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Estudos realizados em exemplares provenientes de cativeiro, Gaspar e Rangel Filho
(2001) obtiveram 78,80% de umidade; 17,39% de proteína; 0,91% de cinzas; 1,83% de
lipídeos e valor calórico de 85,99 kcal/100g. Comparou-se com valores médios percentuais da
carne bovina e suína, que apresentaram respectivamente, para umidade, 76,77% e 71,20%;
proteínas, 20,00% e 19,00%; lipídeos, 3,00% e 9,34%; cinzas 1,09% e 1,00% e valor calórico
em kcal/100g de 107 e 160, demonstrando que a carne de Tartaruga-da-Amazônia apresentou
menor percentual de lipídeos em comparação às carnes bovina e suína e, conseqüentemente,
menor valor calórico. Os autores citam que a coloração da carne desta espécie assemelha-se à
carne de frango.
Reis e De Marco Jr. (2000 apud LUZ et al., 2003, p. 155) realizaram análises da
composição centesimal de seis espécimes de Tartaruga-da-Amazônia, com pesos entre 82,00 e
637,00 g, oriundos de cativeiro, obtendo resultados médios na matéria seca de 34,90% de
proteína, 57,80% de lipídeos e 8,80% de umidade. Esses percentuais aumentaram
proporcionalmente em relação ao peso do animal, sugerindo que podiam ocorrer variações
segundo o tamanho corporal, a idade e a qualidade da dieta oferecida.
2.7 Rendimento de carcaça
A carcaça compreende toda a musculatura estriada esquelética, juntamente com o
tecido ósseo dos membros e das vértebras cervicais, lombares e caudais, não sendo retirada a
pele das patas (LUZ et al., 2003).
Segundo Gaspar et al. (2005), o rendimento médio de carcaça obtido foi de 38,9%
para as fêmeas e 37,9% para os machos, não havendo diferença significativa entre os sexos.
Gaspar e Rangel Filho (2001) obtiveram rendimento médio de 30%. Em experimento
realizado com animais com idade entre 23 a 29 meses, os quais tiveram seu desempenho
avaliado por meio de medidas biométricas do comprimento retilíneo da carapaça, em
milímetros, e do peso em gramas, obteve-se comprimento médio retilíneo da carapaça de
166,45 mm e peso médio de 621,35g. Os rendimentos médios de carcaça obtidos foram os
seguintes: carcaça sem vísceras (carne com ossos dos membros e das vértebras cervicais,
lombares e caudais): 29,87%; carcaça com vísceras (coração, fígado, baço, pulmões, trato
digestório, aparelho excretor e órgãos reprodutores): 46,71%; carcaça com carapaça
(desconsideradas as vísceras comestíveis e a gordura): 49,58%; gordura: 5,00%; vísceras:
16,76% e fígado: 2,90%; carcaça com vísceras comestíveis (fígado e coração) e não
comestíveis (baço, pulmões, trato digestório, aparelho excretor e órgãos reprodutores): valores
médios de 46,87% para animais com peso médio de 621,35g (LUZ et al., 2003).
Resultados semelhantes foram encontrados por Silva Neto (1998): 45,79% de
rendimento para carcaças com vísceras e 30,44% para carcaças sem vísceras em tartarugas
com peso médio de 2,53kg, relatando que estes rendimentos respondiam às necessidades de
mercado, pois um animal de 1,50 kg de peso vivo devia conferir aproximadamente 450 g de
carne com ossos, quantidade suficiente para o consumo de duas pessoas em restaurantes.
Duarte (1998) encontrou rendimento médio de carcaça de 32,83% para animais com 2,66 kg,
ressaltando que aqueles de maior tamanho e peso apresentaram maior rendimento.
De acordo com Silva Neto (1998), os resultados da avaliação do rendimento de
carcaça de 71 espécimes de Tartaruga-da-Amazônia com peso médio de 2,53 kg para abate
comercial apresentaram os seguintes valores porcentuais: carcaça (carne com o tecido ósseo
dos membros), 30,44 ± 5,10%; comercial (carcaça, carapaça, gordura, fígado e coração),
56,02 ± 8,61%; carapaça, 20,68 ± 1,05% e gordura 8,20% ± 3,19.
Em análises de rendimento de carcaça em cinco espécimes de Tartaruga-da-Amazônia,
Duarte (1998) constatou os seguintes valores porcentuais em relação ao peso corporal médio