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Universidade Federal de Santa Catarina
Curso de os-Gradua¸ao em Matem´atica e
Computa¸ao Cient´ıfica
Existˆencia, Unicidade e Estabiliza¸ao da
Equa¸ao de Bernoulli-Euler com Dissipa¸ao
Localizada e Efeito de In´ercia Rotacional
Cl´audio Roberto
´
Avila da Silva Junior
Orientador: Prof. Dr. Ruy Coimbra Char˜ao
Florian´opolis
Agosto de 2005
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Universidade Federal de Santa Catarina
Curso de os-Gradua¸ao em Matem´atica e
Computa¸ao Cient´ıfica
Existˆencia, Unicidade e Estabiliza¸ao da Equa¸ao de
Bernoulli-Euler com Dissipa¸ao Localizada e Efeito
de In´ercia Rotacional
Disserta¸ao apresentada ao Curso de os-
Gradua¸ao em Matem´atica e Computa¸ao
Cient´ıfica, do Centro de Ciˆencias F´ısicas e
Matem´aticas da Universidade Federal de
Santa Catarina, para a obten¸ao do grau
de Mestre em Matem´atica, com
´
Area de
Concentra¸ao em Equa¸oes Diferenciais
Parciais.
Cl´audio Roberto
´
Avila da Silva unior
Florian´opolis
Agosto de 2005
ads:
Existˆencia, Unicidade e Estabiliza¸ao da Equa¸ao de
Bernoulli-Euler com Dissipa¸ao Localizada e Efeito
de In´ercia Rotacional
por
Cl´audio Roberto
´
Avila da Silva unior
Esta Disserta¸ao foi julgada para a obten¸ao do T´ıtulo de “Mestre”,
´
Area de Concentra¸ao em Equa¸oes Diferenciais Parciais, e aprovada em sua forma
final pelo Curso de os-Gradua¸ao em Matem´atica e
Computa¸ao Cient´ıfica.
Igor Mozolevski (Coordenador)
Comiss˜ao Examinadora
Prof. Dr. Ruy Coimbra Char˜ao (UFSC-Orientador)
Prof. Dr. Ryo Ikehata (Hiroshima University )
Prof. Dr. Jardel Morais Pereira (UFSC)
Prof. Dr. Joel Santos Souza (UFSC)
Florian´opolis, Agosto de 2005.
ii
`
A minha o Delfina
Aos meus pais
iii
Agradecimentos
A minha ae Dinamar pelo carinho, aten¸ao, firmeza e f´e nas coisas boas que
existem dentro de os;
Ao meu pai Claudio pela amizade, palavra de tranquilidade e experiˆencia, pelo
seu silˆencio obstinado, caracter´ıstico de suas conquistas;
Aos meus irm˜aos Douglas e Telmo pela amizade e confian¸c a que sempre tiveram
comigo;
Aos meus queridos tios Chico e Zeila, por acreditarem na minha capacidade e
pela torcida que sempre fizeram por mim;
Aos amigos conquistados durante este trabalho em especial Cleverson, Lucia,
Cleuzir, Claudio, Hilbeth, Danilo, Paulo, Dirlei e tantos outros que me acompanharam
nesta caminhada;
Em especial ao meu amigo, professor, orientador e colorado Ruy C. Char˜ao que
sempre esteve ao meu lado. O Ruy foi um grande amigo que me ajudou e aconselhou nos
momentos dif´ıceis que passei durante o tempo que estive em Florian´opolis.
iv
Resumo
Neste trabalho estudamos a existˆencia, unicidade e comportamento assint´otico da
energia do problema de valor inicial e de fronteira associado com a equa¸ao de Bernoulli-
Euler com efeito de in´ercia rotacional e um termo ao linear dissipativo localizado em uma
vizinhan¸ca da fronteira do dom´ınio. A existˆencia de solu¸oes globais ´e obtida via m´etodo
de Faedo-Galerkin. O comportamento assinotico da energia no tempo ´e obtido com
taxas de decaimento expl´ıcitas. Esse resultado ´e obtido utilizando-se o lema de Nakao,
estimativas de energia via multiplicadores localizados e um argumento de ”compacidade-
unicidade”baseado no princ´ıpio de continua¸ao ´unica. O comportamento assint´otico ´e
alido para a equa¸ao de Bernoulli-Euler sem efeito de in´ercia rotacional ou para a equa¸ao
de placas com efeito de in´ercia rotacional.
v
Abstract
In this work we study the existence, uniqueness and asymptotic behavior of the
energy associated with the initial boundary value problem for the Bernoulli-Euler equa-
tion with a non-linear dissipative term localized in a neighborhood of the boundary of
the domain and with rotational inertia effects. The existenc e of global solutions is ob-
tained via Faedo-Galerkin method. We show the asymptotic behavior of the energy with
explicit decay rates. This result is proved using the Nakao´s lemma, energy estimates ob-
tained with localized multipliers and an argument of ”compactness-uniqueness”via unique
continuation principle. The asymptotic behavior holds for the Bernoulli-Euler equation
without rotational inertia effects or for the plate equation with rotational inertia effects.
vi
Conte´udo
Introdu¸ao 1
1 Nota¸oes e Resultados Preliminares 4
1.1 Nota¸oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 Topologias Fraca e Fraca Estrela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3 Distribui¸oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.4 Espa¸cos L
p
(Ω) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.5 Espa¸cos de Sobolev . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.6 Desigualdades Importantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.7 Teorema da Divergˆencia e ormula de Green . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.8 Teoremas de Compacidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2 Existˆencia e Unicidade de Solu¸oes 23
2.1 Introdu¸c ˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.2 Formula¸ao Variacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.3 M´etodo de Faedo - Galerkin . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.3.1 Problema Aproximado - Solu¸ao Local . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.3.2 Estimativas a Priori - Prolongamento da Solu¸ao . . . . . . . . . . 28
vii
2.4 An´alise das Condi¸oes Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2.5 Unicidade da Solu¸ao u . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3 Estabiliza¸ao 51
3.1 Lema de Nakao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
3.2 Localiza¸ao da Dissipa¸ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.3 Identidades de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.4 Estimativas de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
3.5 Demonstra¸ao do Teorema de Estabiliza¸ao . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Bibliografia 86
viii
Introdu¸ao
Neste trabalho estudamos a existˆencia, unicidade e estabiliza¸ao de solu¸oes para
o problema de valor inicial e de fronteira associado com a equa¸ao de placas de Bernoulli-
Euler com um termo ao linear dissipativo com efeito de in´ercia rotacional
u
tt
+
2
u γ u
tt
β∇u
2
u + ρ(x, u
t
) = 0, x , t > 0
u(x, 0) = u
0
(x), x
u
t
(x, 0) = u
1
(x), x
u(x, t) = 0, x , t > 0
u
n
(x, t) = 0, x , t > 0
com R
n
aberto com fronteira regular.
O termo ρ = ρ(x, u
t
) modela fisicamente uma dissipa¸ao da energia associada a
esse problema. Por exemplo, se ρ(x, t) = a(x)u
t
(x, t) ent˜ao esse termo modela uma dissi-
pa¸ao friccional linear, localizada na parte do dom´ınio onde a fun¸ao a = a(x) ´e efetiva.
Neste trabalho a fun¸ao ρ(x, s) possui um comportamento ao linear. Nos trabalhos de
P. Martinez [19] e F. Alabau-Boussouira [3] o comportamento da fun¸ao ρ = ρ(x, s), para
s pr´oximo da origem, ´e dado por
a (x) g (|s|) |ρ (x, s)| C a (x) g
1
(|s|) |s| 1
sendo g : R R uma fun¸ao ´ımpar, de classe C
1
e estritamente crescente, por´em com
1
um comportamento tipo linear longe da origem, isto ´e da forma
|ρ(x, s)| c a(x)|s|, |s| 1.
Outra ao linearidade presente no sistema acima ´e dada pelo termo β∇u
2
u. Para
n = 1 o modelo acima descreve o problema de estabilidade el´astica (flambagem) dinˆamica
de uma viga submetida a uma carga axial. Se n = 2 o modelo representa uma simplifica¸ao
do sistema completo de von arm´an que considera apenas efeitos de vibra¸oes transversais
ao lineares. O efeito de in´ercia rotacional ´e representado pelo termo γ u
tt
.
A existˆencia de solu¸oes locais ´e obtida via m´etodo Faedo-Galerkin aplicado a
um problema variacional aproximado asociado ao sistema acima. A solu¸ao local do
problema aproximado ´e obtida atrav´es do teorema de Caractheodory para EDO’s. A
solu¸ao local do problema original ´e obtida por estimativas nas solu¸oes do problema
aproximado e por passagem ao limite usando-se o teorema de compacidade de Aubins-
Lions. A solu¸ao global ´e obtida extendendo-se a solu¸ao local a um intervalo arbitr´ario
atraes de estimativas a priori. Finalmente, a regularidade dessa solu¸ao ´e melhorada
usando-se um teorema de regularidade el´ıptica. Esse estudo ´e feito no cap´ıtulo 2. No
cap´ıtulo 1 ao apresentados alguns resultados asicos que ser˜ao necess´arios no decorrer
do trabalho.
A estabiliza¸ao ou o estudo do comportamento assint´otico da energia associada
ao problema de valor inicial e de fronteira dado acima ´e feita no cap´ıtulo 3. Ela ´e obtida
utilizando-se princ´ıpio de continua¸ao ´unica.
´
E importante salientar que a estabiliza¸ao
´e obtida, neste trabalho, apenas para o caso em que γ = 0, ou seja sem efeito de in´ercia
rotacional, ou enao no caso em que β = 0. Isso ´e devido ao fato de ao sabermos se ´e
alido o princ´ıpio de continua¸ao ´unica para a equa¸ao completa, ou seja para o caso em
2
que γ e β ao ambos ao nulos. O princ´ıpio de continua¸ao ´unica para equa¸ao dada no
problema acima ´e demonstrado, para o caso γ = 0, no trabalho de Kim [14]. Para o caso
β = 0 o princ´ıpio de continua¸ao ´unica ´e demonstrado por Gulliver et al [12].
No estudo de estabilizac˜ao de solu¸oes de equa¸oes diferenciais parciais com dis-
sipa¸ao localizada ´e importante citar os trabalhos de Zuazua [28] que estudou a equa¸ao
da onda semilinear com uma dissipa¸ao linear localizada; Nakao [22] estudou a equa¸ao
da onda com dissipa¸ao ao linear e localizada; Tucsnack [25] estudou o comportamento
assinotico da energia da equa¸ao de Bernoulli-Euler com termo dissipativo linear; Paz-
zoto e Char˜ao [23] estudaram o comportamento assint´otico de solu¸oes para a equa¸ao de
Bernoulli-Euler sem efeito de in´ercia rotacional e com dissipa¸ao ao linear localizada. A
estabiliza¸ao do sistema de ondas el´asticas ´e obtida por R. C. Char˜ao e outros em [6] e
[4]. Sobre establiza¸ao da energia em dom´ınio exterior citamos os trabalhos [10] e [11] de
R. Ikehata e seus colaboradores. R. Ikehata estudou a equa¸ao da onda obtendo taxas de
decaimento mais apidas que as obtidas por outros autores.
3
Cap´ıtulo 1
Nota¸oes e Resultados Preliminares
Neste cap´ıtulo ao apresentados alguns conceitos e resultados asicos os quais
ser˜ao utilizados nos cap´ıtulos posteriores. As demonstra¸oes ao omitidas por se tratarem
de resultados conhecidos. ao citadas as referˆencias onde ao encontrados estes resultados
e as respectivas demonstra¸oes.
Neste trabalho, o s´ımbolo representar´a um subconjunto aberto do R
n
, que
eventualmente poder´a ser o pr´oprio R
n
.
1.1 Nota¸oes
1. K indica o corpo R ou C.
2. |α| = α
1
+ α
2
+ ··· + α
n
para α = (α
1
, ··· , α
n
) N
n
, n N.
3. D
α
u =
|α|
u
x
α
1
1
.....∂x
α
n
n
, α = (α
1
, ··· , α
n
), α
i
N.
4. Se f : R
n
R ´e diferenci´avel, enao o gradiente de f, que ser´a denotado por
f , ´e definido como o vetor de R
n
dado por f =
f
x
1
, . . . ,
f
x
n
.
4
5. O Laplaciano de uma fun¸ao f ´e definido como f = · f =
n
i=1
2
f
x
2
i
.
6. Sejam f, g L
2
(Ω) enao o produto interno entre f e g ´e definido como,
(f, g) =
f(x)g(x)dx,
sendo g o conjugado da fun¸ao g.
7. u =
|u(x)|
2
dx
1
2
.
8. ∇u =
n
i=1
u
x
i
(x)
2
dx
1
2
=
n
i=1
u
x
i
2
1
2
.
9. O divergente de um campo F : R
n
R ´e definido por div F = ·F =
n
i=1
F
i
x
i
,
sendo F
i
a i-´esima componente de F.
Identidades
´
Uteis
Se f, g ao fun¸oes escalares de classe C
1
(Ω), R
n
, c uma constante real e F
e G ao campos vetoriais de classe C
1
(Ω), enao ao alidas as seguintes rela¸oes.
1. (f + g) = f + g
2. (cf ) = cf
3. (f g) = fg + gf
4. · (F + G) = · F + · G
5. · (fF ) = f · F + F · f
5
1.2 Topologias Fraca e Fraca Estrela
Um espa¸co m´etrico ´e dito completo quando toda seq¨uˆencia de Cauchy nesse espa¸co
for convergente. Um espa¸co vetorial normado completo, relativamente `a etrica induzida
pela norma, chama-se espa¸co de Banach.
Um espa¸co vetorial normado V denomina-se um espa¸co de Hilbert V , se V ´e um
espa¸co de Banach com a norma induzida pelo produto interno.
Um espa¸co E ´e dito separ´avel se existe um subconjunto D E, tal que D ´e
enumer´avel e denso em E.
Seja E um espa¸co de Banach e seja f E
, sendo E
o dual topol´ogico de E,
designamos por T
f
: E R a aplica¸ao dada por T
f
(x) = f, x.
A topologia fraca σ(E, E
) sobre E ´e a topologia menos fina sobre E que torna
cont´ınua todas as aplica¸oes (T
f
)
fE
.
Dada uma seq¨uˆencia x
n
em E, a nota¸ao de convergˆencia fraca em geral ´e indicada
por:
x
n
x fraco σ(E, E
),
ou simplesmente x
n
x fraco em E.
Proposi¸ao 1.1 Seja x
n
uma seuˆencia em E. Ent˜ao
(i) x
n
x fraco σ(E, E
), se e somente se, f, x
n
f, x, f E
;
(ii) x
n
x forte em E, ent˜ao x
n
x fraco em E.
A demonstra¸ao dessa proposi¸ao pode ser vista em H. Brezis [8].
6
Seja E
o dual de E munido da norma f = sup
x≤1
|f(x)| e E

o bidual munido
da norma ξ = sup
fE
|ξ, f |. A topologia fraca estrela sobre E
tamem denotada por
σ(E
, E) ´e a topologia menos fina sobre E
que torna cont´ınua todas as aplica¸oes (T
x
)
xE
,
sendo T
x
: E
R definida como T
x
(f) = f, x, f E
.
Dada uma seq¨uˆencia f
n
e f em E
a nota¸ao de convergˆencia fraca - em geral
´e indicada
f
n
f fraco - em σ(E
, E),
ou simplesmente x
n
x fraco - em σ(E
, E).
Proposi¸ao 1.2 Seja E um espco de Banach e seja f
n
uma seuˆencia de E
ent˜ao:
(i) f
n
f em σ(E
, E), se e somente se, f
n
, x f, x, x E;
(ii) f
n
f forte em E
, ent˜ao f
n
f para σ(E
, E

).
(iii) f
n
f para σ(E
, E

), ent˜ao f
n
f para σ(E
, E);
(iv) Se f
n
f para σ(E
, E), ent˜ao f
n
, ´e limitada e f lim inff
n
;
(v) Se f
n
f para σ(E
, E), e se x
n
x forte em E, ent˜ao f
n
, x
n
f
n
, x.
A demonstra¸ao dessa proposi¸ao pode ser vista em H. Brezis [8].
1.3 Distribui¸oes
Seja f : K. O suporte de f, denotado por Spp f, ´e o fecho em do
seguinte conjunto:
{x Ω; f(x) = 0}.
7
Defini¸ao 1.1 Representamos por C
0
(Ω) o conjunto das fun¸oes u : K, cujas
derivadas parciais de todas as ordens ao cont´ınuas e cujo suporte ´e um conjunto compacto
de . Os elementos de C
0
(Ω) ao chamados de fun¸oes testes.
O conjunto {f : K; f C
0
(Ω)} com as opera¸oes usuais de soma de fun¸oes
e de multiplica¸ao por escalar ´e um espa¸co vetorial sobre K .
No¸ao de convergˆencia em C
0
(Ω)
Defini¸ao 1.2 Sejam (ϕ
k
)
kN
uma sequˆencia em C
0
(Ω) e ϕ C
0
(Ω). Dizemos que
ϕ
k
ϕ se:
i) K , K compacto, tal que Spp ϕ
k
K, para todo k N;
ii) Para cada α N
n
, D
α
ϕ
k
(x) D
α
ϕ(x) uniformemente em x .
Defini¸ao 1.3 O espco vetorial C
0
(Ω) com a no¸ao de convergˆencia definida acima ´e
donotado por D(Ω) e ´e chamado de espco das fun¸oes testes.
Defini¸ao 1.4 Uma distribui¸ao sobre ´e um funcional linear definido em D(Ω) e
cont´ınuo em rela¸ao a no¸ao de convergˆencia definida em D(Ω). O conjunto de todas
as distribui¸oes sobre ´e denotado por D
(Ω).
Desse modo,
D
(Ω) = {T : D(Ω) K; T ´e linear e cont´ınuo},
o conjunto D
(Ω) ´e um espa¸co vetorial sobre K.
Se T D
(Ω) e ϕ D(Ω) denotaremos por T, ϕ o valor de T aplicado ao
elemento ϕ.
8
No¸ao de convergˆencia em D
(Ω)
Defini¸ao 1.5 Dize mos que T
k
T em D
(Ω) se T
k
, ϕ T, ϕ, para toda
ϕ D(Ω).
1.4 Espa¸cos L
p
(Ω)
Neste trabalho as integrais de fun¸oes mensur´aveis definidas sobre a regi˜ao aberta
ao realizadas no sentido de Lebesgue.
Defini¸ao 1.6 Sejam um conjunto mensur´avel e 1 p . Indicamos por L
p
(Ω) o
conjunto das fun¸oes mensur´aveis f : R tais que f
p
< onde:
f
p
=
|f(t)|
p
dt
1
p
, se 1 p <
e
f
= sup
t
ess |f(t)| = inf{C R
+
/ med{t / |f(t)| > C} = 0}
= inf{C; |f| C q.s}.
Observao: As fun¸oes .
p
: L
p
(Ω) R
+
, 1 p , ao normas.
Na verdade L
p
(Ω) deve ser entendido como um conjunto de classes de fun¸oes
onde duas fun¸oes est˜ao na mesma classe se elas ao iguais quase sempre em Ω.
Os espa¸cos L
p
(Ω) , 1 p , ao espa¸cos de Banach, sendo L
2
(Ω) um espa¸co
de Hilbert com o produto interno usual da integral.
Teorema 1.1 C
0
(Ω) ´e denso em L
p
(Ω), 1 p < +.
9
Teorema 1.2 (Interpola¸ao dos Espa¸cos L
p
(Ω)) Sejam 1 p < q . Se f
L
p
(Ω) L
q
(Ω) ent˜ao f l
r
(Ω) para todo r (p, q). Al´em disso,
f
L
r
(Ω)
f
α
L
p
(Ω)
f
1α
L
q
(Ω)
para todo α [0, 1] tal que
1
r
= α
1
p
+ (1 α)
1
q
.
Espa¸cos L
p
loc
(Ω)
Defini¸ao 1.7 Sejam um aberto do R
n
e 1 p . Indicamos por L
p
loc
(Ω) o conjunto
das fun¸oes mensur´aveis f : R tais que fχ
K
L
p
(Ω), para todo K compacto de
, onde χ
K
´e a fun¸ao caracter´ıstica do compacto K.
Observao: L
1
loc
(Ω) ´e chamado o espa¸co das fun¸oes localmente integr´aveis.
Para u L
1
loc
(Ω) consideremos o funcional T = T
u
: D(Ω) K definido por
< T, ϕ > = < T
u
, ϕ > =
u(x) ϕ(x) dx.
´
E acil verificar que T define uma distribui¸ao sobre Ω.
Lema 1.1 (Du Bois Reymond) Seja u L
1
loc
(Ω). Ent˜ao T
u
= 0 se e somente se
u = 0 q.s em .
Obeservemos que a aplica¸ao
L
1
loc
(Ω) D
(Ω)
u − T
u
´e linear, cont´ınua e injetiva (devido ao Lema 1.1 ). Em decorrˆencia disso ´e comum
identificar a distribui¸ao T
u
com a fun¸ao u L
1
loc
. Nesse sentido tem-se que L
1
loc
D
(Ω).
Como L
p
(Ω) L
1
loc
temos que toda fun¸ao de L
p
(Ω) define uma distribui¸ao sobre Ω, isto
´e, toda fun¸ao de L
p
(Ω) pode ser vista como uma distribui¸ao.
10
Defini¸ao 1.8 Sejam T D
(Ω) e α N
n
. A derivada de ordem α de T , denotada por
D
α
T , ´e a distribui¸ao definida por
< D
α
T, ϕ > = (1)
|α|
< T, D
α
ϕ >, para toda ϕ D(Ω).
Assim, se T D
(Ω) ent˜ao D
α
T D
(Ω) para to do α N
n
. Com esta defini¸ao tem-se
que se u C
k
(Ω) ent˜ao D
α
T
u
= T
D
α
u
, para todo |α| k, onde D
α
u indica a derivada
cl´assica de u.
1.5 Espa¸cos de Sobolev
Os principais resultados desta se¸ao podem ser vistos nas referˆencias Adams [1],
Brezis [8], Kesavan [13], Medeiros [20], [21] e Rivera [24].
Defini¸ao 1.9 Sejam m N e 1 p . Indicaremos por W
m,p
(Ω) o conjunto de
todas as fun¸oes u de L
p
(Ω) tais que para todo |α| m, D
α
u pertence a L
p
(Ω), sendo
D
α
u a derivada distribucional de u. O conjunto W
m,p
(Ω) ´e chamado de Espco de Sobolev
de ordem m relativo ao espco L
p
(Ω).
Resumidamente,
W
m,p
(Ω) = {u L
p
(Ω); D
α
u L
p
(Ω), |α| m}
Norma em W
m,p
(Ω)
Para cada u W
m,p
(Ω) tem-se que
u
m,p
=
|α|m
D
α
u
p
L
p
(Ω)
1
p
=
|α|m
|(D
α
u)(x)|
p
dx
1
p
, 1 p <
11
ou
u
m,
=
|α|m
D
α
u
L
(Ω)
, p =
define uma norma sobre W
m,p
(Ω).
Observoes
1. (W
m,p
(Ω), ·
m,p
) ´e um espa¸co de Banach.
2. Quando p = 2, o espa¸co de Sobolev W
m,2
(Ω) torna-se um espa¸co de Hilbert com
produto interno dado por
(u, v) =
|α|m
(D
α
u, D
α
v)
L
2
(Ω)
u, v W
m,2
(Ω).
3. Denota-se W
m,2
(Ω) por H
m
(Ω).
Espa¸co W
m,p
0
(Ω)
Defini¸ao 1.10 Defini mos o espco W
m,p
0
(Ω) como sendo o fecho de C
0
(Ω) em W
m,p
(Ω).
Observoes:
1. Quando p = 2, escreve-se H
m
0
(Ω) em lugar de W
m,p
0
(Ω).
2. Se W
m,p
0
(Ω) = W
m,p
(Ω) enao a medida de R
n
\ ´e nula.
3. Vale que W
m,p
0
(R
n
) = W
m,p
(R
n
).
Espa¸co W
m,q
(Ω)
Defini¸ao 1.11 Suponha 1 p < e q > 1 tal que
1
p
+
1
q
= 1. Representa-se por
W
m,q
(Ω) o dual topol´ogico de W
m,p
0
(Ω).
12
O dual topol´ogico de H
m
0
(Ω) representa-se por H
m
(Ω).
Espa¸cos H
s
(R
n
), s R
Proposi¸ao 1.3 O espco H
m
(R
n
), m N coincide com o conjunto
{u L
2
(R
n
); J
m
ˆu L
2
(R
n
)}
onde J
m
´e a fun¸ao dada por J
m
(x) = (1 + x
2
)
m
2
, x R
n
. Aqui, ˆu indica a Transfor-
mada de Fourier da fun¸ao u.
A fun¸ao |.|
m
: H
m
(R
n
) R
+
definida por |u|
m
= J
m
ˆu
L
2
(R
n
)
´e uma
norma equivalente a norma de Sobolev.
A partir dessa proposi¸ao definimos:
Defini¸ao 1.12 Para s R
+
, indicaremos por H
s
(R
n
) o conjunto
{u L
2
(R
n
); J
s
ˆu L
2
(R
n
)}
onde J
s
(x) = (1 + x
2
)
s
2
, x R
n
.
Observoes:
1. Em H
s
(R
n
) define-se o seguinte produto interno:
(u, v)
H
s
(R
n
)
= (J
s
ˆu, J
s
ˆv)
L
2
(R
n
)
=
R
n
(1 + x
2
)
s
u(x)ˆv(x)dx.
2. H
s
(R
n
), s R
+
, ´e um espa¸co de Hilbert.
Defini¸ao 1.13 Suponha 1 p < e q > 1 tal que
1
p
+
1
q
= 1 e seja s R
+
. Representa-
se por H
s
(R
n
) o dual topol´ogico de H
s
(R
n
).
13
Espa¸cos H
s
(Ω), s R
Defini¸ao 1.14 Um aberto do R
n
´e dito ser bem regular se a fronteira de ´e uma
variedade C
de dimens˜ao n 1.
Defini¸ao 1.15 Sejam s 0 e um conjunto aberto limitado bem regular. O espco de
Sobolev H
s
(Ω) ´e definido por:
H
s
(Ω) = {r
u; u H
s
(R
n
)}
onde r
u indica a restri¸ao de u ao aberto .
Para cada u H
s
(Ω) tem-se que
u
H
s
(Ω)
= inf{v
H
s
(R
n
)
; v H
s
(R
n
) e r
v = u}
define uma norma em H
s
(Ω).
Observoes:
1. H
0
(Ω) = L
2
(Ω).
2. H
s
(Ω), s > 0, ´e um espa¸co de Hilbert.
3. H
s
(Ω) coincide com o espa¸co usual de Sobolev H
m
(Ω), definido anteriormente, se
s = m N e se for regular. Tal resultado ´e provado usando a teoria do
prolongamento (ver Adams [1], Kesavan [13] e Medeiros [20]).
4. H
s
0
(Ω) ´e definido como sendo o fecho de C
0
(Ω) em H
s
(Ω).
5. H
s
(Ω) ´e definido como sendo o dual de H
s
0
(Ω), s > 0.
14
Espa¸cos H
s
(Γ), s R
Seja um aberto limitado bem regular do R
n
.
Defini¸ao 1.16 Seja
¯
o fecho de em R
n
. Denotaremos por D(
¯
Ω) o seguinte conjunto:
D(
¯
Ω) = {ϕ|
¯
; ϕ D(R
n
)}.
Observao: D(
¯
Ω) ´e denso em H
s
(Ω), s 0.
Defini¸ao 1.17 Denot aremos por D(Γ) o seguinte conjunto:
D(Γ) = {u : Γ K; u C
(Γ) e tem suporte compacto em Γ}
onde Γ denota a fronteira de , isto ´e, Γ = .
Seja u :
¯
K. Ent˜ao γ
0
u = u|
Γ
est´a bem definida como uma fun¸ao de Γ em
K. Com isto tem-se que se u D(
¯
Ω) enao γ
0
u D(Γ).
Defini¸ao 1.18 Um sistema de cartas locais para ´e uma fam´ılia {ϕ
i
, U
i
}
iI
tal que:
i) para todo i I:
ϕ
i
:
¯
U
i
Q = [0, 1]
n1
× [1, 1]
´e um difeomorfismo de classe C
tal que
ϕ
i
(U
i
Ω) [0, 1]
n
= Q
+
ϕ
i
(U
i
Ω) [0, 1]
n1
× {0} = Γ
0
ϕ
i
((U
i
Ω)) = Q
+
.
ii) U =
iI
U
i
;
15
iii) Se U
i
U
j
= e se W
i
= ϕ
i
(U
i
U
j
) e W
j
= ϕ
j
(U
i
U
j
) ent˜ao
ϕ
j
(ϕ
1
i
) : W
i
W
j
e ϕ
i
(ϕ
1
j
) : W
j
W
i
ao de classe C
.
Agora, sejam (ψ
1
, U
1
), ··· , (ψ
N
, U
N
) um sistema de cartas locais e σ
1
, ··· , σ
N
fun¸oes testes do R
n
tais que
N
i=1
σ
i
(x) = 1 para todo x Γ = e spp σ
i
U
i
(tais
fun¸oes existem pois ´e um aberto limitado bem regular).
Para uma fun¸ao w definida em Γ = sejam w
j
: R
n1
K, j = 1, 2, ··· , N
fun¸oes definidas por:
w
j
(x
) =
(σ
j
w)(ψ
1
j
(x
, 0), se x
0
= (0, 1)
n1
0, se x
R
n1
\
0
Defini¸ao 1.19 Denot aremos por H
s
(Γ) o conjunto das fun¸oes w : Γ K tal que
w
j
H
s
(R
n1
), j = 1, ··· , N, onde w
j
ao definidas acima. Isto ´e,
H
s
(Γ) = {w : Γ K; w
j
H
s
(R
n1
), j = 1, ··· , N}.
Observoes:
1. Para u, v H
s
(Γ), a fun¸ao
(u, v)
H
s
(Γ)
=
N
j=1
(u
j
, v
j
)
H
s
(R
n1
)
define um produto interno sobre H
s
(Γ).
2. H
s
(Γ) ´e um espa¸co de Hilbert.
3. D(Γ) ´e denso em H
s
(Γ).
Proposi¸ao 1.4 A aplicao
γ
0
: D(
¯
Ω) H
1
2
(Γ)
16
definida por γ
0
u = u|
Γ
, ´e cont´ınua na topologia de H
1
(Ω), isto ´e, existe uma constante
positiva C tal que
γ
0
u
H
1
2
(Γ)
Cu
H
1
(Ω)
.
Como D(
¯
Ω) ´e denso em H
s
(Ω), em particular em H
1
(Ω), segue da proposi¸ao
acima que existe uma aplica¸ao, que continuaremos denotando por γ
0
, de H
1
(Ω) em
H
1
2
(Γ) linear e cont´ınua que estende γ
0
, isto ´e, tal que γ
0
u = u|
Γ
para toda u D(
¯
Ω).
Esta aplica¸ao γ
0
: H
1
(Ω) H
1
2
(Γ) ´e chamada de fun¸ao tra¸co e seu valor em um dado
u H
1
(Ω) ´e chamado o tra¸co de u sobre Γ.
Teorema 1.3 (Teorema do Tra¸co) Seja um conjunto aberto limitado bem regular
do R
n
. A fun¸ao trco
γ
0
: H
1
(Ω) H
1
2
(Γ)
´e sobrejetiva e Ker(γ
0
) = H
1
0
(Ω)
Observao: Quando dizemos que u H
1
0
(Ω) anula na fronteira de Ω, isto ´e, que u = 0
sobre Γ = Ω, na verdade significa que γ
0
u = 0 sobre Γ.
Imers˜oes de Sobolev
Teorema 1.4 (Teorema de Sobolev) Sejam m 1 e 1 p < . Ent˜ao
i) se
1
p
m
n
> 0 ent˜ao W
m,p
(Ω) L
q
(Ω),
1
q
=
1
p
m
n
,
ii) se
1
p
m
n
= 0 ent˜ao W
m,p
(Ω) L
q
(Ω), q [p, ),
iii) se
1
p
m
n
< 0 ent˜ao W
m,p
(Ω) L
(Ω)
sendo as imers˜oes acima cont´ınuas.
17
1.6 Desigualdades Importantes
Desigualdade de older
Sejam f L
p
(Ω) e g L
q
(Ω) com 1 p e
1
p
+
1
q
= 1 (q = 1 se p = e
q = se p = 1). Ent˜ao fg L
1
(Ω) e
|fg| f
L
p
(Ω)
g
L
q
(Ω)
.
Desigualdade de Young
Se a 0 e b 0 e 1 < p, q < com
1
p
+
1
q
= 1 enao ab
1
p
a
p
+
1
q
b
q
.
Desigualdade de Cauchy-Schwarz para fun¸oes L
2
(Ω)
Sejam f : → K e g : → K duas fun¸oes de quadrado integr´avel, enao
|(f, g)| fg.
Desigualdade de Poincar´e
Seja ´e um aberto limitado do R
n
. Ent˜ao existe uma constante C (dependendo
de Ω) tal que
u
L
2
(Ω)
C∇u
L
2
(Ω)
para toda u H
1
0
(Ω). (1.1)
A constante C = C(Ω) citada no teorema acima ´e chamada de constante de
Poincar´e para Ω.
18
Observoes:
1. A desigualdade de Poincar´e tamb´em ´e alida se u H
1
(Ω) e o tra¸co de u sobre
Γ = anular sobre apenas uma parte de Γ (ver H. Brezis [8]).
2. A desigualdade de Poincar´e (1.1) continua alida em W
1,p
0
(Ω).
Consequˆencias da Desigualdade de Poincar´e
1. A norma de Sobolev .
1,
em H
1
0
(Ω) ´e equivalente a norma do gradiente em L
2
(Ω).
Isto ´e, existe C > 0 tal que u
H
1
(Ω)
C∇u
L
2
(Ω)
para toda u H
1
0
(Ω).
2. A norma de Sobolev .
H
2
(Ω)
´e equivalente `a norma do Laplaciano em L
2
(Ω) para
fun¸oes em H
2
0
(Ω), isto ´e, existe C > 0 tal que u
H
2
(Ω)
C u
L
2
(Ω)
para toda
u H
2
0
(Ω). Isso segue do fato que se u H
2
0
(Ω) enao
u
x
i
H
1
0
(Ω) e ainda da
desigualdade de Poincar´e.
Desigualdade de Gronwall
Sejam m, g e ϕ fun¸oes positivas satisfazendo:
ϕ(t) g(t) +
t
0
m(s)ϕ(s)ds, t [0, T ]
Enao tem-se que
ϕ(t) g(t) +
t
0
m(s)g(s)e
t
s
m(τ)
ds
1.7 Teorema da Divergˆencia e ormula de Green
Valem as seguintes ormulas
19
i.
( · F )(x) dx =
F (x) · η(x) dΓ, F
H
1
(Ω)
n
ii.
vu dx =
v · u dx, v H
1
0
(Ω), u H
2
(Ω)
iii.
v u dx =
(v)u dx, v H
2
0
(Ω), u H
2
(Ω).
onde ´e um aberto limitado do R
n
com fronteira de classe C
2
e η(x) denota a normal
exterior unit´aria no ponto x Ω. A fun¸ao F (x) integrada sobre ´e no sentido da
fun¸ao tra¸co, isto ´e,
F (x) · η(x) dΓ significa
(γ
0
F )(x) · η(x) dΓ
1.8 Teoremas de Compacidade
Teorema 1.5 (Banach - Alaoglu - Bourbaki) Seja E um espco de Banach reflexi-
vo. Ent˜ao
B
E
= {f E
: f 1}
´e compacto na topologia fraca*, onde E
´e o dual topol´ogico de E.
A demostra¸ao do teorema acima pode ser vista em Brezis [8].
Teorema 1.6 (Lema de Lions) Sejam um conjunto aberto do R
n
, g
n
e g fun¸oes de
L
q
(Ω), 1 < q < tais que
g
n
L
q
(Ω)
C e g
n
g q.s em .
Ent˜ao, g
n
g fraco em L
q
(Ω).
20
Esse resultado, juntamente com sua demostra¸ao, pode ser encontrado em Lions [16]
Defini¸ao 1.20 Um operador diferencial de ordem 2m, m N da forma
L =
|α|≤m
C
α
(x)D
2α
u, x
´e chamado de operador el´ıptico se existe uma constante C > 0 tal que
|α|≤m
C
α
(x)ξ
2α
C|ξ|
2m
para todo ξ R
n
e para todo x .
Defini¸ao 1.21 Seja X um espco de Banach. Denotaremos por L
p
(0, T ; X) o conjunto
das classes de fun¸oes f : [0, T ] X mensur´aveis tais que
f
L
p
(0,T ;X)
=
T
0
f(t)
p
X
dt
1
p
< .
Se p = , ent˜ao L
p
(0, T ; X) ´e constitu´ıdo das fun¸oes f : [0, T ] X tais que
f
L
(0,T ;X)
= sup
t(0,T )
essf(t)
X
< .
Observoes
1. L
p
(0, T ; X) ´e um espa¸co de Banach para 1 p (veja Boubarki [7]).
2. L
p
(0, T ; L
p
(Ω)) = L
p
(Q), onde Q = (0, T ) × Ω.
3. L
(0, T ; L
2
(Ω)) ´e o dual de L
1
(0, T ; L
2
(Ω)) (ver Yosida [27]).
O resultado seguinte ´e conhecido como Lema de compacidade de Aubin-Lions e
pode ser encontrado em Aubin [5].
21
Teorema 1.7 (Aubin-Lions) Sejam X
0
, X e X
1
espcos de Banach reflexivos. Suponha
que X
0
X X
1
e que a imers˜ao X
0
X ´e compacta. Seja
W = {v L
p
0
(0, T ; X
0
);
dv
dt
L
p
1
(0, T ; X
1
), 1 < p
0
, p
1
< ∞}.
Ent˜ao, a imers˜ao W L
p
0
(0, T ; X) ´e compacta.
Observao: Se X e Y ao espa¸cos de Banach com X Y compactamente ent˜ao
se (x
n
)
nN
´e uma sequˆencia limitada em X resulta, da compacidade, que existe uma
subsequˆencia que converge forte em Y .
22
Cap´ıtulo 2
Existˆencia e Unicidade de Solu¸oes
2.1 Introdu¸ao
Neste cap´ıtulo demonstra-se a existˆencia e a unicidade de solu¸oes para o seguinte
problema de valor inicial e de fronteira associado com a equa¸ao de Bernoulli-Euler em
um dom´ınio limitado do R
n
, com fronteira regular:
u
tt
+
2
u γ u
tt
β∇u
2
u + ρ(x, u
t
) = 0, x , t > 0
u(x, 0) = u
0
(x), x
u
t
(x, 0) = u
1
(x), x
u(x, t) = 0, x , t > 0
u
n
(x, t) = 0, x , t > 0
(2.1)
23
Os dados iniciais u
0
e u
1
ao tomadas tais que u
0
H
2
0
(Ω)
H
4
(Ω) e u
1
H
2
0
(Ω). A
fun¸ao ρ : × R R ´e uma fun¸ao que satisfaz as seguintes condi¸oes:
i) ρ(x, s)s 0, s R, x Ω;
ii) ρ e
ρ
s
ao cont´ınuas em × R;
iii) Existem constantes c
1
, c
2
, c
3
, c
4
> 0, e n´umeros r, p R, com
1 < r < e 1 < p
2
n 2
para n 3 ou 1 < p < se n = 1
ou n = 2, tais que :
c
1
a(x) |s|
r+1
|ρ(x, s)| c
2
a(x) [ |s|
r+1
+ |s|], s R, |s| 1, x ,
c
3
a(x) |s|
p+1
|ρ(x, s)| c
4
a(x) [ |s|
p+1
+ |s|], s R, |s| > 1, x Ω;
iv)
ρ
s
(x, s) 0, x , s R.
(2.2)
sendo a :
¯
R
+
uma fun¸ao tal que a L
(Ω).
´
E importante observar que o termo
ρ(x, u
t
) representa uma dissipa¸ao de energia do sistema. Se a fun¸ao a = a(x) tem
suporte em uma subregi˜ao de Ω, ent˜ao isso significa que a dissipa¸ao ´e efetiva apenas
nessa subregi˜ao. Nesse caso diz-se que a dissipa¸ao ´e localizada.
O etodo de Faedo-Galerkin ser´a utilizado para demonstrar a existˆencia de
solu¸oes globais do problema de Cauchy (2.1) associado com a equa¸ao de Bernoulli-
Euler. A unicidade de solu¸ao ´e demonstrada utilizando-se a t´ecnica de contradi¸ao, com
aux´ılio da desigualdade de Gronwall. Ao longo deste trabalho para designar a derivada
em rela¸ao a vari´avel temporal de uma fun¸ao u : Q R, com Q = × (0, T ), ser˜ao
adotadas as seguintes conven¸oes:
u
=
u
t
, u

=
2
u
t
2
ou
u
t
=
u
t
, u
tt
=
2
u
t
2
24
Para alcan¸car os objetivos acima definidos dividimos o trabalho nas seguintes
etapas:
i) Estudar a existˆencia local atrav´es do m´etodo de Faedo-Galerkin;
ii) Obter estimativas a priori e prolongamento da solu¸ao (solu¸ao global);
iii) Mostrar a unicidade da solu¸ao.
Esses resultado ao condensados no seguinte teorema:
Teorema 2.1 Seja ρ = ρ(x, t) fun¸ao que satisfaz as hip´oteses dadas em (2.2) e u
0
H
4
(Ω) H
2
0
(Ω) e u
1
H
2
0
(Ω). Ent˜ao, para cada T > 0, o sistema dado em (2.1) admite
solu¸ao ´unica e u C([0, T ]; H
2
0
(Ω) H
3
(Ω)) C
1
([0, T ]; H
2
0
(Ω)).
Demonstra¸ao:
A demonstra¸ao desse teorema ´e realizada nas pr´oximas se¸oes desse cap´ıtulo.
2.2 Formula¸ao Variacional
Para estudar a existˆencia de solu¸ao do problema (2.1) considera-se o seguinte
problema variacional associado ao problema (2.1), definido sobre V = H
2
0
(Ω)
H
4
(Ω)
Determinar u = u(x, t) tal que para toda w V
(u
tt
, w) + (u, w) + γ(u
t
, w) + β∇u
2
(u, w)
+(ρ(u
t
), w) = 0, t > 0
u(x, 0) = u
0
(x), x
u
t
(x, 0) = u
1
(x), x
(2.3)
Para que (2.3) fa¸ca sentido, busca-se solu¸ao do problema definido em (2.1) na
25
classe de fun¸oes
u L
(0, T ; H
2
0
(Ω))
u
t
L
(0, T ; H
2
0
(Ω))
u
tt
L
(0, T ; H
1
0
(Ω))
(2.4)
enao u ´e chamada de solu¸ao forte do problema definido em (2.1).
2.3 M´etodo de Faedo - Galerkin
2.3.1 Problema Aproximado - Solu¸ao Local
Os espa¸cos de Sobolev H
m
(Ω) ao espa¸cos de Hilbert separ´aveis, assim pode-se
tomar uma base para V = H
2
0
(Ω) H
4
(Ω). Seja ent˜ao, (w
k
)
kN
uma base de V e V
m
o
subespa¸co de V dado por V
m
= [w
1
, ··· , w
m
], onde w
i
, i = 1, ··· , m, ao as mprimeiras
fun¸oes da base de V . Claramente, V
m
´e um subespa¸co de V com dimens˜ao m. Para o
problema variacional apresentado em (2.3) procura-se solu¸oes aproximadas da forma
u
m
(x, t) =
m
j=1
g
jm
(t)w
j
(x) (2.5)
com g
jm
(t), 1 i m, fun¸oes reais definidas em algum intervalo [0, t
m
) e satisfazendo
adequadas condi¸oes iniciais. Isso produz um problema variacional aproximado. O proble-
ma variacional aproximado consiste em mostrar que existe uma fun¸ao u
m
: [0, t
m
) V
m
,
para algum t
m
> 0, que satisfaz
(u

m
(t), w) + (u
m
(t), w) + γ(u

m
(t), w) + β∇u
m
(t)
2
(u
m
(t), w)
+(ρ(u
m
(t)), w) = 0, t > 0 w V
m
u
m
(x, 0) = u
0m
(x), x
u
m
(x, 0) = u
1m
(x), x
(2.6)
26
com u
0m
, u
1m
V
m
, tal que u
0m
u
0
converge forte em V e u
1m
u
1
converge forte
em H
2
0
(Ω). Como (w
k
)
kN
´e base de V e de H
2
0
(Ω), pode-se escrever
u
0
(x) =
j=1
c
j
w
j
(x), u
1
(x) =
j=1
d
j
w
j
(x) (2.7)
e portanto, ´e natural propor que
u
0m
(x) =
m
j=1
c
j
w
j
(x), u
1m
(x) =
m
j=1
d
j
w
j
(x). (2.8)
´
E importante observar que u
m
ao satisfaz os dados iniciais de (2.1), pois u
m
est´a definida em um espa¸co de dimens˜ao finita V
m
. Tomando w = w
k
com w
k
V
m
e
substituindo-se (2.5) em (2.6), obt´em-se um sistema de equa¸oes dado por
m
j=1
A
jk
g

jm
(t) + [B
jk
+
m,m
i,l=1
g
im
(t)g
lm
(t)C
il
D
jk
]g
jm
(t) + (ρ(
m
j=1
g
jm
(t)w
j
), w
k
) = 0 (2.9)
com A
jk
= (w
j
, w
k
) + γ(w
j
, w
k
), B
jk
= (w
j
, w
k
), C
il
= β(w
i
, w
l
) e D
jk
=
(w
j
, w
k
), para cada k = 1, 2, ..., m.
A equa¸ao (2.9) representa um sistema de EDO´S ao lineares de segunda ordem
em termos das fun¸oes g
jm
(t). Essas fun¸oes devem ser tais que a fun¸ao u
m
(t) definida em
(2.5) atenda as condi¸oes iniciais do problema variacional aproximado. Considerando as
condi¸oes iniciais para u
m
(0) deve-se procurar fun¸oes g
jm
(t), definidas em algum intervalo
[0, t
m
), 1 j m, tais que
m
j=1
{A
jk
g

jm
(t) + [B
jk
+
m,m
i,l=1
g
im
(t)g
lm
(t)C
il
D
jk
]g
jm
(t)}
+(ρ(
m
j=1
g
jm
(t)w
j
), w
k
) = 0, t (0, t
m
)
g
jm
(0) = c
j
, j = 1, ..., m
g
jm
(0) = d
j
, j = 1, ..., m
(2.10)
para cada k = 1, 2, ..., m. As constantes c
j
’s e d
j
’s est˜ao definidas em (2.8).
27
O problema definido em (2.10) representa um problema de valor inicial para
um sistema ao linear de m-equa¸oes diferenciais ordin´arias de segunda ordem, para as
fun¸oes g
jm
(t), 1 j m. Esse sistema pode ser colocado na seguinte forma
Y
m
(t) = F (Y
m
)
Y
m
(0) = Y
0
(2.11)
sendo Y
m
(t) = (g
1m
(t), ..., g
mm
(t), g
1m
(t), ..., g
mm
(t)) e Y
0
= (c
1
, ..., c
m
, d
1
, ..., d
m
). Do
teorema de Caracteodory o problema de valor inicial (2.11) tem solu¸ao ´unica, definida
em algum intervalo de existˆencia [0, t
m
), pois F e
F
Y
i
ao cont´ınuas para i = 1, ..., m e
Y
0m
Dom(F ).
2.3.2 Estimativas a Priori - Prolongamento da Solu¸ao
O teorema de Caracteodory garante a existˆencia de uma solu¸ao local para o
problema aproximado dado em (2.10) e definido no intervalo [0, t
m
). Para assegurar a
existˆencia para todo t [0, T ), com T > 0 arbitr´ario, ´e necess´ario prolongar a solu¸ao u
m
na forma dada em (2.5), definida em termos das fun¸oes g
jm
’s. Para tal deve-se realizar
estimativas para a fun¸ao u
m
. Para obter tais estimativas subs titui-se w = u
m
(t) na
equa¸ao (2.6). Isso pode ser realizado pois u
m
(t) V
m
. Fazendo-se isso obt´em-se
1
2
d
dt
u
m
(t)
2
+
1
2
d
dt
u
m
(t)
2
+
γ
2
d
dt
∇u
m
(t)
2
+
β
4
d
dt
∇u
m
(t)
4
+(ρ(u
m
(t)), u
m
(t)) = 0, t (0, t
m
)
(2.12)
Integrando-se (2.12) no intervalo [0, t] [0, t
m
) e aplicando-se as condi¸oes iniciais obt´em-
se
1
2
u
m
(t)
2
+
1
2
u
m
(t)
2
+
γ
2
∇u
m
(t)
2
+
β
4
∇u
m
(t)
4
+
t
0
(ρ(u
m
(s)), u
m
(s))ds =
1
2
u
0m
2
+
1
2
u
0m
2
L
2
(Ω)
+
γ
2
∇u
1m
2
L
2
(Ω)
+
β
4
∇u
0m
4
L
2
(Ω)
(2.13)
28
Da propriedade (2.2)(iii) da fun¸ao ρ(., .) tem-se que
(ρ(u
m
(t)), u
m
(t)) 0 (2.14)
Das equa¸oes (2.13) e (2.14) conclui-se que
u
m
(t)
2
+ u
m
(t)
2
+ γ∇u
m
(t)
2
+
β
2
∇u
m
(t)
4
u
0m
2
+ u
0m
2
+ γ∇u
1m
2
+
β
2
∇u
0m
4
, t (0, t
m
)
(2.15)
De (2.15) resulta que u
m
e u
m
ao limitadas em V e H
1
0
(Ω), respectivamente. A constante
de limita¸ao depende de u
0
V
e u
1
H
2
0
(Ω)
. Assim existe uma constante C > 0, tal que
u
m
(t)
2
+ u
m
(t)
2
+ γ∇u
m
(t)
2
+
β
2
∇u
m
(t)
4
C
(2.16)
para m N e para todo t [0, t
m
). Consequentemente tem-se que
u
m
(t)
C, t [0, t
m
) e m N
∇u
m
(t)
4
2
β
C, t [0, t
m
) e m N
u
m
(t)
C, t [0, t
m
) e m N
∇u
m
(t)
C
γ
, t [0, t
m
) e m N
(2.17)
De (2.17) observa-se que (u
m
)
mN
, (u
m
)
mN
, (u
m
)
mN
e (∆u
m
)
mN
ao sequˆencias limi-
tadas em L
(0, t
m
; L
2
(Ω)). Como u
m
V
m
, V
m
H
2
0
(Ω) e da se¸ao tem-se que v
L
2
(Ω)
´e equivalente a v
H
2
0
(Ω)
v H
2
0
(Ω), isto implica que (u
m
)
mN
´e uma sequˆencia limitada
em L
(0, t
m
; H
2
0
(Ω)). A consequˆencia disso ´e que a solu¸ao u
m
(t) pode ser prolongada a
um intervalo arbitr´ario [0, T ]. As seq¨uˆencias (u
m
)
mN
e (u
m
)
mN
ao sequˆencias limitadas
em L
(0, T ; H
1
0
) e L
(0, T ; H
2
0
(Ω)), respectivamente.
O objetivo a seguir ´e realizar novas estimativas a priori, no intervalo [0, T ], para
mostrar que a sequˆencia de solu¸oes aproximadas (u
m
)
mN
converge para uma fun¸ao
u, em certo sentido. Isto permite mostrar que por passagem ao limite no problema
29
aproximado, se obtenha que u ´e a solu¸ao do problema variacional original dado em
(2.7). Para uma estimativa para u

m
(t), deve-se estimar u

m
(0) em L
2
(Ω). Colocando-se
w = u

m
(t) em (2.6) tem-se
(u

m
(t), u

m
(t)) + (
2
u
m
(t), u

m
(t)) γ(u

m
(t), u

m
(t))
β∇u
m
(t)
2
(u
m
(t), u

m
(t)) + (ρ(u
m
(t)), u

m
(t)) = 0, t (0, t
m
)
(2.18)
Avaliando-se (2.18) em t = 0 obt´em-se
u

m
(0)
2
+ γ∇u

m
(0)
2
= (
2
u
m
(0), u

m
(0)) + β∇u
m
(0)
2
(u
m
(0), u

m
(0))
(ρ(u
m
(0)), u

m
(0))
(2.19)
Segue de (2.19)
u

m
(0)
2
(
2
u
m
(0), u

m
(0)) + β∇u
m
(0)
2
(u
m
(0), u

m
(0))
(ρ(u
m
(0)), u

m
(0))
(2.20)
Utilizando-se a desigualdade de Cauchy-Schawrz na equa¸ao (2.19)
u

m
(0)
2
u
m
(0) + β∇u
m
(0)
2
u
m
(0) + ρ(u
m
(0))
(2.21)
Afirma¸ao 1: ρ(., u
m
(0)) ´e limitada independente de m, ou seja,
ρ(., u
m
(0)) = ρ(u
1m
) C (2.22)
com C = C(u
1
) uma constante positiva.
Demonstra¸ao:
Definindo-se,
1
= {x ||u
m
(x, 0)| 1, m N},
2
= {x ||u
m
(x, 0)| > 1, m N}
(2.23)
30
Usando-se a hip´otese (2.2)(iii) sobre a fun¸ao ρ(x, s) e as defini¸oes dadas em (2.23),
tem-se que
ρ(u
m
(0))
2
=
|ρ(x, u
m
(x, 0))|
2
dx
1
c
2
2
a(x)
2
|u
m
(x, 0)|
r+1
+
|u
m
(x, 0)|
2
dx +
2
c
2
4
a(x)
2
|u
m
(x, 0)|
p+1
+ |u
m
(x, 0)|
2
dx
2c
2
2
a
2
1
|u
m
(x, 0)|
2r+2
+ |u
m
(x, 0)|
2
dx + 2c
2
4
a
2
2
|u
m
(x, 0)|
2p+2
+|u
m
(x, 0)|
2
dx 2(c
2
2
+ c
2
4
)a
2
u
m
(0)
2
L
2
(Ω)
+ 2c
2
2
a
2
1
|u
m
(x, 0)|
2r+2
dx + 2c
2
4
a
2
2
|u
m
(x, 0)|
2p+2
dx = 2(c
2
2
+ c
2
4
)a
2
u
1m
2
L
2
(Ω)
+ 2c
2
2
a
2
1
|u
1m
(x)|
2r+2
dx + 2c
2
4
a
2
2
|u
1m
(x)|
2p+2
dx
O primeiro termo na ´ultima igualdade ´e limitado pois u
1m
u
1
forte em H
2
0
(Ω) e,
portanto, em L
2
(Ω). Para limitar as integrais
1
|u
1m
(x)|
2r+2
dx e
2
|u
1m
(x)|
2p+2
dx na
desigualdade acima, ao considerados os seguintes casos para r e p :
Caso I: 1 < r < 0.
Se r ´e tal que 1 < r < 0, ent˜ao usando a desigualdade de older com
1
2
2r+2
+
1
1
r
= 1
tem-se que
1
|u
1m
(x)|
2r+2
dx
1
dx
r
1
|u
1m
(x)|
2
dx
2r+2
2
|
1
|
r
u
1m
2r+2
Como u
1m
u
1
forte em H
2
0
(Ω) e, em particular, u
1m
u
1
forte em L
2
(Ω),
segue enao que integral
1
|u
1m
(x)|
2r+2
dx ´e limitada independentemente de m.
Caso II: 0 r < .
Do fato de que |u
1m
(x)| 1, x
1
tem-se que
1
|u
1m
(x)|
2r+2
dx
1
|u
1m
(x)|
2
dx u
1m
2
Novamente usando o fato de que u
1m
u
1
forte em H
2
0
(Ω) conclui-se que a integral
1
|u
1m
(x)|
2r+2
dx ´e limitada independentemente de m.
31
Caso III: 1 < p 0 .
Do fato de que |u
1m
(x)| > 1, x
2
, tem-se que
2
|u
1m
(x)|
2p+2
dx
2
|u
1m
(x)|
2
dx
2
|u
1m
(x)|
2
dx u
1m
2
De forma analoga aos casos anteriores conclui-se que a integral
2
|u
1m
(x)|
2p+2
dx
e limitada.
Caso IV: 0 p
2
n2
com n 3.
Utilizando-se do fato de que |u
1m
(x)| > 1, x
2
tem-se que
2
|u
1m
(x)|
2p+2
dx
2
|u
1m
(x)|
2n
n2
dx
Agora usando imers˜ao de Sobolev conclui-se que
2
|u
1m
(x)|
2p+2
dx C
|∇u
1m
(x)|
2
dx
n2
n
com C > 0 dependendo da constante de imers˜ao de Sobolev. Do fato de que
(u
1m
)
mN
´e limitada em H
2
0
(Ω) segue que a integral
2
|u
1m
(x)|
2p+2
dx ´e limitada.
Caso V: 0 < p < para n = 1 ou n = 2.
Para este caso como (u
1m
)
mN
H
2
0
(Ω) e de resultados de imers˜ao espa¸cos de
Sobolev tem-se que H
2
0
(Ω) L
(Ω) segue que
2
|u
1m
(x)|
2p+2
dx
|u
1m
(x)|
2p+2
dx ||u
1m
2p+2
L
(Ω)
||Cu
1m
2p+2
H
2
0
(Ω)
Portanto a Afirma¸ao 1 est´a justificada.
Para concluir que u
m
(0) ´e limitada em L
2
(Ω) basta usar a estimativa dada e m (2.21), a
afirma¸ao 1 e notar que 
2
u
0m
, ∇u
0m
e u
0m
ao limitados por uma constante C =
C(u
0
), independente de m, pois u
m
(0) = u
0m
u
0
converge forte em H
2
0
(Ω) H
4
(Ω).
32
Para obter a es timativa para u

m
(t) torna-se necess´ario diferenciar em rela¸ao a
t o sistema apresentado em (2.10),
m
j=1
{A
jk
g

jm
(t) + [B
jk
+
m,m
i,l=1
g
im
(t)g
lm
(t)C
il
D
jk
]g
jm
(t) +
m,m
i,l=1
[g
im
(t)g
lm
(t)
+g
im
(t)g
lm
(t)]C
il
D
jk
g
jm
(t)} +
ρ
s
(.,
m
i=1
g
im
(t)w
i
)(
m
i=1
g

im
(t)w
i
), w
k
= 0,
g
jm
(0) = c
j
g
jm
(0) = d
j
g

jm
(0) = e
jm
, j = 1, ..., m
(2.25)
Os coeficientes e
j
s est˜ao relacionados aos coeficientes de u

m
(0)
u

m
(0) =
m
j=1
g

jm
(0)w
j
(x) =
m
j=1
e
jm
w
j
(x) (2.26)
Como u

m
(0)
2
´e limitada tem-se que os coeficientes e
j
s ao limitados por uma constante
independente de j e de m, pois
u

m
(0)
2
=
m,m
i,j=1
g

im
(0)g

jm
(0)(w
i
, w
j
)
. (2.27)
O sistema de EDO´s de terceira ordem ao linear (2.25) admite a existˆencia de
solu¸oes g
jm
(t), definidas em um intervalo [0, t
m
). Para ver isso, o sistema definido em
(2.25) deve ser colocado na forma apresentada em (2.11) devendo-se avaliar as condi¸oes
necess´arias e suficientes sobre a nova F (·) afim de obter a existˆencia local de g
jm
(t). A
nova F (·) apresentada na equa¸ao (2.11) atende as hip´oteses do teorema de Caractheodory.
Portanto
u

m
(t) =
m
j=1
g

jm
(t)w
j
(x) (2.28)
existe em [0, t
m
). Portanto, diferenciando-se a equa¸ao dada em (2.6) em rela¸ao a t
33
obt´em-se
(u

m
(t), w) + (u
m
(t), w) + γ(u

m
(t), w) + β∇u
m
(t)
2
(u
m
(t), w)
+2β(u
m
(t), u
m
(t))(u
m
(t), w) +
ρ
s
(., u
m
(t))u

m
(t), w
= 0
(2.29)
Fazendo-se w = u

m
(t) em (2.29)
(u

m
(t), u

m
(t)) + (u
m
(t), u

m
(t)) + γ(u

m
(t), u

m
(t))
+β∇u
m
(t)
2
(u
m
(t), u

m
(t)) + 2β(u
m
(t), u
m
(t))(u
m
(t), u

m
(t))
+
ρ
s
(., u
m
(t))u

m
(t), u

m
(t)
= 0
(2.30)
De (2.30) obt´em-se que
1
2
d
dt
u

m
(t)
2
+ u
m
(t)
2
+ 2β(u
m
(t), u
m
(t))
2
+ γ∇u

m
(t)
2
2β(u
m
(t), u
m
(t))∇u
m
(t)
2
+
β
2
∇u
m
(t)
2
d
dt
∇u
m
(t)
2
+
ρ
s
(., u
m
(t))u

m
(t), u

m
(t)
= 0
(2.31)
Definindo-se a fun¸ao f
m
: [0, t
m
) R por
f
m
(t) =
1
2
u

m
(t)
2
+ u
m
(t)
2
+ 2β(u
m
(t), u
m
(t))
2
+ γ∇u

m
(t)
2
(2.32)
segue de (2.32) que
df
m
dt
2β(u
m
(t), u
m
(t))∇u
m
(t)
2
+
β
2
∇u
m
(t)
2
d
dt
∇u
m
(t)
2
+
ρ
s
(., u
m
(t))u

m
(t), u

m
(t)
= 0
(2.33)
Da propriedade (2.2)(iv) da fun¸ao ρ(., .) conclui-se que
ρ
s
(., u
m
(t))u

m
(t), u

m
(t)
=
ρ
s
(x, u
m
(x, t))u

m
(x, t)u

m
(x, t) dx
=
ρ
s
(x, u
m
(x, t))|u

m
(x, t)|
2
dx 0
(2.34)
Usando-se na equa¸ao (2.33) o fato apresentado em (2.34) tem-se que
df
m
dt
+
β
2
∇u
m
(t)
2
d
dt
∇u
m
(t)
2
2β (u
m
(t), u
m
(t))∇u
m
(t)
2
(2.35)
34
Usando-se a regra do produto para diferencia¸ao obt´em-se a seguinte identidade
∇u
m
(t)
2
d
dt
∇u
m
(t)
2
=
d
dt
∇u
m
(t)
2
∇u
m
(t)
2
2(u
m
(t), u
m
(t))∇u
m
(t)
2
(2.36)
Substituindo-se na equa¸ao (2.35) a identidade expressa em (2.36) resulta que
df
m
dt
+
d
dt
β
2
∇u
m
(t)
2
∇u
m
(t)
2
3β (u
m
(t), u
m
(t))∇u
m
(t)
2
(2.37)
Define-se a fun¸ao g
m
: [0, t
m
) R como
g
m
(t) = f
m
(t) +
β
2
∇u
m
(t)
2
∇u
m
(t)
2
(2.38)
Segue de (2.38) que
dg
m
dt
3β (u
m
(t), u
m
(t))∇u
m
(t)
2
(2.39)
Integrando-se sobre o intervalo [0, t] a equa¸ao (2.39), obt´em-se
g
m
(t) g
m
(0) + 3β
t
0
(u
m
(s), u
m
(s))∇u
m
(s)
2
ds
g
m
(0) +
3
2
β
t
0
(u
m
(s), u
m
(s))
2
ds +
3
2
β
t
0
∇u
m
(s)
4
ds
g
m
(0) + C
t
0
ds +
3
2
β
t
0
(u
m
(s), u
m
(s))
2
ds
g
m
(0) + Ct +
3
2
β
t
0
g(s) ds
(2.40)
com C a constante que limita ∇u
m
, ver (2.17).
Da desigualdade de Gronwall tem-se que
g
m
(t) C(T ), t [0, T ]
(2.41)
com C = C(T ) uma constante que depende dos dados iniciais e de T . Isso segue do fato
de que g
m
(0) ´e limitada independentemente de m.
35
Observao: Notar que g
m
(0) ´e limitada para todo m N. Isso ´e decorrˆencia do
fato que u

m
(0) ´e limitada, pois u
0m
u
0
em V, u
1m
u
1
em H
2
0
(Ω) e do fato que
∇u

m
(0) ´e limitada independente de m.
Em particular da defini¸ao de g
m
tem-se que
u

m
(t)
2
+ u
m
(t)
2
+ γ∇u

m
(t)
2
C(T ), t [0, T ]
(2.42)
A estimativa apresentada em (2.42) ´e alida para T > 0 arbitr´ario. Enao de
(2.17) e (2.42) e usando a desigualdade de Poincar´e obt´em-se que
(u
m
)
mN
L
(0, T ; H
2
0
(Ω))
(u
m
)
mN
L
(0, T ; H
2
0
(Ω))
(u

m
)
mN
L
(0, T ; H
1
0
(Ω))
(2.43)
Com as estimativas dadas em (2.43) conclui-se que existe uma (u
m
k
)
kN
(u
m
)
mN
, que
continuar´a sendo chamada de (u
m
)
mN
tal que
u
m
u fraco em L
(0, T ; H
2
0
(Ω))
u
m
u
fraco em L
(0, T ; H
2
0
(Ω))
u

m
u

fraco em L
(0, T ; H
1
0
(Ω))
(2.44)
Para mostrar que u definida em (2.44) ´e solu¸ao do problema variacional definido
em (2.3) torna-se necess´ario estudar o limite com m no problema variacional aprox-
imado definido em (2.6). Isto ´e equivalente a estudar o limite com m de cada uma
das parcelas na equa¸ao do problema variacional aproximado. Essa an´alise ser´a realizada
a seguir:
(u

m
, v) (u

, v) em D
(0, T ), para cada v H
2
0
(Ω).
Identificando-se L
(0, T ; H
2
0
(Ω)) como um sube spa¸co de (L
1
(0, T ; H
2
0
(Ω)))
e do fato de
36
que u
m
u
fraco- em L
(0, T ; H
2
0
(Ω)) tem-se que
u
m
, w u
, w, w L
1
(0, T ; H
2
0
(Ω))
ou seja
T
0
(u
m
.w)(x, t) dxdt
T
0
(u
.w)(x, t) dxdt w L
1
(0, T ; H
2
0
(Ω)).
(2.45)
Em particular tomando w = vθ com v H
2
0
(Ω) e θ L
1
(0, T ) tem- se que
T
0
(u
m
(t), v)θ(t)dt
T
0
(u
(t), v)θ(t)dt
(2.46)
para toda v H
2
0
(Ω) e θ L
1
(0, T ).
Tomando θ D(0, T ) L
1
(0, T ) conclui-s e de (2.46)
(u
m
(t), v) (u
(t), v)
(2.47)
em D
(0, T ) e para cada v H
2
0
(Ω).
Portanto, para cada v H
2
0
(Ω) vale que
(u

m
, v) =
d
dt
(u
m
, v)
d
dt
(u
, v) = (u

, v)
(2.48)
em D
(0, T ).
(u
m
, v) (u, v) em D
(0, T ), para cada v H
2
0
(Ω).
Do fato de que u
m
u fraco- em L
(0, T ; H
2
0
(Ω)) resulta que
u
m
u fraco em L
(0, T ; L
2
(Ω))
=
(L
1
(0, T ; L
2
(Ω)))
Assim
T
0
(w. u
m
)(x, t) dxdt
T
0
(w. u)(x, t) dxdt
(2.49)
37
para toda w L
1
(0, T ; L
2
(Ω)). Em particular tomando w = θ v com v H
2
0
(Ω) e
θ L
1
(0, T ) se gue da convergˆe ncia dada em (2.45) que
T
0
u
m
(x, t)θ(t) v(x) dxdt
T
0
u(x, t)θ(t) v(x) dxdt
Enao
T
0
u
m
(x, t) v(x) dx
θ(t)dt
T
0
u(x, t) v(x)dx
θ(t)dt
para toda v H
2
0
(Ω) e para toda θ L
1
(0, T ). Isso significa que
T
0
(u
m
(t), v)θ(t)dt
T
0
(u(t), v)θ(t)dt
para toda v H
2
0
(Ω) e para toda θ D(0, T ). Portanto
(u
m
, v) (u, v)
(2.50)
para cada v H
2
0
(Ω), no sentido de D
(0, T ).
(u

m
, v) (u

, v) em D
(0, T ), para cada v H
2
0
(Ω).
Do fato de que u

m
u

fraco - em L
(0, T ; H
1
0
(Ω)) resulta que
u

m
u

fraco em L
(0, T ; [L
2
(Ω)]
n
)
=
(L
1
(0, T ; [L
2
(Ω)]
n
))
ou seja tem-se que
∇u

m
, w ∇u

, w, w L
1
(0, T ; [L
2
(Ω)]
n
)
Assim
T
0
(wu

m
)(x, t) dxdt
T
0
(wu

)(x, t) dxdt
(2.51)
38
para toda w L
1
(0, T ; [L
2
(Ω)]
n
). Tomando w = θv, com v H
2
0
(Ω) e θ L
1
(0, T ) e
substituindo-se em (2.51) tem-se
T
0
u

m
(x, t)v(x)θ(t) dxds
T
0
u

(x, t)v(x)θ(t) dxdt
(2.52)
para toda v H
2
0
(Ω) e θ L
1
(0, T ), ou se ja
T
0
(u

m
(t), v)θ(t)dt
T
0
(u

(t), v)θ(t)dt
Como D(0, T ) L
1
(0, T ) ent˜ao tomando-se θ D(0, T ) tem-se que
T
0
(u

m
(t), v)θ(t)dt
T
0
(u

(t), v)θ(t)dt
para cada v H
2
0
(Ω) e para toda θ D(0, T ), i. ´e
(u

m
, v) (u

, v)
(2.53)
para cada v H
2
0
(Ω), no sentido de D
(0, T ).
∇u
m
(t)
2
(u
m
(t), v) ∇u(t)
2
(u(t), v) em D
(0, T ), para cada v H
2
0
(Ω).
De resultados anteriores tem-se que u
m
u
fraco- em L
(0, T ; H
2
0
(Ω)). Alem disso
tem-se que ∇u
m
2
u
m
´e limitada em L
(0, T ; L
2
(Ω)). Enao existe uma subseq¨uˆencia
(u
m
k
)
kN
que ser´a chamada de (u
m
)
mN
tal que
∇u
m
2
u
m
χ, fraco- em L
(0, T ; L
2
(Ω)).
(2.54)
Enao da unicidade do limite em D
(0, T ) tem- se que
χ = ∇u
2
u
(2.55)
Portanto de (2.54) e (2.55) tem-se que
∇u
m
2
u
m
∇u
2
u, fraco- em L
(0, T ; L
2
(Ω)).
39
Em particular como foi realizado nos casos anteriores que
∇u
m
2
(u
m
, v) ∇u
2
(u, v)
(2.56)
para cada v H
2
0
(Ω), no sentido de D
(0, T ).
(ρ(u
m
), v) (ρ(u
), v) em D
(Q)
Para verificar isto ´e necess´ario que ρ(x, u
t
) seja limitada em L
2
(Ω). Utilizando-se a pro-
priedade da fun¸ao ρ(., .) dada em (2.2)(iii) e analogamente ao que foi realizado na afir-
ma¸ao 1 tem-se que
Afirma¸ao 2: ρ(u
m
)
L
2
(Q)
´e limitada independente de m.
ρ(u
m
)
2
L
2
(Q)
=
T
0
|ρ(x, u
m
(x, t))|
2
dxdt
T
0
1
|ρ(x, u
m
(x, t))|
2
dxdt
+
T
0
2
|ρ(x, u
m
(x, t))|
2
dxdt
T
0
1
c
2
2
a(x)
2
|u
m
(x, t)|
r+1
+ |u
m
(x, t)|
2
dxdt
+
T
0
2
c
2
4
a(x)
2
|u
m
(x, t)|
p+1
+ |u
m
(x, t)|
2
dxdt C
T
0
|u
m
(x, t)|
2
dxdt
+2c
2
2
a
2
T
0
1
|u
m
(x, t)|
2r+2
dxdt + 2c
2
4
a
2
T
0
2
|u
m
(x, t)|
2p+2
dxdt
Para justificar a afirma¸ao ´e necess´ario mostrar que as integrais
T
0
|u
m
(x, t)|
2
dxdt,
T
0
1
|u
m
(x, t)|
2r+2
dxdt e
T
0
2
|u
m
(x, t)|
2p+2
dxdt ao limitadas. Em (2.43) foi mostra-
do que (u
m
)
mN
´e limitada em L
(0, T ; L
2
(Ω)) L
2
(0, T ; L
2
(Ω)) e L
2
(0, T ; L
2
(Ω)) =
L
2
(Q). Desta forma a integral
T
0
|u
m
(x, t)|
2
dxdt ´e limitada. Para limitar as integrais
T
0
1
|u
m
(x, t)|
2r+2
dxdt e
T
0
2
|u
m
(x, t)|
2p+2
dxdt utiliza-se um racioc´ınio an´alogo
ao que foi utilizado na afirma¸ao 1. Para tal ao analisados os seguintes casos para r e p :
Caso I: 1 < r < 0.
40
Se r ´e tal que 1 < r < 0, ent˜ao usando a desigualdade de older com
1
2
2r+2
+
1
1
r
= 1
tem-se que
T
0
1
|u
m
(x, t)|
2r+2
dxdt
T
0
1
dxdt
r
T
0
1
|u
m
(x, t)|
2
dxdt
2r+2
2
|
1
|
r
u
m
2r+2
L
2
(Q)
C
T
com C
T
uma constante positiva independente de m.
Caso II: 0 r < .
Em (2.43) foi mostrado que (u
m
)
mN
´e limitada em L
(0, T ; H
2
0
(Ω)), i. ´e existe
C > 0 independente de m tal que u
m
(t)
H
2
0
(Ω)
C, t [0, T ]. Assim como
|u
m
(x, t)| 1 sobre
1
tem-se que
1
|u
m
(x, t)|
2r+2
dx
1
|u
m
(x, t)|
2
dx = u
m
(t)
2
Colocando-se a estimativa acima no integrando de
T
0
1
|u
m
(x, t)|
2r+2
dxdt, obt´em-
se
T
0
1
|u
m
(x, t)|
2r+2
dxdt CT
Portanto para 0 < T < + tem-s e que a integral
T
0
1
|u
m
(x, t)|
2r+2
dxdt ´e
limitada independentemente de m N.
Caso III: 1 < p 0 .
Do fato de que |u
m
(x, t)| > 1, x
2
, obt´em-se
T
0
2
|u
m
(x, t)|
2p+2
dxdt
T
0
2
|u
m
(x, t)|
2
dxdt
T
0
|u
m
(x, t)|
2
dxdt =
T
0
u
1m
(t)
2
dt CT
Desta forma a integral
T
0
2
|u
m
(x, t)|
2p+2
dxdt ´e limitada independentemente de
m.
41
Caso IV: 0 p
2
n 2
com n 3.
Utilizando-se do fato de que |u
m
(x, t)| > 1, x
2
pode-se realizar a seguinte
estimativa
2
|u
m
(x, t)|
2p+2
dx
2
|u
m
(x, t)|
2n
n2
dx C
|∇u
m
(x, t)|
2
dx
n2
n
com C > 0 uma constante que depende da imers˜ao de Sobolev. Assim tem-se que
T
0
2
|u
m
(x, t)|
2p+2
dxdtC
T
0
∇u
m
(t)
n2
n
L
2
(Ω)
dt CT u
m
n2
n
L
(0,T ;H
2
0
(Ω))
C
T
com C
T
> 0 uma constante proviniente da limita¸ao de u
m
em L
(0, T ; H
2
0
(Ω)).
Portanto para 0 < T < + tem-se que a integral
T
0
2
|u
m
(x, t)|
2p+2
dxdt ´e
limitada independentemente de m N.
Caso V: 0 < p < para n = 1 ou n = 2.
Como (u
m
)
mN
L
(0, T ; H
2
0
(Ω)) e de resultados de imers˜ao em espa¸cos de Sobolev
tem-se que H
2
0
(Ω) L
(Ω) segue que para cada t [0, T ], fixo tem-se que
2
|u
m
(x, t)|
2p+2
dx ||Cu
m
(t)
2p+2
H
2
0
(Ω)
C
com C > 0 uma constante proviniente da imers˜ao de Sobolev e da limita¸ao de u
m
em L
(0, T ; H
2
0
(Ω)). Com essa estimativa pode-se limitar a integral
T
0
2
|u
m
(x, t)|
2p+2
dxdt CT
A afirma¸ao 2 est´a justificada.
Da afirma¸ao 2 e do lema de Lions segue que
ρ(x, u
m
) ρ(x, u
) fraco em L
2
(Q)
42
Logo,
T, ρ(x, u
m
) T, ρ(x, u
), para toda T (L
2
(Q))
=
L
2
(Q).
Isso significa que
Q
ρ(x, u
m
(x, t))w(x, t)dxdt
Q
ρ(x, u
(x, t))w(x, t)dxdt w L
2
(Q).
Escolhendo w = vθ, v H
2
0
(Ω) e θ D(0, T ), segue que w L
2
(Q) e portanto
T
0
ρ(x, u
m
(x, t))v(x)dx
θ(t)dt
T
0
ρ(x, u
(x, t))v(x)dx
θ(t)dt
para toda v H
2
0
(Ω) e para toda θ D(0, T ), i. ´e. Desse modo conclui-se que
(ρ(u
m
), v) (ρ(u
), v)
(2.58)
para cada v H
2
0
(Ω), no sentido de D
(0, T ).
Portanto de (2.48), (2.50), (2.53), (2.56) e (2.58) tem-se que a fun¸ao u dada em
(2.44) satisfaz a equa¸ao variacional
(u
tt
, w) + (u, v) + γ(u
t
, v) + β∇u
2
(u, v) + (ρ(u
t
), v) = 0
para cada v H
2
0
(Ω), no sentido de D
(0, T ). Isto implica que
u
tt
+
2
u γ u
tt
β∇u
2
u + ρ(x, u
t
) = 0
(2.59)
no sentido de D
(Ω) para cada t (0, T ).
Usando o fato de
2
´e um operador el´ıptico de ordem quatro e que
2
u = u
tt
+ γ u
tt
+ β∇u
2
u ρ(x, u
t
)
no sentido de D
(Ω) e que u(t) H
2
0
(Ω), u
t
(t) H
2
0
(Ω) e u
tt
(t) H
1
0
(Ω), para cada
t [0, T ], do teorema de Regularidade El´ıptica, Lions [17], segue que
u L
(0, T ; H
2
0
(Ω)
H
3
(Ω))
(2.60)
43
Logo a solu¸ao u de (2.1) ´e tal que
u L
(0, T ; H
2
0
(Ω)
H
3
(Ω))
u
t
L
(0, T ; H
2
0
(Ω))
u
tt
L
(0, T ; H
1
0
(Ω))
para cada v H
2
0
(Ω), no sentido de D
(0, T ).
2.4 An´alise das Condi¸oes Iniciais
O objetivo dess a secao e mostrar que a fun¸ao u dada em (2.21) satisfaz as
condi¸oes inicias da problema (2.1), isto ´e,
u(0) = u
0
e u
(0) = u
1
Para fazer isso, deve-se considerar a seguinte proposi¸ao:
Proposi¸ao 2.1 Sejam V
1
e V
2
espcos de Hilbert tal que V
1
V
2
continuamente. Seja
W (0, T ) = {u L
p
(0, T ; V
1
) :
du
dt
L
p
(0, T ; V
2
)}. Ent˜ao W (0, T ) est´a imerso continua-
mente em C(0, T ; V
2
).
A demonstra¸ao ´e encontrada em Lions [18].
A solu¸ao de (2.1), dada em (2.60), ´e tal que u L
(0, T ; H
2
0
(Ω) H
3
(Ω)) com
u
t
L
(0, T ; H
2
0
(Ω)) e u
tt
L
(0, T ; H
1
0
(Ω)). Fazendo-se p = e V
1
= V
2
= H
2
0
(Ω) e
W
1
(0, T ) = {u L
(0, T ; H
2
0
(Ω)) : u
L
(0, T ; H
2
0
(Ω))}, ent˜ao pela proposi¸ao (1.1)
tem-se que
u C([0, T ], H
2
0
(Ω)).
De forma an´aloga fazendo-se v = u
, p = , V
1
= H
2
0
(Ω) e V
2
= L
2
(Ω) e definindo-
se W
2
(0, T ) = {v L
(0, T ; H
2
0
(Ω)) : v
L
(0, T ; L
2
(Ω))} ent˜ao, novamente pela
44
proposi¸ao 1.1, tem-se que
u
C(0, T ; L
2
(Ω)).
Desta forma, faz sentido calcular u(0) e u
(0). Para avaliar u(0), tem-se de (2.4) que
u
m
u
fraco - L
(0, T ; H
2
0
(Ω))
i.´e.
u
m
, w u
, w, w L
1
(0, T ; L
2
(Ω))
Tomando-se w = vθ com v H
2
0
(Ω) L
2
(Ω) e θ L
1
(0, T ) tem- se:
T
0
(u
m
(t), v)θ(t) dt
T
0
(u
(t), v)θ(t) dt, θ L
1
(0, T )
Em particular, o resultado de convergˆencia mostrado acima ´e alido se θ C
1
(0, T ),
pois C
1
(0, T ) L
1
(0, T ). Al´em desse resultado, de (2.44) tem-se que u
m
u fraco -
em L
(0, T ; H
2
0
(Ω)), i.´e.
u
m
, w u, w, w L
1
(0, T ; L
2
(Ω))
(2.62)
Enao, como foi realizado anteriormente, tomando-se w = vϕ com v H
2
0
(Ω) L
2
(Ω) e
ϕ L
1
(0, T ) tem-s e que:
T
0
(u
m
(t), v)ϕ(t) dt
T
0
(u(t), v)ϕ(t) dt, ϕ L
1
(0, T )
Em particular, o resultado acima ´e valido para toda ϕ C(0, T ) pois C(0, T ) L
1
(0, T ).
Escolhendo-se ϕ = θ
com θ C
1
(0, T ) conclui-s e que
T
0
(u
m
(t), v)θ(t) dt
T
0
(u
(t), v)θ(t) dt (2.63)
e
T
0
(u
m
(t), v)θ
(t) dt
T
0
(u(t), v)θ
(t) dt (2.64)
45
para toda v H
2
0
(Ω) L
2
(Ω) e para toda θ C
1
(0, T ) tal que θ(0) = 1 e θ(T ) = 0.
Somando-se as equa¸oes (2.63) e (2.64) tem-se que
T
0
(u
m
(t), v)θ(t) dt +
T
0
(u
m
(t), v)θ
(t) dt
=
T
0
d
dt
(u
m
(t), v)θ(t)
dt = (u
m
(0), v)
(2.65)
Por outro lado
T
0
(u
(t), v)θ(t) dt +
T
0
(u(t), v)θ
(t) dt
=
T
0
d
dt
(u(t), v)θ(t)
dt = (u(0), v)
(2.66)
De (2.65) e (2.66)
(u
m
(0), v) (u(0), v)
para cada v H
2
0
(Ω), no sentido de D
(0, T ). Mas como u
m
(0) = u
0m
u
0
forte em
H
2
0
(Ω) e portanto em L
2
(Ω), tem-se que
(u
m
(0), v) (u
0
, v)
para cada v H
2
0
(Ω), no sentido de D
(0, T ). Portanto, da unicidade do limite, conclui-se
que
u(0) = u
0
. (2.67)
Para avaliar u
em t = 0 utiliza-se o fato de que u

m
u

fraco - L
(0, T ; L
2
(Ω)), i.´e.
u

m
, w u

, w, w L
1
(0, T ; L
2
(Ω))
(2.68)
Enao, como foi realizado anteriormente, tomando-se w = vϕ com v H
2
0
(Ω) e ϕ
L
1
(0, T ) tem- se que
T
0
(u

m
(t), v)ϕ(t) dt
T
0
(u

(t), v)ϕ(t) dt, ϕ L
1
(0, T )
(2.69)
46
Em particular para ϕ C
1
(0, T ) L
1
(0, T ), conclui-s e que
T
0
(u

m
(t), v)ϕ(t) dt
T
0
(u

(t), v)ϕ(t) dt (2.70)
e
T
0
(u
m
(t), v)ϕ
(t) dt
T
0
(u(t), v)ϕ
(t) dt (2.71)
para toda v H
2
0
(Ω) e para to da ϕ C
1
(0, T ) com ϕ(0) = 1 e ϕ(T ) = 0. Somando-se
as equa¸oes (2.70) e (2.71) tem-se
T
0
(u

m
(t), v)ϕ(t) dt +
T
0
(u
m
(t), v)ϕ
(t) dt
=
T
0
d
dt
(u
m
(t), v)ϕ(t)
dt = (u
m
(0), v)
(2.72)
Por outro lado tem-se que
T
0
(u

(t), v)ϕ(t) dt +
T
0
(u
(t), v)ϕ
(t) dt
=
T
0
d
dt
(u
(t), v)ϕ(t)
dt = (u
(0), v)
(2.73)
De (2.72), (2.73) e da convergencia dada em (2.69) tem-se que
(u
m
(0), v) (u
(0), v)
para toda v H
2
0
(Ω). Mas como u
m
(0) = u
1m
u
1
forte em H
2
0
(Ω) (ver (2.7) e (2.8))
e portanto em L
2
(Ω), tem-se que
(u
m
(0), v) (u
1
, v)
para toda v H
2
0
(Ω). Portanto, da unicidade do limite, concluimos que
u
(0) = u
1
. (2.74)
Agora, de (2.44), (2.67) e (2.74) conclu´ımos que a fun¸ao u ´e solu¸ao do problema (2.1),
a que as condi¸oes de fronteira em (2.1) est˜ao satisfeitas pois u H
2
0
(Ω).
47
2.5 Unicidade da Solu¸ao u
A unicidade da solu¸ao e demonstrada supondo que existem duas solu¸oes u e
v para o problema (2.1) na classe C(0, ; H
2
0
(Ω) H
3
(Ω)) C
1
(0, ; H
2
0
(Ω)). Enao
w = u v ´e solu¸ao de
w
tt
+
2
w γ w
tt
β
∇u
2
u ∇v
2
v
+ρ(x, u
t
) ρ(x, v
t
) = 0 x , t > 0
w(x, 0) = 0
w
t
(x, 0) = 0 x
w(x, t) = 0
w
n
(x, t) = 0 x , t > 0
(2.75)
Multiplicando a equa¸ao em (2.75) por w
t
, integrando-a sobre a regi˜ao e aplicando-se
as condi¸oes de fronteira para w dadas em (2.75), resulta que
d
dt
w
t
(t)
2
+ γ∇w
t
(t)
2
+ w(t)
2
+ 2(ρ(u
t
) ρ(v
t
), w
t
(t))
2β
∇u(t)
2
u(t) ∇v(t)
2
v(t), w
t
(t)
= 0
(2.76)
Integrando a equa¸ao (2.76) em [0, t], t 0, e usando as condi¸oes iniciais dadas em (2.75)
w
t
(t)
2
+ γ∇w
t
(t)
2
+ w(t)
2
+ 2
t
0
(ρ(u
t
) ρ(v
t
), w
t
(s))ds
2β
t
0
∇u(s)
2
u(s) ∇v(s)
2
v(s), w
t
(s)
ds = w
t
(0)
2
+γ∇w
t
(0)
2
+ w(0)
(2.77)
A seguir ao calculadas w
t
(0), ∇w
t
(0) e w(0). Das condi¸oes iniciais tem-se que
w
t
(x, 0) = 0, x ∇w
t
(0) = 0.
Para mostrar que w(0) = 0 deve-se observar que
w(x, 0) = 0, x w(x, 0) = 0
48
Desta forma tem-se que a identidade expressa na equa¸ao (2.77)
w
t
(t)
2
+ γ∇w
t
(t)
2
+ w(t)
2
= 2
t
0
(ρ(u
t
) ρ(v
t
), w
t
(s))ds
+2β
t
0
∇u(s)
2
u(s) ∇v(s)
2
v(s), w
t
(s)
ds
(2.78)
Utilizando-se as propriedades de diferenciabilidade da fun¸ao ρ(., .) em ×R
+
e o teorema
do valor edio tem-se que
ρ(x, s) ρ(x, τ) =
ρ
s
(x, ξ)(s τ), para algum ξ (s, τ)
(2.79)
De (2.79) obt´em-se que
(ρ(u
t
) ρ(v
t
), w
t
(t)) =
ρ
s
(x, ξ)w
2
t
(x, t)dx (ρ(u
t
) ρ(v
t
), w
t
(t)) 0
(2.80)
De (2.78) e (2.80) segue que
w
t
(t)
2
+ γ∇w
t
(t)
2
+ w(t)
2
2β
t
0
∇u(s)
2
u(s) ∇v(s)
2
v(s), w
t
(s)
ds
(2.81)
Analisando-se o integrando de (2.81) tem-se que
∇u
2
u(s) ∇v
2
v, w
t
∇u
2
u ∇v
2
vw
t
(2.82)
Analisando-se separadamente o termo
∇u
2
u ∇v
2
v = (∇u
2
∇v
2
) u + ∇v
2
w
(∇u ∇v)(∇u+ ∇v) u + ∇v
2
w C w
Integrando-se de (0, t) a desigualdade expressa em (2.82) e substituindo-se na equa¸ao
(2.78)
w
t
(t)
2
+ γ∇w
t
(t)
2
+ w(t)
2
C
t
0
w
t
(s)
2
+ γ∇w
t
(s)
2
+ w(s)
2
ds
(2.83)
49
Define-se a fun¸ao f : R
+
R
+
como
f(t) = w
t
(t)
2
+ γ∇w
t
(t)
2
+ w(t)
2
e importante observar que f(0) = 0 e que f C
1
(R
+
) que segue do fato que w
C(0, ; H
2
0
(Ω) H
3
(Ω)) C
1
(0, ; H
2
0
(Ω)). Usando a desigualdade de Gronwall tem-se
que
f(t) = 0, t R
+
w
t
(t)
2
+ γ∇w
t
(t)
2
+ w(t)
2
= 0, t R
+
i.´e.
w
t
(t) = 0, ∇w
t
(t) = 0 e w(t) = 0, t R
+
Como w C(0, ; H
2
0
(Ω) H
3
(Ω)) C
1
(0, ; H
2
0
(Ω)) e C(0, ; H
2
0
(Ω) H
3
(Ω))
C
1
(0, ; H
2
0
(Ω)) C(0, ; H
2
0
(Ω)) ent˜ao w(t) L
2
(Ω), t R
+
e limitado enao
tem-se da desiguldade de Poincar´e
0 w(t)
H
2
0
(Ω)
C w(t)
L
2
(Ω)
= 0, t R
+
Enao conclui-se que w = 0 q.s. em × (0, T ) e portanto o problema (2.1) tem solu¸ao
´unica.
50
Cap´ıtulo 3
Estabiliza¸c˜ao
Neste cap´ıtulo ao apresentados resultados sobre a estabiliza¸ao da energia para
o problema de Cauchy associado `a equa¸ao de Bernoulli-Euler apresentada em (2.1).
´
E
importante ressaltar que o principal resultado que ser´a apresentado nesse cap´ıtulo ´e um
teorema que demonstra o comportamento assinotico da energia do sistema e fornece as
taxas de decaimento da energia. Esse resultado ´e demonstrado com base no princ´ıpio da
continua¸ao ´unica. Para equa¸ao de Bernoulli-Euler sem termo de in´ercia rotacional, isto
´e, γ = 0 em (2.1), ou ent˜ao para a equa¸ao (2.1) com β = 0, ou seja para equa¸ao linear de
placas. Para a equa¸ao completa (γ, β > 0) ao conhecemos na literatura resultado sobre
continua¸ao ´unica. Se tal resultado for alido, o teorema de estabiliza¸c ˜ao apresentado
neste trabalho ser´a tamb´em alido para esse caso.
Por estabiliza¸ao entende-se como o comportamento da energia E(t) do sistema
quando t , ou o estudo do comportamento das solu¸oes u(t) quando t , em
alguma norma. Por exemplo, estudar lim
t→∞
u(t) ou lim
t→∞
u(t)
L
(Ω)
. ao mostradas
taxas expl´ıcitas de decaimento da energia associada a solu¸ao do problema (2.1).
A energia associada a equa¸ao de Bernoulli-Euler com efeito de in´ercia rotacional
51
´e obtida multiplicando-se a equa¸ao em (2.1) por u
t
e integrando sobre a regi˜ao Ω,
E(t) =
1
2
|u
t
|
2
+ γ|u
t
|
2
+ | u|
2
+
β
2
∇u(t)
2
|∇u|
2
dx.
(3.1)
A equa¸ao (2.1) possui o termo ρ = ρ(x, u
t
) que representa uma dissipa¸ao da energia
associada a esse problema. Isso pode ser demonstrado multiplicando-se a equa¸ao em
(2.1) por u
t
e integrando-se em × [t, t + T ] para obter que
E(t) E(t + T ) =
t+T
t
ρ(x, u
t
)u
t
dxdt, t 0 e T 0. (3.2)
Em particular observa-se da hip´otese (2.2).(i) sobre ρ(x, s) que a energia E(t) ´e
uma fun¸ao decrescente. Ent˜ao, faz sentido estudar o decaimento da energia total E(t)
associada ao problema (2.1). O objetivo desse cap´ıtulo ´e demonstrar o seguinte teorema:
Teorema 3.1 (Estabiliza¸ao) : Supor que γ = 0 ou β = 0 e x
0
. Ent˜ao
considerando-se as hip´oteses feitas em (2.2) sobre as fun¸oes a = a(x) e ρ = ρ(x, s),
tem-se que a energia associada a solu¸ao u = u(x, t) do problema (2.1) tem o seguinte
comportamento assint´otico no tempo:
E(t) C (1 + t)
δ
i
, i = 1, 2, 3, 4, t 0; (3.3)
sendo C uma constante positiva (dependendo de E(0)) e com taxa de decaimento δ
i
definida para os seguintes casos:
Caso I: Se r > 0 e 0 < p
2
n2
ent˜ao δ
1
= min
2
r
,
8(p+1)
4p(n+2)
e δ
1
=
2
r
se p = 0 ou se
n = 1 ou 2 e 0 p < +. Se r = 0 e p > 0 ent˜ao δ
1
=
8(p+1)
4p(n+2)
.
Caso II: Se r > 0 e 1 < p < 0 ent˜ao δ
2
= min
2
r
,
4
p(2n)
e δ
2
=
2
r
se n = 1 ou 2. Se
r = 0 ent˜ao δ
2
=
4
p(2n)
.
52
Caso III: Se 1 < r < 0 e 0 < p
2
n2
ent˜ao δ
3
= min
2(r+1 )
r
,
4(p+1)
p(n2)
e δ
3
=
2(r+1 )
r
se
p = 0 ou se n = 1 ou 2 e 0 p < +.
Caso IV: Se 1 < r < 0 e 1 < p < 0 ent˜ao δ
4
= min
2(r+1 )
r
,
4
p(n2)
e δ
4
=
2(r+1 )
r
se
n = 1 ou 2.
Observao: Se r = p = 0 ent˜ao a energia decai exponencialmente no tempo (para a
equa¸ao de Bernoulli-Euler sem o termo de in´ercia rotacional ver Tucsnack [25] e [26]).
O teorema acima mostra o comportamento assint´otico da energia associada a solu¸ao do
problema definido em (2.1) e fornece as taxas expl´ıcitas de decaimento da energia.
Para demonstrar esse teorema ao necess´arios alguns lemas e estimativas.
3.1 Lema de Nakao
Para demonstrar a estabiliza¸ao da energia E(t) vamos mostrar que E(t) satisfaz
uma desigualdade do tipo:
E(t)
1+ξ
i
C[E(t) E(t + T )], t 0 (3.4)
sendo C uma constante positiva, T > 0 est´a fixo e ξ
i
> 0 est´a relacionado com δ
i
dado
no teorema 3.1. Enao, a propriedade de decaimento seguir´a do seguinte lema (ver Nakao
[22]):
Lema 3.1 (Nakao) Seja ϕ(t) uma fun¸ao ao negativa em R
+
satisfazendo para t 0:
sup
tst+T
ϕ(s)
1+δ
g(t)[ϕ(t) ϕ(t + T )]
com T > 0, δ 0 e g(t) uma fun¸ao ao decrescente. Se δ > 0 ent˜ao ϕ satisfaz
ϕ(t)
ϕ(0)
δ
+
t
T
g(s)
1
ds
1
δ
, T t
53
Se δ = 0, ao inv´es da desigualdade acima tem-se ent˜ao para ϕ o seguinte comportamento
assint´otico
ϕ(t) Cϕ(0)e
σt
, t 0
para algum σ > 0 fixo e C > 0 uma constante.
3.2 Localiza¸ao da D issipa¸ao
Nessa se¸ao ao impostas as condi¸oes que localizam o termo dissipativo repre-
sentado pela fun¸ao ρ = ρ(x, u
t
) na equa¸ao (2.1). Sejam x
0
R
n
fixado e Γ = a
fronteira de e
Γ(x
0
) =
x Γ; (x x
0
) · η(x) 0
,
sendo η = η(x) a normal exterior a Ω, unit´aria, no ponto x Γ. Considere-se ω uma
vizinhan¸c a, em
¯
Ω, de Γ(x
0
), isto ´e, ω =
¯
W , com W um aberto de R
n
com Γ(x
0
) W .
Sobre a fun¸ao a = a(x) que aparece nas hip´oteses (2.2) sobre o crescimento da fun¸ao
ρ = ρ(x, u
t
), faz-se a seguinte hip´otese:
a(x) a
0
> 0, x ω
a(x) 0, x
com a
0
uma constante. Desse modo a fun¸ao a = a(x) e portanto a dissipa¸ao representada
pela fun¸ao ρ = ρ(x, u
t
) na equa¸ao (2.1) ´e efetiva somente sobre ω. Assim a dissipa¸ao
est´a localizada sobre ω, sendo ω uma vizinhan¸ca em da parte Γ(x
0
) da fronteira de Ω.
Se x
0
int(Ω) enao Γ(x
0
) = Γ e ω ´e uma vizinhan¸ca de toda fronteira de Ω.
54
3.3 Identidades de Energia
Para demonstrar o comportamento assint´otico da energia dada em (3.1) torna-se
necess´ario desenvolver algumas identidades de energia. Para isso ser˜ao ´uteis as seguintes
fun¸oes:
Seja h : R
n
R
n
um campo vetorial de classe C
2
tal que
h(x) = η(x) em Γ(x
0
)
h(x) · η(x) 0 em Γ
h(x) = 0 em \ˆω
(3.5)
sendo ˆω um aberto do R
n
tal que Γ(x
0
) ˆω
¯
ω (para a existˆencia de tal campo h
ver Lions [15]).
Seja m W
2,
(Ω) uma fun¸ao tal que
|∇m|
2
m
e
| m|
2
m
ao limitados e
0 m 1 em
m = 1 em ˜ω
m = 0 em
¯
\ω
(3.6)
sendo ˜ω
¯
um aberto em
¯
com Γ(x
0
) ˜ω ω
¯
. Evidentemente, uma tal fun¸ao
m(x) existe (ver Lions [15] e Tucsnak [25], [26]).
O lema de Gagliardo-Niremberg se faz necess´ario para estimar uma integral en-
volvendo o termo dissipativo ρ(x, u
t
).
Lema 3.2 (Gagliardo-Niremberg) Seja 1 r < p < , 1 q p e 0 m. Ent˜ao,
v
W
k,q
C v
θ
W
m,p
v
1θ
L
r
para v W
m,p
(Ω) L
r
(Ω), R
n
, sendo C uma constante positiva e
θ =
k
N
+
1
r
1
q
m
N
+
1
r
1
p
1
55
tal que 0 < θ 1.
Lema 3.3 (Identidades de Energia) Sejam h : R
n
R
n
de classe C
2
, m W
2,
(Ω),
u = u(x, t) a solu¸ao de (2.1) e T > 0 fixo. Ent˜ao as seguintes identidades ao alidas
para todo t 0:
u
t
u dx
t+T
t
+ γ
u
t
· u dx
t+T
t
t+T
t
|u
t
|
2
dxds
+
t+T
t
| u|
2
dxds γ
t+T
t
|∇u
t
|
2
dxds + β
t+T
t
∇u
4
ds
+
t+T
t
ρ(x, u
t
)u dxds = 0,
(3.7)
t+T
t
m(x)
| u|
2
γ|∇u
t
|
2
|u
t
|
2
+ β∇u
2
|∇u|
2
+ ρ(x, u
t
)u
dxds
=
t+T
t
γu
t
u
t
· m β∇u
2
uu · m
dxds
γ
m(x)uu
t
· u dx
t+T
t
t+T
t
u u m + 2 uu · m
dxds
[m(x)uu
t
+ u
t
· m] dx
t+T
t
,
(3.8)
u
t
(h · u) dx
t+T
t
+
t+T
t
ρ(x, u
t
)(h · u) dxds
+
1
2
t+T
t
( · h)(|u
t
|
2
| u|
2
β∇u
2
|∇u|
2
)dxds
+
n,n
i,j=1
t+T
t
(2D
i
h
j
D
i
D
j
u u + β∇u
2
D
i
h
j
D
i
uD
j
u) dxds
+γ
n,n
i,j=1
t+T
t
D
i
h
j
D
j
uD
i
u
tt
+ h
j
D
i
D
j
uD
i
u
tt
dxds
+
t+T
t
(h · u) u dxds =
1
2
t+T
t
Γ
(h · η)| u|
2
dΓds,
(3.9)
u
t
(x x
0
) · u dx
t+T
t
+
n
2
t+T
t
(|u
t
|
2
| u|
2
β∇u
2
|∇u|
2
)dxds
ρ(x, u
t
)[(x x
0
) · u] dxds +
t+T
t
(2| u|
2
γ|∇u
t
|
2
+ β∇u
2
|∇u|
2
)dxds
+γ
u
t
· u dxds
t+T
t
+
n,n
i,j=1
t+T
t
(x
i
x
0i
)D
i
D
j
uD
j
u
tt
dxds
=
1
2
t+T
t
Γ
(x x
0
) · η| u|
2
dΓds.
(3.10)
56
sendo que h
k
indica a k-´esima componente do campo h, D
j
=
x
j
, h = (h
1
, ··· , h
n
),
η = η(x) ´e a normal ao ponto x Γ e x
0
´e um ponto de R
n
fixado arbitrariamente.
A demonstra¸ao de ssas identidades ´e obtida usando-se os multiplicadores M(u) =
u, M(u) = m(x)u, M(u) = h·u e M(u) = (xx
0
)·u, respectivamente. Na identidade
(3.9) ao aparece o termo de fronteira da integral γ
t+T
t
u
tt
(h · u) dxds. Para o
termo de fronteira tem-se a seguinte identidade,
Γ
u
tt
η
(h · u) dΓ =
d
dt
Γ
u
t
η
(h · u) dΓ
Γ
u
t
η
(h · u
t
) dΓ = 0,
pois u
t
(t) H
2
0
(Ω) para todo t [t, t + T ]. A identidade (3.10) ´e um caso particular
da equa¸ao (3.9) quando h(x) = x x
0
, com x, x
0
R
n
. Em (3.8) ao ao usadas as
propriedades definidas em (3.5) e (3.6) do campo vetorial h e da fun¸ao m = m(x).
3.4 Estimativas de Energia
´
E importante observar que para todas as estimativas que ser˜ao realizadas a se guir,
a letra C poder´a indicar diferentes constantes positivas. A primeira estimativa ´e dada
pelo seguinte lema:
Lema 3.4 Sejam T > 0 fixo, h : R
n
R
n
um campo vetorial de classe C
2
com as
propriedades (3.5) e u = u(x, t) a solu¸ao de (2.1). Ent˜ao,
u
t
(h · u) dx
t+T
t
C
E(t + T ) + E(t)
, (3.11)
t+T
t
ρ(x, u
t
)(h · u) dxds
C
t+T
t
|ρ(x, u
t
)||∇u|dxds, (3.12)
t+T
t
(h · u) u dxds
C
t+T
t
¯
ˆω
| u|
2
dxds, (3.13)
57
1
2
t+T
t
( · h)| u|
2
dxds
C
t+T
t
¯
ˆω
| u|
2
dxds, (3.14)
β
2
t+T
t
( · h)∇u
2
|∇u|
2
dxds
C
t+T
t
¯
ˆω
∇u
2
|∇u|
2
dxds, (3.15)
β
t+T
t
∇u
2
n,n
j,k=1
(D
j
h
k
)(D
j
uD
k
u)dxds
C
t+T
t
¯
ˆω
∇u
2
|∇u|
2
dxds.
(3.16)
Demonstra¸ao:
Para obter a estimativa dada na equa¸ao (3.11) foram utilizados as desigualdades de
older e de Poincar´e e o fato do campo vetorial h ser de classe C
2
.
u
t
(h.u) dx
t+T
t
u
t
(h · u) dx
t+T
+
u
t
(h · u) dx
t
h
L
(Ω)
|u
t
||∇u|dx
t+T
+
|u
t
||∇u|dx
t
u
t
u
t+T
+ u
t
u
t
C[E(t + T ) + E(t)].
Para obter a estimativa dada em (3.12) utiliza-se o fato de que h C
2
(R
n
),
t+T
t
ρ(h · u) dxds
t+T
t
|ρ||h · u|dxds C
t+T
t
|ρ||∇u|dxds.
Do fato de que u(t) H
2
0
(Ω) H
3
(Ω) H
2
0
(Ω), h 0, em
¯
\ω e portanto h = 0 em
¯
ˆω e da desigualdade de Poincar´e tem-se que
t+T
t
(h · u) u dxds
t+T
t
¯
ˆω
| h · u|| u|dxds
C
t+T
t
¯
ˆω
| u|
2
dxds.
Portanto a estimativa dada em (3.13) est´a demonstrada. Para demonstrar a estimativa
apresentada em (3.14) utiliza-se as propriedades do campo vetorial h apresentadas em
(3.6)
1
2
t+T
t
( · h)| u|
2
dxds
C
t+T
t
¯
ˆω
|∇ · h|| u|
2
dxds
C
t+T
t
¯
ˆω
| u|
2
dxds.
58
A estimativa (3.14) est´a demonstrada. A demonstra¸ao da estimativa (3.15) ´e an´aloga a
da estimativa (3.14),
β
t+T
t
∇u
2
n,n
j,k=1
(D
j
h
k
)(D
j
uD
k
u)dxds
Cβ
n,n
j,k=1
t+T
t
¯
ˆω
∇u
2
|D
j
uD
k
u|dxds
n
2
C
t+T
t
¯
ˆω
∇u
2
|∇u|
2
dxds C
t+T
t
¯
ˆω
∇u
2
|∇u|
2
dxds.
O lema (3.4) est´a demonstrado. Outro resultado importante ´e atrav´es de uma estimativa
de uma integral de fronteira dado no lema a seguir:
Lema 3.5 Exist e um T > 0 fixo tal que a energia E = E(t) associada a solu¸ao u =
u(x, t) do problema (2.1) satisfaz a seguinte desigualdade:
1
2
t+T
t
Γ(x
0
)
(x x
0
) · η| u|
2
dΓds C
E(t + T ) + E(t)
+
t+T
t
ρ |∇u| dxds +
t+T
t
ω
|u
t
|
2
dxds
+
t+T
t
|u|
2
+ |∇u|
2
+ |∇u
t
|
2
+ |∇u
tt
|
2
dxds
, t > 0
com C uma constante positiva.
Demonstra¸ao:
A integral de fronteira ´e estimada limitando-se cada termo da identidade (3.8) do lema 3.3.
Cada termo de (3.8) ´e estimado definindo-se C
0
= max
sup
x
¯
|∇m(x)|
2
m(x)
, sup
x
¯
| m(x)|
2
m(x)
,
usando-se as propriedades da fun¸ao m = m(x) dadas em (3.6) e as desigualdades de
Poincar´e e older,
t+T
t
m(x)ρ(x, u
t
)u dxds
t+T
t
ρ(x, u
t
) |u| dxds,
(3.21)
t+T
t
m(x) |u
t
|
2
dxds C
t+T
t
|u
t
|
2
dxds,
(3.22)
m(x)[uu
t
u
t
· m] dx
t+T
t
C
E(t + T ) + E(t)
,
(3.23)
59
m(x)uu
t
· m
t+T
t
dx
|uu
t
· m|
t+T
dx +
|uu
t
· m|
t
dx
C
u∇u
t
t+T
+ u∇u
t
t
C
E(t + T ) + E(t)
.
(3.24)
Sabendo-se que m 0 em
¯
tem-se que,
t+T
t
u u m + 2 uu · m + β∇u
2
uu · m
dxds
+
t+T
t
γ u
t
u
t
· m dxds =
t+T
t
ω
u u m + 2 uu · m
dxds
+
t+T
t
ω
β∇u
2
uu · m + γ u
t
u
t
· m
dxds
(3.25)
Ser˜ao estimadas as duas primeiras parcelas da identidade acima,
t+T
t
ω
u u m + 2 uu · m
dxds
t+T
t
|u||u||m| + 2 |u||∇u||∇m|
dxds
=
t+T
t
ω
|u||u|
|m|
m
2
m
2
dxds + 2
t+T
t
ω
|u||∇u|
|∇m|
m
m dxds.
(3.26)
A pimeira integral de (3.26) ´e estimada com aux´ılio da desigualdade de Young,
|u|
|m|
m
2

|u|
m
2
ω
C
0
|u|
2
+
m
4
| u|
2
dx
(3.27)
A segunda integral de (3.26) ´e estimada usando-se a hip´otese de limita¸ao da fun¸ao
|∇m|
2
m
e a desigualdade de older, pois m W
2,
(Ω) e u H
2
0
(Ω) H
3
(Ω) L
2
(Ω),
2
ω
|u||∇u|
|∇m|
m
m dx 2
C
0
ω
| u|
2
dx
1
2
ω
m|∇u|
2
dx
1
2
(3.28)
Colocando-se as estimativas apresentadas em (3.27) e (3.28) na desigualdade (3.26) obt´em-
se
t+T
t
ω
u u m + 2 uu · m
dxds
C
t+T
t
ω
|u|
2
+
1
4
| u|
2
dx +
ω
| u|
2
dx
1
2
ω
m|∇u|
2
dx
1
2
ds.
(3.29)
Outra estimativa necess´aria ´e dada por
β
t+T
t
∇u
2
uu · m dxds β
t+T
t
∇u
2
|u||∇u||∇m| dxds
(3.30)
60
Como |u|, |∇u|, |∇m| 0 ent˜ao da desigualdade de Young tem-se que
|u||∇u||∇m| =
2C
0
β |u|
|∇u||∇m|
2C
0
β
1
2
2C
0
β |u|
2
+
|∇u|
2
|∇m|
2
2C
0
β
(3.31)
Colocando-se essa estimativa em (3.30), obt´em-se
β
t+T
t
∇u
2
uu · m dxds β
2
t+T
t
C
0
∇u
2
|u|
2
dxds
+
t+T
t
∇u
2
|∇u|
2
|∇m|
2
4C
0
dxds β
2
t+T
t
C
0
∇u
2
|u|
2
dxds
+
t+T
t
m(x)∇u
2
|∇u|
2
dxds
(3.32)
Analisando-se separadamente o primeiro termo da desigualdade (3.32)
β
2
t+T
t
ω
C
0
∇u
2
|u|
2
dxds = (β C
0
)
2
t+T
t
ω
∇u
2
C
0
|u|
2
dxds
(3.33)
Do fato de que a energia ´e decrescente tem-se que
∇u
2
C
0
4
β C
0
E(0).
(3.34)
Colocando-se a estimativa (3.34) na desigualdade (3.33) obt´em-se,
β
2
t+T
t
ω
C
0
∇u
2
|u|
2
dxds 4E(0)β C
0
t+T
t
ω
|u|
2
dxds
C
t+T
t
|u|
2
dxds
(3.35)
Colocando-se a estimativa (3.35) em (3.32) tem-se,
β
t+T
t
∇u
2
uu · m dxds C
t+T
t
|u|
2
dxds
+
t+T
t
m(x)∇u
2
|∇u|
2
dxds
(3.36)
Para a integral
t+T
t
ω
γ u
t
u
t
· m dx de (3.25) tem-se a seguinte estimativa
t+T
t
ω
γ u
t
u
t
· m dx
t+T
t
ω
γ |u
t
||∇u
t
||∇m| dx
=
t+T
t
ω
γ
m |u
t
||∇u
t
|
|∇m|
m
dx C
t+T
t
ω
|u
t
||∇u
t
| dx
C
t+T
t
|∇u
t
|
2
dx.
(3.37)
61
Colocando-se as estimativas (3.29), (3.36) e (3.37) em (3.25) obt´em-se
t+T
t
u u m + 2 uu · m + β∇u
2
uu · m
dxds
+
t+T
t
γ u
t
u
t
· m dxds C
t+T
t
ω
|u|
2
+
1
4
| u|
2
dx
+
ω
| u|
2
dx
1
2
ω
m|∇u|
2
dx
1
2
+
|∇u
t
|
2
dx
ds.
(3.38)
Colocando-se as estimativas (3.21)-(3.24) e (3.38) na identidade (3.8) obt´em-se
t+T
t
m(x)
γ|∇u
t
|
2
+ | u|
2
+ β∇u
2
|∇u|
2
dxds C
E(t + T )+
E(t) +
t+T
t
¯ω
¯
|u|
2
+ |u
t
|
2
+ |∇u|
2
+ |∇u
t
|
2
+ ρ |u|
dxds
.
(3.39)
Notando que ¯ω
¯
ω e m 1 em ω ent˜ao
t+T
t
¯ω
¯
γ|∇u
t
|
2
+ | u|
2
+ β∇u
2
|∇u|
2
dxds C
E(t + T )+
E(t) +
t+T
t
ω
|u|
2
+ |u
t
|
2
+ |∇u|
2
+ |∇u
t
|
2
+ ρ |u|
dxds
(3.40)
A estimativa dada no lema (3.5) est´a demonstrada.
Lema 3.6 Exist e um n´umero T > 0 fixo tal que a energia E = E(t) associada a solu¸ao
u = u(x, t) do problema (2.1) satisfaz a seguinte desigualdade:
E(t) C
E(t) E(t + T ) +
t+T
t
|ρ(x, u
t
)|
|u| + |∇u|
dxds
+
t+T
t
ω
|u
t
|
2
dxds +
t+T
t
|u|
2
+ |∇u|
2
+ |∇u
t
|
2
+ |∇u
tt
|
2
dxds
, t > 0
com C uma constante positiva.
Demonstra¸ao:
Fixando-se um n´umero positivo λ satisfazendo
λn
2
1 > 0. Multiplicando-se (3.10) por
62
λ, e depois somando-se com (3.7).
λn
2
1
t+T
t
|u
t
|
2
dxds +
1
λn
2
+ 2λ
t+T
t
| u|
2
dxds
+
1 + λ
1
n
2

t+T
t
β∇u
4
ds +
t+T
t
γ|∇u
t
|
2
dxds
=
λ
2
t+T
t
Γ
(x x
0
) · η| u|
2
dΓds + (2 + λ)
t+T
t
γ|∇u
t
|
2
dxds
t+T
t
ρ(x, u
t
)[u + λ(x x
0
) · u] dxds
u
t
[u + λ(x x
0
) · u] dx
t+T
t
(1 + λ)
γu
t
· u dx
t+T
t
λ
n,n
i,j=1
t+T
t
γ(x
i
x
0i
)D
i
D
j
uD
j
u
tt
dxds.
(3.41)
A ´ultima integral da desigualdade acima ser´a estimada como,
(x
i
x
0i
)D
i
D
j
uD
j
u
tt
dx M
|D
i
D
j
uD
j
u
tt
|dx
M
|D
i
D
j
u|
2
+
1
|D
j
u
tt
|
2
dx M
u
2
+
1
∇u
tt
2
.
sendo que M = sup
x
¯
|xx
0
| e > 0. Colocando-se a estimativa acima em (3.41) e tomando-
se C > 0, tal que
C
2
= min

λn
2
1
,
1
λn
2
+ 2λ 2nM
,
1 + λ
1
n
2

obt´em-se
C
t+T
t
E(s) ds C
1
[E(t) + E(t + T )] +
t+T
t
ρ[λM|∇u| + |u|] dxds
+
λ
2
t+T
t
Γ(x
0
)
(x x
0
) · η| u|
2
dΓds +
λ
2
t+T
t
Γ\Γ(x
0
)
(x x
0
) · η| u|
2
dΓds
+(2 + λ)
t+T
t
γ|∇u
t
|
2
dxds +
2nM
λγ
t+T
t
|∇u
tt
|
2
dxds
Do fato de que (xx
0
)·η 0 em Γ\Γ(x
0
) e tomando-se C
1
= max
λM, (2+λ),
2nM
λ
,
tem-se que
C
t+T
t
E(s) ds C
1
E(t) + E(t + T ) +
t+T
t
ρ[|∇u| + |u|] dxds
+
t+T
t
Γ(x
0
)
(x x
0
) · η| u|
2
dΓds +
t+T
t
|∇u
tt
|
2
dxds
(3.43)
63
Colocando-se a estimativa para integral de fronteira dada no lema (3.5) na desigualdade
(3.43) obt´em-se
t+T
t
E(s)ds
C
1
C
E(t + T ) + E(t) +
t+T
t
|u| + |∇u|
ρ dxds
+
t+T
t
ω
|u
t
|
2
dxds +
t+T
t
|u|
2
+ |∇u|
2
+ |∇u
t
|
2
+ |∇u
tt
|
2
dxds
.
(3.44)
Como a energia do sistema apresenta decaimento tem-se que
E(t + T )T
t+T
t
E(s)ds.
(3.45)
Tomando-se T 2
C
1
C
+ 1 e colocando-se na desigualdade (3.45) tem-se que
E(t + T )
2
C
C
1
+ 1
t+T
t
E(s)ds.
(3.46)
Colocando-se as estimativas (3.46) na desigualdade (3.44) obt´em-se
E(t) C
E(t) E(t + T ) +
t+T
t
|ρ(x, u
t
)|
|u| + |∇u|
dxds
+
t+T
t
ω
|u
t
|
2
dxds +
t+T
t
|u|
2
+ |∇u|
2
+ |∇u
t
|
2
+ |∇u
tt
|
2
dxds
.
O lema 3.6 est´a demonstrado.
Lema 3.7 Seja u = u(x, t) solu¸ao de (2.1) e E definido por E E(t) E(t + T ).
Ent˜ao para T > 0 dado no lema 3.4 e ρ = ρ(x, u
t
) satisfazendo (2.2), tem-se que
t+T
t
|ρ(x, u
t
)|[ |∇u| + |u|]dxds C (∆E)
1
r+2
E(t)
+C (∆E)
p+1
p+2
E(t)
4+p(n+2)
8(p+2)
(3.47)
para o caso r 0, 0 p
2
n 2
e n 3. Se n = 2, a estimativa expressa na equa¸ao
(3.47) serve para o caso r 0 e p 0.
t+T
t
|ρ(x, u
t
)|[ |∇u| + |u|]dxds C (∆E)
1
r+2
E(t)
+C (∆E)
2
4+(2n)p
E(t)
(3.48)
64
para o caso r 0, 1 < p < 0 e n 2.
t+T
t
|ρ(x, u
t
)|[ |∇u| + |u|]dxds C (∆E)
r+1
r+2
E(t)
+C (∆E)
p+1
p+2
E(t)
4p(n2)
4+(p+2)
,
(3.49)
para o caso 1 < r < 0, 0 p
2
n 2
e n 3. Se n = 2, a estimativa expressa na
equa¸ao (3.49) ´e alida para o caso 1 < r < 0, p 0.
t+T
t
|ρ(x, u
t
)|[ |∇u| + |u|]dxds C (∆E)
r+1
r+2
E(t)
+C (∆E)
2
4+p(2n)
E(t),
(3.50)
para o caso 1 < r < 0, 1 < p < 0 e n 2, com C uma constante positiva. Para n = 1
as estimativas acima ao as mesmas que no caso n = 2.
Demonstra¸ao:
Das hip´oteses de crescimento da fun¸ao ρ, tem-se
t+T
t
|ρ(x, u
t
)|(|∇u| + |u|)dxds
t+T
t
1
c
2
a(x)
|u
t
|
r+1
+ |u
t
|

|∇u| + |u|
dxds
+
t+T
t
2
c
4
a(x)
|u
t
|
p+1
+ |u
t
|

|∇u| + |u|
dxds = I
1
+ I
2
,
(3.51)
Para demonstrar o resultado desse lema ao realizadas estimativas das integrais I
1
e I
2
baseadas nas hip´oteses de crescimento da fun¸ao ρ.
Caso I: Estimativa de I
1
para r 0 e n 2.
Do fato de que u L
(0, T ; H
3
(Ω) H
2
0
(Ω)) e u
t
L
(0, T ; H
2
0
(Ω)) pode-se utilizar as
desigualdades de older e Poincar´e obtendo-se
I
1
||
a||
L
(Ω)
2c
2
t+T
t
1
a(x)|u
t
|(|∇u| + |u|)dxds
C
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2
dxds
1
2
t+T
t
1
(|∇u| + |u|)
2
dxds
1
2
C
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2
dxds
1
2
t+T
t
E(s)ds
1
2
C
T
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2
dxds
1
2
E(t)
65
Utilizando-se a desigualdade de older com
1
r+2
2
+
1
r+2
r
= 1 na primeira integral da
desigualdade acima tem-se
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2
dxds
t+T
t
1
|a(x)u
2
t
|
r+2
2
dxds
2
r+2
T ||
r
2(r+2)
(3.53)
Observando que
|a(x)u
2
t
|
r+2
2
= |a(x)|
r+2
2
|u
t
|
r+2
a
r
2
L
(Ω)
|a(x)||u
t
|
r+2
.
Colocando-se (3.53) em tem-se
t+T
t
1
a|u
t
|
2
dxds
1
2
T ||a
2
L
(Ω)
r
2(r+2)
t+T
t
1
a|u
t
|
r+2
dxds
1
r+2
.
Com a desigualdade acima pode-se estimar a integral I
1
I
1
C
T
T ||a
2
L
(Ω)
r
2(r+2)
t+T
t
1
|a(x)||u
t
|
r+2
dxds
1
r+2
E(t)
C
c
1
r+2
1
T
T ||a
2
L
(Ω)
r
2(r+2)
t+T
t
1
c
1
|a(x)||u
t
|
r+1
|u
t
|dxds
1
r+2
E(t)
C
t+T
t
1
ρ(x, u
t
)|u
t
|dxds
1
r+2
E(t) C[E(t) E(t + T )]
1
r+2
E(t)
= C(∆E)
1
r+2
E(t),
notando que a constante positiva C depende de T , ||, r e a
L
(Ω)
.
Caso II: Estimativa de I
1
para 1 < r < 0 e n 2.
Para estimar a integral I
1
utiliza-se, inicialmente, a desigualdade de older com
r+1
r+2
+
1
r+2
= 1
I
1
C
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
r+1
[ |∇u| + |u|]dxds
C
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
r+2
dxds
r+1
r+2
t+T
t
[|u| + |∇u|]
r+2
dxds
1
r+2
C
t+T
t
1
ρ(x, u
t
)u
t
dxds
r+1
r+2
t+T
t
[|u| + |∇u|]
2
dxds
1
2
.
(3.57)
66
Utilizando-se a desigualdade de older com
r+2
2
+
(r)
2
= 1 e a desigualdade de Poincar´e
para a segunda integral da estimativa expressa em (3.57) tem-se
t+T
t
[|u| + |∇u|]
r+2
dxds
1
r+2
||
r
2
t+T
t
[|u| + |∇u|]
2
dxds
1
2
2C||
r
2
t+T
t
|u|
2
dxds
1
2
2C||
r
2
E(t).
Colocando-se a estimativa acima na desiguadade expressa em (3.57) obt´em-se
I
1
2C||
r
2
t+T
t
1
ρ(x, u
t
)u
t
dxds
r+1
r+2
E(t) = C(∆E)
r+1
r+2
E(t),
com C > 0 dependendo de r, ||a||
L
(Ω)
, || e T .
Caso III.a: Estimativa de I
2
para 0 p
2
n 2
e n 3.
Observando-se que
1
p+2
p+1
+
1
p+2
1
= 1
I
2
2 c
4
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
p+1
(|∇u| + |u|)dxds
2c
4
t+T
t
2
|a(x)u
p+1
t
|
p+2
p+1
dxds
p+1
p+2
t+T
t
2
(|∇u| + |u|)
p+2
dxds
1
p+2
2c
4
t+T
t
2
|a(x)|
p+2
p+1
|u
t
|
p+2
dxds
p+1
p+2
t+T
t
2
(|∇u| + |u|)
p+2
dxds
1
p+2
(3.60)
Das propriedades da fun¸ao a = a(x) tem-se que
|a(x)|
p+2
p+1
= |a(x)||a(x)|
1
p+1
|a(x)|a
1
p+1
L
(Ω)
(3.61)
Notando que |∇u|, |u| 0 tem-se que,
(|∇u| + |u|)
p+2
2
p+2
(|∇u|
p+2
+ |u|
p+2
)
(3.62)
Colocando-se as estimativas expressas em (3.62) e (3.61) em (3.60), chega-se
I
2
2c
4
a
1
p+2
L
(Ω)
t+T
t
2
|a(x)||u
t
|
p+2
dxds
p+1
p+2
t+T
t
|∇u|
p+2
+ |u|
p+2
dxds
1
p+2
67
Utilizando-se a desigualdade de Poincar´e em W
1,p+2
0
(Ω) na estimativa anterior obt´em-se,
I
2
C
t+T
t
2
|a(x)||u
t
|
p+2
dxds
p+1
p+2
t+T
t
|∇u|
p+2
dxds
1
p+2
,
com C uma constante positiva dependendo de p , ||, a
L
(Ω)
e c
4
. Usando-se Gagliardo-
Nirenberg e a desigualdade de Poincar´e obt´em-se
||∇u(t)||
L
p+2
(Ω)
C ||∇u(t)||
θ
H
1
(Ω)
||∇u(t)||
1θ
L
2
(Ω)
C ||u(t)||
θ
H
2
(Ω)H
1
0
(Ω)
||∇u(t)||
1θ
L
2
(Ω)
C ||u(t)||
θ
L
2
(Ω)
||∇u(t)||
1θ
L
2
(Ω)
C E(t)
θ
2
E(t)
1θ
2
C E(t)
θ
2
E(0)
1θ
4
E(t)
1θ
4
= C E(t)
1+θ
4
,
a constante C > 0 depende de E(0) e θ sendo que θ =
np
2(p + 2)
. Ent˜ao de (2.2)(iii) e da
desigualdade acima obt´em-se a seguinte estimativa para (3.60)
I
2
C
t+T
t
2
ρ(x, u
t
)u
t
dxds
p+1
p+2
||∇u(t)||
L
p+2
(Ω)
C (∆E)
p+1
p+2
E(t)
4+p(n+2)
8(p+2)
.
Caso III.b: Estimativa de I
2
para p 0 e n = 2.
Observando que u H
1
(Ω) L
q
(Ω), q 1, das desigualdades de older e Poincar´e
em W
p+2
0
(Ω) tem-se que,
I
2
c
4
t+T
t
2
a(x)[ |u
t
|
p+1
+ |u
t
|](|∇u| + |u|)dxds
2c
4
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
p+1
(|∇u| + |u|)dxds
C
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
p+2
dxds
p+1
p+2
t+T
t
2
[ |∇u| + |u|]
p+2
dxds
1
p+2
C
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
p+2
dxds
p+1
p+2
t+T
t
2
|∇u|
p+2
dxds
1
p+2
C
t+T
t
ρ(x, u
t
)u
t
dxds
p+1
p+2
t+T
t
2
|∇u|
p+2
dxds
1
p+2
.
Do lema de Gagliardo-Nirenberg com θ =
p
p + 2
tem-se
||∇u(s)||
L
p+2
(Ω)
||∇u(s)||
θ
1
||∇u(s)||
1θ
C ||u(s)||
θ
E(t)
1θ
4
C E(t)
θ
2
E(0)
1θ
4
E(t)
1θ
4
= C E(t)
p+1
2(p+2)
, s [t, t + T ].
68
Consequentemente
I
2
C
t+T
t
ρ(x, u
t
)u
t
dxds
p+1
p+2
E(t)
p+1
2(p+2)
C(∆E)
p+1
p+2
E(t)
p+1
2(p+2)
,
com C uma constante positiva dependendo de p, a
L
(Ω)
e E(0).
Caso IV.a: Estimativa de I
2
para 1 < p < 0 e n 3.
Novamente, utilizando-se as desigualdades de older e Poincar´e obt´em-se
I
2
c
4
t+T
t
2
a(x)[ |u
t
|
p+1
+ |u
t
|](|∇u| + |u|)dxds
2c
4
t+T
t
2
a(x)|u
t
|(|∇u| + |u|)dxds
C
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds
1
2
t+T
t
2
|∇u|
2
dxds
1
2
C
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds
1
2
T
E(t)
C
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
λ l
dxds
1
2 l
t+T
t
2
|u
t
|
(2λ)l
dxds
1
2 l
E(t).
sendo l
conjugado de l. Escolhendo λ =
4(p + 2)
4 + p(2 n)
e l =
2n
(n 2)(2 λ)
, obt´em- se
l
=
p + 2
λ
I
2
C
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
p+2
2
4+p(2n)
t+T
t
2
|u
t
|
2n
n2
dxds
p(2n)
2(4+p(2n))
E(t)
C
t+T
t
ρ(x, u
t
)u
t
dxds
2
4+p(2n)
t+T
t
2
|u
t
|
2n
n2
dxds
p(2n)
2(4+p(2n))
E(t).
Observando-se que u
t
(s) H
1
(Ω) L
2n
n2
(Ω), s [t, t + T ] a segunda integral da
desigualdade acima pode ser estimada da seguinte forma,
u
t
(s)
L
2n
n2
(Ω)
C u
t
(s)
H
1
(Ω)
2C
E(t) 2C
E(0) C, s [t, t + T ].
Com as ´utlimas desigualdades obt´em-se a seguinte estimativa para I
2
,
I
2
C (∆E)
2
4+p(2n)
E(t).
69
com C > 0 dependendo de E(0), c
4
, T , n, p e a
L
(Ω)
.
Caso IV.b: Estimativa de I
2
para 1 < p < 0 e n = 2. Das desiguldades de older e
Poincar´e, tem-se
I
2
c
4
t+T
t
2
a(x)[ |u
t
|
p+2
+ |u
t
|](|∇u| + |u|)dxds
C
t+T
t
2
a(x)|u
t
|(|∇u| + |u|)dxds
C
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds
1
2
t+T
t
2
|∇u|
2
dxds
1
2
C
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds
1
2
E(t)
C
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
p+2
dxds
1
4
t+T
t
2
|u
t
|
2p
dxds
1
4
E(t)
C
t+T
t
2
ρ(x, u
t
)u
t
dxds
1
4
E(t) C(∆E)
1
4
E(t),
com C uma constante positiva e dependendo de E(0), c
4
, T , p e a
L
(Ω)
. Para obter essa
estimativa foram utilizadas as hip´oteses de crescimento da fun¸ao ρ = ρ(x, u
t
) dada em
(2.2).(iii), a propriedade de decaimento da energia do sistema dada em (3.2) e o fato de
que u
t
L
(0, ; H
1
(Ω)) L
(0, ; L
q
(Ω)), q 1 e n = 2. O caso n = 1 ´e obtido
naturalmente da imers˜ao de Sobolev L
(0, ; H
1
(Ω)) L
(0, ; Ω) as estimativas
obtidas ao as mesmas que para o caso n = 2.
A demonstra¸ao do lema 3.7 ´e obtida combinando-se, para cada caso, as estima-
tivas acima obtidas para I
1
e I
2
com a desigualdade (3.51).
Combinando-se os lemas 3.6 e 3.7 com a desigualdade de Young obt´em-se o
seguinte resultado:
Proposi¸ao 3.1 : Seja u = u(x, t) solu¸ao de (2.1) e E dado por E E(t) E(t +
T ). Para T > 0 dado no lema 3.4 e ρ = ρ(x, u
t
) satisfazendo (2.2) ent˜ao a energia
70
associada com (2.1) satisfaz
E(t) C
D
i
(t)
2
+
t+T
t
ω
|u
t
|
2
dxds
+
t+T
t
|u| + |∇u|
2
+ |∇u
t
|
2
+ |∇u
tt
|
2
dxds
(3.74)
com i {1, 2, 3, 4}, com
D
1
(t)
2
= E + (∆E)
2
r+2
+ (∆E)
8(p+1)
12+p(6n)
(3.75)
se r 0 e 0 p
2
n 2
( 0 p < se n = 2 ),
D
2
(t)
2
= E + (∆E)
4
3(r+2)
+ (∆E)
4
12+3p(2n)
(3.76)
se r 0 e 1 p < 0 ,
D
3
(t)
2
= E + (∆E)
2(r+1)
r+2
+ (∆E)
8(p+1)
12+p(6n)
(3.77)
se 1 < r < 0 e 0 p
2
n 2
(0 p < se n = 2),
D
4
(t)
2
= E + (∆E)
2(r+1)
r+2
+ (∆E)
4
12+3p(2n)
(3.78)
se 1 < r < 0, 1 < p < 0 e n 2.
Para o caso n = 1 as estimativas acima ao as mesmas que para o caso n = 2.
Demonstra¸ao:
Para r 0 e 0 p
2
n 2
( 0 p < se n = 2 ) tem-se do lema 3.7 a seguinte
estimativa,
t+T
t
|ρ(x, u
t
)|[ |∇u| + |u|]dxds C (∆E)
r+1
r+2
E(t)
+C (∆E)
p+1
p+2
E(t)
4+p(n+2)
8(p+2)
.
(3.79)
Da desigualdade de Young tem-se que
C (∆E)
1
r+2
E(t) C (∆E)
2
r+2
+
E(t)
4
,
C (∆E)
p+1
p+2
E(t)
4+p(n+2)
8(p+2)
C (∆E)
8(p+2)
12+p(6n)
+
E(t)
4
.
(3.80)
71
Colocando-se na desigualdade (3.79) as estimativas apresentadas em (3.80), obt´em-se
C
t+T
t
|ρ(x, u
t
)|[ |∇u| + |u|]dxds C (∆E)
2
r+2
+ C (∆E)
8(p+2)
12+p(6n)
+
E(t)
2
.
(3.81)
Usando-se a estimativa dada em (3.81) na desigualdade apresentada no lema 3.6 obt´em-se
E(t) C
E + (∆E)
2
r+2
+ (∆E)
8(p+2)
12+p(6n)
+
t+T
t
ω
|u
t
|
2
dxds +
t+T
t
|u|
2
+ |∇u|
2
+ |∇u
t
|
2
dxds
.
(3.82)
Da estimativa (3.82) conclui-se que (3.74) ´e valida com
D
1
(t)
2
= E + (∆E)
2
r+2
+ (∆E)
8(p+2)
12+p(6n)
.
Para o caso r 0 e 1 p < 0 do lema 3.7 tem-se
t+T
t
|ρ(x, u
t
)|[ |∇u| + |u|]dxds C (∆E)
1
r+2
E(t)
+C (∆E)
2
4+(2n)p
E(t).
(3.84)
De forma an´aloga ao que foi realizado no caso anterior, pode-se estimar cada uma das
parcelas da equa¸c ˜ao (3.84) atrav´es da desigualdade de Young
C (∆E)
1
r+2
E(t) C (∆E)
2
r+2
+
E(t)
4
,
C (∆E)
2
4+(2n)p
E(t) C (∆E)
4
4+(2n)p
+
E(t)
4
.
(3.85)
Colocando-se as estimativas dadas em (3.85) na desigualdade (3.84) obt´em-se
C
t+T
t
|ρ(x, u
t
)|[ |∇u| + |u|]dxds C (∆E)
2
r+2
+ C (∆E)
4
4+(2n)p
+
E(t)
2
.
(3.86)
Usando-se a estimativa dada em (3.86) na desigualdade apresentada no lema 3.6 obt´em-se
E(t) C
E + (∆E)
2
r+2
+ (∆E)
4
4+(2n)p
+
t+T
t
ω
|u
t
|
2
dxds +
t+T
t
|u|
2
+ |∇u|
2
+ |∇u
t
|
2
dxds
.
(3.87)
Da estimativa (3.87) conclui-se que (3.74) ´e valida com
D
2
(t)
2
= E + (∆E)
2
r+2
+ (∆E)
4
4+(2n)p
.
(3.88)
72
Para os casos 1 < r < 0 e 0 p
2
n 2
(0 p < se n = 2) e 1 < r < 0,
1 p 0 e n 2 a t´ecnica utilizada ´e a mesma dos casos anteriores. Isto finaliza a
demonstra¸ao da proposi¸ao 3.1.
Proposi¸ao 3.2 Supor que x
0
int(
¯
Ω) e que γ = 0 ou β = 0. Ent˜ao existe uma
constante C > 0, tal que
t+T
t
[ |u|
2
+ |∇u|
2
+ |∇u
t
|
2
+ |∇u
tt
|
2
]dxds
C
D
i
(t)
2
+
t+T
t
ω
|u
t
|
2
dxds
,
(3.89)
sendo u = u(x, t) solu¸ao de (2.1) para dados iniciais u
0
e u
1
satisfazendo E(0) R,
R > 0 fixado, com C = C(R) e D
i
= D
i
(t) definido na proposi¸ao 3.1.
Demonstra¸ao:
Fazemos a demostra¸ao por contradi¸ao. Supomos que (3.89) ao ´e alida. Enao existe
uma seq¨uˆencia (t
n
)
n1
R e uma seq¨uˆencia de solu¸oes (u
n
)
n1
com dado inicial u
n
o
, u
n
1
tal que
lim
m→∞
t
m
+T
t
m
|u
m
|
2
+ |∇u
m
|
2
+ |∇u
m, t
|
2
+ |∇u
m, tt
|
2
dxds
D
i
(t
m
)
2
+
t
m
+T
t
m
ω
|u
m, t
|
2
dxds
= , (3.90)
com u
m, t
=
u
m
t
e u
m, tt
=
2
u
m
t
2
.
Seja
λ
2
m
=
t
m
+T
t
m
[ |u
m
|
2
+ |∇u
m
|
2
+ |∇u
m, t
|
2
+ |∇u
m, tt
|
2
]dxds (3.91)
e
I
m
(t
m
)
2
=
1
λ
2
m
D
i
(t
m
)
2
+
t
m
+T
t
m
ω
|u
m, t
|
2
dxds
. (3.92)
Enao, de (3.90) tem-se
I
m
(t
m
)
2
0, quando m . (3.93)
73
Fazendo-se v
m
(x, t) =
u
m
(x, t + t
m
)
λ
m
, 0 t T , segue que
1 =
1
λ
2
m
t
m
+T
t
m
|u
m
(x, s)|
2
+ |∇u
m
(x, s)|
2
+ |∇u
m, t
|
2
+ |∇u
m, tt
|
2
dxds
=
1
λ
2
n
T
0
|u
m
(x, t + t
m
)|
2
+ |∇u
m
(x, t + t
m
)|
2
+ |∇u
m, t
|
2
+ |∇u
m, tt
|
2
dxdt
=
T
0
|v
m
(x, t)|
2
+ |∇v
m
(x, t)|
2
+ |∇v
m, t
(x, t)|
2
+ |∇v
m, tt
(x, t)|
2
dxdt,
isto ´e
T
0
|v
m
(x, t)|
2
+ |∇v
n
(x, t)|
2
+ |∇v
m, t
(x, t)|
2
+ |∇v
m, tt
(x, t)|
2
dxdt = 1, (3.95)
para todo n N. Por outro lado, da proposi¸ao 3.1 e do fato de que a energia ´e uma
fun¸ao decrescente tem-se que
E
1
(v
m
(t)) = E
1
u
m
(t + t
m
)
λ
m
=
1
λ
2
m
E
1
(u
m
(t + t
m
))
1
λ
2
m
E(u
m
(t + t
m
))
1
λ
2
m
E(u
m
(t
m
))
C
λ
2
m
D
i
(t
m
)
2
+
t
m
+T
t
m
ω
|u
m, t
|
2
dxds
+
t
m
+T
t
m
|u
m
|
2
+ |∇u
m
|
2
+ |∇u
m, t
|
2
+ |∇u
m, tt
|
2
dxds
= CI
m
(t
m
)
2
+
C
λ
2
m
t
m
+T
t
m
|u
m
|
2
+ |∇u
m
|
2
+ |∇u
m, t
|
2
+ |∇u
m, tt
|
2
dxds
= C I
m
(t
m
)
2
+ C
T
0
|v
m
|
2
+ |∇v
m
|
2
+ |∇v
m, t
|
2
+ |∇v
m, tt
|
2
dxds = C
I
m
(t
m
)
2
+ 1
.
onde denotamos por E
1
(t) a parcela da energia que permanece ap´os tomar β = 0. A
estimativa acima juntamente com (3.93) mostra que
E
1
(v
m
(t)) C
0 t T e n N, com C uma constante positiva independente de m e t. Conse-
quentemente,
||v
m, t
(t)|| C, ||∇v
m, t
(t)|| C, e ||v
m
(t)|| C. (3.97)
Da desigualdade de Poincar´e obt´em-se
||v
m
(t)||
2
=
|v
m
(x, t)|
2
dx =
1
λ
2
m
|u
m
(x, t + t
m
)|
2
dx
C
1
λ
2
m
|∇u
m
(x, t + t
m
)|
2
dx = C
|∇v
m
(x, t)|
2
dx C,
(3.98)
74
para todo t [0, T ] e m N, com C uma constante positiva independente de m e t.
Combinando as estimativas anteriores consegue-se deduzir que
(v
m
)
mN
´e limitada em W
1,
([0, T ], L
2
(Ω)) L
([0, T ], H
2
0
(Ω)). (3.99)
Nessa etapa ser´a passado limite em (v
m
)
mN
para aplicar o princ´ıpio da continua¸ao ´unica
para a equa¸ao de placas, para os casos γ = 0 ou β = 0. Entretanto deve-se mostrar o
seguinte:
lim
m→∞
1
λ
m
ρ(x, u
m, t
(t + t
m
)) = 0 em L
1
([0, T ] × Ω). (3.100)
Usando-se a defini¸ao de
1
e
2
dada em (2.23), tem-se que
T
0
|ρ(x, u
m, t
(x, t + t
m
))|dxdt =
t
m
+T
t
m
|ρ(x, u
m, t
)|dxds
t
m
+T
t
m
1
c
2
a(x)[ |u
m, t
|
r+1
+ |u
m, t
|] dxds
+
t
m
+T
t
m
2
c
4
a(x)[ |u
m, t
|
p+1
+ |u
m, t
|] dxds.
(3.101)
A demonstra¸ao de (3.100) ´e dividida em quatro casos:
Caso I: 0 r 2, 0 p
2
n 2
se n > 2 e 0 p < se n = 1, 2.
Fazendo-se estimativas sobre (3.101) de forma an´aloga ao que foi realizado no lema 3.7,
obtem-se que
t
m
+T
t
m
|ρ(x, u
m, t
)|dxdt C
[E(t
m
) E(t
m
+ T )]
1
r+2
+ [E(t
m
) E(t
m
+ T )]
p+1
p+2
.
Segue da defini¸ao de D
1
(t) na proposi¸ao 3.1 e de (3.92) que
t
m
+T
t
m
|ρ(x, u
m, t
)|dxdt C
D
1
(t
m
) + D
1
(t
m
)
12+p(6n)
4(p+2)
Cλ
2
m
I
m
(t
m
) + λ
np
2(p+2)
m
I
m
(t
m
)
12+p(6n)
4(p+2)
.
(3.103)
75
Se n = 1, a estimativa ´e a mesma que aquela obtida para n = 2. Por outro lado uma vez
que E(0) R, E(u
m
(0)) R e da desigualdade de Poincar´e tem-se
λ
m
C
t
m
+T
t
m
||∇u
m
(s)||
2
ds
1
2
C
t
m
+T
t
m
||u
m
(s)||
2
ds
1
2
C E(u
m
(0)) C R.
(3.104)
Das estimativas (3.103) e (3.104), conclui-se que
1
λ
m
t
m
+T
t
m
|ρ(x, u
m,t
)|dxds C
I
m
(t
m
)+λ
np
2(p+2)
m
I
m
(t
m
)
12+p(6n)
4(p+2)
0, quando m
por (3.93). Consequentemente, (3.100) est´a demonstrada para este caso.
Caso II: 0 r < , 1 < p < 0 e n 1.
Tamb´em neste caso seguindo o procedimento para provar o lema 3.7, obtem-se de (3.101)
que
t
m
+T
t
m
|ρ(x, u
m, t
)|dxds C
[E(t
m
) E(t
m
+ T )]
1
r+2
+ [E(t
m
) E(t
m
+ T )]
C
D
2
(t
m
) + D
2
(t
m
)
3
2
.
Da estimativa acima e de (3.93) pode-se concluir que
1
λ
m
t
m
+T
t
m
|ρ(x, u
m, t
)|dxds C
I
m
(t
m
) +
1
λ
m
D
2
(t
m
)
3
2
C
I
m
(t
m
) + λ
1
2
m
I
m
(t
m
)
3
2
0, quando m
Desta forma (3.100) est´a demonstrada tamb´em para este caso.
Caso III: 1 < r < 0, 0 p
2
n 2
, se n > 2 ou 0 p < se n = 1, 2.
De forma an´aloga ao que foi feito para o caso anterior tem-se que
t
m
+T
t
m
|ρ(x, u
m, t
)|dxds C
[E(t
m
) E(t
m
+ T )]
r+1
r+2
+ [E(t
m
) E(t
m
+ T )]
p+1
p+2
C
D
3
(t
m
) + D
3
(t
m
)
12+p(6n)
4(p+2)
.
Da estimativa anterior e de (3.92) obt´em-se
1
λ
m
t
m
+T
t
m
|ρ(x, u
m, t
)|dxds C
I
m
(t
m
) +
1
λ
m
D
3
(t
m
)
12+p(6n)
4(p+2)
C
I
m
(t
m
) + λ
4+p(2n)
4(p+2)
m
I
m
(t
m
)
12+p(6n)
4(p+2)
0, quando m ,
76
novamente conclui-se que (3.100) ´e alida.
Caso IV: 1 < r < 0, 1 < p < 0 e n 1.
Novamente como foi realizado para os casos anteriores tem-se que
t
m
+T
t
m
|ρ(x, u
m, t
)|dxds C
[ E(t
m
) E(t
m
+ T )]
r+1
r+2
+ [ E(t
m
) E(t
m
+ T )]
C [ D
4
(t
m
) + D
4
(t
m
)
2
].
Da estimativa acima, de (3.92) e do fato de que λ
m
´e limitado tem-se que
1
λ
m
t
m
+T
t
m
|ρ(x, u
m, t
)|dxds 0, quando m
Desta forma (3.100) est´a demonstrada para este caso.
Agora, usando (3.99) e o teorema de Aubin-Lions pode-se extrair um subseq¨uˆencia
de (v
m
)
mN
, a qual continuar´a sendo denotada de (v
m
)
mN
, tal que
v
m
v em L
2
(0, T ; H
1
0
(Ω)).
Enao, passando o limite com m em (3.95) tem-se
T
0
|v|
2
+ |∇v|
2
+ |∇v
t
|
2
+ |∇v
tt
|
2
dxdt = 1, m N.
(3.110)
De (3.92) e (3.93) obt´em-se
T
0
ω
|v
t
|
2
dxdt = 0.
De acordo com a an´alise anterior conclui-se que o limite v satisfaz:
v W
1,
(0, T ; L
2
(Ω)) L
(0, T ; H
2
0
(Ω))
v
tt
+
2
v γ v
tt
β v
2
v = 0, em × (0, T )
v = 0, em × (0, T )
u
η
= 0, em × (0, T )
v
t
= 0, em ω × (0, T ).
(3.111)
77
Enao, usando o princ´ıpio de continua¸ao ´unica (v´alido para γ = 0 conforme Kim [14] e
para β = 0 segundo Gulliver et all [12]) tem-se que v 0 em × (0, T ), contradizen-
do (3.90). Ent˜ao, necessariamente, o resultado da proposi¸ao 3.2 expresso em (3.89) ´e
verdadeiro e a demonstra¸ao da proposi¸ao 3.2 est´a completa.
3.5 Demonstra¸ao do Teorema de Estabiliza¸ao
Para provar o resultado do teorema 3.1 ´e suficiente considerar que u
0
H
2
0
(Ω)
H
4
(Ω), u
1
H
2
0
(Ω). Das proposi¸oes 3.1 e 3.2 tem-se
E(t) C
D
i
(t)
2
+
t+T
t
ω
|u
t
|
2
dxds
, (3.112)
com D
i
(t), i = 1, 2, 3, 4, dados na proposi¸ao 3.1. Para derivar a estimativa de decaim-
mento deve-se estimar o ´ultimo termo do integrando de (3.112)
t+T
t
ω
|u
t
|
2
dxds
1
a
0
t+T
t
a(x)|u
t
|
2
dxds. (3.113)
Usando-se as defini¸oes de
1
e
2
dadas (2.23) tem-se a seguinte identidade para (3.113),
1
a
0
t+T
t
a(x)|u
t
|
2
dxds =
1
a
0
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2
dxds
+
1
a
0
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds.
(3.114)
Colocando-se em (3.112) a identidade expressa em (3.114) chega-se
E(t) C
D
i
(t)
2
+
1
a
0
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2
dxds +
1
a
0
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds
, (3.115)
com D
i
(t), i = 1, 2, 3, 4, dados na proposi¸ao 3.7. A seguir ser´a demonstrado o teorema de
estabiliza¸ao, para tal ser˜ao utilizadas as hip´oteses de crescimento da fun¸ao ρ = ρ(x, u
t
)
e o lema de Nakao.
78
Caso I: Seja 0 p
2
n 2
, n > 2 e 0 < r < .
Da desiguladade de older com
2
r+2
+
r
r+2
= 1 tem-se, para primeira integral de (3.114),
1
a
0
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2
dxds
|
1
|
a
0
a
r
r+2
L
(Ω)
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
r+2
dxds
2
r+2
C
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
r+2
dxds
2
r+2
C
t+T
t
1
ρ(x, s)u
t
dxds
2
r+2
= C[E(t + T ) E(t)]
2
r+2
= C(∆E)
2
r+2
.
(3.116)
Para a segunda integral de (3.116) tem-se
1
a
0
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds
1
a
0
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
p+2
dxds
= C[E(t + T ) E(t)] = CE.
(3.117)
Colocando-se as estimativas expressas em (3.116) e (3.117) na equa¸ao (3.113) obt´em-se
t+T
t
ω
|u
t
|
2
dxds C[∆E + (∆E)
2
r+2
].
(3.118)
Colocando-se (3.118) em (3.115) chega-se
E(t) C[D
1
(t)
2
+ E + E
2
r+2
],
(3.119)
com C uma constante positiva dependendo de ||, T e ||a||
L
(Ω)
. Notando que
D
1
(t)
2
= C
E + (∆E)
2
r+2
+ (∆E)
8(p+1)
12+p(6n)
,
resulta que
E(t) C
E + (∆E)
2
r+2
+ (∆E)
8(p+1)
12+p(6n)
.
Definindo-se K
1
= min
2
r + 2
,
8(p + 1)
12 + p(6 n)
e da estimativa acima tem-se que
sup
tst+T
E(s)
1
K
1
CE.
Observando-se que
1
K
1
> 1
1
K
1
= 1 + ξ, resolvendo-se para ξ tem-se ξ =
1 K
1
K
1
.
Fazendo-se δ
1
=
1
ξ
e aplicando-se o lema de Nakao obt´em-se a prova do teorema para o
79
Caso I com a seguinte taxa de decaimento de energia δ
1
= min
2
r
,
8(p + 1)
4 p(n + 2)
.
Caso II: r > 0 e 1 p < 0.
t+T
t
ω
a(x)|u
t
|
2
dxds =
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2
dxds +
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds (3.123)
Para a primeira integral dada na equa¸ao (3.123) pode-se obter uma estimativa utilizando-
se a desigualdade de older
t+T
t
ω
|u
t
|
2
dxds
t+T
t
|u
t
|
2
dxds
1
a
0
t+T
t
a(x)|u
t
|
2
dxds
=
1
a
0
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2
dxds +
1
a
0
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds
(3.124)
A primeira integral da estimativa expressa em (3.124)
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2
dxds
t+T
t
a(x)|u
t
|
2
dxds
t+T
t
|a(x)u
2
t
|
r+2
2
dxds
2
r+2
t+T
t
dxds
r
r+2
||
r
r+2
c
2
r+2
1
a
r
r+2
L
(Ω)
t+T
t
c
1
a(x)|u
t
|
r+2
dxds
2
r+2
C
t+T
t
ρ(x, s)u
t
dxds
2
r+2
= C(∆E)
2
r+2
(3.125)
com C > 0 dependendo de ||, r, a
L
(Ω)
e c
1
. Para estimar a segunda integral da
equa¸ao (3.124) ser´a utilizado o fato de que L
(0, T ; H
1
(Ω)) L
(0, T ; L
α
(Ω)). Para
obter α ser´a utilizado res ultados de imers˜ao m = 1, p = 2 e n 3 mp = 1.2 <
3 α =
2n
n 2
. Desta forma tem-se que H
1
0
(Ω) L
2n
n2
(Ω) L
(0, T ; H
1
(Ω))
L
(0, T ; L
2n
n2
(Ω)).
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds =
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
λ
|u
t
|
2λ
dxds
(3.126)
A desigualdade de older ser´a utilizada na equa¸ao (3.126), com
1
l
+
1
l
= 1 e fazendo-se
l
=
p+2
λ
e l =
2n
(2λ)(n2)
.
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
λ
|u
t
|
2λ
dxds
t+T
t
2
|a(x)u
λ
t
|
l
dxds
1
l
t+T
t
2
|u
t
|
(2λ)l
dxds
1
l
(3.127)
80
Observando que λl
= p + 2 a primeira integral de (3.127)
t+T
t
2
|a(x)u
λ
t
|
l
dxds
1
l
=
t+T
t
2
|a(x)|
l
|u
t
|
p+2
dxds
1
l
.
(3.128)
Notando que
|a(x)|
l
= |a(x)|
p+2
λ
|a(x)|
|a(x)|
a
p+2
L
(Ω)
a
0
|a(x)|.
(3.129)
Substituindo-se a estimativa expressa em (3.128) na desigualadade (3.129) tem-se
t+T
t
2
|a(x)u
λ
t
|
l
dxds
1
l
a
p+2
L
(Ω)
a
0
1
l
t+T
t
2
|a(x)||u
t
|
p+2
dxds
1
l
= C
t+T
t
2
|a(x)||u
t
|
p+2
dxds
1
l
,
(3.130)
a constante C depende de a
L
(Ω)
, a
0
, p, l
e λ. A segunda integral de (3.128) ´e estimada
observando-se que (2 λ)l =
2n
n2
e utilizando-se o seguinte resultado de imers˜ao com
m.p = 1.2 < 3 ent˜ao H
1
0
(Ω
2
) L
2n
n2
(Ω
2
)
u
t
(t)
L
2n
n2
(Ω
2
)
C u
t
(t)
H
1
0
(Ω
2
)
=
2
(|u
t
|
2
+ |∇u
t
|
2
)dx
1
2
(|u
t
|
2
+ |∇u
t
|
2
)dx
1
2
CE(t)
1
2
CE(0)
1
2
.
(3.131)
Integrando-se a estimativa dada em (3.131) no intervalo (t, t + T ) tem-se
t+T
t
u
t
(s)
L
2n
n2
(Ω
2
)
ds CT E(0)
1
2
.
(3.132)
A segunda integral da equa¸ao (3.123) ´e estimada como
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds CT E(0)
1
2
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
λl
dxds
1
l
.
(3.133)
Notando que l
=
p+2
λ
e λ =
4(p+2)
4+p(2n)
enao l
=
4+p(2n)
4
,
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds CT E(0)
1
2
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
p+2
dxds
4
4+p(2n)
C
t+T
t
2
ρ(x, u
t
)u
t
dxds
4
4+p(2n)
= CE
4
4+p(2n)
.
(3.134)
81
Substituindo-se as estimativas dadas em (3.125) e (3.135) na estimativa expressa em
(3.115) obt´em-se
E(t) C
D
2
(t)
2
+ (∆E)
2
r+2
+ (∆E)
4
4+p(2n)
.
Para r 0, 1 p 0 e n > 2 da proposi¸ao 3.7 tem-se
D
2
(t)
2
= E + (∆E)
2
r+2
+ (∆E)
4
4+p(2n)
.
(3.136)
Colocando-se a equa¸ao (3.136) na estimativa (3.135)
E(t) C
E + (∆E)
2
r+2
+ (∆E)
4
4+p(2n)
.
Definindo-se K
2
= min
2
r + 2
,
4
4 + p(2 n)
e da estimativa acima tem-se que
sup
tst+T
E(s)
1
K
2
CE.
Observando-se que
1
K
2
> 1
1
K
2
= 1 + ξ, resolvendo-se para ξ tem-se ξ =
1 K
2
K
2
.
Fazendo-se δ
2
=
1
ξ
e aplicando-se o lema de Nakao obt´em-se a prova do teorema para o
Caso II com a seguinte taxa de decaimento de energia δ
2
= min
2
r
,
4
p(2 n)
.
Caso III: Sejam 1 < r < 0, 0 < p <
2
n 2
e 0 p < se n = 2.
t+T
t
ω
|u
t
|
2
dxds
t+T
t
|u
t
|
2
dxds
t+T
t
a(x)
a
0
|u
t
|
2
dxds
C
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2
dxds + C
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds.
(3.139)
Avaliando-se separadamente as integrais apresentadas na desigualdade expressa em (3.139),
tem-se que 0 < r + 1 < 1 , 0 < 2(r + 1) < 2 e |u
t
(x, t)| < 1, (x, t)
1
× R
+
, tem-se
ainda que
2(r + 1)
r + 2
+
r
r + 2
= 1,
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2(r+1 )
dxds C
t+T
t
1
|a(x)|
r+2
2(r+1)
|u
t
|
r+2
dxds
2(r+1)
r+2
.
(3.140)
82
De forma an´aloga ao que foi realizado anteriormente estimaremos parte do integrando de
(3.140)
|a(x)|
r+2
2(r+1)
= |a(x)|
1
2
|a(x)|
1
2(r+1)
= |a(x)|
1
2
|a(x)|
1
2(r+1)
|a(x)|
|a(x)|
1
2
|a(x)|
a
1
2(r+1)
L
(Ω)
a
1
2
0
.
(3.141)
Colocando-se a estimativa expressa em (3.141) na estimativa dada em (3.140) e usando-se
as hip´oteses de crescimento da fun¸ao ρ = ρ(x, u
t
) expressas em (2.2)(iii) obt´em-se
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2(r+1 )
dxds C
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
r+2
dxds
2(r+1)
r+2
C
t+T
t
1
ρ(x, u
t
)u
t
dxds
2(r+1)
r+2
C(∆E)
2(r+1)
r+2
.
(3.142)
com C > 0 dependendo de a
L
(Ω)
, c
3
, a
0
e r. A segunda integral da estimativa apre-
sentada na equa¸ao (3.139)
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds C
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
p+2
dxds
=
C
c
3
t+T
t
2
c
3
a(x)|u
t
|
p+2
dxds = CE
(3.143)
Colocando-se as estimativas (3.142) e (3.143) na desigualdade dada em (3.115) chega-se
E(t) C
E + (∆E)
2(r+1)
r+2
+ (∆E)
4(p+1)
4+p(n+2)
.
Definindo-se K
3
= min
2(r + 1)
r + 2
,
4(p + 1)
4 + p(n + 2)
e da estimativa acima tem-se que
sup
tst+T
E(s)
1
K
3
CE.
Observando-se que
1
K
3
> 1
1
K
3
= 1 + ξ, resolvendo-se para ξ tem-se ξ =
1 K
3
K
3
.
Fazendo-se δ
1
=
1
ξ
e aplicando-se o lema de Nakao obt´em-se a prova do teorema para o
Caso III com a seguinte taxa de decaimento de energia δ
3
= min
2(r + 1)
r
,
4(p + 1)
p(n 2)
.
Caso IV: 1 < r < 0, 1 < p < 0 e n > 2.
t+T
t
ω
|u
t
|
2
dxds C dis
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2
dxds +
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds
(3.146)
83
Para estimar a primeira integral de (3.146) ´e importante observar que 0 < 2(r + 1) < 2 e
|u
t
(x, t)| < 1, (x, t)
1
× R
+
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2
dxds C
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2(r+1 )
dxds.
(3.147)
Usando-se a desigualdade de older na integral apresentada na estimativa dada em (3.147)
com
2(r + 1)
r + 2
+
(r)
r + 2
= 1,
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2
dxds C
t+T
t
1
|a(x)|
r+2
2(r+1)
|u
t
|
r+2
dxds
2(r+1)
r+2
.
(3.148)
Colocando-se a estimativa dada em (3.149) na integral dada em (3.149),
t+T
t
1
a(x)|u
t
|
2
dxds C
|
1
|T
r
r+2
t+T
t
1
c
1
|a(x)||u
t
|
r+2
dxds
2(r+1)
r+2
C
t+T
t
ρ(x, u
t
)u
t
dxds
2(r+1)
r+2
C(∆E)
2(r+1)
r+2
.
(3.149)
A segunda integral de (3.146) ´e estimada da seguinte forma,
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds =
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
λl
|u
t
|
(2λ)l
dxds.
(3.150)
Com
1
l
+
1
l
= 1, l
=
p + 2
l
, l =
2n
(n 2)(2 λ)
e λ =
4(p + 2)
4 + p(2 n)
e aplicando-se a
desigualdade de older na identidade apresentada na equa¸ao (3.150) obt´em-se,
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds C
|
2
|T
1
l
t+T
t
2
a(x)
p+2
|u
t
|
p+2
dxds
1
l
C
t+T
t
2
a(x)
p+2
|u
t
|
p+2
dxds
4
4+p(2n)
.
(3.151)
Observando que
|a(x)|
p+2
|a(x)|a
p+1
L
(Ω)
.
(3.152)
Colocando-se a estimativa dada em (3.152) na desigualdade (3.151)
t+T
t
2
a(x)|u
t
|
2
dxds C
|
2
|T
1
l
t+T
t
2
c
3
a(x)|u
t
|
p+2
dxds
4
4+p(2n)
C
t+T
t
2
ρ(x, u
t
)u
t
dxds
4
4+p(2n)
C(∆E)
4
4+p(2n)
.
(3.153)
84
Colocando-se as estimativas das integrais expressas em (3.139) e do lema 3.7 obt´em-se
t+T
t
ω
|u
t
|
2
dxds C
E + (∆E)
2(r+1)
r+2
+ (∆E)
4
4+p(2n)
.
(3.154)
Colocando-se a estimativa apresentada em (3.154) na estimativa dada pela proposi¸ao 3.1
E(t) C
E + (∆E)
2(r+1)
r+2
+ (∆E)
4
4+p(2n)
.
Com K
4
= min
2(r + 1)
r + 2
,
4
4 + p(n 2)
e usando fato de que E(t) ´e limitada obtem-se
que
sup
tst+T
E(s)
1
K
4
CE.
Observando-se que
1
K
4
> 1
1
K
4
= 1 + ξ, resolvendo-se para ξ tem-se ξ =
1 K
4
K
4
.
Fazendo-se δ
4
=
1
ξ
e aplicando-se o lema de Nakao obt´em-se a prova do teorema para o
Caso IV com a seguinte taxa de decaimento de energia δ
4
= min
r
2(r + 1)
,
p (n 2)
4
.
A demonstra¸ao do teorema de estabiliza¸ao est´a completa.
85
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