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Universidade Estadual do Ceará
Ana Carolina Fonseca Lindoso Melo
Caracterização do nematóide de ovinos,
Haemonchus contortus, resistente e sensível a
anti-helmínticos benzimidazóis, no estado do
Ceará, Brasil
Fortaleza, Ceará
Dezembro de 2005
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Universidade Estadual do Cea
P-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa
Faculdade de Veterinária
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Ana Carolina Fonseca Lindoso Melo
Caracterização do nematóide de ovinos,
Haemonchus contortus, resistente e sensível a
anti-helmínticos benzimidazóis, no estado do
Ceará, Brasil
Fortaleza, Ceará
Dezembro de 2005
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Universidade Estadual do Cea
P-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa
Faculdade de Veterinária
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Ana Carolina Fonseca Lindoso Melo
Caracterização do nematóide de ovinos,
Haemonchus contortus, resistente e sensível a
anti-helmínticos benzimidazóis, no estado do
Ceará, Brasil
Tese apresentada ao Programa de
Pós-Graduão em Ciências
Veterinárias da Faculdade de
Veteriria da Universidade Estadual
do Cea, como requisito parcial para
a obtenção do grau de Doutor em
Ciências Veterinárias
Área de Concentrão: Reprodução
e Sanidade Animal
Orientadora: Claudia Maria Leal
Bevilaqua
Fortaleza, Ceará
Dezembro de 2005
Universidade Estadual do Cea
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa
Faculdade de Veterinária
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Ana Carolina Fonseca Lindoso Melo
Título do Trabalho: Caracterização do nematóide de ovinos, Haemonchus
contortus, resistente e sensível a anti-helmínticos benzimidazóis, no estado do
Ceará, Brasil
Aprovada em 15/12/2005
Banca Examinadora:
___________________________________
Profa. Dra. Claudia Maria Leal Bevilaqua
Presidente
_____________________________
Dr. Jacques Cabaret
Co-orientador/Examinador
_____________________________
Dr. Luiz da Silva Vieira
Co-orientador/Examinador
_____________________________
Profa. Dra. Maria de Lurdes de
Azevedo Rodrigues
Examinadora
_____________________________
Prof. Dr. Carlos Roberto Franke
Examinador
À minha família
À Claudia Maria Leal Bevilaqua
Aos amigos verdadeiros conquistados ou reconquistados
Aos membros do Laboratório de Doenças Parasitárias - UECE
Aos animais
Dedico
“Você não sabe o quanto eu caminhei pra chegar até aqui
Percorri milhões de milhas antes de dormir, eu não cochilei
Os mais belos montes escalei
Nas noites escuras de frio chorei ....
Meu caminho só meu Pai pode mudar ...”
Toni Garrido
AGRADECIMENTOS
Após 9 anos de convivência e preparões o ciclo se fecha. Em 1996, eu entrava no
Laboratório de Doenças Parasitárias e iniciava a minha versão pesquisadora. Agora
estou terminando Doutorado. Esta fase foi essencial para a minha formação como
profissional e como pessoa. Neste período conheci várias pessoas e seres para os
quais vão os meus sinceros agradecimentos a seguir.
Ao meu pai, Marlos Francisco de Freitas Melo. Através da sua presença como
profissional e essencialmente como pai, ajudou-me a tornar este fato uma realidade.
Foi fundamental na minha formação como profissional auxiliando da melhor forma
para que os caminhos a serem percorridos fossem menos tortuosos. E isto se
refletiu também na minha formação como pessoa, com o qual aprendi muito.
À minha família, em especial a minha mãe, Francisca Luiza Fonseca Lindoso Melo,
a Maria Bernardete Eufrázio (Beta), aos meus irmãos Adélia Cristina Fonseca
Lindoso Melo, Pedro Rafael Fonseca Lindoso Melo e Luis Gustavo Fonseca Lindoso
Melo, e agregados, que foram presentes mesmo na minha ausência, pelo apoio e
paciência nos momentos mais diceis ajudando-me a concretizar meus sonhos que
pareciam para muitos impossíveis.
A Dra. Claudia Maria Leal Bevilaqua. Nestes 9 anos de convivência, fomos aluna e
professora, fomos amigas e fomos profissionais. Rimos e choramos, brigamos e nos
reconciliamos, nos despedimos e nos reencontramos, perdemos e ganhamos. Neste
pacto ou “casamento” firmado, nos sagramos campeãs. Ela foi e é fundamental para
a minha formação como profissional, mas principalmente como pessoa. Com a sua
filosofia e o “senta aí” eu aprendi muitas coisas que foram interessantes para o meu
crescimento. Um ciclo se fecha com uma grande vitória e agora outro se abre, com
certeza várias vitórias virão. O meu muito obrigado Claudia.
Ao Dr. Jacques Cabaret e sua equipe, Christine Sauvé, Anne Silvestre e Jacques
Cortet, que me receberam no seu laboratório do INRA-França. Com eles aprendi e
continuo aprendendo. Seja com respeito a práticas laboratoriais e técnico-científicas
ou com relação a amizade. Mas principalmente a respeito da “langue et culture
française”. Merci beaucoup.
Aos membros da banca, Profa. Maria de Lurdes, Dr. Luis Vieira e Prof. Roberto
Franke pelo assessoramento prestado no final deste trabalho. Em especial, quero
citar novamente Profa. Maria de Lurdes e Dr. Luis Vieira, pois eles acompanharam
de alguma forma o início, desenvolvimento e agora titulão da minha versão
pesquisadora.
Praticamente iniciamos juntos e estou feliz por estar também concluindo junto esta
fase. Obrigada pela companhia e ajuda Alexandre Rodrigues, Rita de Cássia e
Edílson Soares.
Aos professores do Programa des-graduação em Ciências Veteririas, em
especial Claudia Bevilaqua, Fátima Teixeira, Ricardo Figueiredo, Marcos Fábio
Gadelha Rocha e a Ana Paula Rodrigues, como amiga e agora como professora do
PPGCV.
A minha professora de francês, Maria da Imaculada L. M. Feitosa que me ajudou a
ultrapassar o primeiro obstáculo da minha viagem para o estágio realizado no INRA.
Agora quero agradecer aos amigos verdadeiros conquistados e reconquistados. Vou
iniciar pelos amigos que conquistei no ambiente de trabalho. Quero agradecer aos
atuais e antigos membros do Laboratório de Doenças Parasitárias, afinal, dos 10
anos de história, eu estive presente em 9 anos, então as pessoas entraram,
aprenderam, concluíram seus trabalhos, saíram, retornaram, visitaram e eu estava
. Obrigada a todos aqueles que de alguma forma estiveram presentes na minha
estada por este laboratório. Obrigada a Marília Dutra Girão, Marcelo Mota, Wilson
Wolflan Silva, Luis Matos Batista, Iarle Feitosa Reis, Luciana Moura de Assis,
Leandre Maciel Pessoa, Cícero Temístocles Coutinho Costa, Luciana Magalhães
Melo, Alexis Arosemena, Marta Caetano, Ana Lourdes Camua Fernandes
Vasconcelos, Michelline do Vale Maciel, Fernanda Cristina Macedo Rondon e para a
recém chegada Sthenia Santos Amora. Aos alunos de iniciação científica Iara Térsia,
Lorena Mayana Beserra de Oliveira, Roberta da Rocha Braga, Fabrício Rebouças
em especial para Renata Sies Barros, Rafaella Albuquerque e Silva e Jo
Alencar pela ajuda direta no trabalho aqui desenvolvido e pela amizade. Destes
quero citar algumas pessoas que desempenharam pais importantes. Malia, o
meu muito obrigado, afinal você foi a pessoa que me apresentou a Dra. Claudia e
com a qual foram desenvolvidos os primeiros trabalhos, na nossa superequipe de
três pessoas, foi assim que o LABODOPAR iniciou. Eu continuei por aqui e em 1999
recebi para ajudar no meu mestrado o Iarle. Foi o meu primeiro IC durante o
mestrado. Acho que aprendemos muito juntos pelo interior do Cea. Como colega
de laborario, recebemos a Lucilene (Lu), para que ela pudesse desenvolver o seu
trabalho de doutorado junto conosco. A Lu foi uma amiga muito presente durante o
meu doutorado, ouviu as minhas “dores nesta fase superdicil da minha vida, a
dentro do LABODOPAR, mas Lu .... nós conseguimos. Neste período recebi a
Fernanda minha IC de icio de doutorado, depois vieram as meninas Renata e
Rafaella, com as quais desenvolvi os trabalhos experimentais realizados no Brasil. E
no final do trabalho, recebemos a Sthenia. Uma amiga que tenho adorado conhecer
melhor. Nos seus vários “não Carol” ajudou-me a finalizar este trabalho.
Em uma segunda fase de amigos, quero agradecer aqueles reconquistados. São os
amigos que conquistei durante a minha graduação e mestrado. o os famosos
amigos extracurriculares, que sabem que estão aqui mesmo sem estarem listados.
Em especial, quero agradecer a Marília Dutra Girão, Isabele Caminha Freitas e Ana
Patrícia Guimarães. o pessoas que vi constantemente fora da UECE durante todo
o meu doutoramento. Seja todo final de semana, seja a cada quinze dias ou
mensalmente. São pessoas com as quais dividi momentos muito felizes, mas
também muito tristes. Início e término de experiências de vida. Com as quais
conversei, gargalhei, mas tamm chorei muito. Das quais tive saudade enquanto
estive ausente, com as quais queria estar quando estava presente.
Quero citar também os amigos conquistados durante esta fase, em especial
Herberto Araújo Sousa (Beto). O meu amigo, que mais parece uma alma gêmea, o
qual amo muito e ele sabe disso. Beijo no seu coração, meu amor.
Quero agradecer o apoio que me foi prestado por todos os meus amigos durante
alguns momentos diceis vivenciados durante este período em especial a Flávia
Vieira. Ela me agregou valores tanto no aspecto pessoal, mas principalmente no
modo de tratar o meu lado profissional.
Quero registrar meus agradecimentos a minha Tia Iara São Thiago, Tio João Luis,
Tia Sílvia e a minha prima Jordana São Thiago Melo, pela torcida durante todos
estes anos.
Aos funciorios do PPGCV, em especial Adriana Maria Sales Albuquerque,
Alzenira de Andrade Ferreira e Ana Cristina Saia do Nascimento.
Aos funcionários da UECE, em especial aos que compõem o quadro da Prefeitura,
que muito me ajudaram durante todos os trabalhos realizados.
Aos seres “irracionais” que tornaram os meus estudos possíveis, especialmente as
ovelhas e aos parasitos resistentes e sensíveis ao oxfendazol.
Neste período de 9 anos ganhei os meus dois babys, Billy que hoje tem esta idade
e recentemente o Henry, obrigada por vocês me receberem com rabinho balaando
em casa. Quero registrar ainda meu agradecimento a Nara, Sansão, Janna e
Janjão, meus bichinhos de estimação que também fizeram parte deste período, mas
queo se encontram mais no meu convívio.
As instituições de pesquisa FUNCAP e CAPES, pelo financiamento da pesquisa e
ainda pelas duas bolsas de doutorado destinadas a mim, para o desenvolvimento
deste trabalho. Obrigada pela confiaa depositada no nosso trabalho.
A Universidade Estadual do Ceará.
Ao Programa de Pós-Graduão em Ciências Veterinárias.
Ao INRA e seus funciorios.
Ao Núcleo de Gemica da Universidade Estadual do Cea e seus membros em
especial aos professores Raimundo Bezerra, Rodrigo Maggioni e aocnico Michel
Kamimura.
Ao Prof. Ronaldo de Oliveira Sales, ao Seu Pedro Rodrigues e a Universidade
Federal do Ceará, pela cessão feita e ajuda destinada a realização deste trabalho.
E mais uma vez meu Pai, aqui eu estou te agradecendo. Obrigada meu Deus, por
me dar esta oportunidade de estar aqui neste mundo, construindo e registrando uma
hisria, resgatando outras. Obrigada por ter conhecido e poder conviver de alguma
forma com todos os citados anteriormente.
RESUMO
A resistência anti-helntica tem maior prevalência entre os nematóides de ovinos e
caprinos. No Ceará, estudos demonstraram que esse problema esse disseminando,
sendo detectado em aproximadamente 90% das propriedades de ovinos na região do baixo
e médio Jaguaribe. H. contortus é o mais prevalente e de maior intensidade em populões
parasitárias resistentes a anti-helmínticos em várias regiões do estado do Ceará e do
mundo. Este trabalho teve como objetivo caracterizar as unidades produtoras de ovinos
quanto ao aparecimento da resistência aos benzimidazóis, isolar uma cepa sensível e
resistente aos benzimidazóis e fazer uma caracterização destas cepas. Para cada cepa foi
determinado o poder infectante, patogenicidade, a fertilidade das fêmeas, a capacidade do
desenvolvimento dos seus ovos até larvas de terceiro estágio sob diversas condições de
meio, além da classificação da população quanto à morfologia do processo vulvar das
fêmeas e avaliação global da aptidão das larvas de terceiro estágio em desenvolver uma
nova infecção. Os fatores que apresentaram valor preditivo para o desenvolvimento da
resistência foram tratamentos aplicados na época seca (P=0,03) e rotação de pastagem
(P=0,17). Foram isoladas duas cepas, uma considerada senvel (DE50 = 0,20) e uma
resistente (DE50 = 1,63). Durante a época seca (32°C), a cepa sensível desenvolveu-se
melhor, enquanto na época chuvosa (23°C), a cepa resistente obteve melhor desempenho.
Na primeira geração, a cepa resistente apresentou maior patogenicidade, demonstrada pela
maior produção de ovos, hematofagismo e melhor estabelecimento das larvas de terceiro
estágio. Na segunda geração, produzida com larvas desenvolvidas nas temperaturas que
mimetizam as épocas seca e chuvosa, as larvas obtidas com 23°C demonstram uma maior
patogenicidade. Acredita-se que nesta geração o genótipo não tenha influenciado as
características de vida dos parasitos. A partir destes resultados conclui-se que existem
influências do genótipo resistente ou sensível aos benzimidazóis e da temperatura sobre as
características de vida do parasito H. contortus isolado no estado do Ceará.
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
LISTA DE ANEXOS
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 20
REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 24
1. H. contortus ................................................................................................... 24
1.1. Classificação taxonômica ............................................................................. 24
1.2. Ciclo biológico .............................................................................................. 25
1.3. Características do ciclo de vida dos estágios parasitários ........................... 24
1.4. Hemonchose ovina ....................................................................................... 27
2. Resistência anti-helmíntica .......................................................................... 27
2.1. Histórico da resistência anti-helmíntica no Brasil ......................................... 27
2.2. Desenvolvimento da resistência anti-helmíntica .......................................... 28
2.3. Diferenças fisiológicas entre os parasitos resistentes e sensíveis .............. 30
3. Anti-helmínticos benzimidazóis e pró-benzimidazóis ............................... 31
3.1. Mecanismo de ação ..................................................................................... 31
3.2. Mecanismo de resistência aos fármacos benzimidazóis ............................. 32
4. Testes para detecção da resistência ........................................................... 33
4.1. Testes in vivo ............................................................................................... 33
4.1.1. Teste controlado ........................................................................................ 33
4.1.2. Teste de redução na contagem de ovos nas fezes .................................. 33
4.2. Testes in vitro ..................................................................…………………… 34
4.2.1. Teste de eclosão de ovos ......................................................................... 34
4.2.2. Diagnóstico genético ................................................................................. 34
4.2.2.1. Reação em cadeia pela polimerase alelo específica ............................. 35
5. Controle anti-helntico versus resistência anti-helntica .…………….
36
JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 38
HIPÓTESE CIENTÍFICA ..................................................................................... 39
OBJETIVOS ........................................................................................................ 40
Geral .................................................................................................................... 40
Específicos .......................................................................................................... 40
METODOLOGIA ................................................................................................. 41
Experimento: Caracterização das unidades produtoras de ovinos e
estudo dos fatores promotores da resistência aos benzimidazóis .............
41
Experimento: Isolamento das cepas de H. contortus ............................... 42
Experimento: Caracterização ecológica de cepas de H. contortus
resistente e sensível a anti-helmínticos benzimidazóis ................................
43
1. Animais e estabelecimento da infecção .......................................................... 43
1.1. Parâmetros parasitológicos e hematológicos .............................................. 44
1.2. Diagnóstico da resistência ou sensibilidade ................................................ 44
1.3. Influência da temperatura e umidade na taxa de desenvolvimento dos
ovos até o estágio de L3 .....................................................................................
44
1.4. Caracterização da carga parasitária das cepas resistente e sensível de H.
contortus ..............................................................................................................
45
1.5. Determinão da oviposição das fêmeas de H. contortus ........................... 45
1.6. Avaliação global da adaptabilidade (fitness) de H. contortus ...................... 46
2. Análise estatística ........................................................................................... 46
RESULTADOS .................................................................................................... 47
DISCUSSÃO ....................................................................................................... 57
CONCLUES ................................................................................................... 65
PERSPECTIVAS ................................................................................................ 66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 67
ANEXOS ............................................................................................................. 84
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
% Porcentagem
® Marca registrada
°C Graus Celsius
µg/mL Micrograma por mililitro
µL Microlitro
AS-PCR Reação em Cadeia pela Polimerase Alelo Específica
cm Cenmetros
DE50 Dose efetiva para inibir 50% da eclosão de ovos
DNA Ácido desoxirribonucléico
dNTP Desoxiribonucleodeos
EDTA Ácido etilenodiaminotetracético
EMBRAPA Empresa Brasileira de Agropecuária
g Gramas
GLM Modelo Linear Geral
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INRA Institut Nacional de la Recherche Agronomique
IPLANCE Fundação Instituto de Planejamento do Ceará
kg Quilograma
L3 Larva de terceiro estágio
mg/kg Miligramas por quilograma
mg/mL Miligramas por mililitro
MgCl
2
Cloreto de Magnésio
mL Mililitro
mL/kg Mililitro por quilograma
mM Milimolar
mm Milimetros
OPG Ovos por grama de fezes
PCR Reação em cadeia pela polimerase
pmol Picomol
RCOF Redução na contagem de ovos nas fezes
rr Homozigoto resistente
rS Heterozigoto
SRD Sem raça definida
ß Beta
SS: homozigoto sensível
UP Umidade ponderal
WAAVP. World Association for the Advancement of Veterinary Parasitology
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Tab. 1. Resultados do teste de redução na contagem de ovos nas fezes
(RCOF) de ovinos tratados com oxfendazol nas fazendas selecionadas para
o isolamento da cepa no momento do primeiro (1º) e do segundo (2º)
levantamento em munipios do Estado do Cea. ..........................................
48
Tab. 2. Resultado da DE50 da cepa de H. contortus resistente e sensível a
anti-helmínticos benzimidazóis nos meses de agosto e outubro. ....................
50
Tab. 3. Capacidade de desenvolvimento de ovo a larva de terceiro estágio
nas temperaturas de 23ºC e 32ºC das cepas de H. contortus resistente e
sensível aos anti-helmínticos benzimidazóis. ...................................................
50
Fig. 1. Acompanhamento dos hemacrito em função do tempo nos animais
infectados com as cepas de H. contortus resistente (R) e sensível (S) aos
anti-helmínticos benzimidazóis. .......................................................................
51
Fig. 2. Evolução temporal do número médio de ovos por grama fezes
eliminados pelas fêmeas de H. contortus resistente (R) e senvel (S) aos
anti-helmínticos benzimidazóis. ........................................................................
52
Fig. 3. Evolução temporal do número médio de ovos por grama fezes
eliminados pelas fêmeas de H. contortus resistente e sensível aos anti-
helmínticos benzimidais provenientes de ovos desenvolvidos sob as
temperaturas de 23°C e 32°C. ........................................................................
53
Fig. 4. Acompanhamento do microhematócrito em função do tempo nos
animais infectados com as cepas de H. contortus resistente e sensível aos
anti-helmínticos benzimidazóis provenientes de ovos desenvolvidos sob as
temperaturas de 23°C e 32°C. .........................................................................
53
Tab. 4. Caracterização da carga parasitária dos ovinos inoculados com as
cepas de H. contortus resistente e sensível aos anti-helmínticos
benzimidais. ..................................................................................................
55
Tab. 5. Caracterização da carga parasitária dos ovinos inoculados com as
cepas de H. contortus resistente e sensível aos anti-helmínticos
benzimidazóis provenientes de ovos desenvolvidos sob as temperaturas de
23°C e 32°C. .....................................................................................................
55
Fig. 5. Comparação das características de vida das cepas de H. contortus
resistente e sensível aos anti-helmínticos benzimidazóis durante duas
gerões. ..........................................................................................................
56
Fig. 6. Tratamento anti-helmíntico estratégico para pequenos ruminantes
preconizado pela EMBRAPA-CNPC para o nordeste brasileiro distribuídos
na época chuvosa (Janeiro a Maio) e seca (Junho a Dezembro). As setas
em preto indicam a época de dosificão recomendada. Adaptado de
EMBRAPA (1994). ............................................................................................
64
Fig. 7. Modificações sugeridas para o tratamento anti-helmíntico estratégico
preconizado pela EMBRAPA-CNPC para o nordeste brasileiro distribuídos
na época chuvosa (Janeiro a Maio) e seca (Junho a Dezembro). As setas
em preto indicam a época de dosificação recomendada. ................................
64
LISTA DE ANEXOS
Anexo I. Questionário aplicado nas propriedades rurais sobre manejo sanitário,
formas de controle, utilização de anti-helmínticos, infra-estrutura e assistência
médica veterinária.
Anexo II. Artigo intitulado “Desenvolvimento da resistência ao oxfendazol em
propriedades rurais de ovinos na região do baixo e médio Jaguaribe, Ceará, Brasil
no periódico Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária.
Anexo III. pia do artigo submetido no periódico Veterinary Parasitology intitulado
“Farm profile of benzimidazole resistance in small ruminants from Brazilian northeast
semi-arid area”.
20
INTRODUÇÃO
O Brasil possui um rebanho ovino efetivo de mais de 14 milhões de cabeças.
O Nordeste possui o maior rebanho, sendo 56,6% da população de ovinos do Brasil.
Sendo que no Ceará, o número de cabeças de ovinos é de aproximadamente 1,8
milhão, correspondendo a 21,6 % e 12,2 % do rebanho nordestino e nacional,
respectivamente (IBGE, 2003). Esta cultura é uma importante fonte de renda
principalmente para os pequenos produtores rurais, através da exploração da carne,
leite e pele (Pinheiro et al., 2000). No entanto, a ovinocultura sofre grandes perdas
econômicas devido ao parasitismo por nematóides gastrintestinais (Girão et al.,
1992; Coop & Kyriazakis, 2001), pois provoca diminuão na produção de carne,
leite, além de elevada mortalidade do rebanho no período chuvoso (Pinheiro et al.,
2000).
Vários levantamentos têm sido realizados a fim de determinar os nematóides
gastrintestinais de ovinos e caprinos que ocorrem no Brasil, podendo-se citar na
região nordeste Haemonchus contortus, Trichostrongylus axei, Trichostrongylus
colubriformis, Oesophagostomum columbianum, Trichuris spp, Cooperia spp,
Strongyloides papillosus, Skrjabinema ovis e Bunostomum trigonocephalum. Dentre
estes, o mais prevalente é H. contortus (Arosemena et al., 1999; Charles, 1989;
Charles, 1995; Costa & Vieira, 1984; Silva, et al., 2003). Em estudos realizados
somente em ovinos na região sudeste, observou-se a ocorrência de H. contortus, T.
colubriformis C. curticei, S. papillosus e O. columbianum, sendo os dois primeiros os
mais prevalentes (Amarante, et al., 2004). Na região sul, H. contortus, T. axei, T.
colubriformis, Teladorsagia circumcincta, Ostertagia ostertagi, Cooperia spp,
Nematodirus spatigher, O. venulosum e Trichuris ovis (Ramos et al., 2004) são os
parasitos que ocorrem em ovinos, sendo também H. contortus o mais prevalente.
Na região norte, os ovinos albergam H. contortus, T. colubriformis C. curticei, O.
columbianum e Trichuris spp, sendo novamente H. contortus o mais prevalente
(Braga & Girardi, 1991).
21
A patogenia causada por H. contortus é essencialmente de uma anemia
hemorrágica aguda, devido aobito hemafago do verme (Fetterer & Rhoads,
1998), levando a um severo comprometimento do animal e a grandes perdas
econômicas (Sangster et al., 1999).
O controle de nemaides gastrintestinais é largamente baseado no uso
profilático e terapêutico de anti-helmínticos (Charles et al., 1989). Vários são os
esquemas preconizados, entre eles pode-se citar o controle curativo, o controle
tático, o tratamento supressivo e o tratamento estratégico que entre os citados é o
mais indicado para o nordeste brasileiro. A filosofia deste controle é tratar os animais
em períodos desfavoráveis ao desenvolvimento das fases de vida livre na pastagem
(Pinheiro, 1983). No nordeste brasileiro são indicados quatro tratamentos anuais,
dos quais três são realizados no período seco e um no chuvoso (EMBRAPA, 1994).
No peodo seco existe pouca ou nenhuma larva na pastagem (Arosemena et al.,
1999), por isso, os tratamentos realizados neste período visam interromper o ciclo de
desenvolvimento das nematodioses gastrintestinais e, conseqüentemente, reduzir a
contaminação da pastagem durante o período chuvoso (Berne et al., 1989).
Falhas no controle através dos anti-helmínticos são o primeiro sinal do
aparecimento de resistência anti-helmíntica (Sangster, 2001). A primeira
manifestação da resistência em uma populão de nematóides é o aumento de
indivíduos capazes de sobreviver a uma dose de anti-helmíntico que seria letal para
a maioria dos nematóides de uma populão sensível da mesma espécie. O
aumento da resistência é o resultado de trocas gênicas causadas pelo cruzamento
daqueles que sobreviveram a exposição à droga (Echevarria, 1996). A freqüência e
intensidade do tratamento, aliada a maior ou menor disseminão dos alelos para
resisncia na população de parasitos, determinam a taxa de seleção da resistência
(Prichard, 2001). Os principais fatores que levam a uma maior ou menor
disseminação destes alelos são operacionais, genéticos, biológicos e ecológicos
(Hennon, 1993).
Dentre os ruminantes, a resistência anti-helmíntica tem maior prevalência
entre os nematóides de ovinos e caprinos. Este fato pode ser explicado em parte
pela maior freqüência de tratamentos e ainda por diferenças fisiológicas entre
22
pequenos e grandes ruminantes (Geary et al., 1999). A resistência em nematóides
de bovinos foi relatada no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, estados da região
sudeste (Cardoso et al., 2002, Rangel et al., 2005) e em Santa Catarina, estado da
região sul do Brasil (Souza, et al., 2002).
O primeiro relato de resistência a anti-helmínticos utilizados contra
nemaides gastrintestinais de ovinos foi com o tiabendazol (Drudge et al., 1964).
Este problema disseminou-se pelo mundo inteiro (Waller et al. 1995; Waller et al.,
1996; Chartier et al., 1998). No Brasil, o primeiro relato de resistência a anti-
helmínticos em ovinos foi no Rio Grande do Sul (Dos Santos & Gonçalves, 1967). No
nordeste brasileiro, já foram feitos vários relatos de nematóides resistentes em
ovinos e caprinos (Vieira et al., 1989; Charles et al., 1989; Barreto & Silva, 1999). No
Ceará, existem relatos de resistência em nematóides de caprinos (Vieira &
Cavalcante, 1999; Melo et al., 1998) e em ovinos (Melo et al., 1998; Bevilaqua &
Melo, 1999). Estudos mais recentes demonstraram que esse problema está se
disseminando, sendo detectado em aproximadamente 90% das propriedades de
ovinos na região do baixo e médio Jaguaribe (Melo, 2001) uma importante área de
produção da ovinocultura do estado do Ceará (IPLANCE, 1995). Este levantamento
denunciou a exisncia de nemaides resistentes a duas ou mais drogas utilizadas
no controle do parasitismo, correspondendo a 58,8% das fazendas de ovinos. A
resistência somente ao oxfendazol, ivermectina ou levamisol foi de 88%, 59% e 41%
das propriedades visitadas, respectivamente. O gênero Haemonchus foi o mais
prevalente na populão resistente a todos os anti-helmínticos testados (Melo et al.,
2003).
H. contortus é o maior responsável pelo rápido desenvolvimento da
resistência em nematóides de pequenos ruminantes (Sangster, 2001), sendo o mais
prevalente e de maior intensidade em populões parasitárias resistentes a anti-
helmínticos em outras regiões do estado do Ceará (Vieira & Cavalcante, 1999), do
nordeste brasileiro (Charles et al., 1989), na região sul do Brasil (Farias et al., 1997)
e na América Latina (Waller et al., 1996). Na África do Sul, a resistência devido a H.
contortus tem inviabilizado a criação comercial de ovinos (Van Wyk et al., 1999).
Provavelmente, esse nematóide desenvolve resistência mais rapidamente devido ao
seu alto potencial biótico (Echevarria & Trindade, 1989), grande variabilidade
23
genética e por albergar o alelo que causa a diminuão da susceptibilidade a uma
droga (Blackhall et al., 1998).
Na presença de nemaides resistentes, alguns métodos alternativos de
controle e/ou profilaxia devem ser estabelecidos, baseados na estimulão do
sistema imunológico dos hospedeiros, visando o não estabelecimento dos parasitos
no hospedeiro. Entre eles pode-se citar a seleção de raças de animais naturalmente
resistentes aos nematóides; desenvolvimento de vacinas contra estes parasitos; e
suplementação da dieta destes animais. Comparando-se estes métodos o mais
efetivo foi o controle baseado na seleção de animais naturalmente resistentes (Eady,
et al., 2003).
24
REVISÃO DE LITERATURA
A seguir será apresentada uma breve revisão de literatura. Inicialmente serão
expostos assuntos relacionados ao parasito H. contortus. Em seguida seo
abordados os principais temas relacionados ao processo de desenvolvimento da
resistência anti-helmintica, bem como seu diagnóstico, resistência aos benzimidazóis
e alguns aspectos relacionados aormaco. Por fim, seo discutidos aspectos
relacionados ao controle dos nematóides gastrintestinais e o seu impacto sobre a
resistência anti-helmíntica.
1. H. contortus
O gênero Haemonchus possui várias espécies, sendo que H. contortus
parasita geralmente pequenos ruminantes. Nestas espécies de animais, raramente
encontra-se a espécie H. similis, no entanto H. contortus é a espécie dominante em
termos de intensidade de infecção (Achi et al., 2003), pois estes animais mostram-se
altamente susceptíveis, com alta taxa de estabelecimento da infecção e grande
excreção de ovos pelas fêmeas (Jacquiet et al., 1998), em comparação com outras
escies de ruminantes.
1.1. Classificação taxonômica
Este parasito é classificado da seguinte forma:
- Filo Nemathelminthes
- Classe Nematoda
- Ordem Strongylida
- Superfalia Trichostrongyloidea
- Falia Trichostrongylidae
- nero Haemonchus
- Espécie Haemonchus contortus (Rudolf, 1803)
25
1.2. Ciclo biológico
H. contortus tem um ciclo evolutivo direto. As fêmeas são ovíparas prolíferas.
Os ovos são eliminados nas fezes e em condões ideais (18 a 26°C e 80 a 100%
umidade) se desenvolvem no pasto em terceiro estágio infectante (L3) em
aproximadamente 5 dias. Em condões frias o desenvolvimento pode ser retardado
por semanas ou meses. A temperatura ótima para a sobrevivência das larvas é de
18 a 26ºC (Onyah & Arslan, 2005). Em baixas temperaturas as larvas sobrevivem
por longos períodos devido ao seu baixo metabolismo e reservas energéticas. A
umidade é também um fator importante para a sobrevivência da larva, em condões
secas, como no semi-árido brasileiro, as larvas não sobrevivem (Arosemena et al.,
1999). A irrigação pode influenciar na disponibilidade de L3, sendo encontradas em
grande número em pastagens irrigadas durante o verão com temperaturas em torno
de 24°C (Krecek et al., 1991). Após a ingestão e desembainhamento no men, as
larvas sofrem duas mudas. Exatamente antes da muda final eles desenvolvem a
lanceta perfurante que lhes permite a obtenção do sangue dos vasos da mucosa do
abomaso, local de fixão do parasito. Quando adultos, movem-se livremente na
supercie da mucosa. O período pré-patente é de duas a três semanas (Soulsby,
1987).
1.3. Características do ciclo de vida dos estágios parasitários
Macroscopicamente, os adultos podem ser identificados devido a sua
localização específica no abomaso e seu tamanho, que varia de 1,1 a 2,7 cm de
comprimento. Microscopicamente, o macho apresenta um lobo dorsal assimétrico e
espículos em ganchos. Nas fêmeas, observam-se os ovários brancos enrolando-se
em espiral ao redor do intestino repleto de sangue. (Lichtenfels, et al., 1994). A
mea apresenta três tipos de processos vulvares, lisa, boo e linguiforme, sendo o
último ainda classificado em A, B, C e I (Le Jambre & Whitlock, 1968). Em ambos os
sexos existem papilas cervicais e uma lanceta minúscula no interior da cápsula
bucal.
Em infecções experimentais, observa-se que a taxa de estabelecimento em
torno de 50% é a mais comum, no entanto pode variar de aproximadamente 6 a
26
83%, dependendo principalmente da dose de L3 inoculada e do período da infeão.
Em doses maiores, o estabelecimento é menor, assim como com o decorrer da
infeão, devido ao desenvolvimento de imunidade contra o parasito (Barger & Le
Jambre, 1985; Barger et al., 1988; Coadwell & Ward, 1981; Fleming, 1988; Abbott et
al., 1986). Além disso, alguns outros fatores relacionados à diminuição na
disponibilidade de L3 podem ocasionar baixo estabelecimento da infecção. As
perdas o geralmente devidas a falhas no desencapsulamento e conseqüente
saída da bainha das L3, e mortalidade das larvas de 4º e 5º estágio (Smith, 1988). A
relação do número de fêmeas com o número de machos adultos é em torno de 1:1
(Allonby & Urquhart, 1975; Abbott et al., 1986), mas em infecções mais prolongadas,
observa-se que os espécimes machos são predominantes (Coadwell & Ward, 1981;
Fleming, 1988). Após o estabelecimento inicial, a carga parasitária é controlada pela
relação da quantidade de larvas ingeridas e a mortalidade dos adultos, isto é, a
população é resultado de um equibrio dimico entre a taxa de ingestão de larvas e
a taxa de mortalidade e reposição, ou turnover, dos parasitos adultos (Smith, 1988;
Courtney et al., 1983), processo regulatório válido para H. contortus, no entanto,
nem todos os tricostrongilídeos têm a populão parasitária regulada pelo mesmo
processo (Barger & Le Jambre, 1985).
Com relação ao comprimento dos machos e das fêmeas, estes diminuem com
o aumento do número de L3 ingeridas (Fleming, 1988). Observa-se também que o
peso dos parasitos diminui, com o tamanho da carga parasiria, sendo em torno de
92 g em uma infecção de 1.000 adultos, passando para 43 g em uma infecção de
10.000 espécimes, mantendo a produção de ovos pelas fêmeas constantes (Allonby
& Urquhart, 1975). Em infecções experimentais observou-se que a fecundidade das
fêmeas varia de aproximadamente 800 a 7.000 ovos por fêmea por dia, variando de
acordo com o tamanho da dose de L3 ingerida e conseqüente carga parasiria. Em
infeões massivas, a fecundidade dasmeas diminui (Fleming, 1988; Coyne et al.,
1991).
Com relação ao processo vulvar, na espécie H. contortus em ovinos, o
processo linguiforme é predominante, enquanto, em H. placei de bovinos, o
processo do tipo botão predomina. De acordo com a região geográfica estudada, a
freqüência de ocorrência dos tipos de processos vulvares pode variar. Por essas
27
diferenças nesta freqüência, considera-se que a escie H. contortus tem seis
subespécies, H. contortus contortus, H. contortus cayugensis, H. contortus
bangalorensis, H. contortus hispanicus, H. contortus kentuckiensis e H. contortus
bahiensis além de duas variedade, H. contortus var. utkalensis e H. contortus var.
kashmirensis (Citado por Molina, 1991). Além de variar geograficamente e
intraespecificamente, a freqüência de ocorncia de cada processo muda de acordo
com a estação do ano (Le Jambre & Whitlock, 1968; Le Jambre & Whitlock, 1976).
1.4. Hemonchose ovina
Em casos de severa infecção por Haemonchus, os mais óbvios sinais clínicos
apresentados pelos animais são a progressiva perda de peso e anemia,
caracterizada pela queda do volume globular. Os animais podem apresentar-se
posteriormente edemaciados devido à anemia que se torna cada vez mais grave.
Assim sendo, o animal pode apresentar o edema submandibular e ascite. Na
infecção crônica, o animal apresenta uma baixa progressiva no volume globular e
um pequeno ganho de peso, quando comparado com animais livres de parasitos.
Durante a hemonchose hiperaguda o animal pode morrer subitamente como
conseqüência de gastrite hemorgica grave. Observa-se ainda hipoproteinemia e
hipoalbunemia. Diarréiao é um sintoma comum em uma infecção por H. contortus
(Soulsby, 1987). O impacto da patogenia da hemonchose sobre o hospedeiro pode
ainda ser afetado pela dieta oferecida aos animais, àqueles que têm dietas pobres
em proteína, apresentam sinais cnicos mais pronunciados, apesar de apresentar
carga parasitária semelhante àqueles que têm uma dieta rica em proteína (Abbott, et
al., 1986), portanto a doença pode ser intensificada devido à baixa qualidade
alimentar dos animais (Allonby & Urquhart, 1975).
2. Resistência anti-helmíntica
2.1. Histórico da resistência anti-helmíntica no Brasil
Após o primeiro relato de resistência a anti-helmínticos em ovinos no Brasil
(Dos Santos & Gonçalves, 1967), não faltaram relatos de nematóides resistentes a
todos os fármacos comercialmente utilizados. Na região Sul, a resistência foi
28
detectada no Para (Cunha & Filho, 1999; Thomaz-Soccol et al., 2004), Santa
Catarina (Ramos et al., 2002) e novamente no Rio Grande do Sul (Echevarria &
Trindade, 1989; Echevarria et al., 1996). Na região Sudeste, foram observados
relatos em São Paulo (Farias et al., 1997; Verissímo et al., 2002). No nordeste,
suspeitou-se de nematóides resistentes inicialmente em caprinos no Ceará (Vieira et
al., 1989). Estudos posteriores indicaram resistência em Pernambuco, Bahia e
Alagoas (Charles et al., 1989; Barreto & Silva, 1999; Barreto et al., 2002; Bispo et al.,
2002). No Ceará, existem outros relatos de resistência em caprinos e ovinos (Vieira
& Cavalcante, 1999; Melo et al., 1998; Bevilaqua & Melo, 1999; Melo, 2001). Ainda
no Ceará, foi observada a presença de H. contortus resistente em ovinos
provenientes do Paraná e Rio Grande do Sul (Vieira et al., 1992), o que facilitou a
disseminação da resistência para todo o país.
2.2. Desenvolvimento da resistência anti-helmíntica
A resistência apresenta três componentes: estabelecimento, desenvolvimento
e dispersão. O estabelecimento da resistência é amplamente influenciado pelo
tamanho e diversidade da população e taxa de mutação do gene envolvido (Sutherst
& Comins, 1979). Quanto mais elevados estes fatores, maior será a probabilidade da
existência do alelo para a resistência (Geary et al., 1999). O desenvolvimento da
resistência deve-se ao uso do agente seletivo, neste caso, o anti-helmíntico
(Sutherst & Comins, 1979). A grande freqüência de tratamentos seleciona para
resistência diminuindo a vida útil do fármaco (Barnes & Dobson, 1990). Por último o
processo de dispersão dos genes na população é realizado pela migração e fluxo
gênico (Humbert et al., 2001). Logo, os processos de desenvolvimento e dispersão
são influenciados pela biologia e manejo dos parasitos responsáveis pela
resistência.
O aparecimento de cepas de nematóides resistentes a anti-helmínticos pode
ser explicado pela teoria da evolução, que tem como ponto básico a seleção natural,
ou seja, os indivíduos mais adaptados sobrevivem para se reproduzir (Griffiths et al.,
1998). A população susceptível de nematóides contém uma subpopulação de
indivíduos com capacidade getica para sobreviver ao tratamento que origina a
próxima gerão de nematóides desta população. O desenvolvimento da resistência
29
a uma droga geralmente acontece dentro de cinco a oito gerações após a introdução
da nova classe de composto (Grant, 2001). Sendo aproximadamente um ano o
intervalo máximo de uma geração de nemadeos gastrintestinais em ruminantes
(Prichard et al., 1980).
Em nemaides gastrintestinais, existem três hiteses que explicam o
aparecimento de alelos para resistência aos benzimidazóis. A primeira hipótese
baseia-se nas migrações e no fluxonico. As migrações introduzem diferentes
freqüências gênicas provenientes da população de origem e através do fluxo nico
esses genes são incorporados ao conjuntonico da nova população. Esse
mecanismo provoca a dispersão de alelos de uma população para outra (Silvestre &
Humbert, 2002). Na segunda hitese, os alelos para resistência estão presentes na
populão por um longo período como um alelo raro (Roos et al., 1990), essa é uma
das explicões para a grande prevalência da resistência aos benzimidazóis. A
última hipótese seria a de mutações espontâneas (Humbert et al., 2001) que podem
ser oriundas de uma variedade de fontes sendo os erros na replicação do DNA e
lesões espontâneas os mais freqüentes (Griffiths et al., 1998), contudo todas os tipos
de mutação espontânea causam uma mudança abrupta e hereditária do caráter.
Os fatores geticos que determinam a taxa de seleçãoo: domincia dos
alelos para resistência, o número e freqüência inicial dos genes envolvidos, a
diversidade getica da população, a relativa adaptabilidade dos organismos
resistentes e a oportunidade para recombinão genética (Sangster, 2001; Coles,
2005).
Em estudos realizados com T. circumcincta, determinou-se que a resistência
aos benzimidazóis é uma característica onde a hereditariedade dos genes é
incompletamente recessiva, com apenas uma mutação pontual no gene da ß-
tubulina (Elard et al., 1996, Dobson et al., 1996; Prichard, 2001).
Am dos fatores geticos, outros podem influenciar na maior ou menor
disseminação da resistência que são os operacionais, biológicos e ecológicos
(Hennon, 1993).
30
Dentre os operacionais pode-se citar a subdosagem, freqüência de
tratamentos e rotação rápida de princípio ativo (Hennon, 1993; Craig, 1993; Martin,
1987). Com a subdosagem, a droga atingirá somente os indivíduos sensíveis da
populão parasitária e os indivíduos resistentes sobrevivem dando origem a novas
gerões (Craig, 1993). A grande freqüência de tratamentos seleciona para
resisncia diminuindo a vida útil dormaco. A rápida rotação de princípio ativo
seleciona nematóides resistentes a todas as drogas utilizadas nessa rotão (Barnes
& Dobson, 1990).
O fator bioecológico que influencia no desenvolvimento da resistência é a
quantidade de populão de nematóides em refúgio, isto é, os estágios pré-
parasirios de vida livre que se encontram na pastagem e escapam à exposição do
anti-helmíntico. Logo quanto maior for o tamanho da população em refúgio, menor
será a pressão de seleção e conseqüentemente o desenvolvimento da resistência
será retardado (Prichard, 1990; Jackson, 1993).
2.3. Diferenças fisiológicas entre os parasitos resistentes e sensíveis
Alguns estudos têm sido realizados a fim de comparar caractesticas de vida
entre indivíduos resistentes e sensíveis. O nemaide de vida livre Caenorhabditis
elegans vem sendo utilizado como modelo para estudos de desenvolvimento e
mecanismos da resistência (Geary & Thompson, 2001; Hashmi et al., 2001). Neste
parasito, observa-se que os indivíduos resistentes apresentam disfunções na
mobilidade, oviposição, sculo da faringe, entre outras características, que chegam
a ser letal para esse parasito, mas parecem ser irrelevantes em outras espécies
(Prichard, 2001).
Em contraste a estas observações, o parasito H. contortus selecionado para
resistência, apresenta, simultaneamente, genes que influenciam outras
características fisiológicas como a patogenicidade, poder infectante e sobrevivência
dos estágios de vida livre (Hennon, 1993). Este fato foi novamente evidenciado em
cepa resistente ao tiabendazol. Esta cepa mostrou-se superior na capacidade de
estabelecer-se no animal, foi mais patonica e produziu uma maior quantidade de
ovos. Estas características elevam-se com o aumento da resistência. Neste estudo,
31
os fatores relacionados aos estágios de vida livre não foram afetados pelo grau de
resistência (Maingi et al., 1990).
Em T. circumcincta não foi observada diferença entre os genótipos resistente
e sensível na produção de ovos, taxa de desenvolvimento de ovos até L3,
capacidade de estabelecimento destas larvas e sobrevivência dos adultos (Elard et
al., 1998). No entanto apresentam diferenças quanto ao comprimento dos adultos,
sendo os parasitos resistentes maiores que os senveis aos 60 dias de infecção,
esperando-se que haja assim uma maior fertilidade dasmeas (Leignel & Cabaret,
2001).
3. Anti-helmínticos benzimidazóis e pró-benzimidazóis
3.1. Mecanismo de ação
O primeiro anti-helmíntico benzimidazol lançado no mercado foi o tiabendazol.
A partir dos anos 60 e 70 várias pesquisas promoveram o desenvolvimento de uma
série de benzimidais (albendazol, febendazol, mebendazol, oxfendazol,
oxibendazol e outros) e pró-benzimidazóis (febantel, tiofanato, netobimim) que
pertencem a mesma classe (Lacey, 1988). Afinal os pró-benzimidazóis sofrem
transformação para benzimidais através do rúmen e do metabolismo hetico
(Bogan & Armour, 1987). Essas drogas têmão contra helmintos (Hennon, 1993),
tendo como mecanismo de ação principal uma potente inibição da formação de
microtúbulos do parasito (Martin, 1997) que tem como funções a formão do fuso
mitótico, motilidade e secrão celular, absorção de nutrientes e transporte celular
(Lacey, 1988; Jasmer et al., 2000; Bruce, 1987). Devido ao papel crucial
desempenhado pelos microtúbulos em alguns dos processos celulares, esta
destruição induzida pela droga leva a morte desse organismo (Köhler, 2001), pois
ocorrerá uma interrupção do equibrio tubulina/microtúbulo, levando a uma cascata
de mudanças bioquímicas e fisiogicas que podem ser diretas ou indiretas
resultando na perda da homeostasia celular (Lacey, 1988). Secundariamente pode
inibir a enzima fumarato redutase no transporte de glicose, alterando os mecanismos
energéticos do parasito (Lanusse, 1996). Foi observado ainda que ocorre
32
interrupção e/ou diminuão da produção de ovos dos nematóides (Martin et al.,
1997).
3.2. Mecanismo de resistência aos fármacos benzimidazóis
Os mecanismos de resistência podem ser específicos ou inespecíficos. Os
mecanismos específicos estão associados à ação da droga anti-helmíntica,
enquanto os inespeficos referem-se as alterações no receptor da droga ou na
modulação da concentração do fármaco (Wolstenholme et al., 2004).
A resistência aos anti-helmínticos benzimidazóis tem sido associada com
modificações relacionadas à tubulina (Gutteridge, 1993). As moléculas do fármaco
ligam-se à tubulina alterando o equibrio tubulina/microtúbulo, assim os parasitos
resistentes caracterizam-se pela diminuão dos sítios de alta afinidade à droga nas
subunidades proicas dos microtúbulos (Lacey, 1988). Microtúbuloso organelas
citoplasmáticas que formam o citoesqueleto dalula, movimentam parculas
celulares e formam o fuso mitótico durante a divisão celular (Martin, 1997). Acredita-
se ainda que a modulação da concentração da droga mediada pelas p-
glicoproteínas no receptor alvo pode ser um outro potencial mecanismo de
resistência (Kerboeuf et al., 2003), assim como acontece para as lactonas
macrocíclicas. As p-glicoproteínas são proteínas transmembranárias que têm um
papel protetor contra xenobióticos potencialmentexicos ingeridos na dieta
(Schwab et al., 2003). Estas proteínas que são produtos do gene MDR1,
aparentemente removem seus substratos da dupla camada de lideos da
membrana para o espaço extracelular, agindo como bombas de efluxo de
xenobióticos (Molento & Prichard, 1999).
Estudos de populações de H. contortus resistente e sensível aos
benzimidais indicaram a existência de difereas específicas do DNA gemico
destas populações (Roos et al., 1990). Kwa et al. (1994) demonstraram que a
resistência aos benzimidazóis envolve uma mutação no aminoácido 200 e 167
(Silvestre & Cabaret, 2002) (Fenilalanina/Tirosina) do gene isotipo 1 ß-tubulina, que
parece ser o maior implicado no mecanismo da resistência anti-helmíntica aos
benzimidazóis (Samson-Himmelstjerna & Blackhall, 2005).
33
4. Testes para detecção da resistência
4.1. Testes in vivo
Os testes in vivo são largamente utilizados para monitorar a resistência em
nematóides. Porém esses testes são onerosos e geralmente se caracterizam pela
baixa qualidade devido à variação interanimal (Craven et al., 1999). No entanto são
necessários para se estudar três aspectos fundamentais da farmacologia da droga: o
papel da farmacodimica no hospedeiro, a interação do parasito e o hospedeiro,
além da farmacologia bioquímica da droga, ou seu modo de ação (Lacey, 1988).
Estes fatores não podem ser considerados nos testes in vitro.
4.1.1. Teste controlado
Neste teste, a eficácia do anti-helmíntico é determinada pela comparação da
populão de parasitos no grupo tratado com a do grupo não tratado. Este teste é o
método mais confiável para avaliar a atividade anti-helmíntica. Animais parasitados
são aleatoriamente separados em medicados eo medicados, grupo controle.
Após a dosificação dos animais do grupo medicado é dado um intervalo entre o
tratamento e o sacrifício dos animais. Estes são necropsiados e a carga parasitária é
identificada e contada. Os adultos são diferenciados dos estágios larvais e se
possível das larvas hipobióticas (Wood et al., 1995).
4.1.2. Teste de redução na contagem de ovos nas fezes
Animais parasitados são distribuídos aleatoriamente em grupo tratado e não-
tratado, controle. São necesrios, nonimo, dez animais para cada grupo a fim de
permitir interpretão confiável dos resultados. Após 10 a 14 dias do tratamento, faz-
se coleta de fezes de todos os animais e contagem de ovos nas fezes, comparando-
se o percentual de redução na eliminação de ovos nas fezes nos dois grupos (Coles,
et al., 1992). Apesar de ser largamente utilizado para monitorar resistência em
nemaides caracteriza-se por baixa qualidade, pois nem sempre existe uma boa
correlão entre a oviposição e o número de parasitos adultos no hospedeiro, com
34
excão do nematóide H. contortus devido a sua alta prolificidade (Taylor, et al.,
2002).
4.2. Testes in vitro
A maioria dos testes in vitro é de fácil execução e aplicação, além de poder
ser realizado em larga escala (O’Grady & Kotze, 2004). Dentre os testes in vitro, o
mais utilizado é o de eclosão de ovos (Craven et al., 1999).
4.2.1. Teste de eclosão de ovos
Este teste baseia-se na atividade ovicida dormaco servindo de modelo para
o desenvolvimento de outros testes in vitro. O tiabendazol é o composto padrão
classicamente utilizado por ser mais solúvel que os demais compostos
benzimidazóis. Realiza-se a incubão dos ovos em soluções contendo o anti-
helmíntico em diferentes concentrações finais que variam de 0 a 2 µg/mL. Ao final de
48 horas, realiza-se a leitura do teste, classificando os achados em ovos ou larvas.
Quando a DE50 (dose efetiva para inibir 50% da eclosão de ovos) for superior ou
igual a 0,1µg/mL considera-se a presença de resistência na população de
nematóides testada (Coles et al., 1992).
O teste de eclosão de ovos é indicado pela World Association for the
Advancement of Veterinary Parasitology (WAAVP) para detectar resistência aos
benzimidazóis (Coles et al., 1992). Este teste estima melhor o nível de resistência e
possibilita a mensuração dos efeitos dos anti-helmínticos nos processos fisiológicos
dos nematóides. Comparado ao teste de redução na contagem de ovos nas fezes,
apresenta menor custo e fácil execução (Várady & Corba, 1999), contudo a
impossibilidade da realização de culturas pós-tratamento, inviabiliza a determinação
do parasito responsável pela baixa eficácia do anti-helmíntico.
4.2.2. Diagnóstico genético
A utilização decnicas moleculares para o diagnóstico de nemaides
resistentes aos anti-helmínticos está restrita aos benzimidazóis (Taylor et al., 2002).
35
Estas técnicas oferecem algumas vantagens no diagnóstico, são altamente
específicas, sensíveis, utilizam pequenas as quantidades de DNA, em um
potencial para identificação das espécies dos parasitos (Sangster et al., 2002).
Contudo, o número de parasitos necessários a serem testados, é uma grande
limitão. Para a detecção de nematóides resistentes, quando a sua prevalência é
menor que 1% numa população de organismos diplóides, é necessário a
genotipagem de no mínimo 150 indivíduos (Sangster et al., 2002). Esta técnica é um
grande avanço para a detecção e monitoramento da resistência, no entanto os seus
altos custos impedem que seja utilizada como rotina laboratorial no lugar dos
métodos clássicos, que são os testes in vitro de eclosão de ovos e desenvolvimento
larvar e in vivo, de redução na contagem de ovos nas fezes.
4.2.2.1. Reação em cadeia pela polimerase alelo específica
A resistência aos benzimidazóis é diagnosticada utilizando-se a amplificão
do fragmento do isotipo 1 da ß-tubulina. Emprega-se a Reação em Cadeia pela
Polimerase Alelo Específica (AS-PCR) para detectar esta mutação em parasitos
adultos de H. contortus (Kwa et al., 1994) e para larvas e adultos de T. circumcincta
(Elard et al., 1999). No entanto, o método de genotipagem só poderia ser realizado
em vermes adultos após necropsia dos animais ou em larvas, se a infecção fosse
monoespefica. Posteriormente estetodo foi modificado permitindo a
identificação das três espécies de nematóides mais prevalentes em ovinos e
caprinos, T. circumcincta, T. colubriformis e H. contortus (Silvestre & Humbert,
2000). Esta ferramenta molecular pode estimar cada genótipo (rr: homozigoto
resistente; rS: heterozigoto; e SS: homozigoto senvel). Desta forma o nível de
resisncia aos benzimidais numa população de nemaides pode ser definida
pela proporção de homozigotos mutantes (rr) (Humbert et al., 2001).
A presença do aminoácido fenilalanina ou tirosina na posição 200 do gene da
da ß-tubulina, caracteriza a cepa sensível e resistente aos benzimidais,
respectivamente (Elard et al., 1999). Esse método é baseado no uso da reação em
cadeia pela polimerase (PCR) a qual amplifica produtos dos alelos espeficos. Esse
sistema gera três fragmentos: um alelo não específico e dois alelos específicos para
sensibilidade e resistência aos benzimidazóis que são separados pela eletroforese
36
em gel agarose. Essa caracterização possibilitará estimar a proporção de cada
genótipo na populão de nematóides (Humbert et al., 2001). E assim, quantificar o
número de indivíduos resistentes numa população. A real vantagem deste todo
de diagnóstico é a possibilidade de deteão do primeiro indivíduo resistente, por
isso essa técnica pode ser uma boa alternativa de diagnóstico (Elard et al., 1999) e
monitoramento da resistência (Sangster, 1999).
5. Controle anti-helntico versus resistência anti-helntica
Os diferentes esquemas de tratamento são utilizados a fim de reduzir ou
eliminar os efeitos adversos do parasitismo. No controle curativo, os animais são
tratados somente quando ocorrem os sintomas clínicos evidentes ou mesmo morte
pelo parasitismo. O controle tático é utilizado sempre que as condões ambientais
favoreçam o surgimento de verminose (Pinheiro, 1983). Neste caso o
desenvolvimento da resistência é retardado, mas existe uma importante perda de
produção pelos animais além de alta contaminação do meio-ambiente com os
estágios infectantes dos nematóides.
O tratamento supressivo consta de vermifugar os animais a cada 2 ou 4
semanas. É empregado em animais jovens de grande valor genético ou econômico
(Pinheiro, 1983). Embora seja eficiente no controle do parasitismo, precipita o rápido
aparecimento da resistência anti-helmíntica.
Dos esquemas de controle, o estratégico é o mais utilizado. São aplicados
tratamentos estratégicos antes que ocorra um aumento significativo da populão de
parasitos em épocas do ano predeterminadas (Pinheiro, 1983).
Os tratamentos estratégicos devem ser realizados com um anti-helmíntico de
alta eficácia (EMBRAPA, 1994). Um dos grandes riscos deste controle refere-se à
pequena ou nenhuma população de nemaides em refúgio durante a época seca,
período onde ocorre a predominância das dosificações. Estes fatos possibilitam que
a resistência anti-helmíntica desenvolva-se rapidamente (Sangster, 2001).
37
Existem métodos alternativos de controle como o método FAMACHA©,
idealizado para identificar, através da coloração da membrana conjuntiva, animais
capazes de suportar uma infecção por H. contortus. Logo, torna-se possível tratar
somente os animais que sofrem de parasitismo severo, deixando sem tratamento
aqueles que não apresentam anemia clínica. Desta forma a pressão de seleção para
a resistência aos anti-helmínticos será menos intensa (Van Wyk et al., 1997; Vatta et
al., 1999).
No nordeste brasileiro, foi realizado um estudo comparativo da eficácia a
campo do método estratégico e do método FAMACHA ©. Observou-se que além de
não evitar perdas produtivas, o método estratégico propiciou o desenvolvimento da
resistência anti-helmíntica, contrariamente ao método FAMACHA ©, que não
interferiu na produtividade dos animais e possibilitou o retardamento da resistência
anti-helmíntica e a melhora da eficácia de fármacos considerados ineficazes para o
controle do parasitismo na propriedade em que foi testado (Reis, 2004).
38
JUSTIFICATIVA
A ovinocaprinocultura é uma importante atividade econômica para o nordeste
brasileiro. O parasitismo por nemaides gastrintestinais corresponde a mais de 80%
das doeas que acometem os rebanhos do estado do Ceará sendo um dos fatores
limitantes dessa atividade. Cerca de 90% das propriedades da região do médio e
baixo Jaguaribe, Ceará apresenta nematóides resistentes a algum tipo de anti-
helmíntico. O parasito H. contortus é o principal causador do aparecimento de
resistência. Assim sendo, o seu monitoramento e prevenção são medidas básicas a
fim de reduzir a população de nemaides resistentes. Por isso, torna-se necessário
a caracterização das cepas de H. contortus resistente e sensível a anti-helmínticos
benzimidazóis isoladas no Ceará. Essas informações são essenciais para maximizar
o controle e retardar o desenvolvimento de nematódeos resistentes a anti-
helmínticos nos rebanhos de pequenos ruminantes do Ceará e do Brasil.
39
HIPÓTESE CIENTÍFICA
A mutação que torna o parasito H. contortus resistente a ação dos anti-
helmínticos benzimidazóis, provoca outras alterações nas características do
nemaide, podendo ter efeitos delerios sobre a sobrevivência dos parasitos
resistentes e conseqüentemente para a manutenção dos seus alelos na população.
40
OBJETIVOS
Geral
Contribuir para o controle da hemonchose ovina através do conhecimento das
consequências da resistência à anti-helnticos benzimidazóis nas características
de vida de nemaides gastrintestinais de ovinos e impacto sobre o seu controle.
Específicos
Isolamento de cepa sensível e resistente aos benzimidazóis.
Determinar o perfil de fazendas com a presença de resistência aos
benzimidazóis.
Caracterizão ecológica da cepa do parasito H. contortus resistente e
sensível à anti-helmínticos benzimidazóis:
Determinação do poder infectante e patogenia;
Determinação da fertilidade das fêmeas;
Determinação do desenvolvimento dos ovos até larvas de terceiro estágio
sob diversas condições de meio;
Classificação da população quanto à morfologia do processo vulvar das
meas;
Avaliação global da aptidão das larvas de terceiro estágio em desenvolver
uma nova infecção.
41
METODOLOGIA
Experimento: Caracterização das unidades produtoras de ovinos e estudo
das características de manejo na presença da resistência aos benzimidazóis
O objetivo deste experimento foi determinar um perfil característico das
unidades produtoras de ovinos relacionadas à presença de resistência anti-
helmíntica aos benzimidazóis na região estudada. Inicialmente foi realizado um
levantamento em 25 fazendas de ovinos e caprinos localizadas na região do baixo e
médio Jaguaribe, a fim de realizar a caracterizão das propriedades pertencentes a
esta área no diz respeito ao manejo sanitário, formas de controle, utilização de anti-
helmínticos, infra-estrutura e assistência médica veterinária. Estes dados foram
coletados por meio da aplicação de um questionário com os responsáveis técnicos
de cada propriedade (Anexo 1).
Nestas propriedades foram ainda realizados testes para o diagnóstico de
resistência ou sensibilidade a anti-helmíntico oxfendazol (Systamex®), usado na
dose de 5 mg/kg de peso vivo. O método utilizado foi o teste de redução da
contagem de ovos nas fezes (Coles, et al., 1992). Em cada propriedade, foram
selecionados aleatoriamente 24 fêmeas de ovinos que foram divididos em dois lotes
de animais, um tratado e outro controle, não tratado. Amostras de fezes foram
colhidas diretamente da ampola retal de cada animal no dia do tratamento e 10 a 14
dias após. Com estas amostras, foram realizados exames coprológicos individuais,
pela técnica de McMaster modificada, descrita por Ueno e Gonçalves (1998). Os
resultados dos exames coprológicos foram expressos em número de ovos por grama
de fezes (OPG). Coproculturas foram realizadas em pool, misturando amostras
fecais dos animais de cada grupo experimental, segundo acnica de Roberts e
O’Sullivan (1950). Um mínimo de 100 larvas de L3 foi identificado, de acordo com
Georgi e Georgi (1990), nas culturas de cada grupo.
42
Experimento: Isolamento das cepas de H. contortus
Através dos resultados de caracterização das propriedades e da resistência
ou sensibilidade ao oxfendazol, foram selecionadas seis propriedades. Estas
propriedades eram representativas das demais e possuíam ou não nematóides
resistentes. Assim sendo, as cepas estudadas neste trabalho foram isoladas a partir
de propriedades localizadas nos municípios de Limoeiro do Norte, Jaguaribe e
Aracati. Estas localidades pertencem a região dodio e baixo Jaguaribe, Estado
do Ceará. O diagnóstico de resisncia ou sensibilidade foi novamente determinado
através do teste de redução da contagem de ovos nas fezes (Coles et al., 1992). As
propriedades foram então divididas em dois grupos, cepas resistentes (5
propriedades) e cepa sensível ao oxfendazol (uma propriedade).
Com as fezes de 12 ovinos de cada fazenda, foram realizadas coproculturas
em pool para obtenção de L3 (Roberts & O’Sullivan, 1950) que foram utilizadas para
inoculão de animais experimentais e isolamento das cepas de H. contortus.
Ovinos com 30 dias de idade foram tratados oralmente com anti-helmínticos à base
de ivermectina (Ivomec ®) e levamisol (Ripercol®), com intervalo de três dias entre
as duas dosificações, a fim de se tornarem livres de parasitos. A partir do último
tratamento, os animais foram colocados em gaiolas metabólicas. Uma semana após,
cada animal foi inoculado por via oral com 5.000 L3 provenientes das fazendas
selecionadas, sendo um ovino com a cepa resistente e outro com a sensível. Em
seguida, foram acompanhados com exames coprológicos individuais (Ueno &
Gonçalves, 1998) até o 25º dia pós-tratamento. A cepa resistente foi composta por
1.000 L3 de cada propriedade e a cepa sensível com 5.000 L3 de uma propriedade.
Trinta dias após a inoculão, o animal que albergava a cepa resistente foi
tratado com anti-helmíntico à base de oxfendazol (Systamex®), na dose de 5 mg/kg
de peso vivo. O animal portador da cepa sensível não foi tratado.
Foram realizadas coproculturas com as fezes provenientes destes animais
para obteão de L3 das duas cepas. Estas L3 foram transportadas para o Institut
National de la Recherche Agronomique (INRA)/Tours/França para novo
estabelecimento de infecção em dois ovinos livres de parasitos.
43
O procedimento de estabelecimento das novas infecções experimentais foi o
mesmo descrito anteriormente. O animal portador da cepa resistente foi tratado com
Panacu, composto benzimidazol. Cinco dias após o tratamento, os ovinos foram
sacrificados e os abomasos foram coletados através de necropsia. Foi realizada
somente a recuperação dasmeas adultas de H. contortus que foram finamente
cortadas para a obtenção de ovos que se desenvolveram em fezes de animais livres
de parasitos até o estágio de larva infectante. Após dez dias, as L3 recuperadas
foram novamente inoculadas em dois ovinos livres de parasitos, um animal para
cada cepa. Estes ovinos foram acompanhados individualmente com exames
coprológicos para a certificação do estabelecimento da infecção monoespecífica de
H. contortus. Os animais foram mantidos em gaiolas metabólicas e serviram de
doadores de L3 de H. contortus sensível e resistente aos benzimidazóis. Foram
realizadas coletas de fezes diárias para a confecção de coproculturas. As L3
recuperadas pelo método de Baerman (Ueno & Gonçalves, 1998) foram inoculadas
em 20 ovinos para realização da caracterização ecológica.
Experimento: Caracterização ecológica de cepas de H. contortus resistente
e senvel a anti-helnticos benzimidazóis
1. Animais e estabelecimento da infecção
A fim de estabelecer a infecção para a caracterização ecológica, 20 ovinos
machos, da raça Préalpes, com três meses de idade foram pesados e tratados com
anti-helmínticos à base de levamisol (Levamisole, 5 mg/ kg) e netobimim
(Hapadex®, 7,5 mg/kg). A prevenção de eimeriose foi feita através da aplicação de
diclazuril, Vecoxan®, 1 mg/kg. Em seguida, os animais foram divididos em dois
grupos de 10, um grupo para cada cepa. Uma semana as, a infeão foi iniciada
com a inoculão de 1.000 L3 por animal. Foi feita coleta de sangue para realização
de microhematócrito. As inoculões foram continuadas semanalmente com 500 L3
a partir de 21 dias do início da infecção até o dia 70. No início do experimento,
determinou-se um valor ctico de hemacrito, 29 %, cujovel não deveria ser
ultrapassado para não levar à morte por anemia. Cada animal recebeu
aproximadamente 3.500 L3.
44
1.1. Parâmetros parasitológicos e hematológicos
A partir do 15º dia pós-inoculação foram realizados exames coprológicos
individuais pela técnica de Mc Master (Ueno & Gonçalves, 1998) para estabelecer o
dia de início da ovipostura. Semanalmente, os animais foram acompanhados
individualmente através de dois exames coprológicos para observação do
desenvolvimento da infecção e microhematócrito. Através destes parâmetros, foi
determinada a influência exercida por cada cepa sobre a patogenia determinada
pelo parasito sobre os animais.
1.2. Diagnóstico da resistência ou sensibilidade
Após o estabelecimento da infecção por H. contortus nos ovinos, foi realizado
o teste de eclosão de ovos (Coles et al., 1992) com um pool de fezes dos animais de
cada grupo para determinação da DE50 (dose efetiva para inibir 50% da eclosão de
ovos) de tiabendazol e diferenciação das duas cepas inoculadas. Segundo este
teste, considera-se presença de resistência, quando a DE50 é superior a 0,1 µg/ml.
1.3. Influência da temperatura e umidade na taxa de desenvolvimento dos ovos até o
estágio de L3
A metodologia utilizada seguiu a descrita por Rossanigo & Gruner (1995). Em
quatro dias diferentes foram realizadas coproculturas individuais com 1 a 3,5 g de
fezes de cada animal com três réplicas.
Estas fezes foram desumidificadas até 35% e 65% de umidade ponderal (UP).
As fezes contendo 35% de UP foram incubadas a 32°C e as fezes contendo 65% de
UP foram incubadas a 23°C. Estas temperaturas e umidades simulam as médias
obtidas no nordeste brasileiro durante os períodos seco e chuvoso, respectivamente.
A taxa de desenvolvimento dos ovos até o estágio de L3 foi determinada
através da relação entre o número total de ovos encontrados em cada réplica de
cada animal e o número de L3 que foram capazes de se desenvolver sob as
condições impostas.
45
1.4. Caracterização da carga parasitária das cepas resistente e sensível de H.
contortus
No 130° dia pós-infecção os animais foram sacrificados. Após necropsia, os
abomasos foram coletados. O volume deste órgão foi dividido em contdo, lavado e
digestão da mucosa do abomaso. O volume do lavado e digeso da mucosa foi
examinado por completo. No contdo, somente 10% do volume foi examinado,
sendo feita uma corrão para o volume inicial a fim de estimar o número total de
parasitos recuperados. Em um dos animais do grupo da cepa sensível, a amostra
examinada do contdo foi de 20%, pois em 10% não havia o mínimo de 100
parasitos, necessários para a confiabilidade da caracterização da carga parasiria.
Os espécimes de H. contortus foram classificados em macho ou fêmea, e em
seguida, em juvenil ou adulto. Os outros achados foram classificados como outros
estádios. As fêmeas foram separadas de acordo com o processo vulvar: liso, botão e
linguiforme. De cada animal, 20meas do tipo linguiforme foram divididas nos
subtipos A, B, C e I (Le Jambre & Whitlock, 1968).
1.5. Determinação da oviposição das fêmeas de H. contortus
Em três dias diferentes durante a semana anterior ao sacrifício dos ovinos,
foram realizados exames coprológicos individuais para a estimativa do OPG. A partir
destes dados, foi determinada uma média por grupo. Esta dia foi relacionada com
o númerodio demeas recuperadas em cada grupo experimental obtendo-se o
número dio de ovos por grama de fezes produzidos pelasmeas dos getipos
sensível e resistente.
1.6. Avaliação global da adaptabilidade H. contortus
Dezoito ovinos de ambos os sexos de aproximadamente 3 meses foram
subdivididos em 6 grupos. Primeiramente foram formados dois grupos com 9
animais que foram inoculados com as cepas resistente ou sensível. Estes grupos
foram subdivididos em 3 grupos de 3 animais. No primeiro subgrupo, os animais
foram inoculados com L3 provenientes dos ovos desenvolvidos sob a temperatura
46
de 32°C, na dose de 2.500 L3 por animal. Nos dois outros subgrupos, os animais
foram inoculados com L3 provenientes dos ovos desenvolvidos sob a temperatura
de 23°C, nas doses de 2.500 e 5.000 L3 por animal. Estes eventos foram realizados
para as duas cepas. Os outros procedimentos descritos anteriormente para a
primeira geração, foram repetidos para a segunda geração de uma forma
semelhante, sendo estudados os parâmetros parasitogicos e hematogicos,
caracterização da carga parasitária e determinação da oviposição das fêmeas. A
segunda inoculação com L3 provenientes dos ovos desenvolvidos sob a temperatura
de 32°C, não foi realizada por falta de larvas suficientes.
2. Análise estatística
Os dados de eficia do oxfendazol nas fazendas foram analisados pelo
programa estatístico RESO (1989) o qual segue as instruções da WAAVP (Coles et
al., 1992). As condições para que uma fazenda seja classificada como resistente
são: a percentagem de redução da contagem de ovos deve ser inferior a 95% e o
limite inferior do intervalo de confiança a 95% menor do que 90%. Caso as duas
condições não sejam atendidas, declara-se suspeita de resistência.
O cálculo da DE 50 foi realizado através do método de probits.
Os dados dos questionários e da caracterização ecológica foram submetidos
a Modelo Linear Geral (GLM). Todos os dados foram analisados a um nível mínimo
de significância de 5%.
47
RESULTADOS
Experimento: Caracterização das unidades produtoras de ovinos e estudo
das características de manejo na presença da resistência aos benzimidazóis
O rebanho de ovinos e caprinos variou de 70 a 1.200 e 80 a 500 animais, com
rebanhos médios de 176 e 220 cabas, respectivamente. Em 92% dessas
propriedades, utilizou-se o regime semi-intensivo de criação, com a finalidade de
comercialização de carne. Somente em 28% das propriedades existiu o
acompanhamentocnico de um médico veteririo, sendo em média 8 visitas por
ano. As doenças mais frequentemente citadas foram a linfadenite, miíase e
pododermatite. Em 52% das criações a rotação de pastagem é realizada.
Em todas as fazendas usou-se algum tipo de vermífugo, com predomincia
de produtos benzimidazóis (52%). Geralmente, utiliza-se de 2 a 3 princípios ativos
durante o mesmo ano e a sua eficácia é subjetivamente considerada boa pelos
proprietários. Em média fazem-se três vermifugões ao ano, sendo no mínimo um e
no máximo cinco tratamentos realizados durante o ano. Em 12% das propriedades,
estes tratamentos são realizados principalmente no período chuvoso. Em 48%,
principalmente no período seco e em 40%, são igualmente distribuídos durante os
dois peodos.
Dentre os fatores analisados, foi observado que a prática de tratar os animais
na estação seca (P = 0,03) e a realização de rotão de pastagem (P = 0,17) tem
relação com o desenvolvimento da resistência nos rebanhos estudados. Apesar da
rotão de pastagem não ter significância estatística, juntamente com o tratamento
na época seca, tem um valor preditivo para o desenvolvimento da resistência.
Experimento: Isolamento das cepas de H. contortus
Das 25 propriedades de ovinos e caprinos, foram selecionadas apenas 6,
sendo todas destinadas à criação de ovinos, espécie alvo do estudo. Estas
propriedades estão localizadas nos municípios de Limoeiro do Norte (2), Aracati (1)
48
e Jaguaribe (3), e são representativas das unidades produtoras de ovinos da região
estudada. Nestes municípios, a pluviosidade varia entre 800 e 1.000 mm, com
chuvas irregularmente distribuídas durante o ano.
Estas propriedades foram escolhidas de acordo com a presença ou não de
nematóides resistentes a anti-helmínticos benzimidazóis. Assim sendo, no momento
da realização do levantamento para a caracterização das unidades produtoras de
ovinos e determinação da presença de resistência anti-helmíntica, das seis
propriedades visitadas, quatro (67%) apresentavam nematóides resistentes ao
oxfendazol, com o percentual de redução do número de ovos nas fezes variando de
0 a 100%. Quando da realizão do isolamento da cepa, a freqüência da resistência
aumentou para 83%, correspondendo a 5 propriedades e o percentual de redução
variou de 0 a 97%. Vale salientar que nas fazendas que anteriormente
apresentavam nemaides sensíveis ocorreu um rápido desenvolvimento de
resisncia ao oxfendazol. Enquanto, em uma única fazenda onde a eficia do
fármaco era de 91%, houve um aumento do percentual de eficácia para 97% (Tabela
1), sendo considerada assim uma fazenda com nematóides sensíveis ao oxfendazol.
Tab. 1. Resultados do teste de redução na contagem de ovos nas fezes (RCOF) de
ovinos tratados com oxfendazol nas fazendas selecionadas para o isolamento da
cepa no momento do primeiro (1º) e do segundo (2º) levantamento em munipios do
Estado do Ceará.
RCOF (%)
Localização da fazenda
Limoeiro do Norte 0 0
Limoeiro do Norte 66 0
Aracati 91 97
Jaguaribe 94 52
Jaguaribe 99 26
Jaguaribe 100 27
Através dos questionários aplicados foi observado que em todas as
propriedades utilizava-se algum tipo de anti-helmíntico aproximadamente 3 vezes ao
49
ano, sendo no mínimo um e no máximo cinco tratamentos anuais. Os produtos mais
utilizados são os benzimidazóis, seguidos das avermectinas (ivermectina) e dos
imidotiazóis (levamisol). Em 50% das propriedades, a dosificão era repetida após
15 dias. Em três propriedades, utilizavam-se no mínimo dois princípios ativos
diferentes em um mesmo ano. Nas outras fazendas, somente um princípio ativo, o
benzimidazol ou levamisol, foi empregado em 33,3% e 16,6%, respectivamente, o
qual foi administrado seguidamente durante os dois anos de acompanhamento. O
cálculo da dose era feito através de estimativa visual individual do peso dos animais.
Em todas as fazendas, os proprietários consideravam que, após o tratamento, os
animais apresentavam melhora no estado físico geral.
Com relação a época, os tratamentos eram realizados, em ordem
decrescente, nos meses de janeiro (66,6%), agosto (50%), março, julho, outubro e
novembro (33,3%), e nos meses de abril, junho, setembro e dezembro (16,6%). A
época seca nesta região vai de junho a dezembro.
O gênero Haemonchus foi o mais prevalente na populão resistente em
100% das propriedades.
Experimento: Caracterização ecológica de cepas de H. contortus resistente
e senvel a anti-helnticos benzimidazóis
1. Diagnóstico da resistência ou sensibilidade
Após o isolamento da cepa de H. contortus, a DE50 confirmou a resistência
da cepa sintética e detectou a presença de nemaides resistentes dentro da cepa
considerada sensível pelo teste in vivo. Dois meses após, foi realizado um novo
teste e observou-se que houve um decréscimo da DE50 na cepa resistente, e a
DE50 da cepa sensível, praticamente não variou (Tabela 2).
50
Tab. 2. Resultado da DE50 da cepa de H. contortus resistente e sensível a anti-
helmínticos benzimidazóis nos meses de agosto e outubro.
DE50 (µg/ml)
Cepa
Agosto Outubro
Resistente 1,63 0,56
Sensível 0,20 0,16
2. Influência da temperatura e umidade na taxa de desenvolvimento dos ovos
até o estágio de L3
O desenvolvimento dos ovos em larvas da cepa sensível, quando comparado
com os da resistente, foi significativamente melhor (P<0,05) na temperatura de 32ºC.
Enquanto na temperatura de 23ºC, a cepa resistente apresentou um melhor
desempenho (P<0,05) (Tabela 3).
Tab. 3. Capacidade de desenvolvimento de ovo a larva de terceiro esgio nas
temperaturas de 23ºC e 32ºC das cepas de H. contortus resistente e sensível aos
anti-helmínticos benzimidazóis.
Temperaturas
Cepas
23ºC 32ºC
Resistente 62,5%
a
2,8%
a
Sensível 43,4%
b
5,3%
b
*Letras diferentes nas linhas indica diferença estatística (P<0,05)
3. Patogenia
1ª gerão
Nos dois grupos de animais houve 4 mortes, sendo 1 animal do grupo
sensível e 3 do resistente. Os sintomas apresentados foram semelhantes aos da
enterotoxemia e da listeriose.
51
Através do hemacrito, pode-se observar que os parasitos da cepa resistente
apresentaram umvel significativamente maior de hematofagismo quando
comparadas com a cepa sensível (P<0,05). Isto foi observado a partir de
aproximadamente o dia 40 pós-infecção permanecendo até o final do experimento.
No início do experimento os animais apresentavam o valor de 40% de
microhematócrito e no final de aproximadamente 20% e 25% para as cepas
resistente e sensível, respectivamente (Figura 1).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 294054688296110125
Diass-infecção
Hematócrito (%)
S R
Fig. 1. Acompanhamento dos hemacritos em função do tempo nos animais
infectados com as cepas de H. contortus resistente (R) e sensível (S) aos anti-
helmínticos benzimidazóis.
Apesar do estabelecimento dos parasitos da cepa resistente ter sido superior
(P<0,05) (Tabela 4), a produção de ovos por fêmea foi semelhante nas duas cepas,
sem diferença significativa. No entanto, entre os dias 33 e 85 pós-infecção as
fêmeas da cepa resistente produziram mais ovos, mas a partir deste dia houve
oscilações entre as duas cepas e no final do experimento a produção de ovos
praticamente igualou-se, assim como ocorreu no icio do experimento (Figura 2).
52
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
0 2133435464758596106117127
Diass-infecção
Ovos por grama de fezes
S R
Fig. 2. Evolução temporal do número médio de ovos por grama fezes eliminados
pelas fêmeas de H. contortus resistente (R) e sensível (S) aos anti-helmínticos
benzimidais.
2ª gerão
Nesta geração, o estabelecimento foi superior na cepa sensível (P<0,05).
Com relação ao inoculo, a taxa de estabelecimento foi semelhante nos duas
quantidades utilizadas. No tocante a temperatura, as larvas desenvolvidas sob a
temperatura de 23ºC foram àquelas que obtiveram maiores taxas de
estabelecimento, produção de ovos por fêmea e elevado hematofagismo (P<0,05)
tanto na cepa resistente quanto na cepa sensível (Figura.3 e 4).
53
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
21 29 36 41 49 56
Dias pós-infecção
Ovos por grama de fezes (OPG)
R/23°C R/32°C S/23°C S/32°C
Fig. 3. Evolução temporal do número médio de ovos por grama fezes eliminados
pelas fêmeas de H. contortus resistente (R) e sensível (S) aos anti-helmínticos
benzimidazóis provenientes de ovos desenvolvidos sob as temperaturas de 23°C e
32°C.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 7 14 21 29 36 41 49 56
Dias pós-infeão
Hemacrito (%)
S/23°C S/32°C R/23°C R/32°C
Fig. 4. Acompanhamento do microhematócrito em função do tempo nos animais
infectados com as cepas de H. contortus resistente (R) e sensível (S) aos anti-
helmínticos benzimidazóis provenientes de ovos desenvolvidos sob as temperaturas
de 23°C e 32°C.
54
4. Caracterização da carga parasitária das cepas resistente e sensível de H.
contortus
No final da primeira geração, os parasitos recuperados foram quantificados e
caracterizados para a determinação do perfil da carga parasiria das duas cepas.
Os animais que albergavam a cepa resistente apresentaram cerca de 300 parasitos
a mais quando comparados com a cepa sensível, devido a sua melhor taxa de
instalação que foi de 54% na cepa resistente contra 44% na cepa sensível (P<0,05).
Nas duas cepas, as fêmeas compunham aproximadamente mais de 51% da carga
parasiria, não havendo diferea significativa na relação macho/fêmea, sendo
1:1,10 e 1:1,15, nas cepas resistente e sensível, respectivamente. Na cepa sensível,
observaram-se maismeas com o processo vulvar do tipo liso, enquanto na
resistente, houve uma superioridade de aproximadamente 5% das fêmeas com o
processo vulvar do tipo linguiforme. Dentre as linguiformes, nas duas cepas, as do
subtipo A estavam em maior proporção. As fêmeas com o processo vulvar do tipo
botão foram minoria nas duas cepas (Tabela 4).
No final da segunda geração da infeão com larvas desenvolvidas sob as
temperaturas de 23ºC e 32°C, os parasitos recuperados também foram quantificados
e caracterizados para a determinação do perfil da carga parasiria das duas cepas.
Há evidências que a temperatura foi o que realmente influenciou os outros
parâmetros estudados, já que a taxa de estabelecimento com 2.500 ou 5.000 L3 foi
semelhante. Sendo a relação macho/fêmea superior na infecção desenvolvida com
larvas desenvolvidas sob a temperatura de 32°C, tanto na cepa resistente (1:1,80)
quanto na cepa sensível (1:1,22) (P<0,05). Na temperatura de 23°C, os resultados
foram semelhantes a primeira geração, ou seja, 1:1,09 e 1:1,12 para a cepa
resistente e sensível, respectivamente.
55
Tab. 4. Caracterização da carga parasitária dos ovinos inoculados com as cepas de
H. contortus resistente e sensível aos anti-helmínticos benzimidazóis.
Resistente Sensível
Total médio de parasitos 1.890
a
1.550
b
Total médio de machos 875
a
693
b
Total médio de fêmeas 964
a
803
b
% média de fêmeas de processo vulvar tipo liso 41
a
54
b
% média de fêmeas de processo vulvar tipo botão 12,85
a
10,77
a
% média demeas de processo vulvar tipo linguiforme 45,85
a
34,88
b
% média Linguiforme A 75,70
a
64,00
b
% média Linguiforme B 15,00
a
32,00
b
% média Linguiforme C 6,42
a
1,10
b
% média Linguiforme I 1,42
a
3,00
a
Total médio juvenil 30
a
31
a
Total médio de larvas 20
a
23
a
Taxa de estabelecimento (%) 54
a
44
b
*Letras diferentes nas colunas indica diferença estatística (P<0,05)
Tab. 5. Caracterização da carga parasitária dos ovinos inoculados com as cepas de
H. contortus resistente e sensível aos anti-helmínticos benzimidazóis provenientes
de ovos desenvolvidos sob as temperaturas de 23°C e 32°C.
Resistente Senvel
Dose
32°C 23°C 32°C 23°C
2.500 L3 4,00 24,00 21,96 31,60
Taxa de estabelecimento (%)
5.000 L3 - 23,00 - 28,00
Total médio de parasitos 118 891 360 1.126
Total médio de machos 42 402 153 496
Total médio de fêmeas 76 439 188 557
Total médio juvenil 0 24 17 23
Total médio de larvas 0 25 2 48
56
A seguir apresenta-se uma figura ilustrativa a fim de resumir de uma forma
comparativa os eventos ocorridos durante a primeira e segunda geração da infecção
experimental desenvolvida com as cepas do parasito resistente e sensível aos anti-
helmínticos benzimidazóis.
*
Os quadrados cheios representam a vantagem significativa influenciada pelo genótipo da cepa ou pela
temperatura de 23°C ou 32°C.
Fig. 5. Comparação das características de vida das cepas de H. contortus resistente
e sensível aos anti-helmínticos benzimidazóis durante duas gerações.
Estabelecimento de L3
Resistente
Macho/Fêmea
Ovos/Fêmea
Hematócrito/fêmea
Sensível
geração *
Desenvolvimento dos ovos
Macho/Fêmea
Ovos/Fêmea
Patogenicidade
geração *
23ºC/32ºC 23ºC/32ºC
Estabelecimento de L3
57
DISCUSSÃO
Prevalência da resistência aos anti-helnticos benzimidazóis
Relatos de nemaides resistentes aos benzimidais ocorrem no mundo
inteiro (Drudge et al., 1964; Dos Santos & Gonçalves, 1967; Echevarria & Pinheiro,
1989; Waller et al., 1995; Waller et al., 1996; Boersema & Pandey, 1997; Chartier et
al., 1998; Terrill, et al., 2001). A frequência da resistência reportada neste trabalho é
semelhante as relatadas em outras regiões do ps, como no sul do Brasil, região de
clima subtropical (Echevarria et al., 1996; Farias et al., 1997; Thomaz-Soccol et al.,
2004).
A alta prevalência do gênero Haemonchus nas populões resistente e
sensível a anti-helmínticos benzimidazóis já era esperada, pois este resultado foi
relatado anteriormente em outros levantamentos feitos no estado do Ceará (Melo et
al., 1998; Bevilaqua & Melo, 1999). Este parasito é muito prevalente também na
região sul do Brasil (Echevarria et al., 1996; Farias et al., 1997; Cunha-Filho, 1999) e
na América Latina (Waller et al., 1996).
Perfil das unidades produtoras de ovinos com a presença de nematóides
resistentes aos benzimidazóis
Apesar da alta prevalência de resistência aos benzimidazóis, estes fármacos
continuam sendo anti-helmínticos largamente utilizados nesta área bem como em
outras regiões do nordeste brasileiro (Vieira & Cavalcante, 1999), na Dinamarca
(Maingi, et al., 1996) e na França (Chartier et al., 1998). No México e Quênia, são
mais utilizados as lactonas macrocíclicas e o levamisol, respectivamente. A
frequência de aplicação, ou seja, 3 dosificões ao ano é inferior a recomendão
da EMBRAPA/CNPC (EMBRAPA, 1994), mas assemelha-se ao Quênia e México,
sendo superior a Dinamarca. Nestes pses a rotação de princípio ativo praticamente
não existe, sendo trocado a cada dois ou três anos (Torres-Acosta, et al., 2003;
Maingi, et al., 1996; Maingi, et al., 1997) diferente da região estudada onde é
58
realizada a rotão rápida de princípio ativo, utiliza-se 2 a 3 princípios ativos no
mesmo ano.
No que se refere ao número de animais e a finalidade de criação, os
rebanhos de ovinos e caprinos da região estudada assemelham-se aos descritos por
Pinheiro et al. (2000) que realizaram um amplo levantamento através de
questionários a respeito de aspectos do manejo sanitário em 127 propriedades do
estado do Ceará. No entanto o regime de criação difere, pois no presente trabalho
predomina a forma semi-intensiva de produção bem como o percentual de fazendas
com assistência técnica é bem inferior. Estes autores relataram que a verminose é a
doença mais freqüente, correspondendo a mais de 80% das doenças que acometem
os rebanhos do estado do Ceará. Oliveira et al. (1995), citam a pododermatite e as
ectoparasitoses assim como foi visto no presente trabalho. Assim sendo, a amostra
representa bem as propriedades de pequenos ruminantes da região do estudo.
Os dois fatores evidenciados nas fazendas com nematóides resistentes foram
tratamento na época seca e rotação de pastagem. O último fator pode promover
uma redução da população em refugia durante todo o ano. Em região semi-árida, a
época seca é caracterizada por uma populão em refugia pequena ou nula. Assim
sendo, dosificações durante este período podem acelerar o desenvolvimento da
resistência e tratamentos durante a época chuvosa podem ter efeito similar, quando
acompanhados por rápida rotação de pastagem. O método estragico indicado para
região nordeste do Brasil, determina quatro tratamentos anuais, sendo três durante a
época seca (EMBRAPA, 1994), este fato provavelmente é a principal causa da alta
freqüência de resistência aos benzimidazóis nesta região.
Isolamento da cepa
Em todas as fazendas a partir das quais as cepas foram isoladas, o parasito
H. contortus foi o mais prevalente. Este fato facilitou os isolamentos, já que nas
culturas realizadas para obtenção das L3 utilizadas para a formação das
populões, foi o parasito que ocorreu em maior proporção, propiciando uma alta
infeão dos animais, ocasionando a produção de um grande número de ovos
através das fêmeas recuperadas.
59
Na propriedade de origem da cepa sensível, houve a suspensão do uso de
anti-helmínticos benzimidazóis durante dois anos. Este fármaco foi reutilizado
somente na ocasião da realização do teste de redução na contagem de ovos nas
fezes para detecção de resistência. Nesta ocasião o fármaco aumentou a eficácia de
91% para 97% de acordo com o teste in vivo de redução na contagem de ovos nas
fezes. Acreditava-se que tenha ocorrido a reversão para susceptibilidade. No
entanto, o teste in vitro de eclosão de ovos, indicou que apesar de ser mais
susceptível do que a cepa resistente, havia uma pequena propoão de indivíduos
resistentes na cepa senvel. Apesar dos dois testes citados serem considerados
métodos clássicos para o diagnóstico da presença de nematóides resistentes e
somente detectarem a resistência quando ela já está presente em alta freqüência
(25%) (Roos et al., 1990), o teste in vitro de eclosão de ovos caracteriza-se por
estimar melhor o nível de resistência e possibilita a mensuração dos efeitos dos anti-
helmínticos nos processos fisiológicos dos nematóides (Várady & Corba, 1999).
Sendo, portanto, indicado pela WAAVP para detectar resistência aos benzimidazóis
(Coles, et al., 1992). Sugerindo-se que, pela sua maior sensibilidade quando
comparado com o teste in vivo de redução na contagem de ovos nas fezes, tenha
sido possível a indicação da exisncia de indivíduos resistentes na população
sensível.
As dois meses de infecção, ocorreu um aumento da percentagem de
indivíduos sensíveis na cepa resistente, fato este evidenciado pela diminuição da
DE50. Este resultado assemelha-se àquele relatado por Maingi et al. (1990) que
observou uma redução no estabelecimento da cepa resistente quando comparada
aos 28 dias e 3 meses pós-infecção, levando a crer que existe uma falha na
capacidade de sobrevivência dos adultos da cepa resistente em comparação com a
cepa sensível.
Influência da temperatura e umidade sobre o desenvolvimento dos estágios de
vida livre
Temperatura e umidade são importantes fatores que influenciam o
desenvolvimento dos estágios de vida livre dos nemaides gastrintestinais (Soulsby,
60
1987). Temperaturas baixas e altas podem retardar ou acelerar, respectivamente, a
eclosão dos ovos destes parasitos (Le Jambre & Whitlock, 1976). Em estudos
experimentais foi observado que para a maioria dos nemaides gastrintestinais uma
temperatura de 23°C e umidade ponderal (UP) entre 57 e 68% são condições ótimas
para o desenvolvimento dos ovos até L3, assim como para H. contortus, onde as
condões ótimas são 23°C e 70% de UP (Rossanigo & Gruner, 1995). Estes dados
são semelhantes aos observados no experimento em questão. O melhor
desenvolvimento para as duas cepas, foi obtido quando os ovos foram submetidos a
23°C e 65% de UP. Em condões naturais, o desenvolvimento e a sobrevivência
dos estágios de vida livre em temperaturas mais altas são dificultados. No nordeste
brasileiro, as larvas de terceiro estágio não conseguem infectar os animais em
tempo hábil ao seu desenvolvimento durante a época seca (Arosemena et al., 1999),
pois morrem devido as condições ambientais desfavoráveis. Estas condões foram
mimetizadas experimentalmente e observou-se que o desenvolvimento das duas
cepas foi reduzido para noximo 5,3% para a cepa sensível.
Variação morfológica dos processos vulvares das fêmeas de H. contortus
Em levantamento anterior no Estado do Ceará, observou-se uma variação
sazonal na prevalência dos processos vulvares das fêmeas de H. contortus,
predominando o tipo liso na estão seca e o botão na chuvosa (Arosemena, 1998).
As cepas deste estudo foram isoladas durante a época chuvosa, no entanto de
região diferente do levantamento citado. Estas difereas encontradas em cepas de
H. contortus isoladas de diferentes locais são relatadas por outros autores (Saulai et
al., 2000). Pode-se observar que esta característica é muito variável, não podendo
ser considerada como um marcador genético das características estudadas.
Diferenças de patogenicidade
De acordo com Maingi et al. (1990), uma cepa sensível ao tiabendazol
quando comparada a uma cepa moderadamente resistente (DE50 0,21 µg/mL) é
significativamente mais patonica. Contrapondo-se aos resultados obtidos por Kelly
et al. (1978), que observaram o aumento da patogenicidade acompanhando o
aumento dovel de resisncia. No presente experimento, através dos dados de
61
hemacrito e estabelecimento dos parasitos nas duas cepas, verificou-se que na
primeira geração a cepa resistente é mais patonica do que a sensível. Estes
resultados são semelhantes aos dois estudos citados, pois a DE50 da cepa
considerada moderadamente resistente é semelhante a obtida no presente trabalho.
Estas diferenças não foram evidenciadas para o nematóide T. circumcincta queo
apresentou diferença entre os genótipos resistente e sensível nestas características
citadas nem na produção de ovos, taxa de desenvolvimento de ovos até L3 e
sobrevivência dos adultos (Elard et al., 1998).
Os dados de estabelecimento das cepas estão dentro dos limites citados para
a espécie H. contortus (Barger & Le Jambre., 1988; Fleming, 1988; Coadwell &
Ward, 1981). Esta característica reflete o tamanho da carga parasitária, que é
regulada pela quantidade de L3 ingerida, seu estabelecimento e a eliminação dos
parasitos adultos. A eliminação dos parasitos está positivamente relacionada
também com a taxa de ingestão de larvas e tempo de infecção com o consequente
desenvolvimento da imunidade (Barger et al., 1985). O menor estabelecimento pode
ser atribuído a falhas no desencapsulamento e consequente liberação da bainha; e
eliminação pela imunidade do hospedeiro. Estas falhas incapacitam o parasito de
estabelecer-se na mucosa, pois as L3 falharam ao realizar este processo ou foram
simplesmente eliminadas. Os adultos podem ainda morrer por senescência, levando
a crer que o estabelecimento do parasito foi menor (Smith, 1988). Maingi et al.
(1990) compararam cepas de H. contortus resistente e sensível ao tiabendazol e
observaram queo houve diferenças significativas na capacidade de
desembainhamento das L3, indicando que o sucesso no estabelecimento deveu-se
a outros fatores que ocorrem além deste evento, como a influência da imunidade
inata de animais de ras exóticas e animais imunologicamente competentes
(Aumont et al., 2003) ou ainda a diferença de origem da cepa do parasito que pode
influenciar no sucesso do estabelecimento do parasito (Saulai et al., 2001). Como no
presente experimento, os animais eram da mesma ra, idade e sexo, e as cepas
foram originárias na mesma região, acredita-se que as diferenças evidenciadas
sejam conseqüência realmente da influência do getipo do parasito.
A produção de ovos nas duas cepas durante a primeira geração foi
semelhante, apesar da carga parasitária nos animais inoculados com a cepa
62
resistente ser superior. Este resultado foi observado por Maingi et al. (1990).
Provavelmente deve-se a mecanismos inerentes a espécie do parasito, onde em
infecções naturais, apesar da carga parasitária ser maior, a produção de ovos, bem
como o peso dos parasitos diminui (Allonby & Urquhart, 1975), pois em infecções
maciças o comprimento dos parasitos, o estabelecimento e a fecundidade das
meas diminuem de uma forma compensaria levando a uma menor produção de
ovos (Fleming, 1988).
Na segunda geração, o estabelecimento da infeão assim como a produção
de ovos foi superior na cepa sensível. Nas infeões provenientes das larvas que se
desenvolveram sob a temperatura de 23ºC, a produção de ovos/fêmea e o
hematofagismo foram superiores nas duas cepas. No entanto, a relação
macho/fêmea foi superior nas infecções provenientes das larvas que se
desenvolveram sob a temperatura de 32ºC. Comoo houve diferença na taxa de
estabelecimento das infecções com diferentes inóculos, acredita-se que estas
diferenças devam-se somente a diferença de temperatura de desenvolvimento das
larvas. Espera-se que nas condões ótimas de desenvolvimento e sobrevivência
sejam obtidos indivíduos em ótimas condões para o início e estabelecimento de
uma infecção parasitária, o que foi observado nas larvas desenvolvidas na
temperatura de 23ºC. Em condões desfavoráveis ao desenvolvimento, como na
temperatura de 32°C, ocorre a produção de indivíduos menos capazes, e mais
susceptíveis a ocorrência dos fatores anteriormente discutidos que induzem ao
menor sucesso do estabelecimento da infecção parasitária (Smith, 1988). Nestas
infecções, a maior quantidade de fêmeas pode ser um mecanismo compensatório
para o pequeno estabelecimento das larvas, e assim tentar produzir mais ovos, pois
nas infecções da primeira geração, o número de machos é semelhante ao número
de fêmeas (Fleming, 1988; Allonby & Urquhart, 1975). Estes declínios das
características dos trichostrongilídeos são observados em diferentes gerações, e
acredita-se que estas modificaçõesm o objetivo de atingir um novo equibrio entre
os diferentes genótipos (Chehresa et al., 1997).
A maior patogenicidade da cepa resistente parece ser uma vantagem sobre a
sensível. A forma de comportamento da cepa sensível leva a um relacionamento
harmônico entre parasito e hospedeiro, onde ocorrem perdas para o hospedeiro,
63
mas de uma forma que o leva a morte o que é interessante para o parasito, pois
garante a sua sobrevivência e manutenção na população. Além disso, em uma
infecção proveniente de larvas em condões ótimas de desenvolvimento, a cepa
sensível se estabelece melhor produzindo os mesmoveis de hematofagismo de
uma infecção normal. Assim acredita-se que a cepa sensível esteja mais bem
adaptada ao parasitismo do que a cepa resistente.
Impacto das diferenças das características de vida sobre o método de controle
estratégico do parasitismo
De acordo com o tratamento estratégico preconizado para o nordeste
brasileiro, devem ser realizados quatro tratamentos anuais, sendo três durante a
época seca, e um no período chuvoso (EMBRAPA, 1994), Figura 6. Na seca não
existe disponibilidade de larvas na pastagem (Arosemena et al., 1999), ou seja, a
população em refúgio é pequena ou nula propiciando o pido desenvolvimento da
resistência anti-helmíntica. No período chuvoso, existe uma grande disponibilidade
de larvas na pastagem, sendo o tratamento utilizado somente para controlar a
infecção no animais, e tendo uma pequena pressão de seleção para resistência
devido a grande populão em refúgio. Assim sendo, o tratamento estratégico
propicia o desenvolvimento da resistência anti-helmíntica, como foi relatado por Reis
(2004) em rebanho de ovinos e caprinos no estado do Ceará. Aliado a este fato, foi
observado no presente trabalho, o melhor desenvolvimento de larvas sensíveis
durante a época seca versus o melhor desempenho de cepas resistentes durante a
época chuvosa. Assim sendo, sugere-se uma modificação nas épocas de eleição
para o tratamento anti-helmíntico na região nordestina do Brasil. A proposição está
composta pela adição de uma dosificação no mês de maio, com anti-helmíntic
comprovadamente eficaz queo seja da família dos benzimidais, pois as cepas
resistentes conseguem desenvolver-se melhor neste período. Este tratamento irá
controlar de uma forma mais eficaz a infecção parasitária, evitando a mortalidade
observada durante o período chuvoso (Girão et al, 1992). A outra modificação será a
exclusão do tratamento indicado dois meses após o início do período seco. Este
procedimento irá diminuir a pressão de seleção (Figura 7). Sugere-se que na época
seca sejam utilizados anti-helmínticos benzimidazóis, pois os parasitos resistentes a
64
estermacom maior dificuldade de desenvolvimento neste peodo quando
comparados aos sensíveis.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Fig. 6. Tratamento anti-helmíntico estratégico para pequenos ruminantes
preconizado pela EMBRAPA-CNPC para o nordeste brasileiro distribuídos na época
chuvosa (Janeiro a Maio) e seca (Junho a Dezembro). As setas em preto indicam a
época de dosificação recomendada. Adaptado de EMBRAPA (1994).
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Fig. 7. Modificações sugeridas para o tratamento anti-helmíntico estratégico
preconizado pela EMBRAPA-CNPC para o nordeste brasileiro distribuídos na época
chuvosa (Janeiro a Maio) e seca (Junho a Dezembro). As setas em preto indicam a
época de dosificação recomendada.
65
CONCLUSÕES
As fazendas onde foram isoladas as cepas de H. contortus resistente aos
anti-helmínticos benzimidazóis apresentavam as seguintes características:
- rotão de pastagem;
- maior freqüência de tratamentos durante a época seca.
Existem influências do getipo resistente ou sensível aos benzimidazóis e da
temperatura sobre as características de vida do parasito H. contortus isolado no
estado do Ceará:
- na primeira geração a cepa resistente apresenta maior patogenicidade
evidenciada pelo melhor estabelecimento e maior hematofagismo;
- na segunda geração, os parasitos sensíveis estabelecem-se melhor;
- a temperatura de 23°C e UP de 65% propiciam um maior desenvolvimento
dos ovos no ambiente, além do melhor estabelecimento, produção de ovos e
hematofagismo para as duas cepas;
- em infecções com larvas desenvolvidas em condões desfavoráveis, o
parasito apresenta mecanismos compensarios com a finalidade de maior produção
de ovos e maior disponibilidade dos estágios de vida livre.
66
PERSPECTIVAS
Neste trabalho é apresentada uma alternativa para o controle de nematóides
gastrintestinais, aproveitando o uso do tratamento estratégico preconizado para o
Nordeste brasileiro e maximizando o uso dos benzimidazóis a fim de aumentar a sua
vida útil para o controle do parasitismo. Assim sendo, sugere-se testar a sua
utilização a campo, observando sua capacidade de controlar os nematóides
gastrintestinais de ovinos aliado ao retardamento do desenvolvimento da resistência
anti-helmíntica. Bem como observar estes parâmetros aliados aos outros métodos
alternativos de controle como FAMACHA© e rodízio de pastagem, dentre outros.
67
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ANEXOS
ANEXO I
Questionário aplicado nas propriedades rurais sobre manejo sanitário, formas de
controle, utilização de anti-helmínticos, infra-estrutura e assistência médica
veterinária.
Universidade Estadual do Cea
Faculdade de Veterinária / Pós-graduão em Ciências Veterinárias
Laboratório de Doenças Parasitárias
Av. Paranjana, 1700. Itaperi. CEP.: 60.740-000
Fone: (85) 31019853 Fax: (85) 310198 40
1. Identificação
Nome da propriedade:
Proprietário:
Endereço:
Telefone:
Área (ha): Localidade:
2. Tipo de criação
Extensiva ( ) Intensiva ( ) Semi-intensiva ( )
Carne ( ) Venda de Reprodutores ( ) Leite ( )
3. Espécies animais exploradas
Caprinos ( ) Ovinos ( ) Bovinos ( )
4. Água
Distribuão nas propriedades:
Distribuição nos pastos
5. Benfeitorias
Os pastos são cercados?
Quantos capris existem?
Quantos cabriteiros existem?
Possui esterqueira?
DADOS SOBRE REBANHO E MANEJO
1. População animal
Total de ovinos/caprinos:
Raça:
Cabritos/Borregos:
Fêmeas:
Machos:
Ovinos e caprinos estão no mesmo pasto?
2. Estado sanitário:
Tem assistência veterinária permanente?
Qual a freência de visitas do veterinário?
Quais as doenças mais freqüentes nos últimos anos
Sarna ( ) Boqueira ( ) Bicheira ( )
Artrite ( ) Podridão do casco ( ) Linfadenite ( )
Outros:
3. Alimentação
Usa alimentos concentrados?
Qual o critério de distribuão?
4. Práticas sanitárias:
Usa vermífugo? Última dosificação:
Produto:
Como é calculada a dose/animal?
Quais os vermífugos usados no último ano?
Faz rodízio de pastagem?
Nos últimos anos a eficácia do vermífugo tem:
Melhorado ( ) Piorado ( ) Permanecido ( )
Tratamentos anti-helmínticos:
de tratamentos/ano
Meses:
5. Compra de animais:
Sim ( ) Não ( )
Requisitos:
Freqüência de compras:
Machos ou fêmeas?
Fornecedor fixo?
Idade dos animais?
6. Data:
Animal pesado (kg):
ANEXO II
Artigo intitulado “Desenvolvimento da resistência ao oxfendazol em propriedades
rurais de ovinos na região do baixo e médio Jaguaribe, Ceará, Brasil” no periódico
Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária.
Rev. Bras. Parasitol. Vet., 13, 4, 137-141 (2004)
(Brazil. J. Vet. Parasitol.)
RESUMO
O controle do parasitismo por nematóides gastrintestinais é
feito basicamente com a utilização de anti-helmínticos. Al-
guns fatores relacionados a este uso podem promover o de-
senvolvimento da resistência. Pouco se sabe do real impac-
to destes fatores no processo de desenvolvimento de
nematóides resistentes a anti-helmínticos benzimidazóis. O
objetivo deste trabalho foi acompanhar o nível de resistên-
cia em ovinos de propriedades comerciais na região do baixo
e médio Jaguaribe, Ceará, entre os anos 2001 e 2003. O traba-
lho foi realizado em 6 fazendas de ovinos. Foi feito um acom-
panhamento da eficácia do oxfendazol através do teste de
redução na contagem de ovos nas fezes utilizando-se 24
ovinos. Os dados obtidos foram analisados pelo programa
estatístico RESO. Foi aplicado um questionário junto aos
criadores para observar a ocorrência dos fatores promotores
de resistência. A resistência anti-helmíntica aumentou de 67
para 83% nas propriedades. Em uma delas houve um aumen-
to da eficácia do oxfendazol, sugerindo-se reversão da resis-
tência. Em 100% das propriedades, o gênero Haemonchus
foi o mais prevalente dos parasitos resistentes. Observou-
se que os proprietários utilizam anti-helmínticos de baixa efi-
cácia, realizam rotação rápida de princípio ativo, subdosagens
e tratamentos em épocas em que a população em refúgio é
mínima.
PALAVRAS-CHAVE: benzimidazol, resistência, reversão,
nematóides, Ceará
DESENVOLVIMENTO DA RESISTÊNCIA AO OXFENDAZOL EM PROPRIEDADES
RURAIS DE OVINOS NA REGIÃO DO BAIXO E MÉDIO JAGUARIBE, CEARÁ, BRASIL
ANA CAROLINA F.L. MELO
1
; FERNANDA C.M. RONDON
2
; IARLE F. REIS
3
; CLAUDIA M.L. BEVILAQUA
4
ABSTRACT:- MELO, A.C.F.L.; RONDON, F.C.M.; REIS I.F.; BEVILAQUA, C.M.L. Desenvolvimento da resistência
ao oxfendazol em propriedades rurais de ovinos na região do baixo e médio Jaguaribe, Ceará, Brasil. [Development
of oxfendazole resistance in sheep from country properties in the low and intermediate Jaguaribe region, State of
Ceará, Brazil.] Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v. 13, n. 4, p. 137-141, 2004. Programa de Pós-
Graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Estadual do Ceará, Rua Lídia Brígido, 590, CEP: 60821-810, Forta-
leza-CE. E-mail: [email protected]
The control of gastrointestinal nematodes parasitism is made basically with anthelmintics. Some factors related
to this use can promote the resistance development. Little is yet known about the actual impact of these factors in
the nematodes developing process of resistance to benzimidazoles anthelmintics. The aim of this work was to follow
the course of the resistance level in sheep commercial properties in Jaguaribe region, State of Ceará, between the
years 2001 and 2003. The work was carried out in 6 sheep farms. It was made an oxfendazole effectiveness control
through the fecal egg count reduction test with 24 sheep. The data obtained were analyzed by the statistical
program RESO. A questionnaire was applied to the owners to detect the factors promoting the resistance. The
anthelmintic resistance increased from 67 to 83% in the properties. In one of them there was an increase of oxfendazole
effectiveness, suggesting a resistance reversion. In 100% of the properties, the genus Haemonchus was the more
prevalent resistant parasite. It was observed that the owners use anthelmintics with low efficacy, they do fast
rotation of active principle, use underdoses and treatments in periods when the refugia population is minimum.
KEY WORDS: benzimidazole, resistance, reversion , nematodes, Ceará.
1
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV)/
Universidade Estadual do Ceará (UECE); Bolsista da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES);
2
Faculdade de Veterinária (FAVET)/UECE; Bolsista do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
3
PPGCV/UECE; Bolsista da CAPES
4
UECE; Pesquisador do CNPq; Rua Lídia Brígido, 590, CEP: 60821-
810, Fortaleza-CE, Telefone: 85.32992753, Fax: 85.32992740,
138 Melo et al.
Rev. Bras. Parasitol. Vet., 13, 4, 137-141 (2004)
(Brazil. J. Vet. Parasitol.)
INTRODUÇÃO
O parasitismo por nematóides gastrintestinais causa gran-
des perdas econômicas na ovinocultura (GIRÃO et al., 1992).
O controle desses nematóides é largamente baseado no uso
supressivo e terapêutico de anti-helmínticos (COOP;
KYRIAZAKIS, 2001). Falhas neste tipo de controle são o pri-
meiro sinal do aparecimento de resistência anti-helmíntica
(SANGSTER, 2001).
A resistência encontra-se disseminada no mundo inteiro
(WALLER et al., 1995; WALLER et al., 1996; CHARTIER et al.,
1998; TERRILL et al., 2001). No nordeste bem como no sul do
Brasil existem vários relatos de nematóides de ovinos resis-
tentes a anti-helmínticos benzimidazóis (DOS SANTOS; GON-
ÇALVES, 1967; ECHEVARRIA et al., 1996; MELO et al., 1998;
FARIAS et al., 2002). Em levantamento recentemente realiza-
do no Ceará, observou-se que apenas 12% das propriedades
examinadas e localizadas na região do baixo e médio Jaguaribe
apresentam nematóides sensíveis ao oxfendazol (MELO, 2001).
Os principais fatores operacionais promotores da dissemi-
nação de alelos para resistência são subdosagem, frequência
de tratamentos, rotação rápida de princípio ativo (HENNON,
1993). A frequência e intensidade do tratamento, aliada a maior
ou menor disseminação dos alelos para resistência na popula-
ção de parasitos, determina a taxa de seleção da resistência
(PRICHARD, 2001). Pouco se sabe do real impacto destes
fatores no desenvolvimento da resistência. Apenas estima-se
através de modelos matemáticos (BARNES; DOBSON, 1990).
Assim sendo, este trabalho teve como objetivo acompanhar o
nível da resistência em propriedades rurais de ovinos na re-
gião do baixo e médio Jaguaribe, Ceará, entre os anos 2001 e
2003.
MATERIAL E MÉTODOS
1. Fazendas
O trabalho foi realizado em 6 criações de ovinos localiza-
das nos municípios de Limoeiro do Norte, Aracati e Jaguaribe,
pertencentes à região do baixo e médio Jaguaribe, Ceará. Essa
área do estado tem pluviosidade variando entre 800 e 1000 mm
com chuvas irregularmente distribuídas durante o ano.
2. Procedimento
Essas fazendas foram visitadas em janeiro do ano 2001 e
em janeiro de 2003. Em cada fazenda foram selecionados 24
ovinos do sexo feminino e sem tratamento anti-helmíntico pelo
período mínimo de seis semanas. Os animais selecionados
foram marcados individualmente, e aleatoriamente distribuí-
dos em dois grupos de 12 animais. O grupo 1 foi tratado com
anti-helmíntico à base de oxfendazol (Systamex/Coopers),
administrado oralmente, na dose de 5mg/kg. O grupo 2 não foi
tratado, grupo controle. A dose utilizada foi a mundialmente
recomendada para ovinos (LANUSSE, 1996), portanto o do-
bro da indicada pelo mesmo fabricante no Brasil. O animal
mais pesado foi referência para o volume a ser administrado
na ocasião do tratamento anti-helmíntico (WALLER, 1997).
3. Exame Parasitológico
Amostras de fezes foram colhidas diretamente da ampola
retal de cada animal no dia do tratamento e 10 a 14 dias após.
Com estas amostras, foram realizados exames coprológicos
individuais, pela técnica de McMaster modificada, descrita
por Ueno e Gonçalves (1998). Os resultados dos exames
coprológicos foram expressos em número de ovos por grama
de fezes (OPG). Coproculturas foram realizadas em pool, mis-
turando amostras fecais dos animais de cada grupo experi-
mental, segundo a técnica de Roberts e O’Sullivan (1950). Um
mínimo de 100 larvas de terceiro estágio foi identificado, de
acordo com Georgi e Georgi (1990), nas culturas de cada gru-
po.
4. Aplicação de questionário
Foi aplicado um questionário a respeito do manejo dos
animais, utilização de anti-helmínticos, infra-estrutura, carac-
terísticas climáticas da região, estado sanitário do rebanho e
assistência médica veterinária.
5. Análise dos dados
Os dados obtidos foram analisados pelo programa estatís-
tico RESO (1989) o qual segue as instruções da WAAVP (CO-
LES et al., 1992). As condições para que uma fazenda seja
classificada como resistente são: a percentagem de redução
da contagem de ovos deve ser inferior a 95% e o limite inferior
do intervalo de confiança a 95% menor do que 90%. Caso as
duas condições não sejam atendidas, declara-se suspeita de
resistência. Os questionários não foram analisados estatisti-
camente, seus dados foram considerados apenas para descre-
ver a situação de cada propriedade, principalmente com rela-
ção aos promotores do desenvolvimento da resistência.
RESULTADOS
Em 2001, das seis propriedades visitadas, quatro (67%)
apresentavam nematóides resistentes ao oxfendazol, com o
percentual de redução do número de ovos nas fezes variando
de 0 a 100%. Em 2003, a freqüência da resistência aumentou
para 83% (5 propriedades) e o percentual de redução variou
de 0 a 97%. Vale salientar que nas fazendas que apresentavam
nematóides sensíveis em 2001 ocorreu um rápido desenvolvi-
mento de resistência ao oxfendazol. Enquanto, em uma única
fazenda onde a eficácia do fármaco foi de 91% em 2001, houve
um aumento em 2003 para 97% (Tabela 1).
O gênero Haemonchus foi o mais prevalente na população
resistente em 100% das propriedades tanto em 2001 quanto
em 2003.
De acordo com o questionário, observou-se que os ani-
mais são criados, principalmente, de forma semi-intensiva
(83,3%). Quanto a finalidade da criação, todas as fazendas
destinavam-se a comercialização de carne. O rebanho de ovi-
nos oscilava entre 80 e 170 cabeças, sendo o número médio de
105 animais por propriedade. Em duas propriedades havia a
assistência do Médico Veterinário, sendo em média 4,5 visitas
ao ano. Outros problemas sanitários, além das endoparasitoses
Resistência ao oxfendazol em propriedades rurais de ovinos na região do baixo e médio Jaguaribe, Ceará 139
Rev. Bras. Parasitol. Vet., 13, 4, 137-141 (2004)
(Brazil. J. Vet. Parasitol.)
estavam presentes. Em ordem decrescente de ocorrência fo-
ram citados: miíase (100%), linfadenite caseosa (83,3%),
pododermatite (66,6%) e ectima contagioso (33,3%). Um pro-
prietário relatou a presença de uma enfermidade cuja a
sintomatologia assemelha-se a Oestrose, doença ainda não
relatada no nordeste brasileiro.
Em todas as propriedades utilizava-se algum tipo de anti-
helmíntico aproximadamente 3 vezes ao ano, sendo no mínimo
um e no máximo cinco tratamentos anuais. Os produtos mais
utilizados são os benzimidazóis, seguido das avermectinas
(ivermectina) e imidotiazóis (levamisol). Em 50% das proprie-
dades, a dosificação era repetida após 15 dias. Em três propri-
edades, utilizava-se no mínimo dois princípios ativos diferen-
tes em um mesmo ano. Nas outras fazendas, somente um prin-
cípio ativo, o benzimidazol ou levamisol, foi empregado em
33,3% e 16,6%, respectivamente, o qual foi administrado se-
guidamente durante os dois anos de acompanhamento. O cál-
culo da dose era feito através de estimativa visual individual
do peso dos animais. Em todas as fazendas, os proprietários
consideravam que, após o tratamento, os animais apresenta-
vam melhora no estado físico geral.
Com relação a época, os tratamentos eram realizados, em
ordem decrescente, nos meses de janeiro (66,6%), agosto
(50%), março, julho, outubro e novembro (33,3%), e nos me-
ses de abril, junho, setembro e dezembro (16,6%). A época
seca nesta região vai de junho a dezembro.
DISCUSSÃO
Relatos de nematóides resistentes aos benzimidazóis são
antigos e constantes no mundo inteiro (DRUDGE et al., 1964;
DOS SANTOS; GONÇALVES, 1967; ECHEVARRIA; PINHEI-
RO, 1989; WALLER et al., 1995; ECHEVARRIA et al., 1996;
SOCCOL et al., 1996; WALLER et al., 1996; BOERSEMA;
PANDEY, 1997; FARIAS et al., 1997; CHARTIER et al., 1998;
MELO et al., 1998; MELO, 2001; TERRILL, et al., 2001). Apesar
disso, os benzimidazóis continuam sendo anti-helmínticos lar-
gamente utilizados no controle das helmintoses dos animais
domésticos e do homem (LANUSSE, 1996). Cerca de 80% dos
proprietários de rebanhos localizados na França controlam o
parasitismo de seus animais através destes fármacos
(CHARTIER et al., 1998). Na região do baixo e médio Jaguaribe,
onde foi realizado este trabalho, 52% das fazendas visitadas
utilizam benzimidazóis para o controle dos nematóides
gastrintestinais de ovinos (MELO, 2001).
O parasito do gênero Haemonchus foi o mais prevalente
nas culturas pós-tratamento em todas as fazendas. Esse resul-
tado está de acordo com outros levantamentos feitos no esta-
do do Ceará (MELO et al., 1998; BEVILAQUA; MELO, 1999),
na região sul do Brasil (ECHEVARRIA et al., 1996; FARIAS et
al., 1997; CUNHA-FILHO, 1999) e na América Latina (WALLER
et al., 1996). Deste gênero, a espécie Haemonchus contortus é
considerada a principal responsável pelo desenvolvimento
da resistência (SANGSTER, 2001). Haemonchus contortus tem
grande variabilidade genética, tanto em uma população quan-
to entre populações geograficamente separadas, sendo en-
contrado em diferentes espécies de ruminantes desde os tró-
picos úmidos até as áreas de clima com temperaturas mais
frias. O tamanho da sua população efetiva é superior a de
outros parasitos, sendo mais encontrada no ambiente do que
nos seus hospedeiros (PRICHARD, 2001). A alta diversidade
genética associada ao elevado tamanho da população efetiva
é uma condição ideal para a disseminação da resistência
(GEARY et al., 1999).
O desenvolvimento da resistência deve-se a presença
dos promotores da resistência, pois a taxa pela qual a resis-
tência irá se desenvolver dependerá, dentre outros, de fato-
res como intervalo entre gerações, estágio exposto à droga
e proporção da população em refúgio. Assim como, do es-
pectro e eficiência da droga, frequência de aplicação, rota-
ção rápida ou lenta de princípios ativos, dosagem e tipo de
manejo no campo (ECHEVARRIA, 1996). Observou-se uma
alta ocorrência destes promotores nas propriedades visita-
das, portanto acredita-se que os mesmos são os responsá-
veis pelo rápido desenvolvimento da resistência, pelo me-
nos nos casos estudados.
A longa ausência de exposição de uma população resis-
tente à uma droga que estava selecionando para resistência
levaria a reversão para susceptibilidade e o anti-helmíntico
seria eficaz novamente (SCOTT; ARMOUR, 1991). Em uma
propriedade houve a suspensão do uso de anti-helmínticos
benzimidazóis durante dois anos. Este fármaco foi reutilizado
somente na ocasião da realização do teste de redução na
contagem de ovos nas fezes para detecção de resistência.
Nesta ocasião o fármaco aumentou a eficácia de 91% em
2001 para 97% em 2003. Portanto sugere-se que ocorreu a
reversão para susceptibilidade. Este resultado é diferente do
encontrado por Waruiru (1997) no Quênia, onde observou-
se que mesmo depois de 4 anos da suspensão do uso de
benzimidazóis, o fármaco apresentou eficácia de somente
87%. A seleção reversiva, ou seja, a utilização de um anti-
helmíntico de diferente modo de ação daquele que induziu o
aparecimento da resistência, potencializa a reversão
(WALLER, 1997). Na propriedade estudada o uso do
oxfendazol foi substituído pelo levamisol, o que pode ter
levado a reversão, observada em apenas dois anos. A sele-
ção reversiva através do levamisol pode ter removido os
parasitos resistentes, os quais foram substituídos pelos sen-
Tabela. 1. Resultados do teste de Redução na Contagem de
Ovos nas Fezes (RCOF) de ovinos tratados com oxfendazol
em 2001 e 2003 em municípios do Estado do Ceará.
Localização da Fazenda RCOF (%)
2001 2003
Limoeiro do Norte 0 0
Limoeiro do Norte 66 0
Aracati 91 97
Jaguaribe 94 52
Jaguaribe 99 26
Jaguaribe 100 27
140 Melo et al.
Rev. Bras. Parasitol. Vet., 13, 4, 137-141 (2004)
(Brazil. J. Vet. Parasitol.)
síveis aos benzimidazóis. A possibilidade de reversão é pe-
quena (JACKSON, 1993) ou até mesmo nula (ECHEVARRIA,
1996; ROOS, 1997). E caso ocorra, é em um nível onde não é
possível a reintrodução da droga para o satisfatório controle
do parasitismo (JACKSON, 1993). Assim o aumento da eficá-
cia do fármaco poderia ser explicado pela pouca adaptabili-
dade da cepa resistente quando na ausência do fármaco
(SCOTT; ARMOUR, 1991).
Agradecimentos: À CAPES e ao CNPq pelas bolsas con-
cedidas e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimen-
to Científico e Tecnológico (FUNCAP) pelo financiamento do
trabalho.
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Recebido em 31 de março de 2003.
Aceito para publicação em 02 de dezembro de 2004.
ANEXO III
Anexo III. pia do artigo submetido no periódico Veterinary Parasitology intitulado
“Farm profile of benzimidazole resistance in small ruminants from Brazilian northeast
semi-arid area”.
1
Farm profile of benzimidazole resistance in small ruminants from Brazilian
northeast semi-arid area
Ana Carolina Fonseca Lindoso Melo
a
; Claudia Maria Leal Bevilaqua
a*
, Iarle Feitosa
Reis
a
, Ronaldo de Oliveira Sales
b
a
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Estadual do
Ceará/
b
Centro de Ciências Agrias, Universidade Federal do Ceará.
Corresponding author:
Dr. Claudia Bevilaqua
Faculdade de Veterinária, Universidade Estadual do Ceará,
Av. Parajana 1700, 60740-000 Fortaleza
Ceará, Brazil.
E-mail: claudia.bevilaqua@pesquisador.cnpq.br
Tel. +55-85-31019853;
fax: +55-85-31019840.
2
Abstract
Resistance to benzimidazole anthelmintics is reported as an old and persistent problem
in many parts of the world. Resistance development depends on the presence of
resistance promoters and there are operational, genetic and bioecological factors.
However, little is known about the real impact of these factors on resistance
development, they are only considered through mathematical models. The objective of
this work was to determine the prevalence of benzimidazole resistance and to study
some variables associated with resistance development in small ruminant farms in the
Brazilian northeast semi-arid area. The work was accomplished in 25 sheep and goat
farms in the state of Cea, Brazil. The procedure used to detect anthelmintic resistant
nematodes was the fecal egg count reduction test. In addition, a questionnaire about
management practices, infrastructure, anthelmintic usage, flocks sanitary state and
veterinary assistance was applied. Data were analyzed using RESO statistical program.
The questionnaires were analyzed using GLM. In sheep farms, the prevalence of
benzimidazole resistance was 88% and in goat farms, it was 87.5%. In sheep and goats
farms, Haemonchus was the most prevalent genus, followed by Trichostrongylus spp
and Oesophagostomum spp. Among variables studied, treatment in the dry season was
statistically significant (P = 0.03), pasture rotation was not significant (P = 0.17) but has
a predictable value in resistance development.
Key-words: resistance development; benzimidazole; sheep; goats; Brazil
Introduction
Gastrointestinal nematode infections cause high economic losses in small
ruminant production (Girão et al., 1992). The control of nematodes is mainly based on
the use of anthelmintics (Coop & Kyriazakis, 2001). Failures in this kind of control are
the first signs of anthelmintic resistance (Sangster, 2001).
Anthelmintic resistance happens in all classes of drugs used in nematode control
(Craig, 1993). Resistance to benzimidazole anthelmintics is reported as an old and
persistent problem in many parts of the world (Drudge et al., 1964; Echevarria et al.,
3
1996; Waller et al., 1996; Boersema & Pandey, 1997; Melo et al., 1998; Chartier et al.,
1998; Waller et al., 1995; Terril et al., 2001).
Resistance development depends on the presence of resistance promoters and the
main factors are operational, genetic and bioecological (Hennon, 1993; Martin, 1997).
Underdosage, treatment frequency and fast rotation of active principle are examples of
operational factors (Echevarria, 1996). The frequency and dominance resistance alleles
will influence resistance development (Le Jambre, et al., 1979). The size of refugia
population is the bioecological factor (Prichard, 1990; Jackson, 1993). However, little is
known about the real impact of these factors on resistance development, they are only
considered through mathematical models (Smith, et al., 1999).
The objective of this work was to determine the prevalence of benzimidazole
resistance and to study some variables associated with resistance development in small
ruminant farms in the semi-arid Brazilian Northeast.
Materials and methods
Farms
The study was carried out in 25 sheep and goats farms in the state of Ceará,
Brazil, located in a semi-arid region with an annual rainfall varying from 800 to 1000
mm, with irregular distribution. The area has only two seasons: a dry one (June to
December) and a rainy one (January to May). The maximum and minimum
temperatures are 33°C and 23ºC, respectively.
Procedure
The procedure used to detect anthelmintic resistant nematodes in this study was
the fecal egg count reduction test (FECRT), as recommended by the World Association
for the Advancement of Veterinary Parasitology (WAAVP) (Coles et al., 1992).
In each flock, 24 female animals were selected and randomly separated into two
groups. None of the tested animals received any anthelmintic treatment for at least six
weeks prior to the beginning of the study. On day 0, animals from group I received
oxfendazole (Systamex ®/Coopers) orally at 5mg/kg body weight; Group II remained
as untreated control.
4
In addition, a questionnaire was applied on animal husbandry (intensive system
or semi-intensive - maintained free during the day and gathered together in a collective
pen during the night; pasture rotation; meat or dairy animals; sheep or goat farm),
infrastructure (animal facilities, water distribution in the farm, muck spreaders and
enclosed pasture), anthelmintic usage (treatment in the dry or rainy season, frequency
treatment, anthelmintics used), flocks sanitary state (disease prevalence and intensity)
and veterinary assistance (presence and frequency of veterinary visits).
Parasitological assays
Fecal samples were collected from the rectum on day of treatment and 14 days
afterwards. The samples were processed for fecal egg count (FEC) using a modified
McMaster technique described by Ueno & Gonçalves (1998). A pooled fecal sample
from both groups, treated and control group, was cultured for 7 days at 25°C. The
identification of infective larvae was performed according to Georgi & Georgi (1990).
Statistical analysis
Data were analyzed using the RESO statistical program (1989). Resistance was
declared according to the WAAVP guidelines (Coles et al., 1992). The conditions were:
efficacy was lower than 95% and the lower limit of 95% confidence interval was lower
than 90%. Only one of these criteria is indicative of benzimidazole resistance. The
questionnaires were analyzed using General Linear Model (GLM).
Results
In sheep farms, the reduction of fecal egg count varied from 0 to 100%. The
prevalence of benzimidazole resistance was 88%. In goat farms, the reduction in fecal
egg count varied from 2 to 96%. The prevalence of benzimidazole resistance was 87.5%
(Table 1). In both species, Haemonchus was the most prevalent genus, followed by
Trichostrongylus spp. and Oesophagostomum spp (Table 2).
The number of sheep and goats on the farms ranged from 70 to 170 (mean 119)
except for one large farm with 1,200 sheep and from 80 to 500 goats (mean 220). 92%
of the farms aimed at meat production and kept their animals grazing under semi-
5
intensive conditions. Only 28% of the farms had veterinary assistance (mean 8 visits per
year). The most frequent diseases recorded were lymphadenitis, miiasis and
pododermatitis. 52% of the farms used pasture rotation.
All farmers used anthelmintics, mainly benzimidazole products (52%).
Generally, 2 to 3 groups of anthelmintic were used per year and their efficacies
were
considered good by the farmers. The mean frequency of anthelmintic treatments per
year was three, ranging from 1 to 5. In 12% of the farms, animals were drenched in
the
rainy season, in 48% in the dry season and in 40% of the properties in both seasons.
Among variables studied, treatment in dry season was statistically significant (P
= 0.03), pasture rotation was not statistically significant (P = 0.17) however, it has a
predictable value in resistance development.
Discussion
Benzimidazole resistance is widely distributed (Drudge et al., 1964; Waller et
al., 1995; Waller et al., 1996; Chartier et al., 1998; Terril, et al., 2001). The resistance
frequency reported in this survey in a semi-arid area was similar to those reported in
southern Brazilian tropical humid regions (Echevarria et al., 1996; Farias et al., 1997;
Soccol et al., 1996), Scotland (Jackson, et al., 1992) and Africa (Boersema & Pandey,
1997). However, the results reported for goats were superior to those reported in
northeast Brazil (Vieira & Cavalcante, 1999) and England (Hong et al., 1996).
Nevertheless, benzimidazole anthelmintics are still being widely used (Lanusse, 1996)
and this fact probably causes the increase or maintenance of high resistance frequency
of sheep and goat flocks around the globe.
In relation to animal numbers and production purposes, sheep and goat flocks
are similar to those described by Pinheiro et al. (2000) who performed a broad-reaching
survey through questionnaires about sanitary handling aspects in 127 properties of
Cea state. However, the management conditions differ, because in this work there was
a predominance of semi-intensive conditions and the percentage of farms with
veterinary assistance was inferior. With regard to frequency of diseases, the results are
similar to other flocks in the same state. Oliveira, et al. (1995) mentioned
pododermatitis and ectoparasites. Benzimidazole anthelmintics are mostly used for
nematode control in this area, as well as in other northeast Brazilian regions (Vieira e
Cavalcante, 1999), in Denmark and France (Maingi et al, 1996; Chartier et al, 1998).
6
However, in Mexico and Kenia, macrocyclic lactones and levamisole are the most
common anthelmintics used, respectively. The treatment frequency is similar to Kenya
and Mexico, but is superior to that of Denmark. In these countries anthelmintic group
rotation rarely exists, because anthelmintics are changed every two or three years
(Torres-Acosta, et al., 2003; Maingi, et al., 1996; Maingi, et al., 1997) different from the
studied area where the fast rotation of active principle is performed.
The two factors evidenced in the farms with resistant gastrointestinal nematodes
were treatment in dry season and pasture rotation. The latter will promote in refugia
population reduction during all the year. The dry season in semi-arid region is
characterized by null or small refugia population. Therefore, dosing during the dry
season will accelerate resistance development and drenching performed in the wet
season will have a similar effect, accompanied by rapid pasture rotation. The strategic
treatment indicated for the Brazilian northeast area, determines four annual treatments,
three during dry season (Embrapa, 1994), this fact is probably the main cause of high
frequency of benzimidazole resistance in this region.
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