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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA - DOUTORADO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO PRÓTESE DENTÁRIA
ELENARA BEATRIZ FONTANA
ESTUDO COMPARATIVO DOS NÍVEIS DE CINZA DE PINOS
INTRARRADICULARES DE FIBRA DE VIDRO, CARBONO E QUARTZO,
POR MEIO DE IMAGENS DIGITAIS
Porto Alegre
2005
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ELENARA BEATRIZ FONTANA
ESTUDO COMPARATIVO DOS NÍVEIS DE CINZA DE PINOS
INTRARRADICULARES DE FIBRA DE VIDRO, CARBONO E QUARTZO,
POR MEIO DE IMAGENS DIGITAIS
Tese apresentada como parte dos requisitos
para obtenção do título de Doutor em
Odontologia, concentração em Prótese
Dentária.
Orientadora: Profª. Drª. Nilza Pereira da Costa
Porto Alegre
2005
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AGRADEÇO A DEUS, PELA
OPORTUNIDADE DE, NOVAMENTE
AQUI ESTAR...
DEDICO ESTE TRABALHO
Aos meus pais, in memorium, Leonel e Ludovica e ao meu irmão José, que
com seu amor ensinaram-me a ver em toda noite escura uma estrela, para guiar e
iluminar os nossos passos.
Ao meu afilhado Sergio Henrique e minha irmã Sirlei, pelo apoio,
colaboração e paciência.
À Profª. Drª. Nilza Pereira da Costa, minha orientadora, pela paciência,
confiança, incentivo e amizade em todos os momentos.
À Profª. Drª. Elaine Bauer Veeck, pela colaboração, paciência e amizade.
MUITO OBRIGADA...
À Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, na pessoa do
Professor Marcos Túlio Mazzini Carvalho diretor do Curso de Odontologia, pela
oportunidade de cursar o Doutorado.
Ao Professor Raphael Onorino Carlos Loro in memorium pela acolhida nesta
Faculdade desde o meu Mestrado.
À Pontifícia Universidade Católica do Paraná, na pessoa do Professor Doutor
Monir Tacla, diretor do Curso de Odontologia pelo apoio na realização do curso de
Doutorado.
À Profª. Mestre e colega Maria Ivete Rockenback pela colaboração e
amizade.
Ao Prof. Dr. Ivori Dutra da Silveira e a Profª. Drª. Karen Cherubini pela
colaboração.
Aos docentes do curso de Doutorado em Odontologia pela amizade e
ensinamentos transmitidos.
Aos meus colegas de Doutorado em Odontologia da PUC-RS: Bahlis, Celso,
Marcos, Maccari, Walber, Suzuki, Álvaro, Antônio, Ézio, José Pedro, Ivori, Maria
Cecília, Masotti, Mota, Pires e Prietsch pelo companheirismo e convivência amiga
durante a realização de nosso curso.
Às minhas amigas pelo apoio, colaboração e confiança: Rosena Santos da
Rosa, Maria Helena de Sousa, Marina Ribas.
Aos meus colegas professores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná,
pelo apoio e colaboração.
Às funcionárias do Serviço de Radiologia da Faculdade de Odontologia da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, pela colaboração.
A todos os funcionários da Pós-graduação, por serem sempre prestativos,
amigos e atenciosos em todos os serviços.
Aos colegas e amigos que, apesar da distância, me ajudaram de forma direta
ou indireta para elaboração deste trabalho.
A Angelus Soluções em Odontologia, na pessoa da Drª. Lygia Madi Kranz,
pela doação de parte do material deste estudo.
A New Image do Brasil na pessoa da Drª. Katarine Martines pela doação de
parte do material deste estudo.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi comparar e correlacionar os níveis de cinza dos
pinos intrarradiculares, Reforpost Fibra de Carbono
®
(Angelus), Reforpost Fibra de
Vidro
®
(Angelus) com diâmetro de 1,5 mm e os pinos de quartzo Light Post
®
(Bisco)
com diâmetro de 2,18 mm (porção coronária) e 1,2 mm (porção apical), com as
dentinas radiculares adjacentes e com o conduto sem pino, utilizando os sistemas
digitais Digora
®
(Soredex) e DenOptix
®
(Gendex). A disposição das fibras e a
compactação da resina epóxi dos pinos não metálicos, foi avaliada por meio do
microscópio eletrônico de varredura (MEV) e sua composição química pela
espectroscopia por dispersão de energia (EDS). Foram selecionados vinte e dois
incisivos centrais superiores, tendo as coroas seccionadas no limite cervical e, os
condutos radiculares obturados pela técnica convencional. Os preparos dos
condutos foram realizados com as brocas preconizadas para cada tipo de pino.
Cada espécime foi radiografado com e sem os diferentes pinos no interior do
conduto radicular, usando as placas de fósforo foto-ativadas de cada sistema. As
imagens analógicas foram digitalizadas, sendo anotados o maior e o menor nível de
cinza do conduto radicular, com e sem os pinos e das dentinas adjacentes (mesial e
distal), por um único observador. Os valores médios dos níveis de cinza obtidos
foram submetidos ao teste estatístico t-Student, para um nível de significância de 1%
e ao teste Freedman. Verificou-se que, os valores médios de cinza dos pinos de
fibra de carbono foram inferiores aos dos pinos de fibra de quartzo e vidro e do
conduto sem pino, no sistema DenOptix
®
. No sistema Digora
®
, os pinos de carbono
tiveram os valores médios de cinza inferiores a dos pinos de fibra de quartzo e vidro,
mas superior ao conduto sem pino. As dentinas adjacentes tiveram valores médios
de cinza superiores aos do conduto com pinos de fibra de carbono, quartzo e do
conduto sem pino, no sistema digital Digora
®
. no DenOptix
®
os seus valores
foram superiores aos dos pinos de fibra de carbono e do conduto sem pino. Por
meio do EDS, observou-se a presença de carbono e oxigênio em todos os pinos e
nos pinos de quartzo e vidro foi constatado ainda, magnésio, silício, alumínio e
cálcio. Concluiu-se que, os pinos de fibra de carbono apresentaram imagem
radiográfica radiolúcida e, os de fibra de quartzo e vidro imagens radiopacas nos
dois sistemas, o que pode ser justificado pela composição química dos mesmos
observada no EDS e também, pela disposição das fibras e compactação de resina
epóxi observada no MEV. Concluiu-se também, que a presença dos pinos no interior
dos condutos radiculares interferiu nos níveis de cinza das dentinas adjacentes.
ABSTRACT
The study aimed at comparing and correlating gray levels in intraradicular post
Reforpost Fibra of Carbono
®
(Angelus), Reforpost Fibra of Vidro
®
(Angelus) with
diameter of 1,5 mm and the posts of quartz Light Post
®
(Bisco) with diameter of 2,18
mm (coronary portion) and 1,2 mm (portion apical) with adjacent radicular dentin with
the duct without post, using the Digora
®
(Soredex) and DenOptix
®
(Gendex) digital
systems. The disposition of the fibers and the compact of the epóxi resin of the posts
non metallic intraradiculars were evaluated by means of the microscopy scanning
electron (MEV) and its chemical composition for the spectroscopy for detector of rays
X (EDS). Twenty-two incisive central superiors were selected, tends the crowns
sectioned in the cervical limit and, the radiculars conduits obturated for the
conventional technique. The prepare it of the ducts it was performed with the drills
indication for each intraradicular post. The X-ray of each specimen was taken with
and without the different posts inside the radicular duct with the photo-activated
match plates of each system. The analogical images were digitalized, being written
down the largest and the smallest gray level in the center of the radicular duct with
and without the posts and of the dentins adjacent (mesial and distal) for only one
operator. The medium values of the obtained gray levels were submitted to the test
statistical t-Student for a statistical significance of 1% and to the Freedman test. It
was verified that the mean values of gray of the posts of fiber of carbon went inferior
to the posts of fiberglass of quartz and of the duct without post in the DenOptix
®
system. In the Digora
®
system the posts of carbon had the mean ones of inferior gray
to the posts of quartz and fiberglass, but superior value to the duct without post. By
means of EDS it was observed the presence carbon and oxygen in all the posts and,
even so in the posts of fiber of quartz and fiberglass was still verified, magnesium,
silicium, aluminum and calcium. The adjacent dentins had superior mean values to
the duct with posts of fiber of carbon, quartz and the duct without post in the Digora
®
digital system; already in DenOptix
®
its values went superior to the posts of fiber of
carbon and the duct without post. It is concluded that the posts of fiber of carbon
presented radiograph image radiolucent and that the posts of fiberglass and quartz
presented radiopaque image in the two systems, what can be justified by the
chemical composition of the posts observed in EDS and, also for the disposition of
the fibers and compact of epóxi resin observed in MEV. It was also concluded that
the presence of the posts inside the radiculars ducts interfered in the gray levels of
the adjacent dentins.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Técnica padronizada para realização das radiografias, conjunto
dente/pino e simulador de tecidos pronto para ser radiografado, (A:
Simulador de tecidos), (B: Placa óptica) ...........................................
57
Figura 2 Escâner e placas ópticas do sistema digital DenOptix
®
....................
57
Figura 3 Escâner e placas ópticas do sistema digital Digora
®
.........................
58
Figura 4 Leitura do nível de cinza do pino no interior do conduto radicular
na imagem digital após o processamento, no sistema digital
DenOptix
®
..........................................................................................
59
Figura 5 Leitura do nível da dentina radicular adjacente ao conduto
radicular na imagem digital após o processamento, no sistema
digital DenOptix
®
................................................................................
59
Figura 6 Fotografia do pino de fibra de carbono Reforpost
®
, visualizada no
MEV, apresentando a disposição das fibras e compactação da
resina ................................................................................................
67
Figura 7 Fotografia do pino de fibra de quartzo Light Post
®
, visualizada no
MEV, apresentando a disposição das fibras e compactação da
resina ................................................................................................
68
Figura 8 Fotografia do pino de fibra de vidro Reforpost
®
, visualizada no
MEV, apresentando a disposição das fibras e compactação da
resina ................................................................................................
69
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Valores médios dos níveis de cinza dos pinos não metálicos no
interior dos condutos e do conduto sem pino nos sistemas digitais
Digora
®
e DenOptix
®
. Porto Alegre, RS. 2005. ................................
64
Tabela 2 Composição química dos pinos não metálicos expressa em
porcentagem pelo EDS. Porto Alegre, RS 2005. .............................
66
Tabela 3 Valores médios dos níveis de cinza dos pinos não metálicos no
interior dos condutos e das dentinas radiculares adjacentes pelo
sistema digital Digora
®
. Porto Alegre, RS. 2005. .............................
70
Tabela 4
Valores médios dos níveis de cinza dos pinos não metálicos no
interior dos condutos e das dentinas radiculares adjacentes pelo
sistema digital DenOptix
®
. Porto Alegre, RS. 2005. .........................
72
Tabela 5 Valores médios dos níveis de cinza das dentinas radiculares
adjacentes aos condutos com e sem os pinos não metálicos, pelos
sistemas digitais Digora
®
e DenOptix
®
. Porto Alegre, RS. 2005. .....
76
Tabela 6 Resultados da análise de correlação entre os condutos com e sem
os pinos intrarradiculares não metálicos, nos sistemas digitais
Digora
®
e DenOptix
®
.
Porto Alegre, RS. 2005. .............................
77
Tabela 7 Resultados da análise de correlação entre as dentinas radiculares
adjacentes ao conduto, com e sem os pinos não metálicos nos
sistemas digitais Digora
®
e DenOptix
®
. Porto Alegre, RS. 2005. .....
78
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1
Comparação entre os pinos intrarradiculares não metálicos e o
conduto sem pino pelos sistemas digitais Digora
®
e DenOptix
®
. ....
65
Gráfico 2
Comparação entre os pinos não metálicos e a dentina radicular
adjacente no sistema digital Digora
®
. ..............................................
71
Gráfico 3
Comparação entre os pinos não metálicos e a dentina radicular
adjacente no sistema digital DenOptix
®
. .........................................
73
Gráfico 4
Comparação entre as dentinas radiculares adjacentes aos
condutos com e sem os pinos não metálicos, utilizando sistemas
digitais Digora
®
e DenOptix
®
. ..........................................................
76
LISTA DE HISTOGRAMAS
Histograma 1
Composição química dos pinos de fibra de carbono
Reforpost
®
, registrada pela espectroscopia por
dispersão de energia (EDS) no MEV. ............................
67
Histograma 2
Composição química dos pinos de fibra de quartzo
Light Post
®
, registrada pela espectroscopia por
dispersão de energia (EDS) no MEV. ............................
68
Histograma 3
Composição química dos pinos de fibra de vidro
Reforpost
®
, registrada pela espectroscopia por
dispersão de energia (EDS) no MEV. ............................
69
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................16
PROPOSIÇÃO......................................................................................20
REVISÃO DA LITERATURA ................................................................22
PINOS INTRARRADICULARES....................................................... 23
TRATAMENTO ENDODÔNTICO...................................................... 34
SISTEMAS DIGITAIS........................................................................ 36
SIMULADORES DE TECIDO............................................................ 48
METODOLOGIA ...................................................................................52
RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................61
CONCLUSÕES.....................................................................................79
REFERÊNCIAS.....................................................................................82
ANEXO .................................................................................................89
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
A descoberta dos raios X, pelo professor Wilhelm Conrad Röntgen em 1895,
citado por Leonardo (1998), contribuiu para melhorar as condições da odontologia
prática conservadora, pois a avaliação de estruturas perdidas, podem ser melhor
observadas pelas radiografias.
O tratamento odontológico conservador, preservando o elemento dentário foi,
sempre uma preocupação dos cirurgiões dentistas tornando-se evidente, a
necessidade de somente realizar-se o mínimo de desgaste nos dentes afetados por
cáries, fraturas e outros problemas que venham a exigir a sua restauração.
Pierre Fauchard, no século XVIII, citado por Shillingburg e Kessler (1991),
destacou-se por ter realizado uma das primeiras tentativas de promover a retenção
de restaurações coronárias, utilizando pinos de madeira que, a madeira ao ser
umedecida, dilatava-se e o pino ficava retido no interior do conduto, auxiliando a
retenção das restaurações coronárias.
INTRODUÇÃO
18
Clark, em 1849, citado por Prothero (1921) desenvolveu outro dispositivo
intrarradicular, que tinha como finalidade a retenção das restaurações coronárias e a
drenagem dos condutos radiculares, uma vez que estes possuíam tratamento
endodôntico deficiente ou não o possuíam. Anos após, Black (1869), desenvolveu
uma coroa com faceta de porcelana e rosca fixada no interior do canal, o qual era
preenchido por ouro em folha.
Duret e colaboradores (1990) relataram que os pinos intrarradiculares
deveriam apresentar forma semelhante ao volume dentinário perdido, propriedades
mecânicas similares à dentina, exigir o mínimo de desgaste da estrutura dental,
serem resistentes para suportar o impacto mastigatório e, apresentarem módulo de
elasticidade próximo ao da dentina.
Cavina e colaboradores (2000) relataram que vários pinos intrarradiculares de
material não metálico foram introduzidos no mercado odontológico, tendo vantagens
como resistência à fadiga e à corrosão, estabilidade e preservação da dentina
radicular, uma vez que sua fixação ao remanescente radicular ocorre por meio do
uso de agentes cimentantes associados a adesivos dentinários.
A fragilidade dos dentes tratados endodonticamente levou a classe
odontológica a buscar alternativas para reforçar a estrutura radicular remanescente
e aumentar a retenção das restaurações coronárias, preservando ao máximo as
estruturas ainda existentes.
INTRODUÇÃO
19
A visualização dos condutos radiculares é facilmente obtida por meio da
radiologia odontológica, hoje em franco desenvolvimento graças aos avanços
tecnológicos, podendo o cirurgião dentista utilizar os meios digitais associados às
radiografias odontológicas convencionais.
Os sistemas digitais possibilitam a obtenção de imagens de boa qualidade,
com a menor dose de radiação possível (citado por SYRIOPOULOS em 1999),
quando comparados com os filmes convencionais. A necessidade de processamento
químico, exigido para a visualização de imagens nos filmes convencionais, é um
fator superado quando se utilizam os sistemas digitais, pois a imagem radiografada
pode ser exibida logo após em um monitor.
Quase um século após a descoberta dos raios-X e, com os avanços
tecnológicos, a radiologia sofreu um grande impacto quando em 1987, o primeiro
sistema digital foi lançado no mercado, como alternativa para a radiografia
odontológica convencional. A partir daí, vários sistemas digitais foram
disponibilizados no mercado odontológico, como o Digora
®
(Soredex) em 1994 e o
DenOptix
®
(Gendex) em 1998 (SYRIOPOULOS e colaboradores, 1999).
Este trabalho visa pesquisar melhores condições para a visualização de pinos
não metálicos no interior de condutos radiculares, bem como identificá-los, de
acordo com o material componente, por meio de imagens radiográficas digitais,
avaliando antecipadamente a possibilidade de sua remoção por meios adequados,
não danificando a estrutura radicular.
PROPOSIÇÃO
PROPOSIÇÃO
Utilizando pinos intrarradiculares de fibra de vidro e carbono com 1,5 mm de
diâmetro e pinos de fibra de quartzo com 2,18 mm de diâmetro coronário e 1,2 mm
de diâmetro apical no interior do conduto radicular de incisivos centrais superiores,
por meio dos sistemas digitais DenOptix
®
(Gendex) e Digora
®
(Soredex), esta
pesquisa objetivou:
1. analisar e comparar os níveis de cinza dos pinos no interior dos condutos
radiculares;
2. comparar os níveis de cinza da dentina radicular com os pinos no interior dos
condutos;
3. comparar os níveis de cinza entre o conduto radicular sem pino e o conduto com
os diferentes pinos intrarradiculares;
4. correlacionar os níveis de cinza entre os sistemas digitais;
5. verificar os elementos químicos que compõem os pinos, por meio da microscopia
eletrônica de varredura.
REVISÃO DA LITERATURA
REVISÃO DA LITERATURA
PINOS INTRARRADICULARES
Spalten (1971) e Baum (1979) relataram ser vantajoso o uso de pinos pré-
fabricados, pois todos os procedimentos desde o tratamento endodôntico até o
preparo para coroa sobre o cleo coronário podem ser realizados em uma única
consulta.
Kurer (1992) estudaram a necessidade de usar ou não pinos intrarradiculares.
Eles concluíram que o cirurgião-dentista deve fazer um julgamento crítico quanto ao
remanescente de dentina coronária; se este remanescente for suficiente para reter
uma coroa sem fraturar a raiz e/ou a coroa não deveria ser utilizado pino
intrarradicular. Pois um pino intrarradicular, em sua opinião, não serve para
fortalecer a raiz e sim para reter uma coroa protética.
Goodacre e Spolnik (1994) ao realizarem uma revisão de literatura,
concluíram que o principal propósito para utilização de pino intrarradicular é a
REVISÃO DA LITERATURA
24
retenção de próteses definitivas. Salientam que este tipo de pino não reforça os
dentes tratados endodonticamente e que se existe uma quantidade substancial de
estrutura dentária não haverá necessidade do uso de pinos intrarradiculares.
Rovatti, Mason e Dallari (1998) relataram que o pino endodôntico é o meio
mais importante para a retenção de restaurações em dentes desvitalizados. Eles
propuseram uma nova classificação para os pinos, consistindo nos de primeira
geração (pinos ativos), de segunda geração (pinos metálicos passivos) e de terceira
geração (pinos não metálicos passivos). Afirmaram que, os pinos de fibra de
carbono, além de permitirem a associação com diferentes materiais, formam uma
estrutura única (dente-pino) capaz de absorver a carga mastigatória e distribuí-la
homogeneamente pela estrutura monobloco (pino-núcleo de preenchimento), que
age como amortecedor de choque. Salientaram ainda que, as tendências
conservadoras modernas e o crescente uso das coroas totalmente cerâmicas,
necessitando de um pino que não interfira no resultado estético estimulou o
desenvolvimento de pesquisas envolvendo três objetivos: 1- camuflagem dos pinos
metálicos; 2- pino-núcleo de preenchimento cerâmico e 3- pinos endodônticos de
materiais estéticos, pois o metal, até mesmo mascarado, prejudica a translucidez
necessária quando os dentes são restaurados com coroas totalmente cerâmicas.
Relataram ainda, que os pinos de dióxido de zircônio (cerâmicos) possuem
propriedades biomecânicas semelhantes aos pinos metálicos passivos, porém
consideravelmente mais rígidos o que pode ser vantajoso por reduzir o risco de
fratura da coroa cerâmica, mas a sua dureza apresenta como desvantagem maior
risco de fratura dos próprios pinos ou da raiz em uma porcentagem muito alta para
serem usados clinicamente. Mencionaram que o fabricante do Composipost
®
(Bisco)
REVISÃO DA LITERATURA
25
fez sua própria experimentação com pinos em que as fibras de carbono foram
parcial ou totalmente substituídas por fibras estéticas, resultando nos pinos Aestheti-
Post
®
e Aestheti-Plus
®
que possuem força de flexão inferior aos pinos
Composipost
®
, porém suficiente para as condições clínicas. Os autores, somando os
resultados de suas pesquisas com as do fabricante, afirmam que os pinos Aestheti-
Post
®
e Aestheti-Plus
®
possuem um módulo de elasticidade, que se não ótimo, é
mais favorável que qualquer pino metálico, permitindo a absorção e a transmissão
de cargas mastigatórias com o mínimo estresse.
Cantatore (1999) relatou que o tratamento endodôntico produz como
conseqüências: a perda de estrutura dentária, variações nas propriedades físicas e
alterações estéticas no dente. Considerando ser muito importante remover a menor
quantidade de tecido dentário afirmou que isto pode ser conseguido nos quatro
passos do tratamento endodôntico e restaurador: preparo do canal radicular; escolha
do pino endodôntico; preparo do espaço para o pino endodôntico e escolha do
material restaurador. Numerou as funções essenciais dos pinos endodônticos tais
como: aumentar a retenção do material restaurador à estrutura dentária
remanescente e distribuir as tensões uniformemente ao longo da raiz. Afirmou que a
forma ideal de um pino endodôntico deveria ser a tronco-cônica adaptando-se ao
formato obtido durante o preparo do canal, tendo a porção cervical forma cilíndrica
para unir-se aos materiais restauradores da coroa. Na opinião do autor o pino
endodôntico ideal deveria estar disponível em conicidades e diâmetros diferentes
para ser adaptado aos vários formatos de conduto. Deveria também combinar
qualidades estéticas com propriedades físicas e mecânicas semelhantes às da
dentina. Com relação à restauração de dentes tratados endodonticamente, o autor
REVISÃO DA LITERATURA
26
relatou que o material deveria satisfazer várias exigências como: estar facilmente
disponível, ser de fácil manipulação, possuir módulo de elasticidade semelhante ao
da dentina e aderir aos tecidos dentários.
Brito, Braz e Conceição (2000) relataram que os pinos de fibra de vidro
possuem características físicas e mecânicas mais próximas às da estrutura dental
do que os pinos metálicos. Sendo adesivos formam um corpo único com a estrutura
dental remanescente, resistindo assim aos impactos mastigatórios sem se deslocar
ou provocar o efeito de cunha e uma possível fratura radicular. Ressaltaram no
artigo, que os pinos de fibra de vidro permitem conservar a estrutura dentária sadia,
sendo passíveis de ajuste quanto ao tamanho e formato do conduto e, que por
serem estéticos são uma excelente alternativa para a restauração de dentes
anteriores.
Jiménez e Arbor (2001) relataram a existência de novos tipos de pinos
endodônticos classificados de acordo com a fabricação, o tipo de fibra e a
disposição das fibras na matriz de resina. Os novos pinos pré-fabricados de fibra de
carbono e de fibra de vidro são projetados com dimensões e diâmetros específicos.
Os autores citam que os pinos de resina reforçada por fibras de carbono C-Post
®
(Bisco) foram o primeiro sistema de pinos pré-fabricados com resinas reforçadas e
possuíam cor escura. Posteriormente, vieram as versões mais estéticas: Aestheti-
Post
®
, Aestheti-Plus
®
e Light Post
®
, todos da Bisco, sendo os primeiros brancos, e o
último, transparente e capaz de transmitir luz. Apresentaram, ainda, o sistema de
pinos Fibrekor Post
®
(Jeneric/Pentron), fabricados com fibras de vidro longitudinais,
lisos, cônicos e capazes de transmitir a luz. As autoras salientaram que os novos
REVISÃO DA LITERATURA
27
sistemas de pinos endodônticos reforçados por fibras, ou de quarta geração,
representam uma alternativa viável quando a colocação de um pino endodôntico
estético é obrigatória e que estes diminuem a possibilidade de provocar fratura
radicular, se o dente necessitar de repetição do tratamento endodôntico. Concluíram
que, embora exista pouca evidência científica sobre as propriedades físicas destes
pinos, as características relatadas na literatura são consideradas melhores quando
comparadas com os sistemas convencionais de pinos metálicos. Destacaram ainda
que, apesar das vantagens atrativas, esta nova geração de pinos endodônticos
necessitará ser pesquisada cientificamente, pois até aquele momento não existiam
estudos longitudinais, demonstrando a efetividade dos mesmos.
Ruschel (2001) mensurou a densidade óptica de pinos pré-fabricados número
1 de fibra de carbono C-Post
®
(Bisco), no interior de condutos radiculares e das
dentinas mesial e distal de vinte e dois incisivos centrais superiores tratados
endodonticamente, no programa Digora
®
e no sistema digital DenScan DentView
®
. A
pesquisa usou o filme UltraSpeed
®
(Kodak) número 2 e, como simulador de tecidos,
cera utilidade com 1 centímetro de espessura. Após as tomadas radiográficas e
processamento, as radiografias foram digitalizadas em cada sistema para análise
dos níveis de cinza. O autor concluiu que os pinos no interior dos condutos
radiculares apresentaram valores médios de cinza menores no programa Digora
®
do
que os verificados no sistema digital DentScan DentView
®
. As dentinas mesial e
distal apresentaram valores médios de nível de cinza menores do que os pinos em
todas as leituras. Utilizando o teste de correlação de Pearson, verificou correlação
significativa entre os valores do conduto com pino, dentina mesial e distal no
programa Digora
®
e no sistema digital DentScan DentView
®
.
REVISÃO DA LITERATURA
28
Fontana (2001) comparou e correlacionou os níveis de cinza dos pinos
intrarradiculares de fibra de vidro Fibrekor Post
®
(Jeneric/Pentron) de 1,5 mm de
diâmetro com a dentina radicular mesial e distal, por meio do programa Digora
®
(Soredex) e do sistema digital DentScan DentView
®
(Apica), colocados no interior de
condutos de vinte e dois incisivos centrais superiores, obturados endodonticamente
pela técnica convencional. Realizou três seqüências radiográficas com filme número
2 UltraSpeed
®
(Kodak), dos pinos no interior do conduto e das dentinas mesial e
distal, com técnica padronizada. As radiografias obtidas foram digitalizadas e
analisadas no programa Digora
®
e no sistema digital DentScan DentView
®
por um
único operador. Os valores dos níveis de cinza obtidos foram submetidos ao teste
estatístico t-Student para uma probabilidade de erro de 5%. Verificou que os valores
médios dos níveis de cinza dos pinos no interior dos condutos foram: 146,71 no
programa Digora
®
e 199,50 no sistema digital DentScan DentView
®
e que estes
valores foram superiores aos da dentina radicular mesial e distal tanto no programa
Digora
®
(133,14 em mesial e 135,41 em distal) quanto no sistema digital DentScan
DentView
®
(176,56 em mesial e 172,70 em distal). Os valores médios dos níveis de
cinza obtidos no programa Digora
®
apresentaram um coeficiente de correlação
positiva em relação ao sistema digital DentScan DentView
®
. Concluiu que os pinos
de fibra de vidro Fibrekor Post
®
(Jeneric/Pentron) com 1,5 mm de diâmetro
apresentaram uma imagem radiopaca no interior dos condutos radiculares dos
incisivos centrais superiores.
Finger, Ahlstrand e Fritz (2002) realizaram um estudo para determinar a
radiopacidade de sete pinos de resina reforçados por fibras, com e sem cimento
REVISÃO DA LITERATURA
29
resinoso, no interior de raízes de caninos humanos, por meio de análise
densitométrica radiológica. Utilizaram um pino de titânio como referência (1) e 7
marcas comerciais de pinos de fibra: (2) AesthetiPlus/RTD
®
, (3) Fibrekor
®
/Jeneric
Pentron, (4) Light-Post/RTD
®
, (5) LightPost
®
/Dentatus, (6) Mirafit
®
/Hager & Werken,
(7) Snowlight
®
/Carbotech, (8) Snowpost/Carbotech. Realizaram radiografias
padronizadas dos pinos, dos pinos na raiz de caninos antes e após a cimentação
com Panavia 21 EX
®
. A densitometria utilizou um penetrômetro. Como simulador de
tecidos utilizou 10 mm de Plexiglass. As densidades ópticas foram registradas em
milímetros equivalentes ao alumínio. Dezesseis radiografias, (2 para cada pino),
foram apresentadas em ordem aleatória a 20 dentistas, para serem ordenadas por
pontuação de aceitabilidade clínica, em ordem decrescente de radiopacidade: (1)
adequado, (2) aceitável, (3) não aceitável, (4) nenhuma radiopacidade, (5) pinos
visíveis na radiografia. Concluíram que a radiodensidade dos pinos foi
estatisticamente diferente. Para as radiografias dos pinos isolados e cimentados,
registraram que as radiografias foram ordenadas em ordem crescente de
radiopacidade, respectivamente: 1>7,8>3>2 4,5>6 e 1>7,8>3, 5, 2,6>6,4. As
pontuações de radiopacidade registrada pelos dentistas foram de: 1>7, 8>3>5,
6>4>2, e para a aceitabilidade clínica: 1>7, 8>3>2,4,5,6. O pino (3) Fibrekor Post
®
foi
avaliado como aceitável e, os pinos (2) Aestheti Plus
®
, (4) Light-Post
®
/RTD, (5) Light
Post
®
/Dentatus e (6) Mirafit
®
foram caracterizados como não aceitáveis e não
radiopacos. Como relevância clínica, os autores relataram que a radiopacidade dos
sete pinos de resina reforçados por fibras, foram considerados abaixo do pino de
titânio (referência) e, que do ponto de vista clínico, os pinos Snowlight
®
,
Snowpost
®
e Fibrekor
®
foram considerados aceitavelmente radiopacos, podendo ser
identificados inequivocamente em radiografias dentais.
REVISÃO DA LITERATURA
30
Monticelli, Grandini, Goracci e Ferrari (2003) realizaram um estudo
prospectivo para avaliar o desempenho clínico dos pinos translúcidos Aestheti Plus
®
,
DT Post
®
e FRC
®
, por um período de dois anos. Foram selecionados 225 pacientes
com um pré-molar necessitando de tratamento endodôntico e restauração com pino
de fibra e coroa de porcelana. A amostra foi dividida aleatoriamente em três grupos
de 75 pacientes cada. O mesmo tipo de pino foi usado em todos os pacientes de um
mesmo grupo: grupo 1 = Aestheti Plus
®
; grupo 2 = DT
®
Post; grupo 3 = FRC Post
®
.
Para a fixação do pino, foi aplicado nas raízes do grupo 1 e 2, adesivo
fotopolimerizável (One-Step) e cimento resinoso de cura dual (Duo-Link), no grupo 3
foram usados materiais autopolimerizáveis. (Excite DSC como adesivo e MultiLink,
como cimento resinoso). Após a fixação dos pinos os pacientes foram chamados
para serem avaliados em 6, 12 e 24 meses. A avaliação consistiu de exame clínico e
radiográfico. Alguns pacientes foram acompanhados a cada 30 dias. A análise
estatística utilizada foi a taxa de vida atuarial e a curva de sobrevivência Mantel-
Haenszel, para um intervalo de confiança de 95%. Obtiveram os seguintes
resultados: 3,5% de desunião do pino; 2,7% de recidiva da lesão periapical. Os
autores concluíram que não houve diferença estatisticamente significativa na taxa de
sucesso dos pinos utilizados e, sugeriram que todos são igualmente eficientes para
uso clínico.
Couto e colaboradores (2004) analisaram os níveis de cinza de pinos
intrarradiculares de quartzo em radiografias convencionais digitalizadas no programa
digital Digora
®
(Soderex). Utilizaram 22 incisivos centrais superiores que tiveram
suas coroas seccionadas, seus canais radiculares tratados endodonticamente e
preparados para a colocação dos pinos pré-fabricados Light-Post DT
®
. Foram
REVISÃO DA LITERATURA
31
realizadas três incidências radiográficas para cada espécime, com os pinos no
interior dos condutos radiculares. O tempo de exposição foi de 0,43 segundos para o
filme InSight
®
e 0,9 segundos para o filme UltraSpeed
®
e as imagens foram
digitalizadas para posterior leitura no programa Digora
®
(Soderex). Os autores
concluíram por meio do teste estatístico de comparação de dias pareadas t-
Student que, não houve diferença estatisticamente significante nos níveis de cinza
entre as dentinas mesial e distal para os dois filmes e que o pino apresentou níveis
de cinza superiores aos da dentina adjacente. Concluíram ainda que, a densidade
óptica do pino e da dentina foi inferior no filme InSight
®
em relação a do filme
UltraSpeed
®
.
Schwartz e Robbins (2004) realizaram uma revisão da literatura sobre a
restauração de dentes tratados endodonticamente, enfatizando à escolha de pinos
pré-fabricados. Ressaltaram ser um assunto muito estudado, porém ainda
controverso. Os autores classificaram os pinos em: ativos ou passivos; paralelos ou
cônicos e de acordo com sua composição. Mencionam que a maioria das ligas de
titânio usadas em pinos tem uma radiodensidade semelhante a da guta percha e a
do material selador, sendo, às vezes difíceis de reconhecer em radiografias. Já, a
maioria dos pinos de fibra são relativamente radiolúcidos, com imagem radiográfica
diferente da dos pinos tradicionais. Consideraram a remoção dos pinos de zircônio e
de cerâmica muito difícil para o re-tratamento endodôntico, pois podem fraturar.
Afirmaram ainda ser impossível desgastar todo o pino de zircônio contido no interior
de condutos radiculares. Por estas razões, os autores acreditam que os pinos
cerâmicos e de zircônio não deveriam ser usados clinicamente. Concluíram que os
princípios básicos para o sucesso dos dentes tratados endodonticamente são: evitar
REVISÃO DA LITERATURA
32
a contaminação bacteriana do canal radicular, prover a cobertura das cúspides dos
dentes posteriores, preservarem a estrutura radicular e coronária do dente, usar
pinos com resistência adequada e pequenos diâmetros, utilizar pinos de
comprimento adequado para a retenção, maximizar a forma de resistência inclusive
usando um reforço adequado e utilizar pinos que possam ser removidos.
A empresa Angelus [2005], fabricante dos pinos Reforpost Fibras de Vidro
®
descreveram que os mesmos são compostos por 70% de fibras de vidro
longitudinais e 30% de resina epóxi, possuindo alta resistência flexural e, quando
associados às técnicas de cimentação adesiva, permitem uma menor remoção da
estrutura dental, diminuindo o risco de fratura radicular. Por possuir três diâmetros
(1,1mm, 1,3mm e 1,5mm) atendem as necessidades para canais amplos, médios ou
pequenos. De acordo com o fabricante, os pinos de fibra de vidro apresentam
excelente estética, pois a presença das fibras vítreas permite a transmissão de luz.
Possuem módulo de flexão de 856,9 MPa e deformação máxima de 5,1%. O formato
paralelo com ápice cônico distribui uniformemente as tensões das cargas
mastigatórias ao longo da raiz que, somado ao seu módulo de elasticidade muito
próximo ao da dentina, causa menor estresse na raiz e menor risco de fratura
radicular.
A empresa Angelus [2005], fabricante dos pinos Reforpost Fibra de
Carbono
®
descreveu serem estes pinos compostos por 62% de fibras de carbono
dispostas longitudinalmente e 38% de resina epóxi. O formato predominantemente
paralelo asseguraria maior retentividade ao preparo radicular e os 3,0 milímetros
REVISÃO DA LITERATURA
* GPa: Giga Pascal
33
finais de uma das extremidades, apresentaria conicidade, permitindo menor
desgaste nas paredes do canal próximo ao ápice. O comprimento dos pinos é de 20
milimetros, sendo 17 milímetros de sua extensão com o mesmo diâmetro e cônicos
nos 3,0 milímetros apicais. Ressalta o fabricante que o dulo de elasticidade das
fibras de carbono é próximo ao da dentina, o que permite um acompanhamento de
possíveis deformações da estrutura dentária, particularmente da porção radicular,
diminuindo a possibilidade de fratura da mesma. São apresentados em três
diâmetros: 1,1 mm; 1,3
mm e 1,5 mm e todos possuindo 0,7 mm de diâmetro na
região apical.
Bisco [2005] fabricante dos pinos intrarradiculares Light Post
®
descreve que
os pinos são compostos por 40% de fibras de quartzo longas unidirecionais pré-
tensionadas embutidas em uma matriz de resina epóxi (60%). Foram classificados
como passivos, possuindo formato cilíndrico divididos em duas porções, ou seja,
porção coronária com diâmetro maior e apical com menor diâmetro. O fabricante
afirmou que, este desenho permitiria menor desgaste da estrutura dentária e daria
aos pinos de fibras de quartzo um módulo de elasticidade muito próximo ao da
dentina, dissipando a tensão em vez de transferi-la e / ou concentrá-la na estrutura
radicular remanescente, como ocorre com os pinos metálicos pré-fabricados. Por
serem translúcidos, os pinos de fibra de quartzo permitiriam a sua fixação com
cimentos adesivos fotopolimerizáveis e de cura dual.
Propriedades mecânicas dos Pinos Light Post
®
:
Resistência à tensão (GPa*)..............................2200
Resistência à flexão (GPa*)...............................1600
Módulo de flexão (GPa*)........................................44
Módulo de elasticidade (GPa*)...............................15
REVISÃO DA LITERATURA
34
Apresentação dos pinos Light Post
®
: Comprimento 20 mm.
a) Pino nº. 1 com diâmetro coronário de 1,5 mm e, 0,9 mm de diâmetro radicular,
indicado para:
incisivo inferior;
canal mesial e distal de molar superior;
pré-molar superior e inferior;
canal mesial e vestibular de molar inferior;
b) Pino nº. 2 com diâmetro coronário de 1,8 mm e 1,0 mm de diâmetro radicular,
indicado para:
incisivo lateral superior;
canal distal de molar inferior;
canal palatino de molar superior;
canino inferior.
c) Pino nº. 3 com diâmetro coronário de 2,18 mm e 1,2 mm de diâmetro radicular,
indicado para:
incisivo central e canino superior;
canal palatino de molar superior;
canal distal de molar inferior;
canal grande e largo.
TRATAMENTO ENDODÔNTICO
Waliszewski e Sabala (1978) consideraram que clinicamente 4 a 5 mm de
material de obturação endodôntica devem permanecer no conduto radicular, para
preservar a integridade do tratamento endodôntico e que uma remoção maior pode
comprometer o selamento endodôntico apical, por deslocamento do material
obturador ou por expor canais adicionais, que prevalecem na região do ápice
radicular.
REVISÃO DA LITERATURA
35
Mattison e colaboradores (1984) analisaram quantitativamente o
extravasamento do material endodôntico na região apical dos condutos radiculares,
em dentes com diferentes níveis de guta percha remanescente no interior dos
condutos radiculares após o preparo para receber um pino intrarradicular. Os
autores concluíram que pelo menos 5 milímetros de guta percha devem permanecer
para um selamento apical adequado.
Shillingburg e Kessler (1991) afirmaram que, na medida em que se aproxima
do ápice radicular, aumenta a possibilidade de deslocamento do material obturador,
ocorrendo à possibilidade de que um canal acessório não preenchido ou, um canal
lateral não localizado possa causar infecção aos tecidos periapicais. Por isso a
distância ideal, entre o pino e o ápice radicular é de 4,0 mm, aumentando esta
distância na medida em que se têm canais mais longos.
Burgess e Xu (1999) relataram que a seleção do pino intrarradicular depende
de fatores que influenciam sua retenção e resistência, devendo ser consideradas as
variáveis: tamanho do dente, espessura de dentina remanescente, formato,
comprimento, diâmetro e rugosidade superficial do pino intrarradicular e o preparo
do conduto radicular. O comprimento do pino intrarradicular deveria ser, no mínimo,
igual ao da coroa, mantendo-se pelo menos 5 mm de material obturador
endodôntico na porção apical do conduto, para preservar o selamento apical. O
ideal, de acordo com os autores, seria manter-se 7 a 11 mm de material endodôntico
na região do ápice radicular. O diâmetro do pino deveria ser igual ao do preparo
endodôntico original, o mais fino possível, porém mantendo a sua rigidez.
REVISÃO DA LITERATURA
36
SISTEMAS DIGITAIS
Mouyen e colaboradores (1989) apresentaram e avaliaram o sistema digital
Radio VisioGraphy
®
(RVG; Trophy Radiologie, Vincenns, France) como um detector
de radiação mais sensível que os filmes convencionais, com as imagens das
radiografias aparecendo simultaneamente a exposição. A denominação de RVG é
baseada nos três componentes do aparelho: “Radio” consistindo no gerador de
raios-X conectado a um microprocessador de tempo de alta precisão, ao qual é
adaptado um sensor anatômico de área de 442 mm
2
acoplado ao sistema e que, por
sua vez está conectado a uma fibra óptica; “Visio” como sendo a unidade de
armazenamento com entrada de sinais durante a exposição, os quais são
visualizados em um monitor de 24 MHz; “Graphy” consistindo no armazenamento de
um conjunto de unidades digitais, que podem estar conectadas a diversos vídeos.
Os autores realizaram, também, estudo comparativo entre as propriedades físicas
de uma radiografia convencional com filmes periapicais de sensibilidade D (Kodak)
e, o processamento direto do sistema de imagens “RVG” e concluíram que o sistema
“RVG” é capaz de produzir imagens radiográficas imediatamente após a exposição
com uma dose baixa de radiação em relação à necessária para sensibilizar um filme
radiográfico convencional.
Van der Stelt (1992) relatou que o processo de radiodiagnóstico em imagens
digitalizadas é complexo e envolve uma integração de conhecimentos, que vão
desde as características de imagem de diferentes níveis e outras atividades mais
REVISÃO DA LITERATURA
37
abstratas, envolvendo informações sobre densidade para áreas de baixos e altos
níveis, como a noção de resolução espacial na terceira dimensão de um objeto.
Concluiu que os sistemas digitais podem ser utilizados para facilitar a obtenção de
informação de radiografias com vistas ao diagnóstico.
Hedrick e colaboradores (1994) descreveram o Digora
®
(Soredex) como um
aparelho radiovisiográfico, composto basicamente de placas ópticas e de um leitor
óptico onde, logo após a exposição aos raios X, a placa é colocada, no leitor do
sistema digital Digora
®
(Soredex), sendo a imagem exibida na tela do computador. A
quantidade de radiação utilizada é menor e está relacionada diretamente ao tempo
de exposição, sendo que com um tempo de 0,06 segundos tem-se uma imagem de
alto valor diagnóstico.
A empresa Soredex, Orion Corporation, [1995] descreveu o Digora
®
como um
sistema digital em que o tempo de exposição necessário para obtenção das imagens
é reduzido em relação ao empregado para os filmes convencionais. O programa
possui várias ferramentas tais como: inversão de tonalidades de cinza, magnificação
(máximo de dezesseis vezes), imagem tridimensional, alteração do brilho, contraste
e freqüência, o que permite a manipulação da imagem melhorando sua visualização.
Após a exposição, às placas deveriam ser protegidas da luz visível para evitar sua
sensibilização e de acordo com o fabricante as placas não deveriam ficar seladas
por mais de três meses e, que o tempo de leitura das imagens é de 25 segundos
para as placas maiores, e 15 segundos para as menores. O programa possui uma
latitude alta o que evita a ocorrência de sub ou superexposição. A imagem é lida por
um escâner devidamente calibrado para assegurar que toda imagem possua uma
REVISÃO DA LITERATURA
38
correta escala de cinza e brilho. O sistema opera de forma direta, quando utiliza
placas de fósforo foto-ativadas, substituindo o filme radiográfico convencional e,
indireta, quando a leitura é realizada a partir de filmes convencionais, por meio de
um escâner.
Borg e Gröndahl (1996) realizaram um estudo para testar a qualidade da
visibilidade, pelo sistema de armazenamento de placas de fósforo foto-estimuladas
Digora
®
, de limas endodônticas tipo Hedströn número 15 no interior do canal de
dentes inferiores, variando a distância até o ápice radicular. Os dentes utilizados
foram colocados em cinco diferentes regiões de uma mandíbula seca. Um cilindro de
polimetil metacrilato com 2 centímetros de diâmetro cheio de água foi usado como
simulador de tecidos. Foram realizadas 7 exposições cronometradas entre 16 ms e
1000 ms em um aparelho de raios X com regime elétrico de 60 kVp e 7 mA, e
distância de 30 centímetros. Todas as imagens foram avaliadas por 8 observadores
em um monitor. As distâncias avaliadas foram entre a lima no canal e a linha de
referência e entre esta e o ápice radicular. Observaram que não houve diferença
estatisticamente significativa para as distâncias entre a lima no interior do canal e
entre esta e o ápice radicular quando foi utilizada a menor exposição em relação à
segunda exposição mais baixa. Porém houve diferença estatisticamente
significativa, quando as distâncias comparadas entre a menor exposição e as cinco
mais altas exposições. As medidas da segunda exposição mais baixa não foram
significativamente diferentes das obtidas com as cinco exposições mais altas. Todos
os observadores deram valores maiores para as exposições baixas. Foi calculada a
média das distâncias observadas entre a lima no canal e a linha de referência e
entre esta e o ápice radicular, não apresentando diferença estatisticamente
REVISÃO DA LITERATURA
39
significativa entre as diferentes exposições. Os autores concluíram que o sistema de
armazenamento de placas de fósforo foto-estimulado Digora
®
fornece medidas
endodônticas fidedignas e iguais às dos sistemas que utilizam filmes convencionais,
mesmo com baixas exposições.
Sarmento e Rubira (1998) relacionaram achados radiográficos com o
diagnóstico clínico do comportamento pulpar. Analisaram as imagens do periápice
de 460 radiografias, por meio do sistema digital indireto DentScan DentView
®
(Apica). O programa utilizado permitiu variar os tons de cinza, magnificar as imagens
e, inserir cores cujas nuanças representaram as diferentes densidades a serem
estudadas. Concluíram ser este um recurso importante na interpretação das
imagens para o diagnóstico de lesões em endodontia.
A empresa Gendex [1998] colocou no mercado o sistema digital DenOptix
®
que possibilita a aquisição de imagens intra e extrabucais, com alta qualidade
diagnóstica e baixas doses de radiação. O tempo de exposição é 20% menor do que
o utilizado para os filmes convencionais do tipo D. O sistema é baseado em placas
de fósforo foto-estimulado com espessura, tamanho e flexibilidade semelhantes aos
filmes odontológicos convencionais intra e extrabucais, sendo isto uma vantagem
em relação aos outros sistemas digitais. As placas intrabucais apresentam tamanhos
0, 1, 2, 3 e 4 destinados à realização das radiografias periapicais, interproximais e
oclusais. As placas extrabucais apresentam dimensões de 15 x 30 cm, 12 x 30 cm e
18 x 24 cm e são utilizadas dentro do portas-chassi, o que viabiliza seu uso em
qualquer aparelho, para aquisição de radiografias extrabucais. As placas de fósforo
para radiografias intrabucais são protegidas com um envelope selado descartável, a
REVISÃO DA LITERATURA
40
fim de evitar a contaminação cruzada, sensibilização do sensor pela luz direta e
contato com material tóxico. Após a exposição, as placas são lidas em um escâner a
laser, que transfere as imagens para o computador. O escâner pode ler desde uma
até rias placas simultaneamente e quanto maior o número de placas, maior o
tempo exigido para a leitura da imagem. Para que possam ser reutilizadas, as placas
devem ser expostas diretamente a uma fonte de luz intensa, como o negatoscópio,
pelo período mínimo de dois minutos. A resolução espacial é de 600, 300 ou 150 dpi
para as imagens intrabucais e de 300 ou 150 dpi para as extrabucais. O tempo de
leitura da imagem depende da resolução espacial empregada, ou seja, quanto maior
a resolução, maior o tempo para leitura. O sistema DenOptix
®
possui um programa
denominado VixWin
®
utilizado para o armazenamento e leitura das imagens. Além
de apresentar várias ferramentas de tratamento e análise matemática, esse
programa permite que as imagens sejam exportadas para outros programas sob
diferentes formatos, que é compatível com os sistemas de informática disponíveis
no mercado.
Vale, Bramante e Bramante realizaram um trabalho em 1998 (a) para avaliar
as angulações de raízes curvas, mésio-vestibular de molares superiores e mesial de
molares inferiores, obtidas pelo sistema digital Digora
®
, com a placa óptica
posicionada com seu comprimento paralelo ao longo eixo do dente e com sua
largura paralela ao respectivo eixo. Foram utilizados 10 molares superiores e 10
inferiores. O aparelho de raios-X foi Siemens, com regime elétrico de 70 kVp e 10
mA; tempo de exposição foi 0,08 segundos e a distância focal 20 centímetros. As
curvaturas foram calculadas através dos recursos do Digora
®
(padrão, negativo e
alto relevo). Os resultados mostraram que, para a placa óptica do Digora
®
REVISÃO DA LITERATURA
41
posicionada com sua largura paralela ao longo eixo dentário, a média do ângulo de
curvatura das raízes mésio-vestibulares dos molares superiores, e mesial dos
molares inferiores sofreu redução de 2,5% e 5,9% respectivamente, em relação à
obtida com a placa óptica posicionada com seu comprimento paralelo ao longo eixo
dentário, não sendo esta diferença estatisticamente significativa. Os autores
concluíram que o posicionamento da placa óptica em relação ao eixo dentário não
influenciou a determinação do ângulo de curvatura das raízes mésio-vestibulares de
molares superiores e de raízes mesiais de molares inferiores, com o sistema digital
Digora
®
devidamente calibrado.
Vale, Bramante e Bramante verificaram em 1998 (b) o fator de distorção da
placa óptica do Digora
®
(Soredex) na determinação do comprimento de dentes com
distância focal de 20 centímetros. Utilizaram sessenta dentes humanos extraídos por
indicações clínicas variadas, sendo a amostra constituída de 50 dentes divididos em
quatro grupos: incisivos superiores, incisivos inferiores, pré-molares inferiores,
molares superiores e dez molares inferiores. A odontometria foi realizada com um
paquímetro para determinar o comprimento real de cada dente e o seu comprimento
na imagem digital foi determinado com recursos do sistema de imagem digital
Digora
®
(Soredex). Os resultados obtidos determinaram que não houve diferença
estatisticamente significativa (ANOVA e Tukey-Kramer), entre a medida real e a
digital. Os autores concluíram que a distorção dia constatada com o sistema
Digora
®
(Soredex) foi de 3,51%, sendo as medidas mais próximas das medidas
reais. As imagens em terceira dimensão apresentaram valores mais precisos com
uma distorção de 3,11%. Ressaltaram que, as raízes mésio-vestibulares e disto-
vestibulares dos molares superiores apresentaram maior distorção.
REVISÃO DA LITERATURA
42
Bustamante, Veeck e Costa (1998) investigaram a validade dos sistemas de
radiografias digitais: Digora
®
(método direto) e DentScan DentView
®
(método
indireto) quanto à influência do implante metálico de titânio, da densidade óptica na
região justaposta a ele. Utilizaram cinco regiões (molares direitos e esquerdos, pré-
molares direitos e esquerdos e da região anterior) de oito mandíbulas secas
desdentadas. Como simulador de tecido ósseo usaram blocos de acrílico com 35
milímetros de comprimento e 30 milímetros de largura variando a espessura (15, 25
e 40 milímetros). Para o sistema indireto usou filme UltraSpeed
®
da Kodak e para o
sistema direto usaram as placas ópticas. As leituras foram realizadas: no centro do
corpo de prova, em ambos os lados do implante (região periimplantar), e nas duas
regiões eqüidistantes das margens laterais dos corpos de prova. Foram realizadas 7
leituras de cada região. Observaram que houve diferença estatisticamente
significativa entre os valores médios de densidade óptica do implante e a região
periimplantar no sistema digital DenScan DentView
®
, o mesmo não ocorrendo no
sistema digital Digora
®
. Por meio dos testes estatísticos de Tukey e t-Student
concluiram que o sistema DenScan DentView
®
foi mais sensível às variações de
densidade óptica que sistema Digora
®
e que o metal dos implantes influenciou os
valores de densidade óptica da área justaposta (periimplantar).
Ferreira e colaboradores (1999) realizaram uma pesquisa utilizando o sistema
digital Digora
®
, para avaliar a radiopacidade de cinco cimentos endodônticos. Foram
confeccionados dez corpos de prova de 1,5 milímetros de espessura e 5 milímetros
de diâmetro, contendo cimento endodôntico com e sem guta percha. Dois corpos
possuíam somente guta percha aquecida como grupo-controle e três fragmentos de
dentina. A análise dos fragmentos da dentina serviu de parâmetro para os resultados
REVISÃO DA LITERATURA
43
obtidos com os cimentos e guta-percha. Os cimentos utilizados Vidrion, N-Rickert,
Sealer 26, Endomethasone e Sealapex, foram radiografados utilizando o sensor do
Digora
®
em 3 aparelhos de raios-X: Dabi Atlante 50 kVp e 4 mA, Siemens 60 kVp e 3
mA e Dabi 70 kVp e 2 mA com distância focal de 40 centímetros. As placas de
imagem foram escaneadas e as leituras realizadas por meio do software 5.1 do
sistema digital Digora
®
, determinando a radiopacidade das áreas padronizadas (44,5
x 44,5 pixels), a média e o desvio-padrão da densidade radiográfica (níveis de
cinza). Os cimentos mais radiopacos foram, em ordem decrescente, Vidrion, N-
Rickert, Sealer 26, Endomethasone e Sealapex. Nos cimentos Sealer 26,
Endomethasone e Sealapex a adição de guta-percha aumentou a radiopacidade em
torno de 12%, enquanto nos outros dois houve diminuição (em torno de 4%). Os
autores concluíram que a densidade radiográfica com 50 kVp foi mais alta, que com
60 kVp e 70 kVp devido à menor definição dos níveis de cinza em quilovoltagens
mais baixas. E que a utilização do sistema digital Digora
®
na avaliação da
radiopacidade é segura, rápida e de fácil execução.
Borg, Attaelmanan e Gröndahl (2000) avaliaram e compararam o
desempenho físico dos sistemas digitais Digora
®
e DenOptix
®
. Os sistemas de
armazenamento de imagens por meio de placas de fósforo foram testados com e
sem a calibração física e psicofísica dos mesmos. Os autores utilizaram um bloco de
alumínio com espessura homogênea de 10 milímetros e outro possuindo cavidades
com diâmetros e profundidades diferentes. As placas de imagem foram submetidas
a exposições de 50 kVp e 8 mA com distância focal de 30 centímetros. O tempo de
exposição foi cronometrado e variou de 10 a 3.200 ms. As medidas da função de
transferência de grandes áreas foram avaliadas variando os veis de cinzas,
REVISÃO DA LITERATURA
44
percepção, resolução de contraste, alcance de exposição, e desempenho da função
de transferência. Os autores observaram que, quando os sistemas foram calibrados,
o DenOptix
®
apresentou a melhor imagem com relação ao índice de contraste mais
alto, porém apresentou ruído mais alto que o sistema Digora
®
em baixas exposições.
Após a calibragem. o sistema DenOptix
®
obteve desempenho semelhante ao
sistema Digora
®
.
Oliveira e colaboradores (2000) realizaram um estudo comparativo para
avaliar a qualidade da imagem e a escala dinâmica de dois sistemas radiográficos
digitais de armazenamento com placas de fósforo: Digora
®
(Soredex, Finlândia) e
DenOptix
®
(Gendex, EUA). Foram analisados quatro objetos: um penetrômetro, um
molar em mandíbula humana seca utilizando simulador de tecidos, três dentes
colocados em gesso com serragem para simular lesões periapicais e um bloco de
alumínio contendo seis orifícios de 0,5 milímetros de diâmetro e espessura variando
de 0,5 a 3 milímetros em cinco níveis. Cada objeto foi exposto 8 vezes em cada
sistema com os tempos de exposições cronometrados em 0,1; 0,2; 0,3; 0,4; 0,5; 0,6;
0,8 e 1 segundos, totalizando 64 imagens. As imagens foram analisadas por 5
examinadores usando uma escala de 1 a 4 para classificar as imagens em: 1 -
imagem sem a menor possibilidade de diagnóstico; 2 - imagem com pouca
qualidade de diagnóstico; 3 - imagem em condições razoáveis para diagnóstico; 4 -
imagem em condições ideais para diagnóstico. As pontuações foram submetidas à
análise estatística de variância. Os resultados apresentaram diferenças estatísticas
entre as médias atribuídas aos sistemas, para os tempos de exposição e para os
objetos (p≤0.01). Em geral o Digora
®
apresentou um alcance dinâmico maior e uma
imagem de melhor qualidade. Os autores concluíram que, apesar de apresentarem o
REVISÃO DA LITERATURA
45
mesmo detector de fóton, esses sistemas possuem peculiaridades e por isto
apresentaram comportamentos diferentes com relação às condições avaliadas.
Puppin, Souza, Costa e Veeck (2001) pesquisaram a influência do implante
na leitura dos níveis de cinza em imagens digitalizadas na região periimplantar.
Utilizaram à região dos molares de 31 hemimandíbulas (HM) secas: sem implante,
com a simulação da colocação de implante (imagem fixada na placa de imagem) e
simulando a colocação de implante associado à interposição de simulador de tecidos
moles (cera utilidade). Os espécimes foram radiografados por meio das placas
ópticas do sistema digital Digora
®
. O estudo objetivou avaliar as alterações dos
valores médios de cinza por influência do implante de titânio em áreas com
diferentes tamanhos e em relação a distância da área justaposta e paralela ao
implante. Avaliaram também a influência do simulador de tecidos nas mesmas
condições. Por meio do teste estatístico t-Student (p=0,05) verificaram que houve
diferença estatisticamente significativa entre os valores dios de cinza na área
periimplantar das HM sem implantes e das HM com a simulação de colocação de
implante. As diferentes dimensões de áreas de análise (6 mm x 50 mm e 2 mm x 50
mm) nas HM com implantes apresentaram diferença estatisticamente significativa
entre elas. Verificaram, ainda, que os valores médios de densidade obtidos na área
justaposta ao implante foram maiores que os obtidos na área mais afastada e
paralela ao mesmo (p=0,017). A interposição de simulador de tecidos moles nas HM
com implante aumentou significativamente o valor médio das densidades. Os
autores concluíram que: o implante metálico aumentou os valores da densidade
óssea na região periimplantar; as áreas menores de análise (2 mm x 50 mm)
apresentaram valores de densidade maior que as áreas maiores (6 mm x 50 mm); à
REVISÃO DA LITERATURA
46
medida que a área de análise se afastou da imagem do implante o valor da leitura
da densidade diminuiu e que o simulador de tecidos moles utilizado aumentou o
valor da leitura da densidade óssea periimplantar de forma significativa.
Oliveira e colaboradores (2001) compararam a fidelidade de mensurações
endodônticas em um sistema CCR (Schick Technologies Inc.,), dois sistemas de
armazenamento de fósforo: Digora
®
(Soredex) e DenOptix
®
(Gendex) e o sistema
associado
filme Ektaspeed Plus
®
EP 21 número 2 (Kodak) radiografando limas
endodônticas 6 e 10 com diferentes comprimentos no interior de 11 dentes
unirradiculares. As mensurações de oitenta e oito imagens foram realizadas por
cinco examinadores radiologistas treinados para utilizar os softwares dos sistemas.
Os dados coletados foram submetidos ao teste estatístico análise de variância
(p<0,01). As medidas reais das limas foram comparadas com as imagens digitais por
meio do teste de Tukey. Os resultados apresentaram diferença estatisticamente
significativa entre as médias das diferenças das medidas efetuadas e as medidas
reais para os diferentes sistemas e limas empregados. Concluíram que o Digora
®
apresentou melhor desempenho, seguido do CDR e do DenOptix
®
e que, as
mensurações efetuadas com a lima 6 foram menos precisas que as obtidas com a
lima 10, sendo significante somente no sistema DenOptix
®
. Concluíram ainda que
diferentes sistemas possuem a tendência de apresentar níveis de eficiência
diferentes, quando utilizados para mensurações endodônticas.
Naoum, Chandler e Love (2003) compararam a qualidade subjetiva da
anatomia do canal radicular após a imersão de dentes em uma solução de contraste
radiopaco médio em radiografias convencionais associadas ao sistema digital
REVISÃO DA LITERATURA
47
Digora
®
com ângulos radiográficos entre 0 e 30 graus. Vinte molares inferiores foram
tratados endodonticamente e colocados em mandíbula seca seccionada no sentido
mésio-distal, após a remoção do tecido esponjoso que foi substituído por uma pasta
espessa de silicone misturada com serragem, simulando o tecido esponjoso e
permitindo a recolocação do dente após sua imersão em solução de contraste
radiopaca. Os tecidos moles foram simulados usando uma massa plástica de 15
milímetros de espessura fixada dentro do anel de alinhamento do feixe radiográfico.
Foram realizadas 5 exposições de cada dente com distância focal de 26 cm e 2 cm
de distância entre o objeto e o filme radiográfico convencional E-Speed
®
(Kodak),
exposto com ângulos horizontais de 0 e 30 graus. O aparelho de raio-X operou com
65 kVp, 8mA e tempo de exposição de 0,44 s. Os filmes foram processados em um
processador automático (All- Pro 2000M; All-Pro Imaging, Hicksville, NY), usando
revelador Kodak GBZ e fixador (Kodak). As placas de imagem do Digora
®
(Soredex)
correspondiam ao tamanho de um filme convencional 2 e o tempo de exposição
foi de 0,18 s. A avaliação visual subjetiva foi realizada em duas sessões com
intervalo superior a uma semana, usando como pontuação: (+) para as imagens
digitais que apresentassem visibilidade da anatomia radicular superior a da
radiografia convencional; (=) se as imagens fossem iguais e (-) se imagens digitais
apresentassem visibilidade inferior à da radiografia convencional. Os dados foram
comparados por meio do teste estatístico de Wilcoxon com nível de significância de
0,01. O teste Kappa (Kw) foi aplicado para determinar a relação entre as avaliações.
Os resultados obtidos pelos autores foram: as imagens digitais tridimensionais,
ampliadas e invertidas, apresentaram menos detalhes e foram avaliadas como
inferiores para a visualização da anatomia do canal radicular em relação às imagens
dos filmes convencionais (p<0,01). As imagens digitais ampliadas foram sempre
REVISÃO DA LITERATURA
48
superiores em comparação às radiografias convencionais. Entre imagens digitais só
as imagens ampliadas mostraram melhor a anatomia do canal radicular (p <0,01)
que as imagens digitais originais. A análise de Kappa não pôde ser obtida por causa
da forte semelhança da avaliação entre os examinadores (93%), resultando em uma
prevalência alta das avaliações.
SIMULADORES DE TECIDO
Alvares, Tavano e Freitas (1969), pesquisaram o material mais aceito, como
substituto dos tecidos moles ao ser comparado com músculo bovino. Utilizaram
diferentes corpos de prova compostos de resina poliéster não saturada, resina
poliéster flexível, resina acrílica de polimerização quimicamente ativada, parafina,
cera de abelha e cera rosa dental. Realizaram três séries de exposição com 100 mA,
sendo a primeira de 51 kVp, a segunda de 65 kVp e a terceira a 90 kVp para cada
corpo de prova. Os simuladores foram expostos a um feixe de raios-X com 4
centímetros de diâmetro, colimado por diafragma de chumbo com 2,5 cm de
espessura. O ponto focal do aparelho foi colocado a 60 cm do centro do corpo de
prova. Os autores concluíram que entre os materiais utilizados, a resina poliéster
não saturada, a flexível e a quimicamente ativada apresentaram resultados mais
próximos aos encontrados com o músculo bovino.
REVISÃO DA LITERATURA
49
Borg, Gröndahl e Gröndahl (1997) estudaram a perda óssea da crista
interdental a partir da junção cemento-esmalte, comparando radiografias digitais de
dois sistemas: Digora e CCD (dispositivo acoplado de carga). Foram usados 10
primeiros molares e 7 segundos molares inferiores com a tábua óssea lingual
intacta. A exposição para o CCD foi de 400 ms e para o Digora
®
foi de 160, 200,
250,320 e 400 ms. O aparelho de raios-X operou com regime elétrico de 60 kVp,
7mA e distância focal de 30 centímetros. Um cilindro plástico de 2,0 centímetros de
diâmetro com água foi usado como simulador de tecidos moles. Para comparar os
sistemas e as imagens utilizaram o teste estatístico Kruskal-Wallis e para as
diferenças entre as imagens do Digora
®
o teste estatístico de Friedman. Os autores
concluíram queo houve diferença estatisticamente significativa entre os dois
sistemas quando a exposição foi de 400 ms (p>0,05). Também não houve diferença
estatisticamente significativa para o sistema Digora nas exposições de 160, 200,
250, 320 e 400 ms, portanto, pode-se diminuir em 40% a dose em relação ao CCD
sem perda da qualidade de imagem. Os autores concluíram também, que as
radiografias digitais são comparáveis às convencionais para mensuração de perda
óssea, mas com a vantagem de um menor tempo de exposição.
Souza, Costa e Puppin (1999) realizaram um estudo sobre a influência dos
tecidos moles na análise óptica da densidade mandibular em imagens radiográficas
digitalizadas. Utilizaram na primeira etapa, como simuladores de tecidos moles, a
água, a cera utilidade e músculo bovino, que foram comparados entre si. Na
segunda etapa, esses elementos foram usados na região retromolar de cada lado de
quinze mandíbulas secas, sendo o músculo bovino empregado como simulador e,
também, como um tecido mole referencial. Os valores médios das leituras ópticas
REVISÃO DA LITERATURA
50
foram comparados com e sem a presença dos diferentes simuladores. Compararam
também, os valores do lado direito e esquerdo das quinze mandíbulas secas. Os
autores utilizaram o sistema digital DentScan DentView
®
. Realizaram cinco leituras
ópticas para cada uma dessas áreas. Por meio do teste estatístico Análise de
Variância – ANOVA, do teste de Tukey e t-Student, constataram que a cera utilidade
ao ser avaliada isoladamente, foi o material cujos valores médios de densidade
óptica mais se assemelharam aos encontrados com o músculo bovino. Após,
utilizando os mesmos métodos, confirmaram as diferenças estatísticas significativas
entre as médias das leituras ópticas das densidades ósseas mandibulares, avaliadas
na presença dos diferentes simuladores e as médias obtidas. Concluíram que, para
as amostras emparelhadas, não houve diferença estatisticamente significativa dos
valores ópticos das densidades ósseas entre, o lado direito e esquerdo das
mandíbulas secas, com e sem os diferentes simuladores de tecidos moles.
Souza, Costa e Veeck (2004) avaliaram a influência dos tecidos moles sobre
a densidade óssea retromolar. Utilizaram filmes convencionais e os programas
Digora
®
e Image Tool
®
e como simuladores de tecidos a cera utilidade e amostras de
gordura bovina em diferentes espessuras. Submeteram os resultados, relacionados
às espessuras, aos métodos estatísticos de análise de variância (ANOVA) e teste de
Tukey. Para os resultados relacionados aos filmes e programas, utilizaram o teste
estatístico t-Student. Concluíram que houve diferença estatisticamente significativa
dos níveis de cinza em pixels entre as espessuras dos simuladores de tecido
adiposo, quando comparadas com o grupo-controle para cada tipo de filme e
programa de imagens digitalizadas, bem como entre os filmes radiográficos
convencionais para cada espessura de simulador e programa de imagens
REVISÃO DA LITERATURA
51
digitalizadas investigados (p<0,05). Constataram, ainda que os programas Digora
®
e
Image Tool
®
não apresentaram diferença estatisticamente significativa ao serem
comparados dentro de cada espessura de simulador de tecido adiposo e de cada
filme estudado (p>0,05)
METODOLOGIA
METODOLOGIA
Para a realização da presente pesquisa, foram selecionados 22 incisivos
centrais superiores humanos, integrantes do acervo de pesquisa da Disciplina de
Radiologia da Faculdade de Odontologia da PUCRS.
O critério para seleção dos dentes foi o de serem incisivos centrais
superiores, possuírem comprimento radicular entre 15 e 17 mm e, o conduto
radicular não apresentar curvatura que impossibilitasse o tratamento endodôntico
até seu ápice.
O projeto foi submetido à Comissão Científica e de Ética da Faculdade de
Odontologia da PUCRS, protocolado com o número 0021/05. Tendo sido aprovado
em 22 de abril de 2005.
1. PREPARO DA AMOSTRA
Os dentes pertencentes à amostra foram numerados na face vestibular de 01
até 22, e em seguida suas coroas foram removidas com disco diamantado de dupla
METODOLOGIA
54
face (Servo-Dental
®
), em baixa rotação sob refrigeração à água, ao nível da junção
cemento-esmalte.
As raízes foram submetidas a tratamento endodôntico, sendo o preparo
químico-mecânico realizado pela técnica convencional com stop apical, e a
instrumentação alcançou até a lima nº. 40. Para a irrigação foram utilizados 2 ml de
solução de Milton a cada troca de instrumento. Ao final, os condutos foram irrigados
com EDTA a 30% seguido de mais uma irrigação com a solução de Milton. A
secagem dos condutos foi realizada com cones de papel absorvente (Dentsply).
Os 22 dentes foram obturados pela técnica de condensação lateral com
cimento endodôntico Endofill
®
(Dentsply - Herpo) e cones de guta-percha (Tanari
®
-
Indústria Brasileira) sendo radiografados para verificar a qualidade da obturação
endodôntica.
Após 48 horas, o material endodôntico foi removido utilizando-se calcadores
aquecidos e brocas Gates Glidden e Largo, mantendo 5 mm de material obturador
aquém do ápice radicular. A seguir, os dentes foram radiografados para verificar a
total remoção do material no comprimento, necessário para colocação dos pinos de
fibra de carbono e de vidro (Angelus), ambos com 1,5 mm de diâmetro, e os de fibra
de quartzo (Bisco) com 2,18 mm de diâmetro na porção coronária e 1,2 mm na
porção apical.
Os 22 dentes foram preparados com as brocas que acompanham os kits dos
pinos utilizados, obedecendo à seqüência abaixo:
METODOLOGIA
55
primeiro, os condutos foram preparados com a broca de 1,5 mm dos Kits
Reforpost Fibra de vidro
®
/ Reforpost Fibra de carbono
®
, de acordo com as
instruções do fabricante;
posteriormente, foram repreparados para a colocação dos pinos de fibra de
quartzo Light Post
®
(Bisco) com as brocas fornecidas pelo fabricante cuja porção
coronária têm diâmetro de 2,18 mm e a porção apical com 1,2 mm de diâmetro. O
repreparo dos condutos foi necessário por existir diferença no diâmetro dos pinos.
2. SIMULADOR DE TECIDOS
O simulador de tecidos foi confeccionado utilizando duas lâminas de cera
utilidade (Artigos Odontológicos Clássicos Ltda, Brasil) de 0,5 cm de espessura, a
fim de obter a espessura de 1,0 cm (SOUZA, COSTA e PUPPIN; 1999). O mesmo
foi colocado sobre um dispositivo confeccionado com as lâminas plásticas que
acompanham as caixas de filmes radiográficos da Kodak, pois estas possuem a
largura e o comprimento da placa de fósforo utilizada para radiografar os espécimes.
As paredes laterais do dispositivo com 1,0 cm de altura, foram unidas à parte
superior utilizando-se adesivo instantâneo Super Bond
®
(Loctite, Brasil)
3. RADIOGRAFIAS DA AMOSTRA
Todas as radiografias foram realizadas em norma vestíbulo-palatina.
METODOLOGIA
56
Os dentes foram radiografados inicialmente para avaliar a anatomia do
conduto radicular verificando a presença ou não de curvatura, que impossibilitasse a
obturação endodôntica até o ápice radicular.
Após o tratamento endodôntico nova radiografia foi realizada de cada
espécime, tendo por objetivo avaliar a qualidade da obturação endodôntica, e ainda,
foi novamente radiografada após a remoção de 10 a 12 mm do material obturador,
quando foi observada a sua completa remoção no comprimento necessário para a
colocação do pino intrarradicular.
Posteriormente, a amostra foi radiografada utilizando as placas ópticas intra-
orais número 2 dos sistemas digitais DenOptix
®
(Gendex, Milão, Itália) e Digora
®
(Soredex, Helsinque, Finlândia). O aparelho de raios-X foi o Gnatus
®
(Brasil) com
regime elétrico de 70 kVp e 7 mA, sendo a distância focal de 40 cm, com o raio
central incidindo em 90° com o dente e o filme. O tempo de exposição foi
padronizado para os dois sistemas em 0,16 segundos, após avaliação visual das
imagens por um especialista em radiologia.
Após cada preparo dos condutos radiculares, o conjunto dente/pino foi
radiografado nos dois sistemas digitais, de acordo com a padronização
estabelecida (Figura 1).
METODOLOGIA
57
Figura 1. Técnica padronizada para realização das radiografias, conjunto dente/pino
e simulador de tecidos pronto para ser radiografado (A: Simulador de tecidos),
(B: Placa óptica)
As imagens analógicas, das placas de fósforo, do conjunto dente/pino foram
transformadas em imagens digitais por meio do escâner
a laser, pertencente ao
sistema digital DenOptix
®
(Gendex), e as imagens analógicas obtidas com as placas
de fósforo intra-orais, do conjunto dente/pino foram digitalizadas, utilizando no
sistema digital Digora
®
(Soredex), (Figuras 2 e 3).
Figura 2. Escâner e placas ópticas de sistema digital DenOptix
®
.
B
A
B
A
METODOLOGIA
58
Figura 3. Escâner e placas ópticas do sistema digital Digora
®
.
3. LEITURA DAS IMAGENS
Para cada imagem digital obtida, foi realizada uma leitura do nível de cinza,
sendo a rotina de padronização das leituras ópticas nos sistemas digitais DenOptix
®
(Gendex) e Digora
®
(Soredex) a seguinte:
dos condutos preparados sem pino;
dos pinos no interior dos condutos preparados e
da dentina radicular adjacente com o pino no interior do conduto.
Para evitar interferência na leitura dos níveis de cinza dos pinos o
metálicos no interior do conduto, a mesma foi realizada 2 milímetros aquém do ápice
do pino e 1 milímetro aquém do limite cervical das raízes. As medidas de densidade
óptica dos pinos no interior do conduto, do conduto sem pino e das dentinas
radiculares adjacentes foram obtidas por meio das ferramentas existentes nos dois
sistemas digitais, por um único observador (Figura 4, 5).
METODOLOGIA
59
Figura 4. Leitura do nível de cinza do pino no interior do conduto radicular na
imagem digital após o processamento, no sistema digital DenOptix
®
.
Figura 5. Leitura do nível da dentina radicular adjacente ao conduto radicular
na imagem digital após o processamento, no sistema digital DenOptix
®
.
A nomenclatura das dentinas radiculares adjacentes foi padronizada em:
dentina adjacente ao conduto sem pino: Dentina SP;
dentina adjacente ao conduto com pino de carbono: Dentina FC;
dentina adjacente ao conduto com fibra de quartzo: Dentina QZ;
METODOLOGIA
60
dentina adjacente ao conduto com fibra de vidro: Dentina FV.
3. ANÁLISE MICROSCÓPICA
A verificação da disposição das fibras dos pinos, bem como a composição
química dos mesmos, foi realizada por meio de microscopia eletrônica de varredura
(MEV) com a seqüência a seguir:
1. limpos em ultra-som com água destilada;
2. fixados nos stubs próprios do MEV;
3. metalizados com ouro.
Os pinos metalizados foram levados ao microscópio eletrônico de varredura
Phillips XL30, com um detector de raios X CDU LEAP – EDA X.
A leitura de três regiões de cada espécime foi realizada, por meio de
espectroscopia por dispersão de energia (EDS), e expressa em histogramas e
tabelas próprias do equipamento. As fotomicrografias foram obtidas mediante a
ampliação de cada imagem (2000 vezes).
3. ANÁLISE ESTATÍSTICA
A comparação entre os níveis de cinza do pino e da dentina radicular
adjacente foi feita por meio do teste t-Student para dados pareados. A comparação
entre os grupos de pinos intrarradiculares utilizou o teste não-paramétrico de
Friedman e a correlação entre os valores obtidos em cada sistema digital foi
realizada por meio do coeficiente de Pearson.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A literatura escassa sobre visualização e identificação de pinos
intrarradiculares não metálicos, submetidos à visualização e identificação por
métodos radiográficos convencionais e digitais, dificultou a análise dos resultados
obtidos no presente estudo.
Para a realização deste estudo optou-se pelo emprego de pinos pré-
fabricados, pois quanto menor a quantidade de tecido dentário removido (Rovatti,
Mason e Dallari, 1998; Cantatore, 1999; Brito, Braz e Conceição, 2000; Schwartz e
Robbins, 2004); maior será a probabilidade de sucesso na reabilitação bucal do
paciente, que estes pinos auxiliam na retenção de coroas (Kurer, 1992; Goodacre
e Spolnik, 1994; Rovatti, Mason e Dallari, 1998); podendo o tratamento restaurador
ser realizado em uma única consulta (Spalten, 1971; Baum, 1979).
Como os sistemas digitais necessitam de uma dose reduzida de radiação
para a obtenção de imagens de boa qualidade diagnóstica (Van der Stelt, 1992;
Hedrick e col, 1994; Soredex, 1995; Sarmento e Rubira, 1998; Gendex, 1998),
quando comparados com o uso de radiografias que utilizam os filmes convencionais,
optou-se pelos sistemas digitais, tendo em vista preservar a saúde dos pacientes
RESULTADOS E DISCUSSÃO
63
expondo-os à menor quantidade possível de radiação, sem diminuir a qualidade do
diagnóstico.
A manutenção de 5 milímetros de material endodôntico no interior dos
condutos levou em consideração o comprimento dos mesmos e a possível presença
de canais acessórios próximos ao ápice (Waliszewski e Sabala,1978; Mattison e
col,1984; Shillingburg e Kessler, 1991; Burgess e Xu, 1999).
Diversos autores estudaram materiais para a simulação de tecidos. Entre eles
Alvares, Tavano e Freitas (1969), testaram a resina acrílica de polimerização
quimicamente ativada; Borg e Gröndahl (1996); Borg, Gröndahl e Gröndahl (1997);
usaram um cilindro de polimetil metacrilato com 2 cm de diâmetro cheio de água;
Souza, Costa e Puppin (1999); Puppin, Souza, Costa e Veeck (2001); Souza, Costa
e Veeck (2004) pesquisaram a cera utilidade com 1 cm de espessura; Bustamante,
Veeck e Costa (1998), testaram blocos acrílicos com 35 mm de comprimento e 30
mm de largura e diferentes espessuras; Naoum, Chandler e Love (2003), usaram
massa plástica com 15 mm de espessura. Neste estudo, optou-se pela cera
utilidade, por ser de fácil execução e reprodutibilidade, tendo sido testada por
Souza, Costa e Puppin (1999) e por Souza, Costa e Veeck (2004).
Os pinos intrarradiculares não metálicos no interior dos condutos radiculares
foram comparados com os condutos sem pino, por meio do teste não paramétrico de
Friedman. Este teste permitiu a comparação de dados resultantes de uma mesma
amostra submetida à tratamentos distintos (conduto com pino de fibra de vidro,
RESULTADOS E DISCUSSÃO
64
carbono, quartzo e conduto sem pino), verificando-se que houve diferença
estatisticamente significativa entre seus valores médios de níveis de cinza.
No sistema digital Digora
®
, os condutos sem pino apresentaram os menores
valores médios de cinza, seguido pelos condutos contendo os pinos de carbono, e
os de quartzo. Os valores médios de cinza mais altos foram os dos pinos de fibra de
vidro. Os valores médios de cinza dos condutos com pinos de carbono e dos
condutos sem pino não diferiram entre si (p=0,01) (Tabela 1 e Gráfico 1).
No sistema digital DenOptix
®
, o menor valor médio dos níveis de cinza foi dos
condutos com pinos de fibra de carbono, seguido dos condutos sem pino, dos
condutos com pinos de fibra de quartzo e com valores mais elevados os pinos de
fibra de vidro (p=0,01), porém neste sistema todos os valores diferiram entre si
(Tabela 1 e Gráfico 1).
Tabela 1. Valores médios dos níveis de cinza dos pinos não metálicos no interior
dos condutos e do conduto sem pino nos sistemas digitais Digora
®
e DenOptix
®
.
Porto Alegre, RS. 2005.
Pino n Média Desvio-padrão P
Sistema Digora
®
Fibra de Carbono 22 124,02
A
5,61 0,01
Fibra de Quartzo 22 130,41
B
7,44
Fibra de Vidro 22 158,16
C
6,73
Conduto sem Pino 22 123,30
A
6,57
Sistema DenOptix
®
Fibra de Carbono 22 127,09
A
13,72 0,01
Fibra de Quartzo 22 143,80
B
3,96
Fibra de Vidro 22 165,32
C
5,91
Conduto sem Pino 22 134,95
D
4,89
Fonte: Dados da Pesquisa.
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
65
Observa-se, ainda, na tabela 1, que a média dos valores de cinza dos
condutos sem pino foi maior que a dos condutos com pinos de fibra de carbono em
seu interior. Ressalta-se que, este fato é somente numérico, tendo em vista que o
desvio padrão dos pinos de carbono no interior do conduto radicular vai de 13,72
até + 13,72; contendo desta maneira o desvio padrão encontrado para os condutos
sem pino.
Gráfico 1. Comparação entre os pinos intrarradiculares não metálicos
e o conduto sem pino pelos dois sistemas digitais Digora
®
e DenOptix
®
.
Observa-se na tabela 1, que os valores médios de cinza obtidos por meio do
sistema digital DenOptix
®
foram em geral maiores que os obtidos no sistema digital
Digora
®
.
Na tabela 2, obtida por meio da espectroscopia por dispersão de energia
(EDS) no MEV, observou-se a presença somente de carbono e oxigênio na
124,02
130,41
158,16
123,3
127,09
143,8
165,32
134,95
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Níveis Médios de Cinza
SISTEMA DIGORA® SISTEMA DENOPTIX®
Fibra de carbono Fibra de quartzo Fibra de vidro Conduto sem pino
RESULTADOS E DISCUSSÃO
66
composição química dos pinos de carbono, nos pinos de quartzo e de fibra de
vidro foram encontrados magnésio, alumínio, silício e cálcio, além do carbono e do
oxigênio.
Tabela 2. Composição química dos pinos não metálicos expressa em porcentagem
pelo EDS. Porto Alegre, RS. 2005.
FIBRA DE CARBONO
REFORPOST
®
FIBRA DE QUARTZO
LIGHT POST
®
FIBRA DE VIDRO
REFORPOST
®
PINOS
Elementos
Químicos
Wt% At% Wt% At% Wt% At%
Carbono 78,10 82,61 35.12 51.35 31.09 48.06
Oxigênio 21,90 17,39 18.56 20.38 18.73 21.73
Magnésio 2.90 2.10 1.78 1.36
Alumínio 10.23 6.66 5.41 3.72
Silício 26.59 16.63 26.38 17.44
Cálcio 6.60 2.89 16.62 7.70
Total 100 100 100 100 100 100
Fonte: Dados da Pesquisa.
Wt% : Peso molecular em porcentagem.
At%: Número atômico em porcentagem.
Nas figuras 6, 7 e 8 observa-se respectivamente, a composição dos pinos
intrarradiculares de fibra de carbono, quartzo e vidro; bem como a quantidade de
fibras e resina epóxi e a disposição dos materiais utilizados. Salienta-se o fato de
que, os pinos de carbono apresentaram espaços vazios, mas uma quantidade
razoável de resina entre as fibras de carbono. Nos pinos de fibra de quartzo notou-
se praticamente a mesma disposição, exceto por não possuírem espaços vazios.
os pinos de fibra de vidro apresentaram um grande número de fibras envoltas em
resina e ausência de espaços vazios.
Pelo relato acima e, somando-se o fato do carbono e do oxigênio possuir
baixo número atômico, o que vai ser traduzido em uma baixa densidade radiográfica,
RESULTADOS E DISCUSSÃO
67
explica-se os níveis de cinza dos pinos intrarradiculares de fibra de carbono no
interior dos condutos radiculares equivaler àquela dos condutos sem pino.
Figura 6 Fotografia do pino de fibra de carbono Reforpost
®
, visualizada no
MEV, apresentando a disposição das fibras e compactação da resina.
Histograma 1. Composição química dos pinos de fibra de carbono Reforpost
®
,
registrada pela espectroscopia por dispersão de energia (EDS)
no MEV.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
68
Figura 7. Fotografia do pino de fibra de quartzo Light Post
®
, visualizada no
MEV, apresentando a disposição das fibras e compactação da resina.
Histograma 2. Composição química dos pinos de fibra de quartzo Light Post
®
,
registrada pela espectroscopia por dispersão de energia (EDS)
no MEV.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
69
Figura 8. Fotografia do pino de fibra de vidro Reforpost
®
, visualizada no MEV,
apresentando a disposição das fibras e compactação da resina.
Histograma 3. Composição química dos pinos de fibra de vidro Reforpost
®
,
registrada pela espectroscopia por dispersão de energia
(EDS) no MEV.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
70
Os níveis de cinza dos pinos no interior dos condutos radiculares e dos
condutos sem pino foram comparados com os níveis de cinza das dentinas
radiculares adjacentes, por meio do teste t-Student para amostras pareadas,
verificando-se diferença estatisticamente significativa entre os valores médios de
todos os pinos e os valores das dentinas radiculares adjacentes nos dois sistemas
digitais (p=0,01).
A tabela 3 e o gráfico 2 mostram os valores médios de cinza pelo sistema digital
Digora
®
. Os condutos com pinos de fibra de carbono ou quartzo e os condutos sem
pino apresentaram valores inferiores aos das dentinas radiculares adjacentes,
enquanto que os pinos de fibra de vidro no interior dos condutos apresentaram
valores médios de cinza superiores aos das dentinas adjacentes.
Tabela 3. Valores médios dos níveis de cinza dos pinos não metálicos no interior
dos condutos e das dentinas radiculares adjacentes pelo sistema digital Digora
®
.
Porto Alegre, RS. 2005.
Conduto n Média Desvio-padrão p
Fibra de carbono 22 124,02 5,61
Dentina FC 22 129,56 6,11
0,01*
Fibra de quartzo 22 130,41 7,44
Dentina QZ 22 132,47 6,31
0,01*
Fibra de vidro 22 158,16 6,73
Dentina FV 22 135,83 8,77
0,01*
Sem Pino 22 123,30 6,57
Dentina SP 22 135,15 6,29
0,01*
Fonte: Dados da Pesquisa.
* Diferença significativa entre Pino e Dentina.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
71
Gráfico 2. Comparação entre os pinos não metálicos e a dentina radicular
adjacente no sistema digital Digora
®
.
A tabela 4 e o gráfico 3, apresentam os valores obtidos no sistema digital
DenOptix
®
. Os valores médios de cinza dos condutos com pinos de fibra carbono e
os dos condutos sem pino apresentaram valores inferiores as dentinas radiculares
adjacentes, enquanto que condutos com os pinos de fibra de quartzo e de vidro
tiveram valores de cinza superiores ao da dentina.
124,02
129,56
130,41
132,47
158,16
135,83
123,30
135,15
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
N ív e is M é dios de C inza
Fibra de Carbono Fibra de Quartzo Fibra de Vidro Conduto Sem pino
Conduto Dentina Adjacente
RESULTADOS E DISCUSSÃO
72
Tabela 4. Valores médios dos níveis de cinza dos pinos não metálicos no interior
dos condutos e das dentinas radiculares adjacentes pelo sistema digital DenOptix
®
.
Porto Alegre, RS. 2005.
Conduto n Média Desvio-padrão P
Fibra de Carbono
22 127,09 13,72
Dentina FC
22 134,19 6,61
0,01*
Fibra de Quartzo
22 143,80 3,96
Dentina QZ
22 142,17 4,49
0,02*
Fibra de Vidro
22 165,32 5,91
Dentina FV
22 144,63 5,40
0,01*
Sem Pino
22 134,95 4,89
Dentina SP
22 140,20 5,73
0,01*
Fonte: Dados da Pesquisa
*Diferença significativa entre Pino e Dentina
Os níveis médios de cinza dos pinos de quartzo Light Post
®
foram inferiores
aos das dentinas radiculares adjacentes no sistema digital Digora
®
, divergindo dos
resultados obtidos por Couto e colaboradores (2004), ao avaliar a imagem dos pinos
Light Post
®
no programa digital Digora
®
, associado ao filme convencional
UltraSpeed
®
. no sistema digital DenOptix
®
, os níveis médios de cinza dos pinos
de quartzo no interior dos condutos, foram superiores aos das dentinas, de acordo
com os achados dos mesmos pesquisadores.
Os pinos de fibra de vidro nos dois sistemas estudados apresentaram valores
médios de cinza maiores que os das dentinas radiculares adjacentes, confirmando
os resultados encontrados por Fontana em 2001, ao estudar os pinos Fibrekor
Post
®
.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
73
Gráfico 3.
Comparação entre os pinos não metálicos e a dentina radicular
adjacente no sistema digital DenOptix
®
.
Os pinos de fibra de carbono Reforpost
®
no interior dos condutos radiculares
apresentaram valores médios de cinza superiores aos das dentinas radiculares
adjacentes nos sistemas digitais Digora
®
e DenOptix
®
, concordando com resultados
de Ruschel em 2001, quando estudou a imagem dos pinos C-Post
®
nos programas
Digora
®
e DentScan DentView
®
associado ao filme convencional UltraSpeed
®
onde
os valores médios das dentinas foram inferiores ao conduto com pino de fibra de
carbono.
127,09
134,19
143,80
142,17
165,32
144,63
134,95
140,20
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
N ív e is M é dios de C inza
Fibra de Carbono Fibra de Quartzo Fibra de Vidro Conduto Sem Pino
Conduto Dentina Adjacente
RESULTADOS E DISCUSSÃO
74
No sistema digital DenOptix
®
, os pinos de fibra de carbono apresentaram
valor dio de cinza inferior ao do conduto sem pino, porém esta diferença foi
somente numérica, pois o desvio-padrão apresentado pelo conduto sem pino está
contido dentro do intervalo de desvio padrão dos pinos de fibra de carbono, ou seja
a absorção dos raios X pelo pino de carbono no interior do conduto radicular é
praticamente nula, igualando a sua imagem à do conduto sem pino no sistema
digital DenOptix
®
(Tabela 4).
Os baixos níveis de cinza dos pinos de fibra de carbono foram interpretados
como uma imagem radiolúcida ou não radiopacas, como afirmaram Finger, Ahlstrand
e Fritz em 2002; Angelus em 2005 e Schwartz e Robbins em 2004.
O estudo de Ferreira e colaboradores em 1999 utilizando aparelhos de raios-
X com diferentes quilovoltagens e placas ópticas do sistema digital Digora
®
,
concluiram que as imagens de cimentos endodônticos foram mais radiopacas ao
serem radiografadas com o aparelho de raios-X de menor quilovoltagem. Isto leva a
crer que o mesmo possa ser conseguido para os pinos de fibra de carbono,
melhorando-se assim, a visualização das imagens radiográficas.
O alto valor médio dos níveis de cinza dos pinos de fibra de vidro pode ser
interpretado como uma imagem radiopaca, concordando com os achados de
Fontana (2001), Finger, Ahlstrand e Fritz (2002) ao avaliarem os pinos Fibrekor
Post
®
(Jeneric Pentron).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
75
Neste estudo, observou-se que existem pinos não metálicos apresentando
imagens radiográficas radiopacas e radiolúcidas e, que estas diferem das imagens
dos pinos tradicionais metálicos, fato também relatados por Schwartz e Robbins em
2004.
A comparação entre as médias dos valores de cinza, para as dentinas
radiculares adjacentes aos condutos com pino de fibra de carbono, quartzo, vidro e
condutos sem pino, foi realizada por meio do teste não-paramétrico de Friedman,
apresentando diferença estatisticamente significativa para os valores médios dos
níveis de cinza nos dois sistemas digitais.
No sistema digital Digora
®
, as dentinas radiculares adjacentes aos condutos
com pino de carbono ou de quartzo, apresentaram os menores valores médios dos
níveis de cinza, os quais não diferiram entre si (carbono e quartzo), seguidas pelos
valores das dentinas adjacentes ao conduto sem e com pino de fibra de vidro.
Apesar, de os valores das dentinas radiculares adjacentes aos pinos de fibra de
vidro ser mais elevados, estes não diferiram dos valores observados para as
dentinas adjacentes aos pinos de fibra de quartzo (p= 0,01) (Tabela 5 e Gráfico 4)
Na tabela 5 e no gráfico 4, pode-se observar que, para o sistema digital
DenOptix
®
as dentinas radiculares adjacentes aos conduto com pino de carbono
apresentaram os menores valores médios de cinza, seguidas das dentinas
adjacentes aos condutos sem pino, condutos com pinos de fibra de quartzo e de
vidro, sendo estas últimas os com valores médios de cinza mais elevados (p=0,01).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
76
Tabela 5. Valores médios dos níveis de cinza das dentinas radiculares adjacentes
aos condutos com e sem os pinos não metálicos, pelos sistemas digitais Digora
®
e
DenOptix
®
. Porto Alegre, RS. 2005.
Dentina n Média Desvio-padrão p
Sistema Digora
®
Dentina FC 22 129,56
A
6,11 0,01*
Dentina QZ 22 132,47
AB
6,31
Dentina FV 22 135,83
BC
8,77
Dentina SP 22 135,15
C
6,29
Sistema DenOptix
®
Dentina FC 22 134,19
A
6,61 0,01*
Dentina QZ 22 142,17
BC
4,49
Dentina FV 22 144,63
B
5,40
Dentina SP 22 140,20
C
5,73
Fonte: Dados da Pesquisa.
*Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si.
Gráfico 4. Comparação entre as dentinas radiculares adjacentes aos condutos
com e sem os pinos não metálicos, utilizando sistemas digitais Digora
®
e DenOptix
®
.
129,56
132,47
135,83 135,15
134,19
142,17144,63
140,2
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Níveis Médios de Cinza
Sistema Digora Sistema DenOptix
Dentina FC Dentina QZ Dentina FV Dentina SP
RESULTADOS E DISCUSSÃO
77
As dentinas radiculares adjacentes aos pinos não metálicos no interior dos
condutos apresentaram valores médios de cinza diferentes, indicando que a
presença dos pinos interferiu na absorção dos raios-X pela dentina radicular, como
foi observado por Bustamante, Veeck e Costa em 1998 e, Puppin, Souza, Costa e
Veeck em 2001.
A tabela 6 apresenta a correlação dos pinos intrarradiculares não metálicos
nos sistemas digitais Digora
®
e DenOptix
®
. Verifica-se correlação significativa e
positiva para os pinos intrarradiculares de fibra de vidro, quartzo e os condutos sem
pino e, correlação não significativa para os pinos de fibra de carbono.
Tabela 6. Resultados da análise de correlação entre os condutos com e sem os
pinos intrarradiculares não metálicos, nos sistemas digitais Digora
®
e DenOptix
®
.
Porto Alegre, RS. 2005.
Digora
®
X DenOptix
®
Coeficiente de Pearson (r ) p
Pinos de Fibra de Carbono 0,14 0,53
Pinos de Fibra de Quartzo 0,41 0,05*
Pinos de Fibra de Vidro 0,66 0,01*
Conduto sem Pino 0,51 0,05*
Fonte: Dados da Pesquisa.
*Correlação significativa.
A análise de correlação de Pearson, para as dentinas radiculares adjacentes
aos condutos com os pinos intrarradiculares não metálicos de fibra de carbono,
quartzo e os condutos sem pino, tanto no sistema digital Digora
®
quanto no
DenOptix
®
, apresentaram correlação positiva e não significativa. Somente para as
RESULTADOS E DISCUSSÃO
78
dentinas adjacentes aos condutos com pinos de fibra de vidro, a correlação foi
positiva e significativa. (Tabela 7).
Tabela 7. Resultados da análise de correlação entre as dentinas radiculares
adjacentes ao conduto, com e sem os pinos não metálicos nos sistemas digitais
Digora
®
e DenOptix
®
. Porto Alegre, RS. 2005.
Digora
®
X DenOptix
®
Coeficiente de Pearson (r ) p
Dentina FC 0,24 0,29
Dentina QZ 0,31 0,16
Dentina FV 0,58 0,01*
Dentina SP 0,38 0,08
Fonte: Dados da Pesquisa.
*Correlação significativa
Observou-se que os valores médios de cinza dos pinos intrarradiculares não
metálicos no interior dos condutos radiculares (tabela 1), das dentinas radiculares
adjacentes (tabela 5) e dos condutos sem pinos (tabela 1 e 5), foram sempre mais
elevados no sistema digital DenOptix
®
, do que no sistema digital Digora
®
. Com base
nos resultados encontrados, verificou-se que o sistema digital DenOptix
®
foi mais
sensível às variações de densidade óptica, como relatado por Borg, Attaelmanan e
Gröndahl (2000) e por Oliveira e colaboradores (2001); ao contrário do que
concluíram Oliveira e colaboradores (2000).
CONCLUSÕES
CONCLUSÕES
O estudo das imagens digitais dos pinos não metálicos de fibra de carbono
Reforpost
®
(Angelus), fibra de vidro Reforpost
®
(Angelus) e de fibra de quartzo Light
Post
®
(Bisco), utilizando as placas ópticas dos sistemas digitais Digora
®
e DenOptix
®
apresentou as seguintes conclusões:
1. os pinos de fibra de carbono, no sistema digital DenOptix
®
, apresentaram os
menores valores médios, seguido do conduto sem pino, dos pinos de fibra de
quartzo e de vidro com os valores mais elevados. no sistema Digora
®
, os
condutos sem pino apresentaram os menores níveis de cinza, seguidos dos
condutos com pinos de carbono, quartzo e de vidro, também com os valores
mais elevados. Nos dois sistemas os condutos com pinos de carbono tiveram
níveis de cinza equivalente aos condutos sem pino;
2. pelos valores obtidos nas leituras concluiu-se que a presença de pinos não
metálicos no interior dos condutos radicular influenciaram os níveis de cinza da
dentina radicular adjacente;
CONCLUSÕES
81
3. os níveis de cinza dos pinos de fibra de carbono, no interior dos condutos
radiculares equivalem aos níveis de cinza dos condutos sem pino, em ambos os
sistemas digitais. os condutos com os pinos de fibra de quartzo e de vidro, no
seu interior obtiveram valores médios de cinza superiores aos condutos sem
pino;
4. a correlação entre os sistemas digitais, para o conduto com os pinos não
metálicos e o conduto sem pino foi positiva. Porém, não foi significativa para os
pinos de fibra de carbono. a correlação entre os sistemas, para as dentinas
radiculares adjacentes foi positiva, sendo significativa somente para as dentinas
adjacentes aos condutos com pinos de fibra de vidro;
5. os componentes dos pinos não metálicos, observados na microscopia eletrônica
de varredura, permitiram justificar os diferentes níveis de cinza observados nos
dois sistemas digitais.
REFERÊNCIAS
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