4.1.1. Metodologia de análise
A metodologia de análise cerâmica é baseada em trabalhos
desenvolvidos no Brasil principalmente por Wüst (1990) e Robrahn
(1989). Tal metodologia toma como unidade básica de análise o
vasilhame cerâmico enquanto artefato, considerando as relações que os
atributos mantêm entre si em uma forma particular de pote. É dada
prioridade à forma dos vasilhames, considerada a unidade mais útil
neste tipo de análise (ARNOLD 1989: 234). São selecionados fragmentos
que permitam o desenvolvimento de estudos baseados na forma das
vasilhas, como bordas, bases, apêndices e inflexões.
Após esta seleção, são realizadas reconstituições gráficas das
vasilhas, através dos critérios desenvolvidos por Arcelin & Rigoir (1979).
A partir das reconstituições e da análise do fragmento reconstituído, é
preenchida uma ficha de dados levando em conta atributos técnicos,
morfológicos e presença de marcas de uso.
Este tipo de metodologia tem como principal vantagem o controle
do número mínimo de vasilhas (NMV), baseado na quantidade de
bordas e bases diagnósticos em cada sítio. O controle é feito a partir
destes fragmentos, comparando-os segundo o diâmetro de abertura,
espessura da parede, cor da pasta, queima, tratamento de superfície e
outros critérios (BRAY, 1995: 213-14).
Terminada esta etapa, realizei uma classificação morfológica a
partir das reconstituições. O esquema classificatório foi baseado nos
critérios geométricos da estrutura do vasilhame, o tipo de contorno, e a
forma da borda (SHEPARD, 1969). Segundo Shepard (1969), as quatro
categorias fundamentais de formas são: Não-restringidas simples (A),
Restringidas simples (B), Não-restringidas independentes (C), e
Restringidas independentes (D). Quanto ao tipo de contorno, a
classificação é baseada na forma geométrica do vasilhame, podendo ser
Esférico (1), Elipsóide (2), Ovalóide (3), Cilíndrico (4), Hiperbolóide (5), e
Cônico (6). A forma da borda pode ser Direta (1), Infletida (2),
Introvertida (3), Cambada (4), Contraída (5), e Carenada (6).
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