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O resultado das atividades, por sua vez, é formado pelo resultado dos eventos
necessários para realizá-la, como, por exemplo: compras, produção, estocagem,
vendas, captação, aplicação etc. Por impactarem na situação patrimonial da empresa,
esses eventos são denominados eventos econômicos.
Um evento econômico refere-se a um conjunto de transações de mesma natureza,
cujo impacto econômico pode ser mensurado da mesma forma (modelo de
mensuração econômica dos eventos). A transação consiste, portanto, no menor nível
em que pode ser identificado o resultado econômico.
Os resultados econômicos das transações podem, portanto, ser acumulados por
eventos, produtos, atividades, áreas e empresa, demonstrando onde, quando e como
ele é formado e, desse modo, viabilizando a gestão por resultados (CATELLI, 2001,
p. 370).
Como visto, a formação do resultado econômico propicia a superação da visão
tradicional de empresa, antes atrelada a um sistema contábil ortodoxo, atualmente insuficiente
para solucionar as questões presentes no mercado. Efetivamente, isso decorre do fato de a
gestão econômica, que envolve o conceito do resultado econômico, entender a empresa como
um sistema, isto é, como um conjunto de elementos pró-ativos, inter-relacionados e
independentes, integrados por um objetivo comum, de cuja interação surge um novo valor,
maior que a simples soma de suas partes isoladas.
Outrossim, cumpre demonstrar o aspecto de otimização inerente ao conceito de
resultado econômico, sob a visão do Modelo de Gestão Econômica (GECON), pressupondo
que o referido resultado esteja corretamente mensurado.
[...] o resultado nasce das transações que se consubstanciam nos produtos das ações
implementadas pelos gestores da empresa. Assim, o sistema Gecon considera que é
de fundamental importância, para a otimização do resultado, a identificação dos
modelos de decisão compatibilizados com a apuração dos impactos patrimoniais,
aplicados a cada natureza de evento, que favoreçam a atuação competitiva da
empresa. A otimização de resultados pressupõe a identificação das alternativas de
ação disponíveis e a escolha das melhores alternativas, tanto em nível estratégico
como operacional. O modelo de decisão deve ser específico para cada natureza de
evento e corresponder ao processo decisório lógico utilizado pelo gestor, o qual
norteia a escolha de alternativas. As decisões são tomadas em diversas fases do
processo de gestão, assim, o sistema Gecon estabelece uma seqüência de etapas
fundamentais que compõem o processo de gestão. Essa seqüência inicia-se pelo
planejamento estratégico, passa pelas fases de pré-planejamento (simulações),
planejamento de médio e longo prazo e planejamento de curto prazo do processo de
planejamento operacional, pela fase de execução e, finalmente, pela fase de controle
gerencial (CATELLI, 2001, p. 291-292).
Desse modo, vê-se que a análise do resultado econômico significa a análise do próprio
nível de eficácia global da empresa, sem perder de vista a parcela individual de contribuição
de cada área, consoante anteriormente já mencionado.