in vivo.
As cininas, agindo sobre os receptores B
1
e B
2
, podem evocar diretamente
vários sinais inflamatórios, incluindo aumento na permeabilidade vascular,
vasodilatação arteriolar, formação de edema, migração celular, dor e hiperalgesia
(Hall e Morton, 1997; Calixto et al., 2000; Calixto et al., 2001; Calixto et al., 2004;
Marceau e Regoli, 2004). Em ratos normais, a administração intradérmica ou
intraplantar de des-Arg
9
-BK produz uma resposta edematogênica de pequena
intensidade (Campos e Calixto, 1995). Por outro lado, o edema de pata causado
pela administração intraplantar de des-Arg
9
-BK em ratos sofre um aumento
marcante quando os animais são previamente submetidos a diferentes estímulos
inflamatórios. Estudos anteriores mostraram que o tratamento sistêmico com LPS
é um estímulo capaz de produzir um aumento expressivo das respostas
edematogênicas mediadas pelos agonistas dos receptores B
1
na pata de rato
(Campos et al., 1996; Ferreira et al., 2000).
Os resultados obtidos neste estudo confirmam e estendem dados da
literatura, demonstrando que o tratamento por via intraplantar com LPS resulta em
um aumento funcional tempo-dependente e sustentado dos receptores B
1
na pata
de rato, como avaliado através do edema de pata. O aumento da resposta
edematogênica causada pela injeção de des-Arg
9
-BK nos animais previamente
tratados com LPS teve seu pico em 12 h e se manteve significativamente elevado
por até 72 h. Com base nos dados do RT-PCR, é possível sugerir que esta
resposta é dependente de síntese protéica, uma vez que os níveis de RNAm para
os receptores B
1
se apresentaram elevados entre 1 e 6 h após a administração de
LPS. Esta idéia é reforçada por resultados demonstrando que a cicloheximida e o
glicocorticóide dexametasona, dois agentes capazes de interferir na síntese de
novo de proteínas, foram capazes de reduzir de maneira significativa o aumento
na resposta edematogênica mediada por receptores B
1
nos animais pré-tratados
localmente com LPS.
A cicloheximida é um antibiótico produzido por uma bactéria da espécie
Streptomyces griseus, cuja principal atividade biológica é a inibição do processo
de translação em células eucarióticas, que resulta na inibição da síntese protéica
(Ennis e Lubin, 1964). Por sua vez, o glicocorticóide dexametasona tem seus
principais efeitos associados com sua capacidade de influenciar a expressão
gênica em todos os níveis de regulação conhecidos. Devido ao seu caráter
lipofílico, os glicocorticóides se difundem através da membrana plasmática e se
ligam a receptores nucleares específicos (GR). Os GRs localizam-se no
citoplasma, onde formam complexos com várias proteínas regulatórias, incluindo
as heat shock proteins. Depois da ligação do agonista, os receptores sofrem
alterações conformacionais que resultam na exposição do sinal de localização
nuclear do receptor. Após sua ativação, o GR é translocado para o núcleo, onde
ocorrem interações proteína-proteína, ou a interação direta com seqüências
específicas do DNA, chamadas de elementos responsivos a glicocorticóides
(GRE). Estes processos podem resultar tanto na estimulação, quanto na inibição
da transcrição de uma série de genes, particularmente daqueles envolvidos no
processo inflamatório. As interações proteína-proteína que ocorrem entre o GR e
fatores de transcrição específicos, particularmente o AP-1 e o NF-κB, respondem
pelo principal efeito antiinflamatório dos glicocorticóides. Além de suas ações
transcricionais, os glicocórticoides podem agir também pós-transcricionalmente,
aumentando ou reduzindo a estabilidade do RNAm, bem como alterando
processos translacionais, através da ligação com proteínas regulatórias
específicas (Sternberg, 2001; Pelaia et al., 2003; Smoak e Cidlowski, 2004).
Desta forma, os efeitos dos glicocorticóides sobre a expressão dos receptores B
1
podem estar relacionados com a redução de sua síntese ou da síntese de
citocinas pró-inflamatórias, através da inibição do NF-κB (Donaldson et al., 1997;
Marceau et al., 1998; Blais et al., 2000). Além disso, dados recentes (Haddad et
al., 2000) sugerem que as ações da dexametasona sobre o aumento dos
receptores B
1
causado por IL-1β ou TNF-α, em fibroblastos de pulmão humano,
podem envolver alterações na taxa de transcrição do gene para o receptor B
1
,
decréscimo da degradação do RNAm, ou ainda aumento da estabilidade do
RNAm do receptor, provavelmente através da inibição da MAPK p38 (Kassel et
al., 2001; Lasa et al., 2001; 2002; De Bosscher et al., 2003). É possível sugerir
que um ou mais destes processos estejam associados com os efeitos inibitórios
da dexametasona sobre o aumento da resposta edematogênica mediada pelos
receptores B
1
na pata de rato.
Os resultados do presente estudo também indicam que o edema de pata
causado pela des-Arg
9
-BK em ratos previamente tratados com LPS é mediado
exclusivamente por receptores B
1
, já que o aumento no volume da pata induzido
pelo agonista B
1
foi significativamente bloqueado pela co-injeção dos
antagonistas seletivos para o receptor B
1
, des-Arg
9
[Leu
8
]-BK e R-715. Além disso,
o LPS, quando administrado no mesmo intervalo de tempo em que foi observada
a resposta máxima à des-Arg
9
-BK, não foi capaz de modificar a resposta mediada
pelos receptores B
2
, quando avaliado no edema de pata induzido pelo agonista de
receptores B
2
, a Tyr
8
-BK. Resultados semelhantes foram observados em animais
adrenalectomizados ou tratados com BCG, PAF, IL-1β ou TNF-α (Campos et al.,
1997; 1998; Cabrini et al., 2001; Fernandes et al., 2003). Contudo, estes dados
diferem daqueles observados após o tratamento sistêmico com LPS. Neste
modelo, Campos e colaboradores (1996) observaram uma redução significativa
do edema de pata causado pela Tyr
8
-BK, acompanhado pelo aumento da
resposta edematogênica mediada pelo agonista de receptores B
1
. Esta evidência
permite sugerir que mecanismos regulatórios distintos participam da modulação
dos receptores cininérgicos, de acordo com a via de administração do LPS. Os
resultados obtidos no presente estudo demonstram ainda, que o efeito do
tratamento intraplantar com LPS sobre o aumento na resposta edematogênica
mediada pelos receptores B
1
não parece envolver alterações sistêmicas, uma vez
que a injeção prévia do produto bacteriano na pata contralateral não foi capaz de
alterar o edema à des-Arg
9
-BK.
Diversos estudos apontam uma importante participação do NF-κB nas
ações mediadas pelo LPS (Guha e Mackman, 2001; Yi et al., 2001; Cook et al.,
2004). Nos últimos anos, a via do NF-κB tem sido amplamente descrita por
diferentes grupos de pesquisa que demonstraram o envolvimento deste fator de
transcrição em uma variedade de patologias, incluindo asma, artrite reumatóide,
sepse, aterosclerose, esclerose múltipla, câncer e doença intestinal inflamatória,
dentre outras (Barnes e Adcock, 1997; Barnes e Karin, 1997; Perkins, 2000; Tak e
Firestein, 2001; Yamamoto e Gaynor, 2001; Sun e Andersson, 2002; Li e Verma,
2002; Santoro et al., 2003; Shishodia e Aggarwal, 2004). O envolvimento do NF-
κB em condições patofisiológicas está diretamente associado ao controle da
expressão de uma série de genes, muitos deles envolvidos no processo
inflamatório, como fatores de crescimento, citocinas pró-inflamatórias,
quimiocinas, moléculas de adesão, metaloproteinases, COX-2 e iNOS, dentre
outros (Baichwal e Baeuerle, 1997; Tak e Firestein, 2001). NF-κB é a designação
para membros de uma família de fatores de transcrição diméricos estruturalmente
relacionados, denominada de Rel. Cada membro desta família contém uma região
N-terminal conservada chamada domínio de homologia Rel (RHD), necessária à
dimerização, à localização nuclear e à ligação ao DNA (Kopp e Gosh, 1995;
Baldwin, 1996; May e Gosh, 1998). Até o momento, 5 proteínas pertencentes à
família Rel foram identificadas em mamíferos: NF-κB1 (p50; p105), NF-κB2 (p52;
p100), RelA (p65), RelB e c-Rel (Gosh et al., 1998). A maior parte dos membros
desta família forma homo ou heterodímeros entre si, sendo que o heterodímero
formado pelas subunidades p50 ou p52 com p65 é a forma mais ativa.
Com exceção dos linfócitos B e algumas áreas do sistema nervoso central,
onde o NF-κB é encontrado constitutivamente no núcleo, nas demais células não
estimuladas, o fator de transcrição permanece no citoplasma na forma inativa,
associado a proteínas regulatórias chamadas de inibidores de κB (IκB) (May e
Gosh, 1998). Esta associação mantém o sinal de localização nuclear do NF-κB
mascarado, evitando a migração do fator de transcrição para o núcleo (May e
Gosh, 1998; Li e Verma, 2002; Vermeulen et al., 2002). Estímulos inflamatórios
induzem a ativação do complexo de proteínas IκB quinases (IKKs), composto por
duas subunidades catalíticas (IKKα e IKKβ) e uma subunidade regulatória
(IKKγ/NEMO) (Karin, 1999; Karin e Bem-Neriah, 2000; Israel, 2000). Uma vez
ativado, o complexo IKK promove a fosforilação do IκB e, conseqüentemente, a
ubiquitinação e a degradação da proteína por proteasomas. Isso permite a
translocação do NF-κB livre do citoplasma para o núcleo e sua associação com
regiões promotoras de uma série de genes, regulando sua transcrição (Bauerle e
Baltimore, 1996; Barnes e Karin, 1997; Sun e Andersson, 2002; Karin et al.,
2004).
A participação do NF-κB na regulação da expressão do receptor B
1
tem
sido demonstrada em diferentes modelos experimentais in vitro e in vivo.
Schanstra e colaboradores (1998) observaram que a expressão do receptor B
1
por fibroblastos de pulmão humano tratados com IL-1β era acompanhada pela
ativação deste fator de transcrição, e que este evento era necessário para a
indução do receptor B
1
. Estudos posteriores demonstraram que mecanismos
semelhantes parecem estar envolvidos na indução do receptor B
1
na aorta de
coelhos (Medeiros et al., 2001; Sabourin et al., 2002), na veia umbilical humana
(Sardi et al., 2000; 2002), na veia porta de rato (Medeiros et al., 2004) e na
musculatura lisa traqueal de camundongos (Bachar et al., 2004). Além disso, a
participação do NF-κB na regulação da expressão do receptor B
1
in vivo foi
observada no modelo do edema de pata após o tratamento local com PAF, IL-1β
ou TNF-α (Campos et al., 1999, Fernandes et al., 2003) ou em animais
adrenalectomizados (Cabrini et al., 2001).
No presente estudo, demonstramos que o LPS, quando administrado por
via intraplantar, é capaz de induzir uma rápida ativação do NF-κB, de caráter
bifásico, apresentando um primeiro aumento entre 1 e 12 h e um segundo
aumento entre 36 e 48 h, como indicado pelo ensaio de deslocamento em gel .
Estudos recentes têm descrito um padrão de ativação semelhante em resposta a
estímulos inflamatórios (Thompson et al., 1995; Gukovsky et al., 1998; Schmidt et
al., 2003) e infecciosos (Yurochko et al., 1995; Hauf et al., 1997; Sporn et al.,
1997; Conelly et al., 2001; Han et al., 2002). Lawrence e colaboradores (2001)
observaram que a fase tardia de ativação do fator de transcrição está associada à
produção de prostaglandinas antiinflamatórias provenientes da COX-2, bem como
de citocinas antiinflamatórias como o fator de crescimento transformador-β1
(TGF-β1). Desta forma, a inibição da fase tardia de ativação do NF-κB prolonga
as respostas inflamatórias, o que sugere a participação deste fator de transcrição
na resolução do processo inflamatório (Conelly et al., 2001; Zou et al., 2003).
Contudo, o papel biológico exercido pela ativação bifásica do NF-κB em
processos inflamatórios ainda é pouco entendido e, muitos autores, associam
este perfil de ativação à amplificação e perpetuação das respostas inflamatórias.
O papel da ativação do fator nuclear NF-κB no processo de indução dos
receptores B
1
após o tratamento local com LPS foi confirmado através do uso de
dois inibidores deste processo, o PDTC, um inibidor da fosforilação da IκB, e o
TLCK, um inibidor de proteassomas. Ambos os tratamentos foram capazes de
inibir de maneira marcante a resposta edematogênica causada pela des-Arg
9
-BK
em ratos tratados com LPS, demonstrando pela primeira vez que a ativação do
NF-κB pelo LPS é um evento necessário ao aumento dos receptores B
1
in vivo.
Vários dados da literatura têm demonstrado que a indução dos receptores
B
1
parece envolver a produção de citocinas pró-inflamatórias em diferentes
modelos experimentais in vitro e in vivo (DeBlois et al., 1991; Ahluwalia e Perretti,
1996; Larrivée et al., 1998; Sardi et al., 1998; Campos et al., 1998; 1999; 2002;
Marceau et al., 1998; Phagoo et al., 1999; Calixto et al., 2000; 2004; Haddad et
al., 2000; Zhang et al., 2004). Diversas evidências suportam a hipótese de que
citocinas pró-inflamatórias produzidas em resposta ao LPS são capazes de levar
ao aumento dos receptores B
1
através do aumento da ativação do NF-κB.
Estudos recentes mostram que a IL-1β e o TNF-α são capazes de ativar este fator
de transcrição em diferentes situações in vivo, em especial após a administração
de LPS (Han et al., 2002; Koay et al., 2002). Desta forma, estas citocinas pró-
inflamatórias são capazes de induzir a expressão de moléculas de adesão e de
fatores quimiotáticos como o PAF, regulando assim o recrutamento de neutrófilos
in vivo (Sun e Hsueh, 1991; Camussi et al., 1995; Tan et al., 1996; Wyble et al.,
1997; De Plaen et al., 2002; Jersmann et al., 2001; Han et al., 2002). Além disso,
Campos e colaboradores (1998; 1999; 2002) demonstraram que a IL-1β e o TNF-
α, agindo conjuntamente, são capazes de induzir o aumento dos receptores B
1
na
pata de rato, através de um processo dependente da ativação do NF-κB e do
acúmulo de neutrófilos na pata de rato. Os dados do presente estudo confirmam e
estendem estas evidências, demonstrando que a resposta edematogênica
causada pelo agonista seletivo para os receptores B
1
, a des-Arg
9
-BK, em animais
tratados por via intraplantar com LPS, parece ser dependente da produção de
citocinas pró-inflamatórias, mais especificamente de IL-1β e de TNF-α. Esta
conclusão é baseada nos resultados que indicam que o bloqueio das ações do
TNF-α, através da associação de anticorpos específicos, ou da IL-1β através da
associação do antagonista natural do receptor de IL-1 (IRA) ou de anticorpos
específicos, reduziu significativamente o edema de pata mediado pelos
receptores B
1
. Estas evidências funcionais foram reforçadas pelos dados que
indicam que o tratamento local com LPS é capaz de promover um aumento
tempo-dependente dos níveis de TNF-α e IL-1β na pata de rato, que foi máximo
em 1 h e 12 h, respectivamente.
Com base nos resultados do presente estudo, é possível sugerir que a
indução dos receptores B
1
in vivo, através de estímulos capazes de promover a
liberação de citocinas pró-inflamatórias, pode ser regulada pela produção
secundária de citocinas antiinflamatórias, uma vez que a associação da citocina
IL-10 foi capaz de prevenir a indução funcional dos receptores B
1
mediada pelo
tratamento com LPS. A IL-10 é uma citocina antiinflamatória produzida durante
processos inflamatórios, geralmente pelas mesmas células que produzem
mediadores pró-inflamatórios, incluindo monócitos, macrófagos e linfócitos T. As
ações antiinflamatórias da IL-10 estão relacionadas à sua capacidade de suprimir
a expressão de citocinas pró-inflamatórias, quimiocinas e moléculas de adesão
(Moore et al., 2001), além de possuir um papel relevante em diversas doenças
inflamatórias como a sepse, artrite e doença intestinal inflamatória (Fiorentino et
al., 1991; Dokka et al., 2000; Yoshimura et al., 2003).
O recrutamento de leucócitos para o sítio inflamatório é um componente
crítico da imunidade inata. A migração de leucócitos a partir da circulação
sangüínea é um processo composto por uma série de etapas, orquestradas pela
ativação seqüencial de moléculas de adesão e seus ligantes nos leucócitos e
células endoteliais. As moléculas de adesão envolvidas na migração de leucócitos
compreendem selectinas, integrinas e imunoglobulinas (Walzog e Gaehtgens,
2000). O processo de migração tem início com a captura dos leucócitos
circulantes pela parede vascular, seguida por seu rolamento ao longo da parede.
Este processo de marginação é um comportamento normal dos leucócitos
circulantes, e somente na presença do estímulo apropriado ocorre a ativação
destas células e sua aderência firme às células endoteliais da parede vascular,
com a subseqüente diapedese dos leucócitos para o parênquima tecidual
(Wagner e Roth, 2000). O rolamento é um processo mediado por selectinas,
enquanto que as integrinas são responsáveis pela aderência firme do leucócito
ativados à célula endotelial (Allcock et al., 2001). A ativação dos leucócitos ocorre
em resposta à ação de diferentes moléculas, como a anafilotoxina C5a e a
quimiocina IL-8 (Yoshimura et al., 1987; Collins et al., 1991). Os neutrófilos estão
entre as primeiras células a chegar ao sítio inflamatório e são importantes
ferramentas em respostas agudas, sendo responsáveis pela eliminação partículas
estranhas, como bactérias (Delves e Roitt, 2000). De fato, a administração de
produtos bacterianos, como o LPS, é capaz de produzir uma migração aguda de
neutrófilos para o local da injeção, através da liberação de vários mediadores
inflamatórios, incluindo fatores quimiotáticos como a C5a e o PAF, além de
quimiocinas como a IL-8 e o fator quimiotático de neutrófilos induzido por citocinas
(CINC), entre outros (Smedegard et al., 1989; Martich et al., 1991; Ohira et al.,
1995; Davenpeck et al., 1998; Han et al., 2002). Além disso, o LPS provoca
alterações em moléculas de adesão, como o shedding de L-selectinas e a
indução da expressão de integrinas (Harris et al., 1994; Chakravortty e Kumar
1999;
Wagner e Roth, 1999). Os dados obtidos no presente estudo estão de
acordo com aqueles da literatura, que demonstram a capacidade do LPS em
induzir o influxo celular para o local de inflamação (
Chakravortty e Kumar 1999;
Zentay et al., 1999; Fan e Malik, 2003; Serikov et al., 2004). Assim, o tratamento
local com LPS produziu uma migração marcante e tempo-dependente de
neutrófilos para a pata de rato, conforme avaliado através do ensaio da MPO. A
enzima MPO, presente principalmente no interior dos grânulos azurófilos dos
neutrófilos catalisa a reação entre peróxido de hidrogênio e cloreto, formando
ácido hipocloroso, um importante componente da resposta de defesa contra
infecções bacterianas. Desta forma, o aumento na atividade da enzima é um
indicativo indireto da migração de neutrófilos para o local da inflamação
(Winterbourn et al., 2000; Faurschou e Borregaard, 2003). O influxo de neutrófilos
observado após a administração de LPS teve um aumento significativo em 6 h,
apresentando a resposta máxima em 12 h e declinando após este período. O
perfil temporal apresentado por este fenômeno foi similar àquele observado na
ativação do NF-κB e no aumento da resposta funcional dos receptores B
1
,
sugerindo uma possível relação entre estes eventos.
O papel da migração celular no aumento das respostas mediadas pelos
receptores B
1
foi avaliado através de diferentes ferramentas. O edema causado
pela des-Arg
9
-BK nos animais tratados com LPS foi significativamente inibido pelo
tratamento sistêmico com o inibidor não seletivo de selectinas, fucoidina, ou com
o anticorpo monoclonal para β2-integrina, o anti-CD18. Estes resultados permitem
sugerir que a indução dos receptores B
1
em resposta ao LPS é um processo
dependente da produção e ativação de moléculas de adesão. Além disso,
estratégias como a indução de neutropenia com o anticorpo anti-PMN, ou o
bloqueio dos receptores de PAF com o WEB 2086, também foram capazes de
reduzir de maneira significativa a resposta edematogênica mediada pelos
receptores B
1
. Estes resultados demonstram que a indução dos receptores B
1
in
vivo após a administração local de LPS é um evento dependente do influxo de
neutrófilos para a o sítio inflamatório. Estudos anteriores também demonstraram o
envolvimento da migração celular na modulação dos receptores B
1
in vivo. A
migração de neutrófilos parece ser importante na indução dos receptores B
1
após
a administração local de IL-1β ou PAF em ratos (Campos et al., 2002; Fernandes
et al., 2003). Contudo, a depleção de neutrófilos não é capaz de prevenir o efeito
hipotensor da des-Arg
9
-BK em coelhos tratados sistemicamente com LPS
(Bouthillier et al., 1987). As diferenças para estas respostas podem estar
relacionadas à espécie animal utilizada, ou ainda ao caráter local ou sistêmico da
resposta inflamatória.
Outros estudos também demonstraram que a migração de neutrófilos para
o sítio inflamatório é um evento dependente de receptores B
1
. Ahluwalia e Perretti
(1996) mostraram que a administração local de antagonistas seletivos para os
receptores B
1
é capaz de reduzir de forma marcante o acúmulo de neutrófilos
induzido pela IL-1β no modelo da bolha de ar em camundongos. Resultados
semelhantes foram observados na pata de ratos tratados localmente com IL-1β
(Campos et al., 2002), na inflamação pulmonar induzida por sefadex em cobaias
(Perron et al., 1999), na cavidade pleural de ratos tratados com estreptozotocina
(Vianna et al., 2003), ou no leito mesentérico de camundongos tratados com IL-1β
(McLean et al., 2000b). Além disso, animais com supressão gênica do receptor B
1
apresentaram redução na migração de neutrófilos em condições inflamatórias,
bem como redução na apoptose destas células, demonstrando que estes
receptores são importantes no controle de ambos os processos (Pesquero et al.,
2000; Araújo et al., 2001). Em conjunto, estes dados demonstram que as cininas
têm um importante papel na migração de neutrófilos durante respostas
inflamatórias, ao mesmo tempo em que a migração destas células é um evento
importante na indução dos receptores B
1
.
O PAF é um importante fator quimiotático para neutrófilos, conhecido por
causar diversas alterações nesta célula, incluindo a elevação do cálcio
intracelular, aumento do burst respiratório, degranulação, adesão ao endotélio,
dentre outras (Evangelou, 1994; Zhou et al., 1994; Franciose et al., 1996; Ishii e
Shimizu, 2000). Este fator quimiotático é responsável por muitos dos efeitos
patofisiológicos do LPS e outros produtos bacterianos in vivo (Rylander et al.,
1988; Sun e Hsueh, 1991; Camussi et al., 1995; Tan et al., 1996; Lo et al., 1997;
Shen et al., 1998; Tsuji e Shirasawa, 1998; Bulger et al., 2002). Han e
colaboradores (2002) demonstraram recentemente que o PAF é o mediador
responsável pela ativação do NF-κB e pela produção de citocinas após a
administração de LPS in vivo. Além disso, o bloqueio das ações deste mediador
lipídico é capaz de inibir a indução dos receptores B
1
após a administração local
de IL-1β na pata de rato (Campos et al., 2002). Ademais, a administração local do
próprio PAF é capaz de induzir o aumento dos receptores B
1
neste modelo
experimental (Fernandes et al., 2003). Desta forma, é possível sugerir que o PAF
produzido pelo tratamento com LPS pode modular a indução dos receptores B
1
através de seu efeito quimiotático ou da ativação direta do NF-κB através de seu
receptor. Os resultados do presente estudo confirmam esta hipótese e
demonstram que a indução funcional dos receptores B
1
, avaliada através do
aumento da resposta edematogênica causada pela des-Arg
9
-BK em ratos pré-
tratados localmente com LPS, foi prevenida de forma significativa pelo
antagonista dos receptores de PAF, o WEB 2086.
Outra importante molécula integrante do processo inflamatório, produzida
em resposta à administração de LPS é a iNOS, uma enzima envolvida na
produção do NO (Xie et al., 1993; 1994; Kleinert et al., 2003). O NO é uma
importante molécula sinalizadora inter e intracelular, envolvida na regulação de
uma variedade de funções celulares em situações fisiológicas ou patológicas.
Nos tecidos animais, o NO é sintetizado a partir do aminoácido L-arginina, em
uma reação de oxidação catalisada por uma família de enzimas denominadas
sintases do NO (NOS). As NOS são identificadas de acordo com o tipo celular ou
as condições em que foram primeiramente descritas. Dessa maneira, existem três
isoformas distintas de NOS: as constitutivas NOS endotelial (eNOS) e NOS
neuronal (nNOS), e a NOS induzida (iNOS) (Hanafy et al., 2001). As isoformas
constitutivas da NOS são responsáveis pela produção de pequenas quantidades
de NO, relacionada a eventos fisiológicos como neurotransmissão, regulação do
tônus vascular, inibição da agregação plaquetária e da adesão celular, além do
efeito antioxidante (Guzik et al., 2003). Por outro lado, a isoforma induzida da
enzima tem sua expressão modulada em processos inflamatórios ou
fisiopatológicos, com algumas exceções. Uma vez expressa, a iNOS libera NO de
maneira contínua e em grande quantidade. O NO proveniente da iNOS responde
por efeitos protetores contra patógenos virais ou bacterianos (Bogdan, 2001), ou
por efeitos citotóxicos, que incluem dano ao DNA, oxidação de lipoproteínas de
baixa densidade (LDL), nitração de resíduos de tirosina e inibição da respiração
mitocondrial, dentre outros (Ischiropoulos e Al-Mehdi, 1995; Guzik et al., 2003;
Gow et al., 2004). Os efeitos deletérios do NO estão implicados na patologia de
doenças inflamatórias como aterosclerose, artrite reumatóide, asma, diabetes,
choque séptico, rejeição de transplantes, esclerose múltipla e doença inflamatória
intestinal, dentre outras (Vallance e Leiper, 2002; Aktan, 2004).
Lagneux e colaboradores (2000) demonstraram o envolvimento do NO no
processo de indução dos receptores B
1
após o estresse térmico. Neste trabalho,
os autores observaram que a resposta hipotensora mediada pelo agonista dos
receptores B
1
em animais submetidos ao estresse térmico era reduzida nos
grupos pré-tratados com um inibidor não seletivo de NOS. Por outro lado, os
animais pré-tratados com um inibidor seletivo da iNOS apresentavam uma
resposta hipotensora aumentada, o que sugere a existência de uma interação
entre as diferentes isoformas da enzima, capaz de modular as respostas
mediadas pelos receptores B
1
neste modelo.
Os resultados do presente estudo permitem sugerir a participação do NO
no processo de indução dos receptores B
1
na pata de animais tratados com LPS.
O pré-tratamento dos animais com o inibidor não seletivo da NOS, L-NOARG, ou
com os inibidores seletivos para a iNOS, 1400W ou aminoguanidina, foi capaz de
reduzir de maneira significativa a resposta edematogênica causada pela des-Arg
9
-
BK nos animais tratados localmente com LPS. Por outro lado, a administração
dos mesmos inibidores pouco antes da injeção do agonista de receptores B
1
não
apresentou o mesmo efeito. Estes resultados estão de acordo com estudos
anteriores (Ferreira et al., 2000), que demonstram que a co-administração de
inibidores de NOS com a des-Arg
9
-BK em animais pré-tratados sistemicamente
com LPS não é capaz de alterar a resposta edematogênica mediada pelos
receptores B
1
. A partir destes resultados, é possível sugerir que o NO
desempenha um papel importante no processo de indução dos receptores B
1
,
sem, no entanto participar da resposta edematogênica observada após a
administração de des-Arg
9
-BK. Além disso, o aumento dos receptores B
1
na pata
de rato após a administração intraplantar de LPS foi acompanhado por um
aumento tempo-dependente da expressão da iNOS, como indicado pelo ensaio
de Western blot. Este aumento foi observado 1 h após a administração do LPS,
teve seu pico em 6 h e permaneceu elevado por até 12 h.
Estudos recentes demonstram que a administração de doadores de NO é
capaz de promover um aumento nos níveis de IL-8 em células do epitélio
brônquico e monócitos humanos, através de mecanismos que envolvem a
ativação de fatores transcricionais, como o NF-κB e o AP-1, bem como a
estabilização do mRNA desta quimiocina (Ma et al., 2004; Sparkman e Boggaram,
2004). A ativação do NF-κB pelo NO proveniente de doadores parece ser um
mecanismo importante também no aumento da expressão da COX-2 na pele de
camundongos (Chun et al., 2004). Neste trabalho, os autores observaram ainda,
que o tratamento tópico dos animais com inibidores seletivos para a iNOS foi
capaz de inibir a expressão da COX-2 induzida pelo tetradecanoilforbol acetato
(TPA). Além disso, Jacobs e Ignarro (2003) demonstraram que, na presença de
um doador de NO, ocorre um aumento concentração-dependente da ativação do
NF-κB em macrófagos estimulados com LPS. A participação do NO na ativação
do NF-κB mediada pelo tratamento sistêmico com LPS foi confirmada também no
sistema nervoso central de ratos. Glezer e colaboradores (2003) observaram que
o pré-tratamento com um inibidor de NOS reduziu parcialmente os efeitos do LPS
sobre a ativação do fator de transcrição. Estes dados permitem sugerir que o NO
exerce um importante papel na indução dos receptores B
1
após o tratamento com
LPS na pata de rato, através da modulação direta da ativação do NF-κB, ou ainda
através do aumento da produção de fatores quimiotáticos, regulando assim o
influxo celular para o sítio inflamatório. Contudo, as ações exercidas pelo NO em
processos patofisiológicos são controversas, e diferentes estudos apontam que
este mediador é capaz de modular negativamente a ativação do NF-κB,
principalmente através da inibição da IKK e da regulação dos níveis de IκBα
(Mendes et al., 2002; Mohan et al., 2003; Marshall et al., 2004; Reynaert et al.,
2004). Os diferentes efeitos exercidos pelo NO sobre este fator de transcrição
podem estar relacionados a suas ações pró ou antiinflamatórias e fatores como a
concentração do mediador no local da inflamação, uso de diferentes doadores e o
caráter agudo ou crônico da resposta inflamatória podem ser responsáveis por
seu efeito dual (Feelish, 1998; Connelly et al., 2001).
Os receptores B
1
para as cininas representam uma classe atípica de
receptores acoplados à proteína G, normalmente ausentes nos tecidos, mas que
podem aumentar rapidamente após certos estímulos inflamatórios, infecciosos ou
trauma tecidual. Vários estudos têm demonstrado que o aumento da expressão
dos receptores B
1
é altamente dependente da ativação de fatores transcricionais,
síntese de novas proteínas e produção de citocinas pró-inflamatórias (Marceau,
1995; Marceau et al., 1998; McLean et al., 2000a; Calixto et al., 2001; 2004;
Couture et al., 2001). Embora os mecanismos envolvidos na expressão do
receptor B
1
em condições inflamatórias tenham sido avaliados em diversos
estudos, a seqüência exata de eventos envolvidos neste processo ainda não é
totalmente compreendida.
O presente trabalho procurou avaliar a sequência de eventos que leva ao
aumento dos receptores B
1
após a administração in vivo de LPS, através de
estudos moleculares e funcionais (Figura 14). Com base nos resultados
apresentados neste trabalho, pode-se sugerir que o tratamento local com LPS
promove uma rápida ativação do NF-κB, que parece estar relacionada à liberação
de TNF-α e IL-1β. Estas citocinas promovem o influxo de neutrófilos através da
indução da expressão de moléculas de adesão e fatores quimiotáticos, como o
PAF, que também pode contribuir para a ativação do NF-κB. A ativação do NF-κB
pode induzir a expressão de iNOS, e os níveis elevados de NO podem contribuir
para a amplificação da ativação deste fator de transcrição e para o aumento do
influxo celular. A migração de neutrófilos é um evento importante para o aumento
dos receptores B
1
, embora os mecanismos envolvidos neste processo ainda não
sejam totalmente conhecidos. Os resultados obtidos no presente estudo não
permitem apontar quais células expressam o receptor B
1
, porém os dados
funcionais sugerem que as células endoteliais são o principal alvo para a
seqüência de eventos descrita acima. Desta forma, é possível sugerir que a ação
conjunta de TNF-α, IL-1β, dos neutrófilos e do fator de transcrição NF-κB parece
ser fundamental para a indução dos receptores B
1
pelo LPS in vivo.
Figura 14 Mecanismo proposto para a regulação da indução dos
receptores B
1
para as cininas após a administração local de LPS in vivo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABELOUS, J.E., BARDIER, E. Les substances hypotensives de lurine humaine
normale. C.R. Senaces Soc. Biol., 66: 511, 1909.
ADAMS, J.K., TEPPERMAN, B.L. Colonic production and expression of IL-4, IL-6,
and IL-10 in neonatal suckling rats after LPS challenge. Am. J. Physiol.
Gastrointest. Liver Physiol., 280: G755-G762, 2001.
AHLUWALIA, A., PERRETTI, M. Involvement of bradykinin B
1
receptors in the
polymorphonuclear leukocyte accumulation induced by IL-1β in vivo in the
mouse. J. Immunol., 156: 269-274, 1996.
AHLUWALIA, A., PERRETI, M. B
1
receptors as new inflammatory target. Could
this B the 1? Trend in Pharmacol. Sci., 20: 100-104, 1999.
AKIRA, S., TAKEDA, K., KAISHO, T. Toll-like receptors: critical proteins linking
innate and acquired immunity. Nat. Immunol., 2: 675-680, 2001.
AKIRA, S., HEMMI, H. Recognition of pathogen-associated molecular patterns by
TLR family. Immunol. Lett., 85: 85-95, 2003.
AKTAN, F. iNOS-mediated nitric oxide production and its regulation. Life Sci., 75:
639-653, 2004.
ALEXANDER, C., RIETSCHEL, E.T. Bacterial lipopolysaccharides and innate
immunity. J. Endotoxin Res., 7: 167-202, 2001.
ALFIE, M.E., YANG, X.P., HESS, F., CARRETERO, O.A. Salt-sensitive
hypertension in bradykinin B
2
receptor knockout mice. Biochem. Biophys.
Res. Commun., 224: 625-630, 1996.
ALLCOCK, G.H., ALLEGRA, M., FLOWER, R.J., PERRETTI, M. Neutrophil
accumulation induced by bacterial lipopolysaccharide: effects of
dexamethasone and annexin 1. Clin. Exp. Immunol., 123: 62-67, 2001.
ANDRADE, S.O., ROCHA E SILVA, M. Purification of bradykinin by ion exchange
chromatography. Biochem. J., 64: 701-705, 1956.
ANGUS, D.C., LINDE-ZWIRBLE, W.T., LIDICKER, J., CLERMONT, G.,
CARCILLO, J., PINSKY, M.R. Epidemiology of severe sepsis in the United
States: analysis of incidence, outcome, and associated costs of care. Crit.
Care Med., 29: 1303-1310, 2001.
ARAÚJO, R.C., KETTRITZ, R., FICHTNER, I., PAIVA, A.C.M., PESQUERO, J.B.,
BADER, M. Altered neutrophil homeostasis in kinin B
1
receptor-deficient mice.
Biol. Chem., 382: 91-95, 2001.
AUDET, R., PETICLERC, E., DRAPEAU, G., RIOUX, F., MARCEAU, F. Further
analysis of the up-regulation of bradykinin B
1
receptors in isolated rabbit aorta
by using metabolic inhibitors. Eur. J. Pharmacol., 271: 551-555, 1994.
AUSTIN, C.E., FAUSSNER, A., ROBINSON, H.E., CHAKRAVARTY, S., KYLE,
D.J., BATHON, J.M., PROUD, D. Stable expression of the human kinin B
1
receptor in Chinese hamster ovary cells. Characterization of ligand binding
and effector pathways. J. Biol. Chem., 272: 1420-1425, 1997.
BACHAR, O., ADNER, M., UDDMAN, R., CARDELL, L.O. Toll-like receptor
stimulation induces airway hyper-responsiveness to bradykinin, an effect
mediated by JNK and NF-κB signaling pathways. Eur. J. Immunol., 34: 1196-
1207, 2004.
BACHVAROV, D.R., SAINT-JACQUES, E., LARRIVÉE, J-F., LEVESQUE, L.,
RIOUX, F., DRAPEAU, G., MARCEAU, F. Cloning and pharmacological
characterization of the rabbit bradykinin B
2
receptor. J. Pharmacol. Exp.
Ther., 275: 1623-1630, 1995.
BACHVAROV, D.R., HESS, J.F., MENKE, J.G., LARRIVÉE, J-F., MARCEAU, F.
Structure and genomic organisation of the human B
1
receptor gene for kinins
(BDKRB1). Genomics, 33: 374-381, 1996.
BAICHWAL, V.R., BAEUERLE, P.A. Activate NF-κB or die? Curr. Biol., 7: R94-
R96, 1997.
BALDWIN, A.S. The NF-κB and IκB proteins: new discoveries and insights. Annu.
Rev. Immunol., 14: 649-683, 1996.
BARNES, P.J., ADCOCK, I.M. NF-κB: a pivotal role in asthma and a new target
for therapy. Trends Pharmacol. Sci., 18: 46-50, 1997.
BARNES, P.J., KARIN, M. Nuclear factor-κB: a pivotal transcription factor in
chronic inflammatory diseases. N. Engl. J. Med., 336: 1066-1071, 1997.
BASCANDS, J.L., PECHER, C., ROUAUD, S., EMOND, C., TACK, J.L., BASTIE,
M.J., BURCH. R., REGOLI, D., GIROLAMI. J.P. Evidence for existence of two
distinct bradykinin receptors on rat mesangial cells. Am. J. Physiol., 264:
F548-F556, 1993.
BASCANDS, J.L., SCHANSTRA, J.P., COUTURE, R., GIROLAMI, J.P. Bradykinin
receptors: towards new pathophysiological roles. Med. Sci. (Paris), 19: 1093-
1100, 2003.
BATHON, J.M., MANNING, D.C., GOLDMAN, D.W., TOWNS, M.C., PROUD, D.
Characterization of kinin receptors on human synovial cells and upregulation
of receptor number by interleukin-1. J. Pharmacol. Exp. Ther., 260: 384-392,
1992.
BAUERLE, P.A.; BALTIMORE, D. NF-κB: ten years after. Cell, 87: 13-20, 1996.
BEG, A.A. Endogenous ligands of Toll-like receptors: implications for regulating
inflammatory and immune responses. Trends Immunol., 23: 509-512, 2002.
BÉLICHARD, P., LUCCARINI, J.M., DEFRENE, E., FAYE, P., FRANCK, R.M.,
DUCLOS, H., PAQUET, J.L., PRUNEAU, D. Pharmacological and molecular
evidence for kinin B
1
receptor expression in urinary bladder of
cyclophosphamide-treated rats. Br. J. Pharmacol., 128: 213-219, 1999.
BÉLICHARD, P., LANDRY, M., FAYE, P., BACHVAROV, D.R., BOUTHILLIER, J.,
PRUNEAU, D., MARCEAU, F. Inflammatory hyperalgesia induced by zymosan
in the plantar tissue of the rat: effect of kinin receptor antagonists.
Immunopharmacology, 46: 139-147, 2000.
BEUTLER, B. Inferences, questions and possibilities in Toll-like receptor
signalling. Nature, 430: 257-263, 2004.
BHOOLA, K.D., FIGUEROA, C.D., WORTHY, K. Bioregulation of kinins:
kallikreins, kininogens and kininases. Pharmacol. Rev., 44: 1-80, 1992.
BHOOLA, R., RAMSAROOP, R., NAIDOO, S., MULLER-ESTERL, W., BHOOLA,
K.D. Kinin receptor status in normal and inflammed gastric mucosa.
Immunopharmacology, 36: 161-165, 1997.
BHOOLA, K., RAMSAROOP, R., PLENDL, J., CASSIM, B., DLAMINI, Z.,
NAICKER, S. Kallikrein and kinin receptor expression in inflammation and
cancer. Biol Chem., 382:77-89,2001.
BLAIS JR, C., DRAPEAU, G., RAYMOND, P., LAMONTAGNE, D., GERVAIS, N.,
VENNEMAN, I., ADAM, A. Contribution of angiotensin-converting enzyme to
the cardiac metabolism of bradykinin: an interspecies study. Am. J. Physiol.,
273: H2263-H2271, 1997.
BLAIS JR, C., MARCEAU, F., ROULEAU, J.L., ADAM, A. The kallikrein-kininogen-
kinin system: lessons from the quantification of endogenous kinins. Peptides,
21: 1903-1940, 2000.
BLAUKAT A., DIKIC I. Activation of sphingosine kinase by the bradykinin B
2
receptor and its implication in regulation of the ERK/MAP kinase pathway.
Biol. Chem., 382: 135-139, 2001.
BLAUKAT, A. Structure and signalling pathways of kinin receptors. Andrologia,
35: 17-23, 2003.
BLEASE, K., SEYBOLD, J., ADCOCK, I.M., HELLEWELL, P.G., BURKE-
GAFFNEY, A. Interleukin-4 and lipopolysaccharide synergize to induce
vascular cell adhesion molecule-1 expression in human lung microvascular
endothelial cells. Am. J. Respir. Cell Mol. Biol., 18: 620-630, 1998.
BOGDAN, C. Nitric oxide and the immune response. Nat. Immunol., 2: 907-916,
2001.
BOISSONAS, R.A., GUTTMANN, S., JAQUENOUD, P.A. Synthèse de la L-arginyl
-L - propyl - L - propyl - glycil - L - phénylalanyl - L -arginine, un nonapeptide
présentant les propriétés de la bradykinine. Helv. Chim. Acta, 43:1349-1358,
1960.
BORKOWSKI, J.A., RANSON, R.W., SEABROOK, E.R., TRUMBAUER, M.,
CHEN, H., HILL, R.E., STRADER, C.D., HESS, J.F. Target disruption of
bradykinin B
2
receptor gene eliminates bradykinin action in smooth muscles
and neurons. J. Biol. Chem., 270: 13706-13170, 1995.
BOUTHILLIER, J., DEBLOIS, D., MARCEAU, F. Studies on the induction of
pharmacological responses to des-Arg
9
-bradykinin in vitro and in vivo. Br. J.
Pharmacol., 92: 257-264, 1987.
BOYCE, S., RUPNIAK, N.M.J., CARLSON, E.J., WEBB, J., BORKOWSKI, J.A.,
HESS, J.F., STRADER, C.D., HILL, R.G. Nociception and inflammatory
hyperalgesia in B
2
kinin receptor knockout mice. Immunopharmacology, 33:
333-335, 1996.
BROWN, Z., GERRITSEN, M.E., CARLEY, W.W., STRIETER, R.M., KUNKEL,
S.L., WESTWICK, J. Chemokine gene expression and secretion by cytokine-
activated human microvascular endothelial cells. Differential regulation of
monocyte chemoattractant protein-1 and interleukin-8 in response to
interferon-γ. Am. J. Pathol. 145: 913-921, 1994.
BULGER, E.M., ARBABI, S., GARCIA, I., MAIER, R.V. The macrophage response
to endotoxin requires platelet activating factor. Shock, 17: 173-179, 2002.
BURCH, R.M., KYLE, D.J., Recent developments in the understanding of
bradykinin receptors. Life Sci., 50: 829-838, 1992.
BURGESS G. M., PERKINS, M.N., RANG, H.P., CAMOBELL, E.A., BROWN,
M.C., MCINTYRE, P., URBAN, L., DZIADULEWCZ, E.K., RITCHIE, T.J.,
HALLET, A., SNELL, C.R., WRIGLESWORTH, R., LEE, W., DAVIS, C.,
PHAGOO, S.B., DAVIS, A.J., PHILLIPS, E., DRAKE, G.S., HUGHES, G.A.,
DUNSTAN, A., BLOOMFIELD, G.C. Bradyzide, a potent non-peptide receptor
antagonist with long-lasting oral activity in animal models of inflammatory
hyperalgesia. Br. J. Pharmacol., 129: 77-86, 2000.
BUSSER, B.W., HAMMOND, T.G., BJORLING, D.E., SABAN, R.
Lipopolysaccharide upregulates bradykinin 1 receptors in the isolated mouse
bladder. J. Urol., 160: 2267-2273, 1998.
CABRINI, D.A., CAMPOS, M.M., TRATSK, K.S., MERINO, V.F., SILVA, J.A.,
SOUZA, G.E., AVELLAR, M.C., PESQUERO, J.B., CALIXTO, J.B. Molecular
and pharmacological evidence for modulation of kinin B
1
receptor expression
by endogenous glucocorticoids hormones in rats. Br. J. Pharmacol., 132:
567-577, 2001.
CALANDRA, T. Pathogenesis of septic shock: implications for prevention and
treatment. J. Chemother., 1: 173-180, 2001.
CALIXTO, J.B., CABRINI, D.A., FERREIRA, J., CAMPOS, M.M. Kinins in pain and
inflammation. Pain, 87: 1-5, 2000.
CALIXTO, J.B., CABRINI, D.A., FERREIRA, J., CAMPOS, M.M. Inflammatory
pain: kinins and antagonists. Curr. Opin. Anaesthesiol., 14: 519-526, 2001.
CALIXTO, J.B., MEDEIROS, R., FERNANDES, E.S., FERREIRA, J., CABRINI,
D.A., CAMPOS, M.M. Kinin B
1
receptors: key G-protein-coupled receptors and
their role in inflammatory and painful processes. Br. J. Pharmacol., 143: 803-
818, 2004.
CAMPBELL, W., YONEZU, K., SHINOHARA, T., OKADA, H. An arginine
carboxypeptidase generated during coagulation is diminished or absent in
patients with reumathoid arthritis. J. Lab. Clin. Invest., 115: 610-612, 1990.
CAMPOS, A.H., CALIXTO, J.B. Mechanisms involved in the contractile responses
of kinins in rat portal vein rings: mediation by B
1
and B
2
receptors. J.
Pharmacol. Exp. Ther., 268: 902-909, 1994.
CAMPOS, M.M., CALIXTO, J.B. Involvement of B
1
and B
2
receptors in bradykinin-
induced rat paw oedema. Br. J. Pharmacol., 114: 1005-1013, 1995.
CAMPOS, M.M., MATA, L.V., CALIXTO, J.B. Expression of B
1
kinin receptors
mediating paw edema and formalin-induced nociception. Modulation by
glucocorticoids. Can. J. Physiol. Pharmacol., 73: 812-819, 1995.
CAMPOS, M.M., SOUZA, G.E.P., CALIXTO, J.B. Up-regulation of B
1
mediating
des-Arg
9
-BK-induced rat paw oedema by systemic treatment with bacterial
endotoxin. Br. J. Pharmacol., 117: 793-798, 1996.
CAMPOS, M.M., HENRIQUES, M.G., CALIXTO, J.B. The role of B
1
and B
2
kinin
receptors in oedema formation after long-term treatment with Mycobacterium
bovis bacillus Calmette-Guérin (BCG). Br. J. Pharmacol., 120: 502-508,
1997.
CAMPOS, M.M., SOUZA, G.E., CALIXTO, J.B. Modulation of kinin B
1
but not B
2
receptors-mediated rat paw edema by IL-1β and TNFα. Peptides, 19: 1269-
1276, 1998.
CAMPOS, M.M.; SOUZA, G.E.P.; CALIXTO, J.B. In vivo B
1
kinin-receptor
upregulation. Evidence for involvement of protein kinases and nuclear factor-
κB pathways. Br. J. Pharmacol., 127: 1851-1859, 1999.
CAMPOS, M.M., CABRINI, D.A., CARDOZO, A.M., ERA, G.A., CALIXTO, J.B.
Changes in paw oedema triggered via bradykinin B
1
and B
2
receptors in
streptozotocin-diabetic rats. Eur. J. Pharmacol., 416: 169-177, 2001.
CAMPOS, M.M., SOUZA, G.E., RICCI, N.D., PESQUERO, J.L., TEIXEIRA, M.M.,
CALIXTO, J.B. The role of migrating leukocytes in IL-1β-induced up-regulation
of kinin B
1
receptors in rats. Br. J. Pharmacol., 135: 1107-1114, 2002.
CAMUSSI, G., MARIANO, F., BIANCONE, L., DE MARTINO, A., BUSSOLATI, B.,
MONTRUCCHIO, G., TOBIAS, P.S. Lipopolysaccharide binding protein and
CD14 modulate the synthesis of platelet-activating factor by human monocytes
and mesangial and endothelial cells stimulated with lipopolysaccharide. J.
Immunol., 155: 316-324, 1995.
CAROFF, M., KARIBIAN, D., CAVAILLON, J.M., HAEFFNER-CAVAILLON, N.
Structural and functional analyses of bacterial lipopolysaccharides. Microbes
Infect., 4: 915-926, 2002.
CHAKRAVORTTY, D., KUMAR, K.S. Interaction of lipopolysaccharide with human
small intestinal lamina propria fibroblasts favors neutrophil migration and
peripheral blood mononuclear cell adhesion by the production of
proinflammatory mediators and adhesion molecules. Biochim. Biophys.
Acta, 1453: 261-272, 1999.
CHRISTIANSEN, S.C., EDDLESTON, J., WOESSNER, K.M., CHAMBERS, S.S.,
YE, R., PAN, Z.K., ZURAW, B.L. Upregulation of functional kinin B
1
receptors
in allergic airway inflammation. J. Immunol., 169: 2054-2060, 2002.
CHUN, K.S., CHA, H.H., SHIN, J.W., NA, H.K., PARK, K.K., CHUNG, W.Y.,
SURH, Y.J. Nitric oxide induces expression of cyclooxygenase-2 in mouse
skin through activation of NF-κB. Carcinogenesis, 25: 445-454, 2004.
CLOUTIER, F., COUTURE, R. Pharmacological characterization of the
cardiovascular responses elicited by kinin B
1
and B
2
receptor agonists in the
spinal cord of streptozotocin-diabetic rats. Br. J. Pharmacol., 130: 375-385,
2000.
COLLINS, P.D., JOSE, P.J., WILLIAMS, T.J. The sequential generation of
neutrophil chemoattractant proteins in acute inflammation in the rabbit in vivo.
Relationship between C5a and proteins with the characteristics of IL-
8/neutrophil-activating protein 1. J. Immunol., 146: 677-684, 1991.
CONNELLY, L., PALACIOS-CALLENDER, M., AMEIXA, C., MONCADA, S.,
HOBBS, A.J. Biphasic regulation of NF-κB activity underlies the pro- and anti-
inflammatory actions of nitric oxide. J. Immunol., 166: 3873-3881, 2001.
COOK, D.N., PISETSKY, D.S., SCHWARTZ, D.A. Toll-like receptors in the
pathogenesis of human disease. Nat. Immunol., 5: 975-979, 2004.
CORRÊA, C.R., CALIXTO, J.B. Evidence for participation of B
1
and B
2
kinin
receptors in formalin-induced nociceptive response in the mouse. Br. J.
Pharmacol., 110: 193-198, 1993.
COUTURE, R., MIZRAHI, J., REGOLI, D., DEVROEDE, G. Peptides and the
human colon: An in vitro pharmacological study. Can. J. Physiol.
Pharmacol., 59: 957-964, 1981.
COUTURE, R., HARRISSON, M., VIANNA, R.M., CLOUTIER, F. Kinin receptors
in pain and inflammation. Eur. J. Pharmacol., 429: 161-176, 2001.
D'ACQUISTO, F., IALENTI, A., IUVONE, T., DI ROSA, M., CARNUCCIO, R.
Inhibition of nuclear factor-κB prevents the loss of vascular tone in
lipopolysaccharide-treated rats. Eur. J. Pharmacol., 365: 253-257, 1999.
DA S. ROCHA, J.C., PEIXOTO, M.E., JANCAR, S., DE Q. CUNHA, F., DE A.
RIBEIRO, R., DA ROCHA, F.A. Dual effect of nitric oxide in articular
inflammatory pain in zymosan-induced arthritis in rats. Br. J. Pharmacol.,
136: 588-596, 2002.
DAVENPECK, K.L., ZAGORSKI, J., SCHLEIMER, R.P., BOCHNER, B.S.
Lipopolysaccharide-induced leukocyte rolling and adhesion in the rat
mesenteric microcirculation: regulation by glucocorticoids and role of
cytokines. J. Immunol., 161: 6861-6870, 1998.
DAVIS, A.J., KELLY, D., PERKINS, M.N. The induction of des-Arg
9
-bradykinin-
mediated hyperalgesia in the rat by inflammatory stimuli. Braz. J. Med. Biol.
Res., 27: 1793-1802, 1994.
DAVIS, A.J., PERKINS, M.N. Induction of B
1
receptors in vivo in a model of
persistent inflammatory mechanical hyperalgesia in the rat.
Neuropharmacology, 33: 127-133, 1994.
DEBLOIS, D., BOUTHILLIER, J., MARCEAU, F. Effect of glucocorticoids,
monokines and growth factors on the spontaneously developing responses of
the rabbit isolated aorta to des-Arg
9
-bradykinin. Br. J. Pharmacol., 93: 969-
977, 1988.
DEBLOIS, D., BOUTHILLIER, J., MARCEAU, F. Pulse exposure to protein
synthesis inhibitors enhances vascular responses to des-Arg
9
-bradykinin:
possible role of interleukin-1. Br. J. Pharmacol., 103: 1057-1066, 1991.
DEBLOIS, D., HORLICK, R.A. Endotoxin sensitization to kinin B
1
receptor agonist
in a non-human primate model: haemodynamic and pro-inflammatory effects.
Br. J. Pharmacol., 132: 327-335, 2001.
DE BOSSCHER, K., VANDEN BERGHE, W., HAEGEMAN, G. The interplay
between the glucocorticoid receptor and nuclear factor-κB or activator protein-
1: molecular mechanisms for gene repression. Endocr. Rev., 24: 488-522,
2003.
DE CAMPOS, R.O.P., ALVES, R.V., FERREIRA, J., KYLE, D.J., CHAKRAVARTY,
S., MAVUNKEL, B.J., CALIXTO, J.B. Oral antinociception and oedema
inhibition produced by NPC 18884 a non-peptidic B
2
receptor antagonist.
Naunyn-Schimiedberg's Arch. Pharmacol., 360: 278-286, 1999.
DÉCARIE, A., RAYMOND, P., GERVAIS, N., COUTURE, R., ADAM, A. Serum
interspecies differences in metabolic pathways of bradykinin and des-Arg
9
-BK:
influence of enalaprilat. Am. J. Physiol., 271: H1340-H1347, 1996.
DELVES, P.J., ROITT, I.M. The immune system. First of two parts. N. Engl. J.
Med., 343: 37-49, 2000.
DENDORFER, A., WOLFRUM, S., DOMINIAK, P. Pharmacology and
cardiovascular implications of the kinin-kallikrein system. Jpn. J. Pharmacol.,
79: 403-426, 1999.
DE PLAEN, I.G., QU, X.W., WANG, H., TAN, X.D., WANG, L., HAN, X.B.,
ROZENFELD, R.A., HSUEH, W. Endotoxin, but not platelet-activating factor,
activates nuclear factor-κB and increases IκBα and IκBβ turnover in
enterocytes. Immunology, 106: 577-583, 2002.
DINARELLO, C.A. Interleukin-1, interleukin-1 receptors and interleukin-1 receptor
antagonist. Int. Rev. Immunol., 16: 457-499, 1998.
DIXON, B.S. Cyclic AMP selectively enhances bradykinin receptor synthesis and
expression in cultured arterial smooth muscle: Inhibition of angiotensin II and
vasopressin response. J. Clin. Invest., 93: 2535-2544, 1994.
DIXON, B.S., SHARMA, R.V., DENNIS, M.J. The bradykinin B
2
receptor is a
delayed early response gene for platelet-derived growth factor in arterial
smooth muscle cells. J. Biol. Chem., 271: 13324-13332, 1996.
DOBROVOLSKAIA, M.A., VOGEL, S.N. Toll receptors, CD14, and macrophage
activation and deactivation by LPS. Microbes Infect., 4: 903-914, 2002.
DOKKA, S., MALANGA, C.J., SHI, X., CHEN, F., CASTRANOVA, V.,
ROJANASAKUL, Y. Inhibition of endotoxin-induced lung inflammation by
interleukin-10 gene transfer in mice. Am. J. Physiol. Lung Cell Mol. Physiol.,
279: L872-L877, 2000.
DONALDSON, L.F., HANLEY, M.R., VILLABLANCA, A.C. Inducible receptors.
Trends Pharmacol. Sci., 18: 171-181, 1997.
DRAPEAU, G., CHOW, A., WARD, P.E. Metabolism of bradykinin analogs by
angiotensin I converting enzyme and carboxypeptidase N. Peptides, 12: 631-
638, 1991a.
DRAPEAU, G., DEBLOIS, D., MARCEAU, F. Hypotensive effects of Lys-des-Arg
9
-
bradykinin and metabolically protected agonists of B
1
receptors for kinins. J.
Pharmacol. Exp. Ther., 259: 997-1003, 1991b.
DRUMMOND, G.R., COCKS, T.M. Endothelium-dependent relaxation mediated by
inducible B
1
and constitutive B
2
kinin receptors in the bovine isolated coronary
artery. Br. J. Pharmacol, 116: 2473-2481, 1995.
DUNER, T., CONLON, J.M., KUKKONEN, J.P., AKERMAN, K.E., YAN, Y.L.,
POSTLETHWAIT, J.H., LARHAMMAR, D. Cloning, structural characterization
and functional expression of a zebrafish bradykinin B
2
-related receptor.
Biochem. J., 364: 817-824, 2002.
EGGERICKX, D., RASPE, E., BERTRAND, D., VASSART, G., PARMENTIER, M.
Molecular cloning, functional expression and pharmacological characterization
of a human bradykinin B
2
receptor gene. Biochem. Biophys. Res. Commun.,
187: 1306-1313, 1992.
ENNIS, H.L., LUBIN, M. Cycloheximide: aspects of inhibition of protein synthesis
in mammalian cells. Science, 146: 1474-1476, 1964.
ERDÖS, E.G. Some old and some new ideas on kinin metabolism. J. Cardiovasc.
Pharmacol., 15: S20-S24, 1990.
ERIC, J., BKAILY, G., BKAILY, G.B., VOLKOV, L., GABRA, B.H., SIROIS, P. Des-
Arg
9
-bradykinin increases intracellular Ca
2+
in bronchoalveolar eosinophils
from ovalbumin-sensitized and -challenged mice. Eur. J. Pharmacol., 475:
129-137, 2003.
EVANGELOU, A.M. Platelet-activating factor (PAF): implications for coronary
heart and vascular diseases. Prostaglandins Leukot. Essent. Fatty Acids,
50: 1-28, 1994.
FALCONE, R.C., HUBBS, S.J., VANDERLOO, J.D., PROSSER, J.C., LITTLE, J.,
GOMES, B., AHARONY, D., KRELL, R.D. Characterization of bradykinin
receptors in guinea pig gall bladder. J. Pharmacol. Exp. Ther., 266: 1291-
1299, 1993.
FAN, J., MALIK, A.B. Toll-like receptor-4 (TLR4) signaling augments chemokine-
induced neutrophil migration by modulating cell surface expression of
chemokine receptors. Nat. Med., 9: 315-321, 2003.
FARMER, S.G., BURCH, R.M., MEEKER, S.A., WILKINS, D.E. Evidence for a
pulmonary B
3
receptor. Mol. Pharmacol., 36: 1-8, 1989.
FARMER, S.G., ENSOR, J.E., BURCH, R.M. Evidence that cultured airway
smooth muscle cells contain bradykinin B
2
and B
3
receptors. Am. J. Respir.
Cell Mol. Biol., 4: 273-277, 1991.
FARMER, S.G., POWELL, S.J., WILKINS, D.E., GRAHAM, A. Cloning,
sequencing and functional expression of a guinea pig lung bradykinin B
2
receptor. Eur. J. Pharmacol., 346: 291-298, 1998.
FAURSCHOU, M., BORREGAARD, N. Neutrophil granules and secretory vesicles
in inflammation. Microbes Infect., 5: 1317-1327, 2003.
FEELISCH, M. The use of nitric oxide donors in pharmacological studies. Naunyn
Schmiedebergs Arch. Pharmacol., 358: 113-122, 1998.
FERNANDES, E.S., PASSOS, G.F., CAMPOS, M.M., ARAÚJO, J.G.,
PESQUERO, J.L., AVELLLAR, M.C., TEIXEIRA, M.M., CALIXTO, J.B.
Mechanisms underlying the modulatory action of platelet activating factor
(PAF) on the upregulation of kinin B
1
receptors in the rat paw. Br. J.
Pharmacol., 139: 973-981, 2003.
FERREIRA, J., CAMPOS, M.M., PESQUERO, J.B., ARAÚJO, R.C., BADER, M.,
CALIXTO, J.B. Evidence for the participation of kinins in Freund's adjuvant-
induced inflammatory and nociceptive responses in kinin B
1
and B
2
receptor
knockout mice. Neuropharmacology, 41: 1006-1012, 2001.
FERREIRA, J., CAMPOS, M.M., ARAÚJO, R., BADER, M., PESQUERO, J.B.,
CALIXTO J.B. The use of kinin B
1
and B
2
receptor knockout mice and
selective antagonists to characterize the nociceptive responses caused by
kinins at the spinal level. Neuropharmacology, 43: 1188-1197, 2002.
FERREIRA, P.K., CAMPOS, M.M., CALIXTO, J.B. The role of sensorial
neuropeptides in the edematogenic responses mediated by B
1
agonist des-
Arg
9
-BK in rats pre-treated with LPS. Regul. Pept., 89: 29-35, 2000.
FIORENTINO, D.F., ZLOTNIK, A., MOSMANN, T.R., HOWARD, M., OGARRA, A.
IL-10 inhibits cytokine production by activated macrophages. J. Immunol.,
147: 3815-3822, 1991.
FRANCIOSE, R.J., MOORE, F.A., READ, R.A., CARL, V.S., BANERJEE, A.
Hypoxia/ reoxygenation of human endothelium activates PMNs to detach
endothelial cells via a PAF mechanism. J. Surg. Res., 61: 459- 462, 1996.
FRANCISCHI, J.N., YOKORO, C.M., POOLE, S., TAFURI, W.L., CUNHA, F.Q.,
TEIXEIRA, M.M. Anti-inflammatory and analgesic effects of the
phosphodiesterase 4 inhibitor rolipram in a rat model of arthritis. Eur. J.
Pharmacol., 399: 243-249, 2000.
FREY, E.K. Zusammenhange zwischen Herzarbeit und Nierentatigkeit. Arch.
Klin. Chir., 142: 633-669, 1926.
FREY, E.K., KRAUT, H. Ein nues Kreislaufhornon und seine Wirkung. Arch. Exp.
Pathol. Pharmakol., 133: 1-56, 1928.
GABRA, B.H., SIROIS, P. Role of bradykinin B
1
receptors in diabetes-induced
hyperalgesia in streptozotocin-treated mice. Eur. J. Pharmacol., 457: 115-
124, 2002.
GAFFORD, J.T., SKIDGEL, R.A., ERDÖS, E.G., HERSH, L.B. Human kidney
"enkephalinase", a neutral metalloendopeptidase that cleaves active peptides.
Biochemistry, 22: 3265-3271, 1983.
GARVEY, E.P., OPLINGER, J.A., FURFINE, E.S., KIFF, R.J., LASZLO, F.,
WHITTLE, B.J., KNOWLES, R.G. 1400W is a slow, tight binding, and highly
selective inhibitor of inducible nitric-oxide synthase in vitro and in vivo. J. Biol.
Chem., 272: 4959-4963, 1997.
GHOSH, S., MAY, M.J., KOPP, E.B. NF-κB and Rel proteins: evolutionarily
conserved mediators of immune responses. Annu. Rev. Immunol., 16: 225-
260, 1998.
GLEZER, I., MUNHOZ, C.D., KAWAMOTO, E.M., MARCOURAKIS, T., AVELLAR,
M.C., SCAVONE, C. MK-801 and 7-Ni attenuate the activation of brain NF-κB
induced by LPS. Neuropharmacology, 45: 1120-1129, 2003.
GOUGAT, J., FERRARI, B., SARRAN, L., PLANCHENAULT, C., PONCELET, M.,
MARUANI, J., ALONSO, R., CUDENNEC, A., CROCI, T., GUAGNINI, F.,
URBAN-SZABO, K., MARTINOLLE, J.P., SOUBRIE, P., FINANCE, O., LE
FUR, G. SSR240612 [(2R)-2-[((3R)-3-(1,3-benzodioxol-5-yl)-3-[[(6-methoxy-2-
naphthyl)sulfonyl]amino]propanoyl)amino]-3-(4-[[2R,6S)-2,6-
dimethylpiperidinyl]methyl]phenyl)-N-isopropyl-N-methylpropanamide
hydrochloride], a new nonpeptide antagonist of the bradykinin B
1
receptor:
biochemical and pharmacological characterization. J. Pharmacol. Exp. Ther.,
309: 661-669, 2004.
GOW, A.J., FARKOUH, C.R., MUNSON, D.A., POSENCHEG, H. Biological
significance of nitric oxide-mediated protein modifications. Am. J. Physiol.
Lung Cell Mol. Physiol., 287: L262-L268, 2004.
GRIESBACHER, T., AMANN, R., SAMETZ, W., DIETHART, S., JUAN, H., The
non-peptide B
2
receptor antagonist FR173657: inhibition of effects of
bradykinin related to its role in nociception. Br. J. Pharmacol., 124: 1328-
1334, 1998.
GRIESBACHER, T., LEGAT, F.J. Effects of the non-peptide B
2
receptor antagonist
FR173657 in models of visceral and cutaneous. Inflamm. Res., 49: 535-540,
2000.
GUHA, M., MACKMAN, N. LPS induction of gene expression in human
monocytes. Cell Signal., 13: 85-94, 2001.
GUIMARÃES, J.A., BORGES, D.R., PRADO, E.S., PRADO, J.L. Kinin-converting
aminopeptidase from human serum. Biochem. Pharmacol., 22: 3157-3172,
1973.
GUKOVSKY, I., GUKOVSKAYA, A.S., BLINMAN, T.A., ZANINOVIC, V., PANDOL,
S.J. Early NF-κB activation is associated with hormone-induced pancreatitis.
Am. J. Physiol., 275: G1402-G1414, 1998.
GUZIK, T.J., KORBUT, R., ADAMEK-GUZIK, T. Nitric oxide and superoxide in
inflammation and immune regulation. J. Physiol. Pharmacol., 54: 469-487,
2003.
HADDAD, E.B., FOX, A. J., ROUSELL, J., BURGESS, G., MCINTYRE, P.,
BARNES, P.J., CHUNG, K.F. Post-transcriptional regulation of bradykinin B
1
and B
2
receptor gene expression in human lung fibroblasts by tumor necrosis
factor α: modulation by dexamethasone. Mol. Pharmacol., 57: 1123-1131,
2000.
HALL, J.M. Bradykinin receptors. Gen. Pharmacol., 28: 1-6, 1997.
HALL, J.M., MORTON, I.K.M.. Immunopharmacology of bradykinin receptors. In:
FARMER, S.G. (Ed), The kinin system, London: Academic Press, 1997.
HAN, S.J., KO, H.M., CHOI, J.H., SEO, K.H., LEE, H.S., CHOI, E.K., CHOI, I.W.,
LEE, H.K., IM, S.Y. Molecular mechanisms for lipopolysaccharide-induced
biphasic activation of nuclear factor-κB (NF-κB). J. Biol. Chem., 277: 44715-
44721, 2002.
HANAFY, K.A., KRUMENACKER, J.S., MURAD, F. NO, nitrotyrosine, and cyclic
GMP in signal transduction. Med. Sci. Monit., 7: 801-819, 2001.
HARRIS, N.R., RUSSELL, J.M., GRANGER. D.N. Mediators of endotoxin-induced
leukocyte adhesion in mesenteric postcapillary venules. Circ. Shock, 43: 155-
160, 1994.
HAUF, N., GOEBEL, W., FIEDLER, F., SOKOLOVIC, Z., KUHN, M. Listeria
monocytogenes infection of P388D1 macrophages results in a biphasic NF-κB
(RelA/p50) activation induced by lipoteichoic acid and bacterial
phospholipases and mediated by IκBα and IκBβ degradation. Proc. Natl.
Acad. Sci. U. S. A., 94: 9394-9399, 1997.
HAWIGER, J. Innate immunity and inflammation: a transcriptional paradigm.
Immunol. Res., 23: 99-109, 2001.
HEINDRIKS, D., WANG, W., SCHARPÉ, S., LOMMAERT, M.P., VAN SANDE, M.
Purification and characterization of a new carboxypeptidase in human serum.
Biochim. Biophys. Acta, 1034: 86-92, 1990.
HESS, J.F., BORKOWSKI, J.A., YOUNG, G.S., STRADER, C.D., RANSON, R.W.
Cloning and pharmacological characterization of human bradykinin (BK-2)
receptor. Biochem. Res. Commun., 184: 260-268, 1992.
HESS, J.F., HEY, P.J., CHEN, T-B., O'BRIEN, J., OMALLEY, S.S., PETTIBONE,
D.J., CHANG, R.S.L. Molecular cloning and pharmacological characterization
of the canine B
1
and B
2
bradykinin receptors. Biol. Chem., 382: 123-129,
2001.
HESS, J.F., HEY, P.J., CHEN, T.B., PETTIBONE, D.J., CHANG, R.S. Molecular
and pharmacological diversity of the kinin B
1
receptor. Int.
Immunopharmacol., 2: 1747-1754, 2002.
HOCK, F.J., WIRTH, K., ALBUS, U., LINZ, W., GERHARDS, H.J., WIEMER, G.,
HENKE, S.T., BREIPORHL, G., KONIG, W., KNOLLE, J., SCHOLKENS, B.A.
Hoe 140 a new potent and long acting bradykinin antagonist: in vitro studies.
Br. J. Pharmacol., 102: 769-773, 1991.
HOTCHKISS, R.S., KARL, I.E. The pathophysiology and treatment of sepsis. N.
Engl. J. Med., 348: 138-150, 2003.
HUANG, T.J., HADDAD, E.B., FOX, A.J., SALMON, M., JONES, C., BURGESS,
G., CHUNG, K.F. Contribution of bradykinin B
1
and B
2
receptors in allergen-
induced bronchial hyperresponsiveness. Am. J. Respir. Crit. Care Med., 160:
1717-1723, 1999.
INNIS, R.B., MANNING, D.C., STEWART, J.M., SNYDER, S.H. [
3
H]Bradykinin
receptor binding in mammalian tissue membranes. Proc. Natl. Acad. Sci. U.
S. A., 78: 2630-2634, 1981.
ISCHIROPOULOS, H., AL-MEHDI, A.B. Peroxynitrite-mediated oxidative protein
modifications. FEBS Lett., 364: 279-282, 1995.
ISHII, S., SHIMIZU, T. Platelet-activating factor (PAF) receptor and genetically
engineered PAF receptor mutant mice. Prog. Lipid Res., 39: 41-82, 2000.
ISRAEL, A. The IKK complex: an integrator of all signals that activate NF-κB?
Trends Cell Biol., 10: 129-133, 2000.
JACOBS, A.T., IGNARRO, L.J. Nuclear factor-κB and mitogen-activated protein
kinases mediate nitric oxide-enhanced transcriptional expression of interferon-
β. J. Biol. Chem., 278: 8018-8027, 2003.
JANEWAY JR, C.A., MEDZHITOV, R. Introduction: the role of innate immunity in
the adaptive immune response. Semin. Immunol., 10: 349-350, 1998.
JERSMANN, H.P., HII, C.S., FERRANTE, J.V., FERRANTE, A. Bacterial
lipopolysaccharide and tumor necrosis factor alpha synergistically increase
expression of human endothelial adhesion molecules through activation of NF-
κB and p38 mitogen-activated protein kinase signaling pathways. Infect.
Immun., 69: 1273-1279, 2001.
JU, H., VENEMA, V.J., LIANG, H., HARRIS, M.B., ZOU, R., VENEMA, R.C.
Bradykinin activates the Janus-activated kinase/signal transducers and
activators of transcription (JAK/STAT) pathway in vascular endothelial cells:
localization of JAK/STAT signalling proteins in plasmalemmal caveolae.
Biochem. J., 351: 257-264, 2000.
KAMMERER, S., BRAUN, A., ARNOLD, N., ROSCHER, A.A. The human
bradykinin B
2
receptor gene: full length cDNA, genomic organization and
identification of the regulatory region. Biochem. Biophys. Res. Commun.,
211: 226-233, 1995.
KANG, D.S., GUSTAFSSON, C., MORGELIN, M., LEEB-LUNDBERG, L.M. B
1
bradykinin receptor homo-oligomers in receptor cell surface expression and
signaling: effects of receptor fragments. Mol. Pharmacol., 67: 309-318, 2005.
KAPLAN, A.P., JOSEPH, K., SILVERBERG, M. Pathways for bradykinin formation
and inflammatory disease. J. Allergy Clin. Immunol., 109: 195-209, 2002.
KARIN, M. How NF-κB is activated: the role of the IκB kinase (IKK) complex.
Oncogene, 18: 6867-6874, 1999.
KARIN, M., BEN-NERIAH, Y. Phosphorylation meets ubiquitination: the control of
NF-κB activity. Annu. Rev. Immunol., 18: 621-663, 2000.
KARIN, M., YAMAMOTO, Y., WANG, Q.M. The IKK NF-κB system: a treasure
trove for drug development. Nat. Rev. Drug Discov., 3: 17-26, 2004.
KASSEL, O., SANCONO, A., KRATZSCHMAR, J., KREFT, B., STASSEN, M.,
CATO, A.C. Glucocorticoids inhibit MAP kinase via increased expression and
decreased degradation of MKP-1. EMBO J., 20: 7108-7116, 2001.
KLEINERT, H., SCHWARZ, P.M., FORSTERMANN, U. Regulation of the
expression of inducible nitric oxide synthase. Biol. Chem., 384: 1343-1364,
2003.
KOAY, M.A., CHRISTMAN, J.W., WUDEL, L.J., ALLOS, T., CHENG, D.S.,
CHAPMAN, W.C., BLACKWELL, T.S. Modulation of endotoxin-induced NF-κB
activation in lung and liver through TNF type 1 and IL-1 receptors. Am. J.
Physiol. Lung Cell Mol. Physiol., 283: L1247-L1254, 2002.
KOPP, E.B., GHOSH, S. NF-κB and rel proteins in innate immunity. Adv.
Immunol., 58: 1-27, 1995.
KOZIK, A., MOORE, R.B., POTEMPA, J., IMAMURA, T., RAPALA-KOZIK, M.,
TRAVIS, J. A novel mechanism for bradykinin production at inflammatory
sites. Diverse effects of a mixture of neutrophil elastase and mast cell tryptase
versus tissue and plasma kallikreins on native and oxidized kininogens. J.
Biol. Chem., 273: 33224-33229, 1998.
KRAUT, H., FREY, E.K, WERLE, E. Der Nachweis eines krieslaufhomons in der
pankreasdrüse. Hoppe-Seylers Z. Physiol. Chem., 189: 97-106, 1930.
KUDUK, S.D., NG, C., FENG, D.M., WAI, J.M., CHANG, R.S., HARRELL, C.M.,
MURPHY, K.L., RANSOM, R.W., REISS, D., IVARSSON, M., MASON, G.,
BOYCE, S., TANG, C., PRUEKSARITANONT, T., FREIDINGER, R.M.,
PETTIBONE, D.J., BOCK, M.G. 2,3-diaminopyridine bradykinin B
1
receptor
antagonists. J. Med. Chem., 47: 6439-6442, 2004.
KUEBLER, J.F., SCHREMMER-DANNINGER, E., BHOOLA, K.D., ROSCHER,
A.A., MESSMER, K., HOFFMANN, T.F. Kinin-B
1
receptors in ischaemia-
induced pancreatitis: functional importance and cellular localization. Biol.
Chem., 384: 1311-1319, 2003.
KYLE, D.J., MARTIN, J.A., FARMER, S.G., BURCH, R.M. Design and
conformational analysis of several highly potent bradykinin receptor
antagonists. J. Med. Chem., 34: 1230 -1233, 1991.
LAGNEUX, C., RIBUOT, C. In vivo evidence for B
1
-receptor synthesis induction by
heat stress in the rat. Br. J. Pharmacol., 121: 1045-1046, 1997.
LAGNEUX, C., GODIN-RIBUOT, D., DEMENGE, P., RIBUOT, C. Nitric oxide and
its role in the induction of kinin B
1
-receptors after heat stress in the rat.
Immunopharmacology, 48: 43-49, 2000.
LANDGRAF, R.G., SIROIS, P., JANCAR, S. Differential modulation of murine lung
inflammation by bradykinin B
1
and B
2
selective receptor antagonists. Eur. J.
Pharmacol., 460: 75-83, 2003.
LARRIVÉE, J.F., BACHVAROV, D.R., HOULE, F., LANDRY, J., HOUT, J.,
MARCEAU, F. Role of the mitogen-activated protein kinases in the expression
of the kinin B
1
receptors induced by tissue injury. J. Immunol., 160: 1419-
1426, 1998.
LASA, M., BROOK, M., SAKLATVALA, J., CLARK, A.R. Dexamethasone
destabilizes cyclooxygenase-2 mRNA by inhibiting mitogen-activated protein
kinase p38. Mol. Cell Biol., 21: 771-780, 2001.
LASA, M., ABRAHAM, S.M., BOUCHERON, C., SAKLATVALA, J., CLARK, A.R.
Dexamethasone causes sustained expression of mitogen-activated protein
kinase (MAPK) phosphatase 1 and phosphatase-mediated inhibition of MAPK
p38. Mol. Cell Biol., 22: 7802-7811, 2002.
LAWRENCE, T., GILROY, D.W., COLVILLE-NASH, P.R., WILLOUGHBY, D.A.
Possible new role for NF-κB in the resolution of inflammation. Nat. Med., 7:
1291-1297, 2001.
LEMAITRE, B., NICOLAS, E., MICHAUT, L., REICHHART, J.M., HOFFMANN,
J.A. The dorsoventral regulatory gene cassette spatzle/Toll/cactus controls the
potent antifungal response in Drosophila adults. Cell, 86: 973-983, 1996.
LEVESQUE, L., HARVEY, N., RIOUX, F., DRAPEAU, G., MARCEAU, F.
Development of a binding assay for the B
1
receptors for kinins.
Immunopharmacology, 29: 141-147, 1995.
LEVY, J.H. The human inflammatory response. J. Cardiovasc. Pharmacol., 27:
S31-S37, 1996.
LEWIS, G.P. Plasma kinin and other vasoactive compounds in acute inflammation.
Ann. N.Y. Acad. Sci., 116: 847-854, 1964.
LI, Q., VERMA, I.M. NF-κB regulation in the immune system. Nat. Rev. Immunol.,
2: 725-734, 2002.
LIAO, J.K., HOMCY, C.J. The G proteins of the Gαi and Gαq family couple the
bradykinin receptor to the release of endothelium-derived relaxing factor. J.
Clin. Invest., 92: 2168-2172, 1993.
LIEBMANN, C., REISSMANN, S., ROBBERECHT, P., AROLD, H. Bradykinin
action in the rat duodenum: receptor binding and influence on the cyclic AMP
system. Biomed. Biochim. Acta, 46: 469-478, 1987.
LIEBMANN, C., BÖHMER, F.D. Signal transduction pathways of G protein-
coupled receptors and their cross-talk with receptor tyrosine kinases: lessons
from bradykinin signalling. Curr. Med. Chem., 7: 911-943, 2000.
LIEBMANN, C. Bradykinin signalling to MAP kinase: cell-specific connections
versus principle mitogenic pathways. Biol. Chem., 382: 49-55, 2001.
LO, C.J., CRYER, H.G., FU, M., KIM, B. Endotoxin-induced macrophage gene
expression depends on platelet-activating factor. Arch. Surg., 132: 1342-
1347, 1997.
MA, J., WANG, D., WARD, D.C., CHEN, L., DESSAI, T., CHAO, J., CHAO, L.
Structutre and chromossomal localization of the gene encoding human
bradykinin B
2
receptor. Genomics, 23: 362-369, 1994a.
MA, J., WANG, D., CHAO, L., CHAO, J. Cloning, sequence analysis and
expression of the gene encoding the mouse B
2
receptor gene. Gene, 149:
283-288, 1994b.
MA, P., CUI, X., WANG, S., ZHANG, J., NISHANIAN, E.V., WANG, W., WESLEY,
R.A., DANNER, R.L. Nitric oxide post-transcriptionally up-regulates LPS-
induced IL-8 expression through p38 MAPK activation. J. Leukoc. Biol., 76:
278-287, 2004.
MA, Q.P., HILL, R., SIRINATHSINGHJI, D. Basal expression of bradykinin B
1
receptor in peripheral sensory ganglia in the rat. Neuroreport, 11: 4003-4005,
2000.
MACDONALD, R.J., MARGOLIUS, H.S., ERDÖS, E.G. Molecular biology of tissue
kallikrein. Biochem. J., 253: 313-321, 1988.
MACNEIL, T., BIERILLO, K.K., MENKE, J.G., HESS, J.F. Cloning and
pharmacological characterization of a rabbit bradykinin B
1
receptor. Biochim.
Biophys. Acta Gene Struct. Expres., 1264: 223-228, 1995.
MADEDDU, P., VARONI, M.V., PALOMBA, D., EMANUELI, C., DEMONTIS, M.P.,
GLORIOSO, N., DESSI-FULGHERI, P., SARZANI, R., ANANIA, V.
Cardiovascular phenotype of a mouse strain with disruption of bradykinin B
2
receptor gene. Circulation, 96: 3570-3578, 1997.
MANNING, D.C., SNYDER, S.H.
3
H-bradykinin binding site localization in guinea
pig urinary system. Adv. Exp. Med. Biol., 198: 563-570, 1986.
MARCEAU, F., ST-PIERRE, S., REGOLI, D. Kinin receptors in experimental
inflammation. Can. J. Physiol. Pharmacol., 58: 536-542, 1980.
MARCEAU, F., LUSSIER, A., ST-PIERRE, S. Selective induction of
cardiovascular responses to des-Arg
9
-bradykinin by bacterial endotoxin.
Pharmacology, 29: 70-74, 1984.
MARCEAU, F. Kinin B
1
receptors: a review. Immunopharmacology, 30: 1-26,
1995.
MARCEAU, F., LARRIVÉE, J.F., SAINT-JACQUES, E., BACHVAROV, D.R. The
kinin B
1
receptor: an inducible G protein coupled receptor. Can. J. Physiol.
Pharmacol., 75: 725-731, 1997.
MARCEAU, F., BACHVAROV, D.R. Kinin receptors. Clin. Rev. Allergy Immunol.,
16: 385-401, 1998.
MARCEAU, F., HESS, J.F., BACHVAROV, D.R. The B
1
receptors for kinins.
Pharmacol Rev., 50:357-386, 1998.
MARCEAU, F., LARRIVÉE, J.F., BOUTHILLIER, J., BACHVAROVA, M., HOULE,
S., BACHVAROV, D.R. Effect of endogenous kinins, prostanoids, and NO on
kinin B
1
and B
2
receptor expression in the rabbit. Am. J. Physiol., 46: R1568-
R1578, 1999.
MARCEAU, F., SABOURIN, T., HOULE, S., FORTIN, J.P., PETITCLERC, E.,
MOLINARO, G., ADAM, A. Kinin receptors: functional aspects. Int.
Immunopharmacol., 2: 1729-1739, 2002.
MARCEAU, F., REGOLI, D. Bradykinin receptor ligands: therapeutic perspectives.
Nat. Rev. Drug Discov., 3: 845-852, 2004.
MARIN-CASTAÑO, M.E., SCHANSTRA, J.P., PRADDAUDE, F., PESQUERO,
J.B., ADER, J.L., GIROLAMI, J.P., BASCANDS, J.L. Differential induction of
functional B
1
-bradykinin receptors along the rat nephron in endotoxin-induced
inflammation. Kidney Int., 54: 1888-1898, 1998.
MARIN-CASTAÑO, M.E., SCHANSTRA, J.P., NEAU, E., PRADDAUDE, F.,
PECHER, C., ADER, J.L., GIROLAMI, J.P., BASCANDS, J.L. Induction of
functional bradykinin B
1
-receptors in normotensive rats and mice under
chronic angiotensin-converting enzyme inhibitor treatment. Circulation, 105:
627-632, 2002.
MARSHALL, H.E., HESS, D.T., STAMLER, J.S. S-nitrosylation: physiological
regulation of NF-κB. Proc. Natl. Acad. Sci. U. S. A., 101: 8841-8842, 2004.
MARSHALL, J.C. Such stuff as dreams are made on: mediator-directed therapy in
sepsis. Nat. Rev. Drug Discov., 2: 391-405, 2003.
MARTICH, G.D., DANNER, R.L., CESKA, M, SUFFREDINI, A.F. Detection of
interleukin 8 and tumor necrosis factor in normal humans after intravenous
endotoxin: the effect of antiinflammatory agents. J. Exp. Med., 173: 1021-
1024, 1991.
MARTIN, G.S., MANNINO, D.M., EATON, S., MOSS, M. The epidemiology of
sepsis in the United States from 1979 through 2000. N. Engl. J. Med., 348:
1546-1554, 2003.
MAY, M.J., GHOSH, S. Signal transduction through NF-κB. Immunol. Today, 19:
80-88, 1998.
MAZENOT, C., LOUFRANI, L., HENRION, D., RIBUOT, C., MULLERESTERL, W.,
GODIN-RIBUOT, D. Endothelial kinin B
1
-receptors are induced by myocardial
ischaemia-reperfusion in the rabbit. J. Physiol., 530: 69-78, 2001.
MCEACHERN, A.E., SHELTON, E.R., BHAJTA, S., OBERNOLT, R., BACH, C.,
ZUPPAN, P., FUJISAKI, J., ALDRISH, R.W., JARNAGIN, K. Expression
cloning of rat B
2
bradykinin receptor. Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A., 88: 7724-
7728, 1991.
MCLEAN, P.G., PERRETTI, M., AHLUWALIA, A. Inducible expression of the kinin
B1 receptor in the endotoxemic heart: mechanisms of des-Arg
9
-bradykinin-
induced coronary vasodilation. Br. J. Pharmacol., 128: 275-282, 1999.
MCLEAN, P.G., PERRETTI, M., AHLUWALIA, A. Kinin B
1
receptors and the
cardiovascular system: regulation of expression and function. Cardiovasc.
Res., 48: 194-210, 2000a.
MCLEAN, P.G., AHLUWALIA, A., PERRETTI, M. Association between kinin B
1
receptor expression and leukocyte trafficking across mouse mesenteric
postcapillary venules. J. Exp. Med., 192: 367-380, 2000b.
MEDEIROS, R., CABRINI, D.A., CALIXTO, J.B. The in vivo and ex vivo roles of
cyclooxygenase-2, nuclear factor-κB and protein kinases pathways in the up-
regulation of B
1
receptor mediated contraction of the rabbit aorta. Regul.
Pept., 97: 121-130, 2001.
MEDEIROS, R., CABRINI, D.A., FERREIRA, J., FERNANDES, E.S., MORI, M.A.,
PESQUERO, J.B., BADER, M., AVELLAR, M.C., CAMPOS, M.M., CALIXTO,
J.B. Bradykinin B
1
receptor expression induced by tissue damage in the rat
portal vein: a critical role for mitogen-activated protein kinase and nuclear
factor-κB signaling pathways. Circ. Res. 94: 1375-1382, 2004.
MEDZHITOV, R., PRESTON-HURLBURT, P., JANEWAY JR, C.A. A human
homologue of the Drosophila Toll protein signals activation of adaptive
immunity. Nature, 388: 394-397, 1997.
MEDZHITOV, R., JANEWAY JR, C. Innate immunity. N. Engl. J. Med., 343: 338-
344, 2000.
MENDES, A.F., CARVALHO, A.P., CARAMONA, M.M.,, LOPES, M.C. Role of
nitric oxide in the activation of NF-κB, AP-1 and NOS II expression in articular
chondrocytes. Inflamm. Res., 51: 369-375, 2002.
MENKE, J.G., BOROWSKI, J.A., BIERILKO, K.K., MACNEIL, T., DERRIC, A.W.,
SCHENECK, K.A. RANSOM, R.W., STRADER, C.D., LINEMEYER, D.L.,
HESS, J.F. Expression of cloning of a human B
1
bradykinin receptor. J. Biol.
Chem., 269: 21583-21586, 1994.
MIRALLES, C., BUSQUETS, X., SANTOS, C., TOGORES, B., HUSSAIN, S.,
RAHMAN, I., MACNEE, W., AGUSTI, A.G. Regulation of iNOS expression and
glutathione levels in rat liver by oxygen tension. FEBS Lett., 476: 253-257,
2000.
MOHAN, S., HAMURO, M., SORESCU, G.P., KOYOMA, K., SPRAGUE, E.A., JO,
H., VALENTE, A.J., PRIHODA, T.J., NATARAJAN, M. IκBα-dependent
regulation of low-shear flow-induced NF-κB activity: role of nitric oxide. Am. J.
Physiol. Cell. Physiol., 284: C1039-C1047, 2003.
MOORE, K.W., DE WAAL MALEFYT, R., COFFMAN, R.L., O'GARRA, A.
Interleukin-10 and the interleukin-10 receptor. Annu. Rev. Immunol., 19: 683-
765, 2001.
NATHAN, C. Points of control in inflammation. Nature, 420: 846-852, 2002.
NI, A., CHAI, K.X., CHAO, L., CHAO, J. Molecular cloning and expression of rat
bradykinin B
1
receptor. Biochem. Biophys. Acta, 1442: 177-185, 1998a.
NI, A., CHAO, L., CHAO, J. Transcription factor nuclear factor κB regulates the
inducible expression of the human B
1
receptor gene in inflammation. J. Biol.
Chem., 273: 2784-2791, 1998b.
NI, A., YIN, H., AGATA, J., YANG, Z., CHAO, L., CHAO, J. Overexpression of
kinin B
1
receptors induces hypertensive response to des-Arg
9
-bradykinin and
susceptibility to inflammation. J. Biol. Chem., 278: 219-225, 2003.
NICOLAU, M., FELTRIN, M.R., REGOLI, D. Induction of bradykinin B
1
hypotensive
receptors in rats by lipopolysaccharide. Can. J. Physiol. Pharmacol., 74:
337-340, 1996.
OHIRA, H., UENO, T., TORIMURA, T., TANIKAWA, K., KASUKAWA, R.
Leukocyte adhesion molecules in the liver and plasma cytokine levels in
endotoxin-induced rat liver injury. Scand. J. Gastroenterol., 30: 1027-1035,
1995.
PELAIA, G., VATRELLA, A., CUDA, G., MASELLI, R., MARSICO, S.A. Molecular
mechanisms of corticosteroid actions in chronic inflammatory airway diseases.
Life Sci., 72: 1549-1561, 2003.
PERKINS, M.N., KELLY, D. Induction of bradykinin B
1
receptors in vivo in a model
of ultra-violet irradiation-induced thermal hyperalgesia in the rat. Br. J.
Pharmacol., 110: 1441-1444, 1993.
PERKINS, N.D. The Rel/NF-κB family: friend and foe. Trends Biochem. Sci., 25:
434-440, 2000.
PERRON, M.S., GOBEIL, F., PELLETIER, S., REGOLI, D., SIROIS, P.
Involvement of bradykinin B
1
and B
2
receptors in pulmonary leukocyte
accumulation induced by Sephadex beads in guinea pigs. Eur. J. Pharmacol.,
376: 83-89, 1999.
PESQUERO, J.B., PESQUERO, J.L., OLIVEIRA, S.M., ROSCHER, A.A.,
METZGER, R., GANTEN, D., BADER, M.. Molecular cloning and functional
characterization of a mouse bradykinin B
1
receptor gene. Biochem. Biophys.,
220: 219-225, 1996.
PESQUERO, J.B., BADER, M. Molecular biology of the kallikrein-kinin system:
from structure to function. Braz. J. Med. Biol. Res., 31: 1197-1203, 1998.
PESQUERO, J.B., ARAUJO, R.C., HEPPENSTALL, P.A., STUCKY, C.L., SILVA
JR, J.A., WALTHER, T., OLIVEIRA, S.M., PESQUERO, J.L., PAIVA, A.C.,
CALIXTO, J.B. Hypoalgesia and altered inflammatory responses in mice
lacking kinin B
1
receptors. Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A., 97: 8140-8145,
2000.
PHAGOO, S.B., POOLE, S., LEEB-LUNDBERG, L.M. Autoregulation of bradykinin
receptors: agonists in the presence of interleukin-1β shift the repertoire of
receptor subtypes from B2 to B1 in human lung fibroblasts. Mol. Pharmacol.,
56: 325-333, 1999.
PINHEIRO, R.M., CAMPOS, M.M., CALIXTO, J.B. Analysis of the mechanisms
involved in the inflammatory response induced by des-Arg
9
-bradykinin in the
rat pleural cavity. Inflamm. Res., 50: 570-576, 2001.
PINSKY, M.R. Dysregulation of the immune response in severe sepsis. Am. J.
Med. Sci., 328: 220-229, 2004.
POLTORAK, A., HE, X., SMIRNOVA, I., LIU, M.Y., VAN HUFFEL, C., DU, X.,
BIRDWELL, D., ALEJOS, E., SILVA, M., GALANOS, C., FREUDENBERG, M.,
RICCIARDI-CASTAGNOLI, P., LAYTON, B., BEUTLER, B. Defective LPS
signaling in C3H/HeJ and C57BL/10ScCr mice: mutations in TLR4 gene.
Science, 282: 2085-2088, 1998.
POWELL, S.J., SLYNN, G., THOMAS, C., HOPKINS, B., BRIGGS, I., GRAHAM,
A. Human bradykinin B
2
receptor: nucleotide sequence analysis and
assignment to chromossome 14. Genomics, 15: 435-438, 1993.
PRADO, G.N., TAYLOR, L., ZHOU, X., RICUPERO, D., MIERKE, D.F., POLGAR,
P. Mechanisms regulating the expression, self-maintenance, and signaling-
function of the bradykinin B2 and B1 receptors. J. Cell Physiol., 193: 275-
286, 2002.
PRIBRAM, H., HERNHEISER, G. Zur Kennits der adialysablen Bestandteile des
menschenharnes. Biochem. Z., 111: 30, 1920.
PRIVITERA, P.J., DAUM, P.R., HILL, D.R., HILEY, C.R. Autoradiographic
visualization and characteristics of [
125
I]bradykinin binding sites in guinea pig
brain. Brain Res., 577: 73-79, 1992.
PROUD, D., MACGLASHAN, D.W., NEWBALL, H.H., SCHULMAN, E.S.,
LICHTENSTEIN, L.M. Immunoglobulin E-mediated release of a kininogenase
from purified human lung mast cells. Am. Rev. Respir. Dis., 132: 405-408,
1985.
PROUD, D.; KAPLAN, A.P. Kinin formation: mechanisms and role in inflammatory
disorders. Annu. Rev. Immunol., 6: 49-83, 1988.
PROUD, D. The kinin system in rhinitis and asthma. Clin. Rev. Allergy Immunol.,
16: 351-364, 1998.
PRUNEAU, D., LUCCARINI, J.M., DEFRENE, E., PAQUET, J.L., BÉLICHARD, P.
Characterization of bradykinin receptors from juvenile pig coronary artery. Eur.
J. Pharmacol., 297: 53-60, 1996.
RAETZ, C.R., WHITFIELD, C. Lipopolysaccharide endotoxins. Annu. Rev.
Biochem., 71: 635-700, 2002.
RAIDOO, D.M., BHOOLA, K.D. Kinin receptors on human neurones. J.
Neuroimmunol., 77: 39-44, 1997.
REGOLI, D., BARABÉ, J., PARK, W.K. Receptors for bradykinin in rabbit aortae.
Can. J. Physiol. Pharmacol., 55: 855-867, 1977.
REGOLI, D., MARCEAU, F., BARABE, J. De novo formation of vascular receptors
for bradykinin. Can. J. Physiol. Pharmacol., 56: 674-647, 1978.
REGOLI, D., BARABÉ, J. Pharmacology of bradykinin and related kinins.
Pharmacol. Rev., 32: 1-46, 1980.
REGOLI, D.C., MARCEAU, F., LAVIGNE, J. Induction of beta 1-receptors for
kinins in the rabbit by a bacterial lipopolysaccharide. Eur. J. Pharmacol.,
71:105-115, 1981.
REGOLI, D., GOBIEL, F., NGUYEN, Q.T., JUKIC, D., SEONE, P.R., SALVINO,
J.M., SAWUTZ, D.G. Bradykinin receptor types and B
2
subtypes. Life Sci., 55:
735-749, 1994.
REGOLI, D., ALLOGHO, S.N., RIZZI, A., GOBEIL, F.J. Bradykinin receptors and
their antagonists. Eur. J. Pharmacol., 348: 1-10, 1998.
REYNAERT, N.L., CKLESS, K., KORN, S.H., VOS, N., GUALA, A.S., WOUTERS,
E.F., VAN DER VLIET, A., JANSSEN-HEININGER, Y.M. Nitric oxide
represses inhibitory κB kinase through S-nitrosylation. Proc. Natl. Acad. Sci.
U. S. A., 101: 8945-8950, 2004.
ROCHA E SILVA, M., BERALDO, W.T., ROSENFELD, G. Bradykinin, a
hypotensive and smooth muscle stimulating factor released from plasma
globulin by snake venoms and by tripsin. Am. J. Physiol., 156: 261-273,
1949.
ROCK, F.L., HARDIMAN, G., TIMANS, J.C., KASTELEIN, R.A., BAZAN, J.F. A
family of human receptors structurally related to Drosophila Toll. Proc. Natl.
Acad. Sci. U. S. A., 95: 588-593, 1998.
ROSCHER, A.A., MANGANIELLO, V.C., JELSEMA, C.L., MOSS, J. Receptors for
bradykinin in intact cultured human fibroblasts. Identification and
characterization by direct binding study. J. Clin. Invest., 72: 626-635, 1983.
ROSCHER A.A., KLIER, C., DENGLER, R., FAUSSNER, A., MULLER-ESTERL,
W. Regulation of bradykinin action at the receptor level. J. Cardiovasc.
Pharmacol., 6: S39-S43, 1990.
RYLANDER, R., BEIJER, L., LANTZ, R.C., BURRELL, R., SEDIVY, P. Modulation
of pulmonary inflammation after endotoxin inhalation with a platelet-activating
factor antagonist (48740 RP). Int. Arch. Allergy Appl. Immunol., 86: 303-
307, 1988.
SABAN, M.R., HELLMICH, H., NGUYEN, N.B., WINSTON, J., HAMMOND, T.G.,
SABAN, R. Time-course of LPS-induced gene expression in a mouse model of
genitourinary inflammation. Physiol. Genomics., 5: 147-160, 2001.
SABOURIN, T., GUAY, K., HOULE, S., BOUTHILLIER, J., BACHVAROV, D.R.,
ADAM, A., MARCEAU, F. Absence of ligand-induced regulation of kinin
receptor expression in the rabbit. Br. J. Pharmacol., 133: 1154-1162, 2001.
SABOURIN, T., MORISSETTE, G., BOUTHILLIER, J., LEVESQUE, L.,
MARCEAU, F. Expression of kinin B
1
receptor in fresh or cultured rabbit aortic
smooth muscle: role of NF-κB. Am. J. Physiol. Heart Circ. Physiol., 283:
H227-H237, 2002.
SAFIEH-GARABEDIAN, B., KANAAN, S.A., HADDAD, J.J., JAOUDE, P.A.,
JABBUR, S.J., SAADE, N.E. Involvement of interleukin-1β, nerve growth factor
and prostaglandin E
2
in endotoxin-induced localized inflammatory
hyperalgesia. Br. J. Pharmacol., 121:1619-1626, 1997.
SANTORO, M.G., ROSSI, A., AMICI, C. NF-κB and virus infection: who controls
whom. EMBO J., 22: 2552-2560, 2003.
SARDI, S.P., ARES, V.R., ERRASTI, A.E., ROTHLIN, R.P. Bradykinin B
1
receptors in human umbilical vein: pharmacological evidence of up-regulation,
and induction by interleukin-1β. Eur. J. Pharmacol., 358: 221-227, 1998.
SARDI, S.P., ERRASTI, A.E., REY-ARES, V., ROGINES-VELO, M.P., ROTHLIN,
R.P. Bradykinin B
1
receptor in isolated human umbilical vein: an experimental
model of the in vitro up-regulation. Acta Pharmacol. Sinica., 21: 105-110,
2000.
SARDI, S.P., REY-ARES, V., PUJOL-LEREIS, V.A., SERRANO, S.A., ROTHLIN,
R.P. Further pharmacological evidence of nuclear factor-κB pathway
involvement in bradykinin B
1
receptor-sensitized responses in human umbilical
vein. J. Pharmacol. Exp. Ther., 301: 975-980, 2002.
SAVARD, C.E., BLINMAN, T.A., CHOI, H.S., LEE, S.K., PANDOL, S.J., LEE, S.P.
Expression of cytokine and chemokine mRNA and secretion of tumor necrosis
factor-α by gallbladder epithelial cells: response to bacterial
lipopolysaccharides. B.M.C. Gastroenterol., 2: 23, 2002.
SAWUTZ, D.G., SINGH, S.S., TIBERIO, L., KOSZEWSKI, E., JOHNSON, C.G.,
JOHNSON, C.L. The effect of TNF on bradykinin receptor binding,
phosphatidylinositol turnover and cell growth in human A431 epidermoid
carcinoma cell. Immunopharmacology, 24: 1-10, 1992.
SAWUTZ, D.G., SALVINO, J.M., DOLLE, R.E., CASIANO, F., WARD, S.J.,
HOUCK, W.T., FAUNCE, D.M., DOUTY, B.D., BAIZMAN, E., AWAD, M.M.A.,
MARCEAU, F. The non-peptide WIN 64338 is a bradykinin B
2
receptor
antagonist. Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A., 91: 4693-4697, 1994.
SCHANSTRA, J.P., BATAILLE, E., MARIN-CASTAÑO, M.E., BARASCUD, Y.,
HIRTZ, C., PESQUERO, J.B., PECHER, C., GAUTHIER, F., GIROLAMI, J.P.,
BASCANDS, J.L. The B
1
-agonist [des-Arg
10
]-kallidin activates transcription
factor NF-κB and induces homologous upregulation of the bradykinin B
1
-
receptor in cultured human lung fibroblasts. J. Clin. Invest., 101: 2080-2091,
1998.
SCHANSTRA, J.P., ARLIC, C., MARIN-CASTAÑO, M.B., GIROLAMI, J.,
BASCANDS, J. Renal bradykinin receptors: localization, transduction
pathways and molecular basis for a possible pathological role. Int. J. Mol.
Med., 3: 185-191, 1999.
SCHANSTRA, J.P., MARIN-CASTAÑO, M.E., PRADDAUDE, F., TACK, I., ADER,
J.L., GIROLAMI, J.P., BASCANDS, J.L., JEUNIER, B. Bradykinin B
1
receptor-
mediated changes in renal hemodynamics during endotoxin-induced
inflammation. J. Am. Soc. Nephrol., 11: 1208-1215, 2000.
SCHMID, A., EICH-RATHFELDER, S., WHALLEY, E.T., CHERONIS, J.C.,
SCHEUBER, H.P., FRITZ, H., SIEBECK, M. Endogenous B
1
receptor
mediated hypotension produced by contact system activation in the presence
of endotoxemia. Immunopharmacology, 40: 131-137, 1998.
SCHMIDLIN, F., SCHERRER, D., DAEFFLER, L., BERTRAND, C., LANDRY, Y.,
GIES, J.P. Interleukin-1β induces bradykinin B
2
receptor gene expression
through a prostanoid cyclic AMP-dependent pathway in human bronchial
smooth muscle cells. Mol. Pharmacol., 53: 1009-1015, 1998.
SCHMIDT, C., PENG, B., LI, Z., SCLABAS, G.M., FUJIOKA, S., NIU, J.,
SCHMIDT-SUPPRIAN, M., EVANS, D.B., ABBRUZZESE, J.L., CHIAO, P.J.
Mechanisms of proinflammatory cytokine-induced biphasic NF-κB activation.
Mol. Cell., 12: 1287-300, 2003.
SCHNECK, K.A., HESS, J.F., STONESIFER, G.Y., RANSOM, R.W. Bradykinin B
1
receptors in rabbit aorta muscle cells in culture. Eur. J. Pharmacol., 266: 277-
282, 1994.
SCHREMMER-DANNINGER, E., OFFNER, A., SIEBECK, M., HEINZ-ERIAN, P.,
GAIS, P., ROSCHER, A.A. Autoradiographic visualization of B
1
bradykinin
receptors in porcine vascular tissues in the presence or absence of
inflammation. Immunopharmacology, 33: 95-100, 1996.
SCHREMMER-DANNINGER, E., OFFNER, A., SIEBECK, M., ROSCHER, A.A. B
1
bradykinin receptors and carboxypeptidase M are both upregulated in the
aorta of pigs after LPS infusion. Biochem. Biophys. Res. Commun., 243:
246-252, 1998.
SCHROEDER, C., BEUG, H., MULLER-ESTERL, W. Cloning and functional
characterization of the ornithokinin receptor. Recognition of the major kinin
receptor antagonist, HOE140, as a full agonist. J. Biol. Chem., 272: 12475-
12481, 1997.
SEEGERS, H.C., AVERY, P.S., MCWILLIAMS, D.F., HAYWOOD, L., WALSH,
D.A. Combined effect of bradykinin B
2
and neurokinin-1 receptor activation on
endothelial cell proliferation in acute synovitis. FASEB J., 18: 762-764, 2004.
SERIKOV, V.B., CHOI, H., SCHMIEL, K., SKAGGS, C., FLEMING, N.W., WU, R.,
WIDDICOMBE, J.H. Endotoxin induces leukocyte transmigration and changes
in permeability of the airway epithelium via protein-kinase C and extracellular
regulated kinase activation. J. Endotoxin Res., 10: 55-65, 2004.
SHARMA, J.N., BUCHANAN, W.W. Pathogenic responses of bradykinin system in
chronic inflammatory rheumatoid disease. Exp. Toxicol. Pathol., 46: 421-433,
1994.
SHEN, Y., SULTANA, C., ARDITI, M., KIM, K.S., KALRA, V.K. Endotoxin-induced
migration of monocytes and PECAM-1 phosphorylation are abrogated by PAF
receptor antagonists. Am. J. Physiol., 275: E479-E486, 1998.
SHIMAZU, R., AKASHI, S., OGATA, H., NAGAI, Y., FUKUDOME, K., MIYAKE, K.,
KIMOTO, M. MD-2, a molecule that confers lipopolysaccharide
responsiveness on Toll-like receptor 4. J. Exp. Med., 189: 1777-1782, 1999.
SHISHODIA, S., AGGARWAL, B.B. Nuclear factor-κB: a friend or a foe in cancer?
Biochem. Pharmacol., 68: 1071-1080, 2004.
SHUGHRUE, P.J., KY, B., AUSTIN, C.P. Localization of B
1
bradykinin receptor
mRNA in the primate brain and spinal cord: an in situ hybridization study. J.
Comp. Neurol., 465: 372-384, 2003.
SIEBECK, M., SPANNAGL, E., SCHORR, M., STUMPF, B., FRITZ, H.,
WHALLEY, E.T., CHERONIS, J.C. Effect of combined B
1
and B
2
kinin receptor
blockade in porcine endotoxin shock. Immunopharmacology, 33: 81-84,
1996.
SIEBECK, M., SCHORR, M., SPANNAGL, E., LEHNER, M., FRITZ, H.,
CHERONIS, J.C., WHALLEY, E.T. B
1
kinin receptor activity in pigs is
associated with pre-existing infection. Immunopharmacology, 40: 49-55,
1998.
SMEDEGARD, G., CUI, L.X., HUGLI, T.E. Endotoxin-induced shock in the rat. A
role for C5a. Am. J. Pathol., 135: 489-497, 1989.
SMOAK, K.A., CIDLOWSKI, J.A. Mechanisms of glucocorticoid receptor signaling
during inflammation. Mech. Ageing Dev., 125: 697-706, 2004.
SOUZA, D.G., COUTINHO, S.F., SILVEIRA, M.R., CARA, D.C., TEIXEIRA, M.M.
Effects of a BLT receptor antagonist on local and remote reperfusion injuries
after transient ischemia of the superior mesenteric artery in rats. Eur. J.
Pharmacol., 403: 121-128, 2000.
SOUZA, D.G., LOMEZ, E.S.L., PINHO, V., PESQUERO, J.B., BADER, M.,
PESQUERO, J.L., TEIXEIRA, M.M. Role of bradykinin B
2
and B
1
receptors in
the local, remote, and systemic inflammatory responses that follow intestinal
ischemia and reperfusion injury. J. Immunol., 172: 2542-2548, 2004.
SPARKMAN, L., BOGGARAM, V. Nitric oxide increases IL-8 gene transcription
and mRNA stability to enhance IL-8 gene expression in lung epithelial cells.
Am. J. Physiol. Lung Cell Mol. Physiol., 287: L764-L773, 2004.
SPORN, L.A., SAHNI, S.K., LERNER, N.B., MARDER, V.J., SILVERMAN, D.J.,
TURPIN, L.C., SCHWAB, A.L. Rickettsia rickettsii infection of cultured human
endothelial cells induces NF-κB activation. Infect. Immun., 65: 2786-2791,
1997.
STERNBERG, E.M. Neuroendocrine regulation of autoimmune/inflammatory
disease. J. Endocrinol., 169: 429-435, 2001.
STEWART, J.M., GERA, L., YORK, E.J., CHAN, D.C., BUNN, P. Bradykinin
antagonists: present progress and future prospects. Immunopharmacology,
43: 155-161, 1999.
STEWART, J.M. Bradykinin antagonists: discovery and development. Peptides,
25: 527-532, 2004.
SU, D.S., MARKOWITZ, M.K., DIPARDO, R.M., MURPHY, K.L., HARRELL, C.M.,
O'MALLEY, S.S., RANSOM, R.W., CHANG, R.S., HA, S., HESS, F.J.,
PETTIBONE, D.J., MASON, G.S., BOYCE, S., FREIDINGER, R.M., BOCK,
M.G. Discovery of a potent, non-peptide bradykinin B
1
receptor antagonist. J.
Am. Chem. Soc., 125: 7516-7517, 2003.
SUN, X.M., HSUEH, W. Platelet-activating factor produces shock, in vivo
complement activation, and tissue injury in mice. J. Immunol., 147: 509-514,
1991.
SUN, Z., ANDERSSON, R. NF-κB activation and inhibition: a review. Shock, 18:
99-106, 2002.
SUZUKI, N., SUZUKI, S., YEH, W.C. IRAK-4 as the central TIR signaling mediator
in innate immunity. Trends Immunol., 23: 503-506, 2002.
TABETA, K., GEORGEL, P., JANSSEN, E., DU, X., HOEBE, K., CROZAT, K.,
MUDD, S., SHAMEL, L., SOVATH, S., GOODE, J., ALEXOPOULOU, L.,
FLAVELL, R.A., BEUTLER, B. Toll-like receptors 9 and 3 as essential
components of innate immune defense against mouse cytomegalovirus
infection. Proc. Natl. Acad. Sci. U. S. A., 101: 3516-3521, 2004.
TAK, P.P., FIRESTEIN, G.S. NF-κB: a key role in inflammatory diseases. J. Clin.
Invest., 107: 7-11, 2001.
TAN, X.D., WANG, H., GONZALEZ-CRUSSI, F.X., CHANG, H., GONZALEZ-
CRUSSI, F., HSUEH, W. Platelet activating factor and endotoxin increase the
enzyme activity and gene expression of type II phospholipase A2 in the rat
intestine. Role of polymorphonuclear leukocytes. J. Immunol., 156: 2985-
2990, 1996.
TEATER, S., CUTHBERT, A.W. Induction of bradykinin B
1
receptors in rat colonic
epithelium. Br. J. Pharmacol., 121: 1005-1011, 1997.
TEIXEIRA, M.M., HELLEWELL, P.G. The effect of the selectin binding
polysaccharide fucoidin on eosinophil recruitment in vivo. Br. J. Pharmacol.,
120: 1059-1066, 1997.
THOMPSON, J.E., PHILLIPS, R.J., ERDJUMENT-BROMAGE, H., TEMPST, P.,
GHOSH, S. IκB-β regulates the persistent response in a biphasic activation of
NF-κB. Cell, 80: 573-582, 1995.
TODOROV, A.G., ANDRADE, D., PESQUERO, J.B., ARAÚJO, R. DE C., BADER
M., STEWART, J., GERA, L., MULLER-ESTERL, W., MORANDI, V.,
GOLDENBERG, R.C., NETO, H.C., SCHARFSTEIN, J. Trypanosoma cruzi
induces edematogenic responses in mice and invades cardiomyocytes and
endothelial cells in vitro by activating distinct kinin receptor (B
1
/B
2
) subtypes.
FASEB J., 17: 73-75, 2003.
TOKUMASU, T., UENO, A., OH-ISHI, S. A hypotensive response induced by des-
Arg
9
-bradykinin in young brown/Norway rats pretreated with endotoxin. Eur. J.
Pharmacol. 274: 225-228, 1995.
TRIANTAFILOU, M., TRIANTAFILOU, K. Lipopolysaccharide recognition: CD14,
TLRs and the LPS-activation cluster. Trends Immunol., 23: 301-304, 2002.
TSCHÖPE, C., HERINGER-WALTHER, S., KOCH, M., SPILLMANN, F.,
WENDORF, M., LEITNER, E., SCHULTEISS, H-P., WALTHER, T. Up-
regulation of bradykinin B
1
-receptor expression after myocardial infarction. Br.
J. Pharmacol., 129: 1537-1538, 2000.
TSUJI, F., SHIRASAWA, E. The role of platelet-activating factor in cell infiltration
in endotoxin-induced uveitis in guinea pigs. Curr. Eye Res. 17: 501-505,
1998.
ULEVITCH, R.J., TOBIAS, P.S. Receptor-dependent mechanisms of cell
stimulation by bacterial endotoxin. Annu. Rev. Immunol., 13: 437-457, 1995.
VALLANCE, P., LEIPER, J. Blocking NO synthesis: how, where and why? Nat.
Rev. Drug Discov., 1: 939-950, 2002.
VAVREK, R., STEWART, J.M. Competitive antagonists of bradykinin. Peptides, 6:
161-164, 1985.
VERMEULEN, L., DE WILDE, G., NOTEBAERT, S., VANDEN BERGHE, W.,
HAEGEMAN, G. Regulation of the transcriptional activity of the nuclear factor-
κB p65 subunit. Biochem. Pharmacol., 64: 963-970, 2002.
VIANNA, R.M., ONGALI, B., REGOLI, D., CALIXTO, J.B., COUTURE, R. Up-
regulation of kinin B
1
receptor in the lung of streptozotocin-diabetic rat:
autoradiographic and functional evidence. Br. J. Pharmacol., 138: 13-22,
2003.
WAGNER, J.G., ROTH, R.A. Neutrophil migration during endotoxemia. J. Leukoc.
Biol., 66:10-24, 1999.
WAGNER, J.G., ROTH, R.A. Neutrophil migration mechanisms, with an emphasis
on the pulmonary vasculature. Pharmacol. Rev., 52: 349-374, 2000.
WALZOG, B., GAEHTGENS, P. Adhesion molecules: the path to a new
understanding of acute inflammation. News Physiol. Sci., 15: 107-113, 2000.
WATANABE, M., YOSHIHARA, S., ABE, T., OYAMA, M., ARISAKA, O. Effects of
the orally active non-peptide bradykinin B
2
receptor antagonist, FR173657, on
plasma extravasation in guinea-pig airways. Eur. J. Pharmacol., 367: 373-
378, 1999.
WERLE, E., GÖTZE, W., KEPPLER, A. Ünber die Wirkung des Kallikreins auf den
isolierten darm und ünber eine neue darmkontrahierende Substanz. Biochem.
Z., 289: 217-233, 1937.
WERLE, E., TRAUTSCHOLD, I., LEYSATH, G. Isolierung und struktur des
kallidin. Hoppe-Seylers Z. Chem., 326: 174-176, 1961.
WHALLEY, E.T., FRITZ, H., GEIGER, R. Kinin receptors and angiotensin
converting enzyme in rabbits basilar arteries. Naunyn Schmiedebergs Arch.
Pharmacol., 336: 296-301, 1983.
WHITFIELD, C., KANIUK, N., FRIRDICH, E. Molecular insights into the assembly
and diversity of the outer core oligosaccharide in lipopolysaccharides from
Escherichia coli and Salmonella. J. Endotoxin Res., 9: 244-249, 2003.
WILLE, P.R., VITOR, R., GABILAN, N.H., NICOLAU, M. Plasma extravasation
mediated by lipopolysaccharide-induction of kinin B
1
receptors in rat tissues.
Mediators Inflamm., 10: 163-167, 2001.
WINTERBOURN, C.C., VISSERS, M.C., KETTLE, A.J. Myeloperoxidase. Curr.
Opin. Hematol., 7: 53-58, 2000.
WIRTH, K., HOCK, F.J., ALBUS, U., LINZ, W., ALPERMANN, H.G.,
AGNOSTOPOULOS, H., HENKE, H., BREIPHOL, S., KÖNIG, G., KNOLLE,
W., SCHÖLKENS, B.A. Hoe 140 a new potent and long-acting bradykinin
antagonist: in vitro studies. Br. J. Pharmacol., 102: 774-777, 1991.
WOOD, M.R., KIM, J.J., HAN, W., DORSEY, B.D., HOMNICK, C.F., DIPARDO,
R.M., KUDUK, S.D., MACNEIL, T., MURPHY, K.L., LIS, E.V., RANSOM, R.W.,
STUMP, G.L., LYNCH, J.J., O'MALLEY, S.S., MILLER, P.J., CHEN, T.B.,
HARRELL, C.M., CHANG, R.S., SANDHU, P., ELLIS, J.D., BONDISKEY, P.J.,
PETTIBONE, D.J., FREIDINGER, R.M., BOCK, M.G. Benzodiazepines as
potent and selective bradykinin B
1
antagonists. J. Med. Chem., 46: 1803-
1806, 2003.
WOTHERSPOON, G., WINTER, J. Bradykinin B
1
receptor is constitutively
expressed in the rat sensory nervous system. Neurosci. Lett., 294: 175-178,
2000.
WYBLE, C.W., HYNES, K.L., KUCHIBHOTLA, J., MARCUS, B.C., HALLAHAN,
D., GEWERTZ, B.L. TNF-α and IL-1 upregulate membrane-bound and soluble
E-selectin through a common pathway. J. Surg. Res., 73: 107-112, 1997.
XIE, P., BROWNING, D.D., HAY, N., MACKMAN, N., YE, R.D. Activation of NF-κB
by bradykinin through a Gα
q
- and Gβγ-dependent pathway that involves
phosphoinositide 3-kinase and Akt. J. Biol. Chem., 275: 24907-24914, 2000.
XIE, Q.W., WHISNANT, R., NATHAN, C. Promoter of the mouse gene encoding
calcium-independent nitric oxide synthase confers inducibility by interferon
gamma and bacterial lipopolysaccharide. J. Exp. Med., 177: 1779-1784, 1993.
XIE, Q.W., KASHIWABARA, Y., NATHAN, C. Role of transcription factor NF-
κB/Rel in induction of nitric oxide synthase. J. Biol. Chem., 269: 4705-4708,
1994.
YAMAMOTO, Y., GAYNOR, R.B. Role of the NF-κB pathway in the pathogenesis
of human disease states. Curr. Mol. Med., 1: 287-296, 2001.
YANAGA, F., HIRATA, M., KOGA, T. Evidence for coupling of bradykinin
receptors to a guanine-nucleotide binding protein to stimulate arachidonate
liberation in the osteoblast-like cell line, MC3T3-E1. Biochim. Biophys. Acta.,
1094: 139-146, 1991.
YANG, X., POLGAR, P. Genomic structure of the human bradykinin B
1
receptor
gene and preliminary characterization of its regulatory regions. Biochem.
Biophys. Res. Commun., 222: 18-725, 1996.
YANG, X., TAYLOR, L., POLGAR, P. Mechanisms in the transcription regulation
of bradykinin B
1
receptor gene expression. J. Biol. Chem., 273:10763-10770,
1998.
YAYAMA, K., NAGAOKA, M., TAKANO, M., OKAMOTO, H. Expression of
kininogen, kallikrein and kinin receptor genes by rat cardiomyocytes. Biochim.
Biophys. Acta, 1495: 69-77, 2000.
YI, A.K., YOON, J.G., HONG, S.C., REDFORD, T.W., KRIEG, A.M.
Lipopolysaccharide and CpG DNA synergize for tumor necrosis factor-α
production through activation of NF-κB. Int. Immunol., 13: 1391-1404, 2001.
YOSHIMURA, A., MORI, H., OHISHI, M., AKI, D., HANADA, T. Negative
regulation of cytokine signaling influences inflammation. Curr. Opin.
Immunol., 15: 704-708, 2003.
YOSHIMURA, T., MATSUSHIMA, K., OPPENHEIM, J.J., LEONARD, E.J.
Neutrophil chemotactic factor produced by lipopolysaccharide (LPS)-
stimulated human blood mononuclear leukocytes: partial characterization and
separation from interleukin-1 (IL-1). J. Immunol., 139: 788-793, 1987.
YUROCHKO, A.D., KOWALIK, T.F., HUONG, S.M., HUANG, E.S. Human
cytomegalovirus upregulates NF-κB activity by transactivating the NF-κB
p105/p50 and p65 promoters. J. Virol., 69: 5391-5400, 1995.
ZENTAY, Z., SHARAF, M., QADIR, M., DRAFTA, D., DAVIDSON, D. Mechanism
for dexamethasone inhibition of neutrophil migration upon exposure to
lipopolysaccharide in vitro: role of neutrophil interleukin-8 release. Pediatr.
Res., 46: 406-410, 1999.
ZHANG, Y., ADNER, M., CARDELL, L.O. Up-regulation of bradykinin receptors in
a murine in-vitro model of chronic airway inflammation. Eur. J. Pharmacol.,
489: 117-126, 2004.
ZHOU, W., JAVORS, M.A., OLSON, M.S. Impaired surface expression of PAF
receptors on human neutrophils is dependent upon cell activation. Arch.
Biochem. Biophys., 308: 439- 445, 1994.
ZHOU, X., PRADO, G.N., CHAI, M., YANG, X., TAYLOR, L., POLGAR, P.
Posttranscriptional destabilization of the bradykinin B
1
receptor messenger
RNA: cloning and functional characterization of the 3'-untranslated region.
Mol. Cell Biol. Res. Commun., 1: 29-35, 1999.
ZIMMERMANN, M. Ethical guidelines for investigations of experimental pain in
conscious animals. Pain, 16: 109-110, 1983.
ZOU, L., ATTUWAYBI, B., KONE, B.C. Effects of NF-κB inhibition on mesenteric
ischemia-reperfusion injury. Am. J. Physiol. Gastrointest. Liver Physiol.,
284: G713-G721, 2003.
ZUANY-AMORIM, C., HASTEWELL, J., WALKER, C. Toll-like receptors as
potential therapeutic targets for multiple diseases. Nat. Rev. Drug Discov., 1:
797-807, 2002.
ZUZACK, J.S., BURKARD, M.R., CUADRADO, D., GREER, R.A., SELIG, W.M.,
WHALLEY, E.T. Evidence of a bradykinin B
1
receptor in human ileum:
Pharmacological comparison to the rabbit aorta B
1
receptor. J. Pharmacol.
Exp. Ther., 277: 1337-1343, 1996.
ANEXO
Parte dos resultados da presente dissertação está publicada em:
PASSOS, G.F., FERNANDES, E.S., CAMPOS, M.M., ARAÚJO, J.G.,
PESQUERO, J.L., SOUZA, G.E., AVELLAR, M.C., TEIXEIRA, M.M.,
CALIXTO, J.B. Kinin B
1
receptor up-regulation after lipopolysaccharide
administration: role of proinflammatory cytokines and neutrophil influx. J.
Immunol., 172: 1839-1847, 2004.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo