Download PDF
ads:
i
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DO INSTITUTO DE BIOLOGIA – UNICAMP
Título em inglês: Functional and structural studies of human regulatory protein Ki-/57.
Palavras-chave em inglês (Keywords): Signaling, phosphorylation, Ki-1/57, RACK-1,
protein kinase C.
Área de concentração: Genética humana e médica.
Titulação: Doutorado.
Banca examinadora: Jörg Kobarg, Mônica Bucciarelli Rodriguez, Débora Foguel, Maria
Isabel Cano, Marcelo Menossi.
Data da defesa: 02/05/2005.
Nery, Flávia Cristina
N359e Estudos funcionais e estruturais da proteína
reguladora humana Ki-1/57 / Flávia Cristina Nery. --
Campinas, SP: [s.n.], 2005.
Orientador: Jörg Kobarg.
Tese (doutorado) – Universidade Estadual de
Campinas, Instituto de Biologia.
1. Ki-1/57. 2. RACK-1. 3. Proteína quinase C.
I. Jörg Kobarg. II. Universidade Estadual de Campinas.
Instituto de Biologia. III. Título.
(rcdet/ib)
ii
ads:
iii
AGRADECIMENTOS:
Foi há 4 anos que comecei algo... Algo que agora apresento a vocês, e ao
apresentá-lo sinto um sentimento de alívio como há muito não sentia!
Senti que brinquei com minha imaginação, meu conhecimento, minha
capacidade... Uma pessoa impaciente como eu sou (demasiada mesmo), que não
consegue ver o significado da palavra "esperar", pode se dizer que tive muitos
momentos difíceis até alcançar meu objetivo final: a tese.
Nesses 4 anos arrisquei-me em uma nova cidade, em um novo trabalho, em
novos amigos. Não sei se o que sinto hoje é diferente de antes... Continuo
assombrada pelo medo do novo, mas gostei e muito!
Gostei até de aprender que existem pessoas que se identificam, ou não, que a
pesquisa é difícil, mas surpreendente, mas com certeza o que eu mais gostei foi
aprender que o esforço vale a pena! Sim, hoje eu sei!
Hoje eu sei que o mais importante para mim é a aprendizagem. Aprender o
que ainda não sei ainda. Ah! E como existem coisas a serem aprendidas! E por isso
serei sempre uma aprendiz.
Eu creio que esta parte de agradecimentos é uma tarefa difícil, pois muitas
vezes cometemos injustiças e por esquecimento não mencionamos nomes de
pessoas que também contribuíram para o trabalho.
Nada na vida conquistamos sozinhos. Sempre precisamos de outras pessoas
para alcançar os nossos objetivos. Muitas vezes um simples gesto pode mudar a
nossa vida e contribuir para o nosso sucesso.
Primeiramente, devo agradecer a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado
de São Paulo- FAPESP- pelo apoio financeiro, o que possibilitou que eu me
deslocasse de Belo Horizonte para a Cidade de Campinas e desenvolver um novo
trabalho. Ao laboratório Nacional de Luz Síncrotron-LNLS- por fornecer uma
excelente infra-estrutura que nos possibilita realizar diversos experimentos.
iv
Meus agradecimentos ao meu orientador, professor Dr. Jörg Kobarg, que
sempre demonstrou acreditar no meu potencial, pela oportunidade oferecida, pela
orientação e principalmente pelo bom convívio neste quatro anos de trabalho. Com
ele tive a oportunidade de enriquecer meu conhecimento, com suas argumentações
científicas e sugestões nos meus relatórios, artigos, entre outros;
Aos membros da pré-banca: Profa. Dra. Anete P. de Souza, Prof. Dr,
Marcelo Menossi e Prof. Dr. Carlos H.I. Ramos; e banca (pág. iii) por terem
aceitado a participar da avaliação deste trabalho;
Ao Dr. Giani Del Sal por ter fornecido o plasmídeo pGEX-p53;
À todos do Centro de Biologia Molecular e Estrutural:
Aos pesquisadores: Dr. Carlos H. I. Ramos, Dra. Beatriz G. Guimaraes, Dr.
João A.R. G. Barbosa, Dr. Francisco Javier M. Martin, Dr. Celso E. Benedetti,
Dra. Thelma A. Pertinhez, Dr. Fabio C. Gozzo e Dr. Nilson I.T. Zanchin pelas
valiosas conversas e sugestões.
Em especial aos colegas do meu grupo: Alexandre Quaresma, Dario Passos,
Eliana Assmann, Edmilson Rui, Kaliandra Gonçalves, Patrícia Moura, e aos
novatos Daniel Trindade e Gustavo Bressan pela alegre convivência e sugestões e
alguns destes foram essenciais no desenvolvimento deste trabalho. À vocês muito
obrigada!
Um agradecimento especial deve ser feito à Maria Eugênia R. Camargo, a
qual por ser uma excelente técnica, sempre nos auxiliou nos experimentos e na
obtenção dos mais variados materiais.
Às demais técnicas que forneceram condições adequadas para o
desenvolvimento dos trabalhos: Luciana Camillo, Zildene Correa, Veruska Soares,
v
Tereza Silva, Andreia Meza, Sílvia Silva, Adriana Alves, e a Givanil Garrido por
sempre se preocupar com a ordem do laboratório e pelo seu ótimo humor.
Aos meus pupilos, Taís Kuniyoshi e Marcos Alborghetti, com os quais creio
que contribuí com sua iniciação científica, que hoje são meu orgulho.
Às minhas queridas amigas biólogas: Flavia Carneiro (Loira ou Melo),
Sandra Scapin e Daniela Ierardi por todos momentos divertidos que passamos
juntas e pela nossa eterna amizade, ao amigo Dr. Júlio Borges por estar sempre
disposto a ajudar e ser um amigo para todas as horas.
À amiga Ana Paula Brandão pela amizade sólida e verdadeira e à amiga
Regiani Cury pela nossa alegre e tranqüila convivência, pela energia positiva e pelo
carinho.
Aos amigos de BH que sempre torcem por mim e se preocupam comigo:
Mônica, Luciana, Claudia, Rosângela, Daniela, Rubinho, Chris, Lú, Fábio, Lierge
e muitos... muitos outros.
Aos meus familiares que sempre me apoiaram. Aos meus pais, Ivanir Nery e
Enir Muniz, que me deram não somente a vida, mas principalmente a minha
educação e condições de estudo. Aos meus irmãos Fernanda L. Nery e Fúlvio K.
Nery por sempre torcerem por mim.
Eu fortemente agradeço ao Edson G. Ochi, por sua extensa paciência, pelo
seu amor, por sempre estar disposto a me ajudar em qualquer situação e
principalmente pelo seu apoio que me conforta e me deixa mais forte para superar
meus desafios.
E finalmente à Deus por sempre me iluminar e me guiar...
vi
Um pouco de poesia:
Viver vale a pena!
Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do
dinheiro.
Que ela possa vir com toda a simplicidade, de dentro para fora, de cada um para
todos.
Que as pessoas saibam falar, calar, e acima de tudo ouvir.
Que tenham amor ou então sintam falta de não tê-lo. Que tenham ideal e medo de
perdê-lo.
Que amem ao próximo e respeitem sua dor, para que tenhamos certeza de que viver
vale a pena.
Viver é colocar seu sonho à prova. Os brotos da esperança crescem alimentados pelo
sonho.
É preciso reviver o sonho e a certeza de que tudo vai mudar.
É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde
os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão.
Mas é preciso ver as coisas com o coração e nem sempre com a razão.
Não se esqueça de que o aprendizado dura a vida toda.
Eleve suas expectativas. Pessoas com sonhos grandes obtêm energia para crescer.
Os vencedores pensam em como realizar seu objetivo. Por isso ...
Tenha metas claras. Ter objetivos evita desperdícios de tempo, energia e dinheiro.
Amplie os seus relacionamentos profissionais.
Os amigos são a melhor referência em crises e a melhor fonte de oportunidades na
expansão. Ter bons contatos é essencial em momentos decisivos.
No mais o importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida
está nos olhos de quem sabe ver. Afinal a vida é uma arte, viver vale a pena!
(Flávia C. Nery)
vii
ÍNDICE
Capa
i
Ficha catalográfica
ii
Componentes da banca
iii
Agradecimentos iv
Um pouco de poesia
vii
ÍNDICE
viii
Lista de figuras e tabelas
x
Lista de abreviações e siglas
xi
RESUMO
xiii
ABSTRACT
xiv
1 INTRODUÇÃO
1
1.1 O linfoma de Hodgkin 1
1.2 O papel da molécula CD30 no linfoma de Hodgkin
6
1.3 O anticorpo Ki-1 detecta CD30 e uma proteína de 57 kDa : Ki-1/57
11
1.4 Características da proteína Ki-1/57
12
2 OBJETIVOS
14
3 RESULTADOS 15
3.1 Artigo I: Characterization of a family of proteins that interact with the
C-terminal region of the chromatin-remodeling factor CHD3
15
3.2 Artigo II: Ki-1/57 Interacts with RACK1 and Is a Substrate for the Phosphorylation
by Phorbol 12-Myristate 13-Acetate-activated activated Protein Kinase C
23
3.3 Artigo III: Ki-1/57 interacts with p53 and interferes negatively in its
transcriptional activation function 36
3.4- Artigo IV: A spectroscopic analysis of the interaction between the human
regulatory proteins RACK-1 and Ki-1/57
56
viii
4 RESULTADOS COMPLEMENTARES 74
4.1 Caracterização da proteína Ki-1/57 74
4.2 O sistema de duplo híbrido em levedura
75
4.2.1 Ensaio de duplo híbrido em levedura com a porção C-terminal de Ki-1/57
(122-413)
75
4.2.2 Ensaio de duplo híbrido em levedura com a porção N-terminal de Ki-1/57
(1-150)
77
4.3 A proteína Ki-1/57 possui um parálogo humano: CGI-55 e possíveis
ortólogos em outros organismos vertebrados
80
4.4 Ensaios de cristalização 83
4.4.1 Utilizando a proteína recombinante 6xHis-RACK-1
83
4.4.2 Utilizando os fragmentos C-terminais de Ki-1/57: 6xHis-KiC (aa 122-413)
e 6xHis-KiC2 (aa151-263)
83
5 DISCUSSÃO 85
5.1 O ensaio de duplo híbrido em levedura pode sugerir possíveis contextos
funcionais para a proteína Ki-1/57
85
5.2 As proteínas Ki-1/57 e CGI-55 podem apresentar funções similares
88
5.3 A proteína Ki-1/57 interage com o receptor para quinase C ativada-1 91
5.4 Ki-1/57 é substrato para a proteína quinase C (PKC) ativada por PMA
92
5.5 A proteína Ki-1/57 interage com a proteína p53 e pode atuar como seu
repressor transcricional
97
5.6 Análises de dicroísmo circular da proteína Ki-1/57 99
5.7 Análises de dicroísmo circular da proteína RACK1 e de sua interação
com Ki-1/57
100
5.8 Análises de fluorescência de RACK1 e Ki-1/57
101
6 CONCLUSÕES 102
7 PERSPECTIVAS
104
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
106
ix
Lista de figuras e tabelas
Figura 1: O sistema linfático humano
3
Figura 2: Uma pessoa que apresenta um aumento significativo dos linfonodos, na
região do pescoço, devido ao avanço do linfoma de Hodgkin
4
Figura 3: Corte histológico de um linfonodo de um paciente com linfoma de Hodgkin
7
Figura 4: A família de receptores TNF
8
Figura 5: CD30 modula a função do linfócito T citotóxico
10
Figura 6: Caracterização da proteína Ki-1/57 em motivos proteícos
74
Figura 7: Alinhamento das seqüências de aminoácidos de possíveis proteínas
ortólogas de Ki-1/57
81
Figura 8: Alinhamento da seqüência de aminoácidos das proteínas CGI-55,
PAIRBP1 e Ki-1/57
82
Figura 9: Ensaios de cristalização das proteínas recombinantes RACK1 (A-B)
e Ki-1/57 (151-263) (C)/ e Ki-1/57 (122-413) (D)
Arquitetura do núcleo e corpúsculos PML
84
Figura 10: Associação a possíveis contextos funcionais da proteína Ki-1/57
através da identificação de proteínas que interagem com ela, usando o sistema
duplo híbrido em levedura
87
Figura 11: Arquitetura do núcleo e dos corpúsculos nucleares
90
Figura 12: Modelo preliminar da regulação da localização subcelular da proteína
Ki-1/57 por fosforilação
96
Tabela 1: Proteínas que interagem com a região C - terminal da proteína
Ki-1/57 (122-413) pelo sistema duplo híbrido em levedura 76
Tabela 2: Proteínas que interagem com a região N- terminal da proteína
Ki-1/57 (1-122) pelo sistema duplo híbrido em levedura
78
x
Lista de abreviações e siglas
ACTB: Proteína actina beta;
AD: Domínio de ativação transcricional da proteína Gal4 (Activation domain);
ALEX2: Proteína com repetição Armadillo
2 (Armadillo repeat protein X chromosome,
2);
APLP1: Proteína similar a proteína amilóide precursora 1 (Amyloid-precursor-like
protein 1);
BD: Domínio de ligação a DNA da proteína Gal4 (Binding domain);
BTBD2: Proteína contendo 2 domínios BTB(POZ) (BTB (POZ) domain containing 2);
CD: Dicroísmo dircular (Circular Dicroism);
CD30: Receptor de citocina 30 (Cytokine receptor 30)
CGI-55: Proteína identificada por comparação genômica 3 (Comparative Genome
Identified 55);
CHD3: Proteína com domínios cromo-helicase e de ligação ao DNA 3 (Chromo-
domain Helicase DNA binding domain protein 3);
CIRBP: Proteína que se liga ao RNA induzida por frio (Cold Inducible RNA Binding
Protein);
CTGF: Fator de crescimento de tecido conectivo (connective tissue growth factor);
DAXX: Proteína associada a morte (Death-associated Protein);
EB-1: Proteína associada a E2a-Pbx1 (E2a-Pbx1 associated proteína);
EPS8: Substrato 8 do receptor de fator de crescimento epidermal (Epidermal growth
factor receptor pathway substrate 8) ;
Fas: Fator de apoptose (Factor of apoptosis);
FISH: Fluorescência de hibridação in situ (fluorescence in situ hybridization);
FPLC: Cromatografia líquida de proteínas por pressão;
FXR1P:Proteína relacionada com retardamento mental X-frágil (Fragile X mental
retardation-related protein 1);
HMGBCG: Proteína similar ao grupo de alta mobilidade (High-Mobility Group);
IHABP4: Proteína que se liga a hialuronato 4 (hyaluronan-binding protein 4);
IPTG: Isopropil beta-D-galactosídeo;
Ki-1/57: Antígeno Ki-1/ de 57 kDa (Ki-1 antigen of 57 KDa);
LB: Meio Luria Bertani;
xi
ND10: Corpúsculos nucleares 10 (nuclear bodies 10);
NDUFAB1: Proteína NADH ubiquinona desidrogenase, sucomplexo alfa/beta 1
(NADH dehydrogenase (ubiquinone) 1, alpha/beta subcomplex, 1);
NSEP1 (YB-1): Proteína de ligação ao elemento sensível a nuclease 1 (nuclease
sensitive element binding protein 1);
p53: Proteína de tumor p53 de 53 kDa (tumor protein p53);
p73: Proteína de tumor p73 de 73 kDa (tumor protein p73);
p100: Co-ativador do fator de transcrição do vírus Epstein-Barr 2 ou EBNA-2;
PAI: Inibidor do ativador do plasminogeno (plasminogen activator inhibitor);
PAI_RBP1: Proteína que se liga ao mRNA de PAI-1 (PAI-1 mRNA- binding protein);
PCR: Reação em cadeia da Polimerase (Polymerase Chain Reaction);
PDB: Banco de dados de estrutura de proteínas (Protein Data Bank);
PEG: Polietilenoglicol;
PKC: Proteina quinase C (Protein Kinase C);
PMA: 4 α -forbol 12-miristato 13-acetato (4α-phorbol 12-myristate 13-acetate)
PML: Proteína da leucemia promielocítica (Protein of Promielocytic Leukemia);
PML NBS: Corpúsculos nucleares PML (PML nuclear bodies);
RACK-1: Proteína adaptadora para quinase C-1 (Receptor for C Kinase-1)
RPL38: Proteína ribossomal l L38 (ribosomal protein L38);
SDS-PAGE: Eletroforese em gel de poliacrilamida em presença de duodecil-sulfato
de sódio (sodium duodecyl-sulphate polyacrylamide gel electrophoresis);
SF2/p32: Fator de splicing 2/p32;
SFRS9: Fator de splicing rico em arginina/serina (splicing factor argine/serine rich 9);
Sp100: Antígeno nuclear Sp100 (nuclear antigen Sp100);
STAT: Sinalizador e ativador da transcrição;
SUMO-1: Pequeno modificador relacionado a ubiquitina (small ubiquitin-related
modifier);
TOPORS: Proteína que se liga a topoisomerase I (topoisomerase I binding protein);
UBC9: Enzima conjugada a ubiquitina E2I (ubiquitin-conjugating enzyme E2I);
X-gal: 5-bromo-4cloro-3-indol beta-D-galactosídeo (5-bromo-4-chloro-3-indolyl-beta-D-
galactopyranoside);
ZFP: Proteina com dedo de zinco (Zinc finger protein );
3AT: 3-aminotriazol;
xii
RESUMO
Ki-1/57 é um antígeno humano de 57kDa reconhecido pelo anticorpo Ki-1, o qual
também reconhece CD30. Ki-1/57 se encontra no núcleo e no citoplasma sendo
fosforilado nos resíduos de serina e de treonina após a ativação das células. Quando
Ki-1/57 foi isolado da linhagem L540 de células de linfoma de Hodgkin, ela co-
imunoprecipitou com atividade quinase em resíduos de Ser/Thr. Além disso, foi
relatado que Ki-1/57 interage com o ácido hialurônico e conseqüentemente foi
denominada de “proteína intracelular que se liga a hialuronato 4” (IHABP4). Nós
usamos o sistema de duplo híbrido em levedura e encontramos que Ki-1/57 interage
especificamente com a proteína com domínios cromo-helicase e de ligação ao DNA 3
(CHD3), uma proteína nuclear envolvida em remodelagem da cromatina e regulação
da transcrição, e com RACK1 (“proteína adaptadora para quinase C ativada”). A
interação entre Ki-1/57 e seus ligantes foi confirmada por outros experimentos in vitro
e in vivo. Interessantemente, a interação entre Ki-1/57 e RACK1 foi abolida após
fosforilação da Ki-1/57 e observamos que o estímulo de células L540 e HeLa com 4 α
-forbol 12-miristato 13-acetato (PMA) resulta na saída de Ki-1/57 do núcleo. Ki-1/57
também demonstrou ser um substrato para proteína quinase C (PKC) quando ativada
com PMA, e sua fosforilação foi confirmada in vitro e in vivo. Esses dados sugerem
que Ki-1/57 está associada com a via de sinalização celular de RACK1/PKC e isto
pode ser importante para a regulação de suas funções nucleares. Sua interação com
CHD3 e com outras proteínas envolvidas na regulação transcricional, tais como:
Topors, Daxx e Tip60, entre outras, sugere que Ki-1/57 pode ter uma função neste
contexto funcional. RACK1 interage com p73, um parálogo de p53, inibindo sua
ativação transcricional. Nós ainda encontramos que Ki-1/57 também interage com
p53 não fosforilada e pode inibir sua ativação transcricional. A estrutura tridimensional
da proteína Ki-1/57 é desconhecida, mas nossos estudos espectroscópicos
mostraram que a proteína Ki-1/57 é predominantemente constituída por folhas β-
pregueadas. Além disso, Ki-1/57(122-413) apagou o sinal do espectro de CD de
RACK1 entre 229-300 nm, que é característico de proteínas ricas em triptofanos, e
também diminuiu a intensidade de emissão de fluorescência de RACK1. Isso sugere
que Ki-1/57 interage com os triptofanos na superfície de RACK1.
xiii
ABSTRACT
Ki-1/57, the 57-kDa human protein antigen recognized by the CD30 antibody Ki-1, is a
cytoplasmic and nuclear protein, which is phosphorylated on serine and threonine
residues upon cell activation. When isolated from the Hodgkin’s lymphoma analogous
cell line L540 Ki-1/57 was co-immunoprecipitated with a Thr/Ser protein kinase
activity. It has been also found to interact with hyaluronic acid and has therefore been
termed intracellular hyaluronan binding protein 4 (IHABP4). We used the yeast-two-
hybrid system to identify proteins interacting with Ki-1/57 and found that Ki-1/57
engages in specific interactions with the Chromatin-Helicase-DNA-binding domain
protein 3 (CHD3), a nuclear protein involved in chromatin remodeling and transcription
regulation, and with the adaptor protein Receptor of Activated Kinase-1 (RACK1).
Next, we confirmed these interactions by in vitro and in vivo experiments. Interestingly,
the interaction of Ki-1/57 with RACK1 is abolished upon activation of L540 cells with
4α-phorbol 12-myristate 13-acetate (PMA), which results in the phosphorylation of Ki-
1/57 and its exit from the nucleus. We demonstrated that Ki-1/57 also co-precipitates
with protein kinase C (PKC) when isolated from PMA activated L540 tumor cells and is
a substrate for PKC phosphorylation in vitro and in vivo. These events associate Ki-
1/57 with the RACK1/PKC pathway and may be important for the regulation of its
nuclear functions. Its interaction with chromatin remodeling factors such as CHD3 and
other proteins involved in transcriptional regulation including Topors, Daxx and Tip 60
may suggest that Ki-1/57 has also a function in this context and that this function is
subject to regulatory events involving the PKC/RACK1 signaling pathway. RACK1 also
interacts with the p53 paralogue p73. In that case, the physical binding of RACK1 to
p73 can inhibit its transcription activation function. We found out that Ki-1/57 interacts
with unphosphorylated p53 and that this binding inhibits p53 transcription activation
function. The three-dimensional structure of Ki-1/57 is still unknown but our
spectroscopic studies demonstrated that Ki-1/57 consists predominantly of β-sheets.
Binding of Ki-1/57(122-413) to RACK1 abolishes its positive ellipticity at 229-300 nm,
which is characteristic for tryptophan-rich proteins, and decreases its emission
fluorescence. This suggests that surface tryptophans of RACK1 are involved in the
interaction with Ki-1/57.
xiv
1 INTRODUÇÃO
1.1 O linfoma de Hodgkin
O linfoma de Hodgkin teve sua descrição anatômica feita em 1832 por Thomas
Hodgkin (Hodgkin, 1832). Esta enfermidade é uma forma de câncer que se origina nos
linfonodos do sistema linfático (Levine, 2002). O sistema linfático é um conjunto
composto por órgãos, tecidos que produzem células responsáveis pela imunidade e
vasos que conduzem estas células através do corpo (figura 1) (para melhor
compreensão ler: Abbas et al., 2000). Os tecidos e órgãos que compõem o sistema
linfático incluem linfonodos, timo, baço, amídalas, medula óssea e rede de vasos
linfáticos, e a linfa, um líquido claro que banha estes tecidos, e que contém proteínas e
células linfóides. Os linfonodos são encontrados em todos as partes do corpo,
principalmente no pescoço, virilha, axilas, pelve, abdômen e tórax; produzem e
armazenam leucócitos denominados linfócitos. Nos linfonodos existem três tipos de
células denominadas linfócitos, sendo elas: os linfócitos B (ou células B), os linfócitos T
(ou células T), e as células NK ("natural killer"). Cada célula realiza uma função
específica no combate a infecções, e também tem importância no combate ao câncer
(Hall, 1998). Os linfócitos B produzem anticorpos, que se ligam na superfície de certos
tipos de antígenos produzidos por bactérias, vírus e outros, e atraem e ativam células
específicas do sistema imune. Os linfócitos T ajudam a proteger o organismo contra
vírus, fungos e algumas bactérias. Também desempenham importante papel regulatório
nas funções das células B. As células NK têm como alvo as células tumorais e protegem
contra uma larga variedade de agentes infecciosos.
O Linfoma de Hodgkin (LH) pode ocorrer em qualquer faixa etária, no entanto a
incidência da doença tem dois picos: o primeiro em torno de 15-35 anos e segundo
acima dos 45 anos (MacMahon, 1957). O LH costuma atingir mais meninos e, com maior
freqüência, nos adolescentes de 15 a 19 anos de idade do que qualquer outro câncer
(Yahalom e Stratus, 2004). Sabe-se que esta doença tem maior freqüência em pessoas
com doenças imunológicas e em famílias com casamentos consangüíneos (Yahalom e
Stratus, 2004).
1
Estima-se que aproximadamente 38.000 a 50.000 brasileiros contrairão linfoma
por ano, no entanto, a maioria dos pacientes com linfoma de Hodgkin pode ser curada
com o tratamento atual (ABRALE-www.abrale.org.br). Dentre todos os tipos de linfomas
existentes, este é o que apresenta maior chance de cura.
O tratamento clássico para o linfoma de Hodgkin, em geral, consiste de
poliquimioterapia, com ou sem radioterapia (Hunger et al., 1994). Dependendo do estágio
da doença no momento do diagnóstico, pode-se estimar o prognóstico do paciente com o
tratamento. Para os pacientes que sofrem recaídas (retorno) da doença, estão
disponíveis alternativas, dependendo da forma do tratamento inicial empregado. As
formas empregadas usualmente, e com indicações relativamente precisas, são a
poliquimioterapia e o transplante de medula óssea (Yaholom e Straus, 2004). A
mortalidade foi reduzida em mais de 60% desde o início dos anos 70 devido aos avanços
no tratamento (ABRALE-www.abrale.org.br).
O linfoma de Hodgkin surge quando um linfócito normal, freqüentemente um
linfócito B (com aproximadamete 95% de chance de ser afetado) se transforma em uma
célula maligna, capaz de crescer descontroladamente e disseminar-se (Braeuninger et
al., 1997; Küppers et al., 2003; Berglund et al., 2003). A célula maligna começa a
proliferar nos linfonodos, e com o passar do tempo, estas células malignas podem se
disseminar para tecidos adjacentes, e, se não tratadas, podem atingir outras partes do
corpo. No linfoma de Hodgkin, os tumores disseminam-se de um grupo de linfonodos
para outros grupos de linfonodos através dos vasos linfáticos.
Os fatores de risco que contribuem para desenvolver o linfoma de Hodgkin são:
sistema imune comprometido, doenças genéticas hereditárias, infecção pelo HIV, uso de
drogas imunossupressoras e membros de famílias nas quais uma ou mais pessoas
tiveram diagnóstico da doença (Forbes e Morbis, 1970; Chakravarti et al., 1986). Um
outro importante fator de risco, o qual vem sendo bastante estudado, é a associação de
pessoas infectadas pelo vírus Epstein-Barr e a presença de alguns subtipos do linfoma
de Hodgkin nestes indivíduos (Kuze et al., 1996; Garcia et al., 2003).
O linfoma de Hodgkin pode surgir em qualquer parte do corpo, e os sintomas da
doença dependem da sua localização (Hudson e Donaldson, 2002). Caso a doença se
desenvolva-se em linfonodos que estão próximos à pele, no pescoço, axilas e virilhas, os
sintomas provavelmente incluirão a apresentação de linfonodos aumentados e indolores
nestes locais (figura 2).
2
Linfonodos
Baço
Timo
Medula óssea
Rede de vasos linfáticos
Linfonodos
Baço
Timo
Medula óssea
Rede de vasos linfáticos
Figura 1: O sistema linfático humano.
(figura adaptada do site: http://www.escolavesper.com.br/defesasdocorpo.htm)
3
Figura 2: Uma pessoa que apresenta um aumento significativo dos linfonodos, na região
do pescoço, devido ao avanço do linfoma de Hodgkin. (figura retirada do site:
http://www.healthcentral.com/mhc/img/img1225.cfm)
4
Quando o linfoma de Hodgkin ocorre na região do tórax, os sintomas podem ser
de tosse, "falta de ar" (dispnéia) e dor torácica. E quando se apresenta na pelve e no
abdomem, os sintomas podem ser de plenitude e distensão abdominal (Toledo, 2004).
Outros sintomas do linfoma de Hodgkin incluem febre, fadiga, sudorese noturna, perda
de peso, e prurido ("coceira na pele") (Yaholom e Straus, 2004). No entanto, o local mais
comum de envolvimento é o tórax, região também denominada mediastino.
Pode-se distinguir o linfoma de Hodgkin de outros tipos de linfoma em parte
através do exame de amostras sob microscopia. O tecido obtido por biópsia de pacientes
com linfoma de Hodgkin apresenta células mononucleadas e pequenas, denominadas de
células Hodgkin malignas e células bi- ou polinucleares, denominadas de células Reed-
Sternberg (RS) (Reed, 1902; Irsch et al., 1998) (figura 3).
As células Reed-Sternberg produzem pelo menos 12 citocinas diferentes,
incluindo interleucina-1, e Fator de Necrose tumoral (TNF) (Toledo, 2004). Estas células
também expressam constitutivamente altos níveis de Fator Nuclear Ativado Kappa Beta
(NF-kB), que mostra um importante papel na sobrevivência do tumor (Hinz et al., 2001).
Esta aberrante ativação do NF-kB está relacionada a defeitos genéticos nos genes
inibidores de NF-kB, infecção viral por Epstein Barr vírus (EBV) e estímulo por citocinas.
EBV está presente em 90% das células RS, reforçando seu importante papel no
desenvolvimento do linfoma de Hodgkin (Khanna et al., 1995).
5
1.2 O papel da molécula CD30 no linfoma de Hodgkin
As células malignas de Hodgkin (H) e as células Reed-Sternberg (RS) no
linfoma de Hodgkin são caracterizadas pela expressão abundante de uma proteína de
membrana do tipo I, CD30, um membro da superfamília de receptores do fator de
necrose tumoral (TNFR) que possui 120 KDa e contem seis motivos ricos em cisteínas
que se repetem no seu domínio extracelular (Younes e Kadin, 2003; Pro e Younes, 2004;
Hsu SM e Hsu PL, 1994; Dürkop et al., 1992). Assim como os receptores TNF, CD30
pode apresentar uma forma solúvel (sCD30). A molécula sCD30 possui 85 KDa e é
encontrada no sobrenadante de cultura de linhagens celulares CD30+ e em soro de
pacientes com tumores CD30+ (Stein et al., 2000; Younes e Kadin, 2003).
Interessantemente, ao contrário dos outros membros da família de receptores TNF que
disparam a sinalização para a apoptose, CD30 não apresenta o domínio de morte
(“death domain”) na cauda citoplasmática (figura 4). A cauda citoplasmática de CD30
associa-se com os fatores associados a TNFR (TNF Receptor-associated factor): TRAF1
e TRAF2, que sinalizam a ativação de NF-kB (De Young et al., 2000).
A proteína CD30 é raramente expressa em outros linfomas do tipo T ou B ou na
maioria de tecidos normais (Gruss et al., 1994). O perfil restrito da expressão de CD30
em células H-RS explica porque esta é usada como um marcador tumoral do linfoma de
Hodgkin, e sugere a possível participação de CD30 no mecanismo que conduz ao
crescimento e à sobrevivência do tumor (Su et al., 2004). A molécula CD30 se liga à
molécula CD30L (ou CD153), expressa como uma glicoproteína de membrana do tipo II
em linfócitos T ativados, linfócitos B reativos, macrófagos ativados, neutrófilos e
eosinófilos ativados (Smith et al., 1993; Nicod et al., 1997; Pinto et al., 1996; Shanebeck
et al., 1995; Wiley et al., 1996). A via de sinalização de CD30L e CD30 leva à ativação do
fator nuclear NF-kB e conduz à expressão elevada de citocinas. A interação com estes
ligantes fazem com que a célula tumoral produza citocinas e quimiocinas que irão inibir a
função do Linfócito T citotóxico. CD30 regula a expressão de CD28, Fas ligante,
perforina e granzima B, sugerindo que CD30 pode ser um modulador da função do
linfócito T citotóxico em linhagens de células deste linfoma (Bowen et al., 1993; Muta et
al., 2000) (figura 5).
6
(RS)
(RS)
(RS)
(RS)
(RS)
(RS)
(RS)
(RS)
Figura 3: Corte histológico de um linfonodo de um paciente com linfoma de Hodgkin. A
presença de células de Reed-Sternberg (RS) é indicada pelas setas. (figura retirada do
site: http://researchpath.hitchcock.org/levylecture/selfasspln.html)
7
Extracelular
Intracelular
Domínio
de Morte
Extracelular
Intracelular
Domínio
de Morte
1
2
Extracelular
Intracelular
Domínio
de Morte
Extracelular
Intracelular
Domínio
de Morte
1
2
Figura 4: A família de receptores TNF. Estes receptores apresentam grande homologia
em seus domínios extracelulares onde se encontra uma região variável rica em cisteínas
repetidas e muitos deles apresentam um domínio de morte que induz à morte celular. O
receptor de osteoprotegerin (OPG) é um receptor solúvel que também apresenta o
domínio de morte (1). A cauda intracelular de CD30, assim como TRAIL-R3, RANK e
CD40, não apresenta o domínio intracelular de morte, diferenciando-o dos outros
membros da família TNF os quais apresentam este domínio, com exceção de TRAIL-R4
que apresenta um domínio de morte incompleto (2). (figura do artigo de Younes e Kadin,
2003).
8
Os níveis aumentados de CD30 solúvel são também observados em outras
condições, tais como na artrite reumatóide, no câncer de colo retal, e na infecção viral
(HIV e EBV) (Wang et al., 1997; Gerli et al., 2001), e parecem também ser
correlacionados com as respostas imunes Th1 deficiente e as respostas imunes Th2
dominantes. Um nível aumentado de CD30 solúvel pode ser um marcador em que o
tratamento com IL-2 pode ajudar a restaurar o sistema imune comprometido (Gerli et al.,
2000). Ratos deficientes para o gene CD30 mostram uma seleção negativa defeituosa no
timo (Amakawa et al., 1996), e ratos transgênicos que super expressam CD30 em
células T confirmaram o envolvimento de CD30 na seleção negativa do timo (Chiarlie et
al., 1999). Isso sugere um papel de CD30 na seleção ou na apoptose de células T no
timo (Kadin, 2000).
As células H-RS produzem quimiocinas e citocinas que podem explicar a
inflamação característica de tecidos afetados pelo linfoma de Hodgkin (Hsu et al., 1995).
Várias quimiocinas e citocinas que são produzidas conduzem a um influxo preferencial
de células-Th2 e suprimem respostas imunes do tipo Th1 (Poppema,1989). Com isto, a
inflamação causada pelo tumor não promove uma resposta anti-tumoral citotóxica. Um
outro fator importante é que a molécula CD30 pode estar associada ao estado
imunodeprimido no linfoma de Hodgkin, limitando o potencial e a ativação proliferativa
das células T (Hsu et al. 1993). Por outro lado, CD30 pode não só inibir a proliferação de
células T, mas também inibir a produção de interleucina-2 (IL-2) e a expressão de CD25
e de CD26 pelas células T (Su et al., 2004).
A molécula CD30 é um bom alvo para a terapia com anticorpo monoclonal, uma
vez que a expressão desta molécula é restrita a um pequeno número de linfócitos T e B
ativados e saudáveis (Schnell et al., 2002; Borchmann et al., 2004; Heuser et al., 2004).
Interessantemente, estas células saudáveis contribuem para a propagação do linfoma de
Hodgkin, uma vez que também expressam o CD30L. Se esta população de células
normais for eliminada com as células tumorais, isto pode ser benéfico para o paciente
(Pro e Yones, 2004).
9
Linfócito T Citotóxico
Citocinas
Citocinas e Quimiocinas
Reed-
Sternber
g
Linfócito
Figura 5: CD30 modula a função do linfócito T citotóxico. As células Reed Sternberg do
linfoma de Hodgkin não expressam CD30L ou CD40L, que são expressas por linfócitos B
reativos e normais. A interação entre estes ligantes faz com que a célula tumoral produza
citocinas e quimiocinas que inibem a função do linfócito T citotóxico. Uma vez inibido, o
linfócito T não atua sobre a célula tumoral e esta continua a se proliferar
descontroladamente sem sofrer a ação citotóxica. (figura adaptada do artigo de Pro e
Younes, 2004).
10
1.3 O anticorpo Ki-1 detecta CD30 e uma proteína de 57 KDa : Ki-1/57
O anticorpo monoclonal Ki-1 foi o primeiro anticorpo usado na detecção de
células de Hodgkin, reagindo com células SR e H em todos os tipos histológicos de
linfoma de Hodgkin e com uma pequena população de células grandes em tecido linfóide
normal (Schwab et al., 1982). Análises bioquímicas mostraram que o anticorpo Ki-1
reage com CD30, uma glicoproteína de membrana de 120 kDa também conhecida como
Ki-1/120. Antes de ser glicosilada CD30 apresenta uma forma intermediária de 85 kDa.
No entanto, Hansen e colaboradores observaram que este anticorpo reage com uma
outra proteína intracelular de 57 kDa que é sintetizada independentemente de CD30
(Hansen et al. 1990). Para chegar a esta conclusão, estes pesquisadores marcaram a
linhagem L540 de células de Hodgkin in vivo com metionina radioativa (
35
S) durante um
curto período de tempo e as moléculas que reagiram com o anticorpo Ki-1 foram
recuperadas por intervalos de tempo diferentes (“pulse chase experiment”). Eles
observaram que após 3 minutos, a molécula intracelular de 57 kDa e a molécula
precursora de CD30 de 85 kDa foram detectadas. Eles observaram que a intensidade da
banda de 57 kDa não mudou durante todos os 270 minutos do experimento, no entanto,
a banda de 85 kDa desaparece após 90 minutos, sendo substituída por uma banda de
120 kDa. Esses resultados sugerem que estes dois antígenos Ki-1/120 (CD30) e Ki-1/57
são sintetizados independentemente e que o anticorpo Ki-1 reconhece o Ki-1/57 por
reação cruzada.
Usando a porção C-terminal de Ki-1/57 foram produzidos novos anticorpos
monoclonais (A26 e E230) que interagem especificamente com Ki-1/57 pelas técnicas de
"Western-blot" e imunoprecipitação (Kobarg et al., 1997). Para testar o potencial de Ki-
1/57 funcionar como marcador para doenças neoplásicas, Kobarg e colaboradores
testaram a expressão desta proteína em vários tecidos neoplásicos por
imunohistoquímica. Eles observaram que o anticorpo monoclonal A26 reage com células
tumorais em linfoma de Hodgkin, leucemia linfática de célula B, linfoma de célula T- não-
Hodgkin , carcinoma de bexiga e de próstata (Kobarg et al., 1997).
11
1.4 Características da Proteína Ki-1/57
A proteína Ki-1/57, mas não Ki-1/120 ou CD30, é associada com atividade
quinase e mostrou-se fosforilada em resíduos de serina e treonina quando isolada de
células L540 do linfoma de Hodgkin (Hansen et al, 1989 e Hansen et al.,1990). No
entanto, não foi encontrado nenhum domínio catalítico de quinase na seqüência de Ki-
1/57.
Análises de microscopia eletrônica demonstraram que a proteína Ki-1/57 não
está localizada apenas no citoplasma, mas também nos poros nucleares e no núcleo,
associada ao nucléolo (Rhode et al., 1992). Experimentos de marcação in vivo e de
"pulse-chase" revelaram que somente a forma citoplasmática da proteína Ki-1/57 é
fosforilada em resíduos de serina-treonina, enquanto que a forma nuclear não é
fosforilada (professor Dr. H. Lemke, comunicação pessoal).
Peptídeos derivados da digestão tríptica de Ki-1/57 foram seqüenciados e as
seqüências peptídicas resultantes foram usadas para a clonagem do cDNA parcial de Ki-
1/57, a partir da biblioteca de cDNA derivada de células L540 (Kobarg et al., 1997). O
seqüenciamento de vários clones revelou que o cDNA contém 1380 bp e compreende
aproximadamente 60% do C-terminal da proteína Ki-1/57. A tentativa de clonar o início 5´
da região do cDNA de Ki-1/57 por RT-PCR e 5´RACE inicialmente não teve sucesso
porque nesta região o cDNA de Ki-1/57 contém uma seqüência de 100 pb rica em GC
(82%) que dificulta a sua amplificação. A seqüência parcial do Ki-1/57 não revelou
nenhuma homologia significativa com outras proteínas no banco de dados.
O cDNA parcial do Ki-1/57 foi usado para mapear a localização cromossômica
do gene Ki-1/57 por FISH ("Fluorescence In Situ Hybridization"). O gene foi mapeado nas
bandas 9q22.3-q31 no braço longo do cromossomo 9 humano (Kobarg et al., 1997). Esta
região é freqüentemente afetada por deleções secundárias na leucemia aguda mielóide
do tipo M2 [translocação t(8;21)] e M3 [translocação t(15;17)] (Heim and Mitelman, 1986).
Outros pesquisadores obtiveram o cDNA inteiro que codifica a protéina Ki-1/57
(Huang et al., 2000). Estes caracterizaram este antígeno como uma proteína intracelular
que se liga a hialuronato, devido à presença de possíveis motivos de ligação a
hialuronato (R/K-X
7
-R/K) na sua seqüência, onde R corresponde a arginina, K a lisina e X
a qualquer aminoácido. O glicosaminoglicano hialuronato possui uma função bem
definida na matriz extracelular e na superfície das células, no entanto, há algumas
12
descrições de que este pode ser encontrado no citoplasma e também no núcleo da
célula, mas com função desconhecida (Furukawa e Terayama, 1979; Ripellino et al.,
1988, Grammatikakis et al., 1995; Evanko e Wight, 1999). Baseando-se neste motivo de
ligação a hialuronato, nós observamos que em uma análise aleatória de 10 proteínas
nucleares todas possuem esse motivo e, curiosamente, cinco entre estas são
extremamente ricas nesses motivos. Entre estas cinco proteínas estão: CHD3
(NM_001272.1) com 49 repetições; Topors (NM_AF098300) com 36 repetições;
Policomb2 Humana (AF013956) com 7 repetições; p53 (AAH03596) com 3 repetições e
c-Fos (K00650) com 2 repetições. Isto sugere que a maioria das proteínas nucleares
ricas em arginina e lisina são capazes de interagir com hialuronato? Esta questão ainda
está em aberta uma vez que o papel intracelular e nuclear do hialuronato ainda não foi
estudado.
Quando esse projeto foi iniciado, sabia-se muito pouco sobre as possíveis
funções da proteína Ki-1/57. Além disso, nada se sabia a respeito da estrutura da
proteína Ki-1/57.
13
2 OBJETIVOS
O objetivo geral deste trabalho foi estudar os aspectos funcionais e estruturais
da proteína Ki-1/57 e de seus possíveis ligantes protéicos.
Para a caracterização do contexto funcional e aspectos estruturais desta
proteína os objetivos específicos foram:
1- Analisar a expressão tecido específica do mRNA que codifica a proteína Ki-1/57;
2- Identificar proteínas com as quais a proteína Ki-1/57 interage, utilizando o sistema de
duplo híbrido em levedura para;
3- Analisar a fosforilação de proteína Ki-1/57 e sua associação com a atividade de
proteína quinase quando Ki-1/57 é isolada de células humanas;
4- Analisar a localização subcelular da proteína Ki-1/57;
5- Análises espectroscópicas da proteína Ki-1/57 por dicroísmo circular (CD) e
fluorescência na presença e na ausência de possíveis ligantes.
14
3 RESULTADOS
3.1 Artigo I :
Characterization of a family of proteins that
interact with the C-terminal region of the
chromatin-remodeling factor CHD-3
Taíla A. Lemos, Dario O. Passos, Flávia C. Nery and Jörg Kobarg
FEBS Letters 533 (1- 3): 14-20 (2003)
15
16
17
18
19
20
21
22
3 RESULTADOS
3.2 Artigo II:
Ki-1/57 Interacts with RACK1 and Is a Substrate
for the Phosphorylation by Phorbol 12-Myristate
13-Acetate-activated activated Protein Kinase C
Flávia C. Nery, Dario O. Passos, Vera S. Garcia and Jörg Kobarg
Journal of Biological Chemistry 279(12): 11444-11455 (2004)
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
3 RESULTADOS
3.3 Artigo III:
Ki-1/57 interacts with p53 and interferes
negatively in its transcriptional activation
function
Flávia C. Nery, Edmilson Rui, and Jörg Kobarg
(Artigo submetido)
36
Ki-1/57 interacts with p53 and interferes negatively in
its transcriptional activation function
Flávia C. Nery
a,b
, Edmilson Rui
a,c
, and Jörg Kobarg
a, b, c,
*
a
Centro de Biologia Molecular Estrutural, Laboratório Nacional de Luz Síncrotron,
Rua Giuseppe Máximo Scolfaro 10.000, C.P. 6192, 13084-971 Campinas - SP, Brasil
b
Departamento de Genética e Evolução and
c
Departamento de Bioquímica,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil
*Corresponding author: Tel.: (55) 19-3512-1125, Fax: (55) 19-3512-1006, E-mail:
Abstract:
Ki-1/57 is a cytoplasmic and nuclear phospho-protein of 57 kDa and interacts with the
adaptor protein RACK1. Upon cellular activation with PMA the protein kinase C
phosphorylates Ki-1/57 on several C-terminal Thr and Ser residues and binds now
itself to this newly generated docking sites. The interaction of Ki-1/57 with RACK1
after phosphorylation on the other hand is completely abolished. Aside this Ki-1/57
also interacts with a series of nuclear proteins including CHD3, Daxx and Topors,
suggesting that it might be involved in the regulation of transcription. Here we describe
yeast two-hybrid studies that identified a total of 11 proteins interacting with Ki-1/57, all
of which interact or are functionally associated with p53 itself or other members of the
p53 family of proteins. We found that Ki-1/57 is able to interact with p53 in the yeast
two-hybrid system when the interaction was tested directly. This interaction could be
confirmed by pull down assays with purified proteins in vitro and by a co-
immunoprecipitation assay of the proteins from the human Hodgkin analogous
lymphoma cell line L540. Furthermore, we found that the in vitro phosphorylation of
p53 by PKC abolishes its interaction with Ki-1/57. Finally, we found in a transactivation
assay in yeast cells that the co-expression of Ki-1/57 inhibits the p53 dependent
expression of a beta-galactosidase reporter gene. Altogether, we identified Ki-1/57 as
a new p53 interacting protein, which can negatively influence its transactivation
function and found further support for the hypothesis that Ki-1/57 may be involved in
the regulation of transcription.
Keywords: protein-protein interaction, yeast two-hybrid system, transactivation,
cellular localization.
Abbreviations: MM, minimal medium; CHD-3, Chromobox Helicase DNA-binding
Domain protein 3; RACK1, Receptor of Activated Kinase 1; PKC, protein kinase C;
PMA, phorbol 12-acetate; PAI, plasminogen activator inhibitor; IHABP4, intracellular
hyaluronan-binding protein 4.
37
1. Introduction
The protein antigen Ki-1/57 was originally identified by the cross-reaction of the
first CD30 monoclonal antibody Ki-1 [1-4]. Ki-1 detected not only the 120 kDa
transmembrane protein CD30 but also the cytoplasmic and nuclear Ki-1/57 in the
malignant Hodgkin and Sternberg-Reed cells in Hodgkin lymphoma [1] and in the
Hodgkin analogous tumor cell line L540 [4]. Ki-1/57 is a phospho-protein [2, 3] and
when isolated from the L540 cells is associated with a serine/threonine protein kinase
activity [4]. Electron microscopic analyses demonstrated that the Ki-1/57 antigen is not
only located in the cytoplasm but also at the nuclear pores and in the nucleus where it
is frequently found in association with the nucleolus and other nuclear bodies [5].
Tryptic digestion of the Ki-1/57 antigen resulted in the cloning of a partial cDNA
encoding Ki-1/57 [6]. The isolated contig of 1380 bp length, encoded the C-terminal
60% of the Ki-1/57 protein. Another group cloned the full length cDNA clone [7], found
that Ki-1/57, due to its many positively charged Arg and Lys residues is able to interact
with several negatively charged macromolecules, including glycosaminoglycans and
RNA. Huang and co-workers called Ki-1/57 Intracellular hyaluronan-binding protein 4
(IHABP4) because of its binding to hyaluronat [7]. By searching for related proteins we
discovered a cDNA sequence encoding the protein CGI-55 a possible human paralog
of the Ki-1/57 protein with 40,7 % identity and 67,4 % similarity with Ki-1/57 [8].
Recent studies from our group suggest that both Ki-1/57 and CGI-55 are proteins that
could be involved in nuclear functions such as the regulation of transcription [8]. We
found that both proteins interact with the chromatin remodeling protein CHD-3 [8] and
with several other transcriptional regulators including Topors and Daxx [9].
Furthermore, we found that Ki-1/57 interacts and forms a stable complex in human
cells with the adaptor protein RACK1, which itself is physically associated with
activated PKC [9]. This interaction provided a possible explanation for the initial
observation of the association of the Ki-1/57 antigen with a Ser/Thr kinase activity. Ki-
1/57 is also able to associate with PKC and serves as its substrate for phosphorylation
in vitro and in vivo. The stable interaction of Ki-1/57 with RACK1 is abolished by the
PMA mediated PKC dependent phosphorylation of Ki-1/57 [9]. These data suggest
that the nuclear functions of Ki-1/57 could be regulated by a cytoplasmic signaling
cascade involving PKC and RACK1. Most interestingly, it has been described recently
38
that RACK1 has a negative regulatory function on the transcription activation function
of p73, a member of the p53 family of proteins [10].
P53 is functionally a tumor suppressor protein and belongs to the large protein
group of transcription factors. It displays its growth suppression properties by the
transcriptional regulation of gene expression. Specifically, p53 is involved in
safeguarding the genomic integrity [11], sensing of DNA damage [12], monitoring of
the G1 checkpoint of the cell cycle [13] and activation of the cellular apoptosis
program to kill cells with damaged genomes [14]. Genes controlled by p53 include p21
[15], GADD45 [13], cyclin G [16] and bax [17] among many others. The inactivation of
p53 function through mutations or by interaction with viral and altered cellular proteins
is a common event in human carcinogenesis and the majority of human cancers have
mutations in the p53 gene [18]. Among several other cellular proteins Daxx [19],
Topors [20] and MDM2 [21] have been described to directly interact with p53 or have
an influence on its function. The direct interaction of regulatory proteins with p53 can
interfere with p53 functions, like its multimerization, its transactivation function or its
sequence specific DNA binding [22]. Furthermore the function pf p53 also seems to be
tightly controlled by post-translational mechanisms, including phosphorylation and
acteylation among others [23, 24, 25]. Here, we report that the human protein Ki-1/57
interacts with several p53 interacting proteins as well as with p53 itself in the yeast
two-hybrid system. The interaction of p53 and Ki-1/57 could be confirmed by
independent assays in vitro and in vivo. We also show that Ki-1/57 negatively
influences the p53 dependent transcription and that phosphorylation of p53 blocks the
interaction with Ki-1/57 in vitro. Our results suggest that Ki-1/57 is a protein that might
be involved in transcriptional regulation processes and identify it as a new p53
interacting protein with inhibitory functions.
39
2- Materials and Methods
2.1. Plasmid construction, antibodies and cell culture
A pGEX plasmid containing the full length human p53 in frame with GST was
kindly provided by Dr. Gianni Del Sal (Laboratorio Nazionale CIB, Trieste, Italy). The
gene coding human p53(1-393) protein was amplified from this vector with specific
primers and inserted in frame with the Gal4 activation domain, via EcoRI and BamHI
sites, into the cloning site of the yeast expression vector pGAD424 (Clontech). The
correctness of all vector constructs was confirmed by DNA sequencing. The Ki-1/57
constructions in the yeast vectors pBTM116, pGAD424 and the bacterial vectors pET-
28a have been described previously [9]. The large T-Gal4-AD vector had been kindly
provided by Dr. M. Bucciarelli Rodrigues (UFMG, Belo Horizonte, Brasil). Antibodies
A26 [6] and Ki-1 [1] and cell culture procedures for the L540 cells have been
described previously elsewhere [26, 9].
2.2. Yeast Two-hybrid Screening and Interaction Analysis
The pBTM116-Ki-1/57(1-150) and pBTM116-Ki-1/57(122-413) vectors were
used to express the protein Ki-1/57 (C-terminal) linked to the C-terminus of LexA
DNA-binding domain peptide in Saccharomyces cerevisiae strain L40 [27, 28, 29]. A
human fetal brain cDNA library (Clontech) expressing GAL4 activation domain (AD)
fusion proteins was co-transformed separately with both recombinant pBTM116
vectors. Selection of growth of co-transformands (on –W, -L, -H culture medium
plates), β-galactosidase activity test, plasmid DNA extraction and sequencing were
performed as described [30].
2.3. Bacterial expression, protein purification and in vitro protein phosphorylation
GST-p53 protein and 6xHis-Ki-1/57 proteins were expressed in E. coli BL21-
CodonPlus-RIL (Stratagene), and purified using Glutathione-sepharose 4B
(Amersham) or Ni-NTA sepharose beads (Qiagen) according to procedures provided
by the manufacturers [30, 9]. In vitro protein phosphorylation has been described
previously [9].
40
2.4. In vitro binding assay and western blot analysis
1 µg of GST-p53 fusion protein was coupled to glutathione sepharose beads.
Next, 1 µg of phosphorylated or non-phosphorylated 6xHis-Ki-1/57 proteins were
incubated on and end-over-end mixer for 2 h with the GST-p53 beads and then
washed with buffer (20 mM Tris-HCl, pH 7.5, 100 mM NaCl). Proteins bound to the
beads were separated by SDS-PAGE, transferred to a PDVF membrane and
visualized by immuno-chemiluminescence using a mouse anti-GST or mouse anti-
5xHis antibody and secondary anti-mouse IgG-HRP conjugate for detection.
2.5. In vivo binding assay and western blot analysis
1.0 x 10
7
L540 were collected and lysed in 1 ml buffer W (20 mM Tris-HCl, pH
7.5, 150 mM NaCl, 1.5 mM MgCl2, 0.5 mM DTT, 0.1 mM EDTA, 1 mM PMSF, 0.1%
Triton X-100, mix of 5 protease inhibitors). Lysate was treated with DNAse (Promega)
and cleared at 14.000 x g for 15 min. Next 20 µl protein A sepharose beads
(Pharmacia) were loaded with the indicated antibodies, washed with buffer W and
incubated or not with the indicated lysates for 2 h at 4 °C. After further two washes
with buffer W the beads were re-suspended in SDS-PAGE loading buffer, boiled and
analyzed by Western blot using different monoclonal antibodies for detection. Western
blots were developed by chemiluminescence as described [30].
2.6. Analysis of protein by fluorescence microscopy
L540 and Cos7 cells were maintained at 37 ºC in 5% CO2 in Dulbecco´s
modified Eagle´s medium containing 20% or 10% heat inactivated fetal calf serum
respectively. Cells were cultured on glass cover slips for 24 h, fixed with 100%
methanol and incubated with the goat anti-p53 (C-19, Santa Cruz Biotech.) polyclonal
and mouse anti-Ki-1 monoclonal antibodies. Fluorescein-coupled anti-mouse (green)
or rhodamine-conjugated anti-goat antibodies (red) were used as secondary
antibodies. DAPI staining (blue) was used to show the position of the nuclei. Cover
slips were then mounted in 80% glycerol / 10 mM Tris-HCl (pH 7.5) on cover glasses
and analyzed with a fluorescence microscope (Eclipse E600, Nikon).
41
2.7. Yeast one-hybrid system based transcriptional activation assay
The vector p53blue (Clontech) was generated by inserting three tandem copies
of the consensus p53 binding site via EcoRV and SalI sites into the vector pLacZi
(Clontech). This vector was linearized with ApaI and transformed into yeast strain
W303 (genotype: ade2-1/ade2-1; ura3-1/ura3-1; his3-11,15/his311,15; trp1-1/trp1-1;
leu2-3,112/leu2-3,112) for integration into its genome and generation of the yeast
reporter strain W303-p53blue, which was used for the yeast one-hybrid transcriptional
activation assay described below. Next, W303-p53blue cells were co-transformed with
the plasmid constructions indicated in Fig. 5. The degree of activation of the p53
promotor lacZ reporter construct was then assessed by an ONPG (o-nitro phenyl B-D-
galactopyranoside) liquid assay (Clontech). Briefly, equal quantities of yeast cells were
centrifuged and disrupted in Z-buffer (60 mM Na
2
HPO
4
, 40 mM NaH
2
PO
4
, 10 mM KCl,
1 mM MgSO
4
) by freeze-thawing. 25 mM 2-mercaptoethanol and 10 mM ONPG (each
dissolved in Z-buffer) were added to each reaction. After 1 h at 30 °C the reaction was
stopped by adding 0.3 volumes of 1 M Na
2
CO
3.
After mixing and centrifugation the OD
of the supernatants was measured at 420 nm using a spectrophotometer. All
experiments were done in triplicate and the average value was plotted as arbitrary
units as described previously [31].
2.8. Phosphorylation of p53
For phosphorylation of p53 before In vitro binding assay, the protocols were
adjusted in order to avoid the thermal denaturation of p53 during prolonged incubation
at 30
o
C. p53 was phosphorylated for 10 min at 30
o
C with 20 mU of PKC (Promega).
Only unlabelled ATP was used for this assay. The PKC reaction (20 µl) was
performed in a buffer containing 20 mM Tris/HCl, pH 7.5, 5 mM MgCl2, 0.2 mM
CaCl2, 0.1 mg/ml PMA, and 10 mM ATP.
42
3. Results and Discussion
3.1. Yeast two-hybrid screens employing the N- and C-terminal regions of Ki-1/57
To gain functional insights via the identification of interacting proteins of Ki-1/57,
the yeast two-hybrid system [27-29] was employed, utilizing a human fetal brain cDNA
library. We performed two screens for Ki-1/57 using the construct pBTM116-Ki-
1/57(122-413) encompassing the C-terminal of Ki-1/57 and pBTM116-Ki-1/57(1-150),
spanning the N-terminal region of Ki-1/57. We sequenced a total of aprox. 100 bait
plasmids for Ki-1/57(122-413) and another 100 for Ki-1/57(1-150).
Interestingly, we identified a series of proteins interacting with both types of constructs
that are functionally associated with p53 (Table 1). In fact all identified proteins shown
in Table 1 either interact directly with p53 or with another member of the p53 protein
family (e.g. p73). Further interacting proteins that interact with several of the Ki-1/57
interacting proteins include SUMO, Topoisomerase 1 and PML. All of these proteins
are functionally interconnected and either directly or indirectly associated to the
regulation of transcription and this emphasizes the potential functional relevance of
the newly discovered interactions.
We did however not identify p53 itself in the yeast two-hybrid screen. This is
most likely due to the fact that p53 only interacts with full length Ki-1/57 (see next
section) and we used two fragments of Ki-1/57 in the two screens. However, we found
the appearance of so many p53 interacting proteins intriguing and speculated that Ki-
1/57 might also be able to interact with p53 and could be functionally associated to it.
To test this hypothesis we inserted murine (72-390) p53 (mp53) and full-length human
p53 (hp53) into the two-hybrid vectors pBTM116 or pGAD424 (see below) and tested
the interaction of Ki-1/57 and p53 in a direct assay one on one.
43
3.2. Test of direct interaction between Ki-1/57 and p53 in the yeast two-hybrid system
To directly test the interaction between Ki-1/57 and mp53(72-390) a series of
bait and prey construct were generated in the yeast two-hybrid system vectors
pBTM116 (lexA-DNA-binding domain) and pGAD424 (Gal4-activation domain) and co-
transformed as indicated in Fig.1. We found that only full length Ki-1/57 is capable to
interact with mp53, whereas three different deletion constructions all failed to interact
with mp53. Since two of these constructs (Ki-1/57 1-150 and Ki-1/57 122-13) were
used in our library screenings, this might explain why we did not find p53 as an
interacting protein. Interestingly, the interaction could be confirmed when the inserts
and vectors were interchanged. Ki-1/57 in fusion to either lexA or Gal4AD interacts
equally well with mp53 fused to Gal4AD or lexA, respectively (Fig.1, compare sections
3 and 4). Since the murine p53 constructs lacks the amino acids 1-72 the interaction
does not seem to involve the N-terminal domain of mp53. As controls we used empty
44
vector (Fig.1, section 2) and a construct of large T, which interacted as expected with
p53 (Fig.1, section 1).
We also tested all deletions and full length Ki-1/57 in pBTM116 against full-
length human p53 cloned in pGAD424 and obtained the same results as for mp53
above (data not shown). These data suggested that Ki-1/57 interacts with p53 in a
specific and reproducible manner.
3.3. In vitro confirmation of the interaction between Ki-1/57 and p53 with purified
recombinant proteins
In order to test the newly identified interaction between Ki-1/57 and p53 we
performed a series of independent control experiments. First, we carried out a pull
down assay with purified recombinant proteins that had been expressed in E. coli
(GST, GST-p53, 6xHis-Ki-1/57) to confirm the interaction between Ki-1/57 and p53 in
vitro. As shown in Fig. 2A GST-p53 or GST control protein bound to the glutathione
beads. After wash and incubation with 6xHis-Ki-1/57 protein in the supernatant the
bound protein was detected by anti-5xHis monoclonal antibody (Fig.2B).
In a parallel set of experiments we also analyzed if the in vitro phosphorylation
of either 6xHis-Ki-1/57 or p53 by PKC had any influence on the interaction of the two
proteins (Fig.2, GST-p53-P, 6xHis-Ki-1/57-P). We previously reported that the
interaction of Ki-1/57 with the adaptor protein RACK1 is abolished in vitro and in vivo
by the phosphorylation of Ki-1/57 on some C-terminal Thr and Ser residues [9]. Here
we found that the phosphorylation of Ki-1/57 does not influence its capacity to interact
with p53.
The in vitro phosphorylation of p53 on the other hand totally blocked the
interaction between p53 and Ki-1/57 as well as Ki-1/57-P. The phosphorylation of p53
can have both an inhibitory [23] as well as a stimulatory effect [21] on the DNA binding
affinity and transactivation function of p53. This depends on the kinase that acts on
p53, its target Ser, Thr or Tyr residue and its localization in one of the four principal
domains (trans-activation, DNA-binding, tetramerization and C-terminal negative
regulatory domains) of p53. The phosphorylation may positively or negatively
influence p53 interaction with the target promotor DNAs or with regulatory proteins
including UBC9 [32].
45
Figura 1. Only full length Ki-1/57 interacts with the mp53 in the yeast two-hybrid
assay.
(A)-(C) Direct test for interaction between mp53(72-390) and Ki-1/57 and mapping of
the regions of Ki-1/57 that interact with p53. N- and C-terminal truncations of human
Ki-1/57 were fused in frame to indicated domains in plasmids pBTM116 or pGAD424
and co-transfected into yeast L40 cells with vectors containing the fusion of mp53(72-
390) in these vectors (see table D for details). Interaction was determined by the
ability of the co-transformand cells to grow on MM,-W,-L,-H (B). Presence of "bait" and
"prey" plasmids in the co-transformed cells was controlled by growth on MM-W,-L (A).
(C) Blue-color production from the transcriptional activation of the lacZ reporter gene
in case of productive interaction between fusion proteins. D: Table indicating the used
vector constructions of Ki-1/57, mp53 and control fusions for the co-transfections 1-7.
46
Figura 2. In vitro pull down assay with recombinant immobilized GST-p53 and
6xHis-Ki-1/57 protein, but only in its non-phosphorylated form.
Briefly, glutathione sepharose beads were coupled with GST-p53 fusion protein. Next
the loaded beads were washed then incubated with the proteins: wild type 6xHis-K-
1/57 or 6xHis-Ki-1/57P, which had been previously phosphorylated in vitro by PKC.
After washing the bound proteins were analyzed by anti-GST (A) or anti-5xHis (B)
Western blots. Detected fusion proteins (GST or 6xHis-tags) are pointed out by arrows
on the left side and right side of the panels.
47
3.4. Co-immunoprecipitation of Ki-1/57 and p53 from human L540 cells
In order to test if Ki-1/57 and p53 can form a stable complex in human cells we
performed co-immunoprecipitation experiments with anti-Ki-1/57, anti-53 and control
antibodies. We used the human Hodgkin’s disease analogous cell line L540 [26] for
these experiments since both Ki-1/57 [9] and p53 [33] are expressed in these cells.
We found that when we immuno-precipitated p53 from the L540 cells that Ki-1/57 co-
precipitates (Fig. 3, lane 7). This co-precipitation is specific, since it does not occur
with an anti-mouse IgG control antibody (lane 3). The Ki-1/57 protein band was
identified by both analysis of the L540 lysate directly (lane 1) as well as by
immunoprecipitation with the Ki-1/57 specific antibody A26 (lane 4). Bands derived
from the antibodies heavy or light chains were controlled by running out antibodies
loaded to protein sepharose beads prior to incubation with L540 lysate (lanes 2, 4, 6).
3.5. Sub-cellular co-localization of Ki-1/57 and p53
Next we tested if p53 and Ki-1/57 co-localize in mammalian cells. We used
Cos7 cells, since they express p53 and have a similar morphology as adherent Hela
cells, which do not express p53. Cos7 cells were grown on glass cover slips, fixed and
stained with DAPI. Ki-1/57 was immunodetected with mouse anti-human A26 antibody
and sheep anti human p53 antibody. Anti mouse FITC coupled and anti sheep
rhodamine antisera were used as secondary reagents for detection. As previously
described Ki-1/57 is localized both in the cytoplasm and in the nucleus [9] and p53 is
predominantly localized in the nucleus (Fig. 4). The nuclear localization of both
proteins is confirmed by the nuclear DAPI staining. When both proteins stainings are
merged there is a clear orange colored overlap of the two labelings, especially
pronounced in the region directly underneath the nuclear envelope.
48
Figura 3. Co-immunopreciptiation of Ki-1/57 and p53 from the lysate of L540
cells.
10
7
L540 Hodgkin analogous cells were lysed. The lysate was (AL)
immunoprecipitated (IP) with the indicated antibodies against Ki-1/57, p53 or IgG
(negative control). Also run out on the gel were additional controls of the same
amounts of antibodies (A) which had not been incubated with lysate as well as lysate
itself (L). The Western blot (WB) was then developed by A26 antibody, which detects
Ki-1/57. The arrow heads indicate the Ki-1/57 protein and the asterisk the heavy and
light chains of the used antibodies.
49
3.6. Ki-1/57 inhibits p53 dependent transactivation of beta-galactosidase expression in
the yeast
It has been previously described that p53 is a transcriptional activator of many
different promoters [13, 15-17]. Several other proteins have been described that either
co-activate or inhibit the transactivation function of p53 most likely by physically
interacting with the p53 protein (Table 1). We wanted to test if Ki-1/57 is capable of
influencing the transcription activation function of p53 on a target promotor. Therefore,
we established a yeast one-hybrid system based transcription activation system. The
yeast strain W303 was transfected with a plasmid containing the LacZ gene (encoding
beta-galactosidase) under control of a p53 promotor region. Next, additional co-
transfections of the yeast expression plasmids (pGAD424) encoding human p53 in
fusion with the Gal4 activation domain or empty vector on the one hand and of a
second yeast expression plasmid (pBTM116) encoding full length Ki-1/57 protein
fused to the lexA DNA binding domain or empty plasmid were performed (Fig. 5). The
co-transfected yeast clones were than tested for the activation of the p53 reporter
gene encoding beta galactosidase (ONPG enzymatic assay of the beta-galactosidase
activity).
As expected, the presence of only the p53 encoding plasmid caused a relatively
strong activation of the reporter gene (Fig 5., 2 column) but remained on
approximately the same level when an empty pBTM116 had been co-transfected into
the cells (column 3). The co-transfection of a pBTM116 plamid containing the cDNA
coding for full length Ki-1/57 caused a decrease in the level of beta-galactosidase
expression by 56% in these cells (column 4). Expression of Ki-1/57 alone on the other
hand had no significant capacity to increase the p53 promotor activity (column 5)
leaving the beta-galactosidase activity on the background level observed for cells
transfected with empty pGAD424 vector (Gal4-AD, column 1) or with empty pBTM116
vector (lexA-BD, data not shown).
50
Figura 4. Sub-cellular localization of endogenous Ki-1/57 and p53 in Cos7 cells.
Cos7 cells were grown on glass cover slips and after 24 h were fixed with 100%
methanol and proteins were detected and analyzed on a Nikon fluorescence
microscope using the following primary antibodies: Ki-1 monoclonal mouse antibody
and goat anti-p53 monoclonal antibody. Fluorescein-coupled anti-mouse (green) or
rhodamine-conjugated anti-goat antibodies (red) were used as secondary antibodies.
DAPI staining (blue) was used to show the position of the nuclei. Superimposing the
two colors (merge) results in a yellow/orange color.
51
Figura 5. Ki-1/57 inhibits p53 dependent transactivation of beta-galactosidase
expression in the yeast
W303-p53blue yeast cells were transfected or co-transfected with the indicated
plasmid constructs: Gal4 (empty pGAD424 vector), LexA (empty vector pBTM116),
Gal4-p53 (pGAD424 vector containing full length human p53 cDNA), LexA-Ki-1/57
(pBTM116 vector containing full length human Ki-1/57 cDNA). Freshly grown
transfected colonies were then grown in liquid culture. After adjusting equal cell
numbers the cells were pelleted, lysed and their cell lysates were submitted to a
quantitative beta-galactosidase assay based on the OPNG reaction (see Mat. and
Meth. section for details). Each point represents the average value of three
independent experiments in arbitrary units expressing the amount of the generated
yellow reaction product. The error bar at the top of each column indicates the standard
deviation.
52
In conclusion, the newly identified p53 interaction partner Ki-1/57 could have a
negative regulatory role for p53. It is particularly interesting that the interaction
between Ki-1/57 and p53 is interrupted by the in vitro phosphorylation of p53 by PKC.
Previous studies had identified Ki-1/57 as protein, which interacts with RACK1 and is
a target for PMA activated PKC in vivo [9]. Since RACK1 is also functionally
associated to the p53 protein family as a negative regulator of p73 dependent
transcription [10] it is tempting to speculate that a regulatory cytoplasmic pathway
involving the proteins PKC, RACK1 and Ki-1/57 could be important for the fine
regulation of p53 function in dependence of the cells activation status. Future
investigations are required to determine Ki-1/57 exact role in relation to p53 and
whether the in vivo phosphorylation of p53 by different protein kinases has an
influence on its activity and if its functional inactivation or inhibition upon mitogenic
activation (PMA, PHA) in leukocytes might be an important step to prevent p53
dependent blockage of the cell in the interphase and allow cells to enter in mitosis.
Acknowledgements:
This work is financially supported by the Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado São Paulo (FAPESP), the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) and the Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS). We
thank Drs. Hilmar Lemke (Univ. Kiel, Germany), Hinrich P. Hansen (Univ. Köln,
Germany) for critical reagents and support and Dr. Carlos H. I. Ramos and Luciana R.
Camillo for DNA sequencing support. We thank Dr. Gianni Del Sal (Laboratorio
Nazionale CIB, Trieste, Italy) for generously providing the plasmid clone encoding full-
length human p53 fused to GST (in vector pGEX). We also like to thank Eugenia R.
Camargo for technical assistance.
References
[1] Schwab, U., Stein, H., Gerdes, J., Lemke, H., Kirchner, H., Schaadt, M., and Diehl,
V. (1982). Nature 299, 65-67.
[2] Hansen, H., Lemke, H., Bredfeldt, G., Könnecke, I., and Havsteen, B. (1989). Biol.
Chem. 370, 409-416.
[3] Froese, P., Lemke, H., Gerdes, J., Havsteen, B., Schwarting, R., Hansen, H., and
Stein, H. (1987). J.Immunol. 139, 2081-2087.
53
[4] Hansen, H., Bredfeldt, G., Havsteen, B., and Lemke, H. (1990). Res.Immunol. 141,
13-31.
[5] Rohde, D., Hansen, H., Hafner, M., Lange, H., Mielke, V., Hansmann, M. L., and
Lemke, H. (1992). Am.J.Pathol. 140, 473-482.
[6] Kobarg, J., Schnittger, S., Fonatsch, C., Lemke, H., Bowen, M. A., Buck, F., and
Hansen, H. P. (1997). Exp.Clin.Immunogenet. 14, 273-280.
[7] Huang, L., Grammatikakis, N., Yoneda, M., Banerjee, S. D., and Toole, B. P.
(2000). J.Biol.Chem. 275, 29829-29839.
[8] Lemos, T.A., Passos, D.O., Nery, F.C., and Kobarg, J. (2003). FEBS Lett. 533, 14-
20.
[9] Nery, F. C., Passos, D.O., Garcia, V.S. and Kobarg, J. (2004). J. Biol. Chem. 279,
11444-11455.
[10] Ozaki, T. Watanabe, K-I., Nakagawa, T., Miyazaki, K., Takahashi, M., and
Nakagawara, A. (2003). Oncogene, 3231-3242.
[11] Lane, D.O. (1992). Nature 358, 15-16.
[12] Lee, S, Elenbase, B., Levine, A., and Griffith, J. (1995). Cell 81, 10130-11020.
[13] Kastan, M.B., Zhan, Q., El-Deiry, W.S., Carrier, F., Jacks, T., Walsh, W.V.,
Plunkett, B.S., Vogelstein, B., and Fornace, Jr., A.J. (1992). Cell 71, 587-597.
[14] Shaw, P., Bovey, R., Tardy, S., Sali, R., Sordat, B., and Costa, J. (1992). Proc.
Natl., Acad. Sci. USA 89, 4495-4499.
[15] El-Deiry, W.S., Tokino, T., Velculesco, V.E., Levy, D.B., Parsons, R., Trent, J.M.,
Lin, D., Mercer, W.E., Kinzler, K.W., and Vogelstein, B. (1993). Cell 75, 817-825.
[16] Okamoto, K. and Beach, D. (1998). J. Biol. Chem. 273, 5997-6000.
[17] Miyashita, T. and Reed, J. C. (1995). Cell 80, 293-299.
[18] Hollstein, M., Sidransky, D., Vogelstein, B., and Harris, C.C. (1991). Science 253,
49-53.
[19] Zhao, L.Y., Liu, J., Sidhu, G.S., Niu, Y., Liu, Y., Wang, F. And Daiqing, L. (2004).
J. Biol. Chem. Set. 10
th
, in press, manuscript M406743200.
[20] Zhou, R., Wen, H. and Ao, S.Z. (1999). Gene 235, 93-101.
[21] Dumaz, N. and Meek, D.W (1999). EMBO J 18, 7003-7010.
[22] Okamoto, T., Izumi, H., Imamura, T., Takano, H., Ise, T, Uchiumi, T., Kuwano, M.,
and Kohno, K. (2000). Oncogene 19, 6194-6202.
54
[23] Liu, Q., Kaneko, S., Yang, L., Feldman, R.I., Nicosia, S. V. Cheng, J., and Cheng,
J. Q. (2004). J. Biol. Chem., in press, manuscript M406802200.
[24] Gu, W. and Roeder, R. (1997). Cell 90, 595-606.
[25] Meek, D.W. (1994). Semin. Cancer Biol. 5, 203-210.
[26] Gerdes, J., Schwab, U., Lemke, H., and Stein, H. (1983). Int. J. Cancer 31, 13-20.
[27] Bartel, P. L. and Fields, S. (1995). Methods Enzymol. 254, 241-263.
[28] Vojtek, A. B. and Hollenberg, S. M. (1995). Methods Enzymol. 255, 331-342.
[29] Durfee, T., Becherer, K., Chen, P. L., Yeh, S. H., Yang, Y., Kilburn, A. E., Lee, W.
H., and Elledge, S. J. (1993). Genes Dev. 7, 555-569.
[30] Moraes, K.C.M., Quaresma, A.J,C., Maehnss, K, and Kobarg, J. (2002). Biol.
Chem. 384, 25-37.
[31] Moura, P., Rui, E., Goncalves, K.A., and Kobarg, J. (2005). Virus Res., in press.
[32] Lin, J.Y., Ohshima, T. And Shimotohno, K. (2004). FEBS Lett. 573, 15-18.
[33] Jucker, M., Schaadt, M., Diehl, V., Poppema, S., Jones, D., and Tesch, H. (1990).
Hematol. Oncol. 8, 191-204.
[34] Minty, A., Dumont, X., Kaghard, M., and Caput, D (2000). J. Biol. Chem. 275,
36316-36323.
[35] Rajendra, R., Melegaonkar, D., Pungaliya, P., Marshall, H., Rasheed, Z.,
Brownell, J., Liu, L.F., Lutzker, S., Saleem, A., Rubin, E. H. (2004). J. Biol. Chem.
279, 36440-36444.
[36] Kim, E.J., Park, J.S., and Um, S.J. (2003). Nuclei Acids Res. 31, 5356-5367.
[37] Schmidt, D. and Muller, S. (2002). Proc. Natl., Acad. Sci. USA 99, 2872-2877.
[38] Banerjee, S. And Kundu, T.K. (2003). Nuclei Acids Res. 31, 3236-3247.
[39] McKinney, K. and Prives, C. (2002). Mol. Cell. Biol. 22, 6797-6808.
[40] Legube, G., Linares, L.K., Tyteca, S., Caron, C., Scheffner, M., Chevillard-Briet,
M., and Trouche, D. (2004). J. Biol. Chem. 279, 44825-44833.
[41] Haneda, M., Kojima, E., Nishikimi, A., Hasegawa, T., Nakashima, I., and Isobe, K.
(2004). FEBS Lett. 567, 171-174.
[42] Gobert, C., Bracco, L., Rossi, F., Olivier, M., Tazi, J., Lavelle, F., Larsen, A.K. and
Riou, J.F. (1996). Biochemistry 35, 5778-5786.
55
3 RESULTADOS
3.4 Artigo IV:
A spectroscopic analysis of the interaction
between the human regulatory proteins RACK-1
and Ki-1/57
Flávia C. Nery, Gustavo C. Bressan,
Marcos R. Alborghetti, Taís
M. Kuniyoshi, Dario O. dos Passos,
Carlos H. I. Ramos, Beatriz G.
Guimarães, Sergio Oyama Jr and Jörg Kobarg
(Artigo submetido)
56
A spectroscopic analysis of the interaction between the
human regulatory proteins RACK-1 and Ki-1/57
Flávia C. Nery
a,b
, Gustavo C. Bressan
a,c
,
Marcos R. Alborghetti
a
, Taís M.
Kuniyoshi
a
, Dario O. Passos
a,d
,
Carlos H. I. Ramos
a,d
, Beatriz G. Guimarães
a,d
,
Sergio Oyama Jr
a
and Jörg Kobarg
a, b, d,
*
a
Centro de Biologia Molecular Estrutural, Laboratório Nacional de Luz
Síncrotron, Rua Giuseppe Máximo Scolfaro 10.000, C.P. 6192, 13084-971 Campinas -
SP, Brasil;
b
Departamento de Genética e Evolução-UNICAMP, Campinas SP, Brasil;
c
Universidade Federal de Viçosa, MG, Brasil;
d
Departamento de Bioquímica,
UNICAMP, Campinas, SP, Brasil and *Corresponding author: Tel.: (55) 19-3512-1125,
Fax: (55) 19-3287-7110, E-mail
Abstract:
Ki-1/57, the 57-kDa cytoplasmic and nuclear antigen recognized by the CD30 antibody
Ki-1, is associated with protein kinase activity and regulated by activation dependent
phosphorylation. In recent studies we employed the yeast two-hybrid system in order
to identify proteins interacting with Ki-1/57 and thereby get clues on its cellular
functional context. Ki-1/57 interacts with the Receptor of Activated Kinase-1 (RACK1),
a signalizing adaptor protein that binds activated PKC. Furthermore, Ki-1/57 is a
substrate for PKC phosphorylation in vitro and in vivo and co-precipitates with PKC
when isolated from PMA L540 cells. In this work, we analyze the biophysical
characteristics of the individual proteins and of the interaction between RACK-1 and
two protein fragments of Ki-1/57 (122-413, 264-413). The far-UV circular dichroism
spectrum of RACK1, a WD repeat protein, showed an unusual positive ellipticity at 229
nm. In other proteins of the WD family, an unusual positive ellipticity at 229 nm has
been attributed to surface tryptophans since the maximum could be abolished by
modification of the tryptophans with N-bromosuccinimide (NBS). Our results showed
that NBS, Ki-1/57(122-413) and Ki-1/57(264-413) can abolish this unusual positive
ellipticity of RACK1. The additive far UV-CD spectrum profiles of the Ki-1/57(122-413)
or (264-413) with RACK1 confirm that the proteins interact. In summary, the circular
dichroism and fluorescence studies implicate that the tryptophans residues of RACK1
are involved in the interaction with Ki-1/57. Furthermore, we observed that the
phosphorylation of Ki-1/57 changes its secondary structure, which might contribute to
the complete dissociation of RACK1 and Ki-1/57 upon Ki-1/57 phosphorylation by
PKC.
Keywords: RACK1, WD family, Ki-1/57, Circular Dichroism, Fluorescence,
protein phosphorylation.
Abbreviations: Luria-Bertani medium (LB), Isopropyl-1-thio-ß-D-
galactopyranoside (IPTG), N-bromosuccinimide
(NBS), 2-mercaptoethanol,
dithiothreitol (DTT), sodium
dodecyl sulfate (SDS), Protein Kinase C (PKC).
57
1. Introduction
Ki-1/57, the 57-kDa human protein antigen recognized by the CD30 antibody Ki-
1 in Hodgkin and Sternberg-Reed cells in Hodgkin lymphoma [1], is a cytoplasmic and
nuclear protein, which is phosphorylated on serine and threonine residues [2, 3]. When
isolated from the Hodgkin’s lymphoma analogous cell line L540, Ki-1/57 co-
immunoprecipitates with a Thr/Ser protein kinase activity [4]. Its expression in diverse
cancer cells and association with kinase activity in mitogen activated peripheral blood
cells, suggested a role in cellular activation and possibly in cell signaling [5]. In recent
studies, where the yeast two-hybrid system was used to identify proteins interacting
with Ki-1/57, we found that Ki-1/57 engages in specific interactions with the Chromatin-
Helicase-DNA-binding domain protein 3 (CHD3) [6], a nuclear protein involved in
chromatin remodeling and transcription regulation, and with the Receptor of Activated
Kinase C-1 (RACK1) [7], an adaptor protein that interacts itself with activated Protein
Kinase C (PKC) [8].
Ki-1/57 has also been termed IHABP4 because it contains many positively
charged amino acids and has been shown to interact with a series of negatively
charged macromolecules, including RNA and hyaluronan (an extracellular
glucosaminoglycan) in vitro [9]. It has not been shown yet whether such binding
actually occurs in vivo. PAI-1 mRNA-binding protein is an alternative splice variant of
CGI-55, the putative paralogue of Ki-1/57, and has been shown to specifically bind to
the mRNA of type-1 plasminogen activator inhibitor (PAI-1) [10]. This protein called
PAI-RBP1 is thought to be involved in regulation of mRNA stability.
RACK1, that interacts with Ki-1/57 but not with CGI-55, is an adaptor protein
from the WD repeat proteins family. RACK1 is involved with very diverse cellular
functions including regulation of signal transduction [11-12], pre-mRNA processing
[13], gene transcription [14], cell cycle progression [15], translation [16] and actin
cytoskeleton rearrangement [17]. RACK1 is a member of WD repeat family of proteins
that are made up od highly conserved repeating units called WD repeats [18]. Each
repeating unit consists of a core region of approximately 40 amino acids typically
bracketed by GH (glycine-histidine) and WD (tryptophan-aspartate), and a variable
region of 6-94 amino acids [18-19]. This repeating unit was first recognized in the G
58
protein β subunit that transduces signals across the plasma membrane [20]. Like Gβ
subunit the amino acid sequence deduced from the cDNA shows that RACK1 is made
up of seven WD repeats, but with minimal N- and C-terminal extensions, that have
been predicted to all have a similar architecture [19, 20-22]. Different from other
researchers [18], we have expressed RACK1 in Escherichia coli and were able to
purify it in large quantities in soluble form, making it suitable for structural studies and
the assessment of its biophysical properties through spectroscopic analyses.
Here we investigated the abrogation of the interaction between RACK1 e Ki-
1/57, after the phosphorylation of Ki-1/57 by PKC in vitro, using circular dichroism (CD)
and emission fluorescence spectroscopy. We observed that the RACK1 CD spectrum
shows an unusual positive ellipticity at 229 nm that it is attributed to tryptophans, since
the 229 nm maximum could be abolished by modification of these tryptophans by N-
bromosuccinimide (NBS) [23]. Other important observation is the decrease of
fluorescence emission spectrum by NBS modification [24-26]. It demonstrates that the
tryptophans are exposed in the molecule.
Furthermore, our results showed that the C- terminal amino acids 264-413 of Ki-
1/57 can abolish RACK1 mentioned unusual positive ellipticity at 229 nm, and thereby
confirming this interaction. Besides, the emission fluorescence intensity of RACK1
decreased with NBS. We observed that 0,4 mM NBS abolished the tryptophan
emission fluorescence. The same two fragments of Ki-1/57 that interacted with RACK1
also decreased the RACK1 emission fluorescence intensity. Our result seems to
indicate that Ki-1/57 could interact with surface tryptophans of RACK1.
59
2. Materials and Methods
2.1 Plasmid construction
Several sets of oligonucleotides were designed to allow sub-cloning of the full
cDNA and the constructs of Ki-1/57 coding the indicated regions in bacterial
expression vectors. We inserted the full cDNA of Ki-1/57 (1-413) and the constructs:
the N-Terminal Ki-1/57(1-150), C-terminal Ki-1/57(122-413), C-terminal Ki-1/57(151-
263), C-terminal Ki-1/57(264-413), into the EcoRI and BamHI sites of vector pPROEX
(Invitrogen) to obtain 6xHis-tagged proteins. The full cDNA encoding the protein
RACK1 was amplified and inserted into the NdeI and HindIII of vector pET-28a
(Novagen) to obtain the 6xHis-tagged protein.
2.2 Bacterial expression and protein purification
Ki-1/57 constructs were expressed in E. coli BL21-CodonPlus-RIL (Stratagene)
and 6xHis-RACK-1 protein was expressed in E. coli BL21 (DE3) (Stratagene).
Overnight cultures of E. coli transformed with 6xHis-Ki-1/57 recombinant constructs in
pPROEX vector were diluted 1:50 in 1000 mL of fresh LB media (100 µg/mL ampicillin,
34 µg/mL cloranfenicol) and grown at 37
o
C until the OD
600
reached 0.7-0.8. Then we
added isoprenyl β-D-thiogalactopyranoside (IPTG) to 1.8 mM. After a further 4 h of
growth, cells were pelleted and resuspended in 10% of the culture volume of buffer A
(20 mM Tris-HCl, pH 7.5, 100 mM NaCl, 5 mM β-mercaptoethanol, 1mM PMSF). Cells
were lysed by sonication on ice. The lysis supernatant was cleared by centrifugation
and then submitted to purification on a HiTrap™ Chelating HP Column (Amersham
Biosciences). Overnight cultures of E. coli transformed with 6xHis-RACK1 recombinant
pET28a vector were diluted 1:50 in 1000 mL of fresh LB media (50 µg/mL kanamicin)
and grown at 37 °C until the OD
600
reached 0.7-0.8 and before adding IPTG to 1.8 mM,
while the temperature was lowered to 30
o
C. After a further 4 h of growth, cells were
pelleted and resuspended in 10% of the culture volume of buffer A (20 mM Tris-HCl,
pH 7.5, 150 mM NaCl, 1 mM PMSF, 0.5 mM DTT and 0.5 mM EDTA). Cells were lysed
by sonication on ice, followed by centrifugation at 6000xg for 30 min. The supernatant
was purified with 2 ml of Ni-NTA (nitrilotriacetic acid) resin (QIAGEN) preequilibrated
60
with buffer A at about 10 mL/h. The column was washed with 50 ml of buffer A or until
the OD
280
of the flow-through was less than 0.01. The recombinant proteins were
eluted with a 20-mL linear gradient of 0-0.5 M imidazole in buffer B (20 mM Tris-HCl,
pH 7.5, 150 mM NaCl, 20 % Glycerol, 0.5 mm EDTA, 0.5 mm DTT e 0.5 M Imidazole).
Fractions of 1 mL each were collected, and aliquots were analyzed by SDS-PAGE on
10%. The peak fractions containing of 6xHis-Ki-1/57 constructs and 6xHis-RACK1
recombinant proteins were dialyzed against 20 mM Tris–HCl pH 7.5, 5 % Glycerol, 1
mm DTT, 1 mM EDTA e 1 mM phenylmethylsulfonyl fluoride (PMSF) and concentrated
using UltraFree4 (Millipore) by centrifugation of 3000 g and 4
o
C. After concentration
these protein were dialyzed against 20 mM Tris–HCl pH 7.5, 20 % Glycerol, 1 mM
DTT, 1 mM EDTA and 1 mM PMSF and analyzed by SDS–PAGE.
2.3 Far-UV circular dichroism (CD) spectroscopy
CD spectra of RACK1 or Ki-1/57 and constructs were recorded on a Jasco J-
810 spectropolarimeter with temperature controlled by a Peltier Type Control System
PFD 425S. Spectra were measured at a temperature of 25
o
C. Samples were
examined in 0.1 cm cubettes at a concentration of protein, 10 µM, chosen to maintain
the dynode voltage below 650 V in the wavelength region 260-200 nm or 260-205nm.
Protein concentration was determined using absorption at 280 nm and an extinction
coefficient [27], which was calculated from the composition of the protein using
Protparam’. The spectrum reported for each sample represents the average of 20
individual spectra for each preparation and has been corrected for baseline
contribution due to buffer (0.1 M Phosphate buffer, pH 7.5). Scanning rate was 50
nm/min with spectral band width of 1 nm and response time was two seconds. CDNN
Deconvolution software (Version 2- http://bioinformatik.biochemtech.
uni.halle.dee/cdnn) was employed for secondary structure prediction. For thermal
denaturation studies, measurements were made at fixed wavelength (229 nm), the
scan rate was varied from 1
o
C / min and samples were heated from 5 to 90
o
C (by
using scan rates of 50
o
C/h). The reversibility of unfolding was tested by performing
several consecutive up and down scans and by scan rate variation. Molar ellipticity
values were determined as follows: [θ](deg.cm
2
/dmol)=[θ-(MRW)]/[(10)(lc)], where θ
represents the displacement from the baseline value X full range in degrees, MRW
61
equals the mean residue weight of an amino acid, l is the path length of the cell in cm,
and c equals the concentration of protein in g/mL. All reported spectra were normalized
to molar ellipticity values in deg.cm
2
/dmol. For the analyses of tryptophan modification
of 6xHis-RACK1 by N-bromosuccinimide (NBS), samples were treated with 0.5 mM
NBS in buffer 0.1 M sodium phosphate buffer, pH 7.5 for 5 minutes and CD spectra
were recorded immediately afterwards [19]. Base lines were run tree times in all the
conditions mentioned above.
2.4. Fluorescence spectroscopic studies
The experiments were performed with an Aminco Bowman
Series 2 (SLM-
AMINCO) spectrofluorimeter
equipped with a 450 W lamp. Experiments using the
fluorescence
of RACK1 or Ki-1/57 constructs were carried out at 25 °C in a buffer
containing 0.1 M Phosphate (pH 7.5). The recombinant proteins were analyzed at
concentrations of 1.0 µM. The tryptophan intrinsic fluorescence was investigated with
the excitation at 295 nm
and the emission
was measured from 300 nm to 430 nm with a
spectral bandpass of 4 nm
for excitation and 4 nm for emission. For the analyses of
tryptophan modification of 6xHis-RACK1 by N-bromosuccinimide (NBS), samples were
treated with 0.5 mM NBS in buffer 0.1 M sodium phosphate buffer, pH 7.5 for 5
minutes and fluorescence spectra were recorded immediately afterwards.
62
3. Results
3.1-Expression and Purification of RACK1 and the Ki-1/57 constructs
To facilitate the purification of RACK1 and Ki-1/57 constructs from E. coli, we
expressed them as fusion proteins containing an N-terminal 6xHis tag. The expression
of RACK1 was induced by 1.8 mM IPTG at 30
o
by four hours. Purification of 6xHis-
RACK1 from the soluble fraction on Ni-NTA resin resulted in large protein quantities,
which were more than 95% pure as confirmed by SDS-PAGE (Figure 1A). This protein
was however unstable at low ionic strength or in the absence of glycerol. It remained
however soluble in the presence of 150 mM NaCl and 20% glycerol. The presence of 1
mM EDTA and 1 mM DTT further helped to prevent the formation of aggregates of this
protein. RACK1 is a monomer in solution as confirmed by gel filtration chromatography
and mass spectroscopy analyses (data not shown). The purification of 6xHis-RACK1
from 1 L of culture yielded about 3 mg of protein.
The cDNA regions encoding for four Ki-1/57 constructions: one encoding amino
acids 122-413, 264-413, 151-263 or 1-150 of Ki-1/57 were amplified by PCR and
subcloned into the pProex expression vector, downstream from the sequence coding
for a histidine tag. Recombinant vectors were than transformed into E. coli BL21 (DE3)
codonplus RIL, because some regions of Ki-1/57 sequence contain codons that are
rare in bacteria and could cause premature termination of translation or low expression
rates. Western blot analysis with an anti-4xHis antibody confirmed that all Ki-1/57
protein constructs contain the N-terminal 6xHis-tag (data not shown). The expression
of the Ki-1/57 constructs was induced by addition of 1.8 mM IPTG at 37
o
C by four h.
Proteins in the column eluate were separated by SDS-PAGE (Fig. 1B). The purification
from 1 L of culture yielded approximately 0.5 mg of protein of constructs 6xHis-Ki-
1/57(1-150), 3 mg of protein for 6xHis-Ki-1/57(151-263), 1 mg of protein for 6xHis-Ki-
1/57(254-413) and 2 mg of protein construct 6xHis-Ki-1/57(122-413).
63
K
i
-
1
/
5
7
(
1
-
1
5
0
)
K
i
-
1
/
5
7
(
1
5
1
-
2
6
3
)
K
i
-
1
/
5
7
(
2
6
4
-
4
1
3
)
K
i
-
1
/
5
7
(
1
2
2
-
4
1
3
)
1 2 3 4 5 1 2 3 4
AB
6xHisRACK1
K
i
-
1
/
5
7
(
1
-
1
5
0
)
K
i
-
1
/
5
7
(
1
5
1
-
2
6
3
)
K
i
-
1
/
5
7
(
2
6
4
-
4
1
3
)
K
i
-
1
/
5
7
(
1
2
2
-
4
1
3
)
1 2 3 4 5 1 2 3 4
AB
6xHisRACK1
Figura 1. SDS-polyacrylamide gel electrophoresis analysis of purified
6xHis-RACK1 protein and of Ki-1/57 protein fragments. Expression and purification
of 6xHis-RACK1 from BL21 (DE3) cells was shown in A: the fraction not induced with
IPTG (lane 1), the fraction induced (lane 2) and the fractions after purification (lanes 3-
5), lane 6 marker proteins. B. Expression of Ki-1/57 constructs from BL21 (DE3) codon
plus RIL cells: lane 1, C-terminal Ki-1/57 (122-413); lane 2, C-terminal Ki-1/57 (264-
413); lane 3, C-terminal Ki-1/57 (151-263) and lane 4, N-Terminal Ki-57 (1-150).
64
3.2- Circular Dichroism
The overall percentage of α-helices calculated from the RACK1 CD spectrum
was estimated to be less than 5% calculated from the molar ellipticity at 200-260 nm
(CDNN program). The far-UV-CD spectrum of 6xHis-RACK1 at room temperature
shows a pronounced maximum at 229 nm (Fig. 2A). In other proteins, the positive
molar ellipticity at around 230 nm has been ascribed to the presence of disulfide bonds
or interactions between aromatic residues, such as tryptophans, phenylalanines, and
tyrosines [28,29]. RACK1 has 13 tryptophans, 8 phenylalanines and 6 tyrosines. In
order to determine the source of the positive ellipticity of 6xHis-RACK1 at 229 nm, the
tryptophan residues were modified with 0.5 mM of NBS. N-Bromosuccinimide (NBS) is
a known protein reagent able to modify proteins through the oxidation of mainly
tryptophan residues. These properties make NBS a suitable reagent to selectively
block tryptophan residues. Fig. 2A shows the CD spectra of 6xHis-RACK1 before and
after treatment with NBS. Treatment with NBS completely abolishes the maximum at
229 nm, indicating that interactions between tryptophan residues may be responsible
for the maximum at 229 nm.
We observed by experiments of thermal stability of RACK1 that it was unstable
at temperatures above 45
o
C because the maximum at 229 nm disappears at this
temperature (data not shown). This supposed protein denaturation was irreversible.
The experiments of circular dichroism of pre-incubated RACK1 and Ki-1/57
constructs (Fig 2B) showed that the positive ellipticity at 229 nm of RACK1 disappears
in the presence of the Ki-1/57 fragments 122-413 or 264-413 (Fig. 2B and data not
shown). The experimental additive spectrum profiles of either Ki-1/57(122-413) or Ki-
1/57(264-413) together with RACK1 clearly suggest that both proteins interact. This
confirms the previously obtained interaction data from independent two-hybrid and pull-
down experiments [7], and further suggest that Ki-1/57 interacts with the surface
tryptophans of RACK1.
We observed previously that the phosphorylation of Ki-1/57 on its extreme C-
terminal, abolished the interaction with RACK1. Here we found that the
phosphorylation of Ki-1/57 does not abolish RACK1 unusual positive ellipticity at 229
nm (Fig. 2B). This shows that the phosphorylation of Ki-1/57 really prevents any
interaction with RACK1.
65
200 210 220 230 240 250 260
- 6000
- 5000
- 4000
- 3000
- 2000
- 1000
0
1000
RACK1
RACK1+Ki-1/57 (151-263)
RACK1+Ki-1/57 (122-413)
RACK1+Ki-1/57-P (122-413)
Wavelength (nm)
A
B
Wavelength (nm)
200 210 220 230 240 250 260
-6000
-5000
-4000
-3000
-2000
-1000
0
1000
RACK1
RACK1+0.5 mM NBS
[]
MRW
(Deg x cm
2
x dmole
-1
)
[]
MRW
(Deg x cm
2
x dmole
-1
)
200 210 220 230 240 250 260
- 6000
- 5000
- 4000
- 3000
- 2000
- 1000
0
1000
RACK1
RACK1+Ki-1/57 (151-263)
RACK1+Ki-1/57 (122-413)
RACK1+Ki-1/57-P (122-413)
Wavelength (nm)
A
B
Wavelength (nm)
200 210 220 230 240 250 260
-6000
-5000
-4000
-3000
-2000
-1000
0
1000
RACK1
RACK1+0.5 mM NBS
[]
MRW
(Deg x cm
2
x dmole
-1
)
[]
MRW
(Deg x cm
2
x dmole
-1
)
Figura 2. CD spectra from 200 to 260 nm of purified 6xHis-RACK1 and Ki-
1/57 constructs.
(A) 6xHis-RACK1 in 0.1 M sodium phosphate buffer, pH 7.0 at 25
o
C, in the
absence and presence of 0.5 mM of NBS. (B) Ki-1/57 interference in the positive
ellipticity at 229 nm of RACK1 (see text for detailed explanation).
200 210 220 230 240 250 260
- 16000
- 14000
- 12000
- 10000
- 8000
- 6000
- 4000
- 2000
0
2000
Ki-1/57 (122-413)
Ki-1/57 (151-263)
Ki-1/57 (264-413)
Ki-1/57 (1-150)
200 210 220 230 240 250 260
- 16000
- 14000
- 12000
- 10000
- 8000
- 6000
- 4000
- 2000
0
2000
Ki-1/57 (122-413)
Ki-1/57-P (122-413)
B
[]
MRW
(Deg x cm
2
x dmole
-1
)
Wavel engt h (nm)
[]
MRW
(Deg x cm
2
x dmole
-1
)
A
Wavelength (nm)
200 210 220 230 240 250 260
- 16000
- 14000
- 12000
- 10000
- 8000
- 6000
- 4000
- 2000
0
2000
Ki-1/57 (122-413)
Ki-1/57 (151-263)
Ki-1/57 (264-413)
Ki-1/57 (1-150)
200 210 220 230 240 250 260
- 16000
- 14000
- 12000
- 10000
- 8000
- 6000
- 4000
- 2000
0
2000
Ki-1/57 (122-413)
Ki-1/57-P (122-413)
B
[]
MRW
(Deg x cm
2
x dmole
-1
)
Wavel engt h (nm)
[]
MRW
(Deg x cm
2
x dmole
-1
)
A
Wavelength (nm)
Figura 3. CD spectra from 200 to 260 nm of purified Ki-1/57 fragments at
room temperature. (A); (B): Difference between the phosphorylated C-terminal Ki-
1/57 fragment (122-413) (-P) and its unphosphorylated form.
66
Furthermore, the addition of Ki-1/57(151-263), a fragment of the protein that
does not interact with RACK1 [7], did not diminish the positive molar ellipticity of
RACK1 (data not shown). This shows that only the fragment Ki-1/57(122-413) can
interact with the surface tryptophans of RACK1. An argument might be made that the
application of NBS could affect the general folding of RACK1. However, the selective
modification of RACK1 tryptophans was confirmed by other spectroscopic method.
Furthermore, the interference of both C-terminal Ki-1/57 constructs with RACK1
tryptophans was also confirmed by fluorescence studies (see below).
The overall percentage of α-helices calculated from the CD spectrum of Ki-1/57
fragments was estimated to be less than 8% calculated from the molar ellipticity at
200-260 nm (CDNN program) (Fig. 3A). In order to determine if the phosphorylation
interferes with the Ki-1/57 secondary structure we phosphorylated Ki-1/57(122-413) in
vitro with PKC as described previously [7], and used it in circular dichroism
spectroscopy experiments. We observed that phosphorylated Ki-1/57(122-413), has
about 2.3% less alpha-helical content (decreased from 9% to 6.7%) and that the
percentage of anti-parallel beta-sheet increased about 5% (increase from 31.6% to
36.5%). The minimum at 208 nm of un-phosphorylated Ki-1/57 in relation to
phosphorylated Ki-1/57 increases from -7500 to –14000 molar ellipticity (Fig. 3B). This
corroborates our hypothesis that phosphorylation may modify Ki-1/57 secondary
structure and such a change in secondary may at least contribute to the complete
abrogation of the interaction with RACK1 upon phosphorylation of Ki-1/57.
3.3- Intrinsic Fluorescence Studies
The fluorescence emission spectrum of RACK1 is typical of a tryptophan-rich
protein. When excited at 295 nm, there is a strong emission maximum at 330 nm (Fig.
4A). The effect of NBS modification on the fluorescence emission spectrum of the
RACK1 is shown in Fig. 4A. There is an increasing loss of fluorescence at gradually
increasing concentrations of NBS that corresponds to the progressive oxidation of the
tryptophans. At 0.4 mM NBS completely abolishes the tryptophan fluorescence.
Another way to characterize the influence of Ki-1/57 binding to RACK1 is to
measure the fluorescence emission upon titration of RACK1 with Ki-1/57(151-413) or
(122-413). In both cases, the binding of the Ki-1/57 constructs to RACK1 significantly
67
280 300 320 340 360 380 400 420 440
0
1
2
3
4
5
6
7
8
RACK1
RACK1 + 0.1 mM NBS
RACK1 + 0.2 mM NBS
RACK1 + 0.4 mM NBS
RACK1 + 0.8 mM NBS
A
Fluorescence (arbitrary numbers)
280 300 320 340 360 380 400 420 440
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Ki-1/57 (122-413)
Ki-1/57 (264-413)
RACK1
RACK1 + Ki-1/57 (122-413)
RACK1 + Ki-1/57 (264-413)
Fluorescence (arbitrary numbers)
B
280 300 320 340 360 380 400 420 440
0
1
2
3
4
5
6
7
8
RACK1
RACK1 + 0.1 mM NBS
RACK1 + 0.2 mM NBS
RACK1 + 0.4 mM NBS
RACK1 + 0.8 mM NBS
A
Fluorescence (arbitrary numbers)
280 300 320 340 360 380 400 420 440
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Ki-1/57 (122-413)
Ki-1/57 (264-413)
RACK1
RACK1 + Ki-1/57 (122-413)
RACK1 + Ki-1/57 (264-413)
Fluorescence (arbitrary numbers)
B
Figura 4. Fluorescence emission spectra of RACK1 and Ki-1/57.
(A) 6xHis-RACK1 was treated with different concentrations of NBS. (B) 6xHis-
RACK1 was incubated with Ki-1/57(122-413) and Ki-1/57(264-413). The samples were
excited at 295 nm and the emission was measured from 300 to 430 nm with a spectral
bandpass of 4 nm for excitation and emission.
68
decrease the relative fluorescence emission of RACK1. Depending on the Ki-
1/57 fragment used the decrease in fluorescence varied from 30 to 60%. Ki-1/57(264-
413) was more efficient in decreasing the RACK1 fluorescence than the larger
fragment Ki-1/57(122-413). This indicates again that both Ki-1/57 constructs interact
with the surface tryptophans of RACK1.
4. Discussion
In order to address the mechanism by which phosphorylation of Ki-1/57
abolishes the interaction with RACK1 and to test if the positive ellipticity at 229 nm of
RACK1 can be attributed to surface tryptophans we performed a spectroscopic studies
of the interaction between RACK-1 and two C-terminal Ki-1/57 constructions (264-413
and 122-413).
First, we wanted to address if phosphorylation changes the secondary structure
of Ki-1/57. We found significant and reproducible changes in the secondary structure of
Ki-1/57. The α-helices content decreases from 9% to 6.7% and the percentage of anti-
parallel beta-sheet increase 31.6% to 36.5% upon phosphorylation. Besides, the
minimum at 208 nm of un-phosphorylated Ki-1/57 in relation to phosphorylated Ki-1/57
increases from -7500 to –14000 molar ellipticity.
In a recent study, Bjorndal and collaborators showed that CD spectra of RACK1
did not show the positive ellipticity at 229 nm [30]. We believe that their protein may not
have been completely folded because different of them our CD data from RACK1
correspond well with that of spectra of other member of the WD protein family [23]. The
positive peak around 225 to 300 nm in RACK1 reflects contributions made by
tryptophan side chains located in β–strands [31-35] and it is observed in members of
the WD domain [23] WW domain families [36-38] and in proteins that do not belong
these families but show a β-propeller structure [39, 40]. Members of the the WW
domain family are small proteins with three-stranded antiparallel β-sheet topology
present a positive peak the 230 nm which disappears at 90 °C [36]. This indicates a
disruption of the tertiary structure as observed in the WD domain protein family, too.
The parameters for thermal denaturation of the WW and WD domain families are
similar. In both families the proteins start to unfold around 45 °C, probably due to
69
increased side chain motion of the surface set of tryptophans [23]. It also was
observed that other proteins predicted to form a beta-propeller structure, as
hemopexin, also exhibit this same positive ellipticity around the 230 nm region [38].
Since positive ellipticity signals have been noted for proteins with predominantly β-
sheet and β-turn secondary structures that contain aromatic amino acids, our data are
compatible with the presence of these elements in the RACK1 protein.
Tryptophan is an amino acid that generally exists in the hydrophobic core region
of protein. The nitrogen atom on the indole group usually forms a hydrogen bond with
other groups on the main or side chains [41]. The chemical modification of tryptophan
might affect the nearby hydrogen bond and hydrophobic microenvironment. Chemical
modification of RACK1 by tryptophan-specific reagents, such as NBS, corroborated
with our earlier results that tryptophans participate of in the binding between RACK-1
and Ki-1/57 proteins.
Another observation is that different of other members of WD domain family
RACK1 and SEC13 contain only WD-repeats with little or no amino or carboxyl
terminal extensions. This indicates that the secondary structure of these proteins can
be similar. Our date showed very similar CD spectra for RACK1 and SEC13.
We obtained the 6xHis-RACK1 in soluble form expressed in E. coli. Other
researchers have described RACK1 as insoluble protein [17] and explained their
results by a possible association of RACK1 with the membrane or insoluble fraction of
the mammalian cell. We speculate that this in vivo association with the membrane and
insoluble fraction is caused by interactions with other proteins [23].
In summary, our data demonstrate that Ki-1/57, which we previously
demonstrated to interact with RACK1, can interfere in the signals of CD and
fluorescence of its interacting protein 6xHis-RACK1. Besides, the changes in the
secondary structure of Ki-1/57 upon phosphorylation may contribute to the observed
interruption of the interaction between these proteins.
Acknowledgements:
This work is financially supported by the Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado São Paulo (FAPESP), CNPq and the LNLS. We thank Maria Eugenia R.
Camargo for technical support, Silvia Lucas Ferreira da Silva for help with CD and
70
fluorescence data aquisition, Dr. Nilson I. T. Zanchin and Adriana Cristina Alves for
technical support in protein purification.
References
[1] Schwab, U., Stein, H., Gerdes, J., Lemke, H., Kirchner, H., Schaadt, M., and Diehl,
V. (1982) Nature 299, 65-67
[2] Hansen, H., Lemke, H., Bredfeldt, G., Könnecke, I., and Havsteen, B. (1989) Biol.
Chem. 370, 409-416
[3] Froese, P., Lemke, H., Gerdes, J., Havsteen, B., Schwarting, R., Hansen, H., and
Stein, H. (1987) J.Immunol. 139, 2081-2087
[4] Hansen, H., Bredfeldt, G., Havsteen, B., and Lemke, H. (1990) Res.Immunol. 141,
13-31
[5] Kobarg, J., Schnittger, S., Fonatsch, C., Lemke, H., Bowen, M. A., Buck, F., and
Hansen, H. P. (1997) Exp.Clin.Immunogenet. 14, 273-280.
[6] Lemos, T.A., Passos, D.O., Nery, F.C. and Kobarg, J.(2003) FEBS Lett. 533(1-
3):14-20.
[7] Nery, F.C., Passos, D.O., Garcia, V.S., Kobarg, J. (2004) J Biol Chem.
279(12):11444-55.
[8] Ron, D., Chen, C.H., Caldwell, J., Jamieson, L., Orr, E., Mochly-Rosen, D (1994).
Proc Natl Acad Sci U S A 91(3):839-43.
[9] Huang, L., Grammatikakis, N., Yoneda, M., Banerjee, S.D., Toole, B.P. (2000) J
Biol Chem. 275(38):29829-39.
[10] Heaton, J. H., Dlakic, W. M., Dlakic, M., and Gelehrter, T. D. (2001) J.Biol.Chem.
276: 3341-3347.
[11] Chen, S., Spiegelberg, B.D., Lin, F., Dell, E.J., Hamm, H.E. (2004) J Mol Cell
Cardiol. 37(2):399-406.
[12] McCahill, A., Warwicker, J., Bolger, G. B., Houslay, M. D. and Yarwood, S. (2002)
J. Mol Pharmacol. 62(6):1261-73.
[13] Angenstein, F., Evans, A. M., Settlage, R. E.,. Moran, S. T., Ling, S-C., Klintsova,
A. Y., Shabanowitz, J., Hunt, D. F. and Greenough, W. T. (2002) J. Neurosci. 22:
8827-8837.
[14] Sang, N., Severino, A., Russo, P., Baldi, A., Giordano, A., Mileo, A.M., Paggi,
M.G., De Luca, A. (2001) J Biol Chem. 276(29):27026-33.
71
[15] Mamidipudi, V., Zhang, J., Lee, K.C., Cartwright, C.A.(2004) Mol Cell Biol.
24(15):6788-98.
[16] Sengupta, J., Nilsson, J., Gursky, R., Spahn, C.M., Nissen, P., Frank, J. (2004)
Nat Struct Mol Biol. 11(10):957-62.
[17] Miller, L.D., Lee, K.C., Mochly-Rosen, D., Cartwright, C.A. (2004) Oncogene 23
(33): 5682-86.
[18] Garcia-Higuera, I., Thomas, T.C., Yi, F., Neer, E.J. (1996) J Biol Chem.
271(1):528-35.
[19] Sengupta, J., Nilsson, J., Gursky, R., Spahn, C.M,, Nissen, P., Frank, J. (2004).
Nat Struct Mol Biol.11(10):957-62.
[20] Fong, H.K., Hurley, J.B., Hopkins, R.S., Miake-Lye, R., Johnson, M.S., Doolittle,
R.F., Simon, M.I. (1986) Proc Natl Acad Sci U S A. 83(7):2162-66.
[21] Sondek, J., Bohm, A., Lambright, D.G., Hamm, H.E. and Sigler, P.B. (1996)
Nature 379 (6563):369-74.
[22] Lambright, D.G., Sondek, J., Bohm, A., Skiba, N.P., Hamm, H.E. and Sigler, P.B.
(1996) Nature 379(6563):311-9.
[23] Saxena, K., Gaitatzes, C., Walsh, M.T., Eck, M., Neer, E.J. and Smith, T.F. (1996)
Biochemistry. 35(48):15215-21.
[24] Williams MN. (1975). J Biol. Chem. 250(1): 322-30.
[25] Ali MS, Shenoy BC, Eswaran D, Andersson LA, Roche TE and Patel MS (1995). J
Biol Chem. 270(9):4570-4.
[26] Bandivadekar KR and Deshpande VV. (1996). Biochem J. 315 ( Pt 2):583-7.
[27] Gill, S.C. and von Hippel, P.H. (1989) Anal Biochem. 182(2):319-26.
[28] Hider, R.C., Kupryszewski, G., Rekowski, P. and Lammek, B. (1988). Biophys
Chem. 1988 Aug;31(1-2):45-51.
[29] Woody, R. W. (1978). Biopolymers 17:1451-67.
[30] Bjorndal, B., Trave, G., Hageberg, I., Lillehaug, J.R., Raae, A.J. (2003). Protein
Expr Purif. 31(1):47-55.
[31] Misenheimer TM, Huwiler KG, Annis DS and Mosher DF (2000). J Biol Chem.
275(52):40938-45.
[32] Cochran AG, Skelton NJ and Starovasnik MA (2001). Proc Natl Acad Sci U S A
98(10):5578-83.
72
[33] Wimley WC, Hristova K, Ladokhin AS, Silvestro L, Axelsen PH and White SH
(1998). J Mol Biol. 277(5):1091-110.
[34] Bishop CM, Walkenhorst WF and Wimley WC (2001). J Mol Biol. 309(4):975-88.
[35] Andersson D, Carlsson U and Freskgard PO. (2001). Eur J Biochem. 268(4):1118-
28.
[36] Xin Jiang, Jennifer Kowalski and Jeffery W. Kelly. (2001). Protein Science
10:1454-65
.
[37] Houbi Nguyen, Marcus Jäger, Alessandro Moretto, Martin Gruebele and
Jeffery W. Kelly. (
2003). Proc. Natl., Acad. Sci. USA 100(7): 3948-53.
[38] Ferguson N, Johnson CM, Macias M, Oschkinat H and Fersht A. (2001). Proc.
Natl., Acad. Sci. USA 98 (23): 13002-07.
[39] Faber, H.R., Groom, C.R., Baker, H.M., Morgan, W.T., Smith, A., Baker, E.N.
(1995). Structure 3(6):551-9.
[40] Morgan, W.T., Muller-Eberhard, U. (1974). Enzyme 17(1):108-15.
[41] Yu Y, Li R, Xu C, Ruan K Shen Y and Govindjee (2001). Physiologia Plantarum
111: 108-15.
73
4 RESULTADOS COMPLEMENTARES
4.1 Caracterização da proteína Ki-1/57
A proteína Ki-1/57 não possui domínios característicos descritos na literatura, no
entanto, esta proteína contém regiões ricas em arginina (aa 43-218), em ácido
glutâmico (aa 257-295) e rica em glicina (aa 184-244), segundo a análise com
programa Motif Scan (http://myhits.isb-sib.ch/cgi-bin/motif_scan). Além disso,
apresenta um motivo denominado HABP4_PAI-RBP1 (Huang et al., 2000, Heaton et
al., 2001), descrito em banco de dados, que no caso de Ki-1/57 se encontra entre os
aminoácidos 183-360, sendo indicado por ligar a hialuronato ou RNA. Apresenta
também um motivo de importação nuclear (RKRR- aa 55-58) e um potencial motivo
de ligação a ATP (G-X-G-XX-G-X(X)
13-22
–K) entre os aminoácidos 194-230 (Lemos et
al., 2003).
43 218184 244 257 295
1 413
183 360
194 230
55-58
Figura 6: Caracterização da proteína Ki-1/57 em motivos protéicos.
Legenda:
Motivo rico em arginina
Motivo de exportação nuclear
Motivo HABP4_PAI_RBP1
Motivo rico em glicina
Motivo rico em ácido glutâmico
Motivo de ligação a ATP
74
4.2 O sistema de duplo híbrido em levedura
O sistema de duplo híbrido em levedura é uma poderosa metodologia que foi
desenvolvida para identificar genes que codificam proteínas (presas) que interagem
com uma dada proteína alvo (isca) in vivo (Chien et al., 1991; Fields e Song, 1989;
Fields e Sternglanz, 1994). A base para o sistema de duplo híbrido em levedura está
na estrutura de um fator de transcrição que tem dois domínios fisicamente separados:
o domínio de ligação ao DNA (BD) e o domínio de ativação da transcrição (AD). O
domínio da ligação ao DNA se liga a uma seqüência promotora específica, que se
situa no início de um gene repórter, este por sua vez interage com o domínio de
ativação da transcrição, o qual atrai os componentes críticos do complexo de iniciação
de transcrição. No sistema de duplo híbrido o gene que codifica proteína de interesse
é fusionado ao gene que codifica o domínio de ligação ao DNA, enquanto uma
biblioteca de cDNA, a qual codifica várias proteínas potencialmente interativas a
serem testadas, é fundida ao gene que codifica o domínio de ativação de transcrição.
Quando ocorre uma interação entre a proteína de interesse e uma proteína da
biblioteca, o fator de transcrição é reconstituído e os genes repórteres que estão sob
seu controle são ativados.
Antes de iniciar com a triagem de possíveis proteínas que interagem com as
proteínas Ki-1/57 e CGI-55, um possível parólogo de Ki-1/57, como será discutido no
tópico 4.3, nós comparamos a expressão destas proteínas em diferentes tecidos por
Northern blot (Resultados: Artigo I, fig.2). Nós observamos que a proteína CGI-55 foi
predominantemente expressa em: coração, músculo esquelético, rins, placenta, fígado
e cérebro (em ordem decrescente de intensidade); a proteína Ki-1/57 é predominante
expressa em: cérebro, rins, coração e músculo esquelético (em ordem decrescente de
intensidade). A alta expressão de Ki-1/57 no cérebro sugeriu a utilização de uma
biblioteca de cérebro fetal humano para as triagens de interação proteína-proteína
pelo sistema de duplo híbrido em levedura.
4.2.1 Ensaio de duplo híbrido em levedura com a porção C-terminal de Ki-1/57
(122-413)
Depois de realizados todos os testes de auto-ativação da proteína Ki-1/57 C-
terminal (122-413), a qual o gene foi inserido no plasmídeo pBTM116 fusionado ao
75
domínio de ligação a DNA (BD) da proteína LexA, esta foi utilizada como “isca” para a
triagem de possíveis ligantes codificados por uma biblioteca comercial de cDNA de
cérebro fetal humano (Clontech) fusionada ao domínio de ativação (AD) de GAL4. A
interação entre Ki-1-57 C-terminal e as proteínas ligantes foi detectada pelo
crescimento em meio sem histidina e pela produção da β-Galactosidase. A
transformação da cepa L40 de Saccharomyces cerevisiae expressando o plasmídeo
“isca” com a biblioteca de cDNA, teve uma eficiência de 1,3x10
6
, resultando em 565
transformantes que foram capazes de crescer em meio sem histidina e entre estes
clones, 184 foram positivos para o ensaio de expressão de β-Galactosidase em papel
de filtro. Destes 184 clones, apenas 54 foram reconfirmados por co-transformação da
cepa L540 e, finalmente, 51 sequências foram obtidas e analisadas pelo programa
BLAST, levando a identificação de 11 proteínas, como apresentado na tabela 1.
Tabela 1: Proteínas que interagem com a região C - terminal da proteína Ki-1/57
(122-413) pelo sistema duplo híbrido em levedura.
KDa Proteínas Número
de
clones
Domínio/ função Ref.
bibliográfica
36
(RACK1) Receptor para quinase C
ativada (Receptor for Activated
Kinase C-1)
27
Repetições WD40 (WD40 repeats) / Ligam-
se à PKC ativada, ao ribossoma (levedura) e
ao RNA.
Guillemot et
al., 1989.
Ron, D. et al.,
1994.
~93
(TOPORS) Proteína que se liga a
topoisomerase I rica em argina e
serina (topoisomerase I binding,
arginine/serine-rich protein)
4
Domínio dedo de anel (RING finger) e região
rica em arginina e serina/ ativação
transcricional
Haluska et
al.,1999.
Zhou et al.,
1999.
~240
(CHD-3) Proteína com domínios
cromo-helicase-de-ligação ao DNA.
(Chromodomain Helicase DNA
binding protein-3)
3
Domínio dedos de Zinco (zinc finger ),
Domínio CHROMO: organizador e
modificador de cromatina (Chromatin
Organization Modifier), /Família das
Helicases , regulação da transcrição e
remodelagem de cromatina
Woodage et
al., 1997.
~149
(ZFP106) Proteina com dedos de
zinco 106 (Zinc finger protein 106) 3
Zinc finger, repetições WD40 (WD40
repeats) / transcrição.
Grasberger
et al., 2005.
~41
(HRMT1L2) Arginina Metil transferase
1 (Argine N-Methytransferase 1L2)
2
Motivo de ligação ao RNA / Modificação
pós transcricional através da metilação
de arginina de proteínas alvos.
Scott et al.,
1998.
76
Tabela 1: (continuação)
KDa Proteínas Número
de
clones
Domínio/ função Ref.
bibliográfica
~67
(PIAS-3) Proteína inibidora de STAT3
ativada (Protein inhibitor of activated
STAT3)
2
Domínio SAP – possível motivo de
ligação ao DNA - (bihelical)
Chung et al.,
1997.
120
(ALEX2) Proteína com repetição
Armadillo (Armadillo repeat protein X
chromosome,2 )
2
Segmento transmembrana e uma
repetição Armadillo (arm) /supressor de
tumor
Kurochkin et
al., 2001.
~53
(HMGBCG) Similar a proteína High-
MobilityGroup 2-Like 1 2
Domínios HMG/ fator de transcrição
Seroussi et
al., 1999.
120 (DAXX) Proteína associada à morte
(Death-associated protein)
2 Região de ligação à proteína Fas/
Apoptose e transcrição
Li et al., 2000.
Koer al., 2001.
~42
(ACTB) Actina beta 1
Domínio de Actina e Domínio ATPase
similar aos domínios de Hexoquinase e
proteínas Hsp 70.
Ng et al.,
1985.
100
(p100) um co-ativador do fator de
transcrição do vírus Epstein-Barr 2 ou
EBNA-2
1 Domínio Tudor homólogo a nuclease de
Staphylococcus e Motivo de ligação ao
RNA /coativador de STAT6 e
transcrição
Broadhurst e
Wheeler,
2001.
4.2.2 Ensaio de duplo híbrido em levedura com a porção N-terminal de Ki-1/57
(1-150)
Da mesma forma como mencionado anteriormente, nós testamos quanto
uma possível auto-ativação da proteína Ki-1/57 N-terminal (1-150). Nós observamos
que esta “isca” era capaz de crescer em meio sem histidina, no entanto, as colônias
transformadas com esta “isca” não eram capazes de crescer na presença de 3-
aminotriazol, mesmo que em concentrações mais baixas como 2 mM. A interação
entre Ki-1-57 N-terminal e as proteínas ligantes foi detectada pelo crescimento dos
clones em meio sem histidina e com 10 mM de 3-aminotriazol e pela produção da β-
Galactosidase. A transformação da cepa L40 de Saccharomyces cerevisiae
expressando este plasmídeo “isca” com a biblioteca de cDNA, teve uma eficiência de
1,2 x10
5
, resultando em 79 transformantes que foram capazes de crescer em meio
77
sem histidina e com 10 mM de 3-aminotriazol e entre estes clones, 60 clones foram
positivos para o ensaio de expressão de β-Galactosidase. Foram obtidas 39
seqüências de DNA e estas foram analisadas pelo programa BLAST. Esta análise
resultou na identificação de 20 proteínas que interagem com N-terminal de Ki-1/57 e
estão descritas na tabela 2.
Tabela 2: Proteínas que interagem com a região N- terminal da proteína Ki-1/57 (1-
122) pelo sistema duplo híbrido em levedura.
KDa Proteínas Número
de
clones
Domínio/ função Ref.
bibliográfica
40
(HRMT1L2) Proteína arginina metil
transferase1 (arginina metil
transferaseT1L2)
6
Motivo catalítico/ Atividade de metil-
transferase para resíduos de argina
Scott et al.,
1998
~18
(UBC9) Enzima conjugadora de
ubiquitina E2I (UBE2I: ubiquitin-
conjugating enzyme E2I )
5
Domínio catalítico/ degradação protéica no
proteasomo por ubiquitinação.
Watanabe et
al.,1996.
19
(CIRBP) Proteína que se liga ao RNA
induzida por frio (cold inducible RNA
binding protein)
3
Motivo de reconhecimento de RNA (RRM) /
regulação de splicing alternativo.
Nishiya et al.,
1997.
~70
(FXR1P) Proteína relacionada com
retardamento mental X-frágil (Fragile X
mental retardation-related protein 1)
3
Domínio KH e caixas RG/ associam com os
polissomos (60 S) e poli A de RNAm.
Siomi et al.,
1995.
~36
(YB-1 ou NSEP1) Proteína de ligação
ao elemento sensível a nuclease 1
(nuclease sensitive element binding
protein 1)
3
Domínio choque-frio (Cold-shock) de ligação
ao DNA-RNA / interação com elementos
regulatórios no DNA.
Didier et al.,
1988.
52.7
(BTBD2) Proteína contendo 2 domínios
BTB(POZ) (BTB (POZ) domain
containing 2)
2
Domínio BTB (POZ) / Interage com histona-
desacetilase.
Carim-Todd et
al., 2001.
~72
(APLP1) Proteína similar a proteína
amilóide precursora 1 (Amyloid-
precursor-like protein 1)
2
Domínio homólogo aos inibidores de serina
proteases/ glicoproteína associada a
membrana plasmática e envolvida na
doença de Alzheimer. APLP1 é processada
pela gama-secretase.
Lenkkeri et
al., 1998.
8
(NDUFAB1) Proteína NADH
desidrogenase, subcomplexo alfa/beta
1 (NADH dehydrogenase (ubiquinone)
1, alpha/beta subcomplex, 1)
2
Transporte de elétrons do NADH para
ubiquinona.
Loeffen et al.,
1998.
78
Tabela 2: (continuação)
KDa Proteínas Número
de
clones
Domínio/ função Ref.
bibliográfica
73
GADD34 Proteína de parada de
crescimento celular induzida por danos
ao DNA 34 (growth arrest and DNA-
damage-inducible 34) ou PPP1R15A /
674 aa
2
GADD 34 atua na proliferação celular em
melanoma, stress celular e apoptose.
Holander et
al.,1997.
106 (EB1) Proteína associada a E2a-Pbx1
(E2a-Pbx1 associated proteína)
1
Domínios: PTB/PID e SAM/ domínio de
ligação à fosfotirosina/ interage com
receptores após fosforilação da tirosina.
Fu et al.,1999.
22
(RPL38) Proteína ribossomal L38
(ribosomal protein L38)/ 189 aa
1
Ligação à fosfatidil-etanolamina / liga-se a
lipídeos, interage com a maquinaria de
trandução protéica.
Kenmochi et
al., 2001.
35 (RIL) Proteína reversion-induced LIM
protein / 328 aa
1
Domínios: PDZ, LIM e de ligação a zinco/
interação com tirosina quinase.
Bashirova et
al.,1998.
154 KIAA1883 protein 1
Domínio catalítico, fosfotransferase, quinase
Ser/Ther
NCBI
Annotation
Project.
92
(EPS8): Substrato 8 do receptor de
fator de crescimento epidermal
(epidermal growth factor receptor
pathway substrate 8)
1
Domínio de ligação à fosfotirosina, motivo
SH3/ proliferação celular
Wong et al.,
1994
26
(SFRS9) Fator de splicing rico em
arginina/serina 9 (splicing factor
argine/serine rich 9)
1
Motivo RRM / Interage com NSEP 1,
controle de hnRNP A1 por splicing
alternativo, funciona como repressor do sitio
3’de splicing.
Simarde e
Chabot, 2002.
293 Miosina IXA 1
Dominíos: associação com Ras
(RalGDS/AF-6), Miosina, ligação a ATPases,
DAG, Região ester de forbol, região de PKC
1, rico em cisteínas, ligação a GTPase e
domínio RhoGAP
NCBI
Annotation
Project.
2 (SF2/p32) Fator de splicing 2/p32 1
Motivo de ligação ao RNA/ fator protéico
essencial para pré-mRNA splicing em HeLA.
SF2 é essencial para a acurácia do splicing
e na regulação do splicing alternativo
Krainer, et al.,
1991.
73 Receptor de crescimento opióide
(Opioid Growth receptor)
1
Domínio efetor Rabphilin-3
A
/ envolvida no
transporte de vesículas sinápticas.
NCBI
Annotation
Project.
79
4.3 A proteína Ki-1/57 possui um parálogo humano: CGI-55 e possíveis ortólogos
em outros organismos vertebrados
Podemos observar que as seqüências de aminoácidos de possíveis ortólogos
de Ki-1/57 em diferentes mamíferos apresentam alta identidade seqüencial (Mus
musculus, Rattus norvegicus e Homo sapiens). No entanto, podemos observar que
um possível ortólogo de Ki-1/57 em aves: Gallus gallus, apresenta uma identidade
seqüencial menor, comparando-se com os mamíferos (figura 7). Dentro da espécie
humana, a proteína humana Ki-1/57 possui alta identidade com outra proteína,
chamada CGI-55, também com função desconhecida. As seqüências das proteínas
CGI-55 e de Ki-1/57 apresentam uma similaridade de aproximadamente 67 % na
seqüência de aminoácidos (40 % dos resíduos são idênticos, 27 % são similares),
segundo o programa Clustal W (Resultados: Artigo I, fig. 1; figura 8). Esta alta
similaridade sugere que estas duas proteínas humanas podem ser parálogas e podem
ter funções similares ou redundantes na célula.
Uma outra isoforma de CGI-55 é conhecida por PAI-RBP1: “PAI-1 mRNA-
binding protein”. A proteína PAI-RBP1 foi identificada originalmente como uma
proteína com afinidade para um elemento rico em AU na região 3'-não traduzida do
RNA de “plasminogen activator inhibitor” (PAI), e, possivelmente, envolvida na
relação da estabilidade desse RNAm. (Heaton et al. 2001).
As proteínas Ki-1/57, CGI-55 e PAI-RBP1 apresentam um motivo em comum
(HABP4_PAI-RBP1) no seus C-terminais. Esta seqüência é muito conservada, como
se pode observar ao alinhar as seqüências de aminoácidos destas proteínas (figura
8). No caso de Ki-1/57, esse motivo se encontra entre os aminoácidos 183-360 (figura
8).
80
10 20 30 40 50 60
| | | | | |
Musmusculus MKGALGSPVAAAGAAMQETFGCVVANRFHQLLDDESDPFDILREAEHRRQQQLQRKRRDE
Ratusnorvegicus MKGALGSPVAAAGAAMQETFGCVVANRFHQLLDDESDPFDILREAEHRRQQQLQRKRRDE
Homosapiens MKGALGSPVAAAGAAMQESFGCVVANRFHQLLDDESDPFDILREAERRRQQQLQRKRRDE
galusgalus MKGAMGCPVAAV---MEGSFSCTVANRFYQLLDDESDPFDNLREAERCWQQ-----RKNL
****:*.****. *: :*.*.*****:*********** *****: ** *::
Prim.cons. MKGALGSPVAAAGAAMQE2FGCVVANRFHQLLDDESDPFDILREAE2RRQQQLQRKRRDE
70 80 90 100 110 120
| | | | | |
Musmusculus AAAASGAGHRGGRSPAVASGHRPGAGGRRESQKERKSLAASGAQQPDSPGG-PQPPGQKR
Ratusnorvegicus AAAASGAGHRGGRSPAVASGHRPGAAGRRESQKERKSLAVSSAQQPDSPGG-PQPPGQKR
Homosapiens AAAAAGAGPRGGRSPAGASGHRAGAGGRRESQKERKSLPAPVAHRPDSPGGGLQAPGQKR
galusgalus SKVVARRGDPGSR----------GCATRRELQKQRKQLGTPAP---------PPQPGQKQ
: ..: * *.* *.. *** **:**.* .. . ****:
Prim.cons. AAAA2GAGHRGGRSPAVASGHRPGA2GRRESQKERKSLAA24AQQPDSPGGGPQPPGQKR
130 140 150 160 170 180
| | | | | |
Musmusculus TPRRGEQQGWNDNRGTDVVLERAERRSYREYRPYETERQADLPVEKFTDEKPVDRFDRDR
Ratusnorvegicus TPRRGEQQGWNDNRGTDVVLDRAERRSYREYRPYDTERQAESTAEKFTDEKPVDRFDRDR
Homosapiens TPRRGEQQGWNDSRGPEGMLERAERRSYREYRPYETERQADFTAEKFPDEKPGDRFDRDR
galusgalus APKQ-EECGGKDNSRAEKEHKTAWRPSFMEYLSSETESQAELTAQSLF--RPTAKLNYER
:*:: *: * :*. .: . * * *: ** . :** **: ..:.: :* ::: :*
Prim.cons. TPRRGEQQGWNDNRGT2VVLERAERRSYREYRPYETERQA2LTAEKFTDEKPVDRFDRDR
190 200 210 220 230 240
| | | | | |
Musmusculus PLRGRGGPRGGLRSKGRGGPGNRAFDSFDQRGKRDFERYSSNDK-TNRMEDSMGGCGIRP
Ratusnorvegicus PLRGRGGPRGGLRNRGRGGPGNRAFDSFDQRGKRDFERYGSSDK-ANRMEDSMGGCGVRT
Homosapiens PLRGRGGPRGGMRGRGRGGPGNRVFDAFDQRGKREFERYGGNDKIAVRTEDNMGGCGVRT
galusgalus P-RGCGRGRGGMQGRGRGGGINKSFDGFDQRGKREFGRQNDNDK----------------
* ** * ***::.:**** *: **.*******:* * ...**
Prim.cons. PLRGRGGPRGG2RGRGRGGPGNRAFDSFDQRGKR2FERYGSNDKIANRMEDSMGGCGVRT
250 260 270 280 290 300
| | | | | |
Musmusculus WGSGKDTSDTEPPAPMEETSMMEECQGTLDEESAAKVPELEVEEENQVQEMTLDEWKNLQ
Ratusnorvegicus WGSGKDTSDTEPPAPMEETSMMEECQGVLDEESASKVPELEVEEENQVQEMTLDEWKNLQ
Homosapiens WGSGKDTSDVEPTAPMEEPTVVEESQGTPEEESPAKVPELEVEEETQVQEMTLDEWKNLQ
galusgalus -------IEMELTAPMEATAKTAKSPGVSEGELLNKVAEGKPREE-VVQEMTLDEWKNLQ
: * .**** .: :. *. : * **.* : .** *************
Prim.cons. WGSGKDTSDTEP2APMEETSMMEE2QG2L2EESAAKVPELEVEEENQVQEMTLDEWKNLQ
310 320 330 340 350 360
| | | | | |
Musmusculus EQTRPKPEFNIRKPESTVPSKAVVIHKSRYRDDMVKEDYEDESHVFRKAANDITSQLEIN
Ratusnorvegicus EQTRPKPEFNIRKPESTVPSKAVVIHKSRYRDDIVKDDYEDESHVFRKAANDITSQLEIN
Homosapiens EQTRPKPEFNIRKPESTVPSKAVVIHKSKYRDDMVKDDYEDDSHVFRKPANDITSQLEIN
galusgalus QQNRPKHEFNIRRPESTVPSKAVVIHKSKYSDDIQKGELEDDYHIFRRAVNDITFQLDIN
:*.*** *****:***************:* **: * : **: *:**:..**** **:**
Prim.cons. EQTRPKPEFNIRKPESTVPSKAVVIHKS2YRDD2VKDDYED2SHVFRKAANDITSQLEIN
370 380 390 400 410
| | | | |
Musmusculus FGNLPRPGRGARGSTRGGRGRMRRTENYGPRAEVVTQDVAPNPDDPEDFPALA
Ratusnorvegicus FGNLPRPGRGARGSTRGGRGRIRRTENYGPRAEVVTQDVAPNPDDPEDFPALA
Homosapiens FGNLPRPGRGARGGTRGGRGRIRRAENNYPRAEVVMQDVAPNPDDPEDFPALS
galusgalus FGSLPRPGCGSRGAR--GRGRGRQMEETGPQPEAMVQIVAPNPDDPEDFPALT
**.***** *:**. **** *: *: *:.*.: * **************:
Prim.cons. FGNLPRPGRGARGSTRGGRGRIRRTENYGPRAEVVTQDVAPNPDDPEDFPALA
Figura 7: Alinhamento das seqüências de aminoácidos de possíveis proteínas
ortólogas de Ki-1/57. Seqüências alinhadas das espécies: Mus musculus, Rattus
norvegicus, Homo sapiens e Gallus gallus pelo program Clustal W
(www.clustaw.genome.ad.jp).
81
10 20 30 40 50 60
| | | | | |
CGI_55 MPGHL-----------QEGFGCVVTNRFDQLFDDESDPFEVLKAAE-------NKKKEAG
PAI_RBP1 MPGHL-----------QEGFGCVVTNRFDQLFDDESDPFEVLKAAE-------NKKKEAG
Ki_157 MKGALGSPVAAAGAAMQESFGCVVANRFHQLLDDESDPFDILREAERRRQQQLQRKRRDE
* * * **.*****:***.**:*******::*: ** ::*:.
Prim.cons. MPGHLGSPVAAAGAAMQEGFGCVVTNRFDQLFDDESDPFEVLKAAERRRQQQLNKKKEAG
70 80 90 100 110 120
| | | | | |
CGI_55 GGGVGGPGAKSATQAAAQTNSNAAGKQLRKESQKDRKNPLPPSVGVVDKKEETQPPVAFK
PAI_RBP1 GGGVGGPGAKSAAQAAAQTNSNAAGKQLRKESQKDRKNPLPPSVGVVDKKEETQPPVALK
Ki_157 AAAAAGAGPR-GGRSPAGASGHRAGAGGRRESQKERKSLPAP---VAHRPD--SPGGGLQ
.....*.*.: . ::.* :..: ** *:****:**. .* *..: : .* .::
Prim.cons. GGGVGGPGAKSA3QAAAQTNSNAAGKQLRKESQKDRKNPLPPSVGVVDKKEETQPPVALK
130 140 150 160 170 180
| | | | | |
CGI_55 KEGIRRVGRRPDQQ----LQGEGKIIDRRPERRPPRERR-FEKPLEEKGEGGEFSVDRP-
PAI_RBP1 KEGIRRIGRRPDQQ----LQGEGKIIDRRPERRPPRERR-FEKPLEEKGEGGEFSVDRP-
Ki_157 APGQKRTPRRGEQQGWNDSRGPEGMLER-AERRSYREYRPYETERQADFTAEKFPDEKPG
* :* ** :** :* :::* .***. ** * :*. : . . :*. ::*
Prim.cons. KEGIRR3GRRPDQQGWNDLQGEGKIIDRRPERRPPRERRPFEKPLEEKGEGGEFSVDRPG
190 200 210 220 230 240
| | | | | |
CGI_55 ---IIDRPIRGRGGLGRGRGGRGRGMGRG---DGFDSRGKREFDRHSGSDRSSFSHYSGL
PAI_RBP1 ---IIDRPIRGRGGLGRGRGGRGRGMGRG---DGFDSRGKREFDRHSGSDRS------GL
Ki_157 DRFDRDRPLRGRGGPRGGMRGRGRGGPGNRVFDAFDQRGKREFERYGGNDKI------AV
***:***** * ***** . *.**.******:*:.*.*: .:
Prim.cons. DRFIIDRPIRGRGGLGRGRGGRGRGMGRGRVFDGFDSRGKREFDRHSGSDRSSFSHYSGL
250 260 270 280 290 300
| | | | | |
CGI_55 KHEDKRGGSGSHNWGTVKDELTDLDQSNVTEETPEGEEHHPVADTEN--KENEVEEVKEE
PAI_RBP1 KHEDKRGGSGSHNWGTVKDELTDLDQSNVTEETPEGEEHHPVADTEN--KENEVEEVKEE
Ki_157 RTEDNMGGCGVRTWGSGKDT-SDVEPTAPMEEPTVVEESQGTPEEESPAKVPELEVEEET
: **: **.* :.**: ** :*:: : **.. ** : ..: *. * *:* :*
Prim.cons. KHEDKRGGSGSHNWGTVKDELTDLDQSNVTEETPEGEEHHPVADTENPAKENEVEEVKEE
310 320 330 340 350 360
| | | | | |
CGI_55 GPKEMTLDEWKAIQNKDRAKVEFNIRKPNEGADGQWKKGFVLHKSKSEEAHAEDSVMD--
PAI_RBP1 GPKEMTLDEWKAIQNKDRAKVEFNIRKPNEGADGQWKKGFVLHKSKSEEAHAEDSVMD--
Ki_157 QVQEMTLDEWKNLQEQTRPKPEFNIRKPESTVP---SKAVVIHKSKYRDDMVKDDYEDDS
:******** :*:: *.* *******:. . .*..*:**** .: .:*. *
Prim.cons. GPKEMTLDEWKAIQNKDRAKVEFNIRKPNEGADGQWKKGFVLHKSKSEEAHAEDSVMDDS
370 380 390 400 410 420
| | | | | |
CGI_55 HHFRKPANDITSQLEINFGDLGRPGRGGRGG-RGGRGRGGRPNRGSRTDKSSAS--APDV
PAI_RBP1 HHFRKPANDITSQLEINFGDLGRPGRGGRGG-RGGRGRGGRPNRGSRTDKSSAS--APDV
Ki_157 HVFRKPANDITSQLEINFGNLPRPGRGARGGTRGGRGRIRRAENNYPRAEVVMQDVAPNP
* *****************:* *****.*** ****** *.:.. : . **:
Prim.cons. HHFRKPANDITSQLEINFGDLGRPGRGGRGGTRGGRGRGGRPNRGSRTDKSSASDVAPDV
430
|
CGI_55 DDPEAFPALA
PAI_RBP1 DDPEAFPALA
Ki_157 DDPEDFPALS
**** ****:
Prim.cons. DDPEAFPALA
Figura 8: Alinhamento da seqüência de aminoácidos das proteínas CGI-55, PAIRBP1
e Ki-1/57. A caixa corresponde ao motivo “HABP4_PAI-RBP1” comum entre elas.
82
4.4 Ensaios de cristalização
Os ensaios de cristalização destas proteínas foram realizados por difusão de
vapor em gota sentada com reagentes das empresas Hampton Research (HR), Jena
Bioscience (JBS) e Cristal Screen (CS). Estes sistemas são compostos por diferentes
tampões de cristalização. As placas de cristalização foram mantidas a 18°C e
analisadas semanalmente. Os ensaios de cristalografia foram realizados em
colaboração com a Dra. Beatriz Gomes Guimaraes (LNLS).
4.4.1 Utilizando a proteína recombinante 6his-RACK-1
A proteína RACK1 mostrou formação cristalina do tipo agulha em várias
condições, após 24 horas da realização do ensaio (figura 9 A), na concentração final
de 10 mg/ml.
A partir de uma das condições encontradas (20% PEG 10000/20% Glicerol/
Tris.HCl, pH 8,0/ 0,1 M NaCl), onde observamos a formação de agulhas finas (figura
9A), nos realizamos um ensaio com diferentes concentrações de DTT e encontramos
que a proteína RACK-1 na presença de 5 mM DTT formou cristais maiores do que os
encontrados anteriormente e também mais espessos (figura 9 B).
4.4.2 Utilizando os fragmentos C-terminais de Ki-1/57: KiC (aa 122-413) e KiC2
(aa151-263)
A indução da expressão da proteína 6xHis-Ki-1/57 completa foi mais baixa que
a indução dos fragmentos de Ki-1/57. Desta forma, o baixo rendimento protéico
impossibilitou o uso da proteína 6xHis-Ki-1/57 completa nos experimentos de
cristalização.
Os fragmentos C-terminais de Ki-1/57: KiC (aa 122-413) e KiC2 (aa151-263)
mostraram ser mais puros e estáveis e por isso decidiu-se dar início aos ensaios de
cristalização. Em um período de 24 horas, observamos que as proteínas KiC e KiC2
mostraram formações cristalinas (rosetas). A proteína truncada KiC2 apresentou
formação cristalina nas condições; 0,1 M Tris.HCl pH 8, 5 e 2 M sulfato de amônio
(CS1/4) e 0,1 M Citrato de sódio pH 5,6; 30% PEG 4000 e 2 M acetado de amônio
(CS1/9) e a proteína truncada KiC apresentou formação cristalina na condição 0,1 M
83
Na Hepes pH 7,5; 5% PEG 4000 e 30% MPD e (JBS 7/C4) (figura 9C e 9D). A co-
cristalização pode ser uma necessidade neste caso, no entanto, continuaremos com a
tentativa de cristalizar as proteínas RACK1, KiC2 e KiC independentes.
Figura 9: Ensaios de cristalização das proteínas recombinantes RACK1 (A-B) e Ki-
1/57 (151-263) (C)/ e Ki-1/57 (122-413) (D). Em A, observou-se que a proteína RACK1
formou pequenas agulhas em tampão: 0,1 M Tris.HCl, pH 8, 0.1 M NaCl, 20% PEG
10.000, 20% Glicerol. Durante o refinamento observamos um aumento significativo no
tamanho das agulhas e na sua espessura, mostrado em B, cujo tampão utilizado o
mesmo utilizado em A e com 5 mM DTT. Em C, formações cristalinas foram
encontradas durante os ensaios de cristalização com a proteína KiC2 no tampão: 0,1
M Tris.HCl pH 8, 5 e 2 M Sulfato de Amônio e em D, durante o ensaio com a proteína
KiC no tampão: 0,1 M Na Hepes pH 7,5; 30% MPD e 5% PEG 4000.
84
5 DISCUSSÃO
5.1 O ensaio de duplo híbrido em levedura pode sugerir possíveis contextos
funcionais para a proteína Ki-1/57
Para obter informações funcionais sobre uma proteína com função
desconhecida, como a proteína Ki-1/57, existem várias diferentes abordagens e
métodos de biologia molecular. Uma delas é o sistema de duplo híbrido em levedura
(yeast two- hybrid system).
Inicialmente nós não tínhamos o gene completo que codifica a proteína Ki-1/57
e por isso, iniciamos a triagem com o fragmento Ki-1/57(122-413). Posteriormente,
nós conseguimos amplificar a região que codifica o N-terminal de Ki-1/57 e realizamos
um novo ensaio com esta região da proteína.
Com este objetivo de identificar proteínas que interagem com Ki-1/57 pelo
sistema de duplo híbrido em levedura, nós transformarmos a cepa L40 de
Saccharomyces cerevisiae com duas iscas diferentes: a)pBTM116-Ki-1/57(122-413) e
b)pBTM116-Ki-1/57(1-150) e usamos como presa uma biblioteca de cDNA de cérebro
fetal humano clonada no vetor pACT2 (Clontech) como presa. Nos ensaios de duplo
híbrido em levedura, nós identificamos 11 proteínas diferentes (tabela 1, página 79)
que interagem com Ki-1/57(122-413) e 20 proteínas diferentes que interagem com Ki-
1/57(1-150) (tabela 2, página 81). Para uma melhor compreensão das diversas
proteínas encontradas no ensaio de duplo híbrido, consulte a tabela 1 e 2.
Na triagem de proteínas que interagem com Ki-1/57 C-terminal pelo sistema de
duplo híbrido em levedura, destacaram-se as proteínas RACK1 (Receptor for
Activated Kinase –1) e CHD3 (Chromo-Helicase DNA-binding domain protein 3). Isto
porque a proteína RACK1 foi encontrada em 54% das seqüências analisadas e CHD3
porque ela além de interagir com Ki-1/57 esta também interage fortemente com a
proteína CGI-55, aparecendo em 42% das seqüências analisadas (Resultados: Artigo
I).
Interessantemente, nós encontramos a proteína HRMT1L2 (Arginina Metil-
transferase) em ambos os ensaios: com o N- e C- terminal de Ki-1/57. Sabe-se que
esta proteína é responsável pela metilação de resíduos de arginina presente em
85
motivos denominados por RG Box em proteínas alvo. Estes motivos estão presentes
na seqüência que codifica a proteína Ki-1/57.
Analisando ambos os ensaios nós podemos agrupar as proteínas identificadas
nas seguintes classes funcionais, levando em consideração que uma única proteína
pode estar agrupada em mais de uma classe funcional (ver também figura 10):
1) 62% dos clones encontrados codificam proteínas envolvidas na regulação da
transcrição ou na ligação ao DNA: RACK1, CHD3, TOPORS, ZFP106, ZFP189,
TIP60, BTBD2, YB-1 (NSEP1), GADD34, DAXX, PIAS, p100 e HMG;
2) 51% dos clones encontrados codificam proteínas envolvidas em cascatas de
sinalização celular: RACK1, HRMT1L2, EB-1, RIL, ALEX 2, CTGF e EPS8, APLP1,
Miosina IXA e receptor de crescimento opióide (opioid growth receptor);
3) 45% dos clones encontrados codificam proteínas envolvidas em processamento de
RNA e na ligação ao RNA mensageiro ou RNA ribossômico ou polissomos: RACK1,
CIRBP, YB-1 (NSEP1), SFRS9 e SF2/p32, RPL38, p100 e FXRP;
4) 15% dos clones encontrados codificam proteínas envolvidas na degradação de
outras proteínas, no metabolismo, no citoesqueleto e na apoptose: UBC9, GADD34,
DAXX, NAPH Desidrogenase 1, Miosina IXA e ACTB.
86
JAK
JAK
Y
Y
P
P
Fator de
crescimento
TCR
CD30
(ki-1/120)
CD3
Receptores: IFN, IL5,
IL3, IFNR1 e GM-
CSF e Integrinas
ZAP
70
STAT
S
P
fyn
LCK
PP
PKC
PP
P
P
P
ZAP70
STAT
S
Proteína
adaptadora
PLCγ
P
P1P2
DAG InP3
Ki-1/57
Daxx
TOPORS
P
Proteína
adaptadora
PLCγ
P
P1P2
DAG
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
PKC
Inativa ativa
Golgi
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
PIAS3
TIP 60
ZFP 106
CHD 3
RACK 1
PKC
Ki-1/57
P
Ki-1/57
P
Fosfatase
Ki-1/57
CHD 3
TOPORS
Ki-1/57
UBC9
Ki-1/57
p53
HMG
FXRP
CIRP
NSEP1
NSEP1
BTBD2
RACK 1
FXRP
Ki-1/57
NSEP1
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
SF2/p32
SFRS9
Núcleo
Citoplasma
Extracelular
corsculos nucleares
Organizão da
cromatina e
ligação ao DNA
ligação ao RNA e
processamento de RNA
ligação ao Polissomos
Ki-1/57
JAK
JAK
JAK
JAK
Y
Y
Y
Y
P
P
P
Fator de
crescimento
TCR
CD30
(ki-1/120)
CD3
Receptores: IFN, IL5,
IL3, IFNR1 e GM-
CSF e Integrinas
ZAP
70
ZAP
70
STAT
S
P
STAT
S
STAT
S
S
P
P
fyn
LCK
PP
PKC
PP
P
P
fyn
fyn
LCK
LCK
PP
PP
PKC
PKC
PP
PP
P
P
P
P
P
ZAP70
P
P
P
ZAP70
STAT
S
STAT
S
S
Proteína
adaptadora
PLCγ
PLCγ
P
P1P2
DAG InP3
P1P2
DAG InP3
P1P2
DAG InP3
Ki-1/57
Ki-1/57
Daxx
Daxx
TOPORS
TOPORS
P
P
Proteína
adaptadora
PLCγ
PLCγ
P
P1P2
DAG
P1P2
DAG
P1P2
DAG
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
PKC
Inativa ativa
Golgi
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
PKC
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
PKC
PKC
Inativa ativa
Golgi
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Golgi
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
PIAS3
PIAS3
TIP 60
TIP 60
ZFP 106
ZFP 106
CHD 3
CHD 3
RACK 1
RACK 1
PKC
PKC
Ki-1/57
Ki-1/57
P
P
Ki-1/57
P
Ki-1/57
Ki-1/57
P
P
Fosfatase
Fosfatase
Ki-1/57
Ki-1/57
CHD 3
CHD 3
TOPORS
TOPORS
Ki-1/57
Ki-1/57
UBC9
UBC9
Ki-1/57
Ki-1/57
p53
p53
HMG
HMG
FXRP
FXRP
CIRP
NSEP1
NSEP1
NSEP1
NSEP1
BTBD2
BTBD2
RACK 1
FXRP
Ki-1/57
NSEP1
Ki-1/57
RACK 1
RACK 1
FXRP
FXRP
Ki-1/57
Ki-1/57
NSEP1
NSEP1
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
SF2/p32
SF2/p32
SFRS9
SFRS9
Núcleo
Citoplasma
Extracelular
corpúsculos nucleares
Organizão da
cromatina e
ligação ao DNA
ligação ao RNA e
processamento de RNA
ligação ao Polissomos
Ki-1/57
Ki-1/57
Figura 10: Associação a possíveis contextos funcionais da proteína Ki-1/57
através da identificação de proteínas que interagem com ela, usando o sistema duplo
híbrido em levedura. Associamos as proteínas à três papeis funcionais: 1) regulação
da transcrição e organização da cromatina ou ligação ao DNA; 2) cascatas de
sinalização celular e 3) processamento de RNA, ligação ao RNA e aos polissomos
(vide o texto para mais detalhes).
87
5.2 As proteínas Ki-1/57 e CGI-55 podem apresentar funções similares
A proteína CGI-55 assim como a proteína Ki-1/57 interagem in vivo e in vitro
com a proteína CHD3 (Chromo-Helicase DNA-binding domain protein 3), como
identificado na técnica do duplo híbrido em levedura (Resultados: Artigo I). Usando-se
a seqüência que codifica a proteína CGI-55 como isca, observou-se que 42% dos
clones encontrados mostraram interagir com a região C-terminal da proteína CHD3
(Resultados: Artigo I, fig. 3). Ao realizamos o ensaio de duplo híbrido com a região C-
terminal da proteína Ki-1/57 (122-413), identificamos também a proteína CHD3, mas
desta vez em apenas 4% dos clones encontrados (Resultados: Artigo I, fig. 3). As
interações das duas proteínas CGI-55 e Ki-1/57 com CHD3 foram confirmados em
ensaios in vitro com proteínas recombinantes purificadas (CGI-55) e in vivo (CGI-55,
Ki-1/57) através de estudos de co-imunoprecipitação das proteínas recombinantes
expressas em células de insetos (Reusultados: Artigo I, fig. 5).
As proteínas CHD são membros de uma família de proteínas envolvidas na
regulação da transcrição e na remodelagem da cromatina (Woodage et al., 1997;
Tong et al., 1998). A proteína CHD3 possui na porção central um domínio
Helicase/ATPase o qual é normalmente encontrado em uma família de proteínas, as
quais estão associadas a uma vasta gama de funções, tais como: replicação,
recombinação, reparo de DNA, transcrição, processamento e reparo de RNA. Em
alguns casos estas proteínas fazem parte de um complexo que contém uma
subunidade de desacetilação de histonas que está correlacionado com a inativação da
transcrição (Ogas et al, 1999).
Nós encontramos que além de CHD3, tanto a Ki-1/57 como a CGI-55 interagem
com outras proteínas nucleares, relacionadas com a remodelagem de cromatina e a
regulação da transcrição. Estas proteínas são: TOPORS (proteína que se liga a
topoisomerase I), DAXX (proteína que se liga a Fas) e PIAS (inibidor de STAT
ativada). No entanto, como já foi mencionado, Ki-1/57 interage com várias outras
proteínas envolvidas com a regulação da transcrição: RACK1, ZFP106, ZFP189,
TIP60, BTBD2, YB-1 (NSEP1), FXR1P, UBC9, GADD34, p100 e HMG. Curiosamente,
a proteína Tip60 também possui o domínio CHROMO, encontrado em CHD3 e
envolvido na remodelagem da cromatina. Estes dados sugerem que Ki-1/57 e CGI-55
88
podem pertencer a uma família de proteínas com funções em comum: remodelagem
da cromatina e regulação da transcrição.
Pela análise da localização celular das proteínas CGI-55-GFP (Resultado:
Artigo I, figura 6) e Ki-1/57-GFP (dados não publicados) nós constamos que as
proteínas CGI-55 e Ki-1/57 apresentam características em comum. Ambas
apresentam um padrão granular na região nuclear e perinuclear. Isto pode sugerir que
ambas estão envolvidas na formação de corpúsculos nucleares.
Sabe-se que o núcleo de mamíferos pode conter de 10 a 30 corpúsculos entre
outras estruturas (Matera, 1999, Muratani et al., 2002) (figura 11A). Entre estes
corpúsculos estão os corpúsculos PML (ND10 ou pODs). Estes corpúsculos
correspondem a um sub-compartimento nuclear, contendo várias proteínas não-
histonas e sem a presença de cromatina ou RNA, sendo encontrados próximos a
outras estruturas nucleares tais como cromatina e os corpúsculos de Cajal (Maul et
al., 2000, Boisvert et al., 2000) (figura 11B). Os corpúsculos de PML estão envolvidos
na supressão de tumores, regulação da expressão gênica, regulação do ciclo celular e
transcrição, estrutura da cromatina, apoptose e na infecção viral (Seeler e Dejean,
1999; Reyes, 2001). Embora a proteína de PML seja essencial para a composição dos
corpúsculos de PML (Zhong et al., 1999), muitas outras proteínas estão presentes
nestes corpúculos, tais como: CHD3, Topors, Daxx e proteínas da família PIAS, Ubc9,
p53, PZLF, HMG, GADD, Sp100, SUMO1 e CBP (Seeler e Dejean, 1999; Maul et al.,
2000). A proteína CGI-55 mostrou interagir com as cinco primeiras proteínas e Ki-1/57
mostrou interagir com as dez primeiras proteínas (figura 11C). Isto pode ser uma forte
evidência de que as proteínas Ki-1/57 e CGI-55 podem estar envolvidas com a
composição ou com a função destes corpúsculos nucleares.
89
Corpúsculo PML
B
Regulação da expressão gênica
Diferenciação celular
apoptose
Parada do ciclo celular
Corpúsculo PML
B
Regulação da expressão gênica
Diferenciação celular
apoptose
Parada do ciclo celular
C
Corpúsculos
OPT (Oct1, PTF)
Corpúsculos Cajal
Cromatina
hererocromatina
Corpúsculos de
processamento de RNA
(fatores de splicing)
Corpúsculos PML
Compartimento perinuclear
Nucléolo
Nucleoplasma
Corpúsculos
OPT (Oct1, PTF)
Corpúsculos Cajal
Cromatina
hererocromatina
Corpúsculos de
processamento de RNA
(fatores de splicing)
Corpúsculos PML
Compartimento perinuclear
Nucléolo
Corpúsculos
OPT (Oct1, PTF)
Corpúsculos Cajal
Cromatina
hererocromatina
Corpúsculos de
processamento de RNA
(fatores de splicing)
Corpúsculos PML
Compartimento perinuclear
Nucléolo
Nucleoplasma
PML
SUMO 1
Daxx
p53
HMG
CHD3
CGI-55
Ki-1/57
Núcleo
TOPORS
UBC9
PIAS
Corpúsculo PML
GADD34
PML
PML
SUMO 1
SUMO 1
Daxx
Daxx
p53
p53
HMG
HMG
CHD3
CGI-55
Ki-1/57
Núcleo
TOPORS
TOPORS
UBC9
UBC9
PIAS
PIAS
Corpúsculo PML
GADD34
GADD34
A
Figura 11: Arquitetura do núcleo e dos corpúsculos nucleares. A: figura
esquemática do núcleo e de seus sub-compartimentos: cromatina, nucléolo,
heterocromatina, e os corpúsculos: PML, OPT, Cajal e de processamento de RNA
(figura adaptada do site:
http://www.erin.utoronto.ca/~w3bio315/complexity%20nucleus.htm); B: a figura a
esquerda mostra um núcleo marcado com anticorpo anti-PML, mostrando os
corpúsculos PML e a esquerda uma representação esquemática deste corpúsculo
com algumas proteínas que o compõem e as funções desempenhadas (figura retirada
do artigo de Gottifredi e Prives, 2001); C: representação esquemática de várias
proteínas já foram descritas participar da formação de corpúsculos PML e sua
possível relação com as proteínas CGI-55 e Ki-1/57. As setas em azul indicam que
CGI-55 interage com as proteínas interligadas e as setas em vermelho indicam que Ki-
1/57 interage com as proteínas interligadas. No entanto, não sabemos ainda
(interrogação) se as proteínas Ki-1/57 e CGI-55 estão presentes em corpúsculos PML.
90
5.3 A proteína Ki-1/57 interage com o receptor para quinase C ativada-1
Através do sistema duplo híbrido em levedura, identificamos que a proteína Ki-
1/57 interage especificamente com a proteína adaptadora RACK-1 (“Receptor of
activated C kinase 1”) que está envolvida em mecanismos de transdução de sinal
envolvendo a proteína quinase C (Ron et al., 1994; Chang et al., 1998; Usacheva et
al., 2001). No entanto, a proteína CGI-55 não interagiu com RACK1 (Resultados:
Artigo II).
A proteína RACK1 foi inicialmente identificada e clonada de cDNA de fígado de
galinha e de cDNA de linfócito B humano (Guillemot et al., 1989), descrita com os
nomes C12.13 ou H12.3, respectivamente. A proteína RACK1 foi também descrita
como "Guanine nucleotide-binding protein β-subunit-like" devido a sua similaridade
seqüencial com a subunidade beta da proteína G (Ron et al., 1994). A proteína
RACK1 tem 36 kDa, consiste de 317 aminoácidos e pertence à família de proteínas
que possuem repetições internas do tipo WD (triptofano e ácido aspártico). As
repetições WD são compostas por aproximadamente 40-60 aminoácidos. Nestas
repetições, encontram-se dipeptídeos compostos por glicina e histidina (GH) entre os
resíduos 11-24 na região N-terminal. E estas terminam com triptofano e ácido
aspártico (WD) (Smith et al., 1999). Sete repetições WD são encontradas em RACK1.
A proteína RACK1 pode se ligar a várias enzimas envolvidas na sinalização celular
(Garcia-Higuera et al., 1996 ; Chang et al., 1998; Yu et al., 2000; Smith et al.,2000;
Schechtman e Rosen, 2001; Usacheva et al., 2001). Esta proteína pode ser uma
proteína de ancoragem não somente para PKC, mas também para tirosina quinases,
por exemplo a Src e para tirosina fosfatases, por exemplo a PTPµ (Schechtman e
Rosen, 2001; McCahill et al., 2002).
Várias outras funções são atribuídas às proteínas da família WD-repeat, além
da participação em transdução de sinal. Entre estas funções estão: participação em
processamento de RNA (Takagaki e Manley, 1992), como por exemplo na formação
de partículas snRNP (Angenstein et al. 2002); regulação da formação de vesículas
(Golgi) (Gerich et al., 1995); remodelagem de cromatina (Ahmad et al., 1999);
remodelagem do citoesqueleto (Hamill et al., 1998); divisão celular (Weinstein et al.,
1997, Kim et al., 1998) e morte celular (Rodriguez et al. 1999).
91
Uma análise estrutural dos membros da família de repetições WD mostrou que
estes apresentaram uma estrutura do tipo hélice-β (
β
-propeller). Entre essas proteínas
da família WD que tiveram sua estrutura terciária resolvida com o tipo β-hélices estão: a
subunidade beta da proteína G (Wall et al., 1995; Neer e Smith, 1996; Lambright et al.,
1996); envolvida em trandução de sinal; Bub3p (Wilson et al., 2005), uma proteína
envolvida no ciclo celular; Clathrin (ter Haar et al., 1998), uma proteína envolvida na
formação de vesículas; Tup1 (Sprague et al. 2000), um co-repressor transcricional;
Aip1p (Voegtli et al., 2003), uma proteína envolvida com a despolarização de filamentos
de actina e Ski8p (Madrona e Wilson, 2004), uma proteína envolvida na degradação de
RNA.
A proteína RACK1 interagiu especificamente com a porção C-terminal de Ki-
1/57 (122-413) pela técnica do duplo híbrido em levedura (Resultados: Artigo II, fig.1).
Nós testamos a interação entre RACK1 e a porção N-terminal de Ki-1/57 (aa 1-150) e
estas não interagem (Resultados: Artigo II, fig.1A). Isto indica que a mínima região de
interação de Ki-1/57 responsável por sua interação com RACK1 deve estar presente no
seu C-terminal. Por outro lado, nós não conseguimos mapear o sítio de interação de
RACK1 responsável pela ligação com Ki-1/57, pois a interação somente foi confirmada
com a proteína RACK1 completa (Resultados: Artigo II, fig.1B). Desta forma, uma vez
que as repetições WD são conhecidas como responsável pela interação proteína-
proteína, nós acreditamos que o sítio de ligação à Ki-1/57 presente na proteína RACK1
não é baseado em uma seqüência de aminoácido específica, mas em triptofanos
estruturalmente próximos.
5.4 Ki-1/57 é substrato para a proteína quinase C ativada por PMA
Experimentos anteriores com a proteína Ki-1/57 mostraram que esta proteína
quando imunoprecipitada de células humanas co-precipita com atividade quinase em
resíduos de serina e treonina (Ser/Thr) (Rhode et al., 1992). Não se conhecia, no
entanto, se Ki-1/57 seria mesmo uma quinase ou se ela está associada a alguma
quinase.
A descoberta da interação entre Ki-1/57 e RACK1, uma proteína que por sua vez
está diretamente associada com PKC ativada, sugeriu uma hipótese que resolvemos
testar: Ki-1/57 pode estar associado com PKC na sua forma ativada e Ki-1/57 pode ser
92
alvo da fosforilação por PKC? Desta forma, nossos experimentos tentaram elucidar o
significado da interação entre Ki-1/57-RACK1 focalizando em compreender se RACK1
atua como proteína de ancoragem para PKC e se a fosforilação interfere com esta
interação.
Ki-1/57 co-precipita RACK1 no compartimento nuclear sem indução com PMA.
Isto pode indicar que in vivo Ki-1/57 interage com RACK1 antes de ser fosforilado.
Analisando a seqüência primária da proteína Ki-1/57, nós observamos que esta
apresenta sítios potenciais de fosforilação por PKC. Ao isolamos a PKC de células
L540 ativadas com o estimulador PMA conseguimos demonstrar que Ki-1/57 é um
excelente substrato in vitro da PKC ativada (por PMA) e que Ki-1/57 é pouco
fosforilado pela PKC isolada de células não ativadas (Resultados: Artigo II, fig. 3A,
canaletas 5 e 6).
Enzimas da família proteína quinase C desempenham importantes papéis na
diferenciação celular, proliferação e apoptose (Altman and Villalba, 2002).
Naturalmente dentro das células, as proteínas PKC são alvos de ativação por DAG
(1,2- diacilglicerol) de forma reversível. No entanto, esteres de forbol sintéticos como
PMA (4α –forbol, 12-miristato, 13-acetato) podem ativar PKC de forma irreversível e
por isso são conhecidos por propagar tumores.
A família PKC consiste de várias subfamílias: PKCs convencionais,
dependentes de Ca
2+
e DAG (cPKC: α, βI, βII e γ); PKCs novas, independentes de
Ca
2+
e dependentes de DAG (nPKCs: δ,ε,η, e θ); PKCs atípicas, independentes de
Ca
2+
e DAG, geralmente ativadas por PIP3 e ceramida (aPKCs: ζ e λ). Além disso,
existe uma outra subfamília de PKC conhecidas como PKCD (PKCµ, PKCν, PKCD2)
(Lint et al., 2002). Nesta subfamília, o DAG não é o único mensageiro secundário. As
PKCD podem ser também ativadas por outros estímulos, tais como: neuropeptídeos,
fator de crescimento, receptores TNF e quando ocorre a sinalização entre receptores
de células B e T.
Nós acreditamos então, que a proteína Ki-1/57 não se autofosforila, uma vez
que não apresenta nenhum domínio conservado de quinase, no entanto, é fosforilada
por PKC e, além disso, esta fosforilação é dependente da ativação por PMA. A
fosforilação é uma modificação pós traducional muito importante e pode resultar numa
mudança conformacional na proteína, influenciando, por exemplo, a interação desta
93
com outras proteínas. Baseando-se neste conhecimento, nós investigamos se a
fosforilação interferia positivamente ou negativamente na interação com RACK1.
Nós observamos que após a fosforilação da proteína Ki-1/57 in vitro e in vivo,
esta perde sua capacidade de interagir com RACK1 (Resultados: Artigo II, fig. 4A,
canaletas 2 e 3 e Artigo II, fig. 6, canaletas 16 e 15) e migra do núcleo para o
citoplasma (Artigo II, fig. 7A e B). Nós também investigamos se a proteína RACK1
poderia interferir na fosforilação de Ki-1/57 por PKC e observamos que não interfere
(Resultados: Artigo II, fig. 3C).
Após a dissociação da proteína RACK1, a atividade da proteína Ki-1/57 na
célula provavelmente será alterada, já que ela provavelmente interage no núcleo com
uma série de proteínas envolvidas na remodelagem da cromatina, como por exemplo,
CHD-3, entre outras.
O trânsito de Ki-1/57 entre núcleo e citoplasma foi observado tanto nas análises
de Western blot das frações citoplasmáticas e nucleares das células L540
(Resultados: Artigo II, fig. 6, canaletas 35, 36 e 39 e 40) como em estudos de
microscopia de fluorescência, onde a saída de Ki-1/57 do núcleo foi observada após
tratamento com PMA (Resultados: Artigo II, fig. 7AeB). Outro efeito da fosforilação de
Ki-1/57, após a ativação com PMA, é que esta ganha a capacidade de interagir com a
PKC-theta no núcleo e no citoplasma de maneira estável (Resultados: Artigo II, fig. 6,
canaletas 32 e 30).
Especulamos se a fosforilação de Ki-1/57 ocorreria na região responsável pela
ligação em RACK1. Para testar esta hipótese nos expressamos diferentes fragmentos
da proteína Ki-1/57: 6xHis-Ki-1/57(1-150), (151-263), (264-413), (122-413) e
submetemos à fosforilação in vitro. Observamos que os fragmentos C-terminais 6xHis-
Ki-1/57(122-413) e (264-413) foram fosforilados (Resultados: Artigo II, fig. 4B,
canaletas 4 e 5).
Para conhecer especificamente quais resíduos na proteína Ki-1/57 são alvos da
fosforilação pela PKC, nós realizamos uma predição inicial através do programa
NetPhos 2.0 Server (http://www.cbs.dtu.dk/services/NetPhos/). Com o programa, nós
encontramos no fragmento C-terminal extremo (264-413) um total de 15 resíduos de
Ser e Thr com probabilidade de serem fosforilados por proteína quinase C
(Resultados: Artigo II, fig. 5A). Esses fragmentos foram usados para avaliar seu
potencial em servir como substrato de fosforilação pela PKC in vitro. Neste caso,
94
vimos que somente 2 dos 5 fragmentos, Ki-1/57(294-413) e Ki-1/57(346-413) foram
fosforilados (Resultados: Artigo II, fig. 5C). Interessantemente, estes mesmos
fragmentos foram também capazes de interagir ainda com RACK1, no sistema de
duplo híbrido em levedura (Resultados: Artigo II, fig. 5B).
A proteína 6xHis-Ki-1/57 (264-413) foi submetida a uma análise de fosfo-
aminoácido que revelou que principalmente Thr, mas também resíduos Ser sofrem
fosforilação (Resultados: Artigo II, fig. 5D). Baseado neste achado, nós também
fizemos uma análise dos fosfo-aminoácidos da proteína Ki-1/57 (346-413). Achamos
que esta proteína sofre fosforilação apenas em resíduos de Thr (Resultados: Artigo II,
fig.5 E). Isso sugere que dos 34 resíduos de Thr e Ser na proteína Ki-1/57 e possíveis
alvos de fosforilação por PKC, analisados pelo programa NetPhos 2.0 Server
(http://www.cbs.dtu.dk/services/NetPhos/), apenas T354 e T375 são fosforilados pela
PKC in vitro.
A figura 12 é uma representação esquemática do modelo proposto por nós da
via de sinalização entre Ki-1/57/RACK1/PKC a qual regula a localização subcelular de
Ki-1/57.
Estes resultados confirmam o observado por Dr. H. Lemke, onde este observou
que Ki-1/57 encontra-se no citoplasma na forma fosforilada e no núcleo desfosforilada
(dados não publicados).
95
Ca+
Ca+
PKC
ativa
Ca+
Ca+
RACK 1
PKC
ativa
PKC
ativa
Citoplasma
Extracelular
Ki-1/57
P
PLC
γ
P1P2
Ca+
InP3
DAG
PKC
PMA
PMA
PMA
PMA
RACK 1
PKC
ativa
Ki-1/57
P
Ki-1/57
Ki
-1/57
P
P
PKC
ativa
PKC
ativa
Citoplasma
Ki-1/57
Ki-1/57
P
P
PIP2
InP3
DAG
PMA
PMA
PMA
PMA
PMA
PMA
PLCγ
PKC
Inativa
Golgi
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
RACK 1
PKC
ativa
P
RACK 1
Núcleo
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
PKC
ativa
PKC
ativa
P
P
ativa
PKC
PMA
PMA
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
PKC
ativa
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
RACK 1
PKC
ativa
PKC
ativa
PKC
ativa
Citoplasma
Extracelular
Ki-1/57
Ki-1/57
P
P
PLC
γ
PLC
γ
P1P2
Ca+
Ca+
InP3
DAG
PKC
PKC
PMA
PMA
PMA
PMA
PMA
PMA
PMA
PMA
RACK 1
PKC
ativa
Ki-1/57
P
Ki-1/57
Ki
-1/57
P
P
Ki-1/57
Ki-1/57
P
P
Ki-1/57
Ki
-1/57
P
P
PKC
ativa
PKC
ativa
Citoplasma
Ki-1/57
Ki-1/57
P
P
PIP2
InP3
DAG
PMA
PMA
PMA
PMA
PMA
PMA
PMA
PMA
PLCγ
PLCγ
PKC
PKC
Inativa
Golgi
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Golgi
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ca+
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
RACK 1
PKC
ativa
PKC
ativa
P
P
RACK 1
Núcleo
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
Ki-1/57
PKC
ativa
PKC
ativa
P
P
ativa
PKC
PMA
PMA
Figura 12: Modelo preliminar da regulação da localização subcelular da
proteína Ki-1/57 por fosforilação. A ativação de um receptor pode ativar a fosfolipase
C γ (PLCγ) que faz a hidrólise de PIP2 em DAG e InP3. Estes mensageiros
secundários, junto com o cálcio levam à ativação de PKC. PKC também pode ser
ativada diretamente por PMA. Quando PKC está ativa, ela se liga a RACK1. Nós
creditamos que Ki-1/57 interage com RACK1 no núcleo, é fosforilada por PKC neste
compartimento celular e, finalmente, a interação com RACK1 é interrompida. Ki-1/57
fosforilada migra do núcleo para o citoplasma e agora pode interagir diretamente com
PKC.
96
5.5 A proteína Ki-1/57 interage com a proteína p53 e pode atuar como seu
repressor transcricional
Nos nossos dois ensaios de duplo híbrido, onde utilizamos a porção maior C-
terminal de Ki-1/57 (122-413) e a porção N-terminal de Ki-1/57 (1-150), encontramos
11 proteínas capazes de interagir também com p53 e ou com outros membros da
família p53 (ex. p73) (Resultados: Artigo III, tabela 1), no entanto não encontramos
nenhum membro da família p53. Isto pode ser explicado pelo fato que somente a
proteína Ki-1/57 completa se mostrou capaz de interagir com p53 (Resultados: Artigo
III, fig. 1B, números 3 e 4).
A proteína p53 foi descoberta por acaso em 1979, quando esta foi
imunoprecipitada com o antígeno T, ou “Large-T”, do vírus SV40, em células
transformadas por este vírus (Oren e Rotter, 1999). Em 1980, alguns pesquisadores
descobriram que muitos cânceres possuem mutações nas quais levam a inativação de
p53 (Hofseth et al. 2004).
A proteína p53 é codificada por um gene situado no cromossomo de número
17, e seu nome é conseqüência de seu peso molecular de 53 kDa. À proteína p53 foi
atribuído um papel importante na carcinogênese (Koumenis et al., 2001). Desde
então, uma vasta literatura tem sido publicada visando definir melhor o seu papel
fisiológico. Sua principal função está relacionada à preservação da integridade do
genoma na célula. Durante o ciclo de divisão celular, a proteína p53 desempenha um
papel muito importante. A função da proteína p53 é, através de uma cascata de
reações, impedir que a célula com o DNA mutado entre em processo de mitose e
complete a divisão. Para isto, dois caminhos poderão ser seguidos: a correção da
mutação através da ativação de proteínas de reparo ou a indução da morte celular
através da apoptose (Vogelstein et al. 2000, 2004). Desta forma, a proteína p53 é uma
proteína supressora de tumor.
97
A proteína p53 consiste de quatro domínios: um domínio N-terminal de
transativação; um domínio central de ligação ao DNA; um domínio de oligomerização
e um domínio C-terminal básico de regulação. A estrutura do domínio de
oligomerização consiste de 2 folhas do tipo α-helices anti-paralelas e uma folha β-
sheet anti-paralela. (Levine et al., 1990; Soussi et al., 1990; Lane et al. 1990; Levine et
al., 1991; Kaelin et al., 1999).
Nós observamos que a proteína Ki-1/57 fosforilada ou não por PKC interage
igualmente com p53 in vitro pelo sistema GST-pull down. No entanto, quando a
proteína p53 foi fosforilada por PKC, a sua interação com Ki-1/57 foi interrompida
(Resultados: Artigo III, fig. 2B). Curiosamente, a proteína UBC9, a qual interage com
ambas p53 e Ki-1/57, também perde a afinidade por p53 quando esta se encontra
fosforilada (Lin et al., 2004).
Na literatura nós procuramos se no linfoma de Hodgkin a proteína p53
encontra-se mutada ou ausente. Nós observamos que muitos trabalhos relatam que
neste tipo de tumor a p53 se encontra na sua forma selvagem (Sturzenhofecker et al.,
2003; Garcia et al., 2003; Maggio et al., 2001). Desta forma, tornou-se possível utilizar
as células de linfoma de Hodgkin L540 para estudar a interação in vivo entre Ki-1/57 e
p53 (Resultados: Artigo III, fig. 3). Uma vez que confirmamos a interação entre Ki-1/57
e p53, nós ainda tínhamos que compreender qual seria a possível função desta
interação. Para testarmos a hipótese de que Ki-1/57 poderia influenciar na atividade
transcricional de p53 nós utilizamos a técnica de mono-híbrido em levedura.
Nós observamos que Ki-1/57 inibiu a atividade transcricional de p53 em mais
de 50 % (Resultados: Artigo III, fig. 5). Por outro lado, nós investigamos se a proteína
Ki-1/57 interage com a região promotora alvo de p53, o que poderia explicar a redução
na ativação. No entanto, Ki-1/57 foi incapaz de reconhecer esta região, inferindo que a
regulação ocorre diretamente com a proteína p53.
Recentemente foi associado à RACK1 à função de ser um regulador negativo
de p73, um membro da família p53 (Ozaki et al., 2003). RACK1 mostrou inibir a
atividade transcricional de p73, no entanto este mecanismo é revertido pela proteína
de retinoblastoma (pRb). Curiosamente uma outra proteína que mostrou interagir com
Ki-1/57 e também interage com p53 é a proteína YB1. Esta proteína mostrou ser
também um regulador negativo de p53. Quando a proteína YB1 é super expressa na
célula, a atividade transcricional de p53 é reduzida a níveis mínimos (Lasham et al.,
2003). Desta forma, a proteína Ki-1/57 parece estar funcionalmente associada as
proteínas: RACK1 e YB1 (NSEP1) com a mesma função de repressor transcricional
de p53.
98
5.6 Análises de dicroísmo circular da proteína Ki-1/57
Moléculas opticamente ativas, que possuem um centro de assimetria,
interagem com a luz circularmente polarizada e provocam alteração na polarização da
luz incidente. A técnica espectroscópica de dicroísmo circular (CD) detecta essa
alteração através da medida da diferença da absorção da luz circularmente polarizada
à direita e à esquerda após esta passar através de uma amostra (Greenfield e
Fasman,1973; Woody, 1995).
As proteínas possuem em sua estrutura dois cromóforos principais: as ligações
amídicas e as estruturas aromáticas. As primeiras são responsáveis pelo sinal
característico no comprimento de onda (λ) do ultravioleta distante (abaixo de 250 nm)
sendo amplamente utilizadas como sondas de estruturas secundárias de proteínas. As
estruturas aromáticas das proteínas são responsáveis pelo sinal no ultravioleta
próximo (entre 250-300 nm) e são utilizadas para avaliar a estrutura terciária da
proteína em questão (Woody, 1995). Considerando estas características, a técnica de
CD é utilizada para estimar a quantidade de estrutura secundária de uma determinada
proteína e avaliar mudanças conformacionais ocasionadas por ligantes, agentes
desnaturantes (acidez, uréia, cloridrato de guanidina, temperatura, etc) (Greenfield,
2004). A forma do espectro de CD de uma proteína específica depende do seu
conteúdo de estrutura secundária. Isto permite que as proporções de hélices,
estruturas beta, alças (turns) e estruturas randômicas sejam determinadas. Estudos
de sinais característicos de diferentes estruturas secundárias nos espectros de CD de
proteínas possibilitaram classificá-las em 5 classes (Levitt e Chothia, 1976): 1)
principalmente α-hélices, 2) principalmente folhas β-pregueadas, 3) α + β (regiões α e
β separadas), 4) α/β (regiões com α e β misturadas), e 5) randômica
(predominantemente desordenada).
Pelas análises dos espectros de CD, nós observamos que os fragmentos de Ki-
1/57 apresentam uma predominância de folha beta na composição de suas estruturas
secundárias (Resultados: Artigo IV, fig. 3A). Estes resultados indicam uma
predominância de estruturas do tipo folha β-pregueada anti-paralela em todos os
fragmentos analisados de acordo com o programa CDNN Deconvolution (versão 2-
Bioinformatic.biochemtech.unihalle.dee/cdnn).
99
No entanto, nós observamos que quando o fragmento de Ki-1/57 (122-413) foi
fosforilado in vitro e submetido às análises de CD, houve um ganho de estrutura do
tipo α-hélice e perda de estrutura do tipo folha β-pregueada anti-paralela (Resultados:
Artigo IV, fig. 3B). Desta forma, concluímos que a fosforilação de Ki-1/57 interfere na
estrutura secundária desta proteína. Isto poderia explicar nossos dados anteriores
(Nery et al., 2004) onde a proteína Ki-1/57 quando fosforilada não mais interage com
RACK1. Com estes dados podemos entender que algum tipo de mudança estrutural
pode ser a causa da interrupção desta interação.
5.7 Análises por dicroísmo circular da proteína RACK1 e de sua interação com
Ki-1/57
A proteína RACK1 possui 36 kDa e consiste de 317 aminoácidos. Esta proteína
pertence a uma família de proteínas que possuem repetições internas de aminoácidos
Trp-Asp (WD-repeats). Sete repetições WD foram encontradas em RACK1. O
espectro de CD da proteína RACK1 é indicativo de presença de folhas do tipo β-
pregueadas. A proteína RACK1 apresenta um pico de absorção com o máximo de
229-300 nm, típico de proteínas WD-repeats (Resultados: Artigo IV). Este pico é
geralmente atribuído à presença de pontes de sulfeto ou interações entre resíduos
aromáticos como triptofanos, fenilalanina e tirosinas (Saxena, K 1996; Wall et al.,
1995; Hider et al., 1988). No total, a proteína de fusão 6xHis-RACK1 contém 13
triptofanos, 8 fenilalaninas e 6 tirosinas. A proteína RACK1, assim como todas as
outras proteínas da família WD, tem muitos triptofanos e, possivelmente, o pico entre
229-230 nm é devido aos triptofanos encontrados em todas as proteínas desta família
com espectro de CD descrito na literatura.
Um trabalho descrito na literatura correlaciona o pico entre 229-230 nm aos
triptofanos expostos nesta família de proteínas, que são responsáveis por interação
proteína-proteína (Saxena et al. 1996). Neste trabalho, o pico de absorção
desapareceu quando foi adicionado N-bromosuccinimida (NBS), um reagente que
reage especificamente com triptofanos.
Para investigar se a proteína Ki-1/57 interage com os possíveis triptofanos
expostos da proteína RACK1, nós realizamos experimentos de dicroísmos circular das
100
proteínas RACK1 na presença de NBS (Resultados: Artigo IV, fig. 2A) e em complexo
com os fragmentos Ki-1/57(264-413) e (122-413) (Resultados: Artigo IV, fig. 2B). Os
nossos estudos mostraram que o NBS aboliu o pico positivo de RACK1. Além disso, a
deleção Ki-1/57(122-413) interferiu com o pico positivo de RACK1, eliminando-o. No
entanto, este mesmo fragmento fosforilado por PKC e o fragmento Ki-1/57(151-263),
que mostrou não interagir com RACK1, não foram capazes de eliminar o pico positivo
de RACK1, o que pode indicar que eles sejam ineficientes na ligação aos triptofanos
expostos de RACK1 (Resultadaos: Artigo IV, fig 2B).
5.8 Análises por emissão de fluorescência de RACK1 e Ki-1/57
O estudo espectrofotométrico por fluorescência é baseado em um fenômeno
quântico no qual um elétron de um determinado cromóforo, após absorver uma
determinada quantidade de energia, atinge um estado excitado e ao retornar ao seu
estado basal este emite parte da energia absorvida na forma de luz (Lakowicz et al.,
1983). Desta forma, a quantidade de energia emitida na forma de ondas
eletromagnéticas é relativamente inferior à energia absorvida (energia de excitação) e
o λ da luz emitida é maior do que aquele da luz absorvida. Existem três aminoácidos
em proteínas que apresentam o fenômeno de fluorescência. São eles: principalmente
triptofano, tirosina e em menor escala fenilalanina (Lakowicz et al., 1983).
101
Os resultados obtidos pela técnica de fluorescência confirmaram os dados
anteriores obtidos por CD, uma vez que a proteína Ki-1/57 parece interagir com os
triptofanos de RACK1. Os espectros de emissão de fluorescência de triptofano
(excitação em 295 nm) da proteína RACK1 foram comparados com os espectros
obtidos quando esta proteína foi incubada com os fragmentos Ki-1/57 (264-413) ou Ki-
1/57 (122-413) (Resultados: Artigo IV, fig. 4B). A proteína RACK1 apresenta 13
triptofanos (W17, W43, W83, W90, W132, W150, W170, W177, W219, W247, W259,
W291, W310) e seu espectro de fluorescência apresenta um máximo em 335 nm. A
proteína Ki-1/57 apresenta somente 3 triptofanos (W130, W241 e W296). Desta forma,
uma vez que os espectros foram obtidos na mesma concentração de proteína, o
fragmento Ki-1/57 (122-413), com 3 triptofanos, e o fragmento Ki-1/57 (264-413), com
apenas um triptofano, apresentam uma intensidade de fluorescência inferior ao
observado para RACK1 (Resultados: Artigo IV, fig. 4B).
6 CONCLUSÕES
6.1 - Os resultados do “Northern blot” indicam que a proteína Ki-1/57 apresenta uma
maior expressão em coração, músculo esquelético, rins e cérebro humano;
6.2- A proteína Ki-1/57 possui um parólogo humano, CGI-55, com o qual apresenta
uma similaridade de 67,6 % ao nível da seqüência de aminoácidos (40,7 % dos
resíduos são idênticos);
6.3- As proteínas CGI-55 e Ki-1/57 interagem com a proteína CHD3 (Chromo-Helicase
DNA-binding domain protein 3);
6.4- A proteína Ki-1/57 interage com o receptor para quinase C ativada-1 (RACK-1),
mas a proteína CGI-55 não. A interação entre Ki-1/57 e RACK1 foi confirmada por
experimento de co-imunoprecipitação e co-precipitação;
6.5- Ki-1/57 é substrato para a proteína quinase C (PKC) ativada por PMA in vitro e in
vivo. A proteína RACK1 não interfere na fosforilação de Ki-1/57 por PKC;
6.6- Após a sua fosforilação a proteína Ki-1/57 perde sua capacidade de interagir com
a proteína RACK1 in vitro e in vivo;
6.7- Quando as células L640 ou HeLa são estimuladas com PMA, a proteína Ki-1/57
migra do núcleo para o citoplasma;
6.8- O extremo C-terminal de Ki-167(366-613) é responsável pela interação com
RACK1, como observado pelos experimentos com sistema duplo híbrido em levedura
sendo fosforilado pela PKC;
102
6.9- Análises de fosfo-aminoácidos de Ki-1/57(366-613) mostraram que este
fragmento sofre fosforilação apenas em resíduos de treonina. Isso tudo sugere que
dos 34 resíduos de Thr e Ser possíveis alvos de fosforilação na proteína Ki-1/57,
apenas T366 e T376 são alvos diretos da fosforilação pela PKC in vitro.
6.10- A proteína Ki-1/57 interage com a proteína p53 pelo sistema de duplo híbrido em
levedura e em experimentos de imunoprecipitação e co-precipitação in vitro;
6.11- Nós observamos que a proteína Ki-1/57 fosforilada ou não por PKC interage
igualmente com p53 in vitro. No entanto, quando a proteína p53 foi fosforilada por
PKC a sua interação com Ki-1/57 foi interrompida;
6.12- A proteína Ki-1/57 inibiu a atividade transcricional de p53 em mais de 60 % no
ensaio de mono híbrido em levedura;
6.13- Estudos de espectroscopia de dicroísmo circular de Ki-1/57 e seus fragmentos
mostraram uma predominância de estrutura secundária do tipo folha-β pregueada e
além disso, todas as proteínas apresentaram aproximadamente 36% de regiões de
baixa complexidade estrutural (“random coil”);
6.14- O fragmento de Ki-1/57(122-613) fosforilado in vitro e submetido às análises de
CD mostrou um ganho de estrutura do tipo α-hélice e perda de estrutura do tipo folha
β-pregueada anti-paralela. Desta forma, concluímos que a fosforilação de Ki-1/57
interfere na estrutura secundária desta proteína, assim possivelmente contribuindo
com a interrupção da interação com RACK1;
6.15- O espectro de CD da proteína RACK1 é indicativo de presença de folha do tipo
β-pregueada. Além disso, esta proteína apresenta um pico positivo com máximo entre
229-300 nm, típico de proteínas da família “WD-repeat” ricas em triptofanos. Este pico
positivo de RACK1 desapareceu quando esta foi tratada com NBS e quando esta foi
complexada aos fragmentos Ki-1/57 (266-613) e Ki-1/57 (122-613). Isto sugere que Ki-
1/57 interage com os triptofanos da superfície da proteína RACK1.
103
7 PERSPECTIVAS
Neste trabalho de doutoramento foram realizados estudos funcionais da proteína
Ki-1/57, caracterizando sua interação com as proteínas RACK1 e p53. No entanto,
vários experimentos devem ser feitos ainda para melhor caracterizar o papel de Ki-
1/57 dentro da via de sinalização destas proteínas.
Uma outra abordagem foi o estudo estrutural e espectroscópico das proteínas
RACK1 e Ki-1/57. Inicialmente nós tentamos cristalizar as proteínas recombinantes:
6xHis-RACK1, 6xHis-Ki-1/57(122-613) e 6xHis-Ki-1/57(161-263). As proteínas 6xHis-
Ki-1/57(122-613) e (161-263) apresentaram uma cristalização na forma de pequenas
rosetas e a proteína 6xHis-RACK1 apresentou uma cristalização na forma de finas
agulhas. No entanto, estes resultados obtidos não possibilitaram dar início aos
experimentos de difração por raios-X e resolução de suas estruturas terciárias. Mas o
fato destas proteínas já terem apresentado uma formação cristalina pode ser uma
forte indicação que elas estão corretamente enoveladas e estamos perto de conseguir
cristais que possam ser usados em experimentos de difração de raios-X e tentar
resolver a estrutura destas proteínas. Além disso, a RACK1 possui alta identidade
seqüencial com a subunidade beta da proteína G e essa somente foi cristalizada em
complexo com as outras subunidades. Isto sugere que a co-cristalização pode ser
uma necessidade para uma formação cristalina favorável das proteínas Ki-1/57 e
RACK1 para poder dar início aos experimentos de difração de raios-X. Já os estudos
espectroscópicos foram bem sucedidos e a sua padronização possibilita novos
estudos de interação entre Ki-1/57 e outras proteínas, como por exemplo p53.
A proteína Ki-1/57 pode ser uma proteína filogeneticamente antiga, pois além de
estar presente nos vertebrados, nós podemos encontrar possíveis ortólogos em
organismos invertebrados, tais como: Drosophila melanogaster (gi:26686396),
Caenorhabditis elegans (gi:26168369), e Aedes aegypti (gi:16210666). Pouco se sabe
a respeito da função de Ki-1/57 e desta família de proteínas, no entanto, todos os
possíveis ortólogos parecem estar relacionados com o metabolismo, transporte ou
processamento de RNA. Alinhando-se a seqüência de Ki-1/57 com as proteínas de
invertebrados pelo programa ClustalW: (www.clustaw.genome.ad.jp/) nós observamos
que Ki-1/57 apresenta uma similaridade de 61,6% ao nível da seqüência de
aminoácidos com a proteína VIG de Drosophila (22,18% dos resíduos são idênticos);
104
uma similaridade de 66,9% ao nível da seqüência de aminoácidos com a proteína
HABP4 de C. elegans (26,26% dos resíduos são idênticos); uma similaridade de
67,11 % ao nível da seqüência de aminoácidos com a proteína HABP4 de A aegypti
(22,68 % dos resíduos são idênticos). Neste alinhamento retiramos os 16 aminoácidos
iniciais da proteína Ki-1/57, porque estes se diferem de todas as proteínas estudadas.
Entre os possíveis ortólogos encontrados em invertebrados, podemos dizer que a
proteína VIG de Drosophila é a melhor caracterizada (Caudy et al., 2002; Caudy et al.,
2003; Caudy e Hannon, 2004). A proteína VIG não tem nenhum domínio reconhecido,
com exceção de uma região rica em arginina e glicina denominada por “RG Box”. Esta
região é responsável por ligar a RNA e também está presente em Ki-1/57.
Interessantemente, a proteína VIG interage com as proteínas as proteínas da família X
frágil de Drosophila: dFXRP1, dFXRP2 e dFMR1 (Caudy et al., 2002) e nós
encontramos no ensaio de duplo híbrido em levedura que Ki-1/57 interage com a
proteína humana: hFXRP2. As proteínas da família X frágil são bem conservadas em
humanos e em Drosophila e estas contém dois domínios de KH e um motivo RG. O
domínio KH é essencial para ligação ao RNA em ambas as espécies: Drosophila e
humanos (Wan et al., 2000). As proteínas da família X frágil se ligam aos
poliribossomos, predominantemente na subunidade 60S do ribossomo e
desempenham um importante papel no desenvolvimento da síndrome de
retardamento mental X frágil. A proteína VIG além de se associar com várias proteínas
da família X frágil associa-se também com as proteínas RISC e Ago-2 envolvidas com
o mecanismo de silenciamento gênico através do RNA de interferência (RNAi). RNAi é
realizado por uma via endógena muito importante para o desenvolvimento normal de
muitos organismos, como em Drosophila e C. elegans. Estes organismos expressam
centenas de micro RNAs diferentes (miRNAs) com a função de suprimir a expressão
de genes endógenos. Estes miRNAS de interferência são úteis para estudar os
aspectos da maquinaria de RNAi e utilizá-la para benefício humano.
Além da proteína FXRP2, a proteína Ki-1/57 mostrou interagir com outras
proteínas que se ligam a RNA como: YB-1 (NSEP1) e CIRP, além de proteínas
envolvidas no processamento de mRNA (SFRS9 e SF2/p32) e interessantemente com
proteínas que se ligam a polissomos (RPL38, NSEP1, FXRP e RACK1). Estes dados
abrem novas hipóteses funcionais da proteína Ki-1/57: será que Ki-1/57 interage com
RNA? Será que ela está envolvida com a regulação e maturação do RNA?
105
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Abbas AK, Lichtman AH e Pober JS (2000). In: Cellulas and Molecular Immunology 4
ed. W.B. Sunders company. A Harcourt Health Sciences Company: 26-33.
Ahmad A, Takami Y e Nakayama T (1999). WD repeats of the p48 subunit of chicken
chromatin assembly factor-1 required for in vitro interaction with chicken histone
deacetylase-2. J Biol Chem. 274 (23): 16646-53.
Altman A e Villalba M (2002). Protein Kinase C-theta (PKCtheta): A Key Enzyme in T
Cell Life and Death. J Biochem. 132 (6): 841-46.
Amakawa R, Hakem A, Kundig TM, et al. (1996). Impaired negative selection of T cells
in Hodgkin’s disease antigen CD30-deficient mice. Cell 84: 551-62.
Angenstein F, Evans AM, Settlage RE, Moran ST, Ling SC, Klintsova AY, Shabanowitz
J, Hunt DF e Greenough WT (2002). A receptor for activated C kinase is part of
messenger ribonucleoprotein complexes associated with polyA-mRNAs in neurons. J
Neurosci. 22 (20): 8827-37.
Bashirova AA, Markelov ML, Shlykova TV, Levshenkova EV, Alibaeva RA e Frolova
EI. (1998). The human RIL gene: mapping to human chromosome 5q31.1, genomic
organization and alternative transcripts. Gene 210 (2): 239-45.
Berglund M, Flordal E, Gullander J, Lui WO, Larsson C, Lagercrantz S e Enblad G
(2003).
Molecular cytogenetic characterization of four commonly used cell lines
derived from Hodgkin lymphoma.
Cancer Genet Cytogenet. 141 (1): 43-8.
Boisvert FM, Hendzel MJ e Bazett-Jones DP (2000). Promyelocytic leukemia (PML)
nuclear bodies are protein structures that do not accumulate RNA. J Cell Biol. 148 (2):
283-92.
Borchmann P, Schnell R, Schulz H e Engert A (2004). Monoclonal antibody-based
immunotherapy of Hodgkin's lymphoma. Curr Opin Investig Drugs 5 (12): 1262-67.
Bowen MA, Olsen KJ, Cheng L, Avila D e Podack ER (1993). Functional effects of
CD30 on a large granular lymphoma cell line, YT: inhibition of cytotoxicity, regulation of
CD28 and IL-2R, and induction of homotypic aggregation. J Immunol.151: 5896-906.
Braeuninger A, Kuppers R, Strickler JG, Wacker HH, Rajewsky K e Hansmann ML
(1997).
Hodgkin and Reed-Sternberg cells in lymphocyte predominant Hodgkin
disease represent clonal populations of germinal center-derived tumor B cells. Proc
Natl Acad Sci U S A 94 (17): 9337-42.
Broadhurst, MK e Wheeler; TT (2001). The p100 coactivator is present in the nuclei of
mammary epithelial cells and its abundance is increased in response to prolactin in
culture and in mammary tissue during lactation. J Endocrinol.171 (2): 329-37.
106
Carim-Todd L, Sumoy L, Andreu N, Estivill X e Escarceller M (2001). Identification and
characterization of BTBD1, a novel BTB domain containing gene on human
chromosome 15q24. Gene 10; 262 (1-2): 275-81.
Caudy AA, Myers M, Hannon GJ e Hammond SM (2002). Fragile X-related protein and
VIG associate with the RNA interference machinery. Genes Dev. 16 (19): 2491-96.
Caudy AA, Ketting RF, Hammond SM, Denli AM, Bathoorn AM, Tops BB, Silva JM,
Myers MM, Hannon GJ e Plasterk RH (2003). A micrococcal nuclease homologue in
RNAi effector complexes. Nature 425 (6956): 411-14.
Caudy AA e Hannon GJ (2004). Induction and biochemical purification of RNA-induced
silencing complex from Drosophila S2 cells. Methods Mol Biol. 265: 59-72.
Chang BY, Conroy KB, Machleder EM e Cartwright CA (1998). RACK1, a receptor for
activated C kinase and a homolog of the β subunit of G proteins, inhibits activity of Src
tyrosine kinases and growth of NIH 3T3 cells. Mol and Cel Biol. 18 (6): 3245-56.
Chakravarti A, Halloran SL, Bale SJ e Tucker MA (1986). Etiological heterogeneity in
Hodgkin's disease: HLA linked and unlinked determinants of susceptibility independent
of histological concordance. Genet Epidemiol. 3 (6): 407-15.
Chiarlie R, Podda A, Prolla G, Podack ER, Thorbeecke GJ e Inggirami G (1999). CD30
overexpression enhances negative selection in the thymus and mediates programmed
cell death via Bcl-2-sensitive pathway. J Immunol. 163: 194-205.
Chien CT, Bartel PL, Sternglanz R. e Fields, S (1991). The two-hybrid system: a
method to identify and clone genes for proteins that interact with a protein of interest.
Proc Natl Acad Sci USA 88: 9578-82.
Chung, CD, Liao J, Liu B, Rao X, Jay P, Berta P e Shuai K (1997). Specific inhibition of
Stat3 signal transduction by PIAS3. Science 278 (5344): 1803-05.
De Young, AL, Duramad, O. e Winoto, A. (2000). The TNF Receptor Family Member
CD30 is not essential for negative selection. J Immunol. 165: 6170-73.
Didier DK, Schiffenbauer J, Woulfe SL, Zacheis M e Schwartz BD (1988).
Characterization of the cDNA encoding a protein binding to the major histocompatibility
complex class II Y box. Proc Natl Acad Sci U S A. 85 (19): 7322-26.
Dürkop H, Latza U, Hummel M, Eitelbach F, Seed B e Stein H (1992). Molecular
cloning and expression of a new member of the nerve growth factor receptor family
that is characteristic for Hodgkin’s disease. Cell 68: 421-27.
Evanko SP e Wight TN (1999). Intracellular localization of hyaluronan in proliferating
cells. Histochem Cytochem. 47 (10): 1331-42.
Fields, S e Song, O (1989). A novel genetic system to detect protein-protein
interactions. Nature 340: 245-46.
107
Fields, S e Sternglanz, R (1994). The two-hybrid system: an assay for protein-protein
interactions. Trends Genet. 10: 286-92.
Forbes JF e Morris PJ (1970). Leucocyte antigens in Hodgkin's disease. Lancet. 2
(7678): 849-51.
Fu X, McGrath S, Pasillas M, Nakazawa S e Kamps MP (1999). EB-1, a tyrosine
kinase signal transduction gene, is transcriptionally activated in the t(1;19) subset of
pre-B ALL, which express oncoprotein E2a-Pbx1. Oncogene 18 (35):4920-29.
Furukawa K e Terayama H (1979). Pattern of glycosaminoglycans and glycoproteins
associated with nuclei of regenerating liver of rat. Biochim Biophys. Acta. 585 (4): 575-
88.
Garcia JF, Camacho FI, Morente M, Fraga M, Montalban C, Alvaro T, Bellas C,
Castano A, Diez A, Flores T, Martin C, Martinez MA, Mazorra F, Menarguez J, Mestre
MJ, Mollejo M, Saez AI, Sanchez L, Piris MA e Spanish Hodgkin Lymphoma Study
Group (2003). Hodgkin and Reed-Sternberg cells harbor alterations in the major tumor
suppressor pathways and cell-cycle checkpoints: analyses using tissue microarrays.
Blood 101 (2): 681-89.
Garcia-Higuera I, Thomas TC, Yi F e Neer EJ (1996). Intersubunit surfaces in G
protein alpha beta gamma heterotrimers. Analysis by cross-linking and mutagenesis of
beta gamma. J Biol Chem. 271 (1): 528-35.
Gerich B, Orci L, Tschochner H, Lottspeich F, Ravazzola M, Amherdt M, Wieland F e
Harter C (1995). Non-clathrin-coat protein alpha is a conserved subunit of coatomer
and in Saccharomyces cerevisiae is essential for growth. Proc Natl Acad Sci U S A. 92
(8): 3229-33.
Gerli R, Pitzalis C, Bistoni O, et al. (2000). CD30
+
T cells in rheumatoid synovitis:
mechanisms of recruitment and functional role. J Immunol, 164: 4399-407.
Gerli R, Lunardi C, Vinante F, Bistoni O, Pizzolo G e Pitzalis C (2001). Role of CD3
cells in rheumatoid arthritis: a counter-regulatory paradigm for the Th1-driven diseases.
Trends Immunol. 22: 72-77.
Gottifredi V e Prives C (2001). P53 and PML: new partners in tumor suppression.
Trends Cell Biol. 11 (5): 184-87.
Grammatikakis N, Grammatikakis A, Yoned M, Yu Q, Nanerjje, SD e Toole BP (1995).
A novel gycosaminoglycan binding protein is the vertebrate homologue of the cell cycle
control protein Cdc37. J. Biol. Chem. 7: 270 (27): 166198-205.
Grasberger H, Ye H, Mashima H e Bell GI (2005). Dual promoter structure of ZFP106:
regulation by myogenin and nuclear respiratory factor-1. Gene 344: 143-59.
108
Greenfield NJ e Fasman GD (1973). Meth. Circular Dichroism and Optical Rotary
Dispersion of Proteins and Polypeptides. Enzymology 27: 675.
Greenfield NJ (2004). Circular Dichroism: 1-39 (in: http://www2.umdnj.edu/ cdrwjweb/
handout.pdf)
Gruss HJ, DaSilva N, Hu ZB, Uphoff CC, Goodwin RG e Drexler HG (1994).
Expression and regulation of CD30 ligand and CD30 in human leukemia-lymphoma
cell lines. Leukemia 8: 2083-94.
Guillemot F, Billault A e Auffray C (1989). Physical linkage of a guanine nucleotide-
binding protein-related gene to the chicken major histocompatibility complex. Proc Natl
Acad Sci. USA 86 (12): 4594-98.
Hall, SS (1998). The Killers that save us. In: the seventh in a series of reports about
biomedical science from Hughes Medical Institute: Arousing the fury of the immune
system p. 7-39.
Haluska P Jr, Saleem A, Rasheed Z, Ahmed F, Su EW, Liu LF e Rubin EH (1999).
Interaction between human topoisomerase I and a novel RING finger/arginine-serine
protein. Nucleic Acids 27 (12): 2538-44.
Hamill DR, Howell B, Cassimeris L e Suprenant KA (1998). Purification of a WD repeat
protein, EMAP, that promotes microtubule dynamics through an inhibition of rescue. J
Biol Chem. 27 (15) 9285-91.
Hansen H, Lemke H, Bredtfeldt G, Könnecke I e Havsteen B (1989). The Hodgkin-
associated Ki-1 antigen exists in an intracellular and a membrane-bound form. Biol.
Chem. Hoppe-Seyler 370: 409-16.
Hansen H, Bredfeldt G, Havsteen B e Lemke, H (1990): Proteinkinase activity of the
intracellular but not of the membrane-associated form of the Ki-1 antigen (CD30). Res.
Immunol. 141: 13-31
Heaton JH, Dlakic WM, Dlakic M e Gelehrter TD (2001). Identification and cDNA
cloning of a novel RNA-binding protein that interacts with the cyclic nucleotide-
responsive sequence in the Type-1 plasminogen activator inhibitor mRNA. J Biol Chem
276 (5): 3341-7.
Heim S e Mitelman F (1986). Secondary chromosome aberrations in the acute
leukemias. Cancer Genet Cytogenet 22 (4): 331-8.
Heuser C, Guhlke S, Matthies A, Bender H, Barth S, Diehl V, Abken H e Hombach A
(2004). Anti-CD30-scFv-Fc-IL-2 antibody-cytokine fusion protein that induces resting
NK cells to highly efficient cytolysis of Hodgkin's lymphoma derived tumour cells. Int J
Câncer 110 (3): 386-94.
109
Hider RC, Kupryszewski G, Rekowski P e Lammek B (1988). Origin of the positive
225-230 nm circular dichroism band in proteins. Its application to conformational
analysis. Biophys Chem. 3(1-2): 45-51.
Hinz M, Loser P, Mathas S, Krappmann D, Dorken B e Scheidereit C (2001).
Constituitive NFkappaB maintains high expression of a characteristic gene network,
including CD40, CD86, and a set of antiapoptotic genes in Hodgkin/Reed-Sternberg
cells. Blood 97: 2798-807.
Hodgkin T. (1832). On some morbid appearances of the absorbent glands and spleen.
Med Chir Trans. 17: 68-114.
Hofseth LJ, Hussain SP e Harris CC (2004). p53: 25 years after its discovery. Trends
Pharmacol Sci. 25 (4): 177-81.
Hollander MC, Poola-Kella S. e Fornace AJ Jr (2003). Gadd34 functional domains
involved in growth suppression and apoptosis. Oncogene 22 (25), 3827-32.
Hsu SM e Hsu PL. (1994). The nature of Reed-Sternberg cells: phenotype, genotype,
and other properties. Crit Rev Oncog. 5: 213-46.
Hsu SM, Lin J, Xie SS, Hsu PL e Rich S. (1993). Production of transforming growth
factor ß1 and ß2 by Hodgkin’s Reed-Sternberg cells and reactive T lymphocytes in
Hodgkin’s disease. Hum Pathol 24: 249-55.
Hsu SM, Waldron AJ, Xie SS e Hsu PL (1995). Hodgkin’s disease and anaplastic large
cell lymphoma revisited—I. Unique cytokine and cytokine receptor profile distinguished
from that of non-Hodgkin’s lymphomas. J Biomed Sci. 2: 302-13.
Huang L, Grammatikakis N, Yoneda M, Banerjee SD e Toole BP (2000). Molecular
Characterization of a Novel Intracellular Hyaluronan-binding Protein. J. Biol. Chem.
275: 29829-39.
Hudson M e Donaldson SS (2002). Hodgkin’s disease. In Pizzo PA, Poplack DG, eds.
Principles and practice of pediatric oncology. 4d ed. Philadelphia. JB Lippincott 637-60.
Hunger SP, Link MP, Donaldson SS (1994). ABVD/MOPP and low-dose involved-field
radiotherapy in pediatric Hodgkin's disease: the Stanford experience. J Clin Oncol. 12
(10): 2160-66.
Irsch J, Nitsch S, Hansmann ML, Rajewsky K, Tesch H, Diehl V, Jox A, Kuppers R,
Radbruch A (1998).
Isolation of viable Hodgkin and Reed-Sternberg cells from
Hodgkin disease tissues.
Proc Natl Acad Sci U S A 95 (17): 10117-22.
Kadin ME (2000). Regulation of CD30 antigen expression and its potential significance
for human disease. American Journal of Pathology 156 (5): 1479-84.
Kaelin WG Jr. (1999). The p53 gene family. Oncogene 18 (53): 7701-05.
110
Kenmochi N, Kawaguchi T, Rozen S, Davis E, Goodman N, Hudson TJ, Tanaka T e
Page, DC (1998). A map of 75 human ribosomal protein genes. Genome Res. 8 (5),
509-23.
Khanna R, Burrows SR e Moss DJ (1995). Immune Regulation in Epstein-Barr Virus-
Associated Diseases. Microbiological Reviews 59: 387-405.
Kim SH, Lin DP, Matsumoto S, Kitazono A e Matsumoto T (1998). Fission yeast Slp1:
an effector of the Mad2-dependent spindle checkpoint. Science 279 (5353) 1045-47.
Kobarg J, Schnittger S, Fonatsch C, Lemke H, Bowen MA, Buck F e Hansen HP
(1997). Characterization, Mapping and Partial cDNA Sequence of the 57-kD
Intracellular Ki -1 Antigen. Exp. Clin. Immunog. 14: 273-80.
Koumenis C, Alarcon R, Hammond E, Sutphin P, Hoffman W, Murphy M, Derr J, Taya
Y, Lowe SW, Kastan M, Giaccia A (2001). Regulation of p53 by Hypoxia: Dissociation
of Transcriptional Repression and Apoptosis from p53-Dependent Transactivation. Mol
Cell Biol. 21 (4): 1297-310.
Krainer AR, Mayeda A, Kozak D, Binns G. (1991). Functional expression of cloned
human splicing factor SF2: homology to RNA-binding proteins, U1 70K, and Drosophila
splicing regulators. Cell 66 (2): 383-94.
Küppers R, Klein U, Schwering I, Distler V, Brauninger A, Cattoretti G, Tu Y,
Stolovitzky GA, Califano A, Hansmann ML, Dalla-Favera R (2003). Identification of
Hodgkin and Reed-Sternberg cell-specific genes by gene expression profiling.
J Clin
Invest. 111 (4): 529-37.
Kurochkin IV, Yonemitsu N, Funahashi SI, Nomura H, Lambright DG, Sondek J, Bohm
A, Skiba NP, Hamm HE e Sigler PB (2001). ALEX1, a novel human armadillo repeat
protein that is expressed differentially in normal tissues and carcinomas. Biochem.
Biophys. Res. 280 (1): 340-47.
Kuze T, Nakamura N, Hashimoto Y, Abe M, Wakasa H (1996). Clinicopathological,
immunological and genetic studies of CD30+ anaplastic large cell lymphoma of B-cell
type; association with Epstein-Barr virus in a Japanese population.
J Pathol. 180 (3):
236-42.
Lakowicz JR, Maliwal BP, Cherek H e Balter A (1983). Rotational freedom of
tryptophan residues in proteins and peptides. Biochemistry 22 (8):1741-52.
Lambright DG, Sondek J, Bohm A, Skiba NP, Hamm HE e Sigler PB (1996). The 2.0 A
crystal structure of a heterotrimeric G protein. Nature 379 (6563): 311-19.
Lane D.P., Benchimol S. (1990). p53: oncogene or anti-oncogene? Genes Dev. 4:1-8.
Lasham A, Moloney S, Hale T, Homer C, Zhang YF, Murison JG, Braithwaite AW
eWatson J (2003). The Y-box-binding protein, YB1, is a potential negative regulator of
the p53 tumor suppressor. J Biol Chem. 278 (37): 35516-23.
111
Lemos TA, Passos DO, Nery FC e Kobarg, J. (2003). Characterization of a new family
of proteins that interact with the C-terminal region of the chromatin-remodeling factor
CHD-3. FEBS Lett 533 (1-3): 14 -20.
Lenkkeri U, Kestila M, Lamerdin J, McCready P, Adamson A, Olsen A, Tryggvason K
(1998). Structure of the human amyloid-precursor-like protein gene APLP1 at 19q13.1.
Hum Genet. 102 (2): 192-96.
Levine PH (2002). Hodgkin’s Disease. In Heath Goods
(http://healthgoods.com/Education/Health_Information/Cancer_Rates_and_Risk)
Levine AJ e Momand J (1990). Tumor suppressor genes: the p53 and retinoblastoma
sensitivity genes and gene products. Tumor suppressor genes: the p53 and
retinoblastoma sensitivity genes and gene products. Biochim. Biophys. Acta 1032:119-
136.
Levine AJ, Momand J e Finlay CA (1991). The p53 tumour suppressor gene. Nature
351:453-56.
Levitt M e Chothia C (1976). Structural patterns in globular proteins. Nature 261
(5561): 552-58.
Li H, Leo C, Zhu J, Wu JO, Park EJ e Chen, JD (2000). Sequestration and inhibition of
Daxx-Mediated Transcriptional repression by PML. Mol. Cell. Biol. 20 (5): 1784-96.
Lin JY, Ohshima T e Shimotohno K (2004). Association of Ubc9, an E2 ligase for
SUMO conjugation, with p53 is regulated by phosphorylation of p53. FEBS Lett. 573
(1-3): 15-18.
Lint JV, Rykx A, Vantus T e Vandenheede JR (2002). Molecules in focus getting to
know protein kinase D. The Intern. J. Biochem. & Cell Biol. 34 : 577-81.
Loeffen JL, Triepels RH, van den Heuvel LP, Schuelke M, Buskens CA, Smeets RJ,
Trijbels JM e Smeitink JA (1998). cDNA of eight nuclear encoded subunits of
NADH:ubiquinone oxidoreductase: human complex I cDNA characterization
completed. Biochem Biophys Res Commun 253 (2): 415-22.
MacMahon B (1957). Epidemiological evidence of the nature of Hodgkin's disease.
Câncer 10 (5): 1045-54.
Madrona AY e Wilson DK (2004). The structure of Ski8p, a protein regulating mRNA
degradation: Implications for WD protein structure. Protein Sci. 13 (6):1557-65.
Maggio E.M., Stekelenburg E., Van den Berg A., Poppema S. (2001). TP53 gene
mutations in Hodgkin lymphoma are infrequent and not associated with absence of
Epstein-Barr virus. Int J Cancer 94(1): 60-66.
112
Matera, AG. (1999). Nuclear bodies: Multifaceted subdomains of the interchromatin
space. Trends in Cell Biology 9: 302-09.
Maul GG, Negorev D, Bell P e Ishov AM (2000). Review: properties and assembly
mechanisms of ND10, PML bodies, or PODs. J Struct Biol. 129 (2-3): 278-87.
McCahill A, Warwicker J, Bolger GB, Houslay MD e Yarwood, SJ (2002). The RACK1
scaffolf protein: a dynamic cog in cell response mechanisms. Mol. Pharm. 62 (6) 1261-
73.
Muratani M, Gerlich D, Janicki SM, Gebhard M, Eils R e Spector DL (2002). Metabolic-
energy-dependent movement of PML bodies within the mammalian cell nucleus. Nat
Cell Biol. 4 (2): 106-10.
Muta H, Boise LH, Fang L e Podack ER (2000). CD30 signals integrate expression of
cytotoxic effector molecules, lymphocyte trafficking signals, and signals for proliferation
and apoptosis. J Immunol. 165: 5105-11.
Neer EJ e Smith TF (1996). G protein heterodimers: New structures propel new
questions. Cell 84: 175-78.
Nery FC, Passos DO, Garcia VS e Kobarg J. (2004). Ki-1/57 Interacts with RACK1 and
Is a Substrate for the Phosphorylation by Phorbol 12-Myristate 13-Acetate-activated
Protein Kinase C. J Biol Chem. 279(12): 11444-55.
Nery FC, Rui E e Kobarg J. (2005). Ki-1/57 interacts with p53 and interferes negatively
in its transcriptional activation function. (artigo submetido).
Nery FC, Bressan GC,
Alborghetti MR, Kuniyoshi TM, Passos
DO, Ramos CHI,
Guimarães BG., Oyama, SJr e Kobarg J. A spectroscopic analysis of the interaction
between the human regulatory proteins RACK-1 and Ki-1/57. (artigo submetido).
Ng SY, Gunning P, Eddy R, Ponte P, Leavitt J, Shows T e Kedes L (1985). Evolution
of the functional human beta-actin gene and its multi-pseudogene family: conservation
of noncoding regions and chromosomal dispersion of pseudogenes. Mol Cell Biol 5
(10): 2720-32.
Nicod LP e Isler P (1997). Alveolar macrophages in sarcoidosis coexpress high levels
of CD86 (B7.2), CD40, and CD30L. Am J Respir Cell Mol Biol 17: 91-96.
Nishiyama H, Xue JH, Sato T, Fukuyama H, Mizuno N, Houtani T, Sugimoto T e Fujita
J (1998). Diurnal change of the cold-inducible RNA-binding protein (Cirp) expression in
mouse brain. Biochem Biophys Res Commun. 245 (2): 534-38.
Ogas J, Kaufmann S, Henderson J. e Somerville C (1999). PICKLE is a CHD3
chromatin-remodeling factor that regulates the transition from embryonic to vegetative
development in Arabidopsis. Proc Natl Acad Sci USA 96 (24):13839-44.
113
Oren, M. e Rotter, V. (1999). Introduction: p53- the first twenty years. Cell Mol. Life Sci.
55: 9-11.
Ozaki T, Watanabe K, Nakagawa T, Miyazaki K, Takahashi M e Nakagawara A (2003).
Function of p73, not of p53, is inhibited by the physical interaction with RACK1 and its
inhibitory effect is counteracted by pRB. Oncogene 22 (21): 3231-42.
Pinto A, Aldinucci D, Gloghini A, et al. (1996). Human eosinophils express functional
CD30 ligand and stimulate proliferation of a Hodgkin’s disease cell line. Blood 3299-
305.
Poppema S (1989). The nature of the lymphocytes surrounding Reed-Sternberg cells
in nodular lymphocyte predominance and in other types of Hodgkin’s disease. Am J
Pathol 135: 351-57.
Pro, B e Younes, A (2004). New Molecular Targets for Treatment of Lymphoma. Curr.
Oncol. Rep. 6: 360-68.
Reed D.M. (1902). On the pathological changes in Hodgkin’s disease, with special
reference to its relation to turberculosis. Johns Hopkins Hosp. Rep. 10: 133-196.
Rego EM, Wang ZG, Peruzzi D, He LZ, Cordon-Cardo C, Pandolfi PP (2001). Role of
promyelocytic leukemia (PML) protein in tumor suppression. J Exp Med. 193 (4): 521-
29.
Reyes, JC. (2001). PML and COP1 – two proteins with much in common.
TRENDS in Biochem. Sci. 26: 18-20.
Rhode D, Hansen H, Hafner M, Lange H, Mielke V, Hansmann M-L e Lemke H (1992).
Cellular localizations and processing of the two molecular forms of the Hodgkin-
associated Ki-1 (CD30) antigen. Am. J. Path. 40: 473-82.
Ripellino JA, Bailo M, Margolis RU e Margolis RK (1988). Light and electron
microscopic studies on the localization of hyaluronic acid in developing rat cerebellum.
Cell Biol. 106 (3): 845-55.
Rodriguez A, Oliver H, Zou H, Chen P, Wang X e Abrams JM (1999). Dark is a
Drosophila homologue of Apaf-1/CED-4 and functions in an evolutionarily conserved
death pathway. Nat. Cell Biol. 1 (5): 272-79.
Ron D, Chen C-H, Caldwell J, Jamieson L e Orr E (1994). Cloning of an intracellular
receptor for protein kinase C: a homolog of the b subunit of G protein. Proc. Natl. Acad
Sci. USA 91: 839-43.
Ruthardt M, Orleth A, Tomassoni L, Puccetti E, Riganelli D, Alcalay M, Mannucci R,
Nicoletti I, Grignani F, Fagioli M e Pelicci PG (1998). The acute promyelocytic
leukaemia specific PML and PLZF proteins localize to adjacent and functionally distinct
nuclear bodies. Oncogene 16 (15):1945-53.
114
Saxena K, Gaitatzes C, Walsh MT, Eck M, Neer EJ, Smith TF (1996). Analysis of the
physical properties and molecular modeling of Sec13: A WD repeat protein involved in
vesicular traffic. Biochemistry 35 (48):15215-21.
Schechtman, D. and Rosen, D. M. (2001). Adaptor proteins in protein kinase C-
mediated signal transduction. Oncogene 20: 6339-47.
Schnell R, Borchmann P, Schulz H e Engert A (2002). Current strategies of antibody-
based treatment in Hodgkin's disease. Ann Oncol 13 (1):57-66.
Schwab U, Stein H, Gerdes J, Lemke H, Kirchner H, Schaadt M e Diehl V (1982).
Production of a monoclonal antibody specific for Hodgkin and Sternberg-Reed cells of
Hodgkin's disease and a subset of normal lymphoid cells. Nature 299 (5878): 65-67.
Scott HS, Antonarakis SE, Lalioti MD, Rossier C, Silver PA, Henry MF e Smith TF
(1998). Identification and characterization of two putative human arginine
methyltransferases (HRMT1L1 and HRMT1L2). Genomics 48 (3): 330-40.
Seeler JS e Dejean A (1999). The PML nuclear bodies: actors or extras? Curr Opin
Genet Dev. 9 (3): 362-67.
Seroussi E, Kedra D, Kost-Alimova M, Sandberg-Nordqvist AC, Fransson I, Jacobs JF,
Fu Y, Pan HQ, Roe BA, Imreh S, Dumanski JP. (1999) TOM1 genes map to human
chromosome 22q13.1 and mouse chromosome 8C1 and encode proteins similar to the
endosomal proteins HGS and STAM. Genomics 57 (3): 380-88.
Shanebeck KD, Maliszewski CR, Kennedy MK, et al. (1995). Regulation of murine B
cell growth and differentiation by CD30 ligand. Eur J Immunol. 25: 2147-53.
Simard MJ, Chabot B. (2002). SRp30c is a repressor of 3' splice site utilization. Mol
Cell Biol. 22 (12): 4001-10.
Siomi MC, Siomi H, Sauer WH, Srinivasan S, Nussbaum RL, Dreyfuss G (1995).
FXR1, an autosomal homolog of the fragile X mental retardation gene. EMBO J. 14
(11): 2401-08.
Smith CA, Gruss HJ, Davis T, Anderson D, Farrah T, Baker E, Sutherland GR,
Brannan CI, Copeland NG, Jenkins NA, et al. (1993). CD30 antigen, a marker for
Hodgkin’s lymphoma, is a receptor whose ligand defines an emerging family of
cytokines with homology to TNF. Cell 73: 349-60.
Smith TF, Gaitatzes C, Saxena K e Neer EJ (1999). The WD repeat: a common
architecture for diverse functions. Trends Biochem Sci. 24 (5):181-85.
Smith PR, de Jesus O, Turner D, Hollyoake M, Karstegl CE, Griffin BE, Karran L,
Wang Y, Hayward SD e Farrell PJ (2000). Structure and coding content of CST
(BART) family RNAs of Epstein-Barr virus. J Virol 74 (7): 3082-92.
115
Soussi T., Caron De Fromentel C e May P. (1990). Structural aspects of the p53
protein in relation to gene evolution. Oncogene 5: 945-52.
Sprague ER, Redd MJ, Johnson AD e Wolberger C (2000). Structure of the C-terminal
domain of Tup1, a corepressor of transcription in yeast. EMBO J. 19 (12): 3016-27.
Stein H, Foss HD, Durkop H, Marafioti T, Delsol G, Pulford K, Pileri S, Falini B (2000).
CD30(+) anaplastic large cell lymphoma: a review of its histopathologic, genetic, and
clinical features.
Blood 96 (12): 3681-95.
Sturzenhofecker B., Schlott T., Quentin T., Kube D., Jung W., Trumper L. (2003).
Abundant expression of spliced HDM2 in Hodgkin lymphoma cells does not interfere
with p14 (ARF) and p53 binding. Leuk Lymphoma 44(9): 1587-96.
Su CC, Chiu
HH, Chang
CC, Chen
JC e Hsu
SM (2004). Cancer Research 64 (6):
2148-52.
Takagaki Y e Manley JL (1992). Human polyadenylation factor is a G protein beta-
subunit homologue. J Biol Chem. 267 (33): 23471-74.
ter Haar E, Musacchio A, Harrison SC e Kirchhausen T (1998). Atomic structure of
clathrin: a beta propeller terminal domain joins an alpha zigzag linker. Cell 95 (4): 563-
73.
Toledo JS (2004). Hodgkin’s disease. Orphanet Encyclopedia
(http://www.orpha.net/data/patho/GB/uk-hodgk.pdf), p. 1-4.
Tong JK, Hassig CA, Schnitzler GR, Kingston RE, Schreiber SL (1998). Chromatin
deacetylation by an ATP-dependent nucleosome remodelling complex. Nature 395
(6705): 917-21.
Usacheva A, Smith R, Minsshall R, Baida G, Seng S, Crozer E e Colamonici O.
(2001). The WD motif-containing protein receptor for activated protein kinase C
(RACK1) is required for recruitment and activation of signal transducer and activator of
transcription 1 through the type 1 Interferon receptor. The J. Biol. Chem. 276 (22):
22948-53.
Utsugi M, Dobashi K, Ishizuka T, Masubuchi K, Shimizu Y, Nakazawa T e Mori M.
(2003). C-Jun-NH2-terminal kinase mediates expression of connective tissue growth
factor induced by transforming growth factor-beta1 in human lung fibroblasts. Am J
Respir Cell Mol Biol. 28 (6): 754-61.
Voegtli WC, Madrona AY e Wilson DK (2003). The structure of Aip1p, a WD repeat
protein that regulates Cofilin-mediated actin depolymerization. J Biol Chem. 278 (36):
34373-79.
Vogelstein B e Kinzler KW (2004). Cancer genes and the pathways they control. Nat
Med. 10(8): 789-99.
116
Vogelstein B, Lane D, Levine AJ (2000). Surfing the p53 network. Nature 408 (6810):
307-10.
Wall MA, Coleman DE, Lee E, Iniguez-Lluhi JA, Posner BA, Gilman AG e Sprang SR
(1995). The structure of the G protein heterotrimer Gi alpha 1 beta 1 gamma 2. Cell 83
(6): 1047-58.
Wan L, Dockendorff TC, Jongens TA e Dreyfuss G (2000). Characterization of dFMR1,
a Drosophila melanogaster Homolog of the Fragile X Mental Retardation Protein
Molec. and Cell. Biol. 20 (22): 8536-47.
Wang G, Hansen H, Tatsis E, Csernok E, Lemke H, Gross WL (1997). High plasma
levels of the soluble form of CD30 activation molecule reflect disease activity in
patients with Wegener's granulomatosis. Am J Med.102 (6): 517-23.
Watanabe TK, Fujiwara T, Kawai A, Shimizu F, Takami S, Hirano H, Okuno S, Ozaki
K, Takeda S, Shimada Y, Nagata M, Takaichi A, Takahashi E, Nakamura Y e Shin S.
(1996). Cloning, expression, and mapping of UBE2I, a novel gene encoding a human
homologue of yeast ubiquitin-conjugating enzymes which are critical for regulating the
cell cycle. Cytogenet Cell Genet.72 (1): 86-89.
Weinstein J (1997). Cell cycle-regulated expression, phosphorylation, and degradation
of p55Cdc. A mammalian homolog of CDC20/Fizzy/slp1. J Biol Chem. 272(45):28501-
11.
Wiley SR, Goodwin RG e Smith CA (1996). Reverse signaling via CD30 ligand. J
Immunol. 157: 3635-39.
Wilson DK, Cerna D e Chew E (2005). The 1.1 A
o
structure of the spindle checkpoint
protein Bub3p reveals functional regions. J Biol Chem. (paper in press).
Wong WT, Carlomagno F, Druck T, Barletta C, Croce CM, Huebner K, Kraus MH e Di
Fiore PP (1994). Evolutionary conservation of the EPS8 gene and its mapping to
human chromosome 12q23-q24. Oncogene 9 (10): 3057-61.
Woodage T, Basrai MA, Baxevanis AD, Hieter P, Collins FS (1997). Characterization
of the CHD family of proteins. Proc Natl Acad Sci. U S A. 94 (21): 11472-77
Woody RW (1995). Circular Dichroism. Methods Enzymol. 246: 34-71.
Yaholom, J e Straus, D (2004). Hodgkin’s disease in Cancer Management: a
multidisciplinary approach, 8th Edition, chapter 32 p. 651-72.
Younes A e Kadin ME (2003). Emerging Applications of the tumor necrosis factor
family of ligands and receptors in cancer therapy. J. Clinical Oncology 21 (18): 3526-
34.
117
Yu, L.; Gaitatzes, C.; Neer, E. and Smith, T. F. (2000) Thirty-plus functional families
from a single motif. Protein Science 9: 2470-76.
Zhong S, Hu P, Ye TZ, Stan R, Ellis NA, Pandolfi PP (1999). A role for PML and the
nuclear body in genomic stability. Oncogene 18 (56): 7941-47.
***************************************************************************************************
Lista de endereços eletrônicos na rede mundial de computadores (Internet):
***************************************************************************************************
ABRALE: www.abrale.org.br
BLAST: www.ncbi.nlm.nih.gov/BLAST /
CDNN Deconvolution (versão 2): Bioinformatik.biochemtech.uni-halle.dee/cdnn
ClustalW: www.clustaw.genome.ad.jp/
Motif Scan:
http://myhits.isb-sib.ch/cgi-bin/motif_scan
NCBI: www.ncbi.nlm.nih.gov
PDB: www.pdbbeta.rcsb.org/pdb/Welcome.do
NetPhos 2.0 Server: http://www.cbs.dtu.dk/services/NetPhos/
PredictProtein: www.cubic.bioc.Columbia.edu/predictprotein/
ProtParam Tool: www.ca.expasy.org/toos/protparam.html
PSORT II prediction: (http://psort.nibb.ac.jp/form2.html)
Swiss-Model: www.expasy.ch/swiss-mod/SWISS-MODEL.html
http://www.escolavesper.com.br/defesasdocorpo.html
http://www.healthcentral.com/mhc/img/img1225.cfm
http://researchpath.hitchcock.org/levylecture/selfasspln.html
http://hits.isb-sib.ch/cgi-bin/PFSCAN_pars
118
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo